Apostila Metodologia Da Pesquisa Ef

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS

DEPARTAMENTO DE MÉTODOS E TÉCNICAS DESPORTIVAS
DISCIPLINA DE METODOLOGIA DA PESQUISA EM EDUCAÇÃO FÍSICA (MDT 1013)
APOSTILA METODOLOGIA DA PESQUISA EM EF
Profª Silvana Corrêa Matheus

Disciplina: Metodologia da Pesquisa em Educação Física Profª. Silvana Corrêa Matheus
Unidade 1
Introdução às reflexões sobre o que é ciência e o que é
fazer pesquisa
- Pesquisa e Ciência -
O que é pesquisa?
➢ “Procedimento reflexivo sistemático, controlado e

crítico, que permite descobrir novos fatos ou
dados, relações ou leis em qualquer campo do
conhecimento”
➢ “Classe de atividades cujo objetivo é desenvolver
ou contribuir para o conhecimento
generalizável”.
➢ É um processo de construção do conhecimento.
➢ A pesquisa tem por objetivo determinar como as
coisas são, em comparação com o que deveriam
ser.
➢ Tendo isso em vista a pesquisa implica meios cuidadosos e sistemáticos de
resolução de problemas e apresenta cinco características.
Características da pesquisa
- Sistemática: a resolução do problema é efetuada por meio da identificação e

rotulação das variáveis e é seguida pelo plano de pesquisa que testa a relação
entre essas variáveis.
- Lógica: o exame dos procedimentos utilizados no processo de pesquisa permite
aos pesquisadores avaliar as conclusões.
- Empírica: o pesquisador coleta dados, nos quais, baseia as decisões.
- Redutiva: a pesquisa toma eventos isolados (dados) e utiliza-os para estabelecer
relações gerais.
- Replicável: o processo de pesquisa é registrado, permitindo que outros testem
os achados por meio da repetição da pesquisa, ou desenvolvam pesquisas futuras
sobre os resultados anteriores.
Por que fazer pesquisa?
Metas principais:
- descobrir algo novo (gerar novo conhecimento) e/ou
- corroborar ou refutar algum conhecimento pré-existente.
A motivação básica é o APRENDIZADO, seja do método científico, seja das

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técnicas empregadas ou ainda do assunto em foco na pesquisa.

É basicamente um processo de aprendizagem tanto do indivíduo que a realiza
quanto da sociedade na qual esta se desenvolve.
O continuum da pesquisa
Existem controvérsias sobre se a pesquisa deveria ser mais básica ou mais

aplicada.
O que é ciência?
❖ “A ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao

sistemático conhecimento com objeto limitado, capaz de ser submetido à
verificação”
❖ Em função da constante busca do saber a ciência tornou-se presente, ampliando,
aprofundando, detalhando e, algumas vezes invadindo conhecimentos
anteriores.
❖ A ciência é exata por determinado tempo determinado, até que ela passe por
novas transformações.
❖ A ciência é constituída pela observação sistemática dos fatos.
❖ Por meio da análise e da experimentação, extraem-se resultados que passam a
ser validados universalmente.
❖ O fato analisado e testado não tem condições de ser definido isoladamente; ele
ganha sentido quando aliado ao sistema a que pertence ou, antes, às causas que
lhe dão origem e às suas conseqüências.
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- Tipos de conhecimento -
Objeto Sujeito
O homem relaciona-se com o mundo de diferentes formas, utilizando, portanto,

diversas formas de conhecimentos, por intermédio dos quais evolui e faz evoluir o
meio em que vive, trazendo contribuições para a sociedade.
Tipos de conhecimento
Conhecimento empírico:
- É adquirido independentemente de estudos, pesquisas, reflexões ou aplicações de

métodos. É adquirido na vida cotidiana, muitas vezes, ao acaso, fundamentado
apenas em experiências vivenciadas ou transmitidas de uma pessoa para outra,
fazendo parte das antigas tradições.
- Também pode derivar das experiências casuais, por meio de erros e acertos, sem a
fundamentação dos postulados metodológicos.
Conhecimento filosófico:
- O grande mérito da filosofia é justamente desenvolver no ser humano a possibilidade

de reflexão ou a capacidade de raciocínio.
- A filosofia não é uma ciência propriamente dita, mas a busca do saber.
- Conduz à reflexão crítica sobre os fenômenos e possibilita informações coerentes.
- Tem por objetivo o desenvolvimento funcional da mente, procurando educar o
raciocínio.
- O estudioso, ao obter as informações das operações mentais e todas as suas formas
de processá-las, chega a um raciocínio lógico e a um espírito científico como hábito.
- É a razão que nos dá o conhecimento; a intuição permite que a razão coordene,
analise e sintetize numa visão clara e ordenada.
- O homem é atraído pelo intelecto; a razão deduz e induz e ainda demonstra,
atraindo também relações entre os fatos (objetos de estudo).
- O conhecimento filosófico guia para a reflexão e conduz à elaboração de princípios e
de valores universais válidos.
- Não está isolado dos demais tipos de conhecimento, pois se dispõe como um
elemento dinâmico e operante no processo geral do conhecimento humano.
Conhecimento religioso (teológico):
- É produto do intelecto do ser humano que recai sobre a fé; provém das revelações
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do mistério oculto ou do sobrenatural, que são interpretadas como mensagens ou

manifestações divinas.
- Está intimamente relacionado à fé e à crença divina. Não importa a sua crença ou
seu deus, mas sim a sua fé.
- De certa forma, o conhecimento religioso apresenta respostas para as questões que
o ser humano não pode responder, com os demais conhecimentos (filosófico, empírico
ou científico), tendo em vista, que envolve de uma aceitação ou de uma negação,
como conseqüência da fé que o indivíduo deposita na existência de uma divindade.
Conhecimento científico:
- Caracteriza-se pela presença do

acolhimento metódico e sistemático dos
fatos da realidade sensível.
- Através da classificação, da
comparação, da aplicação dos métodos,
da análise e síntese, o pesquisador extrai
do contexto social, ou do universo,
princípios e leis que estruturam um
conhecimento rigorosamente válido e
universal.
- O conhecimento científico se prende aos fatos (tem referência empírica), embora

parta deles, transcende-os.
- Normalmente, exige constante confrontação com a realidade e procura dar forma de
problema mesmo ao que já é aceito.
- Suas formulações são gerais, abrangendo o objeto particular ou o fato singular
quando pertençam a uma classe ou lei.
- Parte do pressuposto que todo fato ou objeto seja classificável e para estudo.
- Procura alcançar a verdade dos fatos (objetos), independente da escala de valores e
das crenças dos cientistas; resulta de pesquisas metódicas e sistemáticas da realidade.
- Por ter o propósito de desvendar os segredos da realidade, explica-os e
demonstra-os com clareza e precisão, descobre suas relações de predomínio,
igualdade ou subordinação com outros fatos ou fenômenos.
- Assim... conclui leis gerais, universalmente válidas para todos os casos da mesma
espécie.
- É adquirido pelo método científico e, sem interrupção, pode ser submetido a teste e
aperfeiçoar-se, reformular-se ou até avantajar-se mediante o mesmo método.
- Constitui-se em conhecimento falível, em função de não ser definitivo, absoluto ou
final.
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- Métodos Não-Científicos e Científicos de

Resolução de Problemas -
Alguns métodos não científicos de resolução de problemas:
Tenacidade:
- As pessoas aderem a certas crenças, sem levar em consideração a falta de evidência

que as apóiem.
- Não tem lugar na ciência. É a fonte menos confiável de conhecimento.
Intuição:
- O conhecimento intuitivo é algumas vezes considerado como senso comum ou

auto-evidente.
- Um dogma fundamental da ciência é o de que devemos ter sempre presente a
importância de provar nossas convicções com evidência factual.
Autoridade:
- A referência a alguma autoridade vem há muito tempo sendo utilizada como uma
fonte de conhecimento.
- Embora isto não seja necessariamente inválido, depende de fato da autoridade e do
rigor da aderência.
- Talvez o aspecto mais crucial do apelo à autoridade como meio de aquisição de
conhecimento é o direito de questionar e aceitar ou rejeitar a informação.
- As qualificações da autoridade e os métodos pelos quais esta adquiriu o
conhecimento também determinam a validade desta fonte de informação.
O método racionalista:
- O conhecimento é obtido por meio do raciocínio.

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Os jogadores de basquetebol são altos (premissa principal)

Tom Blair é um jogador de basquetebol (premissa secundária)
Então, Tom Blair é alto (Conclusão)
- A conclusão é confiável apenas se for baseada em premissas (suposições)

verdadeiras.
- O raciocínio é fundamental no método científico de resolução de problemas, mas não
pode ser utilizado por si só para chegar ao conhecimento.
O método empírico:
- Experiência e obtenção de dados.

- A obtenção de dados faz parte do método científico de resolução de problemas, no
entanto, a experiência pessoal (ou dados) é muito limitada.
- Nesse contexto é importante que as coisas façam sentido para que sejam aceitas, ou
seja, até que ponto os eventos concordam com as experiências pessoais ou dados.
- O uso de dados, bem como, o método empírico é o melhor dos métodos de
obtenção de conhecimento, havendo a necessidade, no entanto, de se estar ciente
das limitações existentes em se confiar demais nesse método.
O que é método científico?
“É o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança

e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros -,
traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do
cientista.”
Método científico de resolução de problemas - Passos básicos:
Passo 1 – Desenvolvimento do problema: definição e delimitação
Partindo do pressuposto de que o tópico de estudo já foi previamente definido

e tendo em vista o planejamento e a execução de uma investigação, o pesquisador
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deve ser bem específico em relação ao que vai ser estudado e até que ponto isto será
estudado.
Aspecto importante: identificação das variáveis independentes e dependentes.
Variáveis independentes:
- Também chamada de variável experimental ou de tratamento.

- É o que o pesquisador está manipulando.
Variáveis dependentes:
- É o efeito da variável independente.
Passo 2 – Formulação da hipótese
Hipótese é o resultado esperado. Quando se começa um estudo geralmente se

tem uma idéia do que se encontrará.
A solução antecipada para o problema pode ser baseada em alguma construção
teórica, nos resultados dos estudos anteriores, ou talvez na experiência e observações
anteriores do experimentador (menos provável ou defensável).
Antes de completar esse passo, o pesquisador deve decidir sobre quais os

métodos são mais adequados, tendo em vista a aquisição dos dados necessários ao
teste das hipóteses de pesquisa.
A fidedignidade dos instrumentos de medida, os controles empregados e a
objetividade e precisão gerais do processo de obtenção de dados são cruciais para a
solução de problema.
Passo 3 – Obtenção dos dados
Este pode ser o passo mais fácil, pois muitas vezes está atrelado a uma rotina,
no entanto, planejar o método é um dos passos mais difíceis.
Bons métodos tentam maximizar tanto a validade interna quanto a validade
externa do estudo.
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Validade interna: refere-se ao quanto os resultados podem ser atribuídos aos

tratamentos utilizados no estudo.
Validade externa: diz respeito à possibilidade de generalização dos resultados obtidos

no estudo.
Passo 4 – Análise e interpretação dos resultados
Cria expectativa e insegurança ao pesquisador iniciante:
1. Envolve o uso da análise estatística

2. Evidencia-se a necessidade de uma boa fundamentação teórica, experiência e
discernimento consideráveis, pois é aqui que o pesquisador deve fornecer uma
evidência para sustentar ou rejeitar a hipótese de pesquisa. O pesquisador tenta
sintetizar os dados do seu estudo junto com os resultados de outros estudos para
contribuir para o desenvolvimento ou fundamentação de uma teoria.
Para encerrar…
Visão ampla do processo: da identificação do problema à conclusão
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- Tipos de Pesquisa -
➢ Pesquisa analítica
➢ Pesquisa descritiva
➢ Pesquisa experimental
➢ Pesquisa qualitativa
❖ Pesquisa analítica
Envolve o estudo e a avaliação profundos da informação disponível, em uma
tentativa de explicar fenômenos complexos.
Pode ser: histórica, filosófica, revisões ou síntese de pesquisa.
Pesquisa histórica
Lida com o passado, focalizando-se em eventos, organizações, instituições ou

pessoas.
Pode ter como objeto de estudo:
- preservar o registro dos eventos e feitos do passado.
- descobrir fatos que fornecerão mais significado dos eventos passados, a
fim de explicar a situação atual.
- utilizar informações do passado para predizer o futuro.
A pesquisa histórica pode ser: descritiva ou analítica.
Descritiva: Utiliza-se quando não se sabe nada sobre um evento em

particular, uma pessoa ou um programa.
Analítica: Utiliza-se quando não for suficiente saber apenas “sobre algo”, mas
também “como” e “por que”.
Pesquisa filosófica
É caracterizada pela investigação crítica.

O pesquisador estabelece hipóteses, examina e analisa os fatos existentes e
sintetiza a evidência dentro de um modelo teórico viável.
Utiliza fatos científicos como a base para formular e testar as hipóteses de
pesquisa.
Uma meta fundamental da filosofia é examinar a realidade utilizando
procedimentos reflexivos e não ferramentas empíricas da ciência.
Revisões
É uma avaliação crítica sobre um tópico em particular. É necessário um

conhecimento profundo da literatura disponível a respeito do tópico de interesse, bem
como, dos procedimentos de pesquisa.
Envolve análise, avaliação e integração da literatura publicada, levando
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frequentemente a importantes conclusões em relação às descobertas da pesquisa até

aquele momento.
Existem dois tipos de revisão:

- a revisão narrativa ou revisão de literatura; e
- a revisão sistemática ou síntese de pesquisa.
O que é revisão narrativa (ou revisão de literatura)?

