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Companheiros Perfeitos - Adwaka - Autor: Hannah Kisa

Sinopse

Adwaka encontrou seu companheiro alguns meses, mas depois de ver


o acasalamento de seu pai, não pode simplesmente ceder. Mesmo que
seus amigos têm mostrado que relacionamentos podem ser felizes, o
seu subconsciente simplesmente não pode aceitar. Desesperado, ele
acabar fugindo.

Mikel tem sofrido pela fuga de seu companheiro, mas ainda assim,
tem buscado respeitar a sua decisão. Mas quando chegar ao seu limite
e está prestes a desistir de seu acasalamento, Adwaka bate a sua
porta dizendo que quer dar uma chance a eles, desde que sigam uma
relação humanos: Cortejo, encontros e muita conversas.
Será que eles serão capazes de finalmente acasalarem? Ou os medos
de Adwaka os separaram para sempre?

(Cap. 1) Capítulo 1 – Sobrevivendo sem você!

Mikel Wilkinson se sentou na cama sentindo um aperto no peito. Três


meses haviam se passado desde que descobriu quem era seu
companheiro. Três meses que sentia a dor da rejeição. Que encontrou
o seu companheiro quando estava na clínica entre a vida e a morte.
Somente para descobrir que Adwaka sabia de sua existência, e que
nem mesmo tentou conhecê-lo ou aproxima...
Apenas fugiu!

Mikel estava tentando ser paciente. Dizendo para si mesmo que o


vampiro apenas precisava de tempo, que logo encontraria na razão,
mas a cada dia que passava as suas esperanças desfaleciam.

Os ursos na natureza eram animais solitários, mas sendo humanos


que dividiam a alma com lado animal, eles viviam em grupos
familiares. O bando era chamado de preguiça, um nome peculiar, mas
que era sinal de orgulho.

Sendo um shifter urso com 158 anos de idade, havia visto muitas
coisas em sua vida. Nascido em uma linhagem urso, a sobrevivência
da especie era importante, assim, quando alcançou a maior idade e
não encontrou sua companheira, seus pais arrumaram-lhe uma noiva
e se casou. Sarah podia não ter sido sua companheira de alma, mas
fora sua melhor amiga e a amou. Juntos, deixaram as raízes e
construíram sua família. Começaram do nada e ergueram uma
fazenda de búfalos, tiveram três filhos lindos e espertos.

Foi difícil para ele quando a perdeu para caçadores, Mikel considerou
que mergulharia para sempre na escuridão, e se não fez, foi porque
tinham na época os três filhos adolescentes para cuidar.

Para sair da intervenção de sua família, que queria forçá-lo a acasalar


novamente e liderar a preguiça, mas Mikel não queria mais seguir a
vontade de ninguém. Ele vendeu a sua fazenda, e mudou-se.
Encontrou em Leyburn um lugar para chamar de lar. Comprou um
rancho mediano, onde adestrava e treinava cavalos de raça com seus
filhos, um negócio que se tornou lucrativo.

Em anos ou décadas, nunca mais teve ninguém para chamar de seu.


Poderia ter tido alguém para cuidar de sua coceira, mas não para
aquecer sua cama, pois mesmo que demorasse anos, Mikel queria
envolver somente com sua companheira de vida.

Tal fora sua surpresa em descobrir que o destino lhe reservou um


‘companheiro’. Não que Mikel fosse preconceituoso. Dois de seus filhos
eram gays, e sempre os ensinou a respeitar e aceitar quem era.
Mikel apenas não tinha experiência com homens, mas isso não o fazia
repudiar o presente que recebeu do destino.

Para ocupar sua mente, nos últimos meses tinha se concentrado no


trabalho, mas isso o fazia amargo e uma péssima companhia.

Ele jogou as pernas na borda da cama e se inclinou para frente, com


os cotovelos sobre os joelhos, o rosto nas mãos.

Remy sempre o ligava regulamente para dar notícias de seu irmão,


mas nada grande, apenas como estava e que não havia precisão de
retornar.

Suspirando, sentou-se e esfregou as mãos sobre o rosto. Ele se


levantou e decidiu contra a tomar um banho, antes de preparar café e
conferir o novo garanhão que tinha chegado semana passada.

Seguiu para o banheiro e tomou um rápido e gelado banho, ideal para


dispensar aquele horário. A vida na fazenda começava de madrugada,
e mesmo com seus filhos e alguns funcionários, Mikel ainda era o
primeiro a levantar. Após vestir uma calça jeans desgastada que
praticamente abraçava suas coxas grossas e a bunda empinada, além
da camisa de algodão, Mikel deixou o quarto.

Seus cabelos castanhos curtos ainda estavam úmidos do banho, e sua


barba era acinzentada e clamava para ser feita em breve. Mas a
verdade que ela acentuava perfeitamente em seu rosto de traços
másculos e viris.
Desceu o lance de escadas e seguiu para a cozinha aconchegante. A
casa da fazenda era uma grande cabana, feita de madeira trabalhada
em estilo colonial. Com pelo menos cinco quartos, uma grande sala,
cozinha, sala de jantar, banheiros, escritórios e sala de TV. Que
mesmo em seu estilo rústico, levava toda modernidade e elegância
que o dinheiro poderia pagar.

Seguiu até a bancada e ligou a cafeteira, colocando água e o pó.


Enquanto esperava o café ficar pronto, abriu a porta da cozinha que
dava para o quintal, às margens da floresta, e levou o pão sovado que
tinha deixado descansando do dia anterior, ao forno.
Com o perfume de café recém-feito enchendo a cozinha, Mikel serviu
uma caneca de café. Ele sentou na cadeira solvendo lentamente a
bebida quente.

Assustou, quando a voz de seu filho mais velho fez presente.

– Caiu da cama, pai!?


Mikel olhou para cima e balançou a cabeça. — Não dormi muito bem...
Tem café pronto, mas o pão vai demorar uns minutos.

– Ok! Vou fazer ovos mexidos com bacon e salsinha. Vai querer? —
Indagou. Com quatros homens praticamente vivendo sozinhos, eles
sabiam se virar muito bem.

– Seria bom! — Mikel disse sem grande ânimo.

Kyler pegou os ingredientes da geladeira e armário, e depois se serviu


uma caneca de café. — Alguma notícia?

Mikel negou. Sabia que seus filhos estavam preocupados com ele.
Para um paranormal perder seu companheiro ou ser rejeitado, era
como uma sentença de morte. E mesmo que Mikel doava-se para ser
forte, era possível ver os sinais: a perda de peso, as olheiras ou a
falta do seu belo sorriso.

– Nada ainda... Acho que devo esquecer isso. — Mikel disse,


levantando e colocando a caneca vazia na pia. — Vou alimentar as
galinhas, fique de olho no pão.
– Sim, pai. — Kyler disse, observando as costas de seu pai até que
ele sumiu pela porta da cozinha. — Maldito vampiro. — Murmurou.

– Está amaldiçoando quem? — Josh indagou quando entrou no


recinto, trajando somente a calça jeans e sem camisa - deixando seu
peitoral definido e peludo à mostra.

– O vampiro idiota que rejeitou nosso pai. Ao mesmo tempo quero


que ele volte e aceitar o acasalamento, também não quero... Ele não o
merece. — Kyler disse.

Josh deu os ombros. — Não devemos julgar. Pelo que soube, os


vampiros tiveram muitos problemas no passado com o pai deles, e por
isso são cheios de complexos. — Falou, enquanto se servia caneca de
café. — Felix acordou?

– Ainda não! Ele dormiu tarde ontem por causa de Nancy. A égua
teve trabalho de parto. — Kyler disse dando os ombros, e indo
preparar a refeição.

— Uhh! Vou ver os e-mails dos fornecedores. — Josh disse rumando


para escritório.
– Veja a previsão do tempo. — Kyler gritou. Retornou a atenção para
preparar a sagrada refeição do dia. Aproveitaria para fazer panquecas
doces, pois incentivaria seu pai comer algo.

–oo0oo-

Mikel pulou o café da manhã e concentrou-se no trabalho. Ele cuidou


dos estábulos – recolhendo esterco – além de trocar as águas e feno.
Após terminar, seguiu para consertar a cerca do círculo de
treinamento. Quando terminou, era próximo do horário de almoço. O
suor impregnava a sua pele, fazendo-a brilhar ainda mais dourada.

Retirou o chapéu da cabeça e o bateu em sua coxa, enquanto seguia


para casa. Entrou na cozinha, e serviu-se um grande copo de água
gelada. Teria que ir à cidade aquela tarde, e um banho seria bem-
vindo.
Deixou o copo na pia, e seguiu para o piso superior da casa, subindo a
escada rapidamente. Ao passar em frente ao banheiro – deparou com
a porta fechada e uns resmungos. Sentido o perfume de seu filho
caçula, Mikel bateu na porta do banheiro adjacente.

– Felix?

– Só um minuto... — Ele engasgou.

Mikel arqueou a sobrancelha. — Acaso está se masturbando ao invés


de trabalhar? — Indagou.

Sentiu o perfume de constrangimento e isso fez revirar os olhos.

– Eu... não. — O urso mais jovem suspirou. — N- não pai...

– Não demore demais ai... É sua responsabilidade o almoço hoje. —


Mikel disse divertido, sentido um pouco de tensão deixar seu corpo. —
Avise seus irmãos que fui à cidade. — Disse, e então virou seguindo
para seu quarto.

Ouviu barulho da porta do banheiro abrindo, mas continuou em seu


caminho. — Não vai almoçar, pai?

– Felix perguntou.

Comerei algo na cidade. Saudade da lasanha de Mama! — Mikel disse,


e então entrou em seu quarto.
Sorte que seu quarto era e suíte, assim, teria privacidade em seu
banheiro.

Ele puxou a camisa sobre a cabeça, depois retirou as botas e em


sequência desafivelou o cinto e abaixou o zíper. Retirou a calça já
dentro do banheiro, revelando as coxas peludas e grossas.
Jogou as roupas no cesto, e entrou no box de vidro, girando registro
do chuveiro, para então deslizar a cueca boxer preta pelos quadris e
pernas, permitindo que seu pênis grosso e flácido pudesse respirar.
Mikel deixou sua mente viajar para longe enquanto limpava o suor e
poeira de seu corpo, sentindo uma calma.

Ao terminar o banho, enxugou seu corpo e passou desodorante


indolor, além seu perfume Mont Black. Mesmo fosse homem de
fazenda, sempre fora caprichoso com sua aparência, apenas um pouco
relaxado recentemente.

Mikel se olhou no espelhou e acariciou sua barba. Tinha que fazer a


barba, mas sinceramente estava com preguiça de fazê-la. “Talvez
amanhã”, murmurou em pensamento.

Ele enrolou uma toalha branca nos quadris e seguiu para o quarto.
Estreitou os olhos para a bagunça.
Mikel sempre se orgulhou por ser homem organizado e limpo, mas nos
últimos meses nada o movia. Não era nem perto daquele homem
mais.

Suspirando, largou a toalha molhada na cama, e pegou o armário uma


calça jeans cor escura e uma blusa de flanela com cor preta. Cuidou-
se de não haver nenhum amassado nas roupas, e as vestiu.

Resmungou por não achar meias limpas, então, calçou seus sapatênis
que não precisariam de meias. Ainda que preguiçosamente, recolheu
todas as roupas espalhadas no quarto e as jogou cesto de roupa suja,
e o levou consigo para baixo.

– Pai, Felix disse que não vai almoçar! — Kyler disse quando entrou
na sala. — Está perdendo peso!

Mikel grunhiu. — Estou bem! Tenho que ir ao banco, e aproveito para


almoçar no restaurante de Mama.

— Ligue-me se precisar de algo. — Gritou, quando saia pela porta sem


der chance de seu filho reclamar.

Ao chegar à cidade foi imediatamente ao banco. Seu gerente estava


insistindo para cuidar de algumas contas por semanas, e mesmo que
enrolasse para ir resolver, hoje não teve como fugir. Gastou quase
uma hora com ele, mas conseguiu resolver alguns detalhes, e
despediu-se.

Saiu da agência e fechou os olhos, deixando que os raios solares


acariciassem sua pele. A verdade era que não estava com fome, mas
se não comesse algo, teria que ouvir seus filhos o resto da vida em
seu ouvido.

Ele passou rapidamente no restaurante e pediu costeletas fritas com


molho barbecue para viagem. Comeria no caminho. Realmente não
queria lidar com o local cheio de pessoas.

Por sorte, mesmo estando cheio, conseguiu seu pedido pronto em


quinze minutos. Pagou com o cartão de debito, e despediu-se.

Jogou o pacote no banco passageiro depois de entrar em sua


caminhonete, e a ligou. Seguiu em sentido sua fazenda. O perfume
maravilhoso das costeletas abriu seu apetite, e pegou-se pensamento
em comê-las com cerveja bem geladinha.

Os quinze minutos da viagem foram tranquilos, até que a


caminhonete começou engasgar e fumaça começou sair do capo. Mikel
não conseguiu conter seu grito de frustração quando fora obrigado a
estacionar perto do meio-fio da estrada.

A caminhonete era gasta, mas vinha aguentando firme. Bem, que


Felix sempre insistia com ele para trocar de carro, mas seu
comodismo o fazia sempre adiar. Maravilha! Agora estava parado na
metade do caminho.

Isso irritou. Grunhindo, ele bateu o punho fechado contra o volante,


para então sair do carro. Andou até a frente, e abriu o capo, vendo a
fumaça branca fluir.

Cansado e mal-humorado, afastou-se do veículo e encostou-se à cerca


branca que demarcava a propriedade que ficava ao lado da estrada.
Ele pressionou a testa contra a madeira branca e se forçou a respirar
e se acalmar.

Quando conseguiu acalmar a fera dentro de si, e impedir que mudasse


para sua forma animal, ele tomou o celular do bolso e discou para
oficina que sempre pedia socorro.

– Oficina Karl. — A voz profunda soou do outro lado.


– Hey Karl, preciso de sua ajuda. — Disse suspirando. Desse jeito
iria pagar uma fortuna de reparar naquela lataria velha.

– Não me diga, sua carroça quebrou de novo? — A voz soou divertida


do outro lado.

Mikel virou-se e encarou sua velha caminhonete. — Diria que algo


parecido.

Ele revirou os olhos. Sua paciência era pequena.


— Então, estou quebrado na South 12, perto do rancho de Pietro. Vou
deixar a chave na ignição, mas não precisa ter pressa em buscar essa
porra. Mikel disse. — Quem sabe tenho sorte e alguém o roube.

Uma alta risada soou do outro lado da linha. — Ok! Vou terminar de
consertar uma moto aqui e depôs vou.

– Obrigado! Aff! Deixe-me ligar para um dos preguiçosos de meus


filhos para vir me buscar. Obrigado Karl!

– Sem problema. E, não deixe de vir ao Bill’bar para colocarmos o


papo em dia. Abraço. — Karl disse, e no segundo seguinte a ligação
ficou muda.

Mikel apertou o botão de desligar e suspirou. A verdade que não


queria pedir carona a nenhum de seus filhos, pois certamente
começariam com a ‘reza’ que deveria esquecer o companheiro que o
rejeitou e encontrar uma boa mulher. Pirralhos que não sabiam o
valor de sua alma gêmea.

Decidido, o urso foi até a caminhonete e pegou sua caixa de costelas,


e tudo que estava no porta-luva. Sem importar em trancar a
caminhonete, ele seguiu pela estrada em sentido a sua fazenda. Ok!
Andando gastaria mais de uma hora, mas sinceramente, seria uma
boa caminhada.

Ele caminhou por alguns minutos quando uma buzina chamou sua
atenção. Pensou em ignorar, mas o veículo parou ao seu lado, e a voz
melodiosa chegou seus ouvidos.
– Que coincidência maravilhosa. A caminhonete quebrada é sua
Mikel? — A mulher loira perguntou.

Mikel pediu paciência em pensamentos, e virou-se com sorriso para a


mulher. — Olá Sherom! Er... Aquela velharia me deixou na mão
novamente. — Disse, esforçando-se para soar educado. Sherom era
uma shifter urso, e alguns anos vinham arduamente tentando seduzir
Mikel. Para a ursa, o homem era excelente partido, e ela se
empenhava em conquistá-lo. Uns dois anos atrás, eles até chegaram a
terem uma transar rápida e suada, mas não chegou a passar disso.

— Uhh! Posso dar uma carona. Estava indo para aquela região. — Ela
fez questão de piscar os olhos, e deixar seu decote bem revelado, para
que seus seios ficassem à mostra.

Mikel sentiu ganas de recusar, mas sabia que as costelas ficaram


perfeitas se ainda estivessem quentes. Mas igualmente era ciente que
Sherom não tinha assuntos para aqueles lados, que na verdade devia
estar indo para sua fazenda para perturbá-lo. Temia aceitar, e ela
considerar uma abertura.
Ele olhou para a caixa branca em sua mão e depois para a estrada.
Ainda faltava um bom pedaço de terra. — Claro. — Aceitou
educadamente. Ele circulou o carro e entrou pela porta de passageiro.

Sherom deu a partida do carro e sorriu maliciosa. — Uhh! Cheiro


maravilhoso, costelas da Mama?

– Ah sim! Kyler me pediu para pegar. Sabe como esses meninos


comem. — Ele deu a desculpa para evitar que ela se auto convidasse.

– Oh! Quem resisti a elas, neh! Mas... E as coisas na fazenda?


Sempre pensei que homens lindos e trabalhadores precisassem de
uma alma feminina para ajudar. Então... — Ela começou.

– Não sei se mulher aguentaria homens muitos bagunceiros. — Mikel


ditou. Sabia soou grosseiro, mas preferia dessa forma. Sabia o perigo
em dar abertura.

Sherom remexeu, e virou para encarar Mikel, sendo louca de dirigir


sem prestar atenção. — Uhh! Depende muito da mulher. Aposto que
conheço uma que saíria muito bem.

Mikel engoliu o caroço em sua garganta. Suas narinas queimaram de


raiva. Uma coisa que detestava era mulher assanhada. Sua sorte foi
que o carro parou na porteira da fazenda, e antes que precisasse
responder a Sherom ou que ela jogasse mais uma de suas cantadas,
ele saiu do carro. — Obrigado pela carona Sherom! Nos vermos!

Ela chegou a gritar com sua estridente voz, mas Mikel a ignorou
completamente.

O urso suspirou e seguiu a trilha de cascalho em sentido sua casa. O


relógio marcava mais de 16hs, motivando seu estômago a roncar.
Quando pisou o primeiro degrau da varanda, ele olhou para o
horizonte. O céu começava a ficar alaranjado - simbolizando que logo
o astro maior daria espaço a sua noiva prateada.

Ele fechou os olhos e suspirou. Tudo o que queria era outro bom
banho, comer as suas costelas e quem sabe assistir a um bom filme.
Terminou de subir as escadas e abriu a porta. Quando entrou no hall
de entrada seus sentidos foram bombardeados pelo mais perfeito
aroma.

Seu urso remexeu na profundeza de sua alma, querendo sair e caçar o


dono daquele perfume. Mikel deixou a caixa de comida na mesa mais
próxima e adentrou a sala. A primeira coisa que visualizou foi à
cabeleira dourada. Deu um passo na direção, mas seu filho Kyler
entrou em seu caminho.

– Saia da frente! — Avisou com a voz rouca.

– Pai, não! — Kyler pediu. Rapidamente seus outros dois filhos


ficaram ao lado do irmão mais velho, como uma forte muralha,
considerando que eles eram altos e robustos.

Eles esconderam toda a visão de Mikel de seu objetivo. Como pai,


sabia que seus filhos estavam apenas preocupados e queriam o seu
melhor, mas para seu lado animal, seu bem maior estava ali e
precisava alcançar.

– E- Eu... Não quero causar...

– Fica calado! Você rejeitou nosso pai, devia tomar vergonha na cara
e nunca aparecer aqui. — Felix gritou.

– Ele tem que ir embora, pai. — Josh falou.

Mikel grunhiu. — Saiam da frente, agora! Eu não preciso de proteção


de vocês. Se não quiserem que chute suas bundas, saiam daqui! —
Ele ordenou.

Kyler tentou manter-se firme, mas Josh e Felix fraquejaram. — Pai...

– Eu quero apenas conversar. — O vampiro loiro disse atrás da


muralha dos homens Wilkinson.

– Devia conversar antes de fugir, sanguessuga. — Josh falou.

Mikel rugiu irado, fazendo seus filhos estremecerem.

– Saia agora. Vão para seus quartos, estábulos ou para a cidade.


Não importa, apenas sumam.

O trio arregalou os olhos. Sem dizer nada, eles saíram da sala como
uma manada, mas certamente não ficariam muito longe, pois
morreriam para evitar que seu pai ferisse ou magoasse.

Mikel manteve seus olhos fixos no belo homem. Analisou como os


cabelos loiros e com pontas quase brancas pareciam macios, fazendo
seus dedos coçarem para tocá-los.

O vampiro virou-se, permitindo que admirasse os seus olhos azuis, a


pele de alabastro e sem cicatriz. O loiro tinha os ombros eram
magros, os quadris estreitos, mas as coxas torneadas, que somado
com sua altura de 1,72, lhe rendia elegância e sensualidade. Os lábios
rosados carnudos e o nariz fino poderia ter sucesso como modelo
masculino.

– Ei... Olá... — Adwaka disse constrangido.


Mikel aproximou mais dois passos, e mostrando o quanto tentava se
controlar para não voar sobre seu companheiro, que era a coisa mais
linda e sedutora que já tinha visto.

– O que...? Quando...? — Mikel indagou incerto. Ele ainda estava


descrente, e não podia formular algo coerente.

Adwaka inflamou suas narinas, permitindo que o perfume feminino


fosse sentido. Ficou enjoado com aquele perfume doce e suor
feminino. As íris azuis tornaram-se vermelhas e seus caninos
desceram. — Seu... Maldito...

Irritado, em um piscar de olhos derrubou o shifter urso no chão, e


seus afiados caninos perfuraram a carne. Em sua raiva, não apreciou
o sabor do sangue ou apelo de Mikel para que parasse.

Somente tornou ciente quando duas paredes de fortes braços


puxaram seu corpo para longe de seu companheiro, ao que outro
homem abaixou-se ao lado seu companheiro.
A besta dentro do vampiro queria morder cada pedaço do corpo
másculo, pra que todos vissem que ele já tinha dono.

– Seu monstro! Sabia que era ideia ruim que ficasse sozinhos. —
Kyler gritou. Ele e Josh estavam tendo dificuldade de segurarem
Adwaka, que detinha força descomunal, mesmo com corpo menor que
os deles.

Felix tirou a camisa e pressionou contra a ferida no pescoço de seu


pai. — Pai! Pai! Não morra, pai. — Ele gritou.

Mikel grunhiu frustrado. Ele sentou no chão e segurou a blusa contra


seu pescoço. — Parem com isso!

– Mas pai, ele ia matá-lo. — Josh disse irritado.

– Me solte... — Adwaka gritou, forçando seu corpo para aproximasse


do homem que deveria se seu. — Sabia que eram todos iguais. Nem
mesmo acasalamos é já está me traindo...
– Tenha respeito por nosso pai, fera. Foi você que o abandonou. Ele
pode ficar com quem quiser. — Kyler disse, mas apenas serviu para
aumentar ira de Adwaka. Usando sua força, ele empurrou o urso que
voou pela sala e bateu as costas contra parede.

Josh largou o vampiro e correu para socorrer seu irmão, e Felix


colocou-se de braços abertos na frente de seu pai.

– Já chega. Eu disse os três para irem ocupar com outra coisa. Sou o
chefe aqui. Josh e Felix levem Kyler ao segundo andar e o ajude a
mudar para curar. — Mikel disse irritado. Ele levantou do chão e olhou
firme para seus filhos. Os amavam, mas eram inconvenientes.

– Mas pai... — Josh choramingou.

– Agora! — Ordenou, apontou para o loiro. — E você controle-se!


Iremos conversar como adultos.

Adwaka fez beicinho e virou o rosto para lado. De alguma forma a voz
autoritária de seu companheiro o ajudou a acalmar. Seus caninos
retraíram e seus olhos lentamente retornaram ao tom azul.

Os três ursos deixaram a sala, não antes de darem olhares mortais ao


vampiro. Quando o casal finalmente encontrou-se sozinhos, Mikel
moveu-se sentando no sofá, e retirou a camisa ensanguentada do
pescoço que tinha estancado o sangue. — Agora..

(Cap. 2) Capítulo 2 - Acordo

Notas do capítulo

Olá leitores lindos, Estou tão feliz pelo retorno da fic e saber que
mesmo postado apenas o primeiro capítulo - e muita coisa ainda falta
acontecer - os lindos leitores já estão na torcida. Certamente Adwaka
dará certo trabalho para papai Urso, mas esse é osso duro roer. Boa
leitura e curtam o capítulo!

Adwaka fez beicinho e virou o rosto para lado. De alguma forma a voz
autoritária de seu companheiro ajudou-o acalmar. Seus caninos
retraíram e seus olhos lentamente retornaram ao tom azul. Ser antes
estava confiante que fazia a coisa certa, agora estava nervoso e
constrangido. Era isso que o assustava tanto, pois ao invés do homem
confiante e seguro, tornava-se o contrário, perto daquele homem.

Os três ursos deixaram a sala, não antes darem olhares mortais ao


vampiro. Quando o casal finalmente encontrou sozinho, Mikel moveu-
se sentando no sofá, e retirou a camisa ensanguentada do pescoço,
que tinha usado para estancar o sangue. — Agora sente-se e vamos
conversar como adultos!

Adwaka chegou abrir a boca para retruca, mas o olhar sagaz do seu
companheiro, o fez fechar a boca e sentar-se no sofá menor. Ele olhou
ao redor reparando na sala. A decoração era rústica, mas igualmente
bela. Os sofás era em tom marrom escuro, os móveis feitos de
madeira trabalhada com habilidade, e a grande lareira era a ‘rainha’
do local.
Em cima dela havia diversas fotos em família, deixando ambiente mais
aconchegante. Havia praticamente nada feminino ou delicado... O que
levou Adwaka remodela o local em sua mente.

Colocaria alguns arranjos de flores, talvez um tapete branco e felpudo,


e mudaria as cortinas.

– Adwaka! Ei... — A voz de Mikel o fez sair da linha de seus


pensamentos, sentindo-se um pouco estúpido por te distraído.

– Oh, oi... Desculpa... Eu... Tem uma bela casa. Um pouco


masculina, mas bela. — Disse abaixando o olhar e encarando as suas
mãos, pegando-se observa as cutículas.

Mikel acabou dando sorriso. Pelo visto fazia seu companheiro


desconfortável. Ah! Ele ficava lindo todo sem jeito. — Bem, morar
somente homens aqui e são desajeitados para coisas da casa, somos
mais aptos para trabalho pesado. — Disse naturalmente.

– Oh, claro. — Adwaka disse. Aff! Ele havia treinado praticamente


duas semanas o que diria quando encontrasse aquele homem,
deixando o seu discurso pronto em sua mente, mas agora diante dele,
tudo havia sumido. Sua mente estava completamente em branco.

Mikel sentou na poltrona que ficava projetada de frente para o loiro. —


Onde... Onde estava? — Indagou.

Adwaka remexeu no sofá e ergueu o olhar. — Japão! Meu cunhado


tem parentes lá... E... Sempre quis conhecer. E bem legal... As noites
são badaladas. — Disse. — Não que eu saia muito... Quero dizer.
Estou me enrolando!

O shifter urso acabou caindo na gargalhada. — Fui uma vez para


Japão... Mas faz tempo, tudo deve estar mudado. É quanto retornou?
— Mikel perguntou. Não queria soar autoritário ou no direito de saber
o que Adwaka fez ou onde andou, mas não podia conter a sua
curiosidade.

– Pergunte!

– Como? — Mikel mostrou-se confuso com afirmação do outro,


fazendo o vampiro bufa.
Pergunte logo o que quer! Ou melhor, irei responder. Fugi por que não
posso simplesmente aceitar que o destino dite a minha vida. — Falou
firme. — Como ele pode saber se seremos felizes? Ou compatíveis?
Você nem é gay. E ser no final apenas nos magoamos e ferimos? —
Ele falou rapidamente.

– Ou, vá com calma. Não deduza que saber tudo de mim. Ok! Fui
casado com uma mulher, mas isso não quer dizer que nunca tive
relação com homens. — Mikel disse arrancando rosnados de Adwaka.
— E sou ciente que ambos tiveram um passado, não pode me culpar
se tiver algo antes de lhe conhecer.

Adwaka torceu os lábios. — Okay! Você venceu. Estou aqui. E agora?


— Disse.

Mikel grunhiu. — Não aja como fosse uma guerra, onde eu ganhei e
você perdeu. Não quero ninguém perto de mim forçado. — Disse
levantando. — Vou ligar para seu irmão. Ele gostará de saber que
retornou... Er...
Adwaka irritou-se. — Não tome a porra da decisão por mim! Estou
aqui dizendo que estou disposto a tentar, e você vem com essa. Ser
não me quer, e só falar. — Ele bateu o pé no chão.

– Você é tinhoso! E claro quero meu companheiro. Sonhei a vida


inteira com isso, mas pelo visto é você quer não quer. Escondeu e
depois fugiu. — Havia ressentimento em sua voz.

O vampiro virou de costas e cruzou os braços, deixando que o silêncio


apossasse do local, até que incontáveis minutos depois, ele virou
determinado.

– Posso ter medo... Afinal, quem me garante que não seria infeliz,
ligado a alguém autoritário e que me mudaria?! Mas agora sei que fui
estúpido em tirar conclusões antes. — Abriu os braços. — Mas... Não
podia lidar com a ideia de companheiro naquele momento...

– E por que voltou? Está pronto? — Mikel tentou esconder a chama


de esperança que crescia dentro dele.
Adwaka fechou as mãos em punhos. — Podemos tentar? Nosso
acasalamento ainda terá chance? — Perguntou temeroso. Estava tão
inseguro ser esse passo seria certo ou não.

Mikel respirou profundamente. Ele deu passos em sentido ao loiro,


quebrando a distância, mas sem invadir espaço pessoal. — Podemos ir
devagar... Tipo, como os humanos. Cortejamos, temos encontros...
Namoramos. Eu posso fazer isso, se quiser...

Adwaka deu pequeno sorriso. Esse pequeno gesto de seu companheiro


o fez mais confortável. — E... Talvez deva retornar a casa de meu
irmão...

– Não! — Mikel gritou, assustando o outro. — Quero dizer... Por que


não fica aqui? Separo um quarto de hóspede. Faço ajustes na casa por
causa da luz do sol. — Disse. Ele não queria que o vampiro fosse
embora novamente. Temia que ele sumisse novamente.
Adwaka de pequeno sorriso. — Okay... Apenas cortinas é o suficiente.
Não quero dar trabalho. Eu vou buscar as minhas coisas... Então...
Até logo. — Falou, e sem esperar por resposta do outro, ele
desapareceu no ar. Ser um vampiro tinha suas vantagens.
Mikel ficou olhando para espaço que fora ocupado anteriormente por
seu companheiro, com olhar em misto de esperança e medo. Quando
pequeno som chegou aos seus ouvidos, virou encarando a porta da
sala. — Saiam! — Ordenou. Tropeçando em seus pés e acanhados os
seus três filhos surgiram na porta. Josh olhava envergonhado, Kyler
determinado e Felix irritado. — Então?

Felix deu passo pra frente. — Vai mesmo simplesmente aceitá-lo? —


Indagou furioso.

– Talvez devesse deixá-lo rastejar um pouco... — Kyler sugeriu.

Mikel olhou duramente para seus filhos. — Acaso algum de vocês é


acasalado? — Indagou, recebendo ‘não’ no mover das cabeças. —
Então não venha me sugerir para rejeita ou ignora. Quando
encontrarem os seus companheiros vão entender. Adwaka tem seus
motivos para agir como era, mas por está aqui, comprova que ele
sente a necessidade como eu.

Josh deu passo adiante. — Apenas não queremos vê-lo te machucar.

– Eu sei, e agradeço a preocupação. Mas minha decisão foi tomada.


Meu companheiro passará a morar aqui. — Mikel disse. Ele moveu-se
para a porta. — Vou tomar um banho e cuidem do jantar.

– Eu vou limpar o quarto de hóspede. — Josh disse, e saiu correndo


antes que seus irmãos reclamassem.

– Esperto! Era sua vez de fazer comida. — Kyler resmungou.

Felix olhou sério para seu pai, mas não disse nada.

Mikel deixou seus filhos se ‘matarem’ e seguiu para segundo piso da


casa e sentido ao seu quarto – um banho seria bem-vindo. Queria
colocar a sua melhor calça e blusa para provoca seu companheiro.

–oo0oo-

Akio saiu nas pontas dos pés do berçário. Após muita peleja tinha
conseguido fazer seu filho e irmãozinho dormir. Os dois ocupavam o
mesmo quarto, e ainda pequenos mostravam-se bastante unidos.

Seus pais haviam saído em um encontro, e Akio dispôs em cuidar de


seu irmãozinho. Seus pais realmente precisavam aproveitar um
momento de casal, já que ele não podia. Skylar tinha ido viajar há
dois dias a trabalho para Europa, e mesmo que falassem todos os dias
por celular ou vídeo, não era suficiente para sufoca a saudade dentro
de si. Claro, como vampiro poderia teletransportar até seu
companheiro, mas Skylar o fez promete que ficaria em casa e
comportaria.

Silenciosamente saiu do quarto e seguiu pelo corredor sem fazer


barulho, mas quando virou na esquina, soltou um grito, quando seu
braço foi segurado firmemente. — Ahhh...

– Calma, Akio! Sou eu... — A voz sensual ditou.

O moreninho virou e encarou com os olhos arregalados. — T-tio?


Quando foi... Como... — Falou incerto. Olhava incrédulo para seu tio.
Ele olhou pelo corredor, — É você mesmo?

O vampiro loiro deixou que largo sorriso adornasse seus lábios. — Sou
eu mesmo! Surpresa... — Falou na maior naturalidade.

Quando finalmente se acalmou, se agarrou a mão de seu tio. —


Quando foi que retornou? Por que não me avisou? — Indagou com
sorriso, mas então deixou sumir. — Como ousa fugir? — Deu um soco
no braço de Adwaka, mesmo que suave.

– Ai! Não me bata. — Resmungou, acariciando o local, como


realmente tivesse sido forte. — Saber os meus motivos... Me
desesperei! Aff, seu pai sabia onde estava. Apenas precisava de um
tempo.

Akio bufou. Ele tomou a mão do loiro e o puxou pelo corredor, e o fez
entrar no seu quarto – deixando a porta aberta – e levou seu tio para
sentar na borda da cama, sentando ao lado dele. — Mas... O que o fez
retornar?
Adwaka sorriu do desespero de seu sobrinho. — Não avisei? Decidi de
repente retornar. Voltei hoje. Têm uns minutos.

Akio deu tapa no ombro do loiro. — Decidiu o que fará? Quero dizer...
Do papai urso!
— Não o chame assim! O faz parece pedófilo... Apesar de que devo
ser mais velho que ele. — Adwaka disse. Ele sentiu seu corpo
estremecer somente ao lembrar do seu companheiro. Mikel era
homem rústico e viril, que somente de olhar, parecia arrancar toda
sua sanidade. — Fui vê-lo primeiro! Conversamos... E... Ele disse será
paciente e levara as coisas calmamente. Vim apenas avisar que voltei,
e pegar as minhas coisas.

Akio deu pulinhos na cama. — Vai morar com ele? O loiro acenou. —

Sim! Mas...

– Nada demais! — Akio disse e abraçou Adwaka. — Estou tão feliz


que voltou e decidiu dar ao seu companheiro uma chance. Será muito
feliz, pode acreditar.

Negou com a cabeça. Adwaka não tinha essa total confiança como o
sobrinho, em seu coração rezava para que realmente estivesse
fazendo a coisa certa.

Negou com a cabeça. Adwaka não tinha essa total confiança como o
sobrinho, em seu coração rezava para que realmente estivesse
fazendo a coisa certa.

– Os filhos de Mikel não estão felizes... Espero que eles não causem
problemas!

– Besteira. Apenas preocupados com o pai, logo verão como é


maravilhoso, e passaram chamá-lo de papai.

Adwaka grunhiu. — Não serei pai de marmanjos! No máximo amigo.


— No final, acabou caindo na gargalhada. — Mas me diz, cadê o povo
dessa casa?

Akio deixou um beicinho forma em seus lábios. — Meus pais saíram


em um encontro... E meu marido está na Europa. Não vá agora... Fica
mais um pouco! — Implorou.

Adwaka fez cafuné no topo da cabeleira de Akio. — Estou morrendo de


vontade de ver meus sobrinhos. Cadê eles? Yoshi mostrou a foto por
e-mail... Estão tão lindos e fofos.

— Ah! Cada dia mais fofos. Estão dormindo, mas se não fizer barulho,
o deixo vê-los e babar. — Akio levantou e puxou seu tio pela mão, em
sentido ao berçário. Mataria ser alguém acordasse os pequenos, visto
que demorarão tanto para dormir. Mas tinha confessa, adorava
admirá-los.

–oo0oo-

Mikel alisou novamente o lençol da cama. Queria tudo perfeito,


nenhuma dobra. Ele olhou ao redor do quarto. Em seu íntimo, queria
seu companheiro dividisse o quarto com ele, mas prometeu que
levaria as coisas devagar.

Havia tomado um demorando banho, e limpou cada pedacinho de seu


corpo. Passou perfume e vestiu um par jeans desbotados novos e uma
camisa de algodão de cor azul. Depois tratou de arrumar
pessoalmente o quarto que separou para seu companheiro, e claro,
era do lado do seu.

Ficou no meio do quarto analisando cada detalhe, distraído, não viu


quando alguém parou na porta, somente quando batidas soaram
contra a madeira. Ele pareceu despertar. Virou-se sendo surpreendido
com a beleza de Adwaka.

– Ah... Oi... Não o vim chegar! Conseguiu as suas coisas?

Adwaka entrou no quarto, mas permaneceu uma distância segura do


urso. Mostrou as duas malas de tamanho mediano ao seu lado. —
Sim! Demorou pouco por que fiquei conversando com Akio e depois fui
babar em meus sobrinhos lindos.

– Oh claro! Bem... — Esticou as mãos ao redor. — O quarto é


simples, mas espero que seja confortável... O banheiro fica na porta
final do corredor... E a porta lado esquerdo é o meu quarto, se precisa
de algo! Qualquer coisa.

– Obrigado! Eu vou tomar banho e arruma as minhas coisas. —


Adwaka olhou ao redor. — Só vou pegar depois a mini-geladeira do
meu antigo quarto, para guarda o sangue.

Mikel olhou culpado. — Desculpa... Eu nem pensei nisso...

Adwaka acenou com a mão. — Não se preocupe...

O urso sorriu. Ele ficou sem jeito, — Er... O jantar estará pronto em
breve, se quiser juntar-se a nós... Sei não deve comer comida, mas é
um momento família...

– Claro! Obrigado por convidar. — Adwaka desviou o olhar. O clima


era estranho. Sentiam-se como dois estranhos... Dois animais que
circulavam tentando encontrar posição confortável.

Mikel passou por Adwaka, arrepiando ao sentir perfume único de seu


companheiro, e então saiu do quarto. O loiro ficou parado ouvido os
passos de seu companheiro se afastar, e somente quando soube que
Mikel estava no andar inferior da casa, ele moveu fechando a porta do
quarto. Em todo local podia sentir o perfume de Mikel, e isso fez seu
corpo reagir. Olhou para seu baixo-ventre. — Se comporte... — Disse
pra sua ereção que parecia ganhar vida.

Ele acabou sentando na borda da cama. Em seu interior estava


morrendo de medo que tivesse tomado decisão errada. Suspirando,
levantou e ocupou-se a guarda suas coisas no closet e gaveta da
cômoda. Não havia trago tudo, mas cuidaria disso depois.

Inquieto, Adwaka decidiu por tomar um banho. Separou uma calça de


tecido leve e branca, e uma bata indiana na cor com bordados sutis.
Tomou lentamente o banho, cuidando-se ficar extremamente limpo, e
depois secou os cabelos.
Somente após passa perfume, deixou o quarto. Não fez questão de
calçar sapatos ou sandálias, seguiu descalço para segundo piso da
casa. Como vampiro, não alimentaria de comida humana, mas parecia
importante fazer parte da refeição noturna com os demais da casa.

O loiro parou seus passos ao chegar perto da cozinha. Sentia-se


ridículo por está nervoso, mas simplesmente não podia evitar.
Fechando as mãos em punhos, criou coragem e entrou na cozinha.
Ignorou os olhares surpresos ou raivosos dos filhos de seu
companheiro, e focou somente no olhar feliz de Mikel. Pelo visto tinha
tomado decisão correta de junta-se a eles.

– Er... Não tem problema de me juntar a vocês? — Adwaka indagou.

Mikel levantou e foi até ele tomando a mão do vampiro, o puxou até a
mesa e ajudou a sentar na cadeira ao seu lado. — Fico feliz que tenha
decido. Quer algo?

– Só se for dar seu sangue para ele, pai... afinal, é um vampiro. —


Felix disse áspero.

Mikel olhou furioso, e Adwaka quis afundar na cadeira.

– Não ligue para nosso irmão idiota. Ele não tem freio na boca. —
Josh disse tentando quebrar o clima chato.

– Não tem problema! Alimentei antes de vim para cá. Vou apenas
acompanhar vocês. — Adwaka disse educado. Suas palavras
pareceram retirar peso dos ombros de Mikel. O shifter urso sentou na
cadeira ao lado do loiro.

– Kyler faça as preces! — Mikel pediu.

Todos os ursos inclinaram as frontes. Adwaka ficou inquieto. Sua


família nunca foi reuni-se para refeição ou faze preces. Não sabia
como agir, então ficou quieto.

– Senhor, agradecemos pelo alimento em nossa mesa. Nunca o deixe


falta, amém. — Kyler disse. Aos terminarem parecia que uma manada
de elefante tinha sido solta, pois os quatros homens encheram seus
pratos de alimentos. Considerando que eram shifter e tinham
metabolismo acelerado, além de trabalharem pesado, eles comiam
estrondosamente bem.

Ele olhou para mesa. Nunca tinha visto tanto alimentos juntos. Havia
espiga de milho assada na brasa, carne assada com batatas, arroz,
salada verde, macarrones e berinjela empanada, e outros que não
sabia identificar.

– Neh, onde estava? — Felix perguntou.

– Felix! — Mikel alertou seu filho que não toleraria arrogância de seu
filho. Queria que seu companheiro sentisse confortável e acolhido. Não
poderia lidar com a ideia dele sumir novamente.

– Tudo bem, Mik! — Adwaka disse. — Eu estava Japão! Meu cunhado


pertencia ao Coven de lá...

– Oh, e verdade que os japoneses são pequenos?

– Felix perguntou.

Adwaka leu nas entrelinhas. — Não sei! Nunca fiquei com oriental.
Mas posso perguntar meu cunhado se quiser. — Disse com sorriso
malicioso. Acabou rindo diante das bochechas coradas de Felix e o
grunhido de seu companheiro. Josh e Kyler acompanharam- no na
risada; — Brincadeirinha!

– Felix, pare de esse tipo de perguntar. — Mikel grunhiu.

O jovem – ainda corado – levantou as mãos em sinal de rendição.

O restante do jantar ocorreu sem grandes acontecimentos. Os filhos


de Mikel ocuparam em fazer perguntas ao nosso padrasto, mas nada
comprometedor. Claro, não podia falta a sobremesa, considerando
que eram ursos e eles amam doces.

– Josh, arrume a cozinha. — Mikel disse levantando. Seu filho


chegou abrir a boca para reclamar, mas calou diante do duro olhar de
seu pai. Ele virou-se para o vampiro. — Quer dar uma volta?

Adwaka acenou e levantou. Sem olhar para os outros três homens –


ciente que o observava – ele seguiu seu companheiro parafora da
cozinha.
Saíram pela porta dos fundos. Ele olhou para cima, admirando o céu
noturno estrelado, e fechou os olhos diante da suave brisa.

Eles seguiram pela trilha de cascalho em silêncio. Somente quando


chegaram no círculo dos cavalos, que Mikel disse algo:

— Não temos funcionário... Então, eu e meus filhos cuidamos da


fazenda. Apesar de ter muito trabalho, darmos conta com facilidade.
Mas temos também uma pequena construtora. Essa temos
funcionários, mas normalmente Josh que administrar. Mas fazermos
poucos trabalhos, apenas para os shifter da cidade.

– Oh, lembro-me construíram a clínica de Sea. Aqui é bonito! —


Adwaka olhou ao redor. — Tem muitos cavalos? — Olhou para estábulo
mais adiante.

Mikel sorriu. — Sim! Treinamos cavalos selvagens... Ou cuidamos de


cavalos de raça para procriação.
Além de plantação de trigo.

– Nunca andei a cavalo. Deve ser difícil. — Adwaka disse encarando o


seu companheiro. Não pode impedir seus lábios de fixarem naqueles
lábios sutilmente carnudos. Pegou-se imaginando qual sabor eles
teriam.

Mikel deu um passo em sentido a Adwaka, mas sem nunca invadir seu
espaço pessoal. Queria que o loiro desse a iniciativa, mas isso não o
impedia de seduzi- lo. — Podemos fazer um passeio amanhã à noite.

Adwaka fez menção aproximasse de Mikel, porém último instante


parou. — Eu adoraria... Uhh! Que tal me mostrar mais coisas?

Mikel sorriu. — Claro! — Ele virou-se em sentindo celeiros e esperou


pra o vampiro coloca-se ao seu lado. — Temos uma cachoeira dentro
das

terras da fazenda... Além um planície com flores. Podemos ir também.

– Vou adorar! Mas temos ir somente à noite... Como vampiro, não


posso sair a luz do sol! — Disse. Essa parte que mais odiava sendo
vampiro, não poderia curtir um passeio à luz do dia com seu
companheiro ou ajuda na fazenda. Ficar em casa durante o dia podia
ser chato. Normalmente dormia à raia do dia e acordava a tarde, mas
ser seguisse essa linha, dificilmente conviverei com Mikel.

– Sem problemas. — Mikel disse. Eles seguiram pela fazenda, com o


urso pacientemente explicando cada detalhe. Levaram uns 40
minutos, mas foi divertido e tranquilo. Até mesmo quando o silêncio
pairava entre eles, se sentiam em paz e felizes.

Talvez o acasalamento deles pudesse dar certo.

Cap. 3) Capítulo 3 - Um novo dia


O dia amanhecera nublado, um friozinho provindo das grandes
montanhas, mas isso não incomodou muito os paranormais. Na
fazenda dos ursos, todos acordavam certo para cumprir com as
obrigações, exceto o novo morador, que sendo um vampiro, dormia
mais na parte da manhã.

