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(DCO 0320)
Sumário
I. Contrato, Empresa e Mercado ...................................................................................... 3
II. Design Contratual e Racionalidade econômica dos Contratos Empresariais ........... 5
III. Contrato e Risco ............................................................................................................. 9
IV. Contratos Típicos e Atípicos ........................................................................................ 11
V. Gênese e formação dos Contratos Empresariais ....................................................... 14
VI. Contrato e Tempo......................................................................................................... 17
VII. Coordenação contratual e redes contratuais ............................................................. 22
Contratos coligados ................................................................................................... 22
Contratos únicos ........................................................................................................ 24
VIII. Interpretação dos Contratos Empresariais ................................................................ 25
IX. Compra e venda de ações e CISG ............................................................................... 29
Compra e venda de participações societárias ............................................................ 29
CISG (Compra e Venda Internacional de Mercadorias) ........................................... 32
X. Contratos de Colaboração I......................................................................................... 33
Contratos de consignação ou Contrato estimatório ................................................... 33
Mandato..................................................................................................................... 34
Contratos de comissão............................................................................................... 34
Contrato de corretagem ............................................................................................. 35
XI. Contratos de Colaboração II ....................................................................................... 36
Representação comercial ........................................................................................... 36
Concessão mercantil.................................................................................................. 37
Contrato de agência ................................................................................................... 38
XII. Contratos de Colaboração III ..................................................................................... 39
Contrato de distribuição ............................................................................................ 39
Contrato de franquia (Franchising)........................................................................... 42
XIII. Garantias e insolvência. Financiamento de projeto. ................................................. 47
XIV. Leasing (arrendamento mercantil) e factoring. Contratos bancários ..................... 50
Contratos Bancários .................................................................................................. 50
Leasing financeiro (arrendamento mercantil) ........................................................... 50
Factoring ................................................................................................................... 52
XV. Contrato de seguro ....................................................................................................... 53
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Contratos Empresariais
Prof.: Rodrigo Octávio Broglia Mendes
Aluno: Marcos Leal de Moraes Santana
“Os comercialistas não vêm tentando aplicar o direito civil às relações empresariais. Nos dias
de hoje, a intenção é compreender a racionalidade econômica e, a partir disso, desenvolver os
instrumentos jurídicos necessários”
Contratos e a Empresa. A empresa não apenas "é"; ela "age", "atua", e o faz por meio dos
contratos. A empresa não vive ensimesmada, metida com seus ajustes internos; ela revela-se nas
transações. Sua abertura para o ambiente institucional em que se encontra é significativa a ponto
de parte da doutrina afirmar que "lois modernos complexos produtivos não são tanto estoque de
bens, mas feixes de relações contratuais".' A empresa cristaliza-se em sua atividade de interagir;
a empresa é agente econômico. É preciso adquirir insumos, distribuir produtos, associar-se para
viabilizar o desenvolvimento de novas tecnologias, a abertura de mercados etc.; tudo exige que
se estabeleçam relações com terceiros. Essa ação reciproca (empresa outros agentes] interessa
ao Direito na medida em que dá a luz a contratos e, consequentemente, a relações jurídicas3.
1
ROPPO, Enzo. O contrato. Coimbra: Almedina, 2009. p. 11.
2
FORGIONI, Paula A. Teoria geral dos contratos empresariais. 2.ed. – São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2010, p. 27.
3
FORGIONI, Paula A. Teoria geral dos contratos empresariais. 2.ed. – São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2010, p. 29.
3
Contratos Empresariais
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deve subsumi-lo à lógica consumerista, sob pena de comprometimento do bom fluxo de relações
econômicas." Isso não significa que o empresário em posição de sujeição ao poder do outro não
seja digno de tutela. Todavia, essa proteção deverá se dar em conformidade comas regras e os
princípios típicos do direito mercantil e não da lógica consumerista, incompatível com as
premissas daquele sistema4.
Os contratos comerciais constituem hoje, sem dúvida, uma categoria autónoma ou classe “sui
generis” de contratos. Essa autonomia é formal – mormente, atenta a consagração legislativa de
um elenco próprio e extenso de “contratos especiais de comércio” -, mas também substancial –
sobretudo tendo em conta o crescimento exponencial das figuras contratuais mercantis, o seu
relevo central no quadro da “práxis” contratual contemporânea, a densidade e a complexidade
do respectivo quadro regulatório, bem assim como o actual recentramento do paradigma
normativo e operativo de tais contratos em torno da empresa6.
“Os contratos empresariais não se distinguem dos contratos civis pela sua estrutura, mas sim
por sua finalidade”
4
FORGIONI, Paula A. Teoria geral dos contratos empresariais. 2.ed. – São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2010, p. 31.
5
FORGIONI, Paula A. Teoria geral dos contratos empresariais. 2.ed. – São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2010, pp. 39 e 44.
6
ENGRÁCIA, José Antunes. A contratação mercantil em perspectiva. Coimbra: Almedina, 2004. p. 85.
4
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O que caracteriza o contrato empresarial é a intenção das partes, sua finalidade, e não sua forma.
Objetos. Correspondem aos bens ou serviços sobre os quais incidem os efeitos contratuais.
7
ALMEIDA, Carlos Ferreira. Contratos II. Conteúdo. Contratos de Troca, 2ª ed. Coimbra: Almedina, 2011,
p. 18.
8
ALMEIDA, Carlos Ferreira. Texto e Enunciado na Teoria do Negócio Jurídico, vol. I. Coimbra:
Almedina, 1992
5
Contratos Empresariais
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Design Contratual. Robert E. Scott (Columbia) e George Triantis (Stanford) são os pais do
design contratual.
6
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Desigualdade entre partes empresárias. Ao contrário do que sustentam muitos, nos contratos
empresariais não existe a presunção de igualdade entre as partes, pois certa assimetria de poder
é-lhes cada vez mais inerente. Há contratos paritários, mas numerosos são aqueles em que se
encontra a dependência. Ninguém ignora que, quando contratam, raramente as partes
encontram- -se em situação de igualdade. A presunção do direito não é essa, e sim que as
empresas analisaram o negócio e decidiram contratar, avaliando que as vantagens trazidas pela
operação superam as desvantagens. Nesse ponto, as presunções jurídicas que cercam os
contratos empresariais são bem diversas dos contratos consumeristas, pois são lógicas
formatadas por raio distintas9.
9
FORGIONI, Paula A. Teoria geral dos contratos empresariais. 2.ed. – São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2010, p. 265.
10
FORGIONI, Paula A. Teoria geral dos contratos empresariais. 2.ed. – São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2010, p. 160.
7
Contratos Empresariais
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Ao contratar, a parte não possui todas as informações existentes sobre a outra, sobre o futuro e
sobre a própria contratação; diz-se que sua racionalidade limitada. No mundo real, as partes
simplesmente não conseguem prever todas as contingências futuras no momento que se vinculam
ao contrato. Sempre faltarão dados sobre a outra contratante, sobre os possíveis desdobramentos
do ambiente institucional, sobre o porvir. As empresas "não são capazes de prever todos os
eventos futuros que poderão se verificar no curso da relação, não são capazes de adquirir e
processar todas as informações relevantes para delinear planos de ação adequados, não são
capazes de descrever em um contrato todas as possíveis eventualidades de forma clara e não
ambígua. Por conta disso, afirmam os economistas que os agentes econômicos agem impelidos
pela racionalidade limitada e não por uma racionalidade plena e onisciente — que existiria se
tudo fosse perfeito11.
Custos de transação. A empresa contrata porque entende que o negócio trar-lhe-á mais
vantagens do que desvantagens. As contratações são também resultado dos custos de suas
escolhas; o agente econômico, para obter a satisfação de sua necessidade, opta por aquela que
entende ser a melhor alternativa disponível, ponderando os custos que deverá incorrer para a
contratação de terceiros ("custos de transação”). Quanto menores os custos de transação, maior
a Prenda das relações econômicas e o desenvolvimento12.
Agentes econômicos “ativos e probos”. Os agentes econômicos, em suas contratações, podem
legitimamente presumir que a contraparte adotará comportamento semelhante àquele
normalmente implementado pelos atores do mercado, pelos chamados agentes econômicos
“ativos e probos”. Se, no direito do consumidor, a presunção é a vulnerabilidade de uma das
partes, no direito comercial parte-se necessariamente da assunção oposta. [...] Por conta da
adoção do padrão de comportamento do homem ativo e probo, ou dos “comerciantes cordatos”,
o ordenamento jurídico autoriza a pressuposição de que o agente econômico, de forma prudente
e sensata, avaliou os riscos da operação e, lançando mão de sua liberdade econômica, vinculou-
se. O sistema supõe que, naquele momento, o mercador entendeu que o contrato ser-lhe-ia
11
FORGIONI, Paula A. Teoria geral dos contratos empresariais. 2.ed. – São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2010, p. 150.
12
FORGIONI, Paula A. Teoria geral dos contratos empresariais. 2.ed. – São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2010, p. 141.
8
Contratos Empresariais
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vantajoso; essa expectativa pode até restar frustrada – e aí reside o risco do negócio. O agente
econômico é caracterizado por uma “esperteza própria” que lhe faz atilado, capaz de atuar no
mercado. [...] A adoção do critério do homem ativo e probo pelo sistema facilita as contratações,
pois autoriza a parte a supor que a outra cercar-se-á dos cuidados necessário e normalmente
esperados antes, durante e após a celebração do negócio. Essa pressuposição diminui os custos
a serem incorridos pelos agentes econômicos em suas transações13.
III. Contrato e Risco
Conceito de Risco. Risk is the effect of uncertainty on objectives. Apenas definindo os objetivos
do agente econômico é que conseguimos reduzir a complexidade do campo das incertezas. É neste
contexto que o contrato é um instrumento de alocação de riscos.
O “risco” pode ser definido de algum modo como segue. Se A é o valor do bem que pode resultar,
p é sua probabilidade (p + q = 1), e E é o valor da “expectativa matemática”, de modo que E =
pA, então “risco” é R, onde R = p (A – E) = p (1 – p)A = pqA = qE. Isso pode ser colocado de
outro modo: E mede o sacrifício imediato que deveria ser feito para se obter A; q é a
probabilidade de que esse sacrifício seja em vão; então qE é o “risco”14.
Contratos e Risco. O contrato é exercício de previsão sobre o futuro. Algumas situações são
cogitadas no momento da celebração, e sobre elas se dispõe. (...)Mas há outros contextos que
restam sem qualquer referência15.
13
FORGIONI, Paula A. Teoria geral dos contratos empresariais. 2.ed. – São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2010, pp. 119-122.
14
KEYNES, J. M. (1921/2008). A treatise on probability. Rough Draft Printers, 2008. p. 315.
