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FICHA KUHN

1. Kuhn compreende que os paradigmas são incomensuráveis.


2. Na perspetiva de Kuhn, os paradigmas rivais são incomensuráveis,
uma vez que a sua comparação ou compatibilidade é inconcebível.
Por outras palavras, querer comparar, de forma objetiva, aquilo que
cada paradigma argumenta, e, por conseguinte, tomar um como superior a
outro, não é possível. Aponta que são de tal modo distintos que não há
qualquer vínculo ou continuidade entre ambos, mas sim uma rutura. Na
verdade, o novo paradigma e a nova representação do real que traz consigo,
portanto, “(…) coisas novas e diferentes, mesmo olhando com os instrumentos
do costume para os lugares para onde antes já olhavam.”, não acrescenta nada
ao seu precedente. Aliás, substitui-o. Tendo isto por base, os problemas são
“(…) vistos sob uma luz diferente e aos quais se juntam também outros
novos.”, cuja explicação será, então, diferente.
3. Kuhn esclarece que, perante dois paradigmas rivais, o novo e o velho, a
escolha entre estes será concebida mediante princípios objetivos, bem como
subjetivos, pelo que não é somente arbitrária.
Evidentemente, reconhece que há uma plataforma de objetividade
inerente, aliás, à Ciência e que qualquer cientista privilegia. Sugere, portanto,
o princípio da exatidão empírica, da consistência, do alcance, da simplicidade
e da fecundidade. Todos estes, quando apresentados no maior grau possível,
tornam um paradigma mais aceitável pela comunidade científica.
4. Retomando o exposto na pergunta 3., de facto, embora estabelecidos,
muitas vezes, o consenso em cada aspeto objetivo não é possível entre a
comunidade. A objetividade é, por isso, plasmada pela subjetividade, isto pois
um cientista irá valorizar um paradigma em detrimento de outro, deixando-se
arrastar por fatores exteriores.
Pela imprecisão dos critérios objetivos, uns serão mais valorizados que
outros, introduzindo questões subjetivas na argumentação dos cientistas. Tal
situação, por outro lado, levará a um debate elencado a pressupostos, valores e
convicções das comunidades científicas. Por estes motivos, aquando dos
confrontos entre paradigmas, a escolha ou resolução será, em grande medida,
subjetiva.
5. Kuhn considera que a mudança de paradigmas não leva,
necessariamente, a uma aproximação da verdade, uma vez que, a seu ver, não
há uma visão cumulativa do progresso científico.
Novamente, “(…) durante as revoluções, os cientistas veem coisas
novas e diferentes, (…). Há, portanto, o fim de um paradigma e uma completa
rutura de tudo aquilo que se conquistara. Acresce, ainda, a sua tese de
incomensurabilidade dos paradigmas. Não sendo estes comparáveis, não
podemos tomar um como mais credível ou verdadeiro que outro, logo, a
adoção de um novo não implica, necessariamente, uma aproximação à
verdade.

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