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INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

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INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


Elaine Cristina Marques Esper

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CASA NOSSA SENHORA DA PAZ – AÇÃO SOCIAL
FRANCISCANA, PROVÍNCIA FRANCISCANA DA
IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL – ORDEM
DOS FRADES MENORES
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

Presidente
Frei Thiago Alexandre Hayakawa, OFM

Diretor Geral
Jorge Apóstolos Siarcos

Reitor
Frei Gilberto Gonçalves Garcia, OFM

Vice-Reitor
Frei Thiago Alexandre Hayakawa, OFM

Pró-Reitor de Administração e Planejamento


Adriel de Moura Cabral

Pró-Reitor de Ensino, Pesquisa e Extensão


Dilnei Giseli Lorenzi

Coordenador do Núcleo de Educação a Distância


(NEAD)
Renato Adriano Pezenti

Revisão
Lindsay Viola (Vozes)

Desenhista Instrucional
Leonora Gerardino
Patricia Sponhardi

Projeto Gráfico e Diagramação


Lucas Paz (Studio 28)
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© 2019 Universidade São Francisco


Avenida São Francisco de Assis, 218
CEP 12916-900 – Bragança Paulista/SP
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INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


ELAINE
A AUTORA

CRISTINA
MARQUES
ESPER
Doutora e Mestre em Engenharia e Ciência dos Materiais.
Especialista em Engenharia de Produção. Licenciada em
Química. Professora da área de Química e de Materiais.
Possui ampla experiência em gestão acadêmica e na
orientação de trabalhos de Conclusão de Curso.

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INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

SUMÁRIO
Caixas de Destaque................................................................ 05
Informações Gerais da Disciplina............................................ 06
Apresentações das Unidades................................................. 07
Unidade 1: Ciência e Conhecimento: O que eu preciso saber
sobre isso? ............................................................................. 08
Unidade 2: Leitura de textos científicos: como fazer isso de for-
ma rápida e direta? ...................................................................16
Unidade 3: Fichamentos, resumos e resenhas: o que são e
como podem me ajudar?......................................................... 21
Unidade 4: Melhoria da leitura e da escrita científica: por que
elas são importantes?............................................................. 31
Unidade 5: Método científico: de onde viemos?................... 36
Unidade 6: Pesquisa científica: por onde começar?............. 60
Unidade 7: Identificação do tema, estabelecimento do proble-
ma científico e formulação de hipóteses e objetivos: para onde
vamos?.................................................................................... 65
Unidade 8: Revisão bibliográfica: como buscar as informações
pertinentes ao tema de pesquisa? ......................................... 73
Unidade 9: Normas técnicas de escrita de trabalhos científicos:
o que são e como fazer citações corretamente?.................... 87
Unidade 10: Planejamento e condução da pesquisa e análise e
interpretação dos resultados: como gerar e analisar os resulta-
dos?......................................................................................... 94
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Unidade 11: Pesquisa científica: como escrever os resulta-


dos?....................................................................................... 105
Unidade 12: O plágio: como não fazê-lo? E como apresentar os
resultados em eventos cientifícos?....................................... 123
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IMPORTANTE É U M E S PA Ç O D E D I C A D O A E N T E N D E R O S
ENTENDER! CONCEITOS CENTRAIS DO CONTEÚDO.

PARA E S PA Ç O PA R A Q U E S T I O N A M E N T O S O B R E
O A S S U N T O. S I T U A Ç Ã O H I P O T É T I C A PA R A
REFLETIR REFLEXÃO E COMPREENSÃO SOBRE O
TEMA ESTUDADO.

M O M E N T O PA R A S E A P R E S E N TA R U M A S I -
EXEMPLO TUAÇÃO REAL DO ASSUNTO TRABALHADO

A P R E S E N TA Ç Ã O D E F O N T E S PA R A Q U E
O ALUNO EXPLORE MAIS O CONTEÚDO
PESQUISE A B O R D A D O. S E R Ã O A P R E S E N TA D O S : L I -
V R O S , S I T E S , R E P O R TA G E N S , D I S S E R TA -
Ç Õ E S , V Í D E O S , R E V I S TA S E T C .

TERMOS E SIGLAS ESPECÍFICAS SOBRE O


GLOSSÁRIO T E M A T R ATA D O N A U N I D A D E .

L E I O U A R T I G O D E E X T R E M A I M P O R TÂ N -
LEIS C I A PA R A A P R O F U N D A M E N T O D O A L U N O.

LEITURA L I V R O S E T E X T O S I M P R E S C I N D Í V E I S PA R A
FUNDAMENTAL O D E S E N V O LV I M E N TO DA A P R E N D I Z AG E M
DO ALUNO.

SUGESTÃO A P R E S E N TA Ç Ã O D E L E I T U R A S I N T E R E S -
S A N T E S PA R A O A L U N O, R E L A C I O N A D A S
DE LEITURA AO TEMA.

P O N T O S F U N D A M E N TA I S Q U E G U I A R Ã O O
RELEMBRE A LU N O. S ÃO N O R T E S Q U E A J U DA R ÃO A I N -
T E R P R E TA R O T E X T O .
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FAT O, A C O N T E C I M E N T O H I S T Ó R I C O O U
CURIOSIDADES PONTO CURIOSO RELACIONADO AO TEMA
ABORDADO.
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INFORMAÇÕES
GERAIS DA DISCIPLINA

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

Ementa: Introdução ao conhecimento científico e sua importân-


cia para o desenvolvimento social e tecnológico. Pesquisa científi-
ca. Métodos de pesquisa. Desenvolvimento da pesquisa. Bibliogra-
fia e aspectos normativos. Difusão do Conhecimento Científico.

Objetivos: Ao final do curso, o estudante será capaz de reco-


nhecer a importância do conhecimento científico para o desenvol-
vimento social e tecnológico, conhecer a pesquisa científica e de
seus métodos, elaborar trabalhos acadêmicos de acordo com as
normas técnicas e apresentar trabalhos utilizando-se da comuni-
cação efetiva e eficiente nas formas escrita e oral.

CARGA HORÁRIA: 72 H
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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
UNIDADE 1: CIÊNCIA E CONHECIMENTO: O QUE EU

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


PRECISO SABER SOBRE ISSO?
UNIDADE 2: LEITURA DE TEXTOS CIENTÍFICOS: COMO
FAZER ISSO DE FORMA RÁPIDA E DIRETA?
UNIDADE 3: FICHAMENTOS, RESUMOS E RESENHAS: O QUE
SÃO E COMO PODEM ME AJUDAR?
UNIDADE 4: MELHORIA DA LEITURA E DA ESCRITA
CIENTÍFICA: POR QUE ELAS SÃO IMPORTANTES?
UNIDADE 5: MÉTODO CIENTÍFICO: DE ONDE VIEMOS?
UNIDADE 6: PESQUISA CIENTÍFICA: POR ONDE COMEÇAR?
UNIDADE 7: IDENTIFICAÇÃO DO TEMA, ESTABELECIMENTO
DO PROBLEMA CIENTÍFICO E FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES
E OBJETIVOS: PARA ONDE VAMOS?
UNIDADE 8: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA: COMO BUSCAR AS
INFORMAÇÕES PERTINENTES AO TEMA DE PESQUISA?
UNIDADE 9: NORMAS TÉCNICAS DE ESCRITA DE
TRABALHOS CIENTÍFICOS: O QUE SÃO E COMO FAZER
CITAÇÕES CORRETAMENTE?
UNIDADE 10: PLANEJAMENTO E CONDUÇÃO DA PESQUISA
E ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS: COMO
GERAR E ANALISAR OS RESULTADOS?
UNIDADE 11: PESQUISA CIENTÍFICA: COMO ESCREVER OS
RESULTADOS?
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UNIDADE 12: O PLÁGIO: COMO NÃO FAZÊ-LO? E COMO


APRESENTAR OS RESULTADOS EM EVENTOS CIENTIFÍCOS?
UNIDADE 1
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

CIÊNCIA E CONHECIMENTO:
O QUE EU PRECISO
SABER SOBRE ISSO?

INTRODUÇÃO
Olá! Seja bem-vindo ao componente curricular Iniciação à
Pesquisa Científica. Esta unidade tem por objetivo informá-lo
sobre o que é conhecimento e o que é ciência. Aprenderemos
como fazer uma boa leitura e como maximizar a qualidade da
leitura realizada, passando pelas técnicas de fichamento, resu-
mo e resenha para auxiliar na escrita, e como estas podem aju-
dar na boa prática acadêmica e profissional. Então vamos lá!

BONS ESTUDOS!
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INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E AO
CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Quando se fala em metodologia de pesquisa muitos estu-
dantes sofrem por antecipação. Este componente curricular
pretende fornecer-lhe uma série de ferramentas para auxiliá-lo
durante toda a sua vida acadêmica. Não sofra com ele. Apro-
veite-o para aprender o que vai lhe ajudar em praticamente
todos os componentes curriculares do seu curso.
Não se prenda no fácil e nem no ilícito, porém cômodo. Pes-
quisar e escrever serão atividades que você deverá fazer du-
rante toda a sua vida profissional. Aprender a fazer o certo da
primeira vez (aqui, neste curso) tornará a sua vida acadêmica
e profissional menos dolorida depois.
Bom, chega de conselhos. Vamos ao que interessa... O que
é essa tal de Ciência? E Conhecimento? Quais são as seme-
lhanças e as diferenças entre eles?
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INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

Fonte: 123rf

Para entender a importância que a ciência e o conhecimento


têm, é só se imaginar sem nada. Sem nada mesmo!!! Você está
usando um computador? Sem ciência, ele não existiria. Você está
usando um smartphone? Sem ciência, ele não existiria. Você está
usando um sulfite com este texto impresso? Sem ciência, nem o
sulfite, nem a tinta e nem o papel existiriam. Nada existiria sem ci-
ência e conhecimento. Sem ciência e sem conhecimento seriamos
nômades, dormindo em árvores e cavernas, e nos alimentando de
frutas somente... Ah, é verdade! Já fomos assim, e de lá para cá,
muita ciência foi feita e muito conhecimento foi adquirido para que
tivéssemos o conforto que ao longo de toda a história buscamos.
A mesma ciência que hoje busca a cura do câncer, a revolução
feita pela inteligência artificial, o uso mais eficiente das formas gera-
doras de energia já buscou coisas bem mais simples como a caneta
esferográfica (não utilizar mais tinta, pena e mata-borrão já foi um
luxo!) e o papel (imagina o espaço economizado nas bibliotecas que
arquivavam em papiro ou tábuas).

Segundo Santos e Parra Filho (2012, p. 10) o


“[...] conhecimento é uma explicação e interpretação filosófica do
conhecimento humano”, sempre ligado a um objeto real ou idealizado
que transmite saberes e proveniente da nossa eterna ânsia pelo desco-
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nhecido, pelos questionamentos que sempre fizemos e sempre faremos


enquanto seres humanos.
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SANTOS, João Almeida; PARRA FILHO, Domingos. Me-
todologia Científica. 2. ed. Cengage Learning Editores, abr.
2012. [Minha Biblioteca]. Disponível na Biblioteca Virtual.

Marconi e Lakatos (2017) agrupam o conhecimento em quatro tipos:


• o conhecimento popular, que um sujeito tem sobre um objeto
conhecido que está relacionado à rotina de vida;

• o conhecimento filosófico, constituído do levantamento de hipóteses;

• o conhecimento religioso, que se apoia em doutrinas reveladas por


divindades sobrenaturais;

• e o conhecimento científico, que trabalha com ocorrência ou fatos.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fun-


damentos de Metodologia Científica. 8. ed. Atlas, jan. 2017.
[Minha Biblioteca]. Disponível na Biblioteca Virtual.

Ou seja, ao longo da história, agrupamos em caixinhas todo


o conhecimento referente aos nossos questionamentos múl-
tiplos. Aquilo que desde sempre ouvimos: de onde viemos e
para onde vamos? Por que o céu é azul? Por que as estre-
las brilham? As respostas a essas perguntas são múltiplas e
representam um tipo de conhecimento adquirido. Mas, quem
tenta provar a real resposta é a Ciência!!! A ciência é, portanto,
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a sistematização do conhecimento, realizada pela aplicação


de métodos rigorosos e passíveis de serem repetidos, que só
surgiu no século XVII, com a construção de equipamentos que
possibilitaram o desenvolvimento da astronomia.
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SE VOCÊ QUER CONHECER A HISTÓRIA


DA CIÊNCIA, A FACULDADE DE FILOSOFIA,
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS (FFLCH)


DA USP INDICA UM ROL DE 12 LIVROS
INTERESSANTES (MAGALHÃES, 2017):
1. De Arquimedes a Einstein. A face oculta da invenção científica
(1994), de Pierre Thuillier.
2. Dez grandes debates da ciência (1999), de Hal Hellman.
3. Elementos para uma história das ciências (1996), de Michel Serres.
4. As paixões da ciência. Estudos de História das Ciências (1991), de
Hilton Japiassu.
5. História da Técnica e da Tecnologia (1985), de Ruy Gama.
6. Os filósofos e as máquinas (1989), de Paolo Rossi.
7. A estrutura das revoluções científicas (1962), de Thomas Kuhn.
8. Contra o método (1974), de Paul Feyerabend.
9. O homem e o universo. Como a concepção do universo se modifi-
cou através dos tempos (1939), de Arthur Koestler.
10. O passado das ciências como história (2007), de Kostas Gavroglu.
11. Introdução à historiografia da ciência (2001), de Helge Kragh.
12. A evolução da tecnologia (2001), de George Basalla.
Se você tem pressa e é ávido por conhecimento, sugiro a lei-
tura do item
1.2 Breve história da Ciência, disponível na obra de Mattar Neto (2017,
p. 10-35).

MATTAR NETO, João Augusto. Metodologia Científica na


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Era da Informática. 4. ed. Saraiva, 2017. [Minha Biblioteca].


Disponível na Biblioteca Virtual.
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LENDO ESSE TEXTO, VOCÊ TERÁ UM


PANORAMA GERAL DAS CIÊNCIAS. SIM,

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EU ESCREVI DAS CIÊNCIAS. PORQUE
A COMPLEXIDADE DO NOSSO MUNDO
LEVOU À SUBDIVISÃO DA CIÊNCIA:
• M AT E M ÁT I C A , E as áreas foram subdivi-
didas: a biologia, por exem-
• QUÍMICA,
plo, se dividiu em botânica,
• ASTRONOMIA, fisiologia, zoologia, genética,
• GEOLOGIA,
etc. e, hoje em dia, áreas e
subáreas são unidas por no-
• PSICOLOGIA,
vos arranjos de conhecimen-
• ECONOMIA, tos, como a cibernética (ciên-
cia que estuda as máquinas
• MEDICINA,
automáticas e os seres vivos
• ENGENHARIA, em seu sistema autogoverna-
• BIOLOGIA, E TC.
do), por exemplo.

No Brasil, costumamos dividir • CIÊNCIAS AGRÁRIAS,

a ciência em três grandes tipos:


• CIÊNCIAS BIOLÓGICAS,
exatas, biológicas e humanas.
Já o CNPq (Conselho Nacional • CIÊNCIAS DA SAÚDE,
de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico) divide as áreas de • C I Ê N C I A S E X ATA S E D A T E R R A ,
conhecimento brasileira atual-
mente em oito grandes grupos: • ENGENHARIAS,

Contudo, é inegável que todo


• CIÊNCIAS HUMANAS,
o conhecimento gerado e toda a
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ciência desenvolvida não teria • CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS,


acontecido sem a força da co-
municação. • LINGUÍSTICA, LETRAS E ARTES.
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INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

Fonte: 123rf
Entre os vários tipos de comunicação, tais como escrita, rádio,
TV e internet, se destaca a forma escrita. Ela foi a base e conti-
nua sendo a base da nossa comunicação. A escrita por si só não
tem muito valor. Importância muito maior deve ser dada à leitura,
à interpretação e ao armazenamento de informações. Itens que
tentaremos facilitar na sequência desta unidade.

CONCLUSÃO
Nessa unidade você aprendeu as diferenças e as relações entre
conhecimento e ciência, sua importância para o desenvolvimento do
mundo atual e os diversos tipos de divisão da ciência.
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INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JUNG, Carlos Fernando. Metodologia Científica e Tecnológica:
Ciência e Conhecimento. 2009. Disponível em: http://www.dsce.fee.
unicamp.br/~antenor/mod1.pdf. Acesso em: 03 jul. 2019.

MAGALHÃES, Gildo. Doze Livros para Entender a História das


Ciências. Disponível em: https://www.fflch.usp.br/sites/fflch.usp.br/
files/2017-11/Histo%CC%81ria%20das%20Cie%CC%82ncias.pdf.
Acesso em: 05 jan. 2019.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamen-


tos de Metodologia Científica, 8ª edição. Atlas, 01/2017. E-book. [Minha
Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/
books/9788597010770/cfi/6/2!/4/2/4@0:0.0795. Acesso em: 10 jan. 2019.

MATTAR NETO, João Augusto. Metodologia Científica na Era


da Informática - 4ª Edição. Saraiva, 2017. E-book. [Minha Biblio-
teca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/
books/9788547220334/cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em: 08 jan. 2019.

SANTOS, João Almeida; PARRA FILHO, Domingos. Metodologia


Científica, 2ª edição. Cengage Learning Editores, 04/2012. E-book.
[Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.
br/#/books/9788522112661/cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em 12 jan. 2019.
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UNIDADE 2
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

LEITURA DE TEXTOS CIENTÍFICOS:


COMO FAZER ISSO DE FORMA
RÁPIDA E DIRETA?

INTRODUÇÃO
Olá! Seja bem-vindo. Nesta unidade aprenderemos como
fazer uma boa leitura e como maximizar a qualidade da leitura
realizada e como estas podem ajudar na boa prática acadêmi-
ca e profissional. Então vamos lá!

BONS ESTUDOS!
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LEITURA DE TEXTOS CIENTÍFICOS:


PROCEDIMENTOS, TÉCNICAS DE
LEITURA Fonte: 123rf

A leitura é um ato muito importante

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


no desenvolvimento de ciência, pois
auxilia no incremento de vocabulário
e faz com que o cientista possa “con-
versar” com o seu próprio eu para a
facilitação da geração de hipóteses,
saber o que outras pessoas já sa-
bem sobre aquele assunto, encon-
trar aquela ideia que faltava para dar
sequência ao trabalho ou mesmo
comparar os resultados obtidos por
ele durante a sua pesquisa.

É por meio da leitura que aprendemos sobre o mundo. É


por meio da leitura que todo universitário pode desenvolver
habilidades e competências que farão com que ele seja um
excelente profissional.
Nascimento (2016, p. 1) afirma que a leitura acadêmica

“[...] precisa ter um caráter de leitura ativa ou


viva. Ela se caracteriza quando é realizada com
interesse, vibração e entusiasmo. É aquela que,
por seu conteúdo, nos prende a atenção, que
não nos deixa largar o livro. É quando temos
pressa e desejamos chegar ao fim, porém, com
vontade de que o texto não acabe. É aquela
leitura que nos faz ver, ouvir e sentir as cores,
os sons e os aromas que o autor conseguiu
imprimir e transmitir em seu texto.”

NASCIMENTO, Luiz Paulo do. Elaboração de


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projetos de pesquisa: Monografia, dissertação,


tese e estudo de caso, com base em metodo-
logia científica. Cengage Learning Editores,
19 out. 2016. [Minha Biblioteca]. Disponível na
Biblioteca Virtual.
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Nascimento (2016) ainda afirma que a leitura é o primeiro pas-


INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

so para o conhecimento, para a criação. Veja, na Figura 1, todos


os degraus que podem ser percorridos a partir da leitura, que ca-
racterizam o processo de pesquisa.

Figura 1 – O caminho da pesquisa

Fonte: NASCIMENTO, 2016, p. 3.

Como podemos observar na Figura 1, a leitura é a base do


estudo, do entendimento, do conhecimento e de tudo que está
relacionado com o desenvolvimento. Quanto mais leitura, mais
conhecimento, mais reflexão, mais criação. Com um pouco de
curiosidade saímos das cavernas e fomos à lua, mas o conheci-
mento foi passado de geração em geração por meio de escrita
e leitura. O conhecimento foi acumulado, aprimorado por leitura
selecionada, aprendido, transformado em competência, e possi-
bilitou que engenheiros construíssem naves espaciais. Cada um
de nós é capaz de focar o aprendizado em uma área e armaze-
nar conhecimento nessa área. Jamais abandone a leitura, pois,
caso você faça isso, se tornará um profissional desqualificado
com o passar do tempo.
Um ambiente adequado de leitura vai bem! Veja os itens consi-
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derados importantes por Nascimento (2016, p. 5) para que a leitu-


ra seja rápida e efetiva.
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Figura 2 – Componentes adequados para o bom estudo

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


Local ou ambiente
para o exercício
do estudo

Fonte: NASCIMENTO, 2016, p. 3.

