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Atividade de Filosofia da Ciência e da Tecnologia

Tema: Filosofia da ciência: Thomas Kuhn e outras escolas Tópicos norteadores


do Debate (Roteiro)
Para Popper, a verdade objetiva nunca pode ser atingida, mas sua ideia serve
como um princípio regulador que guia a pesquisa científica; A verdade é definida
em sua correspondência com os fatos; Não dispomos de um critério para conhecer
a verdade, embora algumas de nossas teorias possam ser verdadeiras – no sentido
de correspondência com os fatos; Para o filósofo, algumas teorias se aproximam
mais da realidade que outras ou que explicam mais fatos (Kepler e Galileu são
superados por Newton); ocorre aqui um aumento do grau de corroboração; o
objeto da ciência torna-se então o de buscar teorias cada vez mais próximas à
verdade: maior grau de verossimilhança ou verossimilitude;
Críticas das ideias de Popper
Pós-positivistas, “A Nova Filosofia da Ciência”, Kuhn Lakatos e Fereyrabend;
Para Anderson (1994) as criticas apoiam-se em dois problemas metodológicos; (1º)
os enunciados que relatam os testes estão impregnados de teorias e (2º)
testamos sistemas teóricos complexos e não hipóteses isoladas;
Formulações de Duhem; se o experimento não bate com a teoria, não se pode
condenar uma hipótese isolada, mas um conjunto todo; Anomalia: observação que
contradiz a hipóteses; Indutivismo: tenta reconciliar a observação a teoria e evita
sua refutação; Os enunciados estão impregnados com teorias auxiliares, por isso
não podem refutar a teoria em teste; Se os testes dependem da teoria, eles são
falíveis; não constituem base sólida para confirmações ou refutações;
Popper, mesmo admitindo a falibilidade dos resultados, não provê meios de
dizer quando um teste deve ser aceito como refutação da teoria; Ele não resolveu
na prática o “problema da base empírica”; sua solução é somente válida para o
nível lógica (e de ciência normal?), mas não no nível metodológico.
Watkins (1970) e Lakatos (1984) discutem que a ligação entre corroboração e
verossimilitude é um indicador conjectural e passa por um raciocínio indutivo;
indica o sucesso passado de uma teoria.

1. Kuhn e o papel da história da ciência: críticas a seus antecessores;


A Estrutura das Revoluções Científicas; 1962; Thomas Kuhn; Crítica a visão
da ciência proposta pelos positivistas lógicos e pelo racionalismo crítico
popperiano; cria o método
Um papel para a história
Essência da ideia de Kuhn; existe uma contradição essencial entre a imagem
(investigador, explorador da natureza, sem preconceitos, em busca da verdade,
fatos crus e objetivos, fiel aos fatos) e a prática (resistência a novidade) da
comunidade científica; Kuhn tenta mostrar porque “os cientistas mantem as teorias
apesar das discrepâncias e, tendo aderido a elas, por que eles as abandonam?)
A função do dogma na investigação científica
Dois fatos importantes sobre a ciência: (i) o cientista conhece de antemão
pormenores dos resultados que serão alcançados com a sua pesquisa > os
resultados podem aparecer rápido, mas se não, lutará incansavelmente com os seus
instrumentos e suas equações até que, se for possível, lhe forneceram os resultados
que esteja conformes com o modelo previsto incialmente; (ii) o mesmo se verifica
nas suas réplicas ao trabalho de outros cientistas > as novidade factuais ou
teóricas encontram resistências e, com frequência, são rejeitadas por muitos
membros da comunidade cientifica profissional;
Para Kuhn existe uma confusão entre ciência e cientista; para a tradição,
resistência a preconceitos são elementos estranhos a ciência, são produtos
inevitáveis da limitação humana, mas em um “verdadeiro método científico” não
há espaço para tal, pois o tempo não pode impedir o seu êxito; Já para Kuhn,
“quando mudamos os paradigmas, muda com eles próprios o mundo”;
Preconceitos e resistências são mais a regra que a exceção no desenvolvimento
cientifico avançado; essas raízes do processo de treinamento para o exercício da
ciência; “as fortes convicções prévias a investigação são aparecem
frequentemente como precondições para o sucesso da ciência”;
o dogmatismo das ciências maduras, através do preconceito e resistência e
seu caráter onipresente que garante a continuidade e a vitalidade; característica
sintomática; instrumentos inestimável que faz das ciências a atividade humana
mais consistentemente revolucionaria; com a revolução não se volta atras: quando
um paradigma é elevado à exaustão; “a educação cientifica continua a ser uma
iniciação relativamente dogmática a uma tradição preestabelecida de resolver
problemas”;
o cientista tem dois aspectos de trabalho: (i) solucionador de quebra-
cabeças e adere aos paradigmas vigentes induzidos pela educação (aprende as
regras do jogo); (ii) sucesso como resultado do fracasso prévio: a adesão fornece
um detector sensível do focos de dificuldade de onde surgem as inovações
importantes nos fatos e na teoria; nas ciências maduras, todas as descobertas de
fatos e todas as inovações fundamentais da teoria são resposta a um fracasso prévio
usando as regras do jogo estabelecido;

