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Resumo do 3º teste de Filosofia

A perspetiva de Kuhn
A ciência envolve a partilha de um paradigma pela comunidade científica
→ Thomas Kuhn apresenta uma perspetiva historicista do desenvolvimento da ciência,
destacando, nomeadamente, a importância da história na atividade científica.

→ Na obra, A Estrutura das Revoluções Científicas, Kuhn começa por afirmar a ideia central
em que irá basear a sua teoria da ciência:

A história, se não for vista apenas como um repositório de curiosidades


ou de cronologias, pode produzir uma transformação decisiva na imagem que temos hoje
da ciência.
Thomas Kuhn
Esta afirmação é uma crítica a Popper.

→ Segundo Kuhn, ao examinarmos com atenção os registos históricos existentes de


diversas ciências empíricas (Física, Química ou Biologia), descobrimos um conceito de
ciência bastante diferente do apresentado nos manuais científicos. Esses registos parecem
pressupor que o conteúdo de cada ciência particular se refere apenas às leis, teorias e
métodos descritos e que ao historiador da ciência cabe explicar o contributo dos vários
cientistas para um acumular, cada vez mais vasto, de conhecimentos.

*não sei se é muito importante o ponto acima

→ Na visão de Kuhn, a prática e o progresso não corresponde ao que aconteceu na


história. O mesmo sublinha a importância da comunidade científica.

Comunidade científica: a ciência não é levada a cabo por indivíduos isolados, e sim por
pessoas inseridas num determinado contexto histórico-social e pertencentes a uma
comunidade.

→ A comunidade científica é constituída por especialistas com uma formação semelhante


que respondem a questões consideradas relevantes no contexto onde se encontram.

*A ciência já não é uma ciência individual, é uma comunidade.

→ Para uma área ser ciência é necessário que os membros de uma comunidade partilhem
e orientem o seu trabalho por um paradigma.

Paradigma: é a matriz disciplinar. Funciona como um modelo a seguir numa dada área
científica e define. problemas, leis, teorias, métodos e instrumentos a utilizar, valores,
técnicas, etc. Isto é, reúne um conjunto de elementos que formam uma tradição
coerente, partilhada por uma comunidade científica.

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Ex:
Dois exemplos de paradigma→ teoria geocêntrica e a teoria heliocêntrica. Trata-se de duas
visões completamente diferentes, ou seja, baseiam-se em pressupostos teóricos,
metodológicos e filósofos diferentes.

Pré-ciência
→ Do ponto de vista kuhniano, o período anterior ao surgimento das ciências chama-se
pré-ciência. Caracteriza-se por não existir:
- área de estudo;
- uma comunidade científica que oriente a sua
investigação por um paradigma.
* Kuhn diz que as pseudociências não de todo, pois, as pseudociências são as tentativas de
explicar a ciência de hoje.

Ciência normal e resolução de enigmas


→ Para Kuhn, a história da ciência pode-se identificar períodos diferentes.

→ Segundo Kuhn, na maior parte do tempo, os cientistas ocupam-se daquilo que ele chama
de ciência normal.

Ciência normal: corresponde à atividade rotineira dos cientistas e consiste em aplicar


um paradigma na resolução de enigmas ou puzzles. O objetivo dos investigadores é
utilizar o paradigma para explicar o maior número possível de fenómenos, tornando assim,
o paradigma mais abrangente e consolidado.

Características consequentes dos cientistas que estão inseridos na ciência normal:


➢ Não têm como objetivo produzir novidades teóricas;
➢ Resistem a mudanças que coloquem o paradigma vigente em causa (quando
encontram fenómenos que não conseguem explicar através do paradigma,
consideram que se trata de um erro do cientista ou de uma falha dos instrumentos);
➢ Atitude conservadora.

→ Segundo Kuhn, a ciência normal foca-se mais numa investigação centrada em


problemas específicos, com detalhe e em profundidade→ resulta num acumular de factos
e conhecimentos que não seria possível de outro modo.

→ No âmbito da ciência normal existe um progresso cumulativo.

Anomalias, crise e ciência extraordinária


→ Muitas vezes surgem fenómenos para os quais não existe uma explicação à luz do
paradigma aceite→ anomalias.

Atitudes dos cientistas que se inserem na ciência normal para com as anomalias:
➢ Ignorá-las;
➢ julgam existir erros nas observações (consequentemente, as anomalias não são
vistas como contraexemplos capazes de falsificar o paradigma);

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➢ Utilizam modificações ad hoc→ tentativa de compatibilizar a resolução desses
problemas com a tradição estabelecida e eliminar os conflitos aparentes que a
colocam em causa.

→ Porém, o acumular de anomalias irá levar os especialistas a questionar os


pressupostos teóricos e práticos pelos quais se guiaram até aí e a procurar modelos
explicativos alternativos. → instala-se uma crise.

Crise: o paradigma deixa de ser consensual na comunidade e perde a credibilidade.

