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CIÊNCIA E MÉTODO CIENTÍFICO

Sumário

1. Método

2. Finalidade da Pesquisa Científica

3. Tipos de pesquisa

4. Prática baseada em evidências científicas

Sumário clicável
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Olá Pessoal, vamos dar continuidade
aos nossos estudos sobre Ciência e
Pesquisa?
No Percurso de Aprendizagem II vamos
entender os principais conceitos de
método, definições sobre método
indutivo e dedutivo e partir dessas
premissas aprofundar sobre as
finalidades de uma pesquisa científica.
Importante ler e reler o material, pois é a Olá
partir da clareza desses conceitos que
os próximos percursos de aprendizagem
serão mais facilmente compreendidos.
Sendo assim, vamos iniciar?
Bons Estudos!!!

1. Método

Historicamente falando, nas primeiras civilizações já existia a necessidade de co-


nhecer, descobrir e explicar diversos fenômenos e fatos da natureza e da sociedade. As
primeiras explicações eram em relação aos fenômenos naturais que assustavam e cria-
vam dúvidas na sociedade da época, como, por exemplo, as forças da natureza e ques-
tões em relação à morte.

Por meio do conhecimento mitológico foi possível a explicação sobre os fenôme-


nos supracitados: a sociedade da época criou deuses, entidades que justificavam tais
fenômenos. Aquilo se tornou verdadeiro para as primeiras civilizações e ninguém poderia
duvidar das forças sobrenaturais.

No conhecimento filosófico, sabe-se que a investigação para explicar fatos e fe-


nômenos ocorria de modo racional na tentativa de captar a essência imutável do real,
através da compreensão da forma e das leis da natureza.

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Por sua vez, o conhecimento religioso se voltou também para a explicação dos

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fatos e fenômenos da natureza e da morte como fundamento de suas concepções. A
verdade revestiu-se do caráter dogmático, baseada em revelações da divindade em do-
cumentos como a bíblia. O caráter sagrado das leis, da verdade, do conhecimento, como
explicações sobre o homem e o universo, determina uma aceitação sem crítica dos mes-
mos, deslocando o foco das atenções para a explicação da natureza da divindade.

No senso comum, temos a observação e a experiência de fatos e fenômenos e tal conhe-


cimento passado de geração a geração, tendo como método a observação.

A partir desse entendimento, observa-se o desenvolvimento dos métodos, leis e


dogmas. Para chegar a uma explicação ou resultado, eles tinham que seguir um método,
ou seja, um caminho, para que a sociedade acreditasse. Assim, para confirmar todo o
enredo, Gil (2008, p. 8) afirma que:

A ciência tem como objetivo fundamental chegar à veracidade


dos fatos. Neste sentido não se distingue de outras formas de
conhecimento. O que torna, porém, o conhecimento científico
distinto dos demais é que tem como característica fundamental
a sua verificabilidade. Para que um conhecimento possa ser con-
siderado científico, torna-se necessário identificar as operações
mentais e técnicas que possibilitam a sua verificação. Ou, em
outras palavras, determinar o método que possibilitou chegar a
esse conhecimento.

Vejamos, através de outros autores, o conceito de método e método científico:

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Assim, podemos concluir que método é um caminho, é um trajeto escolhido para

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se chegar a um determinado objetivo (resultado) para que seja alcançado com sucesso.
Já o método científico consiste na união de diversos procedimentos intelectuais, técni-
cos, lógicos e sistemáticos, reconhecidos pela ciência, para chegar a um resultado final
de uma Pesquisa Científica. Ele serve como guia para o pesquisador, orientando-o de
forma segura em sua trajetória.

DICA:
Para aprofundar os estudos sobre os tipos de métodos, leia o livro de
Eva Maria Lakatos e Marina de Andrade Marconi: Fundamentos de
Metodologia Científica.

