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A SUBURBANIZAÇÃO
O crescimento das cidades é influenciado por vários fatores. A partir de uma certa concentração
demográfica, a tendência é a saída para os subúrbios, que se vão alargando cada vez mais. Podemos
assim, considerar duas fases:
- Fase centrípeta – as cidades são polos de atração da população rural, alimentando a tendência de
concentração demográfica e económica, nos centros urbanos.
- Fase centrífuga – os preços do solo urbano, disputado pelas atividades terciárias de nível mais alto,
levam à saída da população, verificando-se um movimento de desconcentração urbana.
A expansão urbana faz-se para as áreas envolventes das cidades, num processo designado como
suburbanização, que tem como principais fatores:
o Falta de habitação e o seu elevado custo no interior das cidades;
o Existência de vastas áreas, na periferia, com menor custo do solo;
o Expansão e modernização do setor da construção civil;
o Desenvolvimento dos transportes públicos e vias de comunicação;
o Aumento da taxa de motorização, que facilita as deslocações pendulares, cada vez mais
distantes e dispersas, permitindo a suburbanização em mancha.
Como cresceram as áreas urbanas?
A suburbanização ocorreu principalmente nas áreas urbanas do litoral, devido ao êxodo rural, mais
intenso nas décadas de 1960 e 1970, atraído pelo emprego na indústria, sobretudo de Lisboa e Porto.
Numa fase inicial, os subúrbios cresceram de forma não planeada, com domínio dos blocos de
apartamentos (prédios) e da função residencial.
O aumento demográfico e o desenvolvimento das atividades económicas, umas que saíram da
cidade, outras criadas em resposta às necessidades da população, geraram emprego e diversidade de
funções nos maiores aglomerados populacionais, que acabaram por ser elevados a cidade.
PERIURBANIZAÇÃO E RURBANIZAÇÃO
O aumento da acessibilidade, pela expansão da rede viária, facilita o processo de suburbanização e
flexibiliza a localização das empresas, que tendem a procurar espaços de baixo custo, desde que
tenham bons acessos.
Por isso se fala em novos processos de expansão urbana:
Periurbanização – construção de habitação urbana, de espaços e edifícios empresariais, em áreas rurais,
mas de forma descontínua e dispersa. Nessas áreas, passam a coexistir o rural com as funções urbanas:
indústria, comércio e serviços, que induzem o alargamento da função residencial, por fixarem
população que aí encontra emprego e habitação.
Rurbanização – saída das cidades, e até das áreas suburbanas para se fixarem em pequenas povoações
ou vilas, situadas a maior distância e integradas em áreas rurais onde há oferta de espaço a custo
inferior. Aqui, adquirirem melhor habitação e as empresas introduzem modernização, pois poupam no
custo da renda locativa.
Periurbanização Rurbanização
Expansão do espaço urbano, para lá da área Construção de espaço
suburbana, ocupando o espaço de forma dispersa urbano em áreas rurais
Área metropolitana: espaço que inclui a cidade principal (metrópole), a área suburbana e suas
cidades, no qual se desenvolvem relações de forte interdependência e complementaridade, com
intensos e complexos fluxos demográficos e económicos.
DINAMISMO ECONÓMICO
As duas áreas metropolitanas representam uma parte muito importante da economia portuguesa,
quer ao nível do emprego quer da produção de riqueza.
O dinamismo económico deve-se à oferta de mão de obra mais qualificada e à presença de
universidades e centros de desenvolvimento científico e tecnológico, além de contar com uma
população jovem mais numerosa e instruída.
* população mais jovem tem maior espírito de iniciativa mais facilidade de arriscar em novos projetos, e
de aderir à inovação.
• a degradação de muitos edifícios, que estão abandonados ou que são habitados por população
idosa, de fracos recursos ou por imigrantes;
• as muitas casas sem condições mínimas de segurança e conforto;
• especulação imobiliária – subida exagerada das rendas e do preço de venda, devido ao aumento
da procura e à escassez de oferta
Dando-se então a gentrificação que é a substituição da população residente numa determinada área
por novos residentes de um estatuto social superior à dos antigos moradores.
• envelhecimento demográfico;
• pobreza:
- devido às baixas pensões de reforma;
- nas famílias monoparentais, que só têm um salário;
- nos baixos salários;
- no emprego precário e desemprego;
- nas pessoas sem-abrigo.
