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INTRODUÇÃO

Para muitos empreendedores, a questão da legalização é fundamental não só


para ficarem em dia com as legislações fiscal, contábil, trabalhista etc. E com os órgãos
governamentais, mas também para conseguirem organizar e optimizar a gestão
empresarial.
Tirar a ideia de montar o próprio negócio de dentro da gaveta e colocar para
funcionar não é tão simples como parece. Apesar de muitas pessoas terem o sonho de
começar “o próprio empreendimento”  processos burocráticos e etapas de legalização de
uma empresa acabam se tornando um verdadeiro pesadelo.
Manter um negócio na informalidade pode trazer uma série de riscos, além de
ser considerado uma prática criminosa. Isso porque, diante do estado, quando um
negócio não está formalmente constituído,  está sonegando uma série de obrigações
fiscais e, consequentemente, a empresa está sujeita a sofrer uma série de sanções, como
multas e penas.
A legalização de uma empresa traz inúmeros benefícios, tanto fiscais quanto
pessoais, além de abrir um leque de possibilidades de crescimento dos negócios, como
empréstimos e financiamentos.

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LEGALIZAÇÃO DE UMA EMPRESA
Abrir uma empresa e operar na legalidade desde o início acarreta vantagens
não somente em termos de administração e fiscalização, mas também em termos de
valor e reputação que o mercado e os clientes vão atribuir ao negócio.
Em suma, é a regulamentação e a regularização do modo de operação do
negócio, das actividades exercidas e da forma de tributação, entre outros, para que esses
elementos fiquem em conformidade com as legislações vigentes e pertinentes à
formalização empresarial.

PASSOS PARA A LEGALIZAÇÃO


Abrir uma empresa pode parecer uma tarefa muito fácil para alguns novos
empreendedores,
A formalização de uma empresa exige que sejam tomadas diversas
providências e que o empreendedor entre em contacto com diversos órgãos e
instituições as quais cada uma tem os seus próprios padrões de funcionamento e prazos
a serem cumpridos durante o processo de formalização de uma empresa.
Sendo este processo tão complicado é aconselhável a contratação de um
contador não apenas para a abertura de uma empresa, mas também para a escrituração
rotineira do negocio.

1 – DETERMINAÇÃO DO TIPO JURÍDICO


O tipo jurídico determina o regime no qual uma empresa de enquadra, através
dela o fisco tem mais controle sobre a empresa e determina os seus direitos e
obrigações.
A opção do tipo jurídico da empresa a ser aberta deve levar em conta tanto as
características do negocio, quanto os objectivos do empreendedor. Algumas actividades,
por determinação legal, só poderão existir sob forma de sociedade, com dois sócios ou
mais, a exemplo das empresas prestadoras de serviços.
Segundo Júnior e Pisa (2010), há dois tipos de sociedades:

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SOCIEDADE SIMPLES
Que é formada por pessoas que exercem profissão de natureza intelectual,
cientifica, artística, ou literária, mesmo sem empregados.

SOCIEDADE EMPRESARIAL
Que é aquela na qual se exerce profissionalmente actividade económica
organizada para a produção ou circulação de bens e serviços, constituindo elemento de
empresa. Cada uma destas duas espécies também pode ser classificada conforme o seu
sector económico.
Existem três sectores definidos para as actividades empresariais que são:
 Sector Primário: empresas actuantes no sector agrícola;
 Sector Secundário: empresas que actuam nas industrias
 Sector Terciário: empresas actuantes na prestação de serviços.

Segundo Júnior e Pisa (2010), existem também outras formas para se


classificar que podem ser determinadas pela quantidade de sócios, tamanho e fins da
organização ou natureza que são:

Empresa Individual: quando a empresa é constituída por apenas uma pessoa,


que é o proprietário, neste tipo de organização o capital particular do proprietário se
confunde com o da empresa.

Empresa por Cotas ou Responsabilidade Limitada: é o tipo mais comum,


que é aquela em que a responsabilidade dos sócios será medida de acordo com a
quantidade de cotas que possuem. Mas todos respondem solidariamente pela integração
do capital social. Este também é o tipo mais utilizado pelas MPE´s.

Sociedade Anónima: tem seu capital distribuído em acções e a


responsabilidade de cada sócio, ou accionista é correspondente a quantidade e valor das
acções que ele possui.