Fonte: 123rf
Para que um boa leitura possa ser feita é necessário saber o
que ler dentre todas as possibilidades hoje abundantes existentes.
Para tanto, é preciso saber selecionar a leitura. Uma leitura super-
ficial dos principais pontos abordados por um livro ou do resumo
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apresentado por um artigo pode auxiliar na escolha da leitura da-


quela obra. Ou seja, essa obra tem o que realmente eu procuro?
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Se a partir dessa leitura superficial a curiosidade for aguçada,


talvez valha a pena se debruçar sobre a obra, de fato.
Se a leitura de uma obra flui facilmente, significa que você já
tem parte ou a totalidade daquele conhecimento. Se, entretanto,
a leitura for difícil, não desanime, siga essas regrinhas básicas
que visam facilitar a leitura e o entendimento da obra:
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

• sublinhe as informações importantes (um marca-texto


também ajuda!);

• utilize linhas verticais nas margens quando os parágra-


fos forem muito extensos ou quando quiser ressaltar afirma-
ções já sublinhadas;

• utilize asteriscos e/ou outros sinais na margem quando


desejar colocar uma informação em evidência;

• numere afirmações ou proposições que apresentem


uma ordem sequencial; anote suas dúvidas na própria obra.

Essas dicas servem para todos os tipos de leitura. Mas caso você
esteja realizando uma pesquisa por meio da leitura, cabe ser ana-
lítico durante essa leitura. Para tanto, deve-se classificar a obra a
ser lida, captar o conteúdo principal da obra (de preferência em uma
única frase), descobrir os objetivos, os problemas e as respostas,
interpretar o conteúdo do trabalho, identificar as palavras-chaves
apresentadas ao longo do texto, descobrir quais são os argumentos
utilizados na resolução do problema, e, por fim, ser crítico, abrir a
sua mente para questionar tudo o que o autor diz na sua obra.

e: 123rf
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Por fim, mas não menos importante, passemos para a leitura


sintópica, na qual o pesquisador deve buscar tudo o que já foi
escrito sobre o assunto que se deseja conhecer. Para tanto, é
interessante montar uma biblioteca (ou uma pastinha no Google
Drive), fazer uma leitura seletiva de várias obras, uniformizar os
diferentes vocábulos utilizados pelos autores, mas que no fim re-

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


presentam a mesma coisa, formular perguntas ao longo das leitu-
ras, confrontar as ideias dos diferentes autores.
Uma prática de leitura bastante difundida é a técnica SQ3R,
criada em 1946 pelo psicólogo educacional Francis Pleasant Ro-
binson, que compreende cinco etapas:
1. Survey (levantamento);

2. Question (pergunta);

3. Read (leitura);

4. Recite (repetição);

5. Review (revisão).

A leitura é muito importante para toda a vida acadêmica e pro-


fissional. Podem auxiliar ainda no processo de leitura de trabalhos
científicos os fichamentos, os resumos e as resenhas.

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INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

CONCLUSÃO
Nessa unidade você aprendeu sobre a importância da leitura
que culmina na melhoria da escrita e na facilitação da vida aca-
dêmica e profissional.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MAPA MENTAL. SQ3R: Método de Leitura. Disponível em: http://
www.mapamental.org/mapas-mentais/sq3r-metodo-de-leitura/. Acesso
em: 04 jan. 2019.

NASCIMENTO, Luiz Paulo do. Elaboração de projetos de pesquisa:


Monografia, dissertação, tese e estudo de caso, com base em meto-
dologia científica. Cengage Learning Editores, 2016. E-book. [Minha
Biblioteca].
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/
books/9788522126293/cfi/0!/4/4@0.00:5.87. Acesso em: 11 jan. 2019.
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UNIDADE 3

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


FICHAMENTOS, RESUMOS E
RESENHAS: O QUE SÃO E COMO
PODEM ME AJUDAR?

INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo! Nesta unidade aprenderemos sobre
as técnicas de Fichamentos, Resumos e Resenhas e em
como elas poderão auxiliar na escrita de trabalhos acadê-
micos e científicos.

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INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

FICHAMENTOS, RESUMOS E
RESENHAS

Fonte: 123rf
Quando pesquisamos algum assunto é normal que façamos a
leitura de várias fontes. As fontes utilizadas num trabalho podem
alcançar as dezenas e até as centenas. Portanto, faz-se neces-
sário organizar todo o material lido. Uma das formas de organizar
é através dos fichamentos. Santos e Parra Filho (2012, p. 120)
dizem que a função do fichamento é “[...] colocar à disposição do
pesquisador uma série de informações distribuídas em uma gama
enorme de obras já consultadas.”
Nos primórdios da pesquisa científica foi desenvolvido um mé-
todo de fichamento das obras. As fichas podem ser distribuídas
em ordem alfabética ou decimal, na qual a ordem decimal é a me-
lhor, pois organiza por assunto. A Classificação Decimal Universal
(CDU), por exemplo, organiza o item 16 – Lógica. Teoria do conhe-
cimento. Metodologia. Unindo palavras que estão relacionadas ao
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mesmo assunto, facilitando, assim, a vida do pesquisador.


A estrutura da ficha deve ser direta e repetitiva para a melhor
organização das informações. Essas fichas podem ser:
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INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


• Fichas de citação, que transmitirão, na íntegra, o conteúdo da
obra pela qual o pesquisador tem interesse, que serão frases que po-
derão ser utilizadas posteriormente, devendo ser grafadas entre as-
pas, já que representam a autoria de outra pessoa.

FICHA DE CITAÇÃO
A) Título: Pense no garfo! Uma história da cozinha e de como comemos
B) Referência bibliográfica: BEE, Wilson. Pense no garfo! Uma história da
cozinha e de como comemos. Zahar, maio 2014. [Minha Biblioteca].
C) Texto: (citações)
“A colher de pau não tem uma aparência de especial sofisticação –
tradicionalmente, era oferecida como prêmio de consolação em concursos –,
mas tem a ciência a seu lado. A madeira não é abrasiva e, por isso, é gentil com
as panelas – você pode raspá-las sem medo de ferir a superfície de metal.”2
“As panelas elétricas de arroz foram um casamento ideal entre a cultura
e a tecnologia. Os primeiros modelos reproduziram o cozimento lento das
tradicionais panelas de arroz japonesas, feitas de barro – ao contrário do
micro-ondas, que alterava toda a estrutura das refeições familiares, as panelas
elétricas de arroz permitiram que as famílias asiáticas fizessem as mesmas
refeições tradicionais, porém com muito mais facilidade.”44
“Assar é a mais antiga forma de cozinhar. Nos seus termos mais elementares,
não significa nada além de pôr os ingredientes crus direto sobre o fogo.”70
“As colheres são – ao lado de seus companheiros e rivais, o fachi e o garfo –
decididamente uma forma de tecnologia. Suas funções incluem servir, medir e
levar o alimento do prato à boca, sem falar nas colheres culinárias para mexer e
raspar, escumar, levantar e retirar como concha.”155
D) Indicação da obra:
A obra se destina a amantes da boa culinária e estudantes de ciência dos
materiais e usos na cozinha.
E) Local:
w w w. u s f . e d u . b r

A obra, no formato de e-book, pode ser encontrada na Minha Biblioteca da


Universidade São Francisco.
26
PÁGINA

• Fichas de resumo, que captarão as ideias maiores do texto,


do que é essencial para o pesquisador, escrita com palavras pró-
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

prias e sem críticas ao trabalho.

FICHA DE RESUMO
A) Título: Como chegamos até aqui.
B) Referência Bibliográfica: STEVEN, Johnson. Como chegamos até aqui: A
história das inovações que fizeram a vida moderna possível. Zahar, abr. 2015.
[Minha Biblioteca].
C) Texto (resumo)
Assim como as formas vivas evoluem, as criações humanas também evoluem.
O livro está dividido em seis temas: vidro (que conta a descoberta de uma
obra de arte feita de vidro produzida naturalmente na Líbia e encontrada na
pirâmide de Tutancâmon), frio (que conta a história de fabricação do gelo,
geladeiras, ar-condicionado e de suas comercializações), som (que conta
a biologia do ouvido e a ciência do som e como utilizamos os conceitos do
som no microfone, no telefone e na rádio), higiene (que conta como foram
desenvolvidas as redes de esgoto, tratamento de água e sua correlação
com doenças), tempo (que conta a história do desenvolvimento dos relógios)
e luz (que conta a história da iluminação com combustíveis fósseis e o
desenvolvimento da energia elétrica).
A obra encerra-se contando a história da condessa de Lovelace, Augusta Ada,
e de sua paixão por matemática, que com Charles Babbage fizeram as bases
de cálculo computacional que utilizamos até os dias atuais.
D) Indicação da obra:
A obra é indicada a todos que se interessam pela história das inovações,
descobertas e invenções.
E) Local:
A obra, no formato de e-book, pode ser encontrada na Minha Biblioteca da
Universidade São Francisco.
w w w. u s f . e d u . b r
27
PÁGINA

• Fichas bibliográficas, que visam identificar o objetivo da


obra, os problemas, os métodos e os principais resultados obtidos.

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


FICHA BIBLIOGRÁFICA
A) Título: Determinação de cádmio em bijuterias oriundas da china.
B) Referência Bibliográfica: PAIS, A.R.; DINA, L.N.; ALVES, E.R.; REZENDE,
H.C.; SILVA, L.A.; ALVES, V.A. Determinação de Cádmio em Bijuterias
Oriundas da China. Química Nova, v. 41, n.10, p. 1218- 1225, 2018.
C) Texto:
Este trabalho visou a determinação de cádmio em bijuterias adquiridas em
Uberaba – MG, de procedência chinesa. As bijuterias foram lavadas em
hexano e em banho de ultrassom e foram dissolvidos em ácido nítrico. O
cádmio foi identificado qualitativamente por meio da precipitação com íon
sulfeto. Para a identificação quantitativa, o cobre presente na amostra foi
eletrolisado, e o cádmio quantificado por espectroscopia de absorção atômica.
A concentração de cádmio encontrada foi de 30% (m/m), que é um valor
extremamente preocupante para a saúde das pessoas que fazem uso das
bijuterias.
D) Indicação da obra:
A obra é indicada para estudantes e docentes de química analítica, e demais
interessados em determinação de cádmio.
E) Local:
Revista Química Nova.
Disponível em:
<http://quimicanova.sbq.org.br/imagebank/pdf/v41n10a18.pdf>.

• Fichas de esboço, nas quais o leitor faz anotações mais de-


talhadas do autor, lendo página por página e ressaltando as infor-
mações contidas em cada uma. É interessante o seu uso porque
facilita consultas posteriores para citações.
w w w. u s f . e d u . b r

• Fichas críticas ou analíticas, nas quais o pesquisador, além


de apresentar o resumo e os pontos principais do trabalho a ser fi-
chado, também faz a análise crítica deste. Comparações entre obras
também são permitidas e auxiliam o processo de pesquisa e escrita.
28
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Atualmente os fichamentos podem ser feitos no formato e ta-


manho de fichas e escritos à mão ou podem ser feitos em arquivos
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

de computador.
Além dos fichamentos, também podem ser elaborados resu-
mos e resenhas para auxiliar o pesquisador.
O resumo pode ser entendido como um texto que contém par-
tes de um texto maior. Essas partes são essenciais ao entendi-
mento de todo o texto. É comum vermos resumos de jornais, tele-
jornais, peças de teatro, filmes, livros, espetáculos de música ou
de dança. O resumo, em todos os casos, é uma prévia do gênero.
Sua função é fazer com que queiramos ler o resto da obra, ou
assistir ao espetáculo.
O resumo também pode ser acadêmico, de forma que compõe
resumos e artigos para congressos, artigos científicos, monogra-
fias, dissertações e teses. São classificados pela NBR 6028:2003
da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) em: crítico,
que se caracteriza por fazer a análise crítica da obra lida, e tam-
bém pode ser considerado uma resenha; indicativo, que indica os
pontos principais da obra lida e; informativo, que informa ao leitor
finalidades, metodologia, resultados e conclusões do documento.
É muito importante que o resumo seja claro e objetivo e leve o
leitor a desejar ler o trabalho.
O resumo acadêmico deve conter o assunto, o objetivo, a articu-
lação das ideias, a conclusão do autor e a originalidade do trabalho.

Um bom resumo deve conter:


• 100 a 250 palavras: artigos de periódicos;
• 150 a 500 palavras: relatórios técnicos-científicos, monografias, dissertações e teses.
Embora a ABNT 6028:2003 classifique a resenha como sendo um tipo de resumo, é
necessário não confundir as duas coisas, pois são tipos de textos diferentes.

“[...] o resumo apenas reproduz sinteticamente um


texto original, a resenha tem estrutura própria. Junta-
mente com um resumo, aparecem na resenha outras
w w w. u s f . e d u . b r

informações além de interpretações e avaliações,


como contexto geral da obra, sua produção, divulga-
ção, tradução (se for o caso), informações sobre o
autor. O resumo seria apenas uma parte do gênero
resenha.” (MEDEIROS, 2014, p. 132).
29
PÁGINA

Para se escrever uma boa resenha é necessário um conheci-


mento maior sobre o assunto, já que a resenha permite que seja

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


dada opinião e se faça comparações entre diferentes obras de
mesmo assunto. A escrita pode iniciar pelas respostas a algumas
perguntas: o texto tem coerência? É original? Apresenta ideias vá-
lidas? Essas ideias são relevantes? O texto contribui para a área
a qual se destina? O trabalho desenvolvido atingiu os objetivos
desejados? Os métodos aplicados são os mais eficazes? O tex-
to aprofunda ideias ou apenas relata ideias de outros autores? A
conclusão está devidamente apoiada nos métodos aplicados?
Bem, agora que você já conhece as técnicas de fichamento,
resumo e resenha e já aprendeu sobre a importância da boa leitura
para o desenvolvimento de trabalhos acadêmicos e científicos, é
hora de saber como melhorar a qualidade da sua leitura científica.

CONCLUSÃO
Nessa unidade você aprendeu sobre as técnicas de ficha-
mentos, resumos e resenhas. Não deixe para depois! Pratique
essas técnicas para que você melhore sua escrita e tenha
facilidade em seus estudos.
w w w. u s f . e d u . b r
30
PÁGINA
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR
6028: Informação e Documentação – Resumo – Apresentação. Rio de
Janeiro, 2003.

BEE, Wilson. Pense no garfo! Uma história da cozinha e de como


comemos. Zahar, 05/2014. E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522112661/
cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em 12 jan. 2019.

MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica: A Prática de Ficha-


mentos, Resumos, Resenhas, 12ª edição. Atlas, 06/2014. E-book.
[Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.
com.br/#/books/9788522490271/cfi/0!/4/4@0.00:14.4. Acesso em: 10
jan. 2019.

PAIS, A.R.; DINA, L.N.; ALVES, E.R.; REZENDE, H.C.; SILVA,


L.A.; ALVES, V.A. Determinação de Cádmio em Bijuterias Oriundas da
China. Química Nova, v. 41, n.10, p. 1218 – 1225, 2018. Disponível em:
http://quimicanova.sbq.org.br/imagebank/pdf/v41n10a18.pdf. Acesso
em 11 jan. 2019

SANTOS, João Almeida; PARRA FILHO, Domingos. Metodologia


Científica, 2ª edição. Cengage Learning Editores, 04/2012. E-book.
[Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.
br/#/books/9788522112661/cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em 12 jan. 2019.

STEVEN, Johnson. Como chegamos até aqui: A história das ino-


vações que fizeram a vida moderna possível. Zahar, 04/2015. E-book.
[Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.
com.br/#/books/9788522112661/cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em 12 jan.
2019.
w w w. u s f . e d u . b r
UNIDADE 4

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


MELHORIA DA LEITURA E DA ESCRITA
CIENTÍFICA: POR QUE ELAS SÃO
IMPORTANTES?

INTRODUÇÃO

Olá! Nesta unidade aprenderemos como melhorar a qualidade da


leitura científica a fim de realizar uma escrita científica também com
maior qualidade.

BONS ESTUDOS!!!
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PROCEDIMENTOS E RECURSOS PARA


O INCREMENTO DA QUALIDADE DA
LEITURA CIENTÍFICA
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

Primeiro, lembre-se que uma boa leitura requer um ambiente


tranquilo e confortável.
Você deve escolher boas obras para ler. Dê preferência aos
livros-texto, artigos internacionais (revistas Science e Nature são
um bom começo para as áreas de exatas e biológicas), artigos
nacionais, teses, dissertações, resumos completos publicados em
anais de congresso. Bem, essa é a ordem de importância quando
você não souber que obra ler primeiro. E não se desespere se não
conseguir ler tudo aquilo que você marcar como leitura favorita.
Ler tudo é impossível! Estabeleça prioridades!

Se você se interessou pelas revistas de artigos internacionais


de ponta, o link para acessar a Science é: https://www.science-
mag.org/ e o link para acessar a Nature é: https://www.nature.com/

Quanto à escolha entre autores, uma boa dica é: leia o autor


que tiver mais obras em revistas da mesma área. Isso significa
que ele tem muita experiência no assunto e que você pode apren-
der um pouquinho mais com ele.
Quando ler um artigo científico siga estas quatro etapas:

• Faça uma leitura superficial, a fim se o artigo vale a pena para


o seu trabalho e se ele tem a profundidade que você precisa;

• Releia aprofundadamente, separando os itens preciosos do


trabalho, como objetivo, justificativa, método, resultados, discus-
são e conclusão;
w w w. u s f . e d u . b r

• Interprete o texto, as imagens, os gráficos e as tabelas (apren-


da a analisá-las de forma rápida e direta);

• Resuma o artigo.
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Outra dica é: se você gos-


ta de pesquisar e tem facilida-
de em ler e escrever, faça uma

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


iniciação científica. A iniciação
científica é a porta de entrada
para a ciência e te ensina todos
os passos da pesquisa científi-
ca na prática, com a orientação
de um professor especialista na
área.
Leia aquilo de que gosta e não aquilo a que é obrigado, e logo
estará lendo aquilo que é obrigatório sem pensar nisso, porque
simplesmente você adquiriu o gosto pela leitura.
A boa leitura abre as asas da imaginação, nos torna críticos e
abre a nossa mente para a criatividade e a criação.
Abuse das marcações, das fichas, dos resumos e das rese-
nhas. Isso lhe ajudará muito numa tarefa que sempre terá na sua
vida profissional e acadêmica: a escrita.

REDAÇÃO CIENTÍFICA:
LINGUAGEM CIENTÍFICA
E SUAS CARACTERÍSTICAS

A redação científica é um gênero de redação assim como é a


poesia, as peças de teatro, os jornais e as cartas de amor. Ela é
direcionada ao perfil de leitor que fará a sua leitura, de forma a
ser o mais compreensível possível. Geralmente, quem lê um texto
científico já possui um conhecimento mínimo acerca do assunto.
Porém, é extremamente pertinente que a escrita:
w w w. u s f . e d u . b r
34
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seja clara e precisa, ou seja, não deve deixar dúvidas quanto à


interpretação das informações, obedecendo às regras gramaticais
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

e de pontuação, e não deve usar gírias ou palavras vulgares;

seja objetiva, ou seja, não se deve florear ou


incrementar o texto sem a real necessidade;

tenha linguagem despersonalizada, utilizando a voz


passiva ou a terceira pessoa do singular do impessoal;
• contenha parágrafos curtos, a fim de não tornar a
leitura cansativa;

seja referenciada, sempre citando o autor no qual se


baseou para escrever aquele trecho;

tenha o texto com partes interligadas que devem conter


introdução, desenvolvimento (onde são apresentados os métodos
e os resultados alcançados) e conclusão unidos ao longo do texto.

Para a maioria das pessoas escrever dói e, para facilitar, deve-se


treinar. Da mesma forma que quanto mais se ler, mais vocábulos se
adquire, quanto mais se escrever, mais fácil se tornará o processo.
As principais formas de divulgação de trabalhos científicos são
os artigos científicos, as monografias, as dissertações e as teses.
Em todas elas a estrutura de apresentação do texto é a mesma,
ou seja, contém título, autor, resumo, introdução, objetivo, funda-
mentação teórica, método, resultados e discussão, conclusão, e
referências bibliográficas. Os trabalhos acadêmicos também de-
vem apresentar a mesma estruturação.
Abordaremos mais sobre a forma de escrever um trabalho
w w w. u s f . e d u . b r

científico e/ou acadêmico na unidade 4.


35
PÁGINA

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


CONCLUSÃO
Nessa unidade você aprendeu que a melhoria da
qualidade de leitura influencia diretamente na qualida-
de da escrita.
As diferenças e as relações entre conhecimento e ciên-
cia. Aprendeu sobre a importância da leitura e os métodos
que existem para melhorar a leitura científica, fichamentos,
resumo e resenha, que culminam na melhoria da escrita.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DEL BUONO, Regina. A Pirâmide de Aprendizagem de William
Glasser. 26 nov. 2016. Disponível em: http://www.abntouvancouver.
com.br/2016/11/a-piramide-de-aprendizagem-de-william.html. Aces-
so em: 03 jul. 2019.

ROSSI, Rafael. A escrita acadêmica em debate: Considerações


sobre sua dimensão política. Boletim GEPEP. v.02, n. 02, p. 16-26,
jul. 2013. Disponível em: http://www2.fct.unesp.br/grupos/gepep/2b.
pdf. Acesso em 04 jul. 2019.
w w w. u s f . e d u . b r
UNIDADE 5
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

PESQUISA CIENTÍFICA:
POR ONDE COMEÇAR?

