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INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA
UERN
http: // propeg.uern.br/sic/anais
ANAIS DO SALÃO DE
INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA
UERN
http: // propeg.uern.br/sic/anais
Catalogação da Publicação na Fonte.
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
Acesso: http://propeg.uern.br/sic/anais
ISSN: 2526-7841
VICE-REITORA
Prof.ª Dr.ª Fátima Raquel Rosado Morais
PRÓ-REITOR
Prof. Dr. José Rodolfo Lopes de Paiva Cavalcanti
PRÓ-REITOR ADJUNTO
Prof. Dr. Cláudio Lopes de Vasconcelos
EXPEDIENTE
Anais do Salão de Iniciação Científica da UERN (SIC UERN)
Organização
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
Docentes
Prof. Dr. José Rodolfo Lopes de Paiva Cavalcanti
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação
Técnicos Administrativos
Carla Luciana de Oliveira Marques
Hebert Torquato Silva
Ismael Nobre Rabelo
Lauro Augusto Ribeiro Júnior
Estagiários
Igor Bezerra Calado
Sarah Eugênia Viana de Araújo
Sobre os Anais
Edição: 1ª (resumos referentes aos projetos de iniciação científica da edição 2019/2020)
Ano: 2020
Periodicidade: anual
Conteúdo: resumos expandidos
Tipo de Publicação: publicação eletrônica on-line
ISSN: 2526-7841 / ISSN Portal: https://portal.issn.org/resource/ISSN/2526-7841
Idioma: somente em português
Textos: retirados dos resumos expandidos dos projetos de pesquisa dos programas PIBIC, PIBITI e PIBIC-
EM da UERN edição 2019/2020.
Imagens: acervo da PROPEG
Data da Publicação: 25 de junho de 2020
Páginas: 1289
Palavras-chave: iniciação científica, pesquisa, tecnologia, inovação, divulgação científica
Endereço e contato
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação – PROPEG
Departamento de Pesquisa – DP
Campus Universitário Central, rua Professor Antônio Campos, s/n, BR 110, km 48
Bairro Presidente Costa e Silva, Mossoró/RN, CEP 59.600-000
Telefones: (84) 3315 2176, 3315 2180, 3312 4839, 3314 9856 - Fax: (84) 3315 2177
e-mails: propeg@uern.br, dp@uern.br, pibic@uern.br
UERN: http://portal.uern.br/
Página dos Anais: https://propeg.uern.br/sic/anais/default.asp?item=sicanais-apresentacao
Página do PIBIC UERN: https://propeg.uern.br//default.asp?item=propeg-iniciacao-cientifica-pibic
APRESENTAÇÃO
A VIII Semana de Ciência, Tecnologia e Inovação da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte1 (VIII SCTI UERN), com tema geral “Inteligência artificial: a nova fronteira da
ciência brasileira” ocorreu no seu Campus central e seus 05 campi avançados, distribuídos em
06 municípios do Rio Grande do Norte, de modo que as cidades que sediaram o evento foram
Mossoró, Natal, Caicó, Pau dos Ferros, Patú e Assu, no período de 16 a 20 de novembro de
2020. Teve como objetivo geral divulgar, socializar e integrar conhecimentos científicos e
tecnológicos à sociedade não especializada, de modo a contribuir com o desenvolvimento
científico, social e humano do país, em particular do estado do Rio Grande do Norte.
A VIII SCTI UERN agregou simultâneos os seguintes eventos, a saber: XVI Salão de
Iniciação Científica; IX Salão de Iniciação Científica do Ensino Médio; IX Encontro de Pós-
Graduação e Pesquisa da UERN, VII Encontro de Gestão, Empreendedorismo e Inovação, além
do espaço de lançamentos de divulgação científica e cultural.
Nessa oitava edição, articularam-se eventos consolidados e em expansão, onde foram
realizadas conferências, palestras, mesas redondas e apresentações de trabalhos de docentes,
discentes e técnicos administrativos, possibilitando que a comunidade acadêmica e a sociedade
em geral pudessem conhecer e discutir os resultados, a relevância e o impacto das pesquisas
científicas e tecnológicas desenvolvidas pela UERN.
Constituindo-se parte da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, o VIII SCTI
UERN contribuiu para expandir e difundir a discussão sobre “Inteligência artificial: a nova
fronteira da ciência brasileira” em direção ao desenvolvimento tecnológico, social e ambiental,
para produzir novos meios e instrumentos visando aumentar o potencial científico e inovador da
nossa região e para definir os horizontes e/ou caminhos a serem trilhados pela UERN na
perspectiva de fortalecer e ampliar sua capacidade produtiva e intelectual em nível nacional.
Os Anais do Salão de Iniciação Científica da UERN2, disponível em
http://propeg.uern.br/sic/anais, resumem esse momento ímpar da pesquisa científica em nossa
Instituição. Compostos por um total de 304 resumos expandidos, distribuídos nas áreas de
Ciências Exatas e Tecnológicas (37), Ciências Humanas (84), Ciências Sociais Aplicadas (49),
Ciências da Vida (80) e Linguística Letras e Artes (54), frutos dos Programas PIBIC, PIBITI e PIBIC-
EM, desenvolvidos no processo de formação de nossos estudantes.
1
Semana de Ciência, Tecnologia e Inovação da UERN, disponível em: <http://uern.br/eventos/sctiuern/>.
2
ISSN Portal. Publicação eletrônica online, ISSN nº 2526-7841, confirmação disponível em:
<https://portal.issn.org/resource/ISSN/2526-7841>.
Com agradecimentos ao CNPq, pelo importantíssimo e considerável fomento das bolsas
PIBIC, PIBITI e PIBIC-EM, aos alunos, professores, pesquisadores, avaliadores e à comunidade
acadêmica em geral, apresentamos os Anais do Salão de Iniciação Científica da UERN da edição
2019/2020 e convidamos todos e todas a transformá-los em instrumento de consulta e de
estímulo a novas pesquisas, produções e publicações.
CIÊNCIAS DA VIDA
CIÊNCIAS HUMANAS
Resumos expandidos de
CIÊNCIAS DA VIDA
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Introdução: A Aids é uma doença de contornos biológicos já bastante bem definidos, mas, ela
é também, como qualquer outro agravo de saúde, uma questão altamente complexa de ordem
social, política, cultural e econômica (SEFFNER, PARKER; 2016). No decorrer dos últimos
30 anos a epidemia trouxe consequências para famílias, sendo um dos maiores desafios para a
saúde pública. O Brasil apresentou políticas de enfrentamento à Aids, onde destacou-se a forte
organização social para sua formulação Na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
que é uma instituição que disponibiliza ao curso de enfermagem não só a modalidade de
bacharelado mais também licenciatura, oferece para seus alunos diversificadas opções no
campo profissional. Como enfermeiro diplomado desta academia os horizontes para docência
constantemente estiveram presentes, viabilizando com o Programa Institucional de Monitoria -
PIM um desenvolvimento dos discentes que desejam seguir este caminho. O programa tem
como objetivos melhorar os indicadores de ensino-aprendizagem no âmbito acadêmico,
facilitando o crescimento nas atividades de docência, de pesquisa e de extensão universitária.
Desta forma, propõe-se a realização desse estudo a fim de responder a seguinte questão de
pesquisa: Como se dá a caracterização da epidemia de HIV/Aids no Brasil? O interesse pelo
tema da caracterização e do perfil epidemiológico das pessoas que vivem com HIV/AIDS se
deve ao fato da literatura desejar mostrar a mudança que vem ocorrendo. Este estudo justifica-
se pela necessidade de conhecer a caracterização e o perfil epidemiológico dos casos de
HIV/Aids, bem como a realidade desta condição nas cinco regiões do Brasil, além de permitir
uma compreensão mais profunda da situação loco-regional, para que se possam formular
estratégias e implementar programas de prevenção, promoção e controle do HIV/Aids mais
direcionados aos públicos de maiores taxas. Neste sentido, o estudo tem como objetivo geral
descrever a caracterização e o perfil epidemiológico Regional dos casos HIV/Aids, e como
objetivos específicos: analisar as características da epidemia de HIV/Aids nas cinco
macrorregiões do Brasil, identificar as tendências de incidência de Aids, estratificadas por
fatores sociodemográficos, por regiões do Brasil no período de 2007 a 2017, e compreender as
diferenças regionais quanto ao perfil epidemiológico da epidemia de HIV/Aids. Metodologia:
Esta pesquisa é caracterizada como um estudo epidemiológico, agregado, observacional,
transversal, ecológico e de abordagem quantitativa. Todos os dados são do tipo agregado,
obtidos na base de dados do Ministério da Saúde, mais especificamente do Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponível no DATASUS. Os dados
referentes a epidemia de HIV/Aids no Brasil foram coletados no período de 2007 até 2017, ano
mais recente que contêm dados atualizados sobre a epidemia. A taxa de incidência de Aids nas
regiões foi calculada pelo número de casos novos em residentes, dividido pela população total
residente no período determinado, onde o valor final foi multiplicado por cem mil. Após a
coleta, todos os dados foram digitados em um banco do Software Statistical Package for the
Social Sciences (SPSS) e no Microsoft Office Excel. Inicialmente, foi construída uma análise
descritiva das características da epidemia nas regiões, e foram construídos gráficos que
permitiram diferenciar o comportamento da epidemia nas regiões. Após a construção desse
perfil foi feita uma análise estatística, identificando quais variáveis estão comportando-se de
maneira distinta nas diferentes áreas do território, buscando a associação com as condições
sociodemográficas. A análise descritiva serve para a discussão sobre o comportamento da
epidemia de HIV/Aids nas diferentes regiões do Brasil e as proposições necessárias ao seu
¹Estudante do curso de licenciatura e bacharelado em enfermagem do departamento de enfermagem da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: andinho.dutra.92@hotmail.com
²Professores do Departamento de enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail:
Raquel.mirtes@yahoo.com.br.
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Gráfico 1: Taxa de detecção de aids (por 100.000 hab.) segundo região, por ano de diagnóstico. Brasil, 2007 a
2017
DISTRIBUIÇÃO DA TAXA DE AIDS POR REGIÃO
40,00
Taxa de detecção de aids (por 100.000
35,00
30,00
25,00 Norte
Nordeste
20,00
hab.)
Sudeste
15,00 Sul
Centro-oeste
10,00
5,00
0,00
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Fonte: dados da pesquisa.
A etapa seguinte, foi realizada a estratificação da taxa de Aids segundo as variáveis supra
citadas. Com relação a faixa etária Na Região Nordeste epidemia se comporta semelhante a
Região Norte. Há um aumento significativo em pessoas com idade entre 15 e 29 anos de idade
até 2012, tendo uma queda na taxa a partir daí até o ano de 2017. Em pessoas com idade entre
30 e 59 anos também é alta, chegando em 2017 com taxa de 17,59 casos por 100.000 mil
habitantes. Em pessoas acima de 60 anos houve aumento durante o período. As pessoas de 0 a
14 anos tiveram uma baixa na sua taxa, em 2007 era de 1,54 e em 2017 de 0,84 casos por
100.000 mil habitantes. Nas demais regiões o comportamento é semelhante. Ambas apresentam
a maior taxa entre 15 e 29 anos, porém, com uma perspectiva de diminuição de casos a partir
de 2009. Entre 30 e 59 anos, a Região Sul e Sudeste mantiveram-se constantes, mas, na Região
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Referências:
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em: 28 fev. 2020
BATISTA, L. E. Masculinidade, raça/cor e saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 10, n. 1, p.
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Vigilância em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, Número Especial, dez. 2019. Disponível
em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2019/boletim-epidemiologico-de-hivaids-2019. Acesso
em: 28 fev. 2020
PEREIRA, M. G. et al. Perfil sociodemográfico e clínico de pacientes adultos HIV (+),
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https://www.researchgate.net/publication/322505599_PERFIL_SOCIODEMOGRAFICO_E_
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RIBEIRO, M. R. C. Práticas de educação em saúde das DST/aids na atenção básica. 2017.
Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Gestão das Políticas de DST/Aids,
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https://monografias.ufrn.br/jspui/handle/123456789/6564. Acesso em: 29 fev. 2020.
SEFFNER, F.; PARKER, R. A Neoliberalização da prevenção do HIV e a resposta
brasileira à AIDS. In: BASTHI, A.; PARKER, R.; TERTO JR., V. Mito vs Realidade: sobre
a resposta brasileira à epidemia de HIV e AIDS em 2016. Rio de janeiro, RJ: ABIA, jul. 2016.
p. 22-30. Disponível em: http://abiaids.org.br/wp-content/uploads/2016/07/Mito-vs-
Realidade_HIV-e-AIDS_BRASIL2016.pdf. Acesso em: 29 fev. 2020.
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Introdução
A Hemofilia é uma coagulopatia hereditária recessiva ligada ao sexo, ocorrendo
devido a falta ou produção defeituosa dos fatores VIII (hemofilia A) ou IX (hemofilia B) da
coagulação. Em 2016 eram 184.726 pessoas com hemofilia em todo o mundo, sendo 149.764
pessoas com Hemofilia A, representando 81% dos casos e 29.712 pessoas com Hemofilia B.
O Brasil, por sua vez, apresentava 12.119 hemofílicos (BRASIL, 2015); (WFW, 2017).
Caracterizada clinicamente por sangramentos em diversos graus de extensão, os quais
englobam hemartroses, hematomas, epistaxe e hematúria. A frequência e a gravidade do
quadro hemorrágico estão geralmente relacionadas com as concentrações plasmáticas do fator
de coagulação deficiente, de modo que a gravidade da doença é diretamente proporcional ao
grau de deficiência do fator, que podem ser leves, moderadas ou graves. Dentre as
manifestações, o envolvimento osteoarticular representado pelas hemartroses é um dos mais
impactantes pois, se não tratados, podem gerar danos permanentes e incapacitantes.
(SANTOS, 2017); (NUNES et al. 2009).
O tratamento da hemofilia geralmente é realizado nos centros especializados
(hemocentros) que fornecem a reposição dos fatores de coagulação e o serviço ambulatorial
de acompanhamento em Hematologia. Além disso, o hemofílico vive em constante
necessidade de cuidados multiprofissionais, haja vista o comprometimento biopsicossocial da
doença. (SHIKASHO et al., 2008).
Três componentes principais podem afetar os hemofílicos: o primeiro corresponde à
atitude do indivíduo frente a sua enfermidade e seu e receio frente aos sangramentos. O
segundo refere-se ao contexto familiar e, por último, encontra-se a sociedade que, por falta de
orientação, pode interferir de forma negativa na adaptação do paciente hemofílico em
ambientes como escola, trabalho e lazer. (NUNES et al. 2009) Devido aos pressupostos
citados, não é difícil compreender que a hemofilia envolve aspectos complexos e conflitantes.
Nesse sentido, avaliar a qualidade de vida de pessoas com hemofilia é extremamente
relevante para a tomada de decisões relacionadas ao aprimoramento do planejamento da
assistência e, consequentemente, melhora na qualidade do cuidado. (VILELLA, 2019).
Logo, o estudo busca avaliar a qualidade de vida de hemofílicos acompanhados nos
serviços de saúde de Mossoró-RN, tendo em vista os aspectos físicos, os psicológicos, as
relações sociais e meio ambiente em que eles estão inseridos. Bem como analisar os impactos
psicossociais da doença, incluindo a notícia do diagnóstico, o manejo de emergências clínicas
frente à rotina de estudos e/ou trabalho e o impacto que os desafios enfrentados exercem
sobre o autocuidado e a adesão ao tratamento.
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Metodologia
Tratou-se de um estudo epidemiológico de corte transversal realizado durante o ano de
2019. Utilizou-se de metodologia quantitativa, mediante um questionário padronizado
WHOQOL-bref abreviado e auto aplicado, além de um questionário com variáveis sócio
demográficas. A população é constituída por 45 pacientes hemofílicos, do sexo masculino,
em acompanhamento nos serviços de saúde e no Hemocentro de Mossoró-RN. Fizeram parte
da pesquisa 11 pacientes que atenderam os critérios de inclusão. Foram incluídos indivíduos
portadores de Hemofilia atendidos no Hemocentro de Mossoró/RN, que frequentaram o
Grupo de Apoio aos Portadores de Hemofilia (GAPH). Foram excluídos do projeto os
indivíduos que não concordaram com os termos da pesquisa propostos no TCLE ou TALE.
A pesquisa foi apresentada e aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte sob número do parecer 3.101.687. Os dados coletados após a
aprovação foram organizados em tabelas e submetidos à análise estatística descritiva. No
presente estudo, o índice de confiança foi de 5% (p=0,05) e margem de erro de 5%.
O módulo WHOQOL bref é constituído de 26 perguntas (sendo a pergunta número 1 e
2 sobre a qualidade de vida geral), as respostas seguem uma escala de Likert (de 1 a 5),
quanto maior a pontuação melhor a qualidade de vida. Retirando-se as duas primeiras
questões, o instrumento tem 24 questões, as quais, compõem 4 domínios que são: físico,
psicológico, relações sociais e meio ambiente. Todos os resultados são as médias tanto das
questões, como dos domínios e enquadradas na classificação: necessita melhorar (quando for
de 1 até 2,9); regular (3 até 3,9); boa (4 até 4,9) e muito boa (5).
O módulo sócio demográfico contou com perguntas referentes a idade, ao estado civil,
a escolaridade e a ocupação dos pacientes. Por fim, houve o tratamento final e o cruzamento
dos dados com fontes teóricas.
Resultados e Discussão.
Dos indivíduos que compuseram esta pesquisa 45% estudavam, sendo que o nível
educacional predominante foi o fundamental incompleto com 36%. Analisando aqueles que já
concluíram o ensino fundamental, obtém-se 63% dos entrevistados, sendo que somente um
possui nível superior completo, refletindo uma população que pouco frequentou as
instituições de ensino e comprova a dificuldade que o portador de Hemofilia tem para
concluir seus estudos. Estudos demostraram que características psicossociais dos hemofílicos
incluem principalmente, o absenteísmo escolar, sendo observado que 50% dos pacientes
relataram interferência da doença na vida escolar (CAIO et al. 2001). Em Pereira (2010) dos
16 entrevistados apenas dois possuíam ensino superior. A falta de escolaridade favorece as
desigualdades sociais e, por conseguinte, o baixo nível de qualidade de vida.
Ainda se observou que somente 36% trabalham. Pode se supor que os dados estão
correlacionados a baixa escolaridade e dificuldades físicas enfrentadas. Leva-se em
consideração que, 35% dos entrevistados estão em idade escolar normal, ou seja, na faixa de 6
a 18 anos, justificando o fato de não trabalharem. Porém, 27% não trabalha e não estuda,
sendo que a média de idade é 34 anos, uma população ativa. Refletindo uma dificuldade real
dessa população em se estabelecer no ambiente de trabalho. O hemofílico como qualquer
outra pessoa deve viver integrado na sociedade, exercendo uma profissão que lhe permita sua
realização profissional, sua independência econômica e que também esteja compatível com
suas limitações físicas (PEREIRA 2010).
Quanto a qualidade de vida geral dos pacientes 63% julgaram como “boa” e sobre a
satisfação com a própria saúde, 63% dos hemofílicos demonstraram-se satisfeitos. Deixando a
média em 4,18, o que vem de encontro com outros estudos que afirmam que portador de
hemofilia se considera um indivíduo normal, no entanto ele é sabedor que existem algumas
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restrições que precisa seguir, sem se sentir diminuído ou impotente mediante ao seu grupo
social (VIZCAINO et al. 2004).
Nos quatro domínios que compõem o questionário, notou-se que o domínio de
relações sociais foi o de maior pontuação, já o domínio físico ficou por último, demonstrando
que portadores de hemofilia devem ser corretamente tratados, usufruindo dos métodos de
prevenção e acompanhados com uma equipe multidisciplinar, para que assim possa-se
alcançar maior sucesso terapêutico e redução de incapacidade física (VRABIC et al. 2012).
Dentro do domínio físico, que obteve escore médio (70,9 pontos), à “dependência de
tratamento ou de medicação" foi que mais influenciou na queda da qualidade de vida, e
respostas variando de “extremamente dependentes” até “muito pouco dependentes”,
refletindo, assim, a real conexão desses pacientes aos serviços de saúde. Como foi observado
em pesquisas realizadas por Caio (2001), onde 65% dos sujeitos consideraram um problema
importante a dependência de um centro de tratamento.
Sobre a dor que os pacientes sentem, cerca de 36% disseram que a dor interfere “mais
ou menos” na sua vida diária e 27 % que dificultava bastante a realização de suas tarefas, os
outros 27% que interferia “muito pouco”. Nota-se que, com a introdução do fator liofilizado
para tratamento profilático, tornou-se possível uma vida com participação ativa em casa,
escola, trabalho, esporte e lazer (RITERNOUR, 2004). Mas, ainda há a necessidade de um
atendimento multidisciplinar que ofereça um tratamento centrado nas dificuldades e
incapacidades mediante seu desempenho e modo de vida diário, restabelecendo suas
capacidades e potencialidades para terem melhor qualidade de vida (SHIKASHO et al. 2009).
Na avaliação da sua capacidade de trabalho 45% disseram ser intermediário ou ruim.
A capacidade de trabalho recebe influências de diversos fatores tais como aspectos sócio
demográficos, estilo de vida, processo de envelhecimento exigências do trabalho, sendo a
saúde considerada como um dos principais fatores (PANZINI et al. 2007).
Já ao domínio psicológico, apresentou o segundo maior escore médio (79,7). Quanto a
espiritualidade, religião e crenças pessoais, 90% referiram fazer sentido de forma extrema,
Alguns estudos apontam para associação benéfica entre religiosidade e saúde mental, atuando
de maneira positiva na qualidade de vida. No que diz respeito à “concentração” 63%
referiram se concentrar bastante, entretanto é a questão com menor escore médio neste
domínio.
Sobre o domínio relações sociais que apresentou o maior escore médio (87,3) e a
maioria dos pacientes considerou o apoio que recebem como o mais alto padrão possível, ou
seja 95% dos participantes demostraram estar satisfeitos ou muito satisfeito com o apoio que
recebem dos amigos. Dado importante, pois, há um consenso que pessoas que tem apoio de
familiares e amigos enfrentam de forma melhor seus problemas (NUNES et al. 2009).
No domínio meio ambiente, com escore médio (75 pontos) teve como questão
abordada a segurança física, que foi considerada bastante segura para 45% dos sujeitos e
intermediaria para 36%. É relevante observar que a segurança física relatada como
intermediária pode ser decorrente da violência e da criminalidade presentes na cidade de
Mossoró e região. Quanto aos “recursos financeiros” 72% referiram de média à muito pouca
quantidade e só 27% estão muito satisfeitos o que revela também os fatores sociais que esses
pacientes estão inseridos e a consequente interferência na qualidade de vida. Por fim, a
relação “ambiente no lar”, é a questão que mais interfere positivamente no domínio (87,3%),
assim como “cuidados de saúde e sociais”, já que a média do domínio obteve 83,6%. Isso é
ideal no contexto da hemofilia, tendo em vista, as particularidades da doença, que muitas
vezes requer assistência imediata.
Conclusão
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Referências
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Today 2004.
SANTOS, Cristiane Flores; LOPES, Fernando José. Bullyng in school in children with
Hemophilia RPGM - Revista Acadêmica, SP, p. 3, 2017
VILLELA, Ariane Lanzini. Revisão Integrativa sobre Hemofilia: Desafio para a assistência
em Enfermagem. Rep. Institucional Faculdade Guairaca, PR, p. 29, 2019.
VIZCAÍNO C. C.; VIZCAÍNO G.; CARRIZO E.; VIZCAÍNO M. A.; SARMIENTO S.;
CARRUYO J. V. Actitud de los indivíduos adultos com hemofilia hacia su enfermedad.
Invest Clin 2004.
VRABIC, Ana Claudia Acerbi et al. Dificuldades para enfrentar sozinho as demandas do
tratamento: vivências do adolescente hemofílico. Acta paul. enferm., São Paulo , v. 25, n.
2, p. 204-210, 2012.
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WFW, World Federation of Hemophilia. Report on the Annual Global Survey 2016. World
Federation of Hemophilia, Montreal, Canadá, v. 1, p. 8, 2017.
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Introdução
A incidência do Câncer do colo do útero (CCU) no mundo aproxima-se de 530
mil novos casos por ano, sendo este a causa de 265 mil mortes no mesmo período.
Nessa perspectiva considerado um grave problema de saúde pública principalmente nos
países em desenvolvimento, devido a sua maior incidência ocorrer em classes
economicamente desfavorecidas (ROCHA CBA, 2019; SILVA; ALMEIDA; SÁ;
MOURA; ARAÚJO, 2017).
De acordo com Silva et al. (2017) a sobrevida do câncer, esta relacionado na
maioria das vezes com consequências negativas, sequelas relevantes, relacionadas a
vivência da doença, diagnostico e tratamentos vivenciados. O CCU revela dimensões
variadas de sentimentos, desde a descoberta da doença, até o retorno as atividades de
vida diárias. O estudo mostra sentimentos como medo, ansiedade e angústia.
Corroborando como o estudo Castaneda et al.(2019) traz que o apoio familiar, de
amigos, de profissionais da saúde, e da religião, as mulheres conseguem enfrentar esses
sentimentos negativos, de forma menos drástica e dolorosa.
No seu estudo Silva et al. (2017) mostra que o tratamento afeta diretamente as
dimensões psicossociais do indivíduo submetido a tal procedimento. E que o apoio
familiar apresenta-se importante nesse momento.
Tendo em vista este cenário, o objetivo do estudo é analisar a relação entre a
sobrevida e apoio familiar em mulheres submetidas ao tratamento de câncer do colo do
útero no Estado do Rio Grande do Norte, Brasil, no período de 2003 a 2008.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo e transversal de abordagem quantitativa,
realizado com prontuários clínicos das mulheres com diagnóstico confirmado de câncer
do colo do útero e que estavam em tratamento em duas instituições de referência no
estado: Liga Norte-Rio-Grandense contra o câncer – LNRCC na cidade de Caicó e
Natal e Centro de Oncologia e Hematologia de Mossoró – COHM entre os anos de 2003
a 2008.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Resultados
De acordo com Análise bivariada entre risco de óbito e fatores prognósticos das
mulheres com câncer do colo do útero, Hazard ratio (HR) entre as categorias e seus
respectivos níveis de significância estatística (valor de p). Rio Grande do Norte, 2003-
2008, identificou-se HR: 1 (apoio no tratamentro não familiar e 1,29 para familiar), IC
menor: 1,01 para apoio familiar, IC maior:1,66 para apoio familiar e p: 0,041 apoio
familiar.
Discussão
O câncer do colo do útero, não diferente dos demais canceres é uma doença que
compromete as esferas física, psicológica e social do paciente acometido por essa
afecção. O aparecimento de um tumor maligno nos órgãos sexuais constitui um impacto
psicológico capaz de perturbar o equilíbrio emocional e afetivo da mulher; Também
acaba passando por um estresse significativo como resultado da incerteza envolvida no
diagnóstico e tratamento da doença neoplásica (BEJARANO, M. et al.,2009;
RAMÍREZ-PERDOMO; RODRÍGUEZ-VELEZ; PERDOMO-ROMERO, 2018).
O diagnóstico do câncer é uma experiência extremamente estressante, fadada de
uma carga gigantesca, cercada de sentimentos como angústia, sofrimento e incertezas. A
palavra câncer por muitos, costuma ser associada à morte, sua mera menção
desencadeia situações de ansiedade nas pessoas, dada a iminência de tratamentos
agressivos que trazem dor intensa e incapacidades dolorosas, além de uma série de
distúrbios físicos e emocionais e mudanças drásticas de estilo de vida, costumes,
trabalho e vida familiar. A isto tudo, acrescenta-se o fator econômico preocupante, uma
vez que, nesse ambiente, os custos da doença ultrapassam a capacidade dos pacientes e
de seus familiares na maioria das vezes. (BARROS; LOPES, 2007).
É sabido que o apoio social é um elemento indispensável para a saúde das
pessoas. A pobreza por sua vez, acarretam limites não apenas econômicos, mas também
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na estrutura das redes sociais e nos suportes obtidos, cujos efeitos se expressam nas
subjetividades das pessoas e, principalmente, na vivência de algumas enfermidades
(VÁSQUEZ; GÁLVEZ, 2014).
Uma mostra de Pesquisa traz que no decorrer do processo de diagnostico
mulheres conseguem tratar o câncer cervical, com ajuda do suporte social, as relações
que constituem e que conseguiram estabelecer durante o tratamento levaram-nas ao
êxito, com o suporte da família, de vizinhos, dos amigos e dos profissionais da saúde.
Decisões como ir ao médico, em busca do diagnostico, resultados e tratamentos, frente
ao adoecimento não foram apenas de vontade própria, mas por incentivo de familiares e
amigos (GÓMEZ; GÓMEZ, 2012).
Corroborando com o estudo Ramírez-Perdomo, Rodríguez-Velez e Perdomo-
Romero (2018), traz que o suporte dado ajuda na restauração da saúde e promove a
reconstrução da vida, diminui a dureza da situação e torna o processo mais suportável
(RAMÍREZ-PERDOMO; RODRÍGUEZ-VELEZ; PERDOMO-ROMERO, 2018).
Os cuidados ofertados pela família, com amor e solicitude durante o
enfrentamento da doença pode fazer com que este período seja cercado de momentos de
reconhecimento e aflorar vários sentimentos bons, de resignação ao outro, assim sendo
possível compartilhar os encargos da doença e possibilitando alegria (WAKIUCHI;
SALIMENA; SALES, 2015).
Conclusão
Referências
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GÓMEZ, Margarita María Gómez; GÓMEZ, María Isabel Lagoueyte. O apoio social:
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Aburrá, v 15, n. 1, p. 32-41, abr. 2012.
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colo uterino: atuação do enfermeiro na estratégia de saúde da família. Rev Fun Care
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colo de útero submetidas a tratamento cirúrgico. Rev Enferm Ufpe On Line., Recife,
p.3258-3268, 15 set. 2017.
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uterino. A Janela [Online], Guadalajara, v. 5, n. 39, p. 208-240, jun. 2014.
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Fernando Jeferson Queiroz dos Santos1; Luiz Paulo Nunes Neto2; Johny Carlos de
Queiroz3
1
Discente do curso de graduação em enfermagem do Departamento de Enfermagem da Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte. E-mail: fernandojeferson@alu.uern.br
2
Discente do curso de graduação em enfermagem do Departamento de Enfermagem da Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte. E-mail
3
Docente do curso de graduação em enfermagem do Departamento de enfermagem da Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte. E-mail: johnycarlos@uern.br
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Para que a SAE seja incorporada a prática dos enfermeiros e demais profissionais
envolvidos, se faz necessário uma educação permanente, capacitando-os para a execução
desse método em todos os serviços de saúde.
Neste sentido foram levantados os seguintes questionamentos: Como tem se
organizado as matrizes curriculares de modo a trabalhar a SAE/PE em acordo com o que
está prevista no PPC do curso de Enfermagem da UERN? Existe alguma tentativa de
implantação da SAE/PE no ensino além do que está previsto no PPC?
A abordagem dessa questão torna-se necessária, tendo em vista que a análise dos
documentos permitirá um olhar mais crítico em relação ao que se faz necessário ser
abordado no ensino de Enfermagem, compreendendo de que forma a SAE/PE contribui
no processo formativo dos discentes e sua posterior atuação nos serviços de saúde.
Além disso, essa problematização se faz necessária vista a realidade das
dificuldades enfrentadas no serviço de saúde e um aprofundamento neste assunto poderá
despertar o interesse dos futuros profissionais para a utilização deste método, resultando
na possibilidade da melhora da assistência, uma maior autonomia ao profissional de
enfermagem e aumento da dinâmica de trabalho da equipe, sobrepondo a atual realidade
de submissão às solicitações da classe médica (TANNURE; PINHEIRO, 2010).
Este estudo objetiva descrever como a Sistematização da Assistência de Enfermagem
contribui para a formação dos discentes
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa documental que realizada no Projeto de Curso (PPC) e
nos Programais Gerais dos Componentes Curriculares (PGCCs) do curso de graduação
da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do norte
(FAEN/UERN), do Campus Central, no período de agosto de 2019 a julho de 2020.
Durante o período de coleta os conteúdos referentes à licenciatura contidos no
PPC não serão avaliados tendo em vista não se adequar aos objetivos da temática em
estudo. A análise será fundamentada na Análise de Conteúdo com elaboração de
categorias proposto por Bardin (2009).
Resultados e discursão
Embora e SAE e o PE sejam percebidos como elementos importantes pela maioria
dos profissionais de enfermagem no Brasil, suas efetivas aplicações na prática do cuidado
clínico de enfermagem ainda são lacunas a serem superadas. Além disso, pouco tem sido
discutido para que se possa promover a construção do conhecimento genuíno de
enfermagem e, consequentemente, a emancipação da identidade profissional, e a
construção de referencias teóricos de enfermagem demonstrem a utilização da SAE e do
PE na prestação de cuidados (OLIVEIRA, 2019; GUTIERREZ, 2017).
Salvador (2019) destaca-se a necessidade de pensar em métodos de ensino que
contribuam para a efetivação de um ensino ativo e efetivo da SAE nos diferentes
processos formativos da enfermagem.
O Curso de Graduação em Enfermagem, no qual foi realizada a pesquisa, está
organizado em 9 semestres e foi a partir da analise dos PGCCs do curso de enfermagem
da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte que tornou-se possível perceber que
a SAE se encontra pouco presente no planejamento disciplinar do curso. A presença da
SAE de forma clara no ensino de graduação se faz visível no plano da disciplina de
“Semiologia e Semiotécnica” do 4ª período do curso, estando descrita como conteúdo no
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os PGCCs pouco abordam a temática. Além disso, foi possível perceber que o tempo
destinado à abordagem disciplinar da SAE no curso é insuficiente para trabalhar a
amplitude de conteúdos a serem ministrados em relação à temática.
Vale ressaltar que se tem como uma forte problemática o déficit do ensino da SAE,
pois é sabido que a mesma é de extrema importância para uma formação pautada na
capacitação de profissionais que sabem exercer sua autonomia e que estarão preparados
para trabalhar de forma eficiente e resolutiva. Além disso, a SAE se faz de extrema
importância para a construção do conhecimento genuíno de enfermagem e,
consequentemente, a emancipação da identidade profissional.
No mais, a pesquisa abre margem para a realização de um novo estudo que se
direcione aos professores do curso para captar a realidade do ensino da SAE na prática
do docente. Dessa forma, poderá ser esclarecido se a problemática do ensino da SAE é
algo meramente documental ou também está presente na prática, bem como na forma de
se trabalhar os conteúdos que se remetem a Sistematização da assistência de enfermagem.
Referências
ADAMY, EK, ZOCCHE, DAA, ALMEIDA, MA. PROCESSO DE
ENFERMAGEM: a arte de integrar o ensino e o serviço na formação. Porto Alegre:
Moriá, 2019.
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César Antonio Araújo Melo¹; Jullierme de Oliveira Morais¹; Eduardo José Guerra Seabra2;
Pablo de Castro Santos².
Palavras-chave: doença cerebrovascular; isquemia; hemorragia; mortalidade.
Introdução
As doenças cerebrovasculares (DCbV) são caracterizadas por um desenvolvimento
rápido do quadro clínico e sintomático causados por um distúrbio local do cérebro ou sistêmico
que pode resultar em morte. Dentre essas DCbVs o acidente vascular cerebral (AVC) se encontra
com o maior destaque, dentre outros motivos, pela sua elevada incidência, com 17 milhões de
indivíduos acometidos anualmente, dentre os quais, 6 milhões evoluem para óbito (BENJAMIN
et al., 2017; PANNAIN et al., 2019).
O acidente vascular encefálico (AVE), comumente é denominado de acidente vascular
cerebral (AVC), pode abranger além do cérebro, o encéfalo e ambos são precedidos de desordens
ocorridas em qualquer parte ao longo do sistema cardiovascular. Anomalias que afetem vasos
como: placas de ateroma, aumento de calibre, perda de elasticidade e o próprio sangue, por meio
de proteínas e substâncias tóxicas para as células do tecido, implicam indiretamente em distúrbios
cerebrais pois comprometem regiões do encéfalo. Nesse sentido, pesquisas como as de HAY et
al., 2017, GAKIDOU et al., 2017, BENJAMIN et al., 2017 e VOS et al., 2017 mostram que
mundialmente, as doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa da morte.
O acometimento por AVE isquêmico ocorre devido a obstrução das principais artérias
que levam sangue ao encéfalo, isto leva a uma hipóxia com a redução no suprimento rico em
oxigênio (O2) e aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2). Já o hemorrágico ocorre
pelo rompimento de uma artéria do encéfalo, seguido de extravasamento sanguíneo para além da
barreira hematoencefálica acompanhado de aumento da pressão intracraniana. É possível observar
na literatura que o AVE isquêmico é o mais prevalente, com aproximadamente 88% dos casos, no
entanto, sua mortalidade é em torno de 15 a 20% menor quando comparado ao hemorrágico
(THOM et al., 2006).
Assim, o presente trabalho teve como objetivo revisar e discutir a literatura acerca dos
fatores moleculares epidemiológicos, clínicos e odontológicos associados ao Acidente Vascular
Encefálico, contribuindo assim na busca esforços para a qualidade da assistência em saúde em
práticas baseada em evidências. A presente investigação científica tem como pergunta norteadora:
quais os fatores moleculares, epidemiológicos, clínicos e odontológicos associados ao acidente
vascular encefálico?
Metodologia
O presente artigo foi construído a partir de uma revisão integrativa, cuja finalidade é
sistematizar os resultados de pesquisas sobre um determinado tema ou área de conhecimento de
forma ordenada para facilitar a compreensão e permitir uma melhor associação entre seus
conteúdos.
1
Estudantes do Curso de Odontologia do Departamento de Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte; e-mails: cesar.a.a.melo@gmail.com ; julliermeoliveira@hotmail.com.
² Docente do curso de Odontologia da UERN; e-mails: pablocastro@uern.br ; eduardoseabra@uern.br
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
A busca para obtenção dos estudos foi realizada no período de março a junho de 2020. As
bases de dados escolhidas para a pesquisa foram: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Scientific
Eletronic Library Online (SciELO), PubMed, ScienceDirect, SpringerLink. Todas as buscas foram
feitas com os descritores em português e inglês respectivamente, determinados pelo DeCS
(Descritores em Ciências de Saúde) e MeSH (Medical Subject Headings): Acidente vascular
cerebral, Stroke, Molecular, Molecular, Odontologia, Dentistry, Epidemiologia, Epidemiology. Os
termos foram combinados por meio do operador booleano lógico “AND”.
Após a coleta de dados os artigos foram analisados e separados de acordo com a
relevância para o tema, em seguida formou-se o contexto para discussão do presente trabalho e foi
apresentado os dados por meio de texto narrativo. Foram inicialmente identificados um total de
achados antes e depois do critério de inclusão, sendo eles: artigos em português, inglês e espanhol,
publicados nos últimos dez anos, completos.
Resultados e Discussão
Doenças do sistema coronário estão, muitas vezes, relacionadas diretamente com DCbVs
causadoras de AVEs (EHRET et al., 2011; OGORODNIKOVA et al., 2010). Dessa forma, a
ausência de elementos dentários foi um fator observado por BOKHARI et al., 2012 e GHIZONI
et al., 2012, por essa carência ser altamente relacionada a doenças gengivais estarem muito
relacionada a DCVs, e AVE diretamente, foi visto uma significatividade nesses indivíduos
acometidos. No estudo de LEAO et al., 2020, a perda dentária não tem mostrado associação com
quadros de AVE isquêmico e isquêmico transitórios, evidenciando resultados negativos nesses
pacientes, mas que levam a resultados de pior funcionalidade após o acidente.
Referente a questão de idade, relacionado com qualquer que seja o tipo do acidente, foi
observado por MAAIJWEE et al., 2014 uma crescente de AVCs primários e recorrentes em jovens
abaixo da idade de 50 anos e entre 18 à 34. Corroborando ao proposto, GHIZONI et al., 2012
aponta que 32% de 141 pacientes de outro estudo se encontravam dentro da categoria de jovens,
o que é um número alto. Entretanto a média de idade em seu próprio trabalho somente 2 pessoas
eram abaixo de 40 anos.
Alguns dados indicam que o uso de contraceptivos hormonais femininos combinados
pode aumentar o risco de acidente vascular cerebral isquêmico em indivíduos que têm enxaqueca,
principalmente as com aura (SACCO et al., 2017). Nesse sentido, de acordo com
ANDROULAKIS et al., 2016, há grandes evidências que sugerem um risco aumentado de acidente
vascular cerebral isquêmico associado à enxaqueca com aura, assim como mostrado por GHIZONI
et al., 2012. Contudo, mais estudos são necessários para ter um desfecho plausível diante dessa
associação.
Pesquisas moleculares indicam que ácidos graxos como ômega-3 estão associados a
prevenção primária e secundária da doença cardiovascular. Foi observado que, pacientes que
tomaram o suplemento de óleo de peixe tiveram uma redução de 15% morbilidade primária,
incluindo 21 e 30% de reduções na mortalidade total cérebro vascular (CAO et al., 2015).
Enquanto outro estudo, feito de forma sistemática (ABDELHAMID et al., 2018), aponta que a
ingestão de AGPIs pode diminuir levemente o risco de AVEs e tem efeitos ínfimos na questão de
mortalidade de DCbVs.
A presença de alguns microrganismos na corrente sanguínea como alguns grupos de
bactérias tem mostrado nos artigos selecionados que a presença dos mesmos tem trazido muitos
prejuízos e danos ao sistema cardiovascular, podendo consequentemente ocorrer episódios de
AVE. Tal mecanismo é mostrado em estudos de KEBSCHULL; DEMMER; PAPAPANOU, 2010
muitas dessas bactérias disseminam-se para corrente sanguínea através do rompimento de vasos
1
Estudantes do Curso de Odontologia do Departamento de Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte; e-mails: cesar.a.a.melo@gmail.com ; julliermeoliveira@hotmail.com.
² Docente do curso de Odontologia da UERN; e-mails: pablocastro@uern.br ; eduardoseabra@uern.br
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do periodonto, por ser um tecido em sua maioria conjuntivo, como é caso das bactérias
Actinomycetemcomitans, Staphylococci e Porphyromonas gingivalis presentes nas bolsas
periodontais (CECON et al., 2010; LEAO et al., 2020; MURAKAMI et al., 2013). Outro
microrganismo importante é o Streptococcus mutans, muito presente na superfície dos dentes, tem
sua penetração no sangue pelo tecido pulpar, através da cárie levando a vários problemas
vasculares e causando hemorragias e micro hemorragias cerebrais (TONOMURA et al., 2016).
Conclusão
Com isso, foi identificado e evidenciado nos artigos selecionados, que existem fatores
epidemiológicos, moleculares e odontológicos relacionados com o acidente vascular cerebral.
Assim, perante a escassez de estudos sobre esta temática, surge a necessidade do desenvolvimento
de pesquisas tanto biológicas quantos odontológicas, bem como de toda área da saúde, na busca
de entender e buscar mecanismos de tratamento aos pacientes com acidente vascular encefálico,
dando ênfase a uma prática baseada em evidências.
Agradecimentos
Agradecemos imensamente ao Governo do Estado do Rio Grande do Norte, a Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) pela bolsa de estudos e oportunidade de participarmos
do PIBIC, ao Coordenador deste projeto por nos confiar esta tarefa tão importante para o nosso
desenvolvimento pessoal e profissional.
Referências:
ABDELHAMID, A. et al. Polyunsaturated fatty acids for the primary and secondary prevention
of cardiovascular disease (Review). Cochrane Database of Systematic Reviews, n. 11, 2018.
ANDROULAKIS, X. M. et al. Ischemic stroke subtypes and migraine with visual aura in the ARIC
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BENJAMIN, E. J. et al. Heart Disease and Stroke Statistics—2017 Update. Circulation, v. 135.
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CAO, Y. et al. Omega-3 Fatty Acids and Primary and Secondary Prevention of Cardiovascular
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Oral Cavities of Comatose Patients. Journal of Microbiology, Immunology and Infection, v.
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analysis for the Global Burden of Disease Study 2016. The Lancet, v. 390, n. 10100, p. 1345–
1
Estudantes do Curso de Odontologia do Departamento de Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte; e-mails: cesar.a.a.melo@gmail.com ; julliermeoliveira@hotmail.com.
² Docente do curso de Odontologia da UERN; e-mails: pablocastro@uern.br ; eduardoseabra@uern.br
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1
Estudantes do Curso de Odontologia do Departamento de Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte; e-mails: cesar.a.a.melo@gmail.com ; julliermeoliveira@hotmail.com.
² Docente do curso de Odontologia da UERN; e-mails: pablocastro@uern.br ; eduardoseabra@uern.br
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Amanda Dylana Dantas Cavalcante¹; Herlan Assis Pereira da Silva¹,², Olympio Cipriano da
Silva Filho¹; Adalberto Veronese da Costa²
Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA¹
Universidade Estadual do Rio Grande do Norte – UERN²
Introdução
Biomecânica é a ciência que estuda o movimento humano e suas características
estruturais e funcionais, a analise biomecânica é uma ferramenta que estuda o comportamento
motor humano usada em estudos aplicados a saúde ou aperfeiçoamento de performance em
práticas de exercício ou esportivas. A partir das variáveis biomecânicas é possível determinar
padrões de movimento, identificar características técnicas de modalidades esportivas e
identificar limitações em movimentos necessários para vida diária. O conhecimento obtido
através dessa ferramenta orienta o ensino pela educação física escolar, com otimização de
movimentos, na saúde, na prevenção e reabilitação de atividade de trabalho e do cotidiano das
pessoas [1].
A tecnologia associada a prática regular de atividades físicas vem se destacando neste
século como alternativa determinante para a saúde e qualidade de vida da população. Observa-
se um aumento no mercado móvel relacionando aplicativos de smartphones aos mais diversos
tipos de hardwares para o monitoramento da saúde estimulando as pessoas para um estilo de
vida saudável. Através da robótica são desenvolvidos dispositivos que impulsionam as
pesquisas nesta área. Esses dispositivos robóticos permitem que a prática de tarefas específicas
seja reproduzida diversas vezes, de forma controlada e confiável, proporcionando
consequentemente o aumento da capacidade motora e melhora do desempenho das atividades
funcionais [2].
Dessa maneira, foi idealizada a Plataforma de Análise Biomecânica – PAB que
realizará captura de imagens e vídeos ao lado de uma piscina semiolímpica através de um robô
microcontrolado que se movimentará sob trilhos, como suporte para câmeras que realizaram a
captura em diferentes ângulos para análises posteriores da mídia armazenada. Para o presente
estudo, ainda em fase inicial que tem como objetivo central desenvolver o controle em malha
aberta de uma plataforma robótica que atenda as especificações de um treino de natação
configuradas via aplicação móvel para sistema operacional Android transmitidas via
comunicação bluetooth.
Metodologia
Inicialmente foi realizado um levantamento bibliográfico afim de se obter o
conhecimento base para realização dos objetivos presentes no plano de trabalho. Em seguida
foi idealizado o projeto da plataforma robótica para análise biomecânica. Em resumo a
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Resultados
Afim de verificar os resultados obtidos foram geradas tabelas para análise. O Quadro
1 apresenta as médias de velocidade obtidas pelo sistema de calibragem para as variações de
tensão de alimentação das cargas.
Quadro 1. Velocidades alcançadas para as razões cíclicas. (Autoria Própria)
Razão Cíclica Velocidade média [m/s]
100% 0,3202
75% 0,2423
50% 0,1705
25% 0,0834
Nota: Valores obtidos no sistema de calibragem.
Para verificar a coerência nos dados coletados pelo sistema de calibragem foram
realizados alguns testes de bancada, manualmente, para comparar com os dados obtidos na
calibragem. Os resultados obtidos são mostrados na Quadro 2.
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Conclusões
A aplicação de tecnologias na área da saúde possibilitam à ferramentas como a análise
biomecânica, avanço em pesquisas relacionadas ao movimento humano, como também torna
possível o aprimoramento de atividades motoras, a captura de imagens, vídeos de qualidade
possibilitam futuramente o emprego de softwares de análise ou ao olho humano, percepção
sobre determinadas situações não observadas pelo treinador.
O trabalho mostrado representa o início da construção de um projeto e o mesmo consta
de muitas etapas a serem realizadas. No que diz respeito ao que foi trabalhado, é no mínimo
interessante realizar futuramente para a plataforma um sistema de controle de malha fechada,
que possa corrigir as variações de velocidade constantemente, de maneira tal, que possa
proporcionar maior precisão para a plataforma. No que diz respeito a outras etapas, pode-se
citar as seguintes:
• Implementar um hardware robusto que atenda aos tempos reais em treinos de natação;
• Implementar um sistema de transmissão que possibilite a comunicação Wi-Fi das
câmeras ao dispositivo receptor;
Agradecimentos
Gratidão ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPQ
que possibilitou o desenvolvimento desse projeto, a Universidade Estadual do Rio Grande do
Norte - UERN, ao Laboratório de Análise de Desempenho Aquático – LADA.
Referências
BERNARDINA, Gustavo Ramos Dalla. UTILIZAÇÃO DE CÂMERAS DE AÇÃO PARA
ANÁLISE CINEMÁTICA TRIDIMENSIONAL DO MOVIMENTO HUMANO. 2016.
129 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Educação Física, Universidade Federal de Viçosa,
Viçosa Mg, 2016. Cap. 1.
ARAÚJO, R. C. Desenvolvimento e avaliação de um sistema de auxílio à reabilitação
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SEIXAS, Falcondes J. M. et al. PROTÓTIPO DE UM VEÍCULO COM ESTEIRAS A PARTIR
DE MATERIAIS RECICLADOS. In: XIV SAFETY, HEALTH AND ENVIRONMENT
WORLD CONGRESS, 14., 2014, Cubatão. DOI 10.14684. Cubatão: Copec, 2014. v. 1, p. 20
- 23.
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1 INTRODUÇÃO
De acordo com Mann, Bateson e Black (2020), para algumas mulheres jovens, uma
gravidez na adolescência pode ter um impacto transformador na mudança de comportamentos
e relacionamentos. Além de ser acompanhada por resultados perinatais adversos e
consequências sociais e educacionais a longo prazo. Os efeitos adversos de uma gravidez na
adolescência são amplamente reconhecidos. No entanto, os prejuízos com a recorrência da
gestação neste grupo apenas recentemente vêm recebendo atenção. (VIELLAS ET AL, 2012).
De acordo com Pesquisa Nacional em Demografia e Saúde, em 2006, no Brasil, dentre
as mães adolescentes entre 15 e 19 anos, cerca de 13,5% já tinham dois filhos ou mais.
Maravilla et al (2017) destaca a necessidade de estudos epidemiológicos em países de baixa e
média renda para entendermos e as características da gravidez adolescente repetida nas mais
variadas configurações. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo analisar a
frequência de partos recorrentes em adolescentes residentes da II Região de Saúde do RN
entre os anos de 2006 e 2018.
2 METODOLOGIA
3 RESULTADOS
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5.000
4.000
3.000
1.532 1.572 1.461 1.337 1.267 1737
2.000 1.251 1265 1293 1.268 1.236 1.101 1.099
1.000 382 340 332 290 270 265 272 281 252 297 256 250 347
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Ano
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4 DISCUSSÕES
5 AGRADECIMENTOS
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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Introdução
O mundo atual é cercado e bombardeado por um universo de propagandas em
todos os lugares, principalmente no meio mais utilizado: a internet. No âmbito
odontológico não é diferente, pois acompanhar o desenvolvimento das tecnologias se
tornou algo bastante “aceitável”. Porém, sabe-se que, assim como em qualquer serviço de
saúde, existe algo que informa o dever dos profissionais e dos locais que oferecem esses
serviços. Na odontologia, o exercício lícito e ético é fundamentado através da lei federal
nº 5.081 de 24 de agosto de 1966 e da resolução do Conselho Federal de Odontologia
(CFO) nº 118 de 11 de maio de 2012, que constitui o Código de Ética Odontológica
(CEO), que especifica em seu Art. 44: constitui infração ética: “divulgar resultados
clínicos por meio de qualquer veículo de comunicação de massa”, As redes sociais
transformaram e continuam transformando o mundo de uma maneira ousada,
principalmente no sentido da redução da privacidade. Nesse aspecto, assim como as
demais profissões que existem, a odontologia também está seguindo por esse caminho,
principalmente quando a ideia principal é a publicidade e a propaganda em mídias sociais.
As mídias sociais abrem portas para a “superexploração” de imagens, impedindo assim
que as pessoas, inclusive os profissionais, pareçam antiquados (EMILIANO et al., 2018).
A publicidade e propagando ou Marketing Digital é, atualmente, o sistema que mais
chama a atenção dos profissionais e dos pacientes e o que mais infringe leis de
privacidade, confidencialidade e sigilo. Os profissionais de saúde acabam se inserindo
nesse meio quando se expõem de maneiras inadequadas nas mídias digitais, por isso
muitos entram numa batalha constante de “flexibilização” do código de ética que, nada
mais é do que abdicar ou remover de contexto certos princípios que norteiam a conduta
do cirurgião-dentista, simplesmente para que as imagens de cunho comercial e que não
demonstram informações educativas ou que sejam “meramente ilustrativas” possam ser
publicadas sem que estejam descumprindo o Código de Ética Odontológica (EMILIANO
et al., 2018)¹. Assim como outros grandes assuntos são importantes na odontologia, tratar
de questões éticas é tão atual quanto, pois expõe fatos relevantes e propõem resoluções
que geram mudanças no comportamento dos profissionais da odontologia, assim como
dos estudantes de graduação, e promovem também uma harmonia entre as partes
(AZEVEDO, 2017). EMILIANO et al. (2018) confirma essa posição de atualidade
quando ressalta que falar sobre ética está na moda e “conta pontos positivos aos olhos da
comunidade”, pois hoje em dia percebe-se a grande quantidade de cursos e publicações
1
Estudante do Curso de Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail
lucascaico22@gmail.com
2
Professor do Departamento de Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
participante do Grupo de Estudos Interdisciplinares em Ciências Odontológicas; e-mail:
legclinica@gmail.com
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de conduta. O mesmo ainda aponta que não é demais lembrar que a ética quando
interiorizada na formação e experienciada na profissão faz o diferencial na vida e
promove resultados diretos na qualidade do atendimento que o profissional propicia ao
paciente, gerando assim satisfação deste, pois o profissional deve isso à comunidade.
Diante disso, a presente pesquisa tem por objetivo pesquisar perfis profissionais abertos
ao público de Cirurgiões-Dentistas que apresentem publicações de imagens de “antes e
depois” no Instagram, bem como outras infrações relacionadas ao anúncio, propaganda e
publicidade segundo o Código de Ética Odontológica e Lei Federal 5.081/66, que regula
o exercício da Odontologia no Brasil.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa observacional, exploratória e transversal. A amostra
será composta por perfis profissionais de Cirurgiões-Dentistas, abertos ao público na rede
social instagram® e com inscrição ativa no CRO/RN consultado nos respectivos sites
crorn.org.br e cfo.org.br que possuam imagens (fotos e vídeos) na timeline que infringiam
o código de ética odontológica. Foram excluídos perfis fechados, de CDs de outros
Estados, pessoas sem CRO, auxiliares e técnicos de prótese dentária, laboratório de
prótese dentária e todos os perfis de clínicas odontológicas. Foram realizados acessos
semanais ao instagram® durante o período de realização da pesquisa e farão parte apenas
perfis que apresentem publicações de imagens de “antes e depois” de tratamentos
odontológicos como condição mínima para ser avaliado e também foram incluídas
secundariamente outras formas de infração ética previstas no Código de Ética. A busca
utilizou a hashtag (#) antes de algumas das palavras mais atuais ou citadas nas redes
sociais. Também serão associadas às palavras nomes das cidades mais populosas do
Estado do Rio Grande do Norte, bairros da capital e nomes de procedimentos clínicos:
#dentistas natal, #bichectomia natal, #aparelho dentario natal, #gengivectomia natal,
#estética dental natal, #estetica dentaria natal, #clareamento natal, #sorriso natal,
#clareamento Mossoro, #clareamento Parnamirim, #clareamento Caico, #clareamento
Assu, #clareamento Currais Novos e #clareamento apodi, #dentista alecrim, #dentista
ponta negra, #clareamento alecrim. A partir dessas hashtags também foi possível
encontrar mais perfis a partir de “curtidas” ou “comentários”, levando sempre a outro e a
outro perfil e assim por diante em um efeito “cascata” ou “fio de novelo” que permite
ampliar a amostra.
Resultados e Discussão
Os principais achados para propagandas irregulares foram: anuncio de
especialidade sem registo; oferta de facilidade de pagamento; oferta de gratuidade;
enquetes: gostaram? Sim ou não?; pacote promocional; modalidade de pagamento;
exposição de imagem dentro consultório com paciente famoso; seleção de “modelos”
para curso; oferta de sorteio de brinde entre os pacientes; publicação sua, em repostagem
de outro CD, de fato proibido pelo código de ética da Odontologia, em Rede Social, com
pleno conhecimento da contrariedade legal; sensacionalismo: botox day, dia da
bichectomia, dia do clareamento; oferta casada de serviços; exposição e identificação de
paciente; ausência de identificação do número do CRO nas publicações; “esta foto
apresenta conteúdo delicado que algumas pessoas podem considerar ofensivo ou
perturbador”, nota do instagram;; publicação de imagem com marca d´água com nome
de terceiro; Descontos para advogados.
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Conclusões
Diante das publicações realizadas, as mais encontradas são as imagens de “antes
e depois” e tantos outros tipos considerados irregulares, por isso o Cirurgião-Dentista
precisa compreender a necessidade de saber divulgar. É importante ressaltar que as
publicações são permitidas sim, desde que respeite condutas como: não divulgar
especialidade que não possui; falar sobre procedimentos odontológicos e até mesmo
técnicas, desde que não faça uso de imagens antes e depois ou mesmo imagens de
pacientes; não divulgar procedimentos utilizando o paciente como modelo; não fotografar
selfie com pacientes e publicá-las em sua página para fins autopromocionais; não
diagnosticar, prescrever e/ou tratar pacientes à distância/online; dentre tantos outros
elementos que precisam ser analisados para realizar uma publicação em uma rede social.
Referências
Brasil. Conselho Federal de Odontologia. Resolução CFO 118/2012. Revoga o Código
de Ética Odontológica aprovado pela Resolução CFO-42/2003 e aprova outro em
substituição. Brasília. 2012. Disponível em:
http://cfo.org.br/website/wpcontent/uploads/2018/03/codigo_etica.pdf. Acesso em: 04 de
abril de 2020.
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em busca de soluções? Rev Bras Odontol Leg RBOL. 2018; 5(2):94-102; 3.
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pelo cirurgião-dentista. Monografia – Departamento de Odontologia, Faculdade Maria
Milza, Bahia, 2017; 4.
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Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5 081.htm. Acesso em: 20 de
agosto de 2020.
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INTRODUÇÃO
A inserção da saúde bucal na Estratégia Saúde da Família (ESF) (BRASIL, 2000) criou
a possibilidade de se instituir um novo paradigma, que expande e reorganiza as atividades de
saúde bucal de acordo com os princípios e as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS)
(ZANETTI, 2000). Dessa forma, a ESF aparece como uma tentativa de colocar em prática um
novo modelo de atenção em saúde bucal, o qual pretende ultrapassar os cuidados
exclusivamente curativos, fortemente baseados em extrações dentárias, e pouco resolutivo do
ponto de vista da prevenção das principais doenças odontológicas (PIMENTEL et al., 2014).
O uso de indicadores permite uma avaliação da evolução da situação da saúde bucal
como um todo (PADILHA et al., 2005), e isso é fundamental para a identificação de aspectos
relevantes na organização dos serviços de saúde, e para auxiliar a tomada de decisão por parte
dos gestores e profissionais de saúde (PIMENTEL et al., 2014).
Este estudo objetiva analisar os indicadores de saúde bucal do Estado do Rio Grande do
Norte segundo as variáveis de porte populacional, proporção da população cadastrada no
Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) e relação entre ESF e ESB, para os anos de
2016 e 2017.
METODOLOGIA
A pesquisa consistiu em um estudo ecológico, que foi baseada na utilização de dados
secundários registrados no Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA) e no Sistema de
Informação da Atenção Básica (SIAB) do Departamento de Informática do Sistema Único de
Saúde brasileiro (SUS) (BRASIL, 2020), para os 167 municípios do RN, no ano de 2016 e
2017.
Os dados foram capturados no SIA/SUS e SIAB, no site do DATASUS, e no site do
IBGE. Os dados transformados nos seguintes indicadores de saúde bucal, os quais
correspondem às variáveis dependentes (quantitativa contínua): a) Cobertura de primeira
consulta odontológica programática; b) Cobertura da ação coletiva Escovação Dental; c)
Proporção de exodontias em relação às ações odontológicas básicas individuais; d) Média
de procedimentos odontológicos básicos individuais; Índice de Desenvolvimento
Humano(município) (IDH-M).
As variáveis independentes (qualitativas ordinais) do estudo, foram: porte populacional
e cobertura populacional pelas Equipes de Saúde Bucal (ESB), proporção da população
cadastrada no SIAB e relação entre ESF e ESB.
A análise estatística utilizou o software SPSS, para tabulação e levou em consideração
os respectivos Intervalos de Confiança de 95% (IC 95%) e valores de p≤0,05. Usou-se os testes
estatísticos Correlação de Spearman's para verificar a magnitude da correlação dos indicadores
com as variáveis quantitativas, Mann-Whitney Test e Kruskall-Walis, para verificar diferenças
entre as medianas dos indicadores e as variáveis citadas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Foi observado para o indicador A, que 50% dos municípios do Estado realizaram a
primeira consulta odontológica programática em aproximadamente 9 em cada 100 habitantes
no ano de 2016, e 6 em cada 100 habitantes para o ano 2017 (medianas 8,7 e 5,5,
respectivamente) (Tabela 1). O indicador B mostrou que ao menos 75% dos municípios tem a
média mensal de participantes na ação de escovação dental supervisionada bem abaixo do
parâmetro estabelecido pelo IDSUS (BRASIL, 2015) (8 em cada 100 habitantes), porém
melhorou de um ano para o outro percentil 75% = 0,5; 1,2, para os anos 2016 e 2017.
Ao observar o indicador C pode-se deduzir que quanto menor o percentual deste
indicador, maior a qualidade do tratamento ofertado pela odontologia do município,
demonstrando que o leque de ações abrange um maior número de procedimentos preventivos e
curativos, em detrimento da extração dentaria sendo assim, as melhores notas para os
municípios são para aqueles que tem o indicador igual ou abaixo do parâmetro que é de 8%.
Observou-se que aproximadamente menos de 25% dos municípios apresentam esse indicador
abaixo do parâmetro de 8% proposto e que melhorou de um ano para o ano seguinte (Tabela 1).
O indicador de proporção de exodontias possibilita identificar a persistência das práticas
mutiladoras nos serviços de Odontologia público no Estado do RN.
A análise da capacidade resolutiva dos municípios em relação aos procedimentos
odontológicos individuais pode ser visualizada através do indicador D, onde pode verificar que
em até 75% dos municípios do RN foi realizado menos 1 procedimento odontológico básico
por habitante (percentil 75% 0,6 e 0,5, para os anos 2016 e 2017, respectivamente) (Tabela 1).
Percebe-se inicialmente, baixos valores dos indicadores de primeira consulta, escovação
supervisionada e média de procedimentos básicos individuais, já em relação ao indicador
proporção de exodontias em relação às ações odontológicas básicas individuais nota-se valores
mais elevados.
Ao analisar, através do teste de Kruskal-Wallis, a relação dos indicadores de saúde bucal
com o porte populacional dos municípios não ocorreu diferença estatisticamente significativa
em nenhum deles e para os 2 anos (p>0,05).
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CONCLUSÃO
O Estado do RN mostra uma heterogeneidade em relação aos indicadores de saúde bucal
quando analisados seus municípios, no entanto, em sua maioria, o desempenho está aquém do
ideal.
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O IDH-M aponta correlação com o desempenho dos indicadores, podendo-se notar que,
quanto melhor o IDH dos municípios do Estado do RN, mais resolutivo são os serviços
odontológicos realizados.
Quanto melhor a relação ESF/ESB maior a realização da primeira consulta programática
A proporção da população coberta pelo SIAB aponta que os municípios com 100% de
cobertura, têm indicadores mais favoráveis.
Dessa forma, a avaliação e monitoramento desses indicadores em saúde bucal
representam uma importante ferramenta para a orientação e readequação das práticas em saúde
bucal vigente no Estado, contribuindo diretamente para o funcionamento de qualidade do
sistema Único de Saúde na Estratégia Saúde da Família.
REFERÊNCIAS
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http://propeg.uern.br/sic/anais/ 68
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Palavras-chave: Saúde bucal. Vigilância da saúde. Acesso aos serviços de saúde. Sistemas de
informação.
Introdução:
A análise dos procedimentos de saúde bucal pode indicar as características da
assistência em saúde bucal de uma localidade. De modo geral, pode-se identificar uma
assistência mais preventiva, mais mutiladora ou mais reabilitadora, e com base nesses dados e
no perfil epidemiológico, é preciso refletir qual é o modelo mais adequado à determinada
população. Ainda, a análise temporal possibilita acompanhar a produção dos procedimentos ao
longo dos anos e identificar as mudanças que ocorreram na assistência, as quais representam
consequentemente mudanças nas necessidades de saúde bucal de uma população.
Apesar da importância destes indicadores de procedimentos, poucos são os estudos que
apresentam informações epidemiológicas sobre a prevalência e distribuição dos tratamentos
endodônticos (BOYKIN ET AL., 2003; SCAVO ET AL., 2011), cirúrgicos, restauradores,
entre outros.
Dessa forma, para além de se estudar as necessidades de saúde bucal de uma população,
é imprescindível estudar que tipo de assistência está sendo ofertado e identificar se esta oferta
de serviços odontológicos atende aos anseios e necessidades de cuidados da população. O
estudo dos procedimentos odontológicos ao longo de um período representa o monitoramento
e avaliação até mesmo da qualidade do tipo de atenção prestada e sua evolução com o passar
do tempo.
Os sistemas de informação em saúde (SIS) são importantes fontes de informações para
analisar a situação de saúde no território em questão, e seus dados e informações podem ser
usados para: subsidiar melhores decisões para políticas, planejamento, administração,
monitoramento e avaliação de programas de saúde; quantificar/determinar o volume de recursos
financeiros a ser transferido a cada serviço; bem como servir para análise e avaliação
epidemiológicas (MEDEIROS ET AL., 2005; BRASIL, 2007; JORGE ET AL., 2010). Os SIS
que disponibilizam dados de atenção em saúde bucal no Brasil são o Sistema de Informação
Ambulatorial (SIA) e o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) junto ao e-SUS.
Neste sentido, este estudo tem o intuito de analisar os procedimentos odontológicos
realizados no serviço público nas regiões brasileiras entre os anos de 2008 e 2018, visando a
1
Estudante do Curso de Odontologia do Departamento de Odontologia da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: sandroalves995@gmail.com.
2
Professora do Departamento de Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte, Líder do Grupo de Pesquisa Grupo de Estudos Interdisciplinares em Ciências
Odontológicas (GEICO); e-mail: georgiacosta@uern.br.
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apresentação de respostas úteis a gestores e pesquisadores no que diz respeito ao uso dos
serviços odontológicos públicos no Brasil.
Metodologia:
Trata-se de um estudo ecológico, envolvendo as cinco regiões brasileiras (Norte,
Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul). Foram utilizados dados secundários obtidos pelo
Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA) do Ministério da Saúde no período de
2008 a 2018. Também foram extraídos dados sobre o tamanho populacional (censo 2010) e
estimativas intercensitárias disponibilizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Os dados das projeções foram recuperados pela “Tabela 6579" do SIDRA (Sistema
IBGE de Recuperação Automática) que se refere a "População Residente Estimada" e utiliza o
dia 1º de julho como referência anual (IBGE, 2020).
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justificar, em parte, ao menor número desses procedimentos ao longo dos anos (Brasil, 2004a;
Brasil, 2012).
Os resultados do presente estudo compreendem o período de 11 anos, assim oscilações
ocorreram de acordo com variações no tempo e espaço. As diferenças regionais na oferta de
procedimentos, podem estar associadas a necessidade, ao modelo de atenção dispensado, mas
também a fatores socioeconômicos. Por depender de dados secundários a subnotificação é uma
limitação desse tipo de estudo. No entanto, por se tratar de uma série longa é possível assumir
que vieses não comprometem a qualidade geral dos resultados.
Figura 1. Taxas de procedimentos odontológicos por 100 mil/habitantes/ano no Brasil e suas
respectivas macrorregiões, entre janeiro de 2008 e dezembro de 2018. Brasil, 2008-2018.
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Conclusões:
Na série histórica de 11 anos a saúde bucal dentro do Sistema Único de Saúde
apresentou preocupante decréscimo dos procedimentos preventivos coletivos, preventivos
individuais, restauradores, exodonticos e periodontais. Procedimentos protéticos e
endodonticos são os únicos que demonstraram crescimento nas taxas médias, principalmente
nos anos finais do estudo. Procedimentos preventivos coletivos foram os mais prevalentes em
todas as macrorregiões nos anos analisados.
Agradecimentos:
Os autores agradecem à Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, instituição
formadora de recursos humanos, pelo suporte financeiro ao bolsista da pesquisa.
Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Secretaria de Atenção Básica.
Projeto SBBrasil: condições de saúde bucal da população brasileira 2002-2003: resultados
principais. Brasília: Ministério da saúde; 2004a.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de Vigilância em
Saúde. SB Brasil 2010: Pesquisa Nacional de Saúde Bucal: resultados principais / Ministério
da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília:
Ministério da Saúde; 2012. 116 p.
BOYKIN, M.J.; GILBERT, G.H.; TILASHALSKI, K.R.; SHELTON, B.J. Incidence of
Endodontic Treatment: a 48-Month Prospective Study. J Endod. v.29, n.12, p.806-809, 2003.
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32, 2012.
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procedimentos odontológicos realizadas nos serviços públicos brasileiros, 1994-2007. Ciênc.
saúde coletiva. v.16, n.11, p.4523-4531, 2011.
CHAVES, S.C.L; ALMEIDA, A.M.L.F; REIS, C.S; ROSSI, T.R.A; BARROS, S.G. Política
de Saúde Bucal no Brasil: as transformações no período 2015-2017. Saúde em Debate. v. 42,
p. 76-91, 2018.
SCAVO, R.; MARTINEZ LALIS, R.; ZMENER, O.; DIPIETRO, S.; GRANA, D.;
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Argentine population attending a specialty clinic in endodontics. Int Dent J. v.61, p.257–260,
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PUCCA, G.A; GABRIEL, M; ARAUJO, M.A.F.C. Ten years of a National Oral Health Policy
in Brazil: innovation, boldness, and numerous challenges. J Dent Res. v.94, n.10, p.1333-7,
2015. http://dx.doi.org/10.1177/0022034515599979. PMid:26316461.
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 72
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Introdução
A região anatômica de cabeça e pescoço compreende a cavidade oral, faringe, laringe,
pele e linfonodos da região do pescoço e face, ossos do complexo crânio-facial, seios paranasais
e cérebro (MADEIRA, 2012). Na região de cabeça e pescoço, o carcinoma mais comum é o de
células escamosas (em torno de 90% dos casos), também conhecido como carcinoma
espinocelular ou epidermóide, com alta incidência, prevalência e mortalidade (PORCHERI et
al., 2019).
Apesar dos avanços na saúde e da cavidade oral ser uma área de fácil acesso, o câncer
de boca ainda é um problema de saúde pública, principalmente no que concerne ao diagnóstico
precoce, sendo este um problema atrelado a vários fatores. Dentre eles, destaca-se a baixa
capacidade dos profissionais de saúde em identificá-los em fases pré-malignas, a procura tardia
do paciente, dificuldade ao acesso dos serviços de saúde e condições socioeconômicas
(DINGUELESKI et al., 2016). Em virtude disso, há comumente, uma mortalidade significativa
associada (PARAKH et al., 2019).
A prevenção ao câncer de cabeça e pescoço ocorre principalmente por meios de
propostas intervencionistas e medidas de promoção à saúde, por isso, as condições de detecção,
prevenção e tratamento do câncer de cabeça e pescoço em especial ao câncer oral, estão ligadas
inteiramente aos níveis de saúde primários e secundários. Por essa razão, percebe-se a
necessidade de estudos que priorizem o diagnóstico situacional e entenda a realidade local dos
municípios no que se refere à atenção em saúde, para que sejam proporcionados subsídios para
atuação prática em ações de planejamento, prevenção e promoção em saúde que fortaleçam
diagnóstico precoce do câncer.
Com base no que foi exposto, este estudo tem por objetivo analisar os procedimentos
de diagnóstico (PD) e cirúrgico (PC) que são voltados para a detecção e tratamento do câncer
na região de cabeça e pescoço nos municípios do Rio Grande do Norte.
Metodologia
Foi desenvolvida uma pesquisa ecológica a partir de dados disponíveis em sistemas de
informação de livre acesso digital. Para tanto, este estudo utilizou dados secundários
provenientes do Sistema de Informação Ambulatorial (SIA), Sistema de Informação Hospitalar
(SIH) e Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, optando-se
pelo TABNET/DATASUS. Além destes, foram utilizados o Atlas do Desenvolvimento
Humano no Brasil e o banco de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
1
Estudante do curso de Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. E-mail:
afsb_@hotmail.com
2
Professora do Departamento de Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Participante
do Grupo de Estudos Interdisciplinares em Ciências Odontológicas (GEICO). E-mail: gilmaracelli@uern.br
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Resultados e Discussão
A mesorregião Leste Potiguar apresentou os maiores números em relação a quantidade
de procedimentos de diagnóstico (PD), totalizando 68,8% (n=3.182) e cirúrgico (PC) 48,3%
(n=1007) com destaque para capital Natal na qual manteve as maiores taxas. Em contrapartida
a mesorregião com menor registro de PD foi a Agreste Potiguar com 5,2% (n=235). Em relação
aos procedimentos cirúrgicos (PC), a Central Potiguar apresentou os menores registros 11,7%
(n=245). A distribuição dos registros de PD e PC no decorrer dos anos se encontra disponível
na figura 1 e os registros de Mortalidade na figura 2. Quanto a análise de correlação, os maiores
registros de PD (PD1, PD2, PD3 e PD4) e PC (PC3, PC4 e PC5), foram significativamente
correlacionados (p<0,001; r²>0,8) a melhores condições socioeconômicas (instalações
sanitárias, coleta de lixo, renda média, GINI, IDH e escolaridade). Para PD5, PC1, PC2 e PC3
não foi possível fazer correlação pois os valores foram, em sua maioria, iguais a zero.
A má distribuição de profissionais de saúde entre interior e capital é um fator a ser
considerado e que pode explicar em parte os resultados encontrados. A interiorização
geográfica tende a limitar o acesso aos serviços de saúde, principalmente os de maior
complexidade. Um estudo que analisou a distribuição geográfica odontológica no Brasil
observou que, quando se compara capital e interior, a relação de dentistas por habitantes é bem
mais alta nas capitais e bem abaixo nos interiores e pode ser explicada pelo nível de
desenvolvimento econômico da região, falta de políticas de fixação, condições de trabalho,
além de fatores políticos e pessoais (GABRIEL M., 2016). Isso se configura como um cenário
preocupante quanto ao direito à saúde, assegurado pela Constituição, sob os princípios da
equidade e universalidade de acesso.
Os maiores registros na capital e em municípios mais desenvolvidos, decorrem,
possivelmente, de uma maior cobertura populacional e melhor assistência em saúde, haja vista
a presença de 11 Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) na mesorregião Leste
potiguar, sendo 3 destes presentes na capital. Por outro lado, a mesorregião com menor registro
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de PD conta apenas com 3 CEO. Silva (2015) ao analisar a cobertura da assistência secundária
em saúde bucal no RN, observou uma desigualdade na distribuição dos CEO entre as regiões
de saúde, onde, uma região de saúde apresentou cobertura municipal de apenas 5,5%, já na
região metropolitana, a cobertura chegou a 80%.
200
900
Número de PC registrados
Número de PD registrados
800
700 150
600
500 100
400
300
200 50
100
0 0
Ano Ano
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
Total PD_MESORREGIÃO OESTE Total PC_MESORREGIÃO OESTE
Total PD_MESORREGIÃO CENTRAL Total PC_MESORREGIÃO CENTRAL
Total PD_MESORREGIÃO AGRESTE Total PC_MESORREGIÃO AGRESTE
Total PD_MESORREGIÃO LESTE Total PC_MESORREGIÃO LESTE
70
Neopl.lábio/cav.oral/faringe
60
50
Mortalidade
40 OESTE POTIGUAR
30 CENTRAL POTIGUAR
20 AGRESTE POTIGUAR
10 LESTE POTIGUAR
0
2017
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2018
Ano
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do crânio e da face não tinha sido realizado em nenhum dos CEO, mesmo constando na portaria.
Uma questão complexa, uma vez que a execução deste procedimento na atenção secundária
evitaria sobrecarregar a atenção terciária.
Uma amostra atípica está no ano de 2010, onde não houve valor registrado em nenhum
dos procedimentos de diagnóstico, isto é, o único ano que não apresentou variações,
demonstrando uma alta frequência de zeros. Contudo, por se tratar de um estudo com dados
secundários, é necessário considerar algumas limitações, uma vez que os sistemas de
informações de saúde ainda perpassa por situações de má alimentação dos dados, causando os
subregistros, estes por sua vez podem ser explicados pela maneira como são tratados os dados,
dificuldade de manuseio, a adesão dos gestores à tecnologia e dificuldade no acesso à internet
(MACHADO, C.S.; CATTAFESTA, M., 2019).
Conclusão
Há uma discrepância entre os registros com finalidade diagnóstica e a remoção cirúrgica
da lesão. Na comparação entre os registros da remoção cirúrgica da lesão com os de finalidade
diagnóstica, é possível observar que as biópsias são mais frequentes nas regiões de tireóide e
tecidos moles da boca, enquanto a região de glândulas salivares maiores é menos prevalente.
Agradecimentos
A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, pelo fomento da bolsa e, em especial, a
PROPEG pelo incentivo a iniciação científica.
Referências
DIGUELSKI, Amanda Helena et al. A Importância do diagnóstico precoce e das campanhas
de prevenção no combate ao câncer bucal. Curitiba: Revista gestão e saúde. 2016. 37-43p.
GABRIEL, Mariana. Distribuição geográfica dos cirurgião-dentista: percepção e
motivação para migração. 2016. 155p. Tese (Doutorado em ciência) - Curso de pós-graduação
em Ciências odontológicas, Faculdade de odontologia Universidade de São Paulo, 2016.
MADEIRA, MC. Anatomia da face: bases anatomofuncionais para a prática odontológica.
8. ed. São Paulo: Sarvier, 2012.
MACHADO, Claudinei de Souza; CATTAFESTA, Monica. Beneficios, dificuldade e
desafios dos sistemas de informações para a gestão no Sistema Único de Saúde. Revista
brasileira de pesquisa em saúde. Vitória, 21(1): 124-134, jan-mar, 2019.
PARAKH M, SHRIRAAM U, ASHIFA N, PREMKUMAR R, Jain A. Oral potentially
malignant disorders: clinical diagnosis and current screening aids a narrative review.
European Journal of Cancer Prevention, 2019.
PORCHERI C, Meisel CT, MITSIADIS T. Multifactorial Contribution of Notch Signaling
in Head and Neck Squamous Cell Carcinoma. Int. J. Mol. Sci. 2019.
SILVA, Alexandre Policarpo. Perfil da cobertura de procedimentos cirúrgicos
odontológicos na atenção secundária do Estado do Rio Grande do Norte. 2015. 46p.
Dissertação (Mestrado em saúde e sociedade) – Programa de pós-graduação em saúde e
sociedade, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
SILVA, Alexandre Policarpo et al. Cobertura da atenção secundária em saúde bucal no Rio
Grande do Norte (RN) a perspectiva do decreto 7.508/2011 e do GraduaCEO. Revista da
Abeno. 65-73, 2015.
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Introdução
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patologia e o impacto que elas exercem sobre à auto percepção do indivíduo, sobre seu
contexto familiar e social, bem como a influência no autocuidado e na adesão ao tratamento.
Metodologia
Resultados e Discussão
Foram entrevistados dez hemofílicos, todos do sexo masculino, com faixa etária entre
13 e 53 anos. Dentro dos dados objetivos constatou-se que 60% dos entrevistados eram
solteiros e 40% eram casados. Com relação à escolaridade, a maior porcentagem foi daqueles
com Ensino Médio incompleto (30%), seguidos por Ensino Fundamental incompleto (20%),
sendo um dos dois entrevistados nessa categoria um adolescente em idade escolar adequada, e
por fim, 1 entrevistado para cada uma das formações à seguir: Ensino Fundamental completo,
Ensino Médio completo, Ensino Superior completo, pós-graduado e Ensino Superior
incompleto (sendo este último um acadêmico em curso vigente).
Constatou-se que a adesão ao tratamento foi imediata praticamente na totalidade dos
casos, independente do tipo de medicamento oferecido na época do diagnóstico
(crioprecipitado ou fator de coagulação), contudo existem queixas quanto ao tratamento no
passado e relatos de significa melhora pelos avanços tecnológicos do tratamento, com foco
nos benefícios da terapia profilática. Segundo Fromme et al. (2007) os esquemas terapêuticos
usados atualmente, aumentaram a probabilidade dos hemofílicos participarem de atividades
físicas diárias, esportes em geral, na escola e no lazer, ressaltando o grau de motivação nessas
práticas e os benefícios para saúde e mental, fato que se evidencia no relato de um hemofílico
e ciclista: - “eu pedalo, ando de bicicleta, viajo para outras cidad es fora andando de
bicicleta, nunca me atrapalhou não. Eu já fiz já 400 km andando de bicicleta. Eu não andava
direito sabe? Eu tinha um problema no joelho, aí, através do ciclismo eu descobri que eu
voltei a andar normal [...] Hoje eu consigo, hoje eu viajo, eu já fui de Mossoró à Fortaleza,
já fui de Mossoró à Canindé, de Mossoró à Juazeiro do Norte que é 400 km, tem um grupo de
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amigos que vai, e tens amigos que já sabe fazer o meu remédio, que eu ensinei a eles para
caso aconteça alguma coisa, eles saibam fazem em mim”.
Ressalta-se que dois pacientes afirmaram categoricamente que a Hemofilia não afeta
suas tarefas diárias, atribuindo o fato à eficácia e a praticidade do tratamento profilático, em
comparação com a antiga terapêutica baseada no uso de crioprecipitado. Por outro lado,
majoritariamente os pacientes relataram que acreditam, sim, que a hemofilia afeta sua tarefas
diárias, em diferentes níveis e impactos, mesmo frente aos avanços na medicina, por vezes
apresentando-se não como fator puramente impeditivo, mas limitador à realização de
atividades como práticas desportivas, viagens e atividades laborais que exijam esforço físico,
restrições de participação em brincadeiras na infância impostas pelas mães receosas das
consequências. Esses fatos embasam-se em três pontos destacados por Ritterman (1982), em
que a atitude do indivíduo frente a sua enfermidade, seu sentimento de impotência frente aos
sangramentos e a visão de não ser uma pessoa normal podem afetar o hemofílico, assim como
o contexto familiar em que o indivíduo está inserido, considerando interferência na relação
entre os pais e irmãos, além do complexo de culpa que emerge das mães com superproteção
do filho afetado.
A sociedade, possivelmente por sua falta de orientação sobre a doença, pode interferir
de forma negativa na adaptação do paciente hemofílico em ambientes como escola, trabalho e
lazer (Ritterman, 1982). Tal fato se comprova nos repetidos relatos dos hemofílicos sobre a
prática de bullying com enfoque na idade escolar, contudo observa que a cooperação de
diferentes agentes sociais no objetivo de divulgar informações sobre a hemofilia é efetivo para
minimizar o preconceito e os impactos negativos que ele pode ter no psicológico da criança
hemofílica, bem como nos reflexos da sua vida adulta. Fato exemplificado na atitude de um
profissional de saúde em parceria com a entidade estudantil relatada no seguinte trecho de fala
de um portador de hemofilia: “Teve um tempo da minha vida, quando eu era mais jovem,
quando eu era adolescente, vou dizer um exemplo, que a meninada começava a “tirar onda”,
“Ah, aleijado, aquilo”, aí eu deixei de estudar, entendeu?. Ai, só que minha mãe f oi lá, pra
você ver, por isso que eu admiro doutor Cury, quando vê eu falo dele ali na entrevista. Ai, Dr.
cury foi lá no colégio, dá uma palestra, conversou com os professores, com o diretor, f alou
com professora e conscientizaram os outros alunos à não ficar fazendo onda comigo,
entendeu? Que precisava que eu estudasse”.
A participação ativa e cooperativa dos profissionais da saúde se estende à diversas
áreas da vida do portador de hemofilia, para tal o preparo acadêmico-profissional é
imprescindível na real capacitação destes para que possam proporcionem uma assistência
integral e desmistificada, visando evitar circunstâncias como a do seguinte relato: -“ Ah, não
vou atender ele, com medo”. Tem gente que já vem atender a gente, que vê o hemofílico como
uma bomba. “Não vou mecher ai não, que aí não vai parar de sair sangue nunca”. Aí, eu
acho que a maior dificuldade da gente, dos hemofílicos é isso, a gente quebrar essa barreira
da assistência à saúde e tornar conhecida a hemofilia, para ficar ciente e quando chegar
algum paciente em alguma UPA, em alguma Unidade de Saúde, saber o que fazer. Tipo
assim, eu sofri um acidente quando era mais jovem, de moto, aí fui para o hospital lá, e:“Não
ninguém vai atender, que não sabe o que fazer quando a gente diz que é hemofílico ”. Aos
profissionais da área da saúde cabe não pensar somente em termos da doença, mas sim, acima
de tudo, em termos de um ser humano que necessita de cuidados e atenção (SANTOS E
SEBASTINI, 1996). A escuta deve ser estendida também à família, podendo ela ter
implicações tanto positivas quanto negativas em relação aos cuidados necessários ao
hemofílico. A mudança de uma perspectiva centrada exclusivamente na doença para uma que
incorpore, por parte dos profissionais de saúde, a atenção aos aspectos psicológicos
relacionados à qualidade de vida dos hemofílicos, é de extrema importância para o processo
de aceitação e autocuidado desses pacientes (SHIKASHO, 2008).
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Por fim, em conformidade com Santos (2007), a maioria dos pacientes hemofílicos
atendidos possui incapacidades, algumas já irreversíveis, que alteram seu estilo de vida e sua
inserção na vida social. E há a necessidade de um atendimento multidisciplinar que ofereça
um tratamento específico centrado nas dificuldades e incapacidades mediante seu
desempenho e modo de vida diário, restabelecendo suas capacidades e potencialidades para
terem melhor qualidade de vida.
Conclusão
Agradecimentos
Referências
SANTOS, E. G. et al. Deformidades e incapacidades dos hemofílicos. Rev. Ter. Ocup. Univ.
São Paulo, v. 18, n. 2, p. 86-94, maio/ago., 2007.
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Géssica Valeska Barbalho Borges 1; Gilmara Valesca Rocha Batista 1; Laíse Lizandra Bezerra
de Oliveira Souza 1; Maria Bianca Brasil Freire 1; Palloma Rayane Alves de Oliveira Sinézio2;
Kalidia Felipe de Lima Costa 3
INTRODUÇÃO
A baixa adesão ao tratamento é uma problemática que envolve o controle de doenças
crônicas. Esta por sua vez, diz respeito à concordância entre o comportamento admitido por
uma pessoa a partir das orientações fornecidas por profissionais de saúde. Diversos fatores
podem se constituir como barreiras para a adesão ao tratamento, no caso da HA, pode haver
dificuldades no uso regular dos medicamentos pelo fato da doença ser assintomática ou
mesmo por falta de compreensão sobre a doença. Já as dificuldades relacionadas ao DM
percebe-se que o próprio uso dos medicamentos constitui barreira importante para a adesão ao
tratamento. Quando elas ocorrem concomitante, outros fatores podem ser destacados como o
número de doenças crônicas e o uso de cinco medicamentos ou mais por dia. (TAVARES et
al., 2016).
Esse contexto reforça a necessidade de cuidados que os pacientes hipertensos e
diabéticos possuem. Pois, o controle da HA e DM são importantes tanto para prevenir a
doença cardiovascular, quanto para minimizar a progressão da doença renal e da retinopatia
diabética. Diante disso, o cuidado clínico de enfermagem deve contribuir com a efetividade
no manejo da HA e DM e possibilitar maior adesão ao tratamento. Além disso, esse cuidado é
uma forma de respeitar e de atentar para a individualidade dessas pessoas, suas necessidades e
valores e, a partir desta concepção, assegurar que esses valores orientem as decisões clínicas
desses profissionais (BERGHOUT et al., 2015), proporcionando maior participação do
paciente a partir da terapêutica implementada.
Para o fundamento teórico desse cuidado destaca-se a teoria de enfermagem de médio
alcance para adesão de pessoas ao tratamento de HA e DM. A teoria possui conceitos que
buscam descrever, explicar e predizer a adesão de pessoas ao tratamento de HA e DM. A
identificação destes conceitos ocorreu a partir da leitura de estudos sobre a temática e do
entendimento sobre a adesão de pessoas ao tratamento dessas doenças.
Para tanto, questiona-se: intervenções de enfermagem fundamentadas na teoria de
enfermagem de médio alcance para adesão de pessoas ao tratamento de HA e DM contribuem
para o controle dessas doenças? Para tanto, a pesquisa teve como objetivo aplicar a teoria de
enfermagem de médio alcance para adesão de pessoas ao tratamento de hipertensão arterial e
diabetes mellitus no contexto da Atenção Primária à Saúde.
METODOLOGIA
1
Enfermeiras, alunas da Residência Multiprofissional em Atenção Básica/Saúde da Família e Comunidade da
UERN.
2 Acadêmica do 8º período do curso de Enfermagem do DEN da UERN. E-mail:
palloma_rayaneaos@hotmail.com
3 Orientadora, coordenadora do projeto e professora do DEN da UERN. E-mail: kalidiafelipe@uern.br
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
A pesquisa foi realizada em três UBS do município de Mossoró, a saber: UBS
Sinharinha Borges, UBS Vereador Durval Costa e UBS Cid Salem Duarte, localizadas nos
bairros Barrocas, Walfredo Gurgel e Abolição IV, respectivamente. As consultas foram
realizadas pelas Enfermeiras alunas da Residência Multiprofissional em Atenção
Básica/Saúde da Família e Comunidade, coordenadas pela professora coordenadora do
estudo.
As consultas foram feitas mediante agendamento pelos Agentes Comunitários de
Saúde através do convite das próprias enfermeiras envolvidas no estudo. O período de coleta
de dados compreendeu os meses de Outubro a Dezembro de 2019. Participou do estudo um
total de 50 pacientes distribuídos nas três unidades de saúde. Alguns pacientes participaram
de até três consultas, totalizando 79 consultas, conforme a Tabela 1.
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Analfabeto 2
Uso de medicamentos
Sim 49
Não 1
Prática de atividade física
Sim 23
Não 27
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Etilista
Sim 4
Não 46
Fumante
Sim 1
Não 49
Internações
Sim 19
Não 31
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CONCLUSÕES
A pesquisa foi exitosa por ter possibilitado maior envolvimento com as pessoas
hipertensas e diabéticas do território, especialmente por reativar as consultas de enfermagem
que não estavam mais sendo realizadas. Para os usuários foi possível perceber durante as
consultas certo entusiasmo e também certa confusão por não entender o que significa a
consulta de enfermagem voltada para eles e mudar a concepção de que só existe a consulta
médica.
Mesmo após a finalização do estudo, estratégias continuam sendo pensadas para maior
captação dessas pessoas tanto as que já iniciaram as consultas quanto as que ainda não
tiveram o primeiro contato estão sendo visitadas e convidadas para esses momentos. As
consultas prosseguem com usuários novos que não foram tabulados nos dados deste estudo
porque extrapolou o período previsto para fase de campo. Tal fato constitui uma contribuição
do estudo, visto que iniciativas foram despertadas a partir da pesquisa.
REFERÊNCIAS
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Heitor Lenin Lisboa dos Santos1; Drª. Suzana Carneiro de Azevedo Fernandes2
INTRODUÇÃO
As Pessoas com Deficiência são pessoas como quaisquer outras, com protagonismos,
peculiaridades, contradições e singularidades. São definidos ainda, como pessoas que lutam por
seus direitos, que valorizam o respeito pela dignidade, pela autonomia individual, pela plena e
efetiva participação e inclusão na sociedade, além da equidade de oportunidades. A pessoa com
deficiência é apenas mais uma característica da condição humana (BRASIL, 2010, p.13).
A Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência (PCD) tem por objetivo
desenvolver ações conjuntas com o Ministério da Educação e com as Instituições de Ensino
Superior, considerou a necessidade de incorporar disciplinas e conteúdos de reabilitação e
atenção à saúde das pessoas com deficiência (PCD) nos currículos de graduação na área da
saúde (BRASIL, 2001).
Os autores Costa e Koifman (2016, p.54) nos seus estudos sobre o ensino sobre
deficiência a estudantes de medicina afirmam que as Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Ensino de Graduação em Medicina, instituídas pela Câmara de Educação Superior do Conselho
Nacional de Educação, não especificam atenção às pessoas com deficiência, embora as
competências e habilidades que se esperam que os estudantes adquiram ao longo do curso
devam ser estendidas a este grupo. “Basta focar a atenção nos itens do Artigo 5º para perceber
a enorme lacuna da formação médica no Brasil para atender às competências e habilidades
específicas voltadas à atenção à saúde das PCD”.
Assim, esse estudo objetiva: realizar uma revisão integrativa da literatura sobre as
experiências do ensino sobre à saúde das pessoas com deficiência nos cursos de medicina.
Destaca-se como objetivos específicos: discutir sobre o ensino dos cursos de medicina na
1
Graduando do curso de Medicina, da Faculdade de Ciências da Saúde – FACS/DCB da Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte - UERN. Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC. E-
mail: heitorsantos@alu.uern.br
2
Enfermeira. Doutora em Ciências Sociais. Professora Adjunto IV do Departamento de Enfermagem –
FAEN/UERN. Tutora do Programa de Educação Tutorial em Enfermagem – Sesu/MEC. E-mail:
suzanaazevedo@uern.br
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promoção do cuidado em saúde das pessoas com deficiência, bem como, contribuir com novas
discussões e olhares a respeito do ensino médico e o cuidado prestado às pessoas com
deficiência.
MÉTODO
Para o alcance dos objetivos do estudo, optou-se em realizar uma revisão integrativa,
exploratória, com delineamento não experimental, baseada em documentação secundária, do
tipo levantamento bibliográfico, que ocorrerá entre 1º de agosto de 2019 até 31 de julho de
2020. Foram considerados os seguintes descritores para a localização dos artigos e suas
combinações: “ensino”, “pessoas com deficiências”, “estudantes de medicina” e “medicina”.
Com o intuito de ampliar as buscar e alcançar com maior fidelidade o número real de artigos,
incluiu-se os seguintes descritores traduzidos nas bases internacionais: “medical education,
“teaching”, “disability”, e “medical students” .Os descritores foram selecionados a partir da
terminologia em saúde consultada nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Executou-se
busca, nas seguintes bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Cochrane Library
(COCHRANE), Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Medical Literature Analysis
and Retrieval System Online (MEDLINE).
Os critérios de inclusão pré-estabelecidos: data de publicação no período de 2011 a
2020, idioma de publicação em Português, Espanhol e Inglês; artigo original e/ou revisão
bibliográfica que abordem sobre a questão de pesquisa. Foram considerados como critérios de
exclusão: publicações classificadas como editorial, cartas, dissertações, teses, manuais e
protocolos, artigos duplicados ou os que não estiverem de acordo com o tema proposto e os que
não se apresentarem na íntegra nos sites da pesquisa.
Na última etapa, os dados foram aglutinados e selecionados os de maior relevância para
o levantamento. Durante a amostra final desta revisão os artigos foram ainda catalogados e
identificados por autor, título do artigo, periódico, ano de publicação, objetivos da pesquisa,
resultados e conclusão. Após a obtenção dos artigos selecionados conforme os critérios de
inclusão, procedeu-se a análise e síntese descritiva dos dados extraídos dos estudos o que
possibilitou observar, descrever e classificar os dados, com o objetivo de reunir o conhecimento
produzido sobre o tema pesquisado.
RESULTADOS
Foram identificados 737 artigos nas bases de dados com todos os descritores agrupados,
destes, apenas 170 estavam disponíveis na íntegra; 45 não atendiam ao recorte temporal; dos
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125 artigos restantes, 117 não abordaram a temática e questões norteadoras do estudo. Deste
modo, com o emprego de todos os filtros de exclusão e inclusão, selecionou-se 8 artigos,
encontrou-se apenas um artigo duplicado nas bases de dados. Não foram encontrados estudos
por meio da busca manual nas referências dos artigos encontrados.
Dos 8 estudos analisados, quanto às características gerais, a publicação mais antiga era
de 2011 (12,5%); 6 artigos eram internacionais (75%) e dois (25%) com abrangência nacional.
Quanto ao idioma das publicações, obteve-se acesso a 6 (75%) em inglês e dois (25%) em
português. Estes dados revelam um caráter preocupante para o Brasil, visto que o expressivo
número de publicações é desenvolvido no exterior. Os artigos pesquisados revelam ainda, uma
preocupação dos pesquisadores em relação à inserção da pessoa com deficiência no currículo
médico, o tipo do tratamento e condutas oferecidas a estas pessoas, o conhecimento prévio e
pós capacitação do corpo discente, além da visão da pessoa com deficiência.
DISCUSSÃO
Nos últimos anos tem se destacado nas instituições que promovem o ensino médico,
uma vertente de supervalorização da aquisição dos conhecimentos específicos da profissão. Por
outro lado, as atitudes, tomada de decisões, habilidades, anamnese e humanização do
atendimento são igualmente importantes em face ao conhecimento específico. O contato direto
destes estudantes com as pessoas com deficiência contribui significativamente na promoção da
saúde desta população.
Neste sentido, em 2006 institui-se no Brasil a Política Nacional de Promoção da Saúde
– PNPS que define a promoção da saúde como uma estratégia de “produção de saúde”, ou seja,
como um conjunto de ações articuladas desenvolvidas no sistema público de saúde do Brasil
que possa contribuir para suprir as necessidades da sociedade no que se refere à saúde
(BRASIL, 2006). Um grande avanço nos cursos superiores, por exemplo, foi a inclusão do
ensino de Libras no ano de 2005, de forma obrigatória para os cursos de licenciaturas e alguns
cursos da área da saúde. Esta conquista é um passo importante para a garantia de um
atendimento universal e equânime, devendo ainda, este conhecimento ser sempre resgatado e
colocado em prática nas disciplinas formativas como Semiologia Médica e Obstetrícia. Os
estudantes devem aprender como se comunicar e cuidar destes pacientes, atendendo
integralmente as necessidades e especificidades que cada deficiente possui (COSTA;
KOIFMAN, 2016).
As necessidades de saúde das pessoas com deficiência devem ser planejadas atendendo
a um sentido lógico que garanta o processo de inclusão, para tanto, tornando-se imprescindível
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que estes profissionais tenham sua prática pautada pelo modelo biopsicossocial de perceber a
deficiência e estimular sua compreensão com os estudantes. Garantindo que as pessoas com
deficiência tenham voz ativa e atendimento integral de suas necessidades em saúde.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Protocolo Facultativo
à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. 4ª Ed. Brasília, Secretaria de
Direitos Humanos, 2010. 100p.
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Denise Mayara de Souza Pessoa 1; Elisama Ferreira Paiva 1; Sâmara Fontes Fernandes22;
Rodrigo Jácob Moreira de Freitas2
Introdução
O suicídio é avaliado como um grande problema de saúde pública, visto que os dados
mostram que, no mundo, a cada ano, mais de 800 mil pessoas colocam um fim na própria vida,
totalizando uma morte a cada 40 segundos, o que representa uma porcentagem global anual
uniformizada por idade de 11,4 por 100 mil habitantes (15 para os homens e oito para as
mulheres). Assim, institui-se o suicídio uma das 10 maiores razões de morte em todos os países
e uma das três na faixa etária de 15 a 35 anos (WHO, 2014).
Dessa forma, a Atenção Primária à Saúde (APS) como integrante da rede de atenção
psicossocial (RAPS) também deve desempenhar papel fundamental na prevenção do
comportamento suicida. Sua finalidade é expandir e ampliar os locais de atenção à saúde para
sujeitos com algum sofrimento ou transtorno mental, bem como os problemas relacionados ao
uso de crack, álcool e outras drogas, na esfera do Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL,
2011)
Entendendo que a APS e o enfermeiro devem exercer papel fundamental na assistência à
saúde mental dos adolescentes e jovens, principalmente no que diz respeito à diminuição das
estatísticas de suicídio, bem como à necessidade de estudos na região Nordeste, visto que vem
apresentando expressiva tendência ao acréscimo na taxa de suicídio nas últimas décadas
(BRASIL, 2018), questiona-se: como se dá a assistência à saúde de adolescentes com ideações
suicidas pelos enfermeiros na atenção primária? Assim, objetivou-se, para este estudo,
compreender como acontece a assistência à saúde dos adolescentes com ideações suicidas pelos
enfermeiros na atenção primária.
1
Estudantes do Curso de Enfermagem, do Departamento de Enfermagem da Universidade do estado do Rio
Grande do Norte (UERN). Email: denisetpm@gmail.com; elisamafp@hotmail.com.
2
Docentes do Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).
Coordenadores do projeto de pesquisa. Email: rojmflegal@hotmail.com; saminhafontes@hotmail.com
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Metodologia
Para esta pesquisa, realizou-se estudo do tipo descritivo e exploratório, com abordagem
qualitativa (FLICK, 2009), em um município de médio porte do interior do Nordeste brasileiro.
O cenário constitui-se de oito unidades básicas de saúde (UBS) da referida região.
Os participantes do estudo foram os enfermeiros que atuavam na Estratégia Saúde da
Família (ESF) de oito UBS. Foram adotados alguns critérios: os enfermeiros com um ano de
experiência na ESF, como critério de inclusão, e os enfermeiros que estavam de férias durante
o período de coleta, como critério de exclusão. Um dos enfermeiros foi retirado pelo critério de
exclusão e a amostra final conta com o número de oito enfermeiros.
A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas guiadas por um roteiro semiestruturado
construído previamente. A entrevista é um método de coleta de dados bem apropriado para a
aquisição de informações acerca de questões subjetivas, tais como questões cognitivas e
afetivas do participante (FLICK, 2009).
A entrevista foi realizada em uma sala fechada, com a presença única do pesquisador e
do pesquisado, sendo o último contatado anteriormente e convidado a participar da entrevista
previamente agendada e a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Logo
após, o consentimento da entrevista foi gravada com minigravador.
As perguntas versaram acerca da compreensão das ações destinadas aos adolescentes na
APS, dos desafios da assistência de Enfermagem aos adolescentes com ideações suicidas na
atenção primária, dos métodos de identificação dos fatores de risco ao suicídio de forma precoce
no público adolescente, da forma de intervenção do profissional de Enfermagem na atenção
primária na prevenção do suicídio e do conhecimento dos encaminhamentos que a atenção
primária dispõe para uma assistência integral à saúde do adolescente com ideações suicidas.
O material obtido nas entrevistas foi transcrito na íntegra e submetido à análise de
conteúdo temático, conforme orientações de Bardin (2011). O exame de conteúdo é uma técnica
de análise das comunicações, por meio de procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição
do conteúdo das mensagens.
Consiste em três fases: a) pré-análise; b) exploração do material; c) tratamento dos
resultados, inferência e interpretação. A primeira fase, a pré-análise, é subdividida em quatro
etapas: i) leitura flutuante, que é o contato inicial com as informações da coleta de dados,
ocasião em que se inicia o conhecimento dos textos, entrevistas e demais materiais a serem
analisados; ii) escolha das informações, fase da delimitação do que será analisado; iii)
formulação das hipóteses e objetivos, que se dará a partir da aproximação inicial dos elementos;
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Resultados e Discussão
Perfil dos enfermeiros das Unidades Básicas da Zona Urbana de Pau dos Ferros/RN:
No que tange o perfil social foram entrevistados oito profissionais enfermeiros (100%), sendo
seis do sexo feminino (75%) e dois do sexo masculino. Referente à idade (25%) possui idade
entre (30-39) anos; (50%) entre (40-50) anos e (25%) entre (50-60) anos. Com relação ao tempo
de exercício da profissão na determinada Unidade Básica de Saúde: 2 a 5 anos: (25%) e de 6 a
7 anos: (75%).
Os enfermeiros apresentaram a assistência para os adolescentes, sem ser incluído em
sua prática a prevenção ao suicídio. No tocante à assistência aos adolescentes, alguns autores
afirmam que ainda existem práticas vagas, sem que haja um cuidado direcionado para esses
indivíduos, de maneira que não é possível abranger determinadas especificidades próprias dessa
fase. Existe a carência de um planejamento mais definido, pois a demanda livre/espontânea, por
si só, não abrange particularidades de determinado público, o que justifica os motivos pelos
quais as assistências à saúde na atenção primária com os adolescentes deixam tanto a desejar
(SOARES, 2017).
Com isso, algumas estratégias negligenciam as necessidades específicas dos
adolescentes, pois não criam espaços para escutá-los, seja na preparação ou implementação,
seja nos processos de ponderação das ações. Negligenciar a adolescência em suas múltiplas
extensões gerou tanto uma não efetivação de políticas públicas como também certa dificuldade
na identificação das demandas reais dos adolescentes brasileiros (SOUZA, 2018).
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O ato de [... ] O jovem quando está em depressão pensar em suicídio, no caso desfazer
daquela dor que ele está sentindo através da morte, né? [... ] (A7).
eu procurava mostrar o lado bom da vida, mandando procurar mais Deus, uma religião
[... ] Quando fala em suicídio eu penso assim: eu ter Deus. Certo? (A2).
A gente tinha que ter um diagnóstico real da área, porque é uma coisa tão assim, você
não tem uma ideia quantitativa de adolescente que já tem esse pensamento suicida
(A2).
Com isso, a capacitação escassa por parte dos profissionais da saúde pode interferir na
conduta do profissional, que pode adotar uma postura impessoal e apresentar dificuldades para
atuar de forma humanizada (BRASIL, 2017). Estratégias de educação permanente devem ser
estimuladas para que o enfermeiro preste assistência integral.
Isso posto, entende-se que o serviço de saúde precisa ser devidamente preparado para
receber esses adolescentes psicológica ou psiquicamente acometidos, seja por ideações ou
comportamentos que supostamente ocasionem tentativas de suicídio. Isso porque uma tentativa
ocasiona expressivo desequilíbrio emocional, e o profissional da Enfermagem necessita de
preparo para proporcionar ao paciente o atendimento adequado, oferecendo-lhe mais amparo e
segurança possível (REISDORFER, 2015).
Considerações Finais
Percebe-se, pois, que as ações em saúde para o adolescente na atenção primária não
possuem um planejamento bem definido no que diz respeito ao cuidado de adolescentes com
ideações suicidas, resumindo suas ações ao que está posto nos programas de saúde ministeriais.
A abordagem acerca deste tema ainda é um tabu e os enfermeiros têm dificuldades em trabalhar,
limitando-se a um enfoque biologicista e não abrangendo a prevenção do sofrimento mental.
Essas fragilidades são uma lacuna para o trabalho do enfermeiro na atenção primária,
evidenciando-se a necessidade de conhecer o território de atuação e identificar o perfil dos
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 94
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jovens com fatores de riscos associados ao suicídio. Somado a isso, sugere-se a estratégia de
educação permanente, para que esta possa permitir a construção de novos saberes necessários
para abordar o tema na prática do enfermeiro e dos demais profissionais que atuam na atenção
primária.
Agradecimentos
Agradecemos a UERN e Prefeitura Municipal de Pau dos Ferros pela possibilidade de
realização da pesquisa.
Referências
BARDIN L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70; 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde (BR). Portaria n° 3.088, de 23 de dezembro de 2011. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 30 dez. 2011[citado em 2019 jan. 25]. Disponível
em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.htm
BRASIL. Ministério da Saúde (BR). Saúde Brasil 2017: uma análise da situação de 14. saúde
e os desafios para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Brasília:
Ministério da Saúde; 2018[citado em 2019 jan. 25].Disponível
em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_brasil_2017.pdf
BRASIL. Ministério da Saúde (BR). Política Nacional de Humanização da Atenção e
Gestão do SUS. A experiência da diretriz de Ambiência da Política Nacional de
Humanização. Brasília: MS; 2017.17p.
FLICK U. Qualidade na pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Bookman Artmed; 2009.
OLIVEIRA GC, SCHNEIDER JF, SANTOS VBD, PINHO LB, PILOTI DFW, LAVALL E.
Nursing care for patients at risk of suicide. Ciênc Cuid Saúde. 2017[citado em 2018 dez.
23];16(2):1-7. Disponível
em: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/37182/19951
REISDORFER N, ARAÚJO GM, HILDEBRANDT LM, GEWEHR TR, NARDINO J,
LEITE MT. Suicídio na voz de profissionais de Enfermagem e estratégias de intervenção
diante do comportamento suicida. Rev Enferm UFSM. 2015[citado em 2019 jan.
15];5(2):295-304. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reufsm/article/view/16790/pdf
SOARES RJO, NASCIMENTO FPB. Suicídio e tentativa de suicídio: contribuições da
Enfermagem brasileira. J Health Sci. 2017[citado em 2019 fev. 20]:19(1)19-24. Disponível
em: http://revista.pgsskroton.com.br/index.php/JHealthSci/ article/view/4030/351018.
SOUZA ACG, BARBOSA GC, MORENO V. Suicídio na adolescência: revisão de 19.
literatura. Rev Uningá. 2018[citado em 2019 fev. 20];43(1):95-8. Disponível
em: http://revista.uninga.br/index.php/uninga/article/view/1202
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Preventing suicide: a global imperative.
Geneva; 2014[citado em 2019 abr. 15]. Disponível
em: https://www.who.int/mental_health/suicide-prevention/world_report_2014/en/
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Rayonara Medeiros de Azevedo¹; Maria Luiza de Araújo Guedes2; Nívia Samara Dantas de
Medeiros3; Maria Isabel da Conceição Dias Fernandes4
1
Estudante do curso de enfermagem do Departamento de Enfermagem da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte. Bolsista PIBIC voluntária; e-mail:
rayonaramedeiros@alu.uern.br
2
Estudante do curso de enfermagem do Departamento de Enfermagem da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte. Bolsista PIBIC-CNPQ; e-mail: malu.luizaag@gmail.com
3
Estudante do curso de enfermagem do Departamento de Enfermagem da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; Bolsista PIBIC voluntária; e-mail: niviadantasm@gmail.com
4
Professora do Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte; Vice-líder do Grupo de Pesquisa em Enfermagem Campus Caicó (GRUPECC); e-mail:
isabelfernandes@uern.br
Palavras-chave: Diagnóstico de enfermagem. Comportamento sedentário. Doenças
cardiovasculares.
Introdução
Obesidade é um problema de caráter pandêmico, multiétnico, decorrente da ingestão de
dietas ricas em carboidratos, gorduras e aumento do sedentarismo que ocorre em países de alta,
média e baixa renda, em homens e mulheres de todas as faixas etárias (WANNMACHER,
2016). Nessa perspectiva, os diagnósticos de enfermagem obesidade e estilo de vida sedentário
são considerados os principais fatores de risco para o desenvolvimento de afecções
cardiovasculares (CARLUCCI et al., 2013).
Destarte, as doenças cardiovasculares constituem-se como problema de saúde pública
em todo o mundo, destacando-se pelas principais causas de morbimortalidade, gerando um
elevado ônus econômico e social aos países. Consequentemente, mostra-se a relevância de se
investigar o perfil sociodemográfico e clínico dos pacientes acometidos por essas afecções, na
busca de possíveis tendências temporais em decorrência das transições demográficas e
epidemiológicas dessa clientela (CRISTO NETO, 2019).
Assim, o objetivo desta pesquisa foi verificar a associação entre as características
sociodemográficas e clínicas dos pacientes adultos com afecções cardiovasculares
hospitalizados e os diagnósticos de enfermagem estilo de vida sedentário e obesidade.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal, com abordagem quantitativa, realizado com 36
pacientes acometidos por afecções cardiovasculares hospitalizados no Hospital Regional
Telecila Freitas Fontes.
Foram incluídos pacientes com diagnóstico de doença cardiovascular confirmado e idade
superior a 18 anos, excluindo-se os que não apresentaram condições físicas e/ou psíquicas para
realização da coleta. Inicialmente, os pacientes internados nas clinicas médicas e cirúrgicas
eram convidados a participar da pesquisa, sendo-lhes fornecidas as informações necessárias. O
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi cedido a cada participante para leitura integral.
Posteriormente, realizava-se a coleta dos dados.
Um instrumento composto por dados sociodemográficos e sinais e sintomas dos
diagnósticos de enfermagem obesidade e estilo de vida sedentário foi aplicado para a coleta.
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Resultados
Na Tabela 1 será exposta a caracterização sociodemográfica e clínica dos pacientes
com afecções cardiovasculares.
Tabela 1 – Caracterização sociodemográfica e clínica dos pacientes com doenças cardiovasculares. 2020.
Variáveis nominais N %
Sexo
Feminino 19 52,8
Masculino 17 47,2
Estado civil
Com companheiro 24 66,7
Sem companheiro 12 33,3
Religião
Praticante 32 88,9
Não praticante 04 11,1
Fumante 06 16,7
Alcoolista 05 13,9
Variáveis numéricas Média Desvio padrão Mediana Valor p*
Idade 64,4167 13,59070 63,0000 0,848
Anos de estudo 6,1389 5,22167 5,0000 0,005
Renda familiar** 2,2500 2,07880 2,0000 0,000
Nº de pessoas em casa 2,5556 1,71455 2,0000 0,002
Tempo de internação 6,4167 5,46352 4,0000 0,000
Peso 76,7528 17,41545 73,0000 0,350
Altura 1,6167 ,09583 1,5850 0,013
Índice de massa corporal 29,0706 4,78611 29,4700 0,364
Circunferência abdominal 106,8889 19,06347 108,5000 0,081
Legenda: * Teste de Shapiro-Wilk; ** Renda em salários mínimos.
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Discussão
Os resultados desta pesquisa mostraram que o IMC foi de 29, evidenciando o sobrepeso,
e a CA foi 106 cm, evidenciando o aumento dessa medida nos pesquisados. Esses resultados
são mais comuns em mulheres na idade não reprodutiva, devido à diminuição do estrogênio,
que contribui para o acúmulo do tecido adiposo no abdômen, e consequentemente, com as
complicações cardiovasculares. Além disso, mulheres tendem a ganhar mais gordura
subcutânea na região abdominal do que visceral (OLIVEIRA et al., 2019; BARROSO et al.,
2017).
Nesse aspecto, o diagnóstico de enfermagem obesidade associou-se ao peso, altura, e
aos elevados resultados de IMC e tamanho da CA, fatores de risco responsáveis pelas afecções
cardiovasculares e outras morbidades. Neste caso, esta ligação apresenta-se como relevante
indicador para diagnóstico de sobrepeso, obesidade e avaliação do risco de doenças
cardiovasculares (BARROSO, et al., 2017).
O diagnóstico estilo de vida sedentário associou-se com o estado civil, assim como em
Silva et al. (2019), Costa et al. (2019) e Zanchetta et al. (2010), em que os níveis de
comportamentos sedentários foram relativamente mais altos e prevalentes entre adultos e idosos
que tinha companheiros.
Este estudo apresenta como limitações o número reduzido de participantes da amostra,
devido ao contexto da pandemia do Covid-19, impossibilitando a coleta com o total de
pacientes.
Conclusão
Verificou-se associação entre o diagnóstico de enfermagem a obesidade e as
características clínicas peso, altura, IMC e tamanho da CA. O diagnóstico de enfermagem estilo
de vida sedentário associou-se com o estado civil.
Agradecimentos
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Referências
SILVA, R. R. V. et al. Fatores associados à prática de atividade física entre professores do nível
básico de ensino. J. Phys. Educ, Maringá, v.30, jul. 2019.
ZANCHETTA, L. M. et al. Inatividade física e fatores associados em adultos, São Paulo, Brasil.
Rev Bras Epidemiol, São Paulo, v.13, n.3, p. 387-99. 2010.
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 99
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Nívia Samara Dantas de Medeiros1; Maria Luiza de Araújo Guedes2; Rayonara Medeiros de
Azevedo3; Maria Isabel da Conceição Dias Fernandes4
1
Estudante do curso de enfermagem do Departamento de Enfermagem da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; Bolsista PIBIC voluntária; e-mail: niviadantasm@gmail.com
2
Estudante do curso de enfermagem do Departamento de Enfermagem da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte. Bolsista PIBIC-CNPQ; e-mail: malu.luizaag@gmail.com
3
Estudante do curso de enfermagem do Departamento de Enfermagem da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte. Bolsista PIBIC voluntária; e-mail:
rayonaramedeiros@alu.uern.br
4
Professora do Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte; Vice-líder do Grupo de Pesquisa em Enfermagem Campus Caicó (GRUPECC); e-mail:
isabelfernandes@uern.br
Palavras-chave: Diagnóstico de enfermagem. Comportamento sedentário. Obesidade.
Doenças cardiovasculares.
Introdução
Metodologia
Estudo transversal, com abordagem quantitativa, desenvolvido entre 2019 e 2020, com
36 pacientes internados na clínica médica e cirúrgica do Hospital Regional Telecila Freitas
Fontes, localizado no município de Caicó-RN. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em
pesquisa da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - RN sob o parecer 3.234.418.
Para a realização da coleta de dados utilizou-se um questionário elaborado a partir dos
indicadores clínicos e os fatores relacionados dos diagnósticos de enfermagem obesidade e
estilo de vida sedentário. Os critérios de inclusão para os pacientes participantes do estudo
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Resultados
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Discussão
De acordo com os resultados deste estudo, a obesidade associou-se ao índice de massa
corporal acima de 30 Kg/m2 e ao fator relacionado hábito de beliscar alimentos com frequência.
Esses dados corroboram com outro estudo que mostra que grande parte dos pacientes com
doença cardiovascular avaliados apresentavam IMC maior que o desejado (COLOMBO, 2003).
Em um estudo realizado com mulheres acometidas de síndrome de ovários policísticos
(SOP), doença que apresenta diversos fatores de risco para o desenvolvimento de doenças
cardiovasculares, em que 96,3% da população apresentava IMC acima de 30kg/m2, o hábito de
beliscar alimentos com frequência, foi referido por 70% dos participantes, corroborando assim
com os achados desta pesquisa (CALIXTO, 2012).
Em contraponto, em pesquisa realizada com o objetivo de identificar o perfil dos
diagnósticos de enfermagem em pessoas hipertensas e diabéticas, apesar da associação entre
obesidade e IMC acima de 30kg/m2, não foi encontrada associação com o hábito de beliscar
alimentos com frequência (SAMPAIO et al., 2017).
O hábito de beliscar alimentos com frequência refere-se a ingestão repetida de porções
de alimentos em diferentes momentos do dia, entre as refeições. Contribui para o aumento de
peso e, consequentemente, para o agravamento da obesidade e/ou sobrepeso do indivíduo, pois
contribui para o aumento de calorias.
Sobre o estilo de vida sedentário, os achados deste estudo corroboram com o de outros
estudos, evidenciando que grande parte dos entrevistados possui um baixo nível de atividade
física, contribuindo para uma pior qualidade de vida (MARTINS et al., 2015; SAMPAIO et al.,
2017).
Conclusão
Ratificou-se a relação entre a característica índice de massa corporal alterada e o fator
desencadeador principal da obesidade nos investigados, beliscar alimentos com frequência.
Com relação ao diagnóstico estilo de vida sedentário a associação encontrada foi com a falta de
condicionamento físico, média de atividade física diária inferior à recomendada para idade e
sexo e o interesse insuficiente em atividades físicas.
Assim, infere-se que este estudo fornece dados relevantes para a prática profissional
do enfermeiro, permitindo o reconhecimento dos fatores relacionados aos diagnósticos
obesidade e estilo de vida sedentário, permitindo um embasamento para a realização do
intervenções de enfermagem voltadas para a melhora da qualidade de vida dos pacientes com
afecções cardiovasculares.
Agradecimentos
Ao CNPQ, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte e Hospital Regional Telecila
Freitas Fontes por oportunizarem o desenvolvimento da iniciação científica.
Referências
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 102
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
MARTINS, L.C.G. et al. Estilo de vida sedentário em indivíduos com hipertensão arterial. Rev.
Bras. Enferm., Brasília, v. 68, n. 6, p. 1005-1012, dez 2015. Disponível em:
<https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-
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ago 2020;
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Izael Gomes da Silva1, Maria Dianna Sousa1; Laise Lara Firmo Bandeira1, Sara Taciana
Firmino Bezerra2
INTRODUÇÃO
1 GraduandoS do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Campus Avançado
de Pau dos Ferros -CAPF/UERN; emails: izaelsilva@alu.uern.br; diannasouza97@gmail.com;
lairabandeira@alu.uern.br
2 Professora Doutora do Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte,
Campus Avançado de Pau dos Ferros -CAPF/UERN. Membro do Grupo de Pesquisa Conhecimento, Enfermagem
e Saúde das Populações - GRUPESCES; email: laisebandeira@alu.uern.br
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Nessa perspectiva objetiva com esse escrito analisar a associação entre os fatores de
risco cardiovascular e o perfil social e econômico dos trabalhadores do Campus Pau dos Ferros
da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – CAPF/UERN.
METODOLOGIA
RESULTADOS
Tabela 1 Perfil socioeconômico dos trabalhadores do CAPF. Pau dos Ferros, 2020.
Variáveis n %
Sexo
Masculino 19 57,6
Feminino 14 42,4
Idade
25 a 40 anos 17 51,5
41 a 50 anos 12 36,4
51 a 60 anos 4 12,1
Escolaridade
Ensino superior Completo 6 18,2
Mestrado 9 27,3
Doutorado 18 54,5
Ocupação
Docente 27 81,8
Técnico administrativo 6 18,2
Raça
Branca 21 63,7
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Parda 9 27,3
Negra 1 3,0
Amarela 1 3,0
Renda
Até R$ 5.999,00 4 12,1
R$ 6.000,00 a 10.000,00 21 63,7
Acima de 10.000,00 4 12,1
Não informaram 4 12,1
Variáveis n %
Sedentarismo 10 30,3
Etilismo 0 0
Tabagismo 1 3
IMC
Baixo peso (<18,5Kg/m²) 0 0
Normal (≥18,5kg/m² e ≤ 24,9kg/m²) 12 36,3
Sobrepeso (≥25Kg/m² e ≤ 29,9kg/m²) 14 42,4
Obesidade classe I (≥30Kg/m² e ≤ 34,9kg/m²) 6 18,2
Obesidade classe II (≥35Kg/m² e ≤ 39,9kg/m²) 1 3
Obesidade classe III (> 40 Kg/m²) 0 0
Circunferência abdominal
Normal (<80 para mulheres) 5 15,1
Normal (< 94para homens) 9 27,2
Elevado (>80 para mulheres) 9 27,2
Elevado (>94 para homens) 10 30,3
Pressão arterial sistêmica (mmHg)
Normal ≤ 120 mmHg 24 72,7
Pré-hipertensão 120-139 mmHg 7 21,2
Hipertensão estágio I 140-159 mmHg 2 6
Hipertensão estágio II 160- 179 mmHg 0 0
Hipertensão estágio III ≥ 180 mmHg 0 0
DISCUSSÃO
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corrobora com o perfil econômico dos participantes. Outro fator estritamente relacionado ao
peso corporal é a circunferência abdominal, que também apresentou medidas elevadas tanto
para homens quanto para mulheres.
Etilismo e tabagismo não registraram percentuais significativos, o que configura um
bom resultado, ambos se associam aos registros nos valores de pressão arterial com 72,7% dos
resultados no parâmetro de normalidade, como preconizado pela VII Diretriz Brasileira de
Hipertensão Arterial.
Por fim, vale ressaltar que a prevalência de alguns fatores de risco cardiovasculares pode
sofrer um efeito protetor do nível de escolaridade. Conforme aponta Martin et al (2014) a
escolaridade como sendo determinante com relação à frequência e intensidade de fatores de
risco cardiovascular.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
AGRADECIMENTOS
Ao Programa de Iniciação Científica da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte, todos que compuseram essa equipe de pesquisa e aos participantes do estudo.
REFERÊNCIAS
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uma revisão. Hygeia - Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, v. 14, n. 28, p.
50 - 61, 5 jul. 2018. Disponível em:
http://www.seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/40663. Acesso em: 10 set. 2020.
MARTIN, R. S. S. et al. Influência do nível socioeconômico sobre os fatores de risco
cardiovascular. J Bras Med, v. 102, n. 2, p. 34-7, 2014. Disponível em:
http://files.bvs.br/upload/S/0047-2077/2014/v102n2/a4193.pdf. Acesso em: 10 set. 2020
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Metodologia
Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura sobre saúde bucal das
gestantes assistidas pela Atenção Básica no Brasil. As etapas da revisão foram realizadas de
forma independente por dois pesquisadores seguindo as recomendações do Preferred Reporting
1
Estudante do Curso de Odontologia do Departamento de Odontologia da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: raphael_cfm13@hotmail.com.
2
Professora do Departamento de Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte, Líder do Grupo de Pesquisa Grupo de Estudos Interdisciplinares em Ciências
Odontológicas (GEICO); e-mail: georgiacosta@uern.br.
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Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) para o relato das etapas da revisão
realizada.
Os critérios de inclusão foram: artigos originais, estudos realizados com gestantes
brasileiras, período escolhido baseado nas últimas publicações: entre de 2010 a 2020, sem
restrição quanto ao idioma.
Os critérios de exclusão foram: estudos realizados em gestantes que apresentassem
alguma condição específica de saúde (p. ex. HIV, diabetes, câncer, infecção urinária etc),
estudos sobre atenção hospitalar à gestante, coleta de dados realizada em hospital, estudos que
abordassem apenas condições específicas do neonato ou bebê, estudos que considerassem
apenas o conhecimento dos profissionais, estudos realizados em outros países que não o Brasil,
artigos de revisão da literatura, meta-análises, estudos de casos e trabalhos monográficos.
A pesquisa dos artigos foi realizada nas bases de dados Medline, Lilacs, BBO e
SciELO. Foram usadas combinações variáveis dos descritores e palavras nos idiomas português
e inglês sobre os seguintes aspectos: gravidez, grávida, saúde bucal, saúde oral, higiene bucal,
dental care, odontologia, considerando o intervalo de ano de publicação entre 2010 e 2020.
Após a exclusão manual das duplicatas, foram excluídos todos aqueles não
relacionados à atenção em saúde bucal à gestante no Brasil. Feita a leitura dos resumos, os
artigos que não atenderam aos critérios de elegibilidade foram excluídos. Outros artigos foram
excluídos após serem lidos na íntegra.
Resultados e Discussão
O processo de triagem e aplicação dos critérios de inclusão e exclusão levaram à
seleção de 17 artigos científicos para compor esta revisão. Os artigos foram categorizados
segundo seu conteúdo em três conjuntos, compreendendo os seguintes aspectos abordados em
seus estudos: Condição de saúde bucal das gestantes, Conhecimento sobre saúde bucal pelas
gestantes e Atenção em saúde bucal às gestantes.
Verificou-se que oito dos artigos selecionados apresentavam a quais serviços
odontológicos as gestantes foram submetidas, sendo o mais comum as gestantes estarem
inseridas em ações de educação em saúde.
Um dos principais motivos que levavam as gestantes a procurar o atendimento
odontológico foi a dor de dente, e ainda assim algumas delas afirmaram não buscar o
atendimento odontológico, mesmo na presença da dor, por acreditarem que era normal durante
a gestação (MOIMAZ et al., 2016; MOIMAZ et al., 2011; SANTOS NETO et al. 2012;
BASTIANI et al. 2010; e TRINDADE et al. 2018).
Barreiras para o atendimento odontológicos foram encontradas em 13 artigos, sendo a
maioria delas o receio e a não adesão ao tratamento por parte das gestantes, causadas por
desinformação, medo do profissional e/ou dos procedimentos, mito, crenças e tabus em relação
à ida ao dentista durante a gestação (BARBIERI et al., 2018; BASTIANI et al., 2010;
BRESSANE et al., 2011; CARVALHO et al., 2014; CATÃO et al., 2015; CODATO et al.,
2011; COSTA E SILVA, 2020; LOPES et al., 2016; LOPES, PESSOA E MACÊDO, 2018;
MOIMAZ et al., 2010; SANTOS NETO et al. 2012; SILVEIRA, ABRAHAM E
FERNANDES, 2016; SOUSA et al., 2016).
Alguns autores apontam que é possível que o próprio profissional de saúde bucal
contribua na reprodução de pensamentos incertos sobre o atendimento odontológico durante a
gravidez, reproduzindo os mitos do senso comum diante de um conhecimento limitado ou
insegurança no tratamento das gestantes (SANTOS NETO et al., 2012; SILVEIRA,
ABRAHAM E FERNANDES, 2016). Por outro lado, Codato et al. (2011) mostram que
atendimentos odontológicos realizados com materiais, técnicas ou equipamentos antigos e
irregulares colaboram para a ocorrência de vivências traumáticas e desagradáveis.
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Dentre os problemas orais das gestantes, a cárie dentária e a doença periodontal foram
encontradas com maior facilidade, principalmente nas gestantes que possuem uma menor renda
(BRESSANE et al., 2011; LOPES et al., 2016; MARINHO et al., 2016 LOPES, PESSOA E
MACÊDO, 2018; MOIMAZ et al., 2016), e também um nível de escolaridade mais baixo
(CATÃO et al., 2015; COSTA E SILVA, 2020; MOIMAZ et al., 2011; SOUSA et al., 2016),
o que leva a falta de informação sobre a importância do pré-natal odontológico durante a
gravidez. Como aponta Barbieri et al. (2018), famílias com maior nível de educação
provavelmente apresentam atitudes mais positivas e maior nível de conhecimento sobre cuidados
preventivos em saúde bucal. O nível de escolaridade é um importante determinante
socioeconômico, visto que quanto maior esse nível, melhores serão as condições financeiras e de
moradia dos indivíduos.
Em relação à autopercepção da saúde bucal, mesmo sendo verificada uma alta
prevalência de cárie, grande necessidade protética e alta incidência de cálculos, as pacientes
perceberam sua saúde bucal como satisfatória (BRESSANE et al., 2011). Este resultado vai de
encontro com o estudo de Sousa et al. (2016), pois quando questionadas sobre a necessidade de
atendimento odontológico, a maioria das gestantes afirmou que precisava de algum tipo de
tratamento.
Durante todo o período gestacional, as gestantes, principalmente as que estão na sua
primeira gestação, apresentam maiores chances de adquirirem novos hábitos relacionados à
saúde, pois estão mais abertas e interessadas a novos conhecimentos que dizem respeito a sua
saúde bucal e a do bebê (BARBIERI et al., 2018; MOIMAZ et al., 2011; SILVEIRA,
ABRAHAM E FERNANDES, 2016; e SANTOS NETO et al. 2012).
Conclusão
Conclui-se que de modo geral, o período gestacional ainda é cerceado por mitos e
medos que inibem as gestantes de realizar consultas odontológicas ou de manter a adesão pelo
tratamento odontológico. Contudo, as barreiras de acesso são as principais limitantes da atenção
em saúde bucal no período gestacional. Na Atenção Básica as gestantes estão mais inseridas
em ações de educação em saúde bucal. Constatou-se desinformação das gestantes sobre a saúde
bucal e sua manutenção, uma vez que em geral a consideraram boa, resultado diferente dos
exames clínicos.
A gravidez é um momento que requer o acompanhamento à saúde bucal. Ainda que o
período gestacional por si só não seja responsável pelo aparecimento de problemas orais, como
a cárie e a doença periodontal, faz-se necessário o acompanhamento odontológico durante toda
a gestação, visando identificar riscos, necessidade de tratamento e a promoção da saúde bucal.
Agradecimentos
Ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) pela
concessão da bolsa, e à Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
Referências
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knowledge about oral health. Einstein (São Paulo, Brazil), v. 16, n. 1, p. 1–8, 2018.
BASTIANI, C. et al. Conhecimento das gestantes sobre alterações bucais e tratamento
odontológico durante a gravidez. Odontol. Clín.-Cient, v. 9, n. 2, p. 155–160, 2010.
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BRESSANE, L. B. et al. Oral health conditions among pregnant women attended to at a health
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2011.
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Erik Vinícius Martins Jácome1; Mariana Silva de Bessa1; Gilmara Celli Maia de Almeida2.
Introdução
A utilização de plantas medicinais para fins terapêuticos é conhecida há muito tempo
e aplicada nas diferentes culturas de todo o mundo. Em 22 de junho de 2006, foi aprovada a
Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos com o objetivo de permitir o acesso e
uso racional das plantas e dos fitoterápicos, com eficácia, segurança e qualidade
proporcionando o desenvolvimento desse setor (BRASIL, 2006).
A partir disso, foram estudados os efeitos fitoterápicos da Chenopodium ambrosioides,
originária do México, pertencente à família Chenopodiaceae e também conhecida como
mastruz ou Erva-de-Santa-Maria (BLANCKAERT et al., 2012). Além dela, estudos com a
espécie Crescentia cujete, pertencente à família Bignoniaceae, também vem sendo
desenvolvidos. Conhecida popularmente pelo nome de coité ou cabaceira é uma planta nativa
da América tropical, sendo amplamente distribuída em várias regiões tropicais de todos os
continentes (ARANGO-ULLOA et al., 2009).
Com a ampliação da fitoterapia, muitos estudos vêm sendo realizados a fim de
conseguir alguma ação antibacteriana através de extratos de plantas em bactérias, como o
Staphylococcus aureus, responsável por causar infecções altamente diversas (HOERR et al.,
2018). Já na microbiota oral destaca-se o Streptococcus mutans, bactéria bastante associada ao
desenvolvimento de lesões de cárie que é uma doença biofilme-dependente relacionada ao
consumo de carboidratos refinados na dieta (MARSH; ZAURA, 2017).
Diante disso, este estudo tem por objetivo analisar a atividade antibacteriana de
extratos hidroalcoólicos de folhas de C. ambrosioides (mastruz), C. cujete (coité) e de ambos
associados, em cepas de S. mutans e S. aureus resistente e sensível à meticilina (MRSA e
MSSA).
Metodologia
Os extratos das folhas frescas de C. ambrosioides (extrato 1) e C. cujete (extrato 2)
foram obtidos utilizando-se como agente extrator o álcool etílico absoluto PA, conforme técnica
descrita por Cáceres et al. (1995) com adaptações referentes ao tipo de solvente utilizado e
temperatura do banho de aquecimento do evaporador.
Foram acondicionadas 400 g de folhas de cada planta em recipientes contendo 1600
mL de álcool etílico absoluto PA. Cada mistura foi macerada com macerador côncavo, tendo
1
Estudantes do curso de Odontologia do Departamento de Odontologia da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte/UERN; e-mail: dentistajacome@gmail.com ; e-mail: melrybessa@hotmail.com
2
Professora do Departamento de Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte/UERN; Participante do Grupo de Estudos Interdisciplinares em Ciências Odontológicas
(GEICO); e-mail: gilmaracelli@uern.br
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
seus recipientes fechados com tampa e armazenados à temperatura ambiente por 15 dias,
protegidos da luz com revestimento de papel de alumínio e com leves agitações realizadas
periodicamente. Após esse período, os extratos foram filtrados e mantidos sob refrigeração a
4°C. Posteriormente, eles foram concentrados em evaporador rotatório (Fisatom® / Mod. 803,
São Paulo - Brasil) a 85ºC com bomba de vácuo para a evaporação do solvente. Ao final dessa
etapa, dois tipos de extratos foram produzidos. Em seguida, um terço dos extratos 1 e 2 foram
separados e misturados em um frasco âmbar de 300 mL esterilizado gerando um terceiro extrato
combinado (extrato 3).
As bactérias utilizadas no estudo são cepas padrões, sendo estas o Streptococcus
mutans (ATCC 55676), Staphylococcus aureus resistente à meticilina – MRSA (ATCC BMB
9393) e sensível à meticilina – MSSA (ATCC 25923). Para a avaliação da atividade
antibacteriana as linhagens foram cultivadas em caldo nutritivo (Caldo Nutriente) e incubadas
a 37º C por 18 horas em aerobiose. Em seguida, foram preparadas suspensões de cultura diluídas
em solução salina 0,85%, sendo que as suspensões obtidas tiveram a turvação ajustadas por
comparação visual à suspensão padrão 0,5 da escala de McFarland, conforme recomendações
do CLSI (2013).
A determinação da atividade antibacteriana foi realizada pela técnica de difusão em
poços ou “template” conforme atualizações e recomendações da CLSI (2018). Todos os testes
foram realizados em triplicata.
Um total de 9 placas de Petri com ágar Mueller-Hinton foram preparadas, nas quais,
após solidificação dos meios, foram realizadas três perfurações (poços) de 6mm de diâmetro
por placa com auxílio de cilindros de vidro estéreis (CLSI, 2018). Em seguida foram inoculadas
sobre a superfície dos meios, com swabs estéreis, as três cepas bacterianas, sendo cada uma das
cepas semeadas em 3 placas distintas. Nos poços foram distribuídos 100 µL dos extratos
hidroalcoólicos (Coité, Mastruz e Mastruz + Coité), sendo que cada poço foi preenchido com
um extrato diferente por placa. Posteriormente, as placas foram mantidas em estufa
bacteriológica à 37ºC e os halos de inibição foram medidos em milímetros, com auxílio de uma
régua milimetrada após 24 horas de incubação.
Para análise dos dados, realizou-se a estatística descritiva com apresentação das
medidas de tendência central (média e mediana) e variabilidade (desvio padrão e quartis 25 e
75) dos halos de inibição produzidos pelos extratos em cada tipo de bactéria testada. Foi
utilizado o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) 20.0®, considerando nível de
significância de 5%.
Resultados e Discussão
As três linhagens bacterianas testadas neste estudo (S. mutans, MRSA e MSSA),
apresentaram sensibilidade aos extratos hidroalcoólicos do coité isoladamente e do coité
associado ao mastruz, conforme tabela 1.
O mastruz isoladamente não apresentou efeito sobre nenhuma das bactérias testadas,
sem formação de halos de inibição. Diante disso, a ação antimicrobiana quando utilizado o
extrato 3 (Coité e Mastruz associados) é decorrente apenas das propriedades do Coité, sendo
este resultado evidenciado pela ausência de diferença significativa entre os halos do Coité
isoladamente e associado ao mastruz, com valores de p entre 0,346 e 1,000, considerando cada
uma das bactérias.
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Tabela 1 - Estatística descritiva da ação antimicrobiana dos extratos para cada tipo de
bactéria.
O Coité apresentou halos de inibição com maiores médias para o S. mutans e MSSA
quando comparado ao extrato do mastruz + coité. Assim, sugere-se que o C. cujete pode vir a
ser uma alternativa de antimicrobiano intra e extra-oral. Essa questão pode ser vislumbrada por
ser um extrato relativamente não-tóxico, como demonstrado no estudo de Anwuchaepe et al.
(2017) que avaliou a toxicidade aguda do coité por via oral em camundongos, e não foram
reveladas reações tóxicas ou letalidade em nenhuma das doses selecionadas.
As ações benéficas apresentadas pelas folhas do coité podem estar associadas a
compostos fito-químicos como flavonóides, saponinas e taninos, sendo estes influenciados por
diferenças na origem da planta, localização geográfica, idade da planta e processo de extração
(HASANAH; ROSDIANA; SYAEFUDIN, 2017).
O extrato de coité associado a nanopartículas de prata foi testado no estudo de
Prabukumar et al. (2018), inibindo progressivamente o crescimento de bactérias Gram-positivas
(R. rhodochrous, B. subtilis, S. epidermidis e M. smegmatis) e Gram-negativas (S. typhi, S.
flexneri e V. cholerae) nas concentrações de 25–100µg. Esses achados sugerem o amplo
espectro do coité, inclusive sobre algumas cepas de Gram-negativas, as quais predominam no
biofilme periodontopatogênico.
Hasanah, Rosdiana e Syaefudin (2017) verificaram que o extrato etanólico das folhas
do coité pode inibir o crescimento de Staphylococcus aureus e Escherichia coli. Assim como
foi observado por Hartati et al. (2011) que o extrato etanólico inibiu o crescimento de S. aureus,
E.coli e o fungo Candida albicans em uma concentração de 10%. Tais estudos corroboram os
achados desta pesquisa, na qual o extrato hidroalcoólico da planta inibiu o crescimento das duas
cepas testadas de S. aureus, destacando-se o MRSA.
Conclusão
O extrato hidroalcoólico de folhas frescas da espécie Crescentia cujete apresenta
atividade antibacteriana sobre as bactérias Staphylococcus aureus (MRSA e MSSA) e
Streptococcus mutans. É importante destacar que há escassez de dados sobre o efeito desse
extrato sobre o S. mutans, bactéria de importância odontológica devido sua associação aos
biofilmes cariogênicos. Sugere-se o desenvolvimento de mais estudos visando iniciar e/ou
ampliar os testes in vitro, in situ, em animais e ensaios clínicos em seres humanos.
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Agradecimentos
Ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica da Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte (PIBIC-UERN), órgão de fomento desta pesquisa.
Referências
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Mariana Silva de Bessa1; Erik Vinícius Martins Jácome1; Gilmara Celli Maia de Almeida2
Palavras-chave: Microbiologia. Bactérias. Antissépticos bucais.
Introdução
A clorexidina é um antisséptico que, dependendo de sua concentração, possui efeitos
diferentes sobre as bactérias. O estudo de Srinivas et al. (2015) relata que em baixas
concentrações ela possui efeito bacteriostático, causando alteração no equilíbrio osmótico da
célula bacteriana e em altas concentrações é bactericida, causando a fragmentação de seus
conteúdos citoplasmáticos. A clorexidina 2% é comumente utilizada para degermação em
procedimentos cirúrgicos e para controle de contaminação cruzada (CUNHA et al., 2011),
enquanto a 0,12% para diminuir carga microbiana oral antes e após cirurgias orais (MOREIRA
et al., 2009). Contudo, a clorexidina apresenta efeitos adversos locais, tem-se apresentado como
agente alergênico e emergem relatos de desenvolvimento crescente de resistência bacteriana,
com destaque a Staphylococcus aureus (PEGORARO et al., 2014; BARBOSA et al., 2019).
Dentre os efeitos adversos da clorexidina a 0,12% na cavidade oral, destacam-se
alteração na coloração dos elementos dentários, alteração do paladar, queimaduras no tecido
mole, xerostomia, lesões descamativas, ulcerações na mucosa e gosto residual desagradável na
boca (PEGORARO et al., 2014). Já o alerta sobre reações alérgicas raras, porém graves, com a
clorexidina utilizada como antisséptico na pele, foi dado por meio de um Comunicado de
Segurança de Medicamentos (“FDA Drug Safety Communication”) (U.S. FOOD AND DRUG
ADMINISTRATION, 2017). Os relatos de reações alérgicas graves a produtos que contém a
substância em sua composição aumentaram consideravelmente nos últimos anos, sendo que os
sintomas relatados como o chiado ou dificuldade para respirar, inchaço do rosto e urticária,
podem progredir rapidamente para sintomas mais graves, como a erupção grave ou choque, que
é uma condição com risco à vida que ocorre quando o corpo não está recebendo fluxo sanguíneo
suficiente.
Streptococcus mutans é uma bactéria presente na microbiota bucal, bastante associada
ao desenvolvimento de lesões de cárie que é uma doença biofilme-dependente relacionada ao
consumo de carboidratos refinados na dieta da população, principalmente a sacarose. Este
processo inicia-se com a produção de ácidos pelo metabolismo bacteriano, levando a
desmineralização da superfície dentária e podendo ocasionar a perda do dente quando não
tratada. (MARSH; ZAURA, 2017). Já S. aureus é uma bactéria responsável por causar
infecções altamente diversas, variando de doenças agudas, como bacteremia e abscessos
cutâneos, a infecções crônicas graves, frequentemente associadas a biofilmes, como a
endocardite e osteomielite (LISTER; HORSWILL, 2014; HOERR et al., 2018). Diante disso,
este estudo teve como objetivo analisar a atividade antibacteriana do Digluconato de
1
Estudantes do curso de Odontologia do Departamento de Odontologia da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: melrybessa@hotmail.com ; e-mail:
dentistajacome@gmail.com
2
Professora do Departamento de Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte; Participante do Grupo de Estudos Interdisciplinares em Ciências Odontológicas
(GEICO); e-mail: gilmaracelli@uern.br
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Metodologia
Amostras Bacterianas
As bactérias utilizadas no estudo são cepas padrões, sendo estas o Streptococcus
mutans (ATCC 55676), Staphylococcus aureus resistente à meticilina (ATCC BMB 9393) e
sensível à meticilina (ATCC 25923). Elas foram cedidas em eppendorf contendo TSB
adicionado de 20,0% de glicerol pelo Laboratório de Bacteriologia Médica da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O cultivo, confirmação de crescimento e
identificação das bactérias supracitadas, foram realizados por meio de técnicas padrões
descritas pela ANVISA (2004) e CLSI (2013). Para a avaliação da atividade antibacteriana as
linhagens foram cultivadas em caldo nutritivo (Caldo Nutriente) e incubadas a 37º C por 18
horas em aerobiose. Em seguida, foram preparadas suspensões de cultura diluídas em solução
salina 0,85%, sendo que as suspensões obtidas tiveram a turvação ajustadas por comparação
visual à suspensão padrão 0,5 da escala de McFarland.
Resultados e Discussão
A atividade antimicrobiana é caracterizada pela formação de zonas claras ao redor dos
poços (com as diferentes substâncias testadas) nos meios que foram cultivados por bactérias. A
zona clara formada mostra a atividade inibitória do crescimento bacteriano por compostos
antimicrobianos presentes nas substâncias.
Na análise comparativa entre as médias dos halos de inibição dos digluconatos de
clorexidina 0,12% e 2%, observou-se que a segunda se sobressaiu a primeira em relação ao
maior efeito antimicrobiano sobre as três bactérias estudadas, como mostra a Tabela 1. Além
disso, foi analisada se havia diferença significativa entre os halos de inibição das clorexidinas
testadas, medidos em milímetros. A clorexidina 2% apresentou halos significativamente
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maiores para o S. mutans (p=0,046) e o MRSA (p=0,043), enquanto para o MSSA não houve
diferença significativa entre as clorexidinas 0,12% e 2% (p=0,513).
Conclusão
Ambas clorexidinas apresentam efeito antimicrobiano nas cepas estudadas, porém a 2%
se mostra superior a 0,12%. Assim, há eficácia deste antisséptico contra S. mutans e S. aureus,
que são bactérias associadas à problemas odontológicos relevantes. Contudo, para escolher um
produto antimicrobiano ideal, deve-se levar em consideração seu espectro de ação, micro-
organismos envolvidos, fatores que possam interferir em sua atividade germicida e em qual
situação será utilizado.
Agradecimentos
Ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica da Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte pelo apoio científico e financeiro.
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Referências
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Acesso em: 20 set. 2019.
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INTRODUÇÃO:
Considera-se que a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) foi reformulada
em 2014 e tem como objetivo proporcionar a equidade e melhorias nos modos de viver levando
em consideração a saúde individual e coletiva decorrentes de determinantes sociais. Assim, a
promoção da saúde são estratégias, formas de produzir saúde e reconhece as demais políticas
para à equidade e qualidade de vida. A PNPS apresentou 8 temas prioritários para alcançar seus
objetivos, e entre estes destacamos as práticas corporais e atividades físicas (BRASIL, 2014a).
Nos territórios, justifica-se pela demanda das políticas públicas de saúde, em função das
mudanças de comportamento da sociedade que tem culminado no aumento das doenças
crônicas e em contrapartida as respostas positivas das experiências exitosas provenientes de
diferentes programas. Ela vem sendo entendida como uma estratégia promissora para enfrentar
os múltiplos problemas de saúde que afetam as populações.
1
Aluna do Curso de Educação Física / Campus Pau dos Ferros; email: mariaedna@alu.uern.br,
edinha0714@gmail.com
2
Membro do Grupo de Pesquisa Educação Física, Sociedade e Saúde / Curso de Educação Física, email:
elison.j_12@hotmail.com
3
Docente do Curso de Educação Física / Campus Pau dos Ferros, Lider do Grupo de Pesquisa Educação Física,
Sociedade e Saúde, email: themissoares@uern.br
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O público participante em suma maioria são mulheres, logo, são elas que se identificam
com as práticas que estão sendo ofertadas. Todavia, é necessário pensar em estratégias na
inclusão dos homens, assim considerando a subjetividade presente no território para planejar a
inclusão dos mesmos. Os programas atendem os grupos de riscos ou doentes como orientado
nos documentos e políticas que norteiam os programas. Isso acontece pelo fato de ser
recomendação nacional intervir no quadro referente às DCNT, tanto no que se referi ao seu
surgimento ou complicações. Todavia, esses programas chegam muito pouco a zona rural, logo
é a população urbana que está sendo beneficiada com as ações e isso deve ser revisto já que a
população da zona rural também tem direito aos serviços de saúde.
Portanto, os programas de promoção da saúde que ofertam atividade física e práticas
corporais na VI região de Saúde do Rio grande do Norte vem apresentando resultados
extremamente positivos em relação a subjetividade dos sujeitos com a percepção de saúde.
Resultados semelhantes também foram apresentados em outras cidades pesquisadas e isso
mostra a relevância desses programas para os sujeitos participantes. É importante a inclusão de
mais pessoas nessas políticas para que essas possam melhorar sua percepção de saúde e que
assim possa também refletir em comportamentos mais saudáveis. A Academia da Saúde ou
projetos similares se apresentou como os locais mais utilizados, já que é um lugar com máquinas
e espaço para realizar atividade física e práticas corporais. Esse equipamento é da Atenção
Básica, logo, não só os profissionais da Academia da Saúde podem utilizar como outros
profissionais da saúde podem fazer uso, como os profissionais do NASF (BRASIL, 2017a).
Nas cidades pertencentes a VI Região de Saúde é comum encontramos além da
Academia da Saúde, programa e equipamento de âmbito federal, projetos similares que também
possuem maquinas e espaço para a prática de atividade física. Outros dois lugares mais bem
lembrados foram as UBS e praças. As Unidades Básicas de Saúde são estabelecimentos da
Atenção Básica que são lembradas muitas vezes somente pelo espaço aonde acontece o
atendimento gratuito por parte dos médicos. Entretanto, salas (espaços) para atividades
coletivas devem existir para os profissionais da atenção básica (BRASIL, 2012). Assim, com a
inserção do profissional de Educação Física em equipes de atenção básica como no NASF, é
possível e importante que eles usem esses espaços para desenvolver ações como atividade física
e práticas corporais.
As praças são espaços públicos de convivência e lazer que são bastante encontradas nas
cidades da VI Região de Saúde. Esses espaços estão se tornando locais aonde os sujeitos vão
se exercitar. Sabendo disso, os municípios já começaram a ofertar as ações dos programas
nesses espaços. Se os municípios tem a intenção de aumentar a participação das pessoas em
atividade física, seja fazendo parte do programa ou se exercitando por conta própria em espaços
públicos, é necessário uma reestruturação urbana, como na revitalização de parques e praças
(MALTA, 2013). É importante dizer que a região pesquisada se encontra no semiárido e essa
região apresenta altas temperaturas e um sol forte o que impossibilita usar alguns espaços
públicos como as praças a depender dos horários, logo os ginásios por serem cobertos, podem
se apresentar como alternativas para desenvolver as ações nos horários que não é possível
realizar atividade física e práticas corporais em espaços abertos. Usufruir desses espaços para
a realização de atividade física, sejam atraves de programas ou não, faz como que se eleve a
qualidade de vida da população, prevenindo doenças e aumentando a socialização (PIERONE,
et al, 2016). Desta forma, as gestões municipais devem buscar revitalizar os espaços que são
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Joice Daiane de Oliveira 1; Maria Eduarda Ferreira de Souza 1; Ana Clara Soares Paiva
Torres2
PALAVRAS-CHAVE: Restauração dentária permanente. Cárie dentária. Retratamento.
INTRODUÇÃO
As restaurações dentárias são artifícios usados para prolongar a vida de elementos
dentários que sofreram perda em sua composição estrutural ou para modificar forma e estética
dos mesmos. Contudo, tais procedimentos não mantêm os dentes totalmente isentos da
possibilidade de recidiva da causa que levou a perda de estrutura dentária inicial ou da
necessidade de retratamento. Esse tipo de procedimento é comum na rotina clínica do cirurgião-
dentista e o seu sucesso depende de fatores como material e técnica utilizados,
comprometimento do paciente com a higiene oral e a suscetibilidade para desenvolver novas
lesões de cárie (PAZINATTO et al., 2012).
Hoje, é possível optar por diferentes técnicas de restauração dentária, dentre as quais
está a técnica direta, que apresenta menor custo e permite realizar, dentro das condições clínicas
do paciente, preparos cavitários dentários mais conservadores (CONCEIÇÃO, CONCEIÇÃO
e PACHECO, 2007). A seleção do material dentro dessa técnica constitui uma importante etapa
para que seja realizada uma restauração que exerça adequada substantividade. Atualmente um
dos materiais mais utilizados para restaurações diretas são as Resinas Compostas (VAN
DIJKEN e PALLESEN, 2016). A aplicação desse material em larga escala se deve ao fato de
que o mesmo permite uma abordagem baseada na mínima intervenção, que hoje é um dos pré-
requisitos da Odontologia restauradora moderna (HEINTZE, ROUSSON e HICKEL, 2015).
Melhorias tecnológicas ocorreram em resposta à crescente demanda de pacientes por
estética e à consequente demanda de cirurgiões-dentistas por materiais com características
ópticas semelhantes às dos dentes naturais. As resinas compostas recentes exibem uma ampla
variedade de cores e efeitos, são mais fáceis de manusear e inserir, além de facilitar a escultura
da anatomia dental. Diante dessas melhorias, intervenções com as resinas compostas
possibilitam o restabelecimento de detalhes específicos e individuais existentes na dentição
natural, de maneira satisfatória estética e praticamente imperceptível à visão
humana (ARAÚJO et al., 2003; DIETSCHI, 2008; DIETSCHI, ARDU E KREJCI, 2006; OZEL
et al., 2008).
Embora as restaurações com este material adesivo possam ser consideradas confiáveis
do ponto de vista clínico (DEMARCO et al., 2017; KUPIETZKY et al., 2019) mesmo com o
desenvolvimento de tecnologias e com o constante aprimoramento, têm-se que a sensibilidade
técnica, a ocorrência de falhas e complicações associadas podem comprometer a longevidade
dessa modalidade terapêutica. Diante disso, esse trabalho tem como objetivo, identificar as
principais falhas em restaurações de resina composta em dentes anteriores e posteriores de
pacientes atendidos na Clínica de Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte, no município de Caicó-RN.
1
Estudante do curso de Odontologia do Departamento de Odontologia da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: joiceoliveirad@hotmail.com
eduarda02ferreira1999@gmail.com
2
Professora do Departamento de Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte; e-mail: clarasoares@uern.br; x_ana_clara_x@hotmail.com
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METODOLOGIA
A pesquisa consiste em um estudo de cunho descritivo, do tipo transversal,
exploratório e de natureza quantitativa sobre as principais falhas em restaurações de resina
composta envolvendo dentes anteriores e posteriores de pacientes atendidos na Clínica de
Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, no município de Caicó-RN.
Este estudo, previamente a realização de qualquer etapa, foi submetido e aprovado no Comitê
de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEP) da UERN, com o parecer de aprovação n.
3.234.416.
A população do presente estudo foi composta por pacientes que apresentavam
restaurações em resina composta, dentição completa ou com até duas perdas dentárias por
sextante (podendo ter até doze perdas totais), com estabilidade e contenção dentária e de idade
entre 15 e 59 anos. Foram excluídos da pesquisa os pacientes que apresentavam apenas
restaurações em amálgama ou restaurações fixas indiretas; pacientes desdentados totais
usuários ou não de prótese dentária; pacientes que apresentavam apenas dentes anteriores ou
apenas dentes na região posterior e pacientes com limitação de abertura bucal. Como num
estudo piloto, a amostra foi composta por conveniência.
Os pacientes inicialmente responderam a perguntas contidas em uma ficha clínica,
desenvolvida especificamente para este fim, a qual, também continha como anexo o Termo de
Consentimento Livre Esclarecido. Os pacientes forneceram dados sobre sua identificação geral,
histórico médico e odontológico, hábitos alimentares, de higienização e parafuncionais.
Posteriormente, os mesmos pacientes foram submetidos a uma avaliação clínica intraoral
inicial, na mesma ficha, havia uma sessão de preenchimento que permitia identificar o dente
que apresentava restaurações de resina composta, a face do dente, o tempo decorrido desde a
confecção da restauração e demais considerações acerca das restaurações.
Subsequentemente a uma avaliação clínica geral e inicial, foram aplicados aos
participantes três questionários, o primeiro questionário abordava perguntas sobre a percepção
estética dessas pessoas com relação aos seus dentes tratados com resina composta. Para essa
avaliação foi utilizada uma escala visual analógica (VAS), que trazia questionamentos
subjetivos relacionados a forma, tamanho, cor e naturalidade do (s) dente (s) tratado (s),
quantificando em graus de satisfação com variação: 0 (muito insatisfeito) a 10 (muito satisfeito).
O outro questionário aplicado aos pacientes foi OHIP-14 (Oral Health Impact Profile), que
trazia questionamentos que permitiam quantificar o impacto do tratamento restaurador dentário
na qualidade de vida dessas pessoas, bem como, possíveis limitações físicas e/ou psicológicas
desencadeadas após esse tratamento.
Em seguida, os pacientes tiveram suas restaurações avaliadas clinicamente, em
ambiente iluminado, com materiais estéreis e com utilização de EPI pelos pesquisadores e pelos
participantes. Cada restauração foi avaliada e classificada segundo os critérios de VD (Van
DiJken) 1986 para as características: forma anatômica, adaptação marginal, correspondência de
cores, descoloração, rugosidade superficial, e cáries, classificando esses critérios como
“aceitável” ou “não aceitável”. As restaurações também foram classificadas de acordo com os
critérios modificados do USPHS (Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos) para as
seguintes características: Adaptação, cor da restauração, descoloração marginal, rugosidade
superficial, fratura da restauração, fratura do dente, desgaste do antagonista, cárie, sensibilidade
pós-operatória, optando por classificar esses critérios como “com alteração” ou “sem alteração”
em detrimento do estabelecimento de um score, para a otimização da avaliação. Nos casos de
suspeita de recidiva de cárie foram realizadas radiografias periapicais e interproximais.
O estudo contou com duas avaliadoras previamente treinadas. Para que as restaurações
fossem analisadas clinicamente, cada paciente passou pela avaliação uma única vez e por um
único examinador. Nos casos em que haviam dúvidas relacionadas as falhas das restaurações,
a pesquisadora que se encontrava em posição de avaliadora, consultava sua dupla de pesquisa,
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para assim, encerrar a avaliação do paciente com base no consenso entre as duas, para a
resolução do ponto conflitante.
Os dados obtidos foram armazenados e analisados através do software IBM SPSS
Statitics 20. Inicialmente, realizou-se uma análise descritiva da população estudada. A
normalidade foi verificada por meio do teste Kolmogorov-Smirnov com indicação de uso de
testes não paramétricos. O teste Qui-quadrado de Pearson ou o teste Exato de Fisher foram
empregados para verificar se a pontuação total do OHIP esteve associada com a classificação
VD da restauração quanto à forma, dor e descoloração marginal. Por meio desses testes a
associação entre a cor e a ingestão de bebidas também foi verificada. A correlação de Spearman
foi utilizada para verificar a correlação entre tempo, OHIP, satisfação com o sorriso e a
classificação VD de cor. O nível de significância adotado nos testes foi de 5% (p≤0,05).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No total, 30 pacientes foram selecionados segundo os critérios de inclusão. Destes, 14
pacientes possuíam pelo menos uma restauração anterior. A média de idade destes foi de 28,5
anos (± 6,63). Um total de 27 restaurações anteriores foi avaliado. O tempo médio decorrido
desde a confecção da restauração até o momento da avaliação foi de 42,85 meses. A maior
parte das restaurações avaliadas estava satisfatória. As principias falhas estavam relacionadas
a descoloração marginal e cor. Nenhuma restauração falhou por recidiva de cárie, fratura da
restauração ou do dente. Quanto ao impacto da saúde oral na qualidade de vida a pontuação
média do OHIP foi 3,70 pontos. A pontuação do OHIP não esteve associada de forma
estatisticamente significante a forma, cor ou descoloração marginal. Contudo, houve correlação
negativa do OHIP com o tempo (p=0,011) e dele com a satisfação com o sorriso (p=0,039)
(Tabela 1).
Tabela 1 – Correlação entre tempo decorrido desde a confecção da restauração, OHIP total,
satisfação com o sorriso e Classificação VD.
-
Tempo 27 -0,483 0,011 27 0,089 0,660 27 0,479
0,142
OHIP
27 1,000 27 -0,400 0,039 27 0,154 0,444
Total
Satisfação com o
27 1,000 27 0,015 0,941
Sorriso
Classificação VD
27 1,000
(cor)
Nota: Teste de correlação de Spearman.
A insuficiência das restaurações dentárias anteriores está relacionada principalmente
a alterações de cor, mesmo quando são relativamente recentes. Neste sentido, torna-se essencial
o estabelecimento de condutas para realização do reparo ou substituição das restaurações de
forma adequada, a fim de que o tratamento tenha maior sobrevida e sucesso.
Quanto as restaurações posteriores um total de 26 pacientes foi analisado e a média de
idade destes foi de 26,38 anos (± 6,68). Um total de 91 restaurações posteriores foi avaliado. O
tempo médio decorrido desde a confecção da restauração até o momento da avaliação foi de
60,38 meses. Nas restaurações que tiveram falhas, estas aconteceram principalmente quanto a
cor, descoloração marginal e rugosidade superficial. Quanto a qualidade de vida relacionada a
saúde oral (QVSB), pacientes com restaurações aceitáveis estiveram associados a menores
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pontuações no OHIP (p<0,05). Além disso, à medida que o tempo decorrido desde a confecção
da restauração aumenta, o impacto negativo da saúde bucal sobre a qualidade de vida diminui
(p<0,001). A satisfação com a estética do dente teve correlação positiva com a satisfação com
a naturalidade do tratamento (p<0,001) e com a satisfação comparativa em relação aos demais
dentes (p<0,001).
O número de falhas encontradas em restaurações posteriores foi relativamente baixo e
esteve relacionado principalmente a alterações de cor e rugosidade. A QVSB dos pacientes
sofreu menos interferências negativas quando as restaurações estavam aceitáveis, mas a medida
em que o tempo passa o impacto gerado por restaurações deficientes diminui.
CONCLUSÃO
Com base nos resultados do presente estudo é possível constatar que a maior parte das
restaurações avaliadas com falhas, não são aceitáveis quanto a descoloração marginal e cor da
restauração. Nenhuma restauração apresenta falha por recidiva de cárie, fratura da restauração
ou do dente. Os resultados indicam que o paciente pode se adaptar com a condição bucal com
o passar do tempo após o tratamento, mas ainda sim se incomodar com aspectos específicos
assim como com o sorriso. Neste sentido, é preciso considerar que é provável que os fatores
subjetivos relacionados ao paciente sejam os principais determinantes de alguns resultados do
tratamento relacionados a satisfação. Contudo, um acompanhamento regular e rigoroso pode
ser uma importante ferramenta para aumentar o índice de satisfação dos pacientes com o
tratamento, uma vez que a manutenção das condições de saúde é facilitada.
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INTRODUÇÃO:
A imunização consiste na execução de ações contínuas ofertadas nos serviços de
saúde da Atenção Primária à Saúde. No Brasil, desde o século XIX, vem se integrando e
fortalecendo essa prática através da Política Nacional de Imunização (PNI), que define e
coordena os papéis de normatizações técnicas (BRASIL, 2014).
Assim, o Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação (BRASIL, 2014)
reforça que nos espaços de vacinação é fundamental que todas as técnicas desenvolvidas
proporcionem a máxima segurança, minimizando o risco de contaminação para a população
vacinada, do mesmo modo para a equipe de vacinação.
O ambiente de vacinação é um espaço que se configura como semicrítico. Em
virtude disso, a sala deve ser reservada prioritariamente aos serviços de administração dos
imunobiológicos, respeitando os diferentes cronogramas de vacinação existentes. É
importante enfatizar a segurança quanto aos métodos e processos manuseados em sala,
contribuindo para que os riscos de contaminação dos usuários vacinados e profissionais sejam
atenuados (BRASIL, 2014).
Dessa forma, para assegurar a eficácia dos imunobiológicos e minimizar os riscos,
deve-se atentar as especificidades preconizadas pelo Ministério da Saúde quanto ao ambiente
e instalações das atividades de vacinação. O ambiente de proteção imunológica ou sala de
imunização (SI) simboliza a localização final da Rede de Frio, onde ocorre especialmente as
atividades de vacinação de rotina, campanhas, bloqueios e intensificações (BRASIL, 2017).
Assim este estudo teve por objetivo identificar como ocorre o funcionamento das
salas de vacinas na Rede de Atenção Básica da zona urbana do município de Caicó/RN.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo descritivo e exploratório com abordagem quantitativo.
Realizado no município de Caicó, exclusivamente na Rede de Atenção Básica de Saúde da
zona urbana deste município. A cidade é composta por 17 Unidades Básicas de Saúde da
Família - UBS, na qual uma delas se encontra desativada devido problemas estruturais e de
espaço. Os participantes da pesquisa foram os profissionais técnicos/auxiliares de
enfermagem atuantes nas salas de vacinas e/ou enfermeiros responsáveis das respectivas
UBS’s.
A pesquisa implicou conhecer o funcionamento das salas de vacinas do município de
Caicó/RN, conforme critérios adotados pelo PNI. Para o alcance dos resultados, foi elaborado
um instrumento com questões fechadas. Este foi aplicado individualmente em cada UBS
pesquisada, combinado data e horário previamente, com coleta realizada na sala do
enfermeiro e/ou de vacinas.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Participaram da pesquisa, dois técnicos de enfermagem (12,50%) e quatorze
enfermeiros (87,50%), sendo predominante o sexo feminino, com (81,25%). A tabela 1
apresenta os valores absolutos e percentuais relativos à estrutura física das salas de vacina do
município de Caicó/RN.
Tabela 1: Caracterização do espaço físico das salas de vacinas na rede de atenção básica do município de
Caicó/RN, 2020.
SIM NÃO
VARIÁVEIS
(N) % (N) %
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CONCLUSÃO:
Os resultados deste estudo apontaram deficiências relacionadas à necessidade de
estruturação das salas de vacina para o uso adequado, uma vez que para assegurar qualidade e
segurança na rotina dos serviços de imunização é necessário manter a provisão de insumos
básicos, condições sanitárias adequadas, estrutura física, mobiliários e profissionais
capacitados.
Portanto, as atividades em sala de vacina requerem a compreensão e o pensamento
crítico reflexivo dos gestores acerca da avaliação dos serviços com segurança e qualidade à
população, uma vez que o PNI é uma política pública de saúde que visa à erradicação de
doenças imunopreveníveis.
AGRADECIMENTOS:
A todos os profissionais enfermeiros e técnicos de enfermagem das unidades básicas
de saúde de Caicó/RN que foram gentis e aceitaram responder ao questionário, contribuindo
assim para o êxito desta pesquisa. A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
(UERN), Campus Caicó pela competência, incentivo, dinamismo do ensino.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de
Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Rede de Frio do Programa Nacional de
Imunizações. 5. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2017.
DEUS. Samira Rêgo Martins de et al. Estudo dos procedimentos quanto à conservação das
vacinas do programa nacional de imunização. Revista de Enfermagem UFPE On-line, v.
10, n. 3, p. 1038-1046, 2016.
ELISIÁRIO, Rosângela Nascimento et al. Avaliação das salas de vacinas nas unidades de
estratégia de saúde da família. Enfermagem Revista, Minas Gerais, v. 20, n. 3, p. 1-17, 2017.
GALVÃO, Maria de Fátima Pereira de Sousa et al. Avaliação das salas de vacinação de
unidades de Atenção Primária à Saúde. Revista Rene, Fortaleza, v. 20, p. 1-8, 2019.
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Natanias Macson da Silva1; Thiago Luis de Holanda Rego2; Letícia de Lima Mendonça2
Allyssandra Maria Lima Rodrigues Maia3
1
Estudante do Curso de Medicina do Departamento de Ciências Biomédicas, da Faculdade de
Ciências da Saúde, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Mossoró/RN. E-
mails: nataniasmacson95@gmail.com.
2
Outros estudantes. (seguir a nota 1.)
3
Professora Doutora do Departamento de Ciências Biomédicas, da Faculdade de Ciências da
Saúde, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Mossoró/RN. E-mail:
allyssandramr@hotmail.com.
Palavras-chave: Saúde Pública. Adolescência. Autocuidado. HIV. Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida.
1. Introdução
Durante a adolescência, paralelamente às mudanças sociais, psicológicas, físicas e
comportamentais, crescem a autonomia em relação à família e a experimentação de novas
vivências que podem representar importantes fatores de risco para a saúde, como
sedentarismo, sexo desprotegido, alimentação inadequada e uso de drogas lícitas e/ou ilícitas,
entre elas o álcool e o tabaco. Ainda, vários hábitos e comportamentos são estabelecidos na
adolescência, os quais serão transferidos à idade adulta, tornando-se mais difíceis de serem
alterados (VIERO et al., 2015).
Percebe-se, assim, a relevância de incentivar o adolescente a se tornar sujeito ativo
do seu cuidado, utilizando para isso estratégias de educação em saúde que busquem a
prevenção de agravos, a promoção da saúde e o autocuidado. Dessa forma, a construção de
práticas pedagógicas relacionadas à saúde e à educação pode ser uma estratégia para evitar
que as demandas em saúde sejam “medicalizadas”, isto é, dependentes da oferta de bens e
serviços de ordem médico-assistencial ou, até mesmo, vistas de uma perspectiva normativa e
higienista (CARVALHO, 2015).
Partindo desse pressuposto, o presente estudo investigou o atual cenário do ensino
básico da biologia humana na Mesorregião Oeste Potiguar, de modo a verificar como
metodologias ativas (MAs) podem contribuir significativamente para o ensino de
conhecimentos básicos sobre a infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e
estabelecimento da AIDS, averiguando o senso comum versus o conhecimento científico
sobre conceitos de anatomia, fisiopatologia, fatores de riscos referentes à infecção pelo HIV e
a evolução natural da AIDS (sinais e sintomas). Além disso, esse estudo avaliou as práticas de
autocuidado do público alvo, correlacionando-as com o risco de infecção pelo HIV.
2. Metodologia
Trata-se de um estudo de corte transversal e de natureza quantitativa, realizado com
alunos regularmente matriculados no segundo ano do ensino médio de escolas públicas
estaduais da 12a Diretoria Regional de Educação, na Mesorregião do Oeste Potiguar (MOP).
O levantamento de dados ocorreu com a aplicação de um questionário estruturado
com quatro questões objetivas antes e após a ação educativa com o uso das MAs, de acordo
com o Figura 01 (estudo publicado pelos autores do presente trabalho), avaliando 273 alunos
nos seguintes eixos, por meio do uso das MAs: anatomia, fisiopatologia e fatores de risco na
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infecção pelo HIV/AIDS. Além disso, 256 participantes responderam um formulário com
questões relacionadas ao autocuidado.
Figura 01: O passo a passo, 2020. Mossoró/RN.
3. Resultados e Discussão
A avaliação do autocuidado deu-se por meio de questões referente à atividade sexual
desprotegida (sem o uso de camisinha), fator relacionado com o risco de infecção pelo HIV.
Nesse constructo, observou-se que 37,5% dos alunos de diferentes municípios (Figura 02) têm
vida sexual ativa. Desses, a idade média do início da atividade sexual foi de 14,8 anos.
A B 35
24 - 9,4% 34%
V V 30
MUNICÍPIOS DO RIO GRANDE
Upanema
INÍCIO DA ATIVIDADE
25 27%
SEXUAL (IDADE)
169 - 66% 15 13 14
Mossoró 11 12
22 - 8,6% 10 8
Gov. Dix Sept Rosado 5,6%
5 6%
Areia Branca 21 - 8,2% 1,2% 2% 2%
2,3% 2%
0
0 50 100 150 200 1 2 5 5 16 30 24 5 1 1
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Figura 03: Relação entre os percentuais de acertos das questões de 1 a 3, antes e após a
ação educativa com uso das Metodologias Ativas.
Fonte: Próprio Autor, 2020. Mossoró/RN. Em verde encontra-se o percentual de acertos na alternativa correta.
As demais cores representam as alternativas (falsas) de cada questão. Os percentuais mostram a evolução dos
alunos previa e posteriormente ao uso das MAs.
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4. Conclusões
As Metodologias Ativas têm um importante potencial transformador do processo
ensino-aprendizagem da infecção pelo HIV e estabelecimento da AIDS, bem como podem
capacitar uma nova geração a utilizar os conhecimentos adquiridos, a partir delas, para
modular os seus comportamentos, hábitos de vida e autocuidado, sendo estes fatores
impactantes na vida adulta e no meio comunitário onde estão inseridos.
5. Agradecimentos
Agradeço ao CNPq pela concessão da bolsa, bem como à UERN e a 12ª DIRED pela
parceria no presente estudo. Agradeço também aos estudantes do segundo ano do ensino
médio, incluídos no presente estudo, bem aos professores, equipe pedagógica e todos
funcionários das escolas públicas estaduais participantes desta pesquisa.
Referências
CARVALHO, Fabio Fortunato Brasil de. A saúde vai à escola: a promoção da saúde em
práticas pedagógicas. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 25, p. 1207-1227, 2015.
VIERO, Vanise dos Santos Ferreira et al. Educação em saúde com adolescentes: análise da
aquisição de conhecimentos sobre temas de saúde. Escola Anna Nery, v. 19, n. 3, p. 484-490,
2015.
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Introdução
Com base em tais conceitos, o objetivo deste trabalho foi de avaliar e definir técnicas de
purificação por meio do processo de floculação, coagulação e sedimentação, mediante a
utilização do coagulante químico, Sulfato de Alumínio e o Hidróxido de Sódio (como regulador
de pH) no tratamento do efluente gerado na empresa de beneficiamento de vidro localizada no
município de Mossoró – RN.
1
Estudante do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Departamento de Ciências Biológica da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/UERN; e-mail: LeticiaLamonyely30@gmail.com
2
Professora do Departamento de Química da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/UERN; e-mail:
ya.marques2@gmail.com
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Metodologia
Resultados e Discussão
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Amostra 1 2 3 4 5 6
pH 8,1 7,16 7,23 5,3 4,8 3,9
S.C (%) 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
Turbidez 35,7 7,66 29,6 45,7 48,9 54,3
A amostra escolhida foi a 2, pois além de apresentar um melhor resultado, o seu pH favorece a
preservação da integralidade dos equipamentos da empresa, pois todos são metálicos, e um pH
ácido ou alcalino provocaria o desgaste dos mesmos. Usando essa dosagem, o pH do efluente
no processo industrial foi ajustado usando uma solução de NaOH – 50% e desta forma foi obtida
uma turbidez no valor de 7,66 NTU e a cor no valor de 1,78 mg/L.
Gráfico 1: Turbidez média x Concentração das Gráfico 2: Cor média x Concentração das soluções
soluções coagulantes de sulfato de alumínio coagulantes de sulfato de alumínio
Turbidez média
60 40
Cor média
40 30
20
20 10
0 0
0 1 2 3 4 0 2 4 6 8
Concentração S.C. (%) Concentração S.C. (%)
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Ph 7,16
Turbidez 7,66 NTU
Cor 113.2 mg/L
Conclusões
Agradecimento
Referências
SOUZA, Ana Cláudia Medeiros et al. Gestão de recursos hídricos: o caso da bacia
hidrográfica Apodi/Mossoró (rn). 2012.
FRANCO, Camila Silva et al. Coagulação com semente de moringa oleifera preparada por
diferentes métodos em águas com turbidez de 20 a 100 UNT. 2017.
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Introdução
Para fazer frente ao desafio de ampliar e qualificar a oferta de serviços odontológicos
especializados na Política Nacional de Saúde Bucal-Brasil Sorridente, foi criado o Centro de
Especialidades Odontológicas – CEO, cujo tratamento oferecido é uma continuidade do
trabalho realizado pela rede de atenção básica.1 Mesmo com a implementação da política
Brasil Sorridente, a assistência odontológica pública no Brasil tem se restringido aos serviços
básicos. Alguns indicadores mostram que, no âmbito do SUS, os serviços odontológicos
especializados correspondem a não mais do que 3,5% do total de procedimentos clínicos
odontológicos, sendo evidente a baixa capacidade de oferta dos serviços de atenção
secundária e terciária comprometendo, em consequência, o estabelecimento de adequados
sistemas de referência e contrarreferência em saúde bucal.2
Dessa forma, diante dos indicadores e dados de saúde, faz-se necessário realizar um
maior e mais abrangente monitoramento dos serviços de saúde, numa movimentação que
transcenda a dimensão técnica da Odontologia, para ampliar racionalmente o acesso a uma
assistência em saúde bucal integral à população. Portanto, o presente estudo tem como
objetivo realizar uma avaliação e monitoramento do desempenho dos Centros de
Especialidades Odontológicas (CEO) instalados no estado do Rio Grande do Norte (RN), a
partir do cumprimento das metas de procedimentos ambulatoriais propostas pela Portaria GM
Nº 1.464/2011.3
Metodologia
Foi realizado um estudo exploratório, do tipo ecológico nos 30 CEO do Rio Grande do Norte.
Os CEO foram selecionados a partir do Cadastro Nacional de Estabelecimentos em Saúde –
CNES.4 Os procedimentos especializados em saúde bucal, foram provenientes do banco de
dados do Sistema de Informação Ambulatorial do Sistema Único de Saúde (SIA-SUS), sendo
eles a produção realizada por cada CEO dentro das especialidades de Periodontia, Endodontia
e Cirurgia oral menor no ano de 2018.5 Além disso foram coletados dados referentes à
cobertura das Equipes de Saúde Bucal (ESB) de cada município, disponíveis no
Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS); dados referentes à
caracterização de cada CEO (tipo, categoria que foi habilitado, data de habilitação), extraídos
do CNES e os dados sócio demográficos (população, população estimada, Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH), Produto Interno Bruto (PIB) per capita e taxa de
analfabetismo na população acima de 15 anos), extraídos do IBGE.6 Para a análise do
desempenho da atenção de média complexidade, foi calculada a média aritmética simples de
procedimentos realizados por ano em cada especialidade odontológica de cada município para
estimar a média da produção mensal e, a partir desse resultado, foi calculado o índice
1
Estudante do curso de Odontologia do Departamento de Odontologia da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: rayanemanuelle@hotmail.com.
2
Professora do Departamento de Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte; e-mail: danielapessoa@uern.br.
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Cumprimento Global de Metas (CGM) baseado nas metas pré-estabelecidas pela Portaria GM
Nº 1.464/2011.3 A meta é considerada atingida quando o valor do CGM for igual ou maior
que 100%. Foram estabelecidas três metas a serem cumpridas para os procedimentos em
periodontia, endodontia e cirurgia oral menor: os serviços tiveram seus desempenhos
classificados como ruim (quando não cumpriram nenhuma meta), regular (quando cumpriram
apenas uma meta), bom (quando cumpriram duas metas) e ótimo (quando cumpriram as três
metas).7 Após a descrição dos dados, foi realizado o teste de Mann-whitney, que verificou se
houve diferenças de medianas dos dados provenientes das variáveis independentes entre os
grupos relacionados ao desempenho de cada CEO, expressos pela classificação do CGM. Para
todas as análises, foi considerado um nível de significância de 5%.
Resultados e Discussão
Foram pesquisados trinta Centros de Especialidades Odontológicas (CEO), e destes,
apenas vinte e três apresentaram informações suficientes para compor a amostra do estudo. A
maioria dos municípios pesquisados (39,1%) fica na região do Oeste Potiguar, seguido da
região Leste Potiguar (30,4%) e Central Potiguar (21,7%) e 47,8% apresentaram porte
populacional médio. No tocante ao tipo de CEO, 30,4% classificaram-se como CEO tipo I e
69,6% tipo II. O maior alcance das metas por especialidade, foi relacionado à periodontia
(30,4%). Ao realizar-se a análise do CGM, a maior parte da amostra não atingiu nenhuma
meta por subgrupo de especialidades, classificando-se como ruim (65,2%) e a minoria
apresentou CGM bom (13%).
Entre as variáveis quantitativas obtivemos o índice de procedimentos de cirurgia,
endodontia e periodontia com a mediana de 41,9 (16,2-86,8), 42,1 (21,61-42,1) e 65 (13,9-
144,1) respectivamente. Observou-se que os procedimentos em endodontia apresentaram
mediana de 280 (124-551), sendo a menor do subgrupo, enquanto que os procedimentos de
periodontia foram os mais realizados, com mediana 822 (100-1575). A escolarização foi alta,
apresentando mediana de 97,6 (97,2-98,1). O IDH municipal apresentou mediana 0,638
(0,620-0,661) que é equivalente a um IDH classificado como médio.
Tabela 1: Distribuição das variáveis independentes segundo classificação do CGM, 2020.
Variáveis CGM n M p
Independentes (Q25-Q75)
Cirurgia_Índice Ruim/Regular 20 42,0 (13,3-75,6) 0,05
Bom 3 97,5(41,9-125,3)
Endodontia _Índice Ruim/Regular 20 36,2(19,4-76,3) 0,03
Bom 3 89,0(86-1.611,10)
Periodontia_Índice Ruim/Regular 20 57,5(10,5-84,2) 0,02
Bom 3 159,3(139,3-317,8)
Nº proced Cirurgia Ruim/Regular 20 353,0 (147,0-767,5) 0,05
Bom 3 1.234( 843,5-1503,5)
Nº proced Endodontia Ruim/Regular 20 235,5(122,0-359-5) 0,18
Bom 3 641,0(625,0-11.650,5)
Nº proced Periodontia Ruim/Regular 20 675,5(75,5-1.238,5) 0,28
Bom 3 1.721(1.505-3.432,5)
Tempo_CEO_anos Ruim/Regular 20 6,5(1,2-12,0) 0,30
Bom 3 12,0(9,0-12,0)
IDH Ruim/Regular 20 0,64(0,62-0,66) 0,34
Bom 3 0,64(0,63-0,70)
IDEB Ruim/Regular 20 4,4(4,1-5,0) 0,58
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Bom 3 4,7(4,3-4,8)
Escolarização Ruim/Regular 20 97,6(97,0-98,0) 0,58
Bom 3 97,9(97,5-98,0)
População Ruim/Regular 20 25.144(11.007-44.611) 0,10
Bom 3 37.695(37.009-146.202)
Cobertura_ESF Ruim/Regular 20 100(100-100) 0,27
Bom 3 100(81,8-100)
NºCD/Hab Ruim/Regular 20 1.207(809-1.694)
0,12
Bom 3 1.651(1.644-1.923)
PIB Ruim/Regular 20 13.952,4(9.459,3-
16.762,1) 0,85
Bom 3 12.973(12.614,5-16.346,6)
Este estudo revelou que, apesar da alta cobertura pela ESF na quase totalidade dos
municípios, dos CEO do RN apenas três apresentam CGM bom. Resultado semelhante
encontrou-se no estudo de Figueiredo (2009), que ao analisar 22 CEO de Pernambuco
constatou-se que a cobertura de equipes de saúde bucal na ESF, parece não influenciar os
resultados. Houve baixas e diferenciadas taxas de utilização das especialidades de endodontia
e cirurgia quando comparada a periodontia, que representou a maior parte dos serviços
realizados, estando a raspagem e alisamento corono radicular (RACR) a frente dos
procedimentos realizado nessa especialidade. No estudo de Santana et al (2015), a taxa de
periodontia também se mostrou mais alta em ambos. Entretanto, sabe-se que o procedimento
de RACR é comum com a atenção básica, todavia, esse fato pode sugerir uma deficiência na
operacionalização do sistema de referência e contrarreferência entre os níveis de atenção à
saúde bucal. Os dados referentes aos municípios indicam um elevado nível de escolarização.
Apesar disso, para Medeiros (2006), o nível de escolaridade dos pacientes não representa o
nível de conhecimento sobre saúde bucal e tampouco sua conscientização e motivação para a
promoção da saúde bucal.
Conclusão
Conforme os resultados obtidos, existe uma importante deficiência no desempenho
da maioria dos CEO do RN, visto que, os resultados denotam que a maior parte dos serviços
que são prestados em cada subgrupo de especialidade não atendem às metas estabelecidas,
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Metodologia
Este estudo foi APROVADO pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UERN, com
Número do Parecer: 3.239.083. E trata-se de um trabalho de campo, exploratório, explicativo
e transversal. A aplicação do questionário e o teste sialométrico seriam realizados no Centro
de Atenção Psicossocial III (CAPS III): Arte de Viver, Caicó – RN. A amostra corresponderia
a 130 usuários, condizendo com 10% da população total de 1300 usuários adultos do CAPS
em questão.
Seriam incluídos usuários com faixa etária de 35 a 44; de ambos os sexos, em
condições mentais e físicas para participar da pesquisa, e, que aceitassem assinar o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Seriam excluídos da pesquisa: usuários do CAPS com um
período menor que 01 ano de registro, e, indivíduos que não tenham obedecido às instruções
prévias ao teste (evitar comer, beber, fumar ou mascar goma 2 horas antes do teste).
A coleta de dados seria realizada por acadêmico do curso de Odontologia da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Seria aplicado um questionário que
visasse colher informações pessoais do indivíduo (sexo, idade, nacionalidade), informações
sobre sua saúde geral, condição socioeconômica, uso de medicamentos, sua saúde bucal e, por
fim, uso e frequência de serviço odontológico.
O teste para aferição do fluxo salivar é embasado na Pesquisa de professores, doutores
e mestres da FCM Santa Casa de São Paulo, sendo uma adaptação da técnica descrita por
Bolwig e Rafaelsen (1972). A partir dessa metodologia, a saliva do usuário seria coletada para
verificação do fluxo salivar. Os materiais utilizados seriam algodão, balança de precisão e
coletor universal. Os materiais seriam esterilizados e/ou desinfetados previamente e os
pesquisadores estariam usando EPI (gorro, máscara, luva e jaleco). Todo o aparato que srria
utilizado na pesquisa (folha dos questionários, algodão, coletor universal, balança de precisão,
estimulante salivar químico e EPI) foi auto-financiado.
O paciente submetido à técnica de sialometria supracitada deveria evitar comer, beber,
fumar ou mascar goma 2 horas antes do teste, e este estaria em um ambiente tranquilo, para a
realização do teste com a maior precisão. Para a realização da técnica primeiramente, seriam
selecionados 4 (quatro) chumaços de algodão para cada paciente. Cada dupla de chumaços
seria depositada em um coletor universal de 70 ml e o conjunto seria pesado em uma balança
de precisão modelo Sf-400, cada coletor contendo algodão seria registrado com um número e
peso. A técnica de Bolwig e Rafaelsen é dividida em 3 etapas de sialometria, todavia para
uma melhor dinamização e aproveitamento do tempo apenas 2 etapas serão realizadas. Além
disso, essas duas etapas são suficientes para registrar o fluxo salivar não estimulado e
estimulado.
Na primeira etapa ocorre a aferição do fluxo não estimulado, é solicitado para o
participante da pesquisa que este engula a saliva em sua boca, em seguida, 2 chumaços de
algodão serão depositados no assoalho da boca do participante, em contato com a parede
interna da gengiva. O algodão deve ficar nessa posição por um período de 2 minutos sem que
o participante da pesquisa engula a saliva produzida. Após o tempo determinado o algodão é
retirado e pesado novamente.
Na segunda etapa ocorre a aferição do fluxo estimulado, é aplicado no dorso da língua
do paciente um estimulante químico para produção de saliva, em seguida, é solicitado que o
paciente engula imediatamente a saliva. Posteriormente, a sialometria ocorre de maneira igual
a primeira etapa.
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iniciação científica concedida a este projeto, e a todos que deram sua contribuição a este
estudo.
Referências:
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família. Água Branca- SP, 2011.
ANNTILA, S. et al; Depressive symptoms as an underlying factor of the sensation of
dry mouth. Psychosom Med, v.60, n.2, p.215.1998.
BERTAUD-GOUNOT, Valerie, et al. Oral health status and treatment need among
psychiatric in patients in Rennes, France: a cross-sectional study. BMC Psychiatry,
v.13, n.227. 2013.
BOLWING, T. G, et al. Salivation in affective disorders. Pyysiol. Med, v.2, n.3,
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BRASIL, IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:
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CARVALHES Cristina Lima Leite. Avaliação de Saúde Bucal e impacto na
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CAPS/Butantã. 2014. Dissertação (Mestrado em Odontologia) – Programa de Pós
Graduação em Odontologia, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2014.
CATE, Ten. Oral histology: Development, structure, and function. 5. ed. St. Louis:
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INTRODUÇÃO
O ato de tocar um instrumento musical traz uma sensação de bem-estar considerável
ao músico, porém, até que se obtenha um bom desenvolvimento técnico é necessário que o
instrumentista se dedique assiduamente aos estudos do mesmo para cumprir as exigências
profissionais existentes, sendo expostas a possíveis problemas de saúde (SALES, 2017).
Isso se torna ainda mais preocupante em relação a boca e suas estruturas anexas, uma
vez que o sistema estomatognático sofre influência dos hábitos aos quais é solicitado. Essa
influência se torna maior quando é imposta uma força de forma repetitiva e a longo prazo na
cabeça e nos músculos da face. Sendo assim, a prática do instrumento musical de sopro pode
levar a ocorrência de relações não ideais desencadeando problemas funcionais que gera
insatisfação nesses indivíduos (GŁOWACKA, 2014).
Este estudo teve por objetivo descrever os impactos orofaciais associados à utilização
de instrumentos musicais de sopro na região do Seridó potiguar, e conhecer o perfil social e as
características de estudo musical desses instrumentistas.
METODOLOGIA
É uma pesquisa do tipo transversal, exploratória e observacional, com análise
descritiva e inferencial.
O estudo foi desenvolvido nas Bandas Filarmônicas de seis cidades da região do Seridó
do Rio Grande do Norte. As cidades selecionadas para realização da pesquisa foram: Caicó,
Cruzeta, Jardim do Seridó, São José do Seridó, Serra Negra do Norte e Timbaúba dos Batistas.
Envolveu a participação de 130 músicos no total com idade acima de 12 anos. A coleta de dados
constituiu-se da aplicação de questionários individuais aos instrumentistas de sopro com
questões autorreferidas sobre apinhamento dentário, traumatismos e ulcerações de tecidos
moles, xerostomia e dores musculares, além do questionário QST/DTM (ANGELA, 2013). Foi
realizada também uma inspeção visual das estruturas orais e periorais, quais sejam: lábios,
dentes anteriores superiores e inferiores e língua destes indivíduos.
Foi realizada análise descritiva utilizando o software SPSS onde as variáveis
quantitativas do estudo com distribuição normal foram descritos através de média e desvio-
padrão e os não-normais através de mediana, quartil 25 e quartil 75; As quantitativas forem
dicotomizadas e convertidas em categóricas para que seja aplicado o teste do Qui-quadrado de
Pearson e calculada a Razão1 de Prevalência entre elas para medir a magnitude das associações;
As independentes significativas no Qui-quadrado foram usadas na Regressão de Poison. Foi
considerado um nível de significância de 5%.
A pesquisa obteve aprovação Comitê de Ética em Pesquisa para seres humanos da
Universidade do Estado do Rio grande do Norte (UERN) tendo como número do parecer:
1.147.199.
1
Estudante de Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. E-mail: adsongomes@live.com
² Professora de Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. E-mail:samaramafra@uernbr
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Perfil dos participantes
Entre os instrumentos de sopro mais tocados estão o clarinete (30,8%), o trompete
(16,2%), o trombone (10,8%), o saxofone alto (10%) e a flauta transversal (9,2%).
Na amostra, 84% tem idade entre 11 e 30 anos e o sexo mais prevalente foi o masculino
(61,5%), o que corrobora com a literatura, nos estudos de Neto et al. (200)6 e de Barbosa et al.
(2017) .
Os resultados apontam também que instruções de alongamento e postura foram
recebidas pela maior parte dos instrumentistas (97,7%), porém a grande parte destes relatou não
realizar alongamentos ou aquecimento dos músculos da face antes de tocar o instrumento
(70,8%), e também que não são realizados exercícios de relaxamento após tocar os instrumentos
(80%). Na pesquisa de Barbosa et al. (2017), menos da metade dos músicos se aqueciam e 18%
realizavam exercícios de relaxamento antes de tocar.
Grande parte dos participantes da pesquisa afirmaram estar dispostos a suportar
desconforto/dor para desenvolverem as habilidades com o instrumento (65,4%) e também em
sua maioria não relacionou o hábito de tocar com a possibilidade de malefícios para a saúde
(76,2%). Em caso de se machucar/ferir a maioria considerou importante procurar um posicional
de saúde (58,5%), sendo o médico apontado pela maioria como o profissional a ser procurado
(34%), seguido por um resultado expressivo onde nenhum profissional é procurado (32%), e
do dentista (11%) que foi o terceiro mais apontado.
Alterações Referidas
Com relação à mudança da posição dentária, foi relatado pela maior parte dos artistas
que não houve mudança na posição (80%), esse pouco ou nenhum efeito na mudança da posição
dos dentes dos instrumentistas de sopro pode estar relacionada ao fato da força ser amortecida
pelos lábios e não exceder o limite para que a movimentação aconteça
(GRAMMATOPOULOS, 2009).
Entretanto, uma parcela dos músicos notou que seus dentes lingualizaram após
começar a tocar o instrumento, sendo essa alteração mais prevalente na arcada superior. Ainda
relativo a isso, mais de um quarto afirmou sentir os dentes moles ao menos uma vez após tocar.
Głowacka et al., (2014), afirmaram que alguns instrumentos de sopro (trompete, clarinete e
flauta transversal) podem sim trazer uma mudança na posição dos dentes anteriores.
Um resultado importante foi o de a maioria dos instrumentistas terem se ferido tocando o
aerofone (52%), sendo estas lesões predominantemente na região de lábio. Contudo, essas lesões
demoraram menos de duas semanas para desaparecer.
Em relação à xerostomia, quase 78% dos indivíduos relataram algumas vezes sentir a
boca seca durante ou após tocar, estando essa sensação associada à ardência em algumas
pessoas. Já a dor muscular foi apontada em 39% da amostra total, sendo a região da bochecha
a de maior incidência.
Apesar de a dor muscular não estar presente na maioria dos voluntários, observou-se
uma associação positiva, estatisticamente positiva entre as pessoas que relaram senti-la durante
ou após tocar com a incidência de DTM (p<0,01). Na pesquisa de Gonçalves et al., (2009) os
resultados apontaram que na população brasileira pelo menos um sintoma de DTM é
apresentado em 37,5% da população. No grupo de instrumentistas de sopro essa realidade
também se comprova, uma vez que diversos estudos trazem que um ou mais sintomas de DTM
estão presentes nesses indivíduos (JANG et al.,2015; YASUDA et al., 2016).
O teste de avaliação QST/DTM apontou que 30,8%(n=40) dos participantes da
pesquisa é portador da Disfunção Temporomandibular. A presença dessa disfunção pode ser
não somente desencadeada pelo ato de tocar, mas também ser fator agravante ou perpetuante
de um problema já pré-instalado (LACERDA, 2015).
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CONCLUSÃO
Tendo em vista os aspectos observados, o ato de tocar instrumentos de sopro pode ser
considerado um fator de predisponente ao aparecimento de algumas alterações orofaciais como
a DTM e as lesões em lábio nos músicos de filarmônicas do Seridó e que as instruções de
alongamento, postura e relaxamento tem um valor positivo na diminuição do aparecimento de
possíveis lesões orais e periorais.
Ressalta-se a importância da inter-relação entre o Cirurgião-Dentista com os músicos,
seus parentes e professores, para que assim, os instrumentistas de sopro possam ter um
desenvolvimento satisfatório mantendo a saúde geral e bucal e sua qualidade de vida.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS
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Introdução
Áreas úmidas correspondem a ecossistemas localizados na interface entre ambientes
terrestre e aquáticos, continentais ou costeiros, naturais ou artificiais, permanente ou
periodicamente inundados ou com solos encharcados, cujas águas podem ser doces, salobras
ou salgadas, apresentando biotas adaptadas à sua dinâmica hídrica (JUNK et al., 2013). Entre
os tipos de áreas úmidas estão os estuários, com sua cobertura vegetal, os manguezais. Em
condições naturais, os estuários são biologicamente mais produtivos do que os rios e o oceano
adjacente, por apresentarem altas concentrações de nutrientes que estimulam a produção
primária (NASCIMENTO, 2018). Esses ambientes aquáticos também são reconhecidos por
apresentarem dinamicidade quanto ao forte aporte de água doce e gradientes de concentração
halina e térmicas (MIRANDA et al., 2012). Com isso, o estuário é responsável por sustentar
inúmeras espécies em diferentes posições da cadeia trófica, assumindo relevância na
manutenção e no equilíbrio da biodiversidade residente.
Os manguezais, de acordo com Schaeffer-Novelli (1995), são ecossistemas costeiros
peculiares às regiões tropicais e subtropicais, de transição entre os ambientes terrestre e
marinho, sujeito às variações das marés. Apesar de sua importância, os manguezais no Brasil
são vulneráveis a uma série de ameaças (carcinicultura, aterramentos, poluição, ocupação
desordenada) e, segundo Santana et al. (2015) os impactos antrópicos desencadeiam problemas
ambientais que ameaçam as diferentes formas de vida que habitam estas áreas úmidas. No Rio
Grande do Norte, o manguezal se encontra bastante degradado em consequência da exploração
do sal marinho, que vem sendo realizada desde os primórdios da ocupação antropogênica na
região (SOUZA; FERREIRA, 2019).
O estuário do rio Apodi-Mossoró e sua região de mangue encontram-se em vários
estágios de degradação e a carência de estudos pode culminar na falta de práticas de
conservação e manejo desses espaços, falhando também nos princípios que norteiam a
legislação ambiental. Assim, a presente proposta teve por objetivo caracterizar ambientalmente
dois trechos estuarinos do rio Apodi-Mossoró, avaliando os parâmetros físico-químicos da
água, a diversidade de organismos e os impactos antrópicos.
Metodologia
A pesquisa teve como área de estudo trechos estuarinos do rio Apodi-Mossoró,
localizado no noroeste do estado do Rio Grande do Norte, cuja escolha fundamentou-se nos
conceitos de estuário formulado por Fairbridge (1980). A área estudada inclui a comunidade de
Passagem de Pedras, em Mossoró, até a desembocadura, entre os municípios de Grossos e Areia
Branca. O trecho de Passagem de Pedras foi avaliado em três áreas (estuário, meio e rio) devido
à fragmentação do ambiente por duas barragens (passagens molhadas). As áreas avaliadas para
o estudo foram georreferenciadas utilizando-se GPS (Global Position System) e as idas a campo
¹ Estudante do curso de Ciências Biológicas (Lic.) do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte; *Bolsista PIBIC
² Bióloga. Membro do grupo de pesquisa em Ecologia e Sistemática Animal/ Ciências Biológicas/UERN.
3
Professora do departamento de Ciências Biológicas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail:
danielleperetti@uern.br
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ocorreram nos meses de dezembro de 2019 e janeiro de 2020, no período diurno e em horários
de maré baixa.
Nestas áreas foram obtidos os parâmetros físico-químicos da água como temperatura
(°C), potencial hidrogeniônico (pH), condutividade elétrica (µS.cm-1) e sólidos totais
dissolvidos (TDS) (ppm) através de um medidor multiparâmetro PCSTestr 35. Para verificação
da biodiversidade residente foram avaliados o corpo aquático e seu entorno (manguezal). Foram
realizados registros fotográficos das espécies e posterior identificação com o auxílio de
bibliografias, sites e/ou profissionais especializados. Também foram feitos registros
fotográficos dos resíduos sólidos.
Resultados e Discussão
Nos quatro pontos de coleta, observou-se que os valores de temperatura e pH se
mantiveram constantes, entretanto, os valores de condutividade e de total de sólidos dissolvidos
foram altos para as áreas estuário e meio. A salinidade, por sua vez, apresentou um valor
acentuado na área Grossos (Tabela 1).
Tabela 1: Valores dos parâmetros abióticos nas áreas de amostragem de dois trechos estuarinos
do rio Apodi-Mossoró/RN em dezembro de 2019.
Estuário Meio Rio Grossos
Temperatura (°C) 28,3 28,6 27 30,6
pH 8,6 8,6 8,49 8,28
Condutividade (μs.cm-1) 889 854 4,12 12,52
TDS (ppm) 630 605 2,92 8,9
Salinidade (ppm) 2232 2136 11,1 3648
pH – Potencial hidrogeniônico; TDS – Totais de Sólidos Dissolvidos
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ninhos construídos em árvores próximas ao rio. As aves, provavelmente, buscam áreas que
apresentem condições para se manterem, sendo a disponibilidade de invertebrados importante
para a seleção destes espaços (MENDONÇA, 2016).
Tabela 2: Registro de organismos/evidências nas áreas de amostragem de dois trechos
estuarinos do rio Apodi-Mossoró/RN em dezembro de 2019 e janeiro de 2020.
Organismo/Evidência Descrição Local Coletado
Aratu vermelho
Classe Malacostraca Grossos
Ordem Decapoda
Espécie Goniopsis cruentata
Filo Mollusca
Classe Gastropoda
Género Littorina Grossos
Filo Mollusca
Classe Gastropoda
Género Littorina Grossos
Estuário
Pupa de louva-deus
Classe Insecta
Ordem Mantodea
Tilápia Rio
Família Cichlidae
Gênero Oreochromis
Espécie Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758)
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para ocupar novos ambientes e resistir à salinidade, altas temperatura, baixo teor de oxigênio
dissolvido e possuir considerável plasticidade alimentar.
Durante os campos para registro biológico, observou-se a grande quantidade de
resíduos sólidos em todas as áreas do estudo (Tabela 3). Lima et al. (2020) destacam que o
agravamento da poluição pode desencadear a deterioração ecológica, inibição de rotações
fluviais, alterações no solo e degradação geoambiental. Assim, a biodiversidade passa a ser
descaracterizada, reduzindo seu papel ecológico e ambiental.
Tabela 3: Registro de resíduos sólidos descartados de forma incorreta nas áreas de amostragem
de dois trechos estuarinos do rio Apodi-Mossoró/RN em dezembro de 2019 e janeiro de 2020.
Presença de Resíduos Sólidos
Passagem de Pedras Grossos
A B C D
E F G H
A e F=garrafas plásticas, latas e recipientes em isopor; H=sacola plástica; B e G=calçados; C=bolsa feminina; D=pneu; E=papelão
Conclusão
Os trechos estuarinos do rio Apodi-Mossoró possuem características abióticas típicas
da região estuarina e da época do ano (período de estiagem). A diversidade biológica está
presente tanto no manguezal quanto no meio aquático, entretanto, observa-se que parâmetros
abióticos como TDS e presença de espécies indicadoras de ambientes degradados parecem estar
se tornando dominantes, e a presença dos resíduos sólidos deixa claro o processo de destruição
pelos quais as áreas desta pesquisa estão sofrendo. É necessário que os estudos sejam
continuados neste ambiente e, apesar da interrupção desta pesquisa (necessidade de isolamento
pela pandemia do vírus SARS-Cov2), sugere-se o acompanhamento sistemático da área para
verificar mudanças em sua caracterização ambiental.
Agradecimentos
Ao CNPq pela concessão da bolsa e à UERN pelo apoio logístico.
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Alcivan Batista de Morais Filho¹; Augusto Ítalo Matos Carvalho¹; José Rodolfo Lopes de
Paiva Cavalcanti²
1.0 Introdução
______________________________
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2.0 Metodologia
Trata-se de uma pesquisa experimental onde foram utilizados 6 ratos jovens, com
idade de 3 meses, machos, da linhagem Wistar. Os animais foram obtidos no biotério central
da universidade em questão, transferidos para o laboratório de neurologia experimental, após
aprovação pela Comissão de Ética em Experimentação Animal - CEEA, através do parecer Nº
07/16 e protocolo 03/2016. Foram realizados todos os cuidados necessários para evitar o
stress e sofrimento dos animais. Atingindo a idade necessária, os animais foram submetidos à
perfusão transcardíaca, onde os animais foram anestesiados com Xilazina e Quetamina e, após
atingir o plano anestésico, foi realizada a toracotomia, punção cardíaca e a infusão de solução
salina com heparina e em seguida paraformaldeído a 4%. Após a perfusão foi realizada
remoção e microtomia dos encéfalos e posteriormente imunohistoquúmica para S100B. Logo
após, os cortes foram montados em lâminas sinalizadas e, depois da secagem, foi feita a
intensificação com ósmio e montagem das lamínulas. As secções foram examinadas ao
microscópio óptico (Leia DM6). As imagens foram obtidas no aumento de 4X para capturar
cortes no nível médio dos núcleos.
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Figura 1 - Fotomicrografia em campo claro revelando imunohistoquímica contra S100 em nível de núcleo da
habênulas. Barra: 300µm. Fonte: produzida pelos autores.
A HbM, apesar de ser considerada negligenciada por Baldwin et al. (2014), foi alvo de
estudos mais recentes que tentaram elucidar a função desta região. McLaughlin et al. (2017)
apontaram que lesões provocadas em inputs do HbM, como o septo triangular e o bed nucleus
da comissura anterior, desencadearam comportamentos associados à ansiedade e ao medo,
respectivamente. Ademais, o núcleo per se mostrou-se estar relacionado com os sintomas de
abstinência à nicotina, importante droga ativadora do sistema colinérgico (LEE et al., 2019).
Neste trabalho, o marcador considerado astrocitário não demonstrou grande afinidade pelo
núcleo, ao contrário dos marcadores neuronais, cujos experimentos resultaram em imagens
hipercoradas e bem delimitadas (ANDRES; VON DÜRING; VEH, 1999), sugerindo que o
núcleo é densamente composto por corpos celulares de neurônios.
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4.0 Conclusões
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5.0 Agradecimentos
6.0 Referências
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Bárbara Verônica Damascena de Sousa Medeiros1; Maria Gabriela Dantas de Azevedo Silva2;
Tayná Martins de Medeiros3; Jéssica Dantas de Sá Tinôco4.
Introdução:
Dentre as etapas do Processo de Enfermagem, a etapa diagnóstica destaca-se por sua
relevância frente a identificação de problemas precisos que culminem em resolutividade do
plano de cuidados. Os diagnósticos de enfermagem são julgamentos clínicos das respostas do
indivíduo, da família ou comunidade a problemas de saúde/processos vitais reais ou potenciais.
São interpretações cientificas dos dados levantados, usadas para orientar o planejamento de
enfermagem, a implementação e a avaliação (HERDMAN, KAMITISURU, 2018).
A NANDA-Internacional apresenta o diagnóstico conhecimento deficiente composto
pelas seguintes características definidoras: comportamento inapropriado; conhecimento
insuficiente; desempenho inadequado em um teste; e seguimento de instruções inadequado. Os
fatores relacionados apresentados pela taxonomia são: conhecimento insuficiente sobre
recursos; informações incorretas apresentadas por outros; informações insuficientes; e interesse
insuficiente em aprender. As condições associadas para esse rótulo diagnóstico são: alteração
na função cognitiva; e alteração na memória (HERDMAN; KAMITSURO, 2018).
Esse diagnóstico foi aprovado pela taxonomia em 1980 e revisado no ano de 2017.
Entretanto não possui nível de evidência. Frente a isso, a NANDA-I sugere a realização de
1- Estudante do curso de enfermagem do Departamento de enfermagem Campus
Caicó da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail:
barbara_veronica.01@hotmail.com
2- Estudante do curso de enfermagem do Departamento de enfermagem Campus
Caicó da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail:
gabrielaadaantas@gmail.com
3- Estudante do curso de enfermagem do Departamento de enfermagem Campus
Caicó da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail:
tayna.martins14@hotmail.com
4- Professor do Departamento de enfermagem da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte. Líder do Grupo de Pesquisa Enfermagem Campus Caicó -
GRUPECC; e-mail: jessicadantas@uern.br
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
estudos no sentido de elevar o nível de evidência desse, com o risco de ser removido nas
próximas edições (HERDMAN; KAMITSURU, 2018).
Em frente ao diagnóstico, o papel do enfermeiro vai além do ato de orientar ou de impor,
entra a incorporação da conscientização e do empoderamento das pessoas a respeito da situação
atual em que estão passando ou das implicações de suas escolhas para a saúde, o que contribui
para a autonomia do sujeito na relação ao cuidar. Esse empoderamento é um processo que
implica na mobilização e valorização dos indivíduos, com recursos próprios, que lhes permitam
sentir-se no controle da própria vida (TRENTINI; PAIM; SILVA, 2014)
Sendo assim, reconhecer os indicadores que caracterizam o conhecimento deficiente na
clientela renal crônica submetida à hemodiálise proporcionará maior precisão ao enfermeiro na
inferência do referido diagnóstico. Inferências diagnósticas precisas refletem intervenções
efetivas, culminando em resultados positivos de saúde para o conhecimento adequado da
clientela e consequente adesão terapêutica.
A análise de conteúdo feita por especialistas teve como objetivo constatar com esses a
adequação das características definidoras do diagnóstico de enfermagem conhecimento
deficiente para a clientela submetida à hemodiálise. Foi estimada assim a proporção de
especialistas que reconhecem a inclusão das características definidoras como componentes do
diagnóstico analisado, e suas definições operacionais construídas (LOPES; SILVA; ARAÚJO,
2012).
Portanto, o estudo teve como objetivo caracterizar especialistas capazes de julgar
indicadores diagnósticos do conhecimento deficiente na clientela submetida à hemodiálise.
Metodologia:
Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem quantitativa.
Para a seleção dos especialistas realizou-se uma busca por meio da plataforma Lattes,
do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq), pelo endereço:
www.buscatextual.cnpq.br. Foi utilizada a opção de busca avançada por assunto com o intuito
de identificar os profissionais de saúde do Brasil que possam atuar como especialistas.
Adotou-se a estratégia proposta por Lopes, Silva e Araújo (2012) com a divisão da
amostra em dois grupos de especialistas, um com enfermeiros atuantes na prática clínica em
hemodiálise, com no mínimo 5 anos de experiência, e outro grupo com especialistas em
diagnósticos de enfermagem.
A caracterização dos especialistas foi realizada com perguntas estruturadas que
contemplaram as variáveis: sexo, idade, tempo de exercício da profissão, estado em que
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trabalha, maior titulação acadêmica, todas as áreas de atuação até o momento, ocupação atual,
tema da monografia de especialização, da dissertação ou tese, caso existisse, tempo de
experiência no uso dos diagnósticos de enfermagem e em que situação ocorreu tal utilização
(prática clínica ou ensino).
Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva, com medidas de tendência
central e dispersão, além de valores absolutos de relativos para as variáveis categóricas.
Após a aceitação para a participação da pesquisa foi encaminhado ao especialista o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e o questionário semiestruturado referente a
caracterização desse.
