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Disp.

e Tradução: Rachael
Revisora Inicial: Regina
Revisora Final: Rachael
Formatação: Rachael
Logo/Arte: Dyllan

A vida se estabeleceu para cada um dos Blaecleahs. Todos eles encontraram suas lendas e

estão vivendo uma vida cheia de amor e felicidade.

Mas qualquer coisa vale a pena ter vale a pena lutar e nem mesmo a sorte do irlandês pode

evitar os Blaecleahs de ter que lutar para manter o que eles têm quando o passado volta para

assombrar a todos.

A fim de salvar Ma e Da, eles têm que decidir quem eles querem manter em sua família, e

que não fazer antes que essa escolha seja tirada deles por alguém que eles nunca esperaram.

Quando a violência os ameaça, a ajuda vem de uma fonte incomum, mas será que vai ser o

suficiente para manter as Blaecleahs em Cade Creek ou será que a vida que eles construíram para

si mesmos desaparecerá diante de seus olhos?

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DEDICAÇÃO

Que o amor e o riso iluminem os seus dias, e aqueça o seu coração e casa.

Que bons e fiéis amigos ser seus, onde quer que você possa vaguear.

Que a paz e abundância abençoe seu mundo com alegria que perdure longamente.

Que o passar de todas as estações tragam o melhor para você e os seus!

Bênção irlandesa

Feliz Natal,

Stormy

Revisoras Comentam...

Regina: A Stormy caprichou nesse livro. Quando pensamos que não teríamos mais dos rapazes

Blaecleah, a Stormy aparece com uma ideia e bam! Lá vem uma história linda e bem escrita que fica melhor a

cada capítulo.

Apesar de se centrar nos pais como personagens principais, que tem uma visita do passado e do

presente para perturbar a família, ela trouxe um pouquinho de cada um dos irmãos com seus parceiros para

matarmos a saudade deles. Personagens novos e novas surpresas para a família que aumenta mais. Ma é a

perfeita definição de mãe e esposa com seu amor incondicional para eles. E que presente de Natal

maravilhoso!

Rachael: Simplesmente emocionante a história dos Blaechleah! A Stormy com certeza se superou.

Tenho certeza que vocês irão transbordar amor ao rever cada uma dessas pessoas especiais. Divirtam-se

matando a saudade de todas essas lendas maravilhosas!

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Capítulo Um

Um desejo de Natal — Que você jamais esqueça o que vale lembrar, ou lembrar o que é melhor

esquecer.

Provérbio irlandês

“Esse é o último deles.”

Alani Blaecleah se virou para ver seu marido colocando outra caixa de borracha verde

sobre o piso de madeira da sala de estar. Ela riu suavemente quando Da grunhiu e esfregou a

parte inferior das costas com as mãos enquanto ele se levantava.

“Você vai viver, meu velho.”

“Não, se eu continuar arrastando suas caixas de feriados ao redor, eu não vou.”

Ofendida, Ma colocou as mãos nos quadris e deu seu melhor olhar não tire sarro de mim

para seu marido. “Agora, você sabe que não existiria Natal sem todas as minhas decorações,

Donnell Blaecleah.”

“Mulher, eu estive casado com você durante quase quarenta anos. Você poderia fazer o

Natal acontecer com uma caixa de sapatos e um rolo de barbantes.” Da acenou com as mãos em

direção à pilha de caixas que tinha todas as decorações de Natal que Ma havia colecionado ao

longo dos anos. “Você não precisa de todo esse material extravagante para fazer uma decoração.”

Ma sorriu apesar de Da irritar. “Elas guardam nossas memórias.”

Ela enfiou a mão na pequena caixa na frente dela e tirou um pedaço desbotado de papel

dobrado. Ma colocou sobre a mesa e a alisou com cuidado para abrir. Tinha uma toalhinha de

renda dentro do papel. “Você me deu isso no nosso primeiro Natal juntos,” disse ela enquanto ela

segurava o pequeno pedaço de renda amorosamente em suas mãos.

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Era um de seus bens mais valiosos.

“Eu me lembro.” A risada suave de Da era tão quente e leve como brisa de verão. “Nós

não tínhamos nada naquele ano, apenas um teto sobre nossas cabeças ou batatas no porão.”

“E ainda assim você encontrou uma maneira de comprar isso para mim.” Ma ainda se

lembrava de como abençoada ela se sentiu quando Da lhe deu o pequeno pedaço de renda branca

entrelaçada com flores roxas intrincadas. O pequeno pedaço de tecido era tão delicado que ela

muitas vezes se preocupava que iria se desintegrar se ela respirasse sobre ele, mas tinha suportado

por décadas.

“Lachlan ainda usava fraldas e Neason tinha apenas algumas de semanas de idade. Nós

usamos cada centavo guardado para fazer o Natal especial deles ainda assim você fez o meu ainda

melhor.”

Ma sentiu as lágrimas formigar seus olhos quando mãos desgastadas pelo tempo, mas

fortes, seguraram seus ombros, dando-lhe um aperto suave. O corpo quente do homem que tinha

estado ao seu lado durante tantos anos prensou suavemente em suas costas.

“É apenas um velho pedaço de pano, mulher.” Tinha um brilho suspeito nos olhos verde-

pálido de Da quando ele virou Ma e passou os polegares sobre suas bochechas enrugadas bem

debaixo de seus cílios. “Não me custou mais do que algumas horas cortando madeira para o velho

Walker.”

“Esse homem tinha dois filhos que poderia ter cortado madeira para ele.”

Ma apontou um dedo para Da, não de uma maneira irritada, mas apenas para lembrar.

Seu Donnell tinha um ponto fraco, querendo admitir ou não. “Ele não precisava que de você

fizesse isso.”

“Não, talvez não.” O sorriso de Da era belo como um nascer do sol. Seus olhos brilharam e

eram tão cheios de amor e carinho que Ma sentiu que poderia se afogar neles. “Mas ele também

tinha uma esposa. Ele sabia exatamente por isso que eu precisava ganhar um pouco de dinheiro

extra.”

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Quando Donnell olhou para ela com aquele brilho nos seus olhos verdes, Ma se sentiu

como o universo de seu marido. Ele estava olhando para ela assim por quase 40 anos. E esse tinha

sido o principal fator decisivo dela desistir de uma vida de luxo na Irlanda e vir ao Novo Mundo

com apenas um centavo com eles.

“Ninguém olha para mim do jeito que você olha, Donnell Blaecleah.” A voz de Ma travou,

a emoção apertando sua garganta. “Ninguém jamais olhou para mim do jeito que você olha.”

Da soltou uma gargalhada alta, um som alegre que Ma tinha aprendido a adorar ao longo

dos anos. “Eu lutei contra toda a Irlanda de ter você, Alani, meu amor. Eu ficaria muito chateado

se alguém pensasse que poderia te tirar de mim.”

Ma fechou os olhos enquanto inclinava a cabeça para trás contra o peito sólido de Da,

saboreando o momento pelo que era — uma fatia de tempo em que tudo em seu mundo era

perfeito. Sua alma gêmea a segurando em seus braços, seus filhos estavam satisfeitos com os seus

próprios parceiros, e a próxima geração estava viva e bem e adorada por todos.

Um tremor de consciência deslizou por Ma quando Da enfiou seus dedos através de seus

cabelos grisalhos. Ela estava agradecida que Da era um daqueles homens que não tinha medo de

mostrar suas afeições. Ela, assim como todos os seus filhos, sabia que Da os amava, na palavra e na

ação.

“Você sente falta Irlanda, Alani?” As palavras foram sussurradas quase como se Da

estivesse com medo da resposta, embora tivesse feito a mesma pergunta centenas de vezes ao

longo dos anos. Ma sempre dava a mesma resposta.

Talvez desta vez, ela deveria dizer a ele a verdade honesta.

“Sinto falta da minha Ma, Donnell. Eu sempre sinto nessa época do ano. Natal foi seu

feriado favorito. Eu sinto falta de vê-la decorando a casa, os cheiros que enchiam todos os quartos,

a comida, sensação de algo maior do que nós que parecia tomar posse de todos.”

Ma inclinou a cabeça para trás para que ela pudesse olhar para os olhos verdes-claros que

ela tinha se apaixonado quando era uma jovem de apenas dezenove anos.

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“O que eu não sinto falta é o jeito que meu pai tentou comandar a minha vida, ditar cada

movimento meu, até quem eu deveria me casar. Não sinto falta de sentir como se eu fosse uma

decepção porque eu falhei em algo que meu pai acreditava que eu deveria ter dominado apenas

por causa da família em que nasci. Eu não sinto falta de sentir como se qualquer coisa que eu

fizesse nunca era bom o suficiente ou que todo mundo na minha família achasse que eram melhor

do que todos os outros porque nós tínhamos dinheiro e um nome de família que existia a séculos.”

Ma respirou rápido para que ela pudesse continuar antes Da dissesse alguma coisa. “O

nome Blaecleah é um antigo e honrado, antigo e honrado como o meu nome de solteira. Mas eu

prefiro ser uma Blaecleah ao sobrenome que eu nasci.”

O início de um pequeno sorriso curvou o canto dos lábios de Ma quando ela alisou as

mãos no peito de Da. “Tem coisas que eu sinto falta, Donnell, mas acho que a pergunta que você

precisa fazer é se me arrependo de vir para a América com você e a resposta é um arredondado

não. E sempre será não. Casar com você foi a melhor decisão que já tomei, e que eu nunca me

arrependi.”

Como o polegar traçando suavemente o lábio de Alani, Da sorriu aquele sorriso doce e

gentil que ele lhe dava quando os dois estavam sozinhos. “Você é a única coisa boa que aconteceu

na minha vida.”

Ma levantou uma sobrancelha. “E seus filhos?”

“Sem você, eu não teria filhos.”

Ma riu levemente. “Touché.”

“Por causa de você, eu tenho seis belos filhos, os quais descobriram que uma pessoa que

significam muito para eles.” Da inclinou a cabeça para um lado, um pequeno sorriso divertido em

seu rosto. “Bem, exceto por Seamus. Ele encontrou duas pessoas. Mas o fato é —”

“Mas o fato é que temos a sorte.”

Da riu. “Somos irlandeses, Alani. Somos geneticamente predispostos a ter sorte.”

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Ma não tinha tanta certeza se funcionava dessa maneira, mas ela não podia negar que eles

realmente tinham sido abençoados. E tinha precisado de cada pedacinho de coragem que ela teve

para desafiar sua família e fugir com Donnell todos aqueles anos atrás. Ela continuaria a pagar o

preço por essa decisão até o dia em que ela morresse e nunca lamentaria o que tinha feito. Donnell

lhe dera um lar e uma família que qualquer pessoa se orgulharia.

O coração de Ma aqueceu enquanto olhava ao redor da casa que Donnell tinha construído

para ela, a casa que eles tinham criado suas crianças. Cada Natal nos últimos anos trazia mais

membros em sua crescente família.

Primeiro Asa, quando ele foi salvo de uma briga por Lachlan. Depois Rourke tinha

resgatado Billy de seu irmão perverso. Quaid tinha dado uma olhada em Matthew e soube que o

homem era seu. Apesar de terem sofrido muito antes de aceitar um ao outro, Neason tinha trazido

Brody em suas vidas. Ruben, seu filho adotivo, tinha se casado com um homem que todos

conheciam bem, e os presenteado com o maior presente de Natal de todos.

Sua neta Alani teria idade suficiente este ano para realmente entender que algo especial

estava acontecendo. No ano passado ela era tão pequena que ela praticamente tinha dormido

durante todo o tempo, até mesmo durante o casamento de seu pai Ruben com seu parceiro Elijah

James.

O último filho a se acalmar e trazer alguém novo para a família trouxe dois. Ela tinha

ficado um pouco surpresa quando Seamus se apaixonou pelo Xerife John Riley e Yancy Butler.

Donnell não tinha ficado, já que uma lenda a três tinha acontecido antes em sua família.

Contudo, Ma sabia que sua família tinha ficado maior e melhor ao longo dos anos. Seu

único arrependimento era não ser capaz de compartilhar sua alegria com sua mãe. Nunca poder

voltar para casa ou ter contato com sua família tinha sido o preço que ela pagou para a vida que

ela vivia agora.

Como os braços de Donnell apertados ao redor dela e os lábios do homem pressionado

contra sua têmpora em um beijo tão gentil como a toalhinha de renda dado a ela tantos anos atrás,

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Ma sabia que valeu a pena. Qualquer coisa valia a rica vida que o cavalariço sem um tostão tinha

lhe dado.

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Capítulo Dois

Que o dia mais triste do seu futuro ser pior do que o dia mais feliz de seu passado.

~ Bênção Irlandesa ~

“Mais forte!” Lachlan fechou os olhos enquanto enfiou os dedos nos lençóis. Ele abriu os

joelhos e inclinou ainda mais a bunda para cima no ar, precisando do martelar que Asa estava

dando a sua bunda. Ninguém fodia como Asa. O homem deu um novo significado ao termo

êxtase. Não importa o que Lachlan tinha pedido ao longo dos anos, Asa providenciava.

“Tão apertado, Lany,” Asa gemeu, o profundo som carente era música para os ouvidos de

Lachlan.

Lachlan afastou mais abriu as pernas enquanto balançava sua bunda para trás e para cima,

querendo que Asa o fodesse até que ele estivesse inconsciente. Os dedos de Lachlan enrolaram nos

lençóis com Asa martelado nele. Era cru, rápido e fazia a cabeça de Lachlan em êxtase. Ele gemeu e

choramingou, implorando ao seu amante que o fodesse mais forte.

Asa não decepcionou.

Moveu-se mais e mais rápido com cada impulso profundo, dolorosamente mais profundo.

Dedos cravaram nos quadris de Lachlan quando Asa mudou sua posição, acertando rápido a

próstata de Lachlan em cada curso de maldição. O corpo de Lachlan formigava e zumbia, seu

coração batendo mais rápido quando sentiu um formigamento muito familiar correr por sua

espinha.

Lachlan estava chegando perto. Ele podia sentir suas bolas ficando tensas contra seu

corpo. Ele sabia que ele tinha apenas alguns momentos antes de ele voasse sobre a borda. Seus

gritos e gemidos encheram a sala, ofuscando sua respiração ofegante. Quanto mais forte Asa bateu

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em Lachlan, mais alto os seus gritos se tornaram. O suor escorria de seus corpos, os sons de sua

carne batendo juntos, misturando-se com os seus gemidos de prazer.

“Mais forte, porra,” Lachlan rosnou.

Ele arqueou seu corpo em direção a Asa quando seu orgasmo rugia por sua espinha e para

baixo para sua virilha, e, em seguida, seu pau explodiu, molhando a cama com a sua semente.

Lachlan gritou, seu corpo inteiro vibrando com a sua libertação.

“Lachlan!” Asa gritou quando ele bateu na bunda de Lachlan, seus dedos cavando tão

profundamente que Lachlan sabia que ele teria contusões.

Lachlan sentiu uma série de estocadas curtas e uma longa onde Asa empurrou contra sua

bunda e ficou parado. Líquido quente encheu sua bunda, cada jato poderoso atirando contra o seu

ponto doce, fazendo a visão de Lachlan escurecer ainda mais enquanto o prazer continuou a tecer

o seu caminho através de seu corpo.

Ele balançou para trás e para frente, se perdendo no êxtase que o deixou saciado.

Pequenos tremores sacudiam seu corpo, prolongando seu prazer até Lachlan pensou que ia

desmaiar.

Ele fechou os olhos e colocou a cabeça na cama, incapaz de fazer qualquer coisa, exceto

respirar, e mesmo isso estava exigindo esforço. Ele sorriu fracamente quando sentiu Asa dar um

pequeno beijo na sua têmpora.

“Obrigado, bebê.”

Lachlan abriu os olhos e sorriu para o homem que se tornou seu marido apenas alguns

anos antes. Ele se inclinou e depositou um pequeno beijo nos lábios de Asa. Seus olhos brilharam

com diversão quando ele respondeu: “O prazer é meu.”

Asa riu quando ele saiu do corpo de Lachlan e rolou para fora da cama. Ele rapidamente

foi ao banheiro e voltou um momento depois com um pano molhado para limpar Lachlan. Depois

atirando a toalha de volta para o banheiro, Asa sentou na beirada da cama e estendeu a mão para

enfiar os dedos nos de Lachlan.

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“Nós precisamos nos levantar, bebê,” disse Asa. “Da está esperando por nós para ajudá-lo

com o gado.”

Lachlan gemeu e rolou para enterrar seu rosto em seu travesseiro. Ele poderia ficar

deitado durante todo o dia na cama com seu marido — e ele queria. “Não quero.”

“Você já tentou essa desculpa antes e acabamos com um colchão molhado após Da te jogar

água com a mangueira. Eu realmente preferiria manter este seco.”

Lachlan sorriu em seu travesseiro e o sorriso ficou mais amplo quando a mão de Asa

desceu em sua bunda. Lachlan empurrou para cima, silenciosamente implorando por mais. Ele

nunca se cansava desse homem lindo. Ele adorava ter as mãos de Asa em qualquer lugar em seu

corpo.

Mesmo depois de todo esse tempo, ele ainda estremecia toda vez que ele pensava sobre o

quão perto ele esteve de nunca sentir Asa tocando-o novamente. Se Da não tivesse convencido Asa

de quebrar a promessa que fizera a Deus para desistir do sexo gay em troca de salvar a vida de

Lachlan quando ele tinha sido ferido, Lachlan duvidava que ele estivesse na cama com o homem

agora.

Lachlan girou e deu um olhar sério para seu amante. “Asa, você sabe que eu te amo,

certo?” Ele só precisava ter certeza. Embora eles estivessem juntos há anos, ainda havia momentos

em que ele tinha dúvidas. Muitas vezes não, mas eles estavam lá.

Asa se inclinou para trás, a testa vincando em confusão. Uma pequena risada

desconfortável caiu de seus lábios. “Sim, é claro que eu sei. Por quê?”

Lachlan deu de ombros. “Eu só precisava ter certeza.”

As sobrancelhas franzidas de Asa não diminuíram. “O que é tudo isso, Lachlan?”

Lachlan sentiu seu rosto corar. “Eu estava pensando sobre o que aconteceu quando

ficamos noivos e eu percebi que provavelmente não dizemos que amamos um ao outro tão

frequentemente quanto deveria.” Lachlan curvou sua mão ao redor bochecha de Asa. “Eu só

precisava ter certeza de que você soubesse.”

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“Lachlan, nos cinco anos que estivemos juntos, nem uma vez eu duvidei do seu amor por

mim, ou meu para você. É a única coisa que eu sei que posso depender de quando todo o resto fica

louco.” O sorriso largo de Asa era contagiante, e Lachlan se encontrou sorrindo junto com seu

amante. “E você tem que admitir, as coisas podem ficar muito loucas na família.”

Mesmo ele tendo Asa ao seu lado ao longo dos últimos anos, tinham sido os anos mais

emocionais que ele jamais tinha experimentado. Embora Lachlan realmente acreditasse que isso

tornava sua família mais unida, ele nunca mais queria experimentar mais cinco anos assim.

“Você tem que aceitar as partes ruins e as boas, meu amor,” Asa disse quando ele saiu da

cama de novo e caminhou até a cômoda, pegando uma roupa para vestir. Lachlan estudou a

bunda de seu amante e suspirou. O que ele não daria para mais uma rodada. Ele queria morder

cada bochecha bem formada e depois lamber todo o corpo do homem.

“Pense nisso desta maneira, bebê,” Asa continuou. “Nós nos conhecemos porque Billy e

Clem estavam me batendo, tentando me expulsar da cidade. Se eles não tivessem me atacado,

provavelmente nós nunca teríamos nos encontrado. Eu teria simplesmente continuado a dirigir.”

O estômago de Lachlan torceu com o pensamento de não ter Asa em sua vida. “Eu não

acredito que o mal tenha que acontecer para o bem acontecer.”

Asa balançou a cabeça quando ele puxou a calça jeans. “Eu não estou dizendo isso, Lany.”

“Então o que você está dizendo?”

Asa afivelou o cinto na calça então suspirou quando ele olhou para Lachlan. “Eu só estou

dizendo que coisas ruins acontecem às vezes e enquanto nos apegamos às boas, podemos passar

pelas más.”

Lachlan odiava admitir, mas Asa estava certo. Sua família tinha ficado mais próxima — e

maior — ao longo dos últimos anos, através de situações boas e ruins. As pessoas tinham atacado

a família, tentou separá-los, e lhes deram momentos ele não achava que eles iriam sobreviver.

E ainda assim eles sobreviveram, e eles estavam mais fortes por isso.

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Sua família não tinha apenas crescido, mas os homens que eram parceiros dos irmãos de

Lachlan eram homens honrados e fortes que trouxeram tanta felicidade a seus irmãos quanto Asa

trouxe a Lachlan.

Um homem não poderia pedir mais do que isso.

Sabendo que ele não tinha escolha, Lachlan rolou para o lado da cama e se levantou. Ele

pegou o jeans e a camisa que Asa atirou para ele e começou a se vestir. Quando ele terminou de

colocar suas botas e caminhou para a sala principal de sua casa de três quartos, Asa estava dando

os toques finais no café da manhã.

O aroma deixou seu estômago roncando.

Lachlan se sentou no bar e começou a comer seus ovos e bacon. Considerando a fome que

ele estava, não demorou muito tempo para limpar seu prato. Já que Asa tinha preparado o café da

manhã, Lachlan deveria lavar os pratos. Isso não o incomodava muito. Asa era um cozinheiro

muito melhor do que ele.

Ele recolheu os pratos e rapidamente os raspou e os colocou na máquina de lavar. Depois

de ligar a máquina de lavar louça, Lachlan agarrou seu Stetson, colocou em sua cabeça, e se juntou

com Asa na porta da frente. Ele pegou a jaqueta que Asa estendeu para ele e colocou-o antes de

sorrir para o seu marido. “Eu estou pronto, se você estiver.”

“Oh sim.” Asa revirou os belos olhos castanhos enquanto se dirigiam para a porta. “Eu

estou realmente ansioso para passar o dia na sela.”

Lachlan mordeu o lábio para não rir ao ver a expressão descontente no rosto de Asa.

Mesmo depois de cinco anos, Asa preferia montar sua motocicleta Harley Davidson a um cavalo.

Seu amante não odiava cavalos exatamente. Ele só não gostava muito deles.

Lachlan acenou para Lilia Thornton enquanto passava pela casa de Rourke e Billy. A mãe

de Billy ainda não estava muito bem, mas ela estava muito melhor do que ela era quando eles

descobriram que ela estava sendo abusada pelo homem que Billy tinha crescido pensando era seu

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pai. Ira Thornton não era o pai de Billy, mas ele era irmão de Lilia. Isso tinha sido errado em tantos

níveis.

Lilia ainda estava fazendo terapia sobre isso e, provavelmente, pelo resto de sua vida. Ser

forçada a casar com seu irmão tinha feito um monte de danos. Surpreendentemente, a melhor

coisa que Ira tinha feito a Lilia foi forçá-la a se entregar ao xerife Miller, o ex-xerife de Cade Creek

e pai biológico de Billy. O que tinha assegurado que Billy não nascesse de incesto.

“Bom dia, Sra. Lilia.”

“Bom dia, Lachlan,” a mulher mais velha respondeu, sorrindo amplamente. Lachlan

estava sempre surpreso com o quão amigável ela estava depois de tudo o que ela tinha sofrido. Ela

nunca tinha uma coisa má a dizer sobre ninguém, nem mesmo o xerife que havia lhe dado Billy e

depois se recusado a reconhecer seu filho quando ele nasceu.

Lachlan parou quando a porta da frente se abriu e Billy saiu correndo como se um louco

assassino o perseguisse. Ele endureceu, pronto para correr em socorro de Billy até que ouviu

estridente risada de Billy encher o ar quando Rourke saiu correndo pela porta atrás dele, com pó

branco cobrindo o rosto.

A risada de Billy ficou ainda mais alta quando Rourke o pegou, envolvendo seus grandes

braços em torno de Billy e puxando-o para uma rápida parada. Lachlan não pôde deixar de

observar com uma sensação de assombro.

Billy tinha sido abusado por tantos anos que Lachlan sempre ficava impressionado com o

mais simples sorriso do homem. Por ele a rir com tanta alegria enquanto Rourke jogava seu corpo

menor ao ar era um milagre, puro e simples.

E Lachlan estava morrendo de vontade de saber o que Rourke tinha sobre todo o seu

rosto.

Lachlan colocou seus polegares nos bolsos da calça jeans e olhou para o céu nublado. “Está

um pouco nublado hoje, mas eu acho que só deva nevar daqui a algumas semanas, Asa.”

“Talvez só esteja nevando na casa de Rourke,” Asa comentou com um sorriso.

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Os olhos de Rourke se estreitaram para Asa. “Engraçado.”

Lachlan sorriu.

Rourke jogou Billy por cima do ombro, uma nuvem branca enchendo o ar quando ele

marchou em direção à porta da frente da casa que ele havia construído alguns anos atrás. Billy

levantou a cabeça e sorriu, levantando o polegar quando ele foi levado para a casa.

Lachlan sacudiu a cabeça e começou a caminhar para a casa principal, mais uma vez. Ele

se sentia um pouco acelerado hoje, apesar da conversa pesada que teve com Asa antes. Talvez

fosse o ótimo sexo ao despertar. Sim, era isso. Sempre era. A qualquer hora que Asa fazia Lachlan

alcançar o céu, ele estava feliz. Ele olhou para seu amante e sorriu para si mesmo. Asa era tudo

que Lachlan poderia querer e muito mais.

Ele bateu os ombros em seu marido. “Devemos fazer sexo todos os dias.”

“Uh...” Asa piscou rapidamente e deu um empurrãozinho para trás. “Não que eu esteja

reclamando, mas por quê?”

Lachlan parou de andar e inalou profundamente o ar da manhã. Ele sorriu satisfeito para

Asa. “Eu me sinto ótimo.”

“Eu lhe dei uma boa foda esta manhã.” Asa bufou como ele passou a mão pela mandíbula.

“Se você me disser que quer fazer sexo todas as manhãs depois de passar o dia todo na sela, você o

terá.”

Porra. Lachlan não tinha pensado nisso. Ele fez uma careta, já começando a sentir a dor em

seu bunda pela sela que ele ainda tinha que se sentar. Ele bateu no queixo como se estivesse

pensando em um acordo, e ele estava. “Hmm, boquetes, então?”

Os olhos de Asa brilhavam de alegria. “Fechado.”

Considerando que houve um período de tempo quando se Asa recusou até mesmo a tocá-

lo por causa de uma promessa que ele fizera a Deus quando Lachlan ficou ferido, conseguir um

acordo para um boquete a cada manhã era muito, muito bom.

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Asa agarrou a mão de Lachlan e começou a arrastá-lo para a casa principal em um ritmo

um pouco mais rápido. Lachlan riu enquanto o seguia. “É melhor se apressar em chegar em casa

ou não sobrará nada de nenhum um de nós se chegarmos atrasados,” disse Asa.

Lachlan apressou seus passos, concordando totalmente com Asa. “Da disse por que ele

queria que nós o encontrássemos com ele na casa em vez de no celeiro de qualquer maneira?”

“Não.” Asa balançou a cabeça. “Ele apenas ligou ontem à noite e pediu para encontrá-lo

na casa esta manhã.”

“E ele não disse mais nada?” Isso realmente não parecia com Da.

“Como —” Os olhos de Asa foram para a casa e Lachlan sabia que ele estava medindo a

distância deles para os ouvidos de Ma, especialmente quando o seu tom reduziu a um mero

sussurro. “Como diabos eu sei se Da disse mais alguma coisa? Você estava tentando sugar meus

miolos através do meu pau.”

Lachlan engasgou e quase engoliu a língua. “Era o meu Da ao telefone?”

Asa franziu a testa. “Quem diabos você acha que eu estava falando? Papai Noel?”

Lachlan pigarreou. “Não. Você atendeu ao telefone três vezes na noite passada, Asa.

Pensei naquele momento em particular você estivesse falando com um dos meus irmãos.”

“Ah, e seus irmãos são muito melhores?”

“Ah, sim.”

Duh.

Lachlan esfregou a mão sobre a testa e rezou que seu pai não tivesse ouvido nenhum dos

barulhos que ele tinha feito. Isso seria humilhante. “Você poderia ter me dito que você estava

conversando com Da.”

“Eu tentei.” Os lábios de Asa levantaram em um sorriso. “Você se recusou a desistir” —

Asa fez aspas no ar com seus dedos — “do seu ‘brinquedinho', como você chama.”

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O rosto de Lachlan corou assim que a porta da frente se abriu e seu irmão Quaid saiu, seu

marido Matthew seguindo logo atrás dele. Quaid parou com a mão ainda na porta e olhou para

Lachlan a Asa e depois para ele novamente.

“Ok, quem eu tenho que matar para descobrir por que meu irmão mais velho está

corando?” Quaid riu quando Matthew esbarrou nele e o empurrou ainda mais para fora da porta.

“Porque eu estou disposto a matar. Apenas me dê um nome. Valeria a pena o tempo de prisão.”

Lachlan lançou um olhar na Asa, desafiando o homem a dizer o seu segredo.

“Eu estava brincando com Lachlan sobre ele tropeçar,” disse Asa sem perder uma batida.

Deus ama o homem.

Quaid revirou os olhos. “Que chato!”

Asa levantou uma sobrancelha. “Isso significa que você cancelou a sua proposta?”

“Ah.” Os ombros maciços de Quaid se moveram quando ele deu de ombros. “Dê-me um

pacote com seis cerveja e nós vamos falar sobre isso.”

“Falar sobre o quê?”

Ao som da voz de Ruben, Lachlan se virou para vê-lo, seu marido Elijah, e sua filha Alani

andando pela calçada em direção a casa. “Você me trouxe um presente de Natal antecipado,” disse

ele enquanto pegava Alani. Ela estava com um pouco mais de 18 meses de idade e tão adorável

como ela poderia ser.

“Não.” Ruben girou para longe, colocando o bebê contra o peito. “Eu trouxe um presente

para Ma.”

“Oh, vamos lá, Ruben. Você sabe que nunca serei capaz de segurá-la assim que Ma colocar

suas mãos sobre Alani.” Ma não compartilhava bem, especialmente quando se tratava de sua

única neta. Lachlan deu ao seu irmão adotivo seu melhor beicinho. “Por favor?”

“Tudo bem.” Ruben entregou Alani. “Mas se Ma começa a gritar, eu vou culpar você.”

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“Uh-uh, ela não machucaria um fio de cabelo da minha cabeça. Eu sou o filho

primogênito.” Lachlan balançou as sobrancelhas quando ele abraçou o bebê ao seu peito. “Eu sou

insubstituível.”

“Eu posso tentar.”

Lachlan endureceu com a voz por trás dele, seus olhos arregalando quando ele lentamente

se virou para a mulher que estava no topo da escada da varanda com os braços cruzados sobre o

peito. “Bom dia, Ma.”

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Capítulo Três

Para todos os dias aqui e depois, que eles possam ser preenchidos com boas lembranças, felicidade e

risos.

~ Brinde irlandês ~

A risada estridente de Billy soou nos ouvidos de Rourke enquanto ele levava o homem

para o quarto e o deixou cair sem cerimônia no meio da cama. Billy saltou algumas vezes e parou

com a cabeça quase pendurada na parte inferior da cama.

Rourke gemeu com a visão do pescoço de Billy quando ele inclinou a cabeça para trás ao

longo da beirada do colchão. Sentindo-se subitamente dolorido e necessitado, ele abriu sua calça

jeans e puxou seu pênis duro para fora.

“Chupa meu pau, bebê.”

Rourke engasgou quando Billy se inclinou e o engoliu profundamente sem uma palavra

de protesto. Ele acariciou a mandíbula de Billy como o homem lindo lambeu e chupou a cabeça,

passando a língua ao longo da grande veia que serpenteava o comprimento da ereção dura de

Rourke.

Rourke gemeu, balançando os quadris até seu jeans deslizou para baixo suas pernas, se

reunindo em seus tornozelos. Ele abriu mais os joelhos para as investidas de Billy. Seus olhos

quase rolaram em sua cabeça quando Billy passou a língua sobre a cabeça, sorvendo o pré-sêmen

que escorria do lado antes de engoli-lo todo. Ele quase tropeçou para trás, pego de surpresa com a

capacidade de seu companheiro fazer algo assim.

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Billy puxado para trás e lambeu e chupou com prazer genuíno, fazendo os mais sexy

pequenos ruídos que se possa imaginar. Quando Billy olhou para ele por baixo de suas grossas,

cílios escuros, tudo o que Rourke foi capaz de fazer foi olhar para ele. A necessidade nos olhos de

Billy era a coisa mais linda que ele já tinha visto.

“É isso aí, bebê. Chupe-o.” As mãos de Rourke deslizaram pelo cabelo preto e enrolado de

Billy, segurando-se enquanto estremecia e saboreava cada segundo do que seu companheiro

estava fazendo com seu pau. “Deus... tão bom, bebê.”

Billy abriu mais amplo, levando a circunferência em sua garganta. Engasgando, ele se

afastou. Rourke sabia que ele era bem dotado e que seu amante teria dificuldade para tomar tudo

dele. Ele sempre tinha, mas Billy era tão ávido.

“Leve somente o que você pode, bebê.”

Rourke queria encher a boca de Billy com a sua semente, esvaziar suas bolas em sua

garganta. Ele empurrou para dentro e para fora em estocadas curtas, não querendo que seu

companheiro engasgasse novamente. Rourke gemeu quando Billy fechou suas bochechas,

puxando Rourke ainda mais, criando um vácuo apertado.

Rourke estremeceu quando Billy dominou seu reflexo de vômito e empurrado para frente

até que a cabeça de seu pau bateu no fundo da garganta de Billy. Relaxando os músculos, Billy

levou-o ainda mais para baixo.

Rourke agarrou a cabeça de Billy, segurando-a firme enquanto seus quadris empurraram.

Billy entendeu. Seu companheiro massageou o pau de Rourke com a língua, e os seus lábios

esticaram quando ele começou a balançar a cabeça. Rourke estava muito perto com a maneira

como seu amante o estava chupando.

“Merda!” Rourke gritou quando Billy começou a zumbir em torno de seu pênis. As

vibrações foram sentidas todo o caminho até os dedos dos pés. Billy puxou de volta, sugando a

cabeça, sua língua mágica trabalhando em torno de toda a largura, circundando o feixe de nervos.

21
Rourke levou a mão de Billy para suas bolas. Ele gemeu quando Billy as girou de leve e as

apertou. Ele brincou com períneo de Rourke, o dedo deslizando para trás e para frente. Os

músculos da coxa de Rourke tremeram, suas pernas ameaçando ceder enquanto suas bolas

puxaram com tanta força contra seu corpo que elas realmente doeram.

“Vou... gozar, bebê.” Rourke ofegava.

Billy murmurou o nome de Rourke em seu pênis, deixando Rourke descontroladamente

insano. Ele começou a foder a boca de Billy a sério, sentindo a cabeça do seu pau deslizar para

baixo a garganta de seu amante repetidas vezes.

“Merda, bebê, estou gozando.” Rourke jogou a cabeça para trás, gritando o nome de Billy

quando ele gozou em sua garganta, cordas de sêmen quente jorrando continuamente. Sua maldita

cabeça latejava quando ele afastou seu corpo e olhou para o único homem que tinha o poder de

levá-lo para o céu e de volta.

“Você vai gozar para mim, bebê?” Rourke perguntou enquanto observava Billy empurrar

suas calças para baixo de suas pernas. Billy pegou seu próprio pênis, bombeando sua mão e

puxando o saco dele.

Rourke se inclinou para frente, descansando em sua mão enquanto ele pairava sobre o

corpo de Billy. Ele lambeu o dedo da outra mão e deslizou para baixo entre nádegas de Billy e em

seu pequeno buraco apertado. Um forte impulso de seu dedo e Billy curvou as costas, o seu sêmen

caindo sobre seu abdômen, sua corpo sacudindo.

Billy estremeceu mais algumas vezes antes de cair para trás, ofegante. Rourke escorregou

seu dedo para fora, em seguida, circulou os braços em volta Billy, beijando seu pescoço. “Você é

tão sexy, bebê. Adoro ver você se masturbar.”

Levou de anos para convencer Billy desse fato. Ele passou muitos anos sendo punido por

até pensar em tocar seu pênis para ser masturbar confortavelmente. Somente através do amor,

paciência e compreensão e um traço ligeiramente bizarro de Rourke, ele tinha sido capaz de

convencer Billy que não apenas era bom para tocar a si mesmo, mas muito incentivado.

22
Billy sorriu, o prazer brilhando em seus olhos de um azul profundo. “Isso é só porque

você é um pervertido.”

Rourke riu. “Eu sou seu pervertido.”

“Sim.” A resposta de Billy era suave, melancólica, como se Rourke tivesse acabado de

dizer o maior desejo de Billy.

Rourke abriu uma das gavetas de cabeceira e tirou alguns lenços para fora. Ele limpou

Billy limpa antes de ajudá-lo a puxar as calças para cima. Rourke jogou os lenços no lixo, puxando

seu jeans também.

“Nós precisamos ir, bebê. Da está nos esperando na casa principal.”

Billy rolou imediatamente para a beirada da cama e ficou de pé, endireitando suas roupas

e alisando seu cabelo. Rourke não sabia se estava enraizado em seu amante por causa de seu

passado ou se vinha de realmente querer ajudar, mas Billy nunca dizia não quando Ma ou Da lhe

pedia alguma coisa.

Que muitas vezes deixava Rourke louco.

“Eles disseram o que queriam?” Billy perguntou quando ele se dirigiu para a porta.

“Eu sei Ma precisa de sua ajuda para decorar para o Natal e vamos colocar as luzes de

Natal.” Rourke não podia esperar. A visão do rancho toda iluminado com luzes brancas era um

dos seus favoritos de toda a temporada. Era como um farol dizendo que esta era a sua casa.

Rourke franziu a testa quando Billy gemeu.

“O quê?”

“Nada,” Billy disse rapidamente.

Rourke não se enganou com o sorriso estampado no rosto de Billy. Mas ele ignorou. Ele

estava muito animado com a possibilidade de colocar as luzes. Ele havia encontrado alguns

excelentes pisca-piscas de uma estufa na Alemanha. Ele não podia esperar para vê-los pendurados

e funcionando.

“Tenho certeza Da quer que eu ajude com o gado.”

23
“Com as baias de estrume?”

“Provavelmente.” Rourke riu com a careta no rosto de Billy. Ele realmente odiava limpar

estrume.

“Você quer ajuda?”

Rourke balançou a cabeça. Ele era grato que Billy tinha perguntado, mas o homem tinha

visto o interior do celeiro mais do que ninguém no rancho, exceto pelos cavalos. Pensando em

quando eles ficaram juntos pela primeira vez, Billy tinha colocado em sua cabeça que ele precisava

para pagar a todos que ele tinha prejudicado enquanto era abusado por seu irmão Clem.

Foram quase dois anos de trabalhos — incluindo inúmeras baias cheias de estrume

diariamente — para pagar a todos. Ele se recusou a aceitar dinheiro de Rourke para realizar seu

objetivo, dizendo que era algo que precisava fazer por conta própria. Rourke respeito isso, mesmo

se odiando por ver Billy trabalhar tão duro.

Felizmente, ele tinha pagado a todos há algum tempo. As pessoas da cidade não tinham

sido muito receptivas a Billy no começo, mas depois de um tempo, e, especialmente, quando a

notícia do abuso que ele tinha sofrido com veio à tona, Billy tinha lentamente começou a fazer

amigos e se envolver com as pessoas em Cade Creek de forma mais positiva do que ele tinha no

passado. Mesmo agora, todas as noites de quinta-feira era passada com o seu grupo de

patchwork1.

“Existe algo especial que você gostaria para o jantar hoje à noite?” Billy perguntou quando

eles saíram de casa e começaram a subir a calçada para a casa de Ma e Da.

“Você,” disse Rourke com uma cara séria.

Billy o olhou espantado, sua boca se abrindo e depois fechando conforme seu rosto ficava

vermelho. Deus, ele era tão fodidamente bonito. “Você não pode me ter para o jantar.”

24
“Você perguntou o que eu queria.”

“Eu quis dizer comida.”

Rourke sorriu enquanto colocava um braço em volta da cintura de Billy e o puxava para

perto. “Quem disse que eu não gostaria de comer você? Hmm?”

“Rourke!” Billy engasgou.

A diversão de Rourke aumentou como vermelho enchendo as bochechas de Billy. Ele

duvidava que ele nunca se acostumaria com quão inocente seu lindo homenzinho realmente era.

Billy segurava toda a existência do Rourke na palma de suas mãos e ainda o homem corava com as

mais simples coisas pequenas.

Era adorável.

“Eu vou comer tudo o que você colocar na minha frente, bebê. Você sabe disso.”

O sorriso feliz de Billy iluminou o dia já cheio de luz de Rourke. “Eu sei,” disse Billy. “Eu

apenas pensei em perguntar, caso houvesse algo específico que você quisesse.”

“Nada que eu posso pensar, bebê, mas se isso mudar, eu vou te avisar.”

Alegria e um toque de malícia dançaram nos olhos de Billy quando ele olhou para Rourke.

“Nem mesmo um rolo de carne?”

Rourke ficou tão chocado com as palavras de Billy que o homem conseguiu escapar

facilmente de seu abraço e correr como um louco para a casa principal. Rourke observou por um

momento, fascinado pela forma como o traseiro de Billy se mexia enquanto corria, e, em seguida,

ele correu atrás do seu homem.

“É melhor você correr mais rápido, Billy Blaecleah.”

Billy riu alto quando ele olhou por cima do ombro, os olhos dançando. “É Bebê Blaecleah

para você.”

Rourke sorriu enquanto seus passos mais longos facilmente alcançou seu amor. Ele

agarrou Billy ao redor da cintura e o fez girar antes de jogar o homem por cima do ombro. Ele

parecia fazer muito isso.

25
Rourke bateu na bunda de Billy. Ele fazia muito isso, também. Felizmente, ele e Billy

gostaram. “Alguém está ficando muito atrevido.”

“Bem, você sabe.” Rourke sentiu Billy encolher de ombros. “Eu tenho dois, por isso há um

de reserva.”

Rourke riu tanto que seus lados doeram. Ele abaixou Billy a seus pés, mas manteve um

aperto firme em seus braços, impedindo o homem de correr novamente. Ninguém jamais fez rir

tanto quanto Billy, ou fez se sentir tão especial.

Quando ele olhou para os olhos azuis como o céu, Rourke ficou sério, emoção

engrossando sua garganta. “Eu não sou muito bom com palavras, Billy. Você sabe disso. Mas eu

—“

“Bebê.”

Rourke franziu a testa, esquecendo o que ia falar pela interrupção de Billy e as suas

palavras. “O quê?”

Os belos olhos azuis de Billy rolaram. “Eu juro que eu vou te lembrar de me chamar de

bebê no futuro.”

Rourke rosnou, empurrando Billy para ele. “Nós já passamos por muito inferno para estar

falando sobre o futuro.”

Um brilho fraco cintilou nas profundezas dos olhos de Billy quando ele sorriu para

Rourke, batendo suavemente em sua bochecha. “Não se preocupe, Rourke. Eu trabalhei muito

duro para mantê-lo seguro para deixar qualquer coisa acontecer com você agora.”

Rourke nem sequer tentou dissuadir Billy sobre sua ideia de que ele tinha que ser o

guardião de Rourke. O homem estava fazendo tudo em seu alcance, até mesmo a ponto de se

colocar em perigo de manter Rourke seguro. Rourke tinha se acostumado com isso ao longo dos

últimos anos.

Felizmente, eles chegaram a um acordo.

26
“A maneira mais fácil para me manter seguro é você ficar seguro,” Rourke lembrou a Billy.

“Estamos melhor quando estamos juntos, lembra?”

O sorriso de Billy ficou mais intenso, combinando com seus olhos. “Eu me lembro.”

“Bom.”

Os cílios de Billy começaram a tremer descontroladamente. Por um momento, Rourke

ficou preocupado até que ele viu o sorriso malicioso no rosto. “Isso significa que você não vai me

dizer que você me ama?”

“Eu sempre vou te dizer que eu te amo, Billy.”

“Bebê.”

Os olhos de Rourke rolaram. “Billy, Bebê, qualquer que seja. Eu ainda te amo.”

Todo o rosto de Billy iluminou. “Só por isso, eu vou te ajudar com as luzes de Natal.”

Rourke franziu a testa, não entendendo. Ele amava pendurar as luzes do feriado. Mas ele

não iria recusar ajuda, especialmente quando se tratava de seu bebê.

Mas, primeiro, ele precisava descobrir o que o seu Da e sua Ma queriam.

27
Capítulo Quatro

Que haja uma geração de crianças sobre os filhos de seus filhos.

~ Brinde Irlandês ~

Matthew Blaecleah sorriu ao observar Ma com sua sobrinha. Ela estava tentando fazer

Alani terminar de comer sua fruta picada em vez de se mexer fora para ver o que a Da estava

fazendo. O vovô parecia muito mais interessante para a criança do que os morangos fatiados.

Matthew ainda se maravilhava toda vez que ele olhava para a menina que ele era

aparentado. Ruben e Elijah havia feito um trabalho fantástico com ela, também. Alani não tinha

dois anos de idade ainda, mas ela já estava falando e andando, e bem a caminho para ser treinada

para o penico.

Matthew imaginava que quando ela estivesse com dois anos, ela seria um inferno sobre

rodas. Ele não podia esperar para ver isso.

“Você está bem, anjo?”

Matty sorriu e deu um tapinha na mão de Quaid em seu ombro. “Eu estou bem.”

“Vamos ter noticias da agência de adoção em breve.”

“Eu sei. Eu só...” Era triste ver sua sobrinha crescer e descobrir o mundo à sua volta. Ele a

adorava, mas tê-la em sua vida tinha aflorado o próprio desejo de Matty de ter uma criança.

Depois de discutir o assunto com Quaid por vários meses, eles haviam decidido tentar adotar sua

própria criança.

Não tinha sido fácil.

28
Em mais de uma ocasião, eles tinham sido negados simplesmente porque eram dois

homens gays. Apesar dos progressos nos últimos anos pelos direitos dos homossexuais, ainda

havia um estigma ligado a dois homens que adotam uma criança. Aparentemente, o pensamento

atual é que ter dois paus entre eles significava que eles não poderiam ser pais adequados de uma

criança.

Despedaçava o coração de Matty cada vez que eles foram negados com base na sua

orientação sexual. Se não fosse pelo fato de que ele amava Quaid mais do que a sua própria vida

— e que genitália feminina lhe davam urticária — Matty teria fingido ser hétero em um piscar de

olhos, simplesmente para que ele não tivesse que ser um cidadão de segunda classe.

Há alguns meses atrás, eles tinham finalmente encontrado uma agência de adoção que não

importava qual fosse a sua orientação sexual — Matthew odiava esse rótulo — contanto que eles

fossem pessoas íntegras e estáveis. Elijah tinha ajudado a completar toda a papelada necessária

para a adoção, e prometeu guardar segredo. Matty não queria que ninguém soubesse o que

estavam fazendo, até que ele tivesse algo importante a compartilhar.

Até agora, eles ainda estavam esperando.

Matty olhou para cima quando Quaid agarrou sua mão e puxou.

“Vem comigo,” Quaid disse enquanto puxava Matty fora da sala de jantar e para as

escadas. “Eu quero lhe mostrar uma coisa.”

A leve careta de Matty foi acompanhada por uma pequena risada enquanto ele seguiu seu

marido subindo as escadas. No momento ele chegou ao degrau mais alto, Matty tinha uma boa

ideia de onde eles estavam indo.

Ele não ia discutir.

Matty fez uma pausa enquanto ele chegou ao topo da escada, os olhos atraídos para a foto

de casamento de Lachlan e de Asa na parede. Essa foto tinha sido o início de sua vida como um

Blaecleah. E fez o seu coração inchar para ver as outras fotos do casamento que agora estavam

penduradas na parede ao lado dela, especialmente a foto com o mais belo irmão Blaecleah.

29
Os olhos de Matty se encheram de lágrimas quando ele roçou seu dedo pela borda do

quadro branco, lembrando o quão feliz ele tinha sido no dia em que ele se casou com o seu próprio

Blaecleah. Nem todos os dias desde este tinha sido maravilhosos. Quaid era um bastardo teimoso

e eles tiveram mais do que seu quinhão de desentendimentos. Mas Matty nunca tinha lamentado

um único dia passado com o homem.

“Eu ainda acho que você é um anjo enviado do céu.”

Matty sorriu através das lágrimas enquanto enxugava os olhos, em seguida, se virou para

olhar para Quaid. “E você ainda é tão romântico.”

“Você quer romance?” Quaid sorriu maliciosamente. “E se eu lhe dissesse o quanto eu te

amo? Ou talvez eu devesse dizer que você me lembrou de um anjo enviado do céu na noite em

que te conheci? Melhor ainda, talvez eu devesse lhe dizer quão duro meu pau fica cada vez que

você respira? Isso seria romântico o suficiente para você?”

A respiração Matty travou em sua garganta enquanto Quaid repetiu as palavras que ele

tinha falado para ele no dia do casamento, palavra por palavra. Ele estendeu a mão e segurou a

bochecha de Quaid. “Não importa o que acontece com a agência de adoção, crianças ou sem

crianças, você me deu uma vida que eu só podia sonhar. Casar com você foi a melhor coisa que já

me aconteceu.”

Os olhos verdes se Quaid perfuraram a alma de Matty enquanto ele o olhava. “Eu sabia

que você estava destinado a ser o meu momento que eu vi você, Matthew. Levei algum tempo

para convencê-lo, mas não se passou um dia que você não tenha provado para mim que eu estava

certo.”

A mão de Quaid segurou a nuca de Matty, puxando-o para mais perto. “Quando eu

construí nossa casa, eu a construí grande o suficiente para nós termos uma família, porque eu não

posso pensar em nada mais que pudesse fazer nossa vida mais perfeita do que criar algumas

crianças juntos. E isso vai acontecer, anjo, de uma forma ou de outra.”

30
Matty fez uma careta. Ele não tinha a mesma confiança que Quaid tinha. “E se eles nunca

ligarem, Quaid? Ou se eles ligarem para nos dizer não como todas as outras agências? E então?”

“Nós paramos de usar preservativos e eu engravido você.”

Matty o olhou fixamente, sem piscar.

“Matthew, vamos ser pais, de uma forma ou de outra. Há um monte de crianças no

mundo que precisam de um bom lar amoroso, e nós temos isso, de sobra. Se isso não funcionar,

então sempre podemos encontrar uma barriga de aluguel.”

Matty começou a piscar. “Um pequeno garoto Blaecleah com olhos verdes e cabelos

castanhos avermelhados.”

Quaid escovou o cabelo de Matty para trás bochecha quando ele sorriu. “Ou um menino

com cabelo acobreado e olhos castanho-claros.”

“Ou uma menina.”

“Ma enlouqueceria.”

“Certo?” Matty se inclinou para frente até que ele pudesse descansar a cabeça contra o

peito de Quaid. Ele foi consolado pela batida firme do batimento cardíaco de Quaid contra seu

ouvido. Mesmo se eles nunca encontrassem uma criança para chamar deles, a felicidade que ele

tinha encontrado nos braços deste homem fazia sua vida completa. “Eu te amo, Quaid.”

Matty podia ouvir a alegria na Quaid de voz quando ele respondeu. “Eu também te amo,

meu anjo. Eu sempre amarei.”

Matty ficou abrigado no peito de Quaid por um momento, saboreando o momento. Era

momentos como este que tudo em sua vida parecia perfeito. Sim, ele queria aumentar sua família,

mas ele estava feliz com o homem que o segurava.

“Então, o que você quer me mostrar?” Matty perguntou quando ele se inclinou para trás e

olhou para o rosto de seu amante.

O sorriso de Quaid cresceu mais amplo e mais malicioso. Ele agarrou as mãos de Matty e o

puxou pelo corredor até o quarto que tinham compartilhado antes de sua casa ser construída.

31
Apesar do quanto ele amasse a casa que Quaid tinha construído para ele, Matty tinha boas

memórias do antigo quarto de Quaid. Era onde Quaid tinha pedido pare se casar com ele pela

primeira vez, onde Matty começou a se apaixonar pelo homem.

Era uma sala de costura agora.

Matty parou tão logo ele passou pela porta. Seu queixo caiu enquanto ele olhava em volta

para todos os tecidos empilhados em prateleiras, os carretéis de linha, a máquina de costura e

mesa grande de corte.

“O que aconteceu com o nosso quarto?” E quando tinha acontecido? Certo, tinha se

passado algumas semanas, mas a última vez que esteve no quarto, ele ainda era o quarto de

infância de Quaid.

“Anjo, nós temos a nossa própria casa agora, lembra?”

“Sim, mas...” Matty deu um passo para dentro do quarto, lentamente girando ao redor,

absorvendo tudo. Não havia um único indício de que este quarto já tinha sido um quarto.

Matty se sentiu roubado.

“Matthew, está tudo bem.”

“Eu sei, é só que...” Matty lambeu os lábios, sem saber como colocar seus sentimentos em

palavras. “Este quarto era especial.”

“Não, meu anjo.” As mãos eram gentis de Quaid quando ele agarrou Matty e o puxou de

volta. “O que aconteceu nesse quarto foi especial, mas nós levar isso conosco onde quer que

estejamos.”

Matty suspirou quando ele se inclinou para o corpo maior e mais musculoso de Quaid.

Seu marido sempre parecia saber a coisa perfeita a dizer para fazê-lo se sentir melhor. Ele sentiu

lábios quentes pressionarem contra o seu pescoço e inclinou a cabeça para um lado, dando melhor

acesso a Quaid.

“Isto,” Quaid sussurrou contra a pele de Matty enquanto ele salpicava beijos ao longo do

arco de seu pescoço, “essa coisa entre nós, esse calor, essa necessidade que temos de estar juntos, a

32
necessidade mais forte do que a nossa necessidade de ar... nós levamos que onde quer que vamos,

Matthew. Ela nunca nos deixa.”

“Quaid,” Matty murmurou com voz rouca. Seu corpo voltando à vida pelas mãos

magistrais acariciando sua pele sensível. Ele começou a doer, a precisar. Matty se empurrou contra

Quaid, adorando a sensação do pau duro de Quaid pressionado contra sua bunda.

“Estou aqui, meu anjo.”

“Eu preciso.” Seu gemido era rouco, sem fôlego conforme as mãos de Quaid deslizaram

por seu peito e sobre o cume duro preso atrás de seu zíper. As pernas de Matty começaram a

tremer quando Quaid o massageou através do tecido macio da calça jeans. Ele estava tão duro e

dolorido ele pensou que poderia quebrar.

“Como um belo anjo,” Quaid murmurou enquanto desabotoou sem esforço as calças de

Matty e deslizou o zíper para baixo. Ele empurrou o cós elástico dos boxers de Matty para baixo.

“Olhe para você.”

Matty gemeu e subiu na ponta dos pés quando os dedos grossos de Quaid se rodearam a

sua ereção dura, seu aperto firme lentamente acariciando-o da raiz à ponta. Não havia nada na

terra mais erótico do que assistir Quaid o masturbando. O prazer era surpreendente. Quaid era o

único homem vivo que tinha a capacidade de fazer Matty se sentir como se estivesse voando em

direção ao sol.

Matty empurrou seus quadris, dirigindo seu pênis mais profundamente no aperto de

Quaid. Ele fechou os dedos no tecido do jeans de Quaid. Seus dedos curvaram em seus sapatos.

Ele ofegava pesadamente, incapaz de respirar fundo o suficiente para encher seus pulmões.

Dentes rasparam ao longo de seu pescoço e seu ombro na beirada do colarinho da camisa.

Eles mordiscaram, lábios sugando a pele. O corpo duro atrás dele pressionado em Matty,

lembrando que seu marido estava atrás dele, tão excitado como ele estava.

33
Matty gritou quando ele foi levantado e girado ao redor. Quaid agarrou suas mãos e as

apertou contra a parede. Suas calças foram empurradas para baixo em seus tornozelos. Um sapato

saiu voando pela sala quando Quaid puxou a perna da calça.

Algo primitiva estremeceu através de Matty quando seus pés foram afastados e um dedo

lubrificado entrou nele. Matty estava tão feliz por eles carregarem pacotes de lubrificante. Eles

vieram a calhar o tempo todo.

“Preciso, anjo.” A voz de Quaid estava baixa e rouca, tensa, necessitada. “Tenho que ter

você.”

Matty tinha certeza que Quaid tinha esquecido que eles estavam no quarto de costura de

Ma. Inferno, a porta ainda estava aberta. Qualquer um poderia vir para cima e entrar, ver

exatamente o que eles estavam fazendo. Isso era realmente um pouco excitante, e totalmente

humilhante. Matty orou para que Ma e Da ficassem no térreo, pois ele não tinha intenção de fazer

Quaid parar.

Pelo menos não até que eles tivessem terminado.

Outro dedo se juntou ao primeiro, entrando e saindo da bunda de Matty a um ritmo cada

vez maior. No momento em que um terceiro dedo empurrou ao lado dos outros dois, Matty estava

pronto para começar a implorar.

“Quaid,” Matty gemeu em voz gutural. Quaid sempre o fez se sentir amado e desejado,

mas de alguma forma agora, ele parecia especialmente feroz.

Um leve arrepio percorreu seu corpo quando Quaid tirou os dedos e o girou,

pressionando-o contra a parede enquanto o levantava. Por apenas um momento, Quaid parou ali

com a cabeça sem corte de seu pênis pressionando contra buraco de Matty.

“Preciso ver os seus olhos, meu anjo.”

O tempo parecia ter parado enquanto Matty olhou para cima. O hálito quente de Quaid

soprava sobre ele, os dedos do homem cravados em suas nádegas. A batida rápida do batimento

cardíaco de Quaid trovejou nos ouvidos de Matty.

34
Matty não disse uma palavra. Ele não tirou os olhos de Quaid. Ele simplesmente deslizou

as mãos sobre os ombros poderosos de Quaid quando ele foi levantado e puxado de volta para

baixo, empalado repetidas vezes.

O corpo de Matty vibrou em torno do pau de Quaid com cada movimento, apertando-o

quando ele saiu e depois o puxando de volta. Ele nunca acelerou seu ritmo, apenas manteve lento

e constante empurrando contra Matty, a paixão crescendo em ambos com cada impulso.

“Vou passar o resto da minha vida com você, anjo,” Quaid disse. O coração de Matty

acelerou quando Quaid repetiu as palavras que ele lhe disse no dia em que se casaram. “Vou te

amar assim todos os dias.”

“Sim,” Matty gemeu.

“Para sempre é muito tempo, anjo.” A grande mão de Quaid pegou o rosto de Matty e o

segurou delicadamente. “Você está pronto para ficar comigo para sempre?”

“Sim!” Matty gritou como seu corpo entrou em erupção. Sua cabeça bateu contra a parede,

e ele encheu o espaço entre eles com a sua libertação.

Quaid gemeu enquanto ele empurrava no corpo de Matty mais uma vez, até onde ele

poderia ir, e deixar seu próprio orgasmo o percorrer. Suas mãos agarraram a bunda de Matty, e ele

deixou seu rosto cair na curva suave do pescoço de Matty enquanto ele ofegava.

“Tão bonito,” sussurrou Quaid. “E todo meu.”

O rosto de Matty corou enquanto ele sorria. “Sempre.” Seu coração falhou no sorriso

brilhante que Quaid lhe deu quando ele levantou a cabeça. Ele se perguntou se ele estaria assim

tão apaixonado pelo homem em cinquenta anos, mas então ele se lembrou de como apaixonados

Ma e Da eram e ele sabia que ele estaria. Havia algo sobre amar um Blaecleah. Não era descritível

a ninguém que não tivesse experimentado. Mas agora que ele tinha, Matty sabia que ele lutaria

contra a própria morte para mantê-lo.

“Amo você, Quaid.”

35
O aperto de Quaid se intensificou, sua postura se tornando rígida. “Não pare nunca,

Matthew. Eu não posso viver esta vida sem você.”

Enterrando seu rosto no pescoço de Quaid, Matty soprou um beijo lá. “Nunca vai

acontecer, Quaid.” Ele sorriu contra a pele de Quaid. “Nós não usamos um preservativo e você

prometeu me engravidar.”

Matty sentiu a risada profundamente de Quaid dentro de seu corpo. Ele gemeu, seu pênis

dando um valente esforço para voltar à vida. “Não comece isso de novo. Eu já estou escandalizado

o suficiente que nós acabamos de fazer sexo no quarto de costura de Ma.”

Quaid riu quando ele se afastou, os dois gemendo quando seu pênis deslizou livre.

“Banheiro.” Quaid riu quando ele caminhou para o banheiro privativo de seu quarto de infância.

Eles demoraram apenas alguns minutos para se limparem, principalmente porque Quaid

continuou tentando roubar beijos e tocar seu corpo. Matty ainda estava rindo quando ele saiu do

banheiro, enfiando a camisa para dentro das calças.

Ele parou de rapidamente quando ele encontrou Ma dentro da porta, uma careta

perturbada em seu rosto. Matty sentiu o calor em seu rosto e sabia que ele estava corando

furiosamente. Ela sabia exatamente o que tinham feito em seu quarto de costura. Ele simplesmente

sabia disso.

“Hey, Ma.” Ele tentou parecer normal, mas sua voz tremeu. Matty apertou os lábios e

dirigiu seu cotovelo de volta para o estômago de Quaid quando ouviu a alegria tranquila do

homem. Quaid estava tentando segurar sua risada e fazia um péssimo trabalho.

As sobrancelhas de Ma se curvaram. “Você tem uma ligação, Matthew.”

“Sim, senhora.” Matty correu por Ma e para fora do quarto tão rápido quanto seus pés o

levariam. Quando ele atingiu o topo da escada, ele ouviu Ma começar a questionar Quaid sobre o

cheiro estranho no quarto.

Ele estava tão feliz que ele não era Quaid.

36
Matty estava rindo quando ele entrou na sala e pegou o telefone. Ele tinha certeza de que a

pessoa do outro lado ouviu em sua voz enquanto ele falava.

“Alô?”

“Matthew Blaecleah?” Perguntou uma voz feminina suave.

A diversão de Matty sumiu no uso de seu nome completo por uma voz que não

reconheceu. “Sim, é Matthew Blaecleah.”

“Bom dia, Sr. Blaecleah. Eu sou Julia Roman da Agência de Adoção do Estado. Eu queria

saber se seria possível para você e seu marido virem ao meu escritório esta tarde e se encontrarem

comigo.”

O coração de Matty afundou. Ele piscou rapidamente quando a sua visão turvou. “Você —

” Matty limpou a garganta e tentou novamente. “Você está nos tirando da lista de espera?”

“Oh, não, Sr. Blaecleah, que não é nada disso,” a mulher se apressou em dizer. “Na

verdade, estou ligando porque eu gostaria de discutir seus requisitos de adoção.”

“Que requisitos?” Matty perguntou, a pergunta com uma nota de impaciência, “Nós

apenas queremos adotar.”

“Bem, nós temos duas crianças entregues para a nossa agência depois que seus pais

morreram em um acidente de carro no mês passado. Há circunstâncias incomuns, relativamente à

adoção delas que eu gostaria de discutir com você.”

“Circunstâncias incomuns?” Matty se pintaria roxo se precisasse.

“Há apenas um parente vivo e que ela não está em condições de criar duas crianças

pequenas devido à sua idade avançada. No entanto, ela tem sido inflexível que as crianças sejam

adotadas por casais do mesmo sexo, que seus pais sejam gays.”

O queixo de Matty caiu. O choque drenou o sangue de seu rosto. “Você está falando

sério?”

37
“Contanto que vocês não estejam querendo um recém-nascido e estejam dispostos a

considerar duas crianças, em vez de apenas uma, eu acho que você e seu marido podem ser a

solução perfeita para estas crianças.”

Matty ficou parado ali por um momento, o choque o paralisando no lugar enquanto

tentava assimilar a ideia de que eles podiam ter a chance de adotar duas crianças, porque eles

eram gays contra o muro de resistência que eles vinham enfrentando desde que começaram a

tentar ter uma família. Ele se virou para as escadas e gritou o mais alto que podia. “Quaid!”

38
Capítulo Cinco

Quando os olhos irlandeses estão sorrindo, tome cuidado.

~ Provérbio irlandês ~

Neason pegou um hinário do banco, depois andou um pouco e pegou outro. Ele colocou

cada um no suporte de livros na parte de trás do próximo banco, fazendo isso subindo e descendo

cada corredor até que ele tinha limpado cada banco.

Ele viu a bíblia que Sra. Walker tinha deixado na terceira fileira de bancos novamente. Ele

sorriu quando ele pegou o livro usado, sabendo o quanto a mulher mais velha a amava a bíblia,

mesmo que ela tendo a tendência de esquecer o tempo todo. Neason a levou para a pequena mesa

na parte de trás da igreja e a colocou ao lado de outros itens que as pessoas deixavam durante os

cultos de domingo.

Isso acontecia mais frequentemente do que as pessoas percebiam.

Ele pegou o aspirador do armário no hall de entrada e começou a aspirar a entrada e o sala

principal, incluindo o pequeno púlpito que Brody ficava quando ele dava seu sermão todos os

domingos.

A igreja geralmente era limpa por algumas das senhoras da congregação, mas elas tinham

uma feira especial de quilting acontecendo perto do Natal. Billy tinha perguntado se ele poderia

assumir a limpeza esta semana. Depois de ver a emoção no rosto de Billy porque ele teria várias

colchas sendo leiloadas na feira, Neason não podia dizer não ao homem. Demorou muitos anos

para vê-lo ser tão facilmente aceito pelas pessoas em Cade Creek.

“Desculpe.”

39
Neason girou, apertando sua mão no peito para manter o coração batendo em seu peito.

Seu coração lentamente voltou ao normal quando reconheceu o homem que estava lá com seu

chapéu de cowboy seguro nervosamente em suas mãos. Neason se virou e desligou o aspirador e

depois se virou para o homem.

“Mitch Walker, eu não vejo você há anos. Como você está?”

“Eu estou bem.” O homem de cabelos escuros correu seu olhar ao redor da sala como se

ele estivesse desconfortável em pé em uma igreja. Ao longo dos anos, Neason tinha vindo a

perceber que muitas pessoas ficavam. “Brody está?”

“Ele está aqui em algum lugar.” Neason largou o cabo de aspirador que ele estava

segurando e deu um passo na direção do homem nervoso. “Eu posso te ajudar?”

“Eu... er... Eu trouxe um monte de legumes na parte de trás do caminhão.” Mitch fez um

gesto por cima do ombro com o polegar. “Eu estava pensando que talvez eu pudesse deixá-los

aqui e Brody os daria a qualquer um que pudesse precisar deles neste domingo.”

“Oh, isso seria maravilhoso.” Neason deu um sorriso amigável a Mitch. “Eu sei que há

muita gente sofrendo na área. Vegetais frescos às vezes são difíceis de encontrar.”

“Nós tivemos uma boa temporada este ano, melhor do que esperávamos.” Os grandes

ombros de Mitch se moveram sem jeito quando ele encolheu os ombros. “Eu imaginei que poderia

retribuir um pouco desde que nós nos saímos tão bem.”

“Estou certo de que haverá um monte de pessoas que apreciariam isso.”

“Você não tem de dizer a todos que fomos nós, ok?” Mitch parecia mais assustado com

isso do que de pé em uma igreja. “Talvez você pudesse apenas dizer que alguém as deixou aqui?”

Neason virou a cabeça para que Mitch não visse seu sorriso divertido. Cade Creek era um

lugar maravilhoso para viver, porque as pessoas realmente se preocupavam com seus vizinhos,

mas eles ficavam facilmente envergonhados quando eles faziam boas ações. Agricultores,

fazendeiros e o pessoal do campo eram muito resistentes, mas eles tinham um orgulho diferente

de qualquer Neason já conhecera.

40
“Ninguém tem que saber de nada, Mitch.”

“Obrigado,” Mitch respondeu, seus ombros perdendo um pouco de sua tensão. “Onde

você gostaria que eu descarregasse?”

“Se você levar o caminhão para a parte de trás, podemos colocá-los na despensa.”

Mitch tirou as chaves do bolso com uma mão, mas manteve o chapéu pendurado na outra.

Todo mundo sabia que você não deve usar um chapéu na igreja.

“Você precisa de ajuda descarregá-los?”

“Oh, hum...” Mitch franziu a testa, os olhos pousando sobre os óculos de lentes grossas

sobre o rosto de Neason. Neason sabia que o homem estava olhando. Era um fato bem conhecido

que ele era cego como um morcego sem seus óculos. E ele não era muito melhor com eles. “Você

pode...?”

Neason riu bem-humorado. Ele tinha há muito tempo deixado de ficar ofendido pelas

pessoas pensando que ele era incapacitado. Brody não permitiria isso. “Contanto que você não me

peça para dirigir o caminhão, estamos bem.”

Mitch sorriu pela primeira vez desde que ele entrou. “Eu vou encontrá-lo lá atrás, então.”

“Bom.” Neason observou Mitch sair pelas portas duplas, e depois se virou para o

aspirador. Ele rapidamente enrolou a cabo e guardou o aspirador de volta no armário antes de ir

em busca de seu marido.

Ele encontrou Brody na cozinha tomando café. “Ei, amor.” Brody levantou o bule pela

metade. “Você quer uma xícara?”

Neason balançou a cabeça. “Mitch Walker está chegando pela parte de trás. Ele tem um

monte de vegetais frescos ele está deixando de forma anônima para ser doada no domingo para

quem precisar deles.”

A sobrancelha de Brody arqueou. “Anonimamente?”

Neason deu de ombros. “Ele não quer que ninguém saiba que foi ele que doou.”

“Tudo bem,” disse ele lentamente. Brody parecia confuso.

41
“É uma coisa de agricultor. Da é do mesmo jeito.”

“Ok.”

“Falando de Da, ele ligou e ele gostaria de nos fossemos para a casa hoje, se pudermos.”

Neason pegou a xícara de café de Brody e tomou um gole. Um pequeno sorriso tocou no canto dos

lábios quando entregou a xícara de volta. “Então, podemos?”

A sobrancelha marrom-escura de Brody ergueu quando ele tomou um gole vagaroso de

seu café. “O que eu ganho com isso?”

Os olhos de Neason caíram imediatamente para o zíper da calça de Brody. Ele lambeu os

lábios quando excitação correu por ele. “Deixe-me guardar os legumes e eu aposto que posso

convencê-lo a minha maneira de pensar.”

“Vamos ver.”

“Já faz um tempo desde que fiquei de joelhos para você.” Muito tempo na opinião de

Neason. Infelizmente, o trabalho e a igreja vinham primeiro, às vezes. Brody levava muito a sério

seu trabalho como ministro, e quando seu rebanho estava precisando, ele lhes dava tudo o que

podia. O que deixava muitas noites em atraso.

Os olhos de Brody escureceram, cheios de calor que chegou malditamente perto de

chamuscar a pele de Neason. “Você tem dez minutos, amor, nem um segundo mais.”

Neason engoliu em seco. “Sim, senhor.”

Brody se encostou ao balcão e tomou um gole de café como se ele não tivesse uma

preocupação no mundo. Neason sentiu como se estivesse se afogando de desejo. Ninguém o

excitava mais rápido do que Benjamin Brody.

“Hey, Mitch,” Neason disse quando ele abriu a porta de trás e encontrou o homem já

descarregando caixas de legumes frescos. Sabendo que ele tinha que ser educado, ele apontou de

volta do jeito que ele veio. “Brody está tomando seu café na cozinha, se você quiser, tome uma

xícara com ele. Eu vou guardá-los na despensa fria.”

42
Depois de uma tempestade de inverno ruim que eles tiveram alguns anos atrás, Brody

tinha instalado um frigorífico na despensa para abrigar comida extra no caso de haver outra

emergência. Ele queria algo que pudesse guardar comida suficiente para alimentar todos que

precisassem de comida.

“Eu realmente preciso voltar para a fazenda.”

Neason assentiu. “Oh hey, sua mãe deixou a bíblia na capela. Eu vou buscá-la para você.”

“O que você quer que eu faça com isso?” Mitch assentiu com a cabeça em direção ao

caixote de batatas que estava segurando.

“Eu vou te mostrar onde é a despensa.” Neason pegou outra caixa e começou a voltar no

interior do edifício. Quanto mais rápido ele guardasse tudo, mais rápido ele podia ter alguns

minutos a sós com Brody.

E realmente tinha sido algum tempo.

Neason colocou o caixote no chão quando chegou à despensa e abriu a porta. Dentro do

quarto estreito, ele colocou os vegetais sobre o balcão para que eles pudessem ser lavados antes de

serem guardados. Quando Mitch entrou, Neason apontou para o chão ao lado do balcão.

“Por que você não colocar esses lá embaixo? Eu vou cuidar deles depois.”

“Você tem certeza?” Mitch parecia cético.

“Sim, eu tenho certeza. Me mantém ocupado e fora do cabelo de Brody.”

Mitch riu. “E eu aqui pensando que Brody gostasse de ter você em seu cabelo.”