15
FORGIONI, Paula A. Teoria geral dos contratos empresariais. 2.ed. – São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2010, p. 267.
16
ZANETTI, C. S.. O risco contratual. In: Teresa Ancona Lopez; Patrícia Faga Iglecias Lemos; Otavio
Luiz Rodrigues Junior. (Org.). Sociedade de risco e Direito privado: desafios normativos, consumeristas e
ambientais.. 1ed.São Paulo: Atlas, 2013, p. 455-468.
9
Contratos Empresariais
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Contrato, Tempo e Risco. Salta aos olhos, assim, que a extensão temporal do contrato
interessa grandemente a definição dos respectivos riscos. Maior a duração, maior o risco
e menor a chance de que os fatos supervenientes possam ser qualificados como
extraordinários e imprevisíveis. Os contratos destinados a viger por menor extensão
temporal, por sua vez, encerram risco mais reduzido e, por conseguinte, são mais
sensíveis a alteração das circunstancias17.
Função do Contrato e seu risco intrínseco. Demarcar a causa é essencial para compreender
quais são os riscos normais do negócio, isto é, aqueles que lhe são próprios, por integrar o tipo
(legal ou social) do contrato, sendo, portanto, risco previsível, na medida em que o risco
previsível pode ser objeto de garantias contratuais. Todo e qualquer contrato, constituindo um
"ato de previsão", 38 conforme a célebre definição de Maurice Hauriou, pode e deve ser objeto
de garantias que visem fazer face ao risco, nessa possibilidade de previsão do risco residindo,
justamente, a distinção entre "previsibilidade" e "imprevisibilidade" contratual18.
É relevante entender que somente por meio dos contratos é que se podem realizar investimentos
com vistas à redução de riscos no futuro19.
Especificidades do Direito Comercial. Se, em regra geral, a obrigação é uma só, decorra de
atos de natureza civil ou empresarial, inegável é que as resultantes dos atos empresariais sofrem
a influência deles e, por isso mesmo, em determinados aspectos divergem das obrigações civis.
Sabe-se que o Direito Comercial tem características próprias, que retratam justamente o
dinamismo do comércio, em contraste com a posição conservadora, de certo modo estática, dos
atos de natureza civil. Assim, enquanto o Direito Civil é um direito tradicional, preso a antigas
regras, de lenta evolução, o Direito Comercial, para atender às exigências do desenvolvimento
do comércio, é um direito que se renova a cada instante, prescindindo, quando necessário, de
fórmulas solenes, adaptando-se ao progresso e, de certa forma, procurando acompanhar as
contingências econômicas dos diversos povos. E por que as relações comerciais exigem prontas
soluções para fatos __que surgem a cada momento, o direito mercantil procura dar ao
empresário maior -elasticidade de ação, mais ampla liberdade, mais facilidade para que os casos
17
ZANETTI, C. S.. O risco contratual. In: Teresa Ancona Lopez; Patrícia Faga Iglecias Lemos; Otavio
Luiz Rodrigues Junior. (Org.). Sociedade de risco e Direito privado: desafios normativos, consumeristas e
ambientais.. 1ed.São Paulo: Atlas, 2013, p. 455-468.
18
MARTINS-COSTA. Os contratos de leasing financeiro, a qualificação jurídica da parcela denominada
valor residual garantido - vrg e a sua dupla função: complementação de preço e garantia. In. Revista de
Direito Bancário e do Mercado de Capitais, v. 49. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.
19
SADDI, Jairo. Teoria da imprevisão no contrato bancário sob a égide do novo código civil. In. Doutrinas
Essenciais de Direito Empresarial, v. 7. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.
10
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surgidos sejam resolvidos com a rapidez que as transações empresariais requerem. Caracteriza-
se, assim, o Direito Comercial, como já anteriormente assinalamos, pela simplicidade de suas
fórmulas, pela internacionalidade de suas regras e institutos, pela rapidez de sua aplicação, pela
elasticidade dos seus princípios e também pela onerosidade de suas operações. Neste sentido,
distancia-se grandemente o Direito Comercial do Civil, em regra formalístico, nacional, lento,
restrito. Esses princípios característicos, necessários para que o Direito Comercial possa
acompanhar a permanente evolução da atividade empresarial, não poderiam deixar de se refletir
nas obrigações resultantes dos contratos empresariais. Estes e aquelas, em muitos casos, fogem
à regra geral prescrita no Direito Civil para adotar soluções próprias, condizentes com os atos
de que se originaram, de natureza empresarial20.
Contratos Típicos. As operações económicas mais importantes e mais difundidas são aquelas,
em suma, mais «típicas» - são tomadas em consideração pela lei que dita para cada uma delas
um complexo de regras particulares: os tipos de contratos que lhes correspondem dizem-se então
«tipos legais», justamente porque expressamente previstos, def1nidos e disciplinados pelo
legislador (que, submetendo-os a uma certa regulamentação em vez de a uma outra, propõe-se
20
MARTINS, Fran. Contratos e obrigações comerciais. 16ª edição. Rio de Janeiro, Forense: 2010. p. 10.
21
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste
Código.
22
VASCONCELOS, Pedro Pais de. Contratos Atípicos. Dissertação de Doutoramento. Almedina:
Coimbra, 1995. p. 364.
11
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Incidência do direito normativo. Nos contratos legalmente típicos, pode contar-se mais
com o direito injuntivo ou dispositivo do tipo, estatuído na lei; a estipulação contratual
pode reduzir-se a pouco e pode ter um papel quase residual, dado o caráter completo ou
quase completo dos modelos regulativos típicos. Embora nada impeça as partes de
estipular exaustivamente a disciplina contratual nos contratos legalmente típicos, tal não
é, em princípio, necessário. A disciplina do tipo supre, na generalidade dos casos,
suficientemente a estipulação das partes, precisamente porque é típica25.
Contratos Atípicos. Os atípicos não se ajustam em qualquer dos tipos, dos moldes contratuais
previstos em lei. A atipicidade significa ausência de tratamento legislativo específico27.
Relação com os Contratos Mistos. Isto equivale a dizer, também, que, em grande número
dos casos, os contratos atípicos se reduzem - ou melhor, são reduzidos em sede de
23
ROPPO, Enzo. O contrato. Coimbra: Almedina, 2009. p. 133.
24
FERNANDES, Wanderley. RODRIGUEZ, Caio Farah. Aspectos Contratuais Da “Aliança” Em
Empreendimentos De Infraestrutura. In. FERNANDES, Wanderley. Contratos empresariais: contratos de
organização da atividade econômica. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 129.
25
VASCONCELOS, Pedro Pais de. Contratos Atípicos. Dissertação de Doutoramento. Almedina:
Coimbra, 1995. p. 365.
26
VASCONCELOS, Pedro Pais de. Contratos Atípicos. Dissertação de Doutoramento. Almedina:
Coimbra, 1995. p. 366.
27
RIZZARDO, Arnaldo. Contratos. 15ª edição. Rio de Janeiro: Forense: 2015. p. 121.
12
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interpretação e qualificação por parte do juiz - a contratos mistos, nos quais se reconhece
a presença de prestações próprias de contratos típicos, e por esta via à disciplina adaptada
pelo legislador para os tipos legais28.
Contratos Mistos. Na maior parte dos casos, os contratos atípicos são celebrados com
referência a tipos que são misturados ou modificados, são contratos mistos. Nestes casos, os tipos
de referência dão ainda um contributo importante à disciplina do contrato, embora de um modo
diferente daquele em que fornecem aos contratos típicos a base regulativa. A disciplina dos tipos
de referência, nos contratos atípicos mistos, de tipo múltiplo ou modificado, é modificada e
adaptada ao sentido e ao modo de ser do contrato em questão. Naquilo em que as partes não
tiverem estipulado, a interpretação complementadora ir-se-á inspirar nos tipos de referência
para formular a disciplina concreta do caso, num processo comparativo e analógico. Não se
trata de aplicação directa, mas sim de analogia.
Contratos socialmente típicos. Há, também, contratos que, embora não ditos pela lei, devem ser
considerados "socialmente típicos", pois consolidados pela reiterada prática dos comerciantes e
reconhecidos pelos operadores económicos, pela doutrina e pela jurisprudência como "tipo
contratual". O contrato é socialmente típico porque o tráfico jurídico assim o considera. Trata-
se de mecanismo bastante flexível na configuração dos tipos e que se reflete a partir da
consciência social que, por sua vez, é historicamente determinada. Afirmou-se, com muita
propriedade, que corpo de normas jurídicas consuetudinárias relacionado a esses negócios
enriquece o Direito. A doutrina aponta três requisitos para que um contrato possa ser
considerado socialmente típico." São "elementos justificativos da relevância social" que
comprovam ser, aquele negócio específico, economicamente importante para determinado grupo
de agentes: [i] reconhecimento de sua função econômico-social; [ii] difusão e relevo da prática
na sociedade e [iii] recepção do negócio pela ordem jurídica30.
28
ROPPO, Enzo. O contrato. Coimbra: Almedina, 2009. p. 137.
29
MARTINS, Fran. Contratos e obrigações comerciais. 16ª edição. Rio de Janeiro, Forense: 2010. p. 86.
30
FORGIONI, Paula A. Teoria geral dos contratos empresariais. 2.ed. – São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2010, p. 51.
13
Contratos Empresariais
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Fases contratuais.
31
ZANETTI, Cristiano de Sousa. Responsabilidade pela Ruptura das Negociações. São Paulo: Editora
Juarez. p. 9.
32
ZANETTI, Cristiano de Sousa. Responsabilidade pela Ruptura das Negociações. São Paulo: Editora
Juarez. p. 11.
33
MENDES, Rodrigo Octávio Broglia. XXX. Os efeitos jurídicos do Memorando de Entendimentos, os
Achados da Due Diligence e a Responsabilidade pela Ruptura das Negociações. In. YARSHELL, Flávio
Luiz. SETOGUTI, Guilherme J. Pereira. Processo Societário v. 3. São Paulo: Quartier Latin, 2018.
14
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Vinculabilidade dos MoU’s. A discussão sobre a vinculabilidade dos contratos envolve a sua
caracterização como um contrato preliminar. A compreensão doutrinária, portanto, busca
apartar os memorandos de entendimentos (acordos não contratuais) dos contratos
preliminares35. Ainda assim, é possível que se entenda que os MoU’s são contratos preliminares,
uma vez que, nos termos do art. 462 do Código Civil, estes contratos não impõem necessidade de
forma, desde que contenham seus requisitos essenciais (i.e., nos SPA’s, preço e coisa). Sobre o
assunto, RODRIGO BROGLIA MENDES pondera que (i) comumente os MoU’s relativos a
contratos de compra e venda de participação societária possuem uma identificação quanto aos
parâmetros a serem utilizados na formação do preço e não o preço final em si, de tal forma que
não configuram, no mais das vezes, contratos preliminares; e (ii) além do preço e coisa, é
necessário se atentar às condições estabelecidas nos memorandos de entendimentos, sem as quais
uma das partes não firmará o contrato efetivamente.