Felix foi quem preparar o café da manhã, e por sinal bem reforçado.
Os shifters ursos aparentavam comer bem, e a primeira refeição do
dia era sagrada. O caçula dos Wilkinsons reclamou um pouco sobre o
companheiro de seu pai. Dizendo que esse iria sugar o sangue de
todos enquanto dormiam ou que já se mostrava preguiçoso, mas Mikel
não deu atenção para às lamurias de seu filho.

Terminado a refeição, todos foram cumprir as suas obrigações: Kyler


foi cuidar do estábulo, e Josh e Mikel foram acertar algumas cercas ao
norte, que haviam caído devido à madeira te apodrecido.

Felix foi renovar a água das cocheiras e depois retira o esterco dos
círculos dos animais. Poderia não aparentar, mas uma fazenda tinha
muito trabalho, mesmo uma pequena.

Enquanto os ursos estavam ocupados, e o relógio marcou um pouco


mais de 10hs da manhã, o loiro que dormia no quarto de hóspedes
despertou. Ele se moveu na cama preguiçosamente, e deixou seus
sentidos aflorarem. Captou todos os cheiros da casa; da fazenda, mas
um especial pareceu fazer o seu corpo arrepia todinho. Adwaka retirou
o lençol de seu corpo e esticou os braços para cima, espreguiçando.

Olhou ao redor do quarto, e os acontecimentos do dia anterior


borbulharam em sua mente. Sentiu um misto de medo e euforia, ao
recordar que reencontrou seu companheiro e que se surpreendeu por
Mikel ter sido doce e compreensivo. Bem, eles não estavam
acasalados ou casados, contudo Mikel aceitou o termo de Ad - em ser
conhecerem primeiro como os humanos faziam - namorarem. Feliz
pela expectativa de haver uma luz no final do túnel, ele se levantou da
cama deixando seu corpo nu exposto. O que podia fazer, sempre
preferiu dormir nu e não seria diferente agora.

Adwaka saiu do quarto, sem se importar com sua nudez, visto que
devido aos seus sentidos havia percebido que não tinha ninguém em
casa. Pegou seu celular sobre a cômoda e saiu do quarto. Por via das
dúvidas, olhou para os dois lados, e então saiu pelo corredor.
Lentamente abriu a porta do outro quarto e literalmente se perguntou
que perfume era o que rodeava todo local.

Ele deu uma profunda fungada.

Ahhh... Cheirinho dele. Murmurou em pensamento. Deixou a porta


encostada e seguiu pelo quarto.
Olhou cada cantinho, tentando descobrir mais de seu companheiro.
Olhou os livros na estante; reparou que alguns eram de literatura
romântica, e se pegou olhando as capas. Alguns eram héteros, mas
tinham uns quatros eram de temática homossexual. Ficou curioso em
ler. Apesar de ser assumido em sua sexualidade, nunca tinha lido
aquele tipo de literatura.

Girou seu corpo, e admirou as fotos. Tinha Mikel com seus filhos mais
jovens, alguns com eles adultos e com uma mulher. Pegou o porta-
retratos que tinha a mulher de cabelos castanhos e reparou como era
bonita. — Será irmã ou filha? — Indagou, mas ciente que não obteria
resposta agora.

Retornou o porta-retratos no criado e seguiu para a cama. A cama era


grande, bem, seu companheiro não era pequeno. Adwaka se pegou
imaginando deitado com Mikel naquele leito, e isso pareceu fazer algo
dentro de si aquecer. Não resistiu e caiu com tudo na cama, deitando
de bruços e abraçando o travesseiro. Pode sentir um cheirinho
maravilhoso, másculo e picante. — É o cheiro dele... Que delícia...

Não resistiu, pegou o celular e discou o numero que sabia de cabeça.


Levou aparelho no ouvido e esperou ser atendido. — Vamos... Que
demora... — Disse impaciente, e quando foi atendido, soou frenético
— Oh, adivinha onde estou?

– Uhh... Saber que horas são?

Não sei... Mas adivinha onde estou? — Perguntou feliz. Virou na cama,
deitando de costas, e enrolou o lençol nas pernas sem perceber, ainda
deixando sua nudez aparente. — Não vai falar, então falo... Estou na
cama de meu companheiro.

– Uhh... Tio... Que bom para você. Vou voltar ‘A’ dormir... — Akio
disse do outro lado da linha, com a voz embargada de sono.

– Estou contando algo legal e me responde com essa voz. O que foi?
Brigou com seu tubarãozinho?

– Provocou. Sem perceber, deslizou a mão por seu peitoral e brincou


com seu mamilo esquerdo, provocando e o fazendo ficar túrgido.

Uhh! É que Anke não me deixou dormir de noite... Quis ficar brincando
e brincando... Ele anda muito levado. — Akio disse com a voz
sonolenta. — Sky voltou viagem hoje cedo... Mas não podemos nem
matar saudade. Agora está lá brincando com Anke... A criança dormiu
três da madrugada e acordou às 7hs... Aff! Estou quebrado. Adwaka
sentiu peninha do sobrinho. — Uhh Sabe... Se quiser... Final de
semana eu posso cuidar dele... Quero dizer, tenho que pedir
permissão a Mik para trazer criança para cá... Não sei ele vai gostar,
mas se ele não se importar...

– Não ligo. Gosto de criança. — A voz rouca chegou aos ouvidos de


Adwaka, fazendo todos os pelos de seu corpo eriçaram. Ele levantou a
cabeça e olhou para a porta. No mesmo instante sua face corou e seu
corpo interior tremeu. Uma vergonha imensa se apoderou dele. Para
quem normalmente era safado e sem vergonha, ele quis abrir um
buraco na terra se se esconder.

– Er... Eu... Po-posso...

– Ad? O que foi? O que aconteceu? — Akio perguntou do outro lado.


Mikel deixou um sorriso sedutor apossar de seus lábios. Havia
retornado para casa após consertar a cerca. Seu filho foi ajeitar o feno
para levarem de tarde ao campo sul, e Mikel aproveitou para ver como
Adwaka estava e se precisava de algo. Sabia que com o sol em seu
esplendor, o seu companheiro não poderia sair de casa.

Não encontrou Adwaka em seu quarto, tal surpresa foi encontrá-lo em


sua cama. Bem, ele ficava perfeito naquela cama. Era lá que
pertencia. Mikel que não era bobo, apreciou toda beleza nua de seu
companheiro, e praticamente o devorou com os olhos.

– Eu preciso desligar... Tchau. — O vampiro disse apressado e


finalizou ligação. Ele se sentou na cama e puxou o travesseiro –
escondendo suas partes íntimas. — Er... Eu posso.

Mikel aprofundou no quarto. Jogou seu chapéu na poltrona no canto


esquerdo e retirou as botas – deixando as meias nos pés – foi até o
guarda-roupa e pegou uma calça jeans escura e uma regata branca.
— Dormiu bem?

Adwaka se sentiu embaraçado, mas talvez não tanto porque Mikel


agiu naturalmente. — S-sim! A cama é gostosa e sua casa agradável.
— Coçou a nuca.

Olhou para o urso, mas seus olhos acabaram se fixando nos glúteos
durinhos e empinados. O jeans claro parecia abraçar aquela bunda
gostosa... E isso fez o pênis de Adwaka animar-se. Com medo de ser
descoberto, apertou o travesseiro contra sua intimidade.

– Acordou cedo? — Adwaka perguntou.


Mikle virou para ele com sorriso sedutor nos lábios.

– Acordamos sempre cedo. Mesmo que tenhamos dinheiro para viver


o resto da vida vagabundando, adoramos trabalhar...

– Oh! Queria ajudar, mas realmente não posso sair ao sol! — Disse
Adwaka envergonhado. Não queria abusar de sua hospitalidade.
Nunca se importou em trabalhar ou algo assim, final tinha uma bela
fortuna, mas ali todos pareciam ser habituados ao trabalho.

– Não se preocupe... Faça o que quiser. — Mikel disse. — Com quem


falava no telefone? — Mikel perguntou. Ele parou perto da cama, mas
não sentou, como se não desejasse deixar Adwaka mais
desconfortável.

A verdade era que ele lutava contra o seu lado animal que desejava
pular na cama e devora aquele vampiro sexy e sedutor. Adwaka era
lindo demais para a própria segurança dele.

– Era... Akio! Parece que Anke tem dado trabalho. Dispus-me em


ficar com o pequeno no final de semana para que o casal pudesse
namorar um pouco. — Disse Adwaka. — Acho que devo ficar lá na casa
deles... Por que...

– Pode trazer ele para cá, se quiser. Acho que ficar com ele lá, Skylar
e Akio acabarão não aproveitando.

– Não quero abusar... Criança dá trabalho... —

Mikel sorriu, fazendo com que Adwaka se sentisse molinho, molinho.


Ah, se o papai urso o tocasse agora, deixaria ser abusado com
facilidade.

Recomponha-se... Seu tarado. Adwaka disse para si mesmo em


pensamento. — Tem certeza?
Claro Ad! Criei três filhos... Criança faz barulho, chora e dá canseira,
mas é delicioso tê-los em casa. Meus filhos também vão adorar. —
Mikel disse.
Aproximou-se da cama e acariciou os fios loiros. — Fica lindo
descabelado e com carinha de sono.

Adwaka abriu a boca, mas não saiu nada.

– Vou tomar banho! Tenho que ir à cidade buscar umas encomendas.


Te convidaria, mas não pode sair ao sol. À noite podemos ir passear ou
a algum lugar. — Mikel disse. Seguiu para fora do quarto, mas antes
de desaparecer pela porta, deu uma última olhada para Adwaka, o
fazendo se derreter.

Adwaka deitou de volta na cama e escondeu a face contra o


travesseiro. Sou idiota... Gritou abafado.
Jogou o travesseiro de lado e levantou da cama. Pegou seu celular e
foi até a porta. Colocou a cabeça para fora — reparando se não tinha
ninguém e então saiu correndo em sentindo ao seu quarto. Quando
entrou, trancou a porta.

Ainda encostado na porta, discou novamente para o sobrinho.


Seu idiota... Por que desligou o telefone na minha cara? — Akio gritou
do outro lado da linha.

Adwaka suspirou e contou o que havia acontecido. No final, o


moreninho ficou rindo da cara dele e ainda o atormentou dizendo que
devia ter seduzido o papai urso, que perdeu uma grande chance.
Adwaka quis teletransportar-se e surrar a cara de Akio.

Mais calmo, se sentou na cama. — Pare de rir. Aqui... Mik disse que
posso trazer meu sobrinho lindo para ficar final de semana comigo.
Então... Cuido dele enquanto você brinca com o seu tubarão.

– Sério? Não vai atrapalhar? — Akio indagou. — Normalmente


pediria a meu pai, mas ele já tem as mãos cheias com Bailey...

– Sim! É bom, porque mato a saudade de Anke. Outro dia eu cuido


de Bailey, assim dou a Remy e Yoshi uma folga também. — Adwaka
disse.

– Uhh! É bom que assim vai treinando para quando tiver seus filhos.
— Akio disse.

Adwaka corou. Ele sentiu seu peito apertar, e acabou indagando em


pensamento se Mikel iria querer ter filhos com ele... E como seria.
Negou-se com a cabeça. — Não! Ele já tem três filhos, certamente não
vai querer mais... Vou desligar. Tenho que me arrumar... E comer
algo. À noite vou sair com Mik! Na sexta-feira busco Anke.

– Ohhh... Os dois vão sair para namorar...? Dois namoradinhos fofos


e lindos... — Akio ficou cantando.

Adwaka suspirou e desligou o telefone — sem se despedir do sobrinho


— enquanto ele ainda cantava. Tentando espantar a preguiça, Ad
levantou e foi arrumar suas coisas no closet. Tinha começado a fazer
isso no dia anterior, mas não era a pessoa mais organizada do mundo.
Ajeitou da melhor forma todas as coisas e depois guardou a mala
debaixo da cama. Ainda tinha mais coisas na casa do irmão, porém
aos poucos as traria.

Após ajeitar mais ou menos a cama, escolheu uma cueca boxer preta,
uma calça jeans com diversos rasgos no joelho e uma camisa social de
tecido leve e justa ao corpo. Conferiu com seus sentidos se havia
alguém no banheiro, e então teletransportou para ele. Não ia arriscar
sair novamente nu pela casa.

–oo0oo-

Depois de tomar banho, Mikel retornou ao quarto, e ficou um pouco


triste por não encontra Adwaka mais nele. Tinha adorado encontrar
seu companheiro em sua cama, ainda mais nu.

Seja forte... Não caia na tentação. Lembre-se, lento! O corteje. Mikel


disse para si mesmo em pensamento. Já com as roupas limpas,
cabelos molhados e passado desodorante. Ele arrumou a cama
impecavelmente e mais algumas coisas fora do lugar. Calçou as meias
e as botas, pegou seu chapéu e saiu do quarto.

Ficou um pouco triste, pois queria ter se despedido dele, mas tudo
bem. Ao passar em frente do quarto de seu companheiro, com sua
audição, captou o barulho do chuveiro... E isso o fez demorar alguns
segundos em frente à porta... Tentador a entrar e admirar aquela
beldade. Negando-se com a cabeça. Mikel seguiu para piso inferior.

– Vai sair pai? — Josh perguntou ao entrar na sala através da porta


da cozinha. Ele tinha a testa suada e parecia ter lavado as mãos.

– Vou à cidade pegar algumas coisas e aproveita para ir comprar um


mini-frigobar... Sabe, para colocar no quarto de Ad. — Mikel disse. Não
podia negar que ficava sem jeito. Claro, após a morte de sua esposa,
alguns anos depois , voltou a relacionar, ter sexo, mas nunca trouxe
ninguém para casa...
Não sabia como lidar com seus filhos... Ao ter alguém em casa... Seu
companheiro...

— Oh! Legal. Vou fazer o almoço... Agorinha os esfomeados chegarão.


Traga os rolos de canela? — Josh pediu. Como Shifter urso, tinha um
dente doce para sobremesas e guloseimas.

— Claro! Não me esperem para o almoço... Comerei por lá. — Mikel


despediu-se do filho. Ele subiu na caminhonete e seguiu para cidade.
A sua estava na oficina, então pegou a de Kyler. Iria aproveitar para ir
à oficina. Estava na hora de comprar uma nova ou carro esportivo.

Mikel ligou o rádio e distraiu-se enquanto dirigia para a cidade. O dia


ainda estava nublado, por isso a viagem foi tranquila. Ao chegar,
estacionou em frente à loja de eletrodomésticos. A cidade poderia ser
pequena, mas tinha um pouco de tudo. Ele foi atendido prontamente
pela vendedora, que disse que estava com sorte, pois tinham o último
frigobar.
Era branco e pequeno, ideal para sua função. Queria dar a Adwaka
mais privacidade para sua alimentação.
Após realizar sua comprar e colocar a mini-geladeira atrás da
caminhonete, seguiu para o estaleiro, para pegar as ferramentas que
havia encomendado para a fazenda. Elas iriam ajudar no trabalho de
consertar as cercas, pois eram modernas e práticas.
Mikel optou deixar a caminhonete em frente o estaleiro e seguiu a pé
para a padaria, pois não era distante. Não resistiu e acabou
comprando além do rolo de canela, canelone, cupcake de chocolate e
bombas de chocolate. Seus filhos certamente iria fazer a festa.

Quando ele guardava tudo no banco de passageiro da caminhonete,


acabou olhando para o outro lado da rua, e reparou na floricultura.
Infelizmente Adwaka não comeria nada humano, assim não podia dar
doces ou chocolates para ele, mas quem sabe flores.

Nunca havia namorado homens, e não sabia se eles gostavam de


receber flores, mas resolveu arriscar.
Se Adwaka não gostasse, poderia jogar fora ou enfeitar a sala.
Atravessou a rua e entrou no local. Ao entrar, o turbilhão de perfumes
o atingiu... Foi um pouco enjoativo, mas igualmente prazeroso. Olhou
para os arranjos e vasos de plantas, e ficou sem saber qual escolher.
— Olá... No que posso ajudá-lo? — Uma senhora indagou ao se
aproximar. Ela era humana e aparentava em torno de 55 anos, mas
ainda estava bem vestida e tinha um sorriso doce.
— Oh! Boa tarde. Estou procurando um presente... — Mikel disse sem
jeito.

A mulher o olhou. — É namoro recente ou mais tempo? Homem ou


mulher? — Perguntou olhando ao redor.

Mikel corou. Sabia que muitos na cidade toleravam relacionamento


homo, ainda mais o ‘prefeito’ ou ‘alfa’ Alex não tolerava preconceitos
ou ofensas.
— Homem! É recente... Pedi em namoro ontem. — Disse. Não poderia
arriscar denunciar que era shifter ou algo assim, afinal, os humanos
ainda eram alheios de tal realidade na cidade.

— Uhh! Em um relacionamento recente, ao invés de dar buquê que vai


murchar, que tal algo mais duradouro? Que representará a relação que
florescerá e que deseje que dure. — Ela disse andando pelo local. —
Aqui, essa é uma orquídea... Seu nome é Dendrobium... É forte e não
requer ser regada sempre... Mas é bom evita ficar exposta ao sol...
Boa para cultivar dentro de casa. — Ela disse pegando o jarro de uma
flor lilás. Ela tinha caule alto e delicadas flores na ponta, realmente era
linda e exótica... Assim como Adwaka.

– É realmente linda. Será que ele gostará? — Mikel indagou. Sentiu


que combinava totalmente com Adwaka. — Vou levar.

– Oh, boa escolha. Vou colocar um laço bem bonito... Vai querer
colocar algum cartão? Mesmo que você entregue pessoalmente, um
cartão é sempre romântico... — A senhora disse, enquanto seguia até
o balcão. Ela colocou o jarro em cima, e passou a preparar um laço
branco com bordas douradas.

– Uhh! Seria legal. — Ele disse. Enquanto a senhora terminava de


preparar o laço, Mikel escreveu no cartão e depois deu a senhora para
colocar junto ao jarro de orquídea. Ele pagou, e despediu-se.

O retorno para casa fora cheio de expectativa. Estava ao mesmo


tempo nervoso e empolgado. Queria muito que seu companheiro
gostasse do presente. Bem, disse que iria cortejá-lo, e isso
certamente era.

Acabou excedendo a velocidade em sua ânsia para retorna. Quando


estacionou a caminhonete em frente sua casa, o relógio marcava um
pouco mais das 15hs da tarde. Acabou não comendo nada, e seu
estômago roncava.

Mikel pegou as caixas com doces da padaria e a orquídea, deixando de


pegar as demais coisas depois. Seguiu para casa, mas assim que
pisou na varanda, escutou os gritos. Preocupou-se, entrou e seu
animal rugiu diante da cena.

Josh estava protetoramente em frente à Adwaka, enquanto Kyler


tentava segurar seu irmão Felix. O seu filho mais novo — que ainda
era um homem robusto — gritava e parecia querer avançar no
pescoço de Adwaka.

– Que gritaria é essa? — Mikel disse em alta voz. Todos pararam o


que faziam, e então retornaram a falar, mas agora para ele. Contudo,
com aquele falatório não deu para entender nada. — Calados! — Todos
pararam. — Agora falem um de cada vez.
— Felix, por que está tentando atacar meu companheiro?

– Eu estava na sala vendo TV tranquilamente... E ele apareceu. —


Disse irritado. — Começou a me encher de perguntas até que me
disse putaria. Deu em cima de mim! — Felix bravejou.

Mikel olhou para Josh. — Não sei direito... Quando vi, Felix queria
avançar em cima de Adwaka!

Kyler deu os ombros.

Mikel olhou para seu companheiro e arqueou uma das sobrancelhas.


Adwaka desviou a face. — Não estava dando em cima, apenas queria
puxar assunto... Interagir. — Disse fazendo bico no final.

Felix apontou o dedo. — Vai negar que ficou falando putaria? Seu
vadio.

Mikel irritou. — Felix cala a boca. Se falar assim novamente com meu
companheiro, juro que surro sua bunda. Vá para seu quarto e não saia
de lá até o jantar. Estar sem sobremesa hoje. — Mikel ameaçou,
ganhando atenção de todos.

— Mas pai... — Felix tentou rebater, mas o olhar severo de seu pai o
impediu. Acabou pisando duro em sentido ao segundo andar da casa.

— E os dois... Peguem as ferramentas da caminhonete e levem ao


celeiro... E depois tragam o frigobar para dentro. — Ordenou aos
outros dois, que prontamente obedeceram.

Quando os três saíram restando somente Mikel e Adwaka, o loiro


abaixou o olhar. Parecia envergonhado.

O silêncio imperou entre eles, a verdade que nenhum deles sabiam ao


certo o que falar.

— Er... — Adwaka resolveu quebrar aquele silêncio.

— Eu vou arrumar as minhas coisas. Mikel arqueou sobrancelha. —

Para que?

— Eu... Pensei... Que devo ir embora... — O vampiro parecia incerto.


O urso aproximou-se do loiro e estendeu o jarro. Adwaka olhou sem
compreender, mas pegou a orquídea.

– Para você. Não sei se gosta... A florista falou que simbolizava algo
duradouro e resistente... É o que almejo para nos dois. — Mikel disse.

Adwaka deu um passo para trás totalmente abismado. Guiou seus


olhos para a orquídea, enquanto a segurava com uma mão a outra
acariciou a delicada flor lilás. — É linda... Eu nunca ganhei flores.
Obrigado!

– Fico feliz que gostou. Ah, comprei um frigobar também. Vou


colocar depois em seu quarto. — Disse. Mikel sentia que poderia
explodir pelo fato que seu companheiro tinha gostado do presente.

Adwaka olhou confuso. — Frigobar? Mas eu tenho o meu..

– Aceite meu presente. — Mikel disse.

– Oh... — Adwaka acabou corando. Normalmente era desinido e


safado, mas diante daquele homem, se sentia como uma virgem. —
Obrigado... Não precisava ter esse trabalho.

– Agora, pode me dizer o aconteceu entre você e meu filho? — Mike


perguntou calmamente.

Adwaka torce lábios. — Eu... Queria interagir, então fiquei


perguntando as coisas... Puxando assim. Mas acabei perguntando se
tinha namorada... E se preferia homem ou mulher... Acho que ele não
gostou. Achou que eu estava dando em cima dele.

Mikel sorriu. — Felix é o mais estourado. E digamos que ainda não


encontrou em termo de sua sexualidade. Acho que é um tema
delicado para ser tratado com ele. Não se preocupe, logo ele se
acalmará e dará espaço.

Adwaka acenou. — Espero! Não quero ser um estorvo entre você e


seus filhos. — Falou. Olhou carinhosamente para as flores. — E
obrigado novamente. Foi tudo bem na cidade?
– Ah sim! Consegui fazer tudo. Estou com fome. Esqueci-me de
comer. Me acompanha?

— Mas não como comida humana, — Disse sem jeito. Para humanos e
shifters, dividir a refeição era um ritual importante, mas vampiros não
tinham essa tendência.

— Sei que não comerá, mas enquanto como, podemos conversar? —


Pediu.

Adwaka acenou e seguiu seu companheiro para a cozinha, ainda


segurando firme a orquídea. Bem! Nada parecia um mar de rosas,
mas tinha grandes chances de dar certo. Ele esperava que sim!

(Cap. 4) Capítulo 4 - Cuidado de Anke

Aqui têm fraldas, roupas extras... Ah, uma roupa de frio e outra para o
calor... Tem chocalho e mordedor... — Akio dizia freneticamente. —
Oh... Tem mamadeira. Como é híbrido, alimentar de sangue não é
suficiente, também precisará de comida. Claro... Nessa idade, toma
somente leite ou suco... Mas não dê a comida toda porque ficará com
cólicas.

Skylar olhava divertido com a forma de seu marido, que parecia


frenético.

— Já sei... Já disse isso. Ficaremos bem, e qualquer coisa ter ligo. —


Adwaka disse com um leve sorriso nos lábios enquanto segurava o
pequeno Anke.

— Nada de doces ou ganhos tarde da noite. — Avisou. — Skylar


levantou da poltrona e agarrou o vampirinho pela cintura, e juntou
seus corpos. Ele depositou beijo no pescoço, inalando perfume único
de seu companheiro.

— Seu tio sabe... E sabe muito bem que ele até cuidou de você
quando usava fralda.

Akio fez bico com os lábios. — Eu sei, mas não posso preocupar-me
com meu filho?

— Claro que pode. — Skylar disse dando vários beijos no pescoço e


ombro, até aproximou a boca da orelha do moreno. —Mas pense que
teremos dois dias para brincar muito... Vou deleitar-me com seu corpo
lindo.

Mesmo sendo vampiro, Akio corou ferozmente, e isso arrancou uma


risada de Adwaka. Esse segurava o pequeno Anke nos braços,
enquanto esse tentava puxar seus cabelos loiros. Ao seu lado tinha
uma bolsa grande com desenhos infantis, que alojava as coisas do
bebê vampiro.

— Vou deixar vocês namorarem. Vamos, Anke... — Disse fazendo


careta ao pequeno.

Akio olhou penoso para o filho. Doía separar-se dele.

— Deixe me despedir... — Mas não pode mover-se, porque Skylar o


segurou firme.

— Eu te conheço. Vai pegá-lo no colo e nunca mais soltar. — O shifter


tubarão respondeu.

Adwaka sorriu, segurou a mão de Anke, fazendo acenar para os seus


pais, e então concentrou-se para teletransportá-los da mansão. Em
segundos, encontravam-se na fazenda dos ursos. Olhou ao redor, e
admirou seu quarto impecavelmente arrumado. Bem, não tinha sido
ele, apesar de tentar.

Havia saído ao entardecer de sexta para buscar o sobrinho, e demorou


um pouco devido o choro de Akio, em ter dificuldade de separar-se de
seu filho.

Adwaka inalou e pode sentir perfume de Mikel. Sim! Descobriu como o


seu companheiro era viciado em organização e limpeza, e pelo visto,
havia arrumado todo o seu quarto antes que retornasse com o bebê
vampiro.

— Veja, Anke.... Titio Urso arrumou tudo. — Disse balançando as


mãozinhas gorduchas. Se aproximou da cama e acomodou Anke
deitado, e depois o rodeou com alguns travesseiros por segurança. Em
seguida, ajeitou o cesto Moisés na cômoda, e retirou as coisas da
bolsa. Guardou as roupinhas bem dobradas na gaveta da cômoda, os
brinquedos, o chocalho e o mordedor sobre a poltrona, e o pacote de
fraldas em outra gaveta. Seriam dois dias, mas não queria desfazer da
arrumação de Mikel.

— Ouviu o pequeno balbuciar, e retornou sua atenção para ele.


Adwaka sentou-se na borda da cama e inclinou-se sobre Anke,
fazendo barulho com a boca em sua barriguinha, causando risadas e
gritinhos felizes.

— Neh, vamos nos divertir muito juntos. Os ursos estão jantando...


Possivelmente... Então seremos somente nós dois agora. — Disse
feliz. Ele retirou os sapatos, pegou o controle remoto da TV e se
sentou na cama... Deixando Anke deitando na cama em meio suas
pernas abertas.

O loiro ligou a Tv e colocou no Discovery Kids – que passava um


episodio de Bob espoja. Colocou o controle ao seu lado e ajeitou-se
nos travesseiros em suas costas. O pequeno Anke ficou quietinho
assistindo o desenho junto com Adwaka. Eles assistiram dois episódios
seguidos das palhaçadas de Bob e Patrick, até que o pequeno
choramingou.

Adwaka saiu da posição para pegá-lo, e sentiu o odor. — Uhh! Como


alguém que toma sangue e leite pode ficar tão fedorento? — Indagou,
ciente que não receberia resposta. Rapidamente pegou a toalha
macia, fralda limpa e sabonete. Retirou as roupas do pequeno, e
tampou o nariz quando jogou a fralda suja no lixo ao lado da cama. —
Céus... Que fedor.
Acho que somente um banho para tirar essa inhaca.

Ele tomou o bebê nos braços, mas o mantendo longe de seu corpo e
seguiu para o banheiro no corredor. Acabou sendo obrigado a apoiar
Anke em seu corpo, para que ficasse com a outra mão livre para
encher a banheira.
— Oi, tudo bem?
A voz de Mikel o assustou, mas ao sentir o perfume másculo acabou, e
virou-se para a porta. — Oh, olá... O pequeno fazedor de coco precisa
de um banho. Quer ajuda com a banheira?

Adwaka acenou, dando lugar para o seu companheiro sentar-se ao


seu lado.

Mikel sorriu. Não pode negar seu coração aqueceu vendo Adwaka
segurando o bebê, acabou imaginando se seria assim com os filhos
deles.
Sabia que alguns vampiros poderia engravidar – Anke era a prova
disso, era filho de dois homens – mas isso não queria dizer que
Adwaka poderia.

— Claro! — Ele aprofundou o banheiro. Usou a primeira água para


lavar a banheira de mármore branco, e depois tampou o ralo e
começou a enchê- la com água morna. Não era bom dar banho quente
aos bebês, mas nem muito fria. — Por que não desceu quando
chegou?

— Ah... Ficamos vendo Bob esponja, neh Anke... Adoro esse desenho.
Eu sei, é bobo e infantil... Mas humanos tem algumas coisas legais...
E Anke pareceu gostar também. — Adwaka disse. Ok! Não ia dizer
para o urso que ainda não sentia confortável perto de seus filhos.

Desenhos são ótimos para relaxarem. Prontinho. — Mikel disse. Ele


deu espaço para Adwaka afundar o pequeno na água – bem, até a
cintura... e ainda segurando-o com umas das mãos. O Shifter pegou o
sabonete dando ao companheiro, que passou a tarefa de limpar o
vampirinho.

— Obrigado! — Adwaka disse. — Deve ter experiência...criou seus


filhos.

— Sim! Mas tinha minha esposa... Uma excelente mãe. — Falou, mas
temeu ter causando aborrecimento ao loiro. — Desculpa...

Adwaka negou com a cabeça. — Ela fez parte de sua vida... Lhe deu
filhos saudáveis e lindos... Eu entendo. Queria tê-la conhecido. Bem,
não poderíamos estar juntos se ela estivesse aqui.

Mikel havia contado para o vampiro sobre sua esposa, e que ela havia
falecido há muito tempo. — Ela foi uma amiga maravilhosa, e aposto
que seriam bons amigos. Tínhamos um pacto... Que quando cada um
encontrasse seu companheiro, daríamos o divórcio.

Uhh! Seus filhos devem sentir falta dela. — Adwaka disse. Não
demorou muito no banho porque era tarde e não queria Anke
resfriado. Ok! Era um vampiro e shifter – então não ficaria doente,
mas todo cuidado era pouco.

Mikel estendeu a toalha e enrolou Anke, o segurando em seus braços


enquanto o loiro esvaziou a banheira e pegou a fralda e sabonete.
Ambos seguiram para o quarto de Adwaka, e o urso colocou o bebê na
cama. O enxugou com cuidado, e depois se afastou deixando que o
loiro passasse o talco, e vestisse a fralda e o pijama.

— Prontinho... Lindo e cheiroso. — Adwaka disse. — Obrigada pela


ajuda. Quer ver desenho conosco? — Perguntou subindo na cama com
Anke, e apoiando- se no monte de travesseiros, e o pequeno em seu
colo. Passava outro episodio de Bob esponja.

— Posso? — Mikel perguntou, enquanto tentava segurar o sorriso que


tentou apossar de seu rosto. Os dois se acomodaram, e ficaram
assistindo desenho e intercalando em mimar o pequeno Anke.

Adwaka até poderia acostumar com aquela vida caseira – para quem
era acostumado a festas e boates antes.

–oo0oo-

Akio ainda sentia seu coração pesar por ter se afastado de seu filho.
Tinha acostumado em ter Anke sempre pertinho, alegria de sua vida...
Mas seu tio tinha razão. Deveria tirar um tempinho para seu
casamento. Namorar.

Desejando relaxar, seguiu para o banheiro para tomar banho. Retirou


sem nenhuma pressa cada peça de roupa, e as deixou dobradas sobre
a bancada de mármore. Ele analisou seu reflexo no espelho. — Tenho
que cortar. — Murmurou. O cabelo tinha crescido e as pontas estavam
batendo nos ombros.

Suspirando, entrou no box e ligou o chuveiro. Gemeu quando a


cascata de água chocou contra seu corpo, parecendo levar toda
tensão para longe.

Não levou nem cinco minutos antes de um barulho soar no local, e


Skylar aparecer. O shifter tubarão estava nu – deixando à mostra sua
beleza viril – e sem medo entrou no box. Os seus braços rapidamente
rodearam o corpo menor, e seu beijo foi desferido contra o pescoço de
pele pálida.

Suas mãos deslizaram pelo corpo do companheiro, o levando a arfar e


desejar por mais.

Akio jogou a cabeça para trás, e fechou os olhos, tentando se


concentrar. Com acontecimentos recentes e um filho pequeno, as
ocasiões em que poderiam ‘brincar’ tornavam bem escassas.

— Aqui no chuveiro, Sky?


— Adoro água. — O maior resmungou, sem nunca parar com a sua
exploração.

Enquanto suas mãos continuavam passeando pelo corpo, Akio sentiu a


sua ereção ganhar vida e ficar cada vez mais carente por atenção.
Sentiu suas pernas ficarem fracas. Adorava os toques de Skylar. Eles
podiam roubar completamente sua sanidade.

Uhh... Acho que alguém ficou feliz! — Skylar disse, fechando sua mão
em torno do pênis do vampiro, apertando carinhosamente e
deslizando o polegar pela cabecinha borbulhosa.

Skylar virou o companheiro para ficar de frente para si, e sem esperar
pela reação do mesmo, apossou gulosamente da boca vermelha e
deliciosa. Suas línguas duelaram avidamente – em uma batalha onde
não havia lado ganhador, e sim, o deleite da vitória.
— Eu te amo, Akio... Não posso viver sem você. — Skylar declarou
em meio ao beijo afoito. Sua mão segurou firmemente a cintura de
Akio, e a outra desceu enchendo-se com um dos glóbulos macios e
fartos... Ele apertou a carne, deixando a marca de seus dedos. — Não
me deixe nunca, eu te imploro.
Não me deixe nunca.

Skylar quebrou o beijo, mas não parou com as carícias... Ele foi
descendo pelo pescoço, arrepios, e seguiu em diante... Primeiramente
o peito e foi descendo e descendo... Não demorou em que ajoelhasse
no chão, e sua grande mão segurou a ereção carente.

— Sky?
Não recebeu resposta, ao invés disso, Skylar começou a chupar o seu
pênis. Akio sentiu as pernas bambas, e teve que segurar nos ombros
largos, em busca de apoio.

O movimento de vai-e-vem foi ganhando forma e velocidade, e com


ele roubando toda sanidade de Akio. Ele jogou a cabeça pra trás,
apoiando contra o azulejo branco, enquanto gemidos fugiam de sua
boca.

Levou alguns minutos para que sua mente ficasse totalmente em


branco, e os sons sumissem de sua audição. Seu orgasmo jorrou com
força garganta abaixo de seu companheiro. Arfando, sentiu seu corpo
perder as forças, mas não caiu porque fora segurado por Skylar.

O mafioso lambeu os lábios. — Delicioso... — Murmurou, antes de


ceder beijos rápidos nos lábios do vampiro.

Akio suspirou e sorriu. — Eu deixo? — Indagou inocentemente, mas


no fundo provocava do outro.

Skylar sorriu, e então o segurou pela cintura e ombros, virando-o de


costas. Ele pressionou contra Akio, esfregando sua dureza contra ele.
Aproveitou e mergulhou três dígitos dentro do pote de creme que
ficava no aparado ao lado do chuveiro, e levou os dedos lambuzados
na fenda escondida entre os montes perfeitos.
— O que...? — Akio começou a indagar, mas suas palavras ficaram
perdidas quando fora penetrado em uma única estocada por três
dedos grossos.

Skylar bombardeou os dedos algumas vezes, e rapidamente retirou os


dedos e alinhou o seu pênis que estava duro como pedra. — N-Não...
— Akio choramingou. Seus cabelos estavam grudados na nuca e
testa... E seu corpo brilhava pela gotículas de água que caía sobre ele.

— Eu sei que você quer... Vê... Esse buraquinho está implorando por
mim... — Skylar sussurrou em sua orelha, e então em apenas uma
estocada firme e rápida, aprofundou naquele casulo quente e
apertado.

— Ahhhh... — Akio gritou sem importar que todos na mansão


pudessem ouvir. Ah! Ele nunca pensou que sentiria falta de ficar tão
cheio desse jeito. Era sublime... — Sky...

— Estou aqui... Lhe darei tudo que precisa... — O tubarão ditou, e


que depositava beijos no pescoço e ombro do vampiro, à medida que
seu quadril começou a mover, fazendo sua virilidade entrar e sair
daquele canal apertadinho.

— Mais forte... Me dê tudo que tem gostosão. — Akio disse lascivo. O


doce vampiro poderia tornar-se uma fera no sexo, e Skylar adorava
isso. O maior cresceu os movimentos... Intercalando reboladas junto
com as estocadas, o que serviu para aumentar o prazer de ambos.

As mãos de Akio escorregaram pelo azulejo e sua cabeça encostou


contra a fria parede... Sentia como se eletricidade percorresse todo o
seu corpo. Ele abriu a boca e soltou um gemido mudo, pois não tinha
mais voz. Deixou ser levado por aquela sensação, enquanto seu corpo
derretia-se em lava.

Após mais uma estocada e novamente jorrou em prazer e sensação...


Tiras peroladas voaram da fenda de seu pênis, caindo na parede, chão
e em seu abdômen.
— Merda... Você é bom demais. — Skylar disse. Ele estremeceu ao
sentir a entradinha de seu companheiro convulsionar ao redor de seu
pênis, impedindo que se movesse muito. Bastou poucas estocadas, e
gozou com força dentro do vampiro, enchendo-o com sua porra.

Skylar agarrou Akio pela cintura – sustentando seu corpo – enquanto


ambos estavam fracos e com as respirações sôfregas. Transar era
bom, mas realmente cansava... Mesmo para seres sobrenaturais. Eles
levaram alguns minutos para se recomporem, e então Skylar retirou
seu pênis – flácido – de dentro do menor, e o virou de frente para si.
Não podendo faltar, ele apossou da boca deleitosa em um beijo lento e
carregado de sentimentos. Suas mãos acariciaram os cabelos negros e
a face afogueada.

Akio desceu as mãos do pescoço ao peitoral forte do marido, sentindo


sua pele em seus dedos. — Uhh... Agora me deu vontade de dormir...

Skylar riu em meio ao beijo. — Nada de dormir... Vamos aproveitar


todo o final de semana.

O menor deu um tapa no peito do marido. — Tarado...

Rindo, eles finalmente tomaram banho e saíram do box. Intercalaram


em enxugar um ao outro, trocando carícias, mãos bobas e risadas... E
quando estavam enxutos e com os cabelos penteados, saíram do
banheiro com toalhas enroladas em suas cinturas.

— Já sinto saudades de Anke. Será que está bem? Akio perguntou.


Skylar olhou recriminador. — Akio, pare com isso! — Não tem nem
duas horas que ele saiu. Precisa deixar nosso filho acostumar-se com
os outros... E Adwaka cuidará bem dele. Agora vem cá... Precisamos
de carinho. — Disse puxando o companheiro pela cintura.

Akio fez um bico desgostoso, mas depois trocou com ar inocente. —


Nós? Quem?

— Eu e Skyzinho. — Skylar disse movendo as sobrancelhas.


Akio caiu na gargalhada. — Sério? Skyzinho? Eu prefiro Príncipe
Henry... Ou pequeno príncipe. — Falou provocando o marido.

Skylar grunhiu e pegou o outro nos braços, deixando as toalhas


caírem, e o levou para o leito, ansiando por deleitar-se mais na
ambrosia divina que era Akio.

–oo0oo-

O loiro rolou no leito, enfiando seus braços debaixo do travesseiro, até


que em um estalo sua mente despertou e ele sentou na cama
assustado. Olhou ao redor do quarto.

— Mamadeira? Conferi! Fraldas? Conferi! Cesto? Conferi... Bebê...? —


Adwaka dizia olhando ao redor. Foi quando não encontrou sua maior
preocupação.

— Merda! — Ele xingou se levantando da cama. As cenas da noite


anterior vieram em sua mente.

Quando foi buscar Anke, onde prometeu a Akio que cuidaria bem de
seu filho. Depois eles assistiram desenho e o vampirinho fez
travessura, então o banho onde Mikel ajudou e no final os três
assistiram desenho. Em algum momento no percurso Adwaka dormiu
e ao acordar, Anke havia desaparecido.

— Oh foda... Serei um vampiro morto. Akio vai me matar e depois


Skylar me ressuscitará para me matar de novo. — Disse em pânico.
Usando apenas uma calça folgada de tecido leve, o loiro deixou o
quarto. Andou aloprado pelos corredores, olhando em todos os
quartos. Não tinha como um bebê de seis meses ir muito longe. Céus!
Ele nem andava.
Ao menos que apreendeu a se teletransportar. — Será? — Adwaka
indagou para si mesmo, ao que estava no topo da escada.
Foi quando ouviu risadas vindo da sala. Normalmente esse horário
todos estariam trabalhando, claro, era final de semana... Talvez não
trabalhassem. Adwaka desceu a escada rapidamente e praticamente
invadiu a sala. Seus olhos arregalaram.

A sala parecia uma zona de guerra: almofadas jogadas formando um


cercado, móveis afastados e objetos quebráveis colocando lugares
bem altos. Ele reparou nos três filhos de seu companheiro sentados no
chão – era engraçado vê-los todos encolhidos e rindo. E no meio do
cercado estava uma pequena criaturinha de cabelos negros e pele
clara.

— Anke! — Adwaka praticamente gritou, assustando todos, mas


fazendo Anke rir. — Eu pensei... Eu não encontrei...

Nesse momento Mikel entrou na sala, com avental amarrado em seu


quadril e a bochecha suja de farinha.

— Oh! Bom dia raio de sol. Acordou cedo. — Mikel disse com largo
sorriso. Ao ver a confusão nos olhos de Adwaka, adiantou em se
pronunciar. — Quando acordei o pequeno estava chorando... Acho que
de fome e fralda suja novamente. Voce parecia tão lindo dormindo,
enquanto o peguei e cuidei ele.
Alimentado e banho tomado.
Adwaka suspirou mais aliviado. Queria bater em seu companheiro por
ter ‘sequestrado’ seu sobrinho, mas pelo visto, não era lenda que
Mikel sabia cuidar de crianças. Bem! Criou três.

— Obrigado. Acho! Fiquei com fome... Não o encontrei... — Disse


incerto. Olhou para Anke que parecia tentar pegar as orelhas de Felix
que o segurava nos braços. — Acho que um vampiro conquistou três
ursos!

Felix fez careta para o loiro, mas logo retornou atenção ao bebê,
enquanto Kyler e Josh tentavam raptar Anke para eles.

Adwaka negou com a cabeça e aproximou-se de seu companheiro...


Umedeceu o polegar direito com saliva e então limpou a bochecha de
Mikel – suja de farinha. — O que está aprontando, papai urso? —
Disse brincalhão.

Mikel sorriu largamente e negou com a cabeça. — Fazendo pão sovado


e massa de pizza para a noite. Quer me ajudar? — Indagou.

Adwaka arqueou sobrancelha. — Nunca cozinhei na minha vida!


— Vou ensiná-lo! — Mikel pegou a mão de Adwaka e o arrastou para a
cozinha. Ele gostava do ar que rodeava sua casa. Ele e seus filhos
eram uma família unida, mas faltou delicadeza e elegância, e Adwaka
tinha vindo para melhorar as coisas.

Meio sem jeito seguiu o moreno. Mikel parou em frente à bancada de


mármore, em uma parte que tinha farinha polvilhada e no local uma
massa. — O que é isso?

— Massa para pizza! Tem que amassar bastante com a mão e depois
abri-la! — Mikel instruiu.

O loiro olhou como se aquilo fosse extraterrestre, mas acabou fazendo


como o seu companheiro orientou. No final, achou divertido ficar
amassando e tocando a massa, descobriu que era um excelente
extraviador de estresse. Apenas achou complicando abri-la até ficar
fina e redonda, mas teve sucesso, e ficou satisfeito.

Enquanto ele fez a ‘pizza’, Mikel terminou o pão sovado, e colocou


ambos para descansar. Assaria mais tarde. O pão era para tarde e a
pizza para a noite. Fariam um rodízio de pizza a noite com cerveja
gelada.

— Que tal um banho agora? — Mikel perguntou após cronometrar o


time do forno.

Adwaka desviou o olhar e somente agora dando conta que estava


somente com a calça de dormir, sem blusa. Ele torceu a boca. —
Uhhh... Seria bom...

— Disse, então deu as costas para o urso, mas Mikel o segurou pelo
pulso.

— Juntos? — Perguntou. Havia um brilho esperançoso em seus olhos


que tocou todo corpo de Adwaka.

— Mas... Pensei... Que iríamos devagar com as coisas. — Adwaka


disse, mas se arrependeu ao ver o brilho de decepção. — Er... Se for
um banho inocente. Nada de mão boba. — Disse apontando o dedo na
face do shifter.

O sorriso alargou nos lábios de Mikel. Ele levantou as mãos. — Okay!


Sem mãos bobas... Mas olhar pode, neh!? — Falou como um
adolescente com tensão, e não um homem adulto e com anos de
idade.

O urso pegou a mão de Adwaka e o puxou com ele. Os dois passaram


pela sala, observando os filhos de Mikel brincarem com Anke, e então
subiram as escadas. Adwaka fez menção de ir para o banheiro no
corredor, mas Mikel o puxou para o quarto dele.

— Mas... Pensei... — Gaguejou, mas não impediu de ser levado pelo


shifter para o quarto do mesmo. Ao entrarem, o loiro reparou na
organização do local.

— Eu tenho banheiro no quarto. — Mikel disse. Ele queria total


privacidade com seu companheiro. Não forçaria as coisas, porém não
queria dizer poderia seduzir Adwaka.

O loiro torceu a boca. O banheiro era amplo e a grande janela dava


muita claridade. Os azulejos eram brancos e com uma faixa azul no
meio da parede. No lado direito tinha um box de vidro com

duas duchas quadradas e no canto esquerdo uma grande banheira de


mármore branca que caberia pelo menos três pessoas adultas.

Mikel ficou de costas para seu companheiro – escondendo seu sorriso


malicioso – e passou a retirar as peças de roupas. Ele retirou primeiro
o avental jogando no cesto de roupa suja. Desfivelou o cinto e abriu o
zíper da calça, lentamente, e com certo rebolar nos quadris, retirou a
calça. Deixou a peça cair até os pés revelando que não usava peça
íntima.

