Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INVESTIGAÇÃO I – EPISTEMOLOGIA DE
ENFERMAGEM
Docente:
Professora Doutora Lucília Nunes
Discentes:
Jennifer Sousa Brito, Nº150528053
Jessica Sousa Brito, Nº150528040
Laura Sophia da Silva, Nº150528023
Características da Ciência:
É o modo de abordagem: na explicação, predição, classificação e interpretação;
É um processo cumulativo, não um produto acabado do conhecimento;
2
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
3
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
1
Influenciam as variáveis, introduzem uma alteração no juízo sobre a variável.
4
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
Desenvolvimento da ciência:
Moles descreve três níveis de desenvolvimento da ciência do século XIX:
A ciência do certo – relacionada à criação, à construção de uma ciência exata e
verdadeira, que possuísse em si as qualidades de um conhecimento unívoco e
acabado;
A ciência do percebido - constrói uma visão de mundo a partir de uma
representação.
A ciência do provável – crê num mundo de probabilidades, abre-se às possibilidades
para a busca do conhecimento científico. Utiliza-se na saúde.
Conhecer:
É estabelecer uma relação entre a pessoa que conhece e o objeto que passa a ser
conhecido;
5
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
Quem conhece acaba por apropriar-se do objeto que conheceu, ou seja, transforma
em conceito esse objeto, reconstitui-o na sua mente;
O conceito, no entanto, não é o objeto real, não é a realidade, mas apenas uma
forma de a conhecer;
O objeto tal continua existindo como tal, independentemente de o facto de o
conhecermos ou não
Duas maneiras de conhecer um objeto:
Mediante os sentidos através da sensibilidade
Por meio de sensibilidade física. Diz respeito aos objetos físicos;
É sensível quando é obtido mediante uma informação prestada pelos nossos
sentidos.
Mediante o pensamento, puramente intelectual
Sem qualquer informação da visão, audição, olfato, paladar ou tato,
podemos conhecer uma ideia, um princípio, uma lei.
Cépticos empíricos não há conhecimento universal
Conhece-se através da experiência
Tipos de conhecimento:
Mítico – manifesta-se através de uma narrativa de significação simbólica,
geralmente ligada à cosmologia e relativa a Deuses encarnadores das forças da
Natureza;
Filosófico – origem na capacidade de reflexão do Homem e por instrumento
exclusivo de raciocínio. É a busca do saber e não sua posse. Interroga o próprio
saber e transforma-o em problema. É especulativo, pois as suas conclusões carecem
de prova material de realidade;
Teológico ou religioso – produto da fé humana na existência de uma ou mais
entidades divinas. Provém das revelações do mistério, do oculto, por algo que é
6
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
7
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
8
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
10
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
Teorias Epistemológicas
GASTON BACHELARD:
Identifique e explique 3 obstáculos de Bachelard?
Obstáculos epistemológicos são uma espécie de contrapensamento que pode surgir
no momento da constituição do conhecimento ou numa fase posterior.
A opinião que é formada a partir do senso-comum e o conhecimento imediato
(também conhecido como experiência primária) são dois exemplos de obstáculos ao
conhecimento científico. Estes são a experiência inicial, “situada antes e acima da crítica”,
ou seja, a opinião não pensa, mas sim traduz necessidades em conhecimentos, acabando
apenas por designar a utilidade dos objetos e não os conhecer, daí a opinião e a
experiência primária não servirem como um apoio seguro. Outro, de vários obstáculos
epistemológicos, é a visão substancialista que visa explicar os fenómenos através de
qualidades e de virtudes adulteradas.
Todos os obstáculos de Bachelard
A experiência primeira:
• Estado pré-cientifico onde não se procura uma razão racional para um
determinado acontecimento.
• Trata de trocar pontos de vista empíricos e não científicos.
• Não procura a compreensão dos acontecimentos.
• Baseia-se numa convicção profunda e por isso mesmo, constitui um primeiro erro.
Conhecimento geral:
• Uma generalização pode converter-se num conhecimento vago.
• Podemos estar a incluir algo que pode não ser englobado nessa generalização.
Obstáculo de natureza verbal: Quando uma única palavra, ou uma única “imagem”
eneralizada de algo são a explicação para uma variedade de acontecimentos distintos.