Os estudos de revisão narrativa (ou revisão de literatura, ou ainda, revisão
bibliográfica, como também são conhecidos) organizam, comparam e resumem outras
pesquisas e são extremamente úteis quando um pesquisador necessita realizar uma
rápida avaliação de determinado tema com seus principais autores (APPOLINÁRIO, 2011).
Dessa forma, as revisões narrativas são apropriadas para descrever e discutir o
desenvolvimento ou o “estado da arte” de um determinado assunto, sob o ponto de
vista teórico ou contextual (ROTHER, 2007).
Os estudos de revisão narrativa normalmente não informam a metodologia que
foi utilizada para realizar a busca das referências, nem os critérios utilizados para
realizar a avaliação e a seleção dos trabalhos utilizados. Ou seja, não apresentam uma
metodologia que permite a reprodução dos dados e, normalmente, não fornecem
respostas quantitativas para questões específicas. (ROTHER, 2007)
Exemplo:
DENADAI, B. S. Limiar anaeróbio: considerações fisiológicas e metodológicas. Revista

Brasileira de Atividade Física e Saúde. v. 1, n. 2, p. 74-88, 1995.
GUEDES, D. P. Procedimentos clínicos utilizados para análise da composição corporal.

Rev. bras. cineantropom. desempenho hum. [online]. v.15, n.1, p.113-129,
2013. http://dx.doi.org/10.5007/1980-0037.2013v15n1p113.
E revisão sistemática (ou síntese de pesquisa) o que é?

É uma revisão planejada para responder uma pergunta específica e que utiliza
métodos explícitos e sistemáticos para identificar, selecionar e avaliar criticamente os
estudos, e para coletar e analisar os dados destes estudos incluídos na revisão
(ROTHER, 2007).
A revisão sistemática (ou síntese de pesquisa) não é apenas um resumo da
literatura a que se refere, mas sim, é um tipo lógico de pesquisa, que resulta em
condições válidas, avaliações de uma hipótese e revisão e proposta de teoria. (THOMAS
et al., 2012)
A estrutura de uma revisão sistemática é como a de qualquer outro tipo de
pesquisa, ou seja, o pesquisador deve especificar de forma clara os procedimentos
que serão adotados, permitindo uma avaliação objetiva do conteúdo pelo leitor,
deixando evidente as decisões tomados no transcorrer do processo investigativo e os
critérios estabelecidos para a tomada de tais decisões e o caminho percorrido para
chegar até a conclusão apresentada. (THOMAS et al., 2012)
A revisão sistemática pode ser feita com ou sem o uso da metanálise. Como é
difícil de escrever uma revisão de literatura especializada, pois é necessário sintetizar
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um grande número de estudos a fim de determinar descobertas comuns

fundamentais, pontos de concordância e de discordância, como se estivesse tentando
dar sentido a dados coletados sobre um grande número de sujeitos simplesmente
olhando esses dados, Glass em 1977 e Glass e colaboradores em 1981, propuseram
um meio quantitativo de analisar as descobertas feitas em vários estudos: a
metanálise. (THOMAS et al., 2012)
A metanálise é uma síntese estatística dos resultados de vários estudos que
tem como foco investigativo uma mesma questão (APPOLINÁRIO, 2011). As descobertas
dos estudos selecionados são comparadas, convertendo os resultados para uma
métrica comum, chamada de tamanho do efeito (THOMAS et al., 2012).
Exemplo:
GUMARÃES, J. M.; CALDAS, C. P. A influência da atividade física nos quadros

depressivos de pessoas idosas: uma revisão sistemática. Rev Bras Epidemiol, v.9,
n.4, p.481-92, 2006.
RIBEIRO, Y. S.; VECCHIO, F. B. del. Metanálise dos efeitos do alongamento na

realização de corridas curtas de alta intensidade. Rev Bras Educ Fís Esporte, v.25,
n.4, p.567-81, 2011.
❖ Pesquisa descritiva
Baseia-se na premissa de que os problemas podem ser resolvidos e as práticas
melhoradas por meio da observação, análise e descrição objetivas e completas.
Inclui:
- o estudo exploratório
- a pesquisa desenvolvimental
- o estudo de caso
- a pesquisa observacional
- a pesquisa correlacional
Estudo exploratório
É o método mais comum de pesquisa descritiva e inclui:

★ Questionários
★ Entrevistas pessoais
★ Entrevista pelo telefone
★ Levantamento normativo (geralmente
procura reunir dados de performance ou
de conhecimento de uma grande amostra
da população e apresentar os resultados
na forma de padrões para comparação)
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Pesquisa desenvolvimental
Implica o uso de mudanças no comportamento ao longo dos anos. Existem dois

delineamentos:
- Longitudinal
- Transversal
Tendo como foco de investigação a performance de crianças nas idades de 6, 8

e 10 anos ao realizarem um salto, como seria uma pesquisa longitudinal e como seria
uma transversal?
Estudo de caso
O pesquisador estuda profundamente uma única situação ou fenômeno a fim

de compreendê-lo.
Reúne uma grande quantidade de informações sobre um ou alguns poucos
sujeitos.
Apesar de não ser o propósito deste tipo de estudo, é possível, em função do
estudo aprofundado de um único caso alcançar uma compreensão maior sobre os
casos similares.
Pesquisa observacional
Baseia-se na observação do comportamento dos sujeitos investigados e

utiliza-se da análise qualitativa ou quantitativa das observações.
Considerações básicas:
➔ Quais os comportamentos que serão observados?
➔ Quem será observado?
➔ Onde as observações serão conduzidas?
➔ Quantas observações serão feitas?
➔ Quando as observações serão feitas?
➔ Como as observações serão pontuadas e avaliadas?
Pode-se fazer uso da filmagem para realizar as observações:

- Vantagens: o pesquisador não precisa se preocupar em registrar as observações
no momento em que o comportamento está ocorrendo; e permite que várias
pessoas sejam observadas ao mesmo tempo.
- Desvantagens: requer competência técnica (iluminação; posicionamento;
necessidade de seguir a ação; etc.); e a presença da câmera pode modificar o
comportamento dos avaliados.
Pesquisa correlacional
Explora as relações que existem entre as variáveis.

As predições são feitas com base nas relações, mas a correlação não pode
determinar causa e efeito.
Diferença básica entre pesquisa experimental e pesquisa
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correlacional: a correlacional não faz com que algo aconteça

Estabelece um coeficiente de correlação entre “0” e “1”.
As correlações mostram o grau de relação entre as variáveis, não a causa da
relação.
Quanto mais perto de “1” maior é a relação entre as variáveis, já quanto mais
perto de “0” menor é essa relação.
O tamanho do coeficiente de correlação depende em grande parte da dispersão
dos escores. Ou seja, uma amostra que é homogênea em relação a certos aspectos
raramente produzirá uma correlação alta entre as variáveis associadas com aqueles
aspectos. dentro deste contexto poderíamos utilizar como exemplo a correlação entre
os resultados de uma prova de corrida em distância e os valores do consumo máximo
de oxigênio, tendo como grupo investigado maratonistas de elite. A correlação seria
insignificante pois o grupo seria muito semelhante.
Permite que sejam feitos estudos de predição, no entanto, geralmente as
fórmulas geradas são específicas em relação à amostra, ou seja, a precisão é maior
quando é aplicada para a amostra particular sobre a qual foi desenvolvida.
Erro básico na pesquisa correlacional: supor causa e efeito em vez da
associação simplesmente.
❖ Pesquisa experimental
Caracterizada por tentar estabelecer relações de causa e efeito, ou seja, o

pesquisador pode manipular os tratamentos para provocar o acontecimento das
coisas.
O processo de estabelecer causa e efeito é difícil sendo possível somente pela
aplicação do pensamento lógico a experimentos bem delineados.
O processo lógico estabelece que nenhuma outra explicação razoável existe para
as mudanças na variável dependente, exceto a manipulação feita na variável
independente.
Ameaças à validade interna: (CAMPBELL; STANLEY, 1963 apud THOMAS; NELSON, 2002,
ROSENTHAL, 1963 apud THOMAS; NELSON, 2002)
➢ Eventos que ocorrem durante o experimento que não são parte do tratamento.
➢ Processos internos dos sujeitos que operam em decorrência da passagem do
tempo.
➢ Efeitos de um teste em aplicações subseqüentes do mesmo teste.
➢ Mudanças na calibragem do instrumento, incluindo a falta de concordância
interno entre os observadores.
➢ Grupos selecionados na base de escores extremos não são tão extremos em
uma testagem subseqüente.
➢ Seleção do grupo de estudo de outra maneira que não seja a aleatória.
➢ Perda de sujeitos constituintes dos grupos em estudo.
➢ Interação seleção-maturação: específica a delineamentos de grupos
não-equivalentes onde a passagem do tempo poderia afetar um grupo, mas
não o outro.
➢ Antecipação dos pesquisadores de que certos sujeitos irão se sair melhor.
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Controle de algumas ameaças à validade interna: (CAMPBELL; STANLEY, 1963 apud

THOMAS; NELSON, 2002)
- Escolha aleatória dos grupos: permite supor que os grupos não diferem no
início do experimento.
- Placebo, experimento cego e duplo cego:
Placebo: utilizado para avaliar se o efeito do tratamento é real ou psicológico.

Experimento cego: os sujeitos não sabem se estão recebendo o tratamento
experimental ou o controle.
Experimento duplo-cego: nem o sujeito, nem o aplicador sabem qual o
tratamento que o sujeito está recebendo.
- Utilização de instrumentos válidos e fidedignos.
Ameaças à validade externa: (CAMPBELL; STANLEY, 1963 apud THOMAS; NELSON, 2002)
➢ Efeitos reativos ou interativos da testagem: o pré-teste pode fazer com que o

sujeito fique mais ciente ou mais sensível ao tratamento que está por vir. Como
resultado, o tratamento não é tão efetivo sem o pré-teste.
➢ Interação de tendências na seleção e tratamento experimental: quando um
grupo é selecionado por alguma característica, o tratamento pode funcionar
apenas em grupos que possuem aquela característica.
➢ Efeitos reativos de arranjos experimentais: os tratamentos que são efetivos em
situações muito restritas (por exemplo, laboratórios) podem não ser eficientes
em ambientes menos restritos (mais parecidos com o mundo real).
Tipos de delineamentos da pesquisa experimental:
Delineamentos pré-experimentais: controlam poucas fontes de invalidação.

Nenhum dos delineamentos têm designação aleatória dos sujeitos para os grupos.
❇ Estudo de tentativa única

Um grupo de sujeitos recebe o tratamento seguido por um teste para avaliar o
tratamento.
Este delineamento é falho em todos os aspectos da boa pesquisa. Permite

apenas dizer que em determinado momento o grupo teve certo nível de desempenho.
De nenhuma maneira o nível de desempenho pode ser atribuído ao tratamento.
❇ Delineamento pré-teste/pós-teste de um grupo

Embora muito fraco, melhor que o anterior pois permite observar se ocorreu
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qualquer mudança na performance.
Se o pós-teste é melhor que o pré-teste, pode-se dizer que os sujeitos

melhoraram. No entanto, não permite dizer porque os sujeitos melhoraram.
❇ Comparação de grupo estático

Compara dois grupos, um recebe o tratamento e o outro não.
Os grupos não eram equivalentes quando o estudo começou. Mais

frequentemente, isso significa que os grupos não foram formados aleatoriamente, o
que impede que se determine que possíveis diferenças entre os grupos são causadas
pelo tratamento.
Sendo assim, os delineamentos pré-experimentais:

➔ Não são meios válidos para responder as questões de pesquisa.
➔ Não representam experimentos, porque a mudança na variável dependente não
pode ser atribuída à manipulação da variável independente.
➔ Não são encontrados em revistas de pesquisa científica.
Delineamentos experimentais verdadeiros: Os grupos são formados

aleatoriamente, permitindo supor que eram equivalentes no início do estudo. Controla
a história passada, a maturação, a testagem e todas as fontes de não equivalência de
grupos.
❇ Delineamento de grupos aleatórios
Se o pesquisador controla as ameaças a validade interna que não são

controladas pela aleatorização e tem uma boa base teórica para o estudo, então este
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tipo de delineamento permite a conclusão que as diferenças significativas entre os

grupos no pós-teste são devidas ao tratamento.
❇ Delineamento pré-teste/pós-teste de grupos randomizados
O propósito maior deste tipo de delineamento é determinar o grau de mudança

produzido pelo treinamento, ou seja, o grupo experimental muda mais que o grupo
controle?
❇ Delineamento de quatro grupos de Solomon
O propósito é determinar se o pré-teste resulta em sensibilidade aumentada

dos sujeitos ao tratamento.
Apesar de ser um delineamento poderoso, torna-se muitas vezes inviável em

função do grande número de sujeitos que são necessários.
Delineamentos quase-experimentais: tem como propósito aumentar a validade

externa, ou seja, ajustar o delineamento para ambientes mais semelhantes à realidade
e, ainda assim, controlar também ameaças à validade interna quanto possível.
❇Delineamento de séries de tempo
Tem apenas um grupo, mas tenta mostrar que a mudança que ocorre durante
a intervenção do tratamento é diferente dos momentos em que não há tratamento.
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A base para afirmar que o tratamento causa o efeito é que uma taxa constante
de mudança pode ser estabelecida entre O1 e O4 e entre O5 e O8, mas que esta taxa
de mudança varia entre O4 e O5 onde T foi aplicado.
Exemplos de mudanças de séries de tempo
Exemplos de controles de ameaças à validade interna proporcionados por este

tipo de delineamento:
- Maturação
- Efeitos da testagem
❇ Delineamento reverso
A proposta é semelhante ao do delineamento de séries de tempo.
Objetiva determinar uma medida inicial (O1 e O2), avaliar o tratamento

(mudança entre O3 e O4), avaliar o tratamento novamente (O4 até O5) e avaliar um
retorno a uma condição sem tratamento (O5 e O6).
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Exemplos de mudanças através do tempo em delineamentos reversos
❇ Grupo controle não-equivalente
Frequentemente utilizado em ambientes reais onde os grupos não podem ser

formados aleatoriamente.
É a mesma estrutura do delineamento pré-teste/pós-teste de grupos

randomizados (delineamentos experimentais verdadeiros), no entanto, os grupos não
foram formados de forma aleatória.
❖ Pesquisa qualitativa
É um método sistemático de investigação, que segue o método científico de
resolução de problemas em um grau considerável, no entanto, se desvia em algumas
dimensões:
❖ Raramente estabelece hipóteses no início do estudo.
❖ Progride em um processo indutivo no desenvolvimento de hipóteses e teoria à
medida que os dados são descobertos.
❖ A teoria é fundamentada nos dados.
❖ O pesquisador é o instrumento primordial na coleta e análise de dados.
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❖ As ferramentas da coleta de dados são observação, entrevistas e instrumentos

projetados pelos pesquisadores.
As características básicas da pesquisa qualitativa incluem:
● Observação longa e intensiva e entrevistas extensivas em um ambiente natural.

