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A aceitação quase dogmática e acrítica do paradigma por parte dos cientistas revela-se um aspeto
crucial para o desenvolvimento científico no período de ciência normal: só assim se pode avançar na
investigação sem se estar permanentemente a rever os fundamentos da sua disciplina.
Surgem assim, diferentes grupos de cientistas, uns mais conservadores, que persistem na defesa do
velho paradigma, e outros mais inovadores ou revolucionários, que argumentam em favor de um novo
paradigma. Findo o debate, e existindo condições para tal, opera-se a revolução científica, que impõe
uma mudança de paradigma. Logo que o consenso em torno do novo paradigma se estabelece um
novo período de ciência normal.
As revoluções científicas são episódios de desenvolvimento não-cumulativo.
Esta mudança radical, leva Kuhn a defender a tese da incomensurabilidade dos paradigmas, ou seja,
a perspetiva segundo a qual não existem, entre os paradigmas, pontos comuns a partir dos quais eles
possam ser objetivamente comparados.
No fundo, não é possível afirmar a superioridade de um paradigma relativamente a outros. A
verdade das teorias científicas estará sempre dependente do paradigma em que elas se inserem.
A tese da incomensurabilidade
A incomensurabilidade dos paradigmas é a impossibilidade de compará-los objetivamente de
maneira a concluir que um é superior ao outro. Para defender a tese da incomensurabilidade dos
paradigmas, Kuhn recorre ao seguinte argumento:
a) Argumento baseado na insuficiência dos critérios objetivos
Segundo o argumento baseado na insuficiência dos critérios objetivos:
Objetivos Subjetivos
Critérios partilhados pela comunidade científica; Critérios individuais; aspetos idiossincráticos,
princípios, regras ou características como a dependentes de aspetos biográficos e da
simplicidade ou a exatidão das teorias. personalidade dos cientistas.