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Para Kuhn a ciência desenvolve-se por fases, nomeadamente a ciência normal, crise, ciência
extraordinária, revolução científica e ciência normal outra vez.
Kuhn diz-nos que Popper ao ignorar contextos sociais e individuais dos cientistas como as
crenças e os valores, baseia-se apenas em alguns momentos excecionais da história da ciência
que apenas permitem caracterizar momentos raros da crise e de revolução na ciência, não
pensando que o estado mais caracterizador da ciência é o estado normal.
Assim, através da tese de Kuhn percebemos que para este há evolução na ciência mas não
progresso, pois esta evolui por uma sucessão de paradigmas sem existir uma aproximação à
verdade. É ainda de referir que para Kuhn a ciência não evolui segundo padrões estritamente
racionais e objetivos.
Para Kuhn o paradigma tem um papel central na sua teoria uma vez que define e regula o
trabalho intelectual e tecnológico da comunidade científica num dado contexto histórico.
O critério de demarcação para Kuhn é aquilo que distingue ciência de não ciência, é o facto de
existir ou não num campo de investigação um paradigma que é aceite pela generalidade dos
cientistas.
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Ciência Normal
A fase da ciência normal caracteriza-se por um período de maturidade teórica e prática em que
se criou o conseso e superaram-se as divergências que existiam no período da pré-ciência que
existia entre os cientistas. A investigação é dominada apenas por um paradigma dominante
que estabelece aquilo que é viável ou não investigar e coordena e dirige a investigação.
Na ciência normal a atitude dos cientistas em relação à teoria é dogmática e não crítica pois
não à espaço para ideias ou explicações diferentes do paradigma, contudo existe progresso do
conhecimento que se acumula. Um exemplo de paradigma é o geocêntrico e o eliocêntrico.
Crise paradigmática
A resolução de enigmas nem sempre decorre como esperado e ocorrem “puzzels” que mesmo
com o esforço elevado dos cientistas não conseguem ser resolvidos de acordo com o conjunto
de regras e técnicas do paradigma, ou seja, ocorrem as anomalias (enigma, teórico ou
experimental, que não encontra solução no interior do paradigma). Quando ocorrem as
anomalias, estas não retiram a confiança no paradigma mas estão associadas a deficiências
humanas e técnicas. Só quando as anomalias ameaçam os fundamentos do paradigma ou
resistem muito tempo às resoluções é que a comunidade científica começa a perder a
confiança no paradigma entrando numa crise paradigmática.
Para Kuhn, a história da ciência mostra que a prática científica é uma tentativa de salvar a todo
o custo o paradigma dominante. Na primeira fase da anomalia, estas tentam ser solucionadas
de modo a salvar o paradigma. Kuhn também acredita que as revoluções são raras em ciência e
que a transição da fase de ciência normal para a ciência extraordinária ocorre quando os
cientistas dedicam cada vez mais atenção ás anomalias.
Ciência extraordinária
É nesta fase que Kuhn considera uma ciência inovadora no sentido em que apresenta teorias
novas, conjeturas originais e ousadas. É portanto um período de inovação e criatividade.
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Revolução Científica
Para Kuhn, as revoluções científicas são períodos pouco frequentes na história da ciência e
consistem na aceitação de um novo paradigma incompatível com o anterior, ou seja implicam
uma mudança de mundivisões. Esta mudança de paradigma é uma nova forma de ver o
mundo, mesmo que o mundo seja o mesmo. É como se os proponentes de paradigmas rivais
vivessem em mundos diferentes e incompatíveis.
Este período é caracterizado pela mudança de modelo explicativo e não é cumulativo uma vez
que o novo paradigma explica factos e resolve anomalias que o anterior paradigma não foi
capaz de resolver.
Incomensurabilidade de paradigmas
Kuhn, diz-nos que cada paradigma representa uma mundivisão incompatível com qualquer
outra, e defende que os paradigmas são incomensuráveis, porque não se podem comparar
objetivamente de maneira a concluir que um é superior a outro ou está mais próximo da
verdade que outro, ou seja, não existe um critério objetivo e neutro para fazer tal comparação.
Cada paradigma representa uma nova forma de ver o mundo e os seus opositores não o
conseguem compreender, porque estão inseridos numa visão explicativa da realidade e
completamente diferente. São formas diferentes de solucionar, formular e entender os mesmo
problemas.