INTRODUÇÃO

Olá! Seja bem-vindo à segunda unidade do curso Iniciação à Pes-


quisa Científica. Esta unidade tem por objetivo apresentar as etapas do
método científico, os métodos e os estágios da pesquisa científica, prin-
cipalmente no que se refere à identificação do problema de pesquisa e
do tema, e da formulação de objetivos e hipóteses.

BONS ESTUDOS!!!
w w w. u s f . e d u . b r
37
PÁGINA

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


MÉTODO CIENTÍFICO
A partir do momento que o homem ansiou por conhecer o mundo
e aquilo que fazia parte dele, passou a repetir, ainda que sem per-
ceber, etapas para resolver suas dúvidas, ou apenas no campo do
pensamento ou na prática. Desde que ele percebeu que as árvores
de uma determinada região davam frutos em uma época e em outra
época eram outras árvores que davam seus frutos, criou rotas de
peregrinação para se aproveitar dos frutos das diferentes árvores.
Isso, dentro do campo científico, é o que chamamos de método.
Segundo Appolinário (2015, p.11) o método “é um procedimen-
to ou um conjunto organizado de passos que se deve realizar para
atingir determinado objetivo”. O método científico nada mais é do
que seguir passos para atingir um objetivo, que se relaciona dire-
tamente com o conhecimento de uma área específica, e que pas-
sa pela observação, pela definição do problema, pela elaboração
de hipótese, verificação científica, análise e síntese.

APPOLINÁRIO, Fábio. Metodologia Científica. Cengage


Learning Editores, jun. 2015. [Minha Biblioteca]. Disponível
na Biblioteca Virtual
w w w. u s f . e d u . b r
38
PÁGINA
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

Embora o método científico siga essa ordenação, não é tão


simples assim. Ao longo do tempo, vários filósofos e cientistas
foram desenvolvendo seus próprios métodos de interpretação
do universo. Os pensadores gregos empregavam a observação
como primícias para responder às questões filosóficas e existen-
ciais da época. Muito tempo depois, na idade média, passamos
por um período de escuridão, em que pensar não era bem aceito
pelos senhores feudais e pela igreja da época.
O desenvolvimento do método científico só ocorreu no prin-
cípio da modernidade, alicerçado pelo movimento importante da
época chamado de Revolução Científica. Entre seus importantes
expoentes, estão três que criaram os vários métodos de pesquisa
(ANDRADE, 2012):

• Método dedutivo (desenvolvido por René Descartes),


que baseia-se no esclarecimento das ideias por meio
do raciocínio que leva a conclusões verdadeiras elabo-
radas a partir de deduções lógicas;

• Método indutivo (desenvolvido por Francis Bacon), que


diz que somente por meio da observação pode conhe-
cer algo novo. Esse método é muito utilizado nas Ciên-
cias da Natureza, como botânica, zoologia, geologia e
mineralogia;

• Método experimental (desenvolvido por Galileu Galilei),


baseada na formulação de uma hipótese que pode ser
testado por meio de experiências. Esse método é bas-
tante comum nas ciências físico químicas, nas quais os
w w w. u s f . e d u . b r

problemas podem ser matematizados.


39
PÁGINA

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


Quem foram René Descartes, Francis Bacon e Galileu
Galilei?
A resposta mais curta é: foram grandes pensadores/cientis-
tas que revolucionaram o modo de fazer a pesquisa científica.
Mas talvez a resposta mais longa contextualize melhor a impor-
tância desses e de outros expoentes da Revolução Científica.

A Revolução Científica foi um período de iniciação à


luz da pesquisa científica, que ocorreu de 1543 a 1687.
Em 1543, Nicolau Copérnico publicou o livro Sobre a
revolução dos orbes celestes e, em 1687, Isaac Newton
publicou o livro Princípios matemáticos da filosofia natu-
ral. Ambas as obras se relacionam ao desenvolvimento
da física, em especial pela observação da astronomia,
e marcam o início e o final do tempo onde a ciência foi
redefinida. Esse período, unido ao Renascentismo e à
Reforma Protestante, são considerados o marco para o
início da modernidade. Muitos consideram o período das
Grandes Navegações como o início das transformações
e da quebra da ruptura com o mundo aristotélico e o
período da Antiguidade anterior (MARCONDES, 2016).
Em resumo, a Revolução Científica teve influência di-
reta no nosso modo de agir e pensar a ciência, e criou
bases fortes para que inovações ocorressem, como a
própria Revolução Industrial. Muitos nomes foram im-
portantes nesse período, tais como:

• Nicolau Copérnico; • Galileu Galilei;


• Andreas Vesalius; • Johannes Kepler;
• Leonardo Da Vinci; • William Harvey;
• Michel de Montaigne; • René Descartes;
w w w. u s f . e d u . b r

• Willian Gilbert; • Robert Boyle;


• Francis Bacon; • Isaac Newton etc.
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Eles desenvolveram a ciência nos campos da astro-


nomia, da física, da matemática e da medicina.
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

René Descartes (Figura 1) viveu de 1596 a 1650 e


é um dos mais importantes filósofos da modernidade,
com destaque na matemática (na qual desenvolveu o
método das coordenadas e o produto cartesiano), na
psicologia (na qual discutiu a subjetividade da consci-
ência e propôs o método introspeccionista), e na me-
dicina (em que formulou a visão mecanicista do corpo
humano). Para Descartes, as ideias podem servir de
base para o conhecimento e foi com esse pensamen-
to que ele desenvolveu seu método indutivo (MAR-
CONDES, 2016).

Figura 1 – Desenho esquemático de René Descartes e seu plano cartesiano

Fonte: SHAPIRO, 2016.


41
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Francis Bacon (1561-1626 – Figura 2), foi um dos mais


importantes influenciadores da Modernidade, especial-
mente no que tange ao desenvolvimento da metodologia
científica. Exerceu cargos altos na sociedade da época

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


na área jurídica, chegando a ser lorde chanceler no reina-
do de Jaime I, e recebendo o título de Visconde de Saint
Albans, mas caiu em desgraça pela desavença política
entre rei e parlamento. Sua importância se deve pela dis-
cussão do método científico, em que apresenta a impor-
tância da ciência experimental para o desenvolvimento
da lógica científica. Mais do que isso, ele defendeu que
a ciência experimental auxiliaria no desenvolvimento da
sociedade, contribuindo para o bem-estar das pessoas.
Essa ciência experimental só seria alcançada por meio
da libertação do pensamento humano frente aos estig-
mas existentes e ao poder inicial da observação da na-
tureza, sem preconceitos. Para Bacon conhecer é saber
fazer (MARCONDES, 2016).

Figura 2 – Desenho esquemático de Francis Bacon

w w w. u s f . e d u . b r

Fonte: BORTHOLETTI, 2018.


42
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Porém, foi Galileu Galilei (Figura 3), que estabeleceu


a ciência experimental de fato. Galileu (1564-1642), ao
lado de Copérnico e Newton, foi um dos mais importan-
tes expoentes da Revolução Científica, e um dos mais
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

conhecidos em função de sua defesa política do helio-


centrismo e do processo de inquisição que sofreu. Es-
tudou medicina e ciências naturais, tornando-se profes-
sor de matemática na Universidade de Pádua em 1591,
onde inventou o telescópio e com ele pôde observar as
montadas da lua, as luas de Júpiter a composição da
Via Láctea, o que representou sua quebra de ideias, se
“convertendo” ao heliocentrismo de Copérnico, pelo qual
foi perseguido pela Inquisição Romana. Seu método ba-
seia-se em analisar os dados da natureza (resolução),
construir um modelo matemático que expresse os dados
essenciais em teoremas e leis, deduzindo consequên-
cias a partir dele (composição), e comprovar pela expe-
rimentação se as leis formuladas e as consequências
ocorrem realmente (MARCONDES, 2016).

Figura 3 – Desenho esquemático de Galileu Galilei à esquerda e


Representação de Galileu utilizando seu telescópio para estudar as estrelas
w w w. u s f . e d u . b r

Fonte: BARAR, 2011.


43
PÁGINA

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


Dessa forma, hoje definimos o método científico com um caso
particular que envolve diversos tipos de outros métodos, no qual
estão claramente definidas as seguintes etapas:
• a identificação de um fenômeno do universo que necessite
de explicação que é chamado de observação;
• a produção de uma explicação provisória sobre esse fenô-
meno, que denominamos de hipótese;
• a execução de um teste para prova a explicação, chamada
de experimentação;
• a análise e a conclusão para verificar se a explicação é verda-
deira, que chamamos de generalização (appolinário, 2015).

Atualmente, consideram-se outros métodos relacio-


nados às etapas de trabalho, tais como os métodos:
• histórico, que busca explicações nos acontecimentos
passados;
• comparativo, que compara semelhanças e diferenças
em um tema de pesquisa;
• estatístico, que utiliza os conceitos matemáticos para
explicar a realidade; e
• os estudos de caso, que se baseiam em estudos es-
pecíficos a um local, uma empresa, etc. e que dificil-
mente se repetiriam exatamente da mesma forma em
outro local (MEDEIROS, 2014).
w w w. u s f . e d u . b r
44
PÁGINA
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

Podemos agrupar os métodos também de acordo com a área


do conhecimento como: ciências formais ou matemáticas, ciên-
cias naturais ou biológicas, ciências morais e sociais, brevemente
descritas na Tabela 1.

Tabela 1 – Divisão das Ciências

Tipos de ciência Características

Lidam unicamente com abstra-


Ciências formais
ções, ideias e estruturas conceituais.

Estudam os fenômenos concer-


Ciências naturais nentes à biologia, à física e à química
(vida, ambiente, etc.).

Ciências sociais, como a psicolo-


gia, a sociologia e a economia dedi-
Ciências sociais
cam-se à investigação dos fenôme-
nos humanos e sociais.

Fonte: APPOLINÁRIO, 2015.

As ciências formais ou matemáticas incorporam a medida das


grandezas, do qual fazem parte a álgebra, a aritmética, a geo-
metria, a física, a química. São áreas que levam em conta a ob-
servação de um fenômeno, a criação de hipóteses sobre esse
fenômeno, a experimentação e a indução que nada mais é que
modelagem matemática na forma de equação para esse fenô-
w w w. u s f . e d u . b r

meno (Tabela 2), caracterizando-se, portanto, inicialmente, como


método indutivo e depois como experimental. São assim a inércia
de Newton, a conservação das massas de Lavoisier e a teoria da
relatividade de Einstein.
45
PÁGINA

As ciências naturais ou biológicas comtemplam os estudos dos seres


vivos, de sua estrutura e composição química, das trocas que fazem com

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


o ambiente mediante reações químicas ou processos físicos. Fazem parte
dessa área a botânica, a zoologia, a biogeografia, a biologia marítima, a
ecologia, a paleontologia, a anatomia, a taxionomia, a citologia, a histo-
logia, a genética, a fitopatologia, a patologia, a embriologia, a medicina
veterinária, a evolução. O método de pesquisa mais utilizado é o indutivo,
que também pode culminar no método experimental. Fazem parte desses
métodos as leis genômicas de Mendel, comprovada por modelos mate-
máticos, que segue as etapas contidas na Tabela 1. Entretanto, no campo
da Biologia, a experimentação, embora de grande importância, apresenta
séria dificuldade em razão da complexidade dos fenômenos. Assim, a bo-
tânica e a zoologia se desenvolveram, por exemplo, por estudos de ana-
logias, através da associação das semelhanças, seguida de classificação,
para se determinar a qual reino e a qual família pertence o ser vivo.

Tabela 2 – Etapas dos métodos das ciências matemáticas e naturais

Etapa do método Descrição


Avaliar com sensibilidade as características do
objeto de pesquisa. Ser detalhista na observação e
1) Observação
não ter pressa no término da observação, utilizando
todos os órgãos do sentido de forma racional.
Levantamento das causas de um certo compor-
tamento observado. A hipótese nada mais é do que
2) Hipótese
uma suposição provisória que será provada na se-
quência da pesquisa.
É o estudo prático do fenômeno provocado
artificialmente no sentido de se provar a hipótese.
3) Experimentação
Deve-se ter paciência e ser imparcial durante a
experimentação.
w w w. u s f . e d u . b r

Consiste na generalização de uma relação de


4) Indução causalidade que se torna lei. Quase sempre é pos-
sível utilizar um modelo matemático para tal.
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Inércia de Newton
O inglês sir Isaac Newton (1642-1727 – Figura 4), é famoso pela
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

sua importância na Revolução Científica, uma vez que conseguiu


integrar as diferentes teorias de outros expoentes do período. Sua
principal obra foram os livros Princípios Matemáticos da Filosofia
Natural (1686), no qual alia a observação da física e da astronomia
com os cálculos matemáticos que explicavam os fenômenos, por
exemplo, da movimentação dos corpos celestes, da gravitação uni-
versal, entre outras. O livro I traz sua teoria sobre a movimentação
dos corpos, que deram origem a três leis importantes, sendo a mais
conhecida da lei da inércia, seguida do princípio fundamental da
dinâmica e da lei da ação e reação (MARCONDES, 2016).

Figura 4 – Desenho representativo de Isaac Newton e suas contribuições para a


Revolução Científica

Fonte: TORRES, 2018.

A lei da inércia diz, basicamente, que um corpo perma-


nece em repouso se estiver em repouso ou permanece em
movimento se estiver em movimento a não ser que sofra a
ação de uma força externa que altere o seu estado normal
w w w. u s f . e d u . b r

(NEWTON, 1686).

O livro completo de Isaac Newton pode ser encontrado na indi-


cação de leitura a seguir:
47
PÁGINA

Indicação de Leitura: NEWTON, Isaac. Philosophiae Naturalis


Principia Mathematica. Londini, 1686. Disponível na Biblioteca Virtual.

Uma divulgação científica interessante desse e de outros fenô-

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


menos da física é realizada pelo GREF – Grupo de Reelaboração
do Ensino de Física do Instituto de Física da Universidade São
Paulo (USP). Observe na Figura 5 o início da divulgação desse
tópico (GREF, 1998, p. 57).
Figura 5 – Divulgação Científica sobre a Lei da Inércia
Na sequência do texto, o GREF (1998) explica a aplicação da Lei

Fonte: GREF, 1998, p. 57.

da Inércia na parada de um grande meio de transporte, como um bar-


w w w. u s f . e d u . b r

co ou uma espaçonave, explana sobre o porquê de não sentirmos os


movimentos de translação e rotação do planeta Terra e relaciona a Lei
da inércia de Newton com a famosa Lei da Relatividade de Einstein.
Leia esse interessante texto na Indicação de Leitura a seguir.
48
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GREF. Grupo de Reelaboração do Ensino de Física. Leitu-


ras de Física: GREF Mecânica para ler, fazer e pensar. [São
Paulo: USP]. 1998. Disponível na Biblioteca Virtual.
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

Lei da Conservação das Massas de Lavoisier


Antoine Lavoisier (1743-1794 –
Figura 6 – Desenho representativo
Figura 6), é considerado o Pai da de Lavoisier em seu laboratório
Química pelas diversas influências
que exerceu no nascimento des-
sa ciência. Lavoisier teve grande
influência no desenvolvimento da
linguagem química, sendo um dos
responsáveis pelo estabelecimento
de uma sistematização na nomen-
clatura de compostos químicos por
meio da publicação de seu famoso
livro Traité Élémentaire de Chimie
(traduzido para Tratado Elementar
da Química) em 1789 (CARVA-
LHO, 2012). Sua importância no
desenvolvimento de equipamentos Fonte: SILVA, 2019.
científicos é considerada um marco
da sua época. Um desses equipamentos desenvolvidos e aper-
feiçoados foi a balança, com a qual elaborou a lei famosa que
amplamente repetimos e readequamos para o tratamento lúdico
conforme a necessidade: “Na natureza nada se perde, nada se
cria, tudo se transforma”. O nome verdadeiro da lei é Lei da Con-
servação das Massas, mas a frase anterior é muito mais expres-
siva e repetida.
Em suma, a lei diz que em qualquer processo químico a massa
w w w. u s f . e d u . b r

inicial e somada dos reagentes é igual à massa final e somada dos


produtos. A grande influência de Lavoisier se deu no estudo dos ga-
ses resultantes dos processos de combustão. Ele precisou inventar
equipamentos para medir a massa dos gases resultantes de uma
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PÁGINA

reação química, quando ninguém conseguia “enxergar” esses gases.


As ideias que perduravam na época se relacionavam a teoria do
flogístico, segundo a qual se acreditava que a combustão consis-
tia no desprendimento de corpos inflamáveis. Lavoisier consegue
identificar que a combustão necessita de ar desflogisticado para

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


acontecer, ou seja, a combustão necessitava do oxigênio e não
da propriedade de inflamabilidade (VIDAL; CHELONI; PORTO,
2007). Estudos sobre a combustão permitiram o início da expe-
rimentação aplicada à respiração, à fotossíntese e à calorimetria.
Veja na Figura 7 a representação do laboratório de Lavoisier onde
podemos ter uma ideia da invenção de equipamentos tão comuns para
os experimentos realizados (SCIENCE HISTORY INSTITUTE, 2017).
Figura 7 – Lavoisier em seu laboratório: experimentos sobre a respiração de um
homem em repouso

Fonte: Cortesia da Edgar Fahs Memorial Collection, Department of Special Collections,


University of Pennsylvania Library.

Para conhecer mais sobre a história de Lavoisier, navegue


pelo site: https://www.sciencehistory.org/historical-profile/antoine
-laurent-lavoisier
w w w. u s f . e d u . b r
50
PÁGINA

Teoria da Relatividade de Einstein


Albert Einstein (1879-1955 – Figura 8), é considerado
um gênio fora de seu tempo. Na verdade, muitos acreditam
que ainda não estamos Figura 8 – Fotografia de Albert Einstein
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

vivendo o tempo de Eins-


tein. Desde criança foi um
incontido com as questões
da ciência, tudo era motivo
para que Einstein se per-
guntasse: “Mas porque é
dessa forma?”. Não foi um
bom aluno, pois foi incom-
preendido pelos professo-
res da época. Por isso e
porque era um incontido se
transformou em autodida-
ta. Se interessou pela ação
do magnetismo e pela sua
relação com a eletricidade
desde muito cedo e isso
o acompanhou por toda a
vida (STRATHERN, 1998).
Fonte: ENCYCLOPEDIA BRITANNICA.

Vivendo uma vida miserável e pobre, Einstein só tinha


cabeça para a ciência. Em 1905 publicou na famosa revista
Annalen der Physik os artigos: “Sobre um ponto de vista
heurístico acerca da produção e da transformação da luz”,
de forma a explicar a natureza da Luz, atuando ora como
partículas independentes bastante semelhantes a um gás,
mas com massa de repouso nula (fótons), ora como ondas,
com características puramente ondulatórias; “Uma nova de-
terminação do tamanho das moléculas”; “Sobre o movimen-
to de pequenas partículas suspensas em um líquido esta-
cionário, segundo a teoria cinética molecular do calor”, na
qual propôs que as partículas de pólen suspensas na água
w w w. u s f . e d u . b r

eram bombardeadas pela moléculas invisíveis que forma-


vam o líquido e que isso causava o movimento browniano,
ou seja, nesse artigo Einstein provou a existência dos áto-
51
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mos; “Sobre a eletrodinâmica dos corpos em movimen-


to”, no qual propôs a teoria da relatividade especial, na
qual os conceitos e leis do espaço e do tempo só podem
reivindicar validade na medida em que permanecem em
relação clara com as experiências (STRATHERN, 1998).

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


A teoria da relatividade especial representou a ruptura
da mecânica clássica de Newton, na qual tempo e espaço
eram únicos e verdadeiros. Einstein formulou uma teoria
nova que propunha uma explicação totalmente nova do
universo. Vários, antes dele propuseram pequenos ajus-
tes, mas ele foi o que quebrou totalmente o paradigma. Ele
aceitou que o espaço e o tempo eram relativos e por isso a
velocidade da luz é constante através do espaço indepen-
dente da fonte da luz ou do observador estarem ou não
em movimento, e não existe movimento absoluto e nem
existe ausência total de movimento, o que significa que
a velocidade é relativa ao referencial que a define. Duas
contradições que representam o quão brilhante ele foi na
elaboração da teoria, que se resumem na explicação de
que à medida que a velocidade se aproxima da velocidade
da luz, o tempo se torna mais lento (STRATHERN, 1998).
Foi somente após dois anos de extensos estudos
matemáticos que chegou à famosa equação E = mc2,
na qual E é energia, m é massa e c é a velocidade da
luz. Isso explicava a quantidade enorme de energia li-
berada pelo sol e explicada a radioatividade que estava
sendo estudada recentemente (STRATHERN, 1998).
A teoria não parou aí, mas avançou para o patamar do
que conhecemos como Teoria da Relatividade Geral, na
qual foi incluída a gravitação ao fenômeno tempo-espaço,
capaz de abranger corpos que se deslocam em movimento
relativamente acelerado sob a ação de um campo de ener-
gia emanado pela própria matéria, a gravidade. Pensando
na luz com sua característica dual (onda e partícula) che-
gou à conclusão de que, para um feixe de luz atravessar
w w w. u s f . e d u . b r

um campo gravitacional, se curvaria (pela característica de


partícula), e isso tornaria a distância entre dois pontos mais
curta. Todos os estudos posteriores culminaram, em 1916 na
52
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publicação na revista Annalen der Physik, em um artigo inti-


tulado “O fundamento da teoria da relatividade geral”, parte
confirmada em 1919 por experimentos realizados em pleno
Eclipse Solar (STRATHERN, 1998).
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

Indicação de Leitura: STRATHERN, Paul. Einstein e a rela-


tividade em 90 minutos. Rio de Janeiro: Zahar, 1998. E-book.
[Minha Biblioteca]. Disponível na Biblioteca Virtual.