Conhecimento pragmático e unitário:
• As experiências não podem ser colocadas em compartimentos nem se podem
contradizer umas às outras
11
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
• Aquilo que é a verdade para o “grande” deve ser a mesma verdade para o
“pequeno” e vice-versa
• Se ocorrer alguma divergência entre os dados e as experiências, desconfia-se que
se efetuou um erro, o que pode levar à ocorrência de falsos problemas.
Obstáculo substancialista:
• É constituído por intuições disparas e até podem ser opostas.
• O estado pré-cientifico acumula num objeto os conhecimentos onde esse mesmo
objeto vai desempenhar um papel.
12
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
sugere novas regras e normas de aplicabilidade do saber, mais complexas mas também
mais dinâmicas.
Ou seja, existe uma necessidade de testar o conhecimento através da superação de
obstáculos que por sua vez ajudam na progressão do conhecimento que é posteriormente
apresentado à sociedade para ser validado.
THOMAS KUHN:
Define e enquadra paradigma na teoria de Kuhn?
O conceito de paradigma apresenta dois sentidos: um geral e um restrito. Num
sentido geral, paradigma é o conjunto de compromissos de pesquisas de uma comunidade
científica”, isto é, um conjunto de valores, crenças e técnicas partilhadas por um grupo
científico. Um paradigma restrito é um subconjunto do primeiro.
Ao sentido geral foi aplicada, por Kuhn, a expressão “matriz disciplinar, disciplinar
pois é algo que os praticantes de uma disciplina particular partilham e matriz pois é
constituída por elementos de diversas espécies, sendo que cada elemento é determinado
minuciosamente.
13
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
14
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
Notas:
A persuasão é a ferramenta essencial de argumentação para "vender" um
paradigma a uma comunidade científica
Por vezes o demonstrar de uma teoria não é o suficiente para o vincular
da mesma, e é ai que entra a persuasão, capacidade do orador de cativar
e angariar apoiantes as suas ideias, com o poder da argumentação.
2
Paradigma: O paradigma pode tomar tanto o sentido tácito como o sentido sociológico, ou ambos. O
sentido sociológico está relacionado com as crenças e valores da comunidade científica, enquanto o sentido
tácito está ligado à apresentação de problemas-exemplos à comunidade científica.
3
Incomensurabilidade:
- Quando surge um novo paradigma que vem contradizer o velho.
- Choque entre as duas teorias.
- Não é possível a coexistência dos dois paradigmas.
4
A Revolução Científica é um período marcado por anomalias ou crises no paradigma até então dominante,
provocando a sua ruptura.
15
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
KARL POPPER
Como se distingue ciência e não ciência, segundo Popper?
Segundo os empiristas, a divisória entre o que é ciência e o que não o é, isto é, o
que pertence ao campo da metafísica, faz-se mediante a interpretação do que tem sentido
do que não tem; do que pode ser comprovado do que não pode.
A ciência, segundo Popper, resulta de uma “construção racional”, na qual a mente
do cientista articula pressupostos e hipóteses vinculadas com o contexto do mesmo, ou
seja, é “formulada como produto das nossas atividades mentais.” Assim, como critério de
divisão entre ciência e metafísica, Popper propõe a falseabilidade ou falsidade, “toda a
proposição que possa ser empiricamente observável é científica, caso contrário, a
proposição em questão é metafísica”. Este critério de validação de uma teoria exige que
16
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
5
Os 3 mundos são:
- O mundo 1, o das coisas materiais (mundo físico), corresponde às forças físicas, aos corpos e aos estados;
- O mundo 2, o da consciência (mundo psíquico), corresponde às emoções, aos processos psíquicos e às
experiencias subjectivas;
- O mundo 3, corresponde ao produto da criatividade do homem, aos artefactos, à arte e às relações
interpessoais. É neste mundo que se dá o desenvolvimento científico.
6
Para Popper, a ciência faz-se através de conjunturas e refutações, os erros fazem falta, pois se não
errarmos não podemos corrigir nem conhecer.
7
Enigmas: são os mistérios que levam o desenvolvimento da ciência.
17
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
18
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
IMRE LAKATOS
Questão do desenvolvimento do conhecimento?