34
MENDES, Rodrigo Octávio Broglia. XXX. Os efeitos jurídicos do Memorando de Entendimentos, os
Achados da Due Diligence e a Responsabilidade pela Ruptura das Negociações. In. YARSHELL, Flávio
Luiz. SETOGUTI, Guilherme J. Pereira. Processo Societário v. 3. São Paulo: Quartier Latin, 2018.
35
MENDES, Rodrigo Octávio Broglia. XXX. Os efeitos jurídicos do Memorando de Entendimentos, os
Achados da Due Diligence e a Responsabilidade pela Ruptura das Negociações. In. YARSHELL, Flávio
Luiz. SETOGUTI, Guilherme J. Pereira. Processo Societário v. 3. São Paulo: Quartier Latin, 2018.
15
Contratos Empresariais
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aceitação, feita sem adições, restrições modificações da proposta (o que, a teor do artigo
431, implica em nova proposta)36.
36
VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Contratos mercantis e a teoria geral dos contratos: o código
civil de 2002 e a crise do contrato. São Paulo: Quartier Latin, 2010. p. 277.
37
VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Contratos mercantis e a teoria geral dos contratos: o código
civil de 2002 e a crise do contrato. São Paulo: Quartier Latin, 2010. p. 280.
38
VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Contratos mercantis e a teoria geral dos contratos: o código
civil de 2002 e a crise do contrato. São Paulo: Quartier Latin, 2010. p. 280.
39
VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Contratos mercantis e a teoria geral dos contratos: o código
civil de 2002 e a crise do contrato. São Paulo: Quartier Latin, 2010. p. 280.
16
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conteúdo não tenha ainda tomado conhecimento. Para este efeito, é suficiente que o
proponente tenha conhecimento da chegada da aceitação ao seu domicílio40.
40
VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Contratos mercantis e a teoria geral dos contratos: o código
civil de 2002 e a crise do contrato. São Paulo: Quartier Latin, 2010. p. 284.
41
AZEVEDO, Antonio Junqueira de. Natureza Jurídica do Contrato de Consorcio. Classificação dos Atos
Jurídicos Quanto ao Número de Partes e quanto aos Efeitos. Os Contratos Relacionais. A Boa-Fé nos
17
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Risco e Tempo nos Contratos de longa duração. O tempo está no cerne de todo e
qualquer contrato, mas tem um peso particular nos contratos duradouros em que, nem
sequer como ilusão, a fixidez se pode manter. Estes vivem no tempo dinâmico, móvel,
compreendendo-se, assim, estarem muito fortemente sujeitos à sua ação. Entre seus traços
peculiares está a suscetibilidade ao risco do desequilíbrio econômico motivado pelos mais
diversos fatores: financeiros, climáticos, estratégicos, ecológicos, fiscais, políticos, e,
inclusive, o risco do inadimplemento de outros contratos, especialmente quando integram
cadeias contratuais complexas em que o inadimplemento de um contrato tem reflexo direto
sobre os demais. Nesses ajustes, "complexidade" e "contrato" se apresentam como
conceitos necessariamente correlatos, articulando-se elementos "transacionais".43
Onerosidade excessiva (art. 478 do Código Civil). Não há dúvida, entretanto, que o risco
contratual assume particular relevância nos contratos de execução diferida, continuada
ou peri6dica. São os contratos que se protraem no tempo. Na esteira da doutrina europeia,
os contratos de execução continuada e os de execução peri6dica podem ser agrupados
como contratos de duração, dado o papel essencial que neles desempenha o elemento
18
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44
ZANETTI, C. S.. O risco contratual. In: Teresa Ancona Lopez; Patrícia Faga Iglecias Lemos; Otavio
Luiz Rodrigues Junior. (Org.). Sociedade de risco e Direito privado: desafios normativos, consumeristas e
ambientais.. 1ed.São Paulo: Atlas, 2013, p. 455-468. No mesmo sentido: Para que se possa invocar a
resolução por onerosidade excessiva é necessário ocorram requisitos de apuração certa, explicitados no
art. 478 do Código Civil: a) vigência de um contrato de execução diferida ou continuada; b) alteração
radical das condições econômicas objetivas no momento da execução, em confronto com o ambiente
objetivo no da celebração; c) onerosidade excessiva para um dos contratantes e benefício exagerado para
o outro; d) imprevisibilidade daquela modificação (...). Nunca haverá lugar para a aplicação da teoria da
imprevisão naqueles casos em que a onerosidade excessiva provém da álea normal e não do acontecimento
imprevisto, como ainda nos contratos aleatórios, em que o ganho e a perda não podem estar sujeitos a um
gabarito predeterminado (PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil, v. 3. Rio de
Janeiro: Forense: 2017, n. 216).
19
Contratos Empresariais
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Como visto, torna-se impossível a aplicação da cláusula "rebus sic stantibus", ante a não-
ocorrência de um desses três pressupostos45.
45
AZEVEDO, Álvaro Villaça. Princípios gerais de direito contratual aplicáveis à dívida externa dos países
em desenvolvimento. Revista da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 92,
1995, pp. 101/102.
46
MARTINS-COSTA, Judith. A Cláusula De Hardship E A Obrigação De Renegociar Nos Contratos De
Longa Duração. In. Revista de Arbitragem e Mediação | vol. 25/2010 | p. 11 - 39 | Abr - Jun / 2010.
47
MARTINS-COSTA, Judith. A Cláusula De Hardship E A Obrigação De Renegociar Nos Contratos De
Longa Duração. In. Revista de Arbitragem e Mediação | vol. 25/2010 | p. 11 - 39 | Abr - Jun / 2010.
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MARTINS-COSTA, Judith. A Cláusula De Hardship E A Obrigação De Renegociar Nos Contratos De
Longa Duração. In. Revista de Arbitragem e Mediação | vol. 25/2010 | p. 11 - 39 | Abr - Jun / 2010.
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Diferença hardship e force majeure. Hardship occurs when the party’s duty becomes
more burdensome, although not impossible, while force majeure occurs when the duty is
impossible, at least temporarily. More than that, there is a functional difference between
the concepts: hardship is a reason to amend the contract, with the purpose of maintaining
the contract in force. Its goal is to solve the problems of the fundamentally changed
circumstances through the adaptation of the contracts to the new situations. Force
majeure, on the other hand, is located in the non-performance arena, and deals with the
suspension or termination of the contract. Thus, it relates to the party’s liability and the
consequences of its fail to perform52.
Boa fé objetiva. [N]as relações interempresariais, a feição que adquire quando associado à
"lógica peculiar" dessas relações e aos seus princípios reitores, como o princípio da diligência
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MARTINS-COSTA, Judith. A Cláusula De Hardship E A Obrigação De Renegociar Nos Contratos De
Longa Duração. In. Revista de Arbitragem e Mediação | vol. 25/2010 | p. 11 - 39 | Abr - Jun / 2010.
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MARTINS-COSTA, Judith. A Cláusula De Hardship E A Obrigação De Renegociar Nos Contratos De
Longa Duração. In. Revista de Arbitragem e Mediação | vol. 25/2010 | p. 11 - 39 | Abr - Jun / 2010.
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MARTINS-COSTA, Judith. A Cláusula De Hardship E A Obrigação De Renegociar Nos Contratos De
Longa Duração. In. Revista de Arbitragem e Mediação | vol. 25/2010 | p. 11 - 39 | Abr - Jun / 2010.
52
BARRETO, Gabriel de Almeida. Hardship in international commercial contracts. A comparative analysis
of the rules in transnational Commercial Law. Revista da Faculdade de Direito da Universidade de São
Paulo, São Paulo, v. 111, 2016, pp. 697-698.
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Contratos coligados
Conceito. [C]ontratos que, por forca de disposição legal, da natureza acessória de um deles ou
do conteúdo contratual (expresso ou implícito), encontram-se em relação de dependência
unilateral ou recíproca54.
Critérios.
53
MARTINS-COSTA, Judith. A Cláusula De Hardship E A Obrigação De Renegociar Nos Contratos De
Longa Duração. In. Revista de Arbitragem e Mediação | vol. 25/2010 | p. 11 - 39 | Abr - Jun / 2010.
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MARINO, Francisco Paulo de Crescenzo. Capítulo III: Contratos Coligados: Conceito, Espécies e
limites. In. Contratos coligados no direito brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2009. pp. 99/140.
55
MARINO, Francisco Paulo de Crescenzo. Capítulo III: Contratos Coligados: Conceito, Espécies e
limites. In. Contratos coligados no direito brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2009. pp. 99/140.
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Contratos Empresariais
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ou entre contratos com prazos distintos. Nestas hipóteses, dificilmente poder-se-á falar em
contrato único56.
Espécies.
Coligação ex lege. Hipóteses em que o vínculo contratual entre os contratos é
expressamente estipulado pela lei.
56
MARINO, Francisco Paulo de Crescenzo. Capítulo III: Contratos Coligados: Conceito, Espécies e
limites. In. Contratos coligados no direito brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2009. pp. 99/140.
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MARINO, Francisco Paulo de Crescenzo. Capítulo III: Contratos Coligados: Conceito, Espécies e
limites. In. Contratos coligados no direito brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2009. pp. 99/140.
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MARINO, Francisco Paulo de Crescenzo. Capítulo III: Contratos Coligados: Conceito, Espécies e
limites. In. Contratos coligados no direito brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2009. pp. 99/140.
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MARINO, Francisco Paulo de Crescenzo. Capítulo III: Contratos Coligados: Conceito, Espécies e
limites. In. Contratos coligados no direito brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2009. pp. 99/140.
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Contratos únicos. Haverá, então, a princípio, contrato único quando o ripo contratual for
suficientemente flexível a ponto de abarcar as diversas prestações contratuais em jogo; quando
figurem somente duas partes ou, figurando mais de duas, quando o interesse de todas elas for
indissociável e disser respeito à operação econômica subjacente como um todo; quando houver
compatibilidade temporal entre as prestações, bem como, secundariamente, unidade de
contraprestação.61
Contratos complexos. O negócio jurídico, apesar de único, pode ter suporte fático complexo,
sendo tal complexidade caracterizada por pluralidade de sujeitos (complexidade subjetiva),
pluralidade de objetos ou prestações (complexidade objetiva) ou pluralidade de manifestações
de vontade (complexidade volitiva)62.
Contratos mistos. O contrato misto é definido, de modo quase unânime na doutrina atual, como
o contrato em que se combinam elementos próprios de tipos contratuais diversos63.
