PÓS-GRADUAÇÃO
Metodologia da Pesquisa
2
ervas medicinais (erva cidreira, macela, camomila, funcho, etc.) é um bom exemplo de
conhecimento empírico, pois a maioria das pessoas que faz uso delas não sabe quais são as
propriedades químicas que garantem os efeitos proporcionados ao doente. Outro exemplo é
o açúcar cristal: sabe-se de seu alto poder bactericida e cicatrizante, mas a maioria das
pessoas também não estudou suas propriedades químicas.
Outra característica do conhecimento do senso comum é a subjetividade: esse tipo
de saber é predeterminado por crenças, interesses, classe social, convicções pessoais e
expectativas presentes nos sujeitos que o elaboram, de forma que a busca sistemática por
provas e evidências que o teste criticamente não é de interesse de seus detentores. Os
conceitos e os termos empregados para expressar ou descrever este conhecimento
geralmente são vagos, porque geralmente estão ligados a experiências individuais e
situações particulares. A vagueza na linguagem com o qual é descrito colabora com
impossibilidade de controle e avaliação experimental – suporte essencial do conhecimento
científico.
Há outro problema em relação ao conhecimento ordinário, que é a generalização de
sua aplicação por uma inconsciência dos seus limites de validade. Por vezes, as condições
determinantes de um fato são diferentes, mas os mesmos conhecimentos e técnicas são
aplicados na solução dos problemas. Veja, por exemplo, o caso de agricultores leigos que,
sem conhecimento técnico, utilizam o sistema de poda, enxerto, adubação e relação do
plantio com as fases da lua e, se às vezes algum dos fatores dessas condições muda, a
eficiência desse saber é ameaçada. Este ponto caracteriza também o senso comum como
um conhecimento fragmentado.
2 O conhecimento científico
3
inserido, é necessária uma observação do objeto de interesse pautada por princípios
científicos que orientem o pesquisador. Esses princípios devem ser expressos na forma de
enunciados que expliquem as condições que determinam a ocorrência dos fatos e dos
fenômenos relacionados a um problema. Reside aí, por exemplo, a importância de uma
linguagem clara e objetiva na elaboração de projetos de pesquisa científica, bem como dos
relatórios resultantes destes.
Por ser resultante do desejo de fornecer explicações sistemáticas que possam ser
testadas e criticadas por meio de provas empíricas e da discussão acadêmica, o
conhecimento científico é produto da necessidade de um conhecimento “seguro”, que vá
além do imediatismo e da “crendice” do senso comum, das religiões e das mitologias. A
investigação científica é a construção e a busca de um saber que acontece no momento em
que se reconhece a ineficácia dos conhecimentos já existentes, é uma modificação, uma
ampliação, uma substituição do conhecimento já existente por outro que possa responder à
pergunta em questão.
O conhecimento científico, na sua pretensão de encontrar respostas seguras para
dúvidas existentes, propõe-se atingir a dois ideais: da racionalidade e da objetividade, de
maneira que a investigação científica tem seu início quando
4
de logicidade interna ou externa e até que ponto suas afirmações concordam ou discordam
entre si e do paradigma dominante. Por exemplo, veja as divergências entre os modelos
cosmológicos de Ptolomeu, Galileu e Einstein: o primeiro modelo geocêntrico tem a Terra
como centro fixo, o universo é finito e fechado; já no segundo modelo, heliocêntrico, a Terra
gira em torno do seu próprio eixo, o universo é finito e não fechado; enquanto para Einstein, o
centro é desconhecido, o universo é aberto, sem limites e em expansão.
Já o ideal de objetividade tem em vista que as teorias científicas sejam
construções conceituais que representem com fidelidade o mundo real, que contenham
imagens que sejam “verdadeiras”, evidentes, impessoais, passíveis de experimentações e
aceitas pela comunidade científica como provadas em sua veracidade. Esse mecanismo
avalia a verdade semântica. As teorias devem poder testadas por meio de provas factuais
e seus resultados devem poder ser submetidos à avaliação crítica intersubjetiva da
comunidade científica.
A ciência exige o confronto da teoria com os dados empíricos, exige a verdade
semântica como um dos mecanismos utilizados para justificar a aceitabilidade de uma teoria.
Porém, para que se garanta que uma pesquisa científica não seja influenciada pela ideologia,
pela visão de mundo, pelos elementos culturais, pela época, como também pela formação de
mundo do cientista que a realiza, é necessário que haja uma intersubjetividade, uma
possibilidade de a comunidade científica ajuizar sobre a investigação, seus resultados e
métodos utilizados. É a intersubjetividade que proporciona a verdade pragmática. Os
enunciados científicos devem poder ser submetidos a testes, em qualquer época e lugar por
qualquer sujeito.
Ao contrário do senso comum, portanto, o conhecimento científico não aceita a
opinião ou o sentimento de convicção como fundamento para justificar a aceitação de uma
afirmação. A investigação científica é estimulada a criar fundamentos mais sólidos para seus
conhecimentos e a testar permanentemente suas hipóteses de uma forma mais rígida e
severa.
