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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

SECTOR EMPRESARIAL DO ESTADO

Discentes:
O trabalho é de Direito Económico, de
Eliseu Armando Botão
carácter avaliativo a ser entregue a
Madalena da Piedade docente da cadeira de Direito Económico,
Michaela Agostinho do Curso Direito – 2o Ano.

LICENCIATURA EM DIREITO

2ºANO – 2° SEMESTRE – LABORAL – 2° GRUPO

CADEIRA: DIREITO ECONÓMICO

Chimoio, 2023
INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

SECTOR EMPRESARIAL DO ESTADO

Discentes:

Eliseu Armando Botão

Madalena da Piedade

Michaela Agostinho

Docente:

Dr. Ironeu Anderson Pina

LICENCIATURA EM DIREITO

2ºANO – 2° SEMESTRE – LABORAL – 2° GRUPO

CADEIRA: DIREITO ECONÓMICO

Chimoio, 2023
Índice pág.

CAPÍTULO I. PARTE INTRODUTÓRIA................................................................................5

1. Introdução.......................................................................................................................5

1.1. Objectivos................................................................................................................6

1.1.1. Objectivo geral.................................................................................................6

1.1.2. Objectivos específicos......................................................................................6

1.2. Metodologia da Pesquisa.........................................................................................7

CAPÍTULO II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................8

2. Composição e Regime actual do Sector Empresarial do Estado.....................................8

2.1. Conceito do sector empresarial do estado................................................................8

2.2. Papel do sector empresarial no desenvolvimento económico.................................9

2.3. O regime jurídico das empresas públicas..............................................................10

3. Características do Sector Empresarial do Estado..........................................................11

3.1. Função accionista...................................................................................................11

3.3. Capacidade jurídica...................................................................................................12

3.4. Autonomia Administrativa........................................................................................12

3.5. Autonomia financeira................................................................................................12

3.6. Autonomia Patrimonial.............................................................................................13

3.7. Criação e Extinção da Empresa Pública....................................................................13

3.8. Órgãos das Empresas Públicas..................................................................................14

3.9. Intervenção do Governo............................................................................................15


4. A gestão económica da empresa pública......................................................................15

5. Entidades públicas empresarias.....................................................................................16

6. Princípio do bom governo.............................................................................................16

CAPÍTULO 3. CONCLUSÃO.................................................................................................18

7. Conclusão......................................................................................................................18

8. Referências bibliográficas.............................................................................................19
CAPÍTULO I. PARTE INTRODUTÓRIA

1. Introdução

O Presente trabalho de pesquisa que ora se apresenta, tem como o tema ‘’O Sector
Empresarial do Estado’’. Como se pode ver pelo tema acima ilustrado, fica evidente que o
sector empresarial é fundamental para o desenvolvimento das economias. As empresas são
geradoras de riqueza e, em especial, criam empregos absorvendo os jovens que todos anos se
juntam à população economicamente activa.

Dai que, o desenvolvimento do sector empresarial está intrinsecamente dependente e também


faz depender o ambiente de negócios. Ambientes de negócios complicados e com muita
administração acabam por ser impedimentos à formação de novas empresas, empurram
empreendedores para o sector informal e provocam sérios atentados à sustentabilidade das
empresas e do sector privado, a médio e longo prazo.

Atendedo e considerando que o Estado possui empresas e a Lei n.° º 6/2012, de 8 de


Fevereiro vem regular o regime jurídico dessas empresas públicas, o trabalho em causa tem
em vista analisar o Sector empresarial do Estado.

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1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
 Analisar o sector empresarial do Estado;

1.1.2. Objectivos específicos


 Descrever a composição do sector empresarial do Estado;
 Caracterizar o regime do sector empresarial do Estado;
 Descrever as características do sector empresarial do Estado;

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1.2. Metodologia da Pesquisa

O presente trabalho de pesquisa envolveu inicialmente a obtenção de informações teóricas


através de estudo exploratório, seguido do estudo e análise constitucional, e da leitura de
artigos específicos sobre o assunto abordado através da internet.

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CAPÍTULO II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2. Composição e Regime actual do Sector Empresarial do Estado


2.1. Conceito do sector empresarial do estado

O Sector Empresarial do Estado (SEE) encontra-se integrado no Sector Público Empresarial,


cujo regime jurídico foi aprovado pelo Decreto-Lei n.º 133/2013, de 3 de Outubro. O sector
empresarial é constituído pelo conjunto das unidades produtivas do Estado, organizadas e
geridas de forma empresarial, integrando as empresas públicas e as empresas participadas.

