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Métodos e Técnicas de Investigaçã o I Teó rica Apontamentos

O que é a investigação científica?


A investigaçã o científica é um processo sistemá tico que permite examinar
fenó menos com vista a obter respostas para questõ es precisas que merecem uma
investigaçã o. Este processo comporta certas características inegá veis, entre outras: ele é
sistemá tico e rigoroso e leva à aquisiçã o de novos conhecimentos. Vá rios foram os
pensadores que tentaram enunciar uma definiçã o, como é o caso de Kerlinger e de
Seamen.
A investigaçã o é, portanto, um método de aquisiçã o de novos conhecimentos.
Mas, as definiçõ es enunciadas por diversos autores ao longo dos anos, encerram todas
elas noçõ es de rigor e de sistematizaçã o. Todas deixam entender que a investigaçã o
permite criar novos conhecimentos pelo desenvolvimento da teoria ou pela verificaçã o
da teoria. Segundo o género de investigaçã o em que o investigador se deseja envolver,
assim ele adotará a definiçã o que melhor corresponda à s suas preocupaçõ es e
planificará um método apropriado para a obtençã o das respostas à s suas questõ es.

Ciência e Investigação como Fonte de Conhecimento


Obstáculos ao Conhecimento Científico

 Fontes de Conhecimento:
a) Intuição – Implica aquisição de conhecimento sem recurso ao raciocínio e sem
referências.
b) Experiência pessoal direta por tentativa e erro – Conhecimento adquirido pela própria
observação ou experiência direta do indivíduo (empirismo) ou por partilha da
experiência dos outros. Esta aprendizagem não é nem sistemática nem infalível, na
medida em que resulta da construção que o individuo faz do mundo e está
contaminada por desvios da cognição social.
c) Experiência através dos outros.
d) Cultura e tradições – Relativo à aquisição de conhecimento através de cultura. As
tradições incluem as crenças baseadas nos costumes, normas, tradições e costumes
que são aceites e poucas vezes questionadas. São mantidas pelas várias fontes de
regulação social.
e) Autoridade – Todas as vezes que aceitamos como válida a informação transmitida por
alguém, é porque consideramos que a fonte de informação tem autoridade sobre o
tema. Todos nós, quando reconhecemos credibilidade no outro dotamo-lo de
autoridade sobre um tema e aderimos à informação que nos transmite.
f) Raciocínio Lógico – Relativo a um método que combina ao mesmo tempo a
experiência, as faculdades intelectuais e os processos de pensamento. O nosso
conhecimento resulta de algo que deduzimos a partir de dois ou mais conhecimentos
que já adquirimos anteriormente. O problema é que a conclusão depende da
veracidade das duas anteriores.
g) Investigação científica – É a forma de aquisição de conhecimento mais sistemática e
rigorosa e, portanto, mais fiável. A maneira mais segura de desenvolver uma verdade
acerca do real é através da metodologia científica. Conhecimento objetivo oposto ao
conhecimento subjetivo do senso comum.

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O conhecimento, independentemente da forma, procura descrever, explicar e prever os


acontecimentos. Torna o mundo mais organizado e simples, permitindo torná-lo mais
controlável e previsível. Serve por isso um pressuposto básico – a sobrevivência do indivíduo
e da espécie, na medida em que permite controlar/modificar o que ocorre. O próprio controlo
percebido ajuda o indivíduo a sentir-se em equilíbrio.

 O que é a ciência?
Podemos definir ciência por “conjunto organizado de conhecimentos sobre a realidade e
obtidos mediante o método científico”. Assume-se simultaneamente como um corpo de
conhecimentos e um processo.
Um corpo de conhecimentos que é coerente e preciso na sua fundamentação.
Um processo sistemático, mais organizado, de pesquisa do saber com vista a alcançar um
objetivo: compreensão, explicação, predição e controlo dos fenómenos.
A investigação em psicologia tal como todas as outras ciências pretende descrever, prever
e explicar os eventos, neste caso, relativos aos comportamentos humanos. E naturalmente à
realidade, permitindo descrever, explicar e prever os comportamentos no espaço social.

Para podermos controlar, temos de descrever, explicar e prever os eventos.


a) Descrição – Descrever em psicologia significa identificar a regularidade na ocorrência
de comportamentos e a sequência de comportamentos.
b) Previsão – Se é possível observar uma sequência então posso prever que quando
ocorre A a seguir vem B.
c) Explicação – Explicar um comportamento é saber como acontece, o que provoca sua
ocorrência. Estabelecer a causalidade entre eventos é um processo complexo que
envolve muitos estudos e que deixa sempre em aberto novas interrogações. Mas, a
ciência é isso mesmo.
d) Aplicação – Aplicação dos princípios explicativos do comportamento humano,
aprendidos através do processo de investigação, às várias dimensões da vida no dia a
dia.

 Conhecimento do Senso Comum versus Científico:


Todo o conhecimento é um resultado, um produto construído a partir de um produto real.
O produto do senso comum é resultado da nossa perceção, mas o conhecimento científico é
um corpo de conhecimentos e de resultados que, por se basearem nos métodos da
experimentação e da verificação, se encontram submetidos a um reconhecimento em teoria
universal.
A palavra ciência designa duas realidades distintas:
a) Um produto de determinado tipo de atividade humana, que é aquela a que os
investigadores se dedicam; esse produto consubstancia-se em um corpo de
conhecimentos e resultados;
b) Um sistema de produção desses produtos, sistema que, no dizer de Eliseo Verón,
implica “meios de produção, relações de produção, circuitos de circulação e consumo,
mecanismos de conservação e mudança”, os quais definem “as condições concretas da

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elaboração, difusão e desenvolvimento cumulativo” do produto científico, ou seja: as


condições concretas em que se exerce a atividade dos investigadores”.

Podemos definir ciência por “um conjunto organizado de conhecimentos sobre a


realidade e obtidos mediante o método científico”. Assume-se simultaneamente como um
corpo de conhecimentos e um processo:
a) Um corpo de conhecimentos que é coerente e preciso na sua fundamentação;
b) Um processo sistemático, isto é, mais organizado, de pesquisa do saber com vista a
alcançar um objetivo: compreensão, explicação, predição e controlo dos fenómenos.
Todo o trabalho científico repousa sobre um duplo pressuposto: o pressuposto de ordem e
de determinismo. Por ordem, entende-se que a natureza é ordenada, isto é, os acontecimentos
não se produzem de forma caótica e aleatória: por determinismo, entende-se que os
acontecimentos têm causas que são suscetíveis de evidenciar.
O trabalho científico só faz sentido se os investigadores considerarem o universo como
organizado, que funciona de acordo com as leis de causa e efeito e não ao acaso ou por
acidente.
Senso Comum Científico
Empirismo
O Conhecimento ingénuo satisfaz- Deriva de dados objetivos obtidos em pesquisa
se normalmente de explicações de científica controlada.
factos baseados em impressões e As crenças são sempre submetidas a prova.
crenças subjetivas.
Controle
Apesar de também traduzir um Esforça-se por provar uma dada explicação pela
esforço de verificação, este é eliminação de explicações alternativas possíveis. É a
guiado sobretudo pela consistência: noção de controlo científico.
o indivíduo procura sobretudo os
factos que confirmam a sua
explicação sem se preocupar com
outras explicações possíveis.
Operacionalização
As observações são normalmente Recorre à operacionalização dos objetos de estudo.
fluidas e impressionistas. Os objetos são traduzidos em operações
mensuráveis.

