Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Conhecimento Teológico
Trata-se do posicionamento diante do mistério, do oculto. É o conhecimento revelado (relativo a
Deus): não se chega a ele por simples inteligência, mas por revelação divina.
Conhecimento Filosófico
O seu objeto é constituído de realidades mediatas, imperceptíveis aos sentidos e que ultrapassam a
experiência. Filosofar é interrogar e sua tarefa fundamental é a reflexão. Esse conhecimento busca
o saber e não a sua posse.
Conhecimento Científico
Procura ir além do empírico; quer compreender a estrutura, a organização, o funcionamento, a
composição, as causas, as leis relativas a um ente ou objeto a ser conhecido (se suscetível à
experimentação). Prima pela racionalidade.
Caracteriza-se por ser “certo” (baseado em situações testadas e certificadas); geral (por abranger um
universo e não apenas particularidades); metódico e sistemático. Além disso, busca revelar a
objetividade, o interesse intelectual e o espírito crítico próprios da ciência.
O conhecimento e a ciência
A relação entre os níveis de conhecimento e a ciência se dá por afinidade ou afastamento. Isso porque,
com o passar dos tempos, o conceito de ciência foi se estruturando em bases que não poderiam ser
justificadas apenas por meio de experiências pessoais, revelações transcendentais ou questionamentos
filosóficos. A base da ciência é o fato – que pode ser observado, testado, analisado, discutido e, em
certos casos, até comprovado.
Ciência
• Sentido geral: qualquer conhecimento sistemático.
• Sentido restrito: sistema de aquisição de conhecimento baseado no método científico e/ou
no produto obtido por meio de pesquisas.
• Constituiu-se por etapas: primeiro, as iniciais (relativas a descobertas ocasionais, com traços
rudimentares de conhecimentos e de técnicas) e, depois, as posteriores (relativas a pesquisas mais
metódicas).
Nível inicial (continuidade e mudanças) Nível atual
(?) (.)
Evolução da ciência
• Revolução científica – séculos XVI e XVII; Evolução marcada por: métodos e instrumentos
de investigação; por uma postura objetiva e rigorosa, a que chamamos postura científica; e por
mudanças de paradigmas (espírito científico);
• Antes, a ciência era entendida como “o resultado da demonstração e da experimentação e só
aceitava o que fosse provado”; hoje, ela se vê “como uma busca constante de explicações e soluções,
de revisão e reavaliação de seus resultados, apesar de sua falibilidade e de seus limites”.
Postura Científica
É uma atitude do pesquisador, um agir motivado por consciência crítica e objetiva (nada de eu acho,
eu creio); perpassa a infância, a adolescência e a juventude; pode ser “cultivada”.
“Para conquistar a objetividade científica, é necessário libertar-se da visão subjetiva do mundo,
arraigada na própria organização biológica e psicológica do sujeito e ainda influenciada pelo meio
social. ”
“A objetividade é a condição básica da ciência. O que vale não é o que algum cientista imagina ou
pensa, mas aquilo que realmente é.”
“Só interessam o problema e a solução. Qualquer um pode repetir a mesma experiência, em qualquer
tempo, e o resultado será sempre o mesmo, porque independe de disposições subjetivas. ”
“Finalmente, a postura científica implica ações racionais. ”
Trata-se de “...anotar os passos percorridos e os meios que levaram aos resultados” (aqui ocorre uma
passagem do que, no início, é empírico para o que é de fato científico). Não é simplesmente “modelo,
fórmula ou receita”; é um disciplinar do espírito. O método científico é um instrumento de trabalho
(meio de acesso) e depende do usuário. É um procedimento sistemático.
Método e Técnica
Método científico
• Plano de utilização; pode ser racional (cosmovisão não testável ou comprovável) ou
experimental (possibilidade de testar e comprovar).
Técnica científica
• Aplicação do plano metodológico e a forma especial de o executar; é subordinada ao método.
Podem ser:
• Técnicas científicas: observação (assistemática, sistemática, não participante, participante,
individual, em equipe, laboratorial), descrição, comparação, análise e síntese;
• Técnicas de pensamento (modos de raciocínio): indução, dedução, intuição, inferência, etc.
