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UNIVERSIDADE WUTIVI

FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO
CADEIRA: DIREITO COMERCIAL I
Tema: SINAIS DISTINTIVOS DE COMÉRCIO

Discentes: Lurdes Sofia de Sousa

Docente: Bonifácio Machava

Boane, 02 Abril de 2022

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Índicé:
Introdução...............................................................................................................................3
1. SINAIS DISTINTIVOS DE COMERCIO......................................................................4
1.1. A Firma........................................................................................................................4
1.2. A Marca.......................................................................................................................5
1.3. Nomes de Domínio......................................................................................................9
Conclusão:............................................................................................................................11
Bibliografia:..........................................................................................................................12

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Introdução
Neste presente trabalho irei falar dos Sinais Distintivos de Comércio na qual, Os sinais
distintivos são geralmente protegidos por direitos privativos, isto é, direitos absolutos com
carácter negativo que incidem sobre símbolos. Apesar disso, os sinais distintivos não têm
necessariamente que ser objecto de direitos absolutos, podendo ser tutelados apenas de forma
indirecta. Por outro lado, os sinais distintivos podem ser utilizados de forma livre, isto é, sem
registo que, apesar de ser constitutivo de direitos, não é, em geral, obrigatório.
Na verdade, não existe unanimidade quanto a saber quais são os sinais distintivos. Como
disse, sinais distintivos serão aqueles símbolos que gozam de tutela jurídica nas suas funções
de identificação e diferenciação com vista a proteger valores de mercado.
São classicamente enunciados como sinais distintivos: a marca, a firma e os nomes de
dominio, a recompensa, a denominação de origem e a indicação geográfica e, menos
frequentemente, a indicação de proveniência e o título da obra, mas neste trabalho irei
abordar sobre as firmas, a marca e os nomes de dominio.

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1. SINAIS DISTINTIVOS DE COMERCIO
1.1. A Firma
A firma é o identificador do empresário no exercício da atividade económica -atividade
comercial do empresário, a empresa identifica uma realidade subjacente. É obrigatóriode
natureza nominativa (deve ser composto por palavras). Ou são adotados por empresários
singulares ou coletivos. Quer seja um empresário singular ou um empreendedor coletivo,
precisa de uma empresa. Énome comercial do empresário (nome comercial).
Além de identificar os comerciantes, a empresa individualiza alguns não-comerciantes: as
empresasfuncionários públicos de tipo comercial e de fins civis, podendo também
individualizarnão-comerciantes individuais. Alguns comerciantes são identificados por
"denominação". Na redação original do artigo 19ºCCom, nome opôs-se à empresa porque
designou as sociedades anónimas públicas sendo composto por expressões indicando
essencialmente o seu objeto social e não constituídopelos nomes das pessoas.
O seu regime é evidente no CCom, no artigo 18 e seguintes - refere-se aqui uma das
obrigações é a adoção da empresa. É um sinal de natureza nominativa porter que ser
compensado por palavras não é figurativo como o caso da marca.
Constituição da empresa: o regime pode ser descrito em dois aspetos diferentes, o regime
comum com regras gerais de composição de qualquer empresa e também regras especiais
para a empresa de empresários, sejam eles singulares ou coletivos. Quanto ao comum,
determina que eles são constituídos por uma formação verbal, e há liberdade aqui para a sua
estabelecimento. Há liberdade de composição da empresa que se decompõe em 4 modelos
distinto:
 Subjetiva – composta pelo nome de um ou mais pessoas, neste caso, de parceiros;
 Objetivo - alude ao tipo de atividade económica desenvolvida pelo empreendedor, sem
menção aos seus membros;
 Fantasiosas - não faça qualquer menção aos sócios ou às atividades, da empresa nem
extraímos que tipo de atividade é desenvolvida; ou
 Elementos mistos – combine os tipos de elementos objetivos e subjetivos ou mesmo
integrando tipos fantasiosos.
Restrições gerais previstas no artigo 22 do CCom (aprovado pelo DECRETO-LEI N° 2/2005,
DE 27 DE DEZEMBRO). Há uma série de empresas que são naturalmente proibidas por
exemplo, que apelam ao consumo dedrogas, atento ao artigo 25 do CCom.
A firma é um sinal de uso obrigatório, os empresários têm de a adotar de acordo com alínea a,
do artigo 16 do CCom., mas asconsequências para o não acatamento são distintas. Quanto aos
comerciantes individuais, o incumprimento desta obrigação não acarreta outras
consequências que não sejam a exposição a uma coisa e a impossibilidade do comerciante
seprevalecer do índice poderoso da sua qualidade de comerciante, aliás ele só se pode registar
se tiver firma pelo que não pode registar o inicio da atividade. Logo, se alguém que não criou
afirma praticar sistematicamente atos de comércio, ele permanece com o estatuto de
comerciante, mas não estando registado deixa de poder prevalecer uma importante
presunçãoda sua qualidade de comerciante que resulta do registo.