O conhecimento Lakatosiano desenvolve-se essencialmente a partir do mundo das
ideias, no Mundo 38 de Platão e Popper, ou seja, no mundo do conhecimento articulado
que é independente dos sujeitos que conhecem.
Para Lakatos a melhor maneira de começar [o jogo da ciência] não é com uma
hipótese falsificável (e, portanto, consistente), mas com um programa de investigação.
De acordo com a epistemologia Lakatiana, o conhecimento passa a ser sustentado
por uma metodologia de programas de pesquisa científica.
8
O mundo 3, corresponde ao produto da criatividade do homem, aos artefactos, à arte e às relações
interpessoais. É neste mundo que se dá o desenvolvimento científico.
19
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
FEYERABEND
Articule o pluralismo metodológico e o desenvolvimento da ciência.
Anarquismo significa oposição a um princípio único, absoluto, oposição a toda e
qualquer organização. Tendo em conta o lado metodológico, não significa ser contra todos
os procedimentos mas sim, contra a instituição de um conjunto único e fixo de regras que
se pretendam instituir como método.
Tendo em conta o significado de “anarquismo” torna-se fácil de entender o
conceito de “anarquismo epistemológico”, sendo este a oposição a um método único, ou
seja, a defesa de um pluralismo metodológico.
Feyerabend opõe-se á racionalidade científica, pois esta diz que só se devem aceitar
teorias que tenham argumentos sólidos e fortes ou então que se ajustem a teorias já
existentes, não acredita que exista “a teoria”, ou “a regra”, mas sim, uma teoria ou uma
regra, uma vez que não existe nenhum método científico que em algum momento da
20
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
história não tenha sido criticado e/ou refutado, sendo assim o conhecimento descrito
como: “o conhecimento não é uma série de teorias auto consistentes que converge para
uma concepção ideal; não é uma aproximação gradual à verdade. É, antes, um sempre
crescente oceano de alternativas mutuamente incompatíveis [grifo do autor], no qual cada
teoria, cada conto de fadas e cada mito que faz parte da colecção força os outros a uma
articulação maior, todos contribuindo, mediante esse processo de competição, para o
desenvolvimento de nossa consciência.”
No fundo, trata-se de uma afirmação clara de que “ tudo vale”, e é esse mesmo o
lema da sua teoria. É uma forma de prevenir a estagnação do pensamento e do
desenvolvimento científico, porque, segundo Feyerabend, se olharmos para o
conhecimento e a forma de obter demasiado rigidamente, podemos impedir
desenvolvimentos importantes por não serem exploradas outras possibilidades e não se
apostar em alternativas.
Feyerabend concebe que a adequação de novas hipóteses a uma teoria aceite (a
mais antiga, a que domina) provoca uma inércia do desenvolvimento científico. É
necessária a diversidade de teorias e de metodologias para ampliar o conhecimento e o
progresso, e não devem ser descartadas por não serem coerentes com a teoria aceite.
21
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
LAUDAW
Articule os fundamentos de Lakatos e Laudaw?
Laudan faz também a distinção entre tradições de pesquisa e os “programas de
pesquisa” de Lakatos, onde fazia algumas críticas tais como: dizia que só havia progresso
empírico; num programa, uma teoria resulta de outra, ao contrário da maioria dos casos
históricos; a estrutura rígida do núcleo dos programas não admite mudanças.
22
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
23
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
e diacrônica”, ou seja, a ciência é muito mais do que algo que se baseia apenas na razão e
na lógica.
Na verdade, encontra-se “submetida a eventuais mudanças e transformações ao
longo do tempo”, o que a torna dinâmica relativamente ao passar do tempo, contribuindo
para a ascensão da ideia de que a ciência é construída através da problematização,
ultrapassando deste modo a conceção empirista-indutivista, que afirma que a ciência
surge, exclusivamente, através da “observação, experimentação e indução, nunca em mera
especulações teóricas, criatividade ou pré-concepções” que poderiam “distorcer a visão
sobre a realidade e a interpretação do mundo.”
POLANYI
Articule os conceitos tácitos e naturais.