Tipicidade. A doutrina dominante conceitua o contrato misto como atípico64. Apesar disso, há
autores que apontam contratos mistos típicos, como o contrato de sociedade em que o sócio
integraliza a sua quota do capital social sob a forma de algum tipo de prestação de serviços (arts.
1.005 e 1.006 do Código Civil).
Espécies. (i) contratos combinados ou gêmeos, em que a várias prestações principais, próprias
de vários tipos contratuais, corresponde uma contraprestação unitária (v.g., prestação de
transporte somada à prestação de um dormitório e à prestação de alimentação, em troca de
60
MARINO, Francisco Paulo de Crescenzo. Capítulo III: Contratos Coligados: Conceito, Espécies e
limites. In. Contratos coligados no direito brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2009. pp. 99/140.
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limites. In. Contratos coligados no direito brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2009. pp. 99/140.
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limites. In. Contratos coligados no direito brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2009. pp. 99/140.
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limites. In. Contratos coligados no direito brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2009. pp. 99/140.
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limites. In. Contratos coligados no direito brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2009. pp. 99/140.
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contraprestação global); (ii) contratos mistos em sentido estrito, em que o contrato contém um
elemento que representa ou implica um contrato de outro tipo (v.g., o negotium mixtum cum
donatione; contrato de transação em que a concessão de uma das partes corresponde à venda de
certa coisa por preço inferior ao de mercado); e (iii) contratos de duplo lipo, nos quais o
"conteúdo total do contrato se encaixa em dois tipos distintos de contrato.65
Distinção Contratos complexos e Contratos mistos. Enquanto o contrato complexo pode sê-lo
do ponto de vista subjetivo (ao menos uma das partes é subjetivamente complexa), volitivo (ao
menos uma das partes realiza diversas manifestações de vontade) ou objetivo (ao menos uma das
partes efetua diversas prestações, ou as prestações das partes correspondem a tipos contratuais
distintos), o contrato misto diz respeito, por um lado, somente à complexidade objetiva e, por
outro, a uma hipótese específica de complexidade objetiva, na qual as prestações das partes
aludem a tipos contratuais distinto66.
Regime jurídico. Artigos 112 e 113 do Código Civil. A Lei de Liberdade Econômica inseriu ao
art. 113 o §2º, que cria às partes a possibilidade de convenção das regras interpretativas a serem
adotadas.
Default Rules. A maior parte da doutrina entende que as regras dispositivas devem
apontar para aquilo que as partes teriam normalmente estipulado, ou seja, reproduzem “a
vontade presumida das partes, regulamentando a relação jurídica, como se os interessados
a houvessem confeccionado, eles próprios”. (...) Nesse sentido, regras dispositivas podem
implicar diminuição dos custos de transação, na medida em que poupam esforços e
recursos que as partes despenderiam nas negociações de todos os pontos de um contrato67.
Interpretação funcional do direito. Aplicando-se uma analogia simples entre Direito e futebol,
é como dizer que a análise estrutural se ocupa apenas em descrever as traves, o campo, as
medidas e peso da bola, os uniformes dos times etc. Já a análise funcional tem a tarefa de aplicar
65
MARINO, Francisco Paulo de Crescenzo. Capítulo III: Contratos Coligados: Conceito, Espécies e
limites. In. Contratos coligados no direito brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2009. pp. 99/140.
66
MARINO, Francisco Paulo de Crescenzo. Capítulo III: Contratos Coligados: Conceito, Espécies e
limites. In. Contratos coligados no direito brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2009. pp. 99/140.
67
FORGIONI, Paula Andréa. Integração dos Contratos Empresariais: lacunas, atuação dos julgadores, boa-
fé e seus limites. In. Revista de Arbitragem e Mediação v. 45/2015. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.
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essas descrições estruturais à dinâmica do jogo, quando os times entram em campo e a bola
efetivamente passa a rolar68.
Boa fé e direito comercial. É preciso evitar o risco de empregar a boa-fé como remédio para
todos os males, empregando-a em nome de amorfa busca da “justiça social”. Não se trata de
uma caixa de Pandora, da qual se podem extrair as soluções mais díspares. (...) Especificamente
no que toca ao direito comercial, a boa-fé não pode ser aplicada de maneira a despir o agente
econômico da sagacidade que lhe é peculiar. Tampouco deve ser sacada como justificativa para
o inadimplemento da parte ou desculpa para comportamentos imprudentes ou desconformes ao
parâmetro de mercado69.
Reconstrução da vontade das partes. [E]stá claro que no primeiro contato do intérprete com o
texto, o que ele busca é a reconstrução da percepção que as partes possam tertido quanto ao que
foi declarado, de acordo com a sua “objetiva recognoscibilidade”. Nesse momento, o escopo é
compreender o que foi declarado por cada um dos figurantes, eu nosso Código Civil, adotando
a teoria da declaração, determina ser “vontade consubstanciada na declaração negocial” (art.
112 do Código Civil)71.
68
ARAÚJO, Paulo Dóron Rehder de. Contrato de Representação Comercial. In. FERNANDES,
Wanderley. Contratos empresariais: contratos de organização da atividade econômica. São Paulo: Saraiva,
2011. p. 20.
69
FORGIONI, Paula Andréa. Integração dos Contratos Empresariais: lacunas, atuação dos julgadores, boa-
fé e seus limites. In. Revista de Arbitragem e Mediação v. 45/2015. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.
70
FORGIONI, Paula Andréa. Integração dos Contratos Empresariais: lacunas, atuação dos julgadores, boa-
fé e seus limites. In. Revista de Arbitragem e Mediação v. 45/2015. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.
71
COMIRAN, Giovana Cunha. Os Usos Comerciais. Quartier Latin: São Paulo, 2019. pp. 203/255.
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declararam querer”. Na segunda, diante de inegável lacuna, da falta de previsão expressa sobre
o tratamento que se deve dar a fato superveniente, o intérprete deverá [ou não] complementar a
avença72.
72
FORGIONI, Paula Andréa. Integração dos Contratos Empresariais: lacunas, atuação dos julgadores, boa-
fé e seus limites. In. Revista de Arbitragem e Mediação v. 45/2015. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.
73
COMIRAN, Giovana Cunha. Os Usos Comerciais. Quartier Latin: São Paulo, 2019. pp. 203/255.
74
FORGIONI, Paula A. Teoria geral dos contratos empresariais. 2.ed. – São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2010, p. 243
75
BETTI, Emilio. Teoria Geral do Negócio Jurídico. São Paulo: Servanda, 2008. p. 496.
76
COMIRAN, Giovana Cunha. Os Usos Comerciais. Quartier Latin: São Paulo, 2019. pp. 203/255.
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Lacunas. A lacuna da declaração negocial, suprível pela via da interpretação integrativa, não
é qualquer ponto não regulado expressamente pelas partes, mas sim uma falha no plano traçado
pelas partes, um ponto cuja ausência o intérprete detecta tendo por base não as necessidades
surgidas após a celebração do negócio e impensáveis naquele momento, mas sim raciocinando
a partir do regramento concretamente estabelecido pelas partes. (...) A lacuna preenchida pela
interpretação integrativa é uma lacuna da declaração negocial, isto é, de uma lacuna do
conteúdo expresso ou declarado, mas não do conteúdo total do negócio79.
77
FORGIONI, Paula A. Teoria geral dos contratos empresariais. 2.ed. – São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2010, p. 244.
78
MARINO, Francisco Paulo De Crescenzo. Interpretação do negado jurídico. São Paulo: Saraiva, 2011.
pp. 215/224.
79
MARINO, Francisco Paulo De Crescenzo. Interpretação do negado jurídico. São Paulo: Saraiva, 2011.
pp. 215/224.
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Objeto. O objeto deste contrato é a participação societária, a qual não se limita à ação/quota em
si, mas abrange também direitos e deveres ao adquirente. O conjunto dos direitos e obrigações
da posição jurídica de sócio é designado "participação" societária porque compreende direitos
de participação. Nos tipos de sociedade empresária mais antigos a participação societária é
denominada quota ou quinhão; nas cooperativas, quota-parte; e nas companhias e sociedades
em comandita por ações, ação81.
80
BUSCHINELLI, Gabriel. Compra e Venda de Participações societárias de controle. São Paulo: Tese de
Doutorado, 2017. p. 75.
81
PEDREIRA, J. L. Bulhões; LAMY FILHO, Alfredo. “Ação como participação societária”. In:
PEDREIRA, J. L. Bulhões; LAMY FILHO, Alfredo. (org.). Direito das companhias, v. 1. Rio de Janeiro:
Forense: 2009, pp. 215-274, p. 218.
82
PEDREIRA, J. L. Bulhões; LAMY FILHO, Alfredo. “Ação como participação societária”. In:
PEDREIRA, J. L. Bulhões; LAMY FILHO, Alfredo. (org.). Direito das companhias, v. 1. Rio de Janeiro:
Forense: 2009, pp. 215-274, p. 219.
83
BUSCHINELLI, Gabriel. Compra e Venda de Participações societárias de controle. São Paulo: Tese de
Doutorado, 2017. p. 200.
84
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil: contratos, volume 3 [livro eletrônico]. 2ª edição. São
Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2020. p. 193.
29
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Características.
Auditoria (due diligence). A expressão "auditoria" não é uma tradução exata de "due
diligence", já que, nesta última, existe uma ambiguidade de sentido entre "diligência-
processo" e "diligência-cuidado". Parece-nos, porém, a melhor expressão e, além disso, a
designação "auditoria" não significa que não tenha a atividade de ser desenvolvida de
acordo com determinado cuidado. No fundo, traduz a "avaliação do objeto da venda" em
momento anterior à aquisição70. Assim, podemos também definir a auditoria na venda da
empresa como um exame detalhado, sistemático e cuidado da empresa visada85.
85
PIRES, Catarina Monteiro. Aquisições de empresas e de participações acionistas: problemas e litígios.
Coimbra: Editora Almedina, 2018. p. 32.
86
RUSSO, Fábio. “Das cláusulas de garantia nos contratos de compra e venda de participações sociais de
controlo”. In: DSR, v. 4, 2010, pp. 115-136, p. 130.
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empresas, como é o caso do cálculo por fluxo de caixa descontado podem-se revelar inadequados
para fins de avaliação, pois se ressalta que “a small business is not a little big business”87. Em
suma, a bem da verdade é que [c]ompanies create value for their owners by investing cash now
to generate more cash in the future88.
Modalidades de preço. Nos termos do art. 487 do CC, é possível as partes contratarem
sem efetivamente obterem um preço inteiramente fixo. O importante é a possibilidade
de sua fixação, i.e., se não determinado, o preço há de ser determinável. Há a
possibilidade das partes pactuarem uma parcela variável do preço na forma das
denominadas cláusulas de earn out.
87
BUSCHINELLI, Gabriel. Compra e Venda de Participações societárias de controle. São Paulo: Tese de
Doutorado, 2017. p. 153.