2. Kuhn e o conceito de paradigma;


Conjunto de suposições teóricas e realizações exemplares que guiam a
atividade científica impondo padrões, modelos e limites; (i) resultado científico
como modelo; os textbooks ou manuais descrevem uma historiografia da ciência
baseada na acumulação e expansão do conhecimento; (ii) traz um modo de
olhar/investigar a natureza; definem-se entidades, resolvem-se questões,
conhecimento de técnicas; (abandonam-se questões aristotélicas de finalidade?);
“trazem um conceito de ciência com profundas implicações sobre a natureza e o
desenvolvimento da ciência; (iii) regras do jogo: quebra-cabeças; as falhas são
creditadas ao cientista: preconceito essencial; sem as regras não haveriam quebra-
cabeças a serem resolvidos; ocorre durante o período de ciência normal; um
paradigma vira mais de um de seus exemplares e influenciam fortemente o ensino
da ciência; teoria aplicada para resolver problemas;

3. O período de ciência normal;


O inelutável fracasso da ciência normal
Os cientistas ocupam-se na maior parte do tempo com o período de ciência
normal e são orientados por um paradigma baseado no consenso entre a
comunidade científica; Os cientistas limitam-se a resolver enigmas; as anomalias
são enigmas ou quebra-cabeças; as limitações são nossa falta de habilidade e não
(provavelmente) a um erro nas regras do jogo; a anomalia é encaixada no
paradigma utilizando uma hipótese auxiliar; o paradigma ou a teoria principal
saem ilesos; não há experiencias refutadoras de teorias; uma forte adesão ao
paradigma permite a prática de uma pesquisa detalhada, eficiente e cooperativa;
Tozzini: Rigidez de crença a nível teleológico; crença desenvolvida através de
manuais;
4. As revoluções científicas: anomalias, crise, mudança de paradigma;
Novos fenômenos são descobertos, conhecimentos antigos são abandonados e
há uma mudança radical na prática cientifica e na “visão de mundo” do cientista; o
cientista passa a trabalhar em um mundo diferente;
A ciência só tem acesso a um mundo interpretado por uma linguagem ou por
paradigmas; Kuhn rejeita que possamos construir teorias verdadeiras ou mesmo
cada vez mais próximas a verdade; para ele é impossível estabelecer uma distinção
entre conceitos observáveis e conceitos teóricos, visto que a observação está imersa
no próprio paradigma; em momentos de revolução o modo de observar um
fenômeno mudam podem levar a ambiguidade, apelando para o a psicologia da
Gestalt; o surgimento de anomalias são essências para colocar em duvida a
capacidade do paradigma de resolver seus problemas e geram com isso uma crise;
se a ciência normal produz uma ou mais anomalias significativas pode-se
questionar os fundamentos da teoria aceita no momento; “algo está errado com o
conhecimento e as crenças existentes”; as técnicas postas são desconfiadas e há
sensação de insegurança; perda de fé no paradigma;
Tozzini: Ao encontrar uma anomalia os cientistas: (i) duvidam de si e (ii)
trabalham com o paradigma em suas hipóteses, adequando a sua natureza em face
da anomalia; se solucionada a anomalia, retorna-se ao momento de ciência normal;
mas se não solucionado, pode levar a uma nova descoberta; o fracasso das regras
vigentes é o prelúdio para a busca de novas regras;
Um estado de crise pode terminar em: (i) problema solucionado pelo
paradigma vigente, (ii) posto de lado e aguardar revisão futura ou (iii) pode fazer
emergir um novo candidato a paradigma.
5. O problema da incomensurabilidade de paradigmas;
É impossível justificar racionalmente nossa preferência por uma entre várias
teorias: é a tese da incomensurabilidade; decorre das mudanças radicais que
ocorrem durante uma revolução científica: significado de conceitos, forma de ver o
mundo, interpretar fenômenos, critérios para selecionar problemas relevantes,
técnicas para resolve-los, critérios para avaliar teorias;
Dada a base de valor teórico contida em si mesmo em momento de crise, dois
paradigmas ou teorias concorrentes quem te visões diferentes do mesmo fenômeno,
em que uma nova teoria explica fatos que a anterior não explica, mas não todos a
antiga deixa de explicar. Kuhn-loss;
Nas revoluções ocorrem mudanças de conceitos fundamentais, de modo que
cada comunidade cientifica passa a usar conceitos diferentes – mesmo que as
palavras sejam as mesmas; os enunciados teriam então de ser traduzidos de um
paradigma para outra. Mas na ausência de uma linguagem neutra a tradução não
pode ser feita sem perda de significado;
A incomensurabilidade também decorre do fato de cada cientista poder
atribuir pesos diferentes a cada um dos critérios para a avaliação de teorias ou
interpretá-los de forma diferente; sem que se possa dizer qual o peso ou a
interpretação correta; tais escolhas não podem ser justificadas objetivamente; a
aceitação de novos paradigmas não se dá somente a recursos lógicos ou evidencias
experimentais, mas também a capacidade de persuasão ou propaganda feita pelos
cientistas; conversão dos novos adeptos;
Mais tarde Kuhn afirmou sobre uma “incomensurabilidade local”; afirmou
que nem odos os conceitos mudam de sentidos durante as mudanças de teorias ou
paradigmas; afeta somente um subgrupo de termos;

