Você está na página 1de 12

PESQUISA E EDUCAÇÃO

Roteiro para uso didático.

Profa. Dra. Luciana Maria Giovanni


lmgiovanni@uol.com.br
PPG. em Educação: História, Política, Sociedade – PUC-SP
PPG. em Processos de Ensino, Gestão e Inovação – UNIARA

SÃO CARLOS-SP
UFSCar
2021
Informações extraídas das seguintes REFERÊNCIAS:

ALVES-MAZZOTTI, A.J. Relevância e aplicabilidade da pesquisa em educação. Cadernos de Pesquisa. São Paulo /
Campinas: FCC/Autores Associados, n.113, julho/2001, p.39-50.
ANDRÉ, M.E.D.de. Pesquisa em Educação: buscando rigor e qualidade. In: Cadernos de pesquisa. São Paulo: Fundação
Carlos Chagas, n.113, julho/2001, p.51-64.
ANDRÉ, M. Questões sobre fins e métodos de pesquisa em educação. Revista Eletrônica de Educação. São Carlos-SP:
UFSCar, v. 1, n. 1, p. 119-131, set/2007.
GATTI, B. A. Implicações e perspectivas da pesquisa em educação no Brasil contemporâneo. Cadernos de Pesquisa.
São Paulo: FCChagas, n.113, julho/2001, p.65-81.
GIOVANNI, Luciana Maria. A didática da pesquisa-ação: análise de uma experiência de parceria entre universidade
e escolas públicas de 1º. e 2º. Graus. Tese (Doutorado em Educação: Didática). São Paulo: Faculdade de Educação –
USP, 1994.
GIOVANNI, L. M. A pesquisa educacional no Brasil (da década de 50 aos dias atuais). In: A prática pedagógica das
séries iniciais do 1º. Grau: origem e destinação de pesquisas educacionais feitas na universidade. São Paulo:
PUC-SP (Dissertação de Mestrado), 1988, p. 19-94.
MARIN, A.J.; GIOVANNI, L.M. e GUARNIERI, M.R. 2004. Formação e ação docentes: tempos sombrios os que se
delineiam para o futuro. In: ROMANOWAKI, J.P.; MARTINS, P.L. e JUNQUEIRA, S.A. Conhecimento local e
conhecimento universal. Práticas sociais: aulas, saberes e políticas. Curitiba-Pr: Champagnat (XII ENDIPE), p.
171-182.
WARDE, M. J. O papel da pesquisa na pós-graduação em educação. Cadernos de Pesquisa. São Paulo: Fundação
Carlos Chagas, n. 73, maio/1990, p. 67-75.
Uma informação para começar...

“Brasileiros gastam mais com carro do que com


educação...” (IBGE, 2017).

= contexto atual de desqualificação/criminalização da escola


e de seus atores centrais – os professores – e condições em
que desempenham suas funções

= muda a nossa posição como membros da Pós-graduação em


Educação no Brasil
QUE PÓS-GRADUAÇÃO É ESSA?
EVOLUÇÃO:

Décadas 1930/40 = INEP (1938) – Tendência = estudos na linha psicopedagógica

Década 1950 = CBPE / CRPE: focos irradiadores dos resultados das


pesquisas em educação
Tendência = estudos sobre as relações entre educação
e desenvolvimento social brasileiro.

Décadas 1960/70 = 1ª. Pós-graduação em educação (1964 – PUCRJ)


Ampliação e consolidação da pós- graduação
Tendência = estudos sociológicos e econômicos
(fatores extra-escolares).
EVOLUÇÃO (continuação):

Década 1980 = expansão dos Cursos Superiores e da Pós-graduação


CBE / ANPEd / ENDIPE
Tendência = análise crítica do processo educativo
(fatores intra-escolares)

A partir da década 1990 e anos 2000 = análise de situações reais

▪ modalidades colaborativas de pesquisa (em parceria com escolas e


professores)
▪ possibilidade de articular atuação docente, formação de
professores e mudanças na escola.
QUEM FAZ PESQUISA EM EDUCAÇÃO HOJE
NO BRASIL? ONDE?

❑ Docentes da Graduação
❑ Docentes e alunos da Pós-graduação
❑ Pesquisadores especialistas em alguns Institutos de Pesquisa
EM QUE CONDIÇÕES?

▪ Esforços individuais / baixa presença de grupos e projetos coletivos


▪ Negligência nos orçamentos / falta de cultura institucional de apoio
▪ Desprestígio da pesquisa educacional
▪ Descontinuidade nos esforços de pesquisa
▪ Desarticulação graduação e pós-graduação
▪ Baixo investimento financeiro e acadêmico na iniciação à pesquisa
▪ Tempo / prazos reduzidos
▪ Falta de clareza quanto às exigências para o mestrado e para o
doutorado / (profissional e acadêmico)
▪ Diminuição do número de docentes vinculados à pós-graduação
PRINCIPAIS CRÍTICAS

▪Orientadores: discrepância entre o que produzem e o que


orientam
▪Lacunas de formação dos mestrandos e doutorandos (e
orientadores) = tendência a arrolar autores sem assimilação crítica
dos mesmos e articulação ao tema em estudo = pobreza teórica =
inconsistência metodológica
▪Natureza “paroquial” das pesquisas x ausência de revisão de
estudos já realizados / “narcisismo investigativo”
▪Pesquisas realizadas em contextos diferentes e pouco definidos e
descritos
▪Emprego diferente dos mesmos termos
▪ Falta de incentivo e compromisso com a divulgação das pesquisas
PRINCIPAIS CRÍTICAS – continuação
▪ Reificação das vozes dos sujeitos pesquisados (limitar a análise às vinhetas)
▪ Críticas indevidas ao quantitativo / banalização do qualitativo / falta de combinação
adequada de dados qualitativos e quantitativos
▪ Necessidade de representação gráfica que sintetize a análise qualitativa
▪ Necessidade de maior transparência na apresentação e análise dos dados
▪ Importância da triangulação na forma de coleta e na análise dos dados
▪ Importância dos estudos longitudinais
▪ Estrutura e funcionamento do sistema de financiamento e de publicações das pesquisas
tem gerado:
- Desconhecimento do que se produz em universidades e países de menor prestígio e menos recursos
- Perda de um grande potencial de pesquisas que deixam de ser realizadas ou divulgadas.
ALGUMAS SOLUÇÕES PROPOSTAS:
▪ Definição de eixos e linhas temáticas nos programas;

▪ Projetos coletivos Institucionais e Inter-Institucionais;

▪ Mudanças nas condições de trabalho e contrato de docentes;

▪ Política de divulgação de pesquisas;

▪ Compromisso dos pesquisadores com a divulgação;

▪ Política de incentivo à iniciação científica e à pesquisa científica na


graduação;

▪ Controle e rigor em relação aos procedimentos + definição coletiva de


padrões e critérios.
Um futuro ameaçado...
▪ Pelo (des)preparo e atitudes negligentes de muitos que fazem e
orientam pesquisa;

▪ Pelas condições de formação de novos pesquisadores;

▪ Pela distância entre o acúmulo de conhecimentos produzidos pela


pesquisa e seu uso em benefício:
o da própria pesquisa
o das práticas nos cursos de formação / licenciaturas
o da atuação de professores no ensino básico e superior
(MARIN, GIOVANNI E GUARNIERI, 2004)
O QUE É UMA BOA PESQUISA? (ANDRÉ, 2001 e 2007)

▪ Produz conhecimento novo?


▪ Dedica-se a tema relevante (científica e socialmente)?
▪ Deixa claros os apoios teóricos?
▪ Realiza adequada Revisão de Bibliografia?
▪ Problema / questões / objetivos / hipóteses de pesquisa estão claramente
delimitados?
▪ Descreve e justifica os procedimentos metodológicos?
▪ Que instrumentos utiliza? Como foram construídos e testados? Estão
disponíveis no estudo?
▪ Como foi realizada a coleta de dados? Em que condições?
▪ Como foram realizadas a organização, a apresentação e a análise dos
dados?
▪ Prevê movimentos para divulgação?
▪ É objeto de análise e crítica do próprio pesquisador?

Você também pode gostar