• A ciência utiliza-se do método científico para se diferenciar do senso comum, bem como de
outras modalidades como arte, filosofia, religião.
Baseia-se na relação
PROBLEMA (por quê? como?) - - - - - - - - - - - - - - - SOLUÇÃO (resposta)
(HIPÓTESE – proposição explicativa provisória)
Ao se observar determinado fato e querer explicá-lo, constrói-se o processo de investigação científica.
Pensar nos problemas é diferente de raciocinar sobre eles.
Formas de raciocínio
Procedimentos racionais de argumentação/justificação de hipóteses. Objetivam partir de premissas
verdadeiras para chegar a conclusões verdadeiras. Isso ocorre com a dedução, mas nem sempre com
a indução.
Indução – processo de generalização (do particular para o geral). Alguns homens morreram
Todos os homens são mortais. (“...a relação identificada se aplica a todos os fatos da mesma
espécie, mesmo àqueles não observados)
Terra, Marte e Saturno são planetas. Terra, Marte e Saturno não brilham com luz própria. Logo, os
planetas não brilham com luz própria.
Dedução – processo de particularização (do geral para o particular). Todos os homens morrem
Aquele homem vai morrer
O que é pesquisa?
“A pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas, através do emprego de
processos científicos. ”
“Pesquisar, significa, de forma bem simples, procurar respostas para indagações propostas. ”
“Pesquisa científica é a realização concreta de uma investigação planejada, desenvolvida e
redigida de acordo com as normas da metodologia consagradas pela ciência. ”
“Pesquisa científica é um conjunto de procedimentos sistemáticos, baseados no raciocínio
lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para os problemas propostos mediante o emprego de
métodos científicos. ”
São inúmeras e variadas as propostas de classificação para os tipos de pesquisa existentes.
Enumeramos algumas das mais comuns: Pesquisa exploratória; Pesquisa bibliográfica; Pesquisa
documental; Pesquisa experimental; Pesquisa qualitativa; Pesquisa quantitativa; Pesquisa explicativa;
Pesquisa descritiva; Pesquisa de campo; Pesquisa de laboratório.
Técnicas de pesquisa: Entrevista; História de vida; Observação; Questionário; Formulário; etc.
Tipos de pesquisa
São inúmeras e variadas as propostas de classificação para os tipos de pesquisa existentes. Abaixo
enumeramos algumas das mais comuns.
Escolha do tema
O que vou pesquisar?
Busca por um assunto interessante e atual a desenvolver na área pretendida, uma área
específica de conhecimento (pesquisa exploratória);
Baseada inicialmente em fontes simples: vivências cotidianas, questões polêmicas, reflexões
de leituras, conversação com outros pesquisadores, debates e discussões, etc.
Determinação de objetivos
O que pretendo alcançar com esse estudo?
Descrição objetiva do propósito da pesquisa, do seu foco principal.
Metodologia a adotar
Como se dará a pesquisa? Que procedimentos serão adotados para que o objetivo seja alcançado?
Qual será o tipo de pesquisa e o universo da pesquisa? Que critérios de análise serão adotados?
Utilizará amostragem? Quais serão os instrumentos de coleta e tabulação dos dados?
Como interpretará dados e informações?
Universo da pesquisa
Total de indivíduos que possuem as mesmas características definidas para um determinado
estudo. Trata-se de um grupo mais abrangente de pessoas que se pretende representar com os
resultados de uma pesquisa.
Amostra
É a parte do universo; constituída pelas pessoas dentro desse universo de pesquisa que irão
responder os questionamentos do estudo proposto.
Essas etapas vão se manifestar de modo particular, a depender do tipo de trabalho científico que se
vai desenvolver. Por exemplo, em um Projeto de Pesquisa, a ênfase recai sobre o “planejar”; na
pesquisa, recai sobre o “executar”; e no produto final, que pode ser um TCC ou uma publicação, recai
sobre o “apresentar resultados”.
