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1. NTRODUÇÃO 1
3. CONCLUSÃO 13
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 14
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I1. NTRODUÇÃO
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A partir dessa perspectiva, o autor define a consciência que o ser humano possui de seu
género, ou seja, a percepção que possui de seu perecimento a humanidade, de uma essência
comum que une a todos os humanos, como a diferença entre a espécie humana e os demais
animais. O animal possui a capacidade de perceber a si próprio (enquanto indivíduo) e os
objectos exteriores a si, mas o homem, além dessas características, consegue apreender o seu
próprio género, transformando-o em objecto, o que origina o conhecimento. Segundo ele, “a
ciência é a consciência dos géneros” (FEUERBACH, 2007, pg. 35), ou seja, a partir da consciência
da própria espécie como um género, como um grupo com características comuns que os
definem, é possível elaborar o conhecimento de todos os outros objectos presentes no mundo
(FEUERBACH, 2007).
É nesse contexto que é possível notar a capacidade do ser humano de conversar consigo
próprio, de ser, simultaneamente, eu e tu. Isso ocorre devido a percepção do género, em que o
ser humano constitui uma vida dupla, na qual há uma relação com o mundo exterior e também
com o mundo interior, já que o “homem pode exercer a função de género do pensar, do falar
(porque pensar e falar são legítimas funções de género) sem necessidade de um outro”
(FEUERBACH, 2007, pg. 36).
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encontra o infinito e o ilimitado na criação e manutenção da sociedade, pois colectivamente a
espécie humana é capaz de superar tais aspectos encontrados na perspectiva individual
(MARTINS, 2013).
A respeito disso, Feuerbach (2007, pg. 105) descreve que “Somente através do outro
torna-se o homem claro para si e consciente de si mesmo”. É na relação intersubjetiva que o
homem reconhece a si e inicia a compreensão sobre o mundo que o cerca.
Em Feuerbach (2007) nota-se que o ser humano só percebe a si próprio a partir de sua
relação com os objectos. Para o autor, “a consciência do objecto é a consciência que o homem
tem de si mesmo” (FEUERBACH, 2007, pg. 38). É a partir da relação com o mundo exterior que
o homem é capaz de se diferenciar do mesmo e perceber-se como humano. O ser humano se
revela a partir da maneira como descreve os objectos com os quais tem contacto.
Tal descrição pode sugerir certo relativismo quanto ao conhecimento, o que não se
confirma na perspectiva do autor. A essência do homem torna-se uma ponte para conhecer os
outros objetos, pois é a partir do que é comum entre o homem e o objecto que se inicia o
processo de conhecimento do mundo exterior, o que permite ainda, após notar as semelhanças
com a essência humana, perceber também a individualidade do obj eto observado
(MARTINS, 2013). Por ter sido gerado pela natureza, é somente por meio dela que o homem se
afirma e se reconhece como existente. É nela que a consciência se manifesta e se origina, por
meio dos sentidos. Ao recusar o acesso ao mundo pela sensibilidade, deixa-se de acreditar na
própria vida humana, visto que ela faz parte da natureza (SANTOS, 2016).
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Para Feuerbach (2007), a religião utiliza como seu objeto o que há na essência humana,
especificamente aquilo que a difere da essência animal. Assim, o autor descreve que o ser
humano possui a percepção da infinitude de sua consciência e de sua ilimitada capacidade,
descrevendo que “a consciência do infinito não é nada mais que a consciência da infinitude da
consciência” (FEUERBACH, 2007, pg. 36). É justamente essa característica que a religião
apreende, pois a “religião é a consciência do infinito” (FEUERBACH, 2007, pg. 36), que, segundo
o autor, nada mais é que a consciência infinita do homem objetivada pela religião.
O filósofo então define três características da essência humana, sendo elas a razão, a
vontade e o coração. Esses aspectos são perfeitos, devido a existirem com uma finalidade
baseada em si próprios, pois a razão existe para conhecer, a partir de sua própria manifestação,
o amor (coração) para a capacidade de amar, e a vontade para o exercício da liberdade. Não há,
segundo o autor, a necessidade de justificar tais aspectos da essência humana, já que todos
eles possuem um fim em si mesmo. A razão, a vontade e o amor são elementos que constituem
o homem, tornando-o aquilo que ele é, não necessitando de algo além que satisfaça o gênero
humano, pois suas características o faz autossuficiente (MARTINS, 2013; FEUERBACH, 2007).