Sociedade em Comandita Simples: tipo de sociedade em que além dos sócios


de responsabilidade limitada e solidária, existem aqueles que entram apenas com o
capital, não participando da gestão do negocio, tendo , tendo sua responsabilidade
restringida ao capital subscrito.

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Sociedade em Comandita por Acções: são pelas mesmas normas das
sociedades anónimas, visto que estar o seu capital dividido em acções.

Sociedade em nome colectivo: deve ser constituída somente por pessoas


físicas, sendo que todos os sócios respondem solidária e limitadamente pelas obrigações
sociais.

Sociedade em fins lucrativos: são as organizações onde toda a receita é


revertida as actividades que eles mantêm, geralmente são de carácter social e
humanitário.

Microempresa: o empresário, pessoa jurídica, ou e ela equiparada que possua


receita bruta igual ou inferior a 100.000,00 kz equivalente a 322USD.

Empresa de pequeno porte: o empresário, pessoa jurídica ou a ela equiparada


que tenha receita anual não superior em kz o equivalente a 250 mil USD.

Júnior e Pisa (2010), ainda acrescenta que as MPE´s não precisam nem devem
se organizar de forma sofisticada e cara. Segundo eles as duas melhores formas de se
constituírem e actuarem legalmente são:
Firma Individual: é a situação na qual a empresa pertence a uma única
pessoa;
Sociedade limitada: situação em que os sócios tem responsabilidade limitada;

2 – CONSULTA COMERCIAL
A consulta comercial tem como objectivo a aprovação para o local de
funcionamento da empresa, pela prefeitura municipal. É importante verificar a
viabilidade do local escolhido com muita antecedência para que haja tempo de se
procurar outro no caso de o local não ser aprovado.
Existem dois órgãos responsáveis por fornecer essa aprovação que são a BUÉ e
a Secretaria Municipal de Urbanismo. O empreendedor deve se dirigir a um desses
locais portando os seguintes documentos:

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 Cópia da carne de IPTU do local;
 Formulário fornecido pelo BUÉ, próprio para esse fim, preenchido com
as seguintes informações:
 Área do estabelecimento medida em metros quadrados;
 Endereço completo do local;
 Descrição de actividade a ser implantada no local.

3 – BUSCA DE UM NOME COMERCIAL


Consiste em uma consulta na Junta Comercial para verificar se já existe alguma
outra empresa registada com o nome comercial pretendido. Esta solicitação devera ser
encaminhada na forma de um formulário fornecido pela própria junta no qual podem ser
pesquisados até três nome de cada vez.
Uma vez obtida a uma resposta positiva, o registo do nome pode ser feito junto
ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
Dependendo do tipo de empresa, o nome comercial pode ser de três formas:
firma individual, denominação e razão social; a firma individual refere-se ao empresário
individual enquanto as sociedades podem usar dois tipos de nome comercial, a
denominação e a razão social:

Firma individual: o nome comercial será o nome do proprietário ao qual pode


ou não, ser acrescida a especificação da actividade:
 ADÉRITO PIMENTEL
 ADERITO PIMENTEL DECORAÇÃO

Denominação: é um termo criado ao qual é acrescentado o objectivo da


empresa e o seu tipo jurídico que pode ser abreviado ou por extenso:
 VAJB limitada
 VAJB Prestação de serviços Lda.

Razão Social: consiste na utilização do nome de sócios:


 SILVA E DIAS Lda;

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No caso das microempresas a expressão Micro empresas ou ME deve ser
acrescentada ao nome comercial:
 VAJB ME.

4 – ARQUIVAMENTO DO CONTRATO SOCIAL


O contrato social é o instrumento constitutivo, o item mais importante no
começo de uma empresa, é como se a certidão de nascimento de uma pessoa jurídica,
decorrendo deste acto os seus direitos e obrigações, é a partir dele que a empresa passa a
existir para a sociedade.
Segundo o novo código civil, no contrato social deverão estar claramente
definidos os seguintes itens:
 Interesses das partes;
 Finalidade e objectivo da empresa
 Descrição do tipo de sociedade e de como será a integração de cotas.
Para todas as empresas, a excepção das MPE´s que estão dispensas desta
apresentação, o contrato social devera conter a assinatura de um advogado para ter
validade.
Uma vez pronto o contrato social, deve-se fazer o seu registo na junta
comercial do estado, ou no cartório de registos de pessoa jurídica. Para isso são
necessários os seguintes documentos:

 Contrato social ou declaração de empresário individual, assinada em


três vias;
 Copia autenticada do RG e CPF do titular dos sócios;
 Copia autenticada da carteira da OAA do advogado (excepto para as
MPE´s);
 Requerimento padrão – capa da junta comercial;
 Declaração de microempresa ou empresa de pequeno porte, em três
vias;
 FCN – Ficha de cadastro nacional modelo um e dois;
 Comprovante do endereço da empresa podendo ser contrato de locação
do imóvel, talão do IPTU ou declaração do proprietário cedendo o
imóvel.