→ De acordo com Kuhn, as crises podem terminar de 3 maneiras diferentes:


➔ a ciência normal pode conseguir lidar com o problema através de reajustamentos do
paradigma aceite;
➔ quando o problema não é resolvido os cientistas podem concluir que não possuem
meios para o resolver no estado atual em que se encontra a sua área de estudo, e
remetem-se a tentativas de solução para as gerações futuras com mais/melhores
ferramentas para solucionar o problema;
➔ o surgimento de um paradigma alternativo e com um progresso que levará à sua
aceitação pela comunidade científica→ revolução científica

→ Kuhn chama ciência extraordinária ao período em que o paradigma vigente passa a ser
discutido, contestado, e confrontado com as novas ideias de um paradigma alternativo,
defendido por alguns membros da comunidade científica. → Competição entre o
paradigma emergente e o paradigma dominante.

→ Quando o paradigma oponente ganha adeptos na comunidade científica passando a ser


a maioria, ocorre-se então uma revolução científica.

→ Segundo Kuhn, enquanto que, nos períodos de ciência normal não existe um discurso
crítico por parte dos cientistas, na crise e na ciência extraordinária, o discurso crítico
assume um papel predominante.

As revoluções científicas
→ Kuhn escolheu o termo político “revolução” para designar o período em que existe uma
mudança entre paradigmas.

→ Kuhn acredita que não seja possível a rejeição de um paradigma sem que este seja
substituído por outro.

→ Quando o novo paradigma é aceite pela comunidade científica dá-se início a um novo
período de ciência normal e a um novo ciclo com uma estrutura idêntica àquela que foi
descrita anteriormente.

→ Os períodos em que ocorrem as revoluções científicas são pouco frequentes na história


da ciência, e envolvem uma descontinuidade/corte radical com a tradição anterior→
correspondem a uma nova forma de ver o mundo, as diferentes teorias, métodos,
instrumentos, etc. Ou seja, não se trata de um progresso cumulativo.

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→ Concluindo, após a aceitação do paradigma rival, inicia-se um novo período de
ciência normal e o ciclo recomeça.

Esquema sobre as principais etapas da evolução da ciência:

Pré-ciência

Início de uma ciência com a adoção
de um paradigma pela comunidade
científica

Período de ciência normal

Acumulação de anomalias ⇒ Crise

Período da ciência extraordinária

Revolução científica ⇒ Instauração de um novo paradigma

Início de um novo período de
ciência normal

Mudança de paradigma = visão diferente do mundo


→ Para ilustrar melhor a ideia de que numa revolução se dá passagem entre duas visões
do mundo e da investigação incompatíveis, Kuhn
compara a mudança de paradigmas ao que
acontece quando olhamos para imagens
ambíguas, como podemos ver na imagem, o que
antes da revolução era um pato, passou a ser um
coelho depois desta.

→ Portanto, as revoluções implicam uma progressiva


reeducação da comunidade científica, já que envolvem
ver os mesmos objetos com outras lentes.

A incomensurabilidade dos paradigmas


Incomensurabilidade: ausência de uma base comum.

→ Kuhn utiliza o conceito de incomensurabilidade para dar conta da natureza


incompatível dos paradigmas entre si. Nas revoluções científicas introduz-se um
corte/descontinuidade ao nível das teorias, metodologias, linguagem, problemas, soluções,
etc.

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→ O novo paradigma não é compatível ao anterior, à semelhança do que acontece com as
obras de arte.

→ Se os paradigmas são incomensuráveis não é possível compreender a linguagem do


novo paradigma a partir da linguagem do paradigma anterior, além disso, não se consegue
descrever os factos de forma neutral (imparcial), independentemente da interpretação
teórica. Consequentemente, não se pode comparar os paradigmas oponentes e perceber
qual deles oferece soluções preferíveis para explicar os fenómenos.
Mas se assim é, como é que se justifica que a comunidade científica rejeita o paradigma
antigo e aceita o novo? Kuhn irá explicar isso→ próximo ponto.

Os critérios de escolha entre paradigmas rivais


→ Para Kuhn, a aceitação do novo paradigma pela comunidade científica não se assemelha
a uma prova lógica ou matemática, em vez disso, baseia-se em razões de um género
diferente, algumas delas não estão relacionadas com o conteúdo da teoria – personalidade,
nacionalidade, prestígio daquele que propõe as inovações, etc. – pode haver ainda fatores
políticos, religiosos, económicos, etc. Ou seja, as razões persuadem os cientistas, do
ponto de vista individual.

→ Kuhn para caracterizar a adesão dos cientistas ao novo paradigma utiliza um termo
religioso→ conversão – trata-se de um ato de fé – cada cientista irá acreditar ou não nas
potencialidades e no sucesso futuro do novo paradigma→ Esta é uma aposta individual
que ocorre de forma gradual.

→ Embora exista uma certa resistência inicial daqueles que se apegam ao paradigma
antigo, à medida que o novo paradigma vai sendo explorado e melhorado, surgem novas
gerações de cientistas, consequentemente, os cientistas mais velhos vão
desaparecendo e a investigação científica passa a ser orientada pelo novo
paradigma.