6. Sobre os critérios para avaliar teorias: o conceito de “valores”; verdade na


ciência; contextos de descoberta e de justificação;
Kuhn elenca cinco características/valores de uma boa teoria cientifica:
exatidão, consistência, alcance, simplicidade e fecundidade;
A exatidão significa que as previsões deduzidas da teoria devem ser
qualitativa e quantitativamente exatas, ou seja, “as consequências da teoria devem
estar em concordância demonstrada com os resultados das experimentações e
observações existentes”; a consistência significa que a teoria deve estar livre de
contradições internas e ser compatível com outras teorias presentes no
momento; o alcance é desejável que tenha um amplo domínio de aplicações,
estendam-se além das observações, a teoria deve explicar fatos ou leis
diferentes daqueles para os quais foi construída; a simplicidade pode ser
caracterizada como a capacidade que a teoria tem de unificar fenômenos que,
aparentemente não tinham relações entre si; a fecundidade implica que a teoria
deve “desvendar novos fenômenos ou relações anteriormente não verificadas
entre os fenômenos já conhecidos”, deve ser fonte de novas descobertas;
orientar a pesquisa cientifica de forma produtiva;
O novo paradigma deve resolver os problemas que deflagraram a crise com
mais precisão que o paradigma anterior; o novo paradigma deve garantir a
preservação de uma parte relativamente grande da capacidade objetiva de resolver
problemas conquistada pela ciência com o auxilio dos paradigmas anteriores;
habilidade de prever fenômenos antes impossível na vigência da teoria anterior;
O poder explanatório ou a plausabilidade da nova teoria poder ser
“comparados” com os valores das teorias precedentes, para mostrar sua capacidade
de resolver problemas. Mas estes critérios não são conclusivos para forçar uma
decisão unânime por parte da comunidade cientifica; por isso o termo valores;
servem para persuadir a comunidade a aceitar este paradigma, mas não servem para
justificar a teoria; não á ligação entre os valores e a verdade de uma teoria
(verossimilhança); Kuhn não vê como justificar estes valores, a não ser pelo fato de
que esses são os valores compartilhados pela comunidade cientifica; a justificativa
passa a ser a opinião da comunidade cientifica; para Kuhn, a partir do momento
que os indivíduos da comunidade cientifica compartilham de uma ou outra teoria
concorrente, pelos mais diversos motivos, essa indeterminação é útil ao
desenvolvimento da ciência, pois qualquer escolha implica em um risco visto que
nenhuma teoria é comprava ou refutada conclusivamente; somente assim o
potencial das duas teorias poderá ser desenvolvido a exaustão;
A partir destas conclusões, Kuhn ataca a tese de que há uma diferença entre o
contexto de descoberta e o da justificativa; tese esta defendida pelo positivistas
lógicos e racionalistas críticos; para o pós-positivista, fatores individuais e