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Após o registo da empresa o proprietário obtêm o NIRE (numero de
identificação do registo de empresa), que nada mais é do que uma etiqueta contendo um
numero, que devera ser fixada no contrato antes que finalmente uma das vias do
contrato social ou da declaração de empresário individual seja arquivada pela junta
comercial para fins de controlo,

5 – SOLICITAÇÃO DO CNPJ
Para uma empresa, ter um número de CNPJ significa estar incluída no cadastro
nacional de pessoas jurídicas, mas para se obter este registo é necessário estar
informado sobre o enquadramento da empresa, que foi o objectivo de estudo do passo 1,
para assim classificar a empresa quanto a tributação e fiscalização.
Os documentos exigidos poderão ser entregues nas secretarias da receita
federal ou enviados pelo correio e o comprovante do CNPJ fica disponível na página do
BUÉ.
A documentação a ser enviada são:
 DBE (documento básico de entrada) que devera ser impresso a partir do
formulário electrónico de encaminhamento e assinado pelo
administrador ou responsável perante ao BUÉ, com firma reconhecida;
 Copia autenticada do contrato social ou requerimento de empresário
individual, registado na junta comercial.
 Copia autenticada do pedido de enquadramento de ME ou EPP, se for o
caso;
É aconselhável que o empreendedor procure um contador para que este possa
auxilia-lo neste processo, principalmente no que diz respeito a um possível
enquadramento no simples.

6 – ALVARÁ DE LICENÇA
O alvará de licença é o documento que emite o desempenho de actividades
comerciais, industriais, agrícolas e de prestação de serviços, bem como sociedade e
associações de qualquer tipo, sendo elas de pessoas físicas ou jurídicas.
O licenciamento representado pelo documento do alvará de licença pode ser
fornecido pela prefeitura municipal, administração regional ou pela secretaria municipal
da fazenda. A documentação a ser encaminhada para a solicitação do alvará são:

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 Formulário fornecido pelo BUÉ, devidamente preenchido;
 Aprovação da consulta comercial;
 Cópia do CNPJ;
 Cópia do contrato social;
 Laudo do corpo de bombeiros, se necessário;
 Laudo da vigilância sanitária, se necessário;
 Documentos específicos pedidos na consulta comercial, caso
necessário;

7 – INSCRIÇÃO ESTADUAL
É o registo no caderno de contribuintes do imposto sobre circulação de
mercadorias e serviço as (ICMS). Qualquer empresa que desempenha actividades que
envolvem a circulação de mercadorias, industria e serviço de transporte intermunicipal e
inter-provincial, assim como as empresas concessionárias dos serviços de comunicação
e energia, devem solicitar uma inscrição estadual, que é feita na secretaria da fazenda do
estado e requer os seguintes documentos:

 Formulário de cadastros encontrados no endereço electrónico,


devidamente preenchidos e assinados pelo responsável pela empresa.
 Certidão negativa para débitos de tributos estaduais ou copia
autenticada;
 Instrumento constituitivo da sociedade ou declaração de empresário
devidamente arquivado na junta comercial do estado;
 Comprovativo de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
 Copia autenticada do comprovativo de localização da empresa
geralmente a primeira folha do carne do IPTU;
 Copia autenticada do documento que comprove direito de uso do
imóvel que poderá ser o contrato de locação, de comando ou escritura
pública;
 Cópia do RG e do CPF dos sócios;
 Comprovativo de endereço dos sócios, pode copia autenticada;
 Contrato de prestação de serviço do contador da empresa;

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 Certificado de regularidade profissional do contador da empresa,
emitido pelo conselho regional de contabilidade;
 Cópia do alvará de licença.
Enquadramento para microempresa ou empresa de pequeno porte, se for o
caso.