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Nas sociedades comercias, a firma não é a denominação comercial, é a identificação da
sociedade por todo, os atos deconstituição da sociedade que omitam a referencia ao
certificado de admissibilidade da firma, ou seja o regitro, torna o ato de constituição nulo,
aludido no n°, 2 do artigo 24 do CCom. Assim, a firma é o pressuposto da própria criação da
sociedade. Quanto aos empresários comerciais rege o artigo 26 CCom. A constituição da
firma, há uma limitação à liberdade de composição pois o núcleo da firma tem de ser sempre
o nome civil do empresário (alÍnea a, do n°. 1, do artigo 26 do CCom), pode haver uma firma
fantasiosa para os empresários individuais (alÍnea c, do n°.1, do artigo 26 do CCom). A
firma de comerciante de comerciante individual tem de ser composta pelo seu nome,
completo ou abreviado, o necessário para a identificação da pessoa,admitindo a lei que este
seja antecedido de expressões correspondentes a títulos académicos,profissionais, entre
outros, ou ainda que se adicione ao nome uma alcunha.
Seria violação de direitos de um terceiro a apropriação da firma de alguem e tem como
consequencia a anulabilidade, e deve ser feitaem acção judicial nos tribunais.
No acto constititivo dos empresarios comerciais diz-se que a firma caduca, em conformidade
com a alÍnea a), n°.1, do artigo 39 do CCom.
A composição da firma esta sujeita a certos principios:
 O principio da verdade, de acordo com o artigo 19, conjugado com o artigo 26 do CCom;
 O principio da novidade ou da exclusividade, aludidos nos artigos 20 e 24 do CCom;
 O principio da capacidade distintiva, no sentido da proibição de designaçoesgenericas de
uso corrente;
 O principio da unicidade, sem prejuizo de puder constituir-se diversas sociedades cada
uma com a sua respectiva firma; e
 O principio da licitude, aludidos no artigo 22 do CCom, que remete para a moral, bons
costumes e a ordem publica, salvaguardando os simbolos nacionais.
O regime definitivo da firma confere um direito exclusivo (n°.1 do artigo 24 do CCom) sem
prejuizo do seu objecto de acção judicial de declaração de nulidade ou de ser anulado ou de
ainda ser dado por caduco com perda do direito de respectivo uso sendo que o seu uso ilegal
conferre do direito de exigir a sua proibição e indeminização pelos danos daÍ resultantes
(artigo 25 do CCom em remissao aos artigos 24 e 38 do CCom).
1.2. A Marca
A Marca é tão simplesmente um nome, um design, um termo fantasioso, letras, números, uma
combinação de todos estes elementos ou tantos outros disponíveis que serve para identificar
determinados produtos ou serviços e que pode distingui-los todos os outros existentes no
mercado.
Para este fim, o facto de que marca de registo é essencial garantir o direito exclusivo sobre a
sua utilização para os produtos e serviços que determina e, consequentemente, impede
terceiros de o imitarem ou apropriarem e de deverem também a utilização e registo de uma
marca confusa.
Estes direitos de propriedade e exclusividade só são adquiridos através do registo da marca.