Resultados e Discussão:
Nesse sentido, obtiveram-se as respostas de oito especialistas, sendo todos do sexo
feminino. Entre faixas etárias diferentes de 27 a 38 anos de idade. Em relação ao tempo de
formação variou de 5 anos de formação (12,5%), seguindo 6 anos (12,5%), 7 anos, (25%), 9
anos (12,5%), 10 anos (12,5%), 15 anos (12,5%) e 17 anos de formação (12,5%).
No tocante ao nível de formação obtido, sete especialistas correspondendo a 87,5%
apresentava o doutorado como titulação máxima, e apenas 12,5% possuiu título de mestre.
Referente a atuação profissional seis (75%) atuam na docência, um (12,5%) atua na assistência
e um (12,5%) atua como pesquisador. No concerne ao estado/país em que atuam, todos os oito
especialistas (100%) atuam no estado do Rio Grande do Norte/Brasil.
Se tratando do desenvolvimento de estudos na temática, identificou-se que sete
especialistas (87,5%) desenvolvem estudos na área de diagnósticos em enfermagem, cinco
(62,5%) em Processo de Enfermagem, três (37,5%) em doenças crônicas e quatro (50%)
pesquisaram ou pesquisam sobre a doença renal crônica.
Conclusão:
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Referências:
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Porto Alegre: Moriá; 2014.
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Joyce Oliveira de Sousa1; Layane da Silva Lima2; Samara Wiliane dos Santos Silva²; José
Giovani Nobre Gomes3.
INTRODUÇÃO
A hipertensão arterial sistêmica é uma morbidade multicausal relacionada comumente
com as doenças cardiovasculares (COSTA, MACHADO, 2010). Caracteriza-se como um dos
maiores problemas de saúde pública enfrentados atualmente por gerar incapacidade e morte
prematura (PEIXOTO et al., 2017).
Tendo em vista a rotina acadêmica extenuante e estressante de um universitário,
verifica-se condicionantes predisponentes a tais enfermidades. Isso em razão da exaustão e
correria, que resultam alimentação precária, falta de disposição física e psíquica para exercícios,
entre outras práticas (ARIÑO; BARDAGI, 2018).
Diante disso, houve-se a necessidade de pesquisar sobre o tema níveis pressóricos e
glicêmicos em universitários de uma universidade pública da cidade de Pau dos Ferros - RN,
visto que existe uma deficiência da pesquisa na região. Assim, essa investigação tem como
objetivos caracterizar o perfil dos universitários com ênfase para a análise de níveis pressóricos
e condicionantes; e caracterizar o perfil dos universitários participantes da pesquisa;
METODOLOGIA
Os participantes do estudo foram acadêmicos dos cursos de enfermagem e pedagogia.
O critério de inclusão foi estar devidamente vinculado à universidade; e como exclusão:
apresentar uma condição clínica que impeça sua participação na pesquisa.
A primeira etapa da coleta se iniciou após aquisição do termo de consentimento. Após
foi feita a verificação da pressão arterial, a qual obedeceu a recomendação da VII Diretriz
Brasileira de Hipertensão, em 3 dias distintos e foi feita a média aritmética entre os valores
obtidos. A segunda etapa foi a avaliação peso (Kg) e altura (m). Cada discente estava com o
1
Estudante do Curso de Enfermagem – CAMEAM, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. e-mail:
joycesousa1730@gmail.com ;
2
Estudantes do Curso de Enfermagem – CAMEAM, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. e-
mail: laypb@hotmail.com ; samarawsantoss@gmail.com ;
3
Professor do Curso de Enfermagem – CAMEAM, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. e-mail:
jgiovaninobre@gmail.com ;
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reduzida em decorrência do momento pandêmico vivido e, logo, pode ter interferido nos índices
obtidos.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao órgão PIBIC_UERN, que concedeu a oportunidade de realização do
estudo. Aos departamentos dos devidos cursos que nos receberam e permitiram a pesquisa em
seu espaço; aos discentes por colaborarem; e às minhas colegas de pesquisa pela parceria nesta
rica experiência.
REFERÊNCIAS
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processamento, análise de dados e informação em serviços de saúde.Brasília, DF: Ministério
da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica, Coordenação-
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<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
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<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
462X2017000100058&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 18 julho de
2020. http://dx.doi.org/10.1590/1414-462x201700010023
VII DIRETRIZ BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL. São Paulo: Sociedade
Brasileira de Hipertensão, v. 107, Nº 3, Suplemento 3, Setembro 2016.
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Deyziane Avelino da Silva; Larissa Rifane Costa1; Carmem Josaura Lima de Oliveira2; Luzia
Cibele de Souza Maximiniano3; Alcivan Nunes Vieira4
Metodologia
Estudo será analítico, transversal, retrospectivo e prospectivo, com abordagem
quantitativa. Foi realizado na UTI do Hospital Regional Tarcísio de Vasconcelos Maia situado
na cidade de Mossoró – RN. A população estudada foram os pacientes internados na UTI
Intensiva do referido Hospital e que tenham sido submetidos à VMI no período que compreende
os meses de janeiro de 2018 a maio de 2020. Para a coleta de dados foi utilizado um formulário
com as seguintes informações: idade, sexo, comorbidades, motivo de internação da UTI, uso
VMI, desfecho da internação na UTI, coleta de secreção traqueal, resultado da coleta
(microorganismo isolado). Considerando o nível de significância de 5% (= 0,05) e um erro
amostral relativo de 8% (erro amostral absoluto = 4%) foi calculada uma amostra de 342
prontuários. Foi realizada análise paramétrica dos dados considerando o nível de significância
de 5% (= 0,05) e um erro amostral relativo de 8% (erro amostral absoluto = 4%). Estudo
aprovado pelo CEP UERN com o parecer 3.202.598 de 15/03/2019.
Resultados e discussão
Quanto à idade identificou-se uma média de 55, moda 52 e mediana de 56 anos; o
tempo de uso da VMI correspondeu a: média 9, moda 1 e mediana de 7dias. Por sua vez a
permanência na UTI foi caracterizada como: média 11, moda 2, mediana 7 dias. Na medida em
que aumenta o tempo de uso da VMI as complicações a ela relacionadas também
significativamente; nos cinco primeiros dias de suporte invasivo a possibilidade de ocorrer a
PAVM aumenta entre 3% por dia e 2% a cada dia subsequente (CDC, 2018).
1
Acadêmica de enfermagem da FAEN UERN. deyzianesilva@hotmail.com; larissarifanearaujo@gmail.com
2
Enfermeira da UTI cardiológica do Hospital Wilson Rosado. carmem_jos@hotmail.com
3
Enfermeira. Aluna do Programa de Pós Graduação em Saúde e Sociedade da UERN. luziacibele42@gmail.com
4
Enfermeiro. Docente da FAEN UERN, orientador da pesquisa. alcivannunes@uern.br
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Conclusão:
Os germes mais prevalentes nas amostras de secreção traqueal foram: Acinetobacter
SP.; Pseudomonas SP.; Klebsiella SP.; Staphyloccocus Aureus; Enterobacter SP.; Escherichia
Coli. (3%). Em várias amostras foram encontrados mais de um dos germes citados acima.
Conforme a sua etiologia, a PAVM pode apresentar desfechos distintos variando desde
a alta da UTI, óbito ou transferência para serviço especializado. É necessária a instituição de
mecanismos de vigilância, efetivar uso de protocolos assistenciais na perspectiva de promover
a Segurança do Paciente no que diz respeito às IrAS.
Agradecimentos: à UERN pelo apoio logístico e operacional para a viabilização desta pesquisa.
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Mikaele Garcia de Medeiros¹ , Alison Alexandre Santos Silva¹ ; Eduardo José Guerra Seabra 2.
1
Palavras-chave: Classificação. Oclusão Dentária. Edentulismo. Reabilitação.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
A presente pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (CEP-UERN) sob o parecer número:
3.147.201. Os pacientes do presente estudo foram avaliados mediante concordância e assinatura
do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
A presente classificação, por enquanto denominada classificação “SEABRA-
MEDEIROS”, fundamentou-se na condição oclusal encontrada nos pacientes das clínicas
¹ Acadêmica de Odontologia do departamento de Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte. E-mail: mikaelem@live.com
2 Professor do departamento de Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. E-
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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Alice Kelly de Souza Oliveira1; Jorge Luis Torres Júnior2; Ivana Alice Teixeira Fonseca3
Palavras-chave: Composição corporal. Treinamento. HIIT. Reabilitação cardíaca
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O treinamento intervalado de alta intensidade (High Intensity Interval Training, HIIT), vem
sendo cada vez mais utilizado pela comunidade científica. Este método de treinamento
consiste em uma alternância de períodos de exercício aeróbio em alta intensidade com
períodos de recuperação passiva ou ativa em uma intensidade moderada-baixa, sendo
usualmente praticado em cicloergômetros ou esteiras motorizadas (TJONNA et al., 2013). A
principal vantagem deste treinamento está na capacidade de manutenção do exercício em alta
intensidade por maiores períodos de tempo em comparação ao EMC (aeróbio moderado
contínuo), garantindo um maior dispêndio energético e maior estimulação da capacidade
cardiorrespiratória máxima por sessão de exercício físico (ROGNMO et al., 2004; TRAPP et
al., 2008). Já o exercício contínuo pode desempenhar um papel significativo na perda de peso,
devido ao seu poder de aumentar o gasto de calorias (SEAGLE et al., 2009). Além disso,
aumenta a eficiência do sistema cardiorrespiratório e, consequentemente, diminui as chances
de comorbidades associadas à obesidade, como as doenças cardiovasculares. Relatou-se que o
exercício aeróbio reduz os riscos cardiovasculares, principalmente, devido à sua capacidade
de melhorar a função vascular em adultos saudáveis, em pacientes com doenças
cardiovasculares (PIERCE et al., 2008).
Objetivo: Comparar os efeitos dos diferentes tipos de treinamento na composição corporal de
indivíduos em reabilitação cardíaca.
Metodologia: O trabalho foi aprovado pelo - Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UERN
(n°2.780.722; CAAE: 83085618.7.0000.5294).
Amostra
O estudo trata-se de um ensaio clínico controlado e randomizado, composto por 13
participantes, sete foram alocados 7 (5 homens e 2 mulheres, com idade de 59 ± 9,99 anos)
no grupo de treinamento intervalado de alta intensidade, e 6 (4 homens e 2 mulheres, com
idade de 62 ± 8,16 anos) para o treinamento contínuo de moderada intensidade.
O recrutamento dos voluntários se deu, inicialmente, por meio dos dados obtidos no Hospital
Wilson Rosado na cidade de Mossoró-RN. Por meio de ligação telefônica o pesquisador
entrou em contato, informando nome e formação, e o motivo daquela ligação, título da
pesquisa, explanando como seria feito cada momento, quais procedimentos seriam realizados
caso o indivíduo aceitasse participar, foi marcada uma reunião presencial na residência de
cada indivíduo, na presença de algum familiar responsável para apresentação dos riscos e
benefícios da pesquisa.
Todos os voluntários que aceitaram participar, assinaram o Termo de consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) e preencheram uma ficha de avaliação global onde foram registrados
dados pessoais (data de nascimento, endereço, telefone de contato), dados sociodemográficos
(sexo, raça/etnia, renda, nível de escolaridade), história pregressa (doenças e cirurgias prévias,
hábitos e vícios), dados da doença (tempo de doença cardíaca) e uso de medicamentos.
O cronograma de treinamento foi montado juntamente com os voluntários, de acordo com os
horários disponíveis, mantendo o horário de início dos exercícios inalterado, durante o tempo
do protocolo experimental.
O recrutamento dos participantes também ocorreu por intermédio dos cardiologistas de
Mossoró, que foram informados sobre a pesquisa e o programa a ser desenvolvido com os
pacientes. Nesse contato era solicitado ao médico que atuasse no projeto como facilitador e
apoiador, enviando pacientes e encorajando-os a participar.
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66,2 ± 12,4 20,3 ± 1,5 24,5 ± 5,0 5,7 ± 3,2 24,7 ± 2,0
PRÉ
TI
(n = 4) 64,5 ± 11,7 21,0 ± 2,0 21,8 ± 7,8 4,0 ± 4,0 24,3 ± 1,7
PÓS
TC PRÉ 66,3 ± 11,8 21,0 ± 1,4 22,3 ± 4,3 5,7 ± 4,7 26,8 ± 2,9
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(n=3) 65,0 ± 13,1 21,5 ± 0,6 20,4 ± 1,1 3,0 ± 1,4 25,4 ± 3,8
PÓS
TI - treinamento intervalado; TC- treinamento contínuo; IMC- índice de massa corporal n – números de participantes; IMC-
índice de massa corporal
Referências:
TRAPP, E. G, et al. The effects of high-intensity intermittent exercise training on fat loss
and fasting insulin levels of young men. Int J Obes. Vol. 32. Núm. 4. p.684-691. 2008.
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proinflammatory markers in recent heart transplant recipients: a pilot study. Eur J
Cardiovasc Prev Rehabil. 2008; 15: 10-18.
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Introdução
A arborização é um trabalho contínuo que faz parte de uma cultura universal,
tratando-se de um componente de grande importância na ambientação e paisagismo de
cidades. Arborização urbana é o conjunto de árvores que geralmente varia entre
espécies que são introduzidas e se desenvolvem em áreas públicas e/ou privadas de uma
cidade, visando o bem estar socioambiental, fisiológico e econômico da sociedade local
(CABREIRA; CANTO-DOROW, 2016).
É fato que as árvores são bastante utilizadas para arborização urbana, uma
prática cultural exercida desde as primeiras cidades construídas com o intuito de
melhorar o clima, diminuir ruídos, melhorar o ar, fazer sombra, criação de microclimas
entre outros benefícios (GRAZIANO, 1994), fatores que trazem bem-estar para a
população inserida ao ambiente. Diante disso, é interessante conhecer a espécie arbórea
que está sendo introduzida em um determinado local para que não ocorram problemas
ecológicos, socioambientais e consequentemente econômicos. A arborização urbana
pode ser um processo vantajoso, mas a falta de conhecimento e planejamento pode
trazer problemas ao representar um centro de conflito nas áreas urbanas como, por
exemplo, em cidades, universidades ou em outros ambientes naturais. Segundo
Carvalho (2004), 80% das árvores existentes nas cidades são exóticas, essa margem
como cita o autor é devido ao desconhecimento de nossas espécies. Segundo (ROCHA
et al., 2004), locais arborizados proporcionam a população, o contato com o meio
ambiente, o qual proporciona sensação de liberdade, bem-estar, calmaria além de
quebrar a inércia da paisagem de concreto das cidades aproximando homem e natureza.
Assim, o presente trabalho teve como objetivo identificar, classificar e registrar
todas as árvores que estão presentes na Universidade Estadual do Rio Grande do Norte
na cidade de Mossoró-RN, frente à busca de mais informações para a caatinga em áreas
urbanas, o que é de suma importância para o desenvolvimento, manutenção e
conservação do ecossistema local, servindo também de contribuição para trabalhos
futuros nessa área.
Metodologia
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Resultados e Discussão
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sua adaptação, resistindo a danos de manejo e ações antrópicas, além de contribuir para
educação e reeducação ambiental, cuja população pode fazer o reconhecimento das
espécies nativas nestes locais urbanizados (OSAKA et al., 2016). Infelizmente, não é a
realidade que se observa nas cidades brasileiras, pelo contrário, há uma desproporção
alarmante com a predominância de exóticas (ALMEIDA; RONDON NETO, 2010),
algo similar ao que se observou no presente estudo.
Conclusão
Agradecimentos
Referências
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Introdução
A assistência à criança vem se estabelecendo de forma concreta desde 1990, ano em
que surgiu o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O ECA assegura o acesso integral
às linhas de cuidado voltadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Sistema
Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2006).
O brinquedo terapêutico (BT) é caracterizado como uma estratégia que possibilita a
dramatização de papéis que tenham como consequência a diminuição da ansiedade e do
estresse da criança. Ainda, o BT pode ser utilizado por qualquer profissional da enfermagem,
em qualquer criança e no local que seja adequado para ambas (LEITE; SHIMO, 2007).
Por isso, a necessidade da aproximação dos profissionais de enfermagem sobre o uso
do BT, de modo a propor mudanças ao atendimento infantil, colaborar com a humanização da
assistência a saúde e compreender o entendimento da criança sobre o seu processo de
hospitalização.
Logo, tais considerações conduziram a necessidade de responder à seguinte questão
de pesquisa: qual o conhecimento dos profissionais de enfermagem acerca do brinquedo
terapêutico?
Portanto, objetivou-se investigar o conhecimento dos profissionais de enfermagem
sobre o brinquedo terapêutico.
Metodologia
Estudo exploratório do tipo transversal, de abordagem qualitativa. Realizado com
onze profissionais da equipe de enfermagem que atuam no setor de pediatria e obstetrícia do
Hospital do Seridó (HS), localizado na cidade de Caicó.
A coleta de dados ocorreu no período de Abril a Outubro de 2019, atendeu aos
critérios éticos e utilizou-se de um roteiro de entrevista semiestruturada contendo nove
perguntas fechadas relacionadas à caracterização dos participantes e oito perguntas abertas
relacionadas a temática. As entrevistas foram gravadas e os dados obtidos foram transcritos e
tabulados.
Os resultados obtidos foram organizados em duas etapas. Nos referentes à
caracterização dos participantes, os aspectos sócio/demográficos foram descritos contendo as
variáveis relevantes para o estudo A etapa de análise das falas foi por meio da análise de
conteúdo (MINAYO, 2007). Realizou-se a leitura flutuante do material empírico e a
constituição do corpus, considerou-se as concordâncias entre as opiniões dos sujeitos, bem
como as opiniões de maior relevância, desconsiderando impressões vagas, que não se
aproximaram do objetivo deste estudo.
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Resultados e Discussão
A caracterização dos membros da equipe de enfermagem evidenciou que a (46%)
estão entre 41 e 55 anos e (82%) dos participantes são do sexo feminino. Quanto ao estado
civil, 45% solteiros e um mesmo quantitativo é casado (45%). Um percentual de 54% possui
de 2 a 3 filhos. No tocante à formação e qualificação profissional, 72% finalizaram o ensino
médio em escola pública; 54% são enfermeiros; 28% técnicos de enfermagem e 18% auxiliares
de enfermagem. No que se refere à experiência profissional, 46% tem entre 16 e 30 anos de
exercício profissional e 72% da população total possui de 1 a 15 anos de exercício da profissão
na pediatria.
A análise das falas resultou na organização de duas categorias: Conhecimento sobre
o brinquedo terapêutico, sua importância e disponibilidade de recursos; facilidades e
dificuldades no uso do brinquedo terapêutico.
Na primeira categoria observou-se que a maioria dos participantes não conhecia o
BT, ficando em dúvida e confundindo com o brinquedo normativo que é desempenhado no
hospital, além disso, os participantes relacionaram o BT à utilização do parquinho, escolinha
e brinquedoteca. Apesar de não conhecerem realmente de que se trata o BT, todos
reconheceram a importância do brinquedo e do brincar no tratamento da criança hospitalizada.
Apenas um participante demonstrou visão mais coerente com o que preconiza o BT, mas não
evidenciou sua finalidade terapêutica e ainda o citou como recreação.
Ouvi falar sobre o BT na especialização. Na faculdade, como já faz muitos anos que
me formei, não paguei nada relacionado. O brinquedo terapêutico traz uma quebra
na ansiedade das crianças hospitalizadas e é como se fosse uma recreação para eles
mesmo tendo o objetivo de ensinar a eles. Mas eu não conheço os tipos
(ENTREVISTADO 4).
Para Marques et.al, (2016), o BT é uma ferramenta que pode amenizar o desconforto
da criança no ambiente hospitalar, diminuindo a ansiedade e ajudando a criança entender sobre
seu processo de hospitalização, porém para sua aplicação é necessário material lúdico
específico para comprovação de sua efetividade.
Eu acho que de alguma forma o brinquedo ajuda sim no tratamento das crianças
hospitalizadas. Muitas vezes quando se toca em brinquedo nesse ambiente a criança
fica mais tranquila, é um fato que eles saem daquela tensão que eles estão, devido à
patologia que existe neles e vão desparecer um pouco, brincar com o brinquedo e se
distrair, por isso eu acho que ajuda muito no tratamento da crianças, pois alivia o
estresse (ENTREVISTADO 11).
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Sempre no horário que está aberto já levei eles para lá (brinquedoteca) e fiquei com
eles brincando e pintando. Eu já tive também alguns casos de ir pegar alguns
brinquedos lá e levar para enfermaria e brincar com eles (ENTREVISTADO 10).
Conclusão
A população do estudo possui conhecimento restrito sobre o BT. Porém, reconhecem
a importância do brincar para a criança durante a hospitalização. Os participantes não se
sentem capacitados para inseri-lo em sua prática diária, por isso não se reconhecem como
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Agradecimentos
Ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/UERN) por proporcionar
a aproximação com a pesquisa.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Estatuto da Criança e do Adolescente / Ministério da
Saúde. Brasília. Editora do Ministério da Saúde, 2006. 96 p.
GÓIS, Amanda Regina da Silva; SANTOS, Cibelle Nayara Sena dos; LIMA, Ingrid Andrade;
SILVA, Vívian Ferreira da; GONÇALVES, Vitória Hadassa Gomes Barbosa; ABRÃO,
Fátima Maria da Silva. Group of studies and research in nursing: teaching, research and
extension experiences. Revista de Enfermagem da UFPI, v. 7, n. 3. 2018. Disponível em:
https://revistas.ufpi.br/index.php/reufpi/article/view/751. Acesso em: 19 de Fev. de 2020.
LEITE, Tânia Maria Coelho, SHIMO Antonieta Keiko Kakuda. O brinquedo no hospital uma
análise da produção acadêmica dos enfermeiros brasileiros. Escola Ana Nery, v. 11, n. 2.
2007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-
81452007000200025&script=sci_arttext. Acesso em: 25 de out. de 2018.
MALAQUIAS, Tatiana da Silva Melo, BAENA, Juliane Ayres, CAMPOS, Ana Paula dos
Santos, MOREIRA, Simone Raquel Klaus, BALDISSERA, Vanessa Denardi Antoniassi,
HIGARASHI Ieda Harumi. O uso do brinquedo terapêutico durante a hospitalização infantil
saberes e práticas da equipe de enfermagem. Ciências cuidado e saúde, v. 13, n. 1. 2014.
Disponível em:
http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/21802. Acesso
em: 15 de jan. de 2020.
MARQUES, Elisandra Paula; GARCIA, Tirzá Maris Bruneto; ANDERS, Jane Cristina; LUZ,
Juliana Homem da; ROCHA, Patricia Kuerten; SOUZA Sabrina de. Lúdico no cuidado à
criança e ao adolescente com câncer: perspectivas da equipe de enfermagem. Escola Anna
Nery, v. 20, n. 3, 2016.
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Maria Gabriela Dantas de Azevedo Silva1; Bárbara Verônica Damascena de Sousa Medeiros2;
Tayná Martins de Medeiros3; Jéssica Dantas de Sá Tinôco4.
Metodologia:
Trata-se de uma análise de conteúdo por especialistas para adequação dos indicadores
clínicos do diagnóstico de enfermagem conhecimento deficiente para a clientela submetida à
hemodiálise.
1- Estudante do curso de enfermagem do Departamento de enfermagem Campus
Caicó da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail:
gabrielaadaantas@gmail.com
2- Estudante do curso de enfermagem do Departamento de enfermagem Campus
Caicó da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail:
barbara_veronica.01@hotmail.com
3- Estudante do curso de enfermagem do Departamento de enfermagem Campus
Caicó da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail:
tayna.martins14@hotmail.com
4- Professor do Departamento de enfermagem da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte. Líder do Grupo de Pesquisa Enfermagem Campus Caicó -
GRUPECC; e-mail: jessicadantas@uern.br
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Resultado e Discursão:
A avaliação realizada pelos especialistas em relação aos indicadores diagnósticos e as
definições operacionais gerou os seguintes resultados:
Tabela 1. Concordância entre os especialistas acerca da adequação dos indicadores
diagnósticos e definições operacionais propostas. Caicó, 2020.
Características definidoras
Comportamento inapropriado 87,5 12,5 0,8
Conhecimento insuficiente relacionado à patologia 87,5 12,5 0,8
Desempenho inadequado em um teste 87,5 12,5 0,8
Seguimento de instruções inadequado 87,5 12,5 0,8
Conhecimento insuficiente relacionado ao tratamento 87,5 12,5 0,8
Conhecimento insuficiente acerca das ações de autocuidado 75,5 25,5 0,7
Não seguimento do tratamento 100 0 1,0
Aumento do número de intercorrências clínicas 87,5 12,5 0,8
Fatores causais
Baixo grau de escolaridade 87,5 12,5 0,8
Crenças populares que interferem no tratamento 75,5 25,5 0,7
Limitações físicas 63,0 37,0 0,6
Falta de apoio familiar 87,5 12,5 0,8
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Conclusão:
Conclui-se que, os especialistas julgaram como adequadas as seguintes características
definidoras para o diagnóstico conhecimento deficiente em pacientes submetidos à
hemodiálise: Comportamento inapropriado; Conhecimento insuficiente relacionado à
patologia; Desempenho inadequado em um teste; Seguimento de instruções inadequado;
Conhecimento insuficiente relacionado ao tratamento; Não seguimento do tratamento;
Aumento do número de intercorrências clínicas. E como fatores causais: Baixo grau de
escolaridade; Falta de apoio familiar; Condições sociodemográficas desfavoráveis;
Conhecimento insuficiente sobre recursos; Informações incorretas apresentadas por outros;
Informações insuficientes; Interesse insuficiente em aprender; e Alteração na função cognitiva
e na memória.
Apenas os indicadores diagnósticos: Conhecimento insuficiente acerca das ações de
autocuidado; Crenças populares que interferem no tratamento; e Limitações físicas foram
julgados como inadequados. Assim, as sugestões foram acatadas e reformuladas.
Com isso, a partir da dos resultados e discussão, evidencia-se a relevância do estudo
para construção e identificação dos indicadores clínicos para o diagnóstico. Dessa forma a
presença desses indicadores para mensurar a existência do diagnóstico conhecimento deficiente
veio com o intuito facilitador para que os profissionais consigam mensurar de forma mais
precisa a existência desse diagnóstico.
Por fim, o estudo apresentou certa limitação relacionada ao pequeno número de artigos
que abordasse a temática, assim como, apresentou um número reduzido de respostas dos
especialistas. É importante destacar que no geral as sugestões se resumem ao detalhamento e
indicação da decisão sobre a ocorrência ou não do indicador diagnóstico. Com isso e todas as
outras sugestões feitas, deixa clara a importância de saber a opinião de especialistas da área
para o aperfeiçoamento da pesquisa.
Referências:
FRAZÃO, Cecília Maria Farias de Queiroz; ARAÚJO, Adriana Dias de; LIRA, Ana Luisa
Brandão de Carvalho. Implementation of nursing process to the patient submitted to
hemodialysis. Rev Enferm UFPE. 2013; 7(Esp):824-30.
LOPES, Marcos Venícios de Oliveira; SILVA, Viviane Martins da; ARAÚJO, Thelma Leite
de. Methods for Establishing the Accuracy of Clinical Indicators in Predicting Nursing
Diagnoses. International Journal of Nursing Knowledge. v. 23, n. 3, out, 2012.
OLIVEIRA, Edina Araújo Rodrigues, et al, Perfil epidemiológico de pacientes renais crônicos
em tratamento hemodialítico: um estudo descritivo. Rev Multiprofissional em Saúde do
Hospital São Marcos. 2013.
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Maria Valéria Chaves de Lima1; Thaina Jacome Andrade de Lima2; Kalyane Kelly Duarte de
Oliveira3
INTRODUÇÃO
O uso das plantas medicinais é uma prática difundida em todo mundo, seu uso é
essencial para muitas terapêuticas desde os tempos antigos até os dias atuais. Dados recentes
apresentados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstram que aproximadamente
68 a 80% da população mundial que reside em países em desenvolvimento necessitam de
plantas medicinais para seus cuidados primários em saúde. Devido a isso e estimulados pela
OMS, inúmeros países criaram ambientes, ações e políticas para esse uso adequado dessa
prática.
No Brasil, juntamente com a Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares (PNPICS) instituída em fevereiro de 2006 criou se a Política Nacional de
Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) que entrou em vigor em junho do mesmo ano e
que serviu de partida para que logo após novas PIC’s também fossem implementadas nos
serviços (CORREA; SOARES; MUCCILLO-BAISCH, 2018).
Além disso, a fitoterapia e o uso de plantas medicinais apresentam-se ainda como
uma identidade cultural de povos de diferentes tipos e gerações repleta de lendas e mitos. No
Brasil, por exemplo, está prática surgiu com os indígenas e foi formulando sua identidade aos
poucos, sendo adaptada e complementada também pelas culturas europeias e africanas. A
flora do país ou do ambiente também diz muito sobre como será a realização desta pratica
nele, no caso do Brasil que tem uma flora abrangente e diversificada, a fitoterapia é
basicamente uma fonte histórica cultural e social do povo brasileiro estando presente
fortemente na atenção primaria (IBIAPINA et al, 2014).
Contudo embora seja um tratamento que de fato é eficaz, limita-se a um
conhecimento repassado de pessoa para pessoa, mas o uso da de plantas medicinais deve ser
algo observado e ensinado pelos profissionais de saúde devido ao fato de que estas possuem
composições químicas que precisam ser dosadas adequadamente.
No caso das gestantes que é um grupo que merece extrema atenção esse uso é
corriqueiro, muitas vezes não informado aos profissionais de saúde. Dado o exposto de que
algumas dessas ervas podem ocasionar efeitos tóxicos teratogênicos ou abortivos para mãe e
para o bebê. Ao pensar assim, leva se em conta o poder que algumas dessas plantas têm para
atravessar a barreira placentária (NUNES, 2016).
Portanto, levando-se em conta os aspectos abordados nesse estudo questiona-se: Qual
o conhecimento dos profissionais de saúde sobre as plantas medicinais? Como acontece a
indicação de uso para as gestantes? Qual o conhecimento das gestantes sobre as plantas
medicinais? Como acontece o uso dessas plantas?
1
Discente do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Campus Avançado de
Pau dos Ferros CAPF E-mail:valerialima13@hotmail.com
2
Discente do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Campus Avançado de
Pau dos Ferros CAPF E-mail: thainajacome@hotmail.com
3
Professora Doutora do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Campus
Avançado de Pau dos Ferros CAPF E-mail: kenfoliveira@gmail.com
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A pesquisa tem como pressuposto que existe o uso de plantas medicinais pelas
gestantes, no entanto esse uso não é por indicação de profissionais de saúde, mas é baseado na
crença popular e não no conhecimento científico. E ainda, que os profissionais de saúde não
indicam o uso de plantas medicinais pelas gestantes por limitação de conhecimento sobre o
uso das plantas durante a gestação.
Portanto o objetivo deste trabalho é analisar o conhecimento e a prática dos
profissionais de saúde e das gestantes no uso de plantas medicinais.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa que se utiliza da
técnica de pesquisa-ação. A pesquisa foi desenvolvida na cidade de Pau dos Ferros, situada
no estado do Rio Grande do Norte, em 5 Unidades básicas de saúde. Participaram da
pesquisa 5 médicos, 6 enfermeiros, 9 agentes comunitários de saúde, e 16 gestantes .A coleta
de dados foi realizada através de entrevista semiestruturadas e individual com perguntas
fechadas e abertas propostas por um roteiro e também por seminários com gestantes e
profissionais, sendo que alguns destes seminários foram realizados na modalidade online
devido a pandemia do Covid-19. O roteiro utilizado para as entrevistas continha a
caracterização dos sujeitos da pesquisa e logo após perguntas especificas sobre o tema.
Os profissionais aptos a particpar ds pesquisa serão aqueles que atuam na
assistencia e realizam pré-natal há mais de 6 meses nesta mesma função, e serão excluidos
aqueles que estiverem de férias de licença ou que exerçãm cargos administrativos.Quanto as
gestantes participaram aquelas cadastradas pelas unidades básicas de saúde e que possuam a
partir de 18 anos.
Os dados coletados foram analisados pelo método de análise de conteúdo de
Laurence Bardin.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Em relação a caracterização dos participantes da pesquisa na categoria profissionais
70% eram do sexo masculino; 55% deles possui tempo de formação superior a 5 anos; 35%
atua na estratégia de saúde da família a qual respondeu a entrevista por menos de 1 ano, 35%
atua a mais de 5 anos, e 25% atua entre 1 a 5 anos.
Quanto as gestantes participantes: 81,25% possuem mais de 20 anos; 50% das
entrevistadas se encontravam no 1º trimestre de gravidez. Período de extrema atenção para
esta pesquisa visto os riscos de teratogenicidade com diferentes tipos de compostos durante
está fase da gravidez. Santana; Silva, (2019) traz em seus estudos que o uso de plantas
medicinais sem indicação e em períodos específicos como o primeiro e o último semestre
podem gerar riscos de problemas na formação do feto assim como aborto.
Sobre o estado civil das gestantes 62,5% são solteiras; 37,25% delas terminaram o
ensino médio, 25% não concluíram o ensino médio,6,25% possui apenas o fundamental
completo,25% o fundamental incompleto e 6,25% chegou a ingressar no ensino superior,
mas não concluiu a formação.
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Esses resultados podem ser reflexo da falta de disciplinas que abordem o tema
dentro das matrizes curriculares dos cursos de formação, assim como podem ser uma
representação da falta de incentivo adequado dos governos quanto ao repasse financeiro para
implementação e prescrição de produtos e plantas medicinais nos ambientes públicos de
saúde. E de modo geral o pouco conhecimento profissional sobre plantas medicinais aponta a
triste perca de uma terapêutica integradora e proporcionadora de benefícios a saúde e de
vínculos entre profissional e usuário (JÚNIOR; et al 2016).
Em relação a gestantes ficou claro que elas conhecem utilidades das plantas
medicinais, e algumas até relataram uso em outras fases da vida, no entanto durante o período
de gravidez suspenderam a prática por apresentarem dúvidas, principalmente se há benefícios
neste uso ou se existem apenas malefícios. As participantes afirmaram conhecer plantas
capazes de gerar efeitos abortivos, no entanto alegaram não receber orientações quanto a isso
nas consultas rotineiras do pré-natal, apontando que este conhecimento vem de seus
antepassados ou até mesmo de sites da internet.
Portanto a busca dessas gestantes em entender ou conhecer para que servem as
plantas medicinais expõe a necessidade de interpor esse ponto no contexto das consultas
tendo em vista a premissa de redução de riscos no caso de plantas prejudiciais a gravidez.
Assim como a diminuição de desconfortos tendo em vista as plantas indicadas.
Pesquisa-ação
Devido a modalidade de pesquisa-ação no trabalho, realizou-se dois seminários com
gestantes e profissionais em duas unidades básicas de saúde vinculadas a pesquisa. Em
ambos os seminários se trabalhou o uso seguro das plantas medicinais. Produziu-se um
folheto com a listagem das plantas medicinais e fitoterápicos mais utilizados na região e suas
indicações e contraindicações para o período gestacional. Somado a isso incentivou-se e
capacitou-se as gestantes quanto a realização do escalda-pés, atividade a qual também se
utilizam de compostos de plantas, e se distribui receitas para a produção de repelentes
caseiros em episódios de alergia ou desconforto em relação ao tradicional.
Realizou-se também um seminário online vinculado a um dos grupos de extensão da
Faculdade de Enfermagem FAEN/UERN que trabalha com grupos de gestantes. Para
realização deste seminário utilizou-se a plataforma Google Meet para discussão dos temas,
tentou-se preservar a mesma ordem de atividades realizadas nos momentos presenciais,
adaptando de forma possível o encontro as ferramentas online sem que esse perdesse sua
qualidade e essência informativa e construtiva.
CONCLUSÕES
Diante dos resultados encontrados evidenciou-se o uso de plantas medicinais pela
população. No entanto é um saber que necessita ser aprimorado e que também merece
atenção dos profissionais. Pois, embora estes não possuam o conhecimento apropriado e
suficiente no momento, devem aperfeiçoar –se e implementar essa prática em sua rotina de
trabalho, visando o uso seguro dessas plantas bem como a valorização da cultura da
população e sua participação no processo terapêutico e promocional de saúde.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte por apoiar o
projeto e fornecer a bolsa. A todos profissionais e gestantes que participaram da pesquisa
permitindo que esses dados fossem produzidos.
REFERÊNCIAS:
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 195
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
DUARTE, Ana Flávia Schvabe et al. O uso de plantas medicinais durante a gravidez e
amamentação. Visão Acadêmica, v. 18, n. 4, 2018. Disponível em
https://revistas.ufpr.br/academica/article/view/55983/34825 Acesso em 11 de setembro de
2020.
IBIAPINA, Waléria Viana et al. Inserção da fitoterapia na Atenção Primária aos usuários do
SUS. Rev Ciênc Saúde Nova Esperança, v. 12, n. 1, p. 58-68, 2014.Disponível em
<http://www.facene.com.br/wp-
content/uploads/2010/11/INSER%C3%87%C3%83O-DA-FITOTERAPIA-NA-
ATEN%C3%87%C3%83O-PRIM%C3%81RIA-AOS-USU%C3%81RIOS-DO- SUS.pdf >
Acesso em 08 de março de 2019
SANTANA, Lourenço Luis; DA SILVA, Ana Cláudia Abreu. Os Riscos do Uso de Plantas
Medicinais Durante o Período Gestacional. Acta Toxicológica Argentina, v. 26, n. 3, 2019.
Disponível em http://ppct.caicyt.gov.ar/index.php/ata/article/view/13108/pdf Acesso em 10
de setembro de 2020.
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 196
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
1
Estudante do curso de Medicina do Departamento de Ciências Biomédicas da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte; email: mariaalicia@alu.uern.br
2
Professora do Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; email:
dayanepessoa@gmail.com
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Para a busca e coleta dos artigos, foram utilizados termos relacionados à temática da
pesquisa, padronizados pelo vocabulário estruturado e multilíngüe Descritores em Ciências da
Saúde (DeCS); são eles: Neuroinflammation, Inflammation, Depression e Cytokines. Os
termos foram subdivididos em três cruzamentos utilizando o operador booleano AND. Foram
obtidos os seguintes cruzamentos: Neuroinflammation AND Depression AND Cytokines
AND inflammation; Inflammation AND Depression; Cytokines AND Depression.
Como critérios de inclusão têm-se artigos originais, publicados na íntegra e
disponíveis nas línguas inglesa e/ou portuguesa. Foram excluídos os artigos de revisão, não
disponibilizados online entre os anos de 2013 e 2018 e não condizentes com a temática.
Inicialmente, os artigos foram selecionados por título, seguindo os critérios de
inclusão e exclusão supracitados. No primeiro cruzamento, de um total de 186 artigos, 10
foram selecionados; no segundo cruzamento, foram selecionados 108 artigos dentre o total de
6456; no terceiro cruzamento, dentre 7004 artigos, foram selecionados 32 artigos. Após a
leitura dos resumos, foram selecionadas as seguintes quantidades de artigos: 6 artigos no
primeiro cruzamento, 13 artigos no segundo cruzamento e 5 artigos no terceiro cruzamento,
caracterizando uma amostra final de 24 artigos a serem analisados na íntegra.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após a leitura dos artigos selecionados na íntegra, observou-se que se tratavam dos
mecanismos inflamatórios envolvidos na patogenia da depressão e suas repercussões
morfofisiológicas. A discussão será organizada nos seguintes eixos temáticos:
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 199
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
DEY, Adwitia; GIBLIN, Pamela A. Hankey. Insights into macrophage heterogeneity and
cytokine-induced neuroinflammation in major depressive disorder. Pharmaceuticals, v. 11,
n. 3, 17 p., 2018.
HONG, Heeok; KIM, Byung Sun; IM, Heh-In. Pathophysiological role of neuroinflammation
in neurodegenerative diseases and psychiatric disorders. International Neurourology
Journal, v. 20, n. suppl 1, p. 2-7, 2016.
WANG, Ya-Lin. et al. Microglial activation mediates chronic mild stress-induced depressive-
and anxiety-like behavior in adult rats. Journal of Neuroinflammation, v. 15, 14 p., 2018.
YANG, Ping et al. Changes in proinflammatory cytokines and white matter in chronically
stressed rats. Neuropsychiatric Disease and Treatment, v. 11, p. 597-607, 2015.
ZHANG, Yi et al. NLRP3 Inflammasome Mediates Chronic Mild Stress- Induced Depression
in Mice via Neuroinflammation. International Journal of Neuropsychopharmacology,
v.18, n. 8, 8 p., 2015.
ZHAO, Ya-wei et al. Blocking p38 signaling reduces the activation of Pro-inflammatory
Cytokines and the Phosphorylation of p38 in the Habenula and Reverses Depressive Like
Behaviors Induced by Neuroinflammation. Frontiers in Pharmacology, v.9, 14 p., 2018.
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 200
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Antônio de Medeiros Pereira Filho1; Isabelle Cantídio Fernandes Diógenes1; Patricia Estela
Giovannini1
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
português, inglês ou espanhol, publicados no período entre 2005 e 2018, com base no ano do
estabelecimento da Política Nacional de Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos (BRASIL,
2005). Por sua vez, foram excluídos os trabalhos que não atenderam à questão norteadora, e os
repetidos. Os estudos assim recuperados foram submetidos a triagem, mediante a leitura dos
títulos e resumos. Por último, os estudos triados foram depurados, mediante a leitura, na íntegra.
Dados e informações dos artigos selecionados foram tabulados em instrumento
desenvolvido com auxílio do software Microsoft Office Excel, testado e consolidado mediante
a realização de um teste piloto. As referências foram organizadas com o auxílio do software
livre Zotero versão Standalone para navegador Internet Chrome.
A análise de conteúdo iniciou com a leitura exaustiva dos artigos selecionados e a
construção das hipóteses provisórias, seguindo pela determinação das unidades de registro (UR)
e de significação (US), para então desenvolver a análise temática das UR, até o desvelamento
das categorias, de acordo com os critérios de homogeneidade, exaustividade, exclusividade,
objetividade, adequação e relevância quantitativa e qualitativa das mesmas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste estudo foram investigados os elementos que podem influenciar o uso do DIU, no
Brasil e no mundo, resgatando a produção científica do período 2005-2018, com auxílio de seis
diferentes recursos informacionais. Assim, foram captados 399 artigos, dos quais 275 foram
excluídos, e 124, selecionados. O Portal Capes e MEDLINE® foram as principais plataformas
em número de trabalhos selecionados, com 57/45,97% do total, cada uma. Outros nove artigos
(7,89%) corresponderam a PubMed, e um (0,17%) a SciELO. Já as buscas na base LILACS, e
em ambos os repositórios de teses, da Capes e BDTD, não retornaram resultados, sinalizando a
necessidade de ampliar o incentivo à pesquisa e às publicações, na América Latina, bem como
de uma maior visibilidade do assunto, no âmbito dos Programas de Pós-Graduação, levando em
conta que ele é do interesse de diversas áreas do conhecimento, e que envolve questões
diretamente relacionadas ao cumprimento de metas dos Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável, até 2030.
Por outro lado, os resultados apontaram o Brasil como líder da produção científica sobre
o uso do DIU, na América Latina, e em terceiro lugar, mundialmente, com 5/3,82% dos artigos
publicados, ainda distante, porém, dos Estados Unidos, com 23/17,56% dos trabalhos
publicados, e da Índia, com 59 publicações (45,04%). Dentre os estudos nacionais, um foi um
estudo multicêntrico, incluindo o Brasil e outros três países latinoamericanos (DA SILVA-
FILHO et al., 2016), dois deles foram realizados em São Paulo (DE ARAÚJO et al., 2008;
FERREIRA et al., 2014), e outros dois, em Pernambuco (FERREIRA et al., 2010; SCAVUZZI,
SOUSA e AMORIM, 2016), realçando, dessa forma, a contribuição de pesquisadores do
Nordeste do Brasil, para o aprofundamento do conhecimento sobre o tema.
Do total da produção, a maioria foi relacionada aos níveis de evidências 3 e 4, com
38(30,64%) e 63(50,8%) dos artigos, respectivamente, correlacionando com a elevada
qualidade da produção científica analisada, que poderá tornar-se ainda maior, a partir do
desenvolvimento de um maior número de estudos randomizados, os quais representaram 1,62%
dos estudos, no período investigado.
Por sua vez, a análise de conteúdo temático-categorial sistematizada revelou 15
categorias (Tabela 01). Características do DIU foi a única categoria identificada,
exclusivamente, como elemento favorável ao uso do dispositivo, enquanto mitos e conceitos
errôneos, e acesso ao dispositivo e/ou aos serviços de saúde, foram duas categorias identificadas
como elementos desfavoráveis, unicamente. As 12 categorias restantes, foram compostas por
elementos favoráveis, mas também por outros, desfavoráveis.
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Tabela 01. Elementos capazes de influenciar o uso do DIU: categorias desveladas na análise da
produção científica mundial, período 2005-2018. Mossoró, RN, 2020.
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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19 ago. 2020
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Einstein (São Paulo), v. 8, n. 1, p. 102–106, mar. 2010. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/eins/v8n1/pt_1679-4508-eins-8-1-0102>. Acesso em: 05 abr. 2019
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Introdução:
Dentre os problemas de Enfermagem evidenciados nos pacientes hemodialíticos, o
Conhecimento Deficiente se destaca como a causa da não adesão ao regime terapêutico. Dessa
forma, sobressai-se a necessidade de avançar nos estudos acerca desse diagnóstico de
enfermagem para essa clientela. A revisão integrativa da literatura apresenta um propósito
amplo na abordagem metodológica no que se refere às revisões, pois é capaz de permitir a
inclusão de estudos experimentais e não experimentais para que possa haver uma melhor
compreensão do fenômeno que está sendo analisado (SOUZA; SILVA; CARVALO, 2010)
Com isso, o estudo tem como objetivo identificar o conhecimento presente na literatura
acerca dos indicadores diagnósticos que caracterizem o conhecimento deficiente na clientela
hemodialítica.
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Metodologia:
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, seguindo os passos propostos por
Whittemore e Knalf (2005), a saber: identificação do problema; busca ou amostragem na
literatura; coleta de dados; análise e síntese dos dados; discussão dos resultados e apresentação
da revisão integrativa.
Foram selecionados 6 artigos, a partir de buscas nas seguintes bases de dados: Biblioteca
Virtual em Saúde (BVS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline),
SciVerse Scopus (Scopus), Scientific Electronic Library Online (Scielo), Literatura Latino-
americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e Base de Dados de Enfermagem
(BDEnf), bem como nas literaturas NANDA-Internacional e o estudo de GALDEANO (2007),
utilizando-se os descritores no vocabulário controlado Medical Subject Headings (MeSH):
Knowledge; Health Education; Nephrology Nursing; Renal Dialysis, respectivamente,
separados pelo operador booleano AND.
Fez-se necessário a criação de um protocolo de pesquisa contendo: objetivo, questão,
estratégias para a busca dos artigos (base de dados, descritores e cruzamentos), seleção dos
estudos que inclui os critérios de inclusão e exclusão, estratégia para avaliação dos dados,
avaliação dos estudos inclusos e estratégia para a análise/interpretação e síntese dos dados.
Com isso, para homogeneizar a busca o trabalho foi realizado por três pesquisadores
simultaneamente através de uma revisão de literatura para que pudesse chegar a um melhor
consenso, ademais, foi desenvolvido um instrumento para a extração de dados contendo:
identificação, tipo de publicação, características metodológicas do estudo, resultados e
classificação do estudo.
Resultado e Discursão:
Referente aos artigos que foram encontrados ao utilizar-se os seguintes cruzamentos,
classificamos como sendo identificados inicialmente na Biblioteca Virtual da Saúde, a BVS 33
artigos, sendo 6 artigos selecionados por título, após a leitura dos resumos foram selecionados
4 artigos para permanecer, em seguida, após leitura do texto completo permaneceram 3 artigos,
sendo 2 artigos pertencentes a base de dados da Lilacs e 1 artigo pertencente a BDEnf.
Na base de dados da Scielo encontrou-se um total de 5 artigos ao utilizar-se dos referidos
descritores, dentre esses cinco estudos, 3 artigos foram selecionados por títulos, após leitura
dos resumos 2 artigos permaneceram, em seguida foi realizado a leitura do texto completo ao
qual os 2 artigos permaneceram,
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Por conseguinte, a base da SCOPUS abarcou um total de 330 artigos encontrados. Dessa
maneira, após o passo de leitura de todos os títulos, foram selecionados 3 artigos, dentre os 3,
2 foram excluídos após leitura dos resumos, e 1 artigo permaneceu após a leitura do texto
completo.
Nesse contexto, ao caracterizar os estudos concluiu-se que seis artigos permaneceram
até o final, dentre os seis, metade (50%) datavam do ano de 2018 e a outra metade compreendia
entre os anos de 2011, 2015 e 2017, sendo 1 artigo referente a cada ano desse, correspondendo
16,6%. Dentre os países com maior índice de publicação, dos 6 artigos selecionados,
sobressaíram-se 5 artigos pertencentes ao Brasil atingindo uma porcentagem de 83,4% e 1
artigo pertencente aos Estados Unidos da América (16,6%). Nesse sentido o idioma
predominante foi o português e o inglês. Ademais, foram adicionados indicadores também
propostos pela NANDA-Internacional e pelo estudo de GALDEANO (2007).
Identificaram-se dezoito indicadores diagnósticos, a saber: Comportamento
inapropriado, Conhecimento insuficiente relacionado à patologia, Desempenho inadequado em
um teste, Seguimento de instruções inadequado, Conhecimento insuficiente relacionado ao
tratamento, Conhecimento insuficiente acerca das ações de autocuidado, Não seguimento do
tratamento, Aumento do número de intercorrências clínicas, Baixo grau de escolaridade,
Crenças populares que interferem no tratamento, Limitações físicas, Falta de apoio familiar,
Condições sociodemográficas desfavoráveis, Conhecimento insuficiente sobre recursos,
Informações incorretas apresentadas por outros, Informações insuficientes, Interesse
insuficiente em aprender, Alteração da função cognitiva e Alteração na memória.
Conclusão:
Conclui-se que existem dezoito indicadores diagnósticos capazes de representar o
conhecimento deficiente na clientela renal submetida à hemodiálise. Desses, oito caracterizam
a ocorrência do problema, são eles: Comportamento inapropriado, Conhecimento insuficiente
relacionado à patologia, Desempenho inadequado em um teste, Seguimento de instruções
inadequado, Conhecimento insuficiente relacionado ao tratamento, Conhecimento insuficiente
acerca das ações o autocuidado, não seguimento do tratamento, Aumento do número de
intercorrências clínicas.
E dez indicadores são fatores causais do conhecimento deficiente na clientela
hemodialítica, a saber: Baixo grau de escolaridade, Crenças populares que interferem no
tratamento, Limitações físicas, Falta de apoio familiar, Condições sociodemográficas
desfavoráveis, Conhecimento insuficiente sobre recursos, Informações incorretas apresentadas
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Referências:
SOUZA, Marcela Tavares de; SILVA, Michelly Dias da; CARVALHO, Rachel de. Revisão
integrativa: o que é e como fazer. Einstein (São Paulo), São Paulo, v. 8, n. 1, p. 102-
106, Mar. 2010.
Conclui-se que foram considerados adequados os itens que apresentaram IVC maior ou
igual a 0,8. Na realização do cruzamento proposto nas bases de dados, inicialmente encontrou-
se ao utilizar como descritores no vocabulário controlado Medical Subject Headings (MeSH):
Knowledge; Health Education; Nephrology Nursing; Renal Dialysis, respectivamente,
separados pelo operador booleano AND.
A partir do cálculo do IVC, apenas os indicadores diagnósticos Conhecimento
insuficiente acerca das ações de autocuidado (0,7); Crenças populares que interferem no
tratamento (0,6); e Limitações físicas (0,7) foram considerados não adequados. Os demais
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foram julgados como adequados pelos especialistas. Além disso, foram consideradas as
sugestões apresentadas por esses no sentido de melhorar a compreensão das definições
operacionais.
Os especialistas julgaram como inadequados apenas os indicadores diagnósticos
Conhecimento insuficiente acerca das ações de autocuidado, Crenças populares que interferem
no tratamento e Limitações físicas. No entanto, após ser acatados e reformulados quanto às
sugestões apresentadas pelos especialistas, como também visto a importância dos mesmos
mediante a literatura, ficou decidido que os indicadores deveriam permanecer e fazer parte do
instrumento.
Por fim, é importante ressaltar e reconhecer a relevância desses indicadores na clientela
submetida a hemodiálise, pois só assim consegue-se identificar de maneira mais precisa e
correta o conhecimento deficiente nesse público, como também para que o profissional
enfermeiro possa propor medidas e educação em saúde de forma direcionada e efetiva.
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1. INTRODUÇÃO3
A força muscular pode ser definida como a capacidade de exercer força sobre um
objeto externo ou uma resistência (SUCHOMEL, NIMPHIUS, STONE, 2016). O termo
treinamento de força é utilizado para descrever um exercício que exige a movimentação da
musculatura corporal ou a tentativa do mesmo, contra uma força oposta (FLECK, 2017).
O treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) é caracteristicamente composto
por estímulos de alta intensidade alternados com intervalos de curta duração realizados de
forma ativa ou passiva, sendo desta forma repetidos durante toda uma sessão de treinamento
(Gibala et al., 2014).
O treinamento de resistência cardiorrespiratória pode ser caracterizado por exercícios
prolongados, contínuos ou repetidos de contrações máximas e submáximas que quando
realizados por vários meses ou anos, provocam uma variedade de adaptações metabólicas e
morfológicas (COFFEY; HAWLEY, 2017).
Ambos os treinamentos vêm sendo utilizados na promoção da saúde física e mental de
homens e mulheres. A junção do treinamento de força com o cardiorrespiratório é apresentada
como treinamento concorrente (TC), que pode ser realizado em uma mesma sessão ou em dias
alternados (HAKKINEN et al., 2003).
Uma estratégia de treinamento concorrente bem planejada pode melhorar força de
resistência e força muscular sem comprometer o desenvolvimento de outras capacidades físicas,
mostrando-se mais eficaz do que as mesmas de formas separadas na melhora das capacidades
de aptidão física (BALABINIS et al., 2003).
Estudos mostram que o TC pode ativar simultaneamente vias intracelulares
concorrentes, resultando em interferência entre as adaptações induzidas pelo treinamento de
força e resistência (COFFEY et al., 2007).
Um dos principais questionamentos a respeito do TC gira em torno das diferentes
adaptações geradas pelos dois modelos de treinamento, podendo estas, serem associadas ou
1
Estudante do curso de bacharelado em Educação Física, do Departamento de Educação Física,
da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; lucasnogueira@alu.uern.br
2
Professora adjunta do Departamento de Educação Física da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte; Participante do Grupo de Pesquisa Cultura Corporal, Educação e
Desenvolvimento Humano; ivanateixeira@uern.br
3
Este trabalho apresenta partes do estudo iniciado pela aluna de mestrado do Programa de Pós
graduação em Saúde e Sociedade Keuvia Mirlandya Alves da Silva, orientada pela profa. Ivana
Alice Teixeira Fonseca. A aluna não concluiu o mestrado.
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concorrentes. Embora esse tipo de treinamento apresente muitos benefícios, a literatura aponta
muitas controvérsias sobre o assunto. O presente estudo teve, portanto, como objetivo analisar
os efeitos do treinamento concorrente, composição corporal e na força muscular de mulheres
saudáveis.
2. METODOLOGIA
Aspectos éticos: O projeto foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da UERN a
aprovado com parecer de número: 3.147.115. Recrutamento da amostra: realizado por meio
de comunicação oral em visita às salas de aulas da UERN (Campus Central) e por meio de
mídias sociais. Número da amostra: 36 indivíduos que foram distribuídos aleatoriamente em
três grupos de 12, sendo estes treinamento concorrente (TC), treinamento de força (TF) e
treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT). Critérios de inclusão: mulheres com idades
entre 18 e 35 anos de idade, aparentemente saudáveis, sem histórico prévio de lesões osteomio-
articulares, que não estivessem realizando nenhum programa de treinamento regular nos
últimos 6 meses; que possuíssem um total semanal de no máximo 150 minutos de atividade
física ou que fossem sedentárias, de acordo com a classificação do International Physical
Activity Questionnaire (IPAQ – versão curta) e que não fizeram uso de suplementação
nutricional e/ou substâncias ergogênicas durante todo o período de intervenção. Critérios de
exclusão: as participantes que responderem ao menos uma pergunta positiva no Questionário
de Prontidão para Atividade Física - PAR-Q, que ultrapassassem o limite de 25% de falta nos
treinamentos ou faltarem três sessões de treinos consecutivos ou ainda, se apresentarem
resultados nos exames bioquímicos fora das taxas de normalidade.
O estudo teve uma duração de 16 semanas; na primeira semana foi realizada a fase de
recrutamento da amostra, onde os indivíduos assinaram os Termos de Consentimento Livre e
Esclarecido – TCLE, e responderam a alguns questionários como o IPAQ e o PAR-Q; na
segunda semana foram realizados os pré-teste, como teste de 1RM e ultrassom; na terceira
semana foi realizado um período de familiarização composto por duas sessões de treino durante
a semana, com intervalo de 48 horas entre as mesmas; da quarta semana à décima quinta foi
realizado o período de intervenção, com os grupos de TC, TF e HIIT, totalizando doze semanas
de treinamento; na décima sexta semana foram realizados os pós testes de 1RM e ultrassom.
3. Instrumentos: a) Composição corporal: a análise de composição corporal foi realizada
por meio de um equipamento de ultrassom portátil (BodyMetriz®, Intelametrix, 2.5MHz). A
análise de espessura muscular foi feita pelo mesmo equipamento de ultrassom, onde foram
realizadas as imagens do tríceps braquial e da coxa, ambos do lado direito do corpo, a partir da
passagem da sonda no sentido vertical; c) Força máxima dinâmica: Para análise da força
máxima dinâmica, foi utilizado o teste de uma repetição máxima (1RM), realizado nos
exercícios de supino reto e leg press 45º. d) Percepção subjetiva de esforço: Para mensurar a
PSE foi utilizada a escala adaptada de Borg (2000) de 6-20, nessa escala o indivíduo indica um
número entre 6 e 20, onde o menor valor representa que a atividade realizada exigiu um esforço
com baixa intensidade e o maior valor um esforço muito intenso.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Devido ao cenário atual, em meio a uma pandemia, não foi possível dar continuidade
aos testes e coletas, como também pela desistência de três dos participantes durante o processo,
resultando assim em uma amostra final de três pessoas. As variáveis analisadas foram:
composição corporal e força máxima dinâmica de membros superiores e inferiores.
A tabela 1 mostra os resultados obtidos após doze semanas de treinamento nos
parâmetros de composição corporal.
A tabela 2 mostra a carga máxima alcançada na realização dos testes de 1RM antes e
após as 12 semanas de treinamento. Mesmo após as dezesseis semanas de realização do
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cronograma da pesquisa, devido ao pequeno número de indivíduos na amostra final, não foi
possível realizar uma análise mais detalhada dos dados.
VOL. 02 TF 23 49 150 22 22 11 10 21
PÓS TREINAMENTO
P. DE P.
IDADE PESO ALTURA IMC MLG MLG
NOME GRUPO GORDURA GORDO
(anos) (kg) (cm) (kg/m2) (kg) (%)
(%) (kg)
VOL. 01 TF 22 53 154 22 21 11 12 23
VOL. 02 TF 23 52 150 23 20 11 11 22
Vol: Voluntário; TF: Treinamento de força; HIIT: Treinamento intervalado de alta intensidade; IMC: Índice de
massa corporal; P. de gordura: Percentual de gordura; P. gordo: Peso gordo; MLG: Massa livre de gordura.
MMII MMSS
PÓS TREINAMENTO GRUPO (kg) (kg)
VOL. 01 TF 60 26
VOL. 02 TF 230 40
VOL. 03 HIIT 220 34
Vol: Voluntário; TF: Treinamento de força; HIIT: Treinamento intervalado de alta intensidade; MMII: Membros
inferiores; MMSS: Membros superiores.
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5. CONCLUSÃO
Com o n obtido não foi possível uma análise detalhada dos dados para avaliarmos entre
quais grupos de treinamento houve melhores resultados. Contudo devido ao encerramento do
projeto no caminho da sua construção não foi possível chegar a uma conclusão referente aos
objetivos do presente estudo.
6. AGRADECIMENTOS
Agradeço ao auxílio financeiro recebido no valor de bolsa pelo Programa de Iniciação
científica do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPQ).
7. REFERÊNCIAS
BALABINIS CP et al. Early phase changes by concurrent endurance and strength
training. J Strength Cond Res, 2003. 393-401.
COFFEY VG, HAWLEY JA. The molecular bases of training adaptation. Sports Med, 2007.
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training: influences of nutrition and sex. Sports Med. 2014. 127-137.
HAKKINEN K. et al. Neuromuscular adaptations during concurrent strength and
endurance training versus strength training. European Journal of Applied Physiology, 2003.
42-52.
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homens treinados. 2018. 50 – 53. Dissertação (Mestrado em Ciências do Movimento
Humano), Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano, Universidade
Metodista de Piracicaba, 2018.
SUCHOMEL TJ; Nimphius S; Stone Mh. The importance of muscular strength in athletic
performance. Sports Med. 2016. 1419-49.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Nyáskara Jasminne Santos Soares¹, Liebson Henrique Bezerra Lopes2, Ezequiel Soares
da Silva2, Thiago Alefy Almeida e Sousa3, Ivana Alice Teixeira Fonseca4, Maria Irany
Knackfuss4, Glebia Alexa Cardoso4, Manoel da Cunha Costa5, Adalberto Veronese da
Costa4.
INTRODUÇÃO
Hoje em dia, existem diversos testes e métodos para verificar e avaliar o nível de
aptidão cardiorrespiratória e condicionamento físico de cada indivíduo. O teste de aptidão
cardiorrespiratória que apresenta um resultado mais preciso para avaliação do
condicionamento físico por meio do Vo2 é através do teste cardiopulmonar
ou ergoespirometria, um método direto que tem o papel de examinar os gases expirados
durante o exercício físico por meio de uma máscara facial, realizado em uma esteira
ergométrica ou bicicleta estacionária, onde o paciente é monitorado a todo momento com
1
Estudante do Programa Institucional de Iniciação Científica da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte – PIBIC/UERN;
2
Estudante do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Sociedade da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte – PPGSS/UERN;
3
Estudante do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Computação da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte e Universidade Federal Rural do Semi-Árido – PPGCC/UERN/UFERSA;
4
Professor(a) do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Sociedade da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte-PPGSS/UERN
5
Professor do Laboratório de Avaliação da Performance Humana da Escola Superior de Educação Física
da Universidade de Pernambuco – LAPH/ESEF/UPE.
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Porém existem outras metodologias que podem ser aplicadas para esse fim e
gerarem resultados esperados, como por exemplo:
Os testes mais eficazes em sua maioria são realizados dentro de laboratórios por
permitir um maior controle do ambiente e da intensidade do exercício, porém são poucos
esses métodos que permitem avaliar diretamente a saúde do idoso respeitando os aspectos
funcionais.
Este estudo tem por objetivo verificar através de uma revisão sistemática a
essência de equipamentos específicos que avaliem a aptidão cardiorrespiratória de idosos,
por meio do exercício físico.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
METODOLOGIA
Foi realizada uma consulta eletrônica por meio das seguintes bases de dados:
Embase, Lilacs e PubMed. As palavras chaves utilizadas foram: Cardiorespiratory fitness
or physical fitness and exercise test or cardiopulmonar exercise test and elderly,
pesquisadas previamente nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS).
RESULTADOS e DISCUSSÃO
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Uma das variáveis mais utilizadas e com melhor indicador para medir a aptidão
física dos idosos nas comparações entre os teste foi o VO²pico, sendo utilizado em 6 dos
8 testes.
Identificação
Número de relatos
Número de relatos rastreados excluídos por título e
(n=195) resumo (n=148)
Elegibilidade
CONCLUSÃO
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Introdução
O crescimento no número de recém-nascidos (RN) com microcefalia no Brasil tem
sido observado desde o mês de outubro de 2015, principalmente na região nordeste,
consistindo em uma situação peculiar que exigiu a atenção dos dirigentes de saúde
(OLIVEIRA; COELHO, 2015).
As crianças com microcefalia decorrente do Zika Vírus podem apresentar diversas
alterações clínicas e funcionais que comprometem aspectos neuropsicomotores. Sá, Cardoso e
Jucá (2016) afirmam que a estimulação precoce de bebês nascidos com microcefalia é capaz
de promover a harmonia do desenvolvimento entre vários sistemas orgânicos funcionais
dependentes ou não da maturação do Sistema Nervoso Central (SNC).
Neste sentido, instituições de saúde de todo o mundo já reconhecem o valor social e
terapêutico das tecnologias do cuidado. As tecnologias em cuidado e saúde traduzem-se na
aplicação prática de conhecimentos. Incluem, dessa forma, máquinas, procedimentos
cirúrgicos, clínicos, programas, remédios e sistemas para prover cuidados à saúde.
(TRINDADE, 2013)
A tendência de incluir tecnologias entre as atividades em saúde é crescente e o uso de
aplicativos que possibilitem maior facilidade no desenvolvimento do processo terapêutico,
podem ter papel importante nas ações de cuidado no lar. Em particular, quando se aborda a
estimulação precoce para a microcefalia, entende-se que a família precisa desenvolver
habilidades que contribuam para o desenvolvimento cognitivo e neuropiscomotor das crianças
acometidas pela problemática e que o uso da tecnologia associada com as orientações podem
potencializar esse aprendizado e gerar mais ações que contribuam para o desenvolvimento
infantil.
O presente estudo teve como objetivo apreender como o uso de um aplicativo móvel
pôde contribuir para a melhoria das ações de estimulação precoce de crianças com
microcefalia em seu domicílio. Através dele buscou-se identificar os conhecimentos e as
práticas dos familiares acerca da estimulação precoce no lar, avaliar a adesão das mães ao uso
do aplicativo móvel como instrumento potencializador da estimulação precoce e identificar a
contribuição do uso do aplicativo móvel para o desenvolvimento neuropsicomotor de crianças
com microcefalia.
Metodologia
A população da investigação foi de quatorze mães de crianças diagnosticadas na
cidade de Mossoró com microcefalia e a amostragem foi não-probabilista por conveniência.
Para tanto, na definição da amostra, foram utilizados os seguintes critérios de inclusão: mães
de crianças com microcefalia com até três anos de vida, que apresentaram doenças
exantemáticas ou tiveram diagnóstico da infecção pelo Zika Vírus na gestação, residentes no
município de Mossoró; e de exclusão: genitoras com transtornos mentais ou em uso de drogas
¹Aluna do curso de Licenciatura/Bacharelado em Enfermagem do Departamento de
Enfermagem – DEN da Faculdade de Enfermagem - FAEN da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte – UERN. E-mail: giovannagssn@gmail.com
²Professora do Departamento de Enfermagem – DEN da Faculdade de Enfermagem – FAEN
da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN. Coordenadora do Núcleo de
Atenção Materno Infantil – NAMI. E-mail: fraquelrm@gmail.com
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Resultados e Discussão
Entendendo que a Estimulação Precoce deve ser orientada e realizada no lar,
questionou-se as mães se faziam e quais eram as práticas relativas a EP no lar:
[...] faço massagem, mexo os braços, mostro os brinquedos a ele, para ver se
ele segue com os olhos. (Mãe 2)
Minha filha tem um miniconsultório em casa. Tem espelho, tatame, bola.
Faço estimulação sensorial, motora, de linguagem, tudo. Eu sempre foquei
muito o sensorial, a piscina de bolinhas, várias texturas de massas de
modelar, amoeba, várias texturas de esponjas, ela tem, também, as talas
extensoras para os braços, e o material para pintura [...] (Mãe 3)
Observa-se nos relatos, ações que contribuem para o desenvolvimento das crianças
com microcefalia decorrente do ZIKV. No geral, as participantes buscam reproduzir os
movimentos, especialmente os motores, observados ou ensinados pelos profissionais nos
atendimentos, possivelmente por considerarem essas ações mais simples para serem
realizadas no domicílio. No caso, observa-se em uma mãe, a utilização de diferentes objetos e
estratégias nas atividades de EP, não se restringindo apenas ao aspecto motor, área mais
estimulada pelas demais.
Para além das mães que tentam realizar ações de estimulação nas crianças no espaço
do lar, algumas acabam por relatar dificuldades nesse manejo:
[...] eu faço estimulação em casa as vezes, mas é difícil. Nem sempre eu
acho tempo. (Mãe 10)
[...] o tempo é curto. A gente é dona de casa, está sempre ocupada, mas eu
procuro mostrar a ela os brinquedos, falar os nomes, sempre que eu posso,
eu faço isso. (Mãe 09)
Nesses discursos fica evidente a questão tempo, especialmente pelo acúmulo de atividades,
como condição que interfere na possibilidade de realizar EP no lar.
O uso das tecnologias, em particular na área da saúde, acaba atuando como
instrumento que contribui para a formação do conhecimento, e das práticas, de pessoas com
necessidades específicas (NOBRE; SOUSA; NOBRE, 2015). Em particular, o uso de
tecnologias para as práticas de EP no lar, foi bem percebido pelas mães:
Eu achei ótimo. Bem prático e fácil de fazer [...] eu sempre gosto bastante de
todas as atividades apresentadas até hoje. Muito bem planejado. Ajuda muito
as atividades orais na mastigação dele que tem dificuldade de deglutição.
(MÃE 10)
Eu achei muito interessante e importante, porque são atividades simples que
qualquer membro da família pode fazer e não são demorados, não estressam
a criança [...] além de trazerem benefícios [...] (MÃE 9)
Os relatos acima demonstraram que o uso da tecnologia na estimulação das crianças
com microcefalia no ambiente domiciliar foi bem recebido pelas mães. Pôde-se observar que
mesmo as que apresentaram, em um primeiro momento, dificuldades com sua utilização,
mudaram sua relação com a tecnologia.
Outro recurso relacionado a tecnologia foi o grupo do WhatsApp que desempenhou
papel importante na pesquisa. Além de sua utilização para a postagem dos vídeos,
orientações, avisos e lembretes, ele permitiu uma maior aproximação entre as mães e entre a
pesquisadora e as mães. Algumas participantes que, no início da pesquisa, não entendiam
como o grupo iria ajudá-las, ao final estavam motivando outras mães fora do grupo.
É uma oportunidade para que a gente no futuro possa participar de outros
grupos e ensinar outras mães que, ainda não sabem lidar com essa condição
da criança [...] (MÃE 6)
Tal discurso reforça a ideia de que as orientações e os vídeos com as atividades de
estimulação favoreceram a apropriação de conhecimento, já que era possível visualizar as
atividades a serem reproduzidas com as orientações necessárias.
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O mais importante para mim foi o vídeo, porque com ele eu não faço mais
“na doida”, pois eu tenho o vídeo para me orientar. Então eu acho muito
importante [...] (MÃE 1)
Eu assisti todos os vídeos, e eu senti que eles ajudaram muito ela. Todos os
vídeos foram muito importantes, e eu continuo fazendo as atividades até hoje
[...] (MÃE 3)
Foi possível perceber uma maior segurança na realização das atividades a partir da
existência de vídeos explicativos. Para muitas mães a realização da estimulação precoce no lar
pode se caracterizar como algo assustador, tendo em vista a ausência de um profissional para
a realização da ação.
Conclusão
Com base nos discursos apresentados, para as mães essa pesquisa foi um momento de
apropriação, no qual sentiram-se acolhidas, empoderadas, partes de um processo e
corresponsáveis pelo desenvolvimento dos seus filhos. Os profissionais, por sua vez, podem e
devem se apropriar do uso dessas tecnologias como ferramenta de enfretamento na melhoria
da assistência em saúde, ampliando o olhar da família e a relação com os serviços.
A união de pais, profissionais e tecnologias pode significar melhoras satisfatórias no
desenvolvimento da criança, desde que haja compromisso por parte dos profissionais e
disposição, por parte dos familiares, para construir e desenvolver um acompanhamento virtual
de qualidade
Agradecimentos
Agradeço ao Programa CNPq/PIBIC pelo financiamento do projeto de pesquisa, à
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN pela concessão da bolsa de
iniciação científica e a todos que compõe o Núcleo de Atenção Materno-Infantil – NAMI pela
experiência, aprendizados, apoio e oportunidade de executar o trabalho.
Referências
NOBRE, R.H.; SOUSA, J.A.; NOBRE, C.S.P. Uso dos Laboratórios de Informática em
Escolas do Ensino Médio e Fundamental no Interior Nordestino. Revista Brasileira de
Informática na Educação, v. 23, n. 3, 2015.
OLIVEIRA, Wanderson Kleber; COELHO, Giovanini Evelim. Boletim Epidemiológico:
situação epidemiológica de ocorrência de microcefalias no Brasil, Bol. Epidemiológico da
SVS/MS, v. 46, n. 34, p. 1-3, Brasília, 2015.
SÁ, Fabiane Elpídio de; CARDOSO, Kátia Virgínia Viana; JUCÁ, Renata Viana Brígido de
Moura. Microcefalia e Vírus Zika: do padrão epidemiológico à intervenção precoce. Rev
Fisioter s Fun, Fortaleza, v. 1, n. 5, p. 2-5, 12 jul. 2016.
TRINDADE, Evelinda. Desenvolvimento da Avaliação de Tecnologias de Saúde no mundo.
BIS Bol. Inst. Saúde, São Paulo, v. 14, n. 2, 2013.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Screening, assessment and management of
neonates and infants with complications associated with Zika virus exposure in útero.
2016. Disponível em: https://www.who.int/csr/resources/publications/zika/assessment-
infants/en/ Acesso em: 24 de setembro de 2019.
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1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada em cinco tempos (1, 2, 3, 4), referentes à fase aguda da
infecção em outubro de 2015 (tempo 1) e a fase crônica após um ano e meio (tempo 2),
dois anos e meio (tempo 3), e três anos e meio (tempo 4). Esses casos são correspondentes
ao surto de doença de Chagas diagnosticado após ingestão de caldo de cana de açúcar no
município de Marcelino Vieira em outubro de 2015 (BRASIL, 2016).
O grupo de estudo foi constituído por sete pacientes. Para a fase aguda (tempo 1),
a inclusão desses indivíduos foi baseada na presença de anticorpos anti-T. cruzi da classe
1
Estudante do Curso de Medicina do Departamento de Ciências Biomédicas da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte (UERN); email: ferreirab95@gmail.com .
2
Médica clínica geral pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Email: eliane.freitasoliveira@gmail.com
3
Professor orientador do Departamento de Ciências Biomédicas da UERN. E-mail: wogel.uern@gmail.com.
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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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4. CONCLUSÃO
5. REFERÊNCIAS
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Laise Lara Firmo Bandeira1; Izael Gomes da Silva 2; Maria Dianna Sousa2; Sara Taciana
Firmino Bezerra3
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
1 Estudante do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Campus Avançado de
Pau dos Ferros -CAPF/UERN; email: laisebandeira@alu.uern.br;
2
estudantes do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Campus Avançado de
Pau dos Ferros -CAPF/UERN; email: izaelsilva@alu.uern.br; diannasouza97@gmail.com
3 Professora Doutora do Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte,
Campus Avançado de Pau dos Ferros -CAPF/UERN. Membro do Grupo de Pesquisa Conhecimento, Enfermagem
e Saúde das Populações - GRUPESCES; e-mail: sarataciana@uern.br
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que trata da pesquisa envolvendo seres humanos. Todos os participantes assinaram e receberam
uma cópia do Termo de Consentimento livre e esclarecido.
Participaram da pesquisa 33 trabalhadores, sendo 27 docentes e 6 técnicos
administrativos. Os mesmos atenderam aos critérios de inclusão, vínculo empregatício com a
UERN e exercício de suas funções trabalhistas no (CAPF). Foram excluídos os trabalhadores
que estavam sob: licença maternidade, férias e atestado médico durante o período de coleta de
dados.
A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação de formulário contendo dados
de identificação, psicossociais, demográficos, e de fatores de risco para o adoecimento
cardiovascular. Foi incluído no formulário exame físico composto por aferição das medidas
antropométricas, pressão arterial e glicemia. Todos seguindo os parâmetros da VII Diretriz
Brasileira de Hipertensão Arterial.
Uma vez realizada a coleta dos dados, os resultados obtidos foram organizados em
banco de dados informatizado com o auxílio do programa Excel e submetidos a análise. Após
a estruturação final os resultados foram descritos conforme o perfil da mostra.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1. Características socioeconômicas dos trabalhadores do CAPF. Pau dos Ferros, 2020.
Variáveis n %
Sexo
Masculino 19 57,6
Feminino 14 42,4
Idade (anos)
25 a 40 17 51,5
41 a 50 12 36,4
51 a 60 4 12,1
Raça
Branca 21 63,6
Parda 9 27,4
Negra 1 3,0
Amarela 1 3,0
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Tabela 2: Fatores de Risco para o Adoecimento Cardiovascular dos trabalhadores do CAPF. Pau dos Ferros, 2020.
Variáveis n %
Sedentarismo 10 30,3
Etilismo 0 0
Tabagismo 1 3,0
IMC
Baixo peso (<18,5Kg/m²) 0 0
Normal (≥18,5kg/m² e ≤ 24,9kg/m²) 12 36,3
Sobrepeso (≥25Kg/m² e ≤ 29,9kg/m²) 14 42,4
Obesidade classe I (≥30Kg/m² e ≤ 34,9kg/m²) 6 18,2
Obesidade classe II (≥35Kg/m² e ≤ 39,9kg/m²) 1 3,0
Obesidade classe III (> 40 Kg/m²) 0 0
Circunferência Abdominal
Normal (<80 para mulheres) 5 15,1
Normal (< 94para homens) 9 27,3
Elevado (>80 para mulheres) 9 27,3
Elevado (>94 para homens) 10 30,3
Pressão arterial sistêmica (mmHg)
Normal ≤ 120 mmHg 24 72,8
Pré-hipertensão 120-139 mmHg 7 21,2
Hipertensão estágio I 140-159 mmHg 2 6,0
Hipertensão estágio II 160- 179 mmHg 0 0
Hipertensão estágio III ≥ 180 mmHg 0 0
Com relação ao sedentarismo, os resultados revelam que 30,3% dos participantes não
praticam atividade física, o que pode contribuir para maiores chances de elevação dos níveis
pressóricos segundo estudo que analisou a associação entre atividade física e fatores risco
cardiovasculares (BERNARDO et al, 2013).
Em relação ao IMC e medidas antropométricas, constatou-se que a maioria dos
trabalhadores do CAPF encontram-se agrupados em duas categorias do IMC, sobrepeso e
obesidade classe I (60,6 %). Enquanto que nos dados referentes à medida da circunferência da
cintura foi encontrada medida elevada em 57,5% dos entrevistados, apresentando resultados
semelhantes aos encontrados na pesquisa de Audi (2016) sobre os fatores de risco para DCVs
em servidores de instituição prisional.
Quanto à pressão arterial sistólica os resultados foram semelhantes aos encontrados
por Oliveira (2017) em estudo realizado com docentes de uma Instituição de Ensino Superior,
onde verificou-se que a maioria dos participantes apresentam valores pressóricos normais
(72,7%), embora apresentem outros fatores de risco cardiovasculares.
CONCLUSÃO
Diante dos resultados obtidos, percebe-se a prevalência de fatores de risco para o
desenvolvimento de patologias cardiovasculares nos trabalhadores do CAPF embora os
mesmos apresentem elevado nível de escolaridade, baixa faixa etária e não sejam etilistas nem
tabagistas, o que pode estar relacionado a outros fatores aqui não analisados como
hereditariedade, alimentação, hiperlipidemia e estresse.
AGRADECIMENTOS
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REFERÊNCIAS
AUDI, Celene Aparecida Ferrari et al. Fatores de risco para doenças cardiovasculares em
servidores de instituição prisional: estudo transversal. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v.
25, p. 301-310, 2016.
BERNARDO, Aline Fernanda Barbosa et al. Associação entre atividade física e fatores de
risco cardiovasculares em indivíduos de um programa de reabilitação cardíaca. Revista
Brasileira de Medicina do Esporte, v. 19, n. 4, p. 231-235, 2013.
BRASIL. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial
sistêmica. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. Disponível
em<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_pessoa_doenca_cronica.p
df> Acesso em 10 de Setembro de 2019.
JODAS, D. A. et al. Risco para doenças cardiovasculares de trabalhadores de higiene de um
hospital universitário público. Revista Mineira de Enfermagem, v. 13, n. 3, p. 399-406,
2009. Disponível em < http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/205 > Acesso em 10 de
Setembro de 2019.
OLIVEIRA, Webert Junior de et al. Avaliação da Pressão Arterial de Docentes de uma
Instituição de Ensino Superior. NBC-Periódico Científico do Núcleo de Biociências, v. 7, n.
14, 2017.
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Letícia de Lima Mendonça1; Thiago Luís de Holanda Rego1; Natanias Macson da Silva1;
Allyssandra Maria Lima Rodrigues Maia2
1
Estudantes do Curso de Medicina do Departamento de Ciências Biomédicas, da Faculdade de
Ciências da Saúde, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Mossoró/RN. E-mails:
leticiadlm10@gmail.com; thiagolholanda100@gmail.com; nataniasmacson95@gmail.com.
2
Professor do Curso de Medicina do Departamento de Ciências Biomédicas, da Faculdade de
Ciências da Saúde, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Mossoró/RN. E-mail:
allyssandramr@hotmail.com.
Introdução
As mudanças socioeconômicas e culturais intensificadas nas últimas décadas trazem
consigo uma maior prevalência de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) e seus
fatores de risco, como a obesidade e o sedentarismo (DUARTE; BARRETO, 2012). Fato o qual
reitera essa realidade é o de que 73,9% dos óbitos ocorridos no Brasil em 2010 tem associação
com DCNT (RATTNER et al, 2012), dentre as quais estão a Diabetes, a qual, em 2019, colocou
o Brasil na quinta posição entre os países com maior número de pessoas acometidas por essa
doença (INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION, 2019), e a Hipertensão Arterial
Sistêmica (HAS), com prevalência de cerca de 25% na população adulta brasileira, havendo
estimativas de que esse número atinja 40% em 2025 (SILVA et al., 2016).
A melhoria nas condições de vida de uma população perpassa constantemente os
fundamentos da saúde e da educação (CARVALHO, 2015). É o que prevê a Organização
Mundial de Saúde (OMS) ao propor o conceito de Educação em Saúde, definida como a
combinação de experiências de aprendizado articuladas com o fim de expandir o conhecimento
e influenciar o comportamento de indivíduos e comunidades, fornecendo subsídios para
melhorar sua saúde (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2018). A interação entre tais eixos
surge, portanto, como uma ferramenta de construção da participação popular nos serviços de
saúde e, simultaneamente, de aperfeiçoamento da intervenção científica no cotidiano das
famílias e sociedades (VASCONCELOS, 1998).
Nesse contexto, entendendo a adolescência como um período em que comportamentos
a serem transferidos à vida adulta serão estabelecidos (VIERO et al., 2015), percebe-se a
importância de orientar o adolescente a se tornar sujeito ativo do seu cuidado, da promoção da
saúde e da prevenção de agravos. O presente estudo, portanto, tem por objetivo avaliar a eficácia
de metodologias ativas não só em constatar o atual cenário do ensino básico da Mesorregião
Oeste Potiguar frente à HAS e à Diabetes, mas também em disseminar o conhecimento
anatomofisiológico necessário para compreensão dos seus fatores de risco e complicações,
auxiliando o discernimento entre o saber científico e senso comum.
Metodologia
O presente estudo trata-se de um corte transversal de natureza quantitativa realizado
com 273 alunos regularmente matriculados no segundo ano do ensino médio de escolas públicas
estaduais pertencentes a 12a Diretoria Regional de Educação, na mesorregião do Oeste Potiguar.
A população foi estratificada de maneira proporcional, garantindo uma amostra representativa
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da região e de cada escola, sendo excluídas aquelas cujo número de participantes previsto fosse
inferior a 13, por inviabilidade metodológica. As estratégias utilizadas como metodologias
ativas são descritas na Figura 1.
A obtenção dos dados se deu por aplicação de um mesmo questionário padronizado
antes e após a ação educativa, a fim de constatar o impacto da intervenção no entendimento
sobre Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes. A abordagem de cada um desses temas no
questionário possuía quatro questões de múltipla escolha, as quais tratavam prioritariamente de
um dos seguintes aspetos: anatomia, fisiologia, fatores de risco ou senso comum versus
conhecimento científico. Os dados coletados foram armazenados em arquivo do programa
Excel (versão 2013), sendo posteriormente submetidos à análise estatística descritiva, com base
em frequências absolutas e relativas.
É importante enfatizar que este estudo foi aprovado pelo comitê de Ética e Pesquisa
(CEP-UERN), sob o número 3.145.023. Assim, para que o aluno participasse da pesquisa, era
obrigatória a apresentação de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) ou de
um Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE).
Resultados e Discussão
Analisando o contexto anterior à intervenção, o desempenho dos alunos deixou muito
a desejar, como mostra a Figura 2. Esse cenário é ainda mais preocupante frente ao tema de
Diabetes, o qual obteve porcentagens de acerto inferiores às de HAS em ambos os questionários
aplicados (21,80% versus 26,56% no pré-ação e 49,24% versus 56,59% no pós-ação). Nessa
perspectiva, o principal eixo de dificuldade apresentado pelos alunos foi referente à anatomia,
o qual teve a menor média de acertos tanto antes da ação (13,74%), empatado com Fisiologia,
quanto no após ela (20,42%). Concomitantemente, as questões que avaliavam essa competência
previamente à intervenção foram as que os alunos mais disseram não saber responder em ambos
os temas avaliados, tendo apenas 39,93% de acertos na referente à HAS e 45,05% na que
abordava Diabetes. Esta última foi, ainda, a pergunta mais errada de todo o questionário, na
qual apenas 8,42% dos alunos marcaram a assertiva correta.
O primeiro impacto importante da ação educativa realizada foi, portanto, o acréscimo
em mais de 100% na quantidade de acertos dos alunos entre os questionários pré e pós
intervenção (de 24,17% para 52,91%), o que constata uma melhora no repertório intelectual
destes e na sua capacidade de atuar frente à manutenção da saúde e à preservação da vida da
sua família e comunidade. Assim, em consonância com a habilidade preconizada pela Base
Nacional Comum Curricular para os estudantes do Ensino Médio (MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO, 2017), ações educativas como a aqui proposta podem ser um elemento chave
para a detecção e avaliação de vulnerabilidades relacionadas aos desafios contemporâneos que
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Figura 2: Acertos por eixos nos questionários pré e pós ação educativa.
O eixo sobre os principais fatores de risco para as patologias abordadas foi o que os
alunos obtiveram melhor média de acertos antes da ação (41,58%). Tal constatação pode ter
relação com o fato de a temática ser bastante explorada pela mídia e pelas fontes de
comunicação, o que reafirma a importância de práticas pedagógicas relacionadas à saúde e à
educação como forma de estimular a prevenção a tais agravos e, consequentemente, de evitar
que as demandas em saúde sejam dependentes de bens e serviços médico-assistenciais ou, até
mesmo, vistas de uma perspectiva normativa e higienista (CARVALHO, 2015).
Concomitantemente, ganhou destaque durante análise dos dados a importante melhora
dos estudantes no eixo relacionado ao senso comum versus conhecimento científico, no qual se
observou quase 2,4 vezes mais acertos no questionário pós intervenção em relação ao pré
intervenção, indo de 27,66% para 65,65%. A relevância de tal avanço é percebida, por exemplo,
quando quase 18% da amostra considerou correta, em momento inicial, a assertiva que
orientava a interrupção do tratamento com insulina em pacientes diabéticos pelo seu potencial
em causar dependência química, quando na verdade esse ato pode trazer graves consequências
para a saúde do indivíduo e apenas deve ser feita sob orientação médica. Outras assertivas
anteriormente mal esclarecidas no repertório dos estudantes diziam respeito a hábitos
alimentares e de exercícios físicos, os quais são cruciais para o tratamento de ambas as
patologias e devem ser bem orientados.
Por fim, um aspecto curioso encontrado nas análises dos dados refere-se ao fato de que
as escolas localizadas em Zona Rural, apesar de terem tido uma média menor de acertos entre
ambos os questionários (34,91%) quando comparadas às de Zona Urbana (39,20%), obtiveram
melhor desempenho nas perguntas que contrapunham o senso comum e o conhecimento
científico (48,78% contra 46,27% de acertos). Contudo, não se deve excluir a possibilidade do
achado ter acontecido ao acaso, tendo em vista a menor amostra de estudantes da zona rural
(41) quando comparada à zona urbana (232)
De todo modo, o presente estudo reafirma um potencial importante demonstrado pelas
metodologias ativas de fornecer um aprendizado significativo de Anatomia e Fisiologia
Humana, o que é corroborado pela sua capacidade de manter a motivação dos estudantes na
busca pelo aprendizado (MARCONDES, 2015) e de despertar a sua curiosidade, à medida que
se inserem na teorização e trazem novos elementos (BERBEL, 2011). Assim, tais metodologias
mostram ser alternativas para integrar e dinamizar o ensino-aprendizado, podendo ser cruciais
para a educação em saúde e para o autocuidado ao longo da vida.
Conclusão
O conhecimento prévio dos estudantes acerca de HAS e Diabetes, dois dos agravos mais
prevalentes na atualidade, deixou a desejar e merece atenção futura, sendo tal déficit
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Agradecimentos
Os agradecimentos do presente estudo são destinados ao CNPq pela concessão da
bolsa, à UERN e à 12ª DIRED pela parceria, aos estudantes participantes da pesquisa e toda a
equipe de apoio das instituições de ensino visitadas, como professores e equipe pedagógica.
Referências
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estudantes. Semina: Ciências Sociais e Humanas, v. 32, n. 1, p. 25-40, 2011.
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práticas pedagógicas. Physis, Rio de Janeiro, v. 25, n. 4, p. 1207-1227, Dec. 2015.
DUARTE, Elisabeth Carmen; BARRETO, Sandhi Maria. Transição demográfica e
epidemiológica: a Epidemiologia e Serviços de Saúde revisita e atualiza o tema.
Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 21, n. 4, p. 529-532, 2012.
INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION. IDF Diabetes Atlas, 9th edn. Brussels,
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http://propeg.uern.br/sic/anais/ 235
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Arthur Ayron Leonardo da Silva 1; Paulo Vitor Pereira da Silva 2; Marcelo Henrique Alves
Ferreira Silva3.
Palavras-chave: Futebol. Antropometria. Maturação. Treinamento. Desempenho.
Introdução
Alguns estudos têm coletado informações sobre a morfologia, maturação
biológica e desempenho funcional de jovens futebolistas, afim de caracterizar,
compreender e sistematizar o processo de formação esportiva dessa população
(FIGUEIREDO et al., 2009; MALINA; FIGUEIREDO; COELHO-E-SILVA, 2017;
VALENTE-DOS-SANTOS et al., 2012). Além disso, estudos prévios buscaram
compreender o processo de seleção de talentos no futebol (BUCHHEIT et al., 2012;
CARLING; LE GALL; MALINA, 2012; FIGUEIREDO; COELHO E SILVA; MALINA,
2011). Apesar do aumento de estudos nessa temática, geralmente as análises se concentram
em países europeus e na faixa etária de 11 a 14 anos (FIGUEIREDO et al., 2011).
Entretanto, são escassos os estudos sobre os jovens futebolistas brasileiros nas
últimas categorias de formação, bem como as características de seu treinamento, destinado
ao alto rendimento. Essas informações podem contribuir para a criação de uma base de
dados que permita esclarecer e acompanhar os jogadores que chegam na última fase da
formação esportiva, com informações adequadas para seguir no processo de treinamento
em longo prazo.
Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi descrever e comparar indicadores
biológicos, funcionais e de treinamento de jovens futebolistas em diferentes categorias de
formação.
Metodologia
Participaram do presente estudo 26 jogadores da categoria sub-16 (15.53 ± 0.43
anos; 173.9 ± 6.4 cm; 65.1 ± 6.7 kg; 1.01 ± 1.10 anos de experiência esportiva), e 33 da
categoria sub-18 (17.27 ± 0.61 anos; 175.0 ± 6.2 cm; 65.8 ± 7.9 kg; 1.66 ± 1.04 anos de
experiência esportiva), do sexo masculino, pertencentes a um clube da região Nordeste do
Brasil. Os indicadores biológicos dos jogadores foram definidos através da caracterização
das variáveis antropométricas (massa corporal, estatura e adiposidade), da idade
cronológica e da maturação. As medidas antropométricas dos jogadores foram avaliadas
de acordo com o protocolo estabelecido por Lohman, Roche e Martorell (1988). Para este
fim, foram obtidos os valores de estatura, massa corporal e adiposidade (somatório das
dobras de gordura subcutânea tricipital, subescapular, suprailíaca, coxa, perna e
abdominal). A maturação biológica foi determinada pela idade esquelética, a partir do
exame radiológico da mão e punho esquerdos, através dos procedimentos previstos no
1
Estudante do curso de Educação Física do Departamento de Educação Física da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: arthurayron@hotmail.com
2
Estudante do curso de Educação Física do Departamento de Educação Física da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: paulo_vitor.silva@hotmail.com
3
Professor do Departamento de Educação Física da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte; Líder (Coordenador) do Grupo de Pesquisa Diagnóstico, Quantificação e
Controle da Carga de Treinamento no Esporte (UERN); e-mail: marcelosilva@uern.br
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método FELS (ROCHE; THISSEN; CHUMLEA, 1988). A categorização dos atletas por
grupo maturacional foi determinada de acordo com Malina et al. (2010).
Os indicadores de desempenho foram definidos pela capacidade intermitente e
cardiorrespiratória. Para as variáveis de desempenho foi aplicado o teste de desempenho
intermitente Brazilian Soccer Test (SILVA; LIPAROTTI; FIGUEIREDO, 2015), sendo
verificada a distância alcançada. Além disso, foi realizada uma avaliação direta
cardiorrespiratória, através de um teste de esforço máximo em esteira rolante, segundo o
protocolo descrito no estudo de Castagna et al. (2006), para o diagnóstico do consumo
máximo de oxigênio (VO2 max). No que se refere ao indicador de treinamento, foi
determinada a experiência esportiva, isto é, o tempo, em anos, de prática da modalidade.
Para o tratamento estatístico dos dados foram realizadas análises descritivas
relativamente às variáveis biológicas, variáveis de desempenho e para os indicadores de
treinamento das categorias sub-16 e sub-18. O teste Kolmogorov-Smirnov foi utilizado para
verificar a normalidade de distribuição dos dados. Posteriormente, realizou-se o teste de
Levene, para verificar a homogeneidade das variâncias. Observando que a distribuição dos
dados foi homogênea, recorreu-se ao teste t de Student para amostras independentes, com
o intuito de constatar diferenças entre os jogadores da categoria sub-16 e da sub-18,
referente às variáveis biológicas, de desempenho e de treinamento. Todos os
procedimentos estatísticos utilizaram o nível de significância de p < 0,05 e foram realizados
no software Statistical Package for Social Science (SPSS ®, Chicago, USA) para
Windows®, versão 20.0.
Resultados e Discussão
Os resultados descritivos e comparativos das variáveis biológicas, funcionais e de
treinamento entre futebolistas sub-16 e sub-18 estão descritos na Tabela 1. Os resultados
mostraram que não houve diferença significativa entre as categorias sub-16 e sub-18, em
relação à estatura e a massa corporal. Nossos achados não confirmam os resultados de
estudos anteriores. No estudo de Matta et al. (2014), os futebolistas brasileiros da categoria
sub-17 mostraram-se mais altos e mais pesados que os futebolistas do sub-15. Já na
investigação de Coutinho et al. (2015), os futebolistas portugueses do sub-17 e sub-19
apresentaram-se, aparentemente, mais altos do que os da categoria sub-15. E ainda, os
portugueses do sub-19 mostraram-se mais pesados do que os jovens do sub-17 e sub-15.
Malina, Coelho-e-Silva e Figueiredo (2013) identificaram que a estatura e a massa corporal
se sobrepuseram consideravelmente aos quatro estágios maturacionais, na investigação de
jovens futebolistas espanhóis e portugueses, entre 15 e 17 anos.
De acordo com os resultados da nossa amostra, verificamos que não houve
diferença significativa entre os jogadores das categorias sub-16 e sub-18, em relação às
variáveis funcionais, apesar de haver tendência dos sub-18 apresentarem melhor
desempenho intermitente e resistência cardiorrespiratória. Valente-dos-Santos et al. (2012)
acompanharam jovens futebolistas portugueses de 10 a 18 anos, durante 5 anos, e
identificaram que o desenvolvimento do desempenho aeróbio esteve significativamente
relacionado com a idade cronológica, idade esquelética e com o volume de treinamento
anual. O desempenho aeróbio avançou, quase linearmente, entre os 10 e 18 anos e não se
sabe se este desempenho continua a crescer após a idade esquelética de 18 anos. Roescher
et al. (2010) observaram um aumento na capacidade de desempenho intermitente com a
idade (sub-14 ao sub-18).
Referente ao indicador de treinamento analisado, os futebolistas do sub-18
apresentaram maior experiência esportiva do que os jovens do sub-16. Nossos resultados
confirmam os achados apresentados em estudos anteriores (COUTINHO et al., 2015;
FIGUEIREDO et al., 2011). Apesar de haver diferença entre os jogadores do sub-16 e do
sub-18, em relação aos anos de prática esportiva, parece que esta variável não contribuiu
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Thiago Luis de Holanda Rego1; Natanias Macson da Silva1; Letícia de Lima Mendonça1;
Allyssandra Maria Lima Rodrigues Maia2
1
Estudantes do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências da Saúde, da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte, Mossoró/RN. E-mails: thiagolholanda100@gmail.com;
nataniasmacson95@gmail.com; leticiadlm10@gmail.com.
2
Professora Doutora do Departamento de Ciências Biomédicas da Faculdade de Ciências da
Saúde, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Mossoró/RN. E-mail:
allyssandramr@hotmail.com.
Palavras-chave: Saúde Pública. Adolescência. Doença Aguda. Metodologias Ativas.
Introdução
Ao considerarmos os múltiplos aspectos que envolvem a saúde, percebe-se que sua
concepção deve ir além do modelo biomédico e avaliar o ambiente no qual o indivíduo ou um
determinado grupo social está inserido. Nessa perspectiva, a educação em saúde visa a
transcender o modelo de atendimento que objetiva apenas reduzir a dor humana e, para isso,
busca modificar a realidade de forma a reduzir as vulnerabilidades sociais e desenvolver uma
população mais saudável (SILVA; PELAZZA; SOUZA, 2016).
Nesse contexto, uma população frequentemente vulnerável é a dos jovens durante a
transição criança/adolescente/adulto, quando se destaca o papel fundamental não apenas da
família, mas também da escola na construção do conhecimento do indivíduo (JARDIM, 2013).
Outrossim, comorbidades crônicas e prática de atividades nocivas ao sistema vascular são
frequentemente desencadeadas por hábitos desenvolvidos durante a fase da adolescência. Tais
condições são causas importantes de morbimortalidade no Brasil e no mundo, visto que estão
entre os principais fatores de risco para agravos como a Doença Isquêmica do Coração e o
Acidente Vascular Encefálico (AVE), os quais lideraram o ranking das principais causas de
morte no mundo há 15 anos, sendo, em 2016, responsáveis por 15,2 das 56,9 milhões (WORLD
HEALTH ORGANIZATION, 2018).
Dessa forma, torna-se cada vez mais relevante o incentivo para que o adolescente se
torne sujeito ativo do seu cuidado, utilizando para isso estratégias de educação em saúde que
busquem a prevenção de agravos, a promoção da saúde e o autocuidado (SOUSA et al., 2013).
Com esse intento, constata-se que a construção de práticas pedagógicas relacionadas à saúde e
à educação são de fundamental importância para evitar que as demandas em saúde sejam
“medicalizadas”, ou seja, dependentes da oferta de bens e serviços de ordem médico-
assistencial (BARROS, 2002) ou, até mesmo, vistas de uma perspectiva normativa e higienista
(CARVALHO, 2015).
Por fim, tendo em vista não somente que compreender a anatomia e a fisiologia básicas
acerca dos principais agravos à saúde pública é imprescindível para se evitar comportamentos
de risco que possam desencadeá-los, mas também entendendo a adolescência como etapa em
que os jovens adquirem autonomia em identificar e utilizar as formas e os meios para preservar
e melhorar a sua vida, estimar a capacidade de compreensão de jovens acerca de aspectos
anatomo fisiopatológicos de agravos torna-se uma importante ferramenta na redução da alta
incidência e/ou prevalência desses na população. O presente artigo, portanto, busca avaliar os
conhecimentos anatômicos e fisiopatológicos de adolescentes do segundo ano do ensino médio
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acerca de agravos agudos, sendo eles Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e AVE, bem como
descrever o impacto do uso das metodologias ativas no aprendizado sobre essas doenças.
Metodologia
O presente artigo se refere a um estudo epidemiológico de corte transversal realizado
com 273 alunos regularmente matriculados no segundo ano do ensino médio de escolas públicas
e estaduais da mesorregião do Oeste Potiguar, pertencentes a 12a Diretoria Regional de
Educação (DIRED). Para obtenção de uma amostra representativa de cada escola e da região,
a população foi alocada e estratificada de maneira proporcional, sendo incluídas apenas aquelas
instituições cujo número de participantes previsto fosse de pelo menos 13 estudantes para
garantia de viabilidade metodológica. A Figura 1 descreve a metodologia ativa utilizada, sendo
esta parte de uma ação educativa que incluía outros agravos em saúde.
A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação de um mesmo questionário antes
e após a intervenção, tendo como objetivo identificar o impacto da ação educativa frente ao
entendimento do Infarto Agudo do Miocárdio e do Acidente Vascular Encefálico. O
questionário era estruturado e padronizado, sendo a abordagem de cada um desses temas feito
com quatro questões de múltipla escolha, as quais discorriam especificamente sobre um dos
seguintes aspetos: anatomia, fisiologia, fatores de risco ou senso comum versus conhecimento
científico. Os dados coletados foram armazenados, tabulados e organizados em arquivo do
programa Excel (versão 2013). Em seguida, foram submetidos à análise estatística descritiva,
com base em frequências absolutas e relativas.
Destaca-se a aprovação da presente pesquisa pelo comitê de Ética e Pesquisa (CEP-
UERN), sob o número 3.145.023, sendo necessária a apresentação de um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) ou de um Termo de Assentimento Livre e
Esclarecido (TALE) para que o estudante participasse do estudo.
Resultados e Discussão
A avaliação das respostas registradas no questionário pré ação educativa revelou que
a média de acertos foi de 44,78% no tema IAM e de 30,3% nas perguntas sobre AVE, achados
que resultaram em uma média de acerto geral de 37,55%. Nesse cenário, os principais eixos de
dificuldade relatados foram anatomia e fisiologia, os quais contabilizaram uma média de
28,94% de acertos. Nas perguntas sobre anatomia, os conhecimentos requeridos eram relativos
à existência de artérias que irrigam o coração (Artérias Coronárias) e à estrutura celular do
encéfalo. Já na compreensão fisiológica, foi avaliado a entendimento sobre a apresentação típica
do infarto (localização da dor e irradiação), bem como qual estrutura do encéfalo é
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comprometida no AVE (vasos sanguíneos). Tal perspectiva pode representar uma fragilidade
no ensino das ciências biológicas no ensino médio conhecimento que, segundo Lima et al
(2009), é essencial no desenvolvimento intelectual dos estudantes durante o ensino básico,
atuando na manutenção da saúde e preservação da vida, tornando-os disseminadores de
conhecimentos importantes para a comunidade.
Por conseguinte, cabe ressaltar que, ainda no questionário pré intervenção, a pergunta
a qual obteve mais acertos requisitava que o aluno reconhecesse a importância de fatores como
estresse, tabagismo e consumo de álcool no maior risco de desenvolvimento do IAM. Essa
constatação demonstra o poder da influência de meios comunicativos, como televisão, internet
e rádio, os quais divulgam reiteradamente as consequências nocivas do uso de drogas.
Em contrapartida, a pergunta mais errada nesse mesmo questionário demandava o
reconhecimento do neurônio como principal célula do encéfalo. Nesse quesito, a maioria dos
alunos assinalou uma alternativa a qual erroneamente alegava que o sistema nervoso periférico
é formado pelo encéfalo e pela medula, enquanto o sistema nervoso central é pelos nervos. Tal
achado, revela um déficit no reconhecimento básico da localização anatômica das estruturas do
corpo humano, uma vez que a compreensão da distribuição morfológica da medula, do encéfalo
e dos nervos contribuiriam no entendimento dos termos “central” e “periférico”.
No questionário pós ação, observou-se uma média de acertos de 78,63% nas perguntas
de IAM e 65,27% nas relativas à AVE, resultando em uma média de acertos de 71,95%,
caracterizando um crescimento de 91,61% frente ao questionário pré ação. Tal avanço evidencia
que a metodologia ativa utilizada na dinâmica foi capaz de fornecer um bom aprendizado acerca
dos agravos, capacidade destacada por Marcondes (2015) e Lima et al (2009). Nessa
perspectiva, Berbel (2011) destacou, ainda, o potencial das metodologias ativas em despertar a
curiosidade dos alunos à medida que se inserem na teorização e trazem novos elementos.
Ademais, as perguntas sobre anatomia e fisiologia permaneceram sendo as mais
erradas no questionário pós ação, com média de acertos de 62,88%, o que revela uma maior
dificuldade em conseguir fazer com que os alunos sejam introduzidos a esses temas. A Figura
2 demonstra a porcentagem de acertos por questões nos questionários inicial e final.
Por fim, quando a avaliação dos questionários pré-ação é realizada frente à localidade
da escola, se em zona urbana ou rural, nos é revelado uma porcentagem discretamente maior
nas escolas pertencentes à zona urbana (38,04% vs 34,77%). Sobre o tema, dados do senso
demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2010) demonstram que
a taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais na zona rural é de 29,8%, e na zona
urbana esse número representa 10,3%. Nesse contexto, ainda que a branda diferença de acertos
entre os participantes possa representar um menor nível de escolaridade entre os alunos da zona
rural, não deve-se excluir a possibilidade do achado ter acontecido ao acaso, tendo em vista a
menor amostra de estudantes da zona rural (n=41 versus n=232 na zona urbana), o que suscita,
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Conclusões
O entendimento dos alunos sobre IAM e AVE previamente à ação demonstrou-se
insatisfatório, especialmente no que tange à compreensão anatômica e fisiológica básica dos
órgãos e processos envolvidos no desenvolvimento e apresentação desses agravos. Entretanto,
cabe ressaltar a avaliação satisfatória inicialmente avaliada acerca dos fatores de risco do IAM.
Ademais, a metodologia utilizada foi capaz de aprimorar satisfatoriamente o entendimento
estudantil em todos os eixos avaliados. Propõem-se, dessa forma, que não somente as
metodologias ativas sejam utilizadas como alternativa no processo ensino-aprendizagem, mas
também que as instituições de ensino busquem combater os déficits relacionados à
compreensão dos processos de saúde e doença e assim auxiliem ainda mais na atenuação da
ocorrência de agravos e na preservação da saúde.
Agradecimentos
Os agradecimentos destinam-se ao CNPq pela concessão da bolsa, bem como à UERN
e à 12ª DIRED pela parceria. Reconhecimento também deve ser proferido aos estudantes
participantes da pesquisa, além de toda a equipe de apoio das instituições de ensino visitadas.
Referências
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estudantes. Semina: Ciências Sociais e Humanas, v. 32, n. 1, p. 25-40, 2011.
CARVALHO, Fabio Fortunato Brasil de. A saúde vai à escola: a promoção da saúde em
práticas pedagógicas. Physis, Rio de Janeiro, v. 25, n. 4, p. 1207-1227, Dec. 2015.
IBGE. Censo Demográfico. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em:
<https://censo2010.ibge.gov.br/>. Data do acesso: 1 jul. 2020.
JARDIM, F. A. et al. Doenças sexualmente transmissíveis: a percepção dos adolescentes de
uma escola pública. Cogitare Enfermagem. 18, 2013.
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médio do município de Patos–PB: um estudo preliminar. Universidade Integrada de Patos,
2009. Disponível em: <http://coopex.fiponline.edu.br/pdf/1288453984.pdf>. Acesso em: 1
jul. 2020.
MARCONDES, Fernanda Klein. Experiências no uso de metodologias ativas no ensino de
Fisiologia, em um curso de graduação em Odontologia. III Simpósio Internacional de
Inovação em Educação, p. 1-10, 2015.
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SILVA, Maria Isabel; PELAZZA, Bruno Bordin; SOUZA, Janeth Helta. Educação e saúde:
relato de experiências de Ações educativas para saúde em comunidades Socialmente
vulneráveis. Revista Eletrônica da Divisão de Formação Docente, v. 3, n. 1, p. 17-40, 2016.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Introdução
A cárie dental e a doença periodontal são, ainda hoje, consideradas as enfermidades
bucais mais frequentes, constituindo-se em problemas de saúde pública, podendo resultar na
perda do elemento dental se a atenção precoce e adequada não lhes for direcionada (GARCIA,
et al., 2009). A prevenção continua sendo a melhor forma de tratamento por propiciar a
preservação da saúde bucal da população (AXELSSON et al., 1993; BERVIQUE e
MEDEIROS, 1983).
Dessa forma, a educação e motivação do paciente merecem destaque dentro dos
métodos preventivos existentes na odontologia. O processo educativo consiste na informação,
na conscientização e na motivação e deve ser iniciado preferencialmente na infância, pois
nesta fase, o ser humano está crescendo e se desenvolvendo, tanto física quanto
intelectualmente (GUIMARÃES et al., 2003).
A seleção de métodos e orientações adequadas a respeito da manutenção de uma boa
saúde bucal é muito importante. De forma geral, estes são classificados em diretos e indiretos.
A orientação direta ao paciente se dá por meio de fotos, radiografias, macromodelos, espelho
de mão e conversa individual. É considerado o método mais efetivo para modificação do
comportamento do paciente, capaz de levá-lo a exercer um efetivo controle de placa
bacteriana (COUTO et al., 1992). Por outro lado, a orientação indireta, realizada mediante
recursos audiovisuais, é considerada como auxiliar na educação (GARCIA, et al., 2009), de
forma a influenciar na motivação concomitantemente à orientação direta.
Ao se trabalhar com programas educativo-preventivos em saúde pública, o uso de
métodos de motivação indiretos deve ser estimulado, pois estes permitem que um maior
número de pessoas tenha acesso a eles de forma contínua (MEDEIROS E CARVALHO,
1990). Diante disso, novas pesquisas devem ser dirigidas no sentido de melhorar a eficácia de
métodos de orientação audiovisuais para que estes possam ser utilizados com maior segurança
em programas de saúde pública. O objetivo do estudo foi avaliar a efetividade da mídia digital
instrutiva como método complementar na orientação da higiene bucal de crianças de 7 a 12
anos atendidas na Clínica infantil da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
Metodologia
O presente estudo incluiu pacientes infantis que necessitavam de tratamento
odontológico na Clínica Infantil da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Os
critérios de inclusão adotados foram: crianças de ambos os sexos, com idades variando de 7 a
12 anos, com necessidade de atendimento clínico e que tinham acesso à internet por algum
tipo de aparelho eletrônico compatível com a reprodução de vídeos. Já os critérios de exclusão
1
Estudante do Curso de Odontologia do Departamento de Odontologia da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte (UERN); e-mail: soareslayanny@gmail.com;
2
Professora do Departamento de Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte; e-mail: pati_bittencourt@hotmail.com.
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foram: indivíduos que apresentavam qualquer tipo de alteração psicomotora que comprometia
a correta higienização da cavidade oral e crianças que não concordaram em participar da
pesquisa. A amostra foi dividida em dois grupos: o grupo experimental (grupo 1) e o grupo
controle (grupo 2). Os dois grupos foram compostos por 5 crianças cada, com necessidade de
tratamento odontológico. O grupo 1 recebeu instruções acerca da higiene bucal por meio de
orientações verbais e vídeos explicativos. O grupo 2 recebeu instruções acerca da higiene
bucal por meio de orientações verbais, apenas.
As crianças foram examinadas na Clínica Infantil da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte por uma avaliadora. Tanto as crianças do grupo experimental quanto as do
grupo controle receberam orientações de higiene oral pelo método verbal. As crianças
pertencentes ao grupo experimental assistiram ao vídeo instrucional na clínica logo após o
atendimento odontológico e receberam o “link” que dava acesso ao mesmo vídeo para que
pudesse ser acessado fora do âmbito clínico quantas vezes achasse necessário.
Os percentuais de mancha branca ativa, sangramento gengival e biofilme dentário
coletados antes e depois do tratamento ortodôntico interceptador foram comparados
intragrupos por meio do teste t pareado, enquanto a diferença entre os valores inicial e final
foram comparados intergrupos por meio do test t. A somatória de todos os valores foram
incluídos na formação do índice de higiene bucal que foi submetido aos mesmos testes. Para
tal foi utilizado o Software Statatistic for Windows 7.0 sendo considerado resultados
significantes para p<0.05.
Resultados e discussão
A Tabela 1 mostra que não houve diferença estatisticamente significante para
nenhuma das variáveis analisadas (Presença de Biofilme, Sangramento Gengival, Mancha
Branca Ativa e Higiene bucal) antes e após a orientação de higiene bucal, para o grupo
controle.
Tabela 1. Comparação intragrupos para todas as variáveis antes e após a orientação de higiene
no grupo controle (%) (Teste t pareado).
Inicial Final p
Média (DP)
Presença de biofilme 22,20 (10,96) 20,46 (10,66) 0,113
Sangramento gengival 14,91 (15,32) 15,70 (14,35) 0,780
MBA 4,80 (6,91) 5,53 (6,11) 0,696
Higiene bucal 13,97 (13,02) 13,90 (11,98) 0,945
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Tabela 3. Comparação intergrupos para variáveis antes da orientação de higiene (%) (Teste t).
Experimental Controle P
Média (DP)
Presença de biofilme 24,48 (11,32) 22,20 (10,96) 0,754
Sangramento 13,93 (5,41) 14,91 (15,32) 0,895
gengival
MBA 5,09 (3,07) 4,80 (6,90) 0,931
Higiene bucal 14,50 (10,72) 13,97 (13,02) 0,903
Como base para o cálculo amostral desta pesquisa, foi utilizado um outro estudo, o
qual demonstra que o tamanho ideal da amostra foi estimado em 19 pacientes compondo cada
grupo (grupo controle e grupo experimental) (AL-SILWADI et al, 2015). E apesar da amostra
final ter sido em 10 participantes no total, seus dados são relevantes e devem ser ponderados,
pois se trata de um estudo pioneiro, que avalia o grau de higiene bucal em pacientes
pediátricos e o poder das mídias digitais como método complementar na orientação da
higiene.
Na tabela comparativa de todas as variáveis antes e após a orientação de higiene bucal
do grupo controle (Tabela 1), não se observa diferença estatisticamente significante para
nenhuma variável, porém é possível perceber que houve uma pequena piora referente ao
sangramento gengival, aumentando de 14,91% para 15,70%, e referente à presença de mancha
branca ativa, aumentando de 4,80% para 5,53%. Esse resultado corrobora com Campos de
Carvalho et al. (2014) que afirmaram que a orientação verbal pode não ser efetiva, em
decorrência de falha na linguagem utilizada pelo profissional e pela falta de concentração dos
pacientes.
Na tabela 2, que consiste na comparação intragrupos para as variáveis antes e após a
orientação de higiene bucal no grupo experimental, todas elas apresentaram diferenças
estatisticamente significativas. Esses resultados confirmam a ideia de Pei et al. (2017) de que
o vídeo tem um papel vantajoso na obtenção de uma boa comunicação entre o profissional e o
paciente, de modo que este tem uma maior retenção de informações e, assim, um melhor
desempenho educacional.
Na tabela 3, referente à comparação intergrupos para as variáveis antes da orientação
de higiene, nota-se que não houve diferença significante. Os dados comprovam que os grupos
foram compatíveis na avaliação inicial, e esse fato é de grande relevância para a comparação
da avaliação final, visto que a amostra se mostrou homogênea.
Na comparação intergrupos para as variáveis após a orientação de higiene bucal
(Tabela 4), pode-se observar um maior contraste nas diferenças dos valores. Embora as
variáveis isoladas não tenham apresentado diferenças estatisticamente significativas, o índice
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Conclusão
Baseando-se nos resultados obtidos na pesquisa, é possível concluir que a mídia digital
mostrou-se uma importante ferramenta auxiliar na melhoria da escovação dentária em
crianças e o método utilizado e a acessibilidade fornecida ao paciente através da
disponibilidade do vídeo foram importantes no reforço diário sobre a forma correta de
executar uma boa escovação e assim manter a higiene oral adequada. Há a necessidade de
amostras maiores para aumentar a confiabilidade do estudo.
Agradecimentos
À Universidade do Estado do Rio Grande do Norte pela concessão da bolsa.
Referências
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having fixed appliance orthodontic treatment: a single-center randomized controlled
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237, 2015.
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BERVIQUE, Janete de Aguirre; MEDEIROS, Ernesto Pilotto Gomes de. Paciente educado,
cliente assegurado: uma proposta de educaçäo odontológica do paciente. In: Paciente
educado, cliente assegurado: uma proposta de educaçäo odontológica do paciente. 1983.
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CAMPOS DE CARVALHO, Emilia et al. Efeito de vídeo educativo no comportamento de
higiene bucal de pacientes hematológicos. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 16, n. 2,
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COUTO, José Luiz do; COUTO, Rosemary da Silveira; DUARTE, Cesário Antonio.
Motivação do paciente: avaliação dos recursos didáticos de motivação utilizados para a
prevenção da cárie e doença periodontal. RGO (Porto Alegre), p. 143-50, 1992.
GARCIA, Patrícia Petromilli Nordi Sasso et al. Educação em saúde: efeito de um método de
auto-instrução sobre os níveis de higiene oral em escolares. Pesquisa Brasileira em
Odontopediatria e Clínica Integrada, p. 333-337, 2009.
GUIMARÃES, Amanda Oliveira; COSTA, Iris do Céu Clara; OLIVEIRA, Aline Louise da
Silva. As origens, objetivos e razões de ser da odontologia para bebês. J Bras Odontopediatr
Odontol Bebê, v. 6, n. 29, p. 83-6, 2003.
MEDEIROS, Urubatan Vieira de; CARVALHO, José Carlos de Castro. Estudo sobre as
condições da saúde bucal da população. Programa comunitário de atenção periodontal. Rev.
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RAMOS, Maria Eliza Barbosa et al. Promoção de saúde: Criação de vídeo para educação em
saúde. Vinculado ao Projeto de Extensão UFRJ. Interagir: pensando a extensão, n. 20, p.
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Introdução
A caatinga é um ecossistema com grande diversidade de fauna e flora, mas não é
exceção dos outros ecossistemas como a mata atlântica, por exemplo, que também foram
muito urbanizados pelo homem. De acordo com Viana e Pinheiro (1998), essa mudança
interfere nos parâmetros demográficos de diferentes espécies e, consequentemente, na
estrutura e dinâmica dos ecossistemas. Sendo que a caatinga também é uma área muito
explorada e devastada, pela urbanização, por exemplo na construção de grades parques
eólicos, fábricas ou na expansão de cidades. Dessa forma, esse bioma encontra-se cada vez
mais fragmentado e com seus hábitats alterados.
Myers et al. (2000) apontam que a fragmentação de hábitats e a supressão da
vegetação nativa estão entre as maiores ameaças à biodiversidade global. E além disso, a
caatinga é um bioma que por muito tempo não teve o devido cuidado para a identificação
de suas espécies como a floresta amazônica ou mata atlântica. Logo, faz-se necessário que
cada vez mais se conheça a riqueza de plantas da caatinga.
Tanto nas grandes quanto nas pequenas cidades, o conhecimento da flora local é
muito importante para o manejo ambiental local, então cidades circunscritas no domínio da
caatinga também merecem atenção. Logo, a importância da identificação de espécies
florísticas em áreas urbanas é de grande relevância para planejamento urbano e também
para a manutenção da fauna local. Muitas áreas urbanas acabam substituindo espécies
nativas por exóticas, não havendo o devido cuidado com a composição florística local,
assim perdendo este conhecimento para o progresso. Sendo assim, os fragmentos urbanos
tornam-se verdadeiras ilhas de diversidade cercadas por uma matriz de baixa complexidade
(DEBINSK; HOLT, 2000).
Portanto, a importância da identificação das espécies florísticas arbustivas da
caatinga urbanizada é de grande relevância para o conhecimento acadêmico. Tendo em
vista a importância da identificação de espécies florísticas da caatinga, que foram
“perdidas” para a urbanização, será feito um levantamento das espécies arbustivas na
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte para promover assim o enriquecimento do
conhecimento de espécies em regiões urbanizadas.
Assim, este trabalho tem como objetivo elaborar uma lista florística com a
identificação e classificação de arbustos do campus da UERN e contribuir com o
enriquecimento do conhecimento da composição da diversidade arbustiva em áreas
urbanizadas da caatinga.
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Metodologia
O trabalho foi desenvolvido na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte,
(UERN), campus central, na cidade de Mossoró-RN, que é uma área urbanizada da
circunscrita dentro do domínio da caatinga. As plantas foram fotografadas a partir de
caminhadas por entre os blocos de todas as faculdades do campus central.
Este trabalho é de cunho bibliográfico e quantitativo. Primeiramente, foi feito um
estudo bibliográfico com o intuito de buscar outros autores que viessem a embasar o atual
trabalho, sendo desenvolvido entre agosto de 2019 a julho de 2020. O trabalho teve suas
coletas não efetuadas pela aluna, pelo advindo da pandemia da COVID-19. Por este motivo
os dados foram coletados pelo professor orientador, que coletou de forma livre as imagens
das plantas e enviando para a identificação a classificação dessas espécies por parte da
aluna. Para identificação, foi usada o sistema APG IV (2016). Após a identificação, as
plantas foram classificadas em família, espécie e nome comum, e as imagens foram
encaminhadas para geração de uma lista florística de espécies arbustiva da caatinga.
Resultados e discussões
Foram catalogadas 28 espécies arbustivas, sendo algumas identificadas ao nível de
espécie, e outras ao nível de gênero e família (Tabela 1). Dentre as mais representativas,
estão as famílias Apocynaceae (7 espécies), Araceae e Cactaceae (4 espécies),
Euphorbiaceae e Agavaceae (2 espécies), conforme tabela 1. Sendo em sua grande maioria
de espécies nativas, demostrando a importância da riqueza de espécies nativas. Segundo
Gomes et al. (2017), essa composição florística nativa é muito importante para a
conservação da biodiversidade local.
Sansevieria sp. -
Echinocactus grusonii
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Damiana Rodrigues Agostino 1, Eduarda Silva de Oliveira 2 & Maisa Clari Farias Barbalho de
Mendonça3.
INTRODUÇÃO
A mirmecofauna da América do Sul, com relação ao número de espécies, é a mais rica
do mundo, caracterizada, principalmente, pelo predomínio das subfamílias, Myrmecinae,
Dolichoderinae e Ponerinae (BATTIROLA et al, 2005). As formigas pertencem à ordem
Hymenoptera, a qual também reúne as abelhas e vespas. Em geral são insetos pouco daninhos
à agricultura, exceto as saúvas (GALLO et al, 2002).
As formigas são consideradas os animais dominantes na maioria dos ecossistemas
terrestres. Devido à sua importância ecológica, alta diversidade, dominância numérica, uma
base razoável de conhecimento taxonômico, facilidade de coleta e sensibilidade a mudanças
ambientais, o conhecimento sobre Formicidae tem alto potencial de embasar ou ser empregado
como modelo em estudos de biodiversidade (ALONSO; AGOSTI, 2000). Existem ferramentas
básicas para estudos ecológicos, utilizando comunidades de formigas como indicadores da
condição do ambiente (MAJER, 1983; SILVA; BRANDÃO, 1999).
A biodiversidade de formigas tem sido estudada com o objetivo de compreender as
perturbações ocasionadas pelas constantes simplificações dos ecossistemas naturais, pois além
de responderem ao estresse do meio, as formigas apresentam ampla distribuição e abundância
local, são facilmente amostradas e relativamente mais fáceis de serem identificadas do que
outros organismos (ALONSO; AGOSTI 2000).
São consideradas importantes agentes no meio, pois estão envolvidas em processos
ambientais como aeração, decomposição e ciclagem de nutrientes (ANDERSEN, 1991). Além
disso, apresentam uma diversidade de adaptações ecológicas e sociais, e esse aspecto favorece
a sua ampla dispersão no ambiente (HÖLLDOBLER; WILSON, 1990). Apresentam ainda, alta
sensibilidade as variáveis ambientais e capacidade de reagir rapidamente a mudanças do meio
(ANDERSEN, 1991). Por esses motivos os Formicidae têm sido utilizados para avaliar o estado
de conservação/degradação dos ambientes (ANDERSEN, 1997; SILVA; BRANDÃO, 1999).
Vários são os estudos que reportam a viabilidade do seu uso como bioindicadores da qualidade
ambiental em agroecossistemas (NASH et al. 1998; CONCEIÇÃO et al. 2006; LACAU et al.
2008; PEREIRA et al. 2010; DELABIE et al. 2007). Mais especificamente em área de Caatinga
alguns trabalhos sobre a diversidade de formigas já foram realizados, como por Freire et al.
(2012), Nunes et al. (2011) e Leal (2003) com a finalidade de avaliar os ambientes.
Baseado nas informações acima expostas, o presente estudo objetiva realizar um
levantamento da fauna de formigas, assim como analisar a diversidade e riqueza em áreas
distintas na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Mossoró, RN.
METODOLOGIA
1
Estudante do curso de Bacharelado em Ciências Biológicas do Departamento de Ciências Biológicas da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: damianarodrigues042@gmail.com;
2
Estudante do curso de Bacharelado em Ciências Biológicas do Departamento de Ciências Biológicas da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: eduardasilva1297@hotmail.com;
3
3 Professora do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
Membro do Grupo de Pesquisa Ecologia e Sistemática Animal. e-mail: maisaclari@hotmail.com.
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RESULTADO E DISCUSSÃO
Foram coletados 710 exemplares de formigas (Tabela 1), pertencentes a família
Formicidae, Ordem Hymenoptera, pertencentes a três subfamílias: Dolichoderinae (465
indivíduos), Formicinae (155 indivíduos) e Pseudomyrrmecinae (90 indivíduos). Segundo
Baccaro et al, (2015) a subfamília Dolichoderinae compreende 25 gêneros no mundo e 11 no
Neotrópico. Formicinae abriga 51 gêneros viventes em todo o mundo, com 17 gêneros na
Região Neotropical e Pseudomyrmecinae é uma subfamília principalmente neotropical que
abriga apenas três gêneros. Desse total de formigas coletadas, 350 indivíduos ocorreram na área
antropizada, enquanto que na área preservada ocorreram 360 indivíduos.
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N 282 53 20 5 360
As três subfamílias foram registradas tanto na área antropizada (A) como na área com
vegetação preservada (B). Dentre as subfamílias mais abundantes destaca-se a Dolichoderinae,
com 209 exemplares coletados na área antropizada e 256 na área preservada. A segunda
subfamília mais frequente foi a Formicinae, com 65 e 90 exemplares coletados na área
antropizada e na área preservada, respectivamente (Tabela 1).
A frequência de ocorrência observada pela presença de todas as subfamílias por
ambiente foi mais expressiva durante os meses de dezembro, janeiro e fevereiro e houve uma
redução durante o mês de março com à ausência da subfamília Formicinae na área antropizada.
Na área preservada os resultados foram os mesmos para os meses de dezembro e janeiro, com
o registro das três subfamílias. Já os meses de fevereiro e março apresentaram redução no
número de espécies com a ausência da subfamília Formicinae no mês de fevereiro e das
subfamílias Formicinae e Pseudomyrmecinae durante o mês de março (Figura 1). Observamos
que a subfamília Dolichoderinae esteve presente em todos os meses amostrados.
Pseudomyrmecinae
0,0
Área preservada 10,0 Mar Fev Jan Dez
5,7
3,2
22,2
área antropizada 37,5
10,4
18,1
100,0
Dolichoderinae
77,8
área antropizada 57,5
50,0
61,3
0,0
Área preservada 0,0
Formicinae
18,9
28,4
0,0
área antropizada 5,0
39,6
20,6
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Alguns fatores podem ser responsáveis por este resultado, pois a área antropizada
passou por um desmatamento e atualmente encontra-se em processo de regeneração, além do
tipo do solo, que permite a formação de ninhos. No entanto a área preservada possui solo com
afloramento de rochas, além de vegetação de porte baixo e falhas na vegetação. Leal (2003)
estudando a diversidade de formigas em áreas de caatinga na região do Xingó (nos estados de
Alagoas e Sergipe) observou que, áreas de tabuleiros com relevo plano e solos mais profundos
foram mais diversificadas que áreas acidentadas com solo raso ou com rocha-mãe exposta. A
autora relata que isso se deve ao fato da dificuldade de construção de ninhos das formigas nesse
tipo de paisagem.
CONCLUSÃO
Três subfamílias foram observadas na região de estudo, sendo Dolichoderinae a mais
abundante, com 465 individuos. A área que apresentou maior os maiores índices de diversidade,
riqueza e similaridade foi a antropizada, provavelmente devido o tipo de solo e de espécies
vegetais presentes.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a UERN pela concessão da bolsa de Iniciação Científica e pelo
apoio na realização desse estudo. Agradecemos ainda ao laboratório de Ictiologia pelo auxílio
da sua infraestrutura na triagem, análise e montagem das formigas.
REFERÊNCIAS
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
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Introdução
De acordo com Ramalho et al. (2009), o levantamento florístico pode ser considerado
um importante instrumento para a avaliação de fragmentos arbóreos-arbustivos existentes em
uma determinada área, como também para subsidiar na tomada de decisões quanto aos
eventuais cortes de árvores para utilização da biomassa vegetal para a produção de energia,
retirada de lenha e madeira, para outros fins de menor interesse socioeconômicos, pecuária,
dentre outros aspectos. Embora esses estudos precisem de uma maior intensificação, já
apontam que essas áreas apresentam uma extraordinária diversidade florística. Além disso, os
estudos florísticos são muito importantes para se conhecer as espécies vegetais presentes tanto
em áreas preservadas, quanto antropizadas, como no caso de ambientes urbanizados.
Conhecer a biodiversidade remanescente em fragmentos de vegetação de uma cidade é
um passo importante para embasar políticas de conservação e justificar a criação de novas
Unidades de Conservação (MORO et al., 2011). Dentre os principais riscos à conservação
biológica nas cidades estão a eliminação da cobertura vegetal para expansão urbana e a
introdução de espécies exóticas (MCKINNEY 2002; BREUSTE 2004). Por isso, existe a
necessidade de cada vez mais se estudar a flora das cidades e, assim, auxiliar no manejo das
plantas e da fauna local que depende dos recursos vegetais.
Embora não atraiam tantos estudos quanto as que ocorrem em ambientes naturais por
não possuir um apelo conservacionista, ou por não ter uma beleza exuberante, em sua maioria,
o estudo das plantas em ambientes urbanos vem ganhando crescente importância
(LUNDHOLM & MARLIN 2006; THOMPSON & MCCARTHY 2008). Esse aumento do
interesse em trabalhos nessas áreas pode ter relação com o aumento da população urbana. E
embora as plantas menores como subarbustos e herbáceas sejam ainda pouco reconhecidas ou
valorizadas, esse estrato da vegetação é muito importante também para a conservação de
outras espécies animais, que também utilizam de seus recursos para se manterem.
Segundo Toledo (1993), atualmente no Brasil, cerca de 73% da população vive em
cidades. Essa constatação já é suficiente para justificar a preocupação com o adequado
planejamento e manejo do ambiente urbano sob vários aspectos, sendo a arborização urbana
um deles. Sendo assim, o presente trabalho objetivou realizar um levantamento florístico das
espécies herbáceas e subarbustivas de uma área urbana da cidade de Mossoró.
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Metodologia
Local
O estudo foi realizado no Campus central da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte, localizado na cidade de Mossoró-RN, (5°12'18.5"S 37°18'57.9"W). O campus está
inserido na área urbana da cidade, que por sua vez está introduzida no bioma caatinga, que de
acordo com Amancio Alves et al. (2009), é um tipo de formação vegetal com características
bem definidas: árvores baixas e arbustos que, em geral, perdem as folhas na estação seca
(espécies caducifólias), além muitas cactáceas. A caatinga apresenta três estratos: arbóreo (8 a
12 metros), arbustivo (2 a 5 metros) e o herbáceo (abaixo de 2 metros).
Coletas
As coletas foram feitas, preferencialmente, no período chuvoso (janeiro a junho), pois
é nesse período que ocorre a floração da grande maioria das espécies e também o surgimento
de algumas que, geralmente, não sobrevivem ao período seco.
Foram feitas caminhadas aleatórias pelo campus com a finalidade de fazer registros
fotográficos das espécies encontradas no local, tanto as de ocorrência natural quanto aquelas
plantadas em vasos (inseridas). As fotos foram feitas utilizando um aparelho de celular e
depois transferidas para uma pasta no drive para serem identificadas.
Para a identificação das espécies foram utilizados o aplicativo PlantNet, o Google
Imagens e sites como o Jardineiro.net e CRPol. Levando em conta o sistema de classificação
APG IV (2016). Conforme foram sendo identificadas, as imagens eram sendo separadas em
pastas de acordo com a família.
Resultados e Discussão
Conclusão
Conclui-se que, apesar de ser um ambiente antropizado, a UERN possui uma considerável
variedade de espécies.
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Agradecimentos
À Universidade do Estado do Rio Grande do Norte-UERN pela bolsa concedida à
primeira autora.
Referências
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
INTRODUÇÃO
O aumento da expectativa de vida e a consequente aumento da população idosa estão
relacionados com o aumento da necessidade de tratamento protético (POLYCHRONAKIS,
2014). Dados do levantamento epidemiológico de base nacional SBBrasil 2010 mostram que o
número de dentes perdidos, cariados e obturados em idosos é, em média, de 27,53, com
destaque para o componente “dentes perdidos” (média de 25,29 dentes) (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2011).
As próteses removíveis, sejam elas totais ou parciais, são uma opção de tratamento que
pode reverter a situação das perdas dentárias em pacientes que não podem se submeter ao
tratamento com implantes dentários (POLYCHRONAKIS, 2014). Em pacientes desdentados
totais, o uso de próteses totais convencionais (PT) está associado com uma melhor qualidade
dietética, melhor satisfação, eficiência mastigatória e melhor qualidade de vida; principalmente,
quando comparadas à condição totalmente edêntula (BAJORIA, 2012). Nesse mesmo sentido,
em pacientes parcialmente desdentados as próteses parciais removíveis (PPR) também
restabelecem diversas funções, assim como fonética, estética e mastigação, próprias do
aparelho estomatognático (HU, 2019)
Durante todas as etapas de elaboração e confecção da prótese dentária existem diversos
aspectos que podem levar ao fracasso do tratamento, sendo a falta de comunicação entre
cirurgiões-dentistas e protéticos um deles. Todo e qualquer procedimento de reabilitação oral
necessita de troca de informações entre o cirurgião-dentista (CD) e o técnico em prótese
dentária para que o trabalho protético seja feito da melhor forma, evitando insucessos do
tratamento e prejuízo ao sistema estomatognático (HU, 2019; CEBECI, 2018).
Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o planejamento e a qualidade dos trabalhos
destinados à confecção de próteses totais e próteses parciais removíveis enviados por
cirurgiões-dentistas para laboratórios protéticos comerciais situados na cidade de Caicó (RN).
METODOLOGIA
O presente estudo consistiu em uma pesquisa do tipo observacional, realizado em
recorte do tipo transversal. Segundo informações disponíveis na página eletrônica do Conselho
Regional de Odontologia do Rio Grande do Norte (CRO-RN), foram identificados os
Laboratórios de Prótese Dentária inscritos no Conselho, na categoria Laboratórios de Prótese
Dentária (LPD) registrados como empresa (n=2), no município de Caicó/RN. De posse desses
dados, os laboratórios inscritos foram selecionados para participarem do estudo. Os dois
laboratórios anuentes foram identificados por letras (A e B), sem qualquer meio de
caracterização por nomes, a fim de garantir a confidencialidade dos envolvidos.
1
Estudante do curso de Odontologia do Departamento de Odontologia da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: matheuslpds1@gmail.com
2
Estudante do curso de Odontologia do Departamento de Odontologia da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: janieleppereira@gmail.com
3
Professora do Departamento de Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte; e-mail: x_ana_clara_x@hotmail.com
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Tópicos de
Condições avaliadas
avaliação
• Presença de bolhas e suas características;
• Classificação de Kennedy e suas modificações;
Análise dos modelos de
• Presença de nichos, seu posicionamento, quantidade e
trabalho de prótese
extensão;
parcial removível
• Tipo de gesso;
• Demarcação de trajetória de inserção e remoção.
• Concordância entre estrutura metálica e desenho do
Análise da estrutura
planejamento;
metálica em prótese
• Presença de bolhas na estrutura metálica;
parcial removível
• Tipos de gessos utilizados.
• Registro interoclusal;
• Material utilizado para registro interoclusal;
Análise de montagem
• Montagem dos modelos em articuladores;
dos dentes em prótese
parcial removível • Condição do arco antagonista;
• Descrição de modelo, marca e cor dos dentes determinada pelo
dentista.
Análise de pedidos de • Cor da gengiva determinada na requisição;
acrilização em prótese • Solicitação da caraterização da gengiva.
parcial removível
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No presente estudo, foram avaliados um total de 85 trabalhos de prótese total e 160
trabalhos de prótese parcial removível enviados para dois laboratórios de prótese dentária
situados no município de Caicó/RN. Do total de trabalhos em prótese total 25 (29,41%) eram
modelos anatômicos, 02 (2,31%) estavam na fase de moldagem funcional, 28 (32,94%) eram
planos de orientação, 13 (15,30%) estavam na fase de montagem dos dentes e 17 (20%) eram
pedidos de acrilização. Dentre os trabalhos de prótese parcial removível 40 (25%) eram
modelos de trabalho, 27 (16,88%) eram estruturas metálicas, 01 (0,62%) era moldagem
funcional, 64 (40%) era montagem de dentes e 28 (17,5%) eram pedidos de acrilização.
Em relação as próteses totais, nenhum continha indicação de zonas de alívio na
requisição e apenas 01 continha a indicação dessas zonas no próprio modelo. Apenas 01 destes
modelos possuía indicação da zona da moldeira. Dos planos de orientação, apenas 05 tinham
indicação de informações clínicas, sendo que 04 indicavam o formato do rosto do paciente e 01
indicava a idade. Em 08 destes planos a requisição não indicava a marca dos dentes. Dos 17
pedidos de acrilização, 05 não diziam a cor da gengiva. Já nas próteses parciais removíveis, 33
(82,5%) não estavam acompanhados de requisição bem preenchida com indicação do
planejamento da estrutura metálica. A maior parte dos modelos de trabalho era classe III de
Kennedy (n=18).
No presente estudo, foi possível observar que além destes, um erro comumente
observado foi o envio de modelos para confecção de próteses sem a devida montagem destes
em articulador. Do total de 13 trabalhos em PT, na fase de montagem de dentes, 11 não estavam
montados em algum tipo de articulador. Das 64 montagens de dentes nas PPR, apenas 25
(39,06%) estavam montados em articulador, todos do tipo charneira e apenas 03 (4,68%)
descreviam o modelo do dente. Esse procedimento tem sido indicado por ampliar as
possibilidades de simulação das características anatômicas e funcionais do paciente,
fundamentais para o reestabelecimento do padrão oclusal e análise da dimensão vertical.
As requisições enviadas pelos cirurgiões-dentistas para os laboratórios protéticos,
possuíram como principais falhas: encaminhamento de modelo anatômico; pedido de
montagem de dentes e moldagem funcional (em PPR) acompanhados de uma pobre descrição
de finalidades e exigências na requisição; ausência de identificação do profissional e do
paciente como meio de melhor assimilação do serviço a ser realizado. Além disso, por vezes, a
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CONCLUSÃO
Diante dos resultados obtidos foi possível perceber que a qualidade dos modelos e das
requisições recebidas pelos laboratórios de prótese, em sua maioria, estava comprometida. Boa
parte das requisições estava preenchida de forma inadequada. Tais situações podem
comprometer a confecção dos trabalhos protéticos. Contudo, o vínculo e a interação entre o CD
e o técnico de prótese dentária são importantes para que erros durante os processos laboratoriais
e clínicos possam ser minimizados.
REFERÊNCIAS
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of removablepartial dentures in Khartoum State, Sudan. Acta Stomatologica Croatica, v.52,
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CEBECI, N.Ö. Factors associated with insufficient removable partial denture design
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HU, F., et al. Using intraoral scanning technology for three-
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INTRODUÇÃO
3- Professor do Curso de Ciências Biológicas - FANAT - UERN; Participante do Grupo de Pesquisa Ecologia
e Sistemática animal; e-mail: irondantas@uern.br
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Campus Central da UERN, onde nos anos anteriores, foram coletadas 4.786 larvas entre
abril e junho 2017, 12.243 entre agosto de 2017 a Julho de 2018 e 8.088 larvas no período
de 2018 a 2019.
Desse modo, o objetivo dessa pesquisa foi continuar o monitoramento
populacional de larvas de Aedes spp no Campus Central da UERN iniciado em 2016,
utilizando armadilhas de oviposição (ovitrampas) no período de agosto de 2019 a julho de
2020.
METODOLOGIA
Figura 01. Localização das armadilhas ovitrampas, no Campus Central da UERN, Mossoró,
dezembro a março de 2020.
Fonte: Google maps <https://www.google.com.br/maps/@-5.2059466,-37.315934,440m/data=!3m1!1e3?hl=pt-
PT&authuser=0>
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Figura 02. Armadilhas de oviposição (ovitrampas) utilizadas para captura de ovos de Aedes
aegypti. Mossoró, 2019-2020.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Durante o período da coleta foram analisadas 95 palhetas, confirmado a presença do
processo larvário do mosquito em 23 palhetas durante os meses de dezembro de 2019 a março
de 2020.
Verifica-se prevalência das larvas em todo o período do estudo, com o mês de
março/2020 sendo o que apresentou maior número de larvas (Figura 03).
Figura 03. Número de larvas de Aedes aegypti em armadilha ovitrampas, nos meses de
dezembro de 2019 a março de 2020, no Campus Central da UERN, Mossoró - RN 2019-2020.
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350
300
250
precipitação mm
200
150
100
50
0
Dez. 2019 Jan. 2020 Fev. 2020 Mar. 2020
Período
Figura 04. Precipitação na cidade de Mossoró-RN nos meses de dezembro de 2019 a março
de 2020.
Tabela 01: Nº de Larvas por armadilha de captura de ovos de Aedes (ovitrampa), no Campus
Central da UERN, Mossoró, 2019-2020.
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6 Bloco da FE 0 0 0 0 0
7 PROEG 0 0 0 22 22
8 Biblioteca 0 0 5 0 5
9 Bloco FACEM 0 0 2 1 3
Total por período 11 37 29 50 127
CONCLUSÃO
As armadilhas de ovitrampas demonstraram resultados positivos na coleta de ovos de
Aedes agypti.
O Aedes agypti esteve presente no Campus Central da UERN durante o período de
coleta.
O período de observação foi insuficiente para concluir o levantamento da flutuação
populacional do inseto.
AGRADECIMENTO
REFERÊNCIAS
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ZARA, Ana Laura de Sene Amâncio et al. Estratégias de controle do Aedes aegypti: uma
revisão. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 25, p. 391-404, 2016.
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1
Estudante do Curso de Enfermagem – CAMEAM, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. e-mail:
samarawsantoss@gmail.com ;
2
Estudantes do Curso de Enfermagem – CAMEAM, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. e-
mail: joycesousa1730@gmail.com; laypb@hotmail.com
3
Professor do Curso de Enfermagem – CAMEAM, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. e-mail:
jgiovaninobre@gmail.com ;
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Gráfico 1: classificação dos níveis pressóricos e o A pesquisa contou com 65 participantes,
curso.
sendo 38 de enfermagem e 27 de pedagogia.
Quanto a prevalência das alterações entre os
distintos cursos, observa-se que há um maior
número de acadêmicos com índices pressóricos
normais em detrimento daqueles classificados
como hipertensos ou pré-hipretensos em ambos
os cursos analisados (Gráfico 1).
Para além dessa análise, os testes de
Spearman’s, assim como Qui-quadrado de
Pearson não apresentaram correlação
estatisticamente significativa (p = 0, 940),
Fonte: dados próprios dos Autores, 2020.
quando comparados os dois cursos.
No entanto quando realizada a relação entre os níveis pressóricos e gênero,
identificamos correlação (Gráfico 2). Por meio do teste de Q² com valor de p = 0,019, entre
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CONCLUSÃO
Diante disso, o estudo discutiu a associação de níveis pressóricos com gênero e estresse
entre universitários de cursos de áreas distintas. No entanto, não identificou associação com
carga de estresse e nível de exigência nos cursos com as alterações. O trabalho teve como
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1
Estudante do Curso de Enfermagem – CAMEAM, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. e-mail:
laypb@hotmail.com ;
2
Estudantes do Curso de Enfermagem – CAMEAM, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. e-
mail: joycesousa1730@gmail.com; samarawsantoss@gmail.com ;
3
Docente do Curso de Enfermagem – CAPF, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. email:
jgiovaninobre@gmail.com;
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Ética e Pesquisa _ CEP-UERN, foi feita a verificação da pressão arterial, a qual obedeceu a
recomendação da VII Diretriz Brasileira de Hipertensão, e foi feita a média aritmética entre os
valores obtidos. A segunda etapa foi a avaliação peso (Kg) e altura (m). Cada discente estava
com o mínimo de roupas, descalça e imóvel, posicionada em pé no centro da balança digital (de
marca G-Life Magna CA4000). Para a altura (cm), foi utilizada uma fita métrica anexa a parede,
na qual os jovens foram posicionados em pé, eretos e imóveis com braços estendidos ao longo
do corpo e de joelhos unidos.
Por último foi aplicado um questionário com os discentes, levantando informações
como hábitos alimentares e de vida dentro da academia. Foi disponibilizado uma área adequada
para resposta e o participante ficou à vontade para responder, para que não haja nenhuma
interferência tendenciosa nas respostas.
Os dados das avaliações antropométricas, níveis pressóricos e do questionário foram
estatisticamente analisados por meio de estatística descritiva com apresentação de medidas de
tendência central e estudos bi-variados de correlação e associação.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
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LIMITAÇÕES
CONCLUSÃO
A pesquisa realizada concluiu que não houve correlação entre a alteração da pressão
arterial em detrimento da inatividade física e em relação aos hábitos alimentares nos grupos
estudados. Mas, ao correlacionar com o percentil do IMC frente ao diagnóstico de Hipertensão
Arterial, apresentou diferença estatística.
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AGRADECIMENTOS
Agradecemos a universidade que permitiu que a pesquisa acontecesse no seu espaço;
aos alunos que participaram da coleta de dados, e aos professores da instituição que foram
colaboradores para o desenrolar da pesquisa.
REFERÊNCIAS
BRASIL.2019
CASSIANO, M. H.; SANTANA LUZ, A. B.; BEZERRA, M. S., et al. Correlação entre os
índices antropométricos e pressão arterial de adolescentes e adultos jovens em um município
do nordeste brasileiro. Revista Ciência Plural, v. 5, n. 2, p. 49-67, 28 ago. 2019.
DIBELLI, S.C. Hipertensão arterial sistêmica em estudantes e seus fatores de risco no início e
fim do curso universitário. 2019. 32 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências
Biológicas) – Universidade Federal de Uberlândia, Ituiutaba, 2020.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS). Actividad física. Brasília: WHO, 2016.
Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs385/es/.
SANTOS, A.M, PORELLI J.P, JESUS, K.E.M, et al. Fatores de risco para hipertensão em
jovens universitários. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, v.17, n.01, 2018.
VII DIRETRIZ BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL. São Paulo: Sociedade
Brasileira de Hipertensão, v. 107, Nº 3, Suplemento 3, Setembro 2016.
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1. Introdução
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acidentes de trabalho aos quais estão expostos os profissionais, realizando uma breve reflexão
acerca do comprometimento da qualidade de vida.
2. Metodologia
A coleta de dados foi realizada no período entre julho e outubro de 2019. A amostra
analisada abarcou um total de 49 profissionais de saúde do SAMU do município de Mossoró-
RN, sendo 10 médicos, 9 enfermeiros, 20 técnicos de enfermagem e 10 condutores-socorristas,
mediante população de 78 trabalhadores lotados, sendo excluídos aqueles que se recusaram a
participar da pesquisa, assim como estavam afastados do serviço por férias, licença maternidade,
ou médica. O projeto da pesquisa foi encaminhado para o Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da
Faculdade de Ciências da Saúde, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, para
apreciação, sendo aprovada em março de 2019, com o número de CAAE:
09002119.1.0000.5294.
Utilizou-se um questionário semiestruturado com 30 perguntas, capaz de traçar o perfil
dos profissionais, envolvendo as seguintes variáveis: idade, gênero, estado civil, escolaridade,
número de salários mínimos, tempo de trabalho no serviço, função, jornada de trabalho,
exercício de outras funções, hábitos de vida, desenvolvimentos de doenças durante a carreira
profissional no SAMU, itens acerca dos riscos ocupacionais e histórico de acidentes de trabalho.
Para a aplicação do questionário, foi utilizado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE), no qual os indivíduos pesquisados foram esclarecidos sobre o estudo, sobre seus
objetivos e sobre o anonimato diante de publicações. Os dados foram organizados em software
Excel®, versão 2013, além de armazenados e organizados em arquivo do programa
STATISTICA e, após isso, foram submetidos à análise estatística descritiva, com base em
frequências absolutas e relativas. Posteriormente, mediante a constatação da distribuição
normal e variação homogênea, os dados foram submetidos à análise de variância.
3. Resultados e Discussão
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graduação; 2% possui curso superior incompleto; 30,6% possuem curso técnico; e 12,3%
ensino médio. No que diz respeito à jornada de trabalho, a carga horária média é de cerca de 28
horas, sendo que 57% afirmaram possuir outra ocupação além do SAMU. (Figura 01).
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4. Conclusões
Os resultados apontam um número considerável dos profissionais com doenças
ocupacionais, reafirmando a alta carga mental e física no exercício do APH, expondo-os ao
desenvolvimento de doenças físicas e mentais. Quanto aos riscos e acidentes ocupacionais, a
maioria afirma exposição, além de já terem sofrido algum acidente laboral, o que demonstra o
risco de adoecimento, comprometendo a qualidade de vida.
Referências
LEITE, Hillda Dandara Carvalho Santos et al. Risco ocupacional entre profissionais de saúde
do serviço de atendimento móvel de urgência-SAMU. Enfermagem em Foco, v. 7, n. 3/4, p.
31-35, 2016
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1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
“...só se eu vesse alguma mancha. Mancha grande, mea marrom.” (US-1 parente).
“Por mancha, se eu ver uma mancha, eu acho que eu ia conhecer.” (US-3 parente).
“Dá pra ver porque ela tá com o rosto muito vermelhado, aí dá pra parecer que é
hanseníase...devia se cuida né… e se tratar, ir ao posto, pra fica bom da hanseníase.”(US-4
parente).
“…a pele né...algumas feridas, manchas vão aparecendo. Então eu acho que fica mais fácil
você visualizar...é… na pele do que você dá um diagnóstico sem saber os resultados né.”
“...no caso da minha mãe, quando eu percebi a ferida, eu,eu via que num era impinge…”
“...não é uma simples impinge, porque senão já tinha sido tratada.” (US-2 parente).
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Marinho et al.(2014) fala sobre o processo do esperar do paciente, tanto por parte dos
profissionais quanto por parte dos próprios familiares, de subjetividades que colaborem com a
situação e que o encoraje nas diversas reinserções. Além disso, menciona a necessidade do
intercâmbio de informações não só dos profissionais para o paciente, mas também para o
corpo populacional em termos gerais, o que também inclui os parentes, e, assim, haja um
potencial de superação de conhecimentos construídos socialmente. Assim, majoritariamente,
evidenciou-se a inspeção - o aspecto visual - como instrumento maior definidor do status do
provável “paciente”, o que se correlaciona diretamente com o estigma da patologia em razão
do apelo estético da pele nas sociedades humanas, tendo reflexo na fala dos familiares
entrevistados, como se a cútis tivesse em si um valor social. Dessa maneira, vislumbram-se os
julgamentos ideológicos que se processam diante da manifestação clínica do agravo em
questão, tendo em vista a importância dada ao aspecto “sadio” da pele.
Outrossim, resta evidente como limitação do presente trabalho e, logo, perspectiva
para produções vindouras a captação dos estigmas dos profissionais diversos da área da saúde
sobre a condição hansênica e de que forma essas ideologias respingam no processo de
acolhimento, assistência e amparo ao portador dessa patologia. Possivelmente, as nuances que
circundam o paciente com hanseníase e influenciam-no na trajetória multifacetada do estar e
do ser no processo saúde-doença dependam, dentre outros fatores, desses pactos
simbolicamente construídos nas variadas esferas sociais, das quais o núcleo familiar
configura-se decisivo, porém não isolado.
4. CONCLUSÃO
5. AGRADECIMENTOS
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6. REFERÊNCIAS
MINAYO, Maria Cecilia de S.; SANCHES, Odécio. Quantitative and qualitative methods:
opposition or complementarity?. Cadernos de saúde pública, v. 9, n. 3, p. 237-248, 1993.
RAMOS, Leila Bitar Moukachar et al. Hanseníase e estigma no século XXI: narrativas de
moradores de um território endêmico. 2017.
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Introdução
O puerpério é a fase do ciclo gravídico-puerperal em que a mulher vivencia mudanças
que marcam o retorno do organismo ao estado pré-gestacional (BRASIL, 2019). Este período
se caracteriza como um momento marcante para a mãe e toda a família, no qual ocorrem
adaptações psicológicas, fisiológicas, comportamentais e emocionais, gerando diversas
expectativas, incertezas e anseios.
No que tange a interação sexual com o parceiro diante dessa nova realidade e rotina,
os ajustes para a retomada da intimidade vão acontecendo gradualmente. Entretanto, nem todos
os casais vivenciam esse período de maneira agradável, devido a fatores como o contexto social,
demandas geradas pelo papel de mãe, crenças e tabus que contribuem para o aparecimento de
limitações na atividade sexual (SIQUEIRA; MELO; MORAIS, 2019).
As alterações na sexualidade podem ocorrer em qualquer momento da vida
reprodutiva, em função de fatores diversos tais como a disfunção sexual e a paridade
(CAVALCANTI; FARIAS; ITHAMAR; SILVA; et al, 2014). Estudos mostram que essas
mudanças podem iniciar antes ou ainda na gravidez, permanecerem e/ou se intensificarem no
pós-parto, provocando flutuações no desejo, diminuição na frequência, redução na qualidade e
na satisfação das relações sexuais, bem como disfunções que vão além da dimensão biológica
da mulher (FERNÁNDEZ-SOLA; HUANCARA-KANA; GRANERO-MOLINA;
CARMONA-SAMPER; et al, 2018).
Na percepção de muitas mulheres o pós-parto é um momento de abstinência ou mesmo
de limitação da atividade sexual, no qual se aguarda o retorno do corpo à normalidade, a
cicatrização de pontos da região perineal ou da cesariana. Nesse período, a possibilidade de
sentir dor na relação, o medo de engravidar, a ejeção de leite durante o ato sexual e o nível de
satisfação do parceiro também se apresentam como preocupações das mulheres (JESUS;
AZEVEDO, 2017).
Nessa perspectiva, a identificação dos conhecimentos e necessidades da mulher sobre a
retomada da atividade sexual no pós parto é importante para que haja a detecção de conflitos
emocionais, relacionais e a desmistificação dos tabus, fugindo do diagnóstico e tratamento de
problemas limitados à questão ginecológica, para a valorização da vida sexual e reprodutiva da
mulher e seu companheiro.
Assim, o objetivo desta pesquisa foi descrever a percepção de mulheres sobre o retorno
da atividade sexual no puerpério.
1 Estudante do Curso de Enfermagem do Campus Caicó da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-
mail: mariafsmedeiros@hotmail.com
2 Professora do Curso de Enfermagem do Campus Caicó da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
Membro do Grupo de Pesquisa em Enfermagem Campus Caicó/UERN – GRUPECC; e-mail:
robertaksc@bol.com.br
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Metodologia
Estudo exploratório, do tipo transversal, com abordagem quantitativa, realizado com
83 mulheres adstritas das Estratégias de Saúde Família (ESF) de Caicó-RN.
Utilizou-se como critérios de inclusão: mulheres com idade superior a 18 anos,
primíparas, com tempo de puerpério de 45 dias a 11 meses e 29 dias, acompanhadas pelas
equipes da ESF. Excluiu-se as que não apresentaram condições físicas e/ou psíquicas para
realização da coleta, que possuíam lactentes de risco (peso ao nascer <2.500g, idade gestacional
<36 semanas, anomalias congênitas), apresentaram complicações no parto e/ou no puerpério
(mediato e imediato) e que prolongaram a sua permanência no serviço de saúde.
A coleta de dados foi realizada entre junho e dezembro de 2019 de forma individual,
em espaço reservado, nas unidades básicas de saúde da família ou no próprio domicílio das
puérperas, utilizando-se um questionário elaborado para este fim. O instrumento se encontrava
dividido em quatro partes: 1) dados sociodemográficos; 2) características obstétricas e
puerperais; 3) características sobre o retorno da atividade sexual após o parto; 4) percepção
sobre o retorno da atividade sexual após o parto. Das 98 primíparas aptas a participarem da
pesquisa, 83 foram entrevistadas, uma não quis participar e as demais não foram localizadas. A
participação ocorreu de forma espontânea, após esclarecimento sobre a pesquisa, autorizadas
mediante leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
Os dados foram organizados em planilhas do Microsoft Excel 2010 XP e analisados
a partir da estatística descritiva, com o auxílio do software Statistical Package for Social
Science (SPSS), versão 20.0. Obteve-se parecer para realização pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, sob o número 3.147.087 e CAAE:
05138818.3.0000.5294.
Resultados
A faixa etária das participantes variou entre 18 e 43 anos, onde 52% tinha até 24 anos.
Do total de mulheres, 40% possuía ensino médio completo e 18% ensino fundamental
incompleto. Em relação ao estado civil, 48% tinha companheiro fixo e 48% solteiras.
Quanto aos tipos de partos, 69% realizou cesariana e 26% teve seus filhos pela via
vaginal. As mulheres relataram ter participado da consulta puerperal (66%). Quando
questionadas sobre possíveis incômodos durante o puerpério, mencionaram insatisfação com o
próprio corpo (51%) e queixas como: dores nos seios (23%), na cirurgia (13%), no corpo e no
abdômen (5%), inchaços (6%), dentre outras.
No que se refere ao tempo de retorno à atividade sexual, 90% das mulheres referiram
que os 40 dias pós-parto não era adequado e 10% respondeu que as relações sexuais poderiam
ocorrer antes dos 40 dias. A iniciativa do retorno sexual de 64% das entrevistadas partiu do
casal, 28% do parceiro e 8% da própria mulher. Em relação à satisfação com a atividade sexual
no puerpério, a maioria (64%) relatou piora, 18% respondeu que permanecia normal e 17% não
emitiu opinião pois não havia retomado.
As mulheres (63%) apresentaram dúvidas e/ou medos antes de retornarem a atividade
sexual. Destes, os mais prevalentes foram: engravidar novamente (33%), abrir a cirurgia (33%),
e sentir dor com (23%). Em relação às dúvidas relatadas, 27% foram em relação à cicatrização
da incisão, 15% se o corpo estaria preparado, e 11% se sentiriam dor.
Discussão
Os resultados deste estudo mostram que a idade das participantes se encontra dentro
da faixa etária média do Brasil (FERNANDES; SANTOS; BARBOSA, 2019), assim como o
nível de instrução acima de oito anos (KOTTWITZ, GOUVEIA, GONÇALVES, 2018).
O elevado número de cesarianas corrobora com percentuais excessivos desse tipo de
parto realizado no país, mesmo com o alerta das autoridades sanitárias acerca dos riscos
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imediatos e a longo prazo para a saúde da mulher e do seu filho, gerando altas taxas de
mortalidade, de morbidades maternas, perinatais e comprometimento de futuras gestações
(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2015).
A maior parte das mulheres declarou estar insatisfeita com seu próprio corpo, uma
condição associada à ocorrência de mudanças corporais características dessa fase do ciclo
gravídico puerperal, que é evidenciada na literatura como um sentimento marcante da mulher
nesse período (JUSTINO et al., 2019).
As transformações corporais e as adaptações femininas ao pós-parto podem ser objeto
de intervenção do profissional de saúde ainda com ações educativas no acompanhamento pré-
natal ou mesmo na visita e consulta puerperais. Esta última foi realizada por mais da metade
das mulheres, configurando-se como um importante momento de avaliação do estado de saúde
da mãe e do recém-nascido, bem como um momento oportuno para tirar dúvidas, identificar
situações de risco ou intercorrências, junto ao planejamento familiar e a sexualidade (BRASIL,
2019).
Na consulta é possível identificar, orientar e tratar possíveis queixas, facilitando o
retorno à atividade sexual no pós-parto de forma saudável (SOUSA et al., 2009; MARQUES;
LEMOS, 2010).
O início das relações sexuais foi relatado pelas mulheres como não sendo adequado
nos 40 dias após o parto devido a fatores como medo, desconforto físico, distúrbios hormonais,
percepção negativa da própria imagem corporal, cansaço, cuidados com o bebê, amamentação,
tarefas domésticas e diversas outras funções exigidas nesse período. Essas condições são
normalmente apresentadas na literatura como dificuldades enfrentadas pela mulher para a
vivência da sexualidade de forma desejada e prazerosa (JUSTINO et al., 2019).
A principal iniciativa do retorno da atividade sexual entre os entrevistados foi do casal.
Neste sentido, ressalta-se a importância da abordagem dessa temática com a mulher e seu
companheiro durante o pré-natal, oportunizando a reflexão e o diálogo antes da vivência no
puerpério, como forma de minimizar conflitos (ENDERLE; KERBER; LUNARDI; NOBRE et
al., 2013).
Para a maioria das mulheres, as relações sexuais pioraram após o parto. Essa
insatisfação pode ser justificada pela diminuição do desejo, da frequência e duração do ato
sexual, bem como pela dispareunia, acompanhada por modificações na lubrificação vaginal
(MARQUES; LEMOS, 2010)
As dúvidas e /ou medos estavam presentes no retorno das atividades sexuais. Entre os
mais prevalentes estavam o receio de engravidar novamente, a preocupação com a cirurgia, o
desconforto físico e a diminuição da libido. Tais achados evidenciam a carência de ações
educativas e assistenciais, para sanar dúvidas, desmistificar tabus e preparar a mulher para lidar
com as alterações no padrão de sexualidade que incidem no puerpério.
Conclusão
Os resultados do estudo apontam limitações das mulheres para a atividade sexual após
o parto, com o relato de queixas relacionadas às mudanças hormonais, à falta de tempo, ao
cansaço, além do enfrentamento de dificuldades como a dispareunia, o sangramento e
diminuição da libido.
A escassez de publicações sobre a temática se apresenta como uma limitação do estudo
e, ao mesmo tempo, aponta para a necessidade de novas pesquisas, que venham contribuir para
o direcionamento de ações educativas e assistenciais, voltadas para a sexualidade da mulher no
período pós-parto.
Diante disso, enfatiza-se a importância da abordagem sobre sexualidade ainda no pré-
natal e na consulta puerperal, para identificar possíveis disfunções, sanar dúvidas, medos e
propiciar o retorno a atividade sexual com segurança e plenitude.
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Agradecimentos
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Consulta Puerperal. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2019.
CAVALCANTI, I.F.; FARIAS, P. N.; ITHAMAR, L.; SILVA, V. M.; et al. Função sexual e
fatores associados à disfunção sexual em mulheres no climatério. Rev Bras Ginecol Obstet. v.
36, n. 11, p. 497-502, 2014.
SOUSA, L. et al. Mensuração e características de dor após cesárea e sua relação com limitação
de atividades. Acta Paul Enferm, Ribeirão Preto, v. 22, n.6, p. 741-7, 2009.
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Paulo Vitor Pereira da Silva 1; Arthur Ayron Leonardo da Silva 2; Marcelo Henrique
Alves Ferreira Silva 3.
Palavras-chave: Futebol. Antropometria. Idade Óssea. Aptidão Física.
Introdução
Na última década houve um aumento do número de estudos sobre crescimento
somático, maturação biológica e aptidão física de jovens futebolistas (LAGO-PEÑAS et
al., 2014; MENEGASSI et al., 2015; MALINA et al., 2017). Matta et al. (2014) reportam
que esses estudos foram geralmente conduzidos por países europeus e não havia
investigações sobre futebolistas brasileiros publicadas em revistas internacionais. Além
desta lacuna na literatura, as informações disponíveis se concentram na faixa etária de 11
a 14 anos e pouco se sabe sobre os jogadores de futebol na fase de especialização. Os
autores ainda reforçam a importância de uma base de dados que permita acompanhar e
melhorar o processo de formação através de uma melhor compreensão do atleta,
fornecendo um quadro adequado para programas de treinamento a longo prazo.
Outro aspecto relevante é a falta de informações sobre as diferentes posições. A
ausência dessas informações torna difícil caracterizar e criar um perfil mais detalhado do
desempenho dos futebolistas brasileiros. Afinal, a identificação de posições específicas
de cada futebolista é importante para otimizar o seu desenvolvimento físico, fisiológico,
psicológico, técnico e tático, com o intuito de prepará-los para níveis mais elevados em
sua carreira (SILVA; BLOOMFIELD; MARINS, 2008). Kunrath et al. (2017) sugerem
que o treinamento deve ser individualizado, alinhados à capacidade física e estágio
maturacional de cada jogador.
Com isto exposto, o objetivo desse estudo foi descrever o perfil morfológico,
maturacional e de desempenho de futebolistas em fase de especialização, por posição e
de acordo com estágio maturacional.
Metodologia
Participaram do estudo 60 jovens futebolistas de 15 a 18 anos (16,49 ± 1,02 anos;
174,3 ± 6,2 cm; 65,4 ± 7,3 kg), do sexo masculino, com 1,37 ± 1,11 anos de prática
esportiva, pertencentes a um clube profissional da região Nordeste do Brasil.
Referente às posições de jogo foram definidos: defensores (zagueiros e laterais),
médios (volantes e meias) e atacantes. As avaliações foram realizadas no ambiente
habitual dos praticantes, em 15 dias, ocorrendo no início da época esportiva (entre os
meses de fevereiro e março). O perfil dos jogadores foi definido através da caracterização
das variáveis biológicas e de desempenho funcional, descritos a seguir. As variáveis
biológicas foram definidas pela idade cronológica, medidas antropométricas e maturação
1
Estudante do curso de Educação Física do Departamento de Educação Física da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: paulo_vitor.silva@hotmail.com
2
Estudante do curso de Educação Física do Departamento de Educação Física da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: arthurayron@hotmail.com
3
Professor do Departamento de Educação Física da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte; Líder (Coordenador) do Grupo de Pesquisa Diagnóstico, Quantificação
e Controle da Carga de Treinamento no Esporte (UERN); e-mail: marcelosilva@uern.br
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Palavras chave: Lesão Renal Aguda. Unidades de Terapia Intensiva. Cuidados Críticos.
Introdução
A Insuficiência Renal Aguda (IRA) é uma complicação clínica inerente a algumas
condições clínicas e intervenções realizadas em Unidade de Terapia Intensiva; sua ocorrência
neste setor tem aumentado devido à pandemia causada pelo Sars-CoV-2 (SONESP, 2017).
Tendo em vista a atual situação do Brasil no que diz respeito à pandemia causada pelo
novo corona vírus (superlotação hospitalar, elevada demanda dos serviços hospitalares, satura
serviço e o número desproporcional de profissionais nos serviços, ocasiona uma sobrecarga e a
saturação do sistema de saúde em todo o país.
O presente estudo tem como objetivo avaliar as condições clínicas, intervenções
terapêuticas e fatores de riscos relacionados à Insuficiência Renal Aguda em pacientes
admitidos na Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
Justifica-se pela prevalência de IRA em UTI, pois apesar da evolução tecnológica
disponível para a assistência a estes pacientes, sua taxa de mortalidade ainda é considerada
elevada. E tem sido potencializada durante a pandemia causada pelo novo corona vírus.
Portanto, faz-se necessária a ampliação do conhecimento quanto a estas condições e
intervenções, bem como acerca do monitoramento da função renal na UTI.
Metodologia
Trata-se de um estudo observacional, documental retrospectivo e prospectivo de
abordagem quantitativa. Foi desenvolvido nas UTI’s dos seguintes Hospitais: Hospital Wilson
Rosado – HWR (R. Pedro Velho, 250, Santo Antônio, Mossoró - RN), e Hospital Regional
Tarcísio de Vasconcelos Maia – HRTVM (R. Projetada, S/N - Aeroporto, Mossoró – RN).
Foram incluídos os pacientes com idade superior a 18 anos, internados em UTI por período
superior a 5 dias e que tenham se submetido à TRS em caráter hemodialítico. Os dados foram
coletados mediante aplicação de um formulário contendo questões sobre os dados clínicos de
cada paciente: data de admissão, tempo de internação, doença de base, intervenções realizadas
na UTI, uso de ventilação invasiva. A análise foi paramétrica e frequencial; a pesquisa foi
aprovada pelo CEP UERN com o parecer 3.202.607 de 19/04/2019.
Resultados e discussão
Com relação às idades onde a IRA foi mais identificada os pacientes foram distribuídos
em: 25% 70 a 80 anos; 27,8% entre 60 e 70 anos; 30,6% 70 a 80 anos. Há, portanto, uma relação
direta entre a IRA e a idade do paciente; fisiologicamente a terceira idade já impõe mudanças
nos sistemas orgânicos e em se tratando da função renal destacam-se: redução da quantidade de
néfrons funcionantes, dimunuição da Taxa de Filtração Glomerular e alterações na
permoseletividade glomerular que pode ser acompanhada por proteinúria (TELES; et al).
Os motivos de admissão na UTI foram agrupados nos seguintes agravos: síndromes
1
Acadêmica da enfermagem da FAEN UERN. sarah.gliter@gmail.com
2
Enfermeira da UTI do Hospital Wilson Rosado. carmem_jos@hotmail.com
3
Enfermeiro nefrologista. Hospital Regional Tarcísio de Vasconcelos Maia. evigdepaula@gmail.com
4
Enfermeira do Hospital do Rim. luanadantas904@gmail.com
5
Enfermeiro. Docente da FAEN UERN, orientador da pesquisa. alcivannunes@uern.br
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coronarianas (infarto agudo do miocárdio, edema agudo de pulmão, bloqueio de ramo, sepse,
pós operatório, hipoglicemia, insuficiência respiratória. A média de internação na uti 17,7 dias
(entre 4 e 63 dias).
A mortalidade dos pacientes que desenvolveram IRA nas UTI pesquisadas ficou em
torno de 70%; mesmo sendo uma lesão renal aguda não séptica o risco de morte aumenta
consideravelmente dadas as complicações inerentes a este agravo (PINHEIRO, et al 2019).
Em se tratando de comorbidades foram identificadas: HAS, DM, câncer, cirrose,
obesidade. São agravos que por si mesmos já aumentam as chances do paciente desenvolver a
IRA, pois promovem repercussões urêmicas, metabólicas e endócrinas que derivam do processo
de instalação de uma falência renal progressiva (SANTOS; MARINHO, 2013) (GARSK et al,
2016).
Uma vez instalada a IRA, e as suas complicações, se associa às doenças de base,
comorbidades e ao efeito nefrotóxico de vários medicamentos. Ela é responsável pela piora do
prognóstico de pacientes críticos, as medidas de prevenção e tratamento precoce podem
impactar favoravelmente na evolução clínica; para isso faz-se necessária a atuação de uma
equipe multiprofissional e especializada que estabeleça metas quanto às complicações da IRA
e quanto à instituição precoce do tratamento (BENICHEL; MENEGUIN, 2020).
Durante a internação em UTI os pacientes geralmente demandam intervenções de
maior complexidade assistencial, as quais podem ter repercussões na função renal. Algumas
pesquisas evidenciaram algumas intervenções terapêuticas e diagnósticas que possuem esse
potencial, destacando-se: a Ventilação Mecânica Invasiva (VMI) e o uso medicamentos com
ação nefrotóxica (SLATER et al., 2016; PERES; WANDEUR; MATSUO, 2015). Neste estudo
observou-se que 39% dos pacientes se submeteram ao uso de VMI, 8% usaram drogas
vasoativas e em 86% foram administrados esquemas terapêuticos com antibióticos de amplo
espectro: Amicacina, Vancomicina, Ceftriaxona, Levofloxacina, Getamicina, Vancomicina,
Cefepima, Rifampicina, Imipenem + Cilastatina Sódica, Azitromicina, Tazocin, Linezolida,
Meropenem, Polimixina B, Oxacilina, Metronidazol.
As implicações nefrotóxicas derivadas da antibioticoterapia já são reconhecidos pela
literatura, dentre as principais categorias contribuintes encontram-se os aminoglicosídeos, os
glicopeptídeos e as polimixinas. A utilização de várias classes de antibióticos pode aumentar as
chances para o desenvolvimento da LRA, os quais quando associados a drogas vasoativas e
contraste radiológico, potencializam ainda mais seus efeitos degenerativos (BENICHEL;
MENEGUIN, 2020).
Tendo em vista os eventos multifatoriais que contribuem para o desenvolvimento de
LRA, é necessário estabelecimento do perfil clínico e o mapeamento dos principais fatores de
risco que podem levar a lesão renal ao paciente internado em terapia intensiva.
Conclusão
O perfil dos pacientes que desenvolvem IRA na UTI se caracteriza, predominantemente,
por adultos com idade superior a 60 anos, com comorbidades (HAS e DM); são submetidos aos
procedimentos invasivos de alta complexidade na UTI tais como a VMI e o uso de
vasopressores. Dados os motivos de admissão neste setor, esses paciente sutilizam esquemas
terapêuticos com antibióticos de largo espectro, além das suas associações.
A ocorrência da IRA na UTI relaciona-se com fatores de risco associados à terapêutica
empregada, comorbidades prévias, agravos agudos, idade, distúrbios hidroeletrolíticos,
distúrbios do equilíbrio ácido básico, balanço hídrico acumulativo e a necrose tubular aguda. O
monitoramento da função renal através do balanço hídrico, avaliação clínica e de exames
laboratoriais pode detectar precocemente esta disfunção, favorecendo a instituição de medidas
para preservá-la e/ou recuperá-la.
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Referências
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em pacientes clínicos intensivos. Acta Paul. Enferm. São Paulo, v.33, 2020. Disponível em: <
http://www.revenf.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
21002020000100404#t1 > Acesso em: 17 Set. 2020.
GARSKE, C. C. D.; et al. Avaliação das interações medicamentosas potenciais em prescrições
de pacientes em unidade de terapia intensiva. Rev. Saú. e Pesq. v. 9, n. 3, set./dez. 2016.
Disponível em: < http://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/saudpesq/ article/view /53
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PINHEIRO, Kellen Hyde Elias; et al. Risk factors and mortality in patients with sepsis, septic
and non septic acute kidney injury in ICU. J. Bras. Nefrol. São
Paulo, v .41, n.4, Out./Dec. 2019. Disponível em: <
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-28002019000400462> .
Acesso em: 17 Set. 2020
PERES, L.A.B., WANDEUR, V., MATSUO T. Preditores de injúria renal aguda e de
mortalidade em uma Unidade de Terapia Intensiva. Jornal Brasileiro de Nefrologia, [s.l.], v. 37,
n. 1, p. 38-46. 2015. Disponível em: http://bjn.org.br/details/1722/pt-BR/preditores-de-injuria-
renal-aguda-e-de-mortalidade-em-uma-unidade-de-terapia-intensiva
Sociedade de Nefrologia do Estado de São Paulo – SONESP. Doença renal crônica atinge 12
milhões no Brasil. São Paulo, 2017. Disponível em: < http://sonesp.nefrosp.org.br/tag
/estatisticas-em-nefrologia/>.
SLATER, M.B. et al. Identifying high-risk medications associated with acute kidney injury in
critically ill patients: a pharmacoepidemiologic evaluation. Pediatric Drugs, [s.l.], v. 19, n. 1, p.
59-67. Fev 2017. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs40272-016-
0205-1.
TELES, Flávio; et al. Impacto da diálise em pacientes críticos idosos com injúria renal aguda:
uma análise por propensity-score matching. Braz. J. Nephrol, v.41, n.1, p.14-21, 2019.
Disponível em: < https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
28002019000100014 > Acesso em: 17 Set. 2020.
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Maria Dianna Sousa1; Laise Lara Firmo Bandeira2; Izael Gomes da Silva2; Sara Taciana
Firmino Bezerra3
Introdução
Metodologia
De um ponto de vista metodológico, esta pesquisa possui uma natureza básica, com
abordagem descritiva e predominantemente quantitativa.
Além disso, o projeto de pesquisa ao qual este trabalho vincula-se foi aprovado pelo
Comitê de Ética, sob o número: 3.244.100, conforme exigências estabelecidas pela Resolução
466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, que trata da pesquisa envolvendo seres humanos.
Desse modo, todos os participantes receberam e assinaram uma cópia do Termo de
Consentimento Livre Esclarecido.
A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação de formulários que solicitava
informações de identificação, psicossociais, demográficas, e de fatores de risco para o
1
Estudante do curso de graduação em Enfermagem do Departamento de enfermagem da Universidade do Estado
do Rio grande do Norte.; e-mail: mariasousa@alu.uern.br
2
Estudantes do curso de graduação em Enfermagem do Departamento de enfermagem da Universidade do Estado
do Rio grande do Norte.; e-mail: laisebandeira@alu.uern.br, izaelsilva@alu.uern.br
3
Professora do Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Coordenadora
da Pesquisa Avaliação do Risco cardiovascular dos trabalhadores do Campus Avançado de Pau dos Ferros
(CAPF); Membro do Grupo de Pesquisa Conhecimento, Enfermagem e Saúde das Populações – GRUPESCES.
E-mail: sarataciana@uern.br
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 300
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Resultados e discussões
TABELA – Perfil socioeconômico dos trabalhadores do Campus Avançado de Pau dos Ferros
da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Pau dos Ferros, 2020.
Variáveis n %
Sexo
Feminino 14 42,4
Masculino 19 57,6
Idade
27 a 45 24 72,7
45 a 60 9 27,3
Etnia
Branco 22 66,7
Pardo 9 27,3
Preto 1 3,0
Amarelo 1 3,0
Escolaridade
Mestre 12 36,4
Doutor 15 45,4
ESC 6 18,2
Renda R$
2.200,00 a 7.999,00 7 21,2
8.000,00 a 16.000,00 26 78,8
Condições de saúde
Boa 20 60,6
Regular 12 36,4
Ruim 1 3,0
Usa Álcool
Sim 20 60,6
Não 13 39,4
Tabagista
Sim 1 3,0
Não 32 97,0
Doenças Crônicas
Sim 13 39,4
Não 20 60,6
Faz uso de fast foods semanalmente
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Sim 23 69,7
Não 10 30,3
Pratica de Atividade Física
Sim 11 33,3
Não 22 66,7
Ocupação
Docente 27 81,8
Técnico administrativo 6 18,2
Fonte: Elaboração própria com base nos dados da pesquisa.
Considerações Finais
Os dados contidos nessa pesquisa nos permitem analisar o perfil socioeconômico dos
trabalhadores na sua relação com suas doenças, suas percepções e seus hábitos de vida. Este
trabalho poderá futuramente ser usado no desenvolvimento de outras pesquisas.
Esta pesquisa futuramente pode ser aprofundada ou até mesmo ampliada visto que sua
interrupção não foi planejada nem desejada pelos seus pesquisadores.
Foi possível avaliar e comparar dados com o intuito de entender os hábitos exercidos
pelos indivíduos no que diz respeito, a saber, se eles são ou não possíveis doenças.
Agradecimentos
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Referências
GARCIA, Rosa Wanda Diez. Práticas e comportamento alimentar no meio urbano: um estudo
no centro da cidade de São Paulo. Cadernos de Saúde Pública, v. 13, n. 3, p. 455-467, 1997.
TAVARES, Eliane Soares; DE ASSIS, Ana Paula Gomes. Perfil dos trabalhadores de um
laboratório de análises clínicas. Revista da Jornada de Pós-Graduação e Pesquisa-Congrega
Urcamp, p. 178-195, 2017.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Luanna Mayrany Alves Costa Silva1; Jamile Marinho Bezerra de Oliveira Moura2
INTRODUÇÃO
A queilite actínica (QA) destaca-se por ser uma lesão potencialmente maligna,
definida como uma condição degenerativa do epitélio de revestimento que afeta o lábio.
Estima-se que 95% dos casos de câncer de lábio inferior, são decorrentes de QA (RÍOS,
2017). A exposição crônica dos lábios a radiação ultravioleta (UV) do sol é o principal
fator etiológico associado a essa lesão, especialmente o tipo B (UVB), devido ao seu
maior potencial de penetração. O lábio inferior é mais frequentemente acometido devido
a maior exposição dessa região a radiação solar (CAVALCANTE, 2008).
Essa lesão pode apresentar-se em duas formas clínicas: a forma aguda é a menos
comum, caracterizada por eritema brandos, fissuras, ulcerações e crostas, e ocorre quando
há exposição excessiva ao sol, em um curto espaço de tempo, frequentemente com a
resolução dessas alterações clínicas (CINTRA, et al., 2013). A forma crônica ocorre
quando há exposição prolongada e cumulativa aos raios UV. A apresentação clínica mais
comum exibe lábios ressecados, com fissuras, aumento de volume discreto e difuso, perda
do limite entre semimucosa labial e pele, além de pápulas e/ou manchas leucoplásicas
(ARNAUD, 2014).
Acomete principalmente indivíduos do sexo masculino que desempenham
atividades ocupacionais expostos à radiação solar. Dentre os fatores de risco que
influenciam no desenvolvimento da lesão, destacam-se a frequência de exposição aos
raios solares sem a devida proteção, a intensidade dos raios solares e o grau de
pigmentação cutânea (LUCENA, et al., 2012). Considerando a relevância de tais
aspectos, o presente estudo objetivou identificar em trabalhadores rurais do município de
Caicó-RN a prevalência de queilite actínica, bem como analisar a presença e o perfil das
lesões referente à sua apresentação clínica.
METODOLOGIA
Foi realizado um estudo do tipo transversal, descritivo e analítico com uma
abordagem quantitativa. A amostra do estudo foi constituída por 300 agricultores rurais
que aceitaram participar da pesquisa mediante assinatura do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE) e estavam sindicalizados no município de Caicó-RN. A
coleta dos dados se deu através da aplicação de um questionário individual, estruturado
com questões abertas e fechadas, construído a partir de questionário adaptado ao validado
por Lucena (2012) e exame clínico da mucosa labial conforme a classificação clínica de
Silva et al., (2006) e Cintra et al., (2013). Previamente à coleta dos dados foi realizado
uma calibração entre os examinadores da pesquisa.
1
Discente do curso de Odontologia do Departamento de Odontologia da Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: luannamayranya@gmail.com
2
Docente Adjunto IV do Departamento de Odontologia da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte; e-mail: jamilemarinho@uern.br
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
A amostra estudada foi composta por 300 trabalhadores rurais sindicalizados em
Caicó/RN, sendo observada uma prevalência de 12% (n=36) de queilite actínica. Todas
as lesões se apresentaram exclusivamente no lábio inferior. De acordo com os parâmetros
clínicos utilizados, identificou-se 30 (10%) casos de QA do tipo crônica e 06 (2%) da
aguda. Com relação às características clínicas, foi considerado diferentes graus de
severidade para a lesão, conforme ilustrado na Tabela 1.
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No que diz respeito aos hábitos de vida e de saúde, tais como o tabagismo e o
etilismo, foi observado entre os que apresentaram QA, que 03 eram tabagistas, 06 etilistas
e 03 faziam uso concomitante de tabaco e álcool. Dessa forma, independente da baixa
frequência de hábitos encontrados na amostra, importante ressaltar a ação sinérgica que
estes hábitos exercem sobre a mucosa labial já alterada pela radiação solar.
Medidas de fotoproteção, como o uso de protetor solar foi mencionado por apenas
12,7% (n=7) dos agricultores, já o uso do chapéu foi mais expressivo, correspondendo a
14,2% (n=28). O presente estudo não encontrou associação significativa entre a presença
de fotoproteção e a ocorrência de QA, achados semelhantes aos resultados de Silva et
al (2006). Por outro lado, uma relação estatisticamente significativa foi observada entre
QA e a ausência do uso de protetor labial com FPS (Fator de Proteção Solar) valor de p=
0,001 e o uso de protetor labial do tipo manteiga de cacau (p= 0,025), o qual não possui
FPS. Aqueles que citaram usar tal medida como fotoproteção foram mais propensos a
desenvolver a lesão, uma vez que a manteiga de cacau é considerada ineficaz contra a
ação dos raios UV. Os trabalhadores mostraram desconsiderar a importância do uso de
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protetor solar corporal e labial, cujo uso foi observado em apenas 18,3% (n=55) e 1,7%
(n=5) respectivamente, dados condizentes com os achados de Lucena et al. (2012).
CONCLUSÃO
Destarte, a quelite actínica foi mais prevalente em indivíduos do sexo masculino,
de fototipo de pele clara, sensível aos efeitos da radiação UV. Não houve nenhum caso
de QA sem a associação com exposição crônica aos raios solares. As alterações clínicas
mais constantemente encontradas foram descamações, fissuras, alterações de cor,
ressecamento e atrofia labial. Assim, fica explícito a necessidade de formulação de
medidas educativas e preventivas voltadas para os trabalhadores rurais, bem como
estratégias terapêuticas adequadas a fim de reduzir os riscos potenciais para a
transformação maligna da lesão de queilite actínica.
AGRADECIMENTOS
Ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de
Caicó-RN pela receptividade e a todos os trabalhadores (as) pela contribuição com a
ciência. Expresso também minha gratidão ao Programa Institucional de Iniciação
Científica da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, pelo apoio financeiro
concedido.
REFERÊNCIAS
ARNAUD R.R. et al.Prevalence and factors associated to actinic cheilitis in beach
workers. Oral Diseases v.18, p. 575– 579, 2014.
CAMARGO M.B; DUMITH S.C; BARROS AJ. Regular use of dental care services by
adults: patterns of utilization and types of services. Cad Saúde Publica v.25,p. 1894–
1906,2009.
CINTRA J.S. et al. Queilite Actínica: Estudo epidemiológico entre trabalhadores rurais
do município de Piracaia – SP. Rev assoc paul cir dent, v.67(2), p.118-221, 2013.
LUCENA E.E.S.; COSTA D.C.B.; SILVEIRA E.J.D.; LIMA K.C. Prevalence and factors
associated to actinic cheilitis in beach workers. Oral Diseases v.18, p. 575– 579, 2012.
RÍOS P.; MALDONADO C.; NORAMUENA P.; DONOSO M.; Prevalencia de queilitis
actínica em pescadores artesanales, Int.J.Odontostomat, v. 11(2), p. 192 -197. Valdivia,
Chile.2017.
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 307
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Thalita Fernanda de Jesus Pires¹; Gilka Torres Barisic2; Dayseanne Araújo Falcão3;
Palavras-chave: Hemograma. Alterações leucocitárias. Leucocitose. Leucopenia. Linfócitos
Atípicos.
INTRODUÇÃO
Existe no meio ambiente uma quantidade enorme de agentes infecciosos, como por
exemplo: os vírus, bactérias, fungos, protozoários e parasitas, que são responsáveis por causar
doenças nos seres humanos.¹ Para isso, o ser humano possui no seu organismo meios de se
defender contra esses agentes, contando então com as funções exercidas pelo sistema imune.
Para que essa proteção ocorra de maneira eficaz, o sistema imune realiza quatro funções:
primeiro detecta a infecção, tenta contê-la, em seguida mantém a regulação imune e em quarto
lugar protege o indivíduo em relação a uma futura entrada desse mesmo patógeno.²
O sistema imune tem células que são responsáveis pelo desenvolvimento da resposta do
organismo contra os patógenos. Os leucócitos são as células centrais para todas as respostas
imunes elaboradas, especialmente linfócitos, macrófagos células dendríticas e as citocinas
produzidas por essas células.¹ O termo leucócito é de origem grega, Leuco significa “branco” e
cito, “célula”. Leucócitos, ou glóbulos brancos são células nucleadas que têm como principais
funções o combate e eliminação de microrganismos e estruturas químicas estranhas ao
organismo – sejam eles patogênicos ou não. Os leucócitos apresentam-se em vários tamanhos,
formas e números e, na maioria das vezes, agem como se fossem organismos vivos e
independentes, com capacidade de se mover e fagocitar microrganismos e resíduos por conta
própria. Em média, existem de 4.000 a 11.000 leucócitos/mm³ no sangue periférico.4
Os neutrófilos são as células brancas sanguíneas circulantes em maior quantidade e são
responsáveis pelas fases iniciais das reações inflamatórias. A migração dos neutrófilos para os
locais de infecções quando ocorre entrada de microrganismos acontece de forma rápida, na
tentativa de eliminar os invasores através da fagocitose que são capazes de realizar.³ Já os
monócitos, que são os fagócitos mononucleares, migram na sequência para intensificar o
processo de fagocitose, contando com a ajuda das células dendríticas já localizadas nos tecidos.
Por último, são recrutados os linfócitos que contribuirão para o fim do processo infeccioso
através das citocinas que produzem ou da liberação de substâncias tóxicas para células
parasitadas.
O conjunto de avaliações das células do sangue que, reunido aos dados clínicos, permite
conclusões diagnósticas e prognósticas de grande número de patologias é chamado de
hemograma. O leucograma faz parte do hemograma e representa a avaliação da série
leucocitária do sangue. Os parâmetros que constituem o leucograma são: a contagem total de
leucócitos ou leucometria total, expressa em milhares/ L de sangue e a contagem diferencial,
expressa em percentual e em número absoluto (também em milhares/ L de sangue) de cada tipo
de leucócito (contagem diferencial).6
¹Estudante do curso de Ciências Biológicas do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte – UERN; e-mail: thalitafernanda10@hotmail.com
2
Professora do Departamento de Ciências Biomédicas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte –
UERN; e-mail: gilkabarisic@uern.br
3
Professora do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN
Vice-líder do grupo de pesquisa Nutrição e Saúde; e-mail: dafalcao@hotmail.com
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outras. A partir das tabelas foram gerados gráficos ilustrativos das alterações encontradas nos
hemogramas e das suas significâncias estatísticas utilizando o Test t de Student.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram coletados 19 hemogramas no total, destes, somente quatro com leves alterações
(TABELA 1).
Tabela 1: Quadro demonstrativo das alterações encontradas em hemogramas e alterações no
estado geral de saúde relatadas pelos participantes.
ALTERAÇÃO NO ALTERAÇÃO DE SAÚDE
ALUNO CÉLULA IMPLICADA
HEMOGRAMA RELATADA
A004 Leucocitose Neutrófilos SR
A005 Leucocitose NI Infecção viral sintomática.
Inflamação na garganta; anemia;
A013 Leucopenia Linfócitos e Monócitos
perda de peso.
A011 Leucopenia Monócitos Perda de peso.
NI – Não Identificada; SR – Sem Relato.
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CONCLUSÃO
Foram realizados hemogramas em estudantes da rede estadual de ensino, com idades
entra 14 e 18 anos. Uma pequena parte dos hemogramas exibiu alterações nas concentrações
gerais de leucócitos ou de suas linhagens específicas, leucocitose ou leucopenia, com provável
associação a quadros infecciosos em alguns participantes, de acordo com o relatado dos
mesmos. Em sua maioria, contudo, os resultados de hemograma ilustraram a inexistência de
tais alterações indicando que a maior parte dos alunos se encontra saudável.
REFERÊNCIAS
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Resultados e Discussão
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Conclusão
Os resultados deste estudo demonstraram uma considerável prevalência da disfunção
temporomandibular e ansiedade nos alunos dos cursos de Odontologia e Enfermagem do
Campus Avançado de Caicó da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Ademais,
foi verificada a relação positiva entre esses fatores psicológicos, como a ansiedade e o estresse
emocional com a prevalência de DTM.
Tais achados sugerem a importância do conhecimento desta relação pelo cirurgião-
dentista e pelos profissionais da psicologia, no intuito de propor um tratamento com
abordagem multiprofissional, além da participação de outros profissionais da área da saúde
como neurologistas, fonoaudiólogos e fisioterapeutas, visto que a disfunção
temporomandibular é uma doença de etiologia multifatorial, o que melhoraria o prognóstico
em relação à DTM e aos distúrbios psicológicos. Todavia, faz-se necessário mais estudos
dessa temática utilizando os mesmos instrumentos usados nesta pesquisa, porém com caráter
longitudinal.
Agradecimentos
À Universidade do Estado do Rio Grande do Norte e todos os seus docentes.
Referências
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Introdução
Lesões de mucosa bucal são condições que ocorrem nos tecidos moles da boca,
reconhecidas sob a forma de diferentes lesões fundamentais que se apresentam por aspectos
clínicos diversos como alterações de cor, formações sólidas, coleções líquidas e perdas
teciduais (HIPÓLITO et al., 2010). Essas alterações podem ser de origem infecciosa, ser
decorrentes de trauma ou irritação local, como também devido às manifestações de doenças
sistêmicas ou podem ainda estar relacionadas a hábitos e estilo de vida (NEVILLE et al.,
2009). As condições que mais acometem a mucosa bucal da população infantil, em geral, são
as estomatites aftosas recorrentes, mucocele, herpes labial, língua fissurada, língua
geográfica, língua saburrosa, candidíase bucal e as lesões traumáticas (FURLANETTO,
2006).
A qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB) foi definida como “o
impacto das doenças bucais sobre aspectos da vida cotidiana que são importantes para os
pacientes e pessoas, com os impactos sendo de magnitude suficiente, quer em termos de
frequência, gravidade ou duração, para afetar a percepção do indivíduo sobre sua vida em
geral” (Silva et. al, 2009). Tem sido apontada na literatura a necessidade de considerar as
dimensões funcionais e psicossociais da saúde bucal para a avaliação de intervenções
odontológicas, como o impacto na qualidade de vida relacionado à saúde bucal
(GHERUNPONG et al., 2004). Os instrumentos utilizados para avaliar o impacto das
condições bucais na qualidade de vida são os questionários, denominados genericamente de
indicadores sócio-dentais (REISINE, 1981).
É importante a investigação no que se refere a ocorrência de lesões em crianças, visto
que, em grande parte dos casos, tal condição não recebe um rápido diagnóstico que possibilite
um pronto tratamento (KNIGHT, 2003; TACK et al, 2002). Diante disso, é de fundamental
importância oferecer à comunidade uma investigação de diagnóstico de lesões bucais, além de
desenvolver ações para ampliar as melhorias de condições saúde bucal e qualidade de vida. O
objetivo do estudo foi avaliar o impacto das lesões de mucosa bucal na qualidade de vida
relacionada à saúde bucal em crianças de 8 a 10 anos de idade matriculadas nas escolas
municipais de Caicó-RN.
Metodologia
Tratou-se de um estudo observacional, transversal, realizado com 71 escolares entre
8 a 10 anos de idade regularmente matriculados em Escolas Municipais de Caicó-RN.
Os critérios de inclusão adotados para os pacientes da pesquisa foram: indivíduos de
ambos os sexos, com idades entre 8 a 10 anos, matriculados nas escolas municipais de Caicó-
RN. Já os critérios de exclusão foram: crianças com necessidades especiais e pais/filhos que
recusaram a participação na pesquisa. As crianças foram divididas em dois grupos: Grupo
lesão (GL): composto por 26 crianças com presença de lesões bucais diagnosticadas durante a
realização do exame clínico e Grupo controle (GC): composto por 45 crianças que não
apresentaram lesões bucais durante o exame clínico.
Resultados e Discussão
De acordo com os resultados, a prevalência de crianças que apresentaram lesão de
mucosa foi igual a 36,61%. Todas as lesões encontradas foram benignas e grande parte de
tamanho pequeno/médio com recente evolução (Tabela I).
Tipo de Quantidad Sintomatologi Tempo de Tamanho/ Localização
lesão e% a evolução Extensão
Mucocele 4 (5,63%) 100% Não 1 Semana 2 Pequenas 4 Lábio inferior
2 Médias
Língua 2 (2,81%) 100% Não Mais de um Média Dorso da língua
geográfic ano
a
Língua 1 (1,40%) 100% Não Indeterminad Média Dorso da língua
saburrosa o
Úlcera 17 100% Sim 16 Menos de 6 Pequenas 10 Mucosa Jugal
aftosa (23,94%) 1 semana 7 Médias 7 Gengiva
1 Mais de 4 Grandes
uma semana
Abscesso 2 (2,81%) 100% Sim 2 Semanas Médio 1 Região de 44
1 Região de 46
Total 26 - - -
(36,61%)
Conclusão
Com base nos resultados dessa pesquisa é possível concluir que a presença de lesões
bucais interfere negativamente na qualidade de vida das crianças, mostrando também que sua
¹Acadêmica do Curso de Odontologia do Departamento de Odontologia da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: marilia_nnobrega@hotmail.com;
²Professora do Departamento de Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte; e-mail: pati_bittencourt@hotmail.com.
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Agradecimentos
Ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) pela
concessão da bolsa, à Universidade do Estado do Rio Grande do Norte e à colega Luana
Cristina Silva de Andrade pela contribuição para o desenvolvimento da pesquisa
Referências
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INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
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CONCLUSÕES
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
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Introdução
Nos últimos 15 anos as doenças cardiovasculares (DCV) foram consideradas a principal
causa de mortes em todo o mundo, tornando-se um dos maiores problemas de saúde pública. A
Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que até o ano de 2030 quase 23,6 milhões de
pessoas morrerão de DCV (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2015).
No Brasil, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 51,6% dos óbitos. De
acordo com o cardiômetro, no ano de 2020, mais de 216 mil pessoas morreram em consequência
das afecções cardiovasculares. Em estimativa realizada pela SBC, ao final desse ano, quase 400
mil cidadãos brasileiros poderão morrer por essas doenças (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIA, 2020).
A ocorrência de DCV pode ser atribuída a um conjunto de fatores de risco modificáveis,
como tabagismo, etilismo, hipertensão arterial, obesidade e sedentarismo (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2015).
O sedentarismo é avaliado como um dos principais fatores responsáveis por DVC,
comprometendo entre 50 a 80% da população do mundo (REZENDE et al., 2014). No Brasil,
47% dos adultos não praticam atividades físicas suficientemente, sendo classificado como um
dos países mais sedentários do mundo (GUTHOLD et al., 2018). A obesidade também foi
considerada como um dos principais fatores responsáveis pelo aumento da incidência de DCV.
Hoje o perfil da população mundial apresenta número significativo de indivíduos obesos e com
sobrepeso (BRASIL, 2019).
Diante disso, o objetivo da pesquisa foi identificar a prevalência dos diagnósticos de
enfermagem estilo de vida sedentário e obesidade, seus indicadores clínicos e fatores
relacionados em pacientes adultos com afecções cardiovasculares hospitalizados.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal, com abordagem quantitativa, realizado no Hospital
Regional Telecila Freitas Fontes, localizado na cidade de Caicó/RN.A população foi composta
por pacientes com afecções cardiovasculares e que estavam hospitalizados no hospital acima
referido, sendo coletado uma amostra de 36 pacientes.Os critérios de inclusão para os
participantes do estudo foram: apresentar diagnóstico de doença cardiovascular confirmado e
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ter idade superior a 18 anos. Foram excluídos aqueles pacientes sem condições físicas e
psíquicas para participar da coleta.
A coleta de dados foi realizada com um instrumento composto por duas partes. A parte
I – Dados sociodemográficos e clínicos. E a parte II foi composta pelos indicadores
clínicos/fatores relacionados dos diagnósticos de enfermagem obesidade e estilo de vida
sedentário.
Os dados coletados foram organizados em planilhas separados do Microsoft Excel e
analisados com o auxílio do IBM SPSS Statistic versão 19.0 for Windows. As frequências
relativas e absolutas dos diagnósticos e seus componentes foram avaliadas. A pesquisa foi
aprovada com parecer favorável sob o número 3.234.418 e CAAE: 09005819.9.0000.5294, em
obediência à Resolução 466/2012.
Resultados e Discussão
Esta pesquisa demonstrará as frequências dos diagnósticos de enfermagem obesidade,
estilo de vida sedentário e seus componentes em pacientes com problemas cardiovasculares.
Na Tabela 1 é exposto o diagnóstico de obesidade.
Tabela 1 –Prevalência do diagnóstico obesidade e seus componentes em pacientes com
doenças cardiovasculares. 2020.
Variáveis N %
Diagnóstico de enfermagem
Obesidade 16 44,4
Característica definidora
Índice de massa corporal 16 44,4
Fatores relacionados
Distúrbio do sono 29 80,6
Consumo de bebidas açucaradas 26 72,2
Comportamento sedentário que ocorre por ≥ 2 25 69,4
horas/dia
Média de atividade física diária inferior à 24 66,7
recomendada para idade e sexo
Percepções alimentares desorganizadas 21 58,3
Frequencia alta a restaurantes e de consumo de 16 44,4
frituras
Medo relativo à falta de suprimento de alimentos 15 41,7
Comportamento alimentar desorganizado 12 33,3
Hábito de beliscar alimentos com freqüência 12 33,3
Tempo de sono reduzido 10 27,8
Consumo excessivo de álcool 05 13,9
Alimentos sólidos como principal fonte alimentar 05 13,9
antes dos 5 meses de idade
A obesidade esteve presente em 44,4% da amostra pesquisada e foi constada pela
presença do índice de massa corporal acima de 30 Kg>m2. Os fatores desencadeadores
principais para esse achado foram: distúrbio do sono, consumo de bebidas açucaradas,
comportamento sedentário que ocorre por ≥ 2 horas/dia, média de atividade física diária inferior
à recomendada para idade e sexo e percepções alimentares desorganizadas.
A obesidade é considerada uma doença resultante do acúmulo de gordura no organismo
(BRASIL, 2019). Alguns pacientes deste estudo desenvolveram alterações que são resultantes
do diagnóstico obesidade. Dentre esses, o distúrbio do sono. Esse tipo de distúrbio é atribuído
ao aumento da massa corporal, o qual é responsável pelo comprometimento da função
respiratória durante o ciclo do sono (KOPELMAN, 2000).
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Conclusão
Quase metade dos entrevistados apresentaram obesidade. Os fatores mais frequentes
nesses indivíduos foram: distúrbio do sono, consumo de bebidas açucaradas, comportamento
sedentário que ocorre por ≥ 2 horas/dia, média de atividade física diária inferior à recomendada
para idade e sexo e percepções alimentares desorganizadas. A maior parte apresentou
diagnóstico estilo de vida sedentário, com prevalência das características definidoras falta de
condicionamento físico, média de atividade física diária inferior à recomendada para idade e
sexo e preferência por atividade com pouca atividade física.
O presente estudo apresentou como limitação a paralisação da coleta de dados em
virtude da pandemia do Covid-19. Durante o processo de coleta foi anunciado um decreto que
suspendeu as atividades acadêmicas, dessa forma, a pesquisa foi interrompida.
Agradecimentos
Ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico) pela
oportunidade de ser bolsista de Iniciação Científica. Aos profissionais do Hospital Regional do
Seridó Telecila Freitas Fontes e aos participantes da pesquisa que se prontificaram em colaborar
com o estudo.
Referências
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Introdução
A organização e manutenção de um biobanco de dentes é necessária, a fim de que os
dentes sejam armazenados e mantidos até a época de sua utilização. Pode-se dizer que o cenário
atual dos biobancos de dentes tem dado um enfoque maior para as pesquisas e o treinamento
laboratorial préclínico. As faculdades de Odontologia devem organizar seus próprios biobancos
de dentes, objetivando fornecer material biológico adequado para os graduandos e
pesquisadores. Os dentes humanos são considerados material biológico segundo a resolução
CNS Nº 441, de 12 de maio de 2011, a qual versa sobre o regimento para armazenamento e
utilização de material biológico humano com finalidade de pesquisa. O primeiro banco de
dentes humanos criado no Brasil foi na Faculdade de Odontologia da Universidade de São
Paulo, em 1996. (VINHOLES; FERNANDES; RITZEL, 2011; REZENDE, 2011). No
Biobanco de dentes, métodos adequados de esterilização, desinfecção e estocagem são
utilizados, considerando, inclusive, a manutenção possível das propriedades fisiológicas dos
tecidos dentários. Assim, a biossegurança é imprescindível para no funcionamento do banco de
dentes (Rezende, 2011). O Biobanco de dentes no ensino pré-clínico, proporciona o uso
biosseguro do elemento dental e no desenvolvimento de pesquisas científicas, oferece a
distribuição regulamentada de dentes, facilitando a aprovação de projetos nos Comitês de Ética
em Pesquisa (NOBRE et al., 2011). Segundo Ferreira et al. (2003), estudos in vitro têm grande
contribuição para o ensino das diferentes áreas da Odontologia, pois é possível avaliar técnicas,
testar materiais e desenvolver novos métodos e produtos, visando ao aprimoramento da
qualidade dos serviços odontológicos e biomédicos prestados à população. As atividades de
extensão, considerando-as como as atividades desenvolvidas em conjunto com a comunidade
na construção da cidadania, requerem dentes humanos, tanto no processo de atenção à saúde
(fins clínico-terapêuticos) quanto na educação em saúde bucal. Assim, a estruturação do
Biobanco de Dentes Humanos se impõe como necessário, levando em consideração a
implementação em outras instituições tais como, a Faculdade Integrada de Patos- PB,
Universidade de São Paulo, Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal da
Paraíba, Universidade Federal de Feira de Santana, dentre outras. As atividades desenvolvidas
no curso de Odontologia inserem-se em três planos integrados: o ensino, a pesquisa e a
extensão. Em cada um deles, há a necessidade de utilização dos dentes humanos, desde
disciplinas da formação básica até as disciplinas de formação profissional. Desta forma, este
protocolo de desenvolvimento tem por objetivo estabelecer a partir de uma revisão da literatura
1
Estudante do Curso de Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail
lucascaico22@gmail.com
2
Professor do Departamento de Odontologia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte participante
do Grupo de Estudos Interdisciplinares em Ciências Odontológicas; e-mail: legclinica@gmail.com
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Metodologia
Foi realizada uma revisão da literatura acerca da legislação pertinente a instalação e
funcionamento de biobancos de dentes, bem como revisão da literatura das experiências no país
da consolidação e rotinas de um biobanco de dentes. Foram desenvolvidos a partir de
adaptações os modelos de cartas de solicitação de dentes humanos, de livro de registro de
doadores e armazenamento de dados, rotina de Coleta dos dentes, condições armazenamento
dos dentes, preparo dos dentes para empréstimo.
Resultados e Discussão
A organização e manutenção de um biobanco de dentes é necessária, a fim de que os
dentes sejam armazenados e mantidos até a época de sua utilização. Pode-se dizer que o cenário
atual dos biobancos de dentes tem dado um enfoque maior para as pesquisas e o treinamento
laboratorial pré-clínico. Os documentos cartas de solicitação de dentes humanos, de livro de
registro de doadores e armazenamento de dados, rotina de Coleta dos dentes, condições
armazenamento dos dentes, preparo dos dentes para empréstimo foram selecionados das
instituições brasileiras que tem biobancos de dentes humanos, entre elas FOUSP, e adaptados
à realidade institucional. Esses resultados possibilitam o começo da coleta de dentes a partir de
contatos com estabelecimentos de saúde a fim de que se possa efetivamente começar a doação
de dentes.
Conclusões
A formação do biobanco de dentes humanos da UERN a partir da doação de uma
coleção particular dará suporte as disciplinas pré-clínicas e clínicas, tais como dentística,
endodontia e periodontia para o pleno desenvolvimento de suas atividades, atendendo a toda
legislação e código de ética pertinente.
Referências
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pesquisa no curso de Odontologia da Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES.
5º FEPEG. 21 a 24 de setembro de 2011. Montes Claros. 2011. Disponível em:
http://www.fepeg.unimontes.br/index.php/eventos/forum2011/paper/viewFile/2516/ 1737.
Acesso em: 15 de março de 2019
VINHOLES, Julia Itzel Acosta Moreno; FERNANDES, Daniela Casarin; RITZEL, Irene
Fanny. Banco de dentes humanos no curso de Odontologia da ULBRA – Campus
Torres.Conversas Interdisciplinares. V.1, 2011. 11p. Disponível
em:http://revista.ulbratorres.com.br/site/images/anoI/artigo03.pdf. Acesso em: 27 de março de
2019.
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INTRODUÇÃO
Dentre as patologias relevantes da cavidade oral estão inseridas as lesões cancerizáveis
que apresentam potencial de transformação maligna, destacando-se a queilite actínica (QA) que
é definida como uma condição degenerativa do epitélio de revestimento que afeta o lábio. Os
fatores de risco que influenciam no seu desenvolvimento são a frequência de exposição aos
raios solares sem a devida proteção, a intensidade dos raios solares e o grau de pigmentação
cutânea (LUCENA et al., 2012).
O potencial de transformação maligna da lesão pode ser aumentado quando associado a
outros fatores carcinogênicos, como o álcool e principalmente o fumo. A queilite actínica pode
evoluir para o carcinoma de lábio e estima-se que 95% dos casos de câncer de lábio inferior
originam-se dessa patologia. Tal lesão é mais frequentemente encontrada em indivíduos do sexo
masculino, com idade superior aos 40 anos, e de pele clara que se expõem assiduamente ao sol,
como os agricultores rurais (SILVA et al., 2006; SILVA et al., 2020).
Clinicamente, apresenta-se de duas formas: aguda e crônica. A forma aguda é menos
comum, caracterizada por eritema brandos, fissuras, ulcerações e crostas, e ocorre quando há
exposição excessiva ao sol, em um curto espaço de tempo. A forma crônica ocorre quando há
exposição prolongada e cumulativa aos raios ultravioleta, com alterações epiteliais irreversíveis
(CINTRA et al., 2013). O presente estudo objetivou identificar em trabalhadores rurais do
município de Caicó-RN a prevalência de queilite actínica e sua associação com fatores
ocupacionais e hábitos de vida, tais como; tabagismo, etilismo e medidas de fotoproteção, bem
como avaliar o nível de conhecimento dessa população sobre a lesão.
METODOLOGIA
Foi realizado um estudo do tipo transversal, descritivo e analítico com uma abordagem
quantitativa. A amostra do estudo foi constituída por 300 agricultores rurais que aceitaram
participar da pesquisa mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e
que estavam sindicalizados no município de Caicó-RN. A coleta dos dados se deu através da
aplicação de um questionário individual, estruturado com questões abertas e fechadas,
construído a partir de um questionário adaptado ao validado por Lucena et al., (2012) e exame
clínico da mucosa labial conforme a classificação clínica de Silva et al., (2006) e Cintra et al.,
(2013). Previamente à coleta dos dados foi realizado uma calibração entre os examinadores da
pesquisa.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
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desenvolver essa condição patológica. No entanto, neste estudo, não foi observado diferença
estatisticamente significativa (p= 0,823) na prevalência de QA em trabalhadores que possuíam
algum hábito como tabagismo e/ou etilismo, dados condizentes com o estudo de Santos et al.