8 – ALVARÁ SANITÁRIO
A licença sanitária, ou também alvará sanitário, deve ser solicitada por todo
estabelecimento que produz, manipula, comercializa, armazena ou transporta produtos e
serviços que exerçam influencia sobre a saúde humana, como farmácia, consultórios
médicos, ou odontológicos;
Esta licença tem como objectivo comprovar que o estabelecimento atende às
exigências da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária.
O alvará sanitário pode ser obtido junto a secretaria municipal da saúde e
requer a seguinte documentação:

 Cópia do Contrato Social;


 Cópia do CNPJ;
 Copia do atestado de viabilidade, aprovado na consulta comercial.

9 – MATRICULA NO CADASTRO ESPECÍFICO DO INSS (CEI)


Segundo a providência social, todas as pessoas físicas ou jurídicas
consideradas ou equiparadas a empresas pela legislação providenciaria, estão obrigadas
a matrícula, que se caracteriza como ato de cadastramento para identificação do
contribuinte.
Essa matricula pode ser feita pela internet ou nas agencias da providencia
social ao mesmo tempo em que é feita a inscrição no CNPJ ou, em um prazo de 30 dias
a partir do inicio de suas actividades, perante o INSS caso não haja o CNPJ.

10 – INSCRIÇÃO MUNICIPAL
É o número de identificação do contribuinte no cadastro tributário municipal. A
Inscrição Municipal é impressa no documento do alvará de funcionamento, que deve ser
fixado em local visível na sede da empresa.

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Segundo Júnior e Pisa (2010), no que diz respeito ao imposto sobre serviços de
qualquer natureza ISS, que é um tributo municipal, a inscrição municipal tem como
objectivos:
 Informar que a empresa está inscrita no diário da República como
prestadora de serviço;
 Controlar o pagamento dos impostos;
 Autorizar as empresas a solicitar notas fiscais de serviços;
 Qualificar a empresa a participar de concorrências públicas;

Para obter uma inscrição municipal, deve-se apresentar na perfeitura os


seguintes documentos:
 Requerimento assinado;
 CNPJ
 Instrumento constituitivo
 Contrato de locação, comando ou escritura no imóvel
 RG e CPF dos sócios
 Guia de pagamento do IPTU desde que não tenha débitos anteriores,
devendo apresentar, pagas, as guias com débitos referentes a exercícios
anteriores
 Guia do DAM (documento de arrecadação municipal) comprovando o
recolhimento da taxa de inscrição municipal expedido pela secretaria
municipal das Finanças;
 Certificado de regularidade do contador responsável, expedido pelo
conselho regional de contabilidade.

11 – AUTORIZAÇÃO DA SECRATARIA DO MEIO AMBIENTE


Quando falamos dos documentos para abertura de empresa, o empreendedor
deve conferir se a actividade exercida pelo seu negócio exige licenciamento expedido
por órgãos ambientais. Além da indústria e dos fabricantes de cosméticos e de
perfumaria, existem vários tipos de empresas que se enquadram nessa determinação. As
regras são mais duras na fiscalização, dependendo do que a organização desenvolve no
mercado, por exemplo:  alimentos, produtos inflamáveis, entre outros.

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Documentos solicitados pelos órgãos ambientais para o fornecimento do
licenciamento ambiental são:

 Formulário de caracterização do empreendimento;


 Termo de responsabilidade fornecido pelo órgão ambiental solicitado
assinado pelo representante da empresa;
 Anotação de responsabilidade técnica (ART), ou equivalente, emitida
pelo profissional responsável pelo gerenciamento ambiental da
actividade;
 Declaração do BUÉ atestando que o empreendimento está de acordo
com as normas e regulamentos municipais;

12 – ALVARÁ DO CORPO DE BOMBEIROS


As edificações e áreas que correm risco de incêndios devem obter o Alvará de
Prevenção e Protecção Contra Incêndio (APPCI), emitido pelo Corpo de Bombeiro
Militar do estado. Todos os pontos comerciais de um município devem cumprir as
regras relativas às normas de segurança do espaço.
Após a solicitação, o Corpo de Bombeiros fará uma avaliação do grau de risco
da edificação. Para isso, é cobrada uma taxa de inscrição que será paga anualmente e,
então, uma vistoria será realizada no local para que a autorização de funcionamento seja
cedida.

