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DELEGAÇÃO DE CHIMOIO
LICENCIATURA EM DIREITO
Chimoio, 2023
INSTITUTO SUPERIOR MUTASA
DELEGAÇÃO DE CHIMOIO
Discentes:
Euripedes Josué
Herdinato Joaquim
Docente:
LICENCIATURA EM DIREITO
Chimoio, 2023
Índice
I. Introdução...........................................................................................................................4
1. Objectivo geral................................................................................................................5
2. Objectivos específicos.....................................................................................................5
3. Metodologia....................................................................................................................6
1.2. Irregularidade...........................................................................................................9
IV. Conclusão......................................................................................................................13
V. Referências........................................................................................................................14
I. Introdução
O presente trabalho tem como esboço valores negativos dos negócios jurídicos desta forma,
irá se tratar sobre o quadro dos valores negativos dos negócios jurídicos, autonomia da
inexistência jurídica e seu regime jurídico, irregularidade e actos jurídicos simples.
4
1. Objectivo geral
2. Objectivos específicos
5
3. Metodologia
Pesquisa bibliográfica – segundo Lakatos e Marconi (2003 p. 183), a pesquisa
bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto,
mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a
conclusões inovadoras.
6
II. Valores Negativos dos Negócios Jurídicos
1. Quadro dos valores negativos
Sendo múltiplos e bem diversos os vícios que podem estar na origem desse desvalor, não
custa admitir que não seja unitário o seu regime. Interessa apurar se, nesta base, se podem
identificar categorias dogmáticas diferentes, a partir das quais deva ser exposto o regime da
invalidade.
Partindo da multiplicidade dos factores aqui relevantes, a ordenação dos valores negativos do
negócio jurídico pode fazer-se em função da maior ou menor gravidade dos vícios que o
afectam, quando projectada na sua função.
Para alguma doutrina, a categoria jurídica invalidade permite cobrir todos os valores
negativos do negócio para além da irregularidade. Segundo outros autores, nem todos os
casos em que o negócio tende a ser afastado da ordem jurídica podem ser reduzidos à
categoria genérica invalidade. Esta qualificação só quadra a certas situações de
desconformidade do negócio com o modelo legal, contrapondo-se-lhe a inexistência jurídica.
7
c. Desconformidade da realidade com o tipo de negócio considerado ou com qualquer
outro1.
É aos últimos dois casos que quadra o regime de inexistência jurídica, pois no primeiro
verifica-se uma situação de inexistência material do negócio pretendido 2.
Os autores que defendem uma posição negativista em relação à inexistência consideram que
as situações nela enquadráveis podem, afinal, reconduzir-se, ou a casos de inexistência
material do acto [hipótese da alínea a) acima referida], ou à nulidade [como aconteceria nas
alíneas b) e c)]3.
Por seu lado, os autores que admitem a inexistência como categoria a se, mas não a
delimitando da invalidade, tratam-na como uma das suas modalidades.
Assim, o Código Civil trata em conjunto, numa secção que começa no art. 285º, da nulidade e
da anulabilidade. Para além de algumas disposições específicas de cada uma dessas formas de
invalidade, a maior parte das normas da referida secção aplica-se indistintamente à nulidade e
à anulabilidade.
Deve entender-se que constitui afloração do mesmo instituto o regime estatuído nos arts. 245º
e 246º do CC para a declaração não séria, a coacção física e a falta de consciência da
declaração.
A análise conjunta das normas atrás citadas revela um regime comum que deve ser visto
como o tratamento típico da inexistência, mesmo de iure condito. Assim:
1
Rui de Alarcão, A Confirmação, pág. 34.
2
I. Galvão Telles, Manual, (3.ª ed.), pág. 355.
3
Rui de Alarcão, A Confirmação, págs. 34.
4
I. Galvão Telles, Manual, pág. 357.
8
1.2. Irregularidade
A diferença entre estes dois institutos resulta do facto de, na irregularidade, tratando-se de
vício menos grave, o negócio poder subsistir na ordem jurídica. Dito por outras palavras, ele
é válido, mas a lei não pode também desconhecer o vício existente e comina sanções
especiais para as partes. Nelas se consubstancia o regime da irregularidade5.
Essas sanções assumem a mais diversa natureza, ultrapassando mesmo, em certos casos, o
próprio campo do Direito Civil, podendo revestir natureza administrativa e disciplinar 6.