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O direito de marca é um direito de exclusivo sobre um sinal. A ordem jurídica atribui a uma
pessoa, preenchidos que estejam certos requisitos, um direito de proibir a utilização daquele
sinal
para determinados bens e ou serviços num dado território. A atribuição deste exclusivo
justifica-se por reduzir custos de transacção, gerar mercados mais eficientes e garantir alguns
princípios éticos na actividade económica.
Uma marca, sendo um sinal (apontando para alguma coisa, concretamente uma origem
empresarial uniforme) transmite informação e assume, por isso, um papel muito relevante no
mercado. As marcas estabelecem um canal de comunicação, de transmissão de mensagens. É
graças às marcas que os consumidores conseguem repetir experiências agradáveis e evitar
experiência desagradáveis, bem como comunicar facilmente as suas percepções a outros. Diz-
se pois que as marcas diminuem os custos de transacção, especialmente os custos de obtenção
de informação por parte dos consumidores, e garantem transparência no mercado, logo a sua
eficiência. Na verdade, a existência de marcas aumenta a concorrência ao permitir a
circulação da informação de forma extremamente condensada. Em termos económicos, as
marcas constituem ainda incentivos para o fornecimento de produtos de qualidade e para a
manutenção da respectiva uniformidade e características. No entanto, não há qualquer
violação de regras do Direito de marcas se a qualidade e ou as características de um dado
produto mudarem radicalmente. A marca estabelece um canal de comunicação entre o seu
titular (a origem empresarial única) e o público consumidor. A lei preocupa-se em garantir a
integridade desse canal de comunicação, assegurando que só o titular do direito de marca
pode determinar que mensagens veicular. Essa circunstância gera um conjunto de estímulos
económicos, cujos resultados beneficiam os consumidores. Por outro lado, é sobretudo
através das marcas que os agentes económicos conseguem garantir que o fruto dos seus
esforços é devidamente atribuído.
A ideia de assinalar produtos tendo em conta a sua origem é muito antiga e a história das
marcas é a mais antiga de entre os direitos intelectuais. Como explica OEHEN MENDES,
quando o direito de marcas se começou a desenvolver na Idade Média, a concepção que lhe
subjazia era a de protecção do interesse geral do público consumidor. Só no início do século
XIX é que, fruto de um cataclismo socioeconómico de industrialização e liberalização
económica, a marca passou a ser reconhecida com um bem individualmente atribuído a um
comerciante para a satisfação dos seus interesses.
A discussão relativa à função das marcas é particularmenterelevante a vários níveis. Por um
lado, permite orientar a leitura do respectivo regime, garantindo-lhe coerência e unidade
teleológica. Por outro, a jurisprudência mais recente transformou a afectação das funções
protegidas num requisito para que, em certos casos, ocorra violação de direito de marca.
A duração da marca é Ilimitada, se renovado de dez em 1dez anos e em uso.
Temos como vantagens da marca:
 Exclusividade no Mercado;
 Identifica e diferencia;
 Acrescenta valor;
 Ferramenta de comunicação de alto impacto;

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 Defende a concorrência desleal;
 Ativo mensurável;
 Cria compromisso de qualidade com o mercado.
Existem vários tipos de marcas, nomeadamente:
 Marcas nominativas: Composta apenas por elementos verbais, sejam palavras, letras ou
números;
 Marcas figurativas: Composta apenas por elementos figurativos, como desenhos ou
imagens;
 Marcas Mistas: Composto por elementos verbais e figurativos;
 Marcas de som: Composto por sons;
 Marcas tridimensionais: Composta pela forma do produto ou da sua embalagem;
 Marcas olfativas: Composto de odor.
Estes formatos De Marca podem ser registados de várias formas, dependendo dos objetivos
de cada entidade.
As Marcas são territoriais, o que significa que o seu registo é válido apenas e apenas nas
jurisdições onde foi solicitado.
Como o nome indica, o Pedido de Registo de Marca Nacional atribui o direito de propriedade
e exclusividade de uma marca registada em Moçambique.mUm pedido de registo de marca
nacional tem uma enorme vantagem económica.
Por outro lado, é necessário compreender que, por se trata de um registo unitário, basta que o
registo seja recusado com base num sinal de prioridade semelhante numa das jurisdições, a
fim de ser automaticamente recusado em todo o país. O pedido de inscrição funciona em
bloco. Uma queda a todos. No entanto, existem formas de posteriormente transformar o
pedido de registo de uma marca da registos nacionais nas jurisdições de interesse.
Outro formato de registo é a rota Internacional. Neste formato, o pedido de registo deve
basear-se numa marca nacional. No pedido internacional é pago apenas uma vez uma taxa
base, em seguida, pago por cada jurisdição que é designada, por exemplo: Estados Unidos da
América; China. É possível designar numerosos países de acordo.
A grande vantagem deste formato de registo é a centralização num único pedido de registo
em vários países com vantagens económicas e permitindo a extensão a outros países a
qualquer momento sem ter de voltar a pagar a taxa base.
O Direito de Marcas consagra um conjunto alargado de motivos absolutos de recusa. O que
está em causa são características intrínsecas do sinal que, por variadas considerações,
excluem a possibilidade do seu registo.Alguns motivos resultam da própria noção e função da
marca. É assim quanto à recusa do registo do sinal que não corresponda ao conceito de
marca, das marcas desprovidas de carácter distintivo, das marcas genéricas e das marcas
enganosas. Esses sinais são incapazes de desempenhar corretamente a função jurídica
principal da marca. Desse modo, a jurisprudência já deixou claro que não é possível registar
um conceito no caso, a ideia de um aspirador transparente, sinais particularmente simples e
formas relativamente comuns, como, por exemplo, um sabonete, uma lanterna ou uma
pastilha de detergente.

