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2. O texto afirma que a ciência se autocorrige. Concorda com esta afirmação? Justifique.
Não. Apesar de algumas vezes isso ter acontecido, não temos conhecimento total para
dizer que não existem coisas que não permanecem incorretas ou não corrigidas. Vejamos
quanto tempo ficamos a pensar que o sol girava à volta da terra.
Sim. Os cientistas devem adoptar um ponto de vista crítico e não antidogmático, isto é,
não acreditar em tudo mas confirmar por si os conhecimentos ditos verdadeiros. Acontece
também que “cada nova geração de cientistas procura construir a sua reputação expondo as
fraquezas das teorias” ajudando à correção do conhecimento científico.
Considera-se que o processo da revolução científica deu-se desde o sec. XVI até ao sec.
XVIII. Foram os séculos de Galileu Galilei (descobriu a Lei dos corpos, melhoramentos no
telescópio, etc.), Johannes Kepler (Leis sobre os movimentos celestes); Nicolau Copérnico
(teoria Heliocêntrica); Francis Bacon (definiu a importância do método indutivo e crítica à
ciência feita sem método, chamadas antecipações da mente) e Isaac Newton (Leis Físicas).
Filosofia da Ciência - Semana 2 - Método Científico e Critério de Demarcação
Parte daquilo que causou a revolução científica foi a aceitação da importância do método
e a descoberta de novas técnicas e tecnologias de investigação que garantiam resultados cada
vez mais precisos e objetivos.
Método Científico
O método científico que agora vamos estudar é o método indutivo. Sistematizado5 por
Francis Bacon (1561-1626), o método indutivo funda-se na observação, de tal forma que “o
conhecimento científico é adquirido e confirmado por um processo de indução” 6. Pelo contrário,
rejeita não só as antecipações da mente, como os conhecimentos sustentados pela metafísica
e/ou especulação. Sabemos já que indução é uma forma de raciocínio que procura, a partir de
verificações de alguns casos (particulares), formular uma lei (universal) que explique todos os
casos da mesma espécie.
Por outro lado, também Galileu se interessou pelo método científico. O seu método tem
algumas semelhanças com o método de Francis Bacon mas introduz algo diferente, o
pensamento dedutivo. Vamos chamá-lo de Método hipotético-dedutivo que ao contrário de
começar pela observação (experiência), como o método de Bacon, começa pela criação de uma
hipótese e dedução de consequências (pensamento).
7 Como vimos, o método indutivo por natureza não é capaz de garantir afirmações universais. Logo, uma
lei formada a partir do método indutivo é algo problemático. No mais das vezes o conhecimento das
ciências naturais é verosímil ou então o conhecimento que têm não são leis mas sim teorias que foram
confirmadas.
Filosofia da Ciência - Semana 2 - Método Científico e Critério de Demarcação
Por exemplo:
1. Formulação de hipótese
a. A Terra gira sobre si 15 graus por hora.
2. Dedução de conclusões
a. Deduzir quer dizer pensar as conclusões necessárias que se seguem da primeira
afirmação (princípio).
b. Se é verdade que a Terra gira a 15 graus hora. Se passar 10 horas, terá rodado
150 graus.
Como sabemos, desde o estudo de David Hume, a verificação particular de alguns casos
nunca permite, de forma fidedigna ou com propriedade, afirmar de forma universal. Se virmos o
exemplo do manual (pág.213), percebemos que fizemos algumas experiências onde metal foi
aquecido e todas aquelas vezes o metal dilatou. No entanto, a partir do método indutivo, não
podemos nunca ter a certeza de que uma das vezes o metal não dilate.
Como tal, o problema dos argumentos indutivos é o salto lógico que dão do particular
para o universal. Podemos apenas afirmar a verosimilidade ou probabilidade do nosso
conhecimento.