FICHAMENTO
É uma das fases da Pesquisa Bibliográfica. Seu objetivo é facilitar o desenvolvimento das atividades
acadêmicas e profissionais. Pode ser utilizado para:
Identificar as obras;
Analisar o material: conhecer seu conteúdo e utilizá-lo em futuras citações acadêmicas para
auxiliar e embasar a produção de textos;
Elaborar textos interpretativos e críticos.
Classificação de Fichamento:
1. FICHAMENTO TEXTUAL - é o que capta a estrutura do texto, percorrendo a sequência
do pensamento do autor e destacando ideias principais e secundárias, argumentos,
justificações, exemplos, fatos etc. Traz, de forma racionalmente visualizável - em itens e
de preferência incluindo esquemas, diagramas ou quadro sinóptico - uma espécie de
“radiografia” do texto.
2. FICHAMENTO TEMÁTICO - reúne elementos relevantes (conceitos, fatos, ideias,
informações) do conteúdo de um tema ou de uma área de estudo, com título e subtítulos
destacados. Consiste na transcrição de trechos de texto estudado ou no seu resumo, ou,
ainda, no registro de ideias, segundo a visão do leitor. As transcrições literais devem vir
entre aspas e com indicação completa da fonte (autor, título da obra, cidade, editora, data,
página). As que contêm apenas síntese das ideias dispensam as aspas, mas exigem a
indicação completa da fonte. As que trazem simplesmente ideias pessoais não exigem
qualquer indicação.
3. FICHAMENTO BIBLIOGRÁFICO - consiste em resenha ou comentário que dê ideia do
que trata a obra, sempre com indicação completa da fonte. Pode ser feito também a respeito
de artigos ou capítulos isolados, arquivado segundo o tema ou a área de estudo. O
Fichamento bibliográfico completa a documentação textual e temática e representa um
importante auxiliar do trabalho de estudantes e professores.
Adaptado de http://www.fichamento.com.br/comofazer.html
b) referência no caso de um livro, a referência deve apresentar a autoria, título da obra, local de
publicação, editora e ano de publicação, como segue, no exemplo:
CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 1998.;
Fichamento de resumo: trata-se de uma síntese das principias ideias do autor contidas na obra.
Utilizam-se as ideias do autor, escrevendo-as livremente com as próprias palavras.
1 O Estado
1.1 Concepções de Estado
OLIVA, A. Conhecimento e liberdade: individualismo x coletivismo. Porto Alegre: EDIPUCRS,
1994.
O autor apresenta e discute os fundamentos filosóficos de um projeto de liberalismo ético-político,
tendo como núcleo a ideia de liberdade. Trata-se, portanto, de uma séria crítica ao holismo ou
coletivismo e de uma defesa da liberdade do indivíduo concreto, sem absolutizar o individualismo.
Assim, o fichamento tem como objetivo permitir armazenamento de dados e/ou informações de
documentos, no todo ou em parte, para posterior utilização, segundo os interesses do pesquisador.
RESUMO
É a condensação das partes relevantes de um texto: síntese das suas ideias e não das suas palavras;
não se trata de “miniaturizar” o texto, pois, ao resumir, deve-se manter fiel à ordem das ideias
apresentadas pelo autor do texto. Não se trata propriamente de um trabalho de elaboração, mas de um
trabalho de extração de ideias, de um exercício de leitura. (SEVERINO, Antônio Joaquim.
Metodologia do Trabalho Científico. 23ª ed. São Paulo: Atlas, 2007)
A depender de sua finalidade e considerando textos didáticos mais gerais, apresenta características e
nomenclatura específicas:
Resumo descritivo ou indicativo: aqui se descrevem os principais tópicos do texto original, e
se indicam sucintamente seus conteúdos. Não dispensa a leitura do texto original para a
compreensão do assunto. Quanto à extensão, não deve ultrapassar quinze ou vinte linhas;
utilizam-se frases curtas que, geralmente, correspondem a cada elemento fundamental do
texto; porém, o resumo descritivo não deve se limitar à enumeração pura e simples das partes
do trabalho.
