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01.20
FORMAÇÃO
DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO DE SOCIEDADES
ASPETOS CONTABILÍSTICOS E FISCAIS
(CASOS PRÁTICOS)
FORMADOR
Prof. Doutor Carlos Quelhas Martins
DATAS E LOCAIS
14 de JANEIRO
LEIRIA, Auditório do NERLEI
20 de JANEIRO
VILAMOURA, Hotel Crowne Plaza Vilamoura
21 de JANEIRO
LISBOA, Hotel Tryp Aeroporto
23 de JANEIRO
PORTO, Auditório Fernando Santos (sede da APECA)
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PLANO DE SESSÃO
DESIGNAÇÃO DA AÇÃO
OBJETIVOS
DURAÇÃO
8h30
8h00 - Receção e Acreditação | 9h30 Abertura | 10h45 - Intervalo | 12h30 - Almoço
14h00 - Continuação | 15h45 - Intervalo | 17h30 - Debate | 18h00 – Encerramento
FORMADOR
DESTINATÁRIOS
3
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
MÓDULO – ASPETOS PRÁTICOS DA DISSOLUÇÃO,
LIQUIDAÇÃO E PARTILHA DE SOCIEDADES
OBJETIVOS
• Esta formação dotará os Formandos dos conteúdos teóricos e exemplificações práticos
suficientes sobre a temática em apreço.
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VI. A Contabilidade
VI. A Contabilidade
da Dissolução
da Dissolução
e Liquidação
e Liquidação
– as operações
– as operações
de liquidação,
de liquidação,
com com
diversos
diversos
exemplos
exemplos
práticospráticos
e a respetiva
e a respetiva
contabilização,
contabilização,
o Balanço
o Balanço
de partilha
de partilha
e e
também também
a temática
a temática
do SAF-Tdo(PT)
SAF-Tda(PT)
Contabilidade;
da Contabilidade;
ATIVIDADES
ATIVIDADES
Exposição
Exposição
de conceitos,
de conceitos,
apresentação
apresentação
em powerpoint;
em powerpoint;
AnáliseAnálise
e resolução
e resolução
de casos
depráticos.
casos práticos.
DURAÇÃO
DURAÇÃO
60 MINUTOS
60 MINUTOS
VII. A Fiscalidade
VII. A Fiscalidade
da Dissolução,
da Dissolução,
Liquidação
Liquidação
e Partilha
e Partilha
– tratamento
– tratamento
fiscal em
fiscal
sedeem
desede de
IRC, IRS,
IRC,
IVA,
IRS,
IMT
IVA,
e LGT,
IMT com
e LGT,
exercícios
com exercícios
de aplicação
de aplicação
prática;prática;
ATIVIDADES
ATIVIDADES
Exposição
Exposição
de conceitos,
de conceitos,
apresentação
apresentação
em powerpoint;
em powerpoint;
AnáliseAnálise
e resolução
e resolução
de casos
depráticos.
casos práticos.
DURAÇÃO
DURAÇÃO
165 MINUTOS
165 MINUTOS
VIII. OVIII.
caso Oparticular
caso particular
da redução
da redução
do capital
do capital
social, enquadrado
social, enquadrado
com o CSC;
com o CSC;
ATIVIDADES
ATIVIDADES
Exposição
Exposição
de conceitos,
de conceitos,
apresentação
apresentação
em powerpoint;
em powerpoint;
AnáliseAnálise
e resolução
e resolução
de casos
depráticos.
casos práticos.
DURAÇÃO
DURAÇÃO
30 MINUTOS
30 MINUTOS
IX. As funções
IX. As funções
do Contabilista
do Contabilista
Certificado
Certificado
e as suas
e as
responsabilidades,
suas responsabilidades,
explicadas
explicadas
ao ao
longo de
longo
todade
a formação.
toda a formação.
ATIVIDADES
ATIVIDADES
Exposição
Exposição
de conceitos,
de conceitos,
apresentação
apresentação
em powerpoint;
em powerpoint;
AnáliseAnálise
e resolução
e resolução
de casos
depráticos.
casos práticos.
DURAÇÃO
DURAÇÃO
30 MINUTOS
30 MINUTOS
MÉTODOS
MÉTODOS
E TÉCNICAS
E TÉCNICAS
PEDAGÓGICAS
PEDAGÓGICAS
MétodoMétodo
expositivo,
expositivo,
debate,debate,
métodométodo
interrogativo,
interrogativo,
métodométodo
demonstrativo
demonstrativo
RECURSOS
RECURSOS
TÉCNICO-PEDAGÓGICOS
TÉCNICO-PEDAGÓGICOS
QuadroQuadro
branco,branco,
esferográficas,
esferográficas,
manuaismanuais
e legislação
e legislação
AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO
Avaliação
Avaliação
decorredecorre
no finalno
dafinal
formação
da formação
atravésatravés
do preenchimento
do preenchimento
de questionários
de questionários
de avaliação
de avaliação
do desempenho
do desempenho
do formador
do formador
e condições
e condições
do processo
do processo
formativo
formativo
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DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO DE SOCIEDADES
Aspetos Contabilísticos e Fiscais
(Casos práticos)
FORMADOR
Prof. Doutor Carlos Quelhas Martins
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
ÍNDICE
• Introdução
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO
• Em situações de crise, as estatísticas demonstram um aumento de casos de dissolução e
liquidação das sociedades.
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INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO
• A Dissolução das Sociedades é abordada no Capítulo XII, nos artigos 141.º a 145.º do CSC
e a Liquidação das Sociedades é abordada no Capítulo XIII, nos artigos 146.º a 165.º do
CSC.
- Dissolução: Um Momento;
- Cessação: Um momento.
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
• Estas temáticas, foram objeto de alterações legislativas relevantes, sobretudo com o
objetivo de simplificação de procedimentos, nomeadamente através das alterações
introduzidas pelo RJPADLEC - Regime Jurídico dos Procedimentos Administrativos de
Dissolução e Liquidação de Entidades Comerciais, criado pelo Decreto-Lei 76-A/2006, de 29
de março e alterado pelo Decreto-Lei 250/2012, de 23 de novembro.
…”A aprovação de contas é um ato societário fundamental e o seu registo essencial à segurança do
comércio jurídico. A situação financeira das sociedades é basilar para a economia, dela dependendo
também, em grande parte, a saúde financeira do País. Não obstante, muitas são as entidades que,
apesar de apresentarem a IES e cumprirem, assim, a obrigação fiscal, não declaram a aprovação
de contas nem procedem ao pagamento da taxa de registo respetiva, ficando por cumprir a
obrigação de registo da prestação de contas. Ora, o incumprimento dessa obrigação legal origina
um prejuízo com relevância nacional, já que a informação apresentada na IES não fica disponível
para publicitação e eventual tratamento estatístico, impossibilitando a sua utilização em todo o seu
potencial.”…
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DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADES COMERCIAIS
FORMADOR
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• Dissolução não tem como fim a extinção de uma sociedade mas apenas a sua modificação tendo
em vista a liquidação;
…” n.º 1 – Os sócios podem deliberar, observando o disposto neste artigo, que termine a
liquidação da sociedade e esta retome a sua atividade”…
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• Na atual redação do Código das Sociedades Comercias, temos três tipos de causas de
dissolução:
- Dissolução imediata;
- Dissolução oficiosa.
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• De acordo com o art.º 141, n.º 1 do Código das Sociedades Comerciais, a Sociedade dissolve-se
nos casos previstos no contrato e ainda:
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Efeito automático
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
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• No caso da Dissolução da sociedade comercial por deliberação dos sócios, a mesma, está sujeita
às maiorias exigidas para as modificações dos Estatutos:
- Sociedades por Quotas – por maioria de 3/4; (art.º 265, n.º 1 e n.º 3 do CSC)
- Sociedades Anónimas – Por maioria de 2/3 (art.º 386, n.º 3 e 4 do CSC), na primeira
convocatória e caso exista necessidade de segunda convocatória, se estiverem presentes ou
representados, pelo menos 50% do capital social, a deliberação pode ser tomada pela maioria dos
votos emitidos.
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
- Por período superior a um ano, o número de sócios for inferior ao mínimo exigido por lei,
exceto se um dos sócios for o Estado ou entidade equiparada;
- A sociedade não tenha exercido qualquer atividade durante dois anos consecutivos;
• Verificada uma destas causas, os sócios podem deliberar, por maioria absoluta dos votos
expressos na assembleia, a dissolução da sociedade com esse fundamento.
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- Falta de amortização de quota quando os sucessores do sócio tiverem esse direito (art.º 226,
n.º 2 do CSC):
- “… Recebida a declaração prevista no número anterior, a sociedade deve, no prazo de 30
dias, amortizar a quota, adquiri-la ou fazê-la adquirir por sócio ou terceiro, sob pena de o
sucessor do sócio falecido poder requerer a dissolução da sociedade por via administrativa”…
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APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
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- Durante dois anos consecutivos, a sociedade não tenha procedido ao depósito dos
documentos de prestação de contas e a administração tributária tenha comunicado ao serviço de
registo competente a omissão de entrega da declaração fiscal de rendimentos (modelo 22) pelo
mesmo período;
https://bde.portaldocidadao.pt/CVE/IES/ServicosIES.aspx
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APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
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De acordo com o n.º 3 do art.º 83 do CPPT, não se considera exercício de atividade, a mera
emissão direta ou indireta de faturas a utilizar por terceiros, sem que a causa da emissão tenha
sido qualquer operação económica comprovada.
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• Carta registada com antecedência mínima de 15 dias (ou prazo definido no Estatuto); (art.º
248, n.º 3 do CSC)
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• Convocada pelo Presidente da Mesa (por sua iniciativa ou a requerimento dos acionistas com
5% do capital ou qualquer dos órgãos sociais; (art.º 375, n.º 1 e 2 e art.º 377 do CSC)
• A convocatória deve ser feita com a antecedência mínima de um mês entre a última publicação
e a data da assembleia geral e de 21 dias a contar da expedição das cartas registadas ou do
correio eletrónico com recibo de leitura. (art.º 377, n.º 3.º e 4.º do CSC)
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Reconhecimento de
Maioria simples dos votos Maioria simples dos votos Maioria simples dos votos Maioria simples dos votos
outra causa de
(art.º 141.º n.º 1 CSC) (art.º 141.º n.º 1 CSC) (art.º 141.º n.º 1 CSC) (art.º 141.º n.º 1 CSC)
Dissolução Imediata
Maioria Absoluta dos Maioria Absoluta dos Maioria Absoluta dos Maioria Absoluta dos votos
Causas Administrativas votos expressos votos expressos votos expressos expressos
(art.º 142, n.º 3 CSC) (art.º 142, n.º 3 CSC) (art.º 142, n.º 3 CSC) (art.º 142, n.º 3 CSC)
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
DISSOLUÇÃO
DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADES
DE SOCIEDADES COMERCIAIS
COMERCIAIS
ATA DA ASSEMBLEIA GERAL – ART.º 63 CSC
1. Relato de abertura - composto pelo cabeçalho com menções alusivas à data, lugar da
celebração e identificação da sociedade comercial; a identificação dos presentes e a sua
qualidade, a indicação dos membros da mesa e respetivo presidente; a ordem do dia decorrente
da convocatória, o apuramento do quórum e a verificação dos requisitos válidos para a
deliberação.