Empresas públicas são:

i) As organizações empresariais constituídas sob a forma de sociedade de


responsabilidade limitada nos termos da lei comercial, nas quais o Estado ou outras
entidades públicas possam exercer, isolada ou conjuntamente, de forma directa ou
indirecta, influência dominante; e

ii) As entidades públicas empresariais.

Empresa pública – é entidade de natureza empresarial criada pelo Estado, nos termos da
presente Lei, com capitais próprios ou de outras entidades públicas, e realiza a sua actividade
no quadro dos objectivos traçados no diploma de criação1.

Empresas participadas – são as organizações empresariais em que o Estado ou quaisquer


outras entidades públicas, de carácter administrativo ou empresarial, detenham uma
participação permanente, de forma directa ou indirecta, desde que o conjunto das
participações públicas não origine influência dominante.

Existe Influência dominante em qualquer uma das situações seguintes:

a) Detenham uma participação superior à maioria do capital;

b) Disponham da maioria dos direitos de voto;

c) Tenham a possibilidade de designar ou destituir a maioria dos membros do órgão de


administração ou do órgão de fiscalização; e

1
Art. 1° da LEP

8
d) Disponham de participações qualificadas ou direitos especiais que lhe permitam
influenciar de forma determinante os processos decisórios ou as opções estratégicas
adoptadas pela empresa ou entidade participada.

Consideram-se participações permanentes as que não possuem objectivos exclusivamente


financeiros, sem qualquer intenção de influenciar a orientação ou a gestão da empresa por
parte das entidades públicas participantes, desde que a respectiva titularidade seja de duração
superior a um ano.

O sector empresarial é responsável pela constituição e gestão de infra-estruturas públicas


fundamentais de natureza empresarial e pela prestação de serviços públicos essenciais, para
além de um conjunto diversificado de outras funções de carácter instrumental, nos mais
diversos sectores e domínios. O sector empresarial integra actualmente um vasto conjunto de
empresas detidas ou participadas pelo Estado, cuja actividade abrange os mais diversos
sectores de actividade, constituindo um importante instrumento de política económica e
social.

Para além das participações directas, o Estado detém um conjunto assinalável de


participações indirectas, maioritariamente integradas em grupos económicos ou holdings
como Anadarko, Áreas pesadas de Moma, Grafite, etc.

2.2. Papel do sector empresarial no desenvolvimento económico

O Sector Empresarial do Estado exerce uma função importante na economia moçambicana. O


Estado, por ausência de vocação empresarial, decidiu criar e atribuir a entidades com
personalidade jurídica própria, o exercício de diversas actividades.

Muitas dessas actividades só podem ser exercidas por entes que tenham o apoio do Estado,
dispondo de poderes e meios que as empresas privadas normalmente não têm. Hoje em dia,
tendo em vista acelerar o desenvolvimento do país, as empresas públicas tem um papel muito
importante não só através do exercício das suas actividades tradicionais, mas, também, das
parcerias que venham a estabelecer com empresas privadas, nacionais ou estrangeiras.

Diversa legislação tem sido produzida nos últimos tempos relativa ao Sector Empresarial do
Estado, mas a nova Lei das Empresas Públicas (Lei n.º 6/2012, de 8 de Fevereiro, adiante
abreviadamente LEP), que entrou em vigor na data da sua publicação, reveste-se de capital

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importância. Com esta lei pretende-se adequar o regime jurídico das empresas públicas à
conjuntura actual e às exigências e prioridades que se colocam ao Estado em matéria de
gestão do sector empresarial.

Por exemplo, os recentes desenvolvimentos no sector dos recursos naturais, energia e infra-
estruturas, implicam que o Estado, quando tenha de participar no capital das empresas que
venham a explorar esses recursos, esteja representado por empresas regidas por regras que
não prejudiquem a flexibilidade que delas se exige.

Para além dos diversos aspectos inovadores que ela traz, importa, destacar, em primeiro
lugar, o regime transitório nele previsto, bem assim, a previsão da necessidade da sua
regulamentação. Apesar de a lei estabelecer um prazo de 90 (noventa) dias para a revisão dos
actuais estatutos das empresas públicas, a mesma impõe expressamente a vigência dos
referidos estatutos nesse mesmo prazo, sendo que depois disso prevalece o regime previsto na
Lei.

A regulamentação a ser aprovada pelo Governo deverá fixar o modelo de Estatutos a adoptar
pelas empresas públicas, as competências e o funcionamento das tutelas financeira e sectorial,
o processo de tomada de decisões, o conteúdo e o modelo dos contratos-programa, entre
outros aspectos.