Leis de Mendel
Figura 9 Gregor Johann Mendel (1822-1884 –
Fotografia de
Gregor Figura 9), foi outro grande cientista que
Mendel
soube utilizar a experimentação na ela-
boração de suas leis. Monge e professor,
fez vários experimentos genéticos com
ervilhas, que todos nós aprendemos um
dia nas aulas de biologia, que culminaria
na elaboração de suas leis. Seus estu-
dos foram feitos em 1863, publicados em
1866 nos anais da Natural History Socie-
ty de Brno, mas só tiveram real impor-
tância após 1900, quando os botânicos
Hugo de Vries, na Holanda; Carl Correns,
na Alemanha, e Erich von Tschermak-
Seysenegg, na Áustria, buscavam indivi-
Fonte: PIERCE, 2017.
dualmente literaturas que embasassem
suas ideias com relação à hereditariedade (ASTRAUKAS et
al., 2009).

Resumidamente, Mendel utilizou a ervilha de jardim (Pi-


w w w. u s f . e d u . b r

sum sativum), que tem pétalas da flor que se fecham im-


pedindo que grãos de pólen entram ou saiam, o que faz
com essa espécie tenha que se autofertilizar, portanto, com
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variação genética mínima de uma geração para outra. Em seus


experimentos, cruzou plantas baixas e altas e verificou que as
plantas geradas eram híbridas, e as baixas eram perdidas. De-
pois, as híbridas geravam numa proporção 3:1 plantas altas e bai-

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


xas na próxima geração, o que permitiu que ele concluísse que
as plantas baixas deixavam seu código na geração das híbridas.
Estavam definidos os termos dominantes e recessivos. Atualmen-
te chamamos de genes dominantes ou recessivos (SNUSTAD;
SIMMONS, 2018).
A textura de semente, a cor de semente, a forma de vagem,
a cor de vagem, a cor de flor e a posição da flor também foram
estudadas por Mendel e também resultaram na proporção 3:1
quando as características eram estudadas uma a uma (SNUS-
TAD; SIMMONS, 2018). A Figura 10 ilustra os principais aspec-
tos estudados por Mendel em seus experimentos.

Figura 10 – Fotos e desenhos utilizados por Mendel sobre a ervilha Pisum sativum nos
seus estudos de hereditariedade. Ele examinou 7 características que apareciam nas
sementes e nas plantas que cresciam a partir das sementes

Fonte: PIERCE, 2017.


Com os experimentos, Mendel percebeu que os genes tinham
duas cópias de cada gene que poderiam ser iguais ou diferentes,
e que essas cópias eram incorporadas aleatoriamente durante a
reprodução das plantas. Dessa forma, Mendel constatou que a
hereditariedade ocorria em função dos cruzamentos genéticos e
w w w. u s f . e d u . b r

que os recessivos não influenciavam em uma geração mas po-


diam aparecer na subsequente (SNUSTAD; SIMMONS, 2018).
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As leis de Mendel podem ser resumidas da seguinte


maneira:
1ª Lei: As células sexuais devem conter apenas um
fator (ou unidade de herança) para cada característica a
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

ser transmitida. Cada característica é condicionada por


um par de fatores, um herdado do pai e outro herdado da
mãe, que se separam na formação dos gametas com a
mesma probabilidade;
2ª Lei: Na formação dos gametas, os principais pares
de fatores se segregam independentemente, de tal forma
que cada gameta recebe apenas um fato de cada par. To-
dos os tipos possíveis de gametas serão produzidos nas
mesmas proporções (SNUSTAD; SIMMONS, 2018).

SNUSTAD, D. Peter; SIMMONS, Michael J. Fundamen-


tos de Genética. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2018. E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível na Biblioteca
Virtual.

Já as ciências morais e sociais contemplam o estudo do ho-


mem como ser dotado de razão e de liberdade, sendo divididas
em psicologia, história e ciências sociais. “A ciência moral, que
tem como objeto o estudo da verdade, que é a lógica; o estudo do
belo, que é a estética; e a ciência política, que procura determinar
as leis gerais de qualquer sociedade.” (SANTOS; PARRA FILHO,
2012, p. 71). As ciências que trabalham com fatos decorrentes de
observação utilizam o método indutivo e as ciências morais, que
se preocupam com o ideal, utilizam o método dedutivo.

Método dedutivo (desenvolvido por René Descartes),


w w w. u s f . e d u . b r

que baseia-se no esclarecimento das ideias por meio do


raciocínio que leva a conclusões verdadeiras elaboradas
a partir de deduções lógicas.
55
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Método indutivo (desenvolvido por Francis Bacon), que


diz que somente por meio da observação pode conhecer
algo novo. Esse método é muito utilizado nas Ciências da
Natureza, como botânica, zoologia, geologia e mineralogia.

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


A história estuda os principais acontecimentos políticos, eco-
nômicos, intelectuais e morais relativos a uma época ou a toda a
humanidade. O desenvolvimento da pesquisa é um processo len-
to baseado na documentação encontrada para um determinado
povo, ou pela transmissão da tradição ao longo do tempo, ou pela
análise de monumentos pertinentes. Quase sempre se direciona
para o uso de ciências auxiliares, como geografia, economia, de-
mografia, sociologia, cronologia, arqueologia, hermenêutica, heu-
rística, esfragística, antropologia, criptologia e a própria psicologia
(SANTOS; PARRA FILHO, 2012).

A psicologia estuda o homem enquanto ser único, podendo ser


aplicada experimentalmente como a ciência que estuda os fenô-
menos da consciência e suas leis e suas inter-relações com o
mundo físico e social (SANTOS; PARRA FILHO, 2012).
A sociologia tem como objetivo estudar as instituições e as ma-
nifestações da vida social, bem como as alterações das próprias
w w w. u s f . e d u . b r

instituições, baseando-se em aspectos sociais e políticos, de for-


ma a caracterizar a maneira de pensar, as atividades realizadas, os
costumes, as leis, os tipos de instituições existentes na sociedade
e sua forma de conduzimento. Os métodos mais utilizados são o
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dedutivo e indutivo, mas também pode-se fazer uso dos métodos


comparativo, histórico, estatístico, monográfico, formal, funcional,
compreensivo ou ecológico (SANTOS; PARRA FILHO, 2012).
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

Indicação de Leitura: SANTOS, João Almeida; PARRA FILHO,


Domingos. Metodologia Científica. 2. ed. Cengage Learning Edi-
tores, abr. 2012. Cap. 3. E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível na
Biblioteca Virtual.

Agora que você conhece o que é método, seus tipos e as áreas


de pesquisa aos quais cada método melhor se adapta, vamos,
enfim, estudar o que é pesquisa.

Fonte: 123rf
w w w. u s f . e d u . b r
57
PÁGINA

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


CONCLUSÃO
Nessa unidade você aprendeu sobres os
diferentes métodos de pesquisa e sobre as
grandes contribuições de vários cientistas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica: A Prática de Fichamen-


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PÁGINA

SANTOS, João Almeida; PARRA FILHO, Domingos. Metodologia


Científica, 2ª edição. Cengage Learning Editores, 04/2012. E-book.
[Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.

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com.br/#/books/9788522112661/cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em 12
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SCIENCE HISTORY INSTITUTE. Antoine-Laurent Lavoisier. 11


dez. 2017. Disponível em: https://www.sciencehistory.org/historical
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SHAPIRO, Abraham. O Método Cartesiano. 9 de fevereiro de 2016.


Disponível em: http://www.profissaoatitude.com.br/blog/post/o-meto-
do-cartesiano. Acesso em: 17 jun. 2019.

SILVA, André Luis Silva da. Antoine Lavoisier. Disponível em: ht-
tps://www.infoescola.com/biografias/antoine-lavoisier/. Acesso em: 17
jun. 2019.

SNUSTAD, D. Peter, SIMMONS, Michael J. Fundamentos de Ge-


nética, 7ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. E-book.
[Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.
com.br/#/books/9788527731010/cfi/6/10!/4/6/12@0:62.5. Acesso em:
16 maio 2019.

STRATHERN, Paul. Einstein e a relatividade em 90 minutos. Rio


de Janeiro: Zahar, 1998. E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788537803462/
cfi/6/2!/4/4/2@0:11.6. Acesso em: 15 maio 2019.

TORRES, Richard. Biografía De Isaac Newton. 6 setembro de 2018.


Disponível em: https://williamteacher.wordpress.com/2018/09/06/ima-
genes/. Acesso em: 17 jun. 2019.
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VIDAL, P.H.O.; CHELONI, F.O.; PORTO, P.A. O Lavoisier que não


está presente nos livros didáticos. Química Nova na Escola, n. 26, p.
29-32, 2007. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc26/
v26a08.pdf. Acesso em 15 maio 2019.
UNIDADE 6
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

PESQUISA CIENTÍFICA:
POR ONDE COMEÇAR?

INTRODUÇÃO

Olá! Seja bem-vindo! Nesta unidade abordaremos os tipos e os es-


tágios da pesquisa científica.

BONS ESTUDOS!!!
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61
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INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


MÉTODOS DE PESQUISA
A pesquisa nada mais é do que a sequência de trabalho dos
pesquisadores, e visa responder a um questionamento, ou seja,
resolver um problema. A pesquisa científica trabalha com métodos
adequados para que os resultados gerados sejam aceitos pela
comunidade científica. Pode-se afirmar ainda que atualmente a
pesquisa científica nada mais é do que o acréscimo do conheci-
mento já existente sobre o assunto pesquisado.
Para entendermos o que é a pesquisa, basta imaginarmos o
lavrador sem sua enxada, o médico sem seu estetoscópio, o ad-
vogado sem seus livros de leis, o professor sem lousa e giz. Bem,
assim, também seria o cientista sem a pesquisa, ou seja, a pes-
quisa é a ferramenta do cientista.
É pela pesquisa que conhecemos o mundo e é pela pesquisa
que nos inquietamos e encontramos problemas que poderão ser
resolvidos. Qualquer que seja a nossa dúvida, é da nossa essên-
cia perguntar a quem sabe. Por isso, quando fomos crianças fize-
mos tantas perguntas: Por que o céu é azul? Por que existe árvore
pequena e árvore grande? O que são as estrelas? E por aí vai.
Todos fizemos isso quando crianças e sempre perguntamos para
quem sabia de todas as respostas.
Por isso, a primeira de todas as pesquisas e que existe para
todas as áreas é a pesquisa bibliográfica. É por meio dela que
sabemos o que o mundo já sabe sobre um determinado assunto.
A pesquisa bibliográfica nada mais é do que a identificação do que
dizem os livros, as revistas, os jornais, etc. sobre o assunto de
interesse. A pesquisa bibliográfica faz uso dos fichamentos, dos
resumos e das resenhas que aprendemos na unidade anterior. Ela
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é o ponto de partida para a definição da sequência de trabalho que


se deseja realizar.
62
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INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

A pesquisa pode classificada em (SANTOS; PARRA FILHO, 2012):


• pesquisa preliminar, que é o ponto de partida para o le-
vantamento de hipóteses sobre o trabalho que será desen-
volvido. É a delimitação do problema por meio da escrita
de um pré-sumário e dará ideia da magnitude do trabalho
que será desenvolvido e dos recursos (tempo, financeiro,
acessibilidade às informações, equipamentos, etc.) que se-
rão utilizados;
• pesquisa teórica, que é a pesquisa feita com viés de en-
riquecimento do conhecimento. Ela não terá parte prática,
apenas levantamento bibliográfico e reflexão sobre o tema.
Darwin fez uma pesquisa teórica quando falou sobre o pro-
cesso de evolução humana;
• pesquisa aplicada, que se faz quando se deseja tornar
um objetivo prático na vida das pessoas. Geralmente aplica
uma lei já existente e é imediata. A criação de novos produ-
tos pela indústria e o aumento de eficiência energética de
um equipamento são bons exemplos de pesquisa aplicada;
• pesquisa de campo, aquela que faz onde está ocorrendo
o problema. Os levantamentos realizados pelo IBGE (Ins-
w w w. u s f . e d u . b r

tituto Brasileiro de Geografia e Estatística) são exemplos


perfeitos de pesquisa de campo. A aplicação de questioná-
rios está relacionada à pesquisa de campo.
63
PÁGINA

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


Pode se concluir a partir dessa classificação que a pesquisa pre-
liminar sempre estará presente nas demais. Há ainda a divisão em
pesquisa básica e pesquisa aplicada. A pesquisa aplicada já sabe-
mos que tem por objetivo gerar produtos ou processos. A pesquisa
básica tem por objetivo gerar conhecimento. Esse conhecimento
poderá ser utilizado posteriormente por outro cientista.
Portanto, você deve estar se perguntando: como se faz uma pes-
quisa? A resposta é: procurando, lendo, informando-se, aprofundan-
do o conhecimento até o momento em que se encontra uma per-
gunta e respostas a essa pergunta. É dessa forma, simples, que a
ciência se desenvolveu durante nossa história. Existe mágica? Não,
só existe muito trabalho! E o passo a passo para facilitar é claro:

“1. Seleção do tópico ou problema para a investigação.


2. Definição e diferenciação do problema.
3. Levantamento de hipóteses de trabalho.
4. Coleta, sistematização e classificação dos dados.
5. Análise e interpretação dos dados.
6. Relatório do resultado da pesquisa.”
(MARCONI; LAKATOS, 2017, p. 169)

Nosso objetivo a partir de agora é trabalhar nesses seis passos


até que a pesquisa possa ser desenvolvida de fato.
A primeira etapa trata da definição do problema de investiga-
ção. Porém, antes cabe seguir os cinco passos de preparação
para a pesquisa, definidos por Marconi e Lakatos (2017), que di-
zem que primeiro deve-se decidir a pesquisa que será feita, de-
w w w. u s f . e d u . b r

pois especificar os objetivos, elaborar um plano de trabalho, es-


colher a equipe de trabalho, fazer o levantamento de recursos e o
cronograma de trabalho.
64
PÁGINA
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

CONCLUSÃO
Nessa unidade você aprendeu sobres os dife-
rentes tipos de pesquisa e sobre sues estágios.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Funda-
mentos de Metodologia Científica, 8ª edição. Atlas, 01/2017. E-book.
[Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.
com.br/#/books/9788597010770/cfi/6/2!/4/2/4@0:0.0795. Acesso
em: 06 fev. 2019.

SANTOS, João Almeida; PARRA FILHO, Domingos. Metodologia


Científica, 2ª edição. Cengage Learning Editores, 04/2012. E-book.
[Minha Biblioteca]. Disponível em:
w w w. u s f . e d u . b r
UNIDADE 7

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


IDENTIFICAÇÃO DO TEMA,
ESTABELECIMENTO DO PROBLEMA
CIENTÍFICO E FORMULAÇÃO DE
HIPÓTESES E OBJETIVOS:
PARA ONDE VAMOS?

INTRODUÇÃO

Olá! Seja bem-vindo à sétima unidade do curso Iniciação à Pesqui-


sa Científica. Esta unidade tem por objetivo apresentar as etapas de
identificação do problema de pesquisa e do tema, e da formulação de
objetivos e hipóteses.

BONS ESTUDOS!!!
w w w. u s f . e d u . b r
66
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ESTÁGIOS DE UMA PESQUISA CIENTÍFICA:


IDENTIFICAÇÃO DO TEMA E ESTABELECIMENTO
DO PROBLEMA CIENTÍFICO
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

Um trabalho científico é como uma caça ao tesouro. No final


você descobre algo que ninguém mais sabia. É por isso que a
ciência é algo tão fascinante. A parte mais difícil desse processo
é a escolha do tema de pesquisa. Porque é natural que queira-
mos resolver os problemas do universo. Mas isso, infelizmente,
não é possível. Por isso, é preciso delimitar o tema de trabalho.
Costumo dizer que é melhor encontrar um problema e a partir dele
extrair o tema, do que o inverso.
Por exemplo, suponhamos que eu te peça um tema de trabalho
e você me diga “cosméticos”. Vou te dizer: “delimite!”. E você me
diz: “a química dos cosméticos”. Vou te dizer: “melhorou, mas de-
limite!”. Vamos ficar nesse vaivém até você delimitar o trabalho o
suficiente para que ele se torne exequível. Você quer um exemplo
de como ficar interessante? Eu te diria: “A química dos cosméticos
aplicada na formulação de batons com filtro solar”. Observe como
esse tema é totalmente diferente do tema inicial, mas ainda faz
parte dele, assim como uma infinidade de outros trabalhos que
possam surgir do primeiro tema.
Delimitar o tema não deve ser visto com uma redução do tra-
balho, mas antes como uma focalização do trabalho. Delimitar o
tema é, portanto, dar um foco ao objeto de pesquisa.
O tema de pesquisa tem que ser interessante. Lembre-se da caça
ao tesouro! Em nenhum momento até o término do trabalho você pode
desanimar, senão a pesquisa perderá a sua graça. O tema tem que
ser original (cópias estão cheias por aí!) e tem que ser viável (você tem
todos os recursos necessários para desenvolver o tema escolhido?).
Em tempos de internet rápida, fácil e com zilhões de informações
a um clique, é preciso utilizá-la sem dó para que a delimitação do
trabalho seja feita de forma coerente com a realidade da pesquisa.
O professor orientador de trabalhos ajudará muito nessa etapa.
w w w. u s f . e d u . b r

Segundo Appolinário (2015, p. 36), após a delimitação do tema,


deve-se fazer um levantamento mínimo das informações sobre tema.
67
PÁGINA

“a) Quem são os autores clássicos e contemporâ-


neos mais importantes nessa área?

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


b) Quais os principais periódicos científicos dessa
comunidade?
c) Há livros recomendados sobre o tema? Quais
são? Onde posso localizá-los?
d) Quais os principais conceitos envolvidos nesse
assunto? Quem os definiu?
e) Existem teorias divergentes abordando o tema?
Quem as elaborou? Em que sequência histórica essas
teorias foram desenvolvidas?”

Após responder a esses questionamentos, se o tema for ruim,


altere-o, pois ele dificilmente resultará num bom trabalho. E nem
pense em pular essa etapa. Se você fizer isso, corre o risco de
errar feio na sequência do trabalho.
Agora vamos à definição do problema. O tema pode ser amplo,
mas o problema deve ser específico e preciso. O problema é, por-
tanto, uma pergunta direcionada do tema. Voltando ao nosso tema
“A química dos cosméticos aplicada na formulação de batons com
filtro solar”, o problema de pesquisa poderia ser “Será que o uso
de filtros solares na formulação de batons é eficaz na diminuição
do número de casos de câncer nos lábios?”.

Appolinário (2015) diz ainda que o pesquisador não pode


se esquecer de avaliar o seu problema de pesquisa, se
questionando: será que o problema é novo? Ou já fizeram
pesquisas relacionados e bem-sucedidas sobre esse tema?
O problema é relevante social ou cientificamente? O proble-
ma pode ser respondido com o atual nível de desenvolvi-
w w w. u s f . e d u . b r

mento da área científica em questão?


Após a definição do tema e do problema de pesquisa,
chega o momento de definir objetivo(s) e hipótese(s).
68
PÁGINA

FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES E
OBJETIVOS
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

De forma geral, o objetivo de uma pesquisa consiste em res-


ponder ao problema de pesquisa. O objetivo pode ser subdivido
em objetivo geral e objetivos específicos (que são os objetivos
secundários e complementares da pesquisa), os quais delimitam
ainda mais o problema de pesquisa.

Voltando ao nosso tema:


Tema: A química dos cosméticos aplicada na formulação de
batons com filtro solar.
Problema: Será que o uso de filtros de solares na formula-
ção de batons é eficaz na diminuição do número de casos de
câncer nos lábios?
Objetivo geral: Determinar se o uso de filtros solares na for-
mulação de batons é eficaz na diminuição do número de casos de
câncer nos lábios.
Objetivos específicos: a) mensurar o número de casos rela-
tados de câncer de lábios; b) determinar qual é a porcentagem de
batons que utiliza filtro solar em sua composição; c) determinar o
índice de consumo de batons com filtro solar numa região especí-
fica por meio de questionário.

Observe que nos objetivos específicos surgem ideias de como


iniciar a resolução do problema. Eles serão importantes posterior-
mente na definição do método de pesquisa que será utilizado.
Tendo os objetivos definidos, chega o momento de incorporar a
hipótese ou as hipóteses da pesquisa. A hipótese é a resposta tem-
porária para o problema. No nosso tema de pesquisa, a resposta
poderia ser sim ou não. Vai depender muito se a mensuração do
número de câncer nos lábios for uma numeração fácil de ser en-
w w w. u s f . e d u . b r

contrada. Logo, o tema de pesquisa proposto não é um tema mui-


to bom, pois tem condições muito específicas para que a hipótese
possa ser respondida sem dúvidas. Então, o que faltou? Faltou o
levantamento de informações mínimas sobre o tema de pesquisa.
69
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Bem, se você pesquisar um pouco, vai descobrir que há uma

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


grande quantidade de cosméticos, como maquiagens diversas
com filtro solar. Além disso, deve-se utilizar protetor solar, ainda
que a maquiagem contenha filtro solar. Portanto, o nosso tema de
pesquisa é ruim e precisa ser reiniciado.
Um bom exemplo de pesquisa científica pode ser extraído de
Appolinário (2015, p. 39):

Tema: A mídia televisiva e a formação de opinião eleitoral.


