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contemporânea.
4. Referir indicadores demográficos da vida familiar.
5. Verificar a evolução desses indicadores em Portugal.
6. Caracterizar as funções da escola.
7. Analisar o papel da escola na sociedade contemporânea.
8. Relacionar o grau de escolaridade com a inserção no mercado de trabalho.
9. Referir as novas funções da escola na sociedade do conhecimento.
10. Referir indicadores sobre a escolaridade portuguesa.
11. Verificar a evolução desses indicadores em Portugal.
12. Distinguir tipos de organizações e dar exemplos.
13. Expor as características das organizações.
14. Explicitar em que consiste o conceito de cultura organizacional.
15. Evidenciar o novo conceito de organização na sociedade do conhecimento.
Manual do Módulo S3_Viver em Sociedade
1. A vida familiar
1.1 O conceito de família
Proposta de Trabalho
Na estrutura dos grupos familiares distinguem-se dois tipos de relações básicas entre os seus
membros: a relação de descendência ou consanguínea e a de união ou afinidade. Assim, no
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primeiro caso temos os filhos, os irmãos, os pais e os avós, enquanto que no segundo temos os
cônjuges, os cunhados, os sogros e os enteados.
Em quase todas as sociedades podemos identificar a chamada família nuclear, constituída por
dois adultos de sexo diferente que vivem maritalmente, numa relação reconhecida e aprovada
socialmente, com os seus filhos biológicos e/ou adoptados. Quando com estes elementos
vivem outros parentes (tios, sobrinhos, avós…), fala-se de família extensa.
Já referimos anteriormente que, nas sociedades ocidentais, as famílias são monogâmicas, ou
seja, cada pessoa só pode ser casada com uma outra num dado momento. Noutras
sociedades, porém, pratica-se a poligamia, o casamento de uma pessoa com duas ou mais
pessoas. Quando um homem é casado com mais do que uma mulher, estamos perante a
poliginia, o tipo mais comum de poligamia. Mais rara é a poliandria, quando uma mulher é
casada com mais do que um homem (geralmente um conjunto de irmãos).
Como já foi referido, o modelo de família considerado ideal em cada momento da História e
em cada sociedade não assumiu sempre a sua forma mais pura, pois coexistiram formas
diferentes de organização familiar. Apesar disso, é possível encontrar algumas regularidades e,
acima de tudo, analisar a evolução dos valores, atitudes e comportamentos historicamente
associados a esta instituição. É neste pressuposto que faremos de seguida, em traços muito
gerais, uma contextualização histórica do processo de generalização do modelo de família
nuclear mais comuns nas sociedades ocidentais:
A família anterior à Revolução Industrial era vasta em termos de estrutura, de funções
e de hierarquias. Ao nível da estrutura, o número elevado de filhos – considerado um
factor de prestígio entre as classes altas e de necessidade para o povo, dado que as
crianças cedo começam a trabalhar e a contribuir para o sustento da família – era
apenas contrariado pelas elevadas taxas de mortalidade infantil. No grupo familiar
conviviam várias famílias nucleares de duas ou três gerações: os pais, os filhos
solteiros, os filhos casados e os respectivos cônjuges e filhos. A residência era comum
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«A família actual já não corresponde ao esquema tradicional enaltecido pela sociedade industrial. As gerações já não
coexistem sob o mesmo tecto, e a importância da autoridade paterna decresce à medida que se impõe a afectividade
como valor essencial. Não existe desagregação, mas a mutação profunda da família que, não se limitando a um modelo
único, antes se desdobra em diversas modalidades de que não tínhamos, até agora, nenhuma experiência.
As transformações do nosso século modificaram profundamente o tecido social. (…) O emprego das mães, por exemplo,
retira-lhes tempo para consagrar à família. (…) Como corolário aparece o novo pai, mais à vontade nas tarefas que,
outrora, eram estritamente da alçada da mãe, como os cuidados prestados ao bebé.»