Adwaka engoliu em seco. Ele sentiu seu pênis ganhar vida, quase
sendo sufocado nos confins de sua cueca. Desviou o olhar, mas não
resistiu e retornou a olhar novamente para o urso. A bunda durinha e
bem definida parecia convidar Adwaka para deleitar-se.

Mikel virou-se de frente para o loiro e sorriu divertido, e não


demostrou nenhuma vergonha por sua nudez.

O vampiro tentou resistir, mas foi mais forte que ele, e acabou
abaixando o olhar. Lambeu os lábios quando seus olhos azuis caíram
sobre a masculinidade de seu companheiro. Uma amparada cama de
pelos negros repousava o mastro grosso com veias saltitantes, e seu
tamanho. Reparou no prepúcio e a glande roxa que ele escondia.

— Er... Claro. — Adwaka torceu os lábios. Desviando o olhar, retirou


sua calça de moletom. Jogou a peça no cesto e retornou a olhar para
Mikel. Adwaka nunca fora tímido ou inocente, mas sentiu-se
envergonhado diante do olhar cobiçador do outro homem.

— Não vai retirar a cueca? — Mikel indagou, enquanto admirava cada


pedacinho do corpo perfeito de seu companheiro. A pele de Adwaka
era branquinha e sem manchas, apenas algumas pintas no peitoral ou
ombros, porém eram bem poucas. Os mamilos eram rosados e
pareciam frutas doces e prontas para serem degustadas. Sua barriga
era definida, mas sem chegar a ser dividida em gomos, e suas pernas
quase não tinha pelos.

Adwaka moveu a cabeça. Sem tirar os olhos do outros empurrou a


cueca com as mãos pelos quadris e depois dançou com as pernas para
desfazer totalmente delas. Sorriu pela primeira vez – vitorioso

– quando Mikel engoliu em seco.


— Uau... Você tem... Tem... — O urso gaguejou.
— É chamado de príncipe Albert... Um pirceng. Gostou? — Dessa vez
foi Adwaka que perguntou malicioso. Ele era totalmente depilado na
virilha – quase como pele de bebê – e seu pênis que era longo e
razoavelmente fino, era pálido como marfim e a glande rosada
sustentava um pirceng prateado...

— Totalmente delicioso. Será gelado na boca? — Mikel provocou.


Adwaka sentiu seu corpo estremecer e deu um passo em sentido ao
moreno, mas parou. Controle- se. Não seja fácil, murmurou para si
mesmo em pensamento. Ele puxou o ar de seus pulmões e moveu
com calma. Passou ao lado de Mikel, mas ao invés de atacar o urso,
ele entrou no box e girou torneira do chuveiro. Soltou um grito
quando a água fria tocou sua pele. — Está gelada!

Mikel pareceu despertar seu devaneio. O moreno rapidamente entrou


no box e regulou a água para morna. Ele pegou a esponja azul e o
vidro sabonete líquido, despejou generosa quantidade na esponja e
retornou o vidro para aparador. Sem medo, deslizou a esponja pelas
costas de loiro, ocupando-se de trabalhar em limpá-lo.

— O que está fazendo? — Adwaka indagou. Havia estremecido diante


do toque inocente do outro, e rezou para que Mikel não tivesse
percebido.

— Esfregando... Qual a graça de tomar banho juntos se não


podemos? — Indagou com ar inocente.
Retirou os cabelos loiros do caminho, arrastando para o ombro direito,
e continuou a acariciar aquela pele pálida com esponja perfumada,
mas não perdendo a chance de arrastar os dedos na pele.

Uhh! Diria mais como tendo mãos bobas. — Adwaka disse, mas
realmente não afastou o outro. Ele mordeu o lábio inferior tentou
impedir do gemido soar de seus lábios. Olhou para baixo e percebeu
que seu pênis tinha ganhado vida e forma. — Eu acho... Que...

— Oh, merda. — Mikel grunhiu. Claro, com seus sentidos


aprimorados de Shifter percebeu que o loiro estava excitado. O moveu
de frente para ele chocando-o contra a parede fria do azulejo e caiu
ajoelhado diante do vampiro. — Não posso resistir.
Aceitarei as consequências depois.

Adwaka abriu a boca para retrucar, mas transformou-se em um


gemido quando a língua rosada de Mikel deslizou por sua ereção. A
mão grande segurou pela base e a gulosa boca levou a glande entre
os lábios e sugou. O loiro apoiou uma mão na parede e a outra foi
para ombro de Mikel.
— Oh droga... Sua boca é quente... — Adwaka murmurou. Bateu sua
cabeça para trás, e causou afundamento da parede, mas isso não
pareceu importar. Sua face ficou afogueada e sua respiração rouca.

Mikel abriu mais a boca e levou toda a dureza para dentro – sugando
e lambendo. Voltou a retirar e sua língua e brincou com o pirceng na
coroa... E intercalando em inserir a ponta da língua na fenda da
glande, colhendo o pré-sêmen que vazava.

— Mi... Eu vou... Oh merda... Isso é gostoso... — Adwaka reclamou.


Em seus longos anos de existência já havia tido muitos boquetes, mão
amiga, foda ou que as mentes pecaminosas imaginarem, mas nada ao
fez sentir como agora. Uma simples chupada que parecia derretê-lo
totalmente.

Mikel tirou o mastro da boca e admirou Adwaka. — Está gostando,


bebê? Uhh! Gosta quando lambo seu pênis assim? — Indagou dando
lambidas dos lados, desenhando as veias saltitantes. — Ou como
sugo...

— E fez o que tinha dito.

Os dedos de Adwaka apertaram no ombro, causando vergões rosados.


— S-Sim... É delicioso... Chupe Mi... Mama em meu pênis... Leva tudo
na sua boca gostosa... — Implorou.

Mikel fez conforme o outro pediu. Aumentou o ritmo de suas


chupadas, sugando e lambendo com voracidade daquela
masculinidade.

Adwaka fechou os olhos e gritou. Parecia que toda sua energia


acumulou em seu pênis, o que contribuiu para que seu sêmen jorrasse
sem medo. O líquido branco encheu a boca. Com a sua respiração
profunda e rouca e sua mente totalmente nublada, Adwaka tentou
manter-se de pé, mesmo que tenha sido difícil.

Mikel continuou sugando e lambendo até que colheu cada gota, e


somente então levantou. Ele segurou o loiro pela cintura e pressionou
seu corpo contra parede. Sua grande mão segurou a cintura de
Adwaka e a outra mão segurou a face. — Olá lindo...

Adwaka olhou afogueado para o moreno. — Olá... Isso foi... Você é...
Bom... — Disse incerto.

Mikel deu uma gargalhada. — Que bom que gostou. Minha vida é
satisfazê-lo. — Falou, e então inclinou a cabeça para o lado e apossou
dos lábios de seu companheiro, antes que esse falasse algo. O beijo
foi lento, Mikel mostrou naquele beijo como queria o loiro. — Acho que
desobedeci suas ordens... Sem mãos bobas. — Falou com a boca
perto da de Adwaka.

Adwaka sorriu. — Tudo bem... Eu gostei...

Mikel sorriu e deu outro longo beijo no loiro, o fazendo derreter em


seus braços. — Que tal terminarmos o banho?

Adwaka acenou abobalhado. Se Mikel falasse àquela hora para pular


pela janela, Adwaka faria. — Não quer...

Mikel negou com a cabeça. — Não! Isso foi para você... Mas
futuramente cobrarei... — Falou divertido.

(Cap. 5) Capítulo 5 - Primeiro encontro

O corpo esbelto remexeu no leito, virando-se de bruços e enfiando os


braços debaixo do travesseiro.

O lençol de seda escorreu caindo no chão, deixando o corpo de tez


pálida e nua à mostra.

— Uh... Isso... — Murmurou baixinho. Sua face contorceu em uma


expressão de prazer e seus quadris remexeram em um rebolado
sensual. A bunda durinha e com curvas acentuadas moveu-se para
cima e para baixo, esfregando a ereção dura contra o quente lençol da
cama. — Mais f-forte... — Gemeu.

Um dos braços saiu de debaixo do travesseiro e os dedos agarraram o


lençol em busca de amparo... As pernas moveram sutilmente,
permitindo que a esquerda ficasse dobrada, enquanto os quadris
continuavam rebolando.

A bunda contorceu, e o loiro gemeu quando sua entrada rosada


estremeceu necessitando de ser preenchida.

Os olhos abriram em pequenas fendas e a boca se abriu soltando


gemidos. O braço outrora debaixo do travesseiro moveu-se para trás
de seu corpo e o ousado dedo indicador tocou entre a fenda dos dois
montes perfeitos, acariciando lentamente a entradinha rodeada de
pregas.

— Merda... Eu quero... — Adwaka engasgou. Ele levou a mão até o


rosto e chupou três dedos, ao ponto que os deixou bem úmidos, e
então retornou para o meio de sua bunda. Acariciou lentamente seu
ânus sentindo a fome ali alojada.

Não conseguiu resistir muito, ele moveu no leito deitando de costas


contra o colchão e flexionou as pernas – abrindo-as bem. Enquanto a
mão direita levou os dedos úmidos a sua região proibida...
Intercalando em alisar seu ânus ou períneo, a outra mão seguiu um
caminho desde o pescoço... Apertou um dos mamilos rosados e
turgido... E depois fez suave carícia no abdômen definido ate chegar a
seu alvo maior.

Os dedos delgados cercaram a ereção dura e de cor pálida... Apertou


a base – contribuindo para que gemesse – e então fez movimentos de
subir e descer.

Seus olhos fecharam e sua mente vagou para o ocorrido final de


semana, justo quando ele e Mikel haviam tomado banho juntos. Oh!
Fora o melhor boquete de sua vida... Aquela boca quente cercando
sua dureza... Roubando totalmente sua sanidade.
Sim! Queria experimentar novamente aquele prazer único.

Enquanto sua mente vagava pelas lembranças quentes e sedutoras,


sua mão aumentou a velocidade dos movimentos, intercalando em
apertar e acariciar a glande vermelha e chorosa.

A outra mão tomou vida própria, e seu dedo indicador ousou-se a


penetrar na caverna quente e carente. O dedo entrou lentamente...
Fazendo o trabalho de abrir seu ânus – ainda que pouco. Fez o
movimento sedutor com ele mesmo, e se sentindo solitário, o dedo
médio uniu-se ao outro...

Adwaka enfiou os dedos profundamente, ao ponto em que arqueou os


quadris da cama, e os moveu em sentindo aos dedos, aumentando a
penetração.

— Sim... Isso... Come-me gostoso... Vai Mi... — Murmurou baixinho.


A verdade era que mesmo que os dedos fizessem algo por ele, seu
corpo ardia por algo maior e mais grosso... Do tamanho da terceira
perna que seu companheiro tinha... Sim! Aquele mastro grosso e
delicioso.

Projetou sua cabeça para trás e mordeu o lábio inferior, tentando


impedir que um gemido alto saísse de sua boca. Seu corpo estava tão
quente e carente... Denunciando o quanto precisava de Mikel.

Aumentou o ritmo que os três dedos saíam e entravam em seu ânus...


Ao que sua outra mão apertava e alisava seu pênis. Uma eletricidade
percorreu seu corpo e todo seu sangue pareceu reunir em sua
ereção...

Mais alguns gemidos e o seu corpo pareceu explodir por seu pau... O
líquido branco jorrou em tiras contra seu baixo ventre e abdômen...
Enquanto sua mente ficou em branco e seu corpo entorpecido.
Adwaka gemeu uma última vez, antes de seu corpo cair mole na cama
e suas mãos deixarem sua entrada e pênis.

Sua respiração estava rouca e seu coração como louco. Céus, se


masturbação sentia-se assim, imagine o real. Droga, depois daquela
brincadeira no banheiro, Mikel não o havia procurando mais
sexualmente, e isso era totalmente frustrante.

Quando seu coração parou de bater como um trem de carga, Adwaka


abriu os olhos, e olhou para a janela. O céu estava estrelado e sem
nuvens, mas o calor era quebrado pela brisa suave. O loiro rolou na
cama e suspirou. O final de semana havia ido embora. Tinha sido
divertido com Anke na casa. Os ursos mostraram-se totalmente bobos
perto do pequeno... E de alguma forma até serviu para aproximar Ad
mais de seus enteados.

Foi no domingo à noite que Akio e Skylar vieram buscar o filho, e


aproveitaram para conhecer a fazenda e a intimidade de Mikel. Foi
divertido ver Akio fazer perguntas perturbadoras ao urso sobre cuidar
do vampiro loiro.

Mas o frustrante para Adwaka era que Mikel tinha agido como perfeito
cavaleiro depois do banho...

Mas nenhum beijo ou mão boba. Ok! Ele tinha exigido agirem
devagar, mas agora era irritante a demora nas coisas. Queria logo
partir para parte suada e cansativa. Sim! Sexo.

Com uma preguiça montada no corpo, Adwaka moveu-se na cama e


sentou-se. Vincou as sobrancelhas reparando sêmen em seu corpo...
Tinha que se limpar antes que esfriasse, pois grudaria na pele e
causaria coceira.

Adwaka levantou e foi até o guarda-roupa. Separou uma cueca


branca, uma calça jeans escuro e uma blusa tecido leve que parecia
segunda pele.
Aprimorando seus sentidos conferiu se não tinha ninguém no
banheiro, e confirmando que estava livre, se materializou no banheiro.

O vampiro suspirou aliviado. E rapidamente tratou de trancar a porta


colocou as roupas na bancada e foi tomar banho.

Como era narcisista, por assim dizer, levou quase uma hora no
banheiro. Quando finalmente terminou de secar os cabelos, deixá-los
com o movimento perfeito, passado creme, desodorante, feito a barba
e borrifado perfume, o loiro vestiu a roupa e deixou o banheiro.

A noite parecia perfeita... E queria fazer bom uso dela. Nada de ficar
em casa. Normalmente saía todas as noites, mas agora que tinha
encontrado seu companheiro, até tentou ser comportado... Mas não
hoje. Duas semanas trancado em uma fazenda era seu limite.
Adwaka voltou ao quarto e olhou ao redor. Parecia um campo de
batalha, mas isso realmente não o incomodava. Ele pegou as meias
brancas e seu tênis all star preto, e os calçou. Deu uma última olhada
no espelho, e pegou a carteira. Hoje a noite prometia. Finalmente iria
tirar o atraso. Ao descer a escada, Adwaka olhou ao redor como se
procurasse algo e acabou na sala. Olhou para Felix e Kyler que
pareciam jogar porker.

— Vai sair? — Kyler perguntou reparando o loiro da cabeças aos pés,


mas sem nenhuma entonação sexual, apenas analisando que se vestia
bem.

Adwaka acenou com a cabeça, porém antes que pudesse perguntar


algo, Felix levantou e apontou para ele, com o semblante indignado.

— Seu... Vampiro traidor. Já vai para noitada trair meu pai! Sabia que
não o merecia. — Ele praticamente gritou.

Adwaka suspirou. Tinha imaginado que o final de semana tranquilo


com a presença do sobrinho, tinha ajudado aproximar-se mais dos
enteados – principalmente Felix – contudo pelo visto tinha se
enganado.

— Escuta aqui...
— Que gritaria é essa? — Mikel apareceu na sala antes que Adwaka
falasse algo em sua defesa. O urso olhou para companheiro e arqueou
sobrancelha. — Vai sair?

Felix correu para perto de seu pai. — Mande-o embora, pai. São
diferentes! Esse vampiro pretende ir para noitada lhe trair.

Mikel encarou Adwaka.

O loiro suspirou. — Sim, vou sair... Melhor... Iremos. Estava lhe


procurando para convidá-lo para irmos jantar fora e quem saber ir a
uma boate... Sabe dançar. Tem tempo que não saio... E estou criando
ferraduras nos pés de tanto ficar parado. Mas seu filho tirou deduções
precipitadas.

— É mentira... E desculpe... — Felix acusou vermelho, mas antes que


levasse bronca de seu pai ou piorasse a situação, Kyler foi até o irmão
e o puxou pela gola da camisa. — Ei...

— Vamos dar uma volta na fazenda... — Kyler disse,


— Boa noite para vocês.
Quando ouviram o som da porta da cozinha batendo, finalmente os
dois companheiros se encararam.
Mikel olhou para si mesmo. — Eu não sei... Não tenho roupas para
esse tipo de lugar. — Adwaka fez beicinho com os lábios e aproximou-
se do moreno. Ficando de lado do corpo de Mikel, apoiou as duas
mãos nos ombros largos e sorriu doce.

— Neh... Vamos! Eu quero tanto dançar... Com você... Vai ser


divertido. — Adwaka implorou manhoso, e claro, com sua entonação
sexual.

Mikel sentiu no mesmo instante seu pênis contorcer nos confins de


sua calça, ansioso pela atenção do loiro. — Ok! Mas... Espere-me. Vou
trocar de roupa. Sorte que já tomei banho.

— Tudo bem. Não demore... — Falou sorrindo radiante.


Mikel inclinou-se para Adwaka e deu um selinho nos lábios carnudos,
antes de afastar e ir para seu quarto se arrumar.

Adwaka ficou olhando abobado para o caminho que seu companheiro


fez e tocou seus lábios com as pontas dos dedos. Ok! Haviam se
beijado no banheiro, porém aquele gesto tão simples fez seu coração
inchar, por que não era algo sensual...
Estava para algo rotineiro e casual... Como casais normalmente
fariam, e isso inchou seu coração de alegria.

Enquanto esperava seu companheiro, ele sentou no sofá e pegou o


controle remoto. Ligou a televisão colocando no canal TNT, que
passava um programa sobre viagem – o apresentador parecia estar no
Japão. Contudo, Adwaka realmente não prestava atenção, pois sua
mente imaginava como seria aquela noite. Iria dar um passeio na
cidade, depois iriam para uma boate dançar e quem sabe depois um
hotel.

Sim! Poderiam finalmente transar... E quem sabe, ser reivindicado.


Adwaka não tinha mais dúvida que queria Mikel... O urso era perfeito
e um verdadeiro cavalheiro... O fazia sentir-se valorizado e amado. O
queria para sempre.

Exatamente quinze minutos depois Mikel chegou à sala, mas sem


fazer barulho, tanto que foi seu perfume que chamou atenção de
Adwaka. Esse levantou para encarar o companheiro, e arregalou os
olhos diante do que viu. Acostumado a ver o shifter sempre em calças
jeans, regata ou blusa xadrez, além das botas e chapéu, foi tomado
por surpresa ao vê-lo vestido daquela forma. Mikel havia aposentado
suas roupas de cowboys, e agora se vestia como um homem elegante.

Usava uma vestimenta social, mas levemente puxada para esporte


fino. Trajava uma calça jeans clara que parecia moldar ao seu corpo,
mais cinto e sapatos de couro pretos. A camisa era social e estava por
dentro da calça, e o seu tecido leve e cor azul claro. Os dois primeiros
botões estavam soltos, deixando os sutis pelos do peitoral à mostra,
algo feito para ser sedutor e instigar a ver mais.

Os cabelos pretos estavam arrumados com gel e penteado para trás, a


barba feita deixando a mandíbula e queixo lisinhos.

— Uau... Está um gato... Quero dizer, você já é gato... Mas está...


Diferente... Sexy... — Adwaka perdeu-se nas palavras. — Quero dizer,
é lindo como cowboy... Mas também assim... — Ele soltou o ar dos
pulmões, que nem sabia ter segurado.

Mikel deu um sorriso divertido. Aproximou-se do loiro e estendeu a


mão, acariciando sua face. — Vamos?
Você nos conduz hoje. Irei onde quiser! — Falou e estendeu a mão
para o companheiro.

Adwaka sorriu e acenou, e entrelaçou sua mão a de Mikel. Os dois


deixaram juntos o casarão. Mikel abriu a porta de seu saveiro para
que Adwaka entrasse do lado passageiro, e depois contornou para
lado do motorista.

O vampiro olhou curioso. — Não sabia que tinha esse carro. Achei que
fosse somente a caminhonete.

Mikel sorriu. — Usamos mais as caminhonetes para serviços da


fazenda ou coisas rápida na cidade.
Temos carros esportes para o social... É mais cômodo e ideais para
estacionar.

Adwaka poderia ter sugerido para tê-los materializado na boate, mas


preferiu fazer a viagem de carro, pois teria mais tempo para curtir seu
companheiro. Eles seguiram conversando banalidades, e acabaram
descobrindo que tinham muitas coisas em comum. Eles foram para a
cidade de Ohio que ficava vizinha de Leyburn. Gastaram uma média
de 40 minutos de carro, mas tão entretido conversando que nem
perceberam. O loiro indicou o caminho para Mikel, e quando chegaram
à rua onde ficava a boate, Mikel pode ver a fila quilométrica de
pessoas esperando para entrarem.

— Uau, ficaremos a noite toda somente para entrarmos. —


Comentou.

Adwaka soltou gargalhada. — Não se preocupe! Digamos que sou


frequentador VIP... Não teremos que esperar na fila. Mikel conseguiu
estacionar o Savero em estacionamento pago que ficava do outro lado
da boate, e os dois saíram. Seguiram para frente da boate, e
conforme disse, Adwaka os levou diretamente para a entrada. Bastou
o segurança ver o loiro, e abriu a fita indicando para entrarem.

Quanto tempo Senhor... Seja bem-vindo. — Adwaka agradeceu com


um sorriso, e puxou Mikel pela mão. A música eletrônica soava a todo
vapor, induzindo os corpos a se moverem em frenesi na pista de
dança... Havia de tudo, movimentos tortos, chatos, sensuais e
divertidos... E todo tipo de pessoa se divertindo. Adwaka os levou –
pelo mar de multidão – até a bancada do bar.

— Uau, isso está fervendo em plena segunda-feira.


— Mikel comentou. Ele normalmente não costumava ir nesses
lugares, preferia o bar da cidade, ou o restaurante, teatro ou
cinema... Um bom piquenique ao luar na sua fazenda, mas se era esse
tipo de evento que seu companheiro curtia, poderia ir para agradá-lo.

— Sim! Eles abrem quase todos os dias. O legal que os proprietários


são Shifters, então normalmente a clientela é mais seres paranormais.
Claro, tem alguns humanos, mas nada que seja risco para nós.

O barman aproximou deles com um sorriso sexy. Ele usava


unicamente uma cueca boxer preta e uma gravata borboleta no
pescoço. Seu físico bronzeado e definido totalmente à mostra para
deleite dos clientes.

— Boa noite! Vão querer algo senhores?


Adwaka sorriu, ganhando um rosnado de Mikel. — Para mim
carmesim... E para o meu gostoso companheiro, Uísque Russo. — O
loiro disse.

Mikel pareceu mais calmo depois que Adwaka declarou que tinha
‘dono’, e puxou o loiro para ele, o colocando a sua frente e enlaçando
sua cintura, fazendo Adwaka perceber o quando seu pênis estava a
meio mastro.

— Meu! — Rosnou contra orelha do vampiro, e depois sugou o lóbulo,


fazendo Adwaka estremecer.

— Adoro homem possessivo. Só você, companheiro.


— Adwaka disse em meio tom, ao que rebolou seus quadris,
esfregando sua bunda contra a intimidade do moreno.

O bartender retornou com suas bebidas. O Uísque sem gelo para Mikel
e uma taça de líquido carmesim, que nada mais era que sangue
humano misturado com vinho. Adwaka engoliu sua bebida em um
único gole. A verdade que desde descobrira seu companheiro não
conseguia alimentar-se bem, pois os vampiros careciam alimentar-se
quase 80% unicamente de seus companheiros, algo que não tinha
feito ainda.

Mikel tomou a sua bebida mais lentamente, sem nunca retirar o loiro
de seus braços. Adwaka encostou-se totalmente no outro e ficou
gingando seu corpo conforme a música. Olhou para a pista de dança e
viu como estava animada. Quando uma nova sequência de musica
começou, não resistiu.
Retirou o copo quase vazio de Uísque da mão Mikel e puxou o urso. —
Vamos dançar!

— Ad... Eu... — Mikel tentou retrucar, mas acabou sendo vencido e


puxado para a pista de dança.
Aquele tipo de música realmente não era sua área. Gostava de valsa,
tango e até country, mas nunca foi bom em pop ou eletrônica,
diferente do vampiro.
Deixou ser conduzido pelo loiro... Que movia com habilidade e
sensualidade.

Mikel ficou praticamente parado deixando Adwaka dançar ao seu


redor. Somente na segunda música, que se soltou um pouco, e ousou
tocar, esfregar e seduzir seu companheiro. Não demorou em que eles
tornassem quase a atração principal na pista. Casais invejavam,
homens e mulheres desejavam, mas os dois estavam ocupados
demais curtindo um ao outro para perceberem.

Eles dançaram três músicas em sequência, e mesmo sendo


paranormais que não cansavam rápido, eles decidiram parar um
pouco. Retornaram ao bar, e dessa vez Mikel fez o pedido para eles.
Pediu suas cervejas bem geladas, e após pegá-las, seguiram para o
segundo piso da boate. Era uma área mais tranquila que tinha vários
divãs, poltronas, mesas e sofás espalhados. O local estava repleto de
casais ou grupo de amigos. Os dois foram para o sofá em um canto.
Mikel sentou deixando as pernas abertas ao que Adwaka sentou em
seu colo, sem nenhuma inibição. Ficaram conversando e rindo, até
que Mikel tomar a cerveja da mão do loiro e a colocou sobre a mesa
de centro.

Ei... Minha bebida. — Ele murmurou, mas suas palavras morreram


quando Mikel puxou seu rosto e apossou de os lábios carnudos. O
beijo iniciou mais como um roçar, porém aos pouquinhos foi ganhando
forma. As línguas entrelaçaram. O beijo estava tão gostoso que eles
esforçaram para fazer durar o máximo possível, mas quando seus
pulmões chiaram, precisaram quebrar o ósculo.

— Uhh! Tão delicioso. — Mikel murmurou contra o pescoço do loiro.


Adwaka não podia aguentar mais. Ele abraçou os ombros e apoiou a
cabeça perto de seu pescoço. — Não posso mais aguentar... Eu
preciso... Eu...

— Do que? — Mikel temeu que o outro quisesse ir embora


novamente.

— Eu quero que me reivindique. Quero fazer amor contigo. —


Implorou.

Mikel suspirou... — Sim! Eu acho que vou enlouquecer se não... —


Não terminou de falar, e o cenário mudou-se completamente. Se
antes estava na boate, agora estavam no quarto do urso na fazenda.
— Uau! Essa sua habilidade é bem pratica. Tem certeza?

Adwaka acenou. Ele levantou do colo do moreno e ficou de pé em


meio ao quarto. Se alguns meses atrás tinha tanta dúvida, agora tinha
plena certeza. Ele queria aquele homem... Como seu...
Completamente seu.

— Bom! — Disse Mikel. Ele levantou da cama e aproximou-se do


loiro. — Eu quero ver seu corpo.

Adwaka sorriu sapeca. Ele segurou a barra da blusa e retirou


lentamente pela cabeça e braços, jogando a peça no chão. Depois
retirou os sapatos e meias de qualquer jeito, e logo suas mãos foram
ansiosas para a calça. Deixou-a cair aos seus pés, e então abaixou a
cueca branca até os joelhos, revelando sua ereção pálida e dura, que
era cercada por pelos clarinhos e esparsos, que parecia quase
depilado.

— Tão delicioso... — Mikel disse. Ele esticou os dedos e tocou o pênis


de Adwaka fazendo esse arrepiar. Conforme tocava, seus toques
tornaram mais firmes e ousados... Brincou com a glande vermelha e
puxou a pele do prepúcio.

— Sua mão está gelada... — Adwaka ditou, o que incentivou Mikel a


fez movimentos circulares com seu dedo indicador na glande do loiro,
fazendo-o estremecer ainda mais. — Eu quero mais... Me chupe... —
Adwaka implorou.

O urso desceu seus dedos até o saco do loiro e massageou as bolas


carinhosamente, brincando com elas e aumentou a respiração do loiro,
que parecia prestes a derreter-se.

— Isso é bom... Sua mão é áspera contra minha pele.. — Adwaka


ofegou.

— Er... Então vai gostar que toque cada pedacinho de seu corpo. —
Mikel provocou. Ele inclinou apossando dos lábios do vampiro
enquanto aumentava suas carícias.

— Vai chupar? — Adwaka indagou em meio ao beijo.


Mikel não respondeu com palavras, ele ajoelhou no chão e segurou a
ereção marfim na base levando a sua boca. Ele usou os lábios para
provar a cabecinha, e aos poucos ele foi colocando mais fundo. Sua
boca salivou diante do sabor agridoce de seu companheiro, que era
como néctar para ele.

Adwaka gemeu baixinho sentindo o feito daquele boquete em todo seu


corpo. Mas tão logo começou, terminou, levantando. Antes que
ouvisse o resmungo contrariado do loiro, praticamente o levantou em
seus braços e aproximou-se do leito, jogando-o na cama. Adwaka
gritou surpreso, mas logo um sorriso malicioso adornou sua face
quando Mikel começou a retirar as roupas.

Quando estava inteiramente nu, Mikel subiu na cama e engatinhou até


ficar sobre corpo de Adwaka, apossou novamente da ereção, sugando-
a com força e gula levando o loiro a loucura.

Mas aos poucos foi subindo até que deitou sobre Adwaka e tomou a
boca deliciosa do loiro. Enquanto praticamente devorava a boca de
Adwaka, suas mãos moveram para acariciar, apertar e alisar aquele
corpo perfeito.

Adwaka fechou os olhos e sentiu os chupões de Mikel no seu pescoço.


— Você tem... Lubrificante?

— Perguntou.
O moreno o olhou divertido. A verdade era que Mikel sempre
relacionou com mulheres, e mesmo que imaginava que a simétria
fosse à mesma, devia haver pequenas diferenças.

— Desculpe... Eu não imaginei que... Fossemos fazer...


O vampiro sorriu. — Tudo bem. — Acariciou a face do moreno. —
Podemos usar saliva... — Ele levou três dedos a sua boca e os sugou
bem, depois fez o moreno sair de cima de si e abriu bem as pernas.
Levou os dedos a sua entrada e acariciou, e logo passou penetrar-se.

Mikel arregalou os olhos. Sua ereção já dura pareceu ficar ainda mais
rígida – como se fosse possível. Seu coração pulsou mais forte e a
respiração afoita. Seu animal interior moveu dentro de si, ansioso
para apossar de uma vez de seu companheiro... Mas tinha que ter
paciência.

— Não posso... — Murmurou.


Adwaka retirou os dedos e abriu bem as pernas e estendeu os braços
para seu companheiro. — Venha... Sou seu... Me marque meu urso...
— Disse com voz manhosa e sexy.
Mikel rosnou, e não podendo mais conter-se, ajoelhou entre as pernas
do loiro e levantou-as, apoiando-as em seus ombros.

Mikel direcionou seu pênis ao casulo rosado e forçou-se lentamente


para aprofundar dentro daquele corpo. Adwaka gemeu. Fazia um bom
tempinho que não tinha relação, e seu corpo parecia desacostumado.

— Hmmmm... — Adwaka gemeu fechando seus olhos.

— Eu o machuquei? — Mikel perguntou, pronto para parar, mas


recebeu negação com a cabeça de outro.

— Um pouco... Mas é normal... Logo vai ficar gostoso. — Adwaka


disse.

Levou alguns minutos, mas finalmente Mikel alojou- se totalmente


dentro do vampiro. Sentia-se tão pleno e completo como nunca antes.
Teve usar muito seu controle para não mover-se antes que o loiro
acostumasse com a invasão.

— Agora que... Descobri o sabor de estar dentro de você... Jamais


poderei ficar longe... É perfeito... Ad...

— Disse desconexo. Inclinou-se apossando dos lábios do loiro, e


quando esse maneou os quadris, encarou como uma resposta, e então
passou mover os quadris... Fazendo seu mastro entrar e sair.

— Ah... Ah... — Gemeu Adwaka. — Isso... É gostoso... — Gemeu


mais alto quando Mikel acertou o ponto certo dentro dele. Sua mente
tornou-se turva e a besta dentro dele clamava pelo sangue de seu
companheiro, para uni-los completamente.

— Que delícia... Meter nesse cuzinho apertado. Ah...


— Mikel disse voraz e cada vez mais desejoso.
O ritmo entrou em perfeita sincronia, com seus corpos procurando um
pelo outro, querendo mais e mais daquele prazer surreal. Não
demorou e fina camada de suor cobriu suas peles... As respirações
mais frenéticas... E os gemidos de Adwaka tornando mais altos. Com
o vampiro mostrando como era sedento, ele começou a se masturbar
enquanto era penetrado. Mikel foi aumentando a velocidade com o
passar do tempo, mesmo que uma vez ou outra ele parasse para
descansar.

— Ah... Que gostoso... Hm... — Gemeu o loiro. De todas suas


experiências como ativo ou passivo, naqueles longos séculos de sua
existência, nada o preparou para esse momento. Estar unido de corpo
ao homem destinado para ele, era único e surreal.

— Eu te amo Adwaka... — Mikel declarou. Ele inclinou tomando a


boca de Adwaka, e segurou suas pernas pelos braços. Aumentou seu
ritmo, e quando sentiu o fim próximo, quebrou o beijo e levou à boca
a curva do pescoço do vampiro. Com cuidado e ganância, seus caninos
quebraram a carne, afundando e marcando como seu para sempre.

Ohhh... Ahhh. — Adwaka gritou as alturas, e sentiu seu corpo


desfalecer em um vulcão. Com seu sêmen jorrando como lava e seu
corpo derretendo- se.

Sentiu perfeitamente que o moreno chegou igualmente ao limite,


quando seu canal foi preenchido com porra, ao ponto que
transbordou.

Mikel retraiu as presas e lambeu a ferida para curá- la, e depois


tomou a boca de Adwaka novamente, ao que continuou movendo,
ainda que lentamente.
Quando finalmente parou, caiu sobre o corpo loiro.

Adwaka fechou os olhos e suspirou, e quando finalmente encontrou


sua voz... Bateu nas costas do moreno. — Você é pesado.

Mikel deu risada e saiu de dentro do loiro, caindo deitado ao lado dele.
— Isso foi... Incrível...

Adwaka moveu-se, escondendo a careta de dor, e colocou-se de


bruços e parcialmente sobre o urso.

— Eu sei... Sou demais...


Mikel lhe deu um beliscão. — E modesto...

O loiro encarou nos olhos. — Eu te amo... Não por que somos


companheiros, mas pelo homem carinhoso, gentil, determinado e
justo que é... Eu quero passar o resto dos meus dias contigo.

Mikel levantou a mão e acariciou a face do vampiro.

— Eu te amo... E jamais vou deixá-lo. Ainda mais que provei seu


néctar.

Adwaka sorriu e escondeu a face na curva pescoço do outro. — Oh


céus, criei um maníaco.

— Sim, louco por você... Mas estou muito velho. Vamos dormir? — O
moreno pediu. Realmente a noite tinha sido bem cheia.

Adwaka acomodou-se nos braços fortes. — Sim, mas se prepare...


Logo vou querer mais. Sou ninfomaníaco... E guarde suas energias
para mim.
Mikel sorriu sem dizer nada. Ele estava tão feliz como nunca antes.
Claro, Adwaka ainda tinha que alegá-lo, mas teria todos os dias pela
frente... E tudo aconteceria no momento certo. Pois nada e nem
ninguém iria separá-los.

Cap. 6) Capítulo 6 – Marcando território


O corpo pálido remexeu no leito e um resmungo profanou dos lábios
entreabertos. Ainda com as pálpebras fechadas, as mãos deslizaram
pela cama, de forma inconsciente procurando o calor do outro corpo.
Vincou a testa quando encontrou o lado da cama vazio, e isso forçou
abrir os olhos. Levantou à parte superior do corpo, os olhos azuis
percorreram a cama e depois o restante do quarto. De repente o
pânico instalou dentro de si; medo que tudo não tivesse passado de
um sonho. Ele sentou na cama, e sentiu com clareza a suave dor em
sua bunda...

“Um indício...”

Depois olhou ao redor constatando que não era seu quarto.


“Segundo indício...”
O loiro olhou mais adiante e aguçou seus sentidos, mas não encontrou
nenhum barulho no banheiro.

— Cadê...? — Adwaka murmurou. Seus lábios torceram em um bico e


seu coração pesou com medo. Medo que Mikel tivesse se arrependido
do que aconteceu.

Não! Estou pirando, murmurou para si mesmo em pensamento


enquanto abanava sua cabeça. O vampiro puxou o ar com força aos
pulmões e depois soltou lentamente. Não podia surtar. Não agora.
Depois de finalmente ter aceitado seu acasalado e realmente sentir-se
amado pelo urso, não ia estragar tudo tendo um ataque de pânico. De
maneira alguma.

Adwaka jogou as pernas para fora da cama e se levantou. Ignorou a


suave dor. Parecia estranho sentir dor, quando curava com rapidez
sendo vampiro... Mas isso era característica que ficou depois do
ataque que sofreu da parte dos desonestos. Mesmo que tinha
sobrevivido, de alguma forma suas habilidades se tornaram um pouco
lentas. Não chegava a ser como humano, mas era mais lento em
termo de curar ou rapidez. Nada que realmente importasse.

Forçando-se a não agir como um louco ciumento ou possessivo... Ou


pior, amante exagerado, resolveu tomar um banho... Vestir uma
roupa confortável e agir naturalmente. Ele reparou que as roupas –
que espalharam ontem à noite quando se despiram – haviam sido
recolhidas. Certamente por Mikel. O homem ficava agoniado se via um
grão de poeira em algum lugar.

Adwaka sorriu ao lembrar-se da mania de seu companheiro, e então


rumou para o banheiro. Odiava retirar o cheiro de Mikel dele, mas
realmente um banho seria bem-vindo. O loiro que normalmente
levava meio século no banho fora até rápido. Após vinte minutos tinha
tomado banho, cabelos lavados e penteados.

Torceu a boca ao recordar que não tinha nenhuma roupa no quarto do


companheiro.
Sem se preocupar, saiu do quarto totalmente nu, e rumou para quarto
de hóspedes que ocupava. Com a porta aberta enfrentou a zona de
seu guarda-roupa e optou por uma calça jeans escura, botas de
cadarço que tinha até abaixo dos joelhos e uma blusa malha leve na
cor azul que era folgada na gola, e com isso ficava caindo nos ombros,
e por baixo uma regata preta.

Satisfeito, ajeitou alguns fios dos cabelos, e deixou o quarto. Podia


sentir que o sol ainda brilhava lá fora, por isso estava na torcida que
seu ‘ursinho’ ainda estivesse dentro de casa. A chama do acasalando
recém-feito ainda ardia nele, e precisava com desespero de Mikel.

Assobiando, ele desceu a escada enquanto usava seus sentidos para


encontrar seu companheiro.
Arqueou uma das sobrancelhas quando chegou à sala e encontrou
Felix deitado no sofá vendo TV. Normalmente todos acordavam bem
cedo para cuidar dos afazeres da fazenda, por isso era estranho vê-lo
ali relaxado em plena terça-feira.

Adwaka aproximou cautelosamente e sentou no sofá de dois lugares.


— Olá... Tudo bem? — Perguntou com cuidado, pois era conhecedor
do humor azedo do enteado, e quanto esse não gostava dele. Felix
desviou atenção da tela plana e encarou o loiro.

— Sim. — Respondeu calmamente, e retornou a observar o programa


que passava, algum canal humorístico.

— Er... Cadê seu pai? — Perguntou.


Felix sorriu para a piada contada pelo apresentador.

— Lá fora... E você, está bem? Ou papai deu canseira? — Indagou


malicioso. Encarou o padrasto com um sorriso tarado.

— Co-como? — Adwaka gaguejou nas palavras.


Deu para ouvir os dois ontem. Sabe, as paredes são meio finas. Uau,
você grita bastante, neh. — O vampiro corou e quis abrir um buraco
no chão e afundar. Normalmente Adwaka não era tímido e não ligava
para falar de sua vida sexual. Mas agora era um homem
comprometido, e como envolvia sentimentos, não parecia certo os
outros ficarem sabendo. Como iria encarar os enteados, depois disso?

— Eu... Nós... Quero dizer...


Felix soltou uma sonora gargalhada. — Relaxa... Sabe, não estava
muito confiante em você... E nem gostava. Afinal, renegou o vinculo
com meu pai... E achava que não era ideal para ele. Mas esses dias
aqui, vi que tem se esforçado, e o velho está feliz como nunca vi
antes. Ele até saiu para se divertir ontem. Nunca vi meu pai fazer
isso. Ele só trabalha.

— Felix deu os ombros.


— Então, estamos bem?
— Digamos que ganhou meu reconhecimento como companheiro de
meu pai. Não seremos amigos. — Falou o urso. Pegou o controle e
mudou de canal.

Adwaka suspirou. Bem, era melhor que nada. Ele encostou contra o
sofá. — Sabe onde... — Iria indagar novamente onde estava Mikel,
mas a voz alterada interrompeu. Reconheceu como voz feminina e
essa gritava. A outra era de seu desaparecido companheiro.

Os dois entreolharam e levantaram. Ao aproximarem da porta, Felix


abriu olhando para fora, mas Adwaka manteve distância segura para
que os raios do sol não o tocassem, mas ainda pudesse ver a cena.
Seu coração pulsou como louco e seus olhos tornaram rubros quando
reparou na cena. Mikel estava há alguns metros da varanda de frente
para uma mulher. Essa parecia descontrolada e tentava chegar até o
shifter. Todos os instintos de Adwaka gritaram.
Queria afastar aquela fêmea do seu homem.

— Eu vou... — Moveu-se para sair, mas foi segurado por Kyler que foi
atraído pela gritaria.

— Não pode sair! Está sol. Vai torrar... — Falou contendo Adwaka.
Os três olharam para cena.

— O pai cuidará disso. Essa vadia vive dando em cima dele... — Felix
disse fazendo Kyler gritar:

— Felix?!
O que foi? — Indagou olhando para trás, então viu a fúria nos olhos do
padrasto, além os olhos vermelhos e as garras. — Ou! Desculpa... Mas
o pai nunca deu atenção a ela.

–oo0oo-

Mikel tinha um olhar duro. Ele tivera uma noite perfeita no dia
anterior. Saira em um encontro com o seu companheiro...
Conversaram, riram e dançaram... E para completar com chave de
ouro, Adwaka aceitou seu acasalamento. Nunca em seus sonhos
imaginou que o vampiro seria tão sensual, lindo e gostoso. Poderia
dizer que estava totalmente viciado nele. Acordar ao lado de Adwaka
tinha sido uma das melhores partes. Queria fazer o segundo dia ainda
perfeito. Mostrar para o vampiro que não errara em aceitá-lo.

Acordou cedo, ajeitou o quarto, tomou um banho e preparou uma boa


refeição. Sabia que o vampiro acordaria somente à tarde. Era sua
natureza, por isso planejou um piquenique ao luar. Contudo tudo
desandou com a chegada inesperada de Sheron.

Mikel nunca deu abertura para aquela mulher, mas errara em não ser
sucinto ao deixar claro que não queria nada com ela. Irritada com seu
sumiço na cidade e levada pelas fofocas que o havia encontrado seu
companheiro, Sheron resolveu ir à fazenda.

Sua fechada fora tranquila. Ela foi doce e educada. Avançou para
tática de se mostrar sensual e tocar em Mikel, porém ao perceber que
o homem não daria espaço, tornou-se mais agressiva... Ao ponto de
roubar um beijo. Mikel irritou. Seus lábios eram somente de seu loiro.
Disse claramente para Sheron que não queria nada com ela... Agora
nem nunca.
Que era acasalado.
A mulher grunhiu. Ela era um shifter urso, e em sua visão, Mikel era o
macho perfeito para o acasalamento.

— Não! Você é meu... Não perdi meses investindo para que ficasse
com outro. Céus! Um homem. Eu sou mulher... Posso lhe dar filhos...
Satisfazê-lo na cama... — Tentou abraçar Mikel, mas esse afastou.

— Chegar Sheron! Vá embora. — Mikel ordenou.


— Não! Você tem que ser meu... Sou melhor... Não ve... — Ela gritou.
As lágrimas debulhavam de seus olhos, borrando a face com rímel.
Levou as mãos aos cabelos e os puxou, deixando desgrenhados. — O
que ele tem que não tenho? Ah? — Indagou.
Abaixou a blusa revelando seus seios fartos, onde auréola estava e
eriçadas, mas isso apenas deu asco em Mikel.

— É meu companheiro. E mesmo que não fosse, preferiria mil vezes


Adwaka antes de ti. Vá embora da minha fazenda. — Gritou.

— Seu... — Ela avançou novamente para Mikel.


Adwaka não podia lidar mais com isso. Não ia deixar aquela vadia
tocar em seu homem. Ele soltou-se dos braços de Kyler e correu para
porta. Desviou dos braços de Felix e pisou na varanda.

— Ele é meu! Saia daqui sua puta. — Gritou.


Mikel olhou para casa. Seu coração bateu forte quando viu Adwaka na
varanda, exposto ao sol. — Não... Ad, entre. — Pediu.

— Não... Somente quando ela for embora... Vá embora ou vou


marcar sua cara feia. — Ele rebateu.

Sheron moveu-se para atacar Adwaka, mas Mikel a segurou e


empurrou em sentido seu caminhão.

Kyler e Felix, recuperados, correram até o padrasto e o puxou para


dentro de casa. Com dificuldade, conseguiram fazer Adwaka entrar,
mas tiveram que continuar contendo-o para impedir de retornar para
fora. Quando o som do caminhão sumiu, a porta abriu e Mikel entrou.
Seu olhar era duro e feroz, e seus filhos sabiam que não deviam ficar
no caminho dele. Rapidamente soltaram Adwaka e colocaram uma
distância segura dele.

O urso seguiu passos firmes e lentos, e quando estava a centímetro


do loiro, deu um tapa em sua face.

Adwaka segurou a bochecha que fora estapeada e olhou ferido para


Mikel.

— Seu... Vampiro estúpido. Estava querendo se matar? —


Praticamente gritou.

Felix e Kyler moveram para mais perto, para proteger Adwaka se


necessário, mesmo que duvidasse que seu pai machucasse seu
companheiro de propósito.

— Eu... Você... Idiota. — Adwaka gritou. Ele moveu- se para afastar,


mas foi segurado pelo pulso.

Milkel suspirou e puxou o loiro delicadamente para seus braços,


recebendo em resposta um gemido. Foi quando reparou quando
Adwaka tinha feridas de queimaduras de terceiro grau nos braços,
ombros e rosto. Mesmo que tivera alguns minutos exposto ao sol, o
efeito era claro. A pele estava vermelha, enrugada e tinha áreas que
estava carne viva.