2. Relato da sessão – contém a descrição da discussão, análise e votação dos pontos indicados na
ordem de trabalhos.
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DISSOLUÇÃO
DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADES
DE SOCIEDADES COMERCIAIS
COMERCIAIS
ATA DA ASSEMBLEIA GERAL – ART.º 63 CSC
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
DISSOLUÇÃO
DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADES
DE SOCIEDADES COMERCIAIS
COMERCIAIS
ATA DA ASSEMBLEIA GERAL – Exemplo
http://www.inverbis.pt/2007-2011/images/stories/direito/dgrn_regcomercial.pdf
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LIQUIDAÇÃO DE SOCIEDADES COMERCIAIS
FORMADOR
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
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• A liquidação pode ser entendida em dois sentidos diferentes: (art.º 146 do CSC)
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• Se à data da dissolução, a sociedade não tiver dívidas, os sócios podem proceder à partilha
imediata do ativo da sociedade conforme estabelecido no art.º 156 do CSC; (art.º 147, n.º 1)
• As dívidas de natureza fiscal ainda não liquidadas ou exigíveis não obstam à partilha mas por
estas dívidas ficam responsáveis ilimitada e solidariamente todos os sócios; (art.º 147, n.º 2)
• Para poder ser aceite, a transmissão deve ser precedida de acordo escrito.
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
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- Voluntária;
- Administrativa;
- Judicial.
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- Dissolução e liquidação com transmissão global (com ou sem ativo e com ou sem
passivo);
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
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• Extinção imediata
• Encontra-se prevista no art.º 27 e seguintes do RJPADLEC, e pode ser requerida junto dos
serviços de registo competentes, desde que se verifiquem cumulativamente os seguintes
requisitos:
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• Difere do anterior, na medida em que exige apenas a maioria qualificada específica para cada
tipo societário;
• É uma via para os casos em que os sócios não chegam a uma deliberação unânime e num único
ato procede-se à extinção da sociedade.
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• Encontra-se prevista no art.º 147 do CSC e constitui uma opção nos casos em que a sociedade
tem património para partilhar e não tem passivo, caso em que aquando da dissolução os sócios
podem proceder à partilha, liquidando assim o património e fazendo extinguir a sociedade.
• Neste caso todo o património, ativo e passivo, é transmitido para algum ou alguns sócios e
depende do acordo escrito de todos os credores da sociedade (art.º 148, n.º 1 do CSC).
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• Pressupõe que a sociedade tenha passivo, podendo ter ou não ativo, sendo nomeado um
liquidatário para desenvolver as operações necessárias para saldar o passivo.
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• Como acontece na dissolução, também a liquidação por via administrativa pode ser voluntária
ou oficiosa;
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- Decorrido os prazos previstos no art.º 150 do CSC, para a duração da liquidação, sem
que tenha sido requerido o respetivo registo de encerramento; (art.º 15, n.º 5, al. b) do
RJPADLEC e art.º 150, n.º 3 do CSC)
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
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• Contudo o art.º 146, n.º 1 do CSC prevê a aplicação, nos casos de insolvência, da respetiva Lei
de Processo, ou seja, o CIRE, o qual por ser especial prevalecerá sobre a Lei geral.
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• Se o contrato de sociedade não tiver sido celebrado na forma legal ou o seu objeto for ou se
tornar ilícito ou contrário à ordem pública, deve o Ministério Público requerer, sem dependência
de ação declarativa, a liquidação judicial da sociedade, se a liquidação não tiver sido iniciada
pelos sócios ou não estiver terminada no prazo legal; (art.º 172)
• Nas situações em que não esteja em causa um objeto ilícito ou contrário à ordem pública, antes
de liquidar judicialmente a sociedade, o Ministério Público deve notificar, por ofício, a sociedade
ou os sócios para, em prazo razoável, regularizarem a situação. (art.º 173, n.º 1)
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• Tem-se defendido a aplicação análoga do art.º 165, n.º 2 do CSC, peticionando-se a liquidação
judicial de sociedade comercial, em caso de existência de sócio “ausente” (ou litígio entre
sócios). Este processo tem de ser requerido pelos sócios, em nome da sociedade, contra o sócio
“ausente”, podendo tal liquidação judicial ser ou não decretada pelo Tribunal (“risco” inerente
sobre o desfecho da ação);
• Uma outra via de se resolver o problema do “sócio ausente”, embora nem sempre possível é a
exclusão de tal sócio (art.º 241 do CSC). A exclusão baseada em facto especificado na lei ou no
estatuto social efetua-se por deliberação dos sócios (art.º 246, n.º 1 al. c) e art.º 241, n.º 2
que remete para o art.º 234.º do CSC), sendo que, neste caso, a deliberação de exclusão
considerasse tomada se obtiver a maioria simples dos votos emitidos (salvo se o estatuto exigir
número mais elevado) de acordo com o art.º 250, n.º 3 do CSC.
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• A exclusão fundamentada na causa legal genérica prevista no n.º 1 do art.º 242 efetua-se por
deliberação judicial, mas antecedida e seguida de deliberação dos sócios (art.º 242, n.º 1, 2 e
3). No entanto, alerta-se para o problema de que, para que tal exclusão seja eficaz, será
necessário comunicar ao sócio afetado a decisão, uma vez que este não se encontrava presente
na assembleia que deliberou a sua exclusão.
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• A liquidação deve estar encerrada e a partilha aprovada no prazo de dois anos a contar da data
em que a sociedade se considere dissolvida. (art.º 150, n.º 1)
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• Contudo este prazo pode ser prorrogado por deliberação dos sócios por mais um ano; (art.º 150,
n.º 2)
• Decorridos os prazos previstos nos números anteriores sem que tenha sido requerido o registo do
encerramento da liquidação, o serviço de registo competente promove oficiosamente a liquidação
por via administrativa. (art.º 150, n.º 3)
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
1. Nomeação de liquidatários
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• Havendo mais do que um liquidatário, qualquer um deles tem poderes iguais e independentes
para os atos de liquidação, salvo quanto à alienação de bens da sociedade em que é necessária
a intervenção de, pelo menos, dois liquidatários.
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• Aos liquidatários são, em geral atribuídos os mesmos poderes e deveres dos administradores,
competindo-lhes: (art.º 152, n.º 1 e 3)
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• Anualmente, os liquidatários devem prestar, nos três primeiros meses do ano civil, contas de
liquidação, as quais devem ser acompanhadas por um relatório pormenorizado do estado da
liquidação;
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• Os liquidatários que, com culpa, nos documentos apresentados à assembleia para os efeitos de
aprovação de contas indicarem falsamente que os direitos de todos os credores da sociedade
estão satisfeitos ou acautelados, nos termos do CSC, são pessoalmente responsáveis, se a
partilha se efetivar, para com os credores cujos direitos não tenham sido satisfeitos ou
acautelados. (art.º 158, n.º 1)
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
LIQUIDAÇÃO DE SOCIEDADES
LIQUIDAÇÃO COMERCIAIS
DE SOCIEDADES COMERCIAIS
OS 5 PASSOS DO PROCESSO DE LIQUIDAÇÃO
2. Passo – Créditos e liquidação do passivo social
• Os créditos sobre terceiros e sobre sócios por dívidas devem ser reclamados pelos liquidatários;
(art.º 153, n.º 2)
• Os liquidatários devem pagar todas as dívidas da sociedade para que seja suficiente o ativo
social; (art.º 154, n.º 1)
• Eventuais dívidas em que não seja possível efetuar a prestação ou o credor esteja em mora, os
liquidatários devem proceder à consignação em depósito do valor da prestação. A consignação
só poderá ser revogada se a sociedade comprovar que a dívida se extinguiu; (art.º 154, n.º 2)
• Nas dívidas litigiosas, os liquidatários devem acautelar os eventuais direitos do credor por meio
de caução, prestada nos termos do Código Civil. (art.º 154, n.º 3)
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 51
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• As contas finais dos liquidatários devem ser acompanhadas por um relatório completo da
liquidação e por um projeto de partilha do ativo restante; (art.º 155, n.º 1)
• Nas contas, devem ser discriminados os resultados das operações de liquidação efetuadas pelos
liquidatários e o mapa de partilha do ativo restante; (art.º 157, n.º 1)
• As contas e o relatório são submetidos a deliberação dos sócios para aprovação e nomeação do
depositário que conservará a documentação da sociedade. (art.º 157, n.º 4)
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• Depois de acautelados os direitos dos credores, o ativo restante é partilhado pelos sócios; (art.º
159, n.º 1)
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- Em primeiro lugar o reembolso das entradas efetivamente realizadas. Se não puder ser
realizado o reembolso integral, o ativo existente é distribuído pelos sócios, para que a diferença
para menos recaia em cada um deles na parte que lhe competir nas perdas da sociedade
(pró-rata); (art.º 156, n.º 2 e n.º 3)
- Em segundo lugar e se ainda existir saldo para partilhar, este deve ser repartido na proporção
aplicável à distribuição de lucros. (art.º 156, n.º 4)
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• Após a aprovação das contas e respetiva partilha, os liquidatários devem promover o registo do
encerramento da liquidação; (art.º 160, n.º 1)
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• As ações judiciais em que a sociedade seja parte, continuam após a extinção desta, que se
considera substituída pela generalidade dos sócios, representados pelos liquidatários; (art.º
162, n.º 1)
• Os sócios respondem pelo passivo social não satisfeito ou acautelado, até ao montante que
receberam de partilha. As ações judiciais intentadas contra a sociedade para o fim
anteriormente referido, podem ser propostas contra a generalidade dos sócios, na pessoa dos
liquidatários, que assumem o papel de representantes legais. (art.º 163, n.º 1 e n.º 2)
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• As eventuais ações judiciais a intentar para reconhecimento de cobrança de créditos devem ser
propostas pelos liquidatários em representação da generalidade dos sócios; (art.º 164, n.º 2)
• Tal não impede que qualquer dos sócios interponha ação judicial limitada ao seu interesse.
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• Os sócios podem deliberar pela maioria de votos que o contrato ou a lei exijam para a
dissolução, que a sociedade retome a sua atividade; (art.º 161, n.º 1)
a) Antes do passivo ter sido liquidado, excetuados os créditos cujo reembolso na liquidação for
dispensado expressamente pelos respetivos titulares;
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PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS DE
DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO
FORMADOR
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• Pretendeu-se com este regime, afastar a intervenção dos tribunais na dissolução e liquidação de
sociedades inativas, ou, por exemplo, das sociedades que não procederam ao aumento de
capital para os mínimos (sem prejuízo da impugnação judicial).
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• Em muitas situações basta o preenchimento do pedido na Conservatória, Modelo P1, para que
todo o processo de dissolução e liquidação de uma entidade comercial seja impulsionado,
competindo depois à própria Conservatória do Registo Comercial a condução e cumprimento de
todas as formalidades e comunicações.