88
KOLLER, Tim GOEDHART, Marc. WESSELS, David Valuation: Measuring and Managing the Value
of Companies, 6ª ed. New Jersey: John Wiley & Sons, 2015.
89
BUSCHINELLI, Gabriel. Compra e Venda de Participações societárias de controle. São Paulo: Tese de
Doutorado, 2017. p. 154.
90
MENDES, Rodrigo Octávio Broglia. XXX. Os efeitos jurídicos do Memorando de Entendimentos, os
Achados da Due Diligence e a Responsabilidade pela Ruptura das Negociações. In. YARSHELL, Flávio
Luiz. SETOGUTI, Guilherme J. Pereira. Processo Societário v. 3. São Paulo: Quartier Latin, 2018.
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Dever de informar limitado. Alcançar soluções abstratas nesta matéria não é acertado, pois se
deve atentar às peculiaridades do caso. Contudo, mostra-se razoável supor que uma relação
paritária envolvendo profissionais (empresários, investidores, profissionais liberais etc.)
acostumados a realizar determinado tipo de negócio será mais reduzido o dever de informar
sobre seus elementos usuais. Prevalece o papel da autonomia privada e da autorresponsabilidade
com a consequente restrição ao dever de informar91.
Market of lemons. George Akerlof cunha este termo para estudar o mercado onde a assimetria
de informação impede que o comprador saiba a qualidade do bem que visa adquirir. Neste
mercado, a desinformação e a mentira do vendedor levam a uma realidade em que cada vez menos
vendedores “justos” visam vender seus ativos. É um mercado em que não se consegue distinguir
os ativos podres, “lemons”, dos ativos condizentes com o preço ofertado, “peaches”. A lemon
market will be produced by the following: (i) Asymmetry of information, in which no buyers can
accurately assess the value of a product through examination before sale is made and all sellets
can more accurately assess the value of a product prior to sale; (ii) an incentive exists for the seller
to pass off a low quality product as a higher quality one; (iii) Sellers have no credible disclose
technology (sellers with a great car havo no way to disclose this credibly to buyers); (iv) either a
continuum of seller qualities exists or the average seller type is sufficiently know.
Conceito. Trata-se de tratado que oferece uma lei internacional uniforme de venda de bens. O
tratado, que já foi ratificada por 85 países (três quartos de todo o comércio mundial), foi elaborado
na Convenção das Nações Unidas para a Venda Internacional de Mercadorias ou Convenção de
Viena de 1980.
Objetivos. Nos termos dos “considerandos” da convenção, seus objetivos são (i) desenvolvimento
do comércio internacional com base na igualdade e em vantagens mútuas constitui elemento
importante na promoção de relações de amizade entre os Estados; e a (ii) adoção de regras
uniformes para reger os contratos de compra e venda internacional de mercadorias, que
contemplem os diferentes sistemas sociais, econômicos e jurídicos, contribuirá para a eliminação
91
BENETTI, Giovana. Dolo no direito civil: uma análise da omissão de informação. São Paulo: Quartier
Latin. 2019. p. 271/272.
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Importância. As of today, approximately 80 per cent of the world's trade in goods are therefore
potentially governed by the Convention. Efforts to unify the law on the international sale of goods,
which began in the 1920s, have thus succeeded to an extent far beyond the expectations of those
involved92.
X. Contratos de Colaboração I
Conceito. Trata-se de acordo por meio do qual o consignante entrega bens móveis ao
consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, salvo, se o
preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada (art. 534 do CC). é um tipo de
contrato no qual a pessoa entrega um bem para que um terceiro o venda dentro de um determinado
prazo e entregue ao dono da coisa o valor combinado. Caso a venda não seja efetivado o bem
deve ser restituído. Responsabilidade pelo vício oculto é do proprietário.
92
SCHLECHTRIEN, Peter. SCHWENZER, Ingborg. Commentary on the UN Convention on the
International Sale of Goods (CISG). 3rd edition. New York: Oxford University Press, 2010. p. 1.
93
VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Direito comercial: os contratos empresariais em espécie
segundo a sua função jurídico-econômica. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. p. 108.
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Contratos Empresariais
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respeito à destruição da coisa ou a algum acidente que tenha sofrido, apto a fazê-la perder sua
utilidade94.
Mandato
Conceito. Nos termos do art. 653, [o]pera-se o mandato quando alguém recebe de outrem
poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o
instrumento do mandato. Em suma, o mandato é o contrato pelo qual alguém se obriga a praticar
atos jurídicos ou administrar interesses por conta de outra pessoa96. No contexto empresarial, o
mandato necessariamente é oneroso.
Contratos de comissão
Conceito. Nos termos do art. 693, [o] contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda
de bens pelo comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente. O comissário não responde
pela insolvência das pessoas com quem tratar, exceto em caso de culpa e no do artigo seguinte
(art. 697). Trata-se de um contrato oneroso, portanto.
94
VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Direito comercial: os contratos empresariais em espécie
segundo a sua função jurídico-econômica. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. p. 109.
95
VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Direito comercial: os contratos empresariais em espécie
segundo a sua função jurídico-econômica. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. p. 110.
96
GOMES, Orlando Contratos. 26ª edição. Rio de Janeiro, Forense: 2009. p. 426.
97
ARAÚJO, Paulo Dóron Rehder de. Contrato de Representação Comercial. In. FERNANDES,
Wanderley. Contratos empresariais: contratos de organização da atividade econômica. São Paulo: Saraiva,
2011. p. 26.
34
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Objeto. A comissão se resume, portanto, à aquisição e à alienação de bens, não sendo possível
se valer deste contrato, como bem salienta a doutrina, para a prática de outros negócios
mercantis ou de outros negócios jurídicos em geral.1 Então, não deve a comissão ser contratada
para a celebração de negócio jurídico diverso da compra e venda de bens, como, por exemplo, a
prestação de um serviço. Caso seja contratada para fim diverso da compra e venda de bens,
desnaturado estará o contrato de comissão99.
Contrato de corretagem
98
NEVES, Thiago Ferreira Cardoso. Contratos mercantis. São Paulo: Atlas, 2013. p. 99.
99
NEVES, Thiago Ferreira Cardoso. Contratos mercantis. São Paulo: Atlas, 2013. p. 93.
100
NEVES, Thiago Ferreira Cardoso. Contratos mercantis. São Paulo: Atlas, 2013. p. 96.
35
Contratos Empresariais
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Conceito. Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não ligada a outra em virtude de mandato,
de prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência, obriga-se a obter para a
segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas (art. 722). Corretor não comete
nenhum ato em nome próprio.
Regime legal. Artigos 722 a 729 do Código Civil e Lei 6. 530/1798 (sobre Corretor de Imóveis)
Representação comercial
Conceito. Nos termos do art. 1º da Lei 4.886/65, [e]xerce a representação comercial autônoma
a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de emprego, que desempenha, em caráter não
eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis,
agenciando propostas ou pedidos, para transmiti-los aos representados, praticando ou não atos
relacionados com a execução dos negócios. Pode-se dizer, portanto, que que o contrato de
101
VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Direito comercial: os contratos empresariais em espécie
segundo a sua função jurídico-econômica. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. p. 171.
102
VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Direito comercial: os contratos empresariais em espécie
segundo a sua função jurídico-econômica. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. p. 172.
36
Contratos Empresariais
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representação comercial tem como função principal colaborar para o sucesso da cadeia de
suprimentos de um agente econômico. Se trata da organização de coordenação e mediação de
negócios mercantis, sem qualquer relação de emprego. Geralmente, a representação comercial
não consiste em efetiva representação em sentido próprio: ele não contrata por si só, apenas media
negócios.
Concessão mercantil
Conceito. Trata-se de contrato cuja finalidade é “comprar para revender”. É um contrato típico e
atípico, isso porque possui uma lei de concessão de automotores. [E]ste contrato se caracteriza
como uma operação realizada entre o produtor e uma rede de concessionários, os quais,
favorecidos pelo estabelecimento de uma zona territorial de exclusividade de vendas, realizam a
colocação dos produtos do primeiro, se estabelecendo um período mínimo de duração do acordo,
103
ARAÚJO, Paulo Dóron Rehder de. Contrato de Representação Comercial. In. FERNANDES,
Wanderley. Contratos empresariais: contratos de organização da atividade econômica. São Paulo: Saraiva,
2011. p. 23.
104
ARAÚJO, Paulo Dóron Rehder de. Contrato de Representação Comercial. In. FERNANDES,
Wanderley. Contratos empresariais: contratos de organização da atividade econômica. São Paulo: Saraiva,
2011. p. 27.
37
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Características. [A]lém da exclusividade: (i) o controle externo praticado pelo concedente; (ii)
a independência jurídica e econômica das partes; e (iii) a continuidade das compras para
revenda, considerado o fato de que o concessionário compra o bem em seu nome para
revender.106
Contrato de agência
105
VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Direito comercial: os contratos empresariais em espécie
segundo a sua função jurídico-econômica. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. p. 130.
106
VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Direito comercial: os contratos empresariais em espécie
segundo a sua função jurídico-econômica. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. p. 130.
107
VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Direito comercial: os contratos empresariais em espécie
segundo a sua função jurídico-econômica. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. p. 130.
108
MELITO, Giancarlo. Contrato de distribuição. In. FERNANDES, Wanderley. Contratos empresariais:
contratos de organização da atividade econômica. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 172.
38
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Características. (i) o exercício de atividade empresarial pelas duas partes; (ii) partes autônomas,
ausente qualquer subordinação do agente ou do distribuidor ao proponente; (iii) ação do agente
ou distribuidor por conta do proponente; (iv) obrigação do proponente de pagar uma
remuneração à outra parte; (v) ter como objeto a realização de negócios; (vi) indicação de uma
região determinada para a atuação do agente ou distribuidor; (vii) especificando a distribuição,
deve estar presente o elemento posse dos bens a serem negociados, nas mãos do agente ou
distribuidor109.
Conceito. Contrato bilateral, sinalagmático, atípico e misto, de longa duração, pelo qual um
agente econômico (fornecedor) obriga-se ao fornecimento de certos bens ou serviços a outro
agente econômico (distribuidor), para que este os revenda, tendo como proveito econômico a
109
VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Direito comercial: os contratos empresariais em espécie
segundo a sua função jurídico-econômica. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. p. 137.
110
VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Direito comercial: os contratos empresariais em espécie
segundo a sua função jurídico-econômica. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. p. 157
39
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Regime legal. Lei 6.729/79 (“Lei Ferrari”) que, apesar de regrar a concessão mercantil de
automóveis, cria, de certa forma, um regramento para contratos de distribuição em geral. O
contrato de distribuição, portanto, é socialmente típico e legalmente atípico.
