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A Educação Não Formal

O Papel do Terceiro Setor na


Educação de Pessoas com Deficiência

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Me. Carla Rizzo

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
O Papel do Terceiro Setor na
Educação de Pessoas com Deficiência

• Estranhamento: O Eu e o Outro;
• A Deficiência como um Espelho Perturbador;
• Deficiência, Inclusão e Exclusão: Uma Construção Social?
• As ONGs e o Trabalho com Pessoas Deficientes.


OBJETIVOS

DE APRENDIZADO
• Ressaltar, a importância do Terceiro Setor na Educação Especial;
• Compreender o fenômeno do “estranhamento” do outro, na vida social da pessoa com deficiência;
• Apresentar as especificidades das ONGs que atuam para incluir as pessoas com deficiência
na sociedade;
• Despertar no aluno a vontade de atuar com a pessoa deficiente fora dos muros das escolas,
nas ONGs.
UNIDADE O Papel do Terceiro Setor na Educação de Pessoas com Deficiência

Contextualização
Para começarmos o estudo desta Unidade, convido você a fazer a leitura do texto
extraído do livro Concerto para Corpo e Alma, de Rubem Alves:
[…] Há a dor terrível do olhar das outras pessoas. Se não houvesse
olhos, se todos fossem cegos, então a diferença não doeria tanto. Ela dói
porque, no espanto do olhar dos outros, está marcado o estigma-maldição:
“Você é diferente”.

A igualdade é coisa que todos desejam. As crianças querem ser iguais.


Daí a importância de ter o brinquedo que todas têm. A menina que não
tinha Barbie era aleijada, estava excluída das conversas, das brincadeiras,
das trocas. A criança que não tivesse o “bichinho eletrônico” era uma
criança “portadora de deficiência”. “Como não ter o bichinho se todas
as crianças têm o bichinho?” Os pais compravam o bichinho – mesmo
sabendo que era idiota – para que o filho não sentisse a dor da exclusão.
Os adolescentes usam tênis da mesma marca, camiseta da mesma
grife, fazem todos, as mesmas coisas, fumam e cheiram o que todos
fumam e cheiram, falam todos, as mesmas palavras, que só eles entendem.
Ai daquele que falar as palavras dos pais, ou que usar tênis e camiseta de
marca desconhecida. Esse adolescente é “diferente”, “não pertence” ao
grupo, é “portador de deficiência”. O grupo é o “conjunto” – no sentido
matemático ao qual pertencem os iguais. Os diferentes “não pertencem”,
são excluídos. Os diferentes estão condenados à solidão.

As pessoas portadoras de deficiência estão condenadas, de início, à so-


lidão. Por serem fisicamente diferentes e por não poderem fazer o que
todos fazem estão excluídas do grupo.

Ser igual é muito fácil. Basta deixar-se levar pela onda, ir fazendo o que
todos fazem, não é preciso pensar muito nem tomar decisões. As deci-
sões já estão tomadas. É só seguir a onda. A vida é uma grande festa.
Mas o “diferente” está sozinho. Não existe nenhuma onda que o leve,
nenhum bloco que o carregue. Cada movimento é uma batalha.

Os “normais” podem simplesmente dizer: “Sou igual a todos, portanto


sou”. É a igualdade que define o ser. Mas os “portadores de deficiência”
têm de fazer outra afirmação: “Pugno, erro sum.” – “Luto, logo existo.”
Muitos, sem coragem para enfrentar a luta solitária, desistem de viver
e são destruídos. Os que aceitam o desafio, entretanto, se transformam
em guerreiros.

Há jardins que se fazem por atacado: basta comprar as plantas no Ceasa


e em Holambra. As plantas são produzidas em série, em terra cientifica-
mente preparada. São jardins bonitos, feitos com plantas produzidas em
série, todas iguais. Mas há os jardins das solidões, que florescem nas pe-
dras. Dominando o vale está a Pedra Branca, lá em Pocinhos. São algumas
horas de caminhada, através da mata que se abre para a pedra nua, vul-
cânica, esculpida por milênios de água e vento. A gente vai subindo e, de
repente, aparece o jardim: orquídeas, bromélias, flores, musgos – tudo
numa imensa solidão.

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As pessoas são assim também. Há os jardins produzidos em série.
Parecem diferentes, mas são todos iguais. Quem quiser um que chame
um paisagista. E há aqueles que nenhum paisagista sabe fazer. Brotam
da rudeza da pedra vulcânica com uma beleza que é só sua […]. (ALVES,
2015, p. 36-8)

Após a leitura do texto de Rubem Alves, pergunto: Você quer ser chamado ou percebido na
Sociedade como uma pessoa normal ou diferente?