(2018), contudo, discordando dos resultados das pesquisas de Silva et al. (2006) e Ferreira et
al. (2016). Entretanto, no presente estudo foi identificada associação estatisticamente
significativa entre a prevalência de QA e outros fatores, tais como: cor da pele, sexo, anos de
trabalho na agricultura e escolaridade, conforme ilustrado na Tabela 1.
*Variáveis
Dummy
**Hosmer and
Lemeshow = 0,789
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CONCLUSÃO
Observou-se que a prevalência de queilite actínica foi relativamente baixa nos
trabalhadores rurais do município de Caicó-RN, além dos mesmos possuírem pouco
conhecimento sobre a lesão. Diante disso, os resultados obtidos com essa pesquisa justificam a
necessidade da conscientização para o uso de medidas de fotoproteção, assim como torna
evidente a implementação de estratégias que busquem a prevenção e detecção precoce de lesões
potencialmente malignas nessa população, a fim de reduzir os índices de morbidade e
mortalidade. O acompanhamento clínico dos pacientes acometidos é imprescindível para evitar
o desenvolvimento de um câncer de lábio.
AGRADECIMENTOS
Ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Caicó
pela receptividade e a todos os trabalhadores (as) pela contribuição com a ciência. Expresso
também minha gratidão a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte pela oportunidade
de estar inserida no campo da pesquisa.
REFERÊNCIAS
CINTRA J.S. et al. Queilite Actínica: Estudo epidemiológico entre trabalhadores rurais do
município de Piracaia – SP. Rev assoc paul cir dent, v.67(2), p.118-221, 2013.
FERREIRA A.M. et al. Prevalence and factors associated with oral potentially malignant
disorders in Brazil’s rural workers. Rev Oral Diseases, p.1-7, 2016.
LUCENA E.E.S.; COSTA D.C.B.; SILVEIRA E.J.D.; LIMA K.C. Prevalence and factors
associated to actinic cheilitis in beach workers. Oral Diseases v.18, p. 575– 579, 2012.
SANTOS R.F. et al. Prevalence of and Factors Associated with Actinic Cheilitis in Extractive
Mining Workers. Brazilian Dental Journal .29(2): 214-221, 2018.
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Metodologia
Este estudo foi APROVADO pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UERN, com
Número do Parecer: 3.242.193. E se trata de um trabalho de campo, exploratório,
explicativo e transversal. A aplicação do questionário e exames seriam realizados no
Centro de Atenção Psicossocial III: Arte de Viver, no município de Caicó – RN. A
amostra correspondia a 130 usuários que condizia com 10% da população total de
usuários adultos e idosos do CAPS III.
Seriam incluídos neste estudo usuários adultos com faixa etária de 35 a 44 e
idosos e 65 a 74 anos de idade, usuários de ambos os sexos, aqueles que tivessem
condições mentais para responder as questões do questionário de maneira consciente,
além de condições físicas para manter a boca aberta durante o exame da cavidade oral, e
usuários que consintam em assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. E
seriam excluídos da pesquisa usuários que tivessem menos de 1 ano de registro na
instituição.
A coleta de dados seria realizada por acadêmico do curso de Odontologia da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Seria aplicado um
questionário que visasse colher informações pessoais do indivíduo (sexo, idade,
nacionalidade), informações sobre sua saúde geral, condição socioeconômica, uso de
medicamentos, sua saúde bucal e, por fim, uso e frequência de serviço odontológico.
Para o exame físico da cavidade bucal dos usuários adultos e idosos dessa
unidade seriam realizados se baseando na Pesquisa Nacional de Saúde Bucal do Brasil
(SB-Brasil, 2010), e que a partir do prontuário do usuário, este seria levado para a sala
05 nas dependências do CAPS III: arte de viver, para que fosse apresentado o TCLE,
assinatura do TCLE e o exame da cavidade bucal, caso o usuário não esteja presente
naquele dia, o exame físico intraoral, será realizado em outros dias da coleta de dados.
Para a avaliação da saúde bucal dos usuários, seriam coletadas as informações sobre
cárie dentária, doença periodontal e edentulismo, estes seriam realizados sob luz
ambiente, com posição confortável para o usuário, e os instrumentais utilizados seriam:
Sonda milimetrada da OMS, espelho odontológico, bandeja, gazes, materiais
devidamente estéreis, utilizando as fichas clínicas do SB- Brasil, 2010. Para a aplicação
do questionário e execução do exame físico intraoral ocorreriam por um período de no
máximo 20 minutos. Os instrumentais seriam esterilizados previamente e os
pesquisadores usando EPI (gorro, máscara, luva e jaleco).
O diagnóstico do transtorno mental apresentado pelo paciente seria determinado
pela análise de seus documentos armazenados no CAPS. A ausência de documento com
diagnóstico não excluiria o indivíduo do estudo
Todavia, a realização da pesquisa foi inviabilizada durante um longo tempo (este
prévio à pandemia) devido às deficiências graves no setor de esterilização das Clínicas
Odontológicas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, impossibilitando o
uso dos instrumentais para avaliação da saúde bucal dos usuários. Associado a este fato
soma-se a posteriori a pandemia pelo COVID-19 que exigiu distanciamento social entre
todos os participantes desta pesquisa.
Resultados e discussão
A atenção à saúde bucal dessa população é de suma importância, visto que os
estudos de Valesco Ortega et al (2013), Bertaud et al (2013) e Dickerson et al (2003)
demonstraram que a condição de saúde bucal desse grupo é pior quando comparada
com a população em geral. Altos valores de CPO-D, assim como, o Índice Periodontal
Comunitário foi constatado.
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Introdução
1
Estudante do curso Ciências Biologicas do Departamento de Ciências Biológicas da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN); e-mail: rayonasnasilva@alu.uern.br
leticialima32175@outlook.com
2
Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Bioquímica da Universidade Federal do Ceará
(UFC); e-mail: leandro.bioquimica@gmail.com
3
Mestranda pelo Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Bioquímica e Biologia
Molecular da UERN; e-mail: tawannyborgesl@gmail.com
4
Professor do Departamento de Ciências Biológicas; e-mail: hélio.filho.bio@gmail.com
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Metodologia
Resultados e Discussão
Tabela 1: Determinação das variações de altura (Alt), teor relativo de água (TRA), biomassa
seca de raiz (BSR) e parte aérea (BSPA) e número de folhas (NF) de plantas de Vigna
Unguiculata submetidas a efluente de piscicultura com diferentes níveis de condutividade
elétrica: T1 = 0,61 dSm-1 (Controle), T2 = 2,5 dSm-1 e T3 5,0 dSm-1.
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Conclusão
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Agradecimentos
Referências
MORAIS, M.B. et al. Salt Stress Induces Increase in Starch Accumulation in Duckweed
(Lemna aequinoctialis, Lemnaceae): Biochemical and Physiological Aspects. Journal of Plant
Growth Regulation, v.38, p.683-700, 2019.
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Gabriel Victor Teodoro de Medeiros Marcos¹; Cintia Mikaelle Cunha de Santiago Nogueira²
Introdução
No Brasil, de 2015 a 2016 a epidemia do Zika Vírus (ZIKV) acarretou no aumento de
casos de microcefalia associada à infecção congênita. O maior número de casos confirmados
entre todo o continente Americano fora identificado no Brasil, principalmente na região
nordeste (OLIVEIRA; COELHO, 2015).
A criança microcefálica pode apresentar dificuldades básicas que implicam nas suas
capacidades gerais, apresentando dificuldades em sentar, andar, engatinhar ou realizar ações
como agarrar e manipular objetos. Se não adequadamente tratados esses prejuízos se estendem
até a vida adulta (WILLRICH; AZEVEDO; FERNANDES, 2009).
Com o intuito de contribuir com o desenvolvimento infantil, a Estimulação Precoce (EP)
é indicada para crianças com microcefalia e é um recurso terapêutico que objetiva estimular a
criança e ampliar suas competências, abordando os estímulos que interferem na sua maturação,
em prol do favorecimento do seu desenvolvimento neurológico (BRASIL, 2016).
Todavia, sabe-se que a EP deve ter continuidade para além dos ambientes hospitalares
sendo fundamental que a família participe ativamente no processo de estimulação precoce no
lar (BRASIL, 2016). Para tal, é imprescindível que os pais e cuidadores tenham conhecimentos
suficientes para a realização das práticas de EP.
Assim, o presente estudo teve como objetivo apreender os conhecimentos de mães de
crianças com microcefalia decorrente do ZIKV acerca da estimulação precoce.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, exploratório com abordagem qualitativa. A população do
estudo que fora previamente estabelecida era de quatorze mães de crianças diagnosticadas na
cidade de Mossoró com microcefalia. A amostragem não-probabilista fora adotada por
¹Aluno do curso de Licenciatura/Bacharelado em Enfermagem do Departamento de
Enfermagem – DEN da Faculdade de Enfermagem - FAEN da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte – UERN. E-mail: gabriel.marcos@alu.uern.br
²Professora do Departamento de Enfermagem – DEN da Faculdade de Enfermagem – FAEN
da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN. Coordenadora do Núcleo de
Atenção Materno Infantil – NAMI. E-mail: cintiamikaelle@gmail.com
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conveniência. Todavia, o número de participantes da pesquisa caiu para 11 (onze) mães após a
aplicação dos critérios de inclusão/exclusão.
Como instrumento de coleta de dados, fora adotada a técnica de entrevista semiaberta,
contendo questões relacionadas aos dados sociodemograficos, aos conhecimentos e as práticas
da família a respeito da estimulação precoce no lar. Finalizado o processo de investigação os
dados foram processados seguindo as seguintes etapas: Transcrição das entrevistas; leitura
exaustiva do material obtido com as transcrições; categorização dos núcleos de sentido
(palavras ou expressões que respondiam os objetivos do estudo. Nesta última etapa, os núcleos
deram origem a falas recortadas, sem perca de contexto, e nesse processo foram obtidos os
trechos que respondiam aos objetivos.
A pesquisa respeitou todos os aspectos éticos e foi aprovada pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte através do parecer nº 3.181.264.
Resultados
As mães foram indagadas a respeito dos conhecimentos relativos a estimulação precoce:
[...] a meu ver, é mais para ela relaxar os músculos, para ela não ficar tão
tensa... Ela fica toda rígida e eu procuro fazer mais assim... massagem (Mãe
4).
[...] eu acho que melhora no físico, né?... Porque eles são muito, as mãozinhas,
os bracinhos enrijecidos, duros, eu acho que ajuda nisso aí (Mãe 7).
É perceptível que as mães possuem falas que apresentavam apenas um conhecimento
elementar quanto as questões relacionadas ao desenvolvimento infantil, sendo que o discurso
se prendia a uma visão muito rasa das questões que envolvem as práticas de EP.
Outras mães relataram dificuldades para realização da EP no domicílio por diversos
fatores:
[...] o tempo é curto. A gente é dona de casa, está sempre ocupada, mas eu
procuro mostrar a ela os brinquedos, falar os nomes, sempre que eu posso, eu
faço isso. (Mãe 09)
Eu morro de medo de machucá-la. Ela tem os braços e as pernas bem rígidos
e eu não tenho certeza de até onde eu posso ir, então quase não faço. Só coloco
ela no cavalinho e ela gosta [...]. (Mãe 08)
Observando esses relatos observa-se os empasses que coexistem com as necessidades
da criança e as tarefas domésticas. Apesar disso, as mães demonstram interesse em realizar
essas atividades de estimulação.
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Outrossim, é notória a necessidade de informação por parte das mães. Que por muitas
vezes, além de carência de orientação quanto ao percurso que deve seguir para garantia dos
seus direitos, encontra-se em uma situação de fragilidade devido a ausência de orientação
quanto a realização das práticas de EP no seu dia-a-dia.
Como método de enfrentamento, a orientação por parte dos profissionais que prestam
atendimento às crianças com microcefalia de corrente do ZIKAV na rede de assistência à saúde,
se tornou um instrumento de empoderamento e que concebe estratégias eficientes que envolvam
a família nas atividades de estimulação precoce.
Nesta perspectiva, questionou-se às mães, quais foram os principais profissionais
responsáveis por orientá-las em relação à estimulação precoce a ser realizada nas crianças:
[...] os fisioterapeutas, os fonoaudiólogos, todos eles orientam. Eles disseram
para fazer em casa o mesmo que eles faziam nas sessões. (Mãe 10)
[...] isso de chamar mais atenção dele, mostrar as plaquinhas, as cores. Foi a
psicóloga que falou. (Mãe 7)
A fisioterapeuta só me disse que era para estimular sempre e me mandou ficar
olhando ela fazer no consultório, mas nunca me ensinou [...]. (Mãe 1)
É possível perceber nas falas das mães, a diversidade de profissionais responsáveis pelas
orientações, evidenciando que não existe apenas uma classe profissional envolvida no
acompanhamento dessas crianças, mas sim um trabalho multiprofissional. Todavia, a partir dos
discursos, observamos as fragilidades das orientações prestadas, sendo que evidenciado que por
muitas vezes, a família não é vislumbrada como parte importante da assistência integral à
criança.
Conclusão
É possível perceber que embora as mães demonstrassem interessem em desenvolver as
práticas de EP no lar, ainda existem obstáculos no percurso como o conhecimento superficial
da importância das práticas e como realiza-las.
Para que os cuidadores exerçam essa função de modo satisfatório, é necessária uma
articulação com a equipe multidisciplinar, de modo a incluir a família no processo terapêutico
valorizando sua autonomia, seus sentimentos e suas necessidades.
Agradecimentos
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Referências
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Introdução
De acordo com a Lei Nº 11.959 de junho de 2009 que dispõe sobre a Política Nacional
de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca, a pesca pode ser classificada como:
comercial, na qual se insere a artesanal e industrial; e não comercial, dividindo-se em científica,
amadora e de subsistência. Compreende-se a pesca artesanal a partir da categoria “povos do
mar”, introduzida por Diegues (1995), como populações humanas que têm uma percepção
complexa do meio-marinho e seus fenômenos naturais. De um lado, há um vasto conhecimento
empírico adquirido pela observação continuada dos fenômenos físicos e biológicos, como
ventos, marés, reprodução dos cardumes de peixes. De outro lado, as explicações para tais
fenômenos também passam pela representação simbólica e pelo imaginário dos povos do mar.
Estes incluem-se nas chamadas culturas tradicionais.
O processo de trabalho da pesca artesanal caracteriza-se principalmente pela
simplicidade tecnológica, pelo uso de instrumentos e de barcos artesanalmente construídos
pelos próprios pescadores, pelo trabalho familiar sem a prática do assalariamento e pela
organização de todo processo de produção (pescar, desembarcar, distribuir o pescado) com o
mesmo grupo de trabalho (FEITOSA, TUPINAMBÁ, 2002). A Organização Internacional do
Trabalho (OIT) considera a pesca como uma das mais desgastantes e perigosas atividades
desenvolvidas pelo homem (FREITAS; RODRIGUES, 2014), o que traz repercussões diretas e
indiretas para o processo saúde-doença desses trabalhadores.
Segundo Nogueira (2017) as estatísticas oficiais reconhecem mais de 970 mil
pescadores artesanais com responsabilidade pela segurança alimentar no Brasil. No entanto,
poucos são os estudos voltados à vida, ao trabalho, à saúde e ao ambiente desse segmento de
trabalhadores (DALL’OCA, 2004). Observa-se também a incipiência no Sistema Único de
Saúde (SUS) em identificar e intervir sobre os problemas de saúde de pescadores e pescadoras
artesanais, conforme estabelecem as Política Nacional de Atenção Integral das Populações do
Campo, Florestas e Águas e a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora.
Diante disso, objetiva-se identificar na produção científica brasileira problemas e necessidades
de saúde de trabalhadores da pesca artesanal, bem como ações, serviços e políticas de saúde
dirigidos a esses trabalhadores.
Metodologia
1
Estudante do curso de Enfermagem do Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte; e-mail: adalcinaferreira@alu.uern.br
²Professora do Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; Participante
do Grupo de Estudos Educação, Trabalho, Saúde e Enfermagem – GEETSE; e-mail: andrezzapontes@uern.br
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Resultados e Discussão
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Embora limitada em termos quantitativos, a produção científica brasileira evidencia as
dificuldades de vida e trabalho de pescadores e marisqueiras e apontam a necessidade de
efetivação de políticas públicas de atenção integral à saúde dessa parcela significativa de
trabalhadores e trabalhadoras.
Referências
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Artesanais e pressão imobiliária urbana: Qual o destino dessas comunidades
tradicionais?. Revista de Gestão Costeira Integrada, v. 14, n. 3, p. 429-446, 2014.
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MINAYO, M.C.S. O desafio da Pesquisa Social. In: MINAYO, M.C.S.; DESLANDES, S.F.
Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 29. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
NOGUEIRA, L.S.M.; SOUZA, D.M.; BORGES, A.M. Segurança e saúde dos pescadores
artesanais no estado do Pará. São Paulo: Fundacentro, 2017.
NÓBREGA, Gabriela Silva da. et al. Formação para marisqueiras em segurança de alimentos
e saúde do trabalhador: uma experiência na comunidade de Ilha do Paty, Bahia, Brasil. Ciência
& Saúde Coletiva, v. 19, p. 1561-1571, 2014.
PENA, Paulo Gilvane Lopes; MARTINS, Vera; REGO, Rita Franco. Por uma política para a
saúde do trabalhador não assalariado: o caso dos pescadores artesanais e das
marisqueiras. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 38, n. 127, p. 57-68, 2013.
PENA, Paulo Gilvane Lopes; GOMEZ, Carlos Minayo. Saúde dos pescadores artesanais e
desafios para a Vigilância em Saúde do Trabalhador. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, p.
4689-4698, 2014.
SOUZA, M.T.; SILVA, M.D.; CARVALHO, R. Revisão integrativa: o que é e como fazer.
Einstein, 2010.
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Luiz Paulo Nunes Neto1; Fernando Jeferson Queiroz dos Santos2; Johny Carlos de
Queiroz3
INTRODUÇÃO
Segundo Tannure e Pinheiro (2010) a Sistematização da Assistência de
Enfermagem (SAE) é uma metodologia científica que vem sendo cada vez mais
implantada na prática assistencial, conferindo maior segurança aos pacientes, melhora da
qualidade da assistência e maior autonomia aos profissionais de enfermagem. Consonante
Adamy, Zocche e Almeida (2019) Florense Nightingale identificou a sistematização do
cuidado, desde 1854, quando a Enfermagem iniciou seu percurso para adoção de uma
prática baseada em conhecimentos científicos.
O Processo de Enfermagem (PE) surge no Brasil na década de 1970, proposto por
Wanda de Aguiar Horta, que enfatizou o planejamento da assistência, na tentativa de
tornar a enfermagem uma profissão autônoma e caracterizá-la como ciência (ADAMY;
ZOCCHE; ALMEIDA, 2019). A SAE surge no sentido de regulamentar a atuação do
enfermeiro pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) objetivando favorecer a
implantação do PE. Ademais, permite aos profissionais de enfermagem adequar-se à
realidade do mundo globalizado, que busca mais eficiência na disposição de informações
referentes à assistência à saúde da população (TANNURE; PINHEIRO, 2010).
Em 2002 o COFEN regulamentou a SAE através da Resolução 272/2002,
preconizando a sua ação como atividade privativa do enfermeiro, realizada em
instituições públicas e/ou particulares (COFEN, 2002), revogada em 2009, através da
Resolução 358/200 e traz os aspectos positivos referentes à implementação da SAE,
juntamente com o Processo de Enfermagem, no que diz respeito a organização do corpo
de enfermagem (COFEN, 2009).
1
Discente do Curso de graduação em enfermagem do Departamento de Enfermagem da Universidade
do Estado do rio Grande do Norte. E-mail: luiz2000nunes@gmail.com
2
Discente do Curso de graduação em enfermagem do Departamento de Enfermagem da Universidade
do Estado do rio Grande do Norte. E-mail: fernandojqsantos@gmail.com
3
Professor Me do Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado do rio Grande do Norte. E-
mail: johnycarlos@uern.br
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REFERÊNCIAS
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ENFERMAGEM: a arte de integrar o ensino e o serviço na formação. Porto Alegre:
Moriá, 2019.
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal; Edições 70, LDA, 2009.
Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Resolução 272, de 27 de agosto de 2002.
Sistematização da assistência de enfermagem (SAE) nas instituições de saúde. Rio
de Janeiro: COFEN, 2002. Disponível em: <http://www.cofen.gov.br/resoluo-
cofen2722002-revogada-pela-resoluao-cofen-n-3582009_4309.html>. Acesso em: 10
mar, 2019.
Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Resolução nº358/2009, de 15 de outubro
de 2009. Dispõe sobre a sistematização da assistência de enfermagem e a
implementação do processo de enfermagem em ambientes, públicos ou privados
em que ocorre o cuidado profissional de enfermagem e dá outras providências. Rio
de Janeiro: COFEN, 2009. Disponível em: <http://www.cofen.gov.br/resoluocofen-
3582009_4384.html>. Acesso em: 10 mar, 2019
GIL, AC. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. – São Paulo: Atlas, 2002
SILVA, JP, GARANHANI, ML, PERES, AM. Sistematização da Assistência de
Enfermagem na graduação: um olhar sob o Pensamento Complexo. Rev. Latino-Am.
Enfermagem. jan.-fev. 2015.
TANNURE, M. C; PINHEIRO, A. M. SAE: Sistematização da Assistência de
Enfermagem: Guia prático. Rio De Janeiro, Guanabara Koog
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Introdução
O marco da Reforma Psiquiátrica Brasileira foi a Lei 10.216 de 2001, que com o
suporte político da III Conferência Nacional de Saúde Mental, aprovou a Reforma
Psiquiátrica com o objetivo de reduzir progressivamente leitos psiquiátricos e extinguir
hospitais psiquiátricos, além da criação de serviços substitutivos ao hospital e de programas
para dar suporte os moradores de hospitais e desamparados socialmente (BRASIL, 2015).
Surge então o modelo psicossocial, com a premissa da (re)inserção social da pessoa
com transtorno mental, participação ativa dos usuários, família e comunidade, na tomada de
decisões do serviço de saúde (COSTA-ROSA, 2012).
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), rompem com os paradigmas do antigo
modelo, voltando-se para a promoção da saúde com foco na integralidade do sujeito
(SOUZA; GULJOR; SILVA, 2014). As oficinas terapêuticas são um exemplo de recurso
terapêutico que podem desenvolver atividades geradoras de renda, alfabetização e oficinas
expressivas voltadas para manifestações artísticas como pintura, dança, música e teatro
(BRASIL, 2004; AZEVEDO; MIRANDA, 2011; SOUZA, PINHEIRO; 2012).
O ambiente artístico apresenta-se como terapêutico sendo visualizadas suas
potencialidades nas interações entre os sujeitos; no romper da imagem de um transtorno
mental isolado para uma reconstrução de identidades alicerçadas no protagonismo e na
resiliência (PORTUGAL; MEZZA; NUNE, 2018). Considerando o uso do teatro enquanto
instrumento terapêutico, questiona-se: Qual a percepção de usuários do CAPS acerca do
grupo de teatro em seu tratamento?
Metodologia
Pesquisa de caráter descritivo, com abordagem qualitativa, desenvolvida nos Centros
de Atenção Psicossocial (CAPS) dos municípios seridoenses de Caicó-RN (CAPS III) e
Parelhas-RN (CAPS I), a partir de grupos de teatro destes serviços.
O instrumento utilizado, construído pelos próprios autores, foi uma entrevista semi-
estruturada composta por duas partes: A – caracterização dos participantes, contendo seis
questões; B – questões abertas relacionadas diretamente ao objeto de estudo, também com
seis questões. Todos os envolvidos participaram de forma espontânea, após esclarecimentos
sobre a pesquisa, seguido de assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE), tendo participado 12 usuários, sendo três do CAPS III e nove do CAPS I.
Após a coleta os dados foram preparados da seguinte forma: a priori, organizaram-se
as informações colhidas na caracterização dos participantes da pesquisa, de forma descritiva,
na planilha do Excel. Posteriormente, os dados obtidos nas entrevistas foram transformados
em um conjunto de escritos denominado corpus, submetidos a análise do software Iramuteq
(Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires).
1
Estudante do Curso de Graduação em Enfermagem, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Campu s
Caicó; e-mail:lidiadantas95@gmail.com
2
Orientador. Professor do Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande d o No rt e,
Campus Caicó; e-mail: dulcianmedeiros@uern.br
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Figura 1: Classes geradas a partir da Classificação hierárquica descendente (CHD), Caicó-RN, 2020.
Fonte: Iramuteq.
Com base nas classes apontadas pela CHD do Iramuteq, neste resumo expandido será
trabalhada somente a Classe 04, que originou a Categoria 01(Vida em atos: a arte de
apresentar-se e sua significância
Resultados e Discussão
Os participantes da pesquisa eram em sua maioria mulheres (58,3%), com tempo
médio de participação no grupo de teatro/oficina terapêutica de 7,5 anos. O Grupo Iluminarte
(CAPS I) é o mais antigo e conta com um grupo de pessoas desde sua fundação. Quanto a
idade, a média foi de 53,8 anos, sendo o mais jovem com 40 anos e o mais velho 75 anos.
Entre as falas dos usuários observou-se frequente menção sobre o ato de se
apresentar, evidenciando a incorporação e transformação dos sentidos durante as
apresentações. Percebe-se nas falas como este momento é oportuno para a compreensão de si
e abstrair-se dos fatores intrínsecos e extrínsecos:
[...] depois que você pinta a sua cara você não é mais você [...] e as vezes ali a gente,
até durante os ensaios, durante as apresentações, eu percebo que aquela an siedad e,
aquela coisa que eu sofro de transtorno de ansiedade, de síndrome do pânico, aquilo
some, desaparece [...]parece que outra dimensão sei lá, sai da realidade
(ENTREVISTA 3).
[...] se eu chegar assim com ‘poblema’ de casa ou na mente tipo né, o momento q ue
eu começo a ensaiar, começo a apresentar uma peça ali eu esqueço s ab e, es queço
tudo mesmo, é muito maravilhoso, muito (ENTREVISTA 8).
No interior das pautas teatrais a construção de um novo personagem abre espaço para
o exercício do autoconhecimento e a separação entre o eu social e o eu lírico. Durante a
encenação, o ator experimenta novas formas de se expressar entre os membros da peça e o
público, distanciando-se do rótulo de um diagnóstico. Descobrindo outras identidades,
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[...] fiquei assim até chorei, lá na câmara, fiquei emocionado, nunca tinha sido
aplaudido por ninguém. É bom o grupo [...] me sinto melhor [...] se sente que
apresentar pra outras pessoas aí a pessoa já se sente gente (ENTREVISTA 1).
Conclusão
Destaca-se que o teatro, assim como a própria arte em sua dimensão, é apenas um
exemplo de dispositivo terapêutico na perspectiva psicossocial não sendo, necessariamente, a
única opção de tratamento viável. É necessário buscar alternativas de acordo as necessidades
dos usuários de saúde mental, elegendo o projeto terapêutico singular como fio condutor do
processo.
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Agradecimentos
Ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/UERN) por proporcionar
essa experiência de pesquisa científica durante a graduação.
Referências
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expansão dos projetos artístico-culturais da saúde mental no território. In: AMARANTE, P;
NOCAM, F. Saúde mental e arte: prática, saberes e debates. 2. ed. São Paulo: Zagodani,
2019.
AMARANTE, P.; TORRE, E.H.G. “De volta à cidade, sr. Cidadão!” – Reforma psiquiátrica e
participação social: do isolamento institucional ao movimento antimanicomial. Revista de
administração pública, Rio de Janeiro, vol.52, n.6, p.1090-1107, 2018.
AZEVEDO, D. M.; MIRANDA, F.N. Oficinas terapêuticas como instrumento de reabilitação
psicossocial: percepção de familiares. Escola Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 339-
345, 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégias. Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial.
Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
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modelo asilar. In. AMARANTE, Paulo. Ensaios: subjetividade, saúde mental, sociedade. Rio
de janeiro: Fiocruz, 2012. p. 141-168.
MECCA, R.C; PINTO, D.S. A construção da memória social das produções artísticas na
saúde mental pós reforma psiquiátrica no Brasil. Revista Internacional interdisciplinar,
Florianópolis, v.14, n.2, p. 75-92, 2017.
MILHOMENS, A.E; LIMA, E.M.F.A. Recepção estética de apresentações teatrais com atores
com história de sofrimento psíquico. Interface, Botucatu, v. 18, n. 49, p. 377-88, 2014.
OLIVARES, A.E.L; CAMARGO, G.G.A; PIMENTEL, A.S.G. Arte e saúde: performance
como intervenção terapêutica. Revista NUFEN, Belém, v.9, n.3, p. 78-92, 2017.
PORTUGAL, C.M; MEZZA, M; NUNES, M. A clínica entre parênteses: reflexões sobre o
papel da arte e da militância na vida de usuários de saúde mental. Revista de Saúde Coletiva,
Rio de Janeiro, v. 28, n. 2, p. 2-19, 2018.
SOUZA, A. C.; GULJOR, A. P. F.; SILVA, J. L. L. Refletindo sobre os centros de atenção
psicossocial. Avances em Enfermería, Bogotá, v. 32, n. 2, p.292-298, 2014.
SOUZA, L. G. S.; PINHEIRO, L. B. Oficinas terapêuticas em um Centro de Atenção
Psicossocial – álcool e drogas. Aletheia, Canoas, n. 38-39, p. 218-227, 2012.
Paulo, v.20, n.1, p, 81-96, 2017.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Introdução
Um imensurável número de pessoas consome SPA’s, algumas de forma sensata,
porém, outras possuem o risco de afetar a saúde e adquirir dificuldades associadas ao
convívio social e profissional (COMISSÃO GLOBAL DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS,
2016).
Do ponto de vista da política pública de saúde, conforme a lei Federal nº 10.216, de
2001, o usuário é percebido como uma pessoa com problema de saúde em potencial, e não
mais criminoso. Recomenda-se a organização e consolidação de uma assistência enfocada na
atenção comunitária, propondo um destaque para o processo de reabilitação e inclusão social
deste usuário (BRASIL, 2001; BRASIL, 2004).
Porém, o processo de (re) inclusão social indica um campo ainda distante, pois a
mentalidade da distinção sobre o uso de SPA’s lícita e ilícita se faz presente na sociedade, de
forma que o social é diminuído ao subjetivo, ao orgânico, e/ou limitado a uma simples
‘assistencialização’, ou a atuações que tendem apenas a diminuir os desprazeres sociais.
Portanto, não possibilita a discussão do uso de SPA’s diante de um raciocínio coerente e
eficaz, mas a partir de uma inclusão contida a uma exclusão que ocorre ao mesmo tempo
(PAIVA et al., 2014).
O interesse pelo objeto de estudo surgiu após cursar a disciplina Políticas Públicas de
Saúde Mental, do Curso de Graduação em Enfermagem (Campus Caicó), e em seguida, pela
participação do Programa de Educação pelo Trabalho (Pet-Saúde Gradua-SUS), com enfoque
em saúde mental. Tal projeto possibilitou a vivência em um Centro de Atenção Psicossocial,
para o tratamento de usuários de álcool e outras drogas (CAPS ad).
Objetivou-se identificar a percepção de usuários de SPA’s sobre o processo de
(re)inclusão social.
Metodologia
Estudo de caráter descritivo, com abordagem qualitativa desenvolvido com 15
usuários em tratamento no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas (CAPS
ad), do município de Caicó – RN. Após esclarecimentos sobre a pesquisa os participantes
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A pesquisa recebeu
aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do estado do Rio Grande do
Norte (CEP/ UERN) sob o Parecer nº 3181304.
A coleta dos dados efetivou-se durante o mês outubro mediante entrevista
semiestruturada composta por duas etapas: A- caracterização dos participantes, contendo 16
questões; B- aspectos de inclusão social, contendo 06 questões.
1
Estudantes do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte,
Campus Caicó; e-mail: patriciasm2016@hotmail.com
2
Orientador. Professor do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Gran d e d o
Norte, Campus Caicó; Pesquisador Grupo de Pesquisa em Enfermagem Campus Caicó/UERN (GRUPECC); e -
mail: dulcianmedeiros@uern.br
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A análise dos dados colhidos (falas dos participantes foi realizada através do
software informático Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Testes et de
Questionnaires (IRAMUTEQ). O IRAMUTEQ é um software gratuito que possibilita realizar
análises estatísticas de um conjunto de escritos de indivíduos/palavras. Através da análise
textual é possível realizar a análise de entrevistas, textos, documentos, e outros materiais
(CAMARGO; JUSTO, 2017). Após confeccionar o corpus textual cada fala dos participantes
foi separada e codificada por uma “linha de comando” (Ex: ****pat_01 *ida_64 *sex_01).
Posteriormente ao processamento e análise realizados pelo IRAMUTEQ foram
geradas 05 classes (Figura 1), com 68 segmentos de texto classificados (73,12% de
aproveitamento). Contudo, após análises e leitura das classes apenas a Classe 1 (20, 6%) se rá
discutida, para atender à normatização deste evento científico.
Fonte: Iramuteq
Resultados e discussão
Dentre os entrevistados, 86,7% eram usuários do sexo masculino. A idade média
verificada foi de 44,4 anos. Quanto ao estado civil, 66,7% eram solteiros, e todos residiam na
zona urbana (100%), sendo 20% destes moradores de rua. Pouco mais da metade (53,3%)
declarou uso de SPA’s lícitas.
Verificou se que as falas dos entrevistados foram direcionadas para a relação entre as
dificuldades associadas ao preconceito por ser usuário de SPA e o processo de inclusão social.
Desse modo, foi possível observar uma visão de preconceito da sociedade para com o usuário,
tornando o processo de inclusão social fragmentado e/ ou inexistente.
Acredito que o usuário de droga é vis to pela sociedade com uma visão de
preconceito, em todo lugar que chega. A sociedade se afasta p o r med o . A família
age do mesmo modo, sente medo e se esconde (ENTREVISTA 14).
Acredito que o usuário de droga é visto pela sociedade com uma visão de
preconceito, não é aceito pela sociedade, desse modo é excluído. Eu já me senti
excluído por usar ou ter usado droga (ENTREVISTA 11).
Acredito que o usuário de droga é visto pela sociedade com uma visão de
preconceito. Quem não me conhece, e acredita que eu não faço uso de s ubstâncias
psicoativas, conversa comigo, porém com um tempo de conversa quando relato q u e
faço uso de drogas (ENTREVISTA 10).
Infere-se que na percepção dos usuários, a sociedade ainda apresenta uma visão de
preconceito e discriminação para com o usuário de SPA, tal visão está associada ao
pensamento de criminalidade e periculosidade de modo que estes enfrentam dificuldades para
a (re)inclusão social.
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Acredito que o usuário de droga é visto pela sociedade com uma visão de
preconceito, como alguém sem valor. Porém, antigamente isso era pior
(ENTREVISTA 09).
[...] imediatamente a pessoa se afasta, age com preconceito, até mesmo aqueles q ue
também são usuários de alguma substância psicoativa (ENTREVISTA 10).
Acredito que o usuário de droga é visto pela sociedade como alguém que não
merece estar entre os demais. Quando está sobre efeitos da droga se comporta de um
modo e quando não está se comporta totalmente diferente (ENTREVISTA 05).
Conclusão
Para o usuário, a (re)inclusão social é um processo que ocorre por meio do
tratamento, sendo uma consequência positiva. Porém o processo de (re)inclusão do usuário de
SPA é permeado por preconceito e estigma social, razões que comprometem a qualidade de
vida dos usuários e familiares, tornando o (re)incluir-se em espaços de convívio social ainda
mais difícil.
Necessita-se mudar a visão da sociedade para com o usuário, favorecer a (re)inclusão
social mediante desenvolvimento de novos estudos na área, qualificação profissional, maior
inclusão de acadêmicos nos serviços de saúde mental, propondo inovações diante do
tratamento, além de mais investimentos para estes serviços.
Participar deste estudo possibilitou associar o campo da teoria ao campo da prática
assistencial, especificamente, a prática do enfermeiro enquanto ser imprescindível no
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processo de inclusão do usuário de SPA, pois este profissional em especial, tem como objeto
de trabalho, a ato de cuidar, uma das formas de possibilitar a (re)inclusão social.
Agradecimentos
Ao Programa de Bolsas Para Iniciação Científica (PIBIC/ UERN) pela oportunidade
para desenvolver esta pesquisa e pelo auxílio financeiro.
Referências
BARCELOS, K. L. et al. Aspectos que dificultam o tratamento do adolescente usuário de
drogas. Journal of Nursing and healt, v.9, n.3, 2019.
BRASIL. Congresso Nacional. Lei n. 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção
e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial
em saúde mental. Brasília: Congresso Nacional, 2001. Disponível em:
https://www.saude.mg.gov.br/images/documentos/lei_10216.pdf. Acesso em: 06 mar. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 2.197, de outubro de 2004. Redefine e amplia a
atenção integral ao usuário de álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde –
SUS, e dá outras providências. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2004/prt2197_14_10_2004.html. Acesso em: 06
mar. 2020.
CAMARGO, B. V.; JUSTO, A. M. Tutorial para uso do software IRAMUTEQ:
Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de
Questionnaires. Santa Catarina: Laboratório de Psicologia Social da Comunicação e
Cognição, 2017.
COMISSÃO GLOGAL DE POLÍTICA SOBRE DROGAS. Avanços na reforma de políticas
sobre drogas: uma nova abordagem à descriminalização, relatório 2016. Disponível em:
http://www.globalcommissionondrugs.org/wp-content/uploads/2016/11/GCDP-Report-
2016_POR.pdf. Acesso em: 06 mar. 2020.
PAIVA, F. S. et al. A percepção profissional e comunitária sobre a reinserção social dos
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http://www.scielo.br/pdf/psoc/v26n3/a18v26n3.pdf. Acesso em: 06 mar. 2020.
VECCHIA, M. D.; SANCHES, L. R. Reabilitação psicossocial e reinserção social de usuários
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http://www.scielo.br/pdf/psoc/v30/1807-0310-psoc-30-e178335.pdf. Acesso em: 06 mar.
2020.
ZANOTTO, D. F.; ASSIS, F. B. Perfil dos usuários de crack na mídia brasileira: análise de
um jornal e duas revistas de edição nacional. Revista de Saúde Coletiva, v. 27, n. 3, p. 771-
792, 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/physis/v27n3/1809-4481-physis-27-03-
00771.pdf. Acesso em: 06 mar. 2020.
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Resumos expandidos de
CIÊNCIAS EXATAS E DA
TERRA
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Mateus Felipe Araújo Medeiros1 ; Fábio Cabral Carvalho2 ; Maria Aldinez Dantas3
Palavras-chave: energia escura fantasma. cmb. parâmetro de hubble.
INTRODUÇÃO
As observações feitas por Hubble no século XX, mostraram que as galáxias se
afastavam uma das outras, com velocidade proporcional a sua distância. Essa descoberta
intrigou diversos cosmólogos a se questionarem sobre o comportamento dessa velocidade de
afastamento. Em 1998, medidas de distância usando supernovas do tipo Ia evidenciaram que o
universo estava se expandindo aceleradamente. Explicar essa expansão tornou-se um desafio
para a Cosmologia, tendo em vista que a gravidade é uma força naturalmente atrativa, o mais
lógico a se concluir era que o Universo teria uma expansão desacelerada.
Entre as possíveis soluções para esse fenômeno, a mais recorrente é explicar a
aceleração através de uma componente de energia extra e desconhecida no conteúdo material
do Universo. Em modelos de quintessência temos propriedades que rementem a de um efeito
gravitacional repulsivo que em largas escalas supera a gravidade convencional [2].
Nas últimas décadas, os astrônomos com o auxílio de telescópios espaciais atingiram
uma compreensão maior sobre os parâmetros cosmológicos. As observações apontaram que a
energia escura, modelada como uma constante, explica de forma mais simples a natureza da
aceleração. Os dados observacionais atuais também preveem a existência uma outra
componente material desconhecida responsável pela formação de estruturas em largas escalas,
essa componente é chamada de matéria escura. Estudos apontam que esse novo constituinte só
interage gravitacionalmente e que provavelmente é uma partícula não-relativística.
O modelo formulado com base no cenário cosmológico previsto pelos dados
disponíveis, o ΛCDM, que trata a energia escura como uma constante, com pressão 𝑝 = −𝜌, e
a matéria escura como uma partícula não-relativística que só interage gravitacionalmente,
chamada de matéria escura fria. Por outro lado, estudos recentes mostram que dois tipos de
observações cosmológicas tendo como referencial o modelo ΛCDM obtiveram dois valores
diferentes para o parâmetro de Hubble (H 0 ), essa diferença se aproxima de 6σ [1].
Esse novo problema, que pode ocasionar uma crise na Cosmologia, ficou conhecido
como “Tensão de H 0 ” e não é previsto e nem explicado pelo modelo mais aceito, o ΛCDM. Essa
tensão é resultado do desacordo entre as medidas de objetos em altos redshifts, como a Radiação
Cósmica de Fundo em Micro-ondas (RCF) e Oscilações Acústicas Bariônicas (BAO), e em
baixos redshifts, como as Supernovas do tipo Ia.
1 Estudante do cursode Licenciatura em Física do Departamento de Física da Universidade do Estado Rio Grande
do Norte; e-mail: mateusaraujosamp@gmail.com;
2 Professor do Departamento de Física da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Vice -líder do Grupo
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Uma solução possível, sem que seja necessário descartar todo o modelo ΛCDM, é
modificarmos as propriedades da energia escura tratando como um campo escalar dinâmico,
que evolui se tornando mais negativo com o tempo. Para isso, o objeto de estudo foi o trabalho
publicado por Alestas et al. (2020) [1].
METODOLOGIA
O projeto foi desenvolvido no período de agosto de 2019 a julho de 2020. A
metodologia de trabalho consiste da realização de seminários regulares dentro do grupo de
Astrofísica e Cosmologia abertos ao público e de discussões reservadas entre os membros do
grupo. Em nosso trabalho utilizamos os dados da radiação cósmica de fundo disponibilizados
pelo satélite PLANCK [2] e realizamos testes estatísticos construídos na linguagem de
programação Fortran. Utilizamos a linguagem LATEX para confeccionar nossos trabalhos para
apresentações em congressos e escrever artigos, visto que além de ser a linguagem mais
utilizada na Física, é obrigatória nas revistas científicas internacionais da área.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As observações de RCF e BAO feitas pelo satélite Planck e publicadas em 2018 [3],
sugeriram um valor de H0 em torno de 67.4 ± 0.5 km/s/Mpc. Em contraponto, as medidas de
distâncias de Cefeidas e Supernovas do tipo Ia realizadas pela colaboração SH0ES em 2019
[4], sugeriram um valor de 73.5 ± 1.4 km/s/Mpc. Essa tensão é hoje um dos problemas mais
debatidos na Cosmologia com diversas soluções possíveis na literatura, entre elas: novas
espécies relativísticas, inomogeneidades locais, energia escura fantasma, gravidade modificada
e etc [1].
Algumas soluções possíveis para a tensão, descartam o modelo ΛCDM ou adicionam
novos parâmetros nas equações tornando o modelo muito mais complicado. Uma alternativa é
modificarmos as propriedades da energia escura no modelo. Adotando a energia escura como
um campo escalar dinâmico que fica cada vez mais negativo com o tempo, ou seja, um modelo
de energia escura fantasma. Também tem sido usadas novas parametrizações em w.
A Cosmologia padrão trata o Universo como um fluido perfeito e homogêneo em
largas escalas. No contexto da relatividade geral, precisamos adotar componentes extras de
densidade de matéria-energia para explicar a atual fase acelerada do Universo. Em um modelo
cosmológico existem uma série de expressões que descrevem seu comportamento. É possível
entendermos melhor a importância da matéria escura e da energia escura através de uma
expressão que descreve a relação entre pressão e densidade, a equação de estado.
No modelo WCDM o parâmetro equação de estado permanece constante, mas não pode
ser diferente de -1. Portanto, estudar os impactos da energia escura na dinâmica do universo e
na equação de estado são facilitados através dele. No modelo WCDM, a equação de estado para
a energia escura é dada por:
𝑝 = 𝑤𝜌, (1)
onde 𝑤 é o parâmetro da equação de estado que caracteriza o fluído, 𝜌 é a densidade e 𝑝 é a
pressão. A dinâmica do Universo obtida através das equações de Friedmann, é dada pela
equação:
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Para o modelo ΛCDM, o 𝑤 assume da constante cosmológica (Λ) que é igual a -1.
Esse valor constante está relacionado com a densidade de energia de vácuo. A equação de
estado e a equação da dinâmica são dadas por:
𝑝 = −𝜌, (3)
𝐻 𝑧 = 𝐻0 √Ω𝑚 (1 + 𝑧) + Ω𝑟 (1 + 𝑧)4 + ΩΛ + Ω𝑘 (1 + 𝑧)2 ,
( ) 3 (4)
onde ΩΛ é a densidade da constante cosmológica.
O modelo adotado durante esse trabalho utiliza a parametrização CPL presente no
artigo de Alestas et al. (2020) [1] e foi considerado sem densidade de curvatura. A propriedade
da energia escura foi modificada considerando uma energia com um valor de 𝑤 inicial (𝑤1 ) e
um valor de 𝑤 hoje (𝑤0 ). A equação da parametrização é dada por [1]:
𝑤 = 𝑤0 + 𝑤1 𝑧/(1 + 𝑧), (5)
Com a parametrização da equação (5), pode-se reescrever a equação (2) e obter:
𝑤 𝑧
−3 1
(6)
𝐻(𝑧) = 𝐻0 √Ω𝑚 (1 + 𝑧)3 + Ω𝑟 (1 + 𝑧)4 + Ω𝑑𝑒 (1 + 𝑧)3(1+𝑤0 +𝑤1 ) 𝑒 1 +𝑧 .
Como o somatório de todas as densidades do conteúdo material do Universo representa o todo,
podemos dizer que:
Ω𝑚 + Ω𝑟 + Ω𝑑𝑒 = 1. (7)
Então substituindo (7) em (6), temos:
𝑤1 𝑧 (8)
𝐻(𝑧) = 𝐻0 √Ω𝑚 (1 + 𝑧)3 + Ω𝑟 (1 + 𝑧)4 + (1 − Ω𝑚 − Ω𝑟 )(1 + 𝑧)3 (1+𝑤0 +𝑤1 ) 𝑒 −31 +𝑧 .
Por fim criamos um programa no Fortran 77, que executava um teste de dinâmica
usando o modelo da equação (8). O teste fixava Ω𝑚 e Ω𝑟 com os dados do Planck 2018, 𝑤0 , 𝑤1
e ℎ são parâmetros livres e então calculamos os valores da distância de diâmetro angular (d A)
para cada combinação e comparamos com o valor medido pelo Planck 2018. Todos os valores
obtidos pelo programa que possuíam um erro de ±0,001 em relação ao valor teórico.
Lembramos que a equação da distância de diâmetro angular é dada por:
𝑧 𝑑𝑧
𝑑𝐴 = ∫0 𝑟 , (9)
𝐻(𝑧)
onde 𝑧𝑟 é o redshift de recombinação com valor adotado igual a 1100, 𝐻(𝑧) é o modelo e 𝑑𝐴 é
a distância de diâmetro angular.
Através do modelo da equação (8) e de um programa na linguagem de programação
Fortran 77, relacionamos o d A do Planck 2018 [3] com os valores obtidos deixando ℎ, 𝑤0 e 𝑤1
livres. Com isso, conseguimos um espaço paramétrico com distância de 𝑤0 − 𝑤1 com vários
valores para ℎ.
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Introdução
Em 2001, consultores internacionais em lactação realizaram uma revisão sistemática da
literatura científica a convite da Organização Mundial de Saúde (OMS), com o objetivo de
definir em termos científicos e teóricos um tempo de duração satisfatório do aleitamento
materno exclusivo. A partir do estudo que foi desenvolvido, a OMS passou a recomendar a
promoção do aleitamento como a única fonte de alimento para praticamente todos os lactentes,
até 6 meses de vida do bebê (WHO, 2001). Podendo ser complementado até os 2 anos ou mais.
Existem diversos fatores que podem causar prejuízos ao bebê com o início do desmame
precoce, de acordo com a OMS, a partir do momento que a mãe começa a introduzir outros
alimentos, pode haver um maior número de episódios de diarreia, doenças respiratórias, riscos
de desnutrição, menor absorção de nutrientes importantes providos do leite materno, como o
ferro e o zinco, e uma menor eficácia da lactação como método anticoncepcional.
Os benefícios que o aleitamento materno exclusivo traz, não são apenas para bebês, são
apontados diversos efeitos benéficos para mães, pois o ato de amamentar protege contra o
câncer de mama, evita uma nova gravidez, melhora o vínculo afetivo entre mãe e filho e
melhora a qualidade de vida. Sendo assim, mesmo diante de diversos benefícios que a
amamentação exclusiva pode trazer, alguns problemas enfrentados por nutrizes durante o
aleitamento materno, se não forem precocemente identificados e tratados, podem ser
importantes causas de interrupção da amamentação.
A partir disso, podem ser desencadeadas diversas intercorrências mamárias que fazem
com que mães introduzam uma alimentação inadequada e precoce em seus bebês, podemos
destacar casos de bebês que possuem sucção fraca, mães que possuem problemas na descida do
leite, ingurgitamento mamário, dores nos mamilos, infecção na mama, mastite, abscesso, dentre
outras intercorrências. Esses problemas que foram citados, dentre outros podem levar ao
desmame precoce.
Além dos problemas que são obtidos frequentemente durante o processo de
amamentação, há outros fatores que também causam o desmame precoce, de acordo com uma
pesquisa feita em (DEMIRCI et al., 2016), um dos pontos que as puérperas desejavam obter
por meio da tecnologia, era um tipo de apoio emocional, informativo e técnico, conselhos para
1
Estudante do curso de Ciência da Computação do Departamento de Informática da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte (UERN); e-mail:lukasgabriel08@hotmail.com
2
Estudante do Programa de Pós-graduação em Ciência da Computação (UERN/UFERSA). Email:
thaliasampaio8@gmail.com
3
Professora do Departamento de Informática (DI) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
(UERN), e-mail: ciciliamaia@uern.br.
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lidar com as dificuldades e decepções que são enfrentadas na amamentação, orientação sobre
mudanças na amamentação ao longo do tempo, e informações sobre produção de leite.
Portanto, considerando o contexto social da pesquisa que foi apresentada, este projeto
tem como principal objetivo desenvolver uma plataforma que visa abordar as principais
dificuldades que as nutrizes enfrentam durante o processo de amamentação, intitulada AME+.
Tendo a missão de fornecer apoio informativo e técnico, dando suporte e assistência em
problemas relacionado às intercorrências mamárias na amamentação, fazendo com que a nutriz
obtenha a orientação correta para o seu problema específico, e não introduza alimentação
precoce em seu bebê, consequentemente promovendo o aleitamento materno.
Metodologia
A metodologia de desenvolvimento do trabalho foi dividida em 7 (sete) etapas, descritas
a seguir:
1. Etapa 1: Realizar um levantamento bibliográfico sobre as principais dificuldades
enfrentadas no processo de amamentação;
2. Etapa 2: Identificar os requisitos e funcionalidades necessárias para a implementação
do Ame+;
3. Etapa 3: Identificar as tecnologias atuais existentes para desenvolvimento de aplicativos
móveis;
4. Etapa 4: Implementar primeiro protótipo da plataforma por meio da tecnologia
escolhida;
5. Etapa 5: Disponibilizar a plataforma para que seja utilizada e testada no ambiente real;
6. Etapa 6: Realizar a manutenção e correção de erros;
7. Etapa 7: Serão desenvolvidos os relatórios, artigos científicos para posteriormente
serem divulgados os resultados.
Resultados e Discussão
O projeto teve como êxito o desenvolvimento de um material específico para o público
desejado, a plataforma realiza a anamnese a partir de um questionário para saber informações
pertinentes a respeito da mãe e do bebê, a partir disso ela auxilia por meio de informações o
manejo correto para determinadas intercorrências mamárias. A plataforma desenvolvida
funciona da seguinte forma: i) coleta de dados (anamnese): feita na própria plataforma, ao
colher os dados, os mesmos são armazenados em um banco de dados onde servem de auxílio
para construir o perfil de cada usuário ; ii) dispõe de informações sobre intercorrências
mamárias, dores, fissuras, mastite, ingurgitamento, cuidados com o bebê etc. E iii) dispõe de
funcionalidades sobre intervalo entre mamadas, ambientação, pega correta e higienização.
A figura 1 apresenta o formulário onde contém a anamnese sobre a mãe e o bebê, a
figura 2 mostra o menu principal da plataforma juntamente com funcionalidade de “hora da
mama’’ e “doeu e agora?”, a figura 3 mostra orientações sobre a pega correta do bebê.
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Conclusão
O desenvolvimento deste trabalho se orientou pela necessidade de promover o
aleitamento materno exclusivo por meio da plataforma Ame+. Fornecendo apoio motivacional,
suporte, incentivo e confiança para as mães. Por meio dela foi apresentada uma visão geral da
plataforma com informações e orientações pertinentes que auxiliam as lactantes em seu
processo de amamentação, consequentemente auxiliando na promoção da saúde.
Agradecimentos
Agradecemos ao Grupo de Engenharia de Software (GES), à Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte (UERN) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) pelo apoio na condução desta pesquisa.
REFERÊNCIAS
DEMIRCI, J. et al. Access, use, and preferences for technology-based perinatal and
breastfeeding support among childbearing women. J Perinat Educ, p. 25:29–36, 2016
WHO, W. H. O. The optimal duration of exclusive breastfeeding: report of an expert
consultation.: Geneva, 2001
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1.INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
¹ Estudante do Departamento de Geografia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: axl-v@hotmail.com
² Professor do Departamento de Geografia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Membro do Núcleo de
Estudos Geoambientais e Cartográficos – NEGECART/CAPF/UERN; e-mail: franklincosta@uern.br
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3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os mapas abaixo representam a classificação das áreas pelas variáveis da área física e
o grau de vulnerabilidade associado a cada variável (FIGURA 1). Para fins de análise, a área
em estudo foi dividida em 03 (três) partes distintas, classificadas como porção sul, central e
norte.
FIGURA 01 – Mapa da classificação das variáveis do meio físico e o grau de vulnerabilidade para cada tema.
A primeira área, porção sul, predomina uma geologia mais antiga, que data do
proterozóico, com rochas mais duras e menos vulneráveis. A Geomorfologia é marcada pela
depressão sertaneja, juntamente com Planaltos Residuais. Este último responsável pela divisão
da área sul da área central. O solo predominante é o latossolo amarelo distrófico em toda sua
porção sul e central. É um solo antigo, com grau de vulnerabilidade moderadamente vulnerável,
com valor de 2,5. O clima da porção sul e central é característico de clima semiárido, com
poucas chuvas e concentradas em poucos meses, ao longo do ano, o que dá para toda a porção
centro-sul da área em estudo uma vulnerabilidade alta para essa variável.
A porção central tem características semelhantes a porção sul, no que se refere a
geologia e geomorfologia, com algumas particularidades na parte leste dessa área. Em alguns
pontos, como nos municípios de Portalegre, Martins, Viçosa e Riacho da Cruz, o grau de
vulnerabilidade é considerado medianamente estável (2,0), enquanto o restante da área
apresenta estabilidade (1,0). A Geomorfologia se apresenta moderadamente estável (1,5). Os
solos são considerados moderadamente vulnerável, tendenciando a morfogênese. Em relação a
vegetação, a porção central apresenta vulnerabilidade que varia entre medianamente estável-
vulnerável (2,1), em áreas preservadas, à vulnerável (3,0), principalmente nas áreas de
agricultura e culturas permanentes e de agropecuária.
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A porção norte, terceira área escolhida para análise, apresenta uma geologia mais
recente, composta, principalmente, pela Formação Açu e a Formação Jandaíra, cujo grau de
vulnerabilidade é de 2,4 e 2,5, respectivamente, considerado moderadamente vulnerável, além
dos depósitos aluvionares, que são considerados de grau 3,0, ou seja, vulnerável. A
geomorfologia também se apresenta vulnerável, formado pelo Tabuleiro e pela planície fluvial,
com grau de vulnerabilidade entre 2,3 e 3,0. Os solos aluviais e o cambissolo eutrófico foram
considerados os mais vulneráveis da área em estudo, com valores entre 2,5 e 3,0, além de uma
pequena área na parte norte do município de Apodi com estabilidade (1,0) para o tema solos.
Para o tema vegetação, a predominância é de áreas vulneráveis decorrentes da agropecuária. A
parte mais ao norte do município de Apodi tem uma vulnerabilidade natural menor, pela
influência da savana estépica arborizada e florestada. Por fim, a intensidade pluviométrica da
porção norte foi influenciada pelos municípios de Apodi e Severiano Melo, que apresentaram
uma distribuição mais regular da chuva, tendo o município de Apodi, por exemplo, 70 dias de
chuvas (o maior da área em estudo). Isso fez com que o grau de vulnerabilidade fosse de 2,0 a
2,7, o que a deixa como moderadamente vulnerável. As demais áreas, como visto anteriormente,
se apresentaram vulnerável. A soma dos 05 (cinco) mapas deram como resultado o mapa síntese
da vulnerabilidade natural à perda do solo (FIGURA 02).
As áreas, em km², para cada grau de vulnerabilidade, pode ser visto no quadro 01.
Quadro 1: Vulnerabilidade natural da área em estudo
Média Grau de Vulnerabilidade Área (km²) %
1,6 – 1,7 Moderadamente Estável 860,05 24,93
1,8 – 2,2 Median. Estável/Vulnerável 1.728,94 50,11
2,3 – 2,6 Moderadamente Vulnerável 740, 17 21,45
2,7 – 3,0 Vulnerável 121,18 3,51
Total 3.450, 34 100,0
Fonte: Elaborado pelos autores, 2020.
Na figura 02, observa-se que a porção centro-sul do curso médio da bacia hidrográfica
do rio Apodi – Mossoró – CMBHRAM se apresenta entre moderadamente estável a
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medianamente estável/vulnerável. Em alguns pontos, como o extremo sul, onde está localizado
o açude de Pau dos Ferros, assim como outros corpos d’água representativos, observou-se áreas
classificadas como vulnerável, de acordo com o quadro 01.
Já a parte centro norte do CMBHRAM se apresentou com maior grau de
vulnerabilidade, com valores que variaram entre 2,2 e 3,0. As maiores áreas vulneráveis estão
na parte nordeste da bacia, onde está localizado a barragem de Santa Cruz, no município de
Apodi.
A média geral da vulnerabilidade da área em estudo foi de 2,04, o que a coloca como
um grau Medianamente Estável/Vunerável.
4. CONCLUSÕES
6. AGRADECIMENTOS
5. REFERÊNCIAS
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Introdução
O presente relatório é resultado das atividades realizadas enquanto bolsista voluntário
no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC).
Este projeto teve como proposta analisar o desempenho de um middleware adaptativo
através da verificação de um conjunto pré-definido propriedades lógicas temporais. Com o
aumento no desenvolvimento de aplicações em sistemas distribuídos, principalmente com as
cidades inteligentes e internet das coisas, e a necessidade por operações mais robustas tem
acompanhado essa demanda, é desejável que essas aplicações sejam auto adaptáveis. Para isso
a técnica de mineração de dados foi vista como aliada na avaliação de desempenho de
middlewares, com base na geração de logs de eventos, que é algo simples de se implementar e
que muitas vezes já faz parte em diversos sistemas. Middleware é uma camada de software
entre o sistema operacional e a aplicação distribuída, que visa abstrair detalhes relativos à
distribuição.
Metodologia
Inicialmente fui direcionado a fazer leituras teóricas que muito me foi útil para que
pudesse compreender o funcionamento e a aplicação de forma eficiente. Perpassei sobre os
temas de sistemas distribuídos e seus padrões de aplicação, as tecnologias RMI (Remote
Method Invocation) e JMS (Java Message Service), e a mineração de dados; em seguida,
comecei a parte prática, reproduzindo exemplos dessas aplicações.
Resultados e Discussão
Durante o projeto, foi estudado os padrões remotos básicos de uma aplicação de
sistema distribuído, sendo eles: Requestor, responsável por organizar as requisições até o
invoker; Client Proxy, que tem como função garantir a transparência no acesso, fazendo com
que as chamadas remotas funcionem como se fosse uma chamada local; Invoker, assumindo o
papel de uma espécie de memória que guarda os objetos remotos que estão chegando ao
servidor para serem processados através do Request Handler, que, em seneguida, envia os
dados da invocação ao Marshaller para ser deserializado; Marshaller transforma os dados a
invocação em byte streams que é o formato de dado que percorre a rede, assim como todas as
requisições são feitas remotamente pela internet isso precisa ser; Client Request Handler, atua
como gerenciador da comunicação no lado do cliente estabelecendo uma conexão de rede,
enviando o pedido e recebendo as respostas do servidor, para, finalmente, fechar a conexão até
seja feito mais alguma requisição pelo cliente; Server Request Handler, tem ação de comunicar-
se com Client Request Handler, recebendo o pedido e entregando a resposta; Interface
Description, aqui está determinado os padrões que serão usados no decorrer do processo para
as trocas de informações entre Client Proxy e Invoker estejam alinhadas. Na Figura 1 é possível
visualizar o diagrama de sequência que ilustra a sequência de chamada desses padrões.
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Também foi visto neste projeto a ferramenta de mineração de dados ProM (Process
Mining), que, com base em logs de eventos, torna possível entender como os dados são
coletados e tratados. A ferramenta possui a capacidade de diagnosticar possíveis problemas em
sua aplicação se baseando em regras estipulados pelo minerador de dados.
Por fim, foi examinada a biblioteca LTL Checker, desenvolvida em Java e utilizada
para avaliação de desempenho de sistemas, avaliando seus logs de evento e aplicando lógica
temporal. Ficou claro que existem queries que determinam o que deve ser buscado e em que
condições e sequência devem estar notados nos logs.
Uma das verificações realizadas é a seguinte:
"formula rule7( A: activity , B: activity ) := { } " + "( (activity != " + eventB + " _U
activity == " + "\"ServerRequestHandler_waitMessages\"" + ")" + " \\/ [](activity != " +
"\"InvokerEcho_invoke\"" + ") );"
Nela, está definido que o método waitMessages, do ServerRequestHandler, deve
sempre preceder a chamada ao método invoke, do Invoker.
Conclusões
Observando todo o conteúdo estudado, é possível inferir que através da análise de
lógica temporal é provável avaliar o desempenho de um sistema distribuído, servindo de base
para adaptação de um middleware adaptativo.
Agradecimentos
Sou grato a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte por conceder a oportunidade de
ser voluntário em um projeto de iniciação científica, e ao professor André Gustavo Pereira da
Silva por esclarecer todas as dúvidas durante o processo.
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Referências
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1. Introdução
Em 1998 foram realizadas medidas de distância de supernovas do tipo Ia (SNIa) por dois
grupos independentes, o Supernovae Cosmolgy Project (SCP) e o High-Z Supernova Search
Team (HzST). Os resultados mostraram que um Universo formado apenas por radiação,
bárions e matéria escura fria não era compatível com as observações. No contexto do modelo
cosmológico padrão (MCP), essas observações de SNIa indicaram que o Universo se expande
aceleradamente. Além disso, para explicar a aceleração, precisamos postular uma nova forma
de energia, de natureza desconhecida, chamada de Energia Escura, por interagir apenas
gravitacionalmente. Dois modelos de Energia Escura muito estudados na literatura são a
Constante Cosmológica, associada a densidade de energia do vácuo; e os Campos Escalares,
ou modelos de Quintessência, que difere da Constante Cosmológica pelo fato de mudar
conforme o tempo.
Neste trabalho, revisitamos alguns aspectos dos modelos de quintessência, como sua
dinâmica cosmológica e evolução da sua equação de estado. Investigamos também as
equações de movimento para alguns potenciais de quintessência, finalizando com a análise de
pontos fixos para o caso específico de potenciais exponenciais.
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2. Metodologia
O projeto foi desenvolvido no período de agosto de 2017 a julho de 2018, durante a sua
realização abordamos em forma de seminários e discussões os temas selecionados seguindo a
ordem defini pelo cronograma. O trabalho envolveu a leitura e a produção de resumos sobre
os conteúdos apresentados nos textos selecionados.
3. Resultados e discussão
e ̇ .
̇ . (1)
̇
,
̇
. (2)
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̇
Essa é a forma padrão da equação de Friedmann e a grandeza é conhecida como parâmetro
de Hubble, e pode ser representada por . Derivando a Eq. (2) em função do tempo, obtemos:
̈ ̇
( ) ( ) , (3)
̇
onde usamos ̇ ( ). É possível reescrever as equações (2) e (3) da seguinte
forma respectivamente:
̇
(4)
̇ [ ̇ ] (5)
√
[ ] (7)
√
[ ], (8)
onde ⁄ .
⁄
(9)
o que significa dizer que as Eqs. (7) e (8) são exatas. É possível obter os pontos fixos deste
sistema utilizando e :
a) é indeterminado.
b) .
⁄
c) ( ⁄ [ ⁄ ] ) ⁄ .
√ ⁄ ⁄ [ ⁄
d) ( ⁄ ] ) ⁄
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4. Conclusão
5. Agradecimentos
Gostaria de expressar minha imensa gratidão ao CNPq, pelo apoio financeiro e a UERN.
6. Referências
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Introdução
A indústria alimentícia é um dos pilares econômicos no Brasil, movimentando
cerca de US$ 40 bilhões nas exportações só no ano de 2019 (ABIA, 2019). Se tratando
da etapa de produção de condimentos, segundo a ANA (2017), cerca de 2.269 L de água
são utilizados por dia, porém, apenas 457 L são consumidos, gerando uma quantidade
bastante expressiva de efluente. Os 80% não são aproveitados em nenhuma outra etapa
de produção e, por inúmeras vezes descartado inadequadamente em lagos e rios,
acarretando em impactos nocivos a vida aquática e a ecossistemas dependentes de forma
indireta ou direta dessas águas. Largamente utilizado em diversos segmentos da indústria,
como também em sistemas de abastecimento urbano, o processo de
coagulação/floculação surge como uma alternativa interessante diante da necessidade de
uma técnica eficaz e simples de executar, sobretudo na remoção de turbidez, cor dureza
e coliformes (GRAY, 2005). O método baseia-se na adição de agentes coagulantes que
por meio de hidrólise libera íons positivos que interagem com as partículas carregadas
negativamente presentes no meio, formando flocos que são posteriormente removidos por
sua decantação. Considerando que agentes coagulantes inorgânicos, como por exemplo à
base de alumínio são os mais utilizados no mundo inteiro, os mesmos apresentam efeitos
prejudiciais à saúde humana, como o mal de Alzheimer, além de outros aspectos
negativos, o Tanfloc SG (Figura 1) que é produzido pela empresa TANAC a partir da
extração da casca da Acacia Mearnsii (Acácia Negra), atua como alternativa viável para
substituí-los, pois o mesmo é biodegradável, pode atuar em uma larga faixa de pH e não
prejudicial a vida aquática e humana.
Figura 1: Estrutura molecular do Tanfloc SG obtido a partir Neste sentido,
do tanino extraído da Acácia Negra. nesta pesquisa foi
estudada a aplicação do
Tanfloc SG no
tratamento do efluente
gerado numa unidade
industrial de produção
de temperos, molhos e
condimentos utilizando
um equipamento Jar
Test para determinação
da dosagem do agente
coagulante/floculante
utilizado no processo,
assim como o pH do
meio (NUNES, 2018),
visando eficiência,
Fonte: Mangrich et al. economia e
1 (2014).
Estudante do Curso de Química do Departamento de Química da Universidade Estado do Rio
Grande do Norte; E-mail: rossinesilvaa@gmail.com;
²Professor do Departamento de Química da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte –
UERN Participante do Grupo de Pesquisa Eletroquímica e Química Analítica; E-mail:
janete3672@hotmail.com.
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Foram adotadas as condições de 120 rpm por 5 minutos para agitação rápida
visando uma desestabilização das cargas em menor tempo possível e, 45 rpm por 10
minutos para agitação lenta com o intuito de que os haja o agrupamento dos coloides,
seguido por 30 minutos de sedimentação dos flocos formados.
O estudo para otimização das condições de tratamento do efluente, foi realizado
variando a concentração do agente coagulante usando 200, 400 e 600 mg L-1, em meio a
pH 4, 6 e 8, utilizando solução de hidróxido de sódio (5 mol L-1), gotejando-a no efluente
em constante agitação.
As análises de DQO, nitrito, nitrato e cor foram realizados por meio de curvas de
calibração construídas num espectrofotômetro de UV-visível, modelo Cary 50 Bio, da
marca Varian. As análises de íons cloreto foram realizadas por meio do método de Mohr,
as análises de DBO por meio da metodologia do Standard Methods 5210 – B e, as medidas
de turbidez foram realizadas num turbidímetro da marca Alfakit.
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Resultados e Discussão
Analisando o gráfico e Figura 3: Espectros de absorção UV - vis das amostras
seus respectivos espectros coletadas dos efluentes tratados em relação ao efluente
referentes aos efluentes tratados bruto.
(Figura 2), foi possível assegurar
que há uma proporção
concentração/pH, pois, à medida
que o tanino era dosado em
concentrações superiores a 200
mg L-1 em meio aos pH 4, 6 e 8 ,
as amostras dos efluentes tratados
adquiriram picos com maiores
absorbância na região de 270 nm,
referente a agrupamentos
fenólicos dispersos no meio,
assim como o pico que se estende
de 400 a 500 nm, referente a
coloração. Quando dosado o
tanino em 200 mg L-1, o mesmo
mostrou-se mais eficiente quando
associada à condição de pH igual
à 6 (Tabela 1), resultando na remoção de 100% da turbidez, 96,30% de cor, 98,40% de
íons cloreto, 54,43% de DBO e 31,34% de DQO em relação ao efluente bruto.
Conclusão
Os experimentos desenvolvidos comprovaram a viabilidade técnica do Tanfloc
SG pois se mostrou ser um excelente agente coagulante, possibilitando ao efluente tratado
abranger quase todos parâmetros determinados pelo CONAMA em sua Resolução n° 430.
Por mais que o mesmo seja comercialmente mais custoso que os agentes coagulantes
convencionais, a sua escolha é recomendada, pois o tanino pode-se trabalhar numa larga
faixa de pH e, se dosado em excesso, o mesmo não acarreta em impactos nocivos, pois
não há estudos que comprovem alguma agressividade a vida marinha e a saúde humana.
Agradecimentos
Este trabalho não poderia ser realizado sem o apoio financeiro do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, a Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte – UERN e ao Laboratório de Eletroquímica e Química
Analítica – LEQA por toda sua infraestrutura.
Referências Bibliográficas
Agência Nacional de Águas (Brasil). Água na indústria: uso e coeficientes técnicos /
Agência Nacional de Águas. Brasília: ANA, 2017. 37 p.: il.
COMUNICAÇÃO ABIA. Indústria de Alimentos Fecha 2018 com Crescimento e
Geração de Empregos, 13 de Fevereiro de 2019, Disponível em ABIA:
https://www.abia.org.br/vsn/tmp_2.aspx?id=394. Acesso em: 01 de setembro de 2019.
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Adriel Carneiro Leão do Nascimento1; Profº Drº Carlos Heitor Pereira Liberalino2
1
Estudante do curso de ciência da computação do Departamento de Informática da
Universidade Estadual do Rio Grande do Norte; e-mail: adrielleao@alu.uern.br
2
Professor do Departamento de informática da Universidade Estadual do Rio Grande do
Norte, docente pesquisador do Grupo de Pesquisa Otimização e Inteligência Artificial;
e-mail: heitorliberalino@uern.br
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Introdução
Metodologia
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A tecnologia utilizada foi HTML5, CSS3, Django, Linguagem Python 3 e Arquivo CSV,
especificando o software como aplicação web tal qual não indica a necessidade de
conectividade à internet.
O aprofundamento do estudo sobre o método Just-In-Time (JIT), realizado por leituras e
comparações funcionais à Engenharia de Software, ofereceu material teórico e base
metodológica forte na ordem dos objetivos aspirados.
Como consequência das análises de calendários, houve proposição de um limite máximo
de 100 dias para o início e fim de cada período, também a disposição de prazos e regras
pré-estabelecidos no algoritmo, utilizando a linguagem Python foi possível utilizar
bibliotecas Pandas e Datetime.
A sequência lógica do programa tem as datas do CSV seguidas por parâmetros e
condições que são as variáveis responsáveis pela validação das datas, a utilização do
framework Django com CSS3 personaliza o visual, atribuindo forma e cores obrigatórias na
aplicação, assim o estudo teve seu método bifurcado em duas seções: estudo do método JIT e
construção do software.
Resultados e Discussão
Com a base no que foi exposto em parágrafos anteriores, a relação empregada na união do
método JIT e o software produz um entendimento maior da otimização de processos como
forma de agilizar o sistema de gestão universitária. Diante disso, as perspectivas de utilização
do sistema JIT como metodologia estrutural de comandos empreendidos em demandas pelo
algoritmo, transformou processos longos e não sujeitos a mudanças relativas de execução em
um único processo objetivo, aglomerado de várias funções e baixa manutenção.
Diante do exposto a utilização do software como ferramenta de organização expõe ganhos
produtivos por meio de redução no tempo de elaboração e planejamento do calendário, a
padronização de procedimentos executados por técnicos, agora, pelo software possibilita
maior velocidade e assim gera menor tempo na entrega do calendário universitário.
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Funcionalidades do Software
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Conclusão
A leitura de referenciais teóricos e análise de calendários possibilita uma maior
compreensão de métodos utilizados ao decorrer da pesquisa, orientando a parte lógica das
funções desempenhadas no algoritmo e itens da interface gráfica.
Agradecimentos
Referências Bibliográficas
CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N. JIT, MRP II e OPT: Um Enfoque Estratégico, 2. ed.
São Paulo: Atlas ,1992, Cap.3, 4p.
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Introdução
É crescente o uso de dispositivos móveis direcionados para prestação de serviços na
saúde. O uso desses dispositivos na área da saúde, é denominado Mobile Health (mHealth). O
mHealth têm diferentes formas de prestação de serviços médicos, seja para diagnóstico,
divulgação de informações, monitoramento do paciente, com um acompanhamento mais
contínuo em tratamentos, melhorando a comunicação entre os pacientes e os profissionais de
saúde, entre outras aplicações encontradas na literatura (FAVA, 2014). Conforme estudo com
mHealth publicamente disponíveis aos consumidores, o número de aplicações móveis
aumentou mais de 100% de 2013 a 2015. Além disso, aplicações mHealth para os consumidores
que visam o bem-estar, dieta e exercícios consiste em 85% das aplicações. A gestão de doenças
e tratamentos compreende 24% das aplicações mHealth e 11% outras aplicações (PATIENT
ADOPTION OF MHEALTH, 2015).
Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é desenvolver uma aplicação móvel na área da
saúde, mais especificamente, uma aplicação móvel inteligente para auxiliar na reabilitação de
pacientes com disfagia orofaríngea. A disfagia orofaríngea, está relacionado a dificuldade de
deglutição dos alimentos, durante o trajeto do alimento da boca até passagem da faringe para o
esófago. A disfagia orofaríngea não é uma doença, sendo um sintoma em sua maioria,
decorrente de algumas doenças. A prevalência de disfagia na população geral é entre 16 a 23%
(CHIOCCA et al., 2005). A disfagia é um sintoma comum em pacientes com Alzheimer, Idosos,
Doenças Oncológicas, Parkinson, Acidente Vascular Cerebral (AVC), entre outras, em suas
fases moderadas e avançadas (DUTHEY, 2013). A disfagia pode provocar a entrada de
alimentos nas vias aéreas, gerando como consequências: tosse, asfixia, problemas pulmonares
e aspiração (ASSOCIATION et al., 2004). Os pacientes com disfagia podem também apresentar
outras complicações como: desnutrição, desidratação e mortalidade prematura (EKBERG et al.,
2002). Assim essas complicações afetam de forma negativa a capacidade de alimentação do
paciente (JENNIFER; MIKOTO, 2000).
A reabilitação de pacientes com disfagia orofaríngea tem como objetivo estabilizar o
aspecto nutricional, eliminar os riscos de aspiração e complicações associadas (DEPIPPO et al.,
1994). A reabilitação da disfagia pode incluir modificações na dieta alimentar, como líquidos
espessantes, condutas terapêuticas, exercícios que visem adaptações musculares e estratégias
seguras de deglutição (LANCASTER, 2015).
A não aderência das recomendações das intervenções, podem ocasionar consequências
graves e podem induzir maior risco de aspiração e penetração (KREKELER et al., 2017). Desta
forma, aumenta-se as chances de desenvolver desidratação (SILVA, 2015), desnutrição
1
Estudante do curso de Ciência da Computação do Departamento de Informática da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte (UERN); e-mail:
2
Estudante do Programa de Pós-graduação em Ciência da Computação (UERN/UFERSA). Email:
exlleyclemente@gmail.com
3
Professora do Departamento de Informática (DI) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
(UERN), e-mail: ciciliamaia@uern.br.
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 394
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
(SERRA-PRAT et al., 2012), pneumonia relacionada à aspiração (LOW et al., 2001), entre
outras complicações que diminuem a qualidade de vida do paciente e aumenta-se as chances de
mortalidade destes (BAIJENS et al., 2016).
Assim, com o desenvolvimento da aplicação móvel proposta, serão fornecidas
informações das terapias de reabilitação em relação as consistências alimentares adequadas ao
caso específico de disfagia do paciente e possibilitará ao profissional de saúde responsável pelo
paciente uma comunicação mais continua fornecendo informações e conselhos.
Metodologia
A metodologia de desenvolvimento do trabalho foi dividida em 6 (seis) etapas, descritas
a seguir:
1. Etapa 1: revisão bibliográfica para embasamento dos conhecimentos, sobre: estudos que
abordam o desenvolvimento de mHealth voltados para o contexto da disfagia;
2. Etapa 2: mapear as informações para auxiliar na reabilitação de pacientes disfágicos,
por meio dos conhecimentos médicos e estudos catalogados na literatura;
3. Etapa 3: modelagem e especificação dos requisitos, por meio de diagramas de casos de
uso e de sequência;
4. Etapa 4: projetar/implementar a aplicação móvel por meio da prototipação, com o uso
de ferramentas open source e técnicas de inteligência artificial;
5. Etapa 5: aplicar cenários de testes, e verificar a eficácia da aplicação móvel proposta;
6. Etapa 6: Serão desenvolvidos os relatórios, artigos científicos para posteriormente
serem divulgados os resultados.
Resultados e Discussão
O projeto teve como êxito o mapeamento das informações necessárias ao
monitoramento remoto e auxílio na reabilitação dos pacientes com disfagia. O sistema
desenvolvido funciona em três etapas: i) coleta de dados: utilizando um Equipamento Médico
Assistencial (EMA) não-invasivo durante o processo de ingestão alimentar, são coletados sinais
sonoros da deglutição, movimentos mandibulares e duração da refeição; ii) pré-processamento
dos dados: realizada por meio do software Matlab; e iii) análise de dados: consiste na análise
dos sinais, na verificação de consistência alimentar e no envio de recomendações.
Figura 1 - Visão Geral de Funcionamento do Sistema
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http://propeg.uern.br/sic/anais/ 396
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
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http://propeg.uern.br/sic/anais/ 397
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Introdução
Atualmente, ferramentas computacionais têm sido desenvolvidas com o objetivo de promover
a investigação do comportamento de algumas espécies de animais. Com base em algoritmos de
processamento de imagem e visão computacional, um conjunto dessas ferramentas permite aos
cientistas estudar comportamentos coletivos, padrões de movimento e mecanismos cognitivos neurais
de animais a partir de vídeos ou sequência de imagens (WANG; CHENG; QIAN; LIU et al., 2016).
Essas características biológicas coletadas fornecem inspiração para construir sistemas virtuais, como
sistemas de robôs de enxame (OH; SHIRAZI; SUN; JIN, 2017), robôs bioinspirados (SICILIANO;
KHATIB, 2016) e algoritmos de otimização bioinspirados (GANDOMI; ALAVI, 2012). Além disso,
as informações adquiridas por meio dessas investigações contribuem para a melhoria da criação e
reprodução de animais em ambiente de cativeiro (IGLESIAS; FUENTES; VILLANUEVA, 2014).
Algoritmos de rastreamento multi-objeto permitem a aquisição de padrões de movimento de
vários animais (BRADSKI; KAEHLER, 2008), que são dados essenciais para a análise de seus
comportamentos, sem a necessidade de trabalhos manuais repetitivos e monótonos, assim como a
colagem de marcadores nos objetos de interesse (em nosso caso, animais).
Tivemos acesso a vídeos da espécie Octopus insularis (Cephalopod: Octopodidae) durante a
fase inicial de vida (paralarvae). Essa espécie, em particular, é um polvo comum nas águas costeiras
rasas do Norte e Nordeste do Brasil (BATISTA; LEITE, 2016). A espécie é um polvo de médio porte
e é considerada a principal espécie de cefalópode comercial em águas rasas ao redor de ilhas oceânicas
tropicais e ao longo da costa brasileira. Esse aspecto tem sido considerado em alguns estudos visando
a preservação da espécie, principalmente por ser objeto de pesca (LEITE; HAIMOVICI; MATHER;
OLIVEIRA, 2009). Além disso, espécies de polvos têm sido investigadas inspirando pesquisadores
no desenvolvimento de algoritmos de inteligência artificial (ÍÑIGUEZ, 2017) e na reprodução de
padrões de movimentos aplicados em sistemas mecatrônicos feitos pelo homem (CIANCHETTI;
FOLLADOR; MAZZOLAI; DARIO et al., 2012).
A pele dos cefalópodes é composta por várias camadas, incluindo duas de cromatóforos. Os
cromatóforos são órgãos neuromusculares que compreendem sacos elásticos de pigmentos coloridos.
Quando excitados, os músculos se contraem, expandindo o cromatóforo e produzindo o aparecimento
de cores pigmentares. Quando eles relaxam, a energia armazenada no sáculo elástico se retrai,
deixando visível a base pálida.
Estudos anteriores já descreviam alguns comportamentos de paralarvas de polvos, como nadar
para trás e nadar lateralmente. O Enteroctopus megalocyathus recém-eclodido também exibe um
comportamento em que os animais se sentam no fundo com a cabeça para cima e os braços abertos,
prendendo-se ao vidro com suas ventosas. No entanto, observamos um comportamento que não foi
descrito antes neste estágio, semelhante ao que os adultos costumam fazer para se limpar; em que o
corpo da paralarva adota uma forma de curvatura enquanto seus braços se esfregam entre eles e sobre
a superfície corporal, juntando-se ao seu manto (para ilustrações de comportamento ver Figura 3).
Este trabalho apresenta uma ferramenta computacional composta por uma seqüência de
algoritmos (pipeline) de visão computacional conhecidos para identificar a localização de várias
1
Estudante do curso de Ciência da Computação do Departamento de Computação da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: phlopes11@gmail.com
2
Estudante do curso de Ciência da Computação do Departamento de Computação da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: joaotrindade@alu.uern.br
3
Estudante do curso de Ciência da Computação do Departamento de Computação da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: mateuscostas@alu.uern.br
4
Professor do curso de Ciência da Computação do Departamento de Computação da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; Participante do Grupo de Pesquisa GIC; e-mail: andersonabner@uern.br
5
Professor do curso de Ciência da Computação do Departamento de Computação da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; Líder do Grupo de Pesquisa GIC; e-mail: wilfredoblanco@uern.br
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paralarvas de Octopus insularis. Com as localizações podemos extrair uma região de interesse (ROI)
retangular em volta de cada paralarva. A ferramenta será capaz de calcular a trajetória e a velocidade
de cada paralarva durante o vídeo. Cada sub-imagem delimitada pelas ROIs são as entradas de uma
Rede Neural Convolucional (RNC) para classificar seus comportamentos.
Metodologia
Uma câmera suspensa foi colocada para gravar vídeos coloridos (1440X1080 - largura x altura
da resolução do quadro) com aproximadamente 22 minutos de duração. Cinco larvas de Octopus
insularis foram registradas em movimento e comportamento livres. As paralarvas, geralmente com 2
a 3 milímetros de comprimento, estavam dentro de um recipiente cilíndrico com dimensões de 80mm
X 5mm para o diâmetro da base e altura respectivamente.
Processamento de cada quadro/frame: Cada quadro de vídeo colorido passa por um pipeline
de processamento - uma sequência de etapas - com o objetivo principal de detectar as larvas do polvo
(Figura 1A). As etapas são descritas a seguir: (1) Converter em escala de cinza (Figura 1B). (2)
Binarização: notamos visualmente que as larvas são mais obscuras (pixels próximos de zero). Para se
ter uma ideia da magnitude desse valor, verificamos o histograma do quadro/imagem (Figura 1C) e
verificamos que um possível bom valor seria th = 80 (Figura 1C, linha vertical vermelha); logo antes
do perfil de aumento exponencial observado para valores de cor> 90. A saída dessa operação é uma
imagem apenas com as cores branco e preto (Figura 1A, Binarização th = 80). (3) Detecção de
contorno: As regiões brancas são segmentadas e os centros de massa são calculados para cada uma
delas. (4) Clustering: Usamos um algoritmo K-means (KANUNGO; MOUNT; NETANYAHU;
PIATKO et al., 2002) para agrupar os centros de massa, com k = 5 para detectar as 5 paralarvas
(Figura 1A, Clustering K-MEANS). (5) Região de interesse (ROI): Uma caixa delimitadora com
dimensão 80x80 é calculada para cada cluster/paralarva (Figura 1A, ROI).
Rastreamento: O rastreamento das paralarvas é calculado usando as coordenadas de saída do
K-means (vetor de tuplas [(x1, y1), (x2, y2) … (xn, yn)]). Cada coordenada (x, y) representa a posição de
um animal em um determinado quadro. Dois vetores, um do quadro anterior k-1 e outro do quadro
atual k, são entradas para o algoritmo de correspondência de cluster; neste caso, o algoritmo húngaro
(CUI; ZHANG; CUI; CHEN, 2016) foi selecionado para realizar esta tarefa.
Classificação do comportamento: As sub-imagens (ROI do paralarvae) provenientes do
pipeline são a entrada para a Rede Neural Convolucional (RNC) treinada e construída no framework
TensorFlow. Usamos um modelo básico de rede do MobileNet V2. A RNC foi treinada para
reconhecer 4 classes de comportamento diferentes: natação para trás (BckSw), natação lateral (LatSw),
natação rastejante (CrwSw) e limpeza (Clean).
Plataforma computacional: Este trabalho foi desenvolvido utilizando a linguagem de
programação Python versão 3.6.5 e a biblioteca OpenCV Open Source versão 3.4.1. O
desenvolvimento, validação e teste da ferramenta foram executados principalmente em uma
configuração de hardware com processador intel i7-8700, com 16GB de RAM e uma placa gráfica
GTX1070 8GB Nvidia GeForce.
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Figura 3: Esquema da arquitetura de classificação. O ROI de cada paralarva é uma entrada para a Rede Neural
Convolucional, que foi previamente treinada para classificar quatro comportamentos (natação para trás -BckSw,
natação lateral - LatSw, natação rastejante - CrwSw e limpeza - Clean). No quadro retangular preto é apresentada
uma visão geral da arquitetura MobileNet.
Resultados e Discussão
Nesta seção, apresentaremos os resultados em que um vídeo com aproximadamente 22
minutos (40963 frames) é analisado pela ferramenta proposta. Fomos capazes de gerar três resultados
principais e são eles: mapas de localização, onde são mostradas as posições de cada animal dentro do
recipiente cilíndrico (Figura 4); série de quadros de valores de velocidade (Figura 5); e a série de
estruturas de comportamento (Figura 6).
A Figura 4 apresenta os mapas de localização das paralarvas individuais e a localização
populacional (o mapa laranja), estimada a partir do algoritmo de rastreamento implementado. Pelas
figuras, é possível perceber que os animais preferem se deslocar nas regiões mais próximas da borda
do contêiner. Este é um aspecto interessante que já foi visto no início deste ciclo de vida animal; o
fato de os animais terem um instinto natural de buscar proteção em estruturas sólidas. Esse
comportamento é comumente observado em animais inseridos em seu habitat natural, em busca de
abrigo contra a predação.
A Figura 5 mostra o comportamento realizado por cada animal e quanto tempo eles o mantêm
(em porcentagem) ao longo dos intervalos de tempo. Isso foi possível graças ao classificador usando
a RNC, que permitiu identificar os comportamentos a partir das imagens da amostra (ROI do
paralarvae). Conforme explicado na seção 2 (Métodos), a RNC categoriza os comportamentos das
paralarvas em quatro categorias: BckSw, CrwSw, LatSw e Clean. Quando a RNC identifica um
comportamento com precisão <90%, é criada uma categoria denominada Não Identificado para
representar essa situação. É importante destacar que as situações Não Identificadas correspondem a
uma parte muito pequena da análise, apenas 1,18%, o que não compromete a investigação
comportamental em sua totalidade.
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Conclusão
Apresentamos uma robusta ferramenta de código aberto capaz de identificar, rastrear e
reconhecer o comportamento da espécie Octopus insularis. A ferramenta implementada foi baseada
em algoritmos simples de processamento de imagem e visão computacional para reconhecer e rastrear
as paralarvas em um vídeo. Ela fornece métricas como posição, velocidade e por último, mas não
menos importante, o comportamento de cada paralarva; esta última realizada usando uma Rede Neural
Convolucional que obteve uma acurácia de mais de 90%. Esta ferramenta facilita e acelera o estudo
deste animal, previamente feito manualmente, sem ferir ou interagir com ele, tornando o estudo o mais
natural possível; e automatizar com precisão a detecção, rastreamento e reconhecimento do
comportamento.
Agradecimentos
PHL e MCC foram apoiados com bolsas de iniciação científica pela Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte (UERN - 2018) e pelo Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq - 2019)
respectivamente.
Referências
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ÍÑIGUEZ, A. The Octopus as a Model for Artificial Intelligence. 2017.
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 401
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Introdução
A maior parte das caatingas está localizada nas depressões interplanálticas do
território brasileiro (AB’SÁBER 1974), geralmente localizadas em altitudes baixas,
embasados pelo escudo cristalino brasileiro datado do Pré-Cambriano. Nesse contexto,
os Inselbergs surgem como sendo importantes ambientes, relacionadas à afloramentos de
rochosos, que emergem do plano que as cerca, por vezes, importantes refúgios da flora
(KRIEGER; POREMBSKI; BARTHLOTT, 2003; PEREIRA NETO; SILVA, 2012).
Nesse caso, é notável a função do complexo processo geoecológico e também do
elevado grau de endemismo dessas regiões, de modo que os Inselbergs começam a
receber cada vez mais a atenção por parte dos pesquisadores (MEIRELLES, 1999;
CUNHA; 2005; BARROS, 2008; PEREIRA NETO; SILVA, 2012; PESSANHA; 2014).
A vegetação dos Inselbergs, por exemplo, acaba por se diferenciar daquela que a
circunda devido a fatores edáficos e microclimáticos, que formam um conjunto de
características específicas para alguns grupos de plantas adaptadas; sendo esses ambientes
considerados centros de diversificação para alguns grupos de plantas como as
Bromeliaceae, Cactaceae e Velloziaceae (POREMBSKI et al., 1998).
Nesse contexto, no município de São Rafael, localizado no estado do Rio Grande
do Norte, na mesorregião do oeste potiguar, se observam atualmente um dos importantes
campos de inselbergs do estado, com destaque à “Serra do Jatobá”, “Lájea Formosa” e
“Pindoba”. Essas áreas, entretanto, ainda carecem de estudos que potencializem o
entendimento de suas características, potencialidades e limitações.
1
Estudante do curso de Geografia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte,
Campus de Assú; e-mail: jeffersonsantosferreira8@gmail.com
2
Estudante do curso de Geografia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte,
Campus de Assú; e-mail: aldemberg.rn2013@gmail.com
3
Estudante do curso de Geografia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte,
Campus de Assú; e-mail: jr.gadelha69@gmail.com
4
Professor do Departamento de Geografia da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte, Campus de Assú; Líder do Grupo de Pesquisa Ambiente & Sociedade; e-mail:
ciricioneto@uern.br
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Metodologia
O trabalho baseia-se na abordagem geossistêmica de Bertrand (1971) e
apresentada por Silva, Neto e Paula (2014), e das considerações realizadas por Pereira
Neto e Silva (2012) sobre a flora de inselbergs. Foi realizado o levantamento bibliográfico
sobre a flora da Caatinga e dos inselbergs. Com relação ao levantamento das espécies da
flora, essa se procedeu pela observação e identificação de árvores, arbustos e espécies da
Caatinga presentes na “Serra do Jatobá”, localizada no município de São Rafael/RN. A
visita de campo foi realizada entre os meses de agosto e dezembro de 2019, com o auxílio
de mateiro-guia onde foram feitos registros fotográficos para a catalogação das espécies,
além da retirada de ramos e flores de algumas espécies para posterior identificação.
Resultados e Discussão
O município de São Rafael está localizado em uma região de clima semiárido, na
região central do Rio Grande do Norte. Esse território é geologicamente caracterizado por
extensos afloramentos graníticos, com altitude média entre 100 a 200 metros,
representativa no contexto da Depressão Sertaneja e entrecortado por alguns inselbergs.
Nesse caso destaca-se ainda a extensa planície fluvial do Piranhas-Assú.
Conforme já ressaltado, o recorte espacial da pesquisa, a serra do Jatobá se insere
na parte lestre do território de São Rafael, com altitude média de 400m e forte declividade.
Esse inselberg se destaca pela rusticidade de seu afloramento proeminente, com a quase
totalidade de sua área com a exposição da rocha-matriz e ausência de solo.
Com relação à vegetação identificada no inselberg conhecimento popularmente
como “Serra do Jatobá” destacam-se, nas áreas de maior declive algumas espécies
comuns da Caatinga. Em todo o inserberg é observada principalmente a predominância
de espécies tais como macambira (Encholirium spectabile), xique-xique (Pilosocereus
gounellei), coroa de frade (Melocactus zehntneri), mandacaru (Cereus jamacaru) e urtiga
(Cnidoscolus urens) – esse último em menor número. Além dessas espécies, na Serra do
Jatobá se destacam também a jurema-preta (Mimosa tenuiflora), a maniçoba (Manihot
glaziovii), o velame (Croton heliotropiifolius), o marmeleiro (Croton sonderianus), o
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Conclusões
Os inselbergs são áreas de certa complexidade ambiental, com destaque à
interessante composição e diversidade florística da Caatinga. O levantamento preliminar
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Agradecimentos
Os autores agradecem à concessão da bolsa PIBIC UERN para a realização da pesquisa.
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Atlantic Forest. Diversity and Distributions, v. 4, p. 107 – 119, 1998.
SILVA, M.M; NETO, C.A.F; PAULA, D.P. O uso do método geossistêmico na
compartimentação ambiental do município de Coreaú, Ceará. Revista Geonorte, Ceará,
V. 10, p. 631 - 634, 2014.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
INTRODUÇÃO
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 406
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medição inercial pode ser combinado com câmeras para se implementar sistemas de navegação
autônoma visual-inercial para veículos aéreos não tripulados.
Neste trabalho tivemos como objetivo desenvolver um sistema de localização inercial
baseado na UMI de um smartphone para fazer parte de um sistema de Auxílio na Locomoção de
Pessoas com Restrições Visuais. O sistema de localização pode servir como uma ferramenta para
calcular a trajetória que uma pessoa com a visão prejudicada está fazendo ao se locomover,
ajudando-a a se auto-localizar.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Figura 1: Trajetória estimada pelo sistema de localização inercial implementado para um trajeto
retangular feito por um operador. A linha em vermelho mostra o resultado obtido sem a aplicação
do Filtro de Kalman, enquanto que a linha em preto mostra o resultado obtido com a Filtragem de
Kalman.
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
REYMOND, Mack. Exploring Data Acquisition and Trajectory Tracking with Android
Devices and Python. Medium, 2019.
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Introdução
O comportamento coletivo de animais tem sido estudado há anos por cientistas das
mais diversas áreas do conhecimento. Por serem animais, a primeira área que nos vem à
cabeça é a biologia, onde o estudo do comportamento coletivo permite o entendimento dos
mecanismos neurais cognitivos envolvidos no processo e de como os animais evoluem.
Entretanto, outras área tem usado o comportamento coletivo de animais como inspiração. Por
exemplo, na computação, os algoritmos evolutivos são usados para resolver problemas de
otimização, a inteligência de enxame é aplicada para modelar processos complexos de tráfego
e transporte; na engenharia, o estudo do comportamento coletivo é utilizado para criar robôs
capazes de interagir e trabalhar juntos.
Para entender os princípios por trás do comportamento de cardumes é importante
obter e analisar quantitativamente os movimentos de cada indivíduo no cardume. O
rastreamento manual é tedioso, demorado e, em determinadas situações, impossível. O
rastreamento por vídeo permite a automação e aumento de precisão na obtenção dos dados de
movimento do cardume, além de ser possível encontrar medidas inteiramente novas baseadas
em recursos que não seriam detectáveis ou contáveis por métodos manuais.
Em laboratório, a forma mais comum de rastrear peixes é utilizando uma câmera
sobre um aquário com água rasa de forma que o movimento dos peixes possa ser considerado
um movimento no plano bidimensional. Dessa forma, o rastreamento é uma tarefa de
reconhecer padrões e guardar a localização dos objetos no decorrer do tempo. Entretanto, o
rastreamento de peixes possui características únicas que a tornam desafiadoras. A
identificação de cada indivíduo é difícil, pois, a forma do peixe muda constantemente de
modo que não é possível representar o peixe por um modelo, os indivíduos têm alto grau de
similaridade e a textura do peixe é muito pequena na imagem para ser usada na identificação
de indivíduos diferentes, e ainda, quanto maior a densidade de peixes na água, maior a
ocorrência de oclusões de indivíduos. Do ponto de vista do rastreamento, as dificuldades
ocorrem pois o movimento dos peixes é muito complexo e as oclusões geram erros de
identificação que fragmentam as trajetórias.
Este trabalho tem como objetivo desenvolver um sistema para rastreamento de
cardumes de peixe zebrafish através de vídeo em ambiente de laboratório utilizando
ferramentas abertas.
Metodologia
Durante este trabalho foram realizadas as seguintes etapas:
1. Levantamento de requisitos
1
Estudante do curso de Ciência da Computação do Departamento de Ciência da Computação do
Campus de Natal da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail:
danielteodolino@alu.uern.br.
2
Professor do Departamento de Ciência da Computação do Campus de Natal da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte. Participante do Grupo de Pesquisa Grupo de Sistema Embarcados e
de Tempo Real; e-mail: brunocruz@uern.br
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Durante esta etapa foram pesquisadas as ferramentas existentes para fazer o mesmo
tipo de tarefa proposta por esse trabalho. Entre as principais ferramentas proprietárias temos o
EthoVision® (2020) que permite rastrear o baricentro de diversos tipos de organismos,
contudo, a quantidade de objetos é limitada e a oclusão causa a perda da identidade do peixe,
e o ANY-maze® (2020), que sofre de problemas semelhantes ao EthoVision®. Quanto às
ferramentas abertas podemos citar de forma resumida duas das mais conhecidas, sendo elas: o
idTracker (PÉREZ-ESCUDERO et al., 2014) - ferramenta de código aberto para rastrear
diversos tipos de animais, mas sua implementação foi feita utilizando MATLAB®, uma
ferramenta proprietária; o Tracktor (SRIDHAR; ROCHE; GINGINS, 2019) - ferramenta de
código aberto para rastrear diversos tipos de animais, tendo como vantagem utilizar a
linguagem de programação Python e a biblioteca aberta de visão computacional OpenCV.
Vários métodos de rastreamentos foram propostos tentando superar as dificuldades
apontadas anteriormente. Na proposta por Delcourt et al. (2011), os pesquisadores precisam
marcar manualmente os objetos com etiquetas coloridas. No entanto, o processo de marcação
manual é muito complicado, e as marcas podem afetar o comportamento social dos animais
rastreados. Propostas mais recentes tentam identificar os peixes de forma automática, como
em Bai et al. (2018), que identifica os peixes através do histograma de gradientes orientados.
Wang et al. (2016) utiliza técnicas de processamento de imagens para encontrar o contorno do
peixe e a partir daí encontrar a cabeça e o resto do corpo através de funções matemáticas.
Ainda nesta etapa foram estudadas as principais técnicas de processamento de
imagem utilizadas para rastrear objetos em vídeo.
2. Modelagem
A modelagem deste trabalho tomou como base o artigo de Wang at al (2016),
seguindo as seguintes etapas.
O passo inicial é a eliminação das informações irrelevantes, ou seja, tudo que
aparece no vídeo e que não é um peixe. Para isso o fundo da imagem foi calculado como
sendo a média de todos os quadros do vídeo em escala de cinza.
Rastrear um objeto qualquer em um vídeo consiste em localizar o objeto em cada
quadro do vídeo e guardar sua posição. Assim, para cada quadro do vídeo, foram realizados
os passos abaixo:
● Conversão do quadro para escala de cinza: abstração dos quadros para
posterior processamento.
● Subtração do fundo da imagem: a imagem do fundo do vídeo, encontrada
anteriormente, é subtraída da imagem do quadro atual em escala de cinza. A imagem
resultante contém os peixes em escala de cinza e o restante da imagem na cor preta;
● Binarização da imagem: técnica de processamento de imagens para
segmentação, a fim de separar os objetos de interesse do plano de fundo, esta técnica consiste
em converter tudo que está acima de um limiar para branco e tudo que está abaixo para preto,
gerando uma imagem que contém “sombras” no formato dos peixes em branco e o fundo da
imagem em preto;
● Cálculo do contorno: operação que retorna, para cada objeto na imagem
binarizada, uma lista de coordenadas dos pontos que fazem o seu contorno;
● Reamostragem do contorno: Cada contorno é então reamostrado para que os
seus pontos fiquem equidistantes;
● Cálculo da curvatura: para cada ponto de um contorno é então calculada a sua
curvatura como sendo: o ângulo formado entre a tangente à curva no segmento que termina no
ponto atual sobre o comprimento desse segmento;
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(c)
Figura 1: (a) Contorno reamostrado do peixe. (b) Gráfico da curvatura calculada. (c)
Visualização da informações obtidas e armazenada para cada peixe de um quadro
3. Implementação
Para a implementação do modelo definido foi escolhida a linguagem Python 3. O
Python é uma linguagem de alto nível, orientada a objetos que pode ser utilizada em diversos
sistemas operacionais como Windows, Mac OS e Linux, sendo bastante utilizada atualmente
na área de visão computacional.
Para aplicar as técnicas de processamento de imagem optou-se pelo uso da biblioteca
Open Source Computer Vision Library (OpenCV). Essa biblioteca é implementada em C, mas
pode ser utilizada em C, C++, Java, MATLAB e Python, possuindo versões disponíveis para
os sistemas operacionais Windows, Linux, Mac OS e Android.
As ferramentas citadas anteriormente são amplamente utilizadas pela indústria e pela
comunidade científica e atendem aos objetivos deste trabalho de serem abertas ao uso.
4. Testes
Esta etapa foi realizada durante todo o desenvolvimento. Foram utilizados conjuntos
de quadros de vídeos para garantir que o comportamento de todos os módulos desenvolvidos
estavam de acordo com o especificado
5. Validação
Esta etapa foi realizada utilizando os vídeos fornecidos pela Doutoranda/UFMA
Marta de Oliveira Barreiros. Os vídeos de resolução 1920x1800 (largura x altura) e 30 fps são
de cardumes de peixes zebrafish com cerca de 10 indivíduos em um aquário com pouca água.
Um novo vídeo foi gerado marcando cada peixe com uma cor e número e uma
checagem visual quadro a quadro foi feita para verificar se a identidade do peixe se mantém
durante todo o vídeo.
6. Documentação
A documentação de todo o processo pertencente a pesquisa científica proposta foi
realizada em todos os passos descritos neste documento.
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Resultados e Discussão
O presente trabalho é capaz de rastrear os peixes seguindo os passo descritos na
seção anterior guardando, para cada peixe, as seguintes informações: posição da cauda do
peixe, posição da cabeça do peixe e a direção que ela aponta. A Figura 1(c) mostra de forma
visual as informações armazenadas em um quadro do vídeo. O algoritmo é capaz de processar
cerca de 16 quadros por segundo um computador com processador Core i5 Dual-Core de
1.6Ghz e com 4Gb de memória RAM DDR3. Os peixes têm um comportamento muito
dinâmico e em algumas situações muitos animais se juntam e passam por cima um do outro.
Nessas situações pode ocorrer a perda da identidade de um ou mais peixes. Essas situações
devem ser atacadas com outras abordagens e deverão fazer parte de futuras pesquisas e
melhorias do algoritmo implementado neste trabalho
Conclusão
As soluções estudadas funcionam relativamente bem com quantidades muito
pequenas de animais e algumas limitam a apenas um animal. A técnica apresentada em Wang
et al. (2016) também falha na manutenção da identidade dos peixes quando ocorrem oclusões
parciais ou totais. Contudo, acredita-se que as demais informações geradas pela técnica -
como contorno, posição e direção da cabeça e posição da cauda - podem ser utilizadas para
atacar os problemas de oclusão através de inteligência artificial.
Este trabalho atinge seu objetivo, mesmo que, em alguns casos de oclusão total ou
parcial de um animal, sua identidade possa ser perdida. O código gerado pode receber
melhorias e novas funcionalidades, abrindo portas para novas pesquisas.
Agradecimentos
À Marta de Oliveira Barreiros doutoranda/UFMA por fornecer os vídeos utilizados
neste projeto.
Referências
ANY-maze®. https://www.anymaze.co.uk. acessado em: 17 de setembro de 2020.
BAI, Y.; ZHANG, S.; FAN, Z. Y.; LIU, X.; ZHAO, X.; FENG, X.; SUN, M. Automatic
multiple zebrafish tracking based on improved HOG features. Nature Scientific Reports.
2018. 8: 2045-2322. DOI: 10.1038/s41598-018-29185-0
DELCOURT, J.;. YLIEFF, M.; BOLLIET, V.; PONCIN, P.; BARDONNET, A. Video
tracking in the extreme: A new possibility for tracking nocturnal underwater transparent
animals with fluorescent elastomer tags. Behaviour Research Methods. 2011. 43(2),
590–600. DOI: 10.3758/s13428-011-0060-5
ETHOVISION®. https://www.noldus.com. acessado em: 17 de setembro de 2020.
PÉREZ-ESCUDERO, A.; VICENTE-PAGE, J.; HINZ, R.C.; ARGANDA, S.; DE
POLAVIEJA G.G. idTracker: tracking individuals in a group by automatic identification of
unmarked animals. Nature Methods. 2014. 11(7):743–751. DOI: 10.1038/nmeth.2994
SRIDHAR, V.H.; ROCHE, D.G.; GINGINS, S. Tracktor: Image-based automated tracking of
animal movement and behaviour. Methods in Ecology and Evolution. 2019. 10: 815– 820.
https://doi.org/10.1111/2041-210X.13166
WANG S.H.; CHENG X.E.; QIAN Z-M; LIU Y; CHEN Y.Q. Automated Planar Tracking the
Waving Bodies of Multiple Zebrafish Swimming in Shallow Water. PLoS ONE. 2016. 11(4):
e0154714. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0154714
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Resumo:
A robótica tem expandido-se gradativamente, consequentemente levando ao crescimento de
possibilidades de aplicação de projetos nessa área, seja em meio acadêmico ou não. Apesar
de ser uma área em crescimento, ainda existe uma carência na facilidade de se obter
conhecimentos palpáveis sobre, devido à falta de plataformas organizadas especializadas
nesse tema, fazendo com que a busca por temas específicos em robótica através de
ferramentas de pesquisa generalizada seja ineficiente. A proposta desse projeto é desenvolver
a plataforma RepositORE, que tem como objetivo ser um repositório estruturado de Objetos
de Robótica Educacional.
Introdução
A Robótica Educacional pode ser definida como um conceito didático com o objetivo
de demonstrar na prática, conceitos de robótica, conceitos que nem sempre são de fácil
compreensão quando demonstrados somente por meio da teoria. As demonstrações e
atividades facilitam a assimilação dos conteúdos por parte do aluno, fazendo com que o
mesmo entenda a relação entre teoria e prática, tornando assim a aprendizagem mais
dinâmica.
É possível aplicar esse método de aprendizagem de robótica de várias maneiras, usando de
atividades e projetos. Algumas aplicações são: construir maquetes dinâmicas ou não, através
do uso de sensores, motores, engrenagens, lâmpadas e etc; desenvolver o lado psicomotor do
aluno através da manipulação dos kits de robótica; facilitar a aprendizagem, relacionando
teoria e prática.
Apesar de a Robótica Educacional ser um paradigma relativamente recente, existem
empresas que atualmente comercializam variados kits de aprendizagem em robótica. O
trabalho de Gurgel(2018) mostra que tais kits, que são compostos por hardware e software. A
parte de hardware nos kits educacionais é composta por sensores, rodas, motores e etc. Os
softwares possuem linguagens de programação textuais, baseadas em alguma linguagem de
programação já existentes. Os kits mais conhecidos são: LEGO MINDSTORMS, Arduíno,
VEX, Modelix Robotics, GoGoBoard e entre outros.
Em se tratando de Objetos Educacionais, estudos e pesquisas bibliográficas existentes
na literatura relatam que as plataformas existentes de Objetos de Aprendizagem(OA) não
possuem foco em conteúdo sobre robótica. Foi diagnosticado também que grande parte dos
1
Estudante do curso de Ciência da Computação do Departamento de Informática da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: keftonmelo@alu.uern.br
2
Professor do Departamento de Informática da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
Líder do Grupo de Pesquisa em Tecnologias na Educação; e-mail:sebastiaoalves@uern.br
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Metodologia
Ao estudar os repositórios de OAs, foi visto que a grande maioria desses repositórios
utiliza de descrição de campos por meio de metadados na inserção dos objetos, isto é, os
dados do objeto são referenciados por um padrão de metadados. Dentre eles, o padrão de
metadados Dublin Core se destaca, devido à sua simplicidade e adaptabilidade. Usando dessa
capacidade de adaptação do Dublin Core, foi possível adequar o seu uso para a inserção de
Objetos de Robótica Educacional criando uma adaptação na nomenclatura do padrão, como
uma forma de extensão do Dublin Core(GURGEL, 2018).
Em relação ao estudo sobre os repositórios de Objetos de Aprendizagem, foi
elaborado uma pesquisa sobre as tecnologias atuais mais utilizadas na construção de
aplicações web, as quais constam os frameworks, banco de dados em tempo real, ferramentas
de hospedagem de código e IDEs. Foi escolhido o framework de código aberto front-end
Angular para a construção das interfaces de usuário utilizando o conceito de SPA(single page
aplication), devido aos benefícios que o mesmo trás quanto ao desenvolvimento de
aplicações web(JADHAV et. al, 2015). O Angular tem uma estrutura baseada em
componentes, o que possibilita uma melhor legibilidade e manutenção de código facilitada,
além de ser escrito na linguagem Typescript, permitindo a orientação a objetos, tipagem de
variáveis e injeção de dependência de código.
Para suporte ao back-end, foi optado por utilizar os serviços da plataforma Firebase
(MORONEY, 2017). O Firebase proporciona de diversas funcionalidades que facilitam o
desenvolvimento das aplicações. As ferramentas fornecidas são: Autenticação de usuários,
armazenamento de arquivos de imagem e vídeo, duas opções de bancos de dados NoSQL
(Firestore e Realtime Database), relatório de falhas, hospedagem, laboratório de testes e
funções de nuvem.
Resultados e Discussão
A plataforma RepositORE é estruturada em dois tipos de permissões: Usuário e
Administrador. Cada um dos tipos de permissão disponibiliza funcionalidades diferentes para
o uso. O Usuário pode: cadastrar-se no RepositORE informando nome, e-mail e senha, ou
utilizando uma conta do google ou facebook; pesquisar objetos armazenados no sistema; ver
os metadados de um objeto; cadastrar um objeto de robótica no sistema; editar objeto que foi
cadastrado; deletar objeto cadastrado; sugerir edição de algum aspecto de um objeto
cadastrado por outro usuário e avaliar objeto criado por outro usuário. O Administrador pode:
Executar todas as funções definidas para o usuário comum, e também analisar os objetos e
verificar as sugestões de edição de objetos.
As ferramentas utilizadas são: Angular v9.1.11; banco de dados, autenticação e
storage do Firebase; IDE Visual Studio Code e a plataforma de hospedagem de código
Github. O RepositORE está atualmente em reconstrução devido à mudanças ocorridas no
Angular desde sua primeira construção, e estão e serão introduzidas novas funcionalidades.
Nas figuras 1, 2 e 3 é demonstrado o layout atual do repositório.
Dentre as funcionalidades que serão implementadas, está um Sistema de
Recomendação de Conteúdo. A Recomendação de Conteúdos relaciona conteúdos apreciados
pelo usuário com outros conteúdos preexistentes, fazendo uma filtragem para o usuário e
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Conclusões
O RepositORE facilita e supre a carência na busca de atividades de robótica
educacional. O esquema de colaboração entre usuários e estrutura de metadados
modificada permite uma maior efetividade de buscas. A implementação de um sistema de
recomendação combinado com o sistema de buscas facilita as pesquisas e navegação por
parte do usuário.
Agradecimentos
Agradeço ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq) por ter concedido a bolsa no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em
Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI).
Referências
GURGEL, Thalia Katiane Sampaio. RepositORE: Um Repositório de Objetos de
Aprendizagem para Robótica Educacional. 2019. 113f. Trabalho de Conclusão do Curso
de Ciência da Computação, Faculdade de Ciências Exatas e Naturais, Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte, Mossoró, 2019.
JADHAV, Madhuri A.; SAWANT, Balkrishna R.; DESHMUKH, Anushree. Single page
application using angularjs. International Journal of Computer Science and Information
Technologies, v. 6, n. 3, p. 2876-2879, 2015.
MORONEY, Laurence; MORONEY; ANGLIN. Definitive Guide to Firebase. Apress,
2017.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Davi Oliveira Rebouças¹; João Roberto¹, Emídio Lopes¹, Isaac de Lima Oliveira Filho²
INTRODUÇÃO
Existem atualmente vários mecanismos de proteção de dados, dentre eles podemos citar os
firewall (Stallings, 2013), que são mecanismos que bloqueiam determinadas portas de acesso
externos, ou seja restringindoo acesso a determinados componentes de rede (máquinas,
servidores, terminais, etc). Outro serviço importante na proteção da infra estrutura de rede de
uma empresa, principalmente se esta permite tráfego de informações entre matriz e filiais, é o
uso de VPN’s (Virtual Private Networks) (Stallings, 2013). Nestas redes é possível criar um
canal virtual de comunicação seguro entre hosts, utilizando o link de internet (desprotegido).
No entanto, apesar de serem métodos bem eficientes, ainda é possível que dentro da rede
utilizada possam existir pessoas não autorizadas, por exemplo, hackers, crackers ou
colaboradores despreparados ou mal orientados, que possam prejudicar a segurança dos dados
e do funcionamento dos serviços de uma empresa.
A frase “é melhor prevenir do que remediar” retrata perfeitamente alguns casos de ataques a
empresas, onde o atacante, obtendo sucesso em suas invasões, certamente ocasionará
prejuízos a empresa alvo. Este prejuízo pode ir além do financeiro, e afetar diretamente a
imagem e a reputação da companhia. Neste caso, é recomendado que a empresa invista no
treinamento dos colaboradores, na compra de equipamentos, de softwares, etc, sempre
buscando melhorar o nível de segurança da informação.
Neste sentido, este projeto de pesquisa propõe realizar um levantamento dos tipos de
algoritmos dentro do conceito de deep learning, configurar e treinar estes algoritmos sobre as
bases de dados em repositórios relacionados à ataques em redes de computadores e por fim
desenvolver, baseado nestes algoritmos, um sistema computacional que possa analisar em
tempo real os dados coletados e predizer a existência de ataques e a melhor maneira de trata-
los.
1 - Graduando de Ciência da Computação pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN
2 - Professor - Ciência da Computação pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 418
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
METODOLOGIA
Através do estudo sobre os principais algoritmos do tipo Deep Learning, foi realizado
levantamento das possíveis bases de dados com informações de determinados tipos de
ataques. Após a escolha destas bases e dos algoritmos supervisionados, foram realizados
experimentos sobre as bases escolhidas, de forma a configurar e aprimorar os parâmetros de
base, aumentando a acurácia (taxa de acerto na predição) dos algoritmos selecionados.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 420
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
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2016.Filho, hayrton Rodrigues Prado. Os riscos e os prejuízos causados pela
vulnerabilidade da segurança da informação. Disponível em
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vulnerabilidade-da-seguranca-da-informacao/. Acesso em 04 de abril de 2019.
FACELI, K. et al. Inteligência Artificial: Uma Abordagem de Aprendizado de Máquina.
1rd. ed. [S.l.]: LTC, 2011.
Allan Liska and Timothy Gallo. Ransomware: Defending Against Digital Extortion (1st
ed.). O'Reilly Media, Inc. 2016.
SHUI YU. Distributed Denial of Service Attack and Defense. Springer Publishing
Company, Incorporated, 2013.
SILVA, Jacson Rodrigues Correia. Sistemas de detecção de intrusão com técnicas de
inteligência artificial. 2011. 143 f. Dissertação (Pós-Graduação em Ciência da Computação)
– Curso de Ciência da Computação, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2011.
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 421
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Introdução
A carcinicultura é uma atividade socioeconômica muito importante no Brasil e no
mundo, e sua comercialização está em crescente expansão, tendo oferta insuficiente no
mercado mundial. A pesca predatória do camarão no mar é uma atividade de custo muito alto,
elevando o preço do produto, tornando mais atrativa a produção deste produto em cativeiros
(Natori et al., 2011). O Brasil iniciou essa atividade na década de 70, com inúmeros
momentos intensos até os dias atuais, desde a escolha de uma espécie que não se adaptou bem
às condições climáticas e ambientais nacionais, ao desenvolvimento de tecnologias
apropriadas aliadas a sistematização do cultivo e produção do crustáceo (ABCCam).
Empresas nacionais viram boas perspectivas do produto no mercado internacional, devido às
situações da política econômica, as condições do mercado e também ao incentivo de políticas
públicas para o desenvolvimento da carcinicultura no país, e em 2003, o Brasil atingiu a
liderança mundial no em produtividade, sendo o Rio Grande do Norte (RN) o estado líder de
maior comercialização do crustáceo (Sousa; Teixeira; Lima, 2007). Entretanto, entre 2003 a
2016, o estado sofreu uma queda drástica na comercialização e exportação do crustáceo,
devido, principalmente a doença causada pelo vírus da Síndrome da Mancha Branca que ataca
o camarão e afeta sua produtividade. Em meados de 2017, o estado demonstrou recuperação
no mercado, retornando a exportar o crustáceo, adotando novas técnicas para evitar ou
conviver com a mancha branca, além de se destacar na produção de larvas de camarão (IBGE,
2017, Nunes e Feijó, 2017).
O histórico da carcinicultura no Brasil, assim como no estado do RN, demonstra que
o sucesso dessa atividade, depende, desde aplicações tecnológicas e domínio de técnicas de
manejo na criação do crustáceo ao domínio da larvicultura. Indústrias brasileiras têm
demonstrado muito interesse em ingressar na nova geração de sistemas de cultivo e produção
de camarões, ou seja, carcinicultura associada ao uso de inovações tecnológicas e protocolos
de cultivo de biossegurança, considerando resultados de sucessos, como o aumento da
produtividade visto em alguns países asiáticos (Nunes; Madrid; Andrade, 2011).
Considerando a importância socioeconômica dessa atividade produtiva na economia e geração
de empregos e renda no estado do RN, e também contribuir para o desenvolvimento
tecnológico que auxilia o fortalecimento da carcinicultura brasileira em escala industrial,
neste projeto de pesquisa foi desenvolvido uma ferramenta para reconhecimento e contagem
de larvas de camarões. Considerando que a larvicultura, processo de produção de pós-larvas, é
uma etapa complexa, envolve muitos cuidados e altos riscos financeiros, este projeto de
pesquisa objetivou o desenvolvimento de uma ferramenta de baixo custo, e que, aliada às
técnicas de produção, auxilia no controle e qualidade das larvas de camarão.
Metodologia
Os procedimentos metodológicos adotados para o desenvolvimento da ferramenta
1
Estudante do curso de Ciência da Computação do Departamento de Computação da Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte; email: williammorais@alu.uern.br.
2
Professora do Departamento de Computação do Campus de Natal da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte, Participante do Grupo de Pesquisa de Inteligência Computacional; email: adrianatakahashi@uern.br.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Resultados e discussão
Neste trabalho foram implementados técnicas de reconhecimento e contagem de
larvas de camarão com parâmetros configuráveis, considerando a fase larval. Foram também
implementados técnicas para geração de imagens contendo larvas de camarão, simulando
imagens reais. A Figura 1 (a) mostra a imagem gerada para simular os experimentos deste
projeto.
(a) (b)
Conclusão
Este trabalho teve como objetivo o desenvolvimento de uma ferramenta para
reconhecimento e contagem de larvas de camarão, utilizando técnicas de processamento e
análise de imagens. Os resultados obtidos mostram uma porcentagem média de 94% de
precisão na contagem de larvas contidas nas imagens analisadas realizadas em testes.
Considerando que o processo de contagem de larvas de camarão (usualmente) é dispendioso e
desgastante por se tratar de um processo manual, com uso de placas de petri, beckers e
pipetas, e a existência de uma ferramenta de contagem de organismos aquáticos, XperCount,
de custo elevado, a ferramenta desenvolvida neste trabalho demonstra bons resultados iniciais,
contudo, esses resultados, espera-se, podem ser melhorados, considerando que, na análise dos
resultados foi constatado que precisão dependem de diversos fatores, como, iluminação,
densidades altas das larvas, condições da água, entre outros. Acredita-se que essa precisão
pode melhorar se for utilizadas técnicas de aprendizagem de máquina para uma caracterização
e melhor extração de características da classe larva de camarão (considerando também a
oclusão).
Agradecimentos
Agradecimentos à UERN pelo incentivo e apoio financeiro no desenvolvimento
deste projeto de iniciação científica.
Referências
ABCCam. História da carcinicultura no Brasil. Associação Brasileira de Criadores de
Camarão. Disponível em:
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 424
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
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Introdução
A primeira evidência científica da existência de exoplanetas3 data o início do século
XX (LANDAU, 2017), porém a primeira detecção de fato ocorreu apenas em 1992 (WOO,
2016). Desde então, um grande número deles passou a ser descoberto em decorrência do
aperfeiçoamento da tecnologia de telescópios que possibilitaram medições mais precisas do
movimento das estrelas e da intensidade de seu brilho.
Inúmeros métodos foram desenvolvidos para a detecção de planetas extra-solares,
dentre eles o de velocidade radical, astrometria, cronometria de pulsares, microlente
gravitacional, disco circunstelar e aquele em que este trabalho imprime seu enfoque, o
método de trânsito. Através destes métodos foram detectados até o momento 43354
exoplanetas.
O método de trânsito, apesar de ser bastante limitado em termos empíricos, mostra-se
o mais eficiente meio de detecção até o momento. Ele consiste em detectar a “sombra” que
um planeta gera ao transitar diante da estrela hospedeira. A passagem do corpo celeste
provoca então a diminuição do brilho captado pelo telescópio, o que permite que tal método
seja aplicado mesmo a estrelas muito distantes. Sua limitação, por outro lado, se apresenta no
fato de que apenas planetas cujos planos orbitais estejam em perfeito alinhamento com a
posição de captação dos telescópios poderão ser detectados deste modo, o que reduz a
abrangência de fenômenos passíveis de observação a uma porcentagem bastante modesta.
Ainda assim, o método de trânsito tem sido o mais poderoso na detecção de exoplanetas,
concentrando 76,1%5 das descobertas realizadas até então (NASA, 2020).
Ao cruzar o intervalo entre o telescópio e a estrela hospedeira, como mencionado
anteriormente, o exoplaneta provoca uma diminuição na intensidade de luz captada pelo
sensor, derivando disto uma deformação no gráfico plotado pela aquisição desses dados ao
longo do tempo. A este gráfico dá-se o nome Curva de Luz (CL), e através é possível
observar um padrão de comportamento característico do trânsito planetário de um exoplaneta,
1
Estudante do curso de Ciência e Tecnologia do Departamento de Ciência e Tecnologia da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte. E-mail: brunaakarlaa@hotmail.com
2
Professor do Departamento de Ciência e Tecnologia da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte, Líder (ou participante) do Grupo de Pesquisa de Astroestatística; e-mail:
brauliosoares@uern.br
3
Planetas que se encontram fora do Sistema Solar
4
http://exoplanet.eu/catalog/
5
3254 de 4277
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Metodologia
A fim de determinar o trânsito planetário, uma tabela de dados descrevendo a variação
espectral ao longo do tempo - ou seja, uma CL - foi obtida no site da NASA, mais
especificamente aquela identificada como 11d.
Extrato da Tabela da CL 11d cuja extensão completa conta com 1763596 linhas
(NASA, 2020b).
Tais dados foram inseridos no programa RStudio de maneira a plotar um gráfico de
Brilho x Tempo, expondo imageticamente a variação da intensidade de luz obtido na
observação da estrela em questão.
Como explica Santos, “a transformada de Fourier é uma técnica matemática que
decompõe uma função temporal (um sinal) em frequências (espectro do sinal)” (SANTOS,
2019, p. 37). Portanto, na segunda etapa do trabalho, utilizou-se o recurso da Transformada
de Fourier, disponível também no software RStudio, na qual foram convertidos os dados
temporais em frequenciais. Desta forma, um novo gráfico foi plotado em que o eixo x passou
a conter a densidade espectral, em watts, e o eixo y a frequência, em dias.
Resultados e Discussão
Ao plotar os dados da Tabela da CL 11d com auxílio do software RStudio, obteve-se
o Gráfico 01, de Brilho x Tempo.
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Conclusões
Observa-se que a Transformada de Fourier revelou, ao converter dados temporais em
sequenciais, uma significativa marca da passagem do exoplaneta na estrela observada pelo
telescópio KEPLER. O tratamento da CL 11d por meio da Transformada de Fourier
mostra-se promissor para a determinação do trânsito planetário.
A partir deste resultado preliminar, pretende-se reaplicar o procedimento
metodológico com uma maior envergadura de dados, ampliando o rigor da experiência que
estará em contínua comparação às confirmações já atestadas pela NASA.
Agradecimentos
Agradeço à UERN e à PIBIC pelo apoio financeiro.
Referências
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Introdução
Metodologia
Figura.1. A) Figura esquemática do sistema estudado, nanopartícula de três camadas (FM1/NM/FM2), onde
temos duas camadas ferromagnéticas separa por uma não-magnética (ε). O campo magnético externo é
aplicado na direção x (Hexx). Estudamos as fases magnéticas nucleadas no nacilindro FM1 (espessura t1) e no
FM2 (espessura t1), enquanto mudamos as suas espessuras e materiais.
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A
1 mˆ mˆ k M S H . mˆ j K . mˆ xj
2
E j
d2 j k j j
M S2 mˆ j mˆ k mˆ j nˆ jk mˆ k nˆ jk (1)
2
k n3jk
3
n5jk
j
Resultados e Discussão
Os resultados indicam que, pela escolha adequada dos materiais e das dimensões
intrínsecas é possível controlar a nucleação de vórtices no material em pares de nano-
cilindros ferromagnéticos. Trabalhamos com células de simulação de aresta igual a d = 3
nm. Variando o espaçamento não-magnético como também as espessuras e materiais.
Obtemos que as fases magnéticas podem ser formadas nos pares de nanoestruras, podendo
aniquilar ou nuclear vórtices em um dos nano-cilindros como também formar pares de
vórtices com chiralidades distintas. Na figura 02, temos os diagramas de fases de nano-
cilindricos únicos com campo externo aplicado na direção de x, tanto para o Ferro (Figura
2A) quanto para Permalloy (Figura 2B). À medida que o espaçado ε for aumentando, para
determinadas espessuras das nanoestruturas (t1 = 21 nm e t2 = 6 a 21 nm), teremos o estudo
do alcance da interação dipolar.
Figura.2. Diagrama de fases para único nano-cilindro de Ferro e Permalloy com campo externo aplicado na direção de x (Silva,
2014).
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1,0
0,8 Hexx
A t2 FM2
0,6
ε
Sxx
0,4 t1
FM1
0,2 D
D 81 nm Fe(21 nm)//6 nm
0,0 = 0.9 nm
= 9 nm
B
-0,2
0 1 2 3 4 5
Hexx (kOe)
Figura.3. Curvas de magnetização para nano-cilindros com D = 81 nm, t1 = 21 nm (inferior) e t2 = 6 nm (superior), espaçados
com ε = 0.9 nm (curva vermelha) e ε = 9 nm (curva preta).
40 40
FM1 FM2
32 -0,6000
32 -0,6000
24 24
16 16
-0,2000 -0,2000
A
8 8
Dy (nm)
Dy (nm)
0 0
0,2000 0,2000
-8 -8
-16 -16
-32 -32
-40 -40
-40 -32 -24 -16 -8 0 8 16 24 32 40 1,000 -40 -32 -24 -16 -8 0 8 16 24 32 40 1,000
Dx (nm) Dx (nm)
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40 -1,000 40 -1,000
32 32
24 -0,6000 24 -0,6000
16 16
8 -0,2000 8 -0,2000
D y (nm)
Dy (nm)
0 0
-8
0,2000
-8 0,2000
B
-16 -16
-32 -32
1,000
-40 -40
-40 -32 -24 -16 -8 0 8 16 24 32 40 1,000 -40 -32 -24 -16 -8 0 8 16 24 32 40
Dx (nm) Dx (nm)
Conclusões
Agradecimentos
Referências
OGNEV, Alexey. et. al. The Remagnetization Process Feature of Trilayer Nanodisks.
Solid State Phenomena Vols. 168-169, pp 249-252, 30 dez. 2010 .
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RESUMO
O presente resumo expandido busca realizar algumas considerações sobre o
desenvolvimento do projeto PIBIC que trata-se da implementação de um Network
Operation Center (NOC) no laboratório de ensino e pesquisa de redes de computadores.
Nesse sentido, foi realizada uma pesquisa com o objetivo de determinar qual a
ferramenta de gerenciamento melhor se adequa ao laboratório, considerando o tamanho
do ambiente e os tipos de equipamentos, dentro todas as ferramentas a escolhida para ser
instalada foi o Zabbix.
1 Estudante do curso de Ciência da Computação do departamento de informática da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte; E-mail:
franciscomarcos1616@gmail.com
2 Professor do Departamento de Informática da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte; Líder do Grupo de Pesquisa em Redes de Computadores,
Sistemas e Multimídia. E Coordenador do Laboratório de Redes e Sistemas Distribuídos (LORDI).; e-mail: rommelwladimir@uern.br
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INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Para desenvolvimento do presente projeto, foi feita uma pesquisa com o objetivo de
entender como funciona o gerenciamento de redes e como iniciar um, onde foi descoberto
que para dar início era preciso entender bem o ambiente que será gerenciado neste caso o
LORDI, para em seguida escolher a ferramenta que melhor se adeque ao Laboratório.
Durante a revisão bibliográfica foi descoberto que existem diversas ferramentas
para monitoramento de rede, e que para iniciar o gerenciamento é muito importante ter uma
boa noção da quantidade e diversidade de equipamentos do ambiente, para ajudar na
escolha da ferramenta.
Com isso foi feito um inventário da infraestrutura de rede do LORDI, para
identificação dos ativos gerenciáveis e contendo algumas informações importantes da
infraestrutura de TI. Como resultado foi desenvolvido um relatório contendo todos os
equipamentos, bem como seus respectivos modelos e localização dentro do laboratório. Em
seguida foi feita uma pesquisa nos principais portais, sobre as ferramentas de
gerenciamento de redes mais populares do mercado. As cinco ferramentas que mais se
destacaram na pesquisa foram, PFsense, Bacula, AWStates, Nagios e Zabbix, foi feito um
estudo mais detalhado sobre cada uma dessas ferramentas.
Dentre elas a que melhor atendia às necessidade do LORDI, foi o Zabbix. Trata-se
de uma ferramenta de gerenciamento que basicamente realiza o monitoramento em tempo
real dos logs e da capacidade de armazenamento em discos dos servidores. O passo
seguinte foi selecionar o banco de dados, pois para funcionar o Zabbix precisa estar
instalado em um servidor local ou remoto. Para instalar em conjunto com a ferramenta, o
BD escolhido foi o Postgresql por haver muita documentação e vários tutoriais de
instalação de ferramentas de gerenciamento de redes em conjunto com esse banco.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
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REFERÊNCIAS
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METODOLOGIA
Quando estudamos nanoestruturas magnéticas (1nm = 10-9m), devido ao tamanho da
superfície e ao intenso número de variáveis, simular um simples sistema pode ser fisicamente
e/ou computacionalmente impossível. Tais variáveis, como por exemplo, os parâmetros dos
materiais, as dimensões da nanoestrutura e a quantidade de íons presentes no sistema,
1
Estudante do Curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia do Departamento de Ciência e Tecnologia da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; E-mail: diogo19842009@bol.com.br.
2
Professora do Departamento de Ciência e Tecnologia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; E-
mail: dantasal@gmail.com.
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1 𝑚𝑚
�𝑗𝑗 . 𝑚𝑚
� 𝑘𝑘 3�𝑚𝑚
�𝑗𝑗 . 𝑛𝑛�𝑗𝑗𝑗𝑗 ��𝑚𝑚 � 𝑘𝑘 . 𝑛𝑛�𝑗𝑗𝑗𝑗 �
�𝑗𝑗 + 𝑀𝑀𝑆𝑆2 � � � 3 −
𝐸𝐸 = − � 𝐻𝐻𝑀𝑀𝑆𝑆 𝑧𝑧̂ . 𝑚𝑚 5 �
2 𝑛𝑛𝑗𝑗𝑗𝑗 𝑛𝑛𝑗𝑗𝑗𝑗
𝑗𝑗 𝑗𝑗 𝑘𝑘
𝐴𝐴 (2)
+ � ��1 − 𝑚𝑚
�𝑗𝑗 . 𝑚𝑚
� 𝑘𝑘 �
𝑑𝑑 2
𝑗𝑗 𝑘𝑘
onde o primeiro termo está associado com a energia do campo externo, também reconhecida
como energia Zeeman, o segundo termo é a energia de interação dipolar e o último está
associado a energia de troca de primeiros vizinhos. A partir da energia magnética podemos
obter o campo efetivo que é definido como sendo:
�⃗𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒
𝐻𝐻 𝑖𝑖
= −∇𝑀𝑀��⃗𝑖𝑖 𝐸𝐸 (3)
��⃗𝑖𝑖 = 𝑀𝑀𝑠𝑠 𝑚𝑚
onde 𝑀𝑀 � 𝑖𝑖 . Assim, a configuração pode ser requerida a partir da condição de torque
nulo sobre todos os momentos magnéticos do sistema. Considerando o grande número de
variáveis do sistema, utilizamos o método do campo local autoconsistente para encontrar a
configuração de equilíbrio, em remanência, do nano-disco de Permalloy. A partir da
configuração de equilíbrio, aplicamos uma corrente polarizada de spin, perpendicular à face
do nanodisco e obtemos as oscilações da magnetização como função do tempo, como
mostrado no esquema abaixo:
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nossos resultados indicam que um nanodisco de Permalloy, com 96 nm de diâmetro e altura
de 30 nm, em seu estado de remanência (H = 0), exibe um vórtice magnético centrado na origem do
plano da amostra, como mostra a figura 1. Essa é a configuração de um vórtice típico, onde a
componente da magnetização, no centro do vórtice, é perpendicular ao plano da amostra.
Figura 1. Perfil da magnetização de um nanodisco de Permalloy com 96 nm de diâmetro e altura de 30 nm, em seu
estado de remanência (H = 0). O código de barra de cores indica o ângulo da magnetização com o eixo z.
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Figura 2. Oscilações da componente x total da magnetização como função do tempo (a) J=0; e (b) J=3x107 A/cm², em
um nanodisco de Permalloy com 96 nm de diâmetro e altura de 30 nm, em seu estado de remanência (H = 0).
Figura 3. Espectro de oscilações da componente x total da magnetização como função do tempo (a) J=0; e (b) J=3x107
A/cm², em um nanodisco de Permalloy com 96 nm de diâmetro e altura de 30 nm, em seu estado de remanência (H = 0).
CONCLUSÃO
Considerando os efeitos de aumento da potência, bem o estreitamento da largura de linha, nossos
resultados indicam o efeito da corrente polarizada de spin em vórtices magnéticos, se apresenta como promissor
para o desenho de nanoatenas.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao Departamento de C&T/UERN, a UERN e ao PIBIC/CNPq.
REFERÊNCIAS
BERGER, P. L. Emission of Spin Waves by a Magnetic Multilayer Traversed by a
Current. Physical Review B, pp. 54, 9353, 1996.
DEAC, A. et al. Bias-driven high-power microwave emission from MgO-based
tunnel magnetoresistance devices. Nature Physch 4, p. 803-809, 2008.
SLONCZEWSKI, J. Current-Driven Excitation of Magnetic Multilayer. Jornal of
Magnetism and Magnetic Materials, vol. 159, pp. L1-L7, 1996.
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Introdução
O magnetismo é uma das áreas mais importantes na Física da Matéria Condensa,
porque os materiais magnéticos tem uma grande importância no desenvolvimento da
tecnologia contemporânea. Esses fatores fazem o magnetismo ser uma área muito
requisitada para os físicos experimentais. O principal objetivo dessa área é estuda os
fenômenos magnético que ocorre nos diversos materiais existentes. Existem uma
variedade de técnicas teóricas e experimentais que podem ser aplicadas para o estudo
desses materiais.
Nos últimos anos tem sido visto que existe uma enorme mobilização nas
universidades para ser desenvolvido matérias magnéticos novos, que consigam satisfazer
a demanda do mercado e ao mesmo tempo possam ser eficazes como os já utilizados.
Observa-se que nos materiais magnéticos a presença de novas fases magnéticas, que tem
sua origem em propriedades intrínsecas dos materiais que compõem as chamadas
multicamadas magnéticas. Essas fases provem principalmente da interação entre
materiais magnéticos em contato, como também da modificação das propriedades
intrínsecas causadas pelo confinamento de materiais magnéticos em filmes finos.
Materiais que tem chamado a atenção nesse quesito, são os materiais denominados
de terras raras, que são materiais produzidos dos elementos da série dos lantanídeos na
tabela periódica, eles exibem uma diversidade de fases magnéticas complexas que têm
sua origem na interação de troca dos elétrons localizados 4f. Devido a esses fatos este
trabalho se propõe a estudar estes compostos na forma de filmes finos e em multicamadas
magnéticas formadas por dois diferentes elementos de terras raras, uma vez visto na
literatura a grande variedade de fases magnéticas nesse materiais. O objetivo é buscar as
possíveis mudanças nas fases magnéticas de filmes e volumes (hélice e fan, por exemplo)
1
Estudante do Curso de Licenciatura em Física do Departamento de Física da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte; e-mail: andersongurgel@alu.uern.br
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que poderiam ocorrer sob efeitos de superfície, interface, campo e temperatura quando os
compostos estiverem constituindo uma bicamada magnética. Neste contexto, o projeto
visa caracterizar através da simulação da técnica experimental da histerese térmica o
potencial tecnológico das bicamadas de Hon/Gdm.
Metodologia
A metodologia desenvolvida neste trabalho foi dividida em duas partes onde na
primeira correspondeu a um trabalho teórico e a segunda a um desenvolvimento
computacional do objeto de estudo. Para se desenvolver uma modelagem computacional
é preciso entender o comportamento e os estados do sistema físico, para o mesmo foi
utilizado a modelagem do hamiltoniano:
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propriedade do material como temperatura Curie e Neel. O mesmo foi simulado em dois
modelos o primeiro o simulou em filmes finos com 7, 10, 12, 20 e 24 planos e após ele
foi simulado como um volume com respectivamente a mesma quantidade de planos. Em
ambas as simulações o campo era fixo e a temperatura variava, os campos utilizados
foram no intervalo compreendido entre 100Oe e 110kOe, onde podemos observar a
evolução da histerese até o seu desaparecimento. Abaixo as tabelas 1 e 2 representam as
simulações de filmes e volume para a terra rara Hólmio(Ho).
Resultados e Discussão
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os intervalos sobre o quais o laço de histerese se fecha para uma determinada amostra, ou
volume e também pelos processos de ciclo térmico ou ZFC FC.
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Conclusão
As multicamadas de Ho simuladas pelo programa mostram que ele pode ter uma
aplicação tecnológica para um determino intervalo de campo e temperatura que a mesma
está submetida. O objetivo era produzir uma multicamada com Ho e Gd entanto a medida
com Gd não foi possível por motivos técnicos, mas as suas simulações e resultados seria
feito pelo mesmo processo ao qual o Ho foi submetido e assim por conseguia a bicamada
procederia da mesma forma. Assim em um futuro próximo esperasse ter esses resultados,
assim como esse trabalho mostrou, para as multicamadas somente os com Ho.
Agradecimentos
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Referências
[4] MIMURA, Y. Magnetic properties of amorphous alloy films of Fe with Gd, Tb, Dy,
Ho, or Er. Journal Applied Physics, n. 3, p. 1208. ISSN 00218979.
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METODOLOGIA
Para obter o bioclarificante (BIOCL) foi utilizado a areia da praia misturada com
carbonato de sódio calcinados por 4 h a 900 °C para que ocorresse a formação de silicato de
sódio (Na2SiO3). O material resultante desta calcinação foi lavado, filtrado e acidificado até pH
1 e em seguida, seco em uma estufa a 150 °C durante 24 h para ativação da sílica.
1
Estudante do Curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia do Departamento de Ciência e Tecnologia da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; E-mail: mariaeduardaoliveiracruz@gmail.com
2
Professora do Departamento de Ciência e Tecnologia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; E-
mail: liliabasilio@yahoo.com.br
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produzidos por nosso grupo de pesquisa (Vale, 2018). Vale ressaltar que foram otimizadas as
condições de tempo, temperatura e etapas adicionais para a produção desses materiais.
Na purificação da matéria-prima, o sebo bovino passou por um tratamento químico
utilizando diferentes metodologias. A metodologia desenvolvida neste trabalho para a
purificação do sebo bovino pode ser explicitada no fluxograma da Figura 1.
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Além disso, a eliminação das impurezas do sebo foi alcançada quando utilizado o
óxido de cálcio (natural e sintético). Desse modo, novos estudos serão realizados em busca de
melhorar os métodos de purificação e a acidez do sebo bovino e também obter o biodiesel
empregando os melhores materiais e métodos desenvolvidos.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a UERN, a parceria com o laboratório de química farmacêutica da UFRN,
ao INDAMA e ao PIBITI pelo apoio financeiro.
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E
BIOCOMBUSTÍVEIS. Resolução nº 14, 18 de maio de 2012.
BOOG, J. H. F.; SILVEIRA, E. L. C.; CALAND, L. B.; TUBINO, M. Determining
the residual alcohol in biodiesel through its flash point. Fuel, v. 90, p. 905-907, 2011.
LEVY, G. A inserção do sebo bovino na indústria brasileira de biodiesel: análise
sob a ótica da Economia dos custos Transação e da Teoria dos Custos de Mensuração.
2011. 117 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2011.
VALE, I. C. Produção e caracterização de catalisadores naturais heterogêneos
para a obtenção do biodiesel de algodão. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação
em Ciências e Tecnologia) - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Natal, 2018.
PARENTE, E. J. de S. Biodiesel: uma aventura tecnológica num país engraçado.
Embraapa Fortaleza: Tecbio, p. 1-66, 2003.
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Marcos Vinícius Pereira Diógenes¹; Carlos Renan Moreira²; Pedro Victor Morais Batista³
Prfª. Dra. Christina Pacheco Santos Martin⁴; Profª. Dra. Cicília Raquel Maia Leite⁵
Palavras-chave: Bioinformática. Bancos de Dados Genéticos. Expressão Gênica.
Introdução
O Projeto Genoma Humano (PGH) foi um estudo internacional com duração de 13
anos, de 1990 a 2003, sequenciando o genoma humano e tornando-o acessível para estudos
adicionais. O sequenciamento da base do DNA humano possibilitou o desenvolvimento de
tecnologias mais avançadas de análise biológica, dentre elas o microarranjo. O grande número
de pesquisas utilizando essas tecnologias resultou na necessidade da criação de bancos de dados
públicos onde a vasta quantidade de dados gerados seriam armazenados e disponibilizados.
Dentre as principais bases de dados biológicos, está o Gene Expression Omnibus (GEO).
Dentre os tipos de pesquisa resultantes do surgimento dessas tecnologias, está o estudo
transcriptômico, que consegue identificar informações a partir das sondas utilizadas pelo
microarranjo e com isso prover uma enorme quantidade de dados para a pesquisa que está sendo
realizada uma vez que, cada análise pode ter até 450.000 variáveis (sondas genéticas). Isso faz
com que a depender do que está sendo pesquisado, a análise desses dados passe a ser bem
complexa do ponto de vista computacional (HIRA; GILLIES, 2015).
As ferramentas computacionais de interpretação de dados biológicos a fim de produzir
novos resultados, em sua maioria, são desenvolvidas e utilizadas sem uma interface gráfica de
usuário, utilizando-se apenas do texto em terminal para oferecer seus recursos. A maior parte é
desenvolvida na linguagem de programação R.
O presente trabalho de iniciação científica é parte de um trabalho de mestrado, com
objetivo de desenvolver um sistema WEB atendendo as necessidades de usabilidade, que seja
capaz de auxiliar na mineração de dados de estudos transcriptômicos em microarranjos
armazenados no banco de dados biológico GEO, para delimitação de testes inicialmente nos
estudos relacionados ao diabetes. Espera-se que o sistema desenvolvido possa ajudar
pesquisadores a obter novos resultados a partir de pesquisas de expressão gênica existentes,
utilizando para isso um conjunto de filtros para pré-processamento, algoritmos de mineração e
aprendizagem de máquina.
Metodologia
O presente tem como objetivo implementar um sistema capaz de recuperar dados a
partir do banco de dados biológico GEO, os quais serão pré-processados de forma a validar as
informações para as próximas etapas que, a depender da escolha do usuário, pode ser a
mineração ou o processamento manual desses dados a partir de filtros disponibilizados no
sistema.
¹Estudante do curso de Ciência da Computação do Departamento de Informática da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: marcosmtlphnx@gmail.com
²Estudante de mestrado de Ciência da Computação do Departamento de Informática da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: c.renan.moreira@gmail.com
³Estudante do curso de Odontologia da Uninassau; e-mail: pvmbatista07@gmail.com
⁴Professora do PPGCC da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte e da Universidade
Federal Rural do Semi-Árido;
⁵Professora do Departamento de Informática da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte. Líder do Grupo de Engenharia de Software; e-mail: ciciliamaia@gmail.com
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definidos pelo usuário para que ele possa aplicar as mesmas configurações em pesquisas
futuras.
Resultados e Discussão
Durante a investigação para o desenvolvimento do sistema proposto foi necessário a
implementação de algumas funcionalidades básicas imprescindíveis ao sistema. Para que fosse
possível a análise inicial dos dados do GEO, foi realizado um mapeamento preliminar do
formato e os padrões dos dados contidos nos arquivos disponibilizados pela base de dados. A
partir disso, foi criado um algoritmo de pesquisa inteligente capaz de ler e interpretar os
conjuntos de dados contidos em um arquivo proveniente de um estudo transcriptômico
armazenado no GEO, e armazenar os dados relevantes coletados.
Um banco de dados relacional foi implementado utilizando MySQL, a fim de
armazenar as informações. Foi também implementada uma interface WEB preliminar,
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utilizando a linguagem de programação PHP, para visualização dos resultados, e uma API de
interação com o GEO e de captura das informações utilizando a linguagem de programação
Python.
Figura b: interface parcial da visualização dos dados obtidos (fonte: Autoria própria)
Conclusão
Os dados obtidos a partir dos metadados do dataset capturado do GEO demonstraram
que os objetivos previstos para este trabalho são alcançáveis, e que outras funcionalidades
podem ser implementadas em versões futuras do projeto, garantindo que um sistema cada vez
mais completo seja disponibilizado para o público alvo.
Agradecimentos
Primeiramente ao Grupo de Engenharia de Software (GES) e à Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte (UERN) pelo fornecimento da infraestrutura e suporte científico para
a realização deste trabalho, ao CNPq como órgão concessor da bolsa.
REFERÊNCIAS
HIRA, Z.; GILLIES, D. F. A review of feature selection and feature extraction methods applied
on microarray data. Advances in Bioinformatics, v. 2015, p. 1–13, 07 2015. Citado na página
8.
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1 Introdução
Os recursos tecnológicos são cada vez mais usados em nossa sociedade para
facilitar o dia a dia das pessoas. É possı́vel classificar esses recursos de acordo com
a finalidade para a qual foram desenvolvidos, como comunicativos, educacionais,
para assistência fı́sica, entre outros. No entanto, um dos recursos mais modernos
está na área de assistência pessoal. Essa tecnologia é usada para auxiliar humanos
em tarefas especı́ficas, por exemplo, navegação em mapas (GPS), ou em casas
inteligentes que podem ser controladas por comando de voz. Bons exemplos são
assistentes virtuais como ALEXA (Amazon), SIRI (Apple), Cortana (Microsoft)
ou Google Assistente. Porém, sabe-se que essas tecnologias não são perfeitas e
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2 Torres, et al.
2 Metodologia
2.1 Implementação
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três partidas seguidas. A cada vez, as cartas são dispostas aleatoriamente e nu-
meradas de 1 a 12. Não há limite para o número de tentativas ou erros, e a rodada
termina quando o participante consegue completar todos os pares. Roboldo está
programado para fornecer pistas que são apresentadas verbalmente (através do
pacote RT-Voice PRO text-to-speech) e em texto, conforme a Fig. 2.
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4 Torres, et al.
2.2 Estudo
O estudo consiste em um design interativo em que um agente virtual fornece
pistas para auxiliar o participante a virar as cartas. Com base neste cenário,
formulamos a seguinte hipótese:
– H1: A interação com o agente pode influenciar a percepção que uma pessoa
tem do agente.
– H2: O nı́vel de confiança sentido por uma pessoa pode ser reduzido se o
agente der conselhos errados.
– H3: A experiência do jogo é afetada positivamente pela presença do agente
se ele fornecer pistas corretas sobre o jogo em comparação com um agente
que fornece pistas incorretas.
Para aplicarmos o método dividimos os participantes em cinco condições de
estudo (Tabela 1). Os participantes da condição C1 jogaram o jogo da memória
com ausência do agente, e as pistas eram mostradas corretamente, porém, em
formato de texto na tela. Nas demais condições, o agente estava presente em
todas as interações do jogo. Porém, em C2 e C3, o agente fornece aos partici-
pantes pistas corretas (que o ajudarão a formar os pares), e em C4 e C5 o agente
dá pistas erradas (que não formam pares). Além disso, em C2 e C4, o agente
realiza animações simulando sentimentos, e em C3 e C5, o agente não expressa
sentimentos.
O estudo piloto foi realizado em uma sala isolada e contou com a participação
aleatória de pessoas que formaram uma amostra de 25 indivı́duos (média de 25
anos; DP = 4,33). O grupo (6 mulheres (média 24,33; DP = 5,12) e 19 homens
(média 24,89; DP = 4,03)) foi dividido em entre as condições C1 a C5, sendo
distribuı́dos 5 participantes por condição.
3 Resultados
H1: Para testar essa hipótese, analisamos as respostas dos participantes do ques-
tionário Godspeed nas pré e pós-etapas do estudo nas condições com a presença
do agente (C2-C5). Como nossos dados não apresentaram distribuição normal,
optamos por um teste não paramétrico (Wilcoxon). Nossos resultados sugerem
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References
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1. INTRODUÇÃO
No contexto da produção agrícola familiar este trabalho tem como motivação
desenvolver uma ferramenta de apoio à logística de escoamento da produção do pequeno
produtor, a qual caracteriza-se como componente de um sistema mais amplo, que está sendo
construído, de forma colaborativa e coordenada. O sistema consiste de um portal regional que
será um espaço de sistematização da oferta de produtos da agricultura familiar existentes na
Região Nordeste, denominado Plataforma Digital – Portal PAS/NE.
Os métodos de otimização desenvolvidos neste trabalho poderão ser aplicados à
logística (clusterização e roteamento) de qualquer cadeia produtiva, entretanto será aplicado,
para efeito de validação, à cadeia produtiva do leite no contexto do pequeno produto do estado
do Rio Grande no Norte.
No que diz respeito à cadeia produtiva do leite, os números globais impressionam:
“133 milhões de propriedades mantêm 363 milhões de cabeças com aptidão leiteira, ocupando
20% das terras agrícolas do Planeta. Mais de 600 milhões de pessoas vivem em propriedades
leiteiras.”
O Brasil é o maior produtor de leite da América Latina e o quarto produtor mundial
(XIMENES, 2014), sendo comum neste contexto, a existência de grandes empresas e de
pequenos produtores (artesanais ou familiares), os quais atuam na produção e/ou processamento
da cadeia leiteira.
No contexto do pequeno produtor rural, a cadeia produtiva leiteira apresenta
características bem particulares. É comum entre os pequenos produtores o emprego de recursos
tecnológicos tradicionais, sem o uso de inovações que agreguem valor ao produto, além de
limitações na estrutura fundiária, nos meios de transporte, bem como, o uso de processamento
1
Estudante do curso de Ciência da Computação – UERN, carolayneb101@gmail.com
2
Estudante do Mestrado em Ciência da Computação – MCC UERN/UFERSA, roberval1994@live.com
3
Professor do Departamento de Informática DI-FANAT/UERN, fclimajr@gmail.com
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artesanal na produção dos derivados. Os lucros para à cadeia produtiva do leite ao alcance do
pequeno produtor são limitados, pois, aa maioria das vezes o principal destino da sua produção
é o mercado informal (GURGEL, et al, 2019).
Considerando as particularidades da produção leiteira “familiar”, fatores relativos à
forma de coleta, tipo de transporte e à logística de distribuição dos produtos são determinantes
para a ocorrência de baixos lucros, (ou mesmo prejuízos) e funcionam como limitantes do
acesso de tais produtores às políticas públicas.
Dado o cenário existente, a implementação de um modelo de otimização que considere
como variáveis às atividades de identificação de nichos produtores (clusters), a logística de
coleta, de transporte e da distribuição do leite e de seus derivados, contribuirá fortemente para
a melhoria do desempenho do setor na participação, por exemplo, no processo de compras
governamentais.
2. METODOLOGIA
A metodologia aplicada no desenvolvimento da pesquisa consistiu no estudo
sistemático do problema de roteamento de veículos, mais particularmente, do caso do Problema
do Caixeiro Viajante com Coleta de Prêmios (PCVCP), bem como, de métodos de resolução
para tal problema, os quais foram eles: Modelagem matemática e resolução de método exato
utilizando ILO IMB Cplex e Implementação e teste com a Metaheurísticas GRASP (LIMA
JÚNIO, et al 2009).
Os métodos implementados foram aplicados ao problema de coleta e distribuição de
produtos da agricultura familiar, com um estudo de caso focado na coleta de leite de produtores
da região do Território Sertão do Apodi, no Rio Grande do Norte.
A metodologia aplicada na resolução do problema teve como foco as seguintes
suposições:
▪ O uso de informações empíricas para o resolver problema alvo do projeto deixa a
desejar e pode comprometer a atividade fim, em termos de custos e depreciação da
qualidade do produto.
▪ O uso dos resultados obtidos no processo de roteamento tem potencial para auxiliar
no processo de decisão, otimizando os aspectos relativos ao custo e riscos
existentes.
3. RESULTADOS
Os resultados computacionais foram executados com dois tipos de instância: fictícias
e reais. As instâncias fictícias utilizadas foram as presentes no trabalho de Chaves, (2003), e no
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trabalho de Oliveira, (2018), em todas as instâncias foi utilizado o prêmio mínimo de 75% do
total. As Tabelas 1 e 2 apresentam os resultados obtidos.
Tabela 1.: Resultados obtidos pelas instâncias de Chaves, (2003).
As instancias reais para PCVCP foram criadas com base em dados reais do Terrítóro
Sertão do Apodi, onde cada cidade da região é um vértice do grafo e a distância entre elas foi
feita com base no Google Maps, o prêmio de cada vértice é a produção média da cidade e a
penalidade é a média da distância de uma cidade para todas as outras dividido pelo número de
cidades. Os gráficos da Figura 1. apresentam as informações do valor das funções objetivo e
dos tempos de execução para as instancias reais.
Figura1. Resultados computacionais das instancias reais.
4. DISCUSSÃO:
As discussões inerentes ao trabalho realizado nesta pesquisa têm o foco em torno dos
seguintes assertivas:
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Introdução
A análise da carga de tráfego da rede exerce um papel crucial na
provisão de serviços de Internet. Redes corporativas de alta
velocidade que desejem prover serviços integrados de voz, vídeo
e dados, por exemplo, necessitam de um bom mecanismo de controle
de congestionamento para garantir que haja vazão de dados
suficiente para que cada um destes serviços opere numa qualidade
desejada. Nesse sentido, a predição da carga de tráfego sobre a
rede pode auxiliar tais mecanismos de maneira a antecipar
decisões de gerenciamento de recursos que se tomadas sob demanda
poderiam denegrir os serviços em utilização.
À medida em que foi avançando a utilização de aprendizado de
máquina sobre diversas áreas da computação, esta ferramenta
passou também a ser aproveitada no campo das redes de
computadores e na predição de tráfego de rede. Modelos baseados
em redes neurais têm sido bastante utilizados nesse sentido a
fim de encontrar padrões complexos em dados de tráfego e assim
antecipar seu comportamento.
Esse projeto avaliou diferentes modelos de redes neurais
orientados para predição de tráfego de Internet a partir de uma
base de dados que capturou o tráfego em um ISP urbano, a fim de
verificar a eficácia de cada um deles em prever com maior
precisão e rapidez. O estudo foi feito com o objetivo de poder
apontar o modelo que pudesse prover a melhor predição com o menor
tempo para ser utilizado em um projeto de doutorado vinculado à
UFRN que pretende avaliar o impacto da antecipação do tráfego
sobre o consumo de energia de servidores dedicados à provisão de
serviços de Internet.
Metodologia
Esta seção descreverá como foram conduzidos os experimentos
realizados para avaliação dos algoritmos de DL, aproveitando
para apresentar tanto os algoritmos avaliados quanto a base de
dados de tráfego utilizada.
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Resultados e Discussões
Nesta seção será provido um resumo dos resultados obtidos nos
experimentos de predição de tráfego através de gráficos. O
gráfico a seguir ilustra as predições obtidas de dois dos modelos
para um período de sete dias.
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Introdução
As ferrita de manganês (MnFe2O4) é de grande interesse na ciência fundamental,
especialmente para entender a relação entre propriedades magnéticas e sua estrutura
cristalina e química [1,2]. MnFe2O4 é amplamente utilizada em dispositivos de
microondas, radares, registro digital, ferrofluidos, catálise, adsorção e sistemas de
refrigeração magnética [3-9]. Pós de MnFe2O4 foram produzidos pelo método de reação
em estado sólido. Os materiais de partida utilizados nesta preparação foram os minerais
manganês (Mn) e ferro (Fe) extraídos de minas no estado do Rio Grande do Norte.
Este trabalho é uma continuidade de uma pesquisa que vem sendo desenvolvida
desde o ano de 2017, onde já se obteve resultados satisfatórios com a metodologia
utilizada, em números foram produzidas ferritas de manganês com teor de pureza de
85%. Mostrando-se a viabilidade da produção da ferrita de manganês diretamente dos
minerais Fe e Mn, sem o uso de reagentes químicos de alta pureza. Isso pode permitir
sua produção com baixo custo em grande escala para uso comercial.
Metodologia
Os minerais precursores usados neste trabalho foram todos extraídos de depósitos
minerários do estado do RN. Minérios contendo óxidos de ferro (magnetita e hematita)
e de manganês (pirolusita) foram a matéria-prima para a produção da ferrita.
Inicialmente, foi feito a moagem separadamente dos minerais no moinho planetário com
a finalidade de obter pós para iniciar o processo de síntese. Feito isso, utilizamos a
espectroscopia de fluorescência de raios-X para analisar a porcentagem dos elementos
químicos contidos em cada minério in natura. A purificação do ferro e manganês foi
realizado pelo processo de imantação e levigação respectivamente, onde a relação da
porcentagem elementar de cada minério antes e após tratamento pode ser observada na
Tabela 01. A estequiometria foi elaborada de tal forma que sua razão foi definida como
1Mn:2.8Fe. Os pós dos minerais precursores foram pesados estequiometricamente,
misturados diretamente e calcinados em uma faixa de temperatura de 1100°C durante
10 horas, em atmosfera ambiente. A amostra do material foi macerado, pesada e
estudadas após o tratamento térmico. A separação magnética do material foi feito
através da dispersão em água, o uso de sonicador e imã. Após a secagem, ultilizou-se do
difratometria de raios-X para comprovar a formação da fase cristalina de MnFe2O4 com
simetria cúbica. A caracterização magnética dos pós foi feito com a utilização do
magnetômetro de amostra vibrante.
1
Estudante do Curso de Licenciatura em Física do Departamento de Física da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte; e-mail: divan10.dantas@gmail.com
2
Estudante do Curso de Licenciatura em Física do Departamento de Física da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte; e-mail: Fernanda-medeiros09@hotmail.com
3
Professor do Departamento de Física da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail:
joaomsooares@gmail.com
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Resultados e Discussão
Resultados de DRX dos pós obtidos usando o método de reação do estado
sólido, sem o uso de aditivos químicos de alta pureza, apresentaram um aumento
progressivo do teor da fase cristalina de MnFe2O4 de acordo com uma relação pré-
estabelecida do tempo com a temperatura (ver Figura 01). Foi observado que a
calcinação feita na temperatura de 1100°C por 1 hora, já se obteve um pó com 77% da
ferrita de manganês, amostra MNO_A. Fixando essa temperatura e aumentando o tempo
de calcinação, o percentual de MnFe2O4 cresce gradativamente. O melhor resultado
obtido foi alcançado para a amostra MNO_D, quando tivemos um teor com 86,9% da
ferrita de manganês. Como exemplo, destacamos os parâmetros obtidos para a amostra
MNO_B em que o refinamento confirma a formação da fase cristalina de MnFe2O4 com
simetria cúbica, grupo espacial Fd-3m:1 e parâmetro de rede a = 8,5068 Å. Além disso,
existe também a presença de outras fases secundárias como: SiO2 (Trigonal, P3121),
MnO2 (Ortorrômbica, Pbnm:cab) e Fe2O3 (Trigonal, R-3c:H). O tamanho médio dos
cristalitos (Dm) da ferrita de manganês aumentam com o tempo e temperatura de
calcinação das amostras, variando de Dm = 84 a 133 nm.
Figura 01: (a) Padrões de DRX da ferrita de manganês produzidos em diferentes temperaturas.
Abreviatura usada para identificação dos índices de Miller: MNO (MnFe2O4), Q (SiO2), FO
(Fe2O3) e MO (MnO2).
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MS, para todas as amostras foi alcançada em um campo magnético baixo, em torno de 4
kOe. O valor de MS aumenta com o percentual da fase magnética de MnFe2O4, como
mostrado no inserte superior da Figura 02. O maior valor de Ms = 47 emu/g foi obtido
na amostra MNO_D que possui 86,9% de MnFe2O4. Podemos atribuir que o ganho no
valor de Ms deve-se basicamente ao aumento no percentual da ferrita de manganês, uma
vez que as fases secundárias presentes nas amostras não contribuem para essa
comportamento magnético, à temperatura ambiente. Além disso, os valores de Dm
nessas amostras são maiores que o diâmetro de crítico de monodomínio para ferrita
spinel (~70 nm). Portanto, as nanopartículas que compõem a fase de MnFe2O4 estão no
regime de multidomínio magnético. As amostras produzidas de MnFe2O4 são
magneticamente macias, onde consequentemente obteve-se pequenos campos
coercitivos, HC = 30-48 Oe. O inserte inferior da Figura 2 mostra que o valor de Hc
diminui com a aumento de Dm. Esse é esperado quando estamos no regime de
multidomínio, onde as mudanças magnéticas são devidas ao movimento de parede
domínio. Neste regime Hc pode diminuir com o aumento de Dm.
Conclusões
A partir dos resultados apresentados, a síntese obtida pelo método de reação em
estado sólido, utilizando diretamente os minerais do estado do RN, de modo que não foi
adicionado em seu processo nenhum tipo de aditivo químico, comprova ser um processo
favorável no quesito custo benefício para a obtenção de pós da ferrita de manganês. Esta
rota de síntese é razoavelmente rápida, simples e de baixo custo. Difratogramas de
raios-X confirmam a formação da fase cristalina de MnFe2O4 com simetria cúbica,
grupo espacial Fd-3m:1 e parâmetro de rede a = 8,49 Å. O tamanho médio de cristalito
aumentou com o tempo de calcinação das amostras. O percentual da fase cristalina de
MnFe2O4 das amostras de variou de 77 a 86%. Medidas magnéticas, à temperatura
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Agradecimentos
Agradecemos ao CNPq pelo apoio financeiro e ao Centro de Síntese e Análise de
Materiais Avançados (CSAMA) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
(UERN) pelo apoio estrutural.
Referências
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Usando Minerais
Sandro Elierton de Oliveira Duarte1; Carlos Henrique Nascimento Cordeiro2; João Maria
Soares3
Palavras-chave: Hexaferita tipo M; Minerais; Barita; Celestital; Hematita; Magnetita.
Introdução
Metodologia
De posse dos minerais, iniciou-se uma seleção prévia de acordo com a coloração e
morfologia da rocha, em seguida transformamos estes minerais em pedaços menores e
selecionados, onde então passamos a realizar uma identificação elementar do material através
de Espectroscopia de Fluorescência de raios-X por Energia Dispersiva (EDXRF). De acordo
com os elementos identificados nas amostras, por catação, separamos aqueles que obtiveram
maior percentual em massa dos elementos desejados e passamos então para a maceração
manual do material selecionado. Com o material macerado repetimos a análise de EDXRF,
onde identificamos a presença de alguns elementos não pertencentes às fases dos materiais de
interesse, com isso, entramos então para a etapa de purificação.
As purificações dos minerais dependem de algumas propriedades físicas dos mesmos,
por exemplo, para purificarmos o ferro usamos a propriedade magnética da magnetita, já que
as fases não dessejadas não eram magnéticas. O processo consiste em fazer o material
macerado, na forma de suspensão a base de água, passar por uma região de campo magnético
intenso (ímã de NdFeB), deste modo as partículas com propriedades magnéticas, que é o caso
da magnetita seriam atraídas e se mantiriam retidas neste campo. Dessa forma as fases não
magnéticas passarão sem serem atraídas por esta região de campo magnético, sendo
encaminhadas para o descarte. Esse procedimento foi repetido várias vezes, em seguida
fizemos novamente a análise de fluorescencia de raios-X, em termos de metais, mostrou um
teor de ferro próximo a 100 %.
1
Discente do Curso de Física da Faculdade de Ciências Exatas e Naturais- FANAT, Departamento de Física, Campus
Central, UERN. E-mail: elierton3@hotmail.com
2
Mestrando do Programa de Pós-Graduação de Física da Faculdade de Ciências Exatas e Naturais- FANAT, Departamento
de Física, Campus Central, UERN. E-mail: henriquesax519@gmail.com
3
Doutor em Física, docente do Departamento de Física da Faculdade de Ciências Exatas e Naturais - FANAT, Campus
Central, UERN. E-mail: joaomsoares@gmail.com
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Depois de calcinado e já com a fase obtida, fizemos outro processo para melhorar as
propriedades magnéticas do material, o mesmo consiste em uma moagem e uma recalcinação.
Na moagem foi utilizado os seguintes parâmetros: velocidade de rotação de 400 rpm, inversão
da rotação a cada 5s e uma força de moagem de aproximadamente 40 gramas de esfera para 1
grama de amostra. Os parâmetros para a recalcinação foram os seguintes: 1000 °C por 240
minutos. Inicialmente fixamos a temperatura de calcinação e variamos os tempos de moagem
em intervalos de 30 minutos, em seguida fizemos o processo inverso, fixamos o tempo de
moagem e variamos a temperatura de calcinação em intervalos de 100 °C. Os resultados
obtidos foram satisfatórios e estavam de acordo com o que estava reportado na literatura.
Resultados e Discussão
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calcinação é mostrado na Figura 2(a) e em seguida a Figura 2(b) que mostra o difratograma de
raios-X da amostra calcinada novamente. Dos resultados podemos observar claramente a
formação da fase cristalina da Hexaferrita de Bário. Acreditamos que a grande diferença entre
os resultados obtidos na calcinação e na recalcinação seja devido a distribuição dos tamanhos
dos grãos nas amostras, quando moemos a amostra e em seguida recalcinamos,
homgenizamos o tamanho dos graõs.
Figura 2(a): Difratograma de raios–X da BaFe12O19 referente Figura 2(b): Difratograma de raios–X da BaFe12O19
a primeira calcinação em 1200°C por 720 min. referente a recalcinação em 1000°C por 240 min.
Nas Figuras 3(a) e 3(b) são mostradas as curvas de magnetização MxH para as duas
amostras, calcinada a 1200°C por 720 minutos e recalcinada a 1000°C por 240 minutos,
respetivamente. Tal resultado vem a corroborar com as medidas de difração de raios-X, onde
observamos a duas fases, uma correspondente ao BaFe12O19 e a outra fase corresponde Fe2O3.
Os resultados de MxH mostram um aumento 7,5X nos valores de Hc, em relação as duas
amostras preparadas. Este ganho em Hc pode ser atribuído a uma maior homogeneização nos
tamanhos das partículas de BeFe12O19 dentro da região de monodomínio magnético. Além
disso, a razão Mr/Ms = 0,56 confirma a previsão do modelo Stoner-Wohlfarth (Mr/Ms=0,5)
para um sistema de partículas monodomínio isotrópico.
Figura 3(a) Curvas de histerese da BaFe12O19 Figura 3(a) Curva de histerese da BaFe12O19 moída
calcinada a 1200°C por 720 min. por 180 min. e recalcinada a 1000°C por 240 min.
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Conclusão
Agradecimentos
Referências.
NOVAK, P.; RUSZ, J. Exchange interactions in barium hexaferrite. , v. 71, n. 18, p. 184433,
maio 2005.
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 477
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Introdução
como as fases magnéticas apresentadas pela nanopartícula, uma vez que o campo dipolar pode
afetar mais intensamente materiais que apresentam rigidez de troca de menor intensidade.
Metodologia
Resultados e discussões
Para a realização das simulações, consideramos uma nanopartícula bimagnética do tipo
núcleo@casca com geometria cilíndrica, composta por um núcleo magneticamente macio - Fe
(Ferro) e uma casca magneticamente dura - FePt (Ferro-Platina). A nanoestrutura é descrita em
termos das dimensões (diâmetro do núcleo, espessura da casca e altura), bem como os
parâmetros magnético dos materiais. Escolhemos o núcleo cuja base possui dimensões
compreendidas compreendido em uma faixa de 11nm e 15nm, com alturas de 10nm e 15 cascas
com espessuras variando de 1nm até 5nm, por se tratar de dimensões usuais em dispositivos
nanométricos.
Ao longo das simulações, encontramos valores do produto energético máximo para uma
nanopartícula com núcleo de diâmetro de 11 nm como ilustra a Figura I e para uma
nanopartícula com diâmetro de 15nm como ilustra a Figura II. Em ambas as figuras é
apresentado o comportamento do (BH)max em função da espessura da casca, para diferentes
diâmetros. A curva de cor preta da Figura I corresponde a uma nanopartícula com diâmetro de
11 nm e altura de 10 nm, já a curva azul corresponde a um sistema cujo diâmetro é de 15nm e
a altura é de 10 nm. Na Figura II temos o produto energético máximo para nanocilindros com
11 nm (curva preta) e 15 nm (curva azul) de diâmetro, com uma altura de 15 nm. Em cada
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figura podemos observar que as curvas com diferentes diâmetros e na faixa de espessura de
casca analisadas, (BH)max é uma função decrescente de δ. Podemos ver ainda que quanto mais
alta for à nanopartícula, maior será o ganho no produto energético.
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Conclusão
Apresentamos a problemática do desenvolvimento de materiais magnéticos para a produção de
ímãs permanentes, que geralmente são constituídos de elementos do tipo terras-rara,
demandando um custo elevado em sua fabricação. O estudo das nanoestruturas do tipo
núcleo@casca visa minimizar essa problemática, de forma a combinar dois elementos com
propriedades magnéticas distintas, buscando melhorar a composição das nanoestruturas
magnéticas e de seu (BH)max. Ao longo do trabalho, observamos que o acoplamento de dois
materiais pode tornar viável a fabricação de nanoestruturas magnéticas com uma composição
que não faz uso de materiais terras-rara, além de ampliar o (BH)max para determinadas
configurações de estruturas. Concluímos que as nanopartículas bimagnéticas do tipo
núcleo@casca com geometria cilíndrica se mostrou uma alternativa viável para a construção de
ímãs permanentes nanoestruturados, pois com essas nanopartículas conseguimos resultados
com um aumento considerável no produto energético máximo.
Agradecimentos
Agradeço à UERN pelo aporte financeiro, à Prof. Ana Lúcia Dantas pelas conversas e
coorientação e aos colegas de turma pelas longas horas de estudo e de descontração.
Referências
1. ZENG, H. et al. Bimagnetic Core/Shell FePt/Fe3O4 Nanoparticles. Nano Letters, v. 4, n. 1,
p. 187 - 190, 2004.
2. NANDWANA, V. et al. Bimagnetic nanoparticles with enhanced exchange coupling and
energy products. Journal of Applied Physics, v. 105, n. 1, 2009.
3. BOURZAC, K. The rare-earth crisis. Technology Review, v. 114, n. 3, p. 58, Junho, 2011
4. OLIVEIRA, L. L.; DANTAS, ANA L. ; PEDROSA, S. S. ; REBOUÇAS, G. O. G. ; DA
SILVA, R. B. ; DE ARAÚJO, J. M. ; CARRIÇO, A. S. . High-energy product core-shell
nanoparticles. PHYSICAL REVIEW B, v. 97, p. 134413, 2018.
5. SOUZA, R. M. ; SANTOS, Y. S. M. ; OLIVEIRA, L. L. ; Nunes, M. S. ; DANTAS, ANA
L. ; CARRIÇO, A. S. . Energy product of cylindrical FePt@CoFe 2 and FePt@Fe nanoparticles.
AIP Advances, v. 9, p. 125131, 2019.
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Anderson Coelho Goulart¹; Alan Douglas Carvalho Rebouças¹; Dario José Aloise¹.
Introdução
Problemas de otimização combinatória visam escolher a “melhor” configuração ou
conjunto de parâmetros para atingir algum objetivo (PAPADIMITRIOU; STEIGLITZ, 1998).
Dentre os vários problemas existentes na indústria com essa característica, chama a atenção os
problemas de corte e empacotamento. Esses tipos de problemas começaram a ser estudados por
(KANTOROVICH, 1939), sendo intensificadas as pesquisas nos anos 60, a partir do trabalho
de (GILMORE; GOMORY, 1961). Desde então, estes problemas vêm sendo estudados
extensivamente na literatura. Para tentar solucioná-los, foram realizados inúmeros estudos de
diferentes áreas focados em investigar e aplicar diversas técnicas e métodos de resolução como:
programação linear, programação dinâmica, programação inteira (Branch-and-Bound),
heurísticas e meta-heurística (GOMES, 2011). A explicação para isto está na importância
econômica e na dificuldade e complexidade para se resolver estes problemas.
Um problema específico presente nos problemas de corte e empacotamento é o
problema de corte bidimensional guilhotinado, o qual é um problema de otimização
combinatória NP-Difícil (CHUNG; GAREY; JOHNSON, 1982). Ou seja, não existe algoritmos
exatos polinomiais para resolvê-lo, a menos que P=NP. O que justifica a busca por algoritmos
heurísticos/meta-heurísticas. Este problema consiste em determinar a melhor maneira de se
produzir peças retangulares, realizando cortes do tipo guilhotina, em placas também
retangulares de tamanhos maiores e padronizadas, em diversos materiais como vidro, papel,
aço, acrílico, entre outros, disponíveis em estoque, evitando ou minimizando o desperdício.
Este trabalho apresenta duas propostas de meta-heurísticas evolutivas híbridas para
solucionar o Problema do Corte Bidimensional Guilhotinado, formada por um algoritmo
genético tradicional (AG) e um algoritmo genético de chaves aleatórias viciadas (BRKGA),
ambos em conjunto com uma heurística de montagem O(mn).
Metodologia
O padrão guilhotinado permite que os itens sejam separados por cortes que se estendem
de uma borda a outra da placa utilizada ou do retângulo anteriormente cortado seguindo uma
ordem predefinida. Esta pesquisa foca em solucionar o caso guilhotinado do problema de corte
e estoque bidimensional, no qual rotações de 90º são permitidas. Foi desenvolvida uma
heurística de montagem O(mn) que segue o que já havia sido feito anteriormente por
Nascimento, Longo e Aloise (1999), mas com uma pequena modificação. Na heurística
desenvolvida anteriormente, é eleito uma ordem de corte, onde os itens a serem cortados são
inseridos nas placas a partir desta ordem. Há, também, a lista de sobras (áreas ou espaços
disponíveis nas placas), onde a cada inserção é removido o espaço ocupado pelo objeto nas
sobras, sendo que até duas novas sobras podem ser inseridas na lista. Existem quatro ou duas
possibilidades de corte, se as rotações forem ou não permitidas, respectivamente. O algoritmo
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 483
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desenvolvido escolhe uma dessas possibilidades e acrescenta à lista de sobras. Além do mais,
as sobras da placa são fixadas e durante os testes é eleita a possibilidade onde a maior sobra é
a resultante. Isso acaba ocasionando na perda da importância de criar uma ordem de teste dos
objetos, já que o menor objeto sempre será escolhido, gerando a maior sobra. Assim, foi feita a
mudança na heurística original e, no lugar de fixar a sobra e apenas percorrer a lista de itens, o
item que é fixado e todas as sobras existentes são testadas, conforme mostrado na Figura 1.
Caso o item atual não se encaixe em nenhuma sobra ou a lista de sobras esteja vazia,
uma nova placa é aberta e o algoritmo recomeça a partir desta lista de sobras (Figura 2).
Resultados Computacionais
Os algoritmos foram desenvolvidos em C++ e os testes foram executados em uma
máquina equipada com processador Intel Core 2 Quad Q8200 4x2,3GHz, 4GB de memória
RAM DDR3 1066MHz e sistema Kubuntu Linux 14.04 64bits. As instâncias escolhidas foram
obtidas em <http://or.dei.unibo.it/library/two-dimensional-bin-packing-problem>. O conjunto
de instâncias possui 10 classes com 50 instâncias em cada uma. Cada classe é dividida em 5
grupos de 10 instâncias de tamanhos 20, 40, 60, 80 e 100 itens, respectivamente, totalizando
500 instâncias. As seis primeiras classes foram geradas randomicamente utilizando o método
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proposto por Berkey e Wang (1987), enquanto as outras quatro foram criadas usando o método
proposto por Martello e Vigo (1998). O comparativo entre os resultados Melhor, Pior, Média,
Desvio Padrão e Tempo para essas instâncias entre o algoritmo genético híbrido (AG-H) e
BRKGA híbrido (BRKGA-H) se encontra na Tabela 1, na próxima seção. A lista completa das
instâncias utilizadas, bem como seus resultados podem ser encontrados no seguinte link:
<https://www.dropbox.com/sh/sugs9go3lzvuqgp/AAAHLgMQIGI1pBmnXZFX4-i3a?dl=0>.
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Conclusão
Este artigo propôs uma estratégia de solução para o Problema de Corte Bidimensional
Guilhotinado através de meta-heurísticas evolutivas híbridas. Para isso, foram utilizadas a meta-
heurísticas Algoritmo Genético e BRKGA em conjunto com uma heurística de montagem
O(mn).
A proposta de solução apresentada mostrou-se promissora em relação ao Problema de
Corte Bidimensional Guilhotinado, na qual a utilização da heurística de montagem associada
às meta-heurísticas evolutivas possui grande potencial para alcançar resultados competitivos
em um bom tempo computacional, como foi apresentado nos resultados dos algoritmos.
Referências
BERKEY, J. O.; WANG, P. Y. Two-dimensional finite bin-packing algorithms. Journal of the
Operational Research Society, Springer, v. 38, n. 5, p. 423–429, 1987.
GILMORE, P.; GOMORY, R. A linear programming approach to the cutting stock problem.
Operational Research, v. 9, p. 849–859, 1961.
GONCALVES, J. F.; ALMEIDA, J. R. de. A hybrid genetic algorithm for assembly line
balancing. Journal of Heuristics, Springer, v. 8, n. 6, p. 629–642, 2002.
MARTELLO, S.; VIGO, D. Exact solution of the two-dimensional finite bin packing problem.
Management Science, INFORMS, v. 44, n. 3, p. 388–399, 1998.
NASCIMENTO, H. do; LONGO, H.; ALOISE, D. Uma Heurística O(mn) para o Corte
Bidimensional Guilhotinado. Anais do XXXI SBPO-Simpósio Brasileiro de Pesquisa
Operacional, p. 1197–1206, 1999.
NORONHA, T. F.; SILVA, M. & ALOISE, J. D. Uma Abordagem sobre Estratégias Meta-
heurísticas. 2005.
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 486
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Introdução
As ferrita de manganês (MnFe2O4) é de grande interesse na ciência fundamental,
especialmente para entender a relação entre propriedades magnéticas e sua estrutura
cristalina e química [1,2]. MnFe2O4 é amplamente utilizada em dispositivos de
microondas, radares, registro digital, ferrofluidos, catálise, adsorção e sistemas de
refrigeração magnética [3-9]. Pós de MnFe2O4 podem ser produzidos pelo método de
reação em estado sólido.
Alguns trabalhos já reportados na literatura descrevem processos de síntese de
ferrita de manganês, a partir de minerais como: hematita (Fe2O3) e pirolusita (MnO2).
Neste trabalho, usamos minérios in natura que foram purificados por processos de
separação magnética ou levigação. Esses minérios foram extraídos de minas no estado
do Rio Grande do Norte. Os minerais in natura e purificados foram analisados usando
espectroscopia de fluorescência de raios-X e difrstometria de raios-X.
Metodologia
Foram usados dois processos para purificação dos minérios de manganês e ferro.
O primeiro processo usado foi a levigação que se baseia na separação granulométrica de
misturas heterogêneas entre sólidos granulares que separa os mesmos pela diferença de
densidade. O segundo processo usado foi à imantação, usado aqui para a purificação do
minério de Fe, que é um método específico utilizado em sistemas no qual pelo menos
uma das fases seja magnética.
O estudo da composição elementar semi-quantitativa dos minerais foi feito
usando espectrômetro de fluorescência de raios-X (EFRX) da Shimadzu, modelo EDX-
7000. A microestrutura e composição das fases cristalinas dos minerais foi realizado um
difratômetro de raios-X da Rigaku, modelo Miniflex II.
Resultados e Discussão
Os minérios contendo óxidos de ferro (magnetita e hematita) e de manganês
(pirolusita) foram purificados para a produção da ferrita de manganês. Inicialmente, foi
feito a moagem separadamente dos minerais precursores num moinho planetário (3
horas) com a finalidade de obter pós para iniciar o processo de síntese. Feito isso,
utilizamos o Espectrômetro de Fluorescência de raios-X (EFRX) para analisar a
porcentagem dos elementos químicos contidos em cada minério in natura. Como
1
Estudante do Curso de Licenciatura em Física do Departamento de Física da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte; e-mail: divan10.dantas@gmail.com
2
Estudante do Curso de Licenciatura em Física do Departamento de Física da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte; e-mail: Fernanda-medeiros09@hotmail.com
3
Professor do Departamento de Física da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail:
joaomsooares@gmail.com
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mostrado na Tabela 01, temos 66,4 % de ferro e 37,9 % de manganês nos minerais in
natura. A purificação dos minérios de ferro e manganês foi realizada pelos processos de
imantação e levigação, respectivamente. Para o processo de purificação do minério de
Mn, uma determinada quantidade do material foi macerada manualmente. Em seguida,
foi colocado num Becker com água destilada e misturado manualmente até a formação
de uma mistura homogênea. Feito isso, esperava-se o material mais denso aluir para o
fundo do recipiente por volta de 2 min, em seguida era descartada a água com outros
materiais menos densos. Esse processo foi repetido entre 20 a 25 vezes. Por fim, o
material afundando foi colocado pra secar numa estufa a 100 °C durante 2 h. Após esse
processo de purificação o percentual de manganês aumentou para 49,9 %, ver Tabela
01. Além da composição do elementar do Mn no mineral, também foi feita uma análise
mineralógica usando difração de raios-X. A Figura 1(a) mostra um difratograma de
raios-X do mineral de Mn, após o processo de purificação. Através do refinamento
Rietveld do XRD obtemos o percentual das fases cristalinas que compõem esse mineral:
39,3 % de pirolusita (MnO2), 18,4 % de gravegliaita (MnSO3.3H2O), 38,7 % de
quartzo (SiO2) e 3,6 % de barita (BaSO4). Este compósito mineral foi o material
precursor de Mn usado no processo de síntese da ferrita de manganês deste trabalho.
Minério de Ferro Minério de Manganês
Elem. Natural Purif. Elem. Natural Purif.
Fe 66,4% 99,48% Mn 37,90% 49,93%
Al 32,4% Si 35,95% 30,47%
Mn 0,38% Al 17,81% 3,91%
Si 0,35% Ba 5,99% 9,85%
Tabela 01: Resultados de EFRX para minérios ferro e manganês.
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Figure 01: Difratogramas de raios-X dos minerais purificados de manganês (a) e ferro (b).
Abreviatura usada para identificação dos índices de Miller: MSO (MnSO3.3H2O), Q (SiO2),
MO (MnO2) e BSO (BaSO4).
Conclusões
A partir dos resultados apresentados, conseguimos mostrar que é possóvel
purificar os minérios de ferro e de manganês usados na síntese da ferrita de manganês.
Com o processo de imantação ou separação mangética, conseguimos elevar o teor de Fe
no minério in natura de 66,4% para 99,5%, após a purificação. Usando um tratamento
de térmico por calcinação de 800 oC / 2 h, transformação todo mineral de ferro
purificado em hematita. Com o processo de levigação, aumentamos o teor de Mn do
mineral in natura de 37,9% para 49,9%, após a purificação. Os resultados de DRX
revelam que as fases cristalinas de Mn que compõem esse mineral, são: pirolusita
(MnO2) e gravegliaita (MnSO3.3H2O).
Agradecimentos
Agradecemos ao CNPq pelo apoio financeiro e ao Centro de Síntese e Análise de
Materiais Avançados (CSAMA) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
(UERN) pelo apoio estrutural.
Referências
[1] M.A. Willard, Y. Nakamura, D.E. Laughlin, M.E. McHenry, Magnetic
properties of ordered and disordered spinel-phase ferrimagnets, J. Am.
Ceram. Soc. 82 (1999) 3342–3346.
[2] Y.M.Z. Ahmed, Synthesis of manganese ferrite from non-standard raw
materials using ceramic technique, Ceram. Int. 36 (2010) 969–977.
[3] M. Pardavi-Horvath, Microwave applications of soft ferrites, J. Magn. Magn.
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Hélio Victor Apolinário Soares1; Pamela Jéssica da Silva2; Maximiliano Araújo da Silva
Lopes3
RESUMO
O aumento no número dos dados aconteceu de forma muito acelerada e em grandes
dimensões. Com isso, tratar os problemas de análise de dados é de fundamental importância
para melhorar seu entendimento. Sendo assim, o projeto tem como objetivo a aprendizagem
da redução de dimensionalidade aplicada a Big Data, mostrando pontos importantes como
uma introdução ao o que é Big Data, como é utilizado esse termo na realidade e alguns
métodos como o Principal Component Analysis (PCA) e o t-Distributed Stochastic Neighbor
Embedding (t-SNE). Tendo isso em vista, foram feitos alguns estudos, como leitura de artigos
sobre a temática, o desenvolvimento e análise de alguns códigos feitos com a ferramenta
MATLAB, trazendo assim um conhecimento tanto prático como uma base teórica.
1
Estudante do curso de Ciência da Computação do Departamento de Informática da
Universidade do Rio Grande do Norte; email: heliosoares@alu.uern.br
2
Estudante do curso de Ciência da Computação do Departamento de Informática da
Universidade do Rio Grande do Norte; email: pamelasilva@alu.uern.br
3
Professor do Departamento de Informática da Universidade do Rio Grande do Norte
Membro do Grupo de Pesquisa de Engenharia de Software;
email: maximilianolopes@gmail.com
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INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O termo Big Data é usado para referenciar o grande volume de dados - sendo
um dado uma informação ou atributo que possivelmente pode ser armazenado ou
retirado de uma companhia, grupo ou entidade. Com isso, quando se é apresentado
um grande volume de dados, pode ser difícil de compreendê-los e representá-los de
forma simples e de fácil análise, sabendo que o tamanho em Gigabytes não é
mensurável para distinguir do volume de dados padrão, sendo que o número destes
dados armazenados estão sempre crescendo.
Com base no que foi dito anteriormente, e de acordo com ORACLE (2018) é
possível se observar três características marcantes, denominadas de “Os três V’s do
Big Data”, sendo eles volume, velocidade e variedade. O volume de informações é
grande e é necessário um local com um armazenamento bom e que sobre espaço para
aumento e com uma boa organização. Já o outro é a velocidade, já que estas
informações estão sendo rapidamente recebidas, fazendo com que precisem ser
armazenadas em algum local de forma rápida e organizada. E também a variedade,
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 492
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Dessa forma, com o que foi visto no decorrer do projeto, é possível analisar
que o t-SNE apresenta uma amostragem dos dados de forma mais fácil de
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 493
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CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
LOPES, Maximiliano A.S.; NETO, Adrião D. Dória; MARTINS, Allan M., Parallel
t-SNE applied to data visualization in Smart Cities. 2019.
Relatório de Atividades do Segundo Trimestre do WP6 - Análise e Visualização
de Dados. 2016.
MAATEN, Laurens van der; HINTON, Geoffrey. Visualizing Data using t-SNE.
Journal of Machine Learning Research. set, 2008.
ORACLE. O que é Big Data?, Oracle, 2018. Disponível em:
https://www.oracle.com/br/big-data/what-is-big-data.html. Data do acesso: 09 set.
2020.
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 494
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Resumo:
Diversas ferramentas existem hoje em dia para desenvolvimento web, ao escolher
Angular e aliá-lo ao Google Firebase para criar uma um WebApp Progressivo que use todas
as novas tecnologias de Desenvolvimento Web para proporcionar uma experiência unificada
multiplataforma mostra-se muito benéfico para a construção do RepositORE, um sistema que
visa a facilitação na hora de encontrar conteúdo sobre Robótica Educacional através de
pesquisa baseada em metadados.
Palavras-chave: Computação em Nuvem, Angular, PWA, Agregador, Web.
Introdução
Desde sua criação, a Internet vem tomando cada vez mais espaço na vida da
população mundial. Desde sistemas de comunicação, dispositivos móveis até utensílios
domésticos, a Rede Mundial de Computadores é um serviço essencial nos dias atuais e as
ferramentas usadas nesse meio não param de evoluir no mesmo ritmo. Desde os primórdios
como rede de comunicação de instituições de ensino, vem se procurado o desenvolvimento
cada vez eficiente de ferramentas para facilitar tanto uso quanto o desenvolvimento, dando o
salto para os dias atuais, a internet está cheia de informações, bilhões de Sites indexados e
diversas ferramentas que permitem criar tais sites e aplicações que operam na rede.
Dentre tantas ferramentas que existem pela internet hoje em dia os pilares do
desenvolvimento web se encontra no HTML (HyperText Markup Language) o CSS
(Cascading Style Sheets) e o JS(JavaScript). Essas linguagens têm evoluído e o Javascript
tem se tornado cada vez mais popular desde seu lançamento. Javascript por ser executado no
navegador do cliente em vez do servidor do site tem mais agilidade e responsividade e nos
dias atuais essa linguagem vai além do navegador, podendo ser usadas para construir
aplicativos completos com o asm.js (DUCKET, 2011). Com o desenvolvimento de tantas
novas tecnologia, eficiência começou a se tornar uma necessidade quando o assunto é
desenvolvimento. Frameworks são uma forma de automatizar e simplificar partes do processo
de criação de uma forma uniforme e ágil.
Metodologia
Nesse projeto se utiliza um dos serviços mais populares da internet nos dias atuais,
Computação em nuvem. Computação em nuvem é uma forma de disponibilizar recursos
computacionais como infraestrutura(IaaS), Backend como um serviço(BaaS), ou até mesmo
1
Estudante do curso de Ciências da Computação do Departamento de Informática da Universidade
Estadual do Rio Grande do Norte; Email: cleytoncosta@alu.uern.br
²Professor do Departamento de Informática da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
Líder do Grupo de Pesquisa em Tecnologias na Educação; e-mail:sebastiaoalves@uern.br
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Software como um Serviço (SaaS) para quem precisa desses recursos, mas não tem o capital
para construir e manter por si próprio ou o custo-benefício não o satisfaça.
Em meio a diversos provedores de BaaS, foi escolhido o Google Firebase, um serviço
da Google que contém diversas ferramentas de Backend como Banco de Dados, Autenticação
e Armazenamento com uma grande facilidade de uso, fácil implementação e sua gratuidade,
até certo ponto pois o serviço cobra a partir de uso(MORONEY, 2017).
A metodologia que o projeto está sendo construído é a de um PWA(Progressive Web
App), um conceito híbrido de desenvolvimento de programas móveis e desenvolvimento
web. PWA é uma metodologia construída pelas e para as tecnologias de desenvolvimento
web mais atuais, que visa o desempenho, a disponibilidade, e adaptabilidade(TANDEL e
JAMADAR, 2018).
O projeto também está sendo criado sobre o framework Angular, que utiliza
TypeScript e remove a parte custosa da integração do Frontend com o Backend (JADHAV et
al., 2015). Organizando o PWA em Módulos, Componentes e Serviços de fácil visualização,
o Angular cria uma organização hierárquica que auxilia em focar no desenvolvimento sem ter
que preocupar excessivamente com erros provenientes de um código desorganizado.
Resultados
O principal objetivo deste trabalho é facilitar a localização e o reuso de OAs com
conteúdo destinado à Robótica Educacional, através da criação de um Repositório de Objetos
de Aprendizagem (ROA) que armazena não só os objetos educacionais, mas também
metadados. Atualmente o programa constitui-se dividido entre módulos que compõem as
principais funções do programa, que é a maneira que o Angular organiza o código.
Os Módulos permitem organizar o programa para que trabalhe de forma mais
eficiente entre seus componentes. Os Componentes são os blocos de construção, cada
componente é uma pagina função ou implementação de algo no projeto. Os Serviços são de
forma simplificada Componentes que disponibilizam uma função para outros componentes, e
que centralizam uma função específica para evitar repetição em vários pontos do código. As
figuras 1, 2 e 3 mostram o progresso do desenvolvimento do sistema.
Discussão
Em qualquer tipo de plataforma com muitos conteúdos, uma forma de indexar esse
conteúdo é essencial,mas sem uma forma de levar o conteúdo de interesse para possíveis
usuários interessados, toda a base de dados está fadada a ser pesquisada exaustivamente. Um
sistema de Recomendação é uma IA que trabalha com o conteúdo que você já acessou para
prever que tipo de conteúdo na base de dados talvez também possa lhe interessar. Agilizando
pesquisas e facilitando que conteúdo seja encontrado. Esse tipo de sistema também pode
aumentar a popularidade do sistema, já que se o usuário encontra algo que ele procura
facilmente, e também tem conteúdo que o interessa sendo sugerido, o usuário possivelmente
vai voltar a utilizar o sistema. No RepositORE(GURGEL, 2019), o sistema vai procurar por
conteúdos semelhantes e possivelmente desejáveis sobre Robótica Educacional. Auxiliando
na hora de encontrar projetos e métodos que o usuário esteja necessitando.
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Conclusões
Construir o sistema do RepositORE no formato Progressive Web App ajuda desde a
hora da construção até a implantação, sendo que como o PWA é criado para ser um site, uma
vez hospedado, só é necessário usar um navegador para acessar o sistema. Não há
necessidade de o usuário estar em uma plataforma específica ou ter um sistema operacional
específico, melhoras podem ser adicionadas em tempo real e não tem a necessidade do
usuário ter que baixar periodicamente atualizações.
Com os serviços de Computação de nuvem também se elimina um dos maiores
problemas quanto a sistemas online, que é o de criar e manter a infraestrutura para manter
todo o sistema online. Tendo esse problema sendo eliminado, elasticidade é o próximo
problema resolvido, já que caso haja a necessidade de aumentar a capacidade da
infraestrutura tudo pode ser feito com um simples clique de um único botão.
Agradecimentos
Tendo adquirido tanto conhecimento durante essa jornada, e planejando melhorar
cada vez as minhas habilidades na área, os autores agradecem pela grande oportunidade dada,
e o apoio da UERN para com esse projeto através de uma bolsa PIBIC.
Referências
DUCKETT, Jon. Beginning html, xhtml, css, and javascript. John Wiley & Sons, 2011.
GURGEL, Thalia Katiane Sampaio. RepositORE: Um Repositório de Objetos de
Aprendizagem para Robótica Educacional. 2019. 113f. Trabalho de Conclusão do Curso
de Ciência da Computação, Faculdade de Ciências Exatas e Naturais, Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte, Mossoró, 2019.
JADHAV, Madhuri A.; SAWANT, Balkrishna R.; DESHMUKH, Anushree. Single page
application using angularjs. International Journal of Computer Science and Information
Technologies, v. 6, n. 3, p. 2876-2879, 2015.
MORONEY, Laurence; MORONEY; ANGLIN. Definitive Guide to Firebase. Apress,
2017.
TANDEL, S.; JAMADAR, Abhishek. Impact of progressive web apps on web app
development. International Journal of Innovative Research in Science, Engineering and
Technology, v. 7, n. 9, p. 9439-9444, 2018.
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Jorge Luiz Silva Braz¹; Rodrigo Costa Brito²; Cicília Raquel Maia Leite³
Palavras-chave: Gravidez. Monitoramento. Auxílio.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O projeto teve como êxito o desenvolvimento da aplicação móvel com toda as suas
funcionalidades integrado ao módulo web que se encontra em funcionamento,
conforme telas expostas na Figura 1, Figura 2, Figura 3, Figura 4 e Figura. 5.
Os sistemas encontram-se na sua fase final, com o seu aplicativo já disponível na
Google Play. Como resultado futuro é esperado a integração com o módulo web.
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AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer a UERN (Universidade Estadual do Rio Grande do Norte),
e ao GES (Grupo de Engenharia de Software) pela oportunidade de realizar o trabalho
e incrementar o meu conhecimento e proporcionar uma maneira de aplicar meus
estudos.
REFERÊNCIAS
MALTA, D. C. et al. A vigilância e o monitoramento das principais doenças crônicas
não transmissíveis no brasil-pesquisa nacional de saúde, 2013. Revista Brasileira de
Epidemiologia, Directory of Open Access Journals, v. 18, n. A00101s1, p. 3–16, 2015.
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INTRODUÇÃO
O cajueiro é uma árvore que possui uma melhor adaptação nas regiões costeiras do
nordeste brasileiro, tem como nome científico Anacardium occidentale L. e pertence à família
Anacardiaceae. O seu fruto é a castanha de caju e é a matéria-prima para a produção da
amêndoa da castanha de caju (ACC) (MAZZETTO; LOMONACO, 2009). Durante a
obtenção desta amêndoa é extraído o líquido da casca da castanha de caju (LCC), que é rico
em lipídeos fenólicos não-isoprenoides de origem natural, possuindo em sua composição os
ácidos anarcárdicos, cardanois, cardois e 2-metilcardois. Para o processo de beneficiamento
da castanha de caju se faz necessário a utilização de altas temperaturas, transformando o ácido
anarcárdico em cardanol, que se torna o principal constituinte do líquido, produzindo o que é
denominado de LCC técnico (MAZZETO; LOMONACO, 2009).
No decorrer do processo de obtenção da amêndoa da castanha de caju é gerado um
grande volume de efluente, no qual o LCC está presente, o que torna-o rico em compostos
fenólicos e uma fonte poluidora do meio ambiente, contendo limite de concentração de fenóis
totais acima do estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), de
acordo com a Resolução N° 430 de 13 de maio de 2011. Desta forma, o efluente precisa
passar por um processo de tratamento antes de ser descartado no meio ambiente.
Nas indústrias de beneficiamento da castanha de caju (IBCC) são realizados alguns
tipos de tratamento, dentre estes encontram-se o processo de coagulação, que é uma
transformação físico-química de partículas coloidais presentes em águas ou efluentes,
produzindo partículas maiores que podem ser retiradas posteriormente por um processo físico
de separação. Após, há o procedimento de floculação, no qual acontece a aglomeração das
partículas coaguladas para formar partículas mais densas, consequentemente facilitando a
sedimentação (RICHTER, 2009). Para esses processos, geralmente são utilizados coagulantes
inorgânicos, como os sais de alumínio (CARDOSO et al., 2008). Porém, o uso desse
coagulante pode gerar um grande volume de lodo contendo uma quantidade significativa
desse metal, o que pode acarretar em problemas de toxicidade na vegetação, caso sejam
descartados sem tratamento no solo; e pode gerar efluentes tratados ainda com quantidades
consideráveis de alumínio, que permanecem na água após o tratamento. Além disso, no
organismo humano, o excesso de alumínio pode agravar o mal de Alzheimer e causar
1
Estudante do curso de Licenciatura em Química do Departamento de Química da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte.
2
Professores do curso de Licenciatura em Química do Departamento de Química da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte. Grupo de Pesquisa: Grupo de Eletroquímica e Química Analítica. E-mail:
suelycastro@uern.br.
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METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Parâmetros
Resultados Unidades
Analíticos
pH 6,6 -
Condutividade 5,13 mS cm-1
Concentração
875,69 mg L-1
de cloreto
DQO 2826,75 mg L-1
Como pode ser observado na Figura 1, o coagulante natural que apresentou a maior
eficiência em temos de remoção da matéria orgânica (95,6% de remoção de DQO) e maior
rapidez no processo de decantação (30 min) foi o mandacaru (Cereus jamacaru), apesar das
demais cactáceas também terem apresentado boa eficiência como coagulante. Segundo
reportado na literatura (ZARA; TOMAZINI; LENZ, 2012), os coagulantes naturais formam
flocos maiores quando comparados aos coagulantes metálicos, o que pode justificar o rápido
processo de decantação. Assim, o mandacaru foi o cacto selecionado para o experimento
subsequente.
Figura 1: Porcentagem de remoção de DQO como uma função do tempo de decantação dos
flocos formados a partir do tratamento feito com os coagulantes naturais estudados.
90
Remoção de DQO (%)
60
Mandacaru
Xique-xique
30 Palma
0
0 30 60 90 120 150 180 210 240
Tempo (min)
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Figura 2: Porcentagem de remoção de DQO como uma função do tempo de decantação dos
flocos formados a partir do tratamento feito com o mandacaru natural e seco.
100
60
Mandacaru seco
Mandacaru natural
40
20
0
0 30 60 90 120
Tempo (min)
CONCLUSÕES
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Introdução
Com o avanço tecnológico, existe um volume muito grande de informações
produzidas, processadas e/ou transmitidas, e, muitas vezes, são exigidas uma maior precisão e
qualidade dessas informações. Existe na computação, alguns problemas, tratados geralmente
pela análise numérica, denominados de erros computaciona is. Esses erros podem ser gerados
desde o início, no processo de aquisição dos dados, durante o processamento dos dados (erros
de arredondamento e/ou truncamento, entre outros) ou durante o processo de transmissão dos
dados (Barroso, 1987). O tratamento desses problemas computacionais influenciam
diretamente a precisão e a qualidade dos dados exigidos em cada problemática.
Outro ponto a ser considerado também, além da precisão dos dados, é a geração de
um grande volume de dados para serem analisados e armazenados, onde, a medida que esse
volume aumenta, sua análise se torna mais difícil e complicada para a capacidade e precisão
humana. Existem algumas técnicas que analisam os dados e os classificam baseados em suas
heterogeneidades ou homogeneidades, conhec idos como técnicas de agrupamento e
classificação (Haykin, 2001, Kohonen, 1997, Mitchell, 1997, Russel, 2004). Visando filtrar e
assim obter informações mais significativas em um grande volume de dados, este projeto de
pesquisa apresenta algumas técnicas de agrupamento convencionais e técnicas de análise
numérica para controle da qualidade dos resultados dos dados não usuais (Moore, 1966).
O objetivo deste projeto é apresentar uma abordagem de classificação de dados
utilizando técnicas de agrupamentos para um conjunto de dados não usuais, com controle da
precisão desses dados. Para o desenvolvimento desse objetivo, foram realizados os seguintes
passos: levantamento bibliográfico da fundamentação teórica de algumas técnicas de
agrupamento e de controle da precisão de dados; levantamento bibliográfico de abordagens
que tratem de dados não convencionais utilizando técnicas de agrupamento; implementação,
testes e validação da escolha do método de agrupamento com controle de precisão nos dados;
e documentação dos resultados.
Metodologia
Este projeto trata de uma pesquisa de iniciação científica que pode ser aplicado em
diversas áreas, tais como, análise de imagens (processo de segmentação de imagens),
inteligência computacional (métodos de resolução de problemas utilizando buscas,
aprendizagem de máquina), análise numérica (métodos numéricos para tratamento da precisão
dos dados), entre outras áreas da computação ou correlatas.
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Resultados e Discussão
As técnicas de agrupamento ou clustering têm como objetivo agrupar, de acordo com
algum critério definido a priori (exemplo, similaridade dos dados), um conjunto de dados em
grupos menores mutuamente exclusivos. Os grupos de dados resultantes devem apresentar
alta homogeneidade entre os dados do mesmo grupo e alta heterogeneidade entre os dados de
outros grupos.
Com o objetivo de agrupar ou segmentar em partes significativas um grande volume
de dados, algumas técnicas de agrupamento foram estudadas, tais como, k-means, k-Nearest
Neighbors (KNN) e Kohonen. O k-means utiliza a similaridade das informações para realizar
o agrupamento, tendo como dados iniciais a quantidade de centroides ou grupos que serão
fragmentados o conjunto ou volume de dados de entrada (Carvalho, 2001, Kanungo et al.,
2000). O KNN, muito utilizado em reconhecimento de padrões e redução de
dimensionalidade de dados, é um algoritmo de aprendizado de máquina que classifica através
da pluralidade de pesos atribuídos aos seus vizinhos (Haykin, 2001). O Kohonen ou mapas
auto-organizáveis (SOM) trata da dimensionalidade dos dados, agrupando e organizando os
dados de acordo com suas relações, sendo capaz de diminuir a dimensionalidade de um grupo
de dados mantendo algumas propriedades dos dados iniciais (Costa, 1999, Kohonen, 1997).
Aliados as técnicas de agrupamento, o desenvolvimento de técnicas que, de alguma
forma, controlam os erros computacionais ou a precisão nos dados, são essenciais quando se
faz necessário uma maior acuracidade nos resultados processados (sistemas Fuzzy, sistemas
intervalares) (ZADEH, 1065, MOORE, 1966). Para um controle mais rigoroso de alguns tipos
de erros de discretização, aquisição ou processamento computacional, este projeto aborda a
técnica de agrupamento por k-means associada a teoria intervalar (Takahashi et al., 2004). O
uso da teoria intervalar associado a técnica de agrupamento, busca soluções mais eficientes
para alguns problemas computacionais e que, procura retratar de forma mais fidedigna a
realidade, bem como, minimiza ou controla os erros nos resultados, melhorando a qualidade
dos resultados e garantindo a precisão requerida.
Conclusão
Estudos que buscam uma maior precisão na representação de dados e estimativa dos
erros computacionais, geralmente, são dispendiosos e complexos na análise e tratamento
numérico. A qualidade dos resultados computaciona is estão diretamente relacionados ao
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Agradecimentos
Agradecimentos a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte em especial ao
Departamento de Computação, Campus Natal, local de desenvolvimento desta pesquisa.
Referências
BARROSO, Leonidas Conceição et al. Cálculo Numérico: com Aplicações. 2a ed. São
Carlos: Harbra: São Paulo, 1987.
CARVALHO, Luis Alfredo Vidal. Datamining: A mineração de dados no marketing,
medicina, economia, engenharia e administração. São Paulo: Érica, 2001.
COSTA, José Alfredo Ferreira. Classificação automática e analise de dados por redes neurais
auto-organizáveis. Universidade Estadual de Campinas (tese de doutorado), 1999.
HAYKIN, Simon. Redes Neurais: Princípios e Pratica. Bookman, 2001.
KANUNGO, Tapas et al. The analysis of a simple k-means clustering algorithm. Processing
of the Sixteenth Anual Symposium on Computational Geometry, 2000.
KOHONEN, Teuvo. Self-Organizing Maps. Springer-Welag, 1997.
MITCHELL, Tom. Machine Learning. McGrawHill, 1997.
MOORE, Ramon E. “Interval Analysis”. Prentice Halls, 1966.
RUSSEL, Stuart J.; NORVING, Peter. Inteligência Artificial. Editora Elsevier Ltda, 2004.
TAKAHASHI, Adriana, BEDREGAL, Benjamin R. C., LYRA, Aarão. Uma versão intervalar
do método de segmentação de imagens utilizando o k-means, XXVII CNMAC, 2004.
ZADEH, Lotfi. A. Fuzzy sets. Information and control, 1965.
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Isabel Cristina Silva Ferreira1; Lucas Matheus Garcia Tôrres2; Filipe da Silva Peixoto3
Introdução
Metodologia
Resultados e Discussão
1
Estudante do curso de Licenciatura em Geografia do Departamento de Geografia da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte; e-mail: isabelferro070@gmail.com
2
Estudante do curso de Licenciatura em Geografia do Departamento de Geografia da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte; e-mail: lucas-matheus-@hotmail.com
3
Professor do Departamento de Geografia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Líder do grupo de
pesquisa em Geografia Física do Semiárido; e-mail: felipepeixoto@uern.br
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Conclusão
Com o estudo, constatou-se diversos usos das águas subterrâneas na área urbana de
Mossoró, como irrigação, abastecimento industrial e para atividades de lazer. Nesta área de
estudo, O SAA (Sistema Aquífero Apodi), se caracteriza com 2 principais aquíferos: Jandaíra,
com profundidades que variam entre 350 e 400 metros, sendo caracterizado como aquífero
livre e o Aquífero Açu, com camada limítrofe superior entre 600 e 860 metros, limitado por
aquitardo Quebradas, atuando como camada confinante e semi-confinantes.
Verificou-se uma boa qualidade das águas do aquífero Açu, classificadas como água
cloretadas sódicas (93%) ou cloretadas mistas (7%), e que, quase na totalidade, águas doces e
naturalmente adequadas ao consumo humano, segundo os parâmetros analisados.
Contudo, é essencial a produção de dados e informações que deem suporte ao
gerenciamento hídrico municipal, visando a conservação qualitativa e quantitativa das águas,
prevenindo a contaminação dos aquíferos Jandaíra e Açu que são fontes de águas tão
importantes para a sustentabilidade hídrica da cidade.
Agradecimentos
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Referências
CAERN, Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte, 2019, disponível em:
http://www.caern.rn.gov.br/, acesso em 09 de fev, 2019.
CAMPOS, J. N. B. STUDART, T. M. Gestão das águas: princípios e práticas, 2. Ed,
Forteleza: ABRH, 2001.