Problema: Os debates políticos televisivos em vésperas de
eleições influenciam de maneira decisiva a intenção de voto do
eleitor brasileiro?
Objetivo Geral: Determinar o grau de influência dos debates po-
líticos televisivos sobre a intenção de voto dos eleitores brasileiros.
Objetivos Específicos: a) Mensurar os índices de audiência
desses programas junto ao público eleitor; b) Determinar distin-
ções de classe social, em razão do grau de influência desses pro-
gramas; c) Verificar se há relação entre as variáveis gênero, grau
de instrução e outras características demográficas e o grau de
influência sobre a intenção de voto.”

Não temos aqui um problema muito fácil de ser respondido,


porém, os objetivos específicos definidos são possíveis de serem
analisados facilmente. Isso tudo se os debates ocorrerem, é claro.
Cabe ressaltar que as hipóteses devem ser plausíveis, con-
sistentes, verificáveis, claras, simples e específicas ao proble-
ma de pesquisa.
Agora é a sua vez! Sobre o que você gostaria de saber mais? Ela-
bore um tema, um problema, objetivos gerais e específicos de pes-
w w w. u s f . e d u . b r

quisa e levante hipóteses que respondam ao seu questionamento.


70
PÁGINA
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

CONCLUSÃO
Nesta unidade você aprendeu sobres os diferentes
métodos de pesquisa e as diferentes pesquisas. E ins-
truiu-se sobre o início do processo de pesquisa a partir
das elaborações do tema, do problema, dos objetivos e
das hipóteses.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho
científico: elaboração de trabalhos na graduação. 10. ed. Atlas, set. 2012.
E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível em: <https://integrada.minhabiblio-
teca.com.br/#/books/9788522478392/cfi/0!/4/4@0.00:0.00>. Acesso em:
20 fev. 2019.

APPOLINÁRIO, Fábio. Metodologia Científica. Cengage Lear-


ning Editores, jun. 2015. E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522122424/
cfi/0!/4/2@100:0.00>. Acesso em: 19 fev. 2019.

ASTRAUSKAS, J. P.; NAGASHIMA, J. C.; SACOO, S. R.; ZAPPA, V.


Leis da Herença por Grepor Johann Mendel: Uma Revolução Genética.
Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, n. 13, p.1-6, 2009.
Disponível em: <http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_des-
taque/qYG3dxvYmiF7rSK_2013-6-24-17-32-26.pdf>. Acesso em: 16 maio
2019.
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BARAR, Frank S.K. Galileo Galilei: Honoured 400 Years Later. 12 nov.
2011. Disponível em: <https://www.boloji.com/articles/11615/galileo-galilei
-honoured-400-years-later>. Acesso em: 17 jun. 2019.
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PÁGINA

BORTHOLETTI, Rafael. Francis Bacon: O Problema Fundamental Do


Novum Organum. 21 abr. 2018. Disponível em: <https://medium.com/
blog-do-bart/francis-bacon-o-problema-fundamental-do-novum-organum-

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


2cea7fd4a39e>. Acesso em: 17 jun. 2019.

CARVALHO, R.S. Lavoisier e a sistematização da nomenclatura quí-


mica. Scientia Studia, São Paulo, v. 10, n. 4, p. 759-71, 2012. Disponí-
vel em: <http://www.scielo.br/pdf/ss/v10n4/a07v10n4.pdf>. Acesso em: 9
maio 2019.

GREF. Grupo de Reelaboração do Ensino de Física. Leituras de Fí-


sica: GREF Mecânica para ler, fazer e pensar. [São Paulo: USP]. 1998.
Disponível em: <http://www.if.usp.br/gref/mec/mec2.pdf>. Acesso em: 15
abr. 2019.

MARCONDES, Danilo. Textos básicos de filosofia e história das ciên-


cias: a revolução científica. Editora Zahar. 2016. E-book. [Minha Bibliote-
ca].

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamen-


tos de Metodologia Científica. 8. ed. Atlas, jan. 2017. E-book. [Minha
Biblioteca]. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/
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MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica: A Prática de Ficha-


mentos, Resumos, Resenhas. 12. ed. Atlas, jun. 2014. E-book. [Minha
Biblioteca]. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/
books/9788522490271/cfi/0!/4/4@0.00:14.4>. Acesso em: 5 fev. 2019.

NEWTON, Isaac. Philosophiae Naturalis Principia Mathematica. Lon-


dini, 1686. Disponível em: <https://dl.wdl.org/17842/service/17842.pdf>.
Acesso em: 9 abr. 2019.
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PIERCE, Benjamin A. Genética: Um Enfoque Conceitual. 5. ed. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível
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72
PÁGINA

SANTOS, João Almeida; PARRA FILHO, Domingos. Metodologia


Científica, 2. ed. Cengage Learning Editores, abr. 2012. E-book. [Minha
Biblioteca]. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

books/9788522112661/cfi/0!/4/2@100:0.00>. Acesso em: 12 jan. 2019.

SCIENCE HISTORY INSTITUTE. Antoine-Laurent Lavoisier. 11 dez.


2017. Disponível em: <https://www.sciencehistory.org/historical-profile/
antoine-laurent-lavoisier>. Acesso em: 15 maio 2019.

SHAPIRO, Abraham. O Método Cartesiano. 9 fev. 2016. Disponível


em: <http://www.profissaoatitude.com.br/blog/post/o-metodo-cartesiano>.
Acesso em: 17 jun. 2019.

SILVA, André Luis Silva da. Antoine Lavoisier. Disponível em: <https://
www.infoescola.com/biografias/antoine-lavoisier/>. Acesso em: 17 jun.
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SNUSTAD, D. Peter, SIMMONS, Michael J. Fundamentos de Gené-


tica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. E-book. [Minha
Biblioteca]. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/
books/9788527731010/cfi/6/10!/4/6/12@0:62.5>. Acesso em: 16 maio
2019.

STRATHERN, Paul. Einstein e a relatividade em 90 minutos. Rio


de Janeiro: Zahar, 1998. E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788537803462/
cfi/6/2!/4/4/2@0:11.6>. Acesso em: 15 maio 2019.

TORRES, Richard. Biografía De Isaac Newton. 6 set. 2018. Disponí-


vel em: <https://williamteacher.wordpress.com/2018/09/06/imagenes/>.
Acesso em: 17 jun. 2019.

VIDAL, P. H. O.; CHELONI, F. O.; PORTO, P. A. O Lavoisier que não


w w w. u s f . e d u . b r

está presente nos livros didáticos. Química Nova na Escola, n. 26, p. 29-
32, 2007. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc26/v26a08.
pdf>. Acesso em: 15 maio 2019.
UNIDADE 8

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:
COMO BUSCAR AS INFORMAÇÕES
PERTINENTES AO TEMA DE PESQUISA?

INTRODUÇÃO

Olá! Seja bem-vindo à unidade 8 do curso Iniciação à Pesquisa Cien-


tífica. Esta unidade tem por objetivo informá-lo sobre como se planeja
uma pesquisa científica de forma a pesquisar nas melhores fontes de
pesquisa.

BONS ESTUDOS!!!
w w w. u s f . e d u . b r
74
PÁGINA
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

BUSCA E REVISÃO DAS INFORMAÇÕES


DISPONÍVEIS

Lembre-se que na unidade anterior, falávamos sobre a definição


do tema de pesquisa e da formulação de hipóteses e objetivos na
tentativa de resolver o problema de pesquisa delimitado.
Após essa etapa, o próximo passo, antes de iniciar a pesquisa
científica de fato, é a busca correta das informações a respeito dos
trabalhos que já foram realizados utilizando o mesmo tema de pes-
quisa que o seu.
Para tanto faz-se necessária a elaboração de palavras-chaves
que contemplem os principais assuntos que envolvem o seu tema
de pesquisa. Elaborar essas palavras-chaves nem sempre é fácil. O
professor que está orientando o seu trabalho é o melhor guia nesse
momento e é importante que se escolha palavras-chaves que real-
mente direcionem ao trabalho, para não correr o risco de ler muita
coisa inicialmente e se perder no tema de pesquisa.
Lembre-se do que aprendemos na primeira unidade: é importante
saber escolher o que vamos ler, já que as opções são muitas!!!
Se o tema estiver bem definido e os objetivos bem alinhados ao
tema, tornar-se-á fácil a elaboração das palavras-chaves. Mas o que
são as palavras-chaves? São palavras que interligam os assuntos
abordados ao tema de pesquisa.

Palavras-chave: são palavras que resumem


ou definem o texto que é tratado.
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75
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Segundo Fujita (2004, p. 257) “A palavra-chave é uma represen-


tação do conteúdo significativo do texto e também é utilizada para re-
presentar uma necessidade de informação na estratégia de busca”.
Tradicionalmente, as palavras-chaves surgiram com o objetivo

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


de automatizar a busca de material sobre um determinado assun-
to nos bancos de dados, sendo um recurso importante na era da
internet, de tal forma a configurar um termo de acesso rápido a
algum conteúdo específico. Atualmente, as palavras-chaves são
uma forma de indexação documentária (FUJITA, 2004).
Fujita (2004) sintetiza a importância da palavra-chave por meio
da representação de sua importância, mostrada na Figura 1, onde
podemos notar que a palavra-chave pode ser considerada o cerne
de um texto.

Figura 1 – Níveis de condensação documentária entre resumo e palavra-chave

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modo consequat.

Fonte: FUJITA, 2004, p. 260 adaptado.


76
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Em outras palavras Borba, Van der Laan e Ros Chini (2012)


dizem que a palavra-chave tem “[…] o objetivo de representar sin-
teticamente o conteúdo temático do texto”, portanto, deve ser re-
alizado pelo autor, que é a pessoa que mais conhece sobre o seu
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

próprio texto.
Sendo assim, há uma grande importância na determinação cor-
reta das palavras-chaves, pois elas são capazes de nortear todo o
desenvolvimento de um texto, ou relacionar adequadamente o que
é dito num texto. Faz-se também necessário o entendimento de
que as palavras-chaves podem relacionar diretamente os assuntos
diversos desenvolvidos em um mesmo projeto de pesquisa.

Para exemplificar a importância das palavras-chaves,


voltemos ao exemplo de Appolinário (2015, p. 39):

“Tema: A mídia televisiva e a formação de opinião eleitoral.


Problema: Os debates políticos televisivos em vésperas
de eleições influenciam de maneira decisiva a intenção de
voto do eleitor brasileiro?
Objetivo Geral: Determinar o grau de influência dos de-
bates políticos televisivos sobre a intenção de voto dos elei-
tores brasileiros.
Objetivos Específicos: a) Mensurar os índices de audi-
ência desses programas junto ao público eleitor;
b) Determinar distinções de classe social, em razão do
grau de influência desses programas;
c) Verificar se há́ relação entre as variáveis gênero, grau
de instrução e outras características demográficas e o grau
de influência sobre a intenção de voto.”

As palavras-chaves que mais se adequam a esse


tema poderiam ser: mídia televisiva, opinião eleitoral, de-
w w w. u s f . e d u . b r

bates políticos. São palavras simples que dão a ideia geral


dos assuntos abordados no trabalho.
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INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


Se utilizarmos um buscador de sites, como o Google, por exem-
plo, digitando-se os termos “mídia televisiva + artigo pdf”, aparece-
rão vários trabalhos que tratam do tema mídia televisiva.

Fonte: 123rf

Te convido a testar essa busca e observar os diversos assuntos


abordados. Fazendo essa pesquisa, os primeiros três trabalhos que
encontrei foram: mídia televisa na formação de opinião (MENEZES,
2007); mídia televisiva e sua influência no consumo de alimentos
danosos a crianças e adolescentes (REIS, 2015); e a relação entre
w w w. u s f . e d u . b r

globalização e a mídia na sociedade (TONET; MELO, 2014). Por-


tanto, não foi encontrado entre os três primeiros trabalhos nenhum
que relacione a mídia televisiva com a opinião eleitoral.
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Se, no entanto, a busca no Google for dos termos “mídia tele-


visiva + opinião eleitoral + artigo pdf”, os trabalhos encontrados
vão relacionar os dois termos pesquisados. No caso apresenta-
do, foram encontrados os seguintes trabalhos: as eleições na era
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

da televisão (AVELAR, 1992); mídia e vínculo eleitoral (MIGUEL,


2004); e o papel dos meios de comunicação na campanha eleito-
ral (GONZÁLEZ; 2015). Nos três trabalhos percebe-se claramente
a inter-relação entre as palavras-chaves pesquisadas. Além disso,
também foi possível verificar que os três relacionam o tema com a
ocorrência de debates.
Embora, nesse caso, somente com o uso de duas palavras-cha-
ves já encontrarmos pesquisas diretamente relacionadas ao nosso
objeto de pesquisa, muitas vezes isso não ocorre. Haverá casos em
diversas pesquisas que podem ser realizadas em que os termos
não encontrarão trabalhos inter-relacionados. Por que isso ocorre?
Por que o seu tema de
pesquisa é, provavelmen-
te, inédito.
Na elaboração das pa-
lavras-chaves de um tex-
to, deve-se utilizar uma
quantidade de três a cin-
co palavras-chaves. Uma
ou duas palavras-chaves
apenas dificilmente con-
seguem retratar todo o
trabalho desenvolvido e
mais do que cinco, geral-
mente, acabam por repe-
tir os mesmos termos uti-
lizados antes.
Fonte: 123rf

Determine cinco palavras-chaves para um tema que você de-


seje pesquisar. Para que a busca de informações seja efetiva, é
w w w. u s f . e d u . b r

necessário utilizar fontes confiáveis de busca e, mais do que isso,


é importante saber escolher o que realmente é importante. As fon-
tes de busca de informação são as mais variadas.
79
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Você sabia que quando não existia internet, as me-


lhores fontes de busca eram as fontes escritas, como
livros, jornais, revistas, periódicos, boletins, ensaios

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


e as fontes orais, tais como filmes, entrevistas, semi-
nários, etc. Hoje, com a internet, ficou bem mais fácil
encontrar informações e bem mais difícil escolher as
informações que são realmente relevantes.

É importante lembrar que o velho e bom livro que traz o assunto


de forma generalista e básica deve ser o primeiro a ser consultado
e a ser lido. Uma boa enciclopédia, ou ainda um dicionário, devem
ser utilizados para a correta definição das palavras que permeiam
o assunto tratado. Da internet devem ser consultados revistas de
instituições fidedignas e sites confiáveis.
Seguindo o exemplo das mídias televisivas e opinião eleitoral,
você pode perceber que a busca na internet é simples. Pode-se uti-
lizar o Google Acadêmico também, ou, ainda, as revistas indexadas
nas bases de dados da CAPES ou da SciELO, por exemplo, mas
a pesquisa inicial básica já é capaz de auxiliar no processo inicial
pela busca de trabalhos. Alguns truques podem ajudar no processo:
1. Use aspas nos termos de busca: se você utilizar “mídia tele-
visiva”, a busca ficará restrita a páginas que contem o termo
inteiro e não apenas uma das palavras.
2. Use hifens para excluir palavras: se você utilizar cavalo
de Troia – Grécia, o Google vai pesquisar apenas os ca-
valos de troia do tipo vírus, excluindo o famoso cavalo de
Troia grego.
3. Use asterisco no final das buscas: ele servirá como um
“complete a frase”.
4. Utilize o tipo de arquivo que deseja receber: se terminar a
pesquisa com pdf., ppt. ou doc., só virão arquivos em pdf.,
Power Point ou Word, respectivamente.
w w w. u s f . e d u . b r

5. Utilize o sinal de + para pesquisar sites que abordem os


dois termos ao mesmo tempo
6. Utilize um ~ para pesquisa uma palavra e seus sinônimos
ao mesmo tempo.
80
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Não perca tempo! Vá até a biblioteca ou acesse a


biblioteca digital e pesquise livros que abordem o tema
que você gostaria de pesquisar. Leia ao menos os ca-
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

pítulos mais importantes sobre esse tema. Não se per-


ca nessa tarefa! Não leia mais do que 10 páginas...

E o que é confiável na internet? Se optar por ler informações re-


tiradas de sites, prefira os sites do governo, como IBGE, páginas
dos ministérios, órgãos ligados à pesquisa científica (Embrapa,
IPT, FAPESP, Sociedade Brasileira de Física, etc.). Fuja de blogs,
Wikipédia e sites de compartilhamento de trabalhos acadêmicos
(aliás, fuja desses sites sempre!!!). É preciso conhecer muito bem
um assunto para saber se quem o publicou sabe mesmo ou não
sobre esse assunto. Então quem sabe muito sobre um assunto?
Quem publicou livros e artigos.
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Cabe ressaltar que o Google é uma ferramenta de busca rá-


pida, que nem sempre traz trabalhos confiáveis e/ou relevantes
sobre o tema de pesquisa. Entre as melhores fontes de busca de
dados estão:

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


• SciELO – Scientific Electronic Library Online, que é uma bi-
blioteca eletrônica que contém uma coleção selecionada de
periódicos científicos, como já mencionada anteriormente;
• WorldWideScience, que é uma porta para a ciência global,
composto por bases de dados nacionais e internacionais e
portais científicos;
• Springer Link, que proporciona aos pesquisadores acesso
a milhões de documentos científicos de revistas, livros, sé-
ries, protocolos e trabalhos de referência;
• ScienceResearch.com, que coloca à disposição do público
a sua tecnologia capaz de pesquisar na “deep web” e for-
necer resultados de qualidade, apresentando conteúdos de
outros sites de pesquisa.

Quanto à escolha dos artigos que serão lidos,


cabem algumas dicas:
Escolha artigos de pessoas renomadas no assun-
to (seu professor orientador, em momento oportuno,
pode ajudar nisso), de preferência que consigam abor-
dar duas palavras-chaves do seu tema. Não se deses-
pere se você não encontrar um artigo que aborde duas
palavras, isso vai significar que o seu tema de pesqui-
sa ainda não foi pesquisado. Mas se você encontrar
um artigo que tenhas três palavras-chaves iguais às
suas, volte duas casinhas e comece novamente pela
determinação do tema de pesquisa (é, seu tema já é
de conhecimento geral da nação...).
Leia três artigos científicos para começar. Não se
esqueça de fazer o fichamento1 deles.
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Se ficou com muita dúvida, leia mais dois artigos.


Não ultrapasse esse número inicialmente, pois as de-
finições que você precisa conhecer estarão neles.
82
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Mattar Neto (2017, p. 164) diz que “[...] a pesquisa vai confir-
mar suas ideias ou opiniões; às vezes vai modificá-las; mas quase
sempre vai ajudar a dar forma a seu pensamento.” Concordo mui-
to com essa frase de Mattar Neto. Lembra-se do exemplo infeliz
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

do batom com filtro solar? Então, nem sempre estamos certos em


nossas ideias e opiniões.

Na unidade anterior estudamos a definição do tema


de pesquisa, no qual o exemplo utilizado para batom
com filtro solar era insuficiente para o desenvolvimen-
to de uma pesquisa, uma vez que a maioria dos cos-
méticos já tem filtro solar na sua composição. Por isso,
podemos classificar esse exemplo como infeliz para
a escolha de um tema de pesquisa. Sendo assim, é
possível corroborar com o que diz Mattar Neto (2017)
sobre a necessidade de pesquisar sobre o assunto an-
tes de desenvolvê-lo. Afinal, aquele assunto já pode
estar “esgotado” do ponto de vista do que é necessário
conhecer sobre ele.

Dessa forma, podemos concluir que é preciso conhecer as


ideias e as opiniões de quem sabe mais do que nós sobre um de-
terminado assunto. É assim que funciona a pesquisa.

Elabore três fichamentos de três artigos diferen-


tes (cada um com duas palavras-chaves iguais à
sua, pelo menos).
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83
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Lembre-se que Santos e Parra Filho (2012, p. 120) dizem que


função do fichamento é “[...] colocar à disposição do pesquisador
uma série de informações distribuídas em uma gama enorme de
obras já consultadas.”