Que é o homem?
O primeiro que se dedicou a categorizar os seres, foi Aristóteles. Dentre outros [seres], definiu-
o como sendo um animal racional. Longe disso, o homem é comumente definido como um ser
humano do sexo masculino, um adulto, animal bípede da ordem dos primatas pertencente à
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subespécie Homo sapiens sapiens. O termo Homem, com inicial maiúscula, pode ser utilizado
ainda para se referir ao ser humano de maneira geral, seja ele homem ou mulher.
Mas que é isso de “Ser” e de “Humano”? Não pretendemos problematizar esses termos neste
artigo. Contudo, vamos trata-los como sinônimos de homem.
Este conceito de homem satisfaz-nos de certa forma, mas ainda não é suficiente para podermos
pensar, pelo menos filosoficamente, qual o sentido da vida humana. Pois, omite, a velha e
presente dicotomia Corpo/Alma no conceito de homem.
Assim, filosoficamente, as definições de Homem podem ser agrupados sob os seguinte títulos:
1. Definições que se valem do confronto entre Homem e Deus; 2. Defiições que expressam uma
característica ou uma capacidade própria do Homem; 3. Definições que expressam a
capacidade de autoprojetar-se como algo próprio do Homem.
As definições do primeiro grupo são de natureza religiosa e teológica, mas também
podem ser encontradas em grupos que não têm nada de religioso e teológico. Qualquer
definição desse género basia-se na expressão do Génese: “E Deus disse: façamos o homem à
nossa imagem e semelhança”, (Gên., I, 26). Esta espressão servia frequentemente de ponto de
partida para especulações sobre a alma. Na realidade, ela é a definição explícita do Homem e,
tal foi considerada pelos teólogos da Reforma. Por outro lado, Aristóteles, ao tratar da vida
contemplativa, falou de um “elemento divino” do Homem. Para Hegel, o Homem é
essencialmente Espírito, e o Espírio é Deus. Diz: “Conquanto considerado finito por si mesmo, o
Homem é também imagem de Deus e fonte da infinidade, pois é o fim de si mesmo e tem em si
mesmo o valor infinito e a destinação para a eternidade”, (Gloekner, p. 427 apud Abbagnano
N., Dic. De Fil. p. 597).
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determinação do Homem, considerada própria e fundamental, interpretam-na, explícita ou
implicitamente, como possibilidade, como capacidade ou disposição. Mas, na realidade, já em
Aristóteles está suficientemente claro que a razão é uma possibilidade ou capacidade de juízo,
não uma determinação necessitante, que somente a esse título constitui a definição do
Homem.
Implicitamente, essas três definições do Homem condensam categoricamente a introdução ao
conceito de Homem e o dualismo cartesiano, segundo o qual; o homem é uma dualidade
corpo/espírito. O universo consiste de duas diferentes substâncias: as mentes, ou substância
pensante, e a matéria, a última sendo basicamente quantitativa, teoreticamente explicável em
leis científicas e fórmulas matemáticas. Só no homem as duas substâncias se juntaram em uma
união substancial, unidas porém delimitadas.
Para definir este termo, lançou-se mão de uma série de conceitos, entre os quais há
alguns pontos comuns. Os principais são os seguintes: 1. Princípio do movimentos ou
substância; 2. Ordem necessária ou nexo causal; 3. Exterioridade, contraposta à interioridade
da consciência; 4. Campo de encontro ou de unificação de certas técnicas de Investigação.
A interpretação da Natureza como princípio de vida e de movimentos de todas as coisas
existentes é a mais antiga e venerável, tendo condicionado o uso corrente do termo, “permitir a
ação da Natureza”, “entregar-se a Natureza”, “seguir a Natureza”, e assim por diante, são
expressões sugeridas pelo conceito de que a Natureza é um princípio de vida que cuida bem
dos seres em que se manifesta. Foi nesse sentido que Aristóteles definiu explicitamente a
Natureza, como sendo “o princípio e a causa do movimento e do repouso da coisa à qual ela
inere propriamente e por si, e não acidente, (Aristóteles, Fís. II, 1, 192 b 20 apud Abbagnano N.,
Dic. De Fil. p. 814)”. Como explica o próprio Aristóteles, a exclusão da acidentalidade serve para
distinguir a obra da Natureza da obra do homem.