A seguir, você confere mais descrições a respeito:


Livro: Fundamentos de Metodologia Científica.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de
metodologia científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017.

Disponível na Biblioteca Digital do Unifor online.

Os métodos científicos se caracterizam pelo emprego de formas de raciocínio


como a dedução e a indução e por procedimentos que envolvem técnicas e instrumen-
tos, tais como observação, entrevista, experimentação, registro, formulário, questionário,
microscópio, câmera fotográfica e muitos outros. Os procedimentos metodológicos que
serão adotados pelo investigador devem ser definidos de acordo com o objeto de pesqui-
sa e o método escolhido.

Assim, existem vários tipos de métodos, como, por exemplo, o método dedutivo, o
indutivo, o experimental, o científico, o estatístico, etnográfico, entre outros. Os dois pri-
meiros é o que chamamos de métodos que formam a nossa base lógica de investigação.
Os demais são os métodos que indicam os meios técnicos de investigação.

De acordo com Severino (2007, p. 105) o método dedutivo consiste em um “[…]


procedimento lógico, raciocínio pelo qual se pode tirar de uma ou de várias proposições
(premissas) uma conclusão que delas decorre por força puramente lógica. A conclusão
segue-se necessariamente das premissas.”

Podemos assim dizer que o método dedutivo parte do geral e universal para o par-
ticular. Um exemplo desse processo lógico é:

• Todos os homens são mortais (uma afirmação de caráter geral)


• Platão é homem (uma afirmação particular)
• Platão é mortal (conclusão dedutiva)

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Já o método indutivo pode ser classificado como aquele método que parte de uma

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análise de dados particulares, devidamente constatados, a partir dos quais podemos in-
ferir verdades universais. Faz-se a inversão em relação ao método dedutivo.

Após constatar tais definições, podemos ratificar que método indutivo, segundo Seve-
rino (2007, p. 104), consiste em um:

[…] procedimento lógico pelo qual se passa de alguns fatos par-


ticulares a um princípio geral. Trata-se de um processo de ge-
neralização, fundado no pressuposto filosófico do determinismo
universal. Pela indução, estabelece-se uma lei geral a partir da
repetição constatada de regularidades em vários casos particu-
lares; da observação de reiteradas incidências de uma determi-
nada regularidade, conclui-se pela sua ocorrência em todos os
casos possíveis.

Na indução partimos do particular para o geral. Um exemplo de indução:

• José morreu, Maria morreu, Lucas morreu (uma afirmação particular)


• José, Maria e Lucas são humanos (uma afirmação de caráter geral)
• Todos os seres humanos são mortais (conclusão indutiva)

É a partir da experiência prática que algo será comprovado no método indutivo.


Consiste mais na observação extensiva e experimentação sistemática.

Para uma melhor visualização vejamos outro exemplo comparando os dois tipos de
métodos:

A escolha do método se dará a partir de aspectos como a área de conhecimento


a ser empregada, a escolha de seu pesquisador, os objetivos que a pesquisa pretende
alcançar, entre outros.

No Percurso de Aprendizagem I, falamos que o Método Científico é fundamental


para adquirirmos conhecimento científico, o qual, por sua vez, é construído a partir de
uma Pesquisa Científica.

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2.

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Finalidade da Pesquisa Científica

Depois de conceituarmos de diversas formas o que é pesquisa científica, passa-


remos a estudar e a identificar, nesse percurso, a sua finalidade. Antes, no entanto, deve-
mos ressaltar que um pesquisador, ao se dispor a pesquisar um objeto de estudo (que
pode ser um questionamento, uma indagação ou até mesmo um problema social), tem
a obrigação de disponibilizar para a sociedade aquele seu conhecimento desvendado
através da pesquisa, pois trará crescimento pessoal e social, conforme já comentado
anteriormente.