→ Kuhn reconhece a existência de valores comuns que os cientistas de época e de


paradigmas diferentes partilham e lhes permitem reconhecer uma boa teoria científica.
Estes valores são aceites pelos membros de uma dada comunidade e fornecem critérios
objetivos para avaliar a adequação de uma teoria.

Kuhn salienta 5 critérios como sendo particularmente relevantes:

★ Exatidão: capacidade de fazer previsões que estejam de acordo com os resultados


das experiências.
★ Consistência: coerência da teoria consigo própria e com outras teorias vulgarmente
aceites e aplicáveis a outros domínios.
★ Alcance (ou abrangência): quantidade e diversidade de observações ou leis a que a
teoria se aplica.
★ Simplicidade: capacidade de explicar uma diversidade de fenómenos recorrendo a
um número reduzido de princípios teóricos ou leis.→ quanto menor for a
complexidade, mais preferível é a teoria.
★ Fecundidade: capacidade de levar a novas descobertas científicas.

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→Contudo, a aplicação destes cinco critérios objetivos varia de acordo com a época e a
personalidade dos cientistas. Logo, na avaliação de teorias interferem, em simultâneo,
fatores subjetivos e objetivos.

→ Kuhn pensa que esses valores ou critérios – partilhados pelo grupo de especialistas –
embora não sejam entendidos e aplicados do mesmo modo, irão determinar a escolha feita
pela comunidade entre os paradigmas oponentes.

→ Mesmo que os paradigmas rivais apresentem uma linguagem e uma forma de interpretar
os fenómenos não compatíveis, alguns cientistas vão querer descobrir como foram
alcançados os resultados do paradigma emergente. Depois disso, haverá cientistas que
se irão “converter”, querendo desenvolver as potencialidades do novo paradigma, e
haverá também os que irão limitar-se a introduzir alterações no paradigma anterior,
procurando assim, responder às anomalias existentes.

→ Para Popper, a submissão das teorias científicas a testes empíricos exigentes garante a
sua objetividade e independência em relação à interferência de fatores exteriores. Porém,
não são determinantes devido ao escrutínio permanente a que as teorias se encontram
sujeitas.

→ Khun por sua vez, considera que, embora existam critérios objetivos para a comunidade
científica avaliar e escolher entre os paradigmas, a aplicação destes critérios é influenciada
por fatores subjetivos, ideológicos, económicos, religiosos, etc, fazendo com que a
“escolha teórica” entre paradigmas rivais possua uma objetividade limitada.

Avaliação e escolha dos paradigmas


⇙ ⇘
Critérios objetivos Fatores não objetivos
⇓ ⇓
→ exatidão → subjetivos
→ consistência → ideológicos
→ alcance → económicos
→ simplicidade → religiosos
→ fecundidade → etc

O progresso e a verdade: um ponto de vista diferente de Popper


→ Kuhn retrata a evolução da ciência como uma sucessão de períodos cumulativos (ciência
normal) no meio de quebras não cumulativas (revoluções científicas). Devido à
incomensurabilidade dos paradigmas, não é possível compará-los, portanto não se pode
afirmar que o atual introduz melhorias em relação ao anterior. Consequentemente, não
existe um progresso global em direção a nenhum fim exterior→ na teoria de Popper
identifica-se com a verdade – Só há progresso no decurso da ciência normal.

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Objeções à perspetiva de Kuhn
A tese da incomensurabilidade é implausível
→ A aceitação da incomensurabilidade dos paradigmas leva a que não se possa dizer que
um seja preferível a outro e que uma teoria atualmente aceite explique e preveja melhor os
fenómenos do que as anteriores no mesmo domínio → negando-se assim a existência de
progresso cumulativo.

→ As implicações destas ideias são contraintuitivas e implausíveis: nas diferentes áreas


científicas, onde existiram mudanças de paradigmas, parece haver um facto de que as
teorias posteriores vieram corrigir/resolver problemas das anteriores. Por isso, a tese da
incomensurabilidade tem consequências pouco verosímeis e contrárias ao conhecimento
que temos do mundo.

Ex: Na medicina de hoje, sabemos muito mais sobre a cura de doenças do que no séc.XVII.

→ Segundo alguns críticos de Kuhn, a ideia de que nas revoluções científicas ocorrem
mudanças de paradigma incomensuráveis só se aplica a um número restrito de casos na
história da ciência.

Ex: Na astronomia → passagem do modelo geocêntrico para o heliocêntrico.

Desvaloriza o pensamento crítico e a objetividade da ciência


→ Kuhn alega que os cientistas que pertencem à ciência normal adotam um ponto de vista
acrítico e conservador em relação à tradição estabelecida, evidenciando resistência às
mudanças. Para Kuhn a discussão crítica só acontece durante os períodos de crise e de
ciência extraordinária.