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


Depois de tudo isso é necessário iniciar a escrita do seu tra-
balho. Inicie a revisão bibliográfica, utilizando os livros, artigos/
fichamentos e sites de confiança que você já leu e escolheu. Essa
revisão visa produzir um texto que explicará ao leitor todo o con-
texto teórico, técnico e social no qual o seu problema se insere,
bem como os principais conceitos, autores e ideias relacionados
a ele. Ah! E você precisar relembrar-se de uma coisa que é mui-
to importante: escrever não é fácil. Não fuja desse sofrimento se
você quer responder à sua pergunta inicial, aquela que gerou o
seu problema de pesquisa.
Durante seu curso de graduação, você fará isso dezenas de
vezes, muitas delas direcionadas pelos docentes. Então, guarde e
amadureça em sua cabeça um bom problema de pesquisa e faça,
desde já, uma boa revisão bibliográfica para arrasar no desenvol-
vimento do Trabalho de Conclusão de Curso.
Para escrever sobre o que foi pesquisado, é necessário que
você saiba que existem regras claras sobre como isso deve ser
realizado. A Universidade São Francisco adota um Manual para
Normalização de Trabalhos Acadêmicos, que foi desenvolvido a
partir das Normas disponibilizadas pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas, A ABNT, da qual falaremos na sequência.
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PÁGINA
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

CONCLUSÃO
Nessa unidade você aprendeu sobre como
se deve planejar uma pesquisa científica des-
de a geração das palavras-chaves relaciona-
das ao tema até o início da escrita da revisão
bibliográfica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APPOLINÁRIO, Fábio. Metodologia Científica. Cenga-
ge Learning Editores, 06/2015. E-book. [Minha Biblioteca].
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/
books/9788522122424/cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em: 29 fev.
2019.

AVELAR, L. As Eleições na Era da Televisão. Revista de Admi-


nistração de Empresas, v. 32, n. 4, p. 42-57. Disponível em: http://
www.scielo.br/pdf/rae/v32n4/a05v32n4.pdf. Acesso em: 29 maio
2019.

BORBA, D.S.; VAN DER LAAN, R.H.; ROS CHINI, B. Palavras-


w w w. u s f . e d u . b r

chave: convergências e diferenciações entre a linguagem natural


e a terminologia. Perspectivas em Ciência da Informação, v.17,
n.2, p.26-36, abr./jun. 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/
pdf/pci/v17n2/a03v17n2.pdf. Acesso em: 29 maio 2019.
85
PÁGINA

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


FUJITA, M. S.L. A Representação Documentária De Artigos
Científicos Em Educação Especial: Orientação Aos Autores Para
Determinação De Palavras Chaves. Revista Brasileira de Educa-
ção Especial, Marília, Set.-Dez. 2004, v.10, n.3, p. 257-272. Dispo-
nível em: https://abpee.net/homepageabpee04_06/artigos_em_
pdf/revista10numero3pdf/1fujita.pdf. Acesso em: 27 maio 2019.

GONZÁLEZ, M.H. O Papel dos Meios de Comunicação na


Campanha Eleitoral. Revista da Academia Brasileira de Direito
Constitucional. Curitiba, 2015, vol. 7, n. 12, Jan.-Jun. p. 11-32.
Disponível em: http://www.abdconst.com.br/revista13/papelMaria.
pdf. Acesso em:29 maio 2019.

MATTAR NETO, João Augusto. Metodologia Científica na Era


da Informática - 4ª Edição. Saraiva, 2017. E-book. [Minha Biblio-
teca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/
books/9788547220334/cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em: 08 jan.
2019.

MENEZES, S.F.S. A Mídia Televisiva e seus Impactos na For-


mação de Opinião e na Comunicação entre as Pessoas. In: III
JORNADA INTERNACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS: Ques-
tão Social E Desenvolvimento No Século XXI., 28 a 30 de agosto
2007. São Luís. MA. Anais da III Jornada Internacional de Políticas
públicas. São Luís: Universidade Federal do Maranhão, 2007. p.
1-8 Disponível em: http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinppIII/
html/Trabalhos/EixoTematicoE/1579291b0e7dd6d59098Suzanei-
de_Menezes.pdf. Acesso em: 29 maio 2019.

MIGUEL, L.F. Mídia e vínculo eleitoral: a literatura internacional


w w w. u s f . e d u . b r

e o caso brasileiro. Opinião Pública, Campinas, v. X, n. 1, 2004, p.


91-111. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/op/v10n1/20316.
pdf. Acesso em: 29 maio 2019.
86
PÁGINA
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

REIS, P. O Poder da Mídia Televisiva e sua Influência no Con-


sumo de Alimentos Danosos à Saúde da Criança e do Adolescen-
te: um Olhar sob a Publicidade de Alimentos. In: 3º CONGRESSO
INTERNACIONAL DE DIREITO E CONTEMPORANEIDADE, 27
a 29 de maio de 2015. Santa Maria. RS. Anais do 3º Congresso
Internacional de Direito e Contemporaneidade. Santa Maria: Uni-
versidade Federal de Santa Maria, 2015. p. 1-15. Disponível em:
http://coral.ufsm.br/congressodireito/anais/2015/5-10.pdf. Acesso
em: 29 maio 2019.

SANTOS, João Almeida; PARRA FILHO, Domingos. Metodo-


logia Científica, 2ª edição. Cengage Learning Editores, 04/2012.
E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.minha-
biblioteca.com.br/#/books/9788522112661/cfi/0!/4/2@100:0.00.
Acesso em 12 jan. 2019.

TONET, E.R.C.; MELO, A.R. A Globalização e a Influência da


Mídia na Sociedade. Cadernos PDE, vol. 1, 2014, p. 1-15. Dispo-
nível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernos-
pde/pdebusca/producoes_pde/2014/2014_uenp_geo_artigo_elai-
ne_regina_costa.pdf. Acesso em: 29 maio 2019.
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UNIDADE 9

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


NORMAS TÉCNICAS DE ESCRITA
DE TRABALHOS CIENTÍFICOS: O
QUE SÃO E COMO FAZER CITAÇÕES
CORRETAMENTE?

INTRODUÇÃO

Olá! Seja bem-vindo à unidade 9 do curso Iniciação à Pesquisa


Científica. Esta unidade tem por objetivo informá-lo sobre as normati-
vas que regem a escrita do trabalho científico e como devem ser feitas
corretamente as citações.

BONS ESTUDOS!!! w w w. u s f . e d u . b r
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NORMAS TÉCNICAS DE ESCRITA DE


TRABALHOS CIENTÍFICOS

Toda a escrita acadêmica de trabalhos científicos foi normati-


INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

zada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Há


uma série de normas, entre as quais as mais importantes são:
• NBR 6023:2018: Informação e documentação – Referência
– Elaboração.
• NBR 6024:2012: Informação e documentação – Nume-
ração progressiva das seções de um documento – Apre-
sentação.
• NBR 6027:2012: Informação e documentação – Sumário –
Apresentação.
• NBR 6028:2003: Informação e documentação – Resumo –
Apresentação.
• NBR 6029:2006: Informação e documentação – Livros e
folhetos – Apresentação.
• NBR 6034:2004: Informação e documentação – Índice –
Apresentação.
• NBR 10520:2002: Informação e documentação – Citações
em documentos – Apresentação.
• NBR 10719:2015: Informação e documentação – Relatório
técnico e/ou científico – Apresentação.
• NBR 14724:2011: Informação e documentação – Trabalhos
acadêmicos – Apresentação.
• NBR 15287:2011: Informação e documentação – Projeto
de pesquisa – Apresentação.

Sempre que você for escrever um trabalho acadêmico, cabe


solicitar um modelo para o professor. Esse modelo sempre é ela-
borado seguindo essa lista de normas da ABNT. Dessas normas,
as que são mais utilizadas são a NBR 6023, que foi atualizada no
final de 2018 e é uma norma de como se deve apresentar a indi-
cação correta das referências bibliográficas; a NBR 10520, que
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informa como devem ser escritas as citações; e a NBR 14724,


que diz como os trabalhos acadêmicos devem ser apresentados
na forma escrita.
89
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Acesse as três principais normas citadas e faça


uma leitura prévia delas.

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


Cabe diferenciarmos o que são referências bibliográficas e
como elas devem ser citadas no corpo do texto.
Primeiramente, referências bibliográficas é uma lista de traba-
lhos que foram utilizados para escrever um texto. Por exemplo,
este material foi escrito utilizando algumas referências que são
apresentadas no final do texto. No caso desta unidade, foram uti-
lizados Mattar Neto (2017), o Appolinário (2015) e o Gil (2017)
como referências bibliográficas. Mas onde essas referências fo-
ram utilizadas ao longo de toda a unidade? Basta você buscar por
eles ao longo do texto. Onde eles estão informados significa que
foram utilizados como base para a escrita daquele trecho. Isso é
um tipo de citação.
A ABNT NBR 10520 (2002, p. 1) diz que a citação é a “Men-
ção de uma informação extraída de outra fonte”, podendo ser uma
citação direta, uma citação indireta ou uma citação de citação.
A citação direta é a cópia perfeita das informações utilizadas na
escrita de um parágrafo. Geralmente, ela aparece grafada entre
aspas para mostrar que realmente se trata de uma cópia de outra
pessoa, e o número da página de onde foi retirada a informação
aparece juntamente com o ano de publicação, assim como está
sendo colocado no início deste parágrafo. A citação indireta é es-
crita com base em algum autor, que por isso é citado. Porém, a
informação não caracteriza uma cópia perfeita, mas sim o que a
pessoa que escreveu sobre o assunto entende sobre o mesmo. A
citação de citação é quando se lê a informação de um autor impor-
tante em uma obra e deseja-se citá-lo por ser antigo e/ou de difícil
acesso. É importante mencionar que a citação de citação ou apud
deve ser utilizada apenas em situações especiais.
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A própria ABNT NBR 10520 (2002) traz alguns exemplos im-


portantes dos três tipos de citação, que são transcritas a seguir.
a) Citação direta:
• Para citações diretas na qual o autor é citado após a
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

apresentação do texto:
“Apesar das aparências, a desconstrução do logocentrismo
não é uma psicanálise da filosofia [...]” (DERRIDA, 1967, p. 293).

• Para citações diretas onde o autor é citado no texto:


Segundo Sá (1995, p. 27): “[...] por meio da mesma arte de con-
versação’ que abrange tão extensa e significativa parte da nossa
existência cotidiana [...]”

• Para citações diretas com mais de três linhas de texto:


A teleconferência permite ao indivíduo participar de um encontro nacional
ou regional sem a necessidade de deixar seu local de origem. Tipos
comuns de teleconferência incluem o uso da televisão, telefone, e
computador. Através de áudio-conferência, utilizando a companhia local
de telefone, um sinal de áudio pode ser emitido em um salão de qualquer
dimensão. (NICHOLS, 1993, p. 181)

Observe que para todos os exemplos apresentados o número


da página onde está o texto utilizado na íntegra é apresentando
no corpo do texto. E há uma diferença na grafia do autor quan-
do citado no texto é apresentado em letras minúsculas e, quando
apresentado após o texto, é apresentado em letras maiúsculas.

b) Citação indireta:
• Para citações indiretas onde o autor é citado no texto:
A ironia seria assim um forma implícita de heterogeneidade mos-
trada, conforme a classificação proposta por Authier-Reiriz (1982).

• Para citações indiretas onde o autor é citado no final


do texto:
A produção de lítio começa em Searles Lake, Califórnia em
1928 (MUMFORD, 1949).
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Observe que para as citações indiretas não há a presença da


apresentação da página original de onde foi retirada a informação.
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c) Citação de citação:

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


Segundo Silva (1983 apud ABREU, 1999, p. 3) diz ser [...]
“[...] o viés organicista da burocracia estatal e antiliberalismo da
cultura política de 1937, preservado de modo encapuçado na Carta
de 1946.” (VIANNA, 1986, p. 172 apud SEGATTO, 1995, p. 214-215).
No modelo serial de Gough (1972 apud NARDI, 1993) o ato de
ler envolve um processamento serial que começa com uma fixa-
ção ocular sobre o texto, prosseguindo da esquerda para a direita
de forma linear.

É importante ressaltar que a expressão apud deve ser utilizada


em casos extremos, onde o autor original não é facilmente encon-
trado. Observe, como nos exemplos encontrados na ABNT NBR
10520 (2002), os autores originais são autores bastante antigos. A
expressão apud pode ser trocada por “citado por”.
Ainda, segundo a ABNT NBR 10520 (2002) existem duas for-
mas de referenciar as citações utilizadas: uma delas é o siste-
ma autor-data, que é utilizado neste material, e outro é o sistema
numérico, no qual as referências são listadas na sequência nu-
mérica na qual aparecem no texto. Portanto, se você ler artigos
que tenham números no final de um parágrafo, em sobrescrito ou
entre colchetes, saiba que eles estão seguindo a normativa que
foi escolhida por aquela revista para a apresentação das referên-
cias bibliográficas utilizadas. A maioria das revistas das áreas de
humanas e saúde utiliza o sistema autor-data enquanto que, a
maioria das revistas da área de exatas utiliza o sistema numérico.
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A ABNT 10520 (2002) apresenta os seguintes exemplos para


INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

os tipos de referenciação:

a) Sistema autor-data
• No texto:
A chamada “pandectísta havia sido a forma particular pela qual
o direito romano fora integrado no século XIX na Alemanha em
particular.” (LOPES, 2000, p. 225).
• Na lista de referências:
LOPES, José Reinaldo de Lima. O direito na História. São Pau-
lo: Max Limonad, 2000.

b) Sistema numérico
• No texto:
A chamada pandectísta havia sido a forma particular pela qual
o direito romano fora integrado no século XIX na Alemanha em
particular 15.
• Na lista de referências:
[15] LOPES, José Reinaldo de Lima. O direito na História. São
Paulo: Max Limonad, 2000.

Ainda, cabe ressaltar que, na lista de referências, para o siste-


ma autor-data, as mesmas são apresentadas em ordenação alfa-
bética enquanto que, para o sistema numérico, as referências são
apresentadas na ordem em que aparecem no texto.
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CONCLUSÃO

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


Nessa unidade você aprendeu sobre como se
deve seguir as normas ABNT para a realização da
escrita do trabalho científico e sobre as diversas for-
mas de citar corretamente um autor.
planejar uma pesquisa científica, desde a geração
das palavras-chaves relacionadas ao tema, como es-
colher a melhor metodologia de pesquisa e estudou
sobre a importância da boa apresentação, interpreta-
ção e análise dos resultados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR
10520: Informação e documentação – Citações em documentos –
Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.

APPOLINÁRIO, Fábio. Metodologia Científica. Cengage Lear-


ning Editores, 06/2015. E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522122424/
cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em: 29 fev. 2019.

GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa, 6ª edi-


ção. Atlas, 07/2017. E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível em: ht-
tps://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597012934/
cfi/6/2!/4/2/4@0:0.0810. Acesso em: 01 mar. 2019.
w w w. u s f . e d u . b r

MATTAR NETO, João Augusto. Metodologia Científica na Era


da Informática - 4ª Edição. Saraiva, 2017. E-book. [Minha Biblio-
teca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/
books/9788547220334/cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em: 08 jan. 2019.
UNIDADE 10
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

PLANEJAMENTO E CONDUÇÃO DA
PESQUISA E ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
DOS RESULTADOS: COMO GERAR E
ANALISAR OS RESULTADOS?

INTRODUÇÃO

Olá! Seja bem-vindo à unidade 10 do curso Iniciação à Pesquisa Cien-


tífica. Esta unidade tem por objetivo informá-lo sobre como se geram os
resultados e como estes devem ser analisados, sempre levando-se em
conta os demais autores que trabalharam com temas semelhantes.

BONS ESTUDOS!!!
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PÁGINA

PLANEJAMENTO E CONDUÇÃO DA PESQUISA

Mais importante do que fazer uma boa revisão bibliográfica so-


bre um assunto que se deseja pesquisar, é planejar como se vai

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


pesquisar. Esse planejamento é chamado de projeto de pesquisa,
que contempla, geralmente, a introdução, os objetivos, a justificati-
va, a revisão bibliográfica, o método de pesquisa, o cronograma de
trabalho, os resultados esperados e as referências bibliográficas.
Existem diversos tipos de pesquisa e diversos tipos de traba-
lhos. Cada área do conhecimento se adéqua melhor a um tipo ou
a outro, como já discutimos na unidade 2.
Gil (2017) classifica os diversos tipos de pesquisa de acordo
com vários critérios, sendo estes a área do conhecimento, a fina-
lidade da pesquisa, o propósito da mesma e os métodos empre-
gados, conforme mostrado na Figura 2, onde podemos observar
também que os métodos de pesquisa podem dar origem a diferen-
tes tipos de pesquisa.

Figura 2 – Esquema dos critérios utilizados para a definição dos tipos de pesquisa
(baseado em GIL, 2017).

Pesquisa

Área do Métodos
conhecimento Finalidade Propósito empregados

Tipos de pesquisa

Qualidade ou Quantitativa

Pesquisa ou Laboratório
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de campo

Não
Experimental ou
experimental
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Planejar o tipo de pesquisa auxilia a chegar na resposta à pergun-


ta inicial que deu origem ao problema de pesquisa de maneira mais
rápida e mais precisa. Essa escolha nada mais é do que um deline-
amento que envolve a definição dos fundamentos metodológicos, a
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

real definição dos objetivos da pesquisa, o ambiente da pesquisa e a


determinação das técnicas de coleta e análise de dados.

Gil (2017) define os delineamentos de pesquisa em:


• Pesquisa bibliográfica: é a pesquisa realizada com base
no que outros autores já falaram sobre aquele tema. É
comum para as áreas de direito, filosofia e literatura;
• pesquisa documental: é semelhante à pesquisa biblio-
gráfica, mas difere-se no teor dos documentos anali-
sados, que podem ser registros de cartório, relatórios,
boletins, documentos de bibliotecas raras e outros docu-
mentos de ordem interna. É uma pesquisa muito comum
nas áreas de Ciências Sociais e Economia;
• pesquisa experimental: na qual o pesquisador precisa
manipular pelo menos um dos fatores que se acredita
ser responsável pela ocorrência do fenômeno que está
sendo pesquisado. É comum nas áreas das Ciências
básicas e das Engenharias, mas também se aplica no
âmbito da Psicologia;
• ensaio clínico: no qual o pesquisador aplica um trata-
mento (ou intervenção) e observa os seus efeitos e ana-
lisa o seu desfecho. É muito comum na área da Saúde;
• estudo de coorte: refere-se a um grupo de pessoas que
têm alguma característica comum, constituindo uma
amostra a ser acompanhada por certo período de tempo,
para se observar e analisar o que acontece com elas. É
também comum na área da Saúde;
• estudo de caso-controle: também chamado de ex-post-
facto, refere-se a estudos retrospectivos que analisam a
consequência após ter ocorrido algo e se verifica quais
w w w. u s f . e d u . b r

foram os antecedentes que levaram a ela. É comum


também na área da Saúde;
• levantamento de campo: caracteriza-se pela interroga-
ção direta das pessoas cujo comportamento se deseja
97
PÁGINA

conhecer e os dados levantados são tratados estatisti-


camente. É comum em várias áreas do conhecimento;
• estudo de caso: consiste no estudo profundo e exaustivo
de um ou poucos casos, de maneira que permita seu

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


amplo e detalhado conhecimento, no qual é difícil gene-
ralizar. É comum nas áreas das ciências sociais;
• pesquisa etnográfica: é utilizada tradicionalmente para
a descrição dos elementos de uma cultura específica,
tais como comportamentos, crenças e valores, sendo
comum em Antropologia;
• pesquisa fenomenológica: trata-se de um tipo de pesqui-
sa que busca descrever e interpretar os fenômenos que
se apresentam à percepção;
• teoria fundamentada nos dados: tem por objetivo de pro-
porcionar uma alternativa ao processo de geração dedu-
tiva de teorias sociais;
• pesquisa-ação: é uma metodologia para intervenção,
desenvolvimento e mudança no âmbito de grupos, orga-
nizações e comunidade. Vêm sendo muito utilizada em
causas comunitárias;
• pesquisa participante: tem por objetivo auxiliar a popu-
lação envolvida a identificar por si mesma os seus pro-
blemas, a realizar a análise crítica destes e a buscar as
soluções adequadas. É um tipo de pesquisa interessan-
te sob o ponto de vista de ações educativas.

Ainda temos as pesquisas mistas que envolvem mais de um tipo


de pesquisa. A partir do momento em que o tipo de pesquisa está de-
terminada, segue-se vários passos para a elaboração do projeto de
pesquisa. Gil (2017) diz que esses passos são diferentes de acordo
com o tipo de pesquisa. Porém, resumidamente, podemos pensar
que, uma vez escolhido o melhor método para responder à pergunta,
basta agora dizer como a resposta será encontrada. Isso é o método.
Ou seja, qual será o tipo de pesquisa realizada, quem serão os
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participantes da pesquisa, quais recursos materiais e imateriais


serão utilizados, quais variáveis são importantes (se é que elas
existem), quanto tempo será necessário para a pesquisa, quanto
a pesquisa custará monetariamente, etc.
98
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Respondendo a essas inquietações, teremos a definição de como


será feita a pesquisa. A partir disso, é necessário criar um cronogra-
ma de trabalho. A tabela 1 ilustra um exemplo de cronograma genéri-
co para a pesquisa. A medida do tempo (dias, semanas, meses) deve
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

ser elaborada de acordo com as necessidades do projeto.

Tabela 1 – Exemplo de cronograma de pesquisa

Período de tempo (em dias, semanas, quinzenas ou


ETAPA meses)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Especificação dos obje-


tivos
Elaboração de questioná-
rio, ou parte prática
Seleção de amostra ou de
materiais
Coleta das amostras ou
ensaios experimentais
Análise dos dados
Comparação dos dados
com os da literatura
Escrita do relatório
Apresentação

Já os custos monetários do desenvolvimento do projeto tam-


bém podem ser apresentados na forma de tabela, como, por
exemplo, o que é mostrado na Tabela 2.

Tabela 2 – Exemplo de tabela com os custos de um projeto de pesquisa

Especificação do material Quantidade/unidade Valor R$

Folha sulfite A4 2 resmas 40,00


w w w. u s f . e d u . b r

Xxxxxx Xx Xxx
Xxxxxx Xx Xxx
Total - Xxx
99
PÁGINA

É muito importante que durante a condução da pesquisa tanto


o cronograma quanto a tabela de custos sejam sempre revisitadas
para o acompanhamento perfeito do andamento da pesquisa.
Em linhas gerais, a condução da pesquisa nada mais é do que
é do seguir a receita de bolo que você mesmo preparou, colocan-

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


do todos os ingredientes (materiais) na quantidade correta, ajus-
tando os parâmetros que podem alterar o as propriedades do bolo
como a temperatura ideal do forno, o tipo de forma que melhor se
aplica, batendo ou não as claras em neve, adicionando o fermento
primeiro ou por último, etc. O ajuste dos parâmetros é importante
na qualidade do produto final. Assim também será com os resulta-
dos provenientes da pesquisa realizada.

Leia a Metodologia de pesquisa de dois ou três ar-


tigos e identifique as facilidades e as dificuldades de
reproduzir o trabalho.

Bom, depois da pesquisa realizada, é hora de comer o bolo!!!


É, não tão rápido assim. É extremamente dispendiosa e extrema-
mente importante a próxima etapa, que é a análise e a interpreta-
ção dos resultados.

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Após a execução da metodologia de pesquisa, faz-se necessá-


rio apresentar, interpretar e analisar os resultados obtidos. É como
se você estivesse escrevendo por que aquela receita de bolo da
vovó deu certo. Embora ela diga: é só bater tudo e pôr na forma
para assar. Tem os segredinhos, porque o que nós fazemos nun-
ca fica igual ao dela. Então, escrever os resultados é exatamente
isto: mostrar a todos os segredinhos que só a vovó sabe.
O primeiro é passo é determinar a quantidade e o tipo de dados ge-
w w w. u s f . e d u . b r

rados. Depois, é necessário relacionar os dados obtidos com as hipó-


teses feitas, isso é, conferir se as hipóteses estavam certas ou erradas.
Os dados coletados em uma pesquisa científica podem ser
qualitativos ou quantitativos.
100
PÁGINA

Os dados qualitativos estão baseados em uma im-


pregnação de dados do pesquisador, que consegue
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

analisar os dados de maneira interativa, de tal forma


que o faça repetidas vezes (ROSA; ARNOLDI, 2006).

De forma geral, os dados qualitativos envolvem os aspectos analíticos


de manipulação e interpretação dos dados. Geralmente, parte-se dos da-
dos macros que, ao longo do processo, vão sendo reduzidos em resumos
ou apresentações até que seja possível extrair uma conclusão plausível
dos mesmos (GIBBS, 2009).
Uma das técnicas de análise qualitativa utilizadas é a técnica de aná-
lise de conteúdo que se faz através do resumo daquilo que é importante
no texto, por meio do uso de paráfrases que são mais importantes ao
pesquisador, conforme mostrado na Figura 2 (FLICK, 2012).
Figura 2 – Modelo do processo analítico de conteúdo geral

Definição do Material

Análise da situação em que ele foi produzido

Classificação formal do material

Direção da análise

Diferenciação teórica das questões da pesquisa

Definição das técnicas analíticas e do modelo do processo concreto

Definição das unidades analíticas


w w w. u s f . e d u . b r

Passos analíticos com o sistema de categorias


101
PÁGINA
Sumário Explicação Estruturação

Reavaliação do sistema de categorias em


contraposição à teoria e ao material

Interpretação dos resultados segundo as principais questões de pesquisa

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


Aplicação dos critérios de qualidade analítica do conteúdo
Fonte: FLICK, 2012.

Os dados considerados qualitativos por Gibbs (2009) são:


• Entrevistas individuais ou em grupos e suas transcrições;
• observação participante etnográfica;
• correio eletrônico;
• páginas na internet;
• propaganda: impressa, filmada ou televisionada;
• diários em vídeos;
• gravações de vídeos de transmissões de TV;
• vários documentos, como livros e revistas;
• conversas em grupo de bate-papo na internet;
• arquivos de notícias da internet;
• fotografias;
• filmes;
• vídeos caseiros,
• gravações em vídeo de sessões de laboratórios;
• etc.

Em cada um deles é possível verificar que não são incluí-


dos contagens e medidas, uma vez que fazem parte dos da-
dos quantitativos.

Indicação de Leitura: GIBBS, Graham. Análise de


dados qualitativos: Coleção Pesquisa Qualitativa. Por-
to Alegre: Artmed, 2009. E-book. [Minha Biblioteca].
Disponível na Biblioteca Virtual.
w w w. u s f . e d u . b r

Os dados quantitativos correspondem a uma mescla da análise


de dados matemáticos, estatísticos e computacionais. As etapas
da análise de dados quantitativas são:
102
PÁGINA

• Organização dos dados;


• agrupamento e resumo dos dados por meio de tabelas
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

de frequências;
• resumo das principais estatísticas, tais como como medi-
das de tendência central e de dispersão;
• análise e interpretação dos dados por meio de cruza-
mento de tabelas e análise de correlação.

Os resultados devem ser apresentados de forma que o leitor


possa entender, raciocinar sobre eles e compreender tudo o que foi
feito, de forma que sejam demostradas as evidências nas quais se
chegou por meio da pesquisa realizada e do método empregado.
Flick (2012) elaborou uma lista com as principais característi-
cas que são mais importantes no momento da apresentação cor-
reta dos dados, sejam eles qualitativos ou quantitativos. São eles:
1. O método de análise que você escolheu é apropriado aos
dados que você coletou?
2. Ele satisfaz a complexidade dos dados?
3. A natureza dos dados permite que você aplique a estrutura
analítica que escolheu?
4. O tipo de análise permite reduzir a complexidade dos dados
de tal maneira que os resultados se tornem facilmente com-
preensíveis?
5. Você pode responder à sua questão de pesquisa com o for-
mato da análise que escolheu?
6. Qual é a questão da pesquisa ou o aspecto dela que se pre-
tende que seja o foco da análise?
7. Sua análise pode avaliar se o seu resultado ocorreu por aca-
so ou se é um resultado singular?
8. Seus resultados quantitativos são estatisticamente importantes?
9. Algumas regularidades (p. ex., uma tipologia) tornaram-se
visíveis nos resultados qualitativos?
w w w. u s f . e d u . b r

10. Como a sua análise considera os casos ou dados desviantes?


103
PÁGINA

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


Deve-se abusar de tabelas, quadros, gráficos, ilustrações, fo-
tos, etc., e o que for complemento, mas não estritamente neces-
sário para o entendimento do trabalho, deve ser colocado como
apêndice2 do trabalho a ser escrito ou como material suplementar
do artigo que será publicado.
Pontos inconclusivos também devem ser relatados no trabalho,
para que fiquem de sugestão para trabalhos futuros do pesquisa-
dor ou de outros que estejam pesquisando o mesmo tema.
Apêndice é um elemento pós-textual de autoria do autor
que tem por objetivo complementar dados ou resultados ad-
quiridos pela pesquisa. Não se deve confundir apêndice de
anexo. O anexo também é um elemento pós-textual, mas de
autoria de outros autores que também visam a complementa-
ção do trabalho realizado.

Após a apresentação dos resultados, estes devem ser


interpretados, que é a parte mais importante do relatório. A
apresentação de evidências confirma ou refuta uma hipótese,
e a somatória de vários dados convergem para uma conclusão
a respeito daquele tema.
Por último, deve-se analisar os resultados, correlacionando
-os com os resultados obtidos por outros autores que pesqui-
saram o mesmo assunto. Essa é uma boa hora de voltar para
os fichamentos e verificar o que o que os autores obtiveram
de resultados em suas pesquisas e que caracterizam o que
chamamos de estado de arte.
w w w. u s f . e d u . b r
104
PÁGINA
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

CONCLUSÃO
Nessa unidade você aprendeu sobre como os da-
dos de uma pesquisa devem gerados e analisados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FLICK, Uwe. Introdução à metodologia de pesquisa: um guia
para iniciantes Porto Alegre: Penso, 2012. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788565848138/
cfi/1!/4/4@0.00:48.5. Acesso em 14 jun. 2016.

GIBBS, Graham. Análise de dados qualitativos - Coleção Pes-


quisa Qualitativa. Porto Alegre: Artmed, 2009. E-book. [Minha Bi-
blioteca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/
books/9788536321332/cfi/1!/4/4@0.00:48.2. Acesso em 14 jun. 2019.
w w w. u s f . e d u . b r
UNIDADE 11

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


PESQUISA CIENTÍFICA:
COMO ESCREVER OS RESULTADOS?

INTRODUÇÃO

Olá! Seja bem-vindo à unidade 11 do curso Iniciação à Pesquisa


Científica. Esta unidade tem por objetivo o estudo das várias formas de
apresentação escrita de trabalho científicos, seja no formato de mono-
grafia ou de artigos.

BONS ESTUDOS!
w w w. u s f . e d u . b r
106
PÁGINA
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

ESTRUTURA DE UM TRABALHO CIENTÍFICO

Uma das partes mais importantes do trabalho científico é a sua


divulgação. Afinal, do que adianta fazer pesquisa e não divulgá-lo?
Existem várias formas de divulgação de um trabalho científico.
Para os que terminam uma graduação, o modelo mais utilizado de
trabalho de conclusão de curso é a monografia.
Segundo Santos e Parra Filho (2011, p. 193) a monografia “é um
trabalho escrito, pormenorizado, em que se pretende dar informa-
ções completas sobre algum tema particular de um ramo do conhe-
cimento ou sobre personagens, localidades, acontecimentos”.
Para os que terminam um mestrado, o modelo de apresentação
também é uma monografia, mas que recebe a alcunha de disser-
tação. Para os que defendem um doutorado ou a livre-docência, o
modelo de trabalho escrito utilizado também é a monografia, mas
é chamada de tese. Basicamente, a diferença entre os trabalhos
apresentados é o seu aprofundamento no tema e a apresentação
do caráter inédito, que é obrigatório apenas para as defesas de
doutorado e de livre-docência.
w w w. u s f . e d u . b r
107
PÁGINA

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


Fonte: 123rf

Todos esses modelos, independentemente da universidade


que o gerou, se baseiam nas Normas ABNT que já discutimos
anteriormente.
A Universidade São Francisco dispõe de um Manual de Nor-
mas para Trabalhos Acadêmicos. Nesse Manual estão as princi-
pais normatizações ABNT com a formatação de margem, numera-
w w w. u s f . e d u . b r

ção de página, espaçamentos, modelos de formatação de títulos e


subtítulos, entrelinhas, paráfrases (citações diretas), espaços en-
tre parágrafos, tabelas, gráficos e figuras, bem como a sequência
de apresentação estrutural da monografia.
108
PÁGINA

A estrutura de trabalho escrito apresentada no formato de mo-


nografia é composta de:
• elementos pré-textuais: capa, folha de rosto, ficha cata-
lográfica, folha do examinador, dedicatória, agradecimen-
tos, resumo, sumário;
• elementos textuais: Introdução, Desenvolvimento e Con-
clusão. O nosso famoso começo, meio e fim. Na Introdu-
ção deverão ser escritos elementos que relatam o proble-
ma de pesquisa, a hipótese, a justificativa e os objetivos
do desenvolvimento do trabalho. O Desenvolvimento
deverá se ater aos métodos utilizados na pesquisa, aos
resultados encontrados e às discussões obtidas por meio
desses resultados. A conclusão deve conter uma síntese
de todos os resultados alcançados e todos os objetivos
atingidos, bem como elucidar a continuidade ou não da
pesquisa realizada;
• elementos pós-textuais: bibliografia, anexos e apêndices.
w w w. u s f . e d u . b r
109
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Logicamente, a descrição acima é uma forma generalista e re-


sumida dos tipos de apresentação de trabalhos científicos e nem
todos os itens são obrigatórios na escrita de todos os tipos de mo-
nografia. Veja os itens obrigatórios presentes na Figura 1.

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


Para entendermos as especificidades da estrutura de uma
monografia é necessário que conheçamos as normas em vigor.
A NBR 14724/2011 trata da documentação e da apresentação de
teses, dissertações e trabalhos acadêmicos intra e extraclasse.
A norma estabelece regras específicas para a escrita de um
trabalho acadêmico ou científico que deve ser apresentado a uma
banca de avaliadores. E apresenta uma sequência de apresenta-
ção do texto, conforme podemos observar na Figura 1.

Figura 1 – Estrutura interna de um trabalho acadêmico

Folha de rosto (obrigatório)


Errata (opcional)
Folha de aprovação (obrigatório)
Dedicatória (opcional)
Agradecimentos (opcional)
Epígrafe (opcional)
Elementos
Resumo na língua vernácula (obrigatório)
pré-textuais
Resumo em lígua estrangeira (obrigatório)
Lista de ilustrações (opcional)
Lista de tabelas (opcional)
Lista de abreviaturas e siglas (opcional)
Lista de símbolos (opcional)
Sumário (obrigatório)
Parte
interna Introdução
Elementos
Desenvolvimento
textuais
Conclusão

Referência (obrigatório)
Glossário (opcional)
Elementos
Apêndice (opcional)
w w w. u s f . e d u . b r

pós-textuais
Anexo (opcional)
Índice (opcional)

Fonte: ABNT 14724/2011.


110
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Dos elementos pré-textuais, já discutimos sobre a importância


da escrita de um bom resumo. Este é a porta de entrada do traba-
lho, o item que o leitor/pesquisador lê primeiro. Se estiver bem es-
crito, é bem provável que chamará a atenção do leitor/pesquisador,
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

despertando, assim, o interesse em ler o trabalho como um todo.


Outro elemento pré-textual importante é o sumário. Para o leitor,
ele é importante, pois permite encontrar de forma mais rápida um de-
terminado item que é imprescindível no momento em que ele acessa
o trabalho. Para o autor, é necessário para o processo de escrita do
trabalho, no qual recomenda-se elaborar um sumário prévio com os
principais itens que se deseja abordar. A escrita, como já tratamos
anteriormente é um processo complexo. Por isso, é essencial que
se trabalhe os casos, escrevendo primeiramente as principais ideias
e, posteriormente, organizando essas ideias é que se terá o trabalho
escrito da melhor maneira possível (MATTAR, 2017).
Na sequência, mostrada na Figura 1, podemos observar que
a Introdução, o Desenvolvimento e a Conclusão fazem parte dos
elementos textuais. É mais comum, porém, vermos a distribuição
do Desenvolvimento feita em capítulos, no qual estão presentes a
Metodologia ou os Métodos e os Resultados e Discussão. Ainda é
comum observarmos, entre a Introdução e a Metodologia, a apre-
sentação da Fundamentação Teórica ou Revisão Bibliográfica, já
trabalhada na unidade anterior.
Durante a escrita dos elementos textuais, que caracterizam os
principais itens do trabalho, aconselha-se que a escrita deste seja
realizada com sua parte metodológica (MATTAR, 2017).
w w w. u s f . e d u . b r

Fonte: 123rf
111
PÁGINA

Já estudamos sobre a Introdução, que basicamente apresenta o

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


problema da pesquisa, a justificativa, as hipóteses e os objetivos do
trabalho. Segundo Santos e Parra Filho (2011), a Introdução deve
responder a três perguntas básicas: Por quê? Como fazer? E para
quem? Respondendo a essas perguntas estarão definidas a justifica-
tiva, o método que será utilizado e a área de conhecimento humano ao
qual o trabalho se encontra, respectivamente.
Ainda segundo Santos e Parra Filho (2011), é na Introdução que se
apresenta de forma sucinta o conteúdo do trabalho na sequência que
foi construído o sumário.
É por isso que é comum que algumas áreas ou alguns grupos de pes-
quisa não façam a separação entre Introdução e Fundamentação Teóri-
ca, mas aumentem a Introdução para responder à pergunta como fazer?
Quanto ao desenvolvimento do trabalho, já discutimos sobre a de-
finição e aplicação do método de pesquisa e a forma de apresentar os
resultados obtidos.
A conclusão é um item muito importante do trabalho. Ela é a res-
posta ao problema de pesquisa. Deve dizer claramente se as hipóte-
ses levantadas na Introdução foram consideradas verdadeiras ou não.
A conclusão é válida quando apresenta em plenitude e consistência
argumentos que corrobora a qualidade do trabalho desenvolvido.

Você deve estar se perguntando: e se os resultados


não levaram à validação das hipóteses? Isso é totalmente
possível e comum. Nesses casos, a conclusão deve ser
elaborada de tal forma que permita o início de um novo
trabalho a ser realizado pelo mesmo grupo de pesquisa ou
por outro grupo.
w w w. u s f . e d u . b r
112
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A Tabela 1 ilustra a estrutura principal dos elementos textuais e


seus conteúdos.

Tabela 1 – Estrutura de um texto científico.


INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

Seção Conteúdo

A ideia central; o leitor é informado do que


Introdução
trata o texto.

O desdobramento da ideia central; o de-


bate sobre o tema; o autor apresenta argu-
Desenvolvimento
mentos para sustentar a ideia expressa na
Introdução.

A posição ou a solução do autor, apoiada


Conclusão nos argumentos apresentados; por vezes,
sugere desdobramento.

Fonte: PEREIRA, 2018.

As referências bibliográficas de um trabalho constituem o prin-


cipal item e único obrigatório dos elementos pós-textuais. A prin-
cípio, quando escrevemos nossa primeira monografia, esse item
às vezes é negligenciado. Mas, na verdade, a escolha das refe-
rências utilizadas num trabalho diz muito sobre a sua qualidade. A
quantidade de referências utilizadas também é um item de suma
importância. Já discutimos sobre a importância da leitura sobre
livros e artigos que trabalharam o tema de pesquisa e que o uso
destes no desenvolvimento do trabalho escrito deve ser feito sem
limites. Outra dica importante para a escrita correta das referên-
cias bibliográficas é a utilização da padronização apresentada na
norma ABNT 6023/2018.
Quanto aos anexos (de autoria de outros autores) e apêndices
w w w. u s f . e d u . b r

(de autoria própria), é importante que sejam utilizados para tornar


a leitura do trabalho mais leve. Questionários pertencentes à pes-
quisa são um bom exemplo de apêndice que pode ser apresenta-
do numa monografia.
113 PÁGINA

A apresentação de tabelas e figuras é outro item bastante im-


portante na escrita do trabalho científico. Não existem normas fi-
xas para a sua apresentação; entretanto, para as tabelas é reco-
mendado utilizar as Normas de Apresentação Tabular elaboradas

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


pelo IBGE no ano de 1993 (IBGE, 1993), conforme ilustrado na
tabela 2 a seguir, no qual a legenda fica sempre acima da Tabela
e a fonte, abaixo.

Tabela 2 – Exemplo de formatação adequada para tabelas criada pelo IBGE. Pessoas
residentes em domicílios particulares, por sexo e situação do domicílio – Brasil – 1980.

Situação do
Total Mulheres Homens
domicílio

Total 117 960 301 59 595 332 58 364 969

Urbana 79 972 931 41 115 439 38 857 492

Rural 37 987 370 18 479 893 19 507 477

Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

As tabelas, geralmente, mostram um conjunto de dados, e a rela-


ção entre esses dados, facilitando, assim, a visualização deles. Outro
uso comum para as tabelas é a demonstração de cálculos estatísti-
cos e gráficos demonstrativos (SANTOS; PARRA FILHO, 2011).
Com relação à apresentação de figuras, faz necessário informar
que esta deve estar legível, com todas as informações mostradas
em português e tamanho de letra compatível com o tamanho de
letra apresentado no texto. Nunca utilize uma figura apenas para
ocupar espaço no texto. Tanto figuras quanto tabelas devem ter
uma função efetiva no sentido de reforçar os argumentos.
Podem ser consideradas Figuras: fluxogramas, fotografias, dese-
nhos esquemáticos, gráficos, etc. No caso de gráficos, é essencial
que os eixos x e y (e z, se for o caso) estejam devidamente apre-
sentados. Todos os dados que serão essencialmente comentados
e discutidos no texto devem ser apresentados. Se ficar maçante ou
w w w. u s f . e d u . b r

ocupar um espaço muito grande, sempre é possível utilizar o espaço


de apêndices e anexos. A Figura 2 mostra os principais tipos de grá-
ficos que podem ser elaborados (SANTOS; PARRA FILHO, 2011).
114
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Figura 2 – Principais tipos de gráfico, (a) gráfico linear, (b) gráfico de


colunas, (c) gráfico de barras, (d) gráfico de setores

a)
12
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

10

8
Cidade 3

Cidade 2
4

2 Cidade 1

0
ônibus Veículo particular tâxi Carona

b)

120

100

80

60

40

20
laranja
0 vermelho
azul
w w w. u s f . e d u . b r

Jan/07 amarela
Jan/08
Jan/09
Elaborado com base em SANTOS e PARRA FILHO, 2011.
115 PÁGINA

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


Jan/09 Laranja
c) vermelho
azul
amarela

Jan/08 Laranja
vermelho
azul
amarela

Jan/07 Laranja
vermelho
azul
amarela

0 20 40 60 80 100 120

Alimentos Eletrodomésticos

40% 40%
w w w. u s f . e d u . b r

20%

Confecção
116
PÁGINA

Além da monografia, outros tipos de trabalhos escritos podem


ser apresentados, como os resumos de congresso e os artigos
científicos. Ambos os documentos seguem normas próprias ou
dos organizadores do congresso ou do corpo editorial da revista
científica. Os resumos de congresso, tanto simples como expandi-
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

dos, são publicados em anais de congresso, enquanto os artigos


são publicados em revistas científicas. Ambas as publicações são
escolhidas e determinadas pelo autor do trabalho.
Esses trabalhos apresentam, de forma geral, caráter de inedi-
tismo e/ou são importantes para o grupo ao qual pertencem.