Jean-Pierre Pourtois, Flugutte Desmet e Christine Barras, “Educação Familiar e Parental”in Inovação, vol. 7, 1994
A família nuclear foi atrás descrita na sua forma mais tradicional: uma família constituída por
dois adultos de sexo diferente que vivem maritalmente com os seus filhos biológicos e/ou
adoptados. No entanto, hoje em dia, encontramos diversos tipos de família. Conheçamos,
então, melhor os novos tipos de família que têm surgido nas sociedades ocidentais nas últimas
décadas.
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a. Agregados monoparentais
As famílias monoparentais são constituídas por apenas
um adulto e seu(s) filho(s). Na grande maioria dos
casos, o adulto destas famílias é uma mulher. Existem
várias situações que originam a monoparentalidade: a
separação ou o divórcio, a viuvez, a geração por parte
de uma mulher solteira. Estas famílias ainda são alvo de
discriminação social, nomeadamente as mães solteiras
e divorciadas.
Por outro lado, a custódia partilhada dos filhos começa a
ganhar adeptos, permitindo à mãe e ao pai constituírem dois
agregados familiares autónomos e partilhando os filhos.
Nos restantes casos, trata-se maioritariamente de famílias que
enfrentam uma fragilidade financeira pelo facto de subsistirem
apenas com o rendimento de um adulto, vivendo em
contextos de pobreza e exclusão social.
b. Famílias recompostas
«Por mais estranho que tal possa parecer, a melhor forma de maximizar as oportunidades de casamento é, para ambos
os sexos, ter sido casado anteriormente! As pessoas que já foram casadas e se divorciaram têm mais probabilidades de
voltar a casar do que as pessoas solteiras da mesma idade. Em todos os grupos etários os homens divorciados são mais
propensos a voltar a casar do que as mulheres divorciadas (…). Em termos estáticos, pelo menos, os novos são mais
elevadas do que as taxas dos primeiros.»
Anthony Giddens, op. cit.
c. Coabitação
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d. Casais homossexuais
Proposta de Trabalho
A evolução da instituição familiar pode ser acompanhada através dos seguintes indicadores
demográficos:
nupcialidade (casamentos) ou coabitação,
divórcio
natalidade (número de crianças nascidas por mulher).
natalidade.
Inexistência de uma rede pública
abrangente, de qualidade e com horários
compatíveis à realidade laboral da maioria
dos pais.
«O Estado Novo, não podendo isolar-se em absoluto das novas exigências, teve de escolher (…). Amparando-se na
contraposição entre a “instrução” e a “educação”, aquela como treino do intelecto e esta como formação de carácter,
valorizou a função educativa da escola, em detrimento da sua finalidade instrtutiva. Destinada a incutir a “virtude”, e
não a propiciar o treino profissional ou a transmitir conhecimentos úteis, a escola passa a ser concebida mais como
instrumento vantajoso, de doutrinação do que local de aprendizagem para a vida profissional.»
Medina Carreira, O Estado e a Educação, Cadernos do Público, nº7, s/d
Durante mais de quatro décadas, a escola foi um local privilegiado de doutrinação política e
religiosa, ao invés de um espaço de aquisição de conhecimentos científicos, técnicos,
históricos, etc.
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Medina Carreira, O Estado e a Educação, Cadernos do Público, nº7, s/d
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«Durante a ditadura salazarista, o desenvolvimento educacional foi muito limitado. A escolaridade obrigatória foi
reduzida, de início, para três anos e depois para seis no final da década de [19]60. A política governamental era a de
manter a educação da maioria da população tão limitada quanto possível. As escolas punham o acento tónico na
obediência, submissão, ordem, respeito pelas hierarquias, conformismo, perseverança, gosto pelo trabalho e limpeza. O
sistema educativo era altamente centralizado e estritamente controlado. (…) O menos que se pode dizer é que estas
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políticas tudo faziam para desencorajar uma educação cívica participada e esclarecida.»
