METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO
TEMA 1. INTRODUÇÃO
Objectivos da disciplina
1. CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Características do Conhecimento
Emocional Real
Reflexivo Sistemático
Ordinário Inexacto Científico Contingente
Verificável Quase exacto
Assistemático Falível
O Conhecimento filosófico
Ordem natural do procedimento: partir dos dados materiais e sensíveis ( Ciência ) para se
elevar aos dados de ordem metempírica, não sensíveis, razão última da existência dos
entes em geral ( filosofia). Parte-se do concreto material para o concreto
supramaterial, do particular ao universal.
Acepção clássica da filosofia: Ciência das coisas por suas causas supremas.
Modernamente: Filosofar é um interrogar, é um contínuo questionar a si e à realidade. A
filosofia não é algo feito e acabado, mas uma busca constante do sentido, de justificação,
de possibilidades, de interpretação a respeito de tudo aquilo que envolve o homem e
sobre o próprio homem em sua existência concreta.
Tarefa fundamental da filosofia → reflexão
A filosofia procura compreender a realidade em seu contexto mais universal. Não há
soluções definitivas para grande número de questões. Entretanto, habilita o homem a
fazer uso das suas faculdades para ver melhor o sentido da vida concreta.
Pontos importantes:
5
Características:
- Valorativo
- Racional
- Sistemático
- Infalível
- Não verificável
- Exacto
2. CIÊNCIA
Conceito de Ciência:
Entende-se por Ciência uma sistematização de conhecimento, um conjunto de
proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos fenómenos
que se deseja estudar:
A Ciência é todo um conjunto de atitudes e actividades racionais, dirigidas ao sistemático
conhecimento com objectivo limitado, capaz de ser submetido à verificação". (
FERRARI, 1974).
Teoria Científica
Definição: " Uma teoria científica é um conjunto de construtos, definições e
proposições interrelacionadas que apresenta uma visão sistemática dos fenómenos
através de uma especificação de relações entre variáveis com o objectivo de
explicar e prever os fenómenos."
Evolução da Ciência
A preocupação dos precursores da filosofia ( filo = amigo + sofia ( sóphos ) = saber e
quer dizer amigo do saber ) era buscar conhecer o porque e o para que de tudo o que
se pudesse pensar.
No Renascimento, sec XV e XVI ( anos 1400 e 1500 ), os seres humanos retomaram
o prazer de pensar e produzir o conhecimento através das ideias.
Thomas Morus escreveu A UTOPIA ( utopia é um termo que deriva do grego onde u
= não + topos = lugar e quer dizer em nenhum lugar );
Tomaso Campanella escreveu a A Cidade do Sol;
Francis Bacon, a A Nova Atlântica;
Voltaire, a Micrômegas, caracterizando um pensamento não descritivo da realidade,
mas criador de uma realidade ideal, do dever ser.
No século XVII e XVIII ( anos 1600 e 1700 ) surgiu o iluminismo, corrente filosófica
que propôs " a luz da razão sobre as trevas dos dogmas religiosos".
René Descartes mostrou ser a razão a essência dos seres humanos, surgindo a frase "
penso, logo existo "
Lógica
Formais
Matemática
CIÊNCIAS
Naturais ( Física, biologia, etc. )
Factuais
Sociais ( Direito, antropologia,
psicologia,etc. )
Ciências formais:
- tratam de entes ideais. Estes entes, tanto os abstratos como os interpretados, só
existem na mente humana.
- Se preocupam com enunciados, que consistem em relações entre símbolos;
8
Espírito Científico
O espírito científico é um clima geral, uma atitude global, não uma soma artificiosa de
virtudes. Não basta conhecer o espírito científico. Quem conseguir admirá-lo, já está
caminhando para seu cultivo. Quem cultivá-lo tirará bom proveito do seu curso
universitário e será profissional voltado a um trabalho sério e profícuo no seu campo de
actividades e influências.
Método Científico
9
- Método Ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir
um fim dado ou um resultado desejado.
- Nas Ciências Método é o conjunto de processos que o espírito humano deve
empregar na investigação e demonstração da verdade.
Método científico não é um modelo, fórmula ou receita que, uma vez aplicada, colhe,
sem margem de erro, os resultados previstos ou desejados, mas um instrumento de
trabalho. O resultado do seu uso depende de seu usuário, pois o método científico não
ensina a encontrar as grandes hipóteses, as ideias novas e fecundas, pois isso depende
exclusivamente do gênio e da reflexão do cientista.
Boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas bibliográficas.
10
As pesquisas sobre ideologias, bem como aquelas que se propõem a análise das diversas
posições acerca de um problema, também costumam ser desenvolvidas quase
exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.
Logo que o tema estejá escolhido é possível realizar uma pesquisa preliminar em livros
de texto ou tratados de carácter mais geral, onde o tema se inclua ( procurando os
conceitos e termos-chave já definidos ), e ainda em obras de referência, como
enciclopédias e dicionários. Estas obras podem remeter para a literatura específica mais
importante e significativa sobre o assunto.
Esta pesquisa preliminar tem em vista obter:
11
Análise Preliminar
A recolha efectuada durante a fase anterior deve permitir dar os primeiros passos na
análise do tema:
a) Redefinir o tema de forma mais detalhada e através de questões mais específicas.
O esforço posto na redefinição nesta primeira fase do projecto permitirá não
perder de vista a visão de conjunto do tema e do seu enquadramento global, que
se poderá tornar mais difícil numa fase mais avançada da investigação e, por outro
lado, permitirá planear e obter maior rendimento na investigação posterior.
b) Equacionar as diferentes abordagens possíveis para atacar o problema. Ter em
conta que diferentes abordagens poderão obrigar a utilização de diferentes fontes
e métodos de investigação
c) Elaborar um plano de índice geral, organizando e relacionando os diferentes
aspectos e partes do tema, procurando enquadrar todas as abordagens analíticas e
de pormenor numa visão sintética e de conjunto.
d) Elaborar um esboço de introdução, tendo em vista esclarecer as ideias sobre os
objectivos, ponto de partida e métodos da investigação.
e) Identificar todos os termos-chaves que possam descrever ou estar relacionados
com o tema, incluindo todos os sinónimos. Conferir os thesaurus das principais
bibliografias e bases de dados. Estes termos serão utilizados na pesquisa
documental.
f) Identificar todos os principais conceitos que possam estar relacionados com o
tema, incluindo os mais importantes nomes de pessoas e locais, datas e factos
associados com o tema. Esta identificação permitirá não só alargar os termos-
chave utilizados na pesquisa bibliográfica, como melhorar a compreensão do
contexto geral onde se integra o tema em estudo.
Proceder a uma busca nas bibliografias adequadas. Além dos serviços impressos, o
investigador pode recorrer , alternativa ou complementarmente, aos mesmos serviços em
suporte electrónico.