Nesta Unidade, procuraremos compreender as razões pelas quais sentimos estra-


nhamento quando nos deparamos com a pessoa que apresenta algum tipo de defi-
ciência, a função das ONGs voltadas para a Educação dessas pessoas e seu impacto
na vida delas.

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Estranhamento: O Eu e o Outro
Na sua visão, o que significa o termo “estranhamento”? Quais representações você tem
sobre essa palavra?
Quero fazer uma consideração!
Para compreendermos as várias nuanças do significado da palavra estranhamento, faz-se
necessário retomarmos as leituras de alguns estudiosos das seguintes áreas: Psicanálise,
Psicologia Social, Arte e Ciências Sociais, entre outras.

Antes de começar a conceituar os múltiplos significados do termo “estranhamento”, convido


você a assistir a palestra ministrada por Noemi Jaffe: “Clarice Lispector e o Efeito do Estra-
nhamento”. Disponível em: https://youtu.be/WV7vq5g_DQM

Ao assistir a palestra de Noemi Jaffe, procure anotar as várias definições da


palavra “estranhamento”. É uma palestra densa, mas interessante, e você irá aprender
muito com a palestrante. Vale a pena assistir! Nossas reflexões e estudos dependerão
muito do entendimento que você terá sobre esse termo.

Então, o que é estranhamento?

Agora, com base na palestra, já podemos pensar sobre os diversos sentidos da


palavra estranhamento.

Convido você a ler e a escutar uma linda poesia de Clarice Lispector chamada “Se eu fosse
EU”. Veja o vídeo da poesia declamada por Aracy Balabanian (2015).
Disponível em: https://youtu.be/U7W19Bx7FKM

A autora também era considerada uma pessoa muito estranha, você sabia?
Estranha, mas perspicaz, inteligente, sábia e sensível! Sabia brincar com a natureza
das palavras, captar e interpretar as entrelinhas do cotidiano, por meio de suas poesias
e de seus contos. Leiam e conheçam Clarice Lispector! Vale a pena!

Então, quem é você?

Você se estranha de vez em quando ou se acha estranho(a)? Vamos compreender


por que costumamos estranhar o outro, principalmente, os deficientes?

A Deficiência como um Espelho Perturbador


Segundo Andrade e Solera (2006, p. 88):
No encontro com o deficiente vimos emergir “isso” que é da ordem do
real, ou seja, marcas da nossa própria debilidade e da nossa impotência
que ficaram excluídas da imagem pela qual o sujeito se reconhece. Aquilo

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que, ao nos constituirmos, por ser da ordem inconsciente, negamos em
nós mesmos, o deficiente, como um espelho perturbador, nos devolve
com a imagem de seu corpo debilitado.

Em outras palavras, olhar para uma pessoa deficiente, remete-nos à sensação de


que algo não corresponde à imagem do eu ideal, explicam Andrade e Solera (2006),
inclusive, as autoras fazem um paralelo com a música “Narciso acha feio o que não
é espelho”, ou melhor, aquilo que não corresponde ao eu ideal é excluído e assim
acontece porque tal imagem gera conflito, ansiedade e angústia.

Figura 1
Fonte: Getty Images

Importante!
Quando olhamos para a deficiência do outro, reconhecemos, simbolicamente, incons-
cientemente, as nossas próprias lacunas, dores, sofrimentos e limitações.
Para Andrade e Solera (2006), na constituição do ser humano, as dificuldades perante às
propostas de inclusão da pessoa com deficiência representam a falta de capacidade de
percebermos a nossa própria deficiência e/ou debilidade, você sabia?
Em outras palavras, a pessoa com deficiência pode espelhar: o horror, a falta, a dificulda-
de, a fraqueza etc., ou melhor, refletir aquilo que nos causa espanto, estranheza, apavo-
ramento, temores, e que precisamos suprimir, eliminar, negar ou até mesmo manter
distante, bem longe dos nossos olhos!

Andrade e Soléra (2006, p. 92), explicam, por meio de Fédida (1984), que:
Todas as maneiras de assistencialismo, compaixão ou piedade, que mani-
festamos no cuidado com o deficiente podem, muito facilmente, trata-
rem-se, no fundo, de defesas contra o que sentimos como pulsões violen-
tamente destruidoras, despertadas pela imagem da deficiência.