● Registro preciso e detalhado do que aconteceu no ambiente por meio do uso
de notas de campo, fitas de áudio, videoteipes, etc.
● Interpretação e análise dos dados por meio da utilização de descrição rica,
narrativas interpretadas, citações diretas, gráficos e tabelas e, algumas vezes,
estatística (usualmente descritiva).
A pesquisa qualitativa é realizada principalmente em ambiente do cotidiano,

como escolas, ginásios, instalações esportivas, academias e hospitais (Thomas et al.,
2007)
Pesquisa qualitativa e Pesquisa quantitativa
- Talvez a característica mais significativa da pesquisa qualitativa seja o conteúdo

interpretativo em vez de uma preocupação excessiva sobre o procedimento, como
acontece na pesquisa quantitativa.
- Os métodos de pesquisa quantitativa normalmente envolvem medidas precisas,
controle rígido das variáveis (frequentemente em ambiente de laboratório) e
análises estatísticas. Já os métodos de pesquisa qualitativa geralmente incluem
observações de campo.
- A pesquisa quantitativa tente a centralizar-se na análise (isto é, separar e examinar
os componentes de um fenômeno), enquanto a pesquisa qualitativa busca
compreender o significado para os participantes de uma experiência em ambiente
específico e de que maneira os componentes combinam-se para formar um todo.
Paralelo entre Pesquisa Qualitativa e Pesquisa Quantitativa
Qualitativa
− Tem como foco a essência do fenômeno.
− Objetivos são a descrição, a compreensão o significado.
− O pesquisador não manipula as variáveis por meio de tratamentos experimentais;
se interessa mais pelo processo do que pelo produto.
Quantitativa
− O pesquisador se esforça para manter-se afastado do processo de coleta de dados
utilizando medidas de laboratório, questionários e outros instrumentos objetivos.
Cabe ressaltar que a pesquisa qualitativa não está confinada à área da

pedagogia. É fácil ficar com essa visão em função do volume crescente da
literatura de pesquisas qualitativas em periódicos e livros educacionais.
Parece vantajoso capitalizar as forças tanto dos quantitativos, quanto dos
métodos qualitativos.
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O pesquisador quantitativo tem de tomar muitas decisões qualitativas

relacionadas a delineamento, medidas, procedimentos analíticos e interpretações. De
modo similar, o qualitativo, com freqüência, encontra certos resumos, classificações e
análises quantitativas úteis.
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UNIDADE 2 - Paradigmas que sustentam a pesquisa
Empírico-analítico
- Nesta abordagem a idéia de pesquisa se ampara na neutralidade axiológica do

método científico e na imparcialidade do pesquisador.
- Necessidade de diferenciar a pesquisa da crítica.
Pesquisa: processo técnico de descrição e explicação de fenômenos.
Crítica: postura que inclui valores, apreciações subjetivas ou propostas “ideológicas e
políticas”.
Fenomenológico-hermenêutico
- Estudam obras, palavras, gestos, ações, textos, símbolos que precisam ser
compreendidos ou desvendados em seu sentido profundo.
- A compreensão pressupõe uma interpretação, o conhecimento do significado que
não se dá imediatamente.
- Explicitam críticas às abordagens fundadas no experimentalismo, nos métodos
quantitativos e nas propostas tecnicistas.
- Propõem desvendar e decifrar os pressupostos implícitos nos discursos, textos e
comunicações.
- Os elementos críticos são abundantes e as propostas têm geralmente um marcado
interesse na “conscientização” dos indivíduos envolvidos na pesquisa e manifestam
interesse por práticas alternativas e inovadoras.
Dialético
- Questionam fundamentalmente a visão estática da realidade implícita nas

abordagens anteriores.
- Possui interesse em transformar as situações estudadas.
- O homem é visto como agente histórico.
- A produção científica é vista como uma construção que serve de mediação entre o
homem e a natureza, onde o homem como sujeito veicula a teoria e a prática, o
pensar e o agir.
- Caracteriza-se por interpretação dinâmica e totalizante da realidade.
- Considera que os fatos não podem ser considerados fora de um contexto social,
político, econômico, etc.
- A postura marcadamente crítica expressa a pretensão de desvendar, mais que o
“conflito das interpretações”, o conflito dos interesses.
Nível Técnico
- Utilização de técnicas de coleta, tratamento e análise de dados marcadamente

quantitativas com uso de medidas e procedimentos estatísticos.
22
- Os dados são coletados através de instrumentos padronizados e são codificados em

categorias numéricas que permitem a descrição dos sujeitos através de um perfil, um
esquema cartesiano, um gráfico, uma tabela de correlação, etc.
- Também fazem uso de técnicas descritivas que utilizam categorias nominais com
definição operacional dos termos utilizados e passíveis de codificação numérica, e
algumas técnicas de análise de conteúdo, especialmente em pesquisas que operam
com textos e documentos.
- Utilizam técnicas não quantitativas como entrevistas, depoimentos, vivências,

narrações, técnicas bibliográficas, histórias de vida e análise do discurso.
Dialético
- Além das anteriores, utilizam a pesquisa-ação e a pesquisa participante.

Pesquisa-ação: concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com
uma resolução de um problema coletivo. Os pesquisadores e participantes
representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou
participativo.
Pesquisa Participante: quando se desenvolve a partir da interação entre
pesquisadores e membros das situações investigadas.
Critérios de cientificidade
Variam de acordo com a abordagem...
- Fundamenta-se no teste dos instrumentos de coleta e tratamento dos dados, no

grau de significância estatística, nos modelos de sistematização das variáveis e na
definição operacional dos termos utilizados (racionalidade técnico-instrumental).
- Confiam no processo lógico da interpretação e na capacidade de reflexão do

pesquisador sobre o fenômeno objeto de seu estudo (racionalidade
prático-comunicativa).
Dialético
- Fundamentam-se na lógica interna do processo e nos métodos que explicitam a

dinâmica e as contradições internas dos fenômenos e explicam as relações entre
homem-natureza, entre reflexão-ação e entre teoria-prática (razão transformadora).
23
História como categoria do conhecimento
- Limita-se a oferecer uma visão geral e

instantânea de um determinado assunto,
como se uma máquina fotográfica o
tivesse registrado em determinado
momento.
- Esses estudos, em sua maioria,
apresentam o perfil do fenômeno, do
educador, do aluno, do administrador, da
escola, da universidade ou os gráficos
que comparam dois momentos ou dois
presentes do sujeito ou do fenômeno na
sua situação experimental.
- Mais preocupados com o invariante dos

fenômenos do que com seus aspectos
variantes, com a estrutura simbólica do
que com os sintomas (acontecimentos),
com o sentido oculto do que com o
sentido manifesto, ou que explicam os
segundos como tendo origem nos
primeiros.
- Têm como paradigma comparativo a
radiografia, que desvela ou mostra a
estrutura interna, ultrapassando a
aparência fenomênica.
Dialético
- Consideram a história como eixo da

explicação e da compreensão científicas,
e têm na ação uma das principais
categorias epistemológicas.
- Podem ser comparadas ao cinema, pois
se preocupam com o registro do
movimento, a evolução e a dinâmica dos
fenômenos.
24
Unidade 3 – Elementos da pesquisa para estruturação de

um projeto
- Estrutura geral do projeto de pesquisa -

Como estruturo o projeto de Pesquisa?
A elaboração de qualquer projeto depende de dois fatores fundamentais:
1) a capacidade de construir uma imagem mental de uma situação futura; e

2) a capacidade de conceber um plano de ação a ser executado em um tempo
determinado que vai permitir sua realização.
Em uma pesquisa, nada se faz ao acaso. Tudo é previsto no projeto de

pesquisa.
Ou seja, é necessário traçar um caminho eficaz que conduza o pesquisador a

atingir os objetivos a que se propõe.
Estrutura física
A estrutura física de um trabalho científico, em sua caracterização geral,

compreende três elementos:
a) pré-textuais: são elementos que antecedem o texto com informações que

ajudam na identificação e utilização do trabalho;
b) textuais: constituem o núcleo do trabalho; e
c) pós-textuais: complementam o trabalho.
25
Elementos pré-textuais
Elementos textuais
Parte do trabalho em que é apresentado e desenvolvido o objeto de estudo.
Compreende três partes fundamentais:
a) introdução: apresenta o objetivo do trabalho e as razões de sua elaboração;

b) desenvolvimento: detalha o estudo realizado; e
c) conclusão: responde o problema.
Elementos pós textuais
Projeto de Pesquisa: quais são as partes que o constituem?

✔ Introdução
✔ Revisão de literatura
✔ Metodologia
26
✔ Apresentação e discussão dos resultados

✔ Conclusões
✔ Referências
Primeiro passo: escolha do tema
Para realizar uma pesquisa significativa é

necessário:
- Identificar a área que quer investigar.

- Tomar conhecimento a respeito do que
já foi publicado naquela área.
- Estabelecer de que forma a
investigação será conduzida.
Critérios para selecionar um problema de pesquisa

Exeqüibilidade:
- O estudo está sendo considerado dentro dos limites de suas restrições de recursos e
tempo?
- Você terá acesso ao número de participantes exigidos para a amostra?
- Existe uma razão para acreditar que você conseguirá dar uma “resposta para o
problema”?
- A metodologia exigida é viável e compreensível?
Interesse
Valor teórico:
- O problema preenche uma falha na literatura?
- Os outros reconhecerão a sua importância?
- Ele contribuirá para o avanço no seu campo de estudo?
- Ele é publicável?
Valor prático:
- A solução do problema melhorará a prática educacional?
- É provável que os profissionais do movimento se interessem pelos resultados?
- Os resultados proporcionarão mudanças na prática profissional?
- Como consequência, a sua própria prática profissional pode mudar?
Situações que propiciam a descoberta de um tópico?

- Ambientes que se preocupam com a realização de pesquisa. As pesquisas geram
outras idéias de pesquisa.
- Estar atento para questões polêmicas na área de interesse.
- Leitura de artigos de revisão e a partir deles selecionar artigos que foram utilizados
27
como referência e que abordam o tópico de interesse.

- Interação com o professor orientador.
Obs.: Os meios para identificar problemas de pesquisa vêm de dois métodos de
raciocínio: o indutivo e o dedutivo.
Método de raciocínio indutivo
- As observações individuais são reunidas em hipóteses específicas, as quais são

agrupadas em explicações mais gerais, que são unidas em uma teoria. Para passar do
nível de observações para o da teoria, são necessários muitos estudos individuais, que
testam hipóteses específicas.
- Além dos estudos individuais, é necessário ver como todas essas hipóteses se
relacionam e, então oferecer uma explicação teórica que inclua todas essas
descobertas individuais.
Método de raciocínio dedutivo
- O raciocínio dedutivo avança de uma explicação teórica de eventos para hipóteses

específicas que são testadas contra (ou comparadas com) a realidade para avaliar se
as hipóteses são corretas.
28
- Introdução e suas partes constituintes -
Introdução
- Contextualização inicial
- Problema
- Objetivos
- Hipóteses
- Variáveis
- Justificativa
- Definição de termos
- Delimitação do estudo
Contextualização inicial
Tem como objetivo informar o leitor sobre o problema que será estudado e
despertar interesse pelo mesmo.
Deve expor a significação do problema, sendo necessário o conhecimento a
respeito do tópico, e na seqüência apresentar as dimensões do estudo em particular.
Um vocabulário poderoso, simples e direto é mais eficiente para os propósitos
de comunicação do que uma abordagem excessivamente técnica.
Fonte: (THOMAS; NELSON, 2002, p. 59-60)
Apresentação do problema
O problema é uma dificuldade, teórica ou prática, no conhecimento de alguma
coisa de real importância, para a qual se deve encontrar uma solução.
29
Deve ser formulado de preferência em forma interrogativa.

“A caracterização do problema define e identifica o assunto em estudo”, ou
seja, “um problema muito abrangente torna a pesquisa mais complexa”; quando “bem
delimitado, simplifica e facilita a maneira de conduzir a investigação” (Marinho, 1980,
p. 55 apud Marconi & Lakatos, 2003).
► O problema deve ser bem definido e limitado.

► Deve atender exatamente o que se quer descobrir.
► Responder:
✔O que?
✔Com quem?
Apresentação dos objetivos

- O objetivo é o resultado que se
pretende em função da pesquisa.
- Geralmente é uma ação proposta
para responder a questão que
representa o problema.
- Os objetivos indicam o que se
pretende conhecer, medir ou provar
no decorrer da investigação.
- No projeto de pesquisa são utilizados
dois tipos de objetivos: o objetivo
geral e os objetivos específicos.
Objetivo Geral:
➔ Está ligado a uma visão global e abrangente do tema.
➔ Indica uma ação muito ampla do problema.
➔ Vincula-se diretamente à própria significação da tese proposta pelo projeto.
Objetivos Específicos:
➔ Apresentam caráter mais concreto.
➔ Procuram descrever ações, aspectos detalhados das raízes que se supõe
merecerem uma verificação científica.
➔ Têm função intermediária e instrumental, permitindo, de um lado, atingir o
objetivo geral e, de outro, aplicá-lo a situações particulares.
Apresentação das hipóteses

− As hipótese são supostas respostas para o problema em questão.
− É uma suposição que antecede a constatação dos fatos e tem como característica
uma formulação provisória: deve ser testada para determinar sua validade.
− São deduzidas da teoria ou induzidas a partir de outros estudos empíricos e
observações do mundo real.
− São baseadas em raciocínio lógico.
− Têm por função, na pesquisa científica, propor explicações para certos fatos e ao
30
mesmo tempo orientar a busca de outras informações.