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Outras exclusões visam garantir a liberdade de concorrência e a correta ordenação do sistema.
Esta divisão não é estanque, dado que algumas exclusões acautelam simultaneamente mais do
que um destes interesses. Isto é especialmente claro no que se refere à exclusão de sinais que
não sejam aptos a satisfazer a função distintiva das marcas. É óbvio que impedir o registo de
um sinal descritivo garante a liberdade de concorrência. No entanto, há certos sinais que,
mesmo que sejam aptos a realizar essa função distintiva, são excluídos da proteção para
garantir a liberdade de concorrência. É assim especialmente no caso das marcas
tridimensionais, quando os sinais sejam exclusivamente constituídos pela forma ou por outra
característica imposta pela própria natureza dos produtos, pela forma ou por outra
característica dos produtos necessária para obter um resultado técnico ou por uma forma ou
por outra característica que confira um valor substancial aos produtos.
Por último, certas exclusões visam garantir interesses de coerência sistemática, ordem pública
ou compromissos internacionais, como no caso da proibição do registo de marcas contrárias à
ordem pública ou aos bons costumes, das marcas com um interesse público particular, das
marcas cujo registo esteja excluído ao abrigo da proteção denominações de origem ou
indicações geográficas, menções tradicionais de vinho, especialidades tradicionais garantidas
ou variedades vegetais.
Os motivos de recusa dizem-se relativos visto estarem em causa direitos ou interesses de
terceiros. Uma parte relevante destes fundamentos prende-se com a existência de sinais
distintivos anteriores (marcas, logótipos e firmas) que, em respeito pelo princípio da
novidade, são, salvo consentimento (artigo 20 CCom), impedimento à concessão do registo
de marca. O mais frequente é estar em causa a comparação entre marcas, discutindo-se se
ocorre imitação ou usurpação.
O primeiro e mais óbvio é a prioridade no registo, a marca anterior é que prevalece, sendo
essa a marca imitada ou usurpada. Os dois requisitos seguintes, que se afectam
mutuamente,prendem-se com a semelhança entre produtos ou serviços a que os sinais visam
assinalar e com a parecença dos símbolos. O que se visa é determinar se estas parecenças são
suficientes para gerar um risco de confusão para o consumidor médio. Esta é uma questão de
Direito e não uma questão de facto.
A semelhança entre produtos ou serviços é aferida à luz da natureza dos bens, do seu destino
e utilização, do seu carácter concorrente ou complementar, aos canais de distribuição
respectivos (nomeadamente se são vendidos nos mesmos sítios). A parecença entre os
símbolos é ponderada tendo em conta vários factores, tais como elementos fonéticos,
gráficos, visuais e conceptuais, a capacidade distintiva dos sinais em causa, os elementos
dominantes do sinal, o seu conhecimento por parte do público consumidor e o grau de
atenção do consumidor médio daquele tipo de produtos.Além da existência de outros sinais
distintivos, também seincluem nos motivos relativos a violação de outros direitos de
propriedade industrial, direito de autor ou direitos de personalidade, bem como o registo não
autorizado de uma marca por agente ou representante.
A marca é livremente transmissível, podendo a transmissão ser total ou parcial, gratuita ou
onerosa.Prevê-se agora expressamente que a marca faz parte do âmbito natural de entrega do
estabelecimento, excepto quando no sinal figurar o nome individual, a firma ou a
denominação social do titular ou requerente do respetivo registo, ou de quem ele represente
caso em que integra o âmbito convencional.