Esta fase obriga a que o tema tenha sido previamente traduzido num conjunto de
palavras-chave através dos quais se procede a pesquisa nos índices, manuais ou
automáticos. Estas palavras dependerão naturalmente dos descritores utilizados nas
bibliografias. Se já conhecemos alguns textos cujo conteúdo tenha grande coincidência
temática com o nosso trabalho, podemos começar precisamente por ver quais os
12
descritores utilizados por um dado serviço para o indexar, o que pode ser feito facilmente
nas pesquisas automáticas. Além da pesquisa por assuntos, pode revelar-se muito útil a
pesquisa por autores cuja obra seja importante no âmbito do nosso trabalho. A pesquisa
em livros e revistas é mais frequente, mas também podemos proceder a buscas em teses
ou actas de reuniões científicas.
Embora pelo menos uma parte tenha que preceder o início da investigação, a pesquisa
bibliográfica não termina depois de iniciado o trabalho, pois não só este leva a
modificações ao plano inicial e a novas necessidades de informação, como continua a ser
editada literatura relevante para o nosso projecto. Este facto obriga-nos a um trabalho
regular nas bibliotecas e com a literatura crítica, que se mantém para além das pesquisas
específicas.
As notas de pesquisa
A leitura da literatura crítica deve ser acompanhada de imediato pela redação de notas.
Do trabalho realizado nas bibliotecas, resulta uma massa de informação armazenada pelo
investigador, na forma de fotocópias e apontamentos. Estes últimos são normalmente
redigidos sob a forma de fichas, pois estas podem ser facilmente manipuladas,
reordenadas e classificadas, o que já não acontece com apontamentos feitos em cadernos.
Entre as primeiras fichas a serr elaboradas contam-se as fichas bibliográficas, de pequeno
formato, contendo apenas a informação necessária para identificar e localizar a fonte, sob
a forma de referência bibliográfica. Além destas, devem igualmente utilizar-se fichas de
leitura de maiores dimensões, onde, além da referência, se anota o que for relevante para
o nosso trabalho. A estrutura e a forma de classificar a ficha de leitura depende do
objectivo em vista. Tomar notas durante a leitura de uma obra pode não só melhorar a
forma como ela é lida, mas também pode fornecer um importante núcleo de texto no
momento da redação. Ao elaborar a ficha de leitura está-se a realizar um tratamento da
informação que se revela de grande utilidade no momento de escrever o trabalho final. Se
isso não for feito no momento da leitura, pode ter que ser feito na fase final, o momento
em que a visão do problema é melhor, mas que não é certamente aquele em que se está
com mais paciência e disponibilidade. As fichas de leitura não são apenas uma fonte para
a redação do texto e das suas notas, mas também um instrumento para organizar a
investigação, as ideias e o texto final.
A pesquisa das fontes primárias deve ser realizada quando o trabalho de consulta da
literatura crítica já vai num estado muito avançado, porque:
a) Parte importante das fontes primárias pode ser identificada a partir da literatura crítica.
O trabalho de heurística sobre as fontes primárias, impressas e manuscritas, deve assentar
num conhecimento tanto quanto possível exacto das que já foram anteriormente
estudadas.
14
b) Iniciar cedo demais a pesquisa das fontes primárias pode ocasionar a repetição inútil
de trabalho feito por outros ( esforço desnecessário para localizar fontes já estudadas ou,
pelo menos, conhecida; transcrição de manuscritos já publicados ).
Da mesma forma, também se deve começar pela consulta das fontes impressas e só
depois das fontes manuscritas.
A pesquisa das fontes primárias assenta em três eixos de conhecimento:
a) Da literatura crítica
b) Do conteúdo dos núcleos documentais das bibliotecas e arquivos.
c) Do funcionamento das instituições que deram origem a esses núcleos de
documentação.
Redação do texto
A redação de qualquer texto deve obedecer em primeiro lugar ao cumprimento das regras
É evidente que um estudo de Historia das Ciências exige sempre o recurso a textos mais
extensos que os das áreas experimentais. Contudo, até por essa razão o investigador tem
obrigação de, sem prejuizo da exposição dos dados e conceitos, condensar o seu texto
tanto quanto for possível.
Introdução
A Internet tem cada vez mais informações disponíveis, por isso o uso de mecanismos de
busca ( Search engines ) e catálogos on-line ( directories ) é essencial para quem deseja
localizar rapida e eficientemente o que deseja. No entanto, a maioria dos usuários não
conhece bem os poderosos recursos disponíveis em muitos desses mecanismos, e
simplesmente coloca as palavras-chaves na busca sem maiores cuidados. Esse
conhecimento é muito importante para conseguir realizar buscas bem feitas.
HotBot, Lycos, WebCrawler, etc. Recomenda-se que leia primeiro a secção de Help sibre
buscas avançadas ( Advanced Search ou Search Tips ) correspondente a cada serviço.
Para encontrar textos com uma palavra , mas não com outra, utilize AND NOT
Exemplo: AIDS AND homosexuality AND NOT AZT
Para encontrar textos que contenham duas palavras separadas entre si por no máximo 10
palavras, utilize NEAR. Exemplo: se você quizer encontrar imagens vistas na doença de
AIDS em homosexuais e em adolescentes na cidade de Campinas, digite: imagens NEAR
aids NEAR homossexual NEAR adolescentes NEAR Campinas. Nesse caso, todos os
documentos que contenham essas palavras próximas entre si ( geralmente no mesmo
parágrafo ), em qualquer ordem, serão selecionados. Assim se evita o problema de
selecionar textos em que essas palavras não estão relacionados entre si, pois ocorrem em
pontos muito diferentes de um texto ( como acontece com o AND ).
No Altavista você pode também realizar buscas usando frases ou perguntas em linguagen
natural, ou seja, como se você a fizesse para um outro ser humano. Embora o Altavista
não "entenda" a frase como um ser humano o faria, ele tem alguns mecanismos
embutidos que desmontam a frase em seus constituintes, retirando as palavras menos
importantes, e analizando-a de várias maneiras de modo a optimizar a busca. No entanto,
17
os resultados podem não ser tão satisfatórios como uma busca booleana, pois o Altavista
não " sabe" os sinônimos de uma palavra técnica, por exemplo.
Exemplo: você quer saber por que as mulheres adoram chocolate, então digite: exemplo:
Why women crave chocolate?
Existem outros mecanismos de busca mais inteligentes que o Altavista para fazer
pesquisas em linguagem natural. Um dos melhores é Ask Jeeves .Exemplo: Where can I
buy classical music CDs on-line?