Basta analisar aqueles dois preceitos para se verificar como as sanções próprias da
irregularidade negocial podem ser de diversos tipos. Enquanto no primeiro se limitam alguns
efeitos do casamento que gera, em lugar da emancipação plena, uma emancipação restrita, no
segundo há sanções de carácter patrimonial (perda do direito a certos bens) e até uma
situação de incapacidade particular.
Ao delimitar a figura central dos actos jurídicos – o negócio jurídico –, houve oportunidade
de salientar que em certos actos voluntários a produção dos efeitos se verifica
independentemente de a vontade do seu autor se dirigir a eles. São os chamados actos
jurídicos simples, também denominados actos jurídicos stricto sensu7.
O Código Civil, depois de regular largamente o negócio jurídico, dirige aos actos não
negociais um único preceito (art. 295.º) e limita-se, nele, a mandar aplicar-lhe, até onde a
analogia o permita e justifique as disposições que regem o negócio.
5
I. Galvão Telles, Manual, págs. 369-370; vd. Oliveira Ascensão, Teoria Geral, vol. II, págs. 331, 375, 376 e
399; e Menezes Cordeiro, Tratado, vol. I, T. I, págs. 870-871.
6
Essa sanção pode ser uma multa, por exemplo.
7
Também se usa a terminologia simples acto jurídico (cfr., v.g., C. Mota Pinto, Teoria Geral, pág.
357).
9
1. Noção de Acto Jurídico Simples
O acto jurídico simples configura-se como o acto humano voluntário, em que a vontade
apenas é relevante para o Direito enquanto dirigida à conduta, em si mesma, não tendo,
portanto, de visar também os efeitos que a lei desse acto faz decorrer. Esta nota tem de ser
entendida em função do papel que é atribuído à vontade funcional no negócio jurídico.
A partir daí, é certo que no acto jurídico simples basta que o agente queira a conduta, à qual
são ligadas, pela lei, certas consequências de direito, independentemente de, quanto a elas, se
dirigir ou não a vontade do agente.
Nos actos jurídicos simples, a produção dos efeitos previstos na norma depende de actos de
estrutura mais simples do que o negócio. Para a sua verificação basta que ocorra um
comportamento voluntário do homem, prescindindo a lei, neste caso, do conteúdo dessa
vontade.
Considera-se, em primeiro lugar, uma classificação defendida por Mirabelli e que alguma
doutrina italiana adopta, a qual distingue, fundamentalmente, três categorias de actos
jurídicos simples: actos exteriores, actos com elemento interior e participações8.
São actos exteriores aqueles em que não tem qualquer relevo um elemento de carácter
psicológico. Os actos com elemento interior caracterizam-se por a lei não tomar apenas em
consideração o evento exterior, mas também um elemento interior, de ordem psíquica.
Segundo Mirabelli, a natureza desse elemento interior só pode ser fixada quanto a cada uma
das categorias de actos que integram este termo da classificação. Finalmente, as participações
são actos através dos quais o agente comunica, notifica, ou faz saber a outrem um certo
conteúdo de pensamento. Estes actos consistem, assim, numa declaração por via da qual o
seu autor torna conhecido o que pensa ter acontecido ou pode vir a acontecer.
8
L’atto non negoziale nel diritto privato italiano, 1955, págs. 19 a 22. Esta classificação baseia-a
Mirabelli nos estudos dos tratadistas alemães Manigk e Klein.
10
Actos com elemento interior a fixação do domicílio, a ocupação, a gestão de
negócios;
Actos de participação compreendem uma multiplicidade de actuações que na lei e na
doutrina se referem sob designações diversas, como notificações, comunicações, etc.
Não é esta, porém, a doutrina dominante, tanto em Itália, como na Alemanha, mas a que
reparte os actos jurídicos simples em duas categorias:
9
Teoria Geral, vol. II, págs. 9-10. 5.
10
Teoria Geral, pág. 358.
11
Teoria Geral, vol. II, págs. 493-494.
12
Tratado, vol. I, T. I, pág. 480.
13
Teoria Geral, pág. 406.
14
Código Civil, vol. I, pág. 270.
11
perfilhação (arts. 1849º e seguintes), a confissão (arts. 352º e seguintes), a notificação ao
preferente (art. 1410º).
12
IV. Conclusão
Quando ao acto jurídico simples compreendeu-se que é um acto humano voluntário, em que a
vontade apenas é relevante para o Direito enquanto dirigida à conduta, em si mesma, não
tendo, portanto, de visar também os efeitos que a lei desse acto faz decorrer.
13
V. Referências
Fernandes, Luís Alberto Carvalho. Teoria geral do direito civil. – 5. ed. – Lisboa:
Universidade Católica Editora, 2010.
14