13 – VISTORIA DE HIGIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO


Para fazer a solicitação da vistoria de higiene e segurança basta o
empreendedor ir a delegação regional do ministério do trabalho e preencher um
formulário de solicitação.

14 - INSCRIÇÃO DO SINDICATO PATRONAL


A empresa deverá se inscrever no sindicato patronal da actividade a qual ela
desempenha, iniciando o recolhimento do imposto sindical patronal.
Esta adesão é obrigatória e tem como benefícios a possibilidade de o
empresário participar das decisões e defender os seus direitos.

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Para se obter informações a respeito de para qual sindicato a empresa deve
recolher a contribuição sindical deve-se procurar a federação do comercio do estado ou
federação das industrias do estado. O valor da contribuição é proporcional ao capital da
empresa.

15 – LIVROS FISCAIS EXIGIDOS


Os livros fiscais devem ser autenticados antes do inicio das actividades da
empresa ou a cada livro novo. O ministério da fazenda exige que os registos das
operações das empresas sejam feitos em livros fiscais. Estes livros estão separados em
três categorias: entrada, saída e apurarão.
A maioria das empresas utiliza programas de computador para fazer os seus
livros fiscais, o que simplifica a contabilidade e a fiscalização.

16 – IMPRESSÃO DAS NOTAS FISCAIS


Para se dar inicio as actividades da empresa, também será necessário além da
autenticação dos livros fiscais, a impressão das notas fiscais. De acordo com as
actividades da empresa e a forma da comercialização de seus produtos, os tipos de notas
fiscais serão diferentes. Mesmo que a empresa esteja isenta do ICMS ou do ISS ela
ainda assim devera emitir notas fiscais de venda de mercadorias ou de serviços.
Uma vez autorizado o empresário deve procurar uma gráfica credenciada para
a impressão dos blocos de notas fiscais.

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PASSOS PARA CRIAR E LEGALIZAR UMA EMPRESA EM
ANGOLA

Ultimamente, a ideia de ser empreendedor e desenvolver um negócio próprio


tem sido o foco principal de vários jovens angolanos, tudo porque está mais que
provado que este é um dos caminhos mais seguros para o sucesso profissional e
realização pessoal, afinal de contas, todo mundo tem o seu grande sonho e objectivos a
atingir na vida. Muitas das vezes, esses objectivos passam por criar uma empresa, e isto
naturalmente traz os seus benefícios como estatuto social, independência e
principalmente ganhar dinheiro por merecimento próprio. Um dos passos mais
importantes é a legalização da empresa, por falta de informação que atinge a nossa
realidade decidimos escrever este passo-a-passo que vai ajudar a resolver o problema.

ESCOLHA O TIPO DE DA SUA EMPRESA


Existem diferentes tipos de empresas definidas no sistema legal em Angola,
que podem ser: Sociedade por Quotas, Sociedade Anónimas, Sociedade em nome
colectivo, Sociedade Unipessoal por quotas, Empresas em nome individual e etc.

RESERVE O NOME
A denominação social, ou nome da empresa, deve ser verificada no Guiché
Único da Empresa (ou no Balcão Único do Empreendedor). No acto da criação do nome
da empresa é conferido o Certificado de Admissibilidade. Este documento reserva o
nome da empresa durante 180 dias. Ou seja, com o Certificado de Admissibilidade em
sua posse, tem até 180 dias para registar o nome da sua empresa, e nenhuma outra
entidade terá a permissão para usar o nome em questão.

PAGUE OS VALORES DE REGISTRO


É necessário depositar um valor mínimo na ordem dos 11.000 Kwanzas (35
USD) na conta do Guiché Único da Empresa, mais 1.000 Kwanzas (3,2 USD) na conta
da Imprensa Nacional. Lembre-se de que o valor varia de acordo com o tipo de empresa
e ao depositar no conto geral 12.000 Kwanzas (39 USD) já está incluído o pagamento
de alguns documentos obrigatórios no segmento deste processo.