Objetividade
As constatações pessoais são Procura-se a objetividade: uma observação só tem
geralmente consideradas valor se todos a puderem reproduzir.
suficientes.

Sistematização
As constatações e as explicações É essencialmente sistemática, na medida em que se
intervêm a par dos acontecimentos esforça de “dar a volta”, envolver todo um

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e da sua sequência espontânea e problema.


reduzido ao acontecimento. Os factos são progressivamente organizados num
conjunto coerente a que chamamos teorias.
Conhecimento obtido através de estratégias e
métodos fiáveis, mediante planos metodológicos
rigorosos.

 Características do Conhecimento Científico:


Empírico e baseado em dados:
Deriva de dados objetivos obtidos em pesquisa científica controlada e utiliza critérios de
referência objetivos e anteriormente definidos.

Racional e Analítico:
Recorre preferencialmente à razão e à lógica em detrimento da intuição na construção
do conhecimento, procurando a análise dos fenómenos para além das aparências e da
superficialidade.

Objetivo e Rigoroso:
A veracidade ou falsidade de determinada teoria científica não é suscetível à posição
do cientista. Assegura uma perceção fiável e correta da realidade.

Sistemático:
Conhecimento organizado numa estrutura coerente e consistente de elementos do
conhecimento.

Metódico:
Conhecimento obtido através de estratégias e métodos fiáveis, mediante planos
metodológicos rigorosos.

Replicável:
Investigadores independentes em diferentes locais, perante as mesmas condições
conseguem replicar os resultados.

Universal:
Os resultados de uma investigação são universais, portanto aplicáveis e qualquer
população desde que sejam resultado de um estudo com iguais características.

Partilhado:
Razão pela qual a linguagem científica é comum a todos os investigadores. Por
exemplo, variável, independentemente de ser escrita ou falada em qualquer código
linguístico, tem sempre o mesmo significado.

Cumulativo:

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Tal como o senso comum, o conhecimento científico constrói a partir de conhecimentos


anteriores. Mas, diferentemente do senso comum, constrói-se de forma organizada,
estruturada e objetiva.
É esta característica que determina o processo da ciência, umas vezes pelo acumular
sistemático e progressivo de conhecimentos, outras vezes por progressos muito rápidos de
Kuhn classificou de “revoluções científicas”.

 Raciocínio Dedutivo versus Indutivo:


Submetidas ao Raciocínio Lógico
Baseia-se em princípios de carácter racional, lógico:
a) Raciocínio Indutivo – Permite inferir uma lei geral a partir de observações específicas
(composto por premissas e generalizações).
b) Raciocínio Dedutivo – Parte de princípios gerais de modo a extrair dados específicos
(parte do geral para o particular). Parte de um fenómeno para compor as suas
componentes.

Todas as ciências têm como objetivo comum, o conhecimento dos objetos reais que
constituem a realidade. Mas, cada ciência utiliza conceitos, perspetivas, metodologias
próprias para a apropriação dos objetos reias. A realidade é só uma, mas sobre ela constroem-
se diversas realidades. Isto ocorre porque no trabalho de produção científica as matérias
primas (informações disponíveis sobre o objeto) de cada ciência, são trabalhadas com recurso
a instrumentos (conjunto de conceitos, métodos e técnicas) específicos de cada ciência e, em
consequência, transformados em produtos de conhecimento específicos da disciplina
científica que os produziu.

 Obstáculos ao conhecimento científico:


(Meios de produçã o; contexto político e socioeconó mico; especificidade do fenó meno;
limitaçõ es éticas; investigadores)

A produção e aceitação de conhecimentos científicos defrontam-se com obstáculos e


resistências associadas aos vários intervenientes do processo científico. Referimo-nos aos
investigadores, aos meios de produção e à própria realidade política e socioeconómica do
momento em que a investigação se desenvolve.
A ciência tornou-se inseparável do projeto político. Na sua maioria a investigação
científica desenvolve-se de acordo com o livre arbítrio dos investigadores e das suas decisões
relativamente à definição dos objetivos e metodologias a utilizar. Mas, toda a investigação
desenvolve-se em contexto institucional, logo depende de mecanismos, de procedimentos e
de financiamentos que vão além da decisão dos investigadores. Razão pela qual certos países
têm sido percursores em certas áreas. Esta interpretação sustenta também o facto das Ciências
Sociais se terem desenvolvido mais lentamente (ou não) que outras ciências, as ditas ciências
exatas. Aparentemente, com pouca relevância nas respostas às necessidades do Homem e da
sociedade que o alberga, tem sido pouco promovida. Em consequência, enfrenta maiores
dificuldades em encontrar recursos financeiros, técnicos e humanos.

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Segundo outros autores, o facto de as Ciências Sociais não responderem de forma


imediata e explícita às necessidades do Homem (aparentemente) implicou abandono por parte
do poder e, portanto, menos controladas, mais livres de crescerem na direção que os
investigadores assim entenderem.
Associado ao campo de investigação e intervenção das Ciências Sociais, decorrem
obstáculos consequentes da própria realidade social, ou seja, o facto de as mudanças sociais
por vezes serem demasiado rápidas. Pelo que não só os investigadores deixam de ter o objeto
que começaram a estudar como pode deixar de ser pertinente. Por exemplo, a dimensão
social dos efeitos de uma guerra. Imaginemos que neste caso o investigador pretende avaliar
o processo de decisão da adesão da população ao conflito, no início. Se passarem várias
semanas depois do início, as respostas estarão facilmente contaminadas.
As limitações no âmbito da ética, também podem constituir obstáculos. As pessoas, não
são reagentes químicos ou equipamentos técnicos, pelo que não podemos aplicar
determinados tratamentos que impliquem mau estar físico ou psicológico. Felizmente, o ser
humano é criativo e tem capacidade para projetar metodologias de investigação que respeitem
os participantes dos seus estudos.