Se você achar que em sua pesquisa está vindo muitos resultados, você pode refiná-la na
opção Refine. Este mecanismo ordena dinamicamente os resultados em diferentes tópicos
permitindo que você inclua ou exclua conjuntos mais específicos de palavras chave de
forma assistida pelo computador, aumentando a precisão da próxima busca.
Uso de Meta-Palavras
Outro recurso muito interessante para buscas sofisticadas e muito poderosas é usar o que
chamamos de meta-palavras. Essas são palavras prefixadas que estipulam o local do
documento-fonte em HTML onde a busca deve ser realizada. Podemos explicitar que
uma ou mais palavras-chave sejam procuradas nos links ( A HREF), nas imagens (IMG
SRC), no título (TITLE), em URLs ou domínios específicos, etc.
Por exemplo, para saber todos os sites da Internet onde foi feito um link para um
determinado endereço, digite na caixa de busca do Altavista o comando link: URL.
Exemplo: link: mailto: cardoso@nib.unicamp.br. Neste caso, o mecanismo de busca vai
listar todos os documentos que tiverem o comand <A HREF= "mail to:
cardoso@nib.unicamp.br".
Os operadores lógicos podem ser usados com as mata-palavras, também. Se você quiser
saber se existe o seu endereço electrónico ou seu site em outros sites que não o de seu
grupo, digite: Exemplo 1. link: mailto: cardoso@nib.unicamp.br AND NOT
url:www.nib.unicamp.br. Isto significa que você quer encontrar o endereço referido, mas
não no site do seu grupo.
Para realizar uma pesquisa em TODOS os principais mecanismos de busca da Internet:
18
Isso também já é possível com grande rapidez e facilidade, sem precizar entrar em cada
um dos mecanismos. O Metacrawler faz isto. Ele acessa automaticamente o Lycos,
Altavista, HotBot, Yahoo!, InfoSeek e WebCrawler.
Para saber mais:
ZDNet: Master Online Search Tutorial ( Internet User Garage ).
Literatura constituída por Referências, com um aproveitamento completo dos trabalhos originais e
indicando informações sobre os artigos de revisão.
Tabelas
Como regra geral, deve-se pesquisar a bibliografia tão exaustivamente quanto possível, porque muitas
vezes uma hora de pesquisa bibliográfica economiza vários dias de trabalho no laboratório.
1. Literatura Original
1.1. Revistas de Especialidade
Os trabalhos originais sobre um determinado tema muito específico são em geral publicados numa
revista de especialidade.
Por exemplo: A seguir são indicados algumas revistas mais importantes para os Químicos Orgânicos,
bem como as suas abreviaturas segundo as normas do “Chemical Abstracts” e/ou BEILSTEIN.
19
Ø Journal of the American Society (J. Am. Chem. Soc.) ; [Am. Soc.]
Ø Journal of the Chemical Society, Chemical Communications (J. Chem. Soc., Chem. Comm.)
Ø Journal of the Chemical Society, Perkin Transactions 1 e 2 (J. Chem. Soc.; Perkin Trans.)
Ø Synthesis (Synthesis)
Ø Tetrahedron (Tetrahedron)
1.2. Patentes
Para os químicos preparativos é frequentemente importante o conhecimento das técnicas de
preparação de compostos químicos existentes em patentes.
20
Na maior parte dos países, as patentes estão classificadas de acordo como a classificação internacional
de patentes, que substitui a classificação nacional de patentes anterior.
Para procurar os métodos de preparação de determinada classe de compostos, o leitor deve
informar-se sobre a sua localização exacta na nova edição da classificação internacional de patentes.
Os métodos de preparação de 1,2,4-tiadiazoles encontram-se por exemplo em Int.CI3C07D/285/08, o
que significa:
Int.CI3: Classificação internacional de patentes, 3ª edição;
C: Secção de Química e de Industria Metalúrgica;
D: Subclasse dos compostos heterocíclicos
285: Grupo dos compostos heterocíclicos, que só contem no anel os átomos azoto e enxofre.
08: Subgrupo dos 1,2,4-tiadiazoles.
Ø Synthesis (Synthesis)
Ø Tetrahedron (Tetrahedron)
Fonte de informações mais importantes para o Químico Orgânico. Editado desde 1918 em 4 edições.
Os dados publicados na literatura científica sobre a preparação e as propriedades de todos os
compostos orgânicos conhecidos.
Editada pela sociedade Americana de Química. Contem a Literatura Química primária completa.
Ultimamente foi criado um serviço (C.A. Service – CAS) que criou um banco de dados a partir de
informações existentes no C.A., que permite fazer pesquisa “on line”: sobre assuntos, compostos,
estruturas e outras questões.
A utilização destes dados pode ser feita após a ligação ao banco de dados, a aquisição de um terminal
adequado e o domínio da linguagem de comando.
Quer a pesquisa manual quer “on line” no C.A. só são fidedignas e rentáveis quanto ao tempo e custo
dispendidos, se forem utilizados na pesquisas as designações e a nomenclatura aplicadas no C.A. É
pois muito importante o conhecimento da forma como está organizado o C.A. e como é executado o
registo das informações.
Os índices que podem ser utilizados para cada volume do C.A. são os seguintes:
Ø Índice de assuntos, que desde 1972 se encontra dividido em: índice geral, índice de assuntos,
substâncias químicas (Vol. Também B.6.1.1 e B.6.2 sobre a sua organização e forma de
utilização);
22
Ø Índice de autores;
Ø Guia de índices.
TABELAS
Ø Merck Index
■ Introdução
3. Finalidade da Pesquisa
Os tipos de pesquisa podem ser classificados de várias formas, por critérios que variam
segundo diferentes enfoques. Do ponto de vista das Ciências, por exemplo, a pesquisa
pode ser biológica, médica, fisico-química, matemática, histórica, pedagógica, social etc.
Mas a pesquisa científica pode também ser classificada quanto aos Objectivos, quanto à
Intervenção e quanto ao Tempo.
Existem dois tipos distintos de relacionamento com o tempo que podem ser adoptados
por um estudo científico:
• Estudo Transversal: O pesquisador coleta os dados de cada caso ou sujeito
num único instante no tempo, obtendo um recorte momentâneo do fenômeno
investigado
25
Comparação entre Estudos Científicos com Diferença quanto à Relação com o Tempo
Transversal Longitudinal
No que concerne ao alcance dos resultados produzidos, os estudos científicos podem ser
classificados como tendo maior ou menor valor segundo o modo como cada um lida com
os parâmetros de objectivo, intervenção e tempo.
Avaliação comparativa do valor dos Estudos Científicos segundo os Parâmetros
Considerados:
Parâmetro de Estudo
Atribuindo-se aos estudos de maior valor uma intensidade "1" e aos de menor valor uma
intensidade "0", é possível estabelecer o seguinte ranking entre os trabalhos científicos
somando o valor agregado pelo manejo de cada um dos parâmetros.