→ Porém, estas ideias de Kuhn são contrariadas por certos factos históricos – exemplo de
Galileu – muitas vezes as ideias inovadoras e as descobertas nas mais variadas áreas
nasceram de: controvérsia; debate entre os cientistas que adotam um ponto de vista crítico
em relação aos seus pares, mesmo em períodos a que Kuhn chamaria de ciência normal;
denúncia de fraudes científicas, o que mostra como a discussão crítica é fundamental para
garantir que as explicações científicas se encontram devidamente sustentadas, quer do
ponto de vista lógico, quer empírico.

→ Além disso, os críticos dizem que os fatores subjetivos, ideológicos e sociológicos


externos à ciência podem influenciar a prática dos cientistas, mas não limitam a objetividade
da ciência de forma tão acentuada como Kuhn pretende.

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A comparação entre Popper e Kuhn

Problemas da Popper Kuhn


Filosofia da
ciência

Depende do período que se


considera.

Ciência normal

Sim
O progresso é cumulativo.

O paradigma vigente é utilizado na


resolução de enigmas tornando-o
mais abrangente, consequentemente,
há um acréscimo de conhecimento
Sim
O progresso é cumulativo. Revoluções científicas

As teorias que substituem teorias Não


refutadas têm menos erros e Não existe progresso cumulativo.
aperfeiçoam as anteriores num
Há progresso na processo contínuo de aproximação da Não se pode dizer que haja
ciência? verdade. progresso na totalidade da história da
ciência, pois, os paradigmas são
incomensuráveis, ou seja, não se
podem comparar.
Logo, o novo paradigma não constitui
um avanço relativamente ao anterior.
Os paradigmas atuais não estão mais
próximos da verdade do que os do
passado: correspondem a duas
visões diferentes do mundo, não
podemos dizer que um é melhor do
que o outro.

Muito pouco/só em parte


Sim
Há critérios objetivos para a escolha
Mesmo não podendo admitir que uma das teorias (paradigmas).
teoria é verdadeira, esta é submetida a Contudo, a sua aplicação é subjetiva
A ciência é rigorosos testes empíricos, permitindo e influenciada por diversos fatores:
objetiva? uma avaliação imparcial das teorias. pessoais, ideológicos, religiosos,
As explicações teóricas e os indícios económicos, etc.
empíricos, que sustentam as teorias, Além disso, como os paradigmas são
são submetidos à crítica e à discussão incomensuráveis, não é possível
pública. determinar qual dos paradigmas é
mais correto.

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Filosofia da arte
A diversidade das artes
Existem vários tipos de arte, como: a música, pintura, escultura, dança, literatura,
arquitetura, teatro, cinema…

O que é arte?
Existem obras que levantam dúvidas sobre o seu carácter artístico, tornando-se difícil dizer
o que é ou não arte. A filosofia da arte é uma disciplina filosófica que se dedica ao
estudo deste problema, além de outros problemas filosóficos relativos à arte. Ela
procura responder a perguntas como: Qual é o valor da arte? Como se pode distinguir uma
boa de uma má arte? …

Relevância do problema
Relacionamo-nos direta e indiretamente com a arte, quer queiramos ou não e acabamos
por usufruir dela mesmo sem saber o seu real significado, sem a compreendermos. Ao
saber a definição de arte ganhamos compreensão das coisas e passamos a poder
apreciá-las melhor.

Definição de arte
A definição de arte terá de dizer o que é arte e distingui-la de coisas que não o são, ou
seja, irá identificar características que todas as obras de arte possuam e que só elas
possuam. Essas características são as condições necessárias e suficientes para algo ser
arte.
Se algo é uma obra de arte, então é X; Se algo é X, então é uma obra de arte

Algo é uma obra de arte se, e só se, é X.
(Nota: 1º e 2º premissa são condicionais e a 3º, a junção das duas, é bicondicional).
Se se conseguir uma boa definição de arte, essa característica X será simultaneamente
uma condição necessária e uma suficiente.

Teorias essencialistas e não essencialistas


→ Teorias essencialistas: acreditam que há uma essência na arte, ou seja, determinadas
características que constituem a natureza da arte e que existem em todas as obras de arte
(condições necessárias) e apenas nelas (condições suficientes).
- Uma obra para ser arte tem de ter características intrínsecas.
As teorias essencialistas são: a teoria representacional, a teoria expressivista e a teoria
formalista.

→ Teorias não-essencialistas: rejeitam que haja uma essência da arte. Admite que há
características que se podem associar às obras de arte e só a eles e por isso, admitem que
se podem identificar condições necessárias e suficientes e com elas elaborar uma definição
de arte. No entanto, considera que estas características são extrínsecas à obra. São
características relacionadas com o contexto social que as envolve.
- Uma obra para ser arte tem de ter características extrínsecas, elas estão
presentes no observador e no contexto em que este se insere.
As teorias não-essencialistas são: a teoria institucional e a teoria histórica.