Venda direta e indireta. A primeira delas é a de que a própria empresa cuide da distribuição
da mercadoria, colocando-se diretamente junto ao consumidor (venda direta). (...) Mas o agente
econômico também poderá, ainda, buscar a colaboração de outros empresários para a venda,
aproveitando eventuais sinergias (venda indireta). (...) Note-se que o contrato de distribuição é
um dos instrumentos de que pode valor o empresário para implementar a venda indireta; outros
negócios (tais como a representação comercial ou a comissão mercantil) também se presentam
à mesma finalidade. A peculiaridade do contrato de distribuição reside no fato de abarcar
operações de compra e venda mercantil de caráter não eventual, mas sim habitual (estável)116.
111
FORIONI, Paula A. Tulio Ascarelli e os Contratos de Distribuição. In. JUNQUEIRA DE AZEVEDO,
Antonio. TORRES, Heleno Tabeira. CARBONE, Paolo. Princípios do Novo Código Civil Brasileiro e
outros temas – Homenagem a Tulio Ascarelli. 2ª edição. São Paulo: Quartier Latin, 2010. p. 521
112
FORIONI, Paula A. Tulio Ascarelli e os Contratos de Distribuição. In. JUNQUEIRA DE AZEVEDO,
Antonio. TORRES, Heleno Tabeira. CARBONE, Paolo. Princípios do Novo Código Civil Brasileiro e
outros temas – Homenagem a Tulio Ascarelli. 2ª edição. São Paulo: Quartier Latin, 2010. p. 519.
113
FORGIONI, Paula A. Contrato de distribuição. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005. p. 57.
114
FORGIONI, Paula A. Contrato de distribuição. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005. p. 59.
115
FORGIONI, Paula A. Contrato de distribuição. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005. p. 62.
116
FORIONI, Paula A. Tulio Ascarelli e os Contratos de Distribuição. In. JUNQUEIRA DE AZEVEDO,
Antonio. TORRES, Heleno Tabeira. CARBONE, Paolo. Princípios do Novo Código Civil Brasileiro e
outros temas – Homenagem a Tulio Ascarelli. 2ª edição. São Paulo: Quartier Latin, 2010. p. 520.
40
Contratos Empresariais
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Prazo final. Nos termos do art. 473, parágrafo único118, a resilição unilateral somente pode
ocorrer quando o termo final for compatível com os investimentos feitos pela parte que fez
investimentos consideráveis no negócio. O entendimento do STJ119 é coerente com o dispositivo
legal, uma vez que extrai um abuso de direito a resilição unilateral do fornecedor que denúncia o
contrato sem se atentar à legítima expectativa gerada ao distribuidor120.
117
FORGIONI, Paula A. Contrato de distribuição. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005. pp.
53/54.
118
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera
mediante denúncia notificada à outra parte. Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma
das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só
produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.
119
STF - RE 95.052-RS, Rel. Min. Néri da Silveira - j. 26.10.1984 - RTJ 133/326; STJ, REsp 1.112.796-
PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 4ª Turma, j. 10.08.2010.
120
"En raison de son caractère potestatif, le droit de résiliation unilatérale risque d'être exercé de façon
arbitraire. Aussi convient-il de réserver l'hypothèse de son exercice de mauvaise foi. [...] A ce titre
l'obligation de respecter um délai de préavis suffisant constitue déjà la manifestation particulière d'une
exigence plus générale de bonne foi contractuelle. Mais celle-ci ne se satisfait pas de la seule application
de cette première règle. En effet l'application généralisée de la théorie de l'abus de droit vient encore
renforcer la moralisation de l'exercice de la résiliation unilatérale, qui contrairement à la situation qui
prévalait au XIXe siècle, ne peut plus être discrétionnaire. En matière de concession commerciale, la Cour
de cassation rappelle ainsi fréquemment que si le concédant peut librement mettre fin à son contrat, c'est
à la condition de ne pas agir abusivement". (GHESTIN, Jacques. Traité de droit civil - les obligations, 2ª
parte ("Les effets du contrat"), 2eme edition. Paris: LGDJ, 1994. pp. 286-289).
41
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mínimas de estoque, índice de fidelidade de compra dos componentes e quota de veículos (cf.
arts. 7, 8, 10 da Lei Ferrari).
Contratos relacionais. Há, no contrato relacional, um contrato de duração que exige fortemente
colaboração. São relacionais todos os contratos que, sendo de duração, tem por objeto
colaboração (sociedade, parcerias, etc.) e, ainda, os que, mesmo não tendo por objeto a
colaboração, exigem-na intensa para poder atingir os seus fins, como os de distribuição e da
franquia 122
Boa fé e Contratos relacionais. Procurando traçar as bases dessa nova categoria, pode-
se afirmar que o contrato relaciona tem por características principais a longa duração e
a exigência de forte colaboração entre as partes. São relacionais, assim, todos os contratos
que, sendo de duração, têm por objeto a colaboração (contratos de sociedade, parcerias,
consórcios interempresariais etc.), e, ainda, os que, mesmo não tendo por objeto a
colaboração, exigem-na intensa para poder atingir os seus fins, como os contratos de
distribuição e de franquia. O princípio da boa-fé deve ser mais fortemente considerado
nos contratos relacionais, tendo em vista seu caráter aberto, com forte indefinição na sua
projeção para o futuro, impondo, para atingir os seus fins, intensa lealdade entre as
partes123.
121
FORGIONI, Paula A. Contrato de distribuição. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005. p. 104.
122
AZEVEDO, Antonio Junqueira de. Natureza Jurídica do Contrato de Consorcio. Classificação dos Atos
Jurídicos Quanto ao Número de Partes e quanto aos Efeitos. Os Contratos Relacionais. A Boa-Fé nos
Contratos Relacionais. Contratos de duração. Alteração das Circunstancias e Onerosidade Excessiva.
Sinalagma e Resolução Contratual. Resolução Parcial do Contrato. Função Social do Contrato; In. Revista
dos Tribunais v. 832, fev/2005.
123
GOMES, Orlando Contratos. 26ª edição. Rio de Janeiro, Forense: 2009. p. 100.
42
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Racionalidade econômica. O contrato serve para que alguém que esteja interessado em vender
determinado serviço ou produto se utilize de marca ou patente já consagrada, de titularidade do
franqueador, pagando pelo conhecimento de que a marca ou o produto desfrutam e pelo know-
how que lhe é transmitido. Justamente pelo fato de o franqueado adquirir o direito de explorar
um negócio já existente, a Lei assegura a ele a obtenção prévia de informações fundamentais que
deverão constar na circular de oferta de franquia, para que possa decidir sobre a realização ou
não do investimento, tais como balanço e demonstrações financeiras do franqueador relativos
aos dois últimos exercícios, indicação de pendências judiciais eventualmente existentes,
estimativa de investimento inicial, dentre outras (Lei n o 8.955/94, art. 3º)124.
Origem. ‘Boom’ na 2ª guerra mundial, com a criação do Burger King, KFC e McDonald’s. O
contrato de franquia (franchising) surgiu, como tantos outros novos contratos empresariais,
como uma técnica de comercialização de certos produtos para incentivar e facilitar as vendas
dos mesmos. Tal aconteceu nos Estados Unidos principalmente depois da Segunda Guerra
Mundial, quando inúmeras pessoas, desmobilizadas de suas atividades ou nos campos de batalha
ou nas indústrias, procuravam novas oportunidades para firmar-se economicamente. Para
aproveitar esse material humano na expansão dos seus negócios, várias empresas descobriram
um modo de ligar esses elementos aos seus empreendimentos, passando a oferecer franquia
(franchising) aos que desejavam dedicar-se a esse ramo de atividade125.
124
PEREIRA, Caio Mário da Silva Instituições de direito civil. vol. III. 21ª edição. Rio de Janeiro: Forense:
2017. p. 278.
125
MARTINS, Fran. Contratos e obrigações comerciais. 16ª edição. Rio de Janeiro, Forense: 2010. p. 439.
43
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empresário, não ligado, assim, por um vínculo empregatício com o franqueador126. Trata-se,
entretanto, de uma autonomia relativa127.
126
MARTINS, Fran. Contratos e obrigações comerciais. 16ª edição. Rio de Janeiro, Forense: 2010. p. 442.
127
A good franchise will never permit a franchisee complete freedom (KURSH, Harry. The Franchise
Boom. 32 edition. Prentice-Hall, NY, 1969).
128
GOMES, Orlando Contratos. Rio de Janeiro, Forense: 2009. p. 578.
129
GOMES, Orlando Contratos. Rio de Janeiro, Forense: 2009. p. 578.
130
GOMES, Orlando Contratos. Rio de Janeiro, Forense: 2009. p. 578.
131
SILVA, Flávio Lucas de Menezes. TUSA, Gabriele. Contrato de franquia empresarial:
instrumentalização de um negócio formatado. In. FERNANDES, Wanderley. Contratos empresariais:
contratos de organização da atividade econômica. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 216.
132
PEREIRA, Caio Mário da Silva Instituições de direito civil. vol. III. 21ª edição. Rio de Janeiro: Forense:
2017. p. 278.
44
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Trade-dress. O trade dress não é objeto de proteção legal específica no Brasil, porém
guarda relação intrínseca com o desenho industrial e outros institutos da propriedade
intelectual e vale-se de remédios jurídicos e proteções indiretas para se resguardar em
face de eventuais práticas de concorrência desleal. Trata-se de expressão emprestada do
direito norte americano que designa a configuração de produtos, embalagens, a
perspectiva do interior e do exterior de estabelecimentos empresariais, dentre outros, que
contribuam para a constituição do código visual de determinado negócio (...) O trade dress
é de suma importância para uma rede de franquia e são vários os seus componentes. O
projeto arquitetônico da rede de franquia e o design de interiores, a despeito de serem
protegidos por meio dos direitos autorais dos arquitetos – cujos direitos autorais
patrimoniais são posteriormente cedidos ao franqueador –, dada a celebração de contrato
próprio a atender esse fim, configuram o trade dress da rede de franquia e dos seus
estabelecimentos, por consequência134.
133
SILVA, Flávio Lucas de Menezes. TUSA, Gabriele. Contrato de franquia empresarial:
instrumentalização de um negócio formatado. In. FERNANDES, Wanderley. Contratos empresariais:
contratos de organização da atividade econômica. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 220.
134
SILVA, Flávio Lucas de Menezes. TUSA, Gabriele. Contrato de franquia empresarial:
instrumentalização de um negócio formatado. In. FERNANDES, Wanderley. Contratos empresariais:
contratos de organização da atividade econômica. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 221.