► Modelo Geométrico
O método dos geômetras, usado por Euclides como chave para a solução de problemas
geométricos em sua obra " Elementos " tem sido reconhecido por séculos como modelo
metodológico indispensável para a prática não apenas da matemática, mas também da
lógica formal, da filosofia e das ciências naturais. Pensadores de diferentes domínios do
saber nele se inspiraram para formular suas doutrinas. Hoje em dia, vários estudiosos,
dentre os quais Jaakko Hintikka e Georg Polya, procuram resgatar sua importância
histórica, sua eficácia, seu alcance, a legitimidade de seus resultados e sua força
heurística. Todos estes Problemas constituem parte significativa das reflexões filosóficas
contemporâneas, em especial nas discussões sobre a prática do cientista e sobre o estatuto
cognitivo das teorias científicas, isto é, nas discussões realizadas no âmbito da filosofia
da ciência.
Em "A Arte de Resolver Problemas", Polya usa o termo " heurística" para denominar a
investigação dos métodos e regras da descoberta e da invenção. Entre as fontes a que se
recrre para o estudo da heurística, Georg Polya se refere a uma obra fundamental
27
intitulada " Collectio ", do matemático grego Pappus ( 320 d.C.). Isso porque, nela,
Pappus descreve em detalhes o método analítico dos antigos geômetras gregos na
demonstração de teoremas ou na construção de figuras geométricas. Esse procedimento
consistia em um duplo movimento: análise, na qual se buscavam os antecedentes das
proposições a serem provadas ou as condições que tornassem possíveis a construção de
figuras geométricas, e a síntese, na qual, a partir das condições descobertas na análise,
apresentava-se ou a prova do teorema na sequência lógica usual ou a construção efectiva
da figura geométrica.
A análise se subdividia em Transformação ( busca das condições para a solução do
problema) e resolução ( legitimação das condições descobertas ). A síntese se subdividia
, por suas vez, em construção ( dos dados do problema) e prova.
Polya fornece vários exemplos de aplicação dese método. Um caso interessante e bem
simples de solução de um problema não-matematico é o de um homem primitivo que
deseja passar de uma margem a oura de um rio cuja profundidade não permite uma
travessia a pé. Diante desse problema, ele pode lembrar-se de já ter atravessado outro rio
sobre uma árvore caída. A busca de uma árvore torna-se então a nova incógnita. Como
não existe no local nenhuma árvore caída, ele se depara com um novo problema, que
consiste em saber que meios empregar para derrubar uma das árvores do local sobre o rio.
Essa sequência de ideias caracteriza aquilo que Pappus chamou de análise. Seo homen
conseguir concluir a análise, então ele poderá caminhar pela árvore sobre o rio e chegar à
outra margem, resolvendo seu problema. Esta última etapa corresponde ao que Pappus
denominou síntese. A análise consiste em conceber um plano e a sintese, em concretizá-
lo.
É marcante a influência do método dos geômetras na gênese e no desenvolvimento do
pensamento moderno. Descartes, por exemple , toma o método dos geômetras como
fundamento para as suas considerações metodológicas gerais. Respondendo a uma das
criticas às suas " Meditações", assinala que a obra foi elaborada em obediência ao
primeiro movimento do método dos geômetras, de acordo com o qual se mostra " o
verdadeiro caminho pelo qual uma coisa foi metodicamente descoberta e revela como os
efeitos dependem de suas causas". No "Discurso do Método", Descartes chega a usar uma
linguagem geométrica quando enumera os quatro preceitos básicos de sua metodologia.
O segundo desses preceitos odena " dividir cada uma das dificuldades a serem
examinadas em tantas parcelas quantas possíveis e necessárias para melhor resolvê-las.
Tal preceito sugere uma trajectória metodologica que vai do composto ao simples,
correspondendo à análise, ou primeiro movimento do método dos geômetras. Realizada
essa tarefa, o terceiro preceito ordena conduzir por ordem os pensamentos e caminhar em
direcção ao conhecimento dos mais compostos. Esse preceito corresponde à síntese, pois
ordena que se inicie das partes constitutivas descobertas na análise, para, só então, dirigir-
se ao composto que resulta das conexões dessas partes.
Além de Descartes, também Newton foi influenciado pelo método analítico. Em seu livro
"Optica", ele afirma que a ciência natural deve seguir o método da geometria, pois este é
"o melhor método para investigar a natureza das coisas ". Por meio da análise, podemos
proceder dos compostos aos ingredientes, dos movimentos ás forças que os produzem e,
28
em geral, dos efeitos até as suas causas". E a síntese consiste em assumir "as causas
descobertas e estabelecidas como princípios para, a partir delas, explicar os fenômenos
que procedem de tais princípios ou causas e provar as explicações".
Uma das mais férteis interpretações do pensamento kantiano foi sugerida recentemente
pelo fílosofo finlandês Jaako Hintikka. Para ele, o sistema transcendental pode ser
interpretado com base no método dos geômetras. Com isso em mente, muitos aspectos do
pensamento kantiano podem ser mais claramente compreendidos. A dedução
transcendental das categorias, considerada por muitos filósofos uma das passagens mais
intrincads da história da filosofia, corresponderia à parte resolutiva do pensamento
kantiano, na qual se procuram legitimar os elementos descobertos na transformação. Kant
realmente pretende em tal dedução demonstrar que as categorias são condições legítimas
de possibilidades dos juízes sintéticos a priori.
Um tema de muita polémica nessa área do conhecimento filósofico, que pode sevir para
ilustrar a presença do método dos geômetras como pano de fundo metodológico, é a
discussão sobre contexto de descoberta ( que corresponderia à primeira metade do
método dos geômetras )e contexto de justificação ( que corresponderioa à segunda
metade) das teorias científicas. Em qualquer análise filosófica das ciências naturais, a
questão mais imediata que surge é a seguinte: " Será que os procedimentos intelectuais
29
No extremo oposto, pode-se considerar o ponto de vista de Arthur Koestler, para quem
o cientista moderno é um sonâmbulo cujas visões criativas o levam a destinações
intelectuais que jamais poderia claramente ver ou afirmar de antemão. A preocupação
excessiva com a racionalidade dos procedimentos científicos teria surgido de um desejo
de segurar as asas da imaginação e de submeter o cientista a procedimentos que destroem
a fertilidade criativa da ciência, constituída de intuição, adivinhação e acaso. Essa visão
também apresenta como consequência a separação entre descoberta e justificação.
teorias. Ele rejeita a ideia de que possamos construir teorias verdadeiras ou mesmo cada
vez mais próximas à verdade .
Pelo mesmo motivo, seria impossível estabelecer uma distinção entre conceitos
observáveis - que se referem a fenómenos observáveis, não influenciados por teorias - e
conceitos teóricos, que se referem a fenómenos não observáveis ( como campo ou
electrão ), construídos com auxílio de teorias.
Kuhn compara as mudanças no modo de observar um fenómeno durante as revoluções
científicas a mudanças de Gestalt, que ocorrem holisticamente: por exemplo, quando
certas figuras ambíguas podem ser vistas de modos diferentes, como um coelho ou um
pato ( figura 1): " O que eram patos no mundo do cientista antes da revolução passam a
ser coelhos dela" .
4. Observação sistemática
31
5. Análise de dados
6. Teste de hipóteses
9. Predição.
TEMA 4. MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO
O método de pesquisa é imposto pelo objecto. ( Luigi Giussani )
O método é um conjunto das actividades sistemáticas e relacionais que, com maior
segurança e confiabilidade, permite alcançar o objectivo: conhecimentos válidos e
verdadeiros.
Desenvolvimento histórico do método:
A evolução do conhecimemto, desde o conhecimento mítico, passando pela preocupação
das religiões em explicar os fenómenos da natureza, a utilização do processo silogístico, a
investigação racional da filosofia em Aristóteles, essas formas de conhecimento aliadas
ao senso comum propiciavam uma imagem do universo, porém, o homem começou a
preocupar-se com um conhecimento mais exacto, um conhecimento científico.
► Conhecimento mítico
► Conhecimento Religioso
► Conhecimento Filosófico
► Conhecimento Lógico
◊ Análise e Síntese
A análise e a síntese são os dois métodos básicos de investigação científica. São dois
processos de raciocínio que norteiam a pesquisa, a investigação e a discussão nas
Ciências. Todas as ciências, sejam as exactas, as biológicas ou as humanas, apoiam-se
nesses dois métodos.
◊ Como funcionam os métodos de Investigação.
• A análise - consiste na decomposição de um todo em suas partes. É o que acontece
quando um químico faz experiências para descobrir os elementos que compõem uma
substância ou quando um professor de Português mostra aos alunos as diversas funções
literárias num texto. Nesses dois exemplos, a análise está sendo colocada em prática.
• A Síntese - É o oposto da análise. É um método em que se vai da parte para o todo, das
causas para os efeitos. Exemplos: O químico misturando elementos para obter
determinada substância; o médico perguntando o que o paciente sente para fazer o
diagnóstico; um aluno fazendo uma série de operações para chegar à resposta de um
problema de Matemática. Nesses casos, está sendo colocada em prática a síntese. Nas
ciências, esses dois métodos, embora opostos, são complementares.
Para lembrar:
32
Os recursos de análise e síntese são a base do método científico. Podem ser usados em
momentos diferentes, conforme a finalidade que se tenha. Mas, no todo, se completam
◊ O raciocínio
Os métodos de análise e síntese traduzem o funcionamento da mente humana ao
investigar com objectividade a realidade à sua volta. O raciocínio ligado à analise é
chamado dedutivo e o relacionado à sìntese chama-se Indutivo.
- Dedutivo - é o raciocínio que precede a análise
- Indutivo - é o raciocínio relacionado à síntese
Então, temos:
ANALISE DEDUCAO
SINTESE INDUCAO
► Método Indutivo
Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares,
suficientemente constatados, interfere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas
partes examinadas.
Resultado mais amplo que as premissas nas quais dse baseiam
O corvo 1 é negro
O corvo 2 é negro
O corvo 3 é negro
O corvo n é negro = TODO CORVO É NEGRO
sanguíneos; dessa observação infere-se que sempre, dadas as mesmas condições, o óxido
de carbono paralizará os globulos sanguíneos.
Regras de Indução:
• Deve-se estar seguro que a relação que se pretende generalizar seja
verdadeiramente essencial
• É necessário que os factos a que se estende a relação, sejam verdadeiramente
similares aos factos observados e que a causa se tome no senntido total e completo.
a) Observação do fenómeno
b) Descoberta das relações entre eles
c) Generalização da Informação
a. Observação do fenómeno
b. Análise dos elementos constituintes do fenómeno, estabelecendo-se relações
quantitativas entre eles.
c. Indução de hipóteses a partir de análise de relação dos elementos constituintes do
fenómeno.
d. Verificação das hipóteses através de experimento
e. Generalização do resultado do experimento, obtendo-se uma lei a partir da
confirmação das hipóteses.
► Método Dedutivo
Dedução Indução
Quais as diferenças?
DEDUTIVO INDUTIVO
Exemplo:
Se a água ferver (p), então a temperatura é 100o (q).
35
► Método Hipotético-Dedutivo
36
P1----------------TT----------------EE-----------P2--
Para Karl Popper, que propôs o método, a ciência começa e termina com problemas.
Fases
EXPECTATIVAS
Conhecimento
Prévio
► Método Dialéctico
Para a dialéctica, as coisas não são analisadas na qualidade de objectos fixos, mas em
movimento: nenhuma coisa está acabada, encontrando-se sempre em vias de se
transformar, desenvolver; o fim de um processo é sempre o começo de outro.
Leis fundamentais:
a) Acção recíproca: Tudo se relaciona
b) Mudança dialéctica: negação da negação, tudo se transforma
c) Mudana qualitativa
d) Interpretação dos contrários, contradição
Segundo Engels, " para a dialéctica não há nada definitivo, de absoluto, de sagrado;
apresenta a caducidade de todas as coisas e em todas as coisas e, para ela, nada existe
além do processo ininterrupto do devir e do transitório".
Materialisme Dialéctico
Aplicado à Sociedade humana
Mais Hstória...
No século XIX ( anos 1800 ) a ciência passou a ter uma importância fundamental. Parecia
que tudo só tinha explicação através da ciência. Como se o que não fosse científico não
correspondesse a verdade.
Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Giordano Bruno, entre outros, no século XIX
serviram como referência de desnvolvimento do conhecimento científico em todas as
áreas.
Augusto Comte na sociologia desenvolveu sua explicação de sociedade, criando o
Postivismo.
Karl Marx, na Economia, procurou explicar as relações sociais através das questões
económicas, resultando no Materialismo-Dialético.
Charles Darwin revolucionou a Antropologia, e feriu os dogmas sacralizados pela
religião, com a Teoria da herediteriadade das Espécies ou Teoria da Evolução.
A Ciência passou a assumir uma posição quase que religiosa diante das explicações dos
fenómenos sociais, biológicos, antropológicos, Físicos e naturais.
Pense
"Ordem e Progresso"
► Fluxograma da Pesquisa Científica
38
Existe um método para todas as Ciências, que compreende um certo número de operações
usadas em qualquer tipo de pesquisa:
Pesquisa Bibliográfica
A pesquisa bibliográfica deve anteceder qualquer tipo de pesquisa em qualquer área,,, ou
para levantamento da situação da questão, fundamentação teórica ou justificativa dos
limites e contribuições da própria pesquisa. Ela procura explicar um problema a partir de
referências teóricas publicadas em documentos, de forma independente ao percorrer
todos os passos formais do trabalho científico, ou como parte de uma pesquisa descritiva
ou experimental quando é feita com o objectivo de recolher informações ou
conhecimentos pévios acerca de um problema sobre o qual se procura a resposta ou
experimentação de uma hipótese.
39
Pesquisa Descritiva
Pesquisa Experimental
Apresentação
PLANEJAMENTO
Decisão
Objectivos
Preparação Esquema
Equipe
Recurso&Cronograma
Testes preliminares
RELATÓRIO DE PESQUISA
Valid Library
Conclusion of
Knowledge Hypothesis
Further Logico-Math.
Expt. System & Data Collection
Creativity
■ Ética na Ciência
■ O Que Um Investigador deve ou não deve Fazer
Um dos assuntos mais debatidos atualmente, e talvez por isso um dos que causa mais
confusão e conflitos ideológicos á a atuação da ética no campo científico; discussão que
certamente ainda viverá muitos debates para encontrar uma solução que seja, portanto,
ética.
A discussão sobre a ética na ciência envolve vários grupos antagónicos: os cientistas, a
igreja, a sociedade ( cliente, consumidora e sofredora de consequências ).
A ciência vem trazendo informações e atitudes positivas para as nossas vidas; entretanto,
as vezes essas atitudes, quando usadas sem ética, podem comprometer -nos e nos trazer
depreciações.
Por exemplo favorecendo o desenvolvimento da tecnologia e da automação em
detrimento do emprego de muitos funcionários, estes certamente poderão encontrar a
miséria e a fome , que virão com o desemprego. Por outro lado, é difícil conciliar esses
dois caminhos ( o da automação e o da "humanização" da mão-de-obra ), pois para o
emprezário um é sempre mais lucrativo e produtivo. E a produtividade é importante
dentro da realidade em que o mundo vive, onde faltam alimento e vários produtos básicos
para muitas pessoas.
O problema é ainda muito maior no campo das ciências biomédicas: caso de clonagem.
Ainda que a desonestidade em Ciência não possa ser inteiramente evitada por meio de
regulamentos, as correspondentes disposições podem todavia garantir que todos os
participantes no processo de criação científica seja dado conhecimento por via
regulamentar das normas da boa prática científica. Co isso dar-se-á um importante
contributo para contrariar comportamentos científicos incorrectos.
O documento: " Agir responsavelmente em Ciência " elaborado por um grupo de
trabalho do conselho científico da Sociedade Max Planck contem notas sobre esta
problemática de normas de boa prática científica.
- Dar lugar à publicação, por princípio, dar resultados obtidos com utilização de
recursos públicos ( princípio do carácter público da investigação fundamental );
- Tornar público, de forma adequada, mesmo hipóteses não confirmadas, e
reconhecer erros ( princípio da cultura científica tolerante ao erro );
- Agir com estrita honestidade no reconhecimento e adequada consideração das
contribuições de precursores, concorrentes e colaboradores ( princípio do
reconhecimento ).
■ Direitos de Autor
O Que é o direito de autor?
Hoje em dia, o direito de autor, deixou de estar somente ligado à clássica imagem da
pessoa física, para ser um direito de protecção, não apenas da criação literária e artística,
mas também da publicação e duplicação em rede de conteúdos.
48
A coleta , análise e interpretação dos dados é tarefa cansativa que exige sempre muita
paciência e perseverança. Deve -se usar as normas e técnicas da leitura inteligente. Quem
não sabe ler cientificamente as obras escritas não saberá tomar boas anotações.
Processos de leitura:
Podemos classificar a leitura em três tipos: formativa, distração e informativa.
Leitura selectiva
Leitura interpretativa
É a última fase da leitura de um texto e sua aplicação aos fins particulares da pesquisa .
Implica em:
1. Procurar saber o que o autor realmente afirma, quais os dados que oferece e as
informações que transmite, os problemas, hipóteses, teses, provas e conclusões. O
pesquisador não pode incorporar conclusões alheias que não repousem sob provas
convincentes.
2. Relacionar os problemas onde se procura solução, em função dos propósitos do
pesquisador, aplicando-se na solução dos problemas formulados na pesquisa.
49
Num trabalho científico três coisas devem acontecer: deve ser inteligente, deve possuir
uma estrutura orgânica e formar uma unidade. As partes do trabalho devem ter uma
sequência lógica rigorosa que deve ser determinada pela estrutura do discurso. O sentido
das partes deve estar logicamente inserido no contexto. O trabalho científico deve possuir
as seguintes partes fundamentais na sua estrutura: Introdução, desenvolvimento e
conclusão.
Introdução
A introdução deve situar o leitor no contexto da pesquisa, informando a finalidade do
trabalho, devendo ser considerado os seguintes aspectos:
a. A apresentação do problema deve ser clara;
b. O objectivos delimitam o alcance da investigação, que aspectos se
pretende analisar, e o que se propõe fazer;
c. A justificativa que destaca a importância do tema abordado, suas
divergências, e contribuições.
d. As definições devem ser esclarecidas;
e. A metodologia deve ser esclarecida;
f. A revisão de literatura, deve ser demonstrada;
g. As hipótese devem ser apresentadas;
h. As dificuldades, quanto relevantes, devem ser expostas.
A introdução deve esclarecer o leitor a respeito do teor da problematização do tema do
trabalho, assim como a sua natureza. Deve-se evitar na introdução os retrospectos
teóricos, a apresentação dos resultados e discursos grandiloquentes. Deve ser sintética e
deve versar somente sobre a temática do trabalho, sendo a última parte do trabalho que
deve ser escrita.
Desenvolvimento
intitulam. A fundamentação lógica do tema deve ser exposta e provada. O seu objectivo
deve ser explicar, discutir e demonstrar.
Conclusão
2a variante
a. capa
b. Folha de rosto
c. Sumário
d. Texto ( Introdução, desenvolvimento e conclusão )
e. Glossário
f. Referências bibliográficas
g. Anexos
h. Capa
a
3 variante: caso de Monografias científicas ( Dissertação ou tese )
a. Capa, página de rosto
b. Página de dedicatória
c. Página de observação
d. Página de aprovação
e. Sumário
f. Lista de tabelas e/ou figuras
51
g. Resumo
h. Corpo de trabalho ( Introdução, desenvolvimento e conclusão )
i. Apêndices
j. Anexos
k. Bibliografia
l. Capa
A construção das notas de rodapé, deve ser observada e estas deverão ser separadas por
um traço, sendo respeitadas o seu alcance e a sua distância em centimetros da última
linha. Devem ser respeitadas também a sua margem a posição dos números de chamada e
o espaçamento simples, diferente do espaçamento do trabalho científico. Observam-se
também no texto do trabalho, o início dos seus parágrafos, os capítulos que devem ser
iniciados em uma nova página, e os seus títulos, observando que as letras devem ser
maiúsculas, distância quanto ao limite superior, sua centralização na folha, e a numeração
que deve ser feita em algarismos romanos.
A capa inicial de um trabalho científico deve conter o nome do autor com letras
maiúsculas; o título do trabalho e abaixo deve vir a cidade e o ano.
Depois, vem a página de rosto onde aparece, o nome do autor, título do trabalho, uma
explanação referente à natureza do trabalho, a que se destina, o objectivo académico e a
instituição a que se destina; e em baixo deve constar a cidade e o ano.
Bibliografia
52
A ordem dos elementos de cada referência bibliográfica deve estar de acordo com as
normas específicas da técnica bibliográfica.( ver Guia Prático para Referências
Bibliográficas em anexo ou http://www.terravista.pt/AguaAlto/1018/GI_l.html)
- Título
- Problema de Pesquisa
- Hipóteses ou Perguntas de Pesquisa
- Justificativa
- Metodologia
- Fontes bibliográficas
Título do Trabalho:
53
Deve ser condizente com os objectivos do trabalho, ou seja, deve deixar claro ao leitor,
do que se trata na pesquisa. Exemplo: Um trabalho realizado sobre stress por alunos da
disciplina Métodos de Investigação psicológica; o grupo estava interessado em comparar
o nível de stress de professoras que ministram aulas no ensino fundamental em escolas
públicas, privadas e especiais ( para crianças com necessidades especiais ). Então o título
foi o seguinte: "Níveis de Estresse em Professoras de Escola da Rede Pública, Particular
e de Ensino Especial"
Deve-se evitar usar títulos vagos como "Depressão", "Ansiedade", "Stress". Esses temas,
assim como todos os demais, são extremamente amplos e cabem um sem número de
possibilidades de pesquisa. Deve ser mais específico indicando o que, como e em quem.
Por exemplo: " Risco de Depressão em Idosos Asilados e Não-Asilados".
Problema de Pesquisa:
Mostra qual é a situação que norteia o trabalho de pesquisa. Ele segue uma estratégia
lógica. Isto é, parte de ideias ( ou hipóteses) existentes e a partir delas elabora uma nova
hipótese a qual o pesquisador colocará em teste.
A hipótese ou pergunta de pesquisa diz respeito, especificamente, aquilo que você irá
tentar averiguar ou responder em seu trabalho. As hipóteses são afirmações sobre um
fenómeno e são sempre escritas desta forma. As perguntas, como já é de se supor, são
escritas de forma interrogativa e questionam um determinado fenómeno.
As hipóteses são mais utilizadas quando você já possui informações sobre o fenómeno a
ser estudado e quer saber se estas predições que outros autores fizeram sobre este
fenómeno são confirmadas no seu próprio trabalho. Isto significa que você irá testar a
validade destas afirmações. Daí já pode-se concluir que Hipóteses são utilizadas quando
você quer utilizar uma metodologia experimental ou quase-experimental.
No caso do exemplo acima sobre Stress, vários pesquisadores tem relatado que o trabalho
do professor é muito estressante. Se adicionamos a este professor o problema das
dificuldades de aprendizagem que acometem a maioria das crianças com problemas
cerebrais, deveriamos encontrar níveis de stress ainda maiores nestes professores, do que
outros que trabalham com crianças com crianças que não apresentam necessidades
especiais. Como ficaria formulada a hipótese? " Professores de alunos com necessidades
especiais apresentam maiores escores de stress do que professores de crianças normais".
Como você pode perceber essa é uma affirmação. Isto não significa que o fenómeno
realmente existe... é apenas um constructo lógico. Não necessariamente este fenómeno
realmente ocorre. Era isso que se queria verificar, se esta hipótese é confirmada ou
refutada em nossa pesquisa.
54
Por outro lado, as perguntas de pesquisa são geralmente utilizadas em designs descritivos
( método descritivo), interessados em aprofundar mais o conhecimento existente sobre
um fenómeno, explorando-o mais. Por terem um carácter mais exploratório, as perguntas
de pesquisa não são tão específicas quanto as hipóteses, contudo, não deixam de ter
objectividade.
Por exemplo, você deseja investigar, junto a sua comunidade, qual a relação das pessoas
com lixo que produzem, isto é, quais são as práticas utilizadas para descartar aquilo que
consideramos imprestável. Elas separam o lixo pelas suas qualidades materiais ( metais,
vidros, material orgânico e papel )? Se o fazem qual a motivação? Se não fazem quais são
os motivos? Existem diferenças relacionadas ao nível de instrução e a realização da
selecção do lixo ? Existem diferenças sexuais neste comportamento? As pessoas sabem
que seu lixo pode ser reciclado? Elas sabem das vantagens e desvantagens da reciclagem
do lixo?
Como deve ter percebido, há uma miríade de perguntas que poderiam ser feitas neste
exemplo. Isto é o que chamamos de Problematização. As perguntas servem de guia para
orientar o trabalho de pesquisa e ao mesmo tempo delimita o campo de observação. Elas
são ao mesmo tempo, amplas e objectivas.
Justificativa
Nesta secção deve deixar claro a importância deste trabalho. Pode começar expondo o
problema ( mais detalhado que na secção problema ), suas implicações para a
compreensão do fenomeno e suas implicações práticas ( ou seja, para que serve este
estudo?).
Nessa secção deve demonstrar sua habilidade para articular o conhecimento já adquirido
sobre o fenómeno e seus insights sobre o mesmo.
No exemplo de stress em professoras, a justificativa foi elaborada citando os problemas
que os efeitos do stress sobre o educador podem trazer para a qualidade do processo
ensino-aprendizagem. Em seguida argumentou-se sobre a importância da identificação do
stress como uma forma de garantir sua prevenção, pois na medida em que sabemos a
probabilidade de tal acontecimento as chances de que possamos lidar com ele de uma
forma assertiva aumentam e, neste caso específico ( o do stress em professoras de ensino
público, privado e de educação especial ), aumentam a qualidade dos serviços oferecidos
e da vida das pessoas afectadas directamente pelo stress.
Metodologia
Nesta secção você deve detalhar a constituição da sua amostra, os seus instrumentos ou
materiais a serem utilizados para coletar dados e o modo como você executará a coleta,
propriamente dita.
