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Vuvu Diassonama
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 1
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................................................... 3
2.2 CONCEITO................................................................................................................................... 3
4. ANEXO......................................................................................................................................... 10
5. CONCLUSÃO............................................................................................................................... 11
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1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem o objectivo analisar a poligamia como um factor de destituição familiar,
investigando as suas diversas consequências negativas no bem-estar e na coesão familiar. A
poligamia, a prática de ter múltiplos cônjuges ao mesmo tempo, é um tema complexo e
controverso com implicações sociais, culturais e económicas significativas. Neste trabalho,
abordaremos a poligamia como um factor de destituição familiar, explorando as suas diversas
nuances e impactos na dinâmica familiar.
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1.1 OBJECTIVOS
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 DEFINIÇÃO
Poligamia é a união reprodutiva entre três ou mais indivíduos de uma espécie. No reino animal, a
poligamia se refere à relação onde os animais mantém mais de um vínculo sexual no período de
reprodução.
2.2 CONCEITO
Poligamia é a união reprodutiva entre três ou mais indivíduos de uma espécie. No reino animal, a
poligamia se refere à relação onde os animais mantém mais de um vínculo sexual no período de
reprodução. Nos humanos, a poligamia é o casamento ou a união conjugal entre três ou mais
pessoas. Os casos mais típicos são a poliginia, em que um homem é casado com duas ou mais
mulheres, e a poliandria, em que uma mulher vive casada com dois ou mais homens. Mas
também existem casos de poliginandria, em que dois ou mais homens se unem a duas ou mais
mulheres. Não deve confundir-se com o amantismo, que é também comum nas sociedades
humanas, mas em que o laço com um parceiro sexual para além do casamento não é, nem aceite
pela lei, nem na maior parte das vezes, de conhecimento público.
Em 2009, a poligamia era legal ou considerada aceitável por grande parte da população em 32
países, 25 deles em África e 7 na Ásia. A prática cultural da poligamia ao redor do mundo é
menos comum que a prática da monogamia. Em culturas que praticam a poligamia, sua
prevalência entre a população está frequentemente ligada à classe e ao status socioeconômico.
De um ponto de vista legal, em muitos países, embora o casamento seja legalmente monogâmico
(uma pessoa só pode ter um cônjuge e a bigamia é ilegal), o adultério não é ilegal, levando a uma
situação de poligamia de fato permitida, embora sem reconhecimento de "cônjuges" não oficiais.
2.3 HISTÓRIA
Na África, nas Américas e no Sudeste Asiático na Era Pré-moderna, cerca de 1600 a.C. a 600
a.C.; Tanto a monogamia quanto a poligamia ocorriam. A poligamia ocorria mesmo em áreas
onde a monogamia era prevalente. A riqueza desempenhava um papel fundamental no
desenvolvimento da vida familiar durante esses tempos. Riqueza significava que os homens mais
poderosos tinham uma esposa principal e várias esposas secundárias, o que era conhecido
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como poliginia de recursos. Os governantes locais das aldeias geralmente tinham a maioria das
esposas como sinal de poder e status. Os conquistadores das aldeias frequentemente se casariam
com as filhas dos ex-líderes como símbolo da conquista. A prática da poliginia de recursos
continuou com a disseminação e expansão do islamismo na África e no Sudeste Asiático. As
crianças nascidas nessas famílias foram consideradas livres. As crianças nascidas de concubinas
livres ou escravas eram livres, mas tinham menor status do que aquelas nascidos das esposas. Os
arranjamentos variaram entre as áreas. Na África, cada esposa geralmente tinha sua própria casa,
bem como propriedade e animais. A ideia de que toda propriedade era de propriedade do marido
originou-se no Antigo Oriente Próximo e não foi reconhecida na África. Em muitas outras partes
do mundo, as esposas viviam juntas em reclusão, sob uma casa. Um harém (também conhecido
como uma área proibida) era uma parte especial da casa para as esposas.
Laura Betzig argumenta que, "nas seis grandes civilizações altamente estratificadas, as camadas
menos favorecidas eram geralmente monogâmicas, não obstante as elites praticavam a poliginia
de fato. Estes estados incluíam: a Mesopotâmia, o Antigo Egipto, o Império Asteca, o Império
Inca, a Índia Antiga e a China Antiga.