Nas áreas suburbanas, também se verificam problemas de pobreza, a que acrescem outros que
derivam do facto de a maioria das pessoas trabalhar na cidade ou noutro concelho da sua área de
influência:
• as deslocações pendulares, efetuadas a distâncias cada vez maiores, além da despesa, causam
stress e doenças psiquiátricas, devido à fadiga e à irritação provocadas pelos transportes
públicos, sempre sobrelotados e sem lugares sentados;
• ausência dos pais durante muitas horas por dia, devido ao emprego, o que afeta os filhos.
PRESSÃO AMBIENTAL
Os transportes e o modo de vida fazem dos centros urbanos os principais consumidores de recursos
naturais e de energia e os maiores produtores de resíduos, exercem uma enorme pressão urbanística
sobre os ecossistemas.
A própria expansão urbana tem impactos nomeadamente a perda de biodiversidade e a ocupação de
solos com aptidão agrícola.
Os níveis de ruído e a poluição atmosférica têm riscos para a saúde humana, onde a emissão de
gases reduz a qualidade do ar e faz subir a temperatura, sobretudo nas áreas de maior movimento.
Para tal, também contribuem:
HUMANIZAR A CIDADE
A revitalização urbana procura igualmente promover a inclusão social e transformar as cidades para
melhorar a qualidade de vida. Nesse sentido é necessário:
▪ aumentar a oferta de habitação a preços acessíveis;
▪ reduzir o tráfego urbano, construindo mais parques de estacionamento na entrada das cidades
e plataformas que simplifiquem o tráfego de passageiros;
▪ aumentar a eficácia dos transportes públicos, e reduzir o seu custo;
▪ alargar os serviços para crianças e jovens;
▪ aumentar o número de espaços verdes e requalificar os que existem;
▪ construir e otimizar equipamentos coletivos, nomeadamente os de cultura e lazer e os
desportivos;
▪ organizar serviços de apoio à população idosa.
Um correto planeamento da cidade pode criar oportunidades económicas, profissionais e de
inclusão, promovendo cidades sustentáveis e inclusivas. É necessário promover:
o o investimento na mobilidade interurbana e na micromobilidade, pois:
- atrai mais investimento;
- gasta-se menos tempo no trânsito e menos dinheiro em combustível;
- consome-se menos energia.
o A criação de várias zonas multifuncionais na cidade pois:
- a mobilidade;
- diminui as deslocações.
o A construção de edifícios com eficiência energética, de sistema de recolha seletiva do lixo,
ciclovias e de espaços verdes:
- reduz o consumo de energia,
- cria condições para a captura de dióxido de carbono e libertação de oxigénio.
o Maior igualdade social, prevendo espaços e orçamento para:
- realojamento da população;
- serviços de apoio a sem-abrigo e emigrantes.
- melhorar os bairros periféricos e suburbanos, criando emprego e promovendo o
desenvolvimento local.
Cidades inteligentes
Tem capacidade de responder de forma sustentável às necessidades dos cidadãos, com eficiência
energética e eficácia dos sistemas vitais.
Vantagens associadas a cidades inteligentes podem ser:
-> Melhoria na mobilidade (contribuem para a melhoria do tráfego de veículos, da redução de
congestionamento, e ainda projetar espaços que favoreçam a deslocação a pé, reduzindo a poluição).
-> Protegem o meio ambiente (estas cidades procuram reduzir o consumo da energia, evitando que os
consumidores estejam à procura de eletricidade mais barata, e ainda cuidar do meio ambiente).
• Lisboa, com mais de 500 mil habitantes, possuindo quase o dobro dos habitantes do Porto;
• Apenas dezanove cidades com 50 mil ou mais habitantes quase todas na Área Metropolitana de
Lisboa e nas regiões Centro e Norte, sendo Braga a maior cidade fora das Áreas Metropolitanas
do Porto e Lisboa;
• A maioria das cidades, 101 cidades, tem menos de 20 mil habitantes;
• Nos Açores, Ponta Delgada, com mais de 60 mil habitantes, possui mais do dobro de habitantes
que as restantes cidades do arquipélago;
• Na Madeira, o Funchal assume um papel central na distribuição da população do arquipélago.
Concluir-se assim, que a dimensão populacional na distribuição das cidades em Portugal, faz com
que o nosso país se aproxime de um:
Sistema macrocéfalo, se considerarmos a dimensão populacional e económica de Lisboa, acima das
restantes cidades;
Sistema bicéfalo, se valorizarmos o Porto como polo de desenvolvimento complementar ao de Lisboa.