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METODOLOGIA CIENTÍFICA Profª Clara Brum

Aula 1: Distinguir os conceitos de senso comum, conhecimento filosófico, científico e discurso


religioso.

• A expressão Metodologia Científica é conhecida de todos, mas, qual é o seu


significado?

• Se aceita frequentemente como indiscutível a necessidade de organização de nossas


tarefas diárias.

• Ao formularmos tais questões, estamos nos interrogando sobre o significado e a


função da disciplina, bem como seu ponto de partida recaindo sobre atitudes que não
são espontâneas à existência humana.

• A disciplina trabalha o desenvolvimento das ferramentas necessárias à produção e


apresentação de trabalhos acadêmicos e, nesse aspecto, observa tanto o processo
lógico de construção do conhecimento, quanto o processo gráfico para sua
apresentação escrita.

• Por que tenho que estudar Metodologia Cientifica?

1. O conhecimento científico não existe sem método, sem uma linguagem específica,
um rigor próprio.

2. O maior desafio da universidade está em desenvolver a postura de um pesquisador


ao longo do processo educacional.

3. Precisamos focalizar a autonomia do pensamento que encontra seu lugar na vida


acadêmica que, por sua vez, representa o mais alto nível de instrução de uma sociedade.

4. É preciso desenvolver o hábito de ler muito e ler bem para cumprir as tarefas
acadêmicas de maneira eficiente e eficaz.

Como a Metodologia Científica poderá nos ajudar a entender a futura profissão?

No exercício profissional o erro ou acerto está intimamente relacionado à capacidade


de planejar, de organizar o pensamento. Um novo profissional, num mundo com novas
exigências.

Três objetivos:

1. Formação de profissionais de diferentes áreas com habilidades e competências;

2. Formação do pesquisador;

3. Formação do cidadão consciente.

Vamos conhecer alguns conceitos?

Metodologia científica é o estudo dos métodos de conhecer, de buscar o


conhecimento. É uma forma de pensar para se chegar à natureza de um determinado
problema, seja para explicá-lo ou estudá-lo. (KAHLMEYER-MERTENS et al. Como elaborar
projetos de pesquisa: linguagem e método. Rio de janeiro: FGV, 2007. p. 15)

Metodologia significa, na origem do termo, estudo dos caminhos, dos instrumentos


usados para se fazer ciência. É uma disciplina instrumental a serviço da pesquisa. Ao mesmo
tempo visa conhecer caminhos do processo científico, também problematiza criticamente, no
sentido de indagar os limites da ciência, seja com referência à capacidade de conhecer, seja
com referência à capacidade de intervir na realidade. (DEMO, Pedro. Metodologia científica
em ciências sociais. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 11.)

O que significa conhecer? Quais os tipos de conhecimentos? Qual o valor do


conhecimento? vídeo do youtube: O Conhecimento
http://www.youtube.com/watch?v=AXzfjQeEjYg

“O homem é um ser jogado no mundo, condenado a viver a sua existência. Por ser
existencial, tem que interpretar a si e ao mundo em que vive, atribuindo-lhes significações.
Cria intelectualmente representações significativas da realidade. A essas representações
chamamos conhecimento” (KÖCHE, 2009, p. 23) .

Podemos interpretar o mundo de várias maneiras, mas duas estão presentes em


nossas vidas: a maneira do senso comum ou conhecimento empírico, ordinário ou comum,
bem como o conhecimento científico.

É o que acontece quando um sujeito apreende um objeto. Significa incorporar um


conceito novo, ou original, sobre um fato ou fenômeno qualquer. É o resultado das
experiências que acumulamos em nossa vida cotidiana.

O conhecimento é o referencial diferenciador do agir humano em relação ao agir de


outras espécies. (...) O conhecimento é, pois, elemento específico fundamental na construção
do destino da humanidade (SEVERINO, 2007, p. 27-28).

SENSO COMUM

Características:

• Espontâneo;

• Ametódico;

• Empírico;

• Ingênuo ou acrítico;

• Subjetivo.

Espontâneo: primário, simples e elementar. Nasce da tentativa do homem resolver


seus problemas no dia-a-dia.

Ametódico: porque não possui um método, ou seja, um procedimento, uma técnica.


Empírico: se baseia na experiência cotidiana comum

Ingênuo ou acrítico: não é crítico, não se coloca como problema e não se questiona
enquanto saber.

Subjetivo: é relativo ao sujeito cognoscente. É formado por juízos pessoais a respeito


das coisas, ocorrendo o envolvimento emocional e valorativo de quem observa.