MANOEL FILHO, J. et al., Avaliação dos Recursos Hídricos Subterrâneos e Proposição
de Modelo de Gestão Compartilhada para os Aquíferos da Chapada do Apodi, entre os
Estados do Rio Grande do Norte e Ceará. Vol. III – Hidrogeologia. AGÊNCIA
NACIONAL DE ÁGUAS - ANA. PROGRAMA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO
DOS RECURSOS HÍDRICOS. Acordo de Empréstimo N° 7420-BR, Banco Mundial, 2010.
OLIVEIRA, R. M. ; CAVALCANTE. I. N. ; ARAÚJO, K. V. ; SILVEIRA, R. N. C.M. ;
PEIXOTO, F. S. ;LIMA NETO, I. O. . Estudo hidroquímico do Aquífero Barreiras no
Município de Eusébio, Ceará. REVISTA DO INSTITUTO GEOLÓGICO, v. 38, p. 21-36,
2017.
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1. Introdução
O estudo de supernovas cresce cada vez mais, e isto é devido, principalmente, á suas
aplicações na cosmologia, particularmente as supernovas de tipo Ia. Por serem notáveis
indicadores de distância, as supernovas do tipo Ia formam hoje uma das principais
ferramentas para entender a estrutura e evolução do Universo. Através de observações de
supernova de tipo Ia, se evidenciou que o Universo passa por uma fase de expansão
acelerada. A fim de explicar esta descoberta, foram propostas varias ideias, que vão desde
o ressurgimento da constante cosmológica proposta por Einstein, até mudança nas teorias
de gravitação. Apesar dos esforços, entender o mecanismo pelo qual o Universo aumenta
sua taxa de expansão continua sendo um grande desafio, e um importante campo de
pesquisa na cosmologia moderna. As supernovas foram essenciais para que se tenha
descoberto está fase de expansão acelerada do Universo, assim como são de extrema
importância para que se entendam os mecanismos que causam está expansão acelerada.
Portanto, esta projeto, busca entender a importancia das supernovas, especialmente as
Supernovas de tipo Ia no desenvolvimento da cosmologia.
2. Metodologia
3. Resultados e discussões
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Portanto, dado a riqueza e complexidade do cosmos, a única maneira que se tem para
tratar de tal assunto é analisando em grandes escalas, isto é feito adotando uma hipótese
simplificadora, o principio cosmológico. O principio cosmológico diz que, o Universo em
grandes escalas, da ordem de 100 Mega parsec (MPC) ou mais, parece o mesmo em todas as
direções em torno de cada ponto, ou seja, o Universo é homogêneo e isotrópico. A
cosmologia se fundamenta em três equações principais a equação de Friedmann; equação de
Fluidos; e a equação de aceleração, mostradas a seguir,
8𝜋𝐺 𝐾𝑐 2 1
𝐻(𝑡) 2 = 𝜀 (𝑡 ) − ,
3𝑐 2 𝑅20 𝑎(𝑡) 2
3𝑎̇
𝜀̇ + (𝜀 + 𝑃) = 0,
𝑎
𝑎̈ 4𝜋𝐺
= − 2 (𝜀 + 3𝑃)
𝑎 3𝑐
1
𝑎 (𝑡) ≈ 1 + 𝐻0 (𝑡 − 𝑡 0 ) − 𝐻02 𝑞0 (𝑡 − 𝑡 0 )2 ,
2
É bom ressaltar que a expansão em série de Taylor (5.52) não se baseia em nenhum
modelo de Universo especifico. Ou seja, está é uma determinação cinemática do fator de
escala, onde 𝐻0 e 𝑞0 somente fazem um modelagem da expansão do Universo em torno de 𝑡 0.
Podemos estimar o valor de 𝑞0 para o modelo de Friedmann, através da equação de
aceleração,
𝑎̈ 4𝜋𝐺
= − 2 (𝜀 + 3𝑃) ,
𝑎 3𝑐
𝑃 = 𝑤𝜀,
1
Com 𝑤 = 0 representando matéria não relativística, 𝑤 = radiação, 𝑤 = −1 constante
3
cosmológica. A densidade de energia levando em conta todas as componentes é dada por,
𝜀 = ∑ 𝜀𝑖 ,
𝑖
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𝑎̈ 4𝜋𝐺
= − 2 ∑ 𝜀𝑖 (1 + 3𝑤𝑖 ),
𝑎 3𝑐
𝑖
𝑎̈ 1 8𝜋𝐺
− 2 = [ 2 2 ] ∑ 𝜀𝑖 (1 + 3𝑤𝑖 ),
𝑎𝐻 2 3𝑐 𝐻
𝑖
8𝜋𝐺 1
Onde a quantidade entre colchetes é o inverso da densidade de energia critica, [ ]= ,
3𝑐 2 𝐻2 𝜀𝑐
obtemos
𝑎̈ 1 𝜀𝑖
− 2 = ∑ (1 + 3𝑤𝑖 ),
𝑎𝐻 2 𝜀𝑐
𝑖
𝜀𝑖
Definindo um parâmetro de densidade = Ω𝑖 , obtemos
𝜀𝑐
𝑎̈ 1
− 2 = ∑ Ω𝑖 (1 + 3𝑤𝑖 ),
𝑎𝐻 2
𝑖
𝑎̈ 1
𝑞0 = − 2 = ∑ Ω𝑖,0 (1 + 3𝑤𝑖 ),
𝑎𝐻 2
𝑖
1
𝑞0 = Ω𝑟,0 + Ω𝑚,0 − ΩΛ,0 ,
2
4. Conclusão
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𝑎 (𝑡). Assim, os dois grupos liderados por Adam Riess e Saul Perlmutter, que obtiveram estes
dados de Supernovas, inclusive ganharam o Nobel de 2011 por evidenciar que o Universo
passa por uma fase de expansão acelerada, costumeiramente descreveram os resultados em
termos de um modelo de Universo no qual contem matéria e constante cosmológica.
Escolhendo valores de Ω𝑚,0 e ΩΛ,0 , é calculado o valor esperado da relação entre 𝑚 − 𝑀 e 𝑧
e comparado com os valores observados. Com isso temos que o melhor modelo que se ajusta
aos dados observáveis é o modelo de um Universo plano que contém matéria e constante
cosmológica e um parâmetro de desaceleração negativo, Ω𝑚,0 = 0.3, ΩΛ,0 = 0.7, 𝑞0 =
−0.55. O parâmetro de desaceleração negativo nos diz que 𝑎̈ > 0, ou seja, o Universo está
aumentando a sua taxa de expansão. Um dos principais objetivos da cosmologia moderna é
entender os mecanismos físicos pelos quais o Universo está se acelerando, e entender a
natureza do que está causando está aceleração, que chamamos de Energia escura. Ao longo
deste trabalho foi possível observar que as Supernovas tiveram uma fundamental influencia
no desenvolvimento da cosmologia, principalmente no que diz respeito à expansão acelerada
do Universo e foi possível entender como isto de fato ocorreu.
Figura 1 – Modulo de distancia versus o redshift para SN tipo Ia a partir dos dados do High -z
Supernova Search Team e Supernova Cosmology Project. (Figura retirada de Introduction to Cosmology –
Barbara Ryden)
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Resumos expandidos de
CIÊNCIAS HUMANAS
http: // propeg.uern.br/sic/anais
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Introdução
A Coleção Mossoroense é conhecida pelo seu caráter diversificado, carregando
consigo mais de 4.000 títulos das mais variadas temáticas. Jerônimo Vingt-Un Rosado teve
papel fundamental na construção e idealização da coleção, colaborando não somente como
alicerce principal dela, mas também como autor, sendo capaz de estabelecer uma identidade
social através da sua conjunção.
Em meio aos seus múltiplos papéis, Vingt-Un engendrou certo apelo à ciência ,
inclusive, em suas próprias publicações. Durante os anos de 1974 a 1978, Vignt-Un assumiu a
direção da Escola Superior de Agricultura de Mossoró – ESAM, período no qual atividades
científico-cultural foram potencializadas, levando-o a receber inúmeras homenagens pelo seu
desempenho. Ao mesmo tempo em que buscava trazer avanços voltados a administração da
instituição, ele também publicava diversos trabalhos, folhetos e livros ratificando o seu nítido
interesse pela ciência.
Dessa forma, o presente estudo tentou compreender como se deu esse processo de
difusão cientifica, tendo em vista todas as medidas que ele tomou a favor do conhecimento
científico durante esse período, assim como as suas próprias publicações, discursos e
solenidades, tentando analisar as estratégias utilizadas para isso.
Metodologia
A pesquisa se deu através de algumas etapas. Primeiramente, houve a delimitação dos
títulos que fizessem jus aos objetivos do projeto. Em seguida, foi feita uma análise crítica em
cima desses títulos, buscando compreender o papel que eles tiveram no contexto em que
estavam inseridos. O diálogo historiográfico entre os autores e a historiografia potiguar e
brasileira também foi crucial para o desempenho da pesquisa, pois cumpriu a função de
estabelecer uma conexão historiográfica.
O estudo deste trabalho foi fundamentado em ideias e pressupostos de teóricos que
apresentam significativa importância na definição e construção na prática da história cultural e
da história social da cultura (ver em: WILLIAMS, 2000, 2011; CHARTIER, 1990, 1994; De
CERTEAU, 1982, 1995, 2011; GINZBURG, 2001).
Resultados e discussões
A atuação de Vingt-Un Rosado, não somente como idealizador da coleção, mas
também como autor de inúmeros títulos, se faz de forma imprescindível. Apesar de não se
1
Estudante do curso de História, do Departamento de História – FAFIC – Campus Central, da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: lilianbezerra29@gmail.com
2
Professor do curso de História, do Departamento de História – FAFIC – Campus Central, da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; Líder do Grupo de Pesquisa: História do Nordeste – sociedade e cultura; e-mail:
fabianomendes@uern.br
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considerar um escritor e sim um organizador de livros e folhetos, ele foi responsável por uma
rica produção na Coleção Mossoroense. Foram 253 livros e 297 folhetos organizados por ele
até 25 de outubro de 2002, segundo o levantamento feito por sua filha, a escritora Isaura Ester
Fernandes Rosado Rolim.
Durante 1974 a 1978 Vingt-Un publicou 23 trabalhos, sendo 7 folhetos e 16 livros.
Nessas obras ele deixava clara a sua afeição pelo conhecimento, sobretudo, o conhecimento
científico. Para que se possa compreender melhor isso é necessário retroceder um pouco e
analisar cuidadosamente a história da ciência, observando uma tentativa de definição do que
venha a ser o conhecimento, assim como o processo de produção, assimilação e divulgação do
conhecimento científico. Além da percepção de conceber a história da ciência como
colaboradora na busca de novas respostas para impasses até então não solucionados, tais como
o intervalo entre a produção científica e a sua aplicabilidade tecnológica.
O conceito de mediação cultural também foi bastante explorado, buscando
compreender quais as estratégias que Vingt-Un utilizou para conseguir transmitir, de forma
efetiva, tantas informações sobre os mais diversos assuntos para um público tão diversificado.
Para isso, a discussão feita por Angela de Castro Gomes foi essencial:
Talvez seja possível pensar no mediador como um agente que produz a
“rotinização” de significados de bens culturais. Tal atividade tem como
premissa, muitas vezes, fazer com que seus produtos sejam
“recebidos/consumidos” em larga escala, utilizando para isso suportes de
grande circulação, tudo variando ao longo do tempo/espaço.
Conclusões
A presente pesquisa chega a um ponto no qual os resultados obtidos apontam para as
manifestações da difusão científica não somente sob a influência de Vingt-Un, mas também
sob influência de outros fatores externos presentes em outros títulos. O enfrentamento desses
textos se faz necessário numa etapa posterior.
Agradecimentos
Agradecemos ao CNPq pela bolsa PIBIC e a Pró-reitoria de Pesquisa de Pós-graduação
da UERN pelas orientações e condução do processo.
Referências
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Helena Roxo. A historiografia contemporânea e as ciências da matéria: uma longa rota cheia
de percalços. In: ALFONSO-GOLDFARB, Ana Maria; BELTRAN, Maria Helena Roxo (Ed.).
Escrevendo a História da Ciência: tendências, propostas e discussões historiográficas. São
Paulo: Educ/ Livraria da Física/ Fapesp, 2004. p. 49–73.
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Bertrand Brasil, 1990.
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Janeiro, vol. 7, n. 13, 1994.
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Letras, 2001.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Introdução:
O presente trabalho recorre a uma experiência realizada com os professores da
rede de ensino do Vale Jaguaribe, no estado do Ceará, onde houve a possibilidade de
exercitar a proposta empírica do projeto e deixar fluir todo o manancial teórico-
metodológico da pesquisa.
A experiência ocorreu a partir de uma capacitação para professores do ensino
básico. A capacitação ocorreu através de duas videoconferências, para turmas diferentes
de professores, nas quais tivemos a oportunidade de aplicar de dois modos diferentes as
estratégias metodológicas da nossa pesquisa.
De modo sucinto, trago aqui a fala elaborada para a vídeo conferência, onde se
buscou conduzir uma reflexão sobre a importância do ensino com amor e com afetamento,
onde as emoções humanas ganham corpo e voz, realizando o processo de educação como
processo de comunicação.
Metodologia:
Fazendo ouvidos a crítica que o escritor Edgard Ribeiro (2008) conduz em seu
romance ao personagem Nguon, quando fala em primeira pessoa sobre o texto ao qual o
amigo manda para que ele possa opinar, onde ele diz:
“Os labirintos que levam às boas histórias passam por trilhas que nascem bem
além do universo pessoal, pois que se enraízam em um mistério. É preciso saber
fechar os olhos e mergulhar na escuridão. O mundo já tem uma quota excessiva
1
Estudante do curso de Filosofia do Departamento de Filosofia e Ciências Sociais (FAFIC) da
Universidade Estadual do Rio Grande do Norte.; e-mail: viniciuspsicologiapg@gmail.com
2
Professor do Departamento de Comunicações Sociais (DECOM) da Universidade Estadual do Rio
Grande do Norte Líder do Grupo de
Pesquisa da Complexidade (GECOM).; e-mail: jucieudelucena@hotmail.com
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Resultados e Discussão:
Aos que esperavam de mim quantificações e números expressivos sobre o afeto,
eu peço licença, a muito que minha ciência não é a positivista, a muito que minha ciência
é a humana, é a rigorosa, a que se debruça na hermenêutica, que extravasa por vez os
números e o naturalismo, mas peço que não se dispensem, pois talvez o que eu trago em
minhas palavras e na sonoridade da fala que apresentei, seja inclusive o tema para o qual
eu fui convidado a falar. Hoje lhes trago uma narração minha mas que não é só minha,
porque esta é composta por outros que me afetaram, e com os quais busque afetar os
professores com quem dialoguei. Assim trago as ideias da ciência da complexidade de
Edgar Morin, da ciência que busca uma decolonialidade, que busca o humano.
Logo, busco a saída deste engodo amargo que caiu o ocidente, que por muito cessa
da vida um dos seus principais mananciais, este engodo é a concepção de um Homem
Sapiens Sapiens, um ser apenas fluido de razão e saber, pois esta ideia só negligência a
dimensão Demens do humano, como explica Morin (2005).
O Demiens, este lado que foi tão capengado por nós é o lado que permite e que
conduz o humano ao belo, a criação, o Demens ou os afetos são engrenagens de nossa
vida, posto que a razão também se sustenta sobre o amor pelo conhecimento.
A afetividade, este amor é o que nos conecta com o outro, é o que nos da gosto do
aberto, como explica Han (2019). É o que permite um pouco mais nas relações, e este
permitir um pouco a mais está para além da relação amorosa, se encontrando também na
relação do educar.
Pois amar é estar afetado por algo, é se permitir alçar voos para um
compartilhamento ao lado de. Amar é verbo não predicativo, e é por isto que pede de nós
o conviver, o compartilhar para compreender, diferente da razão que só se apropria do
3
EVANGELISTA (2017)
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conhecimento para explicar. O amor, este afeto primordial e abençoado por Eros e os
Querubins, nos faz tentar, nos faz sonhar com o amanhã e esperançar, como diria Freire
(2004). Esse gesto de esperançar está nos fundamentos do gesto de educar.
Talvez por isto, pelo poder deste afeto que Freire (2007) nos salienta para esta
postura radical de amar, de afetar e ser afetado. Por isto meus caros e minhas caras, que
educar está para além de um mero conteúdo, pois se este fosse a raiz do aprender, bastaria
os livros ou as maquinas com sua frieza para poder promover a educação, mas não é algo
tão simples, o educar consiste sobretudo em uma relação de diálogos entre humanos,
relação esta que por afetar mutualmente os que ali estão abre para o educador e o
educando a relação de ensino e transmissão (FREIRE, 2004).
Quem passou pela escola e nunca teve a experiência daquele educador/educadora
que lhe serviu de inspiração? Que o fez amar aquele conteúdo? O afeto da sociabilização,
da troca do diálogo é o que faz o toque nos âmagos dos sujeitos e o que os convoca ao
aprender. É o que faz o surgir das primeiras palavras no humano, que o faz a se por ereto
e andar de modo contrário a gravidade, é o afeto da família que promove a segurança e o
afetamento do ensino que convoca ao aprender mais (CYRULNIK, 1991).
Por isto não é à toa que no momento de reclusão provocado pela pandemia de
COVID-19, muitos não veem a hora de ir para escola ou faculdade, porque ali esperam
encontrar as pessoas as quais fazem do seu cotidiano mais doce. Não veem a hora de
escutar a aula daquele ou daquela educadora que o afeta ao falar com tanto amor sobre
seu conteúdo que tanto ama, pois escutar e ver o outro por uma tela deixa um gosto de
falta, um gosto que por mais que haja o encontro virtual não encontro de verdade, porque
falta o calor, o olhar, o estar ao lado de.
Por isto meus caros e minhas caras que jamais a profissão de educador/educadora
serão substituído por maquinas, por que a ausência deste outro não tem a capacidade para
me inspirar para mais, por mais que o conteúdo me afeto não posso compartilha-lo, não
posso escutar a voz sonora e ver as expressões do educador/educadora ao falar com amor
sobre seu conteúdo.
Nós somos seres de afeto, e isto nos move, aos que ainda duvidam disto, peço que
leiam Maturana (2002), que sempre aponta a carga do afeto explica, que nunca há
ausência deste em nossas vidas, por mais que se ausente o máximo deste ainda se teve a
interferência diante de uma decisão.
Por isto na mensagem que levamos aos educadores/educadoras, enfatizamos no
amor pela transmissão do que eles fazem, buscando usar as imagens da arte, da música,
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das narrativas, contos e história, para romper a concepção de educação que se baseia na
reprodução de informações como processo de transmissão de conhecimento.
Conhecimento se constrói, não se transmite.
A lógica do pensamento de Paulo Freire é precisa quanto a isto, pois somos seres
abertos ao mundo. Então se permitir afetar e também afetar o outro configura uma postura
radical do amor, postura que nos permite compartilhar, que nos desassocia dessa visão
desnaturada de individuo, pois não há individual, não a solitário, o que há é o singular,
uma expressão única mais não isolada, pois somos uma construção do singular e do social,
não há esta separação (AGAMBEN, 2013)
É por isto que é preciso a sociabilização, é por isto que nos afetamos e que
precisamos nos permitir ao afeto no processo de educação, porque ele causa, ele rompe,
ele provoca. Veja o que é a filosofia se não a amante da sabedoria (AGAMBEN, 2009),
e veja de onde parte toda ciência se não da ação de amor pelo saber.
Conclusão:
Nos dois encontros nos quais a experiência foi realizada foram usadas estratégias
diferentes a partir do mesmo texto. Em ambos o objetivo foi motiva o relator de
experiências dos docentes. No primeiro momento ele foi trabalho de moído mais árido,
usando conceitos e autores para motiva a discussão. Essa estratégia implicou no
distanciamento dos docentes.
No segundo momento iniciamos coma provocação aos docentes para que
relatassem suas experiências, destacando que o objetivo era dialogar a partir dessas
experiências. Assim, colocamos os sujeitos no lugar dos conceitos e dos teóricos. Para
desenvolver a educação como processo de comunicação que afeta o outro é necessário
colocar o sujeito no centro do processo, para compreendê-lo e construir conhecimento
junto e em diálogo. Nesse segundo momento foi salientada a importância da vivência
como possibilidade formativa e como elemento de comunicação entre educador e
educando, o que geral mais diálogos e afretamentos.
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REFERÊNCIAS:
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Argos, 2009.
AGAMBEN, G. A comunidade que vem. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.
CYRULNIK, B. O nascimento do sentido. Lisboa: Instituto PIAGET, 1991
EVANGELISTA, J, L. SOBRE IMAGENS, PENSAMENTO E EDUCAÇÃO:
NARRATIVA DE UMA
CAMINHADA AO ENCONTRO DO SUJEITO IMAGINADOR NA ESCOLA. 2017
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo:
Paz e Terra, 2004
FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. 30 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007
HAN, B. Agonia do Eros. 1 Ed Digital. Rio de Janeiro: Vozes, 2017.
MATURANA, R, H. Emoções e linguagem na educação e na politica. 3d. Belo Horizonte:
Editora UFMG. 2002
MORIN, E. Amor, Poesia e Sabedoria. 1 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
2005.
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Introdução
As políticas educacionais no campo da Educação Especial são marcadas por avanços e
retrocessos, as quais vem possibilitando a construção de modelos educacionais que vão ao
encontro dos posicionamentos teóricos dos órgãos especialistas em educação. Assim, cada
política, carrega em si, as compreensões dos sujeitos envolvidos no processo de elaboração da
proposição política definida nos planos educacionais, em especial nas diretrizes para a oferta
da Educação Especial.
Encontramos em Cunha (2019), que o Brasil foi bastante tardio na proposição de
políticas educacionais para o atendimento as pessoas com deficiência e transtornos, período
de abandono sem a existência de diretrizes e de políticas de garantia para a oferta da educação
para este público.
A história da Educação de pessoas com deficiência no Brasil é marcada
desde o período colonial, por exclusão e abandono, sem a existência de
políticas públicas por parte do governo, que possibilitasse a existência de
uma ação educativa para com este público. As pessoas com deficiências
eram jogadas a própria sorte, não existindo assim, nenhuma preocupação por
parte do governo (CUNHA, p. 2, 2019).
É importante destacarmos, que mesmo com muitos retrocessos e, até mesmo tardio no
tocante a existência de políticas educacionais para a área da Educação Especial, muitas
questões foram avançando nos últimos vinte anos, sejam no campo legal, como também no
campo prático, nos cotidianos das escolas.
Pensando no campo legal, temos a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(LDBEN), que discute sobre o atendimento as pessoas com deficiência. No Título X, desta lei
assim, estabelece:
Art. 88. A educação de excepcionais, deve, no que for possível, enquadrar-
se no sistema geral de educação, a fim de integrá-los na comunidade.
Art. 89. Toda iniciativa privada considerada eficiente pelos conselhos
estaduais de educação, e relativa à educação de excepcionais, receberá dos
poderes públicos tratamento especial mediante bolsas de estudo,
empréstimos e subvenções (BRASIL, 1961).
Vemos que se inicia uma discussão legal sobre a oferta e o atendimento educacional as
pessoas público-alvo da Educação Especial. Tal atendimento, passa a ser uma garantia de
1
Estudante do curso de pedagogia do Departamento de educação da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte; alicydalianedemelo@gmailcom.
2
Professor do Departamento de educação-Campus de Assu da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
participante Núcleo de Pesquisa em Educação(NUPED). fernandescunha@uern.br.
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direito e dever do estado para a oferta dos serviços educacionais para com os estudantes com
deficiência e outros transtornos do desenvolvimento.
Outros documentos legais, voltados mais especificamente para o campo educacional,
também seguiram com a proposição de políticas educacionais nacionais para o atendimento
educacional ao publico da Educação Especial, como o I Plano Nacional de Educação de 1962,
que apresenta sobre a necessidade de investimento financeiro para tal fim. Ainda, tivemos a
LDBEN de 1996, que avança na discussão sobre o atendimento educacional, cirando um
capítulo específico e, ao mesmo tempo, avançando sobre o conceito de Educação Especial,
visto agora como uma modalidade de ensino.
O II Plano Nacional de Educação, instituído pela Lei nº 10.172/2001, estabelece
objetivos, metas e diretrizes para a oferta educacional aos estudantes com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades e superdotação. Ainda na
proposição de planos nacionais de Educação, no ano de 2014, foi publicado um novo Plano
Nacional de Educação, com direção de dez anos 2014 a 2024, o qual no seu esboço apresenta
a Meta 4, destinada ao atendimento das pessoas público-alvo da Educação Especial.
A Educação Especial principalmente na escola pública vem desde sempre enfrentando
inúmeros desafios que precisam ser enfrentados e superados por parte de todos que dela faz
parte, alunos, famílias e escola.
O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural,
social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os
estudantes de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo
de discriminação. A educação inclusiva constitui um paradigma educacional
fundamental na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e
diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à ideia de
equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção
da exclusão dentro e fora da escola. (PNEEPEI,2008).
Metodologia
Neste estudo assumimos uma opção de pesquisa que se caracteriza como qualitativa,
que para Minayo (2001), a pesquisa qualitativa integra com o universo de significados,
motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais
profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à
operacionalização de variáveis.
Para a realização do estudo, fizemos uma revisão de literatura, em especial pesquisas
no campo da legislação, como forma de compreendermos que vem sendo construído no
campo das políticas educacionais, analisamos o Plano Municipal de Educação (PME) do
município de Assú/RN. Ainda, realizamos a técnica do questionário, instrumento esse
construído e realizado por meio do Google Forms.
As informações construídas por meio do questionário, se deu em colaboração com um
técnico que é responsável pela Educação Especial na Secretária Municipal de Educação e,
com 5 gestores da rede municipal de ensino.
Resultados e discussões
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Para que política nacional de educação seja colocada em prática se faz necessário que
sejam pensadas metas e estratégias de ensino para que esse aconteça de forma igualitária sem
descriminações e oferecendo os recursos necessários para que torne a caminhada educacional
menos desigual.
A primeira parte deste estudo, foi analisar a Meta 4 do Plano Municipal de Educação
do município de Assú/RN, e identificamos em nossas análises que as estratégias propostas
vão ao encontro do estabelecido no Plano Nacional de Educação, como também com as
diretrizes propostas pela em tão politica nacional da Educação Especial na perspectiva da
Educação inclusiva.
Quando analisamos as informações construídas junto a Secretaria Municipal de
Educação, identificamos que as ações e ou estratégias pensadas e publicadas por meio do
PME, poucas foram implementadas ou implantadas. Uma ação que merece ser destacada, a
qual se faz presente nas ações, é a contratação de estagiários-estudantes dos cursos de
licenciatura, em parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), para auxiliar os professores que
tem alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e, altas habilidades e
superdotação.
É importante frisar, que mesmo com essa ação política, não existe por parte da
Secretaria Municipal de Educação, nenhum tipo de formação para com esses estagiários, os
quais terminam atuando como guardiãs dos alunos com deficiência.
Percebemos a partir das respostas dos gestores escolares, que não existem nas escolas
da rede municipal uma política pública voltada para o atendimento aos estudantes da
Educação Especial, e cada escola vai trabalhando com esse publico sem muito conhecimento
e sem investimentos.
Com base nas respostas dos questionários realizados com o técnico da secretaria
municipal de educação e com os gestores das escolas municipais, identificamos que existem
as estratégias para a efetivação porem, como apontado nas respostas, ainda existem muitos
pontos que precisam ser trabalhados, dentre eles, observa-se: a falta de recursos financeiros e
humano como fatores importantes que ainda não são atendidos, oque acaba por impedir a
efetivação de outras estratégias bem como monitoramento e avaliação. Os gestores escolares
apontam a falta de formação continuada na área como uma das principais dificuldades
enfrentadas por eles, pois nem sempre os professores tem a formação necessária para atender
as demandas que surgem no dia-a-dia das escolas, sendo esse um dos principais elementos
apontados como um dos maiores entraves para o atendimento educacional as pessoas que
apresentam algum tipo de deficiência e ou transtornos.
As discussões e análises construídas a partir das informações obtidas, nos levam a
compreender a inexistência de indícios políticos por parte da Secretária Municipal de
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Conclusão
Com o este estudo conclui-se que o PME é muito bem articulado com as diretrizes
nacionais, mas que necessita um pensar político da gestão municipal no tocante a realização e
construção de condições para que as ações estabelecidas no documento possam ser efetivadas
no cotidiano das escolas da rede municipal de ensino.
O estudo nos propôs uma reflexão política sobre como o município vem ofertando a
Educação Especial sob a luz do estabelecido no Plano Municipal de Educação, de modo que
as ações pensadas/estabelecidas cheguem até as escolas e contribuam para o processo de
inclusão educacional das pessoas público-alvo da Educação Especial.
Assim, com o estudo percebemos a necessidade de investimentos, seja no tocante a
oferta de formação continuada não apenas para os professores, como também para todos que
compõem a escola, e na proposição organizacional da forma do atendimento educacional para
com este público, tendo em vista a inexistência de um modelo educacional no município,
inexistindo até mesmo, o modelo de atendimento adotado no brasil que são as salas de
recursos multifuncionais onde ocorre o atendimento educacional especializado (AEE).
Agradecimentos
Aqui deixamos nosso agradecimento ao CNPQ pelo apoio científico, que é de grande
importância para a construção do conhecimento científico, também a UERN por nos permitir
a cada dia viver a busca pela construção do saber. Agradecemos também aos profissionais da
prefeitura municipal de Assú pela colaboração com este trabalho.
Referencias
BRASIL, Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação
Nacional. Brasília/DF,1961.Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/L4024.htm. Acesso em 20 de out. de 2020.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Introdução
Metodologia
Resultados e discussões
.
Comumente, as palavras "moral" e "ética são empregadas como sinônimas. Por
exemplo, diz- se de uma pessoa que 'ela não é ética' para criticar seus comportamentos e
1
Aluna da Escola Estadual em Tempo Integral Aida Ramalho Cortez Pereira. E-mail: rvnayra@gmail.com
2
Professora do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande Norte – UERN,
participante do Grupo de Pesquisa de Formação e Profissionalização Docente e POSEDUC; e-mail:
giovanacarla@uern.br
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Tabela 1
Iniciais de seu nome M.B.B.
Idade 36 anos
Área de atuação Professora/Vice-diretora
Formação Licenciatura em Física UFF/Mestre em Ensino de
Física UFERSA
O que entende por ética? A ética está relacionada com os hábitos das pessoas,
o que é certo ou errado para viver em sociedade.
O que entende por moral? A moral engloba preceitos que mudam em virtude da
cultura.
Como você age com os alunos para construir uma Procuro transmitir valores nas minhas aulas e não
posição ética/moral? apenas ensinar o conteúdo. Quero prepará-los para a
vida, mostrando através do diálogo aberto o que é
certo ou errado para fazer na escola, por exemplo.
Na sua opinião como a escola pode discutir Existem inúmeras ferramentas para levar essa
princípios éticos e morais? discussão para a sala de aula: debates, filmes, rodas
de conversa.
Tabela 2
Iniciais de seu nome M.O.G.
Idade 37 anos
Área de atuação Professor de Arte/Educação
Formação Licenciatura em Música (UERN); Especialista em
Educação e Contemporaneidade (IFRN).
O que entende por ética? São princípios que norteiam a vida do ser humano,
de modo a motivar, disciplinar, ou até mesmo,
podendo distorcer o comportamento humano, tendo
suas bases em normas e valores existentes no meio
social.
O que entende por moral? São regras adquiridas ao longo da nossa formação,
sendo propagada por meio do comportamento
humano, tendo sua propagação através da nossa
cultura, educação e costumes.
Como você age com os alunos para construir uma Através da observação do tipo de comportamento
posição ética/moral? que os mesmos demonstram no ambiente escolar;
confrontando ideias de pensamento distintos, entre
colegas, a partir de uma temática a ser discutida em
sala de aula; analisando o tipo de relação
comportamental, oposta ao que os alunos pensam um
do outro.
Na sua opinião como a escola pode discutir Parcerias com instituições que promovem palestras
princípios éticos e morais? específicas ao tema sugerido nesta pesquisa; focar na
dicotomia, entre a realidade do aluno no ambiente
familiar e escolar, considerando as regras presentes e
posturas dos mesmos nestes espaços em que atuam.
Tabela 3
Iniciais de seu nome F.D.P.
Idade 45 anos
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Tabela 4
Iniciais de seu nome F.R.F.
Idade 25 anos
Área de atuação Professor de Química
Formação Licenciatura em Química
O que entende por ética? É a junção de valores morais e princípios que
direcionam o nosso comportamento perante a
sociedade.
O que entende por moral? Regras ou comportamentos adquiridos através de
uma cultura ou educação, que também orientam o ser
humano na sociedade.
Como você age com os alunos para construir uma Tomar cuidado com a vestimenta que apresento em
posição ética/moral? sala de aula, conter na minha fala ao máximo as
gírias ou palavras chulas, evitar conversas de
conteúdo controverso e desrespeitoso.
Na sua opinião como a escola pode discutir Através de diálogos com os alunos, seja em cada sala
princípios éticos e morais? ou numa palestra em toda a escola. Pode também
utilizar de recursos áudio visuais como filmes para
exemplificar conceitos certos e errados sobre o tema.
Tabela 5
Iniciais de seu nome E.J.N.
Idade 52 anos
Área de atuação Professor de Matemática
Formação Superior
O que entende por ética? O modo de agir de uma pessoa com as demais.
O que entende por moral? O costume de um povo de uma sociedade, que muda
constantemente.
Como você age com os alunos para construir uma Agindo e respeitando o comportamento individual
posição ética/moral? das pessoas, costumes que são renovados
constantemente.
Na sua opinião como a escola pode discutir Respeitando o comportamento, costumes ou hábitos
princípios éticos e morais? dentro da escola. Envolvendo pais, professores,
funcionários e alunos.
Tabela 6
Iniciais de seu nome M.S.N.M.
Idade 40 anos
Área de atuação Letras – Língua Inglesa
Formação Superior
O que entende por ética? Conjunto de valores de uma determinada sociedade.
O que entende por moral? São valores internos que nos levam a tomar decisões
que julgamos éticas.
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Como você age com os alunos para construir uma Tentando ser justo e transparente em minhas ações.
posição ética/moral?
Na sua opinião como a escola pode discutir Discutindo valores e postura. Através de seleção de
princípios éticos e morais? textos e problemáticas que coloquem o cidadão a
refletir sobre suas decisões e as consequências de seu
modo de agir.
Com base no exposto, torna-se evidente que as respostas do corpo docente foram
consonantes com a expectativa, possuindo resultados positivos e agradáveis em relação ao
modo como agem em sala de aula pra garantir não só o ensino, mas também demonstrando
ética e moral no convívio diário dentro da instituição, pautados pelo respeito e pela igualdade.
Contudo, pode-se perceber que as escolas públicas de Mossoró, especialmente a
E.E.T.I. Aida Ramalho Cortez Pereira já se preocupa com o modo de agir em sala de aula
para construir posições éticas e moais, sendo um dos grandes passos para o avanço da
sociedade atual.
Conclusão
Agradecimentos
Referências
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Justiça. 2008. Disponível em: <
https://www.academia.edu/29573854/%C3%89tica_origens_e_distin%C3%A7%C3%A3o_d
a_moral_Ethics_origins_and_the_moral_distinction>. Acesso em: 20 jan. 2020.
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Acesso em: 08 set. 2019.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
INTRODUÇÃO
O referido resumo resulta de uma pesquisa realizada a partir do projeto Currículos
pensados-praticados nos cotidianos da EJA: redes horizontais de saberesfazeresvalores,
no município de Assú/RN. Os objetivos da pesquisa são: reconhecer como os saberes da
experiência feita dos sujeitos da EJA se articulam como as práticas pedagógicas
cotidianas da escola; Compreender como os professores desta modalidade educativa
trabalham, curricularmente, os saberesfazeresvalores da experiência feita; produzir
sentidos epistemológicos e políticos aos processos de criação curricular cotidiano na EJA
como conhecimento válido.
Para que pudéssemos realizar a pesquisa foi elaborado um Diário de Bordo com
função de caracterizar nossas atividades durante o período das observações. Inicialmente
foi realizado encontros em que foi estudado os textos dos referidos autores: (SANTOS,
2002,2209); (FREIRE, 2002); (OLIVEIRA, PEIXOTO, SUSSEKIND, 2019).
Fundamentado nas leituras realizadas chegamos a conclusão de que a visão deve ser
voltada, não somente para as dificuldades existentes naquele espaço, mas capaz de
enxergar para além dos blocos de conteúdos das disciplinas.
Com a compreensão dos textos foi possível captar a necessidade de redimensionar
nossos pensamentos para a ideia de reinventar os métodos, tornando possível ultrapassar
os indícios de comodidade que ainda circundam as práticas dos professores. Nesse
sentido, é preciso capturar ao máximo, como é o trabalho dos professores da EJA e como
podemos relacioná-los com a realidade de vida dos alunos. Partindo da reflexão feita nos
textos, pode-se indagar: como enlaçar as experiências sociais dos alunos da EJA como
currículo?
METODOLOGIA
Nosso projeto foi organizado nas seguintes etapas: incialmente, realizamos a
leitura compreensiva do projeto de pesquisa para que pudéssemos chegar a uma
compreensão teórico-reflexiva dos espaçostempos cotidianos escolares, antes de
adentrarmos a rotina da sala de aula. Para esta compreensão também realizamos estudos,
relacionando textos que trabalhem a autonomia do estudante, do mesmo modo que
pudéssemos ter uma visão mais ampla ao chegarmos a escola, buscando relacionar os
textos lidos com a realidade de vida dos alunos envolvidos com a pesquisa.
Em um segundo momento iriamos realizar a pesquisa em uma escola estadual do
município de Assú/RN. Entretanto, com uma mudança que ocorreu o município de Assú
ficou apenas com um Centro de Educação para Jovens e Adultos. E com os contratempos
1
Estudante do Curso de Licenciatura em Pedagogia do Departamento de Educação, Campus Avançado
da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) em Assú. E-mail:
mariaelizaberto@hotmail.com
² Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação (POSEDUC) e do Curso de Pedagogia, Campus
Avançado da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) em Assú. E-mail:
caninprof@hotmail.com
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ocorridos por questões da pandemia provocada pelo Covid-19 que estamos vivenciando
em todo o mundo, nosso contato com a escola foi brevemente na primeira semana de
planejamento pedagógico do ano letivo de 2020.
Como procedimento metodológico fomos realizando leituras compreensivas do
projeto de pesquisa e dos textos previstos, a partir das reuniões via Google Meet, a fim
definirmos os eixos norteadores para realização do mergulho nos cotidiano da referida
escola.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com suporte nas leituras realizadas nos encontros virtuais, entendemos que era
necessário introduzir as práticas escolares da EJA uma concepção mais democrática de
ensino-aprendizagem, apoiados na visão de Freire (2002) ao expor em seus textos que o
principal objetivo da educação é conscientizar o aluno, principalmente em relação às
parcelas da população desfavorecidas. Pensando assim, uma educação voltada para a
conscientização deve vencer primeiro o analfabetismo político, e a partir disso ler o seu
mundo a partir da sua experiência, de sua cultura e de suas próprias histórias.
Nesse sentido, Santos (2009) nos ajuda a entender que educação é uma práxis que
se volta para os acontecimentos sociais nos seus mais distintos formatos. Em seus textos
foi possível assimilar a ideia de romper com as concepções de sociedade moderna em sua
incansável busca de desvendar, compreender e transformar a realidade dos sujeitos, partir
das fragilidades existentes na contemporaneidade. Sua luta é democratizar as formas de
conhecimento, impulsionando aos leitores a refletir sobre como vem se organizando o
sistema educacional no Brasil.
De forma distinta das pesquisas mais fechadas, metodologicamente, os estudos
nosdoscom os cotidianos, assumida no projeto de pesquisa, busca conversar com os mais
diversos acontecimentos que são produzidas nos espaços escolares e não escolares,
inclusive porque com o auxilio dos textos estudados fomos capazes de entender que esse
movimento não possui uma definição fechada, afinal não existe apenas uma única teoria
ou um único jeito de fazer os indivíduos adquirirem conhecimento.
CONCLUSÃO
Diante do que foi visto, durante os meses da pesquisa foi possível analisar que
nosdoscom os cotidianos é possível entender que todas as experiências dos indivíduos
que estão naqueles espaçostempos escolares são compostas por histórias e significados
para além das prescrições (avaliações, notas, tempo cronológico etc.) que na maioria das
vezes, mais excluem do que ajudam a fazer os alunos entenderem sua importância para a
sociedade.
Enquanto graduanda e colaboradora desta pesquisa, foi importante entender que
não apenas os currículos pensados constroem conhecimento nos espaçostempos
escolares, mas sim que os jovens, adultos e idosos são capazes de produzir conhecimento
nos mais diversos âmbitos de suas vidas. E por essa razão é necessário que estejamos
sempre atentos aos mais diversos sentidos ao adentrar a escola e não apenas ir a escola
com uma visão carregada do que consideramos e avaliamos como o correto. Afinal, são
amplas e variadas a formas de aprendizagens. É importante estarmos atentos
compreendendo que as formas de conhecimento vão além do conhecimento cientifico.
AGRADECIMENTOS
À Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPEG) da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte.
Ao Programa Institucional de Iniciação Cientifica (PIBIC) da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte.
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REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
OLIVEIRA, Inês Barbosa. PEIXOTO, Leonardo Ferreira. SUSSEKIND, Maria Luiza.
Estudos do cotidiano, currículo e formação docente: questões metodológicas, políticas
e epistemológicas. Curitiba: CRV, 2019.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Para um novo senso comum: a ciência, o direito e a
política na transição paradigmática. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2009.
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A Formação emancipatória
Débora Laiza Souza Maia1; João Marcos Ribeiro dos Anjos2; Maria Mikaelly Fonseca
Nogueira3; Vivian Liégia de Araújo Santos.4 José Teixeira Neto5
Introdução
Metodologia
Durante o projeto, a maior parte do tempo foi destinada a leitura e a análise da obra O
mestre ignorante (RANCIÈRE, 2020). Por meio disso, já haveria um certo entendimento do
que seria a obra, quais os seus pontos principais, etc.; no decorrer do projeto, também houve a
leitura e análise de textos secundárias, como Atualidade do Mestre Ignorante (entrevista
1
Aluna da Escola Estadual Professora Calpúrnia Caldas de Amorim, cursando 2° Ano do Ensino Médio. Bolsista
do Projeto PIBIC. E-mail: laizadebora6@gmail.com
2
Aluno da Escola Estadual Professora Calpúrnia Caldas de Amorim, cursando 2° Ano do Ensino Médio. Bolsista
do Projeto PIBIC. E-mail: bombril147@gmail.com
3
Aluna da Escola Estadual Professora Calpúrnia Caldas de Amorim, cursando 2° Ano do Ensino Médio. Bolsista
do Projeto PIBIC. E-mail: mikanogueira.f@gmail.com
4
Aluna da Escola Estadual Professora Calpúrnia Caldas de Amorim, cursando 2° Ano do Ensino Médio. Bolsista
do Projeto PIBIC. E-mail: vivianliegia01@gmail.com
5
Professor Adjunto IV, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Curso de Licenciatura em
Filosofia e do Mestrado Profissional em Ensino de Filosofia – PROF- FILO (Polo Caicó-UERN). Membro do
Grupo de Pesquisa Ensinar e Aprender na Educação Básica – GP-EAEB/UERN. E-mail: josteix@hotmail.com.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/8672696320833854.
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concedida por Rancière a Vermeren, Cornu e Benvenuto em 2003) e Três lições de filosofia
(KOHAN, 2003). Além das leituras também aconteciam as discussões nas quais eram debatidos
os temas lidos. Após as leituras e as discussões, foi o momento da escrita. Nesse ponto, cada
um transcrevia o seu próprio entendimento sobre a obra. A leitura, a discussão e escrita são
técnicas de emancipação; na leitura, é possível conhecer um assunto; na escrita é possível
encontrar uma versão mais própria e na escrita, cada se apropria dos temas.
Resultados e Discussão
Conclusão
Dessa forma no decorrer do projeto, os objetivos principais foram: compreender o
processo da emancipação, entender esse processo nos dias atuais e perceber a importância do
estudo filosófico no Sistema Educacional. A visão sobre o mestre emancipador e ignorante foi
esclarecedora para reconhecimento da igualdade das inteligências e para gerar os resultados
mostrados no anteriormente.
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Agradecimentos
REFERENCIAS:
KOHAN, Walter Omar. Três lições de filosofia da educação. Educ. Soc. [online]. 2003,
vol.24, n.82, pp.221-228. ISSN 0101-7330. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-
73302003000100012.
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Adeilza Pereira Wanderley1; Juliana Raquel Miranda Dantas2; Giovana Carla Cardoso
Amorim3
Introdução
A infância é importante e deve ser vivida, não como uma preparação para a vida
adulta, mas como um período de fundamental importância para o indivíduo, com descobertas
e aprendizagens. A família e a escola entram com um papel fundamental nesse processo e o
professor da educação infantil tem grande participação. Considerando a importância desses
profissionais e entendendo que o perfil dos mesmos tem uma variedade de idade e tempo de
carreira, decidimos por analisar o perfil desses profissionais no município de Mossoró-RN
partindo do seguinte questionamento: Quem são os professores de Educação Infantil de hoje,
retratando o tempo de serviço, formação, saberes e práticas docentes.
Assim sendo, a presente pesquisa visa compreender quem são e quais saberes
subjazem a prática pedagógica dos(as) professores(as) que atuam nas escolas da educação
Infantil da rede pública de Mossoró/RN. Para isso, abordamos questões de tempo de
exercício, formação continuada e outros fatores que nos ajudaram a entender as influências e
necessidades da constante qualificação do professor da educação infantil. Iniciamos falando
de como surgiram as creches e quem eram esses profissionais, a necessidade da qualificação e
formação continuada necessária à prática profissional.
Foi na constituição de 1988 que houve um grande passo para que a educação das
crianças de zero a seis anos passasse a ter um valor também educativo, e não apenas de
assistência, e o estado teria o dever de assegurar esse direito, que foi conquistado graças a
pressão de movimentos populares que passaram a lutar por essa causa. Quando passamos a
falar no processo educativo das crianças pequenas é imprescindível considerarmos a formação
desses profissionais que passariam a trabalhar com essas crianças de uma forma diferente,
pois além de cuidar passariam a estimular seus processos naturais e a aprendizagem. O artigo
205 da constituição diz: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
provida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e a sua qualificação para o trabalho”
(BRASIL, 1988, p. 1).
Ao passar dos anos, cada vez mais tem sido criadas e estudadas formas de trabalhar
na educação infantil, o método mais tradicional de cadeiras enfileiradas e atividades de xerox
onde padronizavam a educação das crianças tem perdido o espaço, já que foi visto que cada
criança tem maneiras diferentes de aprender, e atividades mais dinâmicas como jogos e
1
Estudante do curso de Pedagogia do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte – UERN; e-mail: adeilza.mj@gmail.com
2
Estudante do curso de Pedagogia do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte – UERN; e-mail: july__raquel@hotmail.com
3
Professora do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande Norte – UERN,
participante do Grupo de Pesquisa de Formação e Profissionalização Docente e POSEDUC; e-mail:
giovanacarla@uern.br
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
brincadeiras tem se mostrado mais eficazes para a idade, além do que, esse período ainda não
é o de alfabetização como veremos a seguir.
Metodologia
Resultados e discussões
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educação infantil ainda não é o período de alfabetização, mas continua sendo muito
importante:
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experiências que serão cruciais para a construção dos conhecimentos necessários para sua
atividade em sala de aula.
Sobre o tempo de atuação na educação infantil, 18,3% disseram atuar há mais de 15
anos; 21,7% atuam entre 10 a 15 anos; 23,3% atuam entre 6 a 9 anos; 33,3% atuam de 2 a 5
anos; 3,4% há menos de 1 ano.
Sobre o tempo de atuação no local atual de trabalho, 13,3% atuam há mais de 15
anos; 11,7% atuam entre 10 e 15 anos; 10% atuam entre 6 e 9 anos; 51,7 atuam entre 1 e 5 a
anos; 13,3% atuam há menos de 1 ano.
Conclusão
Com base nos dados obtidos por meio do questionário, no qual foram entrevistadas
60 professoras, todas do sexo feminino com idade entre 21 e 55 anos, constatou-se que: dos
docentes que responderam ao questionário, 100% são mulheres. A respeito da idade,
constatou-se que 18,3% das professoras estão acima dos 51 anos, 35% estão entre 40 e 50,
36,7% estão 31 a 39 anos, 10% estão entre 21 e 30 anos, é possível entender um pouco do
perfil dessas profissionais onde a maioria possui especialização e todas as entrevistadas tem
graduação no curso de pedagogia. É possível identificar os saberes explicados por Tardif
(2010) nas respostas do questionário, também é visto que 93,3% dessas profissionais já
fizeram algum tipo de formação continuada, onde 98,3% delas consideram a importância do
brincar e apenas 1,7 não consideram. É possível compreender questões sobre tempo de
atuação e de conclusão de curso; como esses fatores influenciam nas atividades dos
professores e as documentações oficiais utilizadas em suas práticas.
Agradecimentos
Agradecemos à Universidade do Estado do Rio Grande do Norte pela oportunidade
na participação da pesquisa, por todo investimento e bolsa concedidos aos integrantes deste
projeto, às UEI’s e aos professores por participarem do questionário, contribuindo para o
desenvolvimento desta produção científica.
Referências
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Introdução
A força militar havia sido criada no Brasil através de lei de 18 de agosto de 1831, a
partir da influência da lei francesa de março de 1831 que reformulou a organização da guarda
francesa. De acordo com Jeanne Berrance de Castro, a Guarda Nacional vivenciou três
grandes fases em sua existência:
O primeiro regulamento da milícia determinava que a guarda deveria ser composta por
todos brasileiros com idades entre 21 e 60 anos e com renda equivalente à dos eleitores (100$
réis), configurando-se enquanto um corpo de “cidadãos” (dentro dos critérios censitários
estabelecidos pela Constituição de 1824).
Uma segunda fase da instituição tem início no ano de 1850, quando a instituição
passou por reforma em sua legislação. Com a lei n°602 de 19 de setembro de 1850, a Guarda
Nacional passou a ser diretamente subordinada ao ministro da justiça e aos presidentes de
1
Graduando do Curso de História da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte / CAWSL. E-mail:
savyo_ox7@hotmail.com
2
Professor Adjunto III do Departamento de História do Campus Avançado Prefeito Wálter de Sá
Leitão/CAWSL – Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Membro do GEPES (Grupo de Estudos em
Poder, Estado e Sociedade). E-mail: fabioandremorais@yahoo.com.br
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província. A nova lei também ampliou as exigências referentes às rendas exigidas “para a
ocupação dos postos do oficialato, restringindo ainda mais as condições de acesso aos postos
superiores da hierarquia militar”. (ENGEL, 2002, p.320) A mudança no sistema de
preenchimento das vagas do oficialato foi uma das mudanças mais sensíveis da reforma, ao
acabar com o mecanismo da eleição no suprimento dessas vagas, substituindo-o pelo da
nomeação a ser realizado pelo poder central a partir da indicação do presidente de província.
Assim, os quadros de oficiais da Guarda Nacional passaram a ser compostos essencialmente
por ricos proprietários de terra, que recebiam suas patentes a partir de então, ou do ministro da
justiça ou do presidente de província.
Metodologia
Resultados e discussão
Nosso trabalho tomou como ponto de partida um conjunto de leituras e discussões que
ocorriam em reuniões quinzenais, a partir do levantamento e debate de textos teóricos e
historiográficos, essenciais para o aprimoramento da pesquisa.
Apesar de ser uma força paramilitar com funções diversas como “defender a
Constituição, a Liberdade, Independência e Integridade do Império; para manter a obediência
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Para Wilma Peres Costa (1996), a Guarda Nacional foi uma milícia civil idealizada
como instrumento para enfraquecer os meios de coerção do Estado. Pelo fato de ser uma força
diletante, ela podia atuar em duas direções opostas, apoiando ou se opondo à colaboração
entre o poder privado e poder público, mantendo, ou não, a ordem, reprimindo, ou não, as
“classes perigosas” (como ocorreu na repressão às revoltas ocorridas na regência). Foi
também um importante instrumento das oligarquias regionais em sua luta contra os impulsos
extrativos do Estado. Ainda segundo a autora:
Essa situação foi bastante debatida pelo vice-presidente da província, o Bacharel João
Valentino Dantas Pinajé, em sua fala de abertura na assembleia legislativa da Província do
Rio Grande do Norte em 1838. Seus argumentos sobre a precariedade da Guarda Nacional na
província, iam exatamente no sentido da necessidade de uma reformulação da lei, obrigando
que os chefes da milícia fossem nomeados pelo governo, e não por meio de eleição. Tal pleito
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Conclusão
Agradecimentos
Este trabalho contou com o apoio dos nossos familiares, do Departamento de História
(UERN/CAWSL), dos funcionários do Museu Histórico Lauro da Escóssia (Mossoró) e dos
funcionários e Direção do Campus Prefeito Walter Sá Leitão (UERN/Assú).
Referências
CASTRO, Jeanne Berrance de. A Milícia Cidadã: a Guarda Nacional de 1831 a 1850. São
Paulo: Brasiliana, 1977.
________ A Guarda Nacional. In: HOLANDA, S. B. de. (Dir.) História Geral da
Civilização Brasileira. 4ed. São Paulo: Civ. Brasileira, 1984. Tomo II. V4. pp.274-
298.
COSTA, Wilma Peres. A Espada de Dâmocles: O Exército, A Guerra do Paraguai e a
Crise do Império. São Paulo: Editora HUCITEC: Editora da UNICAMP, 1996.
ENGEL, Magali Gouveia. Guarda Nacional. In: VAINFAS, Ronaldo (Direção). Dicionário
do Brasil Imperial (1822-1889). Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, pp.318-319.
THOMPSON, Edward P. A Miséria da Teoria. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
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Introdução
É de suma importância relatar a educação do campo para crianças nos anos
inicias de sua vida escolar e trazer a relevância do acesso à educação do campo a todos
como direito social. A educação do campo que não é menos importante que a educação
dos grandes centros, vem ganhando seu espaço ao longo dos anos. Um direito a
educação que todos têm; seja na zona urbana ou rural, na qual não pode ser vista como a
escola carente, escolinha rural ou inferiorizada por ser do campo. É impreterível uma
visibilidade maior por parte dos governantes no envio de docentes capacitados,
materiais para aulas de qualidade, investimento na estrutura escolar e todo suporte
necessário para que os camponeses tenham acesso a uma educação de excelência, que é
direito de todo cidadão brasileiro.
No livro “Por uma educação do campo - Arroyo, Molina e Caldart (2011), vem
englobar pontos importantes referentes à trajetória da educação do campo e que
tomaremos alguns como pontos de partida para explanação do texto. O silenciamento, o
clamor da terra e direitos a uma educação de qualidade serão discutidos no decorrer do
texto. Ao longo dos anos a procura por escolas do campo era muito maior que hoje,
tendo em vista que a zona rural tinha um contingente de pessoas bem maior, mas ainda
assim o silenciamento quanto a uma educação de qualidade, provimentos de matérias
continuam, mesmo com muitas conquistas que houveram ao longo dos anos, resultados
de muita luta e determinação por parte dos camponeses, lideres, MST e apoiadores da
causa.
A Escola do Campo configura-se num espaço educacional que, muitas vezes,
em detrimento da organização das instituições urbanas, é relegada ao descaso de
práticas pedagógicas bem estruturadas, assim como de pesquisas especificas da área.
Metodologia
Em detrimento da situação de pandemia a qual nos encontramos. A pesquisa
teve que ser redimensionada para uma perspectiva qualitativa e bibliográfica.
Resultados e discussões
1
Estudante do curso de Pedagogia do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte – UERN; e-mail: jesanysahara05@hotmail.com
2
Estudante do curso de Pedagogia do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte – UERN; e-mail: halinamarcia56@gmail.com
3
Professora do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande Norte – UERN,
participante do Grupo de Pesquisa de Formação e Profissionalização Docente e POSEDUC; e-mail:
giovanacarla@uern.br
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Conclusão
O objetivo do presente trabalho foi desenvolver um breve estudo sobre o processo de
formação do leitor campesino, e principalmente os desafios que perpassam o meio da educação
no campo. A avaliação da qualidade da educação que vem sendo proporcionada ao público
camponês deve ser contínua, a fim de garantir a qualidade desta, para que seja possível
proporcionar um ensino justo e igualitário.
Para que fosse possível entender algumas questões, fizemos alguns recortes baseados
nas leituras propostas, pois em virtude do período que estamos vivenciando em detrimento da
pandemia do vírus COVID-19, não foi possível verificar in loco as estratégias literárias que
vem sendo desenvolvidas e adotadas nas escolas rurais de Mossoró.
Diante do exposto, pode-se concluir que a formação do leitor campesino deve respeitar
suas diversidades culturais, unindo os conteúdos as suas vivências, para que seja possível
formar com qualidade estes indivíduos, possibilitando assim, a sua identidade e autonomia. E
que os movimentos da Escola do Campo já avançou muito no que diz respeito a garantia aos
direitos sócias dos camponeses, mas ainda falta muito a se conquistar para que se possa garantir
uma educação igualitária e de qualidade.
Agradecimentos
Agradecemos à Universidade do Estado do Rio Grande do Norte pela
oportunidade na participação da pesquisa e por todo investimento concedido aos
integrantes deste projeto.
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Referências
ARROYO, Gonzalez; ROSELI, Salete Caldart; MOLINA, Mônica Castagna. Por uma
Educação do Campo. 5. Ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
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INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
1
Estudante do curso de Pedagogia do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte (UERN/CAPF); e-mail: indarasouza@alu.uern.br.
2
Professora do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN/CAPF);
e-mail: simone.cms@hotmail.com.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
RESULTADOS E DISCUSSÕES
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específica, foram denotados temas que estavam em evidências em determinados anos, tais
como:
CONCLUSÃO
Esse pensar e fazer ciência, está diretamente ligado com o interesse dos alunos diante
do alvo a ser investigado, e diante dessa pesquisa foi evidenciado a valoração que os
pesquisadores apresentam diante o seu contexto local, tornando a pesquisa relevante não
somente para a comunidade escolar, mas também para seu contexto e sociedade.
AGRADECIMENTO
REFERÊNCIA
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 557
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
REIS, José. Feiras de ciência: Uma revolução pedagógica (1965). In: MASSARANI, Luisa;
DIAS, Eliane Monteiro de Santana (Orgs.). José Reis: reflexões sobre a divulgação científica.
Rio de Janeiro: Fiocruz/COC, 2018. 236 p.
SANTOS, Simone Cabral Marinho dos; SOUSA, José Raul de; SOUZA Índara Liliane da
Silva; PINTO Lusia Gomes; SANTIAGO Maria Francilene Câmara; CELEDONIO, Natália
Rocha (Orgs.). Caderno de resumos da Feira de Ciências do Oeste Potiguar: edições VI,
VII, VIII e IX – 2016, 2017, 2018, 2019. Apodi/RN: REDE TER, 2020. Disponível em:
https://pesquisa-em-rede7.webnode.com/publicacoes/. Acesso em 05 de junho de 2020.
SANTIAGO, Maria Francilene Câmara. SANTOS, Simone Cabral Marinho dos. SANTOS
FILHO, Ivanaldo Oliveira dos. (Orgs) Ciência na escola: fazendo, vivendo e
experimentando. 1. E. Curitiba, PR: CRV, 2015.178 p.
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 558
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Introdução
As discussões sobre a Laicidade e o Ensino Religioso (ER) teve início com o projeto
Laicidade, Ética e Formação Docente em Ensino Religioso , referente ao Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte (UERN), em 2019, coordenado pelo professor Valdicley Euflausino da
Silva. O projeto tem como principal objetivo debater acerca do Ensino Religioso não
confessional e sua multiplicidade de alcance de fatores na contemporaneidade.
Nesse contexto, delimitamos e analisamos acerca da laicidade na esfera pública de
ensino e como tal temática pode auxiliar para um ER não confessional no âmbito educacional
público.
A laicidade brasileira é garantida pela Constituição Federal de 1988 e define que as
instituições religiosas não integrem as esferas públicas. No que diz respeito ao ER, o
Componente Curricular também está na Constituição Federal. Detalhe que, desde o período
republicano do país, ela está desde a constituição de 1934, com o destaque de ser referida
como disciplina facultativa nas escolas públicas.
Metodologia
Resultados e Discursões
1
Estudante do curso de Ciências da Religião do departamento de Ciências da Religião da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: janebelo@alu.uern.com.
2
Professor do Departamento de Ciências da Religião da Universidade do Estado d o Rio Gran d e d o No rt e –
UERN. Participante do Grupo de Pesquisa Educação, Cultura e Fenômeno Religioso. E-mail:
valdicley_bambucha@yahoo.com.br
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 559
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Os resultados iniciais indicam que a separação entre Estado e Igreja proporcionou que
alguns países como o Brasil tornassem laico, ou seja, se antes o Brasil era considerado um
país da denominação católica, no tempo hodierno, tal consideração não existe mais. Nesse
contexto, cada país tem o seu discurso de laicidade. Embora exista a laicidade estatal, os
Direitos Humanos permitem que cada indivíduo possa escolher a sua religião, pois ele é livre.
Apenas o Estado que não pode ser influenciado. Porém, não é outorgado impor sua crença a
outra pessoa nem ser intolerante com o outro por causa da sua manifestação religiosa.
No que diz respeito ao ER, as leituras estão proporcionando a visualização de que com
o passar dos anos, ele tornou-se um Componente Curricular que tem como objetivo o estudo
das religiões e é voltada para um ensino plural, porém, continua sendo de matrícula
facultativa, o que impede um entendimento mais concreto dos reais posicionamentos da área
nos sistema público.
Ademais, a relação estabelecida entre o ER e a laicidade ainda é frágil no âmbito
educacional brasileiro tendo em vista que ainda existem práticas prosélitas de professores
desta área. Tal fato infringe a noção de liberdade religiosa do sujeito, contribuindo para uma
ideia da intervenção religiosa na formação do ethos do sujeito e da sociedade.
Um detalhe a mais diz respeito ao fato de que, por um lado, o conceito de laicidade
brasileira é baseado na laicidade francesa Valente (2018), e por outro, sofreu influências da
laicidade norte-americana, também. Deste modo, é possível observar a partir das leituras
feitas que, no Brasil, apesar da constatação de laicidade, ainda existe a interferência da Igreja
na formação do Estado, e da identidade dos sujeitos.
Conclusão
Referências
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 560
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INTRODUÇÃO
Ao tratar do espaço urbano, Corrêa (2000) o define como uma “organização
espacial da cidade”, que pode ser apresentada como um conjunto de áreas fragmentadas
e articuladas entre si, onde os agentes que produzem o espaço são: os meios de produção;
os proprietários fundiários; o Estado e os grupos sociais que são excluídos, é visando
atender as necessidades dos grupos excluídos que o PLHIS é baseado, o mesmo contribui
para diminuição do déficit habitacional, e o Estado é o principal agente responsável para
resolução desse problema.
A cidade de Mossoró (Figura 1), está localizado no oeste do Rio Grande do
Norte, é a segunda maior cidade do estado ficando atrás apenas da capital Natal, a mesma
possui o plano diretor em vigência desde 2006, nele está contido as delimitações das
Áreas Especiais de Interesse Social – AEIS, conforme é descrito no segundo parágrafo
do Art. 48 “correspondem às porções do território municipal ocupada por população de
baixa renda destinada à regularização fundiária e urbanística ou à construção de habitação
de interesse social ou produção de lotes voltados à moradia popular” (MOSSORÓ, Plano
Diretor, 2006, p. 18)
Figura 1 – Mapa de localização de Mossoró, RN
1
Estudante do curso de Licenciatura em Geografia da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte; e-mail: Daniel.souza.cd@gmail.com;
2
Professor do departamento de Geografia da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte; e-mail: jionaldooliveira@uern.br.
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METODOLOGIA
A primeira etapa da metodologia consistiu no levantamento bibliográfico de
materiais que tratassem do espaço urbano e dos Planos Locais de Habitação, a segunda
etapa foi baseada na busca por dados secundários como, os rendimentos médios das
pessoas com 10 anos ou mais de idade, do censo demográfico do IBGE (2010) e as Áreas
Especiais de Interesse Social (AEIS) que foram delimitadas pelo Plano Diretor de
Mossoró (2006).
Após a obtenção dos dados, a seguinte etapa consistiu na elaboração do mapa
com a finalidade de especializar as informações e fazer a sobreposição dos dados
adquiridos, para então analisar a relação entre os mesmos, para isso foi utilizado o
software de código livre Qgis 3.4, A última etapa foi baseada na visita nas AEIS, com a
finalidade de observar a situação real dessas áreas, entender a dinâmica urbana da cidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No século passado o Brasil passou por uma grande transformação referente ao
espaço urbano, segundo Rocha (2005, p. 182) “O Brasil em 1940 possuía 68,8% de sua
população no campo, invertendo essa posição em 1980, quando 67,8% da população
passou a residir em centros urbanos”, necessitando então de políticas que promovessem
o desenvolvimento urbano, Rocha (2005) complementa que foi ainda no Regime Militar
que se formularam as primeiras políticas urbanas do país.
O grande crescimento das construções nas cidades brasileiras, se tornou possível
através do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e o Banco Nacional da Habitação
(BNH), ambos também foram responsáveis pela transformação do território urbano do
Rio Grande do Norte. No caso da cidade de Mossoró, Oliveira (2016, p. 46) aponta que
foi na “década de 1970 que Mossoró passou a receber intervenções públicas habitacionais
no âmbito dos programas nacionais de desenvolvimento urbano iniciadas no período dos
governos militares”.
Apesar do crescimento elevado de habitações, o problema do déficit habitacional
ainda era recorrente nas cidades brasileiras, diante disso, o governo federal concebeu no
ano de 2004 a Política Nacional de habitação (PNH), conforme ressalta Magalhães (2013
p. 15) “Para enfrentar o desafio do setor habitacional, o governo promoveu ações
estratégicas em várias frentes: investiu no planejamento de longo prazo, ampliou
significativamente os investimentos e definiu uma nova estruturação institucional legal
para o setor.”
Dentre os instrumentos que proporcionaram a execução da PNH, estão o Sistema
Nacional de Habitação (SNH) e o Plano Nacional de Habitação (PlanHab), de acordo com
Bonduki (2013, p. 34) o SNH foi formado pelos três entes da federação e “foi nessa
perspectiva que surgiu a necessidade de elaboração dos planos locais de habitação como
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Existem, na cidade de Mossoró, serio problemas de gestão referente ao território
urbano, a desigualdade das classes se reflete nos processos de habitação nas AEIS, são
áreas atrativas para a população de baixa renda, levando em conta o baixo preço da terra,
pois são locais sem infraestrutura adequada e com pouca atuação da administração
municipal. O poder municipal tem se omitido diante dessa situação, as áreas periféricas e
segregadas se tornam a única opção para alguns moradores, entre as sete áreas apenas
uma contem construções de habitação de interesse social, localizada no bairro Santa
Delmira, esse seria uma das utilidades para as AEIS.
É notável a falta de interesse das autoridades pela população mais vulnerável
cidade, pois o município de Mossoró ainda não possui o projeto do PLHIS aprovado, ou
seja, é um dos fatores que impedem o recebimento de recurso dos programas do governo
federal, para promover o desenvolvimento nesses locais.
REFERÊNCIAS
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Resumo: A Antropologia tem expandido sua presença junto às mais diversas formações
não universitárias, e a escola ganha cada vez mais destaque. No Brasil, cada vez mais se
pauta um debate mais aprofundado em torno do seu ensino na Educação Básica,
compreendida enquanto espaço formativo alcançado pelas Ciências Sociais, através da
obrigatoriedade da disciplina de Sociologia no Ensino Médio, a partir da implementação
da Lei 11.684/08. Continuando nossas reflexões sobre o lugar do ensino da Antropologia
fora da Academia, assim, no Ensino Médio, esta pesquisa propôs ampliar a compreensão
do ensino/aprendizagem da Antropologia sob o ponto de vista de alunos desse nível de
ensino, partindo de reflexões sobre a temática étnico-racial, com ênfase na Lei 10.639/03.
A pesquisa propôs, além da disseminação do saber antropológico e das Ciências Sociais
na Educação Básica, colaborar com a implementação das Diretrizes Curriculares para a
Educação Étnico-Racial e o Ensino da História e Cultura Africana e Afro-brasileira na
escola. Tendo como foco a religiosidade, o objetivo foi familiarizar os estudantes da
Educação Básica com a cultura africana e afro-brasileira, contribuindo com o combate
ao preconceito étnico-racial e a intolerância religiosa na escola.
Introdução: Dando continuidade à compreensão do processo de ensino/aprendizagem
da Antropologia sob o ponto de vista dos alunos do ensino médio, objetivamos
proporcionar a partir da Lei 10.639, com foco nas religiões afro-brasileiras, reflexões e
conhecimentos para as relações étnico-raciais e para o combate a intolerância religiosa
na escola. Assim: Verificar o processo de ensino/aprendizagem dos conteúdos da
Antropologia sob o ponto de vista do aluno do ensino médio, identificando as principais
dificuldades e contribuições; Promover reflexões sobre as relações étnico-raciais com
base na Lei 10.639, combatendo o racismo e o preconceito na escola; Familiarizar os
estudantes com as religiões afro-brasileiras, contribuindo com a tolerância religiosa na
escola; Treinar as habilidades do aluno, levando-o a exercitar seus conhecimentos
antropológicos por meio de atividades que o inicie na prática científica e o familiarize no
ambiente acadêmico.
O Ensino de Sociologia na Educação Básica: Com a obrigatoriedade da disciplina de
Sociologia nos currículos do Ensino Médio, a partir da Lei 11.684/08, a Antropologia é
convocada a refletir acerca de questões referentes a Educação Básica e, com isto,
construir um novo lócus para debate. O ensino de conteúdos antes pensados apenas para
o Ensino Superior, agora para o Ensino Médio, traz desafios pedagógicos e
metodológicos para os professores. Estabelecendo como uma das finalidades centrais do
Ensino Médio a construção da cidadania do educando, a LDB evidencia a importância
1
Bolsistas do Programa de Iniciação Cientifica para o Ensino Médio (PIBIC-EM), alunos da Escola
Estadual Moreira Dias.
2
Prof.ª Dr.ª do Departamento de Ciências Sociais e Política (DCSP) da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte – UERN. Líder do Grupo de Estudos Culturais (GRUESC), Coordenadora do Núcleo de
Estudos Afro-Brasileiros (NEAB). E-mail: elianeanselmo@uern.br.
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APROXIMAÇÕES À DISCUSSÃO
DA DESIGUALDADE EDUCACIONAL
INTRODUÇÃO
O resumo em tela é recorte de pesquisa mais ampla intitulada: Desigualdades
intraescolares e gestão: estudo comparado em escolas públicas de Mossoró (RN), e tem
como objetivo apresentar aproximações à discussão da Desigualdade Educacional por
meio de breve revisão de literatura.
No Brasil, a educação é um direito social segundo a Constituição Federal de 1988
(Art. 6 e 205). Enquanto direito social garante “a participação na riqueza coletiva”
(CARVALHO, 2012, p.10). Dessa forma, a educação possibilita a vida social e a
execução dos direitos políticos e civis, em resumo, o exercício da cidadania. Essa
percepção do direito social da educação assumida pela CF (1988), registra um resgate
histórico em defesa da democracia. Após a ditadura militar, havia uma crença que o
espírito nacionalista democrático, a garantia das liberdades do povo e o desenvolvimento
social e econômico, seriam rapidamente reconquistados. Parte dessa perspectiva o título
dado a CF (1988) de “Constituição cidadã” (CARVALHO, 2012).
Para falar de cidadania é preciso considerar para além da dimensão legal dos
direitos sociais, como a educação, as condições objetivas de seu efetivo exercício. Como
questiona Thomas Marshall (1967): “a igualdade básica, quando enriquecida de
substância e concretizada nos direitos formais de cidadania, é consistente com as
desigualdades das classes sociais?”. Essa questão nos remete a compreensão de que não
é suficiente que os direitos estejam presentes e garantidos nas Leis, sem que haja uma
mobilização estrutural mais ampla, capaz de modificar as realidades, e diminuir as
desigualdades sociais. Como seria possível falar de formação cidadã em um dos países
mais desiguais do mundo?
De acordo com o Relatório “País estagnado: um retrato das desigualdades
brasileiras”, produzido pela organização OXFAM/Brasil, “a roda da redução das
desigualdades parou no Brasil” (2018, p. 11). Conforme os dados da pesquisa, entre os
anos de 2017 e 2018, o país apresentou um grave recuo no progresso social, como o
aumento da população em condições de pobreza, dos níveis de desigualdade de renda e
dos índices de mortalidade infantil. Essas constatações interagem também com a
estagnação do coeficiente de Gini para renda domiciliar per capita nos anos de 2016 e
2017. O Brasil encontra-se atualmente em 9º no ranking dos países mais desiguais do
1
Estudante do curso de Pedagogia do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte (UERN); E-mail: cassiajacome@alu.uern.br.
2
Estudante do curso de Pedagogia do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte (UERN); E-mail: mariaeduardamedeiros@alu.uern.br.
3
Orientadora e Coordenadora do Projeto de Iniciação Científica: DESIGUALDADES
INTRAESCOLARES E GESTÃO: ESTUDO COMPARADO EM ESCOLAS PÚBLICAS DE
MOSSORÓ (RN). Professora do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte (UERN). Participante do Grupo de Pesquisa Formação, Memória e Políticas Educacionais
(FORMEPE-UERN). Participante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Estado, Educação e Sociedade
(GEPEES-UERN).
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mundo. Os 5% mais ricos do país, ganham por mês, o que os 95% restantes da população
recebem juntos (OXFAM, 2018).
O Relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), intitulado
“Pobreza na infância e adolescência” (2018), mostra que de 61% das crianças e
adolescentes brasileiros que vivem na pobreza, 49,7% têm privações múltiplas. Isso, quer
dizer, que muitos desses indivíduos estão expostos a inúmeras privações de forma
simultânea, tais como, a negação de direitos básicos, quais sejam: “educação, informação,
água, saneamento, moradia e proteção contra o trabalho infantil” (UNICEF, 2018, p. 6).
Dentro do mesmo grupo de crianças e adolescentes, 13,9 mil não têm acesso a nenhum
dos seis direitos, estão à margem das políticas públicas.
Em ordem das privações que mais afetam as crianças e adolescentes estão: “o
saneamento (13,3 milhões), a educação (8,8 milhões), água (7,6 milhões), informação
(6,8 milhões), moradia (5,9 milhões) e proteção contra o trabalho infantil (2,5 milhões)”
(UNICEF, 2018, p. 8). Do público de 4 a 17 anos, 20,3% têm o direito a educação
negligenciado. 13,8% frequentam a escola, mas, são analfabetos ou estão com atraso
escolar. 6,5% não acessa a escola. Quando observada a desigualdade de acesso à educação
de brancos e negros, há 545 mil meninas e meninos negros de 8 a 17 anos que são
analfabetos, contra, 207 mil que são brancos. Quanto ao gênero, 53% dos meninos são
afetados pelo analfabetismo e atraso escolar. Os mais pobres no Brasil, sofrem quatro
vezes mais privação de direitos que os ricos (UNICEF, 2018).
Observando os dados acerca da desigualdade social e educacional no Brasil, fica
evidente o abismo que ainda existe entre a função social da escola para a formação cidadã
e mercado de trabalho e as distorções geradas pela estratificação social. Além disso,
apesar da expansão quanto ao acesso à educação, uma parte da população pobre do país,
em idade escolar, não é atendida pelos sistemas de ensino. Nesse sentido, compreendemos
a desigualdade educacional enquanto parte da privação de outros direitos (desigualdade
moral). Negar a educação ou oferecer uma educação de baixa qualidade, principalmente
à camada popular, é o reforço da marginalização dos oprimidos.
A não oferta da educação de qualidade no Brasil, é uma forma de exclusão social
que se expressa não apenas no desempenho acadêmico dos estudantes, mas também nas
trajetórias escolares de abandono, repetência, reprovação e evasão (CURY, 2007). Cabe
destacar que a desigualdade no campo educacional é um conceito polissêmico
(SAMPAIO; OLIVEIRA, 2015). Nesse sentido, apresentaremos a seguir os
procedimentos metodológicos de levantamento dos estudos e pesquisas nacionais que
discutem a temática da desigualdade educacional, destacando as produções encontradas
em livros, artigos científicos, teses e dissertações.
METODOLOGIA
Para realização do trabalho ora apresentado, recorremos a abordagem qualitativa
de pesquisa (CRESWELL,2007), combinando aspectos da pesquisa bibliográfica e
documental. Foram realizados levantamentos de estudos e pesquisas junto ao banco de
dados da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD); e, Banco de Teses e
Dissertações da CAPES, com recorte temporal de 2000 a 2017. A pesquisa situa-se no
Paradigma Interpretativo que tem como objetivo exercer maior compreensão, significado
e ação, imergindo nos contextos pessoais e sociais dos sujeitos (COUTINHO, 2005). O
paradigma interpretativo se baseia em pesquisas como estudos de caso, empregando
técnicas quantitativas e qualitativas para descrever e analisar um objeto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os descritores utilizados nas buscas dos trabalhos de Teses e Dissertações nas
bases de dados BDTD e Banco de Teses e Dissertações da CAPES, foram refinadas a
partir de levantamento teórico de artigos científicos produzidos sobre o tema das
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produções já realizadas sobre o tema, modelos metodológicos mais viáveis para aferir os
fatores intraescolares, e recortes de observação do objeto de estudo em localidades
diversas. O levantamento, possibilitou ainda, a fixação das categorias de análise como:
Gestão Escolar, Desigualdades intraescolares; Política Educacional e Território, como
integrantes do processo de pesquisa e que se encontram disseminadas nas produções de
Teses e dissertações sobre o tema. O exercício exaustivo, porém, profícuo, de análise ora
pretendido, não se encerra aqui, servindo de base a novos processos de busca e
compreensão sobre o objetivo de pesquisa proposto, a serem desenvolvidos no decorrer
do Relatório da Pesquisa maior.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a toda equipe do Projeto de Iniciação Científica Desigualdades
intraescolares e gestão: estudo comparado em escolas públicas de Mossoró (RN) e à
equipe do Projeto de Extensão UERN vai à escola: formação e acompanhamento da
gestão escolar, por contribuir na execução dessa pesquisa.
REFERÊNCIAS
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Introdução
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Metodologia
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pesquisador. A vista disso, optamos por investigar os arquivos escolares e sua dimensão
como fonte para pesquisa no campo da História da Educação, realizamos investigações
no Educandário Nossa Senhora das Vitórias uma das instituições educativas mais
antigas do município de Assú, criada nos anos iniciais do período republicano.
Desenvolvemos, assim, uma pesquisa de caráter exploratório, por meio das fontes
documentais que nos auxiliaram na investigação, sob uma abordagem qualitativa, e
diálogo com autores que são determinantes para as reflexões e entendimentos acerca do
objeto em estudo.
Para uma discussão mais profunda e com maior clareza da compreensão dos
conhecimentos propostos pelo processo investigativo, este estudo é respaldo teórico-
metodologicamente em concordância com os autores Le Goff (2003), Chartier (1990)
Frago (1995), Vasconcelos (2005) Vidal (2005), Certeau (2002) dentre outros autores
que discutem as categorias de análise que fundamentam o estudo, tais como a Culturas
Escolares, História das Instituições Escolares e Práticas Educacionais.
A escola é uma instituição que atribui-se como parte primordial da história da
sociedade, seus acervos compõem meios para reavivar a memória daqueles que fizeram
parte dessa instituição, logo, os documentos lá arquivados dão indícios sobre as práticas
administrativas e pedagógicas que abrem uma série de possibilidades de análise do
cotidiano da escola.
A partir do mapeamento, digitalização e estudo dos aspectos que emergiram das
fontes, percebemos a valorosa relevância da análise de tais materiais para a
compreensão da história da educação Assuense, bem como para o desenvolvimento de
estudos que contribuam para a historiografia da educação do Estado. Na referida
pesquisa e textos lidos, percebemos que a presença das instituições formadoras de
cunho católico, no âmbito escolar está fortemente ligada com a história da educação no
Brasil, através de ordens e congregações religiosas.
A chegada dessas instituições aqui no Brasil está diretamente ligada com a
intenção da igreja católica em fortalecer os seus ideais e com a atenção especial a
educação feminina, permeando o campo pedagógico com objetivo de educar a chamada
civilização cristã brasileira, considerando que a educação possibilita a elevação dos
padrões culturais dessas alunas.
Consideramos importante entender que momento foi esse, como e porque as
fontes são necessárias para concretizar a história de uma sociedade e de que modo
contribuíam para a formação do cidadão norte-rio-grandense. Pensar nessas práticas
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educativas e culturais, tais como saberes construídos para aquela época através destes
documentos é provocar a reflexão sobre a sociedade no início do século XX, permitindo
conhecer a pluralidade das ideias que orientavam a busca pelos novos caminhos para a
educação pública. As fontes que detectamos sobre a educação no Colégio Nossa
Senhora das Vitórias, compreendem, por exemplo, atas de reuniões, planos
educacionais, diários escolares, cadernos de matriculas e fotografias.
Resultados e Discussão
Conclusão
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Agradecimentos
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VASCONCELOS, Maria Celi Chaves. Pesquisa em História da Educação: Acervos,
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and Environmental Science, Anápolis-Goiás, v.3, n.3, jul.-dez. 2014, p.33-47.
VIDAL, Diana Gonçalves. Apresentação do dossiê arquivos escolares: desafios à
prática e à pesquisa em História da Educação. Revista Brasileira de História da
Educação, Campinas, n. 10, p. 71-73, jul./dez, 2005.
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INTRODUÇÃO
A democracia sempre se caracterizou pela ampliação, cada vez maior, das pessoas
da sociedade que são consideradas como cidadãs. A esse alargamento das fronteiras das
classes que fazem parte da forma de governo democrática deveria estar associado a
ganhos no que tange à participação política. Entretanto, em meio às modulações
performativas da constituição democrática, principalmente no que diz respeito ao modus
do sistema representativo, o que se viu ao longo de décadas foi o afastamento cada vez
maior do cidadão das decisões de Estado, sendo substituído por representantes que, no
mais das vezes, representam unicamente a sua vontade pessoal ou, mormente, a vontade
e os interesses aqueles que financiaram a campanha da eleição, as vezes por meio de caixa
dois, o que torna o eleito tributário de favores que um dia serão cobrados em franca
contradição com os interesses da sociedade que o elegeu.
Nesse sentido, o que vemos é um esvaziamento do interesse pela política e,
consequentemente, pela participação politica uma vez que nos encontramos diante de um
jogo de cartas marcadas. Assim, como mover os cidadãos para cuidar do poder que, uma
vez exercido sobre suas vidas pode vir a ser benéfico, muita embora, o mais das vezes, se
apresenta como nefasto, incongruente, injusto e incompetente vis-à-vis do bem público?
Assim, nossa pesquisa tem como objeto pensar o papel das redes sociais, no novo
contexto da cibernética, da disseminação do uso da internet, da afiliação de pessoas, de
forma cada vez mais continuada ao microcosmo das redes sociais o que possibilita, por
um lado, o reconhecimento em grupos de interesses, a adesão a ideários comuns, a
manifestação conjunta em grupos sociais, o processo de identificação e a abertura para a
declaração de interesses e pontos de vista mas, por outro lado, a convivência com a
identidade que exclui as divergência, a unicidade das vozes do grupo impossibilitando o
dissenso, a manipulação e a modelação dos interesses o que leva a polarizações, ao
recrudescimento de posturas radicais, à disseminação de Fake News, à atividades de
calúnia, de trollagens, entre outras questões menos nobres na nova arena política.
Mais do que nunca se faz necessário pensar esse novo cenários que surgiu em
meados dos anos 90 d0 século XX e se configura como o espaço por excelência do
política. Nesse sentido, vimos a ascensão de novos atores políticos na Itália, o crescimento
da extrema direta em países escandinavos, a vitória do “sim” ao Brexit, a vitória de
Donald Trump em 2016 e a de Jair Bolsonaro em 2018, o que nos faz pensar que o que
1
Estudante do curso de Bacharelado em Serviço Social do Departamento de Serviço Social da Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: josefaferreira@alu.uern.br.
2
Professor do Departamento de Filosofia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Líder do
Grupo de Pesquisa Democracia em Rede; e-mail: telmir@gmail.com.
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poderia ser uma saída para a renovação da democracia tem se tornado, de fato, um dos
fatores do seu descrédito, da sua derrocada e do seu enfraquecimento.
Assim, as redes sociais se nos apresentam com um campo de possibilidades ainda
em aberto no que tange a uma perspectiva de participação política que venha a
desenvolver e a fazer funcionar, de forma adequada, a democracia. Como muitas das
criações humanas, as redes sociais são inócuas, dependendo seu aspecto benéfico ou
nocivo dos usos que dela são feitos. Nossa pesquisa consiste em observar os riscos que
levam aos usos inadequados e antidemocráticos, e pensar, de forma prospectiva, nos usos
possíveis que venham a servir de suporte à democracia enquanto governo que visa ao bem
comum.
METODOLOGIA
Nossa pesquisa teve um caráter eminentemente bibliográfico. Muitas são as
publicações que tentam dar conta dos modus hodiernos do fazer democrático e, em maior
quantidade aquelas que tratam do universo telemático, das suas possibilidades e dos seus
riscos. A despeito de que, no que concerne ao dia-a-dia do exercício do poder na
atualidade, podermos ter nos servido de uma vasta publicação que se dá em jornais e
revistas, nos broadcastings das principais emissoras de televisão, nos detivemos
referências bibliográficas mais recentes de pesquisadores e escritores que tratam desse
novo momento das redes sociais, das empresas de Big Data e da política nos últimos anos.
Tendo em vista a atualidade da temática, nos detivemos em livros bem recentes
como o de James Bridle que trata da regressão do conhecimento, dada a intensidade,
velocidade e impossibilidade de dar conta das informações com que somos bombardeados
na cotidianidade, o que conduz, segundo o autor, a que ele considera de A nova Idade
Média, situação que nos conduziria, segundo Eugeny Morozov, à morte da política pela
atuação das grandes corporações como ele indica em seu livro intitulado: Big tech: a
ascensão dos número. No que tange ao desenvolvimento histórico dos usos políticos da
internet, temos a obra Engenheiros do caos de Giuliano da Empoli, que nos apresenta
como a perspectiva de dar voz aos sem voz, sem deixar de manipulá-los, obviamente, fez
nascer, na Itália, o Movimento Cinco Estrelas que associou o uso de dados para
compreender o que desejavam os eleitores e, com isso, construir um produto política
capaz de seduzir eleitores de vários espectros políticos fazendo nascer o que conhecemos
como a manipulação política da democracia na atualidade.
Em contraponto às denúncias de Da Empoli e Morozov, por exemplo, temos o
livro de Davi Sumpeter, Dominados pelos números: do Facebook e Google às Fake News
– os algoritmos que controlam as nossas vidas, que afirma, baseado em dados e modelos
matemáticos, que toda a aura conspiracionista que associa as Big techs com a
manipulação de dados nada mais é do que um efeito sofístico, por assim dizer. Da
coletânea desses e de outros textos construímos a metodologia de nossa pesquisa.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Uma pesquisa de tal envergadura, tendo em vista um objeto recente e que está se
constituindo, apresenta resultados promissores, mas ainda incipientes, tanto assim que o
presente projeto vai ser continuado para investigar os aspectos virtuais da participação
política por meio das redes sociais. Entretanto, constatamos que, de fato, a despeito da
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postura negacionista assumida por Sumpter (2019), as Big techs como aponta Morozov
(2018) são capazes não só de acumular, concentrar e manipular megadados dos usuários
da internet, hoje a grande maioria da população mundial, como também estão aptas, por
meio de seus algoritmos, de promover tanto produtos, como necessidade, quanto
plataformas políticas.
Nesse sentido, essas grandes empresas cuja riqueza é maior que o PIB de vários
países mundiais de grande envergadura, como o Brasil, são capazes de, visando o lucro e
a ascensão do modo digital do capitalismo, promover mentalidades, modos de agir e
formas de pensamento que visem manipular a opinião pública levando ao ocaso da
política, uma vez que a mobilização baseada na perspectiva do engodo político tende a
anular a vontade das pessoas, o dissenso, a diversidade e, com isso, embotar o significado
efetivo de uma participação política real.
Da Empoli (2019) mostra que esse tipo de postura foi o motor do Movimento
Cinco Estrelas, que levou à vitória d’A Liga, na Itália. Essa mudança do cenário político
se baseou na gestão das insatisfações dos italianos com a política tradicional por um
analista de mídia digital associado a um ator/palhaço de grande expressão na Itália, Beppe
Grillo. Essa manipulação das massas se deu à reboque da Operação Mãos Limpas, que
comprovou o enraizamento da corrupção na vida política e empresarial da Itália e, com
isso, promoveu a destruição da maioria dos partidos tradicionais. Por outro lado, essa
derrocada política gerou o surgimento de novos partidos, de velhas insatisfações e de
novas manipulações.
Nesse contexto pessoas que estavam fora da política tradicional viram a
possibilidade de participar da vida pública e da política. As redes sociais surgem, nesse
momento, como a possibilidade de realizar a essência da democracia, mas não é isso que
aconteceu mundo afora.
De fato, as redes sociais têm em seu cerne essa possibilidade de efetivar,
em muitos sentidos, o projeto de um engajamento político das pessoas. Entretanto, o que
vemos, ainda, é um uso coordenado pelas forças econômicas, sociais e políticas que dão
suporte ao Capital, em se utilizar da participação política como uma forma de
confirmação de um ideário, de práticas e de posturas que interessam mais à burguesia em
suas várias modalidades que, propriamente, à grande massa de trabalhadores.
Há que se compreender o potencial das redes sociais no que concerne à
democracia e fazer dessa ferramenta de sociabilidade uma estrutura capaz de promover
um acesso às diferenças, às diversidades, aos dissensos que comportam a ampliação do
espaço democrático. Fora dessa perspectiva o que temos é uma mise-en-scéne que
midiática que permuta a democracia pela manutenção da ignorância do povo e promove
a sua eterna manipulação.
CONCLUSÃO
As redes sociais são uma realidade no que diz respeito às formas de sociabilidade
no mundo contemporâneo e, como diz Jean-Jacques Rousseau, filósofo genebrino da
época do Iluminismo, o progresso não dá passos para trás. Cabe a nós compreendermos
as possibilidades e os limites desse novo modo de ser da sociedade humana.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRIDLE, James. A nova Idade Média: A tecnologia e o fim do futuro. São Paulo:
Editora Todavia, 2019.
EMPOLI, Giuliano da. Os engenheiros do caos. São Paulo: Editora Prestígio, 2020.
MOROZOV, Eugeny. Big tech: a ascensão dos números e a morte da política. São Paulo:
Ubu Editora, 2018.
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INTRODUÇÃO
1
Graduando em Pedagogia – CAP/UERN-Patu/RN. Voluntário na Pesquisa do Programa Institucional de
Iniciação Científica (PIBIC). E-mail: gilson1200@hotmail.com.
2
Orientadora. Professora Dra. do Departamento de Educação do CAP/UERN, Líder do Grupo de Pesquisa
FORMACE.
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A formação e o trabalho docente é importante, uma vez que o mesmo deve estar
consciente que sua formação deve ser contínua e estar relacionada ao seu dia-a-dia. Segundo
Nóvoa (2002, p. 23), “o aprender contínuo é essencial e se concentra em dois pilares: a
própria pessoa, como agente, e a escola como lugar de crescimento profissional permanente”.
Para este estudioso, a formação continuada se dá de maneira coletiva e depende de
experiência e reflexões como instrumentos de análise. Nesse contexto, a prática pedagógica
estará sempre nesse processo contínuo em busca da construção do saber, o que significa a
constituição de uma conduta de vida profissional. Tal conduta visa gerir o processo educativo
dos níveis da prática reflexiva e da ciência aplicada.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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LUKÁCS, G. Prolegômenos para uma ontologia do ser social. Tradução de Lya Luft e
Rodnei Nascimento. São Paulo: Boitempo, 2010.
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Larissa Júlia Souza Santos1; Maria Leidiane A. Marinho Honorato2; Clea Fiama de Andrade
Freire3; Antônia Batista Marques4
INTRODUÇÃO
O contexto educacional vivenciado nos dias atuais se configura como um reflexo de um
longo processo de mudanças que tiveram início no final do século passado. Esta pesquisa situa-
se no campo das discussões sobre o ensino e a aprendizagem deste século, de modo geral e, em
particular, no contexto das pesquisas sobre a dimensão subjetiva da realidade escolar com
ênfase nas significações de uma professora sobre o Programa Residência Pedagógica.
Para a realização desse estudo utilizamos os pressupostos teórico-metodológico da
psicologia soco-histórica, que tem sua gênese no materialismo histórico dialético, através dela,
é possível apreender o movimento da realidade e suas contradições. Esse movimento de
apreensão da realidade é feito utilizando-se as categorias que compõe o método, pois segundo
Aguiar e Machado (2016, p. 263) “As categorias permitem a apreensão da materialidade do
real, de sua essência, que, por ser dialética, é também movimento, processo.”
Para tanto, ressaltamos que este trabalho traz o resultado parcial da pesquisa PIBIC
(Programa Institucional de Bolsas de iniciação científica), ou seja, foi analisada as falas de uma
das professoras/preceptoras que participou do programa. Esta, por sua vez, será chamada pelo
nome fictício de Sensibilidade, pois durante todo o seu discurso foi possível perceber um olhar
sensível diante da realidade.
Destacamos a relevância deste trabalho, haja vista, existir poucas produções sobre a
temática, e bem como, por contribuir efetivamente para a descrição, análise e avaliação da
primeira experiência do RESPED-Pedagogia, consequentemente para a formação inicial no que
se refere ao processo de iniciação científica e formação continuada dos professores/preceptores.
Assim sendo, nos propomos a responder a seguinte pergunta de pesquisa: quais as significações
das professoras/preceptoras sobre o Programa Residência Pedagógica? Sendo assim, temos
como objetivo geral, apreender as significações da professora/preceptora em relação ao
programa Residência Pedagógica, ou seja, os sentidos e significados atribuídos por ela ao
programa.
Através da proposta metodológica dos núcleos de significação foi possível levantar
cinquenta e dois pré-indicadores, ou seja, iniciou-se a busca por palavras e trechos da fala da
professora, que nos levasse a apreender as significações da mesma, em relação ao programa.
Vejamos o que Aguiar; Soares; Machado (2015, p. 03) relatam sobre a palavra com significado:
“[...] é o mais importante material de análise e interpretação utilizado pelo pesquisador para
apreender as significações constituídas pelo sujeito frente à realidade.” Os pré-indicadores
foram aglutinados em dez indicadores. A etapa de sistematização dos indicadores consiste: “[...]
1
Graduanda em pedagogia\ juliasantos.16@hotmail.com\ UERN
2
Graduanda em pedagogia\anemarinhoa@hotmail.com\ UERN
3
Graduanda em pedagogia\ cleafiamagov@hotmail.com\ UERN
4
Doutora em educação \ antoniabatista@uern.br\ UERN
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não apenas em destacar elementos de uma totalidade [...] mas também, neles penetrar,
abstraindo a complexidade das relações contraditórias e históricas que o constituem.”
(AGUIAR; SOARES; MACHADO, 2015, p. 67). E por último, os dez indicadores se
aglutinaram em dois núcleos de significação: 1. As mediações constitutivas da professora: da
escolha da profissão ao divisor de águas. 2.vivências e dificuldades financeiras: contribuições
do RESPED para a formação inicial superam a falta de bolsas.
Para a construção do primeiro núcleo de significação foram aglutinados cinco
indicadores que são: mediações constitutivas para a escolha da profissão, primeira impressão
sobre o programa, oportunidade de aprendizagem e desenvolvimento, rever conceitos e divisor
de águas. Abordamos a trajetória da professora desde as mediações constitutivas que a levaram
a escolher o curso de pedagogia, até o momento em que a mesma teve a oportunidade de
participar do programa.
No segundo núcleo destacamos o sentido que a professora dá as contribuições do
programa por meio das atividades e da relação entre as professoras e residentes, bem como, os
benefícios através da formação inicial das alunas, trazendo novidades, e embasamento em seus
conhecimentos. E por último, analisamos o posicionamento da professora, a respeito das
dificuldades financeiras enfrentadas pelas residentes, no entanto, ela ressalta a relevância do
programa para a formação inicial e incentiva a participação.
METODOLOGIA
O contexto da pesquisa foi o Programa Residência Pedagógica, no qual os sujeitos foram
três colaboradoras, estas são professoras/preceptoras que participaram do Programa. Utilizamos
os pressupostos teórico-metodológico da Psicologia Sócio-Histórica e autores como: Aguiar,
Soares e Machado, Marques, Barbosa e Barbosa e dentre outros. Para produção dos dados
utilizamos a entrevista reflexiva. Para análise e interpretação das informações utilizamos os
núcleos de significação. Nessa feita foi realizada a análise das falas de uma das professoras que
participaram da pesquisa. Utilizamos algumas categorias que compõe o método materialismo
histórico dialético e da psicologia Sócio-histórica que são: historicidade, mediação, atividade,
sentidos e significados. Segundo Aguiar e Machado (2016, p.264) “acredita-se que ao se lançar
mão do pensamento categorial, criam-se possibilidades de desvelar a realidade da docência,
incluindo-se aí as significações da atividade que são constituídas pelos professores.”
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O resultado da pesquisa culminou em dois núcleos de significação. De acordo com
Marques, Soares e Barbosa (2020, p.185 ) “[...] cada núcleo de significação busca revelar o
sujeito na sua totalidade, no seu movimento, de forma não fragmentada”. Assim, no primeiro
núcleo intitulado: Mediações constitutivas da professora: da escolha da profissão ao divisor de
águas foi selecionada algumas falas para análise e interpretação.
Relacionando com o núcleo supracitado, foi solicitado que Sensibilidade falasse um
pouco de sua trajetória como professora. Segundo ela, a escolha da profissão se deu pela
vocação, ou seja, em suas palavras é como se já tivesse nascido com o dom para exercer a
profissão docente, sobretudo com as crianças pequenas.
Corroborando com esse pensamento vejamos o que sensibilidade fala: “veio primeiro a
vocação pra depois vir minha escolha [...]”. Com relação a esse aspecto é possível perceber a
abordagem inatista bastante presente em sua fala, ou melhor, fica explícito que em sua
concepção as pessoas já nascem com uma bagagem hereditária que orientam suas escolhas. De
acordo com Dalbosco “ [...] o inatismo se baseia na tese de que as ideias nascem com o sujeito,
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos resultados da pesquisa acredita-se que foi possível apreender as significações
da professora\preceptora sobre o Residência Pedagógica – UERN. Para, além disso, ficaram
evidentes os sentidos que Sensibilidade atribuiu ao programa, pois além das oportunidades que
ela frisa, para a sua formação continuada, também destaca o nível da formação das alunas do
curso de pedagogia, e bem como, as contribuições que elas trouxeram para o chão da escola.
Dito isto, ela faz menção sobre as suas contribuições para a formação inicial das residentes. A
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professora, elogia a estrutura do programa, inclusive, que manteria da mesma forma, porém,
cita como ponto negativo a falta de bolsas e as dificuldades financeiras existentes, no entanto,
ressalta a relevância do programa para a formação inicial e aconselha a participação no mesmo.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Wanda Maria Junqueira & OZELLA, Sergio. Núcleos de Significação como
Instrumento para a Apreensão da Constituição dos Sentidos. Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2006, 26 (2), 222-245.
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Introdução
Metodologia
Resultados e discussão
1
Estudante regular do curso de graduação em Ciências da Religião da Univers idade d o Es t ado d o Rio
Grande do Norte no Campus Avançado de Natal. E-mail: carlos_geografia@hotmail.com
2
Professor do Departamento de Ciências da Religião da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
– UERN. Participante do Grupo de Pesquisa Educação, Cultura e Fenômeno Religioso. E-mail:
valdicley_bambucha@yahoo.com.br
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Conclusão
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Referências
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Introdução
Metodologia
Resultados e Discussão
1
Estudante do curso de Filosofia do Departamento de Filosofia da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte – UERN. Membro do Grupo de Pesquisa Ensinar e Aprender na Educação Básica e bolsista do Projeto de
Iniciação Científica “‘Exercícios emancipatórios’: para uma aprendizagem de Filosofia a partir do Mestre
Ignorante de Jacques Rancière”.; e-mail: josemarcusguedes@gmail.com
2
Professor do Departamento de Filosofia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Vice-Líder do
Grupo de Pesquisa Ensinar e Aprender na Educação Básica; e-mail: joseteixeira@uern.br
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Não há ignorante que não saiba uma infinidade de coisas, e é sobre este saber, sobre
esta capacidade em ato que todo ensino deve se fundar. Instruir pode, portanto,
significar duas coisas absolutamente opostas: confirmar uma incapacidade pelo
próprio ato que pretende reduzi-la ou, inversamente, forçar uma capacidade que se
ignora ou se denega a se reconhecer e a desenvolver todas as conseqüências (sic) desse
reconhecimento. O primeiro ato chama-se embrutecimento e o segundo, emancipação.
No alvorecer da marcha triunfal do progresso para a instrução do povo, Jacotot fez
ouvir esta declaração estarrecedora: esse progresso e essa instrução são a eternização
da desigualdade. Os amigos da igualdade não têm que instruir o povo, para aproximá-
lo da igualdade, eles têm que emanciparas inteligências, têm que obrigar a quem quer
que seja a verificar a igualdade de inteligências. (RANCIÈRE, 2002, p. 11, grifo
nosso).
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diferença, enfatiza Walter Kohan, em seu texto A igualdade (2019). É importante que se diga e
que se faça notar que a igualdade não se opõe à diferença, no entanto, opõe-se à desigualdade,
de tal forma que todos nós somos iguais e diferentes, iguais em nossas capacidades de aprender
e de produzir conhecimento e saber, mas diferentes nas nossas formas de manifestar tais
saberes. O que não pode acontecer, afirma Kohan (2019), é sermos iguais e desiguais,
superiores e inferiores. Baseado nas discussões de Paulo Freire e de Joseph Jacotot, Kohan
(2019) afirma que a diferença gera uma condição para a igualdade, pois se não fôssemos
diferentes, não haveria, dessa forma, a necessidade da igualdade.
A relevância de tais discussões dar-se em razão dos graves problemas de aprendizagem
enfrentados nos sistemas educacionais, sobretudo, os públicos. Portanto, esse Projeto visa
repensar os sentidos da aprendizagem e a partir de uma perspectiva filosófica encontrar formas
de engajar os estudantes através dos exercícios emancipatórios. Uma vantagem dessa
metodologia é que ela não requer muitos custos ou grandes aparatos técnicos, pois com os
materiais disponíveis na própria escola já é possível realizar tais exercícios, como no exemplo
demonstrado neste texto. Uma possível desvantagem é o tempo reduzido das aulas de Filosofia,
dispostas uma vez por semana, em cinquenta minutos aula.
Conclusão
De modo conclusivo queremos destacar o cumprimento dos objetivos de nosso plano
de trabalho, que vão desde a leitura da obra principal O mestre ignorante, realizada em sua
totalidade, bem como promovemos discussões a respeito da aprendizagem filosófica a partir de
tal obra. Por fim, construímos, com base nas análises e interpretações da obra principal e outras
secundárias, os exercícios emancipatórios, pensados para serem executados no Ensino Médio.
Agradecimentos
REFERÊNCIAS:
KOHAN, Walter Omar. Três lições de filosofia da educação. Educ. Soc. [online]. 2003,
vol.24, n.82, pp.221-228. ISSN 0101-7330. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-
73302003000100012.
KOHAN, Walter Omar. A igualdade. In: KOHAN, Walter Omar. Paulo Freire, mais do que
nunca: uma biografia filosófica. 1. ed.: 1. reimp. – Belo Horizonte: Vestígio, 2019, p. 81-
122.
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Maria do Desterro Ciriaco de Souza1; Leilia Roseane da Costa Silva2; Ricardo dos Santos Pereira3;
Suênia de Lima Duarte4.
Palavras-chave: Formação Docente. Autoconhecimento. Jornal de Pesquisa.
Introdução
Ao longo da formação do ser professor estão presentes aspectos formais, como os
relacionados aos conteúdos trabalhados, a metodologia utilizada, o tempo da formação, assim
como os aspectos sociais, culturais e subjetivos. A formação, portanto, deve considerar a
pluralidade.
Seguindo essa lógica, não podemos negar os outros atributos que perpassam a
formação e nossas ações, inclusive o olhar para nós mesmos no espaço em que nos situamos.
O ser professor não é apartado de quem nós somos, pois nos conhecermos é fundamental.
Precisamos conhecer a nós mesmos, inclusive nossos próprios demônios. Compreendê-los e
assumi-los, assim como Morin (1995) nos fez perceber na obra Meus demônios, é imperante,
visto que todo conhecimento implica um autoconhecimento. Esse pensar sobre nos mesmos,
sobre o humano que somos e sobre a humanidade, estaria tendo assento nos cursos de formação?
As reflexões que até aqui levantamos trazem aspectos que muitas vezes escapam as
nossas percepções rotineiras e, por esse motivo, é preciso um olhar atento, reflexivo e constante
de todos que estão imersos no processo de formação de professores. Nesses termos, passamos
a nos indagar a cerca dessa realidade e, dessas reflexões, emergiu nossa questão de partida:
como os cursos de licenciatura em educação física estariam atuando na formação dos futuros
professores? Para pensar essa questão, direcionamos nossos olhares ao Curso de licenciatura
em Educação Física, do Campus de Pau dos Ferros, da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte (CEF/CAPF/UERN), instituição a que fazemos parte, enquanto discentes e docente.
Seguindo essa perspectiva, mas também considerando a pandemia do Covid-19, que
tem nos assolado a cerca de cinco meses, interrompendo as aulas da referida Instituição de
Ensino e exigindo uma reorganização desta investigação, percebemos que, para o momento,
seria impossível uma aproximação que desse conta de toda essa realidade. Por esse motivo,
direcionamos nossas lentes, exclusivamente, para os sujeitos em formação, os quais podem nos
propiciar uma leitura sobre a atuação do referido curso na formação discente e, desse enfoque,
produzimos nossos objetivos: o primeiro visa refletir sobre o ser professor partir do olhar de
discentes em formação do CEF/CAPF/UERN e o segundo analisar a percepção dos discentes
acerca da contribuição do jornal de pesquisa para a sua formação.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa qualitativa que, segundo Minayo (1994), busca responder a
questões muito particulares, firmando-se como um espaço de intuição, uma vez que explora o
subjetivismo, aprofundando-se no mundo de significados das ações e relações humanas,
preocupando-se com um nível de realidade não quantificável, mas com o universo de
significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes.
1
Discente do CEF/CAPF/UERN; e-mail: desterrosouza2014@gmail.com
2
Discente do CEF/CAPF/UERN; e-mail: leiliaroseane@outlook.com
3
Discente do CEF/CAPF/UERN; e-mail: rikardosantos.rp@gmail.com
4
Docente do Discente do CEF/CAPF/UERN; Participante do Grupo de Pesquisa Educação Física, saúde e
sociedade; e-mail: limaduarte-uern@hotmail.com
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Nesse sentido e partindo dos nossos objetivos, procuramos investigar o ser professor
a partir da percepção dos discentes em formação. Para tanto, nos propomos a investigar alunos
regularmente matriculados no CEF/CAPF/UERN, assim como no PARFOR5, todavia, esses
últimos não puderam fazer parte da investigação, pois estavam em processo final de formação,
desenvolvendo seus trabalhos de conclusão de curso. Outro aspecto que merece ser destacado
é que, com a pandemia do Covid-19, houve dificuldade no recrutamento, o que fez reduzir os
sujeitos investigados a 03 discentes, selecionados por adesão. Para preservar suas identidades,
foram identicados com nomes fictícios: Amanda, Ana e Alice.
Como estratégia para o levantamento de informações, optamos por trabalhar apenas
com os jornais de pesquisa (JP) que, além da função citada, é um recurso teórico-metodológico
capaz de auxiliar no processo formativo para a escrita, a leitura, a (re) organização das ideias,
como também possibilita uma autoformação daquele que o escreve (BARBOSA, 2010).
Como o JP era uma recurso novo para os investigados, foram realizados dois
momentos de familiarização, através do google meet, e que possibilitou que os mesmos
pudessem realizar suas escritas. Estas deveriam ser feitas diariamente e, se não, quando
tivessem interesse em fazê-las. Por isso mesmo, era uma escrita livre, na qual os alunos
realizavam produções relativas a sua formação, a escola, ou mesmo tudo aquilo que pudesse
pensar nesses espaços ou mesmo a si mesmos.
É importante frisar que a escrita do JP, pode conduzir a um processo por meio do qual
o sujeito, aproxima-se do conhecimento de si e adquire consciência de seu percurso formativo.
Constitui-se, dessa forma, como uma experiência viva e reflexiva sobre si e suas trajetórias
formativas.
As informações obtidas a partir dos JP produzidos foram analisadas procurando
identificar elementos que permitissem a construção de nossas reflexões, especificamente acerca
do ser professor e ou de outros elementos que se inter-relacionassem com essa temática.
Resultados e discussão
Trilhando um caminho para pensar a formação docente, buscamos refletir sobre o ser
professor a partir do olhar de discentes em formação. Para tanto, analisamos a escrita dos JP
realizada pelos participantes desta pesquisa, a fim de pensar essa formação e refletirmos sobre
esse recurso metodológico para a formação do indivíduo. Constatamos que a escrita se
evidencia como um espaço de manifestação da subjetividade dos discentes, a qual parece ir se
fortalecendo. Quanto mais se escreve e se reflete sobre um dado aspectos, coisa, sujeito ou
realidade, mais entra em ebulição a manifestação do ser subjetivo6.
Em sequência, direcionamos o olhar para formação a partir da escrita dos JP e nos
deparamos com trechos como o de Amanda, que diz:
“Ainda não decidi ao certo se é o que realmente quero para o meu futuro, vou
seguir nas etapas da formação e no caminhar descubro as respostas. Se
destinar a docência, vou da o meu melhor, ser dinâmica, minha paciência
será bem colaborativa já que um dos leques do ser professor é ter paciência.”
(Amanda-16/07/2020)
Percebemos uma preocupação em dar o seu melhor para formar o outro. Ao escrever
que não decidiu ainda o que quer, pode até parecer estranho, mas a partir de o momento em que
ela se permite questionar, ela, naturalmente, já está se descobrindo e assumindo das rédeas do
seu existir. Esse aspecto é importante, como aponta Arroyo (2013, p.55): “A necessidade de
5
Programa de Formação, vinculado a CAPES, desenvolvido no CEF/CAPF/UERN.
6
É preciso ressaltar que, por mais que nos assumamos como seres subjetivos, não podemos desconsiderar a
objetividade que também nos perpassa e nos torna quem somos. A objetividade e a subjetividade, assim como bem
destacam Berger e Luckmann (1995) compõe o indivíduo que somos.
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Conclusão
Diante das análises realizadas, é possível ratificar que a formação do ser professor não
se faz apenas a partir do ensino e da aprendizagem de saberes técnico-metodológicos. Outros
aspectos podem estar presentes e contribuir de maneira significativa. Nesses termos, a reflexão
e o autoconhecimento, mobilizados a partir da escrita do JP, constituíram-se como partícipes
na construção do ser professor reflexivo. É possível aprender e reconstruir seus saberes a partir
do autoconhecimento, que vem contribuir de forma significativa no processo de formação.
Acreditamos que é importante dar espaço para que o aluno possa pensar sobre si, permitindo a
construção de um olhar voltado para si, para sua formação, para o ser professor e para o mundo.
Ser docente parte de quem você é e de todo seu trajeto de vida, sem desconsiderar os aspectos
inerentes de cada sujeito e essas marcas revelam e subjetiva o ofício de ser professor. Percebe-
se ainda que os discentes em formação conseguem construir reflexões sobre a sua jornada
formativa, identificando elementos importantes para sua assunção como futuros professores.
Agradecimentos
Pela conclusão deste trabalho, agradecemos a Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte por ter concedido a aprovação PIBIC. Aos sujeitos envolvidos no processo de escrita
durante essa etapa da pesquisa. Ao professor Helder Cavalcante Câmara, por ter contribuído
significativamente no desenvolvimento deste projeto.
Referências
ARROYO, Miguel G. Ofício de Mestre: imagens e autoimagens. 15. ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2013.
BARBOSA, Joaquim G; HESS, Remi. O diário de pesquisa: o estudante universitário e seu
processo formativo. Brasília: Liberlivro, 2010.
BERGER, P. & LUCKMANN, T. A construção social da realidade. Petrópolis: Vozes, 1995.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo:
Paz e Terra, 2011.
MINAYO, Maria Cecília de Souza et a.l (org.). Pesquisa Social: Teoria Método e Criatividade.
21. ed. Petrópolis: Vozes, 1994.
MORIN, E. Meus demônios. Portugal: Publicações Europa-América, 1995.
PIMENTA, Selma Garrido. Saberes pedagógicos e atividade docente. 3. ed. São Paulo:
Cortez, 2002.
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Introdução
Metodologia
1
Professora do Departamento de Geografia, Campus Universitário Central da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte, Laboratório de Ensino de Geografia, Grupo de Pesquisa em Educação Geográfica, Grupo de
Estudos em Geografia Urbana e Econômica; e-mail: joseliacarvalho@uern.br;
2
Graduando do Curso de Geografia, Campus Universitário Central da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte, Laboratório de Ensino de Geografia, Grupo de Pesquisa em Educação Geográfica, Grupo de Estudos em
Geografia Urbana e Econômica; e-mail: eliassilva4k@gmail.com.
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exame das construções apresentadas por parte dos alunos, pudemos constatar o que ora
apresentamos na seção seguinte.
Resultados e Discussão
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formação do professor, no sentido da formação deu um professor reflexivo, que aprende com
sua prática, o que nos motiva a apostar no que podemos denominar de “epistemologia da
prática”. Assim, esse professor ampliará essa capacidade reflexiva aos seus alunos, fazendo-
os aprender a partir da própria reflexão, fugindo à tríade clássica e inerte de “apresentação-
explicação-perguta sobre dúvidas”.
Dentre as características essenciais que é destacado acima, temos algumas que as
consideramos fundamentais para a prática de ensino em Geografia. O trabalho em equipe
torna-se fundamental para a construção do indivíduo, para pratilhar ideias e para realização de
atividades que ajudam no desenvolvimento intelectual do aluno. Sem contar, do uso da
problematização da realidade dos alunos, que aproxima os conteúdos da ciencia geográfica
com a realidade dos alunos.
Práticas de ensino na ciêcia geográfica, geralmente, exploram o campo, já que o
trabalho de campo viabiliza ainda mais aos alunos entender o seu mundo com as lentes da
geografia. O trabalho de campo, na ciencia geográfica, torna-se de fundametal importância,
por meio de metodologias ativas.
Como profissionais em educação, não podemos nos limitar a condições impostas nos
ambientes escolares, que venham a impedir de desenvolvermos essas proposições. Conforme
Silva (2019), os arredores das escolas, o bairro em que a escola está inserido, e até mesmo o
percurso que os alunos fazem da escola para casa, disponibilizam uma série de informações
que fazem desses espaços excelentes laboratórios.
É certo que, para desempenhar boas práticas de ensino, o professor deva manter-se
com algumas características que o conduz a ser mediador do conhecimento, como
organização, pesquisa, metas e avaliação processual. A observação do desenvolvimento dos
alunos torna-se de fundamental importância para identificar o que já tem construido ao longo
de uma dado período. Torna-se importante que existam inúmeras práticas que visam à
aprendizagem significativa do aluno, como o trabalho coletivo, o uso de oficinas, de
seminários, entre outros. Logo, para se ter boa mediação pelo professor, é necessário que o
mediador do conhecimentotome consigo organização com suas práticas de ensino.
Almeida (2015, p. 5) nos destaca práticas essenciais para a organização do professor
em sala de aula: a) partir da reflexão sobre os alunos: quem são, onde moram, como é sua
vida escolar, quais são seus anseios e dificuldades, como é sua vida familiar, qual sua
condição social; b) procurar saber que conhecimentos específicos de geografia os alunos
possuem; c) propor metas claras quanto ao ensino de geografia a serem atingidas durante o
período letivo (bimestral, semestral ou anual); d) elaborar um plano de trabalho juntamente
com os alunos, tendo em vista as metas propostas; e) avaliar os alunos quanto ao seu
desempenho e em função do processo desenvolvido.
Práticas como essas apresentadas acima ajudam de maneira significativa na
organização do professor. Ressaltamos que não acreditamos em receitas que nos levam a
perfeição na prática de ensino. Antes, valorizamos a autonomia do profissional em educação,
e a inovação que os mediadores do conhecimento podem desenvolver cotidianamente no seu
ambito de trabalho. Sobretudo, é necessário esforço e dedicação pelo trabalho docente, pois
são inúmeras as práticas que devem ser aplicadas para a boa construção do conhecimento
Agradecimentos
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qual estendemos nossos agradecimentos aos seus alunos, que se dispuseram a estabelecer o
contínuo diálog conosco, por meio de atividades desenvolvidas em sala de aula.
Referências
SILVA, Alcinéia S; FARIAS, Ricardo de C; LEITE, Cristina M. C.O trabalho de Campo para
além de uma atividade prática nas aulas de Geografia: Uma Metodologia de viabilização da
construção do conhecimento Geográfico.Revissta Tomoios,São Gonçalo (RJ),ano 15, n. 1, p.
31-45, jan-jun. 2019.
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INTRODUÇÃO
O tema da produção, comércio e consumo de drogas ilícitas está constantemente em
voga no debate público, mas sempre acompanhado de opiniões moralistas e seletivas. Nos
debates da administração pública o tema ganhou, ao logo da história, uma correlação com a
desordem pública. Os jornais, por sua vez, sempre acompanharam essa visão e deram
publicidade aos casos de pessoas envolvidas com o uso e o comércio de drogas ilícitas.
No campo acadêmico, a pesquisa sobre as drogas ilícitas, no Brasil, ainda é incipiente,
se compararmos aos impactos que este fenômeno causa na sociedade. A pesquisa sobre o tema
das drogas carece de mais dados e interpretações que ultrapassem os entendimentos fechados
da segurança pública. O tema precisa de abordagens de diferentes áreas para que seja possível
criar um entendimento cada vez mais maduro em relação às drogas.
Neste sentido, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) em
História, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), “Ébrios, loucos e
arruaceiros: produção de saberes sobre os usos de substâncias inebriantes na imprensa
nordestina (1932-1964)”, coordenado pelo Prof. Dr. Carlos Eduardo Martins Torcato, tem sua
pertinência na contribuição de construção do conhecimento histórico com a temática das
drogas. Dentro desta pesquisa mais ampla, surgiu um tema mais específico. O recorte temporal
se dá pela criação da CNFE, em 1936, no primeiro Governo de Getúlio Vargas (CARVALHO,
2013), até o ano de 1964, quando ocorreu uma mudança na conjuntura política Brasileira com
a instalação do Regime Militar.
Analisando as notícias dos principais jornais do Rio Grande do Norte, a partir das
primeiras notícias sobre a CNFE em 1939, os jornais “A Ordem”, “Diário de Natal” e “O Poti”,
foi identificado a preocupação da Comissão Nacional de Fiscalização de Entorpecentes (CNFE)
sobre as plantações de maconha no Nordeste brasileiros. Portanto, este trabalho se propõe a
apresentar os resultados de tal análise e colocar a imprensa potiguar como um campo fértil para
a pesquisa sobre a História das Drogas.
METODOLIGIA
O acesso às fontes jornalísticas foi possibilitado pela pesquisa no acervo digital da
Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. Neste repositório de arquivos digitalizados, foi
realizado buscas por palavras-chaves relacionada ao objeto de pesquisa. Palavras como
maconha, cocaína e entorpecentes ajudaram a localizar notícias sobre produção, tráfico,
consumo e combate às drogas. Portanto, um catálogo de notícias relacionadas às palavras-
chaves escolhidas foi constituído, acompanhado de descrições sobre a materialidade e
recorrência das publicações. Este banco de dados possibilitou o cruzamento de informações
para uma análise mais ampla acerca de notícias sobre reuniões e ações da CNFE relacionadas
1
Professor Adjunto II – Departamento de História da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Mossoró-
RN, e-mail: carlostorcato@uern.br
2
Estudante do curso de Licenciatura História – Departamento de História da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte, Mossoró-RN, e-mail: ericssousa@gmail.com
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ao nordeste brasileiro.
A análise destes dados se fundamentou nos estudos teóricos de pesquisa em periódicos,
como é o caso do artigo de Tânia Regina Luca História dos, nos e por meio dos periódicos
(2011), que contém orientações de como tratar estes tipos de fontes . Já para obter informações
sobre os jornal pesquisados, O Dicionário da Imprensa no Rio Grande do Norte:1909-1987
(1987), de Manoel Rodrigues de Melo nos apresentas datas de fundação e pessoas envolvidos
na atuação dos jornais potiguares. Em relação ao contexto nacional das políticas relacionadas
ao consumo de substâncias ilícitas, a tese de doutorado de Carlos Eduardo Torcato A História
das drogas e sua proibição no Brasil: da Colônia à República (2016) possibilitou o
entendimento da atuação da Comissão Nacional de Fiscalização de Entorpecentes. Além destes,
o artigo de Eduardo Nunes Freire O design no jornal impresso diário: Do tipográfico ao digital
(2009) ajudou a identificar as evoluções técnicas na confecção dos jornais ao longo da História
da imprensa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
“Exportação em larga escala de maconha do Rio Grande do Norte para o Rio. 70% dos
crimes praticados sob a ação do perigoso tóxico.” (O Poti, 10/08/1947). Eis uma notícia de
primeira página de um dos principais jornais dos Rio Grande do Norte da primeira metade do
século XX, “O Poti”. Este jornal, juntamente com “O Ordem” e “Diário de Natal”, deram
publicidade às ações do governo federal em relação ao combate á produção, comércio e uso de
drogas, principalmente à maconha, na região Nordeste.
Para efetivar sua ação contra às drogas, o governo federal começou a constituir
comissões estaduais para representar os interesses da CNFE. No Rio Grande do Norte, está ação
já pode ser identificada no final da década de 1930. O periódico “A Ordem” publicou, no dia
23 de junho de 1939, as nomeações de integrantes da subcomissão estadual da CNFE no Rio
Grande do Norte. O ministério das relações exteriores, por meio do Decreto-lei 891, de 25 de
novembro de 1938, nomeou Armando Nogueira China; Oscar Homem Siqueira; Petrarca
Maranhão e Adolfo Ramires como representantes legais da “Sub-comissão estadual da CNFE”.
Isso, portanto, evidenciou que o combate às drogas estava se capilarizando ainda mais pelo
território nacional. O nordeste brasileiro se tornou uma grande preocupação para o combate às
drogas, principalmente por haver uma cultura, desde o período colonial, de plantações de “Erva-
maldita” (FRANÇA,2015), como era denominada a maconha nas notícias.
Outro jornal de grande representatividade no Estado Potiguar na época analisada (1939-
1964), também dedicou espaço em suas páginas para divulgar a preocupação da CNFE em
relação às drogas. Também em uma notícia de primeira página, no dia 10 de agosto de 1947,
“O Poti” estampou que 70% dos crimes praticados no Rio de Janeiro era fruto do consumo do
“perigoso tóxico” oriundo do Rio Grande do Norte. Escancaram a ligação do consumo de
maconha com a prática de crimes.
Inclusive, a CNFE começou a realizar eventos e estudos que investigavam a correlação
do consumo drogas, principalmente de maconha, ao comportamento criminoso. O jornal “A
Ordem” publicou, no dia 13 de maio de 1949, um estudo realizado pela CNFE, no Rio de
Janeiro, sobre “Os efeitos perniciosos da maconha”, em que descrevia os resultados de
experiências realizadas por médicos. A publicação em primeira página mostra que esse estudo,
respaldado por trabalho de médicos era uma boa argumentação contra o consumo e comércio
de maconha.
Dentro desta perspectiva, o “Diário de Natal” foi o periódico potiguar que mais publicou
notícias sobre a atuação da CNFE no Nordeste, principalmente a partir da década de 1950,
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CONCLUSÃO
Portanto, a análise das notícias proporcionou a construção de dados fundamentais para
a compreensão da História das drogas no Nordeste, principalmente, no Rio Grande do Norte,
Estado que carece muito de pesquisas com esta temática. A partir da coleta de dados nas fontes
jornalísticas, identificou-se como o governo Federal começou a agir, por meio da CNFE e de
suas representantes estaduais, de forma mais repressiva no combate às drogas. No caso
específico do Nordeste, no combate à Erva-maldita.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) pela
disponibilização da estrutura necessária para que a pesquisa pudesse ser realizada e demais
pesquisadores que participaram do projeto.
REFERÊNCIAS
Primárias
“SUB-COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO DE ENTORPECENTES NESTE ESTADO.” A Ordem.
Natal, sexta-feira, 23/06/1939, primeira página, edição nº 1131.
Bibliográficas
CARVALHO, Jonatas Carlos de. Regulamentação e criminalização das drogas no Brasil: A
Comissão Nacional de Fiscalização de Entorpecentes. Rio de Janeiro: Multifoco, 2013.
FREIRE, Eduardo Nunes. O design no jornal impresso diário. Do tipográfico ao digital. Revista
Galáxias, n.18, p.291–310, 2009.
LUCA, Tania Regina de. História dos, nos e por meio dos periódicos. In: PINSKY,Carla Bassanezi
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
MELO, Manoel Rodrigues. Dicionário da imprensa no Rio Grande do Norte: 1907-1987. São Paulo
/ Natal: Cortez / Fundação José Augusto, 1987.
TORCATO, Carlos Eduardo. O proibicionismo centrista (1932-1964). In.: A História das drogas e sua
proibição no Brasil: da Colônia à República. Tese (Doutorado). Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. 2016. p. 289- 311.
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Ellen Yasmim da Silva Lira 1; Larine Sofia da Silva Lima 2; Paula Vitória Leandro Bezerra
Rocha3; Wendel Kawann da Silva Simões4; Jean Mac Cole Tavares Santos5
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos muito tem se falado sobre violência, porque até então passou a ser
parte do nosso cotidiano. A violência, entre outras, foi destacada por pessoas de diferentes
camadas sociais, como um dos principais problemas dentro da escola e na sociedade em geral,
resultando em consequências psicológicas, emocionais, físicas e até mesmo na interferência do
ensino dos professores e no aprendizado dos alunos. Assim, os ambientes escolares deixaram
de ser lugares protegidos e muitos pais perderam a tranquilidade ao levar seus filhos à escola.
Diante disso, nesse trabalho, temos como objetivo entender sobre a violência nas instituições
de ensino e como os professores lidam com a violência na sala de aula.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
É notório que a violência na escola vem se tornando algo cada vez mais frequente na
sociedade. Ousamos em dizer que a violência é uma causa global. Não existindo indivíduos que
ainda não praticaram ou foram vítimas da violência. Comprovamos isso ao fazermos uma
1
Aluna do 2º ano do Ensino Médio na Escola João de Abreu. Bolsista CNPq/PIBIC EM. E-mail:
ellenyasmin0905@gmail.com.
2
Aluna do 3º ano do ensino médio no Centro Integrado Professor Eliseu Viana. Bolsista CNPq/PIBIC EM. E-mail:
larinesofia0404@gmail.com.
3
Aluna do 3º ano do ensino médio no Cento Integrado Professor Eliseu Viana. Bolsista CNPq/PIBIC EM. E-mail:
paulavitoria2013.1@gmai.com.
4
Aluno do 2º ano do Ensino Médio na Escola João de Abreu. Bolsista CNPq/PIBIC EM. E-mail:
wendelkauann900@gmail.com.
5
Professor do Curso de Pedagogia no Departamento de Educação, na Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte - UERN. Líder do Grupo de Pesquisa Contexto e Educação. E-mail: maccole@hotmail.com.
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Perguntamos aos professores o que podemos fazer para combater a violência nas
escolas? Nas palavras do professor 1:
Para o professor 2:
Na fala dos professores fica perceptível que para lidar e tentar combater a violência
na escola é necessário um trabalho que perpassa o muro das escolas. A escola deve trabalhar
com temáticas que sensibilizem os alunos a perceber que a escola é um ambiente diferenciado
que poderá transformar a vida de cada um deles. Conhecer a realidade do aluno também é algo
fundamental. Conhecer a realidade de cada aluno permite ao professor saber de onde vem essa
violência que ele sofre ou pratica.
O professor 1 quando perguntado qual o motivo da violência na escola crescer tanto
conta que está relacionado a: “aspectos familiares, políticos e sociais, então é um trabalho muito
profundo que pode auxiliar a um caminho bem longo nesse sentido, acho que precisamos
começar com orientação e educação que deve começar na família” (PROFESSOR 1, 2020).
Já o professor 2, a respeito do crescimento da violência na escola, se expressou da
seguinte maneira:
Querendo ou não, nós não podemos separar escola e sociedade. Cada vez mais
temos a sociedade mais violenta no mundo e isso acaba sendo reflexo também
nas escolas, e não temos como fazer com que o aluno passe do portão e
esqueça toda realidade que o circula, mudando só em atravessar o portão
(PROFESSOR 2, 2020)
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CONCLUSÃO
Com essa pesquisa podemos perceber o quão grave a violência escolar pode ser na
vida dos alunos e dos profissionais da educação. Assim, concluímos que diante de um ambiente
conturbado e vulnerável a escola perde suas características e funções essenciais de educação,
socialização, atividade da cidadania e de desenvolvimento pessoal, por isso devemos sempre
trabalhar a temática em sala de aula, buscando sempre sensibilizar todos os atores da escola.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa Social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 2010.
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INTRODUÇÃO
1
Estudante do Curso de Licenciatura em Pedagogia do Departamento de Educação, Campus Avançado da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) em Assú. E-mail: raydalopes@hotmail.com
² Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação (POSEDUC) e do Curso de Pedagogia, Campus
Avançado da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) em Assú. E-mail:
caninprof@hotmail.com
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METODOLOGIA
No primeiro momento realizamos a seleção dos referenciais teóricos-
metodológicos, especificamente com (SANTOS, 2002, 2009), (ANDRADE, CALDAS,
ALVES, 2019) e (FREIRE, 2002), destacando de cada um dos referidos autores, as
concepções de conhecimento.
Simultaneamente, selecionamos 01 escola da rede estadual que trabalha com a
modalidade educativa e de ensino – EJA como campo de pesquisa. Realizamos apenas
uma visita na abertura da Semana Pedagógica da referida escola. Logo após, não foi mais
possível retornar em função do momento de Pandemia do COVID-19.
Para realização dos mergulhos com todos os sentidos nos cotidianos da escola
(ALVES, 20080, prevíamos o Diário de Pesquisa para que pudéssemos registrar nossas
visões, como sentimos e as impressões que construímos. Nosso intuito era o de perceber
nesses espaçostempos os inéditos-viáveis freireanos e produzir outros
conhecimentossignificações (ANDRADE, CALDAS, ALVES, 2019).
A partir da reflexão teórica de Andrade, Caldas, Alves (2019) discutimos 06
movimentos metodológicos, a saber: (i) O sentimento de mundo; (ii) Ir sempre além do
já sabido; (iii) Criar nossos personagensconceituais; (iv) Narrar a vida e literatizar a
ciência; (v) Ecce femina; (vi) A circulação dos conhecimentossignificações. A partir
destes procedimentos metodológicos e inviabilizados pelo momento de pandemia,
optamos por trabalhar dois movimentos: ir além do já sabido e criar nossos personagens
conceituais, fazendo leitura dos textos por meio de reuniões, incialmente presenciais e
logo em seguida, virtualmente por meio do Google Meet.
A realização das leituras dos textos teóricos selecionados propiciou reflexões
quanto ao pensar a Educação de Jovens, Adultos e Idosos – EJA para além dos currículos
pensados de cima para baixo. Principalmente reconhecendo saberes produzidos por estas
pessoas jovens, adultas idosas na sua comunidade, fora dos espaços escolares, e de como
isso pode relacionar-se ao currículo.
Continuamente, elaboramos resumos/resenhas compreendendo como são
pensadospraticados os cotidianos das escolas de EJA enquanto espaço plural, rompendo
com a dicotomia micro e macro análise.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A pesquisa realizada a partir de uma abordagem plural possibilitou compreender
para além dos aspectos que quantificam ou selecionam os sujeitos como os que sabem e
os que não conseguem aprender. Considerando que existem outros tantos conhecimentos
decorrentes de outros saberes produzidos em diversos contextos sociais, entendemos que
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os currículos devem ser considerados enquanto conhecimento válido, visto que estas
outras experiências estão implicados na aprendizagem dos sujeitos.
A não valorização ou o não reconhecimento desses outros saberes produzidos
em espaços diferentes implica desvalorizar crenças e valores sociais em que essas pessoas
estão inseridas e assim uma fragmentação com a realidade vivida pelos sujeitos. Além
disso, significa enquadrá-los em um contexto estrutural que mais tem por objetivo moldar,
classificando-os enquanto aqueles que tem capacidade para aprender e aqueles que não
conseguem aprender, ou ainda, os que querem e os que nada querem.
Reconhecer essas práticas, saberes e acontecimentos cotidianos na Educação de
Jovens, Adultos e Idosos tem se tornado possível, mais amplamente, com as pesquisas
nosdoscom os cotidianos, pois existe a possibilidade de diálogo com diversos sujeitos em
seus movimentos inusitados e complexos.
De acordo com (ANDRADE, CALDAS, ALVES, 2019) os espaçostempos da
pesquisa não estão limitados apenas ao que está institucionalizado, e por isso exige
entendê-las entre as muitas teorias as quais temos a disposição ressignificando o que
sabemos com a realidade que encontramos nesses espaços.
Para Santos (2009) existem diversas práticas sociais que estão invisibilizadas
pelo saber hegemônico da ciência moderna como conhecimento matematizado e
estrutural. Estes, enquanto conhecimentos universais de caráter probabilístico,
aproximativo e provisório é considerado como conhecimento estruturalmente limitado
pois excluem outros conhecimentos/saberes que estão fora dessa lógica.
A partir dessa compreensão, sendo o saber científico moderno um saber
hegemônico, absoluto e considerado como único e válido passamos a compreender a
necessidade de revalorização do saberes ditos vulgares ou não válidos que também
acontecem nas mais diversas situações e espaços, denominado por Santos (2009) de
conhecimento prudente para uma vida decente.
Santos (2009) na discussão feita acerca do paradigma emergente afirma que
todo o conhecimento da comunidade foi negligenciado e esquecido por não ser um
conhecimento da ciência cognitiva instrumental. Embora negligenciado, esse
conhecimento solidário continuou a emancipar os sujeitos em suas relações cotidianas. A
ciência moderna passou a desconsiderar o sujeito enquanto ser pensante, ou seja, que
produz experiência. Para o autor, todo conhecimento é autoconhecimento, sujeito/objeto
são produzidos simultaneamente.
Quando relacionamos a reflexão a educação especificamente para o público da
EJA compreendemos que os saberes cognitivos-instrumentais não podem dar conta da
pluralidade dos saberes, dos valores decorrentes dos diversos espaços e situações em que
vivem esses sujeitos, assim como os outros saberes que estes produzem.
CONCLUSÃO
A pesquisa realizada com fundamentos nos estudos dos cotidianos possibilitou
pensar os espaçostempos da EJA como lugar de múltiplas aprendizagens e não apenas
como espaço em que as pessoas vão apenas como receptores de conhecimentos, mas
enquanto produtores de conhecimentos, e a escola como lugar de cruzamento de práticas
que se ressignificam de acordo com as necessidades do público.
Trabalhar com a EJA tomando por base os estudos nosdoscom os cotidianos
implica entender que todas as vivências dos sujeitos, alunos e professores são tecidas na
interação com as múltiplas histórias, sonhos e projetos de vida destas pessoas.
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AGRADECIMENTOS
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
À Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPEG) da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte.
Ao Programa Institucional de Iniciação Cientifica (PIBIC) da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte.
REFERÊNCIA
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
ANDRADE, Nívea; CALDAS, Alessandra Nunes; ALVES, Nilda. Os movimentos
necessários às pesquisas com os cotidianos – após muitas ‘conversas’ acerca deles. In:
OLIVEIRA, Inês Barbosa. PEIXOTO, Leonardo Ferreira. SUSSEKIND, Maria Luiza.
Estudos do cotidiano, currículo e formação docente: questões metodológicas, políticas
e epistemológicas. Curitiba: CRV, 2019.
OLIVEIRA, Inês Barbosa de. O currículo como criação cotidiana. Petrópolis, RJ: DP
et Alii; Rio de Janeiro: FAPERJ, 2012.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Para uma sociologia das ausências e uma sociologia das
emergências. Revista Crítica de Ciências Sociais. n. 63, p. 237-280, out. 2002.
Disponível em www.boaventuradesousasantos.pt . Acesso em: 23 mar. 2020.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Para um novo senso comum: a ciência, o direito e a
política na transição paradigmática. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2009.
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INTRODUÇÃO
É objetivando pensar o processo formativo de licenciandos em língua portuguesa a
partir do projeto de extensão Cineatro que pontuaremos como dar-se-á uma experiência de
currículo itinerante, fora das salas de aula, diferenciando-se de metodologias tradicionais,
porém não menos importantes.
O Cineatro nasce no ano de 2018 com a chegada da professora Beatriz Pazini Ferreira
ao Campus Avançado de Patu - CAP, visando desenvolver atividades teóricas e práticas de
cinema e teatro. Seu lócus de atuação inicialmente é no campus em uma cidade do interior,
Patu, com apenas 11.964 habitantes3, onde observando os dois turnos de funcionamento
pouco ou nada se podem ver fora dos horários das aulas e de uma rotina institucional e
acadêmica da tríade professor-sala-aluno. Dito isto, é primordial pensar que o ensino e o
processo de formação não estão restritos a uma sala, carteiras e quadro, por mais que a
modernidade tenha produzido modelos a serem seguidos e considerando a importância dessas
fabricações. Para Veiga-Neto (2002, p. 172)”, se, por um lado, é o currículo que dá a
sustentação epistemológica às práticas espaciais e temporais que se efetivam continuamente
na escola, por outro lado, são as práticas que dão materialidade e razão de ser ao currículo.
Vale salientar, que no contexto atual, as insatisfações perante o momento que um
governo de extrema-direita assume o país, de afloramento de preconceitos e discriminações, o
Cineatro, como um espaço de contestação, trouxe debates e discussões de cunho social,
questionando o status quo da conjuntura atual no âmbito do CAP, rompendo com a lógica de
que a formação se dá somente no espaço da sala de aula. Isto porque é enganosa a distinção
entre o saber ensinado e o saber vivenciado, caso aceitasse essa afirmação, não faria sentido o
termo comunidade escolar, muito em voga nas escolas públicas que adotaram as gestões
democráticas, uma vez que, os saberes escolarizados estão imbuídos de experiências,
vivências individuais e coletivas, o que permeia o que está dentro, Macedo (2006), critica tal
distinção dizendo da sua recusa em aceitar distinções entre o currículo formal e o vivido. Para
ela “a produção dos currículos formais e a vivência do currículo são processos cotidianos de
produção cultural, que envolvem relações de poder tanto em nível macro quanto micro. Em
ambos são negociadas diferenças.
Não à toa que a cada mudança de políticas sociais e diretrizes educacionais afetam
diretamente as universidades, como vêm acontecendo ultimamente. Entre questionamentos
sobre o real serviço prestado pelas instituições de ensino superior, negação da cientificidade
1
Graduando em Letras e suas respectivas literaturas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, e-
mail: antonioalvesuern@gmail.com.
2
Orientadora do projeto de pesquisa Tornar-se Professor Na Itinerância: Projetos Formativos e Atribuição de
Sentidos à Formação. Prof. Doutora do Departamento de Letras, do Campus Avançado de Patu, da universidade
do Estado do Rio Grande do Norte. Líder do Grupo de Pesquisa Ensino, Literatura e Linguagem. E-mail:
claudiatome@uern.br.
3
Informação obtida no site do IBGE. Para mais informações, acesse https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rn/patu
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na atuação dos cursos de graduação, principalmente as licenciaturas, nos deparamos com duas
problemáticas que norteiam esse trabalho: Como projetos de extensão itinerantes impactam
no processo ensino e aprendizagem e como eles se configuram currículos formativos?
Pensando não em responder a tal questionamento, mas antes problematizar currículo como
restrito ao ensino, esta pesquisa buscou analisar como o currículo é produzido nas relações
entre os sujeitos, concebendo-o como elástico, móvel, líquido, que escorre por entre as mãos
da formalidade, da institucionalidade e da burocracia que a universidade representa.
Assim, pensamos ser potente para a formação do licenciando para a formação do
licenciando, a atuação no projeto de extensão Cineatro, quer seja nas escolas, nas ruas e/ou
nos corredores do campus, quer seja, de forma virtual mediante a dinâmica de isolamento
social imposta pela pandemia da COVID 19.
METODOLOGIA
O presente estudo consistiu em uma pesquisa qualitativa do tipo participante numa
perspectiva pós-crítica que permitiu contar com os constructos teóricos de Paraskeva (2001,
2018) e sua contribuição mediante a defesa de uma Teoria Curricular Itinerante, de Macedo
(2006), ao conceber currículo como espaço-tempo de fronteira cultural, prática de
significação, de Butler (2018) ao considerar a participação política popular fora dos espaços
institucionais de poder, dentre outros teóricos.
O movimento da pesquisa partiu da interação entre os membros do projeto em
aplicativos Whatsapp, a rede social Instagram e a plataforma digital Youtube. Mais
especificamente lançamos de perguntas aos membros do Cineatro através de um grupo de
whatsApp, a saber um grupo focal online. As perguntas versaram em torno da participação
dos licenciando e as significações produzidas com tal participação para a sua formação no
projeto de extensão Cineatro. Dessa forma, o grupo contava com a participação de 12
integrantes de cursos como Letras e Pedagogia e tendo a nossa mediação nas interlocuções
propostas, como pesquisador e integrante. Além disso, foi possível acompanhar in loco
diversas atividades desenvolvidas fora do espaço universitário, tais como a exibição de filmes
em instituições escolares e a encenação de peças teatrais em diferentes espaços públicos da
cidade.
RESULTADO E DISCUSSÃO
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mudança, essa crescente leveza do ser, essa sensação de instabilidade em que só é constante a
própria inconstância. (2002, p. 174).
As necessidades, obstáculos e conquistas no campo educacional mudam de acordo
com as transformações histórico-sociais, considerando a dinâmica que envolve esses lugares,
como a universidade, que também forma aqueles que buscam somente o diploma, por mais
paradoxal que seja, também é espaço antisistêmico, segundo uma das falas dos participantes
do Cineatro
[...] Acredito que não foi fácil chegar até os dias de hj, enfrentando diversos
impasses, sendo atacados por todos os lados, sim, pq o teatro também sofre
diversas provocações. E desde que estou fazendo parte desse projeto, eu vejo
as lutas diárias para que continue existindo. Então, eu vejo o cineatro como
lugar de luta e de resistência!
Os corpos se aglutinam para expor suas pautas que não seriam sequer ouvidos nos
espaços comumente considerados legítimos (os conselhos deliberativos, as plenárias
departamentais) onde mesmo em conjunto as vozes não teriam força e nem validade,
formando assembleias, conforme Butler, "quando as multidões se reúnem, o que está em jogo,
aquilo pelo que se luta, é justamente o caráter público do espaço" (2018, p. 75). Mesmo em
meio à precariedade que uma parcela de discentes se enquadrem, é ela que os unem e os
fazem sentir a noção de pertencimento e laços de identidade, enquanto sujeitos políticos e
solidários que desejam para além da padronização de um currículo fechado, discutir e exercer
a política, religião, filosofia, artes, abordagens que por vezes as ementas disciplinares não
conseguem abarcar.
As artes, seja o cinema, seja o teatro, desde as civilizações clássicas foram
instrumentos de problematizações que nos fazem sair do lugar comum e buscar o senso
crítico. O que não seria currículo para alguns modelos traçados por Saviani (2001), com a
possibilidade de estudo do projeto de extensão Cineatro apontamos que o currículo é a aula
expositiva, mas também são os seus deslocamentos, suas movimentações para além dos
murros e das construções físicas. Assim destaca uma integrante do projeto:
O sistema de ensino que busca limitar e controlar as práticas e ações do professor e do aluno,
que inscreve e escreve o currículo em documentos oficiais como se fosse possível generalizar o
processo ensino-aprendizagem e tornar única a formação, vai escapando através da itinerância, do
andar, do agir, do encenar, do debater e do questionar no entre-lugar da formação, a saber, o Cineatro.
No tocante a esse mote, Parakesva e Süssekind nos dizem que
São as tessituras de emancipação cotidianas desinvisibilizadas diante da
cegueira ocidental eugênica machopatriarcal que nos fazem caminhar na
construção de um mundo outro possível, para além do capital e do
colonialismo em que possamos vivenciar a emancipação humana. Para tanto
é preciso criar, nas pesquisas e nos cotidianos, conhecimentos e currículos
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AGRADECIMENTOS
BUTLER, Judith. Corpos em aliança e a política das ruas: notas para uma teoria
performativa de assembleia. 1ª ed. – Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.
MACEDO, Elizabeth. Currículo como espaço-tempo de fronteira cultural. Revista
Brasileira de Educação, n. 11, p. 285-296, 2006.
PARASKEVA, João M; SÜSSEKIND, Maria Luiza. Contra a cegueira epistemológica nos
rumos da teoria curricular itinerante. Revista Educação e Cultura Contemporânea, v. 15, n.
39, 2018.
PARASKEVA, João, M. Teoria curricular itinerante: desafios a involução curricular. In:
TOMÉ, Claudia; MACEDO (Org), Elizabeth. Currículo e diferença: afetações em
movimento. Curitiba, CRV, 2018.
VEIGA-NETO, Alfredo. De Geometrias, Currículo e Diferenças. Educação & Sociedade,
ano XXIII, n. 79, p. 163-186, 2002.
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INTRODUÇÃO:
O presente trabalho é o resultado final do plano de trabalho “A metafísica da esperança
como resposta à desorbitação niilista do homem contemporâneo” oriundo do projeto “A LUTA
CONTRA O FENÔMENO DO DESESPERO OU NIILISMO NA
CONTEMPORANEIDADE: Kierkegaard e Gabriel Marcel contra a metafísica tradicional”,
projeto esse pertencente ao Programa Institucional de Iniciação Cientifica – PIBIC, edição
2019/2020, na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte –UERN. Esta produção tem
como base principal, a obra, O Homo viator: prolegômenos para uma metafísica da esperança
(Homo viator: Prolégomènes à une métaphysique de l'espérance) de 1945, e como obra
secundária, Aproximação ao mistério do ser: posição e aproximações concretas ao mistério
ontológico (Position et Approches concréts du Mystére ontologique) de 1949, ambos os textos
do filosofo francês, Gabriel- Honoré Marcel (1889-1973).
É importante ressaltar a importância que é atribuída ao programa de iniciação cientifica.
Esse tipo de projeto é responsável por aproximar os alunos com textos clássicos e o desafio da
leitura e interpretação de textos filosóficos e o desenvolvimento da pesquisa propriamente
filosófica. Este projeto em especifico, traz em evidencia o filosofo francês Gabriel Marcel, um
filósofo ainda pouco conhecido no Brasil, mas que possui certa influência na história da
filosofia, toda a discussão feita por Marcel, se dará na perca do sentido do “SER” do homem
contemporâneo, trazendo desse modo a reafirmação da problematização das questões
filosóficas.
Nossa pesquisa é iniciada diante do objetivo de investigar o desespero como sendo a
situação do homem contemporâneo, que dizer, como niilismo enquanto resultado de um modo
abstrato que a tradição compreendeu a metafísica possibilitando, em contraposição, repensar o
homem e a metafisica de forma concreta apontando saídas para o desespero. Compreender o
contexto contemporâneo da metafísica como niilismo. Analisar o contexto e situação do homem
contemporâneo como vivendo a experiência da desorbitação e por fim investigar em que
consiste a metafísica da esperança como saída da desorbitação.
1
Estudante do Curso de Licenciatura em Filosofia, Campus Caicó-CaC/UERN. Bolsista do Programa Institucional
de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC), membro do Grupo de Pesquisa “Ensinar e aprender na educação
básica”, membro do grupo de pesquisa (DGP/CNPq): Núcleo de Estudos em Fenomenologia, Hermenêutica e
Mística. E-mail: karlaletras2014@gmail.com
2
Professor Adjunto IV, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Curso de Licenciatura em
Filosofia e do Mestrado Profissional em Ensino de Filosofia – PROF- FILO (Polo Caicó-UERN), Líder do grupo
de pesquisa (DGP/CNPq): Núcleo de Estudos em Fenomenologia, Hermenêutica e Mística. E-mail:
marcoserico@uern.br
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METODOLOGIA
RESULTADO E DUSCUSSÃO
Antes de apresentar qualquer definição, Marcel coloca como eixo central e norteador
de sua argumentação, a personificação da figura do homem contemporâneo, um homem que
está perdido e desconfigurado com o seu sentido da vida. Em todo o seu texto o filósofo faz uso
de exemplos para um melhor entendimento dos leitores. Desse modo é feito a idealização desse
homem problemático que nos ajudará em caráter experiencial a compreender o seu cenário
argumentativo.
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processo de abstração da consciência que o homem precisa ter sobre si mesmo, suas relações
intersubjetivas e sua realidade em geral”. De forma mais clara compreendemos então o que
Marcel chama de desorbitação, quer dizer, esse movimento de perda da capacidade de refletir
sobre si, sobre a sua plenitude enquanto ser.
O filósofo francês nos atentará para um detalhe: o homem por mais irreflexivo que
esteja, ele terá forças internas que poderão ajudá-lo a resistir ao desespero. Essa força Marcel
chamará de poderes secretos, mesmo em desespero essa energia emanada internamente no
homem o alertara para o pleno, fazendo o mesmo questionar diante desse vazio que o inquieta.
O homem agonizante, para poder superar sua morte, deve ser valente e
enfrentar o seu próprio envelhecimento interior, porém ao voltar-se para sua
intimidade, buscando encontrar essa força, que lhe ajude a superar a agonia,
descobre que é um ser problemático para si mesmo, um ser que é uma pergunta
por si mesmo. (CARVALHO, 2019, p. 70-71).
Apenas o homem pode questionar sobre si, e também apenas ele poderá obter respostas.
Marcel colocará então o niilismo como o envelhecimento do homem, sobretudo o
envelhecimento da alma, “o niilismo, longe de ser algo positivo, é simplesmente a decadência
do homem contemporâneo” (MARCEL, 1979 apud CARVALHO, 2019), mas o homem pode
lutar e assim vencer o seu envelhecimento. Para que haja essa libertação é preciso que o homem
se reconheça, questione a sua postura, lute para superar o niilismo, tenha esperança e abandone
o pessimismo. A originalidade de Marcel, além de capturar este fenômeno no que designou de
desorbitação, encontra-se situado no modo como encaminha uma tentativa de solução ou de
abertura para a libertação do homem pela via do acesso ontológico ao mistério do ser. A
filosofia marceliana se destaca, pois, pela retomada da perda do sentido do ser no homem
contemporâneo.
O pensamento marceliano estende-se como uma longa colcha de retalhos que vão
sendo encaixadas e costuradas uma a uma. Marcel faz de suas obras tal como a colcha citada a
pouco, ideias e conceitos vão se unindo e formando o seu pensamento. De modo geral, sua
filosofia é construída e continuada, a cada nova obra com um novo complemento de seu
pensamento filosófico aprofundando sempre a mesma questão, a saber, a experiência de
desorbitação, de estar em cativeiro, em desespero e a libertação ou abertura para a esperança,
para o mistério do ser. Trazemos, então, como foco da presente pesquisa, o ser em desconexão
com o seu real sentido. Por conseguinte, o filosofo analisa a situação do homem contemporâneo
em seu estado de desorbitação. Tal discussão se estenderá para a obra do “Homo Viator”
(homem a caminho, em caminho, peregrino), onde Marcel continuará sua discussão apontando-
nos uma saída por meio da metafisica da esperança.
Marcel tratará, então, da experiência da existência humana como um ser ou estar cativo.
Marcel diz: “[...] quanto menos se experimenta a vida como cativeiro, menos será a alma capaz
de ver esta luz velada e misteriosa brilhar, [...]” (2005, p. 44, tradução nossa), entendemos então
que quanto mais o homem experiencia esse estado de cativeiro, de uma vida em cativeiro, mais
ele será propenso a conectar-se com a luz da fé, com a experiência da fé (creio) referindo-se a
esperança como luz da vida, como o sopro que trará o homem de volta a recuperar o sentido da
vida. Desse modo Marcel diz que mesmo que ainda não esteja visível, a alma olhará para a luz,
guiada pela esperança que lhe arrancará da escuridão ao qual se encontra. Mas seja o homem
em desorbitação ou em estado cativo (que ambos se referem a mesma situação), só será possível
a libertação, ou melhor, só será possível recobrar consciência do sentido do ser a partir da
esperança se o homem for exposto a tentação do desespero. Desse modo a esperança será a
interventora, acarretando de tal modo a superação do desespero, e, assim, de forma vitoriosa, a
recuperação do sentido do ser no homem.
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CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIA:
CARVALHO, Genival Oliveira. A filosofia de Gabriel Marcel: Esperança no Tu Absoluto
como Fonte Suprema de Consciência e Sentido da Vida. Porto Alegre: Editora Fi, 2019.
Disponível em: < https://www.editorafi.org/643gabrielmarcel > Acesso em: 10-10-19
MARCEL, Gabriel. Aproximación al misterio del Ser: posiciones y aproximaciones
concretas al mistério ontológico. Traducción, prólogo y notas de José Luis Cañas. Madrid:
Ediciones Encuentro, 1987.
_______. Homo viator: prolegômenos para uma metafísica da esperança. Traducción Maria
José de Torres. Salamanca: Ediciones Sígueme, 2005.
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INTRODUÇÃO
Diante à forte influência da mídia sobre a sociedade atual é notório que as redes
sociais, um meio que permite o compartilhamento de informações entre pessoas ou
empresas, proporcionam, hoje, um natural controle sobre o ser humano. Esse controle,
em geral, é fomentado devido ao indivíduo que, por si mesmo, se expõe e se submete a
esse controle e, isso acontec, quando o sujeito preenche, por exemplo, formulários de
login nas variadas plataformas de comunicação, fornecendo voluntariamente suas
informações pessoais.
As informações prestadas nas redes são consideradas um produto, isto é: o próprio
indivíduo transforma-se em produto num mercado onde tudo se vende e tudo se compra.
O filósofo coreano, Byung-Chul Han, no seu texto Psicopolítica, denomina em um dos
seus capítulos, a “Big Data”, que representa um sofisticado mecanismo de controle
alimentado com informação pessoal pelo próprio indivíduo. Essa livre circulação de
informações pessoais gera no ser humano um “pan-óptico”, onde tudo está transparente
e visível por todos os elementos. Seria esse um modelo de prisão, onde se pensa estar em
liberdade.
Nesses últimos anos, diversos estudos foram realizados constatando que há, no
ciberespaço, uma certa vigilância digital embutida atrás de toda essa tecnologia, o que
coopera com a modulação do comportamento dos indivíduos. A ferramenta do filtro
invisível, como denominou o autor Eli Pariser, tem levado os indivíduos para um caminho
mais isolado nas redes, pois a seleção de um conteúdo específicos para cada sujeito,
restringe ainda mais suas visões de diversidade, que o leva a se predispor de uma maior
intolerância a opiniões contrárias as suas. Esse mecanismo tem influenciado bastante os
usuários das mídias, especialmente no que diz respeito às suas posições políticas já que,
nos últimos anos, o cenário digital tem sido considerado como o grande foco da política
em geral, considerando que a internet facilitou o acesso à informação e,
consequentemente, à atuação política dos indivíduos. À vista disso, o que se tenta
investigar nesta pesquisa é como, através da observação camuflada dos algoritmos nas
ações dos sujeitos, vem sendo influenciando o comportamento e posições políticas dos
indivíduos nos últimos tempos.
1
Estudante do curso de Filosofia do Departamento de Filosofia da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte; e-mail: gleicykm@outlook.com.
2
Professor do Departamento de Filosofia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Líder do
Grupo de Pesquisa Democracia em Rede; e-mail: telmir@gmail.com.
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METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada através de investigação bibliográfica e, em meio às
variadas obras selecionadas para a pesquisa foi discutido, em reuniões temáticas, teorias,
comentários que abordassem a temática principal proposta para a discussão sobre
democracia, mídias sociais e política. Durante a trajetória do projeto, foram discutidos
diversos textos que envolvessem o tema central, entre todas elas, as que construíram essa
parte da pesquisa foram: A Sociedade de Controle, O filtro invisível e Psicopolítica. Além
dessas, também se fez uso dos textos de autores secundários que, com seus artigos e
resenhas, auxiliaram a compreensão dessas obras e somaram nas discussões conceituais.
Dessa maneira, a revisão de bibliografia foi o principal método utilizado pelos membros
do grupo para refletir a conjuntura política atual e associá-la às discussões sobre
democracia e mídias sociais.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Há poucos anos, muito se lê sobre como as plataformas online têm se tornado, de
fato, o palco principal do mercado de vendas, onde os dados pessoais fornecidos pelos
usuários nas plataformas sociais, são uma espécie de “produto” que as empresas compram
para fazer divulgação de suas mercadorias, baseando-se nos gostos e preferências que
cada indivíduo fornece ao preencher formulários, visitar sites e dar likes. De acordo com
Machado, em “[...] uma análise bastante detalhada do perfil de cada usuário, a empresa
especializa-se em produzir novos softwares que possibilitam um monitoramento intenso
do comportamento, dos interesses e da comunicação de quem a utiliza.” (2018, pp. 50-
51), é dessa maneira que surgem diversas propagandas baseadas no que estamos
supostamente interessados. Exemplificando: quando estamos conectados à uma conta do
Google/Facebook/Instagram, dentre outras, e vamos ao guia de pesquisa do nosso
navegador e colocamos, por exemplo, “notebook com Core i5 e 1TB” quando concluirmos
nossa pesquisa, muito possivelmente quando abrirmos nossas redes sociais, aparecerão
diversos anúncios relacionados à pesquisa acerca do notebook.
No entanto, à medida que vamos utilizando as ferramentas de pesquisa, visitando
sites e perfis que nos interessam, os mecanismos de busca, segundo Pariser (2012) vão se
adequando cada vez mais à visão de mundo de cada sujeito, excluindo sua imparcialidade,
como muitas pessoas acreditam. Ainda, segundo o autor, “Cada vez mais, o monitor do
nosso computador é uma espécie de espelho que reflete nossos próprios interesses,
baseando-se na análise de nossos cliques feita por observadores algorítmicos.” (2012, p.
07). Dessa forma, conforme nossos interesses vão sendo captados pelos algoritmos, eles
só irão nos revelar aquilo que nos parece ser relevante, seja sobre um objeto ou produto
a, até mesmo, nossa posição e preferências políticas. Isso é o que Pariser chama de “era
da personalização” (2012).
Demonstrando a veracidade de sua argumentação, Pariser começou a observar
como as publicações de seus colegas apareciam no seu feed de notícias do Facebook,
assim, “[...] ele percebeu que existia um filtro que estava agindo baseado em preferências
políticas da sua rede de amigos.” (FAVA; PERNISA JÚNIOR, 2017, p. 277). O autor
reparou que ao decorrer do tempo, só lhe apareciam publicações que condiziam com sua
orientação política, e que as postagens que fossem contrárias ao seu interesse foram
descartadas da sua página inicial do Facebook. Na imagem abaixo, Pariser mostra que
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existe um filtro que manipula as publicações, o qual ele denomina de “Filtro invisível”3
(2011).
CONCLUSÃO
Em suma, temos evidenciado nas redes, a diminuição de pensamentos e ideias que
reconhecem e consideram a diversidade e a pluralidade de valores, doutrinas, políticas
etc. No âmbito do ciberespaço, o potencial democrático, não está suprindo as expectativas
de alguns pesquisadores que viam na internet, segundo Hansen e Ferreira (2018) a
capacidade de superar as falhas da democracia representativa. Segundo Pariser:
A democracia exige que os cidadãos enxerguem as coisas pelo ponto de vista
dos outros; em vez disso, estamos cada vez mais fechados em nossas próprias
3
Filtro invisível é a expressão que Pariser concebeu aos filtros presentes no ciberespaço que decidem o que
deve ou não ser mostrado para gente, é como se esses mecanismos soubessem o que é ou não importante
para nós, baseado no nosso histórico de navegação. De acordo com o autor “Eles são os motores de previsão,
constantemente criando e aperfeiçoando uma teoria de quem você é e o que você vai fazer e querer no
futuro. Juntos, estes motores criam um universo único de informação para cada um de nós – o que denomino
de filtro bolha - que fundamentalmente altera a maneira com a qual nós encontramos ideias e informações”
(PARISER apud FAVA; PERNISA JÚNIOR, 2017, p. 278).
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Quanto mais fechada nossa visão de mundo, mais intolerância à diversidade vai
haver. Com a era da personalização, estamos ficando cada vez mais fechados em nossos
próprios mundos, cercados somente por aquilo que condiz com o que concordamos e
apoiamos, sem a chance de haver um debate ou compreensão daquilo que está fora da
nossa bolha.
AGRADECIMENTOS
À PROPEG/UERN, que cada vez mais propicia o incentivo à pesquisa através dos
grupos de Iniciação Científica – PIBIC, colaborando para uma formação com mais
qualidade, motivação e dedicação à pesquisa.
REFERÊNCIAS
FAVA, Gihana; PERNISA JÚNIOR, Carlos. Filtro Bolha: como tecnologias digitais
preditivas transformam a comunicação mediada por computador. Revista Eco pós, vol.
16, n. 2, p. 275-294, 2017.
PARISER, Eli. O filtro invisível: o que a internet está escondendo de você. Rio de
Janeiro: Zahar, 2012.
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INTRODUÇÃO
A instalação das indústrias de cimento Mizu, em Baraúna (RN) no ano 2012, e a Cimento
Apodi, em Russas (CE) em 2013, provocou um conjunto de mudanças na dinâmica da
economia dos respectivos municípios. Suas localizações, no Nordeste brasileiro, se dão em
decorrência da abundante reserva de calcário existente, essencial à produção do cimento
Portland. Além do potencial natural que os municípios oferecem, incentivos fiscais e a
construção de infraestruturas também foram importantes para a instalação dessas duas
indústrias.
Embora tenham sido inseridas em estados distintos, as cimenteiras foram instaladas em datas
próximas e estão localizadas a poucos quilômetros de distância uma da outra. Desse modo,
analisaram-se os impactos provocados pelas indústrias de cimento na produção e organização
do espaço nos lugares em que foram instaladas em decorrência das alterações em suas
atividades econômicas, sobretudo nos desdobramentos de variáveis como arrecadação de
impostos, postos de trabalho criados, empresas direta e indiretamente associadas à produção
cimenteira dentre outros. Tais elementos manifestam-se nos territórios tanto material quanto
imaterialmente e articulam os lugares à produção em diferentes escalas.
METODOLOGIA
Para a realização da pesquisa, foram realizados três procedimentos, a saber: levantamento
bibliográfico, levantamento de dados secundários, entrevistas. Outros dois procedimentos,
existentes no planejamento original, o trabalho de campo e a aplicação de questionários,
foram inviabilizados em detrimento da Pandemia COVID-19, manifesta desde meados de
fevereiro/2020. Conquanto ao levantamento bibliográfico, foram pesquisados livros, artigos,
periódicos, além de artigos e materiais publicados em sites específicos. Posteriormente,
realizou-se o levantamento de dados estatísticos nos sites do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), Relação Anual de Informações Sociais e Cadastro Geral de Empregados
e Desempregados (RAIS/CAGED) e o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).
Em seguida, realizaram-se entrevistas via Google Meet, uma plataforma para comunicação
por vídeo, com o secretário de Administração em Baraúna (RN) e o Chefe de Gabinete em
Russas (CE). Essa última etapa não atingiu 100% de seu objetivo, uma vez que a meta era
entrevistar três secretários em cada município. Após diversas tentativas de contato por e-mail,
telefone e whatsapp, apenas os acima mencionados retornaram e colaboraram com a
realização da pesquisa. O mesmo ocorreu na coleta de dados secundários a partir das
Prefeituras Municipais, que não manifestaram qualquer retorno até o momento da redação
desse resumo expandido. Por fim, realizou-se a análise dos resultados que permitiu chegar às
conclusões apresentadas no presente trabalho.
1
Professor Doutor do Departamento de Geografia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Campus Mossoró; Professor
colaborador do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UERN (PPGEO/UERN); e-mail: fabioricardo@uern.br
2
Discente de Licenciatura em Geografia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, ; participante do Laboratório de Geografia
Humana- LAGHUM; e-mail: anabarros@alu.uern.br
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ainda com base em dados do SIDRA/IBGE, o PIB total no município de Baraúna, teve um
salto significativo, passando de 291.212 mil reais em 2011, para 442.935 mil em 2012,
obtendo assim um crescimento de 52,10%, no ano referente ao início das atividades da
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QUADRO 01- Participação no PIB (%) total pelos setores industrial e agropecuário.
Município de Baraúna(RN)
Ano
Indústria Agropecuária
2010 21,23% 9,26%
2011 151,95% -18,25%
2012 218,00% 22,79%
2013 63,39% -6,07%
2014 -53,66% -42,57%
2015 145,45% -23,90%
2016 -32,89% 0,35%
2017 -13,47% -14,46%
FONTE: IBGE (2020)
Com uma queda no crescimento do PIB total em 2013, o município de Russas consegue
recuperar esse crescimento no ano posterior, em 2014. O PIB total apresentou-se da seguinte
forma, 12,39%, em 2012, 6,20%, em 2013 e 14,07% em 2014. Como a Apodi Cimentos
iniciou suas atividades no mês de dezembro, justifica-se o PIB ter resultados no ano seguinte.
Embora o setor industrial tenha contribuído para recuperar o PIB desacelerado em 2013, o
setor de administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social conheceu um
crescimento maior no ano do início das atividades da Universidade Federal do Ceará, em
2014, como apresentado no Quadro 02. Resta saber se essas dinâmicas são independentes
para cada município ou se há uma relação íntima entre os mesmos, a exemplo das atividades
envolvendo o agronegócio, na Região do Baixo Jaguaribe e na Chapada do Apodi.
QUADRO 02- Participação no PIB total pelos setores Industrial e de administração, defesa,
educação e saúde públicas e seguridade social
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indústrias passaram de um total de 176, 22 e 387 em 2012 para 195, 21 e 419, em 2013
respectivamente. A indústria em Apodi contribuiu nos empregos indiretos, já que o ano de
crescimento dos estabeleciementos ocorre concominante ao início das atividades da mesma.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É possível afirmar que a dinâmica da economia mudou os dois municípios a partir da
instalação das indústrias cimenteiras, Cimento Apodi e Cimento Mizu. Contudo por
Russas(CE) ser um município de porte econômico maior que Baraúna(RN), os impactos
causados pela instalação da indústria foram menos expressivos em termos gerais. Nesse
período denominado por Santos (1994, p.52) “meio técnico-científico-informacional”, as
indústrias acompanham processos de mudanças contínuos, a cidade conhece mudanças
significativas desde a instalação até o decorrer das atividades industriais.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica e a Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte por promover os meios financeiros para a produção do
presente resumo expandido e por contribuir com o conhecimento científico e a pesquisa que
são muito importantes para a sociedade.
REFERÊNCIAS
FREITAS, Ellen. Fábrica começa a produzir cimento já em dezembro. Diário do nordeste.
Disponível em: <https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/regiao/fabrica-comeca-a-produzir-
cimento-ja-em-dezembro-1.502913>. Acesso em: 05 nov. 2020.
LÓPEZ, Flor M. AGUILAR, Adrián G. La política de escalas y el espacio local en el análisis
geográfico. IN: LÓPEZ, Marcos Valdivia. MACÍAS, Javier Delgadillo (Coord). La geografía
y la economía en sus vínculos actuales: una antología comentada del debate contemporáneo.
México: UNAM; CRIM; IIE, 2013.
PEREIRA JÚNIOR, Edilson. Território e economia política: uma abordagem a partir do
novo processo de industrialização no Ceará. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012.
SANTOS, Milton. Por uma economia política da cidade: O caso de São Paulo. 2. ed. 1.
reimpr. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2012, p. 52.
SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. A questão: O uso do território. In: SANTOS,
Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: Território e sociedade no início do século XXI.
9. ed. Rio de Janeiro: Editora Record, 2006, cap. 1, p. 19-22.
SIDRA-Sistema IBGE de Recuperação Automática, SIDRA. Disponível em:
<https://sidra.ibge.gov.br/home/pimpfbr/brasil>. Acesso em: 17 jul. 2020.
SILVA, Hudson Tiago; FERNANDES, Maria José. Pequeno município e atividade
industrial: A produção de cimento em Baraúna (RN) e as mudanças no território. In: I
CONGRESSO INTERNACIONAL DA DIVERSIDADE NO SEMIÁRIDO, 1., Campina
Grande, 2016. Anais…Campina Grande: Realize Editora, 2016. Disponível em: <
https://www.editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/24029>. Acesso em: 04 nov
.2020.
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INTRODUÇÃO
O presente ensaio tem por objetivo fazer uma discussão sobre a economia política da
urbanização no Alto Oeste Potiguar (AOP), área de fronteira interna com os estados do Ceará
e Paraíba, no contexto do estado do Rio Grande do Norte (RN).
Justifica-se essa pesquisa devido a necessidade de compreender os elementos sociais e
políticos que definem o que o Alto Oeste representa atualmente para seu contexto estadual e de
fronteira.
METODOLOGIA
Enquanto procedimentos metodológicos, primeiramente foi elaborada uma revisão
teórica com os principais temas e autores do debate aqui proposto Para isto, foram abordados
os conceitos de economia política da urbanização por Santos (2012), como também o papel do
Estado em Paulino (2017), fronteiras internas com Geiger (1993), bem como sobre o AOP com
Alves et al (2018). Foi construído ainda um banco de dados sobre dados de produção e trabalho
sobre o RN e do AOP pelos seguintes órgãos: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e Ministério do Trabalho e do Emprego
(MTE), todos do ano de 2015. Os métodos abordados foram: materialismo histórico, tendo em
vista se buscar no passado elementos para o entendimento da atual realidade socioterritorial;
bem como o indutivo, pois parte-se de uma compreensão quantitativa para inferir sobre a
realidade. Diante do significativo banco de dados construído sobre o RN e o AOP no que tange
às variáveis produção, estabelecimento e emprego, essa pesquisa analisou dados
correspondentes ao Alto Oeste Potiguar e Rio Grande do Norte no ano de 2015.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Região-fronteira do Alto Oeste Potiguar
Região-fronteira do Alto Oeste Potiguar, que discute uma breve exposição característica
da região – física e social – apresentando fenômenos dinamizadores que modificam o espaço;
O Alto Oeste Potiguar (Figura 1), por estar situado no interior do Rio Grande do Norte,
apresenta o bioma da caatinga e se configura com um clima semiárido, quente e seco com
longos períodos de estiagem (AB’SABER, 2003).
1: Região do Alto Oeste Potiguar
1
Graduanda no Curso de Geografia da UERN/campus CAMEAM, Pau dos Ferros. Estudante vinculada ao Núcleo de Estudos em Geografia
Agrária e Regional (NuGAR). E-mail: mirelelopes19@outlook.com
2
Profa. Dra. do Curso de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Dinâmicas Territoriais no Semiárido
(PLANDITES) e Pesquisadora do Núcleo de Estudos em Geografia Agrária e Regional (NuGAR), campus CAMEAM/UERN, Pau dos
Ferros. E-mail: larissafeirra@uern.br
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Base cartográfica: IBGE (2010), Sirgas 2000 UTM Zona 24 S, Organizado por: FREITAS, C. C. G. (2019).
Planejamento corporativo seletivo territorial do Rio Grande do Norte
Busca trazer um aporte histórico da economia do Rio Grande do Norte desde as grandes
navegações, mostrando também a crise das economias tradicionais e a ida de pessoas em
direção a capital, surgindo novas fontes de emprego e turismo no estado. Portanto, a economia
do Rio Grande do Norte a partir de estudos tiveram como hierarquia regional, atividades
urbanas, agregando os serviços ao terciário. Dessa maneira, tais estudos e fatos relacionados as
transformações de seus processos de urbanização e divisão do trabalho, e como eles são grandes
agentes e se (re) organizam dentro do espaço geográfico.
Abordagens sobre economia política da cidade e o papel do Estado: um contexto
do Alto Oeste Potiguar e o Rio Grande do Norte
A seção aborda uma análise da economia do estado trazendo também análises do Alto
Oeste Potiguar, visando as mudanças, formações e transformações da sociedade em relação aos
estabelecimentos formais.
Ao analisarmos dados de estabelecimentos formais (Gráfico 1) da região correspondente
ao Alto Oeste Potiguar, constatou-se uma notória desigualdade referente aos dados do estado
aqui estudado, e essa desigualdade torna-se também visível quando consideramos os dados do
AOP referente a apenas as cidades de Mossoró e Natal (gráfico, 2).
Gráfico 1: ESTABELECIMENTOS FORMAIS Gráfico 2: ESTABELECIMENTOS FORMAIS POR
POR GRANDE SETOR DE ATIVIDADE: ALTO GRANDE SETOR DE ATIVIDADE: ALTO OESTE
OESTE POTIGUAR E RIO GRANDE DO NORTE POTIGUAR, MOSSORÓ E NATAL
1457 AOP
1457 5864
MOSSORÓ
RN NATAL
20616
48655
AOP
FONTE: IBGE (2015), ORGANIZAÇÃO: FERNANDES (2018) FONTE: IBGE (2015), ORGANIZAÇÃO: FERNANDES (2018)
Os gráficos mostram os estabelecimentos formais por grandes setores de atividades,
estes que por sua vez estão divididos em agropecuária, indústria, serviços e administração
(defesa, educação e saúde públicas e seguridade social). Mostram ainda a intensa concentração
de oportunidades territorialmente focadas nos dois grandes eixos de investimentos e de
desenvolvimento do estado desde a década de 1970, que são Natal e Mossoró, ficando o AOP
como um todo, em seus 37 municípios componentes, com uma visível irrisória participação de
estabelecimentos formais no estado, podendo aferir uma menor complexidade na divisão do
trabalho, consequentemente uma menor significância e à parte dos eixos dinamizadores
econômicos do estado.
Análise de fatores econômicos do Alto Oeste Potiguar e Rio Grande do Norte
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Análise de fatores econômicos do Alto Oeste Potiguar e Rio Grande do Norte, aqui foi
feita uma análise de dados do RN e também do AOP mostrando em dados a busca por
entendimentos sobre atividades e serviços do estado. No Gráfico 03, mostra a distribuição do
Valor Adicionado Bruto do Alto Oeste Potiguar/RN no ano de 2015.
GRÁFICO 03: ALTO OESTE POTIGUAR-RN:
DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO BRUTO (VAB)
DO PIB A PREÇOS CORRENTES – 2015
Admini Agrope Indústri
stração, cuária a
defesa, 4% 5%
educ… Serviço
s
34%
FONTE: (IBGE, PIB DOS MUNICÍPIOS, 2015) ELABORAÇÃO DOS INTEGRANTES DO PROJETO
No Gráfico 04, mostra a participação recorrente dos setores de atividade na composição
do PIB, do Alto Oeste e do Rio Grande do Norte no ano de 2015.
GRÁFICO 04: PARTICIPAÇÃO DOS SETORES DE ATIVIDADE
NA COMPOSIÇÃO DO PIB - ALTO OESTE POTIGUAR E
RIO GRANDE DO NORTE (2015)
Administração, defesa, educação e
saúde públicas e seguridade social 29 57
Serviços 47 34
Indústria 21 5
Agropecuária 3 4
FONTE: (IBGE, PIB DOS MUNICÍPIOS, 2015) ELABORAÇÃO DOS INTEGRANTES DO PROJETO
No gráfico 05, extraiu-se o percentual das pessoas ocupadas no setor formal em relação
a cada setor, comparando-se o Rio Grande do Norte e a região do Alto Oeste Potiguar.
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64,59
80,00 50,64
60,00 27,75 27,77
40,00 18,87
0,362,72 7,30
20,00
0,00
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Introdução
1
Estudante do Curso de Pedagogia do Departamento de Educação do Campus Avançado de Patu da Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: merciasilva@alu.uern.br
2
Professora do Departamento de Educação do Campus Avançado de Patu da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte. Vice-líder do Grupo de Pesquisa “Formação, Currículo e Ensino – FORMACE”; e-mail:
kamilasousa@uern.br
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precária em muitos territórios rurais cearenses. No Estado do Rio Grande do Norte, a situação
também não é diferente, as escolas rurais que ainda sobrevivem, além de funcionarem com
poucos recursos materiais, humanos e pedagógicos, desenvolvem a educação escolar em salas
multisseriadas, ou seja, com estudantes de várias idades e séries dividindo o mesmo
espaço/tempo formativo.
Em meio a todas essas problemáticas, uma figura é importante para a resistência e
construção cotidiana de uma educação do campo nas escolas rurais: o/a educador/a. O/a
educador/a apesar de não ter condição de mudar a realidade material em que as escolas rurais
estão submetidas, os/as mesmos/as podem fazer transformações microbianas, mínimas, na
educação por meio da práxis docente que desenvolvem.
A partir das diversas questões que perpassam a realidade educacional do espaço rural
brasileiro essa pesquisa teve como objetivo geral compreender os desafios que os/as
educadores/as da Unidade de Ensino Rural Lauro Maia, localizada na zona rural do Município
de Patu/RN, enfrentam para desenvolver a práxis docente em salas multisseriadas, situadas em
um contexto social, histórico e cultural camponês.
Metodologia
Resultados e Discussão
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infraestrutura que ofereça as crianças que estudam nela, espaços-tempos diversos onde possam
interagir e construir o conhecimento para além da sala de aula. Na sua estrutura em geral,
possui: uma sala de aula que atende as crianças da Educação Infantil (turma multisseriada) pela
manhã e o Ensino Fundamental (turma multisseriada) a tarde; uma cozinha onde é preparada a
merenda escolar dos estudantes; uma sala de coordenação, uma sala de apoio e um pequeno
pátio integrando todos esses espaços. A escola não possui espaços como parque, quadra de
esportes, brinquedoteca, biblioteca e/ou sala de vídeo.
A escola rural também não possui em seu cotidiano a presença de uma coordenação
pedagógica, direção ou outro gestor escolar que acompanhe a rotina da mesma, sendo a
educadora a única profissional, além da merendeira, a estar presente cotidianamente na escola
desenvolvendo também o contato direto para o diálogo com os pais e familiares do estudantes
no que se refere aos aspectos pedagógicos.
Ao refletir sobre a estrutura da escola e sua rotina, a educadora entrevistada diz que:
Do meu ponto de vista a parte física poderia ser melhor se fosse maior e com uma
quadra esportiva, pois desta forma, os alunos teriam um lugar propício para praticar
os mais variados esportes. O suporte pedagógico atua na secretaria de educação,
localizado na área urbana do município, mas os planejamentos pedagógicos são
realizados a cada trinta dias, onde os coordenadores oferecem suporte para que os
professores atuem na sala multisseriada, optando por metodologias ligadas ao
contexto diário do aluno. (GIRASSOL. Entrevista, junho de 2020).
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compromisso profissional com a formação dos estudantes. Assim como Paulo Freire (1987),
compreendemos a práxis docente como um caminho de transformação da realidade e do mundo,
que ao pensar e agir transforma-se a si e ao mundo, ou seja, o educador ao refletir seu agir ele
transforma a educação, muda a realidade educacional. A educadora Girassol sujeito dessa
pesquisa, em suas falas expressou seu compromisso de busca reconhecer o território em que
sua ação pedagógica se desenvolve, para desenvolver uma educação e ensino contextualizado
com a realidade dos estudantes.
Conclusão
Com a pesquisa foi possível concluir que a educadora sujeito da pesquisa, enfrenta
desafios para desenvolver a sua prática docente em uma sala de aula multisseriadas, desafios
esses que perpassam diversas dimensões como a oferta de uma estrutura física com qualidade,
com matérias didáticos e pedagógicos para o desenvolvimento do ensino na escola rural. No
entanto, apesar desses desafios indicados pela educadora, foi concluído que a educadora
reconhece a necessidade de desenvolver uma educação contextualizada com o território dos
sujeitos e que a mesma busca em sua prática docente conhecer e refletir sobre as necessidades
dos seus alunos.
Agradecimentos
Referências
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
GOLDENBERG, Mirian. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa. 12ª ed. Rio de Janeiro:
Record, 2011.
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Introdução
Metodologia
Resultados e discussão
1
Estudante do curso de Ciências da Religião do Departamento de Ciências da Religião da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: paulomelo@alu.uern.br
2
Professor do Departamento de Ciências da Religião da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte –
UERN. Participante do Grupo de Pesquisa Educação, Cultura e Fenômeno Religioso. E-mail:
valdicley_bambucha@yahoo.com.br
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Conclusão
Pode-se concluir com a pesquisa que existem obstáculos a serem vencidos para a
superação das atuais práticas catequéticas do ER, entretanto, destacamos que é possível mudar
desde que haja empenho prático de todos inseridos nesta discussão. Dentre os pontos que
contribuem para a construção de um ER melhor, destacam-se a necessidade de investimento
em formação inicial nas CR, a autonomia epistemológica desta área em relação a Teologia e o
conhecimento sobre qual são os reais propósitos do ER. Para o alcance desses objetivos, a
ética profissional pautada nos discursos das CR poderá ajudar a nortear os docentes da área.
Referências
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vez também problematizam o seu fazer frente metodologias adotadas no processo de ensino-
aprendizagem. Portanto, percebemos que há uma troca de conhecimentos e saberes entre os
professores e estagiários.
Inferimos que a(o) estagiária(o) consegue, durante seu tempo de estágio, aproximar-se
não somente do campo de atuação, mas também dos profissionais que pensam e desenvolvem
atividades didático-pedagógicas, o que possibilita perceber processos de atuação e interação
com a sala de aula com a diversidade e as demandas das(os) alunas(os) a quem ensina/aprende.
Conforme a monografia de Freitas (2018, p. 32), o estágio e a relação entre professoras
(es) supervisoras(es) de campo e estagiárias(os) é carregada de afetos. Ressalta a importância
dos três estágios para conclusão de curso, considerando que, são momentos decisivos para a
formação e para a assimilação entre a teoria e a prática. Sendo através dessas vivências no
estágio que os/as estudantes tem um crescimento pessoal e profissional, ao superar limites e
desenvolver conhecimentos sobre o campo escolar e a própria profissão.
A partir das monografias analisadas, foi possível perceber, de modo geral, que as autoras
expuseram a relevância que o Estágio Supervisionado tem para a formação inicial de
professores. Mesmo relatando as dificuldades, anseios e aflições que emergem durante esse
percurso, reafirmaram a necessidade deste componente no decorrer da sua formação, pois
possibilita o desenvolvimento e aprendizagem da profissão docente por meio das vivências in
loco, sendo este componente basilar na compreensão do contexto escolar durante a formação.
Constatamos assim, que o as implicações ocasionadas pelo Estado Supervisionado do
Curso de Pedagogia da UERN, fazem com que os estagiários superem desafios como
insegurança e receio de assumir uma sala de aula, tendo autonomia enquanto ainda graduandos.
Durante esse processo formativo, os alunos problematizam situações no seu campo de
atuação e ressignificam os seus conhecimentos para o desenvolvimento e aprimoramento
formativo. O que nos permite constar que o componente é relevante na formação de professores,
sendo significativo no seu processo de ensino-aprendizagem.
Agradecemos ao Programa Institucional de Iniciação Científica – PIBIC, e a
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN pela oportunidade de realizar a
pesquisa PIBIC.
ANDRADE, Neucivania Moura de. Saberes e práticas docentes desenvolvidas pelos alunos
estagiários do Curso de Pedagogia FE/UERN: narrativas de experiências. 2018. 35 f.
Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia, licenciatura plena, Faculdade de Educação,
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Mossoró, 2018.
CARMO, Ana Carina Diógenes do. Estágio Supervisionado atuação do estagiário nas aulas
de matemática dos anos iniciais do ensino fundamental. 2017. 38 f. Trabalho de Conclusão
do Curso de Pedagogia, licenciatura plena, Faculdade de Educação, Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte, Mossoró, 2017.
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GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MENDES, Rafaela Gurgel. Concepções e práticas sobre a educação infantil: entre o estudo
teórico e a vivência no estágio supervisionado. 2018. 38 f. Trabalho de Conclusão do Curso de
Pedagogia, licenciatura plena, Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte, Mossoró, 2018.
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Introdução
Entre os anos de 1980 e 1991, a editora Coleção Mossoroense publicou uma série de
livros com 22 volumes intitulada – a partir do 3º volume, publicado em 1982 – de “Livros das
secas”3, reunindo vários documentos de autores e temporalidades diferentes que versam sobre
as secas. Esta foi uma iniciativa de seu criador e principal editor o intelectual mossoroense
Vingt-un Rosado (1920-2005), então diretor da Fundação Guimarães Duque (FGD), vinculada
a Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM) – desde 2004, Universidade Federal
Rural do Semiárido (UFERSA). Ambas são também criações de Vingt-un: a ESAM, em 1967,
e a FGD, em 1974.
O objetivo da pesquisa foi realizar uma investigação empírica de caráter quantitativo
com a coletânea “Livro das secas”, procurando mapear os autores e as temáticas presentes nos
documentos selecionados e organizados majoritariamente por Vingt-un Rosado e outros 4
colaboradores, América Rosado, Otto Guerra, Tereza Aranha e José Bonifácio Câmara.
Os problemas do Nordeste, notadamente a seca, é o principal eixo temático da Coleção
Mossoroense, que desde sua criação, em 1949, publicou mais de 4 mil títulos organizados em
10 séries de “A” a “J”, sendo cerca de 900 destes sobre seca, abordada em perspectiva
interdisciplinar, como história, geografia, agronomia, paleontologia, botânica, etc. Logo,
compreendemos este trabalho como uma investigação inicial sobre parte de um projeto
editorial que se associal a outro maior no campo político e cultural da localidade mossoroense
e mesorregião do Oeste potiguar, empreendido por Vingt-un Rosado, principalmente a partir
de 1948, quando inicia a chamada “Batalha da Cultura”4. A Coleção Mossoroense surge
como parte da “batalha”, porém como um empreendimento privado, contando com auxílio
financeiro da prefeitura municipal de Mossoró. Este projeto foi utilizado por Vingt-un para
cunhar uma representação de si como um intelectual a serviço da cidade, o “guardião da
memória e da cultura mossoroense” (FERNANDES, 2014, p. 19).
1 Estudante do 7º período do curso de História do Departamento de História (DHI) da Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte (UERN); e-mail: carlossilveira@alu.uern.br.
2 Professor do DHI da UERN, membro do Grupo de Pesquisa História do Nordeste – Sociedade e Cultura; e-
mail: lindercylins@uern.br.
3 Os primeiros dois volumes são chamados “Memória da seca”, publicado em 1980, e “Memorial da seca”,
publicado no ano seguinte, em 1981. A partir do terceiro volume começam a serem chamados “Terceiro livro
das secas”, “Quarto livro das secas”, assim por diante. Sabe-se da existência de um “Vigésimo terceiro livro
das secas”, porém este não foi encontrado até o momento.
4 Dix-sept Rosado eleito prefeito da cidade, em 1948, convoca seu irmão mais novo, Vingt-un Rosado a
desenvolver um projeto cultural que começou com a criação da Biblioteca e Museu municipal e o Boletim
Bibliográfico, ainda no mesmo ano, as quais Vingt-un e uma comissão ficara responsável por administrar
(COSTA, 2012 p. 155).
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Metodologia
Resultados e Discussões
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São reunidos mais de 100 autores diferentes, entre eles políticos, engenheiros,
geógrafos, agrônomos, juristas, historiadores, jornalistas, entre outros, que versam sobre
causas e soluções mais eficazes para resolver, atenuar, conviver, entender a problemática das
secas da região Norte/Nordeste. Estes remontam uma tradição discursiva técnico-científica e
político oligárquica nortistas desde a segunda metade do século XIX: artigos científicos,
relatórios institucionais do DNOCS e notícias retiradas de jornais, isto ao longo do século XX
até os primeiros anos da década de 1980.
Destacam-se numericamente e tematicamente os textos do político e jurista Felipe
Guerra (46); o engenheiro agrônomo, Francisco Alves de Andrade (10) 6; o geógrafo da USP
5
Conclusão
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Agradecimentos
Grato ao CNPq pelo fornecimento da bolsa de pesquisa, o que foi importante para
viabilizar financeiramente o tempo dedicado ao projeto e até garantir minha permanência na
Universidade. Agradeço a paciência e solicitude do orientador Lindercy Lins; por fim, o
carinho de dona Silvana, minha mãe.
Referências
ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. Palavras que calcinam, palavras que
dominam: a invenção da seca do Nordeste. In: Nos Destinos de Fronteira: história, espaços e
identidade regional. Recife, PE: Bagaço, 2008. p. 111-120.
COSTA, Bruno Balbino Aires. As “Batalhas” dos Rosados: política e cultura em Mossoró –
RN (1948-1967). IN: OPSIS, Catalão, v.12, n. 1, p. 146-163, jan/jun. 2012.
MENDES, Fabiano. O caos com causa: Vingt-un Rosado e o veio político da construção
identitária na Coleção Mossoroense. In:______. COSTA, Bruno B. Aires; FERNANDES,
Saul Estevam (Org.). Capítulos de história intelectual do Rio Grande do Norte. Natal, RN:
Editora Ifrn, 2018. p. 47-68
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INTRODUÇÃO
O objetivo desta pesquisa é discutir acerca do trabalho com fotografias do
universo escolar para o campo da História da Educação. Através das imagens, nos é
possível investigar quais as representações foram historicamente construídas acerca da
culturas escolares a partir das análises de elementos da cultura material, bem como bem
como observar os indícios que apontam para as práticas educativas desenvolvidas nas
instituições que se constituem enquanto lócus de pesquisa.
Esta investigação foi viabilizada a partir do acesso ao acervo documental, do
Educandário Nossa Senhora das Vitórias (1927), situado no município de Assú/RN. Além
das buscas realizadas no arquivo da referida escola, buscamos contatos com
memorialistas locais que nos disponibilizaram outros documentos que foram essenciais
para a realização deste estudo.
Os diálogos entre história e educação têm sido cada vez mais necessários e o
campo da História da Educação tem produzido conhecimentos diversos acerca da história
das instituições escolares, a partir da investigação por meio do diálogo entre os mais
distintos documentos que possam ser encontrados dentro e fora das instituições oficiais
de ensino. Este materiais trazem informações importantes sobre os seus períodos de
produção, a partir de documentos escritos, como atas, livros de ponto, e outros, além da
possibilidade do uso das fotografias escolares que construíram fortes representações
acerca do cotidiano vivenciado pelas pessoas que ocupavam aquele espaço escolar.
METODOLOGIA
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Para que esta pesquisa acontecesse, visitas ao acervo da instituição foram feitas,
documentos mapeados, digitalizados e catalogados a fim de analisarmos algumas
questões que incidem de forma direta sobre a fotografia escolar. Quando trabalhamos com
a história que é contada a partir dos registros impressos, percebemos diversos elementos
que emergem e dizem respeito aos contextos de produção circulação e recepção, bem
como atentamos para as especificidades no trabalho com cada documento utilizado.
Ao visitar o acervo do Educandário Nossa senhora das Vitórias, encontramos
alguns documentos, como Livros de Ponto, Atas, Livros de Registros de Frequência dos
alunos, fotografias. Apesar da diversidade de documentos encontrados, nosso estudo
encontra-se focado no trabalho com as imagens, por entendermos que estas foram
registradas com objetivo de contar a história da instituição e dos sujeitos que dela fizeram
parte, desde as glórias do passado, aos dias atuais.
De acordo com Vidal (1994, p.129) as imagens “não apenas ilustram uma época,
mas estão prenhes ou não de outras informações, acessíveis ou não, àqueles que os
interrogam. [...] São signos, e como signos devem ser tratados, interrogados nos seus
significantes e significado”.As imagens encontradas são datadas das primeiras décadas
do início do século XX, portanto, registros em preto e branco que apesar tempo,
encontram-se em ótimo estado, onde muitos indícios podem ser lidos.
A imagem se faz entender em nossos dias atuais como um documento, uma fonte
histórica que muito pode nos contar sobre realidades, e acontecimentos passados,
informações que seriam impossíveis de outra forma, temos acesso através de imagens,
pois a partir de um registro feito, várias informações podem ser construídas, ou reveladas,
a partir do contexto social e cultural de cada época, revelam a respeito das experiências
diárias vivenciadas no cotidiano escolar. Destacamos, ainda, que o ato de registrar o
cotidiano não era algo acessível à todas as instituições educacionais, o que nos aponta
para mais um elemento da cultura escolar do Colégio Nossa Senhora das Vitórias.
A partir do entendimento, significado e importância das imagens para os estudos
iconográficos, analisamos algumas fotografias que retratam e contam a história que vai
desde situações escolares cotidianas até festividades escolares e/ou cívicas.
Corroboramos com Viñao Frago (1995, p.69) ao dizer que “y sí, es cierto, la cultura
escolar es toda la vida escolar: hechos e ideas, mentes y cuerpos, objetos y conductas,
modos de pensar, decir y hacer.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
O Educandário Nossa senhora das Vitórias, fundado no ano de (1927) no
município de Assú, era de cunho católico a direção das filhas do amor divino, a fundação
da instituição tinha como objetivo educar as moças da região, esse era um desejo da igreja
católica em fortalecer seus ideais no mundo a fora, em seu primeiro ano de funcionamento
atendeu apenas as meninas, no ano seguinte é que foi aberto aos meninos. Era um marco
na história do Assú e região.
A partir das leituras, sobre os estudos iconográficos, que contam, em parte a
história da instituição através de imagens, mas também sobre a história da educação,
vivenciadas na época em que a escola era para poucos no Brasil. As imagens nos fazem
percorrer uma caminho muito amplo sobre como acontecia a educação no século XIX,
início do XX, as conjecturas políticas, sociais, e culturais da época em que a educação era
para poucos, onde a menina devia ter comportamento diferenciado, onde a preparação na
escola também, estava voltada para o casamento.
CONCLUSÃO
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AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
ALMADA, Márcia. Cultura escrita e materialidade : possibilidades interdisciplinares
de pesquisa. Pós: Belo Horizonte, v. 4, n.8, p. 134 – 147, nov. 2014.
BACELLAR, Carlos. Fontes documentais: uso e mau uso dos arquivos. In: PINSKY
C.B., Fontes históricas, 2 ed. São Paulo: Contexto, 2008.
BURKE, Peter. Testemunha Ocular: história e Imagem. Tradução Vera Maria Xavier
dos Santos. Bauru, São Paulo: EDUSC, 2004.
MOGARRO, Maria João. Arquivos e educação: a construção da memória educativa.
Revista Brasileira de História da Educação. nº 10 de jul./dez.2005.
VIDAL, Diana Gonçalves. Fontes visuais na História: significar uma peça. Varia
História, Belo Horizonte, nº 13, Junho/94, p. 128-131.
VIÑAO FRAGO, Antonio. História da educação e história cultural: possibilidades,
problemas e questões. Revista Brasileira de Educação, 0, p. 63-82, 1995.
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1
Discente do 7° período do curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN.
silvatalita400@gmail.com
2
Doutor em Educação, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Professor da Faculdade de Educação
da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, atuando na graduação e na pós-graduação.
allansouza@uern.br
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
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OLIVEIRA, João Ferreira de; CARVALHO, Renata Ramos da Silva. As metas do Plano
Nacional de Educação – PNE (2014-2024) para a educação superior brasileira: As tensões e
os desafios da expansão com Qualidade. In: SILVA, Mônica Aparecida da Rocha;
SANTUARIO, Armando Alcántara (org.). Políticas públicas de educação superior e
desenvolvimento: desafios e dimensões contemporâneas no Brasil e no México. Tocantins:
Eduft, 2019. p. 79-98.
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1
A sucessão ao governo estadual no Rio Grande do Norte teve ampla divulgação pelo Gazeta do Oeste.
Em suas páginas foram apresentados os principais postulantes ao cargo e as estratégias políticas, bem os
embates que se configuraram em torno do papel do governador Tarcísio Maia no contexto da escolha de
seu sucessor. Sobre essas questões ver: FALCÃO, Marcílio Lima. No Labirinto da Memória: fabricação
e uso político do passado de Mossoró pelas Famílias Escóssias e Rosados (1902-2002). 2018. 321 f. Tese
(Doutorado em História). Faculdade de filosofia, Letras e Ciências Humanas, USP, São Paulo, 2018, p.
213-225; CIRILO, Bruno Emanoel Pinto Barreto. A divisão política da família Rosado em Mossoró
contada nas páginas dos jornais O Mossoroense e Gazeta do Oeste: 1980-1988. 2016. 128 f. Dissertação
(Mestrado em Ciências Sociais e Humanas). Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e Humanas,
UERN, 2016, p. 59-63.
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Percebe-se que por todo o período da transição, a atuação do Gazeta do Oeste foi
dúbia. De um lado, fez circular questões sensíveis aos interesses dos militares, mas por
outro, levou essas discussões para a escala local, onde eximia as lideranças militares que
dirigiam a República dos problemas advindos das políticas empreendidas durante o
Regime Militar.
Assim, assuntos como inflação, greves, protestos nos grandes centros urbanos ,
pobreza e disparidades regionais eram tratados de forma a “afastar qualquer possibilidade
de ruptura ou de que a extinção ditadura militar resultasse de agudos conflitos sociais e
políticos” (LOHN, 2015, p. 02). Essa estratégia fez parte dos objetivos “dos acordos que
tramaram o aporte institucional e as bases que asseguraram a hegemonia liberal sobre a
transição para os marcos de um novo regime político” , bem como estabeleceram o
controle das narrativas que a população deveria receber e construir sua visão sobre o
Regime Militar e o período da transição (LOHN, 2015, p. 02).
Referências Bibliográficas
LUNA, Francisco Vidal; KLEIN, Herbert S. Mudanças sociais no período militar (1964-
1985). In: REIS FIHO, Daniel Aarão; RIDENTI, Marcelo; MOTTA, Rodrigo Patto Sá
(org.). A ditadura que mudou o Brasil: 50 anos do golpe de 1964. 1. ed. Rio de Janeiro:
Zahar, 2014.
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Introdução
1
Graduando do Curso de Geografia pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Campus de
Pau dos Ferros (CAPF). Bolsista pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica (PIBIC)
do CNPq. viniciusuern@gmail.com
2
Professor do departamento de Geografia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Campus
de Pau dos Ferros (CAPF), josuebezerra@uern.br
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Mapa 01- Cidade de Pau dos Ferros, Rio Grande do Norte, Brasil
Metodologia
Resultado e Discuções
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industri
industria Serviço
a
5% 25%
8%
Serviço
34% Agropecuária
0%
Agropecuária
0%
comérci comércio
o construção 59%
57% civil
construção civil
8%
4%
Fonte: Rais/Caged (2019). Fonte: Rais/Caged (2019).
Essa dinâmica ao longo desses doze anos, foi fortalecendo o terciário da cidade, e novas
formas de comércio e serviço surgiam conforme o tempo. Para complementar a procura e a
necessidades dos consumidores, essas ações e as mudanças nos espaços de consumo tiveram
um papel importante para o crescimento urbano de Pau dos Ferros.
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Conclusão
Agradecimentos
Referências
BEZERRA, J. A. A cidade e região de Pau dos Ferros: por uma geografia da distância em
uma rede urbana interiorizada. 429 f. Tese (Doutorado em Geografia). Universidade Estadual
do Ceará, Centro de Ciências e Tecnologia, Programa de Pós-graduação em Geografia,
Fortaleza, 2016.
CORRÊA, R. L. O Espaço Urbano. 4 ed. São Paulo: Ática, 2005 [1989]. (Série princípios)
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INTRODUÇÃO
1
Estudante do curso de Geografia do Departamento de Geografia da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte – UERN/CAWSL; E-mail: debora.tavares.gamer@gmail.com
2
Estudante do curso de Geografia do Departamento de Geografia da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte – UERN/CAWSL; E-mail: leoguarani847@gmail.com
3
Professora do Departamento de Geografia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte –
UERN/CAWSL, Participante do Grupo de Pesquisa Ambiente e Sociedade; E-mail: zenisbezerra@uern.br
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METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Figura 2: Barragem Armando Ribeiro Gonçalves que inundou a cidade de São Rafael
CONCLUSÃO
A pesquisa buscou vista evidenciar a relação entre os sujeitos atingidos com o território
desapropriado, em seu processos de deslocamento, e na reconstrução de seus espaços, revela
que este projeto e sua implantação, a partir do slogan de “combate à seca” visando solucionar
o abastecimento de água na região, torna-se contraditório. Pois “a política de construção de
barragens e entre elas, a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, é parte do conjunto da
política governamental que só beneficiou o grande capital, tendo em vista que a maior parte
dessas barragens, foram construídas em propriedades particulares” Costa (2010, p. 116).
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
COSTA, D. A. da. São Rafael: A História da Cidade que o Progresso Naufragou. Gráfica S.
Expedito: Jucurutu/RN, 2010.
OLIVEIRA, Ana Maria Cortez Vaz dos Santos. Processos de desterritorialização e filiação ao
lugar: O caso da Aldeia da Luz. (Dissertação de Mestrado) Faculdade de Letras. Coimbra 2011. p.
152.
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INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Este é um trabalho de natureza qualitativa. Ou seja, o estudo pauta-se na interpretação
do mundo real, a partir de experiências vividas entre o pesquisador e o sujeito pesquisado,
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONCLUSÕES
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tomada de atitude dos alunos, com relação à preservação de seu território. Desse modo,
compreendemos que a perspectiva da educação contextualizada pode fortalecer a Geografia
escolar, fazendo com que a mesma valorize e desenvolva os sentimentos, identidade e cultura
sobre o território semiárido, através do repasse prático de seus conteúdos, utilizando de sua
interdisciplinaridade singular e de seu leque de materiais e metodologias didáticas.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
AUGUSTO, C. A. Pesquisa Qualitativa: rigor metodológico no tratamento da teoria dos custos de
transação em artigos apresentados nos congressos da Sober (2007-2011). RESR. Piracicaba/SP, Vol.
51, Nº 4, p. 745-764, Out/Dez 2013 – Impressa em Fevereiro de 2014
COSTA, A. S., et al. O uso do método estudo de caso na Ciência da Informação no Brasil. InCID:
Revista de Ciência da Informação e Documentação, 4(1), 49-69. 2013.
FILHO, Jose Farias Gomes. Crianças e adolescente no Semi-árido Brasileiro. Recife: Unicef, 2003.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. - São Paulo: Atlas, 2008.
ROCHA, G. O. R. Uma breve história da formação do(a) professor(a) de Geografia no Brasil. Terra
Livre. São Paulo: n. 15, p. 129-144, 2000.
SILVA, F. P. Convivência com o semiárido: práticas interdisciplinares com alunos de uma escola
pública em Petrolina/PE. Revista Brasileira de Educação em Geografia. Campinas, v. 6, n. 11, p. 405-
412, 2016.
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Introdução
Metodologia
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mentalidades coletivas e valores, mas fez uma densa análise sobre tempo e espaço, e revelou
uma tendência em perceber as construções sociais a partir da dialética marxista, em que o
capital era determinante para a formação de classes e distribuição dessas nos espaços. “A
nobreza enriquecia e migrava para as cidades, os pobres tornavam-se cada vez mais pobres e
eram empurrados para a pirataria e o banditismo” (p.33). A terceira geração (1970 a 1889)
tem a frente o pensamento de Jacques Le Goff e Pierre Nora e trouxe mudanças intelectuais
significativas, principalmente porque suas ideias não podiam mais ser atribuídas a um nome,
mas estavam difusas entre diversos historiadores, dentro e fora da França. Dessa forma, foram
ampliadas as fronteiras da história, abrindo espaço para discussão de temas nunca antes
pensado, como infância, mulher, sonho, corpo e as próprias instituições escolares que
passaram a ser vista, a partir, desse momento, como fonte de pesquisa para a história da
educação.
A terceira geração da Escola dos Annales teve maior representatividades em relação a
ampliação das fontes de pesquisas, permitindo estudar uma série de minorias, a partir da voz
deles próprios e não dos grandes nomes, essa geração permitiu assim estudar as instituições
escolares como protagonistas na construção da história da educação.
A vida escolar esta pautada, a partir dos paradigmas da Nova História Cultural de
práticas e representações (CHATIER, 1998), da religiosidade, da linguagem e dos
experimentos (BURKE, 1992). Corroborando com o que foi dito, Magalhães (2004) observa
que as mudanças na educação são lentas e se constituem na multidimensionalidade de
princípios de práticas, representações e apropriações pelas quais as questões escolares não
podem deixar de interpretadas. Dessa forma, é possível compreender que as construções
escolares são modificáveis, no entanto, sem apresentar grandes rupturas, mantendo um caráter
de complementaridade e permanência em tempos e espaços específicos.
Quanto as práticas e representações escolares é possível notar que essas estavam muito
ligadas as práticas religiosas, história da leitura, e da disciplina, essa última adotada para
reforçar a obediência. A escola era quem detinha o poder de modificar as realidades de fazer o
povo refletir sobre aquilo que era conveniente, de um modo mais forte que o simples reflexo
de uma imagem social (BURKE, 1992).
Condições materiais, de funcionamento, a gramática escolar e escolarização aludem a
representação de apropriação da aprendizagem, as práticas por sua vez, estão relacionadas ao
saber e saber-fazer o qual constrói identidade e valoriza os contextos geográficas, sociais
geográficos (MAGALHÃES, 2004)
O tempo e o espaço como definidores de saberes foram se construindo ao longo da
nossa história da educação, e a partir das necessidades impostas para o desenvolvimento e sob
pressões sociais. Tais construções estão relacionadas a função social e a singularidade da
instituição escolar e da cultura, além do mais, determinam o currículo escolar. (FARIA
FILHO, VIDAL, 2000). O espaço escolar detinha uma arquitetura imponente para que fosse
admirada e respeitada, representasse mudança de hábitos e servisse para a socialização dos
conhecimentos necessários para inserção de crianças no mundo urbano. (FARIA FILHO,
1998)
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Resultados e discussões
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Toda a estrutura de ensino devia de mantida pelo município, que nem sempre
conseguia, dessa forma os professores criavam os caixas escolares. No grupo escolar Almino
Afonso o caixa escolar, era um palhaço, o "comedor de moedas", na mão dele era colocado
uma moeda, e através de uma engrenagem a mão dele era elevada a boca, fazendo com que a
moeda fosse "engolida" pelo palhaço. O cofre percorria as fazendas da cidade, que a época
contava com uma extensão território bem maior que a atual, para que os fazendeiros fizessem
doações para manter o funcionamento da escola. A falta de recurso era uma realidade muito
presente nos grupos escolares, porque não havia fundos específicos para financiar a educação.
Estudar as instituições escolares é importante, porque elas constituem um marco
histórico carregado de significado, que delineiam a história da educação. A construção dos
seus espaços, seguem um objetivo temporal que pode ser compreendido, a partir de memórias
que deram sentido ao lugar. As práticas realizadas, os objetos e documentos guardados nas
instituições dão pistas da trajetória da educação e do interesse que ela foi/estar carregada.
Muito há para se estudar nas instituições escolares com o propósito de entender a História da
Educação, no caso do Grupo Escolar Almino Afonso, muito que podia ser explorado ficou
inviável em razão da pandemia, por isso, já existe um novo projeto aprovado, para dá
continuidade ao estudo sobre o grupo, a fim de conhecer seu papel no contexto de formação
educacional e social do lugar, revirando as fontes com um olhar novo, para recontar a história,
através de fatos não percebidos antes.
Referências
WOLFF, Silvia Ferreira Santos. Espaço e educação: os primeiros passos da arquitetura das
escolas públicas paulistas. São Paulo: Dissertação de Mestrado, FAU/USP, 1992.
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Introdução
Mesmo não havendo ainda cursos especializados de formação inicial e concursos públicos
exclusivos para a prática docente nesses espaços diferenciados de fazer educação pública no
Rio Grande do Norte, professores e estudantes em formação desejam e lutam para atuar
pedagogicamente em classes hospitalares e domiciliares, e passam a vivenciar experiências
conscientes e tácitas de formação docente in loco.
Na busca por compreender experiências pedagógicas que indicam uma formação docente
especializada, adquirida “no chão do hospital”, temos desenvolvido projetos de pesquisa para
atender a essa proposição. A primeira etapa do projeto foi intitulada - Experiências docentes
de aprendizagens com crianças em classes hospitalares, desenvolvido no período de
novembro de 2017 a novembro de 2018.
1
Estudante do curso de Pedagogia do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio Gran d e d o
Norte, Campus Avançado de Assú. amanda25cibelly@gmail.com
2
Estudante do curso de Pedagogia do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio Gran d e d o
Norte, Campus Avançado de Assú. karolsilveira.com@hotmail.com
3
Professora Adjunto II da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Departamento de Educação,
Campus Avançado de Assú. robertaceres@uern.br
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O grupo reflexivo de mediação biográfica foi desenvolvido tendo em vista a necessidade que
as professoras atuantes em classes hospitalares tinham de falar, partilhar e escrever sobre suas
experiências. Foi pensado enquanto proposta de prática de formação, pois possibilita aos
sujeitos participantes do processo, refletir e produzir teorias sobre seus modos de ser e de
fazer educação em contexto hospitalar.
Metodologia
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Nossos estudos em Passeggi; Oliveira; Nascimento (2019) nos evidenciam a existência de três
momentos que fazem parte do processo de autobiografização, vivenciados no grupo reflexivo
de mediação biográfica. O momento iniciático é vivenciado na entrada no grupo, a exposição
no grupo tende a ser vista como um perigo, nesse sentido, uma luta é travada mediante a
ameaça de se expor. No momento maiêutico, a conviviabilidade entre os pares vai evoluindo e
a reflexão já iniciada nesse processo passa a construir as narrativas de si. No momento
hermenêutico, a pessoa que narra passa pelo processo de reinterpretação das experiências que
foram vividas. Nesse último momento de escrita, o sujeito conclui tornando-se mais
autônomo, como um processo de emancipação.
Resultados e Discussão
Como resultados, evidenciamos que o grupo como proposta de formação, tem nos permitido
vivenciar experiências formativas em diferentes contextos mais especificamente no contexto
da classe hospitalar, a partir das experiências compartilhadas com as professoras que atuam
em classes hospitalares. Foi possível construir novos conhecimentos e nessa partilha de
experiências vivenciadas pelas professoras “no chão do hospital”, conhecemos a Tecnologia
Assistiva.
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Concluímos que, na formação inicial aprendemos sobre a escola, sobre práticas pedagógicas e
o ensino institucionalizado, no entanto, muito do que abrange o trabalho do professor não está
no currículo da formação inicial, e o grupo reflexivo de mediação biográfica trouxe
contribuições valiosas para nossa formação inicial. Como afirmam Passeggi, Oliveira e
Nascimento (2019, p. 607):
O que fica para quem tem acesso à narrativa do outro é o conjunto de
experiências e saberes biográficos, aquilo que é construído pela atribuição de
sentidos, numa interrelação do que se fala, o que se escuta e o que
corresponde ao mundo da vida de quem participa dessa construção coletiva.