Don Davies e tal., As Escolas e as Famílias em Portugal – Realidade e Perspectivas, Livros Horizonte, 1989
«O regime saído da reforma atribuiu a todos os portugueses o direito à educação, mediante o acesso ao s vários graus de
ensino e aos bens da cultura, sem distinções que não se fundassem na capacidade e dos méritos, tornou efectiva a
obrigatoriedade de uma educação básica generalizada, procurou facilitar às famílias o cumprimento do dever de instruir
e educar os filhos.
O sistema educativo de 1973 passou a abranger a educação pré-escolar, a educação escolar e a educação permanente.
O ensino escolar compreendia o ensino básico – primário e preparatório -, o secundário, a formação profissional e o
ensino superior. O ensino básico era obrigatório e com a duração de oito anos.
A institucionalização da educação pré-escolar permitiria assegurar que as situações de privilégio na área da educação se
não consolidassem na infância e que as crianças pudessem ter um desenvolvimento equilibrado menos dependente dos
estatutos familiares.
O ensino obrigatório atingiu os cinco anos com a República, diminui para três anos nos primeiros tempos da ditadura de
1926, subiu depois para os quatro anos, fixando-se em seis em 1964. A elevação para os oito anos constituía, pois, um
importante progresso quantitativo.»
Medina Carreira, op. cit.
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Apesar de não haver unanimidade quanto aos méritos destas reformas, os princípios a elas
subjacentes prendiam-se com o acesso à escolarização por parte de toda a população e a
melhoria qualitativa dessa mesma escolarização. No entanto, para a sua implementação seria
necessária a instauração de um regime democrático no país, o que só veio a acontecer em
1974.
O estado da educação portuguesa antes de 1974 Texto 7
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«A educação não tinha sido uma grande prioridade para Salazar, que governava o país desde 1926 de uma forma
conservadora, autoritária e antidemocrática. A educação obedecia aos preceitos de Deus, Pátria e Autoridade. O papel
do ensino primário, que era o que a maioria da população recebia, era essencialmente um prolongamento da Igreja. O
objectivo da escola primária era ensinar o respeito por Deus, Pátria e Autoridade, e se mais alguma coisa ela fizesse, não
seria expor crianças e ideias “perigosas”. (…) Marcello Caetano, sucessor de Salazar (…), estabeleceu um regime
ligeiramente mais liberal. Pouco a pouco foi crescendo o reconhecimento da necessidade de “modernizar” o país e o
papel da educação nesse processo. Em particular, o ministro da educação de então, Veiga Simão (…), foi muito
influenciado pelo que aprendeu nas conferências e artigos da OCDE acerca do papel da educação na modernização (e no
atraso de Portugal nesta área). No início dos anos [19]70, ele introduziu uma série de reformas no sector obrig atório que
não tinham precedentes e que romperam claramente com a herança de Salazar. Como resultado da sua política,
instalou-se um clima muito mais aberto e ameno à reforma educativa em Portugal nos anos imediatamente anteriores à
revolução.»
Stephen Stoer e Roger Dale, “Apropriações políticas de Paulo Freire:
Um exemplo da Revolução Portuguesa”, in Educação, Sociedade & Culturas, nº11, 1999
Com efeito, a revolução de Abril de 1974 gerou uma grande preocupação em instruir as
populações e em combater o analfabetismo. Foram criados movimentos de voluntários que se
deslocaram para as zonas mais remotas do país, com o objectivo de ensinar a ler e a escrever
os adultos que não tinham tido oportunidade de ir à escola (as designadas campanhas de
alfabetização).
O direito à educação passou, então, a ser considerado universal e inalienável e a escolarização
das crianças um dever. Com esta obrigatoriedade, teve início aquilo a que ainda hoje se chama
escola de massas.