psicológicos podem e devem participar da avaliação de teorias; mesmo com tanto
fatores subjetivos na conversão a um paradigma, os argumentos baseados na
capacidade da nova teoria de resolver problemas são decisivos; o novo consenso
levará a um período de ciência normal;
7. O conceito de progresso científico e o problema do relativismo;
Para Kuhn, o progresso da ciência consiste, principalmente, na maior
capacidade de resolver problemas que as novas teorias apresentam em relação
as antigas teorias; critério objetivo do progresso para o autor; ele defende uma
posição não-realista, de que é sem sentido falar de uma realidade absoluta, livre de
teorias, umas vez que não temos acesso a realidade; sua posição é claramente
instrumentalista; uma teoria é apensa uma ferramenta para produzir previsões
precisas, não tendo relação com a verdade ou com a verossimilhança; teorias não
são nem verdadeiras nem falsas, mas eficientes ou não eficientes; nesta visão que
Kuhn funda sua interpretação do progresso;
Mas, até que ponto as ideias de Kuhn são relativistas? O relativismo é a tese
de que a verdade ou a avaliação de uma teoria (hipótese, paradigma, sistema
conceitual ou conhecimento) é determinada por (ou função de) um ou mais dos
seguintes fatores ou variáveis: período histórico, interesse de classe, linguagem,
raça, sexo, nacionalidade, cultura, convicções pessoais, paradigmas, pontos de
vista – enfim, por qualquer fator psicossocial, cultural ou pelo sistema de
conceitos utilizados; todos estes fatores são uma barreira intransponível a
objetividade; Se a tese é verdadeira, estamos aprisionados dentro de nossos
sistemas conceituas e, simplesmente, não há um sistema superior, objetivo ou
neutro para avaliar nossas ideias; Sendo assim: que critérios teríamos para afirmar
que uma teoria é melhor que outra ou que há progresso ao longo de uma
sequência de teorias?; como se pode haver progresso do momento em que a
capacidade de resolver problemas é avaliada de forma diferente pelos defensores
do paradigma antigo e do novo e do momento em que fatores psicológicos e sociais
necessariamente influenciam essa escolha? >> justamente a tese relativista; os
seguidores do racionalismo crítico acreditam que os critérios de avaliação de
teorias devem ser objetivos, independente das crenças dos cientistas ou das
circunstancias socias-históricas; (Anderson, Bartley, Miller, Musgrave, Radnitsky,
Watkins); já o grupo da Escola de Edimburgo parte levando as teses relativistas às
últimas consequências (Feyerabend, Barnes, Bloor, Collins, Latou & Woolgar); há
também aqueles que incorporam em sua filosofia ideias de Kuhn, procurando
construir critérios objetivos para a avaliação de teorias (Lakatos, Laudan).
Texto: ALVES-MAZZOTTI, Alda Judith; GEWANDSZNAJDER, Fernando. O método nas ciências
naturais e sociais. São Paulo: Pioneira, 1998, p. 23-34.