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A marca pode igualmente ser objecto de licença, isto é, autorização a favor de terceiro para
uso do sinal registado. É habitual distinguirem-se licenças exclusivas, únicas e simples. As
primeiras impedem o próprio titular da marca de usar o sinal, as licenças únicas admitem que,
além do titular, um único licenciado use o símbolo e as licenças simples não representam
qualquer compromisso para o titular da marca, que permanece livre de conceder outras
licenças.
Tal como a transmissão, a licença pode ser total ou parcial e gratuita ou onerosa, admitindo-
se adicionalmente limitações territoriais (só uma parte do território de vigência do exclusivo)
e temporais. Tanto a transmissão como a licença só são oponíveis a terceiros após
averbamento.
A marca é indefinidamente renovável por períodos de dez anos, mas pode caducar por
ausência de renovação do registo, de acordo com o artigo 52 so CCom ou falta do pagamento
das respectivas taxas. Além disso, a marca tem que ser usada, estando prevista a sua
caducidade por falta de uso sério pelo período de 5 anos, a não ser que exista justo motivo.
Por último, a marca pode caducar por vulgarização ou generícidio, quando, em consequência
da atividade, ou inatividade, do titular se torne na designação usual para os produtos ou
serviços para que estiver registada e por deceptividade superveniente, isto é, quando por
qualquer motivo se torne enganosa.
A nulidade do registo de marca funda-se em violação de motivos absolutos e é invocável a
todo o tempo . Em contrapartida a anulabilidade tem fundamento em violação de motivos
relativos e só é invocável no prazo de cinco anos. Prevê-se ainda a possibilidade de renúncia.
1.3. Nomes de Domínio
O sistema de nomes de domínio funciona por hierarquia de nomes, assente numa
funcionalidade lógica de localização uniforme de recursos, pela qual em primeiro lugar
aparece identificado o protocolo correspondente, ou a aplicação electrónica específica, e
depois o endereço concreto do computador de contacto, o nome de domínio propriamente,
seguido da abreviatura da designação do tipo de actividade ou conteúdo da informação
disponibilizada. Presentemente existem vários domínios, como sejam:
 PE: pequeno empresario, aludido no artigo 27, do CCom;
 EI: empresario individual, aludido no artigo 28, do CCom;
 SNC: sociedade em nome colectivo, aludido no artigo 29, do CCom;
 SC e SCA: ssociedade em comandita ou sociedade em comandita por acçoes, aludido no
artigo 30, do CCom;
 SCI: sociedade de capital e industria, aludido no artigo 31, do CCom;
 Lda: as sociedades por quotas devem conter o aditamento “limitada”, aludido no artigo
32, do CCom;
 Sociedade Unipessoal Lda: as firmas por sociedades por quotas unipessoais devemconter
o aditamento “Sociedade Unipessoal Limitada”, atento ao artigo 33, do CCom;
 SA: firmas das sociedades anonimas, aludida ao artigo 34, do CCom;
Os registos dos nomes de domínio são processados pelas entidades incumbidas para o efeito,
os chamados Registars (que podem ser empresas privadas, ou públicas), as quais acedem a

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tais funções por contrato com a autoridade no topo da hierarquia da gestão dos recursos da
Internet.
O registo do nome de domínio processa-se por contrato celebrado entre o utilizador e um
Registar, o qual disponibiliza o nome de domínio pretendido caso este não esteja já registado
por outro utilizador. A adjudicação do uso do nome de domínio está submetida à regra de
precedência de “first come first served”, comum a todos os Registars de domínios de topo
genéricos e territoriais.
Dizendo de outro modo, o uso, necessariamente exclusivo do nome de domínio esgota-se no
cumprimento da função identificadora do recurso electrónico com o qual se pretende
contacto.
Em essência, o nome de domínio tem uma natureza técnica ou funcional análoga à de um
número de telefone ou do próprio endereço numérico a que tecnicamente corresponde na
realidade, sendo que a única diferença que apresenta relativamente a estes é a de o nome de
domínio poder ser livre e criteriosamente escolhido pelo utilizador, enquanto estes são
atribuídos aleatoriamente pelas entidades que operam e fornecem os correspondentes
serviços.Sobre este aspecto, o nome de domínio oferece maior proximidade com as
designações de identificação dos aparelhos emissores de telefax, as quais podem igualmente
ser livre e criteriosamente escolhidas pelos respectivos titulares ouutilizadores desse serviço
de comunicação.
O nome de domínio enta numa natureza funcional iminentemente instrumental da Internet,
sendo uma referência técnica de identificação, assim como o correspondente endereço IP.
Aferindo da natureza jurídica do respectivo uso, uma vez que o registo do nome de domínio e
a adjudicação do uso, se processa por via de um contrato celebrado entre o utilizador e um
registrador, o nome de domínio apresenta-se como um elemento de uma prestação creditícia;
O direito ao uso do nome de domínio tem assim a natureza de um direito de crédito.
Por outro lado, atendendo a que o direito adquirido por via deste contrato, o direito ao uso do
nome de domínio, é conferido com vista a um fim específico, o da identificação do respectivo
sítio na Internet, e que a adjudicação dessa identificação a característica de ser exclusiva por
imperativo técnico da unicidade, o direito de uso de um determinado nome de domínio não é
um direito de exclusivo, em sentido jurídico.
Na verdade, a natureza de direito de exclusivo em absoluto não é sequer necessária ao uso e
desempenho da função do nome de domínio; a natureza de ser único é que é inerente ao
desempenho da respectiva função, a função de endereçamento ou de identificação. É por isso
que podem coexistir em funcionamento ou uso vários nomes de domínio apresentando
diferenças tão diminutas como diferirem num só carácter, sem prejuízo de um eficaz
desempenho técnico e de uma correcta identificação do respectivo sítio.
Qualquer qualificação do nome de domínio como sinal distintivo, só será adequada se, e
desde logo, o nome de domínio for objecto de outras utilizações dentro do sítio identificado, e
fora da Internet, para além do estrito uso com a função técnica de endereçamento. Por isso o
carácter ou função distintiva do nome de domínio, não é algo que lhe seja originário e
próprio. O carácter ou função distintiva do nome de domínio é algo que lhe advém
supervenientemente.

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Conclusão:
É em torno dos sinais distintivos sobretudo marcas que se concentram a maior parte dos
valores imateriais das empresas. Porém, não se pode perder de vista que tratamos de sinais,
símbolos, sem valor autónomo e, por isso, sujeitos ao destino do referido. Só assim se
percebe as abissais oscilações no valor atribuído a uma marca como, por exemplo, a Nokia,
não foi o sinal que foi mudando, mas antes a posição da empresa e dos produtos a que o sinal
se refere. Dizer que uma dada marca vale muito ou pouco é, frequentemente, aludir ao
aviamento da empresa. Por tudo isto, os sinais distintivos constituem um instrumento cada
vez mais fundamental da actividade económica, justificando-se plenamente o respectivo
estudo numa cadeira de Direito Comercial.

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Bibliografia:
MACUACUA, Edson da Graça. Constituição da Republica de Moçambique Inclui Revisão
de 2018, Escolar Editora, Maputo, Moçambique, 2019.
REPUBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código Comercial de Moçambique aprovado pelo
Decreto-Lei n.° 2/2005, de 27 de Dezembro, parcialmente alterrado pelo Decreto-Lei n.°
2/2009, de 24 de Abril, e n.° 1/2018, de 4 de Maio.
https://www.nsousaesilva.pt/web/images/_Data/Publicacoes-Artigos/NSS_-
_Sinais_distintivos_do_come%CC%81rcio_RDCom.pdf.
https://www.studocu.com/pt/document/universidade-catolica-portuguesa/direito-comercial/v-
sinais-distintivos-do-comercio/16152467.
https://inventa.com/pt/pt/noticias/artigo/572/marcas-vs-nomes-de-dominio.
http://interlegalace.eu/wp-content/uploads/2017/02/DOMINIOSTEX.pdf#:~:text=Entre%20n
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