«Efectivamente, o “puto” que chega à escola é portador de uma série de saberes resultantes da sua própria história de
vida, divergentes dos do colega do lado que teve uma outra experiência, pelo que toda a turma a quem é oferecido um
curriculum escolar único, obrigatório, comum, geral, e para todos, é bastante heterogénea culturalmente. Há que dizer
também então que os alunos não estão em pé de igualdade. É essa diferença, essa heterogeneidade de experiências, de
saberes, essa riqueza de conhecimentos vários, desde o mais prático e pragmático até ao teórico e abstracto que os
filhos de algumas elites adquiriram já há algum tempo, que o curriculum escolar não conseguiu ainda abraçar e
incorporar nos conteúdos a valorizar, aferir e avaliar.»
Ricardo Vieira, Entre a Escola e o Lar – O curriculum e os saberes da infância, Escher, 1992
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Pierre Bourdieu (1930 – 2002) introduziu o conceito de reprodução cultural para designar a
forma como a escola contribui para a perpetuação das desigualdades económicas e sociais de
geração em geração. Segundo este sociólogo, o saber que a escola valoriza e transmite é o
saber preconizado pelos grupos sociais com maior poder cultural e social. No seguimento de
Ivan Illich (1926-2002), o autor refere o facto de existir na escola um “currículo escondido”,
constituído por valores, atitudes e hábitos coincidentes com os dos grupos dominantes. Assim,
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a escola é veículo de um arbítrio cultural: «Toda a acção pedagógica é objectivamente uma
violência simbólica enquanto imposição, por um poder arbitrário, de um arbítrio cultural».
Este arbítrio cultural é, segundo Bourdieu, duplo, na medida em que:
› por um lado, a cultura ensinada na escola é apresentada como sendo universal e
neutra; no entanto, ela é fruto de uma selecção de obras e conteúdos efectuada pelos
grupos sociais com maior poder cultural e simbólico;
› por outro lado, o ensino dessa cultura dissimula o poder de quem a impõem, na
medida em que a instituição escolar é apresentada como tendo uma autoridade
pedagógica neutra e inquestionável.
Em consequência do arbítrio cultural, a
escola produz efeitos desiguais sobre os
alunos em função da sua classe social e
tende, assim, a reforçar, legitimar e
consagrar as diferenças iniciais. Para
Bourdieu, o sistema de ensino é a forma
mais dissimulada de transmissão de poder e
de privilégios na sociedade, já que contribui
para a reprodução da estrutura de classes e
das relações entre classes sob a capa de uma aparente neutralidade.
O respeito pela diversidade e pelo pluralismo cultural tornou-se preocupação presente nos
dias de hoje, face também ao aumento dos conflitos étnicos e religiosos ao nível mundial.
Numa época em que é cada vez mais comum o convívio e/ou confronto entre indivíduos
pertencentes a grupos culturais, étnicos e religiosos distintos, a
escola vê-se perante a necessidade de gerir a sua diversidade
cultural interna e de educar os jovens para uma cidadania plena.
Por essa razão, diversos autores defendem a aposta na
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educação intercultural enquanto modelo que reconheça o valor
insubstituível da diversidade, abrindo espaço às diferenças e
subjectividades dos alunos e que procure alcançar maior justiça
social, garantindo iguais oportunidades de sucesso escolar.
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3. As organizações
3.1 Conceito e exemplos
As profundas e inúmeras transformações ocorridas nas sociedades modernas fazem com que o
papel das organizações na vida dos cidadãos seja fundamental.
Se observarmos o mundo que nos rodeia, constatamos que vivemos numa sociedade
dominada por diversos modelos organizacionais e que todos nós pertencemos a várias
organizações e nos relacionamos directa e indirectamente com muitas outras.
O Homem moderno passa a maior parte do seu tempo em organizações, das quais depende
para nascer, viver, aprender, trabalhar, adquirir produtos e utilizar serviços de que necessita,
pelo que o papel das organizações assume uma importância crescente na sociedade. São as
organizações que actualmente assumem a responsabilidade pela execução das tarefas
necessárias para o funcionamento da sociedade: a produção de bens e serviços, o ensino, a
prestação de cuidados de saúde, a solidariedade social, a segurança, o desporto, entre muitas
outras actividades, todas a cargo das diversas culturas que emanam da sociedade.