Um exemplo claro desta incomensurabilidade é que o que para uns cientistas era um pato
antes da revolução científica, passou a ser um coelho depois da revolução científica.
Objetividade científica
Para Kuhn, além destes objetivos Kuhn considera que a aceitação de um novo paradigma não é
determinado por favores estritamente racionais e objetivos, pois diferentes cientistas podem
interpretar de modo diferente estes critérios e chegar a conclusões diferentes. Assim existe
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fatores subjetivos na escolha de novo paradigma, tais como o prestígio pessoal, experiência
anterior, personalidade, apoios fora da comunidade científica e crenças, valores e preferências
e de critérios partilhados e individuais.
Progresso científico
Para Kuhn, a ciência não tem de progredir em direção à verdade. Kuhn invoca a teoria
evolucionista e acredita que a evolução não precisa de ter um fim determinado, a não ser a
adaptação ao ambiente que nos rodeia. Assim o novo paradigma deve ser aquele que melhor
se adapta à necessidade de compreensão da comunidade científica.
Não existindo critérios objetivos de comparação entre paradigmas, Kuhn recusa que possamos
dizer que o novo paradigma que emerge de uma revolução científica é verdadeiro ou como
Popper pretendia. Por este motivo, as mudanças de paradigmas que resultam das revoluções
científicas não constituem propriamente um progresso.
Para Kuhn, só na ciência normal, que tem sempre por base um paradigma é cumulativa e existe
progresso. Quando os cientistas selecionam puzzles que podem ser resolvidos usando técnicas
e instrumentos próximos dos que já existem, os cientistas aumentam gradualmente o
conhecimentp disponível na sua disciplina, então para Kuhn o progresso existe no interior dos
paradigmas.
Críticas a Kuhn
Uma crítica a Kuhn é que ele propõe uma conceção relativista da ciência, pois a verdade de um
enunciado científico, dada a incomensurabilidade dos paradigmas é sempre relativa a um
paradigma. Assim para Kuhn não à verdades objetivas, pois à tantas verdades quanto cientistas
e o que é verdadeiro no contexto de um dado paradigma pode ser falso se o ponto de vista
adotado for outro paradigma. Se tudo não passar de conceções do mundo inconciliáveis ás
quais adere pelas mais variadas razões como as motivações psicológicas , então a ciência é uma
conceção do mundo tão justificável como as lendas.
Por outro lado a incomensurabilidade dos paradigmas é implausível, pois Kuhn não é coerente
ao defender a incomensurabilidade de paradigmas, pois se um novo paradigma permitir
eliminar anomalias do anterior, então eles não são incomensuráveis.
Outra crítica à teoria de Kuhn é que a verdade e o progresso são as metas da investigação
científica, pois quando Kuhn nos diz que na ciência não à aproximação à verdade parece ser
contraditório aos grandes sucessos práticos da ciência. As teorias científicas atuais permitem
fazer previsões mais rigorosas e exatas e, portanto estão mais próximos da verdade do que
aquelas que já foram abandonadas. Assim todos os sucessos científicos parecem refutar a ideia
de Kuhn de que não à progresso na mudança de paradigma.
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Análise comparativa de Popper e Kuhn
Kuhn e Popper embora com perspetivas diferentes têm pontos em comum. Por exemplo
ambos valorizam as revoluções científicas e a substituição de teorias por outrasm ,no entanto,
divergem nas conceções de ciência normal, objetividade e progresso científico. Na perspetiva
de Popper há progresso na ciência, na medidas em que as novas teorias, sobrevivendo a testes
rigorosos, eliminam os erros das anteriores aproximando-se assim mais à verdade. Em Popper,
a verosimilhança é o critério do progresso e as teorias mais verosímeis são as que melhor
explicam os factos e superam os testes em que as outras foram derrotadas. A verdade é a meta
ideal da investigação científica.
Outra questão divergente ás duas teorias, é se a ciência é objetiva. Para Popper, a ciência é
objetiva e existem padrões racionais estabelecidos no método científico, que permitem
comparar as teorias e determinar qual é mais verosímel. A evolução da ciência é marcada pela
atitude racional e crítica em relação ás teorias. A nova teoria superou os testes precisos e
rigorosos e tem um conteúdo empírico corroborado por mais factos.
Já para Kuhn, a ciência não é totalmente objetiva, pois a mudança de paradigma não é
determinada por padrões estritamente objetivos, mas por uma combinação de fatores
subjetivos como psicológicos, sociológicos e ideológicos, mas também por fatores objetivos
como a exatidão, a consistência, o alcance, a simplicidade e a fecundidade.
A filosofia da religião é a reflexãi filosófica acerca de questões levantadas pela vivência religiosa
do ser humano. Consiste na análise crítica das crenças mais básicas em que assentam as
doutrinas religiosas tais como a existência de uma divindidade ou divindades e as
características que possa ter essa divindade.
A teologia é a reflexão sobre as crenças religiosas a partir de uma certa vivência ou tradição
religiosa. Um teólogo cristão reflete sobre Deus a partir da sua experiência religiosa cristã. É
muito comum os seus argumentos não serem eficazes junto de outras pessoas com outras
mundivisões religiosas.
É muito díficil estabelecer uma fronteira clara entre a teologia e a filosofia, pois a maioria dos
teólogos também faz filosofia da religião.
Quem é Deus?
Quando perguntamos se Deus existe, podem vir muitas definições de Deus. O panteísmo diz-
nos que Deus e o mundo são a mesma coisa. Na religião politeístas, existe uma pluralidade de
Deusses, cada um governando determinado aspeto do mundo e da nossa vida. Por exemplo o
politeísmo greco-romano. O monoteísmo da divindade é dominante na cultura ocidental, e diz-
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nos que Deus é um ser único e indivisível. No monoteísmo existem ainda os deístas que
consideram que a divindade criou o mundo e deixou de o monotorizar e a perspetiva teístas
que consideram que Deus continua presente na vida do Universo.
No Deus teísta existem três grandes religiões monoteístas, Cristianismo, Judaísmo e Islamismo.
Estas consideram Deus como um ser único, ou seja que existe apenas uma divindade
(Monoteísmo) que é uma pessoa, não uma força ou elemento natural. Possui, portanto,
pensamento e desejos, é criador do universo mas independente dele, uma vez que, a
divindade teísta é responsável pela criação de todo o universo, mas existe de forma
independente dele, é omnisciente pois Deus sabe tudo o que há para saber, possui todo o
conhecimento sobre o passado, presente e futuro, é sumamente bom, moralmente perfeito
pois Deus é moralmente perfeito, isto é, apenas deseja o bem. É omnibenevolente, e é
omnipotente pois Deus pode tudo, é capaz de realizar qualquer coisa que deseje concretizar.
Uma outra distinção importante é a diferença entre razão epistésmica (procura sempre
descobrir a verdade, ou seja, que é racional acreditar que uma crença é verdadeira se e só se
essa veracidade assenta numa justificação infalível ou muito provável, e entre razão prudencial,
que não procura encontrar a verdade a todo o custo mas que aceita como racional a atitude
racional a aceitação de crenças benéficas para nós, mesmo na ausência de justificações
infalíveis ou muito prováveis.
Argumento ontológico
Este argumento foi apresentado por Anselmo de Cantuária e não exige a fé religiosa como
premissa, apenas o uso de capacidade racional de pensar, e por isso mesmo é um argumento
apriori, pelas suas premissas serem conceptuais. Anselmo partiu da análise da definição de
Deus, no conceito teísta da divindade perfeita.Se Deus é o ser supremo perfeito em todas as
dimensões, ele é o ser maior do que o qual nada pode ser pensado e nada pode ser ainda
maior que este. Se Deus é o ser maior do qual nada pode ser pensado é contraditório dizer que
podemos afirmar um ser ainda maior, pois é impossível imaginar um ser ainda superior ao ser
maximamente superior. Sendo o ser maximamente superior, ele tem de existir no pensamento
e na realidade.
Todo este argumento assenta no pensamento lógico racional acessível a crentes e não crentes.
A sua primeira premissa afirma que Deus existe no pensamento como uma ideia de um ser
sumamente perfeito, que até os agnósticos ee ateus possuem essa ideia.
Aceitar que o ser maior do que o qual nada pode ser pensado existe apenas no pensamento é
contraditório, pois é o mesmo que afirmar que existe algo superior a esse ser maximamente
supremo. Concluímos que Deus tem de existir na realidade, pois se não existisse, não seria
maior do que o qual pode ser pensado. Da definição de Deus como o ser maior do que o qual
pode ser pensado, conclui-se que Deus tem necessariamente de existir.