Um largo conjunto de obstáculos decorrem do próprio investigador:


a) Ideologia – No senso comum o termo ideologia é entendido como um conjunto de
ideias, de pensamentos, de crenças, de valores, de doutrinas ou de visões do mundo de
um indivíduo ou de um grupo, presidindo às suas ações sociais e, principalmente,
políticas. Em consequência constitui um filtro para a leitura da realidade e um
orientador dos interesses dos indivíduos. De acordo com Karl Marx e outros
pensadores a ideologia funciona mascarando a realidade, mostrando apenas a sua
aparência e não a sua essência. As ideologias são produtos coletivos, da prática social,
espontâneos, inevitáveis e necessários respeitantes. Os investigadores, como qualquer
outro indivíduo, agem de acordo com as suas ideologias definindo objetivos de
investigação, prioridades, metodologias e discussões numa determinada direção e não
em outra.

b) Familiaridade com certos Fenómenos – Diz respeito à impressão de um total


conhecimento a propósito de um facto. É a impressão de familiaridade, de conhecido,
de próximo e, portanto, sem inspirar dúvidas, questões, interesses de investigação. A
investigação pretende analisar em maior profundidade um determinado fenómeno.
Quando o fenómeno, objeto real, é sentido como totalmente conhecido não inspira
qualquer interesse.

c) Naturalidade de certos Fenómenos – Implica que da mesma forma que a familiares,


não incentivem à formulação de questões de interesses de investigação e de análise
crítica.

d) Etnocentrismo – Define-se pela visão ou avaliação que um indivíduo ou grupo fazem


de um outro grupo diferente do seu baseado no facto da sua cultura ser superior à

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outra. Ou seja, é a tendência de vermos o mundo através da nossa própria cultura, do


nosso modo de vida, considerando as outras culturas de vida inferiores.

e) Desvios (ou viés) da Cognição Social:


1. Perseverança nas crenças – O ser humano está motivado para garantir a segurança
e certeza do seu conhecimento. Tendência a manter obstinadamente uma crença,
mesmo diante de informações evidentes que possam convencer a maioria das
pessoas de que a crença está errada ou falsa.
2. Viés de Confirmação – Associado ao desvio anterior, o desvio de confirmação diz
respeito à tendência em prestarmos atenção às informações que confirmam as
nossas crenças. Este desvio está bem exemplificado com a expressão “só vemos
aquilo que nos interessa”.
3. Heurísticas Cognitivas – Frequentemente, avaliamos estímulos e respondemos
sem passar por todas as etapas cognitivas o que nos permite responder muito
rápido, mesmo que erradamente. Isto é possível porque recorremos a heurísticas,
regras aprendidas que estabelecem associações entre eventos, objetos e que nos
poupam tempo. As heurísticas ilustram a forma como os indivíduos estimam
ordinariamente as probabilidades com o objetivo de avaliar e tomar decisões.

 Heurísticas Cognitivas:
Heurística Definição
Heurística da Representatividade Tendência a decidir de acordo com as
aparências e as nossas crenças sobre essas
aparências.
Heurística de Disponibilidade Decisões baseadas em exemplos que facilmente
nos lembramos. Sobreavaliação de coisas que
ocorrem e são pouco comuns.
Heurística pela Simulação Tendência a privilegiar o peso dos fatores que
são contrários às ações/acontecimentos. Ou seja,
os obstáculos que surgem provocando eventos
contrários ao esperado. Isto ocorre quanto mais
próximo do evento.
Heurística de Ancoragem e Ajustamento Ancoragem na primeira informação e
ajustamento do resto das informações à primeira
informação.

Métodos e Técnicas de Investigação em Psicologia

 Prática do Pensamento Critico:


O termo “pensamento crítico” tem numerosos significados. O pensamento é a atividade
mental que nos permite compreender o mundo à nossa volta. O termo critico significa
separar, escolher, decidir, avaliar, julgar. Em consequência, pensamento crítico, é entendido
como o pensamento resultante dos nossos progressos cognitivos, sentimentos e

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comportamentos que têm como objetivo melhorar o próprio pensamento sobre algo. Diz
respeito, a questionar o que parece óbvio e evidente.

Elementos Afetivos:
a) Preferir a verdade ao interesse pessoal;
b) Aceitar a mudança;
c) Manifestar empatia;
d) Aceitar opiniões contrárias às suas;
e) Tolerar a ambiguidade;
f) Reconhecer os elementos subjetividades do seu raciocínio.

Elementos Cognitivos:
a) Pensar de maneira independente;
b) Definir os problemas com exatidão;
c) Analisar o valor (qualidade) dos dados;
d) Empregar as diversas operações mentais na resolução de problemas;
e) Sintetizar;
f) Evitar a generalização excessiva;
g) Empregar a metacognição.

Elementos Comportamentais:
a) Avaliar (julgar) apenas na presença de dados suficientes;
b) Empregar os termos precisos;
c) Recolher os dados;
d) Distinguir os factos das opiniões;
e) Praticar o diálogo crítico;
f) Escutar ativamente;
g) Modificar os julgamentos à luz de factos novos;
h) Aplicar os conhecimentos a situações novas.

 Teorias/Leis/Hipóteses:
Teoria:
Uma teoria é um sistema relacional de leis gerais e constantes, capazes de descrever,
explicar e prever os fenómenos em estudo.
As teorias são desenvolvidas e verificadas no processo de investigação. Uma vez
validada, a teoria dá um significado aos conceitos utilizados na investigação e orienta-a. uma
teoria é um conjunto de afirmações que incluem leis ou princípios e definição de termos. As
teorias visam organizar ou integrar o conhecimento e guiar a investigação na melhoria do
conhecimento.

Hipóteses:
Enunciados conjeturais de relações causais entre factos ou acontecimentos, deduzidas
a partir de uma teoria. Geralmente estabelece a relação entre duas variáveis.

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Por vezes, a confirmação de uma hipótese, representa não só um reforço da teoria de


que parte, mas também um ponto de partida de novas questões (evolução da teoria). 
Conhecimento científico enquanto processo dinâmico e cumulativo.
A construção do conhecimento científico figura-se num ciclo lógico: um sistema de
relações constantes e invariáveis (teoria) que permite orientar a procura do saber (colocando
hipóteses).

Propriedades de uma teoria:


a) Passível de ser testada; \
b) Refutável; | Permite prever os acontecimentos.
c) Eficaz. /
Uma teoria é eficaz se ela der lugar a numerosas predições que se mostrem exatas.

 Critérios de Cientificidade de uma Investigação:


Podemos dizer que um estudo é científico quando o produto científico resulta de uma
atividade científica que cumpre com os seguintes critérios:

Validade Interna:
Relação estabelecida entre os vários elementos em causa no estudo. Refere-se ao facto
de saber se o fenómeno observado no estudo é realmente imputável ao que o investigador
espera. Esta validade está associada ao controle experimental, ao controle das variáveis
estranhas ou parasitas.
a) Obstáculos à validade interna:
a. Maturação dos participantes – Mudanças decorrentes do crescimento
biológico, do processo de aprendizagem, da idade, da experiência, etc., que
podem influenciar as respostas.
b. Seleção – Presença de participantes em diferentes níveis da variável em
estudo pode ser confundido com outras variáveis que afetam os resultados.
c. Contexto – Qualquer acontecimento externo e concomitante ao estudo
(diferente de variável em estudo) que na investigação possa influenciar os
resultados.
d. Mortalidade Experimental – Perda de participantes durante o estudo.
e. Reatividade Experimental – Efeito nos resultados da existência de
momentos de avaliação ao longo do programa ou tratamento (e.g., pré-
teste); alterações dos padrões habituais de comportamento dos
participantes face à especificidade do tratamento ou resultante de perceção
do sujeito enquanto participante na investigação.
f. Instrumentação – Critérios na recolha e na pontuação das respostas.
g. Teste – Respostas do sujeito à mesma medida podem variar ao longo do
tempo.
h. Imitação (Difusão do tratamento) – Passagem das características do
programa ou do tratamento do grupo experimental para os participantes do
grupo de controlo.

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i. Regressão estatística – Tendência dos valores extremos de uma


distribuição, se aproximarem da média numa avaliação posterior.