O conceito central da Epistemologia de Michael Polanyi é o conhecimento tácito
Conhecimento tácito é aquele que o indivíduo adquiriu ao longo da vida, que está
na cabeça das pessoas. Geralmente é difícil de ser formalizado ou explicado a outra pessoa,
pois é subjectivo e inerente às habilidades de uma pessoa. Para Polanyi é espontâneo,
24
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
intuitivo. Recorre a dois termos coesos entre si, o proximal (Características) e o distal
(Compreensão), com o intuito de caracterizar algo após a compreensão. Podemos analisar
um exemplo de como atuam na forma como se reconhece uma face (rosto): Confiamos em
certas características, como a cor dos olhos e o formato do nariz para tentar reconhecer
essa face. No entanto, o que queremos perceber (distal – focal – objetivo) é o rosto e não
as características (proximal – subsidiário, para chegar ao objetivo).
Este conhecimento, opera por meio da ciência e é singular e produto das
experiências e práticas de vida, que se afectarem o indivíduo, é por dificilmente
transmissível por meio de verbalização ou fórmulas (por não se encontrar formalizado em
qualquer tipo de suporte), dado que deriva da incorporação informal, de conhecimentos
inerentes às ações de cada indivíduo e das interações com o mundo, que é individual e
intransmissível.
Temos de ter em conta que o conhecimento tácito inclui o conhecimento pessoal,
na medida em que este é formado pelos indivíduos e por essa mesma razão inclui “as suas
emoções e paixões. Polanyi quis realçar que até na ciência, o intelecto está conectado ao
contributo “apaixonado” do conhecimento pessoal, tendo que as emoções são então dos
seus elementos relevantes.
No Conhecimento Pessoal não existe conhecimento que seja essencialmente
objetivo, visto ser pessoal, os factos incluem o nosso julgamento, procura ser aceite e
possui Intenção Universal .
25
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
consciente e deliberado da nossa mente. Ambas são capacidades naturais do ser humano e
a interacção existente entre elas é responsável pelo processo de descoberta.
Toda a descoberta é feita, para Polanyi, através de dois movimentos, um deliberado
e outro espontâneo. “O movimento espontâneo sendo evocado em nós pela acção de
nosso esforço deliberado. O deliberado é o ato focal da imaginação, enquanto a resposta
espontânea a ele, que faz a descoberta, pertence à mesma classe de coordenação
espontânea de músculos” que respondem a um estímulo ou a uma ordem. Assim, Polanyi
vê a descoberta científica como sendo outra instância de interacção entre o focal e
subsidiário, entre o tácito e o explícito. Em que a intuição fornece indícios auxiliares para
que a imaginação possa focalizar-se num ponto a ser atingido.
A intuição diz-nos então, quando parar, ou seja, quando é que o resultado atingido
é válido. Esse resultado pode ser provisório, pois a imaginação recomeça o trabalho
iniciando um novo ciclo de problemas e descobertas. A interacção entre a intuição e a
imaginação leva a revoluções científicas. (“Ocorrem não porque os cientistas adoptem
deliberadamente um novo modelo, mas por chegar às últimas consequências que uma
teoria aceita, acreditando nelas mais concreta e literalmente do que ninguém mais”.
Notas:
- Intuição e a imaginação ajuda a resolver problemas.
-O conhecimento pessoal: sei mais do que consigo expressar/dizer e o
conhecimento pessoal nasce da experiência, imaginação e da intuição
- Diferença entre pessoal e subjetivo:
O conhecimento subjetivo apenas diz respeito à pessoa envolvida e às suas
experiências pessoais, sem que esteja presente a intenção universal. Assim, o
indivíduo tem a sua própria opinião sobre algo, sem ser influenciado pelas suas
qualidades intrínsecas, e como a intenção universal não está incluída neste tipo de
26
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
conhecimento, não haverá qualquer verificação do facto por parte de outra pessoa
(que teria que possuir o mesmo equipamento sensorial, por exemplo).
O conhecimento pessoal, pelo contrário, pode incluir a intenção universal, e
os factos podem ser independentes do indivíduo, o que já não pode ser considerado
conhecimento subjetivo: “Na medida em que o pessoal se submete a requisitos por
ele reconhecidos como independentes de si mesmo, ele não é subjetivo nem
objetivo.”
Estes conceitos de conhecimento subjetivo ou pessoal remetem-nos para o facto
de que a ciência “é feita por um ser humano, que se compromete com uma visão da
realidade.”