Seção: A filosofia de Thomas Kuhn (p. 23-34)

1. Qual é a importância de história da ciência, para Kuhn? [Considere também o fragmento da


Introdução, da obra Estrutura da Revoluções Científicas, para responder à questão]

O estudo da história da ciência foi o que estruturou o método de Kuhn. O filósofo tenta
explicar por que “os cientistas mantêm teorias apesar das discrepâncias e, tendo aderido a ela,
por que eles as abandonam?”.

O conceito de paradigma (p. 24-5)

1. De modo geral, como se deve compreender o que é paradigma? [Considere também o


fragmento do Capítulo 1, da obra Estrutura da Revoluções Científicas, para responder à
questão]

Um paradigma, após a reformulação do termo pelo próprio Kuhn é a elaboração de um


modelo de estudo a ser seguido
2. Qual é a relação entre paradigma e “visão de mundo”? De exemplos.

O paradigma é dependente da visão de mundo, que é como o objeto de estudo deve ser
interpretado e estudado. Como por exemplo quais questões devem ser levantadas e
investigadas, que tipo de solução deve ser proposta.

3. Qual é a relação entre o conceito de paradigma e o de exemplar?

há uma relação muito forte entre os dois, pois o exemplar é a forma direta de mostrar como
um problema deve ser resolvido.

A ciência normal (p. 25-6)

4. Explique, com maiores detalhes possíveis, o que é o período de ciência normal. [Considere
também o fragmento do Capítulo 1, da obra Estrutura da Revoluções Científicas, para
responder à questão]

A ciência normal é quando todos os problemas e soluções devem ser encontrados dentro do
paradigma adotado, as discrepâncias poderão trazer hipóteses auxiliares, mas não o
paradigma. O que não impede de haver descobertas. Uma forte adesão ao paradigma permite
a prática de uma pesquisa detalhada, eficiente e cooperativa.

a. A partir dos fragmentos, de que modo o exemplo da Garrafa de Leyden ilustra a passagem
do período pré-ciência normal para o de ciência normal.

A ciência pré-ciência era produzida por teorias que eram feitas a partir de dados aleatórios, já
na ciência normal e com a garrafa de Leyden, há uma determinação de um paradigma e estudo
focado no tal.

Crise e mudança de paradigma (p. 26-8)

5. Segundo o texto proposto, como se caracterizam as revoluções científicas.

Quando há mudança de paradigma.


6. Qual é a relação entre o uso da linguagem e o acesso ao mundo? De que modo a Gestalt se
relaciona a esse problema?

A ciência só é apresentada ao mundo depois de ter sido pode ser interpretada por uma
linguagem ou por paradigmas. Após uma crise de paradigmas, é necessário olhar para o
fenômeno de um jeito diferente, assim como no Gestalt.

7. Explique o que são anomalias e qual a relação com o momento de crise de paradigmas.
[Considere também o fragmento da Introdução, da obra Estrutura da Revoluções Científicas,
para responder à questão]

Uma anomalia é algo que não tem resolução dentro do paradigma adotado. A crise de
paradigmas surge de anomalias significativas que questionam a validade do paradigma.