− A explicitação formal das hipóteses é dispensável em estudos de caráter
meramente exploratórios ou descritivos.
− No trabalho científico existem dois tipos de hipóteses: hipótese de pesquisa e
hipótese nula.
Hipótese de pesquisa e hipótese nula
❖ Hipótese de pesquisa (H1): É o resultado esperado.
❖ Hipótese nula (H0): É utilizada primordialmente no teste estatístico para a

confiabilidade dos resultados e significa que não há diferença entre tratamentos
(ou nenhuma relação entre as variáveis).
Apresentação das variáveis

O que é variável?
- “... Pode ser considerada uma classificação

ou medida; uma quantidade que varia; um
conceito operacional, que contém ou apresenta
valores; aspecto, propriedade ou fator,
discernível em um objeto de estudo e passível
de mensuração.”
Variável independente (X) - conceito

- “É aquela que influencia, determina ou afeta outra variável; é fator determinante,
condição ou causa para determinado resultado, efeito ou conseqüência; é o fator
manipulado (geralmente) pelo investigador, na sua tentativa de assegurar a relação
do fator com um fenômeno observado ou a ser descoberto, para ver que influência
exerce sobre um possível resultado.”
Variável dependente (Y) - conceito

- “Consiste naqueles valores (fenômenos, fatores) a serem explicados ou descobertos,
em virtude de serem influenciados, determinados ou afetados pela variável
independente; é o fator que aparece, desaparece ou varia à medida que o
investigador inclui, retira ou modifica a variável independente; a propriedade ou
fator que é feito, resultado, conseqüência ou resposta a algo que foi manipulado
(variável independente).”
Variável independente (X) e dependente (Y) - diferenciação

- Pode-se dizer que, “em uma pesquisa, a variável independente é o antecedente e
a variável dependente é o conseqüente”.
- Em uma relação entre variável independente e dependente, é imprescindível o
critério de suscetibilidade à influência, ou seja, seria dependente aquela variável
capaz de ser alterada, influenciada ou determinada pela outra, que passaria,
então, a ser considerada a independente.
31
Variável categórica ou moderadora (M) - conceito

- “É um fator, fenômeno ou propriedade, que também é condição, causa, estímulo
ou fator determinante para que ocorra determinado resultado, efeito ou
conseqüência, situando-se, porém, em nível secundário no que diz respeito à
variável independente, apresentando importância menor do que ela.”
- Diz-se que é um tipo especial de variável independente.
- É estudada para determinar se a relação de causa e efeito das variáveis
independente e dependente é diferente na presença da variável (is) categórica (s).
- Nem todos os estudos possuem variáveis categóricas.
Variável de controle (C) - conceito

- “É aquele fator, fenômeno ou propriedade que o investigador neutraliza ou anula
propositadamente em uma pesquisa, com a finalidade de impedir que interfira na
análise da relação entre as variáveis independente e dependente.”
Variável interveniente (W) - conceito

- É aquela que, numa seqüência causal, se coloca entre a variável independente e a
dependente, tendo como função ampliar, diminuir ou anular a influência da
variável independente sobre a variável dependente.
- Ou seja, é um fator que teoricamente afeta o fenômeno observado, no entanto,
normalmente não é possível medi-lo, manipulá-lo ou vê-lo.
Apresentando a justificativa
Destaca a importância do tema
abordado, levando-se em consideração o
estágio atual da ciência, as suas divergências
ou a contribuição que se pretende
proporcionar ao pesquisar o problema
abordado.
Consiste numa exposição sucinta,
porém completa, das razões de ordem teórica
e dos motivos de ordem prática que tornam
importante a realização da pesquisa.
Deve enfatizar:
✔ O estágio em que se encontra a teoria respeitante ao tema;
✔ As contribuições teóricas que a pesquisa pode trazer:
- confirmação geral
- confirmação na sociedade particular em que se insere a pesquisa
- especificação para casos particulares
- clarificação da teoria
- resolução de pontos obscuros etc.;
✔ Importância do tema do ponto de vista geral;
✔ Importância do tema para os casos particulares em questão;
32
✔ Possibilidade de sugerir modificações no âmbito da realidade abarcada pelo tema

proposto;
✔ Descoberta de soluções para casos gerais e/ou particulares; etc.
A justificativa “... difere da revisão da bibliografia e, por este motivo, não

apresenta citações de outros autores. Difere, também, da teoria de base, que vai
servir de elemento unificador entre o concreto da pesquisa e o conhecimento teórico
da ciência na qual se insere. Portanto, quando se trata de analisar as razões de ordem
teórica ou se referir ao estágio de desenvolvimento da teoria, não se pretende
explicitar o referencial teórico que irá se adotar, mas apenas ressaltar a importância
da pesquisa no campo da teoria.”
Pode ser apresentada em itens ou em texto.
Apresentação da definição de termos
Tem por objetivo tornar os termos claros, compreensivos, objetivos e

adequados.
Tendo em vista a correta interpretação da realidade observada é importante
definir todos os termos que possam dar margem a interpretações errôneas.
Existem dois tipos de definições de termos:
1) Conceitual: quando apenas traduz o significado do termo ou expressão menos

conhecida.
2) Operacional: é um fenômeno observável, ao contrário de uma definição de
sinônimos ou definição do dicionário.
Apresentação das delimitações do estudo
São as limitações que o estudo apresenta.

Limitações = possíveis desvantagens ou influências que não foram
controladas ou que foram impostas pelo pesquisador.
Deve-se manter-se atento para que as restrições impostas ao estudo não sejam
tão delimitadas a ponto de colocar em risco a validade externa (generalidade) dos
resultados.
____________________________________________
NORMAS PARA A FORMATAÇÃO DAS SEÇÕES DE ACORDO COM A
NORMATIVA VIGENTE
Fonte: (MDT, 2015, p. 16)
33
ESTRUTURAÇÃO DO CAPÍTULO 1
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO INICIAL
Ao final do texto utilizado para apresentar o tema é lançado o problema, sem

uma nova numeração de seção.
Por exemplo...
Com base no acima exposto apresenta-se o seguinte problema:
Qual o efeito do uso agudo de cafeína sobre a resposta da frequência cardíaca
de repouso de atletas maratonistas?
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo geral

1.2.2 Objetivos específicos
1.3 HIPÓTESES
H1=...
H0=...
1.4 VARIÁVEIS
1.4.1 Variável independente

1.4.2 Variável dependente
1.5 JUSTIFICATIVA
1.6 DEFINIÇÃO DE TERMOS
1.6.1 Conceitual
1.6.2 Operacional
1.7 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
34
- Revisão de Literatura: considerações sobre sua

finalidade e uso –
A revisão de literatura é o primeiro passo de qualquer tipo de trabalho
científico.
Trata-se de um apanhado geral sobre os principais trabalhos já realizados,
revestidos de importância, por serem capazes de fornecer dados atuais e relevantes
relacionados com o tema.
Quando utilizá-la ?
Para que eu utilizo a revisão de literatura ?
➢ descobrir os assuntos importantes

➢ distinguir o que foi feito e o que poderá ser feito
➢ sintetizar e ganhar perspectiva
➢ determinar e suportar significativas relações
➢ estabelecer o contexto do problema
➢ estabelecer a significância do problema
Ou seja ...
A revisão da literatura serve para demonstrar que o seu problema precisa ser
investigado e que você sabe e entende o que as outras pessoas têm feito e como isto
se relaciona e dá suporte ao que você planeja fazer.
A citação das principais conclusões a que outros autores chegaram permite
salientar a contribuição da pesquisa realizada, demonstrar contradições ou reafirmar
comportamentos e atitudes.
A onde eu consigo as informações?
Por quanto tempo reviso a literatura?
De que forma eu estruturo a revisão de literatura?
A revisão da literatura deve ser organizada em torno de tópicos importantes.
35
Dica:
Elabore um esquema provisório de sua
revisão de literatura, onde listará de forma
lógica as abordagens que pretende fazer
referentes ao tema ou problema de sua
pesquisa. O esquema servirá de guia no
processo de leitura e na coleta de
informações nos textos.
Anote as informações relevantes obtidas
e identifique a obra consultada para nova
consulta caso se faça necessário.
Na redação do texto você deve observar
a objetividade, a clareza, a consistência e a
coerência.
Utilize preferencialmente a linguagem
impessoal.
Cuidado com a utilização de termos Imagem de talha khalil por Pixabay
técnicos em demasia.
Uma abordagem interessante é apresentar um conceito e então discutir as várias
descobertas sobre aquele conceito, documentando as descobertas por referências
para vários relatos de pesquisa relacionados. Dessa forma, o consenso e a
controvérsia podem ser identificados e discutidos na revisão de literatura.
Os estudos mais relevantes e importantes podem ser apresentados com grandes
detalhes, e vários estudos com os mesmos resultados podem ser abordados em uma
mesma sentença, devendo todos serem adequadamente citados.
Recomendações importantes
➔ O texto deve ter começo, meio e fim.

➔ Faça um texto introdutório explicando o objetivo da revisão de literatura.
➔ Revisão de literatura não é fazer colagem de citações bibliográficas; então:
- faça uma abertura e um fechamento para os tópicos abordados;
- preencha as lacunas com considerações próprias;
- crie elos entre as citações.
36
NORMAS Como citar as fontes ?
Citação:“Menção, no texto, de uma informação extraída de

outra fonte” (ABNT, 2001, p. 1)
★ Citação Direta: Transcrição literal do texto de outro (s)
autor (es).
★ Citação Indireta: Transcrição livre do texto do autor
consultado.
★ Citação de citação: Transcrição direta ou indireta de um
texto, cujo original não se conseguiu ter acesso, mas do
qual se tomou conhecimento por citação em outro
trabalho.
Citação direta:
- Citação direta curta (citações com menos de 3 linhas)
➢ Deverão ser escritas normalmente dentro do texto;
➢ Entre aspas; e
➢ Com indicação da fonte (autor, ano e página), que deve aparecer no texto, em
notas ou em rodapé.
Para indicar citação no interior da citação, usam-se aspas simples. Exemplo:
Deshpandé e Webster (1989, p. 13) destacam “já ser tempo de se ir além das
explanações estruturais da gestão de marketing, indo de ‘o que acontece’ para o ‘por
que acontece’”.
- Citação direta longa (citações com mais de 3 linhas) deverão ser digitadas:
➢ Em Fonte 10;
➢ Com recuo a 4 cm da margem esquerda;
➢ Em espaço simples, sem aspas, parágrafo justificado; e
➢ Com indicação da fonte da citação junto ao texto ou em nota de rodapé ou,
ainda, em notas no final da parte ou capítulo.
Supressões de parte do texto transcrito são indicadas com reticências em

qualquer parte da citação;
Devem ser mencionados os dados necessários à identificação da fonte da
citação, ou seja, autor (es), ano da publicação e página.
Exemplos
Guedes e Guedes (1995, p. 13), ressaltam que o “exercício físico não é
sinônimo de atividade física: o exercício é considerado uma subcategoria da atividade
física”. Citação curta
Cinco séculos depois de Hipócrates, quando o Império Romano começava a
declinar, emergiu a figura de Galeno, talvez como o médico mais bem
conhecido e influente de todos os tempos. Filho de um arquiteto abastado,
Galeno nasceu na cidade de Pérgamo e foi educado por eruditos da época.
Começou seus estudos de medicina por volta dos 16 anos e, durante mais de
50 anos, implementou e aprimorou o pensamento da época acerca de saúde
e higiene científica, uma área que alguns poderiam considerar como fisiologia
do exercício “aplicada”. (McARDLE et al., 2003, p.xix). Citação longa
37
Como ficaria se fossem mais autores ?
⤳ Dois autores
Martins e Caffarella (1991) observam que a localização de recursos tem um
papel crucial no processo de aprendizagem autodirigida.
A localização de recursos tem um papel crucial no processo de aprendizagem
autodirigida (MARTINS; CAFFARELLA, 1991).
⤳ Três ou mais autores
Gonçalves et alii (1985, p. 32) ao abordarem o tema ressaltam que “...”.
A expressão “et alii”, que significa “e outros” ou “e colaboradores” também

pode ser utilizada na forma abreviada “et al.”.
Citação indireta
- É a reprodução de idéias do autor.

- É uma citação livre, usando as suas palavras para dizer o mesmo que o autor
diz no texto. Contudo, a idéia expressa continua sendo de autoria do autor que
você consultou, por isso é necessário criar a fonte: dar crédito ao autor da
idéia.
- Não transcreve-se, ipsis litteris, a idéia de outra pessoa, mas sim, faz-se uma
síntese dessa ideia.
- Cita-se a fonte pela identificação do autor e da data da obra, não havendo
necessidade de indicar o número da página.
Exemplos
De acordo com Brandon (1995), corredores com altos limiares anaeróbios são
capazes de performances superiores às apresentadas por aqueles corredores que têm
uma alta capacidade de consumo de O2, porém limiar anaeróbio mais baixo.
Em sua obra de 2003, Dantas abordou o tema “detecção e orientação do
talento esportivo”, ressaltando aspectos importantes que devem ser considerados.
Citação de citação
- É a menção de um texto ao qual não se teve acesso, mas que se tomou

conhecimento por citação em outro trabalho.
- Utiliza-se a expressão latina “apud” (“citado por”) para indicar a obra de onde
foi retirada a citação.
- Pode ser uma transcrição direta ou indireta.
- A indicação da fonte é apresentada pelo (s) autor (es) da obra que não se teve
acesso e do ano da mesma, seguido da expressão “apud” (em fonte normal do
texto, isto é, sem negrito e sem itálico), seguida do nome do autor e do ano da
obra consultada.
38
Exemplo:
Carmagani (1994 apud CARVALHO, 1998, p. 84) afirma que ...
Atenção!!
Nas referências deve
aparecer a bibliografia completa
somente da obra consultada, ou
seja, considerando o exemplo acima
deveria aparecer a referência
completa somente da obra do
Carvalho.
39
- Metodologia e suas partes constituintes –
Para estruturar a metodologia, antes é necessário saber …
- O que será investigado?

- Quais as características da pesquisa?
A seleção do instrumental metodológico está diretamente relacionada com o

problema a ser estudado. Além disto, a escolha dependerá dos vários fatores
relacionados com a pesquisa, ou seja, a natureza dos fenômenos, o objeto da
pesquisa, os recursos financeiros, a equipe humana e outros elementos que possam
surgir no campo da investigação.
A metodologia deve:
- Fornecer o detalhamento da pesquisa. Caso o leitor queira reproduzir a

pesquisa, ele terá como seguir os passos adotados;
- Estabelecer os caminhos que serão percorridos para chegar aos objetivos
propostos;
- Apresentar todas as especificações técnicas materiais e dos equipamentos a
serem empregados;
- Indicar como será selecionada a amostra e o percentual em relação à
população estudada; ou como será selecionado o grupo de estudo.
- Apontar os instrumentos (questionário, entrevista, etc.) utilizados e os
procedimentos adotados;
- Mostrar como os dados serão tratados e como serão analisados.
Subitens do capítulo metodologia
● Caracterização da pesquisa ou delineamento do estudo

Aqui deve ser explicitado o tipo de pesquisa que será utilizado.
Exemplos:
O presente estudo caracterizar-se-á por ser do tipo descritivo, correlacional,

pois verificará a relação entre a força e os diferentes níveis de maturação sexual.
Esta pesquisa caracteriza-se por ser do tipo experimental, pois verificará o

efeito produzido pelo treinamento de força no desempenho atlético de nadadores.
40
● População e amostra ou grupo de estudo
- População (N)
É a totalidade de indivíduos que

possuem as mesmas características
definidas para um determinado estudo.
Deve-se explicitar que pessoas
serão pesquisadas, enumerando suas
características comuns (ex.: sexo, faixa
etária, organização a que pertencem,
comunidade onde vivem, etc.)
- Amostra (n)
É parte da população selecionada de acordo com uma regra ou plano.

Deve ser representativa do todo, de tal forma que, a partir dos resultados
obtidos relativos a essa parte, seja possível inferir os resultados da população total.
A amostra pode ser representativa da população em função do tamanho da

amostra relativo ao tamanho da população e do método utilizado para selecionar a
amostra.
Como selecionar a amostra?

❖ Tipos de amostragem
Amostragem não-probabilística
Não faz uso de uma forma aleatória de seleção, dificultando, em alguns casos a
aplicação do tratamento estatístico, diminuindo a possibilidade de generalização.
Amostragem acidental: composta por acaso, com pessoas que vão

aparecendo.
Amostragem por cotas: diversos elementos constantes da população, na

mesma proporção.
Amostragem intencional: dependendo da proposta de investigação são

escolhidos casos para a amostra que atendem a critérios específicos.
Amostragem probabilística
Baseia-se na escolha aleatória dos pesquisados.
41
Amostragem aleatória simples: é o processo de selecionar uma amostra de

tal forma que cada membro da população tenha uma chance igual de ser selecionado.
Amostragem aleatória estratificada: a população é divida (estratificada)

em algumas características antes da seleção aleatória da amostra. (ex.: calouros e
veteranos; alunos, professores e funcionários)
- Particularmente apropriada para estudos exploratórios ou entrevistas.
Amostragem sistemática: utilizada em situações em que a população é

muito grande, tornando inviável designar um nome/número para cada sujeito.
Adota-se então, uma forma sistemática para selecionar uma amostra representativa
da população. (Ex.: a partir de uma lista contendo a população, determina-se que
cada 100º nome será selecionado para compor a amostra).
Qual o tamanho suficiente de uma amostra?
A resposta para essa questão é bastante complexa, pois depende de vários

fatores, incluindo o método de pesquisa, o grau de exatidão desejado e a quantidade
de variabilidade do atributo avaliado.
Especialistas em pesquisa desenvolveram esboços de diretrizes que podem ser
utilizados como um ponto de partida para a consideração do tamanho da amostra.
- Critérios de inclusão
Permitem definir a população a ser estudada, ou seja, definem as

características principais da população-alvo que são relevantes para a questão de
pesquisa (HULLEY et al., 2003).
42
Ou seja... Os indivíduos têm características especiais necessárias a sua

pesquisa?
Características como... idade (crianças, idosos); sexo; nível de treinamento

(treinado ou destreinado); nível de performance (experiente ou novato); composição
corporal (massa muscular, percentual de gordura); tipos especiais (ciclistas,
corredores), entre outras.
- Seleção do grupo
Explicitar de que forma o grupo foi selecionado (reveja os tipos de

amostragem).
● Instrumentos de coleta de dados
Os instrumentos de coleta de dados

serão definidos de acordo com os objetivos
traçados e do objeto em estudo. Os
instrumentos de coleta de dados
tradicionais são:
- Observação
- Entrevista
- Questionário
- Formulário
- Testes
- Aparelho
Observação:
Utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não

trata-se apenas de ver e ouvir, mas também de examinar os fatos ou fenômenos que
se deseja estudar.
Auxilia o pesquisador a identificar e a obter provas a respeito de aspectos sobre
os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam o seu comportamento.
43
Vantagens:
- Possibilita meios diretos e satisfatórios para estudar uma ampla variedade de

fenômenos.
- Exige menos do observador do que as outras técnicas.
- Permite a coleta de dados sobre um conjunto de atitudes comportamentais
típicas.
- Depende menos da introspecção ou da reflexão.
- Permite a evidência de dados não constantes do roteiro de entrevistas ou de
questionários.
Limitações:
- O observado tende a criar impressões favoráveis ou desfavoráveis no

observador.
- A ocorrência espontânea não pode ser prevista, o que impede, muitas vezes, o
observador de presenciar o fato.
- Fatores imprevistos podem interferir na tarefa do pesquisador.
- A duração dos acontecimentos é variável: pode ser rápida ou demorada e os
fatos podem ocorrer simultaneamente; nos dois casos, torna-se difícil a coleta
de dados.
- Vários aspectos da vida cotidiana, particular, podem não ser acessíveis ao
pesquisador.
Modalidades:
- De acordo com os meios utilizados:
❄ Observação não estruturada (Assistemática)

O conhecimento é obtido “... através de uma experiência casual, sem que se
tenha determinado de antemão quais os aspectos relevantes a serem observados e
que meios utilizar para observá-los” (Rudio, 1979, p.35 apud Marconi & Lakatos,
2003).
❄ Observação estruturada (Sistemática)

É planejada e realiza-se em condições controladas, para responder a propósitos
preestabelecidos. O observador sabe o que procura e o que merece importância em
determinada situação; deve ser objetivo, reconhecer possíveis erros e eliminar sua
influência sobre o que vê ou coleta.
- De acordo com a participação do observador:
❄ Observação não-participante
O pesquisador toma contato com a comunidade, grupo ou realidade, mas não

integra-se a ela: permanece de fora. Presencia o fato, mas não participa dele; não se
deixa envolver pelas situações (papel de espectador).
44
❄ Observação participante
O pesquisador incorpora-se a comunidade ou grupo, confunde-se com ele,

participa das atividades normais deste. Enfrenta dificuldades para manter a
objetividade, pois exerce influência no grupo e é influenciado por ele.
- De acordo com o número de observações:
❄ Observação individual
Realizada por um pesquisador, o qual projeta a sua personalidade sobre o

observado, fazendo algumas inferências ou distorções. Dessa forma, torna-se
necessário indicar, ao anotar os dados, quais são os eventos reais e quais são as suas
interpretações.
❄ Observação em equipe
Mais aconselhável do que a individual, pois possibilita que a ocorrência seja

observada por vários ângulos, possibilitando que os dados sejam confrontados
posteriormente, para verificar as predisposições.
- De acordo com o lugar onde se realiza:
❄ Observação na vida real
Normalmente as observações são feitas no ambiente real, o que permite que os

dados sejam registrados na medida que eles ocorrem, espontaneamente, sem a
devida preparação.
❄ Observação em laboratório
Faz uso de condições cuidadosamente dispostas e controladas, no entanto,

muitos aspectos importantes da vida humana não podem ser observados em
ambientes “artificiais”. Por outro lado, o uso de determinados instrumentos possibilita
observações mais refinadas do que aquelas proporcionadas apenas pelos sentidos.
Entrevista:
“É um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha

informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de
natureza profissional.” (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 195-6)
“Trata-se ... de uma conversação efetuada face a face, de maneira metódica;
proporciona ao entrevistado, verbalmente, a informação necessária.” (MARCONI;
LAKATOS, 2003, p. 195-6)
45
Vantagens:
- Pode ser utilizada com todos os segmentos da população: analfabetos ou

alfabetizados.
- Fornece uma amostragem muito melhor da população geral: o entrevistado não
precisa saber ler ou escrever.
- Há maior flexibilidade, podendo o entrevistador repetir ou esclarecer perguntas,
formular de maneira diferente; especificar algum significado, como garantia de estar
sendo compreendido.
- Oferecer maior oportunidade para avaliar atitudes, condutas, podendo o entrevistado
ser observado naquilo que diz e como diz: registro de reações, gestos etc.
- Dá oportunidade para a obtenção de dados que não se encontram em fontes
documentais e que sejam relevantes e significativos.
- Há possibilidade de conseguir informações mais precisas, podendo ser comprovadas,
de imediato, as discordâncias.
- Permite que os dados sejam quantificados e submetidos a tratamentos estatísticos.
Limitações:
- Dificuldade de expressão e comunicação de ambas as partes.

- Incompreensão, por parte do informante, do significado das perguntas, da pesquisa,
que pode levar a uma falsa interpretação.
- Possibilidade do entrevistado ser influenciado, consciente ou inconscientemente, pelo
questionador, pelo seu aspecto físico, suas atitudes, idéias, opiniões etc.
- Disposição do entrevistado em dar as informações necessárias.
- Retenção de alguns dados importantes, receando que sua identidade seja revelada.
- Pequeno grau de controle sobre uma situação de coleta de dados.
- Ocupa muito tempo e é difícil de ser realizada.
Para o sucesso na entrevista, observe as seguintes normas:
✔ Contato inicial: estabelecer de imediato uma conversação amistosa, explicando-lhe a

finalidade da pesquisa, objetivos, relevância, ressaltando a necessidade de sua
colaboração e assegurando-lhe o caráter confidencial das suas informações.
✔ Formulação de perguntas: deve-se fazer uma pergunta de cada vez e, primeiro, as que
não tenham probabilidade de serem recusadas. Deve-se permitir ao informante
restringir ou limitar as suas informações e evitar perguntas que sugiram respostas.
✔ Registro de respostas: sempre que possível as respostas devem ser anotadas no
momento da entrevista, para maior fidelidade e veracidade das informações. O uso do
gravador é ideal, desde que o informante concorde.
✔ Término da entrevista: deve terminar em ambiente de cordialidade, para que o
pesquisador, se necessário, possa voltar e obter novos dados, sem que o informante
se oponha a isso.
Tipos de entrevista:
❄ Padronizada ou estruturada
O entrevistador segue um roteiro pré-estabelecido; as perguntas feitas são

pré-determinadas. É realizada de acordo com um formulário elaborado e é efetuada de
46
preferência com pessoas selecionadas de acordo com um plano. A padronização se deve ao

fato de obter respostas às mesmas perguntas a fim de poder posteriormente compará-las
evidenciando diferenças entre as pessoas que responderam e não entre as perguntas que
foram feitas.
❄ Despadronizada ou não-estruturada
Não existe um roteiro rígido, o entrevistador tem liberdade para desenvolver cada
situação em qualquer direção que considere adequada, permitindo-lhe explorar mais
amplamente uma questão. Normalmente perguntas abertas, respondidas em um clima
informal.
Questionário
Instrumento constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser
respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador.
Fatores que exercem influência no retorno dos questionários:
➢ o patrocinador, a forma atraente, a extensão, o tipo de carta que o
acompanha, solicitando a colaboração;
➢ as facilidades para seu preenchimento e sua devolução pelo correio
(quando for o caso);
➢ motivos apresentados para a resposta e tipo de classe de pessoas a
quem é enviado o questionário.
Vantagens:
➔ Economiza tempo, viagens e obtém grande número de dados, pois abrange

uma área geograficamente mais ampla.
➔ Obtém respostas mais rápidas e mais precisas, permitindo que se atinja um
maior número de pessoas simultaneamente.
➔ Economiza pessoal, tanto em treinamento quanto em trabalho de campo.
➔ Há maior liberdade nas respostas, em razão do anonimato.
➔ Há menos risco de distorção, pela não influência do pesquisador.
➔ Permite que o avaliado responda com calma e em hora mais favorável.
➔ Há mais uniformidade na avaliação, em virtude da natureza impessoal do
instrumento.
➔ Obtém respostas que materialmente seriam inacessíveis.
Desvantagens:
➔ Risco de parte dos questionários não retornarem ou de conterem perguntas

sem respostas.
➔ Não pode ser aplicado a pessoas analfabetas.
➔ Impossibilita o conhecimento das circunstâncias em que foram preenchidos e
se foi realmente o entrevistado que o respondeu.
47
Processo de elaboração de um questionário
❖ Deve-se levar em conta os tipos, a ordem, os grupos de perguntas e a

formulação das mesmas.
❖ O pesquisador deve conhecer bem o assunto para poder dividi-lo, organizando
uma lista de 10 a 12 temas, e, de cada um deles, extrair duas ou três
perguntas.
❖ Os temas escolhidos devem estar de acordo com os objetivos geral e
específicos.
❖ Deve ser limitado em extensão e finalidade: muito longo, causa fadiga e
desinteresse, muito curto, pode não oferecer informações suficientes.
Sugestão: 20 a 30 perguntas e demorar cerca de 30 min para ser respondido.
Lembretes para elaboração de um questionário
❖ Incluir apenas questões comprovadamente essenciais, que devem ser

ordenadas de forma a conduzir as respostas das mais simples às mais
complexas.
❖ Evitar sistematicamente questões que não servem para a identificação do
pesquisado, nem para o esclarecimento de qualquer pormenor fundamental,
nem à apuração.
❖ As questões devem ser elaboradas de tal modo que não despertem dúvidas,
antagonismos, ressentimentos.
❖ Não incluir questões cujas respostas possam ser obtidas por outra pessoa que
não seja o pesquisado.
❖ As questões devem ser neutras, ou seja, não devem sugerir respostas.
❖ Usar palavras e expressões familiares ao pesquisado, evitando o emprego de
expressões compreensíveis somente por determinado grupo cultural.
❖ Formular questões de modo que elas produzam, efetivamente, a informação
desejada. O vocabulário empregado nas questões tem grande influência sobre
o conteúdo das respostas.
❖ Ao elaborar as questões, considerar o nível intelectual da população
pesquisada, fazendo com que o questionário se torne compreensível; utilizar, se
possível, expressões do meio ou da vida profissional dos pesquisados.
❖ É necessário que após sua criação o instrumento seja validado, a fim de ser
utilizado em pesquisas científicas.
Tipos de questões de um questionário
As perguntas, em geral, são classificadas em três categorias:

➔ Perguntas abertas
➔ Perguntas fechadas ou dicotômicas
➔ Perguntas de múltipla escolha
■ Perguntas abertas (livres ou não limitadas): São as que permitem ao

informante responder livremente, usando linguagem própria, e emitir opiniões.
48
Vantagem:
- Possibilita investigações mais precisas e profundas.
Desvantagens:
- Dificulta a resposta pela necessidade de redigí-la.

- Dificulta o processo de tabulação, o tratamento estatístico e a interpretação.
- A análise é difícil, complexa, cansativa e demorada.
Exemplos:
Qual a sua opinião sobre a legalização do aborto?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
_____________________
Em sua opinião, quais são as principais causas da delinqüência no Brasil?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
_____________________
■ Perguntas fechadas ou dicotômicas (limitadas ou de alternativas fixas):

São aquelas que o informante escolhe sua resposta entre duas opções: sim e
não.
Vantagem:
- Facilita o trabalho do pesquisador e a tabulação, em função das perguntas

serem mais objetivas.
Desvantagem:
- Restringe a liberdade das respostas
Considerações:
- Perguntas que apresentam apenas uma alternativa expressa como Você acha que a
prática da musculação é prejudicial para o desenvolvimento infantil?, podem induzir
a resposta.
- É aconselhável o uso de perguntas que englobem as duas alternativas, pois, sendo
neutra, não induz a resposta.
49
Exemplos:
Os sindicatos devem ou não formar um partido político?

a) Sim ( )
b) Não ( )
Você é favorável ou contrário ao celibato dos padres?
a) Favorável ( )
b) Contrário ( )
Considerações:
- Quando é acrescentado mais um item como “não sei”, por exemplo, a pergunta
denomina-se tricotômica.
Ex.: Você é favorável ou contrário ao celibato dos padres?

a) Favorável ( )
b) Contrário ( )
c) Não sei ( )
■ Perguntas de múltipla escolha: São perguntas fechadas, mas que apresentam

uma série de possíveis respostas, abrangendo várias facetas do mesmo assunto.
Vantagem:
- É facilmente tabulável e proporciona uma exploração em profundidade quase

tão boa quanto a de perguntas abertas.
Desvantagem:
- No caso de perguntas com mostruário tem a desvantagem de sugerir
respostas.
■ Perguntas de múltipla escolha:
- Perguntas com mostruário: as respostas possíveis estão estruturadas junto à

pergunta, devendo o informante assinalar uma ou várias delas.
Ex.: Qual é, para você, a principal vantagem do trabalho temporário?

(ESCOLHER APENAS UMA RESPOSTA)
a) Maior liberdade no trabalho ( )

b) Maior liberdade em relação ao chefe ( )
c) Variações no serviço ( )
d) Pode escolher um bom emprego para se fixar ( )
e) Desenvolvimento e aperfeiçoamento profissional ( )
f) Maiores salários ( )
50
Ex.: Quais são as principais causas da inflação no Brasil?
a) ( ) Procura de produtos, maior do que a oferta

b) ( ) Correção monetária
c) ( ) Aumento dos custos (matéria-prima, salários)
d) ( ) Manutenção da margem de lucro por empresas que têm certo poder
monopolístico (indústria de automóveis)
e) ( ) Expansão do crédito maior do que o crescimento das poupanças
f) ( ) Aumento correspondente dos salários sem correspondente aumento da
produção
- A combinação de respostas de múltipla escolha com as respostas abertas

possibilita mais informações sobre o assunto, sem prejudicar a tabulação.
Ex.: Você escolhe um candidato pelo:
a) Partido político ( )
b) Qualidades pessoais ( )
c) Plataforma política ( )
d) Facilidade de expressão ( )
e) Aparência ( )
f) Outra ( ) Qual? ______________________________
Algumas considerações sobre elaboração de questionário:
• Iniciar o questionário com perguntas gerais, chegando pouco a pouco às específicas,

e colocar no final as questões de fato, para não causar insegurança.
• No decorrer do questionário, devem-se colocar as perguntas pessoais e impessoais
alternadas.
• A disposição das perguntas precisa seguir uma progressão lógica, para que o
informante:
- seja conduzido a responder pelo interesse despertado (perguntas atraentes e não
controvertidas);
- seja levado a responder questões das mais simples as mais complexas;
- não se defronte prematura e subitamente com informações pessoais – questões
delicadas devem vir mais no fim.
• Deve-se fugir do chamado efeito do contágio o quanto possível, ou seja, da
influência da pergunta precedente sobre a seguinte.
Formulário
Definido como “uma lista formal, catálogo ou inventário destinado à coleta de

dados quer da observação, quer de interrogatório, cujo preenchimento é feito pelo
próprio investigador, à medida que faz as observações ou recebe as respostas, ou
51
pelo pesquisado, sob sua orientação”. (NOGUEIRA, 1968 apud MARCONI; LAKATOS, 2003, p.
212)
“É o nome geral usado para designar uma coleção de questões que são
perguntadas e anotadas por um entrevistador numa situação face a face com outra
pessoa.” (SELLTIZ, 1965 apud MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 212)
O que caracteriza o formulário? (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 212)
- o contato face a face entre entrevistador e informante; e

- o roteiro de perguntas ser preenchido pelo entrevistador.
Vantagens:
- Utilizado em quase todo o segmento da população: alfabetizados, analfabetos,

populações heterogêneas etc., em função do preenchimento ser feito pelo
próprio entrevistador.
- Presença do pesquisador (explicar objetivos, orientação e esclarecimentos
sobre as perguntas).
- Flexibilidade, para adaptar-se a cada situação, podendo o entrevistador
reformular itens ou ajustar o formulário à compreensão de cada informante.
- Obtenção de dados mais complexos e úteis.
- Facilidade na aquisição de um número representativo de informantes, em
determinado grupo.
- Uniformidade dos símbolos utilizados, pois é preenchido pelo próprio
pesquisador.
Desvantagens:
- Menos liberdade nas resposta, em virtude da presença do entrevistador.

- Risco de distorções, pela influência do aplicador.
- Menos prazo para responder às perguntas; não havendo tempo para pensar,
elas podem ser invalidadas.
- Mais demorado, por ser aplicado a uma pessoa de cada vez.
- Insegurança das respostas, por falta de anonimato.
- Pessoas possuidoras de informações necessárias podem estar em localidades
muito distantes, tornando a resposta difícil, demora e dispendiosa.
Testes
“É um instrumento ou procedimento que traz à tona uma resposta observável a

fim de fornecer informações sobre um atributo específico de uma ou mais pessoas.”
(TRITSCHLER, 2003, p. 4)
➔ Testes de laboratório
➔ Testes de campo
52
Recomendações:
- Utilizar testes validados

- Caso seja criado um teste, deverá ser validado antes de sua utilização na
pesquisa.
Equipamentos
Deverá aparecer a marca do equipamento e a precisão da medida, quando for

o caso.
Ex.: Será utilizado uma balança digital da marca Welmy, que tem capacidade
mínima de 2kg e máxima de 200kg, com menor divisão de leitura de 100g.
O funcionamento dos equipamentos e protocolos utilizados podem aparecer

descritos nesta parte do trabalho.
● Procedimentos gerais ou Procedimentos para a coleta de

dados
Item que irá detalhar o planejamento para a coleta de dados de uma forma
mais abrangente. Abordará questões como:
- Quando? Onde? Quanto tempo será necessário para a coleta de dados?
- Quais os passos que serão seguidos?
- Planejamento dos tratamentos (em estudos quase-experimentais e
experimentais). Informando de que consistirá o tratamento? Qual a
duração? Qual a intensidade? Qual a freqüência? Como a adesão dos
sujeitos ao tratamento será determinada? Foi realizado um
estudo-piloto?
Esta seção contém a maioria dos detalhes que permitem a outro pesquisador
replicar o estudo, os quais geralmente incluem:
- A ordem específica em que os passos foram empreendidos;

- A sincronia do estudo (ex.: o tempo para diferentes procedimentos e o tempo
entre os diferentes procedimentos);
- As instruções dadas aos sujeitos; e
- As informações essenciais, a prestação de contas e as proteções.
● Análise estatística ou Tratamento estatístico
Este item deve apresentar a descrição dos procedimentos estatísticos que serão
utilizados para analisar os dados coletados. O que estará na dependência do tipo de
pesquisa adotado e dos objetivos estabelecidos anteriormente.
53
- Apresentação e Discussão dos Resultados:

considerações gerais –
Elaboração dos dados
• Após a coleta de dados e antes da análise e interpretação os dados deverão ser

selecionados, codificados (quando necessário) e tabulados.
- Seleção: os dados deverão ser minuciosamente examinados objetivando detectarem

falhas ou erros, evitando informações confusas, distorcidas, incompletas que podem
prejudicar o resultado da pesquisa.
- Codificação: segundo Marconi e Lakatos (2003) “é a técnica operacional utilizada

para categorizar os dados que se relacionam”. A codificação permite que os dados
sejam transformados em símbolos, possibilitando serem tabelados e contados.
Divide-se em duas partes:
a) classificação dos dados, agrupando-os em determinadas categorias;
b) atribuição de um código, número ou letra, tendo cada um deles um
significado.
- Tabulação: é a disposição dos dados em tabelas, permitindo que posteriormente

sejam analisados e interpretados com mais facilidade. Permite sintetizar os dados de
observação e representá-los graficamente.
Os dados são classificados e reunidos de modo que permitam responder os
questionamentos que motivaram o desenvolvimento da pesquisa.
“A importância dos dados não está em si mesmos, mas em proporcionarem

respostas às investigações” (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 167).
Apesar de estarem intimamente relacionadas análise e interpretação são duas
atividades distintas.
Análise: o pesquisador entra em maiores detalhes sobre os dados estatisticamente

trabalhados, buscando responder suas indagações e estabelecer relações necessárias
entre os dados obtidos e as hipóteses formuladas (quando se fizerem presentes), as
quais podem ser comprovadas ou refutadas.
Interpretação: procura-se dar um significado mais amplo às respostas,

vinculando-as a outros conhecimentos. É importante que os dados, ao serem
interpretados, sejam colocados de forma sintética e de maneira clara e acessível.
Os dados serão apresentados de acordo com a análise estatística utilizada.

Deverão ser incorporados no texto apenas as tabelas, os quadros, os gráficos e
outras ilustrações estritamente necessárias a compreensão do desenrolar do
raciocínio; os demais deverão vir em apêndice.
Quanto mais simples for a tabela ou o quadro, concentrando-se sobre limitado
número de idéias, melhor; ficam mais claras, mais objetivas.
54
Quando se têm muitos dados, é preferível utilizar um número maior de tabelas

para não reduzir seu poder interpretativo.
O objetivo é demonstrar as evidências obtidas através da pesquisa.
Todos os dados pertinentes e significativos devem ser apresentados, e se
algum resultado for inconclusivo tem de ser apontado.
O pesquisador não pode ser dirigido pelo desejo natural de confirmar suas
previsões a despeito de dados que as refutam.
Os resultados obtidos serão confrontados com os existentes na literatura,
podendo:
- somar-se a estes
- contrapor-se a estes
• Sumarizando...
“ A discussão e interpretação analítica dos resultados fundamentam-se em fatos

amparados por conhecimentos científicos, em razão dos objetivos propostos, da
problemática ou hipóteses estabelecidas” (MDT, 2005).
55
- Apresentação das Conclusões -

- Apresentação da Bibliografia -
Conclusão
■ As conclusões devem:
- evidenciar as conquistas alcançadas com o estudo;
- indicar as limitações e as reconsiderações;
- responder os objetivos traçados;
- as questões que ficaram sem respostas deverão ser apontados, possibilitando que
futuramente possam ser estudados pelo autor ou por outros pesquisadores.
“A maneira de redigir as conclusões deve ser precisa e categórica, sendo as

mesmas pertinentes e ligadas às diferentes partes do trabalho. Dessa forma, não
podem perder-se em argumentações, mas, ao contrário, têm de refletir a relação
entre os dados obtidos e as hipóteses enunciadas” (MARCONI; LAKATOS, 2003, p.232).
Poderá conter recomendações e sugestões.
“As recomendações consistem em indicações, de ordem prática, de

intervenções na natureza ou na sociedade, de acordo com as conclusões da pesquisa”
(MARCONI; LAKATOS, 2003, p.232).
Já as sugestões “...apresentam novas temáticas de pesquisa, inclusive

levantando novas hipóteses, abrindo caminho para outros pesquisadores” (MARCONI;
LAKATOS, 2003, p.232).
Referências
■ Consiste em um conjunto
padronizado de elementos retirados de
um documento que permite sua
identificação individual, mesmo que
mencionado em nota de rodapé.
(PRPGP/UFSM, 2010).
■ Todos os títulos referenciados
devem ter sido citados no texto.
■ Devem ser apresentadas em ordem alfabética, alinhadas somente à
margem esquerda do texto, em espaço simples e separadas entre si por dois
espaços simples ou um duplo.
56
Como construir as Referências?
Regras Gerais de Apresentação das Referências
❖ Um autor
SOBRENOME DO AUTOR, PRENOME(S) E OUTROS SOBRENOMES. Título. Local:

Editora, ano.
- O (s) prenome (s) e outros sobrenomes podem aparecer abreviados ou por extenso.
- Abreviar numerais ordinais e a palavra edição no idioma do documento. Ex.: 2.ed.
(português); ou 2nd ed. (inglês)
❖ Dois autores
SOBRENOME DO 1º. AUTOR, PRENOME(S) E OUTROS SOBRENOMES; SOBRENOME

DO 2º. AUTOR, PRENOME(S) E OUTROS SOBRENOMES. Título. Local: Editora, ano.
❖ Mais de três autores
- Indica-se apenas o primeiro autor seguido da expressão ″et al.″, ou em casos

específicos (por exemplo, projetos de pesquisa científica), quando a menção de todos
os autores for indispensável para indicar autoria, pode-se indicar todos os nomes.
SOBRENOME DO AUTOR, PRENOME(S) E OUTROS SOBRENOMES et al. Título. Local:

Editora, ano.
❖ Coordenador/organizador
- Quando a obra resultar da contribuição de vários autores, a entrada é dada pelo

responsável, seguido da abreviação do tipo de responsabilidade (organizador,
coordenador) entre parênteses.
SOBRENOME DO AUTOR, PRENOME(S) E OUTROS SOBRENOMES (Coord.). Título.

Local: Editora, ano.
Obs.: responsabilidades como a de tradutor, entre outras, podem ser acrescentados

após o título, conforme aparecem no documento.
SOBRENOME DO AUTOR, PRENOME(S) E OUTROS SOBRENOMES. Título. Tradução

prefácio e notas: Fulano de Tal. Local: Editora, ano.
❖ Autor entidade
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA. Pró-Reitoria de Pós-Graduação e

Pesquisa. Planejamento estratégico do PGP-1999-2001. Santa Maria, 1999.
BRASIL. Ministério da Fazenda. Ministro da Fazenda, 1808-1983. Rio de Janeiro,

57
1983.
NITERÓI (RJ). Prefeitura. Regime jurídico dos funcionários da Câmara

Municipal de Niterói: Resolução 1.550/87. Niterói, 1988.
❖ Autoria desconhecida
- A entrada é feita pelo título, destacando a primeira palavra em letras maiúsculas.
FALTA de chuva provoca perdas em várias culturas. A Razão, Santa Maria, 15/16 jan.
2000. Caderno Economia, p.13.
Considerações sobre título e subtítulos
O título e o subtítulo (se for usado) devem ser reproduzidos tal como figuram
no documento, separados por dois pontos.
O recurso tipográfico (negrito, grifo ou itálico) usado para destacar o título da

obra deve ser uniforme em todas as referências.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico: diretrizes para o trabalho

didático científico na universidade. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1976.
Títulos longos: podem-se suprimir palavras desde que não altere seu sentido. A
supressão deverá ser indicada por reticências.
GONÇALVES, P. E. (Org.) A criança: perguntas e respostas: médicos, psicólogos,

professores, técnicos, dentistas... Prefácio do Prof. Dr. Carlos da Silva Lacas. São
Paulo: Cultrix: Ed. da USP, 1971.
Obras sem título: neste caso deve-se atribuir palavra ou frase que identifique o
conteúdo do documento, entre colchetes.
SIMPÓSIO BRASILEIRO DE AQUICULTURA, 1., 1978, Recife.[Trabalhos

apresentados]. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciências, 1980.
Obs.: Títulos de periódicos podem ser abreviados conforme NBR 6023.
CARIBE, R. DE C. V. Material cartográfico: alguns conceitos básicos. R. Bibliotecon.

Brasília, Brasília, DF, v.5, n.2, p.317-325, jul./dez. 1987.
Considerações sobre local da publicação
Para evitar ambigüidade, acrescenta-se a indicação do estado. Ex.: Araras,

SP:IDE
58
Considerações sobre editora
Abreviam-se os prenomes e suprimem-se as designações jurídicas e comerciais.

Ex.: São Paulo: E. Blucher, 1997.
No caso de apresentarem duas editoras em cidades diferentes apresenta-se as
duas separadas por ponto-e-vírgula. Ex.: Porto Alegre: Artes Médicas; Belo Horizonte:
Ed. Da UFMG, 1999.
Caso não seja possível identificar a editora, usar a expressão sine nomine
abreviada, entre colchetes. Ex.: Brasília, DF: [s.n.], 1993.
❖ Se o local e a editora não puderem ser identificados na publicação, mencionar

entre colchetes: [S.l.: s.n.]. Ex.: [S.l.: s.n.], 1993.
❖ Quando o responsável pela autoria e pela editora for o mesmo, não será indicada
a editora.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informações e

documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
Considerações sobre data
Indicar sempre em algarismos arábicos, sem espaçamento ou pontuação entre

os respectivos algarismos.
Caso não seja possível determinar nenhuma data, registra-se uma data
aproximada entre colchetes.
- [19 ] século certo
- [19 ?] século provável
- [198-] década certa
- [1989] data certa, não indicada no item
Em publicações periódicas, indicar os meses de forma abreviada no idioma da

publicação, ou as estações do ano.
Outras considerações
Quando a publicação pertencer a uma série ou coleção, pode-se transcrever,

entre parênteses, o(s) título(s), separados por vírgula, da numeração em algarismos
arábicos.
VALLS, A. L. M. Que é ética. 9. ed. São Paulo: Brasiliense, 2000. 82p. (Coleção
Primeiros Passos, 117)
Informações complementares, intituladas notas, são indicadas no final da

referência
Ex.: ..., 1978. Mimeografado

..., 1991. No prelo
59
Outros ex. de informações complementares:
CARVALHO, I. C. L.; PEROTA, M. L. R. Estratégia de marketing aplicada à área

de Biblioteconomia. 1989. Palestra realizada no IJSN em 29 out. 1989.
PEROTA, M. L. R. Representação descritiva. 1994. 55f. Notas de aula.
CALDEIRA, M. V. W. Quantificação da biomassa e do conteúdo de nutrientes

em diferentes procedências de acácia-negra (Acácia mearnsii De wild.).
1998. 96p. Dissertação (Mestrado em Silvicultura) – Universidade Federal de Santa
Maria, Santa Maria, 1998.
Exemplos de referências
Anais de eventos
BORGES, S. M. Serviços para usuários em

bibliotecas universitárias. In: JORNADA
SUL-RIO-GRANDENSE DE BIBLIOTECONOMIA E
DOCUMENTAÇÃO, 6., 1980, Porto Alegre.
Anais... Porto Alegre: Associação Rio-Grandense
de Bibliotecários, 1980. p. 81-97.
Anais de eventos em meio eletrônico
CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPe, 4., 1996, Recife. Anais

eletrônicos... Recife: UFPe, 1996. Disponível em:
<http://www.propesq.ufpe.br/anais/anais.htm>. Acesso em: 21 jan. 1997.
Artigos de periódicos em meio eletrônico
VIEIRA, C. L.; LOPES, M. A queda do cometa. Neo Interativa, Rio de Janeiro, n. 2,

inverno, 1994. 1 CD-ROM.
WINDOWS 98: o melhor caminho para a atualização. PC World, São Paulo, n. 75, set.
1998. Disponível em: <http://www.idg.com.br/abre.htm>. Acesso em: 10 set. 1998.
Periódicos (artigos)
MENDEZ, M. et al. Fotossensibilização em bovinos causada por Ammi majus

(Umbiliferae) Rio Grande do Sul. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 11, n. 1/2, p.
17-19, 1991.
60
Livros
McGARRY, K. L. Da documentação à informação: um contexto em evolução.

Lisboa: Presença, 1984. 195p.
SANTOS, F. R. dos. A colonização da terra dos Tucujús. In:____. História do

Amapá, 1º. Grau. 2. ed. Macapá: Valcan, 1994. cap.3, p. 15-24.
ROMANO, G. Imagens da juventude na era moderna. In: LEVI, G.; SCHMIDT, J.

(Org.). História dos jovens 2: a época contemporânea. São Paulo: Companhia das
Letras, 1996. p. 7-16.
61
- Considerações sobre elementos pós-textuais –
Elementos
pós-textuais
Glossário
• Opcional
• Lista em ordem alfabética de palavras ou expressões técnicas de uso restrito ou
de sentido obscuro, utilizadas no texto, acompanhadas das respectivas definições.
Apêndice
• Opcional
• Texto ou documento elaborado pelo autor, a fim de complementar sua
argumentação, sem prejuízo da unidade nuclear do trabalho.
• Apresentação de tabelas, quadros, gráficos e outras ilustrações que não
figuram no texto; assim como o(s) instrumento(s) de pesquisa.
• São identificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos
respectivos títulos.
Ex.: APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Anexo
● Opcional
● Texto ou documento não elaborado pelo autor, que serve de fundamentação,
comprovação e ilustração.
● São identificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos
títulos.
Ex.: ANEXO A – Modelos de elementos pré-textuais
Proteção dos avaliados
A maioria das pesquisas que tem como foco de estudo a atividade física lida
com humanos, frequentemente com crianças.
Direitos dos avaliados
• O direito à privacidade ou de não participar: isso inclui o fato de que os

pesquisadores não devem pedir informações desnecessárias e devem obter o
62
consentimento direto dos adultos e o consentimento dos pais das crianças

(assim como o consentimento das próprias crianças, quando for apropriado).
• O direito de permanecer anônimo: o pesquisador deve explicar que o estudo

localiza-se sobre o grupo de dados e que um número de identificação (no lugar
do nome) será utilizado para o registro dos dados.
• O direito à confidencialidade: deve ser dito aos sujeitos quem (mantenha isso
no menor número de pessoas possível) realmente terá acesso aos dados
originais, pelos quais os sujeitos poderiam ser identificados.
• O direito de esperar que o experimentador tenha responsabilidade.
Elementos básicos do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido
• Uma explicação correta dos procedimentos a serem seguidos, incluindo uma

identificação daqueles que são experimentais.
• Uma descrição dos desconfortos e riscos presentes.
• Uma descrição dos benefícios esperados.
• Uma revelação dos procedimentos alternativos adequados que seriam
vantajosos para o sujeito.
• Uma oportunidade para responder a qualquer pergunta relativa aos
procedimentos.
• Uma instrução de que o sujeito é livre para retirar o consentimento e para
descontinuar a participação no projeto ou atividade a qualquer tempo. Além
disso, o acordo não deveria conter termos que impliquem que o sujeito decidiu
desistir, ou pareceu desistir, de qualquer direito legal , ou de liberar a
instituição, ou os seus agentes de responsabilidade ou negligência.
Abaixo exemplos de Termos de Consentimento Livre e Esclarecido

disponibilizados na página do Comitê de Ética em Pesquisa da UFSM.
EXEMPLO 1
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(Modelo para pesquisas envolvendo a aplicação de questionário, o qual poderá ser sofrer alterações de
acordo com as características do estudo. Uma via para o sujeito ou representante legal e outra é
arquivada pelo pesquisador)
Título do estudo:
Pesquisador(es) responsável(is):
Instituição/Departamento:
Telefone para contato:
Local da coleta de dados:
63
Prezado(a) Senhor(a):
Você está sendo convidado(a) a responder às perguntas deste questionário de forma
totalmente voluntária. Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este
questionário, é muito importante que você compreenda as informações e instruções contidas
neste documento. Os pesquisadores deverão responder todas as suas dúvidas antes que você
se decidir a participar. Você tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer
momento, sem nenhuma penalidade e sem perder os benefícios aos quais tenha direito.
Objetivo do estudo: (descrever de forma resumida o objetivo do estudo)
Procedimentos. Sua participação nesta pesquisa consistirá apenas no preenchimento deste

questionário, respondendo às perguntas formuladas que abordam.....
Benefícios. Esta pesquisa trará maior conhecimento sobre o tema abordado, sem benefício
direto para você. (caso exista algum benefício direto ao sujeito da pesquisa, este deve ser
especificado)
Riscos. O preenchimento deste questionário não representará qualquer risco de ordem física
ou psicológica para você. (caso o tema abordado possa causar algum tipo de constrangimento
ao entrevistado, o mesmo deverá ser avisado desta possibilidade)
Sigilo. As informações fornecidas por você terão sua privacidade garantida pelos
pesquisadores responsáveis. Os sujeitos da pesquisa não serão identificados em nenhum
momento, mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer forma.
Ciente e de acordo com o que foi anteriormente exposto, eu

____________________________________________ ____________________, estou de
acordo em participar desta pesquisa, assinando este consentimento em duas vias, ficando
com a posse de uma delas.
Santa Maria ____, de _____________ de 20___
__________________________________________________
Assinatura
(Caso seja necessário identificar o sujeito da pesquisa, o nome, data e assinatura devem constar neste
TCLE)
__________________________________________________
Pesquisador responsável
______________________________________________________________________
Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato: Comitê de Ética em Pesquisa – UFSM -
Cidade Universitária - Bairro Camobi, Av. Roraima, nº1000 - CEP: 97.105.900 Santa Maria – RS. Telefone: (55) 3220-9362 – Fax:
(55)3220-8009 Email: comiteeticapesquisa@smail.ufsm.br. Web: www.ufsm.br/cep
64
EXEMPLO 2
(CABEÇALHO DA INSTITUIÇÃO À QUAL O PESQUISADOR RESPONSÁVEL ESTÁ VINCULADO)
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(Modelo norteador para elaboração do TCLE. Ressalta-se que cada pesquisa tem suas particularidades e
deve apresentar os elementos importantes para o esclarecimento do sujeito de pesquisa. É muito
importante que a linguagem utilizada no termo seja de fácil e completa compreensão pelo sujeito de
pesquisa).
Título do projeto:
Pesquisador responsável:
Instituição/Departamento:
Telefone para contato (inclusive a cobrar):
Pesquisadores participantes:
Telefones para contato:
Você está sendo convidado (a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa.
Você precisa decidir se quer participar ou não. Por favor, não se apresse em tomar a decisão.
Leia cuidadosamente o que se segue e pergunte ao responsável pelo estudo qualquer dúvida
que você tiver. Após ser esclarecido(a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer
parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a
outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa você não será
penalizado(a) de forma alguma.
♦Descrição da pesquisa, objetivos, detalhamento dos procedimentos, forma de
acompanhamento. Informar a possibilidade de inclusão em grupo controle ou placebo, se for
o caso. (Por exemplo: Você será submetido a exames de...........Você será entrevistado
sobre................A entrevista será gravada / filmada e o que você disser será registrado para
posterior estudo ........... Você será requisitado para a coleta de material biológico como
sangue / outros ..................Você será avaliado quanto a sua capacidade de .......... etc.)
♦ Especificação dos riscos, prejuízos, desconforto, lesões que podem ser provocados pela
pesquisa, formas de indenização, ressarcimento de despesas. (Por exemplo: Você poderá
experimentar constrangimento ao responder algumas perguntas ................Você poderá sentir
dor no local da picada da agulha...............Os seguintes efeitos que não são relacionados à
cura da doença tem sido relatado pelas pessoas que tomam a droga A .......você poderá estar
sujeito a infecções hospitalares.........Podem ocorrer efeitos que ainda são
desconhecidos.....Você será solicitado a se apresentar N vezes por semana em local
previamente marcado, no horário de expediente para .....etc.)
♦ Descrever os benefícios decorrentes da participação na pesquisa (Por exemplo: Não há
benefício direto para o participante... Trata-se de estudo experimental testando a
possibilidade de que....... Somente no final do estudo poderemos concluir a presença de
algum benefício...;)
♦ Explicar procedimentos, intervenções, tratamentos, métodos alternativos (atualmente em
vigor)
♦Garantia de acesso: em qualquer etapa do estudo, você terá acesso aos profissionais
responsáveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas.
♦ Garantia de sigilo (Por Exemplo: Se você concordar em participar do estudo, seu nome e
identidade serão mantidos em sigilo. A menos que requerido por lei ou por sua solicitação,
somente o pesquisador, a equipe do estudo, representantes do patrocinador (quando
presente) Comitê de Ética independente e inspetores de agências regulamentadoras do
governo (quando necessário) terão acesso a suas informações para verificar as informações
65
do estudo).
♦ Esclarecimento do período de participação, término, direito de retirar o consentimento a
qualquer tempo. Em caso de pesquisa onde o sujeito está sob qualquer forma de tratamento,
assistência, cuidado, ou acompanhamento, apresentar a garantia expressa de liberdade de
retirar o consentimento, sem qualquer prejuízo da continuidade do acompanhamento/
tratamento usual.
Consentimento da participação da pessoa como sujeito
Eu, _____________________________________, abaixo assinado, concordo em participar do

estudo_____________________________________________ , como sujeito. Fui
suficientemente informado a respeito das informações que li ou que foram lidas para mim,
descrevendo o estudo “título do projeto de pesquisa”. Eu discuti com o Dr. (preencher o nome
do pesquisador que vai tomar o consentimento). Sobre a minha decisão em participar nesse
estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a
serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de
esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que minha participação é isenta de
despesas e que tenho garantia do acesso a tratamento hospitalar quando necessário.
Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a
qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou perda de
qualquer benefício que eu possa ter adquirido, ou no meu acompanhamento/
assistência/tratamento neste Serviço.
Local e data _______________________________________________________________

Nome e Assinatura do sujeito ou responsável: ____________________________________
(Somente para o pesquisador responsável pelo contato e tomada do TCLE)
Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido

deste sujeito de pesquisa ou representante legal para a participação neste estudo.
Santa Maria ____, de _____________ de 20___
___________________________
Pesquisador responsável
______________________________________________________________________
Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato: Comitê de Ética em Pesquisa – UFSM -
Cidade Universitária - Bairro Camobi, Av. Roraima, nº1000 - CEP: 97.105.900 Santa Maria – RS. Telefone: (55) 3220-9362 – Fax:
(55)3220-8009 Email: comiteeticapesquisa@smail.ufsm.br. Web: www.ufsm.br/cep
************************************************************
Os termos de consentimento apresentados acima são apenas um guia
para auxiliá-lo na elaboração do SEU termo. Adapte-o conforme as
necessidades e especificidades de sua pesquisa.
66
Publicações Científicas
O que é uma publicação científica?
■ São publicações com conteúdos e autores variados que registram
conhecimentos atualizados e garantem aos autores prioridade intelectual nos
resultados de pesquisa.
Diferentes categorias de publicações

■ Comunicação Científica
■ Artigo Científico
Comunicação Científica
■ Refere-se a informação apresentada em congressos, simpósios, semanas,
reuniões, sociedades científicas, etc. que será posteriormente publicada em
material do próprio evento (digital ou físico) ou em alguma revista.
■ Consiste na informação, ao público em geral e particular, de conhecimentos

que foram originados de pesquisas científicas.
■ O texto das comunicações:
- normalmente não permite ao leitor reproduzir as experiências e obter os

mesmos resultados, verificar os resultados da análise ou julgar as conclusões
do autor, embora contribua com uma ou várias informações ou abordagens
novas, pois, muitas vezes, são resumos simples.
- deve ser claro, preciso e exato.
Um evento científico pode solicitar para a submissão de um trabalho no mesmo

um resumo simples, um resumo expandido ou um artigo. O tipo de documento a ser
solicitado fica a critério da organização de cada evento, podendo acontecer de um
determinado evento ter os 3 tipos de formatos de trabalhos e os mesmos estarem
atrelados a diferentes categorias, por exemplo, resumo simples para apresentação de
banners, resumo expandido para apresentações orais e artigos para pesquisadores
convidados. Como também pode acontecer de um determinado evento solicitar
apenas resumos expandidos. Ou seja, como mencionado no início, o tipo de
documento a ser solicitado fica a critério da organização de cada evento.
67
O que é um resumo simples?
De acordo com a NBR 6028:2003 o resumo é

uma apresentação concisa dos pontos relevantes
de um documento.
Ainda, de acordo com a NBR 6028:2003:
➠ O resumo deve ser composto de uma sequência
de frases concisas, afirmativas e não de
enumeração de tópicos.
➠ É recomendado o uso de parágrafo único.
➠ A primeira frase deve ser significativa.
explicando o tema principal do documento.
➠ Deve ser utilizado o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular (descreve,
aborda, estuda, etc.)
➠ As palavras-chave (palavras representativas do conteúdo do documento, escolhida,
preferentemente, em vocabulário controlado) devem aparecer logo abaixo do resumo,
antecedidas da expressão “Palavras-chave:”, separadas entre si por ponto e
finalizadas também por ponto. Normalmente, o número de palavras-chave solicitadas
são de 3 a 5, mas fica a critério a organização do evento indicar o valor a ser exigido.
➠ Devem ser evitados:
a) símbolos e contrações que não são de uso corrente; e
b) fórmulas, equações, diagramas, etc., que não sejam absolutamente
necessários; quando seu emprego for imprescindível, defini-los na primeira vez
que aparecem.
Em relação ao tamanho do resumo simples, este será determinado pelo próprio

evento, porém não ultrapassam de uma página.
Ao elaborar um resumo simples deve-se ressaltar de forma clara e sintética:

- a natureza e o objetivo do trabalho (introdução breve para estabelecer o
enunciado do problema);
- a metodologia que foi empregada (descrição breve: grupo investigado,
instrumentação, procedimentos, delineamento e análise);
- os resultados (resumidamente); e
- as conclusões mais importantes, seu valor e originalidade.
O que é um resumo expandido?
Seria apenas um resumo simples um pouco maior?

O resumo expandido, como o próprio nome indica, é um resumo maior que o
simples, porém a diferença entre os dois reside, principalmente na estrutura.
Em termos de estrutura o resumo expandido se assemelha mais a um artigo do
que ao resumo simples, tendo em vista que, será estruturado em tópicos, dando
liberdade ao(s) autor(es) para desenvolver(em) mais o texto em cada tópico.
68
Além disto, o autor traz informações de outros pesquisadores, para fazer

comparações, discussões, questionamentos, etc., consequentemente, deve haver um
tópico que apresente a relação de todas as obras utilizadas no resumo expandido..
No resumo expandido é permitida a inclusão de tabelas e gráficos objetivando
facilitar a compreensão do leitor.
As partes que constituem o resumo expandido normalmente são:
➢ Título
➢ Autores
➢ Resumo (segue a normativa do resumo simples)
➢ Palavras-chave
➢ Introdução
➢ Metodologia
➢ Resultados e Discussão
➢ Conclusões
➢ Referências
No entanto, cabe ressaltar, que os eventos científicos tem autonomia para

estabelecerem a estrutura que será exigida para a submissão do resumo expandido
em um dado evento.
Em relação ao tamanho, normalmente, o resumo expandido tem no máximo 4
ou 5 páginas. No entanto, o tamanho exigido pode variar de acordo com as regras de
submissão de cada evento científico.
Falando em eventos científicos, como são as

apresentações?
A apresentação de um trabalho em um evento científico pode ser na forma de
pôster ou pode ser realizada oralmente com o uso de slides.
No caso dos pôsteres, o evento normalmente estabelece toda a normativa
necessária para a confecção do mesmo.
Em relação a apresentação oral, normalmente o tempo estabelecido pelos
eventos é de 10 a 20 minutos.
Considerando uma apresentação de 15 minutos, o tempo pode ser organizado
da seguinte forma:
Introdução, apresentando alguns estudos importantes para 3 minutos

contextualizar o tema
Enunciado do problema 1 minuto
Metodologia 3 minutos
Resultados, apresentando tabelas e figuras; no entanto, é 3 minutos

preferível o uso de gráficos, pois são mais fáceis de serem
69
compreendidos.
Discussão abordando os pontos principais 2 minutos
Conclusão 1 minuto
Dessa forma, sobram 2 minutos para perguntas. Caso o evento tenha previsão
de um tempo adicional para os questionamentos estes dois minutos podem ser
distribuídos entre a metodologia e os resultados.
Artigo Científico
■ Segundo a ABNT (1994), é um texto com autoria declarada, que apresenta e
discute ideias, métodos, processos, técnicas e resultados nas diversas áreas do
conhecimento.
■ A ABNT reconhece dois tipos de artigos:
- Artigo original
- Artigo de revisão
TIPOS DE ARTIGO CIENTÍFICO
Artigo original
■ Quando apresenta temas ou abordagens próprias. Geralmente relata resultados

de pesquisa e é chamado em alguns periódicos de artigo científico.
Artigo de revisão
■ Quando resume, analisa e discute informações já publicadas. Geralmente é

resultado de pesquisa bibliográfica.
ESTRUTURA RECOMENDADA PARA OS ARTIGOS
■ Título: deve expressar o conteúdo.

■ Autoria: indicação do (s) nome (s) do (s) autor (es) acompanhado de suas
qualificações na área de conhecimento do artigo.
■ Resumo
■ Palavras-chave
■ Texto: introdução, desenvolvimento (mostra os tópicos abordados para atingir
o objetivo proposto. Em artigos originais mostra a análise e a discussão dos
resultados.) e conclusão (sintetiza os resultados obtidos e destaca a reflexão
conclusiva do autor).
■ Bibliografia
70
A denominação das partes do texto normalmente são:
- Introdução;
- Materiais e métodos;
- Resultados;
- Discussão; e
- Conclusão.
No entanto, cada periódico científico tem autonomia para determinar as normas

que deverão ser seguidas pelos pesquisadores que tenham a intenção de submeter os
seus artigos para a apreciação e possível publicação, podendo ocasionar pequenas
variações na estrutura das partes do texto.
71

Apostila Metodologia Da Pesquisa Ef

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS

APOSTILA METODOLOGIA DA PESQUISA EM EF

Profª Silvana Corrêa Matheus

➢ “Procedimento reflexivo sistemático, controlado e

- Sistemática: a resolução do problema é efetuada por meio da identificação e

Por que fazer pesquisa?

A motivação básica é o APRENDIZADO, seja do método científico, seja das

técnicas empregadas ou ainda do assunto em foco na pesquisa.

Existem controvérsias sobre se a pesquisa deveria ser mais básica ou mais

❖ “A ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao

O homem relaciona-se com o mundo de diferentes formas, utilizando, portanto,

- É adquirido independentemente de estudos, pesquisas, reflexões ou aplicações de

- O grande mérito da filosofia é justamente desenvolver no ser humano a possibilidade

Conhecimento religioso (teológico):

do mistério oculto ou do sobrenatural, que são interpretadas como mensagens ou

- Caracteriza-se pela presença do

- O conhecimento científico se prende aos fatos (tem referência empírica), embora

- Métodos Não-Científicos e Científicos de

Alguns métodos não científicos de resolução de problemas:

- As pessoas aderem a certas crenças, sem levar em consideração a falta de evidência

- O conhecimento intuitivo é algumas vezes considerado como senso comum ou

- O conhecimento é obtido por meio do raciocínio.

Os jogadores de basquetebol são altos (premissa principal)

- A conclusão é confiável apenas se for baseada em premissas (suposições)

- Experiência e obtenção de dados.

O que é método científico?

“É o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança

Método científico de resolução de problemas - Passos básicos:

Passo 1 – Desenvolvimento do problema: definição e delimitação

Partindo do pressuposto de que o tópico de estudo já foi previamente definido

Aspecto importante: identificação das variáveis independentes e dependentes.

- Também chamada de variável experimental ou de tratamento.

- É o efeito da variável independente.

Passo 2 – Formulação da hipótese

Hipótese é o resultado esperado. Quando se começa um estudo geralmente se

Antes de completar esse passo, o pesquisador deve decidir sobre quais os

Passo 3 – Obtenção dos dados

Validade interna: refere-se ao quanto os resultados podem ser atribuídos aos

Validade externa: diz respeito à possibilidade de generalização dos resultados obtidos

Passo 4 – Análise e interpretação dos resultados

Cria expectativa e insegurança ao pesquisador iniciante:

1. Envolve o uso da análise estatística

Visão ampla do processo: da identificação do problema à conclusão

Lida com o passado, focalizando-se em eventos, organizações, instituições ou

A pesquisa histórica pode ser: descritiva ou analítica.

Descritiva: Utiliza-se quando não se sabe nada sobre um evento em

É caracterizada pela investigação crítica.

É uma avaliação crítica sobre um tópico em particular. É necessário um

frequentemente a importantes conclusões em relação às descobertas da pesquisa até

Existem dois tipos de revisão:

O que é revisão narrativa (ou revisão de literatura)?

DENADAI, B. S. Limiar anaeróbio: considerações fisiológicas e metodológicas. Revista

GUEDES, D. P. Procedimentos clínicos utilizados para análise da composição corporal.

E revisão sistemática (ou síntese de pesquisa) o que é?

um grande número de estudos a fim de determinar descobertas comuns

GUMARÃES, J. M.; CALDAS, C. P. A influência da atividade física nos quadros

RIBEIRO, Y. S.; VECCHIO, F. B. del. Metanálise dos efeitos do alongamento na

É o método mais comum de pesquisa descritiva e inclui:

Implica o uso de mudanças no comportamento ao longo dos anos. Existem dois

Tendo como foco de investigação a performance de crianças nas idades de 6, 8

O pesquisador estuda profundamente uma única situação ou fenômeno a fim

Baseia-se na observação do comportamento dos sujeitos investigados e