Isto é, não podemos deixar de reconhecer a agressividade e a raiva que a imagem


do deficiente pode nos suscitar. Assim:
Reconhecer o que há de “estranho” em nós mesmos, o que nos faz ser
diferente dos outros, a nossa singularidade, expressa em nosso desejo e

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gozo, constitui um primeiro passo para podermos nos relacionar melhor


com as diferenças em nosso semelhante e, por conseguinte, com o defi-
ciente. (ANDRADE; SOLÉRA, 2006, p. 92)

Segundo Reis, Araújo e Glat (2019), o “outro”, que não corresponde ao padrão
ideal ou socialmente estabelecido, é o “anormal” (fora da norma), e esse indivíduo,
em geral, pode acabar sofrendo violência simbólica a partir da categoria à qual per-
tence: deficiente, negro, índio, judeu, homossexual etc.:

Glat afirma, ainda, que:


[...] os indivíduos desviantes, que, por alguma razão, não conseguem se
adaptar às normas ou valores da cultura vigente em sua comunidade
– que não sobrevivem, portanto, à “seleção social” – são considerados
“anormais”, e, consequentemente, isolados e marginalizados. (GLAT,
2006, p. 23)

Pode-se afirmar que o estranhamento acontece, principalmente, quando alguma


característica física, psíquica, intelectual ou social do outro mobiliza em nós algo que
não toleramos, não suportamos ou até mesmo tememos.

Apesar dos inúmeros avanços em relação ao processo de inclusão social das pes-
soas com deficiência, nos vários segmentos da Sociedade contemporânea, ainda é
possível perceber que elas podem ou não ser aceitas.

A inclusão ou a exclusão dependem, basicamente, das representações que cada


grupo social (Família, Escola, Trabalho, Religião etc.) tem sobre a deficiência, como
pode, também, ser algo relativo às características físicas, intelectuais, emocionais,
neurológicas, motoras e orgânicas.

Então, pode-se deduzir que o fenômeno da exclusão, da desigualdade, do abando-


no, do preconceito e do estigma são elementos constitutivos de crenças sociais, que
diferem de comunidade para comunidade, de sociedade para sociedade, de época
para época, e são construídos socialmente:
A deficiência não pode ser vista como uma qualidade presente no orga-
nismo da pessoa ou no seu comportamento. [...] é necessário incluir as
reações das pessoas como parte integrante e crucial do fenômeno, pois
são essas reações que, em última instância, definem alguém como defi-
ciente. (OMOTE, 1994, p. 67-8)

Você consegue perceber como é complexa a questão da deficiência em nossa Sociedade?


Quantas vertentes psicológicas, sociológicas e filosóficas, entre outras, tentam compreen-
der a razão do nosso estranhamento diante da pessoa com deficiência?
Segundo Glat (2006), o ponto central para compreendermos a problemática da pessoa com
deficiência não está apenas relacionado às suas características físicas ou orgânicas, mas,
principalmente, ao que ele representa na Sociedade.

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E Silva (2006) acrescenta:
A deficiência inscreve no próprio corpo do indivíduo seu caráter particular.
O corpo deficiente é insuficiente para uma sociedade que demanda dele
o uso intensivo que leva ao desgaste físico, resultado do trabalho subser-
viente; ou para a construção de uma corporeidade que objetiva mera-
mente o controle e a correção, em função de uma estética corporal
hegemônica, com interesses econômicos, cuja matéria-prima/corpo é
comparável a qualquer mercadoria que gera lucro. A estrutura funcional
da sociedade demanda pessoas fortes, que tenham um corpo “saudável”,
que sejam eficientes para competir no mercado de trabalho. Um corpo
fora de ordem, a sensibilidade dos fracos, são obstáculos para a produção.
Os considerados fortes sentem-se ameaçados pela lembrança da fragili-
dade, que pode acontecer a qualquer um, já que somos humanos.

Figura 2
Fonte: Getty Images

Na área de Ciências Sociais, recomendo a leitura do texto de Luciene Silva (2006) “O estra-
nhamento causado pela deficiência: preconceito e experiência”. Nele, você encontrará
reflexões acerca da temática estudada nesta Unidade: preconceito, estigma, exclusão e
estranhamento, numa abordagem em que se entrelaçam as áreas da Sociologia, Filosofia
e Psicologia. Disponível em: https://bit.ly/2ZxUnOi

O preconceito relativo à deficiência, explica Silva (2006), é um sintoma ou meca-


nismo de defesa social que ressalta as diferenças do outro de forma negativa, como
a falta, a carência ou a impossibilidade.