Essa disponibilidade fará sentido à finalidade da pesquisa científica que é resolver


e solucionar as dúvidas e problemas que surgem socialmente, fazendo com que haja
evolução científica através de novas descobertas ou de revisão de antigas teorias para
um maior aprofundamento e esclarecimento dessas.

Para tornar mais claro o nosso entendimento sobre a finalidade da pesquisa cien-
tífica, Andrade (2004, p. 17) classifica a finalidade em dois tipos: “[…] o primeiro tem por
objetivo a satisfação do desejo de adquirir conhecimentos, a ‘ciência pura’; o segundo
tem por finalidade as aplicações práticas, que se concretizam por meio das chamadas
‘ciências aplicadas’.”

Seja através da busca por explicações de fenômenos da natureza ou através de


fenômenos práticos da vida humana, a Pesquisa Científica está sempre à procura de
soluções.

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3.

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Tipos de pesquisa

De posse da finalidade da pesquisa, passamos agora a analisar diversos tipos de


pesquisa. Ao longo dos estudos sobre pesquisa e suas modalidades e/ou tipos, surgiram
diversos autores com diversas correntes que conceituaram e chamaram variados nomes
para as modalidades e/ou tipos. Mas cabe ao pesquisador definir e escolher o melhor
conceito, definição e classificação para o entendimento do conteúdo.

As autoras Vieira e Matos (2001) colocam que existem três (3) modalidades de
pesquisa: bibliográfica, documental e de campo. Na pesquisa de campo existe um leque
de opções, dentre elas podemos citar ex-post facto, pesquisa-ação, pesquisa participan-
te, levantamentos, survey, estudo de caso, etnográfica, etnometodológica, história oral,
história de vida, depoimento pessoal e experimental.

DICA:

Para complementar seus estudos sobre os tipos e modalidade de pe-


quisa, leia o livro de Kelma S. L. Matos e Sofia L. Vieira: Pesquisa Edu-
cacional: O prazer de conhecer.

A seguir, você confere mais descrições a respeito:


Livro: Pesquisa Educacional: O prazer de conhecer.
MATOS, K. S. L. De; VIEIRA, S. L. Pesquisa Educacional: O prazer de
conhecer. Fortaleza: Demócrito Rocha, UECE, 2001.

Outros autores, como Severino (2007), classificam os tipos de pesquisa quanto à


natureza, abordagens e objetivos. É sobre essa perspectiva que explanaremos algumas:

3.1 Quanto à natureza

Quanto à natureza refere-se ao tipo de pesquisa que utilizaremos para nos adequar
ao objeto de pesquisa, podemos classificá-la em: bibliográfica (teórica), documental, ex-
perimental, de campo e estudo de caso.

A pesquisa bibliográfica é realizada mediante referências teóricas embasadas em


livros, publicações especializadas, artigos, revistas e dados oficiais publicados na Inter-
net, que abordem direta ou indiretamente o tema em análise, tudo que foi registrado e

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publicado. Até mesmo uma palestra pode ser considerada uma referência bibliográfica.

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De acordo com Severino (2007, p. 122) a pesquisa bibliográfica:

[…] se realiza a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas


anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses
etc. Utiliza-se de dados ou de categorias teóricas, já

trabalhados por outros pesquisadores e devidamente registrados.


Os textos tornam-se fontes dos temas a serem pesquisados. O pes-
quisador trabalha a partir das contribuições dos autores dos estu-
dos analíticos constantes dos textos.

Assim, podemos concluir que a pesquisa bibliográfica é a construção de um pen-


samento por hipótese. Tenta dar conta de um campo do conhecimento com suas contra-
dições, elaboração de ideias bibliográfica, também pode ser desenvolvida no campo das
ciências humanas, jurídicas e tecnológicas.

Dependendo da pesquisa, ela pode ser só bibliográfica, fundamentada somente


em teóricos e livros. Portanto, na pesquisa bibliográfica o pesquisador pode analisar vá-
rios aspectos de um determinado assunto, desta forma, pode confrontar ideias entre os
autores escolhidos. O interessante da pesquisa bibliográfica é que o pesquisador pode e
deve ter um olhar crítico nas escolhas de sua literatura, ele consegue organizar um leque
de conhecimentos em busca do seu objetivo, sendo de fundamental importância para
uma boa pesquisa essa troca de ideias.

De posse dos conceitos em relação à pesquisa bibliográfica, passamos agora a


falar sobre a pesquisa documental, que consiste em trabalhar com dados e informações
que não receberam tratamento analítico, ou seja, profundo e minucioso, também tais in-
formações não foram publicadas. Para fundamentarmos o nosso entendimento, Severino
(2007, p. 123) coloca que pesquisa documental:

[…] tem como fonte documentos no sentido amplo, ou seja, não só


de documentos impressos, mas sobretudo de outros tipos de do-
cumentos, tais como jornais, fotos, filmes, gravações, documentos
legais. Nestes casos, os conteúdos dos textos ainda não tiveram
nenhum tratamento analítico, são ainda matéria-prima, a partir da
qual o pesquisador vai desenvolver sua investigação e análise.

São consideradas como fontes documentais: processos judiciais, prontuários dos


pacientes em hospitais, documentos oficiais, relatórios de empresas, documentos ins-
titucionais de escolas, igrejas e associações. Também podem ser consideradas como
dados documentais fotos, cartas, contratos, diários, filmes, estatísticas e tabelas de uma
instituição.

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No caso da pesquisa experimental, como o nome já diz, parte de uma pesquisa

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que envolve experimento. Aqui o pesquisador mensura e controla as variáveis. As pesqui-
sas experimentais são realizadas em laboratórios que envolvem pesquisas nas áreas de
Biologia e Química. Dependendo do objeto de estudo utilizam materiais de laboratórios e
animais. Segundo Severino (2007, p. 123), a pesquisa experimental:

Toma o próprio objeto em sua concretude como fonte e coloca em


condições técnicas de observação e manipulação experimental nas
bancadas e pranchetas de um laboratório, onde

são criadas condições adequadas para seu tratamento. Para tanto,


o pesquisador seleciona determinadas variáveis e testa suas rela-
ções funcionais, utilizando formas de controle. Modalidade plena-
mente adequada para as Ciências Naturais, é mais complicada no
âmbito das Ciências Humanas, já que não se pode fazer manipula-
ção das pessoas.

De fato, percebe-se que a pesquisa experimental é mais utilizada na área da saúde.

Maria João, pesquisadora da área da saúde, tem como objetivo conhecer o re-
sultado da aplicação de determinada droga no tratamento da doença X. Para
atingir seu objetivo ela deverá realizar a pesquisa experimental controlando as
variáveis existentes para observar os resultados diante da aplicação da droga
em questão.

Já a pesquisa de campo está além de uma revisão bibliográfica. O pesquisador


vai a campo, ao ambiente onde os dados são coletados com a sociedade por meio de
diversas técnicas de pesquisa.

Na pesquisa de campo, objeto/fonte é abordado em seu meio am-


biente próprio. A coleta de dados é feita nas condições naturais em
que os fenômenos ocorrem, sendo assim diretamente observados,
sem intervenção e manuseio por parte do pesquisador. […] (SEVERI-
NO, 2007, p. 123).

Como foi dito, a pesquisa de campo compreende um leque de tipos de pesquisa,


podendo ser de caráter observatório, em que o pesquisador irá ao universo em que ocorre
o fenômeno que pretende estudar para assim chegar a conclusões que retratem da me-
lhor forma possível o real.

Por último, temos o estudo de caso, que consiste em uma pesquisa em que o ob-
jeto de estudo nos possibilita um exame profundo e com grandes informações em seus
aspectos. Privilegia um caso particular, considerado suficiente para a análise de um fato
ou fenômeno de forma bem detalhada.