A questão sempre esteve também no centro do debate religioso. O Velho Testamento fala de um
personagem como Jacó, que teve duas mulheres, duas servas e doze filhos (vários deles com as
servas). Essa prole viria a dar origem às doze tribos de Israel. No Judaísmo, a poliginia foi
proibida pelos rabinos, não por Deus. O rabino Gershom ben Judah recebeu o crédito da
proibição da poligamia, que ocorreu somente no século XI d.C. Já os cristãos, reduziram o
número de famílias onde ocorria a poliginia gradativamente após as intervenções dos romanos
na Igreja Católica, já que esses, diferentemente dos antigos hebreus, possuíam hábitos
monogâmicos.
No Islão, por outro lado, ela tem sido praticada desde os tempos pré islâmicos (o
próprio profeta Maomé teve 9 ou 11 casamentos simultâneos. mas as mulheres muçulmanas não
podem se casar mais de uma vez em qualquer situação. Segundo os crentes, a razão para não
permitir que as mulheres muçulmanas tenham mais do que um marido é que o Islã tornou o
homem o chefe da família, e isso iria contra o conceito de família que o Islã quer
promover. O Alcorão sugere a poligamia como uma alternativa ao homem para que tenha muitos
matrimônios. indicando que este deve tomar duas, três ou quatro esposas, porém se não for capaz
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de lidar justamente com elas, deve se restringir a apenas uma esposa. Hoje, continua a ser
adoptado em alguns países muçulmanos e em processo de adopção em outros, o costume é
regulamentado pelo Alcorão que tolera a poligamia e permite um máximo de 4 esposas.
Entre os hindus, o Rig Veda menciona que durante a civilização védica da Índia Antiga, um
homem poderia ter mais de uma esposa. A prática é atestada em épicos
como Ramayana e Mahabharata. Os Dharmashastras permitem que um homem se case com
mulheres de castas inferiores desde que a primeira esposa seja de casta igual a sua. Apesar de sua
existência, era mais comumente praticado por homens de castas mais altas e com status mais
elevado. As pessoas comuns só tiveram permissão para um segundo casamento se a primeira
esposa não pudesse ter um filho.
Na Índia o número de esposas está ligado ao sistema de castas: um Brâmane (clero hindu)
poderia ter quatro esposas na ordem directa das (quatro) castas; Um Xátria (nobreza), três;
Um Vaixá (comerciantes), duas; Um Sudra (servos), uma só. Em 1955 o Parlamento indiano,
como parte de políticas de combate a discriminação com base na casta, tornou a poligamia ilegal
para todos na Índia, excepto para os muçulmanos. Antes de 1955, a poligamia era permitida para
os hindus. A Constituição Indiana rejeita a discriminação com base na casta, em consonância
com os princípios democráticos e seculares que fundaram a nação. As leis de casamento na Índia
dependem da religião das partes em questão.
2.4 CAUSAS
A poligamia faz parte da cultura de várias sociedades humanas, mas tem geralmente causas
económicas. Como consequência das guerras, em que muitos povos estiveram envolvidos e em
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que participavam principalmente os homens, muitas mulheres (e seus filhos) ficavam viúvas (e
órfãos) e uma forma de prestar assistência a essas pessoas sem meios de subsistência, era o
casamento. Outras causas incluem o êxodo rural, em que muitos homens trocam o campo pela
cidade, ou migram para outros países, em busca de emprego, deixando um "excesso" de
mulheres nas aldeias.
África
A poligamia é uma prática frequente na África e no Médio Oriente, uma vez que a
segunda religião no continente africano mais praticada é a muçulmana, sendo esta religião forte
propagadora da prática, devido o livro sagrado dessa fé, o Alcorão, prever que um homem pode
possuir até quatro mulheres, contando que ele consiga dar atenção e boas condições a cada uma
delas. Nesse sentido, a religião entende ser melhor a sinceridade com as parceiras do que a
mentira na relação. Embora a poliginia seja mais comum, a poliandria também existe. Estas
práticas não estão associadas ao patriarcado ou à sociedade matriarcal, ainda existentes em
África, mas às condições de vida na zona rural e principalmente a cultura muçulmana lá
existente, embora possam verificar-se casos isolados na zona urbana. Em 2013, a antiga oposição
líbia aboliu a obrigatoriedade da monogamia, argumentando que a lei de Muammar al-
Gaddafi violava a xaria.