Resumo informativo ou analítico: tipo de resumo que reduz o texto a um terço ou um quarto
do original, abolindo-se gráficos, citações, exemplificações abundantes, e mantendo as ideias
principais. Deve dispensar a leitura do texto original para o conhecimento do assunto. Não
aponta opiniões pessoais de quem o elabora.
Resumo crítico: consiste na condensação do texto original a um terço ou um quarto de sua
extensão, mantendo as ideias fundamentais, e permitindo opiniões e comentários do autor do
resumo. Também dispensa a leitura do texto original para o conhecimento do assunto. Um
tipo mais abrangente de resumo crítico é chamado de Resenha, que, além de reduzir o texto,
permitir opiniões e comentários, inclui julgamentos de valor, tais como comparações com
outras obras da mesma área do conhecimento, a relevância da obra em relação às outras do
mesmo gênero, etc.
(ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico. 10ª ed. São
Paulo: Atlas, 2010)
RESENHA ACADÊMICA
A resenha é um gênero discursivo em que a pessoa que lê e aquela que escreve têm objetivos
convergentes: uma busca e a outra fornece alguma opinião crítica sobre o artigo. Para atender ao
leitor, o resenhista basicamente descreve e avalia uma dada obra a partir de um ponto de vista
informado pelo conhecimento produzido anteriormente sobre aquele tema.
Esse gênero discursivo é usado na comunidade acadêmica para avaliar - elogiar ou criticar - o
resultado da produção intelectual em uma área do conhecimento, ou simplesmente para fornecer ao
pesquisador a base teórica de argumentação de sua pesquisa. A resenha deve possuir as mesmas
qualidades de estilo imprescindíveis a todo texto escrito, como: simplicidade, clareza, concisão,
propriedade vocabular, precisão vocabular e objetividade. Além disso, deve apresentar
imparcialidade, atitude científica e privilegiar o essencial.
● Imparcialidade:
O resenhista busca avaliar as ideias da obra, devendo posicionar-se criticamente e apresentar tanto os
aspectos positivos quanto os negativos da obra.
● Cientificidade:
A resenha, assim como todo trabalho acadêmico, deve ter cunho científico; refere-se mais à análise
do objeto que do pesquisador.
● Privilegiar o essencial:
Importa falar apenas do que é mais importante na obra.
Estrutura retórica básica de uma resenha
Ao longo de vários estudos, a análise desse gênero indica que, ao resenhar um artigo, por
exemplo, podemos encontrar algumas recorrências textuais. Baseando-se nelas, foi possível
desenvolver quatro etapas em que realizamos as ações de:
A alta frequência com que esses movimentos retóricos (apresentação, descrição, avaliação e
recomendação) aparecem em resenhas nos permite construir uma descrição esquemática do gênero:
1. Apresentar o artigo
Passo 1: Informar o tópico geral do artigo e/ou
Passo 2: Definir o público-alvo e/ou
Passo 3: Dar referências sobre o autor e/ou
Passo 4: Fazer generalizações e/ou
Passo 5: Inserir o artigo na disciplina
2. Descrever o artigo
Passo 6: Dar uma visão geral da organização do artigo e/ou
Passo 7: Estabelecer o tópico de cada capítulo e/ou
Passo 8: Citar material extratextual
Em geral, essas ações tendem a aparecer nessa ordem e podem variar em extensão, de acordo
com o quê e o quanto o resenhista deseja enfatizar em sua análise do artigo, ou podem variar em
frequência, de acordo com as características da obra ou estilo do resenhista. As resenhas, de modo
geral, trazem também descrição de material extra que vai além do texto principal de cada capítulo do
artigo, na forma de apêndices, anexos, tabelas, gráficos, figuras, dados, exercícios e etc. A linguagem
usada frequentemente inclui verbos no presente do indicativo para descrever a atualidade e relevância
do tema, descrever a organização do artigo e para avaliá-lo. Em suma, podemos considerar que o
gênero discutido nessa apresentação serve para incrementar o diálogo acadêmico entre pesquisadores,
seja uma relação de simetria entre resenhista dirigindo-se aos pares, ou numa relação descendente em
que o resenhista se coloca como um especialista opinando para um público-alvo de não iniciados.