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UNIDADE O Papel do Terceiro Setor na Educação de Pessoas com Deficiência

A vida das pessoas com deficiência é um terreno fértil para a instalação e a manu-
tenção do preconceito, vez que os padrões físicos, intelectuais e sociais dessas pessoas
parecem não corresponder às expectativas dos Meios de Produção capitalista, bem
como aos anseios estéticos relacionados ao corpo perfeito ou à mente pragmática e
racional da Sociedade globalizada.

Na verdade, o corpo deficiente denuncia a fragilidade humana a todos nós. Silva


acrescenta (2006):
Não os aceitamos porque não queremos que eles sejam como nós, pois
assim nos igualaríamos. É como se eles nos remetessem a uma situação
de inferioridade. Tê-los em nosso convívio funcionaria como um espelho
que nos lembra de que poderíamos ser como eles. Esse potencial, que é
real, em vista das trágicas mudanças que nos podem ocorrer, é que nos
faz frágeis, uma vez que queremos ser sempre completos e constantes.
O que também parece perturbar no contato com pessoas com deficiência
é o fato de não sabermos características das relações sociais da contem-
poraneidade. O estigma, por ser uma marca, um rótulo, é o que mais
evidencia, possibilitando a identificação. Quando passamos a reconhecer
alguém pelo rótulo, o relacionamento passa a ser com este, não com o indi-
víduo. E, assim, idealizamos uma vida particular dos cegos, dos surdos,
que explica todos os seus comportamentos de uma forma inflexível.
Por exemplo: “ele age assim porque é cego.” Nesse processo de rotulação,
o indivíduo estigmatizado incorpora determinadas representações, passa
a identificar-se com uma tipificação que o nega como indivíduo.

Você percebeu que o tipo de análise escolhida pelos escritores Silva (2006), Andrade e
Solera (2006) e Reis, Araújo e Glat (2019), a Psicanálise e a Psicologia Social, consideram a
influência do inconsciente para explicar a razão do nosso estranhamento frente às pessoas
com deficiência?
Em geral, essas Áreas do Conhecimento ajudam muito na compreensão de muitos fenô-
menos da natureza humana.

Deficiência, Inclusão e Exclusão:


Uma Construção Social?
Convido você a assistir a entrevista da médica Izabel Maior “Deficiência e diferenças”,
realizada em 30 de agosto de 2016. Disponível em: https://youtu.be/jQKD5mIMJsM

Na palestra de Izabel Maior (2016), fica evidente que a deficiência é construída


socialmente, que tem várias dimensões, e que a Sociedade necessita assumir sua
parcela de responsabilidade no processo de inclusão das pessoas deficientes.

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Como já estudamos, a definição de deficiência não se limita apenas aos atributos
biológicos e orgânicos do corpo.

Na palestra, Izabel Maior (2016) deixa claro que o problema está em como a
pessoa deficiente irá interagir com os elementos facilitadores ou dificultadores da sua
condição pessoal e com os processos de acessibilidade.

Ainda pensando na palestra de Maior (2016), o meio social e físico tem impacto
importante no cotidiano do deficiente e, inclusive, pode ser o responsável pela defi-
ciência imposta às pessoas.

A deficiência, na visão de Maior (2016), é um tema de ordem coletiva e requer Polí-


ticas e Programas Públicos que garantam o exercício dos direitos humanos da pessoa
deficiente: pensar nos espaços, nos produtos e nas atividades que favoreçam o acesso
das pessoas com deficiência, a fim de evitar obstáculos para esses indivíduos.

Infelizmente, a deficiência ainda está associada à ideia de o sujeito não poder ter
vida social plena: direito à Escola, ao trabalho, à Universidade, à cultura etc., muito
em decorrência de suas limitações:
A partir do momento em que um indivíduo é rotulado, frequentemente
através de um diagnóstico de “excepcional”, todas as suas atitudes e com-
portamentos, assim como sua expressão de subjetividade, passam a ser
vistas sob a ótica da “anormalidade”. (NUNES, 2002, p. 136)

Figura 3
Fonte: Getty Images

Segundo Reis, Araújo e Glat (2019), os próprios documentos da Convenção dos


Direitos das Pessoas com Deficiência (BRASIL, 2011), apresentam conceituação
equivocada sobre a temática da deficiência:
Reconhecendo que a deficiência é um conceito em evolução e que a defi-
ciência resulta da interação entre pessoas com deficiência e as barreiras
devidas às atitudes e ao ambiente que impedem a plena e efetiva partici-
pação dessas pessoas na sociedade em igualdade de oportunidades com
as demais pessoas. (BRASIL, 2011, p. 24)

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Hillesheim e Cappellari (2019) acrescentam:


Na medida em que os corpos da inclusão são tão pulverizados (mulheres,
pessoas com deficiência, negros, índios...), qualquer um é passível de
inclusão. A inclusão passa a ser uma causa universal, pois, em um mundo
caracterizado pelo que Bauman (2005) denomina de produção de refugo,
não há lugares seguros, sendo que, permanentemente, os sujeitos podem
ser considerados redundantes, ou seja, desnecessários, sem uso, dispen-
sáveis. E, sendo dispensáveis, podem ser excluídos do único jogo dispo-
nível, o jogo do mercado. Inserir-se no jogo é a condição de permanência,
mas uma condição sempre provisória.

Para as autoras (2019), “Se todos são passíveis de inclusão/exclusão”, a responsa-


bilidade da inclusão passa a ser de todos os cidadãos.

Maior (2018) defende a ideia de acessibilidade aos meios culturais, educacionais,


políticos e assistenciais, entre outros, vez que, no passado, o modelo biomédico atri-
buía a deficiência ao impedimento, e hoje, o modelo social atribui a deficiência ao
despreparo do ambiente concreto e à eliminação das barreiras de atitudes existentes.

Leia na íntegra a entrevista completa que o SESC realizou com a médica e professora univer-
sitária Izabel Maior sobre os desafios da inclusão e da deficiência no Brasil, “Entrevista com
Izabel Maria Madeira de Loureiro Maior”. Disponível em: https://bit.ly/2VDCeh5

Figura 4
Fonte: Getty Images

Izabel Maior (2018) explica, de maneira muito clara:


Portanto, falar em acesso à cultura de forma concreta é reforçar uma
acessibilidade que garanta às pessoas com deficiência encontrarem os
recursos específicos para seu grau de deficiência; e, volto a enfatizar,
prover acessibilidade é dever da sociedade, dos governos, da gestão dos
recursos públicos; não é custo, trata-se de investimento nas pessoas.
A demanda é sabidamente grande; entretanto, a oferta é pequena e muitas

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vezes precária e irregular. Não temos qualidade nas legendas, por exemplo,
na televisão; existe resistência por parte das produtoras de cinema, como
se a presença da legenda ou a janela com intérprete de Libras prejudi-
cassem o valor artístico do produto. Recursos de acessibilidade auxiliam
um coletivo grande de pessoas com dificuldade auditiva decorrente da
idade, reforçam o entendimento e ensinam a Língua Portuguesa. Acre-
dito que audiodescrição e Libras ainda precisam de capacitação de profis-
sionais para um mercado em expansão e, por isso, as leis e normas pre-
veem uma fase de implementação gradual dos recursos físicos e comuni-
cacionais de acessibilidade.

Qualidade, quantidade, regularidade e divulgação da existência da acessi-


bilidade cultural são os aspectos que influenciam a presença de público.

Para finalizar a discussão do item 2: Deficiência, inclusão e exclusão, leia a “Cartilha sobre
Pessoa com Deficiência”, elaborada pela Prefeitura Municipal de Curitiba, em 2018, e
lançada em 3 de janeiro de 2019. Nela, você encontrará informações muito relevantes e
as últimas tendências, nomenclaturas e Leis sobre a inclusão da pessoa com deficiência.
Disponível em: https://bit.ly/3dRBmeR

As ONGs e o Trabalho
com Pessoas Deficientes
Até aqui, estudamos as razões do estranhamento em relação à pessoa deficiente,
as novas concepções desenvolvidas sobre a deficiência e os processos de inclusão e
exclusão do deficiente social no Brasil. Agora, vou definir, rapidamente, o que é uma
ONG e indicar sua importância quanto à inclusão de pessoas com deficiência.

Figura 5
Fonte: Getty Images

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UNIDADE O Papel do Terceiro Setor na Educação de Pessoas com Deficiência

Conheça a definição sobre ONG, na excelente entrevista realizada pela Rádio USP/ANALISA,
por Thaís Cardoso, no podcast, com o jornalista, educador e consultor Fernando Rossetti
Ferreira, “Terceiro setor complementa serviços públicos, mas falta apoio”.
Disponível em: https://bit.ly/2VCbflJ

O Procurador do Trabalho, Professor Doutor Marco Aurélio Caminha (2016),


explica (em Landim, 2002, p. 238), que as ONGs são:
Organizações com razoável grau de independência em sua gestão e fun-
cionamento, criadas voluntariamente, sem pretender caráter representa-
tivo e sem ter como móvel o lucro material, dedicadas a atividades ligadas
a questões sociais, pretendendo a institucionalização, a qualificação do
trabalho e a profissionalização de seus agentes, tendo a fórmula ‘projeto’
como mediação para suas atividades, onde as relações internacionais –
incluindo redes políticas e sociais e recursos financeiros – estão particu-
larmente presentes. Organizações nas quais, finalmente, o ideário dos
direitos e da cidadania é a marca de peso, permeando e politizando ativi-
dades variadas (muitas vezes, formalmente, as mesmas que caracterizam
o campo dito assistencial).

Oliveira e Cavalcanti (2014) complementam que as ONGs têm características muito


peculiares, tais como:
• São instituições sem fins lucrativos;
• Segundo Fernandes (1994, p. 65), nas ONGs, “Os lucros eventuais devem ser
reinvestidos nas atividades-fim, não cabendo a sua distribuição, enquanto tais,
entre os membros da Organização”;
• É um novo Setor da Economia, ou melhor, “Economia Social”;
• São Entidades que se estruturam como Empresas e se autodenominam cidadãs
por se apresentarem sem fins lucrativos e atuarem em áreas de problemas
sociais, criando e desenvolvendo frentes de trabalho em espaços públicos nos
quais o Estado não consegue, por diversos motivos, atender às necessidades de
grupos excluídos socialmente.

Segundo Marques e Freitas (2017), o trabalho das Organizações Não Governa-


mentais no Brasil ainda é pouco conhecido e estudado.

Existe um longo caminho por trilhar e se observa que, nesses espaços, a Educação
Não Formal tem papel relevante no panorama educacional brasileiro. Gohn (2007,
p. 76) afirma que:
O novo Brasil da Educação Não Formal representa fôlego renovado para
as culturas esquecidas; esperança de aprendizagem para jovens carentes;
diálogo social para a construção de saberes e abolição de preconceitos.

Para a autora (2006), as ONGs, em outras palavras, representam outras formas


de Educação Não Formal, que contribuem com a autoaprendizagem dos cidadãos.

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Complementando as ideias de Gohn (2006), acrescento que o Terceiro Setor é de
grande valia, principalmente, para a Educação e a defesa dos direitos das pessoas
com deficiência.

Figura 6
Fonte: Getty Images

Veja a seguir as melhores ONGs do Brasil no atendimento às pessoas com defici-


ência, em 2019. Clique nos links e conheça a história de cada uma. No Brasil, temos
cerca de 300 mil ONGs. Em 18/11/2019, elas foram reconhecidas e premiadas no
quesito transparência e gestão em suas atuações. As quatro primeiras ONGs da lista
a seguir estão entre as 100 melhores do Brasil no trabalho com deficientes em 2019
– pelo Instituto Doar e a Fundação Getúlio Vargas:

As melhores ONGs do Brasil no atendimento às pessoas com deficiência, em


2019, são:
• Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD): Inaugurada em
1961, a Unidade Ibirapuera abriga a Matriz Administrativa da AACD e o Hospital
Ortopédico. É a maior Unidade em volume de atendimentos, oferecendo prá-
ticas terapêuticas como Pilates Adaptado, Arte-Reabilitação, Musicoterapia, Inte-
gração Sensorial, Terapia por Contensão Induzida (TCI) e Terapias Robóticas;
• Associação dos Deficientes Físicos de Poços de Caldas (ADEFIP): O Centro
de Reabilitação Multidisciplinar realiza atendimentos a crianças, jovens, adultos
e idosos nas áreas de: Fisioterapia, Psicologia, Terapia Ocupacional, Fisioterapia
com Recursos Musicais, Fonoaudiologia, Psicopedagogia, Serviço Social, Edu-
cação Física Adaptada, Enfermagem e Médico Fisiatra;
• Amigos Múltiplos pela Esclerose (AME): Nasceu do sonho de divulgar a EM e
contribuir com a busca de diagnóstico precoce, tratamento adequado e melhora
na qualidade de vida dos pacientes, seus amigos e familiares. É uma Organização
sem Fins Lucrativos que, desde 2012, reúne amigos múltiplos com a missão de
compartilhar informação de qualidade sobre a EM, de forma gratuita e acessível;

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UNIDADE O Papel do Terceiro Setor na Educação de Pessoas com Deficiência

• APAE Anápolis – Tri Campeã: Atua na prevenção, no diagnóstico, na estimu-


lação e na habilitação, na reabilitação, no envelhecimento, no ensino, na pesquisa
e na inclusão profissional das pessoas com Síndrome de Down;

• Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD).