Ásia
Na República da Chechênia, a poligamia foi tornada uma forma legal de casamento. Por outro
lado, no norte da Índia e no Uzbequistão, foram registados casos de poliandria, que também
poderiam ser consideradas uniões múltiplas entre membros de duas famílias.
Brasil
No Brasil a poligamia é considerada crime pelo Código Penal Brasileiro, com pena máxima de 3
anos (para quem compartilha o cônjuge) a 6 anos (para quem tem vários cônjuges) e o casamento
poligâmico não é válido para o nosso Direito de Família, sendo esta escritura nula, nos termos do
artigo 166, por motivo evidentemente ilícito (contra o direito) e por fraudar norma imperativa
que proíbe uniões formais ou informais poligâmicas.
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Em recentes casos o judiciário brasileiro reconheceu a união estável de mais de duas pessoas,
embora a bigamia seja proibida por lei.
No território onde hoje chamam de Brasil, existem povos em que não é incomum a prática da
poligamia. No modelo de poliginia (um homem com duas ou mais mulheres), é conhecido que
ocorre atualmente entre os povos indígenas Xavante, Nambikuára e Tenetehára. Também já foi
comum entre os antigos Tupinambás. Já entre os Xókleng, os modelos de poliandria (uma
mulher com dois ou mais homens) ou de poliginandria (duas ou mais mulheres com dois ou mais
homens) são comuns.
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3. POLIGAMIA COMO FACTORES DE DESTITUIÇÃO FAMILIAR
A poligamia, a prática de ter vários cônjuges simultaneamente, pode ser um factor que contribui
para a destituição familiar, principalmente em contextos socioeconómicos precários. Essa
complexa questão envolve diversos aspectos interligados que fragilizam a estrutura familiar e
afectam o bem-estar de seus membros.
Disputas por recursos: A divisão de bens materiais e herança entre múltiplos cônjuges e filhos
pode gerar conflitos e ressentimentos dentro da família.
Ciúmes e insegurança: A competição pela atenção e afecto do cônjuge pode gerar ciúmes,
insegurança e conflitos entre os membros da família.
Risco de abuso e violência: A poligamia pode aumentar o risco de abuso e violência doméstica,
especialmente contra mulheres e crianças, devido à dinâmica de poder desigual dentro da
família.
Acesso à educação: A necessidade de trabalhar para sustentar a família numerosa pode limitar o
acesso à educação para crianças e mulheres, perpetuando o ciclo de pobreza.
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Qualidade da educação: A falta de recursos financeiros pode afectar a qualidade da educação
recebida pelas crianças, limitando suas oportunidades futuras.
Falta de apoio social: O isolamento social e a falta de apoio de amigos e familiares podem
fragilizar ainda mais a estrutura familiar.
Programas de apoio: Programas que ofereçam educação, orientação familiar, apoio psicológico
e serviços de saúde podem fortalecer as famílias polígamas.
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4. ANEXO
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5. CONCLUSÃO
Feita a investigação e pesquisas chegamos a conclusão que a poligamia pode ser um factor de
destituição familiar, levando a diversos desafios socioeconómicos, psicossociais e educacionais.
É importante considerar as implicações da poligamia para o bem-estar dos membros da família,
especialmente mulheres e crianças, ao analisar sua prática em diferentes contextos sociais e
culturais. considerando as características específicas da família e do contexto social. A
implementação de políticas públicas, programas de apoio e o combate ao estigma social podem
contribuir para a mitigação dos impactos negativos da poligamia.
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6. REFERÊNCIAS BIBILIOGRÁFICAS
Livros:
A Poligamia no Brasil: Entre a Tradição e a Modernidade (2015) por Carla Rodrigues da Silva
Família e Destituição Familiar: Uma Abordagem Psicossocial (2009) por Maria José Costa
Poligamia e Desigualdade Social: Um Estudo Comparativo (2018) por Ana Maria Costa
Artigos Acadêmicos:
"Poligamia e Pobreza: Uma Relação Causal?" (2019) por Fernandes, A., & Oliveira, B.
"O Impacto da Poligamia na Educação e Desenvolvimento das Crianças" (2020) por Pereira, C.,
& Sousa, D.
"Poligamia e Isolamento Social: Um Estudo de Caso" (2017) por Machado, M., & Ribeiro, A.
"Negligência e Abuso em Famílias Poligâmicas: Um Estudo Exploratório" (2018) por Dias, E.,
& Gomes, F.
Site:
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9221-sintese-de-indicadores-sociais.html
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