— Oh, Ad... Por que fez isso? Saber que não pode sair no sol.
Os olhos rubros de raiva do vampiro ficaram úmidos, mas conteve-se
para não chorar.

— Você... Ficou dando atenção a ela. Seu urso traidor. — Mikel


acariciou os cabelos dourados...

— Nunca! Ela sempre flertou, mas nunca retribui. Pode perguntar


para quem for.

— É verdade. — Felix disse.


Adwaka olhou muito rápido para o enteado e retornou o olhar para o
companheiro. — Mas... Mesmo assim. Você é meu. Ela não deve
chegar perto. — Ele ditou com a voz alterada. — Dói... —
Choramingou. Agora que a raiva começava a diminuir, ele podia sentir
com perfeição a dor das feridas.

Mikel o olhou preocupado. — Felix... Dê uma volta na fazenda para


garantir que aquela vaca foi embora. Kyler ligue para o Doutor e peça
para vir urgente. E achem Josh... Diga o que aconteceu. Não a quero
aqui nunca mais. — Ordenou.

— Sim, pai. — Os dois jovens ursos afirmaram, e saíram para fazer o


que fora solicitado. Já Mikel se abaixou e tomou o loiro em seus braços
– como donzela – fazendo Adwaka constranger-se.

— Posso andar! — Adwaka murmurou, mas não fez nenhum esforço


para sair dos braços do amado.

Mikel rumou para seu quarto e depositou sua preciosa carga com
cuidado no leito.

— Temos que retirar essas roupas. — O moreno murmurou para si


mesmo. Ele parecia em choque, agindo mecanicamente. Ele retirou
primeiro as botas e meias do loiro, e depois seguiu para retirar a
calça. Quando seguiu para a blusa, ficou sem jeito, pois temia causar
dor. — Eu vou...

Adwaka pegou a mão de seu companheiro, ganhando sua atenção. —


Ei, tudo bem... Calma... Vou ficar bem. Sou um vampiro, curarei
rápido.

— Não... Eu preciso... Retirar a blusa... — Mikel parecia preste a


desabar.

Adwaka suspirou. — Okay, pegue uma tesoura e corte as blusas.

— Mas... Vai danificá-las.


— Mikel, depois me compre novas. Agora corte a porra da blusa. É
apenas bem material. Tudo bem!

Falou firme. Não podia surtar, já bastava seu companheiro. Apesar de


que não podia negar que era fofo ver o másculo urso todo confuso. Era
cruel da sua parte, mas confessava que achava fofo.

— Okay... Cortar. — Disse, então levantou da borda da cama e foi até


a estante. Tomou uma tesoura grande de cabo preto, e retornou para
perto do loiro. Com cuidado cortou primeiro a blusa azul, e depois a
regata, retirando inteiramente do corpo do loiro, permitindo que ele
ficasse apenas com a cueca.
Dispensou o tecido cortado no chão e a tesoura sobre criado-mudo. —
Por que Chelsea está demorando.

— Ele está em outra cidade. Podia ligar para meu irmão. Remy pode
teletransportá-lo e trazer o ruivinho mais rápido... Ou, me preparar
um banho gelado na banheira. Ajudará com as queimaduras.

— Boa ideia. Já volto. — Mikel disse, voltou a levantar e foi para o


banheiro que ficava em junção ao seu quarto, e tratou de limpar a
banheira e depois enchê-la com água natural.

Adwaka ficou olhando para o teto. Agora mais calmo, sentia-se


estupido. Devia ter confiado no seu

companheiro, e não ter arriscado dessa forma. Tudo o que tinha feito
era preocupar Mikel. Apenas esperava que isso não estragasse todo
progresso que tinham feito.

Olhou para si, e reparou que as feridas pareciam não estar curando.
Sabia que iria, mas estava bem mais lento que normalmente seria.
Assustou, quando reparou Mikel ao seu lado. Tao concentrado, não
tinha visto que o urso havia retornado.

— Olá... — Murmurou com um sutil sorriso, mas arrependeu-se


quando o rosto doeu.

— Tudo bem? — Mikel perguntou aflito.


— Ficarei bem! Fique calmo. — Adwaka pediu. Ele estendeu os
braços, permitindo de bom agrado que o moreno tomasse novamente
nos braços e o levasse para o banheiro. Foi colocado gentilmente
dentro da banheira, e exprimiu um gemido, diante da água. — Gelada.
Tira minha cueca? — Olhou travesso, fazendo Mikel suspirar.

— Comporte-se! — Arranhou com o vampiro, mas tratou de retirar a


pequena peça de roupa, revelando

a intimidade do loiro. Reparou o pênis mole. Mesmo nesse estado era


lindo e convidativo. Sem perceber, acariciou os pelos pubianos
imersos na água. — Já pensou em depilar tudo?

Adwaka remexeu demostrando claramente o feito que o moreno tinha


sobre ele. — Dá trabalho... — Disse fazendo bico. — Mas se quiser...
Posso fazer.

— Ficaria ainda mais delicioso. — Mikel disse. Ele ocupou em colher a


água com as duas mãos e jogar nos braços e rosto do loiro. — Afundar
mais pouco... Para a água pegar tudo braço e ombros.

Adwaka acenou com a cabeça. Ele fechou os olhos e encostou a nuca


na borda da banheira, permitindo que Mikel jogasse suavemente água
em sua face.

De repente sentiu sono, e acabou adormecendo. Sua mente voou para


longe, mas precisamente para a cena de mais cedo, mas diferente do
ocorrido, Mikel dava total atenção àquela mulher. Eles riam e
esfregavam um ao outro. Quando o moreno inclinou para beijá-la,
Adwaka gritou e moveu-se. Seu corpo foi segurado por mãos suaves, e
isso parece retirá-lo do seu pesadelo.

Afundou a cabeça, e percebeu que era macio. Olhou ao redor, e viu-se


na cama de casal e que a luz estava acesa. Olhou para quem tocou, e
acabou encarando o rosto arredondado emoldurado pelos cabelos
ruivos e enfeitado com os olhos verdes.
— Sea? — Chamou pelo amigo médico. — Quando…

— Olá! Gosta mesmo de nos dar sustos. — Chelsea disse gentil.


Adwaka olhou ao redor.

— Cadê Mikel? — Sentiu sua garganta seca, como se tivesse pedras


arranhando-a.

— Está na sala com Remy e Yoshi! Nos deu um belo susto.


Er... Eu acho... Acabei dormindo no banho. Que horas? — Tentou
levantar, mas foi segurado novamente pelo ruivo.

— Umas 4hs. Parece que dormiu e Mikel o trouxe para cama. Já


terminei os curativos... — Somente quando olhou para si, viu que
tinha ataduras nos braços e ombros... Além de alguns curativos no
rosto.

— Não está curando rápido. — Adwaka disse.


Chelsea estava sentando na borda da cama e o olhou preocupado.

— Eu percebi. Por isso quero que assim que esteja bem, vá à clínica.
Quero fazer alguns exames.

Adwaka suspirou. — Não precisa. Sei que é culpa do ataque.

Chelsea fez bico. — Pode ser, assim como pode ser culpa que nos
últimos meses não se alimentou direito. Quando foi a última vez que
comeu? Ingeriu sangue?

Adwaka olhou culpado. — Acho que tem umas duas semanas. Ai! —
Gemeu após receber um cascudo na cabeça. — Por que fez isso?

— Seu idiota. Por que ficar nos dando susto? Some, depois volta e
não nos procura... E ainda se fere assim. — Chelsea reclamou,
mostrando o quanto estava chateado.

— Desculpe... Têm sido difícil nos últimos meses. Prometo recuperar


o atraso. — Falou fazendo carinha de cão abandonado. O ruivo sorriu.
— Vou cobrar. Coloquei no criado uma pasta d’água... Passe sempre
que for trocar as ataduras. Acho que em dois dias estará totalmente
recuperado. E... Não faça mais isso.

— Pode deixar. — Adwaka disse, mas não pode continuar aquela


conversa com Chelsea, pois alguém bateu na porta. — Entre!

Ela foi aberta dando margem a Remy e Yoshi, e logo atrás deles Mikel.
— Olá... Irmão estúpido. Como está? — Remy disse, fazendo o loiro
grunhir:

— Por que todos resolveram me xingar?


— Por que fez besteira? — Mikel disse, fazendo todos rirem.
— Ok, tem seus pontos. — Falou Adwaka. — Cadê meus sobrinhos?

— Bailey ficou com Akio. Ele queria vir, mas achamos melhor outro
dia. — Remy disse.

Eles ficaram conversando por alguns minutos, e Adwaka prometeu


que iria visitar a todos. Realmente nas últimas semanas ficara meio
afastado da família e amigos, mas com seu acasalamento, não era
capaz de focar em outra coisa. Agora que finalmente era um homem
tomado, poderia se acalmar. Bem, se bem mesmo ferido estava tendo
uma bela ereção por somente olhar para o urso.

Após meia hora, todos se despediram, prometendo que iriam vê-lo no


dia seguinte. Remy e Yoshi levaram Chelsea de volta para casa, não
antes de darem outro puxão de orelha em Adwaka. Deixaram o loiro
sozinho no quarto, e Mikel acompanhou todos para fora. Chelsea
instruiu o cuidado necessário e avisou da mordacidade de Adwaka
curar, pedindo que o levasse a clínica quando estivesse melhor para
alguns exames. E claro, destacou que o vampiro não vinha se
alimentando corretamente.

Enquanto estava sozinho, Adwaka voltou a fechar os olhos, e estava


quase cochilando quando um cheiro único chegou as suas narinas. O
perfume em misto de suor, feno e ferroso... Sim! Era Mikel. Ele abriu
os olhos e sorriu para seu lindo companheiro.

— Olá bonitão. Vem sempre aqui? — Perguntou divertido.


Mikel sentou na borda da cama e estendeu a mão, acariciando os
cabelos loiros. — Não me assuste assim novamente.

— Prometo. Vou me comportar. — Adwaka disse. — Agora tire essa


expressão séria do rosto. Vai ficar com rugas.

— Mas me amará mesmo sendo um velho enrugado? — Mikel indagou.


Era incrível como um homem tão belo, másculo e experiente poderia
mostrar-se inseguro.

— Por toda eternidade. Será o meu velho gostoso.


— Adwaka disse. Ele lambeu os lábios.
— E nunca mais esconderá as coisas de mim? — Mikel perguntou.
Adwaka remexeu inquieto. — Eu não...

— Prometa?! — Insistiu.
Adwaka acenou. — Não vou esconder mais nada. — Ele olhou curioso
quando viu Mikel levanta o braço e levar o braço até a boca. Deixou os
caninos cresceram, e então cortou a própria pele.

Adwaka gemeu quando o cheiro do sangue chegou suas narinas. Seus


olhos tornaram-se vermelhos e seus caninos apontaram. Ele tentou
controlar-se, mas era praticamente impossível.

Mikel estendeu o braço até a boca do loiro: — Beba!

Adwaka tentou negar com a cabeça, mas isso apenas contribuiu para
recebesse um duro olhar.

— Beba!
Incapaz de negar-se a exigência de seu companheiro ou controlar por
mais tempo sua fome, Adwaka abriu a boca e lambeu a ferida.
Quando o sangue chocou contra sua língua, gemeu. Sim! Era o sangue
mais delicioso que já tinha provado. Um verdadeiro néctar. Ele
esforçou para controlar-se e não até o outro, e bebeu lentamente cada
preciosa gota. Sua boca fechou-se ao redor do pulso, enquanto
sugava goles do sangue. Seus olhos fixaram no urso, e pode ver a
preocupação e amor nos olhos dele. Isso o tocou como nunca. Quando
considerou suficiente, ao menos para que não fizesse mal ao seu
companheiro, ele lambeu a ferida. Ajudando-a fechar. E soltou a boca.

Lambeu seus lábios, não permitindo que nenhuma gota fosse


despedaçada. Sabia que não tinha sido suficiente para suprir sua
fome, mas sentia-se mais calmo com isso. A dor latejante de seu
corpo tinha sumido.

— Nunca mais esconda nada de mim! — Mikel pediu. — Não posso


perdê-lo.

Adwaka olhou culpado. — Desculpa! Não vou mais esconder.

— Obrigado. — Declarou. Ele retirou os chinelos dos pés e subiu a


cama, de forma que se deitou ao lado do loiro. — Bem, meus planos
para hoje foram rio abaixo.

— Planos? — Indagou curioso. Encostou a cabeça contra a curva do


braço do companheiro, com cuidado por causa das queimaduras.

— Sim! Iriamos fazer um piquenique...


— Uh! Desculpa... Estraguei tudo.
Mikel negou com a cabeça. — Não foi fazer, mas aquela mulher idiota.
Teremos chance outro dia. Quando estiver melhor.

— Vou cobrar. — Falou. O sono o tomou novamente. Certamente


porque dependia de muita energia para seu corpo curar, e isso
causava sono. Aninhou-se mais perto de Mikel, e fechou os olhos,
deixando ser levado para terra dos sonhos.

— D
urma, meu loiro. Velarei por seu sono. — Mikel disse, e depositou um
beijo no topo da cabeleira loira. Ele descobriu-se cansado e acabou
igualmente adormecendo ao lado de seu companheiro. Estava aliviado
que no final tudo ficou bem. Sabia que perderia totalmente sua mente
se acaso perdesse seu companheiro. Acabaria com qualquer um que
ousasse feri-lo novamente.

(Cap. 7) Capítulo 7 - Santo remédio

— Obrigado pela carona! — Chelsea agradeceu. Ok! Vou uma


‘peculiar’ carona, mas certamente era mais rápido que meios normais.

— Nós que agradecemos por dispor em ajudar Adwaka... E ainda


chega tarde a casa. Acho demorou mais previsto. — Remy disse. Ele
ainda estava preocupado com seu irmão. Adwaka sempre fora
inconsequente, e parece que acasalado parecia pior. Somente o
desmiolado de seu irmão para sair no sol.

Chelsea negou com a cabeça. — Ad é meu amigo... Óbvio que


ajudaria. Ele ficará bem, não preocupe Remy. Deem beijo em Bailey
por mim. — Falou retribuindo sorriso.

Abraçou Yoshi, e depois acenou para Remy. Ele virou-se não


reparando se o casal havia ido embora ou não, e seguiu para casa.
Havia trabalhado dia todo na clínica e depois fora atender o vampiro,
estava realmente cansado.

Ele inclinou a cabeça para cima e admirou o céu. Não havia nuvens, e
considerando que estava em uma área que não tinha luzes da cidade
ou poluição, dava para ver com perfeição as estrelas. Um manto
estrelado surreal.

Ele suspirou.

Tudo que queria era um banho e cama. Sim!

Olhando para sua casa, Chelsea colocou-se a andar. Subiu os três


degraus da escada da varanda e girou a maçaneta. Descobriu a porta
destrancada, e estranhou pelo horário. O relógio marcava um pouco
mais das 23hs. O ruivo viu que a luz da sala estava acessa e ouviu o
barulho de televisão. Trancou a porta e deixou suas chaves e maleta
médica em cima do aparado no Hall de entrada, antes de seguir para
a sala.

Ao entrar deparou com a televisão ligada e um belo moreno deitado


no sofá. Victor tinha os olhos fechados, e deduziu que estava
dormindo. Chelsea tomou controle da mesa centro e desligou a TV,
mas quando se aproximou de seu companheiro para acordá-lo, esse o
puxou pelo pulso, fazendo cair contra sofá. E em segundo viu-se
sentado no colo de um Victor bem acordado e sentado.

— Oh, achei estava dormindo. — Sea falou após o susto.

— Apenas descansando os olhos. Demorou coelhinho. — O Alfa disse.


Os braços fortes rodearam a cintura do médico e a face embrenhou
em meio à curva do pescoço e ombro, inalando o perfume único
daquele que detinha seu coração.

— Uhh! Demorou pouquinho fazer as feridas de Adwaka começarem a


curar. E tiver colher amostrar de sangue. Ele não parece está curando
como devia. — Chelsea disse. — Estou tão cansado. — Murmurou no
final. Ele depositou a cabeça no ombro do marido. — As crianças?

— Dormindo! Todas de banho tomado, dentes escovados e ouviram


história. — Victor disse, ao que depositava beijos suaves no ombro e
pescoço do companheiro.

Uhh, sinto-me culpado por não está aqui. — Chelsea disse. Havia
trabalhado dois dias seguidos de plantão na clínica, depois
desaparecimento de Evans.

— Tudo bem, elas entendem. Que tal um banho de espuma? — O Alfa


sugeriu. Sem dificuldade, ele levantou do sofá com Chelsea em seus
braços. O ruivo tinha as pernas ao redor da cintura do companheiro,
os braços ao redor de seus ombros e a cabeça apoiada contra curva
do pescoço.

— Acho não tenho forças nem para isso! — Disse em pequena voz. Se
Victor continuasse falando com aquela voz baixa, acabaria dormindo.

— Não ser preocupe, farei todo trabalho. — Victor falou divertido, ao


que subiu os degraus da escada que levaria ao segundo andar da casa.

Chelsea soltou uma risada. — Acho que quer apenas abusa de mim. —
Falou.

Victor grunhiu. — Oh, essa é a ideia. Fui descoberto.


Falou divertido. Aproveitando que a porta do quarto estava aberta, ele
entrou e seguiu para o banheiro que ficava em junção ao quarto.
Depositou seu companheiro sentando no vaso sanitário – claro, após
conferir que a tapa estava abaixada – e então passou retirar cada
peça de roupa. Chelsea apenas levantou o braço quando necessário, e
os quadris pra retirar a calça.

— Uhh... Abuse e use... Sou seu. — Falou entrando no clima da


brincadeira.

Victor sorriu malicioso ao deleita na visão do corpo nu de Chelsea. Ao


longo dos últimos três anos Chelsea tinham mudado muito, não
somente mentalmente, emocionalmente, mas como fisicamente. Ele
ainda possuía aquela estrutura volupiosa que Victor amava, mas
igualmente tinha adotado uma rotina mais saudável. Havia perdido
alguns quilos, trabalhado na academia para enrijece as coxas, bunda e
braços. Claro, ainda era o coelho de pele cremosa, volumes nos
lugares certos, mas com certeza, mais gostoso.

O Alfa retirou com facilidade a calça do pijama que usava mostrando


que não usava nada pro debaixo. Seu pênis semirrígido soltou
animado, querendo brincar.

— Alguém parece animado. — Chelsea disse, no que o dedo indicador


de sua mão direita deslizar pela carne quente e dura. Ele soltou na
risada.

— Oh, ele saberá esperar. — Victor disse. Não era momento de


‘brincar’, pois seu companheiro precisava de cuidados e descanso. O
moreno encheu ligou o chuveiro na água morna, e depois saiu do Box,
estendendo a mão para Shifter coelho.

Chelsea não fez praticamente nada, apenas ficou lá parado no meio do


Box, e permitiu que Victor o lavasse. O Alfa de postura altiva e corpo
másculo, empenhou em lavar cada pedacinho do corpo amado. Claro,
não perdeu a chance de uma ‘mão’ boba’. Ele ensaboou o corpo de
pele leitosa e ainda lavou os cabelos vermelho sangue.

— Alguma pista de Evans? — Victor perguntou quando terminava de


seca o corpo do marido. Ele tinha aproveitado e tomado um banho.

Chelsea negou com a cabeça. — Nada... Simplesmente desapareceu.


Os betas de Alex estão procurando. Dan tem a teoria maluca que
Xanty tem envolvimento nisso.

Victor terminou secar os cabelos, e jogou a toalha na bancada da pia.


— O Íncubo?

Chelsea deu os ombros. — Daniel sabe ser sem sentido. Só por que o
garoto parecia está flertando com Dr. Evans. Não sei!

Ele deixou que sua mão fosse segurada pela do companheiro e


arrastado para fora do banheiro. Sem realmente importa que estava
nu. Tudo que desejava era sua cama. Deitou-se confortável, após
Victor levantar as cobertas para ele, e aninhou em seu travesseiro.

O Alfa apagou as luzes do banheiro e quarto, e depois fechou a porta.


Mais que depressa se aproximou da cama e deitou-se ao lado de seu
coelhinho, puxando para seus braços. Claro que seu desejo ansiava
ser saciado, mas não seria canalha em obriga Chelsea algo quando
estava cansado.

Quem saber amanhã cedo!?

— Acho que é algo que devia olhar. — Victor disse. Os acontecimentos


loucos em sua vida e dos seus amigos ensinou que todo cuidado era
pouco. — Falarei com Alfa Alex amanhã! Mas ainda acho que dever
contratar outro médico.
— Amanhã... Pen-pensarei nisso. — Chelsea disse em meio bocejo.
Esfregou o rosto contra peitoral forte do marido, e fechou os olhos,
deixando se levado para a terra dos sonhos. Oh sim, descansar seria
bom.

Victor ficou mais alguns minutos acordado velando pelo sono de seu
‘ruivinho’, até decidiu descanso seria bem-vindo. Precisava está a todo
vapor quando sol raiasse, pois aquele coelho não fugiria dele. Não!
Iria brincar de caçar e caçador.

–oo0oo-

Os olhos tremularam. Pareciam colados, pois teve certa dificuldade de


abri-los, mas quando finalmente conseguiu... Assustou-se com o
homem inclinado sobre si. O loiro afastou e sentou na cama, somente
para gemer de dor.

— Devia se mais cuidadoso. — O jovem de estilo emo disse.

— Merda, Akio! Não devia assustar as pessoas assim. — Adwaka


disse. Ele esfregou os olhos tentando espantar o sono e olhou ao
redor. Reparou no quarto extremamente arrumado, e sorriu. Sim!
Era o quarto de Mikel. O quarto deles. Voltou sua atenção ao sobrinho.
— O que faz aqui?

Akio fez um bico com seus lábios e cruzou os braços. — Ingrato! Vim
visita-lo, mas você não acordava. — Resmungou. Sua expressão
mudou de emburrada para preocupada. — Está melhor?

Adwaka olhou para seus braços e ombros enfaixados. — Uh, acho que
sim. A dor diminuiu bastante, apenas sinto uma leve fisgada. Quanto
tempo...

Dois dias. Segundo seu companheiro. Ele ficou bem preocupado e até
pediu Sea para vim vê-lo novamente. — Akio informou. Ele que estava
sentando na borda da cama, retirou os sapatos e subiu no leito,
sentando-se ao lado do tio, com as costas encostadas na cabeceira da
cama.
Aquela notícia deixou Adwaka espantado. Imaginou que tinha dormido
apenas algumas horas, e não dias. — Eu estou...

— Está bem! — Akio falou, mas o loiro sentia que estava escondendo
alguma informação.

Adwaka fechou os olhos. Ele queria seu companheiro. Seu coração


parecia aflito, como não encontrasse Mikel agora, iria sucumbir à
escuridão.

— Eu preciso... — Murmurou incerto.


— Ele foi à cidade, mas disse voltava logo. — Akio disse, como
adivinhasse os pensamentos do outro.

— Sabe, ele é bem legal... E parece bastante preocupado contigo. Foi


engraçado, porque até os seus três enteados pareciam protetores
contigo... Foi difícil convencê-los me deixar vê-lo.

Adwaka olhou para Akio abismado. Os três filhos de Mikel não


pareciam aceitá-lo bem até agora, porém pareça que alguma coisa
tinha mudado.

Olhou indagativo para o sobrinho, mas esse apenas deu os ombros.

— Cadê Anke? — Adwaka perguntou.


Akio fez expressão de chorou. — Com Sky! Queria trazê-lo, mas o
idiota do meu companheiro falou algo sobre momento pai e filho. —
Falou irritado, fazendo Adwaka soltar uma sonora risada.

— Precisa deixar que Skylar cuida do filho. Você é protetor demais. —


Falou divertido, fazendo Akio emburrar.

— Babaca! — O vampirinho moreno arrulhou. — Uhh, quer ajuda para


retirar as ataduras? — Perguntou.

Adwaka olhou para seu corpo enfaixado, além dos braços e ombros,
suas bochechas tinham curativos. Seria bom está limpinho quando
Mikel retornasse.
Acabou acenando para Akio – meio perdido em pensamentos – e
assustou quando sentiu os dedos frios em seu rosto.

— Vou retirar curativos do rosto! — Akio falou, com cuidado tirou os


curativos do rosto e alisou as bochechas. — Nenhuma cicatriz, mas a
pele parece pouco sensível ainda. Acho que bebendo mais sangue,
curara o restante. — Disse, ao que fez Adwaka afastar da cabeceira da
cama, e retirou os curativos dos ombros e braços. Quando desfez de
todos, os jogou na lixeira ao lado da cama.

— Vou tomar um banho. — Adwaka disse. — Ah, obrigado.


Akio deu os ombros.

Adwaka negou com a cabeça. Seu sobrinho realmente sabia ser tímido
com elogio ou agradecimento. O loiro demorou quase 40 minutos no
banheiro, bem, ficara praticamente dois dias sem tomar banho, por
isso tinha capricha. Quando terminava de secar os cabelos, Akio
pareceu cansar de esperar e entrou no banheiro. O moreno sentou na
bancada de mármore da pia.

O que foi? — Adwaka indagou. Ele usava apenas cueca boxer preta.
Jogou a toalha no chão – não era exatamente organizado – e pegou o
pente, passando a tarefa de desembaraça seus cabelos.

— Estou entediado. — Akio falou.


— Pensei tivesse vindo me ver... Mas pelo visto brigou com Tubarão e
quis sumir... Fazê-lo senti culpado. — Adwaka disse, mas realmente
não sentiu ofendido pela atitude de Akio.

— Unindo útil ao agradável. Realmente queria vê- lo... Mas... Saco!


Sky parece me ignorar. — Falou irritado.

O loiro soltou risada. Colocou o pente na pia e virou- se para o


sobrinho. — Não seja bobo, Sky te ama... E apenas quer ficar
pouquinho com Anke.
Normalmente você que ficar mais tempo com o filhote. Vá para casa
Akio... Faça as pazes com seu companheiro. — Disse, então deixou o
banheiro. Foi até o armário e descobriu que Mikel tinha trazido suas
roupas todas para o quarto. Oficialmente estaria dividindo o quarto
com seu companheiro.
Isso o fez sorrir.
— Er... Talvez tenha razão. Mas devia lhe fazer companhia. — Falou
preocupado.

Adwaka escolheu uma calça jeans de lavagem azul e uma blusa


branca de tecido levinho, quase como segunda pele. Olhou para o
moreno. — Akio, quando Mi chegar não vou lhe ter tempo para você.
— Disse arqueando sobrancelha.

— Oh... Imaginei. Estou indo! Mandarei suas lembranças para meu


bebê. — Akio disse, e em piscar de olhos desapareceu.

— Maluquinho. — Falou. Voltou sua atenção para vestir as roupas, e


depois retornou ao banheiro para borrifa perfume e ajeitou novamente
os cabelos.
Satisfeito, ele saiu do quarto e desceu as escadas. Ao entrar na sala,
os enteados pararam de falar e o encararam. — O que foi? Tem algo
sujo em meu rosto?

Felix foi primeiro levantar. — Não deveria está na cama? Repouso


absoluto. Foi o que médico disse.

— Estou bem! Veem? As feridas curaram. Dormir dois dias já é


suficiente. — Adwaka disse. Ele bem estranhou atitudes de Felix. O
urso o odiava alguns dias atrás.

— Tem certeza? — Kyler perguntou.


— Oh pai vai surtar se o ver fora da cama. — Josh disse.
Adwaka bufou. — Não sou humano... Só vampiro! Estou bem. Falando
no pai de vocês, cadê meu companheiro? — Indagou. Realmente
sentia muita saudade dele.

Como soubesse que o loiro o procurava, a porta da frente abriu,


revelando um moreno robusto e expressão cansada. Assim que seus
olhos pousaram no vampiro, um sorriso largo apossou da face de
Mikel.

Felix tomou a frente, — Eu avisei para ficar na cama.

— Delator! — Josh disse caindo na gargalhada, mas o casal ignorou


os ursos mais jovens.

Adwaka andou passos suaves até seu ‘urso’ enquanto sorriso


adornava seus lábios. A um passo de Mikel, esticou a mão e as pontas
de seus dedos arrastaram pelo peitoral firme. — Olá, mel... Senti
saudade.

— Mel? — Mikel arqueou sobrancelha.


Adwaka deu os ombros. — Zé comeia gostava de doce... E mel. —
Falou caindo na gargalhada, mas gritou quando foi puxando pelos
braços fortes, e teve o corpo rodeado. — Ei, sem brutalidade.

— Oh, meu vampirinho está bravinho. — Mikel disse.


Adwaka corou e acabou encostando a cabeça contra peitoral do
companheiro. Mikel parecia ser uns 10 centímetros mais alto que ele,
e por ter corpo mais avantajado, parecia fazer Adwaka encaixa
perfeitamente em seus braços.

Mikel acariciou os fios loiros, o sentindo úmidos e cheirosos. — Com


fome? — Indagou.

Adwaka esfregou o rosto no peitoral do outro como um gatinho. —


Morrendo... Muita fome... — Falou com segundas intenções
entrelaçadas nas palavras.

O trio de jovens ursos tinha retornado atenção para a televisão, e


Mikel soltou Adwaka e tomou sua mão, o puxando para o quarto.
Quando entraram no aposento, o urso fechou a porta e seguiu até a
cama. Sentou na borda e retirou a camisa. — Coma... — Falou.
Adwaka torceu a boca. — Eu não quis dizer esse tipo de comida. —
Falou como criança birrenta.

— Eu sei, mas alimente o corpo primeiro. Precisa carregar suas


energias. — Disse firme, não cederia de forma alguma.

O loiro grunhiu, mas obedeceu. Antes retirou a blusa e depois e


desabotoou a calça a retirando com os pés e quase tropeçou. Não
satisfeito, retirou a cueca, e então inteiramente nu, subiu no colo do
moreno, colocando as pernas de cada lado de seu corpo, e sua bunda
pousando sobre o pênis já duro atrás da calça jeans.

Mikel gemeu. Suas grandes mãos seguraram os glóbulos durinhos de


Adwaka, e os apertou com vontade, fazendo o vampiro gemer.
Adwaka deixou os caninos surgirem e abriu a boca. Realmente com
fome. Viu Mikel tombar a cabeça de lado e mais faminto, levou a boca
ao pescoço e deu suaves beijos, e lambeu a pele salgada... Para então
deixou seus caninos perfura a pele, e logo o sabor único encheu a sua
boca.

O urso gemeu. Havia uma dorzinha na mordida, porém junto com ela
vinha um prazer indescritível. Suas mãos subiram pela bunda, quadris
e apoiaram nas costas de Adwaka... Em uma suave carícia, contudo
não ficou ali. Enquanto sentia ectasy experimentado na alimentação
de seu companheiro, suas mãos voltaram a descer, mas dessa vez
uma foi para a fenda da bunda de Adwaka e a outra para frente de
seu corpo...

Os dedos grossos acariciaram o buraquinho enrugado, traçando


lentamente... Massageando e os relaxando, ao que sua outra mão
segurou com firme a ereção, a tocando e contribuindo para que
endurecesse mais ainda.

Mikel aproveitou que a mão estava na ereção chorosa de Adwaka, e


umedeceu os dedos com pré- sêmen, e então trocou as mãos de
lugar, usando o liquido seminal do loiro para estirar sua entrada.

Adwaka quebrou a alimentação e gemeu. Lambeu os lábios e retornou


para pescoço do companheiro, agora lambendo a ferida para fechá-la.
Quando terminou, jogou a cabeça para trás. Sua mente estava
entorpecida pelos toques do outro. Aqueles três dedos grossos em seu
ânus o enchia completamente, e a habilidosa mão em seu pênis
retirava o resíduo de sanidade.

— Como se sente? — Mikel provocou. Ele achava igualmente


excitado, a diferença que sua ereção estava presa na calça.

Adwaka gemeu como gatinho. — Eu preciso... Por favor... Mel... —


Implorou. Seu corpo ardia em brasa avassaladora.

Mikel sorriu belamente, e então retirou os dedos da entrada do


vampiro e puxou-o pela nuca. Suas bocas chocaram em beijo voraz e
carente no que o urso pode sentir o gosto do seu sangue na boca do
outro.

Sem desfazer do beijo, de alguma forma, Mikel conseguiu abrir as


próprias calças, e abaixa suficiente para que seu pênis e testículos
ficassem livres do tecido. Ele segurou sua dureza com uma das mãos
e a outra mão ajudou Adwaka com os quadris. Quebrou o beijo à
medida que o loiro descia em seu pênis.

Adwaka gemeu e jogou a cabeça para trás, expondo o pescoço para


degustação do shifter urso.
Oh merda... Grande... — Adwaka ditou. Seu companheiro era bem
dotado – não quer reclamasse mas parecia seu corpo levaria tempo
para acostuma. Com tempo, alargaria mais e entraria mais fácil.

Quando desceu totalmente, abraçou o outro pelos ombros, e ficou


quietinho tentando acostumar com a invasão. As mãos de Mikel que
faziam carícias em suas costas, o ajudando de alguma forma.

— Tudo bem, bebê? — Mikel indagou. Uma das suas mãos se enfiou
nos cabeços loiros e segurou a nuca, forçando Adwaka encará-lo.

— O
s olhos do vampiro estavam vermelhos e carregados de desejo. Suas
mãos apoiaram nos ombros largos, e ele levantou os quadris, somente
para descer de uma única vez. Ambos gemeram.

Mikel segurou a outra mão do quadril do companheiro e ajudou-o a


subir e descer. No começo fora lentamente, mas aos poucos fora
ganhando forma e tornou-se ritmo frenético erradico.

As bocas duelaram novamente, as línguas arriscando encontra-se


fora, e caninos beliscarem lábios inferiores, gerando um beijo
vermelho e luxuoso. As mãos de Mikel não ficaram paradas muito
tempo... Elas tocaram, apertaram, acariciaram e amassaram cada
pedacinho daquele corpo delicioso, enquanto sua dureza marcava a
caverna quente do loiro.

Adwaka gemia cada vez mais alto e suas garras marcavam com
vergões vermelhos a pele bronzeada do cowboy urso. Não levou muito
tempo – não naquele ritmo – para que os dois sentissem o acumulo
de energia no corpo. Com gemido gutural, Mikel derramou sua
essência no canal apertado do companheiro... Feroz... Ele moveu
rapidamente deitado Adwaka de costas na cama, com as pernas ao
redor de seu corpo, e martelou ainda mais rápido dentro dele...
Pegando repetidas vezes sua próstata...

Adwaka gritou mudo quando o prazer explodiu. Seu sêmen jorrou


entre os dois corpos, os sujando com líquido pegajoso, mas nenhum
deles ligava. Mikel desceu os beijos pelo rosto e pescoço do outro,
inalando o perfume dele no caminho.

Moveu os quadris mais algumas vezes, antes permitir que sua ereção
mole escapulisse, e permitisse que sua porra fugisse de dentro do
loiro. Deitou-se de costas na cama e encarou o teto.

— Droga, devia ter pegado leve... Você está em recuperação. — Falou


sentindo culpado, mas apenas serviu para receber um tapa no
peitoral. Segurou a mão de Adwaka. — Ei!

— Não fale besteira... Você é meu remédio perfeito, e estou bem. O


que tinha para recuperar, seu sangue fez a mágica... Apenas cansado
pelo exercício. — Disse feliz.

Mikel soltou gargalhada. — Feliz que sou de sua serventia. — Falou


com sacarmos. — Um banho?

Adwaka gemeu e virou de bruços, deitando a cabeça no ombro do


moreno. — Muito cansado... Daqui uns minutos. Acho que minhas
pernas não me firmaram.

— Conforme seu dispor, meu rei. Meu vampiro sexy e gostoso. —


Mikel disse, e desceu a mão pelas costas de Adwaka, até aperta a sua
bunda e o dedo assanhado percorreu o seu rego, alisando e
espalhando seu sêmen na entrada bem usada.

— Ei, nada disso. Você me cansou. — Adwaka disse, mas realmente


não impediu o outro. O que poderia dizer. Adorava se tocado pelo
outro.

(Cap. 8) Capítulo 8 - Novidades


Os olhos verdes denotavam um brilho todo especial, enquanto as
mãos de fada trabalhavam com agilidade movendo a colher de
madeira a fim de misturar o suco. Conjurou um feitiço e fez os cubos
de gelos e rodelas de limão aparecer dentro da jarra. Satisfeito,
colocou a jarra na bandeja junto com os copos de vidro e a pegou.

Com cuidado seguiu para fora da cozinha, e saiu pela porta dos
fundos, dando para o jardim e a grande varanda. Era um pouco depois
das quatro da tarde, e o sol estava perfeito para os felinos, uma coisa
que ninguém jamais deveria fazer era interferir na rotina daqueles
animais. A soneca debaixo dos raios solares era um ritual sagrado
para aquele orgulho.

Shion sorriu.

Amava a sua inusitada família, via a metade do bando na forma


animal, deitados de maneira displicente na varanda e alguns no
gramado.

Olhou adiante e admirou Milena e Robert, seus irmãos, brincando no


parquinho que Gregory havia ornado montar para o filho, cunhadas e
sobrinhos.

O orgulho estava crescendo agora que duas irmãs do líder haviam


acasalado esperavam a chegada de seus primeiros filhos.
Shion colocou a bandeja sobre a mesa do jardim, e encheu um copo
com a limonada refrescante, dando um gole.

Sorridente, caminhou ate onde seu companheiro cochilava na forma


animal, e embalava protetoramente um filhote de leãozinho.

A fada sentou-se no chão perto do marido e filho, não resistindo, fez


um carinho na pelugem de Liam com a mão livre. Seu pequeno
ronronou e se moveu para aconchegar mais perto de Gregory. Não
podia acreditar que seu filhote tinha três anos. O tempo passou
rápido.

O alfa abriu os olhos e encarou o esposo. Espreguiçando, o leão abriu


a boca bocejando.

— Olá preguiçoso! — Shion disse divertido.


O leão levantou sentando-se nas duas patas traseiras e lambeu a pata
direita. Ele olhou entediado para o esposo. Shion franziu a testa,
estava há duas semanas enrolado para contar a novidade para o
companheiro. Se ficasse esperando o momento perfeito, jamais
contaria.

— Olha, er... Eu fui à consulta com Sea... — Começou dizendo e


rapidamente ganhou atenção do alfa. — É que não estava me sentindo
muito bem...

— Shion viu a preocupação brilhar nos olhos do outro. — Não é nada


ruim... Na verdade... Parabéns! Será papai de novo. — Disse em único
folego, antes que perdesse a coragem.

O leão tombou a cabeça para o lado, como se discernisse o que tinha


acabado de escutar. Em um piscar de olhos, o alfa tomou a forma
humana. — O que disse? — A voz poderosa perguntou. Ele estava
inteiramente nu, mas isso não o incomodava. Era um shifter, então a
nudez era comum entre eles.

Shion o olhou desconcertado.


— Eu disse... Que estou grávido! — Shion disse dessa vez
lentamente.
O sorriso mais lindo adornou a face de Gregory. Ele puxou o moreno
pelo braço, e o abalou bem apertado.

— Não acredito. Outro filhote! — Sua face parecia pronta para se


dividir no meio, devido o tamanho do seu sorriso.

— Pesado... — Shion murmurou, mas suas falas foram cortadas


quando a boca de Gregory apossou da sua em um beijo carinhoso.
Suas línguas se chocaram e seus corpos entraram em sintonia.

— Procurem um quarto. — Alguém gritou, mas o casal estava muito


ocupado para se importarem.

Shion deslizou suas mãos pelas costas musculosas do amado, e um


gemido brotou de sua garganta.

Gregory quebrou o beijo e encarou os olhos verdes.

— Um filho! Nosso segundo filhote.


Shion sorriu emocionado. — Sim! Outro fruto de nosso amor.

Gregory desceu pelo corpo do moreno ate que seu rosto parou sobre a
barriga ainda lisa. Levantou a blusa e encheu de beijinhos o ventre
onde seu filho crescia.

— Ei, aqui é o papai. — Gregory disse todo bobo.


Shion deu um tapa em sua cabeça. — Ele não pode escutar.

— Claro que pode. — Retrucou.


Antes que falassem mais alguma coisa, um peso chocou contra seu
lado, e logo sentiu patas ansiosas.

Gregory moveu-se de cima de seu companheiro e sentou no chão


duro. Ao lado de Shion. Ele tomou o filhote de leão com as mãos e o
deitou em seu colo, fazendo carinho na barriga.

— Ouviu a novidade Liam? Terá um irmãozinho para cuidar e brincar.


— O Alfa falou contente.
Shion se sentou e riu abertamente. Amava aquele alfa bobo.

— Nossa família está crescendo. — Disse.


Gregory se inclinou e deu um selinho em seus lábios. — Sim, mais
linda que nunca. Obrigado por me fazer feliz.

— Eu te amo... — Shion declarou. Sim! A felicidade que sentia era tão


grande que não cabia dentro de seu peito.

–oo0oo-

Adwaka olhava emburrado para suas roupas. Queria algo legal e sexy
para atiçar seu companheiro, mas não encontrava nada. Em sua
caçada havia espalhado diversas peças de roupas pelo quarto. Ele
realmente não se importava com a bagunça.

— Merda... — Gritou batendo a porta do closet com força, causando


um estrondo.

Segundos depois a porta do quarto abriu dando espaço para um


preocupado shifter urso.

— O que? — Mikel perguntou. Seus olhos arregalaram quando viu a


zona no quarto. Ele prezava a arrumação, mas viu o contrário.

O loiro olhou irritado para o companheiro. — Não tenho nada para


vestir. — Resmungou irritado.

O moreno arqueou uma sobrancelha. — Como assim nada? Ad, tem


mais roupas que os outros quatros habitantes dessa casa. — Mikel
ousou dizer, mas arrependeu-se quando recebeu um duro olhar do
vampiro.

Adwaka tinha 100% recuperado de sua travessura de sair no sol,


assim, havia oficialmente sido convidado para sair por seu
companheiro. Como no último encontro havia ido a um dos lugares
preferidos de Adwaka: Boate. Agora iria a um lugar que Mikel gostava
de frequentar. Era uma forma de conhecerem melhor o gosto um do
outro.
— Desculpa? — Arriscou dizer.
O vampiro estreitou os olhos. — Eu vou dar uma saída. — Ditou. Por
sorte, já era noite, ao menos onde pretendia ir.

Onde... — Mas a sentença de Mikel ficou vaga no meio do trajeto, por


que o vampiro havia simplesmente evaporado. Essa coisa
teletransporte dos vampiros era legal, mas às vezes um saco.

Não tendo o que fazer, Mikel curvou os ombros vencidos e decidiu


tomar banho. Desviou para não pisar nas roupas espalhadas no chão e
foi até o closet. Escolheu uma calça jeans de lavagem escura, uma
blusa de malha suave e leve na cor azul safira. O ambiente que iria
não pedia nada formal ou chique.

Escolheu uma cueca branca e meias da mesma cor. O urso seguiu


para o banheiro a fim de tomar um belo banho. Ele não demorou
muito, contudo garantiu que cada parte de seu corpo era limpa, as
roupas perfeitamente alinhadas, além de fazer a barba de três dias e
pentear os cabelos para trás com gel. Sorriu satisfeito. Optou não
passar perfume, deixando seu cheiro natural, pois sabia que era uma
forma de atiçar seu companheiro.

Quando terminou de se arrumar, o relógio marcava pouco mais depois


das 8 horas da noite e não havia sinal do loiro. Preocupado, o urso
resolveu distrair a mente, arrumando a bagunça que o outro tinha
feito.

Recolheu todas as roupas e as dobrou colocando na poltrona que


ficava em um canto do quarto.
Suspirando, decidiu esperar seu companheiro emburrado na sala.

— Uau, para que toda a produção? — Felix indagou quando seu pai
chegou na sala. O jovem estava praticamente deitado no sofá de três
lugares e segurava o controle remoto da TV na mão. Assistia algum
programa de comédia.

— Vou sair! Bem, se alguém retornar. — Disse um pouco irritado.


Sentou no sofá de dois lugares. — Cadê seus irmãos?
— Uhh! Josh foi à cidade. Parece tem encontro com Petit ruivinha.
Acho que foram jantar no Dinner Mamy! Já Tyler... Acho que está no
quarto. — Falou sem retirar os olhos da televisão.

Mikel fechou os olhos por um momento, e quando abriu novamente


tomou um susto. Adwaka estava em pé a sua frente com o corpo
inclinado para frente e a face bem perto da sua. Ainda tinha a testa
fincada.

— Vai demorar muito? — perguntou.


Mikel se moveu desconfortável no sofá. Merda, seu companheiro
irritado parecia perigoso. — Talvez...
Devemos ficar em casa...

— Resposta errada. Quero sair. — Adwaka disse endireitado o corpo e


cruzando os braços na frente do corpo. Foi quando Mikel reparou no
loiro. Esse usava uma calça camel bege, que o tecido parecia tão
macio, que o urso teve vontade tocá-la. Na parte superior do corpo
usava malha branca com gola V e por cima um casaco de malha
esportiva. Uhh Ok, ele estava lindo e sexy, mas aquela roupa era igual
as que já tinham.

— Er... Onde foi? — Mikel perguntou, porem remexeu desconfortável


no sofá. Adwaka poderia se intimidador. — Digo, está lindo, amor.

Adwaka suspirou. — Está melhorando. Fui em uma Boutique em Paris.


Podemos ir para esse tal Bill’bar?

Felix segurou uma gargalhada. Era hilário ver seu pai passando
sufoco.

Mikel levantou e alisou sua blusa. — Claro! Vamos. E... Felix...


Comporte-se. — Disse ao filho, mas a verdade que queria fazê-lo
parar de rir. O casal deixou o casarão seguindo pelo estacionando de
cascalho em frente de casa até onde ficavam os veículos.

— Vou dirigir. — Adwaka informou. Tomou a chave das mãos do outro


e seguiu até a eestacionamento. Entrou pelo lado do motorista e se
sentou. Sabia que estava sendo um canalha, mas não podia evitar.
Estava nervoso porque iria para o lugar que Mikel gostava, e estava
com medo de fazer feio.

Mikel entrou e se sentou confortável no banco do passageiro. — Uhh!


Fiquei calmo. O lugar é apenas um bar simples. Nada demais. —
Disse. Parecia que conhecia bem seu companheiro, e sabia por que
estava nervoso.

Adwaka apenas acenou com a cabeça. Em todo o trajeto ficou calado


e recusou receber orientação de Mikel onde ficava o bar. Ele usou o
GPS, mas claro, tinha pegado instrução com Tyler onde ficava.

Quando estacionou diante do barracão de madeira e estilo roqueiro,


suspirou. Será que tinha sido boa ideia vir aqui?