2.3. O regime jurídico das empresas públicas

As empresas públicas estão sujeitas à tutela sectorial e financeira. A tutela sectorial é


exercida pelo Ministro ou dirigente responsável pela actividade onde se integra o objecto da
empresa pública, sem prejuízo da autonomia da gestão da empresa e das competências que
lhe são conferidas legalmente, enquanto a tutela financeira mantém-se no Ministro que
superintende a área das Finanças2.

Essas tutelas exercem as suas funções e deliberam sobre as competências que lhes são
atribuídas por lei de forma conjunta. Enquadram-se na tutela a definição das políticas gerais
de desenvolvimento da empresa, a política de salários, remunerações e outras regalias dos
titulares dos órgãos sociais, podendo delegar essas funções a uma comissão de remunerações,
bem assim a apreciação dos relatórios de gestão e as contas do exercício.

2
N°s 1 e 2 do art. 4° da LEP

10
No seguimento desta tutela conjunta, o Regulamento Interno das empresas públicas, apesar
de ser aprovado pelo Ministro ou dirigente do órgão de tutela sectorial, fica sujeito ao parecer
favorável do Ministro que superintende a área das Finanças. Desse regulamento deve constar,
de entre outros, aspectos relativos a organização interna, descrições de funções, organização
do trabalho, políticas de progressão profissional e estatuto remuneratório. Do mesmo modo, a
abertura de delegações e representações, para além de dever mostrar-se necessário e
conforme aos termos estatutários, carece de autorização da tutela sectorial, ouvida a tutela
financeira.

Sendo assim, o Regulamento Interno das actuais empresas público, sempre que se justificar a
sua compatilização ao novo regime jurídico nos termos da nova Lei, vai carecer, sempre, do
parecer favorável do Ministro que superintende a área das finanças, no caso o Ministro das
Finanças.

Do mesmo modo, a subscrição de participações financeiras deixa de ser autorizada


conjuntamente pelo dirigente da respectiva área de subordinação e pelo Ministro das
Finanças, passando a carecer de autorização do Ministro que superintende a área das
Finanças, ouvido o Ministro ou dirigente do órgão de tutela sectorial. Aqui não se trata de
uma decisão conjunta, mas apenas da decisão da entidade que exerce a tutela finaceira, a qual
terá, sempre, de ouvir a tutela sectorial, cuja posição pode, porém, ser contrária à decisão que
venha a ser tomada pela tutela financeira. Essas participações financeiras que devem ser
geridas pelas empresas públicas, estão sujeitas a uma monitorização por uma entidade ou
instituição a ser designada pelo Ministro que superintende a área das Finanças.

3. Características do Sector Empresarial do Estado


3.1. Função accionista

Enquanto accionista das empresas públicas, o Estado faz-se representar pelo Ministro que
superintende a área das Finanças, devendo decidir sobre a aplicação de resultados de cada
exercício económico, ainda que ouvido o Ministro ou dirigente do órgão de tutela sectorial 3.

3.2. Personalidade Jurídica das Empresas Públicas

A empresa pública é autónoma face ao Estado. Dispõe de personalidade própria. A


Personalidade jurídica autónoma, face ao Estado, é a condição indispensável para que a

3
N°s 1 e 2 do art. 10° da LEP

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actividade empresarial se constitua como a actividade principal da empresa e assim se
constitua o seu regime jurídico.

3.3. Capacidade jurídica

A sua capacidade jurídica não diverge da capacidade das pessoas colectivas previstas no art.º
160 do Código Civil. Também para as empresas públicas vigora o princípio da especialidade,
nos termos do qual, não podem praticar actos contrários as seus fins. Para A interpretação
deste artigo n. 2 da Lei N. 17/91 podemos referir que objecto da empresa pública é sempre
definido pela lei e constitui um limite à sua competência, sendo nulos todos os actos e
contratos praticados e celebrados pela empresa, os quais contrariem ou transcendam o seu
objecto.

Para a prática de actos só indiretamente relacionados com o objecto da empresa, é necessária


a autorização do Governo ou o parecer dos órgãos da empresa, consoante os casos, e de
acordo com os estatutos.

A capacidade jurídica de direito público é aquela que a lei lhes concede ao determinar a sua
competência.

3.4. Autonomia Administrativa

Segundo o n.º 2 do Art.º 40 revogado pela lei n.° 6/2012 de 8 de fevereiro no seu artigo 22
dispõe da autonomia administrativa que determina que as empresas públicas podem praticar
actos administrativos e executórios e que, dos seus actos (praticados pelos seus órgãos no
âmbito das suas competências) não cabe recurso hierárquico mas só contencioso, para os
tribunais administrativos se for a pretenção

3.5. Autonomia financeira

A autonomia financeira assenta na existência de um orçamento próprio, elaborado pela


própria empresa e aprovado pelo governo. No caso de Moçambique, a Lei 17/91, no seu artº
24º / nº 1 estabelece que as empresas públicas devem elaborar, em cada ano económico,
orçamentos de exploração e investimento, por grandes rubricas, a serem submetidos à
aprovação do Ministro das Finanças, sob proposta do ministro da respectiva área de
subordinação.