45
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Contrato de adesão. [C]om fundamento na doutrina e nos julgamentos deste Superior Tribunal
de Justiça, o contrato de franquia ou franchising é inegavelmente um contrato de adesão137. O
fato de a franquia ter a natureza de contrato de adesão não impressiona. O contrato de franquia
não se equipara a contrato de consumo, visto que não existe relação consumerista entre as partes,
mas relação de fomento econômico com a finalidade de potencializar as atividades empresariais
do franqueado, conforme jurisprudência pacífica do E. Superior Tribunal de Justiça138.
135
SILVA, Flávio Lucas de Menezes. TUSA, Gabriele. Contrato de franquia empresarial:
instrumentalização de um negócio formatado. In. FERNANDES, Wanderley. Contratos empresariais:
contratos de organização da atividade econômica. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 222.
136
MARTINS, Fran. Contratos e obrigações comerciais. 16ª edição. Rio de Janeiro, Forense: 2010. p.
448/449.
137
STJ, REsp nº 1.602.076/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, 3ª Turma, j. 15.09.2016. No mesmo sentido:
NEGRÃO, Theotonio. Código Civil e legislação civil em vigor. 36. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
p. 1633; STJ, REsp nº 1.803.752/SP, 3ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 04.02.202.
138
TJSP, Apelação Cível nº 1088471-44.8.26.0100, 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial, Rel. Des.
Alexandre Marcondes, j. 23.04.2018.
139
As exigências examinadas acima têm o foco voltado aos casos de cláusula compromissória inserida em
contratos de adesão não relacionados com relações de consumo, e que são os contratos de adesão
genéricos, de que fala o Superior Tribunal de Justiça. A doutrina entende porem que a técnica do
documento anexo e palavras grafadas em negrito não e suficiente para evitar as adesões açodadas dadas
e sem a plenitude de uma consciência, porque mesmo com cuidados e destaques o aderente pode
simplesmente não conhecer as consequências dessa clausula, aderindo a ela sem qualquer reflexão
(Guerreiro). Com vista, acima de tudo, a assegurar a liberdade na manifestação da vontade de pactuar a
arbitragem, o art. 51, inc. VII, do Código de Defesa do Consumidor da por nulas de pleno direito as
46
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Alienação fiduciária. [N]egócio jurídico pelo qual uma das partes adquire, em confiança, a
propriedade de um bem, obrigando-se a devolvê-la quando se verifique o acontecimento a que se
tenha subordinado tal obrigação, ou lhe seja pedida a restituição140. Por meio da alienação
fiduciária, transfere-se ao credor o domínio fiduciário e a posse indireta da coisa móvel ou
imóvel alienada. Por ser peculiar à função econômica e aos interesses das partes, o devedor é
possuidor direto e depositário do bem – fato que, normalmente, é essencial para o desempenho
da atividade empresária141.
Não submissão à recuperação judicial, exceto nos casos de bens essenciais (Artigo 49,
§3º, da Lei 11.101/05). Os créditos garantidos por alienação fiduciária em garantia não se
submetem ao concurso de credores na recuperação judicial. Ainda que tenha sido
construído o princípio da preservação da empresa como fundamento do art. 47 da Lei
11.101/2005 (LREF), a função econômica da garantia fiduciária erigiu uma salvaguarda
para as instituições financeiras, alcunhada metajuridicamente de “trava bancária” (STJ
– REsp 1.202.918). Acontece que os bens em alienação fiduciária não se submetem aos
efeitos da recuperação judicial, havendo uma sobregarantia aos credores
143
plenipotenciários para conseguir essa modalidade de cláusula acessória . A bem da
verdade é que, por meio da alienação fiduciária em garantia, o devedor obtém capital para
47
Contratos Empresariais
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manter sua atividade econômica e se reerguer, sem perder a posse de seus bens. Em
contrapartida, o credor torna-se o verdadeiro proprietário do bem, garantindo o recebimento
de seu crédito mesmo que a devedora se encontre em recuperação judicial144.
Ainda que o credor possa satisfazer seu crédito através da liquidação do bem garantido, o
estado de insolvência do devedor gera alguns empecilhos. Primeiro, o bem dado em
garantia, não pode ser retirado do estabelecimento durante o prazo improrrogável de 180
dias, mas fica livre ao credor depois desse interregno145. Segundo, caso o bem garantido
seja essencial a atividade econômica da empresa, ele não poderá ser vendido para satisfação
do crédito, mesmo que garantido146.
144
STJ, REsp 1.207.117, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, j. 10.11.2015.
145
DINIZ, Gustavo Saad. Alienação fiduciária e atividade empresarial. In. Revista de Direito Empresarial,
v. 17. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.
146
[A] satisfação do próprio crédito fiduciário está limitada pelo imperativo maior de preservação da
empresa, contido na parte final do § 3o do art. 49 e no caput do art. 47, de modo que é o Juízo da
recuperação que vai ponderar, em cada caso, os interesses em conflito, o de preservar a empresa, mediante
a retenção de bens essenciais ao seu funcionamento, e o de satisfação do crédito tido pela Lei como de
especialíssima importância (STJ, REsp, nº 1.263.500/ES (2011/0151185-8), Rel. Min. Maria Isabel
Galotti, j. 05.02.2013. No mesmo sentido: STJ, REsp, nº 1.758.746/GO (2018/0140869-2), Rel. Min.
Marco Aurélio Bellizze, j. 25.09.2018)
147
TIMM, Luciano Benetti. Alienação fiduciária em garantia no projet finance no Brasil. In. Revista de
Direito Bancário e do Mercado de Capitais, v. 51. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. pp. 131-156.
48
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provedores do recurso para concessão ou não do empréstimo terá como base a análise do
balanço patrimonial da empresa, e não o que a empresa pode vir a gerar com a utilização
do financiamento148.
Sociedade de Propósito Específico (SPE). Nos projects finance, a criação de SPE’s tem
como função (a) a segregação dos riscos do projeto em uma única entidade, pois com a
segregação, o único risco assumido pelos investidores é o relativo ao próprio projeto e ao
valor inicialmente disponibilizado para a sua implementação; (b) o deslocamento do
endividamento ocasionado pelo projeto para uma pessoa jurídica determinada, não
contaminando, assim, o orçamento e o balanço das partes envolvidas151.
148
TIMM, Luciano Benetti. Alienação fiduciária em garantia no projet finance no Brasil. In. Revista de
Direito Bancário e do Mercado de Capitais, v. 51. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. pp. 131-156.
149
TIMM, Luciano Benetti. Alienação fiduciária em garantia no projet finance no Brasil. In. Revista de
Direito Bancário e do Mercado de Capitais, v. 51. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. pp. 131-156.
150
TIMM, Luciano Benetti. Alienação fiduciária em garantia no projet finance no Brasil. In. Revista de
Direito Bancário e do Mercado de Capitais, v. 51. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. pp. 131-156.
151
TIMM, Luciano Benetti. Alienação fiduciária em garantia no projet finance no Brasil. In. Revista de
Direito Bancário e do Mercado de Capitais, v. 51. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. pp. 131-156.
49
Contratos Empresariais
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Contratos Bancários
Conceito. [T]odos os negócios jurídicos que têm como uma das partes uma empresa autorizada
a exercer atividade própria dos bancos153. Como toda e qualquer relação jurídica, o contrato
bancário possui elementos caracterizadores, ou seja, sujeitos e objetos de direito. Por sujeitos,
aqui se nos apresentam os clientes da instituição financeira e a própria instituição financeira;
por sua vez, o objeto do contrato bancário é o crédito bancário154.
Função social dos Contratos bancários. A função social do contrato bancário incide sobre e
condiciona o exercício da atividade empresarial, por meio de sua oferta e de sua completude.
Assim, o contrato bancário, tanto por força do novo Código Civil como da Carta de 1988 [art.
192], deve preencher tais requisitos a fim de promover o desenvolvimento equilibrado. Por
conseguinte, o contrato deve ser respeitado não em face do que já se considerou uma "eclipse
contratual", mas por oposição, dando força à sua função social, que é exatamente o seu
mandamento constitucional. Aqui, por oportuno, é mais importante a oferta de moeda e de crédito
do que o seu desaparecimento156.
152
TIMM, Luciano Benetti. Alienação fiduciária em garantia no projet finance no Brasil. In. Revista de
Direito Bancário e do Mercado de Capitais, v. 51. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. pp. 131-156.
153
GOMES, Orlando Contratos. 26ª edição. Rio de Janeiro, Forense: 2009. p. 396.
154
SADDI, Jairo. Teoria da imprevisão no contrato bancário sob a égide do novo código civil. In. Doutrinas
Essenciais de Direito Empresarial, v. 7. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.
155
PEREIRA, Caio Mário da Silva Instituições de direito civil. vol. III. 21ª edição. Rio de Janeiro: Forense:
2017. p. 66.
156
SADDI, Jairo. Teoria da imprevisão no contrato bancário sob a égide do novo código civil. In. Doutrinas
Essenciais de Direito Empresarial, v. 7. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.
50
Contratos Empresariais
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Aluno: Marcos Leal de Moraes Santana
Objeto. O leasing financeiro, estruturalmente, como o contrato que tem por objeto indireto bem
móvel, adquirido pela arrendadora por indicação e eleição do usuário ou arrendatário e para
uso próprio deste último, que deve arcar com as contraprestações e demais pagamentos previstos
no contrato, sendo estes em montante suficiente "para que a arrendadora recupere o custo do
bem arrendado durante o prazo contratual da operação e, adicionalmente, obtenha um retorno
sobre os recursos investidos". O arrendador não é o fabricante, importador ou fornecedor do
bem arrendado, mas instituição financeira que adquire o bem com a única finalidade de arrendá-
lo157.
157
MARTINS-COSTA. Os contratos de leasing financeiro, a qualificação jurídica da parcela denominada
valor residual garantido - vrg e a sua dupla função: complementação de preço e garantia. In. Revista de
Direito Bancário e do Mercado de Capitais, v. 49. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.
158
GOMES, Orlando Contratos. 26ª edição. Rio de Janeiro, Forense: 2009. p. 571.
159
MARTINS-COSTA. Os contratos de leasing financeiro, a qualificação jurídica da parcela denominada
valor residual garantido - vrg e a sua dupla função: complementação de preço e garantia. In. Revista de
Direito Bancário e do Mercado de Capitais, v. 49. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.
51
Contratos Empresariais
Prof.: Rodrigo Octávio Broglia Mendes
Aluno: Marcos Leal de Moraes Santana
Valor residual garantido (VRG) não descaracteriza o contrato de leasing financeiro. O VRG
nada mais é que a garantia de recebimento, pelo arrendador, de quantia mínima final de
liquidação do negócio, em caso de o arrendatário optar por não exercer seu direito de compra
e, também, não desejar que o contrato seja prorrogado. (...) Quanto ao valor em si, é o mesmo
do valor residual, ou saldo não depreciado, ou preço de opção de compra, que pode o contrato
eleger seja o preço de mercado. É esse valor que o arrendatário fica obrigado a cobrir se houver
diferença entre o valor contábil e o valor conseguido na venda161. Conforme esclarece a Súmula
293 do STJ, o VRG não descaracteriza o contrato de leasing financeiro, funcionando apenas como
uma espécie de garantia de recuperação do valor empregado162. O VRG não se torna o contrato
de leasing um contrato de compra e venda parcelada pois o arrendatário ainda não exerceu a opção
de compra.