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Assim, o estudo de caso é uma pesquisa:

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conjunto de casos analógicos, por ele significativamente represen-
tativo. A coleta de dados e sua análise se dão da mesma forma que
nas pesquisas de campo, em geral. [...] os dados devem ser coleta-
dos e registrados com o necessário rigor e seguindo todos os pro-
cedimentos da pesquisa de campo. […] (SEVERINO, 2007, p. 121).

Por sua vez, considera-se o estudo de caso uma pesquisa simples, que tem suas
limitações e não pode ser generalizada, pois é considerada um estudo específico e pode
servir de fundamento para outras pesquisas. Ex: Estudo de caso sobre o comportamento
do idoso ativo e um idoso passivo, uma análise da psicomotricidade.

3.2 Quanto ao tipo

Em relação ao tipo podemos classificar em pesquisa pura e pesquisa aplicada.

A pesquisa pura é considerada pura em razão de sua finalidade que consisti no


aprofundamento dos conhecimentos, proporcionando assim uma nova posição acerca
do assunto, a mesma serve de base para as pesquisas aplicadas.

A pesquisa aplicada, por sua vez, está voltada para as pesquisas e questões práti-
cas, as quais têm por objetivo buscar e promover soluções práticas para os problemas da
sociedade. Geralmente as pesquisas aplicadas obtêm o diagnóstico para depois intervir
junto a um fato ou fenômeno levantado pela realidade concreta.

3.3 Quanto às abordagens

As pesquisas podem ser classificadas quanto às abordagens como pesquisas


qualitativas e quantitativas.

A pesquisa qualitativa consiste na obtenção de dados descritivos mediante conta-


to direto ou interativo com a situação de estudo, buscando entender tais fenômenos que
envolvem questões em relação à cultura, comportamento e simbologias. Aqui as infor-
mações obtidas não podem ser quantificadas, os dados são analisados indutivamente.
São atitudes básicas à interpretação dos fenômenos e à atribuição de significados. A
pesquisa qualitativa viabiliza uma pesquisa mais profunda, em que o pesquisador inter-
preta, a partir de sua pesquisa, a realidade existente, dando sentido ao que está sendo
observado.

A pesquisa qualitativa utiliza-se de procedimentos e metodologia mais adequada,


em que o contato com o objeto de estudo é mais detalhado, mais subjetivo, profundo,
descritivo, é quando se valoriza a parte da integração entre o pesquisador e o objeto de
estudo pesquisado. Assim, questões envolvendo crenças religiosas, valores, aspirações
e atitudes de grupos sociais cabem em um estudo qualitativo, por exemplo, a análise
comportamental de uma tribo.

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Ainda na pesquisa qualitativa podemos utilizar alguns métodos próprios: etnogra-

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fia, participante, pesquisa-ação, etnometodológica, história oral, história de vida e depoi-
mento pessoal e hermenêutica de profundidade, dependendo do objeto de pesquisa no
âmbito qualitativo, todos podem se encaixar no tipo de pesquisa supracitada.

Já a pesquisa quantitativa interpreta em números as opiniões e informações cap-


tadas, podendo assim, ser tabulada. Utiliza a estatística para chegar ao seu objetivo. É
mais utilizada em pesquisas em que se procura mensurar o objeto de estudo, por exem-
plo, o senso ou a amostragem. Como o nome já diz, é relacionada à quantidade, conta-
gem e análise de algum resultado.

A pesquisa quantitativa pode ser de dois tipos: por amostra ou população (cen-
sitária). Em ambos os casos, faz-se uma coleta direta de dados através de entrevistas
ou questionários. Quando utilizamos o universo ou população, em vez de uma amostra,
temos um censo. Um exemplo a ser destacado é do censo demográfico realizado pela
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Podemos citar como ou-
tro exemplo, o perfil econômico de uma população de um município, uma instituição ou
outros locais.

Para uma maior sustentação teórica sobre as abordagens aqui citadas, nota-se
que Severino (2007, p. 119) compreende que:

Quando se fala de pesquisa quantitativa ou qualitativa, e mesmo


quando se fala de metodologias quantitativas ou qualitativas, ape-
sar da liberdade de linguagem consagrada pelo uso acadêmico, não
se está referindo a uma modalidade de metodologia em particular.
Daí ser preferível falar-se de abordagem quantitativa, de abordagem
qualitativa, pois, com estas designações, cabe referir-se a conjuntos
de metodologias, envolvendo eventualmente diversas referências
epistemológicas.

São várias metodologias de pesquisa que podem adotar uma abor-


dagem qualitativa, modo de dizer que fez referência mais a seus
fundamentos epistemológicos do que propriamente a especificida-
des metodológicas.

As pesquisas quantitativas e qualitativas oferecem perspectivas diferentes, mas


não necessariamente polos opostos. De fato, elementos de ambas as abordagens po-
dem ser usados conjuntamente em estudos mistos para fornecer mais informações do
que poderia se obter utilizando um dos métodos isoladamente.

3.4 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos, as pesquisas podem ser descritiva, exploratória e explica-


tiva.

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A pesquisa descritiva, como o nome já diz, descreverá, classificará e interpretará

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fatos e fenômenos que ocorrem na natureza e na sociedade, buscando descobrir suas
características, causas, relações e diferenças com outras ocorrências. Pode ser realizada
por meio de pesquisa bibliográfica, de campo, documental, estudo de caso e de levanta-
mento. Não há interferência do pesquisador, cabendo-lhe somente descrever e analisar o
objeto de pesquisa, descrevendo a situação no momento em que ocorre a investigação e
estabelecendo relação entre as variáveis. Portanto, a pesquisa descritiva buscará definir,
explicar e esclarecer o problema apresentado, analisando os fenômenos, mas sem ma-
nipulá-los.

Segundo Severino (2007, p. 123) a pesquisa exploratória “busca apenas levantar


informações sobre um determinado objeto, delimitando assim um campo de trabalho,
mapeando as condições de manifestação desse objeto. Na verdade, ela é uma prepara-
ção para a pesquisa explicativa.” Então, ela irá primeiro explorar, ou seja, é o passo inicial
de qualquer pesquisa. Em resumo, é o que você faz no projeto de pesquisa, formulando
hipóteses para pesquisas posteriores. Limita-se a definir objetivos e buscar maiores in-
formações sobre o tema em estudo.

Acredita-se que todo pesquisador a princípio fez uma pesquisa exploratória, pois
tem a priori pouco conhecimento sobre o problema (objeto de estudo) a ser analisado.
A pesquisa exploratória objetiva aperfeiçoar as ideias, buscando maiores informações
sobre o objeto investigado.

No caso da pesquisa explicativa, Severino (2007, p. 123) coloca que, “além de


registrar e analisar os fenômenos estudados, busca identificar suas causas, seja através
da aplicação do método experimental/matemático, seja através da interpretação possibi-
litada pelos métodos qualitativos.” Assim, a pesquisa explicativa identifica os fatores que
determinam ou contribuem para a incidência de fenômenos ou fatos, explica a razão das
coisas e aprofunda o conhecimento da realidade.

Conforme tudo o que foi explanado, tais classificações dependerão do objeto de


estudo do pesquisador, ou seja, do que ele propõe a alcançar por meio da pesquisa.

DICA:
É importante lembrar que o pesquisador poderá utilizar diversas
classificações na sua pesquisa, já que um tipo de classificação não
exclui a outro. Sendo assim, tais classificações se complementam,
dependendo sempre da sistematização da pesquisa.

Um pesquisador, por exemplo, pode desenvolver uma pesquisa bibliográfica e de


campo utilizando a abordagem mista qualitativa e quantitativa, em que a pesquisa terá
um caráter descritivo e explicativo.

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4.

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Prática Baseada em Evidências Científicas

A prática baseada em evidências é uma abordagem que possibilita a melhoria da


qualidade da assistência à saúde. Essa abordagem envolve a definição de um problema,
a busca e avaliação crítica das evidências disponíveis (principalmente pesquisas), imple-
mentação das evidências na prática e avaliação dos resultados obtidos. Incorpora ainda,
a competência clínica do profissional e as preferências do cliente para a tomada de deci-
são sobre a assistência à saúde (GALVÃO, 2002).

O termo baseado em evidência implica o uso e aplicação de pesquisas como base


para a tomada de decisões sobre a assistência à saúde. A qualidade da evidência é um
aspecto crucial na prática baseada em evidências; o profissional de saúde deve ser ca-
paz de fazer julgamentos reconhecendo o bom e o ruim; saber a força e fraquezas para
poder generalizar a evidência; avaliar e utilizá-la criticamente, não tomá-la com absoluta
confiança (HUMPRIS, 1999).

Para avaliar a qualidade das evidências, o profissional de saúde deve compreender


a abordagem metodológica na qual a pesquisa está inserida. Estudiosos afirmam que
compreender as diferentes abordagens metodológicas é essencial, a escolha da abor-
dagem quantitativa ou qualitativa é guiada pela questão da pesquisa (MARCUS; LIEHR,
2001).

Na literatura, as evidências têm sido caracterizadas de forma hierárquica ou num con-


tínuo, dependendo do tipo de desenho de pesquisa, ou seja, da abordagem metodológica
empregada no estudo.

4.1 Nível de Evidência Científica

As evidências são classificadas em cinco níveis de acordo com a força: nível 1,


evidência forte de, pelo menos, uma revisão sistemática de múltiplos estudos randomi-
zados controlados bem delineados; nível 2, evidência forte de, pelo menos, um estudo
randomizado controlado de delineamento apropriado e tamanho adequado; nível 3, evi-
dência de estudos bem delineados sem randomização, grupo único pré e pós, coorte,
séries temporais ou caso – controle; nível 4, evidência de estudos bem delineados não
experimentais realizados em mais de um centro ou grupo de pesquisas; nível 5, opiniões
de autoridades respeitadas, baseadas em evidências clínicas, estudos descritivos ou re-
latórios de comitês de especialistas (CLOSS; CHEATER, 1999).

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Fonte: https://leocostapbe.com.br/

Resumo:
O método é um caminho, é um trajeto escolhido para se chegar a um determinado
objetivo (resultado) para que seja alcançado com sucesso. Já o método científico con-
siste na união de diversos procedimentos intelectuais, técnicos, lógicos e sistemáticos,
reconhecidos pela ciência, para chegar a um resultado final de uma Pesquisa Científica.
Ele serve como guia para o pesquisador, orientando-o de forma segura em sua trajetória.
Assim, A escolha do método se dará a partir de aspectos como a área de conhecimento
a ser empregada, a escolha de seu pesquisador, os objetivos que a pesquisa pretende
alcançar, entre outros.

Nesse sentido, um pesquisador, ao se dispor a pesquisar um objeto de estudo (que


pode ser um questionamento, uma indagação ou até mesmo um problema social), tem
a obrigação de disponibilizar para a sociedade aquele seu conhecimento desvendado
através da pesquisa, pois trará crescimento pessoal e social.

Para tornar mais claro o nosso entendimento sobre a finalidade da pesquisa cien-
tífica, Andrade (2004, p. 17) classifica a finalidade em dois tipos: “[…] o primeiro tem por
objetivo a satisfação do desejo de adquirir conhecimentos, a ‘ciência pura’; o segundo
tem por finalidade as aplicações práticas, que se concretizam por meio das chamadas
‘ciências aplicadas’.”

Seja através da busca por explicações de fenômenos da natureza ou através de


fenômenos práticos da vida humana, a Pesquisa Científica está sempre à procura de so-
luções. De posse da finalidade da pesquisa, passamos agora a analisar diversos tipos de
pesquisa. Ao longo dos estudos sobre pesquisa e suas modalidades e/ou tipos, surgiram
diversos autores com diversas correntes que conceituaram e chamaram variados nomes
para as modalidades e/ou tipos. Mas cabe ao pesquisador definir e escolher o melhor
conceito, definição e classificação para o entendimento do conteúdo.

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Referências:

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RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 32 ed. Petrópolis: Vo-
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RUIZ, J. A. Metodologia científica: Guia para eficiência nos estudos. 3. ed. São Paulo:
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SANTOS, M. I. D. A. Tipos de conhecimento. Fortaleza: Unifor, 2005.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Ensino da metodologia na pesquisa científica: Justificativa,
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SEVERINO, Antônio Joaquim.. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. rev. e atualiza-
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TEIXEIRA, Elizabeth. As três metodologias: Acadêmica, da ciência e da pesquisa. 10 ed.
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TRUJILLO FERRARI, Alfonso. Metodologia da ciência. 2. ed. Rio de Janeiro: Kennedy,
1974.
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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR)

Presidente
Lenise Queiroz Rocha

Vice-Presidente
Manoela Queiroz Bacelar

Reitora
Fátima Maria Fernandes Veras

Vice-Reitora de Ensino
Maria Clara Cavalcante Bugarim
AUTOR
Vice-Reitor de Extensão ALEXANDRE GUIMARÃES BEZERRA CAVALCANTE
Randal Martins Pompeu

Vice-Reitor de Administração
José Maria Gondim Felismino Júnior
Fisioterapeuta. Mestre em Saúde Coletiva pela Universi-
dade da Fortaleza - UNIFOR. Doutorando em Educação
Diretora de Comunicação e Marketing pela Universidade Trás-os-Monte e Alto Douro, Portugal.
Ana Leopoldina M. Quezado V. Vale Professor do Centro de Ciências da Saúde e do Núcleo de
Diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Tecnologias Educacionais da Universidade de Fortaleza –
João José Vasco Peixoto Furtado UNIFOR.
Diretor de Planejamento
Marcelo Nogueira Magalhães

Diretor de Tecnologia
José Eurico de Vasconcelos Filho

Diretoria do Centro de Ciências da Comunicação e Gestão


Danielle Batista Coimbra

Diretoria do Centro de Ciências da Saúde


Lia Maria Brasil de Souza Barroso

Diretoria do Centro de Ciências Tecnológicas


Jackson Sávio de Vasconcelos Silva

Diretoria do Centro de Ciências Jurídicas


Katherinne de Macêdo Maciel Mihaliuc

RESPONSABILIDADE TÉCNICA

NÚCLEO DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS (NTE)

Gerência
Douglas Royer Projeto Instrucional
Francisca Vânia dos Santos Silva
Coordenação
Andrea Chagas Alves de Almeida Revisão Gramatical
José Ferreira Silva Bastos
Supervisão de Ensino e Aprendizagem
Carla Dolores Menezes de Oliveira Identidade Visual / Arte
Emanoel Alves Cavalcante
Supervisão de Planejamento Educacional Thiago Bruno Costa de Oliveira
Ana Flávia Beviláqua Melo
Editoração / Diagramação
Supervisão de Recursos Educacionais Rafael Oliveira de Souza
Josefa Braga Cavalcante Sales
Produção de Áudio e Vídeo
Assessoria Administrativa José Moreira de Sousa
Mírian Cristina de Lima Pedro Henrique de Moura Mendes
Kauê Nogueira da Silva
Assessoria Pedagógica de Polo
Jéssica de Castro Barbosa Programação / Implementação
Francisca Natasha Q. Fernandes de Souza
Márcio Gurgel Pinto Dias

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