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O orçamento não faz parte integrante do Orçamento de Estado nem incide sobre ele qualquer
acto de aprovação parlamentar.

A fiscalização da execução do orçamento compete ao Conselho Fiscal (lei 17/91, artº 14º/
alínea c).

Para poderem ter um orçamento próprio, as empresas públicas têm competência para cobrar
receitas provenientes das suas actividades ou que lhes seja facultada nos termos dos estatutos
ou da lei, bem como realizar as despesas inerentes à prossecução do seu objecto (lei 17/91,
artº 19º).

3.6. Autonomia Patrimonial

A existência de autonomia patrimonial significa que é apenas o património da empresa que


responde pelas suas dívidas (lei 17/91, artº 16º/ nº 4: vide art.19, n.º 4,da lei n.6/2012 de 8 de
fevereiro) excluindo-se os bens de domínio público sob administração da empresa pública.

O património da empresa pública é o limite da garantia dos credores. Esta não pode exercer-
se sobre os bens do domínio público administrados pelas empresas, bens esses cuja
titularidade é do Estado ou de outras pessoas colectivas públicas. É o caso dos portos,
aeroportos, linhas férreas, minas, etc.

Os bens que integram o património da empresa podem ser penhorados e executados


judicialmente bem como podem ser constituídas, sobre eles, garantias reais de modo a
privilegiar determinados credores numa eventual execução.

No entanto, o regime de autonomia patrimonial das empresas públicas não permite a sua
falência ou insolvência não sendo possível liquidação concursal plena do seu património por
iniciativa dos credores.

3.7. Criação e Extinção da Empresa Pública

Nos termos do n.º 1 do art. 3 da Lei 17/91 de 3 de agosto (vide lei n.º 6/2012 artigo 3 n.º 1) a
criação de empresas publicas é competência Central do Estado designadamente o conselho de
Ministros e fá-lo por via de decreto que por sinal é um acto administrativo, e impugnável no
Tribunal Administrativo.

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A extinção de empresas públicas não se difere de empresas estatais, ou seja elas obedecem o
mesmo princípio de que quem criou é igualmente competente para extinguir. Nos termos da
lei anterior nomeadamente a lei n.17/91 no seu artigo 30, estão previstas as 3 formas de
extinção de uma empresa pública designadamente a fusão, a cisão e liquidação.

Qualquer destas três formas de extinção é da competência do órgão que criou a empresa em
questão, mediante o competente diploma legal (artº 31º).

3.8. Órgãos das Empresas Públicas

Os órgãos obrigatórios das empresas públicas segundo a lei vigente no seu N. 1 do art.º. 11
são:

Conselho de Administração – 5 a 7 elementos, incluindo um representante do Ministério


das Finanças ou da Comissão Nacional do Plano e um representante eleito pelos
trabalhadores. O seu Presidente é nomeado e exonerado pelo Conselho de Ministros; os
restantes membros são nomeados e exonerados pelo ministro da respectiva área de
subordinação. Os mandatos são de três anos, renováveis.

O Conselho de Administração é o órgão executivo com “todos os poderes necessários para


assegurar a gestão e o desenvolvimento da empresa” (artº 11º), destacando-se, para isso

b) Aprovar as políticas de gestão da empresa

g) Aprovar a aquisição e a alienação de bens e de participações financeiras quando as


mesmas se encontrem previstas nos orçamentos anuais aprovados e dentro dos limites
estabelecidos pela lei ou pelos estatutos

i) Representar a empresa em juízo ou fora dele, activa e passivamente

j) Coordenar toda a actividade da empresa, dirigir superiormente os seus serviços e gerir tudo
quanto se relaciona com o objectivo da empresa.

Sempre que se revele necessário, (artº 12º / nº 1) o Conselho de Administração poderá


nomear directores executivos fixando-lhes o âmbito da sua actuação.

Conselho Fiscal – tem essencialmente a função de fiscalizar internamente as áreas


administrativas e financeiras da empresa incluindo das actividades do conselho de

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Administração é composto de 3 a 5 elementos, nomeados por despacho do Ministro das
Finanças, ouvido o ministro da área de subordinação, por períodos de cinco anos, renováveis
(artº 14º / nº 2).