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Teoria da arte como representação
A arte baseia-se na representação. Uma obra é arte quanto mais representar a
natureza e aperfeiçoá-la.
Esta é a teoria mais antiga e segundo Aristóteles a arte é “mimésis” [= imitação/
representação]. À luz desta teoria, a palavra mais apropriada para caracterizar a arte é
representação. Uma imitação é uma representação que visa ser semelhante à coisa
imitada. Ao longo dos séculos a maioria dos artistas consentiu com esta definição e por
isso, procuravam imitar as coisas do modo mais fiel possível. Esta conceção da natureza da
arte determinava o valor artístico das obras, na medida que quanto mais fiel ao objeto
imitado/original maior seria o valor artístico.
Aristóteles, ao caracterizar a arte como “mimésis”, não tinha em vista a mera imitação, mas
sim a representação geral. Uma imitação é uma representação que tenta ser semelhante à
original, mas a imitação é apenas um dos tipos de representação. Sendo assim, o conceito
de representação é mais abrangente do que a imitação.
Exemplo: Uma pomba branca representa a paz, embora não seja semelhante à paz.

A evolução da arte colocou em causa a sua concessão como representação imitativa da


realidade, pois passaram a surgir obras de arte que não imitam nada, mas representavam
algo. Assim, esta teoria continua a ser defendida.

Objeções à teoria da representação


Não apresenta uma definição de arte
Esta tese não apresenta uma definição de arte. Pensar que “se algo é arte, então é
representação” implica a ideia de que a representação é uma condição necessária da arte,
mas não que só a arte é representação. Ou seja, a representação não constitui uma
condição suficiente para algo ser arte, pois o conceito é muito abrangente e inclui coisas
que evidentemente não são arte (ex.: sinais de trânsito).

Contraexemplos
A ideia de que a representação é uma condição necessária da arte é bastante discutível,
pois existem obras que não representam nada, mas continuam a ser arte (ex.: arte óptica).
Portanto, a representação até pode ser uma característica fundamental de várias obras de
arte, mas não de todas, por isso esta teoria não pode ser aceite.

A teoria expressivista
→ Existem várias teorias expressivistas. Em geral, uma teoria expressivista defende que
a arte é essencialmente uma expressão de sentimentos ou emoções.

Exprimir = clarificar
→ De acordo com R. G. Collingwood, a expressão de emoções, que é a essência da arte,
consiste num esforço de clarificação de emoções→ o artista sente essas emoções, mas
não compreende bem as mesmas. Tratam-se de sentimentos em bruto e inicialmente o
artista não é capaz de os identificar.

* As emoções são algo involuntário, algo que não se escolhe ter, podem ser até opressivas
e perturbadoras. Segundo Collingwood, compreendê-las alivia e tranquiliza a mente.

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→ A clarificação de emoções obtida pelo artista ao pintar, escrever, etc, não significa
apenas que ele se torna consciente de que a emoção sentida era alegria e não outro
sentimento. O que está em causa não são emoções gerais, e sim emoções específicas
e particulares.

→ A definição de arte para Collingwood, pode-se formular do seguinte modo:


Algo é arte se e só se 1) isso foi produzido por alguém com o intuito de exprimir as suas
emoções individuais, 2) de modo a clarificá-las.

Arte ≠ ofício
→ Para Collingwood, algumas coisas que são habitualmente chamadas de arte não são
realmente arte. O mesmo distingue a arte autêntica – arte genuína, a arte que merece o
nome de arte – daquilo a que chama ofício – uma atividade (olaria, carpintaria) que
transforma um certo material num produto seguindo um plano previamente estabelecido. –
Nos ofícios usa-se um certo meio material para alcançar um determinado fim.

→ O artífice (pessoa que produz um ofício) sabe o que quer fazer antes de o fazer e esse
planeamento é determinante na sua atividade. Porém isso não acontece com os
verdadeiros artistas, pois os mesmos só ganham consciência daquilo que estão a expressar
durante o processo de expressão→ na arte, a distinção entre meios e fins pode nem sequer
existir, mesmo quando existe, não é um passo tão importante como no ofício.

→ Nas obras de arte que exigem bastante planeamento, o mais importante é a componente
de exploração pessoal e de descoberta – isso não existe no ofício.

Ou seja, quando se fala na arte do oleiro e na arte do carpinteiro, está-se a usar a palavra
“arte” de modo impróprio. Trata-se de ofícios e não de artes autênticas.
⇐ ⇒
Arte Ofício
autêntica

A “arte” do entretenimento
→ Collingwood diz o mesmo da música, do teatro, ou do cinema, quando visam o
entretenimento – divertir e distrair as pessoas – e não a expressão das emoções do
artista, não é realmente arte e os seus autores não são realmente artistas. Na “arte” do
entretenimento procura-se suscitar no público determinadas emoções, através de situações
que o criador concebe de antemão, que possibilitam uma espécie de libertação emocional,
provocando prazer e divertimento.

