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➢ Reflexivo – no entanto, o autor constata que a reflexividade como
característica do conhecimento popular, é limitada à familiaridade do objecto
cógnito, e, portanto, não pode ser reduzida à formulação geral de toda a
realidade.
➢ Verificável – o conhecimento popular está circunscrito ao âmbito da vida
diária e concerne ao que se pode verificar no dia-a-dia.
➢ Falível e inexacto – conforma-se com a aparência que nem sempre
permitem a formulação de hipóteses sobre a existência de fenómenos
situados mais lá da percepção subjectiva.
➢ Valorativo – pois assenta numa selecção operada com fundamento nos
estados de ânimo e nas emoções.
O conhecimento filosófico
O conhecimento religioso
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indiscutíveis (exactas). É um conhecimento sistemático, na medida em que aborda sobre
a origem do mundo, o seu significado e finalidade. O conhecimento religioso, enquanto
obra do divino, tem evidências não verificáveis, estando dogmaticamente subjacente à
fé dos crentes. Neste sentido, a adesão das pessoas a este tipo de conhecimento é um
mero acto de fé, pois a visão sistemática do mundo é interiorizada como decorrente da
criação divina, cujas evidências não são postas em dúvida nem verificadas.
O conhecimento científico
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➢ É um conhecimento metódico – não se adquire fortuitamente, mas por meio de
procedimentos técnicos (o seu principal método é a experimentação).
➢ É um conhecimento sistematizador – ou seja, não se trata de conhecimentos
dispersos e desconexos, mas de um saber ordenado logicamente e constituído
num sistema de ideias a que se chama teoria.
➢ É um conhecimento verificável – o conhecimento só é científico se verificado
e validado pela experimentação e quando pertencente a objectos que guardam
entre si certos caracteres de homogeneidade.
Em síntese, Trujillo ( apud Marconi & Lakatos, 2009: 18) fornece-nos um quadro
comparativo dos diferentes níveis do conhecimento tal como podemos ver a
continuação.
Conhecimento Conhecimento Conhecimento Conhecimento
popular filosófico religioso científico
Valorativo Valorativo Valorativo Real/ factual
Reflexivo Racional Inspiracional Contingente
Assistemático Sistemático Sistemático Sistemático
Verificável Não verificável Não verificável Verificável
Falível Infalível Infalível/dogmático Falível
Inexacto Exacto Exacto Quase exacto
Método é uma palavra que provém do termo grego methodos (“caminho” ou “via”)
e que se refere ao meio utilizado para chegar a um fim. Por sua vez, o método científico
é o conjunto de passos seguidos por uma ciência para alcançar conhecimentos válidos
podendo ser verificados por instrumentos fiáveis.
O método científico é, por assim dizer, o conjunto de passos que permitem que o
investigador descarte a sua própria subjectividade e se apoie num conjunto de
procedimentos que lhe permitam levar a cabo uma investigação com sucesso, pois os
métodos conferem segurança ao investigador e constituem um factor de economia de
tempo. Nesta epígrafe, serão tratados vários métodos tal como abaixo seguem:
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O método bibliográfico
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• Retirar as conclusões correspondentes, tendo o sumo cuidado de esclarecer ou
responder às perguntas inicias.
Convém frisar que os passos aqui enumerados constituem meras guias de orientação
que não devem limitar a nossa actividade investigativa, que por natureza deve ser uma
acção criativa e antidogmática.
Em suma, o método bibliográfico é de suprema importância para a actividade
investigativa, porque é por meio deste que fundamentamos a (s) teoria (s) que
suporta(m) a nossa investigação.
O método etnográfico
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conflito, sendo, por isso, para a apreensão da realidade, indispensável o trabalho de
campo.
Para Vilelas (2009: 150), o trabalho de campo consiste num contacto com a
população que se pretende estudar, escudando as suas conversas, visitando as suas
casas, interrogando-a acerca das suas vivências e tradições para obter, mediante o
conhecimento directo dos modos de vida, uma visão do conjunto da sua cultura ou
analisar algo especial da mesma. O autor supracitado sintetiza as características do
método etnográfico do seguinte modo:
• Contribui para a significação do universo investigado;
• Exige uma constante reflexão e reestruturação do processo de questionamento
do investigador;
• Permite apreender o conjunto de significantes em torno dos quais os eventos,
factos, acções e contextos são produzidos, percebidos, interpretados e
representados;
• É guiado predominantemente pelo senso questionador do investigador.