O letreiro de Neon piscava em cores verdes e vermelhas. Dava para


ouvir mesmo do estacionamento a música alta e as risadas. Reparou
que havia bastantes veículos, simbolizando que a casa estava cheia.

— Vamos? — Mikel perguntou.


Adwaka virou-se para o moreno. — Será que não teremos problemas?
São seus conhecidos, e certamente homens que frequentam o local
não gostam de gays. É uma ofensa!

Mikel soltou uma gargalhada. — O dono do bar é gay. Não se


preocupe. Will não tolera esse tipo de comportamento, e todos que
normalmente vem aqui, são legais. Dará tudo certo.

O loiro não pareceu convencido, mas saiu do veiculo. Esperou por


Mikel, e quando esse colocou ao seu lado, segurou sua mão com um
doce sorriso.

Seguiram de mãos dados até local, e se depararam com um homem


que saía. Era alto e robusto. Ele acenou para Mikel, mas agiu
naturalmente quando os viu mãos dadas. Bem, ao menos esse
pareceu não importar.

Quando entraram no local, Adwaka podia sentir o cheiro de cigarro e


álcool no ar. Viu como estava cheio. Havia todo tipo de clientes.
Universitários, fazendeiros, empresários... Homens e mulheres. Claro,
homens parecia ser a maior totalidade.

O loiro esquadrinhou o local. Podia sentir misto de aura alegre e


maliciosa. Obviamente que muitas pessoas vêm em busca de sexo
fácil, outros para aproveitarem final da noite, ou afogar suas magoas.
Bem, era um bar.

Mikel acenou para alguns conhecidos e puxou Adwaka até a bancada


do bar. O balcão era extenso e feito de madeira. Dava para perceber
que era velho devido às marcas na madeira e as manchas.

— Oi, Will! — Mikel acenou, ao que tudo indicava o proprietário do


local.

O homem que aparentava em torno de seus 40 anos, cabelos


castanhos com alguns fios grisalhos, aproximou. Ele tinha um sorriso
contagiante nos lábios. — Ohh, olha quem finalmente apareceu. Ao
que tudo indica depois que acasalou, esqueceu-se dos amigos.

— Não é bem assim! — Mikel disse coçando a nuca.


— Ah, deixa-me apresentá-lo. Esse é Adwaka, meu companheiro. Ad,
esse é Will. Velho amigo e dono do bar. É igualmente um Urso.

— Prazer em conhecê-lo Will. Tem um ótimo lugar aqui. — O loiro


disse educadamente.

O homem soltou uma sonora gargalhada. — Diga isso para o meu


companheiro. Ele vive insistindo para que venda essa joça... Mas a
diversão nunca falta aqui. Prazer em conhecê-lo. — Ele deu empurrão
no ombro de Mikel. — Ganhou, neh... Um belo rapaz. — Disse.

— Babaca! — Mikel disse. — Me vê uma cerveja gelada. Vai querer


algo? — Perguntou a Adwaka. Sabia que como vampiro alimentava de
sangue, mas era capaz de beber algumas bebidas.

— Tem vinho? — Adwaka indagou.


— Cinco minutos e terei a bebidas de vocês. — Will disse, e afastou-
se deles.

Mikel sentou em baqueta e Adwaka ficou encostado de costas no


balcão, enquanto seus olhos analisavam o ambiente. Sorriu ao ver
Daniel jogando sinuca com os betas do bando de Leyburn. — Já volto!
— Disse ao seu companheiro, e saiu até a ala de mesas. — Oi! Não
sabia que vinha! — Falou empurrando o lobo pelo quadril.

Daniel acabou errado uma jogada e soltou palavrão, mas logo um


sorriso adornou seus lábios. — Ad! Seu vampiro safado. — O Ômega
disse empolgado.

Segurando taco com uma mão, puxou o vampiro com a outra e deu
largo abraço. — Está me devendo uma visita. Como está a vida de
homem enlaçado?

Adwaka deu largo sorriso. — Maravilhosa. Meu homem certamente é


gostoso. — Moveu as sobrancelhas sugestivas. — Mas, o que está
fazendo perdido aqui?

Dan olhou ao redor. — Bem, vim com meu companheiro, mas ele
sumiu. Estava jogando com os idiotas aqui, porém são cruéis.

— Você que é muito ruim! — Cameron gritou, e recebeu um tapa na


nuca. — Ai!

— Não fale assim do meu pequeno. — Alex disse, fazendo o irmão


tremer. Adwaka e Daniel acabaram caindo na gargalhada. Alex
aproximou-se do amado e retirou o taco da mão dele. — Acho que isso
é perigoso em sua mão. — Tomou e entregou para Jackson.

— Nada a ver... Eu ia ganhar. — Daniel retrucou fazendo bico com


lábios. Contudo deixou ser embalado pelos braços do seu
companheiro.

— Vejo que temos encontro inesperado. — A voz de Mikel soou


divertida. Cedeu um beijo na curva do pescoço de Adwaka, e estendeu
a taça de vinho para ele.

— Obrigado! — O vampiro agradeceu. Tomou um gole da bebida, até


que não era tão ruim.

O quarteto ficou conversando banalidades, enquanto os betas


arriscavam outra partida, agora sem o esquentadinho de Daniel que
não conseguia dar nenhuma tacada.

Adwaka tomou mais um gole do vinho, mas sentiu seu estômago


revirar. Colocou a taça – consumida somente pela metade – sobre a
borda da mesa de bilhar. — Eu vou... No banheiro... — Disse. Deu um
beijinho no rosto de Mikel, e saiu de perto do grupo.

Com facilidade encontrou o banheiro masculino. Apressado foi até


uma das cabines sanitárias e curvou-se sobre o vaso sanitário,
colocando o conteúdo de seu estômago para fora. Quando não tinha
mais nada para ser expelido, ergueu o corpo e foi até a pia.

Girou a torneira e colheu a água com as duas mãos. Lavou a boca o


máximo possível, mas aquele gosto horrível ainda ficou na boca.
Distraído, não reparou quem alguém tinha entrado no local, somente
quando ergueu o corpo e olhou-se no espelhou, viu aquela mulher.

Grunhiu de raiva. Adwaka virou-se para encará-la. — Aqui é banheiro


masculino. — Disse friamente.

Sheron parecia ter feições distorcidas de raiva. Ela não aceitava o fato
que aquele vampiro tinha roubado o macho que vinha cobiçando por
meses. Mikel era o urso ideal, e tinha que ser seu.

— Volte para sua cova vampiro. Ele não é homem para você...
Alguém tão... Sujo. — Ela disse friamente.

Adwaka soltou uma gargalhada. — Sua loira falsa, Mikel é meu


companheiro. A única que está equivoca é você. Vá rodar bolsinha na
esquina. — Disse entre os dentes. A besta dentro de si grunhia
ansiosa por sangue.

A mulher soltou gargalhada. — Logo o veneno fará efeito... Vai


morrer.

Adwaka a olhou confuso. Claro, por isso que a bebida tinha gosto
estranho. Mas por ter vomitado, de alguma forma retirou a maior
parte do veneno de seu sistema, e sabia que seus poderes curativos
fariam o restante do trabalho.

— Me toma por humano? Acha que esse veneninho fará efeito. Va


embora daqui antes corte sua garganta. — Adwaka disse.

Sheron grunhiu. Irritada, ela puxou algo de trás do corpo. Adwaka


pode ver o brilho prateado, e moveu- se quando ela avançou para ele.
Deu um pulo para o lado, não rápido suficiente para impedir que a
lâmina o cortasse, mas teria sido pior se não tivesse percebido antes.
A mulher tinha feito um corte em seu braço e o líquido vermelho fluía
da ferida.

Sua vaca... Vai pagar por isso. — Adwaka gritou. Seus olhos tornaram
carmesim e seus caninos desceram. Se aquela ursa idiota achava que
era frágil, estava muito enganada.

Sheron bufava. — Eu vou matá-lo. — gritou. Ela seguiu para cima de


Adwaka novamente, mas foi recebido com um chute no estômago,
que a jogou para trás fazendo bater as costas contra parede.

A lâmina caiu longe dela.

Adwaka apertou a mão na ferida no braço, tentando estancar sangue.


Como vampiro não produzia sangue, por isso se alimentava dele,
enquanto perdia o líquido precioso.

Sheron levantou, mas ao invés de uma arma, usou suas garras. Elas
cresceram. Sua feição torcida em ódio avançou novamente para
Adwaka, mas fora recebida por um soco que a fez cambalear para
trás. Oh, enganava que pensasse que Adwala teria pena bater em
mulher. A vaca havia dado em cima de seu companheiro, ameaçando-
o com uma faca e agora queria cortá-lo com as garras, não tinha que
ter piedade dela.

Ela gritou enfurecida, e avançou novamente, mas não conseguiu dar


nem dois passos, porque braços fortes a seguraram.

Mikel tinha sentido o cheiro do sangue de seu companheiro,


inconfundível, e ficou furioso. Adwaka tinha se machucado, e o culpado
pagaria por isso.
Ficou surpreso ao chegar ao banheiro e encontrar Sheron atacando
seu loiro.

— Já chegar! Pare com isso. — Gritou.


Alex e Will estavam na porta do banheiro, acaso fosse necessário
intervirem.

A mulher começou a chorar. — Não... Mikel... Precisa me escolher.


Sou a companheira que merece ter. — Sua feição era meiga e
chorosa. Totalmente louca.

Adwaka rosnou. — Ele já tem companheiro. Ele é meu. Tire seu


cavalinho da chuva! — Adwaka ameaçou.

— Ad, não a provoque. — Mikel disse, mas isso o fez distrair. Sheron
saiu de seus braços e avançou para Adwaka. O vampiro agiu por
instintos. Levantou a mão direita e suas garras afiadas deslizaram pelo
pescoço da mulher. Ela paralisou e segurou o corte do pescoço que
fluía sangue como cascata.

Mikel desesperado correu até seu companheiro. — Ad... Você...

— Estou bem... — O vampiro disse, mas permitiu se embalado pelos


braços fortes do outro. A olhou com desprezo. — Não sou alguém
delicado... Sou um vampiro poderoso... Sua idiota. — Disse em
piedade.

A mulher se ajoelhou. Seus olhos arregalados quando sentia sua vida


fluir para fora de seu corpo. Quando seu coração bateu pela ultima
vez, ela caiu no chão sem vida. Poderia se um shifter, mas até quem
tinha o dom de curar rápido, não suportaria alguns tipos de
ferimentos.

Will se mostrava abismado, já Alex agiu como o titulo que carregava.


— Podem ir, cuidarei dessa bagunça. Foi legítima defesa, e temos
testemunhas. — Disse.

Mikel acenou agradecido. Ele virou-se para seu companheiro e


acariciou sua face. — Que tal nos levar para casa? Amanhâ mando
buscarem o carro!

Adwaka não estava fragilmente abalado. Céus, era um vampiro


secular, não era a primeira vez que matava alguém, mas certamente
a primeira que defendia contra uma louca que queria roubar o que era
seu.

O loiro acenou. Fechou os olhos para se concentrar, e no segundo


seguinte, eles se encontravam no quarto na fazenda. Mikel fez o outro
sentar-se na cama e foi até o banheiro pegar um kit de primeiros
socorros.

Adwaka quis falar para Mikel que não precisava, mas o outro parecia
empenhado em cuidar dele. Retirou o casaco e depois a blusa,
deixando a parte superior de seu corpo à mostra. Analisou o corte,
estava praticamente curado.

Mikel retornou. Ajoelhou-se diante do loiro e abriu a caixinha branca,


tomando gazes e anti-inflamatório líquido. Umedeceu o tecido branco
e limpou com cuidado o corte. Mesmo que a ferida havia praticamente
fechado deixando apenas uma linha rosada, que logo sumiria, preferia
se cuidadoso.
Limpou todo sangue, e colocou um baind-aid com estampa de bob
esponja.

Adwaka riu abertamente, e inclinou para amado dando beijo em sua


testa. — Obrigado querido!

Mikel o olhou culpado. — Desculpe. Se não tivesse dado corda a ela...

— Shii! A culpa é da maluca, não sua. Bem, e sua culpa por ser tão
gostoso. — Adwaka disse safado.

O urso permaneceu na posição ajoelhada. — Existe algo que possa


fazer para amenizar tal culpa?
Adwaka olhou penetrante. Seus olhos haviam retornados para tom
azul, as garras e caninos retraíram. — Uhh Existe algo... — Inclinou-se
para frente e sussurrou no ouvido do companheiro, conseguindo assim
fazer o grande urso corar.
Adwaka soltou gargalhada.

— Bem, tem tempo... Mas se meu vampiro assim desejar... Sou seu...
— Falou envergonhado, mas não podia negar que seu corpo ardeu em
desejo.

(Cap. 9) Capítulo 9 - De igual para igual


O urso permaneceu na posição ajoelhada. — Existe algo que eu possa
fazer para amenizar tal culpa?

Adwaka o olhou penetrante. Seus olhos haviam retornados para o tom


azul, as garras e caninos se retraíram. — Uhh! Existe algo... —
Inclinou-se para frente e sussurrou no ouvido do companheiro,
conseguindo assim fazer o grande urso corar.
Adwaka soltou gargalhada.
— Bem, tem tempo... Mas se meu vampiro assim desejar... Sou
seu... — Falou envergonhado, mas não podia negar que seu corpo
ardeu em desejo.

Adwaka olhou surpreso. Apesar de sua audácia em pedir aquilo ao seu


companheiro, imaginou que alguém tão alfa como Mikel, iria recusar.
Aqueceu seu coração que seu companheiro os via como iguais.
Enganava-se quem pensasse que Adwaka era uma flor delicada. Ele
poderia ser mais magro que seu companheiro, e até preferir coisas
mais sutis, mas isso não o tornava menos homem.

Mikel colocou a caixa de primeiros socorros no chão, e então se


levantou. Seus olhos não deixaram os de Adwaka. — Como me quer?
— Falou em voz arrastada, causando certo estremecimento no loiro.

Adwaka jogou o corpo para trás, apoiando nos cotovelos, e deixou


seus olhos percorreram o homem lindo a sua frente. Sentiu-se
apreensivo. Já tinha feito isso incontáveis vezes, porém agora tinha
um toque mais especial.

— Como você desejar. — Disse lambendo os lábios. Sorriu preguiçoso


quando foi comtemplado com um strip da parte do moreno.

Mikel retirou a camisa pela cabeça lentamente, fazendo questão de


deslizar seus dedos em sua pele. Após jogar a peça de roupa em um
canto qualquer do quarto, suas mãos seguiram para a calça.
Desfivelou o cinto de couro, mas sem retirá-lo do cós da calça, e
depois desceu o zíper. Olhou para cima, e lambeu os lábios,
contribuindo para que o vampiro gemesse.

— Provocador!
Mikel deu os ombros. Ele retirou os sapatos e meias com os próprios
pés, e ansioso fora para as duas últimas peças. Fez questão dar uma
sutil rebolada nos quadris quando desceu a calça jeans pelas pernas, e
levou a cueca junto. Livre-se do tecido, sua dureza saltou ansiosa,
batendo contra seu estômago definido. Verdadeiro tanquinho para
lavar roupas.

Adwaka gemeu.
Não resistindo, ele se levantou da cama e seguiu para Mikel, mas não
o tocou. Como predador nato, rodeou sua presa, analisando cada
centímetro de pele, músculo e beleza. O destino tinha sido mais
caridoso com ele. Havia lhe dado o melhor presente.

Parou atrás de Mikel, ficando rente ao seu corpo. Não resistiu, e


deixou sua respiração acariciar a pele do moreno, sorrindo satisfeito
ao vê-lo estremecer.
Ergueu seu braço, e permitiu que a ponta de seus dedos traçassem
caminhos invisíveis pela cútis bronzeada.

— Diga-me o que quer? — Adwaka pediu, sua voz carregando toda


sua sensualidade, tão característica de um vampira. Feita para
seduzir.

Mikel gemeu.
Ele tentou virar-se para trás, mas foi impedido pelos braços de
Adwaka que seguraram seus ombros, e ao afrouxar o aperto, desceu
suavemente por seus braços fortes.

— Eu quero... Quero ser marcado como seu... Assim, como eis meu.
— Disse, deixando seu desejo tão cru soar pelos confins do quarto.

Adwaka deu um pequeno sorriso. — Deite-se! — Ordenou.

Satisfeito, admirou o lindo homem fazer o que foi pedido. Mikel deitou
de costas e esparrado no leito, olhando em expectativa pelo próximo
movimento de Adwaka.

O vampiro não queria demorar ou se apressar, ele queria tudo na


medida certa. Em uma lentidão suficiente para que o moreno
admirasse os detalhes, tão conhecidos de seu corpo, retirou suas
próprias roupas.

E Mikel não perdeu um centímetro de pele. Imaginou-se lambendo


aquela pele de alabastro, distraindo no tremor e calor daquela
perfeição... Sentiu um imenso desejo de levantar-se e agarrar
Adwaka, como se devia, mas igualmente sentiu uma paz por não estar
no comando.

O loiro moveu-se felinamente até a cama, parando na borda, subiu no


leito, engatinhando até que parou sobre o corpo do outro. Suas faces
ficaram próximas e as respirações se chocaram, denunciado o quanto
estavam carentes. Os olhos se encontraram e suas almas eram
derramadas através deles.

— Vou matar quem ousar tocá-lo ou sequer imaginar tomá-lo... O


destino o me deu... E você me mostrou o que é uma vida a dois... Eu
lhe pertenço, como você me pertence... — Adwaka declarou com a voz
rouca, carregando todas as emoções que borbulhavam dentro de si.

Mikel sentiu os olhos arderem diante da declaração do loiro. Para os


demais poderia soar possessiva, mas para ele, era uma verdadeira
jura de amor...
Devotos de total entrega. Sua grande mão segurou o lado direito do
rosto de Adwaka, e o puxou, apossando com fúria de sua boca.

Adwaka gemeu em meio ao beijo selvagem, onde saliva, sabor e


sangue eram trocados, devido seus caninos terem crescido. As mãos
não ficaram tímidas, elas moveram com maestria, na ânsia de marcar
e devorar cada pedacinho um do outro.

Os dois moveram-se na cama em frenesi, trocando diversas vezes de


posições, até que Mikel parou em cima de Adwaka. As bocas se
separaram, mas permaneceram com resultado do beijo voraz,
inchadas e vermelhas.

— Eu me entrego a ti, de corpo e alma... Sou seu por toda


eternidade. Assim como sou seu, eis meu... Único para sempre. Eu te
amo, Adwaka Mckena. — Mikel disse seus votos.

Não havia convidados, ministro ou juiz, ou muito menos música e


flores, mas naquele momento, era como se casassem... Em seus
corações, almas e corpos... Unidos por vontade e desejo.

— Eu te amo, papai urso. — Adwaka confessou, com a voz trêmula


pela emoção, lutando para não cair no choro.

Os lábios se encontraram novamente, contudo, dessa vez


suavemente... Selando a união. Adwaka deslizou as mãos pelas costas
do ‘marido’, e morreu nos glutens duros. Apertou com fome a carne,
fazendo os dois rirem em meio ao beijo. Ele remexeu o corpo,
esfregando-se contra o moreno.

Em um piscar de olhos havia trocado novamente de posição, com o


loiro entre as pernas abertas do moreno.

Mikel levantou os braços, segurando o poste da cama, e olhou lascivo.

— Alguém prometeu que cuidaria de mim hoje. — Disse com um


sorriso nos olhos.

Adwaka sorriu misterioso. Ele desceu pelo corpo do moreno, e não fez
de regado ao encher a tez de lambidas e beijos. Suas mãos fizeram o
trabalho de percorrer logo após, permitindo que as garras deixassem
leves vergões.

Quando chegou a seu prêmio maior, soltou um golfado de ar quente,


fazendo aquela carne suculenta tremer em antecipação.

Apertou as coxas grossas, deixando marcas, mas ciente que logo


sumiriam devido à natureza do shifter. Levou sua língua para fora da
boca, e a deslizou na virilha direita do amado, enquanto seus olhos —
vermelhos — fixassem em cada reação prazerosa de Mikel.

Esse jogou a cabeça para trás, quando os caninos sem piedade feriu a
carne, justamente na veia femoral. O sangue jorrou, enchendo a boca
de Adwaka, e causando um prazer descomunal do urso.

— Ahh... Merda... — Mikel gritou. Sentiu como se correntes elétricas


percorressem seu corpo. Nunca imaginou que sentiria prazer em ser
mordido, mas acreditava que isso era possível somente por que era
seu companheiro.

Mas fora somente para provocar, pois logo o vampiro lambeu a ferida,
selando-a. Com Mikel ainda entorpecido pelo prazer que acabara de
causar, tomou a coroa com a boca, sugando.

Sem utilizar as mãos, passou a deliciar-se com aquela ereção. Sua


boca sugava, a língua lambia e os dentes raspavam — tudo para levar
seu amado ao delírio.

Mikel sentiu a respiração tornar-se sôfrega e os gemidos cresceram.


Suas mãos segurando mais apertado as barras da cama, ao ponto que
os nós dos dedos ficaram brancos.

— Ad... Eu vou... Ohhh... Que boca gostosa... — Gritou às alturas. A


mistura da mordida em sua virilha e o boquete que recebia, não pode
resistir por mais tempo. Derramou-se em um piscar de olhos.
Sua voz soou rouca e seu pênis estremeceu quando sua porra branca
encheu a boca do vampiro.

Adwaka somente largou a ereção quando lambeu cada gota. Não


pretendia desperdiçar nada.
Soltando o pênis semirrígido da boca, ergueu a mesma, e encarou o
moreno. Amou ser responsável pelo estado desgastado de Mikel,
apesar de que mal tinha começado.

Aproveitando que Mikel ainda estava letargio, abriu gentilmente as


pernas do companheiro, e dobrou os joelhos apoiando à sola dos pés a
cama. Inclinou o corpo para frente, e pegou o tubo de lubrificante,
bem gasto, e retornou para ficar sentando entre as pernas do moreno.

— Tem certeza? — Perguntou ao outro. Não queria que Mikel fizesse


algo somente por agradá-lo, queria que fizesse por que desejava.

— Se não fizer logo... Farei sozinho... — Disse com a voz ofegante,


denunciando que sua excitação não tinha extinguido completamente.

Adwaka deu um sorriso de lado. Abriu a tampa do tubo e despejou


uma quantidade generosa do líquido translucido em seus dedos. Os
levou a fenda da bunda do seu companheiro, e adorou a forma que
esse estremeceu. Foi lento e delicado à medida que esticava Mikel.
Pelo o que homem tinha dito fazia muito tempo.

Não resistiu, e apossou o pênis do moreno com a outra mão, o


masturbando lentamente, trazendo ao todo esplendor de sua dureza.
Adwaka sorriu lascivo ao admirar seus três dedos dentro daquele canal

apertado. Mikel parecia tão pecaminoso... E comestível...

— Gosta do que vê? — Mikel indagou entrecortado, denunciando que


estava em seu limite, se acaso Adwaka não penetrasse logo, iria gozar
sozinho.

— Oh sim... É uma visão linda. — Falou. Ele soltou o pênis do


companheiro, e retirou os dedos, sorrindo ao ver que Mikel se
contorceu diante do vazio.
Despejou o restante do tubo em seu pênis, o deixando bem
lambuzado, e cobriu o corpo do outro com o seu. Suas bocas
atracaram novamente, e as mãos de Mikel foram em direção à cintura
de Adwaka.

Em meio ao beijo, trocaram de posição novamente, e Adwaka acabou


deitado de costas na cama, e Mikel sentando em seus quadris. O
moreno ergueu- se e permitiu que o loiro alinhasse sua ereção em seu
casulo ansioso. Lentamente, centímetro por centímetro, ele desceu
naquela masculinidade...
Digamos que aquela joia em sua ereção – príncipe Albert – deu a
penetração um toque especial.

— Ahhh... Droga... Isso é... — Murmurou incerto. Mesmo com toda


preparação, ainda existia o incômodo e queimação, mas não era
propriamente algo ruim.

— Ohhh... É tão apertado... Está espremendo meu pênis... — Adwaka


ditou. Suas mãos deslizaram pela carne das coxas do outro, deixando
marcas, e seu corpo se contorceu. Sentia uma sensação surreal.
Nada em todos os seus anos de existência havia preparado para isso.

Quando Mikel se sentou totalmente no loiro, garantindo que aquela


dureza estava alojada dentro de si, inclinou-se para frente e iniciou
outro beijo. As línguas se chocaram fora das bocas, e saliva foi
compartilhada. Um ato tão íntimo e significativo.

Ficaram algum tempo somente trocando os ósculos, até que Mikel


sentiu mais acomodado, e a queimação não era dolorosa. Ergueu seu
corpo, apoiando as mãos para trás de seu corpo — nas pernas do
vampiro — e seu quadril começou a mover. Lento e constante, sentia
aquela dureza percorrer cada centímetro dentro de si.

Amara sua esposa, a mãe de seus filhos, mas nada comparava ao que
sentia agora. Não somente pelo fato que era penetrado. Não! Era o
fato que estava ligado ao seu companheiro de todas as formas.
Sangue, corpo, alma e sinceridade. Não havia diferença entre eles.
Não via Adwaka como alguém frágil que carência de sua proteção, o
via como alguém que merecia seu amor... Com quem queria
compartilhar sua vida. Claro, ainda viraria uma fera para protegê-lo,
por que era instinto normal, mas estava em pé em igualdade.

— Uhhh... Mik... É tão gostoso... Mexe mais. — Adwaka implorou.


Onde foi possível, as suas mãos tocaram, apertaram e marcaram.
Perdendo-se completamente no outro.

Mikel deixou seu corpo tomar o controle. Os quadris moviam sem sua
ordem, apenas aumentando a velocidade e levando os dois para o
precipício de sensações.

Ciente que não duraria muito, ele agarrou sua ereção e a masturbou.
Bastaram mais três estocadas, e seu corpo derreteu-se em uma
gosma de prazer surreal. Seu sêmen jorrou da fenda de sua glande,
caindo na pele pálida de Adwaka, ao que seu casulo fechou-se ao
redor do pênis do amado, parecendo sugar tudo que ele poderia dar.

Adwaka não ficou para trás. Quando o canal de Mikel fechou ao seu
redor, seu mundo desabou. Fechou os olhos e gritou, deixando
desfalecer no prazer único.

Mikel não pode sustentar-se mais. Ele caiu sobre o loiro, e


inevitavelmente o pênis lambuzado de sêmen e mole, deixou sua
entrada. — Uau, acabou comigo...

Adwaka riu. — Diria ao contrário... — Falou.

Quando finalmente conseguiu ter controle em seus membros, Mikel


saiu de cima do companheiro, e deitou ao seu lado. Engranzou sua
face na curva pescoço do loiro, inalando seu perfume natural.

— Eu adorei! Obrigado. — Mikel disse.

Adwaka pegou sua mão e a trouxe aos seus lábios. Deu um cálido
beijo, para então mover-se e apoiar sua cabeça no peitoral do
moreno. Sutilmente deslizou o dedo indicador pelo tórax com pelos
negros, os enrolando. — Eu agradeço... Por me ver como igual! Devo
desculpar por te imaginado que seria um péssimo companheiro. Hoje
sei que é o melhor companheiro que poderia ter.

— Ohhh! Fala tão doce. — Mikel disse, e acabou ganhando um


beliscão no mamilo. — Ei!

— Menino levado. — Adwaka disse. — Uhh! Quanto tempo leva para


recuperar-se?
Mikel gargalhou. — Sou velho!

— Não mais do que eu. — Adwaka disse.


O urso torceu a boca. — Me dê meia hora. — Falou.

O vampiro esfregou a cabeleira contra a pele do companheiro. —


Combinado! Vou esperar ansioso, por que sou eu que quero senti-lo
agora... Bem fundo... Dentro de mim...

Acabou ganhando um grunhido. Oh, sua noite seria ‘longa’ e


maravilhosa.

–oo0oo-

Ele cambaleou, e somente não caiu porque fora segurado pelos braços
fortes do esposo.

Segundos depois, soltou uma risadinha, e levou o braço para trás, a


fim de agarrar os cabelos castanhos. Se sentindo ousado, ele rebolou
os quadris, fazendo-os deslizar contra a intimidade daquele que
detinha seu coração.

— Dan, comporte-se! — Alex ordenou, mas foi prontamente ignorado.

— Você falou que eu podia quando chegássemos em casa. — O


ômega disse manhosamente.

Alex empurrou a porta com a sola do pé, fazendo um estrondo.

Após cuidar do corpo sem vida de Sherom e explicar as autoridades,


decidiu que tudo o que desejava era seu lar. O fato é, enquanto lidava
com toda aquela situação, seu companheiro decidiu que estava
entediado, e resolveu aproveitar o que achava em um bar,
experimentando diversas bebidas.

Cameron e Jackson estavam ocupados mandando os clientes para


casa, e Will ficou ao lado de Alex, sendo que era o proprietário do
estabelecimento.

O ômega fez misturas de diversas bebidas, e as ingeriu. Um shifter


tem o metabolismo mais acelerado que o humano, e bebidas
alcoólicas demoram fazer efeito, por isso imagine o quanto de álcool
Daniel tomou para ficar naquele estado.

Alex estava com uma fatura de cartão exorbitante por causa de todas
as bebidas que seu lobinho ingeriu, além de um lobo bêbado para
cuidar.

— Comporte-se ou vai acordar nossos filhos! — Ditou, mas Dan


respondeu com outra risada, apesar de que ele tentou inutilmente
abafar com as mãos.

Alex acabou cedendo um tapa na bochecha da bunda direita do


esposo, mas sem grande resultado.

Eles seguiram pela casa rodeada por escuridão. Pelo horário, os


demais habitantes deveriam estar dormindo.

Alex teve que empurrar Daniel, ou o lobo ômega não subiria as


escadas. Quando finalmente chegaram ao topo, Daniel decidiu que
queria transar no corredor, então atacou o pescoço de seu
companheiro.

O alfa gemeu e suas mãos tentaram afastar o marido travesso, mas


sem sucesso. Quando aquela sensação única percorreu seu corpo,
acabou agarrando a cintura do homem menor, e puxou seu corpo
contra o seu.

— Eu quero... — Dan murmurou rente a pele do pescoço do alfa.


Suas mãos deslizaram pelo peitoral e beliscou os mamilos escondidos
pela blusa.

— Vamos para o quarto. — Alex pediu. As mãos na cintura de Daniel


desceram e encheram com a carne durinha da bunda. Com facilidade
ergueu o companheiro, e o fez rodear as pernas em seu corpo.

— Que forte... — Daniel disse, enquanto lutava para retirar a blusa do


lobo alfa.

— Devagar... — Disse. Ele poderia estar excitado com a ideia de


transar em um local onde poderiam ser flagrados, Alex não arriscaria
que um de seus filhos os visse em uma posição pornográfica. Ele
moveu em sentido ao aposento deles, mantendo Daniel o segurando
somente com um braço, e abriu a porta do quarto com o outro livre.
Fechou a porta após entrar.

Daniel tinha alargado a gola da camisa do moreno em sua vã tentativa


de retirá-la. Alex não se importou, era apenas um bem material, mas
claro, ainda iria espancar a bunda de seu companheiro por tal
travessura.

Quando chegou a borda da cama, delicadamente jogou Daniel sobre o


leito, fazendo-o quicar. O ômega sorriu safadinho, e apoiou os
cotovelos no leito. Estendeu a perna direita para Alex, e esse sem
precisar de palavras, começou a retirar o sapato do companheiro.
Primeiro retirou o sapato e meia do pé direito, e depois fez o mesmo
processo com esquerdo. Ao terminar, lembrou que o tubo de
lubrificante que ficava no criado-mudo havia acabado, assim, saiu
momentaneamente do quarto até o banheiro, para pegar um novo
tubo no armário.

Com um largo sorriso e expectativa pelo o que seguiria, retornou ao


quarto, mas o seu sorriso murchou ao admirar a beleza de seu
companheiro na cama. O homem de cabelos platinados ressonava
baixinho. O corpo estava esparrado displicente na calma, os olhos
fechados e os cabelos espalhados como ouro branco.

Alex negou com a cabeça. Pelo visto, teria que tomar um banho
gelado para controlar o seu desejo. Guardou o tubo na gaveta do
criado, e aproximou-se da cama, cuidando para ajeitar seu amado
confortavelmente na cama. Retirou os sapatos, meias e calça, e
cobriu-o até cintura com um fino lençol.

Suspirando, Alex retornou ao banheiro, dessa vez para um banho


gelado. Levou o tempo necessário para retirar de seu corpo todo o
cheiro de cigarro, bebidas e morte, e somente quando ficou satisfeito,
deslizou o chuveiro e puxou a toalha para enxugar- se.
Não se preocupou em vestir algo, apenas enxugou e saiu do banheiro
apagando a luz. Subiu no leito e deitou-se ao lado de seu
companheiro. Cobriu-se até a cintura com o lençol e puxou Daniel
para seus braços, deitando de conchinha com seu ômega.

Seu corpo carecia de uma boa noite de sono. Ser um alfa não era
necessariamente fácil, mas era útil para proteger os seus. Um alfa
tinha que proteger os seus.

— Amanhã terá o seu castigo. — Alex sussurrou contra orelha do


outro homem.

Daniel perdido em seu sono remexeu aninhando-se mais contra o


outro, alheio ao que aguardava.

(Cap. 10) Capítulo 10 - Família


Yoshi movia com beleza enquanto abotoava o pimpão de seu filho,
garantindo que estivesse lindamente vestido. Claro, Bailey não
precisava de uma roupa bonita ou nova, para denunciar sua beleza. O
pequeno era uma mistura perfeita de Remy e Yoshi, e alguns até
arriscavam a dizer que parecia com seu irmão Akio também.

O pequenino sempre enchia o coração de seus pais de alegria e amor.


Mostrando-se o símbolo perfeito da segunda chance que a vida deu
aos dois vampiros.

Após garantir que a ameaça dos desonestos havia sido extinta, o casal
havia retornado a bela casa no seio da floresta. Claro, a temporada na
casa de Skylar e Akio fora divertida, mas como todo casal, eles
queriam o cantinho deles.

— Aquiete essas perninhas. — Yoshi disse ao que segurou as pernas


salientes do filho, e fingiu dar mordidinhas, contribuindo para que
Bailey soltasse uma sonora gargalhada. — Já estou com saudade!

— Será apenas dois dias.


A voz de Remy o assustou, o fazendo dar um pulinho e olhar para
trás. Seus olhos se encontraram com os do companheiro, que estava
parado no umbral da porta e tinha os braços cruzados em frente ao
corpo.

— Desde... Esquece! — Yoshi falou. Remy tinha essa mania, chegava


à calada e ficava sempre admirando Yoshi e Bailey.

— Tempo suficiente! Já tenho a bolsa dele pronta com tudo. — Remy


falou. Desencostou da porta e aprofundou ao quarto. Um dos seus
braços rodeou o vampiro menor pela cintura e inclinou sobre o
mesmo, depositando um beijinho na curva de seu pescoço.

Yoshi arrepiou.

— Estava apenas terminando de arrumar... Bailey!


— Disse.
Sim, enrolando! Eu te conheço Yoshi! Está quase desistindo de deixar
nosso bebê com Ad no final de semana. — Remy disse. Afastou-se de
Yoshi, apenas o suficiente para pegar o lindo e gordinho bebê da cama
e aninhá-lo contra seu corpo.

Yoshi fez um bico.

Eles haviam combinado que Adwaka cuidaria de Bailey nesse final de


semana, assim, eles poderiam ter um momento somente deles. Remy
queria levar Yoshi para Paris, pois as noites francesas eram
acolhedoras e românticas. Claro, o vampiro menor estava tendo certa
dificuldade de afastar-se de seu pequeno filho.

— Mas e se acontecer algo? E se ele se ferir? — Contestou.

— Adwaka nos avisará. Yoshi, somos vampiros. Podemos voltar de


Paris em um piscar de olhos. Bailey ficará bem. Ad praticamente
ajudou a criar Akio, e já ficou com Anke um final de semana. Bailey
ficará bem. — Remy disse. Claro que ele sentia um nó em seu coração
por ficar longe do filho aqueles dias, mas era uma boa causa. Queria
ter um momento a sós com Yoshi, e tinha plena confiança em Adwaka.

— Okay! Tem razão. Estou sendo dramático. Vamos logo antes que
minha mente tente arrumar novas desculpas. — Yoshi disse. Mas antes
que proferisse mais alguma coisa, Remy usou a sua habilidade
vampiristica, e os teletransportou para a fazenda dos ursos.

Quando Yoshi pensou em protestar, viu-se no meio da sala do casarão


de fazenda. Seus olhos estreitaram quando encarou seu amado, mas
esse apenas retribuiu com sorriso.

— Até que fim! Achei que tinham desistido. — Adwaka reclamou. O


loiro foi até o irmão e cunhado, e tomou o pequeno Bailey nos braços.
— Olá...
Quem é o lindinho do titio? Eh! Vamos divertir muito, neh.

— Ad... — Yoshi começou a dizer, mas teve a boca tampada pela mão
do companheiro.

Mikel soltou uma sonora gargalhada. — Não se preocupem! Qualquer


coisa, iremos ligar. Adwaka pode ir encontrá-los com o pequeno, ou os
chamamos. Ele ficará bem. — O Shifter urso disse, tranquilizando o
casal.

Remy olhou agradecido. — Obrigado! Para Yoshi é difícil, pois foi


separado de Akio e não participou de seu crescimento. — O vampiro
explicou. Recebeu um tapa na mão, e isso fez lembrar-se de
destampar a boca do esposo. — Sorry!

— Você me paga! — Yoshi ameaçou, porém suavizou o olhar ao


encarar o outro casal. — Obrigado!

Adwaka sorriu. Ele estava encostado contra o corpo do companheiro,


enquanto segurava com cuidado o sobrinho. — Sem problema.
Tenham um ótimo final de semana, e não liguem. — Disse,
dispensando o irmão e cunhado.

Yoshi até iria rebater, contudo não teve tempo, pois Remy sumiu com
ele no piscar de olhos, deixando o casal recém-acasalado com o filhote
de vampiro.

Adwaka soltou uma gargalhada, e então foi sentar- se no sofá com


Bailey em seus braços. — Vamos nos divertir muito, neh... Coisa linda.
— Falou com Bailey, como se a criança de seis meses fosse realmente
entender o que estava falando.

Mikel sorriu docemente. Ele amava admirar seu companheiro


continuamente, mas confessava que Adwaka ficava ainda mais lindo
com um bebê nos braços. Sorrateiramente aproximou-se dos dois, e
sentou ao lado do loiro. Suas grandes mãos acariciaram o topo da
cabeleira negra da criança, que se contorceu no colo do tio e moveu-
se em sentindo ao urso. Com habilidade, Mikel tomou Bailey e o
segurou em pé em seu colo. A criança tentou agarrar a sutil barba de
três dias no rosto do mais robusto, mas não parecia estar tendo
sucesso.

Adwaka sorriu. — Já disse que fica sexy com barba?

— Falou divertido. Não gostaria que Mikel fosse barbudo, mas tinha
que confessar que com aquela sutil barba, era até sensual. E fora que
fazia uma cócega gostosa na hora do sexo.

— Uhhh... — Mikel resmungou com olhar pensativo.


Acho que não! — Brincou, e então acariciou sua face contra a do loiro,
fazendo esse arrepiar e tentar fugir.

— Ei, pare... Urso travesso. — Falou a certa distância, todavia não


resistiu, e logo retornou para perto do seu companheiro. O loiro
inclinou a cabeça, apoiando-a contra o ombro largo do moreno. —
Neh!

— Sim! — Mikel incentivou o vampiro continuar, mas sempre atento


ao pequeno em seus braços.

— Você gosta de criança. Leva jeito.


— Sim, gosto. Sempre brinquei com a ex-esposa que teríamos um
time futebol. Mas por que isso?

Adwaka torceu os lábios. Não era fácil ignorar o ciúme sempre que
Mikel comentava sobre sua falecida esposa, mas tentava lidar com
isso, pois a mulher fora parte importante da vida do shifter urso... E
outra, ela estava morta, sentir ciúmes dela o fazia parecer bobo.

É que... Alguns vampiros podem engravidar... Mas eu... Eu lamento,


mas não sou um desses. Jamais poderei gerar uma criança como Yoshi
ou Akio. — Adwaka disse. A ideia de ter um filho com Mikel parecia
atrativa, porém o destino não tinha lhe dado essa dádiva.

Mikel acariciou os fios loiros. — Eh, eu disse, já tenho três filhos, não
acasalei contigo unicamente para ter filhos. Teremos anos ou séculos
pela frente, e quando chegar o momento, poderemos adotar ou usar
barriga de aluguel.

Adwaka sorriu. — Obrigado! Você é sempre tão compreensivo e


maravilhoso. Tirei a sorte grande em tê-lo como companheiro.

Bailey soltou um gritinho, ganhando atenção de todos.

— Acho que alguém concorda. Sou o melhor. — Mikel brincou, e


ganhou um beliscão do vampiro. — Que nos três iremos ao passeio na
fazenda?
Aproveitar que esta na noite está fresca.

— Cadê os seus filhos? — Adwaka perguntou, somente agora


reparando que o trio não tinha aparecido. E como eles pareciam
gostar de crianças como fosse mel, achou estranho.

— Digamos que... Não contei que Bailey viria... E eles foram ter uma
noite na cidade. Pensei em termos um momento apenas nos três! —
Mikel disse olhando culpado, fazendo Adwaka soltar uma gargalhada.

— Okay! Até que não é uma má ideia. Vamos dar uma volta e depois
podemos assistir Bob Esponja!

— Falou empolgado.
–oo0oo-

Yoshi olhou ao redor da suíte máster, mas sua mente não permitiu
apreciar o lugar, não quando sentiu seu coração apertadinho. Era a
primeira vez que ficava distante de Bailey, e estava entrando em
parafusos. E nem fazia 10 minutos que havia entregando-o a Adwaka.

— Talvez devêssemos... — Começou a balbuciar, mas foi interrompido


pelo outro vampiro.

— Doce, ele ficará bem. Por favor... — Remy pediu. Amava seus dois
filhos, mas precisava passar um tempinho com o esposo.

— Y
oshi fez um bico adorável com os lábios. — Tudo bem... Eu vou tentar
não surtar nas próximas horas ou dias... O que iremos fazer? —
Indagou. Precisava distrair sua mente. Ninguém podia culpá-lo por ser
um pai superprotetor.

Remy olhou pensativo. — Eu pensei... Que tal irmos dançar?

Yoshi tombou a cabeça para o lado. — Dançar? — Ele não queria, mas
sabia que sua voz soou um pouco decepcionada, pois preferia ficar
fazendo coisas mais interessantes naquela linda suíte com seu
companheiro.

Remy aproximou-se dele e o puxou pela cintura, unindo os dois


corpos. Ele deslizou a ponta de seu nariz pela bochecha de Yoshi,
causando um arrepio nele. — Eh... Dançamos... E depois... Iremos a
Eiffel... Sempre imaginei como seria fazer amor nas alturas. — Sua
voz saiu rouca e sensualmente, fazendo o pequeno estremecer.

Yoshi apertou os dedos nos ombros do vampiro mais alto. — Eu...


Podemos pular logo para ‘as alturas’? — Implorou.
Remy jogou a cabeça para trás e soltou uma sonora gargalhada.— Oh,
calma pequeno gafanhoto.. Tudo em seu tempo! Eu quero muito
dançar coladinho com meu companheiro sexy!

Yoshi suspirou. Ele deslizou o dedo pelo peitoral de Remy, — Okay...

se deseja assim...

Remy não podia negar que seu companheiro fazendo pirraça era fofo.
— Vamos nos arrumar e ir à boate! A noite é uma criança.
–oo0oo-
Adwaka colocou o pequeno com cuidado no berço de madeira rústica,
que Mikel tinha montado no antigo quarto de hóspedes do vampiro. A
babá eletrônica estava ligada para qualquer eventualidade. O urso
estava tão empolgado com uma criança passar final de semana na
fazenda, que havia comprado berço, baba eletrônica, roupas,
acessórios e até banheira infantil. Adwaka achava super fofo, e por
isso teve a conversar com Mikel sobre filhos. De alguma forma sentia
que o moreno desejava mais um filho, o instinto paternal em Mikel era
tão natural.

O loiro queria poder ter a dádiva de gerar uma nova vida, mas o
destino o pulou nessa seleção.

Ajeitando o cobertor com estampas de ursinhos sobre o sobrinho, o


vampiro saiu do quarto.

O sol nasceria dali a três horas, mas não estava com sono. Bailey
sendo um vampiro puro precisaria de um tempo para habituar em
dormir mais cedo à noite e passar o dia acordado.

Ele saiu do quarto e deixou a porta entreaberta. Com passos leves,


seguiu para o quarto que dividia com seu companheiro, e ao entrar,
deparou-se com um Mikel nu e deitado na cama.

— Ele está bem? — Indagou.


Como a noite estava calorenta, ele preferia dormi nu e sem se enrolar.
Adwaka acenou com a cabeça e encostou a porta. Com habilidade,
retirou suas roupas, ficando igualmente nu e subiu na cama. Alojou-se
confortável nos braços do urso, aninhando a cabeça contra a curva de
seu braço.

— Sim! É um menino comportado. — Adwaka disse.


— Seus filhos não retornarão hoje?
Mikel encarou o loiro. — Josh ligou... Eles decidiam dormir na cidade...
Possivelmente arrumaram companhia.
— Uhh! — Adwaka resmungou. Sua mão foi em sentido ao peitoral do
urso e os dedos ficaram brincando com os pelos encaracolados,
fazendo cachos, claro, não conseguiriam por que eram curtos. —
Sabe... Podíamos... Um dia desses, fazer uma festa. Nada grande,
apenas nossos amigos...
Um churrasco! Saudade de ter todos reunidos.

Mikel acenou. — Seria divertido. Podemos marcar para a próxima


sexta-feira, assim todos poderão vim... À noite, claro!

Adwaka sentiu seu coração aquecido. Onde que antes poderiam


imaginar que estaria acasalado. Atrevido, desceu sua mão deslizando
a ponta dos dedos no abdômen definido, e rodeou a borda do umbigo.

— Você é... Maravilhoso... — Murmurou contra o ouvido de Mikel,


fazendo-o arrepiar. Não resistiu, e desceu a mão até a cama de pelos
castanhos.
Brincou com os pelos pubianos até que esbarrou em seu prêmio
maior.

— E o que esse homem maravilhoso irá receber? — Mikel provocou.


Adwaka soltou uma risadinha sapeca, seus dedos acariciaram
sutilmente o pênis que começava a ganhar vida, mas sem nunca tocar
pra valer, apenas provocando. Ele deitou de lado, e permitiu que sua
ereção roçasse contra o quadril de seu companheiro, enquanto seus
dedos brincaram com o prepúcio da bela masculinidade do outro.