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- às sociedades comerciais;
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- empresas de seguros;
- instituições de crédito;
- sociedades financeiras;
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- Por período superior a um ano, o número de sócios da sociedade for inferior ao mínimo
exigido por lei, exceto se um dos sócios for uma pessoa coletiva pública ou entidade a ela
equiparada por lei para esse efeito;
- A sociedade não tenha exercido qualquer atividade durante dois anos consecutivos;
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- Uma pessoa singular seja sócia de mais do que uma sociedade unipessoal por quotas;
- A sociedade unipessoal por quotas tenha como sócio único outra sociedade unipessoal
por quotas.
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PROCEDIMENTOS
PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS
ADMINISTRATIVOS - RJPADLEC
- RJPADLEC
FASES NO PROCEDIMENTO DE DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE
• A apresentação do pedido por um interessado que não seja a própria entidade implica que o
processo de liquidação se faça também por via administrativa; (art.º 15)
• Caso o requerimento seja apresentado por entidade comercial e esta opte pela liquidação
administrativa, pode indicar um ou mais liquidatários, comprovando a respetiva aceitação ou
solicitar a sua designação pelo conservador.
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 69
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• A falta de um documento não é determinante para a tomada de decisão (por exemplo, uma
procuração);
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- a) Durante dois anos consecutivos, a sociedade não tenha procedido ao depósito dos
documentos de prestação de contas e a administração tributária tenha comunicado ao serviço de
registo competente a omissão de entrega da declaração fiscal de rendimentos pelo mesmo
período;
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- e) A sociedade não tenha sido objeto de atos de registo comercial obrigatórios durante
mais de 20 anos.
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• Verificada uma destas causas de dissolução, o Conservador lavrará um auto onde deve
identificar a entidade e a causa de dissolução, bem como especificar as circunstâncias que
determinaram a respetiva instauração;
• Este procedimento agrava em 50% os 350 euros previstos para a dissolução requerida a título
voluntário (ponto 7.2 do art.º 22.º, RERN).
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• Quando o número de pessoas a notificar ou o volume de documentos, ou, no caso de não ser
possível realizar a notificação por via postal, o Conservador pode ordenar que a notificação seja
efetuada através da publicação de um aviso no sítio http://publicações.mj.pt/pt/índex.asp;
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• Simultaneamente e de acordo com o art.º 167, n.º 1 do CSC, deve ser publicado um aviso em
http://publicações.mj.pt/pt/índex.asp dirigido aos credores da entidade comercial e aos
credores dos sócios e cooperadores de responsabilidade limitada o seguinte:
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• Além das notificações supra referidas para o procedimento voluntário, são ainda notificados os
trabalhadores da entidade comercial que constem nos registos da Inspeção-Geral de Trabalho e
serviços competentes da segurança social nos dois anos anteriores à instauração do
procedimento;
• Informação deve ser prestada pelos próprios serviços, por solicitação da conservatória;
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• Nas situações de dissolução oficiosa ou nos casos em que a causa de dissolução consista em
diminuição do número legal de membros ou sócios em mais do que uma sociedade unipessoal,
os interessados têm 30 dias para regularizarem a situação ou demonstrarem que a mesma já foi
regularizada. Se assim for, o Conservador declara findo o processo;
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• Qualquer interessado pode impugnar a decisão do Conservador, com efeito suspensivo, no prazo
de 10 dias a contar da notificação da decisão;
• A petição deve ser apresentada na Conservatória competente que a remeterá para o Tribunal de
Comércio (art.º 82, n.º 2, al. b) da Lei de Organização e Funcionamento dos Tribunais
Judiciais);
• O interessado pode também, nos termos gerais, reclamar da decisão por nulidade.
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• Compete também à conservatória de registo comercial comunicar, por via eletrónica, os factos
registados:
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- Entidades comerciais;
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- esta forma tiver sido fixada no contrato de sociedade ou por deliberação dos sócios
(art.º 146, n.º 4 do CSC);
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• Pela tramitação do processo, incluindo todos os registos, são devidos 350 euros, a título de
emolumentos.
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Procedimento oficioso
- Se verifique terem decorrido os prazos previstos no art.º 150 do CSC para a duração da
liquidação sem que tenha sido requerido o respetivo registo de encerramento;
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Procedimento oficioso
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Procedimento oficioso
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Procedimento oficioso
• A título de emolumentos são devidos 350 euros agravados de 50%, nos termos do ponto 8.2 do
Regulamento Emolumentar dos Registos e Notariados.
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• Ou quando a dissolução tiver sido declarada pela entidade comercial e esta não tenha optado
nesse momento pela liquidação por via administrativa;
• Prazo de 10 dias, para comunicar ao serviço de registo o ativo e passivo da entidade comercial.
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 96
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Operações de liquidação
• O Conservador, quando lhe competir, deve nomear o liquidatário e definir o prazo para o término
dos trabalhos de liquidação, tendo como limite máximo um ano, prorrogável por uma única vez,
por idêntico período, se devidamente justificado;
• O Conservador nomeia os liquidatários que lhe tenham sido indicados pela entidade comercial
ou, não tendo havido qualquer indicação, o conservador deve nomear um ou mais liquidatários
de reconhecida capacidade técnica e idoneidade; (art.º 18)
• Em regra, o liquidatário nomeado deve ser um ROC ou um perito nomeado pela Ordem dos
Revisores Oficiais de Contas.
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 97
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
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Operações de liquidação
• A nomeação dos liquidatários está sujeita a registo e publicação obrigatória; (art.º 23, al. a)
RJPADLEC e art.º 70, n.º 1, al. a) e b) do Código do Registo Comercial)
• Todos os poderes e competências dos liquidatários estão previstos no art.º 152 do CSC;
• Todos os atos previstos no art.º 152, n.º 1 do CSC, estão sujeitos à aprovação dos sócios, ficam
sujeitos a autorização prévia do Conservador;
• Se aos liquidatários não forem facultados os bens, livros e documentos da entidade ou as contas
ao último período de gestão, a entrega pode ser requerida judicialmente. (art.º 1500 e 1501 do
Código de Processo Civil)
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 98
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Operações de liquidação
• Estes documentos devem ser notificados aos membros da entidade comercial, de acordo com as
mesmas regras acima descritas para a instauração do procedimento (art.º 8, n.º 4, 5 e 7) para
pronunciarem-se se assim entenderem no prazo de 10 dias;
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
Operações de liquidação
• Contudo esta decisão poderá ser impugnada, nos termos do art.º 12;
• Com a aprovação das contas e liquidação integral do passivo social, o ativo restante é partilhado
entre os membros da entidade comercial, nos termos definidos na lei comercial;
• Nos casos de transmissão de bens para os quais a lei exige forma especial ou outra formalidade
(por ex. transmissão de imóveis), os liquidatários executam essas formalidades.
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Operações de liquidação
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
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Encerramento da liquidação
• Não sendo impugnada judicialmente no prazo de dez dias, a decisão torna-se definitiva;
• Este ato está sujeito a registo comercial e publicação. (art.º 3, n.º 1 al. t) e art.º 70, n.º 1, al.
a) e b) do CRC)
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
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Encerramento da liquidação
- Aos serviços que gerem o cadastro comercial, para efeitos de dispensa de apresentação
da competente declaração de encerramento de estabelecimento comercial;
- À Inspeção-Geral do Trabalho.
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 104
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
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- Aos serviços que gerem o cadastro comercial, para efeitos de dispensa de apresentação
da competente declaração de encerramento de estabelecimento comercial;
- À Inspeção-Geral do Trabalho.
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• Existe a possibilidade de falsidade das declarações dos sócios quanto à inexistência de dívidas ou
passivo ainda não prescritas;
• Logo, os credores devem demandar os respetivos sócios, nos termos do art.º 162 e seguintes do
CSC: “…Encerrada a liquidação e extinta a sociedade, os antigos sócios respondem pelo passivo
social não satisfeito ou acautelado, até ao montante que receberam da partilha…”;
• A ação judicial deve ser proposta contra os sócios porque não existem, neste procedimento,
liquidatários.
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 109
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• Além da responsabilidade pelo pagamento das dívidas, sobre os sócios recai também a eventual
responsabilidade civil pelo incumprimento das obrigações contratuais da sociedade, bem como
responsabilidade criminal.
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS DA
DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO
FORMADOR
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janeiro 2020
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
AS OPERAÇÕES DE LIQUIDAÇÃO
• As operações de liquidação de uma sociedade são o conjunto de atos realizados a fim de dar ao
património social uma apresentação, ressalvados todos os direitos e dívidas a terceiros, que
permita atribuir aos sócios o património líquido remanescente;
• Esta prestação de contas é relevante para separar claramente as contas antes e após as
operações de liquidação. Existe assim relevância em elaborar um inventário detalhado dos bens e
obrigações – balanço de liquidação previsional.
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
AS OPERAÇÕES DE LIQUIDAÇÃO
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
AS OPERAÇÕES DE LIQUIDAÇÃO
- Cobrar os créditos;
- Pagar todas as dívidas da sociedade, para as quais seja suficiente o ativo existente;
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
AS OPERAÇÕES DE LIQUIDAÇÃO
- Caso a empresa esteja mais do que um ano em fase de liquidação, prestar nos 3
primeiros meses do ano, contas anuais de liquidação, acompanhadas de um relatório
pormenorizado, elementos que devem ser submetidos à apreciação e aprovação dos sócios; (art.º
155 do CSC)
• Em forma de síntese, poderemos referir que a liquidação de uma empresa consiste no conjunto
de atos de gestão necessários para realizar o ativo e pagar o passivo da sociedade.
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
AS OPERAÇÕES DE LIQUIDAÇÃO
- Não sendo possível o reembolso integral das entradas, os valores existentes são
atribuídos aos sócios para que a diferença para menos recaia em cada um deles na proporção da
parte das perdas que lhes competir;
- Sendo possível o reembolso integral e ainda existir saldo, deve o mesmo ser repartido na
proporção utilizada na distribuição dos lucros.
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
AS OPERAÇÕES DE LIQUIDAÇÃO
Exemplo de aplicação:
- A empresa XYZ, Lda. vendeu todo seu o ativo tendo realizado a quantia de 20.000 € em dinheiro,
que foi depositado na conta bancária e possui também um passivo no montante de 100.000 €:
• Neste exemplo a empresa não conseguiu realizar montantes suficientes para fazer face ao seu
passivo. Perante este cenário os sócios deverão participar nas perdas na proporção que lhes
competir;
• Caso os sócios não tenham património próprio para fazer face ao passivo a pagar, devem requerer
judicialmente a insolvência.
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 117
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
OS MOVIMENTOS CONTABILÍSTICOS
• Depois de aprovadas as contas até à dissolução, deve-se proceder ao fecho e reabertura de todas
as contas, para que os lançamentos referentes à liquidação sejam claramente separados dos
anteriores à liquidação;
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
OS MOVIMENTOS CONTABILÍSTICOS
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
OS MOVIMENTOS CONTABILÍSTICOS
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
OS MOVIMENTOS CONTABILÍSTICOS
• O Balanço de Partilha, deve ser elaborado após todas as operações de liquidação, e deve
apresentar apenas as contas relativas aos bens e valores a partilhar pelos sócios e as contas do
capital próprio. Balanço de Partilha
Rubrica Montante
Ativo
Caixa X
Depósitos à ordem X
Total do Ativo X
Capital Próprio e Passivo
Capital Próprio
Capital Subscrito X
Reservas X
Resultado Líquido:
Do Período (antes da dissolução) +/- X
Da Liquidação +/- X
Total do Capital Próprio X
Passivo
Total do Passivo 0
Total do Capital Próprio + Passivo X
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 121
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
OS MOVIMENTOS CONTABILÍSTICOS
• Cada sócio ou acionista tem direito à sua quota-parte no capital próprio da sociedade. Vejamos
agora a imputação das contas de capital próprio aos sócios.