Disponível em: https://bit.ly/2YS9qTL
• Associação dos Deficientes Físicos de Poços de Caldas (ADEFIP).
Disponível em: https://bit.ly/2BweBjA
• Amigos Múltiplos pela Esclerose (AME).
Disponível em: https://bit.ly/2VELOAa
• APAE Anápolis – Tri Campeã.
Disponível em: https://bit.ly/38moQ5T

Agora conheça outras ONGs que atendem deficientes, não foram premiadas, mas
realizam um trabalho muito sério com pessoas deficientes:
• AdaptSurf: Divulga e desenvolve o surf adaptado para pessoas com deficiência
e luta pela preservação e por melhorias na acessibilidade das praias. Acredita
que o surf pode ser uma excelente ferramenta nas questões sociais, culturais e
ambientais, por se tratar de um Esporte saudável, democrático e de interação
total com a Natureza;
• Associação Mineira de Reabilitação (AMR): A AMR atende cerca de 500
crianças e adolescentes carentes com deficiência física, ocasionadas, em sua
maioria, por paralisia cerebral e outras síndromes neurológicas. Atua com uma
Equipe Multidisciplinar de profissionais especializados nas áreas de Fisioterapia,
Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Psicologia, Musicoterapia, Esporteterapia,
Odontologia, Serviço Social, Neurologia, Ortopedia e Cirurgia Ortopédica.
A AMR é referência no atendimento multidisciplinar de reabilitação motora no
estado de Minas Gerais. Oferece atendimento à cidade de Belo Horizonte e mais
22 municípios da Região Metropolitana;
• Casa de David: A Casa de David, instituição sem fins lucrativos, é referência
em abrigar e cuidar de pessoas com deficiência intelectual, física e com autismo.
Realiza um trabalho de extrema humanidade, dedicando seus esforços a seres
humanos que necessitam de apoio permanente;
• Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD): A Área de
Defesa de Direitos do IBDD trabalha para a promoção e a garantia dos direitos
da pessoa com deficiência, por meio de intervenções sociais, procedimentos
administrativos e patrocínio de ações individuais e coletivas. Sua especialização
em Legislação da Pessoa com Deficiência e os resultados de sua atuação na
Justiça tornaram o IBDD uma referência nacional. Por isso, o Instituto é fre-
quentemente convidado a compartilhar seu know-how com Entidades privadas e
públicas e Órgãos Governamentais;