Mas porque temos tantas organizações? Porque as sociedades são cada vez mais complexas e
as organizações são mais eficientes do que a acção individual e independente dos indivíduos.
É por isso importante estudar e compreender as organizações, as suas características
fundamentais, os diversos modelos e o impacto que têm nas nossas vidas.
«Um hospital moderno é um bom exemplo de uma organização. Uma organização é um grupo amplo de pessoas,
estruturado em linhas impessoais e constituído para se alcançarem objectivos específicos; no caso do hospital, estes
objectivos são os de curar doenças e prestar outras formas de assistência médica.
As organizações desempenham actualmente um papel muito mais importante nas nossas vidas quotidianas do que
antigamente. Além de nos pôr no mundo, acompanham-nos no nosso desenvolvimento até que morremos.»
Anthony Giddens, op. cit.
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Organizações públicas
O Estado criou ao longo do tempo diversas estruturas e organizações públicas. O direito à
liberdade e à segurança, a liberdade de aprender e ensinar, o direito à segurança social e o
direito à protecção da saúde são exemplos de direitos constitucionais que incumbe ao estado
salvaguardar e promover.
O cumprimento de tais obrigações é essencial para a satisfação das necessidades colectivas e,
consequentemente, para o bem-estar social. As organizações públicas têm, pois, como função
a satisfação das necessidades da população.
O financiamento destas instituições é garantido pelo Estado, por intermédio dos impostos
pagos pelos cidadãos.
Neste tipo de organizações podemos ainda incluir as empresas públicas, constituídas por
capitais públicos e que visam a obtenção do lucro. Estas empresas operam em sectores
estratégicos da economia, por exemplo, a energia e a banca.
Organizações Privadas
As organizações privadas têm como objectivo central a obtenção de lucros a partir das
actividades que desenvolvem. São exemplos deste tipo de organizações as empresas em nome
individual e os diversos géneros de sociedades. Estas organizações são fundamentais para a
produção da riqueza e são elas as principais responsáveis pela criação de emprego. O objectivo
principal das empresas privadas é o lucro e a distribuição dos resultados financeiros pelos
proprietários.
Linear
Funcional
Linha-
staff
Estrutura
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Um organigrama é a representação gráfica e esquemática da estrutura de uma organização. O desenho ou estrutura
organizacional varia de organização para organização, de acordo com os recursos disponíveis, o meio onde se insere, a conjuntura
socioeconómica, mas sobretudo os objectivos e fins que a organização pretende atingir.
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Estrutura linear
Esta estrutura é a forma mais antiga e simples de representar uma organização. Baseia-se na
autoridade linear e é inspirada pelas antigas concepções de organização militar e eclesiástica.
Neste tipo de estrutura destaca-se o princípio da autoridade linear, ou seja, uma unidade de 18
comando em que entre o superior e os subordinados existem linhas discretas e únicas de
autoridade e responsabilidade. Cada subordinar recebe ordens de apenas um superior, tendo
este autoridade exclusiva sob os seus subordinados.
As comunicações formais fazem-se através de linhas, em sentido ascendente ou descendente.
Nos níveis superiores da escala hierárquica, diminui o número de cargos ou órgãos e aumenta
a centralização da autoridade e da responsabilidade das decisões.
Direcção
Estabelecimento A Estabelecimento B
Este tipo de estrutura é indicado para organizações estáveis e de pequenas dimensões, não se
adequando a organizações de grande complexidade e dimensão.
Estrutura funcional
Este tipo de estrutura caracteriza-se por uma autoridade funcional, ou seja, uma autoridade
baseada no conhecimento e na especialização de funções.
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Neste tipo de estrutura, cada subordinado tem vários superiores, cada um dos quais possuindo
uma autoridade parcial relativa apenas à sua especialidade. As decisões são descentralizadas e
delegadas dos órgãos especializados, permitindo, desta forma uma maior flexibilidade e
adaptação às novas exigências de uma sociedade baseada no conhecimento e na tecnologia.