EX: “O Sol é menor do que a Terra”; “O Sol se move em torno da Terra”; “As cores
existem por si mesmas”; “Quem tudo quer, tudo perde”; “Diga-me com quem andas e te direi
quem és”; “Em casa de ferreiro, espeto de pau”; “Água morna em pedra dura, tanto bate até
que fura”; “Quem ri por último ri melhor”.

O senso comum e a Ciência

Canja de Galinha não faz mal a ninguém

Especialmente quem está resfriado, afirma Stephen Rennard, da Universidade de


Nebraska, nos Estados Unidos. De acordo com as suas pesquisas, caldo de galinha e legumes –
cebola, cenoura, batata e nabo – têm o poder de retardar o movimento dos neutrófilos, isto é,
os glóbulos brancos (leucócitos) que, embora ataquem os germes invasores, também são
responsáveis por grande parte dos sintomas do resfriado e da gripe. (...) Ele demonstrou
também que a cisteína, um aminoácido que o frango libera durante o cozimento, é
quimicamente muito similar à acetilcisteína, um fármaco habitualmente receitado em casos de
bronquite (Revista Super Interessante. Setembro de 2000).

Visão comum da Ciência

O que pensamos quando a palavra ciência aparece?

• Saber diferente dos demais;

• Ideia de sucesso ou certeza;

• Ideia de autoridade (“alguém que sabe o que diz”)

A Ciência

A ciência é um conjunto de conhecimentos racionais, constituídos de um sistema


conceitual, que engloba definições, hipóteses e leis de uma determinada especialidade
(LAKATOS, 2000, p.21-23).

• Saber racional;

• Conhecimento lógico e sistemático;

• Verificável;

• Se realiza através de um método.


• Saber racional é aquele que obedece regras, leis, princípios e se contrapõe ao saber
ilusório, às emoções e às crenças

• Saber lógico e sistemático: porque as ideias formam uma ordem coerente.

• Características:

• Verificável e metódico: passível de exame para ter sua pretensão confirmada ou não.
Para tanto segue uma técnica, um procedimento.

• Racional e objetivo

• Atém-se aos fatos, mas poderá transcendê-los

• É analítico e requer exatidão e clareza


É comunicável e verificável
Depende de investigação metódica
Busca e aplica leis
É explicativo e pode fazer predições

• É aberto e útil.

A Filosofia

“A filosofia é um modo de pensar que acompanha o ser humano na tarefa de


compreender o mundo e agir sobre ele. Mais que postura teórica, é uma atitude
diante da vida, tanto nas condições corriqueiras como nas situações-limites que
exigem decisões cruciais.” (ARANHA ; MARTINS, 2003, p. 81 )

Características:

• Radical: da palavra latina radix, radicis significa raiz e, no sentido figurado,


“fundamento”, “base”.

• Rigorosa: o filósofo deve dispor de um método a fim de proceder com rigor.

• Saber de conjunto: a filosofia é globalizante porque ao examinar , observa os diversos


aspectos de um problema. A filosofia visa ao todo. Por isso, é interdisciplinar.

O conhecimento teológico

O conhecimento teológico é produto do intelecto do ser humano, o qual recai sobre a


fé. (...) De modo geral, o conhecimento teológico apresenta respostas para as
questões que o ser humano não pode responder com os demais conhecimentos
(filosófico, empírico ou científico), pois envolve uma aceitação, ou não como
conseqüência da fé ( FACHIN, 2006, p. 13).

REFERÊNCIAS:

ARANHA, M. l. A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. 3.ed.,São


Paulo: Moderna, 2003.
COTRIM, G. Fundamentos da filosofia. História e grandes temas. São Paulo: Saraiva,
2000.

FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 5. ed., São Paulo: Saraiva, 2006.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Metodologia Científica. 3. ed., São Paulo: Atlas,


2000.

SEVERINO, Antônio J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2007.

Aula 2 : Avaliar a importância do método para prática científica e compreender os métodos


dedutivo e indutivo.

O que significa o termo método? Há diferença entre método e técnicas?

Quais são os tipos de métodos? Como definir o método científico?

O método é um caminho composto de várias fases a serem vencidas para atingir um


determinado objetivo (LEITE, 2008, p. 89)

O método concretiza-se como o conjunto das diversas etapas ou passos que devem
ser seguidos para a realização de uma pesquisa e que configuram as técnicas.

As técnicas em uma ciência são os meios corretos de executar as operações de


interesse de tal ciência (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2006, p. 30.)