Conclusões
Referências
BERSCH, Rita. Introdução a Tecnologia Assistiva. Porto Alegre, 2017.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25. ed. Rio
de Janeiro: Paz e Terra, 2016.
LARROSA, Jorge. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. In: Revista Brasileira
de Educação, n. 19, p. 20-28, 2002.
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Adriele Erika da Silva1; Ysmilla Katalana de Oliveira Figueredo2; Dr. Hélio Junior Rocha de
Lima.3
Introdução
A maioria das pessoas hoje em dia tem fotografias de quando eram crianças, essas
fotos mostram muito sobre sua história, o tempo de sua infância. É perceptível a sociedade
humana era e é cercada de imagens. É comum avaliar as pessoas pelas fotos cotidianamente
postadas nas redes sociais. Onde as elas revelam ou criam a vida que querem mostrar para os
outros, e muitos relacionamentos têm como base a vida virtual criada através das imagens
passadas nas redes sociais.
E entre fotos e vídeos as pessoas se relacionam com o mundo lá fora. Através de
imagens se vê o quadro político, a violência, a vida de vários. Utiliza-se as imagens para se
comunicar com amigos, como os emojis; para entretenimento, assistindo um filme e para
informação, vendo um documentário, por exemplo. Desta forma pode-se perceber o quanto ela
é presente e essencial para humanidade, então
Assim além da sociedade produzir imagens, também a utiliza como uma forma de
interação entre as pessoas e o mundo ao seu redor. Loizos (2008, p. 138) declara que “o mundo
em que vivemos é crescentemente influenciado pelos meios de comunicação, cujos resultados,
muitas vezes, dependem dos elementos visuais. Consequentemente o ‘visual’ e a ‘mídia’
desempenham papéis importantes na vida social, política e econômica”. Demostrando como a
presença da imagem na vida das pessoas além de ser crescente vem se tornando mais complexa.
Diante desse quadro, na pesquisa para o PIBIC, estudamos a imagem na pesquisa em
educação, e a partir das leituras e discussões feitas em grupo começamos a pensar: o que é a
imagem? Como conceituá-la? Ou na verdade, quais são as definições atribuídas à imagem? Ao
decorrer das reflexões que fizemos sobre a imagem pensamos sobre seu papel na sociedade e
em nosso relacionamento com ela. Esta reflexão continua no projeto de extensão Teatro
Imagem na Sala de Aula, onde nós vivenciamos a prática dos vários exercícios desta técnica de
teatro, além de conhecer sua teoria gradativamente.
Partindo dessa ideia buscamos explorar as técnicas do teatro imagem, a fim de perceber
quais e onde estão as imagens contidas nelas. No primeiro momento pode-se pensar ser
1
Estudante do curso de Pedagogia do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte, Integrante do projeto de pesquisa “Texturas: Imagem na pesquisa em educação”; e-mail:
adrielleerika@gmail.com
2
Estudante do curso de Pedagogia do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte, Integrante do projeto de pesquisa “Texturas: Imagem na pesquisa em educação”; e-mail:
ysmilla_katalana@hotmail.com
3
Professor do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Coordenador do
projeto de pesquisa “Texturas: Imagem na pesquisa em educação”; e-mail: heliolim@hotmail.com
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desnecessário refletir sobre a imagem no teatro imagem, pois se pressupõe que o teatro em si é
uma representação, onde não há realidade. No entanto, um dos nossos principais
questionamentos é que tudo o que se faz no teatro imagem é de fato representação? Se não, o
que é real e o que é imagem? Para esse estudo utilizaremos como fontes principais Areal (2012),
Loizos (2008), Boal (1980) e Barthes (1984). Além das fontes bibliográficas também
refletiremos com base nas fotografias feitas das atividades da extensão Teatro Imagem na Sala
de Aula e a nossa vivência com o teatro através do mesmo grupo.
Antes de falarmos do Teatro imagem, percebe-se se faz necessário entender um pouco
do Teatro do Oprimido (TO), pois o ele é na verdade uma técnica do TO. Este, por sua vez, foi
criado ou/e sistematizados pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal que “é um encontro (e, de
certa forma uma síntese) entre a cultura popular e a cultura para o povo” (1980, p. 23).
Inicialmente deve se ter em mente que o TO irá romper com algumas ideias propagadas pelo
teatro clássico. Ele consiste tem um teatro feito pelos oprimidos no qual eles pensam suas
próprias opressões. E dentro desta concepção se encontra o Teatro Imagem.
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A fotografia foi feita durante uma oficina do grupo de Teatro imagem na sala de aula
com o Lefreire, onde cada participante iria ilustrar uma opressão com o seu corpo. A ilustração
do participante representa claramente um suicídio. Mas que outras interpretações podemos
fazer dessa imagem? Por mais que o participante represente algo, ele também o apresenta, por
sua vez, o espectador faz sua própria interpretação. Souza e Olária (2014, p. 7) declaram que
“A imagem é um produto que revela a visão de mundo, expressa a sensibilidade e a
intencionalidade de seu autor na captura de determinado momento da realidade”. Assim, a
imagem que nos foi apresentada, mesmo que nos pareça óbvia, pode levar a diferentes tipos de
interpretações.
Outra técnica que o autor apresenta e nos propomos a analisar, é A imagem de
transição (o real e o ideal) (BOAL, 1980, p. 61). Nesta técnica, primeiramente um grupo mostra
uma imagem de opressão (real), qualquer tipo de opressão que o grupo queira discutir. Depois
eles devem mostrar uma imagem onde não exista mais aquela opressão (ideal). Na dinamização
dessa técnica pede-se que o grupo apresente, de acordo com os sinais do coringa, a imagens de
transição entre a opressão real e o modelo ideal. Ou seja, pede-se que o grupo discuta
visualmente formas de superar aquela determinada opressão.
Segundo Boal “Esta terceira técnica consiste em trabalhar um modelo, em provocar
uma discussão com meios exclusivamente visuais. A palavra, mais do que nunca, deve estar
ausente. Mas não o debate, que deve ser o mais intenso e complexo possível” (1980, p. 61).
Nota-se que a imagem entra no campo da discussão, das diferentes opiniões, dos acordos e
desacordos que se estabelece nas relações sociais. Uma questão real é tratada naquele momento,
não é uma representação de algo ou alguém, mas a própria pessoa se expressando.
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A fotografia foi feita em uma oficina de teatro imagem juntamente com um círculo de
cultura realizada pelo 7º período de pedagogia FE/UERN e pelo projeto de Extensão Teatro
imagem na Sala de Aula em uma escola de Educação de Jovens e Adultos. Na imagem podemos
notar uma das experiencias do exercício citado acima. Percebe-se entre os participantes que
alguns deles formam uma imagem onde demostram serem silenciados. Nota-se que representam
uma opressão, então moldam seu próprio corpo afim demonstrarem-na. Não se sabe exatamente
à que opressão se referem neste momento, pois não há fala, no entanto, pode-se interpretá-la,
dar um significado para ela.
Considerações Finais
Boal (1980) irá chamar atenção para a forma como se observa essas imagens presentes
no cotidiano. Ele coloca que fazemos associações impossíveis através das imagens. Desta
forma, percebe-se que muitas vezes olhamos e não vemos, ou não refletimos sobre o que vemos.
Assim, o Teatro Imagem se propõe através de jogos teatrais desenvolver uma linguagem visual
mais crítica e reflexiva sobre a imagem. Diante disso, vê-se que o primeiro lugar onde a imagem
estar dentro do Teatro Imagem é no próprio objetivo para o qual a técnica se propõe, e neste
ponto ela tem um papel principal.
A partir das representações no Teatro Imagem pode-se fazer outras leituras, formado
outras próprias imagens sobre do que é apresentado. Diante do espectador não há só uma
representação, mas uma apresentação, então constrói-se a partir disso um significado. Assim
como Areal (2012, p. 69) fala das esculturas, talvez seja possível aplicar aqui o mesmo
pensamento sobre os modelos apresentados, que igualmente “podemos tocá-la, podemos olhá-
la de diferentes pontos de vista; são já objectos, não são apenas imagens.”. Então vê-se que
dentro deste teatro transita-se entre o real e a imagem, ou representação. Sendo que essa
transição possibilita um outro olhar sobre a imagem.
Agradecimentos
À FE – Faculdade de Educação
Ao Centro de Educação de Jovens e Adultos de Mossoró
À Propeg/UERN
Ao LEFREIRE
AO RESPED
Ao PIBID/Pedagogia
Referências
AREAL, Leonor - O que é uma imagem? Cadernos PAR. N.º 5 (Mai. 2012), p. 59-80.
BARTHES, Roland. A Câmara Clara: nota Sobre a Fotografia. Rio de Janeiro: Nova, 1984.
BOAL, Augusto. Stop, cést magique!. Civilização Brasileira, 1980.
LOIZOS, Peter. Vídeo, filme e fotografias como documento de pesquisa. In. BAUER, Martin
W.; GASKELL, George. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual
prático. 7ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
SOUZA, V. L. C. A., & Olária, V. (2014). Outros olhares sobre o uso da imagem em
pesquisa qualitativa: o exercício com a interpretação de Didi Huberman. Comunicação &
Informação, 17(2), 06-22. https://doi.org/10.5216/31812
WELLER, Wivian. BASSALO, lucélia de Moraes Braga. Imagens: documentos de visões de
mundo. Sociologias, Porto Alegre, ano 13, no 28, set./dez. 2011, p. 284-314
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Cynthia da Silva Pereira¹; Maria Luiza da Silva Leite²; Normândia de Farias Mesquita
Medeiros³
Introdução
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Metodologia
Resultados e discussões
Na entrevista realizada com a professora, esta destaca que, existem muitos desafios,
aprendizagens e avanços na prática pedagógica. Não existe um “modelo” ou uma “receita” para
ensinar alunos com TEA, “sabemos que se dois alunos apresentarem o mesmo diagnóstico,
podem ter comportamentos diferentes para uma mesma atividade”. E explica que uma criança
com autismo pode aceitar bem uma atividade e para outra não dar certo. E continua: “ é
necessário priorizar a socialização e propor atividades pedagógicas adequadas a cada criança...o
que não é uma tarefa fácil”.
Ao ser questionada sobre os saberes e práticas necessários a(o) professor(a) para lidar
com essa problemática em sua sala de aula, revela que é importante o(a) professor(a) ter
sensibilidade para essa problemática, acolher, conhecer bem os alunos, não precisa ser um
especialista em TEA, mas tem que buscar conhecimentos, leituras e redirecionar sua prática
docente. “Eu busquei a formação continuada, gosto muito de ler, de estudar e conversar com
colegas mais experientes, que tenham um conhecimento mais aprofundado”(professora).
A docente ressalta que o(a) professor(a), em alguns casos não poderá conduzir
sozinho(a) a turma, pois se existir um caso mais grave de TEA (que muitas vezes são associados
com outras comorbidades), há necessidade de um(a) professor(a) auxiliar. A Lei garante esse
direito dependendo do contexto e do grau do TEA. E continua seu relato dizendo que a presença
de um número considerável de alunos portadores de necessidades especiais nas escolas
acontecem atualmente, pelo fato das pesquisas e estudos terem avançado nesse sentido, outra
questão também, é a importância da conscientização das famílias. Chama atenção para o fato
da presença do(a) auxiliar ser necessário(a), mas em alguns casos pode tolher um pouco o
desenvolvimento e a autonomia de um autista, já que está sempre muito próxima do(a) aluno(a).
Cita também a CID-10 que significa "Classificação Internacional de Doenças", e a DSM-5 é
uma sigla inglesa, Diagnostic and Statistical Manual, que significa Manual de Diagnóstico e
Estatística.
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Conclusões
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Agradecimentos
Referências
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários para a prática educativa. São
Paulo: Paz e Terra, 1996.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999.
KLIN, Ami. Autismo e síndrome de Asperger: uma visão geral. Rev. Bras. Psiquiatr. São Paulo
, v. 28, supl. 1, p. s3-s11, Mai 2006 .
MANTO AN, M.T.E., Caminhos pedagógicos da inclusão. São Paulo: Memnon edições
científicas, 2001.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa Social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 1999.
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RESUMO:
INTRODUÇÃO:
1
Estudante do Curso de Administração do Departamento de Administração d a Un iv ersid ade Es t ado d o Rio
Grande do Norte; Barbosa-bezerra@hotmail.com.
2
Professora do Departamento de Educação da Universidade d o Estado do Rio Grande do Norte;
anaaguiar@uern.br.
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METODOLOGIA
RESULTADOS
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Quanto aos professores alguns encontram dificuldades, pois muitos estão aprendendo
a trabalhar com aluno com deficiência e aprofundar o caminho da formação continuada para a
área específica da inclusão de pessoas com deficiência. Os sujeitos da pesquisa, narram que
vem desenvolvendo seus estudos e alçando êxito, a despeito de dificuldades. Apontam que
estão conseguindo superar dificuldades, organizam suas atividades, produzem artigos,
participam das pesquisas, dos eventos, dos congressos, do salão de Iniciação Científica que
ocorre todos os anos. Um dos estudantes, sujeito desta pesquisa está em andamento com a
produção de um livro sobre sua trajetória de escolaridade básica e acadêmica.
Participarão desse livro através das suas narrativas, professores, gestores, amigos,
alunos. A inclusão ainda está em andamento e acreditam que as barreiras atitudinais vão
progredindo. Destaca a DAIN/ UERN pelo seu empenho com a participação da equipe
multidisciplinar o que tem permitido superação das dificuldades ao longo de toda a vida
acadêmica.
CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
À Profa., Dra. Ana Lúcia Oliveira Aguiar pelo apoio, pelas orientações,
acompanhamento e incentivos na minha formação acadêmica.
À Ms Eliane Cota Florio pelo empenho em me ajudar no que lhe coube.
A todos que cooperaram para a minha pesquisa, muito obrigado.
REFERÊNCIAS
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 13. ed.
São Paulo: Paz e Terra, 1996.
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1
Estudante do curso de História do Departamento de História da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte; e-mail: mairaolisousa@gmail.com
2
Professor do Departamento de História da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
Líder do Grupo de Pesquisa em História Social e Económica; e-mail:
franciscolinhares79@gmail.com
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Dessa forma, usando vocábulos como, “Jesuíno Alves”, “Jesuíno Calado” e “Jesuíno
Brilhante”, no período que engloba toda a década de 1870, pode-se, por meio do instrumento
citado anteriormente, localizar, aproximadamente, trinta periódicos, de todas as regiões do
Brasil, em que as ações dos bandoleiros foram noticiadas. Assim, após reunir este material,
notou-se a necessidade compreender o mesmo para além daquilo que transmitiam.
Portanto, foi realizada uma análise dos jornais tentando entender, principalmente, a sua
materialidade, a sua circulação e consequentemente, o seu alcance e a sua posição acerca das
práticas do Brilhante. Assim, tornou-se possível entender mais sobre essa figura ainda tão
lembrada por atos de heroísmo, mas que aparece fortemente vinculada a crimes hediondos nas
linhas das publicações.
Logo após o estudo desse conteúdo, a pesquisa seguiu para a avaliação de outro material,
a literatura e o folclore sobre Jesuíno Brilhante. Assim, tal ato foi possível por meio,
principalmente, da leitura e análise do livro de Rodolfo Teófilo, Os Brilhantes, 1885 e os versos
populares do ABC de Jesuíno, contido nas compilações de Rodrigues de Carvalho, em sua obra,
Cancioneiro do Norte, 1903. Por meio desses registros, procurou-se entender como se foi
construída e popularizada a imagem heróica do bandoleira, inversa a disseminada pelos jornais.
Portanto, se analisou os artifícios narrativos utilizados por cada escritor para explicar e
relatar às ações do Brilhante e seu séquito. Dessa maneira, podendo perceber como às práticas
destes, sempre são relacionadas a atos honrados e justos. Assim, depois de compreender cada
narrativa em seu lugar social e os interesses tidos por trás destas, foi viável compará-las. Dessa
forma, se obteve não apenas informações sobre a história do Brilhante, mas também
problematizações acerca da imagem mais divulgada do mesmo.
Ademais, é necessário enfatizar que a pesquisa em voga teve como principal referencial
teórico os estudos feitos na área da História Social com relação ao Banditismo Social do
historiador Eric Hobsbawm. A primeira de suas obras que faz menção a temática foi seu livro
Rebeldes Primitivos, escrito em 1959, uma década depois, ele publicou também Bandidos,
exemplar que trata o assunto com maior profundidade. Assim, este fez contribuições
significativas que auxiliaram no desenvolvimento deste estudo.
Resultados e Discussão
Para compreender acerca das ações do Brilhante, é necessário entender as circunstâncias
em que se desenvolveram. Assim, essas se estabelecem no período de tempo que vai de 1871
até a morte do bandoleiro 1879, período marcado na região Nordeste pela Revolta do Quebra-
Quilos (1874-1876) e a Grande Seca (1877-1879). Essa conjuntura compunha às circunstâncias
de pauperismo, miserabilidade e conflitos em que viviam os sertanejos da época.
Assim, entre as atuações do grupo algumas receberam maior destaque e,
consequentemente, repercussão. Dessa forma, pode-se citar a invasão na cadeia de Pombal, na
Paraíba, em 1874; o ataque na cidade de Imperatriz, Rio Grande do Norte, em 1876; e os
diversos roubos aos comboios de víveres, mandados pelo governo, que vinham trazer subsídios
às províncias do sertão nordestino no período da seca. É interessante perceber que as narrações
sobre essas condutas variam de acordo com às fontes aos quais se tem acesso.
Portanto, o folclore, às cantigas populares e a literatura vão apresentar um Jesuíno
Brilhante que defende os interesses dos sertanejos menos afortunados e só faz mal àqueles que
o atacam. Um verdadeiro “ladrão nobre” como Hobsbawm (1969) bem caracterizou esse tipo
de bandoleiro. Assim, para relatar acerca da visão que se tinha sobre esta categoria de fora da
lei, o autor supracitado afirma: “Não há dúvida de que o bandido é visto como um agente de
justiça, um restaurador da moralidade e que muitas vezes considera-se assim ele próprio.”
Entretanto, o governo e os jornais da época trazem uma perspectiva diferente das ações
de Jesuíno Brilhante e seu bando. Os noticiários relatam o terror, a miséria e a fragilidade nas
quais estavam submetidos os habitantes das regiões atacadas pelos bandidos. Assaltos,
violência, extorsões, relações entre o bando com aqueles que estavam no poder, até mesmo com
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policias, são narrativas constantemente abordadas pelos periódicos. Para entender melhor essa
dualidade de discurso é válido trazer como exemplo um acontecido que foi contemplado na
narrativa de ambas às concepções, a invasão na localidade de Imperatriz.
Dessa maneira, tal episódio ocorreu no ano de 1876, na cidade referida, a mesma
localiza-se no Rio Grande do Norte. Segundo as narrativas existentes sobre o sucedido, o
bandido e seu séquito, cerca de dez ou mais homens, foram até a localidade com o objetivo de
levar uma moça que estava acomodada na casa de Porfírio Leite Pinto e de matar um indivíduo
que estava detido na prisão do lugar. Contudo, a missão foi um verdadeiro fracasso. A força
policial da cidade, sabendo da estadia dos criminosos, montou um cerco com 15 praças e auxílio
de alguns cidadãos para deter os bandidos. O resultado foi um conflito armado que levou à fuga
do bando.
Dessa maneira, às páginas dos periódicos da época noticiaram o terror vivido pelos
habitantes de Imperatriz durante a passagem do Brilhante. Os textos caracterizam o bandoleiro
e seu bando como assassinos, ladrões, facínoras que estavam a espalhar o horror pelas
províncias norte-riograndenses. É possível observar melhor o dito a partir do trecho de uma
carta sobre o ocorrido publicada pelo jornal O Cearense, este pertencente a cidade de Fortaleza,
no Ceará, no dia 28/01/1877. No qual afirma:
Jesuíno Brilhante, o sicário feroz, convencido pela notória multiplicidade de seus
incessantes flagícios, fincado, como uma flecha, nos flancos deste povo; pisando na
face da sociedade, machucando-lhe os seios com o cauce das escopetas; condensando
cadáveres de moços, velhos, crianças assassinadas; fazendo abortar os que haviam de
nascer [...]. ( O CEARENSE, 1877)
No entanto, como já dito, esta não é a única forma de narrativa com a qual o acontecido
foi relatado. Existe, por exemplo, o ABC de Jesuíno, um conjunto de versos que pertencem ao
folclore da região, onde pode-se identificar uma contraposição à visão exposta pelos jornais.
Assim, neste é evidenciado a coragem e a dignidade dos bandoleiros. Em um dos trechos o
escritor afirma que os bandidos conseguiram fugir do cerco armado pela força pública, por
conta de uma intervenção divina, tendo em vista que os mesmos não mereciam nenhuma
punição.
Saíram todos do cerco
Livre e salvo de perigo,
Deus lhe concedeu a vitória
Pois não mereceu castigo.
Voltaram os empregados
Fortemente constrangidos.
Ademais, a literatura escrita a respeito de Jesuíno Brilhante e seu séquito reafirma a
perspectiva anteriormente referida. Rodolfo Teófilo, em seu romance, Os Brilhantes, 1885,
retrata-os como verdadeiros justiceiros que faziam cumprir a lei naquelas paragens. Dessa
forma, estes não cometiam crimes, apenas puniam aqueles que tivessem tal conduta.
Além disso, a historiografia produzida sobre o bandoleiro também não foge dessa
imagem. O historiador Raimundo Nonato, em sua obra Jesuíno Brilhante: o cangaceiro
romântico, 2007, apesar de abordar uma grande quantidade de fontes, permanece nessa visão
sacralizada do bandido. O brilhante é visto sempre como um inimigo do governo e nunca do
povo.
Entretanto, se este não fazia mal algum aos cidadãos comuns e se os últimos o apoiavam,
qual teria sido a motivação que levou os civis de Imperatriz a ajudar a força policial no cerco
supracitado? Tal fato encontra-se presente tanto em um ofício escrito pelo juiz de direito da
comarca, como nos noticiários da época. Para mais, os periódicos relatam verdadeiras
atrocidades cometidas pelo bando. Desde a associação com pessoas que estavam no poder,
assim, possivelmente, realizando práticas que assegurassem os interesses desses e não o do
povo; à ateamento de fogo em uma casa com pessoas dentro, surras e assassinatos de cidadãos.
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Após o exposto, é necessário afirma que o intuito desta pesquisa não é classificar o
Brilhante como herói ou vilão, mas apresentar outras versões acerca das práticas dessa figura.
O bandoleiro e seu séquito foi monumentalizado pelas narrativas populares e posteriormente
pela científica como uma lenda, um paladino. Contudo, como demonstrado, essa imagem pode
ser questionada, o que evidencia não o seu antagonismo, mas sim a complexidade das relações
entre este e a conjuntura ao qual estava inserido.
Desta maneira, o estudo em questão tem como principal vantagem a ampliação sobre o
olhar da vida do bandoleiro. Assim, revelando-se não existir um Jesuíno Brilhante
integralmente heróico ou facínora, pois a realidade foge dessa dualidade, há apenas uma pessoa
que agiu da maneira ao qual lhe convinha tendo em vista o seu contexto social e às suas
possibilidades .
Conclusão
De modo geral, compreendemos sobre o desenvolvimento do banditismo, nas regiões e
no período propostos, através da trajetória de Jesuíno Brilhante. Assim, constatamos o processo
de heroicização dessa figura. A literatura e o folclore sobre este são os principais responsáveis
pela difusão dessa imagem heróica. A historiografia tradicional também não foge do padrão
apresentado, o que consagra ainda mais esse personagem como “bom bandido”. Entretanto, as
demais fontes da época relatam um Brilhante diferente. Este último não tão honrado.
Assim, questionamos a visão corrente sobre o bandoleiro. Dessa maneira, se apresenta
às associações deste com os poderosos da época, além de algumas atrocidades realizadas por
ele e seu séquito. Portanto, desconstruímos a imagem do bandido justo, não com a intenção de
criar outro estigma, como o de vilão. Pois, entendemos que as relações sociais estabelecidas
entre o Brilhante e seu meio são complexas e ultrapassam tais limites.
Agradecimentos
Agradeço ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) que
com seu incentivo permitiu que nos dedicássemos ao desenvolvimento dessa pesquisa e a
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) que contribuiu com seu acervo e
infraestrutura.
Referências Bibliográficas
CARVALHO, Rodrigues. Cancioneiro do Norte. Paraíba: [s.n], 1903.
Correspondências. O Cearense, Fortaleza, 28 de janeiro 1877. p. 3. Disponível em:
http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=709506&pasta=ano%20187&pesq=%2
2continua%20o%20terror%22&pagfis=11533 Acesso: 28 jul.2019.
HOBSBAWM, Eric. Bandidos. Rio de janeiro: Editora Forense, 1975.
NONATO, Raimundo. Jesuíno Brilhante: o cangaceiro Romântico. Mossoró: Vingt-um
Rosado, 2007
TEÓFILO, Rodolfo. Os Brilhantes. Brasília: Instituto Nacional do Livro/MEC, 1973. (1. ed.
1895)
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1
Bolsista do Programa de Iniciação a Pesquisa (PIBIC), Estudante do curso de Ciências Sociais do
Departamento de Ciências Sociais e Política (DCSP) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte –
UERN.
2
Prof.ª Dr.ª do Departamento de Ciências Sociais e Política (DCSP) da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte – UERN. Líder do Grupo de Estudos Culturais (GRUESC), Coordenadora do Núcleo de
Estudos Afro-Brasileiros (NEAB). E-mail: elianeanselmo@uern.br.
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crenças e tradições desse povo, nos preparando para termos uma maior familiaridade
quando fosse, posteriormente, realizada a parte prática do projeto, no caso, as visitas
aos terreiros.
No dia 20 de novembro de 2019, dia comemorativo à Consciência Negra, o
Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB), em parceria com a Comissão Permanente
dos Povos de Terreiros de Mossoró (COPPT) e a Rede de Jovens de Matriz Africana e
Terreiros do Rio Grande do Norte (REJOMATE-RN), realizou o I Fórum de Terreiros
de Religiões de Matriz Africana de Mossoró/RN e o XVI Louvação a Baobá. O evento
aconteceu no auditório da Estação das Artes Eliseu Ventania, onde estiveram presentes
sacerdotes e sacerdotisas de terreiros, e demais adeptos da religião. Logo após,
aconteceu a tradicional Louvação a Baobá, através de um grande culto em frente ao
Teatro Municipal Dix-Huit Rosado. No ensejo, foi plantado um Baobá – árvore sagrada
na tradição africana – nas proximidades da Estação das Artes Eliseu Ventania, como
apoio da Prefeitura Municipal de Mossoró e da Universidade do Estado do rio Grande
do Norte.
No ano de 2020, devido ao atual cenário que vivenciamos, da pandemia da
COVOD-19, nossas atividades foram realizadas de forma remota, por meio de lives,
disponibilizadas na rede social do Instagram @neabuern. O primeiro encontro,
realizado no dia 12 de maio de 2020, teve como mediadora a Professora Doutora Eliane
Anselmo (Coordenadora do NEAB e do Projeto de Mapeamento de Terreiros), e como
convidado, o Babalorixá Obá Walê Melqui D’Xangô, Sacerdote do Ilê Axê Dajô Obâ
Ogodô (Comum/Extremoz/RN), onde discutiu-se o tema “As Religiões de Matriz
Africana em Tempos de Pandemia”. Nessa atividade, Babá Melqui enfatizou sobre
como o isolamento vem afetando no cotidiano das casas de terreiros, uma vez que
modificou a sustentabilidade da renda familiar, decaindo consideravelmente nesse
tempo de pandemia. As rodas de conversas, o abraço, o afeto, o aconchego familiar, tão
presentes no cotidiano dos terreiros, foram se extinguindo diante do isolamento. A falta
de políticas públicas voltadas para esses grupos, é um dos principais fatores, segundo
Babá Melqui, que desagrega as religiões de matriz africana.
Em resposta às necessidades básicas das comunidades de terreiros diante do
contexto da pandemia, no dia 27 de maio de 2020, O NEAB e a REJOMATE
participaram da entrega de cestas básicas e máscaras, pelo Governo do Estado Rio
Grande do Norte, por meio da Secretaria do estado do Trabalho, da Habilitação e da
Assistência Social (SETHAS), para as comunidades tradicionais de terreiros de matriz
africana de Mossoró. O objetivo desta atividade emergiu a partir da mobilização dos
grupos e organizações ligadas a estas comunidades.
No dia 28 de maio de 2020, prosseguimos com o nosso segundo encontro, e
dessa vez contamos com a participação da Sacerdotisa de Jurema e Cientista Social,
Maria Rita, idealizadora do Terreiros do Futuro, sob a mediação de Lucas Súllivan, que
é Filósofo, Educador e Produtor Cultural da Rede de Jovens de Matriz Africana e
Terreiros do RN. O tema debatido foi “Participação e Controle Social: entre o papel
e os desafios das organizações sociais em tempos de pandemia”. Nessa atividade, foi
realizada uma reflexão em torno do papel desempenhado pelas instituições políticas e
sociais, baseado em torno de um racismo estrutural e uma intolerância religiosa do
mecanismo de Estado, que ocasiona a vulnerabilidade dos povos de terreiros. Maria
Rita, enfatizou especialmente a ineficiência de políticas públicas voltadas a este
público, que não somente se torna mais precário nesse tempo de pandemia, mas que
vêm de muitos anos atrás.
No dia 30 de junho, o NEAB/UERN fez o lançamento da Coordenação do
Fórum de Terreiros, com uma live sob a temática abordada foi “Participação
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Referencial Teórico
BASTIDE, Roger. 1989. As Religiões Africanas no Brasil. 3ª ed. São Paulo: Pioneira.
BOURDIEU, Pierre. 1972. Gênese e Estrutura do campo Religioso In A Economia das
Trocas Simbólicas. Ed. Perspectiva.
CAMARGO, Candido Procópio Ferreira de. 1961. Kardecismo e Umbanda: uma
interpretação sociológica. São Paulo: Pioneira.
DURKHEIM, Émile. 2000. As Formas Elementares da Vida Religiosa: O sistema
totêmico na Austrália. São Paulo: Martins Fontes (Coleção Tópicos).
ELIADE, Mircea. 1992. O sagrado e o profano. São Paulo: Martins Fontes.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira.
Salvador: EDUFBA, 2008.
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LEGISLAÇÃO
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¹Estudante do Curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte;
poliana-rakkel@hotmail.com.
² Doutora em Educação, docente na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/UERN. Orientadora do
Programa Institucional de Iniciação Científica (PIBIC) da Faculdade de Educação/FE; betaniaoliveira@uern.br
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Metodologia
Resultados e Discussão
Os depoimentos do portal do egresso e do quadro “Histórias de Vida”, do Instagram
da FE/UERN, contou com a participação de 25 egressos da Faculdade de Educação. A coleta
de dados forneceu informações, no qual foi possível identificar nos tópicos a seguir. Quanto ao
perfil dos egressos que participaram da pesquisa, 24% mantêm vínculos com a UERN (de
trabalho ou como participantes de programas de pós-graduação), 40% concluíram o curso
recentemente (entre 2019 e 2020) e 36% são ex-alunos que ainda mantêm contato com a
universidade mesmo não estando mais vinculado a ela.
1
Com o afastamento das atividades presenciais em decorrência da Pandemia provocada pela COVID-19, as
informações foram colhidas de forma remota.
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Conclusão
Essa investigação nos possibilita compreender que a importância do acompanhamento
de egressos, conforme Simon (2017, p. 2), constitui uma fonte de avaliação e informações
estratégicas para a instituição, pois ao saírem da universidade os egressos passam a acompanhar
as mudanças comportamentais que ocorrem na sociedade e levam para o seio da universidade
a necessidade de se transformar e adaptar-se à nova realidade, dominada pelas revoluções
tecnológicas e imposições do mercado competitivo”.
Sendo assim, na política de avaliação institucional, “[...] a informação configura-se
como um diferencial, trazendo conceitos mais próximos da realidade. Quanto mais fontes de
informação a gestão possuir, maior será a qualidade da avaliação, especialmente quando os
usuários estiverem entre os seus produtores e transmissores” (SIMON; PACHECO, 2017, p.
2).
O Portal do egresso é uma ferramenta que torna possível o mapeamento dos egressos
e consequentemente a coleta de informações dos alunos que fizeram parte da história de uma
Instituição, nesse caso, da Faculdade de Educação da UERN. A partir de depoimentos e relatos
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Agradecimentos
Agradecemos ao Programa de Iniciação Científica PIBIC pela oportunidade de aprendizagem
durante o desenvolvimento do projeto, e apoio financeiro através da bolsa para pesquisa. À
Faculdade de Educação, pela disponibilização de dados já coletados, e a todas as pessoas que,
deforma direta ou indireta, contribuíram para a realização desta pesquisa.
Referências
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Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES). Instituto Nacional de estudos
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, Projeto Pedagógico do
Curso – PEDAGOGIA, Faculdade de Educação, Mossoró/RN, 2019a (documento digitado).
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE. Relatório do Curso de
Pedagogia, Faculdade de Educação, Mossoró/RN, 2019b (documento digitado).
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Introdução
Se voltarmos nosso olhar para o contexto das tradições filosóficas, certamente nos
depararemos com questões que perpassam por todas as épocas históricas e que permanecem
vivas até os dias de hoje. Dessas disputadas questões decorrem tantas outras indagações, sendo
uma delas, a busca pelo conhecimento ou união com Deus/Uno, isto é, como conhecer o
princípio gerador de todas as coisas? No entanto, no ambiente filosófico-teológico e místico-
religioso cristão, a problemática ligada ao nascimento de Deus na alma e ao processo para se
alcançar tal finalidade se tornou uma questão central no século XIV e serviu como ponto de
partida para o projeto cujo resumo expandido ora apresentamos. No âmbito de uma pesquisa
filosófica, é relevante retomar essa discussão, pois possibilita ler e investigar obras de autores
que muitas vezes passam despercebidos na academia.
Na busca de compreender e analisar a problemática sobre o nascimento de Deus na
alma, percorreremos um caminho fundamentado na mística do Teólogo, Filósofo Frei
Dominicano Mestre Eckhart, considerado entre seus vários estudiosos tanto com um pensador
neoplatônico e como também um impulsionador da filosofia de Avicena e suas intepretações
de Aristóteles. Nessa pesquisa, entretanto, nos dedicaremos mais especificamente ao texto O
desprendimento a partir do qual destacaremos algumas questões centrais para uma introdução
à mística de Mestre Eckhart e sobre o processo de divinação do homem.
Portanto, o objetivo dessa presente pesquisa é analisar o processo do desprendimento
humano tendo em vista o nascimento de Deus na alma na mística de Eckhart. Dessa forma,
podemos nos perguntar: como o desprendimento e o esvaziamento na alma de todas as criaturas
concorrem para que a alma se volte Deus-Uno, princípio primeiro de todas as coisas, e a Ele se
una segundo a mística do Frei dominicano?
Metodologia
Resultados e Discussão
1
Estudante do curso de Licenciatura em Filosofia do Departamento de Filosofia da Universidade do Rio Grande
do Norte; e-mail: jarisontintim@hotmial.com
2
Professor do Departamento de Filosofia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Vice-Líder do
Grupo de Pesquisa Ensinar e Aprender na Educação Básica; e-mail: joseteixeira@uern.br
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(2006), Jesus Cristo é o maior e mais fiel exemplo concreto do que seria um homem totalmente
desprendido das coisas do mundo. Mesmo estando e se relacionando com o mundo, logo Jesus
Cristo assume a natureza humana sem deixar de ser Deus: é verdadeiro Deus e verdadeiro
homem, e, enquanto homem, como se poderia conciliar com o desprendimento perfeito?
Segundo os mestres que foram citados por Eckhart (2006), em cada ser humano existe dois
tipos de homens diferentes. O homem exterior, que é o ser sensitivo, ou seja, aquele que se
utiliza dos cinco sentidos para alcançar as virtudes da alma e o homem interior, que é o ser da
interioridade; o homem espiritual e amante de Deus, e não das coisas externas, não recorrendo
às potências da alma exterior, a não ser pela necessidade de contenção dos impulsos sensíveis
do homem, isto é, os impulsos da natureza animal do ser humano. Desta forma a interioridade
do homem age como chefe e guia de seus impulsos sensíveis, então, o homem interior se voltaria
potencialmente para o homem exterior, como guia de suas ações. De outro modo, os homens
agiriam como animais irracionais em relação ao seu objeto sensível.
Mas afinal, de fato, o que é, o desprendimento ou a completa disponibilidade? É,
portanto, segundo Mestre Eckhart (2006) torna-se tão sublime em si mesmo, ou seja, vazio de
todas as criaturas, que seu espírito permanece insensível diante das constantes mudanças
humanas: “Tamanho desprendimento inabalável conduz o homem à sua máxima semelhança
com Deus.” (ECKHART 2006 p. 151). Esta semelhança desprendida só pode ser alcançada pela
graça de Deus: “E sabe que estar vazio de toda criatura é estar cheio de Deus, e estar cheio de
toda criatura é estar vazio de Deus.” (ECKHART 2006 p. 152). Portanto, o “desprendimento”
se define como resposta para se alcançar, por graça, o nascimento de Deus na alma. Isto é, o
processo de Divinação do ser humano, que corresponde ao retorno da criatura ao criador,
tornando-se um só com Deus. Para tanto, não é suficiente apenas compreender a nítida distinção
entre o criador e a criatura, na qual tudo é múltiplo, mutável e mortal, enquanto, em Deus, tudo
é unidade, imutável e eterno. Mestre Eckhart acreditava que somente no profundo desapego ao
próprio eu, e apego a liberdade divina, isto é, a liberdade dada por Deus, alcançaríamos em nós,
um puro vazio. Como a natureza nega o vazio, Deus enquanto princípio de todas as coisas, ao
encontrar a alma vazia, nela habitaria. Deus em sua natureza perfeita preenche tudo aquilo que
se encontra completamente livre de qualquer coisa, e completamente vazio. Desta forma,
somente o desprendimento é capaz de nos proporcionar estar tão próximos do vazio restando
apenas o Nada, e consequentemente obrigando Deus a preencher esse Nada em nossa alma
desprendida.
Conclusão
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teoricamente possível, considerando que não se separa o homem interior do externo, mas que
Mestre Eckhart orienta o exercício constante da soberania do homem espiritual sobre homem
externo, uma luta contínua do espírito contra a carne, mas que nos proporcionara o nascimento
(redescobrimento) de na alma e a união perfeita e fiel da criatura e criador.
Agradecimentos
Agradeço ao Projeto Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC pelo
incentivo, e a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação – PROPEG da Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte - UERN pela oportunidade que me fora concedida, e a todos que
contribuíram de forma direta e indiretamente nesse projeto.
Referências
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Introdução
Esse trabalho que é fruto do projeto de pesquisa Democracia em Rede: o papel das redes
sociais nos rumos do fazer democrático, busca refletir sobre uma das ferramentas e técnicas
existentes nas redes sociais para engajar e modular os indivíduos, partindo de uma discussão
iniciada por Gilles Deleuze: a ideia de modulação. Mas, em que consistiria esse tipo de modulação?
Qual a diferença de modulação e manipulação midiática? Como os algoritmos participam de uma
modulação e qual o motivo de seu uso?
Metodologia
Por ser uma investigação bibliográfica, para compreender e apontar possíveis respostas,
partimos dos seguintes livros: Conversações de Gilles Deleuze; As Revoluções do Capitalismo de
Maurizio Lazzarato; Psicopolítica de Byung-Chul Han; Microfísica do Poder de Foucault; A
Sociedade de Controle, org. de Joyce Souza e Sérgio Amadeu e O Manifesto do Partido Comunista
1
Licenciado em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. (nicolassamuelg26@gmail.com)
2
Professor Adjunto IV do Departamento de Filosofia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte,
Coordenador do Grupo de pesquisa Educação e Democracia. (telmir@gmail.com)
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de Marx e Engels. Todas leituras serviram de referência, tendo sido realizadas individualmente,
sendo fichadas e, posteriormente, socializadas no grupo de pesquisa objetivando fornecer,
amplicar e diversificar a visão sobre o objeto investigado, a saber, a manipulação midiática e a
modulação deleuzeana e algorítmica quanto ao contexto histórico e quanto à sua condição de
atuação nas relações do mundo atual, bem como os limites e possibilidades dessa conceituação.
Resultados e Discussões
A terra e as máquinas eram nesse período recursos essenciais, a luta era por manter e
controlar esses recursos e espaços, porém, por necessidade, a reviravolta dos modos de produção
exigia um novo capital, de modo nenhum excluindo o outro, mas se conservando e indo além das
terras e máquinas. A sociedade disciplinar, que Foucault pensou nos anos 70, já não representava
a sociedade de sua época, as ideias e conceitos precisavam ser repensados, pois um novo mundo
transformado pelas novas tecnologias do capital estava surgindo.
O liberalismo passou a ser neoliberalismo. O mundo disciplinar foi sendo engolido por
uma sociedade de controle que não mais oprime ou disciplina a liberdade, mas sim, explora a
liberdade. O capitalismo foi sendo atualizado por uma nova revolução burguesa, constituindo no
mundo um neoliberalismo que explora não somente o corpo, mas também a mente dos homens e
das mulheres.
No passando, a manipulação midiática era uma ótima ferramenta para influenciar eleições,
vender produtos etc. Feita como que por artesões da mentira ou de verdades enganosas, pois a
manipulação exigia uma relação de trabalho manual, ela agora se apresenta sob a égide do digital,
do informacional. Se antes, o editor necessariamente precisaria trabalhar com as próprias mãos
separando e juntando para montar qualquer manipulação midiática, na nova era de comunicação
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existente na sociedade de controle, não há mais uma relação de trabalho artesanal pois, com uso
dos dados e de algoritmos, é possível fazer comunicações personalizadas para qualquer público.
A sociedade de controle tem como uma das suas caraterísticas o monitoramento em 360
graus. As empresas chamadas de Big data que adentram o nosso acesso na web, tem a possibilidade
de ser o grande irmão vigilante diante dos nossos dados digitais e ainda acabam deixando em nós
um olho do espírito. Esse olho do espírito é o novo hábito de compartilhamento de si mesmo nas
redes, fazendo com que exista uma vontade de ser transparente.
Oferecemos mais e mais uma projeção de nós mesmos não só nas redes sociais, mas com
os clicks em qualquer link. A projeção feita por nós nesse espaço metafísico oferece, para o
mercado, mais produtos do proletariado, produtos feitos pelo próprio proletariado, no caso, ele
mesmo exposto na internet. Nesse contexto, diante da necessidade de algo mais poderoso que a
manipulação midiática, surge a modulação que é uma forma sutil de poder presente na sociedade
de controle. Essa forma de poder atua de modo silencioso e cada vez mais invisível, também, cada
vez mais próxima de nós, sondando nossa consciência, modulando como se modula rádio ou tv.
Por meio da modulação algorítmica, que tem como alma, toda uma inteligência artificial
que trabalha garimpando esses indivíduos dadificados, o capitalismo trabalha modulando de longe
toda uma realidade a partir da rede e das redes sociais. O marketing digital usa toda essa nova
tecnologia para, além de ter um feedback, vender produtos, criar desejos e necessidades visando
seduzir o possível comprador.
Para Deleuze, essa modulação tem como princípio ocupar espaços nas mentes das pessoas,
seja por motivo de negócios, como vender produtos, seja por motivos ideológicos, político e social.
Essa disputa na mente ocorre por meio de enquadramentos emocionais e também de imposição de
temas no diálogo cotidiano. A esfera de comunicação é bombardeada por esses enquadros
emocionais e imposições de temas, tudo feito para prender a atenção das pessoas e enraizar nelas
- se for com o objetivo de algo comercial - o mundo daquele produto.
Essa modulação deleuzeana são feitas por meio de manipulação do conteúdo da mídia ou
como modulação algorítmica - sendo essa a mais profunda das modulações, pois é personalizada
com a história do indivíduo. Os indivíduos tornaram-se algo divisível, um grande número de
pessoas passou a ser meros dados bem quantificados e organizados em tipos de consumidores por
essas empresas chamadas de Big data exatamente pelas suas capacidades de processar grandes
montantes de dados disponíveis ou disponibilizados em plataforma como Google, Facebook e
Instagram, por exemplo, e de sugerir produtos ou modular ações a partir do uso dos dados das
pessoas. Nessas empresas, os dados são armazenados, indexados, garimpados e tratados.
Conclusão
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Na web, a grande maioria das publicidades produtos, já são adaptadas e moldadas para
consumidores especificados pelos dados. O consumidor, achando-se livre, acaba não percebendo
que todas as suas escolhas, no âmbito digital, são escolhas pré-definidas dentro de uma liberdade
que, no caso, é uma redoma de vidro feita pelas empresas parceiras de outras empresas de Big
data.
Essa modulação algorítmica também pode ser usada em campanhas políticas, foram até
usadas nas últimas eleições, para radicalizar, aos poucos, as pessoas mais propícias à determinadas
sugestões. Na sociedade de controle, consumidores e eleitores acabam sendo, tanto para empresas,
quanto para políticos, meros produtos. No âmbito do povo, não há um nós na política, não há uma
união pela democracia.
Agradecimentos
Agradeço ao CNPQ e à Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN pela formação
democrática que vêm dando aos brasileiros de todos os cantos.
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Controle. Manipulação e modulação nas redes digitais. São Paulo: Editora Hedra. 2018.
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Introdução
As consequências e discussões acerca do uso de entorpecentes eram estampadas nas
páginas de jornais potiguares entre 1934-1964 (período estudado nesta pesquisa), tais esses
como: O Diário de Natal, O Poti, A Ordem e o Mossoroense. A pesquisa se inicia em 1932,
período este onde o governo varguista preocupava-se com a regulamentação fiscal/sanitária de
entorpecentes, visando uma civilização idealizada, onde substâncias inebriantes de certa forma
adoeceriam a nação, tornando-a mais preguiçosa e outros aspectos negativos. Encerra-se em
1964, com a promulgação da lei 4.451, criada por Castelo Branco no primeiro ano da ditadura
militar, onde colocava o traficante de entorpecentes como inimigo do Estado, assim iniciando
o que muitos autores chamam de Guerra as Drogas.
É nesse período onde-se pouco foi dado atenção a estas substâncias inebriantes no Rio
Grande do Norte, onde se realiza esta pesquisa. As páginas dos periódicos acima citados
estavam completos de opiniões sob o que a sociedade deveria pensar ou como a polícia devia
agir acerca dos usuários de entorpecentes/maconha, ou da erva maldita, como o Diário de Natal
costumava chamar a cannabis sativa.
Esta pesquisa tenta entender como estas narrativas aparecem, muitas vezes bebendo de
ideias como a da lei seca na década de 1920 nos EUA. Tenta também tomar conhecimento de
quem está por trás de tais narrativas, se existem interesses, e por final, entender como se
desenvolveu a guerra as drogas no Rio Grande do Norte, a partir destes periódicos.
Metodologia
Esta pesquisa se iniciou em 2017 em uma bolsa de pesquisa do PIBIC (CNPq), chamada
Ébrios, Loucos e Arruaceiros: produção de conhecimento acerca do uso de substâncias
inebriantes na imprensa nordestina (1932-1964). Nesta pesquisa conseguimos (eu e todos os
integrantes da bolsa) fazer um banco de dados, de catalogações de notícias/narrativas sobre
drogas/substâncias inebriantes. Estas catalogações foram feitas nos jornais: O Poti, Diário de
Natal, A Ordem e O Mossoroense. Infelizmente percebemos que estudar toda a imprensa
nordestina era muita ambição, e que levaria um trabalho maior do que imaginávamos. Devido
a isto, delimitados nosso recorte temporal para estudar apenas um Estado do Nordeste: O Rio
Grande do Norte. Estado este que se encontra nosso grupo de pesquisa, no campus UERN
(Universidade do Estado do Rio Grande do Norte). As notícias dos periódicos de Natal-RN
(Diário de Natal, O Poti e A Ordem) foram encontradas na Hemeroteca Digital, acervo online
e gratuito da Biblioteca Nacional, com acessão O Mossoroense, que conseguimos através do
acervo do NUDOPH na UERN. Devido a ajuda de membros do grupo de pesquisa, conseguimos
fazer mais de 500 catalogações de notícias. Para estas pesquisas foram usadas palavras chaves
1
Professor Adjunto II – Departamento de História da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Mossoró-
RN, e-mail: carlostorcato@uern.br
2
Estudante do curso de Licenciatura História – Departamento de História da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte, Mossoró-RN, e-mail: renxynai@gmail.com
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O uso de jornais como fonte de pesquisa histórica é algo recente na historiografia. De acordo
com Luca (2008), até a década de 1970, eram poucos os jornais usados como fontes
historiográficas, devido à forte influência do positivismo ainda presente na crítica a fontes
periódicas. Até então, os historiadores buscavam fontes com objetividade, neutralidade,
fidedignidade e credibilidade. No entanto, na segunda metade do século XX, sob influência da
escola de Annales, a historiografia começa a abandonar sua visão descritiva e atenta-se a outros
aspectos, como os relacionados à cultura. Com isso, percebeu-se como periódicos há anos
influenciavam a sociedade, por meio de suas opiniões. Sendo assim, os jornais, revistas e outros
periódicos viraram objeto de interesse à historiografia. Por isso a necessidade de
aprofundamentos de técnicas e métodos para analisar o periódico. Segundo Tânia Luca (2008):
Os jornais pareciam pouco adequados para a recuperação do passado, uma vez que
essas “enciclopédias do cotidiano” continham registros fragmentários do presente,
realizados sob o influxo de interesses, compromissos e paixões. Em permitirem captar
o ocorrido, dele forneciam imagens parciais, distorcidas e subjetivas (LUCA, 2008,
p.112)
Resultado e Discussões
Em 1932 é criada CNFE (Comissão Nacional de Fiscalização de Entorpecentes). O
Governo de Getúlio Vargas dá um grande passo no controle federativo de entorpecentes.
Jonatas Carvalho (2013) diz que:
[...] a partir de 1935 o governo brasileiro toma uma iniciativa que lhe dará condições
de dinamizar os mecanismos de controle internos quanto a questão comércio de
importação e exportação de entorpecentes, assim como a fiscalização do consumo de
tais substâncias. Um projeto que nasceu no interior do Palácio do Itamaraty em agosto
de 1935 e adquiriu força nacional para se tornar a mais alta instância sobre política
brasileira de drogas (CARVALHO, 2013, p.82);
O uso de entorpecentes tal como a maconha, era vista como um desvio de caminho a
civilização. Os periódicos aqui estudados mostram em suas páginas/narrativas como o uso de
maconha pode deixar um sujeito em “destroças”, como mostra um trecho de um conto policial
do Diário de Natal:
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“O professor olhou para os destroças daquela vida humana, abatida no chão da sórdida
espelunca. Estava habituado a espetáculos semelhantes, mas o rapaz ali estava, Ralph
Simpson, fora um hábil arquiteto, antes de se deixar dominar pela maconha” (Diário
de Natal, 1957, p.5)
E que Em 1972 o presidente dos Estados Unidos Richard Nixon, declara a “guerra às
drogas”, iniciando/influenciando a abordagem internacional dessa temática onde “o tema do
controle mundial de psicoativos”(FERNANDO, FIZINATTO, 2012, p.11). No Brasil, esta
visão de combate às drogas começa a vogar burocraticamente em 1964, com a promulgação da
lei 4.451, criada por Castelo Branco no primeiro ano da ditadura militar, onde colocava o
traficante de entorpecentes como inimigo do Estado. Segundo Vagner Fernandes e Aline
Fuzinatto (2012):
No Brasil, durante a ditadura militar a “conduta dos usuários de drogas foi equiparada
legalmente em suas penas à conduta de traficar, um “comunistas”, um “traficante” e
um “maconheiro” representavam o mesmo perigo para os valores estabelecidos pela
ditadura militar” (D’ELIA FILHO, 2007, p.92 apud FERNANDES, FIZINATTO,
2012, p.11).
Ideias de repressão às drogas, como houve nos EUA com Richard Nixon eram presente
também nos periódicos potiguares. Havia-se cobranças as forças polícias locais, juntamente aos
políticos. Aqui nesta notícia no O Poti, é possível notarmos já em 1955 reclamações sobre a
forma branda que a policia trata os traficantes de drogas: “A polícia está inapta para dar combate
aos traficantes de maconha, pois estes continuam vendendo a erva maldita” (O Poti, 1955, p.6).
Conclusão
Com estas notícias é possível enxergar que o combate bélico a maconha/entorpecentes já
se desenvolvia a partir da década de 1930 no Rio Grande do Norte (e provavelmente no Brasil)
antes de 1964. Nota-se também que os jornais foram ativos nas discussões sobre o uso de
entorpecentes, mostrando ter interesses políticos/morais por trás de suas narrativas. Tais
periódicos cobravam o combate bélico a maconha, usando do discurso que tal substância levaria
o individuo a vadiagem e consequentemente ao crime. Muitas destas notícias eram colocadas
em locais estratégicos nos periódicos, para dar mais notoriedade a notícia, mostrando assim a
importância que tal notícia teria para os jornais. Tais narrativas levaram muitos a sofrerem
estigmas sociais, que levaram estas pessoas a irem para onde os criminosos teoricamente
deveriam ir: a cadeia. Hoje ainda vivemos consequências deste combate/visão as drogas.
Agradecimentos
Deixo aqui meu agradecimento primeiramente ao CNPq, pela oportunidade de se
ingressar neste mundo maravilhoso da pesquisa, onde pude amadurecer enquanto pesquisador.
Queria agradecer também aos meus colegas do PIBIC, que mesmo não remunerados não
deixaram de dá o melhor, para que hoje possamos ter um banco de dados gigante sobre nossa
pesquisa. E queria agradecer claro, ao meu orientador Carlos Torcato, pela paciência e pelo
aprendizado que me forneceu. A todos estes, apenas gratidão.
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Referências:
Fontes Primárias:
POLÍCIA Inapta para dar combate aos traficantes da erva maldita". O Poti, Natal, 1955, p. 6.
Bibliográficas:
LUCA, Tania Regina de. História dos, nos e por meio dos periódicos. In: PINSKY, Carla
Bassanezi (org). Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2008.
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NARRATIVAS DO PRESENTE:
COSMOVISÃO E COTIDIANO DO POETA E CORDELISTA ANTÔNIO
FRANCISCO
José Alberto da Silva1; Vinícius Campelo Pontes Grangeiro Urbano2; Ailton Siqueira de
Sousa Fonseca3
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa se insere num conjunto de desafios e inquietações cognitivas do nosso
Grupo de Pesquisa do Pensamento Complexo (GECOM), que vem privilegiando pesquisas
guiadas pelo espírito de religar a ciência com outras formas de saberes como, por exemplo, a
ciência e a literatura, numa tentativa de construir um conhecimento pertinente, mais amplo e
complexo, sobre a condição humana, a cultura e práticas societárias diversas. Investe ainda
em pesquisas sobre o itinerário intelectual de personalidades cujo trabalho e reflexão podem
contribuir para um maior conhecimento sobre a cultura, a vida, a ciência e o próprio
conhecimento.
Nesta pesquisa demos continuidade a outras anteriores que focaram na cosmovisão de
mundo, nas memórias e cotidiano de um dos mais famosos poetas/cordelistas de Mossoró-
RN: Antônio Francisco. Nascido em 21 de outubro de 1949, num bairro chamado Lagoa do
Mato, cidade de Mossoró-RN, ele é poeta popular, xilógrafo, compositor e até hoje ainda
trabalha confeccionando placas. Antônio Francisco não nasceu poeta. Quando a poesia soprou
em seu coração e se fez verbo em sua boca, ele já tinha mais de quarenta anos. A poesia o fez
um poeta que escreve com toda aquela força e vida que tem a palavra quando quer nascer.
Hoje, as escolas, as festas populares, os eventos políticos, científicos e culturais ou, em
uma palavra, o Rio Grande do Norte, canta a voz desse poeta que no dia 15 de maio de 2006
tomou posse na Academia Brasileira de Literatura de Cordel – ABLC, na cadeira de número
15, patronímica do poeta cearense Patativa do Assaré. Antônio Francisco já produziu uma
vasta obra e continua produzindo, como, por exemplo, sua mais recente produção Quatro
léguas e meia de cordel (2019).
Esse poeta é, simultaneamente, popular e erudito, escreve como quem planta uma
semente para o futuro. Faz de suas palavras as fazedoras do amanhã. Sua escrita é uma
meditação, um grito de liberdade, um sonho a ser sonhado por quem a ler. Nessa edição
buscamos registrar, compreender e analisar a cosmovisão e o cotidiano desse poeta e
cordelista, Antônio Francisco.
1
Estudante do Curso de Ciências Sociais do Departamento de Ciências Sociais e Política (DCSP) da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), membro do Grupo de Pesquisa do Pensamento
Complexo (GECOM/UERN) e bolsista CNPq de iniciação científica (PIBIC). Email: josebetojs@hotmail.com
2
Estudante do Curso de Filosofia do Departamento de Filosofia (DFI) da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte (UERN), membro do Grupo de Pesquisa do Pensamento Complexo (GECOM/UERN) e bolsista de
iniciação científica (voluntário) dessa pesquisa (PIBIC). Email: viniciuspsicologiapg@gmail.com
3
Professor Doutor do Departamento de Ciências Sociais e Políticas da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte (UERN), Lider do Grupo de Pesquisa do Pensamento Complexo (GECOM/UERN). E-mail:
ailtonssfonseca@gmail.com
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Assim, essa pesquisa investiu nessas duas perspectivas, simultâneas: por um lado,
tentamos olhar sobre o olhar do poeta para compreendermos sua cosmovisão ou suas
narrativas do presente: como ele vê essa “modernidade líquida” (Bauman), como percebe a
cultura e a natureza atualmente, a cidade de Mossoró-RN, as relações sociais modernas, a
educação e a própria poesia produzida na cidade por outros poetas. Por outro lado, e ao
mesmo tempo, a pesquisa focou no cotidiano desse poeta: suas relações com a família, com os
amigos, os afazeres de casa, seu processo criativo diário, suas práticas recorrentes do dia-a-
dia. Foi com isso que podemos compreender suas “artes do fazer” e o “fazer das suas artes”
cotidianamente à medida que iam tecendo sua vida e ideias.
METODOLOGIA
Por se tratar de uma pesquisa sobre o itinerário, a vida e a obra de um dos grandes
poetas populares de Mossoró, foi necessário exercitarmos o método da escuta sensível no
sentido de René Barbier. Essa escuta começa por não interpretar, por suspender qualquer
juízo. Ela ajudou a compreendermos por ‘empatia’, o excedente de sentido que existe na
prática e nas narrativas de Antônio Francisco. Assim, ela nos deixou surpreender pelo
desconhecido que sem cessar anima a vida do poeta. A escuta sensível contribui para que o
sujeito se livrasse de seus entulhos interiores para entender os objetos, os outros e a si mesmo.
Ela exigiu uma abertura dos pesquisadores diante de seu objeto (Barbier, 1998, p. 168-199).
Além desses métodos, exercitamos leituras e fichamentos dos cordéis de Antônio Francisco e
sistematizamos os mesmos por meio de temáticas transversais abordadas por ele em suas
criações. Usamos também outros procedimentos complementares como, por exemplo, a
observação direta da vida cotidiana do poeta para captar e registrar suas memórias e histórias
de vida bem como ajudou no registro sonoro, visual (fotos) e audiovisual das entrevistas e
narrativas de vida do poeta. Ao todo, gravamos e transcrevemos mais de cinco horas de
entrevistas, memórias, relatos, citações e recitação poéticas. E mais: como estratégias de
pesquisa empregamos ainda a história oral que, como disse Paul Zumthor, podemos captar
experiências de vida e o “dinamismo concreto da voz” dele (2010) e a história de vida que
permite, como afirmou Marie-Christine Josso, a apreensão de uma aprendizagem experiencial
implicada diretamente no envolvimento do sujeito em suas três dimensões: sua prática
cotidiana, sua consciência sobre sua prática e sua consciência reflexiva/poética/criacional
(2010). Isto possibilitou a construção de uma representação do universo pessoal e criacional
do poeta Antônio Francisco. Além disso, aplicamos cinco questionários, várias entrevistas e
filmagens para o aprofundamento das questões anteriormente deixadas em abertas.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Durante essa pesquisa duas coisas se mostraram impossíveis: uma delas é separar a
cosmovisão do poeta de suas memórias de infância e de seu cotidiano do presente. A outra, é
colocar aqui - nos resultados - tudo aquilo que conseguimos registrar sobre a vida, a obra, as
memórias e cotidiano de Antônio Francisco, esse cidadão que, nasceu e se criou em “Um
bairro chamado lagoa do mato”, lugar onde “Faltava dinheiro, sobrava alegria, naquele
pequeno pedaço de lar” (Francisco, 2012), é possuído por uma cosmovisão maior do que ele
e do que seu tempo. Durante nossas conversas e entrevista ele se mostrou marcado pela
perplexidade diante do mundo capitalista. E isso o aflige. Como ele mesmo recitou de
improviso: "Vi mulheres desnutridas, crianças nuas no peito, vi o rio Tietê todo poluído no
leito, eu não sabia que o progresso era desse jeito" e continua "no Natal o capitalismo é tão
selvagem que você só pensa que deu presente a pessoa se tiver dinheiro" (narrativa no dia
29/10/19).
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Como percebemos, esse poeta usa a memória para imaginar e a realidade para
devanear: a poesia é filha legítima de vivências complexas e sentimentos profundos. É por
isso que, geralmente, sua poesia fala mais do que ele mesmo. Com o tempo, aprendeu a juntar
memórias de infância com reflexão de vida adulta. Mas como poeta, sabe que o grande
aprendizado não está, necessariamente, nos livros. Curioso como uma criança que não
envelhece, ele acredita que “o aprendizado lá fora é muito grande”. Ele vive suas memórias da
infância e diz que naquele tempo “o milagre era diário”; nele o menino ainda vive “tá
brincando a criança” e isso é “fazer da vida um poema” (narrativa no dia 19/12/2019).
Na cosmovisão de Antônio Francisco, passado e presente dialogam e servem como
matéria de reflexão poética do seu cotidiano. Isso se apresenta em suas narrativas sobre o
presente de sua cidade. Segundo ele, “a grande Mossoró era um polo cultural e industrial
repleto de rios e áreas verdes”. "Em 58, eu lembro como se fosse hoje, o rio secou. Hoje não
seca por causa do esgoto". Deste modo, o poeta nos faz pensar que não é apenas o rio que está
imerso ao esgoto, mas que a vida humana também que se encontra na eminência do seu
declive.
Naquela época, "Tudo tinha nome. Hoje não mais. A vida humana empobreceu porque
a palavra não diz mais nada, não povoa as ruas” (narrativa no dia 29/10/19). Talvez por isso
se tinha riqueza, porque se tinha verbo, se tinha subjetivo. Na concepção dele, o dinheiro e o
capital, constrangem o aflorar do humano, do sensível, do afetivo e da poética da prosa
cotidiana. Antônio Francisco começa e termina fazendo “uma soma da meditação e da
expressão, uma soma do pensamento e do sonho” (Bachelard, 2009, p. 275). Seus escritos e
narrativas orais arrancam o pensamento científico de sua disciplinaridade, ao mesmo tempo
que estimula uma imaginação poética como forma de tocar o lado sensível da concretude do
mundo.
Nas expressões poéticas desse narrador de nosso tempo, o passado é convertido no
instante-já da criação, a razão se alia a uma certa “intuição do instante” para poder escrever e
falar a outra voz, aquela que nos aproxima do ser, dos valores humanos, da natureza e de si
mesmo.
Seja na sua infância ou na sua vida adulta, Antônio Francisco foi um artesão de
palavras, de ações, de artefatos; foi um artesão de si mesmo, pois em tudo que fazia ele estava
inteiro. Na realidade, ele se refazia enquanto sujeito, em tudo que ele fazia. Criar poesia seria,
assim, para ele, recriar-se constantemente por meio de suas próprias palavras. A sua poesia o
fez reconhecidamente poeta de sua própria vida.
Percebemos que nele seus devaneios não eram fuga da realidade. Ao contrário, eram
meio de recriar a realidade, de reinventar uma saída, um jeito de jogar um pouco de luz nas
ruas escuras da cidade. Mesmo sem ler Bachelard ele sabia que “A quem deseja devanear
bem, devemos dizer: comece por ser feliz” (Bachelard, 2009, p. 13).
Os devaneios e a imaginação criadora de Antonio Francisco o tem levado a lugares
que seus pés nunca tocaram. É isso que ele expressa ao dizer: “meus olhos tem vontade de
subir no pico da Cabugi. Quero saber o que os meus olhos veem lá do alto dessa serra”
(narrativa concedida, 19.12.2019). O espaço e o tempo se conformam à realidade do poeta,
importando, para ele, apenas o instante mágico em que a palavra se faz coisa. Assim, notamos
que há horas na vida de um poeta em que o devaneio assimila o próprio real. O que ele
percebe é então assimilado. O mundo real é absorvido pelo mundo imaginário (porque a vida
também é para ser lida), como diria Guimarães Rosa (1985).
Por fim, olhando para os cordéis de Antônio Francisco ficamos com uma subversiva
imagem poética: a grande construção não é aquela que se ergue no exterior do homem como
uma torre que tenta riscar o céu, mas aquela que se eleva dentro de cada ser. A grande
construção é a edificação da alma humana nesse mundo desumanizado.
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CONCLUSSÕES
A preocupação filosófico-existencial engendrada por esse projeto poético não poderia,
naturalmente, negligenciar a importância das narrativas do presente: cosmovisão e cotidiano
do poeta e cordelista Antônio Francisco. Ele possibilitou, aos pesquisadores, uma ampliação
da experiência de mundo e um exercício de pensar de forma transdisciplinar e poética sobre a
vida, o ser, a sociedade e a criação artística.
Sendo reconhecido pela musicalidade, beleza e profundidade de seus poemas, Antônio
Francisco entrelaça fantasia e realidade, razão e sensibilidade, vida e ideias em tudo que faz e,
assim, escreve e se inscreve na história da cidade e na cultura popular da região. Ele nos
coloca diante do desafio de engendrarmos uma ciência complexa e poética, de forma inter e
transdisciplinar para compreendermos a muldimensionalidade de tudo que é humano.
As narrativas do presente desse poeta nos aproxima, em grande medida, de um saber
transversal e de outras maneiras de vivermos uns com os outros e com nós mesmos. Inscrito
em todos os seus escritos e ideias este poeta está sendo movido pelo utopia realista e
pertinente de ver nascer aquilo que Morin chama de “humano do humano”.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos especialmente Antônio Francisco e à sua família (em especial sua
esposa Nira), por ter nos acolhido com muito carinho, disponibilizado tempo para longas
conversas em sua cozinha e quintal, presenteando-nos não somente com pão e café, mas com
poesia e afeto, com memórias e presenças. Agradecimentos estendidos a seu neto e amigos
que nos acompanhavam a cada dia. Agradecimento singular a bolsa de iniciação científica
fornecida pelo CNPq, a PROPEG/UERN e ao GECOM pela oportunidade de pesquisarmos
um tema tão importante para nossa formação humana e intelectual.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBIER, René. A escuta sensível na abordagem transversal. In: BARBOSA, Joaquim
Gonçalves (Org.). Multireferencialidade nas ciências e na educação. São Carlos:
EdUFSCar, 1998, p. 168-199.
BACHELARD, Gaston. A intuição do instante. Trad. Antonio de Pádua Danesi (2ª ed.).
Campinas/SP: Verus Editora, 2010.
______. A poética do devaneio. Trad. Antonio de Pádua Danesi (3ª ed.). São Paulo: WMF
Martins Fontes, 2009.
ROSA, João Guimarães. Tutameia (terceiras estórias). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
ZUMTHOR, Paul. Introdução à poesia oral. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
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INTRODUÇÃO
O Rio Grande do Norte foi à única região no Brasil a utilizar esse processo de
captação cronológica de gravuras produzidas por grupos pretéritos. Sendo a microerosão
a principal forma de obtenção de datação direta estudada até o presente momento, com
pesquisas coordenadas pelo Doutor Valdeci dos Santos Júnior e o criador do método de
datação e arqueólogo Robert G. Bedinarik.
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METODOLOGIA
Bednarik (1992, 2007) estabeleceu uma fórmula com dados geométricos e matemáticos
(figura 1) a partir da diminuição progressiva do tamanho dessas partículas durante um
determinado intervalo de tempo, conforme pode ser visto a seguir:
O raio de rocha diminui (estritamente falando não é equicircular na seção, mas
hiperbólico) em qualquer magnitude de tamanho, aumentando em função da
idade. Durante o processo de diminuição, a razão h: r é constante para qualquer
ângulo α, independentemente da distância de recuo das faces e da aresta.
Relação x: z é uma função de α, e em α = 60°, x = 2z. A dimensão x pode ser
expressa em forma algébrica:
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Figura 3: Diagrama que descreve as leis da formação da diminuição (wane) em uma forma
simplificada.Fonte: Bednarik, 2007, p.130.
Resultados e Discussão
Sítio da Descoberta Fernando Pedrosa 2778 ± 397 anos AP. 1406 + 181/-136 AP
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CONCLUSÃO
______. The Dating of Rock Art: a Critique. Journal of Archaeological Science . V. 29,
p.1-20, 2002.
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______. Age estimates for the petroglyph sequence of Inca Huasi, Mizque, Bolivia.
Andean Past: Vol. 6, Article 13, 2000.
______. Analyses of Côa Valley petroglyphs. in International Rock Art Congress. Turim,
Italy: IFRAO, 1995.
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Introdução
Existem muitas perguntas, muitas fontes e muitas metodologias diferentes para narrar
sobre a trajetória de uma pessoa, de um curso, ou de uma instituição. E são essas escolhas que
fazemos que definem o nosso trabalho; é a forma como organizamos as peças que vamos
encontrando pelo caminho – através de muitas buscas –; é o recorte que fazemos; é a forma
como entendemos a criação de um curso; é o que procuramos e o que filtramos do que a gente
acha.
Objetivando responder questões a respeito da origem – por alguns parâmetros— do
curso de História da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte- UERN e resgatar os
primeiros currículos do mesmo, que dedicamos essa primeira etapa de pesquisas, por
compreender a importância desses esforços para história da historiografia brasileira e a
história do ensino superior de história no Brasil.
Metodologia
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Para fazer uso dessa documentação, nos apropriamos de algumas leituras que nos
ajudou tanto metodologicamente, contribuindo com a organização e interpretação dessas
fontes, como nos ajudou a contextualizá-las no tempo e no espaço.
A exemplo disso, nos capítulos 5 e 7 do livro do Gimeno Sacristán – O Currículo –,
ele discute sobre a política curricular e traz para nós uma distinção entre o que é o currículo
prescrito e o currículo modelado pelos professores
Não importa o quanto que se sabe sobre currículos, sobre ensino, sobre educação,
nunca há como prevê minuciosamente tudo o que vai ocorrer em uma sala de aula, todas as
necessidades de transposição didática de cada discente. Os problemas e imprevistos variam de
turma, variam de escola, variam de região, e tudo isso exige da/do docente uma adaptação.
Além de que, o conhecimento é vivo, professoras e professores são também pesquisadoras e
pesquisadores, o trabalho docente exige além de simplesmente incorporar o que está prescrito,
é preciso estudar sobre aquilo que estamos ensinando, é preciso selecionar aquilo que os
alunos e alunas da nossa realidade é capaz de absorver naquela determinada aula, e a melhor
forma de abordar esses assuntos.
É aí que entra a modelagem que Sacristán fala, é aí que entra a liberdade, inevitável,
docente. E é dessa forma que entendemos algumas discrepâncias que encontramos entre os
currículos prescritos pela legislação do curso, e os currículos incorporados pelos primeiros
professores e professoras do mesmo. Essas diferenças se explicam tanto pela regionalidade,
pela instabilidade do curso recém-criado, como por problemas naturais muito frequentes em
Mossoró na década de 60, que era o caso das enchentes que impediam a realização de aulas
(registradas nos livros de pontos do ICH).
Outros exemplos de apropriações feitas por nós que ajudaram a conduzir
cientificamente nossa pesquisa foram os escritos por Luiz Antônio Cunha (2000) que discute
sobre ensino superior e universidades no Brasil, contribuindo com informações muito
pertinentes sobre o campo da história do ensino superior de história; e o livro que o padre
Sátiro Cavalcante Dantas escreveu sobre os bastidores da luta pela estadualização da UERN,
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ele que foi ativo desde a criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras- FAFICIL (atual
Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais – FAFIC), que, segundo a PROEG-UERN, foi
criada em 1965 pelo Decreto de Lei Nº47-B/65 da Prefeitura Municipal de Mossoró e foi a
faculdade que primeiro adotou o curso superior de História na cidade. A última leitura citada
nos ajudou a contextualizar nossas fontes tanto no âmbito municipal (Mossoró) quanto
institucional (FURRN/UERN).
Resultados e discussão
Os passos dados por essa pesquisa, até o atual momento, resultaram em um artigo
que, se aprovado, em breve será publicado no dossiê “Teoria da História e História da
Historiografia” da Revista de História da UEG e apresentado em eventos, fazendo com que o
conhecimento desenvolvido a respeito do curso e financiado pela universidade seja difundido.
Conclusões
Algumas das conclusões que tivemos, durante esse processo, foi de que a cidade em
que o curso está localizado – Mossoró-RN – já investia pesadamente na produção de uma
memória e uma história local, e que a criação deste, evidentemente, é consequência disso.
Para além do citado acima, conseguimos localizar a criação do curso no tempo – 1965, se
considerarmos a fundação da FAFICIL; 1967, se considerarmos o início das aulas da primeira
turma; e 1968, se considerarmos a gênese da URRN –, e, também, mapear alguns sujeitos que
viraram objetos de pesquisa daqui para frente.
Ou seja, investigar sobre quem eram os sujeitos que assumiram a docência nos
primeiros anos do curso, a formação e as produções; e responder ao impacto que a criação
desse curso teve para a historiografia são os nossos próximos desafios.
Agradecimentos
Fontes
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Diário de Natal. Faculdade de Mossoró: inscrições até dia 31. 19 de Janeiro de 1967, p.3.
MOURA, Wilson Bezerra de. Entrevista sobre o início do curso de História (1967). Via e-
mail, 29 de Julho de 2020.
Referências
CUNHA, Luiz Antônio. Ensino Superior e universidade no Brasil. In: LOPES, Elaine Marta
Teixeira; FARIA FILHO, Luciano Mendes; e VEIGA, Cynthia Greive (orgs). 500 anos de
educação no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
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Introdução
1 Estudante do curso de História do Departamento de História da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte;
e-mail: dariosouza4@hotmail.com.
2 Professora do Departamento de História da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. e-mail:
aryanacosta@gmail.com.
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geração de professores, possivelmente representantes de uma outra tradição, que, entre 1998 e
2006 (reforma mais recente), viria a ser majoritariamente substituída.
Ainda não há uma bibliografia considerável a respeito da graduação em História da
UERN. No entanto, existe uma série de trabalhos, feitos, sobretudo a partir dos anos 2000, que
trazem como objetos cursos superiores de História no Brasil. Podemos citar, como exemplos,
os trabalhos de Sérgio Nascimento, que tratou do Projeto Político Pedagógico do curso de
História da UFPA (2008); de Aryana Costa sobre o curso da UFRN (2008); e de Helenice
Ciampi, publicado em 2002. Marieta de Moraes Ferreira produziu, em diversas publicações,
material sobre o curso de História da UDF e posterior FNFi da Universidade do Brasil (2008a,
2008b, 2012, 2013a, 2013b).
Tal bibliografia, com suas inquietações e seus resultados, ajudaram na construção do
nosso objeto e do nosso objetivo. Assim, perguntamo-nos até que ponto, no período que
compreende os anos de 1989 a 1998, essas intenções de reforma foram efetivadas no curso.
Para tanto, é preciso analisar quais ventos trouxeram este impulso modernizador à URRN, e se
tal impulso obteve êxito. Portanto, é mister investigar em que medida este clima – de passagem
de um governo autoritário para um retorno ao estado democrático – influenciou o curso de
História de Mossoró e fez com que reformas saíssem do papel e fossem levadas a cabo.
Metodologia
Consideramos também que o currículo, como nos aponta o autor, traz consigo uma carga
histórica, é uma opção historicamente configurada, e, portanto, quando utilizado como um
instrumento que ajudará a construir o passado, deve ser analisado como tal.
Assim é que utilizamos os currículos enquanto fontes para a pesquisa histórica,
buscando extrair destes justamente os seus valores e pressupostos, tendo em mente, como já
dissemos, que não se pode simplesmente aceitar o que está escrito como uma verdade simples
e pura. É desejável e necessário, pelo contrário, problematizar, sempre, qualquer documentação.
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Para isso, torna-se imprescindível a reflexão de Le Goff (2006) quando, tratando acerca do
trabalho com documentos históricos, escreve:
É através desta perspectiva que empreendemos nossas análises a respeito das matrizes
curriculares e dos demais documentos que utilizamos. Entendemos, então, que depende de nós,
historiadores, o correto aproveitamento dos documentos históricos, não deixando de considerar
aspectos como, por exemplo, as condições de produção das fontes, e as possíveis
intencionalidades, explícitas ou implícitas, de seus autores.
Resultados e discussão
A coleta e seleção das fontes foram realizadas, de modo que as pesquisas sobre o curso
de História da URRN/Mossoró podem contar agora com documentos mais organizados sobre a
sua trajetória. Buscando fontes na própria universidade, encontramos, no Núcleo de
Documentação e Pesquisa Histórica (NUDOPH) documentos como propostas de reforma
curricular, planejamentos bienais para o curso, avaliações, programas de disciplinas, textos
usados nas disciplinas, sistemáticas para adaptação curricular e alguns currículos do curso. Na
Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PROEG), encontramos todos os currículos do curso até
o final do século XX, bem como diversas resoluções que alteravam os currículos. Na
documentação da Faculdade de Filosofia e Ciências humanas, encontramos livros de ponto e
atas de reunião. Foi também a partir dessa documentação que pudemos empreender o recorte
do tema. Pudemos observar, então, que as reformas almejadas em fins da década de 1980 não
foram, em um curto prazo, concretizadas. Através das atas de reunião, por exemplo, é possível
constatar que a própria estrutura administrativa da URRN, deficiente à época, era um empecilho
para a aprovação das propostas – falta de funcionamento dos órgãos responsáveis era o principal
motivo apontado para o arquivamento dos documentos produzidos pelo departamento de
história. A partir de 1995, o curso começa a passar por alterações curriculares que, ainda que
de maneira tardia, trouxeram elementos da proposta de 1989, indicando uma continuidade das
ideias que levaram a comunidade acadêmica de História da URRN a formular suas propostas
de reforma curricular.
Conclusões
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Agradecimentos
Referências
CIAMPI, Helenice. A História Pensada e Ensinada: da geração das certezas à geração das
incertezas. São Paulo: Educ, 2000.
Mossoró. Instituto de Ciências Humanas e Sociais. Atas das reuniões do ICH de 1989 a 1993.
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REFERÊNCIAS
COSTA, M A T. História e Memória da Faculdade de Educação da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte- UERN (1969-2006). In: COSTA, Maria Antônia Teixeira
da; OLIVEIRA, Meyre-Ester Barbosa de; FREIRE, Sílvia Helena de Sá Leitão Morais.
Narrando para não esquecer: Memórias e Histórias da Faculdade de Educação. Curitiba: Editora
CRV, 2014. cap.1, p.17-28.
GODOY, A. Uma revisão histórica dos principais autores e obras que refletem esta
metodologia de pesquisa em Ciências Sociais. Revista de Administração de Empresas São
Paulo, v. 35, n. 2, p. 57-63 Mar./Abr. 1995.
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INTRODUÇÃO
Os livros são instrumentos que unem peças da história e de toda evolução e
inovação da sociedade já vivenciadas, desde costumes, comportamentos, crenças,
linguagem e todo contexto da época passada de geração em geração até nos dias de
hoje. Os livros podem, dentro de um contexto social, trazer traços das representações e
práticas sociais, de um povo, de sujeitos e da escola de um determinado tempo. E
consequentemente, as obras literárias que compõem os acervos, detém de um valor
imensurável e torna as instituições que a preservam únicas e privilegiadas, por serem
existentes poucos exemplares, o que enriquece o acervo da instituição. O presente
trabalho pretende abordar a importância da obra os Lusíadas, de Luís de Camões e sua
vinda ao acervo do Grupo Escolar Almino Afonso na cidade de Martins no Rio Grande
do Norte/RN. Este trabalho é fruto de um protejo de pesquisa, que tem por título: “O
acervo do grupo escolar Almino Afonso: livros escolares e fontes históricas”,
coordenado pela Profa. Dra. Joseane Abílio de Sousa Ferreira do Departamento da
Educação do CAP/UERN. Devido ao valor simbólico da obra e sua importância para a
história da educação brasileira, surgiram inquietações sobre a instituição e motivos de
sua guarda no grupo escolar.
O local de guarda do livro é um antigo grupo escolar, instituições que foram
construídas com intenções de civilizar e solucionar os problemas da época através da
educação. Eram idealizados e apresentavam outro cenário ao local em que era
construído. O livro é um marco histórico que contempla a história de Portugal e a
passagem do Brasil colônia. É considerado obra rara e de referência para história
portuguesa, e ter um exemplar em uma instituição localizada em uma cidade turística
interiorana, visto que os demais exemplares de outras edições estão em bibliotecas
nomeadas mundo a fora, se faz necessário investigar para compreender esse percurso
até a chegada ao grupo.
O trabalho tem como objetivos analisar a obra e sua importância para o Brasil e
investigar quais os motivos do acervo do Grupo Escolar Almino Afonso ter sido
escolhido para fazer a guarda dessa obra que tem somente dois exemplares no mundo. E
com isso, entender o uso do livro para o acervo e a forma em que é explorada a obra na
instituição. Em decorrência da pandemia do Covid 19, os objetivos não foram
alcançados em sua integridade, pois, a pesquisa em campo coincidiu com o momento de
isolamento social, no qual modificou as atividades das instituições diversas e a
execução da pesquisa.
METODOLOGIA
1
Discente do curso de Pedagogia do Campus Avançado de Patu da Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte-CAP/UERN. E-mail: natalia.thalita46@gmail.com
² Docente do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
CAP/UERN. Orientadora do projeto do Pibic: O acervo do grupo escolar Almino Afonso: livros
escolares e fontes históricas. E-mail: joseaneabilio@hotmail.com
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 745
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Em virtude do isolamento social e do momento vivenciado pelo Covid-19, não
conseguimos ver a obra fisicamente e nem visitar o local de sua guarda. E recorrendo a
possíveis pesquisa já realizadas, não foi de grande sucesso, o que dificultou
consideravelmente a coleta de dados. E foi então que surgiu a oportunidade de uma
conversa informal com uma ex diretora do antigo Grupo Escolar que traz informações
fundamentais, que relata os objetos e as obras literárias que são conservadas no museu
instalado dentro da escola. O Museu Demétrio Lemos, foi concebido devido doação
destes pertences a escola, marcando a importância de Demétrio para a existência desse
precioso acervo na instituição. A ex diretora afirma o destaque do museu, as obras, com
ênfase na obra clássica “Os Lusíadas de Camões”, e o museu ainda é composto por mais
destaques clássicos: O Inferno de Dante, que faz parte da trilogia da divina comedia e
Orlando Furioso do escritor Ludovico Ariosto. A diretora ressalta que o grupo foi
frequentado pelos “filhos importantes” de Martins, e não esperávamos menos devido a
sua importância e sendo o 6° Grupo Escolar a ser construído no estado.
Conforme as vivencias e rumores na pequena cidade, a diretora presume que as
obras vieram para a guarda da instituição pela suposta doação de Demétrio, que
possivelmente adquiriu elas em suposições diversas, e fez a doação das mesmas por ter
um parentesco com a diretora da época, doou a sua biblioteca com vários exemplares
raros, além das três clássicas e objetos para o antigo Grupo. Demétrio Lemos é natural
da cidade de Martins, na qual era apaixonado. Figura importante para o crescimento da
cidade, ele cultivou o mundo, mas não esqueceu seu recanto. Em suas bem feitorias, na
qual ajudava sempre os outros, contemplou a cidade com seu acervo particular, desde
obras clássicas e bustos, inclusive o da praça central de Martins e a marcante doação de
conhecimento cultural riquíssimo para a sua cidade.
Figura 1- Exemplar da edição em pergaminho da obra “Os Lusíadas”, existente
apenas dois no mundo. Este com exclusiva dedicatória para Dom Pedro.
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INTRODUÇÃO
O poema De rerum natura (DRN)3 é uma obra do filósofo epicurista romano Lucrécio,
escrito no século I a.C., em um período de grande agitação social e política da Roma de seu
tempo. Foi provavelmente baseado no Perí Phýseos (Sobre a natureza) do próprio Epicuro
(341 – 270 a.C.), o mestre reverenciado por Lucrécio em quase todo o poema. No início da
obra, Lucrécio faz uma súplica a Vênus (hoc patriai tempore iniquo, DRN, I, 41) para que a
paz possa prevalecer entre os seus conterrâneos (DRN, I, 1-43), demonstrando a sua
preocupação com os conflitos e turbulências políticas e sociais da sua época. Algumas
interpretações do poema defendem que o De rerum natura é antes de tudo, um trabalho com
conotação política, escrito sob a influência dos graves acontecimentos presenciados pelo
filósofo (FOWLER, 1989). Podemos dizer que se há uma perspectiva política na obra de
Lucrécio, esta se situa nos aspectos da vida em comum dos indivíduos. Nesse sentido, é
possível falar em uma visão epicurista da sociabilidade e que diz respeito a aspectos diversos,
tais como, o caráter “(...) antropológico da gênese das sociedades humanas; o ponto de vista
político da organização das cidades, da justiça e da obediência às leis; o ponto de vista ético
do valor respectivo dos diferentes modos de vida coletiva, que privilegia os laços de amizade
no interior da comunidade dos sábios” (GIGANDET; MOREL, 2011, p. 205). Para
fundamentar o modo como Lucrécio trata os conflitos civis da sua época4, esta pesquisa terá
como foco, principalmente, a análise do do fundamento do justo em Epicuro, o mestre de
Lucrécio.
O poema de Lucrécio ao longo dos seus seis Cantos, dos males da sociedade romana
de então - violência, avareza, decadência moral, tirania - propondo a filosofia epicurista como
um remédio para tais problemas. Não deixa de ser desconcertante de que se trata de uma
situação estranha à tradição do Jardim, uma vez que o próprio Epicuro aconselhava o sábio a
afastar-se de qualquer atividade política (EPICURO, 1988). São célebres e conhecidas as
máximas epicuristas “não tomar parte da política” e “viver escondido” (perí bíon). Além disso,
é importante destacar as passagens onde Epicuro menciona sua concepção de justo e justiça,
desenvolvida nas Máximas Principais (EPCURO, 2010).
1
Estudante do Curso de Direito do Departamento de Direito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail:
cintiaalves@alu.uern.br
2
Professor do Departamento de Ciências da Religião da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; E-mail:
prof.antoniojulio@gmail.com.
3
A abreviação de De rerum natura. Utilizada no contexto dos Estudos Clássicos para se referir à única obra de Lucrécio.
4
Esta pesquisa parte de problemas levantados em uma comunicação apresentada em setembro de 2016, no X Simposio
Nacional de Estudios Clásicos, Mendoza, Argentina.
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METODOLOGIA
A pesquisa foi caracterizada como uma investigação filosófica, a partir da tradução e
reinterpretação dos principais termos que constam dos textos originais, além da validação dos
argumentos construídos pelo filósofo e comentadores. Foram utilizadas técnicas qualitativas
de pesquisa, considerando principalmente a análise textual e de contexto, sob a perspectiva de
um conhecimento do tipo construtivista. Isso significa que os pesquisadores buscaram construir
uma hermenêutica do texto pesquisado, estabelecendo o significado dos conceitos a partir do
contexto filosófico que lhe é pertinente (CRESWELL, 2007, p. 34).
Como prática de pesquisa, buscou-se análise das noções e conceitos propostos e o
consequente posicionamento teórico que pudesse estabelecer as conclusões parciais e finais
(FOLSCHIELD e WUNENBURGER, 2002, p. 158-229). As fontes de pesquisa foram
estritamente bibliográficas, cujo acervo impresso foi disponibilizado em meio digital,
respeitadas as restrições de Direito Autoral e limitações de Copyright.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Nunca houve justiça em si, mas nas relações recíprocas, quaisquer que sejam
seu âmbito e as condições dos tempos, uma espécie de pacto a fim de não
prejudicar nem ser prejudicado.
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fato não muda é o princípio que rege a criação de todos os contratos em cada comunidade: o
bem comum, o útil a comunidade.
CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
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Palavras-chave: História da Educação. História das Instituições Escolares. História dos Grupos
Escolares.
Introdução
Metodologia
A busca por conhecer a história de uma instituição escolar não é tarefa fácil, é preciso
pesquisar e analisar documentos, fatos, sempre nos propondo a questionamentos que nos
possibilitem respostas e que nos permita auxiliar de maneira significativa a História da
Educação. Buscando assumir o compromisso de que os conhecimentos que são desvendados
possam favorecer para a historiografia da instituição, como nos afirma Magalhães (1996),
quando diz que se faz necessário questionamentos de forma que permita a construção de um
1
Aluna de Iniciação Científica PIBIC. Graduanda do Curso de Pedagogia do Departamento de Educação da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/UERN; Campus Assú. Contato: micaelecb17@hotmail.com.
2
Doutora em Educação. Líder do Núcleo de Pesquisa em Educação/NUPED-CNPq. Professora do Departamen to
de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Contato: raphaela.amorim@hotmail.com.
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processo histórico que contribua para a identidade das instituições educativas assumimos esse
estudo.
Nos propondo a avaliar as fontes documentais que tínhamos disponíveis, afim de
interpretá-las e analisá-las em suas entrelinhas, na busca por conhecimentos e informações do
que tange o Grupo Escolar Tenente Coronel José Correia instituição centenária do município de
Assú/RN. Desenvolvemos uma pesquisa de caráter exploratório, por meio de fontes
documentais que nos auxiliaram na investigação, a partir de uma abordagem qualitativa em
diálogo com autores que fomentaram nossas reflexões acerca da temática investigada, bem
como dos métodos e processos para alcançarmos os objetivos almejados com a proposta.
Nas discussões, na busca da compreensão dos conhecimentos propostos pelo processo
investigativo, recorremos a autores como Le Goff (2003), Magalhães (1996), Chartier (1990)
Frago (1995), Vasconcelos (2005) Vidal (2006), Certeau (2002) dentre outros autores que
discutem as categorias de análise que fundamentam o estudo, tais como a Culturas Escolares,
História das Instituições Escolares e Práticas Educacionais. Tais autores muito contribuíram e m
nosso processo investigativo, nos permitindo reflexões, amadurecimentos e ideias e
possibilidades de pesquisa.
Inicialmente nos propomos à busca por fonte e materiais para pesquisa, vistamos
acervos, a exemplo do Arquivo Público do Estado – APE, na Busca por fontes vindas do Jornal
A Republica, o Museu Lauro da Escócia para pesquisa no acervo do Jornal O Mossoroense,
também vistamos o acervo do Educandário Nossa Senhora das Vitória e o Acervo do Grupo
Escolar Tenente Coronel José Correia, ambos em Assú/RN. Nas oportunidades foram
selecionadas e fotografadas fontes referentes ao período de criação do Grupo Escolar em
estudo. Após o mapeamento dos documentos foi feito a leitura e digitalização, buscando manter
viva a história que tanto é significante para compreensão tanto do passado, quanto das questões
atuais. Após o contato documental, iniciou-se com uma análise propondo olhá-las
minuciosamente, afim desvendar as informações postas nas entrelinhas referentes ao período
ora analisado.
Resultados e Discussão
O Grupo Escolar Tenente Coronel José Correia, criado por meio do decreto nº 254 de
11 de agosto de 1911, durante a administração do governador Alberto Maranhão e inaugurado
no dia 07 de setembro de 1911, no município de Assú e figurou como uma importante
instituição educativa que mudaria o cenário educacional do município.
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Conclusão
Esta investigação, em diálogo com as outras que já realizamos, propõe contribuir para a
História da Educação, em especial para a história do Grupo Escolar Tenente Coronel José
Correia, a partir de uma pesquisa que aviva a história da educação assuense, que permite a
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Agradecimentos
Referências
BONATO, Nailda Marinho da Costa. Os arquivos escolares como fonte pra a história da
educação. Revista Brasileira de História da Educação, n° 10 jul./dez. 2005.
VIDAL, Diana Gonçalves; (Org.) Grupos Escolares: cultura escolar primária e a escolarização
da infância no Brasil (1893-1971). Campinas, SP: Mercado das Letras, 2006.
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1
Estudante do curso de Pedagogia, do Departamento de Educação (DE), da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte, Campus Avançado de Pau dos Ferros (CAPF); e-mail: marcosaquino@alu.uern.br.
2
Professora doutora do Departamento Educação (DE), da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
(UERN), do Campus Avançado de Pau dos Ferros (CAPF); e-mail: ciclenealves@bol.com.br.
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3
Inicialmente, para atender a metodologia da pesquisa, o instrumento de coleta de dados seria realizado através
de entrevistas semiestruturadas com os secretários de cada município, contudo, com a incidência da pandemia da
COVID-19, eclodindo no país no final de fevereiro de 2020, houve o comprometimento desse instrumento, sendo
necessário realizar uma revisão e adequação ao questionário semiestruturado com vistas a viabilizar o
prosseguimento da pesquisa.
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Oeste Potiguar que, em sua totalidade, engloba 30 municípios, contabilizando 25% dos
municípios circunvizinhos a Pau dos Ferros/RN.
Resultados e Discussões
A partir dos estudos e reflexões realizadas acerca do IDEB e da ideia de qualidade,
buscamos agora investigar a relação que os secretários municipais de educação estabelecem
entre seus saberes e práticas com esses conceitos. A partir das falas dos sujeitos, é preciso tentar
“[...] encontrar, além dos próprios enunciados, a intenção do sujeito falante, sua atividade
consciente, o que ele quis dizer, ou ainda o jogo inconsciente que emergiu involuntariamente
do que disse” (FOUCAULT, 2019, p. 31).
A partir dos dados obtidos, é possível perceber que as três participantes possuem perfis
profissionais distintos, com faixas etárias que variam entre 35, até mais de 55 e com tempo de
atuação entre 1 e mais de 4 anos. Todas possuem formação profissional a nível de
especialização, bem como todas chegaram ao cargo por meio de indicação política, sendo duas
pertencentes ao quadro de servidores do município.
Os resultados apontam, através dos discursos das secretárias, enunciados que
caracterizam o IDEB enquanto um aferidor de qualidade, e encontra-se presente em falas como:
“É um indicador nacional que possibilita o monitoramento da qualidade”; “objetiva medir a
qualidade do aprendizado nacional” ;“O IDEB é um diagnóstico que apresenta a qualidade
do ensino”; “acompanhar como o país, os estados, os municípios estão avançando ou não
em suas aprendizagens ou se aproximando da qualidade da educação”; “[...] sinaliza se
estamos próximos ou distantes do objetivo que consideramos ideal para uma educação de
qualidade”. Os enunciados das três secretárias acerca do IDEB estabelecem uma formação
discursiva que deixa evidente a relação direta que elas estabelecem entre os resultados e a
qualidade educacional do município, reduzindo os fatores de rendimento e aprendizagem aos
números apresentados pelos indicadores
Os enunciados acima dispostos não só se alinham, a nível de discurso, com os
dispositivos de poder que o regularizam, como a Constituição Federal, o PNE e o Ministério da
Educação (MEC), como é o caso da Secretária 2, argumentando que “O IDEB como um
indicador nacional precisa de novas diretrizes operacionais e conceituais da avaliação que
visem à melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem e não apenas medir a qualidade do
aprendizado nacional”; como também a nível de prática, como está apresentado na fala da
Secretária 3, pois sua fala aponta para “Estimular o hábito da escrita e da leitura” enquanto
práticas que elevam a qualidade do ensino, sendo estes os parâmetros defendidos pelo IDEB .
Para Foucault, os discursos tidos como verdades, quando apoiados “[...] sobre um suporte e
uma distribuição institucional, tende a exercer sobre os outros discursos [...] uma espécie de
pressão e como que um poder de coerção” (FOUCAULT, 2014, p. 17).
Com relação a capacidade do índice em avaliar as escolas, as secretárias 1 e 2
encontram-se na mesma formação discursiva ao considerarem o efeito do índice em uma dupla
mão. A secretária 1 diz que o IDEB “É um indicador que tem pontos positivos e negativos. É
um instrumento que precisa ser aperfeiçoado e que novos elementos possam ser incorporados
ao sistema de avaliação”. Ela reconhece a insuficiência dos fatores do índice, mas não
apresenta quais “outros elementos” podem ser incorporados. Na concepção da Secretária 2 “Se
o resultado independente de ser bom ou não for analisado, estudado, sistematizado para
traçar as metas, planos de trabalho, será positivo. Se for usado para punir, premiar, expor
os resultados para que se tenha um olhar diferenciado, privilegiado isso é negativo”.
Em última análise, é perceptível que embora todas as secretárias, em alguns momentos
dos seus discursos estabeleçam, direta ou indiretamente uma relação entre o IDEB enquanto
medidor, mensurador, monitorador ou sinalizador de qualidade da educação, elas também
apresentam, principalmente as Secretárias 1 e 2 (mais novas no cargo e em idade), aspectos que
superam os meros dados do Índice, por exemplo a questão profissional e pedagógica, como a
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Considerações Finais
Resultados e Discussões
1
Discente do curso de Letras – Língua Portuguesa, do Departamento de Letras da Universidade Estadual
do Rio Grande do Norte do Campus Avançado de Patu (CAP). E-mail: naiaragomes@alu.uern.br
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Com essas pesquisas foram surgindo novos pontos de vistas e abordagens sobre
o que é literatura popular. Segunda a autora, “os costumes populares pertencem ao um
passado longínquo, mas, se curva diante da possibilidade de encontrar sua origem”
(ORTIZ, 1985, p.6). De acordo com Ayala e Ayala (1995) a cultura popular é regida por
uma lógica da necessidade, em que solidariedade, auxílio mútuo, vida comunitária são
importantes para a existência de suas diferentes manifestações. A cultura popular tem
seus princípios na comunidade para possa mostrar seu interesse e ponto de vista sobre o
assunto do qual se trata a cultura popular. Além disso, Ayala e Ayala (1995) observam
que o modo de como percebemos ou notamos a cultura popular, ela é observada por
meio da tradição, do conhecimento do povo, que é passado de geração em geração.
A literatura de cordel é algo que vem de tempos que foi trazida pelos
portugueses e plantada aqui no Brasil. O cordel era algo que era mais do povo, por ser a
apresentado para a população de classe mais baixa da época, distribuídos em folhetos,
em que todas as pessoas teriam acesso a esses cordéis. Luyten (2006) destaca que
A poesia popular tem amplas definições e está ligada também a poesia de cordel
que são folhetos de impressão precária e expostos à venda pendurados em varais de
barbante. O nome vem de Portugal onde esse tipo de folheto de literatura popular
também era produzido. Também eram encontrados em países como Espanha, França,
Itália e Alemanha.
A primeira notícia que se tem sobre a literatura de cordel lusitana vincula-se ao
nome de Gil Vicente, que publicou, sob esta forma, algumas de suas peças (ABREU,
1995). Ao longo, do tempo foi se modificando o modo de publicação e logo veio
surgindo os folhetos que ficou com o acesso mais fácil da população mais pobre, eram
pendurados em varias na feira, onde toda a população tinha o prazer de conhecer de
perto, os tão famosos cordéis. Os cordéis eram muito parecidas com as cantigas
medievais, pois possui uma rima e expressa algum sentimento seja ele de raiva ou
felicidade: “as características físicas dos folhetos, aliadas á maneira de vendê-los, têm
sido os atributos mais recorrentes ao se tentar uma definição. A primeira notícia que se
tem sobre a literatura de cordel lusitana vincula-se ao nome Gil Vicente, que publicou,
sob esta forma, em algumas de suas peças” (ABREU, 1995, p. 19). As poesias
populares, os cordéis, apresentam fatos e acontecimentos que evocaram para uma
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Metodologia
Durante nossa pesquisa para dar ênfase ao assunto abordado trabalhamos com
autores que escreviam sobre o tema, na cultura popular, trabalhamos com Marcos Ayala
e Maria Ignez Novais Ayala (1995), que traz de forma ampla os conceitos trabalhados
fizemos um levantamento suas principais tradições, na literatura popular, para trabalhar
com o a literatura de cordel usamos os textos de Márcia Abreu (1997) que mostra
algumas características da cultura popular. Nosso principal foco foi pesquisar sobre a
cultura popular dando ênfase na literatura de cordel. Esses cordéis tem ênfase na cultura
popular, pois enfatiza a cultura do povo, as festas tradicionais e o folclore.
Considerações finais
Referências
ABREU, Márcia. Pobres leitores pobres. Dossiê Memória Social da Leitura, Revista
Horizontes, Bragança Paulista, n o 15, Editora Universidade São Francisco, 1997.
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INTRODUÇÃO
Estamos inseridos atualmente em um cenário de profunda crise, definida por Mészáros
(2010), como uma crise que possui um caráter crônico e sistêmico, que tem sua raiz na
economia e perpassa todas as esferas sociais, dentre elas a educação. A educação, neste cenário
de crise sistêmica, ganha uma destacável função, sendo pensada com o objetivo de enaltecer o
capital, através de um fictício papel amenizador das dificuldades sociais ocorridas no mundo.
Mendes Segundo (2005), assevera que o grande responsável pela propagação e manutenção da
função atribuída à educação pelo capital são as organizações multilaterais, algumas de caráter
internacional, como o Grupo Banco Mundial, que têm ao longo do tempo, difundido o discurso
que associa diretamente educação ao alívio da pobreza.
Dessa forma, podemos destacar a década de 1990 como o período em que a educação
passou a receber recomendações e estratégias internacionais. Essa interferência se deu por meio
de documentos derivados de conferências nacionais, regionais e internacionais do Movimento
de Educação Para Todos (EPT), com destaque para a Declaração de Jomtien (1990) e o Marco
de Ação de Dakar (2000). Esses documentos, influenciaram fortemente as reformas educativas
de cunho neoliberal nos países de periferia do capital. O movimento de EPT, de acordo com
Mendes Segundo (2005), tem como estratégia divulgar o papel atribuído à educação na
superação da pobreza e na promoção de países desenvolvidos economicamente. Seguindo essa
lógica de homogeneização das políticas de educação, foi aprovado um novo compromisso,
agora de caráter global, enquanto recorte do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS)
4, no rol da Agenda da Organização das Nações Unidas (ONU). No Brasil, a Agenda Global
de Educação é monitorada pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação (CNDE).
Um dos principais instrumentos que vem dando continuidade à agenda internacional
aliado às diretrizes do Banco Mundial no Brasil, agora sob a denominação de Agenda
Educativa Global 2030, é o Plano Nacional de Educação (PNE), regulamentado pela Lei nº
13.005/2014. Atualmente, contamos com algumas organizações não governamentais que
buscam monitorar e efetivar as metas do PNE, com o discurso de defender o direito à educação
e reforçar movimentos em prol de uma educação de qualidade. A CNDE, faz um trabalho de
monitoramento das metas do PNE no Brasil, trazendo o que já foi concretizando e fazendo uma
análise crítica dos desafios que permanecem.
1
Estudante do curso de Pedagogia do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte- UERN. E-mail: jocienelima@alu.uern.br
2
Professora do curso de Pedagogia do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte- UERN. E-mail: emanuelarutila@uer.br
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Dessa forma, ao longo dos anos, a CNDE vem desenvolvendo no Brasil, várias ações
na concretização das metas do PNE, articuladas às metas internacionais para a educação.
Assim, o objetivo geral deste trabalho é analisar quais são as ações desenvolvidas pela
Campanha Nacional pelo Direito à Educação na concretização das metas da Agenda Global de
Educação 2015-2030, a partir do monitoramento e do engajamento da mesma, em prol da
concretização do PNE, tendo como foco os documentos resultantes das Semanas de Ação
Mundial (SAM).
que são eventos organizados pela CNDE a fim de promover uma discussão em torno
do monitoramento do PNE, desde 2014.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A metodologia usada neste trabalho se fundamenta na ontologia de Marx, dando a
devida centralidade ao objeto e enfatizando a primazia da realidade histórico-social, sobre o
conhecer. A ontologia de Marx, que tem no trabalho a categoria fundante do ser social,
considera a realidade enquanto compósito entre essência e aparência, no qual se articulam
singularidade e universalidade, tendo como matriz objetiva a categoria da possibilidade no
sentido de instauração do trabalho livremente associado, emancipado do jugo totalizante e
opressor do capital (TONET, 2013). Assim, conforme o objeto de estudo, a pesquisa apresenta
cunho bibliográfico e documental, visando analisar as ações desenvolvidas no Brasil para
concretizar a agenda Global de Educação 2015-2030, associada aos ODS, a partir do
monitoramento e do engajamento da CNDE, em prol da concretização do PNE 2014-2024.
No início do texto, será contextualizado brevemente o surgimento da CNDE, sua
organização e a relação entre ela e as diretrizes do Banco Mundial no Brasil. A análise e atuação
da Campanha se baseará nas análises de Tuão (2017) e no site da organização. Em seguida,
analisaremos os documentos das SAMs, a partir das reflexões de Leher (1998), Pereira e
Pronko (2018), Chaves (2019), destacando as ações desenvolvidas pela Campanha na
concretização das metas da Agenda Global de Educação 2015-2030 que tem articulação direta
com as metas do PNE, destacando um olhar crítico ao monitoramento executado pela
Campanha.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A CNDE foi criada em outubro de 1999, no contexto de avaliação das metas de
Jomtien e discussão inicial em torno das metas de Dakar, tendo como fundadores um grupo de
organizações da sociedade civil. A CNDE, neste cenário de criação, tinha com eixo basilar
atuar na busca de parcerias que transformassem os rumos das políticas, até então estabelecidas
no campo educacional, em políticas baseadas em seus princípios. Através de seu discurso de
buscar como prioridade o direito de todos á educação, que segundo Neves (2010), são direitos
pautados nos documentos internacionais, a CNDE tem defendido os interesses internacionais
e particulares nas políticas públicas do Brasil.
Atualmente a CNDE, tem tido um extenso poder de interferência e controle das
diretrizes para a educação nestes eventos, se colocando como única organização da sociedade
civil que tem buscado inserir nas políticas educativas. Dessa forma, grande parte do
financiamento das ações do CNDE são advindas do financiamento da Unesco (Organização
das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura), que é atualmente uma organização
subordinada aos ditames do Banco (LEHER, 1998). Dessa forma, mesmo a CNDE, criticando
a política de rendimento e avaliações, pautadas nas recomendações do Banco Mundial e da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), ela defende as
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políticas e as concepções de educação ditadas pela Unesco, que é um organismo que vem
coordenando as metas neoliberais para as políticas de educação no mundo. A articulação entre
a CNDE e o Banco, vai muito além da Unesco. O Banco ao longo de sua atuação nas políticas
educativas tem conseguido parceiros para atuar a seu favor. Segundo Pereira e Pronko (2018),
estes parceiros atuam na continuidade e prevalência de suas políticas neoliberais dentro dos
países. Essas parcerias, na maioria das vezes, são de entidades civis, que não tem influência
direta no governo ou nas políticas educacionais, mas suas interferências e articulações têm
grande poder de decisão nos rumos que as políticas educacionais tomam nos países a favor das
diretrizes do Banco. De acordo com Tuão (2016), a defesa dessas políticas por parte da CNDE,
tem a intenção de criar um consenso em torno das ideias defendidas pelo Banco para o setor
educacional.
A CNDE conta com grandes articulações e colaboradores, que em parceria com a
campanha tem organizado a SAM. Estes eventos estão situados no rol das principais ações que
a CNDE desempenha para efetuar o monitoramento do PNE. Porém, a CNDE desenvolve
outras ações em paralelo com as SAM na busca pela concretização do PNE. Uma dessas ações,
é a estratégia de articulação institucional, que é a mobilização popular. Como representante da
sociedade civil, a CNDE vem conseguindo um público que tem defendido seus interesses em
diferentes espaços, envolvendo várias pessoas da sociedade civil neste processo, ganhando um
espaço de aceitação nacional e internacional. Outra ação da campanha na busca pela
concretização do PNE, é o conhecimento sobre o plano e sobre a conjuntura política que o
Brasil está inserido. A CNDE, destaca que tem promovido a produção de conhecimento através
de documentos que vêm sendo lançados no site, fruto de pesquisas realizadas pela organização.
Esses documentos destacam que a comunicação, a formação de atores sociais, a proximidade
entre as discussões realizadas e a produção deste material disponibilizado gratuitamente com
uma linguagem acessível, tem conscientizado a população da urgência de se fazer cumprir o
PNE.
Assim, evidenciamos que nos documentos resultantes da SAM, do ano de 2015 a
2019, a CNDE tem deixado evidente, que como organização representante da sociedade civil,
tem feito um forte monitoramento ao PNE, se empenhando em garantir que se faça cumprir
todas as metas que a Agenda Global de Educação tem estabelecido, já que o PNE é o
instrumento de alcance dessas metas no Brasil. Neste sentido, é evidenciado em cada
documento e evento proposto pela campanha que as ações traçadas para concretizar o PNE,
na verdade tem uma intenção articulada ao cumprimento da Agenda Global de Educação 2030,
que são exigências de muitas instâncias multilaterais subordinadas ao Banco Mundial. Não é a
toa que este organismo internacional financeiro é responsável por criar metas e recomendações
na intenção de transformar o globo, através da educação, em um globo segundo as vontades
dos senhores do mundo (LEHER, 1998).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluímos, que a CNDE tem sido a principal organização que tem atuado no
cumprimento do Compromisso Global de Educação, uma vez, que ela vem desenvolvendo
várias ações e tem feito um forte trabalho de monitoramento das metas do PNE de modo
articulado com a Agenda Global de Educação. Todavia, não podemos deixar de enfatizar a
articulação existente entre a CNDE e as diretrizes das políticas do Banco. A participação da
CNDE na escrita do texto do Compromisso Global, influenciou diretamente na definição das
metas no Brasil. Dessa forma, podemos compreender que o texto defendido pela campanha
tanto na Agenda Global como no PNE, se contradiz com o discurso de política que ela vem
pregando, tendo em vista que ela critica as políticas neoliberais e cunho meritocrático que o
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AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
MENDES SEGUNDO, Maria das Dores. O Banco Mundial e suas implicações na política de
financiamento da educação básica no Brasil: o FUNDEF no centro do debate. (Tese de
Doutorado) Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Educação, Programa de Pós-
graduação em Educação Brasileira, FACED-UFC. 2005.
TONET, Ivo. Método científico: uma abordagem ontológica. São Paulo: Instituto Lukács,
2013. 136 p.
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 766
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Introdução
Esse artigo faz parte de uma pesquisa do Programa de Bolsa de Iniciação Científica
(PIBIC) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte campus Pau dos Ferros (CAPF),
que se trata do mundo da vida é suas ações comunicativa são ações que naquele tempo,2004
não era muito percebida mais já atualmente são muito notados, com isso podemos citar os três
mundos de Habermas, trata de sentimentos que com isso vem um conjunto que envolve raiva e
amor.Herrlein Junior (2007) vem falar que, sua teoria da ação comunicativa (TAC) tem como
problemática a investigação dos sintomas patológicos de desintegração social presentes na
sociedade contemporânea (capitalismo tardio), tais como a perda de liberdade, a perda do
respeito pela vida humana e a perda de significado da própria vida humana. No mundo social
são envolvidos por ações comunicativas que tem muito sentindo com a razão, que por exemplo
podemos se comunicar, com uma cultura ou população que se completa muito bem com o
primeiro mundo de Habermas, que se trata de sentimentos junto com ele vem a razão que é um
junto que vai se fecha, muito bem com o ultimo mundo que se chama subjetivo, que se cria a
sua própria identidade, ou seja através de seu meio comunicativo que ele pode se a cultura,
religião e crenças que com isso o ser humano cria a sua própria personalidade, que com isso
podemos te a sua própria opinião que vai gerar os valores a moral até mesmo em poder.
Na ação comunicativa, podemos perceber seis pontos chaves que caracteriza que são
comunicações cotidianos que se trata de trabalho voluntários que acontecer através de uma ação
que envolver a razão e emoção, no questionamento e ligado a incerteza algo que não tenha
comprovação que verdade, na situação ideal de fala se liga a argumentação que se trata
argumenta se explica ou chega a um conceito comum, o consenso está envolvido a chega a uma
conclusão de bom senso e por último a comunicações cotidianas que se trata de ideias e
sentimentos acontecer na troca de informação que acontecer por exemplo na sala de aula o
professor, está passando conhecimento para quem está ouvindo ou seja o aluno, está fazendo
uma troca de conhecimento. Ou seja, podemos perceber que para Habermas o ser humano e
construído por vários sentindo que nele envolver razão e emoção no mundo da vidapodemos
perceber que com isso tudo ao agir comunicativo se refere ao pensamento racional que podemos
usar a mente de maneira mais sensata que não pode mistura a emoção e a razão.
Metodologia
A pesquisa foi feita a distância não tivemos como utilizar outros meios pois devido a
pandemia não tivemos como fazer observações a campo.A metodologia utilizada foi pesquisas
na internet e com pessoas da cidade, lembrando que devido a pandemia não foi possível ter
nossa primeira observação em campo mas com isso tudo não teve nenhum problema para
continuar pesquisa buscamos pessoas da cidade para identificar a cultura que tinha em cada
região e com isso percebemos que muitas cidades ainda não tem uma feira livre uma festa junina
uma festa da padroeira percebemos que ainda falta esse contexto para cidade.
Resultadose Discussões
Conclusão
Como percebemos a ação comunicativa está em todo meio para uma pessoa ter
identidade ela tem primeiro que tem situação comunicativa individual ou seja preciso de
conhecer e ter sua própria identidade, com isso a manifestação espacial de dança de caboclo
está interligada uma com a outra pois para acontecer uma dança é preciso comunicação de um
grupo ou de uma população sabemos que a característica do da malhação de Judas são as pisadas
fortes que nela característica muita luta tem também a fantasia que tem que ser muito colorida
para ter harmonia todos os caboclos tem que estar com máscara para não perder a magia da
dança.
Agradecimentos
Quero dar meus agradecimentos por participar dessa belíssima pesquisa ao professor
doutor Rosalvo nobres Carneiro Por ter me orientado na pesquisa Sou muito grata a cada
conhecimento que me proporcionou não poderia deixar de fora ao amigo colaborador da
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pesquisa Fábio que sempre estava presente na reunião e dando aquele suporte a mais obrigado
a todos que proporcionaram uma pesquisa incrível.
Referências
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Introdução
1
Estudante do Curso de Filosofia do Departamento de Filosofia da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte-UERN; e-mail: joebssonlima@alu.uern.br .
2
Professor do Departamento de Filosofia da Universidade do Estado do rio Grande do Norte-UERN. Vice-líder
do GP – NEFHEM (Núcleo de Estudos em Fenomenologia, Hermenêutica e Mística); E-mail:
josefrancsico@uern.br .
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Metodologia.
Conclusão
O objetivo desta síntese foi descrever o percurso de Merleau-Ponty em sua obra
Fenomenologia da Percepção (1999) no que diz respeito à linguagem e alteridade. Após trilhar
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nos textos de Husserl que tradicionalmente via a linguagem apenas como eventualidade da
consciência, o filósofo francês torna possível a fenomenologia da linguagem e a alteridade, algo
importante para a vida humana, da qual estamos inseridos no mundo. A linguagem na visão
merleau-pontyana, é criação que o sujeito faz no ato da fala, uma linguagem que o mesmo
descreve como modalidade do corpo.
Compreende-se que Merleau-Ponty retorna a fenomenologia, valendo-se de pontos
específicos como a percepção e gesto corporal enquanto expressão da linguagem. O corpo para
o filósofo passa a ser destaque o centro do mundo e no processo da linguagem. Procurando
construir uma nova forma de pensar por meio do eu e o outro, numa relação de experiências
vivenciadas no mundo. Dessa forma, a pesquisa encontra-se em abertura que permite
acréscimos, novos olhares e perspectivas na abordagem de uma linguagem viva sempre em
devir.
Agradecimentos
Os agradecimentos pelo bom êxito e realização do Projeto deveu-se à bolsa PIBIC
concedida pela PROPEG/UERN. Ao departamento de Filosofia/UERN – Campus Caicó e o
compartilhamento dos saberes ao longo do ano de vigência do PIBIC/2019-2020.
Referências
CAMINHA, Iraquitan de Oliveira. 10 lições sobre Merleau-Ponty/ Iraquitan de Oliveira
Caminha. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019. - (Coleção 10 Lições).
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O PLHIS, Plano Local habitacional de Direito social, que é o enfoque deste projeto,
seria uma medida para ameninar a desigualdade social e habitacional que perpetua dentro do
território de Mossoró. O PHLIS, é um projeto de lei, oriundo da gestão do ex presidente,
Luiz Inácio Lula da Silva, projeto esse que busca diminuir a desigualdade habitacional que
se alastra por todo país, incluindo Mossoró.
1
1Estudante do curso de Geografia do Departamento de DGE- Departamento de Geografia- da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: paulosantos@alu.uern.br
2
Professor do Departamento de Geografia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte do Líder do
Grupo de Pesquisa Grupo de estudos Urbanos e Regionais e-mail: jionaldooliveira@uern.br
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O projeto tem como objetivo, averiguar e desvendar por qual motivo o PLHIS, Plano
Local de Interesse Social, não está sendo revigorando perante a lei no município de Mossoró.
Metodologia
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Resultados e Discussões
Tudo isso acontece pelo fato das políticas públicas não serem de fato executada,
como PLHIS, o Plano Diretor, que precisa ser reformulado em Mossoró, pois não
corresponde os anseios da população em um modo geral principalmente dos mais pobres,
vale salientar que o Estatuto da Cidade, também não é posto em pratica no município. Então,
todas essas ações que não são complicas pelo poder executivo, tende a aumentar a
problemática da desigualdade social e habitacional em Mossoró.
Vejamos, mais uma imagem, que retrata a condições precária desta população, que
vivem literalmente excluídas, pelas políticas públicas. (PLHIS).
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Conclusão.
Agradecimentos
Agradeço a Deus em primeiro lugar, pela dadiva da vida, agradeço ao meu orientador,
Professor Jionaldo Oliveira, por ter prestado todo auxílio e a quem sou grato. Obrigo a CNPq,
agradeço a UERN.
Referencias
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INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
1
Graduanda do Curso de Pedagogia do Campus Avançado de Patu da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte, e Bolsista CNPq do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC.
Email:ghabii.araujo55@gtmail.com
2
Professora Dra. do Curso de Pedagogia do Campus Avançado de Patu da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte e coordenadora do Projeto do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica.
Líder do Grupo de Pesquisa FORMACE do DE/CAP/UERN. Email: edilmaaureliano@hotmail.com
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RESULATADOS E DISCUSSÃO
[...] é de suma importância esse plano pois os recursos vêm pela ação
do PAR. [...] Todos são em regime de colaboração com os entes
federados, porque já está no Plano Nacional de Educação e no Plano
Municipal de Educação e é de forma articulada. (DME. Entrevistada.
Olho D’água do Borges-RN 21/03/2020).
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Portanto, na última edição do PAR de Olho D’Agua dos Borges (2016-2019) não
gerou nenhuma ação para formação inicial, visto que antes no período de elaboração do
plano todos os professores já tinham formação inicial na área em que atua, pois o
município realizou concurso público, e tinha a licenciatura como critério para
contratação. A DME, relata que todos os docentes que atuam na educação básica já têm
a qualificação na área específica.
Sabemos que o plano é uma estratégia que transfere recursos para o município em
regime de colaboração, mas que nem sempre atende ao cronograma que foi elaborado e
aprovado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), mas o governo
federal atrasa na liberação dos recursos financeiro, e como o município é pequeno e
basicamente não tem arrecadação fiscal, não tem como dar andamento às ações porque
não dispõe de recursos próprios.
É preciso que o regime de colaboração funcione como contrapartida dos entes
federativos para que ocorra um trabalho de excelência no ensino dos municípios, e não
uma transmissão de responsabilidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERENCIAS:
AGUIAR, Wanda Maria Junqueira de; OZELLA, Sérgio. Apreensão dos sentidos:
aprimorando a proposta dos núcleos de significação. Revista Brasileira de Estudos
Pedagógicos, Brasília, DF, v. 94, n. 236, p. 299-322, jan./abr. 2013.
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Introdução
Este projeto consiste na continuidade do projeto submetido ao Edital PIBIC-EM, edição
2018-2019. A pesquisa iniciada em 2018 possuia caráter exploratório sobre os usos dos meios de
comunicação na educação, sendo direcionada aos estudantes do Ensino Médio. O projeto agora
apresentado mantém o caráter exploratório, porém esta pesquisa foi ao uso dos meios de
comunicação com peos professores. Através desse estudo pretendiamos colher dados, que
associado aos dados levantados na primeira parte da pesquisa, nos ajudassem a compreender a
presença e osfluxos operados pelos meios de comunicação na escola, considerando conflitos e
diálogosentre os mesio de comunicação e o universo institucional e sociocultural escolar.
Partimos da ideia de que os meios de comunicação desenvolvem papel formador e
socializador na contemporaneidade, paralelamente ao papel que a escola desenvolve com a
educação formal. Os procedimentos metodológicos deste projeto compreendiam três estratégias:
primeiro, a capacitação do estudante sobre os princípios do conhecimento e da pesquisa científica;
segundo, o exercício da prática da pesquisa baseado na elaboração e aplicação de instrumentos de
pesquisa quantitativa; terceiro, a avaliação pedagógica da pesquisa a partir de relatos de
experiência escritos pelos estudantes pesquisadores do Ensino Médio.
O objetivo geral da pesquisa era promover a iniciação científica para estudantes do Ensino
Médio através de uma pesquisa sobre os usos dos meios de comunicação e suas relações com a
1
Aluna do primeiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Professora Maria Stella Pinheiro Costa. E-mail:
anacsouza1766@gmail.com.
2
Aluna do primeiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Professora Maria Stella Pinheiro Costa. E-mail:
anabeatriz250620@gmail.com.
3
Aluna do primeiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Professora Maria Stella Pinheiro Costa. E-mail:
izabelb_alves@hotmail.com.
4
Aluna do primeiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Professora Maria Stella Pinheiro Costa. E-mail:
mariaeduarda644@gmsil.com.
5
Aluna do primeiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Professora Maria Stella Pinheiro Cos ta. E-mail:
laramartins321abc@gmail.com.
6
Aluna do primeiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Professora Maria Stella Pinheiro Costa. E-mail:
layza.thalya321@gmail.com.
7
Orientador. Professor de Departamento de Comunicação Social. Membro do Grupo de Pesquisa do Pensamento
http://propeg.uern.br/sic/anais/e do Grupo de Pesquisa em Comunicação, Cultura e Sociedade. E-mail: jucieudelucena@uern.br.
Complexo 781
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formação escolar. A pesquisa envolveu a atuação de seis estudantes do primeiro ano do Ensino
Médio. Como objetivos específicos pretendiamos estudar as relações entre a formação apreendida com os
meios de comunicação e a formação escolar por parte dos professores, investigar a percepção dos
professores sobre a formação apreendida por eles com os meios de comunicação, por fim, pretendíamos
conhecer como a cultura midiática está presente na sala de aula por meios dos professores.
Metodologia
As estratégias metodológicas foram divididas em três momentos: o primeiro momento, de
preparação do pesquisador do Ensino Médio; o segundo momento, de realização da pesquisa pela
elaboração e aplicação dos instrumentos de coleta de lados, pelo tratamento das informações
coletadas e pela elaboração de relatórios de pesquisa; o terceiro momento, de elaboração de um
relato de experiência do nosso grupo.
O momento de preparação correspondeu à nossa introdução como pesquisadores do
Ensino Médio no universo da pesquisa científica. Essa introdução foi feita através de uma
cpacitação de 30 (trinta) horas/aula, distribuídas em 10 (dez) encontros de 02 (duas) horas/aula.
Esses encontros foram realizados no ambiente da escola entre agosto e dezembro de 2019. A
abordagem do momento de preparação foi baseada nos seguintes conteúdos: princípios a relação
entre o conhecimento científico e o senso comum; noções de métodos e de teorias científicas;
noções de escrita científica; noções de sobre construção de um projeto de pesquisa; elaboração e
uso de instrumentos de pesquisa nas ciências sociais.
Esse processo deveria ter sido encerrado com a realização de um ensaio de pesquisa. Este
ensaio consistia na elaboração de um problema pelo nosso grupo, que fosse relativo ao universo
da nossa escola, para o qual seria elaborado um questionário, que seria aplicado com algum dos
seguimentos da escola. A partir dos dados coletado seria realizado o exercício de análise e de
produção de um texto contendo essa análise. A partir da experiência realizada com esse ensaio
seria desenvolvido o segundo momento da pesquisa.
Resultados e Discussão
Diante do retalo feito acima, o principal resultado que podemos apresentar sobre nosso
trabalho envolve o que está definido no objetivo geral da pesquisa, a promoção de iniciação
científica para estudantes do Ensino Médio. A estratégia desenvolvida para realizar esse objetivo
foi desenvolvida na primeira parte dos nosso trabalho, que correspondeu ao nosso momento de
preparação para fazer posteriormente a pesquisa sobre o uso dos meios de comunicação pelos
professores.
O momento de preparação foi ministrado pelo professor orientardor, Jucieude de Lucena
Eangelista. O conteúdo do curso de preparação foi trabalho através de uma apostila que teve como
referências os livros A Arte da Pesquisa (BOOTH, COLOMB, WILLIAMS, 2005), Ciências
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Aprendemos que toda pesquisa começa com uma pergunta, que depois é transformada em
um problema. A pergunta é importante porque é a partir dela que colhemos imformações para
saber se ela pode ser transformada em um problema de pesquisa, além disso, as informações
coletadas nos ajudam a saber fazer as perguntas certas para encontrar um problema de pesquisa.
A prendemos sobre isso pela comparação entre problemas práticos e problemas de pesquisa.
Entendemos que um problema prático tem sempre uma solução prática, mas os problemas de
pesquisa não precisam ter uma solução prática. O resultado de um problema de pesquisa pode
ser alcançar um conhecimento que não tinhamos antes de começar a pesquisa. Assim, seus
resultados nem sempre são palpáveis.
Depois de ter um problema para investigar, entendemos que é preciso ter objetos para a
pesquisa. Toda pesquisa tem um objetivo geral e objetivos específicos. O objetivo geral é
importante porque ele expressa o principal propósito da pesquisa, enquanto os objetivos
específicos são importantes para a construir a metodologia. O objetivos específicos são ações que
realizamos para realizar o objetivo geral. Assim, a partir desse objetivos definimos as estratégias
do trabalho: quais dados serão coletados; como serão coletados; como serão trabalhados; quais
instrumentos de pesquisa serão usados. No nosso trabalho o istrumento de pesquisa seria o
questionário fechado com perguntas de multipla escola. Entendemos que, para elaborar um
questionário de pesquisa, é preciso relacionar as perguntas aos objetivos, porque elas devem
ajudar a coletar as informações que ajudem a realizá-los.
Referências
ALVES, Rubem. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: Edições
Loyola, 2003.
BASTOS. Rogério Lustosa. Ciências Humanas e Complexidade : projetos, métodos e técnicas
de pesquisa. Rio de Janeiro: E-papers, 2009.
BOOTH, Wayne C, COLOMB, Gregory G., WILLIAM, Joseph M.. A Arte da Pesquisa. São Paulo:
Martins Fontes, 2000
QUIVY, Raymond, CAMPENHOUDT, Luc Van. Manual de investigação em Ciências Sociais. Lisboa
– PT: Gradiva, 2013.
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Introdução
Depois da constituição de 1988, a participação passou a ser vista sob o prisma de um
novo paradigma – como participação cidadã, baseada na universalização dos direitos sociais,
na ampliação do conceito de cidadania e numa nova compreensão sobre o papel e o caráter do
Estado. Esta atividade cívica passou a ser concebida como elemento social periódico e
planejado ao longo de todo o circuito de formulação e implementação das políticas públicas,
porque estas ganharam destaque e centralidade nas estratégias de desenvolvimento,
transformação e mudança social.
Segundo GOHN (2001) conselhos gestores são canais institucionais, plurais,
permanentes autônomos, formados por representantes da sociedade civil e poder público, cuja
atribuição é a de propor diretrizes das políticas públicas, fiscaliza-las, controla-las e deliberar
sobre elas, sendo órgãos de gestão pública vinculados a estrutura do poder executivo, ao qual
cabe garantir a sua permanência. Os conselhos gestores se instauram enquanto instância
deliberativa e de controle social, no bojo de um processo de descentralização administrativa e
de ampliação da participação popular e surgem como instâncias para promover uma mudança
na gestão das políticas públicas a partir de “um novo padrão de relação entre Estado e sociedade,
criando novas formas de contrato social, por meio da ampliação da esfera social pública”
GOHN (Maria da Glória, 2001, pg.10)
No entanto, uma coisa é o que a lei assegura e outra é como ela será realmente na
prática. A grande questão é se esses espaços realmente atuam com a finalidade pelo qual foram
criados respeitando a paridade de seus membros e os princípios democráticos. Nesse trabalho,
iremos analisar o conselho de saúde de Mossoró para os anos de 2008 e 2019 procurando
responder se realmente este é um espaço participativo e democrático como prevê a sua
funcionalidade.
Metodologia
Resultados e Discussão
Conselhos Gestores de Políticas Públicas foram criados com a função de fiscalizar e
deliberar sobre as políticas públicas de órgãos públicos, destinação de verbas e uma maneira da
1
Graduanda do Bacharelado em Ciências Sociais do Departamento de Ciências Sociais e Política (DCSP) da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN); e-mail: nathaliia332@gmail.com
2
Professora do Departamento de Ciências Sociais e Política (DCSP) da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte (UERN); e-mail: terezinhacabral@uern.br
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população saber e até entender como se dão estes referidos processos. Na cidade de Mossoró,
situada no estado do Rio Grande do Norte, o Conselho de Saúde foi criado no ano de 1991, em
seu regimento interno sua atividade tem caráter deliberativo e permanente atuando na
formulação de estratégias e no controle da execução da política pública municipal de saúde,
inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas deliberações seguirão as diretrizes da
conferência estadual de saúde.
Em visitas as reuniões ordinárias, as discussões eram pautadas sobre a importância de
legitimar o conselho como uma ferramenta e um canal de participação onde todos pudessem
conhecer e entender como se dá o processo. A frequência das reuniões ao longo dos anos é uma
forma de verificar a atividade de funcionamento, já que a saúde é uma política pública das mais
importantes entre os direitos sociais, como podemos observar no gráfico abaixo a quantidade
de reuniões ordinárias e extraordinárias:
Figura 01: Frequência de Reuniões do Conselho Regional de Saúde de Mossoró de 2008 a 2019
23%
77%
Figura 02: Porcentagem das ausências e presença nas reuniões do Conselho de Saúde de Mossoró/RN
37%
63%
Ausenças Presenças
Na análise constatamos que as ausências são mais significativas, com 63% do que as
presenças. Isso evidencia que as faltas dos conselheiros são constantes nas reuniões, o que
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14
12
10
0
2008 2009 2010 2011 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Quadro 01 – As pautas que aparecem com mais frequência nas reuniões do Conselho Municipal de
Saúde de Mossoró
PAUTAS: FREQUÊNCIA:
Urgência e emergência da saúde mental 05 vezes
Repasses financeiros 17 vezes
Equipamentos adequados para as UBS 12 vezes
Atenção básica e saúde na família 19 vezes
3
Entrevista concedida no dia 19.11.2019
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Agradecimentos
Toda a minha gratidão a minha orientadora que mesmo em meio a tanta dificuldade,
me incentiva e me ajuda a crescer. Obrigada Terezinha, por ser inspiração. A UERN pela bolsa,
aos conselheiros que ajudaram na pesquisa e obrigada dona Edilene por gritar comigo
mandando estudar.
Referências
CORREIA, Mcc. Desafios para o controle social: subsídios para a capacitação de conselheiros
de saúde. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz. 2005.
FARIA, Cláudia Feres. Democracia deliberativa: Habermas, Cohen e Bohman. Lua Nova:
Revista de Cultura e Política, n. 50. 2000. p.47-68.
GOHN, M. G. Conselhos gestores e participação sociopolítica. São Paulo: Cortez, 2001.
GIDDENS, Anthonny. Sociologia. 4ª ed. Porto Alegre. 2005.
MILLS, C. W. Sobre o artesanato intelectual e outros ensaios. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Ed, 2009.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
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Ângela Maria Solano de Moura1; Larissa Hellen Morais de Queiróz2; Samuel Penteado Urban3
Introdução
Com base no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), constata-se
que há no estado do Rio Grande do Norte aproximadamente 60 comunidades
quilombolas/remanescentes de quilombos (INCRA, 2018). No caso da comunidade Jatobá,
localizada no município de Patu/RN - objeto/sujeitos da presente pesquisa, o processo de aquisição
da titulação foi concluído em 2014 (PEREIRA, 2019, p. 215)
Constata-se que muitas dessas comunidades, em especial os sujeitos da comunidade Jatobá,
são alvos de aplicações tecnológicas que não são continuadas e nem mesmo perpassam por um
processo educativo horizontal que valorize os saberes locais, destacando-se a relação
problema/não problema.
O objetivo geral desse trabalho foi o de compreender a relação existente entre Tecnologia
e Educação no contexto da comunidade quilombola Jatobá, tendo como foco principal a
produção/utilização tecnológica dessa comunidade.
Metodologia
Este projeto de pesquisa insere-se, em seu aspecto geral, no que se denomina comumente
como pesquisa qualitativa. Em função do contexto pandêmico, a metodologia que pretendia contar
com uma revisão bibliográfica acerca da temática em consonância com observações de campo, foi
mais concentrada para a perspectiva teórica, e assim, utilizado de experiências ligadas a
observações anteriores à pesquisa, e algumas conversas informais com a líder da comunidade.
De forma mais específica, foram realizadas um levantamento e aprofundamento teórico em
temas como: Tecnologia Social e Educação CTS (THOMAS & SANTOS, 2016; NOVAES, DIAS,
2009; DAGNINO, 2009), Práxis pedagógica (FREIRE, 1981; FREIRE, 2011), e Comunidades
Quilombolas (PEREIRA, 2019); bem como a realização de uma síntese crítica da literatura
econômica, sociológica e pedagógica contemporânea relativa ao problema.
1
Graduanda do curso de Pedagogia do CAP/UERN
2
Graduanda do curso de Pedagogia do CAP/UERN
3
Professor do curso de Pedagogia do CAP/UERN (orientador)
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Resultados e Discussão
De forma inicial, faz-se importante destacar aqui, a compreensão do que vem a ser a
tecnologia (ou melhor, tecnologias) e suas respectivas características. Com base em Thomas e
Santos (2016, p. 16, tradução nossa), uma possível definição acerca da tecnologia é: o “(…)
conjunto de ações (cognitivas, artefatuais e práxicas) realizadas conscientemente pelos humanos
para alterar ou prolongar o estado das coisas (naturais ou sociais) com o objetivo de que
desempenhem um uso ou função (desde um ramo convertido em "naturfacto" até um sistema
produtivo robotizado).”
Num sentido ontológico, “As tecnologias constituem uma dimensão da atividade humana,
de condição humana, englobando desde a transformação da matéria-prima até a organização
política de qualquer sociedade. (THOMAS & SANTOS, 2016, p. 16, tradução nossa).
No que se refere a TA, Num panorama histórico, Novaes e Dias (2009) apontam que a TA
tem seu berço na Índia no final só século XIX, e mais tarde, influenciou o economista alemão,
Schumacher, “para designar uma tecnologia que, em função de seu baixo custo de capital, pequena
escala, simplicidade e respeito à dimensão ambiental, seria mais adequada para os países pobres.”
(NOVAES & DIAS, 2009, p. 21).
A partir das décadas de 1970 e 1980, Novaes e Dias (2009) afirmam que vários foram os
pesquisadores dos países do norte global, os ditos países “avançados”, objetivando a produção de
artefatos tecnológicos. Nesse período, houve grande proliferação de grupos de pesquisadores
partidários da ideia da TA nos países avançados e significativa produção de artefatos tecnológicos
baseados nessa perspectiva. Dentre as preocupações estavam: minimizar a pobreza dos países
subdesenvolvidos, resolver problemas ambientais, levando em consideração a criação de fontes
alternativas de energia. (NOVAES & DIAS, 2009, p. 22)
A presença dessa manifestação tecnológica, em grande parte dos casos, está vinculada à
“boas intenções”, já que se buscam resolver alguns problemas de determinadas localidades. Nas
palavras de Novaes e Dias (2009, p. 25-26), “embora centrada no objetivo de desenvolvimento
social, sua postura era defensiva, adaptativa e não-questionadora das estruturas de poder
dominantes no plano internacional e local”, além de ter como grande característica o modelo de
implantação vertical (top down), sem que seja de fato compreendida as reais necessidades da
comunidade, e nem mesmo uma construção coletiva que perpassa pela educação.
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Por sua vez, a Tecnologia Social surge por meio de um novo entendimento baseado na
construção social da tecnologia, em preocupação com a crescente exclusão social, precarização e
informalização do trabalho, objetivando uma tecnologia correspondente as reais necessidades das
comunidades. (DAGNINO, 2009, p. 10).
Uma definição frequente acerca da TS, com origem na Rede de Tecnologia Social, e
questionada por Dagnino (2009) e Thomas e Fressoli (2009), compreende esta tecnologia como
“produtos, técnicas e/ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade
e que representem efetivas soluções de transformação social”. (DAGNINO, 2009, p. 8)
Com isso, esta última está ligada a construção coletiva, que perpassa pela construção
conjunta do conhecimento, tendo aí, o papel da educação.
No entanto, esse processo educativo não foi realizado pelas instituições que “apoiam” a
comunidade, como é possível observar no trabalho de Pereira (2019), nas experiências anteriores
do pesquisador e das pesquisadoras, bem como em conversas informais com a líder do
movimentos, e que compõem os resultados da presente pesquisa. A exemplo disso temos as
situações abaixo:
- Em 2009 com apoio da Fundação Banco do Brasil, houve a criação de uma cooperativa
de costura de roupas que contou com a implantação de equipamentos tecnológicos
(máquinas), mas que ocorreu de cima para baixo, caindo em desuso.
- Através do Programa Governo Cidadão, através do qual foi construída a mini adutora na
comunidade, a mesma foi utilizada de forma parcial, sendo que no geral, não atendia as
demandas amplas da comunidade.
- Em 2017, foi realizado um projeto para a construção hortas coletivas, onde foram doadas
mudas pela prefeitura de Patu, sem que houvesse uma construção do projeto à partir das
demandas da comunidade, incluindo até mesmo, equipamentos para que fosse possível o
plantio e produção das mudas, já que não há área para plantio na comunidade4.
4
De modo geral, os membros da comunidade trabalham na área urbana de Patu.
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Por outro lado, por meio da análise limitada em função do contexto pandêmico, não foi
possível constatar a presença de Tecnologias Sociais (TS) na comunidade, mas apenas
manifestações da Tecnologia Apropriada (TA).
Conclusão
Portanto, observou-se na comunidade que através da perspectiva da TA, até se tinha boas
intenções, mas caíram no desuso pelo fato de não terem sido consideradas as reais necessidades
da comunidade. Isso não quer dizer que não se possa haver apoio externo, mas sim que se faz
necessário a construção conjunta da tecnologia, perpassando pelo processo de educação popular,
ou no mínimo uma construção conjunta do uso das tecnologias implantadas na comunidade, para
que não se crie a relação problema/não problema. Isto é, um problema para as instituições eternas
à comunidade, podem não ser problemas para a comunidade.
Referências
DAGNINO, Renato. Tecnologia Social: ferramenta para construir outra sociedade. Campinas:
IG/UNICAMP, 2009.
FREIRE, Paulo. Criando métodos de pesquisa alternativa. In: BRANDÃO, Carlos Rodrigues.
Pesquisa participante. São Paulo: Brasiliense, 1981. p. 34-41.
THOMAS, Hernán; Guillermo, SANTOS. Tecnologías para incluir: ocho análisis socio-técnicos
orientados al diseño estratégico de artefactos y normativas. Carapachay: Lenguaje Claro Editora,
2016.
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Rodrigo Rodrigues Araújo1; Antônia Maiza Jacinto de Oliveira2; Maria Euzimar Berenice
Rego Silva3.
Introdução
As políticas que regem a educação em tempo integral no Brasil passaram por várias
experiências ao longo do tempo. Gadotti (2009) em “Educação Integral no Brasil: inovações
em processo” nos mostra o percurso percorrido pelas políticas de educação em tempo integral
e as diversas tentativas de implantação de instituições que pudessem servir como referência
para a implementação de uma política que posteriormente pudesse trazer contribuições para
todo o sistema de ensino brasileiro, baseada nos resultados das experiências das instituições
de ensino que desenvolveram uma proposta de educação integral e em tempo integral. De
acordo com o autor, a educação integral e em tempo integral no Brasil passou a ser vista como
uma política pública a partir do “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova de 1932”. Mais
tarde, a partir da década de 1960, começam a surgir os primeiros modelos de educação
(integral) em tempo integral no Brasil.
É, traçando esse percurso, que este trabalho discorre a seguir, com o objetivo de
identificar legislações e políticas públicas que fomentam a educação em tempo integral. A
temática desse trabalho é parte integrada ao plano de trabalho “POLÍTICAS E PRÁTICAS
DE COMBATE À VIOLAÇÃO DE DIREITOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES –
FASE III” do projeto “FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO: INTERFACES
ENTRE AFETIVIDADE, VIOLÊNCIA E ESPIRITUALIDADE – FASE III” inscrito no
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) da Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte (UERN), que gerou uma monografia no curso de pedagogia do Plano
Nacional de Formação de Professores da Educação Básica. Além disso, esse tema também
tem vínculo com o plano de trabalho “DIREITOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES E
AS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO INTEGRAL”, vinculado ao Programa Institucional de
Bolsas de Iniciação Científica do Ensino Médio (PIBIC-EM).
Metodologia
1
Discente voluntário do PIBIC graduando do Curso de Pedagogia/PARFOR/CAPF/UERN e membro do Grupo
de Pesquisa FORMEPE/UERN. E-mail: rodrigoraraujo12@gmail.com.
2
Ex-bolsista do PIBIC-EM/UERN/CNPq pela Escola Estadual Doutor José Fernandes de Melo - Ensino Médio -
Promédio Integral, atualmente, é aluna do 1º Período do Curso de Enfermagem da Universidade Potiguar. E-
mail: antonia.maiza@hotmail.com.
3
Mestra em Ciências Sociais e professora orientadora, vinculada ao Departamento de Educação/CAPF/UERN e
Vice Líder do Grupo de Pesquisa FORMEPE/UERN. E-mail: berenicesilva@uern.br.
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formação docente” nos deparamos com 31 trabalhos, muitos deles em língua estrangeira,
então, filtramos a busca para “Coleções: Brasil”, o número de textos reduziu para 17, o que
nos possibilitou analisar os resumos e os textos completos de cada ensaio.
Foram feitas as leituras de quatro textos e uma obra que abordam a Educação
Integral e a Educação em Tempo Integral. São elas: História(s) da Educação Integral
(COELHO, 2009); Formação Continuada em Escolas de Tempo Integral: narrativas de
professoras (BRAGANÇA; PEREZ, 2016); Educação integral/educação integrada e(m) tempo
integral: concepções e práticas na educação brasileira (BRASIL, 2009); Educação integral no
Brasil: inovações em processo (GADOTTI, 2009).
Resultados e discussões
Dentre as experiências citadas por Gadotti (2009) estão a “Escola Parque” criada por
Anísio Teixeira, os Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs), outra proposta de
educação integral em tempo integral, que surge em um período posterior ao projeto de Anísio
Teixeira que serviu como referência para a sua criação, é claro que, com alterações e
características próprias. Os CIEPs foram implementados por Darcy Ribeiro no Rio de Janeiro.
Essa proposta de Darcy Ribeiro desencadeia uma série de outros modelos de
educação integral e em tempo integral à medida que o Governo Federal brasileiro passa por
mudanças como os Centros Integrados de Atendimento à Criança (CIACs) e os Centros de
Atenção Integral à Criança (CAICs) nos governos de Fernando Collor (1990-1992) e Itamar
Franco (1992-1994), respectivamente.
Com base nesses recortes extraídos da obra de Gadotti (2009) podemos notar que a
educação integral e as propostas de educação em tempo integral no Brasil foram sendo
adaptadas as mudanças de governo, mas uma proposta sempre traz consigo traços da anterior,
sendo uma das principais referências a proposta de educação em tempo integral do projeto de
Anísio Teixeira, principalmente no quesito de política pública. O que todas as iniciativas de
educação integral apresentadas até aqui têm em comum, é que elas estão empenhadas em
manter o aluno por mais tempo na escola. O conceito de educação integral que um ou outro
projeto emprega é o que pode diferenciá-los. As “Escolas Parques” de Anísio Teixeira
consideravam importante o exercício de atividades diferenciadas do cotidiano enfadonho “do
lápis e papel”, tais como, atividades desportivas, artísticas, artesanais, entre outras, que levam
o aprendiz a sentir prazer em passar mais tempo na escola. Essas atividades eram ofertadas no
contra turno das atividades escolares “normais”. Já os CIEPs, CIACse CAICs eram marcados
pelo seu ímpeto social: os projetos eram direcionados a famílias em estado de vulnerabilidade
social. Ou seja, havia uma seletividade dos beneficiários que teriam direito a serem inseridos
nesses espaços educativos.
Considerando o período em que esses projetos foram aplicados, podemos dizer que
eles são umas das primeiras tentativas de se implementar uma política de educação em tempo
integral. A partir de 1932 a educação brasileira se norteia por novas reivindicações e pleiteia
mudanças. Dentro desses planos de mudança a educação integral, principalmente a partir da
década de 1960, é um dos pontos essenciais na busca por uma educação de qualidade, gratuita
para todos e em tempo integral. O tempo ampliado da permanência do aluno na instituição de
ensino é um dos requisitos para que se atinjam os objetivos almejados.
É preciso que esse tempo seja aproveitado com eficiência, de modo que a
aprendizagem alcance os resultados positivos. Nesse sentido, é importante refletirmos sobre o
que é educação em tempo integral; sobre os aspectos de uma educação que é oferecida por
uma instituição de ensino que se dispõe a manter o aluno por mais tempo na escola, um tempo
que leva esse sujeito a passar dois turnos do dia nessa instituição, se esse aspecto por si sóde
fato promove uma educação de qualidade.
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Conclusão
Agradecimentos
Referências
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INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
O percurso metodológico desenvolvido para a tessitura deste texto se constitui,
portanto, com base na leitura do texto “Abordagens do ciclo de políticas”, de Mainardes
(2006) e dos textos “Currículo” e “Política”, do livro Teorias de Currículo de Lopes e
Macedo (2011). O trabalho está dividido em quatro partes: a primeira aborda currículo,
de acordo com a perspectiva de Lopes e Macedo (2011). A segunda destaca significações
no que concerne à política propriamente dita. A terceira apresenta a abordagem do ciclo
de políticas de Ball e Bowe, sob a perspectiva de Mainardes (2006). Por fim, considera
que foi possível desconstruir conceitos iniciais sobre os temas em destaque, entendendo
o ciclo de políticas como uma abordagem que critica a realidade, buscando novos
conceitos e princípios, baseados no contexto prático e no cotidiano das escolas. Essa
desconstrução sobre currículo, política e políticas de currículo, a partir de nossa
1
Estudante do curso de Pedagogia do Departamento de Educação da Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte; e-mail: vivilduarte3@gmail.com
2
Professora do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa Contexto e Educação; e-mail:
betaniaoliveira@uern.br
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
1 Currículo
O livro das autoras Lopes e Macedo (2011) utilizado como aporte teórico em nossa
pesquisa, tem seu objetivo apresentado de forma clara logo no início com o capítulo
denominado Currículo. A definição de currículo, portanto, é algo constituído ao longo
das eras, se tornando parcial, ou seja, mutável.
Ao abordarem Currículo, as autoras destacam que os estudos curriculares,
partindo do movimento Escolanovista no Brasil, entendiam que a escola precisava se
voltar para a resolução dos problemas sociais gerados pelas variações econômicas da
época. Às teorias curriculares, então, surgiram: o Eficientismo social e o Progressivismo.
Seguindo o conceito de eficientismo, “A escola e o currículo são, portanto, importantes
instrumentos de controle social.” (LOPES; MACEDO, 2011. p. 22). Nesse movimento, o
currículo científico era defendido e associado à administração escolar, conceitos de
eficácia, eficiência e economia. Por conseguinte, percebe-se que o eficientismo social não
explana sobre conteúdo ou a seleção destes.
Em contrapartida, o progressivismo “conta com mecanismos de controle social
menos coercitivos” (p. 23). Mais à frente na linha temporal, as autoras destacam que a
abordagem tyleriana estabelece um vínculo entre currículo e avaliação. Sendo assim, o
rendimento do aluno estava diretamente ligado à implementação eficiente do currículo.
Em suma, para essas autoras, “a construção curricular é processo do qual professores e
mesmo alunos, podem ou devem participar em diferentes momentos.” (LOPES;
MACEDO, 2011. p. 26).
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2 Política
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CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico -
CNPq/UERN, através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica -
PIBIC, pela concessão da bolsa durante esse processo para o desenvolvimento da
pesquisa.
REFERÊNCIAS
LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth. Teorias de Currículo. São Paulo:
Cortez, 2011.
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Introdução
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Metodologia
Resultado e discussão
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Considerações finais
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Referências
HAAS, Celia Maria. Projetos pedagógicos interdisciplinares. In. HAAS, Celia Maria;
BERKENBROCK-ROSITO, Margarete May (Org.). Interdisciplinaridade e
transdisciplinaridade: políticas e práticas de formação de professores. Rio de Janeiro:
Wak Editora, 2014. p. 107- 142.
LÜDKE, M.: MARLI. E.D. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. 2º ed. Rio
de Janeiro: E.P.U, 2003.
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Introdução
O presente estudo se fundamenta numa pesquisa sobre o Currículo e reflexões de
como ele se dá no processo formativo dos discentes de Letras Língua Portuguesa que
participaram do projeto de extensão Quarta Cult. As discussões estão embasadas nos
constructos de Paraskeva (2018) com a Teoria Curricular Itinerante (TCI), a qual viabiliza e
valida uma ecologia de saberes, que não se adquiriam ou incorporariam caso esses
conhecimentos se prendessem apenas ao aporte de componentes curriculares obrigatórios na
relação sala de aula/ professor. Além disso as contribuições de Butler (2018) sobre a
representação dos corpos em aliança e as significações do espaço são importantes para
significação desses sujeitos. Ademais, considerando autores pós-estruturais, entendemos que a
formação do docente não é sinônimo de conhecimento epistemológico, ocidental, imposto por
uma matriz curricular dominante. Contrariamente, defendemos que não há uma
universalização, nem conceitos totalizadores, mas produções contínuas de sentidos no entre-
lugar ensino-extensão em que a heterogeneidade e a diferença vão possibilitar conhecer
pensamentos, vivências, agentes. Tratamos, pois, de um currículo que estar para além de uma
matriz disciplinar que o reduz a um instrumento planejador, ou seja, interessa-nos apresentá-
lo como artefato cultural, de produção de sentidos. O nosso objetivo é compreender a
atribuição de sentidos à formação docente por meio de um currículo itinerante mediante um
projeto de extensão.
Metodologia:
O presente estudo consiste numa pesquisa qualitativa do tipo participante, visto
participamos na condição de membro de um projeto de extensão ,objeto deste estudo,
denominado “Quarta Cult: Literatura, Artes e Sociedade” do Departamento de Letras do
Campus Avançado de Patu-CAP. Consideramos tal projeto como produção curricular
itinerante na formação dos licenciando de Letras Literaturas do CAP.
A pesquisa conta com a criação de um grupo focal como instrumento virtual de
pesquisa. Trata-se de um grupo de whatsApp, considerado como grupo focal online intitulado
Formação Itinerante, no qual temos participação como moderadora e participante do projeto,
de extensão Quarta Cult. Na condição de bolsista de iniciação científica nos valemos dos
demais participantes do “Quart Cult” como sujeitos dea pesquisa, com os quais se procedeu a
conversação via whatappp Partimos de temáticas discutidas na Quarta Cult, as quais nos
valíamos para fomentar as discussões e comentários o que possibilitou refletir também sobre
as próprias vivencias. Além disso, foram utilizados dados de relatórios do próprio projeto para
criação e desenvolvimento da conversação. Os sujeitos são aqui registrados por nomes
fictícios para resguardá-los como colaboradores. No mais, contamos, semanalmente com
¹ Discente do Curso de Letras Língua Portuguesa e respectivas Literaturas da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte- UERN.
2
Orientadora do projeto de pesquisa Tornar-se Professor Na Itinerância: Projetos Formativos e Atribuição de
Sentidos à Formação. Prof. Doutora do Departamento de Letras, do Campus Avançado de Patu, da universidade
do Estado do Rio Grande do Norte. Líder do Grupo de Pesquisa Ensino, Literatura e Linguagem Líder do Grupo
de Pesquisa Ensino, Literatura e Linguagem E-mail: claudiatome@uern.br.
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Resultados e Discussões
A atribuição de sentidos sobre currículo deu-se ao longo da história através de lutas
político discursivas quebrando os fundamentos do modelo ocidental e seus princípios
universais transcendentais, em que no contexto pós-moderno questões como heterogeneidade
e diferença passam a serem incluídas. O pensamento ou modelo ocidental que apagava as
pluralidades desconsiderava as diferenças, e os seus conceitos universais e totalizadores já não
respondiam aos anseios de uma gama da população. Conforme Santos (2007) o pensamento
abissal, o qual se divide em duas linhas, a visível e a invisível. Para que a visibilidade seja
possível ou validada conta-se com o apagamento de saberes, experiências, agentes que se
encontra do outro lado da linha. Sendo o genocídio linguístico uma das marcas deixadas pelo
pensamento moderno ocidental através da sua condição abissal. Nesse sentido, comungamos
com a ideia de uma teoria curricular desterritorializada, de não espaços (AUGE, 2003 APUD
Paraskeva 2018), que considera o mundo da diferença, conforme DELEUZE APUD
Paraskeva (2018) sendo, pois, capaz de capturar situações, vivências que só são possíveis
quebrando e rompendo abissalidade,
Este estudo recusa uma observação presa à sala de aula, ou a componentes curriculares
impostos como norma para a formação, canonizado. Entendemos que o currículo não é
estanque, está em movimento, desconstruindo e deslocando-se. Nessa perspectiva, o projeto
de extensão “Quarta Cult: Literatura, Artes e Sociedade “ofertado pelo Departamento de
Letras ”- DL do Campus Avançado de Patu-CAP, torna-se relevante na construção dos
sujeitos em formação para docência, pois conforme Moreira e Silva (1994, p.28), currículo é
“um terreno de produção e de politica cultural” e é sobre esse terreno que apresentamos as
“falas” dos componentes do projeto de extensão.
O “Quarta Cult: Literatura, Artes e Sociedade” foi um projeto com durabilidade de
agosto 2018 a agosto de 2019 com participação de discentes do curso de Letras de vários
períodos sendo um total de trinta participantes. A nossa pesquisa se constitui como um
recorte, uma releitura dos momentos já vivenciados pelos participantes. Dentre os objetivos
do citado projeto estar a ampliação dos conhecimentos acadêmicos dos participantes, criando
para isso um espaço cultural de leitura e performance poética, dos quais se davam por meio de
saraus literários. entretanto apresentaremos que as significações postas a estes integrantes vão
além do contido na proposta em si, pois a produção curricular é desviada da norma, há
deslocamentos, saindo do planejado para aquilo que é vivenciado. De acordo com Lopes e
Macedo (2011, p. 203) “O currículo é, como muitos outros, uma prática de atribuir
significados, um discurso que constrói sentidos”
O projeto não saia do local específico: o CAP, mas fazia com que o público pudesse
ocupar diversos espaços desde os da resistência aos do conhecimento sobre temas polêmicos
que eram trazidos para discussão e debate em sociedade gerando formadores de opiniões.
Com relação às apresentações dos saraus, Para Brígida, integrante do Quart Cult o evento do
Quart Cult, “o espaço era escolhido de acordo com o tema da apresentação, alguns temas
meios que necessitavam de uma apresentação ao ar livre, para conseguir alcançar outros
públicos, outras mentes”.
Sobre a participação na extensão ofertada pelo Campus, ressaltamos que no período
em que o projeto se desenvolveu, ainda não havia a curricularização da extensão, porém
contemplava as horas extras também necessárias para o cumprimento do Projeto Pedagógico
de Curso. Para além do aproveitamento de horas, a integrante, Flor diz sentir “a necessidade
de participar de atividades além da sala de aula, [viu] no Quarta Cult a possibilidade de
conseguir [se] expressar melhor diante do público.” Posteriormente ela acrescenta “Através
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do Quarta Cult pude melhorar minha maneira de me expressar e com certeza, melhorei minha
desenvoltura em apresentar seminários, por exemplo, o que antes era um desafio muito
grande.” Podemos perceber que as significações ultrapassam “o tempo” de duração do
projeto, os quais configuraram como práticas curriculares que constroem e produzem sujeitos
Flor se apresenta como quem tinha suas dificuldades em relação às aulas, conforme as
normatividades de uma matriz disciplinar conteudista. Esse processo aponta para o constructo
Macedo (2006), ao defender que educação não se faz apenas através do ensino, o qual tem
sido utilizado como sinonímia e isso apaga o caráter mais abrangente que há na educação.
Vale dizer que dentre as cobranças que são feitas na formação, encontra-se a exigência quanto
a desenvoltura nas apresentações, domínio da oralidade, etc. Percebe-se, mediante a fala de
Flor, que são nesses espaços além da sala de aula, textos, discursos, trocas distantes do
conteúdo canonizado, do idealizado para aprimoramento do ser que vão se construindo esses
sujeitos. Entretanto esses saberes não apagam a importância dos demais, a saber, os saberes
viabilizados pelos componentes curriculares. A abrangência das experiências no projeto inclui
também lugares apagados, vistos por alguns com certo preconceito, são os entrelugares da
diferença, sobre os quais fala Jota:
Sendo o projeto que tinha entre um dos seus objetivos os de valorizar a cultura no
meio acadêmico, dando espaço para outros sentidos, outras vivências por meio da arte, o
Quarta Cult também deixou suas contribuições na maneira de se portar perante o imprevisível,
agora apontado como o momento de pandemia. Ou seja, trata-se de inventar, de entender que
a educação é feita de imprevisíveis. De acordo com Paraíso, podemos pensar esse processo
como “artefato cultural que ensina e produz sujeitos, que está em múltiplos espaços
desdobrando-se em diferentes pedagogias.” (PARAÍSO, p.11) Assim como nas atividades
realizadas no projeto, os alunos têm a possibilidade de se reinventar e adentrar em outros
universos de sentidos antes inimagináveis e, a partir disso, conseguir encontrar novas
possibilidades, novas potências de vida. Isto também contribui para melhor entender e
conseguir viver em tempos difíceis, a exemplo do que estamos vivenciando com a pandemia.
Ajuda a encontrar e/ou fazer novos caminhos quando os já conhecidos não podem mais ser
trilhados.
Diante destas inúmeras mudanças no quadro educacional, é produtivo pensar sobre as
formas de ensino, pincipalmente em que os meios possíveis são os remotos, ainda que não
dispense o monitoramento, é possível uma dose de recusa ao epistemicidio. Tal recusa invoca
uma espécie de inventabilidade. Sobre isso, o integrante Gledson comenta:
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Conclusões
As experiências que constroem sujeitos em formação não se dão apenas no léxico, no
conhecimento do gênero textual, mas nas relações vivenciais vivências que refutam, conforme
Paraskeva 2018), uma geografia hegemônica que causa uma eutanásia do outro, dos saberes,
das experiências que compõem a construção do ser professor.
Agradecimentos
A Deus por tudo, a UERN por investir na pesquisa da qual contribuiu sobremaneira na
minha vida pessoal e profissional. E por osso, a parabenizo. À minha orientadora Doutora
Claudia Tomé, uma excelente profissional que faz jus a está aqui citada, muito humana e que
visualiza e pratica um ensino construtor de sentidos para seus licenciandos. A minha família,
meu namorado e todos do Projeto Quart Cult.
Referências
BUTLER, Judith. Corpos em aliança e a política das ruas: notas para uma teoria
performativa de assembleia ; 1ª ed. – Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.
PARAÍSO, Marlucy Alves. Currículo e formação profissional em lazer. In: ISAYAMA,
Helder(org.) Lazer em Estudo: Currículo e formação profissional.
Campinas:PAPERIES,2010b.
PARASKEVA, João, M . Teoria curricular itinerante: desafios a involução curricular. In:
TOMÉ, Claudia; MACEDO (Org), Elizabeth. Currículo e diferença: afetações em
movimento. Curitiba, CRV, 2018
LOPES, Alice Cassimiro; MACEDO, Elizabeth. Teorias do currículo. São Paulo: Cortez,
2011
MACEDO, Elizabeth. Currículo como espaço-tempo de fronteira cultural. Revista
Brasileira de Educação, n. 11, p. 285-296, 2006a,
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INTRODUÇÃO
Neste trabalho, temos como objetivo compreender como as políticas educacionais são
desenvolvidas, por meio de projetos educacionais, no ambiente da Escola. Para embasar nossa
pesquisa dialogamos com autores que percebem a política enquanto possibilidade de
ressignificação no contexto escolar, deixando de lado qualquer interpretação de política como
implementação. Dessa forma, partimos do “entendimento da política de currículo como uma
luta pela significação do que vem a ser currículo” (LOPES, 2005, p. 447).
Assim, pensamos a concepção de política em Braun, Maguire e Ball (2016), mostrando
a política como um procedimento que está variavelmente e por repetidas vezes em contestação,
sujeito a interpretações e traduções de diferentes modos nas instituições e salas de aula. Assim,
entendemos as políticas educacionais como produções de significações curriculares
desenvolvidas em múltiplos contextos.
METODOLOGIA
1
Graduanda do curso de Publicidade e Propaganda no Departamento de Comunicação Social – DECOM, na
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte-UERN. Bolsista CNPq/PIBIC. E-mail:
kenya_bruna@hotmail.com.
2
Professor do Departamento de Educação, na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN. Líder do
Grupo de Pesquisa Contexto e Educação. E-mail: maccole@hotmail.com.
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total de 29 funcionários, 282 estudantes matriculados, destes 119 estão matriculados no 1º ano,
70 estão matriculados no 2º ano e 90 estão matriculados no 3º ano.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na análise de dados, foi possível constatar que a instituição passou por diversos
processos de implementação de políticas públicas, Ana, discorreu um breve histórico sobre
como se deu os sistemas de implementação:
Atualmente a instituição de ensino, oferta o Ensino Médio Integral, que funciona por
meio de um sistema, no qual contempla uma jornada de oito horas e meia no Ensino
Fundamental e de nove horas e meia no Ensino Médio. Segundo Ministério da Educação (MEC,
2017):
Na coleta de dados foi possível identificar que apesar da carga horária ser mais extensa,
a adaptação foi ocorrendo de modo gradativo de acordo com a vivência da rotina: “No início
os alunos mostravam dificuldades com o ensino integral, pois diziam ter vários projetos em
mente para as horas vagas que seria um turno. Com o tempo foram se adaptando” (ANA, 2020).
Para consolidar o desenvolvimento de políticas como o Ensino Médio Integral, a
escola elabora e aplica projetos que auxiliam o processo de ensino-aprendizagem dos
estudantes. Os principais, de acordo com a entrevistada Ana, são: ciência para todos, são João,
sarau e o capacitação de vagas.
O projeto Ciência para todos é desenvolvido em parceria com a Universidade Federal
Rural do Semi-Árido (UFERSA), Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN),
Secretaria do Estado de Educação e Cultura do Rio Grande do Norte (SEEC) e a Diretoria
Regional de Educação e Cultura (DIREC). Tem como objetivo proporcionar ao aluno o
desenvolvimento acerca do método científico, antes do contato com o Ensino Superior, sendo
ensinado passo a passo para cada estudante de como desenvolver projetos científicos.
Além disso, o programa realiza capacitações sobre o método científico com alunos e
professores por meio da Metodologia Científica ao Alcance de Todos - MCAT. A partir dessa
metodologia, acontecem oficinas de elaboração de projetos, feiras de ciências escolares,
regionais e a participação dos melhores projetos em feiras de ciências nacionais e
internacionais.
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os projetos trazem impactos na formação dos alunos. Eles sempre falam das
oportunidades que lhes são ofertadas como a abordagem da arte
contemporânea, de poderem conhecer outras culturas e principalmente
trabalharem em equipe, pois através da inclusão da arte é possível identificar
a grandiosidade da contemporaneidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mediante esse trabalho foi possível compreender como ocorre e a importância das
políticas educacionais, como também os projetos que estão sendo implementados no ambiente
escolar. Visto que, grande parte delas visam aperfeiçoar o processo de ensino-aprendizagem
por meio dos projetos educacionais que estão sendo realizados de forma ativa e envolvendo os
discentes que estão no ambiente escolar.
Foi possível entender como os projetos são desenvolvidos dentro da escola, destacando
os resultados que estão sendo gerados através da formação humana, impactando diretamente o
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estudante e/ou professor, apontando que esses indivíduos estão contextualmente colocando a
política em prática, ou seja, são sujeitos fundamentais na implementação das políticas nas
escolas.
AGRADECIMENTO
REFERÊNCIAS
BALL, Stephen. J; MAGUIRE, Meg; BRAUN, Annette. Como as escolas fazem políticas:
atuação em escolas secundárias. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2016.
ESCOLAR/INEP, Censo. Eefm Ee Aida Ramalho Cortez Pereira: sobre a escola. Sobre a
Escola. 2018. Disponível em: https://www.qedu.org.br/escola/72600-eefm-ee-aida-ramalho-
cortez-pereira/sobre. Acesso em: 05 ago. 2020.
Educa mais Brasil. Importância da feira de ciências para construção do pensamento
científico, 2019. Disponível
em:<https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/escolas/importancia-da-feira-de-ciencias-
para-construcao-do-pensamento-cientifico> Acesso em: 10 de ago. de 2020
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. 18
ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
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INTRODUÇÃO
Tendo em vista que, as reflexões autorais, isto é, a exposição de suas próprias ideias e
sentimentos, são importantes para o desenvolvimento da criatividade e estímulo à imaginação,
o intuito da pesquisa é despertar nas estudantes do curso de pedagogia, o desejo de expor suas
reflexões autorais mediante a leitura e reflexões das tirinhas presentes na obra “Talvez isso” do
desenhista e roteirista de história em quadrinhos Marcelo Campos (2015), em encontros
promovidos no projeto de pesquisa.
A pesquisa traz em si, conteúdo sisudo, considerando que se trata do que as estudantes
de pedagogia sentem em sua alma, seus tormentos, e aflições, a partir das tirinhas presentes no
livro supracitado. Contudo, de acordo com Thiollent (2005, p. 31), “A pesquisa não perde a sua
legitimidade científica pelo fato dela estar em condição de incorporar raciocínios imprecisos,
dialógicos ou argumentativos acerca de problemas relevantes” (THIOLLENT, 2005, p. 31).
Pelo contrário, relaciona o estudo científico com o encantamento artístico, ou seja, da maneira
que é realizado o estudo, se aborda o encantamento provocado pela estética sem deixar de ser
científico.
Devido a diversidade e a transubjetividade de pensamentos, várias significações podem
ser feitas de uma imagem poética, como será abordado posteriormente. No âmbito acadêmico
– ou até mesmo fora – a imaginação criativa costuma ser desconsiderada, condicionando o
sujeito a limitação de que na realidade tudo tem um limite e um modo correto de fazer, como
se todas as perguntas pudessem ser respondidas. O conteúdo da tirinha, a identificação com a
imagem poética dela, afeta de alguma forma o leitor e neste possivelmente surgirá algum
sentimento que o fará refletir sobre o que leu e sentiu ao ler.
Se faz necessário frisar que imaginação que aqui se refere, trata-se da elaboração de
Gastón Bachelard (2000), a imaginação criativa do sujeito pensante. Estudam-se as tirinhas de
Marcelo Campos (2015) como “o espaço compreendido pela imaginação” (Bachelard, 2000,
p.196).
O objetivo da pesquisa é estudar as tirinhas com base nos sentimentos que elas inspiram
nas estudantes de pedagogia. Tendo em vista que as reflexões feitas nos textos, relatam
situações que demonstram conflitos comumente vivenciadas pelo ser humano, e com grandes
reflexos no processo de formação da profissão docente.
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METODOLOGIA
A abordagem desta pesquisa é qualitativa, e o método usado é o da pesquisa-ação
(Thiollent 2011; Haguette 1987; Morin 2004 e outros), pois os sujeitos pesquisadores
pretendem interferir na situação problematizada durante a pesquisa, ter uma melhor
compreensão acerca das perspectivas da situação problematizada, além de participar da
atividade proposta junto com os sujeitos pesquisados. De acordo com SEVERINO (2007), a
pesquisa-ação tem o intuito de ir além de somente compreender, mas intervir nas situações,
querendo assim, modificá-las. Ou seja, “o conhecimento visado articula-se a uma finalidade
intencional de alteração da situação pesquisada”. Pretendendo que, ao mesmo tempo que realiza
um diagnóstico e a análise de uma determinada situação, os sujeitos pesquisadores busquem
meios de realizar modificações no contexto, que levem a um aprimoramento das práticas
analisadas. (SEVERINO, 2007, p. 120).
A metodologia utilizada nesta pesquisa foi a realização de Oficinas de Pensamento
denominadas “Banquetes de Reflexões Autorais”, nas quais foram convidadas estudantes que
possuem textos, poesias, tirinhas e outras obras de reflexão autoral, e no momento em questão,
tiveram a oportunidade de as expor. Após um diálogo sobre seus sentimentos em relação ao que
foi exposto, pedimos que escrevessem sobre a imagem poética dos textos expostos pelos
pesquisadores, como algumas tirinhas selecionadas do livro “Talvez isso...” de Marcelo
Campos (2015), as quais se configuram em reflexões autorais por se tratar da expressão de
ideias e sentimentos próprios do escritor. Essas imagens poéticas foram recolhidas e analisadas,
para que fossem identificados quem são esses sujeitos, o que elas escrevem e o motivo de não
publicarem seus textos, e a partir daí conseguirmos promover uma reflexão que as encorajem a
publicar essas obras, levando-as a dar importância aos seus pensamentos mais íntimos e que
muitas vezes são rebaixados em detrimento de escritos puramente acadêmicos que
desconsideram a alma do sujeito pensante.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A imensidão é uma categoria do devaneio poético, que revela a intensidade da imagem
em seu valor onírico. Ou seja, o seu valor na imaginação, no sonho. O devaneio da imensidão
produz a consciência da ampliação do ser imensificante. Dentro desta esfera de imersão em si
mesmo, de uma dimensão imaginativa, é possível trazer múltiplas possibilidades de
interpretações que estão na própria multiplicidade de significação das palavras. Isto porque,
uma obra autoral tem reflexões próprias, mas que não impedem – pelo contrário, estimula – a
imaginação criativa do sujeito leitor que também é sujeito pensante e capaz de, a partir do
impacto de uma reflexão de outrem, fazer reflexões autorais.
De acordo com Novaes (2005, p.11), a obra de arte fornece matrizes de ideias que não
se limitam nos enunciados das palavras, mas possuem significações abertas. O que ele vai
chamar de “poder de expressão elíptica” (p.11). Isto nos remete que uma obra de arte de
pensamento propõe provocar o leitor a ponto de que ele seja mais que o sujeito de consumo
passivo, mas, o participador ativo da obra por meio das interpelações. Prioridade, portanto, do
fazer sobre o saber. Pois como já nos desperta “[...] a imaginação é mais importante do que o
saber.” (apud BARROS, 2008, p. 37).
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Bachelard (2000) vai afirmar que a imagem não tem passado. No sentido de que a
explicação da imagem poética deve partir do presente; da repercussão atual, da sensação que
ela causa ao leitor. Neste sentido, cada imagem poética desperta sentimentos novos nos
indivíduos. Inclusive, em um mesmo indivíduo, mas em momentos diferentes, a significação
será outra. Apresentamos aqui um fragmento da pesquisa com uma das estudantes que
concordou em expor sua reflexão. Iremos chamá-la de Estudante 1, para manter o anonimato e
preservar sua integridade.
Figura 1 – tirinha da página 9
A ideia colocada nesta reflexão, encontra respaldo no que diz Paulo Freire (1999).
Somos seres inacabados, portanto, há sempre novas lições a aprender e ainda assim, não
saberemos tudo de nós mesmos. (FREIRE, 1999)
É aí que ocorre a repercussão. Quando através de uma imagem poética singular, ressoa-
se em ecos sobre outras almas, outros corações, de modo a ser difícil determinar a sua
profundidade e seu término (Bachelard, 2000, p.183). É nesta repercussão que cabe afirmar a
intensidade dos sentimentos que ressoam de uma obra artística como as tirinhas presentes no
livro “Talvez isso...”. A repercussão ocorre quando “[...] a imagem que a leitura das tiras nos
oferece faz-se verdadeiramente nossa. Enraíza-se em nós mesmos [...]” (p.188).
Entretanto, como essa ressonância não está na causa da imagem poética, mas no
sentimento do leitor, na realidade é o próprio leitor que cria esse significado. O leitor torna-se
criativo na medida em que utiliza sua consciência imaginante. Por isso ela é singular, nova e
única. Não tem passado. Porque depende da ressonância no leitor. Não se pode explicar uma
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manifestação artística apenas por sua relação com a realidade social. Não há uma causa da
imagem poética.
A criatividade do leitor advinda de sua consciência imaginante, evidentemente, está
relacionada com as suas vivências, experiências de vida e sociais, – como declara Marcelo
Campos em entrevista dada ao Site de história em quadrinhos Universo HQ “autor das tirinhas
afirma ser mais “fácil” realizar esse trabalho autoral, com textos e desenhos criados a partir de
sua vivência e experiências” – e, portanto, tem relação com a realidade. É através dessa
criatividade, que a consciência imaginante se descobre como uma origem. Isolar esse valor de
origem de diversas imagens poéticas é o que deve interessar, num estudo da imaginação, a uma
fenomenologia da imaginação poética. (Bachelard, 2000, p.188).
Neste sentido, a imagem poética concede ao leitor certa autonomia de ressignificar
aquilo que lê a partir de sua imaginação criativa, isto é, as reflexões do leitor são e também
devem ser consideradas autorais.
CONCLUSÃO
Pode-se concluir o quão importante é para professores em formação, desenvolver a
imaginação criativa por meio do devaneio poético para o exercício da criatividade tão
objetivada na profissão docente, utilizando-se das tirinhas de Marcelo Campos para provocar e
causar impactos na alma das estudantes de pedagogia que participaram da pesquisa, pois nota-
se que as estudantes conseguem escrever bem o que sentem lendo o que é proposto e refletem
bastante a respeito.
É relevante enfatizar que devido ao contexto pandêmico que o país enfrenta desde
meados de fevereiro, as oficinas de pensamento estão suspensas ao público, e por não
acreditarmos ser interessante a nossa pesquisa fazer oficinas de pensamento online, preferimos
apenas nos reunir internamente para discutir sobre aquilo que já tínhamos e aprimorarmos
nossas análises.
AGRADECIMENTOS
Gratidão a todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para o desenvolviment o
desta pesquisa como um todo. Á UERN e ao CNPq por propiciarem bolsas de estudo que
permitiram que ocorresse esse trabalho, contribuindo para a nossa formação.
REFERÊNCIAS
BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. In: Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural,
2000. p. 183-353.
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NOVAES, Adauto (org). Poetas que pensaram o mundo. São Paulo: Companhia das Letras,
2005.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 23. ed. rev. E atual. São
Paulo: Cortez, 2007.
THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 14 ed. rev. e aum. São Paulo: Cortez,
2005.
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Vinicius Batista Vieira1; Ana Júlia Dantas Cardoso2; Ana Paula Fagundes de Freitas3;
Matheus Giliard Silva Sousa4; Maria Euzimar Berenice Rego Silva5.
Palavras-chave: Desenvolvimento. Direitos. Infância. Vínculos Afetivos.
INTRODUÇÃO
Apresentamos aqui os resultados das investigações realizadas no plano de trabalho
"001 - RELAÇÕES ENTRE AFETIVIDADE, VIOLÊNCIA, ESPIRITUALIDADE E
FORMAÇÃO – FASE III", vinculado a Pesquisa "FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
HUMANO: INTERFACES ENTRE AFETIVIDADE, VIOLÊNCIA E ESPIRITUALIDADE
– FASE III", cadastrada no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica (PIBIC),
da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), bem como, nos planos de
trabalho "001 - AFETIVIDADE E ESPIRITUALIDADE NA FORMAÇÃO HUMANA" e
"002 - DIREITOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES E AS PRÁTICAS DE
EDUCAÇÃO INTEGRAL", vinculados a Pesquisa "INTERFACES ENTRE
AUTOCONHECIMENTO, ESPIRITUALIDADE E DESENVOLVIMENTO HUMANO",
cadastrada no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica do Ensino Médio
(PIBIC-EM) da UERN, que objetivam refletir sobre as interfaces entre as vivências
espirituais, a afetividade e a violação de direitos de criança e adolescentes e as implicações
para a formação humana no contexto da educação de municípios vinculados ao Programa
de Extensão "Diálogos Autobiográficos: trilhas da formação dos/as educadores/as
serranos/as" (Diálogos Serranos), com destaque para o município de Portalegre, RN, em
que são desenvolvidas ações do Projeto de Extensão “DIÁLOGOS SERRANOS
PORTALEGRENSES: INFÂNCIA E AUTOEDUCAÇÃO” (Diálogos Portalegrenses),
ações vinculadas ao Núcleo de Extensão Universitária em Educação em Direitos Humanos
(NUEDH), do CAPF/UERN.
Com isso priorizamos elucidar as percepções e experiências de membros da equipe
executora do Projeto de Extensão "Diálogos Portalegrenses" sobre as relações entre
afetividade, violência e formação, seja em relação às vivências no cotidiano escolar,
profissional, familiar e religioso, a partir da reflexão sobre a importância dessas temáticas
para as pessoas que cuidam ou já tiveram alguma atuação com crianças em diversos espaços
sociais, tais como: igrejas, templos religiosos, convívio familiar, escolas, programas de
assistência social, entre outras instituições, que atendam e recebem essas crianças.
1
Estudante voluntário do 5º período do Curso de Letras/Língua Portuguesa do Departamento de Letras
Vernáculas, Campus de Pau dos Ferros, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte e membro do
FORMEPE; e-mail: vinicius_batista12@live.com.
2
Estudante bolsista do PIBIC-EM/UERN/CNPq do 2º Ano da Escola Estadual Margarida de Freitas - Ensino
Médio, Portalegre/RN, substituindo a discente Clara Beatriz Silva de Souza, desde 14/02/2020; e-mail:
juliadantas283@gmail.com.
3
Estudante bolsista do PIBIC-EM/UERN/CNPq do 2º Ano da Escola Estadual Margarida de Freitas - Ensino
Médio, Portalegre/RN, substituindo o discente Antonio Danilo Ferreira de Oliveira, desde 14/02/2020; e-mail:
paulinhafrei123tas@gmail.com.
4
Estudante ex-bolsista do PIBIC-EM/UERN/CNPq do 2º Ano da Escola Estadual Margarida de Freitas - Ensino
Médio, Portalegre/RN, substituindo a discente Dheneffer Samira Dantas Jacinto, desde 14/02/2020; e-mail:
matheusgggiliard@gmail.com.
5
Mestra em Ciências Sociais e professora orientadora, vinculada ao Departamento de Educação/CAPF/UERN e
Vice Líder do Grupo de Pesquisa FORMEPE/UERN. E-mail: berenicesilva@uern.br.
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METODOLOGIA
RESULTADOS E CONCLUSÕES
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Gráfico 1 - Vínculos com crianças dos membros dos "Diálogos Portalegrenses", segundo a faixa etária das
crianças.
Fonte: arquivos da pesquisa, 2020.
Além disso, é importante conhecer o espaço que os colaboradores tem esse contato e
experiência com as crianças, seja na vida profissional ou pessoal. O Gráfico
ráfico 2 caracteriza
esses espaços:
Gráfico 2 - Ambiente de contato dos membros dos "Diálogos Portalegrenses" com crianças.
Fonte: arquivos da pesquisa, 2020.
No Gráfico 2, percebemos
mos que os espaços de contato com as crianças são varivariados,
de acordo com a trajetória de cada colaborador,
colaborador sendo que o ambiente familiar é o que mais
apresentou respostas, totalizando 72 72%. E com base nos diagnósticos locais,, é dentro do
contexto familiar que acontece com maior frequência os casos de violação de direitos de
crianças. Os espaços de trabalho totalizaram 40%,
40% tendo em vista que muitos colaboradores
são profissionais ou agentes de políticas com contato direto com às crianças.
A formação doss colabor
colaboradores também é fundamental para melhor conhecer ou lidar
com a manifestação daa violência e o restabelecimento dos vínculos afetivos os em casos de
violência contra crianças. 72% dos respondentes afirmaram que nunca participaram de
formações específicas sobre afetividade
fetividade ou violência. E apenas 28% participaram. Os
colaboradores que participaram de formações foram por meio das secretarias municipais de
Portalegre/RN, do governo estadual e do envolvimento nas pesquisas doo PIBIC e do PIBIC-
EM. Dessa forma, a maioria dos sujeitos
sujei possivelmente não tem preparação para entender e
lidar com casos de violência, muitas vezes, nem conseguindo a identificação
identificação de marcas de
violência e, principalmente, fazer a distinção entre elas.
Já em relação a percepção dos
d sujeitos sobre a afetividade na formação infantil
infantil, todos
entendem que ela é um m processo importante na infância.
infância Contudo, identificamos diversas
visões de mundo e percepções diferentes relacionadas às experiências vividas por cada sujeito
em relação a manifestação de violência e a afetividade.
afetividade
A diversidade das respostas constitui um aspecto fundamental em nossa pesquisa.
Podemos citar como exemplos: “São discussões importantes e pertinentes, tendo em vista ser
uma temática fundamental no processo de formação da criança e assim buscando
compreender melhor como ocorre esse processo desde o início da vida ao todo processo de
formação infantil.” trazendo a afetividade para um lado de formação da criança e “É de
grande relevância, visto que, o corpo humano se constitui em relações constantes com outros
corpos, assim, vivenciará diversas situações em que a afetividade se expressará e, saber
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AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
WINNICOTTI, Donald W. A Criança e o seu mundo. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1982.
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Resumo expandido
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a busca por experiências que nos conectem ao feminino e empoderem sem nos fragmentar, sem
no entanto essa busca permeada por um ideal quase idílico, utópico, idealizado, tamanha a
solidão que as mulheres se encontram. Assim, pipocam cursos, workshops, vivências,
dinâmicas, em que essa mulher contemporânea possa se reconectar com sua essência, perdoar
o masculino em si e ligar-se há saberes que não nos foram transmitidos porque não mais nos
conectamos.
Se esse movimento tem por um lado propiciado esse encontro, sua construção distante
da vivência e do cotidiano de cada mulher tem favorecido, contrariamente, uma nova caça às
bruxas, uma gourmetização de saberes e de seus usos, discriminando mais que integrando. Ao
invés de se acessar esses saberes diretamente pela convivência, a experiência cotidiana, ele é
primeiro fetichizado, idealizado, e faz justamente o caminho inverso ao que fizeram nossas
antepassadas, que ao se unirem em roda para aprender com as mais velhas, exercitam o que
Clarice Estés chama de “ser jovem enquanto velha e sábia enquanto jovem”, na medida em que
qualquer saber, seja de cura ou sagrado referente ao feminino, nunca era separado de seu
cotidiano e da poesia que as envolviam em uma complexa trama que integrava as mulheres
entre si e faziam bricolagens com seu cotidiano. As rezas eram reinventadas para os males de
seu tempo, os remédios adaptados às plantas disponíveis, e os saberes ensinados às que se
interessassem em aprender e possuíssem o dom para a cura.
O que vemos, embora haja esse crescimento por saberes e vivências na internet ou
grupos de whatsapp, é que eles são fragmentados e como por uma busca por status e afirmação,
já que carecem da tinta do cotidiano, reforçam preconceitos e estigmas, aprisionam onde supõe
libertar. Não conseguem fugir da ditadura de um padrão do feminino, de estereotipização dos
saberes de cura que milenarmente foram acessíveis às mulheres e famílias nas mais diversas
culturas. Plastificam o feminino e o vendem como algo tópico, mera perfumaria dos prazeres
do ego. Não se chega ao fundo da questão. No máximo, põe um bálsamo na ferida mas quem
se importa, ninguém tem tempo mesmo para ir além de sua timeline.
Todo um rol de conhecimentos ligados às parteiras estão novamente sendo acessados,
sob o título de parteiras da tradição, em que mais uma vez a palavra tradição vem para garantir
o status sobre um saber. Se as mulheres convivem com mulheres de gerações mais velhas,
saberiam parir. Mas as mulheres em idade fértil são hoje filhas de mulheres que pariram em
hospitais, em partos cesarianos traumáticos. Tantos elementos contribuem para que hoje, o
parto normal em suas diversas modalidades, seja encarado como um novo modismo.
Junto à isso, uma grande quantidade de mulheres preparam-se em cursos de Doulas
para acompanhar as mulheres em trabalho de parto, e são elas que militam diuturnamente em
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enquanto sagrado. Cria-se para libertar, ensina-se para emancipar e sobretudo, vivencia-se tudo
isso no cotidiano e é ele que as fazem integrar aquilo que é importante e o que é desnecessário,
mesmo que o ritual modifique-se. Mas como se faz com as mulheres nos dias de hoje, que
possuem dom de cura e sentem-se chamadas para exercer tal poder.
Ao nos depararmos com tais histórias de vida e memórias durante a pesquisa e ter
vivenciado a busca por esses saberes nos dias de hoje em diversos grupos, religiosos ou não,
surgiu o desejo de aprofundar o estudo sobre esses saberes que vão se organizar em torno do
elemento arquetípico do feminino e suas práticas de cura e como esses saberes são incorporados
nos dias de hoje ao cotidiano das mulheres que os procuram. Buscamos compreender como
esses saberes de cura teem se organizado em torno de novas práticas de cura em grupos de
mulheres, especificamente, doulas, terapeutas e grupos de mulheres, com o que há de novo
nessa busca do feminino e a busca por conecxão, seja virtual ou não, com os dons, a cura e a
religiosidade aliada ao arquétipo feminino.
A questão desse projeto de pesquisa é descobrir como se constitui o sujeito que cura e
como essas experiências lhe atribuem legitimidade para tal prática nos dias de hoje, através da
vivência performatizada desse dom junto à outras mulheres e como a busca desse saber ligado
aos saberes de cura feminino enquanto arquétipo influenciam essas práticas. Refiro-me
notadamente, as atividades profissionais ou amadoras de Doulas, Obstetrizes, terapeutas
holísticas e formadoras de grupos de mulheres, sejam virtuais ou presenciais. a partir de tais
práticas, buscamos responder quais critérios somados ao ato de falar, de um encadeamento
estético e performático vão compor as narrativas de cura. Claro que a utilização de códigos
culturais comuns aos indivíduos que participam dão efeito nesse sentido, criando uma imagem
repleta de critérios de legitimidade. E observar esses elementos será nosso objetivo secundário.
Como um procedimento extremamente atualizado, a aquisição desses saberes que antes
eram partilhados pelas mulheres nas vivências cotidianas, em que o rito se misturava as
atividades do dia a dia, temos hoje a profissionalização e busca como formação complementar
dessas atividades, antes atributos de parteiras, benzedeiras e praticantes das mais diversas
religiões. Desfeito esses vínculos e dado as atividades da vida moderna, os sabeeres de cura
não são mais estimulada por um momento específico ou por uma lógica imprescindível de ser
quebrada, mas resurgem espontaneamente em grupos organizados para determinados fins.
Assim, podemos perguntar como se constitui o sujeito que narra suas experiências e
como esse se constitui de legitimidade. Quais critérios somados ao ato de falar ordenam o
encadeamento estético, religioso e moral nesse sentido e que amarração as histórias de vida e
suas experiências do ponto de vista do que foi realmente vivido, tanto quanto do que foi ouvido,
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interpretado e situado nas suas trajetórias vão trazer de legitimidade necessária para ser esse
elemento de cura e de apoderamento desses saberes. Assim a tradição dentro dessa abordagem
é a performance e é fundamentalmente a experiência do ato narrativo dos sujeitos no momento
em que interpretam as suas trajetórias e seu ofício e os grupos aos quais se vinculam. Vão além
do que é primeiramente perceptível, residindo nos grupos de mulheres que buscam hoje se
organizar para tais fins e ressignificam as práticas e saberes de cura antes partilhados pelas
mulheres em ambientes domésticos.
Por serem produtos de uma atividade comunicativa que ocorre em um contexto
determinado, os saberes de cura femininos são representações do grupo social que as engendra
e à situação em que essa produção se processa. Enquanto texto, esses saberes ganham uma
existência autônoma, sendo apenas um dos componentes da comunicação que se dá entre quem
cura e quem está sendo curado e por isso perde o sentido quando destacado do contexto ou da
situação em que é narrado. ao considerar as performances de cura apenas como texto, além de
se perder o caráter determinante desse processo, ignora-se a existência de um autor que a
produz ou recria como um bricoleur. Em um ritual de cura, várias peças de um conjunto de
rezas são reunidas e recompostas de acordo com as combinações possíveis e a oportunidade do
instante. Cada mulher que busca em grupo desenvolver práticas de auto cuidado é autora de
sua própria prática cujas variações as diferenciam das de outros curadores a partir de uma
complexa rede de elementos que envolvem a maneira como aprenderam o saber e como foi
transmitido, sua experiência e influências religiosas e a performaticidade que lhe é própria e
ímpar.
Nas práticas de cura observadas neste projeto, embora possuam diferenças quanto a
religiosidade e a maneira como apreenderam e praticam esse saber, é possível perceber que a
diferença reside mis nas técnicas de aferição, na performance e no texto que executam. Ainda
assim, essa diferenciação, serve para mostrar que como saber híbrido, esses conhecimentos
teem incentivado a formação de grupos de cura do feminino e daí a formação para novas
práticas, saberes e ofícios, especificamente analisados por essa pesquisa, tais como, Doulas,
Terapeutas e formadoras em cursos e vivência de cura do feminino.
Em diversas fases da pesquisa de doutorado, encontrei no facebook pessoas que
rezavam pela internet e mulheres jovens que se intitulam benzedeiras e até mesmo cursos à
distância em que são ensinados os segredos desse saber. Não cabe nesta pesquisa afirmar quem
é ou não benzedeira, mas a distinção dentro do ritual dessa apropriação da reza e sua
consequente performance é visível nas mulheres com mais de 70 anos, ao passo que nas mais
jovens estão muito mais atreladas ao texto da reza (CUNHA:2012). Isso porque, assim como o
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sentido da palavra é dado pelo seu uso na linguagem, o sentido de uma reza é o seu uso e sua
produção e fruição numa determinada situação social. A benzeção se estende para além do
instante do rito, seja por uma conversa, uma pausa para melhor explicar quem colocou o mau
olhado, se homem ou mulher ou como parece a pessoa, se já é um mal antigo ou mesmo se
usado elementos da memória como histórias de outras pessoas com o mesmo mal para reforçar
o poder e a legitimidade da reza sobre este. Foi diante de tais constatações que surgiu o interesse
de pesquisar esses fluxos de saberes que envolvem a busca de um feminino arquetípico aliado
à práticas de cura nos dias de hoje e a crescente busca e oferta desses saberes sobre novas
roupagens.
A pesquisa será estruturada em 4 etapas, compreendendo o período de 2 anos,
organizada em torno das seguintes atividades:
1. Leitura e abordagem do estado da arte do tema (de Agosto 2017 à Janeiro de
2018);
2. Primeiras abordagens do campo e redefinição da amostra e dos atores
envolvidos, dando-se preferência para aqueles que atuem na região Oeste do
estado do Rio Grande do Norte (de Março 2018 à Junho de 2018);
3. Pesquisa de campo e análise de material (de Agosto 2018 à Janeiro de 2019);
4. Relatório final e publicação em periódico especializado de artigo completo (de
Março de 2019 à Agosto de 2019);
5. Participação do Grupo de Pesquisa GECOM bem como participação em eventos
científicos com artigo teórico ou resultados preliminares (fluxo contínuo).
Buscamos assim compreender esse saber que é um elemento compartilhado tanto por
quem cura quanto por quem é curado, transmitido por um processo de reelaboração e recriação
que as integra em nova práticas no momento presente. São recursos explicativos de sua própria
realidade, de saúde, doença e bem estar não só de quem pratica mas também da comunidade,
caracterizando situações em que curadoras e ouvintes se reconhecem nas dinâmicas do
cotidiano. A memória, essa habilidade intelectual semelhante à escrita, é o instrumento
privilegiado para registro da saúde, doença, valores e conhecimento da comunidade, quer sejam
das coisas práticas ou até mesmo das doenças e suas mazelas, dentro de uma concepção
holística, religiosa ou não, e será aqui a metodologia utilizada. É assim que ao invocar as
lembranças das doenças que andavam pelo mundo , o sentido popular da palavra memória,
que é poder criador, imaginação e talento poético. É sinônimo de sabedoria, pois dela depende
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ela mas pelos participantes, envolve um importante evento artístico e o ato artístico em si. Por
isso neste trabalho, procuramos utilizar a performance como modo de capturar os momentos
performáticos, as qualidades dramáticas da voz e corpo que o narrador emprega para sua
performance e os estilos poéticos entendendo aqui poesia como a linguagem em uso da voz e
do corpo e nas respostas dos participantes em meio a sua vida cotidiana que vão transformar
um relato num contar dramático e participativo.
Luciana Hartmann chama atenção para o termo performance a partir da etimologia da
palavra par former, De origem francesa e que estaria ligada à ideia de dar forma seja um
conhecimento a uma experiência ou a imaginação. (página 231) .Trabalhar com a performance
de cura das benzedeiras está inevitavelmente ligado às experiências práticas e cotidianas das
mesmas, principal maneira que o ser humano tem de manifestar, comunicar e até mesmo
compreender as experiências é quase sempre narradas em forma de textos construídos através
de palavras, em estruturas inteligíveis de significado, bem como quanto à organização de uma
série de códigos e dispositivos culturais que permitem que uma narrativa seja compreendida.
De acordo com Hartmann, “ao contrário do que ocorre nas narrativas escritas, das
performances narrativas, o tempo e o espaço do narrador encontram-se com o tempo e o espaço
da audiência, propiciando uma interação, um diálogo e uma troca de experiências que estão,
no aqui e agora compartilhado, mostrando a própria Cultura em emergência (pág.229.) 2005.
A partir de uma revisão das teorias sobre a natureza da performance podemos enumerar
reivindicações comuns que são: procedimento ordenado de ações; senso de representação
coletiva e o reconhecimento de que os atos performativos são diferentes portanto dos eventos
ordinários do cotidiano uma performance cultural, as expressões simbólicas concorrem para
uma unidade dos sentidos que habilitam a cultura com a ideia da unidade de significado. Assim,
a performance tanto dá forma como é formada pela experiência e será vista em relação aos
hábitos receptivos, invertendo a perspectiva etnológica. Situa-se portanto no contexto ao
mesmo tempo cultural e situacional, aparecendo como uma emergência e é também uma
conduta na qual o sujeito assume aberta e funcionalmente a responsabilidade e é um
comportamento que pode ser repetitivo sem ser redundante. Da mesma forma, a performance
modifica o conhecimento já que não é simplesmente um meio de comunicação pois ao
comunicar ela marca os sujeitos envolvidos. Por isso a performance vai estar ligada a prática
da linguagem poética, ligados intimamente ao corpo. Com isso, vai ser sempre compreendida
em termos da poética. Sua maneira própria de existir no tempo em que ouve, vê e respira. Por
isso,
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para que um texto seja reconhecido por poético (literário) ou não depende
do sentimento que o nosso corpo tem. Necessidade para produzir seus
efeitos, isto é, para nos dar prazer. É este a meu ver, um critério absoluto.
quando não há prazer - ou ele cessa- o texto muda de natureza. (Zumthor,
2000, p. 41). Performance, recepção e leitura.
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foram excluídas desse campo de conhecimento, olhando com uma nova perspectiva o registro
arqueológico e histórico, a pesquisa fisiológica e a Psicologia inovadora.
Essa é a grande diferença entre essas mulheres que sempre curaram todos os tipos de
pessoas e as mulheres de hoje que estudam a cura a partir da formação da medicina e sistema
oficial de ensino. Elas compreendiam a doença para além do mal do corpo e a idéia de ofício
expõe uma obrigação para além dos riscos. Hoje, as profissionais de saúde, são mais temerosas
com as doenças do que acreditam nos poderes de cura. E é nesse sentido que espero que a
pesquisa possa contribuir para o conhecimento acadêmico dessas práticas e possa ultrapassar a
noção rasa que se tem desses movimentos e saberes.
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Flávia Batista de Sousa;1Maria Taiza Galdino Vieira 1;Soraya Nunes dos Santos Pereira 3
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mesmo?
20. Quão satisfeito(a) você está com suas - 7 9 62 7
relações pessoais (amigos, parentes,
conhecidos, colegas)?
21. Quão satisfeito(a) você está com sua 3 13 11 51 7
vida sexual?
22. Quão satisfeito(a) você está com o 1 13 13 53 5
apoio que você recebe de seus amigos?
23. Quão satisfeito(a) você está com as 1 11 9 58 6
condições do local onde mora?
24. Quão satisfeito(a) você está com o seu 2 20 15 44 4
acesso aos serviços de saúde?
25. Quão satisfeito(a) você está com o seu 1 20 3 55 6
meio de transporte?
As questões seguintes referem-se a com que freqüência você sentiu ou experimentou certas coisas nas últimas duas semanas.
Nunca Algumas Frequentemente Muito Sempre
vezes frequentemente
26. Com que Frequência você tem 13 46 15 7 4
Sentimentos negativos tais como mau humor,
desespero, ansiedade, depressão?
Alguém lhe ajudou a preencher este questionário?
Os dados conseguidos até o momento não nos permitem fazer qualquer inferência,
pois temos menos de 50% dos participantes, porém nos adiantamos e apresentamos um
esboço de como será realizada a análise.
A escala WHOQOL-bref será analisada agrupando as questões pelos seus domínios e facetas.
Domínio 1 - Domínio físico (Q3,Q4,Q10,Q15,Q16,Q17,Q18)
Q3. Dor e desconforto; Q4. Energia e fadiga; Q10. Sono e repouso; Q15. Mobilidade;
Q16. Atividades da vida cotidiana; Q17. Dependência de medicação ou de tratamentos; Q18.
Capacidade de trabalho.
Domínio 2 - Domínio psicológico (Q5,Q6,Q7,Q11,Q19,Q26)
Q5. Sentimentos positivos; Q6. Pensar, aprender, memória e concentração; Q7. Auto-estima;
Q11. Imagem corporal e aparência; Q19. Sentimentos negativos; Q26. Espiritualidade/religião/crenças
pessoais.
Domínio 3 - Relações sociais (Q20,Q21,Q22)
Q 20. Relações pessoais; Q21. Suporte (Apoio) sócia; Q 22. Atividade sexual
Domínio 4 - Meio ambiente
Q8. Segurança física e proteção; Q9. Ambiente no lar; Q12. Recursos financeiros; Q13.
Cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade; Q14. Oportunidades de adquirir novas
informações e habilidades; Q23. Participação em, e oportunidades de recreação/lazer; Q24. Ambiente
físico: (poluição/ruído/trânsito/clima); Q25. Transporte.
Após isso será analisado cada domínio e feito uma revisão bibliográfica para
referenciar nossas descobertas, bem como a análise quantitativa e assim contribuir com o
entendimento desses dados e suas análises darão subsídios para o desenvolvimento de novas
pesquisas e o planejamento de intervenções junto aos cuidadores que se mostrarem mais
vulneráveis na prestação do cuidado a pessoas com deficiências.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os dados obtidos até o momento no presente estudo apontam para a importância de se
investir em pesquisas sobre o bem-estar subjetivo da população de cuidadores e poderão,
ainda, subsidiar os profissionais, especialmente da área da saúde, em suas práticas
assistenciais, visando a valorização da satisfação com a vida e promovendo um novo olhar
sobre a reabilitação das pessoas com deficiências.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Ysmilla Katalana Oliveira Figueiredo1; Adriele Erika da Silva2; Dr. Hélio Junior Rocha de
Lima.3
Introdução
O presente texto é resultado do estudo e pesquisa sobre imagem em educação
desenvolvido no âmbito do PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica),
no qual, por meio de leituras e discussões de diversos aspectos e conceitos, sistematizamos
caminhos acerca do tema. Durante o processo da pesquisa, foram surgindo alguns
questionamentos que deram impulso ao estudo, tais como: o que é a imagem? Existe uma forma
de conceituá-la? No decorrer dos estudos, poderemos verificar, ainda que preliminarmente, há
potência na imagem traduzida em um poder que atravessa as relações interpessoais. No entanto,
elencamos o teatro-imagem, por percebermos a sua aplicabilidade no âmbito educacional. Os
exercícios e jogos provocam reflexões sobre as pessoas como reprodutoras, recriadoras ou
criadoras, produtoras de imagens.
Assim, pudemos perceber que a sociedade produz e utiliza as imagens como uma
forma de interação entre as pessoas e o mundo ao seu redor. Loizos (in: BAUER; GASKELL,
2008, p. 138) declara que “o mundo em que vivemos é crescentemente influenciado pelos meios
de comunicação, cujos resultados, muitas vezes, dependem dos elementos visuais.
Consequentemente o ‘visual’ e a ‘mídia’ desempenham papéis importantes na vida social,
política e econômica”. Demostrando como a presença da imagem na vida das pessoas além de
ser crescente vem se tornando mais complexa.
A imagem na cena
Inicialmente, pode-se começar com a finalidade que é estabelecida para os exercícios
do teatro imagem. De que forma a imagem é vista, tratada e discutida dentro dessa técnica de
1
Estudante do curso de Pedagogia do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte, Integrante do projeto de pesquisa “Texturas: Imagem na pesquisa em educação”; e-mail:
ysmilla_katalana@hotmail.com
2
Estudante do curso de Pedagogia do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte, Integrante do projeto de pesquisa “Texturas: Imagem na pesquisa em educação”; e-mail:
adrielleerika@gmail.com
3
Professor do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Coordenador do
projeto de pesquisa “Texturas: Imagem na pesquisa em educação”; e-mail: heliolim@hotmail.com
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teatro? Qual é o objetivo dessa técnica e sua relação com a imagem? Ao escrever sobre o teatro
imagem, na verdade, ao sistematizar a técnica, no livro Stop: C’est Magique (BOAL,1980),
Augusto Boal coloca como objetivo desenvolver a capacidade de refletir sobre as imagens com
as quais as pessoas se deparam, ou seja, uma técnica que visa ajudar a ver aquilo que se olha.
Desse ponto surgem mais questionamentos, como: o que é preciso ver? Ou quais as imagens
que estão diante de nós e não vemos?
No dia a dia, por exemplo, as pessoas se envolvem com uma grande quantidade de
imagens de violência, veiculadas por jornais televisivos e online. Hoje, essas imagens se
tornaram comuns, e os acontecimentos que impactavam e causavam horrores não parecem
provocar mais sentimentos adversos. Ao que parece, a violência cotidiana está banalizada. As
imagens passam pelos olhos tão rapidamente e repetidamente que não se vê na sua totalidade,
e muitas imagens contidas nelas passam despercebidas. Tomando a fotografia como referência,
Barthes (1984, p. 27) destaca quatro pensamentos, ou “imaginários”, que estão presentes na
imagem e se chocam: o primeiro, é como sujeito fotografado se julga ser; o segundo, é como
ele queria que os outros o julgassem; o terceiro, é como o fotografo o julga, ou seja, como ele
imprime suas expressões nele; e o quarto e último, é como o fotógrafo o utiliza para divulgar
sua arte. Essas quatros noções estariam presentes na fotografia, e muitas vezes não se dá conta
delas. Pode-se pensar que algumas dessas noções transpassam o autorretrato e está presente em
fotografias no geral. Como Loizos (in: BAUER; GASKELL, 2008, p. 141) coloca: “A
informação pode estar na fotografia, mas nem todos estão preparados para percebê-la em sua
plenitude”.
Ao pensarmos sobre o objetivo para o qual o teatro imagem se propõe, podemos refletir
sobre a posição e a relação que temos com as imagens no nosso cotidiano. Muitas vezes ao
olharmos os noticiários, vemos fotografias e vídeos como prova de um fato. E é comum
escutarmos frases como “uma imagem vale mais que mil palavras” ou “a imagem não mente”.
De modo que algumas imagens são tidas como comprovações, como verdades, no entanto,
Loizos (in: BAUER; GASKELL, 2008, p. 138), ao discutir sobre a imagem, chama atenção
justamente para “uma falácia implícita na frase ‘a câmera não pode mentir’. Os seres humanos,
os agentes que manejam a câmera, podem e, de fato, mentem”, pode-se perceber isso através
das fakenews, por serem compartilhadas e, às vezes, atribuída credibilidade, isentas de um olhar
crítico da imagem. É também notório que Boal faz uma diferenciação entres o ver e o olhar,
logo entendemos que ele se refere a um olhar mais atento e sensível que possa perceber a
imagem de forma mais crítica e clara. Ao discutir sobre essa diferença de olhar e ver, Areal
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(2012, p 27) a “imagem é sempre semântica, isto é, tem um significado”, ou seja, ela passa uma
mensagem, há um sentido e, também, uma intenção.
O real x a imagem
As técnicas do teatro imagem, apresentadas por Boal (1980), atuaram como
parâmetros de jogos e exercícios que passaram a servirem como base para reflexão e análise
durante o processo da pesquisa. Por exemplo, a primeira dinâmica é a de ilustrar o tema com
seu próprio corpo. Os participantes, de acordo com as regras do jogo e sua sequência, vão
criando imagens corporais como forma de se expressar. Os jogadores comentam algo,
expressam suas emoções, e promovem o diálogo de imagens que são descritas, pelo
companheiro de jogo ou os demais jogadores, através de outra imagem. Na primeira parte do
exercício, os participantes fazem a imagem de forma individual, cada um a seu tempo. Na
segunda parte, chamada dinamização, todos fazem a imagem ao mesmo tempo. Segundo Boal
(1980. P 50-51), na primeira parte se tem uma visão pessoal, psicológica, sobre o tema, na
segunda tem-se uma visão social.
Outra técnica analisada é a imagem de transição (o real e o ideal) (BOAL, 1980, p.
61). Nesta técnica, primeiramente um grupo mostra uma imagem de opressão (real), qualquer
tipo de opressão que o grupo queira discutir. Depois eles devem mostrar uma imagem onde não
existe mais aquela opressão (ideal). Na dinamização dessa técnica pede-se que o grupo
apresente, de acordo com os sinais do pedagogo do teatro, as imagens de transição entre a
opressão real e o modelo ideal. Ou seja, pede-se que o grupo discuta visualmente formas de
superar aquela determinada opressão.
O pensar o que seria imagem e o que seria realidade dentro do exercício nos fez partir
de alguma perspectiva e, neste caso, a da pessoa que representa a opressão. Essa representação
é uma imagem impulsionada por uma situação real, uma coisa, algo concreto, de fato
acontecido. No entanto, ao pensar pelo olhar daqueles com quem se compartilha a imagem, ela
pode ser considerada real pelos demais, por se tratar de algo que se possa tocar e também fazer
uma imagem. Além disso, se há uma transição do “real” para o ideal, que realidade é essa?
Seria a opressão que se representa ou o que se apresenta naquele momento? Areal (2012, p.
65) coloca que “o conceito de imagem ou representação se opõe ao de apresentação ou
presentificação (presentation) ou presença da coisa. Uma imagem não se pode tocar (apenas a
superfície do seu suporte), ao contrário da coisa.” O que nos leva a pensar que podemos ter
tanto uma representação como uma apresentação da opressão real ou de um “ideal”.
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O teatro imagem conforme sistematizado por Augusto Boal (1980. p 61) “[...] consiste
em trabalhar um modelo, em provocar uma discussão com meios exclusivamente visuais. A
palavra, mais do que nunca, deve estar ausente, mas não o debate, que deve ser o mais intenso
e complexo possível”. Nota-se que a imagem, além de uma imitação, expressa o que é singular,
um pensamento que ao passo que soa individual, transpira o coletivo. A imagem abre as mais
diferentes opiniões sobre um tema de interesse do grupo. Acordos e desacordos que se
estabelecem ou se acirram nas relações sociais. Uma questão real é tratada naquele momento,
não é uma representação de algo ou alguém, mas a própria pessoa se expressando.
Considerações finais
Portanto, a partir das representações no teatro imagem pode-se fazer outras leituras,
criando outras imagens sobre a coisa apresentada. Aquilo que está sendo mostrado ao
espectador não há só uma representação, mas uma apresentação, então constrói-se a partir disso
um significado. Assim como Areal (2012, p. 69) fala das esculturas, “podemos tocá-la, podemos
olhá-la de diferentes pontos de vista; são já objectos, não são apenas imagens.”. Então, o que
pudemos perceber é que dentro deste teatro transita-se entre o real e a imagem, ou apresentação
e representação. Sendo que essa transição nos possibilita um outro olhar sobre a imagem.
O teatro imagem conforme sistematizado por Augusto Boal (1980. p 61) “[...] consiste
em trabalhar um modelo, em provocar uma discussão com meios exclusivamente visuais. A
palavra, mais do que nunca, deve estar ausente, mas não o debate, que deve ser o mais intenso
e complexo possível”. Nota-se que a imagem, além de uma imitação, expressa o que é singular,
um pensamento que ao passo que soa individual, transpira o coletivo. A imagem abre as mais
diferentes opiniões sobre um tema de interesse do grupo. Acordos e desacordos que se
estabelecem ou se acirram nas relações sociais. Uma questão real é tratada naquele momento,
não é uma representação de algo ou alguém, mas a própria pessoa se expressando.
Agradecimentos
À FE – Faculdade de Educação
Ao Centro de Educação de Jovens e Adultos de Mossoró
À Propeg/UERN
Ao LEFREIRE
AO RESPED
Ao PIBID/Pedagogia
Referências
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LOIZOS, Peter. Vídeo, filme e fotografias como documento de pesquisa. In. BAUER, Martin
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SOUZA, V. L. C. A., & Olária, V. (2014). Outros olhares sobre o uso da imagem em
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Lúcio Romero Marinho Pereira1; Manoel Matias de Carvalho Neto2; Millena Fernandes das
Chagas3; Ricélio Fontes da Silva4
Introdução
Metodologia
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Resultados e Discussão
Na sua maioria, os apenados eram solteiros, com 38 (trinta e oito) ocorrências, além
disso, 30 (trinta) deles não possuíam filhos, mostrando fragilidade nas suas relações sociais e
prematuridade no ingresso ao tráfico de drogas. Nesse sentido, do contingente pesquisado,
dividiu-se por faixa etária, encontrando-se o seguinte quadro: 19 (dezenove) foram
condenados entre 18 e 21 anos, 15 (quinze) entre 22 e 25 anos e 20 (vinte) entre 26 e 30 anos.