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TRATE OS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS
Depois de escolher o nome e o tipo de empresa, o próximo passo é tratar os
documentos necessários, que são:
 Certificado de Admissibilidade: como já referimos a cima, este
documento é uma espécie de autorização para registar o nome da sua
empresa. Tecnicamente é o serviço em que o Ficheiro Central assegura
por um prazo de 180 dias a denominação requerida para uma
determinada empresa ou sociedade em processo de constituição.
 NIF: é o número fiscal utilizado em Angola para identificar
inequivocamente uma entidade em transacções financeiras e pagamento
de impostos.
 Estatuto da sociedade: é o documento principal da empresa, que
representa o pacto social entre os sócios da empresa e regula tudo em
volta das percentagens de que cada um terá direito.
 Não se esqueça de abrir uma conta num banco a sua escolha.
Deposite nesta conta um valor mínimo de 100.000 Kwanzas
(322 USD), que representa o capital social da empresa, e
conserve o borderô.

DÊ A ENTRADA DOS DOCUMENTOS


Nesta fase, junte os documentos já tratados com os seus pessoais e dê a entrada
do seu processo de registo. No total, os documentos serão os seguintes:
 Cópia do Bilhete de Identidade dos sócios ou accionistas.
 Certificado de Admissibilidade (ainda válido) e duas cópias do mesmo.
 Três cópias do NIF (Número de Identificação Fiscal) da empresa.
 Três contratos de sociedade (estatutos).
 Os comprovativos de pagamento dos valores.

RECEBA A CERTIDÃO COMERCIAL


Após alguns dias da entrada do processo, receberá a Certidão Comercial. A
Certidão Comercial é o documento que comprova o registo comercial de uma pessoa ou
entidade. A partir do momento em que tiver a Certidão Comercial, sua empresa já está
legalizada.

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TRATE O ALVARÁ COMERCIAL
O Alvará Comercial é o documento legal de âmbito nacional que habilita a
pessoa singular ou colectiva com capacidade financeira e civil o exercício da actividade
comercial e de prestação de serviços mercantis.
Este é um documento que habilita a exercer actividades comerciais e prestar
serviços, por isso é claramente indispensável. Para adquiri-lo, procure um dos pontos de
apoio do MINCO (GUE ou BUE) e leve consigo os seguintes documentos:
 Certidão Comercial;
 Fotocópia do B.I. (Bilhete de Identidade) dos sócios gerentes
 DAR – Comprovativo do pagamento das taxas e emolumentos do
licenciamento.
ESPERE CONFIRMAÇÃO
Depois de dar entrada aos documentos, de seguida, aguarde a mensagem de
correio electrónico com as credenciais para acessar ao sistema do MINCO. Quando
tiver as credenciais, aceda o site:
[silac.minco.gov.ao http://silac.minco.gov.ao/Login.aspx ], preencha o
pedido de adesão, submeta a documentação necessária e aguarde a confirmação no seu
e-mail. Se preferir, volte ao site e acompanhe o andamento do processo.

ESPERE A VISTÓRIA
Feito isso, virá à sua empresa uma equipa de vistoria, (representantes do
MINCO). Se estiver com tudo em conformidade, emitirão um parecer favorável.

AGUARDE O COMPROVATIVO
Após a aprovação, receberá no seu e-mail, uma credencial para levantamento
do Kit do Alvará. Leve este comprovativo ao centro de apoio ao empreendedorismo
comercial que deu início ao processo, ou administrações locais, e receba o Kit Alvará
contendo a nova cédula do Alvará Comercial, o Certificado do Cadastro Comercial e
outras brochuras informativas.
 Recorde-se de que este processo pode durar até duas semanas, e custa
no total 15.000 Kwanzas (48 USD), 10.000 (32 USD) pelo alvará
Comercial e 5.000 (16 USD) pela vistoria. Depois desse processo todo,

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já pode cantar e gritar para os quatro cantos do mundo: "eu tenho uma
empresa!".