Método científico é todo e qualquer tipo de método colocado a serviço do


conhecimento científico pelos cientistas ou da pesquisa realizada por uma ciência
(LEITE, 2008, p. 90).

A validade e a importância de um método científico é aquilatada através de sua boa


adequação ao objetivo almejado e sua aplicação à natureza do objeto pesquisado.

É imprescindível ao planejamento de uma pesquisa; Coloca em evidência as etapas


operacionais da pesquisa científica (LEITE, 2008, p. 91)

Qual a importância do método?

Ajuda a compreender o processo de investigação; Possibilita a demonstração;

Disciplina o espírito; Ajuda a perceber erros; Auxilia as decisões do cientista.

Uma comparação interessante...

O método científico pode ser visto como a ISO 9000 da ciência. Não diz se o produto
serve, não diz se o achado científico é importante, apenas diz que o processo de busca
seguiu as regras do jogo. A evidência foi corretamente coletada, os procedimentos
estatísticos e o tratamento dos dados são apropriados (CASTRO, 2006, p.59).

Alguns tipos de métodos:


Podemos dizer que as conclusões de um raciocínio podem estar sustentadas num
procedimento dedutivo ou indutivo.

Vamos ver alguns exemplos?

Método dedutivo

O método dedutivo tem o propósito de explicar o conteúdo dos enunciados.


Apresenta uma conclusão inevitável e parte de dados gerais para dados particulares.

Exemplo:

Todo mamífero tem um coração (premissa verdadeira)

Ora, todos os cães são mamíferos (premissa verdadeira)

Logo, todos os cães têm um coração (conclusão verdadeira)

Neste método a construção científica parte do raciocínio geral para o particular, do


universal ao individual!!!!!

DEDUÇÃO=SÍNTESE

Exemplo:

Se Igor é maior do que Joana que é maior do que Fernando, logo Igor tem que ser
maior do que Fernando.

Método indutivo

Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares,


infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas
(LAKATOS, 2000. p. 53.)

Cobre conduz energia.

Zinco conduz energia.

Cobalto conduz energia.

Logo, todo metal conduz energia.

Resumo da ópera:

• Observamos dados que decorrem da experimentação e pelo raciocínio alcançamos


uma realidade desconhecida e universal.

• Descobrirmos a relação existente procedemos à generalização da relação


observada.

Etapas do método indutivo:

• Observação dos fenômenos;


• Descoberta da relação entre eles;

• Generalização da relação.

Dedutivo Indutivo

Se todas as premissas Se todas as premissas


forem verdadeiras, a forem verdadeiras, a
conclusão será verdadeira. conclusão será provável.

Toda a informação contida A conclusão apresenta


na conclusão já estava informação que não estava
presente nas premissas. presente nas premissas.

MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO

Karl Popper (1922-1996) criticou o método indutivo e lançou as bases do método


chamado hipotético-dedutivo que consiste na construção de hipóteses, cujas predições
devem se submeter ao critério da falseabilidade.

Quer dizer que o método hipotético-dedutivo apresenta a possibilidade de o cientista


utilizar o falseamento para testar as hipóteses. Sabemos que as hipóteses científicas
não podem ser vistas como verdades absolutas, mas explicações plausíveis.

Se o cientista seguir rigorosamente cada fase desse método e, ao final, constatar que
sua hipótese deve ser refutada, poderá encontrar argumentos científicos suficientes
para formular críticas às teorias existentes e seus paradigmas.

A falseabilidade de uma teoria é o critério de cientificidade. Isto significa dizer que a


verdade de uma teoria será mantida até que seja negada. Essa condição de poder ser
negada é o que confere o status de científica a uma determinada teoria.
Toda hipótese contém uma predição, ou seja, uma suposição e precisa passar pelo
falseamento.

O cientista testará sua hipótese, analisará os resultados para alcançar a confirmação


de sua suposição ou refutá-la. Se a hipótese não for corroborada poderá, a partir dos
dados obtidos, construir nova hipótese.

Hipótese, do grego hypothesis, suposição, pergunta ou conjectura que orienta a


investigação por antecipar características prováveis. Podemos usar o termo no sentido
de leis, teorias ou postulados.

(SALMON, Wesley C. Curso moderno de Filosofia. Lógica. Rio de Janeiro: Zahar


Editores, 1969, p. 105-6).