Face à cada vez maior competitividade e complexidade das próprias organizações, a estrutura
funcional apresenta-se a mais adequada para as grandes organizações, estabelecendo a
existência de vários superiores hierárquicos com responsabilidade e autoridade em diferentes
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áreas.
Direcção
Estabelecimento Estabelecimento
Esta estrutura A B comporta em si
vantagens e desvantagens:
Estrutura Funcional
Vantagens Desvantagens
› Melhor supervisão técnica e maior eficiência no › A distribuição da autoridade pode conduzir a
desempenho de cada cargo, dado que cada órgão problemas no que respeita à delimitação de
se concentra nas tarefas da sua especialidade responsabilidades
› Comunicações melhores e mais rápidas › As orientações que o subordinado recebe
podem ser divergentes ou mesmo contraditórias
› A crescente especialização pode gerar falta de
visão do conjunto da organização
Estrutura linha-staff
Este tipo de organização procura reunir as vantagens e reduzir as desvantagens das estruturas
linear e funcional.
Para atingir este objectivo, este tipo de estrutura conjuga a autoridade linear com a autoridade
funcional, coexistindo na mesma organização órgãos de linha com autoridade linear e órgãos
staff com autoridade funcional que prestam serviços especializados de apoio e consultadoria.
Os órgãos de linha são assessorados pelos órgãos staff, residindo nestes últimos a
especialização e nos primeiros a autoridade, pelo que as decisões, apesar de centralizadas
numa autoridade, são deliberadas com base em aconselhamentos e opiniões especializadas.
Este tipo de estrutura tem sido mais utilizadas nas organizações de grandes dimensões.
Gabinete de estudos
Direcção
Órgãos de linha
C D E A B
------ Órgãos de staff
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«Assim, se os japoneses estão dispostos a trabalhar mais horas e ter menos férias do que a maioria dos ocidentais, uma
possível explicação não é afirmar que se trata de uma raça com tendência genética para “trabalhólica”, pelo contrário,
os japoneses estão ligados por laços de lealdade para com as respectivas empresas. (…)
Quando Seward regressou à América, após vários anos passados no Japão, um visitante japonês alojado em sua casa
viu, por acaso, um anúncio televisivo a uma marca de cerveja. O anúncio mostrava homens a trabalhar; depois, quando
soavam as cinco horas, os trabalhadores atiravam com as ferramentas e corriam para as carrinhas, para beber uma
cerveja. O visitante japonês ficou chocado: “Os trabalhadores americanos não sentem qualquer obrigação para com as
suas empresas? Agem como se não vissem a hora de sair do trabalho…”.
Não foi a preguiça dos trabalhadores americanos, nem o seu desejo irreprimível de cerveja, aquilo que perturbou tanto
o telespectador japonês: foi a sua falta de dedicação à empresa e aos colegas. Aquele anúncio não poderia ser
transmitido no Japão.»
Peter Singer, como Havemos de Viver?, Dinalivro, 2005
Nas sociedades contemporâneas, o papel das organizações é cada vez mais importante. Todas
as instituições possuem uma cultura organizacional, constituída por um conjunto de valores,
símbolos, normas e tradições, que motivam as pessoas fazem parte de uma organização a
agirem em prol dos seus interesses e objectivos e criando nas pessoas um sentimento de
pertença e de partilha de valores.
Por outro lado, a cultura de uma organização distingue-a das outras com culturas diferentes,
reforçando nas pessoas a identificação com o todo qual pertencem e o compromisso com os
seus valores.
Por exemplo, a identificação e o compromisso dos trabalhadores japoneses com as empresas
onde trabalham são dos principais factores explicativos do chamado “milagre económico
japonês”. Algumas empresas, como a Mazda, em Hiroshima, nunca despediram um único
trabalhador (Peter Singer).
Módulo
Viver em S3
Sociedade
Bibliografia: