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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

LICENCIATURA EM DIREITO

2ºANO – LABORAL - 1 GRUPO

CADEIRA: DIREITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Chimoio, 2022
INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Realizado por:

Fernanda José

Melissa Alexandre

Paulo João Joaquim

Vanessa da Silva Pack

Docente:

Dr. Abias Armando

LICENCIATURA EM DIREITO

2ºANO – LABORAL - 1° GRUPO

CADEIRA: DIREITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Chimoio, 2023
Índice Pág.

Capítulo I. Introdução................................................................................................................4

1. Objectivos.......................................................................................................................5

1.1. Objectivo geral.........................................................................................................5

1.2. Objectivos específicos.............................................................................................5

2. Metodologia de pesquisa.................................................................................................5

Capitulo II. Responsabilidade civil da Administração Pública..................................................6

1. Elementos........................................................................................................................6

1.1. Pressupostos gerais da responsabilidade civil.........................................................6

2. Evolução..........................................................................................................................7

3. Responsabilidade objetiva...............................................................................................8

4. Responsabilidade subjetiva.............................................................................................8

4.1. Força maior e caso fortuito......................................................................................9

4.2. Danos de obra pública..............................................................................................9

5. Atos legislativos..............................................................................................................9

6. Atos jurisdicionais.........................................................................................................10

6.1. Ação de reparação de danos: Particular x Administração.....................................10

6.2. Ação regressiva Administração e agente público..................................................10

Conclusão.................................................................................................................................11

Referências bibliográficas........................................................................................................12
Capítulo I. Introdução

O Presente trabalho é concernente de Responsabilidade civil do Estado no âmbito da


Administração Pública que se encontra a sua acomodação Constitucional de forma
inequívoca nos termos da CRM.

No que refere a responsabilidade Civil do Estado quer-se explicar sob prisma da


Administração Pública, visto que seria vago apenas referir o Estado porque ele possui muitas
instituições concernente aos diferentes poderes que ele detém.

De acordo com o módulo em alusão, importa referir que vai abarcar a origem da
responsabilidade civil e do Estado em particular e os seus pressupostos gerais o conceito de
responsabilidade civil, responsabilidade civil do Estado, o conceito do Estado, Administração
Pública, a espécie da responsabilidade civil no geral, e os seus processos evolutivos no seu
campo histórico. Também vai debruçar sobre os fundamentos da responsabilidade que são a
subjetiva e objetiva.

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1. Objectivos
1.1. Objectivo geral
 Compreender Responsabilidade Civil da Administração Pública.

1.2. Objectivos específicos


 Explicar os pressupostos gerais da responsabilidade civil;
 Expor a evolução da responsabilidade civil da Administração;
 Tratar da responsabilidade objetiva e subjectiva.

2. Metodologia de pesquisa

Para a execução deste trabalho de pesquisa recorreu-se ao método bibliográfico e a


legislações competentes para o efeito.

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Capitulo II. Responsabilidade civil da Administração Pública

Obrigação de indenizar um dano patrimonial ou moral decorrente de um fato humano.

Segundo Sílvio Rodrigues – A responsabilidade civil é a obrigação que pode incumbir uma
pessoa a reparar o prejuízo causado a outra, por fato próprio, ou por facto de pessoas ou
coisas que dela dependam, o termo responsabilidade é Dever jurídico, em que se coloca a
pessoa, seja em virtude de contrato, seja em face de fato ou omissão, que lhe seja imputado,
para satisfazer a prestação convencionada ou para suportar as sanções legais, que lhe são
impostas. Onde quer, portanto, que haja obrigação de fazer, dar ou não fazer alguma coisa, de
ressarcir danos, de suportar sanções legais ou penalidades, há a responsabilidade, em virtude
da qual se exige a satisfação ou o cumprimento da obrigação ou da sanção.

1. Elementos
 Atuação lesiva, culposa ou dolosa do agente.
 Ocorrência de um dano patrimonial ou moral.
 Nexo de causalidade entre o dano havido e a conduta do agente

1.1. Pressupostos gerais da responsabilidade civil

Os actos ilícitos são aqueles que contrariam o ordenamento jurídico lesando o direito
subjectivo de alguém. É ele que faz nascer à obrigação de reparar o dano e que é imposto
pelo ordenamento jurídico.

O Código Civil Moçambicano estabelece a definição de factos ilícito em seu artigo 483:
“Aquele que, com dolo ou mera culpa, violar ilicitamente o direito de outrem ou qualquer
disposição legal destinada a proteger interesses alheios fica obrigado a indemnizar o lesado
pelos danos resultantes da violação”.

Através da análise deste artigo é possível identificar os elementos da responsabilidade civil,


que são: ilicitude, a conduta culposa do agente, nexo causal, dano e culpa. Este artigo é a base
fundamental da responsabilidade civil, e consagra o princípio de que a ninguém é dado o
direito de causar prejuízo a outrem.