- Reservas
Descritivo Conta Designação Débito Crédito
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
OS MOVIMENTOS CONTABILÍSTICOS
• Após estes movimentos, a soma dos saldos credores das contas de liquidação dos sócios tem de
ser igual à soma dos saldos devedores das contas dos valores concretos a partilhar,
nomeadamente, caixa, depósitos à ordem e, eventualmente, bens do ativo que não foi possível
vender ou não se pretendeu vender.
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 123
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
OS MOVIMENTOS CONTABILÍSTICOS
111 Caixa X
• Depois deste lançamento, todas as contas ficam saldadas, incluindo as contas de liquidação dos
sócios.
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
O FICHEIRO SAF-T (PT) DA CONTABILIDADE
- O último movimento contabilístico a ser realizado por uma entidade que encerra a
partilha, de saldar todas as contas de Balanço (creditando todas as contas com saldos devedor e
debitando todas as contas com saldo credor) apenas deve ser efetuado após a extração do ficheiro
SAF-T (PT) da contabilidade, isto porque o Balanço que consta do Anexo A da IES deve ser
preenchido cm valores antes da liquidação da partilha (ou o anexo I da IES com valores antes da
liquidação da atividade empresarial ou profissional), de acordo com o n.º 11, al. a) e b) do Art.º 3
da Portaria 31/2019, de 24 de janeiro.
125
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76
Dissolução e Liquidação de Sociedades
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
OS SUPRIMENTOS
• Os suprimentos são empréstimos que os sócios efetuam às empresas na qual detém uma
participação social, pelo que se trata de um passivo evidenciado numa subconta da conta 2532 –
Outros participantes – Suprimentos e outros mútuos no SNC Base e na conta 258 – Outros
financiadores nas Microentidades;
• Aquando da liquidação de uma empresa, existem dois cenários que se colocam relativamente a
esta temática:
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
OS SUPRIMENTOS
Consideremos os seguintes elementos relativos ao Balanço de Partilha da entidade Está Tudo Mal, Lda.:
Balanço de Partilha
Rubrica Montante
Ativo
Depósitos à ordem 20 000,00
Total do Ativo 20 000,00
Capital Próprio e Passivo
Capital Próprio
Capital Subscrito 7 000,00
Reservas 3 000,00
Total do Capital Próprio 10 000,00
Passivo
Suprimentos 10 000,00
Total do Passivo 10 000,00
Total do Capital Próprio + Passivo 20 000,00
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 127
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
OS SUPRIMENTOS
• Existindo reembolso dos suprimentos aos sócios, significa que não existiu renúncia ao direito ao
reembolso dos suprimentos e que existe património liquido suficiente para fazer face a esse
reembolso:
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
OS SUPRIMENTOS
Consideremos os seguintes elementos relativos ao Balanço de Partilha da entidade Está Tudo Mal, Lda.:
Balanço de Partilha
Rubrica Montante
Ativo
Depósitos à ordem 20 000,00
Total do Ativo 20 000,00
Capital Próprio e Passivo
Capital Próprio
Capital Subscrito 7 000,00
Resultados Transitados - 17 000,00
Total do Capital Próprio - 10 000,00
Passivo
Suprimentos 30 000,00
Total do Passivo 30 000,00
Total do Capital Próprio + Passivo 20 000,00
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 129
129
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
OS SUPRIMENTOS
• Quando não é possível o reembolso total dos suprimentos aos sócios, significa que não existe renúncia
total ao direito ao reembolso dos suprimentos e que existe património liquido suficiente para fazer face
a esse reembolso parcial:
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
OS SUPRIMENTOS
Consideremos os seguintes elementos relativos ao Balanço de Partilha da entidade Está Tudo Mal, Lda.:
Balanço de Partilha
Rubrica Montante
Ativo
Depósitos à ordem 0,00
Total do Ativo 0,00
Capital Próprio e Passivo
Capital Próprio
Capital Subscrito 7 000,00
Resultados Transitados - 17 000,00
Total do Capital Próprio - 10 000,00
Passivo
Suprimentos 10 000,00
Total do Passivo 10 000,00
Total do Capital Próprio + Passivo 0,00
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 131
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
OS SUPRIMENTOS
• Quando não é possível o reembolso dos suprimentos aos sócios, significa que existiu renúncia total ao
direito ao reembolso dos suprimentos e que não existe património para fazer face a esse compromisso
da sociedade para com os sócios:
Reembolso parcial dos suprimentos aos 2532 Suprimentos e outros mútuos 10 000,00
• Neste exemplo o património não permitiu o reembolso dos suprimentos aos sócios.
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
OS SUPRIMENTOS
• Nesta situação os valores remanescentes não foram suficientes para fazer face ao passivo. Os
suprimentos são entendidos como um “passivo especial”, pois trata-se de empréstimos dos
próprios sócios, pelo que, existindo a renúncia expressa em ATA ao reembolso dos suprimentos
não existirá impedimento legal para a liquidação da sociedade;
• Este “perdão de dívida” por parte dos sócios será considerado uma variação patrimonial positiva
e poderá concorrer para a formação do resultado tributável no âmbito da sociedade, de acordo
com o art.º 21 do CIRC.
133
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
OS SUPRIMENTOS
• Quanto ao enquadramento fiscal desta variação patrimonial positiva, de acordo com a alínea a)
do n.º 21 do CIRC a cobertura de prejuízos é uma das exceções, sendo portanto considerada
uma variação patrimonial positiva, mas que não concorre para a formação do lucro tributável.
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
OS SUPRIMENTOS
• Assim, os sócios que prescindirem dos seus créditos para cobrir prejuízos, devem deixar essa
pretensão bem expressa, de preferência, em ATA, para que essa variação patrimonial positiva
não concorra para a formação do lucro tributável;
• Logo, não será necessário acrescer no quadro 07 da declaração de rendimentos, Modelo 22, na
linha referente às variações patrimoniais positivas e consequentemente não será tributado em
IRC.
• Anexo 3 - Exemplo de Ata – Extinção Imediata com Renúncia ao Reembolso dos Suprimentos
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 135
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
IMPUTAÇÃO DE DÍVIDAS AOS SÓCIOS
• No âmbito de uma liquidação, quando a empresa não dispõe de património líquido suficiente para
fazer face ao passivo, é possível, no âmbito do Código Civil negociar com os credores a
transferência das dívidas da empresa para os seus sócios, com a apresentação de garantias,
desde que, com o consentimentos daqueles;
• Caso não exista património líquido suficiente para pagar as dívidas e não seja possível o acordo
com os credores, a empresa deve apresentar-se judicialmente à insolvência ao abrigo do art.º 18
do Código da Insolvência e de Recuperação de Empresas;
• Contudo caso haja consentimento por parte dos credores dessa transferência, procede-se à
imputação das dívidas para os sócios.
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 136
136
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
IMPUTAÇÃO DE DÍVIDAS AOS SÓCIOS
• A sociedade Sem Dinheiro, Lda. conseguiu o acordo com os credores para pagamento das suas
dívidas: Balanço de Partilha
Rubrica Montante
Ativo
Depósitos à ordem 8 000,00
Total do Ativo 8 000,00
Capital Próprio e Passivo
Capital Próprio
Capital Subscrito 20 000,00
Resultado da Liquidação -39 000,00
Total do Capital Próprio -19 000,00
Passivo
Fornecedores 27 000,00
Total do Passivo 27 000,00
Total do Capital Próprio + Passivo 8 000,00
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 137
137
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82
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
IMPUTAÇÃO DE DÍVIDAS AOS SÓCIOS
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
IMPUTAÇÃO DE DÍVIDAS AOS SÓCIOS
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83
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
IMPUTAÇÃO DE DÍVIDAS AOS SÓCIOS
• No caso de existir ativo referente a dívidas de clientes em que o esforço de cobrança se torna
moroso e complexo, é possível efetuar a cedência de créditos da pessoa coletiva em liquidação
para os sócios, por exemplo, bastando para tal a comunicação aos devedores por escrito;
• Segundo o art.º 577 do Código Civil, o credor pode ceder a terceiro uma parte ou a totalidade do
crédito, independentemente do consentimento do devedor, contanto que a cessão não seja
interdita por determinação da lei ou convenção das partes e o crédito não esteja, pela própria
natureza da prestação, ligado à pessoa do credor.
140
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
IMPUTAÇÃO DE DÍVIDAS AOS SÓCIOS
• A sociedade Com Dívidas, Lda. conseguiu o acordo com os credores para pagamento das suas
dívidas: Balanço de Partilha
Rubrica Montante
Ativo
Clientes 7 000,00
Depósitos à ordem 1 000,00
Total do Ativo 8 000,00
Capital Próprio e Passivo
Capital Próprio
Capital Subscrito 10 000,00
Resultado da Liquidação -2 000,00
Total do Capital Próprio 8 000,00
Passivo
Total do Passivo 0,00
Total do Capital Próprio + Passivo 8 000,00
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 141
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84
Dissolução e Liquidação de Sociedades
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ASPETOS CONTABILÍSTICOS
ASPETOS CONTABILÍSTICOS
IMPUTAÇÃO DE DÍVIDAS AOS SÓCIOS
142
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85
ASPETOS FISCAIS DA DISSOLUÇÃO
E LIQUIDAÇÃO
FORMADOR
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janeiro 2020
87
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IVA
• A venda de bens do ativo no âmbito das operações de liquidação de uma sociedade obrigam a
liquidar IVA nos termos gerais e às taxas que se aplicarem aos bens que estão a ser vendidos;
• No caso dos bens afetos a uma atividade isenta, por exemplo uma clínica médica, quando não
tenham sido objeto do direito à dedução, por ser isenta de IVA, ao abrigo do art.º 9, n.º 32 do
CIVA, logo a venda de bens numa liquidação de uma clínica médica que pratica operações
exclusivamente isentas, está igualmente isenta ao abrigo desta norma;
144
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ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IVA
Viaturas Ligeiras de Passageiros
• A alienação de viaturas de turismo, definidas no art.º 21, n.º 1 do CIVA, em relação às quais não
tenha sido deduzido o IVA, está isenta de IVA, de acordo com o art.º 9, n.º 32 do CIVA;
• Viatura de turismo - É considerado viatura de turismo qualquer veículo automóvel, com inclusão
do reboque, que, pelo seu tipo de construção e equipamento, não seja destinado unicamente ao
transporte de mercadorias ou a uma utilização com carácter agrícola, comercial ou industrial ou
que, sendo misto ou de transporte de passageiros, não tenha mais de nove lugares, com inclusão
do condutor;
• Viatura comercial – aquelas que apenas têm três lugares, incluindo o condutor. São consideradas
viaturas de turismo Todas as viaturas comerciais que não se destinem unicamente ao transporte
de mercadorias, com mais de 3 lugares, incluindo o condutor (oficio circulado 30152/2013, de 16
de outubro).