Neason sorriu. “Ele gosta.” E se Neason estivesse realmente com sorte, ele estaria

realmente no cabelo de Brody em breve. Ou talvez ele tivesse sorte o suficiente para ter Brody em

seu cabelo... ou em sua bunda.

“Então.” Neason grudou um sorriso em seu rosto quando ele respirou fundo pelo nariz.

“Deixe-me pegar a Bíblia de sua mãe para você.”

“Sim, isso seria legal. Mãe ficaria muito chateada se ela perdesse a Bíblia.” Mitch virou-se

e começou sair pela porta da despensa. “Eu vou pegar o resto das caixas.”

43
Neason não queria apressar Mitch, mas... ele queria apressar Mitch. Mas se ele fosse rude

com o homem, Brody ficaria muito decepcionado com ele, independente do quanto eles

estivessem ansiosos por um momento a sós.

Neason correu para a capela e agarrou a bíblia da Sra. Walker da mesa. Mitch estava

colocando o último caixote no momento que ele voltou. Neason entregou a Bíblia a ele.

“Muito obrigado pelos legumes,” disse ele. “Eu posso pensar em mais de uma família que

precisa deles. As coisas são um pouco difíceis que com a economia do jeito que está.”

“Sim, claro,” respondeu Mitch. “Se você precisar de mais, basta me ligar. Nós temos

muitos na fazenda.”

Neason sorriu. Os Walkers sempre foram uma família generosa. “Obrigado. Eu vou passar

sua oferta para Brody.”

Neason estava ali na porta, sendo gentil e educado, acenando quando Mitch foi embora.

No segundo que o caminhão do homem desapareceu de vista, Neason fechou a porta e correu

para o pequeno apartamento de um quarto na parte de trás da igreja que eles usavam quando eles

passavam a noite.

Brody estava esperando por ele. “Você é tão sexy, amor.”

“É?” Neason entrou nos braços que Brody estendeu para ele. “Você acha que sou sexy?”

Às vezes, ele se perguntava. Seus grandes óculos de lentes grossas não o faziam parecer

muito sexy. Nem a leve cicatriz em volta dos olhos.

“Muito,” Brody sussurrou antes de ele se inclinar e capturar os lábios de Neason com os

seus. Neason gemeu. Beijar Brody era um prazer por si só. O homem beijava como se fosse uma

obra de arte que ele pretendia conquistar. Neason abriu sua boca e pegou tudo o que Brody lhe

deu, em seguida, pediu por mais.

Brody lambeu uma linha através dos lábios de Neason com a língua antes de mergulhar

dentro para explorar e fincar sua reivindicação. Ao mesmo tempo, ele arrastou a mão para baixo

44
na parte de trás das calças de Neason, acariciando a curva suave de sua bunda. Brody roçou seus

dedos entre as nádegas de Neason, tocando seu buraco com a ponta de seu dedo.

Neason gemeu, pronto para se curvar ali mesmo. “Senhor.”

Implorar era aceitável em situações como esta, até mesmo encorajado.

“De joelhos, amor.”

Neason caiu de joelhos na frente de Brody, excitação correndo através dele quando Brody

lentamente abriu o zíper de suas calças e separou o tecido. Neason lambeu os lábios quando o

grosso pênis do homem saltou na frente dele.

Neason se inclinou para frente e engoliu o pênis de Brody, lambendo o comprimento duro

em sua boca. Ele respirava pelas narinas, uma vibração tremendo através dele quando a cabeça do

pênis de Brody cutucou o fundo de sua garganta. Ele engoliu ao redor do comprimento, fechando

os olhos.

Os quadris de Brody arquearam e suas mãos afundaram nos cabelos de Neason. Neason

lambeu até a ponta do pênis de Brody, estremecendo quando o aperto de Brody em seu cabelo

ficou mais forte. Ele chupou o pau de Brody de volta para baixo sua de garganta então repetiu

todo o processo várias vezes, sugando-o para baixo, em seguida, lambendo por todo o seu

comprimento.

As duas mãos de Brody agarraram a de cabeça Neason quando Brody começou a foder

sua boca, empurrando seus quadris para frente e, em seguida, puxando para trás. Neason manteve

a mão na metade inferior do eixo de Brody para que ele não o engolisse por inteiro.

“É isso aí, amor,” Brody gemeu antes de seus quadris começaram a mover mais rápido.

“Leve-me, baby. Tome cada polegada.”

Brody olhou para ele brevemente antes de jogar a cabeça para trás e gritar sua libertação.

Jatos de sêmen dispararam para o fundo da garganta de Neason. Ele engoliu tudo, lambendo ao

redor do pênis de Brody para conseguir até a última gota.

45
Neason estava tão fodidamente excitado. Ele precisava gozar antes que ele explodisse.

“Senhor?”

“Solte suas calças e se incline sobre a mesa, amor.”

Neason abriu suas calças rapidamente. Ele sabia o que estava por vir. Ele chutou uma

perna e, em seguida, se inclinou sobre a borda da mesa, estendendo seus pés, tanto quanto eles

poderiam. Era uma posição um pouco de estranha já que suas bolas e pau estavam pendurados e

balançando entre as pernas dele, mas ele tinha há muito tempo deixado de ficar constrangido

pelas coisas Brody lhe pedia.

“Você consegue se segurar por dez minutos, amor?”

Neason engoliu em seco. “Talvez?”

Ele realmente gostava de ter sua bunda espancada, e Brody era realmente bom no que

fazia. Depois de todo esse tempo, ele pensou que ele teria construído uma resistência a ele. Ele não

tinha. Precisava de cada gota de seu autocontrole para aguentar mais que dez golpes sem gozar

sobre ele mesmo.

“Vamos ver, não é?”

Neason ouviu uma cadeira raspando pelo chão e sabia que Brody estava sentado bem

atrás dele. Sua bunda estava em plena exibição na frente de Brody.

Isso poderia ter atingido seu medidor de vergonha.

Neason gritou de prazer quando Brody começou a acariciar o seu dedo entre suas

nádegas. As mãos do homem pareciam ter a capacidade de concentrar em cada ponto quente

Neason tinha sem perder o ritmo.

O primeiro golpe enviou Neason sobre ponta dos pés. O prazer acendeu em sua bunda e

trabalhou seu caminho para sair de lá. Um segundo fez a bunda de Neason arder, o calor fluindo

através dele como lava.

“Você está sendo tão bom, amor.” Os dedos de Brody correram pela bunda de Neason.

46
Neason quase perdeu a cabeça quando Brody lhe bateu novamente. A margem entre o

prazer e a dor era tão limitada que ele não podia dizer de que lado ele iria cair. Quando Brody

bateu a outra bochecha de sua bunda ao mesmo tempo em que ele se abaixou e apertou suas bolas

— isso foi o suficiente.

Neason rugiu quando ele foi puxado em um orgasmo que fez seus olhos nublarem e todo

seu corpo tremer. Fios de sêmen branco perolado dispararam de seu pênis, salpicando todo o

chão.

Ok, então ele aguentou quatro golpes desta vez.

Brody o puxou e o fez girar. Ele o agarrou pelo queixo e atacou seus lábios, chupando a

língua de Neason profundamente em sua boca e esmagando seus lábios.

“Nunca pense que você não é sexy, Neason,” Brody rosnou quando ele se afastou um

momento depois. “Você coloca todos os outros homens no universo de vergonha. Você sempre

coloca. Você sempre colocará.”

47
Capítulo Seis

Seus pés lhe levarão onde seu coração está.

~ Provérbio irlandês ~

Ruben balançou Alani em seus braços. Seu riso alegre o acompanhando enquanto ele a

levava para o banheiro para limpar. “Você, minha princesinha, está coberta de... alguma coisa.”

Ele tinha pensado que era purê de morango, mas agora ele estava começando a se perguntar.

Tinha uma viscosidade que ele não costumava a associar com morangos.

Alani resmungou enquanto tentava fugir do pano molhado que Ruben estava usando. Era

uma luta que eles tinham várias centenas de vezes por dia em seus curtos dezoito meses. Alani

estava a se tornar tão teimosa como sua mãe e avó.

Ela foi verdadeiramente abençoada, como era ele. Se ela se tornasse apenas metade da

mulher que Alani Blaecleah ou Mahra, sua mãe, eram, ela seria uma mulher fantástica.

“Ok, garotinha,” disse Ruben enquanto colocava Alani de pé e a observou cambalear em

direção da porta ao banheiro. “Vá encontrar o vovô.”

“Papa.”

Ruben riu. “Ok, vá encontrar Papa então.”

Infelizmente, Ruben sabia que ela ficaria procurando por um tempo. Elijah tinha saído

para o trabalho mais de uma hora atrás. Iria demorar um pouco antes de ele voltasse para casa.

Ruben sentia falta de Elijah cada vez que o homem estava fora de sua visão, mas um deles tinha

que trazer o bacon para casa.

Ruben ficava em casa com Alani.

48
Elijah trabalhava como advogado.

“Ruben,” gritou Ma de outro quarto, “Ligação para você.”

“Obrigado, Ma.” Ruben viu Alani caminhar para a sala e ir direto para o avô. Ele sabia que

ela ficaria bem. Da não deixaria nada acontecer com Alani. Ele caminhou até a cozinha e pegou o

telefone. “Alô?”

“Sandy tirou o dia de folga para ir à Feira de Natal,” disse Elijah. “Quer vir para a cidade e

me ajudar a polir minha mesa?”

“Com o quê?” Ruben riu. “Minha bunda?”

“Sim, praticamente.”

Ruben engasgou quando ele engoliu em seco. Excitação instantânea inundou seu corpo,

fazendo seus joelhos tremerem. “Deixe — “ Ele limpou a garganta. “Deixe-me ver se eu posso

encontrar uma babá.”

“Eu estarei esperando.”

Ruben ficou olhado para o telefone quando Elijah desligou. Ele estava tendo dificuldade

para fazer seu cérebro funcionar quando todo o sangue tinha escorrido para seu pênis, enchendo-o

até que ele doía.

“Ei, Ma?” Ele perguntou quando ele desligou o telefone e virou-se. “Você está ocupada?”

A sobrancelha de Ma subiu. “Você tem uma hora.”

Isso era tempo suficiente.

Ruben correu e deu um beijo na bochecha resistido de Ma. “Obrigado, Ma.” Ele correu

para a sala de estar. Alani estava sentada no chão com Da, brincando com seus blocos. Ele se

aproximou e se agachou ao lado dela. “Hey, princesa, papai tem que ir para a cidade. Você vai

ficar aqui com a vovó e o vovô.”

Não. Nada. Os blocos eram mais interessantes. Ruben riu e se inclinou para roçar um beijo

contra o topo da cabeça de Alani. “Se comporte, princesa.”

“Diga oi para Elijah, filho.”

49
“Como — não importa.” Ruben balançou a cabeça quando se levantou. Ele nunca

entendeu como Da e Ma sabiam algumas das coisas que eles sabiam. Ele estava começando a

pensar que ele não queria saber. “Eu vou voltar em uma hora.”

“Volte em duas,” Da disse. “Você precisa comer, também.”

Ruben se recusou a olhar no rosto deles quando ele saiu pela porta da frente e para o seu

carro. Ele sabia que seu rosto estava vermelho como beterraba. Eles provavelmente poderiam ver

o brilho lá do campo, onde as vacas estavam pastoreando.

Ruben começou a rir quando ele entrou em seu Jeep Cherokee e dirigiu pela entrada. A

vida com os Blaecleahs sem dúvida era interessante.

Ruben ainda podia se lembrar de como ele estava assustado quando ele se encontrou com

seu irmão Matty do lado de fora do Tasty Freeze e implorou ao homem que o levasse quando ele

deixou a cidade. Fugir de seu pai insano tinha sido o objetivo de ambos. Como alguém tão cruel

poderia ser um ministro ainda o chocava até hoje.

Sua mãe tinha sido tão má.

Ruben ainda estava atordoado que ele e seu irmão mais velho tivessem conseguido sair

vivos. Não apenas isso, mas eles tinham prosperado e encontrado amor em uma família de

fazendeiros.

Bem, tecnicamente, Ruben tinha sido adotado por essa família de fazendeiros e encontrado

seu amor na cidade de Cade Creek. Mas o resultado final era o mesmo. Ele e seu irmão tinham

encontrado os seus companheiros de alma.

Ruben olhou no espelho retrovisor quando viu um grande carro preto dirigindo atrás dele

em alta velocidade. Ele respirou fundo, as memórias de ser perseguido antes fazendo seu

estômago revirar. Ele sabia que não era sua mãe biológica ou os homens que ela havia contratado

para intimidá-lo a desistir da custódia de Alani, mas isso não fazia seus nervos menos agitados.

Seu coração começou a bater mais rápido. Ele apertou as mãos no volante e acelerou.

Dane-se se ele iria ser forçado a sair da estrada.

50
O carro parecia grudado com ele, não perto o suficiente para bater os seus para-choques,

mas não suficientemente longe que eles pudessem parar se Ruben pisasse no freio de repente.

O suor escorria pela testa de Ruben e caindo em sua camisa. Ele enxugou a testa, lançando

seu olhar da janela da frente para o espelho retrovisor, em seguida, voltando novamente. A cidade

estava a menos de uma milha de distância. Se ele pudesse chegar lá, ele poderia dirigir

diretamente para a estação do xerife. John e Yancy deviam estar de plantão. Eles iriam salvá-lo.

Ruben pegou a direita da estrada quando alcançou os limites da cidade, indo para a

delegacia de polícia. Ele dirigiu dois quarteirões antes de perceber que o carro preto não o seguia

mais.

Com os nervos a flor da pele, Ruben parou na primeira vaga de estacionamento que ele

encontrou e inclinou a cabeça sobre o volante. Seu coração batia fora de controle contra sua caixa

torácica.

Ruben sabia que ele tinha uma forma de TEPT2 devido ao seu abuso da infância e as coisas

que ele tinha visto enquanto estava na África com Mahra. A morte e a destruição, a pura violência

gratuita mudava uma pessoa. Ruben se sentia bem na maioria dos dias, mas de vez em quando

seus medos levava a melhor sobre ele e ele ficava com medo de algo tão simples como um carro

estranho chegando muito perto.

Ruben riu nervosamente enquanto ele tentava se livrar de seu medo. Olhou para o espelho

lateral e depois voltou para o tráfego, dirigindo para o escritório de Elijah mais uma vez. Estar nos

braços de seu marido deixaria tudo melhor.

Ruben dirigiu o resto do caminho para a velha casa vitoriana que Elijah tinha convertido

em seu escritório e estacionou na garagem. Realmente foi um belo edifício, construído nos anos de

1920, quando havia apenas algumas casas na rua. Agora ela ficava apenas dois quarteirões da rua

principal da cidade.

2
Transtorno de estresse pós-traumático.

51
Seu batimento cardíaco começou a voltar ao normal conforme ele se dirigiu até a entrada

do escritório. Ele olhou para o relógio, sorrindo quando viu que haviam se passado apenas quinze

minutos desde que ele deixou o rancho. Ainda tinha muito tempo para polir a mesa de Elijah.

Ele pode ouvir vozes assim que entrou, e seu coração afundou. Lá se foi a excitante tarde

inclinado sobre uma mesa que ele tinha sido esperando ter. Ruben suspirou quando ele se

aproximou e sentou em uma das cadeiras de espera, caindo para trás.

As tardes passadas com Elijah no auge da paixão eram tão poucos e distantes entre elas

que elas valiam seu peso em ouro. Ter um movimentado escritório de advocacia e uma criança não

lhes dava muito tempo a sós. Eles tinham aprendido a saborear cada momento.

Ele inclinou a cabeça para trás e olhou para o teto, quase rindo da direção que sua vida

tinha levado. Ele tinha viajado o mundo e, no entanto, o paraíso foi encontrado bem no seu

próprio quintal.

“Ruben.”

Ruben olhou para onde vinha o som da voz de Elijah. “Hey.” Ele sorriu enquanto se

levantava e esperou. Quando Elijah se aproximou e deu um beijo em seus lábios, Ruben suspirou

de alívio.

Ele sabia que deveria ter superado isso por quase perder Elijah por causa do medo do

homem de demonstrações públicas de afeto. Mas ele ainda era um pouco hesitante para dar o

primeiro passo quando eles estavam em público. Ele tentava se basear nos sinais de Elijah.

“Olha, algo surgiu e — “

Ruben levantou uma mão. “Eu sei. Ouvi vozes quando eu entrei.”

“E você... ouviu o que estava sendo falado?”

“Claro que não.” O trabalho de Elijah era confidencial. Se ele tivesse ouvido qualquer

coisa, ele teria dito alguma coisa. Como as vozes eram apenas ruídos abafados, ele não se

preocupou.

52
“Bem, talvez você devesse ter ouvido.” O tom sério na voz de Elijah enviou um frio na

espinha de Ruben.

“Por quê?” ele perguntou. “O que há de errado?”

“Querido, os pais de Mahra estão aqui,” disse Elijah. “Eles querem ver Alani.”

“Não!” Ruben se virou e se dirigiu para o outro lado da sala. Ele começou a esfregar as

mãos para cima e para baixo dos braços enquanto mais lembranças o atacaram, um tão terrível

quanto os outros.

“Ruben, bebê, eles só querem vê-la. Eles nunca tiveram essa oportunidade.”

“Não,” disse Ruben novamente, desta vez com um pouco menos de veemência em sua

voz. Mahra e seus pais não se falavam quando ela morreu. Eles queriam que ela ficasse em casa e

se casasse com o homem que escolheram para ela. Ela queria salvar o mundo.

“Ruben.”

“A última vez que um dos avós de Alani queria vê-la, você levou um tiro.” Ruben se virou

para olhar para Elijah. “Você se lembra disso, não é? Porque eu sim. Eu duvido que eu algum dia

vá esquecer como foi ver você sangrar por toda a varanda da frente.”

“Querido.”

Ruben tentou empurrar Elijah quando o homem estendeu a mão para ele, mas Elijah era

maior e mais forte. E num piscar de olhos, Ruben se encontrou envolvido nos braços de Elijah.

Ele não percebeu que ele estava chorando até que Elijah enxugou suas lágrimas com a

ponta do polegar.

“Ruben, está tudo bem. Eu nunca deixaria ninguém tirar nosso bebê de nós. Você sabe

disso. Se eu pensasse que os pais de Mahra eram uma ameaça para nós, eu nunca teria permitido

que eles entrassem pela porta da frente.”

“Eu sei. Eu só...” Ruben passou a mão sobre os olhos antes de levanta-los para olhar para o

seu amante mais alto. “Alguém começou a me seguir a caminho para a cidade e eu me apavorei e

53
agora isso...” Ruben acenou com a mão no ar, não completamente certo do que dizer ou fazer.

“Elijah, não posso passar por isso novamente.”

O rosto de Elijah ficou sombrio. “Quem estava te seguindo?”

“Eu não sei, um carro preto. E eu não sei se eles estavam realmente me seguindo ou se eles

estavam indo na mesma direção. Eu apenas tive um flashback de quando Janice estava atrás de

mim, e então eu chego aqui e você me diz que alguém está tentando tomar nosso bebê e — “

“Não tomar, Ruben. Eles só querem ver Alani.”

“Por que agora?” Ruben esfregou as costas de seu pescoço, seus músculos tão tensos que

ele sentiu como se sua cabeça fosse explodir. “Alani está com quase dois anos. Por que eles não

tentaram vê-la antes?”

“Eu receio que eu não possa responder a isso, Ruben.” Elijah olhou por cima do ombro em

direção a sala de conferências. “Talvez você devesse ir lá e perguntar a eles.”

Ruben sabia que precisava, mesmo se fosse apenas porque ele devia isso a Mahra. Seus

pais tinham sido conservadores e tradicionais, mas eles a tinham amado. Alani era parte de

Mahra, a última ligação deles com sua filha morta.

“Você fica comigo?”

Os lábios de Elijah se curvaram. “Como se eu fosse estar em outro lugar.”

Ruben enxugou os olhos novamente e, em seguida, respirou fundo. “Ok, vamos falar com

eles, mas no primeiro indício de que eles estão tentando tirar Alani de nós e eu terminei.”

Foi então que Ruben viu o primeiro sinal de que Elijah não estava tão confiante que os pais

de Mahra não estavam lá apenas para visitar. Sua mandíbula apertou por um momento antes de

ele soltar um suspiro.

A voz de Elijah era um rosnar baixo quando ele respondeu. “Eles não vão conseguir o

nosso bebê.”

54
Ruben sorriu enquanto pressionava sua mão na frente da camisa de Elijah. O homem

parecia espetacular em um terno. Ele era fascinante quando defendia um caso em um tribunal.

Agressivo e dominante na cama. E doce e gentil com Alani.

Mas quando alguém ameaçava sua família, as luvas saíram e cada instinto protetor do

advogado bem vestido saía da toca.

“Nós vamos lidar com isso exatamente como lidamos com a última vez.”

Uma gargalhada saiu da boca de Elijah. “Você quer dizer se esconder na fazenda com sua

família?”

“É isso aí.”

Apesar de suas palavras, Ruben ainda sentiu os músculos pulsarem com a tensão

enquanto seguia Elijah para a sala de conferência. Havia dois homens na sala, um mais jovem e

um mais velho, e uma mulher. Um dos homens, o mais novo, estava ao lado da parede perto da

porta. O homem mais velho se levantou quando eles entraram. A mulher ficou sentada.

“Sr. e Sra. el-Masri,” disse Elijah, “este é o pai de Alani, Ruben Blaecleah.”

“Sr. Blaecleah,” o homem corpulento disse quando ele se adiantou e apertou a mão de

Ruben. “Obrigado por concordar em nos ver.”

Ruben levantou uma sobrancelha quando ele olhou para Elijah. Seu marido apenas deu de

ombros. Ruben revirou os olhos. ”Elijah disse que deseja ver Alani.”

Ele queria ir direto ao ponto.

“Sim.” O homem se moveu para ficar ao lado de sua esposa, sua mão sobre seu ombro.

“Mahra enviou uma carta nos contando sobre o nascimento de nossa neta, mas ela não chegou a

nós que até que Mahra já estava morta e você de volta aqui na América. Nós não — “ A voz do

homem falhou.

“Nós nem sequer sabemos como nossa neta se parece,” continuou a mulher como ela

acariciou a mão de seu marido.

55
“Ela se parece com Mahra, embora ela tenha os meus olhos.” Ruben virou para olhar para

Elijah. “Querido, por que você não vai pegar aquela foto de sua mesa?”

Elijah assentiu com a cabeça e saiu da sala.

Quando Ruben se voltou, todas as três pessoas na sala estavam olhando para ele com

diferentes graus de choque. Ruben conhecia aquele olhar. Ele o tinha visto antes. Não era

exatamente horror, mais como surpresa.

“Elijah é o meu marido.”

“Mas você foi casado com a nossa filha,” o Sr. el-Masri disse. A confusão do homem era

evidente em sua voz.

“Eu fui.” Ruben cruzou as mãos na frente dele. “Mas Mahra sabia que era gay quando nos

casamos. Nós nos casamos apenas para garantir que Alani tivesse os nomes de seus pais.”

“Então, você se casou com um homem quando ela morreu?”

Ruben suspirou. “Eu não vou discutir minhas escolhas de vida com vocês. Isso é assunto

meu. Mas eu vou te dizer. Mahra estava ciente de que eu era gay muito antes que nós tivéssemos

Alani. Ela sabia disso no dia em que se casou comigo e ela sabia disso no dia em que ela morreu e

quando ela me disse para trazer Alani para casa e criá-la aqui. Ela sabia do meu amor por Elijah, e

eu sei que ela teria aprovado o meu casamento com ele.”

“E não importaria se ela não o aprovasse,” disse Elijah enquanto voltava para a sala, um

porta-retratos na mão. “Eu amo Ruben e ele me ama, e isso não é da conta de ninguém, exceto

nosso.”

Ele colocou a foto em cima da mesa entre ele e os el-Masris. As mãos da Sra. el-Masri

tremiam quando ela estendeu a mão e pegou a foto. Ela passou o dedo carinhosamente sobre o

vidro.

“Ela se parece com Mahra nesta idade.”

“Ela é... saudável?” O Sr. el-Masri perguntou.

56
“Muito,” respondeu Ruben. “Ela está andando e começando a falar. E eu acho que ela já

poderá treinar para usar o sanitário nas próximas semanas.”

“Ela é muito inteligente,” Elijah adicionou orgulhosamente.

Uma carranca preocupada cruzou o rosto da Sra. el-Masri. “O que é isso no fundo?

Parece...” Ela olhou para cima. “Isso é egípcio?”

“Sim. Fizemos um carpinteiro esculpir hieróglifos nos acabamentos de madeira do quarto

de Alani.” Ruben sorriu enquanto pensava sobre o quanto Mahra teria gostado do quarto de

Alani. “Você não pode ver nessa foto, mas pintamos um mural de Mahra em uma das paredes.”

“Por que você fez isso?”

A mandíbula de Ruben caiu. “Ela era a mãe de Alani e tem o direito de saber como ela era,

e de onde sua mãe veio.”

“Ela era nossa filha,” o Sr. el-Masri disse com veemência.

“Então talvez você devesse ter pensado nisso antes de cortar todo o contato com ela.” Por

mais que Mahra tivesse tentado fazer as pessoas acreditarem que ela estava bem com o que seus

pais haviam feito, ela estava com o coração partido. Ruben ainda acreditava que era por isso que

ela foi tão insistente que Ruben levasse Alani para casa.

“Ela deveria ter feito como seu pai disse e ficado em casa, onde ela pertencia.”

As sobrancelhas de Ruben se levantaram quando o homem contra a parede se adiantou.

Ele tinha pensado que o cara era um motorista ou algo assim, mas ao olhar mais de perto, ele se

parecia com Mahra.

“Você é Kapheri, não é?”

O homem endireitou os ombros. “Eu sou.”

Ruben riu enquanto se lembrava de tudo Mahra lhe contara sobre seu irmão mais velho.

“Sim, eu ouvi sobre você, também.”

Mahra adorava o irmão dela e ainda que estivesse furiosa com ele ao mesmo tempo.

Lembrava-se de brincar com ele quando criança, e passar horas a fio adorando-o. E então ela tinha

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se transformado em um adolescente e, finalmente, uma jovem mulher e o menino com que ela

tinha crescido se transformara em um homem conservador que queria que ela reverenciasse a

tradição.

“Sua irmã adorava você.”

“Se ela realmente se importasse como você diz,” o homem disse com firmeza, “ela teria —

“Sim, não.” Ruben balançou a cabeça. “Isso não vai funcionar. Eu não vou permitir que

Alani seja submetida a pessoas que acreditam que têm o direito de ditar suas escolhas para ela.”

Ruben se virou para Elijah, se inclinando para pressionar um beijo em seu queixo. “Eu vejo você

quando chegar em casa.”

Ruben tinha lembranças muito vívidas da dor nos olhos de Mahra quando ela lhe contou

sobre a distância entre ela e sua família, e simplesmente porque ela não se casaria com o homem

que eles escolheram para ela. Ela queria servir ao mundo, e não um homem. E se ela se decidisse

se casar, ele queria que fosse com um homem de sua escolha.

“Por favor, não vá.” As palavras foram sussurradas, irregulares, os olhos da mulher se

enchendo de lágrimas. “Não tenho nada da minha filha. Eu nem sei onde ela está enterrada ou

mesmo se ela foi enterrada. Eu — “

Ruben virou para olhar para a mãe de Mahra. “Eu a trouxe para casa. Ela está enterrada

no rancho. Eu queria que ela estivesse perto de Alani.” Ruben respirou instável. “Eu a enterrei

como instruído por sua religião.”

Um soluço saiu da Sra. el-Masri enquanto ela cobria a boca com a mão. Seu marido estava

bem ali, com os braços ao redor dela enquanto ela chorava.

“Por que você faria isso?” Ele perguntou a Ruben. “Você não é da nossa religião.”

“Mahra teria querido isso.” Tinha sido tão simples para Ruben. Ele queria que sua filha

conhecesse toda a sua herança, não apenas as partes que ele aceitava ou entendia, e isso significava

honrar sua mãe e todas as suas tradições.

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“Você se importa muito com o que a nossa filha pensava?”

Essa era provavelmente a pergunta mais estranha Ruben já tinha ouvido. “Você realmente

sabe o que Mahra estava fazendo na África?”

O homem mais velho piscou. “Nós não sabíamos que ela estava na África.”

Ruben pegou uma cadeira e se sentou. Ele subitamente teve a impressão de que isso

levaria a uma longa explicação. “Quando eu conheci Mahra, ela estava trabalhando em um campo

de refugiados em Ras Ejder na fronteira líbio-tunisiana no norte da África.”

“Essa área é conhecida por conflitos violentos”, o pai de Mahra disse. “O que ela estava

fazendo lá?”

“A missão na vida de Mahra era tentar aliviar o sofrimento dos outros, e ela era boa nisso.

Ela ajudou milhares de pessoas. Às vezes era comida, água ou até mesmo atendimento médico. E

às vezes isso era apenas o toque carinhoso de uma mão.”

Ruben sentiu as lágrimas formigarem em seus olhos, seu coração dolorido com a perda de

uma mulher tão maravilhosa. “Ela foi incrível. Ela tinha esse espírito. E ela poderia convencer

qualquer pessoa por suprimentos médicos, alimentos ou passagem segura. Ela salvou tantas

vidas.”

“Você a amava,” as palavras foram sussurradas pela mãe de Mahra.

“Eu a amava.” Ruben não ia negar isso. Ele também não iria para tentar explicar para os

pais de Mahra que amava Mahra, mas ele não tinha sido apaixonado por ela. “Como eu não

poderia? Ela era uma mulher muito especial.”

Neith el-Masri sorriu quando ela se aproximou e colocou a mão em cima da mão de

Ruben. “Parece-me que você é um homem muito especial, e eu estou contente que Mahra escolheu

você para ser o pai de sua filha.”

Ruben piscou descontroladamente. “Se eu deixá-lo ver sua neta, você tem que prometer

que vai respeitar a minha casa e os meus desejos. Nenhum comportamento tirânico ou tentar tirá-

la de nós.”

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A mãe de Mahra olhou para o marido e, em seguida, se virou para Ruben. Ela assentiu

com a cabeça antes de olhar para a fotografia em sua mão. “Nós prometemos.”

“Por favor, perdoe a minha desconfiança,” Eljiah disse, “mas você está disposto a assinar

algo nesse sentido?”

“Você... quer que a gente assine algo que diz que não vamos tentar tirar a nossa neta de

vocês?” O Sr. el-Masri perguntou.

“Sim,” disse Elijah simplesmente.

“Não,” Kapheri disse. “E se vocês não são bons com ela? Estaremos cedendo o nosso

direito de lutar por ela.”

Ruben eriçou sob a suposição de Kapheri que ele faria qualquer coisa para colocar Alani

em perigo. “Eu nunca faria mal a minha filha.”

“Eu não sei disso,” Kapheri argumentou.

“E se eu colocasse uma cláusula que diz que você tem o direito de lutar por ela se

sentissem que ela não está sendo bem cuidada?” Perguntou Elijah.

“Então, eu consideraria isso.”

“Não,” disse Ruben. “Eu não vou concordar com isso. Mahra foi embora de sua casa

porque ela não concordava com o eles julgavam que era adequado. Eu não vou sujeitar a nossa filha

para o mesmo se eles não concordarem com a forma como estamos criando-a.”

“Por favor,” a Sra. el-Masri começou.

“E se a cláusula declarasse que eles têm o direito de pedir a custódia se uma terceira parte

neutra considerasse Alani que está em condições inseguras?” perguntou Elijah. “Isso seria

aceitável para todos?”

Ruben suspirou com resignação. “Sim, isso funcionaria.”

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Capítulo Sete

Que sua risada, seu amor e seu vinho sejam abundantes, assim, a sua felicidade será nada menos.

~ Brinde Irlandês ~

“Hey, Ma, Ruben ligou,” disse Seamus quando ele entrou na sala de estar onde Ma estava

sentada com Da e Alani. “Ele gostaria de trazer um par de bocas extras para o jantar.”

Ma olhou por cima da caixa de enfeites de Natal que ela estava organizando. “Ele disse

quantos?”

Seamus coçou a lateral de sua cabeça. “Sim e não.”

“Bem, o que é isso, filho?” Da perguntou de seu lugar ao lado da árvore onde ele estava se

separando luzes. “Sim ou não?”

“Ele disse inicialmente que eram três, mas, em seguida, ele disse que poderia ser apenas

dois, se um cara chamado Kapheri abrisse a boca novamente.”

“Entendo,” disse Ma.

Seamus deu de ombros. A voz de Ruben parecia muito tensa no telefone. Quando Seamus

perguntou sobre isso, Ruben disse que ele estava lidando com alguns problemas do passado e

deixou por isso mesmo.

“Bem, eu acho que nós vamos ter companhia para o jantar, então.” Ma colocou os

ornamentos de volta na caixa e se dirigiu para a cozinha. “Acho que eu deveria ter certeza de que

temos o suficiente.”

Seamus revirou os olhos. Como se sua Ma nunca fosse deixar ninguém morrer de fome.

“Você precisa de alguma ajuda?”

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“Billy deve chegar aqui em breve. Ele correu para a cidade com Rourke para pegar alguns

mantimentos. Ele vai me ajudar na cozinha. Você precisa ir ajudar o seu pai e os seus irmãos a

pendurar as luzes.”

Seamus estremeceu quando ele olhou para a sala de estar. Ele tinha pesadelos sobre

pendurar luzes de Natal. Ele preferia limpas as baias de estrume a desembaraçar a confusão de

fios que ele tinha certeza que estava em uma das caixas. “Rourke comprou novos para este ano?”

“Você sabe que sim,” Ma respondeu.

“Eu tinha medo disso.” O que significava que o homem tinha ainda mais luzes para

pendurar ao redor da fazenda. Simplesmente ótimo.

Rourke era obcecado com luzes de Natal. Ele preferia os brancos simples, mas ele os

queria pendurados em toda parte da casa, do celeiro, e as árvores no quintal. Ele até mesmo os

pendurava em cima do muro que contornava a entrada de automóveis até a estrada principal.

Seamus tinha certeza que se Rourke pudesse encontrar uma maneira, ele penduraria as malditas

coisas na lua e as estrelas.

Na época do Natal, a casa provavelmente poderia ser usada como uma pista de pouso

para avião. Sem dúvida, os aviões poderiam localizar as luzes a 30.000 pés de altitude. Não que

isso não parecesse legal, mas levava um dia inteiro para pendurar as malditas coisas. E eles tinham

que estar perfeitos ou Rourke enlouquecia. Mais do que uma briga tinha começado com ele

enlouquecendo sobre luzes de Natal.

Seamus olhou para a sala de estar e temia ir lá. “Tem certeza que você não precisa de

ajuda na cozinha?”

Ma arqueou uma sobrancelha para ele.

Os ombros de Seamus caíram quando ele se virou e caminhou de volta para a sala. Da

tinha saído de sua cadeira e agora estava sentado no chão com Alani, empilhando blocos com ela.

“Ei, Da, Rourke deve estar de volta em breve. Você está pronto para isso?”

Da riu. “Estou de babá. Você lida com seu irmão este ano.”

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“Sério?” Seamus sentiu como se ele tivesse acabado de ser jogado aos lobos. “Ele é louco,

Da.”

“Ele é seu irmão.”

“Isso não significa que ele não seja louco.” Seamus ia bater com a cabeça contra uma

parede até que ele desmaiasse. Rourke foi intenso o suficiente durante o ano. E perto dos feriados,

ele era insano. “Eu vou ver se há algum tráfego na estrada para que eu possa me jogar.”

Qualquer coisa para evitar lidar com Rourke e sua obsessão. Seamus preferia ter seus

dentes arrancados... ou lutar com leões. Isso seria menos doloroso do que lidar com Rourke.

Da riu como se ele verdadeiramente entendesse a questão de Seamus. “Ouvi dizer que

pode ter alguns veículos da polícia descendo a estrada em breve. Talvez você possa ter alguma

sorte lá.”

“Sim!” Seamus ergueu o punho para o ar e correu para a porta da frente, agarrando sua

jaqueta enquanto corria. “Obrigado, Da.” Ele abriu a porta da frente e correu para fora, saltando os

últimos degraus enquanto Rourke e Billy carregavam as sacolas de mantimentos para a casa.

“Aonde você vai com tanta pressa?” perguntou Rourke.

“Me jogar no tráfego,” Seamus gritou por cima do ombro enquanto colocava o casaco e se

dirigia pela calçada em direção à estrada principal.

Ele chegou à final da calçada sem ver os veículos que queria ver. Seamus encontrou um

local e se encostou contra um dos postes e esperou. Depois de alguns minutos, ele ergueu suas

mãos e começou a soprar nelas.

Tinha uma leve camada de neve no chão, o suficiente para precisar se agasalhar, o que ele

tinha se esquecido de fazer. Em algumas semanas, a neve estaria muito mais intensa. Seamus

estava realmente ansioso por isso. Neve significava frio, o que significava ficar enrolando com

seus maridos para ficar aquecido.

Ele não podia esperar.

63
Ele só queria que eles se apressassem e chegassem aqui. Ele estava começando a congelar

suas bolas. Talvez esperar na estrada não fosse a sua melhor escolha.

E então ele pensou em Rourke. Seamus ficaria aqui o resto do dia para evitar luzes de

Natal e seu irritante irmão obsessivo.

Seamus pulou um pouco quando dois veículos viraram na entrada de automóveis. Um

sorriso curvou seus lábios enquanto ele acenava para o primeiro. Quando ele desacelerou para

parar, Seamus abriu a porta e pulou para dentro.

“Bebê, o que você está fazendo aqui fora no frio?”

Seamus sorriu quando ele escorregou pelo assento para sentar mais perto de seu xerife

bonitão. “Da me disse que eu poderia me jogar no tráfego.”

John piscou. “Uh... o que aconteceu para você querer se jogar no trânsito?”

“Eu estou evitando Rourke e suas luzes de Natal.”

“Disse o suficiente.” John franziu a testa quando ele começou a subir entrada de

automóveis novamente. John tinha ajudado na decoração das luzes de Natal no ano anterior. Ma o

fez deixar a arma no caminhão.

“Então, xerife.” Seamus passou um dedo na frente da camisa do uniforme de John. “Quer

me ajudar a me jogar no trânsito? Eu meio que estava esperando ser acertado por algo duro e

pesado.”

Quando seu dedo atingiu o cós da calça de John, Seamus deslizou zíper para baixo e

deslizou a mão para dentro. O caminhão deu uma guinada quando os dedos de Seamus se

fecharam ao redor de pênis de John.

“Jesus, Seamus, deixe-me parar o caminhão antes de fazer algo assim.”

Seamus sorriu enquanto ele tirava o pênis de John para fora da abertura de suas calças. Ele

lambeu os lábios quando ele olhou para o pau John. Estava ficando bem mais duro e mais grosso

diante de seus olhos.

“Você pode querer estacionar longe de casa.”

64
“Sim,” John disse sem fôlego. “Isso seria bom.”

Seamus esfregou o pênis de John enquanto o caminhão diminuía a velocidade e John

atingiu a alavanca em seu assento. Ele o empurrou para trás tanto quanto ele poderia ir antes de

sua mão pousar na nuca de Seamus.

“Chupe-me, baby.”

Seamus rosnou, totalmente ansiosos para obedecer. Ele adorava chupar o pau de John. Ele

adorava chupar o pau de Yancy também. Havia apenas algo sobre ter os paus dos homens que ele

amava em sua boca, e saber que ele estava lhes dando prazer, que disparava o gatilho de Seamus.

O caminhão parou, John desligou o motor antes de escorregar no assento para dar melhor

acesso a Seamus. Seamus mostrou seu agradecimento pelo pequeno gesto engolindo

profundamente o pau do homem.

“Porra, baby,” John gemeu enquanto fechava suas mãos nos cabelos de Seamus. “Você é

tão bom nisso.”

Seamus não queria parecer egocêntrico, mas ele era bom em chupar pau. Ele não tinha

nenhuma ânsia de vômito e ele realmente, realmente gostava do que ele estava fazendo. Cada som

que John fazia, cada puxão no seu cabelo só alimentava a própria excitação de Seamus. Seu pênis

estava tão duro que ele poderia cortar vidro.

Seamus lambeu bolas de John, chupando uma em sua boca e depois a outra, lambendo os

dois com sua língua e lábios.

“Tão perto, baby.”

Seamus sabia. John tinha começado mexer seus quadris, levando seu pênis mais

profundamente na boca de Seamus. Seus movimentos eram descoordenados como se todo o

sangue tivesse sumido de seu cérebro e ele só fosse capaz de se concentrar em uma coisa:

conseguir o seu orgasmo.

65
Seamus fechou seus lábios ao redor da cabeça do pênis de John e depois chupou o

comprimento do homem em sua garganta, engolindo com força. John grunhiu. Seu corpo inteiro

ficou rígido como tiro após tiro de sua libertação encheu a boca de Seamus.

Seamus esperou até que o pênis de John tivesse parado de pulsar em sua boca, depois

lambeu o homem até limpar e o colocou de volta em suas calças, fechando o zíper.

“Obrigado, querido.”

Seamus sorriu para John. “A qualquer hora, bonito.”

John arqueou uma sobrancelha e olhou para baixo em direção da virilha de Seamus.

“Precisa de ajuda aí?”

“Não, eu estou esperando por Yancy. Ele deve chegar aqui” — Seamus sorriu quando

ouviu a porta do passageiro abrir — “a qualquer minuto.”

“Eu estava me perguntando por que vocês dois estava demorando tanto,” disse Yancy, a

diversão em sua voz grave. “Eu devia ter adivinhado.”

“Hey,” John protestou com uma mão levantada, “Eu estava apenas salvando-o de ter que

ajudar Rourke a pendurar as luzes de Natal.”

“Ouch.”

Seamus riu quando olhou por cima do ombro. “Não é? Isto é muito mais divertido.”

“Bem...” Seamus gemeu diante do olhar escaldante que Yancy lhe deu enquanto ele falava.

“Pode ser, se você soltasse suas calças.”

“Feito.” Seamus abriu o zíper de seu jeans antes descê-los pelos quadris e as pernas até

que eles estivessem agrupados em torno de seus tornozelos. “E agora?”

“Oh, doçura.” Yancy sorriu quando ele estendeu a mão para o porta-luvas. “Se eu tenho

que lhe dizer isso, então estamos fazendo errado durante todos estes anos.”

“Dê-me as mãos, Seamus,” John ordenou.

Confuso sobre o porquê John queria suas mãos, mas confiando no homem mais do que

sua própria vida, Seamus esticou os braços até que John pegou suas mãos, segurado-as

66
firmemente nas suas. Seamus franziu a testa quando John assentiu com a cabeça. Ele estava

balançando a cabeça para o que?

Seamus descobriu um momento depois, quando Yancy agarrou seus quadris e o puxou

pelo banco em direção a porta do passageiro. Seus braços foram esticados até que estavam

estendidos sobre sua cabeça.

“Isso sim é uma bela bunda,” disse Yancy enquanto acariciava as mãos sobre a bunda

arredondada de Seamus. Seamus quase engoliu a língua quando Yancy apertou suas nádegas e

depois as afastou, seus polegares roçando seu buraco. “Eu sonho com esta bunda.”

“Sério?” John riu.

“Oh.” Seamus empurrou de volta contra os polegares acariciando sua entrada,

delicadamente o esticando.

“Espalhe seus joelhos, amor,” disse Yancy.

Seamus queria espalhar suas pernas, mas com as calças agrupadas em torno de seus

tornozelos, isso era praticamente impossível. Abrir seus joelhos seria a melhor coisa. Colocou um

joelho sobre o banco e permitiu que a outra deslizasse para fora e apoiasse no chão, um pouco

escarranchado sobre a ponta do assento.

“Lá vamos nós,” Yancy cantarolou quando dois dedos afundaram profundamente.

Seamus mordeu o lábio inferior quando sentiu o lubrificante gelado em seu buraco. Yancy o

espalhou ao redor, empurrando seus dedos dentro.

Seamus inalou profundamente na sensação intensa em sua bunda. E só tinha sido na noite

anterior que ele tinha sido preenchido antes, mas isso foram horas atrás, eras, quase uma

eternidade.

Houve uma leve pitada de dor quando Yancy adicionou mais dois dedos, empurrando e

puxando e alongando o buraco dolorido de Seamus até que ele queimava. Mas Seamus alegrou

com a queimadura, sabendo o que estava por vir.

67
Ele nem sequer teve que se mover. Yancy o agarrou e o levantou de joelhos e, em seguida,

puxou seus quadris para trás até que sua bunda ficasse bem por cima de suas botas.

As de mãos Yancy cravaram os quadris de Seamus quando pau lubrificado do homem

deslizou entre suas nádegas, a cabeça pegando a fenda de seu buraco.

“Deus, isso é uma imagem tão doce,” disse Yancy com um grunhido como ele lentamente

empurrado para frente, seu comprimento grosso afundando na bunda de Seamus. “Amo ver você

me levar.”

Seamus gemeu quando ele estava cheio, a espessura do enorme pau de Yancy o abrindo

até o limite da dor. O homem era simplesmente enorme. Seamus sempre precisava de um

momento para aceitá-lo totalmente.

Mas assim que ele fazia...

“Mova-se,” Seamus rosnou, empurrando de volta contra Yancy. Ele sentiu como se tivesse

empalado sua bunda em um poste de telefone, um que raspava sobre seu ponto doce cada maldita

vez que Yancy se movia. “Yancy, por favor.”

“Assim é melhor.” Yancy puxado para trás até que a cabeça de seu pênis se movia contra o

apertado anel de músculos de Seamus. Quando Yancy empurrou pra frente, Seamus sentiu como

se tivesse sido dividido em dois.

Ele precisava de suas mãos. Ele precisava se tocar. Ele precisava acariciar seu pênis. Ele

estava tão perto, oscilando na margem. Ele cerrou os punhos, lutando contra o aperto forte que

John tinha em seus pulsos. O homem não queria soltá-lo.

“John!”

“Não, doçura.” O polegar de John acariciou a pele de seu pulso, mas ele não a soltou.

“Você vai gozar apenas com o pau de Yancy na sua bunda.”

Seamus gemeu. Isso tinha acontecido antes, mas às vezes foram poucas e distantes entre

elas. Seamus tentou afastar mais as suas pernas para que ele pudesse se esfregar contra o assento.

“Yancy!” Ele gritou de frustração quando Yancy agarrou seus quadris e o puxou de volta.

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Os olhos de Seamus se arregalaram quando recebeu um tapa em uma bochecha bunda

pelo seu protesto. Mas seu choque não foi de ser repreendido. Ele vinha pela forma como seu

pênis estremeceu e vazou pré-sêmen.

Seamus empurrou sua bunda para cima. “Outro.”

“Outro?” Yancy soou tão chocado quanto Seamus, mas isso não o impediu de dar outro

tapa, desta vez no outro lado.

Seamus gemeu e arqueou as costas para baixo, levantando a bunda mais ainda para cima,

inclinando o rosto para cima. Seu pênis tremeu e vazou, doendo com tanta necessidade que ele

pensou que poderia explodir.

“Você gosta disso, querido?” Yancy perguntou como ele levou sua mão para baixo de

novo, um pouco mais forte neste momento.

Seamus fechou os olhos, balançando para frente e para trás quando o pau grosso de Yancy

atingiu seu ponto doce, aumentando mais o seu desejo. Yancy empurrou nele mais forte, mais

rápido, abrindo mais as bochechas de sua bunda com cada estocada.

Os dedos de Seamus enrolaram, seu pau explodindo ao mesmo tempo em que Yancy

gritou, seus dedos cravando os quadris de Seamus. Yancy puxou a bunda de Seamus várias vezes

de volta para seu pênis, chiando o seu prazer antes de desacelerar.

Ah, sim, isso era muito melhor do que tentar para não atirar em Rourke.

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Capítulo Oito

Que você possa viver o quanto você quiser, e nunca querer o quanto você viva.

~ Bênção Irlandesa ~

Donnell riu enquanto observava Ma tentando limpar o purê de morango de sua neta. O

bebê estava muito interessado em tentar empilhar os blocos coloridos. Ela nem se preocupava em

ser limpa.

“Você sabe que você só precisa fazer isso da próxima vez que ela te subornar com um

beijo.”

O sorriso de Ma, quando ela olhou para cima, iluminou seu coração. Ela parecia tão feliz, e

isso era tudo o que ele sempre quis para ela. Fazer seu amor feliz tornou-se o único propósito na

vida dele nas últimas quatro décadas. Ele não achava que ele sabia de alguma outra maneira de

ser.

Donnell estendeu a mão e colocou um fio de cabelo perdido atrás da orelha de Alani.

“Você tira meu fôlego, mulher.”

Os olhos verdes de Alani brilharam. “Você não é tão ruim, velho.”

O coração de Donnell bateu rápido em seu peito. Ao longo dos anos ele tinha visto pessoas

entrando e saindo de suas vidas, feito amigos novos e amigos perdidos. Ele tinha visto pessoas se

apaixonarem e se desapaixonarem, passando de amantes íntimos a inimigos rancorosos.

E em todo esse tempo, Alani tinha ficado firmemente ao seu lado, sua lealdade e seu amor

nunca vacilando. Eles tinham experimentado o seu quinhão de provações e tribulações, mas a

fundação de seu amor e compromisso um com o outro nunca havia sido abalado. Era tão sólido

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hoje como tinha sido quase quarenta anos atrás, quando ele pediu para a mulher mais bonita em

toda a Irlanda para fugir com ele e ser o seu amor.

“Nenhum homem jamais amou uma mulher tanto quanto eu te amo.”

Os olhos de Alani se arregalaram, a surpresa estampada em seus olhos enquanto ela

sorria. “Então eu escolhi bem.”

Deus, Donnell esperava que sim. Ele nunca quis que Alani lamentasse a decisão de deixar

a Irlanda com ele. Ela tinha desistido de um mundo que poucos foram autorizados a entrar, um de

privilégio e facilidade, para se tornar a esposa de um ajudante de estábulo que se tornou um

criador de vacas.

Donnell se inclinou e deu um leve beijo contra a têmpora de Alani, movendo os lábios

para a borda da sua orelha. “Talvez, depois que o bebê dormir, eu posso te mostrar o quanto eu te

amo na despensa da cozinha.”

O riso de Alani era mais doce do que a canção de um anjo. “E você se pergunta por que

temos tantos filhos.”

“Não, eu sei exatamente por que temos tantos filhos.” O peito de Donnell inchou de

orgulho quando ele se recostou na cadeira, observando o leve corar que encheu as bochechas

enrugadas de Alani. “Eu não sou capaz de manter minhas mãos longe de você desde o dia em que

você me mandou.”

Donnell ainda se lembrava daquele dia como se tivesse acontecido ontem. Os olhos verdes

de Alani brilharam também, capturando o coração de um ajudante de estábulo com apenas um

bater de seus longos cílios. Ele tinha certeza de que ela tinha sido enviada do céu, até que ela lhe

dissera para selar seu cavalo no tom altivo de uma filha de privilégio.

Donnell a tinha beijado em vez disso, e ele não tinha sido capaz deixar de beijá-la desde

então. Seu beijo era a primeira coisa que ela recebia quando acordava a cada manhã e a última

coisa que sentia quando ia dormir. Ele nunca saía de casa sem conseguir um beijo de Alani,

71
devolvendo-o quando ele voltava. Era um ritual que eles repetiam vezes sem conta, mesmo se eles

estavam discutindo.

Era uma promessa que Donnell fez no dia que eles se conheceram, e que ele manteve até

hoje. Ele planejava mantê-lo durante os muitos anos que viriam. Ele nunca quebrou uma

promessa, especialmente para Alani.

Ela arrancaria suas bolas.

“Eu preciso ir amassar o pão,” disse Alani enquanto se levantava. “Eu vou fazer pão doce

para o jantar.”

“Parece bom.”

“Eu pensei em fazer pudim de Natal com molho de rum este ano,” disse Alani quando se

dirigia para a cozinha. “Você precisa comprar uma garrafa de rum.”

“Eu já comprei uma garrafa de rum, mulher.”

“Sim.” Alani sorriu por cima do ombro enquanto parava na porta. “Mas isso era para os

bolinhos de rum.”

“Compre para ela a garrafa de rum, Da,” Lachlan disse enquanto caminhava para a sala.

“Compre quantos ela quiser. Ela vai fazer bolinhos de rum.”

Donnell riu ao ver o olhar atordoado nos olhos de Lachlan. Aquele menino amava

bolinhos de rum. “Eu vou ver o que posso fazer.”

Alani simplesmente riu quando desapareceu na cozinha. Donnell sabia que ele iria fazer

uma viagem para a cidade para comprar o rum. Ele não podia negar nada para aquela mulher.

Donnell esperou por um momento e depois fez um gesto para Lachlan para ver se o

caminho estava livre. Lachlan espiou e depois balançou a cabeça quando olhou para Donnell. “Ela

está cantarolando músicas de Natal.”

Assim que Donnell soube que Alani estava fora do alcance de sua voz, ou, pelo menos,

cantarolando alto o suficiente para que ela não os ouvisse, ele fez um gesto para que Lachlan se

aproximasse. “Você entendeu?”

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Lachlan assentiu. “Billy disse que iria embrulhá-lo e colocá-lo debaixo da árvore para

você, assim que nós arrumarmos a árvore. Se você quiser vê-lo antes que ele o embrulhe, você terá

que ir para a casa dele. Ele tem medo de trazê-lo até aqui desembrulhado.”

Homem esperto. Alani não tinha muito controle quando se tratava de pacotes bonitos

debaixo da árvore. Era uma tradição familiar tentar esconder presentes de Natal dela ou disfarçar

os que ficavam debaixo da árvore.

“Bom plano,” Donnell respondeu. “Sua Ma nunca pode resistir a balançar os presentes.” E

Donnell tinha algo extraordinário planejado para ela este ano. Ele tinha feito um gráfico de cada

membro de sua família até ao bebê Alani, e o deu a Billy e seu clube de patchwork.

Eles estavam fazendo uma colcha artesanal com nome e data de nascimento de todos

sobre ele em blocos quadrados. Outros blocos quadrados teria uma bênção irlandesa escrita neles.

E no quadrado maior, no centro da colcha, teria os nomes de Donnell e de Alani bordados sobre

ele, e o dia em que se casaram. Todos os quadrados seriam bordados em nós celtas da cor dos

olhos verdes de Alani.

Donnell estava nervoso que parece muito pateta, mas todos seus filhos tinham jurado que

sua Ma iria adorar. Ele esperava que sim. Comprar seu perfume ou um anel de diamante apenas

não era do estilo de Alani.

Ela merecia algo especial.

Ela merecia o mundo.

Donnell olhou para fora da janela quando ouviu um veículo estacionar na frente da casa.

Ele atraiu sua atenção porque não parecia como qualquer um dos veículos dirigidos por seus

filhos.

A visão de um carro preto não o tranquilizou. Na verdade, enviou um calafrio pelas suas

costas. Ele não podia pensar em ninguém que conhecesse que dirigia um carro preto como esse. A

maioria das pessoas em Cade Creek tinham veículos de trabalho de um tipo ou de outro, ou mais

simples. Este caro e grande veículo preto era praticamente uma limusine.

73
Talvez eles tivessem se perdido e só precisassem de ajuda.

Donnell se levantou, curvando-se para pegar Alani, e, em seguida, ele a levou para a

cozinha e prendendo-a em sua cadeira alta. Ele lhe deu um copo com canudinho e duas bolachas

antes de encontrar o olhar curioso de sua esposa. “Há um carro na frente, amor. Eu vou ver quem

é.”

“Você não quer que um dos meninos vá com você?”

Donnell balançou a cabeça. “É um carro, Alani. Não é um Dullahan3.”

O olhar sua esposa deu-lhe pela imaginação de Donnell o fez rir. Ele ainda estava rindo

quando ele caminhou para a varanda da frente, fechando a porta atrás de si para manter o calor

dentro da casa.

Assim que ele desceu o primeiro degrau, a porta atrás dele se abriu e Rourke e Billy

saíram, seguidos de perto por Lachlan e Asa.

O canto dos lábios de Donnell subiu quando Seamus, John, e Yancy vieram andando até a

casa de seu caminhão. Seus olhos rolaram quando viu Seamus rapidamente colocando sua camisa.

O grande sorriso em seu rosto corado não deixava nenhuma dúvida que seu filho andava fazendo.

Donnell não se importava, desde que esse sorriso feliz permanecesse ali.

Ele sabia que a gangue estava praticamente completa quando viu Brody e Neason

chegarem em seu caminhão. Eles saíram e se dirigiram a para a casa.

Os únicos ausentes eram Ruben e Elijah, que ele tinha mandado para a cidade, e Matthew

e Quaid, que tinha corrido de lá como suas bundas estivessem em chamas depois de receberem

um telefonema misterioso.

3
O Durahan, também chamado de Dullahan e Gan Ceann, é um tipo de criatura lendária imortal proveniente da mitologia
irlandesa. Ele não tem cabeça e geralmente é visto montado num cavalo negro, também sem cabeça, e carregando sua própria
cabeça nos braços. Diz a lenda que no momento em que o cavalo pára de correr, um humano morre.

74
Todos os meninos se juntaram nos degraus da varanda enquanto Donnell descia os

últimos degraus. Seus meninos assumiram uma posição atrás dele, enquanto esperavam que as

visitas saíssem de seu carro.

O mundo que ele tinha cuidadosamente construído em torno dele e criado para o amor de

sua vida começou a desmoronar quando as portas se abriram e dois homens desceram. Um era

jovem, obviamente mal chegando aos seus vinte anos. Seu corte de cabelo era estranho com os

lados raspados e franja longa não fazia nada para esconder o verde esmeralda profundo de seus

olhos.

Mas era a pessoa com olhos da cor de grama verde e corte de cabelo cortado de forma

mais elegante para um empresário chique que interessava Donnell. Ele não tinha visto a

repugnância naqueles olhos há quarenta anos. Ele nunca pensou que os veria novamente. Ele

nunca quis, e ainda assim, lá estavam eles.

“Daley.”

“Donnell.” Os olhos do homem foram até a linha de homens que estavam atrás de

Donnell, e depois, para a casa. “Lugar interessante que você tem aqui. Eu nunca pensei que

algumas cabeças de gado fariam você chegar tão longe.”

“Você ficaria surpreso com o que você pode fazer com algumas cabeças de gado e uma

boa mulher.”

Os olhos do homem mais velho foram para a linha de homens atrás de Donnell

novamente. “Estou vendo.”

“Meus filhos.”

As sobrancelhas do jovem se levantaram. “Todos eles?”

Os lábios de Donnell se contraíram no espanto que ele podia ver. “Sim.” Eles podiam não

ser todos seus filhos biológicos, mas Donnell os reivindicavam como filhos, no entanto. “Por que

você está aqui, Daley?”

“Eu vim para levar Alani para casa.”

75
A mandíbula de Donnell cerrou. Muitas poucas vezes em sua vida ele havia sentido tanta

raiva, e a maioria delas tinha sido causada por este homem. “Não vai acontecer.”

“Eu acredito que cabe a ela responder.”

“Alani não vai a lugar nenhum com você.”

O rosto de Daley fechou com raiva. “Quando ela ouvir o que tenho a dizer, eu duvido que

ela vá querer ficar.”

Donnell cruzou os braços para não agarrar a garganta de Daley. Ele nunca quis

estrangular um homem mais do que ele queria fazer com este. Era um desejo que tinha sentido

antes, há muitos anos. Parecia que o sentimento não havia diminuído com o tempo também.

“Lachlan, vá buscar sua mãe,” Donnell finalmente disse quando ele percebeu que não

seria capaz de fazer o homem ir embora sem falar com Alani. “Diga a ela que seu irmão está aqui

para vê-la.”

76
Capítulo Nove

Se os filhos não fizerem você rir, eles não vão fazer você chorar.

~ Provérbio Irlandês ~

Kapheri el-Masri não estava feliz no momento. Ele estava pronto para torcer o pescoço de

Ruben. Tudo que o homem tinha feito desde que chegou à sala de conferência foi não parar de

falar sobre ser respeitado e ter seus desejos atendidos.

E sobre os desejos de sua família? E sobre os desejos de Mahra? E pelo que Kapheri sabia,

este homem poderia estar mentindo. Ele não tinha falado com sua amada irmã desde que ela saiu

de casa no meio da noite. Seu coração doía quando ele pensava nela, e sua raiva ficava mais

quente.

“Só nos leve para sua filha,” ele exigiu.

Ruben se virou e olhou para ele. “Olha, eu estou convidando você para a minha casa.

Nada me obriga a isso,” o homem avisou. “É chamado de tempo esgotado e eu não tenho medo de

usá-lo.”

Kapheri endureceu, mas permaneceu em silêncio quando seu pai lhe deu uma sacudida

rápida da cabeça. Ele não estava acostumado a ninguém falando com ele de tal maneira. Kapheri

estava pronto para arrancar a cabeça do moleque.

“Se você vai nos seguir,” disse Elijah como ele acenou em direção à porta.

Kapheri esperou até que seus pais houvessem saído antes que ele os seguisse. Ele

precisava do momento extra para se acalmar. Toda esta situação não caía bem para ele. Sua família

77
era os que mereciam criar Alani. Ela era egípcia. O que um americano poderia ensinar para sua

sobrinha sobre a sua herança materna? Era ridículo.

Assim que ele chegou ao lado de fora, Kapheri deslizou para o assento do motorista

enquanto seus pais se estabeleceram na parte traseira de seu sedan de luxo alugado. Seus dedos se

enroscaram em torno do volante. Ele tinha discutido com seus pais toda a viagem até lá sobre

levar Alani para casa. Eles insistiram que eles não queriam uma briga com o pai de Alani e sua

família.

Ele ainda não tinha certeza de que era a decisão certa, mas seu pai tinha a última palavra.

Mesmo sendo tão velho quanto ele era, Kapheri ainda acatava as decisões de seu pai em assuntos

de família.

Quando Elijah e Ruben entraram no trafego, Kapheri os seguiu. Ele teve que admitir, ele

estava ansioso para conhecera filha de Mahra. Ele amou demais sua irmã. Sim, ele tinha ficado

furioso quando ela saiu de casa, ignorando os desejos de seu pai, mas ele também tinha ficado de

coração partido. Ela tinha saído sem uma palavra, saído sem ir até a ele para dizer adeus. Não que

ele teria permitido que ela partisse, mas ela poderia ter dito algo a ele.

“Você não deve viver no passado,” sua mãe disse do banco traseiro. “O que está feito não

pode ser desfeito. Devemos nos alegrar que ainda haja uma parte de Mahra que permanece.”

“A parte que só podemos visitar,” ele lembrou.

“Chega,” seu pai disse com severidade.

Kapheri apertou a mandíbula enquanto dirigia na estrada atrás de Elijah e Ruben. Não era

o fato de que sua sobrinha estava sendo criada por dois homens. Era o fato de que ela deve ser

criada na casa de seus avós no Egito e ensinada seus modos. Ele não ligava para o que algumas

gravuras mostraram. Americanos não sabiam nada sobre a sua cultura.

Ele virou a entrada de automóveis e diminuiu quando viu um carro preto estacionado na

frente da casa, dois homens que estavam na parte inferior das escadas discutindo. Isso não foi o

que chocou Kapheri. O que o surpreendeu foi a mulher de aspecto feroz que estava na varanda, e

78
uma enorme quantidade de homens de pé, ombro a ombro entre os degraus na frente dela,

separando-a dos dois homens.

Kapheri parou o carro e viu como Elijah e Ruben saíram do carro e correram para a

varanda.

“O que está acontecendo aqui?” Sua mãe perguntou. “Parece que uma guerra está prestes

a começar.”

“Fiquem aqui enquanto eu vou ver o que está acontecendo,” disse Kapheri. Ele saiu do

carro correndo para manter o calor e saiu, andando sobre o gramado coberto de neve em seus

sapatos polidos. Ele fechou tirou seu longo casaco de tweed enquanto ele se aproximava.

“Você não é bem vindo aqui, Daley,” a mulher disse na voz mais calma que Kapheri

nunca tinha ouvido, especialmente considerando que o homem de pé no chão na frente da

varanda estava gritando com ela.

“Eu não vi você em todos esses anos e você late para mim como um cachorro?” disse o

homem mais velho.

“Cuidado com a boca, menino,” o homem mais velho de pé ao lado da mulher avisou. “Eu

não tenho nenhum escrúpulo em descer aí e chicotear sua bunda.”

“Olhe os modos, Donnell,” a mulher disse suavemente.

“Minhas desculpas, minha querida.” Os olhos de Donnell se voltaram para o homem que

estava no quintal. “Eu estava apenas lembrando ao seu irmão que eu chutei seu traseiro uma vez e

eu não estou tão velho que eu não possa fazê-lo novamente. Eu não vou deixar ele te

desrespeitar.”

“Nenhum de nós vai,” um dos homens disse enquanto cruzava os braços sobre o peito. O

homem não era pequeno. Muitos deles eram bem grandes. Kapheri nunca tinha visto tantos

homens assim reunidos em um lugar como este.

“Saia da minha propriedade, Daley Keegan,” disse a mulher. “Não tenho nenhum

interesse em qualquer coisa que você tem a dizer.”

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“Tem algo de errado?” Kapheri perguntou como ele olhou para Elijah. “Este é o ambiente

que a minha sobrinha está sendo criada... violência?”

Cada conjunto de olhos se voltou para Kapheri. Felizmente, ele não era um homem que se

encolhia sob tal escrutínio. Ele dirigia sua própria empresa de software, construiu a partir do zero.

Ele lidou com os homens poderosos de todo o mundo. Um grupo de agricultores não iria intimidá-

lo, não importa o quão grande eles pareciam. Mas o olhar no rosto da mulher o fez para. Ela

lembrava a Kapheri de um pit bull protegendo seus filhotes.

“E você é?” Ela perguntou.

Kapheri se endireitou, arrogante e alto quando ele encontrou o olhar da mulher. Suas

mãos com luvas de couro fecharam em punhos. “Eu sou Kapheri el-Masri, filho de Amom el-

Masri. E você tem minha sobrinha Alani sob sua custódia, cercado esse tipo de comportamento

brutal.”

Se ele pensou que a mulher parecia feroz antes, não era nada comparado com a expressão

demoníaca que apareceu em seu rosto. “Você está dizendo que eu não sei como cuidar de minha

própria neta?”

“Eu estou apenas afirmando um fato,” disse Kapheri enquanto ele acenava com a mão

para a multidão. “Onde ela está agora? Quem está cuidando dela, enquanto você grita para o

outro com tanto veneno em sua voz? Devo me preocupar com sua segurança?”

“Rapaz,” o homem de pé ao lado dela disse, “é você melhor tomar cuidado com que você

diz para a minha esposa.”

“Que diab —” Um dos homens sobre os degraus começou a falar e depois parou, lançando

um rápido olhar para a mulher mais velha antes de olhar para ele — “quem é você?”

“Ele é o tio de Alani,” disse Ruben com um pouco de irritação em sua voz. “Ele e seus pais

estão aqui para visitá-la.”

Os olhares que Kapheri recebeu deveria tê-lo incendiado. Ele olhou para o outro homem

que estava na parte inferior dos degraus. O homem não tinha dito uma palavra. Ele olhou para

80
longe, como se ele não quisesse estar lá. Kapheri o catalogou como rico, cabelo vermelho, seus

grandes olhos verdes, e a aparência magra sob os jeans desgastados e parka azul que ele usava. O

homem olhou para ele e rapidamente desviou o olhar.

“Já lidei com pessoas loucas o suficiente no que diz respeito a minha neta,” a mulher disse

com veemência. “Se aproxime da minha varanda sem a permissão de Ruben e os meus meninos

vão cuidar de você.”

“Por favor,” A mãe de Kapheri disse quando ela saiu do carro e se juntou a ele ao seu lado.

“perdoe o comportamento do meu filho. Nós não queríamos ofender e demos a nossa palavra de

que tudo o que nós queremos é conhecer a filha de Mahra.”

Lágrimas brotaram nos olhos de sua mãe, e Kapheri quis machucar alguém. Ele odiava vê-

la chorar. Seu pai saiu também e ficou ao seu lado.

O homem que estava de pé ao lado da mulher se virou para Ruben. “É decisão sua.”

Precisou de muito para Kapheri não dizer uma palavra. Ele ficou lá, vibrando com raiva,

mas ele manteve os lábios firmemente juntos. Ele queria ver sua sobrinha mais do que ele queria

discutir com essas pessoas.

“Eu só vim aqui para lhe dizer que o nosso pai está doente,” disse Daley à mulher. “Você

não vai me ouvir?”

Toda a sua compostura alterou. Seus olhos suavizaram por um instante antes que ela

cruzasse os braços sobre os seios. “Você tem dez minutos, Daley. Eu vou ouvir o que você tem a

dizer, e então vocês dois podem ir.”

“Isso é uma bela de boas-vindas,” o homem mais jovem soltou. Kapheri ficou chocado

com a forma como o homem falou em voz baixa, embora sua expressão fosse à de alguém que se

julgava superior aos outros. “Nós viemos de tão longe e você está nos expulsando?”

“Dez minutos, nem um segundo mais,” disse ela antes de se virar e caminhar para dentro

da casa.

81
“Vocês podem entrar também”, disse Ruben enquanto gesticulava para a casa. Sua

hospitalidade era tão quente como o ártico.

Kapheri esperou até que todos tivessem entrado antes que ele e seus pais subissem os

degraus. Ele entrou em uma casa que estava cheia de caixas e decorações espalhadas pela sala de

estar. Kapheri foi criado em uma grande casa, uma mansão. O tamanho da casa parecia um

confinamento, mas ele teve que admitir que ela parecesse bem amada.

O homem que ele assumiu que era o marido da mulher estendeu as mãos para um

conjunto de jogo e puxou uma criança pequena em seus braços. Kapheri ficou ali parado, olhando

para uma criança que parecia ser a cara de sua irmã. Sua mãe começou a chorar, segurando suas

mãos em seus seios. Havia até mesmo lágrimas nos olhos de seu pai enquanto ele contemplava a

criança.

“Posso?” perguntou sua mãe.

O homem mais velho atravessou a sala e entregou Alani para Ruben. “Esta decisão é sua,

filho.”

Ruben hesitou e depois passou Alani para a mãe de Kapheri. Ela abraçou a criança e

chorei ainda mais forte enquanto ela suavemente embalava Alani em seus braços. Kapheri

estendeu a mão e acariciou o cabelo escuro da criança, sua garganta ficando apertada.

“E sou Donnell Blaecleah,” disse o homem. “E esta é minha esposa, Alani.”

A mãe de Kapheri acenou para os dois. “Eu sou Neith el-Masri. Este é o meu marido,

Ammon, e nosso filho, Kapheri.” Ela moveu Alani em seus braços, tocando seu rosto e, em

seguida, descansando a testa contra a da menina. “Ela é tão bonita.”

“Obrigado,” disse Ruben. “Por favor, sente-se.”

O pai de Kapheri ajudou sua esposa a retirar seu casaco antes de ela se sentar e começar a

falar em voz baixa para Alani. Kapheri olhou do canto do olho para o jovem do lado, que ficou

olhando para a mãe de Kapheri e Alani. O que colocou essa carreta em seu rosto?

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“Podemos falar aqui,” Ma disse quando ela levou Daley e o jovem para outra sala. Kapheri

ficou atrás do sofá, observando os homens que haviam se reunido.

“Gostaria de algo para beber?” Da perguntou.

“Você tem chá?” o pai de Kapheri perguntou quando ele olhou para cima. Kapheri

segurou a língua e balançou a cabeça quando Da olhou para ele. Ele teria preferido um conhaque,

mas ele duvidava que ele encontrasse algum nesta casa simples.

“Kapheri, venha, sente-se,” disse sua mãe. “Dê uma olhada na filha de sua irmã.”

Kapheri contornou o sofá, os olhos avaliando cada homem na sala antes de ele se sentar ao

lado de sua mãe. O grande número de homens na sala era surpreendente. O número de homens

abraçados ou de mãos dadas era ainda mais surpreendente. Kapheri sentiu um traço de inveja

piscar através dele. Ele rapidamente o afastou e tentou se concentrar a tarefa em questão conhecer

— sua sobrinha.

Ele abriu seu casaco de tweed, em seguida, estendeu as mãos quando sua mãe colocou

Alani em seu colo. “Ela se parece com Mahra, não é?”

Kapheri estava perdido nos olhos castanhos de Alani. Ele passou a mão pelo seu cabelo

preto e sentiu seu coração derreter. Era como se ele estivesse olhando para sua irmã mais uma vez.

“Olá, Alani.”

Ela sorriu e acariciou seu rosto com as mãos molhadas. “Papa.”

“Não,” ele corrigiu. “Eu sou Kapheri. Eu sou tio.”

“Tio,” ela disse e deu uma risadinha. Kapheri sentiu uma feroz necessidade de protegê-la,

um impulso irresistível de matar qualquer um que lhe fizesse mal. Ele colocou um beijo suave na

testa, e ela agarrou a gola do seu casaco, abocanhando sua bochecha. Ela lambeu sua pele, e

Kapheri se encontrou sorrindo.

“Eu acho que ela gosta de você,” disse Donnell, se sentando em uma cadeira em frente a

eles. “Ela não lambe qualquer um.”

“Ela parece feliz,” Kapheri admitiu. “Suas bochechas brilham com saúde.”

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“Isso é porque eu sei o que estou fazendo,” disse Ruben enquanto cruzava os braços e o

encarava. “Ela é feliz.”

“Ruben,” disse Elijah antes de puxar Ruben em seus braços e falando baixinho para seu

amante.

Quando a inveja começou a fluir através dele novamente, Kapheri olhou por cima do

ombro, mas o jovem ruivo não tinha reaparecido.

“É a minha vez,” disse Ammon quando ele contornou o sofá e tirou o casaco. Ele o colocou

de lado antes de arrancar Alani de Kapheri. “Olhe para você!” Ele riu. “Tão linda e já com olhar de

um guerreiro em seus olhos.”

“Ela é algo,” Donnell concordou. “Inteligente e preciosa.”

“Eu concordo.” Ammon riu. “Somos dois avós que adoram a mesma fêmea.”

“Esses nós somos,” disse Donnell com uma risada suave. “Vamos, Amom. Deixe-me te

mostrar ao redor da fazenda, enquanto sua esposa brinca com Alani.”

“Você vai fazer isso por mim?” Amon perguntou quando ele se levantou e foi pegar seu

casaco. “Eu tenho que admitir. Eu nunca estive em uma fazenda antes.”

“Bem,” disse Donnell. “Você terá uma surpresa.”

Kapheri começou a protestar por seu pai ser isolado quando era óbvio que nem todos

estavam felizes que eles estavam lá, mas rapidamente fechou a boca. Ammon el-Masri era uma

pessoa que podia se defender sozinho. Kapheri ainda não gostava disso, no entanto.

“Relaxe,” disse Ruben. “Da não está levando seu pai por razões malignas.”

“Você vai parar de falar comigo assim,” Kapheri grunhiu.

“Filho,” sua mãe disse em advertência. “Estamos em sua casa. Mostre respeito.”

“Eu vou quando esse pirralho falar comigo com respeito.”

“Pirralho?” disse Ruben quando ele se virou nos braços de Elijah e olhou para Kapheri.

“Parem,” disse a mãe de Kapheri. “Vocês dois. Esta é uma ocasião alegre.”

84
Kapheri e Ruben olharam para o outro, mas também não falaram uma palavra. Ele estava

bem com isso. Quanto menos Ruben dissesse, menos provável Kapheri matar o homem.

Sua mãe começou a fazer barulhos estranhos para Alani, franzindo os lábios enquanto

falava com sua neta. Kapheri levantou, olhando para onde os outros tinham desaparecido. Elijah

franziu a testa e olhou para onde Kapheri estava olhando, mas não fez nenhum comentário.

“Seu marido deixou que ela lidasse sozinha com esses dois homens?” Kapheri perguntou

a Elijah. Isso não parece certo para ele.

“Confie em mim, Ma pode lidar com eles,” disse Elijah. “E se ela não puder, há uma casa

cheia de homens que enterrariam os corpos desses dois homens se eles sequer pensassem em

machucá-la.”

Tanta lealdade. Kapheri estava impressionado. “Eu ainda não gosto que ela está lá sozinha,”

disse ele e começou a caminhar em direção à arcada. Ninguém o deteve. Kapheri hesitou e olhou

para sua mãe. Ele não gostava de deixá-la sozinha também.

Ele estava dividido.

“Ela ficará bem,” disse Elijah. “Eu prometo.”

Kapheri olhou para Elijah “Eu posso não ter uma enorme quantidade de homens comigo,

mas se alguma coisa acontecer com ela, eu vou matar cada homem nesta casa.”

Elijah riu. “Você vai ficar chocado com como absurda essa ameaça é quando você conhecer

esta família.”

“Vamos ver,” disse Kapheri.

“Oh, a propósito,” disse Elijah. “Não pragueje perto de Ma ou ela irá —”

Ruben bateu com a mão sobre a boca de Elijah. “Não estrague isso por ele.”

Kapheri franziu a testa. “Eu nunca praguejaria na frente da mulher. Isso seria

desrespeitoso.”

Ruben suspirou. “Que pena,” murmurou ele baixinho.

85
Capítulo Dez

As mães guardaram as mãos das suas crianças por apenas um tempo... e seus corações para sempre.

~ Provérbio Irlandês ~

Kapheri ignorou Ruben e entrou em uma cozinha. Ele parou quando viu os dois homens

sentados em uma mesa enquanto Alani Blaecleah lhes servia um pouco de comida. Do jeito que ela

tinha agido, ele teria esperado a cabeça deles em uma bandeja.

“Com fome?” Ela perguntou a Kapheri enquanto limpava as mãos no avental. “Tem

bastante.”

“Eu não estou com fome.” Kapheri respondeu com um pequeno aceno de cabeça, “mas

obrigado por oferecer.”

O ruivo olhou para Kapheri e rapidamente desviou o olhar, olhando para fora grande

janela de sacada.

“Este é o meu irmão, Daley, e meu sobrinho, Brennan,” disse Ma para Kapheri. “Diga oi

para eles agora porque eles não vão ficar.”

“Vamos lá, Alani,” disse Daley. “Você poderia, pelo menos, nos deixar passar a noite antes

de voltarmos para casa. Tivemos um longo voo para chegar aqui.”

“Você deu o seu recado. Se querem passar a noite, Donnell poderá encontrar um lugar no

celeiro.” O sorriso no rosto de Ma quando ela se virou para entregar a Kapheri um pires de

porcelana com uma xícara de chá estava totalmente em desacordo com os olhares que ela enviou

seu irmão e sobrinho. “Por favor, leve isto a sua mãe.”

86
Kapheri estava chocado que ela estava sendo tão educada com ele e pronta para colocar

sua própria família para fora.

“Eu vou falar com Donnell. Talvez ele possa ouvir a razão,” disse Daley, e se levantou.

“Fique aqui, Brennan.”

Kapheri viu o olhar aliviado no rosto de Brennan quando seu pai saiu. Kapheri ainda

estava balançando a cabeça quando saiu da cozinha e levou o chá para sua mãe. Ela estava

conversando com Alani, saltando a criança em seu joelho. Ele colocou a xícara sobre uma pequena

mesa ao lado dela e beijou a testa de sua mãe. “Eu estou na cozinha. Se precisar de mim, é só

chamar o meu nome.”

Ela sorriu para ele. “Eu estou bem, filho.”

Ele acariciou uma mecha solta de seu cabelo e, em seguida, voltou para a cozinha.

“Eu vou localizar Billy,” disse Ma. “Você pode fazer companhia a Brennan?”

Ele começou a lhe dizer que ele não era uma babá, mas Kapheri nunca tinha desrespeitado

uma mulher em sua vida. Mesmo confuso quanto ele estava com o comportamento da mulher, ele

não começaria agora. “Se lhe agrada.”

Ela sorriu, e Kapheri sentiu como se ele tivesse acabado de ganhar a aprovação de um

anjo. “Você é um bom menino, Kapheri.”

Ele ficou chocado quando ele se sentiu corando. Kapheri não corava. Ela bateu em seu

braço e saiu. Ele ficou parado ali por um momento olhando para onde ela saiu e depois balançou a

cabeça.

“Ela é um inferno de uma mulher,” disse Brennan da mesa. “Pelo que ouvi, ela pode

assustar um urso dançando sapateado.”

Kapheri não sabia o que isso significava. Ele também tinha certeza que era verdade. “Você

não deveria praguejar. É impróprio.”

Brennan agora estava avaliando Kapheri abertamente. O homem se virou em sua cadeira e

jogou o braço sobre as costas. “Quem diabos morreu e te fez o chefe?”

87
Kapheri arqueou uma sobrancelha enquanto observava o homem. “Parece que alguém

precisa te ensinar boas maneiras.”

Brennan deu de ombros e relaxou em seu assento. “Você não será o único.”

Por que Kapheri pensou que este homem interessante? Ele virou as costas para Brennan e

olhou para a porta, esperando que Ma voltasse para que ele pudesse acabar com esse incômodo.

“Virar as costas não me intimida,” disse Brennan baixinho. “Eu estou acostumado com

isso.”

Kapheri franziu a testa. Ele se virou e colocou as mãos na parte de trás de uma das

cadeiras vazias. “Eu não tolero desrespeito. Se você não consegue falar comigo —”

Brennan levantou a mão. “Me poupe. Já ouvi antes ladainha essa. É melhor se nós

ficássemos apenas sentados aqui como mudos.”

Mas Kapheri sabia que o homem estava mentindo. Ele tinha visto o interesse nos olhos de

Brennan quando o homem tinha olhado para ele. Para sua perplexidade, Kapheri estava também

interessado. Isso era insano. Brennan parecia ser um pirralho pior do que Ruben.

Mas para ser justo, Kapheri compreendia a insolência de Ruben. O homem estava com

medo que a família Kapheri estivesse aqui para levar Alani. O cara estava apenas sendo protetor

de sua família. Mas este homem na frente dele... ele enfurecia e fascinava Kapheri ao mesmo

tempo. Ele nunca tinha visto cabelos que se pareciam fogo antes. Ele queria tocar os fios para ver

se ele queimaria os dedos.

“Pare de me olhar assim,” Brennan disparou.

“Assim como?”

Brennan se sentou e se virou, encolhendo os ombros. “Eu não sei. Mas eu não gosto disso.”

Kapheri tinha a sensação de que Brennan se escondia atrás de uma parede de descortesia

como uma defesa. Ele era muito bom em ler as pessoas. “Tudo bem, vamos passar o resto de nosso

tempo aqui em silêncio.”

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Um sorriso perverso atravessou o rosto de Brennan, um sorriso que Kapheri não confiava.

“Já montou um cavalo antes?”

Kapheri balançou a cabeça. “Eu não posso dizer que eu tive o privilégio.” Eles tinham

camelos de onde ele veio.

Brennan se levantou e caminhou na direção de Kapheri, balançando os quadris de uma

maneira sensual que atraiu os olhos de Kapheri como um ímã. Ele engoliu em seco quando o

homem parou na frente dele, seus corpos tão pertos que ele podia sentir o calor de Brennan.

Ele podia sentir o cheiro colônia do homem com cada respiração. Sândalo. Ele também

poderia ver que o verde nos olhos de Brennan tinha traços de azul. Kapheri nunca tinha visto uma

cor assim antes, e aqueles olhos o atraíam.

“Então vamos montar,” disse Brennan, apesar de soar um pouco ofegante. O convite

estava claro nos brilhantes olhos verdes do homem, e não era para andar a cavalo.

“Vamos o quê?” disse uma voz atrás deles. Os dois se viraram quando Daley entrou na

cozinha.

Brennan enrijeceu e saltou para trás, seu rosto pálido. “Kapheri perguntou sobre os

cavalos, e eu lhe disse que o tio Donnell, provavelmente, o deixaria montar. Eu só estava indo

levá-lo para o celeiro e perguntar.”

Kapheri não negou a afirmação de Brennan. Ele tinha sentido que Daley não era um

homem para brincar com quando se tratava de seu filho. “Sim,” ele se encontrou dizendo. “Eu

nunca montei a cavalo antes.”

Ele não entendia o seu comportamento perto de Brennan. Kapheri era um homem que

assumia o comando, que fez seu próprio caminho na vida. Ele era um homem que era poderoso e

dominante, mas ele estava concordando com uma mentira.

Este não era ele.

“Nós não estamos aqui para entreter os hóspedes da minha irmã,” disse Daley. “Eu quero

voltar para casa o mais rápido possível. Este lugar é como um casebre.”

89
Kapheri descobriu que ele queria defender Ma. A raiva queimou lentamente em seu

intestino. “Este lugar é singular.” Não o seu tipo, mas agradável, no entanto.

Daley olhou para Kapheri como se fosse sujeira na parte inferior dos sapatos do homem.

Kapheri se recusou a ser intimidado pelo homem. Ele se levantou em toda sua altura, que era de

dez centímetros mais alto que Daley.

Daley zombou dele, “Claro, puxa saco de Alani.”

Uma declaração incomum de um homem que se proclamou culto. “Alani é uma mulher

encantadora, que o convidou para entrar em sua casa. Fale dela desse jeito de novo e eu vou

arrebentar a sua cara.”

Ma entrou na cozinha e olhou para Kapheri com desaprovação, sua sobrancelha

levantada. Pela primeira vez desde a infância, Kapheri se viu se contorcendo sob seu escrutínio.

Ela desviou o olhar dele depois de um momento e olhou para o seu irmão. “Eu acho que você já

ficou muito tempo, Daley.”

Daley empurrou um dedo em direção Ma, e Kapheri estava ao seu lado em um piscar de

olhos, afastando o dedo de Daley. Daley deu um olhar cheio de ódio para Kapheri antes de ele se

virar para seu filho. “Vamos embora.”

Brennan olhou para Kapheri e, em seguida abaixou a cabeça. O homem lembrou Kapheri

de um filhote de cachorro chutado. Ele queria impedir Brennan de sair, mas permaneceu em

silêncio.

“Ele não é nada além de problemas,” Ma disse-lhe. “Sempre foi.”

“E Brennan?” perguntou Kapheri.

Ela se virou para ele, e seus olhos se suavizaram. “Me desculpe, mas eu não sei. Estive

longe da Irlanda por quarenta anos. Até chegarem hoje, eu nem sabia da existência de Brennan.

Esta é a primeira vez que eu o conheci. Mas se ele tem Daley como pai, você pode apostar que sua

vida tem sido nada fácil.”

90
Isso deflagrou a ira de Kapheri. “O que você quer dizer?” Daley poderia ter abusado seu

filho?

“Eu conheço o meu irmão, e ele não é um homem agradável. Como seu filho, tenho

certeza de que Brennan se curvar aos ditames da minha família. É uma das razões que deixei

Irlanda. Eu me recusei a viver a minha vida como eles queriam,” ela explicou e então suspirou.

Kapheri respirou fundo quando os paralelos entre o que Alani e sua irmã tinham passado

se tornaram evidentes. Kapheri não era uma pessoa que se criticava, mas talvez ele precisasse. Ele

poderia ter errado sobre tentar ditar a vida de sua irmã. O que certamente não tinha terminado

bem.

“Posso te perguntar uma coisa, Sra. Blaecleah?”

“Só se você me chamar de Ma.”

Kapheri sorriu. “Você disse que deixou a Irlanda porque você não iria se curvar aos

ditames de sua família. O que eles queriam de você?”

Ma olhou para cima, olhando por um momento antes de voltar a cortar legumes. “Meu pai

tinha a minha vida planejada. Ele escolheu a escola que eu iria, os amigos que eu teria, e até

mesmo o homem que eu me casaria. Ele tinha toda a minha vida planejada e nunca me perguntou

o que eu queria.”

Kapheri suspirou quando ele se encostou ao balcão e esfregou a ponta do seu nariz.

“Mahra foi embora pelas mesmas razões.”

“Minha história teve um pouco mais do que isso.” A leve risada de Ma era emocionante e

levantou um pouco o espírito de Kapheri. “Eu me apaixonei por um pobre ajudante de estábulo

que me prometeu a lua e as estrelas.”

Kapheri sorriu. “Ele os deu a você?”

“Não.” Ma suspirou feliz, apesar de suas palavras. Ela ergueu o olhar e olhou para a sala

de estar. “Ele me deu algo ainda melhor.”

91
Com o olhar melancólico no rosto de Alani, enquanto olhava em direção à sala de estar

onde os sons de risos podiam ser ouvidos, Kapheri tinha uma boa ideia do que ela estava se

referindo. E esse vestígio de inveja apareceu novamente.

“Eu vi o jeito que você olhou para Brennan, Kapheri,” disse Alani, chamando a sua

atenção novamente. “O amor é uma coisa maravilhosa, mas gostaria de aconselhar a você não

correr atrás de Brennan enquanto seu pai está por perto. Eu não acredito que Daley seria receptivo

a um homem perseguindo seu filho.”

Kapheri acabou de conhecer o homem. Embora Brennan o fascinasse, ele não perseguia

ninguém. “Obrigado pelo conselho, mas não é necessário. Eu estava apenas cuidando dele como

você pediu.”

Ma ri. “Você realmente é um menino tão doce.”

Kapheri desejou que ele pudesse ser tão doce como Alani achava que ele era, mas ele não

era doce há muitos anos. Esta era apenas a primeira vez que ele se arrependia disso.

92
Capítulo Onze

O futuro não está definido, não existe destino, exceto o que fazemos para nós mesmos.

~ Provérbio Irlandês ~

Brennan observou enquanto seu pai conversava com seu tio Donnell, um homem que ele

nunca tinha visto, mas que tinha sido dito durante toda a sua vida não era um membro aceitável

da família. Ele estava começando a se perguntar se isso era verdade. Donnell parecia muito mais

calmo do que Daley.

O pai de Brennan, por outro lado, tinha esbravejado e delirado sobre Donnell Blaecleah

toda a viagem aqui. Seu rosto estava vermelho enquanto ele falava e falava sobre como sua irmã

tinha traído o nome da família ao se casar com um ajudante de estábulo sem dinheiro e depois,

fugido do país.

Daley tinha grande prazer em ir até a prefeitura a cada ano e mandar reeditar o mandado

de prisão contra Donnell. Brennan teria pensado que quarenta anos era muito tempo suficiente

para guardar rancor.

Aparentemente, ele estava errado.

Ele tirou o canivete de sua jaqueta e depois, lentamente, se abaixou, mantendo um olho

em seu pai. Ele esfaqueou o pneu de trás e, em seguida, rapidamente se levantou, guardando a

faca no bolso antes de ir para frente do veículo e se encostar ao capô.

Seu pai se aproximou, seu rosto corado. “Eu juro, eu não sei por que eu fiz esta viagem. Eu

apenas deveria ter ligado.”

93
Brennan teve uma boa maldita ideia por que seu pai fez esta viagem. Ele apenas não era

estúpido o suficiente para lembrar ao pai que a coisa toda tinha sido sua ideia.

Ele deslizou para o banco do passageiro e agiu como se nada de estranho tinha ocorrido.

Seu pai ligou o carro e colocou a marcha ré. O pneu achatou e o carro se recusou a se mover sobre

o chão repleto de neve dura.

“Que diabos?” Daley estourou quando ele desligou o carro. Ele saiu do carro e caminhou

ao redor. Foi óbvio quando viu o pneu. “Maldito pneu!”

Brennan afundou mais baixo em seu assento e pensei sobre Kapheri, o homem alto e

elegante, com belos olhos escuros e lábios adoráveis. O terno finamente cortado que estava

escondendo um corpo bem construído. Kapheri não parecia o tipo sedentário. Brennan apostava

que o homem malhava diariamente. Ele certamente parecia.

Mas aqueles olhos marrom-escuros de noz-moscada. Brennan tinha dado uma olhada em

Kapheri e aqueles olhos o tinham hipnotizado. Eles eram sombrios e misteriosos e tinham uma

posição dominante que intrigou Brennan. Ele normalmente não se interessava pelo tipo macho-

poderoso, mas os olhos de Kapheri eram cativantes.

Ele não queria ir embora. Ele queria mais tempo com o homem misterioso. Mas seu pai

estava sendo... bem... ele mesmo. Teimoso, rude, e francamente odioso. Brennan teve que

encontrar uma maneira de prolongar a sua visita.

Claro, se seu pai descobrisse o que ele tinha feito, a sua bunda não valeria o jeans que o

vestia tão bem. Daley Keegan não era traído tão facilmente, e em seus olhos, qualquer pessoa que

não estava fazendo o ele queria o estava traindo.

“Nós vamos ter que pegar uma carona para a cidade,” disse Daley quando ele agarrou a

sua pasta do banco de trás.

“Ou podemos perguntar à tia Alani se podemos ficar aqui.”

“Não.” Daley se virou como se sua palavra fosse definitiva, exceto que se hospedar na

cidade não se encaixava nos planos de Brennan de tentar seduzir o belo egípcio.

94
Brennan encolheu os ombros contra o vento frio soprando do norte enquanto se arrastava

atrás de seu pai, voltando para a casa dos Blaecleahs. Ele revirou os olhos quando seu pai nem

sequer bateu. O homem simplesmente abriu a porta e entrou no interior como se ele tivesse todo o

direito de estar lá.

Mas que imbecil.

“Eu preciso de um táxi.”

Brennan estremeceu com o tom grave de seu pai. Por o cara que não podia fazer um

simples pedido? Por que ele tinha que exigir tudo?

“O nosso pneu furou,” Brennan começou a explicar quando ele percebeu que todos na sala

de estar estavam olhando para eles. “Nós precisa — “ Ele rapidamente apertou os lábios quando

seu pai lhe deu um olhar fulminante.

“Será que alguém poderia me chamar um táxi?” A voz de Daley se elevou com cada

palavra até que ele estava quase gritando.

O bebê começou a chorar.

Ma ficou de pé, entregando o bebê para a outra avó. Quando ela deu um passo em direção

a eles, Brennan deu um passo rápido para trás. Ele sabia pelo olhar zangado de sua tia que seu pai

tinha ultrapassado seus limites. Ele não quer ser pego no fogo cruzado.

“Peço desculpas por — “ Brennan gritou quando seu pai agarrou seu braço. O aperto não

era tão forte que ele não poderia fugir se quisesse, mas ele sabia que não devia. Isso só piorava as

coisas.

“Você não vai falar para mim, rapaz.”

“Sim, Pai,” Brennan sussurrou enquanto ele abaixou a cabeça. Seu pai podia ter

ultrapassado os seus limites com Alani, mas ele tinha ultrapassado com seu pai e ele sabia disso.

Daley não bateria nele, mas às vezes as palavras eram piores.

95
“Tire suas mãos desse menino, Daley,” Ma retrucou. Brennan se virou, chocado com a

raiva em seu tom. Ela jogou as palavras a seu irmão como se fossem pedras. “Violência não é

permitida nesta casa.”

“Você não me diga como eu trato o meu filho.”

Os lábios de Ma de apertaram de raiva. “Lachlan, vá buscar o seu pai.”

“Sim, Ma.” Lachlan se levantou e correu para a porta como uma bala.

A mulher não tirou os olhos de seu irmão quando ela se dirigiu a outro filho. “Ruben, leve

a sua filha e seus avós para sua casa. Eu vou ligar quando o jantar estiver pronto.”

“Sim, Ma.”

Brennan assistiu como a sala de estar tornou-se uma intensa atividade quando todos se

vestiram com roupas mais quentes para ir lá fora. Em questão de instantes, a sala estava tranquila,

mais uma vez.

Ma ficou apenas ali olhando para Daley, que estava fazendo praticamente a mesma coisa.

Era como o confronto no OK Corral4, exceto que estava acontecendo dentro da sala de estar dos

Blaecleahs.

E depois havia os homens que estão por trás Ma.

Brennan tinha ficado chocado quando eles chegaram e uma parede do músculo se formou

entre ele e seu pai e Alani Blaecleah. Ele nunca tinha visto nada parecido. Teria precisado de um

tanque para passar por eles.

E eles estavam fazendo isso de novo, só que desta vez, eles estavam atrás de Ma como se

esperando para descobrir o que ela queria. Ou Daley se atrever a fazer o movimento errado. Que

aconteceria em algum momento. Brennan não via como isso não aconteceria. Seu pai era muito

teimoso e acostumado a conseguir o que queria para não bater de frente com alguém. Só que desta

vez, Brennan se perguntava se seu pai realmente sairia ileso.

4
Famoso tiroteio no O.K. Corral em Tombstone, território do Arizona, ocorrido de 26 de outubro de 1881.

96
Brennan se espantou quando de repente Ma sorriu para ele. “Asa, você poderia mostrar os

estábulos para Brennan e Kapheri? Tenho certeza que eles gostariam de ver os cavalos.” Seus

olhos voltaram a ficar frios quando ela olhou para Daley. “Meu irmão e eu precisamos discutir sua

falta de boas maneiras.”

“Agora veja aqui —” Daley começou.

“Silêncio.” Ela não levantou sua voz ou xingou, mas Ma chamou a atenção de todos com

essa única palavra. Ninguém falou, nem mesmo Daley. “Vá em frente, rapazes.”

Brennan não era estúpido. Ele apressou a sair da sala, parando apenas quando chegou à

varanda da frente. Ele mastigou o polegar enquanto ele andava esperando Asa e Kapheri se

juntarem a ele. Os dois homens estavam vestindo casacos pesados de inverno quando eles saíram.

Brennan olhou, engolindo em seco. Ele duvidou que a jaqueta jeans que Kapheri usava

pertencesse a ele, mas o homem precisava seriamente considerar comprar uma. Ele parecia

delicioso.

Asa olhou de volta para a casa, franzindo a testa profundamente como se sair fosse a

última coisa que ele queria fazer.

“O celeiro é logo ali,” disse Brennan. Ele fez um gesto com o polegar. “Tenho certeza de

que podemos encontrar o caminho, se você quiser ficar com a sua mãe.”

“Não.” Asa suspirou. “Ma me mandou levá-los para o celeiro e é isso que eu vou fazer. Ela

tem muitas pessoas lá para mantê-la segura. Ela vai ficar bem.”

Brennan não tinha tanta certeza. Ma podia estar rodeada por uma ninhada inteira de

homens musculosos, mas eles não tinham enfrentado Daley Keegan antes. Eles não tinham ideia

do que estavam enfrentando. E Brennan queria avisá-los, mas ele estava com medo. Ele sabia

como cruel seu pai podia ser, mas ele não tinha nenhuma prova real. Os Blaecleahs não tinham

motivos para acreditar nele.

Ele era um estranho.

97
Os ombros de Brennan caíram enquanto ele se arrastava descendo os degraus e seguiu

Asa e Kapheri através do quintal para o celeiro. Assim que Asa abriu a porta, o forte cheiro de

feno, estrume e cavalos o acertou como uma parede de fragrância. Brennan respirou

profundamente, absorvendo os aromas fortes em seus pulmões.

A vida na Irlanda foi uma série de internatos e festas para promover os empreendimentos

de seu pai. Nada era feito sem um plano em mente. Brennan tinha certeza de que seu pai tinha

segundas intenções quando ele escolheu o seu papel higiênico.

Vir a Cade Creek não era diferente. Daley Keegan estava tramando algo. Brennan apenas

sabia disso. Ou eles nunca teriam vindo aqui. Ele não engoliu a história de seu pai sobre dar

pessoalmente a mensagem de seus pais para Alani. Ele poderia ter pegado um telefone e feito isso.

Inferno, ele poderia ter enviado uma carta. Ele não precisava voar para o outro lado do mundo.

Então, por que ele tinha vindo? Essa era a pergunta que tinha sido atormentado Brennan

desde que seu pai o pegou na universidade e exigiu que ele o acompanhasse na viagem.

Essa era a outra pergunta que Brennan não conseguia descobrir. Ele não tinha falado com

seu pai há meses, não desde que ele tinha ido para casa para os meses de verão. A conversa tinha

sido breve, principalmente sobre o que Brennan estava usando, com quem ele estava saindo, e o

que ele faria com a sua vida. Se Daley Keegan soubesse o que Brennan realmente queria fazer com

a sua vida, o homem teria um acidente vascular cerebral. Um café e Internet café não estavam no

plano de Keegan para o futuro da Brennan.

Brennan enfiou as mãos no bolso e correu para apanhar com os dois homens. “Ei, Asa,

meu pai disse por que ele estava aqui?”

Asa o olhou por um momento. “Eu acredito que ele disse que estava aqui para avisar Ma

que seu pai estava doente e que ela precisava voltar para a Irlanda para vê-lo.”

“Então, você não o ouviu dizer mais nada?”

“Eu deveria?”

“Não, eu não acho. Eu só queria saber.”

98
Asa parou dentro da porta do estábulo, virando-se para olhar para Brennan. “O que não

está me dizendo, Brennan?”

Brennan lançou um olhar para Kapheri para ver o quanto ele estava prestando atenção ao

que estava acontecendo. Apesar de ele estar olhando para baixo no corredor que levava às baias de

cavalos, Brennan sabia que o homem estava ouvindo cada palavra. Ele não queria que o homem

pensasse mal dele, e ele sabia que Kapheri pensaria no momento em que ele descobrisse o idiota

que era seu pai.

“Nada.” Brennan deu de ombros e tentou parecer como se seu estômago não estava

apertado em um nó do tamanho de Cleveland. “Eu só queria saber. Ele realmente não me disse

sobre por que ele estava aqui.”

“Mas você está aqui com ele,” Asa insistiu.

Brennan olhou para o homem alto através de sua franja. Talvez o homem fosse inteligente

o suficiente para ler através das entrelinhas. “Ele não me deu realmente dado uma escolha. Você

não discute com Daley Keegan quando ele lhe diz para fazer alguma coisa.”

“Entendo,” Asa respondeu lentamente. Seus olhos correram em direção à porta. Seu corpo

estava tenso como se ele estivesse a segundos de distância de correr através da porta para voltar

para a casa e checar Ma.

“Vocês alimentam os cavalos com cereais?” perguntou Brennan.

Asa piscou. “Uh, sim.”

Brennan sorriu. “Tem um pouco?”

“Acho que eu posso arranjar algum.”

“Apenas me aponte à direção.” Brennan inclinou a cabeça em direção à porta. “Ou talvez

você possa correr até a casa e nos arranjar algumas maçãs.”

Os lábios de Asa lentamente se espalharam como resposta. “Cavalos gostam mais de

maçãs mais do que grãos. Vou ver se temos algumas.”

“Estaremos esperando.”

99
Asa saiu pela porta antes de Brennan poder dizer mais nada. Brennan esperou até que a

porta se fechou atrás de Asa antes de se virar para Kapheri.

Maldição. O homem estava olhando diretamente para ele.

Brennan rapidamente desviou o olhar e olhou para o corredor onde ele podia ouvir os

cavalos. Ele afundou ainda mais as mãos nos bolsos e caminhou nessa direção. Ele não queria

compartilhar o que ele suspeitava sobre seu pai com Kapheri.

“O que você sabe de cavalos, Brennan?”

Brennan levantou os olhos para ver Kapheri andando ao lado dele, as mãos do homem

casualmente atrás de suas costas. Brennan respirou fundo. “Eu realmente não sei nada sobre

cavalos. Não temos nenhum em casa.”

“E essa casa seria onde?”

“Meus pais têm uma casa em Wexford, sul de Dublin.”

“E você?”

“Eu estou frequentando a universidade em Dublin.”

“É? O que você está estudando?”

O estômago de Brennan quase revirou quando ele respondeu. “Advocacia.” O sorriso que

cruzou os lábios era metade careta, metade sorriso. “Meu pai quer que eu seja um advogado, e me

unir ao negócio da família.”

“Não parece como isso fosse o que você quer.”

Não era, mas Brennan tinha há muito tempo desistido de protestar. Não adiantava. Seu

pai não pagaria por qualquer curso na universidade que não fosse ele passar no exame de

advocacia. Cada centavo extra que Brennan ganhava em seu trabalho de meio período — um

trabalho seu pai não sabia nada — era para pagar por aulas que ele queria participar, aulas que

não tinham nada a ver com uma licenciatura em Direito.

“Está tudo bem,” disse Brennan, porque ele não tinha mais nada a dizer. Se ele pudesse

descobrir como sair do polegar de seu pai, ele teria feito isso há muito tempo. “O que você faz?”

100
“Eu possuo uma empresa de software e desenvolvimento.”

“Legal.” Talvez. “Você projeta jogos de vídeo ou algo assim?”

“Ou algo assim.” O sorriso de Kapheri era indulgente, e um pouquinho irritante. “Minha

empresa desenvolve software de transferência para sistemas de contabilidade.”

Brennan franziu a testa. “Como para os bancos?”

“Sim, como bancos.”

“Legal.”

“Sim... legal.”

Brennan apertou seus lábios quando Kapheri falou. Ele duvidava que o homem já tivesse

falado essa palavra antes em sua vida, não dessa forma. Ele provavelmente ficou horrorizado.

Sim, Brennan estava se saindo muito bem com este homem magnífico. Se ele tivesse uma

cauda, ele a teria colocado entre suas pernas e estaria rastejando de volta para casa.

Ele era uma droga.

101
Capítulo Doze

O futuro não nos cabe saber, e nunca poderá existir, então nos deixe viver e dar o nosso melhor e

generosamente.

~ Brinde Irlandês ~

Ele era adorável.

Kapheri estava totalmente encantado com Brennan. Sua pronúncia poderia melhorar de

um pouquinho, mas ele era o homem mais intrigante que Kapheri havia conhecido em anos.

Kapheri gostava de andar com ele, ouvindo-o falar.

Os poucos e hesitantes olhares que ele recebeu deixaram o seu sangue em chamas. Se

Daley não houvesse aparecido mais cedo, Kapheri tinha certeza que Brennan teria tentado beijá-lo.

Kapheri era suficientemente honesto consigo mesmo de que ele teria deixado o homem pequeno

lindo ir adiante com seu plano. Ele queria ver o que aqueles lábios exuberantes poderiam fazer.

Com esse pensamento em mente, Kapheri começou rondando, aproximando-se de

Brennan com cada passo que dava. Quando chegaram ao final do corredor, Kapheri andou em

direção a Brennan até que ele pudesse guiá-lo para o canto onde vários fardos de feno estavam

empilhados.

Ele sabia que estava invadindo o espaço pessoal de Brennan. A respiração difícil do

homem disse que não era contrário a isso. O calor incendiando os olhos verdes de Brennan disse

ainda mais.

Convidava mais.

102
Kapheri estendeu a mão e puxou um dos cachos de Brennan. “Você sempre os deixa assim

tão compridos?” Seu cabelo era curto nos lados, comprido na parte de cima. Era um visual único.

Não um que Kapheri teria usado, mas único, no entanto. Que realmente parecia combinar com

Brennan, exceto que Kapheri teve a estranha imagem repentina de uma mecha azul nesses sedosos

cabelos.

Ele não tinha ideia de onde isso veio.

Kapheri puxou até Brennan olhar para ele. Ele se inclinou e roçou seus lábios, sua língua

lambendo a emenda dos lábios de Brennan até que eles se separarem e, em seguida Kapheri

mergulhou dentro, explorando, conquistando, e exigindo que o homem em seus braços se

entregasse a sua paixão.

Brennan não decepcionou. Ele se derreteu contra Kapheri, suas mãos apertando o casaco

de Kapheri para puxá-lo mais perto. Os doces gemidos de Brennan estimulando o desejo de

Kapheri até que ele doía. Sua resposta ao beijo zumbindo através do sangue de Kapheri.

Kapheri deslizou sua mão para o quadril de Brennan, puxando-o para mais perto. Seus

joelhos quase dobraram quando o pênis de Brennan pressionou contra o seu. Ele precisava de

mais.

“Abra as pernas, habibi,” Kapheri sussurrou.

Assim que Brennan fez, Kapheri o levantou para o fardo de feno mais próximo e se

colocou entre suas pernas. Eles não eram a mesma altura, Kapheri era vários centímetros mais alto

do que Brennan. O que deixava o que ele tinha em mente logisticamente complicado, mas não

impossível.

Kapheri puxou os quadris de Brennan para a beirada do fardo de feno até seus paus se

esfregarem juntos mais uma vez. Ele observava os olhos de Brennan para qualquer sinal de tensão

quando ele abaixou lentamente zíper do homem. Os olhos verdes de Brennan escureceram como

esmeraldas. Ele ficou ofegante.

Perfeito.

103
“Tão bonito, habibi.”

“Hab-o quê?”

“Habibi. Significa querido ou amante.”

“Ok,” Brennan sussurrou.

Kapheri sorriu e depois o beijou novamente, pressionando os lábios de Brennan para em

seguida, cobrir sua boca. Sua fome aumentou, o beijo ficando exigente.

Assim que zíper de Brennan estava abaixado, Kapheri enfiou a mão e passou os dedos em

torno da circunferência surpreendentemente grossa do homem. Ele abaixou o olhar quando ele

puxou o pênis de Brennan para fora da calça.

“É...” Kapheri lambeu os lábios. “É um pau muito bonito, Brennan.”

Brennan estremeceu contra ele. “Que bom que você gosta, mas você poderia, por favor,

fazer algo com ele?”

As sobrancelhas de Kapheri levantaram quando ele olhou para Brennan. Havia tanto

desejo na voz do homem que Kapheri o sentiu em suas bolas. Elas ficaram pesadas e doloridas.

Ele queria se enterrar no calor apertado de Brennan, ele queria que Brennan se perdesse

nas sensações que Kapheri poderia criar nele, e se desfazer sob suas mãos, mas agora não era o

momento. Haveria um momento, no entanto. Kapheri silenciosamente prometeu a si mesmo que

ele teria Brennan, de alguma forma ou outra.

Brennan gemeu e girou os quadris, pressionando contra o pau preso de Kapheri. Kapheri

apressadamente abriu suas calças e empurrou sua cueca de seda para baixo sob suas bolas. Ele

envolveu sua mão ao redor de suas ereções, gemendo com a sensação sedosa do pau de Brennan

pressionado contra o seu.

Brennan ofegou, movendo-se contra ele, compartilhando seu prazer como se o corpo de

Brennan tivesse sido feito para ele. Olhando para o rosto do homem, ele só viu espanto e depois

êxtase, quando ele apertou os dedos ao redor dos dois.

104
Kapheri não podia parar seu próprio gemido quando Brennan se inclinou e começou a

devorar sua boca com ânsia urgente. Ele mordeu de leve o lábio inferior de Brennan, incentivando

Brennan a se esfregar contra ele enquanto suas línguas se enfrentaram.

Ofegante de desejo, Kapheri puxou Brennan para outro beijo. O ar saiu dos pulmões de

Brennan, e um lamento suave seguiu, as palavras saindo quase incoerentemente da boca do

homem quando a sua libertação derramou pela mão de Kapheri.

O olhar de Kapheri devorou Brennan. Ele observou a beleza de Brennan desmoronando

antes de seus testículos contraírem, seus próprios impulsos se tornarem mais fortes, seus quadris

movendo até que ele explodiu, a sua libertação atirando para cima.

Uma gota pousou no rosto de Brennan. Kapheri prendeu a respiração quando Brennan

estendeu a mão e enxugou o rosto, em seguida, chupando o dedo em sua boca, lambendo a gota

de esperma.

“Isso é muito sexy, habibi.”

Brennan atingiu um novo nível de adorável quando seu rosto corou. Kapheri tinha certeza

que ele nunca tinha visto nada tão bonito, e ele tinha visto muitas coisas bonitas em sua vida.

Como um homem de posses, ele teve mais do que seu quinhão de homens e mulheres que

disputavam a sua atenção.

Ninguém havia realmente lhe interessado, até agora, e Brennan nem estava tentando. Ele

estava apenas sendo o seu eu natural. Pelo menos, Kapheri esperava que fosse natural. Se isto tudo

fosse um jogo para Brennan, Kapheri ficaria muito chateado.

Um pouco da sua luxúria atenuou no pensamento e Kapheri recuou para dar espaço a

Brennan e, em seguida, se enfiou de volta em suas calças, fechando-as. O rosto de Brennan ainda

estava corado quando ele fez o mesmo antes de pular para baixo.

E então ele olhou em todos os lugares, exceto para Kapheri. Isso foi bonito, também, e

frustrante. Kapheri supôs que ele era um bocado vaidoso, porque ele gostava de Brennan olhando

para ele.

105
Kapheri se abaixou e colocou um dedo sob o queixo de Brennan, levantando-o até que

seus olhos se encontraram. “Depois do que nós acabamos de compartilhar, estamos bem além do

constrangimento, habibi.”

As bochechas de Brennan coraram novamente. “Eu não... hum... costumo fazer coisas

assim.”

Kapheri cambaleou, atordoado com o quanto ele gostava essa afirmação. Inferno, isso ia

além de gostar. Ele queria uivar e gritar e, droga, ele queria gozar sobre Brennan e garantir que

todos soubessem que esse homem lindo tinha sido reivindicado.

E de onde esse pensamento veio Kapheri não tinha ideia. Ele certamente não estava pronto

para sentir algo tão forte por um homem que tinha acabado de conhecer.

Kapheri viu os olhos de Brennan abaixarem quando ele deu um passo para trás. Por mais

que ele não estivesse pronto para lidar com o que ele estava sentindo, ele se recusou a ser a causa

da desconfiança que rastejava nos olhos de Brennan.

“Você tem um celular?”

As sobrancelhas de Brennan se levantaram enquanto olhava para cima. “Quem não tem?”

Kapheri ficou com a mão estendida até que Brennan o tirou do bolso e o entregou a ele.

Ele pegou seu próprio telefone celular e digitou o número de Brennan embaixo de habibi e depois

digitou seu número no telefone de Brennan.

Quando ele devolveu o telefone, Brennan olhou para ele como se ele nunca tivesse visto o

número de alguém em seu telefone antes. “Isso significa que eu posso ligar para você?”

“Eu não o teria dado se eu não quisesse a sua ligação, Brennan.”

A cabeça de Brennan inclinou para cima e ligeiramente para o lado, sua franja caindo pelo

seu rosto, criando sombras em torno de seus olhos. “Isso é um sim?”

“Sim, Brennan.”

Brennan pareceu estremecer quando ele inalou. “Ok, bom. Eu posso fazer isso.”

“Eu acredito que nós deveríamos voltar.”

106
A testa de Brennan vincou quando ele olhou para o corredor que eles tinham andado

quando entraram nos estábulos. “Sim, meu pai provavelmente conseguiu que fossemos banidos

da propriedade a essa altura.”

“Sim, não.” O jeito de Brennan de falar realmente serviria. “Que universidade você disse

que estava frequentando?”

“Por quê?”

“Não importa.” Kapheri suspirou. Fazer Brennan usar o Inglês corretamente era a menor

de suas preocupações no momento. Ele ainda precisava descobrir o que ele iria fazer sobre o

homem sexy. Dublin, na Irlanda, era um longo caminho do Cairo, Egito, provavelmente quase tão

longe quanto Cade Creek era de todo o resto.

Quando Brennan tentou, sem sucesso, fechar seu casaco por vários momentos, Kapheri

tirou seus dedos do caminho e fez isso por ele. Ele percebeu que Brennan levou as mãos à boca e

começou a soprar sobre elas quase imediatamente depois que ele tinha terminado.

“Com frio, habibi?”

Brennan assentiu enquanto esfregava as mãos. “Eu só tive tempo para fazer uma pequena

mala antes de meu pai me pegar. Eu não estava preparado para a neve.”

Kapheri enfiou a mão no bolso e tirou suas luvas de couro. “Coloque estas.”

Os olhos de Brennan subiram para os seus. “Você não precisa delas?”

“Eu passei as últimas semanas em Nova Iorque a negócios, e é pleno inverno lá. Eu

suspeito que eu esteja mais acostumado com o frio do que você está agora.”

Kapheri ficou feliz que Brennan não discutiu mais. Algo cresceu dentro profundo dele

enquanto observava Brennan colocar as luvas, sabendo que o homem seria aquecido por algo que

ele forneceu.

Kapheri era um homem dominante, e ele sabia disso. Ele tinha que estar no topo do jogo

em seu negócio. A demonstração de fraqueza poderia destruir o seu negócio em um piscar de

olhos. Ele tinha aprendido anos atrás a nunca deixar se intimidar por ninguém.

107
Brennan Keegan o assustava pra caramba.

O homem era doce e adorável e seguia as ordens como ele fosse feito para aceitá-las. Os

pedacinhos de rebeldia que Kapheri viu nele disse que ele não era um submisso total. Havia

algum fogo dentro dele. Kapheri não podia deixar de se perguntar se esse fogo se manifestaria no

quarto. E então ele imaginou como seria excitante influenciar esse fogo até uma brasa fumegante,

certificando-se de ele nunca se apagar.

Kapheri perguntou se ele estava pronto para a tarefa e depois, ele se perguntou se ele

estava enlouquecendo. Ele sempre tinha sido um a pesquisar suas opções antes de tomar decisões,

especialmente aquelas que mudam a vida. Brennan definitivamente era qualificado para isso.

“Você gosta de bolinhos?”

Kapheri parou na mudança brusca do fluxo de informações em sua cabeça. “Se eu gosto

bolinhos?”

“Sim, como muffins de farelo e muffins de chocolate e bolinhos de mirtilo e — “

“Entendi.” Kapheri levantou uma mão para parar Brennan. “Acho que sim. Eu realmente

nunca pensei muito sobre isso.”

“Oh.” A luz nos olhos de Brennan diminuiu.

Kapheri suspirou. “É claro que, se eu fosse para escolher algum que eu gostasse mais, eu

acho que seria muffin de maçã cranberry, quente com uma porção de manteiga fresca doce, e

frutas frescas.”

“Com café?”

“Claro.”

“Sim!” Brennan levantou a mão fechada. “Eu quero abrir um cybercafé. Eu vou servir

realmente bom café. Não esse lixo que você compra em locais de fast food, mas coisas boas como

Columbian Bean e Chicory e café Turco e — “

“Nada além de café?”

Brennan sorriu. “Muffins.”

108
“Claro.” Kapheri sorriu com indulgência. “Mas você poderia considerar outros doces

como bolos de café e Danishes5. Nem todo mundo é fã de muffins. Sanduíches e saladas não seria

uma má ideia.”

Brennan sorriu. “Quando eu fizer vinte e cinco anos, eu vou procurar algum lugar e abrir

o meu café. Eu já escrevi um plano de negócios e tudo mais.”

Kapheri ficou surpreso com isso como Brennan parecia um pouco volúvel, mas ele não

conhecia o homem bem o suficiente para ter uma opinião formada. “Por que vinte e cinco?”

“Minha avó me deixou uma pequena herança. Eu a receberei quando fizer vinte e cinco.”

“E quanto tempo falta?” Kapheri fez uma careta. Ele não tinha parado para perguntar ao

homem quantos anos ele tinha antes abrir suas calças. Talvez ele devesse.

“Dois anos.”

Kapheri fez um cálculo rápido em sua cabeça e então soltou um suspiro aliviado. Brennan

tinha idade suficiente. Jovem pelos seus padrões, mas velho o suficiente para os padrões legais.

Brennan riu. “Se você ficou preocupado por um minuto, não foi?”

“Eu admito que você me deixou, habibi.” Kapheri sorriu. “Eu sou muito mais velho do que

você.”

A cabeça de Brennan inclinou. “Você não parece muito mais velho.”

“Egípcios envelhecem bem. Séculos como um povo do deserto.”

“Você gosta de neve?” perguntou Brennan, mais uma vez mudando de assunto em uma

respiração.

“Eu não gosto. Eu acredito que todo tipo de clima tem seus prós e contras. Neve traz o

frio, mas também traz noites passadas enrolado em frente à lareira com um bom livro e um copo

de conhaque.”

“Oh, eu gosto da maneira que você pensa.” Brennan franziu a testa. “Exceto pela parte

conhaque. Eu não bebo.”


55
Doce de padaria típica da culinária da Dinamarca. Nossos famosos pães doces.

109
“Nunca?”

“Não.”

Interessante. “Posso perguntar por quê?”

“Minha mãe morreu em um acidente porque estava dirigindo bêbada quando eu tinha

dois anos de idade. Por causa disso, eu decidi nunca beber.”

“Eu sinto muito pela sua perda, Brennan.” O coração de Kapheri doía pelo homem. Ele

não podia imaginar o que ele faria se ele perdesse sua mãe. “Eu vou me assegurar a não beber

perto de você.”

“Oh.” Brennan riu quando ele acenou com a mão, desconsiderado. “Não me incomoda se

outras pessoas bebem. Bem, contanto que eles não bebam e dirijam. Apenas escolhi não beber.”

“Eu nunca bebo e dirijo, habibi, isso eu posso jurar a você.”

O silêncio caiu entre eles depois disso. Kapheri não sabia se veio de Brennan pensando ou

do fato de que Kapheri bebia quando Brennan não.

“Meu pai me disse que minha mãe bebia muito, especialmente quando meu pai estava

viajando a negócios. Ele tinha uma amante na cidade e ela sabia disso. Ela iria confrontá-lo sobre

sua amante naquela noite, quando ela errou uma curva e passou por cima da borda de um

penhasco. Ela morreu com o impacto.”

Kapheri estendeu a mão e agarrou a mão de Brennan, trazendo-a até seus lábios. Ele

apertou um pequeno beijo no topo, em seguida, apertou a mão do homem em seu peito. “Minhas

profundas condolências, Brennan. Ninguém deveria ter que perder um parente tão cedo na vida.”

Brennan o olhou por um momento, em seguida, deu uma pequena tentativa de um

encolher de ombros. “Foi há muito tempo atrás.”

“O tempo não apaga a mágoa e tristeza que você sente pela nossa perda, Brennan.”

Kapheri podia ver o argumento nos olhos verdes de Brennan. “Não deixe que os outros lhe digam

o que você pode e não pode sentir, mesmo agora.”

Lágrimas brilharam nos olhos de Brennan antes de ele afastá-las. “Obrigado.”

110
Kapheri sorriu. “Disponha.”

“Eu realmente não me lembro dela,” disse Brennan quando eles começaram a andar

novamente. “Meu pai tirou todas as fotos dela da casa então eu nem tenho certeza de como

exatamente ela se parece, mas minha avó diz que eu me pareço com ela.”

“Então, ela era linda.”

As bochechas de Brennan coraram. “Você só está dizendo isso porque você quer entrar nas

minhas calças de novo.”

“Eu estive em suas calças, Brennan, e eu pretendo estar lá novamente. Isso não muda o

fato de que você é bonito.” Kapheri manteve a mão de Brennan presa na sua e com a outra

golpeou Brennan na bunda. “E não seja grosseiro. Não é adequado a você.”

“Deus.” Brennan puxou sua mão e deu vários passos de distância. “Às vezes você é tão

parecido com o meu pai que é assustador.”

O queixo de Kapheri caiu enquanto observava Brennan girar e sair correndo para fora do

celeiro. Ele tinha acabado de ser comparado com Daley Keegan, o monstro sovina da Irlanda?

Kapheri abriu a porta e saiu do estábulo, estreitando os olhos sobre a figura correndo os

degraus da varanda da casa principal. Se Brennan achava que este era o fim da conversa deles, ele

estava enganado. Kapheri teria a última palavra, mesmo que ele tivesse que espancar a bunda de

Brennan para conseguir.

111
Capítulo Treze

Que o telhado acima de nós nunca caia, e que os amigos reunidos embaixo nunca briguem.

~ Bênção Irlandesa ~

Ma limpou as mãos no pano de prato jogado sobre seu ombro e foi mexer o molho

country6 que ela tinha planejado para o jantar. A cozinha era uma mistura de aromas, todos a

lembrando da cozinha de casa quando ela era uma criança. Apesar da multidão de empregados

que seus pais tinham, sua mãe sempre gostou de cozinhar, especialmente durante os feriados.

Pegando uma colher pequena, Ma pegou um pouco e provou. Ela franziu a testa enquanto

tentava separar os diferentes sabores para encontrar o que estava faltando. Molho country era

muito fácil de fazer, mas tinha um ingrediente especial que sua mãe tinha lhe ensinado a usar o

molho que só o deixava muito melhor.

Pimenta branca. Era isso o que precisava. Ma enfiou a mão no armário de especiarias e

moveu os frascos até encontrar o que estava procurando. Uma pequena pitada e uma mexida, e o

próximo provar estava perfeito.

Ma pegou um pegador de panela e abriu o forno, checando o assado. Ele parecia muito

bom. Quinze minutos mais ou menos e o jantar deveria estar pronto.

112
Ouvindo um ruído atrás dela, Ma se virou. Billy estava na ilha central, preparando uma

cesta de pão. Tinha duas formas de pães doces esfriando na tábua de cortar, prontos para serem

cortados e colocados no cesto.

“Billy, você poderia ver se a mesa está arrumada?”

“Eu posso fazer isso,” disse uma voz da porta.

Ma sorriu quando ela olhou para cima. “Billy pode lhe mostrar onde os pratos estão.” Ela

nunca recusaria uma ajuda verdadeiramente oferecida, e Brennan realmente parecia que queria

ajudar.

Quando os dois homens deixaram a cozinha, Ma se voltou para o fogão, mexendo o molho

novamente e, em seguida, colocando-o em banho-maria no fogo baixo. As batatas estavam quase

prontas para serem escorridas e amassadas.

“Alani.”

Os ombros de Ma caíram ao som da voz de seu irmão. Ela realmente estava esperando

evitá-lo por um tempo. O homem a estava deixando louca. Ele não tinha mudado nem um pouco

em quarenta anos.

“Nós precisamos conversar, Alani.”

“Não, Daley, nós não precisamos.”

Ma tentou realmente ser uma boa pessoa, obedecer aos ensinamentos do Senhor, e tratar

os outros como ela gostaria de ser tratada, mas seu irmão poderia tentar a paciência de um santo.

“Isto não vai desaparecer, Alani, não importa quanta birra você faça.”

“Eu não achei desapareceria, mas escolher quando e onde lidar com alguma coisa é muito

diferente do que ignorá-lo, Daley.” Ma se virou para sacudir a colher de pau para o homem. “Essa

é uma lição que você nunca aprendeu.”

“Maldição, Alani, você não pode —”

113
Ma bateu a colher no balcão fazendo seu irmão saltar para trás. “Essa é outra lição que

você nunca aprendeu. Sem palavrões na minha casa. Se você optar por sua boca suja, você vai

fazê-lo lá fora e longe de mim.”

“Você não pode estar falando sério.”

Os olhos de Ma estreitaram. “Tente-me.”

“Como nossos pais deram à luz a duas pessoas tão diferentes?”

“Eu me pergunto isso há anos.” Ma se virou e voltou para o fogão. “Talvez eu realmente

tenha a sorte dos irlandeses e eu realmente fui adotada.”

Daley engasgou. “Como você pode dizer isso?”

“Como posso dizer isso?” Ma olhou por cima do ombro, quarenta anos de raiva reprimida

fervendo. “Eles tentaram me obrigar a casar com Alexander Pendagraph. O homem foi pai de dez

filhos antes de eu nascer, e ele não reconheceu nenhum deles. Por que eu concordaria em me casar

com um homem assim?”

Daley acenou com a mão na direção da sala de estar. “Você certamente parecia estar

tentando igualar ao recorde dele.”

Os lábios de Ma contraíram. Seu irmão, na verdade, achava que ela tinha dado à luz a

todos os seus filhos? “Oh, Daley, há tanta coisa sobre a minha vida que não sabe nada.”

“Bem, eu saberia se você tivesse se preocupado em voltar para a Irlanda.”

“Eu não tenho nenhuma razão para voltar, Daley. Há um mandado de prisão do meu

marido, lembra? Você o renova a cada ano.”

“Um tribunal de direito nunca o aceitaria.”

“Eu sei disso, mas é o princípio da coisa.”

“Exatamente.”

Ma revirou os olhos. “Não foi isso que eu quis dizer, Daley, e você sabe disso. Você se

recusa a aceitar Donnell em minha vida. Ele é meu marido, o pai dos meus filhos. Ele ficou ao meu

lado durante quarenta anos. Ele não vai a lugar nenhum.”

114
“Tudo bem. Então, ele fica aqui. Isso não tem nada a ver com você voltar para a Irlanda.”

“Só que eu não vou voltar para a Irlanda sem meu marido.” Daley ficou em silêncio.

Quando Ma olhou para ele, o homem estava coçando o queixo como se em profunda reflexão.

“Estou falando sério, Daley.”

“Eu acredito em você”, respondeu ele com tanta facilidade que Ma se perguntou sobre sua

súbita mudança de atitude. Seu irmão não cederia tão facilmente. Ele lutaria um cão por um osso

até a morte. “Eu só estou tentando ver como posso convencer a mãe e o pai a retirarem o

mandado.”

Ela ficou magoada ao saber que seus pais ainda estavam tão a favor de que seu marido

fosse preso por raptá-la, especialmente porque Donnell era inocente do crime. Ela havia ido

voluntariamente com o homem há tantos anos.

Donnell disse que a amava e queria que ela fosse com ele, fugindo no meio da noite. Ele

disse que não poderia lhe oferecer o mundo, mas que adoraria Alani até seu último suspiro. Ela

nunca se arrependeu de fugir com ele naquela noite. As coisas nem sempre foram fáceis para eles,

mas eles tinham um ao outro, e que era mais do que suficiente.

“Eu vou ligar para o Pai e lhe perguntar se ele estaria disposto a retirar o mandado se você

concordar em voltar para a Irlanda.”

Ma suspirou. Sua cabeça estava começando a doer de toda esta discussão. “Daley, eu

realmente não quero voltar para a Irlanda.”

“O Pai está doente.”

“Eu entendo isso, e sem dúvida estou mais do que disposta a falar com ele ao telefone ou

até mesmo pelo Skype, mas voltar para a Irlanda não vai acontecer. Minha vida é aqui.”

“Não seria para sempre, Alani,” Daley insistiu. “Estamos falando de uma semana, duas no

máximo.”

“Não, Daley.”

“Você tem que ir, Alani.”

115
Ma bufou. Não era um som agradável, mas era como se sentia. “Eu não tenho que fazer

nada além de tirar este assado do forno e colocá-lo sobre a mesa antes que de meus meninos

comecem a comer os talheres.”

“O Pai quer te colocar no testamento. Você tem que assinar os papéis, e precisa ser feito

em breve. Ele não está ficando mais jovem e com sua saúde — “

“Eu não quero estar no testamento.” Ma sabia antes mesmo de ela se virar que a boca de

seu irmão estaria aberta. Dinheiro governou sua vida. Que não era a regra dela. “Diga a ele para

dar a outra pessoa.”

“Você não pode estar falando sério.”

Ma arqueou a sobrancelha. “Você parece dizer isso muito.”

“Porque você constantemente não faz sentido,” Daley argumentou. Suas mãos começaram

a acenar freneticamente no ar, sua agitação como uma segunda pele sobre o homem. “Estamos

falando de muito dinheiro aqui, Alani, milhões. Você não pode simplesmente virar as costas para

isso.”

“Daley, eu virei de costas para esse dinheiro quarenta anos atrás, quando eu me casei com

um homem sem um tostão. Nada mudou nesses quarenta anos. Eu ainda não quero o dinheiro e

eu ainda estou casada com um ajudante de estábulo, exceto que ele é o homem mais rico que eu

conheço.”

Daley piscou. “Donnell tem dinheiro?”

“Donnell tem filhos.” E isso o fazia o homem mais rico que Alani conhecia.

O girar de olhos de Daley foi engraçado. “Você está falando sério, Alani?”

Ma riu. “Estou falando sério, Daley. Dinheiro não significa muito para nós além de

garantir nossa família esteja bem cuidada. Ele não pode me segurar tarde da noite ou me dizer que

me ama. Ela não pode sequer me beijar antes de sair de casa. O dinheiro é dinheiro e tem uma

finalidade, mas não é mais importante do que a família.”

“É o que diz a mulher que se recusa a voltar para a Irlanda para ver o pai morrer.”

116
“Eu pensei que você disse que estava apenas doente.”

“Na sua idade, estar doente é muito perto de morrer.”

Ma virou as costas para Daley, recusando-se a deixá-lo ver as lágrimas que cresceram em

seus olhos. Agora, ela não sabia se seu pai estava apenas doente ou se ele estava morrendo.

E não saber era insuportável.

Ela não odiava seu pai. Ela nem sequer gostava dele. Ela simplesmente se recusou a estar

sob seu polegar, e ela sabia no fundo em seus ossos, que se ela voltasse para a Irlanda, era

exatamente onde ela estaria. Já parecia que ele estava tentando suborná-la para voltar para a

Irlanda com a promessa de dinheiro.

“Eu não vou voltar para a Irlanda, Daley,” disse Ma, “e ponto final.”

Ma se recusou a se virar, mesmo quando ela ouviu Daley suspirar e sair como o peso do

mundo tivesse acabado de ser colocado sobre seus ombros. Ele sempre foi assim, como se tudo

que todos faziam tornava sua vida mais difícil.

Ela não conhecia mais Daley ou que tipo de homem que ele havia se tornado nos últimos

quarenta anos, mas ela não gostava muito do pouco que tinha visto dele. Ele foi rude, egoísta, e

achava que o mundo deve atender a todos os seus caprichos.

Ma realmente não gostou da maneira como Daley tratou seu filho. Nenhum homem

deveria colocar suas mãos em outro homem do jeito que Daley tinha. Donnell nunca teria feito isso

com um de seus filhos. Ele era severo com os meninos, mas nunca abusivo.

Ma não achava que ela poderia dizer o mesmo sobre seu irmão, e isso quase quebrou o seu

coração. Até mesmo o seu pai — apesar de seu forte temperamento — nunca levantou a mão

contra eles com raiva.

“Ma, eu posso falar com você por um momento?”

Ma rapidamente enxugou os olhos com o pano de prato e depois de se virou para sorrir

para Brennan. “Claro, meu filho, o que posso ajudá-lo?”

117
Brennan olhou para os dedos, torcendo-os juntos em um gesto nervoso. “Eu acho que meu

pai está mentindo para você.”

“Mentindo para mim como, Brennan?” Ma perguntou.

Brennan olhou pela porta em direção à sala de estar. “O Avô está doente, mas ele não está

morrendo, e sua doença não é fatal. Ele é tão saudável quanto um homem com a metade de sua

idade. Ele provavelmente vai sobreviver a todos nós.”

Ma sorriu mesmo quando ela perguntou se ela poderia acreditar nas palavras de Brennan.

Ela preferia acreditar nele a seu irmão. Ela só não sabia se o homem estava dizendo a verdade.

A agitação de Brennan se manifestou quando ele empurrou a mão pelo cabelo e começou a

andar pela cozinha. “Eu não sei exatamente o que meu pai disse a você, mas você pode apostar

que ele está mudando as coisas para se ajustar as suas necessidades. É assim que ele age. Se ele não

gosta de alguma coisa, ou não se enquadra em seus planos, ele se recusa a ouvir qualquer outra

pessoa.”

“Se isso é verdade, por que você acha que ele está tão insistente que eu volte para a

Irlanda?”

“É exatamente isso, eu não acho que ele queira.”

As sobrancelhas de Ma subiram. “Ele praticamente ficou furioso quando eu me recusei a

ir.”

“Não, ele não ficou.” A risada de Brennan era fria e amarga e fez o coração doer de Ma

pelo homem. “Você ainda não viu quando ele fica furioso, e acredite em mim, você não iria

querer.”

“Você acha que ele está fingindo?”

“O tempo todo,” Brennan bufou. “E acho que ele me trouxe para ser o seu público.”

Ma fez uma careta. Ela demorou limpando as mãos no pano de prato para ter tempo de

pensar. Certo, tinha se passado anos desde que ela tinha visto seu irmão, e eles nunca tinha sido

118
particularmente próximos, mas ela não podia imaginar uma razão pela qual ele teria que mentir,

ou qualquer outra pessoa.

“Essa é uma das razões pelas quais eu acho que ele está mentindo para você. Ele não tem

nenhuma razão para me trazer nesta viagem, a menos que ele precise de mim para vê-lo se

esforçando para te convencer a voltar para a Irlanda e você dizer não.”

“Brennan, filho, eu não tenho certeza se estou te entendendo.”

“Meu avô realmente quer te colocar de volta no testamento, mas isso tudo pode ser feito

com faxes e um advogado. Ele também quer te ver. Se meu pai só tiver a palavra dele que você se

recusa a voltar para a Irlanda, e que você não quer qualquer parte em sua herança, não é provável

que meu avô acredite nele. Se ele me tem como testemunha dele também, então isso dará mais

peso às suas palavras.”

A respiração que Brennan puxou parecia que vinha de sua alma. “Eu acho que meu pai

está tentando garantir que você não receba nenhum centavo do dinheiro do meu avô e que tudo

vá para ele.”

“Entendo.” Ma cuidadosamente dobrou o pano de prato e o colocou sobre o balcão. “E por

que você está me contando isso? Não há possibilidade de você herdar uma parte do dinheiro

também?”

“Eu não o quero. Minha avó já reservou um dinheiro para mim. Eu o herdarei quando eu

fizer vinte e cinco.” Tinha um pequeno rubor nas bochechas de Brennan quando ele deu de

ombros. “Ela queria ter certeza de que eu tivesse uma maneira de sair do controle do meu pai.”

Quando ela olhou para Brennan, Ma percebeu quão pouco tempo que passara com o

jovem desde que ele chegou, e talvez ela estivesse perdendo muito a chance. “É algo que você acha

que vai precisar fazer?”

“Eu não quero ser um advogado.”

“O que você quer fazer?”

“Eu sempre quis abrir um café com produtos de panificação.”

119
O sorriso de Ma alargou. “Você esteve cozinhando com minha mãe.”

“Sim.” O sorriso de Brennan era sonhador. “Ela é a melhor cozinheira.”

“Ela é.”

“Ela fala muito sobre você.”

Ma respirou lentamente. Seu peito parecia que ia explodir. “Ela fala?”

Ela tentou não pensar em sua mãe, mas era especialmente difícil durante os feriados. Ela

sentia falta de sua mãe, e cada ano passado ficava mais difícil. Havia tanta coisa que ela queria

compartilhar, seus dias tristes e seus dias felizes, e ainda assim ela não podia. Ela já havia tentado

algumas vezes depois de deixar a Irlanda, e para sempre para ser informada por quem quer que

atendeu ao telefone para não para ligar novamente. Por fim, ela tinha escutado e parado de ligar.

“Acho que ela sempre lamentou as circunstâncias por que você foi embora. Eu entendo

que as coisas eram diferentes naquela época, mas quarenta anos é muito tempo para guardar

rancor, você não acha?”

“Eles sempre jogaram na minha cara que Donnell estava abaixo da minha posição social e

eu estava me rebaixando por me envolver com ele. Mesmo depois que eles descobriram que eu

estava grávida de Lachlan, eles tentaram me obrigar a me casar com outro homem, um que era

mais aceitável. Então, eu não estou guardando rancor. Eu simplesmente me recusei a me associar

com pessoas que faziam o meu marido se sentir menos do que o homem maravilhoso ele é.”

Brennan olhou para suas mãos novamente quando ele se inclinou contra a ilha. “Eu acho

que eu posso entender isso. Eu simplesmente odeio ver esse abismo entre todos vocês sobre algo

que aconteceu quarenta anos atrás. Quero dizer, isso não afeta apenas você e o Tio Donnell. Afeta

os outros, também.”

“Brennan — “

“Eu acabei de conhecer todos vocês hoje, e de repente eu tenho essa família inteira que

sobre qual eu não sei nada, uma tia e um tio, primos.” Brennan sorriu. “Um primo de segundo

120
grau realmente bonito. E eu sei que seus filhos nunca conheceram seus avós. Apenas parece que

talvez seja a hora de enterrar o machado de guerra, não acha?”

Uma punhalada de culpa foi enterrada no peito de Ma. Ela tinha pensado em como o fosso

entre ela e seus pais afetaria seus filhos, mas nunca pareceu uma forma preencher a lacuna.

“Eu não tenho certeza se eu sei como, Brennan.”

Brennan sorriu quando ele puxou o celular do bolso. “É fácil.” Ele apertou um botão no

telefone e depois o estendeu para ela. “Você apenas tem que dizer Olá.”

Ma engoliu seu medo quando ela pegou o telefone e o levantou até a orelha. A voz suave

falando do outro lado trouxe lágrimas aos seus olhos. “Olá Mãe. Sou eu. Alani.”

121
Capítulo Quatorze

Que você tenha o retrospecto de saber onde você esteve, a perspicácia para saber onde você está indo,

e o discernimento para saber quando você foi longe demais.

~ Bênção Irlandesa ~

Donnell olhou ao redor do cavalo que ele estava mostrando para Ammon quando a porta

do celeiro se abriu. Seu coração acelerou no peito quando Billy entrou correndo.

“Billy, filho, qual o é problema?”

Billy era uma alma sensível, mas Donnell não o tinha visto assim tão perturbado em anos.

Seus olhos estavam inundados de lágrimas ameaçando derramar por suas bochechas pálidas.

“Ma está chorando.”

Donnell disparou em direção a casa. Ninguém fazia sua Alani chorar sem pagar as

consequências. Ele podia estar um pouco velho, mas ele ainda podia brigar com o melhor. Se

alguém tivesse feito seu amor chorar, Donnell iria arrancar sua cabeça.

Ele correu para fora do celeiro e através do pátio da casa principal. Assim que entrou, ele

foi direto para a cozinha — o domínio de Ma. Assim como ele suspeitava, Ma estava sentada à

mesa do café da manhã no canto. E assim como Billy havia dito, Ma estava chorando.

Donnell esquadrinhou a cozinha por sinais de perigo. Assim que ele deduziu que Ma não

estava em nenhum perigo imediato, ele começou a procurar quem fez seu o amor chorar.

“Alani?” Ele perguntou quando ele não conseguiu encontrar nada fora do lugar. Ma

estava chorando. As mulheres às vezes faziam isso. Ele nunca tinha entendido, mas era um fato da

vida. Alani disse que às vezes uma pessoa só precisava chorar.

122
Alani estendeu a mão. Donnell se aproximou e a segurou. Ele examinou seu rosto

enrugado enquanto limpava as lágrimas de seu rosto.

“O que está errado, Alani, meu amor?”

“Falei com minha mãe.”

Donnell engoliu em seco. “Ah, é?”

Alani fungou. “Ela sente minha falta.”

Donnell teve problemas com os pais de Alani e ele provavelmente sempre o teria, mas eles

ainda eram os pais dela e ele sabia que tinha que ser solidário, não importa o quanto isso o deixava

desconfortável.

“Como ela não sentiria?” ele perguntou. “Você é a melodia no riso irlandês.”

Alani riu quando ela fungou novamente. “E você é cheio de bajulação irlandesa.”

“Isso é a única coisa que fez você chorar, amor?”

Alani assentiu. “É que foi muito bom falar com ela.”

“E o seu Da?”

“Ele estava lá,” disse Alani. “Eu podia ouvi-lo no fundo, falando e fazendo perguntas. Eu

só... Eu só não estava pronta para falar com ele.” Seu sorriso fraco tinha um toque de incerteza.

“Isso me faz uma pessoa má, Donnell?”

“Não, Alani, meu amor, isso te faz humana.”

“Minha mãe me disse que realmente meu pai quer me colocar de volta no testamento,

Donnell.”

“O que você disse sobre isso?” Donnell perguntou em vez de dar o rosnado que engrossou

sua garganta. Ele não queria o dinheiro de Tierney Keegan. Ele nunca quis, nem mesmo quando

tinha sido acusado de ir atrás de Alani para chegar ao dinheiro de seu pai. Ele só queria que a filha

de Tierney Keegan, algo mais precioso do que todo o ouro do mundo.

123
“Eu disse a ele que era o dinheiro dele e ele podia fazer o que quisesse com ele, mas eu

pensei que ele seria mais bem utilizado se ele desse a seus netos e bisneta. Eu tenho tudo o que

quero.”

“A não ser mais netos.” Donnell sorriu. Ele conhecia que sua esposa muito bem.

“A não ser mais netos.” Alani sorriu. “Acho que vou ter que falar com meu pai em algum

momento. Eles querem vir nos visitar na Primavera deste ano já que eu não vou voltar para a

Irlanda. Eles querem conhecer os rapazes.”

Donnell ignorou o ranger em seus joelhos quando ele se agachou ao lado da cadeira de

Alani. Isso acontecia com mais frequência nos dias de hoje. Ele ainda estava se acostumando com

isso.

“E como você se sente sobre isso?”

“Eu acho que nós devíamos deixar essa decisão para os meninos. Eles estão todos adultos.

Deve ser escolha deles.”

Donnell sorriu quando ele levou a mão de Alani aos lábios e apertou seus lábios contra os

nós dos dedos. “Eu acho que é uma decisão muito sábia, amor.”

“E você, Donnell?” Alani sussurrou. “Como é que você se sente sobre os meus pais vindo

me visitar?”

“Contanto que eles não tentem tirar minha linda garota irlandesa de mim, está tudo bem.”

O riso suave de Alani percorreu a cozinha. “Oh, Donnell, eu não sou uma garota há muito

tempo.”

Donnell apoiou sua mão sobre a mesa de madeira grossa e a usou como alavanca para se

levantar. Ele puxou suavemente a mão de Alani até ela se levantar e depois a puxou a mulher para

seus braços.

Ele olhou o rosto envelhecido de Alani, observando cada ruga, cada ponto da idade que

tinha marcado sua pele de porcelana perfeita ao longo dos anos. Ela não era mais uma jovem

garota, mas ela sempre seria sua garota, e que a fazia a mulher mais bonita do mundo.

124
“Você sempre será uma garota, Alani meu amor.” Como sempre, segurar Alani perto

acendeu sentimentos em Donnell que não tinha diminuído em nada ao longo dos anos, e ele

abaixou a cabeça e capturou seus lábios querendo colocar mais de sons por trás de suas palavras.

Seu beijo foi lento e profundo, cheio de promessas para cada dia em que eles tinham

amado e pelos dias que ainda teriam. O toque dos lábios de Alani ainda era uma sensação

deliciosa.

O barulho dos sapatos derrapando no chão de madeira chamou a atenção de Donnell. Ele

rapidamente levantou a cabeça.

“Ok, wow... hum... sim.” O rosto de Brennan estava vermelho como beterraba quando ele

se virou e olhou em outra direção. “Deve ser assim que vocês acabaram com tantas crianças.”

“Você pode estar certo, filho.” Donnell riu quando Alani escondeu o rosto em sua camisa.

“Eu nunca consegui manter minhas mãos longe dela.”

“Eu só... uh... vim ver se Ma precisava de ajuda com o jantar.”

“Você poderia ajudar a pôr a mesa, querido,” disse Alani enquanto ela se inclinou e roçou

os lábios nos de Donnell e depois se virou e se dirigiu para o fogão. “Donnell, você pode tirar o

assado do forno?”

“Sim, amor.” Donnell pegou um conjunto de pegadores de panela e caminhou até o duplo

forno ele tinha colocado alguns anos atrás. Pela forma como sua família estava crescendo, eles

precisavam de dois fornos apenas para cozinhar o jantar de domingo.

“Brennan, os pratos devem estar empilhados sobre a mesa da sala de jantar. Billy os

colocou lá mais cedo. Apenas arrume um lugar para todos. Billy vai ajudar com qualquer outra

coisa que precisa ser colocado sobre a mesa.”

“Sim, senhora.”

Donnell tirou o assado do forno e colocou a grande bandeja na tábua de cortar. Ele jogou

os pegadores de panela em cima do balcão e olhou através da arcada que Brennan tinha corrido.

“Eu gosto desse menino, Alani. Ele não foi maculado por seu irmão.”

125
“Donnell!” Alani engasgou, mas Donnell sabia pelo seu tom que ela não estava chateada.

Mas indignada porque ele tinha tido a coragem de dizer o que estava pensando.

Brennan era um bom rapaz. Ele precisava de um bom modelo. Talvez ele falaria com o

menino e descobriria se ele estaria interessado em visitar Cade Creek um pouco mais.

Donnell cortou o assado e o colocou na travessa que Alani lhe deu. Ele acrescentou os

legumes que ela tanto gostava. Alani os cultivava em seu jardim de trás, ela e Billy.

“Mas que droga de legumes bons, Alani.”

“Olha como fala, Donnell.”

Donnell sorriu, mas manteve a cabeça inclinada para baixo para que sua esposa não

pudesse vê-lo. Ele não era estúpido. “Sim, querida.”

Alani deixou escapar um bufo muito pouco feminino. “Coloque o assado sobre a mesa,

meu velho.”

O sorriso de Donnell ficou mais largo enquanto a paz estabelecia dentro dele. Ele pegou a

travessa e a carregou pela cozinha, parando para pressionar um beijo na cabeça de Alani.

A sala de jantar estava começando a se encher de pessoas quando ele entrou. Donnell

colocou o assado no único local vazio grande o suficiente para a grande travessa. Depois de olhar

sobre a mesa, ele se virou e caminhou de volta para a cozinha.

“Tem mais alguma coisa que você precisa que eu leve para a mesa?”

Donnell ficou ali parado quando Alani começou a empilhar travessas e tigelas cheias de

comida em seus braços — uma cesta de pão caseiro, uma tigela de manteiga, uma caçarola com

feijões verdes frescos cozidos, e uma tigela pequena que estava cheia com algo que poderia ser a

famosa mostarda de chão de pedra e molho de mel de Alani. Ele não teria certeza até que ele

provasse.

“Vá.” Alani fez um movimento de enxotar com as mãos.

Donnell revirou os olhos e começou a voltar para a cozinha.

“Eu vi isso.”

126
Donnell riu. “Sim, querida.”

Quando chegou à mesa da sala de jantar, Lachlan se levantou e ajudou com as travessas

que ele estava carregando.

“Mais alguma coisa?” perguntou Lachlan.

“Apenas sua mãe.”

“Eu estou aqui,” disse Alani quando ela entrou e sentou seu lugar habitual ao lado de

Donnell. Ele sempre se sentava à cabeceira da mesa. Por direito, Alani devia se sentar na outra

extremidade, mas Donnell nunca poderia suportar ficar tão longe dela. Ela se sentou no lugar mais

próximo à sua direita e sempre sentaria.

“Desculpe-me, mas esse é o meu lugar.”

Donnell levantou a cabeça para ver Daley sentado na cadeira de Billy. Ele podia ver

mandíbula de Rourke cerrando e sabia que eles teriam problemas se ele não intervisse.

“Daley, você está no lugar de Billy.”

“Que diferença faz?” Daley argumentou.

“Porque eu quero me sentar ao lado de meu marido,” argumentou Billy de volta. Donnell

ficou orgulhoso de ouvir Billy expressando seus desejos depois de tudo o que ele tinha passado

em sua vida. Isso significava que ele se sentia seguro onde ele estava.

“Seu marido?” Daley disse um tom indignado e tão alto que Donnell ficou surpreendido

os copos de vinho de cristal na cristaleira chinesa não quebraram. “Você é gay?”

“Daley, oitenta por cento dos homens nesta mesa são gays.” A sobrancelha de Alani

arqueou quando a mandíbula de Daley caiu. “E casados também.”

“Casados!” gritou Daley. “Os homens gays não podem se casar.”

“Como o ministro da Igreja da Comunidade de Cade Creek, um homem gay e genro de

Ma e Da,” Brody disse, “eu diria que você está errado. Eu pessoalmente celebrei a cerimônia de

casamento para cada filho Blaecleah nesta sala.”

Os olhos de Daley arderam. “Apenas quem é um Blaecleah e quem não é?”

127
Donnell sorriu quando cada um de seus meninos e seus maridos levantaram as mãos no

ar. Ele ainda viu a mão de Brennan se contorcer como se quisesse levantar a mão.

“Alani e eu fomos abençoados com cinco filhos. Deus nos abençoou de novo quando ele

enviou Ruben para nós. E então ele garantiu que cada um de nossos filhos se apaixonasse e nos

trouxesse ainda mais filhos para amar.”

“Nós não diferenciamos entre linhagem sanguínea e certidão de casamento, Daley,” Alani

disse como ela acenou com a mão para os homens na mesa. “Cada homem aqui é um de nossos

filhos.”

“Se você espera que a mãe e pai coloquem todos no testamento, bem, você vai ter uma

surpresa. De jeito nenhum — “

“Por que isso tem que ser sobre dinheiro?”

“Você sabe que eu vim até aqui porque o pai quer te colocar de volta no testamento.”

“Bem.” Alani sorriu. “Você pode voltar para casa então. Falei com a mãe e o pai esta

manhã e nós já resolvemos a questão do testamento. Estou de volta, como estão os meus meninos,

todos eles.”

Daley ficou de pé, seu rosto transtornado pela raiva. “Impossível!”

Tão rapidamente quanto Daley saiu de sua cadeira, Billy se sentou nela, movendo-se para

a beirada do assento, até que estava praticamente colado ao lado de Rourke.

“Daley,” disse Donnell tão calmamente quanto pôde enquanto via um dos seus próprios

começar a desmoronar. “Nós não gritamos nesta casa. Seria bom você se lembrar disso.”

“Ou o que?”

John se levantou, Yancy de pé bem atrás dele, os dois homens de uniforme, já que eles

estavam trabalhado mais cedo. “Ou eu vou te levar até os limites do condado.”

“Você não pode fazer isso!” Daley insistiu.

Os lábios de John se curvaram em um sorriso. “Tem certeza?”

128
“Tudo bem,” disse Alani com ênfase calmo, “isso é o suficiente.” Ela nunca falava alto ou

gritava, mas ela não precisava. “O jantar está esfriando. Brody, você poderia, por favor, dizer a

graça?”

“Sim, senhora,” respondeu Brody.

Todos, exceto Daley, inclinaram suas cabeças. Daley não disse uma palavra enquanto

todos oravam. Depois que todos levantaram a cabeça, Daley se dirigiu para o lugar vago ao lado

de Brennan no final da mesa e se sentou.

Alani sorriu enquanto dobrava o guardanapo no colo. “Donnell, você começaria com o

assado, por favor?”

Donnell sorriu para o comando tranquilo que sua esposa deu sem levantar a voz ou soar

muito violenta. Era um de seus maiores talentos, e uma das razões que ele a amava tanto, mas

apenas uma.

“Sim, querida.”

129
Capítulo Quinze

Que todos os corações gigantes sejam grandes como o dia, e que todas as suas noites de inverno

sejam quentes quanto Maio.

~ Brinde Irlandês ~

Brennan esperou que a casa silenciasse antes de sair do quarto de hóspedes que ele havia

sido colocado e se esgueirar pelo corredor até o quarto que Kapheri tinha sido colocado. A

necessidade de ver o homem e sentir suas mãos fortes em sua pele estava consumindo-o. Brennan

só conseguia pensar nisso desde que ele deixou o celeiro.

Ele não era estúpido. Ele sabia que isso era provavelmente apenas uma noite de sexo para

Kapheri, mas, por mais que isso fizesse seu coração doer, ele aceitaria o que pudesse do homem

até Kapheri se cansasse dele e seguisse em frente. Ele estava muito incapaz de pedir muito mais.

Ele tinha se tornado obcecado com um homem que ele não poderia ter.

Brennan bateu suavemente quando ele chegou ao quarto de Kapheri. Quando ele não

recebeu nenhuma resposta, ele girou a maçaneta e abriu a porta apenas o suficiente para entrar no

quarto. Talvez Kapheri estivesse dormindo. Brennan poderia pensar em mais do que uma maneira

de acordar o homem bonito.

“Kapheri?” Ele sussurrou, seus olhos procurando na penumbra pelo o homem que ele não

conseguia parar de pensar.

“Você sempre entra em um quarto sem um convite?”

Brennan gritou quando ele pulou para trás, seus olhos indo para as sombras perto da

porta. “Kapheri?”

130
“Brennan.”

A respiração de Brennan travou quando Kapheri saiu da escuridão, um raio de luar caindo

sobre a pele bronzeada. Kapheri estava vestindo nada além de sua calça, o botão superior desfeito.

Seu peito era de músculos cinzelados gritando para ser lambidos.

Alguma vez tinha existido um homem mais bonito?

Algo intenso chamejou entre os dois. Brennan sentiu dificuldade de respirar. A

antecipação pelo toque de Kapheri era quase insuportável.

“Tire suas roupas, Brennan,” Kapheri disse em um tom sedoso que fez os dedos de

Brennan enrolarem. Sua língua quase caiu de sua boca quando Kapheri começou a tirar suas

calças.

Os dedos de Brennan se atrapalharam com os botões de sua camisa. Ele precisou de três

tentativas antes de ele conseguir abrir o primeiro botão, mais dois antes de ele terminar o resto. No

momento que ele estendeu a mão para o zíper de suas calças, ele perdeu a concentração total,

enquanto observava Kapheri tirar suas calças e chutá-las para longe.

Brennan admirou o tentador e atraente físico masculino de Kapheri. Kapheri era um

homem alto, bonito, com um corpo bem proporcionado. A postura do homem enfatizava a força

de suas coxas, a magreza de seus quadris, e a largura de seus ombros poderosos. A pele dourada

que se estendia por todo o corpo de Kapheri fez Brennan querer lamber o homem da cabeça aos

pés. O pênis ereto que se projetava era nada menos do que uma obra-prima.

Maldição, o homem era lindo.

“Você sabe, Brennan,” Kapheri disse em uma voz divertida, “essa coisa toda de sexo

funciona muito melhor se ambos estão nus.”

“O quê?” Brennan franziu a testa enquanto ele arrastou seus olhos para longe do corpo

lindo de Kapheri até seu rosto. O sorriso divertido no rosto de Kapheri lembrou Brennan que ele

deveria ser despir. Ele sentiu seu rosto inundar de calor enquanto ele tirava o resto de suas roupas

e as deixava cair no chão.

131
Os olhos de Kapheri estavam cheios de desejo quando eles correram sobre Brennan.

Brennan guinchou quando de repente ele foi agarrado e empurrado para a cama. Ele mal tinha

caído sobre o colchão antes de Kapheri subir por cima dele, prendendo seus braços sobre sua

cabeça.

“Você é tão malditamente lindo, habibi.”

As sobrancelhas de Brennan subiram. “Eu?”

“Sim, você.” Kapheri riu e se abaixou até que eles estavam peito a peito, coxa com coxa,

pau dolorido duro contra pau dolorido duro. Brennan sentiu seu coração disparar ainda mais

rápido como Kapheri soltou sua mão e estendeu a mão para inclinar levemente a cabeça de

Brennan para um lado.

E então Kapheri e inclinou e acariciou a parte inferior da linha da mandíbula de Brennan.

Brennan estremeceu quando prazer intenso e puro inundou seu corpo. Apenas o toque que

simples foi suficiente para fazer o pênis de Brennan começar a latejar dolorosamente entre seus

corpos pressionados.

Kapheri beijou lentamente uma trilha para baixo do pescoço e pelo ombro de Brennan. A

carícia suave da língua de Kapheri causou uma onda de desejo de crescendo dentro Brennan. Ele

começou a levantar os quadris, moendo seu pênis contra o de Kapheri.

As mãos de Kapheri o tocaram em todos os lugares. Elas acariciaram as laterais do corpo

de Brennan, enviando uma corrente de eletricidade em linha reta através de Brennan até ao seu

pau. Brennan estava tão duro que ele estava quase com medo de que uma respiração forte faria

seu pau quebrar.

Quando Kapheri se moveu mais para baixo, lambendo e beijando o peito de Brennan,

Brennan arqueou para fora da cama. O que saiu de sua garganta era uma mistura entre um

gemido e um arquejo. Como se o ar tivesse acabado de ser tirado de seus pulmões e ele não pôde

concluir o som. O prazer fez sua pele zumbir e seu coração disparar com tanta força que ele podia

sentir o suor formando em suas têmporas.

132
Brennan praticamente perdeu a cabeça quando Kapheri correu a ponta de sua língua ao

redor de seus mamilos, provocando as protuberâncias duras e chupando cada uma.

“Kapheri!” ele gritou sem fôlego. O sorriso perverso de Kapheri foi a ruína de Brennan.

Brennan se moveu na direção de Kapheri, alcançando-o com os braços, impelido quase

involuntariamente por sua própria paixão. “Por Favor.”

“Por favor, o que, habibi?”

Brennan sabia exatamente o que Kapheri estava pedindo. Estava no brilho escurecendo os

olhos castanhos necessitados de Kapheri. Kapheri precisava ouvir as palavras. “Por favor, eu

preciso sentir você dentro de mim.”

Os olhos de Kapheri dilataram quando o homem respirou fundo. Brennan sabia que algo

tinha desencadeado dentro de Kapheri, algo primitivo e um pouco selvagem.

Os olhos de Brennan se arregalaram quando Kapheri pegou um frasco de lubrificante de

debaixo do travesseiro. Era onde que ele mantinha o seu, mas ele ficou surpreso que Kapheri

tivesse um. E então ele se perguntou se o homem estava esperando por ele. Antes que ele pudesse

perguntar, Kapheri esguichou um pouco de lubrificante em seus próprios dedos e depois deixou a

garrafa cair em cima da cama.

Kapheri acariciou ao redor do buraco apertado de Brennan. Brennan apertou suas

nádegas, nervoso e excitado nas mesmas proporções. Kapheri iria fodê-lo e Brennan não podia

esperar para sentir pênis do homem batendo em sua bunda.

“Apenas relaxe, Brennan,” Kapheri murmurou quando ele abaixou a cabeça, pressionando

os dedos na bunda de Brennan enquanto ele mordiscava sua orelha. Explosões minúsculas

explodiram dentro dele quando os dedos do homem o estendiam com uma deliciosa queimadura.

Brennan teve que contar até dez em sua cabeça para de impedir de gozar quando sentiu uma leve

pressão da ponta do dedo de Kapheri contra seu buraco antes de ele deslizar para dentro.

Kapheri moveu o dedo no bunda de Brennan, esticando sua abertura. Brennan agarrou o

braço de Kapheri e segurou quando seu anel de músculo apertou pela a invasão. Brennan quase

133
não conseguia respirar através do prazer atravessou seu corpo com a velocidade da luz enquanto

Kapheri o esticava.

Brennan chiou quando Kapheri esfregou sobre seu ponto doce. Ele não era exatamente

uma virgem, mas ninguém com quem ele esteve alguma vez acertou esse pequeno botão doce tão

rapidamente quanto Kapheri. O toque foi quase sua ruína. Brennan estava se segurando por um

fio muito fino, seus dedos curvando nos braços grossos de Kapheri.

“Kapheri!” Deus, ele precisava de mais. “Por favor, eu preciso — “

Kapheri rosnou e puxou os dedos. Ele pegou o lubrificante e esguichou um pouco mais e

lubrificou seu pênis com a mão.

Brennan sentiu a cabeça do pau de Kapheri pressionando sua entrada e soltou um

pequeno gemido. Ele queria isso tão malditamente. Ele arqueou as costas como Kapheri ergueu

Brennan e empurrou para dentro. A sensação de estar cheio nem sequer começava a descrever a

experiência. Brennan sentiu seu pênis formigando, doendo por liberação, suas bolas já tensas e

duras.

“Oh, Deus!” Brennan gritou.

Enquanto Brennan tentava respirar o através da invasão, o olhar de puro êxtase no rosto

de Kapheri ficaria para sempre gravado na memória de Brennan. Era algo que ele achava que

nunca se esqueceria durante o tempo que vivesse.

A mandíbula de Kapheri apertou quando ele começou a mover seu comprimento duro

dentro e fora de Brennan. Kapheri puxou para trás, seu pênis roçando ao longo de terminações

nervosas que fez Brennan estremecer. Uma onda de desejo ardente o atravessou enquanto Kapheri

golpeava seu pênis cada vez mais forte nele. Kapheri sacudiu a cama com a força de seus

impulsos.

Explosões pequenas estavam saindo de dentro dele como Kapheri fodia sua bunda. As

sensações deixaram o sangue de Brennan em chamas. Ele fechou os olhos e respirou fundo,

protelando seu orgasmo, querendo que isso durasse para sempre. Seu corpo estava vibrando e seu

134
pênis estava engrossando como Kapheri empurrava mais forte, mais fundo e mais rápido em sua

bunda.

“Goze para mim, habibi,” Kapheri exigiu como ele pressionou seus dedos nos quadris de

Brennan, seu pênis deslizando para dentro e para fora da bunda de Brennan com mais velocidade.

“Kapheri,” Brennan sussurrou com voz rouca como ele estendeu a mão para o homem. Ele

estava oscilando no precipício e ele precisava de um pouco mais para se lançar sobre ele. Kapheri

parecia entender a necessidade de Brennan. Ele soltou as pernas de Brennan e inclinou-se por cima

dele. Eles se encontram em um choque de lábios e línguas.

O beijo o enviou em um redemoinho selvagem e lhe deu o empurrão que precisava.

Brennan gritou contra os lábios de Kapheri quando ele caiu no vasto poço de desejo. Sua mente se

centrou apenas no homem em torno dele quando seu orgasmo o varreu, forçando o esperma

quente de seu corpo.

Brennan sentiu o corpo de Kapheri tenso. Ele segurou enquanto os quadris de Kapheri se

moviam com velocidade inacreditável. Ele sentiu o pênis do homem engrossar e palpitar dentro

de sua bunda. E então ele ouviu o som mais doce que ele já tinha ouvido quando rugido abafado

de Kapheri ecoou pelo quarto. O pau do homem continuou a roçar sobre as sensíveis terminações

nervosas como Kapheri encontrado sua libertação. Brennan podia sentir cada jorro quente de seu

companheiro enchendo sua bunda.

“Habibi,” Kapheri sussurrou.

Satisfação e paz preencheu Brennan quando Kapheri desabou em cima dele. Ele passou os

braços em volta dos ombros de Kapheri e acariciou delicadamente sua pele umedecida de suor.

Ele enterrou o rosto na garganta de Kapheri, sorvendo uma profunda golfada de ar. Ele sorriu

para si mesmo quando ele cheirava o perfume único de Kapheri combinado com o seu e sexo. Os

aromas combinados apenas aumentavam o contentamento de Brennan.

135
Brennan gemeu em protesto quando Kapheri puxou. Sentiu-se tão vazio. Sua decepção só

foi diminuída quando os braços de Kapheri se envolveram em torno dele enquanto ele rolou de

costas.

Brennan descansou sua bochecha na pele lisa de suor de Kapheri. Ele colocou sua mão no

peito de Kapheri, esfregando preguiçosamente logo acima do mamilo do homem com o polegar.

Ele sabia que precisava se levantar e voltar para o seu quarto antes que alguém descobrisse que ele

tinha saído. Eles estavam em um rancho de trabalho. As pessoas se levantavam mais cedo do que

deus.

“Eu acho que nós provavelmente estaremos voltando para a Irlanda na parte da manhã,”

Brennan finalmente disse uma voz pouco acima de um sussurro. “Quando posso te ver

novamente?”

Brennan sabia que foi a coisa errada de se perguntar logo que as palavras saíram de sua

boca. O corpo inteiro de Kapheri endureceu. Ele ainda ouviu a frequência cardíaca do homem

falhar. Brennan foi invadido por uma terrível sensação de perda quando Kapheri se afastou e

rolou para o lado da cama.

“Eu poderia ir te ver no Egito.”

“Associações como a nossa não são amplamente aceitas no Egito.”

Associações? Uma dor crua o dominou. É isso o que estava acontecendo entre eles? Uma

associação? “Você poderia vir para a Irlanda.”

“Eu não tenho nenhuma razão para ir para a Irlanda. Meu negócio está baseado no Cairo e

Nova York.”

“Entendo,” Brennan respondeu em um sussurro atormentado. Ele não sabia se Kapheri

estava propositadamente tentando ser cruel ou se ele queria dizer as coisas que ele estava dizendo.

Brennan não tinha certeza se ele se importava.

Arrependimento terrível tomou conta dele enquanto ele balançou as pernas para o lateral

da cama e pegou as calças, puxando-as rapidamente pelas suas pernas. Ele nunca deveria ter

136
dormido com Kapheri. Envolver-se com o homem bonito era apenas pedir para ter problemas e

dores de cabeça. Ele desejava que ele tivesse descoberto isso antes que ele desse seu corpo ao

homem. Agora era tarde demais. Ele estava tão envolvido que ele duvidava que ele alguma vez

visse a luz do dia novamente.

Brennan se levantou e fechou as calças, não se preocupando em abotoá-las. Ele puxou a

camisa sobre a cabeça e, em seguida, foi para a porta. Ele parou com a mão na maçaneta da porta.

Seja qual fossem as direções que eles seguissem, eles tinham compartilhado algo especial e

Brennan não podia simplesmente sair sem ao menos dizer adeus.

Brennan se virou e caminhou de volta para Kapheri, parando na frente dele. Era difícil

olhar para o homem sabendo que o que eles poderiam ter tido jamais viria a acontecer. Ele queria

gritar e gritar, bater no chão em frustração. Mas ele não o fez. Ele sabia que isso não lhe faria

nenhum bem. Ele havia passado toda a sua vida lidando com pessoas difíceis e teimosas. Ele era

um mestre em aceitar que sua vida não seria do jeito que ele queria.

Ainda... Brennan acariciou um dedo na lateral do rosto de Kapheri antes de se inclinar-se e

pressionar um beijo suave contra a boca do homem, uma boca que lhe tinha dado tanto prazer e

depois golpeou com tanta dor.

“Adeus, Kapheri.” As palavras quase não saíram de sua garganta obstruída. Piscando as

lágrimas, Brennan se virou e saiu, fechando a porta do quarto atrás dele. No segundo que a porta

fechou, Brennan começou a descer correndo as escadas e saiu pela porta da frente. Ele não parou

até chegar ao celeiro e cair em uma pilha de palha. Ele puxou as pernas até o peito e passou os

braços ao redor delas, enterrando seu rosto em seus joelhos, enquanto as lágrimas caíam pelo seu

rosto.

Uma sensação intensa de dor e desolação o varreu. Seu peito se apertou, e ele não

conseguia respirar. Ele engoliu forte, lágrimas quentes deslizando pelo seu rosto.

Por que tudo sempre tem que ser tão difícil?

137
Apenas uma vez ele queria que alguém o quisesse, o aceitasse com manias e tudo. Ele

estava tão cansado de ser julgado indigno, de nunca estar à altura. Ele tinha sido um

desapontamento para seu pai por tanto tempo que ele não conseguia se lembrar de uma época em

que ele o tivesse deixado orgulhoso. Talvez ele nunca o tivesse.

Ele queria ser especial para Kapheri. Ele realmente tinha pensado que ele era. Ele agora

sabia que ele estava se enganando. Ele havia dado a Kapheri exatamente o que o homem queria —

bons momentos. Tão facilmente como ele tinha caído na cama do homem, Kapheri provavelmente

pensou que ele era uma puta completa.

Ele queria ser importante para alguém.

E ele não era.

O peso no peito de Brennan cresceu, e ele se viu lutando para respirar enquanto ele

soluçava silenciosamente em seus joelhos. Ele tinha aprendido há muito tempo a ficar quieto

quando ele chorava. Irritava seu pai ouvi-lo.

Brennan quase riu quando ele levantou a cabeça e depois se inclinou para trás contra a

parede de madeira atrás dele. Deus, ele era patético. Ele não conseguia nem chorar como uma

pessoa normal.

Talvez esse fosse o problema dele?

Talvez ele não fosse normal.

138
Capítulo Dezesseis

Se você se deitar com cães, você vai acordar com pulgas.

~ Provérbio Irlandês ~

Brennan fungou enquanto limpava seu rosto em uma manga. Talvez ele tivesse escutado

os outros lhe dizendo como viver sua vida por tanto tempo que ele tinha esquecido como vivê-la

com suas próprias condições, e talvez isso precisasses mudar. Ele estava infeliz. Ele odiava todas

as facetas da sua vida. E ainda assim ele não fez nada para mudar isso.

Brennan repente percebeu que sua vida era uma merda porque ele permitiu que ela fosse.

Ele nunca lutou por si mesmo. Ele permitiu que seu pai o humilhasse, o ridicularizasse. Ele

permitiu que seu pai ditasse tudo o que ele fazia, do que ele estudava na universidade para onde

ele viveria e quem se relacionaria.

Ele tinha feito a mesma coisa com Kapheri. Ele permitiu que o homem o tratasse como

uma puta. Ele deveria ter exigido mais respeito. E ele deveria ter feito isso antes que ele dormisse

com Kapheri.

Brennan limpou o nariz de novo quando ele pensou sobre como tia Alani tinha deixado

tudo para trás para seguir a vida que ela realmente queria. Ela deveria estar aterrorizada, mas

ainda assim ela fez. E olhe para ela agora. Ela tinha uma vida que a maioria das pessoas apenas

sonhava.

Ela estava feliz, e Brennan queria ser igualmente feliz. Isso nunca aconteceria se ele não

lutasse por si mesmo e tomasse suas próprias decisões. Ele precisava decidir o que ele queria da

vida e, em seguida, ir atrás dela.

139
E o único jeito que ele — Brennan inclinou a cabeça quando ouviu um ruído na outra

extremidade do celeiro. Ele escutou por um minuto, tentando descobrir exatamente o que era o

som. Quando ele não descobriu, Brennan se inclinou para frente e ficou sobre suas mãos e joelhos,

olhando ao redor da pilha de fardos de feno onde ele havia se escondido.

Brennan olhou para a escuridão do outro lado do celeiro, observando cada sombra até que

viu um movimento. Medo gelado torceu seu o coração quando seu pai entrou em um facho de luz.

O que ele estava fazendo?

Brennan se levantou e se arrastou pelo corredor, mantendo-se de lado. Não havia

nenhuma boa razão para seu pai estar dentro do celeiro no meio da noite. Considerando-se como o

homem se sentia sobre trabalho manual, realmente não havia nenhuma razão para ele estar no

celeiro. Ele nem sequer montava.

Brennan não era estúpido o suficiente para pensar que seu pai tinha vindo atrás dele, ou

estava no celeiro por um pouco de paz e tranquilidade. Ele tinha que estar tramando algo. O que

quer que ele estivesse fazendo não era bom.

Conforme Brennan chegou mais perto, suas sobrancelhas se juntaram. A imagem na frente

dele estava lentamente começando a tomar forma e ele realmente não gostou do que estava vendo.

“O que você está fazendo?” Brennan perguntou quando ele não podia guardar seus

pensamentos para si mesmo mais tempo.

Daley saltou e girou, deixando cair a lata de gasolina na mão. Caiu ao seu lado, uma

pequena trilha de líquido claro derramando para fora do bocal. “Brennan, o que está fazendo no

celeiro no meio da noite?” Seu tom era condescendente e repleto de desaprovação.

Brennan se lembrou de seus pensamentos alguns momentos antes e como ele queria parar

de viver sob o jugo de seu pai. Ele cruzou os braços sobre o peito, levantando uma sobrancelha.

“Eu poderia te perguntar a mesma coisa.” Os olhos de Brennan caíram para a lata que seu pai

estava segurando. Ele podia sentir o cheiro dela de onde ele estava. “Existe uma razão para você

está carregando uma lata de gasolina?”

140
“Eu preciso dela para o carro.”

Os olhos de Brennan se estreitaram. Ele não acreditou nisso nem por uma fração de

segundo. “Se você precisa de gasolina para o carro, então por que você a jogou no chão?”

Quando o rosto de seu pai nublou de raiva, Brennan começou a dar um passo atrás. Ele se

parou a tempo. Ele estava furioso com sua vulnerabilidade quando o assunto era o seu pai. O

homem disse pule e Brennan perguntava qual a altura. Tinha sido assim toda a sua vida. Seus

pequenos surtos de rebelião eram poucos e distantes entre eles e nunca o suficiente para realmente

deixar seu pai bravo com ele. Ele não era tão estúpido.

“Volte para o seu quarto, Brennan,” disse Daley quando ele se abaixou para pegar a lata

de gasolina. “Eu quero levantar cedo amanhã. Eu estou cansado de estar neste buraco de merda

abandonado por deus. Eu quero voltar para a Irlanda.”

“Eu não vou voltar para a Irlanda.” As palavras saíram antes que Brennan pudesse detê-

las. Ele empalideceu quando viu a raiva mal contida no rosto de seu pai quando o homem se

virou. “Eu vou ficar aqui.”

Se o Blaecleahs o permitisse. E mesmo se não, ele poderia encontrar um lugar na cidade,

conseguir um emprego ou algo assim. Ele gostaria de encontrar uma maneira de ter um teto sobre

sua cabeça, sem a ajuda do pai.

“Você vai me obedecer, garoto.”

Tentando engolir o nó de medo que permanecia em sua garganta, Brennan balançou a

cabeça. “Vou ficar.”

Brennan sabia que ele estava brincando com fogo, mas ele nunca esperava seu pai o

golpeasse no rosto com o galão de gasolina. A dor explodiu em seu rosto quando ele girou e caiu

no chão.

“Seu pequeno bastardo ingrato,” Daley se enfureceu. “Depois de tudo que eu fiz para

você, é assim que você me trata?”

141
Brennan segurou rigidamente suas lágrimas quando olhou para o homem gritando por

cima dele. Ele sempre teve um pouco de medo que seu pai surtasse, mas isso era outra coisa.

Havia um brilho de loucura nos olhos de Daley que enviou um pavor absoluto em Brennan.

“Pai — “

“Eu não sou seu maldito pai!” Daley gritou. “Você não era nada além de um pirralho

chorão quando eu o comprei de sua mãe prostituta e drogada. Ela se livrou de você rápido demais,

vendeu você por uma porra de uma dose.”

Brennan respirou fundo enquanto alívio e angústia lutavam por importância em seu

coração. “Você disse que a minha mãe morreu em um acidente de carro.” Brennan não sabia se ele

queria que fosse verdade ou não.

“Eu menti,” Daley zombou. “Eu tinha que te contar uma coisa quando você começasse a

fazer perguntas. Era a única maneira de calar sua boca quando você queria a sua mamãe.” A última

palavra foi cuspida como se fosse amarga na língua de Daley.

“Então você inventou uma história sobre você ter um caso e minha mãe morrer em um

acidente de carro quando ela foi confrontá-lo?” Quanto estúpido o homem poderia ser?

Daley deu de ombros como se não tivesse acabado de puxar o tapete debaixo dos pés de

Brennan. “Isso te impediu de fazer perguntas, não é?”

Brennan se levantou lentamente, mantendo a mão pressionada contra sua bochecha

dolorida. Ele podia sentir o inchaço sob as pontas dos dedos e sabia que ele teria um hematoma.

Ele só esperava que nada estivesse quebrado.

“Por que você me comprou se me odiava tanto?” Ele tentou manter o frágil controle de

suas emoções, mas o seu estômago ainda doía. “Por que se incomodar comigo, de qualquer

modo?”

“Os meus pais ficavam tentando me forçar a casar. Eu sabia que se eu estivesse divorciado

ou meramente viúvo, eles iriam continuar tentando. Como um pai solteiro viúvo tentando criar

142
um ambiente estável para o filho órfão de mãe, eu não ganhei apenas simpatia, mas eles me

deixaram em paz.”

Brennan engasgou enquanto os últimos vinte e cinco anos de inferno fez sentido. Ele

finalmente entendeu por que seu pai — Daley — o desprezou tanto. Ele era apenas um meio para

um fim. Daley o tinha comprado por um propósito, como ele compraria um carro. Brennan não

significava nada para o homem além do que Daley poderia usá-lo.

Um nó frio formou no estômago de Brennan. Ele engoliu em seco e conteve as lágrimas.

Não importava se toda a sua vida tinha sido uma mentira. Não importava se o homem que ele

pensava ser seu pai não o queria. Nem sequer importa se Kapheri não o queria.

Brennan levaria uma página do livro de Alani Blaecleah e construiria uma vida que

importava para ele. Firmando sua mandíbula e levantando o queixo em um gesto rebelde,

Brennan disse, “Eu sou cheio de ser o seu pretexto. Eu vou ficar aqui.”

“Eu já tive o bastante de suas respostas malcriadas, pequeno bastardo. Você vai fazer o

que eu digo ou então...”

“Ou então o quê?” perguntou Brennan. “Você vai tentar fazer o avô me tirar do

testamento da mesma forma que você está tentando tirar a tia Alani?”

O rosto de Daley escureceu. “Esse é o meu dinheiro,” ele rosnou. “Eu fiquei na Irlanda

enquanto Alani saiu para brincar de dona de casa com um ajudante de estábulo sem um tostão. Eu

trabalhei por cada centavo durante os últimos quarenta anos e eu serei amaldiçoado se eu vou

deixá-la voltar e tomá-lo de mim.”

“Não é o seu dinheiro,” Brennan insistiu. Ele sabia que seu pai ganhava muito bem por

comandar as empresas de seu avô, mais do que suficiente para viver confortavelmente pelo resto

de sua vida. O dinheiro do seu avô era apenas isso — o dinheiro do seu avô.

“O inferno que não é!”

143
Desta vez, quando Daley levantou a lata de gasolina para bater nele, Brennan se esquivou

e correu para a porta do celeiro. Revelação de seu pai a parte, o homem ainda estava tramando

algo ruim e Brennan precisava advertir o Blaecleahs.

Brennan começou a gritar no topo de seus pulmões no momento que ele conseguiu passar

o batente da porta. Ele quase deu um suspiro de alívio quando as luzes começaram a piscar no

interior da casa. Alguém o tinha ouvido.

Algo doloroso bateu no ombro de Brennan. Ele tropeçou, apoiando com as mãos antes que

ele pudesse cair de joelhos. Ele se levantou e continuou a correr, continuando a gritar até que a

porta da casa se abriu e as pessoas começaram a sair.

Brennan caiu sobre os degraus, ofegando, apontando para trás em direção ao celeiro. “P-

Pai... no... no celeiro... gasolina... de-depressa...”

Os vultos que começaram a ajoelhar ao lado dele desapareceram quanto Lachlan e Asa

correram na direção do celeiro. Brennan se encostou aos degraus, sua respiração se tornando mais

dolorosa com cada inspiração.

“Brennan,” Da disse enquanto apertava a mão contra o peito de Brennan, “você está

sangrando, meu filho.”

“Estou?” Brennan riu amargamente quando ele olhou para baixo e viu o sangue se

espalhando pela sua camisa. “Bem, droga, acho que isso significa que eu não sou irlandês, afinal.”

Ele puxou uma respiração instável quando as luzes ao seu redor escureceram. “Os irlandeses têm

muita sorte.”

144
Capítulo Dezessete

Que a Santíssima Mãe afaste o dano dos anos de você.

~ Bênção Irlandesa ~

O coração de Kapheri martelava em seu peito quando ele correu para fora da porta da

frente e viu Brennan deitado sobre os degraus. Tinha um monte de gente gritando e gritando ao

seu redor, mas o barulho em especial cobria todo o resto.

Ele desceu correndo os degraus e se ajoelhou nas escadas ao lado de Donnell. As lágrimas

o sufocaram quando ele viu o sangue escorrendo debaixo das mãos que Donnell tinha pressionado

no peito de Brennan.

“Brennan?” Os olhos do homem permaneceram fechados. “Ele está —” Ele não

conseguiria terminar a pergunta sem chorar totalmente.

“Ele levou um tiro, Kapheri,” disse Donnell, “mas ele está vivo. Vamos levá-lo para o

hospital e ele vai ficar tão bom como novo.”

Kapheri cambaleou. “Um tiro?”

“Eu não sei a história toda.” Os olhos de Donnell foram para além do ombro de Kapheri.

“Brennan disse algo sobre seu pai estar no celeiro antes de desmaiar. Meus meninos estão

investigando isso agora.”

Kapheri olhou por cima do ombro. Ele podia ver Asa e Lachlan arrastando alguém para

fora do celeiro. Não foi até eles chegarem mais perto que ele percebeu que eles estavam arrastando

Daley entre eles, e o homem estava irritado, gritando e esperneando para que eles o soltassem.

145
Kapheri saltou para seus pés, caminhando na direção do homem, a raiva crescendo em

cada passo. Ele acertou um bom soco no rosto de Daley antes de ele ser agarrado por trás e

contido.

“Seu filho de puta!” Kapheri rosnou. “Se Brennan morrer, deus que me ajude, eu vou te

ver no inferno.”

“O pequeno bastardo mereceu!”

O choque percorreu Kapheri como uma onda. Como o homem podia fica ali parado e de

forma tão descuidada falar sobre tentar matar seu próprio filho? Ele era completamente vazio de

qualquer emoção?

“Ele é seu filho,” Kapheri engasgou. “Como você pode — “

“Ele não é meu sangue,” Daley zombou. “Nunca foi, nunca será.”

Kapheri parou como fizeram os homens que os rodeavam. “Brennan não é seu filho?” Por

uma fração de segundo, Kapheri ficou exultante que Brennan não era parente deste monstro, e

então ele pensou sobre o que Brennan devia estar passando, se ele soubesse dessa informação. “E

Brennan sabe?”

O sorriso de Daley era mal e malicioso e gelou Kapheri até sua alma. “Ele sabe agora.”

O mundo pareceu desacelerar para um ritmo de caracol como uma onda de atividade

começou. Kapheri assistia a uma distância imparcial quando uma ambulância chegou para levar

Brennan para o hospital. Ele se sentia entorpecido. Seus pensamentos giravam dentro de sua

cabeça como um tornado destrutivo e consumindo tudo.

A última vez que tinha visto o rosto de Brennan ele estava cheio de tanta tristeza. Agora,

menos de uma hora depois, Brennan estava lutando por sua vida e a desolação que parecia estar

envolvida em torno do homem podia ser a última coisa que Kapheri veria nele.

E era culpa dele.

146
Kapheri sabia que o sol nasceria em poucas horas. Ele estivera incerto pelos sentimentos

que Brennan provocava dentro dele e, em vez de aceitá-los pelos que eles eram, ele tinha afastado

Brennan da pior maneira possível. Ele merece se Brennan nunca falasse com ele novamente.

Ele apenas rezou para que o homem bonito falasse.

Observando o sangue escorrendo de Brennan quando ele foi carregado na ambulância fez

Kapheri se sentir como ele estivesse no limbo. Ele sabia que Donnell disse que Brennan ficaria

bem, mas ele não queria acreditar que até que ele visse os olhos de Brennan abertos.

“Eu preciso de uma carona para o hospital,” disse Kapheri enquanto olhava em volta para

os vários Blaecleahs conversando entre eles e com os oficiais da polícia que chegaram à cena. Ele

queria ir com a ambulância, mas Ma tinha assumido esse lugar como parente de Brennan.

“Alguém pode me dar uma carona?” Ele estava tentando pedir educadamente, mas sua voz estava

tensa. “Por Favor.”

Ele precisava chegar a Brennan.

“Eu vou te dar uma carona,” disse um dos oficiais. “Eu vou para lá de qualquer maneira.

Eu preciso pegar o depoimento de Brennan.”

“Marc,” disse John, “não se esqueça de pegar a camisa de Brennan como prova e pedir ao

médico que me ligue pela manhã. Eu vou precisar de seu relatório médico.”

“Pode deixar, xerife.” O oficial acenou com a mão. “Vamos. Meu caminhão está aqui.”

Kapheri o seguiu rapidamente, querendo chegar ao hospital e do lado de Brennan mais do

que qualquer coisa. Ele precisava explicar a Brennan que ele não quis dizer o que ele disse... bem,

ele não quis dizer o que ele não disse. Ele deveria ter dito mais. Ele deveria ter explicado a

Brennan que ele precisava de algum tempo para entender as emoções avassaladoras que Brennan

provocava nele.

Kapheri era um homem de ação. Quando ele decidia fazer algo, ele simplesmente fazia.

Ele não pensava duas vezes.

Até agora.

147
Agora, ele estava duvidando de tudo que ele fez, cada palavra e cada ação, e isso

simplesmente não era do feitio dele. Ele se sentia como se não soubesse o que estava acontecendo.

“Eu sou Marc Walker,” o oficial disse enquanto subiam em seu caminhão e partiam para a

cidade.

“Kapheri el-Masri.”

“Você é parente dos Blaecleahs?”

“Minha irmã Mahra era casada com Ruben. Sua filha é a minha sobrinha.”

Marc riu. “Esse bebê é adorável.”

Apesar do peso em seu coração, Kapheri sorriu. “Sim, ela é. Ela se parece com sua mãe

com essa idade.”

“Eu sinto muito pela sua perda. Eu não a conhecia, mas Ruben fala muito dela e ela parece

que ela era uma mulher muito maravilhosa.”

Kapheri respirava. “Ela era.” E de alguma forma, ele tinha perdido isso porque ele estava

muito ocupado se garantindo que ela seguisse as tradições estabelecidas séculos atrás, em vez de

ter certeza que ela estava feliz no aqui e agora.

Ele era um idiota, e parecia que era um tema recorrente. Primeiro, ele tinha sido um idiota

por negar a sua irmã o seu direito de ser feliz quando e onde ela queria, e então ele tinha sido um

idiota por negar os sentimentos que cresciam rapidamente que ele tinha por Brennan. Era tarde

demais para mudar as coisas com Mahra. Kapheri orou que não fosse tarde demais para mudar as

coisas com Brennan.

“Você já teve a oportunidade de ver nossa bela cidade?”

“Não, nós passamos por ela quando nos reunimos com Ruben e Elijah, mas fora isso nós

passamos todo o nosso tempo no rancho.”

“Você deveria explorá-la,” disse Marc quando ele dirigia o caminhão pelas ruas. “Cade

Creek é um ótimo lugar.”

148
Kapheri sabia que o homem estava apenas conversando para preencher o silêncio. Ele

entendeu o gesto, mas ele estava muito preocupado com Brennan para realmente apreciá-la.

“Exceto pelo meu tempo no exército e quando eu estava na academia de polícia, eu vivi

aqui toda a minha vida. Eu amo isso. As pessoas são ótimas, e estamos longe o suficiente da

cidade grande para não termos o crime e as drogas que permeiam áreas altamente povoadas.”

“Você gosta de ser um oficial de polícia?” Kapheri perguntou simplesmente porque ele

não conseguia pensar em mais nada a acrescentar à conversa.

“Eu amo, e o Xerife Riley é um grande chefe.” Marc riu como se ele estivesse pensando em

algo engraçado. “Apesar de que trabalhar com Yancy é um pouco estranho. Não me interpretem

mal, o homem é um ótimo oficial, mas ele continua se esgueirando para o escritório do xerife para

seus intervalos pessoais quando estamos na delegacia.”

Kapheri riu, malditamente certo de que ele sabia o que aquelas pausas implicavam. Ele

tinha visto o calor entre John, Yancy e Seamus. Era tão escaldante como era entre todos os outros

Blaecleahs e seus parceiros.

Kapheri observava as árvores passarem, diminuírem até atingirem o limite da cidade. “Eu

imagino que não tenha nenhum espaço vazio perto do centro da cidade, certo?”

“Sim, tem alguns. Por quê?”

“Brennan quer abrir um cybercafé.”

“Sério?” As sobrancelhas de Marc subiram antes de ele sorrir. “Legal.”

Kapheri sentiu o choque chiar ao longo de sua pele. “Você acha que é legal?”

“Claro. Não temos nenhum lugar com cafés especiais na cidade. Quero dizer, há alguns

lugares que servem café, mas é só o preto regular com creme e açúcar. Nada especial.”

“Ele quer oferecer muffins e pães doces também.”

“Ainda melhor.” Marc piscou. “Eu não conheço um oficial vivo que recusaria café e pão

doce.”

149
Kapheri riu. “Talvez, quando Brennan sair do hospital, você possa nos mostrar esses

lugares. Brennan vai querer ver todos antes de tomar uma decisão.”

Kapheri não tinha ideia de por que ele estava até mesmo discutindo este assunto com o

oficial além do fato de que ele tinha certeza que Brennan iria querer ficar aqui, e isso significava

que ele iria também. Ele só tinha que convencer Brennan que era uma boa ideia.

“Parece que chegamos,” disse Marc quando eles pararam em frente ao hospital quinze

minutos mais tarde. “Eu preciso falar com os médicos antes de pegar o depoimento de Brennan.”

“Eu preciso encontrar Brennan.” Essa foi a única meta que ele tinha.

Marc assentiu. “Venha comigo para encontrar o doutor e eu vou te levar até ele.”

Kapheri aceitaria qualquer ajuda que pudesse conseguir. Ele saiu depois que Marc

estacionou, e depois seguiu o oficial para o hospital.

“Hey, Sammy,” Marc disse enquanto caminhava em linha reta até um homem loiro de

cabelos em pé atrás de posto de enfermagem na sala de emergência. “Estou aqui para ver um

homem chamado Brennan Keegan. Ele foi trazido com Ma Blaecleah. Ferida de bala no ombro.”

O enfermeiro folheou alguns papéis em sua prancheta e depois assentiu. “Ele está na sala

doze. Ma está com ele agora.”

“Vou precisar falar com o médico,” disse Marc.

Kapheri pigarreou alto o suficiente para que o enfermeiro olhasse para ele. Kapheri sentiu

o calor aquecer suas bochechas.

Marc riu. “E esse cara precisa ver Brennan.”

“Marc — “ o enfermeiro começou.

“Vamos, Sammy”, disse Marc. “Kapheri está prestes a enlouquecer de preocupação. Ele

teria vindo com a ambulância com Brennan, mas Ma tinha que vir, porque ela é seu parente mais

próximo.”

Kapheri viu os olhos azuis do enfermeiro hesitarem. “Se você diz que está tudo bem, então

eu acho que ele pode ir.” Sammy apontou o dedo para Kapheri. “Mas se isso me complicar...”

150
O resto de suas palavras não foi dito. Elas não precisavam de qualquer outra ênfase.

Kapheri acenou com a aceitação da ameaça. Ele seguiu Sammy e Marc através das portas duplas

que levavam para a sala de emergência. Seu coração batia forte. Sua boca ficou seca. Ele apertou

suas mãos quando começaram a formigar nas pontas. Ele sabia que era uma descarga de

adrenalina da situação, mas ele sentiu que estava prestes a explodir.

Sammy parou fora de um dos quartos. “Espere aqui.” Kapheri queria discutir quando

Sammy entrou no pequeno quarto sem ele, mas ele estava de volta antes que ele pudesse. “Você

tem dez minutos.”

Kapheri assentiu com a cabeça e caminhou para dentro do quarto mal iluminado. Seu

olhar foi imediatamente para a figura ainda na cama. Uma lágrima desceu lentamente em sua

bochecha enquanto observava o subir e descer do peito de Brennan sobre o lençol branco alguém

tinha puxado até o seu pescoço.

“Está tudo bem, Kapheri. Ele vai ficar bem.”

Kapheri lançou um olhar rápido para a mulher sentada no canto antes de olhar para

Brennan. “Seu pai atirou nele. Como é que isso está bem?”

“Pelo que entendi, Daley não é o pai de Brennan.”

“Então ele contou.” Kapheri cuspir por entre os dentes. “O homem tinha grande prazer

em compartilhar essa pequena informação.”

“Daley sempre foi um idiota.”

Kapheri piscou quando ele olhou para Ma. Suas palavras o surpreenderam, especialmente

depois de tudo o que ele tinha ouvido falar sobre o que aconteceu com as pessoas que xingavam

na frente dela.

Ma riu, e Kapheri sabia que era devido ao olhar atordoado em seu rosto. “Às vezes, filho,

um idiota só precisa ser rotulado como idiota.”

“Sim, senhora.”

151
“Apesar da influência do meu irmão dele, acredito que Brennan é um homem muito

especial.”

“Ele é,” disse Kapheri quando olhou para Brennan.

“Você gosta dele.” Não era uma pergunta.

Kapheri passou a mão nervosa pelos cabelos. “Eu gosto, mas —”

“Mas o quê?” Perguntou Ma.

“Eu o conheci menos de 24 horas atrás. Isso não é quase tempo suficiente para começar a

amar alguém.”

“Conversa fiada.”

Desta vez, Kapheri riu. “Ele é incrível. Ele é doce e generoso, inteligente. Você sabe que ele

quer abrir um cybercafé? Ele quer se especializar em cafés especiais de todo o mundo.” Kapheri

riu novamente. “E muffins. Ele quer servir muffins.”

O que parecia um pouco estranho 24 horas atrás, mas de repente fez sentido para Kapheri.

Ele realmente pode imaginar Brennan trabalhando em um cybercafé, fazendo cafés especiais e

doces para massas.

“Com sua amigável atitude extrovertida, ele seria perfeito.” Kapheri simplesmente sabia.

“Lachlan se apaixonou por Asa da noite que se conheceram. Ele o levou para casa para um

caso de uma noite, exceto Asa nunca mais saiu. Quaid pediu Matthew em casamento na noite em

que se conheceram. Matthew demorou uns dias para aceitar, mas ele aceitou.” Ma se levantou e

caminhou para mais perto da cama.

Ela sorriu quando ela olhou para forma adormecida de Brennan. “Rourke conhecia Billy

toda a sua vida, mas se apaixonou por ele com um beijo. Neason conhecia Brody por algum

tempo, mas precisou quase morrer para eles verem que eles eram feitos um para o outro. Ruben

conhecia Elijah um pouco mais, mas eles ainda tiveram que lutar por aquilo que eles têm agora.

Seamus teve que se afastar para encontrar o que estava procurando, mas quando ele voltou para

casa, ele trouxe dois amores com ele.”

152
Kapheri franziu o cenho quando olhou para a mulher. “Por que você está me contando

isso?”

“O amor não tem calendário, Kapheri. Ele simplesmente é. Você pode se apaixonar por

alguém com apenas um beijo e passar os próximos quarenta anos ao seu lado. Ou pode levar

algum tempo para entender os sentimentos que você tem por alguém, especialmente se você não

estiver preparado para eles. Mas não os desconte quando você os tem. Seu coração está ali para

mais do que apenas bombear o sangue através de seu corpo. Ele está ali para lhe dizer quando

você encontra a pessoa destinada a você.”

“Talvez, mas um dia?” Kapheri não podia acreditar o quanto ele queria aceitar as palavras

de Ma. “Como posso saber se o que eu sinto vai durar?”

“Você está preocupado que seja apenas uma paixão?”

O rosto de Kapheri corou como ele assentiu. Brennan o fascinou de uma maneira que

nunca tinha experimentado antes. Ele tinha pensado que ele poderia ter o homem e seguir em

frente, mas ele estava errado. Na verdade, agora que ele tinha tido Brennan, ele queria mais dele.

“Diga-me, Kapheri, esse café que Brennan quer, você acha que é um bom risco de

negócio?”

Kapheri piscou surpreso. “Eu suponho que poderia ser sob a gestão certa.”

“E você acha que Brennan tem o que é preciso para gerenciá-lo?”

Na verdade, não. “Ele tem ambição e desejo, mas...”

“E se ele pedisse sua ajuda, você a daria?”

“É claro,” Kapheri respondeu sem hesitar. “Este é o sonho de Brennan. Eu faria qualquer

—” Kapheri se interrompeu, rindo pelo olhar compreensivo de Ma. “Sim, Ma, eu faria tudo o que

pudesse para ajudar Brennan a realizar seu sonho.”

“Essa é a diferença entre uma paixão e o verdadeiro carinho. Se você estivesse

simplesmente apaixonado por Brennan, você não tomar tempo para saber qual era o seu sonho,

muito menos ajudá-lo a alcançá-lo.”

153
“Mas eu não o ajudei a alcançá-lo. Eu não fiz nada, exceto ouvi-lo falar.” E quebrar seu

coração. Ele se lembrou do rosto de Brennan novamente, as lágrimas que tinham brilhado em seus

olhos verdes quando ele disse adeus parecendo mais evidentes agora quando tinha realmente

acontecido.

Brennan havia tentado se comprometer com ele, e Kapheri o rejeitou completamente. Ele

tinha sido cruel sobre isso também. Ele só queria que Brennan não pensasse que eles tinham um

futuro, quando ele acreditava que eles não tinham.

Brennan sabia exatamente o que estava fazendo, e ainda assim o homem não gritou com

ele ou lamentou e chorou. Ele simplesmente saiu com um beijo e um adeus suavemente

sussurrado.

“Ele nunca vai me perdoar,” Kapheri sussurrou enquanto ele se deixou cair na cadeira ao

lado da cama. Ele agarrou a mão de Brennan e a levou a boca, segurando-a contra seus lábios. “Eu

duvido até mesmo que ele queira me ver.”

“Com certeza não pode ser tão ruim, Kapheri.”

Com lágrimas cegando seus olhos e voz sufocada, Kapheri sussurrou, “Eu o deixei pensar

que eu não o queria.”

“Você o quer?”

“Mais do que eu quero a minha próxima respiração.”

A suave risada de Ma encheu a pequena sala de emergência. “Você o ama.” Mais uma vez,

não era uma pergunta. Ma era muito mais astuta do que ele havia lhe dado crédito. Ela parecia

saber de coisas sem que ninguém dissesse uma palavra. Era estranho.

“Sim, eu o amo.”

A mão que estava segurando de repente o apertou. Os olhos de Kapheri saltaram para o

topo da cama para encontrar Brennan olhando para ele, com lágrimas brilhando em suas

bochechas pálidas.

154
“Brennan.” Kapheri ficou de pé, mantendo uma preensão na mão de Brennan com uma

das suas. Ele usou a outra para afastar o cabelo de Brennan de seu rosto.

“Você está falando sério?” Brennan perguntou em uma voz tão baixa Kapheri quase não o

ouviu.

“Brennan —”

“Você está falando sério?” Kapheri ouviu Brennan alto e claro desta vez. O homem

praticamente gritou suas palavras.

O medo lentamente começou a evaporar dos olhos de Brennan quando Kapheri se

inclinou e roçou seus lábios juntos. “Sim, habibi, eu estou falando sério.”

155
Capítulo Dezoito

Que sua casa seja sempre pequena demais para caber todos os seus amigos.

~ Brinde Irlandês ~

Ma sorriu enquanto observava seus meninos discutirem sobre quem pendurava qual

ornamento e onde. Ela duvidava que eles soubessem que cada um deles reivindicava um enfeite

que eles tinham feito na escola e depois o pendurava no mesmo local exato a cada ano. Eles

discutiam em cada Natal sobre onde colocar qual ornamento, mas eles sempre tiveram seus

lugares especiais para cada um.

“Aqui está o seu chá, Alani.”

Ma olhou para cima para ver Neith segurando um pires de porcelana com uma xícara de

chá para ela. Ela sorriu e pegou-a, tomando um pequeno gole. “Perfeito, obrigada.”

A mulher se sentou na cadeira ao lado de Alani, segurando sua própria xícara de chá na

mão. Seus olhos foram para os homens discutindo na frente da árvore de Natal, um pequeno

sorriso iluminando seu rosto. “Eles são sempre assim?”

“Todo ano.”

“Eles são um grupo notável de homens,” disse Neith. “Você deve ser muito orgulhosa.”

“Eles são e eu sou.” Os olhos de Ma desviaram para os dois homens sentados abraçados

no sofá perto da porta. “Parece-me que você pode estar no caminho para ter sua própria prole.”

“Kapheri sempre trabalhou tão duro. Eu acho que em algum lugar ao longo do caminho

ele esqueceu por que ele estava trabalhando. Eu espero que Brennan possa ensiná-lo a viver de

novo.”

156
“Considerando o sorriso no rosto de Kapheri, eu diria que ele está bem a caminho de volta

para a terra dos vivos.”

Tinha um pequeno nó na voz de Neith quando ela respondeu, “Eu não me lembro da

última vez que ele esteve tão feliz.”

“É bom de ver, no rosto de ambos.” Ma tinha ficado preocupada com Brennan quando ele

chegou algumas semanas atrás. Ele parecia tão triste o tempo todo. Ele o escondia por trás das

palavras mordazes e respostas curtas, mas estava lá em seus olhos se alguém olhou atentamente.

“Espanta-me o quanto uma família mudou nossas vidas.” disse Neith. “Se o Ruben não

tivesse conhecido e casado com minha Mahra, eu nunca teria tido uma neta, e se Brennan não

tivesse conhecido Kapheri, eu não teria visto aquele sorriso em seu rosto.”

Ma sorriu e tomou outro gole de chá. Neith estava rapidamente se tornando uma amiga.

Elas podiam ser de diferentes países e criadas de forma diferente, mas elas tinham mais em

comum do que tinham pensado originalmente. Elas tinham o amor delas por seus maridos, seus

filhos, e agora elas compartilhavam uma neta que as duas adoravam.

“Estou feliz por você e Amon decidirem ficar e celebrar o Natal com a gente.”

“Eu nunca celebrei este feriado antes. Estou muito animada.”

“Ruben está tentando misturar nossas tradições com as tradições de Mahra. Nós

celebramos o Natal. Vocês celebram o Ramadan.”

“Sim.”

“Ruben acredita que é importante que Alani aprenda tanto sua herança egípcia quanto sua

herança irlandesa.” Ma deu um sorriso a Neith que só outra avó entenderia. “Você ensina seu

egípcio e eu vou lhe ensinar o irlandês.”

Os olhos escuros de Neith brilharam de alegria. “Combinado.”

Ma se recostou na cadeira e tomou um gole de chá, convencida de que ela e Neith se

compreendiam. Ambas queriam o melhor para sua neta, e isso significava garantir que ela tivesse

o melhor que o mundo tinha para oferecer.

157
“O que vai acontecer com o pai de Brennan?”

“Ele está enfrentando acusações de tentativa de homicídio e tentativa de incêndio.” Ma

sabia que seu irmão era um homem frio, mas ela nunca pensou que ele tentaria matar Brennan ou

destruir sua vida para conseguir o que queria. “John não parece pensar que terá problemas em

condená-lo por um tempo muito longo. Além testemunho de Brennan, meus pais concordaram em

testemunhar contra ele, especialmente depois que eles souberam que Daley queria incendiar o

celeiro depois que eles me colocaram de volta no testamento para me manter aqui.”

Isso ainda atordoada Ma. Seus pais tinham sido rápidos em concordar em fazer tudo o que

estiver ao alcance deles para colocar Daley atrás das grades assim que eles souberam o que o

homem havia feito. Parecia que Brennan havia se tornado o homem que eles desejavam que seu

filho tivesse se tornado. Quando Daley tentou matá-lo, ele havia destruído o último pedaço de

simpatia e compreensão de Ava e Tierney Keegan. Daley tentando destruir a vida de Alani

destruiu qualquer coisa eles ainda tinham pelo homem.

“Ele queimou suas pontes com eles quando ele tentou matar Brennan, e mais, meus pais o

mandaram aqui para tentar me convencer a visitá-los. Eles não disseram nada ao meu irmão sobre

me colocar ou não no testamento. Era uma coisa que estava fazendo.”

“Você acha que seu irmão planejava fazer mal a seus pais, se ele conseguisse que você

concordasse em recusar por escrito sua herança?”

“Eu não sei. Eu sempre soube que ele era um pouco cruel, mas eu nunca suspeitei que ele

tentasse ferir meus pais. Claro, eu nunca esperava que ele tentasse matar Brennan ou queimasse

meu celeiro ou então...” Ma respirou fundo e depois lentamente a soltou. “Eu acho que eu não

conhecia meu irmão tão bem quanto eu pensei que conhecia.”

“Talvez seja uma coisa boa, Alani. Os seus filhos não serão contaminados por seu mal.”

Ma olhou para a árvore de Natal quando ela ouviu o riso profundo e rico. Ela sorriu

quando viu Rourke rindo enquanto ele segurava Billy sobre os ombros para que o homem menor

pudesse pendurar um enfeite no alto da árvore de abeto de dois metros e meio de altura.

158
Rourke sempre tinha sido tão sério antes de Billy se tornar seu amante. Sua necessidade de

manter o controle de suas emoções muitas vezes o fazia que não os compartilhassem com

ninguém. Ma tinha ficado preocupada por tanto tempo que ele estava se distanciando de todos.

E então Billy fez sorrir, o fez rir. Se fosse só por isso, Ma teria amado Billy. O fato de que

ela adorava o homem era um bônus.

“Eu não acho que a natureza perversa de Daley pudesse ter influenciado os meus

meninos. As coisas que Daley adquiriu e realizou não significam mais do que um grão de areia

para os meus meninos. As coisas que são importantes para eles são os que eles amam.” Ma acenou

para os dois homens ainda abraçados no sofá de dois lugares. “Eu acredito que para o seu filho

também seja assim.”

“Eu rezo para que você esteja certa, Alani. Kapheri merece encontrar alguma felicidade e

amor.”

“Maireann la ir ruaig ach maireann um grá ir huaigh.”

Neith olhou. “Me desculpe, o quê?”

Ma ri. “Uma antiga bênção irlandesa. O dia dura até que ele seja afugentado, mas o amor dura

até o túmulo.”

Neith se juntou a risada de Ma. “Talvez eu tenha que visitar esta sua Irlanda.”

“Eu a recomendo. A Irlanda é linda.” O coração de Ma doía um pouco de saudade, mas

não o suficiente para tirá-la de sua casa. Ela estava feliz aqui, e isso era tudo o que ela precisava.

“Meus pais disseram que entendem a minha relutância em regressar à Irlanda depois de todo esse

tempo, então nesta primavera, quando esquentar um pouco mais, eles voarão para aqui para nos

visitar.”

“Como você se sente sobre isso?” perguntou Neith. Depois de tudo o que tinha

acontecido, Ma havia lhe explicado sobre a situação com os pais dela.

159
“Estou na verdade meio que ansiosa por isso. Eu gostaria que eles pudessem estar aqui

para o Natal, mas eu sei que meu pai precisa de um pouco mais de tempo para ficar de pé. Ainda

assim, vai ser bom vê-los, e eu mal posso esperar para que eles conheçam todos aqui.”

“Você acha que eles terão algum problema com Alani ser meio-egípcia?”

“Não, e mesmo se tiverem, isso não teria importância para mim. Alani será criada para ter

orgulho de toda a sua herança.” Ma sorriu quando ela acariciou a mão de Neith. “Com você e

Ammon se mudando para Cade Creek, eu não tenho nenhuma dúvida de que sua criação será a

melhor que poderia ser.”

Os olhos de Neith foram para o homem que dormia perto da janela com um bebê deitado

em seu peito. “Ammon e eu queríamos estar mais perto dela. Estou feliz que Kapheri decidiu se

mudar para cá com a gente. Eu teria odiado deixá-lo para trás no Egito.”

“Eu acho que o cybercafé que Kapheri e Brennan estão abrindo vai ser apenas a coisa que

Cade Creek precisa para nos ajudar a avançar para o próximo século. Não temos nada parecido

com isso agora, e essa pequena loja de esquina que eles encontraram perto do centro da cidade é

perfeita. Ela fica exatamente de frente ao parque.”

“Kapheri está tão animado quanto Brennan. Ele está planejando um escritório no fundo da

loja para que ele possa trabalhar lá com Brennan. Ele vai administrar tudo por conferência através

da Internet e com apenas idas ocasionais para Nova York e Cairo.”

“Eu acho que ambos serão muito felizes aqui.” Ma não conseguia pensar em qualquer

outro lugar na Terra que ela preferia viver. “Cade Creek é maravilhosa. Eu nunca me arrependi de

me mudar para cá com Donnell.”

Ma olhou para a entrada quando ouviu a porta da frente se abrir. Ela esperava ver Donnell

e Amon entrarem pela porta da sala porque os dois homens tinham ficado no celeiro a maior parte

da manhã, Donnell ensinando seu novo amigo tudo sobre a criação de gado. Ela não esperava que

Quaid entrasse na sala de estar.

160
Depois que saíram da casa tão de repente há duas semanas, eles tinham ficado fora por

alguns dias. Matthew simplesmente disse que eles tinham algo que eles precisavam resolver, um

presente de Natal. E, embora ela os tivesse visto por alguns minutos aqui e ali, não tinha realmente

visto desde então.

“Quaid, filho, qual é o problema?” perguntou Ma pelo rubor no rosto de Quaid. Quando

ela começou a se levantar, Quaid acenou para ela voltar a se sentar.

“Matthew e eu temos um presente de Natal para você, mãe.”

“Filho, falta ainda algumas semanas para o Natal.”

Os olhos verdes de Quaid giraram. “Chame de presente de Natal antecipado, então.”

Ma ficou espantada pela exasperação no rosto de seu filho. “Você pode colocá-lo debaixo

da árvore, Quaid. Prometo não sacudi-lo.”

“Sim, bem.” A mão de Quaid estava um pouco instável quando ele a empurrou através de

seu cabelo castanho avermelhado. “Você sacode este presente de Natal e nós vamos ter grandes

problemas.”

“O que na terra você está falando?”

Quaid levantou a mão. “Apenas fique sentada aí por um momento, por favor. Eu estou

esperando por Da, Lachlan e Asa chegarem aqui.”

Ma franziu a testa enquanto olhava para além de seu filho alto. “Por quê?”

A maior parte da família já estava aqui para o jantar de domingo. Rourke e Billy estavam

sentados com Neason e Brody, os quatro homens discutindo e rindo enquanto eles decoravam a

árvore. O riso que Ma podia ouvir daquela direção aqueceu seu coração, especialmente depois de

tudo o que esses quatro homens tinham passado de antes de encontrar uma vida juntos.

Elijah tinha adormecido em uma cadeira perto da janela, o bebê Alani esparramado em

seu peito. A mãe de Billy, Lilia, estava sentada perto em uma cadeira, cantarolando para si mesma

enquanto tricotava um cobertor.

161
Seamus estava na mesa da sala de jantar com John, Yancy, e Ruben decorando cookies de

açúcar. Ma tinha certeza mais glacê e doce terminava na boca de Seamus do que sobre os cookies.

Os cheiros do jantar cozinhando na cozinha eram acolhedor e caloroso, combinando com o

riso e felicidade que enchiam cada sala. Assim que Da, Lachlan e Asa chegassem, e Matthew

voltasse para dentro, Ma sabia que seu mundo estaria completo.

Sim, ela ainda estava esperando ver seus pais depois de quarenta anos, e sim, seu irmão

iria, sem dúvida, passar vários anos na prisão. Mas a ansiedade dessas coisas em pouco se

comparavam com o que ela tinha bem na frente dela.

Uma rajada de ar frio entrou pela casa quando Da, Lachlan e Asa correram para dentro.

Ma começou a se perguntar que tipos de segredos estavam sendo guardados dela quando toda a

atividade parou e todos se aglomeraram ao redor da sala de estar. Alguém até mesmo acordou

Elijah.

“Tudo bem, o que está acontecendo?”

Donnell sorriu quando ele caminhou até sentar na cadeira que Neith desocupou quando

ela foi ficar com o seu marido. “Seja paciente, mulher. O menino tem um presente de Natal para

você.”

Alguém riu.

“Então, agora que todo mundo está aqui,” disse Quaid, “Eu tenho uma pequena história

para contar.”

Ma arqueou uma sobrancelha.

Quaid riu nervosamente. “Alguns meses atrás, um jovem casal estava a caminho para casa

de uma festa de Halloween quando o carro deles foi colidido por um caminhão quando o

motorista adormeceu ao volante. O casal morreu com o impacto.”

“Oh, Quaid.” Ma apertou seus dedos em seus lábios quando as lágrimas ameaçavam cair

pelo rosto. Tão jovens e ter suas vidas tiradas deles por um acidente negligente. Às vezes, as coisas

simplesmente não faziam sentido. A perda de vidas era um deles.

162
“Harold e Thomas Stevens tinham apenas um parente, uma tia viúva que tem quase

oitenta anos de idade. Devido a isso, eles deixaram um testamento. Eles queriam ter certeza de que

os seus tesouros mais preciosos fossem bem cuidados. Duas semanas atrás, Matthew e eu

recebemos um telefonema. Fomos informados de que éramos os melhores candidatos para cuidar

desses tesouros.”

Ma ouviu com espanto, totalmente confusa para onde Quaid estava indo com sua história

e o que isso tinha a ver com um presente de Natal.

“Eu sei que você não nos viu muito nas últimas semanas, mas tivemos um bom motivo.

Não tínhamos apenas uma tonelada de burocracia envolvida na transferência destes dois itens,

mas precisávamos ter certeza de que eles estivessem prontos antes que nós os mostrássemos a

você.”

“Quaid — “

Mais uma vez, Quaid levantou a mão. Ma fechou a boca. Mais um pouco e ela se

levantaria e pegaria a colher de pau e para lembrar a Quaid por que ela tinha uma.

“Anjo,” Quaid disse por cima do ombro, “você pode entrar agora.”

Ma estava confusa, e mais do que um pouco nervoso, até que Matty entrou na sala de

estar. Ela engasgou, sua mão tremendo no decote de seu vestido de cor creme.

Um menino de cabelos castanhos de cerca de cinco anos de idade estava ao lado de Matty,

abraçando sua perna. Ele segurava um pequeno urso de pelúcia com força em seu peito enquanto

seus grandes olhos cor de avelã olhavam cautelosamente para todos na sala.

Até que eles caíram na árvore de Natal e, então, eles ficaram enormes. Ele não conseguia

tirar os olhos quando ele estendeu a mão e puxou a camisa de Matty. Quaid se agachou ao lado

dele, puxando a pequena criança em seus braços. O menino apenas apontou. Quaid o pegou e o

levou até a árvore.

Ma observou por um momento, seus olhos borrados com lágrimas, antes de se virar e

olhar para a criança menor que Matty ainda segurava em seus braços. Ele não podia ter mais de

163
três anos de idade. Este menino parecia bastante como o outro, então Ma concluiu que eles eram

irmãos. Ele estava abraçado em Matty, com a cabeça debaixo do queixo de Matty. De onde estava

sentada, Ma não podia dizer se ele estava acordado ou dormindo.

“Matthew?” Ma sussurrou.

“Este pequeno rapaz é Niall,” disse Matty. “Seu irmão ali é Aidan.”

“Eles são nossos, Ma,” disse Quaid da árvore. “É onde nós estávamos conseguindo toda a

papelada pronta para que pudéssemos trazê-los para casa.”

“Eles podem ficar?” Ma estava com medo de acreditar.

“Sim.” Uma lágrima escorreu pelo rosto de Quaid quando ele sorriu e alisou a mão sobre o

cabelo castanho de Aidan. “Elijah nos ajudou a conseguir todos os documentos assinados e

protocolados junto dos tribunais. Como eles já tinham feito a visita domiciliar, estávamos todos

prontos para ir quando a agência de adoção nos chamou.”

“Esse foi o telefonema que vocês receberam algumas semanas atrás?” perguntou Ma,

lembrando como os dois homens praticamente tinham corrido da casa depois de Matthew desligar

o telefone.

Quaid balançou a cabeça quando ele atravessou a sala com o menino. Ele se agachou,

colocando Aidan de pé. “Você se lembra de quando eu te disse sobre ter uma avó, Aidan?”

A criança pequena assentiu com a cabeça, os olhos ainda cautelosos enquanto ele olhava

para Ma.

“Esta é a minha mãe. Ela vai ser sua avó.” Quaid sorriu quando olhou para cima e

encontrou os olhos cheios de lágrimas de Ma. “Ma, este é o seu presente de Natal.”

Ma sentiu a mão de Da acariciá-la no braço. Ela ouviu algumas explosões de riso e

algumas fungadas e sabia sem olhar que mais de um de seus meninos tinham lágrimas nos olhos.

Ma enviou um sorriso trêmulo a seu marido, e então estendeu a mão para acariciar sua mão sobre

os cachos de Aidan.

“Eu amo o Natal.”

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