8. Explique as três possibilidades de solução de uma crise, segundo Kuhn.

Primeira possibilidade: as anomalias são resolvidas sem grandes alterações no paradigma, a


segunda diz que a anomalia que não interfere no paradigma pode ser deixada de lado e a
última forma de se resolver uma crise é substituindo o paradigma.

A tese da incomensurabilidade (p. 28-30)

9. Analise os seguintes aspectos sobre o problema da incomensurabilidade:

a. O que é a incomensurabilidade de paradigmas? [além dos textos, considere o que


está sendo abordado na videoaula sugerida, sobre a filosofia de Kuhn]

A incomensurabilidade é a escolha subjetiva de cada cientista quanto às escolhas do


paradigma e se tem no momento de uma revolução científica, quando é necessária uma
escolha de novos modelos e conceitos para um paradigma.

b. Considerando o problema da incomensurabilidade, o que é o problema da “perda


de Kuhn”?

É quando uma nova teoria é formada para explicar anomalias que a velha teoria não explicava,
mas continua não explicando todas as anomalias.
c. O que é o problema da tradução entre teorias de paradigmas diferentes?

Quando cada comunidade científica usa os conceitos de diferentes formas, mesmo que a
palavra seja a mesma.

d. Qual é a consequência para a escolha de paradigmas, dado o problema da


incomensurabilidade? Por isso se pautaria em “convenções” entre cientistas?

Como a escolha de paradigmas é subjetiva, há quem não concorde com os critérios


apresentados. Sim, a convenção serve para que haja argumentos e critérios objetivos para a
aceitação do paradigma.

e. O que é a “incomensurabilidade local”?

Nem todos os conceitos mudam durante uma crise de paradigma, mas há casos de mudança
em apenas em um subgrupo de termos.

A avaliação das teorias (p. 30-33)

10. Para Kuhn, há critérios para avaliar teorias? Explique.

Não há razões racionais para escolher teorias, pois entra no campo da incomensurabilidade.
Mas dá para enunciar características que fazem da tal teoria uma boa teoria científica.

11. Qual é a diferença entre “critério” e “valor”, quanto à avaliação de teorias? Como a noção
de “verdade” na ciência é abordada, quanto a isso?

Kuhn prefere o uso de valor a critério, pois os valores podem ser interpretados de maneiras
diferentes, provocando discordância entre eles. Não há ligação entre os valores e a verdade de
uma teoria.

12. Como Kuhn aborda o problema dos contextos de descoberta e o de justificação?

Kuhn acredita que o momento da descoberta é o mesmo que o justificação, pois há fatores
individuais e psicológico nos dois momentos.
13. Explique por que seria plausível escolher todos os paradigmas, ao invés de abandonar um
deles?

Porque em nenhum momento o paradigma que está vigente se tornará ilógico ou não
científico. E os dois paradigmas serão desenvolvidos à exaustão.

Conclusão (p. 33-4)

14. Quanto ao progresso científico:

a. O que é uma posição realista, na ciência?

Que teorias não são verdadeiras nem falsas, mas eficientes ou não eficientes.

b. O que é uma posição instrumentalista, na ciência?

Que uma teoria é apenas uma ferramenta para produzir previsões precisas, não tendo
nenhuma qualquer relação com a verdade ou com a verossimilitude.

c. O que é o progresso científico, segundo Kuhn?

15. O que é o relativismo, na ciência?

É a tese de que a verdade ou a avaliação de uma teoria, de uma hipótese ou de algo mais
amplo é determinada por um ou mais fatores sociais como: período histórico, interesse de
classe, linguagem, raça, sexo, nacionalidade, cultura, convicções pessoais, paradigma, pontos
de vista…

a. Em qual sentido Kuhn rejeita a atribuição de tal rótulo a ele? [para a resposta,
considere outros momentos do texto]
***

16. Aponte as principais correntes filosóficas que derivaram do debate kuhniano acerca do
problema do relativismo na ciência.

Racionalismo crítico, Escola de Edimburgo, Lakatos e Laudan.

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