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Na lição de Fernando Noronha, para que surja a obrigação de indemnizar é necessário os
seguintes pressupostos:

 Que haja um facto (uma acção ou omissão humana, ou um facto humano, mas
independente da vontade, ou ainda um facto da natureza), que seja antijurídico,
isto é, que não seja permitido pelo Direito, em si mesmo ou nas suas
consequências;

 Que o facto possa ser imputado a alguém, seja por dever a actuação culposa da
pessoa, seja por simplesmente ter acontecido no decurso de uma actividade
realizada no interesse dela;

 Que tenham sido produzidos danos;

 Que tais danos possam ser juridicamente considerados como causados pelo acto
ou facto praticado, embora em casos excepcionais seja suficiente que o dano
constitua risco próprio da actividade do responsável, sem propriamente ter sido
causado por esta.

2. Evolução

No passado o Estado não respondia pelos seus actos, principalmente na época do


absolutismo, cujos monarcas julgavam-se estar acima da lei, o que originou a
expressão L’État c est moi traduzindo significa o Estado sou eu. O que havia eram acções dos
administradores contra o funcionário público causador do dano não cabendo ao Estado
responsabilidade alguma pela acção de seus funcionários.

A Revolução Francesa de 1789 teve um papel fundamental para o surgimento do direito


administrativo rompendo com os excessos, com o autoritarismo decorrente do despotismo
monárquico, ocasião em que a hipótese de se atribuir qualquer falha ou dano ao Estado por
reflexo significaria responsabilizar o rei impingindo-lhe falibilidade, o que de certo modo
representaria uma afronta, percebe-se assim, que a ideia de responsabilidade patrimonial por
parte do Estado toma força a partir da implantação das teorias pregadas durante o Iluminismo
favoráveis à separação dos poderes ao constitucionalismo, República e democracia.

 Irresponsabilidade do Estado: Não responsabilização do governante, “the king


can do no wrong”.
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 Responsabilidade com culpa civil comum do Estado (subjetiva): obrigação de
indenizar quando os agentes agirem com dolo ou culpa, cabendo ao particular
demonstrar a existência desses elementos subjetivos.
 Teoria da culpa administrativa: o dever de indenizar o dano só existe caso seja
comprovada a existência de falta no serviço.
 Teoria do risco administrativo: obrigação de reparar o dano injustamente sofrido
pelo particular, bastando que exista o dano sem que para ele tenha concorrido o
particular.
 Teoria do risco integral: basta existir o dano e o nexo causal para que surja a
obrigação de indenizar, mesmo se decorrente de culpa exclusiva do particular.

3. Responsabilidade objetiva
 Reconhece a desigualdade jurídica entre o particular e o Estado.
 Responsabilidade civil objetiva aplica-se à Administração direta, autarquias e
fundações. Atinge ainda as EP e SEM prestadoras de serviço público, mas não
inclui as exploradoras de atividade econômica.
 A responsabilidade civil objetiva das concessionárias e permissionárias de
serviços públicos somente abrange as relações jurídicas entre elas e os usuários
do serviço público, não se aplicando a terceiros não-usuários.

O Estado não pode ser responsabilizado senão quando o agente estatal estiver a exercer sua
função, ou a proceder como se estivesse a exercê-la.

 A responsabilidade objetiva só se aplica para AÇÃO de agentes, não se aplicando


para a omissão. A responsabilidade da Administração fica excluída na hipótese de
ser demonstrada culpa exclusiva do particular (o ônus de provar é da
Administração).
 A responsabilidade da Administração não é sempre objetiva.

4. Responsabilidade subjetiva
 Aplica-se nos casos de danos causados por atos de terceiros ou fenômenos da
natureza.
 Há necessidade de comprovação de omissão culposa da Administração
(imprudência, imperícia ou negligência). Deve-se provar que a atuação normal da

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Administração teria sido suficiente para evitar o dano. A pessoa que sofreu o dano
deve demonstrar nexo causal direto e imediato entre a falta/deficiência na
prestação do serviço e o dano por ela sofrido.

4.1. Força maior e caso fortuito


 Força maior: evento externo, estranho a qualquer ato da Administração.
 Caso fortuito: evento interno, decorrente de uma atuação da Administração.
 Nas hipóteses de responsabilidade subjetiva por omissão, a força maior e o caso
fortuito são excludentes da obrigação de indenizar. Contudo, para se caracterizar a
culpa administrativa, a culpa tem que ser inescusável.
 Nexo causal: se não existe o nexo entro a atuação da Administração e a lesão, fica
afastada a responsabilidade civil objetiva.
 Ao contrário da força maior, no caso fortuito não pode ser excluída a
responsabilidade da Administração, pois o dano decorreu de uma ação desta.