1. Fazer observações;

2. Organizar as observações em hipóteses;

3. Testar essas hipóteses em observações ulteriores;

4. Modificar as hipóteses originais, se assim se fizer necessário;

5. Fazer previsões baseadas nas hipóteses;

6. Testar conclusões.

Para você entender melhor o sentido da falseabilidade, veja o filme O óleo de Lourenço
dirigido por George Miller. O filme aborda a luta de uma família que se depara com
uma doença rara em seu filho Lorenzo, a Leucodistrofia (ALD). Assim, os médicos e os
pais de Lorenzo utilizam continuamente o método científico para tentar descobrir os
mecanismos geradores da doença. Neste filme você poderá observar o significado do
método científico, a fase de teste de hipóteses, o que é uma teoria compreendendo
um pouco melhor o que queremos dizer com o termo falseabilidade.

Analise o caso abaixo:

Um pesquisador decide estudar determinada planta. Assim, percebe que as folhas


cobertas por pêlos (tricomas) não foram atacadas por lagartas de borboletas. Fato que
ocorre frequentemente com as folhas sem pêlos. O pesquisador identifica o seguinte
problema: é possível afirmar que a presença de pêlos nas folhas da planta dificulta a
predação? Em seguida, a hipótese: a presença de pêlos em folhas de plantas dificulta a
predação por lagartas de borboletas.

Cont.:

Neste ponto o cientista realiza a testagem de sua hipótese. Separa algumas folhas com
pêlos e outras sem pêlos e verifica a predação para observar a hipótese formulada. Se
a hipótese for refutada deverá formular outra explicação para o fato observado
inicialmente.
Temos: Problema – hipótese – dedução – tentativa de falseamento – confirmação ou
refutação.

Leia um trecho do famoso livro de Arthur Conan Doyle, denominado Um estudo em


vermelho, obra que apresenta o célebre investigador Sherlock Holmes, para
compreender melhor o método dedutivo.

Veja a cena narrada no Capítulo II – A ciência da dedução, em que Watson e Holmes


conversam sobre o método dedutivo logo após a famosa afirmação de Holmes de que
a mente humana é um sótão vazio.

(Doyle, Arthur Conan. Um estudo em vermelho.

São Paulo: Melhoramentos, 2008, pp.33-39.)

Aula 3: A pesquisa e Os tipos de pesquisa

O que é pesquisa?

 É um trabalho para entregar ao professor?

 É a cópia de vários textos e vários livros?

 Impressão de tudo o que você acha na Internet sobre determinado assunto?

 A Internet é confiável?

 Qual o resultado ao término de uma pesquisa?

 O trabalho precisa ser original, ou uma síntese do que já foi produzido?

Pesquisa:

(...) atividade intelectual intencional que visa a responder às necessidades humanas.


(...) Pesquisar é o exercício intencional da pura atividade intelectual, visando a
melhorar as condições práticas de existência (SANTOS, 2007, 17-20).

Começando pelo conceito...

 Procedimento reflexivo,

 Procedimento sistemático,

 Procedimento crítico

 É uma atividade voltada para a solução de problemas

 Três elementos caracterizam a pesquisa:


a) o levantamento de algum problema;

b) a solução à qual se chega;

c) os meios escolhidos para chegar a essa solução.

Você sabia?

O que a pesquisa científica?

 Atividade essencial da ciência;

 Possibilita uma aproximação e entendimento da realidade a investigar;

 Processo permanentemente inacabado;

 Fornece subsídios para uma intervenção no real.

 Investigação planejada, desenvolvida e dirigida conforme normas metodológicas


aceitas pela ciência;

 Tem por base procedimentos racionais e sistemáticos, ou seja, é atividade científica


pela qual descobre-se a realidade.

Por que fazer pesquisa?

 Razões de ordem intelectual: decorrem do desejo de conhecer;

 Razões de ordem prática: desejo de conhecer com vistas a fazer algo.

Qualidades pessoais do pesquisador:

 Conhecimento do assunto

 Curiosidade

 Criatividade

 Integridade intelectual

 Atitude autocorretiva

 Sensibilidade social

 Imaginação disciplinada

 Perseverança e paciência

 Confiança na experiência

Vamos estudar os tipos de pesquisa?

1. Do ponto de vista da sua natureza, podem ser:


 Pesquisa Pura: objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem
aplicação prática prevista. Motivada basicamente pela curiosidade intelectual do
pesquisador;

 Pesquisa Aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à


solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.

Do ponto de vista de sua abordagem:

 Pesquisa Quantitativa – traduz em números opiniões e informações para classificá-los


e organizá-los. Utiliza métodos estatísticos.

 Pesquisa Qualitativa – neste enfoque não há medição numérica, como as descrições,


mas o seu propósito está em reconsiderar ou reconstruir a realidade observada.
Assim, considera a existência de uma relação dinâmica entre mundo real e o sujeito. É
descritiva e utiliza o método indutivo. O processo é o foco principal.

Pesquisa Qualitativa

ANDRADE, G.R.B.; VAITSMAN, J. Apoio social


e redes: conectando solidariedade e saúde.
O objetivo da pesquisa foi analisar como se
dão as complicadas relações entre a cultura
baiana, a comunidade Candeal e Carlinhos
Brown (artista baiano percursionista) nas
gestões das organizações. Foram realizadas
entrevistas e observação participante.

O processo envolve os fatos e sua


interpretação. A ênfase está em
compreender o fenômeno e não em medi-lo.
Pesquisa Quantitativa

ROLNIK, R. Exclusão territorial e violência.


A pesquisa explora o nexo entre urbanização
de risco e violência urbana, utilizando a
experiência concreta de diferentes cidades
no Estado de São Paulo. A base empírica do
estudo é uma pesquisa estruturada para
avaliar o impacto de regulação urbanística
no funcionamento de mercados residenciais
nas cidades investigadas com mais de 20 mil
habitantes.

A idéia selecionada se transforma em


questões de pesquisa. As medições obtidas
são analisadas utilizando métodos
estatísticos.
Quanto aos objetivos:

Exploratória:

Trata-se de uma observação, ou seja, consiste em recolher e registrar os fatos da


realidade.

Neste modelo temos a possibilidade de aprimoramento de idéias. Geralmente, neste


tipo de pesquisa há o levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que
experimentaram situações que estejam sendo pesquisadas e análise de exemplos.
Exemplos: pesquisa bibliográfica e estudo de casos.

Quanto aos objetivos:

Descritiva:

O objetivo principal é descrever as características de algum fenômeno observado,


descobrir a freqüência com que ocorre, sua relação e sua conexão com outros
fenômenos. Esta modalidade é típica das ciências humanas e sociais.
Neste tipo de pesquisa, o estudante deve observar, registrar, analisar e correlacionar
fatos ou fenômenos (variáveis), sem manipulá-los. Exemplos: características de um
grupo social; nível de atendimento de determinada empresa prestadora de serviço;
levantamento de opiniões, atitudes e crenças de um segmento da sociedade;
pesquisas eleitorais, etc.

. Quanto aos objetivos:

Explicativa:

o objeto está em identificar os fatores que determinam ou contribuem para a


ocorrência dos fenômenos. Neste modelo temos um efetivo aprofundamento de
conhecimentos, porque busca entender ou explicar as razões das coisas, o que amplia
o entendimento. Nada impede que uma pesquisa explicativa seja a continuação de
uma descritiva ou exploratória.

Quanto aos procedimentos:

2.1. bibliográfica;

2.2. documental;

2.3. pesquisa de campo;

2.4. histórica;

2.5. Comparada;

2.6. estudo de caso;

A pesquisa bibliográfica é uma etapa fundamental em todo trabalho científico que


influenciará todas as etapas de uma pesquisa, na medida em que der o
embasamento teórico em que se baseará o trabalho. Consiste no levantamento,
seleção, fichamento e arquivamento de informações relacionadas à pesquisa.

 Bibliografia é o conjunto dos livros escritos sobre determinado assunto, por autores
conhecidos e identificados ou anônimos.

 A pesquisa bibliográfica é o exame de uma bibliografia para levantamento e análise do


que já se produziu sobre determinado assunto que assumimos como tema de pesquisa
científica.

 Fontes primárias: Contém trabalhos originais com conhecimento original e publicado


pela primeira vez pelos autores.

Exemplos: Monografias, teses universitárias, livros, relatórios técnicos, artigos em


revistas científicas, anais de congressos.
 Fontes secundárias: Contém trabalhos não originais e que basicamente citam, revisam
e interpretam trabalhos originais.

Exemplos: Artigos de revisão bibliográfica, livros-texto, tratados, enciclopédias, artigos


de divulgação.

Pesquisa documental: Trata-se de uma pesquisa realizada através de documentos que


podem ser: documentos pessoais, cartas, diários, jornais, balancetes, microfilmes,
fotografias, memorandos, ofícios, vídeos, documentos estatísticos e outros.Há uma
análise da descrição do conteúdo manifesto para se alcançar uma rede de
significados.

Para Antônio Carlos Gil (1991) a pesquisa documental assemellha-se muito à pesquisa
bibliográfica. A diferença está no fato de a bibliográfica utilizar fundamentalmente as
contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto. A documental utiliza
materiais que não receberam o tratamento analítico, ou que ainda podem ser
reelaborados.

Em ciência, documento é toda forma de registro e sistematização de dados,


informações, colocando-os em condição de análise por parte do pesquisador.
(SEVERINO, 2007, p. 149.)

Pesquisa de campo: É a investigação empírica realizada no local onde ocorre ou


ocorreu um fenômeno. Pode incluir entrevistas, aplicação de questionamentos, testes
e observações. Segundo Antônio Joaquim Severino, na pesquisa de campo “o objeto é
abordado em seu próprio meio. A coleta de dados é feita nas condições naturais em
que os fenômenos ocorrem, sendo assim diretamente observados” (SEVERINO, 2007,
p. 123).

Descreve o que já aconteceu, sob a forma de investigação, registro, análise e


interpretação de fatos ocorridos no passado, para poder compreender o presente.

O Gladiador:

http://www.youtube.com/watch?v=Owg-NaUoHHo&feature=related

Pesquisa histórica:

Os dados podem ser coletados em:

 Fontes primárias - quando o investigador foi o observador direto dos eventos ou


utiliza materiais de primeira mão;

 Fontes secundárias - quando os eventos foram observados e reportados por outras


pessoas e não diretamente pelo investigador. Neste caso, os dados exigem cuidadosa
e objetiva análise a fim de avaliar sua autenticidade e relevância.
Pesquisa comparada:

Estudo de caso:

Procura estabelecer semelhanças e diferenças entre situações, fenômenos e coisas,


por meio de relações entre os elementos que são comparados

É o estudo circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como uma


pessoa, uma família, um produto, uma em

presa, um órgão, uma comunidade ou um país. Exemplo de estudo de caso:


http://sare.unianhanguera.edu.br/index.php/rcger/article/viewArticle/115

A construção de um plano estratégico de marketing para uma empresa de pequeno


porte: o caso do recanto do sorvete - Tiago Nemuel Custódio

A pesquisa objetivou analisar a importância do planejamento estratégico para as


organizações, principalmente às empresas de pequeno porte, caracterizando o plano
de marketing como um elemento fundamental conectado às diretrizes do plano global
da empresa. A metodologia utilizada na primeira etapa constituiu-se de caráter
exploratório. O modelo desenvolvido por Westwood foi selecionado pelo autor e
adaptado como referencial para confecção do plano de marketing sugerido ao Recanto
do Sorvete. A segunda etapa da pesquisa foi de caráter descritivo, apontando a
organização como exemplo de estudo de caso. Verificou-se que o plano de marketing
é possível de ser implementado, desmistificando o paradigma de que os planos são
aplicados somente às organizações de grande porte, pois a pequena empresa também
deve crescer baseada na cultura do planejamento.

 O estudo de casos constitui-se numa metodologia de ensino participativa, voltada


para o envolvimento do aluno;

 Os casos apresentam situações onde empresas e pessoas reais precisam tomar


decisões sobre um determinado dilema;

 A condução do método envolve um processo de discussão, onde alunos devem se


colocar no lugar do tomador de decisão, gerar e avaliar alternativas para o problema, e
propor um curso de ação.

O que se pode pesquisar na internet?

A internet é um conjunto de redes de computadores interligados no mundo inteiro.


Nesse sentido, permite a pesquisa de milhares de informações diferentes, hoje, um
acervo extraordinário. Como encontramos muitas informações, temos que selecionar
o material de pesquisa em sites confiáveis.

 Como seria o mundo sem o Google?

http://video.br.msn.com/watch/video/a-internet-a-pesquisa/ruxicre5
Para pesquisar na internet temos sites de busca tais como: Google, Alta Vista, Excite e
Yahoo. Além de vários endereços eletrônicos de bibliotecas que colocam disposição
informações de fontes bibliográficas. Também encontramos disponível na internet o
site das editoras contendo informações sobre os lançamentos editoriais; sites de
revistas eletrônicas, jornais, instituições de pesquisas e entidades culturais.

Vamos conhecer a nossa Biblioteca Virtual?

Em qualquer situação é importante respeitar as regras de utilização das informações


disponíveis. Nunca utilize informações de outrem sem referenciar a fonte. Ademais,
observe a veracidade das informações postadas na Web. Administre as imperfeições
no conteúdo, verificando a fonte da informação obtida.

Wikipédia

A Wikipédia é uma enciclopédia livre, baseada na edição do seu conteúdo de forma


colaborativa. Qualquer pessoa poderá se tornar um editor de algum conteúdo.
Observe que é uma enciclopédia multilíngüe, podendo ser escrita em diversos idiomas
e em diferentes regiões. Por ser uma enciclopédia livre, não há fins lucrativos e
qualquer informação publicada poderá ser transcrita, modificada e ampliada por
qualquer pessoa.

LinK: http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil

 Wikipédia:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil

 Bibliotecas virtuais:

http://cabana-on.com/Biblioteca/biblio.html

 Dicas para pesquisa na internet: http://www.youtube.com/watch?v=-AgTZ-5Zfj4

 Dicas para pesquisa no Google : http://www.youtube.com/watch?v=Ctb1QlFSnjk

 Portal Domínio Público:

http://www.dominiopublico.gov.br

Aproveite e conheça as Agências de Fomento e de apoio à pesquisa:

 www.cnpq.br – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico ( a


Plataforma Lattes);

 www.capes.gov.br – Coord. De Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.

Sites interessantes para referências bibliográficas:

 www.scielo.br – Scielo Scientific Eletronic Library

 www.books.google.com.br – Google Livros


 www.scholar.google.com.br - Google Acadêmico

Referências:

CASTRO, Cláudio de Moura. A prática da pesquisa. 2 .ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2006.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991.

LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2000.

SANTOS , A. R. Metodologia Científica. A construção do conhecimento. RJ:


Lamparina, 2007.

SEVERINO, Antônio J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2007.

SAMPIERI, R. H.; COLLADO, F. C.; LUCIO, P. B. Metodologia da pesquisa. 3. Ed. São


Paulo: Mc Graw-Hill, 2006.

Aula 5 : ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT)

Para realização de um trabalho acadêmico, o estudante deve observar as normas


técnicas da ABNT, além dos conhecimentos metodológicos.

Fundada em 1940, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão


responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao
desenvolvimento tecnológico brasileiro. http://www.abnt.org.br

Você sabe o que é uma citação?

 São trechos transcritos ou informações extraídas de publicações consultadas;

 São introduzidas no texto com o propósito de esclarecer ou complementar as ideias;

 Em qualquer hipótese a fonte deve ser citada.

Tipos de citação:

 Citação direta - Segundo ABNT, entende-se por citação a “menção a uma informação
extraída de outra fonte. (NBR 10520:2002)

 Citação direta: são transcritas no texto tal como se apresentam na fonte consultada.

 Como esclarece João Bosco Medeiros (2003, p.187), é a referência a uma obra colhida
de outra fonte “para esclarecer, comentar, ou dar como prova uma autoridade no
assunto.”
 A citação direta só se justifica quando o pensamento expresso é significativo, claro e
necessário à exposição.

Excesso de citações, tabelas, gráficos, podem acarretar prejuízo à estratégia de


comunicação.

Alguns cuidados...

 As transcrições com até três (03) linhas permanecem no corpo do parágrafo;

 As transcrições com mais de três linhas são destacadas com um recuo em relação à
margem da esquerda;

Exemplo:

 Citação com até três linhas:

 João Medeiros (2003, p. 189) observa que “a citação direta exige alguns cuidados
elementares com o texto, salientando-se entre outros: pontuação, maiúscula,
destaques.”

 Vera Pataco (2008, p. 61) esclarece que as “citações diretas, no texto, de até três
linhas devem ser incorporadas ao parágrafo, transcritas no texto, entre aspas duplas.”

Trecho de citação: Quem sabe a felicidade seja uma medida que resume, em geral, o
significado pessoal da vida e o lugar que o indivíduo ocupa nela.” (GIELE, 1999, p. 235)

Segundo Giele (1999, p. 235), “Quem sabe a felicidade seja uma medida que resume,
em geral, o significado pessoal da vida e o lugar que o indivíduo ocupa nela.”
Citação direta ou longa / Citação com mais de três linhas

Como diz João Medeiros (2003, p. 189), os trechos transcritos acima de três linhas
geralmente são apresentados em parágrafo separado, com caracteres diferentes
(itálico, bold) dos utilizados no corpo do texto. Embora não seja obrigatório o uso de
tipologia diferente, deve haver pelo menos um recuo que identifica a citação.
NAS DUAS HIPÓTESES COMO FICARÁ A LISTA DE REFERÊNCIAS?

Artigo de periódico:

SOBRENOME, Prenome. Título do artigo. Nome da Revista, local da publicação, dados


(volume/ano, número), páginas (inicial e final do artigo), mês (abreviado) e ano.

Citação indireta- Trata-se de um texto baseado na obra de um autor consultado.


Nesta hipótese não é necessário o emprego das aspas duplas;

A citação indireta é denominada de paráfrase de um texto e mantém o conteúdo do


texto original, mas é escrita com outras palavras;

ABNT: “transcrição livre do texto do autor consultado” (NBR 10520:2001).

Citação de citação - Segundo Vera Pataco (2008, p. 63), “ocorre quando há a


referência a uma citação direta ou indireta de um texto do qual não se teve acesso ao
original.” Usa-se a sigla apud.

Segundo Warde (1990 apud ALVES-MAZZOTTI, 2003, p. 35), o conceito de pesquisa se


ampliou tanto que hoje tudo cabe: “os folclores, os sensos comuns, os relatos de
experiência, para não computar os desabafos emocionais e os cabotinismos.”
REGRAS PARA COMPOR CITAÇÕES DIRETAS E NOTAS

• Acréscimos: inserção de expressões que não constam do original – entre colchetes –


Exemplo: [casa]

• Supressões: entre colchetes/parênteses e com uso de reticências - Exemplo: [...]

• Destaques no texto: a expressão grifo(s) nosso(s) entre parênteses – Exemplo: (grifos


nossos)

• Grifo do próprio autor da citação: “Perdeu-se ontem algum momento entre o nascer e
o por do sol, duas horas douradas, cada uma adornada com sessenta minutos
diamantinos. Não se oferece nenhuma recompensa, porque se foram para sempre.”
(MANN, 1992, p. 12, grifo do autor).

• Grifo do autor do trabalho: “Com o trabalho, a pessoa pode mostrar suas


potencialidades e firmar-se como indivíduo independente para criar novas situações de
vida.” (JOURARD, 2000, p. 21, grifos nossos).

SISTEMA DE CHAMADA

1) Sistema Numérico: a fonte utilizada aparece em nota de rodapé;

A numeração das notas de rodapé deve restringir-se às referências bibliográficas;

Uso de asterisco (*): para explicar ou comentar uma ideia.

Podemos usar: (1), [1], 1 (sobrescrito)

NOTAS DE RODAPÉ

• São aquelas que aparecem ao pé das páginas em que são mencionadas.;

• Servem para abordar pontos que não devem ser incluídos no texto;

As notas podem ser: a)explicativas, que evitam explicações longas dentro do texto,
prejudiciais à linha de argumentação; b) de referência, que indicam as fontes consultadas ou
remetem a outras obras.

EXEMPLO: SISTEMA NUMÉRICO

Segundo Fulano de Tal, “se Beltrano cobrava impostos bláblá blá.”1

Segundo Fulano de Tal, “se Beltrano cobrava impostos bláblá blá.” (1)

Segundo Fulano de Tal, “se Beltrano cobrava impostos bláblá blá.”[1]

ORIENTAÇÕES

• O número da nota de rodapé fica após o espaço do parágrafo;

• As notas obedecem uma sequência numérica e em algarismos arábicos (1,2,3,4...);


• As notas de rodapé seguem a norma da ABNT;

EXEMPLOS DO SISTEMA NUMÉRIO

• “Blábláblá Blábláblá Blábláblá Blábláblá Blábláblá Blábláblá Blábláblá”.8

• _____

• 8
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência
universal. 10. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000. p.25

SISTEMA DE CHAMADA

2) Sistema Autor-data: consiste em indicar o sobrenome do autor ou instituição


responsável, seguido pelo ano da publicação da obra e páginas referenciadas, separados por
vírgula e entre parênteses.
OBSERVAÇõES:

 Documentos de mesma autoria com anos diferentes: diferencia-se pelo ano de


publicação.

Barroso (1999)

Barroso (2000)

Barroso(1999, 2000)

 Documentos de mesma autoria com mesmo ano:

Barroso (2000a)

Barroso (2000b)

Algumas expressões latinas:

• As expressões latinas são usadas no sistema numérico;

• A expressão apud poderá ser usada nos dois sistemas;

• Não se deve abusar do apud.


REFERÊNCIAS

ECO, Umberto. Como se faz uma tese. São Paulo: Perspectiva, 1994.

HUHNE, L.M. Metodologia científica. 7. ed. Rio de Janeiro: Agir, 2000.

FOLSCHEID, D. Metodologia filosófica. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

KOYRÉ, A. Estudos de história do pensamento científico. Rio de Janeiro: Forense Universitária,


1982.

LAKATOS, E. M. MARCONI, M. Metodologia do trabalho científico. SP: Atlas, 1992.

PATACO, Vera Lucia P. Metodologia para trabalhos acadêmicos e normas de apresentação


gráfica. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

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1982.

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