Esta secção é dividida em três subsecções:
1) amostra
2) materiais ou instrumentos
3) procedimento
55
Amostra
Aqui deve esclarecer quem será a amostra. Deve detalhá-la o máximo possível mesmo
que seja apenas uma estimativa ( no caso de designs descritivos). Dados como o número
de indivíduos, sexo, faixa etária, se serão estudantes ( de onde ? ) ou outra categoria
funcional e se foram voluntários ou não. Outros dados podem ser importantes
dependendo do que você precisa caracterizar nesta amostra. No estudo de stress
caracterizou-se a amostra como professoras de carga horária integral, isto significa que
não interessava professoras que desempenhavam sua tarefa somentedurante um período.
Você poderia ainda, por exemplo, querer comparar dados de pessoas cardiacas com
pessoas sem histórico de doenças cardíacas. Então você deveria descrever que tipo de
paciente cardíaco você tem. Pessoas que já enfartaram pelo menos uma vez, pessoas que
nunca enfartaram mas são hipertensos e fazem tratamento para cardiopatias, etc. Sua
amostra sempre depende do que você pretende estudar e as descrições que você precisa
relatar no projecto são exactamente aquelas que são importantes para a validade do seu
estudo.
Procedimentos
Nesta secção você deve descrever, de um modo claro e preciso, como será efectuada a
coleta de dados. É importante citar o "setting" ( ambiente e contexto, por exemplo, se os
dados forem coletados em sala de aula, em escritórios, em laboratório; se a aplicação é
coletiva ou individual, etc. ) onde será aplicado o(s) instrumento(s), qual a ordem de
apresentação dos instrumentos, quais as instruções que serão repassadas aos sujeitos,
quais outras variáveis ( se houver) serÃo medidas ( ou observadas), se heverá treino( se
for necessário ) e por que, tempo estimado de aplicação dos procedimentos, e quaisquer
outras informações necessárias para que o leitor possa saber exactamente o que você fará
em campo.
Fontes Bibliográficas
A última ma, não menos importante , parte do pré-projecto de pesquisa é a citação das
fontes bibliográficas que você usou e estará utilizando para planejar e executar o seu
trabalho. Ela se torna de extrema importância porque dá aval ao seu emprendimento e
56
permite ao leitor ( e orientador ) verificar se o seu problema está, em termos lógicos, bem
encaminhado.
A função desta secção é a de fornecer ao leitor a oportunidade de conhecer as fontes de
idéias de seu trabalho bem como dar respaldo às suas interpretações dos dados e dos
fenómenos analisados.
Título do Trabalho
Introdução
Não faça de seu projecto um recorte de citações. Priorize a sua interpretação dos dados da
literatura. Isto não significa que você não deva citá-las, apenas procure usar mais as suas
próprias palavras e indicando de onde estão sendo " puxadas " estas informações.
Tente ser conciso (a), não acrescente dados que nada acrescentam aos objectivos do
projecto. Prenda-se ao escopo do seu trabalho. Caso sejá necessário acrescentar algo, seu
orientador(a) lhe dará as devidas instruções.
Dedique os últimos parágrafos do seu conteúdo introdutório à " costura"dos conteúdos
que você apresentou anteriormente e deixando claras as hipóteses que nortearão o
projecto.
57
Objectivos
A secção de objectivos deve mostrar quais são as intenções do projecto. Geralmente ela é
subdividida em duas partes: os objectivos gerais e os objectivos específicos. Os
objectivos gerais, como o próprio termo já diz, mostram as contribuições teóricas e/ou
práticas que este trabalho pode trazer a médio e longo prazo. Os objectivos específicos
dizem respeito as respostas imediatas que você pretende alcançar com os resultados deste
trabalho.
Por exemplo, em um trabalho sobre reconhecimento de parentesco através de fotos, os
objectivos do grupo foram:
Gerais:
1) Contribuir na compreensão dos mecanismos do reconhecimento de
parentesco;
2) Analisar as diferenças sexuais no reconhecimento de parentesco
Específicos:
1) Testar o reconhecimento de parentesco através de fotos de
pais/filhos/filhas e mães/filhos/filhas em estudantes universitários;
2) Levantar a existência ou não de diferenças sexuais na habilidade de
reconhecer parentesco em fotos;
3) Averiguar se existem diferenças significativas de reconhecimento entre os
pareamentos pai/filho, pai/filha, mãe/filho e mãe/filha.
Metodologia
Fontes Bibliográficas
Orçamento
Aqui deve descrever o custo do seu projecto. Devem constar os custos com material (
permanente e de consumo ), pessoal e serviços. Faz-se necessário também, a decrição do
uso destes.
Material permanente - equipamentos ( computadores, impressoras, móveis, softwares,
maquinário de labaratório, etc. ), com suas devidas especificações (por exemplo:
computador IBM, modelo Pentium III, 500 Mhz, com 64 Mb de RAM,...)
Material de consumo - folhas, tinta para impressoras, material de escritório em geral,
filmes para máquinas fotográficas, fitas magnéticas, material de laboratório como tubos
de ensaio, placas de vidro,etc.).
Pessoal - bolsistas, técnicos e outros profissionais que trabalharão no projecto
diretamente. Especificando o função que exercerá, o tempo dedicado ( em horas ) e o
custo.
58
MATERIAL PERMANENTE
Descrição do Quantidade Custo Custo total Descrição de uso
equipamento unitário (USD )
( USD )
Computador p. III, 02 2.099,00 4.198,00 Análise de dados,
500Mhz, 64 Mb acesso a base de
RAM, placa de vídeo dados na internet,
de 4 Mb,... execução de
trabalho de coleta
on-line, ...
Impressora Epson 01 450,00 450,00 Impressão de
Styllus color 640 material técnico,
relatórios, ...
MATERIAL DE CONSUMO
Descrição Quantidade Custo unitário Custo total Descrição de
( USD ) ( USD ) uso
Resma de papel 02 5,00 10,00 Relatórios,
A4 dados
estatísticos, ...
Tinta para 05 35,00 175,00 Alimentação da
impressora impressora
Epson
SERVIÇOS
Descrição do Quantidade Custo mensal Custo total Descrição da tarefa
pessoal ( USD ) ( USD )
bolsista 02 250,00 3.000,00 Análise de dados,
( 12 meses ) acesso a base de dados
na internet, execução do
trabalho de coleta on-
line, ...
Cronograma
Demostra como os passos do projecto, e em que tempo( durante a execução do trabalho),
será realizado. Abaixo temos o exemplo de um projecto que será executado em 8
semanas ( poderia também ser em dias, meses, anos ). O tempo de execução depende do
tipo de trabalho realizado.
59
Descrição 1a 2a 3a 4a 5a 6a 7a 8a
das tarefas semana semana semana Semana Semana Semana Semana semana
Revisão x x x x x x x x
bibliográfica
Contacto x x
com a
população
Coleta de x x x
dados
Análise de x x x
dados
Confecção x
de relatórios
ANEXOS