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 145
145
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88
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• A sociedade Tudo Fixe, Lda. adquiriu em 2016 uma viatura ligeira de passageiros a um particular
em estado de uso, por 5.000 euros. Em 2019, em processo de liquidação, a sociedade pretende
alienar a mesma por 1.000 euros. No entanto o Contabilista Certificado tem dúvidas se a
sociedade deve liquidar IVA ou não nesta alienação?
146
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ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IVA
Atribuição de bens do ativo fixo tangível no âmbito da partilha
• O imposto será liquidado sobre o preço de aquisição dos bens ou de bens similares, ou, na sua
falta, o preço de custo, reportados ao momento da realização das operações (art.º 16, n.º 2, al.
b) do CIVA).
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 147
147
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89
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IVA
Bens imóveis vendidos ou atribuídos em partilha em relação aos quais foi deduzido o IVA
• Em relação a bens imóveis que forem atribuídos em partilha e em relação aos quais existiu a
dedução do IVA (ex. construção do edifício com IVA deduzido) há que efetuar uma regularização
de IVA a favor do Estado, de acordo com o art.º 26, n.º 3 do CIVA;
• Segundo o art.º 26, n.º 3 do CIVA, no caso de cessação da atividade durante o período de
regularização, esta é efetuada nos termos do art.º 24, n.º 5, que refere que a regularização deve
ser efetuada de uma só vez, pelo período ainda não decorrido;
• Ou seja, creditar a favor do Estado 1/20 do inicial deduzido, por cada ano, da não utilização para
fins da empresa, que falta para completar os 20 anos do período da regularização.
148
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• A sociedade Tudo Fixe, Lda. construiu em janeiro de 2010 um armazém para guardar as
mercadorias adquiridas, tendo adquirido materiais para construção do mesmo onde deduziu IVA a
favor da empresa no Montante de 100.000 euros. Em 31 de dezembro de 2019, em processo de
liquidação, a sociedade pretende alienar o mesmo, qual o montante de IVA a regularizar a favor
do Estado?
• Resposta: O valor do IVA a regularizar a Favor do Estado é: 10 anos * (1/20) *100.000 = 50.000
euros
(Número de anos utilizado = 2019 (inclusive) – 2010 = 10 anos, logo regularizar 10 anos a favor
do Estado)
149
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90
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• Imóvel objeto de renúncia à isenção aquando da sua aquisição (Regime da Renúncia, Decreto-Lei
21/2007, de 29 de janeiro) – Reverse Charge;
• Creditar a favor do Estado 1/20 do inicial deduzido, por cada ano, da não utilização para fins da
empresa, que falta para completar os 20 anos do período da regularização. (art.º 24, n.º 6 do
CIVA)
150
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ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IVA
Atos de arrematação, venda judicial ou administrativa, conciliação ou de contratos de transação
• Existindo uma venda judicial ou administrativa dos bens, objeto de arresto, há lugar à tributação
em IVA;
• Compete aos Tribunais a liquidação quando se mostra devido nos atos de arrematação ou venda
judicial; (art.º 28, n.º 4 do CIVA)
• O valor tributável é o valor por que as arrematações ou vendas tiverem sido efetuadas ou o valor
normal dos bens transmitidos. (art.º 16, n.º 2, al. g) do CIVA)
151
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91
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IVA
Atos de arrematação, venda judicial ou administrativa, conciliação ou de contratos de transação
• O IVA será liquidado no momento em que for efetuado o pagamento ou, se for parcial, no do
primeiro pagamento das custas, emolumentos ou outros encargos devidos, de acordo com o art.º
28, n.º 4 do CIVA;
• O direito à dedução do adquirente aferir-se-á pelo art.º 19, n.º 2 do CIVA e será o documento de
liquidação emitido pelos serviços, junto com o respetivo recibo de pagamento junto os mesmos.
152
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• Existindo IVA a Recuperar, o Pedido do reembolso deve ser efetuado na última declaração de IVA
(a de cessação).
153
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92
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• Quando uma empresa deixa de exercer a sua atividade por um período prolongado, é normal
questionar-se se deve ou não cessar em IVA;
b) Se esgote o ativo da empresa, pela venda dos bens que o constituem ou pela sua
afetação a uso próprio do titular, do pessoal ou, em geral, a fins alheios à mesma, bem como pela
sua transmissão gratuita.
154
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ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IVA
Cessação para efeitos de IVA
• A empresa ao efetuar a cessação em IVA deixa de ter a obrigação declarativa a cada período de
imposto, bem como ao nível do IRC fica dispensada do Pagamento Especial por Conta (PEC);
• Pois, nos termos do art.º 106 do CIRC, ficam dispensados de efetuar o pagamento especial por
conta, os sujeitos passivos que tenham deixado de efetuar vendas ou prestações de serviços e
tenham entregue a correspondente declaração de cessação de atividade do art.º 33 do CIVA;
• O facto da Autoridade Tributária (AT) nem sempre detetar as situações em que era devida
liquidação de IVA pelo património remanescente tem contribuído para perpetuar a convicção de
que se pode usar de uma mera “suspensão” do registo do IVA sem consequências neste imposto
e até com vantagem na dispensa do PEC.
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 155
155
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93
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IVA
Cessação para efeitos de IVA
• Ainda que a empresa não disponha de bens à data de cessação pode a mesma ter créditos a
receber de terceiros e uma cessação de IVA pode impossibilitá-la de regularizar, a seu favor, o
IVA dos créditos considerados incobráveis, nomeadamente em caso de insolvência declarada de
devedores.
156
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• A sociedade Fixe Estás Tu, Lda. entregou em 30 de setembro de 2018 uma declaração de
cessação de atividade em IVA. A sociedade é obrigada a efetuar a 2.ª prestação do PEC no ano de
2018?
• Resposta: O nascimento da obrigação de efetuar o PEC ocorre até ao fim do mês de Março de
cada período de tributação, podendo o respetivo pagamento ser efetuado em duas prestações,
uma durante o mês de Março e outra durante o mês de Outubro. Assim sendo, apenas nos casos
de cessação de atividade em IVA até ao fim do mês de março, é que nesse período de tributação
há dispensa de efetuar o PEC, pelo que no caso apresentado a sociedade terá de efetuar o
pagamento da 2.ª prestação do PEC.
157
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94
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• A sociedade Fixe Mais, Lda. pretende cessar a atividade em IVA, segundo o art.º 34, n.º 1 do
CIVA, mas ainda possui no seu ativo um imóvel, que quando ocorrer a sua alienação não vai gerar
liquidação de iva. O objetivo da gerência da sociedade Fixe Mais, Lda. com esta cessação em IVA é
não ter de efetuar mais pagamentos especiais por contas, mas o Contabilista Certificado está com
algumas dúvidas no enquadramento desta temática. É possível ajudá-lo?
158
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ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IRS
• A partir de 2014, o valor atribuído a cada um dos sócios, pessoas singulares, em resultado da
partilha, passam a ser tributados em sede da categoria G a título de mais-valias; (art.º 10, n.º 1,
al. b), no ponto 3 do CIRS)
Apuramento da +/- valia = valor atribuído na partilha – valor de aquisição das partes sociais
O valor atribuído na partilha pode ser em dinheiro ou em bens, se forem bens, considera-se como
valor de realização o valor de mercado.
159
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95
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IRS
- for positivo, será tributado à taxa especial de 28 % (art.º 72, n.º 1, al. c) do CIRS), sem
prejuízo da opção pelo englobamento;
- for negativo, pode ser reportado para os cinco anos seguintes aos rendimentos da mesma
natureza, quando o sujeito passivo opte pelo englobamento; (art.º 55, n.º 1, al. d) do CIRS)
• Sempre que seja exercida a opção do englobamento, o sujeito passivo fica obrigado a englobar a
totalidade dos rendimentos da mesma categoria (cat. G) e autorizar a Autoridade Tributária a
aceder às contas bancárias.
160
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• De referir que, se existirem mais valias geradas pela partilha de partes sociais, cuja data de
aquisição das mesmas for anterior a 01 de janeiro de 1989, as mesmas não são tributadas, de
acordo com o art.º 5 do Decreto-Lei 442-A/88;
• Assinala-se também que, as mais-valias são consideradas em apenas 50% do seu valor, caso as
partes sociais digam respeito a micro e pequenas empresas não cotadas (n.º 3 do art.º 43 do
CIRS). O conceito de micro e pequena empresa vem definido no Anexo ao Dec. Lei n.º 372/2007,
de 6 de Novembro (n.º 4 do art.º 43 do CIRS) e, dada a natureza do tecido empresarial
português, pode afirmar-se que tem um alcance significativo.
161
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96
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
QUALIFICAÇÃO - IAPMEI
162
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163
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• Lançamentos contabilísticos:
Descritivo Conta Designação Débito Crédito
Imputação do Capital aos Sócios 511 Capital Subscrito 15 000,00
267 Acionistas (sócios) c/ Liquidação 15 000,00
• Em termos fiscais:
- Os 10.000 euros são para partilhar em partes iguais pelos sócios, cabendo a proporção de
5.000 euros a cada sócio;
- Como o montante que cada um dos sócios recebe, de 5.000 euros, é menor do que o
montante que subscreveu, de 7.500 euros, então os sócios não são tributados por esta partilha.
165
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98
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• A sociedade Tudo a Cento e Cinquenta, Lda. foi constituída em Janeiro de 2000 pelos Sócios Maldonado e Albino,
com um capital social de 15.000 euros, sendo as respetivas quotas de 50% para cada sócio. A sociedade em 2019
dissolveu e liquidou e após as operações de liquidação, pagamento das dívidas s terceiros, apresenta o seguinte
Balanço de Liquidação: Balanço de Partilha
Rubrica Montante
Ativo
Depósitos à ordem 0,00
Total do Ativo 0,00
Capital Próprio e Passivo
Capital Próprio
Capital Subscrito
Maldonado 7 500,00
Albino 7 500,00
Resultado da Liquidação -15 000,00
Total do Capital Próprio 0,00
Passivo
Total do Passivo 0,00
Total do Capital Próprio + Passivo 0,00
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 166
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Caso Prático n.º 11 – Balanço de Liquidação sem Partilha – Sócios Pessoas Singulares
Quais os movimentos contabilísticos a efetuar e qual o montante de IRS a pagar pelos Sócios
Maldonado e Albino no âmbito da partilha?
• Lançamentos contabilísticos:
- Como não existiu partilha, logo os sócios não são tributados por esta partilha.
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 167
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99
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IRS
Caso Prático n.º 12 – Resultado da Partilha
• A sociedade Mar Azul - Unipessoal, Lda. foi constituída em Janeiro de 1976 pelo Sócio João Maria,
com um capital social de 15.000 euros. Em 1991 por motivos de doença o Sócio João Maria
alienou a sua quota ao Manuel Joaquim por 25.000 euros, sendo que à data da alienação o total
do capital próprio da sociedade ascendia a 200.000 euros. Em 2019 o sócio Manuel Joaquim
também por motivos de doença pretende dissolver e liquidar a sociedade Mar Azul – Unipessoal,
Lda., ascendendo nesta data o capital próprio da sociedade a um montante de 210.000 euros.