TOULMIN
Quais os contributos do modelo argumentativo para a Epistemologia?
Stephen Toulmin desenvolveu uma teoria de argumentação que serviu como
discurso argumentativo de modo a que este seja coerente. A racionalidade de uma
argumentação depende da possibilidade de apoiar uma conclusão (declarações que servem
para apoiar as garantias) sobre um dado (facto ou prova utilizada para provar o
argumento), devido a uma lei de passagem (garantia) que estabelece uma relação entre o
facto e a conclusão.
No entanto, há a existência de possíveis refutações (contra-argumentos), razão pela
qual os argumentos, começam muitas vezes por qualificadores modais, tais como,
“presumivelmente”, “provavelmente”, ou dependendo da sua força, pode o argumento ser
antecedido do advérbio “necessariamente”.
27
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
9
Modelo argumentativo: Processo que suporta a mudança conceptual.
28
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
AFAF MELEIS
Qual a importância da avaliação das teorias de Meleis (Modelo da
Avaliação)?
A avaliação de teorias é um componente essencial para a prática da Enfermagem e
para o desenvolvimento do conhecimento e está sustentada em várias razões e
argumentos citados por Meleis.
Para Meleis, a avaliação é importante para a decisão da teoria mais apropriada para
uma pesquisa, ensino, administração ou consultoria de enfermagem. Esta avaliação
permite identificar teorias que possibilitem a pesquisa de aspetos práticos ou que
constituam o fio condutor para projetos de pesquisa, comparações ou explicações de
determinados fenómenos, com vista a aumentar o potencial de desenvolvimento das
29
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
30
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
contexto de descoberta bem como o processo de orientação. De acordo ainda com Meleis,
a etapa teste é, uma verificação, sendo um processo sistemático no qual as proposições
teóricas são submetidas ao rigor de pesquisa em todas suas formas e aproximações.
Suporte: etapa na qual se avalia o grau de extensão e aceitação da teoria. Segundo
Meleis, avaliar o suporte de uma teoria inclui aceitação de declarações, adaptação de
problemas centrais da disciplina e reconhecimento de novos fenómenos de Enfermagem.
Ainda segundo
Meleis, a autora considera importante não apenas considerar a validação da teoria
como também os seus componentes. Refere que é importante entender a experiência
individual vivida por cada individuo que recebeu cuidados de Enfermagem baseados em
determinada teoria, bem como por aquelas que prestaram cuidados (Profissionais de
Enfermagem), por isso, depoimentos, exemplos e histórias também podem ser utilizados
para validar e fundamentar uma teoria.
31
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
CARPER
Apresente e descreva os padrões do conhecimento de Carper?
Os padrões fundamentais do conhecimento são a ciência da Enfermagem (modelo
empírico), a arte da Enfermagem (modelo estético), a ética em Enfermagem e, por último,
o conhecimento pessoal. Barbra Carper determinou, portanto, quatro padrões do
conhecimento para validar o seu conhecimento em Enfermagem.
Ciência da Enfermagem: Trata-se de um padrão factual descritivo, discursivamente
formulado e publicamente verificável cujo objetivo é desenvolver o conhecimento abstrato
e explicações teóricas.
Segundo Carper, os objetivos do conhecimento são alcançados através da
descrição, explicação e previsão de fenómenos que estão organizados sistematicamente
em leis e teorias. A sua validade é garantida através de testes para validação das estruturas
concetuais. A fonte do conhecimento são as teorias. Este conhecimento é de natureza
descritiva, explicativa e de previsão de fenómenos.
Arte da Enfermagem: Trata-se de um padrão subjetivo e expressivo, e a ação de
cuidar é a sua materialização. É de salientar que esta forma de conhecimento sofreu uma
desvalorização por vários motivos, de entre os quais a redução da arte à simples execução
de técnicas. Este padrão está relacionado com o “saber como” que permite trabalhar com
fenómenos não quantificáveis e que não podem ser explicados por leis e teorias.
É algo abstrato, mas ao mesmo tempo específico e único. O processo estético é
semelhante ao que Dewey, refere como a diferença entre reconhecimento e perceção.
Reconhecimento é identificar, atribuir classificações segundo estereótipos ou formas de
classificação, enquanto que perceção é recolher dados, ou seja com a perceção recolhemos
os dados e com o reconhecimento estamos a classificar esses dados segundo critérios. A
perceção é por isso o que dá estética à ação. Para que o cuidar seja considerado estético
tem que se transformar o comportamento da pessoa na necessidade expressa por esse
32
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
Para Polanyi o conhecimento pessoal deve ser uma forma de conhecimento que
tem como elementos relevantes as emoções de cada indivíduo, sendo que para este somos
mais do que aquilo que conseguimos expressar. Um conceito muito importante, que
pertencia ao ponto de vista de Polanyi relativamente à sua teoria, é a “intenção universal”.
Esta diz que “qualquer um que possua o mesmo equipamento, olhando na mesma direção,
deve ver o que ele vê.”
É, segundo ambos, uma forma de ultrapassar a barreira relacionada com o
conhecimento empírico que supostamente apenas se refere a grupos, expressando o
individualismo e cada um.
34
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
Ou seja:
Conhecimento Clínico (significado de saúde, bem-estar e doença nos diferentes
grupos culturais; forte compreensão das ciências naturais e humanas);
Conhecimento Conceptual (capacidades analíticas, criatividade e
investigação filosófica);
Conhecimento Empírico (aprofundamento nas capacidades analíticas, lógica,
ciências básicas, e no pensamento abstrato; pensamento crítico e de descoberta)
FAWCETT
Descreva a estrutura holárquica do conhecimento de enfermagem.
Fawcett desenvolveu e analisou a estrutura do conhecimento de enfermagem que
se dispõe do mais abstracto para o mais concreto, sendo que, em primeiro lugar está
colocado o metaparadigma, de seguida, filosofias, modelos conceituais, teorias e, por
último, os indicadores empíricos. Ou seja, o conhecimento não se encontra estrururado
hierarquiamente, mas sim num todo.
35
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
36
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
Benner
Define os 5 estádios do modelo profissional de Benner (quais são e como
se passa de um modelo para outro?
Os 5 estadios para o desenvolvimento de um enfermeiro são:
37
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
de recorrer a métodos analíticos para saber como deve ou não agir perante as
mesmas. (Sunkes:p.7)
A passagem feita entre os 3 primeiros estadios é feita com a ajuda de um
orientador/enfermeiro guia, que ajuda o enfermeiro a ultrapassar os estadios desde
iniciado a competente, uma vez que este lhe dá explicações de como funciona
determinado serviço e como este se organiza, orientando também o enfermeiro nas
suas práticas de enfermagem.
A passagem feita desde competente a perito é feita através da reflexão e do
pensamento sobre o conhecimento e da sua auto-formação quando reconhece que
algo correu mal/menos bem e procura a origem desse problema e como o corrigir.
Como transformam este modelo numa afirmação epistemológica?
Apesar de Benner ser uma teórica de Enfermagem, a sua teoria aplica-se
também na Epistemologia uma vez que ela precisou de se basear nas teorias
epistemológicas existentes, apesar de ter a experiência e a racionalização sobre a
experiência. Benner é, sobretudo, racionalista. No entando, e por valorizar a
experiência, é vista também como uma intelectualista.
Estrutura do Teste
O teste encontra-se estruturado em 4 partes:
1º Questões de escolha múltipla
2º Resposta Curta
3º Comentar excertos
39
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
4º Questões de Desenvolvimento
Literacia científica
O que é?
A literacia científica é a capacidade de perguntar, descobrir ou responder a aspetos do dia-
a - dia; ser capaz de descrever, explicar e prever fenómenos naturais; interpretar artigos
científicos publicados discutindo a validade das conclusões apresentadas, identificar
questões científicas subjacentes a decisões nacionais e locais, assumir posições
fundamentadas em princípios científicos ou tecnológicos, avaliar a quantidade de
informação científica com base nas fontes utilizadas e nas metodologias seguidas e, por
fim, propor, avaliar e aplicar argumentos fundados em factos.
Compreender os
conceitos básicos
da ciência
Discutir as
Interpretar artigos questões
científicos Literacia Científica associadas ao
social
Avaliar a qualidade
científica dos
argumentos
40
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
Formas de Aprender:
Formal – há uma instituição de ensino que confere as suas habilitações (com um
diploma) – habilidades académicas.