→ Quando o objetivo é estimular emoções específicas, previamente definidas pelo criador,


utilizando determinadas técnicas, a “arte” do entretenimento não é arte autêntica e sim
um ofício.

Autoconhecimento através da arte


→ De acordo com Collingwood, a finalidade da verdadeira arte não é despertar ou
desencadear emoções, mas sim, expressar e clarificar as emoções do autor e dar
oportunidade ao público para expressar e clarificar as suas. Através da obra o artista

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mostra ao público como isso pode ser feito. A contemplação de obras de artes não deve ser
passiva. Mediante a sua imaginação, o público partilha a experiência do artista,com isso, a
arte promove o autoconhecimento, quer do artista, quer do público – que assim ganham
consciência do seu mundo interior e das forças emocionais que nele se agitam.
Objeções à teoria expressivista
Há muitos contraexemplos
★ A definição de arte como expressão e clarificação de emoções é demasiado
restritiva, pois exclui várias obras reconhecidas como obras-primas.

★ Desse modo, algumas obras de Shakespeare não poderiam ser consideradas obras
de arte, visto que, são comédias destinadas principalmente a divertir o público e não
propriamente a exprimir e clarificar emoções. Se Collingwood tivesse razão, essas
comédias pertenciam à categoria de ofício e não de arte.

★ Sabe-se que muitas obras de arte paradigmáticas foram feitas por encomenda,
esse facto faz com que, muito provavelmente, não existam quaisquer manifestações
de sentimentos dos artistas. Por isso, à luz da teoria de Collingwood, essas obras
não deveriam ser chamadas de obras de arte.

★ Contudo é muito implausível que tais obras não sejam consideradas obras de
arte, portanto podemos considerá-las como contraexemplos à teoria
expressivista. Concluindo, é também implausível que a clarificação de emoções
seja uma condição necessária da arte.

O estado de espírito dos artistas é muitas vezes desconhecido


→ Muitas vezes não é possível saber o que sentiram determinados artistas ao
fazerem as suas obras – alguns são artistas desconhecidos, outros morreram à muito
tempo, outros viveram em épocas e contextos muito diferentes dos nossos, etc – e por isso,
a experiência imaginativa das emoções não é reproduzível pelo observador da obra de arte.
Sendo assim, ao contrário do que defende Collingwood, a apreciação de uma obra de arte
deve ser independente dos sentimentos do artista.

→ Concluindo, apesar de a expressão e a clarificação de emoções ser algo fundamental em


muitas obras de arte, não se pode afirmar que isso ocorra sempre em todas as obras e
que a essência seja essa.

A teoria formalista
→ Vamos considerar que a teoria formalista foi proposta por Clive Bell, um filósofo e crítico
de arte inglês. As suas reflexões incidiram principalmente nas artes visuais – pintura,
escultura, etc – mas as suas ideias podem aplicar-se a qualquer tipo de arte.

Forma significante e emoção estética


→ De acordo com Bell, o que distingue as obras de arte de coisas que não são arte é o
facto de possuírem uma característica a que chamou de forma significante→ é a essência
da arte e existe em tudo aquilo que merece ser considerado uma obra de arte.

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→ Segundo Bell, a definição de arte pode-se formular do seguinte modo:
Um objeto ou atividade é arte se, e só se, tem forma significante.

Forma significante:
→ Tem o poder de provocar uma emoção estética→ emoção especial que só temos
quando estamos diante de uma obra de arte. (é uma emoção muito distinta das emoções
referidas na teoria expressivista)

→ Pode-nos provocar essa emoção estética:


● na pintura→ a forma significante é uma combinação de linhas, cores e formas
● na música→ a forma significante é uma certa relação de sons, timbres e ritmos
● na dança→ uma certa organização dos movimentos

→ É diferente de uma mera forma física dos objetos, no caso do lápis, a forma significante
tem que ver com a sua função e não com a sua forma física. A forma significante é uma
certa relação entre as partes da obra e é independente de qualquer função. É algo que se
destaca por si mesmo e chama-nos à atenção, deixando-nos agradados ou mesmo
maravilhados com ela.

Sensibilidade
→ De acordo com Bell, para se sentir a emoção estética é preciso sensibilidade estética
(também é preciso inteligência e alguma experiência para captar a forma significante). Mas
muitas pessoas não têm essa sensibilidade, Bell chega a dizer que essas mesmas pessoas
quando estão diante de uma obra de arte, acaba por ser a mesma coisa de um surdo estar
diante de um concerto. Apesar de se pensar que a sensibilidade estética pode ser
estimulada pela experiência e educação, Bell reconhece que muitas pessoas (incluindo as
que têm formação e cultura) não têm qualquer sensibilidade estética e são incapazes de
sentir emoções estéticas.

Só a forma conta
→ Bell discordava da ideia de que a arte tem de representar algo – tanto pode
representar como não representar – mesmo quando uma obra de arte representa algo
(pessoas, paisagens, etc) isso não faz dela obra de arte. – a representação não é
essencial – Assim, o que importa no quadro é se possui ou não forma significante→ os
apreciadores de arte com sensibilidade vão estar atentos à disposição das formas e à sua
relação, não ao tema. Aquilo que o quadro representa não tem relevância estética.

→ Concluindo, todo e qualquer objeto que tenha forma significante e provoque


emoção estética pode ser considerado arte, mesmo que tenha sido criado sem nenhuma
motivação artística: tapetes, cerâmica, etc.

Pintura descritiva
→ As obras que eram alvo de elogios de Bell pertencem a tipos de arte e estilos diferentes,
mas agradaram-lhe porque descobriu nelas formas significantes que lhe despertaram
emoções estéticas. Mas por outro lado, Bell considerou que alguns quadros famosos não

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eram autênticas obras de arte, pois não tinham forma significante e não despertavam
nenhuma emoção estética. Para ele, essas obras eram meros documentos, descrições
sociológicas ou psicológicas e não mereciam o nome de arte.

Objeções à teoria formalista


Contraexemplos
→ Bell, ao apresentar a sua teoria deu vários exemplos de obras, principalmente pinturas,
que não considerava arte, temos como exemplo: O Médico de Samuel Luke Fildes e as
pinturas de Edward Poynter. Porém muitas pessoas consideram que essas obras
pertencem à arte, pode-se gostar mais ou menos das obras, mas é implausível que
não sejam obras de arte. Portanto, se admitirmos o que Bell diz, que algumas obras não
têm forma significante, teremos de admitir que a forma significante não é uma condição
necessária da arte.

→ Por outro lado, há objetos considerados artísticos que não se distinguem visualmente de
outros que não são artísticos. Por exemplo: não vemos qualquer diferença entre a forma da
obra Fonte de Marcel Duchamp e outros urinóis do mesmo género. Se o que faz um objeto
ser arte é a sua forma, então todos esses urinóis deviam ser considerados obras de arte,
mas como é óbvio não são, por isso, podemos vê-los como contraexemplos à teoria
formalista.

Circularidade
→ A teoria formalista é circular. Diz que a forma significante é a propriedade existente em
certos objetos que é capaz de causar emoção estética, e por outro lado, diz que a emoção
estética é uma emoção provocada pela contemplação dos objetos que possuem forma
significante. Uma vez que as explicações dos dois conceitos remetem uma para a outra,
acabam por não ser exclarecedoras.

→ Concluindo, apesar de os aspetos formais serem fundamentais em muitas obras de arte,


é implausível que a teoria formalista tenha conseguido captar a sequência de arte e
produzido uma boa definição da mesma.

Ceticismo acerca da possibilidade de definir arte


Devido às contradições das teorias artísticas e às suas objeções, acredita-se que não se
possa definir a arte. Morris Weitz diz que a dificuldade de definir a arte deve-se à sua
própria natureza. É implausível e contraditório tentar definir a arte, fazê-lo seria sinónimo de
restringi-la a algum limite; É contraditório à natureza criativa, divergente e experimentalista
da arte. Geralmente, os artistas valorizam a criatividade e a liberdade e isso leva-os a
experimentar frequentemente novas possibilidades e tentativas de coisas diferentes, ou
seja, inovação. Esta atitude leva à produção de obras que à luz de teorias anteriores, nem
deveriam ser consideradas arte e ao fazer isso alargam o âmbito da arte, tornando-a mais
diversificada.
Nesta teoria, a arte é o que o contemplador decidir que é arte. Por isso, a
caracterização da obra como sendo ou não arte é subjetiva e relativa à mundividência do
observador.
Sendo assim, a arte não tem limites estabelecidos e fixos, que possam ser captados
numa definição. A arte não tem uma essência que possa ser identificada e definida - pois

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esta está em constante construção e a passar por várias mudanças ao longo da história.
Por isso, diz- se que a arte é um conceito aberto.
Portanto, não é possível definir arte, pois esta está em constante mudança e tentar
defini-la seria como limitar a criatividade e liberdade do artista.

Teoria Institucional
A teoria institucional de George Dickie foi desenvolvida a fim de encontrar respostas aos
desafios do desenvolvimento da arte no séc. XX. Dickie, acreditava que era possível
definir a arte (indicar condições necessárias e suficientes da arte) e que a essência da
arte não é intrínseca às obras, mas sim extrínseca e relativas/dependentes do contexto
institucional em que estão inseridas e são apreciadas, e por isso é uma teoria
não-essencialista.
Uma obra é arte se, e só se, for um artefacto e se for considerada como tal pelo
mundo da arte/instituição social - (pessoas das instituições, artistas, críticos,
colecionadores, galeristas, historiadores de arte, público esclarecido sobre este tema,
associações).
Para Dickie, artefacto é:
- objeto/obra produzido pelo artista;
- objetos fabricados por outras pessoas e usados pelo artista;
- coisas retiradas da natureza e colocadas noutro contexto pelo artista.
Nota: os objetos escolhidos não precisam de ser modificados para serem artefactos.
O mundo da arte é uma instituição social, uma prática social estabelecida. Os membros da
mesma obedecem a regras mais imprecisas e estabelecidas de uma forma informal para a
classificação das obras como sendo ou não arte. O critério de delegação da arte é subjetivo
e é necessário que o mundo da arte entre em consenso sobre as suas condições.
O estatuto de ‘candidato a apreciação’ é dado a uma obra quando esta é considerada arte,
mas isto não implica que esta seja realmente apreciada, ela pode ser ou não apreciada. Por
isso, esta teoria é classificativa (diz se algo é ou não arte) e não avaliativa/apreciativa (diz
se é boa ou má arte).
Dickie critica as teorias essencialistas por serem normativas, pois estas indicam as
características que as obras têm e também as que deveriam ter, portanto acabam por ser
teorias não só classificativas, mas também avaliativas, levando a não considerar certas
obras (que são consideradas arte) arte.

Objeções à teoria institucional


Contraexemplos
Esta teoria torna-se implausível em casos em que as obras são habitualmente
consideradas artísticas, mas os seus autores não pertencem ao mundo da arte. Isto
leva-nos a pensar que o reconhecimento pelo mundo da arte não é uma condição
necessária para algo ser arte. Ex.: a poetisa cujo suas obras são consideradas
obras-primas, mas que só teve reconhecimento pelo mundo da arte depois de sua morte. O
que torna a teoria implausível é que os seus poemas sempre foram os mesmo antes e
depois de serem reconhecidos, no entanto antes do reconhecimento não eram
considerados arte.

A noção de mundo da arte é vaga e pouco clara

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Não existe uma definição clara do que é o mundo da arte (não é uma instituição bem
definida), não se sabe ao certo quem lhe pertence e quais são exatamente as suas regras,
procedimentos e funções dos intervenientes. Visto que uma das principais condições da
teoria é vaga e pouco clara, não se pode considerar esta como uma boa teoria.

Teoria histórica
História e intenção (histórico-intencional)
Jerrold Levinson, considera que é possível definir arte indicando as condições
necessárias e suficientes - há pelo menos uma característica comum e específica nas
obras. Estas características não estão inerentes na própria obra, mas sim no contexto em
que se inserem → Teoria não essencialista. Este aspecto contextual é o carácter
histórico/retrospectivo da arte, ou seja, todas as obras de arte se relacionam de modo
intencional com obras anteriores.
Segundo Levinson, uma obra é arte se o seu autor quiser que ela seja encarada como
foram as obras de arte do passado e assim por diante. Para ele, a intenção de inserir as
obras numa tradição histórica é a única maneira de explicar a unidade e continuidade da
arte ao longo dos séculos, apesar da grande diversidade das suas manifestações.
Esta intenção pode ser tanto explícita, como implícita, ou seja, o próprio artista pode não
estar consciente dela. A intenção é importante, pois sem esta a semelhança com as obras
do passado poderia dever-se ao acaso. Esta intenção tem de ser séria, firme e duradoura
para se fazer transparecer na própria obra, ou seja, tem de ser explícita a intenção do
autor da obra seguir a tradicionalidade, não sendo necessário inspecionar o estado
mental do artista. Contudo, essa relação com o passado não tenta restringir os artistas a
imitar ou inspirar-se (alguns o fazem, outros não) nas obras passadas, pois se assim o
fosse a arte não mudaria e ela muda.

A definição de arte
A autoria da obra tem de ser do artista, ou seja, tem de ser realizada em algo do qual o
artista seja proprietário. Caso a obra seja feita em propriedade alheia, esta não pode ser
considerada arte. Ex.: grafiti em paredes de alguém que não o autor.

→ X é obra de arte se, e só se, X é um objeto acerca do qual o artista, possuindo


direito de propriedade sobre X, tem/teve intenção séria de que seja encarado como as
obras de arte anteriores foram encaradas.

Objeções à teoria histórica


Contraexemplos
Os artistas podem não ter direito de propriedade sobre algumas obras e, no entanto, estas
são obras de arte. Por isso, o direito à propriedade não é uma condição necessária para
haver arte.
O problema da primeira obra de arte
As obras de arte, segundo esta teoria, têm de ser vistas como as anteriores, que têm de
ser vistas como as anteriores… (critério recursivo). Mas como é possível então explicar a
existência da primeira obra de arte que gerou esta continuidade? Esta teoria não consegue
clarificar esta questão, pois se houve uma primeira, como esta poderia ser considerada arte
se não havia nenhuma obra anterior a ela para estabelecer uma relação de continuidade?

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- (objeção falada em aula) Esta teoria limita a criatividade dos artistas, pois eles
acabam por ser sujeitos à obras anteriores.

Teorias essencialistas

Teoria representacional Aristóteles e Platão

Teoria expressivista Collingwood

Teoria formalista Clive Bell

Teorias não-essencialistas

Teoria institucional George Dickie

Teoria histórica Jerold Levinson

Ceticismo Morris Weitz

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