Destacam-se, das suas competências:

c) Examinar periodicamente a contabilidade da empresa e a execução dos orçamentos

d) Pronunciar-se sobre os critérios de avaliação de bens, de amortização e de reintegração de


provisões e reservas e de determinação de resultados

f) Pronunciar-se sobre o desempenho financeiro da empresa, a comodidade e eficiência da


gestão e a realização dos resultados e benefícios programados.

3.9. Intervenção do Governo

O estatuto de autonomia das empresas públicas impede um controlo de ordem hierárquica.

O controlo governamental exerce-se através da tutela e superintendência, figuras compatíveis


com a autonomia da entidade controlada. Os poderes são os da intervenção e da fiscalização
(mas não em poderes de orientação da entidade controlada).

Os poderes de tutela e superintendência são só os que estão previstos na lei, não se


presumindo. Na relação hierárquica, pelo contrário, o Estado pode intervir com todos os
poderes que decorrem de uma relação especial de sujeição (era o caso das empresas estatais –
Lei 2/81, artº 1º / 1 “Estado que as cria, dirige e afecta os seus recursos materiais…”).

4. A gestão económica da empresa pública

A lei base das empresas públicas debruça-se sobre alguns princípios que vão delinear aquilo e
a gestão de empresas públicas nomeadamente o princípio da economicidade, eficiência e
planeamento.

a) Princípio da economicidade

O princípio da economicidade exige o lucro empresarial, ou seja, o excedente. Os preços


praticados pela empresa devem, portanto, ser superiores aos preços de custo. Ficam, no
entanto, salvaguardadas as situações em que seja necessário o apoio financeiro do Estado
(preços políticos) sempre que a empresa desempenhe uma função económica eminentemente

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social (ex. transportes públicos) ou pretenda, através dela, aumentar o volume de exportações
(Lei 17/91 - artº 21º / nº 2, alínea b).

b) Princípio da eficiência

Este princípio obriga a um aproveitamento racional dos meios humanos e materiais,


Minimizando os custos de produção (artº 21º / nº 2, alínea f). É o corolário do princípio da
economicidade que possibilita criar as condições de rentabilidade das empresas.

c) Princípio de Planeamento

Este princípio visa a perspetivação racional da gestão da empresa anual e a médio prazo.
Pretende-se que os seus órgãos se habituem a calcular racionalmente as suas decisões de
acordo com a conjuntura económica nacional e internacional. Requer-se, assim, uma
capacidade de estabelecer estratégias de gestão (artº 22º, alínea b).

5. Entidades públicas empresarias


 Televisão de Moçambique (TVM);
 Rádio Moçambique (RM)
 Imprensa Nacional de Moçambique (INM);
 Eletricidade de Moçambique (EDM);
 Aeroportos de Moçambique (AM);
 Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM);
 Correios de Moçambique (CM);
 Hidráulica de Chókwè (HC).
 Balcão de Atendimento Único (BAÚ).

6. Princípio do bom governo

De acordo com o Decreto-Lei nº 133/2013 de 3 de Outubro, o princípio do bom governo das


empresas do Setor Empresarial do Estado (SEE) é um conjunto de regras e princípios que
visam assegurar a melhoria e transparência do governo societário. O objetivo é garantir que
as empresas públicas sejam geridas de forma eficiente, transparente e responsável, com a
finalidade de maximizar o valor para os acionistas e para a sociedade em geral.

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O Decreto-Lei nº 133/2013 de 3 de Outubro estabelece um conjunto de princípios de bom
governo que devem ser seguidos pelas empresas do SEE. Esses princípios incluem a
transparência, a responsabilidade, a equidade, a prestação de contas e a ética. Além disso, o
decreto-lei estabelece que as empresas do SEE devem ter uma estrutura de governança clara e
eficiente, com um conselho de administração independente e um sistema de remuneração
justo e transparente.

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CAPÍTULO 3. CONCLUSÃO

7. Conclusão

Chegando ao fim deste trabalho, ficou evidente que o Estado Moçambicano faz-se presente
na área económica possuindo empresas que visa gerar economia para a estabilidade
económica do país.

Estas empresas são criadas por lei, com tutela jurídica própria e um regime jurídico
estabelecido por lei para a sua prossecução.

Vimos que o princípio do bom governo do SEE consiste na transparência e no atendimento


das demandas previstas.

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8. Referências bibliográficas

www.scribd.com, visitado no dia 10 de Outubro de 2023.

Legislações:

 Lei n.º 6/2012, de 8 de Fevereiro.


 Lei n.º 17/91 de 3 de agosto.
 Decreto-Lei nº 133/2013, de 3 de Outubro.

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