Validade Teórica:
O trabalho científico implica uma relação permanente do conceito ao facto, do
abstrato ao concreto. A validade teórica diz respeito à relação entre os conceitos que o
investigador quis abordar e a forma como os abordou. Ou seja, os elementos a estudar
deverão ser operacionalizados em medidas.

Validade Externa:
Diz respeito à passagem do particular ao geral. O mais importante da ciência é a
indução, ou seja, o estabelecimento de leis, de princípios gerais que se apliquem para além da
amostra do estudo.
a) Obstáculos à Validade Externa:
a. Tarefa e Settings – Estudos em laboratório colocam em questão a sua
generalidade para outros ambientes, bem como características particulares dos
estímulos.
b. Características da Amostra – Quando se utilizam amostras específicas coloca-
se o problema da generalização dos resultados à população, isto é, a outros
grupos não representados devidamente na amostra.
c. Interferências de Tratamentos Múltiplos – Quando os participantes são
expostos a mais do que um tratamento colocasse o problema da atribuição dos
resultados ao tratamento a ocorrer naquele momento.
d. Momento da Avaliação – Alguns fenómenos podem ser afetados pelo
momento em que é feita a avaliação.
e. Reatividade Experimental;
f. Efeito Reativo do pré-teste.

Portanto, numa investigação temos de:


a) Controlar ou eliminar as explicações alternativas (validade interna);
b) Operacionalizar o conceito, traduzindo-o em factos concretos (medidas) (validade
teórica);
c) Garantir a generalidade dos factos observados (validade externa).

Princípios do Código de Ética para a Pesquisa com Participantes


Humanos

Teologia – Utilitarismo das ações.


Princípio do Utilitarismo – A maior felicidade para o maior número.

 Princípios Éticos (APA):


Decisão de fazer a pesquisa:

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Princípio A – Na perceção de um estudo, o investigador tem a obrigação de fazer uma


avaliação rigorosa e atenta à sua aceitação ética. Deverá analisar os ganhos científicos e
humanos face aos custos (recurso ao paradigma de custos e benefícios e em caso de
dificuldade recorrer a uma comissão de ética).
Princípio B – Estimar em que medida a investigação coloca os participantes em situação
de risco elevado ou risco reduzido.
Princípio C – A responsabilidade do investigador é sempre de garantir uma prática ética
na investigação. Deverá garantir que todas as pessoas que colaboram na investigação (outros
investigadores, alunos, assistentes, etc.) cumprem os princípios éticos.

Equidade e liberdade na relação entre investigador e participante:


Princípio D – Exceto para os estudos de riscos reduzidos, o investigador deve
estabelecer um contrato claro, honesto e leal com os participantes, antes de iniciar. Este
contrato deve mencionar claramente as obrigações e responsabilidades de cada um. O
investigador tem a obrigação de respeitar todos os compromissos e promessas assumidas
durante a conversa inicial. Ele deve informar os participantes de todos os aspetos da
investigação que podem influenciar a sua decisão sobre participar ou não e explicar todos os
outros aspetos que os participantes requeiram. O não cumprimento deste princípio, exige
garantias suplementares para proteger o bem-estar e a dignidade dos participantes na
investigação. Os resultados com crianças, ou participantes com algum handicap que limitem
a sua compreensão ou liberdade de participação, exigem procedimentos particulares para os
proteger.

Exceções à obrigação de obter o consentimento informado dos participantes:


Princípio E – As exigências metodológicas de um estudo podem implicar o recurso à
dissimulação ou ao engano. Antes de iniciar o estudo, o investigador tem a responsabilidade
de:
a) Determinar se o uso de tais técnicas é justificado pela pertinência
científica/educativa/pedagógica/social e metodológica.
b) Determinar se os procedimentos alternativos, que não recorrem à dissimulação e
engano, estão disponíveis.
c) Assegurar que os participantes recebem as informações suficientes, o mais cedo
possível.

Liberdade de Participação:
Princípio F – O investigador deverá respeitar a liberdade dos indivíduos em participar
na investigação ou em interromper a sua participação em qualquer momento. A obrigação de
proteger esta liberdade exige reflexão e atenção sobretudo quando o investigador está numa
posição de autoridade ou influência sobre o participante.

Proteção do participante contra a dor, o desconforto ou o perigo:


Princípio G – O investigador deverá proteger o participante de todo o desconforto físico e
mental e do perigo que pode advir dos procedimentos utilizados no estudo. Se existem riscos
consequentes, o investigador deverá informar o participante. Os procedimentos de pesquisa

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suscetíveis de ocasionar lesão ou um mau estar durável não devem ser utilizados, à exceção
da situação em que a não utilização dos procedimentos não expões um risco ainda mais
elevado, ou à exceção que a investigação apresente um benefício potencial importante e que
tenha sido obtido, de cada participante, o consentimento plenamente informado e voluntário.
O participante deverá ser informado dos meios para contactar o investigador, num período de
tempo razoável seguido à participação, a propósito de stress, tensão, lesão ou mal latente, de
questões ou preocupações relativas ao caso.

Informação ao participante no fim do contacto:


Princípio H – Depois dos dados recolhidos, o investigador fornece aos participantes
informações sobre a natureza do estudo e esforça-se por apagar todo o mal-entendido que
possa ter surgido. Quando os valores científicos ou humanos justifiquem cumprir com esta
fase mais tarde ou nem o fazer, o investigador incorre na responsabilidade particular de
controlar todas as fases da pesquisa para assegurar que não haverá consequências penosas
para o participante. Poderá consultar a comissão de ética ou colegas.

Suprimir as consequências indesejáveis da participação numa investigação:


Princípio I – Quando os procedimentos da investigação resultem em consequências
indesejáveis para o participante, o investigador tem a responsabilidade de diminuir, suprimir
ou corrigir as consequências, incluindo os efeitos a longo prazo.

Anonimato e confidencialidade:
Princípio J – As informações obtidas a propósito de um participante durante o decurso
de um inquérito (e afins) são confidenciais, exceto aquando de outro acordo com o
participante à priori. Quanto à possibilidade de outras pessoas poderem ter acesso a tais
informações, esta possibilidade, mesmo que remota, devemos explicar ao participante e
desenvolver os procedimentos para obter o consentimento informado.

 Dilema Ético:
Toda a investigação resulta em conhecimento e tecnologia que tanto pode ser benéfico
como maléfico para a humanidade. Por outro lado, a metodologia a utilizar pode ser
demasiado custosa para os indivíduos comparativamente aos benefícios que traz. Este dilema
pode ser apresentado em termos do paradigma de custos – benefícios. Segundo este
paradigma, a decisão do investigador realiza o não uma determinada investigação depende da
relação entre os custos e a sua utilidade. Os custos dizem respeito não só a tempo de
dedicação, a pessoas envolvidas, dinheiro, etc., mas também ao mal-estar que pode provocar
aos participantes. Os benefícios compreendem o avanço científico e suas implicações
positivas para a sociedade, para o investigador, etc. Quando um investigador tem dificuldades
em decidir deverá consultar outros investigadores e em último caso uma comissão.

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Tipos de Investigação

 Métodos quantitativos, qualitativos e mistos:


Os métodos qualitativos e quantitativos nã o devem ser vistos como opostos, pois
apenas têm diferentes objetivos e metodologias (há um continuum metodoló gico
distinto). Já os métodos mistos sã o uma integraçã o das anteriores, sendo que incluem
elementos de ambos. Existem três tipos de métodos quantitativos, os descritivos,
correlacionais e os experimentais.
Quantitativos Qualitativos
Descritivos Narrativos
Correlacionais Fenomenoló gicos
Etnográ ficos
Experimentais
Grounded Theory

Métodos Quantitativos:
Analisando as características da investigaçã o quantitativa, estes métodos têm o
objetivo de caracterizar a variabilidade de fenó menos numa populaçã o, ou seja, o
quanto determinado fenó meno ocorre numa populaçã o. Tem também o objetivo de

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relacionar causas, distinguindo e testando a veracidade das teorias e hipó teses postas
em causa, distinguindo a testando a veracidade das teorias e hipó teses postas em causa.
Estuda através do isolamento de variá veis, sendo avaliadas variá veis concretas, numa
espécie de “run-off” onde é feita a eliminaçã o sequencial das que nã o dã o. Há um
controlo – ou tentativa de – das influências estranhas/exteriores. Nestas investigaçõ es
sã o utilizadas o maior nú mero de pessoas possível, de modo a que seja mais credível a
generalizaçã o. Há um grande controlo das variá veis estranhas e dos obstá culos à
validade interna que possam surgir.
Os sujeitos nã o têm quaisquer funçõ es, pois sã o o objeto de estudo. Já o papel do
investigador tende a ser também minimizado, isto que a sua visã o mais subjetiva só
entra no processo de construçã o do estudo para definir hipó teses, questõ es e objetivos,
sendo que no trabalho de métodos, no registo e interpretaçã o de resultados, a
objetividade tem de estar salvaguardada. Os dados dos estudos sã o apresentados em
nú meros, em medidas estandardizadas, tendo em conta serem feitas aná lises
estatísticas para encontrar padrõ es, médias e avaliar o impacto das variá veis.

 Investigação quantitativa versus qualitativa:


Investigação
Características Investigação Qualitativa
Quantitativa
Descrever e interpretar em
Caracterizar a
profundidade experiências
variabilidade de
vivenciais, por exemplo, como é que
fenó menos em uma
os indivíduos representam; isto é,
populaçã o.
percebem e sentem, e
Objetivo Testar teorias e hipó teses;
consequentemente como reagem à s
identificar relaçõ es
situaçõ es num contexto; descrevem e
causais; identificar
explicam com poucas ou nenhumas
diferenças entre grupos
hipó teses iniciais; permitem elaborar
ou padrõ es.
teorias.
Isolamento de variá veis;
controlo de artefactos e As variá veis sã o consideradas à
Como estudar influências estranhas; medida que aparecem no contexto,
eliminaçã o de hipó teses com todas as influências naturais.
rivais.
Procura-se estudar um
grande nú mero de Estudo intensivo de um ou um
Sujeitos sujeitos, de modo a pequeno nú mero de casos
garantir poder estatístico (individual, cultura, organizaçã o).
dos resultados.
Condições de Geralmente utilizam-se Nã o existem grupos de controlo. O
controlo grupos de controlo ou de objetivo é o de abordar um grupo
comparaçã o de modo a particular e as semelhanças e
minimizar as ameaças à diferenças que possam emergir

14
Métodos e Técnicas de Investigaçã o I Teó rica Apontamentos

validade (interna). dentro desse grupo.


O experimentador e o sujeito
Os sujeitos sã o o objeto de “tornam-se um só ”, no sentido em
estudo (as pessoas que que a experiência descrita e a sua
fornecem os dados); os compreensã o nã o pode ser isolada
Papel do sujeito sujeitos nã o aparecem daquele que a descreve; os sujeitos
refletidos nos dados nem sã o geralmente consultados para
ajudam o sujeito a dar um perceber se a descriçã o e a
sentido aos resultados. interpretaçã o captam a experiência
do sujeito.
O papel do investigados é
minimizado; as
O investigador está envolvido na
perspetivas, pontos de
interpretaçã o dos dados, à luz da sua
vista do experimentador
pró pria perspetiva (que é explicita);
Papel do sã o refletidas nas
é encorajada a empatia do
investigador hipó teses ou no objetivo
investigador como importante meio
do estudo, mas nã o nos
de aceder à s experiencias mais
métodos, apresentaçã o
profundas do sujeito.
das descobertas, nem na
interpretaçã o dos dados.
Pontuaçõ es obtidas nas
mediadas que
Descriçõ es narrativas; textos; dados
operacionalizam os
de entrevistas; as descriçõ es
constructos; sempre que
retratam as vivências do sujeito,
possível utilizam-se
Dados do estudo como acontecem e sã o
medidas estandardizadas;
experienciadas; as “palavras” sã o os
os dados referem-se a
dados e nã o sã o reduzidas a
informaçã o que foi
nú meros.
transformada em
nú meros.
Verbal; parte de descriçã o para a
Aná lises estatísticas para interpretaçã o de modo a identificar
encontrar padrõ es, os temas principais recorrentes e
Avaliação dos
médias, controlar conceitos-chave que emergem das
dados
influências, avaliar o descriçõ es dos sujeitos e das suas
impacto das variá veis. experiências (geralmente recorrem-
se a categorias).

Investigação Quantitativa: Diferentes Níveis de Recolha de


Dados
 Estudos descritivos, correlacionais e experimentais:
Podemos considerar que existem três grandes objetivos dos estudos quantitativos:

15
Métodos e Técnicas de Investigaçã o I Teó rica Apontamentos

a) Descrever a variaçã o dos fenó menos numa dada populaçã o (descritivos);


b) Observar as correlaçõ es ou associaçõ es entre fenó menos (correlacionais);
c) Observar as relaçõ es de causa e efeito que unem os fenó menos (experimentais).
Uma investigaçã o quantitativa pode integrar mais que um destes tipos.

Estudos Descritivos:
Os estudos descritivos pretendem caracterizar a variabilidade de um fenó meno
numa dada populaçã o. A investigaçã o descritiva pode efetuar-se a partir de dados já
recolhidos ou da pesquisa documental, que consiste em investigar fontes primá rias que
nã o foram tidas em conta em investigaçõ es anteriores. Outro tipo de investigaçã o
descritiva é a meta-aná lise, em que o investigador analisa vá rios resultados do mesmo
problema, captando assim maiores resultados e conclusõ es.
Sintetizando as funçõ es dos estudos descritivos, estas sã o: descrever a ocorrência de
um fenó meno, ajudar os outros estudos e contribuir para a definiçã o de outros objetos
de estudo, mais aprofundados. Quando há uma relaçã o implícita entre duas variá veis,
estes estudos sã o também correlacionais.

Estudos Correlacionais:
Os estudos correlacionais procuram descrever a relaçã o existente entre dois ou
mais fenó menos, questionando aspetos como “Qual a relaçã o entre a luminosidade e o
humor?”. A questã o correlacional é sempre “A variá vel X está associada à variá vel Y?”;
“As variá veis X e Y variam em conjunto?”; “As variá veis X e Y co-variam?”.
Em termos de objetivos, os estudos correlacionais podem ser classificados em
três tipos:
a) Descritivo-correlacionais – Analisar e descrever a relaçã o/ligaçã o entre dois
fenó menos/variá veis.
b) Correlacionais – Explicar em que medida e grau e porquê estã o interligados;
investiga-se a natureza da relaçã o.
c) Verificaçã o de modelos técnicos – Verificaçã o de uma hipó tese de relaçã o que o
investigador pensa poder existir. Nestes casos nã o há tanta descriçã o, mas mais
investigaçã o.

Tipos de Estudos Correlacionais:


a) Inquéritos analíticos – Inquéritos concebidos para explorar as relaçõ es entre
variá veis, que implicam uma preparaçã o cuidadosa.
b) Observaçã o do participante – Investigador observa o comportamento de um
grupo de pessoas, em meio natural. Mais apropriada para estudar relaçõ es
sociais, muito utilizada por antropó logos. O observador também se torna
participante.
c) Investigaçã o longitudinal – Observaçã o de fenó menos e da sua variaçã o ao longo
do tempo. Ex.: desenvolvimento de crianças com traumas de infâ ncia/nascença.
d) Comparaçã o histó rica – Muito semelhante à investigaçã o longitudinal, sendo
apenas diferente na duraçã o e metodologia.

16
Métodos e Técnicas de Investigaçã o I Teó rica Apontamentos

Apesar dos estudos correlacionais nã o permitirem deduzir relaçõ es de causalidade


cumprem com vá rios aspetos importantes:
a) Certas variá veis nã o permitem a manipulaçã o e, portanto, nã o permitem os
estudos experimentais. Estamos a falar da idade, do género, nacionalidade, ou
seja, nã o podemos manipular variá veis ditas “naturais”, as bioló gicas.
b) Por questõ es deontoló gicas também nã o é possível manipular certas variá veis
(estado de saú de dos participantes, etc.). Para além disso, alguma podem ser,
mas apenas em níveis muito fracos. É disso exemplo o efeito da dor, da
agressividade e/ou do medo (estas o investigador pode controlar).
c) Os estudos correlacionais sã o mais baratos em termos financeiros, tempo,
recursos humanos, logística e outros custos. Sã o também ú teis para salientar as
variá veis e os aspetos mais importantes de um fenó meno e para excluir relaçõ es
de causalidade.

A ausência de correlaçã o entre duas variá veis exclui a possibilidade de uma relaçã o
de causa e efeito entre as referidas variá veis.

Tipos de correlaçã o:
Correlaçã o Negativa – Uma aumenta, outra diminui.
Correlaçã o Positiva – Uma aumenta, outra também aumenta.

Quando nã o vemos o valor da correlaçã o, é que vemos se ela é boa ou nã o, se é


positiva ou nã o.

Estudos Experimentais:
Os estudos experimentais correspondem à queles onde há a manipulaçã o da
variá vel independente (a de causa) de modo a verificar como a dependente reage, qual o
efeito. A variá vel independente assume, no mínimo, dois valores.
Woodworth foi o primeiro a oficializar os termos “variá veis independente”,
“variá vel dependente” e “manipulaçã o”.

A investigaçã o experimental caracteriza-se por três elementos:


a) Manipular sistematicamente a variá vel independente de uma forma totalmente
artificial;
b) Observar as variaçõ es consecutivas do “acontecimento” /variá vel dependente, de
modo a verificar o efeito;
c) Verificar se o efeito é constante, sempre assim, sendo possível de generalizaçã o
ou nã o.

Para que isto suceda, é necessá rio a existência de, pelo menos, um grupo
experimental (participantes  recebem o valor manipulado), um grupo de controlo
(que supervisionam  nã o recebe tratamento)

17
Métodos e Técnicas de Investigaçã o I Teó rica Apontamentos

O termo grupo experimental é usado para referir o grupo de participantes


sujeitos ao tratamento experimental. Dito de outra forma, relativo aos participantes que
recebem o valor (manipulado) da variá vel dita independente. O grupo de controlo (ou
grupo testemunho) diz respeito ao grupo que nã o recebe qualquer tratamento da
variá vel independente.
Só este procedimento permite estudar as relaçõ es de causa e efeito dos estudos
experimentais.

Tipos de estudos experimentais:


a) Experimental Clá ssico – Forma mais clá ssica dos estudos experimentais, feitos
em laborató rio.
b) Role Play (jogo de papéis) – Os participantes desempenham um papel e
observamos os efeitos. Jarris e Mann (1965)  pode ser em laborató rio ou nã o
mas geralmente é.
c) Simulaçã o – Idêntico ao anterior, os participantes sã o colocados numa situaçã o
totalmente artificial para observaçã o das suas interaçõ es sociais.
d) Investigaçã o Quase-experimentais – Sã o realizadas em contexto natural,
estudando-se o efeito das variá veis – tanto dependentes como independentes –
sem manipulaçã o sistemá tica das variá veis independentes. Neste tipo, é possível
aleatorizar a ordem das condiçõ es, mas nã o a repetiçã o dos participantes. Este
facto reduz a validade externa e interna da investigaçã o, sendo estas
investigaçõ es pouco credíveis. Contudo, a validade interna pode ser aumentada
se o investigador estabelecer um grupo de equivalência entre os grupos,
recorrendo a outras variá veis. Os programas de intervençã o poderã o ser
investigados de acordo com estudos quase-experimentais.

População e Amostragem

Uma populaçã o sã o um conjunto de indivíduos com determinadas


características, que permitem a passibilidade de retirar uma amostra. Assim, uma
amostra é uma parte da populaçã o que preenche as características/requisitos desejados
numa investigaçã o.
A amostragem define, de uma forma geral, tudo o que se relaciona com a
construçã o de uma amostra e com o processo de inferência para a perspetiva da
populaçã o das informaçõ es estatísticas fornecidas por uma amostra. Pode partir apenas
de um sujeito, por exemplo na realizaçã o de um caso específico, como pode ser
composta por um grupo.

 Tipos de amostragem:
Sã o técnicas utilizadas para selecionar a amostra.

18
Métodos e Técnicas de Investigaçã o I Teó rica Apontamentos

a) Acessibilidade ou conveniência – Menos rigoroso, sem rigor estatístico; seleciona


os elementos a que tem acesso admitindo que podem representar a populaçã o.
Menor validade.
b) Aleató ria ou probabilística – Maior validade. Subdivide-se em:
a. Simples – Selecionado totalmente ao acaso da populaçã o. É preciso
assegurar quantos têm probabilidade de serem escolhidos.
b. Sequencial – À sorte sequencialmente.
c. Cachos ou clusters – Amostra retirada aleatoriamente de grupos
previamente existentes (turmas, escolas, cidades).
d. Estratificada – Obtençã o de amostra de menor dimensã o em populaçõ es
com grande dispersã o. Pré-determina quantos elementos da amostra
serã o retirados de cada estrato. (regra de três simples).
c) Empírica – Menos utilizada. Pode surgir em:
a. Quotas – Género; idade; classe etá ria.
b. Unidades padrã o – Indivíduos com características muito particulares.
d) Nã o probabilística – Onde se utilizam indivíduos específicos, como aqueles que
se dispõ em (voluntá rios com determinada doença), ou em situaçõ es piloto (que
participam numa determinada formaçã o).
e) Amostras emparelhadas – Consiste em grupos idênticos de indivíduos, ou grupos
de indivíduos que compartilham características comuns considerados fatores
influentes.
f) Amostras Independentes – Quando os indivíduos que as compõ em nã o sã o
fisicamente os mesmos em cada uma delas. As características gerais destes
indivíduos podem ser as mesmas, mas o indivíduo nã o pode ser utilizado em
duas amostras ao mesmo tempo.

A construçã o de uma amostra é uma fase extremamente importante no processo


da pesquisa da informaçã o verdadeira, certa, daquela que de facto se teria ao interrogar
todos os indivíduos que compõ em a populaçã o.

Termos da Investigação Científica

Quadro de referência – Perspetiva segundo a qual o problema será abordado;


base para o processo da investigaçã o; delimita os parâ metros e limites de um estudo.

Observaçã o – Considerar com atençã o a fim de melhor conhecer e compreender


a realidade; observaçã o científica está estreitamente ligada à teoria; é a chave do
conhecimento e constitui o elemento central de processo de investigaçã o.

Conceito (ideia abstrata) – Elementos base da linguagem que transmitem os


pensamentos, as ideias e noçõ es abstrata; servem para ligar o pensamento abstrato e a
experiencia sensorial. Sã o os conceitos e as suas relaçõ es mú tuas que consistem em as
proposiçõ es teó ricas que a investigaçã o verifica.

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Métodos e Técnicas de Investigaçã o I Teó rica Apontamentos

Constructo – Variante de conceito; é um conceito especialmente inventado ou


adaptado pelo investigador, tem um significado mais teó rico que empírico, menos
ligado a um fenó meno observá vel.

Variá vel – Termo privilegiado, no contexto da medida; é um conceito utilizado


em investigaçõ es; sã o entã o qualidades/características/propriedades de
objetos/pessoas/situaçõ es que sã o estudadas. Pode tomar valores para exprimir graus,
quantidades, diferenças.

Variá vel independente (explicativa) – A que o investigador manipula para


observar o seu efeito na dependente; muitas vezes chamado tratamento ou
intervençã o.

Variá vel dependente – É a que sofre o efeito esperado da variá vel


independente, é o comportamento, a resposta, ou resultado observado devido à
presença da outra.

Variá veis atributo – Características dos sujeitos que nã o podem ser


manipulados; dados organismitos/biográ ficos (demográ ficos (idade, sexo, estado
civil, etnia, escolaridade); serve para traçar o perfil dos sujeitos da amostra.

Variá veis estranhas (parasitas) – Podem ter efeitos inesperados e


modificar os resultados de uma investigaçã o, influenciando ambas as variá veis.

 Fases e Etapas do Processo de Investigação:


a) Fase Conceptual:
a. Escolher e formular um problema de investigaçã o;
b. Rever a literatura pertinente;
c. Elaborar um quadro de referência;
d. Enunciar o objetivo, as questõ es de investigaçã o ou as hipó teses.
b) Fase metodoló gica:
a. Escolher um desenho de investigaçã o (plano ló gico elaborado e utilizado
pelo investigador para obter respostas à s questõ es da investigaçã o;
específica o tipo que será utilizado e planifica o contexto das variá veis);
b. Definir a populaçã o e a amostra;
c. Definir as variá veis;
d. Escolher os métodos de colheita e de aná lise de dados.
c) Fase empírica:
a. Colher os dados;

20
Métodos e Técnicas de Investigaçã o I Teó rica Apontamentos

b. Analisar;
c. Interpretar resultados;
d. Comunica-los.

Níveis de Medida

 Tipos de medida:
Nominais:
a) Sã o medidas de categoriais.
b) A variá vel consiste no nome da categoria.
c) As categorias nã o têm propriedades matemá ticas.
a. Ex.: sexo (homem ou mulher).

As medidas nominais podem ser classificadas como:


a) Dicotó micas ou biná rias – Medem apenas dois valores.
b) Multinominais – Medem mais de dois valores.

Quantitativos:
Os nú meros os valores assumidos pela variá vel representam uma variaçã o dessa
mesma variá vel. A sua quantificaçã o é designada de score e representa uma quantidade
de algo.
De acordo com a classificaçã o de Stevens, podemos dividi-las em três subtipos:
a) Ordinal;
b) Intervalar;
c) Quociente.

Ordinal:
As medidas ordinais implicam atribuir um valor a objetos, situaçõ es ou pessoais
que seja indicador de uma ordem relativa entre eles. Os nú meros que lhes sã o
atribuídos representam, portanto, um ranking.
Ex.: Grau de preferência da programaçã o da televisã o.
As medidas ordinais nã o sã o constantes, pois o intervalo entre estas pode variar.

Intervalar:
Envolve a atribuiçã o de valores reais ao que está a ser medido. A unidade tem um
valor constante e igual entre todos os valores. Portanto há uma relaçã o clara entre o
valor e o que está a ser representado.
Contudo, as variá veis intervalares nã o contêm o que se determina de 0 absoluto.

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Métodos e Técnicas de Investigaçã o I Teó rica Apontamentos

Ex.: a temperatura em Celsius.


As medidas intervalares sã o constantes, pois o intervalo entre estas nã o varia.

Quociente:
A unidade tem um valor constante e igual entre todos os valores. Considera-se a
existência de um 0 absoluto, que representa a ausência do fenó meno.
Ex.: o peso, a altura, etc.

 As medidas em Psicologia
As variá veis em Psicologia apresentam uma série de problemas.
QI = 70 É menos inteligente QI = 140 VERDADE
QI = 70 Tem metade da inteligência QI = 140 DESCONHECIDO

Portanto, a informaçã o que retiramos da relaçã o entre valores é superior à quela


que é fornecida por uma escala ordinal, já estabelecemos uma relaçã o direta entre o
valor e o atributo.
Contudo, nada nos garante que a relaçã o entre os diferentes intervalos da escala
siga a mesma proporçã o ou rá cio.
A classificaçã o é muitas vezes feita com base no tipo de medida de resposta que
as escalas apresentam.
Portanto, desde que os scores estejam apresentados numa escala numérica e que
representem uma relaçã o direta com o atributo, essas medidas sã o tratadas como sendo
medidas de dados intervalares e, em circunstâ ncias especiais, como de quociente
quando existe um ponto zero.

Instrumentos de Pesquisa

 Recolha de Dados:
É a recolha de sistemá tica de informaçã o junto de participantes, com a ajuda dos
instrumentos de medida escolhidos. Nesta etapa, deve-se precisar a forma como se
desenrola a recolha de dados assim como as etapas preliminares que conduziram à
obtençã o das autorizaçõ es requeridas para efetuar o estudo no estabelecimento
escolhido, se for o caso disso. É importante apresentar um formulá rio de consentimento
aos participantes que inclui explicaçõ es sobre a natureza do projeto e da sua
participaçã o.
Tem como objetivo reunir o má ximo de informaçã o possível sobre um dado
fenó meno, através de mú ltiplas técnicas.

 Observação:
Implica a anotaçã o e registo sistemá tico de acontecimentos, comportamentos,
assim como do meio social, cultural e físico onde estes ocorrem. Esta recolha supõ e uma
atividade de codificaçã o, onde a informaçã o bruta selecionada é traduzida graças a um

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Métodos e Técnicas de Investigaçã o I Teó rica Apontamentos

có digo para ser transmitida a alguém (o pró prio ou outrem).


Na investigaçã o científica, a observaçã o é concebida em funçã o de um quadro
teó rico referencial. É um processo orientado por um objetivo terminal ou organizador
do pró prio processo de observaçã o.

A observaçã o pode ser externa ou interna, e dentro destas, direta ou indireta.


Na observaçã o externa direta, o investigador é uma figura externa ao setting que
observa in loco. No caso da indireta, o investigador é uma figura externa ao setting que
observa fazendo recurso de gravaçõ es de vídeo ou á udio.
Na observaçã o interna direta o investigador é uma figura interna ao setting que
observa in loco, podendo inclusive observar o seu pró prio comportamento (auto-
observaçã o).

Instrumentos:
A observaçã o externa pode ser realizada através de fichas de observaçã o ou
registos de ocorrências.
A observaçã o interna direta pode ser realizada através de entradas de diá rio.

Ficha de Observaçã o:
Pode ser, por exemplo, o registo do comportamento tido por um sujeito durante
a realizaçã o de um estudo.

Registo de Ocorrências:
Realizado, por exemplo, através do registo em grelha respondendo a perguntas
bá sicas, assinalando a sua frequência, desde Nunca a Sempre.
Entrada de Diá rio:
Relato realizado na primeira pessoa, podendo ser realizado no momento ou
algum tempo depois.

 Interrogação:
Implica a exploraçã o sistemá tica de um determinado comportamento, com
recurso a um conjunto de questõ es, que se podem apresentar mais ou menos
estruturadas. Pode ser realizada oralmente ou na forma escrita.

Instrumentos:

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Métodos e Técnicas de Investigaçã o I Teó rica Apontamentos

Incidentes críticos:
Por incidente entende-se toda a atividade humana observá vel, suficientemente
completa, para que através dela se possam fazer induçõ es ou previsõ es sobre o
indivíduo que realiza a açã o.
Para ser crítico, um incidente deve dar-se numa situaçã o tal que o fim ou
intençã o da açã o apareçam suficientemente claros ao observador e que as
consequências da açã o sejam evidentes.

Guiã o da entrevista:
a) Questõ es negativas – Pense nesta semana que passou. Tente se lembrar de
alguma coisa que você (o doente) queria muito fazer e seu problema de saú de
mental impediu você de fazer. Alguma coisa que iria deixar você (o doente)
satisfeito. O quê você queria fazer e nã o pode fazer? Como foi? ou Tente se
lembrar de alguma coisa que aconteceu com você (com o doente) que o deixou (o
doente) insatisfeito.

b) Questõ es positivas – Agora tente se lembrar da alguma coisa que normalmente


você (o doente) tem dificuldade de fazer e esta semana você (o doente) fez. O quê
você (o doente) fez? Conte-me como foi. Ou, tente se lembrar de alguma coisa
que aconteceu com você (o doente) que o deixou satisfeito.

Questioná rio:
Um questioná rio é um instrumento rigorosamente estandardizado tanto no texto
das questõ es, como na sua ordem.
Pode conter questõ es abertas ou fechadas, que procuraram apurar fator,
opiniõ es, atitudes, preferências, tendências comportamentais, etc.

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Métodos e Técnicas de Investigaçã o I Teó rica Apontamentos

Poderá dizer-se os questioná rios apresentam a forma de inventá rios, escalas de


atitudes, etc., no entanto, nem sempre os instrumentos podem ser considerados
questioná rios.

Questõ es de Facto:
a) Sã o questõ es que procuram abordar aspetos como a histó ria pessoal, o percurso
profissional, as habilitaçõ es, pertença a associaçõ es, tendência de voto, acidentes
ou doenças, rendimentos, ocupaçã o do tempo, tipo de livros que prefere ler,
entre outros.

Questõ es de Opiniã o:
a) Sã o questõ es que procuram abordar as opiniõ es sobre determinada temá tica ou
situaçã o.

 Avaliação Prática:
A avaliaçã o prá tica prende-se com a mediçã o do desempenho do indivíduo, quer
em medidas quantitativas (tempo) quer em medidas qualitativas (simulaçõ es).

Quantitativos:
Sã o medidas que devolvem uma mensuraçã o quantitativa e absoluta da
prestaçã o do indivíduo.
Sã o exemplos, o batimento cardíaco, a frequência respirató ria, o tempo de
reaçã o, o movimento ocular, etc.

Qualitativos:
No caso duma abordagem qualitativa, certas etapas do processo da investigaçã o
efetuam-se simultaneamente ou de forma interativa. No entanto, o processo raramente
segue um modelo sequencial fixo. A realizaçã o de uma etapa, na ocasiã o a formulaçã o do
problema, requer a revisã o da literatura, a qual se faz simultaneamente com o
refinamento do tema em estudo.
Sã o medidas que avaliam o desempenho do sujeito, utilizando técnicas
estruturadas, como o roleplaying, casos prá ticos, provas de grupo, etc. Pode ser
necessá rio a utilizaçã o de outros instrumentos para cotar a prestaçã o no teste.

Desempenhos Experimentais Clássicos ou Verdadeiros

Somente pós-teste O desenho somente apó s, R X O1


contem tantos grupos R – O2
quantas as manipulaçõ es, e
um grupo de controlo. As

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Métodos e Técnicas de Investigaçã o I Teó rica Apontamentos

medidas sã o recolhidas
apó s a manipulaçã o.
O desenho antes e apó s,
contem tantos grupos
quantas as manipulaçõ es, e
R O1 X O2
Pré-teste /Pós-teste um grupo de controlo. As
R O3 – O 4
medidas sã o recolhidas
antes e apó s a
manipulaçã o.
O desenho com quatro
R (G1) O1 X O2
grupos de Solomon é uma
Quatro Grupos de R (G2) O3 – O4
combinaçã o dos desenhos
Solomon R (G3) – X O5
somente apó s e antes e
R (G4) – – O6
apó s.
A interaçã o numa
experimentaçã o afeta a
variá vel dependente de tal
Exemplo:
forma que o efeito de uma
Fatorial 2(var1: 1A vs. 1B) X
variá vel independente
2(var2: 2A vs. 2B)
muda quando da aplicaçã o
de uma outra variá vel
independente.
Pode utilizar vá rios
desenhos de tratamento e R X O1
recolha, entre os quais os R – O2
desenhos somente apó s e
Ensaios Clínicos
antes e apó s. A diferença é
Randomizados
que se caracteriza por ser
uma investigaçã o-açã o R O1 X O 2
relativamente a uma R O3 – O 4
intervençã o clínica
Os participantes sã o
Equilibrado (ou expostos a vá rias
Medições Repetidas) manipulaçõ es e
consequentes medidas.

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