Qual será o valor de mais-valia a considerar para efeitos de IRS, caso se venha a concretizar a
dissolução e liquidação da sociedade?
• Resposta: O resultado de partilha atribuído aos sócios quando ocorre a liquidação de uma
sociedade constitui para os beneficiários um ganho qualificado como mais-valia, conforme o ponto
3 da alínea b) do n.º 1 do art.º 10 do CIRS.
Esta mais-valia corresponde ao valor atribuído a cada sócio deduzido do valor de aquisição das
correspondentes partes sociais e de outros instrumentos de capital próprio.
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 168
168
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A tributação da mais-valia será efetuada por via declarativa, devendo para o efeito ser entregue a
declaração modelo 3 com preenchimento do quadro 09 do anexo G, identificando a operação com
o código G06.
A tributação far-se-á à taxa especial de 28%, prevista na alínea b) do n.º 1 do art.º 72 ou, por
opção do sujeito passivo a exercer no anexo G, pelo englobamento.
Se a sociedade for uma micro ou pequena empresa não cotada em bolsa, de acordo com o DL
372/2007, de 6/11, apenas 50% da mais-valia é objeto de tributação, conforme n.º 3 do art.º 43
do CIRS.
A tributação de apenas 50% da mais-valia, nos termos referidos, aplica-se quer a tributação seja
efetuada à taxa especial quer haja a opção do englobamento.
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 169
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100
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• O sócio singular não residente entrega a declaração Modelo 3, com indicação do Representante
nomeado (art.º 130 do CIRS), e o rendimento é tributado à taxa de 28 % (art.º 72, n.º 1, al. b)
do CIRS).
170
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ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IRS
• Relativamente à parte do rendimento obtido na partilha como sendo mais-valia, será englobada
na classificação de outros rendimentos pelo que será de aplicar o princípio de tributação
exclusiva no Estado da Residência, devendo o Estado da fonte do rendimento abster-se de
qualquer tributação.
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101
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• A sociedade Tudo a Mil - Unipessoal, Lda. foi constituída em Janeiro de 1990 pelo Sócio Manuel
António, com um capital social de 15.000 euros e cujo objeto social era atividades de construção
civil. Em 2017 face à crise económica sentida no setor o Sócio Manuel António, cessou a atividade
da sociedade em IVA e emigrou para a Suíça onde começou a trabalhar e aí obteve o título de
residência e domicílio fiscal.
172
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ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IRS
173
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102
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IMT
• O valor tributável sujeito a IMT é determinado de acordo com o art.º 12, n.º 4, regra 12 do CIMT,
na qual, o valor dos imóveis é o valor patrimonial tributário (VPT) ou aquele por que os mesmos
entraram para o ativo da sociedade, consoante o que for maior.
174
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ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IRC
• A partir de 2016, se a participação na sociedade liquidada for maior ou igual a 10%, e detida há
mais de 1 ano, o rendimento obtido (mais-valia) em sede de partilha será anulado por abate no
quadro 07 da modelo 22;
175
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103
Dissolução e Liquidação de Sociedades
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ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IRC
Sócio Pessoa Coletiva - Partilha
• Nesse englobamento, para efeitos de tributação dessa diferença, deve observar-se o seguinte:
(art.º 81, n.º 2 do CIRC)
• Sendo essa diferença positiva, é aplicável o art.º 51-C, n.º 1 do CIRC, desde que verificados os
requisitos aí referidos, isto é, a mais-valia fiscal não acresce não quadro 07.
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ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IRC
• Segundo o art.º 23-A, n.º 2 do CIRC, em termos fiscais, não concorrem para a formação do lucro
tributável as menos-valias e outras perdas relativas a instrumentos de capital próprio:
177
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104
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IRC
• Em Síntese:
- Mais-Valia Fiscal é tributável (ou, não tributável pelo art.º 51-C do CIRC);
- Menos-Valia Fiscal dedutível a 100 % ( ou, não dedutível se aplicável o art.º 23, n.º 2 do
CIRC ou art.º 51-C do CIRC).
• De referir que se existirem mais valias geradas pela partilha de partes sociais, cuja data de
aquisição das mesmas for anterior a 01 de janeiro de 1989, as mesmas não são tributadas, de
acordo com o art.º 18-A do Decreto-Lei 442-B/88;
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 178
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ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IRC
A sociedade Silvalde, Lda. detinha uma participação financeira de 400.000 euros, contabilizada
pelo método do custo, desde há 4 anos, representativa de 15 % do capital social da Sociedade
Souto, Lda., que, entretanto foi liquidada, tendo recebido a sua quota-parte na partilha no
montante de 160.000 euros.
Pede-se que proceda aos lançamentos contabilísticos na sociedade Silvalde, Lda. pelo recebimento
da sua quota-parte da partilha e quais os ajustamentos fiscais em sede de IRC.
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ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IRC
Lançamentos Contabilísticos:
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ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IRC
Ajustamentos fiscais:
Quadro 07 da Modelo 22
- Acresce a menos-valia contabilística Q07 no Campo 736
240.000,00
- A menos-valia fiscal não seria considerada, nada fazendo no Q07, em virtude da participação
social detida ser superior a 10 % (art.º 51-C do CIRC).
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181
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106
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
A sociedade Silvalde, Lda. detinha uma participação financeira de 400.000 euros, contabilizada
pelo método do custo, desde há 4 anos, representativa de 7 % do capital social da Sociedade
Souto, Lda., que, entretanto foi liquidada, tendo recebido a sua quota-parte na partilha no
montante de 160.000 euros.
Pede-se que proceda aos lançamentos contabilísticos na sociedade Silvalde, Lda. pelo recebimento
da sua quota-parte da partilha e quais os ajustamentos fiscais em sede de IRC.
182
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ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IRC
Lançamentos Contabilísticos:
183
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107
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
Ajustamentos fiscais:
Quadro 07 da Modelo 22
- Acresce a menos-valia contabilística Q07 no Campo 736
240.000,00
- Deduzia a menos-valia fiscal Q07 no campo 769, em virtude da participação social detida ser
inferior a 10 % (art.º 51-C do CIRC).
240.000,00
Dissolução ee Liquidação
Dissolução Liquidação de
de Sociedades
Sociedades -- Aspetos
Aspetos Contabilísticos
Contabilísticos ee Fiscais
Fiscais (Casos
(Casos Práticos)
Práticos) 184
184
184
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• Este encerramento permite também o cumprimento das disposições de IRC (art.º 79, n.º 2, a)
do CIRC), que obrigam à determinação do lucro tributável correspondente ao período decorrido
desde o início do período em que se verificou a dissolução até à data desta;
• A separação desses dois períodos deve ser evidenciada ao nível do dossier fiscal.
185
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108
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IRC – Sociedade Liquidada
• Tratando-se de bens imóveis, para efeitos do resultado da liquidação em sede de IRC, o valor de
mercado não poderá ser inferior ao valor patrimonial tributário definitivo dos imóveis; (art.º 64
n.º 1 do CIRC)
• As mais-valias apuradas na partilha dos bens do ativo fixo tangível pelos sócios deverão integrar
o resultado líquido da sociedade:
186
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ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IRC – Sociedade Liquidada
• Se os imóveis não forem alienados, mas partilhados pelos sócios, no âmbito da liquidação da
sociedade geram na mesma tributação em IRC. Assim como, geram também tributação em sede
de IMT, porquanto estamos na presença da transmissão de propriedade de bens imóveis;
187
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109
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
Pede-se que proceda aos lançamentos contabilísticos na sociedade Flôr do Ave pelo encerramento da partilha e
quais os ajustamentos fiscais em sede de IRC relativamente ao imóvel partilhado, considerando um coeficiente
de desvalorização da moeda de 1,05 e um VPT de 120.000 euros.
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 188
188
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ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE IRC – Sociedade Liquidada
Lançamentos Contabilísticos:
Descritivo Conta Designação Débito Crédito
Abate do Imóvel 814 Resultado da Liquidação 150 000,00
4382 Depreciações Acumuladas 50 000,00
431 Terreno 50 000,00
432 Edifício 150 000,00
189
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110
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
Lançamentos Contabilísticos:
190
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Ajustamentos fiscais:
Quadro 07 da Modelo 22
- Acresce a menos-valia contabilística Q07 no Campo 736
+/- valia contabilística = 0 – (200.000 – 50.000) = - 150.000
150.000,00
- Deduzia a menos-valia fiscal Q07 no campo 769
37.500,00
111
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS – MODELO 22
• Se o momento da dissolução não coincidir com a liquidação, no período anterior à dissolução, que
decorre entre o dia 1 de janeiro e a data da dissolução da sociedade, mantem-se a
obrigatoriedade de encerrar as contas com referência à data da dissolução;
• Com o Orçamento do Estado de 2018, que veio aditar o n.º 11 do art.º 120 do CIRC, passa a ser
obrigatório a entrega de Duas Modelos 22 no período de dissolução:
- Uma Modelo 22 pelo período decorrido desde o início do período de tributação em que se
verificou a dissolução até à data desta;
- Outra Modelo 22 pelo período decorrido entre o dia seguinte ao da dissolução e o termo
do período de tributação em que esta se verificou.
192
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ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS – MODELO 22
• Foi aditado o n.º 11 do art.º 120 do CIRC no sentido de clarificar os prazos de envio das
Declarações de Rendimentos – Modelo 22, no período de tributação em que ocorre a dissolução:
a) Até ao último dia do 5.º mês seguinte ao da dissolução, independentemente de esse dia
ser útil ou não útil, a declaração relativa ao período decorrido desde o início do período de
tributação em que se verificou a dissolução até à data desta;
b) Até ao último dia do 5.º mês seguinte à data do termo do período de tributação,
independentemente de esse dia ser útil ou não útil, a declaração relativa ao período decorrido entre
o dia seguinte ao da dissolução e o termo do período de tributação em que esta se verificou.
193
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112
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
Os sócios da sociedade Flôr do Liz, Lda. decidiram em Assembleia Geral proceder à dissolução da
Sociedade com efeitos a 20 de Junho de 2019. O Contabilista Certificado da empresa tem algumas
dúvidas quanto à obrigatoriedade do envio das Declarações Modelo 22 em face da dissolução da
sociedade. Assim sendo, solicita-lhe ajuda no sentido de o orientar quanto a esta temática.
194
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Modelos 22 a entregar:
• Primeira Modelo 22 - até 30 de Novembro de 2019 relativa ao período decorrido entre 01
de janeiro de 2019 a 20 de junho de 2019;
195
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113
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• Os prejuízos fiscais anteriores à dissolução e na data desta ainda dedutíveis nos termos do art.º
52 do CIRC, podem ser deduzidos ao lucro tributável correspondente a todo o período de
liquidação se este não ultrapassar dois anos (art.º 79, n.º 4 do CIRC).
196
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ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS – MODELO 22
• Esta declaração Modelo 22 facultativa, tem interesse caso hajam lucros que possam ser anulados
por prejuízos posteriores, no período de liquidação.