Os resumos de congresso simples se caracterizam


geralmente pela apresentação de uma página que
contém a introdução, o desenvolvimento e as conclu-
sões extraídas do trabalho. Já os resumos completos
se caracterizam pela escrita de 12 a 20 páginas de
trabalho, no qual, além do resumo simples, são evi-
denciados os métodos utilizados e os resultados obti-
dos. No resumo expandido também é comum a apre-
sentação da fundamentação teórica e as referências
utilizadas no desenvolvimento do trabalho.

Os pesquisadores participam de congressos, encontros, simpó-


sios e outros, para apresentar seus projetos de pesquisa, muitos
dos quais com resultados e as conclusões parciais como forma de
receberem a avaliação prévia de seu trabalho por outros pesqui-
sadores da mesma área, discutir ideias novas, ver os trabalhos de
outros pesquisadores, etc.
No próprio envio dos resumos já é realizada uma avaliação pré-
via dos trabalhos, geralmente por um avaliador da mesma área.
Apenas os resumos simples ou expandidos bons são liberados
para a apresentação, que pode ser no formato oral ou pôster, con-
forme discutiremos mais adiante.
w w w. u s f . e d u . b r

Para alunos de graduação ou de iniciação científica, a partici-


pação em congressos, seja nacional ou internacional, é um gran-
de diferencial no currículo, principalmente se ele deseja fazer um
mestrado após o curso.
117
PÁGINA

O que são congressos, encontros, simpósios, semi-


nários, jornadas, etc.?

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


Primeiramente, são eventos científicos. Um evento
científico é uma atividade que tem por objetivos: reunir
especialistas em determinadas áreas do conhecimento
para discutir temas comuns, de tal forma que permitam
a atualização e o progresso da pesquisa científica; divul-
gar resultados de pesquisa dos pesquisadores e colocá
-la em debate a fim de qualificá-la e validá-la no âmbito
da comunidade científica; incentivar o desenvolvimento
de campos de pesquisa ainda emergentes; e promover
a formação de pesquisadores (CAPES, 2016).
• A divisão entre os diversos eventos científicos
existentes se dá pela diferença de objetivos que
existem entre eles. Entre os principais eventos
científicos brasileiros, temos:
• Congressos: podem ser regionais, nacionais ou
internacionais. Duram entre 3 a 5 dias e compor-
tam conferências, mesas-redondas, simpósios,
debates, sessões de apresentação de trabalhos
como pôsteres ou orais, minicursos, etc. Geral-
mente é organizado por entidades ou sociedades
consolidadas com um tema gerador das discus-
sões. Podem ser técnicos ou científicos (CAPES,
2016; GALOÁ JOURNAL, 2019).
• Encontros: são reuniões de iniciativa local ou de
determinada comunidade científica, na qual os
pesquisadores, estudantes e outros profissionais
podem apresentar seus resultados pesquisa e re-
latos de experiências a fim de debatê-los. É comum
ter espaço para a realização de mesas-redondas,
conferências, palestras, painéis, minicursos, entre
outras atividades (CAPES, 2016).
w w w. u s f . e d u . b r
118
PÁGINA

• Simpósios: são mais específicos do que os con-


gressos e se destinam a determinado grupo cien-
tífico. Se caracterizam pela realização de mesas
-redondas conduzidas por um moderador, e pela
exposição de trabalhos, seja no formato oral ou pôs-
ter (CAPES, 2016; GALOÁ JOURNAL, 2019).
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

• Seminários: também envolvem a apresentação oral


seguida de discussão. Geralmente é realizada a partir
de um tema central e seus subtemas também são tra-
balhados (CAPES, 2016; GALOÁ JOURNAL, 2019),
• Jornadas: são minicongressos organizadas por
sociedades responsáveis para áreas mais amplas,
mas realizadas em regiões menores, sendo, portan-
to, locais ou regionais. Costumam durar apenas um
dia (CAPES, 2016; GALOÁ JOURNAL, 2019).

Existem outros diversos tipos de eventos científicos


que são realizados, tais como conferências, colóquios, fei-
ras, mostras, oficinas, minicursos, palestras, fóruns, etc.

Ainda existe a divulgação de trabalhos científicos por meio da


publicação artigos científicos em revistas científicas, que geral-
mente são a forma mais completa de divulgação de um trabalho.
As revistas científicas foram criadas para sistematizar a comuni-
cação entre os cientistas. E assim continua até os dias de hoje.

A primeira revista científica foi Journal des Savants,


publicado pela primeira vez em 5 de janeiro de 1665,
em Paris. Hoje, infelizmente a revista não circula mais.
O segundo periódico surgiu em 6 de março do mesmo
ano, na cidade Londres, o Philosophical Transactions,
publicado pela Royal Society – The Royal Society of
London for the Improvement of Natural Knowledge
w w w. u s f . e d u . b r

(Sociedade Real de Londres para o Progresso do Co-


nhecimento da Natureza). Este periódico continua em
circulação até os dias atuais (PEREIRA, 2018).
119
PÁGINA

Marconi e Lakatos (2017) estabelecem que os artigos científi-


cos devem contemplar a introdução, o material e método, resul-
tados, discussão e conclusões. É importante frisar que a revisão
bibliográfica, em alguns periódicos, será adicionada à introdução
para as devidas definições e para a informação a respeito do es-
tado da arte da pesquisa realizada.

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


O que é estado da arte?
Estado da arte, segundo Ferreira (2002), é uma
pesquisa bibliográfica que tem o desafio de mapear
e discutir um tema de conhecimento, consideran-
do o que há de mais novo publicado sobre aquele
assunto, considerando dissertações de mestrado,
teses de doutorado, publicações em periódicos e
comunicações em anais de congressos e de semi-
nários. Pode ser considerada o levantamento in-
ventariante e descritivo da produção científica do
tema que se deseja investigar.

Pereira (2018) corrobora com Marconi e Lakatos (2017) e es-


tabelece que essa estrutura de um artigo científico deve ser do
tipo IMRD, ou seja, deve contemplar a Introdução, o Método, os
Resultados e a Discussão.
• Introdução: devem ser apresentadas informações que jus-
tifiquem a pesquisa e os objetivos da mesma;
• Método: devem apresentar como o estudo foi delineado,
como a amostra foi selecionada, como os dados foram obti-
dos e como será feita a análise para alcançar o objetivo da
pesquisa;
• Resultados: são mostrados dos dados realizados com a
aplicação do método;
• Discussão: os dados devem ser interpretados, comenta-
dos, comparados com outros trabalhos, de forma a respon-
der ao objetivo do trabalho.
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O artigo deve ser escrito de forma que os “fatos e argumentos


[sejam] concatenados para orientar o leitor e fazê-lo compreender
a conclusão do autor” (PEREIRA, 2018, p. 29).
120
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A Tabela 3 mostra as definições e as perguntas que devem ser


respondidas em cada seção do IMRD.

Tabela 3 – Estrutura IMRD do artigo científico e o conteúdo de cada seção


Seção Conteúdo Pergunta-chave
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

Apresentação de infor- De que trata o estudo?


mações sobre o tema, a Por que a investigação
Introdução
justificativa para a investi- foi feita? O que se sabia
gação e o objetivo. sobre o assunto?

Descrição do cenário
Método da pesquisa, da amostra, Como o estudo foi reali-
dos procedimentos e dos zado?
aspectos éticos.
Apresentação dos acha-
O que foi encontrado?
dos acompanhados, se
Resultados Quais são os fatos revela-
aplicável, da respectiva
dos pela investigação?
análise estatística.
O que significam os
Interpretação dos re- achados apresentados?
Discussão sultados, comparações e O que este estudo acres-
conclusão. centa ao que já se sabia
sobre o assunto?

Fonte: PEREIRA, 2018.


O rigor de avaliação dos artigos científicos costuma ser maior
do que os resumos enviados para eventos científicos. Enquanto
nestes é comum a avaliação de um autor apenas, para artigos
científicos, a avaliação é feita às cegas por dois avaliadores.
Na elaboração e na divulgação de um trabalho científico, seja
monografia, resumo ou artigo científico, um assunto muito impor-
tante a ser tratado é a certeza da inexistência do plágio.
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INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


CONCLUSÃO
Nessa unidade você aprendeu sobre como
se deve escrever um trabalho científico em suas
diversas formas, principalmente no que tange a
apresentação dos resultados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT
NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos:
apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2011, 74 p.

CAPES, COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE


PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR. Considerações sobre Classi-
ficação de Eventos. 2016. Disponível em: http://www.capes.gov.
br/images/documentos/Classifica%C3%A7%C3%A3o_de_even-
tos_2017/DOCUMENTO_CRIT%C3%89RIOS_EVENTOS_-_
AREA_DE_ENSINO_-_46.pdf. Acesso em 20 jun. 2019.

GALOÁ JOURNAL, Quais são as diferenças entre os eventos


científicos? Disponível em: https://galoa.com.br/blog/quais-sao-
diferencas-entre-os-eventos-cientificos. Acesso em: 20 jun. 2019.
w w w. u s f . e d u . b r

IBGE, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍS-


TICA. Normas de Apresentação Tabular. 3ª ed. Rio de Janeiro:
IBGE, 1993, 62p. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/vi-
sualizacao/livros/liv23907.pdf. Acesso em: 13 mar. 2019.
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INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Funda-


mentos de Metodologia Científica, 8ª edição. Atlas, 01/2017. E-book.
[Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblio-
teca.com.br/#/books/9788597010770/cfi/6/2!/4/2/4@0:0.0795.
Acesso em: 15 abr. 2019.

MATTAR NETO, João Augusto. Metodologia Científica na Era


da Informática - 4ª Edição. Saraiva, 2017. E-book. [Minha Biblio-
teca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/
books/9788547220334/cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em: 08 maio
2019.

SANTOS, João Almeida; PARRA FILHO, Domingos. Meto-


dologia Científica. 2ª ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011.
E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.
br/#/books/9788522112661/cfi/2!/4/4@0.00:48.2. Acesso em 20
jun. 2019.

PEREIRA, Maurício Gomes. Artigos Científicos: Como Redigir,


Publicar e Avaliar. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. [Mi-
nha Biblioteca]. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabi-
blioteca.com.br/#/books/978-85-277-2121-9/cfi/4!/4/4@0.00:54.4.
Acesso em: 20 jun. 2019.
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UNIDADE 12

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


O PLÁGIO:
COMO NÃO FAZÊ-LO? E COMO
APRESENTAR OS RESULTADOS EM
EVENTOS CIENTIFÍCOS?

INTRODUÇÃO

Olá! Seja bem-vindo à unidade 12 do curso Iniciação à Pesquisa


Científica. Esta unidade tem por objetivo abordar um assunto muito im-
portante na divulgação de trabalhos científicos: o plágio. É nesta uni-
dade ainda que estudaremos sobre as formas de apresentação oral de
trabalho científicos no formato de pôster ou slides-show.

BONS ESTUDOS!
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PLÁGIO

Pozzebon e Pereira (2017) afirmam que o plágio é “a cópia do tra-


balho intelectual de outrem, seja o conjunto da produção, seja um frag-
mento desse trabalho, sem que lhe seja atribuído o devido crédito”.
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

Em tempos de internet é comum ceder à tentação do “crtl C +


crtl V” quando o professor solicita uma pesquisa acadêmica, po-
rém, é necessário sabermos de que essa prática configura um
crime que está no Artigo 184 da nossa Constituição Penal, atuali-
zado em 2003, pela Lei n. 10.695, que pune a violação dos direitos
do autor com multa ou detenção.
Pior do que o plágio, é autoplágio, que configura na reprodu-
ção total ou parcial de um trabalho publicado anteriormente sob
autoria própria, ou quando se faz pequenas alterações no texto
mantendo-se a mesma pesquisa realizada.
Muitos alunos praticam o plágio por desconhecimento total da
lei e das normas de escrita técnica. Por isso, alertamos que citar
corretamente o trabalho que foi utilizado na escrita de um texto é
essencial para que este não se configure como plágio.
Atualmente existem softwares que auxiliam na busca do plágio,
principalmente levando-se em considerações os materiais publi-
cados na internet.
Segundo Ribeiro (2018), os cinco programas de busca de plá-
gio mais fáceis de serem utilizados e que são grátis são: Plagius,
Farejador de plágio, Plagium, Plagiarisma, Plag.pt. Além desses,
um dos mais utilizados é o CopySpider.
Se você não sabe se está escrevendo um texto que é plágio ou
não, segue uma dica: passe o seu texto por um software de busca de
plágio e analise o percentual de similaridade que ele apresentou. E
nunca se esqueça de citar as obras que utilizou para escrever um tra-
balho. Toda vez que você fizer a citação corretamente, seja ela direta
ou indireta, está escrevendo da forma correta, sem passar por plágio.

Garschagen [2006] subdivide o plágio em três tipos principais:


• integral ou direto, que consiste na cópia de todas as pala-
vras sem citação;
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• parcial, quando o trabalho acadêmico é um recorte de parágra-


fos e frases de diversos autores sem a menção de suas obras;
• conceitual, ou indireto, quando há utilização da ideia do au-
tor escrevendo de outra forma sem citar a fonte original.
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Bem, agora que o trabalho científico já foi desenvolvido e escri-


to, chega a hora de sua apresentação.

APRESENTAÇÃO DE TRABALHO CIENTÍFICO


A apresentação de um trabalho

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


científico, além das formas escri-
tas já apresentadas, tais como
monografia, dissertação, tese,
resumos publicados em anais de
congressos e artigos científicos,
também podem ser apresentados
de outras formas. Não podemos
nos esquecer da publicação em
livros e/ou e-books e das formas
de apresentação oral, que podem
ser: palestras, mesas-redondas,
jornadas, simpósios, colóquios, fó-
runs, oficinas, sessões de comuni-
cação, etc., no qual geralmente se Fonte 123rf
faz uso dos pôsteres ou dos slides show.
Há diferenças significativas no uso de um desses recursos
como forma de apresentação oral de trabalho científicos, por isso,
nos ateremos a essas formas individualmente.
Primeiramente, os pôsteres são muito utilizados em apresen-
tações acadêmicas, mostras de trabalho, apresentações em con-
gressos. Trata-se, geralmente, de apresentação rápida, na qual
vários trabalhos são expostos, analisados e avaliados ao mesmo
tempo. Por isso, o seu tempo de apresentação não deve ultrapas-
sar 5 minutos. Havendo o interesse do avaliador ou de quem está
vendo o trabalho, ele fará perguntas sobre os principais itens que
lhe chamar a atenção no trabalho.
Para a confecção do pôster, é essencial que sejam apresentados
elementos introdutórios, metodológicos e os principais resultados
obtidos. Não pode se esquecer das referências bibliográficas utili-
zadas e das principais conclusões obtidas. É normal que o evento
realizado apresente um modelo de pôster a ser seguido e é de bom
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tom utilizar esse modelo na preparação desse evento no qual estão


inclusive os tamanhos permitidos de acordo com o espaço destina-
do pelos organizadores do evento. Como a bobina de papel tem um
1,0 metro de largura, é comum utilizar o tamanho 1,0 x 1,1 m.
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Cores de fundo devem ser evitadas e texto em excesso tam-


bém. A intenção do pôster é chamar a atenção das pessoas que
estão transitando pelo evento e a sua função para a pessoa que
o apresenta é conter todas as informações necessárias para a
perfeita apresentação do mesmo.
Na Figura 2 é apresentado um modelo de pôster apresentado
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

em congresso, no qual podemos ver a utilização de esquema para


mostrar a introdução e de fluxograma para mostrar a metodologia
utilizada. Além disso, é possível observar que o tipo de letra em-
pregado facilita a leitura.

Figura 3 – Modelo de Pôster Divulgado para o XXV Encontro de Iniciação Científica da


Universidade São Francisco, realizado em maio de 2019.
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Fonte: USF, 2019.


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Como podemos observar na Figura 3, na confecção de um pôs-


ter é necessário inserir todos os elementos utilizados numa pesquisa
científica de forma clara e limpa, ou seja, sem excessos de textos.
Tabelas, fluxogramas e figuras devem ser destaques do pôster. Além
disso, cores de fundo devem ser evitados. A intenção do pôster é
chamar a atenção das pessoas que estão transitando pelo evento e

INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA


a sua função para a pessoa que o apresenta é conter todas as infor-
mações necessárias para a perfeita apresentação do mesmo.
Na Figura 4 é apresentado um modelo de pôster apresentado
em congresso, no qual podemos ver a utilização de esquema para
mostrar a introdução e de fluxograma para mostrar a metodologia
utilizada. Além disso, é possível observar que o tipo de letra em-
pregado facilita a leitura.
Figura 4 – Exemplo de pôster apresentado em congresso.

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Fonte: MARQUES e SANTOS JR., 2014.


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INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

Já os slides show são muito utilizados em apresentações para


bancas avaliadoras, tais como trabalho de conclusão de curso, mes-
trados e doutoramentos, ou na apresentação em comunicações orais
em eventos científicos. São apresentações orais de trabalhos mais
completos, nas quais os avaliadores já tiveram acesso ao material
escrito e já fizeram as suas devidas anotações. Os slides show, nes-
se caso, servem para sintetizar todo o trabalho realizado, apresenta-
do os principais itens do trabalho desenvolvido. O tempo de apresen-
tação varia muito de instituição para instituição, mas as bancas de
mestrado e de doutorado costumam fixar um tempo de 40 minutos de
exposição, enquanto que as apresentações de trabalho de conclusão
de curso e especialização ficam entre 15 a 30 minutos.
Também é comum esse tipo de apresentação oral para traba-
lhos científicos em congressos. Alguns deles fixam 15 minutos de
apresentação, mas mais recentemente, tem havido uma redução
para que a apresentação não ultrapasse 7,5 minutos em alguns
eventos científicos.
Na apresentação de trabalhos científicos por meio de slides
show também deve-se seguir a ordenação da apresentação por
meio de: Introdução, Justificativa, Objetivos, Metodologia, Princi-
pais Resultados, Conclusão e abertura para perguntas.
Para que a apresentação seja efetiva e realmente passe aos
ouvintes as principais informações, é necessário que a apresenta-
ção seja treinada para que ao passar as ideais, os ouvintes sintam
a confiança no desenvolvimento do trabalho.
A máxima na apresentação de um trabalho é: ninguém sabe
mais dele que quem o desenvolveu!
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CONCLUSÃO

Nessa unidade você aprendeu sobre como


se deve fugir do plágio acadêmico e sobre
a importância de não cometê-lo. E estudou
sobre a importância da apresentação oral de
uma pesquisa científica e sobre os tipos de
apresentações existentes.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

GARSCHAGEN, Bruno. Universidade em tempos de plágio. S.d.


Disponível em: http://www.fev.edu.br/canais/docentes/publica/
principal.php?pr=1399&nt=54. Acesso em: 01 jul. 2019.

MARQUES, E. C.; SANTOS JR, G. A. A construção de moléculas


com massa de modelar como ferramenta facilitadora na aprendizagem
para graduandos de engenharia. In: 37a Reunião Anual da Sociedade
Brasileira de Química, 2014, Natal. Anais da 37a Reunião Anual da
Sociedade Brasileira de Química, 2014.

POZZEBON, P.M.G.; PEREIRA, C.A. Os desafios do plágio. Série


Acadêmica, PUC-Campinas, n.35, p.39-48, jul./dez. 2017. Disponível
em: https://www.puc-campinas.edu.br/wp-content/uploads/2017/08/Rev
-S%C3%A9rie-Acad%C3%AAmica-35.pdf. Acesso em: 13 mar 2019

RIBEIRO, Daniel. Conheça cinco programas grátis para detectar plá-


gio. 23 de abril de 2018. Disponível em: https://www.techtudo.com.br/
noticias/2018/04/conheca-cinco-programas-gratis-para-detectar-plagio.
ghtml. Acesso em: 06 mar. 2019.

UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO. USF. XXV Encontro de Inicia-


ção Científica. 07 e 08 de maio de 2019. Disponível em: http://www.usf.
edu.br/eventos/eventos-exibir/127662045/xxv+encontro+de+iniciacao+-
cientifica+.htm?pre=0#conteudoInternas. Acesso em 01 jul. 2019.

USF. Universidade São Francisco. Maio de 2019. XXV Encontro


de Iniciação Científica. Disponível em: http://www.usf.edu.br/eventos/
eventos-exibir/127662045/xxv+encontro+de+iniciacao+cientifica+.
htm?pre=0#conteudoInternas. Acesso em: 26. jun. 2019.
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INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA

ww w. usf.edu.br

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