Assim, eram jovens 54 (cinquenta e quatro) apenados, à data do crime. Este fato justifica o
elevado índice de 55 (cinquenta e cinco) apenados não reincidentes, pois essa faixa etária
demarca a maior ocorrência do início da prática de crimes de drogas na maioridade e,
consequentemente, a primeira condenação.
Quanto ao grau de instrução, demonstrou-se uma baixa escolaridade, visto que 29
(vinte e nove) apenados possuíam o ensino fundamental e apenas 6 (seis) o ensino médio,
sendo os demais, 3 (três) sem escolaridade, 12 (doze) alfabetizados e 27 (vinte e sete) não
especificados.
No que pese ao gênero, o tráfico de drogas mostra-se um crime extremamente
masculino, sendo constatado 58 (cinquenta e oito) homens contra 19 (dezenove) mulheres,
mesmo assim, a presença de mulheres, em se comparando à ocorrência em outros crimes, é
bastante elevada.
Em relação à etnia, a pesquisa contabilizou 16 (dezesseis) apenados negros, 28 (vinte e
oito) pardos e 11 (onze) brancos. Com isso, para cada 1 (um) apenado branco, há 4 (quatro)
do grupo formado por negros e pardos. Essa proporção representa a discrepância racial
existente no Brasil, marcada por um longo período de escravidão, que resultou em um cenário
atual de forte desigualdade social (BATISTA, 2003). Um Estado Penal, por sua vez, cria uma
seletividade em face das populações menos favorecidas e sujeitas a determinados tipos de
crimes que ocorrem em virtude desta condição (CARDOSO e MONTEIRO, 2013), como o
tráfico de entorpecentes e a sua promessa de rentabilidade. Por consequência disso, verifica-se
a presença de uma biopolítica criminal que estigmatiza negros e pardos com o argumento
racista de que estes são propensos a prática de atos criminosos (LEMOS, AQUIMES et al.,
2017).
A pesquisa demonstrou que 17 (dezessete) apenados eram desempregados, ao passo
que 44 (quarenta e quatro) trabalhavam ao tempo do delito. No entanto, a análise das
profissões encontradas na pesquisa revelou que os empregados são de baixa remuneração,
com profissões que são limitadas a uma renda média mensal de valores entre R$ 1.382,75
(mil trezentos e oitenta e dois reais, e setenta e cinco centavos) pago a um soldador e R$
996,60 (novecentos e noventa e seis reais, e sessenta centavos) a um gesseiro (CAGED,
2019), gravitando bem próximo em torno da linha nacional de pobreza estabelecida de acordo
com a orientação do Banco Mundial (IBGE, 2019), que tem como patamar atual uma renda
mensal per capita de R$ 904,20 (novecentos e quatro reais e vinte centavos)5.
A fragilidade econômica dos apenados torna-se mais evidente ao olharmos para as
localidades de suas residências antes da prisão. O valor médio do metro quadrado em 20
(vinte) dos 22 (vinte e dois) bairros de Mossoró encontrados na pesquisa, quais sejam Santo
Antônio; Abolição IV; Belo Horizonte; Dom Jaime Câmara; Barrocas; Bom Jardim;
Redenção I; Santa Delmira; Alto da Conceição; Alto do Sumaré; Três Vinténs; Nova
5
Taxa de conversão da paridade de poder de compra para consumo privado. US$ 1,00 PPC para R$ 5,48, em
29/06/2020.
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Mossoró; Paredões; Aeroporto II; Costa e Silva; Aeroporto I; Rincão; Ilha de Santa Luzia;
Planalto 13 de Maio e Boa Vista, são de 1,33 a 8,52 vezes mais baratos em comparação ao do
bairro Nova Bethânia6, considerado um de maior valorização imobiliária da cidade.
De outra banda, no tocante a capitulação do crime em que incorreram os apenados das
88 (oitenta e oito) sentenças pesquisadas, dessume-se que o tráfico de drogas previsto no art.
33, caput da Lei 11.343/06, ostenta o maior número de ocorrências, abrangendo um total de
56 (cinquenta e seis) condenados, ao passo que, logo em seguida, o crime de associação para
o tráfico, previsto no art. 35 da citada lei, representou apenas 9 (nove) casos. As elevadas
ocorrências do delito de tráfico de drogas, entre outras razões, dão-se em falta de disposição
legal objetiva do que seria uso e tráfico, fato esse que repercute diretamente na superlotação
carcerária. A despeito disso, observa-se que das 88 (oitenta e oito) sentenças proferidas, em
33 (trinta e três) delas o juiz fixou como regime inicial o fechado, ao passo que 28 (vinte e
oito) ao regime semiaberto e 17 (dezessete) ao aberto; as 4 (quatro) restantes correspondem a
penas restritivas de direito.
Da análise acurada das sentenças, verifica-se, ainda, uma certa resistência acerca da
aplicação da minorante prevista no § 4.º do art. 33 da Lei 11.343/06, tendo em vista que sua
aplicação representa apenas 20 (vinte) incidências. Nos termos desse artigo, a aplicação da
causa de diminuição de pena é restrita aos réus primários, de bons antecedentes, que não se
dediquem às atividades criminosas nem integrem organização criminosa. Em boa parte dos
casos, notou-se que a negativa a esse benefício se deu não pelo réu integrar organização
criminosa, posto que tão somente 6 (seis) réus apresentaram tais características, mas sim em
razão da dedicação a atividade criminosa, que é um critério imbuído de considerável
subjetividade, o que enseja questionamento, porquanto ser esse também um fator do alto
encarceramento na cidade de Mossoró. A subjetividade revelou-se frequentemente com a
seguinte expressão: utilizar a droga como meio de vida.
Dentre os fatores para a aplicação da pena, é considerado a quantidade de droga
apreendida no momento do flagrante. Com efeito, as drogas apreendidas resumiram-se a
maconha, crack e cocaína, presentes em 54 (cinquenta e quatro), 45 (quarenta e cinco) e 18
(dezoito) ocorrências, respectivamente. Nesse contexto, nos casos que a maconha esteve
presente, em 33 (trinta e três) destes foram apreendidas, no máximo, 100 (cem) gramas ou
100 (cem) trouxinhas, já na perspectiva do crack, foi encontrada a mesma proporção em 31
(trinta e um) incidentes, ao passo que o quadro se repetiu em 11 (onze) oportunidades com a
cocaína. O elevado índice de prisões por baixas quantidades de drogas é um reflexo da
política antidroga, a qual não foca sua atenção pública às organizações criminosas,
aprisionando, na maioria das vezes, apenas pequenos varejistas (WACQUANT, 2003). Este
quadro se coaduna ao pensamento de Olavo Hamilton (ANDRADE, 2015), quando afirma
que a maioria dos encarcerados são pequenos traficantes sem vínculo direto com atividades
violentas.
Nesse fio condutor, vale dizer que das 88 (oitenta e oito) sentenças proferidas, 46
(quarenta e seis) delas condenaram os réus a penas entre 4 a 8 anos, enquanto as penas acima
de 8 anos denotam 13 (treze) condenações e aquelas abaixo de 4, juntamente com as
restritivas de direitos, correspondem a 29 (vinte e nove) condenações.
Na tramitação dos processos de conhecimento predominou a defesa constituída, à
medida que na fase de execução os números se equilibraram, o que aponta para uma
dificuldade financeira de manutenção de uma defesa patrocinada as suas expensas. Contudo,
mesmo havendo em maioria advogados constituídos, tramitaram 28 (vinte e oito) destes
processos de conhecimento em menos de 1 (um) ano, denotando que não houve levantamento
de grandes questionamentos probatórios e processuais por parte da defesa técnica.
6
Essa constatação adveio das informações obtidas através da Prefeitura municipal de Mossoró, por meio da
Secretaria da fazenda, com base nos dados do SIAT-SEFAZ/FMM, de 01/06/2018 a 01/06/2020.
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Conclusão
Referências
ANDRADE, Olavo Hamilton Ayres Freire de. Princípio da proporcionalidade e guerra contra
as drogas. 2° ed. Natal – RN: OWL, 2015.
BATISTA. Vera Malaguti. Difíceis Ganhos Fáceis. Drogas e Juventude Pobre no Rio de
Janeiro. 2° ed. Rio de Janeiro: Revan, 2003.
CAGED. Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Perfil do município. Ministério
da Economia, Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, 2019. <Disponível em:
http://pdet.mte.gov.br/perfil-do-municipio> Acesso em: 03 jul. 2020.
IBGE. Síntese de indicadores sociais. Uma análise das condições de vida da população
brasileira, 2019. <Disponível em:
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101678.pdf> Acesso em: 30 jun. 2020.
LEMOS, Flávia Cristina Silveira et al. O extermínio de jovens negros pobres no Brasil:
práticas biopolíticas em questão. A Revista Pesquisas e Práticas Psicossociais. v. 12, n. 1
(2017). p. 164-174.
WACQUANT, Loic. Punir os pobres: a nova gestão da miséria nos Estados Unidos. Instituto
Carioca de Criminologia. Coleção Pensamento Criminológico. Volume: 6. Rio de Janeiro:
Freitas Bastos, 2003.
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Juliana Kallyne Torres Marinho1; Pedro Antônio Marques Firmino2; Jamilson Azevedo
Soares3
INTRODUÇÃO
Os jovens como sujeitos sociais assumem cada vez maior protagonismo a partir de
suas percepções, comportamentos e práticas espaciais em relação às transformações e seus
desdobramentos sob a égide da modernidade urbana.
Os estudos sobre o(s) espaço(s) público(s) inseridos nos cenários urbanos em processo
de reconfiguração/requalificação quanto à forma e o seu consequente rebatimento em relação
aos usos e apropriações pelos jovens da cidade, certamente, ampliam as possibilidades para
um maior conhecimento sobre a realidade urbana local e suas significações para as trajetórias
e narrativas dos jovens contemporâneos.
O estudo objetiva compreender as transformações no(s) espaço(s) público(s) em
Mossoró/RN e seus reflexos no contexto dos seus segmentos juvenis, notadamente em relação
aos usos e apropriações desses espaços por esse tipo de público, na contemporaneidade.
METODOLOGIA
Inicialmente, consistiu no aporte teórico proporcionado pela literatura específica de
autores que teorizaram sobre espaço público e suas transformações no contexto das cidades
contemporâneas e também sobre as práticas espaciais dos segmentos juvenis urbanos, a
exemplo de Gomes (2012), Carlos (2011), Santos (2007), Serpa (2007), Groppo (2004),
Dayrel (2003), Carrano (2013), entre outros. A partir das contribuições no campo teórico,
elaborou-se um questionário com 15 questões que visavam contemplar os objetivos definidos.
Assim, realizou-se uma pesquisa através do formato on-line com a aplicação de 103
questionários eletrônicos com questões abertas e fechadas a jovens de 15 a 29 anos residentes
em diferentes espaços da cidade.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
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Acerca da quantidade dos espaços públicos da cidade (Gráfico 8), 44,7% dos jovens
responderam que eram pouco suficientes; semelhantemente, 44,7% responderam insuficientes
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e apenas 7,8% apontaram os espaços públicos como suficientes, indicando uma carência
quase que unânime acerca dos espaços públicos disponíveis para os jovens, apesar dos
espaços já existentes na cidade.
CONCLUSÃO
No contexto das cidades contemporâneas, a relação entre espaço público e os diversos
segmentos sociais urbanos podem ganhar novos significados a partir das apropriações e dos
usos que fazem dos espaços e equipamentos existentes. Em Mossoró/RN, essa realidade
ganhou uma maior dimensão com as transformações processadas em uma parte de sua área
central que possibilitou o surgimento de espaços para a realização de festas, eventos e para a
prática da convivência e sociabilidade.
Nesse sentido, as formas espaciais readequadas/revitalizadas passaram a compor o
cenário para os novos conteúdos e sentidos dados a esses espaços, com reflexos no cotidiano
de grande parte dos jovens locais que passaram a frequentar, usar e se apropriar desses novos
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AGRADECIMENTOS
À PROPEG/UERN pela oportunidade propiciada através do PIBIC de adentrar os
caminhos iniciais da pesquisa, constituindo-se como uma etapa relevante para uma formação
com mais motivação, empenho e qualidade.
REFERÊNCIAS
CARLOS, Ana Fani Alessandrini. A Condição espacial. São Paulo: Contexto, 2011.
CARRANO, Paulo César Rodrigues. Jovens na cidade. In: Trabalho e sociedade, 2001, ano
I, n. 1. <http://paulocarrano.wordpress.com/>. Acesso em 10.01.2013.
DAYREL, Juarez. O jovem como sujeito social. In: Revista Brasileira de Educação, n. 24,
set./dez. 2003.
GOMES, Paulo César da Costa. Espaços públicos: um modo de ser do espaço, um modo de
ser no espaço. In: CASTRO, Iná Elias de; GOMES, Paulo Cesar da Costa; CORRÊA, Roberto
Lobato. Olhares geográficos: modos de ver e viver o espaço. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
2012.
GROPPO, Luís Antônio. Dialética das juventudes modernas e contemporâneas. In: Revista
de educação do COGEIME, ano 13, n. 25, dez./2004.
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1
Aluna do 4º período do curso de Pedagogia da UERN.
2
Professora da Faculdade de Educação da UERN. Disciplina de Política e Planejamento da Educação Básica.
Mestre em políticas e Práxis da Educação (UFRN), membro do grupo de pesquisa do FORMEPE.
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Municipal de Educação. Para sua efetiva implementação faz necessário o empenho de todos
gestores, supervisores, professores, alunos e pais.
O Mapa Educacional
Metodologia
Resultados e discussão
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definidas, ressaltando que a medida que o estado moderno muda suas formas de organização e
gerenciamentos das suas funções, o campo educacional também é afetado e tende a se
modificar.
Conclusão
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Referências Bibliográficas
BRASIL. Lei de Diretrizes e bases da educação nacional. Nº 9.394/96 de 20 de dezembro de
1996. Diário Oficial da União, Brasília, 23 de dezembro 1996.
_______. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988.
_______. Lei nº 13.005, de 25 de julho de 2014. Aprova o plano Nacional de Educação. PNE e
dá outras providências. Disponível em: <http: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/ _Ato2011-
2014/Lei/L13005.htm>. Acesso em 25 de julho de 2020.
FREITAS. Dirce. Reflexos da avaliação centralizada na educação municipal. Disponível
em<https://www.anpae.org.br/simposio2011/cdrom2011/PDFs/trabalhosCompletos/comunicac
oesRelatos/0136.pdf> Acesso em 24 de julho de 2020
JORNAL OFICIAL DE MOSSORÓ. Mossoró, ano XI, n. 501-c, Mar./2019
MATIAS, Maria. PEREIRA, Gilson. A política pública educacional de Mossoró: uma submissão
a lógica de mercado? POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO BRASIL. Mossoró: Edições
UERN,2016
MONLEVADE, J. Educação pública no Brasil: contos & descontos. Ceilândia, DF: Idea,1997.
MOSSORÓ.leismunicipais.com.br/a/rn/m/mossoro/lei-ordinaria/2010/272/2717/lei-ordinaria-
n-2717-2010-institui-a-política-de-responsabilidade-educacional-no-municipio-de-mossoro-e-
da-outras-providencia.
TERTO, Daniela. PEREIRA, Raphael. A nova gestão pública e as atuais tendências da gestão
educacional brasileira. Disponível em <
https://anpae.org.br/simposio2011/cdrom2011/PDFs/trabalhosCompletos/comunicacoesRelatos
/0121.pdf > Acesso dia 24 de julho de 2020.
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Raquel Cunha Paiva1; Carlos Daniel Silva e Souza2; Gutemberg Henrique Dias3
INTRODUÇÃO
A cidade de Mossoró está localizada entre duas capitais, Natal-RN e Fortaleza-
CE, de acordo com o IDEMA (2008), possui área total de 2.110,21 km² e está situada
geologicamente na bacia potiguar, com todo seu território inserido na bacia hidrológica
do Rio Apodi-Mossoró. A área urbana de Mossoró é cortada pelo rio, ou seja, o mesmo
está incluído na vivência dos moradores da cidade, esse fator pode proporcionar danos ao
meio ambiente caso o uso e cobertura da terra seja realizado de forma irregular, nas
proximidades dos cursos de águas que são consideradas áreas vulneráveis.
A Cobertura e Uso da Terra está diretamente relacionada com o meio ambiente e
a forma como o mesmo é tratado, pelo fato da área urbana está incluída nas proximidades
do rio. Em algumas situações tem havido ocupações em áreas de risco ambiental podendo
ocorrer a degradação ao meio ambiente e intensificar a vulnerabilidade ambiental da área.
Nesse sentido, Chaves e Lopes (2008, p. 10) apontam que a “vulnerabilidade representa
o grau de fragilidade de uma área e/ou de uma população, assim como a sua possível
capacidade de resposta diante da materialização de um acontecimento danoso”. Os danos
que potencializam a vulnerabilidade da área urbana têm sido causados por descargas de
esgotos domésticos e industriais (ANDRADE; FELCHAK, 2009) e a retirada da mata
ciliar.
A partir dessa análise, o presente trabalho visa estudar a vulnerabilidade ambiental
e a pressão urbana exercida sobre uma área delimitada entre a Av. Coelho Neto, Alberto
Maranhão, Jerônimo Dix-Neuf Rosado e a Francisco Mota, onde existe uma concentração
urbana mais próxima do rio.
METODOLOGIA
A metodologia aplicada na presente pesquisa se iniciou através de revisões
bibliográficas prévias, que proporcionaram o foco da pesquisa, como também a contínua
leitura durante a elaboração do trabalho. A partir da metodologia de Alves (2006), que
desenvolveu as bases para elaboração de mapa de vulnerabilidade ambiental na cidade de
São Paulo, foi construída uma estrutura de dados geográficos a partir de informações
extraídas dos setores censitários do IBGE (2010), utilização da base cartográfica da área
urbana de Mossoró-RN mapeada pelo Laboratório de Geografia Física (LAGEF) da
UERN, bem como, a partir do uso de imagem de satélite oriunda do Google Earth que
serviu para identificar o polígono delimitador da área do projeto.
A base cartográfica foi estruturada no software QGis 3.4, tendo sido construído o
mapa de Risco Ambiental, baseado em Dias (2013), que optou “pela distância de 100
1
Estudante do curso de Licenciatura em Geografia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte;
e-mail: raquelcuunha@gmail.com
2
Estudante do curso de Licenciatura em Geografia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte;
e-mail: daniel.souza.cd@gmail.com
3
Professor do departamento de Geografia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail:
gutembergdias@uern.br
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metros dos cursos d’água devido à área dos setores censitários e a própria geometria das
drenagens que se encontram localizadas em vales abertos facilitando o espraiamento
águas quando em períodos de enchentes”. A partir da área urbana do rio foi delimitado o
buffer, onde mais de 50% dentro dessa área é considerado ALTO risco de vulnerabilidade,
e menos de 50% dentro dessa área é considerado BAIXO risco. No mapa de Degradação
Ambiental, foi usada como base a “variável 17” (domicílios articulados permanentes com
banheiro de uso exclusivo dos moradores com sanitário e esgotamento sanitário via rede
geral de esgoto ou pluvial) do censo IBGE (2010), onde mais de 50% da área saneada é
considerada de BAIXO índice de degradação ambiental, e menos 50% da área saneada é
considerada ALTO índice. Através da elaboração e junção dos mapas de risco ambiental
e degradação ambiental associados à malha digital dos setores censitários do município
de Mossoró, foi construído o mapa de Vulnerabilidade Ambiental da área em estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com o resultado do mapa de Risco (figura 1), vale destacar, que o bairro Ilha de
Santa Luiza, localizado no centro da área de estudo, está situado quase totalmente em
áreas de Alto Risco Ambiental, situação que pode ocasionar vários danos ao meio
ambiente, em visita a campo foi possível identificar que as construções residenciais
predominam nesse bairro, mas também existe a presença de comércios em geral. Os
bairros Centro e Alto da Conceição (localizados na área noroeste da área de estudo) são
locais com grande dinâmica urbana, ocupados por construções variadas, comércio,
residências, áreas de lazer etc.
Figura 1: Mapa de Risco
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CONCLUSÃO
A maior parte da área de estudo está sendo usada e coberta por diversos tipos de
empreendimentos (Figura 4), muitas vezes em locais impróprios em desacordo com as
leis ambientais, provocando impactos ao meio ambiente, pode-se destacar que as áreas de
preservação permanente não estão sendo respeitadas, prova disso é a quantidade de
construções ocupando essas áreas, inclusive por empreendimentos classificados como de
grande potencial poluidor.
Figura 4: Mapa de Uso e Cobertura da Terra
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, H. P. F. et al. Vulnerabilidade socioambiental na metrópole paulistana: uma
análise sociodemográfica das situações de sobreposição espacial de problemas e riscos
sociais e ambientais. Revista Brasileira de Estudos de População, 2006.
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Leandro Gomes Silva1; Ana Beatriz de Souza Lima2; Francisco Jeferson Marcelino Pinto3; Maria
Euzimar Berenice Rego Silva4
Introdução
A gravidez desencadeia várias transformações na mulher, que por sua vez, será uma futura
mãe, seja fisicamente ou psicologicamente, as mudanças serão inevitáveis. É uma necessidade do
corpo se adequar a nova realidade que uma gravidez pode trazer. Junto a isso, como sublinha Stein-
ner ( 1983), sabemos da importância dos vínculos afetivos para o desenvolvimento integral da cri-
ança. Assim, nosso trabalho nasce da curiosidade de saber como as mulheres mães de primeiro fi-
lho/a membros dos Projeto de Extensão “DIÁLOGOS SERRANOS PORTALEGRENSES: IN-
FÂNCIA E AUTOEDUCAÇÃO” (Diálogos Portalegrenses) trabalharam ou não maneiras de aflo-
rar os laços afetivos com seus filhos durante a gravidez, pois, é importante saber que estímulos fo-
ram mobilizados por essas mulheres, de modo que, a personalidade do bebê vai sendo formada de
acordo com sua relação com a mãe, afinal de contas, o primeiro ser com quem a criança se comuni-
ca é com a mãe desde a gestação. Isso nos leva a refletir sobre várias situações, entre elas: Se a gra-
videz foi planejada? Quais vínculos foram mobilizados durante toda a gestação? Portanto, nosso
objetivo geral é: Refletir sobre os vínculos afetivos com a criança durante a gestação e os primeiros
dias de vida pelas mães membros do Projeto de Extensão "Diálogos Portalegrenses", e os objetivos
específicos são: identificar as políticas públicas voltadas para a gestação que estimule a afetividade
na gestação; comparar as percepções das mães participantes das ações do Projeto de Extensão "Diá-
logos Portalegrenses" sobre os vínculos afetivos na formação humana, segundo a faixa etária e o
nível de escolaridade; conhecer os impactos das vivências afetivas para os bebês durante a gestação
e os primeiros dias de vida na formação humana; observar/comparar as mulheres que tiveram mais
de uma gestação e/ou aborto a mudança nesses vínculos.
Metodologia
Nossa pesquisa está relacionada com as atividades do Projeto de Extensão “Diálogos Porta-
legrenses” e foi pensada, do ponto de vista metodológico, buscando articular os estudos já realiza-
dos acerca do tema com outras leituras para fundamentar melhor nosso trabalho. Nossa pesquisa é
de cunho qualitativo e foi realizada da seguinte maneira: a) estudos bibliográficos relacionados ao
tema, entre os teóricos, podemos citar: Steiner (1983) que trata da importância do desenvolvimento
integral da criança e da afetividade; Winnicott (1982) sobre mães e bebês desde a gestação e os
primeiros tempos de vida ; e Luzes (2012) que discorre sobre a Ciência do Inicio da Vida (CIV),
entre outros; b) pesquisa documental sobre políticas públicas locais voltadas para a gestação e a
primeira infância, com destaque para as ações da Secretaria Municipal de Trabalho, Habitação e
Assistência Social (SEMTHAS), através do Programa Criança Feliz e dos grupos de gestantes do
1
Discente voluntário do PIBIC/UERN e estudante do 2º Período do Curso de Letras Espanhol do CAPF - da Universi-
dade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: leand_silva@hotmail.com.
2
Bolsista do PIBIC-EM/UERN/CNPq e discente do 3º Ano da Escola Estadual Margarida de Freitas - Ensino Médio,
Portaegre/RN. E-mail: cristianaandreaso@gmail.com.
3
Bolsista do PIBIC-EM/UERN/CNPq e discente do 3º Ano da Escola Estadual Margarida de Freitas - Ensino Médio,
Portaegre/RN. E-mail: jefersonadonai07@gmail.com.
4
Mestra em Ciências Sociais e professora orientadora, vinculada ao Departamento de Educação, CAPF/UERN; Vice-
Líder do Grupo de Pesquisa “Formação, Memória e Políticas Públicas”; e-mail: berenicesilva@uern.br.
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Resultados e Discussão
A SEMTHAS no município de Portalegre, RN, conta com dois grupos de gestantes, vincu-
lados aos territórios de atuação dos dois Centros de Referência e Assistência Social (CRAS). Se-
gundo informações da SEMTHAS, de 2018 até fevereiro de 2020, os grupos de gestante tiveram
144 atendimentos, sendo que 45 gestantes estavam fora do perfil para inclusão no grupos do CRAS
I ou II ou não participaram das reuniões mensais e por isso não receberam o kit. Atualmente, estão
sendo acompanhadas regulamente 10 gestantes (PORTALEGRE, 2020a).
A faixa etária das gestantes atendidas de 2018 a fevereiro de 2020, variou entre 45 e 13 a-
nos de idade. Aparecendo um número significativo de gestantes adolescentes, 12 gestantes entre 13
e 17 anos de idade, das quais 05 viviam na zona rural (PORTALEGRE, 2020a).
Conclusões
Agradecimentos
Referências
A importância das relações afetivas. Trecho do filme “O Começo da Vida”, dirigido por Estela
Renner e produzido por Maria Farinha Filmes. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=cRGgY_R3OGc. Acesso em: 14 set.2020.
WINNICOTTI, Donald W. A Criança e o seu mundo. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1982.
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 867
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Resumos expandidos de
CIÊNCIAS SOCIAIS
APLICADAS
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Introdução:
O professor deve ter em mente que as temáticas trabalhadas em sala deverão contribuir para a
formação de um determinado perfil de sujeito atuante em uma dada sociedade, em determinado
momento histórico. Para desenvolver um trabalho condizente com essa perspectiva, é importante
o docente realizar escolhas metodológicas que favoreçam o desenvolvimento de uma prática
pedagógica que seja pautada na formação desse novo tipo de sujeito: crítico e autônomo, nos
termos postos por Nóvoa (1995). Portanto, o desafio que se apresenta ao docente, em especial ao
professor de Direito, tido como um curso com perfil conservador e tecnicista é o de rever o seu
pensar e agir pedagógico em consonância com os referenciais teóricos e práticos presentes na
contemporaneidade, havendo necessidade de repensar sua prática e romper com o ritual
1
Professora do Departamento de Direito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Participante do Grupo
de Pesquisa Cidadania, Participação Popular e Políticas Públicas – UERN; e-mail: inessavasconcelos@gmail.com
2
Professora do Departamento de Direito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Participante do Grupo
de Pesquisa Clínica de Direitos Humanos – UFPR e do Grupo de Pesquisa Estado, Segurança Pública e Cidadania –
UERN. E-mail: fernandaabreu@uern.br
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Metodologia:
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Resultados e Discussão:
O projeto teve ampla aceitação pela comunidade acadêmica da FAD/UERN, com boa
participação e comprometimento do corpo docente, tendo sido constatado um significativo
aumento na utilização das metodologias ativas e ferramentas de TICs pelos docentes nas
disciplinas do Curso de Graduação em Direito, a exemplo do uso da sala de aula invertida,
gamificação, do método de caso; Role-Playing, debates, diálogos e simulações, além da
produção de mídias com temática jurídica pelos discentes, uso de ferramentas como a vídeo
conferência e sala de aula virtual (Google classroom), aula-pesquisa em revistas e jornais online,
ensino jurídico com vídeos do Youtube etc, fortalecendo, assim, o aprendizado dos componentes
curriculares e, por fim, a pesquisa em si, a geração de conteúdos disponibilizados na página
eletrônica do curso de Direito e realização de eventos, contribuindo, portanto, para a melhoria da
qualidade da educação jurídica, uma vez que propiciou maior reflexão sobre a prática pedagógica
docente, tendo como parâmetro a estrutura do processo de ensino-aprendizagem e seus
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No entanto, destaque-se que as atividades do projeto foram, em parte, comprometidas pelo início
do programa de Doutorado Interinstitucional em Direito, iniciado no ano de 2019, em que parte
dos docentes do curso está matriculado, dificultando a realização de reuniões e encontros do
projeto, sendo de grande importância que este possa ser redimensionado e tenha continuidade.
Conclusões
As ações desenvolvidas pelo projeto na seara do uso das novas metodologias na educação
jurídica mostram, para além da importância de aprender sobre tais teorias, que é preciso propiciar
aos docentes da FAD a imersão imediata em sua esteira prática (aprender pelo fazer), para que
então ampliem exponencialmente a utilização das metodologias e ferramentas favoráveis ao
protagonismo discente.
Agradecimentos
Referências
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NÓVOA, A. Vidas de Professores. 2. ed., Porto Editora, Porto, 1995. (Coleção Ciências da
Educação).
_____, Horácio Wanderlei; ARRUDA JÚNIOR, Edmundo Lima de (org.). Educação jurídica:
temas contemporâneos. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2011. p 383-383 Disponível em:
Acesso em: 10 set 2016.
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INTRODUÇÃO
Desde o século passado, tanto no Brasil, quanto em outros países, buscam-se alternativas
para reduzir as discrepâncias existentes dentro da sociedade, sejam elas oriundas das relações
de gêneros, sexualidades, etnias, raças, nacionalidades ou classes sociais. Como opção para
solucionar esse problema, a instituição das ações afirmativas foi pensada. Se no início a atenção
se voltou ao mercado de trabalho, foi na área da educação que esse instituto ganhou mais força
no nosso país, principalmente, quando se pensa no acesso ao ensino superior como ferramenta
transformadora de realidades e redutora de desigualdades.
Nessa ocasião, o Direito desempenha um papel chave na caminhada para alcançar esse
objetivo. Cabe a ele cumprir a alcunha que o senso comum lhe outorga: de ser a “Justiça”. Para
tanto, seu principal aliado é a norma, algo que muitas vezes também lhe é aplicado como
sinônimo. É possível questionar-se, porém, se um texto normativo tem toda essa capacidade de
atender às expectativas geradas, em especial nesse caso específico já que a redução de
desigualdade social é um trabalho complexo e hercúleo. Quando se trata de norma, é possível
analisá-la sobre os seguintes planos: validade, vigência, eficácia social e, também, efetividade.
Este último, é o que mais nos interessa para saber a relação da norma com a realidade. É no
plano da efetividade que é possível perceber se os objetivos para os quais se elaborou uma
legislação conseguem ser alcançados na prática ou não.
Assim sendo, a norma que será analisada neste momento é a Lei Estadual do Rio Grande
do Norte, nº 8.258, de 27 de dezembro de 2002 (RIO GRANDE DO NORTE, 2002), dispositivo
normativo que institui a ações afirmativas, mais precisamente na modalidade de “Cota
Socioeconômica” na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN. É com base
nesse questionamento que se estrutura este trabalho, cujo objetivo consiste em analisar a
efetividade da cota socioeconômica na Faculdade de Direito da UERN.
METODOLOGIA
1
Graduando em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e
bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC; E-mail:
franciscocavalcante@alu.uern.br.
2
Graduando em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e
voluntário do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC; E-mail:
tharletonsantos@alu.uern.br.
3
Doutor em Direito pela Universidade de Brasília (UnB), Mestre em Direito pela Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN), Professor da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
(UERN); E-mail: laurogurgel@uern.br.
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RESULTADOS E DISCURSÃO
4
A Diretoria de Admissão, Registro e Controle Acadêmico (DIRCA) é vinculada à Pró-Reitoria de Ensino de
Graduação (PROEG), sendo responsável pelo registro e controle dos atos acadêmicos do/a discente de graduação
na UERN, desde a entrada na instituição até o momento da Colação de Grau. Compet e a essa Diretoria a emissão
oficial de dados referentes ao ensino de graduação na UERN para os diversos setores da Reitoria, Pró -Reitorias,
Faculdades, Campi e Departamentos, bem como dados e informações para a Sociedade em Geral (UERN, 2019).
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Pelo contrário, as cotas se evidenciam bem sucedidas na Faculdade de Direito. São dotadas,
portanto, de efetividade normativa.
CONCLUSÃO
De posse dos dados obtidos na DIRCA, concluímos que a Lei Estadual nº 8.258, de 27
de dezembro de 2002, do Rio Grande do Norte, detém efetividade normativa, tendo em vista
que aquele indivíduo, que antes era excluído do espaço universitário e do curso de Direito da
UERN, consegue nele adentrar, cursar e concluir tal qual os demais estudantes.
A lei consegue atender aos requisitos para efetividade normativa propostos por Neves
(1994) e aos objetivos traçados por Haas e Linhares (2012), já que o estudante, de posse do
diploma de ensino superior, poderá exercer a carreira jurídica que escolher e galgar novos
espaços, outros patamares econômicos, e mudar a realidade na qual ele está inserido.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
HAAS, C. M.; LINHARES, M. Políticas públicas de ação afirmativa para admissão em ensino
superior são justificadas no Brasil? Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Brasília, v.
93, n. 235, p. 836-863, 2012. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-
66812012000400015&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 01 mar. 2020.
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Yasmin Cristina Dias da Silva1; Maria Audenora das Neves Silva Martins2
Palavras-chave: Educação. Criminalidade. Crianças e Adolescentes. ECA.
INTRODUÇÃO
Hodiernamente, a criminalidade na juventude brasileira tem apresentado altos índices,
contudo, a morte de jovens (15 e 29 anos) por homicídio não é um fenômeno recente, podendo
ser observado desde a década de 1980. No Rio Grande do Norte, a taxa de homicídios nessa
faixa etária, em 2017, foi a maior do país. Essa infeliz e alarmante situação traz à tona a
precariedade dos serviços públicos, não só na área da segurança, mas, principalmente, na raiz
do problema, a precariedade ao acesso e a qualidade da educação pública no Brasil.
A pesquisa desenvolvida analisou as leis na Constituição Federal e do Estatuto da
Criança e do Adolescente que garantem a educação para crianças e jovens; sistematizou a
concepção da fenomenológica para a Educação; investigou a dialeticidade do Direito, da
Educação e da criminalidade a partir de uma abordagem fenomenológica.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
1
Discente do curso de Direito do Departamento de Direito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte -
UERN; e-mail: yasmindias006@gmail.com.
2
Professora Doutora do Departamento de Direito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN;
Líder e coordenadora do GECA – Grupo de Estudos da Criança e do Adolescente; e-mail:
audenoraneves@uern.br
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[...] uma busca por um conhecimento que não está no professor e tampouco
no aluno, mas na relação de ambos com o objeto de conhecimento. Assim, o
conhecimento não é algo separado do humano, mas aquilo que faz com que o
homem seja o que é, já que este só pode conhecer o mundo porque o
interioriza, porque o toma como consciência, como algo próprio e particular.
(FAVRETO, E. K.; DIAS, R. P. F. p. 273)
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Consepe (Conselho de Direitos Humanos do Estado de São Paulo), Ariel de Castro, explica que
a limitação orçamentária do Estado é uma das razões pelas quais o ECA não é plenamente
implementado, e por decorrência disso há ausência de vagas nas unidades de internação.
Segundo Iolete Ribeiro, presidente do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da
Criança e do Adolescente), em entrevista ao jornal Tribuna do Norte, em matéria de educação
e saúde o ECA tem avançado, ainda que esses avanços limitem-se, sobretudo, às crianças,
estando ainda distante dos adolescentes. Segundo ela, o racismo estrutural presente no Brasil
gera o alto índice de violência na juventude, mas que precisa ser desnaturalizado, visto que isso
é um dos fatores que nos leva ao não reconhecimento do adolescente como sujeito de direito.
Paralelo a isso, a falta de acesso a escola ou a não permanência nela está diretamente
ligada aos altos índices de criminalidade na juventude, verificando-se que a maioria dos jovens
em conflito com as leis tem baixa escolaridade ou sequer concluíram o Ensino Fundamental. A
criminalidade tem cor, idade, gênero e grau de escolaridade, conforme dados obtidos pelo
Observatório da Violência do Rio Grande do Norte (Obvio), cerca de 93% das vítimas de crimes
graves, no RN, entre os anos de 2011 e 2018, eram homens, 85% eram pretas ou pardas, 49%
tinham entre 18 e 29 anos e 31% não tinham completado o Ensino Fundamental.
O ano de 2017 foi um ano difícil para a juventude brasileira, onde 35.783 jovens foram
assassinados, sendo que 51,8% dos óbitos ocorreu com jovens de 15 a 19 anos; 49,4% para
pessoas de 20 a 24; e de 38,6% entre jovens de 25 a 29 anos. O estado do Rio Grande do Norte
foi um dos estados com maior índice de homicídios entre jovem naquele mesmo ano, com taxa
de 152,3 por grupo de 100 mil jovens. (IPEA, 2019, p. 25-26)
Há, portanto, uma notória fragilidade nos serviços públicos, principalmente da
educação, contudo, a ausência de lazer, esportes e capacitação profissionalizante aumenta ainda
mais as chances desses jovens serem acolhidos pelo crime.
CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988.
Brasília, out. 1988. Disponível em:
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BRASIL. Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança
e do Adolescente e dá outras providências. Brasília, jul. de 1990. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil03/leis/l8069.htm. Acesso em: 23 mar. 2020.
ECA faz 30 anos. Verônica Lima. Brasilia: Rádio Câmara de Brasília, 6 mai. 2020, 7 min e 36
segs. Entrevista com Psic. Andréa de Paula. Disponível em:
https://www.camara.leg.br/internet/agencia/infograficos-html5/ECA30anos/index.html.
Acesso em: 30 mar. 2020.
FAVRETO, Elemar Kleber; DIAS, Rafael Parente Ferreira. Por uma educação significativa:
uma abordagem fenomenológica do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
- PIBID. Revista Linhas. Florianópolis, v. 19, n. 39, p. 271-285, jan./abr. 2018.
FERRAZ, Esther de Figueiredo. A importância do Direito Educacional. Mensagem, Revista
do Conselho de Educação do Ceará, Fortaleza, n. 8, pp. 17-43, 1982-1983 (número especial
sobre Direito Educacional).
IPEA. Atlas da Violência. Brasília: Rio de Janeiro: São Paulo: Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada; Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
MINISTÉRIO PÚBLICO DO PARANÁ. ECA 30 anos - Após quase 30 anos ECA continua
alvo de críticas e polêmicas. Paraná, 28 nov. 2019. Disponível em:
http://crianca.mppr.mp.br/2019/11/217/ECA-30-ANOS-Apos-quase-30-anos-ECA-continua-
alvo-de-criticas-e-polemicas.html. Acesso em: 4 mai. 2020.
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Anália Gomes de Oliveira Melo1; Sulliany da Silva Brito 2 ; Maria Audenora das
Neves Silva Martins 3.
INTRODUÇÃO
A pandemia da Covid-19 vem trazendo imensos desafios para todos os setores, no Brasil
e no mundo. No atual estágio de desenvolvimento tecnológico da sociedade contemporânea, as
mudanças processam-se em uma velocidade muito grande. O avanço do Coronavírus está
forçando escolas e universidades a mudarem suas metodologias de ensino.
Sendo assim, neste momento tem sido necessário pensar em novas tecnologias que
possam ser aplicadas na educação e poder ajudar a suavizar o problema momentâneo, como
também colaborar para fortalecer a cultura digital e avançar rumo a uma nova educação.
Sabemos que não podemos esperar que todos se adaptem repentinamente a estes novos tempos.
Desse modo, é de se esperar que a escola, tenha que “se reinventar”, se desejar
sobreviver como instituição educacional. É essencial que o professor se
aproprie de gama de saberes advindo com a presença das tecnologias digitais
1
Discente Bolsista do Programa de Iniciação Científica – PIBIC-EM. E-mail: analiagoliveira@hotmail.com
2
Discente Bolsista do Programa de Iniciação Científica – PIBIC-EM. E-mail: Sullysilva13@gmail.com
3
Docente do Curso de Direito. Líder do GECA – Grupo de Estudos da Criança e do Adolescente. Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte – UERN. E-mail: audenoraneves@uern.br
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METODOLOGIA
RESULTADO E DISCUSSÃO
Ultimamente, sabemos que estamos vivendo uma realidade digital a qual muitas coisas
estamos fazendo através de um aparelho eletrônico, vai de pagamentos de contas a aulas
remotas, e nesse meio existe a desigualdade a qual vivemos e que muitos não percebem. Mas
devido ao isolamento social que estamos passando, podemos ver o quanto isso é real em nosso
mundo. Estamos na era digital a qual está se tornando eficaz e sendo pedido para se fazer as
coisas pelos meios digitais, mas essa realidade não existe para todos. E no meio educacional
sabemos que as escolas estão tendo aula pela web, mas não são todas, até o momento só as
redes de ensino particulares, ou instituições que já estão com plataforma adequada para isso, e
de certa forma não estão sendo prejudicados, pois tem fácil acesso aos meios tecnológicos.
Então, sabe-se que muitos dos professores se reinventarem para poder dar suas aulas de
forma remota para os alunos era digital, pois muitos nasceram no início da expansão
tecnológica. Hoje em dia é muito comum encontrarmos alunos nativos digitais e professores
analógicos, e muitos alunos não abrem mão de um celular nem por uma aula presencial. Mas
nesse tempo de hoje, podemos ver que muitos estão sentindo falta das suas aulas presenciais,
do contato com amigos e professores. Sabemos que nessas aulas os docentes que muitos são
acostumados com a comunicação analógica que é toda linguagem não verbal, porém sem
restringir apenas aos movimentos corporais, mas também estão inclusos postura, gestos,
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expressão facial, tom de voz dentre outros, algo que fica difícil para eles em uma aula totalmente
digital.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, sabemos que o uso de computadores, notebooks e celulares vem se tornando
cada vez mais comum hoje em dia e mais ainda nesse isolamento social que estamos passando.
Porém nem todos tem acesso a esses meios tecnológicos, e que seria de grande relevância as
escolas disponibilizarem cursos de informática que ensinassem, como professores aptos para
aprender a lidar com essas tecnologias e assim, a fazer que os alunos tenham mais possibilidades
de aprender e expandir seus conhecimentos. Contudo, para que isso aconteça é necessário que
sejam criadas parcerias para melhorar o uso das tecnologias nas escolas.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
MENEZES, Luis Carlos de. Ensinar com a ajuda da tecnologia. In: Nova Escola. São Paulo,
Ano XXV, Nº 235, set. 2010.
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Núncia Kaiary Teixeira Bezerra.1; Maria Audenora das Neves Silva Martins.2
Palavras-chave: Educação. Evasão Escolar. Jovens Infratores.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
1
Estudante do curso de Direito do Departamento de Direito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte -
UERN; e-mail: nunciakaiary23@gmail.com.
2
Professora Doutora do Departamento de Direito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN;
Líder do Grupo de Pesquisa GECA – Grupo de Estudos da Criança e do Adolescente. E-mail:
audenoraneves@uern.br.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
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sem disciplina, com problemas de saúde, gravidez; pais ou responsáveis ausentes; além de
outras questões sociais, como a conciliação do estudo com o trabalho, violência física entre os
alunos e em relação a gangues. A partir desse contexto, a complexidade da educação é reiterada,
visto que são amplos os fatores que impedem a efetivação desse direito.
É indispensável citar que o ECA engloba medidas protetivas para crianças e
adolescentes que de alguma forma estejam com os seus direitos violados, tanto pelo Estado
quanto pela sociedade ou família, além das medidas socioeducativas vitais para os jovens
infratores, os quais não perdem seus direitos fundamentais por terem cometido delitos, o direito
à educação continua válido e deve ser empregado como forma de prevenir a prática dos crimes
e de evitar a reincidência.
Ao traçar um paralelo com a análise feita dos indicativos do IDEB, os quais são piores
em escolas que não atingem o padrão de qualitativo de ensino, além de serem localizadas em
bairros periféricos, historicamente carentes de suporte financeiro e suscetíveis às nuances da
criminalidade entre os jovens que estão à margem da sociedade, e são negligenciados pelo
Estado, os seus direitos fundamentais, que deveriam ser garantidos pelo Estado Democrático
de Direito, encontram-se apenas nas teses dos princípios constitucionais. Nesse seguimento,
faz-se presente a compreensão de que o direito à educação necessita ser articulado entre os
dirigentes com o intento de democratizar o acesso à aprendizagem, a fim de garantir o
verdadeiro exercício da cidadania. Esse contexto conversa com a explanação de Pessanha:
CONCLUSÃO
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AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
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Introdução
O Rio Grande do norte não fugindo da estatística nacional, tem em sua estrutura
territorial formada por rodovias que abrangem todo o estado, permitindo o fácil acesso
a múltiplas regiões, tendo como transporte coletivo o principal meio de mobilidade
intermunicipal.
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1- Fundamentação Teórica
A necessidade de um serviço de transporte eficiente, torna-se indispensável
para a mobilidade urbana. De acordo com Scott e Storper (2003) as melhorias nos
modos de transporte e comunicação (o desenvolvimento de sistemas de canais,
ferrovias, redes rodoviárias ou telégrafo e telefone) quase nunca desaceleraram
as tendências de urbanização no sistema capitalista moderno e eles até
incentivaram sua extensão espacial.
Em razão da crescente expansão do comércio devido ao aprofundamento da
globalização, combinada com melhorias regulares nas técnicas de transporte e
comunicação, favoreceu a proliferação mundial de densas aglomerações
produtivas. (Scott e Storper, 2003, p.179)
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 889
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2- METODOLOGIA
2.1 Ligações rodoviárias entre os municípios do Rio Grande Do Norte
3- Considerações Finais
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4- Referências
Número de ilegais é 5,7 vezes maior. Tribuna Do Norte, Natal/RN, 23 Jul. 2014.
P.1. Disponível em: http://www.bancadigital.com.br/diariodovale/
reader2/Default.aspx?pID=1&eID=495&lP=38&rP=39&lT=page. Acesso em: 13
Julho. 2020.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
INTRODUÇÃO
A Constituição de 1988 foi o ponto de partida para uma maior autonomia fiscal dos
estados e munícipios, proporcionando recursos que levou tais Unidades Federativas a compor
uma fatia considerável do bolo dos gastos do setor público. Essa elevação dos gastos –
impulsionada pela ausência de regras fiscais – resultou em descontrole no gerenciamento da
dívida pública subnacional e em seu consequente aumento.
Diante deste cenário, três intervenções foram feitas por parte do governo federal no
intuito de controlar e reestruturar as dívidas dos estados e municípios. A primeira delas ocorreu
logo um ano depois da aprovação da nova Constituição, em 1989; a segunda, em 1993; e a
terceira, em 1997-2000. Essas intervenções, em conjunto com a Lei de Responsabilidade Fiscal,
conduziram a uma sútil recuperação das contas públicas locais ao longo da primeira década dos
anos 2000, no entanto, o cenário de retomada não durou muito, e já na segunda década dos anos
2000 o descontrole do endividamento público subnacional exigiu atenção novamente.
Assim, elege-se como objetivo deste estudo analisar a trajetória da dívida pública
municipal no Brasil e verificar se tal trajetória pode ser influenciada pelas relações espaciais
entre os municípios.
METODOLOGIA
Para o alcance do objetivo deste estudo, optou-se pelo uso da matriz de transição de
Markov em suas versões não condicional e condicional, semelhante a Schettini e Azzoni (2013),
além do LISA – Local Indicator of Spatial Analysis – como indicador de dependência espacial.
A base de dados utilizada corresponde a dívida de 3.549 municípios brasileiros no período que
vai de 1998 a 2012, obtidos a partir da base Finanças Brasil – FINBRA disponibilizados pela
Secretaria do Tesouro Nacional – STN. A escolha dos dados se deu mediante dois critérios: (i)
ter o maior número de informações comparáveis possível; (ii) evitar o uso de municípios que
tenham sofrido desmembramentos/fusões ao longo do tempo.
De posse da amostra, os municípios foram distribuídos levando em conta o
endividamento público e a dependência espacial entre eles. No primeiro caso, os munícipios
foram divididos em cinco níveis diferentes: no nível 1, ficaram os munícipios com
endividamento de até R$ 867.898,96; no nível 2, os municípios com dívida entre R$ 867.898,97
1
Estudante do curso de Ciências Econômicas do Departamento de Economia da Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: francileneoliveira@alu.uern.br
2
Professor do Departamento de Economia da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte; e-mail: rodolfocosta@uern.br
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A matriz não condicional (𝑃 ) analisa a movimentação dos municípios entre os níveis
de endividamento, onde o ponto inicial é o ano de 1998 e o ano de 2012 é o ponto final.
0.011 0.014 0.034 0.227 0.714
0.000 0.004 0.008 0.072 0.915
𝑃 = 0.001 0.003 0.004 0.018 0.973
0.000 0.003 0.000 0.006 0.993
0.000 0.000 0.000 0.001 0.999
A primeira linha da matriz representa a probabilidade de um município pertencente ao
nível 1 em 1998 permanecer ou mudar de estado em 2012, as outras linhas seguem essa mesma
lógica até o último nível. Dessa forma, é possível ver que apenas 1,1 % dos municípios
pertencentes ao estado 1 em 1998 permaneceram nesse estado em 2012; 1,4% passaram ao
estado 2; e 3,4% progrediram para o estado 3. Analisando os estados 2 e 3, vemos que em 2012
cerca de 91,5% e 97,3%, respectivamente, estão no mais alto nível endividamento. Os
municípios que se encontravam inicialmente nos estados 4 e 5 estão quase que em sua
totalidade, no estado 5 em 2012. De fato, a soma das probabilidades das colunas de indica um
resultado convergente para questão do endividamento público municipal.
Em seguida foi analisado a trajetória do endividamento público municipal
condicionado a dependência espacial entre os municípios, utilizando o LISA, onde cada bloco
representa a probabilidade de um município permanecer ou migrar para outro estado de
endividamento.
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LISA Estado 1 2 3 4 5
1 0.000 0.000 0.020 0.152 0.828
Baixo-Baixo
2 0.000 0.000 0.000 0.077 0.923
3 0.000 0.000 0.000 0.009 0.991
4 0.000 0.000 0.000 0.008 0.992
5 0.000 0.000 0.000 0.000 1.000
Estado
Baixo-Médio 1 2 3 4 5
1 0.013 0.000 0.052 0.195 0.740
2 0.000 0.010 0.010 0.040 0.940
3 0.000 0.000 0.000 0.000 1.000
4 0.000 0.000 0.000 0.000 1.000
5 0.000 0.000 0.000 0.000 1.000
Estado 1 2 3 4 5
1 0.009 0.000 0.009 0.112 0.871
Médio
CONCLUSÃO
A análise realizada, mostra que a trajetória do endividamento público municipal, é
afetada pela interação entre os municípios. Quanto mais forte é essa interação, melhor se torna
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AGRADECIMENTOS
Gostaria de prestar agradecimentos a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
pela oportunidade de participar do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica; e
ao CNPq, pelo fomento à ciência, à pesquisa, e pelos recursos destinados a este fim.
REFRÊNCIAS
COSTA, R. F. R.; MORAIS, G. K. O. The Municipal Public Debt Trajectory in Brazil. The
Empirical Economics Letters, v. 18, p. 1193-1199, 2019.
REY, S. J. Spatial empirics for economic growth and convergence. Geographical Analysis,
v. 33, n. 3, p. 195-214, 2001.
SCHETTINI, D.; AZZONI, C. R. Diferenciais regionais de competitividade industrial do
Brasil no Século 21. EconomiA, Brasília (DF), v.14, n.1B, p.361–387, 2013.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Ellen Sarah da Silva Azevedo1; Joana D’arc Rebouças Mendonça2; Emanoel Márcio Nunes3.
Introdução
1
Graduanda do Curso de Ciências Econômicas do Departamento de Economia da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte; E-mail: ellensarahsa@gmail.com.
2
Graduanda do Curso de Ciências Econômicas do Departamento de Economia da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte; E-mail: joannamendoncah@gmail.com.
3
Professor do Departamento de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte Líder
do Grupo de Pesquisa e Desenvolvimento Regional: Agricultura e Petróleo; E-mail: emanoelnunes@uern.com.
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Metodologia
Resultados e Discussão
A tabela 01, nos traz os dados referentes ao montante de recursos financeiros que o
Programa beneficiou por safra para cada território, no período de estudo analisado.
Tabela 01: Montante de recursos aportados pelo Programa (R$) por território, Safra
2006/2007 a 2018/2019.
Período da Safra
Território 2007/ 2008/ 2009/ 2010/ 2011/ 2012/ 2013/ 2016/ 2018/
2006/ 2007
2008 2000 2010 2011 2012 2013 2014 2017 2019
Açu-Mossoró 1.122 19.982 15.626 45.504 80.218 87.557 167.324 5.801 304.421 292.179
Alto Oeste - - 14.355 40.284 57.984 92.269 210.131 7.153 375.250 353.039
Sertão Do
- 17.738 23.513 38.844 59.866 165.538 165.538 6.144 322.630 325.533
Apodi
Sertão Central
Cabugi e - 6.864 5.726 23.256 23.002 36.414 23.256 2.105 110.370 101.694
Litoral Norte
Trairí - 32.639 40.112 70.992 83.635 99.062 172.254 6.256 328.477 361.737
Fonte: MDA, 2017. Elaborado pelos autores, 2019.
Por ser o Rio Grande do Norte constituído por 10 territórios, cada um deles com
números próprios de munícipios, e consequentemente de agricultores, o valor total de recursos
aportados do Garantia Safra difere bastante. Do início do período analisado até a safra
2013/2014, o valor financeiro do aporte cresce consideravelmente. Como se pode observar a
safra que houve maior montante aportado foi a 2013/2014. Para tanto, o território Seridó
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obteve o maior número de aportes mediante a participação total de seus munícipios, com um
montante de R$ 7.168.900,00 (sete milhões, cento e sessenta e oito mil e novecentos reais),
em contrapartida com a não participação do território Terra dos Potiguares nessa mesma safra.
No entanto, a maior variabilidade percentual relacionada ao número de aportes por município
em cada território apresenta no Sertão Central Cabugi e Litoral Norte com uma variação de
10%, em seguida destaca-se Potengi com 9% e Açu Mossoró com 7,14%.
Ainda diante do valor total de recursos advindos do Programa, esse aporte é realizado
diretamente aos agricultores para cada território. Como mostra a tabela 02.
Tabela 02: Número de agricultores aportados pelo Garantia-Safra por território, Safra
2006/2007 a 2018/2019.
Período da Safra
Território
2006/ 2007/ 2008/ 2009/ 2010/ 2011/2 2012/2 2013/2 2016/2 2018/2
2007 2008 2009 2010 2011 012 013 014 017 019
Açu-Mossoró 68 1.211 947 2.528 4.178 4.292 5.871 6.825 6.821 5.657
Alto Oeste - - 870 2.238 3.020 4.523 7.373 8.416 8.408 7.173
Sertão Do Apodi - 1.075 1.425 2.158 3.118 3.923 5.719 7.229 7.229 6.383
Sertão Central Cabugi e
- 416 347 1.292 1.198 1.785 2.183 2.477 2.473 1.994
Litoral Norte
Fonte: MDA, 2017. Elaborado pelos autores, 2019.
O território Açu-Mossoró foi o primeiro beneficiado pelo Programa Garantia Safra,
com o aporte realizado a 68 agricultores familiares residentes de apenas 1 dos 14 municípios
que compõe o território, o município de Grossos. A partir daí houve expressivos aumento nos
números de munícipios contemplados, 8 para as safras 2007/2008 e 2008/2009; 10 para a
safra 2009/2010 e 13 para a safra 2010/2011, até que na safra 2011/2012, o território atingiu a
totalidade de seus municípios, permanecendo constante até a safra 2018/2019. O significativo
aumento no número de agricultores teve seu ponto mais alto no período da safra 2013/2014,
com o alcance de 6.825 trabalhadores.
Conclusão
O Programa Garantia-Safra vem sendo um importante e recente mecanismo de política
agrícola de suporte para os agricultores familiares, que perdem ou frustram as suas produções,
nos dez territórios do estado do Rio Grande do Norte. O Garantia Safra é capaz de subsidiar
minimamente os prejuizos sofridos pelos agricultores familiares, sendo, portanto, um
programa de fortalecimento para permanencia do homem no campo na agricultura familiar e
também como meio de renda. Nota-se claramente a evolução na abrangencia do Programa nos
dez territórios do Estado, tanto quanto ao números de agricultores e alcançando cada vez mais
os municipios que ainda não participam.
Apesar de não se enquadrar na categoria “seguro”, o Programa Garantia Safra tem
contribuído positivimante com a necessidade de suporte para o produtor rural, em que por um
lado, a questão da seca não necessariamente é um fenomeno natural passivel de ser controlado
por ele; mas, por outro, nos faz enxergar que se há tanta demanda pelo subsidio da política
agrícola, logo produção subentende-se como vem sendo dificil e prejudicada a produção rural
através dos agricultores familiares.
É, principalmente diante desses resultados que se pode perceber a importancia do
mecanismo Garantia-Safra como instrumento de aporte ao agricultor familiar, no sentido de
promover a possibilidade de recomeço em suas atividades, uma vez que estes perdendo ou
frustrando as suas safras por questões proprias da região, impactam diretamente na
possibilidade de ascensão quanto a renda e produtividade desse meio.
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Agradecimentos
Agradecemos ao CNPq – UERN pela oportunidade nos dada e pelo apoio financeiro. Assim
como a todos que sempre estão desenvolvendo pesquisas para essa instituição.
Referências
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Joana D’arc Rebouças Mendonça1; Ellen Sarah da Silva Azevedo2; Emanoel Márcio Nunes3.
Introdução
O que orientou a pesquisa, de forma geral, foi de que as cadeias produtivas, com sua
estrutura de unidades de agregação de valor e formas de organização, formam um conjunto de
iniciativas que constrói um novo e promissor formato de desenvolvimento endógeno. Porém
as estruturas de governança são deficientes em termos de gestão e não têm sido capazes de
promover a dinamização econômica dos territórios Açu/Mossoró, Alto Oeste Potiguar, Sertão
do Apodi e Sertão Central Cabugi e Litoral Norte (RN).
Esta pesquisa contribuiu para desconstruir a grande narrativa do desenvolvimento
regional/territorial, remetendo o seu significado e sentido ao conjunto das experiências e
iniciativas emergentes que os agricultores e as populações do meio rural têm colocado em
prática. Neste sentido, a análise serviu como ponto de partida para a problematização sobre
como está se dando o processo de mudança técnica, econômica, social e política nos espaços
rurais no Nordeste e do Brasil.
1
Graduanda do Curso de Ciências Econômicas do Departamento de Economia da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte; E-mail: joannamendoncah@gmail.com.
2
Graduanda do Curso de Ciências Econômicas do Departamento de Economia da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte; E-mail: ellensarahsa@gmail.com.
3
Professor do Departamento de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte Líder
do Grupo de Pesquisa e Desenvolvimento Regional: Agricultura e Petróleo; E-mail: emanoelnunes@uern.com.
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Para efeito desta pesquisa serão investigadas unidades de agregação de valor nos
territórios do Açu-Mossoró, Alto Oeste, Sertão Central Cabugi e Litoral Norte e Sertão do
Apodi (RN), com duas principais cadeias produtivas: polpa de frutas e apicultura. Tal como se
apresentam na realidade, as práticas e formas de gestão e de organização dos
empreendimentos econômicos. O estudo dessas cadeias emerge como uma problemática de
pesquisa sobre de que modo os agricultores inovam, criam, fazem ajustes e buscam novos
modos de “fazer as coisas” e, com isso, resolvem problemas que surgem com a prática diária
no processo de produção, na gestão da propriedade e como se organizam, no processamento
de produtos, no acesso a crédito à aos mercados.
Metodologia
Resultados e Discussão
A produção de frutas no Rio Grande do Norte é uma das atividades mais dinâmicas do
Estado, sendo destaque na expansão do agronegócio potiguar. Atuando na ampliação de
mercado e aumento da competitividade de micro e pequenos fruticultores, assim foi pensado e
realizado o Seminário da Agroindústria de Polpa de Fruta do Território Sertão do Apodi
através da parceria NEDET/UERN e SEBRAE que apoiou a legalização das unidades de
beneficiamento. Essa parceria gerou também uma consultoria para adequação e regularização
junto ao ministério da agricultura pecuária e abastecimento – MAPA, de 10 agroindústrias de
polpa de frutas no território Sertão do Apodi.
Por meio dos resultados do projeto de pesquisa identificou que uma das maiores
dificuldades dessas cadeias está na legalização das unidades de beneficiamento, assim a
parceria com o Sebrae surgiu da necessidade de uma intervenção em apoiar os grupos
produtivos da agricultura familiar para o processo de legalização das unidades de
beneficiamento.
Ao final da consultoria foram entregues na reunião do colegiado territorial Sertão do
Apodi 10 plantas e memorial descritivo para a conformidade com Legislação Sanitária
Vigente; Maior segurança alimentar; Padronização de produtos e processos produtivo;
Aumento da produtividade; Redução dos desperdícios; Melhor qualidade dos produtos; Maior
competitividade e Sustentabilidade; Prospecção de novos clientes. E como resultado dessa
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parceria foi o primeiro Selo de Inspeção Federal – SIF para a unidade de beneficiamento da
cadeia de polpa de fruta, no município Apodi, no qual a Cooperativa Potiguar de Apicultura e
Desenvolvimento Rural Sustentável (COOPAPI) no território.
Na cadeia da apicultura vem sendo objeto de estudo da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte – UERN, desde o ano de 2010 e tem desenvolvido pesquisa e extensão
dentro da dinâmica territorial, nas quais possibilitam indagações e novas propostas. Assim, o
suporte e acompanhamento técnico especializado para as Unidades de Extração e Entrepostos
de Mel, nos Territórios Sertão do Apodi; Açu-Mossoró; Alto Oeste; Sertão Central Cabugi e
Litoral Norte, possam sair da clandestinidade, e obter os respectivos registros, sendo que parte
destas foram contempladas com aprovação em primeira instância (Manifestação de Interesse -
MI) no projeto do governo estadual RN Sustentável.
Conclusão
Após estudar os territórios, torna-se perceptível que eles são derivados de uma relação
desigual de forças que envolve tanto o domínio quanto o controle econômico e político do
espaço e sua apropriação, seja material ou simbólica. Voltando um pouco na história, as
políticas públicas direcionadas ao desenvolvimento rural buscavam introduzir modelos
planejados que não observavam a diversidade do espaço geográfico e muito menos, tinham a
preocupação em buscar o diálogo com atores locais um ambiente que pudesse legitimar a sua
formulação, implantação e avaliação das ações desenvolvidas. Os territórios da cidadania
Açu-Mossoró, Alto Oeste Potiguar e Sertão do Apodi, vem buscando desenvolver
mecanismos que possam reverter à ausência de uma coerência política e social em relação às
políticas públicas pensadas para os territórios, já o Território Rural Sertão Central vem
buscando se firmar. Tudo isso se reflete no esforço para a criação de colegiados territoriais,
onde são apresentadas, discutidas e definidas ações e projetos via políticas públicas. Um dos
desafios do colegiado é pensar numa gestão que contribua para o favorecimento da equidade
social no território. Por isso que o colegiado tem papel importante na integralização das
políticas públicas atuando no poder público municipal, estadual e federal. Ou seja, há um
avanço bastante significativo na estrutura social e econômica dos territórios, seja para
fortalecer a identidade territorial da sua população através da inovação e implantação de
propostas que gerem desenvolvimento ou ainda preservar a natureza, sua cultura e modo de
vida local.
Agradecimentos
Agradecemos ao CNPq – UERN pela oportunidade nos dada e pelo apoio financeiro. Assim
como a todos que sempre estão desenvolvendo pesquisas para essa instituição.
Referências
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. - São Paulo: Atlas,
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2008.
NUNES, Emanoel Márcio, SILVA, P. S. G., SILVA, M. R. F., SÁ, V. C. (2020). O Índice de
Condições de Vida (ICV) em Territórios Rurais do Nordeste: evidências para os territórios
Açu-Mossoró e Sertão do Apodi, no Rio Grande do Norte. Revista de Economia e Sociologia
Rural, 58(1), e190917. https://doi.org/10.1590/1806-9479.2020.190917
RICHARDSON, Roberto Jany. Pesquisa social; métodos e técnicas. 3. ed. - 14. reimpr. - São
Paulo: Atlas, 2012.
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INTRODUÇÃO
A Lei nº 7.661, de 16 de maio de 1988 define Zona Costeira como sendo o espaço
geográfico de interação entre o ar, mar e a terra, incluindo seus recursos renováveis ou não,
abrangendo uma faixa marítima e terrestre.
De acordo com Portela et. al. (2014) a zona costeira é composta de complexa relação
entre os elementos ambientais e o intenso trânsito de matéria e energia presente, tratando-se por
tanto, de uma área bastante dinâmica, além de ter uma magnitude significativa em direção à
economia da região, bem como, para a qualidade de vida da população então estabelecida.
Essa dinâmica ocorre por meio de processos erosivos naturais, nos quais se convertem
em transformação da paisagem, por meio de deposição de sedimentos. Entretanto, a influência
antrópica exercida nesses ambientes tem intensificado esse processo e acarretado incontáveis
impactos socioambientais. Nesse contexto temos que “As intervenções humanas, diretas e
indiretas, nos sistemas costeiros e estuarinos têm como consequência que estes se tornem cada
vez mais vulneráveis à ação dos agentes naturais e dos resultantes das próprias ações
antrópicas.” (DIAS, et. al, 2011).
Assim como definido por Souto & Amaro (2003) o Geoprocessamento é uma
tecnologia que faz o uso de técnicas matemáticas e computacionais na abordagem de
informações geográficas. Seus recursos computacionais concedem a execução de análises
profundas ao integrar dados de diversas datas, através de um banco de dados georreferenciados,
no qual o cruzamento dos respectivos dados permite constituir a analogia em intervalos de
tempo dentre datas determinadas.
Essa pesquisa busca através da aquisição de imagens Landsat e por meio de técnicas
de geoprocessamento, realizar uma análise multitemporal nas ilhas barreiras da Reserva de
Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão – RDSEPT, que no decorrer dos anos
evidenciou-se modificações na paisagem e na morfologia costeira. O estudo faz uma captação
de imagens Landsat num período de 33 anos, entre os anos (1985 a 2018).
METODOLOGIA
Trebossen et al. (2005); Chu et al. (2006) apud Moreira (2014) abordam que para o
monitoramento costeiro, fazer o uso de imagens obtidas por sensores remotos, é uma formidável
ferramenta de análise mulltitemporal para acompanhamento de dinâmica costeira, para também
tomar conhecimento dos aspectos geomorfológicos, onde é possível compreender todos
1
Estudante do curso de Gestão Ambiental do Departamento de Gestão Ambiental da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; leonardoschulz97@gmail.com; karinnya290@gmail.com.
2
Professor do Departamento de Gestão Ambiental da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte,
Líder do Laboratório de Áreas Costeiras e Zonas Protegidas – LECAP, rodrigo.ufc@gmail.com
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
A região da RDSEPT, caracterizada por estar submetida a constantes processos de
transporte de sedimentos litorâneos e eólicos, ocasionando a instabilidade morfológica em boa
parte da área, onde foi realizado o estudo trata-se de uma área de terrenos sedimentares
destacando alguns elementos geológicos, como dunas móveis e fixas, a praia, barramentos
arenosos, regiões lamosas.
Faz-se uma caracterização da linha de costa dentre os anos dos quais foram adquiridas
imagens, acerca da movimentação sedimentar das ilhas barreiras presentes na RDSEPT, assim
foi feito um cruzamento de imagens no intervalo de tempo: 1985 a 2018. Como demonstrado
na figura 1.
Dessa forma, os elementos geoambientais alterados ao longo dos anos pelas forçantes
meteo-oceonográficas, evidenciados no monitoramento com base na análise multitemporal de
sensoriamento remoto. As imagens proporcionaram uma comparação em quatro anos
diferentes, possibilitando o diagnóstico de áreas vúlneraveis ou danificadas por atividades
antrópicas na região, além das mudanças causadas pelos encadeamentos de erosão devido aos
processos naturais.
Cabe ressaltar que a Lei nº 7.661, de 16 de maio de 1988 assegura a proteção e
preservação das zonas costeiras, em seu Art. 7º cita que a degradação dos ecossistemas, do
patrimônio e dos recursos naturais da Zona Costeira implicará ao agente a obrigação de reparar
o dano causado e a sujeição às penalidades previstas no art. 14 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto
de 1981.
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Figura 1: Mapa comparativo da linha de costa em estudo, litoral setentrional do Rio Grande do
Norte nos anos 1985, 1995, 2005 e 2018/ Fonte: Landsat 5 TM/ Landsat 8 OLI (Earth
Explorer).
CONCLUSÃO
A utilização das técnicas de geoprocessamento referentes a análise das imagens do
sensoriamento remoto, se mostraram satisfatórias e eficientes, onde obteve-se que a região tem
predisposição a recessão da linha de costa. A compreensão da área em questão foi favorecida
graças a elaboração da base multitemporal no QGIS.
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De acordo com os resultados até aqui evidenciados, faz-se presente que esse estudo
possa colaborar com estudos futuros no manejo e planejamento do uso dessa área, por estar
localizada numa região dinâmica e vulnerável aos processos naturais, onde também pode
ocorrer interferências humanas, por ser uma região costeira costuma atrair o turismo, além de,
conter habitantes residindo próximo a essa região, onde a mesma juntamente com o manguezal
servem como uma espécie de barreira contendo o avanço do mar.
Onde também o estudo da legislação possibilitou mostrar que a região por sua
vulnerabilidade, não pode comportar construções sob a mesma, pois causam impactos e
interferências na dinâmica costeira, o uso deve ser monitorado e controlado mesmo para
visitações, ou algum tipo de atividade que vier a ser desenvolvido nessa determinada área.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a UERN e ao CNPQ pela concessão da bolsa de iniciação
tecnológica através do PIBIT-UERN e pelo apoio logístico que viabilizou a realização da
pesquisa.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Instrução Normativa nº 2, de 27 de julho de 2018. Dispõe sobre os conceitos e os
critérios para identificação das áreas de domínio da União, de gestão da SPU, relacionadas nos
incisos III, IV, VI e VII do art. 20 da Constituição Federal. Diário Oficial Da União. Disponível
em: < http://www.in.gov.br/web/guest/mater ia/-
/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/34554817/do1-2018-07-30-instrucao-normativa-
n-2-de-27-de-julho-de-2018-34554799 >. Acesso em 12 jun. 2020.
DIAS, J. A.; FREIRE, Paula; FREITAS, Conceição; KLEIN, Antonio; SILVA, Paulo.
Importância do conhecimento sobre a morfodinâmica estuarina e costeira para a gestão do
litoral. Revista de Gestão Costeira Integrada - Journal of Integrated Coastal Zone
Management, vol. 11, núm. 3, 2011, pp. 271-272.
MOREIRA, A.; DUARTE, C. R.; SOUTO, M. V. Aplicação de técnicas de sensoriamento
remoto na análise multitemporal da linha de costa de região de Icapuí/CE, entre 1984 e 2013.
Revista Geonorte , ed. Especial 4, v.10, .1, p. 52-58, 2014. Disponível em: <
http://www.sinageo.org.br/2014/trabalhos/3/3-26-1086.html >.
SILVA, Filipe Ezeqiuel & VITAL, Helenice. (2019). Quantifying the high coastal dynamics of
tropical mesotidal barrier island-spit systems: case study in Northeast Brazil. Geo-Marine
Letters. 10.1007/s00367-019-00610-1.
SOUTO, Michael Vandesteen Silva & AMARO, Venerando Eustáquio. Análise
multitemporal quanto ao uso e ocupação do solo da região da ponta do tubarão, município
de Macau/RN, utilizando técnicas de geoprocessamento. Anais XI SBSR, Belo Horizonte,
Brasil, 05 - 10 abril 2003, INPE, p. 1649 - 1655.
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RESUMO EXPANDIDO
Aplicação do Modelo Vetorial de Correção de Erro (VECM) para oferta de exportação do Melão Fresco
do Rio Grande do Norte no período de 2000 a 2018
Pesquisador Responsável
O Brasil ocupa grande espaço no mercado mundial de frutas. O segmento brasileiro de fruticultura possui
uma posição de destaque contribuindo para a geração de empregos, impostos e divisas. Atualmente, o
melão ocupa posição de destaque na pauta de exportações nacionais, sendo a fruta mais exportada pelo
Rio Grande do Norte. Sua produção é concentrada nos Estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia.
Tais estados investiram na dinamização e expansão da produção deste produto, mas nessa pesquisa a
ênfase se dará somente para o estado potiguar. Objetiva-se estimar uma função de oferta de exportação do
melão fresco por meio de um Modelo Vetorial de Correção de Erros (VEC).
O modelo empírico a ser testado é a função de oferta de exportação que é composta por uma vasta
combinação de variáveis explicativas potenciais, dada a multiplicidade de fatores que podem afetar a
capacidade, bem como a disposição dos produtores de determinado país em produzir e exportar seus
produtos. A capacidade produtiva do setor exportador constitui relevante condicionante das quantidades
ofertadas por um país. Desse modo, é provável que um índice apropriado de capacidade produtiva, como
a produção interna, seja capaz de explicar parcela significativa da evolução da oferta de exportações,
principalmente no que tange ao seu comportamento tendencial.
onde:
Expt é o volume de exportações de Óleo Bruto;
Rr é a Renda Relativa;
Pet é o Preço de Exportação;
Pdt é o Preço Doméstico
Lne é a Taxa de Câmbio
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As exportações de melões frescos são referentes a quantidade mensal exportada obtidas na base de dados
comércio exterior brasileiro (ComexStat) (2019). A taxa de câmbio (média comercial mensal de compra)
utilizada é disponibilizada pelo Instituto de Pesquisa em Economia Aplicada (IPEA, 2019). A renda
relativa é calculada dividindo o valor das importações mundiais em dólares, referentes aos dados do
Banco Mundial (WORLD BANK, 2019), pelo PIB do Estado em dólares. Os preços de exportação do
melão são obtidos a partir da divisão do valor mensal exportado em dólares pela quantidade mensal
exportada pelo Rio Grande do Norte e convertidos em reais a partir de dados da taxa de câmbio nominal
divulgados pelo Banco Central do Brasil disponíveis na base de dados do IPEA. Os preços internos do
melão são divulgados pelo agrolink (AGROLINKFITO, 2018).
O período de análise da pesquisa será de janeiro de 2000 a dezembro de 2018 e os testes estatísticos e as
estimativas serão analisados por meio do software livre R.
O resultado da oferta de exportação de melão para o Rio Grande do Norte é evidenciada pela tabela
abaixo.
Tabela 1 - Estimativas do Modelo de Correção de Erros (VEC)
Variável Desvio-
Coeficiente Estatística t
explicativa Padrão
Exportação de
Melão Amarelo 1.000.000
Renda Relativa 0.037724 -0.11482 0.32855
Preço Externo do
Melão Amarelo 0.844378 -0.203 4.15944
Preço Domestico
do Melão
Amarelo -4.540290 1.55970 -2.91100
Taxa de câmbio -0.240814 -0.0737 -3.26745
Fonte: Dados da pesquisa.
Os resultados dos coeficientes do modelo ajustado apresentaram sinais esperados, exceto o do preço
de exportação de papel (Tabela 1). Constatou-se que um aumento de 1% na renda relativa dos países
consumidores do melão amarelo, acarreta um aumento de 0,037% nas exportações nacionais do produto.
Esse resultado é confirmado por Penha e Alves (2018), pois no caso potiguar, apesar do fator
competitividade ter tido importância em alguns períodos, o crescimento do comércio mundial foi uma das
principais fontes de crescimento efetivo. Blanchard (2007) evidencia que as exportações dependem
diretamente da renda dos países e também da taxa de câmbio.
Sobre a taxa de câmbio, verificou-se que uma desvalorização cambial de 1%, aumenta as
exportações nacionais em 0,24%. Assim, a adoção de uma taxa de câmbio que valorize a moeda nacional
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Penha & Oliveria (2015) apontam para os ganhos de competitividade do estado do Rio Grande do
Norte nas últimas duas décadas. No entanto, os autores destacam aspectos macroeconômicos, como
câmbio e alterações geopolíticas que favoreceram a inserção potiguar no comércio internacional.
Em relação aos choques de impulso resposta foi obtido o gráfico 1 com as figuras de cada uma das
variáveis analisadas.
Com base no gráfico 3 figura 1 e 2 mostra o comportamento da variação do erro de previsão para o
quilograma, correpondendo a 0,19% dos choques são correspondentes a quilograma exportadas do melão
para o primeiro mês, esse foi seu maior impacto, já seu menor impacto aconteceu no segundo mês
(0,07%), depois reduziu- se para 0.05% e a partir do quinto mês manteve-se constante. A renda, a taxa de
câmbio e o preço externo tenderam para zero.
A análise do gráfico 3 figura 3 mostra que quando ocorre uma variação do erro de previsão no
preço externo há um impacto de 0,14% dos choques na oferta da fruta entre o primeiro e segundo, mas
logo o choque se dissipa e não pendurar. A renda, a taxa de câmbio e o quilograma tenderam para zero.
Na figura 4 do gráfico 3, a variação do erro de previsão para da taxa de câmbio se dá por 0,13% da
taxa de câmbio no primeiro mês, nesse tem-se o maior impacto, no segunto mês caiu para 0,05%, manteu-
se crescente até o quarto mês, a qual obteve quase 0,08%, após deve um decrescimento no quinto mês e
se manteve constante com aproximadamente 0,07%. O volume de exportações e o preço externo
obteveram resultados quase semelhantes, apenas no segundo mês obtiveram -0,01% registando o menor
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impacto, após isso o volume de exportações obteve resultados um pouco mais elevados que o preço
externo, a renda teve um crescimento até o terceiro mês, resultando 0,03%, teve um pequeno declínio do
terceiro ao quarto mês e permaneceu constante com resultados aproximados de 0,015%.
Dessa forma, é importante ressaltar que quando foi dado um choque nas variáveis estudadas a que
mais impactou as demais foi nessa ordem a taxa de câmbio, o preço externo e o volume de exportações de
melão.
As considerações finais sobre o estudo indicou que a Fruticultura, mesmo tendo uma ampla gama de
espécies cultivadas, apresenta um rol das principais frutas produzidas restrito, tanto nos âmbitos mundiais,
nacionais e no Rio Grande do Norte, o melão amarelo tem destaque na balança comercial, sendo
responsável por empregos e renda para o estado. Foi possível verificar através dos parâmetros estimados
uma relação de longo prazo entre as variáveis do modelo. As variáveis: preço de exportação do melão, a
taxa de câmbio e o volume de exportação apresentaram comportamentos condizentes com o modelo
teórico. Portando, os resultados dessa pesquisa possibilitaram inferir que essas variáveis são
determinantes importantes da oferta de exportação de melão para o Rio Grande do Norte.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BLANCHARD, Olivier. MACROECONOMIA. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
PENHA, Thales Augusto M.; OLIVEIRA, P. R. S.. A evolução do comércio agroalimentar mundial e
seus impactos no Polo Açú-Mossoró: uma abordagem de redes. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE
BRASILEIRA DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL, 53, 2015, João Pessoa.
Anais… 2015.
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INTRODUÇÃO
Este projeto PIBIC buscou analisar um fenômeno que surgiu para substituir a tradicional
maneira de se assistir televisão, via transmissão satélite ou cabo. A forma on demand de se assistir
vídeos pela internet, seja em sites, plataformas ou redes sociais, fez surgir um novo telespectador
internauta. Trata-se de um consumo de material audiovisual, onde não se depende mais da grade
televisiva de programação. Esta pesquisa analisou preferências deste usuário, seu comportamento
e anseios a partir da utilização desta tecnologia do streaming ( assistir vídeos postados online).
Pesquisa-se o papel da televisão como veículo de comunicação que vivencia desafios porque as
novas tecnologias revolucionam a forma como nos entretemos e nos comunicamos. E com diversas
possibilidades de programações diferenciadas fornecidas através da internet, cada vez menos as
pessoas se contentam em assistir apenas a TV aberta ou a canais de assinatura. Se estudou a
perspectiva de mercado e audiência após instalação de uma produtora/emissora de televisão
laboratorial para a UERN, uma vez que o Departamento de Comunicação Social criou a TV COM,
projeto de extensão institucionalizado, que cria um canal para divulgação dos trabalhos acadêmicos,
bem como os resultados de pesquisa e extensão de toda a universidade, e que nem sempre chegam
ao conhecimento dos públicos interno e externo da instituição.
METODOLOGIAS
Neste projeto optou-se pela pesquisa descritiva, uma vez que serão analisados os fatos
inerentes à nova televisão laboratorial do DECOM por meio de registros, estudos e observações que
irão embasar o trabalho positivamente por meio das conclusões do próprio pesquisador.
A coleta de dados utilizou a observação sistemática, possibilitando ente nder o público da TV COM,
para identificar e descrever as características dos fenômenos que motivam as pessoas a assistirem ao
canal universitário a partir de técnicas de coleta de dados, como o questionário e a observação.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
1
Estudante do curso de Jornalismo do Departamento de Comunicação Social da Universidade do Rio Grande do Norte
e-mail: rafaelalucio@alu.uern.br
2
Professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade do estado do Rio Grande do Norte, e -mail:
marcoescobar@uern.br
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Durante 07 meses entre 2019 e 2020, baseados em observações, realizações de análises e
enquetes e observando o comportamento do nosso público, observamos o quanto eles são engajados
é como determinados tipos de conteúdos eles tem uma interação maior com nossas mídias socia is
algumas publicações nos fez perceber como é importante essa interação é feedback para
continuamos com o trabalho.
A partir de uma determina publicação que foi feita no dia cinco de dezembro de 2019, sobre
intervenção artística no âmbito da universidade, com uma egressa, Sabrina Bezerra, do curso de
Publicidade e Propaganda da UERN. Enquanto artista, a publicitária realizou uma intervenção a
sobre espaços urbanos. Abordou a representatividade feminina dentro da universidade, o que
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interessou a TV COM a gravar uma matéria, o que repercutiu com um alcance de 577 seguidores.
Destes novos internautas, 11% não seguiam o Instagram da TV COM, e passaram a seguir depois
dessa publicação, comum total de 709 visualizações na época (2019).
Depois dessa publicação percebeu-se que o público da TV se identificava com diversos
assuntos é era um publico bastante aberto para conteúdos com maior diversidade possível. Dessa
forma, passou-se a observar que os conteúdos eram bem aceitos, com alcances das publicações
cada vez maior. Assim, aumentaram-se as enquetes para buscar o melhor conteúdo ao novo
publico.
Figura 1- Reprodução de enquete no Instagram
No dia 26 de julho de 2020 a TV COM, por sugestão desta pesquisa, lançou mais uma
enquete. Procura-se saber quis saber que tipo de matéria era preferência Tinha o formato de
resposta objetiva, com a seguinte pergunta “que tipo de conteúdo você prefere ver na TVCOM’ . As
quatro opções eram: “no âmbito da universidade, local, regional ou nacional. Teve-se uma interação
de 216 contas alcançadas com a opção de “âmbito da universidade”, e apenas 08 seguidores
votaram em conteúdos regionais, e apenas 05 indicaram para assunto nacional. A opção menos
votada foi temas locais, com somente 03 indicações na enquete.
Com esses resultados pode-se perceber como é importante a pesquisa e buscar opinião dos
seguidores, de se estar em contato e interagindo reciprocamente. Com isso percebeu-se que o
publico que segue o perfil da TV é bastante fiel ao tipo de conteúdos que o projeto de extensão traz
a este telespectador.
A TV COM na tentativa de atingir mais nossos seguidores faz suas atividades de forma
colaborativa, e confirmou-se que publico tinha uma ligação muito grande com assuntos no âmbito
da universidade, começamos a produzir conteúdos em parceria com um projeto de extensão do
Departamento de Comunicação (DECOM), que é um laboratório de comunicação do urbano,
conhecido como Padoca, onde qualquer interessado tem a oportunidade de participar de
intervenções artísticas. Como o público da TV COM se identifica com esse tipo de conteúdos, em
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parceria com o Laboratório Urbano Padoca iniciou-se um quadro de programa chamado “Prosa na
Padoca”. As publicações do Prosa na Padoca são bem mais visualizadas que as demais, e possuem
grande interação com as redes sociais do projeto TV COM.
Em agosto de 2018, o perfil @tvcom tinha cerca de 300 seguidores, após a frequência de posts,
enquetes, sorteio e participação em eventos diversos, a TV COM se encontra em Agosto de 2020
com cerca de 2.577 seguidores. Foi perceptível também aumento de inscritos e visualizações nos
vídeos postados no Youtube com as prévias que eram postadas no instagram para anunciar uma
nova matéria.
CONCLUSÕES
Após sete meses de observações baseadas nos objetivos de atingir um público-alvo (estudantes
e professores) e comunidade em geral, que descobriu o perfil por meio das próprias redes sociais
conclui- se que tivemos um publico misto que gosta de variações de conteúdos no âmbito da
universidade, com representatividade cultural, social, e intervenções artista, assim sabendo que esse
publico estar cada vez mas fiel por conta dos conteúdos postados em nossas redes socia is, enquetes
que foram feitas.
As redes sociais da TV COM tiveram considerável aumento no engajamento e interação,
depois que passou-se a ouvir a opinião dos seguidores, o que fez com que estes internautas se
sentissem à vontade para sugerir que tipo de conteúdos desejavam assistir. Este fato traz um
resultado positivo em interações com público e impulsiona as publicações.
Nota-se a importância de estar sempre em diálogo com o telespectador, seja por enquetes ou
pedidos de pautas. Para que se tivesse um resultado positivo era preciso esta conexão, e para
conhecer as opiniões dos seguidores nas enquetes deram o retorno desejado. Vale destacar a
questão de se atender o telespectador/internauta ao responder às mensagens que o público enviava.
Foi um fundamental para o incentivo das equipes da emissora, para poder produzir as pautas
solicitadas, o que permitiu um desenvolvimento e alcance de interação com o publico.
AGRADECIMENTOS
À concessão de bolsa PIBIC da UERN . Aos internautas e membros da TV COM que
participaram das atividades propostas durante a realização da pesquisa.
REFERÊNCIAS
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Palavras-Chave: Serviço Social. Sistema Único de Saúde. Reforma Sanitária. Lutas sociais.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
1
Estudante do curso de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; participante do Grupo
de Estudos em Serviço Social, Trabalho e Lutas Sociais; e-mail: hananybrandao@gmail.com
2
Assistente Social pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; participante do Grupo de Estudos em
Serviço Social, Trabalho e Lutas Sociais; e-mail: mirleyjordanaaa@gmail.com
3
Professora da Faculdade de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; líder do Grupo
de Estudos em Serviço Social, Trabalho e Lutas Sociais; e-mail: ianavasconcelos@uern.br
4
Professora da Faculdade de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; pesquisadora do
Grupo de Estudos em Serviço Social, Trabalho e Lutas Sociais; e-mail: samyarr@uol.com.br
5
Professora do Programa de Pós-graduação em Serviço Social e Direitos Sociais da UERN; pesquisadora do Grupo
de Estudos em Serviço Social, Trabalho e Lutas Sociais; e-mail: aionesousa@hotmail.com
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Com base na revisão da literatura, pode-se depreender que o Serviço Social recebeu
influências dessa conjuntura, visto que estava atravessando um processo interno de revisão, de
negação do Serviço Social tradicional (intenção de ruptura) e aproximação com temáticas
embasadas na tradição marxista, “esta década é fundamental para o entendimento da profissão
hoje, pois significa o início da maturidade da tendência atualmente hegemônica na academia e
nas entidades representativas da categoria” (BRAVO e MATOS, 2006, p.8). Vale salientar que,
nesse período, houve uma ampliação das produções e debates teóricos no âmbito acadêmico,
apresentações de trabalhos em saúde com viés crítico em eventos e congressos, no entanto,
pouco se observou esse processo de renovação da profissão no cotidiano institucional.
Desse modo, Bravo e Matos (2006) destacam que o Serviço Social na área da saúde
chega à década de 1990 com lacunas no que diz respeito ao trabalho nos serviços, sem
articulação com os setores progressistas em saúde, inexistindo vínculos da categoria com o
Movimento Sanitário. Esse cenário se modifica ao decorrer da década de 1990, quando houve
o fortalecimento do projeto ético-político da profissão, o qual coaduna com os princípios da
reforma sanitária, favorecendo a inserção de assistentes sociais nas lutas pela efetivação do
SUS. Ambos os projetos se posicionam contra o projeto neoliberal instaurado nessa década,
ainda vigente na sociedade brasileira e que ascendeu em resposta à crise do capital internacional
dos anos de 1970, submetendo os direitos sociais a lógica do capital. Esse redirecionamento do
papel do Estado, pretendia atender as requisições do setor produtivo, mediante a uma política
de ajuste pautada na redução de custos, descentralização e desresponsabilização das funções
básicas do Estado (BRAVO, 2006), restringindo os avanços no SUS. O modelo de política de
saúde vigente reflete a correlação de forças sociais. De tal modo, é imperativo o envolvimento
de assistentes socais e demais trabalhadores/as nas lutas em defesa da saúde pública.
Destarte, no período delimitado neste estudo ocorreram modificações no arcabouço
teórico-metodológico, técnico-operativo e ético-político da profissão, incidentes também na
área da saúde. Assim, resgatamos esse processo a partir da análise de assistentes sociais que
participaram desses momentos de lutas em defesa da saúde pública no Brasil.
A trajetória profissional das assistentes sociais que participaram deste estudo perpassa
a inserção em diferentes áreas, destacando-se o trabalho docente e a área da saúde. Ao analisar
a participação da categoria de assistentes sociais nesse processo de construção coletiva, uma
profissional destaca que a categoria de assistentes sociais não teve inicialmente uma
participação mais efetiva na Reforma Sanitária. Por outro lado, esta entrevistada denota a
importância das mudanças incorporadas na profissão no horizonte da ruptura com o
conservadorismo, notadamente na década de 1990, para alavancarem a articulação da categoria
com as lutas em defesa dos direitos da classe trabalhadora, dentre os quais se inclui o
atendimento às necessidades de saúde. Outra profissional, referindo-se aos anos 1990,
rememora: “Lembro da participação de apenas duas assistentes sociais neste tempo. E a
contribuição foi no sentido também de qualificação dos conselheiros municipais” (entrevista
3). Embora não tenha ocorrido uma participação intensa/massiva de assistentes sociais nas lutas
pelo direito à saúde n período de forte efervescência do movimento sanitário, é importante
elucidar que a categoria não esteve alheia a este processo. Nos termos de uma entrevistada:
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
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Luiz Rodrigo Pires Pereira1; Gustavo dos Santos Pereira 2; Maria Audenora das Neves
Silva Martins 3.
INTRODUÇÃO
O assunto retratado e abordado nesse resumo expandido, provem de um problema
que estamos vivendo atualmente no mundo inteiro, que seria o problema da pandemia do
corona vírus Covid-19, que nos prende em casa em isolamento social a mais de 7 meses,
impossibilitando diversas atividades e dificultando outras mais. Levando em consideração o
problema, esse resumo tende a explicar algumas situações relacionas a algumas atividades
nesse período de distanciamento.
METODOLOGIA
Para dar continuidade à pesquisa foram recolhidos dados de diversas matérias sobre
tal problemática, problema esse, que mesmo atingindo a todos, alguns realmente sofrem mais
do que outros, devido as suas respectivas situações de vida, sempre existindo aquela parte
sem acesso à informações mais frequentes e precisas e acabam sendo mais vítimas, tanto da
própria problemática maior ou até mesmo de outras situações sejam socias e econômicas ou
políticas, como por exemplo, a escassez de recursos da população mais pobre em relação à
estudos, cuidados básicos e essenciais como saneamento, a falta disso pode acarretar em
mais casos de contágios, sendo assim de extrema precariedade a situação em que se encontra
qualquer família que não tenha condições, como é o caso de moradores de Cidade Estrutural,
região pobre de Brasília, que vivem em local com o esgoto a céu aberto, assim culminando
no contágio dos mesmos, isso devido à falta de consideração do governo em relação à esses
que sofrem mais do que nós mesmos, por não ter carteira assinada, não conseguir trabalhar
mesmo sendo extrema necessidade. Dessa forma explicando e comentando na página
Correio Braziliense em 2020, a infectologista do Hospital Brasília, Ana Helena Germoglio
ressalta:
Quanto mais ficarem em casa, mais suave a ascensão da curva. A rede
pública tem problemas, mas todos os profissionais estão dando seu máximo.
Se todo mundo fizer sua parte, reduzindo o contágio, a assistência será
melhor para todos.
A partir dos descasos, uma parte da população empatiza com vários habitantes dessa
situação e se solidarizam, como é o caso da campanha audiovisual que dá notícias e
informações sobre o vírus para população carente, que começou a ser divulgada na Paraíba.
Devido ao isolamento, o processo de pesquisa muitas vezes fica mais inacessível do
que antes para outras, considerando necessidade do uso da internet, coisa que muitos não
possuem acesso bom e frequente, certas vezes nem acesso. Porém o isolamento também cria
algumas oportunidades novas de pesquisa, aumento de o número de pesquisas sobre o
próprio isolamento, como o comportamento das pessoas antes comparados a agora, entre
1
Discente Bolsista do Programa de Iniciação Científica – PIBIC-EM. E-mail:pires.luizrodrigo@gmail.com
2
Discente Bolsista do Programa de Iniciação Científica – PIBIC-EM. E-mail: gustavocbv333@gmail.com
3
Docente do Curso de Direito. Líder do GECA – Grupo de Estudos da Criança e do Adolescente. Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte – UERN. E-mail: audenoraneves@uern.br
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Considerando, essa afirmação, ainda não sabemos como agir diretamente, após o fim
da quarentena, mas por agora algumas ações podem reduzir o impacto econômico da
pandemia do COVID-19. Uma delas seria o governo ter aberto um prazo para receber
doações de computadores, notebooks e algumas outras coisas desse tipo, e essa semana
reabrindo o prazo, estendendo-o até o dia 29 de maio deste ano.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, fica evidente que a pandemia do COVID-19 foi e está sendo um empecilho
na vida dos pesquisadores e cientistas do Brasil e do mundo. Pode-se observar também, que
atividades diárias tais como uma reunião se tornaram verdadeiros desafios para o
pesquisador e cientistas, fazendo com que métodos precisem ser tomados para contornar a
problemática que uma pandemia possa vir a ser.
AGRADECIMENTOS
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Ensino médio, sendo instrumentalizado pela UERN – Universidade Estadual do Rio Grande
do Norte, pelo apoio financeiro em nossas pesquisas.
REFERÊNCIAS:
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Introdução
Passado mais de meio século da conquista das mulheres ao voto, ainda visualizamos
de maneira reduzida a participação das mulheres em cargos de disputa e assentos nas esferas
públicas. Na tentativa de rompimento de estereótipos e oportunização, a busca por incluir as
mulheres nestes espaços relegados em sua grande maioria a grupos de interesses específicos
tem se intensificado.
Um destes exemplos é a Lei 9100/95 que estabelece as normas para eleição e garante
a candidatura de mulheres no Artigo 11, Inciso 3 em, no mínimo 20% das vagas dos partidos
ou coligações. Lei atualizada em 1997, com a Lei nº 9.504 essa percentagem aumenta para
30% e torna-se obrigatória esta proporção mínima na participação que se estende para cargos
eleitos por voto proporcional. São leis que podem ser pensadas enquanto políticas de ações
afirmativas ao reconhecerem a ausência mais enfática de uma representação feminina.
No Brasil, a sub-representação encontra nestas leis um propulsor para aumento da
participação, entretanto pode ser identificadas contravenções haja vista que muitas delas
aparecem somente na representação para garantir o cumprimento da lei e em candidaturas
laranjas. (DAHLERUP; FREIDENVALL, 2010). Diante deste cenário, a pergunta problema
que norteia a nossa pesquisa é: Pode-se identificar uma ampliação do número de mulheres nos
espaços de tomada de decisão e assim a efetividade das cotas aos cargos do executivo e
legislativo na eleição de 2018?
Desse modo, o objetivo desta pesquisa foi avaliar o quantitativo de candidaturas
femininas aos cargos de governadora, deputadas estaduais e federais no ano supracitado.
Consideramos mapear e avaliar o quantitativo de candidatas que se lançam através das cotas
dos partidos, avaliando se as mesmas garantem uma expressão e posição destas mulheres no
ambiente político.
Com esta pesquisa pretende-se contribuir academicamente para discussão e avaliação
da representação de mulheres nas casas legislativas, e como a questão da mulher assumindo
cargos passa por muitos entraves. Para a formação discente, deseja-se que a proposta
contribua no incentivo à leitura e pesquisa, na sugestão de recortes temáticos e
aprofundamento sobre as questões políticas e cidadãs que atravessam as nossas vivências.
Metodologia
1
Estudante do Curso de Ciências Sociais do Departamento de Ciências Sociais e Política da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte. E-mail: vanderlaniasferreira@gmail.com
2
Professor do Departamento de Ciências Sociais e Política da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
Participante dos Grupos de Pesquisa: Estudos Sócio Culturais e Informação, Cultura e Práticas Sociais. E-mail:
cyntiacarolina@uern.br
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Resultados e Discussão
Dado o referencial teórico escolhido para este projeto, trabalhamos inicialmente com
a inserção da mulher na vida política formal. Para além das cotas citadas, outra tentativa de
incentivo a participação feminina na política foi feita ainda em 2018 quando o plenário do
Tribunal Superior Eleitoral declarou que os partidos deveriam reservar pelo menos 30% dos
recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha para financiar as campanhas de
candidaturas femininas; eles também estenderam essa norma ao tempo de propaganda
eleitoral gratuita reservado aos partidos eleitorais em rádio e televisão. Mas, de fato existe a
garantia de aumento?
No gráfico a seguir, teremos a totalidade de candidaturas femininas na área legislativa
em sua relação com a quantidade de candidatas eleitas de acordo com as suas respectivas
regiões.
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Quando somamos o total de candidatas eleitas para o cargo de deputadas, o maior número de
deputadas eleitas será encontrado no Sudeste Brasileiro com 72 candidaturas femininas.
Entretanto, a maior efetividade de eleitas se revela no Norte e Nordeste, esta última região
acompanhando uma tendência das eleições para executivo municipal (ALZIRAS, 2018).
O Brasil tem no legislativo o percentual de 15% de deputadas federais assumindo
cargos, o que representa o quantitativo de 77 mulheres no universo de 513 assentos
disponíveis, como disposto no gráfico 2:
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As cotas foram criadas para gerar uma maior igualdade de gênero e representatividade,
mas o Brasil, mesmo após anos de sua implementação, figura em 132º lugar no ranking
“Women in Nacional Parlaments” divulgado pela da União Interpalamentar (MARDEGAN,
2020). Quando pensamos este número tão baixo, avaliamos as dificuldades que fazem estas
mulheres aparecerem de maneira tímida. Schartzenberg (1978, p. 101) avalia a participação da
mulher na política como privativa, sua presença é muito pequena “tão grande é a pressão de
nossa sociedade patriarcal, que as mantém confinadas em posições subalternas; tão intensa é a
prática do sexismo, do chauvinismo masculino, para defender o que ainda é território do
macho”.
Conclusões
Diante do exposto, podemos dizer que a política de cota não tem sido vivenciada em
sua efetividade, o quantitativo de candidaturas pode aumentar ou ser superior a 30% em
algumas regiões na eleição de 2018, mas com a maior parte do Brasil não é o caso. Quando
observamos os gráficos 1 e 2, vemos que apenas 6 estados alcançam esse feito nas. As cotas
são uma poderosa ferramenta na luta contra a desigualdade, mas ainda não são tratadas
devidamente, precisam ser melhoradas para que a representatividade seja verdadeiramente
alcançada em termos de efetiva mudança por todo território nacional e em todos seus cargos
públicos – e até mesmo não-públicos.
É preciso também que continuem pesquisando as razões que levam a esse
comportamento: porque mulheres são tão fortemente excluídas da vida política, porque a
política formal ou informal é um campo visto de forma tão predominantemente masculina e
porque parte dos candidatos, partidos e eleitores acreditam que mulheres podem não
conseguir fazer o mesmo papel que um homem, mesmo tratando-se de uma área que afete a
sua vida diariamente e ela, algumas vezes, possua tanta experiência quanto o mesmo.
Agradecimentos
Nosso agradecimento à Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, ao que fazem a Pró-
Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, pelo apoio científico. Ao Departamento de Ciências
Sociais e Política e ao Grupo de Práticas Culturais (Gruesc) e o Grupo de Pesquisa
Informação, Cultura e Práticas Sociais.
Referências
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[org. Instituto Alziras]. —— Rio de Janeiro. Instituto Alziras. 2018. Dados eletrônicos (pdf).
DAHLERUP, Drude & FREIDENVALL, Lenita. Electoral Gender Quota Systems and their
implementation in Europe. Policy & Politics vol 38 no 3• 407–25. 2010.
CARVALHO, Daniela D; YASUDA, Thais Guedes. A sub-representação feminina na
política brasileira em face das inovações democráticas legislativas. VirtuaJus – Belo
Horizonte, v.13 - n.1, p.363-383– 1º sem. 2017. ISSN: 1678-3425.
MARDEGAN, Ivan Osmo. Theory and evidence of women’s political exclusion in Brazil.
Orientador: George Avelino Filho. 2020. 145 f. Tese (Doutorado em Administração pública) -
Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2020. Disponível em:
https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/28931. Acesso em: 18 set. 2020.
SCHWARTZENBERG, Roger-Gérard. O Estado Espetáculo. Rio de Janeiro, Difel, 1978.
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Introdução
Segundo a Política Nacional do Idoso (Lei Nº 8.842, 1994), considera-se idosa a pessoa
maior de sessenta anos de idade. E, de acordo com a Lei Brasileira de Inclusão (2015), pessoa
com deficiência é
aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais
pessoas (BRASIL, Lei Nº 13.146, 2015, Art. 2º, p. 9).
Segundo Medeiros e Diniz (2004), no modelo social a deficiência não deve ser
entendida como um problema individual, mas como uma questão social, em que se transfere a
responsabilidade das desvantagens das limitações do indivíduo para a incapacidade da
sociedade em ajustar-se à diversidade.
1
Estudante do curso de Serviço Social do Departamento de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte (UERN); Integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Terceira Idade (NEPTI) e-mail:
nelissimara@hotmail.com
2
Professora do Departamento de Serviço Social da UERN; Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas
Públicas (GEPP); e-mail: socorroseverino@uern.br
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13.981 idosos. Todavia, a quantidade de pessoas com deficiência por faixa etária, no município
não foi divulgada.
A Cartilha do Censo 2010: pessoa com deficiência (2012) apresenta do total de pessoas
acima de 65 anos os seguintes percentuais de deficiências: 49,8% visual; 38,3% motora; 25,6%
auditiva e 2,9% intelectual.
Diante dessa realidade, essa pesquisa estabeleceu como objetivo geral: elaborar uma
cartografia social da população com deficiência idosa de Mossoró/RN e, como objetivos
específicos: identificar quem são, quantos são e onde estão as pessoas com deficiência idosas
na cidade de Mossoró/RN; conhecer as condições de vida da população com deficiência idosa;
detectar os serviços, programas, projetos e benefícios efetivados nos equipamentos sociais
municipais que atendem a população com deficiência idosa e, como essa os acessam; identificar
as principais barreiras que interferem na condição de vida da população com deficiência idosa.
Metodologia
Conduzida pelos critérios acima mencionados, a amostra foi composta por oito
equipamentos sociais, distribuídos nas quatro zonas da cidade. Na Zona Norte, constituíram a
amostra a ADVM, onde realizamos uma entrevista e aplicamos três questionários, a ADEFIM,
uma entrevista e três questionários e o Instituto Amantino Câmara, uma entrevista e sete
questionários. Na Zona Sul, elegemos o CCI do Bairro Pereiros, onde realizamos uma entrevista
e aplicamos um questionário. A Zona Leste foi representada pelo CRAS do Bairro Bom Jesus
onde realizamos uma entrevista e aplicamos dois questionários e pelo CRAS do Bairro Sumaré,
onde realizamos uma entrevista e aplicamos cinco questionários. Na Zona Oeste, os dados
foram coletados no CRAS do Bairro Redenção, onde realizamos uma entrevista e aplicamos
três questionários e na CNG do Bairro Abolição II, uma entrevista e um questionário.
Resultados e Discussão
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As pessoas com deficiência idosa que participam das instituições pesquisadas estão
predominantemente na faixa etária compreendida entre 60 a 64 anos de idade, sendo quatorze
pessoas do sexo feminino e onze do sexo masculino.
Das pessoas entrevistadas, sete são analfabetas, uma sabe ler e escrever, quatro possuem
ensino primário incompleto, quatro têm ensino primário completo, cinco têm ensino médio
incompleto, três têm ensino médio completo e uma tem ensino superior incompleto.
Sobre o estado civil, sete são solteiras, cinco casadas, sete divorciadas e seis viúvas. A
maioria tem de 1 a 2 filhos, reside em casa própria e sete pessoas são abrigadas no Instituto
Amantino Câmara, única ILPi em Mossoró, no momento.
Das pessoas com deficiência idosas pesquisadas, 88% afirmou ter renda mensal de 1
salário mínimo, apenas três têm entre 2 a 3 salários mínimos. Dezessete possuem renda
vinculada ao benefício previdenciário (aposentadoria), seis acessam o benefício assistencial
(Benefício de Prestação Continuada - BPC), uma aposentadoria rural e uma é pensionista. A
maioria das pessoas classifica sua situação econômica como média, duas como boa e apenas
uma como má. Atualmente, apenas duas pessoas idosas desenvolvem atividades remuneradas.
A maior parte das pessoas entrevistadas afirma ter alguma doença crônica, destacando-
se pressão alta, seguida de diabetes, mas também encontramos pessoas idosas que afirmam não
ter doença (06). A maioria também afirma usar medicação diária, apenas três não usam. Destas,
doze consideram sua saúde como nem boa, nem má, oito como muito boa e cinco como boa.
Nenhuma avalia sua saúde como má.
Conclusão
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Prevalece a deficiência física, adquirida. Essa condição exige uma cidade com
mobilidade, transporte, equipamentos e mobiliários urbanos acessíveis, visto que a ausência
desses constituem as principais barreiras identificadas, impedem a participação plena e
igualitária em vários aspectos, interferindo negativamente na condição de vida dessa população.
Agradecimentos
Referências
BRASIL. Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994, dispõe sobre a Política Nacional do Idoso.
BRASIL. Lei nº 13.146/2015. Lei Brasileira De Inclusão Da Pessoa Com Deficiência (Estatuto
Da Pessoa Com Deficiência).
BRASIL. Cartilha do Censo 2010 – Pessoas com Deficiência/ Luiza Maria Borges Oliveira
/ Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) / Secretaria Nacional
de Proteção dos Direitos as Pessoa com Deficiência (SNPD)/ Coordenação-Geral do Sistema
de Informações sobre a Pessoa com Deficiência; Brasília: SSDH-PR/SNPD, 2012.
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Yuri Rodrigues de Lira 1, Mikaelly Itala da Silva Gonçalves 2, Tobias Arruda Queiroz33
As relações sociais foram potencializadas para o meio virtual, a partir de uma outra
ordem. O consumo via streamings de áudio e vídeo cresceu e com isolamento social esses meios
têm se tornado uma considerável fonte de entretenimento, por consequência acabou atingindo
também a maneira de se produzir e consumir música. Da mesma maneira afetou a forma como
nós pesquisadores observamos as cenas musicais e as sociabilidades envolta.
Dada esta premissa, temos como objetivo principal investigar as “Cenas Musicais
Decoloniais” (QUEIROZ, 2019) em Mossoró/RN. Sendo assim, pretendemos trazer para nossas
pesquisas a mulher negra na cena musical mossoroense, a representatividade que ela tem e os
espaços em que ela ocupa; As negociações do gênero musical executado e, por fim, investigar
o perfil do público que frequenta os locais onde ocorrem suas apresentações.
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A ideia deste trabalho é examinar como se encontra a atuação dessas artistas no período
da pandemia. Isso será feito por meio de entrevistas, análises de redes sociais, sites de
compartilhamento de música e algumas lives. O estudo pretende fazer uma comparação entre
as lives e os shows ao vivo, por meio de entrevistas com uma ou mais artistas negras que estejam
atuando no cenário musical de Mossoró. Também pretendemos focar na representatividade que
essas artistas exercem no seu meio de atuação e na representação da cultura negra na sua
música, performance, estética e discurso.
Assim será investigado também o público que assiste as lives em comparação com as
que frequentam os shows. Pretendemos comparar os públicos para identificar a presença de
corpos negros em ambos os locais, e assim constatar se o público autodenominado negro
consome esses produtos em diferentes espaços de sociabilidade. E, dessa forma, investigar se
há algum aspecto da afrodiáspora na cena musical mossoroense, seja ela virtual ou presencial.
Nos primeiro meses de pandemia, quando o mundo pôs em pratica o distanciamento
social e tentava se resguardar em suas residências, logo ficou evidente a mudança no consumo
de música por parte dos ouvintes. Não mais sair para bares, nada de bailes, boates e muito
menos shows e festivais. E não parou por aí. Em maio de 2020, o Spotify revelou que durante
a pandemia cresceu o número de plays em músicas e hits antigos, evidenciando a nostalgia no
consumo. Isso pode ser observado pelas demandas das próprias lives, onde artistas aposentados
e bandas que já não mais estão ativas viram o público cobrar por shows virtuais “ao vivo”. E
essa novidade logo se popularizou. As lives passaram a fazer parte da rotina de quem conseguia
e podia evitar sair de casa. A nostalgia em momentos de incerteza pode ser explicada pela
psicologia social, mas as transformações no modo de consumo e na forma de consumo de
música em situações adversas se molda aos eventos cotidianos, é de nosso interesse, como
destaca JANOTTI JR (2020):
Desse modo, é possível vislumbrar como a cultura digital possibilita outras formas do
indivíduo se relacionar com a música, e na impossibilidade do tradicional ao vivo, novas formas
de comunidades e grupos se reunirem em uma cena torna-se possível.
Chegamos a conclusão de que os espaços de produção musical está para os individuos
negros além de uma forma de exaltar de forma positiva a cultura negra e todos os elementos
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que a cercam, também funciona como uma ferramenta de oposição a um sistema opressor, e
racista, além de quebrar de estereótipos referentes à cultura da diáspora. Assim podemos
chamar a atenção para a importância de mostrar pessoas negras ocupando espaços de
protagonismo.
Referências
ARGÔLO Marcelo; GUMES Nadja Vladi. A cor dessa cidade sou eu: Ativismo musical no
projeto Aya Bass, p. 6-10, GP Comunicação, Música e Entretenimento, 2020.
GOMES Itania maria Mota; ANTUNES Elton. Repensar a comunicação com Raymond
Williams: estrutura de sentimento, tecnocultura e paisagens afetivas, p.3-5 Open Access, 2018.
SANTOS Melina; QUEIROZ Tobias. Que negro é esse na cultura do metal. IASPM JOUNAL,
p.2,7,10,13,2020
QUEIROZ, Tobias Arruda. Valhalla. All Black In e Metal Beer: repensando a cena musical a
partir dos bares no interior do Nordeste. Recife, Tese (Doutorado em Comunicação) –
Universidade Federal de Pernambuco, 2019.
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INTRODUÇÃO
Fenômenos concernentes à internet e à cultura participativa dos sujeitos estão
suscitando discussões sobre novos paradigmas relacionados aos envolvidos no processo
comunicativo. A internet transformou os comportamentos, bem como os comportamentos
transformaram a internet em uma relação de interação que foge de qualquer determinismo
tecnológico (CASTELLS, 2003).
Em uma perspectiva diferente das teorias da comunicação de massa, especialmente da
teoria hipodérmica, compreende-se que os receptores do processo comunicativo não são
passivos à comunicação, uma vez que a relação semiótica que é estabelecida entre mensagem
e receptor já se configura como interação (PERES, 2008). No entanto, atualmente, essa relação
interativa está mais presente, visto que a internet proporciona um alto nível de conexão entre as
pessoas (SANTAELLA, 2003). Portanto, diante da maior facilidade de publicar conteúdo e
interagir com seus pares, sujeitos do processo comunicacional crescem em participação nas
redes sociais.
Nesse contexto, a produção de comunicação pode ser realizada por qualquer pessoa
por meio dos canais presentes na internet. Tal fenômeno também é discutido por Jenkins (2009)
sob a alcunha de cultura da convergência. Para Jenkins (2009), produtores e consumidores de
comunicação são confundidos em uma dinâmica interativa que, muitas vezes, confunde os
papeis no processo comunicativo. É nesse cenário que esta pesquisa busca compreender a
dinâmica interativa no Instagram durante o espetáculo Mossoró Cidade Junina (MCJ) que já
faz parte do calendário cultural de Mossoró.
O estudo teve como objetivo compreender a dinâmica interativa dos sujeitos por meio
do Instagram durante o evento Mossoró Cidade Junina, um grande evento cultural que acontece
na cidade de Mossoró.
METODOLOGIA
A pesquisa foi de natureza qualitativa por meio da coleta de dados secundários que
fazem referência ao evento e à cultura em Mossoró. Além disso, foram realizadas observações
de conteúdo que fazia referência ao evento em perfis públicos. As análises buscaram identificar
temas retratados na teoria e tal tipo de análise consiste em encontrar núcleos de sentido com
significados (DESLANDES; MINAYO, 2004).
1
Estudante do curso de Comunicação Social – Habilitação em Publicidade e Propaganda do Departamento
de Comunicação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: gledstonneto@alu.uern.br
2
Professora do Departamento de Comunicação Social da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte;
e-mail: fernanaaragao@uern.br
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RESULTADOS
Rebouças (2018) conta que em 1997 tinha início o Mossoró Cidade Junina, um evento
que se tornaria tradição do povo potiguar, intencionando reunir os pequenos festejos juninos
que aconteciam nos bairros da cidade de Mossoró em um único grande evento. Anos se
passaram, o evento foi crescendo e tomando proporções gigantescas, reunindo, nas últimas
edições, quase 1 milhão de pessoas em suas festividades ao longo do mês de junho na cidade
de Mossoró, no estado do Rio Grande do Norte.
Dentro do Mossoró Cidade Junina há um evento que é considerado o maior bloco
junino do país, o Pingo da Mei Dia. O Pingo, como é chamado popularmente por muitos, é o
responsável por abrir os festejos juninos na cidade de Mossoró e desde o seu surgimento em
2009, leva uma multidão às ruas e esse número cresce a cada ano. Ele é realizado geralmente
na primeira ou segunda semana do mês de junho, e as atrações começam a se apresentar a partir
do meio-dia, por isso o nome Pingo da Mei Dia.
É possível observar a presença de conceitos teóricos como Cultura da Convergência e
Cultura Participativa nos resultados que serão apresentados, principalmente ao observarmos
pelo prisma de Jenkins (2009). Jenkins (2009) denomina a cultura da convergência como
processo complexo em que velhas e novas mídias se encontram permitindo que a produção de
conteúdo aconteça de modo mais democrático, viabilizada pelo uso da tecnologia e por uma
cultura participativa. É isso que acontece quando a imagem do Mossoró Cidade Junina não é
formada apenas a partir de campanha publicitária feita pela prefeitura, mas também pela
participação das pessoas.
Como já foi elucidado, a análise se deu através da participação das pessoas por meio de
publicações com a hashtag #PingodaMeiDia2019. O uso dessa hashtag no Instagram foi
observado nas 25 publicações consideradas mais relevantes e postadas no feed4 dos usuários.
Segundo a o Instagram, as publicações tidas como mais relevantes são aquelas consideradas
populares, podendo ter alternância dependendo do dia e do perfil utilizado para observar.
A coleta de dados aconteceu pelo celular entre os dias 11 e 13 de agosto de 2020. Vale
lembrar que devido às medidas de proteção contra a Pandemia da COVID-19, não houve o MCJ
em 2020 com a participação presencial do público. Dessa maneira, poderia aparecer na pesquisa
recordações do evento que teve sua última edição presencialmente em 2019.
Entre as 25 publicações analisadas, somente 3 delas foram vídeos e todo o restante foi
fotos postadas individualmente ou em formato de carrossel, ou seja, com mais de uma foto na
mesma publicação. A partir de tais dados, percebeu-se um interesse maior das pessoas em
publicar fotos e não vídeos. Os usuários que tiveram as suas publicações entre as mais
relevantes eram em sua maioria jovens, com mais de mil seguidores no Instagram, residentes
3
Hashtag é um composto de palavras-chave, ou de uma única palavra, que é precedido pelo símbolo cerquilha
(#). Tags significam etiquetas e referem-se a palavras relevantes, que associadas ao símbolo # se tornam
hashtags que são amplamente utilizadas nas redes sociais. Disponível em: https://canaltech.com.br/produtos/O
que-e-hashtag/. Acesso em: 10/09/2020 às 22h50.
4
O feed do Instagram reúne todas as publicações do perfil e serve como um resumo do conteúdo que você
produz. Disponível em: https://www.canva.com/pt_br/aprenda/feed-instagram/. Acesso em: 10/09/2020 às
23h01.
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da cidade de Mossoró e a maioria foi homens. Tais informações refletem o perfil da amostra
escolhida ou expressar uma predominância desse perfil como bastante popular no Instagram
entre os participantes do evento.
Como as análises foram feitas a partir de publicações de caráter público, podemos tecer
que as redes sociais digitais transformaram o comportamento da sociedade nas questões sobre
o que é exposto e o que é mantido em sigilo. A possibilidade de tornar algo público ao
compartilhar informações na internet tem estimulado os usuários das redes sociais a expor
conteúdos que antes eram mantidos em privado. Bauman (2001) trata essa mudança como uma
redefinição da esfera pública num palco em que dramas privados são encenados, publicamente
expostos e assistidos. Com o crescente número de usuários das redes sociais e a capacidade de
algo se tornar tão público a ponto de obter fama, é gradativo o número de pessoas que tentam
se tornar famosas por meio da internet.
Quanto ao conteúdo presente nas publicações analisadas, grande parte das fotos
postadas por mulheres mostravam sua roupa, cabelo e maquiagem. Houve uma predominância
no uso de roupas coloridas e trajes juninos, a exemplo das peças quadriculadas e floridas.
Observou-se a alegria como núcleo temático por ser a principal expressão transmitida nas fotos
dos participantes. Na legenda, as publicações expressavam sentimentos positivos ou neutros,
não houve nenhuma crítica negativa ao evento. Além da #PingodaMeiDia2019, algumas das
postagens apresentaram outras hashtags, texto, emojis5 e menções a outras pessoas.
Somente uma publicação foi feita no dia 8 de junho de 2019, data de realização do
evento e isso pode ter acontecido devido a uma possível preferência da função stories6 para
postar fotos em tempo real, enquanto no feed a maioria dos usuários planejariam a publicação
tendo uma seletividade maior. As outras publicações, em sua maior parte, foram feitas em até
uma semana após o evento ou como uma recordação compartilhada apenas em 2020. Das 25
publicações sob análise, apenas 1 não recebeu comentários dos usuários do Instagram. A
maioria dos comentários no restante das outras 24 postagens continham elogios para a
festividade, para a beleza da pessoa que divulgou ou demonstração de saudade do evento que
não aconteceu presencialmente em 2020.
Entre as publicações analisadas, metade delas apresentavam pessoas
desacompanhadas e a outra metade continha casais ou grupos de amigos e parentes. Nas fotos
de pessoas desacompanhadas, algumas delas tinham como possível intenção mostrar a roupa e
a maquiagem usadas para ir ao evento e geraram comentários com elogios a esses itens. Já as
publicações com mais de uma pessoa presente na foto mostravam um clima de alegria e união,
muitas delas continham a marcação das demais pessoas expostas na foto, o que acabou
motivando a escrita de comentários e o engajamento entre as pessoas.
Quanto ao ambiente das fotos e vídeos publicados, a maior parte tem como cenário a
cidade de Mossoró, em especial o local onde aconteceu o Pingo da Mei Dia 2019. Aparecem
também entre as publicações mais relevantes que fazem parte desta pesquisa, fotos em que os
indivíduos aparecem numa moradia, aparentando ser uma foto tirada antes deles irem ao evento.
Os ambientes nas fotos podem ser identificados através da percepção da aglomeração de
pessoas e locais que remetem à cidade de Mossoró, mas houve uma facilidade na identificação
por conta da marcação de localização presente em algumas publicações.
5
Forma simples e prática de condensar sentimentos e expressões complexas em imagens. Disponível em:
https://olhardigital.com.br/noticia/20-emojis-que-voce-esta-usando-errado/77426. Acesso em: 10/09/2020 às
23h15.
6
Consiste na possibilidade de publicar fotos ou vídeos que ficam acessíveis por até 24 horas.
Disponível em: https://neilpatel.com/br/blog/instagram-stories-o-que-e/. Acesso em: 10/09/2020 às
23h25.
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CONCLUSÃO
A realização desta pesquisa permitiu concluir que a interação das pessoas no Instagram
durante o evento Mossoró Cidade Junina tem grande valor para a formação da imagem do
evento. Foi possível observar que as pessoas funcionam como mídia a partir do que elas
divulgam em suas redes sociais. Desta forma, é factível a formação de opinião a respeito do
evento. Os resultados mostram que o Pingo da Mei Dia 2019 é abordado no Instagram pela
maioria com opiniões positivas ou neutras, o que contribui na construção de um pensamento
positivo sobre o evento alinhando-se ao que a Prefeitura de Mossoró planeja comunicar.
A tecnologia possui uma relação estreita com o MCJ, uma vez que permite observar a
participação das pessoas ao compartilhar o que é vivenciado. As informações compartilhadas
nas redes sociais apresentam cada vez mais relevância na vida dos seus usuários ao serem
tratadas como importantes ferramentas na formação da imagem sobre eventos, pessoas,
instituições e marcas. Esta pesquisa apresenta relevância na formação de um retrato específico
da amostra escolhida sobre a dinâmica interativa dos sujeitos no Mossoró Cidade Junina,
especialmente no Pingo. Futuras pesquisas podem ser realizadas para investigar outros grupos
considerados relevantes, bem como o cenário a partir de mudanças que podem ocorrer a
qualquer momento nas redes sociais.
BIBLIOGRAFIA
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
CASTELLS, M. A galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade;
tradução Maria Luiza X. de A. Borges; revisão Paulo Vaz. – Rio de Janeiro: Zahar, 2003.
JENKINS, Henry. Cultura da Convergência; tradução: Susana Alexandria. 2.ed. – São Paulo:
Aleph, 2009.
MINAYO, M. C. de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 8a Ed. São
Paulo : Editora Hucitec, 2004.
PERES, Clotilde. Semiótica e gestão de marcas. PEREZ, Clotilde (org) Hiperpublicidade. São
Paulo: Thomson, 2007, vol. 1. -----------------. Planejamento publicitário. In: PEREZ, Clotilde
(org) Hiperpublicidade. São Paulo: Thomson, 2008, vol. 2.
REBOUÇAS, Nathalia. Mossoró Cidade Junina completa hoje 21 anos de criação. Mossoró
Cidade Junina, 22 de maio 2018. Disponível em:
<http://mossorocidadejunina.hospedagemdesites.ws/2018/05/22/mossoro-cidade-junina-
completa-hoje-21-anos-de-criacao/>. Acesso em: 10 de set. de 2020.
SANTAELLA, Lúcia. Da cultura das mídias à cibercultura: o advento do pós-humano. Revista
Famecos, v. 10, n. 22, p. 23-32, 2003.
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INTRODUÇÃO
O Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (Lei n° 7.661/88) tem por objetivo
proporcionar o uso dos recursos e ocupação das zonas costeiras de modo a assegurar a
sustentabilidade dos ecossistemas. O Art. 21 do Decreto n° 5.300/04 determina que as praias
são bens públicos de uso comum do povo em qualquer direção e sentido (BRASIL, 2004).
Dessa forma, é resguardado a construção de qualquer empreendimento de cunho privado
na praia. No entanto, devido a constante dinâmica das zonas costeiras, delimitar os ecossistemas
costeiros é um processo complicado.
Na praia conhecida popularmente por Fenda do Biquíni, área de estudo da presente
pesquisa, duas construções localizadas em uma falésia altamente erodida foram embargadas
por estarem em área de praia. Porém, uma observação in loco permite perceber as diferenças
da praia para a área onde as barracas se encontram.
Contudo, a presente pesquisa tem por objetivo desenvolver um estudo teórico com base
na legislação e observação temporal, por meio de satélite, da área a fim de delimitar a zona de
praia e determinar se os empreendimentos encontram-se ou não em local inadequado.
METODOLOGIA
O presente estudo foi desenvolvido na praia popularmente conhecida por Fenda do
Biquíni, estando inserida na praia de São Cristóvão, zona rural do município de Areia Branca
no Rio Grande do Norte.
Segundo Ferreira (2019), a área de estudo divide-se em dois ecossistemas, uma falésia
altamente erodida, com grande declividade em direção à praia, chegando a se confundir com
esta, a qual é plana, apresentando menor quantidade de sedimentos.
As barracas encontram-se localizadas na área erodida da falésia, considerando a
tonalidade dos sedimentos, não chegando a atingir a zona de praia. Devido à alta declividade
da falésia ocasionada pelo processo erosivo e transporte de sedimentos os ecossistemas podem
misturar-se, tornando confuso a delimitação da faixa de praia.
Antes de qualquer procedimento, foi feito um estudo da legislação pertinente. Após foi
realizada uma análise geomorfológica temporal na área de estudo. Por meio de imagens digitais
dos satélites Landsat 5 TM e Landsat 8 OLI, as quais foram georreferenciadas para o sistema
de coordenadas SIRGAS 2000, zona 24 Sul e processadas no Qgis versão 3.4.10 Madeira.
Após, foi realizada análise das composições coloridas (RGB) das bandas 7/4/2, a
primeira corresponde a morfologia do terreno, a banda 4 destaca os corpos d’água por meio da
absorção de energia e a banda 2 penetra a superfície da água, permitindo contraste dos meios
de preamar, da linha de costa e da baixa mar. Foram utilizadas imagens do sensoriamento
remoto dos anos de 1985 a 2018, em um intervalo de 33 anos.
Com a finalidade de se comparar a altimetria, a parti da área onde as barracas se
encontram até a praia, foi feito um mapa utilizando imagens de satélite convertidas do Google
1 Estudante do curso de Gestão Ambiental do Departamento de Gestão Ambiental da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; karinnya290@gmail.com; leonardoschulz97@gmail.com.
2 Professor do Departamento de Gestão Ambiental da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte,
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Earth para o Qgis versão 3.4.10 Madeira, sendo georreferenciada para o sistema de coordenadas
SIRGAS 2000, zona 24 Sul. A imagem utilizada é do ano de 2018, sendo a mais recente.
RESULTADOS E DISCURSSÕES
A praia de São Cristóvão, assim como Ponta do Mel e Cacimbinha, encontra-se em uma
área plana e baixa, sendo formada pela sedimentação fluvial e marinha (FERREIRA, 2019).
Entre 1985 e 2018 houve pouca mudança no acúmulo de sedimentos no litoral a leste,
enquanto no litoral a oeste tem-se uma grande extensão de praia, a qual é delimitada por
vegetação rasteira, que dá início a um novo ecossistema.
Na área de estudo a um promontório, formado devido a existência de rochas que barram
a ação marinha, reduzindo o processo erosivo. Este faz com que a parte a barlavento tenha uma
maior deposição de sedimentos, formando praias mais arenosas. Já a parte a sotavento é mais
plana tendo uma extensão de praia bem maior.
Com isso, pode-se concluir a existência de pouco processo erosivo na área da praia
Fenda do Biquíni. Logo, considera-se grande possibilidade que esta mantenha-se da mesma
forma por mais algumas décadas.
O Art. 10, § 3º da Lei 7.661 de 16 de maio de 1988 determina praia como sendo a “área
coberta e descoberta periodicamente pelas águas, acrescida da faixa subsequente de material
detrítico, tal como areias, cascalhos, seixos e pedregulhos, até o limite onde se inicie a
vegetação natural, ou, em sua ausência, onde comece um outro ecossistema” (BRASIL, 1988).
Vale ressaltar, que limites costeiros são constantemente moldados pela dinâmica
marítima, aérea e pluvial, dessa forma, a delimitação de praia é variável no tempo e espaço.
Assim sendo, as determinações de uso e ocupação também podem variar de acordo com as
necessidades, disponibilidade de recursos ou fatores ambientais diversos (TEIXEIRA, 2008).
Figura 1: Mapa de comparação da linha de costa do litoral setentrional do Rio Grande do Norte nos anos 1985,
1995, 2005 e 2018/ Fonte: Landsat 5 TM/ Landsat 8 OLI (Earth Explorer).
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Analisando a Figura 1, nota-se que o mar durante a preamar atinge até uma determinada
área, fincando ainda uma parte com sedimentos arenosos sem resquício de umidificação. Antes
de se chegar a área de solo avermelhado, a qual consiste na falésia altamente erodida. Logo,
entende-se que a faixa de praia limita-se onde inicia a elevação do solo de tonalidade vermelha.
O conhecimento de campo foi realizado no dia 09 de fevereiro de 2020, pelo horário da
manhã. Uma consulta prévia a tábua de maré levou a escolha desse dia por que a maré estaria
baixa, atingindo uma altitude máxima de apenas 0,3 m. Dessa forma seria possível visualizar
claramente até onde iria o alcance da maré alta, sendo representado pela faixa de solo úmido.
É notório a diferença altimétrica da falésia até a praia. Devido à grande declividade da
segunda, por meio dela é possível chegar a praia, passando pelas barracas em questão. Visando
melhorar o acesso, foi instalado no local uma passarela, feita a parti de carretéis, que se estende
do topo da falésia até as barracas. A parti desta é possível perceber de forma mais clara a
declividade da área.
Considerando o objetivo da presente pesquisa foi feita uma análise altimétrica a partir
de imagens de satélite da área, partindo da coordenada 4°55’21.56”S 36°57’23.97”O,
localizada entre as duas barracas, até o mar (Figura 2).
Figura 2: Análise altimétrica da zona costeira de São Cristóvão, em Fenda do Biquíni/ Fonte: dados do Google
Earth, 2018.
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CONCLUSÃO
Por ser um ambiente altamente frágil e dinâmico a zona costeira necessita de legislação
e fiscalização rigorosas, pois interferências antrópicas nessa região podem causar danos
irreversíveis nos aspectos ambientais, paisagísticos, históricos, culturais. Logo a necessidade
de se haver um planejamento específico para estas áreas.
No entanto, a partir de tudo que foi debatido é possível notar que se faz necessário uma
determinação mais precisa dos limites das zonas costeiras, é comum haver divergências entre
as delimitações de praias e dunas por exemplo. Considerando que cada ecossistema tem normas
de uso e ocupação específicas, essas divergências findam confundindo a sociedade civil e
dificultando o trabalho dos órgãos fiscalizadores.
Por conta da dinâmica costeira, muitas praias sofrem com acréscimo de sedimentos ou
processos erosivos, alterando constantemente suas delimitações. No entanto, vale ressaltar que
no caso da área de estudo foi possível notar que a faixa de praia sofreu poucas alterações ao
longo de 30 anos, não havendo erosão, nem acréscimo de sedimentos na faixa de praia. Dessa
forma, a delimitação de praia poderia ser mais precisa.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a UERN e ao CNPQ pela concessão da bolsa de iniciação
cientifica através do PIBIC-UERN e pelo apoio logístico que viabilizou a realização da pesquisa
em campo.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Nathalia Marinho. Estabilidade das falésias da Barreira do Inferno – RN.
(Dissertação) Pós Graduação em Engenharia Civil – Universidade Federal do Rio Grande do
Norte – UFRN. Natal, 2017.
BRASIL. Decreto nº 5.300 de 7 de dezembro de 2004. Disponível em:
<https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/97168/decreto-5300-04>. Acesso em 12 de
jun. 2020.
BRASIL. Lei nº 7.661, de 16 de maio de 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7661.htm>. Acesso em 12 jun. 2020.
FERREIRA, Joyce Clara Vieira. Relação praia-falésia de São Cristóvão, Ponta do Mel -
Areia Branca (Litoral Setentrional) e Cacimbinha - Tibau do Sul (Litoral Oriental), RN
– Brasil. (Tese) Programa de Pós-graduação e Pesquisa em Geografia, Universidade Federal
do Rio Grande do Norte - UFRN, Natal, p. 241, 2019.
TEIXEIRA, George Luiz Sampaio. Aspectos jurídicos da ocupação de áreas de praia no
litoral do estado do Ceará. (Monografia) Faculdade De Direito Da Universidade Federal Do
Ceará. Fortaleza, 2008.
1 Estudante do curso de Gestão Ambiental do Departamento de Gestão Ambiental da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; karinnya290@gmail.com; leonardoschulz97@gmail.com.
2 Professor do Departamento de Gestão Ambiental da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte,
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INTRODUÇÃO
Os cursos de bacharelado em Publicidade e Propaganda no Brasil não possuem no currículo
disciplinas de docência no ensino superior, isto se deve ao fato de que não serão formados professores
e, sim, profissionais para o mercado da área. Os graduados, ao decidirem seguir a carreia de docência
acabam, por vezes, atuando como educadores, mas sem a formação e o debate sobre os processos de
ensino-aprendizagem. Assim, surge a necessidade de pesquisar sobre as possíveis abordagens para o
ensino-aprendizagem dos alunos do curso de Publicidade e Propaganda e suas particularidades em
relação ao currículo do curso.
As práticas docentes devem estar alinhadas ao Projeto Pedagógico do curso nas seguintes
vertentes: construção do conhecimento, função social do curso e a formação do aluno participativo.
Nessa vertente, devem incentivar a autonomia do educando no seu processo de aprendizagem, a
participação do aluno que se dá por meio da sua responsabilidade como promotor do seu
conhecimento e do apoio, por meio das habilidades de um comunicador/publicitário, para modificar
e ajudar a comunidade ao qual ele está inserido.
Dentro dessa perspectiva se constitui o seguinte problema de pesquisa: Quais os processos
de ensino-aprendizagem podem auxiliar na formação do educando autônomo, capaz de ir em
busca do seu conhecimento e contribuir com a comunidade?
Para isso, acreditamos que se deve desenvolver nos educandos do curso de Publicidade e
Propaganda um pensamento crítico que os torne agentes transformadores e não apenas receptores de
informações. O estudante necessita fazer conexões, tecer teorias para poder construir suas próprias
ideias. Essa proposição se alinha ao pensamento complexo de Morin (2003) ao qual propõe
pensarmos como se dá o conhecimento e como se produz conhecimento.
Morin (2003) propõe pensarmos que o conhecimento é multidimensional e inseparável:
Se a noção de conhecimento diversifica-se e multiplica-se quando a consideramos, podemos
legitimamente supor que comporta diversidade e multiplicidade. Desde então, o
conhecimento não seria passível de redução a uma única noção, como informação, ou
percepção, ou descrição, ou ideia, ou teoria: deve-se antes concebê-lo com vários modos ou
níveis, aos quais corresponde cada um desses termos (MORIN, 2003, p.20).
1
Estudante do curso de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda Uern, email: thaysapegado@alu.uern.br
2
Professora do curso de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda Uern, email: paulazagui@uern.br
3
Professora do curso de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda Uern, email: jessicaolif@gmail.com
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Strauss (1989) aborda, em “A Ciência do Concreto”, dois tipos de pensamento: aquele que
nascemos com ele e o que domestica a maneira como pensar. Com isso, faz uma crítica à ciência que
segue de forma linear (principio, lógica), tratando, nesse ponto, das ações que visam “domesticar” o
pensamento, e explica como funciona o cérebro (do homem que não conhece a ciência), daquele que
não conhece a regra para poder pensar. O autor transporta isso para a cultura. O ser humano é separado
pela cultura, mas é unido dentro daquilo que faz a espécie existir. Aquilo que é invariável é que faz a
relação da cultura com a língua. O autor começa a mostrar sobre o pensamento da ciência (como um
pensamento único e melhor) e depois desconstrói isso ao compreender que somente aquele que
conhece a ciência é que sabe pensar.
No âmbito da sala de aula, podemos pensar em diferentes vertentes que nos põem sempre em
um duelo do pensamento domesticado com o pensamento selvagem: quando disciplinamos o
pensamento ao disponibilizar regras e modelos para os alunos apenas seguirem, apesar de facilitar a
produção dos alunos, pode inibir o surgimento de novos modos de fazer e agir com intuito de fornecer
ao educando uma aprendizagem ativa.
Para Bacich e Moran (2018) a aprendizagem é ativa quando “aprendemos ativamente desde
que nascemos e ao longo da vida, em processos de design aberto, enfrentando desafios complexos,
combinando trilhas flexíveis e semiestruturadas, em todos os campos (pessoal, profissional, social)
que ampliam a nossa percepção, conhecimento e competências para escolhas mais libertadoras e
realizadoras” (BACICH; MORAN 2018, s/p). Diante dessa abordagem, a pesquisa se propõe a
estudar as possíveis maneiras de fazer que o educando saia da posição de receptor de informações
para produtor de conhecimento, do seu próprio saber.
METODOLOGIAS
A pesquisa utilizou o estudo de caso como estratégia metodológica, com recorte espacial no
curso de Publicidade e Propaganda da UERN e considerou as quatro características essenciais:
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Durante o processo de análise das atividades desenvolvidas, foram consideradas as
características da TURMA A. Todos os alunos apresentavam faixa etária similar, entre 20 a 25 anos
e a maioria estava em estágios na área.
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As aulas de campo foram as que mais apresentaram participação dos educandos durante a
realização, se tratavam de atividades que exigiam a observação de determinados espaços de consumo,
que colocavam o educando em situação de pesquisador de campo.
As leituras complementares foram as que tiveram menor retorno, resultado que
compreendemos estar ligado ao fato de que esta atividade envolve o educando assumir seu papel
como construtor do seu conhecimento ao mesmo tempo que teria que lidar com as adversidades de
tempo e outros compromissos.
A atividade prática obteve um bom engajamento em seu planejamento, mas na execução do
projeto as atividades do grupo ficaram incompletas, comparadas com objetivo inicial. O resultado
dessa atividade foi importante para aprofundarmos em sala de aula os seguintes pontos: a) a técnica:
na prática profissional é preciso realizar com atenção e analisar aquilo que realmente é possível
executar dentro do que foi planejado, para isso, é preciso considerar o engajamento da equipe,
financiamento, tempo, técnicas de execução. b) compromisso com o projeto: apesar das dificuldades
técnicas e de engajamento de equipe apresentada, de que maneira poderíamos gerenciar uma crise?
CONCLUSÕES
A pesquisa não se fechou em metodologias que funcionaram ou não, mas em possibilidades
de realização de atividades que pudessem deixar os alunos em uma posição de seres ativos em seus
processos de aprendizagem. Apesar de algumas atividades terem menos retorno ativo dos educandos,
não significa que elas não são eficientes, são questões observadas para serem questionadas e
aprimoradas em futuras ações.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos à Universidade do Estado do Rio Grande do Norte pela concessão da bolsa de
pesquisa e por todo apoio durante a realização da mesma. Agradecemos aos educandos que
participaram das atividades propostas durante a realização da pesquisa.
REFERÊNCIAS
BACICH, Lilian & MORAN, José. Metodologias ativas para uma educação inovadora: Uma
abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.
BARROS, Antonio; DUARTE, Jorge (orgs.). Métodos e técnicas de pesquisa em Comunicação.
São Paulo: Atlas, 2009.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz
e Terra, 1996.
MORAN, José. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda. Disponível em
http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2013/12/metodologias_moran1.pdf Acesso em
Jan 2020.
MORIN, Edgar. Educar na era planetária. São Paulo: Cortez editora, 2003.
STRAUSS, Levi. O pensamento selvagem. Campinas: Papirus, 1989.
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INTRODUÇÃO
A forma de se produzir alimentos vem passando por grandes transformações, tendo em
vista a procura de produtos de consumo rápido, principalmente por causa da preparação e
facilidade. De acordo com Garcia (2013) os avanços tecnológicos na indústria dos alimentos e
na agricultura tem forte influência na qualidade alimentar da sociedade. No entanto há uma
preocupação das ciências da saúde em estudar a estreita relação entre a dieta e algumas doenças
associadas à alimentação.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) as frutas e hortaliças são os
alimentos mais importantes para se ter uma dieta equilibrada, sendo indispensável o consumo
de pelo menos 400g/dia de frutas, legumes e verduras (JUNQUEIRA; LUENGO, 2000).
Na categoria de melhor qualidade de tempo de preparo se destacam as frutas e hortaliças
minimamente processadas principalmente por ter características mais próximas do “in natura”
e com alto valor agregado.
De acordo com Perez et al., (2008) as hortaliças minimamente processadas passaram a
surgir em vista das exigências do consumidor em buscar alternativas que leve menos tempo na
hora do preparo ou quando este não tem tanta habilidade em preparar alimentos.
É notável que o perfil dos consumidores nos últimos tempos vem mudando. Mesmo
com a maior exigência, ainda há limitações de informações e esclarecimento em relação a
qualidade dos alimentos, principalmente das frutas e hortaliças minimamente processadas.
Desse modo, o presente trabalho visa analisar a percepção dos consumidores sobre os alimentos
minimamente processados em 4 estabelecimentos do município de Mossoró/RN.
METODOLOGIA
O presente estudo fez uso da pesquisa bibliográfica e de campo. Foram escolhidos 1
mercado e 3 supermercados na cidade de Mossoró-RN. Durante as visitas de campo foram
aplicados 20 questionários em cada estabelecimento, totalizando 80 questionários. Os
questionários abordaram perguntas em relação a escolaridade do consumidor, se conheciam os
produtos minimamente processados, quais fatores as pessoas achavam importantes na escolha
desses alimentos. Após a aplicação dos questionários os dados foram analisados e representados
graficamente no software Excel 2013.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dentre dos 80 participantes da pesquisa, pode-se notar que no supermercado D 95% das
pessoas tinham superior completo e no supermercado B a maior incidência foi de pessoas que
tinham o ensino médio completo, representando 45% (Gráfico 1).
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PORCENTAGEM
80
60
40
20
Para Perez et al., (2008) ao citar Ragaert et al. (2004) e Leather (1995) ressalta que os
maiores consumidores desse tipo de alimento, considerado um dos mais caros, são os que
possuem escolaridade e renda mais alta.
Em relação a se os consumidores conheciam as frutas e hortaliças minimamente
processados, (gráfico 2) os dados mostram que a maior incidência de pessoas que conheciam
as frutas e hortaliças minimamente processadas foi no supermercado B (95%) seguido do
supermercado D (90%).
Na pesquisa de Amorim e Nascimento (2011) mostra que 66,7 % dos entrevistados
conheciam as frutas e hortaliças minimamente processados. Já na pesquisa de Perez et al.,
(2008) foi registrado um percentual de 23% de pessoas que consumiam esses alimentos, apesar
de conhecerem esse produto. No entanto não é só a praticidade que vai definir na hora da
compra, mas existem diversos outros fatores, como segurança alimentar.
50 50
25
5 10
SIM NÃO
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80,0
58,3
60,0 42,1 52,9
40,0
40,0 33,3
13,3
21,1
13,3 8,3
20,0 15,823,5
20,0 11,8 10,5 13,3
5,3 5,9 5,9 5,30 0 00 0
0,0
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados da pesquisa mostram que as pessoas com o ensino superior são os maiores
consumidores de frutas e hortaliças minimamente processados. Dos 80 entrevistados apenas
5% disseram que não conheciam os alimentos minimamente processados. Outro ponto
interessante é que os entrevistados consideram mais importante na hora da compra desse tipo
de alimento a higiene e a praticidade.
Pode-se concluir que pesquisas voltadas para avaliação e percepção de alimentos
minimamente processados é realmente promissor, mas há um longo caminho a ser percorrido
pelas empresas bem como pela pesquisa. É necessário que se haja uma maior propaganda e
informação sobre esses produtos para que os consumidores possam ter maior segurança na hora
da compra.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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SOUZA, Rubens Antônio Mandetta de. Mercado para produtos minimamente processados.
Informações Econômicas, São Paulo v.31, n.3, 2001. Disponível em:<
http://www.iea.sp.gov.br/ftpiea/ie/2001/tec1-0301.pdf> Acesso em: Ago 2020
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RESUMO
INTRODUÇÃO
1
Bolsista do projeto e Estudante do curso de Turismo (bacharelado) do Departamento de Turismo da Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte; e-mail: alice_castro23@hotmail.com
2
Voluntária do projeto e Estudante do curso de Turismo (bacharelado) do Departamento de Turismo da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: mah.hoshel@gmail.com
3
Voluntária do projeto e Estudante do curso de Turismo (bacharelado) do Departamento de Turismo da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: gomes.rudson@gmail.com
4
Orientadora, professora Departamento de Turismo, UERN/ CAN; e-mail: silvanapraxedes@uern.br
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O patrimônio geomorfológico compõe o patrimônio natural definido pela UNESCO, ele consiste o
conjunto de feições geomorfológicas, mapeados em diferentes escalas e delimitados em geossítios,
também denominados geomorfossítios, podendo ser utilizados para diversos fins de ordem econômica
ou cientifica, dada as suas características e relevância identificadas por um inventário.
O Projeto de Pesquisa Geoturismo e o Patrimônio Geomorfológico na Região Central Potiguar tem por
objetivo geral a divulgação do geopatrimônio, mapear o patrimônio geomorfológico da porção
setentrional do Planalto da Borborema, Rio Grande do Norte, Nordeste do Brasil. Através do
mapeamento, visa a identificação do Patrimônio Geomorfológico da região central do referido Estado.
Por meio da elaboração e aplicação de instrumentos de inventariação dos monumentos geomorfológicos
como serras, picos, escarpas monumentais, entre outras feições, baseando-se em informações coletadas
em campo e delimitando com informações geradas pela integração de SIG (Sistema de Informação
Geográfica), como subsídio à geoconservação do patrimônio geomorfológico, assim como, ao
planejamento ambiental. Por meio desse mapeamento descobrimos lugares que poderiam fazer parte de
um roteiro turístico na região (central) onde além de tornar o lugar mais conhecido poderia realizar o
turismo de diferentes segmentos entre eles.
METODOLOGIA
Para o alcance dos objetivos propostos, a metodologia ora concebida consistiria em fases sucessivas de
gabinete e de campo que incluíram:
● Levantamento e revisão bibliográfica;
● Elaboração de vídeocasts (vídeos com relato de pessoas que trabalham ou já trabalharam com
o geoturismo ou o patrimônio geomorlogico);
● Postagem no perfil do projeto (em ambas as plataformas, com uso de edição e glossário para
melhor integrar com o público-alvo afim de divulgar da melhor forma o destino escolhido).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Atualmente, não podendo fazer viagens de campo devido a Pandemia (para a coleta de informações
como havia sido planejado fazer no início do ano), ficou mais difícil colocar em prática a metodologia
inicial de levantamentos de dados coletados em campo, então, lançamos o perfil de Facebook e
Instagram @Geo_Roteiros (Figuras 1 e 2) que é uma forma de divulgação e conhecimento sem precisar
sair de casa, divulgando os resultados do projeto de uma forma mais descontraída e de fácil acesso (na
sua mão). Com novidades toda semana e curiosidade dessa região que apesar de tão linda é pouco
conhecida.
A seguir informações do engajamento no Instagram dos últimos 7 dias até o dia atual (23/10).
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Figura 1: “Print” da pagina principal do Facebook e os dados de engajamento até o dia 23 de outubro
de 2020.
Figura 2: “Print” da página principal do Instagram @geo_roteiros e os dados de engajamento até o dia
23 de outubro de 2020.
Por meio do perfil nas redes sociais (Instagram e Facebook), são divulgados informações, eventos e
novidades a respeito do Geoturismo e do Geopatrimonio no estado do Rio Grande do Norte, além de
mostrar informações a respeito do geoparque Seridó, que tem ainda 21 geossítios que imprimem, cada
um deles, traços bastante singulares e inclusive, é no Geoparque Seridó onde nasce o rio mais
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importante do Rio Grande do Norte, pelo menos do ponto de vista histórico. Das entranhas do município
de Cerro Corá surge o Rio Potengi, primeiro chamado de Rio Grande, que originou o nome do estado,
onde podemos ver a conservação do geopatrimônio...
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
BAL, Ana Lourdes. REBOUÇAS, José de Paiva. Um novo geoparque no Brasil. Seridó Potiguar, 5 de
dezembro de 2019. Disponível em: https://ufrn.br/imprensa/reportagens-e-saberes/31837/um-novo-
geoparque-no-brasil . Data do acesso: 21 de outubro de 2020.
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INTRODUÇÃO
A bacia do Rio Apodi Mossoró é a segunda maior bacia presente no estado do Rio
Grande do Norte (RN), compreendendo 26,8% do território estadual, o que corresponde a uma
área de 14.271,00 km² (MARTINS, 2009). Sobre a bacia são realizadas as mais diversas
atividades, desde a fruticultura irrigada à pesca. Não somente pela economia ela é importante,
principalmente quando consideramos o clima semiárido e a importância dos corpos hídricos
para tal região.
Como muitos corpos hídricos, o Rio Apodi Mossoró sofre muitos impactos da
exploração humana. De acordo com Silva (1993), desde a década de 1990 o rio apresentava
graves sinais de degradação, tais como assoreamento, lançamento de esgotos e desmatamento
da mata ciliar. Tais problemas não se restringiam apenas a um trecho, mas estavam presentes
desde próximo à sua nascente.
O setor agrícola requer uma posição de destaque quando falamos desses impactos
sobre os hídricos, pois afeta de diferentes formas a qualidade ambiental desses. Em áreas rurais
muitas famílias por vários motivos de ordem econômica e social utilizam-se de vazantes de rios
para plantio de culturas temporárias e permanentes, visando a sua subsistência (OLIVEIRA,
2019, p. 13).
Assim, a agricultura, que por si só pode impactar negativamente o ambiente físico,
torna-se ainda mais uma atividade de risco ao se instalar próximo aos corpos hídricos.
Rapidamente os impactos podem chegar na água e serem transportados a jusante. Por isso,
torna-se necessário atentar às práticas mesmo que dos pequenos agricultores e evitar impactos
significativos ao meio ambiente e à saúde das pessoas envolvidas.
De acordo com Oliveira (2019), apesar dos pequenos agricultores terem modificado e
adaptado algumas técnicas de cultivo (como o uso de máquinas e compostos químicos na
plantação), eles ainda podem não ter percepção de como essas novas práticas e metodologias
podem impactar negativamente o meio ambiente. Principalmente aquelas plantações situadas
próximo a corpos hídricos e onde a qualidade dessa água já se encontra comprometida, como é
o caso do Rio Apodi Mossoró, que se encontra poluído e contaminado em boa parte de sua
extensão.
O objetivo do trabalho é discutir os riscos e impactos potenciais das atividades de
produtores agrícolas da bacia do Rio Apodi Mossoró, assim como discutir sobre as principais
alterações causadas pela atividade agrícola nos corpos hídricos.
METODOLOGIA
O presente trabalho se baseou em pesquisa bibliográfica para realizar o levantamento
de trabalhos que discutem sobre as alterações sobre os recursos hídricos promovidas pelas
práticas agrícolas, assim como pesquisas em legislação ambiental para classificar e diferenciar
essas alterações. De acordo com Marconi e Lakatos (2011) a pesquisa bibliográfica ou de fonte
1
Estudante do curso de Gestão Ambiental do Departamento de gestão Ambiental da UERN;
enairasantos@alu.uern.br
2
Professor do Departamento de Gestão Ambiental da UERN; roseanomedeiros@uern.br
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secundária conta com a busca de todo o material bibliográfico já tornado público sobre o
determinado assunto e veiculados em diferentes meios de comunicação.
Além disso, foi buscado discutir dados obtidos a partir do trabalho de Oliveira (2019)
e evidenciar a probabilidade de padronização dos resultados da pesquisa mencionada. Como
suporte para o desenvolvimento dessa pesquisa, foram feitas pesquisas bibliográficas
envolvendo as temáticas impacto ambiental, uso de agrotóxicos e os riscos à saúde e ao meio
ambiente (OLIVEIRA, 2019, p. 26).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
PRÁTICAS E RISCOS AMBIENTAIS DE PRODUTORES RURAIS DO POLO AGRÍCOLA
APODI-RN
A pesquisa de Oliveira (2019) foi realizada na cidade de Apodi, em quatro dos sítios
que compõem o polo agrícola do Apodi. A pesquisa contou com a aplicação de 25 questionários
para agricultores. Os resultados demonstraram que os produtores, apesar de terem passado a
usar substâncias químicas como pesticidas para incrementar a produção, não conhecem os
riscos nem praticam o uso de tais insumos de forma correta, o que culmina em riscos
socioambientais incontáveis.
Gráfico 1: uso de agrotóxicos pelos produtores Gráfico 2: Orientação quanto ao manuseio
8% 8%
4% Não
Sim
Sim
Não Não Utiliza
92% 88% Agrotóxicos
Alguns dos resultados obtidos estão ilustrados nos gráficos 1 e 2, que constam que a
maioria dos produtores entrevistados usam agrotóxicos e a maioria também não recebe
nenhuma orientação técnica para o uso e manuseio desses produtos químicos. Além disso, a
maioria também descarta as embalagens dos agrotóxicos de forma errada, o que pode acarretar
danos ao meio ambiente e à saúde desses produtores.
Gráfico 3: Destinação final das embalagens de agrotóxicos
8%
Queima
16% Enterra
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Assim, são incontáveis o número de impactos socioambientais que podem estar sendo
concretizados a partir das práticas equivocadas de muitos produtores. O próximo tópico buscou
pesquisar sobre essas possíveis alterações, enfocando nas alterações sobre os recursos hídricos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Torna-se importante mapear as práticas realizadas pelos agricultores da Bacia do Rio
Apodi Mossoró para identificar os possíveis riscos, impactos e casos de degradação ambiental
já instaurados e prevenir casos futuros e assim garantir o desenvolvimento sustentável dessas
atividades.
Durante a pesquisa foram abordados os grandes problemas causados pela utilização de
agrotóxicos na agricultura sem um planejamento adequado. Entre eles podemos destacar a
perda da biodiversidade e os efeitos à saúde pública. Além disso, torna-se imprescindível
sensibilizar os produtores rurais por meio de práticas de educação ambiental mostrando meios
mais conscientes de cuidar de sua produção agrícola de forma mais limpa e eficiente, para que
esses possam garantir sua produtividade e sustento de modo sustentável.
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REFERÊNCIAS
DE DEUS, Rafael Mattos; BAKONYI, Sonia Maria Cipriano. O impacto da agricultura sobre
o meio ambiente. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, v. 7, n.
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em:<https://periodicos.ufsm.br/index.php/reget/article/view/5625> Acesso em: 27 Ago 2020.
RIBAS, Priscila Pauly; MATSUMURA, Aida Terezinha Santos. A química dos agrotóxicos:
impacto sobre a saúde e meio ambiente. Revista Liberato, v. 10, n. 14, p. 149-158, 2009.
Disponível em:<http://revista.liberato.com.br/ojs_lib/index.php/revista/article/view/142>
Acesso em: 27 Ago 2020.
SAMPAIO, E. V. S. B.; ARAÚJO, Maria do Socorro B.; SAMPAIO, Yony SB. Impactos
ambientais da agricultura no processo de desertificação no Nordeste do Brasil. Revista de
Geografia, Recife, v. 22, n. 1, p. 90-112, 2005.
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 962
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Introdução
O presente resumo está contextualizado com o projeto de pesquisa
PIBIC/UERN/CNPq intitulado Caraterização e diagnóstico de impactos ambientais do
município de Grossos/RN: proposta de background para a atividade turística. Nesse sentido,
está contextualizado com as propostas de implementação e desenvolvimento do turismo na
região do Polo Costa Branca, constituído por 17 municípios, entre os quais o município de
Grossos, objeto deste estudo. Uma das propostas deste projeto é contribuir para o processo de
planejamento e gestão ambiental em nível municipal, sobretudo relacionados ao
desenvolvimento do turismo.
O turismo é uma das principais atividades econômicas do mundo, com maiores índices
de crescimento, representando cerca de 10% da economia mundial (MASSARI, 2016). É uma
atividade que tem no meio ambiente os seus principais atrativos, vindo a se apropriar dos
recursos naturais de áreas receptoras de turistas. Desse modo, o turismo pode impactar o meio
ambiente destas áreas, tanto de forma positiva como de forma negativa.
Segundo Grimm e Sampaio (2017), mesmo sendo considerada uma atividade menos
agressiva que outras, o turismo pode trazer consequências negativas ao meio ambiente, tanto
nos aspectos sociais quanto nos aspectos físicos.
O município de Grossos, localizado na mesorregião Oeste do Rio Grande do Norte, no
litoral setentrional, apresenta uma área dotada de importantes recursos naturais que possuem
forte atratividade turística, como um ambiente costeiro dotado de belas praias e dunas,
rio/estuário em contraste com a paisagem da caatinga, que marca o litoral da Costa Branca, com
o apelo turístico de que é o lugar onde o sertão encontra com o mar. Estas características
moldam os aspectos socioculturais que reforçam a atratividade do lugar. Além disso, a presença
da atividade salineira e a localização estratégica, entre dois municípios de forte apelo turístico
– Areia Branca, um dos carros chefe do Polo Costa Branca, e Tibau, município marcado por
um forte turismo de segunda residência, com provável eixo de expansão direcionado ao
município de Grossos.
Nesse contexto, há uma relativa expectativa de apropriação do território de Grossos
pelo turismo, que pode gerar impactos ambientais significativos, tanto positivos quanto
negativos e que podem gerar a degradação dos recursos naturais, principais atrativos do turismo.
Considerando que o município possui uma dinâmica ambiental própria a ser considerada em
todo e qualquer processo de ocupação territorial e que já possui diversas atividades instaladas
geradoras de impactos ambientais e, considerando ainda as características cumulativas e
sinérgicas dos impactos ambientais, este estudo objetivou realizar uma breve análise dos
1
Estudante do curso de Gestão Ambiental do Departamento de Gestão Ambiental/FACEM da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte - UERN; claudemircosta@alu.uern.br
2
Professor adjunto do Departamento de Gestão Ambiental/FACEM da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte - UERN, pesquisador do Grupo de Estudos em Gestão Ambiental; wendsonmedeiros@uern.br
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Resultados e discussão
Foram identificados e georreferenciados os principais impactos ambientais e/ou
agentes produtores de impactos ambientais no espaço turístico do município de Grossos (figura
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1). Os impactos identificados estão relacionados ao efetivo uso e ocupação do solo e associados
às principais atividades produtivas presentes no município, os quais serão listados a seguir.
Figura 1- Distribuição dos principais impactos/agentes de impactos identificados no espaço turístico
do município de Grossos/RN.
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áreas naturais). Com isso, alguns dos impactos já identificados poderão a ser ampliados e, a
característica sinérgica e cumulativa dos impactos ambientais, demandará todo um processo de
gestão ambiental voltado à manutenção de um estado harmônico entre sociedade e meio
ambiente de modo que a atividade turística possa se desenvolver de modo sustentável e
promover os seus benefícios, sobretudo, relacionados ao emprego e renda, tão necessários neste
município e em muitos outros do Rio Grande do Norte.
Considerações finais
A identificação de impactos já existentes no meio ambiente de uma localidade que
prevê uma intensificação da ocupação por qualquer outra atividade prevista em planos e
programas governamentais, como é o caso de Grossos que integra o Polo Costa Branca de
Turismo, é de suma importância para um processo de planejamento e gestão ambiental em nível
territorial.
Os impactos identificados permitem que a atividade turística a ser instalada,
independente de processos de licenciamento ambiental obrigatórios, conforme a lei, seja
pensada de modo a ocupar áreas mais propícias e ambientalmente adequadas, de modo a
minimizar os impactos futuros a serem gerados, bem como minimizar os efeitos sinérgicos e
cumulativos dos impactos ambientais, propiciando maior estabilidade da atividade turística ao
longo do tempo.
Como o território de Grossos apresenta uma dinâmica ambiental instável, sobretudo
associada aos processos costeiros (erosão eólica e costeira), o conhecimento prévio do território
e desta dinâmica, bem como dos impactos identificados, permite predizer, com maior acurácia
os impactos futuros da atividade turística.
Por fim, a baixa ocupação do território compreende uma grande oportunidade de se
promover uma ocupação turística planejada, evitando problemas futuros já bem conhecidos da
ocupação turística em outras áreas costeiras do Nordeste brasileiro.
Agradecimentos
Ao CNPq pela concessão de bolsa durante os meses de maio a julho de 2020.
Ao Núcleo de Estudos Socioambientais e Territoriais do Departamento de Gestão Ambiental
da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, pelo apoio logístico para a realização da
pesquisa.
Referências
CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE - CONAMA. Resolução Conama nº 001,
de 23 de janeiro de 1986. Diário Oficial da União, 17 de fevereiro de 1986.
GRIMM, I. J.; SAMPAIO, C.A.C. Crise ambiental, política climática e o turismo: Algumas
reflexões. Revista Brasileira de Ciências Ambientais, Brasil, Online, n. 44, p. 95-112, 2017.
OLIVEIRA, F.F.G.; MEDEIROS, W.D.A. Bases teórico-conceituais de métodos para avaliação
de impactos ambientais em EIA/RIMA. Mercator – Revista de Geografia da UFC. Fortaleza,
ano 06, n. 11, p. 79-92, 2007.
MAIA, R. P.; BEZERRA, F. H. R. Geomorfologia e Neotectônica da bacia hidrográfica do rio
Apodi-Mossoró – NE/Brasil. Mercator, v. 11, n. 24, Fortaleza, jan-abr. p. 209-228, 2012.
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Introdução
Desde o século XIX o modelo de crescimento industrial baseou-se de forma
predominante no uso exacerbado de energia e de recursos naturais não renováveis, com
impactos danosos ao meio ambiente. Esse padrão de crescimento deu evidentes sinais de
exaustão já na segunda metade do século XX, redundando na realização de uma série de eventos
com o propósito de chamar atenção para os limites do crescimento a qualquer custo. Nos anos
recentes tem se observado uma maior preocupação dos agentes governamentais com a
implementação de políticas voltadas à mitigação das mudanças climáticas, graças a elevação
do tom das críticas nos fóruns internacionais, com o agravamento dos problemas ambientais e
da tomada de consciência em esfera planetária dos danos causados à sociedade e ao meio
ambiente pelo modelo de desenvolvimento que surgiu da Revolução Industrial. Ao mesmo
tempo como válvula de escape tem se intensificado a corrida pelo desenvolvimento de novas
tecnologias e a inclusão de energias renováveis, principalmente eólica, solar, biomassa e
biodiesel, na matriz energética, tanto em nível mundial como nacionalmente.
Estudos como o da ANEEL (2009) dá indicações de que, historicamente, a energia
eólica era utilizada há milhares de anos no bombeamento de água, moagem de grãos e outras
aplicações que envolviam energia mecânica. A propósito, podemos mencionar que a energia
dos ventos também era utilizada no tempo das grandes navegações. Os Gregos, Romanos, e
mais tarde os portugueses, por exemplo, utilizaram-na para mover, total ou parcialmente, os
seus barcos, visando o comércio a longa distância, conquistando novos domínios ou explorando
mares desconhecidos. Quanto a geração de eletricidade, as primeiras tentativas surgiram no
final do século XIX, mas somente um século depois, com a crise internacional do petróleo na
década de 1970, foi que ocorreram interesses e realizações de investimentos para viabilizar o
desenvolvimento e aplicação de equipamentos em escala comercial.
Na nova agenda de ações da ONU, para o desenvolvimento sustentável, até 2030,
foram estabelecidos 17 objetivos, dentre os quais merece destaque o acesso confiável,
sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos, conforme estabelecido no 7°.
Para isso, será necessário expandir a infraestrutura e modernizar a tecnologia, principalmente
de países em desenvolvimento e menos desenvolvidos, para o fornecimento de serviços de
energia modernos e sustentáveis. Foi nesse contexto, portanto, que se deu a preocupação com
a exploração de energias renováveis no Brasil nos anos recentes. A partir de vários estudos
pôde-se verificar e comprovar que o Brasil sempre foi um dos poucos países detentores de
grandes fontes renováveis de energias, como solar, biomassa, biodiesel, geotérmica e eólica.
1
Aluna do 8º Período do curso de Ciências Econômicas/CAPF/UERN. E-mail: nayane_santos2014@hotmail.com
2
Doutor em Economia, professor do Departamento de Economia/CAPF. Líder do Núcleo de Estudos em Economia
Política do Desenvolvimento – NEEPOD/CAPF/UERN. E-mail: elesbaoalmeida@uern.br
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Como fica nítido no mapa, a região nordestina apresenta condições mais favoráveis à
produção de energia gerada pelo vento, em virtude da sua localização geográfica privilegiada
cuja velocidade dos ventos varia de 7 a 8,5m/s, a uma altura de 50 metros. O destaque está no
Rio Grande do Norte, onde os ventos são bem mais frequentes. Some-se isso vários outros
atrativos, como créditos facilitados do BNDES, além dos incentivos fiscais oferecidos pelo
governo potiguar para atrair instalações de parques para a região.
Os cinco estados com maior geração em 2018 foram Rio Grande do Norte (13,64
TWh), Bahia (11 TWh), Piauí (5,9 TWh), Rio Grande do Sul (5,56 TWh) e Ceará (5,53 TWh).
Em setembro de 2018, 74,12% da energia consumida no Nordeste veio de usinas eólicas
instaladas na região, com fator de capacidade de 76,58% e geração de 7.839,65 MWméd.
Convém destacar ainda, que no mesmo período, 13,98% da energia consumida no SIN (Sistema
Interligado Nacional) provinha do sistema eólico, com fator de capacidade de 72,30% e geração
de 8.983,58 MWméd (ABEEÓLICA, 2018). O SIN é composto por quatro subsistemas, quais
sejam: Nordeste, Norte, Sudeste/Centro Oeste e Sul.
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A capacidade instalada de energia eólica no Brasil subiu para 14,7 gigawatts (GW) em
2018, um aumento de 15,7% em relação a 2017, segundo informou a Associação Brasileira de
Energia Eólica (ABEEÓLICA). Ao todo, em 2019, o Brasil já contava com 583 parques eólicos
em 12 estados, com destaque para o Rio Grande do Norte (150) e Bahia (135).
Resultados e Discussões
Espera-se que o elevado desempenho do posicionamento do RN em termos de geração
de eletricidade proveniente da força do vento venha a se constituir em uma importante estratégia
de desenvolvimento para o estado e sobretudo para os municípios localizados no entorno dos
parques eólicos. Não obstante, essa possibilidade depende de um planejamento adequado e
criação de infraestrutura e boa logística para construção de torres, pás e outros equipamentos
utilizados nas instalações dos parques eólicos, além da ampliação das redes de transmissão em
construção bem como da formação de mão de obra qualificada para a prestação de serviços
especializados de manutenção dos aerogeradores.
Mapa 2: Situação das usinas eólicas no estado do RN
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Segundo estudo da COSERN (2003), o Rio Grande do Norte possui posição geográfica
privilegiada, no que se refere ao potencial eólico, com ventos mais intensos principalmente no
seu litoral, cuja velocidade varia entre 7m/s e 9m/s, mas também com potencial no interior, nas
áreas elevadas do litoral (Norte e Nordeste do estado) e nas regiões serranas.
Os estudos relativos aos impactos das atividades eólicas são razoavelmente escassos e
ainda se encontram em fase de desenvolvimento, tendo em vista que as instalações desses
empreendimentos são recentes. Pode-se considerar que esse tema constitui um campo vasto
para novas pesquisas sobre os efeitos externalizantes dos parques eólicos. Não obstante, há
perspectivas de geração de externalidades positivas, com a criação de postos de trabalho, na
fabricação de torres, na instalação e manutenção dos aerogeradores, além de oportunidades de
serviços especializados e pagamentos de royalties aos proprietários de terras onde se localizam
as usinas eólicas. Quase sempre localizados em áreas pouco desenvolvidas, os
empreendimentos eólicos contribuem para a geração de emprego e renda para a população local,
ainda que em capacidade reduzida. Nos últimos anos, com a construção dos primeiros parques
eólicos no RN, várias famílias passaram a contar com uma renda adicional, como é o caso de
algumas comunidades em Guamaré, João Câmara, Parazinho e Serra do Mel.
Conclusão
Pode-se concluir, que a produção de energia através da fonte eólica tem sido
significativa para o estado do RN, contribuindo para a diversificação da matriz energética
nacional e estadual, ampliando a oferta por fontes alternativas, sustentáveis e limpas, reduzindo
os impactos ambientais e sociais. Dentre os fatores determinantes para a instalação destes
empreendimentos no estado podemos considerar a disponibilidade de recurso (vento favorável),
a localização privilegiada da costa branca potiguar, além de crédito facilitado e incentivos
fiscais oferecidos pelo governo do estado. Estes são fatores principais que concorreram para a
instalação dos aerogeradores no referido estado.
Dentre os efeitos externalizantes, pode-se destacar a instalação de várias empresas no
entorno dos parques eólicos, desde a fabricação de torres até prestadoras de serviços
especializados e treinamento de mão-de-obra para o referido segmento, bem como a geração de
emprego e renda nas comunidades onde as usinas estão instaladas, além de royalties aos
proprietários de terras.
Bibliografia
ABEEÓLICA. Associação Brasileira de Energia Eólica. Boletim de Dados. Janeiro de 2016.
Disponível em: http://abeeolica.org.br/pdf/Boletim-de-Dados-ABEEolica-Janeiro-2016-
Publico.pdf. Acesso em: 28 set. 2016.
ABEEOLICA. Associação Brasileira de Energia Eólica. Disponível em: www.abeeolica.org.br.
Acesso em: 07/02/2018.
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA - ANEEL. Matriz de energia elétrica.
2009. Disponível em:
<http://aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/operacaocapacidadebrasil.asp> Acesso em:
20 fev. 2016.
BRASIL. Atlas do Potencial Eólico Brasileiro. Brasília, 2001.
CERNE. A Indústria dos Ventos e o Rio Grande do Norte. Natal, 2014.
CERNE: Centro de estratégias em recursos naturais e energia. Disponível em:
http://cerne.org.br/energia-eolica, acesso em: 15/02/2018.
COSERN. Potencial Eólico do Estado do Rio Grande do Norte. 2003. Disponível em
<http://www.cresesb.cepel.br/publicacoes/download/atlas_eolico/atlas_eolico_RN.pdf>.
Acesso em: 15 set. 2017.
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1 INTRODUÇÃO
_____________________________________________
1
Estudante do curso de Ciências Econômicas. Departamento de Economia/Campus Assu. Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte; e-mail: alriane.silvestre@gmail.com
2
Professores do Departamento de Ciências Econômicas/Campus Assu. Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte. Participante do Grupo de Pesquisa Gestão do Território e Desenvolvimento Regional e Altos Estudos
Econômicos ; e-mail: ionarajane@uern.br.
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Mais do que qualquer outra área do país, o semiárido brasileiro é altamente dependente
dos elementos climáticos, que definem, há séculos, a sobrevivência das famílias e dos rebanhos.
Caracteristicamente essa região sempre passou por grandes secas e, mesmo em anos regulares
ou bons, a precipitação, que ocorre em quatro meses, apresenta-se de maneira muito variável
no tempo e no espaço, inclusive com grande número de dias sem chuva durante a estação
chuvosa, comprometendo a disponibilidade de água e forragem durante todo o ano (CORREIA
et al, 2011).
Diante do exposto o presente trabalho se justifica por não haver nenhuma analise
utilizando a técnica destacada para os municípios do semiárido, com variáveis relacionadas a
infraestrutura, sendo um fator determinante, dada a vulnerabilidade da região, Teixeira(2016)
destacas que para região ter um balanço econômico positivo, envolve uma maior infraestrutura,
tanto rural como urbana, viabilizando o acesso da população aos serviços de saúde, educação
entre outros no presente trabalho será possível identificar quais variáveis contribui de forma
negativa ou positiva para colocação dos municípios quanto a sua infraestrutura.
2 METODOLOGIA
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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A estatística do KMO nos diz se o modelo está adequado, os valores variam entre 0 e
1, onde de acordo com Fávero et.al (2009), esses valores mostram o grau de correlação parcial
entre as variáveis, quanto mais próximo de 1 for o valor, mais adequada está o modelo e valores
acima de 0,6 indica que a análise pode ser considerada adequada. O valor obtido no teste foi de
0,678. E finalmente para ajustar o modelo, com a matriz anti-imagem, foi possível definir as
variáveis trabalhadas.
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Após o ajuste do modelo, o método dos componentes principais foi aplicado, sendo
possível agrupar os municípios de acordo com características similares. Os fatores selecionados
explica 66,33% do modelo, determinados pelos autovalores gerados. Em uma escala de 0 a 100,
o índice de infraestrutura urbana médio foi de 47,74 com um desvio padrão de 11,83. Isto
significa que os municípios com índice de infraestrutura urbana maior que 59,57 foram
classificados com grau de infraestrutura alta ; os municípios com índice de infraestrutura urbana
entre 47,74 e 59,56 foram classificadas com grau de infraestrutura média; e municípios com
índice menor que 47,74 foram classificadas com baixo grau de infraestrutura.
A tabela 1 sintetiza as informações de acordo com o grau de infraestrutura dos
municípios do semiárido.
Em relação aos municípios classificadas com alto grau de infraestrutura, 212 deles
foram classificadas nesse grupo, o que representa 16,81% do total. 395 municípios foram
classificadas com média infraestrutura, representando 31,29. Por fim, mais de 50% de todos os
municípios foram classificadas com baixo grau de infraestrutura, isto é, 655. Diante dos dados
apresentados, em termos gerais, no Brasil e em particular do semiarido ainda prevalece uma
baixa infraestrutura, sendo necessária uma maior atenção dos órgão competentes para dotar esse
público de necessidades básicas.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após o ranking, foi possível identificar que mais de 50% dos municípios localizados
na região estudada tem um infraestrutura baixa de acordo com as variáveis analisadas. Na
prática esses resultados podem instrumentar os governos locais ou regionais na formulação de
estratégias afim de melhorar a infraestrutura desses municípios
Referências
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BENITEZ, R.M. A infraestrutura, sua relação com a produtividade total dos fatores e seu
reflexo sobre o produto regional. IPEA. nº19. 1999.
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Introdução
Metodologia
1
Professor do Departamento de Direito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; Líder do Projeto de
Pesquisa “Descriminalização do uso recreativo de maconha pelas Cortes Constitucionais: uma abordagem
conforme o transconstitucionalismo”; olavo@hamilton.adv.br.
2
Discente do nono período da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; integrante
do Projeto de Pesquisa “Descriminalização do uso recreativo de maconha pelas Cortes Constitucionais: uma
abordagem conforme o transconstitucionalismo”; amandaliiima22@gmail.com.
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México) e o caso State v. Kantner (Supreme Court of Hawaii) para identificar, em cada uma
delas, elementos marcadores da teoria do transconstitucionalismo.
Resultados e discussão
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diálogo constitucional abrangente e realizado, sobretudo, entre as cortes que tenham como
missão a afirmação dos direitos fundamentais e limitação do poder. Revela-se, portanto, o
conteúdo transconstitucional no enfrentamento do tema.
Quanto à outra decisão analisada, no ano de 1972, a Supreme Court of Hawaii, órgão
de cúpula do judiciário do estado do Havaí, Estados Unidos da América, submeteu a julgamento
uma apelação em que se discutia a constitucionalidade da proibição do uso recreativo da
maconha. Segundo um dos argumentos, não constituiria razoável e racional o exercício do
poder de polícia sobre essa atividade, protegida que seria pela garantia de igual proteção e do
devido processo legal substancial, já que os canabinoides não teriam os mesmos efeitos
danosos que os opiáceos e outras drogas mais nocivas, devendo ser regulada, a exemplo do
álcool e tabaco. Outro argumento era no sentido de que a decisão de utilizar de forma lúdica
referida droga seria liberdade fundamental protegida pelo ordenamento constitucional.
Majoritariamente, a corte considerou que o fato da maconha ser menos nociva que a
maioria das outras drogas ilícitas não torna arbitrária sua proscrição e criminalização. No que
é pertinente ao uso recreativo da maconha como liberdade fundamental, o tribunal entendeu
que a experiência do indivíduo com essa específica droga não se inclui na classe de interesses
que a Constituição concede o mais alto grau de proteção. A vivência do indivíduo com a
maconha diferiria da situação do nativo norte-americano, cuja utilização do peiote, outra
substância entorpecente, faria parte de sua religião e cultura, por isso protegida
constitucionalmente (SUPREME COURT OF HAWAII, 1972). Assim, utilizar canabinoides
não seria liberdade protegida constitucionalmente.
Não obstante o resultado, importante registrar os votos divergentes lançados naquele
julgado. O juiz Levinson (SUPREME COURT OF HAWAII, 1972) entendeu que a questão
fundamental seria saber se o indivíduo tem, constitucionalmente protegido, o direito de induzir,
em si, uma condição mental alucinatória por meio do uso de maconha, ao que respondeu que
tal deve ser reconhecido, fundamentado que estaria na autonomia pessoal e na privacidade, bens
de caráter constitucional que propiciam ao cidadão o estabelecimento de seus projetos de vida.
Prosseguiu enaltecendo a importância da natureza espiritual do homem, de seus sentimentos e
de seu intelecto, asseverando que, derivada da dignidade da pessoa humana, a autonomia
pessoal protegeria o direito do indivíduo de se desenvolver em acordo com suas forças internas,
de forma a se tornar um ser humano único.
Já o juiz Kobayashi (SUPREME COURT OF HAWAII, 1972) consignou ser mais
razoável uma abordagem regulatória do uso recreativo da maconha, à exemplo das bebidas
alcoólicas e do cigarro. Tal mudança legal incutiria na sociedade o respeito que é necessário
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Conclusão
Bibliografia
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Introdução
No ano de 2016 foi dado início a uma crise financeira sem precedentes na vida dos
servidores do Estado do Rio Grande do Norte - RN. Aconteceram constantes atrasos salariais no
funcionalismo. Mas, exceções aconteceram, referente aos servidores do legislativo, judiciário,
Ministério Público, Tribunal de Contas, Assembleia Legislativa, professores da rede pública
estadual (ensino médio) cujos salários são pagos com recursos federais, além daqueles de órgãos
que possuem receita própria, como Detran, JUCERN, CAERN etc. Ficaram penalizados os
servidores da Saúde, Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, UERN, Auditores
Fiscais e Técnicos da Tributação, tanto ativos como inativos, e pensionistas do IPERN – Instituto
de Previdência do RN; incluindo-se nestes últimos os professores aposentados do ensino médio.
Nos primeiros meses em 2016, os salários foram pagos no mês seguinte. Porém, dentro do
limite que preceitua a lei. Mas, já a partir da competência agosto os salários foram pagos com
atraso, no dia 19 de setembro. Nos meses seguintes, o governo começou a pagar os salários com
atraso e parcelado no mês seguinte. No ano de 2017, os atrasos nos pagamentos dos salários se
acentuaram. Os salários de janeiro e fevereiro de 2017 foram pagos parcelados, sempre no mês
seguinte, com uma parcela inicial de R$ 4.000 (quatro mil reais) e a segunda parcela no final do
mês subsequente. Aquele ano foi concluído com um atraso três folhas de pagamentos, referentes
a novembro, dezembro, e décimo terceiro salário.
Iniciado o ano de 2018, os salários continuaram sendo pagos sempre com uma parcela
inicial de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) e a segunda parcela nos meses seguintes ao prazo legal.
Os salários do mês de novembro de 2017 foram pagos em janeiro de 2018. Já os salários de
dezembro de 2017 foram pagos em fevereiro de 2018. Os vencimentos de janeiro de 2018 foram
creditados no final de fevereiro de 2018. Por fim, o mês de fevereiro de 2018 foi pago até o fim
de março de 2018, sempre em duas parcelas.
Torna-se mister descrever o que não é o objetivo desta pesquisa. Não é discorrer,
questionar ou fazer conjecturas e análises sobre as quedas na arrecadação colocadas pelo
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governo, nem tampouco fazer interpretações técnicas, financeiras ou econômicas sobre as causas
destes desajustes nos pagamentos dos salários de alguns servidores públicos estaduais do RN.
A característica deste trabalho está em mensurar o endividamento e prejuízos financeiros
dos servidores ocasionados pelos sucessivos atrasos salariais nos anos 2016, 2017 e 2018, em um
ambiente de juros elevados na economia e salários congelados. Quando são colocados os termos
endividamento e prejuízos financeiros, parte-se do pressuposto de que esses constantes e
ininterruptos atrasos salariais causaram impactos brutais nas finanças pessoais dos trabalhadores
públicos do RN. Neste sentido, definiu-se como problema, qual o impacto para os servidores
públicos estaduais provocados pelos constantes e ininterruptos atrasos salariais?
Isto posto, segundo Freitag et al. (2009) a contabilidade estuda o patrimônio, sendo
aplicável ao controle do patrimônio pessoal, cuja área se convencionou chamar de finanças
pessoais. Quando se coloca a variável juros, Ishii (2017) afirma que os empresários possuem
algum grau de influência sobre a formação das taxas de juros, enquanto que a influência dos
consumidores (pessoas físicas) sobre juros é inexistente.
Metodologia:
Por sua característica de descrever fenômenos, correlacionando variáveis ou fatos,
implicando em observação, registro e análise, esta pesquisa classifica-se como descritiva
(MARION et al., 2010). Neste sentido, tem-se a afirmação de Silva (2010), este tipo de pesquisa
objetiva descrever as características de determinada população ou fenômeno, relacionando
variáveis existentes. Quanto a sua abordagem, é quantitativa, uma vez que se prevê a aplicação de
métodos quantitativos para interpretação dos fatos detectados (GIL, 2008).
Como forma de coleta de dados, foi feito uso de questionário padrão (MARION et al.,
2010); ou seja, seguiu-se um roteiro predeterminado de perguntas, com questões abertas e
fechadas (MARCONE; LAKATOS, 2017). Os sujeitos de pesquisados foram formados por
servidores públicos do estado do Rio Grande do Norte das áreas da Saúde, Segurança Pública,
UERN, Auditores Fiscais e Técnicos da Tributação, tanto ativos como inativos e pensionistas do
IPERN, incluídos nestes últimos professores aposentados da Rede Estadual de Ensino (ensino
médio), através do envio de questionários elaborados no Google Docs.
Os dados foram coletados no mês de julho de 2020. A amostra resultou em um número de
361 respondentes e seus dados foram tratados utilizando-se técnicas de estatística descritiva.
Resultados e Discussão:
A amostra contou com um número de 361 respondentes e teve, em sua maioria, servidores
ativos (84,5%), indivíduos atuantes na área de educação por meio da universidade estadual
(43,8%), do sexo masculino (53,2%), de 51 a 60 anos (34,9%), casados ou em união estável
(72%), com filhos (83,7%), com mais de 30 anos de serviço público estadual (26,6%), que
possuem outras pessoas na família que ajudam nas despesas de casa (55,1%) e 72% dos
pesquisados não possuem outro vínculo empregatício. 98% dos respondentes afirmaram ter sido
atingidos pelos constantes atrasos salariais aos servidores públicos do estado do Rio Grande do
Norte nos de 2016 a 2018. Apenas 40% possuíam reservas financeiras para lidar com o problema.
Destes, 25% precisaram utilizar ainda no primeiro ano seus investimentos.
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Em relação à diferença de médias entre as variáveis, que variaram de 1 (sim) até 2 (não)
mediante as respostas dos sujeitos da pesquisa, observou-se que, para a questão de haver reservas
financeiras para lidar com o atraso de salários, indivíduos ligados à saúde (1,78), mulheres (1,72),
aqueles que possuem filhos (1,64), inativos (1,68), dentro da faixa etária entre 51 e 60 anos
(1,68), com mais de 31 anos de serviço (1,64), que possuem outros integrantes da família
ajudando na renda (1,67), e os que não possuem outro vínculo (1,63) apresentaram os maiores
escores, indicando estarem menos preparados para os efeitos do endividamento por não conterem
reservas guardadas para os eventuais infortúnios. Por outro lado, servidores da área de tributação
(1,45), indivíduos mais jovens (1,53), e os que possui entre 11 e 15 anos de serviço público
demonstraram maior precaução diante da realidade adversa.
Questionados sobre a manutenção do padrão de vida durante a crise financeira, 80,1% dos
respondentes alegaram não conseguir manter sua realidade de consumo durante a época de
atrasos salariais, situação que prejudicou, em grande escala, inativos (1,86), servidores da saúde
(1,87), mulheres (1,86), indivíduos de 51 a 60 anos, pessoas separadas ou divorciadas (1,87),
aqueles que possuem filhos (1,81), os que trabalham até 10 anos no serviço público estadual, os
que não possuem outras pessoas na família com renda dentro de casa (1,82) e aqueles que não
possuem outro vínculo empregatício (1,83).
Como meios de minimizar os impactos da crise, 38% dos pesquisados precisaram vender
bens pessoais para conseguir pagar suas dívidas e manter o mínimo necessário para a
sobrevivência da família; 56,8% afirmaram ter se utilizado de cheque especial, com riscos de
aumentarem suas dívidas na época. Além disso, mais de 65% afirmou ter contraído algum tipo de
empréstimo, seja formal ou informal.
Por fim, um fato que chamou a atenção no estudo era que cerca de 43% dos respondentes
afirmaram ter contraído algum tipo de problema de saúde decorrente dos atrasos salariais
corriqueiros, seja físico, psicológico, ou ambos. Dentre esses, os mais afetados foram inativos
(1,50), funcionários da universidade estadual (1,51), mulheres (1,46), indivíduos de 41 a 50 anos
(1,49), viúvos e separados (1,38 e 1,40, respectivamente), com 16 a 20 anos de serviço público
estadual (1,48), os que não recebem ajuda familiar (1,50) e aqueles que não possuem outro
vínculo (1,52). Não houve diferença de médias entre os que possuem filhos ou não.
Conclusões:
O presente artigo teve como objetivo mensurar o impacto dos sucessivos atrasos salariais
para os servidores do RN. As evidências encontradas possibilitaram a constatação de que
mulheres, indivíduos acima de 50 anos, aqueles que possuem filhos, não tem outro vínculo
empregatício, separados ou viúvos foram os que mais tiveram dificuldades em lidar com o
problema, sendo obrigados a tomar medidas emergenciais para minimizar os impactos da crise
gerada, e em muitas situações, acometidos também de doenças físicas, psicológicas ou ambas.
Este trabalho tem um imensurável significado social, ao publicizar os gravíssimos
prejuízos causados por uma decisão administrativa de não se priorizar o pagamento em dia dos
salários dos servidores. Os resultados desta pesquisa servem como alerta para os demais gestores
públicos do RN. Pode servir, ainda, como justificativa para a implantação de políticas públicas de
crédito com juros menores para minimizar os prejuízos identificados, e principalmente para
sensibilizar o governo para a urgente necessidade de quitação dos passivos existentes.
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Ademais, é oportuno ressaltar que, devido a esse trabalho ter utilizado uma amostra por
conveniência, seus resultados não poderão ser extrapolados ao público aqui investigado,
demandando que novos estudos sejam realizados, fazendo uso de técnicas de estatística
inferencial, que permitam um olhar mais aprofundado a respeito da temática.
Referências:
FREITAG, V. C. et al. A contabilidade para Controle das Finanças Pessoais:a visão do
acadêmico. In: SEMINÁRIOS EM ADMINISTRAÇÃO (SEMEAD), 12, 2009, São Paulo. Anais
eletrônicos...São Paulo: USP, 2009. Disponível em:
<http:www.ead.usp.br/semead/12semead/resultado/na_resumo.asp?cod_trabalho=669>. Acesso
em: 01 abr. 2017.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 6. ed., 2017.
ISHII, Karlin Saori. O comportamento entre juros e crédito no Brasil para consumidores e
produtores. Revista de Estudos Sociais – Journal of Social Studies, Cuiabá-MT, v. 19. n. 39
(2017).
MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia
científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
MARION, José Carlos; DIAS, Reinaldo; TRALDI, Maria Cristina; MARION, Marcia Maria
Costa. Monografia para os cursos de administração, contabilidade e economia. 2ª ed. São
Paulo, Atlas, 2010.
RICHARDSON, R.J. Pesquisa Social: Métodos e técnicas, 3a. Ed., São Paulo: Editora Atlas,
2014.
SILVA, Antonio Carlos Ribeiro da. Metodologia da pesquisa aplicada à contabilidade:
orientações de estudos, projetos, artigos, relatórios, monografias, dissertações, teses. 3. ed. São
Paulo: Atlas, 2010.
SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração de
dissertação. 3. ed. rev. atual. Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC, 2001.
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1 Introdução
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sua própria vida pessoal (SENGE, 2010). No que diz respeito aos empreendedores, apesar de
toda tecnologia à sua disposição, há ainda muita dificuldade quanto a informações precisas que
os auxiliem na tomada de decisão. Isso exige do gestor um raciocínio lógico, ágil e coerente
para solucionar as situações que lhes são impostas.
Considerando a discussão já estabelecida com a temática e dialogando com ela, este
estudo busca entender como se desenvolve o processo decisório na cidade de Limoeiro do
Norte. Trata-se de uma região do interior do estado do Ceará que conta com um forte comércio
estimulante da economia local. A localização estratégica da cidade faz dela um polo econômico
importante para o estado. A presença de empresas que trabalham com extração de minerais,
produção agrícola em larga escala e agropecuária faz da cidade uma área de crescente expansão
econômica.
O objetivo geral da pesquisa é construir um modelo mental que represente o processo
de tomada de decisão dos empreendedores da cidade de Limoeiro do Norte, Ceará. Já os
objetivos específicos são: caracterizar os empreendedores da cidade de Limoeiro, destacando
seu perfil empreendedor; identificar as variáveis importantes na tomada de decisão desses
empreendedores; verificar as relações entre as variáveis do modelo mental e o processo de
decisão dos empresários da cidade de Limoeiro; estabelecer um modelo predominante na
tomada de decisão para o caso dos empreendedores da cidade de Limoeiro-CE.
2 Metodologia
No que se refere aos fins, a pesquisa é do tipo descritiva. Conforme Vergara (1998, p.
45), pesquisa descritiva “[...] é aquela que expõe característica de determinada população ou de
determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre as variáveis e definir sua
natureza.” Quanto aos meios, a pesquisa é bibliográfica, visto que faz uma revisão de estudos
relacionados à temática; de campo, uma vez que exigiu coleta de dados.
O universo investigativo é composto por empreendedores da cidade de Limoeiro do
Norte, no Ceará, a quem foi aplicado um questionário por acessibilidade. Do tipo autoinforme,
sem identificação dos entrevistados, o questionário foi elaborado de acordo com a escala
LIKERT, com sete níveis, indicando o nível 1 a existência de um baixo nível de identificação
com a variável pesquisada e o nível 7 uma alta identificação.
A pesquisa possui uma abordagem quantitativa. Segundo Roesch (1999, p.13) a
pesquisa quantitativa implica em “[...] medir relações entre variáveis (associação ou causa-
efeito), em avaliar algum sistema ou projeto”. Com os dados coletados, foi realizada a Análise
Fatorial, que, segundo Pereira (2004, p. 122), “[...] é uma análise multivariada que se aplica à
busca de identificação de fatores num conjunto de medidas realizadas”. Após aplicação do
questionário aos empreendedores, foi elaborada uma base de dados para proceder com as
análises da estatística descritiva e de regressão múltipla. Os resultados estão apresentados a
seguir, em forma de tabela.
3 Resultados e Discussões
Destaca-se que 84% dos sujeitos da amostra têm idade entre 21 e 56 anos. 67% iniciaram
a carreira na área de gestão com idade inferior a 27 anos. Constatou-se que 61% não tinham
nenhuma experiência na área e 50% não haviam feito nenhum tipo de capacitação profissional
a nível técnico ou na área de gestão e afins.
79% dos respondentes possuem o seu negócio próprio e 73% trabalham no setor de
comércio atacado/varejista. Quanto ao porte das suas organizações, 94% são de pequeno e
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médio porte, 65% possuem até 6 colaboradores na empresa em que trabalham. Concernente à
carga horária de trabalho, 73% trabalham mais de 41 horas por semana.
Os resultados mostram que os empreendedores pesquisados, jovens adultos, com idade
até 30 anos e pouca experiência, dedicam altas horas ao trabalho. Tais características são
notáveis em pesquisas sobre empreendedores do Brasil e do mundo. (GEM, 2019).
4 Conclusão
Diante dos dados expostos neste trabalho, pode-se concluir que o modelo mental mais
utilizado para a tomada de decisão dos empreendedores de Limoeiro do Norte-Ceará se baseia
nos objetivos estabelecidos pelas organizações, derivados da Missão da Organização, gerando
estratégias para posicionamento no mercado. Observou-se que os gestores, empreendedores e
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empresários, buscam, antes de tudo, a realização dos seus negócios, o que pode causar impactos
positivos e negativos, tanto para organização quanto para eles próprios. A adoção desse tipo de
modelo pode variar ainda segundo o viés dos próprios empresários, pois, mesmo que sigam os
princípios organizacionais, eles podem também ser guiados por seus próprios instintos, crenças
e leituras que fazem do ambiente.
Agradecimentos
Referências
ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de estágio e de pesquisa em administração: guia para
estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. São Paulo: Atlas, 1999.
SENGE, M. Peter, A Quinta Disciplina: Arte e prática da organização que aprende. 26. ed. Rio de
Janeiro: Best Seller, 2010.
WIND, Yoran; CROOK, Colin; GUNTHER, Robert. A força dos modelos mentais: transforme o ne-
gócio da sua vida e a vida do seu negócio. Porto Alegre: Bookman, 2005.
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Camilla Viegas Costa Laranjeira Borges1; Prof. Dra. Mirla Cisne Álvaro2.
INTRODUÇÃO
1
Estudante do curso de Serviço Social do Departamento de Serviço Social da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte, UERN; e-mail: camillaviegas14@gmail.com.
2
Professora do Departamento de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
integrante do Núcleo de Estudos sobre a Mulher Simone de Beauvoir (NEM) e líder do Grupo de Estudos
e Pesquisa das Relações Sociais de Gênero e Feminismo (GEF).
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METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
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CONCLUSÕES
AGRADECIMENTOS
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REFERÊNCIAS
MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio da Pesquisa Social. In: MINAYO, Maria
Cecília de Souza; DESLANDES, Suely Ferreira; GOMES, Romeu (orgs.). Pesquisa
social: teoria, método e criatividade. 21. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.
REZZUTTI, Paulo. Mulheres do Brasil: a história não contada. Rio de Janeiro: Leya,
2018.
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INTRODUÇÃO:
METODOLOGIA:
1
Estudante do curso de Serviço Social do Departamento de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte, UERN; e-mail: fernandaianael16@gmail.com.
2
Professora do Departamento de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte integrante do
Núcleo de Estudos sobre a Mulher Simone de Beauvoir (NEM) e líder do Grupo de Estudos e Pesquisa das
Relações Sociais de Gênero e Feminismo (GEF).
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o nosso estudo no materialismo histórico dialético, como método a abrir caminho para o
conhecimento da realidade concreta. Constituindo-se assim, como instrumento que nos
possibilita compreender a totalidade social como resultado de múltiplas determinações, capaz
de superar, portanto, a condição de imediaticidade e naturalização dos acontecimentos.
Concordamos, pois, que somente integrando os diferentes fatos sociais em uma dimensão de
totalidade é que “o conhecimento dos fatos se torna possível enquanto conhecimento da
realidade” (LUKACS, 2003, p.76).
Como procedimento metodológico utilizado para o alcance dos nossos objetivos foi
realizada uma pesquisa de tipo bibliográfica e documental de natureza qualitativa. Esta, de
acordo com Minayo (2002), busca a compreensão da realidade da vida social, aprofundando-se
nas ações humanas, a fim de compreender a dinâmica das relações sociais. Concomitante a isto,
é imprescindível destacar também, a importância da pesquisa bibliográfica, uma vez que o
conhecimento acumulado vem para fundamentar nossos caminhos, como forma de nortear,
compreender e contribuir para transformação da realidade.
Por fim, para o desempenho da pesquisa bibliográfica, foram realizadas leituras
centradas em autores clássicos e contemporâneos brasileiros, com destaque para Gilberto
Freyre, Darcy Ribeiro, Clóvis Moura, Silvio Almeida e H. Saffioti. Já a pesquisa documental
foi realizada junto ao Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, por meio do seu acervo digital, a
fim de pesquisar documentos da época do Brasil colônia, com o fito de identificar relatos de
fatos que nos subsidiem a análise sobre as condições de vida, luta e resistência das mulheres,
destacadamente as escravizadas e indígenas.
RESULTADOS E DISCUSSÕES:
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CONCLUSÕES:
A sociedade colonial encontra-se, portanto, apoiada no sistema patriarcal que faz uso
de valores hierárquicos que destinam as mulheres à condição de inferioridade. São elas as
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AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS:
ALMEIDA, Silvio. Djamila Ribeiro (Coord.). Racismo estrutural. São Paulo: Polén, 2019.
ARAÚJO, Emanuel. A arte da sedução: sexualidade feminina na colônia. In: DEL PRIORI,
Mary (org.) História das Mulheres no Brasil. São Paulo, Editora Contexto, 2013, pp.45-77.
CISNE, Mirla. Gênero, Divisão Sexual do Trabalho e Serviço Social. 2ª ed. São Paulo:
Outras Expressões, 2015.
LUKÁCS, Gyorgy. História e Consciência de Classe: estudos sobre a dialética marxista. São
Paulo: Martins Fontes, 2003.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio da Pesquisa Social. In: MINAYO, Maria Cecília
de Souza; DESLANDES, Suely Ferreira; GOMES, Romeu (orgs.). Pesquisa social: teoria,
método e criatividade. 21. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.
MOURA, Clóvis. Rebeliões da Senzala: quilombos, insurreições, guerrilhas. 5ª ed. São Paulo:
Editora Anita Garibaldi, 2014.
REZZUTTI, Paulo. Mulheres do Brasil: a história não contada. Rio de Janeiro: Leya, 2018.
RIBEIRO, Darcy. O Povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo, Companhia
das letras, 1995.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Júnia Mara Dias Martins1; Marilya Cavalcante Alves2; Thaísa Bastos Lopes Mascarenhas Pinto3
Introdução
Metodologia
O objeto que nos serve como base de conteúdo para a pesquisa desenvolvida são algumas
fotografias registradas pelo grupo de pesquisa e outras, majoritariamente, recebidas por internautas
que acessam o perfil do projeto no Instagram (@muros_quefalam) e a página do Facebook
(@murosqfalam). O Instagram, contudo, tem sido o principal meio de divulgação da pesquisa e
interação com o público.
As mensagens que postamos no Instagram são simultaneamente publicadas na página do
Facebook. A postagem contém uma fotografia capturada no espaço urbano, acompanhada de crédito
do(a) autor(a), local da captura e legenda com análise. Boa parte destas mensagens também têm
extensão do tema no story do perfil, no qual procuramos interagir, levantando questionamentos ou
realizando enquetes sobre o assunto em questão.
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A alimentação dos stories é feita diariamente, com fotografias de pixos, grafites e lambes
compartilhados de outros perfis; porém, às quartas, sextas e domingos, publicamos fotografia e texto
analítico autoral em nosso feed. Cabe salientarmos que todas as postagens do feed do nosso Instagram
possuem legenda para cegos, por isso, são acompanhadas da hashtag #ParaCegoVer, comum a textos
com esse tipo de recurso. Esse é o caminho de praticarmos uma comunicação mais inclusiva, revelando
às pessoas com deficiência visual algumas mensagens que constroem o espaço urbano.
O tipo de pesquisa adotado, quanto à abordagem, é a qualitativa, que se propõe a responder
questões muito particulares, nas quais, a preocupação com os processos e os fenômenos não pode ser
quantificada. Envolve, portanto, um universo de significados, valores, símbolos e crenças, na tentativa
de aproximação de uma compreensão mais profunda das relações (MINAYO, 2007). Já o método de
procedimento selecionado é o etnográfico, que “fornece informações sobre o comportamento de pessoas
em grupos, organizações e comunidades e também sobre como essas pessoas entendem seu próprio
comportamento.” (GIDDENS, 2012, p. 49). Quanto aos objetivos, trata-se de pesquisa com análise
interpretativa, a qual é apoiada nos resultados alcançados nos estudos dos materiais/conteúdos
coletados, na fundamentação teórica e na experiência pessoal do investigador. (TRIVIÑOS, 1992).
Quanto à análise das mensagens, está pautada na Análise Crítica do Discurso (ACD), em
conformidade com o pensamento de Teun van Dijk (2008), que assinala o discurso não somente no
campo da língua, mas como linguagem contextualizada num ambiente histórico, político e cultural,
logo, como instrumento de poder. Partimos do pressuposto de que o ato de se comunicar e suas funções,
ampliadas e complexibilizadas ao longo dos séculos, têm na linguagem seu instrumento basilar para
apreensão e ressignificação das coisas do mundo.
Resultados e Discussão
A crise da social-democracia é uma realidade. E ela vem acompanhada, entre outras coisas,
da desaceleração econômica, da perda da confiança nas instituições de poder legitimadas, da
crescente polarização ideológica. O modelo tirânico de governar, consentido por maioria dos
eleitores que o legitimam através do voto, assentindo com o crescimento da extrema direita, pode
ser observado em conjunturas políticas contemporâneas ao redor do mundo. É o caso de muitos
países da América do Sul, que têm vivido períodos de turbulências, conflitos e incertezas nos
últimos anos, como o Chile, Colômbia, Paraguai, Equador e Brasil, por exemplo.
Todo esse cenário de rupturas democráticas tem encontrado nas ruas da cidade um palco de
reclames e visibilidade. Muitos dos temas deturpados ou silenciados pela grande mídia são
externados por agentes sociais que ocupam a pólis e inscrevem seus textos nas paredes, postes,
calçadas. Esses textos, com diversas formas e formatos, podem constituir uma comunicação, uma
mídia em mãos de marginalizados sociais (BELTRÃO, 2001), os quais usam o espaço citadino para
ecoar a sua voz, poesia, arte, indignação. Muito além da verticalidade do concreto, é também a
cidade o lugar de exposição, sedimentação e questionamento dos pensamentos individual e coletivo.
Acreditamos que o Projeto Muros Que Falam dá visibilidade às mensagens desses agentes sociais,
grafadas na cidade como poesia, grito, arte.
Atualmente nosso perfil do Instagram contém 490 seguidores e 120 publicações. Nesta
segunda etapa do projeto, a postagem com maior alcance e curtidas foi a fotografia de um pixo com
a frase “Tome um porre de livros que a ressaca é de cultura”. Tal postagem, registrada em Salvador-
Bahia, teve 68 compartilhamentos, 737 curtidas, foi favoritada 46 vezes e alcançou 8.176 pessoas.
A segunda publicação de maior acesso, registrada em Jardim Monte Verde, São Paulo, traz
um texto bem atual, que diz:
A pandemia existe, mesmo que você não esteja doente. O racismo existe, mesmo que v o cê
não se considere racista. O privilégio branco existe, mesmo que você não o perceba. A
violência policial existe, mesmo se você conhece um policial gente boa. Seu mundo não é o
mundo, nem tudo é sobre você. (INSTAGRAM MUROS QUE FALAM, 2020).
Tal publicação alcançou 3.666 pessoas, foi compartilhada 93 vezes, com 55 favoritamentos
e 241 curtidas. Já a terceira postagem de maior alcance foi a fotografia de um pixo feito na parede
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da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), na qual podemos ler a frase “A vida vale mais que a
porra do Lattes”. Essa teve 123 curtidas, 73 compartilhamentos, alcance de 1.410 pessoas, das quais
12 favoritaram.
Entre outros conteúdos encontrados, registrados e analisados, temos referências à depressão,
machismo, aborto, diversidade religiosa, feminicídio e racismo. Porém, também há referências a
personalidades como Clarice Lispector, Charlin Chaplin, Fernando Pessoa e João Gilberto, o que
contempla o caráter de escape artístico da comunicação marginal.
A nossa pesquisa, intitulada “Muros Que falam: comunicação marginal na cidade em
contextos de rupturas democráticas” foi apresentada e publicada nos anais do Congresso Ibero-
americano de Comunicação (IBERCOM 2019), realizado em novembro de 2019, na PUC de
Bogotá-Colômbia. A coordenadora do Muros Que Falam, Júnia Martins, cedeu entrevista ao Projeto
de Extensão Padoca (publicada no perfil do Instagram da Padoca) e apresentou o conteúdo do
referente PIBIC à turma de Jornalismo da PUC-RS, a convite da professora Beatriz Dornelles, em
setembro deste ano. Recentemente, em 07 de outubro, Júnia Martins também apresentou o Muros
Que Falam, sob o tema “Cidades para quem? Segregação e comunicação marginal no espaço
urbano”, na Semana Internacional Acadêmica e Cultural da Colômbia, realizada pela Universidade
Libertadores, situada em Bogotá.
O Muros Que Falam tem recebido fotografias e interações de pessoas do Brasil e da
América do Sul, com maior concentração das cidades de São Paulo, Vitória da Conquista, Campos
dos Goytacazes, João Pessoa, Buenos Aires e Bogotá. Páginas com perfis similares também têm
marcado o projeto e compartilhado nossas postagens, o que gera maior visibilidade para a pesquisa.
Os resultados obtidos confirmam a importância desse tipo de comunicação urbana como
válvula de espape para indivíduos e coletivos em situação de marginalidade social, na assertiva de
que muitos dos temas tratados são caros à grande mídia, abrindo, assim, espaço para que sejam
estimulados para ecoar nos muros da cidade.
Referências
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Caio Ivirson Oliveira Teixeira1; Raelysson Silas Melo de Lira2, Mateus Barbosa Nascimento3
Vinícius Claudino de Sá4
Introdução
Neste estudo buscou-se entender como os discentes de uma Escola Estadual localizada
no Município de Mossoró têm utilizado as Tecnologias da Informação e da Comunicação –
TIC´s neste momento de isolamento social e suspensão das aulas.
Segundo Thompson (1998) apud Geraldi e Bizelli (2015, P.1):
As TIC são potencializadoras da mídia que está associada à visão de mundo dos
indivíduos contemporâneoas, redefinindo valores e comportamentos sociais,
consolidando o domínio da comunicação e do entretenimento no jogo institucional
de cada sociedade concreta.
1
Estudante do Ensino Médio do Centro Educ. de Educação Profissional; email: ivirsonteixeira@gmail.com
2
Estudante do Ensino Médio da Escola Estadual Abel Freire Coelho; email: melosilas6@gmail.com
3
Egressso da Escola Estadual Prof. Eliseu Viana; email: mateus.b.nascimento@gmail.com
4
Professor do Departamento de Administração da UERN; email: viniciusclaudino@uern.br
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Metodologia
Resultados e Discussão
Gráfico 1: Você fez algum curso a distância nesse período de isolamento social?
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Conclusão
Neste estudo pode-se observar como as TIC´s têm sido utilizadas pelos alunos
de uma Escola Estadual de Mossoró, no entanto, o isolamento social e a suspensão das aulas
dificultaram o acesso aos respondentes.
Com os formulários entregues pode-se observar que o smartphone é a principal
ferramenta utilizada, e que existem indícios que os custos de se manter os pacotes de dados
dificultam o acesso, cabendo aqui novas pesquisas para se confirmar essa hipótese.
Por fim, percebe-se que as TIC´s são ferramentas importantes, mas ainda existem
barreiras para o seu uso e dificuldades na utilização para a formação de jovens do ensino
médio.
Agradecimentos
Referências
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rurais: teorias, processos e formas. In: Anais… 47º Congresso da SOBER. Porto Alegre –
RS, 20p., 2009.
2. GERALDI, L.M.A, BIZELLI, J.L. Tecnologias da informação e comunicação na
educação: conceitos e definições. Revista on line de Política e Gestão Educacional. n. 18,
2015
3. SCHNEIDER, S & SCHMITT, C. J. O Uso do Método Comparativo em Ciências
Sociais. Porto Alegre, Cadernos, v.9, p.49 - 87, 1995.
4. KAUARK, Fabiana; MANHÃES, Fernanda Castro; MEEDEIROS, Carlos Henrique.
Metodologia da pesquisa: um guia prático. Itabuna : Via Litterarum, 2010.
5. MORAES, Roque. Debatendo o ensino de Ciências e as Feiras de Ciências. Boletim
Técnico do PROCIRS. Porto Alegre, V. 2, n. 5, 1986.
6. PEREIRA, A. B.; OAIGEN, E.R.; HENNIG. G. Feiras de Ciências. Canoas: Ulbra,
2000.
7. SANTOS, Adevailton Bernardo dos. Feiras de ciência: um incentivo para
desenvolvimento da cultura científica. Revista Ciência em Extensão, v. 8, n. 2, p. 155-166,
2012.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
1 INTRODUÇÃO
De acordo com Mior (2005 apud IPEA, 2013), a agroindústria familiar rural
caracteriza uma modo de organização em que a família rural produz, processa e/ou transforma
parte de sua produção agrícola e/ou pecuária, objetivando, sobretudo, a produção de valor de
troca que se realiza na comercialização. Prezotto (2002) menciona que a agroindústria de
pequeno porte é assinalada como uma das possibilidades para reversão das consequências
sociais desfavoráveis no meio rural. Havendo no ambiente rural não mais unicamente atividades
exclusivamente agrícolas, mas a pluriatividade, a pequena agroindústria, de característica
familiar, pode estimular a geração, direta e indireta, de novos postos de trabalho e de renda aos
agricultores familiares, promovendo a sua (re)inclusão social e econômica.
Este tipo de industrialização oferece alternativas de “descentralização regional da
produção; redução de custos de transporte; de ampliação e descentralização das oportunidades
de ocupação e remuneração de mão de obra; de utilização adequada os dejetos e resíduos; e de
diminuição das migrações desordenadas”. É uma visão de desenvolvimento que valoriza o meio
rural, tornando possível um melhor uso, e a recuperação e preservação ambiental. É um
processo que pode proporcionar um desenvolvimento local e regional mais equilibrado.
(PREZOTTO, 2002, p.139).
A hipótese geral que orientou a pesquisa foi a de que as cadeias produtivas (com sua
estrutura de unidades de agregação de valor, formas de organização, etc.) formam um conjunto
de iniciativas que constrói um novo e promissor formato de desenvolvimento endógeno, porém
as estruturas de governança são deficientes e não têm sido capazes de promover a dinamização
econômica dos territórios Açu/Mossoró, Alto Oeste Potiguar, Sertão do Apodi e Sertão Central
Cabugi e Litoral Norte (RN).
Do ponto de vista teórico, esta pesquisa contribuiu para desconstruir a meta-narrativa
do desenvolvimento regional/territorial, remetendo o seu significado e sentido ao conjunto das
experiências e iniciativas emergentes que os agricultores e as populações do meio rural têm
colocado em prática. Neste sentido, a análise serviu como ponto de partida para a
problematização sobre como está se dando o processo de mudança técnica, econômica, social
e política nos espaços rurais do Nordeste e do Brasil.
1
Estudante do curso de Ciências Econômicas do Departamento de Economia da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte; e-mail: anandaffc@outlook.com
2
Professor do Departamento de Economia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte e Líder do Grupo
de Pesquisa Desenvolvimento Regional: Agricultura e Petróleo; e-mail: emanoelnunes@uern.br
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2 METODOLOGIA
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
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agricultores no PAA. A modalidade CPR Doação3 foi a mais acionada pelos agricultores e
pescadores. Nos 4 territórios, a adesão dos agricultores familiares ao PAA é bastante
significativa desde os anos iniciais de sua implementação.
Os dados sistematizados a partir do portal da transparência PAA (2016) mostram que
no território Açu-Mossoró, um montante R$ 6.629.213,13, no território Alto Oeste Potiguar R$
4.537.835,5, no território Sertão do Apodi R$ 14.762.862,28 e o Sertão Central com o menor
valor R$ 904.603,00. As ações do PAA, vêm gerando, diretamente, oportunidades valiosas de
inclusão produtiva para os beneficiados, e indiretamente, estimula o processo de construção dos
mercados locais e regionais, abrindo um leque de possibilidades para a dinamização econômica
e o desenvolvimento do território. Além do mais, o programa preza pela boa qualidade dos
produtos e pela não degradação do ambiente, compartilhando respeito mútuo na relação entre
o homem e a natureza.
A partir dos dados levantados foi possível visualizar investimentos do PNAE em todo
o estado do Rio Grande do Norte, e especialmente no recorte feito nos quartos territórios, dentre
os eles, é identificado o Açu-Mossoró com a maior quantidade de recurso disponível para a
compra de alimentação escolar entre os anos de 2012 a 2014, chegando a atingir em 2014 um
recurso surpreendente de R$ 6.316.272,00 R$, vale ressaltar que o mesmo, tem mostrado
superioridade em todos os anos analisados. Este fato, que pode ser explicado pela grande
participação dos atores territoriais, significativa participação da agricultura familiar e o grande
número de alunos (beneficiados) existente no território.
Porém, o que mais chama atenção é a disparidade no montante de recursos de todos os
anos somados, entre os territórios com a maior e o com a menor participação, uma diferença de
R$ 13.590.956,00, já que ambos os territórios (Açu-Mossoró/Sertão Central) possuem apenas
a diferença de quatro municípios. É importante destacar que o território do Açu-Mossoró possui
um contingencial populacional bem maior que o do Sertão Central, além deste território ser
mais novo, o que justifica a sua inferioridade em relação a todos os demais. O Sertão do Apodi
e o Alto Oeste tiveram participação mais modesta em relação ao Açu-Mossoró, porém, não
satisfatórias visto o potencial produtivo e econômico de suas regiões.
Analisando mais profundamente é possível afirmar que o programa a cada ano tem
tido um pequeno crescimento nesses territórios, alguns fatores que contribuíram foram à
diversificação dos produtos oferecidos e o aumento do número dos municípios que priorizaram
a compra dos produtos da agricultura familiar. Foram realizadas pesquisas no âmbito de 05
cadeias produtivas: Apicultura, Cajucultura, Polpa de Frutas, rizicultura e hortifrutigranjeiros.
Os resultados identificaram que uma das maiores dificuldades está na legalização das unidades
de beneficiamento. Através dos resultados obtidos encaminhamos com os atores locais a
articulação da regularização\legalização das unidades de beneficiamento no âmbito das cadeias
produtivas da agricultura familiar.
Dentro de tal contexto, firmou-se uma parceria entre NEDET-UERN e SEBRAE para
uma consultoria para adequação e regularização junto ao Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento (MAPA) de dez agroindústrias de polpa de frutas no território Sertão do Apodi.
Com um plano de ação de melhorias de algumas unidades já construídas e outras que não
possuíam unidades de beneficiamento – realizavam a produção de forma artesanal, nas próprias
casas dos agricultores – onde o objetivo consistiu em adequar e regularizar as unidades junto
ao MAPA, dentro dos padrões tecnológicos e higiênicos, conforme legislação vigente para
obtenção de Registro de Produtos – Popas de Frutas – e do Estabelecimento.
Entendendo que a cadeia produtiva do leite é uma das principais atividades
econômicas do Brasil, sobretudo na região do Nordeste e que as políticas agrícolas têm sido ao
longo das últimas décadas um importante instrumento de mudanças no setor pecuário, faz jus
3
Nessa modalidade, os produtos mais ofertados foram o peixe e a polpa de frutas, seguidos pelas hortaliças, mel
de abelha, castanha de caju e banana. (CONAB, 2016).
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4 CONCLUSÕES
5 AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
PREZOTTO, Leomar Luiz. Uma concepção de agroindústria rural de pequeno porte. Revista
de Ciências Humanas, Florianópolis, n.31, p. 139, abr. 2002.
SCHNEIDER, Sergio; SCHIMITT, Cláudia Job. O uso do método comparativo nas Ciências
Sociais. Caderno de Sociologia, Porto Alegre, v.9, p.32-33, 1998.
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INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
O presente resumo teve como base teórico-metodológica a concepção dialética
materialista, observando a totalidade como resultado das operações de múltiplos elementos,
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Bolsista PIBIC (2019-2020). E-mail: fonsecaanalidia@gmail.com
2 Professor Doutor do Departamento de Direito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Campus
Avançado de Natal. E-mail: luizricardo@uern.br
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RESULTADOS
De acordo com os dados do INFOPEN (2018), a população de pessoas privadas de
liberdade no Rio Grande de Norte era de 8.809 apenado. Os dados revelaram que a taxa de o
sistema prisional do RN disponibilizava 4.265 vagas em todo o seu complexo penitenciário.
Isto revelou que o sistema prisional do RN apresentava um déficit no tocante a capacidade
de vagas para o número de apenado.
No ano de 2019, o Conselho Nacional de Ministério Público (CNMP), divulgou em
seu Relatório de Visita que segundo o Relatório Anual de Inspeção Prisional do Ministério
Público que no Brasil tem uma população carcerária de 727.334 (setecentos e vinte e sete
mil, trezentos e trinta e quatro) pessoas encontram-se privadas de liberdade no País em 1.419
(um mil, quatrocentos e dezenove) estabelecimentos penais, segundo o Relatório Anual de
Inspeção Prisional do Ministério Público, o que corresponde a uma taxa de ocupação de
165,12% (cento e sessenta e cinco vírgula doze por cento). Ainda de acordo com os dados
levantados, destaca-se que a capacidade do sistema prisional e sua ocupação registra:
capacidade para homem é 5.884 e sua ocupação é 9.925 apenados; já para mulher a
capacidade é 288 vagas, tendo a ocupação de 535 apenadas. Isto revela que o sistema
prisional do RN registrava em 2019 um déficit de vagas de 4.288 (quatro mil, duzentas e
oitenta e oito), distribuídos em 22 (vinte e duas) unidades prisionais.
É importante destacarmos que de acordo com os dados levantados na pesquisa, a
distribuição da população carcerária do RN, registado no CNMP, por meio do Sistema
Prisional em Números, a maior concentração da população carcerária encontra-se na capital,
Natal, possui o expressivo e grave quantitativo de 633,55% (seiscentos e trinta e três vírgulas
cinquenta e cinco por cento).
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Bolsista PIBIC (2019-2020). E-mail: fonsecaanalidia@gmail.com
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DISCUSSÕES
AGRADECIMENTOS
Devemos enfatizar que no decorrer do projeto de pesquisa, o auxílio psicológico e
financeiro ofertado contribuíram significativamente para a minha formação acadêmica. No
mais, cabe aqui, agradecer a benevolência do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
Científica (PIBIC) pela bolsa disponibilizada e por incentivar nos pesquisadores dedicação
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública, Departamento Penitenciário Nacional.
Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias Atualização - Junho de 2017.
Brasília, 2019.
BRASIL. Conselho Nacional do Ministério Público (CNPM). Relatório de Visita do Rio
Grande do Norte. 2019.
BRASIL, Ouvidoria do Sistema Penitenciário/DEPEN. Relatório de inspeção em
estabelecimentos penais do Estado do Rio Grande do Norte. Brasília, 2014.
BRASIL. Sistema de Informações do Departamento Penitenciário Nacional – SISDEPEN.
Relatório analítico. Rio Grande do Norte, 2017.
BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. 1984.
Disponível em: <http://planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210.htm>. Acesso em: 18 dez,
2019.
RIO GRANDE DO NORTE. Governo do Estado do Rio Grande do Norte. Plano Estadual
de Educação nas Prisões. Natal, 2015.
1 Graduanda em Direito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Campus Avançado de Natal.
Bolsista PIBIC (2019-2020). E-mail: fonsecaanalidia@gmail.com
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Introdução
Art. 97. Considera-se primeira infância, para os fins do disposto neste Título,
o período que abrange os primeiros seis anos completos ou os setenta e dois
meses de vida da criança.
Art. 98. O Programa Criança Feliz atenderá gestantes, crianças de até seis anos
e suas famílias, e priorizará:
I - gestantes, crianças de até três anos e suas famílias beneficiárias do
Programa Bolsa Família, instituído pela Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004;
II - crianças de até seis anos e suas famílias beneficiárias do Benefício de
Prestação Continuada, instituído pela Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de
1993;e
III - crianças de até seis anos afastadas do convívio familiar em razão da
aplicação de medida de proteção prevista no art. 101, caput, incisos VII e VIII,
da Lei nº 8.069, de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, e suas
famílias. (BRASIL, 2018)
Embora tenha um desenho que abrange todo o território nacional, o Programa Criança
Feliz é implementado no âmbito dos municípios com diferentes particularidades históricas,
socioeconômicas e políticas. Assim, nosso intento era fazer um levantamento de dados que
1
Discente do curso de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
(UERN) e Bolsista de Iniciação Científica pelo CNPq. E-mail: juniorad30@gmail.com
2
Professora do curso de Serviço Social da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
(UERN). Doutora em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN). E-mail: marciasilva@uern.br
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Metodologia
Do que foi proposto inicialmente para a Metodologia, parte não pôde ser desenvolvido
devido a pandemia e isolamento social ocasionado pelo novo Coronavírus. A realização de
atividades que seriam nas visitas in loco, não foram possíveis de realizar, já que se daria,
principalmente, através das visitas aos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) da
cidade de Mossoró-RN, que seriam realizadas no segundo semestre do cronograma da pesquisa,
depois da maturação teórica e discussão das leituras feitas para fundamentar a pesquisa.
Dentre o sugerido foram realizadas pesquisas bibliográfica e documental, acessando
informações e textos disponibilizados no site do Governo Federal, bem como, através da
literatura que discute o tema de políticas públicas necessárias para fazer as análises em relação
ao proposto pelo programa. No site foi possível acessar toda legislação pertinente ao Programa
Criança Feliz, bem como publicações acerca de avaliações, relatórios e recomendações sobre
sua inserção na estrutura do SUAS.
No campo teórico sobre políticas públicas e da política de assistência social foi
realizado leituras e fichamentos de Souza (2006), Souza (2013), Castro (2009), Sposati et al.
(1998), Silveira (2017), dentre outros. Salama e Valier (1997) nos proporcionaram a reflexão
do neoliberalismo e da pobreza no contexto do terceiro mundo e sua relação com as políticas
públicas. Para fundamentar a discussão do voluntariado e solidarismo, e, como essas se
configuram no cenário político, importantes na história da assistência social, a análise de Araújo
(2008) foi de grande relevância, assim como a compreensão do primeiro-damismo a partir da
produção de Torres (2002).
Importante destacar que nossas reflexões teóricas vêm se dando de forma ampliada
juntamente às atividades da equipe de outra pesquisa de Fluxo Contínuo (O Programa Criança
Feliz: agenda, formulação e implementação em tempos de “crise”). Dessa forma,
compreendemos que as reflexões são mais produtivas dado que a troca de ideias e percepções
acerca dos conteúdos são discutidas de forma mais interativa.
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Resultados
Depois de realizar a pesquisa dos documentos que definem a atuação do Criança Feliz
e analisando-os em relação as outras leituras feitas, foi possível notar a falta de objetividade no
desenho do programa, bem como a tentativa de sobrepô-lo à política de assistência social.
Apesar do desenho do Programa Criança Feliz propor uma articulação com as políticas de
saúde, educação, direitos humanos, direitos das crianças e dos adolescentes, cultura e
assistência social, é com essa última que há uma ligação mais estreita, chegando a invisibilizar
o que de fato é atribuição da política de assistência social.
O que se percebe é uma tentativa de minimizar a política estatal de assistência social,
através da “exaltação” de um programa de governo. Isso é evidente quando em fevereiro de
2017, o governo publica uma cartilha de orientações intitulada “A participação do SUAS no
Programa Criança Feliz”. O próprio título do documento mostra a discrepância sobre a atuação
do SUAS, descaracterizando-o, na tentativa de mostrar ser uma “parte” e não algo intrínseco,
como é posto no texto: “A política de Assistência Social é uma das políticas que integra o
Programa Criança Feliz” (BRASIL, 2017, p. 8).
Essa realidade observada em documentos publicados pelo Governo Federal também é
observada no município de Mossoró-RN. Mesmo com a limitação posta pela pandemia,
inviabilizando a realização da pesquisa de campo, a observação e consulta de reportagens e
divulgações de ações da Prefeitura Municipal nos conduz a algumas conjecturas, dentre outras,
a minimização da importância da política de assistência social.
Com a falta de definição de seu orçamento, o Programa Criança Feliz se mostra pouco
eficaz, além de entrar em choque com outros serviços ofertados, como o Programa de Proteção
e Atenção Integral à Família (PAIF), pertencente à proteção social básica do SUAS, presente
nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), englobando todo o seu público-alvo.
A partir dessas reflexões foi possível sistematizar o texto nominado: “O programa
criança feliz e a política de assistência social”, o qual foi submetido e aprovado para
apresentação oral no III Simpósio Internacional sobre Estado, Sociedade e Políticas Públicas a
ser realizado, via on line, em outubro próximo na Universidade Federal do Piaui. O texto é
resultante do trabalho conjunto com a equipe do projeto de Fluxo Contínuo supracitado.
Conclusão
Agradecimentos
Os agradecimentos vão para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPQ), pelo incentivo financeiro com a bolsa de Iniciação Científica; e à
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Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), pelo espaço físico onde se pôde
realizar os encontros semanais para as discussões em relação à pesquisa.
Referências
ARAÚJO, Jairo Melo. Voluntariado: na contramão dos direitos sociais. São Paulo: Cortez,
2008.
BRASIL. A participação do SUAS no Programa Criança Feliz. Brasília, fev. 2017.
Disponível em:
https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/SUAS_no_Cria
ncaFeliz.pdf Acesso em: 30.ago.2019.
BRASIL. Decreto n. 9.579, de 22 de novembro de 2018. Consolida atos normativos editados
pelo Poder Executivo federal que dispõem sobre a temática do lactente, da criança e do
adolescente e do aprendiz, e sobre o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente, o Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente e os programas federais da
criança e do adolescente, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República,
2018. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2018/Decreto/D9579.htm Acesso em: 30.ago.2019.
BRASIL. Decreto n. 8.869, de 5 de outubro de 2016. Institui o Programa Criança Feliz.
Brasília, DF: Presidência da República, 2016. Disponível em:
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Acesso em: 5. jun. 2020.
BRASIL. Emenda Constitucional nº 95, de 15 de dezembro de 2016. Altera o Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias, para instituir o Novo Regime Fiscal, e dá outras
providências. Brasília, DF: Senado Federal, 2016. Disponível em:
https://legis.senado.leg.br/norma/540698/publicacao/15655553 . Acesso em: 5 de jun. 2020.
CASTRO, Márcia da Silva Pereira. Implementação da política de assistência social em
Mossoró/RN: uma avaliação a partir dos Centros de Referência da Assistência Social.
Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais). Natal-RN: Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, 2009. 163 f.
SALAMA, Pierre; VALIER, Jacques. Pobrezas e desigualdade no terceiro mundo. (trad.
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SILVEIRA, Jucimeri Isolda. Assistência social em risco: conservadorismo e luta social por
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http://dx.doi.org/10.1590/0101-6628.120
SOUZA, Celina. Políticas Públicas: uma revisão da literatura. Sociologias, Porto Alegre, ano
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SOUZA, L. M. DE. A agenda e as agendas no Brasil. Revista Cronos, v. 7, n. 1, 9 jan. 2013.
SPOSATI, Aldaíza et al. (org.). Assistência na Trajetória das Políticas Sociais Brasileiras
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TORRES, Iraildes Caldas. As primeiras-damas e a assistência social: relações de gênero e
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INTRODUÇÃO
O presente resumo expandido discorre sobre o perfil do apenado do complexo
penal João Chaves masculino (CPJC) situado na zona norte da cidade natal. esse trabalho
é o resultado do projeto de pesquisa (PIBIC 2019-2020) intitulado: o sistema prisional do
rio grande do norte: um estudo sobre o processo de ressocialização do/a apenado/a
durante o cumprimento da pena nos regimes semiaberto e aberto (1ª etapa). Nesse resumo,
destacamos o desenvolvimento das atividades referentes ao plano de trabalho “
ressocialização e reinserção social nos espaços prisionais do RN: uma análise das dos
programas e projeto de ressocilização e reinserção social no espaço prisional – complexo
penal João chave masculino. O referido plano de trabalho objetivava analisar os projetos
e programas de ressocialização dos/as apenados/as ofertados aos/as apenados/as durante
o cumprimento de pena em regime privativo de liberdade, considerando tanto a
capacidade dos programas de ressocialização, observando os fatores que contribuem para
o processo de ressocialização e reinserção do apenado observando.
Registramos que no primeiro momento, buscamos conhecer por meio de pesquisa
a órgão diretamente ligados ao Sistema Prisional do Rio Grande do Norte, dados
estatísticos que permitissem conhecer o sistema prisional do Estado, observando a
efetivação dos direitos dos apenados. O resultado da pesquisa, está organizado neste
resumo expandido que atende exigências do Conselho Nacional de Pesquisa - CNPq, ao
Programa de Institucional de Bolsa de Iniciação Cientifica (PIBIC) da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte, conforme descritos e analisados a seguir.
METODOLOGIA
O presente resumo teve como base teórico-metodológica a concepção dialética
materialista, observando a totalidade como resultado das operações de múltiplos
elementos, mediante a decomposição do objeto de estudo do projeto de pesquisa, neste
caso, o processo de ressocialização do apenado/a do sistema prisional do RN.
1
Discente de Direito na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte:
E-mail: brunogoncalves.bfg@oulook.com
2
Professor Doutor do Departamento de Direito, do Campus Avançado de Natal da UERN.
E-mail: luizricardo@uern.br.
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RESULTADOS
Com fulcro no Art. 5º, inc. XLVIII, da Constituição Federal: “a pena será
cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o
sexo do apenado”. O Estado do Rio Grande do Norte possui, atualmente, segundo os
dados mais recentes do boletim de Levantamentos de Informações Penitenciárias
INFOPEN (2019) cerca de 10.057 presos. Sendo 4.093 indivíduos em regime fechado;
1.574 em regime semiaberto; 1.115 em regime aberto; 3.230 em regime provisório; 45
em regime de medida de segurança.
Os apenados/as cumprem pena em 23 estabelecimentos penais localizados em
diferentes regiões do Estado. Desses, conforme o Relatório Consolidado Estadual-RN,
Junho de 2019. O sistema prisional do Estado do Rio Grande do Norte, dispõe: no
município de Apodi, com o Centro de Detenção Provisória de Apodi. No município de
Caicó, a Penitenciaria Des. Francisco Pereira da Nóbrega. No município de Caraúbas,
dispõe da cadeia Pública Promotor Manoel Alves Pessoa Neto. Em Ceará Mirim dispõe
a Cadeia Pública Dinorá Simas Lima Deodato. No município de Jucurutu conta com
Centro de Detenção Provisória de Jucurutu. Este Centro de Detenção possui 44 presos no
total, sendo que 18 estão em regime fechado; 26 são presos provisórios (sem condenação).
Em Macaíba dispõe do Centro de Detenção Provisória de Macaíba.
Já no município de Mossoró, com a Cadeia Pública desembargador Manoel
Onofre de Souza. Além disso, o munícipio comporta o Complexo Penal Agrícola Dr.
Mário Negócio. Além de disponibilizar da Penitenciária Federal de Mossoró. No
município de Nísia Floresta dispõe da Penitenciária Estadual Dr. Francisco Nogueira
Fernandes, Nele está situada a Penitenciária Estadual Rogério Coutinho Madruga. Na
cidade de Nova Cruz tem a Cadeia Pública Nominando Gomes da Silva. No município
de Parnamirim tem a 03 (três) estabelecimentos. Destaca-se, Centro de Detenção
Provisória de Parnamirim (feminino) e provisórios (sem condenação); Tem conta com o
Centro de Detenção Provisória de Parnamirim (masculino) e a Penitenciária Estadual de
Parnamirim. Na região do alto-oeste, no munícipio de Paus dos Ferros, dispõe do
Complexo Regional de Pau dos Ferros.
Na capital do Estado, a cidade de Natal, conta com o maior número de
estabelecimentos penais e de apenados. São no total 05 (cinco) estabelecimentos, que
abriga 3.280 presos. Entre os estabelecimentos e o número de internos estão: Cadeia
Pública Prof. Raimundo Nonato Fernandes, Deve-se ressaltar que há a Central de
Monitoramento Eletrônico, em que são monitorados 1.353 apenados no total, sendo que
1.281 estão no regime aberto; 66 são presos provisórios (sem condenação).
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No tocante ao Complexo Penal Dr. João Chaves, abriga 1.471 presos no total,
sendo que 355 estão em regime fechado; 177 em regime semiaberto; 938 estão em regime
aberto. No entanto, 130 vagas (23.21%) são destinadas aos indivíduos do sexo feminino,
por sua vez, 430 vagas (76.79%) são para o público do sexo masculino.
DISCUSSÃO
Diante do exposto, dados levantados do número de estabelecimentos penais e a
população carcerária do Rio Grande do Norte, é maior do que sua capacidade de
acomodação. Revelam dados do INFOPEN que no Estado tem um déficit de vagas de
4.288 (quatro mil, duzentas e oitenta e oito), distribuídos em 22 (vinte e duas) unidades
prisionais, conforme preconiza o INFOPEN, dados apresentados em 2019.
A superlotação dos estabelecimentos penais, revela um fato marcante, a garantia
dos direitos dos apenas, inviabilizando, a realização de projetos e programa de
ressocialização dos/as apenados/as, soma-se a isto, as frequentes rebeliões que destruíram
parte da estrutura dos estabelecimentos penais. Outro fato, importante a destacar e a
efetivação dos direitos da população carcerária do Estado. Neste tópico, destacamos a
que nos estabelecimentos penais há um evidente desrespeito, quando se observa a Lei de
Execução Penal 7.210 de 1984.
De acordo com a referida lei, os apenados têm direito a assistência educacional,
por meio de projetos e programas educacionais e de ressocialização e reinserção social;
religiosa, saúde e assistência jurídica. Os estabelecimentos penais não disponibilizam aos
apenados/as espaço para efetivação a realização de programas e ou projeto de
ressocialização. Tal fato fere gravemente aos direitos dos apenados conforme preconiza
a LEP vigente no país. Isto reforça a compreensão de que os estabelecimentos penais
funcionam meramente como locais para segregar a vida dos apenados não importando o
processo de ressocialização deste para reingressa na sociedade.
CONCLUSÃO
Diante do exposto, é perceptível, após a análise dos relatórios disponibilizados
pelo Depen e Infopen, que a unidades penais existentes no RN possuem sérias defasagem
em suas estruturas assistenciais aos apenado/as. Tais estabelecimento penais não estão de
acordo como as orientações da Lei de Execução Penal, nº 7.210 de 1984. Tal fato implica
no desrespeito aos direitos dos apenados, assim como, a impossibilidade de realização
projetos e programas de ressocialização e reinserção social da população carcerária.
No que concerne a assistência jurídica preconiza na LEP, entendemos que está
não é realizada nos estabelecimentos penais, consequentemente, marca o desrespeito dos
direitos dos/as apenados. A assistência educacional vem sendo mitigado ao longo dos
anos. Não há registro de programa e projetos de ressocialização desenvolvidos nos
estabelecimentos penais nos últimos cinco anos, conforme nos indicar a Secretaria de
Segurança Pública. Tal fato se justifica pelas constantes rebeliões e a destruição dos
espaços penais. Diante disso, vemos que o sistema prisional do RN, no momento,
apresenta espeço de reclusão dos/as apendas, firmando-se num espaço de violação de
direitos.
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AGRADECIMENTOS
Devemos enfatizar que no decorrer do projeto de pesquisa realizamos atividades
que contribuíram para minha formação acadêmica. No mais, cabe aqui, agradecer a ao
do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) por incentivar nos
pesquisadores dedicação em relação ao objeto de pesquisa de tão relevante importância
para a sociedade norte-rio-grandense.
REFERÊNCIA
BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública, Departamento Penitenciário
Nacional. Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias Atualização –
INFOPEN, Junho de 2017. Brasília, 2019.
BRASIL. Conselho Nacional do Ministério Público (CNPM). Relatório de Visita do Rio
Grande do Norte. 2019.
BRASIL, Ouvidoria do Sistema Penitenciário/DEPEN. Relatório de inspeção em
estabelecimentos penais do Estado do Rio Grande do Norte. Brasília, 2014.
BRASIL. Sistema de Informações do Departamento Penitenciário Nacional –
SISDEPEN. Relatório analítico. Rio Grande do Norte, 2017.
BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. 1984.
Disponível em: <http://planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210.htm>. Acesso em: 18 dez,
2019.
RIO GRANDE DO NORTE. Governo do Estado do Rio Grande do Norte. Plano
Estadual de Educação nas Prisões. Natal, 2015.
BRASIL. Levantamento Nacional das estatísticas do sistema penitenciário brasileiro.
Disponível em: http://depen.gov.br/DEPEN/depen/sisdepen/infopen. Acesso em: 27 de
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Antônio Lauriano de Souza Monte¹; Cicília Raquel Maia Leite²; Ana Mônica
Medeiros Ferreira³; Inessa da Mota Linhares Vasconcelos 4; Denise dos Santos
Vasconcelos Silva 5; Pedro Fernandes Ribeiro Filho6.
INTRODUÇÃO
O Ministério da Educação no ano de 2004 instituiu as Diretrizes Curriculares
Nacionais por meio da Resolução n. 09/2004 do curso de Direito. Nele o Núcleo de
Prática Jurídica entra com o intuito de aumentar o conhecimento técnico-jurídico dos
estudantes.
O Núcleo de Prática Jurídica (NPJ) da Faculdade de Direito (FAD) da Universidade
Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) tem o objetivo de proporcionar um
aprendizado especifico de cada área do direito ao longo dos 2 anos em que o aluno
permanece no NPJ. O Núcleo de Prática Jurídica da FAD - UERN desenvolve um
trabalho de assistência jurídica à população com abrangência aos municípios de
Mossoró e Serra do Mel.
Segundo Krammes e Cardoso (2011) à primeira vista, Direito e Tecnologia são
ciências que possuem poucas características em comum, tratando-se de ramos tão
diversos do estudo científico. Sendo assim, por muito tempo, foram estudadas e
concebidas dessa forma isolada. Contudo, com o avanço significativo da área da
informática, essas duas ciências até então dadas como distintas tendem a convergir e
conceder um melhor aproveitamento para ambas.
Diante do exposto, objetivo deste trabalho é realizar uma revisão sistemática acerca
do uso das novas tecnologias no núcleo de prática jurídica, para auxiliar na adaptação
dos cursos de nível superior da área do direito aos novos recursos computacionais, bem
como implementar um sistema de gerenciamento de assistidos e controle de processos
que estejam sendo acompanhados pelo NPJ.
METODOLOGIA
denisevasconcelos@uern.br
6Estudante do curso de Direito do Departamento de Direito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-
mail: pedro.fernandesrf@gmail.com
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
O projeto teve como êxito o mapeamento das informações necessárias para auxiliar
na elaboração de sistemas, assim como a modelagem dos requisitos. Tendo iniciado
também o desenvolvimento de um sistema para gerenciamento dos processos que os
advogados do NPJ assistem.
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CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao CNPq, a Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), ao
Grupo de Engenharia de Software (GES), a Prof. Dr. Cicília Raquel Maia Leite, a Prof.
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Dr. Ana Mônica Medeiros Ferreira e a Prof. Dr. Inessa da Mota Linhares Vasconcelos,
pela oportunidade prestada de ampliar o meu conhecimento.
REFERÊNCIAS
KRAMMES, Alexandre Golin; CARDOSO, Marcelo Herondino. Sistemas Jurídicos e
Tecnologia: evolução e influências. , [s. l.], 2011. Disponível em: https://trello-
attachments.s3.amazonaws.com/5c2e318c3a032942af40d2e9/5cc704fa2878550e9b26
a388/e651b30355dc3b66777cf08af9e2e0c9/29603-29619-1-PB_(1).pdf.
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Samuel Jordan de Souza França1; Dr. Sidcley D'Sordi Alves Alegrini da Silva2
1 INTRODUÇÃO
O turismo é uma das principais atividades econômicas mundiais, além de possuir um viés
calcado nas questões sociais e ambientais. Assim, é interessante definir turismo, como:
Sendo assim, o turismo como matéria de estudos universitários começou a ser fomentado
no período compreendido entre as duas guerras mundiais (1919 e 1938). Durante esse período
economistas europeus começaram a publicar os primeiros estudos na área, cabe destaque a
chamada Escola de Berlim com autores como Glucksmann, Schwinck ou Bormann. (SILVA,
2011)
Neste contexto, a proposta deste projeto PIBIC justifica-se pela necessidade de continuar
auxiliando a iniciativa pública e privada na tomada de decisões de natureza turística,
monitorando-se a atividade no Estado do RN, agregando informações importantes sobre o perfil
dos visitantes, seus gastos, suas motivações de viagem, os principais meios de transporte
utilizados, dentre outros elementos estatísticos ou não, que possam conduzir as políticas
públicas estaduais e também atrair e consolidar investidores privados nas diversas regiões
turísticas do Estado.
1
Estudante do curso de turismo do Campus de Natal da UERN. Bolsista PIBC/UERN. E-mail:
samueljordan@alu.uern.br
2
Professor do departamento de turismo do Campus de Natal da UERN. Vice-líder do Grupo de Estudos Turísticos
UERN/CnPq e Coordenador do OBSERVATURN. E-mail: sidcleyalegrini@uern.br
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2 METODOLOGIA
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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os anos de 2019 e 2020 foram enrriquecedores para o Observatório, uma vez que se
conseguiu alcançar todos os objetivos em questão de produção científica, bem como em
expandir as realizações do Observatório. As perspectivas para à atividade e reconhecimento do
Observatório são promissoras, devido a valorização das pesquisas científicas na área do turismo
e o incentivo da academia e do trade turístico para a coleta destes dados.
4 CONCLUSÃO
Destaca-se nesse trabalho que os todos os objetivos delineados foram atingidos, como
analisar o perfil do turista potiguar através de pesquisas em campo, analisar as informações
obtidas em pesquisa de demanda turística, e usar esses dados para a orientação de novas
pesquisas que auxiliarão no direcionamento do mercado turístico do Rio Grande do Norte.
Apontando os cenários e perspectivas do OBSERVATURN no biênio 2019-2020.
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Estado do Rio Grande do Norte, bem como o incentivo e a divulgação desses trabalhos de forma
ampla e descentralizada.
5 REFERÊNCIAS
BURKART, A.J and MEDLIK,S. Tourism: past, present and future. London: Heinemann,
1981. LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2004.
SILVA, Sidcley D’sordi Alves Alegrini da Silva. El turismo rural en Currais Novos/RN –
Brasil: propuestas estratégicas para su desarrollo y expansión. Tesis doctoral. (Programa de
doctorado en turismo integral, interculturalidad y desarrollo sostenible). Universidad de Las
Palmas de Gran Canaria. 2011.
AGRADECIMENTOS
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RESUMO
A identificação do patrimônio edificado da cidade de Ceará-Mirim tem fundamental
importância para que se possa posteriormente realizar um projeto de utilização desses bens
enquanto atrativo turístico. Para isso foram propostos como objetivos identificar os princiais
exemplares do patrimônio edificado, compreender o contexto histórico de sua produção na
cidade, analisar a importância desse patrimônio no contexto atual da cidade e apreender a
percepção da comunidade local em relação aos edifícios estudados. Para alcançar esses
objetivos foi realizada uma revisão bibliográfica e visitas ao local, onde pôde-se registrar a
riquesa de detalhes dos prédios e perceber a relação que a população tem com eles. Foram
escolhidos para o presente estudo os prédios da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição,
a Biblioteca Pública, o Solar dos Antunes e o Mercado Público, alguns dos principais
exemplares do patrimônio edificado da cidade. Percebe-se que a população tem certa
intimidade com a igreja e com o Mercado Público, frequentando esses espaços. Já os prédios
da biblioteca pública e o Solar dos Antunes (atual prefeitura), apesar de estarem em localização
privilegiada, não são tão frequentados pela população.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Para a obtenção dos dados da pesquisa foram realizadas, além do levantamento e revisão
bibliográfica, visitas ao local, onde pôde-se registrar a riquesa de detalhes dos prédios e
perceber, mesmo que através de conversas informais junto à população local, a relação
1
Voluntário do projeto e Estudante do curso de Turismo (bacharelado) do Departamento de Turismo da Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte; e-mail: thalescaetano@alu.uern.br
2
Voluntária do projeto e Estudante do curso de Turismo (bacharelado) do Departamento de Turismo da Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte; e-mail: floressilva@alu.uern.br
3
Voluntário do projeto e Estudante do curso de Turismo (bacharelado) do Departamento de Turismo da Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte; e-mail: eduardoelias@alu.uern.br
4
Orientadora, professora Departamento de Turismo, UERN/ CAN; e-mail: mariliamedeiros@uern.br
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Alguns dos principais exemplares do patrimônio arquitetônico de Ceará-Mirim são a
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a Biblioteca Pública, o Solar dos Antunes e o
Mercado Público, por esse motivo escolhidos como objeto desse trabalho.
A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição (Foto 1), um dos maiores templos
católicos do estado do Rio Grande do Norte, data de 1900 (Alves, 2008) e é motivo de orgulho
para a população de Ceará-Mirim. Apesar de a cidade possuir outras igrejas as pessoas têm o
hábito de freqüentar a missa na matriz, sendo comum as pessoas da área rural do município
irem à missa naquela igreja, estando evidente a impressão de que a missa naquele templo tem
um valor ou uma importância diferente (SOARES, 2012).
Foto 1: Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição
No que diz respeito ao prédio da atual Biblioteca Pública de Ceará-Mirim (Foto 2), este
foi construído entre os anos de 1929 e 1930, sendo, devido a sua imponência, adquirido pela
família do Dr. José Pacheco Dantas e doado ao município, se tornando, em 1977, a sede da
Biblioteca Pública Municipal Dr. José Pacheco Dantas (Alves, 2008). Apesar de possuir uma
localização privilegiada (na esquina de duas das principais ruas da cidade) percebe-se que a
população de forma geral, apesar de ter conhecimento sobre o funcionamento da instituição,
não tem um interesse em ter acesso, só frequentando o prédio aqueles que têm a necessidade
de utilização.
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Já o edifício conhecido como Solar dos Antunes, atual prefeitura, (Foto 3), além de sua
beleza em estilo neoclássico tem ainda importância histórica, tendo sido palco, em períodos de
pujança econômica, de reuniões entre políticos, intelectuais e comerciantes, e de festas e saraus
oferecidos àqueles que compunham a alta sociedade cearamirinense (ALVES, 2008).
Foto 3: Solar dos Antunes
Esse edifício foi construído em 1888 pelo tenente-coronel da guarda nacional José
Antunes de Oliveira, tendo sido doado em 1975 para ser a sede da prefeitura e restaurado pela
Fundação José Augusto em 1978. Devido a suas características construtivas, imponência e
importância para a cidade, foi tombado pela Fundação José Augusto em 1988.
O último edifício objeto desse estudo é o Mercado Público de Ceará-Mirim (Foto 4), que
foi construído pelo senhor do Engenho Cruzeiro e inaugurado em 1881, tendo o coronel
recebido a autorização para explorá-lo comercialmente pelos 20 anos posteriores (ALVES,
2008).
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Quando construído, o mercado abrigava as diversas atividades da feira, sendo sua parte
interna dividida em pequenos “locais” reservados aos vendedores de diversas mercadorias.
Atualmente esse local não mais abriga as mais diversas atividades, sendo conhecido como o
“Mercado do Café”, pois com a expansão da feira foram construídos outros espaços,
conhecidos como o “Mercado da Carne” e o “Mercado das Frutas e Verduras”. O “Mercado do
Café” tem atualmente a função de fornecer alimentação para a população, sendo o ponto de
encontro da comunidade de Ceará-Mirim, tendo alguns o hábito de ir ao Mercado tomar café-
da-manhã, outros lanchar (caldo-de-cana preferencialmente), outros almoçar, ou até
simplesmente conversar com amigos e tomar um “pinga”.
Palavras-chave: Patrimônio arquitetônico. Comunidade. Ceará-Mirim.
REFERÊNCIAS
ALVES, Gibson Machado. Ceará-Mirim: memória iconográfica. Prefeitura Municipal de
Ceará-Mirim, Ceará-Mirim/RN, 2008
SOARES, Marília Medeiros; BANDEIRA, Sâmia Érica; SILVA, Anelino Francisco da. O
patrimonio arquitetônico de Ceará-Mirim e sua configuração no contexto da cidade. Anais do II
Seminário “O papel do geógrafo no contexto social atual”, 2012
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INTRODUÇÃO
No delinear das leis Brasileiras o direito a educação faz parte dos princípios superiores
da constituição, sendo considerado um dos elementos que compõem a dignidade da pessoa
humana. Tal supremacia, facilita sua prospecção afim de vincular a proteção educacional para
crianças e jovens através da união, estados, municípios e familiares. A pesquisa desenvolvida
voltou-se para a área da educação municipal da cidade de Natal/RN. Durante o curso da
pesquisa buscou-se investigar a dialética do Direito, a Educação e a Criminalidade através da
fenomenologia; com o propósito de compreender os obstáculos vivenciados periodicamente por
crianças e adolescentes das quatro zonas administrativas.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
1
Discente do curso de Direito do Departamento de Direito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte -
UERN; e-mail: alexsandrazenzefilis@gmail.com.
2
Professora do Departamento de Direito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN; Líder do
Grupo de Pesquisa do GECA – Grupo de Estudos da Criança e do Adolescente; E-mail: audenoraneves@uern.br
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corpo docente, por não prover do devido e necessário investimento ao aborda e combater fatos
diários como desvio de atenção, comportamento violento, bullying e demais atitudes que
resultam rendimentos extraordinários para aquela instituição.
Já a escola A desponta com maior número em reprovação, o qual deveria ser mais
elevado se for comparar com as condições materiais e profissionais. As escolas dessas
localidades são carentes em sua totalidade, o que reflete um aprendizado insuficiente. No qual
o corpo docente é incompleto, e para que a instituição não paralise o ensino em fase das lacunas,
faz-se uma permuta disciplinar, de maneira que os docentes repassem seu conhecimento mesmo
não tendo uma especialização naquela determinada disciplina. Todavia, essa atuação não traz
vantagens, pelo contrário, possibilita ao aluno um conhecimento raso, colocando-o abaixo das
escolas que tem um especialista para cada matéria.
CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
Agradeço à UERN por potencializar projetos de pesquisa como este que estabelece
contato diretamente com as necessidades sentidas pela população, e possibilita exteriorizar a
realidade que em muitas ocasiões é mascarada ou esquecida a depender das conveniências de
quem tem o poder.
REFERÊNCIAS
SANTOS, Gisely Tainã Lira Ribeiro dos. Escola, juventude e participação: análise sobre a
percepção dos jovens educandos da Escola Marista Champagnat de Natal. 2015. 63f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social), Departamento de Serviço
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Social, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2015. Disponível em:
https://monografias.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/4570/1/GiselyTLRS_Monografia.pdf.
Acesso em: 29 fev. 2020.
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Introdução
O presente resumo está inserido no contexto do projeto de pesquisa PIBIC/UERN
Análise de Riscos Ambientais no Litoral da Costa Branca, e faz parte de um plano de trabalho
desenvolvido especificamente para o município de Grossos/RN.
Grossos é um município situado na porção setentrional do litoral do Rio Grande do
Norte, na mesorregião Oeste Potiguar, e integra um dos 17 municípios que compõem o Polo de
Turismo da Costa Branca. Situado entre os municípios de Areia Branca, a leste, e Tibau, a oeste,
apresenta características naturais e ambientais que o tornam atrativo para o desenvolvimento
do turismo, sobretudo de sol, areia e mar. Além disso, a sua posição geográfica entre esses dois
municípios, pode justificar uma demanda de produção do espaço turístico, seja para fins de
deslocamento (interligando os dois municípios vizinhos) ou receptor de turistas. Em ambos os
casos, pode-se prever uma ocupação do território com estruturas e/ou atividades que venham a
dar suporte ao desenvolvimento turístico do Polo Costa Branca.
Dotado de paisagem marcada pela presença de um estuário, praias arenosas, dunas
móveis e vegetação de caatinga predominante, este município abriga historicamente atividades
ligadas à atividade salineira, a principal atividade do município, que integra desde a produção
artesanal, mecanizada até o refino, escoamento e comercialização do sal marinho. Esta
atividade encontra-se situada nas áreas de planície fluviomarinha e foi responsável por
promover alterações paisagísticas e ambientais, semelhantes às identificadas por Medeiros
(2017) no município de Areia Branca e que estão associadas à intensificação de riscos
ambientais naquele município vizinho.
Diante disso, este estudo teve como objetivo realizar uma breve análise dos principais
riscos ambientais ao longo do litoral do município de Grossos, buscando compreender a sua
relação com as atividades instaladas, bem como contribuir para uma gestão dos riscos e
ordenamento territorial municipal, em um possível incremento da ocupação territorial advinda
do turismo.
Metodologia
Os procedimentos metodológicos estão pautados em pesquisa bibliográfica, pesquisa
de campo e análise de riscos ambientais no litoral do município de Grossos, a partir de uma
abordagem sistêmica e integrada do meio ambiente (MONTEIRO, 2000; BERTRAND, 2004).
A pesquisa de campo foi realizada no mês de fevereiro de 2020 com o intuito coletar
dados in loco, identificar a atuação de riscos ambientais no território, a partir da concepção
teórico-metodológica de Julião et. al. (2009) combinada com Medeiros et al. (2012), onde os
1
Estudante do curso de Gestão Ambiental do Departamento de Gestão Ambiental/FACEM da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte - UERN; yasnaraandrade@alu.uern.br
2
Professor adjunto do Departamento de Gestão Ambiental/FACEM da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte - UERN, pesquisador do Grupo de Estudos em Gestão Ambiental; wendsonmedeiros@uern.br
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Resultados e discussão
O principal risco identificado no território de Grossos, que apresenta manifestações
visíveis no espaço foi a erosão costeira. Este processo perigoso está associado ao ataque
constante das ondas do mar à costa e pode ter causas diversas. Do ponto de vista natural, pode-
se associar às mudanças climáticas, que podem contribuir para um possível avanço do mar para
o continente, promovendo a erosão da costa arenosa. Contudo, Medeiros et al. (2018) ao
analisar o risco de erosão costeira para uma faixa litorânea do município de Areia Branca,
identificaram a possível contribuição antrópica neste processo. Segundo esses autores, as
intervenções realizadas no canal do rio Apodi-Mossoró, como a construção de barragens que
impediram a chegada de sedimentos no litoral e, dessa maneira, interferiram no equilíbrio
sedimentar, podem ser um dos principais fatores responsáveis pelo intenso processo erosivo na
costa de Grossos. A diminuição de areias transportadas pela deriva litorânea associada ao
recorte retilíneo da costa, a sua característica arenosa e a possível atuação da neotectônica
(MAIA; BEZERRA, 2012) contribuem para a atuação deste processo perigoso. Assim, o
território de Grossos apresenta forte suscetibilidade à erosão costeira.
A construção de residências de veraneio e alguns equipamentos de restauração em
áreas de praia geraram um quadro de vulnerabilidade a esse processo perigoso, colocando
estruturas e pessoas expostas a este processo, conforme se observou in loco (figura 1).
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Figura 2- Avanço de dunas sobre a estrada que liga Grossos a Areia Branca
Considerações finais
A análise dos principais riscos ambientais identificados no município de Grossos
permitiu conhecer um pouco da dinâmica ambiental por trás dos processos perigosos e a atuação
do homem na produção de territórios de risco, produzindo vulnerabilidades em áreas
naturalmente suscetíveis aos riscos ambientais.
Dessa maneira, espera-se que este estudo possa ser útil nos processos de planejamento
territorial e ambiental em nível municipal, visando a um ordenamento territorial mais adequado
e seguro frente à atuação dos processos perigosos aqui identificados. Também, pode ser de
utilidade para auxiliar a gestão municipal quanto à gestão dos riscos ambientais, com vistas ao
controle, mitigação dos processos perigosos atuantes ou mesmo para a adoção de medidas de
adaptação e resiliência aos riscos ambientais.
Agradecimentos
Ao PIBIC/UERN pela concessão de bolsa para a realização deste trabalho.
Ao Núcleo de Estudos Socioambientais e Territoriais do Departamento de Gestão Ambiental
da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, pelo apoio logístico para a realização da
pesquisa.
Referências
BERTRAND, G. Paisagem e Geografia Física global. Esboço metodológico. R. RA'EGA,
Curitiba, n. 8, 141-152, 2004. (Tradução de Olga Cruz).
JULIÃO, R. P., NERY, F., RIBEIRO, J. L., BRANCO, M. C.; ZÊZERE, J. L. Guia
metodológico para a produção de cartografia municipal de risco e para a criação de
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1
O presente trabalho está inserido no projeto intitulado: Cisternas Fertilizadas: Fortalecendo a Autonomia das
Mulheres no Semiárido. Financiado pelo CNPq - Edital n. 36/2018 – A – Desenvolvimento de Tecnologia
Social. Processo: 443489/2018-1.
2
Aluno de Gestão Ambiental pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), E-mail:
<duda30anne@gmail.com>;
3
Aluna no Programa de Pós Graduação em Geografia (PPGEO) pela UERN, E-mail:
<janinebeatriz38@gmail.co m>;
4
Professora Doutora, no Departamento de Gestão Ambiental (DGA) da UERN, E-mail:
<mreginafarias@hotmail.co m>.
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3. METODOLOGIA
3.1 Área de Estudo
Localizado na zona rural do município de Mossoró (RN), o Assentamento Hipólito
está distante 28 km, no sentido Mossoró/Natal. Foi declarado área de interesse em Reforma
Agrária 1987, pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). O
Assentamento foi um dos primeiros implantados no estado, configurando-se também como
um dos maiores em termos de área ocupada, com 6.685,24 hectares. Inicialmente, foram
assentadas 137 famílias (BRAGA, 2006; INCRA, 2018). Hoje, de acordo com informações
recolhidas em campo, existem na localidade 170 famílias, contando com os agregados.
O procedimento metodológico teve inicio com a realização da pesquisa bibliográfica e
documental, foram realizadas também discussões em grupo, sobretudo, a partir do Grupo de
Estudos em Gestão Ambiental (GEGA) e no Laboratório de Ecologia Aplicada (LEA), do
Departamento Gestão Ambiental da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte –
DGA/UERN. Os temas centrais foram: Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas
(ONU) e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS); tecnologia sociais e a
conivência com semiárido, desenvolvimento territorial, políticas públicas e sustentabilidade.
Em um segundo momento foram realizadas visitas em campo que tinham o objetivo de
apresentar o projeto e a comunidade de desenvolvimento do projeto, visando apresentar o
projeto a comunidades, ouvir o grupo de mulheres e observar as ações de implantação da
tecnologia social (cisternas fertilizadas), bem como identificar as tecnologias existentes na
comunidade e a percepção das mulheres sobre essas tecnologias sociais.
O terceiro momento, adotando a Técnica de Pesquisa de Grupo Focal, foi realizada
uma reunião com o grupo de mulheres do Assentamento. O Grupo que tem o nome de
“Mulheres em Ação”, na qual participaram 4 pesquisadores da Universidade do Estado do Rio
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 A atuação das mulheres e as tecnologias sociais
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mulheres relataram que não havia água nem para o uso humano e a dessedentação animal, tão
pouco havia água para o desenvolvimento de outras atividades, como a agrícola.
Segundo as mulheres ouvidas com a implantação do P1+2 na comunidade foi possível
o cultivo em quintais produtivos. As mulheres passaram a produzir nas suas próprias
residências, frutíferas, hortaliças, entre outras e também a desenvolver a criação de animais.
Essas atividades segundo as participantes vieram a contribuir de forma significa para a
geração de renda na comunidade e atualmente são atividades exercida por grande parte da
comunidade, principalmente, pelas mulheres do Grupo.
Cabe ressaltar que para um problema entrar na agenda pública, é necessário haver pelo
menos três tipos de fluxos: fluxo do problema, da alternativa ou solução e o fluxo político.
Por volta dos anos 2000 pode-se notas esses três tipos de fluxos: o primeiro, do problema,
quando é percebido o quanto as políticas adotadas anteriormente não resolveram o problema
do Nordeste e a questão da seca ganha mais destaque; o fluxo alternativa/solução, que se
inicia com a fundação da ASA, a emergência do paradigma de convivência com o Semiárido
e a defesa deste pelos diversos atores sociais; e o fluxo político, que ocorre quando a ASA
ganha força de atuação e relevância a partir das relações que estes estabeleciam.
A primeira Política Pública merecedora de destaque é o Programa Um Milhão de
Cisternas (P1MC), que tem como principais atores a ASA, o Ministério de Desenvolvimento
Social (MDS) e as famílias receptoras da tecnologia em questão.
O programa P1MC teve o objetivo de construir Um Milhão de Cisternas, com a
capacidade 16 mil litros, outro programa que surgiu paralelo ao P1MC, foi o P1+2, Programa
Uma Terra e Duas Águas: Construção de cisternas de 52 mil para que as famílias possam
utilizar a água de chuva armazenada para consumo humano e animal, bem como cultivo de
alimentos. Esse programa P1+2, objetiva também construir cisternas com 52 mil litros nas
escolas, o que deu o nome do programa Cisternas nas Escolas das zonas rurais. A população
local teve na implementação dessas tecnologias uma verdadeira “benção”, conforme as
mulheres ouvidas.
O Grupo “Mulheres em Ação” destaca que os principais pontos observados na
importância do Grupo foram a troca de saberes, a participação ativa das mulheres idosas da
comunidade a troca de informações e experiências entre as mulheres e, sobretudo, a
construção de uma consciência de coletividade e de parceria entre as mulheres.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final do projeto com previsão em 2021 espera-se que a implantação das cisternas
fertilizas possam contribuir para aumentar a oferta hídrica para famílias rurais da comunidade
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REFERÊNCIAS
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Emilly Joyce Alves Tertulino; Hanna Lyvia Maia Freire; Jaciara Santos Leite; João Victor
Aquino Bezerra; Julia Ester da Silva Lustosa; Kelly Ruama Cazuza; Kelvin Gabriel da Silva
Chachá; Khyara Luanny de Lima Fernandes; Loíse dos Santos; Marcondes Alves de Morais
Filho; Letícia Rayane Melo da Silva; Maria Alice de Sousa Paiva; Marcos Paulo Alves
Câmara; Maria Glenda da Costa Alencar; Sabrina Vitória Oliveira de Medeiros; Thayssa
Karla da Silva Lima; Tiago Barreto de Almeida Barros; Wanessa Helena Duarte Favacho;
Wellyka Wênia da Fonseca; Willian Nathã da Silva Medeiros1; Jefferson Garrido de Araújo
Neto2
Introdução
A ideia de pesquisar o “fazer ciência” no ensino médio das escolas públicas na cidade
de Mossoró surgiu com a criação do Projeto de Pesquisa “Ciência e tecnologia: popularização
da ciência no ensino médio da cidade de Mossoró”, que tinha o objetivo de envolver alunos e
professores da rede estadual de ensino de instituições vinculadas à XII DIREC, na tentativa de
se construir um referencial que indicasse quais os temas que envolvem ciência, tecnologia,
meio ambiente, novas mídias e outros, e que são trabalhados nas atividades de ensino das
diversas áreas do conhecimento, no cotidiano de sala de aula da rede pública de ensino.
Durante o desenvolvimento da pesquisa surgiram alguns obstáculos que apesar de
serem pontuais não permitiram que fossem atingidas todas as 18 (dezoito) escolas planejadas,
que seria o alvo prioritário inicial. Com a deflagração da greve dos professores da rede
pública no início do semestre letivo 2020.1 e com o decreto estadual que suspendeu as
atividades presenciais no âmbito das escolas públicas no estado do RN em função da
Pandemia, decidimos centrar nosso olhar mais apurado no que estava sendo pesquisado na
escola que os alunos bolsistas estudam, o CEEP – Centro de Educação Profissional Professor
Francisco de Assis Pedrosa.
Metodologia
Elegemos como método de pesquisa a análise de conteúdo, por entender que no
contexto dos estudos contemporâneos este método preocupa-se basicamente com a análise das
mensagens (JÚNIOR, 2006). Entendemos que temas científicos e tecnológicos como
conteúdos de ensino e aprendizagem no ensino médio público exigem um olhar específico
sobre a análise documental existente e é neste aspecto que a análise de conteúdo também nos
permite estudar a frequência com que as temáticas científicas são inseridas no cotidiano do
ensino regular, em especial no estabelecimento que elegemos como análise, que se trata de
uma escola de ensino profissionalizante. Além dessas considerações, a análise de conteúdo é
1. Estudantes do Ensino Médio do CEEP - Centro Estadual de Educação Profissional Professor Francisco
de Assis Pedrosa – Mossoró/RN, bolsistas de Iniciação Científica. Email:
jovenscientistaspibic@gmail.com
2. Professor do Departamento de Comunicação Social, DECOM, da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte, UERN, Líder do Grupo de Pesquisa Comunicação Estratégica, Discurso e Novas
Tecnologias – COMDITE. Email: jeffersongarrido@uern.br
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sistemática porque se baseia num conjunto de procedimentos que se aplicam da mesma forma
a todo o conteúdo analisável.
Em virtude dos motivos já elencados, que nos permitiram observar e interagir
especificamente com a iniciação científica na escola CEEP, identificamos 5 (cinco) principais
projetos que se destacaram pela fundamentação, organização científica, bem como no
envolvimento da temática apresentada pelos seus participantes e pela diversidade de temas.
São eles os projetos “A utilização do fruto da palma forrageira (opuntia cochenillifera) como
fonte alternativa de vitamina C”; “Monitorando a Cochonilha de Escama (Dactylopius
Coccus) na plantação da Palma (Opuntla Cohenillefera) através de um bioinseticida à base da
Liambra (Vitex Agnus Castus); “Eco Coleta: aplicativo de auxílio à população no combate ao
descarte inadequado de resíduos sólidos urbanos em Mossoró/RN; “Uma abordagem sobre os
índices de suicídio nos estudantes do CEEP – Mossoró e “Canudo biodegradável à base da
fibra do coco: Cocanudo”.
Resultados e Discussão
O processo da descoberta consiste em se aproximar do objeto e acompanhar o seu
desenvolvimento, sua organização e suas características. Foi por esse movimento que nos
aprofundamos com os alunos “Jovens Cientistas” que desenvolvem a iniciação científica no
CEEP e que integram uma instituição que tem o apoio incondicional da Direção da Escola e
conta com um corpo docente que investe em Ciência e faz do conhecimento científico um
desafio na formação do aluno-cidadão da eeducação pública em Mossoró. Pelas temáticas que
nos foram apresentadas identificamos uma variedade de opções diversificadas, que nos faz
compreender que além de necessária para o desenvolvimento social, a ciência também é
acessível e está ao alcance dos que são instigados pelo fascínio da descoberta e da criação da
inovação.
1. O primeiro projeto é “A utilização do fruto da palma forrageira (opuntia cochenillifera)
como fonte alternativa de vitamina C”. O estudo desenvolvido pelas alunas Hanna Freire,
Jaciara Leite e Letícia Silva com a orientação das professoras Nicole Nobrega e Elaine
Cristina pesquisou que através de um processo experimental com as amostras do extrato
concentrado do fruto da palma forrageira pode-se constatar que existe uma quantidade
considerável de vitamina C, bem como uma boa palatabilidade segundo as características
sensoriais (cor, sabor, textura e aroma) facilitando a inclusão na alimentação cotidiana
humana. Para realizar os testes, as pesquisadoras utilizaram os princípios químicos da
iodometria com o iodato de potássio (10%), para observar a alteração de cor na solução do
fruto da palma forrageira e da laranja no processo experimental.
As jovens cientistas concluíram com o estudo que o fruto da palma forrageira pode
atuar como fonte alternativa de vitamina C, uma vez que os valores referenciais diários de
ácido ascórbico estão entre 75mg (mulheres) e 90mg (homens), segundo as Referências de
Ingestão Dietética (Dietary Reference Intakes - DRIs) do ano de 2000. Para elas o fruto da
palma ultrapassa essa média, podendo assim atuar como fonte alternativa e ser consumido na
alimentação humana a fim de estabelecer a aquisição de benefícios ao organismo, bem como
ao sistema imunológico devido às quantidades satisfatórias de ácido ascórbico (vitamina C)
encontradas a partir do processo experimental.
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observou-se que a palma forrageira tem grande importância na atividade pecuária, pois possui
um alto nível de resistência às condições climáticas, como a seca. Além disso, a palma
forrageira (Opuntia e Nopalea) é um alimento importante na atividade pecuária por ser
adaptada às condições climáticas da região e poder alcançar produtividade de até 40 toneladas
de matéria seca por hectare e por colheita.
O experimento analisou visualmente que antes da aplicação do bioinsceticida o Palmal
estava com a cor amarelada, devido a retirada de nutrientes da Palma por conta da infestação
da cochonilha. Foram realizadas algumas aplicações em intervalos variados e foi percebido
que as que foram feitas com o intervalo de tempo para 12h foram as mais eficazes. Com base
no experimento perceberam que os resultados ocorreram como esperado, de forma que o
bioinscetida agiu com eficácia no combate da infestação da cochonilha na plantação de palma.
A última fase da pesquisa que se deu especificamente de modo visual, através de pesquisas no
campo ainda precisa de análises em laboratório.
4. O quarto projeto é “Uma abordagem sobre os índices de suicídio nos estudantes do CEEP
– Mossoró, desenvolvido pelos alunos Júlia Lustosa, Thayssa Lima, Wellyka da Fonseca,
Marcondes Alves de Morais Filho e João Victor Aquino Bezerra, tendo como orientadores os
professores Antônio Rêgo e Ana Freitas. A pesquisa buscou analisar os fatores que podem
contribuem para incentivar o suicídio entre os adolescentes da escola CEEP e quais os
principais fatores que levam as pessoas tirarem a sua própria vida.
Durante as pesquisas foi possível perceber que um número razoável de estudantes
apresentavam pensamentos suicidas e com isso pode-se observar a importância de se ter
psicólogos nas escolas, no processo de comunicação, tanto no que refere à escola, quanto aos
seus problemas pessoais. Foi percebido, portanto, entre os adolescentes, a falta de
oportunidade para refletirem sobre todos os riscos aos quais estão expostos diariamente e,
com isso, impossibilitados de reformular suas opiniões e de pensarem sobre seus hábitos e
sobre possíveis soluções protetoras para tais riscos. Para os Jovens Cientistas, o tema ainda
merece atenção especial.
5. O quinto projeto é o “Canudo biodegradável à base da fibra do coco: Cocanudo”.
Desenvolvido pelos alunos João Lucas, Khyara Fernandes, Loise dos Santos e Kelvilane
Celis, a pesquisa consistiu na produção de um canudo biodegradável utilizando a fibra do
coco, vinagre e gelatina, materiais de grande relevância no mercado nacional. Considerando
os resultados obtidos nessa pesquisa, depreende-se a boa aplicabilidade do Cocanudo para o
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consumo, levando em consideração o tempo médio de uso do produto num contexto geral. O
produto também se qualifica como um material de rápida degradação, principalmente quando
comparado ao canudo plástico, o qual tem um ciclo de vida útil muito pequeno e podem levar
muitos anos até ser totalmente degradado.
Conclusão
Percebeu-se que os objetivos propostos foram alcançados, pois tornou-se possível a
divulgação científica de parte de um grande acervo de iniciação científica que é produzido
anualmente por estudantes do ensino médio da rede pública da cidade de Mossoró,
especificamente na escola CEEP. Os dois primeiros projetos já são estudos concluídos e
fornecem elementos para a aplicação científica no setor agrícola; o terceiro alia meio
ambiente e tecnologia, mas ainda está na fase de tabulação dos resultados, estando em
andamento; o quarto, também já concluído, se justifica pela análise de uma abordagem do
comportamento humano e se configura numa problemática que tem atingido uma significativa
parcela da população, e o quinto, já com resultados finais, mantém o foco na busca de uma
sociedade sustentável, que busca nos elementos naturais uma forma de não poluir o meio
ambiente.
Os resultados superaram as expectativas iniciais em razão da qualidade e
comprometimento dos alunos pesquisadores e dos professores orientadores. Essas primeiras
descobertas criaram inquietações que exigiram um olhar mais específico para outras
instituições, o que resultou no surgimento da segunda fase, denominada de Projeto Jovens
Cientistas. Acreditamos que os resultados obtidos neste recorte temporal serviram para
despertar outros jovens que também acreditam na ciência como ferramenta de
desenvolvimento da sociedade.
Agradecimentos
Ao CNPQ - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, nossa
gratidão pela concessão das 20 (vinte) cotas de bolsas para os jovens cientistas pesquisadores.
A UERN – Universidade do Estado do RN, pela oportunidade de permitir o PIBIC-EM para
fomentar ciência no ensino médio e contribuir com a pesquisa no interior do nosso estado.
Referências
ALVES, Marta Assunção, et al. "Fruto de palma [Opuntia fícus-indica (L) Miller, Cactaceae]:
morfologia, compocicão química, fisiologia, índices de colheita e fisiologia pós-colheita."
Revista Iberoamericana de TecnologíaPostcosecha 9.1 (2008): 16-25.
Durkheim E. O suicídio: estudo de sociologia. São Paulo: WMF Martins Fontes; 2011.
FRANÇA, Marta San Juan. Formação e informação centífica. São Paulo: Sumus, 2005.
GIACHETI, Linair de Jesus Martins. José Reis, a ciência que fala. São Paulo: Annablume;
Fapesp, 2006.
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Introdução/Justificativa
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Objetivos
Objetivos Específicos:
d) Elaborar um guia da cidade, com mapa, legendas autoexplicativas e distintas por cores.
Metodologia
Com a demarcação destas zonas, o bolsista irá a campo coletar dados para a realização de um
diagnóstico dos espaços com notório potencial turístico utilizando como base o modelo do
Ministério do Turismo.
Nestas visitas serão observados todos os tópicos que compreendem: infraestrutura básica,
hospedagem, alimentação, agências de turismo, entretenimento, lazer, história, geografia, meio
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Após o diagnostico coletado, criaremos um banco de dados de cada zona e a partir das suas
características recomendaremos a indicação dos quatro (4) itinerários com cores específicas.
Em seguida, integraremos os roteiros através de pontos de intercessão das cores, onde o usuário
poderá optar por percorrer ou não todas as zonas com as opções de transportes disponíveis.
O bolsista participará como autor de pelo menos dois eventos, um interno, o XV Salão de
Iniciação Científica da UERN e outro externo e internacional, o INVTUR 2020 na cidade de
Aveiro, Portugal, ambos, com apresentação de resumo com dados dos resultados da pesquisa.
Ao termino da execução do projeto, a (o) bolsista remeterá a PROPEG o relatório final de todas
as atividades realizadas. Em termos de produtos espera-se elaborar: - 1 guia das 4 zonas de
Natal com o “Roteiro Ginga com Tapioca”; - 1 trabalho para apresentação em evento nacional
e outro evento internacional; - 1 artigo científico completo para publicação em periódico
indexado (QUALIS entre A1 e B3); - 1 relatório parcial aos 6 meses - 1 relatório final aos 12
meses
Referências
1. BAHL, Miguel. Viagens e roteiros turísticos. Curitiba: Protexto, 2004.
2. BERNIER, Enrique Torres. “actualización de las megatendências del mercado
turístico”. Apuntes del Programa de Doctorado en Gestión y Risarollo Turístico
Sostenible”. Málaga: UMA, 2005.
3. BRASIL. Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo: Roteiros do
Brasil, Diretrizes Operacionais, 2011-2014.
4. ______. Segmentação do turismo e o mercado. Brasília: Ministério do Turismo, 2010.
5. ______. Nova Cartilha do Programa de Regionalização do Turismo: Regionalização,
Sensibilização e Mobilização, 2019. Disponível em:
http://www.turismo.gov.br/%C3%BAltimas-not%C3%ADcias/12288mtur-publica-nova-
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INTRODUÇÃO
Inicialmente o desenvolvimento desta pesquisa buscou analisar a ineficácia das Leis brasileiras
relacionadas com a Educação e sua relação com os altos índices de atos infracionais cometidos
por jovens excluídos do ambiente escolar. Realizando um estudo juris educacional da
criminalidade dos jovens no município de Natal/RN, ao longo da pesquisa podemos constatar
que a educação de má qualidade oferecida pelo município, é um dos fatores que contribui para
marginalização, na medida em que exclui crianças e jovens do processo educativo, deixando-
os vulneráveis numa sociedade violenta e marginalizada, pois o município de Natal passa por
uma onda de criminalidade sem precedentes. A maioria dos jovens em conflitos com as leis
foram excluídos das escolas públicas e não concluíram o Ensino Fundamental, os altos índices
de abandono escolar tanto no Ensino Fundamental, quanto no Ensino Médio é uma realidade
alarmante. Parte-se do pressuposto que a educação é um direito humano na medida em que o
Estado além de permitir o acesso e a permanência das crianças e jovens na escola ofereça um
ensino que seja um instrumento para a legitimação da dignidade humana. Através da pesquisa,
podemos constatar que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Constituição Cidadã,
o Estatuto da Criança e do Adolescente, assim como a Lei de Diretrizes de Bases da Educação
Nacional não estão sendo cumpridos no atual contexto, promovendo a exclusão de crianças e
jovens do sistema escolar tornando-as vulneráveis no município de Natal/RN e essa
vulnerabilidade pode estar estimulando-os a cometerem pequenos e grandes delitos. O objetivo
desta pesquisa é levantar questões que envolvem os jovens do município de Natal e discutir
sobre a responsabilidade e todos os fatores que levam esses jovens a abandonarem a escola,
tornando-os mais suscetíveis ao mundo do crime, onde ao longo da pesquisa se tornou possível
expor os problemas institucionais, sociais e jurídicos que as famílias e jovens vivenciam
diariamente, como também os motivos que levam esses adolescentes ao cometimento de crimes
mesmo sabendo que esse é um caminho no qual dificilmente terá êxito ou chegará com vida a
maior idade.
METODOLOGIA
O método utilizado durante toda pesquisa foi o de realizar entrevistas por telefone ou
visitas, previamente marcadas na Delegacia Especializada do Adolescente, Conselho Tutelar
da região norte e nas Delegacias das regiões de Natal em busca de registros dos atos infracionais
1
Discente do curso de Direito do Departamento de Direito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN; e-
mail: margaretdarling.bezerra@gmail.com.
2 Professora doutora do Departamento de Direito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN; Líder do
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cometidos por jovens desta cidade, visitando as escolas e conversando com os funcionários,
professores e alunos sobre as maiores dificuldades enfrentadas, colhendo depoimentos que
contribuíram para esclarecer questionamentos necessários para o projeto de pesquisa, desta
forma podemos colher dados e informações peculiares da vivência dos profissionais dessas
instituições, alguns dados técnicos foram alcançados pelo fornecimento de estatísticas do IDEB,
do Atlas da Violência – IPEA 2019, por números de atos infracionais fornecidos pela Delegacia
Especializada do Adolescente e nas páginas online de instituições governamentais, foi utilizado
leitura em teses de Mestrado e Doutorado voltados para esta temática produzidos por
pesquisadores de universidades do Estado do RN, revistas jurídicas e pedagógicas, Declaração
Universal dos Direitos Humanos, Constituição Cidadã, Estatuto da Criança e do Adolescente,
e a Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Quando se estabelece a educação como direito intransferível a todos os seres humanos,
também estamos falando sobre o processo de construção igualitária de uma sociedade justa e
democrática. No Brasil, a obrigatoriedade do ensino e as mudanças legais determinaram a
elevação de iniciativas públicas e ações pedagógicas, com apoio legal para a sua efetiva
implementação. Decorre desta sistemática a necessidade de se analisar a responsabilidade pela
oferta do ensino obrigatório e, por outro lado, a responsabilidade do aluno e pais quanto à
infrequência. De forma esclarecedora, Fernandes (1994, p. 11) reitera, que há praticamente cem
anos, a bandeira da escola primária obrigatória, pública e laica permanece fincada no solo das
sociedades modernas. Há quase cem anos, leigos e religiosos continuam a enfrentar-se na luta
pelo sentido do direito à educação que, não obstante, apesar dos percalços, manteve-se sob
hegemonia laica.
O direito à educação transformou-se, assim pela mediação instituída pela escola, numa
das referências identificatórias do mundo que partilhamos, reconhecendo-nos como
pertencentes a uma sociedade "escolarizada". No artigo 2º da Lei de Diretrizes e Bases
observamos a definição da pessoa humana destacada pelo tríplice capacidade de adquirir pleno
desenvolvimento pessoal; inserir-se nas relações políticas e qualificar-se para o trabalho.
Educa-se o povo para capacitar qualquer pessoa para desenvolver a plenitude de si mesma;
envolver-se com as demais e produzir. O artigo 22º supõe que a escolarização obrigatória seja
capaz de formar para a cidadania. A educação é concebida como um meio para atingir a
“finalidade” do ser humano como sujeito autônomo, político e produtivo. Essas três
capacidades delimitam a concepção ontológica da LDB. Conforme a tese assumida por Piaget
(1978, p. 62) no que se refere à hipótese a priori, que situaria a predeterminação no sujeito e
não mais nos objetos, achamo-nos igualmente diante de uma espécie de limite, mas em um
sentido oposto. Parece geneticamente evidente que toda construção elaborada pelo sujeito
supõe condições internas prévias.
Passando a análise dos fatores que levam ao não cumprimento da obrigatoriedade da
educação, verifica-se que um dos grandes obstáculos diz respeito à repetência, o não
cumprimento da frequência escolar compulsória se deve a própria escola. Esta situação tem
uma relação direta com a questão da qualidade da educação que deve facilitar a aquisição de
conhecimentos, habilidades e atitudes que têm valor intrínseco e que também ajudam no
encaminhamento de metas humanas importantes. A educação é um fenômeno expressivo da
organização social, pois revela a natureza e a condição de uma determinada sociedade ou grupos
sociais por meio de aspectos culturais, econômicos e políticos. A partir da Educação podemos
identificar tanto como diferentes fatos ou circunstâncias educacionais interferem nas decisões
familiares como são afetados por sua condição material. De forma assertiva, Sales; Alencar
(1997, p. 35) diz que é necessário reconhecer a criança e ao adolescente como cidadãos, sujeito
de direitos especiais pela sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento e pela
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CONCLUSÃO
Conclui-se que o advento da ação violenta das facções criminosas, associadas ao
desamparo e exclusão social de uma sociedade em crise onde o governo não atua nem cria
políticas públicas eficazes, torna-se uma sociedade propícia a criminalidade e abandono escolar,
onde os marginais tem facilidade em recrutar jovens para o mundo do crime, o que desencadeia
na grande maioria dos casos a morte prematura desses jovens.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço ao PIBIC e a UERN por fomentar projetos de pesquisa como este que geram
aprendizado, apoio financeiro e vivência sobre a realidade que cercam os cidadãos e os próprios
estudantes pesquisadores do Estado do RN, agradeço a cada servidor das instituições visitadas,
que contribuíram para o desenvolvimento desta pesquisa.
REFERÊNCIAS
FERNANDES, Heloísa R. Sintoma social dominante e moralização infantil: Um estudo
sobre a educação moral em Émile Durkheim. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo:
Editora Escuta, 1994.
IDEB. Taxa de Rendimento escolar do Município de Natal/RN 2018. Disponível
em:https://www.qedu.org.br/cidade/1097-natal/taxas-rendimento/rede-
publica/urbana?year=2018. Acesso em: 22 de abril de 2020.
PIAGET, Jean. A epistemologia genética. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
SALES. Mione Apolinário; ALENCAR, Mônica M.T.O estatuto da criança e do adolescente
e a política social para a infância e juventude. In: em Pauta. Revista da Faculdade de Serviço
Social da UERJ. Nº 11, de dezembro de 1977, p.33-49.
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Palavras- chave: Políticas públicas. Lei de Execução Penal. Principio da Dignidade da Pessoa
Humana.
Introdução
Metodologia
1
Estudante do curso de Direito do Campus Avançado de Natal da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte;
e-mail: malicemelo2013@bol.com.br
2
Professor do curso de Direito do Campus Avançado de Natal da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte; e-mail: luizricardo@uern
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Execução Penal - LEP foi utilizada como referencial teórico para investigar a aplicabilidade dos
direitos assegurados pelo ordenamento jurídico brasileiro, no tocante ao cumprimento de pena.
Tendo sempre como escopo os Princípios da Ressocialização e da Dignidade da Pessoa Humana.
Resultados e Discussão
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Transforme-se que atua na João Chaves Feminina há 14 anos. É um projeto social que promove
a capacitação das internas em moda e artesanato, principalmente na confecção de bolsas que
têm como tema, o empoderamento feminino. Segundo Efigênia, gestora do projeto, a iniciativa
possibilita que as apenadas, ao voltarem para o convívio em sociedade, tenham alguma fonte de
renda para sua subsistência. O programa tem o patrocínio da COSERN, através da Lei de
Incentivo à Cultura, Lei Câmara Cascudo.
Conclusão
Agradecimentos
Referências
BRASIL. Lei Nº 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Diário Oficial
da União, 13 jul. 1984. ASCOM SEAP.
Seap leva cursos profissionalizantes às internas da João Chaves. Disponível em: <
http://www.sejuc.rn.gov.br/Conteudo.asp?TRAN=ITEM&TARG=216607&ACT=&PAGE=
&PARM=&LBL=UNIDADES+PRISIONAIS> Acesso em: 18 de dez 2019
AGORA RN. Participantes do Brasil Alfabetizado recebem certificado no complexo penal
feminino. Disponível em: < https://agorarn.com.br/educacao/participantes-do-
brasilalfabetizado-recebem-certificado-no-complexo-penal-feminino/> Acesso em: 18 de dez
2019
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Jemima Dantas da Cunha Miranda1; Mariana Dantas Soares2; Millena Soares Barbalho3;
Rebeca Brito de Freitas4; Gláucia Helena Araújo Russo5;
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
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RN no período supracitado e, com isso, conhecer parte das demandas existentes no campo da
Assistência Social6, particularmente a proteção especial, para a infância e adolescência no nosso
município. No momento da análise dos dados, primamos por examiná-los criticamente, de
forma a fugir das armadilhas da aparência, cotejá-los com questões mais amplas da sociedade
e compreender aquilo que não se mostra de imediato.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O CREAS tem o “[...] papel de inclusão e proteção social a indivíduos e/ou famílias que
se encontram em situações de violação de direitos e de violência expressos em maus-tratos,
negligência, abandono, discriminações, dentre outras”, (BRASIL, 2008. p. 11), logo o
equipamento atua no atendimento a indivíduos que se encontram em risco social. Diante dessa
definição, muitas vezes, tal órgão recebe da rede socioassistencial7 ou do Sistema de Garantia
de Direitos8 denúncias ou acompanhamento de casos de violação de direitos de crianças e
adolescentes, nos permitindo traçar um perfil dessas violações no município de Mossoró-RN,
sem desconsiderar que se tratam daquelas situações denunciadas.
Nesse sentido, os casos trabalhados não abarcam a totalidade das infrações cometidas
contra esses sujeitos, contudo, a nosso ver, nos permitem ter uma visão geral da situação da
infância e adolescência em nosso município, assim como aquelas que, por sua vez tornaram-se
menos consentidas, legitimadas e/ou naturalizadas socialmente. Vejamos na tabela 1, as
principais violações encontradas:
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população de baixa renda. A nosso ver, o silêncio que cerca tais violações é permitida, inclusive
pela existência de muros que o facilitam, e isolam crianças e adolescentes em suas casas.
CONCLUSÃO
Após a avaliação dos prontuários, percebemos que as crianças e adolescentes atendidas
no CREAS/Mossoró foram alvos dos mais diversos tipos de violação de direitos, sendo a
violência sexual a predominante. Logo, crianças e adolescentes, apesar de estarem sob a tutela
de adultos, não estão protegidas. Durante a pesquisa, observamos também que a maioria das
denúncias tinha meninas como vítimas e ocorriam em sua maioria nas relações familiares, tal
realidade se agrava ainda mais quando se trata da violência sexual. Além disso, a pesquisa
evidenciou que as violências denunciadas ocorreram em bairros periféricos da cidade, enquanto
em bairros nobres, não houve denúncias. Deixando nítido que a violência é mais visível quando
se trata de pessoas pobres.
Os aspectos acima apontam a necessidade de desvelar a violência intrafamiliar e
desmistificar a figura da “sagrada” família como lugar de proteção. Reafirmamos, portanto, a
importância dos debates acerca dos direitos das crianças e adolescentes, desconstruindo, não
obstante, a visão romantizada em torno da instituição familiar, para que seja possível
concretizar o direito à convivência familiar, juntamente ao desenvolvimento saudável, a
garantia da proteção e de condições dignas de vida para nossas crianças e adolescentes,
conforme prevê o ECA e se espera da sociedade.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Resumos expandidos de
LINGUÍSTICA, LETRAS E
ARTES
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http://propeg.uern.br/sic/anais/ 1067
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INTRODUÇÃO
Este trabalho é um recorte da pesquisa intitulada O enlace do fantástico e do medo:
um estudo do conto fantástico brasileiro, Edital N° 001/2017- PROPEG/UERN, Fluxo
contínuo para institucionalização de Projetos, exercício 2019-2020. É uma abordagem crítica
de um conto e, assim, segue a tônica do referido projeto, que objetiva a análise do medo e do
fantástico em contos brasileiros. Seguindo tal linha de pensamento, escolheu-se o conto do
escritor Caio Fernando Abreu à luz do que afirma Alfredo Bosi (1974, p. 7) sobre as
peculiaridades do gênero, que em sua visão “condensa e potencia no seu espaço todas as
possibilidades da ficção”. A preferência pelo autor também se justifica pelo fato de sua
produção literária ressaltar problemáticas que giram em torno do cotidiano e do sujeito pós-
moderno, além do teor ideológico realçado pelo poder metafórico, simbólico e alegórico do
seu discurso romanesco.
É importante dizer que entre estudiosos da área, Abreu é reconhecido como um poeta
das minorias, um escritor antenado com as problemáticas de seu tempo. Em muitos de seus
contos, figurações irreais suscitam profundas reflexões sobre os dramas humanos, questão que
nos motivou a eleger o conto fantástico “Gravata”, da obra O ovo apunhalado (1975), por
percebermos que tal vertente ficcional parece não ter despertado a atenção merecida da
crítica. Em sua contística, Caio Fernando Abreu prestigiou o diálogo entre ficção e realidade,
delineando uma literatura de denúncia, num fazer poético antenado com o contexto de
produção de suas obras. Acrescente-se, ainda, a valorização do tema do homoerotismo em
muitas de suas narrativas. Essas marcas em sua ficção são demasiadamente exploradas pela
crítica literária. Entretanto, a perspectiva eleita como objeto de investigação neste trabalho
justifica-se pelo fato de o autor também ter se dedicado à produção de contos fantásticos,
envolvendo um campo supostamente negligenciado pelos estudiosos de sua obra, como já
pontuamos aqui. Destarte, a inclinação de nosso estudo pelo campo fantástico considera o
interesse por enfatizar o conto de Caio à luz de uma linha teórico-crítica pouco explorada.
Convém ressaltar que a obra de Caio Fernando Abreu é predominantemente
constituída de contos. Publicou dez livros de ficção, dos quais apenas dois romances Limite
Branco (1971) e Onde andará Dulce Veiga? (1990). Também escreveu novelas e peças de
teatro.
Na abordagem do conto selecionado, optamos pela teoria fantástica, por entendermos
que a narrativa em questão potencializa a atmosfera insólita, dando vazão ao entrecruzamento
do real e do irreal, bem como o sentimento de medo expresso na estrutura da narrativa. Cabe
dizer ainda que o medo como manifestação do fantástico tem sido objeto de múltiplos e
1
Estudante do curso de Letras – Língua Portuguesa e suas respectivas Literaturas do Departamento de Letras
Vernáculas – DLV da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN (Campus Central); E-mail:
nadsonsousa@alu.uern.br;
2 Professora do Departamento de Letras Vernáculas – DLV da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte –
UERN (Campus Central). Membro do Grupo de Estudos de Literatura e suas Interfaces Críticas –
GELINTER/UERN/CNPq. Docente permanente do PPCL/UERN. E-mail: marlymoura@uern.br.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
controversos olhares teóricos, resultando num debate em que não há um consenso sobre tal
relação. Em outras palavras: a posição de muitos teóricos diverge no tocante ao medo como
efeito fundamental do fantástico. Todorov (1980) afirma que o medo pode estar
constantemente relacionado ao fantástico, mas não é um efeito intrínseco. Entretanto,
estudiosos como Roas (2013), Lovecraft (2007) e Ceserani (2006) concordam que o medo é
condição necessária para a atmosfera fantástica, posto que seu efeito é condição básica para
instigar a emoção dos seres ficcionais e a transgressão do real.
O fantástico como atributo da ficção romanesca explora a relação entre o real e o
sobrenatural, realçando o evento insólito no mundo cotidiano; a congruência entre o ordinário
e o extraordinário instaura a transgressão, provocando um sentimento aterrorizante no leitor.
Para H.P. Lovecraft (2007, p. 13), “a emoção mais antiga e mais forte da humanidade é o
medo, e o tipo de medo mais poderoso é o medo do desconhecido”, pois esse sentimento se
manifesta dos mais variados lugares, afligindo o homem moderno e o tornando impotente. É
importante dizer que Caio coloca o sujeito contemporâneo como protagonista de seus
enredos, o que se verifica em contos do livro O ovo apunhalado, como “Gravata”, por
exemplo, objeto de nosso estudo. Outros contos do autor marcados pelo teor insólito e dignos
de nota são “Retratos”, “Réquiem por um fugitivo” e Oásis, integrantes da mesma obra. Nesta
perspectiva, o presente trabalho procura evidenciar a irrupção do fenômeno sobrenatural
frente ao mundo real e a possível hesitação dos seres ficcionais, bem como identificar modos
de configuração do medo na estrutura narrativa. Por fim, interessa também descrever aspectos
da contística do escritor Caio Fernando Abreu.
METODOLOGIA
A pesquisa em pauta é de natureza descritiva e explicativa, uma vez que procurou
analisar o modo como Caio Fernando Abreu enaltece o fantástico e a problemática do medo
em sua ficção. É uma abordagem do tipo qualitativa, de caráter exploratória, pois “busca
apenas levantar informações sobre um determinado objeto, delimitando assim um campo de
trabalho, mapeando as condições de manifestação desse objeto” (SEVERINO, 2007, p. 123).
Classifica-se, também, como bibliográfica, posto que “é desenvolvida com base em
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos” (GIL, 2002,
p. 44). Apresenta como corpus um texto literário, cujo propósito é analisá-lo à luz de teorias
sobre o medo e o fantástico na literatura. Para tanto, implicou-se leituras de textos literários,
da fortuna crítica de Caio, bem como textos sobre o fantástico e o medo. O método de
pesquisa é o dedutivo, pois partimos de aportes teóricos mais gerais sobre a temática
escolhida, a fim de analisar sua representação em um conto brasileiro contemporâneo.
O corpus escolhido para análise é o conto “Gravata”, da obra O Ovo Apunhalado
(2001), do escritor Caio Fernando Abreu. Configura-se como um trabalho teórico-crítico
desenvolvido à luz da crítica literária e da Teoria da Literatura. Como aporte teórico foram
utilizados os pressupostos de Todorov (1980), Roas (2013) e Ceserani (2006), que discorrem
sobre o fantástico; Bauman (2008), H. P. Lovecraft (2007) e França (2011) sobre a teoria do
medo, e Cardoso (2007) e Carneiro (2009), que discorrem sobre a obra de Caio Fernando
Abreu.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No cenário das letras brasileiras, Caio Fernando Abreu desponta como um dos
expoentes do conto, versando sobre temas em torno do sujeito contemporâneo. Carneiro
(2009) aponta que dentre as temáticas abordadas pelo autor estão a opressão do homem pelo
próprio homem, os problemas de interação social, a solidão e as crises existenciais do sujeito
contemporâneo que busca encontrar sua identidade. Cardoso (2007) afirma é a partir de O ovo
apunhalado (1975) que o escritor começa a ganhar destaque no cenário literário brasileiro.
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Dividido em três partes – Alfa, Beta e Gama –, o livro aborda temas como perda, opressão,
família e consumismo. A autora chama atenção para a presença do insólito como aspecto
importante da primeira fase de Abreu, apontando o argentino Julio Cortázar como sua grande
influência.
No que tange ao fantástico, Todorov (1975) ressalta como traço desse modo ficcional
a irrupção do sobrenatural no cotidiano, rompendo as fronteiras do real, aspecto que causa
hesitação nos seres ficcionais. O cerne do fantástico, então, está na incerteza causada pela
deflagração de um evento insólito, que desafia as regras do mundo familiar, suscitando a
dúvida entre uma explicação natural ou sobrenatural. Segundo Roas (2013), essa hesitação
não é suficiente para definir um texto como fantástico, uma vez que para algumas narrativas
em que há o surgimento do fenômeno sobrenatural no mundo real não é possível atribuir uma
explicação lógica. Roas (2013) afirma que nossa concepção de real está alicerçada naquilo
que conhecemos, de acordo com os exemplos de cultura, ideologia e crenças de cada época.
Desse modo, é necessário que o texto fantástico se aproxime o máximo possível do mundo
cotidiano do leitor, isto é, se faça o mais realista possível para que o insólito possa irromper,
ocasionando, dessa forma, a transgressão do mundo real.
Partindo do pressuposto de que o medo é um efeito primordial do relato fantástico, é
válido ressaltar que esse sentimento, além de intrínseco ao ser humano, é associado à
incerteza e ao desespero, sobretudo na sociedade contemporânea, em que o mundo se
desenvolve e o ser humano se depara com o desconhecido, o que constitui uma fonte
exponencial de situações amedrontadoras e inquietantes (FRANÇA, 2011). Para Bauman
(2018), o medo atinge seu ápice quando é desvinculado de uma causa, ou seja, quando é
disperso, indistinto e não há razão aparente para o seu afloramento. Destarte, Ceserani (2006)
frisa que no relato fantástico o leitor é envolvido em um mundo cotidiano, familiar, para que
depois os mecanismos do medo e do terror sejam disparados. Roas (2013) corrobora ao
assinalar que o fenômeno sobrenatural – inexplicável, impossível e incompreensível – causa
uma ruptura no mundo ordinário do interlocutor, e a única reação possível seria a sensação de
medo.
O conto “Gravata”, narrado em terceira pessoa, apresenta um sujeito cujo nome não é
revelado, mas que aparentemente é um ser solitário. Ao vislumbrar uma gravata na vitrine de
uma loja, o homem passa a cobiçá-la, comparando às suas gravatas e as de outros homens, ao
seu ver, vulgares demais. O intenso desejo de posse motiva o protagonista a economizar por
um mês, aproximadamente, até a aquisição do acessório. Entretanto, ele se considera indigno
de usá-la, pois nenhuma de suas roupas é suficientemente nobre para acompanhá-la.
Concebida como algo sublime e divino, o homem tenta se impor diante da gravata, mas logo é
assolado por um sentimento difícil de aceitar: o medo. Por fim, adquire coragem e exibe a
gravata em torno de seu pescoço, quando sente sua garganta apertada pela gravata. No
desfecho do relato, antes de cair no chão, o personagem contempla-se no espelho e vislumbra
o exato momento em que é sufocado, inclusive o estranho movimento do objeto em seu peito.
A cena trágica e extraordinária do enforcamento do homem pela gravata configura-se como
um evento inexplicável e desconhecido aos olhos da razão.
No conto, a solidão, um aspecto central na ficção de Caio, parece provocar no
homem um sentimento de falta que motiva o consumismo, expresso em forma de metáfora,
podendo ser representado pela demasiada cobiça do homem por um objeto. O personagem,
apresentado no relato sem um nome, representa uma generalização, uma forma de denotar os
delírios dos sujeitos modernos numa sociedade de consumo. O desenho do sobrenatural não
irrompe em forma de monstro, mas num evento que confronta o real e o irreal, a loucura e a
lucidez. Podemos dizer que a gravata se configura como metáfora de um monstro pós-
moderno: indicia a cegueira pelo consumo desvairado ou o desejo de ter em detrimento de
ser. A gravata é antropomorfizada ao longo do conto e, ao final, ganha vida própria. O
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CONCLUSÃO
Caio Fernando Abreu se destaca no cenário das letras brasileiras como um escritor
antenado com as coisas de seu tempo. Muitos estudiosos já apontaram em sua produção
poética o importante diálogo entre ficção e história e entre vida e a arte. No conto em estudo,
procuramos evidenciar que na confluência do real e do irreal, sua obra suscita grandes
reflexões sobre a relação entre literatura e sociedade. Em nosso percurso investigativo,
verificamos que o escritor utiliza o discurso metafórico no conto “Gravata” para evidenciar
problemáticas sociais da contemporaneidade, tais como a solidão e o consumismo, assim
como foi dito neste trabalho. A acentuação do cenário sobrenatural serve para ilustrar os
medos advindos da modernidade, num cenário em que o desconhecido constitui-se como uma
das principais fontes deflagradoras dos mais diversos tipos de terror. Nesse caso, a obsessão
por um objeto tido como eminente acaba se tornando o algoz do protagonista.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) por me
conceder a oportunidade de participar deste trabalho, aos membros do grupo de pesquisa do
qual faço parte e a todos e todas que contribuíram para o desenvolvimento da referida
atividade.
REFERÊNCIAS
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BAUMAN, Zygmunt. Medo Líquido. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro:
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cartas e contos. 2007. 236 f. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 2007.
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Caio Fernando Abreu. 2009. 152 f. Dissertação (Mestrado em Literatura Brasileira) –
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UFPR, 2006.
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Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: Dialogarts, 2011, p. 58-67.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
LOVECRAFT, Howard Phillips O horror sobrenatural em literatura. Tradução de Celso
M. Paciornik. São Paulo: Iluminuras, 2007.
ROAS, David. A ameaça do fantástico. Tradução de Julián Fulks. São Paulo: Editora Unesp,
2013.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23 ed. São Paulo:
Cortez, 2007.
TODOROV, Tzvetan. Introdução à literatura fantástica. Tradução de Maria Clara Correa
Castelo. São Paulo: Perspectiva, 1975.
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José Eduardo Pinto Duarte 1; Letícia Hellen de Souza Silva 2; Nayara Nicoly Braga 3; Marcos
Paulo de Azevedo4.
Introdução
Esta pesquisa teve como principal objetivo investigar os modos pelos quais os sujeitos
transexuais se constituem face às relações de saber-poder que os atravessam e que, também,
ditam, historicamente e de forma cristalizada, uma série de preceitos normativos acerca de
condutas comportamentais, estéticas e sociais sobre os seus corpos e seus hábitos. Ademais, a
investigação buscou, ainda, identificar a forma como os sujeitos transexuais materializam e
manifestam seus mecanismos de resistência frente às formas de interdições, violências e
exercício do poder que subjetivam e objetivam seus corpos e suas existências. Para isso,
tomamos como corpus desta pesquisa discursos difundidos nos mais diversos veículos
midiáticos, materializados em diferentes gêneros discursivos (entrevistas, reportagens, cartazes,
campanhas publicitárias etc.).
Nesse contexto, a mídia, enquanto um dos principais mecanismos de produção e
naturalização de estereótipos sociais e de gênero, interfere diretamente no modo de agir e,
consequentemente, no modo pelo qual sujeitos transexuais enxergam a si mesmos,
influenciando, portanto, de forma direta na constituição da subjetividade destes. Desse modo,
em nossa pesquisa, atentamos, especialmente, para o modo como o corpo transexual é
construído, discursivisado e cristalizado na memória do âmbito discursivo-midiático, haja vista
que o discurso referente à transexualidade se encontra relacionado aos sentidos
heteronormativos dominantes que atuam na sociedade.
A pesquisa foi fundamentada a partir dos postulados teóricos-metodológicos da
Análise do Discurso de linha francesa, mais especificamente aqueles voltados aos modos de
constituição dos sujeitos, do gênero e da sexualidade, tomando por base, sobretudo, os estudos
do filósofo francês Michel Foucault. Nessa perspectiva, Foucault explicita que os
procedimentos de subjetivação estão sempre perpassados pelas relações de poder que
circundam o inflexível agrupamento de saberes edificados sobre o homem pelas mais diversas
instâncias do conhecimento (FOUCAULT, 2014).
Assim, os objetivos desta pesquisa consistiram em identificar as relações de poder-
saber que concorrem na constituição da subjetividade transexual, analisando as práticas de
resistências postas em prática no processo de constituição dessa subjetividade; descrever como
a memória discursiva se manifesta no discurso midiático e atravessa a construção da
subjetividade transexual e estudar o corpo como materialidade discursiva produtora de vontades
de verdade sobre este sujeito.
1
Graduando do Curso de Letras Português do Departamento de Letras Vernáculas (DLV/FALA), da Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: zeduardopintoz@hotmail.com.
2 Graduanda do Curso de Letras Português do Departamento de Letras Vernáculas (DLV/FALA), da Universidade
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Metodologia
Resultados e Discussão
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Conclusão
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Agradecimentos
Referências
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de Janeiro: Forense Universitária, 2008.
FOUCAULT, M. O sujeito e o poder. In: Ditos e escritos IX: genealogia da ética, subjetividade
e sexualidade. Organização, seleção de textos e revisão técnica Manoel Barros da Motta;
tradução Abner Chiquieri. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2014. p. 118-140.
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Clécia Viviane Elias da Silva 1; Geovani José da Silva 2; Concísia Lopes dos Santos 3
Introdução
O romance Bom dia camaradas (2014) e o livro de contos Os da minha rua (2015),
escritos pelo angolano Ondjaki, contam a infância vivida pelo menino Ndalu na Angola dos
anos de 1980: as questões políticas, a influência europeia, a presença dos cubanos no país, as
pessoas, a cidade de Luanda, a rua, os amigos, a escola.
Ndalu de Almeida, popularmente conhecido por Ondjaki é um escritor consagrado no
âmbito da literatura angolana, nascido em Luanda, em 1977, iniciou seus estudos em Luanda e
ampliando seus saberes posteriormente em Lisboa. Além de sua paixão pela escrita, Ondjaki se
interessa por teatro e pinturas.
Os da Minha Rua teve sua primeira impressão no ano de 2007 pela editora carioca
Língua Geral. Hoje, conta com várias traduções europeias, asiáticas e americanas, rendeu ao
escritor Ondjaki o Prêmio de Conto Camilo Castelo Branco em 2007.
Bom dia camaradas foi finalista do Prêmio Portugal Telecom de 2007, aqui no Brasil.
Nele, Ondjaki narra a infância do menino Ndalu, vivida na Luanda dos anos 1980, como se
pode ler na orelha do livro: “tudo isso contado pela voz da criança que fui; tudo isto embebido
na ambiência dos anos 1980.
Os dois livros objetos da pesquisa intitulada “Ondjaki: Memórias de uma infância em
Angola” têm em comum a Angola recém independente, o país do monopartidarismo político
vigente na época, o funcionamento dos cartões de abastecimento, as divisões sociais locais, os
professores cubanos, seus colegas, a escola onde estudou.
Embora sua obra tenha tido origem em um contexto turbulento, pois Angola tinha
conquistado a independência há pouco tempo e o país ainda sofria com as questões político-
sociais, Ondjaki constrói um universo lúdico em torno dos vinte e dois contos que permeiam a
estrutura de Os da minha rua e do romance Bom dia camaradas.
Nesses livros, o autor traz descrições de sua infância, dos seus momentos felizes e
retrata, através dos personagens que compõem a obra, a infância das crianças de Angola da
década de 1980 e 1990. Com o uso de uma linguagem jovem, rica e repleta de miudezas,
Ondjaki revela os olhares ingênuos e imaginários das crianças, diante da guerra civil. Embora
não a compreendessem, os impactos eram sentidos por elas, partindo da escassez de alimento e
da economia do país. Foram nessas memórias do menino Ndalu que esta pesquisa procurou se
deter.
Assim sendo, seu objetivo principal foi examinar como o autor cria sua narrativa,
observando a construção que faz de suas memórias quando criança, uma vez que traz para o
1
Estudante do Curso de Letras – Língua Portuguesa do Departamento de Letras Vernáculas e Membro do Grupo
de Pesquisa em Literaturas de Língua Portuguesa – GPORT - do Campus Avançado de Pau dos Ferros da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. E-mail: cleciavvivvi@gmail.com
2
Estudante do Curso de Letras – Língua Portuguesa do Departamento de Letras Vernáculas e Membro do Grupo
de Pesquisa em Literaturas de Língua Portuguesa – GPORT - do Campus Avançado de Pau dos Ferros da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. E-mail: geovani.j@hotmail.com
3
Professora Adjunta da área de Teoria da Literatura do Departamento de Letras Estrangeiras e Vice-Líder do
Grupo de Pesquisa em Literaturas de Língua Portuguesa – GPORT - do Campus Avançado de Pau dos Ferros da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. E-mail: concisialopes@uern.br
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leitor um mundo infantil cheio de reflexões vividas em meio à tensão na luta pela construção
de um país independente.
Em seu ambiente cultural, histórico, político-social e literário, através de sua escrita
singular, a narrativa de Ondjaki nos permite a leitura de uma linguagem afetiva, nos coloca
dentro da história que nos é apresentada, assim como nos leva a refletir sobre as diversas
questões presentes na obra.
Metodologia
O estudo foi dividido em quatro partes, tendo seu início em Maio de 2019 e finalização
em Abril de 2020.
A primeira parte da pesquisa procurou analisar como se constituiu a vida vivida pelo
menino-narrador dos contos e do romance nos anos 1980: sua relação com colegas e
professores, a rua, os amigos, as brincadeiras e os momentos que levaram a uma reflexão sobre
essa vivência. Para isso, foi realizada uma leitura literária das obras ‘Bom dia Camaradas’
(2014) e ‘Os da minha rua’ (2015).
A segunda parte procurou perceber a ideia que constituía a Angola do momento
histórico narrado no romance, pelo viés da ficção. Detemo-nos especialmente na Escola, espaço
comum nas narrativas das duas obras. Como leituras teóricas as ideias de escola do filósofo
alemão Walter Benjamin (2002), bem como as das pesquisadoras brasileiras contemporâneas
Marisa Lajolo e Regina Zilberman (1999). O suporte que tratou da educação em Angola teve
como principais referências o pesquisador e professor angolano Alberto Kapitango Nguluve
(2006) e a professora e pesquisadora angolana Elisete Marques da Silva (2003).
A terceira procurou revelar como o momento histórico, envolto pela guerra reflete na
vida do menino que as narra. O suporte histórico veio de Mazrui e Wondji (2010), que nos
apresenta uma Angola fragilizada e nos atualiza do percurso histórico da guerra civil que o país
sofreu nos anos de 1975 a 1976.
Na quarta e última parte, aperfeiçoamos o conhecimento e o aprofundamento do
material teórico norteador da pesquisa, realizando o registro dos resultados alcançados, com
vistas a apresentar e divulgar o trabalho final da pesquisa realizada.
No que diz respeito aos objetivos (GOLDSTEIN; LOUZADA; IVAMOTO, 2009),
esta pesquisa foi exploratória, buscando ampliar os conhecimentos sobre a área pesquisada;
descritiva, expondo as características do estilo do autor; e explicativa, ao esclarecer quais
fatores contribuem para tal escrita.
Em relação aos meios (GOLDSTEIN; LOUZADA; IVAMOTO, 2009), tratou-se de
uma pesquisa documental e bibliográfica, analisando documentos publicados sobre o autor e
sobre as obras escolhidas; e narrativa, uma vez que narra fatos ficcionais e verdadeiros que
poderão, por exemplo, resultar em um livro temático-bibliográfico da obra de Ondjaki.
Resultados e discussão
O presente projeto procurou analisar e realçar os efeitos causados pela poeticidade
presente na obra de Ondjaki como sinônimo produção literária em língua portuguesa. Para isso,
foram retomados pontos referentes à própria construção das obras e os aspectos que as
diferenciam e assemelham em cada um dos gêneros literários em que foi produzida.
Para ancorar nossa pesquisa no âmbito dos Estudos Culturais, contamos com os
pensamentos dos teóricos Homi K. Babha (2007) e Thomas Bonicci (2000; 2009) que nos
embasam nas relações pós-coloniais, no processo de construção de um país independente.
Um dos frutos da pesquisa é o artigo científico de título “Menino, no tempo do branco
isso não era assim” apresentado por Geovani José da Silva, no VII Encontro de Professores de
Literaturas Africanas/III AFROLIC, realizado em Natal – RN, entre os dias 29 e 31 de julho de
2019. Neste artigo é trabalhado a Angola no seu período colonial, assim como a conquista de
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sua independência, sob a narrativa do escritor Ondjaki no livro ‘Bom dia, Camaradas’ (2006),
destacando-se como é analisada a Angola vista pelo olhar da personagem Camarada Antonio e
seu papel de rejeição ao regime democrático resultante do processo de independência do país,
em defesa da cultura portuguesa.
Na linha de memórias, em paralelo com as obras de Ondjaki, principal autor desta
pesquisa, foi realizada a leitura de Na minha pele, do escritor brasileiro Lázaro Ramos, a partir
do qual foi produzido e apresentado o artigo “Na minha pele, de Lázaro Ramos: uma leitura em
sala de aula”, de autoria de Clécia Viviane Elias da silva, o qual foi também apresentado no VII
Encontro de Professores de Literaturas Africanas/III AFROLIC, realizado em Natal – RN, entre
os dias 29 e 31 de julho de 2019. Até o momento se aguarda a publicação do E-book do evento.
Neste ano de 2020, entre os meses de Agosto e Setembro, foi desenvolvido um curso
de extensão de curta duração, elaborado e ministrado por Geovani José da Silva, intitulado
“Elementos sociais e culturais na obra ‘Os da minha rua’, de Ondjaki”. Este curso procurou
discutir a ficção angolana a partir de seus elementos sociais e culturais inerentes ao estilo do
autor. O curso ministrado teve duração de 30h/a, de modo on line (via plataforma Meet), sendo
vinculado ao Projeto de Extensão ENLACE – Leitura na Biblioteca, do Departamento de Letras
Estrangeiras do Campus Avançado de Pau dos Ferros.
Assim sendo, entendemos que se buscou, a partir desta pesquisa, contribuir para as
constantes descobertas da literatura de língua portuguesa produzida por Ondjaki em Angola,
destacando o caráter poético e memorialístico/ficcional que esta possui. Além disso, procurou-
se colaborar para a formação de futuros professores e pesquisadores no trabalho com a literatura
afro-brasileira, gerando subsídios para que os professores em formação possam atender à Lei
10.639/03, alterada pela Lei 11.645/08, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-
brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o
ensino médio.
Conclusão
Apesar de a pesquisa estar por hora finalizada, mas não concluída, consideramos que
é possível reconhecer a importância do projeto e os frutos advindos dessa busca pelo
conhecimento aprofundado dos estudos africanos, mais precisamente da cultura angolana e de
um dos seus escritores: Ondjaki.
A escolha dessas obras para a realização deste projeto pesquisa sustentou-se pelo fato
de que elas sintetizam aspectos relevantes e marcantes de seu autor, possibilitando uma análise
mais concreta das escolhas estéticas e aspectos relevantes nas produções. Ultrapassando o
público a que se destina, a escritura de Ondjaki cativa leitores de todas as idades e apresenta
um apelo lúdico e de fantasia que maravilham o leitor através da profundidade da temática e
das construções que levam o leitor a refletir, ou seja, indo além da leitura pelo mero prazer.
Buscou-se, a partir desse estudo, contribuir para as descobertas constantes da literatura
de língua portuguesa produzida em Angola, destacando o caráter poético e
memorialístico/ficcional que esta possui. Além disso, pretende-se colaborar para a formação de
futuros professores e pesquisadores no trabalho com a literatura afro-brasileira.
Agradecimentos
Agradecemos ao Professor Dr. Sebastião Marques Cardoso, professor da área de
Teoria da Literatura do Departamento de Letras Estrangeiras da FALA - UERN e líder do
Grupo de Pesquisa em Literaturas de Língua Portuguesa – GPORT - do Campus Avançado de
Pau dos Ferros da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, por nos dar a oportunidade
de participar de suas pesquisas.
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Referências
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BONICCI, Thomas. O pós-colonialismo e a literatura: estratégias de leitura. Maringá:
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BONICCI, Thomas. (Org.). Resistência e intervenção nas literaturas pós -coloniais.
Maringá: Eduem, 2009.
GOLDSTEIN, Norma; LOUZADA, Maria Silvia; IVAMOTO, Regina. O texto sem mistério:
leitura e escrita na universidade. São Paulo: Ática, 2009.
LAJOLO, Marisa. ZILBERMAN. Regina. Literatura infantil brasileira: história e histórias.
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MAZRUI, Ali. A. WONDJI, Cristophe (Editores). História Geral da África, VIII: África
desde 1935. Tradução Luís Hernan de Almeida Prado Mendonça. Revisão técnica Kabengele
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NGULUVE, Alberto Kapitango. Política Educacional Angolana (1976-2005): organização,
desenvolvimento e perspectivas. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de
Educação da Universidade de São Paulo. Orientadora: Professora Drª. Cristiane Maria
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Introdução
O presente trabalho tem como objetivo realizar uma análise de Blanche Dubois,
personagem principal da peça “A Streetcar Named Desire”, sob a perspectiva da semiótica da
cultura. Para isto, realizamos um estudo da obra em questão, complementando com um material
que pudemos usar como aporte teórico. Usamos, além de textos teóricos sobre o teatro, textos
que falassem sobre a Semiótica da Cultura e a Semiótica do Teatro, para aplicá-la ao corpus da
pesquisa.
A Streetcar Named Desire é uma peça de Tennessee Williams (1947), que traz o apelo
aos sentidos do leitor. Em sua escrita, o autor, descreve e transmite emoções, desejos, sonhos e
ilusões perdidas, além de nos fazer perceber as situações vividas pelas personagens através da
imagem de ilusão perdida que elas transmitem, sendo esta, um processo de nos enganarmos a
nós próprios.
A obra contém um único ato que é dividido em onze cenas, contando com três
personagens principais: Blanche, a personagem principal; Stella Dubois, que é a irmã mais nova
de Blanche e Stanley Kowalski, que é o marido de Stella. Ele é tido como o antagonista da
história. Mich não é uma personagem principal, mas ele se torna uma personagem secundária
por simbolizar uma possível redenção de Blanche. As outras personagens (Eunice, Steve, Pablo,
Uma Mulher Negra, Um Médico, Uma Enfermeira, Um Jovem Cobrador e Uma Mulher
Mexicana), dão vida ao universo multiétnico de Williams, que se desenvolve durante a
primavera, o verão e o começo do outono, em New Orleans.
Diante do que foi exposto, o objetivo desta pesquisa será entender como se estrutura
os signos teatrais presentes na peça A Streetcar Named Desire, através da personagem Blanche
Dubois, bem como apresentar os signos do teatro que aparecem nesta obra.
Metodologia
Para que fosse possível atingir os objetivos propostos pelo projeto, foram realizadas
reuniões semanalmente, nas quais discutimos os textos teóricos propostos pelo orientador,
textos estes que foram também trabalhados em sala de aula na graduação. Deste modo,
iniciaremos com as discussões sobre o que é Semiótica da Cultura e a Semiótica do Teatro,
estas, que serão as bases teóricas desta pesquisa, buscando entender o processo semiótico da
peça.
A Semiótica da Cultura é uma teoria que surgiu na década de sessenta, na universidade
de Tártu, que fica localizada na Estônia. Ela se constituiu através de discussões entre
pesquisadores presentes, nos chamados Seminários de Verão, organizados entre Tártu, e em
Moscou, localizada na União Soviética. Tais pesquisadores, liderados por Juri Lótman,
buscaram entender o que caracteriza a linguagem da cultura, chegando ao conceito de
modelização. Segundo Irene Machado,
1
Estudante do curso de Letras Língua Inglesa, vinculada ao Departamento de Letras Estrangeiras da UERN,
campus Pau dos Ferros. E-mail: franciscanunes@alu.uern.br
2
Orientador. Professor do Departamento de Letras Estrangeiras da UERN, campus Pau dos Ferros. E-mail:
michellucena@uern.br
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Kowzan apresenta, de início, treze sistemas de signos, que vão desde aqueles que são
específicos do próprio texto teatral, até os que são da própria personagem. Analisaremos adiante
sobre quatro, especialmente, que são o cenário, a música, a iluminação e o vestuário, ambos
que envolvem a personagem Blanche Dubois. Com base nestes ensinamentos, realizamos a
análise da Peça Streeetcar Named Desire, de Tennessee Williams, onde faremos uma breve
discussão sobre os resultados obtidos.
Resultados e Discussão
Com base nos estudos que foram feitos durante todo o período em que o projeto foi
realizado, apresentaremos uma breve análise de alguns pontos da peça, para exemplificar a
nossa pesquisa. Utilizaremos os sistemas de signos propostos por Kowzan (2006), utilizando
sua teoria como forma de análise de Streetcar Named Desire.
De início, um dos pontos que mais se destaca é o cenário em que a história acontece.
De acordo com Kowzan (2006, p. 111) “A tarefa primordial do cenário, [...] é a de representar
o lugar: lugar geográfico [...], lugar social [...], ou os dois ao mesmo tempo”. New Orleans é
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uma cidade conhecida por seu multiculturalismo, onde se misturam muitas influencias,
sobretudo as francesas, espanholas e africanas. De início, Williams faz com que o leitor perceba
a atmosfera presente na cidade, através de uma rua chamada Elysian Fields, que é a rua que
Blanche procura, e que na mitologia grega, seria o lugar para onde vão os homens virtuosos e
os heróis após a morte. Ele situa o leitor quanto ao lugar, o espaço e a realidade subjetiva:
descreve cores, cheiros, e ao charme que ameniza a pobreza do lugar:
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assombrada por esse passado, a tornando o que ela é. E só conseguimos nos dar conta que essa
música se passa apenas na cabeça dela na cena IX, que se inicia desta forma:
Durante esta cena, Mitch vai até a casa dos Kowalski, discutir sobre o passado dela. A
sensação de não haver música, fica mais nítida ao ser confirmada por ele:
BLANCHE: Alguma coisa não está certa esta noite, mas não se preocupe. Não
vou interrogar a testemunha. Vou apenas... (toca a testa dele levemente; a
melodia da polca começa de novo) fazer de conta que não percebo nada
diferente em você. Essa música de novo...
MITCH: Que música?
BLANCHE: A varsoviana. A polca que eles estavam tocando quando Allan...
Espere! (ouve-se à distancia um tiro de revólver. Blanche parece aliviada.) O
tiro! Sempre para depois disto. (A música da polca torna a desaparecer.) Sim,
agora parou.
MITCH: Você está ficando maluca?
(WILLIAMS, 1976, p. 165 – 166)
Tudo que tem descrito na peça é a representação das agonias de Blanche, que nos é
mostrada através da música. Ela vem ressignificar essa agonia dentro da mente dela.
Analisamos também o signo iluminação, presente na peça. Ainda de acordo com
Kowzan (2006, p. 110 – 111), “ela se torna o signo da importância, momentânea ou absoluta,
da personagem ou objeto iluminado”. Em algumas partes da peça que acontecem à noite,
Blanche usa uma lanterna de papel para mascarar sua aparência e seu passado, além de, quando
de dia, não querer ser vista. Este signo foi analisado, pelo simples fato de esconder tudo o que
Blanche tenta não mostrar. Apenas um facho de luz é visto nela, justamente por significar os
momentos das ações da personagem, a penumbra. Williams a descreve como uma personagem
sutil e lírica, como uma mariposa que deve evitar a luz muito forte. A lanterna diminui os feixes
de luz da lâmpada e Blanche pode continuar a se manter como quer ser vista: como uma ingênua
beldade sulista. Quando Mitch descobre seu passado, ele rasga a lanterna de papel para poder
vê-la como ela é, mas ela fica assustada com o que está acontecendo e diz “Não quero realismo.
Quero magia. (Mitch ri.) Sim, sim, magia. É o que tento dar às pessoas. Não digo a verdade,
digo o que deveria ser verdade. [...] Não acenda a luz!” (WILLIAMS, 1976, p. 169), mas ele
acaba por acender a luz, e é como se ela estivesse sentindo dor por aquilo.
Por fim, analisamos o signo vestuário. Usando as determinações de Kowzan (2006, p.
109 – 110) sobre tal signo, o mesmo diz que
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francês, que sugere inocência e pureza. E é exatamente isto que Blanche quer passar para os
outros de si mesma.
Blanche aparece na esquina, carregando uma valise. Olha para uma tira de
papel, a seguir para o edifício, novamente para o papel e em seguida de novo
para o prédio. Sua expressão é de incredulidade, e ela parece chocada. Seu
aparecimento destoa nesse cenário. Ela está elegantemente vestida, com um
vestido branco de corpinho leve, colar e brincos de pérola, luvas e chapéu
brancos, com a aparência de quem estivesse chegando a um chá de verão ou a
um coquetel no parque do distrito. Ela tem cerca de cinco anos mais que Stella.
Sua delicada beleza deve evitar a luz forte. Há qualquer coisa em relação às
suas maneiras e em relação às suas roupas claras que lembram uma mariposa.
(WILLIAMS, 1976, p. 10-11)
Conclusão.
Diante do que foi exposto, os estudos semióticos culturais promoveram ajuda para que
conseguíssemos perceber vários elementos dentro do contexto teatral da peça, além de
entendermos como os signos são essenciais para a análise de uma situação. Sendo assim,
pudemos entender como se constitui os diversos sistemas semióticos, além de entender o que
significa cada um deles, como por exemplo uma vestimenta, um cenário ou uma música, no
contexto da peça A Streetcar Named Desire, e como esses detalhes nos permitem analisar o
comportamento de uma personagem.
Nós percebemos também que existem mais pontos a serem analisados e discutidos,
que serão desenvolvidos no decorrer deste trabalho, e que virá mostrar sobre o aspecto da
angustia ressignificada enquanto som, enquanto vestimenta, enquanto cenário, dentre outros
signos, ou seja, como a angústia foi ressignificada na peça, mas especificadamente na
personagem Blanche.
Concluímos que este material tem muitas características pertinentes, principalmente à
sua personagem principal, que precisam ser estudadas mais afundo. Usaremos esta pesquisa
para fins acadêmicos, nos aprofundando mais nela, através da produção de uma monografia,
que servirá como aprofundamento desta análise.
Referências.
ARISTÓTELES. Poética. Trad. Eudoro de Souza. São Paulo: Nova Cultural Ltda. 1991
BLUES. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2020.
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Blues&oldid=59351440>. Acesso
em: 7 nov. 2020.
CARRASCO, Ney. Sygkhronos: a formação da poética musical do cinema – São Paulo:
Via Lettera: Fapesp, 2003.
CHEVALIER, Jean. GHEERBRANT, Alain. "Dicionário de símbolos: mitos, sonhos,
costumes, gestos, formas, figuras, cores, números. Trad. Vera da Costa e Silva et al." 23 ed. Rio
de Janeiro: José Olympio, 2009.
CHKLÓVSKI, V. A arte como procedimento. In: Teoria da Literatura: Formalistas
Russos. Porto Alegre: Globo, 1973, p. 39-56
CORVIN, Michel. Abordagem Semiológica de um Texto Dramático – A Paródia de Arthur
Adamov. In: Semiologia do Teatro. GUINSBURG, J.; COELHO NETTO, J. Teixeira;
CARDOSO, Reni Chaves (org). São Paulo: Perspectiva, 2006. p. 273-298
KOWZAN, Tadeusz. Os signos do teatro - Introdução à arte do espetáculo. In: Semiologia do
Teatro. GUINSBURG, J.; COELHO NETTO, J. Teixeira; CARDOSO, Reni Chaves (org). São
Paulo: Perspectiva, 2006. p. 93-124
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Introdução
O regionalismo tem representado uma tendência de destaque na formação do sistema
literário nacional, tornando-se uma das principais vertentes estéticas pela qual se desenvolve
nossa ficção. Desde o nacionalismo romântico à moderna literatura brasileira, percebemos seu
importante papel na definição e construção de uma autonomia literária. Sua aparição surgiu
especialmente a partir da preocupação em construir uma identidade nacional, em que pudesse
revelar as particularidades das regiões brasileiras, uma espécie de amostra de seus diferentes
aspectos sociais, históricos, geográficos e culturais. Contudo, vale destacar que sua reaparição
na história literária brasileira não se manifestou de maneira homogênea, mas diversa em seus
diferentes momentos.
Alguns estudiosos, como Ceccarello (2010) datam o surgimento da estética regionalista
a partir do Romantismo, denominado por sertanismo, em que tratou o sertão como principal
elemento a ser ficcionalizado, tendo seu momento de apogeu no Modernismo com os romances
de trinta, chamado por “romance “nordestino”. Teóricos, como Chiappini (1995) e Antonio
Candido (1987) consideram a tendência ainda vigente e de interesse da crítica contemporânea,
recusando, assim, a suposta ideia de uma “morte do regionalismo”, tendo em vista sua
permanência e constante reatualização na literatura.
José Carlos Garbuglio (1979) também destaca numa de suas falas que o regionalismo
tem “fôlego de gato”, reaparecendo tanto como tema da obra literária, mas também como objeto
de pesquisas produzidas pela crítica especializada e naquelas realizadas em programas de pós-
graduação. Considerando as observações dos autores citados, a proposta deste trabalho
justifica-se na medida em que coloca em discussão uma categoria literária que não é típica de
um dado momento, mas que acompanha o processo de formação da literatura brasileira,
evoluindo como tendência que atravessa e é atravessada pela história, conforme ressalta
Chiappini (1995).
De acordo com a teórica, a história do regionalismo brasileiro surge a princípio para
caracterizar a literatura produzida fora de São Paulo e Rio de Janeiro, como também
problematizar os efeitos da globalização após a chegada da industrialização e urbanização.
Destacando-o, desse modo, como forte tendência nas letras brasileiras.
De acordo com suas dez teses da autora sobre o tema, o termo regionalismo configura-
se como uma categoria universal e contemporânea, uma vez que tem suscitado não apenas a
consciência nacional a partir da valorização do local, mas também questões teóricas e estéticas
em relação ao outro cultural. Suas teses, de modo geral, buscam desconstruir a ideia de que o
regionalismo se trata apenas de personagens e regiões vinculadas ao ambiente rural.
Segundo Antonio Candido (1987), o tema regional sobrevive com vigor na literatura
nacional, uma vez que aparece estilizado “na seleção dos temas e dos assuntos, bem como na
própria elaboração da linguagem” (CANDIDO, 1987, p. 162). Em outras palavras do autor, sua
transcendência nas letras brasileiras dá-se em torno do valor universal de humanidade que
incorpora e da tensão criadora, além de problematizar os processos unificadores nacionais.
1
Estudante do curso de Letras/Língua Portuguesa, pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN);
e-mail: nogadriana@yahoo.com.br.
2
Professor do Departamento de Letras da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), e-mail.
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Metodologia
A metodologia adotada para execução deste projeto tem como ponto de partida os
estudos e pressupostos da Literatura Comparada, por meio dos quais problematizamos
tendências diferenciadas do regionalismo literário, analisando-as a partir da leitura de três
romances que compõem o corpus da investigação. Quanto aos procedimentos a serem
utilizados, a pesquisa se caracteriza como sendo de natureza bibliográfica a qual, segundo
Gonsalves (2001, p. 32), “[...] remete para as contribuições de diferentes autores sobre um
assunto”, constituindo-se, nesse caso, pela escolha e utilização de fontes literárias e teóricas a
respeito da temática examinada, e produção de um pensamento crítico a respeito do objeto de
exame. A pesquisa segue ainda uma abordagem qualitativa em que se visa “[...] explicar o
porquê das coisas, exprimindo o que convém ser feito, mas não quantificam os valores [...] pois
os dados analisados são não-métricos [...]” (GERHARDT & SILVEIRA: 2009, p. 32).
Resultados e discussões
O romance regionalista brasileiro surge inicialmente no século XIX, a partir do
Romantismo no Brasil, tendo como principal tema a valorização das peculiaridades geográficas,
sociais e culturais, o que expressou, por sua vez, o desejo em promover uma autonomia literária
e, conseguintemente a construção de uma identidade nacional. José de Alencar destaca-se como
um dos principais idealizadores empenhado em descrever as paisagens brasileiras, sobretudo,
do interior do país. Sua obra O Gaúcho, publicada originalmente em 1870, configura um dos
principais projetos pertencentes a primeira fase regionalista, também denominada de
regionalismo pitoresco.
A narrativa conta-nos a história de Manoel Canho, cujas características remetem ao
herói romântico que busca refúgio na natureza como uma espécie de imagem de pátria ideal. A
valorização dos aspectos regionais, assim como a inadequação do personagem à realidade
exterior reforça a imagem da natureza como símbolo da nacionalidade que não se corrompeu
com a chegada da industrialização. Seu desapontamento frente a sociedade revela não apenas o
seu constante conflito com o mundo e a raça humana, mas o sentimento de individualismo dos
românticos, uma vez que “Manuel tinha a consciência de sua natureza ríspida e concentrada; a
indiferença e frieza que mostrava em seu trato, não provinha de um hábito somente: era a
repercussão interior da pouca estima em que o gaúcho tinha geralmente a raça humana
(ALENCAR, 2005, p. 114)
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No seio da profunda solidão, onde não há guarida para defesa, nem sombra
para abrigo, é preciso afrontar o deserto com intrepidez, sofrer as privações
com paciência, e suprimir as distâncias pela velocidade. Nenhum ente é capaz
de superar todos esses obstáculos como o homem, o gaúcho. De cada ser que
povoa o deserto, toma ele o melhor; tem a 76 velocidade da ema ou da corça,
os brios do corcel e a veemência do touro. (ALENCAR, 2005, p. 25-26)
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ainda, que o autor não reduziu o indivíduo a condição de animal, contudo, o colocou dentro de
um cenário hostil e miserável.
Apesar da temática do regionalismo já ter percorrido um importante caminho na história
do sistema literário brasileiro, sua reaparição no Modernismo, segundo Antonio Candido,
(1980), apresentou-se de maneira amadurecida, em virtude dos aspectos de humanidade das
suas narrativas. Nesse contexto, o regionalismo de 30, produzido principalmente no Nordeste,
com as suas personagens realistas, trouxe à tona realidades de um Brasil até então ignorado. De
modo particular, muitos dos romances desta época destacam a transição da sociedade de
estrutura rural e oligárquica para uma sociedade urbana e burguesa.
José Lins do Rêgo surge no cenário literário nacional como um dos principais nomes
desse período. Após a publicação de seu primeiro romance Menino de Engenho (1932), obra
que lhe projetou como romancista de envergadura e lhe colocou ao lado daqueles que
produziam uma literatura de protesto e de denuncia social, a chamada literatura regionalista de
30.
Seu romance conta-nos sobre a decadência e exploração dos engenhos e a sua
substituição gradual pelas usinas. A região do Nordeste por sua vez apresenta-se como um
cenário de denúncia e crítica as mazelas sociais à medida que revela através de um narrador
autodiegético as decadências e misérias da época, como podemos perceber na passagem “[...]
Uma desolação de fim de vida, de ruína, que dá à paisagem rural uma melancolia de cemitério
abandonado” (REGO, 1982, p. 56). De um modo geral, a obra apresenta as memórias do
narrador e concomitantemente seu sentimento saudosista com relação aos engenhos.
Conclusão
Em síntese, percebemos, que o regionalismo na literatura brasileira tem passado por
diferentes perspectivas ao longo de sua evolução. Nessa interpretação, o termo regionalismo
deve ser tomado como um movimento que de modo algum é estático, mas que se transforma e
que, por isso, não deve ser exclusivo de um determinado momento histórico, (re)aparecendo
desde as primeiras manifestações literárias, voltadas para a representação dos valores locais,
mas também em obras contemporâneas, conforme percebemos ao longo desse trabalho.
Agradecimentos
Agradecemos ao CNPq por ter financiado esta pesquisa, à UERN e ao professor
orientador, que colaborou com empenho para conclusão deste projeto.
Referências
ALENCAR, José de. O sertanejo. São Paulo: Martin Claret, 2005.
CANDIDO, Antonio A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo: Ática, 1987.
CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira: momentos decisivos. Rio de
Janeiro: Ouro sobre azul, 1980.
COUTINHO, Afrânio. A literatura no Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986.
CHIAPPINI, Lígia. Do beco ao belo: dez teses sobre o regionalismo na literatura. In: Estudos
históricos. Rio de Janeiro, vol. 8. n. 15, 1995.
GARBUGLIO, José Carlos. Fôlego de gato: regionalismo e suas versões. In: Acta Semiótica
et Linguística. São Paulo, 1979
GERHARDT, Tatiana Engel & SILVEIRA, Denise Tolfo. (orgs.) Métodos de Pesquisa. Porto
Alegre: Editora da UFRGS, 2009.
OLÍMPIO, Domingos. Luzia-homem. São Paulo: Ática, 1984.
RÊGO, José Lins. Menino de engenho. Rio de Janeiro: José Olympio, 1982.
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Andrea Mikaelly Rebouças de Azevedo1; Camila Steffany Freitas Costa2; Lúcia Helena
Medeiros da Cunha Tavares3
Palavras-chave: Discurso. Acontecimento. Memória. Relações de poder. Ditadura
INTRODUÇÃO
Em 1964 deu-se início, no Brasil, o que viria a ser conhecido como Anos de Chumbo.
Um governo sangrento regido por militares tomou a frente do país, e isso só teve fim em 1985.
Durante esse período destacou-se a tortura, a violência, e o desaparecimento de muitos que
resistiram a esse regime opressor. Em busca de esclarecer os ocorridos durante esse período
sombrio, em 2011, foi criada, através da Lei 12.528, a Comissão Nacional da Verdade (CNV),
que foi oficialmente instalada em 16 de maio de 2012, apresentando o relatório final em 2014.
A CNV reúne documentos e arquivos que esclarecem prisões, mortes e desaparecimentos da
época. Dessa forma, oferece aos sobreviventes e aos familiares dos que não conseguiram
sobreviver alguma forma de justiça.
Nesse sentido, este trabalho de pesquisa que aborda a violência cometida contra
mulheres à época, foi norteado pelas seguintes questões: “Como se materializam, na Comissão
Nacional da Verdade, os discursos sobre a violência contra a mulher? De que forma se
apresentam os testemunhos de mulheres e de seus parentes sobre a violência sofrida em época
de Ditadura Militar Brasileira? Quais os movimentos da memória e os mecanismos de poder
que permeiam os discursos sobre a violência contra a mulher na CNV?”. Assim, para melhor
traçar o percurso da investigação pretendida, para este trabalho, se tomou como objetivo geral
analisar os discursos da Comissão Nacional da Verdade sobre a violência contra a mulher na
Ditadura Militar Brasileira, além de interpretar os discursos materializados em testemunhos de
mulheres violentadas e de seus familiares, os quais conduzem à constituição de identidades e
descrever os vestígios de memória e os mecanismos de poder que permeiam esses testemunhos.
METODOLOGIA
1
Estudante do curso de Letras – Língua Portuguesa e suas respectivas literaturas do Departamento de Línguas
Vernáculas da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte; e-mail: andreareboucaas@outlook.com.br
2
Estudante do curso de Letras – Língua Portuguesa e suas respectivas literaturas do Departamento de Línguas
Vernáculas da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte; e-mail: camilasteffany@alu.uern.br
3
Professora do Departamento de Línguas Vernáculas da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte.
Participante do Grupo de Estudos do Discurso (GEDUERN); e-mail: helenamedeiros@uern.br
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foucault ressalta que (1970, p.08-09), “em toda sociedade a produção do discurso é ao
mesmo tempo controlada, selecionada, organizada e redistribuída por certo número de
procedimentos que têm por função conjurar seus poderes e perigos, dominar seu acontecimento
aleatório, esquivar sua pesada e temível materialidade”. Esse controle foi exercido, por muito
tempo na manipulação dos fatos reais das torturas, violências sexuais e assassinatos ocorridos
durante a ditadura.
Quanto à tortura, Gaspari (2014, p. 44-45) afirma que esta
Entre os arquivos que fazem parte dos relatórios da CNV consta o caso de Aurora Maria
Nascimento Furtado, estudante de psicologia e militante, que era tida como parte dos
“desordeiros” que clamavam por um país de Estado Democrático. Abaixo pode-se ver a
narração do acontecido, disponível nos arquivos referentes aos relatórios da CNV.
Aurora foi capturada e torturada com instrumentos tais quais a coroa de cristo.
Porém, nos documentos oficiais da época, emitidos pelos órgãos do Estado,
afirmava-se que Aurora havia sido acidentalmente alvejada enquanto atravessava
uma rua em que houve troca de tiros entre os militares e os ocupantes de um carro
da fabricante Volkswagen. Seu corpo sofreu vinte e nove disparos - os quais
atingiram órgãos vitais -, ficou jogado na rua e deu entrada no IML como
indigente, sendo depois reconhecida pela irmã Sandra e seus pais. Foi Sandra
quem identificou as marcas de tortura, afirmando em depoimento à CEMDP, que
sua irmã tinha machucados na boca, fraturas nos braços, além de visível
afundamento do crânio. As declarações de Sandra se comprovam pelas fotos da
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perícia local. Não fosse pelo surgimento da CNV, Aurora, brutalmente violada e
morta, teria sua subjetividade e sua história apagadas da memória.
(Caso Aurora Furtado. Arquivos CNV4).
O dano causado à família jamais será reparado como deve, mas o esclarecimento da
verdade honra a memória de quem morreu lutando por liberdade e por seu país.
O período da ditadura militar brasileira foi um momento de terror em que as relações de
poder, as punições e o apagamento da memória se estenderam causando grandes estragos na
vida de quem resistia ao regime político autoritário imposto na época. Através dos arquivos
publicados na Comissão Nacional da Verdade conseguimos resgatar alguns relatos que expõem
os terríveis momentos vividos por pessoas que se negavam a viverem em uma sociedade
autoritária.
Diante disso, ao analisarmos o relato de Izabel Fávero vemos um exemplo de como se
dava a dominação sobre o corpo alheio:
O prazer deles era torturar um frente ao outro e dizer “olhe, sua vadia, ó ele está
apanhando por culpa sua que você não quer colaborar”, entendeu? Ou o
contrário, entende? Era um jogo de tortura psicológica, física, para desestruturar
mesmo, desestabilizar a gente (CNV, volume I, 2014, p. 05).
CONCLUSÃO
4
Informações disponíveis em: http://comissaodaverdade.al.sp.gov.br/arquivos/videos/casos-aurora-furtado-e-
issami-okano-10-de-abril-de-2013.
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AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao CNPq- Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico, que nos possibilitou os recursos necessários para esta pesquisa se concretizar, e à
UERN – Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, que nos proporciona o contato com
a pesquisa.
REFERÊNCIAS
FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. 6 ed. São Paulo: Edições Loyola, 1970.
FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade 1: a vontade de saber. 18 ed. Rio de Janeiro:
Edições Graal, 1988.
FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade: a vontade de saber. 14. ed. Rio de Janeiro:
Graal, 2001, 3v. V. 1.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. 29 ed. Tradução de Raquel Ramalhete. Petrópolis:
Vozes, 2004.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. 25 ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2008.
GASPARI, Elio. A Ditadura Escancarada. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014.
GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 1093
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Introdução
Metodologia
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Assim, iniciamos nosso percurso nos aprofundando nos estudos sobre as teorias da
Análise do Discurso francesa, buscando compreender suas principais categorias, dentre elas o
sujeito, o discurso, sentido e sua área de alcance. Depois, partimos para o estudo de referenciais
que apontassem para reflexões sobre o campo da AD e suas contribuições e/ou implicações no
ensino da língua portuguesa. Foi o momento de, além de livros, buscarmos outros textos, como
artigos, a fim de ampliar o horizonte de discussão e também conhecer o que, na atualidade, está
sendo discutido sobre o tema. Percebemos que não são muito numerosos os estudos
desenvolvidos especificamente nesta área.
Resultados e discussão
A Análise do Discurso (AD) é um campo teórico que estuda a linguagem em suas
realizações concretas, fazendo sentido em seus usos sociais. Ao analisar a linguagem, ela
ultrapassa os limites da estrutura da língua, considerando o sujeito e o contexto histórico e social
de produção como elementos essenciais, sem, no entanto, desconsiderar esta estrutura; a língua
é compreendida não só como estrutura, mas como um acontecimento.
Assim, o objeto de estudo da AD não é a língua em si, enquanto sistema imanente, mas
sim o discurso, ou seja, o conjunto formado pela materialidade linguística e os elementos
extralinguísticos que contribuem para que a linguagem signifique. Ao refletir sobre a
linguagem, abordam-se os discursos em sua constituição histórica e social. Estes não se
encontram isolados no tempo e no espaço; interagem com outros dizeres já produzidos em
épocas e em contextos diferentes, por sujeitos diferentes. Nessas relações interdiscursivas, a
memória discursiva, compreendida não como um conjunto de recordações passadas dos
indivíduos, mas como um conjunto de possibilidades de dizeres pertencentes ao corpo social,
possui um papel fundamental, pois é recorrendo-se a esta que se constroem redes de relações
entre os discursos que permitem a produção de sentidos. Para a AD, o que realmente importa é
compreender como ocorre a produção de sentidos, de que forma os dizeres significam.
Desde a década de 1960 até a atualidade, a AD vem se colocando como um campo
transdisciplinar que muito pode contribuir nos estudos da linguagem, uma vez que, estudando
a produção de sentidos, é a linguagem seu material de trabalho. Mas, cabe uma indagação, que
estimulou aqui a produção deste trabalho: há uma contribuição desses estudos da AD para o
ensino de língua portuguesa?
Os próprios PCNs (1998) já preconizam que o ensino gramatical deve ser trabalhado
como prática de reflexão sobre a língua e seus usos, através de leitura e produção de textos,
tanto orais como escritos. Isso possibilitará ao aluno diferentes meios de usos linguísticos. É o
que aponta o texto desse documento quando diz que
Em Língua Portuguesa, levando em conta que o texto, unidade de trabalho,
coloca o aluno sempre frente a tarefas globais e complexas, para garantir a
apropriação efetiva dos múltiplos aspectos envolvidos, é necessário
reintroduzi-los nas práticas de escuta, leitura e produção. (1998, p. 66)
As aulas de Língua Portuguesa devem pautar o seu ensino nos textos, pois são eles
que regulam a atividade comunicativa, uma vez que isso irá influenciar diretamente no
desenvolvimento da competência comunicativa dos alunos, já que esse é um dos objetivos de
se ensinar português a falantes de língua portuguesa. O texto permite a interação em sala de
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Conclusão
Diante de tudo que até aqui já foi mencionado, afirmamos que, sem dúvida alguma, as
reflexões concebidas pela Análise do Discurso têm muito a contribuir com as aulas de língua
materna, possibilitando aos estudantes através da língua o reconhecimento de mecanismos
necessários para prática da cidadania, sendo ele o próprio responsável pela sua prática
discursiva. Portanto, salientamos a importância dos estudos no campo da Análise do discurso,
visto que eles proporcionam sentidos às aulas, possibilitando ao aluno constituir-se como um
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sujeito-autor, que reflete sobre si e sobre os usos linguísticos, e não apenas um mero reprodutor
de conteúdo.
Agradecimentos
Agradeço pela oportunidade de participar do Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação Científica (PIBIC) da UERN. Os conhecimentos adquiridos através desse projeto
foram bastantes valiosos para o meu aperfeiçoamento acadêmico.
Referências
ANTUNES, I. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São
Paulo: Parábola, 2007.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto
ciclos do Ensino Fundamental: Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998.
ORLANDI, E. P. Discurso e texto: formulação e circulação dos sentidos. 4. ed. Campinas, SP: Pontes
Editores, 2012.
_______. Análise de discurso: princípios e procedimentos. 4. ed. Campinas, SP: Pontes, 2002.
VOESI, I. Análise do Discurso e o ensino de língua portuguesa. São Pulo: Cortez, 2004.
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INTRODUÇÃO
A literatura desde os seus primórdios retrata muito da vida cotidiana, apesar de ser fictícia, ela
não perde essa essência do real, como afirma o escritor Miguel Real “o domínio da visão realista
do romance foi quase absoluto até meados do século XX” (REAL, 2001, p. 17), e por mais que
já estejamos no século XXI, esses traços realistas ainda são notados de forma acentuada. A
literatura portuguesa, por sua vez, segue essas vertentes com traços de realidade, principalmente
quando falamos em Lídia Jorge, a escritora portuguesa reflete sobre temáticas históricas e
recorrentes na sociedade portuguesa em, praticamente, todos os seus textos. Em palavras da
própria escritora sobre sua poética “Ainda que resulte dum território insondável, ela, [a
literatura] está inscrita numa linha de contiguidade com a minha própria vida.” (JORGE, 2009,
p. 37), ou seja, a partir da autora vemos que por mais que uma obra seja de ficção e que resulte
de alguma inspiração misteriosa ou vinda do imaginário, ela segue uma linha de proximidade
com a realidade. Dentre as temáticas abordadas por Lídia Jorge estão o preconceito racial, a
divisão de classes e as relações amorosas e suas variáveis. Observamos, sobretudo, que o amor
Eros aparece como fio condutor de suas tramas; e por mais que as histórias carreguem outras
temáticas, ele sempre se faz presente na construção das personagens. Nessa perspectiva, o
projeto Aspectos do romance português contemporâneo: um estudo de “A noite das mulheres
cantoras”, de Lídia Jorge teve como objetivo realizar um estudo crítico-analítico, com viés
sociológico e filosófico, do romance de Lídia Jorge, buscando identificar como o amor Eros
conduz ou modifica as ações das personagens. Para isso, foi escolhido o romance A noite das
mulheres cantoras (2012), que narra a história de um grupo musical de garotas que segue em
busca do sucesso na década de 1980, em Portugal. A narrativa é contada, em forma de
monólogo, pela protagonista Solange de Matos, 21 anos depois do ocorrido. Observamos que,
na busca pelo sucesso e realização profissional, estas mulheres vão deixando muito coisa para
trás, pelo caminho, como família, amores e outros sonhos.
METODOLOGIA
1
Graduando do curso de Letras - Português, bolsista do Programa Institucional de Iniciação Científica –
PIBIC/UERN, na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Membro do Grupo de Estudos
Críticos da Literatura – GECLIT. amsc94@outlook.com.
2
Professora de Literatura Luso-Brasileira do Departamento de Letras Vernáculas, CAPF/UERN; Membro
permanente do Programa de Pós Graduação em Letras – PPGL/ UERN. Membro do Grupo de Estudos Críticos da
Literatura – GECLIT; e do Grupo de Pesquisa em Literatura de Língua Portuguesa - GPORT. Orientadora do
projeto. cidaminas@hotmail.com; mariaaparecida@uern.br.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
português. Dentre as temáticas abordadas em A noite das mulheres cantoras estão as relações
interpessoais, como: a que o sujeito é capaz de se submeter para chegar ao sucesso, bem como
a crueldade do ser humano de um forma geral; além disso, aparecem as temáticas da imigração;
da ditadura portuguesa e da guerra colonial. Escolhemos como principal foco de nossa análise
as questões amorosas e a implicação da sexualidade nessas relações. Para desenvolvermos
nosso estudo, primordialmente, lemos a obra, objeto de análise, após esse momento, estudamos
e debatemos os textos teóricos que nortearam e embasaram nossa pesquisa. Para
compreendermos sobre o amor Eros utilizamos teóricos como Platão (2003), O Banquete: o
simpósio ou do amor; Denis de Rougemont (1988), O amor e o ocidente; Roland Barthes
(2007), Fragmentos de um discurso amoroso; Maria Aparecida da Costa (2015), A paz tensa
da chama fugaz: a configuração do amor no romance contemporâneo, Lygia Fagundes Telles
e Lídia Jorge; Julia Kristeva (1988), Histórias de amor; entre outros. Após as leituras do
romance e de teorias sobre o amor Eros, partimos para a análise do romance A noite das
mulheres cantoras de uma forma mais vertical, buscando compreender como o amor Eros se
faz presente nas ações das personagens.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O romance A noite das mulheres cantoras, de Lídia Jorge, conta a história de uma grupo musical
que sonhava em fazer sucesso nos palcos de Portugal na década de 1980, era formado por cinco
mulheres; Gisela Batista, as irmãs Maria Luisa e Nani Alcides, Madalena Micaia e Solange de
Matos. Detivemos nosso foco principal de investigação na narradora, Solange de Matos, que
conta a história do grupo, reavivando sua memória a partir de lembranças desencadeadas em
uma festa que ocorre 21 anos do ocorrido. Conforme já pontuamos, esse romance apresenta
temas importantes que remetem à história de Portugal, entretanto, nos aprofundamos nas
variáveis do amor Eros, especificamente, nos relacionamentos amorosos da personagem
Solange de Matos. Uma estudante de música que, além de contribuir na parte vocal, também
compunha as canções executadas pelo grupo musical. A jovem cantora conduz sua vida entre a
pensão onde morava e a escola de música – que um tempo depois deixa de frequentar – para se
dedicar aos ensaios na garagem onde ocorrem os encontros do grupo musical. A história dessas
mulheres começa a mudar com a chegada do coreógrafo, João de Lucena, contratado por Gisela
para cuidar da desenvoltura das artistas no palco. O coreógrafo, além ser bastante renomado no
ramo musical, possuía uma carreira internacional invejável, o que deixa as moças eufóricas
quando da sua chegada:
Aquele homem desperta o interesse de todas as moças do grupo, como vemos nas palavras da
narradora, cada uma das moças desejava-o e louvava-o a sua maneira, só com olhares, fazendo
comparações com pessoas de seu convívio ou até mesmo com algo mítico. Observamos, no
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
excerto acima, que Solange tenta justificar de forma geral o motivo de sua paixão pelo
coreógrafo, ou seja, todas do grupo se interessaram por ele, mas ela foi a que teve os sentimentos
de amor despertados de forma mais aguda. A trama se adensa quando João e Solange decidem
sair em um encontro, a jovem cantora discorre sobre a noite dizendo “Lembro-me dessa
primeira noite em que fui visitada pelo aceno do amor. Entrei e fiquei encostada à porta,
trancando-a com as costas, incapaz de me mover.” (JORGE, 2012, p. 162). Solange, de uma
forma romantizada, assume estar totalmente dominada pelo amor Eros, notamos que essa é a
primeira vez que ela demonstra ser tomada por tal sentimento. Assim, a compositora vai
desenhando aquele acontecimento como algo especial, provocador de uma transformação em
sua vida; Solange tenta descrever o que aconteceu mas não consegue definir os sentimentos,
misto de euforia com ansiedade de reencontrar o coreógrafo nos momentos do ensaio do grupo.
Constatamos, dessa forma, que a partir do momento que Solange tem o seu primeiro encontro
com o amor, é como se por um momento ela perdesse a capacidade de se dominar, agora Eros
é quem direciona suas atitudes. A cantora perde, de certa forma, o domínio de sua vida,
deixando tudo ser guiado pelo seu objeto amoroso. Observamos, contudo, que a partir da
lucidez de Solange com relação ao amor que sente pelo coreógrafo, ela passa a ter uma
dedicação quase devota a ele. Por João, a narradora abre mão de tudo a sua volta e interessa-se
apenas pelas coisas que rodeiam aquele homem: “Tudo o que dissesse respeito a João de Lucena
assumia uma proporção gigantesca, tudo o que não passasse pela sua figura não tinha
importância alguma.” (JORGE, 2012, p. 169), nesse trecho, notamos que além de idolatrá-lo,
Solange passa a idealizar João, tudo que faz referência a ele assume um nível mais elevado de
importância, algo criado em sua própria imaginação. Como afirma Júlia Kristeva “Enraizado
no desejo e no prazer de que pode se passar na realidade, para só acendê-los simbólica ou
imaginariamente, o amor, vocês haverão de concordar, reina entre as águas do narcisismo e da
idealização” (KRISTEVA, 1988, p. 27), embasado nesse pensamento vemos que o sujeito
amoroso passa a imaginar o objeto de amor da forma que deseja, passa a ver apenas as
qualidades e virtudes do seu objeto amoroso, e essas qualidades são a seu gosto, ou seja, o
amante busca no outro uma extensão de si mesmo: “Eis que o deus da vaidade veio ao encontro
do meu desejo” (JORGE, 2012, p. 192), observa Solange ao se referir a João de Lucena,
deixando entender uma alusão do seu amado com o próprio Narciso, a figura mítica grega que
está ligada a própria beleza e a vaidade. No entanto, a partir do pensamento de Solange,
percebemos um sentimento também narcisista, quando ela define que aquele homem não só
veio ao seu encontro, mas que ele veio ao encontro dos seus desejos, para satisfazer as suas
vontades. Com o desenrolar da trama, Solange descobre que João de Lucena é homossexual e
está com ela apenas para mascarar sua condição de homem gay, ela serve apenas de “manivela”
(JORGE, 2012, p. 278), que faz girar o relacionamento homo afetivo do coreógrafo com seu
amante José Alexandre. Após saber dessa informação, Solange e João se separam e passam
vinte anos sem se ver, o reencontro só vai acontecer na “noite perfeita” (JORGE, 2012, p. 11),
nome dado ao capítulo inicial da narrativa, dedicado a homenagear o antigo grupo musical.
Naquela noite, o antigo casal chama a atenção de todos no evento, mesmo depois de duas
décadas sem se encontrarem, eles se abraçam e dançam de forma sublime naquele salão, como
se nenhuma mágoa do passado existisse para os dois. Mesmo após todos esses anos distantes,
no momento em que Solange reencontra seu objeto de amor, já definhado e castigado pelos
anos, ela continua com o mesmo sentimento de outrora e leva João para morar no térreo de seu
prédio. Com isso, compreendemos que ela o tira do pedestal, onde havia colocado em seu tempo
de juventude, e o coloca sob seus pés, como uma forma de manter o controle do amor que ainda
sentia pelo coreógrafo. A idealização amorosa proporciona a infinitude do sentimento amoroso
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que por não ter se realizado, não ter sido consumado, também não foi consumido pelo tempo;
permanecendo, pelo menos, para a narradora, como um sentimento vivo. Conforme aponta
Denis de Rougemont, o que o amante ama “é o próprio fato de amar.” (ROUGEMONT, 1988,
p. 35), sendo assim, vemos que para o amante o fato de estar amando é mais importante do que
o próprio objeto amoroso, um dos argumentos que pode justificar Solange continuar amando
João, mesmo sabendo de sua sexualidade homoerótica e após todo o tempo que passaram
separados.
CONCLUSÃO
Em nosso estudo, constatamos que mesmo passados vinte anos, a narradora continua nutrindo
um forte amor pelo coreógrafo. A não realização amorosa preservou o amor como algo eterno.
O filósofo Platão discorrendo sobre o amor, afirma que “o amor é o desejo da perpétua posse
do bem” (PLATÃO, 2003, p. 97). A partir disso, constatamos em nossa pesquisa, Aspectos do
romance português contemporâneo: um estudo de “A noite das mulheres cantoras”, de Lídia
Jorge, que apesar de o amor Eros ser uma temática constante nas obras literárias desde os
primórdios, ele permanece nos romances contemporâneos, envolvendo as personagens e
direcionando suas vidas.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
BARTHES, Roland. Fragmentos de um discurso amoroso. Tradução H. dos Santos. 10. ed.
Rio de Janeiro: Francisco Alves, 2007.
BRANDÃO, Junito de Souza. Dicionário Mítico – etimológico da mitologia e da religião
romana. Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.
COSTA, Maria Aparecida. A paz tensa da chama fugaz: a configuração do amor no romance
contemporâneo, Lygia Fagundes Telles e Lídia Jorge. Natal: EDUFRN, 2015.
JORGE, Lídia. A noite das mulheres cantoras. São Paulo: Leya, 2012.
KRISTEVA, Julia. Histórias de amor. Trad. de L. T. da Motta. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1988.
PLATÃO: O Banquete: o simpósio ou do amor. 3. ed., Trad., Introdução e notas de Pinharanda
Gomes. Lisboa Guimarães Editores, 2003.
REAL, Miguel. Geração de 90: romance e sociedade no Portugal contemporâneo. Porto:
Campos das Letras, 2001.
ROUGEMONT, Denis de. O amor e o ocidente. Trad. De Paulo Brandi e Ethel Brandi
Cachapuz. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988.
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INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
1
Estudante do Curso de Letras com Habilitação em Língua Inglesa e suas Respectivas Literaturas do Departamento
de Letras e Artes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: rayanebarra@outlook.com
2
Professor Doutor do Departamento de Letras com Habilitação em Língua Inglesa e suas Respectivas Literaturas
da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; Líder do Grupo de Pesquisa em Fonética e Fonologia –
GPeFF; e-mail: clertonluiz@gmail.com
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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a seguinte pergunta-problema: de que maneira emerge a duração das vogais anteriores altas do
PB e do ILA por aprendizes brasileiros? A partir disso, tivemos como hipóteses que a duração
das vogais analisadas do PB e do ILA não seriam influenciadas pelo vozeamento de consoantes
seguintes e que haveria influência da experiência de uso dos informantes.
Assim, a observação dos dados com contextos fonotáticos diferentes indicou que o
contexto desvozeado é mais propício para a realização do detalhe fonético do ILA, uma vez que
observamos dificuldade de realização de modo esperado nos contextos de vogal seguida de
consoantes vozeadas. Ademais, a análise longitudinal permitiu a observação do comportamento
inesperado da aquisição das vogais, em que no quarto semestre os informantes não conseguiram
atingir a duração alvo das vogais, embora logo no primeiro semestre com contexto desvozeado
houvessem realizado tal feito. O resultado indica, dessa forma, um comportamento complexo
de aquisição da fonologia do ILA por aprendizes brasileiros no caso de contextos desvozeados.
Assim, nossas hipóteses não foram confirmadas. Em suma, a variável vozeamento do
contexto seguinte mostrou-se relevante para a duração das vogais e, por sua vez, a variável
experiência de uso mostrou que no quarto semestre os alunos não apresentaram resultados
significativos para a distinção do detalhe fonético de cada vogal, especialmente em contextos
vozeados.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
BYBEE, Joan. Phonology and language use. Cambridge: Cambridge University Press, 2001.
CRISTÓFARO SILVA, Thaïs. Pronúncia do Inglês: para falantes do português brasileiro. 2ª.
ed. São Paulo: Editora Contexto, 2012.
PIERREHUMBERT, Janet B. Exemplar dynamics: word frequency, Lenition and contrast. In:
BYBEE, Joan; HOPPER, Paul (Comp.). Frequency and the emergence of linguistic
structure. Amsterdam: John Benjamins. p. 137-158, 2001.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
1
Graduada do curso de Licenciatura Plena em Letras, Campus Avançado de Assu, Departamento de Letras
Vernáculas, e-mail: raissa_raienny@hotmail.com; Professor Doutor, Departamento de Letras Estrangeiras,
Campus Avançado de Assu, e-mail: ivan.dilson.ic@gmail.com .
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram selecionadas duas postagens, uma de cada página, ambas postadas no dia 24 de
setembro de 2019 e selecionadas por ter um caráter significativo, tomados como
representativos em função de caracteres como evento de destaque retratado, elaboração da
peça midiática em função do aparato multimodal, para fins de efeitos de relevância e impacto.
Assim, sob essa perspectiva, para a composição do universo da pesquisa, consideram-
se postagens compartilhadas no dia 24 de setembro de 2019, em que o atual presidente da
república brasileira, o senhor Jair Messias Bolsonaro, participou do evento da ONU–
Organização das Nações Unidas, e discursou sobre todo contexto histórico que o Brasil vivia
na época, incluindo em sua fala alguns comentários, que viralizaram na mídia de forma geral,
especialmente, no Brasil.
Fonte: Folha de S. Paulo, 24 set. 2019 Fonte: Mídia Ninja, 24 set. 2019
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Sendo assim, as páginas Folha de São Paulo e Mídia Ninja, utilizaram de recursos
midiáticos para compartilhar em suas vitrines sociais, postagens com ricos aspectos
multimodais para retratar trechos da fala do presidente. Em virtude destas características,
selecionamos as determinadas postagens para compor nosso trabalho.
Dessa forma, o corpus contempla o que se constitui como discurso midiático, trazendo
uma grande significação para construção de relação de poder, ideologia e hegemonia. Com
um alto grau de discurso e semiose, expondo a relação de imagem, texto, cores, fazendo
junção à expressão visual e escolhas de imagens que impactam o seguidor.
CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
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Introdução
1
Aluna da graduação em Letras Língua Portuguesa da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
(UERN). E-mail: tafneslais2013@gmail.com.
2
Professora do departamento de Letras Vernáculas (DLV) e do Programa de Pós -graduação em Letras
(PPGL), da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN); líder do grupo de pesquisa em
Linguística e Literatura (GPELL). E-mail: edmarpeixoto@uern.br.
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 1110
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Por fim, concluímos esta etapa da pesquisa com a convicção de que muitas
investigações ainda serão necessárias para a sistematização do repertório terminológic o
das teorias da argumentação e, consequentemente, para a construção da identidade desse
campo do conhecimento, considerando o caráter heterogêneo da área.
Metodologia
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Resultados e Discussões
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Fonte: as autoras
Conclusão
Agradecimentos
À Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), pela oportunidade
enriquecedora do programa de iniciação científica (PIBIC) que tornou possível a
concretização desta pesquisa.
Referências
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Introdução
É consenso entre os estudiosos da área que os anúncios publicitários têm como
objetivo persuadir um determinado público a obter determinados produtos e serviços.
Diante disso, é importante frisar o alcance que esse gênero teve na sociedade após as
revoluções industriais, e a partir do surgimento do mundo pós-moderno. Passando a
influenciar diretamente na forma de consumo das massas. Com isso, a realidade
consumista foi sendo continuamente modificada, surgindo assim à necessidade de criar
uma forma atrelada aos principais suportes de cada época, que pudesse alcançar um maior
contingente de pessoas, e assim obter lucro através da oferta de bens, produtos e serviços.
Nesse estudo, analisamos anúncios publicitários coletados em sites da internet, e
embasamos nossas análises nos pressupostos teóricos ancorados na semiolinguística,
através do modo de organização descritivo, desenvolvido por Charaudeau (2016), e nos
processos referenciais anafóricos para a construção de sentidos no texto, a partir de
Cavalvante (2011).
Dessa forma, o objetivo desse resumo é divulgar os resultados da pesquisa
proveniente do projeto PIBIC 2019-2020, sob a orientação da Profª. Dra. Jammara
Oliveira Vasconcelos de Sá. Nele, buscamos analisar a relação entre o processo anafórico
e o modo de organização descritivo na constituição do gênero anúncio publicitário em
sites de compras e serviços disponíveis na internet.
Metodologia
Nessa pesquisa, o método selecionado para realizarmos as análises foi de natureza
qualitativa sob o viés teórico de Flick (2009). Tal escolha foi feita, pelo fato de esse tipo
de pesquisa nos permitir um diálogo entre teorias, proporcionando uma visão social e
dialética sobre os pressupostos aqui analisados. Para as análises que tiveram como lócus
o gênero anúncio publicitário, amparamo-nos teoricamente à luz de Charaudeau (2016)
sobre o modo de organização descritivo e em Cavalcante (2011) acerca dos processos
referenciais anafóricos.
No modo de organização descritivo, Charaudeau (2016) busca elucidar como se
dá a estrutura discursiva, explicando o seu processo e o seu resultado. O autor defende
que é através da noção de descrição dos termos que é possível atribuirmos ao objeto do
discurso qualidades que o singularizam. Para isso, esses objetos são baseados na visão
de mundo encontrada na mente do sujeito, ou seja, são adaptados segundo a realidade
cultural de cada um. Ademais, é importante frisar que o processo de descrição envolve
três ações. São elas: o ato de nomear, que significa dar vida a um ser, localizar-situar,
1
Estudante do curso de Letras habilitação em Língua Portuguesa pela Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte (UERN), voluntária do PIBIC/UERN. E-mail: heloisaperegrino939@gmail.com .
2
Professora e pesquisadora do curso de Letras Língua Portuguesa do Departamento de Letras Vernáculas
da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Membro dos grupos de Pesquisa GPELL/ UERN e
GETEME/UFC. Coordenadora do Projeto de Iniciação Científica PIBIC/UERN com ID 2155.E-mail:
jammaravasconcelos@gmail.com.
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designando o lugar que ele ocupa no espaço, e qualificar atribuindo características aos
seres como forma de singularizar cada um.
No tocante aos processos referenciais anafóricos, Cavalcante (2011) destaca que,
na prática, o emprego da referenciação ocorre de maneira bem dinâmica, pois se dá
através dos discursos elaborados pelos sujeitos e suas respectivas bagagens culturais.
Cavalcante (2011) define as anáforas como expressões que estabelecem qualquer situação
de continuidade referencial. Elas são divididas em anáforas correferenciais ou diretas que
retomam um referente já introduzido no texto ou discurso, anáforas indiretas que não
resgatam o mesmo referente, mas introduzem um novo que, na verdade, se relaciona a
pistas que podem ser encontradas no cotexto, e as anáforas encapsuladoras que têm, em
linhas gerais, a função de resumir porções de textos, não alterando, porém, o seu sentido.
Figura 1
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através do recorte objetivo que o sujeito possui sobre ele, no caso do anúncio da
“McDonalds”, o possível consumidor projeta a imagem da mídia na sua realidade.
Além disso, ainda nesse sentido podemos citar o processo referencial anafórico
explicado por Cavalcante (2011) para classificar o termo “DEITE”. Esse verbo é uma
anáfora indireta que além de se relacionar com o termo “DATE”, também liga-se,
imageticamente, a figura do sofá, já que entre outras funções o público utiliza o móvel
para se deitar. Passemos ao segundo anúncio analisado.
Figura 2
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Ademais, no topo do anúncio entre o designer de uma coroa de louros, usada, por
exemplo, em cerimônias de grande prestígio como o OSCAR3, o anunciante seleciona
três aspectos encontrados no batom que podem despertar o interesse do consumidor. Ao
iniciar todos os enunciados com o superlativo “melhor”, o anunciante deseja exprimir um
grau de qualidade superior em relação a outros batons, ao afirmar que o produto possui
“Melhor aplicação”, “Melhor fixação”, e “Melhor beijo”.
Nessa campanha, pode-se perceber que a palavra “Beijo” aparece mais de uma vez.
Através da adjetivação desse termo, vislumbramos que o anunciante tenciona alcançar o
público feminino, em sua grande maioria, com o objetivo de mostrar que o uso do batom
em questão, as ajudará a manter a cor e as deixará despreocupadas com o retoque dele.
Assim, pode-se dizer que esse fato contribui, para a construção de um cenário
romântico no anúncio, em relação a isso Charaudeau (2016) advoga que situar o leitor no
espaço e no tempo adiciona ainda mais veracidade na mente do sujeito. Auxiliando-o a
visualiza o objeto do discurso. No caso desse anúncio, observamos que ao fazer uso do
cosmético, o público destinatário do produto será bem sucedido no plano das suas
relações interpessoais.
Conclusão
Nos anúncios publicitários analisados, é possível observar a forte influência que
as teorias estudadas possuem no que tange aos processos de estruturação do gênero
analisado. Tanto Charaudeau (2016), quanto Cavalcante (2011) desenvolvem uma linha
que converge com a nossa proposta de pesquisa, pois ambos possuem em seus estudos
elementos que nos ajudaram a cumprir com o nosso objetivo de analisar os anúncios
publicitários através dos recursos linguísticos presentes no gênero. Sendo assim, pode-se
dizer que esta pesquisa conseguiu, entre outras metas, mostrar a importância que a
Linguística Textual possui para a compreensão de fenômenos linguísticos recorrentes nos
gêneros, como o analisado.
Agradecimentos:
Agradecemos à Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) e ao
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) por nos
conceder a oportunidade de desenvolver pesquisas como essa, que nos ajudam a evoluir
como estudantes e profissionais da área.
Referências
CAVALCANTE, M.M. Coerência, referência, e ensino. São Paulo: Cortez, 2014. 170
p.
CHARAUDEAU, P. Modo de organização descritivo. In: _______. Linguagem e
discurso: modos de organização. 2. Ed. Tradução: Angela M. S. Corrêa e Ida Lúcia
Machado. São Paulo: Contexto, 2016. 107 -150 p.
FLICK, U. Desenho da pesquisa qualitativa. Tradução: Roberto Cataldo Costa. Porto
Alegre: Artmed, 2009. 147 p.
3
Cerimônia anual realizada pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas que premia e homenageia
profissionais da indústria do cinema pelas suas respectivas contribuições no ramo.
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Introdução
A Pragmática se ocupa em estudar os elementos extralinguísticos para analisar o que
está presente no enunciado, explicitamente ou subentendido.
Um dos primeiros estudiosos a usar o termo pragmática foi o filósofo americano Peirce
(1839), em seu artigo How to make our ideas clear. Nele, o autor escreve sobre a tríade
pragmática: as relações entre signo, objeto e interpretante. Através deste esquema, Pierce
estabelece uma relação entre o que se diz, a quem este dito remete e o que ele significa. Uma
das teorias precursora dos estudos da pragmática e que possui grande relevância neste campo
de estudo da linguagem é a teoria dos atos de fala, proposta por Austin (1962), que será objeto
de estudo desta pesquisa.
Nosso estudo se fundamenta, também, na Gramática do Designer Visual, que estuda,
dentre outros, textos publicitários como veículo de comunicação. Esse gênero textual está
presente no nosso dia a dia, em forma de representações visuais, que se organizam e se
estruturam nos textos multimodais.
Este trabalho apresenta uma análise de algumas propagandas em língua espanhola
veiculadas em blogs e no twitter. Por se tratar de um gênero amplamente divulgado em meios
diversos, esse trabalho se justifica por fazer uma leitura interpretativa do texto propagandístico
a fim de melhor compreender como os recursos verbais e não verbais contribuem para um todo
significativo. São nossos objetivos: averiguar como o ato de fala diretivo aparece nos anúncios
publicitários; analisar as publicidades a partir da gramática do design visual na categoria
composicional; compreender como a gramática do design visual e os atos de fala contribuem
para a compreensão do gênero textual anúncio publicitário.
Metodologia
Nesse trabalho, utilizamos a metodologia descritiva e qualitativa, visto que se trata de
uma análise que busca analisar e descrever o ato de fala diretivo presente em anúncios
publicitários.
Incialmente, realizou-se um amplo estudo bibliográfico de autores que fundamentam as
teorias para este estudo: Austin (1962) e Searle (1969) que versam sobre os atos de fala, bem
como Kress, G. e Van Leeuwen (2006) que conceituam a gramática do design visual (GDV).
Posteriormente, selecionamos o corpus a ser analisado na pesquisa. Foram selecionados
sete textos, depois, nos detivemos ao estudo de cinco anúncios que melhor atendiam a nossa
proposta. Nosso terceiro passo se constituiu em analisar como o ato de fala diretivo se apresenta
nesse texto, assim como analisar os anúncios à luz da categoria composicional da GDV.
Resultados e discussão
Dentro da linguística, a pragmática estuda a linguagem em seu contexto de
comunicação. Dentro desse campo de estudos se desenvolve a teoria dos atos de fala que Austin
1
Estudante do curso de Licenciatura em Letras com Habilitação em Língua Espanhola, do Departamento de
Letras Línguas Estrangeiras, DA Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail:
rafarla_dalila18@hotmail.com.
2
Professor do Departamento de Letras Línguas Estrangeiras da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte;
e-mail: pedroadriao@uern.br.
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Essa publicidade foi veiculada na Argentina, país onde o inverno coincide com o
período de férias. Nesse sentido, a propaganda da coca-cola faz um apelo para que as pessoas
consumam o refrigerante mesmo em um clima frio. A expressão “tomá lo” deixa evidente esse
apelo da marca. O uso do imperativo é muito recorrente em publicidades e nesse caso, assinala
o ato de fala diretivo, levando o leitor a consumir um produto que seria mais apropriado para
estações quentes. A garrafa da coca-cola apresentada no centro da imagem se constitui como o
núcleo da mesma. Para a GDV, os elementos que se apresentam no centro da imagem tem um
valor maior do que os elementos que ocupam as margens, assim, o destaque que é dado a garrafa
visa chamar a atenção do público, enquanto os elementos que estão nas margens são
subordinados a imagem nuclear.
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O anúncio da cerveja “Damm” apresenta um tom machista: nele, podemos ver um garoto
avisando para a mãe que o pai espera essa cerveja em casa. Ou seja, a mulher sempre
responsável por fazer as compras é advertida pelo filho para não esquecer de comprar a cerveja
preferida do pai. A fala do garoto emprega o imperativo negativo “no”, o que configura o uso
do ato de fala diretivo que na frase funciona como uma advertência para que a cerveja do pai
esteja na lista de compras da casa.
No que concerne à imagem do lado esquerdo do anúncio temos o “real”, que de acordo com a
GDV é algo com o qual o leitor já está familiarizado. Do lado direito está o “novo”, ou seja,
algo que não é de conhecimento do leitor ainda, mas que requer sua atenção.
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O anúncio quatro foi retirado do twitter e chama atenção para um problema social: a
violência contra a mulher. Para evidenciar a luta feminina e deixar claro o apoio a todas que
passam por esse problema, a propaganda utiliza a expressão “respondamos” que designa uma
ordem ou aviso. Esse uso denota o ato de fala diretivo. Quanto a GDV, observamos a saliência
que em ambas partes estão no mesmo nível de evidência.
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nossa ação docente. Portanto, estudar as crenças presentes em o livro didático de língua inglesa
supracitado, sobre a orientação metodológica do ensino comunicativo de línguas, é, a nosso ver,
emergente, haja vista a relevância direta na qualidade do processo de aprender e de ensinar
língua inglesa.
No tocante à escrita, um dos primeiros pontos que merecem reflexão é a escrita como
trabalho. Escrever é mais do que ter inspiração, é trabalho, é desenvolver estratégias, é ter
perseverança para construir significados. Nesse sentido, não há espaço para se pensar em “dom
para a escrita”. Corroborando com essa visão, Antunes (2005, p. 38) afirma que “o mito de que
somente sabem escrever as pessoas que nasceram com esse ‘dom’ cai por terra numa análise
aprofundada e objetiva.
O conhecimento linguístico é outro aspecto necessário para o desenvolvimento da
escrita. Dominar a língua é a primeira exigência do ato de escrever. Escreve melhor quem
melhor conhece a língua, no entanto, isso não é o único elemento da construção do texto. De
acordo com Koch (2003, p. 30), “o sentido de um texto, qualquer que seja a situação
comunicativa, não depende tão somente da estrutura textual em sim mesma”. Construir um
texto perpassa por fatores que vão além do simples conhecimento das estruturas da língua
(ANTUNES, 2005).
Vale a pena ressaltar que escrever é também ter conhecimento do mundo, visto que
interagimos nesse espaço. Conforme salienta Oliveira, M. N. (2004, p. 31), “capacidade para
escrever indica a habilidade para funcionar como um membro letrado de uma comunidade
discursiva particular, formada com valores e práticas sociais pré-estabelecidas.”
A concepção destacada é a de uma visão escrita inter-relacionada com o resto do
mundo. Aprender a escrever é, dentre outras coisas, pertencer ao mundo e compreender as
práticas sociais de uma forma crítica. Como também escrever se refere a estar ligado a um grupo
social particular, cuja linguagem e cultura é comum aos membros, como ressalva a Noção de
Membro da etnometodologia, destacada por Garfinkel (1967).
Nessa perspectiva, escrever significa comunicar, interagindo com o outro através da
linguagem. É uma forma de compartilhar informações, crenças, emoções, alcançar propósitos
particulares e desenvolver o pensamento. Como argumenta Vygotsky (1995, p. 44), “o
desenvolvimento do pensamento é determinado pela linguagem, isto é, pelos elementos
linguísticos do pensamento e pela experiência sócio-cultural”.
Portanto, é nessa perspectiva que acreditamos que as crenças, reveladas pelas
atividades propostas de escrita do livro didático American Headway, podem nos dizer muito
sobre os limites dessa interação e do ensino comunicativo no espaço de sala de aula de língua
inglesa.
Metodologia
O foco desta pesquisa são as crenças sobre as atividades de escrita presentes no livro
didático American Headway (second edition), utilizado pelo departamento de Letras, do
Campus Avançado Profa. Maria Elisa de Albuquerque Maia (CAMEAM), da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Inserida dentro das ciências humanas ou
“educacionais”, esta pesquisa se caracteriza como uma investigação qualitativa,
interpretativista, descritiva e bibliográfica. Segundo alguns linguistas aplicados (NUNAN,
1992; SIGNORINI, 2005), a abordagem qualitativo-interpretativista é a mais adequada para a
investigação de temas subjetivos e complexos, com características que envolvem a cognição, a
heterogeneidade, o social, o individual e o emergente, como é o caso das crenças. O enfoque
qualitativo e a interpretação dos significados atribuídos pelos informantes desta investigação
(autores dos livros) fazem esta investigação se aproximar do que Erickson (1986) e Moita Lopes
(1994) intitulam pesquisa interpretativista. Esta pesquisa também tem o enfoque descritivo,
uma vez que pretende explorar um estudo de detalhada circunscrição do livro didático
pertencente ao ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras (língua inglesa). No nosso estudo,
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essas associações estão ligadas às atividades didáticas fornecidas pelo livro didático American
Headway (second edition), editado em 2010 pela editora Oxford University Press. O livro tem
cinco volumes e doze unidades temáticas, com exceção do livro starter que tem quatorze
unidades. Foram analisadas três unidades de cada volume, selecionadas aleatoriamente, para
identificar as crenças presentes nas orientações das atividades de escrita. Nossa hipótese
preliminar, nesta pesquisa, foi a de que os volumes possam encaminhar atividades de escrita
considerando a comunicação autêntica e significativa.
Após identificar as atividades de writting, realizamos a coleta em forma de prints, para
construção do corpus, que foi composto por 14 atividades, em seguida foi realizada a análise e
obtenção dos resultados obtidos. Tivemos como aporte teórico os estudos das crenças com
Barcelos (2004), (2006), Oliveira (2007), Perine (2012); Experiência e ensino aprendizagem
com Micolli (2010); sobre a escrita em língua estrangeira com Bastos (1996) e Souza (2002).
Resultados e Discussões
Durante o processo de investigação das atividades selecionadas dos livros do 6º e 9º
ano, foi possível identificar as crenças apresentadas por esse material a respeito do uso de
tecnologias digitais no processo de aprendizagem de uma língua estrangeira. Iremos apresentá-
las a seguir.
No livro didático American Headway Second Edition percebe-se a presença de crenças
relacionadas a escrita condicionada e nos lembra do que Souza (2002) define como
“composição controlada”, ou seja, relaciona-se diretamente com o fato de tratar a escrita
como fenômeno secundário no processo de aprendizagem de uma Língua Estrangeira.
Alguns exercícios solicitam que o aluno construa sentenças isoladas a partir das palavras
que estão dispostas dentro de um quadro. Identificamos a crença de que, com algumas
atividades, não é possível explorar todo o potencial da produção escrita, visto que o aluno
permanece condicionado à repetição de padrões e estruturas da LE.
Isso se torna problemático pois tratam também a escrita como fixação de conteúdo
apresentado nas lições do livro didático. Bastos (1996) salienta que corrigir um texto apenas
em gramática e estrutura, sem focar no conteúdo do texto em si, o qual também é crucial para
a construção de sentido de um texto, não explora todo o potencial no processo de ensino-
aprendizagem de uma LE.
Em suma, exercícios focados em decorar sentenças, não são suficientes para ensinar ao
aluno a produção escrita em uma LE. O ato de escrever, em si, deve ser focado no pleno
exercício da liberdade, o aluno deve ter autonomia para explorar a sua capacidade de produzir
textos complexos em língua inglesa. Tendo em mente que escrever não é somente construir um
texto com frases soltas, sem que haja sentido e seja possível comunicar diretamente ao leitor
aquilo que se espera.
Diante do exposto, fica como responsabilidade do professor repensar tais atividades e
identificar de que modo é possível adaptá-las para a prática comunicativa e social de alunos em
processo de aprendizagem em língua inglesa. Sendo assim, abordar essas atividades em sala de
aula refletindo o poder comunicativo que a escrita possui, é essencial para a compreensão e
proficiência desses alunos.
Conclusão
Este trabalho teve como objetivo principal suscitar uma reflexão acerca de crenças
presentes no livro didático American Headway Second Edition e seus respectivos volumes, com
recorte temático em atividades de writing. Diante disso, foram apresentadas três unidades de
cada volume, a fim de obter uma análise crítica e detalhada das atividades de writing
selecionadas para o material didático.
Pretende-se, através destas colocações, despertar o interesse de alunos e professores para
reverem a forma como as atividades de writing são apresentadas nos materiais didáticos. Sendo
possível relações com atividades externas, explorar as capacidades cognitivas dos alunos com
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1
Estudante do curso de Letras/Língua Inglesa, do Departamento de Línguas Estrangeiras (DLE), da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Campus Avançado de Pau dos Ferros (CAPF); e-mail:
josepereira@alu.uern.br.
2
Professora doutora do Departamento de Línguas Estrangeiras (DLE), da Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte (UERN), do Campus Avançado de Pau dos Ferros (CAPF); e-mail: elietequeiroz@uern.com.
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Fonte: Denúncia por crime de responsabilidade n. 1/2015 (BICUDO et al., 2015, p. 2-3)
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mesmo assim, contrariou a lei, omitiu a abertura de empréstimos e não foi honesta com o
povo.
Para complementar e finalizar a representação de Incompetente, os advogados usam
outro campo semântico no percurso de sentido do texto. Dessa vez, a “Operação Lava Jato” é
apresentada como referente. Por meio do verbo da predicação “colhe”, a ação policial
denominada de Operação Lava Jato descobria os desvios de dinheiro praticados dentro da
Petrobrás e aprisionava políticos e pessoas próximas à ex-presidenta. Podemos ligar esse
argumento ao ditado popular “me diga com quem tu andas, que te direi quem tu és”, pelo qual
a denúncia tenta nos convencer que seria impossível que Dilma Rousseff se mantivesse hígida
e decente, haja vista que estava rodeada por sujeitos políticos que se alinhavam ao desvio de
dinheiro dos cofres públicos. Portanto, se os governantes de um nível inferior da hierarquia
política e subordinados da ex-presidenta eram corruptos, seria inevitável que a responsável
por esse governo não fosse corrupta, tendo em vista a sua função centralizadora.
Conclusão
Neste estudo, analisamos as Rds do tema “Dilma Rousseff” no texto da denúncia de
abertura do processo de impeachment contra a ex-presidenta. Os advogados constroem as
imagens de uma Presidenta que é Irresponsável, Criminosa e Incompetente. A estratégia
argumentativa que engendra o discurso dos denunciantes se organiza sob três pilares:
primeiro, tentam desconstruir a imagem positiva de uma presidenta competente e honesta;
segundo, põe em jogo as suas relações como elemento decisivo e comprobatório de sua
conduta corrupta; e terceiro, dizem ser os representantes do povo brasileiro, que manifesta o
desejo de vê-la impedida de comandar o país.
Agradecimentos
Sou grato ao CNPQ pelo incentivo e a minha orientadora por ter me escolhido.
Referências
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Maria das Graças Soares Rodrigues et al. São Paulo: Cortez, 2011.
ALMEIDA, W. M.; QUEIROZ, M. E. Povo brasileiro: representações discursivas no
discurso da presidenta Dilma Rousseff. Diálogo das Letras, Pau dos Ferros, v. 05, n. 01, p.
82-96, jan./jun. 2016.
BRASIL. Lei nº 13.053/2014, 15 de dezembro de 2014. Dispõe sobre as diretrizes para a
elaboração e execução da Lei Orçamentária de 2014. Brasília, DF: Presidência da República,
2014. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13053.htm.
Acesso em: 25 jun. 2020.
BRASIL. Lei nº 12.952/2014, 20 de janeiro de 2014. Estima a receita e fixa a despesa da
União para o exercício financeiro de 2014. Brasília, DF: Presidência da República, 2014.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12952.htm. Acesso
em: 25 jun. 2020.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Senado
Federal, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm.
Acesso em: 25 jun. 2020.
QUEIROZ, M.E. Representações discursivas no discurso político. “Não me fiz sigla e
legenda por acaso”: o discurso de renúncia do senador Antonio Carlos Magalhães
(30/05/2001). 2013. 188f. Tese (Doutorado) -Programa de Pós-Graduação em Estudos da
Linguagem, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Natal. 2013.
RODRIGUES, M. das G. S; PASSEGGI, L; SILVA NETO, J. G. “Voltarei. O povo me
absolverá...”: a construção de um discurso político denúncia. In: ADAM, J.; HEIDEMANN,
U; MAIGUENEAU, D. (org.). Análises textuais e discursivas: metodologias e aplicações.
São Paulo: Cortez, 2010. p. 150-195.
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Introdução
Pautado nessa perspectiva, este projeto insere-se, pois, no âmbito fonológico, visando a
descrever, como manifesto no título, o fonema /s/ em posição de coda no falar mossoroense.
Faz-se necessário, porém, relembrar que o constituinte silábico ao qual, neste trabalho, dá-se o
nome coda outras designações conceituais recebe. Para Camara Jr. (1970), por exemplo, aos
elementos marginais pospostos à vogal, centro da sílaba, dá-se o nome de consoantes pós-
vocálicas. Neste projeto, porém, adotar-se-á, quanto à nomenclatura utilizada para designar a
posição final de uma sílaba, a classificação proposta por Roberto (2016), qual seja: coda
silábica.
Sobre o /s/ em posição de coda silábica, muitos estudos já foram desenvolvidos ,
sobretudo em relação ao seu aspecto variável (cf. PEDROSA, 2009, por exemplo). Devido,
pois, a essa recorrente variabilidade, desperta-se e justifica-se o desejo de investigar, no falar
culto mossoroense, as ocorrências do fonema /s/ em posição de coda silábica.
Metodologia
1 Estudante do curso de Letras Língua Portuguesa e Respectivas Literaturas do Departamento de Letras Vernáculas
da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: carloseduardolpt@gmail.com
2
Professor do Departamento de Letras Vernáculas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. e-mail:
gcario65@hotmail.com
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Resultados e Discussões
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Conclusões
Esta pesquisa apresenta quantos e quais foram os alofones do /s/ pós-vocálico
encontrados no falar culto mossoroense, bem como os fatores de variação observados em cada
realização. E, por assim proceder, cumpre os objetivos nela delineados. Os resultados
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encontrados neste percurso sugerem que, em se tratando do /s/ em posição de coda, o alofone
predominante no falar culto mossoroense é o [s], tendo em vista que ocupou 68.1% das
realizações contidas no corpus deste trabalho.
Além disso, percebeu-se quais alofones são realizados no falar culto mossoroense e
quais, ao menos no corpus desta pesquisa, não são. Viu-se assim que, diante de todas as
possiblidades de realização do /s/ pós-vocálico, apenas os alofones [s], [ʃ] e [z] foram
visualizados neste trabalho.
Por assim proceder, este projeto contribui, enfim, para traçar o perfil do falante culto
mossoroense, tendo em vista que o âmbito no qual se insere, ou seja, o linguístico, revela,
significativamente, a identidade dos usuários de uma determinada língua (BAGNO, 2015).
Agradecimentos
Referências
BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico. 56. ed. São Paulo: Parábola Editorial,
2015.
FARACO, Carlos Alberto. Norma culta brasileira: desatando alguns nós. São Paulo:
Parábola Editorial, 2008. 200p.
ROBERTO, Mikaela. Fonética, fonologia e ensino: guia introdutório. São Paulo: Parábola
Editorial, 2016. 175p.
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Introdução
Delimitada pelo linguista francês Jean-Michel Adam e concebida como um meio de
assentar os campos da Linguística Textual (LT) e da Análise do Discurso (AD) em torno de
uma nova concepção sobre o texto, a Análise Textual dos Discursos (doravante ATD) é uma
proposta teórica e metodológica significante para se pensar o texto/discurso. Trata-se, assim, de
uma abordagem que investiga o texto sob à luz de sua faceta discursiva, reveladora de pontos
de vista, de posicionamentos e de representações acerca de seus sujeitos enunciadores, abrindo
margens para o diálogo com outros quadros teóricos da LT, da qual é parte integrante, bem
como das Teorias Enunciativas e da AD.
Vinculado ao projeto de pesquisa “‘Testemunhos, dicas, conselhos...’: um estudo do
ethos em discursos de uma influenciadora digital sobre experiências da maternidade”, este
trabalho tem como objetivo principal investigar como se dá a construção do ethos em discursos
produzidos por uma influenciadora digital sobre experiências da maternidade em um blog
pessoal, centrando-se em um corpus composto de textos orais e escritos, apresentados como
dicas e conselhos, coletados a partir do perfil público da blogueira nas plataformas Facebook
(“De mãe para mamãe”) e Instagram (@demaeparamamae). Especificamente, pretendemos: (i)
identificar e classificar os tipos de pontos de vista sobre experiências da maternidade
mobilizados pelo fiador do discurso no blog pessoal; (ii) verificar como os pontos de vista são
hierarquizados, como são (não) assumidos na argumentação e associados aos gêneros nos quais
são materializados; (iii) descrever os componentes visuais e verbais que compõem os discursos
do fiador no blog pessoal, observando como eles atuam na construção de uma imagem de si,
seu ethos dito e/ou mostrado; (iv) interpretar o modo como a influenciadora digital incorpora
seu interlocutor e quais os possíveis estereótipos ativados na construção de uma imagem de si;
(v) analisar, comparativamente, a atuação dos componentes visuais e verbais para a construção
do ethos do fiador em comunicações da fala e da escrita na web, nas duas referidas plataformas.
Metodologia
Centrando-se nos postulados da ATD, a presente pesquisa se volta para a interpretação
do sentido global dos enunciados através da observação de seus elementos internos e de sua
articulação com a dimensão discursiva, como propõe Adam (2011). Para o teórico, o estudo dos
níveis de análise textual (textura, estrutura composicional, semântica, enunciação e atos de
discurso) devem ser apreendidos dentro de uma relação indissociável com os níveis de análise
de discurso (objetivos, interação social e formação sociodiscursiva), que são determinantes na
materialização textual. Assim, detemo-nos nos fenômenos de Responsabilidade Enunciativa
(doravante RE) e coesão polifônica, relativos ao nível 7 de análise textual proposto por Adam
(2011). Outrossim, perscrutamos Rabatel (2016) e a sua problemática geral do ponto de vista.
1
Estudante do curso de Letras/Língua Portuguesa, pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN);
e-mail: lareskafreitas@gmail.com.
2
Professora do Departamento de Letras Estrangeiras (DLE) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte,
membro do Grupo de Pesquisa em Produção e Ensino do Texto (GPET): e-mail: rosangelabernardino@uern.br.
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Por constituir uma “reflexão epistemológica e uma teoria de conjunto” (ADAM, 2011,
p. 25), a ATD inscreve-se como um lugar privilegiado de encontros teóricos, propiciando,
assim, uma abertura para discutir a noção de ethos, originalmente formulada pelo campo da
retórica, e redefinida por Dominique Maingueneau no campo da AD. Nessa concepção, um
olhar atento dos analistas sobre textos orais e escritos pode revelar as imagens e representações
dos sujeitos enunciadores que surgem em todo ato de enunciação, ou seja, o seu ethos. Partindo
de Maingueneau (2016), exploramos essa noção através do conceito de fiador discursivo. Este
corresponde a uma instância enunciativa que emerge como uma “voz” e como um “corpo
enunciante”, cuja identidade é o produto de sua enunciação e, ainda, o seu fator de legitimação.
Nosso corpus é constituído por 3 textos escritos e 4 textos orais, coletados a partir do
perfil público da influenciadora digital Mirela Acioly nas plataformas Facebook (“De mãe para
mamãe”) e Instagram (@demaeparamamae). Como critérios de seleção do corpus, definimos:
(a) a presença de um eixo temático discursivo sobre experiências de maternidade e seus assuntos
derivados (cuidados pessoais, vida profissional da, casamento etc.); (b) os enunciados com
objetivos, estrutura composicional e recursos linguísticos característicos dos gêneros de
discurso dicas e conselhos; (c) a seleção de enunciados produzidos pela influenciadora digital,
mesmo que sejam casos de interação comunicativa com as assinantes, inscritas e/ou seguidoras.
Apoiamo-nos em uma abordagem qualitativa, de natureza descritivo-interpretativa.
Utilizamos o processo misto de análise (MORAES, 2003), que combina os métodos dedutivo
e indutivo, visando articular reflexões acerca de categorias prévias e possíveis categorias
emergentes dos textos. Por fim, usamos o método comparativo (SCHNEIDER; SCHMITT,
1998) para ponderar acerca das relações entre os componentes visuais e verbais dos enunciados.
Resultados e discussões
Durante o processo de identificação, classificação e interpretação dos dados de nosso
corpus, divisamos pontos de vista (doravante PDV) cujas origens remetem especialmente a
quatro domínios distintos, mas que se conectam na materialização discursiva e que são
decisivos para a efetivação dos ethe discursivos do fiador, a saber: psicologia, empoderamento
feminino, experiências de maternidade e senso comum.
Considerando a distinção entre os tipos de pontos de vista, isto é, PDV narrado (cujas
falas pessoais do locutor-enunciador primeiro são escondidas por uma narração objetivante),
PDV embrionário (centro de perspectiva em um enunciador intradiscursivo, disposto em “ilhas
textuais”), PDV representado (representação das percepções de um enunciador de modo
aparentemente objetivante) e PDV assertado (de debreagem enunciativa máxima, constituído
pelos posicionamentos explícitos do locutor-enunciador primeiro) (RABATEL, 2016), notamos
uma ascendência pujante deste último sobre os demais em todo o nosso corpus. Tal constatação
ecoa na atitude do fiador dos discursos: essa “instância subjetiva encarnada”
(MAINGUENEAU, 2016) não se restringe em ostentar uma postura distanciada acerca dos
conteúdos proposicionais de sua enunciação. Pelo contrário, mesmo quando reverbera PDV
alheios, o fiador demonstra uma atitude de acentuado engajamento em face destes, assinalando
uma predominância dos movimentos de assunção de RE em sua argumentação.
Dentre as principais categorias definidoras de RE indicadas por Adam (2011),
verificamos que as modalidades e os índices de pessoas estiveram presentes em todos os textos
sondados, corroborando a análise apreendida quanto ao patente comprometimento e avaliação
do fiador sobre os dizeres. Isto coaduna-se com o caráter muito pessoal que cerca a proposta de
diário íntimo/álbum fotográfico/espaço de interação configurada nas redes sociais em exame.
Em relação aos gêneros de discurso dicas e conselhos, percebemos que apesar de terem
um contrato genérico dinâmico, seguem certas regularidades para que sejam percebidos
enquanto tais (finalidades, estatuto dos parceiros, lugar e tempo legítimos, suporte, composição
e recursos linguísticos). Nesse processo, a mobilização dos PDV pelo fiador, a forma como
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Hoje mais que nunca eu tenho certeza de que pequenas atitudes minhas hoje, podem fazer
toda a diferença na vida e no futuro dos meus filhos.
Entao, quando hoje por exemplo eu arrumo o material escolar dele, eu não mais faço
achando que é uma “obrigação” minha e sim que é mais uma oportunidade que eu tenho de mostrar
para o meu filho o quanto eu o amo e cuido dele. Por isso eu me encantei tanto por essas etiquetas
da @bbdu_instagram que contém mensagens de incentivo que falam o quanto ele é incrível, o quanto
eu acredito nele, o quanto eu me orgulho dele e muito mais [...]. A gente precisa lembrar sempre
que a maneira como amamos os nossos filhos influencia diretamente na maneira como eles irão se
amar e amar o próximo, então aproveite cada oportunidade para fazê-lo da melhor maneira! [...]
Fonte: Mirela Acioly, 21 jan. 2020. Disponível em: <https://cutt.ly/mfIjroK>. Acesso em: 03 mar. 2020.
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Aí, alguém vem aqui e diz: “Não tenho essa maturidade”. Quando você diz que não tem essa
maturidade, de alguma forma você tá dizendo assim: “Não tenho nem quero ter! Prefiro continuar
sendo como sou”. Você pode até dizer: “Não! Não é nada disso! ”, mas, de alguma maneira, é sim!
Porque quando você entende que alguém tá dizendo alguma coisa que pode te trazer uma melhoria
pros teus relacionamentos, principalmente, para o teu relacionamento, amiga, você... vai dizer
assim: “Opa, peraí! Calma, eu preciso prestar atenção aqui, no que a pessoa tá dizendo, e eu preciso
aprender sobre isto”. Porque eu tô falando pra você, isso daqui salva literalmente vidas! Trazendo
até pras crianças, tem muita criança que é muito mal compreendida exatamente porque pais não
entendem de perfis comportamentais, não aceitam e não respeitam o perfil da criança, e aí tentam
fazer o quê? Moldar a criança, fazer a criança ser uma coisa que ela não é.
Fonte: Mirela Acioly, 07 jan. 2020. Disponível em: <https://cutt.ly/VfIh1LV>. Acesso em: 04 mar. 2020.
O excerto 2, por seu turno, representa a transcrição integral de um vídeo postado nas
plataformas digitais e dá mostras das várias possibilidades propiciadas pela Web enquanto zona
de multimodalidade. Diante disso, o fiador que a princípio se porta com criticidade, desenvolve
paulatinamente – através de linguagem, tom de voz, gestos e olhares incisivos – conselhos
amparados no estabelecimento de um vínculo de afeição. Deixa de ser apenas uma celebridade
da internet que se dirige às mães sequiosas por um conteúdo atraente e passa edificar a imagem
de mãe que compartilha dos mesmos problemas (ethos experiente) e, ainda, alguém em quem
confiar: a amiga. Assim, a forma como tal fiador incorpora o coenunciador ao colocar-se em
lugar de igualdade é o fator catalizador da adesão ao seu discurso.
Conclusões
Constatamos a presença de dois tipos proeminentes de representações vinculadas à
instância enunciativa gestora da tessitura textual (fiador): ethos motivador e ethos experiente.
A partir de uma postura de estrito comprometimento diante das relações predicativas, o fiador
assume a RE nos enunciados, engajando-se com seus interlocutores, pela forma como aborda a
temática da maternidade. Tal postura de enfática responsabilização é explicitada nos tipos de
PVD que o fiador mobiliza, destacando-se o uso do PDV assertado, manifestado através de
notórios atos de fala e julgamentos do fiador. Outrossim, a junção dos elementos verbo-visuais
de tom pessoalista patente com a intimidade do costumeiro ambiente de gravação dos vídeos
(casa da influenciadora) endossa todo o senso de familiaridade almejado pelo fiador e alinha-
se à proposta de reconhecimento e receptividade direcionado ao público materno e feminino.
Agradecimentos
Agradecemos a todos os colegas do Grupo de Pesquisa em Produção e Ensino de Texto
(GPET) que colaboraram com nossos estudos, à docente orientadora, à UERN e ao PIBIC.
Referências
ADAM, J. M. A linguística textual: uma introdução à análise textual dos discursos. Trad. de
M. das G. S. Rodrigues et al. Rev. Técnica: J. G. da Silva Neto. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
MAINGUENEAU, D. Ethos, cenografia, incorporação. In: AMOSSY, R. (Org.). Imagens de
si no discurso: a construção do ethos. São Paulo: Contexto, 2016, p. 69-92.
MORAES, R. Uma tempestade de luz: a compreensão possibilitada pela análise textual
discursiva. Ciências & Educação, v. 9, n. 2, p. 191-211, 2003. Disponível em:
<https://cutt.ly/CfIhHi5>. Acesso em: 29 ago. 2020.
RABATEL, A. Homo narrans: por uma abordagem enunciativa e interacionista da narrativa.
Trad. de M. das G. S. Rodrigues, L. Passeggi e J. G. da Silva Neto. São Paulo: Contexto, 2016.
SCHNEIDER, S.; SCHMITT, C. J. O uso do método comparativo nas ciências sociais.
Cadernos de Sociologia, Porto Alegre, v. 9, p. 49-87, 1998. Disponível em:
<https://cutt.ly/sfIhCZk>. Acesso em: 29 ago. 2020.
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Introdução
1
Relatório Final de Projeto Institucional de Fluxo Contínuo 2019/2020.
2
Estudante do curso de Letras-Inglês, do Departamento de Letras Estrangeiras da UERN. E-mail:
allanravel2011@hotmail.com
3
Estudante do curso de Letras-Português, do Departamento de Letras Vernáculas da UERN. E-mail:
andreareboucas@outlook.com.br
4
Estudante do mestrado – PPGL, Pau dos Ferros. E-mail: milahpraxedes@hotmail.com
5
Estudante do curso de Letras-Inglês, do Departamento de Letras Estrangeiras da UERN. E-mail:
clistenes.o.s@gmail.com
6
Estudante do curso de Letras-Inglês, do Departamento de Letras Estrangeiras da UERN. E-mail:
sandson3144@gmail.com
7
Professora do Ensino Básico, participante do Grupo de Pesquisa. E-mail: professoravilani@gmail.com
8
Professora do Departamento de Letras Vernáculas da UERN, participante do Grupo de Pesquisa. E-mail:
luciahelenamct@hotmail.com
9
Professor do Departamento de Letras Vernáculas da UERN, líder do Grupo de Pesquisa. E-mail:
f.paulinhos@uol.com.br
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Metodologia
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Resultado e Discussões
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Nos trabalhos e leituras feitas durante a pesquisa, deixaram entrever que as formas
discursivas da memória política se inscrevem nas modalidades de existência do enunciado.
Assim, o enunciado participa de um domínio associado (FOUCAULT, 2000), estabelecendo
uma interdiscursividade que garante que alguns discursos devem poder ser lembrados, repetidos
como força argumentativa. Nesse sentido, como o discurso político é também espaço de
legitimação e, por isso, propício ao exercício de uma Vontade de Verdade (FOUCAULT, 1996),
para a qual a memória é força geradora de sentido, a relação interdiscursiva é recorrente nos
usos e abusos da memória na prática discursiva da política. A análise dos discursos do atual
governo sobre a ditadura confirma que a memória é uma operadora de sentidos na política.
Conclusão
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Agradecimentos
A todos que compõem o Grupo de Estudo dos Discurso da UERN – GEDUERN, que
dividem conosco saberes e afetos;
A PROPEG - UERN, por oportunizar políticas de incentivo à produção científica;
Ao DLV/FALA – UERN, pela parceria;
Ao Programa de Pós-graduação em Ciências da Linguagem – PPCL, pelo apoio e
participação neste projeto.
Referências
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Introdução
Este projeto tem como base a linguística aplicada e possui como problemática as
questões entorno das relações afetivas inter-raciais. Em uma sociedade miscigenada, onde não
existe uma raça pura, as relações afetivas inter-raciais têm muito envolvimento nisto, pois foram
elas que propiciaram esse estado de diversidade racial. Tendo em vista esta estruturação da
sociedade, buscamos então, analisar discursos produzidos por estudantes universitários,
observando seus pensamentos, acerca do assunto.
Quando se trata de relações afetivas inter-raciais, um assunto que se torna
indispensável nesta análise é o racismo, pois além de ser um tema bem recorrente no corpo
social do Brasil, vem obtendo mais relevância no cenário mundial, influenciando muito na
formação dos relacionamentos brasileiros, pois a “cor” tem uma atuação enorme na criação das
uniões afetivas, sendo visto por alguns como “requisito” necessário.
Quando se trabalha o racismo dentro destas produções discursivas, tem que se levar
em conta uma história de opressão acerca do povo negro, como evidencia a psicanalista Santos
(1983 p.19) afirmando que “a sociedade escravista, ao transformar o africano em escravo,
definiu o negro como raça, demarcou o seu lugar, a maneira de tratar e ser tratado, os padrões
de interação com o branco e instituiu o paralelismo entre cor negra e posição social inferior”,
ou seja, além da rotulação do negro como raça, foi feita também a inferiorização da mesma.
Quando se trata do “negro” no merca das relações afetivas, ele tem uma certa
“desvantagem” comparado ao “branco”, seja por não encaixar-se no “padrão de beleza”
imposto pela sociedade, por ser marginalizado pelas famílias das pessoas com quem
relacionam-se, ou até mesmo por não serem vistos como potencial para um matrimônio, como
diz Munanga (2004, p. 100) “a rejeição do negro e do mestiço cresce à medida que as
manifestações do casamento se aproximam da convivência das pessoas”. O que não podemos
negar é que existe um preconceito sobre essas pessoas, e isso se reflete em muitos parâmetros
da sociedade.
Justifica-se essa pesquisa, pela necessidade de oportunizarmos que os envolvidos
tenham um espaço em que possam pensar em suas práticas, assim criar recriar novas posições
e pensamentos acerca do assunto.
O objetivo principal dessa produção foi analisar depoimentos com experiências de
pessoas que vivenciam ou vivenciaram relações afetivas inter-raciais.
Este relatório trata de uma pesquisa dentro do paradigma qualitativo interpretativista
(MOITA-LOPES, 1994). Este defende que uma das maneiras eficazes de se conseguir
conhecimento é por meio desse tipo de estudo, pois a pesquisa nas ciências sociais é de natureza
humana, sendo assim interpretadas por “conhecimentos humanos”.
No trabalho foram analisadas sete (07) narrativas produzidas por alunos universitários.
Inicialmente foram feitos estudos teóricos com o bolsista, para que ampliasse o entendimento
e a visão social do assunto, observando-se uma história de estruturação da sociedade e sua
diversidade.
As narrativas foram aplicadas por meio de entrevistas semiestruturadas para à
definição dos procedimentos metodológicos, afim de que pudéssemos obter um material
sistematizado, para a construção dos dados.
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No referencial teórico, recorremos, dentre outros, aos autores Santos (1983), Moutinho
(2004), Pacheco (2006), Ramos-Lopes (2010), Silva (2012), Almeida (2018) e Ribeiro (2019).
E uma breve panorâmica, evidenciamos, o autor Santos (1983) apresenta vários
aspectos sobre o racismo, relações afetivas, formação de identidade e a rejeição da própria.
Moutinho (2004) trata das relações afetivas inter-raciais, destacando o erotismo é as questões
sociais. Pacheco (2006) aborda temas acerca da raça, gênero e relações sexual-afetivas na
produção bibliográfica das ciências sociais brasileiras. Ramos-Lopes (2010) faz uma pesquisa
sobre como professores e professoras negros e negras se posicionam discursivamente ao
construírem suas identidades étnico-raciais. Silva (2012), a partir do discurso produzido por
duas pessoas: a primeira, uma mulher negra, casada com um homem branco; a segunda, um
homem branco, casado com uma mulher negra, analisou o matrimônio dos entrevistados,
focando na construção das identidades por meio de práticas discursivas racistas vivenciadas em
casamentos inter-raciais. Ribeiro (2019) em seu livro Pequeno manual antirracista, desmistifica
muitas perspectivas acerca de práticas racistas e Almeida (2018) no livro “o que é racismo
estrutural”, mostra-se como se estrutura uma sociedade racista que deprecia o negro.
Em seguida, começamos na construção dos dados, que por causa da pandemia da
covid-19, teve que ser modificada em alguns pontos, pois como de acordo com quarentena, não
podemos encontrar pessoalmente com os entrevistados, continuamos a pesquisa por meios
eletrônicos. Desta feita, aplicamos questionários com sete (07) pessoas, que presenciaram,
viveram ou vivem relações afetivas inter-raciais, selecionamos o material a ser analisado. Após
selecionar os questionários, analisamos os dados e os elementos específicos aos discursos dos
indivíduos, contidos nas narrativas dos sujeitos, identificando não só o que foi dito diretamente,
mas também o que está “subentendido” aos relatos.
Resultados e Discussão
Após a construção, interpretação e análise dos dados, esta pesquisa evidencia a não
aceitação familiar, como um dos grandes “impedimentos” para as relações afetivas inter-raciais.
A esse respeito, RFMS revela:
Moutinho (2004, p.283) afirma que “a aceitabilidade (ou não) do relacionamento por
parte das famílias é uma das zonas de “sombra e silencio” nas quais as falas dos entrevistados
podem submergir”. Ou seja, ela apresenta este fator como uma das situações que se destacaram
em suas entrevistas, como também um dos fatores que deixa muitas marcas na vida das pessoas.
No cenário das relações afetivas inter-raciais o racismo estrutural, também é evidente.
O entrevistado Militante destaca:
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A esse respeito, Moutinho (2014, p. 348) destaca que “a “cor negra” como um elemento
de prestígio, posto que denota sensualidade. Entretanto, no caso do gênero feminino essa
correlação aparece frequentemente articulada ao estigma da prostituição”. Compreendemos que
a mulher negra é vista como objeto de adorno, de uso sexual, mas não uma mulher para construir
uma relação matrimonial.
Nos dados construídos nessa pesquisa nos foi revelado, segundo Anjinha:
[...]As pessoas negras em muitos casos quando são vistas para convivência
intima, são observadas em um angulo fetichista, degradando e limitando a
imagem do homem e da mulher negra para realização de desejos carnais
individuais.
O homem negro, e esse desejo erótico, ao que parece, nasceu mais tarde, mesmo assim,
ele também é visto como objeto de desejo erótico, ludibriado em suas proporções e desempenho
sexual. Segundo Moutinho (2014, p. 355) “O homem “negro”, excluído das telenovelas e do
mundo dos afetos televisivos aparece na reportagem com força no mundo dos prazeres, mas
não da conjugalidade”. A autora destaca a mistificação acerca do homem negro, que aparece
fortemente no mundo erótico sexual, mas não no matrimonial.
A marginalização pela “cor” faz com que as pessoas vejam o negro como marginal,
mostrando uma hierarquia de “cores”, criando uma imagem que o negro é “ruim”, “perigoso”.
Essas atitudes racistas tanto influenciam na formação das relações afetivas, como também no
contexto social. A entrevistada Nana revela que já se deparou com:
Nessa visão, Almeida (2018, p. 41) comenta que “Homens brancos não perdem vagas
de emprego pelo fato de serem brancos, pessoas brancas não são "suspeitas" de atos criminosos
pela sua condição racial”. Compreendemos que na sociedade a cor da pele além de um elemento
de exclusão é uma das formas de relacionar as ações do negro à marginalidade.
Conclusões
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Agradecimentos
Referências
ALMEIDA, Silvio Luiz de. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte (MG): Letramento,
2018.
RIBEIRO, Djamila. Pequeno manual antirracista. Companhia das Letras, 2019.
RAMOS-LOPES, Francisca. A constituição discursiva de identidades étnico-raciais de
docentes negros/as: silenciamentos, batalhas travadas e histórias (re)significadas. 2010. 321 f.
Tese – (Doutorado) Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem, da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2010.
SILVA, Ana Gabriella Ferreira da. Relações afetivas inter-raciais: histórias narradas de um
homem branco e uma mulher negra. 2012. 60 f. Trabalho de Conclusão do Curso de Letras da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Açu, 2012.
DA MOITA LOPES, Luiz Paulo. Pesquisa interpretativista em linguísticas aplicada: a
linguagem como condição e solução. DELTA: Documentação e Estudos em Linguística
Teórica e Aplicada, v. 10, n. 2, 1994.
PACHECO, Ana Cláudia Lemos. Raça, gênero e relações sexual-afetivas na produção
bibliográfica das Ciências Sociais Brasileiras-um diálogo com o tema. Afro-Ásia, n. 34, p.
153-188, 2006.
MOUTINHO, Laura. Razão, “cor” e desejo: Uma análise comparativa sobre relacionamentos
afetivo-sexual “inter-raciais” no Brasil e na África do Sul. 1. ed. São Paulo: editora Unesp,
2004.
SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se negro: As vicissitudes da identidade do negro brasileiro em
ascensão social. 2. ed. Rio de Janeiro: edições graal, 1983.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
INTRODUÇÃO
Sabe-se que as produções audiovisuais são artes heterogêneas e, como tal, abrangem
características básicas de outros sistemas. Por exemplo, possuem a plasticidade e a noção de
quadro (enquadramento) da pintura; o movimento e o ritmo de música e dança; o estilo
dramático, a noção de encenação, de cenário e de representação do teatro; e o estilo narrativo,
incluindo conflito, trama e montagem, das obras literárias. Comparando um texto literário com
uma produção audiovisual, aparentemente, há um abismo que separa estas duas esferas, cada
um com seu sistema de signos e seus códigos específicos. Nos currículos universitários, por
exemplo, os dois sistemas são colocados em campos estanques e são normalmente analisados
separadamente. Porém, os intercursos e diálogos entre as variadas linguagens são complexos,
como aponta Santaella (2005, p. 27). Para a autora, tende-se a confundir linguagem com o canal
em que ela está veiculada, e voltar a atenção para o meio em que as linguagens ocorrem.
Contrariando tal visão, Santaella (2005, p. 27) afirma que, embora o meio pelo qual determinada
linguagem é veiculada seja importante para se compreender a produção, transmissão e recepção
de suas mensagens, deve-se levar em conta as trocas de recursos entre as linguagens e seus
processos sígnicos.
Dessa forma, é importante que análises envolvendo, por exemplo, traduções para a
televisão ou cinema de obras literárias tenham como base a relação entre as linguagens
envolvidas, suas peculiaridades e como estas se relacionam na construção dos significados da
obra estudada. Além disso, tais pesquisas não podem negar as diversas maneiras como uma
obra literária é reescrita fora de seu sistema, de forma a assumir um novo lugar em seu novo
sistema. A crítica, a historiografia, o ensino, a antologia e a tradução cinematográfica são
exemplos de “refrações” (LEFEVERE, 1992), que representam o original para aquelas pessoas
que não tiveram acesso à literatura como foi escrita primeiramente.
No século XXI, percebeu-se um crescimento na quantidade de trabalhos que buscam
fugir de análises unilaterais entre cinema e literatura e de investigações que priorizam os
cânones literários. Muitos estudos passaram a incluir outras formas de adaptação, envolvendo
produções televisivas, musicais, videogames e a relação entre filmes, e a associar a adaptação
fílmica a concepções de tradução que evitam o caráter prescritivo e que valorizam o papel dos
tradutores (diretores, produtores, intérpretes) enquanto agentes importantes no processo.
Como corpus do presente trabalho, abordamos o gótico de Edgar Allan Poe nos contos
O gato preto (1843) e O barril de Amontillado (1846), os quais foram adaptados no episódio
Lenora da série televisiva Contos do Edgar (2013), dirigida por Pedro Morelli. A série traz
consigo as características marcantes das escrituras de horror de Poe, utilizando-se de técnicas
1
Estudante do curso de Letras Língua Inglesa do Departamento de Línguas Estrangeiras da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte – UERN; e-mail: beatriztavernard@outlook.com
2
Professor do Departamento de Letras Estrangeiras e do Programa de Pós-graduação em Ciências da Linguagem,
da UERN; Membro do Grupo de Estudos da Tradução e do Grupo de Estudos do Gótico; e-mail:
emilioribeiro@uern.br.
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tradutórias para produzir a obra audiovisual, levando em consideração as narrativas dos contos,
além de contextualizar as estórias no cotidiano do Brasil do século XXI. A prática de tradução
da literatura para as telas vem acompanhando o cinema desde o seu surgimento e, com o
desenvolvimento tecnológico e a relação entre as artes na contemporaneidade, tem ganhando
cada vez mais evidência. É incontestável a relevância dessa prática e de seus estudos no
contexto atual, no entanto, apesar de sua importância, é um assunto que não apresenta muitas
análises e críticas embasadas, sendo tratadas de forma bastante superficial e a partir de ideais
logocêntricos ou prescritivos.
Este estudo procurou apontar e discutir as estratégias e recursos que foram utilizados
para se traduzir a obra para o contexto brasileiro contemporâneo, mais especificamente no
âmbito urbano e suburbano de São Paulo. Além disso, busca contribuir significativamente para
os estudos da literatura e do cinema/televisão, auxiliando a crítica cinematográfica e os teóricos
que abordam tais temas, bem como leitores e espectadores em geral, podendo chamar a atenção
para os novos sentidos criados a partir da tradução do gótico de Poe.
METODOLOGIA
O trabalho descreve uma pesquisa que teve como intuito analisar a tradução dos contos
de Poe, O gato preto (1843) e O barril de Amontillado (1846), para o episódio Lenora da série
de TV Contos do Edgar (2013). Tratou-se de uma análise qualitativa, de cunho analítico-
descritivo. Em suas primeiras etapas, a pesquisa abordou os estudos tradutórios, levantando
discussões acerca de bibliografias referentes ao tópico trabalhado, aprofundando-se nos
aspectos da tradução e adaptação e trazendo trabalhos de teóricos que se voltam para os estudos
de tradução como Jakobson (1991), Arrojo (2003) e Rodrigues (2000). Apresenta a base
semiótica para as análises das traduções do gótico literário para a televisão, a partir de teóricos
como Plaza (2001), e ainda traz uma revisão bibliográfica de estudiosos que têm seus trabalhos
concentrados na área de adaptação fílmica como Stam (2000) e Hutcheon (2013). Em sua
segunda etapa voltou-se para os estudos do gótico, debatendo sobre estudiosos como Lovecraft
(2008) e Anne Williams (1995), com o intuito de embasar teoricamente as discussões sobre o
gótico na literatura e na televisão. Trabalhou, em sua terceira fase, com análises, a partir das
quais foram levados em conta os aspectos do gótico empregados por Poe nos contos acima
referidos, e, através dessas análises, pretendeu-se discutir acerca de como o episódio adaptado
traduziu as particularidades do gênero apresentado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os contos O gato preto (1843) e O barril de Amontillado (1846), de Edgar Allan Poe,
foram traduzidos para a televisão no episódio “Lenora”, da série de TV brasileira Contos do
Edgar (2013), que, relacionando representações dos dois contos, permitiu que aspectos das
referidas obras literárias fossem traduzidos para a TV com a ampliação do universo de terror
criado por Poe e a criação de novos sentidos no universo gótico televisivo.
Tanto na composição do conto O gato preto (1843) quanto na sua adaptação para a
televisão, pode-se entender a sucessão de eventos que provocaram o assassinato de Lenora
como peça fundamental na construção das histórias. Esses eventos, repletos de manifestações
sobrenaturais, trazem, além disso, a insanidade da personagem Edgar e a aversão e pavor
crescente em relação ao gato. Enquanto isso, no conto O barril de Amontillado (1846),
observamos o desenvolvimento da personagem Fortunato e o sentimento de ódio e vingança de
Montresor, que, no episódio da série televisiva, foi traduzido na personagem Edgar.
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CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
LEFEVERE, André. Translation, rewriting, and the manipulation of literary fame. London:
Routledge, 1992.
POE, Edgar Allan. Edgar Allan Poe: Medo Clássico. Tradução de Marcia Heloisa. Rio de
Janeiro: Darkside Books, 2017. v. 1. p. 85-104.
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INTRODUÇÃO
Desde a fundação do Instituto Universal Brasileiro (IUB), em 1941, as
experiencias com Educação Musical à distância vem sendo desenvolvidas (Ribeiro 2013).
Com o desenvolvimento tecnológico e o advento da internet novas possibilidades para a
Educação à Distância vieram à tona. Com a grande gama de recursos tecnológicos se faz
necessário conhecer como tem sido feito o uso desses recursos para oferecer para o futuro
o que deu certo e o que ainda não foi testado, não só no que diz respeito à tecnologias,
mas também no ramo das metodologias e para o desenvolvimento da pesquisa na área.
Dentro desse contexto, a presente pesquisa busca contribuir para o futuro na
temática, trazendo um banco de dados mais atualizado das pesquisas e trabalhos
realizados dentro da temática de Música e EAD. Esta pesquisa tem como objetivo geral
realizar um levantamento acerca dos estudos sobre a Educação musical na modalidade a
distância no Brasil entre os anos de 2013 e 2019, e como objetivos específicos levantar a
quantidade de trabalhos com temática “Educação musical a distância” nas revistas
científicas da área da música, no catálogo de teses e dissertações da CAPES, nos anais de
eventos científicos da área da música, verificar os trabalhos que realmente tratam da
temática música e EaD; organizar os trabalhos em ordem cronológica de tempo e dentro
de categorias.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada trata-se de um estado a arte, que é definido por Ferreira
(2002) como um estudo de caráter bibliográfico que tem como desafio mapear uma certa
produção acadêmica sobre determinado tema em diferentes campos do conhecimento.
Segundo Romanowski (2002, apud Romanowski e Ens 2006, p. 43) as pesquisas estado
da arte seguem alguns procedimentos: selecionar termos e frases que serão escolhidos
como descritores que irão direcionar as buscas a serem realizadas; depois é feita
localização dos bancos de pesquisa que serão consultados para ter o acesso aos textos;
estabelecimento de critérios para seleção dos materiais; levantamento de teses e
dissertações catalogadas; coleta do material de pesquisa; leitura das publicações;
organização do relatório de estudo que contém a sistematização das sínteses,
identificando as tendências dos temas abordados e as relações indicadas nas teses e
dissertações; e por último a análise e elaboração das considerações preliminares. Esses
foram os procedimentos adotados para a realização desta pesquisa, tanto no levantamento
dos dados como na análise dos mesmos.
¹Estudante do curso de Licenciatura em Música do Departamento de Artes da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: cleytonoliveira@uern.alu.br
²Professor do Departamento de Artes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte,
Líder do Grupo de Pesquisa Perspectivas em Educação Musical; e-mail: giannmendes@uern.br
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Partindo do conhecimento desse tipo de pesquisa, foi realizado o passo a passo
descrito anteriormente, sendo definidos como descritores “educação musical a distância
“música e EAD” e “Ensino a distância”. Depois de definidos os descritores foram
escolhidos os locais de busca.
Nosso objetivo foi realizar um levantamento acerca dos estudos sobre a Educação
Musical na modalidade a distância no Brasil. Realizamos o levantamento da quantidade
de trabalhos com temática “Educação musical a distância” publicadas nas revistas
científicas de música (Revista Brasileira em Música, Música Popular em Revista, Modus,
Música em perspectiva, Música & Cultura, Música na Educação Básica, Música e
Linguagem, Música em Contexto, Pesquisa em Música, Revista do Conservatório UFPel,
Revista Música, Ictus, Claves, Sonora, Orfeu e Revista em Pauta) no Catálogo de Teses
e dissertações da CAPES, bem como nos anais de eventos científicos da área da música
(ABEM, ANPPOM, CIEMS, SIMPOM, SIEMI, EDUCAMUS, SIMPOM , ABRAPEM,
ABET, CIEMS 1).
Após o levantamento dos trabalhos que se encaixavam nos critérios estabelecidos,
foi encontrada a seguinte quantidade de trabalhos:
1
ABEM – Associação Brasileira de Educação Musical, ANPPOM – Associação Nacional de Pesquisa e
Pós – Graduação em Música, CIEMS – Conferência Internacional de Educação Musical de Sobral,
SIMPOM – Simpósio Brasileiro de Pós – Graduação em Música, SIEMI – Simpósio Internacional de
Educação Musical Inclusiva; EDUCAMUS – Encontro de Educação Musical do Cariri; ABET - Associação
Brasileira de Etnomusicologia; ABRAPEM - Associação Brasileira de Performance Musical; CIEMS -
Conferência Internacional de Educação Musical de Sobral; SIMPOM - Simpósio Brasileiro de Pós-
Graduandos em Música.
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 1152
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
SIMPOM 0
SIEMI 0
EDUCAMUS 0
ABET 0
ABRAPEM 0
Total 33
Na busca realizada nos periódicos das revistas da área da música, além do filtro
de tempo (2013 a 2019) e do uso dos descritores, utilizamos como filtro a leitura atenta
dos títulos, resumos e da introdução de cada trabalho a fim de identificar os que realmente
tratavam sobre a educação musical a distância, dessa forma chegamos ao número de 7
trabalhos encontrados com essa temática, sendo três artigos da revista da Abem e quatro
da revista Música em contexto. Das revistas selecionadas para essa busca não
conseguimos ter acesso apenas a revista Ictus devido o site se encontrar em manutenção,
tentamos o contato por e-mail mas não obtivemos resposta.
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 1153
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Debates 0
Revista Brasileira em Música 0
Música Popular em revista 0
Modus 0
Música em perspectiva 0
Música & Cultura 0
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
CONCLUSÃO
Com base nas leituras dos trabalhos, constatamos perspectivas distintas no que diz
respeito ao tema proposto sobre a educação musical a distância. Embora todas as
pesquisas estejam relacionadas com a temática, os resultados apontaram para contextos
específicos, sendo possível identificar várias categorias: 1 – Prática e ensino de
Instrumentos Musicais a Distância; 2 – Uso da Internet e das TIC para o Ensino de Música
a Distância; 3 – Formação de Professores para o Ensino de Música a Distância; 4 – Cursos
livres de música a distância; 5 – Educação musical e Internet; 6 – Desafios da educação
musical a distância; 7 – Estudo da pedagogia musical online no ensino superior.
Esses textos possibilitaram compreender como o tema tem sido desenvolvido na
área, gerando entendimento sobre o modo como a educação musical a distância tem sido
abordada em textos acadêmicos. Pensamos que o tema é bastante relevante, tanto no
tocante à interação entre a área das artes como entre a música e demais áreas de
conhecimento, daí a necessidade de mapeá-lo e discuti-lo.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à PROPEG/UERN por possibilitar a minha iniciação científica.
Agradeço também ao Grupo de Pesquisa Perspectivas em Educação Musical por
todo suporte dado à esta pesquisa, através dos seus membros: discentes, docentes e
egressos do curso.
REFERENCIAS
AMATO, Daniel Chris; SANTOS, Jane Borges de Oliveira. O ensino de práticas
vocais nas Licenciaturas em música na modalidade Ensino a Distância (EaD). In:
XXIII Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical – ABEM.
Anais. Manaus, 2017.
AMATO, Daniel Chris; SOLTI, Endre. O ensino das práticas vocais nos cursos de
licenciatura em música no Brasil: um levantamento preliminar em universidades
federais. In: XI Encontro Regional Sudeste da Associação Brasileira de Educação
Musical. Anais, São Carlos, 2018.
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 1155
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 1156
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
MEIO, Daniel Baker. Criação Musical Com O Uso Das Tics: Um Estudo Com Os
Alunos De Licenciatura Em Música À Distancia Na Unb. 2014. 178 f. Dissertação
(Mestrado em Música) Instituição De Ensino: Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 1158
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 1159
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
SILVA, Jackson Colares da. FaArtes virtual: Um Modelo de Ambiente Virtual para
o Ensino de Artes na Universidade Federal do Amazonas. In: XXIII Congresso
Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical – ABEM. Anais. Manaus,
2017.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
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1
Beatriz Andrade dos Santos; Aparecida Suiane Batista Estevam2; Diana Maria Leite Lopes
Saldanha3
Introdução
A pesquisa intitulada “O ensino de literatura na formação inicial formal: uma análise
dos saberes teórico-metodológicos apreendidos e suas implicações na prática do professor em
sala de aula nas vozes dos egressos de Pedagogia” está vinculada ao Grupo de Estudos e
Pesquisas em Planejamento do Processo Ensino-aprendizagem/GEPPE do Departamento de
Educação – CAPF/UERN e teve como principal objetivo investigar o ensino de literatura na
formação inicial formal do pedagogo.
Essa preocupação é decorrente dos resultados da pesquisa de doutorado “O ensino de
literatura no curso de pedagogia: um lugar necessário entre o institucional, o acadêmico e o
formativo” (SALDANHA, 2018), cujos dados apontam lacunas na formação inicial formal dos
pedagogos no que diz respeito ao ensino de literatura, leitura literária.
Nessa perspectiva, consideramos relevante questionar: qual a contribuição da
disciplina “literatura e infância” do curso de pedagogia do CAPF/UERN para a formação de
professores mediadores de leitura? Com intuito de responder a pergunta, objetivamos investigar
o ensino de literatura na formação inicial formal do pedagogo e suas implicações no
desenvolvimento das práticas de leitura literária a partir dos relatos dos alunos egressos do curso
de Pedagogia de 2010-2015 do Campus de Pau dos Ferros – CAPF/UERN, na cidade de Pau
dos Ferros RN.
1
Pedagoga; especialista em psicopedagogia institucional e clínica; professora da rede privada de ensino
e membro do grupo de pesquisa GEPPE. E-mail: beatrizandradesantos2@gmail.com
2
Mestranda em Ensino pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino – PPGE da Universidade do Estado
do Rio Grande do Norte - UERN. Membro do grupo de pesquisa GEPPE. E-mail:
suianebatista@gmail.com
3
Professora do Departamento de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN,
Orientadora e coordenadora da pesquisa. Membro do grupo de Pesquisa GEPPE. E-mail:
dianalsaldanha@yahoo.com.br
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Metodologia
O trabalho norteia-se pela abordagem qualitativa e tem como objeto de análise o
questionário online aplicado com os egressos do curso de pedagogia dos anos de 2010 a 2015
do Campus Avançado de Pau dos Ferros – CAPF da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte – UERN.
O questionário foi estruturado com 25 questões, abertas e fechadas, sendo que as 13
primeiras objetivavam traçar o perfil acadêmico, profissional e leitor dos egressos e as 12
questões restantes, referiam-se à opinião dos graduados acerca da concepção de literatura e
importância do ensino de literatura para a sua formação inicial formal. Devido às limitações e
pouca disponibilidade dos egressos em participar do estudo, este trabalho apresenta apenas a
análise dos dados referentes aos anos de 2010, 2011 e 2012.
Os dados foram construídos por dois grupos, sendo que o primeiro é formado por
egressos dos anos de 2010/2011, cujo recorte foi utilizado para construção da pesquisa
monográfica de Oliveira (2019) e o outro grupo é composto pelos discentes da turma de 2012.
Primamos em atentar para as questões éticas e de privacidade, por isso, os nomes dos
sujeitos colaboradores da pesquisa serão preservados, quando necessário será utilizado nomes
fictícios. Das turmas de 2010/2011, 18 (dezoito) egressos responderam o questionário, desses
apenas 1 (um) é do sexo masculino, os demais do sexo feminino. A maioria dos sujeitos atuam
na área de formação: Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Dos egressos
de 2012 obtivemos 11 (onze) questionário respondidos, todos do sexo feminino e a maioria não
atua na área de formação.
Resultados e Discussão
A formação de leitores críticos tem ganhado destaque nas pesquisas. Este tema nunca
foi tão relevante quanto agora, no atual cenário social que estamos vivenciando, pois a internet
e os meios de comunicação tem proporcionado aos sujeitos o acesso rápido a milhares de
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informações por meio de textos, imagens, vídeos, áudios, o que requer dos leitores uma análise
crítica e reflexiva sobre os dados.
Nesse sentido, consideramos indispensável a presença da leitura literária no espaço
educacional, pois esta leitura poderá despertar nos educandos o gosto pelas histórias e ampliar
seus horizontes e conhecimentos, permitindo-lhes expressar sua subjetividade e estabelecer
relações entre a sua realidade social e às leituras. No entanto, para que isso aconteça é necessário
que o professor atue como um mediador do processo, uma ponte que permite aos alunos, o
acesso ao mundo simbólico presente no texto literário.
Nessa perspectiva, consideramos relevante questionar aos colaboradores da pesquisa
se a disciplina Literatura e Infância contribuiu para sua formação leitora e de professor
mediador de leitura e de que modo. Diante das respostas dos egressos notamos convergências,
pois em sua maioria, afirmam que a disciplina Literatura e Infância foi essencial para a sua
formação enquanto leitora e mediadora de leitura.
Constatamos isso ao analisarmos alguns relatos. A egressa Guadalupe responde ao
questionamento da seguinte maneira: “Sim, contribuiu bastante, a disciplina me mostrou a
importância de ler obras literárias por prazer e enquanto professora transmitir este prazer
para os alunos” (DADOS DO QUESTIONÁRIO DA PESQUISA, 2019). Diante de sua resposta,
percebemos a importância dos estudos e experiências vivenciadas na disciplina para a própria
constituição leitora do graduando que se torna, por sua vez, fundamental para que o educador
forme outros leitores, pois como afirma Amarilha (2012, p.25) “[...] é difícil ensinar encontrar
prazer no texto quando nós mesmos não nos deparamos com esse momento. [...]”, ou seja, só
formamos leitores se primeiro formos leitores, apreciadores do texto literário.
Além da disciplina Literatura e Infância propiciar a formação de leitores, forma
leitores por prazer/gosto, como ficou explicitado na resposta de Valéria da Silva “[...] Essa
disciplina traz um encantamento pela leitura, que nos faz ficar apaixonados pelos livros. Dessa
forma, repassamos esse sentimento de amor pelos livros, para as crianças [...]” (DADOS DO
QUESTIONÁRIO DA PESQUISA, 2019), a afirmativa vai ao encontro do objetivo proposto na
disciplina que é a de formar leitores por gosto e não hábito, considerando a discussão de Villard
(1999), que o hábito desaparece logo que deixa de ser uma rotina obrigatória, por isso,
precisamos incentivar o gosto pela leitura.
Em fase disso, Villard (1999) afirma que é fundamental “[...] desenvolver o gosto pela
leitura, afim de que possamos formar um leitor para toda vida [...]” (VILLARD, 1999, p. 11),
ou seja, os graduandos são formados leitores por gosto, que leem por prazer e não por hábito,
no qual realizam leituras por obrigação. Ao formamos educadores amantes da leitura,
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intencionamos que estes, propiciem aos seus alunos o mesmo encantamento e prazer contidos
nas obras literárias.
Conclusão
Os dados obtidos mostram a relevância da disciplina de Literatura e Infância como
componente obrigatório para a formação dos pedagogos, pois, possibilita um conhecimento
teórico-metodológico sobre o ensino de literatura. Os futuros educadores são convidados a
deleitar-se nas histórias, a desenvolver o gosto pelo texto literário, a ampliar seu repertório de
leitura. Dessa forma, a disciplina contribui para a formação de mediadores de leitura que atuarão
na formação de novos leitores.
A pesquisa aponta a necessidade de expansão da carga horária da disciplina, pois em
seus relatos, os egressos revelam que apenas uma disciplina de literatura é “insuficiente” para
apropriar-se de todos os conhecimentos fundamentais acerca da leitura, mediação do texto
literário e formação de leitores. Portanto, diante dos resultados alcançados na primeira etapa de
pesquisa, percebemos o quanto a disciplina Literatura e Infância é fundamental na grade
curricular do curso de pedagogia.
Agradecimentos
Agradecemos a todos os colaboradores da pesquisa, que de forma direta ou indireta contribuiu
para o desenvolvimento deste estudo investigativo e com a difusão do conhecimento científico.
Referências
AMARILHA, Marly. Estão mortas as fadas? Literatura infantil e prática pedagógica.
Petrópolis: Vozes, 2012.
SALDANHA, Diana Maria Leite Lopes (coord.). O ensino de literatura na formação inicial
formal: uma análise dos saberes teórico-metodológicos apreendidos e suas implicações na
prática do professor em sala de aula nas vozes dos egressos de Pedagogia. Relatório Final. Pau
dos Ferros: PROPEG/UERN/DE/CAPF, 2019.
VILLARDI, Raquel. Ensinando a gostar de ler e formando leitores para a vida inteira.
Rio de Janeiro: Dunia, 1999.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Introdução
É pensando em contribuir para os estudos linguísticos do texto e do discurso que
desenvolvemos esse trabalho, dedicado à análise do ethos em discursos de uma influenciadora
digital, Mirela Acioly, a partir de textos escritos coletados do seu blog pessoal fixado no site
https://demaeparamamae.wordpress.com/sobre-2/, no qual ela destinou para expor testemunhos
e desabafos sobre experiências da maternidade, alegando ser também o meio que achou para
suprir o sentimento de solidão que essa nova fase, por vezes, pode despertar, podendo assim
ajudar outras mamães na mesma situação.
Os chamados influenciadores digitais, como o próprio nome sugere, utilizam as mais
variadas mídias digitais para influenciar o seu público, atraindo-o para consumir desde produtos
a adotar certos estilos de vida. Para isso, encarnam o que dizem, publicam e divulgam em seus
perfis e usam a forma como dizem para atrair esse público, que, sendo conquistado, passa a
acompanhar diariamente. Outra forma de conquistar seus seguidores é quando reproduzem
valores estereotipados, por exemplo, à medida que sugerem um estilo de vida e descontroem
outros.
Partindo desse contexto, este trabalho está vinculado ao projeto de pesquisa
“Testemunhos, dicas, desabafos, conselhos...’: um estudo do ethos em discursos de uma
influenciadora digital sobre experiências da maternidade”, desenvolvido pelo Programa de
Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), do qual fazemos parte.
Como objetivos específicos, pretendemos: i) identificar e classificar os tipos de pontos
de vista sobre experiências da maternidade mobilizadas pelo fiador do discurso no blog pessoal;
ii) verificar como os pontos de vistas são hierarquizados, como são (não)assumidos na
argumentação e associados aos gêneros nos quais são materializados; iii) descrever os
componentes visuais e verbais que compõem os discursos do fiador no blog pessoal, observando
como eles atuam na construção de uma imagem de si; iv) analisar, comparativamente, sobre a
atuação dos componentes visuais e verbais para a construção do ethos do fiador em
comunicação da escrita na web, considerando o caráter multimodal do blog pessoal.
Metodologia
Para embasamento teórico, contamos com as contribuições da Análise do Discurso
praticada por Maingueneau (2013, 2015a, 2015b, 2016), sobre o ethos, seguimos também as
postulações sobre responsabilidade enunciativa, partindo da Análise Textual dos Discursos
ATD (ADAM, 2011) e aprofundamos nossos estudos sobre esse fenômeno com a abordagem
pragmático-enunciativa do ponto de vista por Rabatel (2016).
1
Estudante do curso de Letras/Língua Portuguesa do Departamento de Letras Vernáculas da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte (UERN); e-mail: monalizabento@hotmail.com
² Professora do Departamento de Letras Estrangeiras (DLE) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
(UERN), Membro do Grupo de Pesquisa em Produção e Ensino de Texto (GEPET): e-mail:
rosangelabernardino@uern.br.
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Resultados e discussões
Quanto aos resultados da análise feita, vimos que o fiador do discurso mobilizou pontos
de vista na sua maioria próprios, algumas vezes trazendo a voz de outros para validar o seu
discurso, como de especialistas, por exemplo, pediatras, psicólogos tratando de assuntos
específicos a suas áreas. Quanto ao processo de hierarquização, concluímos que o fiador
assume, se responsabiliza pelos seus enunciados, pois a influenciadora sempre faz uso da
primeira pessoa do singular.
Outro ponto a destacar aqui é a importância das imagens que o fiador traz, para dar ainda
mais veracidade ao discurso escrito no blog, pois sempre é usada de acordo, imagens sorrindo
quando o assunto é prazeroso, triste uma imagem que represente dessa forma etc. Em relação
aos estereótipos, encontramos o de uma mulher, mãe, dona de casa, flexível, que se posiciona,
usando sua inexperiência para tirar suas dúvidas e de outras mães sobre o mundo da maternidade
e influenciadora, pois usa sua rotina de dona de casa para gerar conteúdo para o seu blog.
Apresentamos a seguir dois excertos de publicações feitas nos posts da influenciadora
digital Mirela Acioly, que compõe nosso corpus, assim veremos de forma mais detalhada como
chegamos aos resultados acima mencionados.
Excerto 1:
Amamentação
“Deixo desde já claro que eu quero incentivar ao máximo a amamentação e que o leite materno
é até hoje o alimento mais completo que existe, logo não há melhor para o seu bebê do que o
seu leite, mas quero falar da amamentação de uma forma diferente, espero que todas
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entendam).[...] EU amei amamentar, EU não tive problema algum, EU me senti super a vontade
com essa experiência, EU pude ficar em casa, mas isso gente, fui EU!”
Aqui, temos dois recortes de um post da influencer Mirela Acioly. No título ela usa a
opção de ser direta, usando apenas a palavra “amamentação”. Ela revela um ethos dito quando
diz: “Deixo claro desde já que quero incentivar ao máximo a amamentação”, pois o fiador do
discurso transparece ser uma mãe a favor da amamentação, por isso busca incentivar outras
mães. Ainda nesse trecho encontramos um ethos híbrido, visto que além de assumir o papel de
mãe, ela também carrega bagagens científicas sobre o assunto, falando dele com propriedade
quando diz: “o leite materno é até hoje o alimento mais completo que existe”. No final do
recorte ela diz “espero que todas entendam”, buscando, assim, o apoio das suas coenunciadoras,
ao seu posicionamento.
No segundo trecho encontramos um ethos dito quando ela coloca: “EU amei [...] EU
não tive problema”. Sendo o “EU” em letra maiúscula, ela reconhece e deixa claro que com ela
foi assim, porém entende que com outras mulheres pode acontecer diferente. O fiador se mostra
compreensivo, não radical e não extremista ao falar desse assunto. Destacamos também a
imagem usada no seu post, ela usa suas imagens com expressões prazerosas de satisfação e
felicidade, dando maior credibilidade ao que por ela foi publicado, quanto a sua experiência
com a maternidade.
Excerto 2:
APNEIA EMOCIONAL, já ouviu falar???
“No outro dia, Matheus bateu com a cabeça no chão e pela primeira vez ele me assustou! Ele
chorou tanto que ficou roxo e nao respirava, quase que eu tenho um infarto! Comecei a sacudi-
lo e a pedir para ele voltar a chorar, tal nao era meu desespero!(...) Ele voltou a fazer isso umas
2/3 vezes, hoje por acaso fez e eu já reagi de uma forma totalmente segura. (Geralmente
acontece quando a pancada ou susto é forte) Acalmei-o, esperei ele voltar a respirar e tentei
chamar a atenção dele para outra coisa. Pronto… ‘problema’ resolvido sem agonias”.
Nos dois trechos o estilo falado pelo fiador é típico de uma conversa, ou relato de um
fato, descrevendo ação por ação, algumas dessas marcas são quando ela diz: “Ele chorou (...)
Comecei a sacudi-lo (...) Acalmei-o”. Outras marcas revelam a presença de um ethos dito de
uma mãe inexperiente, uma mãe de primeira viagem assustada com um fato novo ao qual ela
não teve controle e domínio da situação, vejamos: “ficou roxo e não respirava, quase que eu
tenho um infarto”. No segundo trecho encontramos um ethos mostrado, de uma mãe informada,
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com total controle da situação, agindo adequadamente, quando ela diz: “hoje por acaso fez e eu
já reagi de uma forma totalmente segura”. A construção dessa imagem, também nesse
depoimento, chama atenção ao assunto, a influenciadora faz uso de imagens que atraiam seus
coenunciadores, indicando de que falará o seu relato, experiência.
Conclusões
Ansiamos que este trabalho venha contribuir para melhor inteiração sobre as noções de
ethos, Análise do Discurso e, por sua vez, responsabilidade enunciativa.
Concluímos que o fiador dos discursos aqui apresentados destina e adequa suas
publicações visando atingir de modo a influenciar seu público alvo. Neste caso, os
coenunciadores incorporam o mesmo ethos da influencer, pois partilham do mesmo mundo,
sendo elas mulheres, mães, flexíveis e outros.
Agradecimentos
Referências
ADAM, J-M. A linguística textual: uma introdução à análise textual dos discursos. Tradução
de Maria das Graças Soares Rodrigues, Luis Passeggi, João Gomes da S. Neto e Eulália Vera
Lúcia Fraga Leurquin. Revisão Técnica: João Gomes das S. Neto. 2. ed. revisada e aumentada.
São Paulo. São Paulo: Cortez, 2011.
MAINGUENEAU, D. Análise de textos de comunicação. Tradução de Cecília P. de Sousa-e-
Silva, Décio Rocha. 6. ed. ampl. São Paulo: Cortez, 2013. (Original francês 1998).
MAINGUENEAU, D. A propósito do ethos. In: MOTTA, A. R.; SALGADO, L. (Orgs.). Ethos
discursivo. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2015a, p. 11 - 29.
MAINGUENEAU, D. Discurso e análise do Discurso. Tradução de Sírio Possenti. São Paulo:
Parábola editorial, 2015b (Original francês 2014).
MAINGUENEAU, D. Ethos, cenografia, incorporação. In: AMOSSY, R. (Org.). Imagens de
si no discurso: a construção do ethos. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2016, p. 69 - 92.
RABATEL, A. Homo narrans: por uma abordagem enunciativa e interacionista da narrativa.
Tradução de Maria das Graças Soares Rodrigues, Luis Passeggi, João Gomes da Silva neto. São
Paulo: Contexto, 2016.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Introdução
Este trabalho é um recorte dos resultados da pesquisa intitulada O enlace do
fantástico e do medo: um estudo do conto fantástico brasileiro, Edital N° 001/2017-
PROPEG/UERN, exercício 2019-2020. Desenvolveu-se como atividade de pesquisas
realizadas pelo Grupo de Estudos em Literatura e suas Interfaces Críticas – GELINTER, linha
de pesquisa Literatura e Imaginário”, obedecendo às diretrizes do referido projeto que teve
como objetivo a análise de narrativas com foco na problemática do medo e do fantástico em
contos brasileiros.
Seguindo tal linha de reflexão, escolhemos o conto “Droenha” de João Guimarães
Rosa, da obra Tutameia: terceiras estórias (1967), coletânea notadamente reconhecida pela
técnica narrativa e por outros aspectos estéticos peculiares, como a transgressão da forma, por
exemplo, já evidenciada em outras produções literárias do autor. Convém ressaltar que
Guimarães Rosa extrapola o limite da linguagem, criando um estilo em que símbolos gráficos,
ritmos, dentre outros traços, se misturam com a experiência leitora e contribuem para o
desvendamento dos sentidos do texto. Em seu discurso fabular, o escritor não se furtou do
sentimento de falar das coisas universais e do tema do medo, tão intimamente ligado aos
mistérios da vida, do desconhecimento do homem, um aspecto engenhosamente tratado em
poética.
Na literatura, o medo ocupa espaço central, muitas vezes configurado na imagem de
de fantasmas e seres sobrenaturais ou em torno de dramas humanos acerca do desconhecido e
dos mistérios da vida. E. A. Poe, sem dúvida, é um mestre no assunto, pois investiu com
esmero em suas variadas formas. De sua contística, digno de nota é o conto “O gato preto”.
No Brasil, a obra Noite na Taverna, de Álvares de Azevedo, é um exemplo pródigo nessa
temática. Como um ícone no que se concebe hoje como literatura do medo, o escritor se
sobressai pela criatividade e engenhosidade de seu discurso romanesco.
No cenário contemporâneo, João Guimarães Rosa no célebre romance Grande Sertão:
veredas delineou uma poética do medo na ação do personagem Riobaldo, que protagoniza o
jogo dual medo e valentia ao vivenciar o desconhecido e os mistérios de um pacto com o
diabo.
Nesta perspectiva, entendendo-se a relevância da temática no contexto da literatura,
sobretudo na ficção de Guimarães Rosa, o presente trabalho busca analisar “Droenha”, sob a
ótica do medo. Para isso, fazemos uma breve explanação sobre a natureza do medo, seguida
dos apontamentos sobre sua configuração no conto rosiano.
METODOLOGIA
Esta pesquisa, de natureza explicativa e interpretativa, teve como objetivo analisar as
configurações do medo em um conto de João Guimarães Rosa. Assim, utilizamos a
1 Estudante do curso de Letras – Língua Portuguesa e suas respectivas Literaturas do Depart amen to d e Let ras
Vernáculas – DLV da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN (Campus Central); E-mail:
savioassetec@gmail.com.br;
2 Professora do Departamento de Letras Vernáculas – DLV, da Universidade do Estado do Rio Grande do No rt e
– UERN (Campus Central). Membro do Grupo de Estudos de Literatura e suas Int erfaces Críticas –
GELINTER/UERN/CNPq. Docente permanente do PPCL/UERN. E-mail: marlymoura@uern.br.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Delemeau (1978) escreve sobre perspectivas que consideram o medo, desde seu
aparecimento individual até uma transformação coletiva. A generalização de um sentimento,
no entanto, não é tão simples como se parece, porque analisar o medo apresenta uma
dificuldade inicial, como caracterizar algo que surge de forma tão subjetiva? O salto, do
individual para o coletivo, é necessário. O medo pode ser definido como uma sensação,
muitas vezes precedida por uma surpresa. A reação à sensação difere de indivíduo para
indivíduo e mesmo que esse sentimento fosse provocado, enquanto experiência, em um
grupo, ainda assim haveria disparidades pela maneira de sentir e reagir ao medo.
De acordo com Delemeau (1978), é preciso resgatar os elementos que caracterizam a
formação do sujeito, para que se compreenda os efeitos ou a natureza do medo. As
civilizações antigas tinham medo dos fenômenos naturais, visto que ainda não conseguiam
dominá-los. No entanto, em todas elas, o medo tem o curioso efeito de temer a uma ameaça:
“el miedo es, en este caso, el hábito que se tiene, en un grupo humano, de temer a tal o a
cual amenaza (real o imaginaria)” (DELEMEAU, 1978, p. 19).
Não se deve, no entanto, pensar no medo apenas como um sentimento negativo, pois
ele é a condição necessária para manutenção da vida, como afirma Delemeau (1978, p. 13) o
medo “es ambiguo. Inherente a nuestra naturaleza, es una muralla esencial, una garantía
contra los peligros, un reflejo indispensable que permite al organismo escapar
provisionalmente a la muerte.” Sem o medo, o organismo estaria indefeso em situações de
perigo: é exatamente por essa razão que esse sentimento é capaz de preservar a vida.
Diferentemente dos outros animais o homem pensa constantemente em sua morte, ou
ameaças a condições próprias de sua vida. Estar consciente de que, a qualquer momento, algo
pode retirar sua vida, confere ao homem a sensação desagradável de conhecer o medo em seu
mais alto grau. Isso significa também que a natureza do medo não se restringe somente à
insegurança em relação à vida, mas há tipos diferentes, despertados por objetos distintos.
Nesse sentido, o medo humano é múltiplo e recria processos baseado na própria imaginação,
que é fruto de uma herança genética. Roas e García (2013, p. 59) consideram que
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 1171
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“el miedo que experimenta nuestra especie, a diferenza de otros animales, no se corresponde
forzosamente com un peligro actual, sino que configura, em su herencia biológica o
antropológica, um imaginário donde se percibe la huella de uma intemperie ancestral”.
A herança mencionada pelo autor é fruto da formação de um sujeito, histórico e
social, que sofre o impacto de uma mudança também provocada por si mesmo, pelo fato de a
espécie humana está constantemente em evolução. Os ancestrais criaram para si deuses
baseados no desconhecimento das forças naturais. Mesmo com o advento da ciência e as
grandes observações humanas, o medo não largou o homem em seu desenvolvimento, criando
novas formas na ordem psíquica.
“Droenha” é o nono conto das quarentas estórias de Tutaméia. Num relato em terceira
pessoa, acompanhamos a história de Jenzirico, o personagem protagonista, fugitivo de um
crime que se instala em uma Serra, conforme assinala a narrador, lugar em que “viviam certos
fugidos criminosos;” (ROSA, 2009, p. 56). O herói é guiado até o local por Izidro, amigo e
confidente. A Serra é apresentada como um ambiente distante da cidade, longe de tudo e de
todos, e, sendo terra de fugidos, soma-se a característica de ser recanto de sujeitos criminosos:
“Ia topar de perto os outros definidos foragidos, se dizia que plantavam mandiocal, milhos,
deparando com esses não havia de estranhar o acaso” (ROSA, 2009, p. 56-57). Essa
ambientação inicial já provoca certa sensação do medo vivenciada pelo personagem.
O desconforto causado pela presença de Zèvasco no lugarejo, chamado de “tranca-
ruas”, não se restringe apenas a uma ameaça ao próprio Jenzirico, o qual sofreu a ação da
desforra, mas amplia-se, porque é uma ameaça local. O perigo representado pelo personagem
constrange a população. No entanto, o herói resolve tomar uma atitude, mas, a partir de então,
o sujeito não será mais o mesmo, como ressalta o narrador em “é quando a gente se estraga”
(ROSA, 2009, p. 57), vencer o temor de Zèvasco é criar um novo medo.
Jenzirico é a representação do homem que não pode esconder-se de sua consciência,
involucrado pela culpa, o pensamento constantemente se virando contra si, como se
contemplasse seu rosto em um espelho. Vive um pesadelo, uma fuga de si, tentando esquivar-
se dos próprios olhos. Não pode dormir, porque a consciência grita os temores provocados
pelo crime e põe, rente um ao outro, o sujeito e o assassino.
Há um contraste entre estar em um grandioso alpendre, símbolo da liberdade,
podendo vislumbrar o mundo até os limites impostos pela natureza e preso aos pensamentos.
A Serra não aparenta ser um lugar seguro, como considera o narrador: “só perigos o
esperassem” (ROSA, 2009, p. 56). O medo, dessa maneira, espreita Jenzirico por fora, pelos
perigos que lhe oferecem o lugar, mas também pelo desconforto de conviver com o crime. Por
todos os lados o personagem se vê desolado, abandonado e esquecido, apenas com mochila e
saco, os quais tinha de os resguardar.
Quando Jenzirico resolve conhecer o local, lembra-se pela primeira vez de seu nome:
“Sobrestado, tardador, quis escolher qual rumo, mão em arma. Jenzirico... — ele súbito se
advertiu, vez primeira atentava em seu nome, vasqueiro, demais despropositado” (ROSA,
2009, p. 56 grifo do autor). O crime pode ter provocado o desconhecimento de sua própria
identidade, transformando-o agora em um novo sujeito. Desconhecido de si e dos outros,
Jenzirico não pertence mais ao seu próprio mundo e a alucinação entra em cena como
elemento que causa dubiedade das informações, por isso conclui o narrador: “Se benzeu,
sacou de ombros, tudo sucedia por modo de mentira” (ROSA, 2009, p. 56).
Há um “efeito alucinador” constatado por Silva (2013), em razão da ambiguidade das
coisas, provocada pelo efeito do álcool e da constante dúvida permeada pela ação do crime.
Jenzirico não vê a realidade de forma una. Essa alucinação recriará um novo efeito em torno
do tema. O medo reaparecerá pelo sumiço das vestimentas do personagem. A princípio, o
personagem pensa haver relação com os macacos até confirmar que a única ameaça a ser
temida na Serra é a da gente: “tivesse um o ousio de aqueles ir procurar, por companhia? A
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gente tem de temer a gente” (ROSA, 2009, p. 57 grifo nosso). Justamente, o medo mais
temido é o que lhe desperta do sono: “Despertou — ouvindo espirro humano” (ROSA, 2009,
p. 57).
A expectativa criada em torno do sumiço das roupas desperta dúvidas em Jenzirico –
se, de fato, a ameaça fosse humana, o personagem seria capaz de matar novamente para
sobreviver? Mas o temor põe em dúvida a veracidade do seu pensamento, rememorando uma
série de tensões vividas pelo herói. Se é considerado criminoso, muito mais o seria mediante a
refeita do crime, assimilando a Zèvasco, o homem que via na violência uma forma de prazer.
O conto se encerra com a declaração de que Tovasco, irmão de Jejibirro, mata
Zèvasco para vingar o sumiço do mesmo irmão. Jenzirico agora pode descansar, a saúde é
renovada pela remissão da culpa e o personagem volta ao seu “mundo sueto”, tomando as
suas vestimentas e pronto caçar os mocós. A encenação do cotidiano ganha vida para retomar
a consciência e o juízo de Jenzirico assaltados pelo crime.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
È unanime estre estudiosos do medo que este sentimento está diretamente ligado ao
desenvolvimento humano e foi expressivamente representado na literatura.
Em “Droenha”, o medo é instigado a partir da solidão e do desconhecimento do
personagem em relação ao local, longe do seio familiar e da esfera social. Não bastasse a
reclusão, o protagonista tem de viver inteiramente à espreita dos entes que habitam a Serra,
que estão nos arrabaldes do mundo, tão próxima do céu. No entanto, tem o seu pensamento
cativo à consciência que constantemente o acusa de um crime não-feito.
De um modo geral, podemos dizer que o sentimento do medo vivido pelo personagem
de Droenha configura-se como uma emoção decorrente de uma vasta lista de emoções, dentre
as quais convém lembrar|: a solidão, o medo por ter supostamente matado outro, o gesto
emblemático de voltar-se para o conhecimento de si, longe de tudo e todos, a sobrevivência
na serra... Em suma, Guimarães Rosa prestigia em seu discurso romanesco um modo
engenhoso de refletir sobre as ameaças da vida, o que nos faz pensar na repetida frase dita por
Riobaldo: “viver é muito perigoso”.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Universidade do Estado do Rio Grande do Norte por propiciar a
oportunidade de minha participação nesta pesquisa. Agradeço também pelo material
disponibilizado para os estudos por parte da instituição e da minha coordenadora da pesquisa.
Grato aos que participaram direta e indiretamente na contribuição desta atividade.
REFERÊNCIAS
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sendo que tudo é um conjunto interdependente. Isto acontece com o personagem Lenz
que no início do romance apresenta uma ideia fixa sobre a técnica, mas ao decorrer da
narrativa ele vai mudando sua posição no mundo, passando por um processo de
autoconhecimento chegando a perceber sua fragilidade e pequenez.
O cargo de cirurgião possibilita a Lenz um poder soberano capaz de interferir
diretamente na vida de seus pacientes, pois o poder soberano contemporâneo atravessa a
biopolítica que apresenta duas técnicas de controle, no entanto, dentro do hospital Lenz
centra-se na primeira: o corpo-espécie. Lenz tinha a vida de um pequeno grupo de pessoas
em suas mãos, mas ele queria mais, e para isso ele muda de profissão, passando a atuar
como político, cargo lhe dava uma maior quantidade de corpos a ser controlados como
também uma ampliação de seu poder. Essas relações e comportamentos de Lenz são
apresentados por um narrador em terceira pessoa onisciente o qual por momentos faz
intromissões na primeira pessoa, isso nos arremete a Mieke Bal apud Yamakawa; Tofalini
(2016), explica que não existe uma narrativa em primeira ou terceira pessoa, segundo ela,
ambas são narradas por um mesmo “eu”. Seguindo essa concepção, Bal faz a seguinte
diferenciação explicando que existe um “narrador externo” (fora da história) e “narrador
personagem” (dentro da história). O narrador deste romance faz uma alternância entre o
narrador externo e o personagem, ele apresenta a história de vida de Lenz com seu
posicionamento no mundo por meio de um discurso fragmentado.
ARNET é dividida em três partes, dentro de cada parte encontramos uma
sequência de capítulos e subcapítulos que juntos formam pequenos episódios da vida de
Lenz, os episódios não apresentam uma sequência cronológica, mas sim uma ordem
segundo os acontecimentos que formaram/construíram o personagem em suas diversas
posições no mundo da narrativa. Ao analisarmos o sumário, com a organização
fragmentada de cada título e subtítulo interligamos rapidamente ao modo de narrar, em
que a ordem do discurso do narrador externo/interno apresenta digressões e recuos no
tempo. A escolha composicional de GMT entre conteúdo e a materialidade da narrativa
conversam com as atitudes de Lenz, pois reflete a maneira que ele se relacionava com o
mundo, essa organização destaca a divisão funcional do mundo e a ilusão de
separabilidade que Lenz havia herdado do pai, isto faz com que o personagem adquira
uma visão autoritária com uma busca incansável pela técnica e poder.
O narrador deste romance foi criado com uma técnica específica, GMT para
construir a voz do narrador de ARNET permitiu a entrada da subjetividade em sua
narração. Com um discurso predominante no estilo indireto livre, o narrador faz
alternâncias na posição de sua voz. As várias posições desempenhadas pelo narrador
possibilita uma aproximação do leitor e por momentos um afastamento chegando
momentos a ficar imperceptível sua presença, assim o narrador deixa de estar fixo em
uma única posição e passa a ampliar o seu olhar como em uma câmera de cinema que
apresenta várias posições flutuantes. Percebe-se que essa mudança de focalização do
narrador com as flutuações se dá entrelaçado as mudanças de posição de Lenz no mundo
de acordo com os momentos de vida do personagem, como no início que ele é médico
seguido pelo politico e por último o seu estágio de doente. Dessa maneira, o narrador vai
detalhando a vida de Lenz sem nem um distanciamento, mas em alguns momentos temos
a aparição do estilo direto com falas demarcadas e travessões.
Dessa forma, a narrativa passa a ser construída segundo as atitudes de Lenz,
correspondendo seu formato e conteúdo ao estilo de vida do protagonista, assim temos as
várias posições que o narrador desempenhou para nos guiar e apresentar a posição de
Lenz no seu mundo. GMT com essa estética nos possibilita perceber como o romance foi
escrito de uma forma técnica em que os fragmentos conversam com a educação militar
de Lenz por parte de seu pai Frederich Buchmann e o seu estilo de vida prático, assim
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Referências:
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Introdução
1
Estudante do curso de Letras com Habilitação em Língua Inglesa do Departamento de Letras
Estrangeiras da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: lucasheitor30@hotmail.com
2
Professor do Departamento de Letras Estrangeiras da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte,
Coordenador do Grupo de Estudos de Tradução – GET/UERN; e-mail: nilsonbarros@uern.br
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movimento feminista obteve sobre a obra de demais tradutores. Com isso, este resumo
apresenta dados detalhados mais voltados ao terceiro plano de trabalho (subcorpus 03),
referente às obras de 1900 a 1970 traduzidas por mulheres.
Metodologia
Resultados e discussão
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Conclusões
Com base nessa pesquisa, conclui-se que não houve influência notável do
movimento de escritoras feministas canadenses, que visavam obter uma maior
visibilidade do feminino em obras traduzidas, já que não são perceptíveis estratégias
que impliquem no ocultamento do feminino no corpus analisado.
Agradecimentos
REFERÊNCIAS
SCOTT, Mike. WordSmith Tools 6.0. Oxford: Oxford University Press, 2012.
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AUSTEN, Jane; Orgulho e Preconceito. Tradução de Lúcio Cardoso. 1. ed. São Paulo:
Abril Cultural, 1982. p. 1-335.
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Introdução
Contudo, esta influência não se resume apenas às questões políticas. Neste mesmo
período, a partir dos estudos das escritoras e tradutoras Nicole Brossard, Suzanne de
Lotbinière-Harwood, Susanne J. Levine e Barbara Godard, entre outras, dá-se início a um
segmento nos estudos de tradução denominado ‘tradução feminista’ ou ‘tradução de gênero’,
que tem como objetivo principal dar visibilidade à figura feminina na literatura traduzida,
trazendo uma proposta neutralizadora da chamada linguagem patriarcal, que consiste na
utilização de estratégias como neologismos, alteração gramatical da língua-alvo e utilização
de palavras de outros idiomas para construção de sentido que evidencie o feminino.
(SCHUTTE, 2007).
1
Estudante do curso de Letras com Habilitação em Língua Inglesa do Departamento de Letras
Estrangeiras da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: samirascr15@gmail.com
2
Professor do Departamento de Letras Estrangeiras da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte, Coordenador do Grupo de Estudos de Tradução – GET/UERN; e-mail: nilsonbarros@uern.br
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do subcorpus1 desta pesquisa, o qual é composto por romances originais e suas respectivas
traduções por homens nos períodos entre 1900 a 1970.
Metodologia
Resultados e Discussão
Após o término da pesquisa com base na metodologia da Linguística de Corpus, pode-
se afirmar que os resultados indicaram não haver marcas de gênero nas obras literárias
analisadas, não havendo ocultamento, substituição ou desvalorização do feminino, como
também não houve exaltação do masculino nos textos traduzidos. Portanto, as traduções antes
e após o movimento feminista canadense não possuem explícitas marcas de gêneros.
Na exploração do subcorpus2 da pesquisa, que corresponde a obras literárias
traduzidas por homens e datadas de 1971 a 2016, pode-se observar a correspondência das
palavras analisadas remetentes ao gênero feminino. A palavra ‘mulher’ analisada nos textos
traduzidos aparece 183 vezes, enquanto sua tradução correspondente na língua inglesa,
‘woman’, aparece 149 vezes nos textos originais, mostrando uma correspondência de
ocorrência entre os termos pesquisados, não havendo, portanto, marcas de ocultamento do
feminino, já que, na maioria das vezes, o termo em inglês aparecia na tradução de forma
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correspondente. Também foi analisada a palavra ‘homem’ nos textos traduzidos, a qual
apareceu nas obras analisadas 270 vezes, enquanto nostextos originais, sua palavra
correspondente na língua inglesa, ‘man’, teve uma ocorrência de 417 vezes, mostrando assim
que na tradução não havia exaltação do masculino, e sim, em alguns casos, o ocultamento em
razão de se evitar a repetição do termo. Na análise do subcorpus3, que corresponde a obras
literárias traduzidas por mulheres e datadas de 1900 a 1970, também é possível perceber
correspondência dos termos pesquisados e nenhuma evidência de marcas de gênero. No
subcorpus4 também houve a análise da palavra ‘mulher’, a qual possuía 200 ocorrências no
subcorpus, enquanto sua palavra correspondente na língua inglesa, ‘woman’, possuía 168
ocorrências, demonstrando também certa medida de correspondência entre os termos e a falta
de marcas de gênero nas obras analisadas. Os resultados da análise desta pesquisa mostraram
que a diferença entre as ocorrências das palavras nos textos originais e traduções se referiam
aos sinônimos das palavras pesquisadas, ou a sentenças que referenciavam ambos os gêneros.
A partir da análise minuciosa do subcorpus1, que corresponde ao objetivo principal do
plano de trabalho 001 desta pesquisa, pode-se perceber que o feminino não é ocultado ou
desvalorizado, mas sim, substituído por outros termos que continuam fazendo referência ao
feminino. A palavra ‘mulher’ também foi analisada nos textos traduzidos, e teve um total de
116 ocorrências em todos os livros, enquanto nos textos originais, houve 65 ocorrências da
palavra correspondente na língua inglesa, ‘woman’. Nos textos originais, as palavras da língua
inglesa ‘wife’ (esposa), ‘she’ (ela), e ‘mrs’ (senhora) também correspondem à palavra
‘mulher’ nos textos traduzidos. Todas essas palavras referem-se ao feminino, deixando claro
que não há o ocultamento do mesmo e o deixando bem evidenciado. Também foi observada a
palavra ‘homem’ na análise deste subcorpus, a qual possuía 248 ocorrências nos textos de
tradução, enquanto sua palavra correspondente na língua inglesa, ‘man’, possuía 585
ocorrências nos textos originais. A discrepância de correspondência entre as ocorrências
analisadas se dá devido a alguns fatores de vocabulário, como por exemplo, no texto original,
aparecem com frequência as expressões ‘oldman’ e ‘youngman’, onde na tradução é
traduzido, respectivamente, como ‘meu pai’ ou ‘velho’ e ‘rapaz’ ou ‘jovem’.Muitas
ocorrências da palavra “homem” nas traduções também se referiam ao personagem ‘Homem
Montanha’ do livro As Viagens de Gulliver (1950). Os termos que faziam referência ao
masculino não sofreram alterações de ocultamento ou evidenciação, permaneciam tal qual
estavam representados nos textos originais.
Conclusões
A exploração dos dados linguísticos analisados trazem resultados satisfatórios à
conclusão da pesquisa. A hipótese inicial não é comprovada, significando não haver
evidências de marcas de gênero influenciadas pelo movimento feminista no Canadá na década
de 1970. Os gêneros feminino e masculino são retratados na tradução, na maioria das
ocorrências, tal qual ocorre nos textos originais. A substituição de algumas palavras por
outras com o mesmo sentido é frequente e não altera a presença explícita dos gêneros.
Agradecimentos
Agradeço primeiramente à Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, pela
oportunidade de crescimento acadêmico. Agradeço ao Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo amparo financeiro de uma bolsa de
estudos para a permanência na execução deste projeto. Agradeço a todos que ajudaram
teoricamente no desenvolver desta pesquisa.
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Referências
HEMINGWAY, Ernest. O Velho e o Mar.Tradução de Jorge Senna. Edição Livros do
Brasil, 1956. p. 1-61.
ORWELL, George. 1984. Tradução de Wilson Velloso. São Paulo: Companhia Editora
Nacional. 1957. p. 1-218.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
1
Aluna do curso de Letras habilitação em Língua Inglesa da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte (CAPF).
2
Professor doutor do curso de Letras – Inglês da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
(CAPF)
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construir uma personalidade própria. Visa, também, debater a maneira como toda uma
sociedade se molda de acordo com a nostalgia de um único homem.
RESULTADOS E DISCUSSÕES:
De acordo com Hutcheon e Valdés (1998), o termo Nostalgia foi aplicado pela
primeira vez em 1688 por Johannes Hofer, que o utilizou para identificar a dor sentida por
pessoas distantes de sua terra natal. A palavra surgiu, dos radicais gregos Nostos que
representar a casa de alguém e Algos que significa dor ou desejo.
A nostalgia pode ser interpretada como marcas atemporais, fixadas na memória do
indivíduo que o coloca “em lugar seguro” e que por vezes é lá que o indivíduo quer estar,
longe dos problemas do presente. Nessa perspectiva, Hutcheon e Valdés (1998, p. 20) nos
dizem que “É o distanciamento com o passado que purifica a realidade do que ele realmente
foi e faz com que ele pareça estável, coerente e a salvo das complicações do presente”,
surgindo assim “falsas memórias”, que se tratarão de lembranças de algo que não ocorreu, de
lugares jamais vistos e/ou lembranças distorcidas de algum evento. Freud (1899 p.180)
menciona o evento como “Um caso de deslocamento para alguma coisa associada por
continuidade; ou, examinando-se o processo como um todo, de um caso de recalcamento
acompanhado de substituição por algo próximo”. No caso de Halliday, essa substituição é
feita do presente pelo passado, da vida real pelo virtual. Para evitar encarar seu mundo, ele
constrói um novo, que usa de abrigo para si e posteriormente para outros tantos, como é o
caso de Wade Watts.
A realidade de Wade é significativamente frustrante, onde a população busca apenas
sobreviver. Não existe perspectiva, tampouco esperança, tudo está voltado para o OASIS. A
nostalgia de Halliday possui tamanho poder sobre a vida de Wade que este, acaba não
desenvolvendo uma personalidade e/ou gostos próprios. Ele pensa e age segundo o seu ídolo,
tornando-o assim, seu “servo”. A servidão voluntária é explicada por La Boétie (2006) como:
“[...]o povo que se escraviza, que se decapita, que, podendo escolher entre ser livre e ser
escravo, se decide pela falta de liberdade e prefere o jugo[...]”
De igual maneira, descrevo Halliday na figura do líder ditador, absoluto e egocêntrico,
considerado um deus por seus seguidores e por si próprio. São incontáveis as vezes em que a
sociedade coloca Halliday na posição de onipotência, em outros momentos ele mesmo se
coloca lá.
No decorrer dos testes, vemos que para dar as respostas corretas os competidores não
precisam apenas conhecer Halliday, eles precisam tornar-se o próprio. Um exemplo disso é
quando ele diz: “As chaves não estão em qualquer lugar sob nenhuma pedra. Podemos dizer
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que estão invisíveis, escondidas num quarto escuro no meio de um labirinto que se localiza
em algum lugar bem aqui em cima”3 ao terminar essa frase, Halliday, na forma de seu avatar
Anorak, aponta para sua própria cabeça, deixando claro que para descobrir onde estão as
chaves é preciso entrar nesse quarto, atravessar o labirinto de sua mente para que então o
indivíduo seja digno. Ou seja, o campeão não ganhou por ser o mais inteligente ou melhor
estrategista, ele ganhou por conhecer tão profundamente Halliday, que era capaz de dar-lhe
especificamente as respostas ele gostaria de receber.
Se contrapomos a visão de Lá Boetie (2006) acerca da servidão vivida por Wade com
a visão de Jameson (1996) percebemos que para o primeiro, o escape do indivíduo que se
encontra rendido à servidão voluntária, trata-se unicamente de sua própria vontade. Afinal,
como o próprio menciona: “Que mais é preciso para possuir a liberdade do que simplesmente
desejá-la? Se basta um ato de vontade, se basta desejá-la, que nação há que a considere assim
tão difícil?”, já Jameson (1996, p. 43) acredita que a vontade é importante, porém em um
mundo capitalista existem inúmeros outros fatores que impedem que o indivíduo se liberte. “É
o desaparecimento do sujeito individual, ao lado de sua consequência formal, a crescente
inviabilidade de um estilo pessoa [...]”. Para Wade, essa percepção é essencial, porque as
consequências dessa definição se aplicam a toda uma moldura ideológica, definindo as
possibilidades da potência humana.
Acerca da violência, podemos dizer que esta surge de maneira sutil, já que se trata do
impedimento do direito alheio. Quando Halliday cria seu mundo e molda toda uma sociedade
subserviente a ele, rouba de cada indivíduo o direito de existir por completo. O desejo de
Wade em transformar o mundo real no OASIS também trata-se de uma violência, quando
Wade toma as decisões sobre o jogo ele amputa a liberdade do outro, que quisesse agir de
forma diferente.
CONCLUSÕES:
O presente trabalho desenvolveu uma análise das personagens de James Halliday e
Wade Watts, a maneira como o primeiro, mesmo após sua morte, moldou o segundo de
acordo com sua vontade. Caracterizei a personagem de Wade como um “prisioneiro” e
Halliday como um ditador, que envolto no pretexto da não criação de regras, manteve Wade e
toda sociedade como seus servidores e seguidores.
Pensando a servidão de Wade segundo Lá Boetie ou Jameson, seria difícil atrelá-lo a
um dos dois especificamente, já que ambos consideram a vontade de libertar-se algo
3
A fala tem início em 09:40: “The Keys aren’t just laying around under a rock somewhere. I suppose you could
say they’re invisible, hidden in a dark room that’s at the center of a maze that’s located somewhere up here.”
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necessário e Wade não a possuía. A sociedade capitalista, como Jameson relata, também é um
motivo do qual Wade não consegue soltar as amarras, pois este não sucumbe às propostas de
Sorrento. Portanto, a personagem de Wade encaixa-se nas duas vertentes, pois tanto sua
vontade de “liberdade” como seus desejos materiais ocorrem, desde que, não fuja dos
preceitos estipulados por Halliday.
A violência, então, se configura à medida que um molda o outro, e o segundo segue
sem questionar, as ordens do primeiro. As decisões e escolhas de Halliday subjugaram uma
sociedade e quando Wade teve a chance de fazer diferente acabou optando por agir tal qual
seu ídolo.
AGRADECIMENTOS: Agradeço a todos os participantes que compuseram o grupo da
pesquisa e se dispuseram a partilhar saberes, agradeço ao prof. Dr. Charles Albuquerque
Ponte por seus ensinamentos, pela paciência e suporte se dispondo a sanar quaisquer duvidas
e/ou dificuldades.
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO:
Alves, C. M. & Lopes, E. J. (2007). Falsas Memórias. Paidéia. Vol. 17, Nº 36. p. 45-56.
Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/paideia/v17n36/v17n36a05.pdf> Acesso em 14 de
maio de 2020.
JOGADOR Nº 1. Direção: Steven Spielberg. Produção: Dan Farah, Donald de Line, Ernest
Cline, Kristie Macosko, Jennifer Meislohn e Steven Spielberg. Intérpretes: Tye Sheridan,
Olivia Cooke, Bem Mendelsohn, Mark Rylance, Simon Pegg e outros. Roteiro: Zak Penn e
Ernest Cline. [S. I.]: produtoras, p.2018 (140 min.), son. color.
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Introdução
A sociedade atual passou por uma série de mudanças em todos os espaços sociais ao
longo dos anos até chegar ao que conhecemos hoje; nos últimos 60 anos essas mudanças
ocorreram de forma significativa em todas as áreas como, por exemplo: nas artes, filosofia,
ciência, etc., mas principalmente nos campos socioeconômico e tecnológico. Os avanços da
tecnologia e a globalização da internet trouxeram consigo e foram fundamentais para a
disseminação do pós-modernismo, período onde nos encontramos hoje, a partir de um
processo de rupturas com relação ao modernismo, o movimento artístico anterior. O termo
convencionalmente conhecido por pós-modernismo é aplicado às mudanças ocorridas em
todos os âmbitos da vida cotidiana da sociedade desde os anos 1950: “A fábrica, suja, feia, foi
o templo moderno; o shopping, feérico em luzes e cores, é o altar pós-moderno”. (SANTOS,
1986, p. 10). Ainda segundo Santos (1986, p. 18), muito embora a pós-modernidade traga
essa carga de mudanças em relação ao modernismo, não se pode existir uma quebra total das
conquistas advindas do modernismo ou de qualquer outro período histórico, pois esses
períodos foram de descobertas indispensáveis para a sociedade em que vivemos, como o aço,
as fábricas, os computadores, a luz elétrica etc., pois “Assim, no fundo, o pós-modernismo é
um fantasma que passeia por castelos modernos”.
Em meio a todas essas mudanças encontra-se o sujeito pós-moderno inserido nesse
novo contexto social contemporâneo, que se torna cada vez mais autossuficiente, e o ritmo de
vida torna-se cada vez mais frenético. Longas jornadas de trabalho, trânsito caótico e
violência nos grandes centros acabam gerando certa sensação de vazio e até mesmo a perda de
sentido para a vida em sociedade deixando o indivíduo cada vez mais isolado e individualista:
“O indivíduo pós-moderno nasceu com o modernismo, mas o seu exagero narcisista é um
acréscimo pós-moderno” (SANTOS, 1986, p. 18). Assim como em todos os âmbitos da vida,
o pós-modernismo também está presente nas artes, onde ele se apresenta de forma eclética, a
arte pós-moderna é uma mistura de vários estilos, já que o pós-modernismo apresenta uma
1
Estudante do curso de Letras Língua Inglesa do departamento de Letras Estrangeiras da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte (UERN), bolsista PIBIC/UERN; e-mail: wignaedibegna@hotmail.com
2
Professor do departamento de Letras Estrangeiras da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN),
coordenador da pesquisa Spielberg: nostalgia e violência; e-mail: charlesponte@uern.br
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 1190
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Metodologia
Esse trabalho foi conduzido por caráter bibliográfico a partir da leitura de textos de
escritores como Santos (1986), Jameson (1996), Baudrillard (1981) e Hall (2006). A pesquisa
possui um caráter qualitativo, bem como interpretativo, para alcançar os objetivos.
Como uma obra do período pós-moderno, o filme Jogador n° 1 traz várias
características pós-modernistas, como a tecnologia invadindo a vida, a saturação de
informações, e a sensação de vazio. De acordo com Santos (1986) podemos atribuir essa
saturação de informações a outro fator importante do pós-modernismo, a tentativa de atender
a todos os públicos. Já que a economia passa a ser parte integrante de nossa vida, o dinheiro
fala alto e o fetichismo, relacionado segundo Jameson (1996) a um consumismo exacerbado,
torna-se parte integrante do mercado artístico, essa preocupação acontece como uma junção
entre a alta cultura, foco do modernismo, e a cultura de massa, alvo pós-modernista. Para
Jameson (1996), toda obra dialoga com o momento de sua produção, como uma espécie de
identidade, e cada período histórico tem a sua, pois quem está narrando fatos o faz a partir do
seu olhar moldado no seu presente, diferentemente de quem viveu no período narrado e pode
contar com sua experiência da época.
Contudo, com as mudanças e fragmentações sofridas ao longo dessas mudanças de
períodos, ocorre o que Hall (2006, p. 7) chama de crise de identidades, que “é vista como um
processo mais amplo de mudanças, que está deslocando as estruturas e processos centrais das
sociedades modernas e abalando os quadros de referência que davam aos indivíduos uma
ancoragem estável no mundo social”. Sendo assim o presente é permeado por resquícios que
restaram do passado e do desejo pelo futuro.
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Resultados e discussão
Jogador n°1 (2018) é um filme de Ficção científica do diretor Steven Spielberg, sua
trama é uma distopia futurística. O enredo se passa em 2045, quando o planeta é acometido
por um verdadeiro caos, já que a maioria de seus recursos naturais estão esgotados e grande
parte da população vive de forma precária em áreas periféricas em casas amontoadas e
situação de extrema pobreza. Sem dinheiro e sem perspectivas em suas vidas, os habitantes do
planeta começam a fugir dessa realidade caótica e partem para uma realidade alternativa, o
OASIS. Esse lugar de fuga trata-se de uma realidade virtual, um lugar onde existe uma
infinidade de mundos onde os jogadores podem ser e fazer o que quiserem de forma simulada,
tornando-se um lugar melhor do que a própria realidade, pois estes ainda contam com uma luz
no fim do túnel: podem conquistar o OASIS e como recompensa tornarem-se ricas, uma
perspectiva que elas não possuem em sua vida real.
O filme Jogador n°1 é repleto de nostalgia do início ao fim, muitas vezes chegando
ao exagero, causando uma disputa entre quantidade X qualidade, já que o incomodo é sentido
por alguns espectadores com um olhar mais crítico, ou passando despercebido por olhos
desatentos e até mesmo por falta de familiaridade com esses elementos. Podemos perceber o
padrão da nostalgia no filme, pois ela trata-se da releitura, da representação de um período
histórico, mais especialmente dos anos 80. No entanto, essa representação ocorre com uma
visão do presente, pois é um filme produzido sob o olhar de hoje que traz um regaste da
década de 80 em suas referências. Aqui incorporamos o conceito de pastiche, pois segundo
Jameson (1996) com o desaparecimento do sujeito e o fim da pincelada individual distinta
surge o imitar de um estilo: “os produtores culturais não podem mais se voltar para lugar
nenhum a não ser o passado: a imitação de estilos mortos, a fala através de todas as máscaras
estocadas no museu imaginário de uma cultura que agora se tornou global”. (JAMESON,
1996, p. 45).
O filme jogador n°1 é de fato uma verdadeira volta ao passado, contrariando a
própria proposta do filme ao sugerir uma realidade futurística para a trama, no entanto
percebemos que esse fascínio retro não consegue atingir os objetivos almejados quando
esquecemos o lado afetivo por um momento e focamos em questões estruturais do filme.
Toda essa grande quantidade de referências acaba tornando-se alusões aleatórias a vários
elementos da década de 80 e acaba caindo ao nível do meramente ilustrativo, segundo
Jameson (1996, p.32) para a imagem não se resumir somente ao decorativo “é preciso
reconstruir a situação inicial de onde surge a obra acabada”. Ou seja, não podemos voltar para
a década de 80, pois ela não existe mais. No entanto, ao deparar-se com conflitos na vida e
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sociedade atual, o homem sempre busca um lugar de fuga, isso também acontece na arte pós-
moderna, “Quando o real já não é o que era a nostalgia assume todo o seu sentido,
sobrevalorização de verdade, de objetividade e de autenticidade de segundo plano. Escalada
do verdadeiro [...] ressurreição do figurativo onde o objeto e a substância desapareceram”
(BAUDRILLARD, 1981, p. 14). Assim acontece com James Halliday no filme, pois, ao
deparar-se com o presente onde não era feliz, sem amigos e sem a pessoa amada, decide
voltar a viver o passado, como um referencial.
Percebemos o filme usando a nostalgia para recuperar uma realidade perdida e
fazendo uso de recursos hipnóticos para citar o próprio presente no passado, uma contradição
do nosso presente social com um passado como referente, gerando um brilho falso da
imagem, pois tirando todos os momentos de mentira no filme, o que realmente sobra? Com o
uso da nostalgia, o filme Jogador n°1 tem a possibilidade de recuperar uma década perdida de
clássicos no cenário da cultura pop, mostrando que seus reflexos estão presentes até hoje no
cenário cultural. Dessa maneira podemos concluir que o filme Jogador n°1 efetivamente, com
todas as suas referências e tecnologia, retrabalha a cultura pop dos anos 80, usando a memória
afetiva para mascarar outros aspectos problemáticos deixados ao longo da trama.
Agradecimentos: À Universidade do Estado do Rio Grade do Norte, pela bolsa que permitiu
minha dedicação a esta pesquisa, e a todos os que participaram das discussões durante o curso
de um ano.
Referências
BAUDRILLARD, Jean. Simulacros e simulações. 11. ed. [S.l.]: DP&A editora, 1991.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11. ed. Rio de Janeiro: DP&A
editora, 2006. p. 7-15.
JOGADOR Nº1. Direção: Steven Spielberg. Produção: Dan Farah, Donald de Line, Ernest
Cline, Kristie Macosko, Jennifer Meislohn e Steven Spielberg. Intérpretes: Tye Sheridan,
Olivia cooke, Bem Mendelson, Mark Rylance, Simon Pegg e outros. Roteiro: Zak Penn e
Ernest Cline. [S.I]: produtoras, p.2018 (140 min), son. Color.
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Introdução
Nos últimos anos, diversos estudos têm surgido acerca do uso do livro didático e dos
processos de ensino-aprendizagem de línguas mediante a abordagem sociointeracional, com
atenção aos gêneros textuais. Essa perspectiva tem como uma das principais características o
ensino da leitura baseado na interação entre os sujeitos autor-texto-leitor. Além disso, trabalha
a essência do texto, pois promove meios de combinar conteúdo temático, propósito
comunicativo, estilo e forma composicional (KOCH e ELIAS, 2012). Destacamos os
documentos oficiais de ensino, como os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), Orientações
Curriculares para o Ensino Médio (2006) e a Base Nacional Comum Curricular (2018), que
adotam essa perspectiva e orientam o trabalho na sala de aula.
Contudo, apesar de as recomendações para o estudo de línguas baseado em textos
serem amplamente aceitas, ainda podemos observar que há grandes dificuldades no meio
escolar de vivenciar e propiciar esse ensino comunicativo (ANTUNES, 2002). Esse fato reflete
uma problemática no ensino de línguas do Brasil, visto que os alunos, muitas vezes, perdem a
oportunidade de conhecer o texto em sua totalidade, suas características, como compreendê-lo
e, logo, como a pensar criticamente.
Nesse sentido, sabemos que “toda educação comprometida com o exercício da
cidadania precisa criar condições para que o aluno possa desenvolver sua competência
discursiva” (BRASIL, 1998, p. 23). É importante frisar que essa competência discursiva é
possível de ser desenvolvida através de um estudo pautado em gêneros textuais. No entanto,
ainda é comum que estudantes, ao sair da escola, se sintam despreparados para lidar com as
situações comunicativas do dia a dia.
A partir de uma reflexão crítica sobre o ensino da leitura, passamos a nos questionar
se os alunos estão sendo preparados para além dos muros da escola. Tendo em vista que os
livros didáticos adotados nas instituições são um importante recurso de ensino e aprendizagem,
levantamos o seguinte questionamento: Como são orientadas as atividades de leitura de livros
didáticos de Língua Inglesa do Ensino Médio, com vistas ao letramento crítico e às provas do
Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM)? Ademais, estabelecemos alguns objetivos
específicos para a realização deste trabalho:
• Averiguar quais gêneros textuais são trabalhados nas atividades de leitura nos livros
didáticos do Ensino Médio;
• Verificar se os autores do livro didático do Ensino Médio abordam as características
dos gêneros textuais utilizados nas atividades de leitura;
• Investigar se os autores do livro didático orientam a se posicionarem frente ao texto
nas atividades de compreensão leitora;
1
Estudante do curso de Letras – Língua Inglesa do Departamento de Letras Estrangeiras – DLE da Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: camilafreire@alu.uern.br
2
Professora do Departamento de Letras Estrangeiras – DLE/FALA/UERN; Coordenadora de Área do Programa
Institucional de Iniciação à Docência – PIBID; Professora do Mestrado Profissional em Letras – PROFLETRAS;
Membro do Grupo de Pesquisa em Linguística e Literatura – GPELL; e-mail: adrianajales@uern.br
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Metodologia
Resultados e Discussão
Com base nas informações coletadas na 12° Diretoria Regional de Educação e Cultura
(DIREC) da cidade de Mossoró – RN, as três maiores escolas estaduais da cidade e as coleções
de livros didáticos de língua inglesa nelas utilizadas são: Escola Estadual Professor Abel Freire
Coelho, Centro de Educação Integrada Professor Eliseu Viana, ambas utilizam a coleção Learn
and Share in English3, e Escola Estadual Monsenhor Raimundo Gurgel que utiliza a coleção
Way to Go4.
Para nosso estudo, atentamo-nos para os seguintes critérios de análise: a indicação do
gênero textual nas atividades de leitura; o trabalho com as características dos gêneros (propósito
comunicativo, forma composicional e suporte) nas atividades de compreensão leitora, como
também o trabalho com o senso crítico do aluno; e a correlação entre os livros didáticos e as
provas do ENEM.
De acordo com os dados obtidos, averiguamos que a indicação do gênero textual é
realizada em grande parte dos livros didáticos. Com relação aos gêneros trabalhados,
percebemos que há um leque variado nas coleções, no entanto, alguns livros falham nesse
quesito. Sobre isso, Marcuschi (2008) argumenta que comumente acontece, porém, é um fato
que influencia negativamente para o desenvolvimento da competência comunicativa dos
alunos.
No tocante ao propósito comunicativo, verificamos que são grandes as lacunas, visto
que, em todos os livros, os números obtidos foram abaixo do esperado. A respeito disso,
Marcuschi (2008) diz que os gêneros textuais realizam-se linguisticamente mediante objetivos
comunicativos, sendo assim, o propósito comunicativo é uma das principais características dos
gêneros. Já a forma composicional, averiguamos que os autores realizam positivamente a
3
Autores: Amadeu Marques e Ana Carolina Cardoso
4
Autores: Claudio Franco e Kátia Tavares.
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orientação deste aspecto em todos os livros, deixando apenas algumas unidades de lado.
Compreendemos que “nós aprendemos a moldar o nosso discurso em formas do gênero”
(BAKHTIN, 2003, p. 283). Por causa disso, faz-se necessária a inclusão desta característica ao
se trabalhar com gêneros textuais em sala de aula.
Com relação ao suporte/meio de divulgação, verificamos que os autores fazem a
apresentação deste aspecto em todas as lições analisadas. Marcuschi (2008, p. 174) ressalta sua
importância ao dizer que “o suporte não é neutro e o gênero não fica indiferente a ele”. Por fim,
as orientações para o desenvolvimento do senso crítico do aluno foram trabalhadas em quase
todas as unidades, apresentando resultados significativos. Desse modo, evidenciando a
relevância de se motivar a autonomia do aluno perante o texto, como discute Solé (1998).
Podemos ver os resultados da primeira parte de nossa análise detalhadamente na Tabela 1.
Tabela 1: Resultados referentes às análises dos livros didáticos
LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA INGLESA DO ENSINO MÉDIO
Indicação Característica do gênero
Livro do gênero Gênero Textual Propósito Forma Suporte/ Desperta
textual comunicativo composicional Meio de Senso
Divulgação crítico
Learn 75% Artigo, Resenha, 50% 62,5% 100% 100%
and Pesquisa de
Share 1 opinião,
Introdução de
livro e Diário
Learn 75% Artigo, Roteiro 25% 62,5% 100% 75%
and de filme e Conto
Share 2
Learn 50% Discurso, Artigo 37,5% 50% 100% 87,5%
and e Anedota
Share 3
Way to 100% Infográfico, 12,5% 100% 100% 100%
Go 1 Mapa mental,
Artigo,
Biografia e
Poema
Way to 75% Artigo, Carta de 25% 62,5% 100% 100%
Go 2 aconselhamento,
Infográfico,
Carta, Entrevista
Way to 75% Artigo e 50% 75% 100% 100%
Go 3 Resumo
No que concerne a correlação entre as provas do ENEM dos anos 2016, 2017 e 2018
e os livros didáticos de língua inglesa analisados, averiguamos que no ano de 2016 há correlação
com a coleção Learn and Share in English de 40% para gênero textual e 6,66% para temática.
Com a coleção Way to Go, apresenta correlação de 40% para gênero textual e 13,33% para
temática. No ano de 2017, verificamos que existe correlação de apenas 6,66% entre os gêneros
textuais das provas e das coleções. Já no ano de 2018, identificamos que somente no critério
“gênero” da coleção Way to Go apresenta correlação com a prova do ENEM, com um resultado
de 6,66%.
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Conclusão
Agradecimentos
Referências
ANTUNES, Maria Irandé Costa Morais. Língua, gêneros textuais e ensino: considerações
teóricas e implicações pedagógicas. Perspectiva: Revista do Centro de Ciências da Educação.
Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências da Educação – v. 20, n 1.
Florianópolis, 2002. p. 65-75.
______. Aula de português: encontro e interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Gêneros textuais. Ler e compreender: os
sentidos do texto. 3ª ed. São Paulo: Contexto, 2012.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais no ensino de língua. Produção textual, análise
de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. Tradução: Cláudia Schilling. 6. ed. Porto Alegre: Penso,
1998.
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa a apresentar resultados das reflexões realizadas no contexto
de discussões possibilitadas pelo Programa de Iniciação Científica e Tecnológica (PIBIC),
dentro do projeto Professores E(m) Formação: Práticas de Letramento Acadêmico Em Um
Curso de Letras, destacando como os estudos realizados sobre as práticas de letramento
podem ajudar na formação do estudante do Curso de Letras. A pesquisa desenvolveu-se em
uma abordagem bibliográfica, mediada pela leitura e estudo de textos sobre o letramento
acadêmico, no período de setembro de 2019 a agosto de 2020, através de encontros
programados, em que a professora orientadora reunia-se com o grupo do projeto, que
apresentava e discutia sobre como as práticas docentes para formação de professores estão
relacionadas com os eventos de letramento.
Na discussão ora apresentada, destacamos os estudos de Lea; Street, (2014) e
Kleiman (2008), em que o primeiro discorre sobre modelos de escrita e de letramento de
estudantes em contextos acadêmicos; e o segundo chama a atenção para as necessidades
formativas em contextos de formação de professores como resultado das crescentes demandas
que emergem na esfera educacional, como as avaliações de alunos na escola, de egressos da
universidade e de livros didáticos, por exemplo, os quais requerem conhecimentos específicos
sobre os mais diversos gêneros sobre os quais precisam agir. Os avanços tecnológicos
proporcionados pelos processos de globalização exigem novas práticas, novos saberes, no
mundo, os quais recaem diretamente sobre as demandas das escolas, desencadeando o que
podemos chamar de letramentos acadêmicos. Nessa mesma análise, a autora também mostra
as dificuldades que tanto o aluno quanto o professor têm para se adaptarem aos novos
modelos de ensino e de aprendizagem.
Assim, procuramos mostrar como as práticas de leitura e de escritas estão
relacionadas com a formação do estudante, em um curso como o de Letras, considerando as
dificuldades que o aluno tem em se adaptar às dificuldades ocasionadas pelas inserções de
novos métodos de ensino que surgem constantemente. Este trabalho, então, tem como
objetivo discutir a constituição do letramento acadêmico e como este pode influenciar o
desempenho do estudante em seu processo formativo, à medida que compreende os modelos
de ensino e de aprendizagem que se estabelecem, nesse contexto.
METODOLOGIA
O estudo desenvolveu-se numa abordagem bibliográfica, resultante das discussões
feitas pelo grupo de estudantes de Iniciação Científica, em que os envolvidos se organizavam
em encontros quinzenais, em que realizavam leituras, fichamentos e discussões de textos
teóricos que abordavam os estudos do letramento. A cada encontro, um membro do grupo
1
Graduando do Curso de Letras Língua Portuguesa e suas Respectivas Literaturas do Departamento de Letras da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; e-mail: thauan012@outlook.com
2
Professora Doutora do Curso de Letras da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
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ficava responsável pelo material de estudo que seria apresentado no encontro posterior. O
responsável por dirigir a conversa buscava compreender e relacionar com o que aprendiam em
sala de aula. Entre os materiais de base teórica utilizados estavam artigos, capítulos de livros,
e videoconferências, ao vivo, pelas redes sociais.
A fundamentação teórica em discussão traz Cavalcanti (2007), Kleiman (2008),
Zavala (2010), Lea; Street (2014), dentre outros. Esses estudos foram de grande importância
para cumprir os objetivos propostos na pesquisa, visto que formavam uma ponte teórica para
se entender o papel do letramento acadêmico como um formador de conceitos, oriundo de
uma prática social que possibilitava dar voz ao discente, como professor em formação. Um
erro comum do docente que vai começar seus estudos de língua materna ao entrar na
universidade é tentar dividir as disciplinas pelas suas determinadas áreas mas Cavalcanti
(2007) explica que não é interessante fazer essa divisão e sim estudar estes elementos de
forma que se interliguem um com o outro. Essa forma de letramento pode ajudar o docente a
entender que a sua formação pode se utilizar do aprendido nas aulas de literatura para
compreender alguns termos utilizados nas demais disciplinas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após os encontros, discussões e análises do material trabalhado, em conjunto com o
grupo de estudos, compreendemos que o letramento acadêmico se constitui de grande
importância, não apenas do ponto de vista da formação docente, mas também da formação
humana, como possibilidade para se adquirir uma opinião própria, crítica, a respeito de si e do
mundo. Evidenciou-se, nas discussões, que nem sempre o professor pode estar preparado para
atender as demandas da profissão, como aponta Kleiman (2008), assim como o estudante, no
início de seus estudos universitários (LEA; STREET, 2014), que apresenta dificuldades para
compreender e desenvolver os modelos de escrita acadêmica, implicando na necessidade de
definir estratégias que lhes possibilite desenvolver uma escrita própria, mas sem divergir das
normas e modelos do contexto universitário.
Zavala (2010) explica que o sistema de ensino superior deveria ser mais abrangente
ao acesso e promover a diversidade, para que então pudesse criar no domínio educativo um
lugar mais democrático, “em um sistema de ensino superior que busca ampliar o acesso e
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CONCLUSÃO
O objetivo ao longo deste trabalho foi trazer uma reflexão sobre a importância de se
estudar o letramento acadêmico como objeto que estivesse ligado à formação do docente
como futuro professor de língua portuguesa. De modo a possibilitar uma assimilação nas
práticas empregadas durante as discussões ocorridas durante os encontros fazendo ponte sobre
o material teórico abordado. Ao observar os textos das autoras estudadas, pode-se perceber a
importância desses estudos e a possibilidade de encontrar meios que facilitem uma melhor
forma de capacitação no aprendizado para aquele estudante que entrou na universidade e
começou os estudos e se deparou com certa dificuldade os conteúdos empregados na sala de
aula.
Desta forma, cabe como tarefa ao futuro professor, buscar tais meios que facilitem
um estudo mais amplo do letramento acadêmico, facilitando ao seu futuro aluno compreender
as regras e formas de escrita e fala dentro do ambiente acadêmico, não desprezando a fala e
escrita que eles tinham antes de entrar naquele espaço, mas fazê-lo compreender que existe os
momentos certos de usar a escrita, seja dentro do ambiente acadêmico, seja dentro da sua
casa, seja em suas atividades no ambiente de ensino, como docente.
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer ao Programa de Iniciação Científica e Tecnológica (PIBIC)
pela oportunidade desse estudo, aos meus colegas de faculdade, professores e ao grupo de
estudo que participei pelo apoio teórico e emocional, a minha família em especial ao meu
irmão por todo apoio e paciência.
REFERÊNCIAS
CAVALCANTI, Marilda C. Do singular para o multifacetado: O conceito de língua
como caleidoscópio. Campinas: Mercado de Letras, 2007.
KLEIMAN, Angela B. Os estudos de letramento e a formação do professor de língua
materna. In: Linguagem em (Dis)curso – LemD, v. 8, n. 3, p. 487-517, 2008.
LEA, Mary; STREET, Brian. O Modelo de letramentos acadêmicos: teoria e aplicações. Filol.
Linguíst. Port., São Paulo, v. 16, n. 2, p. 477-493, jul./dez. 2014
ZAVALA, Virginia. Quem está dizendo isso?: Letramento acadêmico, identidade e
poder no ensino superior. Campinas: Mercado de Letras, 2010.
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educação, ou seja, às ciências sociais aplicadas, e se constitui como sendo uma investigação de
natureza descritiva e interpretativista, com análise qualitativa. Seguindo esse paradigma, é
importante que interpretemos as escolhas dos autores nos livros didáticos investigados. Os
procedimentos de análise incluem a descrição e a interpretação do corpus a ser analisado, no
caso um volume de livro didático Learn and Share English (MARQUES, CARDOSO, 2016)
do ensino médio aprovado pelo PNLD (Plano Nacional do Livro Didático), utilizado em escolas
estaduais de Pau dos Ferros-RN. Foi analisado o volume do segundo ano. O critério para este
volume foi o fato de os alunos, nesse período, não se encontrarem no início ou no fim deste
nível de ensino, mas no meio do processo. Este artigo focaliza na descrição dos textos
multimodais digitais presentes no livro didático Learn and Share English, com base no
letramento multimodal digital. Temos como base teórica os estudos de Gunther Kress (2010);
Gunther & Van Leeuwen (2001) sobre a multimodalidade; Roxane Rojo (2015 – 2019) acerca
dos multiletramentos e hipermodernidade, Gavin Dudeney, Nick Hockly e Mark Pegrum (2016)
sobre os letramentos digitais. Jon Callow (1999) sobre o letramento visual. Inicialmente,
fizemos um estudo e conhecimento sobre a teoria dos multiletramentos. Em seguida, foi feita a
coleta do corpus, composto inicialmente por 23 prints de atividades com mais recursos
multimodais. Em seguida, para produção final, percebemos um padrão nas atividades, assim,
iremos expor algumas das atividades que mais continham recursos multimodais, principalmente
que se relacionam com o digital, retiradas do livro Learn and Share English, e, por fim,
resultando nesse trabalho.
Resultados e Discussões
A multimodalidade evidencia múltiplos modos de um texto, e como podem influenciar
o desenvolvimento dos letramentos de estudantes. Em vista disso, conforme as imagens a
seguir, pode-se identificar outros modos além do texto escrito. A presença de um infográfico
na atividade representa um tipo de texto multimodal, visto que mescla o texto escrito, dividindo
espaço com imagens, fontes e cores, na tentativa de chamar a atenção dos estudantes.
Figura 1 Figura 2
Fonte: https://api.plurall.net/media_viewer/documents/1681848
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A figura 1 serve para introduzir os alunos ao tema que será abordado em seguida, com
questionamentos como “Do you have a cell phone? If so, how many times a day do you check
it?” e também pede para que façam uma relação entre a imagem que está ao lado com texto
principal, mesmo sem ter feito a leitura do artigo. Assim, os alunos usaram do conhecimento
prévio, observando a imagem para deduzirem qual tema será abordado. O texto vem trazendo
a discussão sobre o uso do celular no dia a dia dos jovens, isso implica que o aluno terá de
refletir sobre o uso consciente ou não do celular em sua vida. Após a leitura, cabe ao professor
levantar alguns questionamentos a respeito, explorar essa consciência crítica do aluno sobre seu
consumo, se está sendo benéfico ou não para ele.
Em seguida, na figura 2, temos um infográfico, texto de ampla circulação social, não
somente em livros didáticos, jornais e revistas, como também na TV e internet. Esse tipo de
texto consegue condensar muitas informações em uma única imagem, sendo um recurso
amplamente utilizado no meio da comunicação social. Para se trabalhar esse tipo de texto outros
fatores são envolvidos que vão além da competência escrita do aluno em decodificar o texto.
Sendo, portanto, um potencializador do ensino-aprendizagem, o professor deve explorar muito
mais do que o texto, utilizando as novas tecnologias, e recursos a seu favor.
O infográfico vem como complemento do texto anterior, trazendo alguns dados sobre
o uso da tecnologia na vida dos jovens. Assim é possível ampliar a discussão e reflexão,
levando-os a fazerem associações com o texto anterior e seu próprio cotidiano. A atividade é
para ser trabalhada em grupo, mas as questões são pessoais, e devem ser discutidas em sala de
aula.
O texto aborda, negativamente, o uso tecnologias, como mostram os títulos das
atividades (figura 1 e 2), colocando em evidência o foco principal: o vício em tecnologia.
Assim, a partir das atividades e discussões em sala se explora o letramento crítico do aluno,
fazendo com que reflita sobre o uso que faz do seu próprio celular e das tecnologias e, acima
de tudo, levando em consideração o contexto no qual estão inseridos.
É sabido que, mesmo sendo uma nova possibilidade de ensino e que, com o auxílio da
internet, e ferramentas como computadores e smartphones, o acesso a aprendizagem tornou-se
mais democrático, mas, tecnologias digitais podem ser responsáveis por pontos negativos
também. Em consequência disso, fica a critério do professor explorar todas as possibilidades
que os textos multimodais apresentam, visto que o texto não se constrói apenas com a escrita,
sendo possível explorar outros materiais, ou seja, além da escrita contamos com os modos
falados, imagéticos, áudio visuais e a articulação entre eles.
Neste contexto, o livro didático aborda, em sua maioria, o uso excessivo do celular,
mas, para explorar ainda mais o tema, entende-se que o professor tem de instigar o aluno a usar
os mecanismos de busca como o Google para pesquisar outros tipos de textos, vídeos, podcasts,
a fim de desenvolver no aluno um letramento digital. Apesar de entendermos que infográficos
são produzidos por profissionais e por isso circulam nos meios midiáticos, não é proibido
encorajar o aluno a produzir um. Além disso, o aluno pode e deve ser incentivado a construir
outros tipos de produções, além do texto escrito.
Pensando o letramento como prática social e conhecimento de mundo, o letramento
digital torna-se fundamental para desenvolver no aluno, não só as capacidades técnicas de
escrita verbal, como também a capacidade de pensar criticamente a sociedade em que vive.
Ainda sobre, (PEREIRA & BRASIL 2016, p. 1) entendem que o letramento é “a competência
que o aluno desenvolve, [...], para não apenas decodificar o conteúdo existente nos textos
apresentados a eles, mas, [...], lê-los de modo que estabeleçam uma apreciação crítica acerca
deles.”
Durante a análise do livro didático não foi possível identificar a abordagem de
ferramentas tecnológicas, focando, apenas, em mostrar os dispositivos tecnológicos, mas, parte
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do princípio de que o aluno já sabe como utilizá-los. Em vista disso, o letramento digital não é
o foco do livro, mas as atividades são feitas para explorar e despertar os alunos para um
pensamento mais crítico acerca do seu cotidiano.
Conclusão
Essa pesquisa expôs a necessidade de se pensar acerca dos multiletramentos e da
multimodalidade englobando o uso das tecnologias digitais no processo de ensino-
aprendizagem de alunos de língua inglesa na escola pública. Através dessa pesquisa e análise
das atividades do livro didático, fica evidente que o livro apenas menciona os tipos de suportes
tecnológicos, mas não se aprofunda em solicitar que o aluno faça uma atividade em algum deles.
O livro didático aborda o ensino de inglês com foco na gramática, devemos pensar o
ensino não só centrado em estruturas gramaticais, mas sim, fomentado através do letramento
crítico. O ensino necessita ser atrelado ao contexto social em todas as suas dimensões – seja
política, religiosa etc. -, pautado na conscientização sobre os diferentes modos semióticos e
formas de domínio que a hegemonia faz uso. Promover uma percepção reflexiva, despertando
nos aprendizes de língua inglesa, um olhar que vá além da superficialidade material dos textos,
que são naturalmente multimodais. Entendemos que é indispensável saber que o texto
ultrapassa o modo verbal, ou seja, seu sentido é moldado a partir de diversos modos semióticos.
O pouco espaço impossibilitou de trazermos um analise mais completa, mas isso será feito em
um artigo que está em produção.
Agradecimentos
Agradecemos ao órgão que concedeu a oportunidade de realização do projeto. Ao
grupo de pesquisa que participou das discursões e estudos acerca da teoria que foi trabalhada,
assim como dos segundos olhares concedidos diante das produções realizadas.
Referências.
CALLOW, Jon. Reading the visual: An introduction. In: _____ Image matters: visual texts in
the classroom. Marrickville, N.S.W.: Primary English Teaching Association, 1999. p. 1 – 13.
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tradução Marcos Marcionilo. – 1. Ed. – São Paulo : Parábola Editorial, 2016.
KRESS, Gunther & van LEEUWEN, Theo. Multimodal discourse: The modes and media
contemporary communication. London, New York: Arnold; Oxford University Press, 2001.
KRESS, Gunther. Multimodality. A social semiotic approach to contemporary
communication. New York, Routledge, 2010.
—. Literacy in the new media age. London, New York: Routledge, 2003, 2010
LIMA, Rosângela Andrade. A leitura do texto multimodal. In: GOMES; BARBOSA; LIMA;
GOMES (Orgs.). Texto, imagem e letramento visual. Teresina: EDUFPI, 2019
MARQUES Amadeu, Learn and Share in English : língua estrangeira moderna: inglês /
Amadeu Marques, Ana Carolina Cardoso. – 1. ed. -- São Paulo: Ática, 2016
PEREIRA, Tayanara & Virginia BRASIL. MULTIMODALIDADE E SUAS
IMPLICAÇÕES PARA O LETRAMENTO VISUAL. In: XIII EVIDOSOL e X CILTEC-
Online - junho/2016 -http://evidosol.textolivre.org
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fundamental I: em busca da formação plurilíngue. In: Gêneros textuais: teoria e prática.
Campinas, SP: Mercado de Letras. 2012.
ROJO, Roxane Helena R. Gêneros do discurso, multiletramentos e hipermodernidade. In:
Hipermodernidade, multiletramentos e gêneros discursivos. São Paulo: Parábola Editorial.
2015
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São Paulo : Parábola, 2019.
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Metodologia
Tendo em vista que visamos analisar fenômenos do contexto educacional,
especificadamente o ensino orientado pelo livro didático, esse trabalho se enquadra nas ciências
sociais aplicadas, e se constitui como sendo uma investigação de natureza descritiva e
interpretativista, com análise qualitativa. Assim, os procedimentos de análise incluem a
descrição e a interpretação do corpus analisado, sendo dois volumes de livros didáticos, um do
Learn and Share in English (MARQUES, CARDOSO, 2016) e outro do Alive High
(MENEZES et al., 2016), ambos do ensino médio aprovados pelo PNLD (Plano Nacional do
Livro Didático), sendo um deles (Learn and Share in English, de MARQUES, e CARDOSO,
2016) utilizado em escolas estaduais de Pau dos Ferros-RN e adotado por professores
preceptores da Residência Pedagógica (RESPED), subprojeto Letras/Inglês, coordenado, nesse
contexto, pela coordenadora deste trabalho. Desta forma, investigaremos os volumes do
segundo ano (pois nesse período os alunos não se encontram no início ou no fim deste nível de
ensino, mas no meio do processo) de cada coleção paralelamente aos manuais do professor.
Assim, no procedimento de análise, contemplaremos as seguintes categorias: (1) Identificação
da variação de textos multimodais, com base em ambientes virtuais presentes nos livros
didáticos; (2) Descrição e análise das propostas de atividades envolvendo os textos multimodais
1
Estudante do curso de Letras Língua Inglesa do Departamento de Línguas Estrangeiras da Universidade Estadual do Rio
Grande do Norte; e-mail: cibelenegreiromaia09@gmail.com
2
Professora do Departamento de Línguas Estrangeiras da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, Líder do Grupo de
Pesquisa Estudos Multimodais.; e-mail: mariazenaide@uern.br
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identificados; e (3) Análise dos textos multimodais e das orientações propostas no manual do
professor para o desenvolvimento do letramento multimodal e digital.
Resultados e Discussão
O primeiro texto3 selecionado (Figura 1) se encontra na segunda unidade, denominada
Digital Security. Ele foi assim escolhido porque apresenta uma grande disponibilidade de
recursos multimodais, dentre os demais textos presentes em ambientes virtuais encontrados no
livro. Na primeira questão do texto, é solicitada a leitura dos seis quizzes representados e na
sequência introduz três questionamentos. Assim, a proposta da atividade consiste em
desenvolver o letramento crítico através da reflexão sobre a recorrência desse tipo de texto na
vida dos alunos e a influência que ele pode exercer, como também possibilita a prática das
habilidades orais.
Figura 1. Texto multimodal em ambiente virtual
Disponível na página 35 do segundo volume do livro didático Alive high (MENEZES et al., 2016)
3
Vale lembrar que o conceito de texto que consideramos, compreende a imagem como texto assim como o modo
verbal, uma vez que ela também pode ser repleta de sentidos e significados.
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retomam o conteúdo abordado no modo verbal. Por exemplo, o quizz número 6 apresenta o
questionamento “Qual dos seus amigos é viciado em você?” em um plano de fundo composto
com o desenho de pílulas. Assim, a imagem representa e retoma o sentimento de vício, abordado
no modo verbal.
No que diz respeito a estruturação, que corresponde aos dispositivos que conectam ou
desconectam elementos da imagem, significando se pertencem ou não a uma mesma formação
de sentido, podemos dizer que ele é estrategicamente organizado, pois são utilizadas caixas de
texto para orientar e tornar a leitura do modo verbal mais visível dentro do plano de fundo.
Como também, conectam o modo verbal com o visual, mostrando que esses elementos estão
diretamente interligados na formação de sentido.
Desta maneira, a análise desse texto, a partir desses três critérios de composição, nos
permite identificar os diferentes recursos utilizados pelo produtor para tornar o texto
multimodalmente rico. Como também, as diferentes estratégias aplicadas para aproveitar a
disposição e a variabilidade de recursos visuais do meio digital e tornar o texto significativo em
todos os modos semióticos, e consequentemente, mais atrativo também. No entanto, analisando
as orientações das questões do texto, no manual do professor, não conseguimos identificar
nenhuma sugestão nessa perspectiva. As orientações referentes à primeira questão, apenas
apresentam a resolução da atividade. As orientações da segunda questão, apesar de sugerir o
uso de ferramentas digitais (celular para gravação de áudio), menciona somente estratégias que
dão suporte à produção oral, deixando de fora o potencial de letramento multimodal digital que
pode ser desenvolvido a partir desse texto, uma vez que as orientações direcionam apenas o uso
do quadro para anotações de palavras-chave, planejamento e organização de ideias.
O segundo texto selecionado (figura 2), foi retirado do segundo livro didático em análise
(Learn and Share in English), sob o mesmo critério de riqueza multimodal. Ele se encontra na
primeira unidade, denominada Help! I can’t put down my phone. A primeira seção que trabalha
com esse texto apresenta quatro questionamentos: 1) questiona sobre a frequência de vezes que
se faz uso do celular, 2) de que forma a imagem e o título do texto estão relacionados, 3) o
público-alvo do texto, e 4) se o texto aborda os aspectos positivos ou negativos dos celulares.
Dessa forma, podemos perceber que a proposta da atividade consiste em trabalhar o
posicionamento crítico, uma vez que levanta reflexões a respeito do conteúdo. No entanto,
dentre as quatro questões, apenas a questão dois se refere além do modo verbal e parece não
conceber a imagem como um texto independente do verbal.
Na segunda seção que trabalha com esse texto, denominada Detailed Comprehension,
são apresentadas três questões. A primeira trata-se de uma questão de correlacionar frases
extraídas do texto. Na segunda, questiona sobre os benefícios mencionados no texto sobre os
celulares. Por último, na terceira, questiona sobre os problemas que podem ser acarretados pelo
uso desses aparelhos. Assim, a proposta dessa atividade consiste em localizar informações
específicas do texto, que a propósito estão mencionadas no modo verbal.
Partindo para a análise do texto no que diz respeito ao valor da informação, podemos
notar que há a utilização da estratégia da disposição de conteúdos direita-esquerda (dado-
novo), pois o modo verbal se posiciona à esquerda, uma vez que representa o conhecimento
dado, já a imagem, se localiza no lado direito do texto, pois se posiciona como conhecimento
novo, tendo em vista que representa o vício no celular, tema discutido no modo verbal. Em
relação à categoria topo/pé de página (ideal-real), percebemos que os recursos estão dispostos
conforme orienta Kress e van Leeuwen (1996), pois a imagem se localiza na parte de cima do
texto, uma vez que não representa o real, tendo em vista que se trata de um desenho.
No que diz respeito à saliência, ela foi constituída apenas pela imagem e a moldura
colorida, que se posiciona com o intuito de representar uma página da web e sinalizar que esse
texto se situa nesse meio. Na categoria de análise enquadramento, podemos dizer que ela é
composta através dos recursos em saliência juntamente com a moldura (representando a
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formatação da Web), pois esses recursos orientam a leitura do texto e introduz o conteúdo do
modo verbal, que foi priorizado na produção.
Figura 2. Texto multimodal em ambiente virtual
Disponível na página 19 do segundo volume do livro didático Learn and Share in English (MARQUES; CARDOSO, 2016)
Assim, a análise a partir dessas categorias nos permite identificar diferentes estratégias
para produção de um texto multimodal, como por exemplo, o posicionamento de conteúdo
verbal com visual e relações de sentido estabelecidas entre eles. Ainda assim, dentre as setes
questões que abordam o texto, apenas uma se refere ao modo visual, o que é insuficiente, mas
já sinaliza um avanço, se comparado às demais atividades aqui analisadas. Paralelo a isso, no
manual do professor, algumas instruções sugerem chamar atenção na tipografia do texto (título,
formato, imagem e fonte do texto) alertando que esses recursos ajudam na identificação do
assunto principal, reconhecendo, assim, a importância dos recursos multimodais na composição
de sentido geral do texto e contribuindo para o letramento multimodal.
Conclusões
Por fim, concluímos que os dois livros didáticos analisados apresentam textos que se
valem da multimodalidade e dos multiletramentos, contribuindo, assim, para o trabalho de
desenvolvimento de diferentes letramentos. No entanto, enquanto o Alive High apresenta uma
maior variabilidade de modos e recursos nos textos, se comparado ao Learn and Share in
English, esse último ainda se sobressai em relação às atividades e orientações do manual do
professor para o trabalho na perspectiva multimodal, pois apesar da ênfase recair para o modo
verbal, alguma atenção ainda é dada para os demais modos, diferentemente do Alive High. De
toda forma, apesar do trabalho com esses textos ainda precisar ser aprofundado, podemos dizer
que estamos caminhando em direção a isso, e algum avanço foi registrado. Devido à falta de
espaço, não conseguimos nos detalhar tanto na nossa análise, mas produziremos um artigo para
descrição do trabalho de forma mais consistente.
Agradecimentos
Agradecemos ao CNPq por conceder a bolsa e incentivar o desenvolvimento da pesquisa e aos
membros do grupo de pesquisa por enriqueceram as discursões e debates acerca da teoria
estudada.
Referências
KRESS, G.; VAN LEEUWEN, T. Reading images: the grammar of visual design. London and
New York: Routledge, 1996, 2006
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JOYCE, James. Dublinenses. Tradução de Guilherme da Silva Braga. Porto Alegre, RS:
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SCOTT, Mike. Wordsmith Tools 6.0. Oxford: Oxford University Press, 2012.
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poder sobre a vida e poder da vida; recorremos também a Vladimir Safatle (2016) no que diz
respeito ao circuito dos afetos. Busca-se com este estudo contribuir para a pesquisa acadêmica
no sentido de possibilitar outras aberturas analíticas partindo do texto literário para outros
saberes, em específico, o biopolítico e para além disso, os estudos que perpassam a criação
literária de Valter Hugo Mãe.
A sequência composta por: O nosso reino, O remorso de Baltazar Serapião, A máquina
de fazer espanhóis e o terceiro livro da tetralogia das minúsculas O apocalipse dos
trabalhadores marcam a ascensão do escritor tanto em Portugal quanto no Brasil. Para além
disso, Valter Hugo Lemos, escritor português, nascido em Angola, utiliza em suas produções
literárias e artísticas recursos de imagens e metáforas para discorrer sobre os indivíduos nas
situações mais diversas do cotidiano.
O apocalipse dos trabalhadores (2017) possui como cerne a vida em seu aspecto mais
desigual, mediante um cenário de pobreza devido à crise econômica e os resquícios dos anos
ditatoriais que Portugal enfrenta até os dias de hoje. Sob o olhar de imigrantes ucranianos,
protagonizado por Andriy e seus pais, é um país que revoluciona através das flores de modo
justo. No entanto, ocorre o revés, pois para os que habitam o lugar, a maneira de ver e vivenciar
difere dessa ilusão utópica, tendo em vista que as situações do cotidiano são palpáveis e esses,
como flores, quando retirados do solo, as suas pétalas sucumbem. Em outros termos, se trata de
moradores vivendo de modo subalternizado com condições mínimas de sobrevivência. As
pétalas, que de maneira figurativa ilustram esta pesquisa, representam os personagens
trabalhadores da narrativa; as flores, são as cidades que compõem Portugal, mais precisamente,
Bragança, porque é nesse espaço que se desenvolve a história; já os ceifeiros significa o sistema
representado nesse caso a partir do Estado. Assim, analisaremos como se dá a construção das
personagens Maria da Graça, Quitéria, bem como dos personagens Augusto, Andriy, Sr.
Ferreira e o cão Portugal, enquanto pétalas que compõem uma flor, sendo a alegoria para
Bragança diante do contexto biopolítico.
Maria da Graça Pragal é uma mulher de quarenta anos que trabalha como diarista na
cidade de Bragança e se sente indigna de participar das coisas mais belas e sagradas da vida.
Ao longo da narrativa, podemos observar a priori o vínculo relacional entre a protagonista e
sua amiga Quitéria. Duas diaristas com os mesmos trabalhos, pois ambas também são
carpideiras contratadas para chorar em sepultamentos; vivem a seu modo, contudo há uma
completude nas situações rotineiras das quais partilham. Alegoricamente, Quitéria também
compõe a flor-Bragança, portanto, é uma personagem-pétala inserida no contexto biopolítico e
está diante de mecanismos que promovem a vida a partir do Estado. Um desses mecanismos,
não apenas para ela, mas para Graça também, é o próprio trabalho; sendo que esse atua a partir
do biopoder conforme aponta a teoria desenvolvida por Michel Foucault e desenvolvida mais
tarde pelo filósofo italiano contemporâneo Giorgio Agamben: o poder atuando sobre todas as
instâncias da vida, pois seja como diaristas ou como carpideiras, as personagens necessitam dos
empregos para garantir a sobrevivência.
Por outro lado, se existe o poder sobre a vida há o poder da vida e podemos encontrar
isso a partir do relacionamento de Quitéria com o ucraniano Andriy. Quitéria é uma das quais
compreende a linguagem de Andriy, mesmo não tendo muito domínio do sotaque, e com isso
consegue saber mais a respeito dele, criando um vínculo afetivo. Em contrapartida ao “amor
humanizador” entre os personagens Quitéria e Andriy, retomamos a vivência da protagonista,
haja vista que é de suma importância pensar as questões que envolvem seu matrimônio com
Augusto. Por ser pescador vivia em alto mar e voltava de tempos em tempos à Bragança para
repouso, na narrativa a construção dele se dá a partir do viés de submissão por parte de sua
esposa Graça. Nesse relacionamento, o descansar está atrelado ao fato de chegar em casa e ter
quem o sirva do prato de comida até as sandálias nos pés.
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O cão Portugal tipifica novos caminhos e linhas de fugas diante do contexto biopolítico
de Portugal, principalmente, no que tange seu contato com a protagonista do enredo, pois ao
contracenar com a mulher-a-dias chega a facilitar, a partir da relação de cumplicidade, o ofício
que ela exerce dentro da casa do patrão. Segundo Vladmir Safatle (2015), refletir sobre o amor
é partir de um interesse político, por assim dizer, biopolítico, tendo em vista as formas de
reconhecimento entre os sujeitos, pois ao mesmo tempo que o afeto desampara, também nos
recria. A cartografia afetiva traçada ao longo do relacionamento entre os personagens propicia
as transformações. Por isso a importância de ratificar a complexidade da relação entre Senhor
Ferreira e Maria da Graça, pois mesmo ferindo a dignidade dela também ocorre a identificação
dos corpos, tendo em vista que ambos sentiam amor um pelo outro. No enredo, a morte adquire
um caráter de possibilidade e ao se suicidar Sr. Ferreira protesta o fato de não poder consumar
este amor, como também Maria da Graça planeja o suicídio de modo impulsionador, pois
enxerga na morte a maturidade suficiente para dar um fim aos problemas e dilemas que
enfrentou em vida. Dessa forma, o afeto amor enquanto biopotente, por não caber no espaço
tão pequeno dentro de si, lampeja para além da vida e Maria da Graça por se encontrar com o
Sr. Ferreira do outro lado de lá dos sonhos é que se pôde abraçar, pelo lado mais interior do
amor, a completude das possibilidades dos umbrais e tudo isso por si está adentro das portas da
morte.
REFERÊNCIAS:
AGAMBEN, Giorgio. Homo Sacer: O poder soberano e a vida nua I. Belo Horizonte:
Editora UFMG, 2002
CANDIDO, Antonio. A personagem de ficção. 11. ed. São Paulo: Perspectiva, 2007.
GANCHO, Cândida Vilares. Como analisar narrativas. São Paulo: Ática, 1991
MASSAUD, Moisés. Dicionários de termos literários. 12ª ed. rev., ampl. e atual. São Paulo:
Cultrix, 2013
MÃE, Valter Hugo. O apocalipse dos trabalhadores. 2ª ed. São Paulo: Biblioteca Azul,
2007
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Introdução
A literatura de autoria feminina contemporânea traz em sua composição novas formas
de representação da mulher enquanto personagem, problematizando estereótipos e valores
socialmente criados que foram perpetuados durante muito tempo como uma forma de
manutenção para repressão desses indivíduos. Rakushisha (2007) de Adriana Lisboa surge em
mais um contexto de discussões políticas e sociais, o que torna o romance uma ancora teórica-
crítica para discussões sobre gênero, sendo este um instrumento de reflexão sobre os novos
espaços da mulher na contemporaneidade.
Rakushisha é um romance que adentra ao universo feminino de uma forma singular,
abordando temáticas relacionadas aos afetos, luto, sentimentos efêmeros e outras questões
específicas do gênero. A personagem Celina é descrita por Lisboa como uma mulher que passa
por uma situação traumática e perde precocemente sua única filha, fato esse que faz com que
por muito tempo ela não supere o luto, o que com o passar do tempo promove a perca da sua
identidade enquanto mulher. Celina recebe o convite de Haruki para acompanha-lo em uma
viagem a cidade de Kyoto no Japão e ela aceita de modo impulsivo, vendo aí uma possibilidade
de fugir da sua realidade de sofrimento atual. Ela usa a sua liberdade de locomoção como
solução para seus traumas emocionais do passado, e assim buscar se reconstruir através do
contato com o desconhecido. Nesse processo de desbravamento do novo, as memórias afetivas
do seu passado são ativadas e se tornam um fator essencial na construção desse ambiente ao
qual a personagem percorre, influenciando assim diretamente na forma de Celina pertencer e
perceber nesses novos espaços.
O objetivo dessa pesquisa foi analisar como as memórias afetivas contribuem para a
construção do espaço da personagem Celina de Rakushisha, buscando identificar a trajetória
que a mesma percorre afim de resgatar sua identidade enquanto mulher que foi perdida após o
trauma. Dessa forma, buscamos a partir desse estudo, fazer com que o leitor conseguisse
compreender como o espaço é trabalhado em Rakushisha a partir de uma perspectiva
contemporânea em diálogo com as questões políticas e sociais em torno do romance referente
a personagem feminina.
Metodologia
Para a realização dessa pesquisa foi percorrida as seguintes etapas metodológicas: a)
leitura crítica-analítica do texto literário Rakushisha de Adriana Lisboa e outros de autoria
feminina; b) leitura e discussão de textos críticos-teóricos sobre os estudos da teoria feminista
e também da categoria de espaço em uma perspectiva contemporânea; c) interpretação e análise
do romance a luz da teoria estudada, com enfoque crítico nos conceitos de afeto e memória;
1 Graduando do Curso de Letras Língua Portuguesa da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte,
Campus de Patu/RN; e-mail: joseniltonjunior@alu.uern.br.
2 Mestre em Letras, docente do departamento de Letras da Universidade do Estado do Rio Grande do
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Na primeira etapa foi proposta a leitura do romance Rakushisha, assim como outros
textos literários de autoria feminina contemporânea, a fim de promover uma análise
comparativa para assim perceber os diálogos existentes entre os textos em relação a construção
do espaço da personagem feminina, levando também em consideração as discussões políticos
e sociais que envolvem a mesma.
Posteriormente realizou-se a leitura e discussão dos textos teóricos referente a teoria e
crítica feminista em conjunto com a categoria espaço. Para os estudos da categoria espaço em
uma perspectiva contemporânea, foram utilizadas as pesquisas de autores como Massey (2008)
que traz uma reflexão acerca do espaço da personagem feminina, levando em consideração as
consequências da globalização na construção social do indivíduo e os aspectos políticas e
sociais que permeiam o mesmo; Dalcastagnè (2012) sobre a discussão das novas perspectivas
da categoria espaço na teoria literária, desconstruindo algumas ideias tradicionalizadas no
decorrer do tempo e também problematizando a representação da mulher e seus estereótipos
perpetuados ainda na modernidade; Andrade (2008) com o conceito de Flâneur e como esse
ato literário ainda é reproduzido nos escritos contemporâneos; As categorias críticas escolhidas
foram os afetos e as memórias em torno da personagem feminina do romance, sendo utilizado
como embasamento teórico os escritos de Corrêa (2017) mostrando como a virada afetiva
modificou a visão do/a leitor/a e pesquisador/a acerca das construções literárias em relação a
influência dos afetos dos personagens; Castro (2016) faz uma releitura da teoria dos afetos de
Spinoza, destacando a importância desse estudo para se entender as atitudes e relações
humanas; Deleuze e Parnet (1998) sobre os afetos humanos a partir da teoria de Spinoza,
mostrando assim como eles contribuem para construção da identidade do indivíduo; Huyssen
(2000) discute a valorização das memórias e o seu retorno no presente, fazendo com que o
mesmo influencie diretamente nas ideias contemporâneas; e Halbwachs (1990) reafirma a
importância das memórias afetivas na construção do espaço do personagem literário.
Na terceira etapa, com base nas discussões levantadas a partir dos textos teóricos
referente ao espaço e a memória em diálogo com o romance Rakushisha, bem como outros
textos de autoria feminina, percebemos uma forte influência das memórias afetivas da
personagem Celina na construção dos espaços que a mesma transita. Dessa forma, nosso intuito
foi refletir sobre essa trajetória, problematizando a mesma para entender como o espaço é
construído a partir dos deslocamentos que corrobora nas memórias afetivas da protagonista.
Resultados e Discussão
As obras literárias carregam em sua composição marcas de cunho social, econômico e
até cultural do seu contexto de produção, o que torna a mesma de suma importância para os
estudos científicos em geral. Dessa forma, para analisar o texto de Adriana Lisboa é importante
se situar e conhecer parte desse contexto, através de uma discussão sobre as novas tendências
da literatura feminina, em diálogo com as novas perspectivas teóricas de espaços.
Segundo Dalcastagnè (2012) o espaço surge não apenas como um simples plano de
fundo para acontecer o enredo, mas como participante ativo e determinante da significação do
romance, desta forma Celina é apresentada como uma personagem que está sendo conduzida a
mudanças a partir da sua transição, o que faz com que a ambientação seja um fator determinante
nesse processo de redescobrimento.
Quando Celina chega à cidade de Kyoto, ela adentra a cultura local através dos escritos
do poeta Matsuo Basho, deixando-se ser guiada por todo esse trajeto. A autora utiliza esse
intertexto com intuito de aproximar tanto a personagem como o próprio leitor a cultura do
oriente, ainda tão desconhecida no ocidente. O olhar da personagem sobre a cidade é
transcendental, isso nos faz concluir que há uma visão de Flâneur em pleno contemporâneo e
durante esse processo de reconhecimento físico do local, ela também começa a reconhecer
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lugares dentro de si mesma que foram esquecidos durante muito tempo, fato que faz com que
compreendamos que há uma transitividade tanto interna quanto externa a personagem.
Já na cidade de Kyoto Celina não consegue se desprender daquela dor, o que faz com
que ela reflita sobre o seu aprisionamento individual, como podemos observar no trecho: “Seis
anos antes, a dor apareceu na sua vida como um monstro saltando do armário. O jacaré
escondido debaixo da cama, que poderia morder sua mão, se a deixasse para fora do lençol”
(LISBOA, 2007, p. 86), pode-se supor que a autora faz uma referência a dor que ela vivenciou
no passado com a morte da única filha, dor essa que é revivida a partir do luto que nunca foi
superado e até então provoca efeitos negativos que a impedem de seguir em frente. Esse
acontecimento provoca diversos sentimentos como insegurança, tristeza, e frustação, que serão
carregados durante anos, contudo, todas essas sensações são desencadeadas por um
denominador comum, a culpa.
Durante todo o processo de reflexo da personagem, é perceptível uma evolução que
promove o recomeço e faz com que Celina lide melhor com seus sentimentos em relação ao
luto da filha. A personagem faz um questionamento em relação ao conforto que encontrou
naquele lugar tão desconhecido: “como seria possível que se sentisse em casa ali, se não
entendia nem mesmo as inscrições nas placas ao seu redor?” (LISBOA, 2007, p. 38). Nesse
trecho, vemos o acolhimento que a protagonista encontrou nessa cidade, ou seja, o ambiente
ideal para se redescobrir e que através das suas memórias afetivas, aquele ambiente também
pudesse se tornar um pouco seu, fato esse que proporcionou o bem estar de se sentir bem tão
longe de casa, pois ali também se tornou um pouco sua casa, faz parte da sua nova identidade.
As memórias afetivas se tornam um elemento crucial para que Celina pudesse se reconfigurar
e voltar para casa diferente. O espaço que a mesma estava inserida naquele momento pôde
proporcionar sua paz e reestruturar seu equilíbrio interior novamente, fazendo com que todo
aquele contexto faça parte da sua construção a partir de então.
Conclusão
Assim, o trauma da perda precoce da filha motiva Celina a fugir da sua realidade para
se redescobrir em um outro ambiente, fazendo com que ela transite e tente deixar seu passado
para trás através do contato com espaços totalmente diferentes do seu. O ato de transitar
promove uma autodescoberta fora da bolha e as memórias afetivas que a mesma carrega das
suas vivências do passado com sua família faz com que Celina sinta que pertence aquele lugar,
que ali ficará marcado como o novo começo, a superação das amarras que a culpa causou. Uma
prisão que durou anos, mas que a partir de então não existe mais.
O romance Rakushisha de Adriana Lisboa é um texto literário de grande relevância
para os estudos referente a crítica feminista, pois comove e conscientiza o leitor, vislumbrado
em Celina algumas das amarras que a mulher contemporânea ainda possui, presa em um sistema
que oprime através dos valores tradicionais e patriarcais naturalizados socialmente. Dessa
forma, a presente pesquisa pode ser vista como um ponto de partida para as novas perspectivas
que virão no futuro, pois só assim, talvez, poderemos entender os lugares possíveis da mulher
na sociedade.
Agradecimentos
À minha orientadora, Francisca Lailsa Ribeiro Pinto pelo auxílio prestado. À minha
família, pelo apoio e motivação. Agradeço também à Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte - UERN, por ter possibilitado a realização desta pesquisa.
Referências
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 1218
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
CASTRO, Rafael dos Santos. Os Afetos (Affectus) na Ética de Benedictus de Spinoza. In:
Olhares ético e político sobre a filosofia de Benedictus de Spinoza / Emanuel Angelo da
Rocha Fragoso e Francisca Juliana Barros Sousa Lima (org.). Fortaleza, CE: EdUECE, 2016.
CORRÊA, Diogo da S. Sobre afetos e a virada afetiva. SOCIOFILO, 2017. Disponível em:
https://blogdosociofilo.com/2017/10/26/sobre-afetos-e-a-virada-afetiva-por-diogo-silva-
correa/. Acesso em: 06 de maio de 2020.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Revista dos tribunais, 1990.
MASSEY, Doreen B. Pelo espaço: uma nova política da espacialidade . Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2008.
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 1219
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
INTRODUÇÃO
O trabalho constitui parte dos resultados da pesquisa O enlace do fantástico e do
medo: um estudo do conto fantástico brasileiro, edital Edital N° 001/2017-
PROPEG/UERN, Fluxo contínuo para institucionalização de Projetos, exercício 2019-2020.
O estudo integra as pesquisas realizadas pelo Grupo de Estudos em Literatura e suas
Interfaces Críticas – GELINTER, Linha de pesquisa Literatura e Imaginário e tem como
propósito analisar a configuração do fantástico no conto “Um esqueleto”, de Machado de
Assis.
O referido conto foi publicado originalmente no ano de 1875; é considerado por
muitos estudiosos da obra machadiana como um dos contos mais originais do escritor. No
relato, questões que envolvem vida e morte, a estranheza do enredo, a presença de
personagens inusitados e acontecimentos insólitos despertam no leitor sentimentos de
inquietação e medo, aspectos que contribuem decisivamente para reforçar a atmosfera
fantástica que fundamenta a narrativa.
Convém dizer que é no século XIX que Machado de Assis publica seus primeiros
contos. A coletânea intitulada Contos fluminenses (1870) reúne textos produzidas ao longo da
década de 60. É comum entre críticos literários a indicação de que sua produção contística
reúne em torno de duzentas narrativas, numa perspectiva temática, técnica e inovadora que
garantiu a importante classificação do escritor como contista moderno, pelo afastamento
estético dos modelos preestabelecidos.
Sob tal perspectiva, considerando a natureza insólita do conto “Um Esqueleto”
optamos por fundamentar nossa leitura à luz da teoria fantástica e do medo, levando em conta
a contribuição de vários teóricos que se debruçaram em torno das especificidades do modo
fantástico, dentre os quais convém ressaltar a conceituação de Todorov formulada em seu
livro Introdução a literatura fantástica (1975), Roas (2013) e Camarani (2014). Também é
importante destacar os autores cujo fundamentam as abordagens críticas sobre o conto
machadiano: Mello (2001), Rezende (2008), Pereira (2013).
METODOLOGIA
O trabalho em questão constitui-se como uma pesquisa de cunho qualitativo e
interpretativo e utiliza o método dedutivo, pois partimos de uma perspectiva geral para uma
visão particular do tema selecionado. Em outras palavras, partimos de conhecimentos já
existentes acerca do fantástico e do medo a fim de levantar proposições sobre o conto
machadiano.
É também uma pesquisa de natureza bibliográfica e, assim, não implica na coleta de
dados em campo, pois o corpus selecionado é composto de um texto literário e será objeto de
observação à luz da teoria da literatura e postulados teóricos sobre o fantástico e o medo.
1 Licenciado no curso de Letras com Habilitação em Língua Portuguesa do Departamento de Letras Vernáculas
DLV da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN; e-mail: christianlucas12@gmail.com.
2 Professora do Departamento de Letras Vernáculas – DLV da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte –
UERN (Campus Central). Membro do Grupo de Estudos de Literatura e suas Interfaces Críticas –
GELINTER/UERN/CNPq. Docente permanente do PPCL/UERN. e-mail: marlymoura@uern.br.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Embora a obra do escritor Machado de Assis esteja situada em um contexto literário
do século XIX, seus escritos ainda hoje continuam importantes e atuais. No que diz respeito
aos estudos literários, é um dos escritores brasileiros mais traduzidos, possivelmente pela
grandeza e originalidade de sua estética e pela sagacidade com que retratou aspectos da
sociedade da época de sua produção literária. Esses e outros motivos supostamente
despertaram o interesse de suas obras, não somente na academia, pois sua prosa cativou
leitores variados de todas as idades. No entanto, em sua fortuna crítica é notório o pouco
interesse em sua vertente fantástica. Muitos de seus contos de natureza insólita continuam
desconhecidos para um grande público. Nessa perspectiva, defendemos que a importância de
um estudo do conto “Um Esqueleto” (1875) publicado originalmente no Jornal das famílias,
que aqui elegemos como objeto de estudo.
No que se refere ao legado estético machadiano, Mello (1986) afirma que é com
Machado de Assis que o conto se populariza no Brasil, Assis destaca que o escritor
redimensiona a noção de conto que se tinha até aquele período.
Influenciado pela estética realista, Machado de Assis enaltece a forma irônica e
trágica, realça problemas sociais da época, além de ultrapassar o lugar comum e dar ênfase à
fatores psicológicos, a aspectos ficcionais e temáticas que influenciaram contistas de todas as
épocas, após sua produção literária.
Assis foi um ávido escritor no que diz respeito à valorização do fantástico, esse tipo de
narrativa sempre se fez presente em sua obra, como é o caso dos contos “A igreja do diabo”
(1884), “A causa secreta” (1885), “Entre santos” (1886) etc. Além disso, seus relatos seus
relatos apresentam-se intimamente relacionado com a fantasia e com o sonho, à exemplo de
“Anjo das donzelas (1864) e “A segunda vida” (1884). Muitos de seus contos, como é o caso
de “Um Esqueleto” (1875), abordam o medo como atributo necessário para a atmosfera
insólita, de acordo com Pereira (2014)
Convém dizer que o fantástico não é fruto de mentes perturbadas ou alucinações, mas
parte do racional, está ligado ao desenvolvimento da mente humana (CAMARANI 2014), por
isso, o fantástico não existe sem o sobrenatural, no entanto, o fantástico necessita de certa
racionalidade pois é diante de um acontecimento real que é possível identificar o insólito
ficcional. Segundo Todorov (1975), o fator determinante para identificação do fantástico é a
hesitação, quando o leitor identifica-se com o personagem e questiona a natureza do
acontecimento que rompe a ordem natural das coisas. Em outras palavras: diante do
sobrenatural é a hesitação dos seres ficcionais que define a natureza de tal evento, a hesitação
é indicador para a definição do fantástico, delimita se tal acontecimento tem explicação
segundo as leis naturais ou se é algo que extrapola essas leis.
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Por fim, podemos dizer que tudo no relato contribui para a ambiguidade da história
narrada, marcada pelas instâncias duais: sonho ou realidade, lucidez ou loucura, verdade ou
mentira, normal ou anormal. As atitudes do Doutor em relação ao esqueleto da mulher amada
configuram o confronto do ordinário e do extraordinário, pois as experiências naturalizadas na
relação vida e morte só são possíveis no contexto da irrealidade. De um modo geral, o
comportamento controverso e inusitado do protagonista é sustentado pela natureza de sua
mente insana. E é nessa confluência razão e desrazão em que o fantástico se aloja..
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No conto “Um esqueleto”, observamos como se destaca o modo machadiano peculiar
de valorizar o real para realçar o sobrenatural, dando vasão ao medo na representação do
evento sobrenatural.
De um modo geral podemos dizer que na narrativa o estranhamento da ação narrativa
ganha contornos de loucura, um traço que Machado de Assis valorizou em sua produção
literária, como se observa em “O alienista”, por exemplo.
O confronto entre o estranho e o familiar na representação do médico da história
narrada é o instigador da hesitação que o leitor e os personagens sentem frente ao evento
irreal, isso reforçado na representação de uma figura de personalidade controversa. Assim,
engendrado a um sentimento de medo e estranheza Machado de Assis, no conto analisado,
traz à tona uma perspectiva ficcional que parece coadunar com toda a discussão teórica
levantada neste trabalho sobre as fronteiras e natureza do modo fantástico.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte por ofertar-me a
oportunidade de participação nesta pesquisa. Estendo os agradecimentos à coordenadora da
pesquisa por ter auxiliado no percurso teórico, além do empréstimo de livros durante a
atividade.
REFERÊNCIAS
BARROS, Nismária Alves David. O estranho e o fingimento literário em “Um Esqueleto”, de
Machado de Assis. Revista de letras, n. 14, 2011. Disponível em:
https://periodicos.utfpr.edu.br/rl/article/view/2329
CAMARANI, Ana Luiza Silva. A literatura fantástica: caminhos teóricos. São Paulo, SP:
Cultura Acadêmica, 2014.
MAGALHÃES JÚNIOR, Raimundo. Contos fantásticos de Machado de Assis. Rio de
Janeiro: Bloch Editores, 1973.
MELLO, Ana Maria Lisboa de. Processos narrativos nos contos de Machado de Assis.
Revista do Instituto de Letras UFRGS. Rio Grande do Sul. v. 15, n. 30-31 (2001).
Disponível em: https://seer.ufrgs.br/organon/article/view/29735
PEREIRA, Diogo Nonato Reis. Considerações sobre o fantástico. Revista do mestrado em
Letras Linguagem, Discurso e Cultura – UNINCOR, v. 4, n. 2, jul./dez. 2013. Disponível
em: https://www.periodicosdeminas.ufmg.br/periodicos/memento-revista-de-linguagem-
cultura-e-discurso/
ROAS, David. A ameaça do fantástico. In:______. A ameaça do fantástico: aproximações
TODOROV, Tzvetan. Introdução à literatura fantástica. Tradução de Maria Clara Correa
Castelo. São Paulo: Perspectiva, 1975.
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Introdução
A Linguística Textual (LT), ramificação relativamente nova da Linguística, tem como
objeto de estudo o texto, que pode ser analisado a partir da observação de diferentes
fenômenos, como o processo da referenciação, que, segundo Koch e Elias (2018), está
relacionado a duas exigências fundamentais da prática de produção textual: a repetição
(retroação) e a progressão. Na escrita de um texto, o autor escolhe um tema sobre o qual irá
desenvolver e, à medida em que faz isso, retoma esse tema, ao mesmo tempo em que
acrescenta novas informações. Sendo assim, a formação de um tema ou a sua remissão
caracterizam a ação de referenciar.
Sabemos que o texto é uma atividade sociocognitiva altamente complexa, pois envolve
uma série de fatores durante o processo de escrita e de interpretação. Dessa forma, durante a
produção textual, o autor está constantemente elaborando, adequando e articulando o seu
dizer para cumprir as exigências da interação. É com base nesse propósito que a referenciação
se faz essencial na escrita, visto que ela contribui ativamente para a coerência textual. Como
já dito, o tema ou assunto – também chamado de referente – é retomado frequentemente ao
longo do texto. À proporção em que vão sendo retomados, os referentes sofrem
transformações, às quais dá-se o nome de recategorização, cujo fenômeno é o foco deste
trabalho.
Deste modo, a recategorização está relacionada à possibilidade de um referente passar
por modificações no decorrer da construção textual. De acordo com Cavalcante (2012), essas
modificações se justificam por meio do direcionamento argumentativo que o autor intenciona
dar ao seu texto, podendo ser expressivas, emotivas, poéticas, etc. Assim, a recategorização
promove práticas textual-discursivas que desempenham funções importantes na tessitura do
texto, como organizar, introduzir e retomar referentes, entre outras.
Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho é identificar e analisar o processo de
recategorização referencial em notícias de portais online, observando de que maneira a
introdução e a retomada de referentes podem afetar a orientação argumentativa desses textos,
bem como a construção de sentidos proporcionada pelo processo de referenciação textual.
Metodologia
Este trabalho é fruto de uma pesquisa qualitativa que visa compreender e discutir o
processo de referenciação em notícias de portais online, focando, mais precisamente, no
1
Estudante do curso de Letras (Habilitação em Língua Portuguesa e suas respectivas Literaturas), do
Departamento de Letras Vernáculas, da Universidade do Rio Grande do Norte (UERN); e-mail:
leandromorais.vinicius@gmail.com.
2
Professora do Departamento de Letras Estrangeiras (DLE), da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
(UERN); membro do Grupo de Pesquisa em Produção e Ensino de Texto (GPET); e-mail:
lidianemorais@uern.br.
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Resultados e Discussão
Neste tópico, nos deteremos à análise do processo de recategorização presente nas
notícias coletadas dos portais online. Ao todo, durante a etapa de pré-análise, foram
examinadas cerca de cinquenta notícias. No entanto, para este resumo, selecionamos apenas
três, aquelas que julgamos melhor representarem o estudo em questão.
Como já dissemos, o autor de um texto deve apresentar e reapresentar o tema/referente
à medida que a escrita avança. Para isso, usam-se formas nominais que guiam o leitor para
uma determinada conclusão. Geralmente, essas formas nominais vão se modificando ao longo
do texto. Conforme Cavalcante (2012), a possibilidade de um referente passar por mudanças
durante a produção textual é chamada de recategorização referencial, já as expressões
nominais que retomam e transformam os referentes são chamadas de anáforas
recategorizadoras.
Observaremos melhor a questão da recategorização referencial nos trechos seguintes,
com expressões destacadas em negrito, por meio da notícia “Empresa chinesa será
patrocinadora do Corinthians até o fim de 2020”, retirada do portal online MSN:
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nominal “Timão”, espécie de alcunha desse time. Depois, são utilizadas as expressões “clube
do parque São Jorge”, “o clube” e “os comandados de Tiago Nunes”, este último fazendo
referência ao treinador do time. Já o referente “acerto com um novo patrocinador” é
transformado e retomado por “o contrato” e “a nova parceria”. Enquanto o referente “Midea”
é recategorizado por “A multinacional chinesa”. Dessa forma, percebe-se que essas diversas
formas nominais recategorizadoras contribuíram para a continuidade do texto, formando uma
tessitura textual coerente, e ainda mantêm o referente no texto e na nossa memória, como
atinam Koch e Elias (2018).
Ainda podemos observar mais ocorrências como essas no recorte abaixo, feito de uma
notícia intitulada “Sony entra no mercado de carros elétricos, com o Sony Vision-S”, retirada
também do portal online MSN:
O Consumer Electronic Show (CES) 2020 começou em Las Vegas com uma
surpresa, a japonesa Sony, além de apresentar suas novas televisões e o novo logo
PS5, revelou seu primeiro carro Sony Vision-S. Um sedan 100% elétrico que,
embora seja no momento um conceito, abre a possibilidade da entrada da marca
japonesa de tecnologia no setor automotivo. Para isso, a empresa extrapolou
algumas de suas mais recentes tecnologias de imagem e som , bem como seu
software de inteligência artificial e integração com a nuvem da Sony, a fim de
“atualizar e evoluir continuamente suas funções”, embora o desenvolvimento do
carro seja o resultado da colaboração com um grupo de marcas (Disponível
em: <https://bit.ly/2YObL2d>. Acesso em: 10 de jan. de 2020).
Essa matéria trata de uma novidade vinda da empresa Sony, que é o anúncio de sua
entrada no setor automobilístico. Inicialmente, o referente “uma surpresa” é introduzido, e
será retomado mais à frente por “seu primeiro carro Sony Vision-S”. No campo da
referenciação, há formas nominais que resumem porções textuais e as transformam em um
referente. Koch e Elias (2018) denominam de rótulo o referente que resulta desse
encapsulamento. É o caso de “uma surpresa” que é referente e, ao mesmo tempo, resume a
porção textual “seu primeiro carro Sony Vision-S”, esta, por sua vez, o recategoriza. No
entanto, nesse caso, por anteceder a porção encapsulada, o referente recebe o nome de rótulo
prospectivo. No caso do referente, “a japonesa Sony” é recategorizado por “marca japonesa
de tecnologia” e “empresa”.
Como já dito anteriormente, e constatado por meio das notícias analisadas até aqui, o
fenômeno da recategorização promove a transformação de um referente por meio de formas
nominais. Nesse sentido, Koch e Elias (2018, p. 91) chamam atenção para o fato de que “[...]
as escolhas das formas nominais não são aleatórias nem neutras, mas estão atreladas ao nosso
projeto enunciativo, aos interesses no jogo interacional”. Tendo em vista essa questão,
analisaremos um recorte da notícia “Surfista morre em praia dos EUA após ser atacado por
tubarão”, coletada do portal online R7:
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A notícia relata uma tragédia ocorrida numa praia dos Estados Unidos, quando um
jovem foi atacado e morto por um tubarão. Como referentes desse texto, constatamos “um
surfista”, que é retomado e transformado por “o rapaz; “Manresa State Beach” recategorizado
por “o local” e por “a praia”; já “A Repartição de Xerifes do Condado de Santa Cruz” é
alterada por “o departamento”. Um ponto que chama atenção nessa notícia é o referente “um
ataque de tubarão” e suas formas nominais recategorizadoras “o acidente” e “o incidente”.
Segundo o dicionário Oxford Languagens, acidente é “qualquer acontecimento,
desagradável ou infeliz, que envolva dano, perda, sofrimento ou morte”, enquanto incidente é
algo que “tem caráter acessório, secundário; incidental, superveniente”. Ou seja, acidente
seria um acontecimento grave, ao passo que incidente seria algo de menor relevância. Na
notícia, não fica claro o porquê da escolha dessas formas nominais. Uma possibilidade seria a
de que a tragédia ocorrida com o jovem representa um acidente para o autor do texto e, em
contrapartida, seria um incidente na visão da Repartição de Xerifes. Não há como saber ao
certo. O que se pode afirmar é que a seleção das formas nominais recategorizadoras não
acontece aleatoriamente. Em qualquer forma de comunicação, há sempre um propósito, isto é,
há sempre uma intenção em nosso dizer. E é essa intenção que define quais formas nominais
recategorizadoras utilizar, e também conduz o nosso texto para um determinado
direcionamento argumentativo.
Conclusão
À vista de todos os fatos aqui descritos, atinamos que os processos inseridos no campo
da referenciação, em especial, a recategorização, fazem parte da organização global de um
texto, contribuindo para sua coesão e direcionando-o para um determinado propósito
comunicativo, mesmo que seja de forma involuntária. Portanto, salientamos a importância dos
estudos no campo da Linguística Textual, sobretudo, dos processos de referenciação, posto
que eles proporcionam uma melhor compreensão dos mais variados tipos de texto.
Agradecimentos
Agradeço pela oportunidade de participar do Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação Científica (PIBIC). As experiências e conhecimentos adquiridos por meio desse
projeto foram de valia imensurável para o meu desenvolvimento acadêmico.
Referências
CAVALCANTE, M. M. Os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2012.
Empresa chinesa será patrocinadora do Corinthians até o fim de 2020. MSN. São Paulo, 08 de
jan. de 2020. Disponível em: <https://bit.ly/3ijuB9e>. Acesso em: 10 de jan. de 2020.
KOCH, I. V. ELIAS, V. M. Progressão textual e argumentação. In: ______. Escrever e
argumentar. São Paulo: Contexto, 2018. p. 85-101.
Sony entra no mercado de carros elétricos, com o Sony Vision-S. MSN. São Paulo, 07 de jan.
de 2020. Disponível em: <https://bit.ly/2YObL2d>. Acesso em: 10 de jan. de 2020.
Surfista morre em praia dos EUA após ser atacado por tubarão. R7. São Paulo, 11 de maio de
2020. Disponível em: < https://bit.ly/2BQcN4S>. Acesso em: 14 de maio de 2020.
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Introdução
Metodologia
Resultados e Discussões
1
Discente do curso de Letras – Língua Portuguesa, do Departamento de Letras da Universidade Estadual do Rio
Grande do Norte do Campus Avançado de Patu (CAP). E-mail: wendelkayky@hotmail.com.
2
Ariano Suassuna é o autor que uni a vertente, entre erudito e o popular quando desenvolve o Movimento
Armorial em 1970 que tem como foco a diversidade da cultura popular associada à arte erudita.
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sociedade, porque é vista como algo marginalizado ou até mesmo vulgar. Vale ressaltar que a
região nordeste é que mais manteve suas tradições e costumes, como, a literatura de cordel, os
espetáculos de rua, as poesias populares e a tradição popular ainda têm sobrevivido mesmo
com os avanços tecnológicos da modernidade. Hermilo Borba Filho foi um defensor da da
arte popular, principalmente, quando dissemina a cultura popular e demarca um processo de
resistência para a construção de aspectos fundamentais da identidade cultural nordestina por
meio da literatura popular que pode ser aquela literatura que exprime, espontaneamente, uma
naturalidade genuinidade de um povo, e varia de acordo com suas crenças, seus valores e
costumes:
A literatura popular pode estar ligada ao folclore que está enraizado na cultura popular e
na tradição. Além disso, cada região mantém sua “base folclórica” e, dessa forma, preserva a
tradição do povo mesmo com o passar do tempo. Entende-se por folclore todas as
manifestações culturais que caracterizam a identidade cultural de um povo. O folclore pode
ser reproduzido individual como coletivamente, reproduzindo os costumes e as tradições que
são passadas por gerações. Sendo assim, todos os elementos que fazem parte da cultura
popular e que estão enraizados na tradição desse povo podem ser vista no folclore. As
manifestações do folclore dão-se por meio de mitos, lendas, canções, danças, artesanatos,
festas populares, brincadeiras, jogos etc:
Acreditamos que a busca dos significados que o senso comum adota sobre a ideia de
folclore é válida, pois nela poderíamos localizar um amplo feixe de questões
pertinentes para o debate intelectual, tais como as representações hegemônicas da
população brasileira sobre ela mesma e parte de seu passado, ou seja, como este “povo
olha a si mesmo”. Outro ponto seria o de como essas representações sobre o
folclore/cultura popular são trabalhadas nas escolas com a ideia de identidade local,
regional e nacional (AMARAL, 1948, p.19).
Vale ressaltar que o teatro popular apresenta parte do folclore como os espetáculos
populares nordestinos: bumba-meu-boi, pastoril, fandango, superstições e lendas entre outras
manifestações populares. Segundo Hermilo (1968), fazer teatro popular não significar impor
ou doutrinar a opinião do povo, mas transmitir o que o povo conhece e pode compreender,
abordando questões sociais que levam a discussões: “Nossa arte é comprometida com o
homem e com o mundo, mas, por isso mesmo que é popular mantem-se fiel ao espírito do
nosso povo, vivo, vigoroso, amante da paz, irreverente e chocarreiro com o pomposo”
(HERMILO, 1968, p. 136).
O teatro popular pode ser definido como uma das vertentes mais ricas da cultura do
Brasil e está presente de forma abrangente principalmente no Nordeste, de forma que provoca
alterações com o tempo, mas que sobrevive com sua essência e raízes. O teatro popular pode
estar mais presente nos circos, nas praças e nos espaços públicos e atrai a atenção do povo que
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não tem acesso à arte se comparado à elite. O teatro popular atinge o senso crítico do público
e pode provocar a reflexão de forma gratuita. O conceito de teatro popular no Brasil surgiu no
final da década de 1950. Os autores buscaram a cultura da periferia e da pobreza para o
protagonismo.
Nessa época, os autores se ajustavam aos limites para as apresentações, surgindo
adaptações para compor a realidade da época, são técnicas adotadas pelo elenco de atores e
empresários para manter-se no mundo artístico. Nesse contexto, as peças eram adaptadas de
modo que fossem ao gosto do publico, era feita pensando no público que a consumia. Dessa
maneira, o teatro foi se sobressaindo e se firmando dentro dos limites de palco e na cultura do
povo.
No nordeste, por exemplo, Hermilo procurou valorizar os saberes artísticos populares
do nordeste por meio do Teatro do Estudante de Pernambuco (TEP) e do Teatro Popular do
Nordeste (TPN):
O teatro popular é um gênero que nasceu em ambiente menos elitizados, feito pelo e
para o povo, em circos, praças e ruas, na qual buscava autonomia em lugares públicos. Era
destinada a população, para levar questões em pauta, que fizessem o publico refletir e pensar
no que estava sendo trabalhando. Para Roland Barthes (1982), o teatro popular traduz-se na
obra que carrega no conteúdo uma intenção ou destino profundo que só pode ser
compreendido pelo povo. Na interpretação de Sábato Magaldi (1991), o teatro popular traz na
sua essência o intuito de envolver camadas populares pelos braços do espetáculo no ambiente
em que vivem, oferecendo textos e encenações de qualidade. Portanto, o teatro popular
necessita da popularização para atingir seu intento e dois exemplos de prática dessa
dramaturgia ajudam a interpretar o cenário de perspectivas que se apresenta.
A peça A Cabra-Cabriola, de Hermilo Borba Filho, por exemplo, representa bem a
tradição ao passado. A peça possui representatividade folclórica e cultural do povo por meio
da superstição, da lenda e do ditado popular, da representação do animal cabra que esteve
presente na vida de muitas crianças que cresceram ouvindo e temendo a cabra-cabriola.
Conclusão
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Referências
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ARANTES, Antonio Augusto. O Que é Cultura Popular.14° Ed. – São Paulo, SP:
Brasiliense, 2004. – (coleção primeiro passos; 60).
AYALA, Maria Ignez Novais; AYALA, Marcos. Cultura Popular no Brasil. São Paulo:
Ática. 1986.
BARTHES, Roland. Crítica e Verdade. São Paulo. Perspectiva, 1982. (Coleção Debates)
BORBA FILHO, Hermilo. Por uma arte popular total. In: Revista Civilização Brasileira.
Ano IV. Caderno Especial n. 2, Rio de Janeiro, 1968.
MAGALDI, Sábato. Iniciação ao Teatro. São Paulo. Ática. 1991. (Série Fundamentos)
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 1231
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Lídia Ruama de Araújo Souza1; Profa. Dra. Jammara Oliveira Vasconcelos de Sá2
Introdução
Metodologia
1
Estudante do curso de Letras do Departamento de Letras Vernáculas da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte; E-mail: lidiaruama@gmail.com .
2
Professora e pesquisadora do curso de Letras Língua Portuguesa do Departamento de Letras Vernáculas da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Membro dos grupos de Pesquisa GPELL/ UERN e
GETEME/UFC. Coordenadora do Projeto de Iniciação Científica PIBIC/UERN com ID 2155. E-mail:
jammaravasconcelos@gmail.com .
http://propeg.uern.br/sic/anais/ 1232
ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
[..] pode ser considerada a ferramenta que permite ao ser falante seu desejo de
posse do mundo: é ele que singulariza, que o especifica, dando-lhe uma
substancia e uma forma particulares, em função de sua própria visão das coisas,
visão essa que depende não só de sua racionalidade, mas também de seus
sentidos e sentimentos. (CHARAUDEAU, 2016, p. 115.)
Além da ação de qualificar, também são citadas como ferramentas de descrição os atos
de nomear – dar existência à algo ou à alguém - e de situar-localizar, que são utilizadas no texto
publicitário não só com o uso da linguagem verbal, mas também da não verbal – utilizadas
através de elementos imagéticos encontradas nos anúncios.
Deve-se, também, destacar a importância dos estudos de Cavalcante (2011) para a
fundamentação teórica do projeto que motivou esse resumo. A autora destaca que a
referenciação, conforme o próprio nome sugere, faz referência, ou seja, trata-se da introdução
de um elemento discursivo no texto, podendo apenas resgatar ou resumir algo já dito
anteriormente, por meio das anáforas: diretas ou encapsuladoras, ou fazer alusão a algo sem
necessariamente explicitá-lo, como no caso da anáfora indireta.
Resultados e Discussão
FIGURA 1
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FIGURA 2
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referir à cerveja, que não tem teor alcoólico, e adicionando o atributo de não apenas ser uma
zero álcool, mas também a número 1 no país. O enunciado usa a ação descritiva não apenas para
nomear o objeto – “a cerveja zero álcool da marca ‘Brahma’” –, mas possibilita à ela uma
semelhança a outros produtos, ao mesmo tempo que também a qualifica, adicionando
características ao produto e o tornando singular e único.
Abaixo do enunciado, vemos um tipo de selo, num dourado mais vibrante que se
destaca no plano de fundo, onde se lê “19 WORLD BEER AWARDS: WORLD BEST STYLE
WINNER”, que em tradução livre, significa “19° PREMIAÇÃO MUNDIAL DE CERVEJA:
VENCEDOR DE MELHOR ESTILO”. A própria imagem do selo já aciona a nossa memória
coletiva na qual o selo adiciona veracidade ao que se está sendo dito. O prêmio adquirido pelo
produto na categoria de cervejas “Light” brasileiras, (conforme prêmio concedido, disponível
no link: http://www.worldbeerawards.com/shares/WBA19_A4_CountryWinnersBooklet.pdf.
Acesso: 01/08/2020), funciona como um argumento que solidifica as qualidades apontadas pelo
interlocutor anteriormente.
Considerações finais
Agradecimentos
Referências
CAVALCANTE, M. M. Referenciação: sobre coisas ditas e não ditas. Fortaleza: Edições UFC,
2011.
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Introdução
Este resumo parte dos estudos sobre o romance Hibisco Roxo (2011) da escritora
contemporânea e feminista Chimamanda Ngozi Adichie, e traz discussões acerca de uma
sociedade Nigeriana que perpetua um pensamento patriarcal e machista. A narrativa
conduzida pela voz da protagonista Kambili apresenta o espaço de violência e intolerância
vivenciado pela personagem, gerando o sentimento de não pertencimento à casa paterna,
causado através de dois afetos principais, o amor e o medo, e faz com que tanto a esfera
pública como privada a protagonista não tenha o sentimento de acolhimento, segurança
dentro do lar.
A pesquisa foca na constante submissão de violência causada pela relação de
medo e intolerância entre o pai Eugene e a filha Kambili, tendo em vista que a
protagonista não tem plena autonomia sobre sua vida. Mas, ao movimentar-se entre os
espaços, tanto geográfico como afetivo, através do transitar entre Enugu e Nsukka, ela
consegue ter um novo olhar sobre sua vida ao desabrochar o sentimento de não reconhecer
o lugar paterno, a esfera privada, como seu, e começa a construir novos elos afetivos a
partir das novas afecções. Com isto, ela passa a se auto questionar sobre sua posição
dentro desse espaço de submissão e intolerância, causado no lar governado pelo pai. Ao
pensar as relações afetivas de Kambili, percebemos que ela vivencia dois sentimentos
constantes: amor e medo. O amor sugerido como posse que oprime e silencia, cansando
lhe medo e submissão ao pai. O contato com novos espaços, geográfico e afetivo,
proporcionado pela convivência com a família de sua tia, Ifeoma, possibilitou uma nova
percepção de vida para a garota, com novos horizontes e descobertas de si mesmo.
Diante disto, o estudo procurou discutir e refletir os espaços de não
reconhecimento vivenciado pela personagem feminina Kambili, no romance Hibisco
Roxo de Chimamanda Ngozi Adichie, quanto a relação dos afetos com seu pai no espaço
privado, a casa, tendo o amor enquanto propriedade, desencadeado na submissão da filha
protagonista, e o medo paralisante na condição de desamparo.
Metodologia
A pesquisa em questão, pautada em discussões sobre as vozes femininas no
romance contemporâneo, envolve a problematização da questão de gênero e do espaço
público e privado. Quanto ao método, primeiro foi realizada a leitura e discussão sobre o
texto literário Hibisco Roxo, de Chimamanda Ngozi Adichie; posteriormente, a leitura
crítica-teórica sobre a categoria espaço, este contestado por vozes não-autorizadas e os
estudos de gênero; a investigação crítico-analítico do texto literário, à luz dos estudos
sobre os afetos de amor e medo.
1
Estudante do curso de Letras Língua portuguesa e respectivas literaturas da Universidade Estadual do Rio
grande do Norte – UERN, campus Patu-RN; e-mail: elianemaria@alu.uern.br
2
Mestre em Letras, docente do departamento de Letras da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte,
Campus de Patu/RN, e-mail: franciscalailsa@uern.br.
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Resultados e Discussões
Diante do exposto, as reflexões teóricos e críticas acerca do espaço geográfico e
dos afetivos percorridos pela protagonista do romance Hibisco Roxo, nota-se a busca
identitária de Kambili através do confronto das relações afetivas com sua família ,
principalmente com o pai, Eugene. Por meio do mover-se entre o espaço público, o lar da
tia idealizado como liberdade, e o privado, a casa governada pelo pai, mostra a construção
da maturidade feminina e a importância da representatividade que a obra tem para a
literatura contemporânea.
Afinal, os espaços percorridos pela narradora não são estáticos e fixo, mas um
processo de construção, passível a mudanças, como uma produção aberta e múltipla, os
quais possibilitam a inter-relação de vários lugares plurais e heterogêneos, como
elementos de um corpo para a sua construção como um todo. A personagem Kambili
transita entre os lugares não permitidos pelo pai, possibilitando a construção de novos
elos familiares e amorosos.
O que coaduna viver entre dois afetos duais, amor e medo. É importante ressaltar
que as relações familiares de Kambili mostra o seu sofrimento dentro do microssistema
familiar figurada pelo sistema patriarcal vigente, uma vez que por meio da relação
paternal de Eugene com a filha visualizamos a representação do amor como forma de
propriedade que desencadeia um medo invasor na personagem, o qual toda vez que se
percebe a possibilidade de punição pelo pai, esteja ele presente ou não, o medo a invade.
Foi na tentativa de enfocar a noção de espaço e de afeto, que esta pesquisa buscou
apresentar a tese de que a relação afetiva entre Kambili e Eugene se constitui a partir da
relação de autoritarismo estrutural, já que a construção do espaço de não pertencimento e
de reconhecimento da protagonista na narrativa paira em dois tipos de afetos secundários.
Como ressalta Safatle (2016, p. 23) “há momentos em que os corpos precisam se quebrar,
se decompor, ser despossuído para que novos circuitos de afetos apareçam”. Nesse
sentido, e elucidado anteriormente, nota-se que só se constrói relações afetivas a partir
das afecções, contato com outros corpos, sendo a relação de afeto de Kambili em seu
núcleo familiar bastante negativo em relação ao pai, pois é construída na base da opressão,
subordinação, silenciamento, violência física e psicológica. Afinal, personagem entendia
essa condição por acreditar ser providência Divina, e foi só a partir da percepção da garota
sobre a realidade deste espaço que começa a aflorar o processo de mudança em seu
pensamento, e nas suas relações afetivas.
Conclusão
Por meio desta pesquisa, buscou-se averiguar o romance contemporâneo Hibisco
Roxo de Chimamanda Ngozi Adichie a partir do viés da ficção enquanto provocação das
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realidades vivenciadas por diversas famílias com modelos patriarcais enraizados. Com
isso, mostrou-se necessário o conhecimento da história de Kambili com o desejo de uma
nova perspectiva para história das mulheres, um novo reconhecimento dos espaços
ocupados pela figura do feminino e também refletir as situações de violência no contexto
familiar.
Pode se ver, então, que em uma sociedade machista que delega as mulheres
deveres e ao homem um “poder de soberania”, necessita discutir o silenciamento e a
omissão dos casos de violências sofridos por mulheres dentro do âmbito familiar, um
lugar motivado ao afeto de amor, não como espaço de dor e sofrimento, mas de se
perceber visível nele. Kambili só conseguiu enxergar isso quando teve a oportunidade de
conhecer a si mesma a partir de outras realidades diferentes da sua. Importa dizer que a
discussão não se esgota por aqui, existe muito a ser dito e a analisar, tendo em vista que
muitas mulheres são violentadas e oprimidas em diferentes espaços, e muitas vezes não
se dão conta, pedir ajuda é um ato de resistência.
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Universidade Estadual do Rio Grande do Norte por
oportunizar o acesso ao universo da pesquisa que o PIBIC (Programa Institucional de
bolsas de Iniciação Cientifica) proporcionou. A minha família pelo apoio e incentivo. Aos
colegas de pesquisa que contribuíram significativamente durante todo esse processo de
aprendizagem.
Referências
ADICHIE, Chimamanda Ngozi, Hibisco roxo. Tradução Julia Romeu, São Paulo,
Companhia das Letras, 2011.
DALCASTAGNÈ, Regina. Literatura brasileira contemporânea: um território
contestado. Vinhedo: Editora Horizonte, 2012.
MASSEY, Dorren B. Pelo Espaço: uma nova política da espacialidade, tradução Hilda
Pareto Maciel, Rogério Haesbaert. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2008.
OKIN, Susan Moller. Gênero, o público e o privado. Estudos Feministas, Florianópolis,
16(2): 440, maio-agosto/2008.
SAFATLE, Vladimir. O circuito dos afetos: Corpo político, desamparo e o fim do
indivíduo. 2ªedição revista, autêntica, 2016, PDF.
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Introdução
Metodologia
Os estudos realizados através do Programa Institucional de Iniciação Científica
(PIBIC), no tocante ao projeto Professores e(m) formação: práticas de letramento acadêmico
em um curso de Letras se desenvolveu a princípio por meio de encontros quinzenais no
Campus Avançado de Patu-CAP/UERN, cuja abordagem de natureza qualitativa adotou o
método bibliográfico, uma vez que não foi possível fazer um estudo de caso, por sua vez, o
plano de estudo envolvia a leitura e fichamento dos textos, sobretudo, discussões sobre a
compreensão de cada participante acerca do letramento acadêmico e suas implicações para a
formação docente.
1
Estudante do curso de licenciatura em Letras Língua Portuguesa e suas respectivas literaturas, do
Departamento de Letras, da Universidade do Estado Rio Grande do Norte, Email:
robertamarinho@alu.uern.br
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Resultados e discussão
A princípio, o conceito de Letramento acadêmico não parecia algo explícito para os
participantes do projeto, posto que tínhamos a idéia que o uso social da leitura e escrita , neste
caso se referia as habilidades e competências exigidas no ensino superior no que se refere a
produção de gêneros como a resenha crítica, o fichamento, o artigo científico, além da
compreensão dos conceitos teóricos de cada área do conhecimento, quando na verdade se
refere a um “ modelo de letramento que abrange do ensino fundamental ao universitário,
incluindo a pós-graduação, e corresponde ao que se entende por letramento “formal”
convencional (CORRÊA, 2011, p.337).
Em outras palavras, a compreensão entre as diferenças do saber científico e do senso
comum se caracteriza nesse modelo de letramento, posto que ainda no ensino fundamental os
alunos se deparam com questionamentos em torno das verdades pregadas pela sua crença e os
conceitos e teorias de cada disciplina, como no caso da Teoria da evolução de Charles
Darwin. Já no ensino superior, os estudantes passam da compreensão de uma disciplina como
a Língua Portuguesa para a Linguística que possui como objeto de estudo a linguagem, cujo
estudo não se volta apenas para os registros escritos, antes prioriza o uso oral em situações
concretas.
No decorrer das discussões, tomávamos consciência que no ensino básico o modo de
ensinar a produzir um texto dissertativo-argumentativo aos alunos era voltado para uma forma
de posicionamento implícito, sem o uso da primeira pessoa, o que já significava uma
delimitação entre o senso comum e o modo de apresentação do saber reconhecido como
válido na esfera científica, posto que “o letramento escolar é só uma forma de usar a
linguagem como parte de uma prática social que ganhou legitimidade por razões ideológicas
que se enquadram em relações de poder” (ZAVALA, 2010, p. 73). Ou seja, o uso da
linguagem escolar se diferencia de gêneros do cotidiano.
A leitura e discussão do texto O modelo de “letramentos acadêmicos”: teoria e
aplicações, de Mary R. Lea, apresenta três modelos de letramentos, o modelo de habilidades
de estudos, cuja abordagem se concentra nos aspectos da forma da língua, o que nos pareceu
bem presente em componentes curriculares como Metodologia do trabalho científico e
Produção textual, pois durante as aulas era comum ouvir explicações quanto ao uso da forma
linguística com relação aos aspectos de impessoalidade e objetividade como característicos
dos textos científicos, já o modelo de socialização acadêmica, nos fez perceber como não
basta dominar as formas linguísticas dos gêneros, é preciso também que o estudante domine
temas e disciplinas para conseguir se inserir nos gêneros e discursos do meio acadêmico, pois
é a parte daí que membros são reconhecidos em dados campos de estudos, por sua vez, o
modelo de letramentos acadêmicos se assemelha com o segundo, com exceção que este tem
como foco a produção de sentido, poder e autoridade no âmbito institucional.
Por fim, tornou-se visível que não há um modelo ideal, mas que o importante é que
haja uma sobreposição desses modelos para dar conta das práticas sociais em torno da leitura
e escrita, como a orquestração de vozes que precisa estar presente no texto científico, caso
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Conclusão
Referências
ZAVALA, Virgínia. Quem está dizendo isso?: letramento acadêmico, identidade e poder na
educação superior. In: VÓVIO, Cláudia; SITO, Luanda; GRANDE, Paula de. Letramentos.
Campinas, SP: Mercado das Letras, 2010. P. 71-95.
CORRÊA, Manoel Luiz Gonçalves. As perspectivas etnográfica e discursiva no ensino da
escrita: O exemplo de textos de pré-universitários. Revista da Abralin, Curitiba, v. 10, n. 4,
p.334-356, 31 dez. 2011. Trimestral. Disponível em:
https://revistas.ufpr.br/abralin/article/view/32435. Acesso em: 09 mar. 2020.
Komesu, F., & Fischer, A. (2014). O modelo de “letramentos acadêmicos”: teoria e
aplicações. Filologia E Linguística Portuguesa, São Paulo, v. 16, n. 2, p.477-493. Julh.
2014.
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RESUMO EXPANDIDO
METODOLOGIA
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RESULTADOS ALCANÇADOS
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“Mais uma vez, aqui, a figura do avião se fez presente, desta vez com
Pery já como piloto e exercendo suas funções a serviço de um
deputado que precisou fazer uma viagem de Assu até Macau e depois
até Natal”.
(aluno bolsista Haddamis Hyago)
Conclusões finais
É preciso levar em conta que as análises apresentadas pelo aluno bolsista nos
reportam a considerar cada vez mais sobre a importância de incentivar os discentes para
participar de projetos de pesquisa.
Por fim, evidencia-se que os vários espaços descritos pelo cronista nos
possibilita a fazer uma reflexão como é possível viver respeitando o passado,
preservando a tradição e, ter um olhar crítico para compreender o ser que deseja o novo
e saber vivenciar o que a modernidade pode lhe oferecer sem desconsiderar o que existe
em seu espaço social.
Referências:
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Introdução
1
Graduanda do Curso de Letras do Departamento de Letras da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte-Campus Avançado de Patu; e-mail: bastianaletras@gmail.com
2
Mestre em Letras, Professora do Departamento de Letras da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte-Campus Avançado de Patu, Participante do Grupo de Pesquisa em Ensino, Literatura e
Linguagem – GELIN; e-mail: franciscalailsa@uern.br.
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sentimentos, mas vão além, pois mostram histórias em uma aldeia, esta também cosmopolita.
E o estudo do pesquisador Agamben em O que é o contemporâneo? e outros ensaios (2009)
sobre a contemporaneidade e as perspectivas de cada período fazendo uma ponte com o
romance contemporâneo em análise de Carolina e a protagonista Bitita desbravando os
espaços da aldeia cosmopolita.
Em seguida, nos servimos das percepções teóricas de Dalcastagnè (2012) quanto o
espaço urbano no que tange a sua mobilidade e transformação, e o deslocamento dos
personagens em meio a esse fluxo e a toda essa movimentação da favela à cidade. Atrelada a
leitura de Massey (2008) sobre o espaço de inter-relação, de trajeto, sempre em construção,
das várias vivências em simultâneo, tudo ocorrendo ao mesmo tempo, ou seja, entender como
a personagem Bitita muda de lugar, mas o anterior também se moverá, não ficará estagnado.
Na última etapa, realizou-se a leitura e as discussões com um texto teórico da
pesquisadora Spivak (2010) sobre a categoria da subalternidade e a compreensão da falta de
espaço para as mulheres negras, o que fala por si, a falta desse espaço presente nas narrativas
mostra como alguns sujeitos são vetados no lugar de seu protagonismo. E os estudos de
Spinoza, com sua pesquisa sobre afetos, nos quais tentamos problematizar o afetar e ser
afetado de Bitita, assim como a razão e emoção, dentre outras contribuições relevantes.
Resultados e discussões
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meio à globalização os sujeitos da nova aldeia cosmopolita não segue uma regularidade, mas
sim passa por uma hibridez causando uma movência em suas identidades. Ademais, em
Diário de Bitita a personagem em sua caminhada, vivências para conseguir trabalho, nele
encontram desafetos e se questiona por passar por essas lutas. Daí trazer o afeto da
subalternidade, este experienciado à margem, o invisível presente na sociedade, o resistir
nessa imensa aldeia global.
Daí esclarecemos que o afeto envolve ambos os sujeitos, seus determinados espaços,
e cada indivíduo é constituído por suas relações afetivas, e estas também adquirem novos
afetos. Dessa maneira, nesse percorrer até à zona urbana as teias afetivas de Bitita vai se
construindo, como pontos ligados as emoções e outros a razão em meio a esses espaços de
relações com indivíduos trocando afetuosidade, estes podem trazer alegria ou tristeza. Para
tanto, o agir dos sujeitos com suas vivências e experiências, bem como a protagonista quando
em contato com o outro, em algum momento ocorre o desânimo, pois o afeto traz também
uma relação de negatividade.
Assim, a personagem Bitita se constitui em meio à sociedade como Gayatri Spivak
descreve em Pode o subalterno falar? que “o sujeito subalterno feminino está ainda mais
profundamente na obscuridade” (SPIVAK, 2010, p. 67); assim a subalternidade vai construir
o ser da protagonista de Diário de Bitita, o que é também resistência diante de espaços sem
perspectivas para uma mulher negra em meio a cidade grande.
Diante disso, o destino atrelado às mulheres negras de trabalharem em profissões de
servir sem a devida valorização, como domésticas, cozinheiras, babás, percebida na narrativa,
corrobora no sujeito subalterno definido por Spivak, ou seja, aquele pertencente “às camadas
mais baixas da sociedade constituídas pelos modos específicos de exclusão dos mercados, da
representação política e legal, e da possibilidade de se tornarem membros plenos no estrato
social dominante” (2010, p.12). Entretanto, Bitita almejava a várias experiências, nos
diferentes espaços, pois desejava ser ouvida, logo afetada, não como escrava de um sistema,
mas é o que experimenta nos olhares dos poderosos:
Eu não podia trabalhar na cidade por não ter roupas. Na roça, qualquer coisa
serve. A vida é simples, sem burocracia. Fui trabalhar na fazenda do senhor
Nhonhô Rasa. Ele era surdo. Mas muito educado com os colonos. Eu era
pajem. Quanto leite, queijo e verduras! As empregadas me criticavam
dizendo: - Você é uma idiota, deixar a cidade para vir trabalhar no mato.
(JESUS, 2014, p.193)
Enfim, adentar nessa aldeia cosmopolita em meio a esse espaço restrito configurou o
exercício de mover-se, no passado e no presente da personagem. Em que pese à constatação
do poderio masculino e branco na produção da literatura brasileira contemporânea, Carolina
sinaliza que refletir sobre o desbravar feminino em meio à cidade, afeta a estrutura social, ao
mesmo tempo em que dela também se é afetada. Daí, nos ambientes em que sujeitos são
excluídos, não tem direitos garantidos, o reposicionamento de Bitita em meio ao estrato
social, com relações em que o outro a deixa invisível, é um desfio a mais que para a
personagem que vai além do quintal e desbrava outros aglomerados.
Conclusão
Em virtude disso, nesta pesquisa, buscou-se apresentar o afeto da subalternidade em
uma personagem negra e mulher na literatura é agenciar um caráter político no processo de
construção de uma sociedade que ainda nega e define os espaços. O estudo procurou ainda
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Introdução
Metodologia
1
Marina Mirelhe Gomes é graduanda do curso Letras-Inglês do Departamento de Letras Estrangeira - DLE
da Universidade do Rio Grande do Norte. E-mail: marinagomes014@gmail.com.
2
Professor do Departamento de Letras Estrangeiras e do Programa de Pós-graduação em Ciências da
Linguagem, da UERN; Membro do Grupo de Estudos da Tradução e do Grupo de Estudos do Gótico; e-
mail: emilioribeiro@uern.br.
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conto Metzengerstein, de Edgar Allan Poe, a partir da qual foi feita a análise acerca dos
aspectos góticos na obra.
Fez-se também a leitura e a discussão de questões sobre o cinema,
fundamentadas em teóricos da linguagem cinematográfica, como Martin (2003). Em
relação à adaptação Priscila, fez-se uma descrição detalhada das sequências de plano, da
movimentação de câmera, do som e da iluminação das cenas que traduzem os aspectos
góticos de cada conto. Analisaram-se os processos pelos quais os signos tradutórios são
construídos na tela do cinema. Logo depois, através de análise acerca do diálogo entre os
materiais literário e fílmico, investigou-se como o conto de Edgar Allan Poe em estudo e
o episódio Priscila da série televisiva brasileira Contos do Edgar constroem a literatura
gótica de Edgar Allan Poe, e quais as estratégias utilizadas pelo diretor dessas produções
fílmicas para traduzir tais aspectos do conto para a realidade brasileira do século XXI.
Resultados e discussões
Conclusão
Agradecimentos
Referências
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CARTMELL, Deborah. 100+ Years of Adaptations, or, Adaptation as the Art Form
of Democracy. In: CARTMELL, Deborah (Ed.). A Companion to Literature, Film, and
Adaptation. Oxford: Wiley-Blackwell, 2012. p. 1-13.
FRANÇA, Júlio. O horror na ficção literária: reflexão sobre o horrível como uma
categoria estética. São Paulo, 2008.
POE, Edgar Allan. Analogia de contos extraordinários. 2. ed. São Paulo: Best Seller;
Edição de Bolso, 2010.
VIEIRA, E. André Lefevere: a teoria das refrações e da tradução como reescrita. In:
______ (Org.). Teorizando e contextualizando a tradução. Belo Horizonte: Faculdade de
Letras da UFMG, 1996. p. 138-150.
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Metodologia
Para o desenvolvimento das análises aqui efetuadas, utilizamos como corpus 43
notícias – coletadas entre dezembro de 2019 e junho de 2020 - de diversos portais online,
dentre eles, Uol, G1, Estadão, Yahoo!, MSN e R7. Sendo esta uma pesquisa qualitativa,
temos por finalidade a interpretação dos processos referenciais ligados à orientação
argumentativa nessas notícias. Como aporte teórico, valemo-nos das contribuições de Alves
Filho e Costa Filho (2013), Cavalcante (2013), Cavalcante, Custódio Filho e Brito (2014),
Koch e Elias (2018) e Mondada e Dubois (2003).
Nos encontros da pesquisa, a princípio, lemos e discutimos capítulos do trabalho de
Koch e Elias (2018), leitura esta posteriormente complementada pelas demais obras já citadas,
que constavam na bibliografia do projeto de pesquisa. Em seguida, coletamos e realizamos
1
Estudante do curso de Letras (Habilitação em Língua Portuguesa e suas respectivas Literaturas, do
Departamento de Letras Vernáculas (DLV), da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN); e-
mail: felopeoliveira.rocha@gmail.com.
2
Professora do Departamento de Letras Estrangeiras (DLE), da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
(UERN); membro do Grupo de Pesquisa em Produção e Ensino de Texto (GPET); e-mail:
lidianemorais@uern.br.
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uma pré-análise dos textos que constituiriam o corpus para, por fim, concluirmos a análise
final aqui presente. Como critério principal para a seleção das notícias, optamos por priorizar
aquelas que, de um modo ou de outro, melhor representam a relação entre os processos
referenciais e a argumentação.
Resultados e discussão
Chegando, finalmente, à análise e discussão dos processos referenciais nos textos
coletados – que é o foco deste tópico -, iniciamos por dizer que, de acordo com Alves Filho e
Costa Filho (2013), é comum notar-se a geração de efeitos de imparcialidade e objetividade
referencial em notícias de jornais impressos (o mesmo, evidentemente, vale para as notícias
de portais online), “tática” esta a serviço da ideologia de neutralidade da imprensa, na busca
por “dar a entender que apenas se está apresentando objetivamente os referentes, sem emitir
juízo de valor acerca deles” (p. 190). É o que vemos no seguinte fragmento:
A notícia, retirada do portal EL PAÍS e intitulada “Alberto Fernández diz que o Papa
ajudará na renegociação da dívida com o FMI”, versa sobre o encontro entre o papa e o
presidente argentino para a discussão de questões políticas. No trecho em destaque, temos
quatro referentes principais: o papa, introduzido pela expressão referencial “o papa Francisco”
e, logo em seguida, recategorizado - isto é, transformado - por “o Pontífice”; Alberto
Fernández, introduzido exatamente pelo nome próprio e recategorizado por “o presidente
argentino” – ambos são retomados, ainda, pela expressão “os dois argentinos”; além de
“Argentina” e “audiência no Vaticano”, mantidos em foco por “o país” e “A reunião”,
respectivamente.
Neste caso, observamos que o autor da notícia não toma partido explicitamente
acerca dos acontecimentos narrados ou da apresentação e manutenção dos referentes. Temos,
na verdade, expressões genéricas que indicam, por exemplo, a nacionalidade e o cargo
ocupado pelos referentes (no caso do papa e do presidente argentino), sem vestígios de juízos
de valor. Isso, no entanto, não faz com que o texto e os referentes sejam destituídos de
argumentação, uma vez que a “a neutralidade também é uma escolha, e isso, por si só, já
revela um trabalho do sujeito sobre o objeto” (CAVALCANTE, CUSTÓDIO FILHO e
BRITO, 2014, p. 31-32). Além disso, podemos analisar a orientação argumentativa deste
exemplo, ainda segundo o pensamento de Cavalcante, Custódio Filho e Brito (2014), por
outra perspectiva (que não exclui a opção pela neutralidade): a não repetição das expressões
referenciais funcionando como “recurso de elegância” ou “efeito estético”, já que “obedecer a
padrões estilísticos da escrita de um gênero [...] vale também como uma estratégia
argumentativa” (p. 113).
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Uma turma de estudantes do ensino médio doou todo o dinheiro que juntou
para fazer a formatura para custear parte do tratamento do filho de uma
professora da Escola Estadual 14 de Fevereiro, em Pontes e Lacerda, a 483
km de Cuiabá. (...) Para a professora Lucilene Ezequiel a atitude dos alunos
surpreendeu e deu esperança para que ela continue exercendo a profissão
com amor. (...) Com a repercussão do ato de solidariedade, empresários da
região se reuniram e presentearam a turma com uma festa de formatura. (...)
Segundo a professora, o tratamento tem sido custeados por doações. Para
ela, entre todas as doações que a família recebeu, a que mais emocionou foi
o gesto de amor dos estudantes. (Disponível em:
https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/noticia/2019/12/20/estudantes-doam-
dinheiro-de-formatura-para-pagar-tratamento-do-filho-de-professora-em-
mt.ghtml. Acesso em: 20, dez. 2019.)
Não era para ter deixado que eu passasse dois anos preso sem ter feito nada.
O que eu passei eu jamais vou esquecer na minha vida". A declaração é do
agricultor Eldis Trajano da Silva, de 36 anos, que passou dois anos e três
meses preso no lugar do irmão, Eudes Trajano da Silva. Eldis - com L -
foi preso em 2017. O erro só foi corrigido no último dia 9 de dezembro,
quando ele foi solto. (...) Os policiais estavam atrás de Eudes, com “u” no
início e “e” no final, irmão dele. (...) Eudes, com U, o verdadeiro
culpado, tinha sido preso em Canguaretama, por outro crime, com uma
identidade falsa com nome de Francisco de Assis. (...) Depois de quase um
ano preso, Eldis - o inocente - veio transferido para uma penitenciária que
fica em Ceará-Mirim, na região metropolitana de Natal. (Disponível em:
https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2019/12/29/jamais-vou-
esquecer-diz-homem-que-ficou-2-anos-preso-por-engano-no-lugar-do-
irmao-no-rn.ghtml. Acesso em: 29, dez. 2019.)
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Conclusão
Como os resultados e discussões deste trabalho apontam, há uma relação bastante
estreita entre o processo de referenciação e a argumentação. Tal relação manifesta-se mesmo
num gênero que se propõe a apresentar neutralidade, como é o caso da notícia, seja pela
avaliação explícita do produtor do texto, seja pela opção pela “neutralidade”, ou, ainda, pela
obediência a padrões de estilo do gênero. Portanto, as notícias de portais online, ao contrário
do que se pode pensar, não são destituídas de orientação argumentativa.
Agradecimentos
Agradeço pela oportunidade de participar do Programa Institucional de Iniciação
Científica (PIBIC) da UERN que, enormemente, contribuiu para meu desenvolvimento
acadêmico. Agradeço, ainda, pela bolsa concedida, a qual foi fundamental para a realização
das atividades.
Referências
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SILVA, Ranyele da 1
PEREIRA, Francisco Afrânio Câmara 2
Palavras-chaves: Clarice Lispector. Escrita feminina. Paixão. Violência.
Introdução
Este projeto teve como base de pesquisa a análise de duas coletâneas de contos da
autora Clarice Lispector, cujo objetivo geral foi analisar as relações entre a paixão e a
violência em contos dos livros Laços de família e A Via Crucis do corpo, como representação
ficcional das estruturas de dominação às quais as mulheres são submetidas, com ênfase nas
relações amorosas. A autora possui uma escrita marcada por propor diversas reflexões em
seus textos acerca da condição da mulher, expondo, muitas vezes, uma forte crítica voltada
para as estruturas sociais e familiares, em que a problemática do feminino é pertinente, haja
vista que a família e a sociedade determinam condições específicas para as mulheres.
Em Laços de família é possível observar aspectos da violência na narrativa clariciana,
que são colocados dentro das relações familiares e ocasionam uma espécie de (auto)
violência, pois o exterior fere a condição feminina, e por esta ser “dominada” por algumas
estruturas, a violência passa a ocorrer dentro de si, para que o outro não seja ferido. Em
contrapartida, na obra A Via Crucis do corpo a autora traz um outro prisma, já que a constante
introspecção apontada pela crítica como comum em sua obra, não é nítida nesta, e a violência
aqui é colocada a partir de questões do corpo e sobre ele, em razão de, na coletânea, ser
possível constatar questões sobre adultério, desejos reprimidos, homossexualidade,
prostituição, estupros e até assassinato.
Assim, esta pesquisa justifica-se a partir da relevância em se discutir a violência à qual
é submetida a mulher nas relações familiares, ou nos sistemas mais amplos de opressão social,
que é representada, na obra de Clarice, a partir da sua inquietação com os impasses das vidas
das mulheres, tal como os poderes a que elas têm acesso.
1
Graduanda em Letras Língua Portuguesa e suas respectivas literaturas, do Campus Avançado de Assu -
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). silvaranyele2@gmail.com
2
Docente do curso de Letras Língua Portuguesa e suas respectivas literaturas. Chefe do Departamento de Letras
Vernáculas do Campus Avançado de Assu – Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Doutor em
Estudos da Linguagem, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, com área de concentração
em Literatura comparada.
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Resultados e discussões
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processo de epifania, automaticamente fogem daquilo que é imposto e pregado sobre o que é
ser “a mulher ideal” e passam a buscar seus próprios desejos.
Em contrapartida, em A Via Crucis do corpo as personagens femininas são
apresentadas com mais ousadia, que vivem e buscam seus desejos, principalmente os
referentes ao corpo, mas que são reprimidas pelos diversos contextos sociais que apontam as
regras do que é “correto”. Pois, em uma sociedade patriarcal, as estruturas que podem
dominar são todas aquelas em que a mulher é silenciada, e ainda que sinta a necessidade de
falar, Clarice mostra o que a violência exterior ocasiona no interior das personagens, e por que
a interferência das relações amorosas constrói o que vem a ser chamado de paixão.
A paixão é, muitas vezes, apresentada nos contos como sendo vital para as relações
amorosas, alimento nos contextos afetivos, mas que por ser colocada pelas personagens
muitas vezes em primeiro plano, a escrita de Clarice Lispector aponta para a violência
simbólica que, de acordo com Bonnicci (2005, p.185),
Com isso, é possível observar que “os sentidos da paixão” são colocados nos contos
como diversas maneiras de justificativas para a violência, principalmente a simbólica, que é
específica de uma sociedade patriarcal dominada por homens. Beauvoir (2019, p. 361 - 362)
aponta que “é muito difícil para uma mulher agir em nível de igualdade com o homem
enquanto essa igualdade não for universalmente reconhecida e concretamente realizada”.
Desse modo. a construção das personagens dos contos analisados aponta para a divergência
de personalidades, mas também apresentam a forte igualdade entre elas no que se refere à
violência simbólica, à desigualdade social entre homem e mulher, à submissão feminina, entre
outras questões identificadas em todas as narrativas analisadas.
Considerações Finais
Diante das leituras, discussões e análises realizadas ao longo do projeto, é nítida a
relevância que a literatura possui em relação às diversas discussões sociais e educacionais.
Para tanto, pôde-se perceber a forte influência e crítica que a escrita de Clarice Lispector traz
em relação à situação que a figura feminina é submetida na sociedade. Nesse sentido, é
notório como as relações entre paixão e violência presentes nos contos selecionados
representam as estruturas de dominação a que as mulheres estão submetidas.
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Agradecimentos
Sendo esta uma pesquisa que contribuiu inteiramente para o meu desenvolvimento
crítico e acadêmico, deixo aqui os meus sinceros agradecimentos à Pró-Reitoria de Pesquisa e
Pós-Graduação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (PROPEG/UERN), ao
Programa Institucional de Iniciação Científica (PIBIC), à Universidade do Estado do Rio
Grande do Norte (UERN), ao CNPq por ter financiado o início deste valioso projeto de
iniciação científica e, além disso, não poderia deixar de expressar a minha gratidão à Profª.
Drª. Lílian de Oliveira Rodrigues, pela criação do projeto, e ao Prof. Dr. Francisco Afrânio
Câmara Pereira, por assumir a pesquisa. E, ainda, à minha colega Joyce Caroline de Sousa,
por ter contribuído na construção do artigo publicado a partir das pesquisas realizadas neste
projeto.
Referências
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Nova Fronteira, 2019.
BONNICI, Zolin, L. O. (org.) Teoria Literária: abordagens históricas e tendências
contemporâneas, 2.ed. Maringá: Eduem, 2005.
CÂNDIDO, Antônio. Literatura e sociedade. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2006.
COMISSÁRIO, Ana Paula Pereira. Uma leitura sobre o corpo feminino em a via crucis do
corpo, de Clarice Lispector. Dissertação (Mestrado Estudos da Linguagem) Universidade
Federal do Rio Grande do Norte: Natal, 2018.
CORTÁZAR, Júlio. Valise de cronópio. 2.ed. São Paulo: Perspectiva, 1993.
LIMA, Luis Costa. “A mística ao revés de Clarice Lispector”. In: Por que Literatura.
Petrópolis: Vozes, 1969.
LISPECTOR, Clarice. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 2009.
LISPECTOR, Clarice. A via crucis do corpo. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
NUNES, Benedito. O drama da linguagem: uma leitura de Clarice Lispector. São Paulo:
Ática, 1989.
NUNES, Benedito. A Paixão de Clarice Lispector. In: Os Sentidos da Paixão. Sérgio
Cardoso et al. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
NUNES, Benedito. O mundo imaginário de Clarice Lispector. In: O Dorso do Tigre. São
Paulo: Perspectiva, 1969.
PEIXOTO, Marta. Ficções Apaixonadas: gênero, narrativa e violência em Clarice Lispector.
Trad. Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 2004.
REGUERA, Nilze Maria de Azevedo. Clarice Lispector e a encenação da escritura em A
via crucis do corpo. São Paulo: Editora UNESP, 2006.
RODRIGUES, Lílian de Oliveira. Clarice através do espelho. Dissertação (Mestrado em
Comunicação e Semiótica) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo: São Paulo, 1997.
SÁ, Olga de. A Travessia do Oposto. São Paulo: Annablume, 1993.
SÁ, Olga de. A Escritura de Clarice Lispector. 2ª ed. Petrópolis: vozes/PUC-SP, 1993ª
XAVIER, Elódia. Reflexões sobre a narrativa de autoria feminina. In: XAVIER, Elódia.
Tudo no feminino: a presença da mulher na narrativa brasileira contemporânea. Rio de
Janeiro: Francisco Alves, 1991.
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INTRODUÇÃO
A Teoria das Representações Sociais (TRS), formulada por Serge Moscovici (1978),
proporciona novas perspectivas de pesquisas com base em estudos sobre o homem e os saberes
do senso comum, no contexto das suas representações sobre a realidade. As Representações
Sociais se configuram, então, como um modelo simbólico e significativo da realidade social, o
que torna as pesquisas das TRS relevantes para o campo da educação, uma vez que, possibilitam
reconhecer o universo simbólico que envolve o contexto educacional.
As representações sociais contribuem para formar e forjar comportamentos “elas nos
guiam no modo de nomear e definir conjuntamente os diferentes aspectos da realidade diária,
no modo de interpretar esses aspectos, tomar decisões e, eventualmente, posicionar-se frente a
eles de forma defensiva’’ (JODELET, 2001, p. 17)”. Por outro lado, as representações sociais
têm como ponto de partida também a diversidade dos indivíduos, atitudes e fenômenos em toda
sua estranheza e imprevisibilidade (MOSCOVICI, 1978). Assim, as representações sociais se
constitui como uma forma de conhecimento social, assim sendo, atuam na realidade orientando
comportamentos a partir do senso comum (MOSCOVICI, 1978).
Sobremaneira, ao compreender como algo dinâmico, as representações tornam
acessíveis a circulação de discursos, linguagens, conceitos e condutas de fontes distintas, que
compõem as subjetividades dos agentes sociais.
As representações sociais acrescentam à realidade, imagens e significados , tendo em vista que
auxilia de forma direta na percepção sobre o mundo e as coisas, o que reflete em suas ações
concretas, no tocante as suas ações.
1 Professora da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio grande do norte -UERN, membro dos grupos de
pesquisa Núcleo de Pesquisa em Educação-NUPED e do grupo de estudo e pesquisa educação e Linguagens-GEPEL; E-mail :
antoniamaira@uern.br
2 Estudante do curso de Pedagogia, do departamento de educação, campus Assu-CAWSL, da Universidade do Estado do Rio
do Norte-UFRN; Membro do grupo de pesquisa Educação e Representações Sociais e o grupo Escola Contemporânea e
Educação- ECOS. E-mail: eldasnmelo@hotmail.com
5 Estudante do curso de Pedagogia, do departamento de educação, campus Assu-CAWSL, da Universidade do Estado do Rio
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Assim sendo, buscamos com esse estudo realizar um levantamento bibliográfico sobre
a teoria das representações sociais como aporte teórico- metodológico em pesquisas em
educação e, ainda, compreender o surgimento, conceito e áreas de abrangência das
representações sociais como fenômeno e teoria.
Metodologia
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Resultados e discussões
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Após a organização e análise dos dados, percebemos que para tratar sobre a teoria das
representações sociais os principais referenciais teóricos utilizados nas pesquisas foram
Moscovici (1978) que aponta a implicação da interação entre o individual e o social, construídas
na realidade. Encontramos ainda os estudos de Jodelet (2001) que apresenta a TRS como uma
forma de conhecimento social elaborados na coletividade como conhecimento do senso comum
que são guias de ação.
Considerações finais
O estudo nos possibilitou visualizar de que maneira a teoria das representações sociais
são empregadas como aporte teórico-metodológico em trabalhos e pesquisas acadêmicas. Sobre
isso, destacamos a finalidade de compreender as ações educativas cotidianas, considerando os
conhecimentos do senso comum como contribuição para a construção do conhecimento
científico, o que permite o estreitamento entre as teorias educacionais e as práticas vivenciadas.
Tal estreitamento viabiliza o conhecimento da realidade educacional em determinado
meio e possibilita o apontamento de possíveis soluções para ações concretas. Dessa forma os
estudos em representações sociais na área educacional podem orientar novas pesquisas sobre
aspectos que podem interferir no funcionamento institucional, no desenvolvimento e
aprendizagem dos sujeitos.
Com o projeto, conseguimos reconhecer a aplicabilidade da teoria em pesquisas sobre
formação de professores e educação, ampliando o olhar das estudantes para novos objetos de
estudos e possíveis relações da TRS com trabalhos já realizados em outros espaços de atuação
dentro e fora da Universidade. Constatamos, ainda, que o projeto contribuiu para ampliar a
formação cientifica das discentes, trazendo reflexões para trabalhos futuros, dentre eles
pesquisas monográficas no curso de Pedagogia e artigos científicos com base empírica com uso
de aspectos metodológicos próprios da TRS.
Referências bibliográficas
OLIVEIRA, M.M. Como fazer pesquisa qualitativa. 6. ed, Petropólis, RJ: Vozes, 2014.
VIEIRA, Antônia Maíra Emelly Cabral da Silva; MELO, Elda Silva do Nascimento.
Representação social e o ser professor: o estado da arte. Anais FIPED, 2014. Disponível
em:http://editorarealize.com.br/revistas/fiped/trabalhos/Modalidade_2datahora_24_05_2014_
21_49_02_idinscrito_1049_d43865bcaf8681e39d349663a848e7e4.pdf
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modos, não é levada em conta. Poderia ser solicitado uma análise das expressões faciais, do
aparelho eletrônico que permite interações digitais, das cores do cenário e dos demais objetos
que ajudam na construção do sentido geral do texto. Tudo poderia ter sido explorado, num
objetivo de letrar os alunos visualmente, fazendo com que eles fiquem mais atentos às
composições visuais, que têm grandes significados e são capazes de fazer a diferença nesse e
em outros textos, dentro e fora da escola. Vale ressaltar que os produtores da imagem a
produziram com interesses e consideraram elementos visuais no cenário, nas personagens etc,
contudo esses elementos não são contemplados na atividade resolutiva proposta.
É importante destacar que o letramento crítico abordado na atividade é importante e
necessário, considerando que vivemos em um mundo altamente informatizado e que uma
infinidade de informações circula nos meios digitais, emergindo uma criticidade aguçada dos
leitores em geral. Assim, a abordagem aqui proposta busca fazer um complemento e não uma
substituição.
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Outro ponto ainda sobre o mesmo texto, é que a atividade proposta busca desenvolver
no aluno o letramento visual, perguntando-o exatamente sobre elementos explícitos e
implícitos, como em “what does the image show?”, “which of those social media are popular
in Brazil?” and “what do colors represent?”. Nesse caso, o aluno terá que observar atentamente
o que é exposto visualmente no texto, além de inferir algumas informações. Vale lembrar que
pela imaturidade dos alunos algumas composições visuais podem passar despercebidas e por
isso é importante uma orientação provocativa por parte do professor.
Dessa forma, a atividade proposta tem como objetivo desenvolver os letramentos
crítico e visual e será eficaz se for executada com bastante atenção e criticidade por parte do
docente, que precisará ter em sua prática um suporte teórico adequado.
Esse texto é o único sobre aplicativos que traz composições multimodais organizadas
nesse formato, já que os demais estão organizados em outro formato ou abordam outros
assuntos.
Conclusão
O presente trabalho analisou de forma atenta, as abordagens sugeridas pelos autores
do livro didático Alive high, com o objetivo de visualizar se essas estão suprindo as necessidades
do público atual de estudantes, das escolas públicas.
Com isso, concluímos que o material analisado tem suas vantagens e desvantagens e
depende de como esse trabalho é realizado dentro de sala de aula, pelo docente. Cada texto e
cada atividade tem seu potencial, como também seu limite, e ficou claro que o material atende
às necessidades do público atual de forma parcial. Não tivemos espaço suficiente para uma
análise maior e mais detalhada, contudo produziremos um artigo científico para que possamos
apresentar uma análise mais consistente e mais representativa dos dados obtidos.
Agradecimentos
Agradeço ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e ao
Departamento de Letras Estrangeiras da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, pelo
apoio durante o desenvolvimento da pesquisa.
Referências
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(PETAA). Laura St, Newtown, NSW 2042, Australia. 2013.
KRESS, Gunther; VAN LEEUWEN, T. Front Pages (The Critical) Analysis of Newspaper
Layout. In: BELL, A.; GARRETT, P. (Ed.). Approaches to Media Discourse. Oxford:
Blackwell, 1998.
KRESS, Gunther; VAN LEEUWEN, T. Reading images: the gramar of visual design. London
and New York: Routledge, 1996, 2006
MENEZES, Vera. Alive high : inglês, 2º ano : ensino médio / Vera Menezes ... [et al.] ; - 2. ed.
– São Paulo : Edições SM, 2016. – (Alive high)
RIBEIRO, Ana Elisa. Textos multimodais : leitura e produção. 1 . ed. – São Paulo : Parábola
Editorial, 2016. 128 p.
ROJO, Roxane; MOURA Eduardo. Letramentos, mídias, linguagens. 1. ed. – São Paulo :
Parábola, 2019. 224 p.
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
Introdução
Este trabalho de pesquisa buscou uma leitura interpretativa – à luz de várias teorias
sobre a lírica moderna e também contemporânea – focando a análise de poemas presentes em
quatro obras distintas de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), e cujo temário passa
pelo ambiente urbano e suas múltiplas representações nos versos do autor mineiro.
Contextualizando a importância do tema da presença da cidade na obra poética de
Drummond, passada a primeira metade do século XX, as conquistas da poesia moderna
nacional se tornariam mais claras e um dos responsáveis, certamente, passa por este escritor,
“sensível à fragmentária e isoladora vivência do urbanita, [...] [que] surpreende em meio a
esse novo e movimentado ambiente que está sempre a oscilar entre o progresso e a ruína,
entre a experiência e a reificação” (DIAS, 2006, p. 40).
A cidade experimentada pelo seu eu lírico aparece como tema ao mesmo tempo
insistente e fragmentado entre os elementos que figuram desde a fase inicial de sua poesia –
no caso, a obra Alguma poesia (1930) – e que seguiram até livros como Corpo (1984),
levando aqui em consideração o próprio princípio declarado pelo poeta de que “afinal, tudo
são relações humanas, que compreendem encontro, desencontro, distanciamento,
aproximação” (ANDRADE, 2008, p. 76).
Diante do exposto, aqui se buscou analisar representações poéticas da cidade frente
ao ser humano que predominem como tema existente, seja em sua forma interna – ligada à
representação da linguagem poética – ou em seu conteúdo, no qual a crítica de âmbito social
se faz presente nos poemas selecionados (no caso, a crítica a uma sociedade alienada diante
dos fatos cotidianos, caso da pobreza e da exploração do trabalho, ou do sentimento de
melancolia causado pelo isolamento nas grandes cidades). Isto é, focou-se também na
presença da poesia como representação simbólica da vida nas cidades, criando um cotidiano
citadino cheio de tensões e de indícios sobre o dia a dia urbano.
Metodologia
1
Estudante do curso de Licenciatura em Letras – Língua Portuguesa do Departamento de Letras Vernáculas da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. E-mail: bf.mateus@hotmail.com
2
Professor do Departamento de Letras Vernáculas da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
participante do Grupo de Pesquisa em Linguística e Literatura. E-mail: alexandrealves@uern.br
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Resultados e Discussões
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Conclusão
Os resultados deste estudo permitiram perceber o viés crítico social que Drummond
terminaria por expor em seus versos sob a problemática insígnia urbana, mote da poesia
moderna no decorrer do século XX, nascida justamente na cidade. A temática da urbe
continuaria ecoando na lírica brasileira, que vem mantendo a presença de tal cenário como
tema até chegar na lírica contemporânea do século XXI, provando que os versos do mineiro
não somente traziam um retrato presente, mas atento e perspicaz, como assim também é
escrita a poesia atemporal e que expõe as conotações aqui anotadas sobre a poesia do autor
mineiro em questão.
A poesia de Carlos Drummond de Andrade revela, portanto, uma tensão existente
entre o urbanita e o contexto que o transforma em um ser erradicado de um passado e
mecanizado pela rotina que a cidade impõe seu presente. Assim, a consciência presente na
lírica do poeta transcorre de modo a causar uma reflexão sobre a tendência que o eu lírico de
Drummond propõe, a de deixar o citadino refém da alienação e de sua própria existência.
Agradecimentos
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Referências
ANDRADE, Carlos Drummond de. Nova reunião 23 livros de poesia. São Paulo:
Companhia das Letras, 2015.
CANDIDO, Antonio. Vários escritos. 2. ed. São Paulo: Duas Cidades, 1977.
DALCASTAGNÈ, Regina. A cidade como uma escrita possível. In: AZEVEDO, Luciene;
DALCASTAGNÈ, Regina (orgs.). Espaços possíveis na literatura brasileira
contemporânea. Porto Alegre: Zouk, 2015.
DIAS, Márcio Roberto Soares. Da cidade ao mundo: notas sobre o lirismo urbano de Carlos
Drummond de Andrade. Vitória da Conquista: Edições UESB, 2006.
LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. 3. ed. Tradução de Jefferson Luiz Camargo. São
Paulo: WMF / Martins Fontes, 2011.
PAZ, Octavio. A outra voz. Tradução de Wlamir Dupont. São Paulo: Siciliano, 1993.
PERRONE, Charles A. Seven faces: Brazilian poetry since modernism. Durham: Duke
University Press, 1996.
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Introdução
Indo ao encontro dos postulados de Maingueneau (2016, p. 72) sobre ethos, texto e
discurso, assumimos que “qualquer discurso escrito, mesmo que a negue, possui uma
vocalidade específica, que permite relacioná-lo a uma fonte enunciativa, por meio de um tom
que indica quem o disse.” Portanto, tem-se o texto, que sinaliza a existência de um fiador,
caracterizado por ser a fonte do dizer, a fonte enunciativa, associado a uma cena genérica, e
uma cenografia. O fiador, por sua vez, apresenta uma imagem (ethos) de si, que é construída
por meio dos elementos linguísticos mostrados por ele em seu discurso. A imagem do fiador
suscitada no discurso leva a uma adesão (incorporação) dos leitores às ideias do fiador por meio
de uma maneira de dizer, que tem por consequência uma forma de ser e agir no mundo.
Seguindo esses postulados, direcionamos um olhar sobre os discursos produzidos nas
mídias digitais, especificamente os que se encontram na plataforma YouTube, que exercem
influência sobre a vida das pessoas e fazem com que elas assumam ideias e modos de ser. É
com base nessas circunstâncias que este trabalho, vinculado ao projeto de pesquisa
“Testemunhos, dicas, desabafos conselhos... ’: um estudo do ethos em discurso de uma
influenciadora digital sobre experiências da maternidade”, delimita o ethos como objeto de
análise, buscando investigar como se dá a construção da imagem de si em discursos produzidos
por uma influenciadora digital sobre produtos para as mães, sugerindo cuidados com a beleza.
Como objetivos específicos, pretende-se: i) identificar e classificar os tipos de pontos
de vista mobilizados pelo fiador do discurso em vídeos no Youtube sobre dicas de beleza para
as mães; ii) verificar como os pontos de vista são hierarquizados, como são (não)assumidos na
argumentação e associados aos gêneros nos quais são materializados; iii) descrever os
componentes visuais e verbais que compõem os discursos do fiador em vídeos no Youtube,
observando como eles atuam na construção de uma imagem de si, seu ethos dito e/ou mostrado;
iv) interpretar o modo como a influenciadora digital incorpora seu interlocutor e quais os
possíveis estereótipos ativados na construção de uma imagem de si; v) analisar,
comparativamente, a atuação dos componentes visuais e verbais para a construção do ethos do
fiador em vídeos no Youtube, considerando a relação com as demais plataformas onde se fixa
seu blog pessoal.
Metodologia
Como fundamentação teórica, o trabalho segue principalmente os conceitos e
postulados da Análise do Discurso praticada por Maingueneau (2016), bem como a noção de
ethos como um dos resultados observáveis do discurso e, a partir disso, propõem desenvolver
um diálogo com a Análise Textual dos Discursos – ATD (ADAM, 2011), de modo a tratar o
texto em seu funcionamento discursivo, nas situações reais de uso. Além disso, dialogamos
com a abordagem pragmático-enunciativa do Ponto de Vista – PDV (RABATEL, 2016).
1
Estudante do curso de Letras/Língua Portuguesa, pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN);
e-mail: ozeiasventura2015@gmail.com.
2
Professora do Departamento de Letras Estrangeiras (DLE) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte,
Membro do Grupo de Pesquisa em Produção e Ensino do Texto (GPET): e-mail: rosangelabernardino@uern.br.
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O corpus da pesquisa é composto por 4 textos orais que foram transcritos do canal do
Youtube “De mãe para mamãe”, que sugerem conselhos e dicas para os cuidados com a beleza.
A metodologia de análise se baseia no princípio da dedução e indução, apoiando-se na
abordagem do tipo qualitativa, de natureza descritivo-interpretativa. Os critérios para a seleção
dos vídeos foram: selecionar enunciados produzidos somente pela influenciadora digital, uma
vez que pode ocorrer a interação entre a influenciadora e os seus seguidores por meio dos
comentários; enunciados que falem ou que estejam relacionados ao cuidado com a beleza; sobre
experiências da maternidade; e que demonstrem recursos linguísticos que sejam característicos
de dicas, desabafos e conselhos.
Resultados e discussões
A análise foi realizada seguindo as categorias que assinalassem o foco da pesquisa,
tais como: as marcas linguísticas que evidenciam a construção do ethos do fiador, sejam por
meio do ethos dito e/ou mostrado; os pontos de vista do fiador sobre as dicas de beleza; e o
processo de incorporação do ethos do fiador pelos coenunciadores. Percebe-se, com base na
análise do corpus, que o fiador apresenta o seu ponto de vista sobre os cuidados com beleza e,
ao fazer isso, mobiliza de forma inconsciente relações com outros discursos, evidenciando,
então, o interdiscurso. A construção do ethos do fiador se dá, sobretudo, por meio do ethos
mostrado e, eventualmente, essa constituição se inscreve na perspectiva do ethos dito.
No excerto abaixo, notamos o primeiro aspecto de incorporação entre o fiador e seus
interlocutores, visto que o fiador apresenta dicas para as mulheres sobre produtos que ajudam
no cuidado com a pele, criando um cenário propício para a construção da sua enunciação: em
um ambiente adequado, com materiais faciais e com uma construção corporal preparada para
utilizar produtos na pele.
(01): Esse vídeo, eu pensei, né?: “Acho que elas vão gostar porque elas perguntam muito”. E
dado o último vídeo que eu postei que foi a minha última ida a dermatologista, é...um... Eu
achei que vocês iam gostar e por isso eu tô gravando. Que é sobre os cuidados que eu tenho
com minha pele. [...] Porque eu vou mostrar o que que eu faço com o meu rosto de manhã, e
vou contar o que que eu faço com meu rosto de noite pra vocês, que foi as recomendações que
a doutora Gleice fez, que foi a minha “dermato”. Tô passando pra vocês porque vocês me
pediram muito. (palmas).
O fiador inicia o vídeo apontando para qual público ele é destinado (“Acho que elas
vão gostar”), ou seja, por meio do pronome pessoal “elas” o fiador indica as pessoas que o seu
discurso pretende alcançar (mulheres e mães, pois também é mãe), sendo, neste caso, aquelas
que buscam ter ou que têm um cuidado com sua pele. Além disso, o vídeo é iniciado com a
aparição de sua filha, o que reforça a construção do ethos do fiador, pois ao fazer isso o fiador
constrói a imagem da mulher e mãe que procura sempre ter o devido cuidado com sua aparência,
mesmo estando exercendo esse papel que demanda tempo e, para isso, recorre a profissionais e
produtos que a ajudem. Além disso, temos um traço afetivo no seu discurso, que é ouvir e
atender os seus seguidores, pois o ela se mostra preocupada com os seguidores que pediram as
dicas (“Tô passando pra vocês porque vocês me pediram muito”).
Com base nas marcas linguísticas deixadas no discurso do primeiro excerto,
construímos um ethos vaidoso, de uma mulher/mãe que cuida de sua aparência, ao mesmo
tempo em que se sensibiliza com outras mulheres/mães e as ajuda por meio de seus vídeos.
Além disso, temos a construção de um ethos cativante e compreensivo, já que o fiador se mostra
assim ao ouvir os pedidos e mencioná-los em seus vídeos, incorporando seu interlocutor.
Nos excertos abaixo, o fiador mostra dicas sobre produtos que mulheres podem usar
para cuidar do seu cabelo loiro, dicas sobre o momento certo para mudar o cabelo para loiro,
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além de indicar pessoas e lugares em que os seus inscritos podem ir para ter um bom cuidado
capilar. O vídeo é finalizado com um conselho sobre como ter uma melhor qualidade de vida
nas relações sociais, que é narrado a partir de um produto utilizado para escovar os cabelos.
(02): Digo logo, não vou mentir, foi exatamente assim que eu falei: “Não gosto dessa escova”,
e continuei desembaraçando o cabelo. Aí chegou mais alguém e perguntei de novo: “você gosta
dessa escova?” e ela falou que sim, porque ela desembaraça o cabelo sem partir. E aí eu disse:
“eu não”. De novo. Gente, eu sei que eu fui usando e perguntando pro povo e o povo dizendo
que gostava e eu dizendo que não gostava. Terminei que eu gostei e COM-PREI. Então, isso
vale é, até de lição pra vida.
(03): E eu tenho meio que abuso de coisas famosas. E eu não sei, eu não sei, não sei, não sei.
Por exemplo: se todo mundo disser que aquela série é boa, aquela série com certeza vai ser a
última que eu vou assistir. E isso não é consciente, é realmente inconsciente.
(04): Isso vale de lição pra vida porque a gente tende a dizer que não gosta de alguma coisa
sem conhecer direito essa coisa. Então, é... assim como pessoas, a gente tende a dizer que não
gosta de certa pessoa sem conhecer direito essa pessoa. E só o fato de você dizer: “aí eu não
gosto, eu não gosto, eu não gosto”, já traz pra você uma carga, uma energia tão ruim que
termina te prejudicando sem você perceber. [...] Mas eu dizer que não gostava da escova estava
me fazendo não ter a oportunidade, ou não me dar a oportunidade de conhecer uma coisa que
eu ia é... gostar depois que eu conhecesse. Foi o que aconteceu. Eu dei a oportunidade a ela,
né?
O fiador inicia a sua reflexão através da comparação de duas ideias em seu enunciado.
Em um primeiro momento é narrado o contexto de aquisição da escova para os cabelos, em que
a influenciadora não demonstra nenhum interesse pela escova, mas continua usando em seu
cabelo e confrontando as pessoas sobre o produto, perguntando se elas gostam ou não, e sempre
refutando o “sim” delas. É dentro desse contexto que ela descobre a utilidade da escova e aponta
a situação como uma lição para vida, que é descrita em outro momento.
Nesse momento, o fiador torna evidente o aspecto interdiscursivo no seu discurso, que
é mobilizado de forma inconsciente. É ativado na memória discursiva dos coenunciadores o
seguinte discurso: “não fui com a cara dessa pessoa”, que é difundido em sociedade quando
existem situações, pessoas e até objetos que causam uma rejeição imediata, mesmo que não as
conheçamos e sem que tenham dado motivos para isso. No caso do fiador, isso se dá por ele
não simpatizar com produtos que são altamente populares e usados na sociedade, como ele
afirma no excerto 03 (“E eu tenho meio que abuso de coisas famosas”). Apesar de isso ser
sentido pelo fiador, ele muda de ideia sobre o produto ao chegar à conclusão de que ele era
realmente bom e eficiente para o cabelo, aparentando ser um sujeito aberto a mudanças.
Desse modo, conseguimos distinguir alguns ethe do fiador. O primeiro encontrado, no
excerto 02, é o ethos de uma pessoa insistente naquilo que acredita e se esforça muito para não
abrir de mão do que pensa, mostrando também, como afirma Maingueneau (2013), um tom que
dá autoridade ao que é dito e, nesse caso, configura-se como um tom de desprezo sobre o
produto, caracterizando o ethos mostrado (“Gente, eu sei que eu fui usando e perguntando pro
povo e o povo dizendo que gostava e eu dizendo que não gostava”). Nesse mesmo trecho (02)
percebemos o ethos de uma pessoa aberta a mudanças, e isso acontece pelo convencimento do
fiador sobre a utilidade do produto.
Podemos perceber que o fiador apresenta o seu ponto de vista (PDV) sobre o produto
de beleza (“escova”), afirmando seu olhar negativo sobre o objeto e se responsabilizando pelo
dito. Para confirmar o seu PDV, ele tenta se apoiar em um PDV alheio, de um locutor-
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enunciador segundo (l2/e2 ) (“ela”), o indagando sobre a preferência do objeto. Contudo, recebe
uma resposta contrária e afirma, novamente, sua negativa. Nesse sentido, o fiador expressa um
PDV hierarquicamente superior aos demais pontos de vista situados na cena enunciativa, que é
comprovado pela defesa do seu PDV em detrimento do PDV alheio. Dentro das modalidades
elaboradas por Rabatel (2016) para nomear o PDV, apesar de apresentar nuances do PDV
narrado, podemos afirmar que no trecho analisado o que prevalece é o PDV assertado, visto
que o fiador insere a sua fala e a do l2/e2 por meio do discurso indireto, assinalado pelo verbo
mais a conjunção “que” (“ela falou que”/ “dizendo que”).
Vale ressaltar que, no caso do trecho 02, temos um apagamento de um ethos em
detrimento de outro, já que existe uma quebra/oposição de tons na construção da imagem do
fiador. Isso ocorre pela contraposição do ethos insistente e inacessível, com o ethos acessível e
tolerante do fiador com opiniões divergentes, pois em um momento o sujeito enunciador
apresenta uma forma de ser e, ao mesmo tempo, se expõe com uma imagem diferente da criada
anteriormente.
Por último, percebe-se ao menos outro ethos do fiador no excerto 04, que é o de uma
pessoa que se preocupa em refletir sobre as circunstâncias e aprender com o resultado gerado
por elas, revelando, também, além da posição de mulher e mãe, a sua posição de coach, já que
ela se assume como mentora e orientadora. Isso acontece quando o sujeito enunciador avalia a
experiência negativa que teve e a relaciona com outros contextos do convívio humano,
incentivando os seus coenunciadores a agirem de forma diferente das convencionais para
obterem experiências positivas e aprenderem com as experiências negativas.
Conclusão
Em síntese, percebemos que o fiador organiza e estrutura seus vídeos com o objetivo
de alcançar pessoas que compartilham do seu mesmo mundo ético: mulheres/mães que se
preocupam com a beleza e querem estar em harmonia com a sua imagem e vivência. Isso é
confirmado pela incorporação dos interlocutores, já que os coenunciadores que participam da
cena enunciativa do fiador solicitam vídeos com temas específicos, que são atentamente
produzidos. Dessa forma, observamos que os coenunciadores incorporaram os traços do ethe
construídos pelo fiador, participando do mesmo mundo ético, podendo assumir suas mesmas
características e posições ideológicas. Como resultado desta pesquisa, esperamos que esse
trabalho contribua de maneira significativa na compreensão do conceito do ethos dentro do
quadro teórico da Análise do Discurso, em conjunto com a teoria de Ponto de Vista e a noção
de Responsabilidade Enunciativa.
Agradecimentos
Agradecemos a todos os colegas que compõem o grupo da iniciação científica, à
UERN e à professora orientadora, que colaboraram com empenho para a conclusão deste
projeto.
Referências
ADAM, J-M. A linguística textual: uma introdução à análise textual dos discursos. 2. ed.
revisada e aumentada. São Paulo: Cortez, 2011.
MAINGUENEAU, D. Análise de textos de comunicação. Tradução de Cecília P. de Sousa-e-
Silva, Décio Rocha. 6. ed. ampl. São Paulo: Cortez, 2013.
MAINGUENEAU, D. Ethos, cenografia, incorporação. In: AMOSSY, R. (Org.). Imagens de
si no discurso: a construção do ethos. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2016, p. 69-92.
RABATEL, A. Homo narrans: por uma abordagem enunciativa e interacionista da narrativa.
Tradução de Maria das Graças Soares Rodrigues, Luis Passeggi e João Gomes da S. Neto. São
Paulo: Contexto, 2016.
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Introdução
Metodologia
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Resultados e Discussão
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Alguns estudos do letramento científico (cf. SOUSA, 2016; SILVA, 2017) e da sociologia da ciência
(cf. DEMO, 2012; SANTOS, 2010) são utilizados para caracterizar o contexto acadêmico em que está
inserido o ProfLetras e identificar o desafio da construção para educadoras de uma pós-graduação
profissional sustentável. Estudos de origens distintas sobre práticas reflexivas na formação da
professora também contribuem para fundamentar esta pesquisa (cf. PERRENOUD, 2002;
SIGNORINI, 2000; SILVA, 2014). Para a análise linguística da dissertação selecionada, são utilizados
alguns pressupostos teórico-metodológicos da Linguística Sistêmico-Funcional – LSF (cf. EGGINS,
2004; HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2014; THOMPSON, 2014). (ACE04, p. 275, grifos nossos)
Conclusão
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fontes mais atualizadas e um diálogo mais intenso com textos escritos em outras línguas
sejam elementos relativos à seleção e uso de fontes que requererem uma certa atenção.
Como conclusão, sustentamos que a condição de expertise e a familiarização
com práticas de letramento são elementos que contribuem para que os pesquisadores
experientes revelem uma escrita científica (mais) ajustada, quanto à seleção e utilização
de fontes de pesquisa, a convenções estabelecidas no universo científico e em sua
cultura disciplinar.
Agradecimentos
Referências
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Introdução
1
Estudante do Curso de Letras – Língua Portuguesa do Departamento de Letras Vernáculas da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte/Campus Avançado de Pau dos Ferros; e-mail: evaristtonetto2000@gmail.com
2
Professor do Departamento de Letras Estrangeiras na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/ Campus
Avançado de Pau dos Ferros. Membro do Grupo de Pesquisa em Produção e Ensino do Texto (GPET); e-mail:
cezinaldobessa@uern.br
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Metodologia
Resultados e discussão
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ISSN 2526-7841 Anais do SIC UERN
pesquisa em seus textos, revelando uma média variável de 11 a 20 fontes, o que mostra que, no
geral, os pesquisadores iniciantes dialogam com múltiplas fontes em seus textos de pesquisa.
Em relação ao tipo de fontes utilizadas nas produções científicas, os pesquisadores optaram
pela utilização de livros e periódicos, sendo que os livros ocuparam uma porcentagem de 60%
e os periódicos de 15%. A forte e destacada presença dos livros nas escolhas de fontes dos
pesquisadores iniciantes pode ser explicada tanto pela influenciada de uma cultura de uso de
livros característica das humanidades como pela dificuldade de consulta e seleção de textos em
meios digitais, aspecto, ao que parece, ainda marcante nas práticas de leitura e escrita entre
jovens pesquisadores. No que diz respeito à recência e/ou atualidade das fontes empregadas
pelos pesquisadores iniciantes, observamos que 26% de fontes localizadas entre 6 e 10 anos e
26% entre 11 a 20, sinalizando um equilíbrio no uso de fontes mais recentes e mais antigas.
Esse dado mostra, antes de tudo, que há uma perspectiva animadora quanto ao uso de fontes
atualizadas nos textos dos pesquisadores iniciantes.
Esses dados indicam que, ainda que não manifestem uma expertise nas práticas do
universo acadêmico-científico, os pesquisadores iniciantes demonstram um uso relativamente
adequado e pertinente das fontes de pesquisa em seus textos de pesquisa. É possível acreditar
que se manifeste um manejo intuitivo dessas fontes e/ou que o trabalho de revisão e avaliação
a que são submetidos, quando enviam artigos para periódicos, possa contribuir para que eles
demonstrem relativo êxito quanto ao uso das fontes nos textos que produzem.
Conclusão
Agradecimentos
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Referências
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
HOWARD, R. M., SERVISS, T.; RODRIGUE, T. K. Writing from sources, writing from
sentences. Writing and Pedagogy, 2, 177–192, 2010.
PECORARI, D. Plagiarism in second language writing: Is it time to close the case? Journal of
Second Language Writing, 30, 94–99, 2015.
POLLET, M. C.; PIETTE, V. Citation, reformulation du discours d’autrui. Une clé pour
enseigner l’écriture de recherche? Spirale, n. 29, p. 165-179, 2002.
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Apoio:
Realização:
Anais do Salão de Iniciação Científica da UERN (SIC UERN)
Resumos expandidos
Publicação eletrônica on-line
ISSN: 2526-7841
Ano 2020
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