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• Instituto Mara Gabrilli (IMG): O IMG atua em projetos que resgatam a
dignidade e a autonomia de pessoas com deficiência, além de desenvolver
publicações, disponíveis para download, para instruir a população sobre seus
direitos e possibilidades;
• Associação Ita Wegman de Pedagogia Curativa e Terapia Social (AIW):
Contribui para o pleno desenvolvimento humano e social a partir dos funda-
mentos da Antroposofia (Ciência Espiritual), especialmente, no atendimento às
pessoas com deficiência e na realização de Cursos que promovam capacitação
profissional e autoeducação;
• Acessibilidade Brasil: A ACESSOBRASIL foi organizada com a finalidade de
exercer atividades de filantropia, educação e investimento social para a pro-
moção da defesa dos direitos de pessoas portadoras de necessidades especiais,
deficientes físicos, crianças e adolescentes, para o desenvolvimento humano,
guiando-se pela promoção da assistência social, ética, paz, cidadania, democra-
cia e da luta contra a discriminação sexual, étnica e racial;
• AHIMSA: Qualifica a vida de pessoas com surdocegueira e de pessoas com
deficiência múltipla sensorial, possibilitando-lhes a aquisição de uma forma de
comunicação, independência e autonomia e um estilo próprio de aprendizagem,
visando à inclusão educacional e social;
• DERDIC: A Derdic é uma Instituição sem fins lucrativos, mantida pela Fun-
dação São Paulo e vinculada academicamente à PUC-SP, que atua na Educa-
ção pela acessibilidade e empregabilidade de surdos e no atendimento clínico a
pessoas com alterações de audição, voz e linguagem. O trabalho institucional
prioriza famílias economicamente desfavorecidas e beneficia pessoas de todas
as faixas etárias;
• Fundação Dorina Nowill: A Fundação Dorina Nowill para Cegos é uma orga-
nização sem fins lucrativos e de caráter filantrópico. Há mais de 70 anos, tem
se dedicado à inclusão social de pessoas com deficiência visual. Uma das formas
como atua é por meio da produção e da distribuição gratuita de livros em Braille,
falados e da acessibilidade digital, diretamente para o público e, também, para
cerca de 3000 Escolas, Bibliotecas e Organizações de todo o Brasil. Também
oferece, gratuitamente, serviços especializados para pessoas com deficiência
visual e suas famílias, nas Áreas de Educação Especial, Reabilitação, Clínica de
Visão Subnormal e Empregabilidade;
• Instituto de Inclusão Olga Kós: Fundado em 2007, o Instituto Olga Kós de
Inclusão Cultural (IOK) é uma associação sem fins econômicos, que desenvolve
Projetos Artísticos e Esportivos aprovados em Leis de Incentivo Fiscal, para
atender, prioritariamente, crianças, jovens e adultos com deficiência intelectual;
• Associação das Mães dos Autistas (AMA): Proporciona à pessoa com
Autismo uma vida digna: trabalho, saúde, lazer e integração à Sociedade. Oferece
à família da pessoa com Autismo instrumentos para a convivência no lar e na
Sociedade. Promove e incentiva pesquisas sobre o Autismo, difundindo o conhe-
cimento acumulado;

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UNIDADE O Papel do Terceiro Setor na Educação de Pessoas com Deficiência

• AdaptSurf, disponível em: https://bit.ly/2ZAGCi5


• Associação Mineira de Reabilitação (AMR), disponível em: https://bit.ly/2NSYejq
• Casa de David, disponível em: https://bit.ly/2YQURQz
• Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD), disponível
em: https://bit.ly/3imbBXv
• Instituto Mara Gabrilli (IMG), disponível em: https://bit.ly/2NS3nIN
• Associação Ita Wegman de Pedagogia Curativa e Terapia Social (AIW), disponível
em: https://bit.ly/3inSKeL
• Acessibilidade Brasil, disponível em: https://bit.ly/2YQVQQM
• AHIMSA, disponível em: https://bit.ly/2NMJinf
• DERDIC, disponível em: https://bit.ly/3glFyoK
• Fundação Dorina Nowill, disponível em: https://bit.ly/2YUd288
• Instituto de Inclusão Olga Kós, disponível em: https://bit.ly/2VEXq65
• Associação das Mães dos Autistas (AMA), disponível em: https://bit.ly/2NRtHCE

Após a leitura das unidades anteriores, você ficou animado(a) para trabalhar em
alguma ONG com pessoas deficientes?

Nas próximas unidades, vamos falar do papel das ONGs na aprendizagem das
pessoas com deficiência.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Sobre Crocodilos e Avestruzes: Falando de Diferenças Físicas, Preconceitos e sua Superação
AMARAL, L. Sobre crocodilos e avestruzes: falando de diferenças físicas, pre-
conceitos e sua superação. In: AQUINO, J. G. (org.). Diferenças e preconceitos.
São Paulo: Summus, 1998. p.11-30.

Vídeos
História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil
https://youtu.be/oxscYK9Xr4M

Leitura
Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil
https://bit.ly/31F0inh
Gestão, Legislação e Fontes de Recursos no Terceiro Setor Brasileiro: Uma Perspectiva Histórica
https://bit.ly/2YR7JWI

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UNIDADE O Papel do Terceiro Setor na Educação de Pessoas com Deficiência

Referências
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Acesso em: 19/01/2020.

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venção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência: Protocolo Facultativo à
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência: decreto legislativo nº 186,
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e atualizada. Brasília, 2011.

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deficiência. Curitiba, 2019. Disponível em: <http://www.pessoacomdeficiencia.
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Acesso em: 16/01/2020.

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UNIDADE O Papel do Terceiro Setor na Educação de Pessoas com Deficiência

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usp.br/atualidades/terceiro-setor-complementa-servicos-publicos-mas-falta-apoio/>.
Acesso em: 19/01/2020.

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Fundação Padre Anchieta, 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=WV7vq5g_DQM&t=468s.> Acesso em: 16/01/2020.

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