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CONCLUSÃO
Abrir o próprio negócio é o desejo de muitas pessoas, mas que pode gerar
diversas dúvidas e, consequentemente, o medo das coisas não darem certo.
Antes de abrir o negócio, é preciso fazer uma avaliação minuciosa do mercado.
Além de identificar os futuros clientes e suas demandas, fornecendo soluções adequadas
para eles, é necessário entender os serviços e preços praticados pelos concorrentes.
Assim, será possível definir seu diferencial e ocupar um lugar de destaque.
É importante reflectir se você realmente está preparado para se tornar um
empresário e líder. Além de ter conhecimento sobre vários aspectos do mundo dos
negócios, é preciso ter consciência de que agora será responsável por várias decisões
relevantes.
Agora que você conhece os principais documentos para abertura de empresa, é
preciso estar atento aos requisitos exigidos. Essa é a melhor forma de garantir que o
empresário cumprirá correctamente todas as obrigações jurídicas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERNARDO, L. Manual de Empreendimento e Gestão. Editora Atlas, 2003.
DOLABELA, F. Boa ideia! E agora? Plano de negócio. Editora de Cultura.
2000;
DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: Transformando Ideias em
Negócios. Rio de Janeiro. Editora Campus, 2001;
EMPRENDER ENDEAVOR. Como fazer uma empresa Dar certo em um pais
incerto. Editora Elsevier, 2005;
HISRICH, R. D. e PETERS, M. P. Empreendedorismo. Editora Bookman,
2004;
STEVENSON, H. H. ROBERTS, M. J. e GROUSBECK, H.I, New Business
ventures and the entrepreneurs. McGraw-Hili/irwin, 1985;
ÚNIOR, A. B. L. e PISA, B. J. Administração de Marketing. Pearson Prentice
Hall, 2004;
DIARIO DA REPÚBLICA
NOVO CÓDIGO DO PROCESSO CIVIL DE ANGOLA
www. Googleacademico.com
www.sepe.gov.co.ao

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REPÚBLICA DE ANGOLA
INSTITUTO MÉDIO POLITÉCNICO DE BENGUELA – GRAÇA
CURSO DE GESTÃO AMBIENTAL

ORGANIZAÇÃO DA
DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA
PARA A LEGALIZAÇÃO
11ª Classe / Tarde
Turma: A
Sala nº 6
Disciplina: Empreendedorismo

DOCENTE
______________________

BENGUELA, DEZEMBRO DE 2021


REPÚBLICA DE ANGOLA
INSTITUTO MÉDIO POLITÉCNICO DE BENGUELA – GRAÇA
CURSO DE GESTÃO AMBIENTAL

ORGANIZAÇÃO DA
DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA
PARA A LEGALIZAÇÃO
Elaborado por: Silvia Rodrigues Biete
Nº 26
AGRADECIMENTO

A
DEUS E A
HUMANIDADE
PENSAMENTO

“Um dia é preciso parar de sonhar, tirar


os planos da gaveta e, de algum modo,
começar”
(Army Klink)
Índice
INTRODUÇÃO..................................................................................................7

LEGALIZAÇÃO DE UMA EMPRESA.............................................................8

PASSOS PARA A LEGALIZAÇÃO.............................................................8

1 – DETERMINAÇÃO DO TIPO JURÍDICO...........................................8

2 – CONSULTA COMERCIAL...............................................................10

3 – BUSCA DE UM NOME COMERCIAL............................................11

4 – ARQUIVAMENTO DO CONTRATO SOCIAL...............................12

5 – SOLICITAÇÃO DO CNPJ.................................................................13

6 – ALVARÁ DE LICENÇA....................................................................13

7 – INSCRIÇÃO ESTADUAL.................................................................14

8 – ALVARÁ SANITÁRIO......................................................................15

9 – MATRICULA NO CADASTRO ESPECÍFICO DO INSS (CEI)......15

10 – INSCRIÇÃO MUNICIPAL..............................................................15

11 – AUTORIZAÇÃO DA SECRATARIA DO MEIO AMBIENTE.....16

12 – ALVARÁ DO CORPO DE BOMBEIROS......................................17

13 – VISTORIA DE HIGIENTE E SEGURANÇA DO TRABALHO....17

14 - INSCRIÇÃO DO SINDICATO PATRONAL..................................17

15 – LIVROS FISCAIS EXIGIDOS.........................................................18

16 – IMPRESSÃO DAS NOTAS FISCAIS.............................................18

PASSOS PARA CRIAR E LEGALIZAR UMA EMPRESA EM ANGOLA..19

ESCOLHA O TIPO DE DA SUA EMPRESA.............................................19

RESERVE O NOME....................................................................................19

PAGUE OS VALORES DE REGISTRO.....................................................19

TRATE OS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS...........................................20

DÊ A ENTRADA DOS DOCUMENTOS....................................................20

RECEBA A CERTIDÃO COMERCIAL.....................................................20


TRATE O ALVARÁ COMERCIAL............................................................21

ESPERE CONFIRMAÇÃO..........................................................................21

ESPERE A VISTÓRIA.................................................................................21

AGUARDE O COMPROVATIVO..............................................................21

CONCLUSÃO..................................................................................................23

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................24

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