Factoring
Conceito. Factoring é o contrato por via do qual uma das partes cede a terceiro (o jactar)
créditos provenientes de vendas mercantis, assumindo o cessionário o risco de não recebê-los
contra o pagamento de determinada comissão a que o cedente se obriga. Importa, no entanto,
distinguir o conventional factoring do maturity factoring. No primeiro, os créditos negociados
são pagos ao cedente no momento da cessão, isto é, os respectivos valores são adiantados; no
segundo, quando se vencem163.
160
STJ, REsp 164.918/RS, Rel. Min. Eduardo Ribeiro, Terceira Turma, j. 03.08.2000.
161
ERESP 213.828/RS, Rel. Min. Milton Luiz Pereira, Corte Especial, j. 07.05.2003.
162
ERESP 213.828/RS, Rel. Min. Milton Luiz Pereira, Corte Especial, j. 07.05.2003.
163
GOMES, Orlando Contratos. 26ª edição. Rio de Janeiro: Forense: 2009. p. 580.
52
Contratos Empresariais
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Aluno: Marcos Leal de Moraes Santana
Risco. Pelo fato de assumir os riscos, não tem ação de in rem verso contra o faturizado. Por esta
razão ainda, deve ter a liberdade de escolher os créditos antes de sua cessão. Pelo fato de prestar
um serviço de cobrança, tem uma remuneração percentual sobre os resultados obtidos. O
faturizador não financia o faturizado, e portanto não se obriga a adiantar-lhe o valor dos créditos
cedidos, e por aí fica bem claro como o Factoring se distingue do desconto bancário. Sendo
cessionário dos créditos, o factor adquire legitimatio ad causam para acionar os devedores
nomine suo, e somente é obrigado para com o faturizado, a recolher o valor cobrado em face do
êxito do procedimento judicial. Não se pode dizer uma “substituição processual”, porque a
legitimação ativa verifica-se ante litem. Trata-se, assim, de um contrato oneroso, consensual e
bilateral165.
Conceito. Entende-se por contrato de seguro aquele em que uma empresa assume a obrigação
de ressarcir prejuízo sofrido por outrem, em virtude de evento incerto, mediante o pagamento de
determinada importância166.
Objeto. Garantia do risco. O risco precisa ser existente, futuro e incerto. Caso o segurador saiba,
por exemplo, que o risco do contrato já passou e mesmo assim contrata com o segurado, deve
pagar o prêmio estipulado em dobro (cf. artigo 773 do Código Civil). Da mesma forma, o
segurado perderá o direito à garantia se agravar intencionalmente o risco objeto do contrato (cf.
artigo 773 do Código Civil). Impõe-se, ao segurado, que informe o segurador, logo que saiba,
todo incidente suscetível de agravar o risco coberto (cf. artigo 769 do Código Civil).
164
Artigo 15, §1º, “d”, da Lei nº 9.249/95.
165
PEREIRA, Caio Mário da Silva Instituições de direito civil. vol. III. 21ª edição. Rio de Janeiro: Forense:
2017. p. 433.
166
MARTINS, Fran. Contratos e obrigações comerciais. 16ª edição. Rio de Janeiro, Forense: 2010. p. 330.
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167
FRANCO, Vera Helena de Melo. A operação de seguros e sua qualificação jurídica. In. Revista de
Direito Mercantil, Industrial, Econômico Financeiro, v. XXVI. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1987.
168
FRANCO, Vera Helena de Melo. A operação de seguros e sua qualificação jurídica. In. Revista de
Direito Mercantil, Industrial, Econômico Financeiro, v. XXVI. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1987.
169
Não apenas a norma citada [artigos 765 e 766 do Código Civil] caminha na mesma trilha da concepção
da boa-fé como inerente ao negócio jurídico e à teoria geral do contrato, mas a reforça com dupla
natureza, quantitativa e qualitativamente. Sob o primeiro aspecto, a boa-fé no seguro é colocada no
patamar mais elevado que o direito tem estabelecido. Do outro lado, o mencionando dispositivo diz
respeito ao conteúdo e à extensão horizontal da boa-fé, instituto que é absolutamente fundamental na
construção do seguro. E a exigência abrange os dois lados de forma igual, de maneira que não pode ser
adotada aqui a teoria consumerista do hipossuficiente. Tendo em conta estas considerações, conclui-se
que a interpretação desse contrato deve ser feita de forma restritiva e não extensiva, sob pena de dar-se
lugar ao surgimento do desequilíbrio contratual, que já é montado sobre a premissa de diversas variáveis,
suportadas pela utilização da ciência atuarial. Em sentido contrário e aparentemente contraditório em
parte, veja-se Pedro Alvim, o qual admite que, em caso de dúvida, considerando tratar-se de contrato por
adesão, o problema seja resolvido contra o segurador (VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Contratos
mercantis e a teoria geral dos contratos: o código civil de 2002 e a crise do contrato. São Paulo: Quartier
Latin, 2010. p. 334).
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SZTAJN, Rachel. In. VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Contratos mercantis e a teoria geral dos
contratos: o código civil de 2002 e a crise do contrato. São Paulo: Quartier Latin, 2010. p. 297.
171
FRANCO, Vera Helena de Melo. A operação de seguros e sua qualificação jurídica. In. Revista de
Direito Mercantil, Industrial, Econômico Financeiro, v. XXVI. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1987.
172
FRANCO, Vera Helena de Melo. A operação de seguros e sua qualificação jurídica. In. Revista de
Direito Mercantil, Industrial, Econômico Financeiro, v. XXVI. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1987.
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“índice de sinistralidade” média. O cálculo deste índice estipula a média de risco que será
concretizado, determinando que um mínimo valor seja reservado para a concretização das
contingências.
Moral hazard. Se não conseguirem separar interessados segundo a propensão para risco,
os prêmios cobrados serão iguais para todos, o que os estimula a agir distintamente. Os
agentes avessos a riscos entenderão que pagam prêmios mais elevados do que deveriam
na comparação com agentes propensos a riscos, podendo, até mesmo, abandonar o seguro.
Moral hazard, expressão cunhada por Adam Smith, espelha a possibilidade de que a
pessoa, uma vez celebrado o contrato de seguro, se comporte de forma diferente do que
faria se estivesse exposta ao risco sem qualquer proteção. Ao não ter de suportar as
consequências de suas ações, as pessoas tendem a agir de forma mais negligente, menos
cuidadosa.
Espécies. O objeto do seguro é a garantia contra o risco que pode sofrer uma coisa ou uma
pessoa. Assim, podem os seguros ser de pessoas ou de coisas174.
Seguro de pessoas (artigos 789 a 802 do Código Civil). O interesse assegurado aqui é a
vida, morte, integridade física, acidentes e fatos como o casamento, natalidade, o estudo
etc. Neste caso, leva-se em conta a própria pessoa do segurado, suas qualidades e eventos
que lhe possam trazer qualquer ônus econômico.
Seguro de dano (artigos 778 a 788 do Código Civil). O objeto do contrato é a garantia de
um risco indenizatório. O prejuízo – e não mais que isso – será indenizado. Há diversas
173
SZTAJN, Rachel. In. VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Contratos mercantis e a teoria geral dos
contratos: o código civil de 2002 e a crise do contrato. São Paulo: Quartier Latin, 2010. p. 298.
174
MARTINS, Fran. Contratos e obrigações comerciais. 16ª edição. Rio de Janeiro, Forense: 2010. p. 330.
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Corretores de seguros. Outro elemento de grande importância no Sistema Nacional dos Seguros
Privados são os corretores. Corretores de seguros, nos termos do art. 122 do Decreto-Lei n° 73,
são pessoas, naturais ou jurídicas, que, devidamente habilitadas e autorizadas, se dedicam a
angariar e promover contratos de seguros entre as sociedades seguradoras e as pessoas físicas
ou jurídicas de direito privado. Deve o corretor, para poder exercer essas atividades, habilitar-
se e estar registrado como tal. A habilitação é feita perante a SUSEP, mediante prova de
capacidade técnico-profissional177
175
Entende-se por prêmio a importância que o segurado deve pagar ao segurador como contraprestação
pela assunção dos riscos por parte desse. "O pagamento do prêmio é o correspectivo da assunção do
risco", diz Ferri. É ele fixado de acordo com as garantias assumidas pelo segurador; e a sua função é
muito importante. (MARTINS, Fran. Contratos e obrigações comerciais. 16ª edição. Rio de Janeiro,
Forense: 2010. p. 338)
176
MARTINS, Fran. Contratos e obrigações comerciais. 16ª edição. Rio de Janeiro, Forense: 2010. p. 340.
177
MARTINS, Fran. Contratos e obrigações comerciais. 16ª edição. Rio de Janeiro, Forense: 2010. p. 332.
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inegável diferença entre contrato de seguro, de um lado e jogo do outro; o seguro refere-se a um
risco que já existente, objetivamente, quanto ao patrimônio do beneficiário, ao revés do que
acontece no jogo. A celebração de um contrato de seguro constitui, portanto, ato de previdência;
quem segura, previne um dano possível: quem joga ou aposta, cria a possibilidade de um dano.
Daí se conclui, com toda a coerência, que não pode haver seguro, se não houver um “interesse
segurável”; é preciso que o beneficiário do seguro “se encontre em situação tal que o sinistro se
converta, para ele, em um dano, e, por isso, tenha interesse na não ocorrência do sinistro178.
Probabilidade e atuária. Ainda que sujeitas a tais dificuldades, a aplicação do cálculo atuarial
como suporte técnico no trato dos seguros privados, que são o que interessa ao presente, a
organização de mutualidades perde o caráter meramente especulativo179.
178
ASCARELLI, Tulio. Problemas das Sociedades Anônimas e Direito Comparado. 2ª edição. São Paulo:
Edição Saraiva, 1969. p. 206.
179
SZTAJN, Rachel. In. VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Contratos mercantis e a teoria geral dos
contratos: o código civil de 2002 e a crise do contrato. São Paulo: Quartier Latin, 2010. p. 298.
180
SOUZA, Pedro Guilherme Gonçalves. ZANCHIM, Kleber Luiz. Seguro: ato e atividade. In.
FERNANDES, Wanderley. Contratos empresariais: contratos de organização da atividade econômica. São
Paulo: Saraiva, 2011. p. 129.
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