Já em termos de linguagem, no conhecimento científico – contrariamente ao do senso
comum – há o uso de construtos, que são formulações que apresentam os conceitos de
maneira unívoca, consensual e universal, para que se reduza ao máximo a ambiguidade e a
vagueza destes. O uso dos construtos permite um maior poder de testes dos enunciados e,
por consequência, um aumento na discriminação de quais são as observações empíricas
adequadas para a validação de uma observação ou experimento. Percebe-se a partir desta
característica que o conhecimento científico tem um poder de crítica maior do que o do senso
comum, mas isto não lhe confere maior estabilidade ou dogmatismo, muito pelo contrário, as
5
teorias científicas estão cada vez mais vulneráveis à localização de erros, assumindo seu
caráter hipotético e suscetíveis à reformulação.
Mas para que um conhecimento seja aceito como científico, ele deve satisfazer a
critérios que justifiquem a sua aceitação. Quais são esses critérios?
Em primeiro lugar, deve haver um método, um procedimento com passos e rotinas
específicas, que indique como algo deve ser feito para ser considerado ciência. Em segundo
lugar, deve se atentar que os critérios de cientificidade estão atrelados à cultura e à história
das diferentes épocas. Fatores históricos determinam a produção científica, tanto pela
questão da disponibilidade técnica de instrumentos que é constantemente aperfeiçoada,
quanto porque não há uma racionalidade científica abstrata, autônoma, que independa dos
fatores culturais de cada época. Reconhece-se aqui, o caráter permanentemente hipotético
do conhecimento científico: já que as explicações serão sempre provisórias, tem-se que
admitir que este tipo de conhecimento também esteja suscetível a falhas. Dessa forma, pode-
se dizer que o conhecimento científico é uma retomada constante das teorias e problemas do
passado e do presente por meio de uma crítica severa e sistemática de seus próprios
postulados e métodos.
6
intervenção. "O conhecimento teórico adequado acarreta rigor conceitual, análise acurada,
desempenho lógico, argumentação diversificada, capacidade explicativa" (DEMO, 1994).
A pesquisa teórica tem por objeto a análise de uma norma, teoria ou conceito, isolado
do contexto social em que se manifesta. Portanto, a solução do problema não é buscada no
mundo fático, mas é concebida na mente do pesquisador a partir da análise das teorias.
Na pesquisa “pura”, básica ou formal, a solução de um problema de pesquisa não tem
nenhuma aplicação aparente em um problema prático, mas apenas satisfaz o interesse
erudito de uma comunidade de pesquisadores.
Por exemplo, para os astrônomos, não saber quantas estrelas há no céu é parte de
um problema de pesquisa pura, de grande significado para eles. Sem conhecer tal número,
não poderão calcular a massa total do universo. Se pudessem calcular essa massa,
poderiam descobrir se o universo continuará a expandir-se até se dissolver, transformando-se
em nada, ou se encolherá, explodindo na criação de um novo universo.
Exemplo de problema de pesquisa pura:
Este é um problema de pesquisa, porque a pergunta implica que não sabemos algo. É
um problema de pesquisa pura porque seu fundamento lógico implica não algo que faremos,
mas algo que não sabemos, mas devemos saber.
7
A pesquisa empírica tem como objeto uma realidade determinada, enquanto a
pesquisa teórica tem como objeto teorias e conceitos. Portanto, a pesquisa empírica
distingue-se da pesquisa teórica pelo seu objeto. No que concerne aos meios utilizados por
uma e por outra, esses são, no geral, os mesmos; ambas operam, no tratamento do seu
objeto, com teorias, com conceitos e com informações sobre a realidade.
A observação direta (espontânea ou dirigida), a coleta e análise de documentos, a
aplicação de questionários (abertos ou fechados) e as entrevistas (espontâneas ou dirigidas)
são alguns dos principais procedimentos da pesquisa empírica.
Nem sempre, porém, é possível obter os dados de forma direta, por meio dos
procedimentos acima. Assim, na pesquisa empírica, poderá o pesquisador valer-se de dados
obtidos indiretamente que podem ser encontrados em livros, em artigos de periódicos e em
todo e qualquer material bibliográfico impresso ou informático.
Ainda que o ideal – até por uma questão de confiabilidade dos dados – seja obter os
dados diretamente, vale lembrar que o pesquisador empírico não necessita obrigatoriamente
realizar trabalhos de campo, pois muitos dos dados da realidade social, política e econômica
de seu problema podem perfeitamente ser encontrados em material bibliográfico das mais
diversas fontes.
O que caracteriza a pesquisa empírica não é a coleta dos dados, mas sim a postura
do pesquisador em relação ao objeto da pesquisa: enquanto na pesquisa teórica a solução
do problema encontra-se na teoria, na norma, no conceito, na pesquisa empírica deverá o
pesquisador buscá-la na realidade social.
Exemplo 2:
• Tópico: estou estudando a diferença entre as leituras do telescópio Hubble, em órbita
acima da atmosfera, e leituras das mesmas estrelas pelos melhores telescópios da
superfície terrestre
• Indagação: porque quero descobrir quanto a atmosfera distorce as medidas da luz e de
outras radiações eletromagnéticas
• Exposição de motivos: a fim de medir com maior precisão a densidade da luz e de
outras radiações eletromagnéticas num pequeno setor do universo.