Até há bem pouco tempo o método etnográfico era utilizado quase exclusivamente
em pesquisas antropológicas e sociológicas. No entanto, a partir dos primórdios da
década de 1970 os estudiosos da área da educação começaram também a fazer uso deste
método. Wolcott ( apud Lüdke & André, 1986) alerta para a necessidade de que o uso
deste método em pesquisas educacionais sirva para pensar o ensino e a aprendizagem
dentro de um contexto cultural mais amplo. De igual modo, as pesquisas sobre a escola
não se devem restringir ao que se passa no interior da própria escola, mas relacionar o
que é aprendido dentro e fora dela (Lüdke & André, 1986).
A perspectiva etnográfica, ao ser uma estratégia de investigação utilizada pelas
várias ciências sociais, torna-se especialmente útil para as pesquisas educacionais,
permitindo identificar e denunciar os riscos subjacentes à diversidade cultural com que
os sistemas de ensino se debatem, facto que em não poucas vezes se presta para o
insucesso escolar dos alunos, especialmente quando os respectivos professores não
conseguem lidar com as diferenças culturais que marcam os alunos.
O método experimental
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O método experimental consiste na determinação de um objecto de estudo, na
selecção de variáveis susceptíveis de influenciá-lo, na definição das formas de controlo
e de observação dos efeitos que as variáveis podem produzir no objecto. Este método
representa um exímio exemplo na investigação científica em determinadas áreas do
conhecimento. Todavia, ele não é viável no estudo de objectos sociais (ex: violência
doméstica, divórcio, suicídio, violação sexual, etc.), porque este método exige previsão
de relações e controlo de variáveis a estudar.
Quando os objectos a estudar são entidades físicas (ex: líquidos, metais, gases,
distâncias, massas, volumes, etc.), não se identificam grandes inviabilidades no quanto
às possibilidades do uso da experimentação. Porém, quando se trata de experimentar
com objectos sociais, como pessoas e instituições as limitações do método experimental
são muito evidentes, pois considerações éticas e humanas impedem que se façam
experimentações eficientes nas ciências sociais. Aliás, se quisermos conhecer as
consequências psicológicas da violação sexual na mulher deveríamos encontrar outras
formas de comprovação, pois não podemos aplicar a experimentação por razões éticas,
deontológicas e humanas.
Em suma, a experimentação consiste em submeter o objecto de estudo à influência
de certas variáveis, em condições controladas (sobretudo num laboratório) e conhecidas
pelo investigador, para observar os resultados que cada variável produz no objecto.
Quanto às vantagens do método experimental, podemos salientar o maior controlo
no desenvolvimento da investigação; menor possibilidade de enviesamento/distorção
dos resultados; maior possibilidade de repetição e de comparação dos resultados com
outras experiências; e, por conseguinte, uma possibilidade de generalização desses
resultados a outras realidades.
No que respeita às desvantagens, cumpre-nos observar que este método apresenta
uma grande limitação do ponto de vista ético, sobretudo quando se pretende aplicar ao
estudo dos seres humanos e das suas instituições.
O método comparativo
Este método considera que o estudo de semelhanças e diferenças entre diversos tipos
de grupos, sociedades ou instituições contribui para uma melhor compreensão do
comportamento humano. Por meio deste método realizam-se comparações para aferir o
nível de similitude e/ou de divergência entre os objectos comparados. Para Marconi &
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Lakatos (1992), o método comparativo é usado tanto para comparações de grupos no
presente, no passado, ou entre os existentes e os do passado, quanto entre sociedades de
igual ou diferente estágio de desenvolvimento.
Aliás, não se pode compreender bem um fenómeno ou facto senão por comparação
com outros fenómenos ou factos. Os sistemas culturais são tão variados que exigem
para a sua compreensão uma análise comparativa que forneça elementos precisos para o
estudo da sua variação no tempo e no espaço. A comparação fornece, por exemplo, uma
análise mais pormenorizada dos níveis de escolarização ou traços culturais comparados,
podendo-se compreender as diferenças e as semelhanças entre eles; ajudando a verificar
a evolução de um aspecto da cultura em relação ao outro; assim como, permitindo
conhecer os significados que cada sociedade atribui aos seus valores e às suas próprias
práticas quotidianas.