4.2. Danos de obra pública


 Se o dano foi causado por fato só da obra, a responsabilidade é objetiva, seja da
Administração ou de quem esteja executando a obra. Nesses casos, a
Administração responde pelo dano independentemente de culpa de sua parte.
 Em casos de má-execução, o executor da obra é quem responde. Se for um
particular contratado, o mesmo responde civilmente perante a pessoa prejudicada
caso tenha atuado com dolo ou culpa.
 Poderá ser imputado o dano de má execução à Administração e ao particular
concorrentemente, havendo redução proporcional da responsabilidade do
particular.

5. Atos legislativos
 Em regra, não acarretam responsabilidade extracontratual ao Estado.
 Estado atua com soberania, não podendo ser responsabilizado por sua função
legislativa.
 Edição de leis inconstitucionais: se assim declaradas pelo STF e efetivamente
causado dano ao particular, pode surgir a responsabilidade do Estado.

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 Leis de efeitos concretos (não dotadas de generalidade, impessoalidade e
abstração): ocorre também nesse caso a responsabilidade civil do Estado.
6. Atos jurisdicionais

Regra geral: irresponsabilidade do Estado nestes atos, mas nos atos não jurisdicionais
praticados no Judiciário incide normalmente a responsabilidade extracontratual objetiva da
Administração, na modalidade risco administrativo.

Erro judiciário na área criminal: responsabilidade objetiva, independente de dolo ou culpa do


magistrado. Não alcança a esfera cível (sentença civil) não relacionada a esta.

Responsabilidade do juiz: é pessoal, alcançando suas condutas dolosas e não eventuais erros
decorrentes de culpa.

6.1. Ação de reparação de danos: Particular x Administração


 Poderá se dar amigavelmente ou por meio de ação de indenização em face da
Administração Pública, e não contra o agente do dano.
 Caberá ao particular demonstrar a relação causa-consequência entre o fato lesivo e
o dano e o valor patrimonial desse dano. Para a Administração se eximir, deve
comprovar que a vitima concorreu com dolo ou culpa para o evento danoso.
 Atinge o que efetivamente se perdeu, os danos emergentes e os lucros cessantes.

6.2. Ação regressiva Administração e agente público

A Administração deve comprovar dolo ou culpa na atuação do agente (responsabilidade


subjetiva do agente, modalidade culpa comum).

 A obrigação de ressarcir transmite-se aos sucessores do agente e a ação regressiva


pode ser ajuizada mesmo depois de ter sido alterado/extinto o vínculo entre o
servidor e a Administração. A ação de ressarcimento é imprescritível.

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Conclusão
O trabalho feito tratava sobre a responsabilidade civil do Estado e viu que a responsabilidade
civil do Estado divide-se de duas forma, responsabilidade civil no sentido subjectivo e no
sentido objectivo. Portanto, a responsabilidade civil, também denominada responsabilidade
extracontratual, tem sua origem no Direito Civil consubstancia-se na obrigação de indenizar
um dano patrimonial ou moral decorrente de um fato humano.
Ao concluir este presente trabalho viu se també863 A`Q1S569=-754780
que a responsabilidade civil o Estado está equiparado ao cidadão comum, A administração
Pública responde pelos actos ilegais dos seus órgãos, funcionários e agentes no exercício da
suas funções de que resulte danos a terceiros, nos mesmos termos da responsabilidade civil
do Estado, sem prejuízo do respectivo direito de regresso, nos termos da lei”. A
responsabilização do Estado, na actualidade, pelos prejuízos causados pelo seu pessoal não
sofre contestação a nível mundial, estruturando Estado, e daí a sua consagração a ou seja, o
Estado só indeniza se tiver culpa, sendo ônus da prova imputado a quem a alega.

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Referências bibliográficas

Legislação

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Constituição da República de Moçambique, Escolar


Editora, 2018.

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Código Civil, actualizado pelo Decreto-Lei n.º 2/2009,


de 24 de Abril.

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Decreto 30/2001 de 15 de Junho.

ALVIM, Agostinho, Da inexecução das obrigações e suas consequências. São Paulo:


Saraiva, 1980.

BITTAR, Carlos Alberto. Curso de direito civil. 1ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 1994.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Direito Administrativo. Ed 10ª. Rio de Janeiro, 2003.

CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de responsabilidade civil. 9ª. Ed, Atlas Editora, São
Paulo, 2010.

CRETELLA JÚNIOR, José. Manual de Direito Administrativo: 7ª ed. Rio de Janeiro, 2000.

MACIE, Albano, Lições de Direito Administrativo vol 1, Editora escolar, Maputo,


Moçambique, 2012.

PRATA, Ana, Dicionário Jurídico, 5ªedicao, Almedina Editores, Coimbra 2013

TELLES, Inocêncio Galvão, Direito das Obrigações, 7.ª Edição, Coimbra Editora, Coimbra,
2014.

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