197
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114
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
- Os prejuízos anteriores à dissolução e na data desta ainda dedutíveis (nos termos do art.º
52 do CIRC) deixam de poder ser deduzidos ao lucro tributável correspondente a todo o período de
liquidação.
198
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ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS – MODELO 22
• Se o momento da dissolução coincidir com o momento da liquidação, será entregue uma Modelo
22, desde o último período até à data de cessação;
• O prazo de entrega da Modelo 22 de Cessação ocorre até ao último dia do 3.º mês seguinte ao
da data da cessação; (art.º 120, n.º 3 do CIRC)
199
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115
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
- No ano da cessação – lucro tributável de 1 de janeiro até essa data – liquidação provisória;
200
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201
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116
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS – MODELO 22
• Na última declaração, período de liquidação, o imposto pago corresponde ao período entre a data
da dissolução e o termo do período em que a mesma ocorreu bem como os pagamentos por
conta e as autoliquidações efetuadas nos períodos anteriores, devem ser considerados como
pagamentos por conta a mencionar no quadro 10, campo 360:
• Caso o período de liquidação ultrapassar dois períodos, o lucro determinado anualmente, nos
termos do art.º 79, n.º 2, al. b) do CIRC, deixará de ter natureza provisória, passando o mesmo
a ter natureza definitiva e, como tal, não pode ser enviada a declaração correspondente ao
período de liquidação.
203
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117
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• Caso Prático n.º 18 – Cálculo do Imposto com referência a Todo Período de Liquidação
204
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• Caso Prático n.º 18 – Cálculo do Imposto com referência a Todo Período de Liquidação
Ano N (02.05.N a 31.12.N) 4 000 IRC liquidado (Q10 - Campo 358): 7.000 * 17 % 1 190
Ano N+1 (01.01.N+1 a 01.04.N+1) 3 000 Pagamento Conta (Q10 - Campo 360) : (1.000 + 510) - 1 510
205
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118
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• Caso Prático n.º 19 – Cálculo do Imposto com reporte de prejuízos “para trás”
206
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• Caso Prático n.º 19 – Cálculo do Imposto com reporte de prejuízos “para trás”
Ano N (02.05.N a 31.12.N) 4 000 IRC liquidado (Q10 - Campo 358): 1.500 * 17 % 255
Ano N+1 (01.01.N+1 a 01.04.N+1) -2 500 Pagamento Conta (Q10 - Campo 360) : (1.000 + 0) - 1 000
207
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119
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
208
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ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL - PEC
• Se o período de cessação em sede de IRC ocorrer antes do fim do prazo da 2.ª prestação (final
do mês de outubro), não terá de ser efetuado o PEC nesse período;
• No caso de não se concretizar a cessação, o valor global será pago em Outubro, acrescido dos
juros compensatórios correspondentes ao valor da 1.ª prestação (Oficio Circulado 82/1998, de 18
de março).
209
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120
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
Reembolso do PEC
• A parte do PEC que não foi possível deduzir, quando existir, pode ser reembolsado, mediante
requerimento do sujeito passivo, dirigido ao chefe do serviço de finanças da área da sede, direção
efetiva ou estabelecimento estável em que estiver centralizada a contabilidade, apresentado no prazo
de 90 dias a contar do termo daquele prazo; (art.º 93, n.º 3 do CIRC)
• Pode ser solicitado o reembolso do PEC do próprio período de tributação ou até ao 6.º período de
tributação posterior àquele a que o pagamento especial por conta respeita; (art.º 93, n.º 2 do CIRC)
• O reembolso ocorrerá sempre após a extinção jurídica da sociedade, cessação em IRC, validação do
envio da M22 e IES. No requerimento deve ser mencionado o nome dos sócios, a respetiva
participação e o NIB dos sócios.
210
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ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL - PEC
Reembolso do PEC
• Esta situação, bastante comum nas empresas em liquidação, onde existem valores de
pagamentos especiais por conta (PEC) efetuados que, por insuficiência de coleta não foi possível
deduzir;
• Assim, caso existam valores de PEC que não foi possível deduzir, devidamente contabilizados na
conta 2411 – IR – Pagamentos Especiais por Conta, devem ser saldados por contrapartida da
respetiva conta de sócios, de acordo com a correspondente participação no capital.
211
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121
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
Consideremos os seguintes elementos relativos ao Balanço de Partilha da entidade Está Tudo Mal,
Lda.:
Balanço de Partilha
Rubrica Montante
Ativo
Estado e Outros Entes Públicos 4 000,00
Depósitos à ordem 16 000,00
Total do Ativo 20 000,00
Capital Próprio e Passivo
Capital Próprio
Capital Subscrito 25 000,00
Resultado da Partilha - 5 000,00
Total do Capital Próprio 20 000,00
Passivo
Total do Passivo 0,00
Total do Capital Próprio + Passivo 20 000,00
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 212
212
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213
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122
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• Esta situação, bastante comum nas empresas em liquidação, onde existem valores em dívida à
Autoridade Tributária e à Segurança Social;
• A questão que se coloca é saber se é possível uma Sociedade encerrar a liquidação, transferindo
para os sócios ou terceiros a responsabilidade pelo pagamento das dívidas fiscais e/ou à
Segurança Social, vencidas, ou seja que existem e possam inclusive estarem já a ser pagas em
plano prestacional.
• O art.º 29, n.º 3 da LGT começa por referir que as obrigações tributárias não são suscetíveis de
transmissão inter vivos, salvo nos casos previstos na lei.
214
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ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE LGT E CPPT
• Em seguida o art.º 41, n.º 1 da LGT refere que o pagamento das dívidas tributárias pode ser
realizado pelo devedor ou por terceiro;
• Por sua vez, o art.º 196, n.º 9 do CPPT refere que os terceiros que assumam a dívida, podem
também solicitar o pagamento em prestações, desde que obtenham autorização do devedor e
prestem garantias;
• No entanto o n.º 10 do mesmo artigo vem referir que a assunção da dívida nos termos do número
anterior não exonera o antigo devedor, respondendo este solidariamente com o novo devedor.
215
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123
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• Se tal não for possível, então, mesmo transferindo a dívida para o Sócio e efetuando este o
pagamento em prestações, enquanto o Sócio não efetuar o pagamento de Todas as prestações
não é possível uma sociedade terminar a sua liquidação, de acordo com o n.º 10 do art.º 196 do
CPPT.
216
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ASPETOS FISCAIS
ASPETOS FISCAIS
TRATAMENTO FISCAL EM SEDE DE LGT E CPPT
217
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124
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
• Quanto às dívidas fiscais e à segurança social ainda não exigíveis à data da liquidação, as mesmas
não obstam à partilha;
• De acordo com o art.º 26, n.º 1 da LGT, na liquidação de qualquer sociedade, devem os
liquidatários começar por satisfazer as dívidas fiscais, sob pena de, ficarem pessoal e
solidariamente responsáveis pelas importâncias respetivas.
218
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125
O CASO PARTICULAR DA REDUÇÃO
DO CAPITAL SOCIAL
FORMADOR
Prof. Doutor Carlos Quelhas Martins
janeiro 2020
127
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
O CASO
O CASO PARTICULAR
PARTICULAR DADAREDUÇÃO
REDUÇÃO DO
DO CAPITAL
CAPITAL SOCIAL
SOCIAL
REDUÇÃO DO CAPITAL
• Existem diversas formas e técnicas de proceder a uma redução do Capital Social por forma
a manter a igualdade entre o montante do capital e a soma dos valores nominais das
participações sociais:
- Extinção de participações.
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 220
220
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• Nas sociedades por quotas esta proporção não será afetada, se a redução dos valores
nominais de todas as participações for proporcional;
• Nas sociedades por quotas, as quotas podem ter diferentes valores nominais.
221
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128
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
O CASO PARTICULAR
O CASO DA
PARTICULAR REDUÇÃO
DA REDUÇÃODO
DOCAPITAL SOCIAL
CAPITAL SOCIAL
REDUÇÃO DO CAPITAL
• Nas sociedades anónimas, a redução do capital pode ser efetuada mediante a redução do
número de ações. Por exemplo: 1.000.000 ações de 10 €, trocadas por 50.000 ações de 10 €;
• Também, o art.º 463 do CSC permite a redução do capital por meio de extinção de ações
próprias;
222
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O CASO
O CASO PARTICULAR
PARTICULAR DADA REDUÇÃODO
REDUÇÃO DOCAPITAL
CAPITAL SOCIAL
SOCIAL
CONVOCATÓRIA DA ASSEMBLEIA
223
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129
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
O CASO PARTICULAR
O CASO DA
PARTICULAR DAREDUÇÃO
REDUÇÃO DO
DO CAPITAL SOCIAL
CAPITAL SOCIAL
DELIBERAÇÃO DE REDUÇÃO DO CAPITAL
• A redução do capital não pode ser deliberada se a situação líquida da sociedade não ficar a
exceder o novo capital em, pelo menos, 20%.
• …” Qualquer credor social pode, no prazo de um mês após a publicação do registo da redução
do capital, requerer ao tribunal que a distribuição de reservas disponíveis ou dos lucros de
exercício seja proibida ou limitada, durante um período a fixar, a não ser que o crédito do
requerente seja satisfeito, se já for exigível, ou adequadamente garantido, nos restantes
casos.”…
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 224
224
Prof. Doutor Carlos Quelhas Martins
O CASO
O CASO PARTICULAR
PARTICULAR DADAREDUÇÃO
REDUÇÃO DO
DO CAPITAL
CAPITAL SOCIAL
SOCIAL
ARTIGO 35.º CSC – PERDA DE METADE DO CAPITAL
Caso Prático n.º 21 – Redução do Capital Social – Prejuízos Avultados
•Na situação de perda de mais de metade do capital social e não sendo possível os sócios entrarem
com “injeção de capital”, na parte que lhes cabe nos prejuízos, a sociedade só pode evitar a
dissolução, reduzindo o seu capital. Considere o seguinte Balanço:
Balanço de Partilha
Rubrica Montante
Ativo
Ativo 19 000,00
Total do Ativo 19 000,00
Capital Próprio e Passivo
Capital Próprio
Capital Subscrito 8 000,00
Resultados Transitados - 5 300,00
Total do Capital Próprio 2 700,00
Passivo
Passivo 16 300,00
Total do Passivo 16 300,00
Total do Capital Próprio + Passivo 19 000,00
Dissolução e Liquidação de Sociedades - Aspetos Contabilísticos e Fiscais (Casos Práticos) 225
225
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130
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
226
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OOCASO
CASOPARTICULAR
PARTICULAR DA
DAREDUÇÃO
REDUÇÃODODO
CAPITAL SOCIAL
CAPITAL SOCIAL
ARTIGO 35.º CSC – PERDA DE METADE DO CAPITAL
Caso Prático n.º 21 – Redução do Capital Social – Prejuízos Avultados
227
Prof. Doutor Carlos Quelhas Martins
131
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
224
Prof. Doutor Carlos Quelhas Martins
225
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132
ANEXOS
FORMADOR
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janeiro 2020
133
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
No dia trinta e um de Dezembro de dois mil e dezanove, pelas catorze horas, reuniram em
Assembleia Geral Extraordinária, na sua sede sita na Rua Estrada Sem Fim, n.º 115, freguesia
de A Ver-o-Mar, concelho da Póvoa de Varzim, todos os sócios da firma Está Tudo Mal,
Lda., pessoa coletiva 519 409 431, NISS: 25194094318, matriculada na Conservatória
Comercial da Póvoa de Varzim sob o mesmo número, com o capital integralmente realizado
de cinco mil euros. -----------------------------------------------------------------------------------------
Estavam presentes todos os sócios: Senhor João Triste da Silva e Senhora Maria Alegre de
Carvalho, estando assim representado a totalidade do capital social.--------------------------------
Tomou a Presidência da Assembleia o sócio Senhor João Triste da Silva, o qual, informou
que a Assembleia podia validamente deliberar, dispensando as formalidades legais de
convocação, nos termos do disposto no artigo cinquenta e quarto do Código das Sociedades
Comerciais.---------------------------------------------------------------------------------------------------
Os Sócios manifestaram a sua intenção de deliberar tendo sido aprovada a seguinte ORDEM
DE TRABALHOS:-----------------------------------------------------------------------------------------
PONTO UM: DELIBERAR SOBRE A DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE, COM EFEITOS
A PARTIR DE 31 DE DEZEMBRO DE 2019. -------------------------------------------------
PONTO DOIS: NOMEAÇÃO DE LIQUIDATÁRIO. ------------------------------------------------
Relativamente ao Ponto Um, o Senhor João Triste da Silva tomou a palavra para referir que a
sociedade vive uma forte diminuição do seu volume de negócios, face à grave crise
económica que o país atravessa, conjugada com as dificuldades de acesso ao crédito pela
banca, a exigência do pronto pagamento das mercadorias pelos fornecedores e as dificuldades
de recebimento e/ou risco de cobrança dos seus clientes. As condicionantes evidenciadas
estrangulam a situação económica e financeira da empresa e, consequentemente, a
manutenção e a viabilidade da mesma, tanto mais que os sócios não têm capacidade pessoal
para suprir essas condicionantes e o volume de negócios da empresa no ano em curso foi
muito reduzido. Não havendo conveniência na continuação da empresa, deve a Assembleia
Geral deliberar a sua dissolução, para todos os efeitos legais, a contar do dia trinta e um de
dezembro de dois mil e dezanove, data em que cessa a atividade económica da sociedade.