Tal como observam Marconi & Lakatos (1992: 82), o método comparativo pode ser
empregue em estudos de longo alcance (ex: desenvolvimento da sociedade capitalista) e
sectores concretos (diferentes formas de governação) e quantitativos (ex: taxas de
escolarização de países desenvolvidos e subdesenvolvidos) pode ser utilizado em
diferentes fases de investigação.
O método hermenêutico
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Tema: O conceito de projecto de investigação
Para tal, é preciso prever desde o começo todos os meios e métodos que
conduzam aos resultados pretendidos.
Por que precisamos de conceber o projecto de investigação?
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O projecto de investigação implica a compreensão do processo, confere maior
eficiência à investigação para se alcançarem as metas estabelecidas. Assim, o
investigador encontra no projecto de investigação um suporte que o leva a ter mais
confiança, menos dúvidas, podendo de acordo com o tempo e os recursos
disponíveis efectivar mais facilmente a investigação.
Importa frisar que o projecto não é totalmente rígido, mas pode ser modificado
várias vezes em função das circunstâncias que se forem a registar.
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investigador deve requerer junto dos participantes o seu consentimento
informado1.
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O consentimento informado é o princípio legal que em teoria garante a protecção dos informantes
de uma investigação. Segundo Vilelas (2009), este princípio comporta os seguintes elementos: “uma
declaração do tipo de estudo que envolve a pesquisa; uma explicação dos propósitos da pesquisa,
delineando a duração esperada da participação do sujeito na pesquisa; uma descrição dos procedimentos a
serem seguidos durante a pesquisa; uma descrição de quaisquer riscos ou constrangimentos
razoavelmente previsíveis; uma descrição dos benefícios razoavelmente previsíveis para os sujeitos e uma
declaração garantindo o anonimato e a confidencialidade e de que a participação é voluntaria” (p. 373). O
consentimento informado também incorpora o direito dos entrevistados ao abandono da entrevista em
qualquer momento caso, assim, o desejem (Kvale, 1996).
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Na opinião de… Tal como afirma (Sicrano de tal)
De acordo com… No dizer de….
Na óptica de… Em conformidade com…
Na visão de… Tal como descrito por….
Do ponto de vista de… Na perspectiva de…
Segundo (Fulano de tal) Sobre este ponto (Fulano) afirma que…
No entanto, outros conectores que podem ser utilizados nos textos de acordo com as
diferentes situações são:
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Outras Independentemente de, no caso em apreço, de qualquer forma, seja
situações como for, neste sentido em contrapartida, à partida, de antemão, em
princípio, etc.
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f) Dizer as coisas ao pé-da-letra, isto é, evitar o uso de adágios populares ou
provérbios, pois estes são passíveis de múltiplas interpretações.
g) Também bem não use figuras de estilo no texto científico (Ex: Camarão que
dorme a corrente o leva; Cão que ladra não morde).
h) Não usar o texto científico ou a pesquisa que estiver a fazer como meio de
disseminação das suas convicções políticas, religiosas ou ideológicas.
i) Não elaborar um discurso (supostamente científico) movido pelas suas
emoções pessoais (procure ser isento).
j) A isenção referida na alínea anterior inclui o uso de uma linguagem neutra e
não tendenciosa (ex. em vez de dizer “os bandidos armados fizeram-nos
uma emboscada, diga: os guerrilheiros da Renamo fizeram-nos uma
emboscada”; “em vez de dizer a guerra de destabilização cessou em 1992,
diga: a guerra civil cessou em 1992).
k) Não usar exemplos que relatem opiniões e juízos não documentados
cientificamente (Ex., temos ouvido falar de mulheres que queimam os seus
maridos com recurso a óleos e outros líquidos em estado de ebulição).
l) Evitar repetir várias vezes a mesma ideia.
m) Evitar analisar o assunto proposto sob um único ângulo (valha-se da
interdisciplinaridade).
n) Separe os factos das opiniões
Um dos obstáculos à separação dos factos das opiniões é que tendemos a dar
pouca diferença entre estes dois conceitos e, com frequência, apresentamos as
nossas opiniões como se fossem factos.
Os factos são realidades existentes objectiva e independentemente da nossa
vontade ou convicção. Trata-se de realidades que são exteriores à consciência dos
seres humanos, ao passo que as opiniões são formas de interpretação, de
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organização e compreensão subjectiva dos factos e do mundo. Dito por outras
palavras, as opiniões têm a ver o modo como cada indivíduo compreende e
comunica o mundo à sua volta. As opiniões dão sentido ao comportamento dos
indivíduos. Aliás, como afirma Mason Haire, “o comportamento do Homem
depende não daquilo que realmente existe (os factos), mas daquilo que ele vê
(opiniões), não da forma como o mundo está efectivamente organizado, mas da
forma como ele o organiza (opiniões). Este é, a princípio, um ponto
enganadoramente simples (…)”, mas pode ser a principal causa da confusão que,
com frequência, fazemos entre factos e opiniões.
De seguida, apresenta-se um quadro-resumo das principais diferenças entre
factos e opiniões.
Factos Opiniões
Existem no mundo objectivo. A sua existência tem a ver com a compreensão
que temos do mundo.
As declarações sobre os factos fundamentam-se As declarações sobre as opiniões dependem de
no olhar sobre o mundo objectivamente juízos de valor e de crenças (baseiam-se nas
existente convicções dos sujeitos).
(exigem a produção de provas e evidências).
Os factos só podem gerar um limitado número As opiniões podem gerar um número ilimitado
de teorias e postulados, que constituem o de ideologias, que constituem doutrinas sobre
suporte das ciências, as diversas cosmovisões.
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a) Título do material- serve para se informar sobre o assunto de que o material
versa.
b) Data de publicação- é útil no fornecimento de elementos preciosos sobre a
actualização e aceitação do material (número de edição).
c) Contracapa ou folha de rosto- possibilita a visualização sobre os dados
referentes ao autor.
d) Índice – apresenta os tópicos discutidos no material, assim como as divisões a
que esses tópicos estão sujeitas.
e) Introdução, prefácio ou nota do autor- propicia indícios sobre os objectivos do
autor ou até sobre a metodologia usada.
f) Bibliografia- tano a que consta no corpo do texto como aquela em notas de
rodapé, o que permite ver as obras citadas, podendo também remeter a outras
obras.
Em suma, para que uma leitura seja proveitosa é necessário que haja por parte do
leitor intenção, atenção, espírito crítico, reflexão, análise e síntese. Uma leitura de
estudo deve ser efectuada com um propósito de que o conhecimento gerado possa ser
discutido e aplicado.
Assim, uma leitura proveitosa deve possibilitar-nos:
g) Encontrar frases ou palavras-chave
h) Captar a ideia geral sem entrar em minúcia
i) Obter uma visão ampla do conteúdo que interessa
j) Absorver o conteúdo e todos os seus significados, lendo e relendo se necessatio
k) Formular um ponto de vista sobre o texto lido (leitura crítica )
Análise de texto
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Em suma, a análise vai permitir observar as componentes de um conjunto, perceber
as suas possíveis relações e eventualmente passar de uma ideia-chave para um conjunto
de ideias mais gerais e, por fim, passar para a crítica.
Importância da leitura
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É possível fazer um curso universitário sem ler um único livro? É concebível redigir
uma monografia científica sem nunca ter aberto um artigo, uma enciclopédia ou um
livro?
Em fim, a leitura amplia e integra os nossos conhecimentos, abrindo cada vez mais
os horizontes do saber, enriquecendo o nosso vocabulário e gerando maior facilidade de
oralidade, disciplinado a mente e alargando a consciência sobre as formas e os ângulos
sob os quais um mesmo problema pode ser apresentado.
Portanto, quem lè constrói a sua própria ciência e ao terminar um curso superior
deve estar habilitado a desenvolver investigações em temas jamais abordados na
universidade, isto é, deve ser uma pequena fonte de conhecimento que vai nutrir outros
indivíduos. Em contrapartida, quem não lê enjaula-se no seu próprio ninho tenebroso e
obscuro e há-de limitar-se a reproduzir ideias produzidas por outros, sem as sujeitar à
crítica, à síntese nem à análise.
A leitura atrai-nos ao saber e à cultura. Por isso, temos de ler e ler bastante e com
perseverança. De facto, esta perseverança garantir-nos-á um salto qualitativo de agentes
passivos consumidores de conhecimentos produzidos por terceiros para agentes
produtores dos nossos próprios conhecimento.
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Segundo Soares (2001), a quantidade de palavras retiradas do texto-fonte para
compor o resumo deve ser qualitativamente compensada por uma reformulação que
permite salvaguardar o mais essencial da informação contida no texto-fonte. Esta autora
conclui assegurando-nos que o resumo consiste na reelaboração das estruturas
discursivas e frásicas a fim de comunicar a informação de um texto com um gasto
menor de palavras.
Em função das ideias supracitadas, podemos dizer que a técnica do resumo opera
mais ao nível da transformação do discurso do que ao nível da palavra, ou seja, resumir
não é só dizer por outras palavras, mas é sobretudo dizer com menos palavras.
Desta feita, um bom resumo deve salvaguardar o máximo de objectividade e rigor,
mediando apenas a informação contida no texto-fonte e sem qualquer permissão de
marcas do seu autor (por exemplo: evitar a expressão de sentimentos individuais; o uso
de formas pronominais como meu, meus, minha, minhas, me, comigo, mim), pois a
qualidade do autor de um resumo está na capacidade de desaparecer completamente,
como sujeito, do resumo. Isto é, de não deixar a sua marca no resumo.
Subjacente ao anteriormente dito está a ideia de que o resumo exige a competência
da escrita e o domínio do funcionamento da língua. Trata-se de um exercício que exige
o conhecimento do léxico, da sintaxe, dos conectores, da pontuação e dos processos de
sequenciação textual.
De seguida apresentamos alguns passos importantes cuja observância permite-nos
elaborar um resumo bem-sucedido.
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e) Não copiar frases integrais do texto-fonte.
f) Respeitar o número de palavras exigido e não ir mais além de uma página.
O presente estudo tem em vista as especificidades das práticas socioculturais que são permeáveis
aos comportamentos violentos que no âmbito das relações conjugais vitimizam as mulheres. Toma-se
como contexto empírico de realização do próprio estudo, a cidade de Maxixe, uma cidade com
caraterísticas socioculturais diversas e cujos habitantes, embora construindo lógicas discursivas
igualmente diversas sobre a violência contra as mulheres são, elas próprias, lógicas eficazes. O estudo
visa ainda caracterizar as várias representações sociais da violência contra as mulheres, bem como
certos usos culturais susceptíveis de alentar comportamentos violentos naquela cidade. Será
desenvolvida uma estratégia metodológica de cariz qualitativo que enfatiza a análise dos percursos e das
experiências de vida das próprias mulheres vítimas de violência conjugal. Paralelamente à esta
estratégia metodológica serão mobilizadas técnicas de recolha de dados como as entrevistas
semiestruturadas, as histórias de vida, a análise de fontes documentais, entre outras, sendo o próprio
estudo ancorado, de modo geral, na revisão da literatura, nas questões metodológicas e no trabalho
empírico, premissas sob as quais serão inferidas as conclusões.
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Exemplo de resumo (de um projecto já acabado)
Título do projecto: A violência contra a mulher: um olhar sobre as suas
manifestações na cidade de Maxixe
A violência contra as mulheres tem sido discutida intensamente desde o limiar de 1970. No entanto,
a persistência de estereótipos patriarcais e sexistas na sociedade e nas famílias tem permitido que os
seus perpetradores sejam tolerados, perdoados e ilibados. Trata-se de um fenómeno que para além de
subjugar, maltratar e privar as vítimas dos seus direitos, sujeita-as à auto-recriminação, à ocultação do
seu sofrimento e à aceitação da vitimização. O presente estudo tem em vista a análise da especificidade
das práticas sociais permeáveis a comportamentos violentos que, no âmbito das relações conjugais,
vitimizam as mulheres. Tomou-se como contexto empírico de realização do estudo a cidade de Maxixe.
Trata-se de uma cidade com características socioculturais próprias e com lógicas discursivas eficazes
sobre a violência contra as mulheres. O estudo visa ainda caracterizar as várias manifestações de
violência contra as mulheres. Do ponto de vista do trabalho empírico, foi estudada uma amostra
composta por homens agressores e mulheres vítimas daquela cidade, tendo-se desenvolvido uma
estratégia metodológica de cariz qualitativo, que realça a análise dos percursos e das experiências de
vida das mulheres vítimas de violência conjugal. Paralelamente a esta estratégia metodológica foram
mobilizadas as seguintes técnicas de recolha de dados: entrevistas semiestruturadas, histórias de vida e
análise de fontes documentais. Os resultados revelaram que as famílias de origem de alguns
entrevistados eram extremamente violentas, tendo a violência continuado na vida adulta dos
entrevistados. Revelaram ainda uma tendência de tolerância da violência contra as mulheres quer pelas
próprias vítimas, quer pelas instituições de apoio às vítimas.
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