8
Tanto a pesquisa pura quanto a aplicada podem ser teóricas ou experimentais. A
pura se propõe unicamente a enriquecer o conhecimento humano, geralmente de interesse
do pesquisador (por motivos cognoscitivos). Para a ciência aplicada, a ciência pura ou básica
é um meio e não um fim. Ciência aplicada é “o conjunto das aplicações da ciência básica”
(Bunge, 1980, p.28), sendo, portanto, indissociáveis.
9
forma vaga e superficial. (KÖCHE, 1997)
10
pois se conforma com a aparência e com o que se ouviu dizer a respeito do objeto. Em outras
palavras, não permite a formulação de hipóteses sobre a existência de fenômenos situados
além das percepções objetivas.
Um exemplo disso é que, desde a Antiguidade até os nossos dias, um camponês,
mesmo iletrado e/ou desprovido de outros conhecimentos, sabe o momento certo da
semeadura, a época da colheita, a necessidade da utilização de adubos, as providências a
serem tomadas para a defesa das plantações de ervas daninhas e pragas e o tipo de solo
adequado para as diferentes culturas. Tem também conhecimento de que o cultivo do mesmo
tipo, todos os anos, no mesmo local, exaure o solo. No período feudal, o sistema de cultivo
era em faixas: duas cultivadas e uma terceira "em repouso", alternando-as de ano para ano,
nunca cultivando a mesma planta, dois anos seguidos, numa única faixa. O início da
revolução agrícola não se prende ao aparecimento, no século XVII, de melhores arados,
enxadas e outros tipos de maquinaria, mas à introdução, na segunda metade do século XVI,
da cultura do nabo e do trevo, pois seu plantio evitava o desperdício de deixar a terra em
repouso: seu cultivo "revitalizava" o solo, permitindo o uso constante.
Trata-se de conhecimento vulgar ou popular, geralmente típico do camponês,
transmitido de geração para geração por meio da educação informal e baseado em intuição e
experiência pessoal; portanto, empírico e desprovido de conhecimento sobre a composição
do solo, das causas do desenvolvimento das plantas, da natureza das pragas, do ciclo
reprodutivo dos insetos etc.
11
De maneira geral, ele se prende aos fatos, isto é, tem uma referência empírica;
embora parta deles, ele os transcende. Ele se vale da testagem empírica, a fim de formular
respostas aos problemas colocados e para apoiar suas próprias afirmações. Geralmente,
exige constante confrontação com a realidade e procura dar forma de problema mesmo do
que já está aceito. Suas formulações são gerais, embora o objeto particular ou o fato singular
interesse à medida que este pertence a uma classe ou a uma lei.
Contudo, sempre se pressupõe que todo fato ou objeto é classificável e para estudo.
Os eventos históricos apontam para inúmeras descobertas científicas. Como ilustração,
podemos mencionar, na área das ciências médicas, o médico e cientista brasileiro Vital
Brasil, que desenvolveu um antídoto para a picada de cobras venenosas. O soro antiofídico
que conseguiu preparar tornou-se conhecido e aplicado em todo o mundo.
O conhecimento científico procura alcançar a verdade dos fatos (objetos) e depende
da escala de valores e das crenças dos cientistas; ele resulta de pesquisas metódicas e
sistemáticas da realidade.
Segundo Galliano,
12
entidades com quem ele terá de haver-se [...], não temos conhecimento que
vá além da experiência, mas, em momento algum, estamos autorizados a
considerar complexa a experiência. Dessa maneira, o conhecimento, mesmo
em seu grau mais alto, nada mais nos proporciona que um segmento do
mundo existente. Toda realidade, verificamos, é em si mesma parte de uma
realidade mais ampla. (POPPER, 1972)
O conhecimento não parou aí. Temos notícias de que, no Japão, com o andamento
dos conhecimentos científicos, já estão desenvolvendo os microcomputadores da quinta
geração; posteriormente outros surgirão.
As mudanças tecnológicas marcantes que ocorreram de geração para geração foram:
diminuição de tamanho, aumento da capacidade de processamento, redução de custo,
aumento da velocidade de processamento etc. Reparem que, no conhecimento científico,
ocorre uma retomada constante de novas descobertas ou ampliações, do passado para o
presente, através dos procedimentos metodológicos.
O conhecimento científico é real (factual) porque lida com ocorrências ou fatos, isto é,
com toda "forma de existência que se manifesta de algum modo" (TRUJILLO, 1986, p. 14).
Constitui um conhecimento contingente, pois suas proposições ou hipóteses têm sua
veracidade ou falsidade conhecida por meio da experiência e não apenas pela razão, como
ocorre no conhecimento filosófico. É sistemático, já que se trata de um saber ordenado
logicamente, formando um sistema de ideias (teoria) e não conhecimentos dispersos e
desconexos. Possui a característica da verificabilidade, a tal ponto que as afirmações
13
(hipóteses) que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência. Constitui-
se em conhecimento falível, em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final e, por este
motivo, é aproximadamente exato: novas proposições e o desenvolvimento de técnicas
podem reformular o acervo de teoria existente.
Apesar da separação "metodológica" entre os tipos de conhecimento popular,
filosófico, religioso e científico, no processo de apreensão da realidade do objeto, o sujeito
cognoscente pode penetrar nas diversas áreas: ao estudar o homem, por exemplo, pode-se
tirar uma série de conclusões sobre sua atuação na sociedade, baseada no senso comum ou
na experiência cotidiana; pode-se analisá-lo como um ser biológico, verificando, por meio de
investigação experimental, as relações existentes entre determinados órgãos e suas funções;
pode-se questioná-lo quanto à sua origem e destino, assim como quanto à sua liberdade;
finalmente, pode-se observá-lo como ser criado pela divindade, à sua imagem e semelhança,
e meditar sobre o que dele dizem os textos sagrados.
Por sua vez, essas formas de conhecimento podem coexistir na mesma pessoa: um
cientista, voltado, por exemplo, ao estudo da Física, pode ser crente praticante de
determinada religião, estar filiado a um sistema filosófico e, em muitos aspectos de sua vida
cotidiana, agir segundo conhecimentos provenientes do senso comum.
Exemplo:
Hoje, a agricultura utiliza-se de sementes selecionadas, de adubos químicos, de
defensivos contra as pragas e hoje há o controle biológico dos insetos daninhos e pragas
(cultivo orgânico).
O conhecimento científico é transmitido por intermédio de treinamento apropriado,
sendo um conhecimento obtido de modo racional, conduzido por meio de procedimentos
científicos. Visa explicar "por que" e "como" os fenômenos ocorrem, na tentativa de
evidenciar os fatos que estão correlacionados, numa visão mais globalizante do que a
relacionada com um simples fato – urna cultura específica, de trigo, por exemplo.
14
se não a receber de forma "natural", deve ser irrigada, pode ser um conhecimento verdadeiro
e comprovável, mas nem por isso é científico. Para que isso ocorra, é necessário ir mais
além: conhecer a natureza dos vegetais, sua composição, seu ciclo de desenvolvimento e as
particularidades que distinguem uma espécie de outra. Dessa forma, patenteiam-se dois
aspectos:
15
4.3 O conhecimento filosófico
A filosofia teve seu início na Jônia (Ásia Menor), com Tales de Mileto, e na Magna
Grécia (Sul da Itália), no século VI a.C.
Após o sucesso de Atenas na luta contra os persas, desviou-se e expandiu a
sabedoria na Grécia, e tiveram grande destaque nesses conhecimentos Sócrates (por volta
de 469-399 a.C.), Platão (cerca de 427-347 a.C.) e Aristóteles (aproximadamente, 384-322
a.C.). Por conseguinte, o pensamento filosófico foi difundindo-se por todo o mundo civilizado,
com uma tradição que prevalece até os dias atuais.
O grande mérito da filosofia é justamente desenvolver no ser humano a possibilidade
de reflexão ou a capacidade de raciocínio. Ela não e uma ciência propriamente dita, mas a
busca do saber. A filosofia, ou seja, a reflexão crítica, deve ser uma atitude de todas as
pessoas que se propõem a fazer qualquer estudo, pois exercita e educa o intelecto; caso o
homem não se esforce para isso, seu raciocínio tende a atrofiar-se. Em filosofia, podemos
falar principalmente em duas posturas que conduzem à reflexão. A primeira tem como ponto
de partida os objetos reais e é denominada de realismo; a segunda tem como ponto de
partida as ideias, e é designada idealismo. Ambas as posturas são criticadas pelos
estudiosos.
Segundo Jolivet, (1953) “o problema do alcance do conhecimento é um problema
distinto do precedente, porque o fato certo de que somos capazes de chegar ao verdadeiro
deixa subsistir a questão de saber que verdades ou que coisas somos efetivamente
suscetíveis de conhecer”. Podemos, aqui, distinguir duas opiniões que contêm, cada uma,
muitas variedades: uma afirma que só podemos conhecer ideias (idealismo) e outra admite
conhecermos as coisas reais (realismo).
O idealismo proposto por Descartes consiste em dizer que o homem não conhece
diretamente e imediatamente, a não ser seu próprio pensamento. O idealismo faz as
seguintes colocações:
16
Berkelea, citado em Curso de filosofia, de Jolivet. Ela é, então, absolutamente impensável e
não corresponde a nada real. Conclui-se que todo real se reduz a fenômenos, que nada mais
são do que as ideias. Ser, nesta concepção, é perceber ou ser percebido.
b) Os limites efetivos da razão humana, observando por outra parte, é que nossa
inteligência é condicionada em seu exercício por órgãos corporais; o realismo não
conseguiria esquecer os limites efetivos de nosso conhecimento, limitado por um máximo e
por um mínimo.
17
Segundo Wittgenstein (1995), “o filósofo pensante não percebe que seus conceitos
não poderão jamais ser optativos dentro de limites precisos, pois é o cientista, e não ele, que
pode traçar limites precisos; o cientista pode responder às questões que se coloca”. Daí
dizer-se que não se deve ficar num eterno filosofar. Refletindo sobre a maneira pela qual
conhece o objeto de estudo, a inteligência apreende o objeto concreto; e, ao apreendê-lo,
alia-se com o objeto que percebe.
Reparem que o conhecimento filosófico não está isolado no topo da atividade
intelectual. Ele oferece às ciências de todas as áreas do saber seus princípios, enquanto o
conhecimento científico oferece à filosofia novos dados, capazes de transformar os princípios
gerais, reformulá-los, e torná-los passíveis de novas descobertas.
Existe profunda interdependência entre o conhecimento filosófico e os demais
conhecimentos, como o científico, o teológico e o empírico. O conhecimento filosófico
unicamente guia para a reflexão e conduz à elaboração de princípios e valores universais
válidos para a ciência. Não está isolado dos demais tipos de conhecimentos; ele é um
elemento dinâmico e operante no processo geral do conhecimento humano.
O conhecimento filosófico é valorativo, pois seu ponto de partida consiste em
hipóteses, que não poderão ser submetidas à observação: "as hipóteses filosóficas baseiam-
se na experiência, portanto, este conhecimento emerge da experiência e não da
experimentação" (TRUJILLO, 1982 p. 12); por este motivo, o conhecimento filosófico é não
verificável, já que os enunciados das hipóteses filosóficas, ao contrário do que ocorre no
campo da ciência, não podem ser confirmados nem refutados. É racional, em virtude de
consistir num conjunto de enunciados logicamente correlacionados. Tem a característica de
sistemático, pois suas hipóteses e enunciados visam a uma representação coerente da
realidade estudada, numa tentativa de apreendê-Ia em sua totalidade. Por último, é infalível
e exato, já que, quer na busca da realidade capaz de abranger todas as outras, quer na
definição do instrumento capaz de apreender a realidade, seus postulados, assim como suas
hipóteses, não são submetidos ao decisivo teste da observação (experimentação).
Portanto, o conhecimento filosófico é caracterizado pelo esforço da razão pura para
questionar os problemas humanos e poder discernir entre o certo e o errado, unicamente
recorrendo às luzes da própria razão humana. Assim, se o conhecimento científico abrange
fatos concretos, positivos, e fenômenos perceptíveis pelos sentidos, por meio do emprego de
instrumentos, técnicas e recursos de observação, o objeto de análise da filosofia são ideias,
relações conceptuais, exigências lógicas que não são redutíveis a realidades materiais e, por
essa razão, não são passíveis de observação sensorial direta ou indireta (por instrumentos),
como a que é exigida pela ciência experimental. O método por excelência da ciência é o
18
experimental: ela caminha apoiada nos fatos reais e concretos, afirmando somente aquilo
que é autorizado pela experimentação. Ao contrário, a filosofia emprega “o método racional,
no qual prevalece o processo dedutivo, que antecede a experiência, e não exige confirmação
experimental, mas somente coerência lógica” (Ruiz, 1980, p. 110). O procedimento científico
leva a circunscrever, delimitar, fragmentar e analisar o que se constitui o objeto da pesquisa,
atingindo segmentos da realidade, ao passo que a filosofia encontra-se sempre a procura do
que é mais geral, interessando-se pela formulação de uma concepção unificada e unificante
do universo. Para tanto, procura responder às grandes indagações do espírito humano e até
busca as leis mais universais que englobem e harmonizem as conclusões da ciência.
19
Santo Tomás de Aquino faz uma observação de que não é evidente para todos,
mesmo entre os que admitem a existência de Deus, que Deus seja o Ser absolutamente
perfeito, e tal que não se possa conceber maior. Muitos filósofos pagãos disseram que o
mundo era Deus; certos povos consideravam como Deus o sol ou a lua. Isto significa que
cada indivíduo, desde os primórdios até os dias atuais, pode ter Deus de diversas formas, o
que não invalida o conhecimento teológico.
O ser humano é essencialmente radicado em uma fé; a prova que mais manifesta que
o homem é esta pessoa por natureza dotada de fé está em não haver jamais alguém
encontrado uma tribo, por mais selvagem que seja, totalmente destituída de qualquer culto ou
ideia religiosa.
A fé na pessoa manifesta-se nos poderes de a mesma pensar, sentir e querer. Ela tem
sua morada na parte invisível e espiritual do homem, compreendendo todos os poderes do
homem, pois envolve uma operação unida e coesa de todas as faculdades da pessoa.
Consiste mais em ser do que em fazer.
O ser humano dificilmente deixará de ter um conhecimento teológico, pois as
experiências da própria vida estão ligadas com revelações divinas e com a própria fé.
O conhecimento religioso, isto é, teológico, apóia-se em doutrinas que contêm
proposições sagradas (valorativas), por terem sido reveladas pelo sobrenatural
(inspiracional) e, por esse motivo, tais verdades são consideradas infalíveis e indiscutíveis
(exatas); e um conhecimento sistemático do mundo (origem, significado, finalidade e
destino) como obra de um criador divino; suas evidências não são verificadas: está sempre
implícita uma atitude de fé perante um conhecimento revelado. Assim, o conhecimento
religioso ou teológico parte do princípio de que as "verdades" tratadas são infalíveis e
indiscutíveis, por consistirem em "revelação" da divindade (sobrenatural). A adesão das
pessoas passa a ser um ato de fé, pois a visão sistemática do mundo é interpretada como
decorrente do ato de um criador divino, cujas evidências não são postas em dúvida, nem
sequer verificáveis. A postura dos teólogos e cientistas diante da teoria da evolução das
espécies, particularmente do Homem, demonstra as abordagens diversas: de um lado, as
posições dos teólogos fundamentam-se nos ensinamentos de textos sagrados; de outro, os
cientistas buscam, em suas pesquisas, fatos concretos capazes de comprovar (ou refutar)
suas hipóteses. Na realidade, vai-se mais longe. Se o fundamento do conhecimento científico
consiste na evidência dos fatos observados e experimentalmente controlados, e o do
conhecimento filosófico e de seus enunciados, na evidência lógica, fazendo com que em
ambos os modos de conhecer deve a evidência resultar da pesquisa dos fatos ou da análise
dos conteúdos dos enunciados, no caso do conhecimento teológico o fiel não se detém nelas
20
a procura de evidência, pois a toma da causa primeira, ou seja, da revelação divina.
21
SEÇÃO 2
5 Métodos Científicos
Os métodos científicos (passos que devem ser seguidos regularmente para que algo
seja considerado como ciência) também mudam conforme a ciência evolui. A seguir teremos
algumas formas de se trabalhar o raciocínio lógico.
O Método científico atual é a teoria de investigação e constitui-se essencialmente das
seguintes etapas:
a) Descoberta do problema;
b) Colocação precisa do problema;
c) Procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes ao problema;
d) Tentativa de solução do problema usando meios apropriados;
e) Invenção de novas ideias (hipóteses, teorias, modelos, técnicas) ou produção de
novos dados empíricos necessários;
f) Obtenção de uma solução;
g) Investigação das consequências da solução obtida;
h) Prova da solução;
i) Correção das hipóteses, teorias, procedimentos e dados empregados na obtenção
da solução incorreta.
22
Meio de indução: raciocínio
Caminho de indução: Do exemplo ao geral, dos indivíduos aos espécies, dos fatos às leis.
Fases principais:
Possíveis equívocos:
Formas de indução:
23
etc.), de forma que se fundamenta na lei ou na causa que rege o fenômeno ou fato,
constatada em um número significativo de casos, mas não em todos.
Por que, em alguns casos, um exemplo apenas é suficiente para uma indução perfeita
e, em outros, milhares de exemplos coincidentes, sem exceção conhecida, contribuem
muito pouco para se estabelecer uma proposição universal?
24
Logo, todo sangue humano é composto de plasma.
25
Cerca de 80% dos melhores restaurantes do país se concentram na região sudeste.
Logo, destes restaurantes escolhidos aleatoriamente, se forem bons, cerca de 80%
estarão localizados na região sudeste.
5) Por analogia
26
em ratos e da sua posterior extensão à raça humana. Já que o homem e o rato são
fisiologicamente semelhantes, o que pode trazer efeitos indesejáveis ao homem.
DEDUTIVO INDUTIVO
Se todas as premissas são verdadeiras, a Se todas as premissas são verdadeiras, a
conclusão deve ser verdadeira. conclusão é provavelmente (mas não
necessariamente) verdadeira.
Toda a informação ou conteúdo factual da A conclusão encerra informação que não
conclusão já estava (pelo menos, estava, nem implicitamente, nas premissas
implicitamente) nas premissas.
• Muitas explicações não têm qualquer lei como premissa, às vezes, uma
descrição serve de explicação e as premissas se tornam desnecessárias.
27
Método Hipotético-Dedutivo (C. Popper)
Componentes:
• Problema;
• Teoria-tentativa;
• Eliminação do erro;
• Novos problemas.
Surgimento do problema:
Importante: um único caso negativo concreto será suficiente para falsear a hipótese.
28
SEÇÃO 3
O que é pesquisa?
Entende-se por trabalho científico original aquela pesquisa, de caráter inédito, que
vise ampliar a fronteira do conhecimento, que busque estabelecer novas relações de
causalidade para fatos e fenômenos conhecidos ou que apresente novas conquistas para o
respectivo campo de conhecimento.
29
Trata-se, portanto, de uma pesquisa sobre um determinado assunto, levada a efeito,
em parte ou em conjunto, pela primeira vez. São trabalhos desta natureza que,
preferencialmente, concorrem para o progresso das ciências com novas descobertas.
A memória científica ou trabalho científico original deve ser redigido de tal maneira
que, a partir das indicações no texto, um pesquisador qualificado possa:
30
A pesquisa se alicerça sobre os interesses das pessoas e tem como unidade de
trabalho a problemática e não somente, como muitas vezes se acredita, o tema ou o assunto.
Fazer pesquisa acadêmica é responder a perguntas cujas respostas não se tenha de
antemão. Só que fazer perguntas não é tão fácil quanto parece, pois se deve desenvolver as
perguntas e associar conjuntos de perguntas de modo a formar problemáticas.
Desenvolver as problemáticas significa saber o quê se quer saber e perceber que isso
não se dá de imediato, já que o objeto científico é construído conforme o trabalho de
pesquisa se desenvolve. Por isso, algumas fases e estruturas são básicas para o trabalho da
pesquisa: a projeção da pesquisa e a elaboração de um cronograma de trabalho.
Além disso, durante a elaboração da pesquisa, é necessário que não se perca o foco
do estudo, que geralmente está ligado a tal problemática que mencionamos acima. O
problema é que as práticas escolares, em nossa escola tradicional, se caracterizam por
serem fragmentárias, por não terem centro.
O estabelecimento de relações entre o conhecimento adquirido e a problemática é
fundamental, pois é aí que a pesquisa se torna fundamental. Uma vez estabelecido um
percurso a ser realizado, suas necessidades internas dão sentido e lugar às novas
informações ou conhecimentos adquiridos. Isso significa dizer que a pesquisa produz um
centro provisório. Cada pesquisa em realização ou realizada estabelece um centro, centro
diferente do de outra pesquisa, porém um centro. Naquele momento em que a pesquisa está
acontecendo existe um ponto focal para o qual o conhecimento faz sentido. Quando
passamos de uma pesquisa a outra mudamos o centro, esse centro se desloca para outro
lugar.
Ao contrário de uma forma curricular baseada em grade de disciplinas, que mapeia
regiões de conhecimento sem centro, a pesquisa fornece sempre, provisoriamente, centros
de organização do conhecimento. Por isso é necessário muito cuidado com o desvio de
temática ou problema.
31
Pesquisa é intercâmbio
32
Pesquisa e disciplinaridade
Resumo 1
Palavras-chave
• Arquitetura para robôs móveis
• Cadeira de rodas robótica
• Funções de navegação
• Interação humana
• Planejamento de movimento
• Robôs móveis
Resumo Original
33
Existem aplicações na área da robótica móvel em que, além da navegação autônoma
do robô, é necessário que um usuário humano interaja no controle de navegação do robô.
Neste caso, considerado como controle semi-autônomo, o usuário humano têm a
possibilidade de alterar localmente a trajetória autônoma previamente planejada para o robô.
Entretanto, o sistema de controle inteligente do robô, por meio de um módulo independente
do usuário, continuamente evita colisões, mesmo que para isso os comandos do usuário
precisem ser modificados. Esta abordagem cria um ambiente seguro para navegação que
pode ser usado em cadeiras de rodas robotizadas e veículos robóticos tripulados onde a
segurança do ser humano deve ser garantida. Um sistema de controle que possua estas
características deve ser baseado numa arquitetura para robôs móveis adequada. Esta
arquitetura deve integrar a entrada de comandos de um ser humano com a camada de
controle autônomo do sistema que evita colisões com obstáculos estáticos e dinâmicos, e
que conduz o robô em direção ao seu objetivo de navegação. Neste trabalho é proposta uma
arquitetura de controle híbrida (deliberativa/ reativa) para um robô móvel com interação
humana. Esta arquitetura, desenvolvida principalmente para tarefas de navegação, permite
que o robô seja operado em diferentes níveis de autonomia, possibilitando que um usuário
humano compartilhe o controle do robô de forma segura enquanto o sistema de controle evita
colisões. Nesta arquitetura, o plano de movimento do robô é representado por uma função de
navegação. É proposto um método para combinar um comportamento deliberativo que
executa o plano de movimento, com comportamentos reativos definidos no contexto de
navegação, e com entradas contínuas de controle provenientes do usuário. O sistema de
controle inteligente definido por meio da arquitetura foi implementado em uma cadeira de
rodas robotizada. São apresentados alguns dos resultados obtidos por meio de experimentos
realizados com o sistema de controle implementado operando em diferentes modos de
autonomia.
Título em Inglês: Mobile robot architecture based on navigation function with human
interaction
1. O que ele está estudando? Qual o problema que o autor está propondo?
34
2. Quais os estágios que ele propõe para o trabalho?
Resumo 2
Palavras - chave:
Argamassa, polímeros, contrapisos
Linha(s) de pesquisa:
Resumo tese/dissertação:
35
polímeros e com diferentes técnicas de preparação da base, sendo que os polímeros
utilizados são o acrílico, o estireno - butadieno (SBR) e o poli(acetato de vinila) (PVAc).
1. O que ele está estudando? Qual o problema que o autor está propondo?
A pesquisa na graduação
Ao final da graduação muitos cursos exigem uma monografia, que neste caso é a
revisão bibliográfica, ou revisão da literatura específica do curso. É mais um trabalho de
assimilação de conteúdos, de confecção de fichamentos e, sobretudo, de reflexão. É,
propriamente, uma pesquisa bibliográfica, o que não exclui capacidade investigativa de
conclusões ou afirmações dos autores consultados.
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é outro nome que se dá às monografias
apresentadas ao final dos cursos de graduação. Também recebe o nome de Trabalho de
Graduação Interdisciplinar (TGI) e Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização
e/ou Aperfeiçoamento (cursos de lato sensu).
A Norma NBR 14724:2002 assim define esse tipo de trabalho acadêmico:
36
A monografia, geralmente, é o primeiro trabalho de pesquisa realizado pelo aluno e
por esta razão não é obrigatório que o tema seja original, mas é necessário que o estudante
saiba trabalhar de maneira aprofundada a bibliografia e os recursos metodológicos existentes
com rigor científico.
Em muitas vezes, a monografia de final de curso apresentada pelos alunos, acaba se
transformando em um projeto para ingressar no mestrado ou em um caminho para despertar
a vontade de seguir uma carreira acadêmica como pesquisador ou professor universitário.
Em todos estes casos, é importante que se realize um bom trabalho de pesquisa, pois ele
poderá servir como referência a outros pesquisadores.
Originalmente, a intenção deste trabalho é dar suporte técnico e metodológico para
aqueles que estão vivendo esta fase de produção de uma monografia.
A pesquisa na pós-graduação
37
monográfico caracteriza-se mais pela unicidade e delimitação do tema e pela profundidade
do tratamento que por sua eventual extensão, generalidade ou valor didático. (SEVERINO,
1993, p.100)
Podemos dizer que se trata de um trabalho mais elaborado que deve apresentar e
acumular observações; organizá-las; procurar as relações e regularidades que pode haver
entre elas; indagar sobre os seus porquês; utilizar de forma inteligente as leituras e
experiências para comprovação; comunicar aos demais seus resultados.
Finalmente, na monografia para a obtenção do grau de doutor (ou tese), são
elementos fundamentais: a revisão da literatura, a metodologia utilizada, o rigor da
argumentação e apresentação de provas, a profundidade das ideias, o avanço dos
estudos na área.
Assim, sistematicamente, temos esses 3 tipos básicos de trabalho científico:
38
• Introdução. Consiste da apresentação do trabalho: o tema investigado (o
problema, o objeto de estudo), sua importância, a metodologia, os objetivos, as
contribuições esperadas e rápida referência aos trabalhos anteriores. Deve ter
uma formulação clara e objetiva.
Tipos de Monografia:
B. Dissertação
Algumas definições:
39
Tipos:
C. Tese
A tese é uma proposição sobre determinado aspecto de qualquer ciência, devendo ser
apresentada e defendida publicamente. Apresenta o mais alto nível de pesquisa e requer não
só exposição e explicação do material coletado, mas, e principalmente, análise e
interpretação dos dados.
O objetivo básico da tese é a argumentação, e o imediato é colaborar na solução
de problemas. Possui a mesma estrutura da monografia ou da dissertação: introdução,
desenvolvimento e conclusão. A diferença da tese em relação as outras está na
profundidade, originalidade, extensão e objetividade.
Partes da tese:
a) Preliminares
1. Folha de rosto
2. Página de aprovação
3. Agradecimentos
4. Lista de tabelas
5. Sumário
b) Corpo da tese
1. Introdução (proposição)
2. Desenvolvimento (demonstração), geralmente dividido em capítulos
2.1 O problema
2.2 Revisão da Bibliografia
2.3 Procedimentos Metodológicos
2.4 Apresentação e Análise de Dados
3. Conclusões e Recomendações
40
c) Parte referencial
1. Apêndices e Anexos
2. Referências Bibliográficas
A. Artigo científico
41
de esclarecer uma questão antiga, inexistência de um livro sobre o assunto, aparecimento de
um erro.
B. Comunicação científica
Estrutura:
42
C. Ensaio
D. Informe científico
E. Paper
43
juntas; (d) opinião pessoal não evidenciada, não demonstrada; (e) cópia do trabalho de outra
pessoa sem reconhecê-la, quer o trabalho seja ou não publicado, profissional ou amador: isto
é plágio.
Cinco passos para a realização de um paper:
Diga o objetivo de seu paper e desenvolva suas ideias apoiando-se em fontes dignas
de crédito. Após defender seu ponto de vista, demonstre-o apresentando provas e conclua.
Siga a estrutura da comunicação científica.
No meio acadêmico, paper vem sendo empregado com um sentido genérico; pode
referir-se não só a uma comunicação científica, mas também a texto de um simpósio, mesa-
redonda e mesmo a um artigo científico.
F. Seminário
Etapas
44
• dividir em tópicos;
• analisar do material coletado relacionando-o com o tema central e os tópicos;
• sintetizar as ideias contidas nos diferentes textos, reelaborando-as para a
exposição, que pode ter a seguinte estrutura: introdução, desenvolvimento,
conclusão (com contribuições do grupo) e bibliografia.
Funções:
Pôster
LIMITAÇÃO → espaço
45
Conteúdo → estrutura
• Introdução - objetivo
• Material e método
• Resultados obtidos
• conclusão
• espaço disponível
• forma (tamanho de letra, título e nome do autor)
• tempo de apresentação
Planejamento
Importante
46
B IB L IO G R A F IA
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
SOLOMON, D. V. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
47