Informal – acontece quando a pessoa não tem intenção de aprender ( ex: ir à pesca
com o tio e o seu tio ensinar-lhe coisas de economia).
Não formal – a pessoa aprende sem fazer uma circunstância formal (ex:
autodidatas10 , os enfermeiros quando mudam de turno).
Razões para o baixo nível de Literacia em Portugal?
Falta de incentivo para estudar;
Só depois de 1974, é que o povo percebeu a importância do estudo;
Só depois de 1974 é que houve a democratização do estudo11;
No Estado Novo, não havia educação obrigatória.
10
Autodidata é a pessoa que tem a capacidade de aprender algo sem ter um professor ou mestre lhe
ensinando ou ministrando aulas.
11
Democratização do estudo: passou a ser possível a todos frequentar o ensino.
41
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
Mudanças aprender
Na vertente curricular (adaptação dos programas e conteúdos a lecionar, deixando
tempo e espaço para o aluno aprender)
Na vertente da avaliação (criação e diversificação metodologica do ensino e
avaliação)
Papel: do professor e do estudante. O aluno pode aprender sem se centrar apenas
no seu processo cognitivo, mas também nas suas necessidades morais, estéticas,
emocionais e espirituais. O professor deve ajudar o aluno neste processo e
adaptar a sua forma de ensino a cada estudante/grupo de estudantes.
Vertente de recursos (disponibilização de recursos que possam facilitar a
aprendizagem, como material laboratorial, informático, audiovisual e bibliográfico).
42
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
Investigação
1. O que é?
Método de aquisição de conhecimento que pretende encontrar respostas para questões
precisas.
2. Para que serve?
Permite adquirir novos conhecimentos, elaborar teorias ou verificá-las.
3. Como é?
Distingue-se de outros tipos de aquisição de conhecimentos pelo seu caráter sistemático
rigoroso
43
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
44
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
Por palavras suas, diga genericamente o que é que uma pessoa literata em ciências deve ter.
- Saber a diferença entre ciências e tecnologias
- Compreender os conceitos e princípios científicos
- A pessoa deve compreender que este processo não se restringe à vida escolar mas a todo
o desenvolvimento
- Compreende a ciência como um conjunto diversificado de competências, atitudes e valores
e as suas implicações na vida pessoal e na sociedade.
Comenta a escassa adesão às ciências. Como aumentar esta adesão? Como incentivar?
Não há muita adesão às ciências pois para isso é necessário encaminhar o indivíduo na
direção da curiosidade, do questionar-se, do interpretar, avaliar, discutir, etc. Mas as
escolas não estão preparadas para desenvolver nos alunos estes padrões.
A escola deve:
o Divulgar e aplicar práticas adequadas ao acesso à literacia científica
o Gerir o tempo, recursos físicos e humanos e espaço
45
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
Senso
Estudos
comum
humanísticos
Modelo totalitário:
Considera que a única forma para atingir o conhecimento verdadeiro é aplicar os seus
princípios epistemológicos e as suas regras metodológicas.
Uso da matemática para obter uma observação e experimentação que levasse a um
conhecimento mais profundo e rigoroso acerca da natureza.
1 – Quantificar para obter conhecimento, aferido pelas medições;
2 – Reduzir a complexidade do mundo, por meio da divisão e classificação sistemática.
A partir do século XVIII, os conhecimentos precursores foram aprofundados, o que criou
condições para o surgimento das ciências sociais do séc. XIX.
46
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
O Paradigma Emergente
O autor propõe um modelo emergente, o qual denomina “paradigma de um
conhecimento prudente para uma vida decente”. Este modelo estrutura-se num
paradigma científico de conhecimento prudente e num paradigma social de uma vida
decente.
Para justificar o seu modelo, Boaventura utiliza-se de quatro princípios sobre o
conhecimento:
1- Todo conhecimento científico-natural é científico-social;
2 – Todo conhecimento é local e total;
3 – Todo conhecimento é autoconhecimento;
4 – Todo conhecimento científico visa constituir-se em senso comum.
47
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
48
Jennifer Brito, Jessica Brito e Laura Silva 16ºCLE
49