Assim, embora a sociedade ainda possua ativo e passivo havendo, por isso, património para
liquidar e partilhar, mas não havendo conveniência na continuação da mesma, deve a
134
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
Assembleia Geral deliberar a sua dissolução, para todos os efeitos legais, a contar do dia trinta
e um de dezembro de dois mil e dezanove, data em que foram encerradas as contas, proposta
que foi posta a deliberação da Assembleia e aprovada por unanimidade.---------------------------
Quanto ao ponto dois, foi deliberado por unanimidade nomear o sócio-gerente João Triste da
Silva, com o NIF 300 000 005, depositário dos livros, papeis, documentos e demais elementos
da escrituração da sociedade, que se compromete a conservá-los pelo prazo legal, bem como,
a responsabilizar-se perante a administração tributária.-----------------------------------------------
Ficou ainda deliberado por unanimidade nomear o mesmo sócio-gerente, João Triste da Silva,
para, em nome e representação da sociedade, requerer e assinar tudo quanto for necessário à
formalização da dissolução junto dos serviços públicos, outorgando e assinando tudo quanto
se mostre necessário aos indicados fins.-----------------------------------------------------------------
Nada mais havendo a tratar foi a sessão encerrada cerca das quinze horas.-------------------------
Por estar conforme, vai esta acta depois de lida, ser assinada por Todos os Sócios.---------------
135
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
ATA N.º 10
No dia trinta de Setembro de dois mil e dezanove, pelas catorze horas, reuniram em
Assembleia Geral Extraordinária, na sua sede sita na Rua Estrada Sem Fim, n.º 115, freguesia
de A Ver-o-Mar, concelho da Póvoa de Varzim, todos os sócios da firma Está Tudo Mal,
Lda., pessoa coletiva 519 409 431, NISS: 25194094318, matriculada na Conservatória
Comercial da Póvoa de Varzim sob o mesmo número, com o capital integralmente realizado
de cinco mil euros. -----------------------------------------------------------------------------------------
Estavam presentes todos os sócios: Senhor João Triste da Silva e Senhora Maria Alegre de
Carvalho, estando assim representado a totalidade do capital social.--------------------------------
Tomou a Presidência da Assembleia o sócio Senhor João Triste da Silva, o qual, informou
que a Assembleia podia validamente deliberar, dispensando as formalidades legais de
convocação, nos termos do disposto no artigo cinquenta e quarto do Código das Sociedades
Comerciais.---------------------------------------------------------------------------------------------------
Os Sócios manifestaram a sua intenção de deliberar tendo sido aprovada a seguinte ORDEM
DE TRABALHOS:-----------------------------------------------------------------------------------------
PONTO UM: DELIBERAR SOBRE A DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO DA SOCIEDADE,
COM EFEITOS A PARTIR DE 30 DE SETEMBRO DE 2019. -----------------------------------
PONTO DOIS: CONFERIR PODERES PARA REPRESENTAR A SOCIEDADE AO
GERENTE JOÃO TRISTE DA SILVA. ----------------------------------------------------------------
Relativamente ao Ponto Um, o Senhor João Triste da Silva, fez uma exposição
circunstanciada e descreveu a situação atual da Sociedade e a falta de perspetivas que
justificam a sua continuação, face ao que apresentava uma proposta para que a Sociedade seja
dissolvida e liquidada com efeitos a partir de 30 de Setembro de 2019. Ponderada a situação e
dado que a Sociedade já cessou toda a sua atividade, tendo as contas sido aprovadas nessa
data e todo o ativo esgotado no pagamento do passivo, pelo que não há nada a liquidar ou
partilhar, decidiram os Sócios Deliberar e Aprovar por Unanimidade a Dissolução e
Liquidação da Sociedade. ---------------------------------------------------------------------------------
136
Dissolução e Liquidação de Sociedades
APECA Aspetos Contabilísticos e Fiscais
Quanto ao Ponto Dois, os Sócios deliberaram e aprovaram por unanimidade conferir poderes
ao Gerente Senhor João Triste da Silva, com o NIF 300 000 005, ficando esta responsável
pelos livros e toda a documentação da sociedade, bem como em termos fiscais.------------------
Nada mais havendo a tratar foi a sessão encerrada cerca das quinze horas.---------------------
Por estar conforme, vai esta ata depois de lida, ser assinada por Todos os Sócios.---------------
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
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ATA N.º 10
No dia vinte e seis de Abril de dois mil e dezanove, pelas catorze horas, reuniram em
Assembleia Geral Extraordinária, na sua sede sita na Rua Estrada Sem Fim, n.º 115, freguesia
de A Ver-o-Mar, concelho da Póvoa de Varzim, todos os sócios da firma Está Tudo Mal,
Lda., pessoa coletiva 519 409 431, NISS: 25194094318, matriculada na Conservatória
Comercial da Póvoa de Varzim sob o mesmo número, com o capital integralmente realizado
de cinco mil euros. -----------------------------------------------------------------------------------------
Estavam presentes todos os sócios: Senhor João Triste da Silva e Senhora Maria Alegre de
Carvalho, estando assim representado a totalidade do capital social.--------------------------------
Tomou a Presidência da Assembleia o sócio Senhor João Triste da Silva, o qual, informou
que a Assembleia podia validamente deliberar, dispensando as formalidades legais de
convocação, nos termos do disposto no artigo cinquenta e quarto do Código das Sociedades
Comerciais.---------------------------------------------------------------------------------------------------
Os Sócios manifestaram a sua intenção de deliberar tendo sido aprovada a seguinte ORDEM
DE TRABALHOS:-----------------------------------------------------------------------------------------
PONTO UM: DELIBERAR SOBRE A DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO DA SOCIEDADE,
COM EFEITOS A PARTIR DE 26 DE ABRIL DE 2019. -----------------------------------
PONTO DOIS: DELIBERAR SOBRE A RENÚNCIA AO DIREITO DE REEMBOLSO
DOS SUPRIMENTOS EFETUADOS PELOS SÓCIOS PARA COBERTURA DE
PREJUÍZOS. ------------------------------------------------------------------------------------------------
Relativamente ao Ponto Um, o Senhor João Triste da Silva, fez uma exposição
circunstanciada e descreveu a situação atual da Sociedade e a falta de perspetivas que
justificam a sua continuidade, face ao que apresenta uma proposta para que a Sociedade seja
dissolvida e liquidada com efeitos a partir de 26 de Abril de 2019. Ponderada a situação e
dado que a Sociedade já cessou toda a sua atividade, tendo as contas sido aprovadas nessa
data, e que não tem qualquer ativo nem passivo, pelo que não há nada a liquidar ou partilhar,
decidiram os Sócios Deliberar e Aprovar por Unanimidade a Dissolução e Liquidação da
Sociedade. ---------------------------------------------------------------------------------------------------
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
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Ainda relativamente a este ponto, fica desde já indicado como depositário dos livros e demais
elementos da escrituração comercial, para efeitos tributários, o Sócio Gerente Senhor João
Triste da Silva. ----------------------------------------------------------------------------------------------
Quanto ao Ponto Dois, os Sócios deliberaram renunciar ao direito ao reembolso dos
suprimentos realizados para cobertura de prejuízos pelo que, a dívida da sociedade aos sócios
ficou saldada em 26 de abril de 2019, por transferência da totalidade dos suprimentos para
cobertura de prejuízos via resultados transitados. ------------------------------------------------------
Nada mais havendo a tratar foi a sessão encerrada cerca das quinze horas.---------------------
Por estar conforme, vai esta ata depois de lida, ser assinada por Todos os Sócios.---------------
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Dissolução e Liquidação de Sociedades
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Ex.mo Sr.
Chefe da Repartição de Finanças de Póvoa de Varzim
Rua Ramalho Ortigão,
4490-678 Póvoa de Varzim
Ex.mo Sr.
Está Tudo Mal, Lda., com sede na Rua Estrada Sem Fim, n.º 115, A Ver-O-
Mar, Póvoa de Varzim, pessoa coletiva n.º 519 409 431, em conformidade com o
artigo 93º n.º 2 do CIRC, vem pelo presente solicitar o Reembolso do Pagamento
Especial por Conta efetuado em 2016, 2017, 2018 e 2019, em virtude da Cessação de
Atividade.
Junto enviamos em anexo, fotocópia da Modelo 22 enviada em 18 de fevereiro
de 2020, bem como print comprovativo dos pagamentos PEC efetuados.
Pede Diferimento,
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QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO
1. Organização:
1.1 Secretariado
1.2 Instalações e Equipamentos
2. Apreciação do Formador:
2.1 Método utilizado
2.2 Domínio e conhecimento do tema
2.3 Qualidade pedagógica
2.4 Cumprimento do Plano de Sessão
2.5 O Formador cativou a plateia
3. Análise total da ação de formação:
3.1 Importância da Formação para a atividade
profissional
3.2 Qualidade da documentação distribuída
3.3 De uma forma geral considerou a formação
5. Comentários/ Sugestões: