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Resenha: KUHN, T.S. A estrutura das revoluções científicas.

São Paulo:
Perspectiva, 1982.

Para Thomaz Kuhn, o centro de toda a teoria dele era que a ideia de história de
revolução cientifica gira em torno da ideia de paradigma, para ele paradigma significa
as orientações dadas a um cientista ou uma comunidade cientifica para iniciar uma
determinada pesquisa e somente através do paradigma que uma ciência normal
funciona. Porém é normal que dentro de uma ciência comum aconteçam determinados
problemas, pelos quais a ciência normal e consequentemente os paradigmas não
conseguem responder e seria normal de se pensar que se não deu certo, teríamos que
trocar, mas para Kuhn a ideia não é essa, porque uma ciência funciona através de um
paradigma para se conectar com a pesquisa, chamada cientifica, então quando chega até
a pesquisa uma anomalia (conceito bastante usado por ele), quando um cientista levanta
a hipótese de um problema dentro do paradigma, dentro do modelo da ciência, ele
acredita que este fracasso não é dado ao paradigma e sim ao cientista que não consegue
montar esse quebra cabeças, não consegue usar as peças para poder explicar a realidade
da pesquisa. Segundo Kuhn uma ciência normal nada mais que um montar uns quebra
cabeças, cada peça deve ser gradativamente encaixada de acordo com aquele modelo.
Quando as anomalias começam a crescer e ser colocadas em cheque (para ele, a
pesquisa cientifica envolve um teor social e político), entramos em um período chamada
por ele de ciência extraordinária, que é um período onde nós não temos total confiança
em um paradigma velho, mas ainda não conseguiu eleger e trocá-lo e é neste
movimento, de troca de um paradigma pelo o outro que ocorre as revoluções científicas.
Resumindo, o movimento da estrutura das revoluções cientificas é: ciência normal,
anomalia, crise, ciência extraordinária, revolução cientifica e ciência normal novamente.
Os cientistas não abandonam o paradigma velho, parte da comunidade cientifica
continua utilizando o paradigma velho, fazendo dele um modelo de orientação
cientifica, mas não podemos mais dizer que é um período de ciência normal, porque o
paradigma já não funciona da maneira esperada. A outra parte da comunidade cientifica
busca outro paradigma que chegue até explicações convincentes da realidade. Depois
que ocorre a troca de paradigmas voltamos a ciência norma, que é onde ocorreu a
aceitação da comunidade cientifica deste novo paradigma. Para Kuhn não existe um
paradigma melhor ou pior, existe uma relação entre paradigmas de
incomensurabilidade, onde um responde melhor do que o outro as questões estudadas.
Nesta obra Kuhn nos diz que a ciência não caminha numa via linear, contínua e
progressiva, mas por saltos e revoluções, portanto a história da ciência não é uma
evolução em direção ao que sabemos, ela é um caminhar em direção ao que queremos
saber.

Questões

1- Quais são os riscos de uma abordagem historiográfica?


2- Por que um novo paradigma sempre tende a dissimular a revolução que o levou
a consagrar-se?

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