A Essência [determinismo] refere-se àquilo que faz com que uma coisa seja o que é e
não outra coisa. Ou seja, é o que uma coisa não pode não ser e que é o porquê dessa mesma
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coisa, como quando se diz que o homem é um animal racional, pretendendo-se dizer que o
homem é homem porque é racional.
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Em latim, humanus é a forma adjetival do nome homo, traduzido como Homem (para incluir
machos e fêmeas). Por vezes, em Filosofia, é mantida uma distinção entre as noções de ser
humano (ou Homem) e de pessoa. O primeiro refere-se à espécie biológica enquanto que o
segundo refere-se a um agente racional.
O termo humano é utilizado como sinónimo de ser humano. Como adjectivo, o termo
humano tem significância neutra, mas poderá ser utilizado para enfatizar os aspectos positivos
da natureza humana e ser sinônimo de benevolência (em contraposição com o termo inumano
ou desumano).
2.3 A VALORIZAÇÃO DO SER HUMANO E DA NATUREZA
Isso ocorre precisamente devido a objetivação das qualidades humanas, pois elas são
exteriorizadas em Deus e negadas no homem. Para a religião, o homem é desprovido das
qualidades que alegam estarem presentes apenas em Deus, pois:
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com o intuito de superar os limites impostos pelo mundo, tais como a transitoriedade, a
finitude e a materialidade (CHAGAS, 2010).
Como os cristãos desejam um mundo e uma existência livre das contingências naturais,
atribuem as características positivas do mundo em um ser ilimitado e uma existência absoluta,
livre de tais limitações. Assim, a natureza fica destituída de valor (CHAGAS, 2010).
Apesar dessa tentativa religiosa, pode-se compreender que o ser humano é do modo
como é justamente por ser originado na natureza e ser parte da mesma. O ser humano possui
os sentidos, é temporal, e possui todas as suas características devido à natureza (CHAGAS,
2010).
É relevante ressaltar ainda, que para Feuerbach (2007, pg. 97) “Quanto mais vazia for a
vida, tanto mais rico, mais concreto será o Deus”. O que o autor demonstra é que ao elaborar
uma concepção de Deus, retira-se o valor do mundo e todas as possibilidades do ser humano
perceber e encontrar satisfação na natureza, já que cria a ilusão de que aquilo de que necessita
e que existe na natureza está presente apenas em Deus, numa existência abstracta e vazia.
Feuerbach (2007, pg. 107) descreve que “A essência de Deus [...] nada mais é que a
essência do universo pensada abstratamente”. Para o autor, o universo possui uma essência
em si mesmo, tal como qualquer outro objeto existente, pois tudo o que existe se fundamenta
em sua própria existência. São os predicados atribuídos a eles que demonstram sua existência.
Ao fazer isso, o ser humano desenvolve a concepção de um ser com todos os atributos
desejados, no entanto, irreal. Deus substitui a natureza e a essência humana e,
concomitantemente, o priva de conquistar a realização de suas vontades no mundo real
(CHAGAS, 2010).
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A partir dessa análise, Feuerbach declara que a natureza é a origem do ser humano, e
por isso, é nela que o homem deve buscar sua realização e a compreensão de si mesmo.
Relacionando-se com a natureza e a compreendendo a partir dela própria, numa perspectiva
materialista, o ser humano toma consciência de si (SANTOS, 2016).
Para Feuerbach, a natureza é infinita, pois não tem início e não terá um final, sendo ela
uma espécie de combinações de causas e efeitos, que harmonicamente se mantém. Os seres
vivos e tudo o que existe surge a partir dessa harmonia entre tudo o que há no universo
(SANTOS, 2016).
O ser humano elabora a religião justamente por possuir sensibilidade. É por meio dos
sentidos e de sua relação com o exterior que ele desenvolve a crença em divindades (SANTOS,
2016).
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Para Feuerbach, o homem vive apenas quando se relaciona com a natureza por meio da
sensibilidade. Utilizando dos sentidos o ser humano alcança o prazer e a felicidade. Ao se
afastar dos sentidos, de maneira ascética, o homem nega a si mesmo, afastando-o da vida tal
como ela é (SANTOS, 2016).
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3. CONCLUSÃO
Pode-se concluir, a partir desse trabalho, que a essência do ser humano é notada a
partir de sua distinção em relação aos animais. O homem, diferentemente do animal, possui a
consciência de seu género e de todos os outros tipos de género. Assim, ele desenvolve o
conhecimento de si e do mundo por meio da percepção do que há em comum entre os seres e
objectos, daquilo que os definem.
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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