O documento resume um capítulo do livro "A formação do espírito científico" de Gaston Bachelard. Segundo Bachelard, os obstáculos são essenciais para o desenvolvimento do conhecimento científico, pois é pelo conflito que acontece o progresso. A opinião e a experiência primeira são obstáculos que devem ser superados para que haja novas descobertas. Fazer perguntas é mais importante do que dar respostas, pois é o que motiva a busca por novos saberes.
Descrição original:
Título original
BACHELARD, Gaston. a Formação Do Espírito Científico Contribuição Para Uma Psicanálise Do Conhecimento.
O documento resume um capítulo do livro "A formação do espírito científico" de Gaston Bachelard. Segundo Bachelard, os obstáculos são essenciais para o desenvolvimento do conhecimento científico, pois é pelo conflito que acontece o progresso. A opinião e a experiência primeira são obstáculos que devem ser superados para que haja novas descobertas. Fazer perguntas é mais importante do que dar respostas, pois é o que motiva a busca por novos saberes.
O documento resume um capítulo do livro "A formação do espírito científico" de Gaston Bachelard. Segundo Bachelard, os obstáculos são essenciais para o desenvolvimento do conhecimento científico, pois é pelo conflito que acontece o progresso. A opinião e a experiência primeira são obstáculos que devem ser superados para que haja novas descobertas. Fazer perguntas é mais importante do que dar respostas, pois é o que motiva a busca por novos saberes.
Síntese da obra: BACHELARD, Gaston. A formação do espírito científico: contribuição
para uma psicanálise do conhecimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996, p. 17-68.
Segundo o epistemológico francês, Gaston Bachelard, os obstáculos são essenciais
para a processualidade do conhecimento científico, pois é pelo conflito que acontece o movimento, isto é, o ato de pensar. Contudo, a construção da ciência, para Bachelard, ocorre pela superação desses obstáculos. Segundo o autor, os obstáculos não são a complexidade, a fugacidade dos fenômenos ou a fragilidade do pensamento humano, mas são os conflitos e a lentidão que causam inércia, ou seja, estagnação e até mesmo regressão no próprio ato de conhecer. Isso significa que a falta de problematização e interesse pelo conhecimento é um empecilho para se fazer ciência. Para que haja a construção do conhecimento científico, como já dito, é necessário superar diversos obstáculos e para o autor, o primeiro obstáculo a ser superado é a opinião. Conforme Bachelard (1992, p. 18), “a opinião pensa mal; não pensa: traduz necessidades em conhecimento”, então, devido a isso, ao fazer ciência a opinião não deve ser considerada, pois é um conhecimento superficial de algo e para ele o espírito científico não aceita opiniões sobre algo que não se compreende de fato.
No primeiro capítulo intitulado A noção de obstáculo epistemológico plano da
obra, o autor possibilita a compreensão sobre a importância das perguntas para o fazer científico, isto é, a problematização. Para a ciência, segundo o autor, as perguntas são mais importantes do que as respostas, pois são as dúvidas/problematizações que movimentam os cientistas para a compreensão de algo. São as perguntas que geram conflitos de saberes e compreensões e por consequência são os conflitos que geram o movimento pela busca de um novo saber/respostas. Segundo Bachelard, “o ato de conhecer dá-se contra um conhecimento anterior, destruindo conhecimentos mal estabelecidos, superando o que, no próprio espírito, é obstáculo à espiritualização” (1996, p. 17). Ou seja, o conflito gera essa busca por um novo conhecimento.
Ao relacionar as compreensões de Bachelard com uma pesquisa acadêmica, é
possível considerar que: se não há uma curiosidade, problematização ou uma pergunta em busca de uma resposta ou compreensão, não há produção de conhecimento científico. Então, se em uma pesquisa acadêmica, seja uma dissertação ou tese, se não há um problema de pesquisa é impossível existir pesquisa. Para Bachelard (1992, p 21): (...) em todas as ciências rigorosas, um pensamento inquieto desconfia das identidades mais ou menos aparentes e exige sem cessar mais precisão e, por conseguinte, mais ocasiões de distinguir. Precisar, retificar, diversificar são tipos de pensamento dinâmico que fogem da certeza e da unidade, e que encontram nos sistemas homogêneos mais obstáculos do que estímulo. Em resumo, o homem movido pelo espírito científico deseja saber, mas para, imediatamente, melhor questionar.
Ou seja, para produzir conhecimento é necessário que o pesquisador possua um
espírito quieto que busque respostas, mas que principalmente faça questionamentos. Para o autor, é necessário que a cultura científica seja aberta, dialógica e dinâmica aos novos conhecimentos, para que haja uma revolução das ciências, pois caso contrário, haverá uma estagnação dos saberes. Como já dito, a opinião é um obstáculo que necessita ser superado, pois ela dificulta a chegada de novos conhecimentos. Segundo Bachelard, na formação do espírito científico a experiência primeira também é um obstáculo que necessita ser superado. Assim como a opinião, a experiência primeira não pode ser considerada uma base confiável para o conhecimento, pois muitas vezes pode está carregada de impulsos devido ao ímpeto de conhecer. Para o autor, afirmar sem provas ou com base em observações imprecisas é um ato anticientífico. Então, para o autor há alguns problemas que impedem o conhecimento científico, a saber, os obstáculos, e para que haja revolução é indispensável a superação dos mesmos.