Brincou com aquela pele, subindo e descendo, ousando esconder e


revelar a glande roxa que era apetitosa. Sorriu satisfeito à medida que
o pênis começou a ficar duro e maior em sua mão.

— Ad... Não brinque com fogo. — Mikel ditou, era óbvio por sua
respiração o quanto aqueles toques faziam efeito sobre si.

— Não estou fazendo nada. — O loiro disse. Ele colocou-se de bruços


e suspendeu o tronco a fim que sua mão continuasse a explorar a
intimidade do moreno e sua boca pudesse brincar com o disco
marrom. Sua língua deslizou por aquela carne cheia de nervos
sensíveis, e deixou-a úmida... Não resistindo em chupá-la como um
bebê faminto pelo leite materno, mesmo que não iria sair nada.

— Ahhh... — Mikel soltou um gemido rouco. Sua mão apoiou entre a


cabeleira loira, em uma carícia sutil, como amparo ao torpor que
sentia.

Adwaka largou o mamilo abusado e tratou de amamentar no outro,


deixando-o no mesmo estado. Sua mão rodeou a dura ereção,
movendo-a em uma dança lenta e sensual, levando cada grama de
controle do seu companheiro para as galáxias.

Droga... — Mikel murmurou. Ele abriu mais as pernas, dando maior


espaço para exploração de Adwaka. O vampiro ousou ir mais além
com sua exploração.

Seus dedos brincaram com os testículos... Os rolando em sua mão... E


ousou dar algumas amassadas. Sabia como aquela área poderia ser
prazerosa para um homem.

Apertou no meio das duas bolas, fazendo a respiração de Mikel torna-


se mais pesada. Sorrindo malicioso, desceu mais os dedos, e apertou
o períneo, ciente que causaria prazer descomunal ao companheiro.
Adwaka adorava essa exploração.
Claro, o sexo suado era delicioso, mas a chance de tocar, explorar e
acariciar aumentava a intimidade.

— Ad... Eu... — Mikel implorou, mas quando foi os dedos safados de


Adwaka tocaram sua entrada enrugada — sem nem mesmo entrar —
o moreno afundou a cabeça no travesseiro e da fenda do seu pênis, o
líquido perolado caiu contra o abdômen sarado e pélvis.

Adwaka soltou um sorrisinho... Ele deitou novamente na cama, e


deslizou seus dedos na poça de sêmen, fazendo desenhos.

— Eu adorei... Adoro pensar que sou responsável por seu prazer. —


Adwaka.

O moreno moveu, deitando de lado, na ânsia de retribuiu ao loiro,


porém o choro provido da babá eletrônica ecoou pelo quarto.

— Acho que alguém acordou. — Mikel disse sentando-se na cama.

— Eu vou... — Adwaka fez menção de levantar, mas foi interrompido


pelo outro.

Mikel pegou alguns lenços da caixa que estava em cima do criado-


mudo e limpou o gozo em sua barriga e pélvis, e depois jogou o papel
umedecido fora. — Eu vou... — Informou ao loiro. Após vestir a cueca
boxer preta, ele deixou o quarto em sentido ao berçário improvisado.

Adwaka deitou-se novamente na cama e fixou o teto. Ele sentia que


poderia explodir de felicidade. Mikel era muito mais que um dia
imaginou. — Ele é perfeito...

Não demorou em que Mikel retornasse, e carregando um pequeno


embrulho. Ele subiu na cama, e deitou Bailey entre ele e Adwaka. —
Ele está bem? — O loiro indagou preocupado. Se algo acontecesse
com o sobrinho, seu irmão e cunhado iriam surtar.

— Sim! Apenas parecia inquieto. Acredito que esteja sentindo falta


dos pais. — Mikel disse com a voz baixa, não querendo acordar o bebê
que tinha acabado de dormir novamente.

Adwaka acenou. Deitou de lado e admirou Mikel, que estava na


mesma posição, só que do outro lado de Bailey. Seus dedos longos
acariciaram a cabeleira negra do sobrinho. Ele era realmente fofo.

— Você é ainda mais lindo sendo fofo assim. — Adwaka disse.


Mikel tentou pousar de durão. — Não sou fofo, sou masculino! —
Disse, mas tudo que conseguiu foi retirar risadas de seu companheiro.
Os dois ficaram conversando baixinho sobre banalidades, até que
acabaram caindo no sono por exaustão.

–oo0oo-

O dia raiara em todo seu esplendor e glória fazendo a vida na fazenda


despertar. O casarão era misturado ao silêncio, considerando que os
únicos três residentes dormiam profundamente.

Ao longe uma poeira subiu quando uma caminhonete cortou as


estradas de terra batida. Não demorou em que o veículo estacionasse
diante da bela casa. Após a caminhonete ser desligada, as três figuras
saíram. Eles vestiam a mesma roupa do dia anterior e parecia
cansados.

— Cara, essa noite me deixou quebrado. — Josh disse esticando os


braços para cima.

Os três irmãos haviam ido ter uma noitada na cidade de Ohio


aproveitar os louros da juventude e dar ao casal do rancho certa
privacidade. Aos poucos eles aceitavam Adwaka, e viam que o
vampiro realmente amava seu pai.

— Eu quero um bom banho e cama. — Felix disse, soltando em


sequencia um grande bocejo.

Ryler acenou em confirmação as falas de seus irmãos.

— Quantas horas têm? — Josh perguntou quando os três subiram os


degraus da escada da varanda.

— Acho que umas duas horas até o pai acordar. Temos que alimentar
os animais. Ao menos é somente isso. — Kyler arranhou.

Assim estacionaram diante casa, os três pularam do veículo, e antes


mesmo de irem para casa, foram cumprir com as obrigações em casa,
antes que seu pai esfolasse seus couros.

Felix seguiu para estábulo para alimentar os cavalos, Josh foi


alimentar os cachorros e galinhas, já Kyler verificar novamente o
trator no celeiro, precisavam dele. Mas se não funcionasse, sugeriria
seu pai para comprarem um novo. Não adiantava ficar pelejando com
algo que já tinha dado seu último suspirou de vida.

–oo0oo-

Mikel remexeu no leito. Seus sentidos aos poucos voltaram à realidade


e captaram todos os sons e odores que cercavam sua fazenda. Ele
olhou para o lado e sorriu para a cena de Adwaka dormindo
profundamente.

O cenho do urso franziu quando captou as vozes alteradas de seus


filhos. Ele sentou na cama e esfregou o rosto. — Preciso fazer a barba!
— Murmurou. — E eles precisam parar com esse escândalo!

Ele deixou a cama e foi até seu armário, pegando uma calça jeans e
uma regata branca. Vestiu-se sem nenhuma pressa. Mikel deixou o
quarto sem fazer barulho ou importar em calçar algum sapato ou
sandália.

Assim que ele saiu do quarto, Adwaka abriu os olhos, pois ele havia
perdido o calor gostoso de seu companheiro. Deitou de costas para
cama e coçou os olhos. Sua visão adaptou a escuridão do quarto e
conseguiu visualizar o relógio em cima do criado mudo. Era pouco
mais de 3hs da tarde. Poderia sair de casa somente dali três horas,
mas não impedia de levantar.

O vampiro saiu da cama e vestiu uma calça de tecido e folgado, ficou


caindo em seus quadris, considerando que eram dois números
maiores que o seu, já que a calça era de seu companheiro.

Sem ligar para arrumar a bagunça no quarto, Adwaka saiu e seguiu


para o berçário improvisado. Sorriu quando viu os bracinhos
balançando dentro do berço.

— Oi, bom dia! — Murmurou doce para Bailey. Tomou o sobrinho nos
braços e aninhou contra seu corpo. — Uhh, alguém precisa de um
banho.

Bailey resmungou e balançou seus punhos fechados, fazendo parecer


que entendia o que o tio dizia.

Adwaka cuidou do pequeno. Retirando suas roupas, enchendo a


banheira e dando um saboroso banho. Bailey fez uma verdadeira
zona, e no final, Adwaka teve tomar um banho, mas antes, levou o
pequeno ao quarto, enxugou e o vestiu apropriadamente. O deixou no
berço e a porta do banheiro aberta, para que enquanto tomasse
banho, ouvisse o sobrinho.

Após terminar seu banho, recolheu Bailey e foi com ele ao seu quarto.
Ao entrar, deparou com tudo arrumado, sinal que Mikel tinha passado
por ali. Seu companheiro era maníaco por arrumação.

Ele tratou de colocar Bailey em sua cama, e claro, cercado por várias
almofadas, e então, foi vestir-se. Optou por uma calça jeans
desgastada e justa, e uma regata preta. Normalmente o vampiro
optaria por algo mais elegante, mas de alguma forma, estava
apaixonado pela vida na fazenda, pelo estilo mais casual.

Foi quando um resmungo infantil chegou aos ouvidos do vampiro e ele


viu seu sobrinho remexer na cama. Apressou até a cama e admirou os
olhos castanhos.

— Ei, estou aqui! — Murmurou manhoso. Tomou Bailey em seus


braços e o alinhou contra seu corpo.

— Por que meu filho está resmungando?


Adwaka deu um pulo ao ouvir a voz de seu irmão. Virou-se para porta,
deparando-se com Remy e Yoshi. Os dois eram para retornarem
somente no dia seguinte, mas pareciam estar um dia adiando.

— Não deviam estar em Paris? Sabe, lua de mel e tal... — Adwaka


disse.

Yoshi ignorou sua pergunta e apressou-se até o loiro, e tomou o


pequeno embrulho de Adwaka e aninhou seu filho contra seu corpo. —
Oh, papai morreu de saudade.

Adwaka arqueou sobrancelha e olhou para irmão. Remy apenas deu


os ombros. — Esse estava surtando por estar longe dos filhos.
Dizendo que Bailey ficaria doente e Akio precisaria de sua ajuda.

Adwaka soltou uma sonora gargalhada. Viver ali nunca era chato. —
Entendi!
Uma batida na porta ganhou atenção de todos. Mikel tinha um largo
sorriso nos lábios, e vestia calça jeans que abraçava suas grossas
coxas e uma camisa de flanela xadrez. — Temos visitas. Não
conseguiram ficar longe do baby?! — Afirmou.

Remy apertou a mão do cunhado. — Eh... Filho impregna em nossas


vidas de forma que não podemos ficar longe deles.

— Sim! Ad, vamos marcar depois para ir às compras. Bailey precisa


de roupas novas, cresce muito rápido. Pode me ajudar. Compensa que
deixou pouco tempo com ele. — Yoshi disse elétrico.

Remy revirou os olhos. — Ele manda. Até mais. — Despediu-se do


outro casal, e simplesmente desapareceram no ar.

Adwaka soltou outra sonora gargalhada, mas a verdade que seu


coração apertou. Ele nunca desejou ter filhos, sempre pensou que não
era material paterno. Claro, ajudou criar Akio e adorava paparicar
seus sobrinhos ou filhos de seus amigos, mas de repente, algo
começou a faltar em sua vida.

Mikel olhou pensativo. — Que tal fazermos um passeio mais tarde?

O vampiro olhou para o companheiro. — Passeio? Onde? — Perguntou


animado. Isso! Devia ser grato à vida pelo o que tinha, e não chorar
por algo que jamais poderia ter. Por que mesmo que desejasse agora,
não poderia engravidar.

Mikel aproximou-se do loiro e o puxou pela cintura, fazendo seus


corpos se chocarem. — Confia em mim?

Suas cabeças dançaram até que encaixaram de forma seus lábios


estavam centímetros de distância.

— Com toda minha alma...


— Então no momento saberá. — Mikel murmurou, e sem dar espaço
para o outro indagar mais alguma coisa, roubou os doces lábios em
um beijo lento e cheio de promessas.
(Cap. 11) Capítulo 11 - Amor ao luar

Adwaka havia passado as próximas horas

alfinetando o seu companheiro para que esse contasse o que tinha


planejado para eles para aquela noite, mas Mikel tinha sido firme e
não disse nada.

Quando achava perto de surtar, ele decidiu distrair, assim organizou


sua lista de convidados, comidas e as coisas que teria que comprar
para sexta-feira, onde fariam uma pequena festa na fazenda. Estava
empolgado com a ideia de que teria todos seus amigos em um único
lugar.

O relógio marcava um pouco mais de 18hs quando decidiu tomar um


banho e ficar pronto. Ele lavou cada pedacinho de seu corpo e não
resistiu em brincar com seu ânus com os dedos. Sim! Não custava
estira-se para caso de alguma diversão mais tarde

Ao terminar seu banho, Adwaka optou vestir uma calça jeans de cós
baixo e uma regata preta. Parecia estranho que um vampiro que
sempre prezou elegância e roupas de marca — aprendeu mais sobre
simplicidade com seu companheiro.

Ele olhou no espelho e penteou os cabelos loiros com as pontas dos


dedos, os deixando sutilmente desalinhados.

— Acho que cortá-los. — Torceu a boca reparando que seu cabelo


batia quase na altura da bunda e as pontas – que normalmente eram
mais claras – estavam sem vida. — Oxe! Na segunda-feira irei à
cidade!

Sorridente, o vampiro calçou os sapatos e deixou o quarto. Era pouco


mais de 19:40 quando chegou na sala e reparou os enteados jogados
no sofá e assistindo algo na televisão.

— Olá! Cadê Mikel? — Adwaka indagou. Pensando bem, não tinha


visto o seu companheiro algum tempinho.
— Ele foi ao estábulo. Falou para encontrá-lo lá. — Josh disse sem
retirar os olhos da televisão.

Felix olhou para trás e sorriu malicioso. — Dizem que sexo ao ar livre
é bem gostoso.

Adwaka soltou uma risada sonora. — Estou contando com isso.

Ele corou. Queria atormentar o padrasto, porém não sutil efeito, pois
Adwaka mostrou-se safadinho, e Felix acabou sem jeito.

— Eu lhe disse para não tentar algo que não saberia lidar. — Ryder
disse.

Louro soltou sonora risada, e então acenou para o trio, e saiu da casa.
Ao pisar na varanda, admirou o céu estrelado. A noite estava sem
nuvens e quente, no entanto, isso não o incomodava.

Sorriu faceiro e apressou os passos para estábulo. Poderia ter


teletransportado, contudo preferia permitir que seu companheiro o
ouvisse aproximando.

O vampiro entrou sorrateiro o estábulo e deu um pulo e gritou quando


chegou perto do moreno. — Oi, fujão!

Mikel virou e encarou o loirinho com largo sorriso. O vaqueiro tinha


terminado de selar o seu cavalo. Ele tinha um brilho especial nos
olhos. Abriu os braços convidativos. Não precisou dizer mais nada,
pois Adwaka entendeu nas entrelinhas, e correu para os braços do
amante. Aninhou contra corpo do moreno e mergulhou em seu
perfume único, um mistura de feno, almiscarado e morango. Amava!

Suas bocas se encontraram e ambos gemeram diante do sabor que


explodiu dentro deles. Adwaka rodeou os braços no pescoço do
companheiro e eliminou qualquer distância entre seus corpos,
permitindo que ficassem unidos de forma que nem mesmo ar
passasse entre eles.

Os dedos longos de Adwaka brincaram com os fios castanhos da nuca


do outro homem e sua língua duelou com a impertinente de seu
companheiro.

Mikel sorriu em meio ao beijo, e o quebrou, no entanto não parou, ele


salpicou diversos beijos na face do loiro.

— Uhh! Acho que podemos esquecer o passeio e voltarmos para


quarto. — Disse rouco.

Adwaka jogou a cabeça para trás e soltou uma gargalhada. — Nem


pensar. Alguém me dever um passeio. — Falou, mantendo os braços
ao redor do pescoço do outro e sorriso lindos lábios.

Mikel deu um aperto na cintura fina. — Uhh. Poderíamos fazer coisas


maravilhosas... — Murmurou com a boca contra orelha do
companheiro, e tomando fôlego no perfume do vampirinho.

— Não senhor! — Adwaka afastou rapidamente daqueles braços — Ao


passeio!

Mikel tentou fazer expressão de triste, mas não durou muito, por que
logo suspirou e sorriu. — Tudo bem! Vou terminar de selar os cavalos!
— Ele retornou ao trabalho que fazia antes, terminou rapidamente, e
puxou os dois cavalos pela rédea para fora do estábulo e sendo
seguido de perto pelo loiro.

— Não saber se sei andar a cavalo! — Adwaka disse. Sentia que sua
face racharia qualquer momento no meio devido seu sorriso.

Mikel o encarou travesso. — Eu me informei...

Ohh! Dando uma de detetive. — Falou. Mikel estendeu a mão para ele,
e o loiro correu para aceitá-la. Ele subiu no alazão com ajuda de seu
companheiro e tomou a rédea.

Observou Mikel subir no outro cavalo, e claro, babou ao admirar


aquela bunda perfeita com os olhos.

— Vamos!? — O Shifter urso perguntou.


Adwaka acenou e deu leve cutucada no cavalo com o pé, e animal
rapidamente seguiu suas ordens. Os dois passaram a cavalgar lado a
lado e sem pressa pela trilha que os levaria para longe do casarão e
para oásis que queriam.

Eles trocaram risadas e conversas, e claro, sempre atormentando um


ao outro, que na verdade era um jogo de sedução onde ambos
ganhariam no final.

Adwaka arregalou os olhos quando chegaram a uma colina. O campo


era vasto e aberto e tinha pouquíssimas árvores ou arbustos, e muitas
flores.
Poderia dizer e um manto dourado cobria maior parte, sim, a relva
com pequenas flores amarelas.

Os cavalos pararam e Mikel foi o primeiro a descer seguido pelo loiro.


O moreno tomou as rédeas e levou os cavalos até uma frondosa
árvore de Ipê Vermelho... O tom carmesim sobressaia sobre o manto
amarelo canário.

— O que faremos aqui? — Adwaka perguntou, admirando a bunda de


Mikel enquanto esse amarrava os cavalos.

— E-eu posso pensar em alguma coisa. — O moreno disse. Virou-se


para o vampiro. — Ei, meus olhos estão aqui em cima... — Tinha largo
sorriso nos lábios, ainda mais quando as bochechas do vampiro
coraram.

— Ops, pego no flagra. — Falou com sorrisinho. Ele quebrou a


distância entre eles e praticamente jogou- se nos braços do seu
companheiro, fazendo os dois caíram no chão forrando de grama.

— Owu... — Mikel gemeu, entretanto tratou rodear seus braços pela


cintura de Adwaka, alojando as mãos em suas costas. — Oi... Vem
sempre aqui?

Adwaka soltou risadinha. — Sim, com imenso prazer! — Disse


brincalhão. Ele saiu de cima do moreno, porém não foi muito longe,
deitou-se ao lado dele com a cabeça apoiada em seu ombro.

— Uhh... O céu está sem nuvens... — Mikel murmurou olhando para


aquele manto estrelado.

— É lindo. Quem diria, eu deitado na grama e admirando o céu


estrelado. Nunca pensei em todos os séculos que isso aconteceria... —
Vampiro disse. Sentia seu peito tão leve. Nunca imaginou que
encontraria essa paz.

Mikel se moveu de forma ficou de brusco e parcialmente sobre o loiro.


Seus olhos mel fixaram nos belos olhos do vampiro e sua grande mão
acariciou a face ternamente.

— Esse lugar será o ‘nosso’ lugar especial. Somente nos dois... —


Falou rouco denunciando todo sentimento e desejo em sua voz. Não
esperou pela resposta de Adwaka e apossou de seus lábios. O beijo
iniciou lento e fora ganhando forma aos poucos, assaltando a boca
tentadora do vampiro.

O loiro rodeou os braços nos ombros largos e abriu as pernas dando


mais acesso ao companheiro.

Naquele momento odiava as suas roupas. Teria sido mais fácil se


tivesse vindo nus. Sim! Viver nus seria ótimo, porém tinha o trio
ursinho na fazenda. Eh, não dava.

Foi quando Adwaka se lembrou de suas ‘habilidade’, e resolveu usá-las


em benefícios próprios. Ele estalou os dedos, e em piscar de olhos, as
roupas de ambos desapareceram. Oh sim! Aquilo podia ser bem útil.

Mikel quebrou o beijo e apoiou se no cotovelo. Olhou para ambos os


corpos agora belamente nus e depois encarou os olhos sapecas do seu
vampirinho.

— Ohh! Alguém tem habilidades especiais. Gostei disso.


Adwaka soltou gargalhada. — Lembrarei de usar mais vezes. Agora
dar para agilizar a coisa!?

Com imenso prazer... — Falou, e voltou atacar novamente aquela


boca. — Você tem um gosto bom, Ad... — Disse enquanto ele pairava
acima dele.
Ele olhou ao redor e encontrou as roupas descartadas, e fez um
trabalho rápido em pegar o sache de lubrificante no bolso de sua
calça, e retornou a cobrir o loiro.

Abriu gentilmente as pernas roliças e lambeu a carne exposta,


adorando-a. Colocando-se nos joelhos, ele admirou a pele pálida e os
músculos sutis de seu vampiro. Era feliz ao lembrar que aquela
beldade era toda sua.

Mikel se inclinou novamente sobre o loiro e passou a língua contra a


clavícula de antes de mordiscar. Ele então se mudou para baixo com
estranha facilidade e abocanhou um dos mamilos em sua boca,
maltratando a carne com os dentes e língua enquanto beliscou o outro
com os dedos.

Adwaka engoliu o nome do moreno quando sentiu os seus mamilos


sendo regado com atenção. Ele arqueou as costas querendo e
exigindo mais. Ele soltou um gemido quando a língua de Mikel desceu
mais e fez uma pausa quando no seu umbigo.

— Não me provoque. — Disse com a voz sôfrega. Apenas pequenos


toques e já sentia que derramaria ali mesmo.

Mikel sorriu e começou a beijar seu caminho para baixo. Ignorou o


belo pênis que sustentava a joia e apoiou a perna direta em seu
ombro, ocupando-se de ceder beijos e lambidas na parte interna das
coxas, ignorando a parte que mais queria sua atenção. Ele
orgulhosamente olhou para ele antes de fazê-lo em sua outra parte
interna da coxa.

Até então Adwaka segurava o seu último resíduo de sanidade. Ele


arqueou seus quadris silenciosamente exigindo a coisa que ele mais
queria, fazendo Mikel soltar uma risada.

— Por favor, — Ele respirou pesadamente.


Mikel continuou lambendo ao mesmo tempo mordiscando aqui até que
finalmente levou o pênis em sua boca, roubando o último pedaço da
sanidade do loiro.
Adwaka abriu a boca em um grito silencioso, seus quadris rebolaram.
Ele queria tudo. Tudo e muito mais que o moreno poderia lhe dar.
Jamais cansaria de seu Urso.

Não precisou de muito, apenas mais duas chupadas e ele desfaleceu


em gosma de prazer. Sentia-se como adolescente por ter gozado tão
precoce, mas não poderia conter-se por muito tempo quando era
tocado por aquele shifter.

Seu corpo caiu no gramado e seus olhos se fecharam, enquanto


sorriso bolo embelezava sua face.

O urso sorriu e beijou-o, permitindo que Adwaka provasse seu próprio


sabor no processo.

O vampiro gemeu no beijo quando sentiu dedo úmido do seu sêmen


circula ao longo de seu anel de músculos antes de penetrá-lo. Buscou
relaxar para dar entrada para Mikel, contudo certamente o moreno
sabia todas as primícias de dar-lhe prazer.

Ele gemeu alto quando os dedos bateram no seu ponto doce, fazendo
seu corpo ganhar vida novamente, como se não tivesse acabado de
gozar.

— Eu quero você nas mãos e joelhos, — Mikel ordenou e lambeu a


sua orelha em seguida.

Adwaka obedeceu. Ele sentia tão ansioso que tinha controla-se para
não gozar novamente precoce.
Sentiu a ponta da dureza de Mikel em sua entrada. Mordeu os lábios.
Não estava disposto esperar pela provocação do outro, então, agarrou
a cama de grama debaixo dele e deu forte pulso para trás, se
empalando naquela carne quente e duro.

— Ahahh... Mikel... — Gritou o nome do seu companheiro no


processo. Coisa boa que era vampiro, pois aquela queimação passaria
logo. Mesmo com toda preparação e acostumado fazer amor todos os
dias, seu ânus ainda latejou pela entrada forçada.
— Apressado! — Mikel provocou.
Adwaka grunhiu e contrariou seus quadris. — Mova- se! — Ordenou, e
arqueou as costas.

Ele podia sentir a brisa suave acariciar seu corpo afogueado e sua
respiração rouca. Sabia perfeitamente que se Mikel não movesse,
chegaria ao cume do prazer sozinho. Porém o Urso não ficou muito
tempo parado. Ele começou a empurrar em Adwaka com tanta força
que impulsionava o corpo delgado para frente em cada solavanco.

Ele segurou firmemente as duas mãos nos quadris estreitos e se


inclinou para frente, distribuindo beijo nas costas lindas.

— Mikel... — Adwaka gritou, sem qualquer reserva, quando ambos


atingiram o auge de sua paixão juntos.

Ciente que não poderia ter durado mais que isso. O vampirou jorrou
seu sêmen na grama alta ao que sentiu sendo cheio pelo prazer do
companheiro. Eles desabaram no leito natural, ofegantes e cobertos
por suor.

Mikel permaneceu dentro do casulo quentinho e encheu os ombros e a


nuca de beijos. Sua grande mão esquerda procurou pela do seu
companheiro e entrelaçou os dedos.

— Uhh... Nunca pensei fazer amor ao ar livre fosse tão bom. — Disse
com a oz degastada pelos gritos que tinha ecoado.

— Posso pensar em alguns lugares para marcamos. Deixarei a


fazenda inteira com seu cheiro. — Mikel disse tom orgulhoso. Sentia-
se como um jovem.

Adwaka soltou risada, mas gemeu quando o seu amante saiu de


dentro dele, desconectando seus corpos. Estremeceu quando o dedo
safado acariciou sua abusada entrada, colhendo o sêmen que vazava.

— Que cena erótica... — Mikel disse, e debruçou dando beijo nos


glóbulos empinados de Adwaka. Então, estendeu a mão e buscou sua
camisa descartada e a usou para limpá-los.
O loiro virou-se, deitando de costas, e encarou o amado. Estendeu os
braços para que Mikel viesse deitar ao lado dele. Agora que o fogaréu
de prazer fluía para fora de seu corpo, a pele quente arrepiou contra a
brisa da noite. Sorriu satisfeito quando se aninhou nos braços fortes.

— Podemos estreia em outro dia a cachoeira que falou. — Adwaka


disse. Uhh! Mikel molhado e nu pareciam um verdadeiro tesão.

— Com toda certeza. Amanhã parece ótima ideia. — Mikel disse,


parecia que estava tendo a mesma visão que o loiro, só que
visualizava a pele pálida molhada e apetitosa.

Eles ficaram quietinhos admirando o manto estrelado enquanto


deleitavam nos braços calorosos um do outro. Somente quando
passava das 3hs da madrugada, resolveram voltar, entretanto Adwaka
não iria arriscar sua bunda abusada na sela do cavalo.

Antes mesmo de se vestirem, ele usou suas habilidades e os tele


transportou os cavalos para estábulo e os dois para o leito deles.

— Oh, isso nunca deixar de me surpreender. — Mikel disse, agora


sentando na macies de sua cama.

— Que tal um banho? Adwaka negou com a cabeça.


— A
dwaka estava ansioso. Era oficialmente a primeira vez que seus
amigos e irmão iriam visitar o seu novo lar.

— H
avia preparado tudo com cuidado. Garantiu que a casa estivesse
arrumada; e comprou doces, salgados, refrigerantes e tortas, além de
ter conseguido sangue fresco para os vampiros.

— P
rovidenciou que o quarteto de ursos estivesse fora de casa. Sim! Era
momento todo somente para ele e seus amigos.

Quando o primeiro veículo chegou, ele abriu a porta saltitante. O


relógio anunciava pouco mais de 20hs da noite, assim, todos
poderiam vim.

Sorriu ao ver Shion e Daniel saírem do carro. Esses haviam deixado os


filhos com os seus companheiros.

— Até que fim nos convidou. — Daniel disse, como sempre, sem filtro
na língua. Ele correu e abraçou o vampiro loiro.

— Acho que acasalar fez bem a alguém. — Shion comentou. Esperou


Dan soltar o vampiro, e tomou sua vez para abraça-lo. — Parabéns
pelo acasalamento.

— Obrigado! Entrem. — Adwaka indicou o caminho. Eles ocuparam os


sofás. Na mesa de centro estavam distribuindo as maravilhas
comestíveis.

Não demorou para que Yoshi, Akio e Chelsea aparecessem na sala. Os


vampirinhos tinham ido buscar Sea, já que ele morava em outra
cidade.

— Deviam ter ido nos buscar assim, palhaçada. — Daniel fez bico
com os lábios, arrancando risada de todos.

Logo todos ocuparam os lugares pela sala, e atacaram os alimentos.

— Neh! Eu tenho uma novidade para contar. — Shion disse


remexendo no assento e ganhando atenção de todos.

— Eh? — Akio indagou. Odiava aquele suspense.


— Eu... Estou grávido. Terei meu segundo filho. — Falou largo sorriso.
Todos pareciam inicialmente em choque, então um estouro de risadas
e parabéns e seguiu.

Adwaka olhou feliz. Porém podia sentir sentimento invejoso brotou em


seu coração. Sinceramente estava feliz por Shion, mas não pode
evitar aquela inveja branca. Seus amigos tinham suas famílias
formadas, claro, ele tinha seu companheiro, porém faltava filho.

— Que legal! Aposto que o Leão está mega feliz. — Adwaka disse,
espantando a tristeza. Era muita burrice fica assim, deviam ficar feliz
pelo amigo.

Todos deixaram os sofás e sentaram ao redor da mesa de centro.


Adwaka ficou feliz que tinha providenciado bastante coisa, por que
sinceramente eles poderiam comer bastante.

— Sim, e mais insuportável. Ele quase não me deixou vir. — Shion


reclamou.

— Devia ter acostumado, nossos companheiros são muitos


protetores. — Yoshi disse.

— Nos diz como está sua vida de casado? — Chelsea perguntou.


Adwaka pegou uma caneca com sangue e ingeriu lentamente. — Uhh!
Ainda acho estou sonhando... Mikel é... Tudo de bom. — Falou.

Faz gostoso? — Daniel perguntou. — O quê? Somos homens casados,


não é nada demais pergunta. Alex gosta de fazer todos os dias,
principalmente quando acordarmos. — Deu os ombros.

Akio corou. Ainda era mais novo do grupo. — A posição preferida de


Sky é de ladinho... Acho por que...

— Fica mais apertado. — Adwaka disse, adorando ver o sobrinho


corado.

O local estourou em risada novamente.

— Eu prefiro de quatro. — Chelsea revelou, pegando todos de


surpresos.

— E boa mesmo... Vais mais profundo. — Shion disse. — Ainda gosto


de papai e mamãe. — Falou, então deu mordida no croissant.

Aquela conversar pervertida rolou por mais alguns minutos, até


mudaram de assunto.

— Ficaram sabendo sobre Ethan? — Chelsea comentou, ganhando


atenção de todos.

— O Doutor? Não estava desaparecido?! — Disse Daniel, ganhando


aceno do ruivinho.

— Sim! Mas apareceu. Parece que o Íncubo realmente o sequestrou.


As táticas de sedução não deram certo, então sequestrou. — Sea
disse, pegando todos abismados.

— Ohhh! Sequestro erótico. Aposto que ele adorou se abusado por


dias. — Daniel disse.

— Por que esse garoto fez isso? — Yoshi perguntou.


Chelsea deu os ombros. — Não sei ao certo. Parece que são
companheiros, contudo Ethan rejeitou e Xhanty acabou apelando. —
Chelsea disse. — Parece que Ethan finalmente aceitou e por isso
voltaram.

Adwaka soltou risada. — Fiquei imaginando agora se Mikel tivesse


feito isso, me sequestrado...
Gostaria. — Falou deixando todos abismados, apenas por um segundo,
por que logo risadas ecoaram.

Ele realmente sentiu falta de passar aqueles momentos com seus


amigos. Eles eram bandos de fofoqueiros e pervertidos, mas eram
únicos.

A noite seguiu com mais novidades, risadas e dicas quentes. É sim,


eles acabaram com toda comida, e ainda arriscaram em fazer
brigadeiro. Era quase raio do dia quando decidiram ir embora, para
alívio de seus companheiros que pareciam desesperados de saudade.

(Cap. 12) Capítulo 12 – Pequeno milagre

Ele se sentia tão estúpido por ter deixado se

enganar por aquela carinha adorável e os olhos azuis-claros. O


encrenqueiro tinha dito que iria a clínica apenas para dizer olá para
Chelsea e depois iria à livraria da cidade pegar uma encomenda de
livro que tinha feito.

Como estava entediado de ficar sem fazer nada no rancho, ainda mais
com Mikel ocupado com a nova remessa de gados que tinha chegado,
decidiu que seria uma boa ideia sair pouco.

— Por que estamos aqui mesmo? — Adwaka indagou. Não tinha


demorado muito para descobrir que o ruivinho não estava trabalhando
aquele dia. O vampiro loiro desconfiava o motivo de ter sido arrastado
por Daniel para aquela clínica, mas fez questão de indagá-lo.

— Para ver Sea. — O lobo disse.


Os dois estavam escondidos atrás de uma viga, enquanto os olhos
azuis observavam atentamente o homem com jaleco branco a alguns
metros.

— Uhh! Pensei que ele estivesse de folga hoje. — Adwaka disse.


Daniel deu os ombros. A fama da ‘curiosidade’ do Ômega era bem
famosa entre os amigos, e Alex não podia controlar a aura
investigativa do companheiro. Adwaka achava que discretamente o
Alfa incentivava, pois fazia seu esposo feliz.

Daniel olhou para trás. — Ele está de folga, mas ninguém precisa
saber que sabemos. — Disse estreitando os olhos para loiro vampiro
desafiando contrariá-lo.

— Oh. Então basicamente quer espionar? Sério, Dan? — Adwaka


revirou os olhos, porém mesmo que resmungasse, estava gostando da
tarde investigativa. Viver naquela cidade nunca era tedioso.

Daniel deu os ombros e retornou os seus olhos para o médico. Viu


Ethan falando algo com a enfermeira sobre algum documento que ela
mostrava para ele.

— Bem, Shion não pode sair porque agora que está grávido, Gregory
está fazendo marcação cerrada.
Assim, o selecionei como mais apto a ser meu parceiro.
— Obrigado por eu ser a segunda opção. — Adwaka murmurou
fazendo carinha de ofendido. Ele realmente não se importava em ser o
substituto de Shion. Sabia perfeitamente que o lobo e fada gostavam
de uma boa fofoca, e imaginava Shion em casa agoniado por ter sido
proibido de sair pelo seu companheiro.

— Shiii! — Daniel murmurou acenando com a mão para o outro calar


a boca.

Adwaka passou a mão nos cabelos loiros. — O que foi?

Eles se esconderam rapidinho atrás da viga quando os olhos do


médico foram na direção deles. — Ele parece bem normal para quem
foi raptado.

Adwaka soltou uma risadinha, porque sua mente resolveu imaginar


algo nada casto. — Ele foi raptado e abusado, bem, pelo próprio
companheiro que é Íncubos. Deve ter sido um rapto prazeroso. —
Disse. Oh sim, adoraria que Mikel realizasse essa fantasia. Quem sabe
estaria indo sugerir discretamente isso ao Urso. — Eu acho iria querer
que Mikel me raptasse! Seria tão gostoso. Nos dois sozinhos!

— Safadinhos! Shiii... Esconde! Esconde! — Daniel disse, quando


Ethan seguiu pelo corredor em direção a eles.

Adwaka soltou o ar dos pulmões lentamente quando sua cabeça


pareceu pesar e seu corpo perdeu as forças. Viu pontos negros
forçarem em sua visão e tudo começar a girar.

— Uh... Dan...

Daniel não retirou os olhos do médico, ainda mais quando viu o


Íncubo caminhar em sentido ao médico. Os dois estavam sorrindo, e
Ethan puxou o menor pela cintura, colocando os seus corpos juntos.

— Quieto... Xanthy está aqui... Ohhh! Eles vão se agarrar no


consultório. Temos que ir lá ver.

Adwaka apertou a mão no ombro do amigo. — Dan... Acho que não


estou bem... Eu vou...
— Droga! Ad... — Daniel resmungou. Ele virou-se para amigo e o viu
mais pálido que normal. Moveu rápido e o segurou antes que caísse
no chão quando seu corpo ficou mole e seus olhos fecharam.

— Alguém... Alguém ajude!


— Oh céus, o que aconteceu?
Ethan e Xanthy foram os primeiros a escutarem os gritos e irem
acudir os dois. O médico tomou o corpo do vampiro nos braços.

Não sei! Ele estava bem e de repente desmaiou. Droga, o papai urso
vai me matar. — Daniel disse aflito. Como pode arrastar Adwaka para
sua infantilidade? Céus, ele era um vampiro, não deveria ficar doente
como humanos.

— Calma, a culpa não é sua. — Ethan disse. Ele partiu com Adwaka
nos braços para consultório para que pudesse atendê-lo e descobrir o
que estava acontecendo. Xanthy segurou a mão de Daniel dando-lhe
amparo, já que o lobo parecia desolado.

–oo0oo-

Daniel estava prestes a fazer um buraco do piso da sala de espera. Ele


quase passou mal quando teve que ligar para Mikel e contar que o seu
companheiro tinha desmaiado.

Sentia-se tão culpado pelo estado de Adwaka.

Onde ele está? O que aconteceu? — Indagou Mikel quando entrou


apavorado na sala de espera da clínica. Na pressa, não havia trocado
de roupa, e ainda vestia as roupas de trabalho. Sua calça jeans
desgastada suja de poeira, a blusa com cheiro de suor e as botas
cheias de lama. Isso não era importante, nada era acima de seu
companheiro.

Daniel desabou em lágrimas. — Eu... Eu sinto muito. Eu juro que não


estávamos fazendo nada demais. — Murmurou entre os soluços.

Mikel suspirou profundo. Aproximou-se do lobo e segurou firme as


suas mãos. — Calma Daniel! Eu sei bem. Ad tinha me dito que viria
contigo a clínica para fazer uma investigação.

Os olhos azuis perolados arregalaram. — Ele te contou?

O urso deu um lindo sorriso reconfortante. — Sim! Como ele está?

Daniel suspirou. Olhou incerto para os lados. — Não sei! O médico o


levou para o consultório e ainda não retornou. Eu perguntei, mas
ninguém quis me responder.

As suas falas foram interrompidas quando seu companheiro invadiu o


lugar. Alex parecia aflito. Seu travesso companheiro não tinha
explicado direito às coisas no telefone, apenas que Adwaka passou
mal e estavam na clínica. Alex tinha pensado o pior.

— Dan... Dan? Oh céus. Você me deixará de cabelos brancos antes do


tempo. — Disse Alex e puxou o Ômega para um abraço apertado. O
envolveu com seus braços e apoiou o queixo no topo da cabeleira loira
platinada.

— Desculpa Alex... Não fizemos nada demais! — Disse com lágrimas


novamente nos olhos.

— Eu sei, bebê. Fiquei calmo.


Não demorou em que mais pessoas chegassem. Remy parecia prestes
a trazer o local para baixo se não tivesse notícias do irmão, e Yoshi
mantinha um adormecido Bailey nos braços.

Skylar segurava o pequeno Anke que parecia interessado em rasgar


as revistas, e Akio sentava ao lado de Mikel transmitindo-lhe conforto.

Os minutos passaram arrastados servindo apenas para aumentar a


tensão no meio de todos. Tanto que quando o médico entrou na sala,
todos se colocaram de pé, e quase avançaram em cima do homem em
busca de informação.

— Boa noite!
Mikel tomou à dianteira e ficou a pouco centímetro do médico. Se
aquele homem enrolasse muito em dar notícia de seu companheiro,
estava indo socá-lo.

— Doutor... Como ele está? O que foi? — Indagou aflito.


Ethan olhou tranquilo, como se não tivesse cercado por pessoas
preocupadas e prontas para esganá-lo.

— É o companheiro dele? — Perguntou Ethan.


Mikel deu um pequeno sorriso ao lembrar-se de seu loiro, mas esse
logo sumiu ao recordar-se da gravidade. Não queria perder Adwaka.
Não suportaria viver sem ele.

— Sim! Alguns meses atrás ele estava fraco devido ataque de Rogue,
no entanto, Sea disse que se recuperou. Meu sangue o recuperou.

— Acalme-se! O que Senhor Adwaka tem não é nada grave. Claro,


requer cuidado e atenção, mas é algo natural. É motivo para ficar
feliz. — Ethan disse.

Mikel queria arrancar um pedaço daquele homem estúpido. Ele quase


enfartando para saber estado de seu companheiro, e o médico calmo
como ser tudo fosse flores.

— O que ele tem doutor? Diga logo! — Rosnou, fazendo o Tigre dar
um passo para frente em desafio, e disse:

— Preciso de algumas perguntas. Tem quanto tempo de acasalados?


Os demais olharam confusos, mas aparentavam bem mais tranquilos
que o Shifter Urso.

Mikel olhou confuso para a indagação.

— Uhh... Quatro meses. Mas o que isso tem a ver?


— E acredito que ele seja passivo. Ele tem se alimentado direito?
Ele suspirou: — Sim! Normalmente com o intervalo de cada dois ou
três dias. Ele disse que anda sentindo bastante fome, mas eu como
mais saudável possível para meu sangue lhe fazer bem. Oh droga, é
meu sangue? Passei algo ruim para ele? — Mikel denunciou em seus
olhos o seu medo. Ele precisava saber que seu loirinho estava bem,
tê-lo em seus braços.

— Não! — O doutor ditou. — O seu companheiro está grávido!


Mikel deu um passo para trás e seus olhos arregalaram. Seu coração
bateu forte denunciando o quanto aquela notícia o pegou
desprevenido.

— Deve ter algo errado, meu irmão não pode engravidar. — Remy
disse alto. Ele mais que ninguém sabia o que seu pai obrigou Adwaka
fazer, tudo porque não queria um filho fraco.

— Como? — Mikel perguntou. — Deve estar maluco. Adwaka disse


que não poderia engravidar, porque seu pai o fez retirar o útero
quando era mais jovem.

Algumas semanas atrás Adwaka tinha contado a verdade por detrás


de sua esterilidade, não fora a Mãe Natureza que tinha privado da
paternidade, e sim, seu próprio pai. Aquele monstro. Se não tivesse
morto, Mikel o mataria novamente.

— Bem, acredito que depois após ser atacado pelos Rogues, e ter
recebido a doação de sangue de seu companheiro, o seu corpo curou.
Seu útero foi reconstituído. Ele pode engravidar, na verdade, o senhor
Adwaka está grávido de 14 semanas.

— Uau! Nessa cidade as coisas nunca são chatas. Parabéns Mikel...


Será papi. — Akio disse sorridente. Ele era confidente de seu tio e
sabia o quanto esse estava triste porque não teria a dádiva de ter um
filho.

Mikel conseguiu respirar novamente. — Oh merda...

— Clamou alto. — Eu vou ser... Pai novamente... E com Ad... Ele já


sabe?

Ethan sorriu. Era sempre bom dar ótimas notícias. Por sorte os seres
paranormais não eram tão frágeis como humanos, no entanto, ainda
tinha alguns males.

Ainda não! Está desacordado, mas acredito que acordará a qualquer


momento. Quero mantê-lo em observação esta noite. — Ethan disse.
— Possivelmente como não estava ciente da gravidez, não se cuidou
corretamente. Irei receitar algumas vitaminas que pode tomar junto
com sangue, cuidados e marcar a próxima consulta. Ele tem que fazer
exame pré-natal corretamente.

— Ele nem tem barriga... — Yoshi comentou.


Ethan entendeu a dúvida de todos. Mas a verdade que muitas
mulheres demoravam a perceber a gravidez.

— Algumas gestações demoram mais aparecer. Possivelmente no 5º


ou 6º irá ser mais visível. — Comentou.

Mikel não cabia dentro de si. A ficha ainda não tinha caído. Estava
totalmente descrente. Ele tinha três filhos e os amavam muito,
contudo ter um filho com Adwaka seria um sonho realizando.

— Eu posso...
Ethan acenou entendendo perfeitamente o desejo do Shifter Urso. —
Sim, a enfermeira o levará ao quarto de seu companheiro.

— Legal! Teremos mais um filhote na família. — Daniel disse. Adorava


ver como o círculo de amigos crescia e tornavam mais unidos.

–oo0oo-

Sentia sua mente entorpecida, mas um calorzinho em volta da sua


mão o trouxe de volta a realidade. Ele tremulou os olhos e os fechou
forçando quando a claridade os feriu.

— Hum.
Tentou voltar a dormir, mas a voz gentil de seu companheiro chegou
aos seus ouvidos. Abriu os olhos e virou a cabeça para o lado sendo
gratificado pela visão de seu amado.
— Mik... O que aconteceu? — Sua garganta doeu, e estômago revirou
ansioso pela bebida vermelha.

Mikel segurava firme uma de suas mãos e com a outra acariciou sua
face, retirando os fios dourados de seu caminho.

— Olá meu anjo. Como se sente?


Adwaka engoliu em seco. Sua garganta queimou quando sentiu o
perfume do sangue do Urso. Sim! Aquele doce néctar. Sabia que se
pedisse a Mikel, esse não lhe negaria, mas ainda não.

— Meio desnorteado. — Falou. — Não entendo. Estava espionando


com Dan e de repente tudo ficou escuro.

— Você teve uma queda de pressão, mas agora está bem. — Disse
Mikel. Ele estava sentado em uma cadeira próxima da cama de
Adwaka.

— Que bom! Podemos ir para casa? Não gosto de hospital.


O moreno deu um sorriso.

Adwaka tinha ficado quase duas horas desacordado, mas segundo o


médico era aceitável, pois seu corpo estava descansando.

— O médico acha que é melhor ficar em observação hoje. Amanhã


receberá alta.

Adwaka olhou confuso. Para ele tinha desmaiado por fome, afinal, não
comia há dois dias. Não via a necessidade de dormir na clínica.

— Mikel o que está acontecendo? Está me escondendo algo. Diga! —


Pediu. Podia sentir o companheiro preocupado. Será que o veneno dos
Rogue ainda corria em suas veias? Transformaria em desonesto sem
alma e assassino?

O urso engoliu em seco. Uma parcela dentro de si tinha medo que o


loiro não levasse muito bem a novidade. Adwaka já tinha admitido que
se quisesse ter filhos, se não fosse deles, que adotassem, então, por
que estava com medo?
— Ok! — Soltou o ar lentamente buscando se acalmar. — Lembra que
me confessou que seu pai o obrigou a retirar suas partes
reprodutivas? Porque ele considerava fraco um homem que podia
engravidar?

Adwaka olhou confuso. — Sim! Porque está falando isso? Sabe que
lamento. — Falou inseguro.

— O caso é que quando foi atacado pelos Rogues, apenas se curou


por que recebeu meu sangue, e de alguma forma... Essa parte de seu
corpo se curou também. — Mikel tentou escolher muito bem suas
palavras.

Adwaka moveu-se sentando no leito, ainda que suas costas


estivessem encostadas no monte de travesseiros que o deixava
parcialmente deitado.

— Não estou compreendendo. Pare de rodeio e fale logo.

— O fato é que você está grávido de 4 meses. — Mikel disse. Viu os


olhos se arregalarem e depois sua tez ficar mais pálida que
normalmente era. Isso assustou o Urso. — Ad! Fale algo...

Adwaka sentiu um peso em seu peito. — E-Eu... Es- Estou grávido?

O moreno ficou com as costas eretas, sentido o corpo tenso. — Sim!

Adwaka piscou os olhos e sentiu a umidade nos mesmos. Apertou a


mão de Mikel entre a sua. Talvez estivesse sonhando, não?!

— Vamos ter um bebê?


Mikel deu um lindo sorriso e respondeu: — Iremos!

O moreno não pode impedir. Adwaka estava tão fofo desnorteado


daquele jeito.

— Está feliz? Quero dizer... Já tem três filhos... — O vampiro


murmurou. Tinha conversado sobre isso, e até cogitaram em adotar,
mas dali uns anos, afinal, tinha nem seis meses acasalados.
Mikel saiu da cadeira e se sentou na borda da cama. Suas grandes
mãos seguraram o rosto de traços perfeitos do loiro, ganhando
inteiramente sua atenção. — Shii! Esse é nosso bebê. Se ainda não
pudesse engravidar, ainda o amaria e seriamos felizes juntos, mas o
destino decidiu que devíamos ser pais e sou grato por isso. Aqui
dentro, cresce um serzinho que é parte de nós dois.

Adwaka falou com a voz denunciando toda a emoção que


transbordava de dentro dele. Suas mãos tocaram seu ventre que não
sustentava nenhum volume ainda, porém, que já gerava uma vida. —
Seremos papais!

Mikel sorriu: — Seremos! — Anunciou. Ele sentiu os olhos quentes


pelas lágrimas de emoção.

— Uau, mas como não percebi antes? — Adwaka falou abismado.


Tinha que ser muito desligado para estar grávido de quase quatro
meses e não ter percebido. Olhou para sua barriga.

O moreno o confortou. — Dr. Ethan disse que pode ser mais normal
do que achamos. — Disse.

–oo0oo-

A noite no hospital foi desconfortável, e assim que o sol raiou, o


médico veio dar a liberação. Adwaka estava feliz em deixar o hospital
e ir para a fazenda. Todas as lembranças que tinha na clínica eram
quase todas tristes. Claro, a última tinha sido até feliz, considerando
que tinha descoberto sua gravidez.

Mikel tinha insistido para irem de carro, pois Adwaka estava fraco,
mas o loiro não queria enfrentar uma viagem por aquelas estradas
tortuosas. Nem mesmo quando o veículo tinha os vidros protegidos
contra raios solares. Enquanto seu companheiro discorria o discurso
que era melhor irem à caminhonete, Adwaka fechou os olhos e
mentalizou o seu quarto no rancho.

— Adwaka... — Mikel gritou.


— Aff! Não grite. Você está demorando muito. — Falou bufando. —
Estamos em casa, devia estar feliz por isso. — Adwaka disse com um
sorriso sapeca. Ele se sentou na cama de casal e esticou os braços
para cima, ignorando o duro olhar do moreno.

— Vou tomar um banho.


Mikel suspirou. Não tinha como ficar muito tempo com raiva do loiro.
— Quer a minha companhia?

O vampiro deu um pequeno sorriso. Ele pulou da cama e correu para o


banheiro, mas deixou a porta aberta. Quando terminava de retirar a
calça, o recinto foi invadido por um urso bem animado em perseguir
seu companheiro.

Os olhos caíram maliciosamente sobre a figura loira.

— Por que demorou? — Adwaka provocou. Ele retirou a calça e


cueca, e jogou as peças no moreno, acertando seu rosto, antes de
entrar no Box de vidro. Girou o registro do chuveiro e testou a água.

— Vou mostrar quem demorou. — Mikel falou animado. O urso


praticamente rasgou as roupas do corpo, para entrar apressado no
Box. Agarrou o loiro pela cintura e puxou contra seu corpo, os fazendo
maldarem com perfeição.

— Uhh... Bem podia lavar meus cabelos?! Estão tão gordurosos... —


Adwaka falou manhoso, e não teve que esperar muito. Mikel afastou
minimamente dele, e pegou o frasco de shampoo na bancada dentro
do Box. Despejou uma boa quantidade na palma da mão, e depois que
descartou o Shampoo, passou a lavar os cabelos loiros, com cuidado.
— Uhh... Isso é tão bom...

— Feliz que esteja do seu agrado.


— Sabe, estava pensando. Temos muitas coisas a ajeitar. O berçário,
as roupinhas e adaptar casa para uma criança. Meu filho não tem nem
mesmo sapatinhos. — Disse choroso.

Mikel terminou de massagear o couro cabeludo com os dedos, e fez


Adwaka ficar debaixo da cascata de água, para lavar a espuma. Ele
deu um beijo no ombro direito do vampiro.

— Não se preocupe, teremos tempo para ajeitar tudo antes do bebê


nascer. E, além disso, aposto que nossos amigos ajudarão. Eles não
conseguem ficar de fora. — Falou sincero, e não mentia, era bem
capaz dos outros já estarem organizando chá de fraldas.

Adwaka aninhou o corpo contra o robusto urso. Suas mãos tocaram


seu ventre. — Ainda não posso acreditar. Não tenho barriga. Como
posso estar gravido de quatro meses?

— Verá, agora que sabemos, vai crescer rapidinho.


Ele virou o loiro em seus braços, o deixando de frente para si. Colheu
a bochechas com as grandes mãos e lambeu os lábios desejosos. —
Eu te amo...

Adwaka sentiu aquecido pela declaração do Shifter. Jamais imaginou


que amaria alguém, não depois da trágica experiência com seu pai.
Aquele homem fez tudo para matar qualquer amor dentro dele.

— Eu também te amo... — Murmurou entre o beijo. Os lábios


massagearam e os fôlegos se misturaram, antes que o osculo fosse
aprofundado. Adwaka rodeou os braços nos ombros largos e deixou
ser segurado possessivamente pelo companheiro.

As mãos de Mikel desceram pelas costas e alojaram nas nádegas


apertadas e empinadas. Apertou os dedos na carne, deixando a marca
deles. Atreveu a deixar o dedo indicador mergulhar na fenda e tocar
gentilmente o casulo escondido.

— Ahhh... — Adwaka gemeu projetando a cabeça para trás, dando


liberdade para Mikel saborear a pele de seu pescoço, deixando marcas
de paixão na acetinada pele.
Assim, como começou, os toques pararam, fazendo com que Adwaka
soltasse um muxoxo descontente.

— Banho... Temos que terminá-lo.


— Isso é maldade. Terá troco, seu urso... — Adwaka disse perigoso.
Os dois terminaram o banho após gastarem litros de água, e ainda, se
divertiram em enxugar um ao outro. O vampiro soltou uma risada ao
fugir das garras do companheiro, e pegou no armário roupas
confortáveis para ele e Mikel.

Tinha vestido uma calça de elástico e tecido leve, e uma camisa azul
royal de tecido suave. Sentou na cama, e penteou os cabelos com os
dedos, soltando um bocejo.

Mikel ajoelhou no chão perto da cama e inclinou-se para o vampiro. —


Por que não tira um cochilo?

Adwaka suspirou. — Mas já dormi tanto no hospital.


Reclamou, porém, acabou deitando na cama e afundou a cabeça no
travesseiro. Ele queria ficar acordado, no entanto, suas pálpebras
pesaram e em menos de cinco minutos, estava dormindo
profundamente.

Mikel ficou algum tempinho admirando seu companheiro dormindo


sereno, e acariciou a bochecha pálida. Ele iria cuidar com o zelo de
seu gravidinho. Ciente que estava com falta de estoque de sangue em
casa, ele se levantou e ajeitou o cobertor sobre Adwaka, antes de
deixar o quarto.

Normalmente Adwaka se alimentaria dele, mas às vezes, tomava


sangue ensacado. Não ia deixar faltar nada para ele — para eles.

(Cap. 13) Capítulo 13 – Cuidado com amor

Adwaka gemeu baixinho e afundou as suas mãos

entre os fios castanhos curtos, puxando avidamente, enquanto seu


corpo se contorcia. Sentiu o calor crescer em seu baixo ventre e
seguir por todo seu corpo.

Sua cabeça afundou no travesseiro e seus olhos fecharam com força a


medida que aquela boca gulosa devorava sua ereção.

— Mikel... — Murmurou manhoso o nome do seu companheiro.


Mikel se encontrava deitado de bruços na cama entre as pernas
abertas de Adwaka, e trabalhava sua boca magicamente na dura
ereção. Ele lambeu as veias salientes da carne quente, traçando
caminho até a glande vermelha e inchada. Tentou enfiar sua língua na
pequena fenda, gemendo ao se deliciar com o sabor do pré-sêmen.

— Delicioso... Seu gosto é divino. — Disse dando mais algumas


lambidas, antes de aprofundar o pênis em sua boca e fazendo
movimento de sucção. Os dois estavam nus sobre o leito e alheios ao
mundo ao redor.

Adwaka adorava acordar com os toques do Urso, sempre o fazia ter


um ótimo dia.

Merda... Isso é gostoso... Sua boca é tão talentosa. — Choramingou.


Ele abriu mais as pernas e alavancou suas ancas, tentando mergulhar
mais naquela cavidade quente e úmida, mas seus quadris acabaram
sendo segurados pelas fortes mãos do moreno. — Não... Eu quero...

Mikel chupou a coroa úmida e depois direcionou seus lábios para a


curva da virilha de Adwaka, dando chupões e marcando a alva pele.
Uma de suas mãos permaneceu nos quadris, e a outra seguiu para a
barriga. Acariciou com cuidado o volume que se formava. Bem que
dizia, bastava descobrir a gravidez para que ela se aflorasse. Fazia um
mês que tinha descoberto que Adwaka estava grávido, e agora já
sustentava uma barrinha. Não era grande para alguém de cinco
meses, mas era bela e bem redonda.

— Oh droga... — Adwaka reclamou. Ele sentiu a queimação retornar.


Como poderia ter esquecido a doença da manhã? Ele empurrou o
companheiro de si, jogando-o de lado, e correu em sentido ao
banheiro. Mal invadiu o banheiro e curvou-se no chão em frente à
privada.

O barulho de vômito ecoou, e junto com ele veio à ardência na


garganta de Adwaka assim como as pequenas gotículas de lagrimas
no canto de seus olhos. Ele odiava essa parte, e certamente parecia
humilhante quando vinha em momentos quentes com seu
companheiro.

Não demorou em que Mikel entrasse no recinto e olhasse penalizado


para o loiro. Ele se aproximou dele e segurou os cabelos loiros, para
evitar que fossem sujos no processo.

— Shiii! Tudo ficará bem. — Murmurou, enquanto fazia uma carícia


das costas de Adwaka com a outra mão.

Quando não havia mais nada para se dispensado, Adwaka sentou no


chão — com a bunda nua — e puxou uma golfada de ar.

— Odeio isso! — Falou choroso.


— Eu vou ligar mais tarde para Chelsea e ver ser ele tem algo para
enjoos. Agora venha! — Falou gentil.

Ajudou o vampiro a levantar e sustentou seu corpo enquanto esse


lavava a boca e o rosto. — Que tal um banho?

Adwaka acenou em concordância, e permitiu ser levado ao Box do


banheiro pelo moreno. Ficou debaixo da cascata de água com os olhos
fechados, buscando controlar o mal estar em seu estômago.

Mikel deu descarga na privada, e depois foi pegar roupas limpas para
o loiro. Recolheu a bagunça no quarto, jogando as roupas sujas e
amassadas no cesto, e trocou os lençóis da cama. Quando retornou ao
banheiro, Adwaka tinha finalizado o banho.

— Vem... — Mikel disse. Pegou a toalha branca e enxugou com


cuidado o corpo desejoso, e enrolou o tecido macio em voltar à cintura
alargada de Adwaka, antes de pegar outra toalha e seca os cabelos.

Shifter urso levou o companheiro para o quarto e o sentou na cama.


Ajudou Adwaka vestir o pijama de seda novo, e depois penteou os
cabelos.

Adwaka deu um sorriso. — Desculpa. Estamos...


— Ei, isso não tem problema. Importante é que esteja bem. O enjoo
passou? — Perguntou preocupado. O loiro parecia mais pálido que
normal. Recebeu um aceno seguido de uma careta.

— Mais ou menos. Meu estômago está queimando. Acho que é azia


ou algo assim. Estou com fome, mas acho que se comer algo,
vomitarei novamente.

— Disse. Queria chorar de raiva. Estava feliz pela gravidez - pelo filho
que teria com Mikel - porém detestava aquela sensação... Aquele mal-
estar.

— Logo passará! Prontinho. Por que não deitar enquanto preparado


um chá?

— Eu sou um vampiro, não tomo coisas humanas.


Mikel deu um sorriso lindo. — Sea me receitou um chá para azia e
enjoos, e disse que poderia tomar umas algumas gotas do meu
sangue, assim, será aceitável por seu sistema de vampiro. — Explicou
sem nunca alterar seu humor.

Adwaka soltou um resmungo desconexo e encolheu- se na cama na


forma fetal. Ele fechou os olhos e tentou trabalhar em sua respiração,
uma tática que Akio ensinou, dizendo que ajudava nesses momentos.

Depositou sua mão em seu ventre e acariciou gentilmente. Soltou um


suspiro quando recebeu um pequeno chute. O bebê tinha começado a
se mover há duas semanas, e isso tinha se tornado seu momento
preferido, por que quando seu filho movia tudo parecia sumir.
–oo0oo-

Adwaka enrugou o nariz quando sentiu o cheiro tão conhecido. Ele


abriu os olhos e deparou-se com um largo sorriso de seu companheiro.
Ainda sonolento, se sentou na cama e soltou um grande bocejo.

— O que é isso? — Perguntou cauteloso. Pegou o copo que Mikel


estendeu e cheirou novamente.

E chá verde com gotas de sangue. — Ele informou, e depois estendeu


com a outra mão dois comprimidos. — E essas são vitaminas que
doutor Ethan orientou que tomasse.
Adwaka franziu a testa. — Odeio drogas!

— Ethan nunca prescreveria algo que machucaria o bebê. — Mikel


sentou na borda da cama e levou as duas pílulas a boca do loiro.
Contrariado, o vampiro abriu a boca e engoliu as vitaminas, para
depois dar pequenos goles no chá. Encontrou o gosto amargo,
contudo, a mistura do sangue do seu companheiro tornava mais
tragável.

— Eu dormi muito?
— Um pouco! Mas acredito que era necessário. Não dormiu muito
bem a noite. — Mikel disse em um tom preocupado. — Acho que
consegue alimentar-se com sangue agora?

Adwaka acenou com a cabeça. Tinha tomado somente metade do


líquido na xícara.

O Urso foi até o frigobar que ficava no canto do quarto e pegou uma
bolsa de sangue, e depois um copo na bandeja em cima do aparelho.
Rasgou a bolsa e despejou o líquido vermelho no copo antes de levá-
lo ao loiro.

Adwaka sorriu grato e tomou a bebida. O sangue ajudou a retirar o


gosto amargo do chá, mas ele não era delicioso como o sangue de
Mikel, contudo, sabia que não podia tomar muito do companheiro.

Mikel sentou novamente na cama e inclinou-se para o loiro. Ele


aninhou contra o pescoço de Adwaka, e sua grande mão acariciou o
ventre.

— Sabe o que me deu vontade...? — Adwaka disse após beber todo o


sangue. — Eu queria chocolate. Ao leite

Mikel ergueu a face e encarou pasmo o outro. Sabia que vampiros


viviam unicamente de sangue, pois supria a debilidade do seu
organismo, contudo, não impedia de comer comida humana, mesmo
que eles evitassem.

Passando a surpresa, Mikel se levantou. — Acho que Josh tem. Ele


sempre guarda um estoque de chocolate. Eu vou pegar.

Adwaka acenou. Ele saiu da cama e esticou os braços. — Vou tomar


um banho! Podemos ir depois para uma caminhada? Estou cansado de
ficar deitado. Um homem tem sua tolerância de descanso.

Mikel soltou uma risada, e estalou um beijo nos lábios rosados, antes
de deixar o quarto atrás do desejo de seu amante. O vampiro tomou
um demorado e gostoso banho, e quando saiu do banheiro com toalha
enrolada em sua cintura, encontrou suas roupas alojadas na cama e
ao lado a barra de chocolate.

— Eu tenho o melhor companheiro! — Ele murmurou. Sentou na


cama com as pernas cruzadas e pegou a barra de chocolate ao leite.
Desembrulhou o doce e deu grande mordida. — Uhh... — Não pode
evitar gemer quando a doçura explodiu dentro de sua boca.

Em menos de cinco minutos o vampiro tinha devorado toda a barra e


ainda lambeu os dedos sujos. Satisfeito, ele vestiu as roupas e deixou
a toalha úmida sobre a cama. Adwaka saiu do quarto e se aventurou
para o primeiro piso da residência.

O sol já tinha ido embora algumas horas e um clima fresco abrandava


o calor feito ao decorrer do dia.
Entrou a sala deparando-se com os enteados assistindo televisão.

— Oi meninos. Cadê o gostosão do meu companheiro? — Perguntou


se sentando no sofá de dois lugares, ao lado de Josh. — Oh, obrigado
pelo chocolate.

Josh sorriu de volta. — Sempre que precisar. E como está meu


irmãozinho? — Perguntou feliz.

— Eu não acredito que teremos um irmão. — Felix disse animado.


Quando o pai deles deu a notícia da gravidez, eles ficaram totalmente
descrentes, mas depois passou o choque, a alegria foi geral.

— Nem eu. Estamos bem. Mais cedo tinha enjoo, porém agora estou
bem. — Disse, inconscientemente acariciando delicadamente o seu
abdômen inferior. Ele estava se sentido bastante...
Sentimental. Ele sorriu para o uso da palavra, mas parecia se encaixar
com o que sentia.

Olhou para a televisão, reparando que passava um seriado policial,


contudo, sua mente viajou para longe. Pegou-se pensamento como
seu filho seria enquanto continuava esfregando suavemente sua
barriga, perguntou-se sobre o milagre que estava escrevendo dentro
dele. Seria um menino ou menina? A cor dos olhos? Será saudável?

Uma coisa era certa, sabia que seu filho seria amado e protegido, pois
nasceria em uma família grande e bem unida. Não pode evitar que um
sorriso brotasse em seus lábios, e se assustou, quando viu três pares
de olhos o encarando. O que foi?

— Por que está rindo abobalhado? — Felix perguntou, e recebeu tapa


no braço da parte de Kyler.

— É meio óbvio. Ele está acariciando a barriga, deve está pensando


no nosso irmãozinho, acertei?!

Adwaka soltou uma gargalhada. — Sim! Estava pensando como ele ou


ela seria, mas independente disso, sei que já é amado e que será
muito bem protegido. — Falou dando carinho em seu ventre.

— Isso pode ter certeza. Nosso filhote já e muito amado. — Mikel


disse, dando o ar da graça na sala. Ele empurrou Josh do caminho e
se sentou ao lado de Adwaka, colocando sua mão junto com a dele sob
a barriga. — É como estão meus amores.

— Muito bem! Obrigado pelo chocolate e por separar as roupas. —


Adwaka inclinou para o urso e aninhou em seus braços de forma
manhosa. — Onde estava?

Mikel deslizou a ponta do nariz pelo pescoço de Adwaka, contribuindo


para que o vampiro estremecesse. — No telefone com Alex! Parece
que Daniel ainda estava tendo um ataque de culpa, e somente se
acalmou depois que garantir que você se encontrava bem e que iria
passar o dia amanhã com ele.
— Uhh... — Adwaka estreitou os olhos para moreno.
— Prometeu algo em meu nome?
Mikel olhou sem jeito. — Não achei que se importaria.

O vampiro encostou novamente no corpo do companheiro e suspirou.


— Não me importo. Seria até bom... Ele pode me ajudar a planejar o
chá de bebê. — Falou baixinho. Voltou sua atenção para a televisão e
começou realmente a prestar atenção no seriado.

Era um momento simples, mas importante desde que era vivenciado


em família e aconchego dos braços fortes de sua alma gêmea.

–oo0oo-

Xanthy move no leito e depositou sua cabeça contra o peitoral forte e


rodeou seu braço na cintura final.
Incapaz de controlar-se e esfregou a bochecha contra a pele macia e
soltou um suspiro.

Após toda tensão ao longo dos últimos meses, ele podia respirar
tranquilamente e aproveitar ao máximo de seu relacionamento.

Alguns meses atrás ele descobriu que tinha como companheiro o


shifter Tigre, contudo, o médico parecia ignorar os laços do destino
que os uniu.

Inicialmente considerou que Ethan o veria sendo jovem demais, e


depois temeu que ser um Incubo, fez seu companheiro rejeitá-lo.

Ele não tinha culpa de quem era. Ser Incubo carecia alimentar-se de
energia sexual dos humanos, nem sempre implicava em transar,
porém precisava levar a pessoa ao estado de excitação que geraria
energia para sua sobrevivência. Xanthy chegou a ter vergonha do que
era, até que seu tio disse que se seu companheiro não poderia aceitá-
lo, era por que não o merecia.

Mas Xanthy não pode simplesmente desistir e aceitar uma vida vazia e
triste, então teve a brilhante ideia de sequestrar seu companheiro. Ele
sabia perfeitamente que causaria alguns problemas, e deixaria seu tio
muito furioso, porém não podia evitar.

O Incubo seguiu o companheiro até em casa e ao quarto que esse


dormia, o nocauteou com uma droga e o levou. Ele não chegou a
planejar detalhadamente o sequestro, apenas incluir raptar o tigre. O
levou para uma cabana na floresta — propriedade de sua família —
algemou o tigre com correntes de prata.

Bem, não era preciso dizer que Ethan não ficou feliz. Inicialmente
gritou e lutou para escapar, até que a conversa veio e a necessidade
venceu. Eles superaram suas diferenças, e o médico confessou que
temia não se digno do Incubo, por que seu ex- amante se matou
quando terminou a relação.

Xanthy soltou um suspiro.

— O que foi? — Ethan perguntou cauteloso.


O moreninho ergueu o rosto e encarou o médico. — Nada, apenas
lembrando-se do seu sequestro.

Ethan grunhiu. — Ainda não acredito que me raptou.

— Foi divertido... E prazeroso. — Corou quando se lembrou do que


eles fizeram depois que aceitaram seu acasalamento.

Ethan moveu-se pressionando Xanthy de costas na cama e seu corpo.


Sua grande mão acariciou o rosto belo e encarou os hipnotizantes
olhos negros.

— Oh sim... Muito prazeroso. — Ethan disse malicioso. Inclinou-se


para frente e roubou os lábios cheinhos. Gemeu quando o sabor
explodiu em suas papilas degustativas, e suas mãos apertaram a
macia carne das coxas torneadas.

Xanthy gemeu em meio ao beijo e moveu as pernas

— rodeando os quadris estreitos do médico — e apertou as mãos nos


ombros largos. Sentiu seu corpo acender ansioso — como se não
tivesse acabado de fazer amor, ele desejava por mais.
A língua audaciosa de Ethan digitalizou a cavidade bucal colhendo do
néctar único, e esfregou seu corpo contra o delgado Incubo, deixando
que ele sentisse a dureza de sua intimidade.

— Ethan... — Xanthy gemeu.


Suas unhas curtas arrastaram na pele bronzeada deixando vergalhões
vermelhos, mas nada que sumiria logo.

Ethan quebrou o beijo e desceu a faminta boca pelo pescoço longo e


cravou seus caninos na jugular no exato momento que seu pênis
aprofundou no acolhedor canal. Ainda estirado pelo coito anterior,
Xanthy recebeu com gula a ereção dura do seu companheiro.

— Ahhh... Foda... — Gemeu alto quando o eixo roliço acertou as


glândulas sensíveis em seu interior, fazendo uma corrente de prazer
percorrer todo seu corpo e sua mente nublar diante das sensações.

Incapaz de permanecer parado, o Incubo maneou seus quadris,


rebolando seu corpo, para buscar em desespero por aquele mastro
quente e delicioso.
Jamais se cansaria de fazer amor com seu companheiro. Sexo com
Ethan era mais que um ato de alimentação, era a forma perfeita de
unir seus corpos e alma, em saber que jamais estaria sozinho
novamente em sua vida.

Xanthy... Oh... É tão gostoso... — Ethan murmurou sem nunca parar


de mover e encarando os olhos luxuosos do seu companheiro. — Sua
entradinha é tão gulosa... Tomando-me com ganância. Ah... Você
gosta? Eh... Gosta como eu o como loucamente...? — Ele provocou
dizendo palavras sujas, arma perfeita para fazer o Incubo delirar.

— S-Sim... Sinto-me tão cheio... Tão completo... — Xanthy gritou,


quando outra onda avassaladora percorreu seu corpo e acabou em
uma explosão surreal. Ele alcançou o seu segundo orgasmo com força,
jorrando a perolada semente entre seus corpos e fechando seu canal
em volta da dureza de seu companheiro.

Ethan sentiu o aperto sufocar seu pênis, como um filhote que suga o
leite, e bastou mais algumas estocadas, para que se derretesse
completamente dentro do travesso do Incubo. Apossou dos lábios de
Xanthy quando grunhiu em sua liberação.

Ele tombou em cima do corpo menor e soprou uma respiração em seu


pescoço.

— Isso foi... — Xanthy sussurrou. Ele rodeou os braços em torno do


pescoço do seu companheiro e soltou um bocejo.

Ethan ergueu o corpo e deu um beijinho na testa do Incubo. Ele


retirou seu pênis do casulo quente e esticou o braço para o criado-
mudo e pegou alguns lenços umedecidos. Cuidou de limpar seus
estômagos e o ânus e Xanthy, antes de se deitar ao lado dele.

— Que tal um banho? — Indagou gentil acariciando os fios negros.


Xanthy moveu-se deitando a cabeça no ombro do seu companheiro. —
Sim, mas espera um pouquinho. — Soltou um bocejo.

Ethan abraçou o corpo amado e suspirou. Ainda sentia lástima de


culpa por seu ex-amante falecido, contudo, como Xanthy lhe ensinou,
não devia viver do passado, mas fazer sua vida valer a pena e honrar
a sua perda.

— Eu... Meu tio me ligou mais cedo. — Xanthy disse cauteloso. —


Er... Ele nos convidou para jantar na sexta-feira na casa do Clã!

Ethan olhou temeroso. Temia a reação do Líder dos Íncubos. O


homem parecia protetor para com o sobrinho.

— Claro! — Sua voz não soou inteiramente confiante, mas faria por
Xanthy.

–oo0oo-

Shion sorriu para seu filho. Os dois se encontravam deitados na


grande cama preguiçosamente. A fada vestia apenas uma blusa de
botões do pijama de seu companheiro, que ficava grande e ia até
metade de suas coxas, enquanto deitava confortável no monte de
travesseiros e tinha o pequeno Liam ao seu lado.

O híbrido leãofada estava agora com dois anos e crescia cada dia mais
lindo. Ele tinha muito de seu pai Gregory, tanto os cabelos louro-
avermelhados e a personalidade, mas tinha a pele leitosa e os olhos
de seu pai fada.

— Da... Daaa... — Liam gritou pegando o boneco de ação homem


aranha das mãos de Shion, e o moveu no ar, como se voasse ou
soltasse com suas teias.

Shion soltou uma risada. Não resistiu e encheu as bochechas


gordinhas de beijos.

— Nãooo... — Liam disse empurrando seu pai pelo rosto, mas Shion
não parou. Ele começou a fazer beijos framboesa na barriguinha do
filho, que caía na gargalhada.

A porta do quarto foi aberta dando margens ao Rei do Orgulho. — O


que meus amores estão aprontando?

Shion parou seu ataque e olhou para cima. — Oi amor... Estamos com
fome. — Falou com bico.

Gregory subiu na cama e pegou com facilidade Liam o jogando para


alto, contribuindo para que o pequeno soltasse ruidosa risada.

— Grey, não faça isso. — Shion reclamou.


— Que nada. Jamais o deixaria cair. — Gregory disse. Sentou Liam
em seu colo e se inclinou para frente, roubando rápidos beijos dos
lábios deliciosos.

— Que tal tomar banho e ir nos encontrar na sala de jantar?


Shion negou com a cabeça. — Estou com preguiça! Traz aqui... Eu
quero doce de abóbora... — Pediu com olhinhos verdes brilhando.

O Shifter leão deu uma mordida suave na curva do pescoço do


companheiro e lhe entregou Liam, que pegou o brinquedo e voltou
entreter-se.
— Já volto! — Disse, e saiu do quarto, deixando seu companheiro e
filhote para trás, e tratou de providênciar as maravilhas alimentícias
para eles. Se antes paparicava seu companheiro, agora grávido,
chegava a ser insuportável. Mas Shion adorava os cuidados do outro.

— Neh, que tal assistirmos um filme? — Shion perguntou ao filho.


Seus irmãos haviam saído com Jaqueline para irem ao McDonalds,
onde comeria o famoso lanche do palhaço e brincar nos playgrounds.
Shion não era a favor de comerem esses tipos de lanche, porém, não
podia evitar totalmente.

— Pooh... — Liam disse batendo as mãos.


— Sério? Esse urso? — Shion revirou os olhos. Liam estava viciado no
ursinho caramelo que vivia comendo mel, e tinha visto mais de vinte
vezes. — Ok... É bom torturarmos seu pai... Vamos obrigá-lo a ver
também. — Shion falou maléfico. Era sua pequena vingança por
Gregory estar sendo tão protetor, ao ponto que não o deixou ir à
investigação com Daniel na clínica.

(Cap. 14) Capítulo 14 – Preparando tudo para a chegada

Adwaka olhou preocupado para o quarto. Ele tinha suas dúvidas se


aquela reforma daria certo. Aquele seria o quarto de seu filho que logo
nasceria. Mikel e seus filhos haviam retirado todos os móveis, e
compraram o material para reformá-lo: tintas, pincel, papel de parede
e carpete novo. Adwaka confiava em Josh, já que ele tinha uma
construtora, porém esse tinha ido atender a um cliente, assim, coube
a Mikel, Felix e Ryder a reformar.

— Tem certeza? — Adwaka perguntou.


— Amor, já disse que está tudo bem. Sabe que eu ensinei bem meus
filhos, além disso, pintamos essa casa toda. — Mikel disse. Ele foi até
o loiro e deu-lhe um profundo beijo.

Adwaka suspirou e segurou nos bíceps firmes. Em sua concepção,


Mikel estava muito quente vestido com calças jeans e uma regata
branca.

— Uhh, por que não deixa os seus filhos pintarem e vamos para
nosso quarto...? — Ele perguntou arrastando o dedo indicador no
peitoral firme do companheiro.

— Ei, sem pornografia. — Felix disse apontando com o rolo de


pintura.

Adwaka revirou os olhos. — Então, enquanto vocês ‘pintam’ o quarto,


eu vou sair. — Ele disse enquanto fez um carinho no rosto másculo do
Urso. — Vou ver meu cunhado e sobrinhos. Não demoro! — Estalou
um beijo nos lábios do amado, antes de sumir em um piscar de olhos
do local outrora ocupado.

No instante seguinte, Adwaka apareceu no quarto do cunhado e irmão,


e sorriu para cena diante de seus olhos. — Ou, estamos safadinhos
hoje.

Os olhos do vampiro pairavam sobre leito, mas especificamente para


seu cunhado deitado de costas e com as pernas ao redor do corpo de
seu irmão.
Remy parecia um predador furioso enquanto remetia no seu amado
companheiro.

Yoshi olhou sobre ombros de seu companheiro e arregalou os olhos


quando viu Adwaka no meio de seu quarto os observando. Assustado,
ele empurrou Remy de cima dele e puxou o travesseiro cobrando sua
nudez. Sua ereção sumiu como um passe de mágica e suas bochechas
coraram.

— Ad-Adwa-Adwaka? — Ele gritou.


Remy sentou no frio chão lamentando por ter batido a cabeça e iria
reclamar com Yoshi por tê-lo empurrado, até que finalmente se deu
conta da presença de seu irmão.

— Adwaka, saia daqui! Agora. — Ele gritou. Imaginava a vergonha de


Yoshi por ter sido pego fazendo amor.
Adwaka soltou uma risada e saiu do quarto tranquilamente. Ele abriu
a porta que daria acesso ao berçário do seu sobrinho mais novo, e
deixou o casal envergonhado para trás.

Admirou a decoração do quarto, e sentiu seu coração apertar em


ansiedade para ter o quarto de seu bebê igualmente pronto. A
ansiedade para ver a carinha de seu filho o fazia achar que estava
demorando em chegar o nascimento, mas se fosse considerar, estava
já com seis meses de gestação, e segundo Ethan — o médico que
acompanhava seu pré-natal — seu filho, por ser mistura de raças,
nasceria com sete meses.

O loiro se aproximou do berço e sorriso para o pequeno Anke. — Ei...


Tudo bem? Como está o lindinho do titio? Eh. Seus pais pervertidos
ficam fazendo safadeza e o deixam sozinho. — Adwaka disse com a
voz manhosa.

Com cuidado, tomou o bebê vampiro do berço e o aninhou contra seu


corpo. O pequeno faria aniversário de um ano dali algumas semanas,
e os preparativos para festa estavam a todo vapor. Como a diferença
entre Bailey e Anke era pequena, eles fariam uma festa dupla.

Adwaka seguiu com o pequeno até a poltrona da ‘mamãe’ e sentou.


Aninhou Anke sentado em seu colo, mas firmando suas costas. —
Neh, sabia que logo terá um primo? — Falou. — Eu sei que é confuso
com isso. Você será o tio e primo ao menos tempo de duas
pessoazinhas que tem praticamente sua idade. Nossa família é bem
louca.

— Olá, não sabia que vinha nos visitar. — A voz de Akio retirou de
sua conversa peculiar com o pequeno Anke.

Olhou para cima e sorriu para o sobrinho. — Mikel e os meninos estão


reformando o quarto do bebê.
Queria ajudar, mas não me deixaram fazer nada, e além disso, cheiro
de tinta me enjoa.

— Oh, só assim para vir nos visitar. – Akio disse exagerado.


Ele sentou na cadeira branca que ficava no quarto.

— Dramático. Cadê Bailey? — Perguntou.


— Ele está com Sky. — Akio disse. — Por que não vamos nos juntar a
eles? Estão brincando na sala que Skylar mandou fazer para as
crianças. Eu acho exagero, brinquedo demais para duas crianças que
não entendem nada, mas vai tentar explicar isso para ele. — Falou
revirando os olhos.

Adwaka levantou com Anke nos braços e ao mesmo tempo tentando


evitar que a criança puxasse seus cabelos. Não sabia por que, mas
parecia que todo bebê achava cabelos atraentes. Vai saber!

O trio deixou o quarto e seguiram pelos corredores da bela mansão


até o piso térreo, onde ficava a brinquedoteca. Ao entrarem, se
depararam com a cena de Bailey engatinhado feliz atrás da bola que
Skylar jogou para ele, enquanto o tubarão estava sentado no tapete
colorido e com desenhos de letras do alfabeto.

— Olha quem veio brincar?! — Akio disse. Ele sentou ao lado do


marido e deu rápido beijo em seus lábios.

Adwaka colocou Anke perto de Bailey e ambos ficaram balbuciando


como se tivessem um diálogo, mas a verdade que ninguém entendia
nada. O loiro sentou em um puff fofo e cor verde limão e ficou olhando
para cena. Ele acariciou seu ventre sentindo seu filho chutar.

— Cadê o Anke? — Remy perguntou um pouco irritado quando entrou


no lugar e estreitou os olhos para o irmão, que caiu na gargalhada. —
Ainda ri!

— Qual é, Remy. Não vi nada que todos aqui já fizeram, exceção das
inocentes crianças. – Adwaka disse.

Yoshi entrou ofegante no local. – Remy, o... — Mas parou suas falas
quando viu o filho Anke brincando no chão com o sobrinho. —
Adwaka! — Reclamou.

Aff, povo estressado. Não acredito que achou que a criança tinha sido
sequestrada? — Provocou, e acabou recebendo um tapa na nuca da
parte do irmão, mas algo leve. — Ei, que audácia em bater em alguém
grávido. — Reclamou, mas sem nunca retirar o sorriso divertido dos
lábios.

—O que faz aqui? — Remy perguntou se sentando perto das


crianças, enquanto admirava Yoshi pegar alguns blocos de montar e
jogar com os dois bebês.

— Uau, posso nem visitar minha família!? — Falou com um bico nos
lábios.

— Aff, não é isso. Exagerado. — Remy disse, e os demais caíram na


gargalhada.

— Estão reformando o quarto do bebê. — Akio respondeu pelo tio.


Skylar sentiu aquecido. Ele sempre se sentiu sozinho antes, mas
depois que se acasalou com Akio, tinha ganhado sua pequena família
de vampiros. Gostava de ter todos em sua casa, por isso estava
ansioso para a festa de aniversário do filho e cunhado. Diga-se de
passagem, que era uma família bem anormal.

— Neh, já comprou as coisas para o bebê? — Akio perguntou.

— Uhh! Algumas coisas, principalmente os móveis, mas acho que as


roupas faltam. Não tenho noção do quanto usará. — Adwaka disse
pensativo.

Yoshi estalou os dedos ganhando a atenção de todos. — Já sei, vamos


às compras. — Disse empolgado.

— Sim! Podemos ir ao Japão, Paris e Londres. São os melhores


lugares para comprar coisas lindas.
Meu primo merece coisas de qualidade. — Akio disse batendo palmas.

Adwaka torceu a boca. — Não podemos ir mais perto? — Pediu. Ele


que adorava fazer compras não queria ir longe para isso. Claro que
como vampiro poderia ir dos EUA a Londres em um piscar de olhos.
— Oh, que desanimo. — Akio disse.
— Eu acho que podem ir a New York e achar coisas ótimas. — Skylar
sugeriu. — Ficamos com as crianças. — Indicou entre ele e Remy.

— Decidido, vamos às compras. Vou me arrumar e já volto. — Akio


disse, e puxou seu pai Yoshi com ele.

Adwaka soltou uma gargalhada. Os dois pareciam mais animados que


ele. Ficou conversando com o irmão e tubarão até que o pai e filho
retornaram. E assim, teletransportaram para a movimentada New
York.

Como o sol sumia no horizonte, não havia qualquer perigo para os


vampiros. Akio que parecia mais empolgado que um porco na lama,
puxou o pai e tio para a loja mais próxima.

Adwaka olhou abismado quando Akio pediu várias coisas às


atendentes — que felizes — colocaram na bancada para avaliação. O
vampiro loiro pegou com cuidado uma roupinha branca com desenhos
de urso em modo infantil e a gola azul.

— É tão pequeno e delicado. — Murmurou. Havia ajudado na criação


de Akio, e participava ativo com Bailey e Anke. Mas ao saber que seria
seu filho, parecia assustador e empolgante ao mesmo tempo.

— Eh, eles perdem as roupas tão rápido. Não adianta comprar muito.
Ideal é um pouco de cada e vá comprando mais à medida que crescer.
— Yoshi aconselhou, mas ainda escolheu três conjuntos de cada
modelo, apenas cores diferentes.

Adwaka olhou pasmo para a macacão de várias cores, sapatilhas para


minúsculos pezinhos, shorts de tamanho, cores e estampas diferente,
body com manga ou sem manga, blusas de cores variadas, mas
principalmente vermelho, duas jardineiras que imitavam jeans, porém
em tecido maleável, três cardigãns pequenos nas cores azul, verde e
vinho, calça que cobria os pezinhos, além de meias.

Quantos filhos terei? — Adwaka perguntou enquanto pagava as


compras com o cartão de crédito que Mikel tinha lhe dado para as
despesas do filho. Os dois tinham depositado o montão na conta e
usava unicamente para tudo que referia o herdeiro dos dois.

— Ihh. Nem compramos a metade. — Akio disse pegando a sacola da


vendedora, enquanto seu pai pegava as outras. — Temos que comprar
cortinas, cobertor, travesseiros. Fronha, pano de boca, fralda,
cuequinhas unissex, pijamas, babador, e mais roupas de frio.

Adwaka olhou descrente. — Ok, não pode faltar nada para meu bebê.
Mas e ser for menina?

— Bobo, compramos tudo que é unissex, depois que saber o sexo,


pode escolher algo mais personalizado. — Akio disse.

Eles deixaram a loja e visitaram mais cinco antes de darem o veredito


que escolheram tudo e retornarem para casa. Foram direto para o
rancho e ajudaram Adwaka a colocar as sacolas em seu quarto, e
depois foram embora.

O vampiro olhou cansado, mas feliz, por que tinha comprado coisas
lindas para seu filho. Sentou-se na borda da cama e suspirou. Seu
estômago roncou de fome e os pés latejavam de dor. Deixaria para
arrumar as coisas depois. Precisava lavar tudo e passar antes de
guardar.

Fechou os olhos e suspirou, mas ficou atento quando escutou um


barulho da porta abrindo. Os olhos se arregalaram e as íris mostrou-
se vermelha quando o perfume único e delicioso chegou as suas
narinas. Ele olhou como animal predador para seu alvo.

— Mel, finalmente... Chegou... — Mikel olhou para a quantidade de


sacolas e franziu a testa. — Isso tudo é para nosso bebê... —
Murmurou, recebendo um aceno. Adwaka se levantou da cama e
andou até o moreno, segurando-o pelos ombros. — O quê...

— Eu estou... — Disse em um suspiro ansioso enquanto empurrou


Mikel para a cama. Quando estava perto suficiente, empurrou urso,
fazendo-o cair deitado na cama e subiu seu corpo, sentando sobre os
quadris. — Estou com fome...

Mikel deu um sorriso envolvente. — Não podemos deixar isso


acontecer! — Ele tombou a cabeça para o lado dando total acesso ao
vampirinho ao seu pescoço.

Adwaka lambeu os lábios ansiosos e inclinou para frente. Soltou uma


golfada de ar quente contra o pescoço belo de pele bronzeada, e
permitiu que sua rosada língua deslizasse pela pele levemente
salgada, antes de dar um beijo e por fim gravar os seus dentes.

Ele gemeu quando o gosto carmesim dançou em sua língua e desceu


por sua garganta. Suas mãos deslizaram pelos ombros largos e
cravaram no peitoral firme de Mikel, causando arranhões que logo
curariam. Adwaka tomou gulosamente o néctar vermelho, e retraiu os
caninos quando se sentiu satisfeito. Lambeu a ferida — curando, e
ergueu o corpo.

Deslizou a língua pelos lábios, não deixando nenhuma gota ser


desperdiçada. — Agora estou bem...

— Fico feliz em agradá-lo. — Mikel disse animado.


— Teve um dia divertido?
Adwaka olhou para trás e indicou as sacolas. — Fui ver o pessoal, e
acabou que Akio e Yoshi me arrastaram para New York. Compramos
algumas... Ou muitas coisas para o bebê. — Disse. — E conseguiram
terminar a reforma do quarto?

Mikel sentou na cama e depositou a mão no ventre avantajado de


Adwaka, sentindo seu filhote mexer.

— Sim, terminamos. Quer ver?


— O cheiro amenizou? Mikel olhou negativo.
— É melhor depois. Vou tomar banho. Meus pés estão-me matando.
— Adwaka disse saindo de cima do urso e deitou encostado contra
cabeceira da cama.

O shifter urso moveu na cama aproximando-se do loiro e se sentou


segurando os pés inchados. Ele começou massageando o pé esquerdo
com firmes e leves toques.

— Uhh, isso é bom.


— Coitado de meu ursinho. — Mikel falou manhoso. Soltou o pé
esquerdo e começou a dar o mesmo tratamento ao direito.

Adwaka sorriu e deu um leve chute na perna de Mikel. — Palhaço!


Estou ansioso para o nosso filho nascer. Como o chamaremos? Acho
que devíamos chamar por um nome!

— Uhh! Que tal... Emma?


Adwaka arqueou sobrancelha. — Emma? Mas e se for menino?

Mikel encolheu os ombros. — Confesso que sinto que será menina,


mas ser for menino... Qual quer?

— Eu escolho? — Adwaka apontou para si mesmo e recebeu um


aceno. — Vejamos... Raphael. Nome de um anjo! — Falou com um
belo sorriso.

— Amei! Perfeito! — Mikel disse. Soltou os pés do loiro e inclinou para


frente, deliciando com um beijo quente e molhado do seu
companheiro. Acariciou os cabelos dourados enquanto afogava nos
doces

lábios. — Que tal eu preparar um quentinho banho para você?

— Só se tomar um banho comigo. — Adwaka falou tímido.

— É para já, meu senhor companheiro. — Mikel disse e deu pulo para
fora da cama. Ele seguiu para o banheiro, desviando das sacolas, e foi
preparar o banho para seu amor. Queria cuidar muito bem de ambos:
seu companheiro e filho.

–oo0oo-

Daniel torceu os lábios enquanto encarava a figura atrás da mesa.


Alex parecia tão concentrado ao ler alguns documentos que nem
percebeu a sua presença.

Ele deu mais um passo para dentro do local e parou diante da mesa.
Apoiou a mão esquerda na madeira e tamborilou os seus dedos de
forma rítmica, mas nem mesmo assim ganhou atenção de Alex, e isso
o irritou profundamente.

— Alex! — Chamou calmamente, no entanto, sem sucesso. — Alex


Shepard. — Gritou.

O Alfa olhou para cima assustado e por pouco não caiu da cadeira.
Seus olhos pareciam dois pires de xícaras e seu coração batia
loucamente.

— O quê? Onde é o incêndio? — Perguntou levantando e olhando


para os lados, procurando indícios de problemas.

Daniel bufou e cruzou os braços como uma criança birrenta. — Seu


alfa bastardo!

Alex olhou sem entender nada. — O que eu fiz?

O Ômega olhou firme apertando os olhos ameaçadores, o que fez o


alfa recusar alguns passos. Enganava quem pensasse que o mais forte
era o Alfa. Oxe, aquele lobo de cabelos loiros platinados poderia ser
realmente perigoso.

— Eu estou entediado! — Daniel disse esticando os braços. — Você


ficou nesse escritório o dia todo.
Nossos filhos saíram com sua mãe. Droga. — Ele bateu o pé no chão.

Alex desesperou. Ele esqueceu totalmente a pilha de papeis em sua


mesa e correu até Daniel. Agarrou o Ômega — jogando-o em seu
ombro — e correu para fora do escritório com sua preciosa carga.

Daniel soltou uma alta gargalhada quando se viu na posição. Ele bateu
as mãos nas costas de seu companheiro, mas nada forte. Com passos
longos, Alex o levou rapidamente para longe da mansão do bando e
aprofundou na bela floresta. Quando encontraram um determinado
ponto, ele colocou Daniel sobre os próprios pés.
— Tem cinco segundos para ficar nu! — Anunciou.
Sem cuidado, Alex retirou suas roupas, rasgando as peças no
progresso. Os olhos tornaram lupinos, as garras cresceram e os pelos
começaram a fugir.

Daniel soltou um gritinho e girou sobre os pés correndo. Em seu


caminho, desfez de suas roupas e em um piscar de olhos, tomou a
forma de um lindo lobo branco. Seu animal estava animado com a
caçada. Esse ritual era importante para os lobos, principalmente se
significava ser buscado por seu companheiro.

Alex contou até cinco antes que tomasse totalmente a forma animal e
passasse a perseguir seu sapeca companheiro.

Naquele momento nada mais importava para eles, apenas o desejo de


ambos. O Alfa controlou seu ritmo para não terminar com a
brincadeira cedo demais, pois sabia que se esforçasse, conseguiria
capturar Daniel em dois segundos.

Daniel correu com toda sua força e sentia com perfeição seus pulmões
chiarem. Ele parou nas margens de um lago e inclinou-se para aplacar
sua sede. A língua atreveu acariciar o leito de água e refrescou a sua
necessidade. Acabou em sua felicidade esquecendo que era
perseguido, somente quando escutou um suave barulho de galho
sendo quebrado, que ele ergueu a cabeça.

O lobo branco olhou ao redor em busca de seu predador, e quando viu


o lampejo de olhos dourados, ele saltou para correr, mas era tarde
demais. Foi capturado para baixo levando uma leve mordida de
dominação no pescoço.

Daniel gemeu e empurrou o marido com as pernas, apenas o


suficiente para tomar sua forma humana e gloriosamente nua. Ele
olhava com as bochechas rubras, respiração sôfrega e a pele pálida
suavemente suada.

Alex tomou sua máscula forma e cobriu o corpo do Ômega,


pressionando-o contra o chão coberto por grama alta.
— Oi...

— Olá! Capturou-me. — Daniel disse com a voz rouca de excitação.


Ele podia sentir com perfeição a dureza entre suas pernas, assim como
a masculinidade de Alex roçando contra sua coxa.

— Sim, mereço um prêmio. — Falou sedutor. Aproximou sua face do


outro e antes que Daniel falasse a resposta, ele teve os lábios
capturados em um beijo feroz e carente.

— A
luz brilhou cumplice aos amantes de sua posição majestosa do
imenso céu, testemunha do ritual de acasalamento daqueles que se
amam tão profundamente. Para muitos poderia ser algo apenas físico,
mas para eles, era a profunda declaração de seus sentimentos.

–oo0oo-

Chelsea sustentava um sorriso no rosto enquanto terminava de


preparar o jantar para sua família. Era uma ação que muitos poderiam
considerar chata, mas ele amava, pois era um momento precioso em
sua família.

Ele colocou os bifes em uma travessa grande e depois cortou rodelas


de cebola por cima, antes de pegar com as duas mãos a travessa e
assentar na mesa. Olhou satisfeito para o ‘banquete’ que preparou.

Foi momento perfeito, já que os residentes da casa começaram a


chegar. Ayra invadiu a sala de jantar e pulou em seu pai coelho.

— Oi papai. O cheiro está ótimo. — Ele disse e olhou para tudo


salivando. — Uau, fez meu purê de cenoura?! — Ayra perguntou com
olhinhos brilhando.

Chelsea fez cafune na cabeleira ruiva do filho. — Sim, e temos salada


verde com castanhas que adora. Ou adoramos, neh. — Chelsea disse.

— Eu sinto cheiro de bife acebolado. — Carter disse entrando no local


e logo atrás era seguido por Oliver.
— Seus esfomeados, é bom agradecermos meu coelhinho pelo
alimento. — Victor disse invadindo o local. Ele foi até Sea e puxou pela
cintura e estalou um beijo na curva de seu pescoço.

Chelsea soltou uma risadinha fofa. — E os bebes?

— Ah, todos dormindo após mamarem. — Victor disse. Como Chelsea


ficou a cargo de fazer o jantar, o Alfa deu banho, alimentou e colocou
os trigêmeos para dormir. — E você fez o dever da escola? — Ele
perguntou para Ayra após dar um aperto leve em sua bochecha.

— Sim, pai, — Ayra disse. Mesmo que Victor não fosse seu pai de
sangue, era de coração, e Ayra tinha muito amor e respeito por ele.

— Vamos comer! — Chelsea disse.


Victor tomou a cabeceira da mesa enquanto Sea e Ayra sentaram em
ambos seus lados, o que deixou para que seus betas e primos
sentassem aos lados de seu filho e companheiro.

Chelsea serviu o prato de seu filho e depois colocou um grande bife no


prato de Victor, antes de ir se servir. Tendo em casa tanto carnívoros
e herbívoros, ele tinha sempre diversificar na comida. Poderia parecer
estranho que ele sendo coelho soubesse fazer carne, mas tinha
aprendido com a tia de Victor (Sarah), e não via problema em
cozinhar mesmo que não comesse.

A refeição foi regada de conversas, risadas e até alguns gritinhos.


Victor olhou feliz. Ele adorava esses momentos, quando estavam
reunidos e podia ver a felicidade estampada nos rostos de todos.

Se lhe perguntassem anos atrás se a felicidade poderia ser tão grande,


jamais diria que sim, mas agora a experimentava em todo seu
esplendor. E o único responsável por ela era o seu amado coelhinho.

(Cap. 15) Capítulo 15 - Perigos

O dia amanheceu nublado e o frio parecia penetrar os ossos. As


negras nuvens no céu anunciavam que a qualquer momento uma
chuva pairaria sobre toda terra, mas mesmo com o tempo duvidoso,
os shifters ursos saíram da cama para lidar com as tarefas do dia a dia
da fazenda.

Enquanto eles trabalhavam arduamente, o vampiro continuou na


cama. Ele não havia tido uma noite de sono decente por causa de sua
túrgida barriga e o fato que o bebê movimentava muito.

Já se encontrava com sete meses e tudo o que sentia eram


desconforto e irritação, sintomas comuns para seu estado. Não estava
conseguindo se alimentar corretamente – mesmo o sangue do seu
companheiro.

Ele soltou um resmungo e moveu-se deitando de lado na cama.


Esfregou os olhos irritados.

— Eu quero dormir. — Adwaka murmurou. Olhou para um ponto


qualquer do quarto e perdeu-se em sua mente, à medida que sua mão
acariciava o seu ventre, podendo sentir com perfeição seu filho se
mexer. — Por que você não deixa o papai dormir. — Perguntou mesmo
ciente que não seria respondido.

Incapaz de continuar na cama devido o desconforto da posição, o


vampiro levantou e sentou na borda. Passou os dedos pelos cabelos e
soltou um grande suspiro.

Preciso lavar o cabelo. — Ele comentou levantando do leito e seguiu


vagarosamente para o banheiro. Sentiu seus quadris gemerem no
processo. Conforme Chelsea tinha dito, que era normal devido o bebê
estar se encaixando para o futuro nascimento.

Não demorou muito no banho, apenas suficiente para travar uma


batalha a fim desembaraçar seus cabelos. Depois de 40 minutos, ele
deixou o banheiro e enrolou-se em um roupão. Pegou no guarda-
roupa uma calça de tecido leve e elástico - já que as únicas que se
encaixavam em seu corpo de gravidez — e uma blusa estilo bata
indiana na cor azul-escuro.
Adwaka deixou o quarto em passos morosos e seguiu para a cozinha
da casa. Olhou ao redor sentindo o local muito vazio. Nesses
momentos odiava ser um vampiro, pois não podia sair de casa por
causa do sol.

Estranhamente sentiu o desejo de comer alimento humano, por isso


abriu a geladeira e olhou para o conteúdo. Seus olhos brilharam
quando viu uma taça de mouse de chocolate. Sabia que a sobremesa
era seu enteado Felix, mas culparia o desejo da gravidez, assim, o
esquentadinho do Felix não brigaria com ele.

Ele pegou a taça com um sorriso travesso nos lábios e depois roubou
uma colher da gaveta no armário antes de seguir para a sala. Sentou
confortável na poltrona e esticou os pés pela frente, apoiando na
mesinha de centro. Adwaka comeu lentamente saboreando cada
colherada daquela sobremesa sublime.

— Isso é realmente bom. — Disse Adwaka, e chegou a fechar os olhos


apreciando o doce açucarado.

Levou menos de 10 minutos para que terminasse toda sobremesa,


mas seu desejo não passou.
Ansiava por pelo menos mais três taças. Imaginando comendo outro,
ele limpou a taça com o dedo colhendo cada gota do doce e levando a
boca, soltando gemidos obscenos enquanto fazia.

Levantou para caçar mais algum doce na cozinha, mas parou quando
escutou um barulho estranho.

Adwaka olhou para ele tentou captar mais sons ou cheiro, contudo
não houve mais nada. Intrigado para saber ser era o seu companheiro
que tinha retornado, o vampiro levantou da poltrona e seguiu para o
andar superior da residência.

— Mikel, é você? — Adwaka chamou enquanto subia a escada


ouvindo-a ranger. Entrou no corredor e viu a porta do seu quarto ser
fechada.

Aguçou novamente suas narinas para captar o cheiro, porém ainda


não havia nada. Não sabia explicar, mas sentiu um medo crescer
dentro de si, como se avisasse que não era para ir atrás.

Adwaka abanou a cabeça tentando tirar tais pensamentos.

— Besteira! Estou ficando louco. — Disse afirmando que se tratava do


vento. Ele seguiu para o quarto e sua mão segurou a maçaneta e um
calafrio percorreu seu corpo. Retirou depressa e afastou da porta.

Ao virar o corpo para retornar à sala, a porta abriu e uma mão o


puxou pelo braço. Adwaka estava pronto empurrar quem fosse, mas
sua boca foi segurada e tampada. Suas garras cresceram fincando no
braço de seu agressor, mas seu corpo ficou inerte após sentir uma
picada de agulha em seu pescoço.

— Maldito vampiro! Vai pagar pelo que fez. — Disse uma voz
desconhecida. — Você vai pagar por matá- la.

A única coisa que Adwaka pensou foi em seu filho. Temeu por aquela
vida que não tinha nem ao menos nascido. Seu corpo inteiro ardeu em
chamas e suas pálpebras pesaram fechando lentamente e tudo foi
mergulhado na escuridão.

Quando sua mente finalmente despertou a sua cabeça parecia pesar e


seu corpo dormente. Adwaka tentou mover os braços, mas isso não
teve sucesso.

Ele abriu os olhos e visualizou as suas mãos unidas por uma corda de
cipó. Olhou para cima e deparou com uma cabana de chão batido de
terra e as paredes de madeira. Não havia nenhum móvel, apenas
alguns ganchos pendurados no teto.

Seu nariz enrugou quando o cheiro azedo o afetou. Era uma mistura
de rato morto, fezes e urina.

Ainda tentou levantar, mas não conseguiu. Suas forças pareciam


terem sido roubadas de seu corpo.

— O quê...
Ele lembrou-se do barulho em sua casa seguido do ataque.
A porta rangeu e seus olhos arregalaram quando a figura entrou em
seu campo de visão. Ele sentiu medo avassalar sua alma quando
reparou no homem alto de ombros largos.

Os cabelos pretos mostravam oleosos e a barba carecendo de ser


depilada. Suas roupas precisavam ser lavadas e as suas unhas tinham
um quilo de sujeira.

— Quem é você? — Adwaka perguntou. Moveu seu corpo para trás,


mas tudo que encontrou foi à parede. Seu corpo latejou de dor e uma
pontada em seu ventre foi premiada com uma expressão de dor.

— Vejo que você acordou!? — O homem disse fechando a porta e


aproximando do vampiro.

— Quem é você? — Adwaka perguntou novamente tentando soar


determinado.

— Nem adianta se mover. Eu injetei prata em seu sistema. Prata


líquida. — Falou como se tivesse orgulho de seu feito.

Os olhos Adwaka arregalaram e ele tentou mover as mãos novamente


sem sucesso.

— Por favor, me solte! — Ele pediu. — Não fiz nada. Nem te conheço.
O sujeito aproximou dele perigosamente. — Não me conhece, mas
conheceu Sheron. — Ele falou e fechou a sua mão em um punhado de
fios dourados, os agarrando com força, que parecia que seriam
arrancados.

— Por favor... Solte-me...


— Eu sou o irmão dela. Por sua culpa minha irmã morreu.

— Ela me atacou! Eu apenas me protegi. — Adwaka disse. Não podia


acreditar. Mesmo depois de morta ela causava problemas.

O sequestrador soltou os cabelos de Adwaka, porém fez questão de


chocar sua cabeça com força contra parede atrás dele.
— Não, por favor... Pare... — Adwaka disse. Se fosse somente por ele
jamais imploraria, mas tinha que pensar em seu filho.

— Calma, não o matarei agora. Antes eu quero que seu companheiro


venha. Quero que ele veja você morrer. — Lucas disse lentamente em
cada palavra a fim de aumentar o medo do outro. Fez questão de
chutar as pernas de Adwaka antes de virar e sair da cabana
trancando-a.

Adwaka sentiu os seus olhos arderem e as lágrimas transbordarem.


Ele havia sofrido por ter sido maltratado por seu pai, mas não chorou
ou teve medo, não como sentia agora. Agora que tinha experimentado
a felicidade ao lado de Mikel e sonhava com um futuro, não queria
morrer ou perder quem lhe era importante.

Seu corpo balançou diante de seu choro, enquanto as mãos


embalaram o seu estômago. Ele precisava arrumar um jeito de fugir.

–oo0oo-

Mikel sentiu uma agonia percorrer seu corpo enquanto seu coração
pesava dizendo que algo não estava bem. Seguindo seus instintos, ele
deixou o trabalho para trás e saiu correndo para casa.

— Adwaka? Cadê você? Adwaka? — Ele gritou por seu vampiro, mas
sem receber nenhuma resposta.

Ele praticamente arrombou a porta entrando na casa. Subiu apressado


para o quarto e deparou com o local em uma zona de guerra. Os
móveis estavam quebrados ou atirados de seus lugares, roupas
jogadas no chão e objetos espalhados, porém não era isso que
importava agora, e sim encontrar seu companheiro grávido.

Ele aguçou seus sentidos e sentiu um cheiro desconhecido. Era de


alguém que não era bem vindo. Bastou mais uma analisada para
perceber

que aquele cheiro deixou sua casa acompanhando o perfume do seu


companheiro.
Mikel desceu as escadas novamente seguindo aquele perfume e viu
que dava para floresta. Seguiu com passos firmes, mas foi detido
pelas mãos fortes de seu filho mais velho.

— Solte-me! — Ele ordenou. Seu urso beirava a superfície de sua


pele, na ânsia de encontrar sua alma gêmea, ele acabaria com quem
fosse o seu caminho mesmo que fosse seu filho.

Não demorou em que seus outros dois filhos se aproximassem


preocupados. Eles podiam ver a faceta selvagem de seu pai.

— Me soltem. — Ele pediu novamente.


Felix fez com que o seu irmão Josh soltasse o seu pai e Mikel saiu
correndo quando se viu livre. Ele transformou em um grande urso
pardo enquanto corria e sumia para dentro da floresta.

— Felix... — Josh gritou com seu irmão por esse ter feito soltar seu
pai, porém Ryder interrompeu.

— Vamos segui-lo. Só tem uma explicação para ele estar assim...

— Adwaka. — Os três disseram juntos e saíram em sentido mesmo


caminho que o pai deles estava fazendo.

Eles seguiram em galopes o rastro do patriarca da família. Não foi


muito difícil localizar o perfume de Mikel. Juntamente com seu
perfume puderam sentir seu desespero. Não precisava ser um gênio
para saber que isso tinha alguma coisa relacionada com Adwaka.

Levou mais ou menos 15 minutos para que eles encontrassem o


grande urso que simbolizava o seu pai parado atrás do arbusto
analisando algo. Os três aproximaram cautelosos.

Tão concentrado em seu companheiro, Mikel não se importou com a


presença de seus filhos naquele momento. Ele podia sentir a presença
de Adwaka naquela cabana junto com seu perfume de medo e o ódio.
Mesmo que seu desespero o forçasse ir diretamente ao resgate de seu
amado, Mikel sabia que precisava ter cautela. Um erro e a vida de
Adwaka seria ceifada.
Ele abaixou mais entre o arbusto quando viu a figura de um homem
sair da cabana. O sujeito era alto e todo desgrenhado e cheirava a
falta de banho e urso. Após conferir que esse era único inimigo ao
redor, Mikel decidiu agir.

Ele saiu de seu esconderijo e correu em sentido o seu inimigo soltando


no ar e caiu em cima do homem que ousou tocar seu amado.

Sua boca abriu e seus dentes cravaram na jugular do sujeito. O


sangue que inundou sua boca serviu para aumentar sua raiva. Mas
Lucas não ficou submisso, ele deslocou para sua forma de urso de
pelo negro e investiu contra o seu ataque. Os dois iniciaram uma
guerra de gladiadores onde Lucas era guiado por vingança e Mikel por
seu companheiro.

Eles rolaram pelo chão e quando se afastaram Lucas vincou as suas


garras no peitoral do outro urso. Mikel grunhiu e avançou para outro,
arrastando as suas garras em seu rosto, deixando um corte profundo
e danificando o seu olho direito.

Enquanto os dois duelavam, o trio ainda escondido saiu em sentido a


cabana. Sabia que não poderiam envolver na briga de seu pai, o
homem tinha que lidar com sua batalha, que seu instinto animal
ditava.

–oo0oo-

Adwaka tentou novamente livrar suas mãos das amarras, mas


mostrou-se algo totalmente inútil. Ele ergueu a cabeça quando
escutou um barulho vindo de fora da cabana. Tentou aguçar a
audição, entretanto não poderia dizer nem o que era.

Sua atenção foi desviada quando outra pontada de dor atingiu seu
ventre.

Ele inclinou para frente segurando sua barriga enquanto gemia de dor.

— Mikel... — Murmurou o nome de seu companheiro. Ele precisava


de seu urso.
Adwaka ergueu a cabeça e olhou para cima quando a porta chiou.
Temeu que fosse aquele asno novamente, contudo, suspirou aliviado
quando ele percebeu que era e seus enteados.

— Vocês? O que fazem aqui? — Ele perguntou aliviado.

— Adwaka... — Felix correu até o vampiro rapidamente tirou as


amarras das mãos e dos pés.

— O que aconteceu? Como veio parar aqui? — Kyder indagou. Ele


ficou perto da porta caso algum outro comparsa aparecesse.

— Eu não sei bem... Ouvi um barulho no quarto, e quando fui ver...


Alguém injetou algo em mim e quando acordei estava aqui. — Adwaka
disse com dificuldade.

— É um urso. Agora não sei quem ele é. — Josh disse.

— Mikel... — Ele não terminou de falar quando outra onda de dor


percorreu o seu corpo.

— O que foi? — Felix indagou com medo.


— Dói! Dói muito minha barriga, mas eu não sei o que é... O bebê...
— Adwaka disse desesperado.

— Temos que levá-lo para hospital. Consegue se tele transportar? —


Josh perguntou. Ele estava ao lado do padrasto juntamente com Felix.

Adwaka olhou para cima com a expressão regada de dor. — Eu não


consigo... Ele injetou prata líquida...

O trio olhou preocupado. Estavam prontos para sair dali quando


alguém invadiu o local. Estava com medo que fosse um compassa do
urso que sequestrou o vampiro. Os três ursos colocaram-se como
paredão na frente do vampiro loiro, prontos para dar suas vidas para
protegê-lo, mas respiraram aliviados ao verem que era Mikel. O urso
mais velho estava nu e tinha alguns resíduos de sangue no corpo.
Adwaka olhou assustado. Fez com que os enteados saíssem da sua
frente e olhou fixamente para seu companheiro.

— Mikel... — Murmurou o nome do amado. Queria levantar para ir até


seu companheiro, mas não encontrou forças para isso.

— Pai! O que aconteceu o cara? — Felix indagou aflito.

— No momento não passa de uma carcaça morta.


— Disse Mike e entrou indo até o loiro. Tomou-o em seus braços sem
nenhuma dificuldade. — Você está bem?

— Não! Dói muito minha barriga. Precisa salvar... — Adwaka implorou


entre lágrimas.

Mikel olhou amoroso para o vampiro. — Shii! Está tudo bem. Cuidarei
dos dois. — Falou com carinho para o loiro, mas logo ergueu a cabeça
e olho sério para seus filhos. — Já liguei para o Alfa Alex. Ele lidará
com a polícia. Josh! Fiquei esperando. Felix! Ligue para Remy e peça
para vim com urgência. — Mikel ordenou.

Felix fez conforme seu pai ordenou e não demorou em que Remy
aparecesse apreensivo e levou o casal para cínica. Kyder já tinha
ligado para Chelsea informando ocorrido.

Tão logo chegaram à clínica, uma equipe médica já estava preparada


para atendê-los. Mikel teve dificuldade de deixar seu companheiro ser
levado dele e quando não tinha mais Adwaka em seus braços, o
grande urso desabou no chão chorando como uma criança pequena.

O medo avassalou sua alma, uma dor maior do que sentiu quando sua
esposa morreu. Foi duro perder a sua ex-esposa, mas superou.
Diferente dela, Adwaka era sua outra metade, sabia que jamais
conseguiria continuar vivendo sem ele.

Inerte em seu desespero, ele não reparou quem tocou em seu ombro,
apenas deixou ser levado. Quem quer que fosse, o fez lavar-se e
cuidou de suas feridas, mesmo que o mais leve já havia curado
naturalmente.

Mikel foi vestido e levado para algum lugar. Ele apenas acordou da
nevoa redor quando viu os olhares de todos os amigos. Praticamente
todos encontravam na sala de espera da clínica. Ele viu que Ethan que
tinha lhe ajudado. Mikel sorriu grato.

Ele sentou ao lado de seus filhos e encostou a cabeça na parede. Não


queria falar ou receber

condolências de ninguém, tudo que desejava era Adwaka. Ouvir de


Chelsea que seu companheiro e filho estavam bem.

Os minutos pareciam arrastar transformando-se em horas e apenas


servindo para aumentar agonia de todos.

Alex se juntou a eles depois de ter resolvido o problema do shifter


Urso morto, mas não tocou no assunto, pois apenas serviria para
aumentar desespero.

O relógio marcava pouco mais de 11hs da noite quando finalmente


Chelsea entrou na sala de espera vestido com roupas cirúrgicas na cor
azul. O ruivinho retirou a toca da cabeça, deixando os cabelos livres e
olhou cansado.

Todos levantaram de seus lugares ou de onde estavam encostados.


Aproximaram do médico e amigo, mas ficaram calados, permitindo
que Mikel fizesse a pergunta que todos queriam saber.

— Como eles estão? Chelsea... — Mikel gritou o nome do médico, e


Victor colocou-se protetor ao

lado de seu amado. Entendia a agonia do urso, mas ninguém feriria


seu companheiro.

— Calma, estão bem. A cirurgia foi difícil por que ele tinha prata
liquida em seu sistema, e não estava curando corretamente. Tive que
controlar a hemorragia e realmente foi por pouco que não o
perdemos. — Chelsea disse cansado. Ele estava abalado por quase ter
perdido o amigo.

— O que aconteceu? E o bebê? — Remy perguntou amedrontado. Seu


irmão tinha que estar bem, era a frase que repetia em sequencia em
sua mente.

— Estão bem fracos, mas bem. — Chelsea disse.


— Nosso irmão... — Josh balbuciou.
Mikel olhava pasmo. Ainda parecia tão surreal que Adwaka tinha sido
sequestrado e quase morreu.

— É uma menina. Parabéns. É pai de uma linda menina. — Chelsea


disse olhando para Mikel. — Os dois foram levados para UTI, mas
daqui alguns minutos serão levados para o quarto e poderá vê- los.
Mas apenas Mikel!

— Não creio... Uma menina para a família. — Akio disse aliviado ao


saber que o tio e prima estavam bem.

Mikel saiu de seu torpor e olhou para ruivo. – Eu preciso vê-lo, por
favor.

— Claro! Vem... Vou levá-lo. — Chelsea disse. Ele sorriu para Victor
antes de guiar o urso para ala dos quartos. Os dois seguiram em
silêncio até que pararam diante de uma porta branca. — Não pode
ficar muito tempo.

— Obrigado Sea... Realmente muito obrigado. — Agradeceu com os


olhos úmidos pelas lágrimas que recusava deixar cair. Precisava ser
forte naquele momento.

— De nada! — Chelsea deu um sorriso encorajador.


— Quando Adwaka acordar, precisará se alimentar. Ele perdeu muito
sangue.

Mikel apenas acenou antes de abrir a porta e entrando quarto.


Aproximou-se com cautela da cama e finalmente as lágrimas
transbordaram quando admirou a feição de seu companheiro. Adwaka
estava mais pálido que o normal e tinha olheiras abaixo dos olhos.

O urso esticou o braço e tocou com cuidado os fios dourados. Sentia-


se um fraco por ter permitido que Adwaka entrasse em perigo. Viveria
para sanar tal culpa.

— Oi amor... Não faça mais isso. Precisa parar de se envolver em


perigo. — Disse baixinho. Ele inclinou para frente e depositou um
casto beijo nos lábios do amado, antes de erguer o corpo e voltar sua
atenção para o pequeno choro.

O urso olhou para o berço pequeno do outro lado da cama e seu


coração apertou emocionado ao se dar conta de que tratava de sua
filha. Quem diria que depois de três homens teria uma menina.

Com cuidado, seguiu até o berço e olhou admirando para criaturinha


pequena e rosada que abanava em desespero os braços. Mikel tomou
o pequeno embrulho nos braços.

— Oi... Eu sou seu papai. Seja bem-vinda minha princesinha. — Ele


sussurrou. Moveu até a poltrona perto da cama e se sentou. Queria
ficar pertinho de seu amado com sua filha. Ambos queriam mostrar a
Adwaka motivos para recuperar-se logo.

Ele passou as próximas horas segurando sua filha e admirando seu


amado. Somente saiu quando Chelsea apareceu dizendo que a criança
seria alimentada e Mikel precisava descansar.

O médico conferiu novamente os dados vitais do vampiro e enfermeira


levou a menina para ser cuidada. Contudo, Mikel não foi para casa.
Ele apenas foi conversar com sua família e amigos, e agradeceu a
presença de todos. Os fez irem embora prometendo que ligaria assim
que Adwaka acordasse.

Obviamente ele esgueirou novamente para o quarto do seu amado e


se sentou na poltrona zelando por seu sono e recuperação. Pedia
incansavelmente para que Adwaka acordasse e revelasse os belos
olhos azuis.

(Cap. 16) Capítulo 16 - Nosso final feliz


Mikel deixou o carro e rodeou para abrir a outra porta, e com cuidado,
ajudou seu companheiro descer. Normalmente, Adwaka tele
transportaria para o lugar que desejava, mas desde envenenamento
não havia sido totalmente do seu sistema, levaria mais algumas
semanas para que ele pudesse ter pleno controle sobre seus poderes.

Após cinco dias agoniantes na clínica, final pai e filha receberam alta e
foram levados pelo patriarca da família, que estava saindo um pai e
marido super protetor.

A noite estava sutilmente fria, por isso Mikel apressou em guiar


Adwaka para casa, e não precisou preocupar ema brir a porta, por que
essa fora aberta por eufórico Felix.

Finalmente, achei que nunca chegariam. — Disse o shifter urso. Ele


tinha doce sorriso enquanto olhava para a princesinha da família
dormindo confortavelmente nos braços de seu pai progenitor.

— Eu...

— Pode segura-la. — Adwaka disse. Obviamente ele percebeu a ânsia


de Felix para levar a irmãzinha, mas ao mesmo tempo o urso parecia
incerto e medroso em pedir.

Ele alargou sorriso e acenou frenético. Recebeu com todo zelo sua
irmãzinha hibrido Urso-Vampiro nos braços e rumou para a sala,
sentando-se no sofá, e logo teve Josh e Ryder em ambos os lados,
ansiosos para igualmente paparica a pequena adição da família.

— Eu sou mais velho, deveria segurá-la primeiro. — Ryder reclamou.


Adwaka soltou risada.

— Entre, mel. — Mikel disse e fechou a porta atrás deles antes de


levar loiro mais adiante. O papai uso olhou duramente para seus três
filhos mais velhos.

Eu vou levar Ad para nosso quarto, assim ele possa tomar um banho
relaxante... Ser eu ouvir o menor resmungo de Mia, eu baterei a
merda em vocês. — Ameaçou, e recebeu três acenos, enquanto os
olhos do trio ainda eram fixados na menina que dormia
profundamente.

Sem cerimonio, ele tomou o vampiro nos braços, após transpassar um


braço nas costas e outro atrás dos joelhos.

— Ei, eu posso andar. Estou curado. — Adwaka reclamou, entretanto


foi totalmente ignorado. Tinha um beicinho nos lábios quando foi
colocado sentando na cama de casal. — Eu disse que não sou inválido.

— Eu sei que não é, mas é meu companheiro para cuidar e mimar. —


Mikel disse, enquanto ajoelhou no chão em frente ao loiro. — Eu
quase lhe perdi três vezes em período de dois anos, então me perdoe
se estou indo ser um babaca super protetor.

— A expressão de Adwaka suavizou quando foi o medo dança nos


olhos castanhos do seu homem. Ele acariciou o rosto másculo que
sustentava uma barba que precisava ser feita.

— Eu entendo, mas estou bem e não pretendo ir a lugar algum. Você


e Mia me terão para sempre... Por séculos e séculos. — Ele murmurou
com a boca alguns centímetros dos lábios deliciosos de Mikel.
Deu lindo sorriso antes de mordisca o lábio inferior e rouba a boca em
beijo saudoso.

Suas respirações chocaram e os dois gemeram saudosos naquele


beijo. O ato mostrou todo amor e saudade, igualmente desejo
enquanto suas línguas se chocavam, contudo, mesmo que
precisassem firmar o vinculo, sabia que demoraria algumas semanas
até Adwaka receber alta para ter qualquer tipo de relação sexual Por
hora, eles teriam que contentar apenas com beijos.

— Alguem me prometeu um banho. — Adwaka murmurou quando


finalizou o beijo e encostou sua testa na do marido.
— Claro, um banho quentinho e cheiroso saindo. — Mikel disse
levantando, mas antes de sumir para o banheiro, ele estalou um beijo
na testa do loiro.

Vampiro suspirou profundamente. Ele estava cansado daquela clínica,


por isso era mais que feliz em estar em casa, porém, sentir certo
tremor em seu corpo ao recordar que havia sido sequestrado algumas
dias atrás enquanto estava dentro de casa. Não pode deixar salientar
que nem mesmo em casa estivera seguro. Pretendia conversar com
Skylar sobre implantação de sistema de segurança. Sabia que Tubaroa
tinha instalado em sua mansão para segurança de Akio e Bailey. Não
seria barato, mas dinheiro não era realmente um problema para eles.

— Ei, tudo bem. — Mikel perguntou. Ele havia chamado Adwaka três
vezes, mas o vampiro parecia tão perdido em sua mente.

O loiro saiu sua contemplação e levantou da cama.

— Sim, apenas me distrair pensando. — Falou seguindo passos


cautelosos para banheiro. Por causa do veneno em suas veias, estava
curando lentamente.

Mikel não acreditou totalmente no outro, contudo, deixou assunto


morrer. Não queria aborrecer o companheiro.

— Deixe-me ajudá-lo. — Ele ofereceu, e ajudou o loiro a retirar cada


peça de roupa antes de dar-lhe sustento para que entrasse na
banheira mármore branca.

Adwaka soltou suspiro fez quando alojou em meio à água quentinha e


com perfume de lavanda.

— Obrigada, mel. — Agradeceu. Ele precisava urgentemente lavar o


corpo e cabelos, ficar cinco dias tomando banho de esponja, não era
experiência que desejava ter novamente.

— Voce é bem-vindo. — Mikel disse suave. Ele retirou a cabeça e


tomou o frasco de xampu antes sentar na borda da banheira. Essa era
rodeava por palanque de madeira, de forma, mais parecia ofurô.
Ele despejou uma boa quantidade do liquido cheiroso e pegajoso na
mão, antes de distribuir em toda extensão do cabelo loiro.

Adwaka gemeu e fechou os olhos apreciando a sensação de ter seus


cabelos lavados. Muitos poderiam não concordar, mas era gostoso
quando os cabelos eram lavados por outra pessoa.

— Isso é bom! — Adwaka disse em gemido.


— Fico feliz que seja seu grato. — Mikel disse exagerado, e acabou
recebendo beliscão no braço.

— Ei!
— Não seja malcriado. — Vampiro reclamou, mas não abriu os olhos.
— Eu acho que vou contratá-lo como meu cabeleireiro. Pode lavar
meus cabelos sempre.

— Será meu prazer. — Falou enquanto massageava o couro cabeludo


do companheiro, então pegou o chuveirinho e tratou retirar toda
espuma antes fazer mesmo processo com xampu. Após a segunda
lavagem, ele despejou o condicionador, e finalizou a limpeza nos belos
cabelos. Ele torcia para que sua filha tivesse os mesmos cabelos que
seu pai vampiro. Mia ficaria linda com cabelos loirinhos e tez pálida.

Adwaka acabou puxando o companheiro para um beijo de


agradecimento por ter lavado os seus cabelos, e acabou contribuindo
para que Mikel caísse dentro da banheira.

O vampiro caiu na gargalhada e Mikel até tentou fazer irritado, mas


acabou seguindo-o na risada.

— Bem, agora você pode retirar restante das roupas e tomar banho
comigo. — Disse travesso.

— Por que tenho leve impressão que você fez propósito. — Urso
acusou e recebeu olhar inocente.

— Eu... Jamais faria isso. Vai dizer que não quer tomar banho comigo.
— provocou.
— Eu adoraria... — Murmurou coma boca perto do outro e bicou seus
lábios. — Mas será apenas um banho, você ainda está repouso. —
Mikel disse para desgosto do loiro.

— Seu chato! — Adwaka jogou pouco de água com a mão na face do


outro, e não demorou a que ambos caíssem em uma guerra de água e
molhasse todo chão do banheiro.

Quando finalmente terminaram o banho, Mikel fez questão de secar o


corpo do seu vampirinho e o colocou na cama. Adwaka não escondeu
seu beicinho de irritação ou vergonha, pelo fato que o companheiro
estava tratando como donzela, mas segundo Mikel, ele estava apenas
cuidando o que era dele.

Urso pegou cueca boxer e uma bata indiana branca para o loiro, e
deixou que esse vestisse sozinho, enquanto ele vestiu uma calça
moletom preta e regata branca. Time perfeito, pois quando
terminaram de vestir, alguém bateu na porta do quarto.

Mikel foi atender, e sorriu ao ver Ryder transportando no braço a


pequena Mia que parecia bem acordada e inquieta.

Não a acordamos. Ela fez sozinha e resmungando. — Falou temeroso


que seu pai brigaria por terem acordado Mia. Seus outros dois irmãos
deixaram-no no cargo de levar a menina da família aos pais. Bando de
medrosos, Ryder resmungou em pensamento.

— Está tudo bem, Ryder. Mia dever estar com fome.


— Adwaka disse ao ver a cara melindrosa do enteado mais velho.
Mikel tomou a menina chorosa dos braços do filho e isso ajudou Mia
acalmar um pouco.

— Peça Josh para fazer o jantar, e para Felix ir verificar os animais. —


Mikel ordenou.

— Sim, pai. — Ryder disse parecendo mais aliviado e saiu dando


privacidade ao casal. Mikel fechou a porta e aproximou da cama
colocando a filha nos braços do seu companheiro.
— Eu vou preparar a mamadeira dela. — Informou, e cedeu beijo no
topo da cabeça do loiro, antes de deixar o quarto.

Ei... Seja paciente e papai logo trará uma mamadeira bem gostosa. —
Adwaka para a filha nos braços, e sua voz serviu como calmante, já
que Mia para choramingar e o olhou curiosa. Ela tinha aberto os olhos
no dia anterior, e eles eram castanhos lindos. Tão parecido como seu
papai Mikel.

O pouco cabelo no topo da cabeça denunciava que teria 70% chance


de ter os cabelos loiros, mas nada era definido ainda, pois nos
primeiros meses de vida um bebê passava por algumas mudanças, até
mesmo a cor dos olhos corria o risco de mudarem.

Adwaka olhou com imenso amor para sua filha. Ele ainda não podia
acreditar que tinha aquele pequeno pacote em seus braços. Ele a
muito havia desistindo da ideia em ter seus próprios filhos, porém, a
vida resolver ser bondosa com ele depois de tanto sofrimento.

1 ano depois

A agitação rodeava toda fazenda. Era noite e por isso havia diversas
luzes distribuídas em todo local da festa. Havia pequeno palanque,
onde tinha painel rosa com bolas cores rosa, branco e amarelo, e bela
imagem da Peppa Pig. A mesa disposta em frente ao palanque tinha
decoração botinhas amarelas sujas de lama, baleiros, pirâmide de cup
cake com glacê rosa e amarelo, e igualmente havia vários formatos e
cores de doces, e por fim pelúcia da porquinha. Nas extremidades da
havia dois arranjos de flores brancas com detalhes rosa e no centro
havia um lindo bolo de três camadas com várias cores. Na frente da
mesa tinha três letras moldadas que formávamos o nome da
aniversariante. Mia.

Ao redor do quintal havia postes estrategicamente com bandeirolas


nas três cores da festa intercalando com pequenos abajures de papéis
para iluminar todo ambiente.

Próximo à mesa doce havia diversas mesas menores distribuídas com


toalhas brancas e rosa, e nas mesas pequenos arranjos de flores
brancas e um canudo que sustentava uma bexiga rosa com estrelas
brancas na ponta.

No outro canto do local, havia uma grande mesa com mais docinhos e
salgadinhos, além de armário branco sem porta com as
lembrancinhas, que era justamente bonecos da Peppa e George.

Mais adiante, havia uma piscina de bolinhos, pula- pula e


escorregador, além de dois cuidadores para vigiar as crianças
enquanto os pais conversavam e curtiam a festa. Igualmente era
possível ver carrinho de algodão doce, pipoca e soverte.

Garçons serviam sucos, refrigerante e sangue para os vampiros.

Havia bastantes crianças entre as idades 12 a 1 ano, e todas pareciam


divertir nos brinquedos ou esburgando nas comidas deliciosas a sua
disposição. Os pais ocupavam em vigiar os filhos, conversarem com os
amigos e até alguns arriscavam dança com os filhos na pista
providência para isso. Obviamente o repertório tocado era infantil.

À medida que os convidados chegavam, as crianças iam brincar e os


adultos conversar, o casal que estava dando a festa encontravam
ocupados terminando de arrumar a rainha da festa.

Adwaka achava vestido impecável com calça social preta em uma


modelagem que encaixava perfeitamente ao seu corpo, é uma blusa
social Dudalina, onde as barras das mangas 34, colarinho e os botões
eram de cores mais claras que o tecido da camisa em tom vinho. Ela
estava dentro da calça e adornada com cinto que combinava com a
cor dos sapatos verniz Democrata.

O vampiro havia planejado aquela festa por três meses. Cada detalhe,
enfeite e até as comidas. Obviamente contratou serviço para fazer
tudo, mas ele criou tudo e coordenou.

— Mia fique com essas perninhas paradas. — Ele disse com paciência.
Mia era uma criança energética. Tinha seus momentos de birras, mas
Adwaka não a mimava, sabia ser firme. Ele e Mikel sempre
conversaram sobre criação da menina, e um dos pontos destacados,
eram que quando um falava firme o outro não interrompia ou tirava
autoridade.

A loirinha moveu os punhos no ar e finalmente aquietar um pouco as


pernas permitindo que seu pai calçasse as pequenas botas amarelas.
Ela vestia vestido vermelho rodado, meia calça branca, as botas
amarelas e uma pulseira de ouro com seu nome gravado e claro...
Tinha minúsculo chip rastreador nela. Após ter passado pelo
sequestrador quando estava grávido dela, Adwaka passou a ser um
pai zeloso, um pouco paranoico. Ele convenceu Mikel instalar
programa segurança em toda fazenda, além alarma na casa e até
câmara no quarto de Mia. O chip na pulseira tinha sido presente de
Skylar, que acabou gostando da ideia e encomendou uma para cada
filho dos amigos e o seu próprio.

— Prontinho. — Ele disse pegando a filha nos braços.


Mia esticou o braço para pegar os cabelos loiros do pai, mas Adwaka o
balançou, tirando do seu agarre.

À medida que a menina crescia, ele passou a manter cabelo preso, já


que a filha gostava de segurar ou puxar.

Estão prontos? — Mikel perguntou ao aparecer na porta do berçário da


sua princesa. — Uau. Os dois loiros da minha vida estão lindos. — Ele
falou aprofundando no quarto. Estalou beijo na bochecha de seu
companheiro antes tomar Mia nos braços.

— Papa... — Mia gritou de felicidade fazendo os dois pais rirem.

— É melhor irmos logo... — Adwaka disse. Como anfitriões da festa,


deviam estar nela cerca de meia hora atrás.

Mikel colocou a mão no meio das costas do vampiro e o guiou para


fora da residência. Tão logo chegaram à área aberta onde sucedia a
festa e foram recebidos com gritos e aplausos. Eles sorriram
agradecidos e saíram andando pelo local para cumprimentar a todos
os convidados.
— Eu adoro aniversário. — Daniel disse.
— É bom negócio que temos muitas crianças. — Akio disse sorridente.

— Temos festa praticamente todos os meses. — Daniel disse em


concordância.

Ele, Shion e Akio ocupavam uma mesa. Anteriormente Chelsea estava


com eles, mas teve sair para atender Victoria que precisava ter a
fralda trocada.

— Eu nem creio que meu bebê está com quatro anos. — Daniel disse.
Seus filhos, enteados e irmão encontravam no playground
aproveitando. Nem tão cedo conseguiriam tirá-los dos brinquedos.

— Por que não tem outro? — Shion sugeriu. Ele havia dado a luz ao
segundo filho cerca de seis meses atrás. O pequeno tinha seus cabelos
pretos e olhos verdes, mas uma mistura de personalidade dos dois
pais.

Miro era uma pequena coisinha esperta e cheia de energia. Mesmo


estando conversando com os amigos, a fada mantinha olhar atento ao
companheiro, que estava adiante conversando com Victor, enquanto
tinha o filho nos braços.
Miro olhava encantado para as crianças brincando na piscina de
bolinha ou pula-pula, mas por sorte não chorou querendo ir. Já que os
pais não deixariam. Ele era ainda muito pequeno.

— Nem pensar. Já tenho mãos cheias com Andrew, Noah e Thomas.


Além disso, diferente de vocês não posso gerar. — Daniel disse. — É
você, Akio! Não quer dar irmãozinho para Bailey?

— Está louco? Meu filho vai fazer dois anos ainda.


— Akio disse negando freneticamente com a cabeça e fazendo a
risada ecoar na mesa.

Alguns metros deles, Remy e Alex conversando. O vampiro tinha


planos de criar um Coven na cidade. Não desejava grandeza, apenas,
criar refúgio para aqueles vampiros que eram caçados pelos seus ou
foram expulsos por familiares.

Yoshi estava perto do playground e olhava pelo neto e filho mais


jovem, mas a verdade que estava pouco chateado com Remy. Estava
um pouco irritado por que o companheiro queria colocar Anke na
creche.
Ele justificou que era importante para Anke socializar com outras
crianças, e que seria somente por meio período. Até mesmo seu filho
Akio havia matriculado Bailey.

Ele sabia que a ideia era plausível, contudo, ele tinha perdido
crescimento de Akio e temia perder de Anke, mesmo que tal
sentimento era infundado.

— Yoshi...
Ele assustou quando ouviu a voz do amado. Virou encarando o outro
vampiro, mas desviou a face mordendo lábio inferior nos dentes.

— Eu não quero ficar chateado com você, mas tente entender... Eu


tenho medo perde Anke. — Yoshi.

Ele foi abraçado por Remy e teve a bochecha acariciada. — Não irá
perdê-lo. Os filhos de nossos amigos estão lá, e ainda terá bailey.
Será meio período. É importante para ele. — Remy justificou.

— Eu sei... Tudo bem, mas antes vou investigar a Creche e irei


buscar meu filho todos os dias. Ser ele tiver um arranhão, — Falou
com bico nos lábios, contudo, deixou ser abraçado pelo companheiro.

Sim, será como desejar. — Remy disse aliviado. Odiava ficar brigado
com seu amado. Inclinou a cabeça e tomou os lábios do homem mais
baixo em cálido beijo, entretanto, eles foram obrigados a quebrar o
beijo quando seu tio Adwaka aproximou com aniversariante nos
braços, que Akio fez questão de roubar para paparicar.

Uma risada alta ecoou pelo lugar ganhando atenção de várias


pessoas. Era possível ver três fortes Alfas conversando e o dono da
risada jogou a cabeça permitindo que os cabelos avermelhados
houvesse nos ombros e tinha um bebê nos braços.

Após Remy ter afastado, Alex juntou-se a Gregory e Victor.

— Não acredito que os gêmeos fizeram isso. — Victor disse


totalmente descrente.

— Estou falando sério! Os dois simplesmente vieram até mim e me


perguntaram qual era melhor para casar: mulher ou homem. — Alex
disse. Seus filhos gêmeos tinham agora onze anos e crescendo bem
espertos. Alex sentia calafrio somente ao pensar que logo a dupla
tornaria adolescente.

— E o que você respondeu? — Gregory perguntou.


— Que eles iriam descobrir quando encontrassem os seus
companheiros. — Alex disse.

— Você não acha que seus filhos são muitos pequenos para pensarem
em companheiros? Está louco! — Victor falou forma exagerada. Ele
sentia calafrio ao pensar um de seus filhos fazendo essa pergunta.

— Quero ver o que você vai dizer quando Ayra lhe fizer essa
perguntar ou algo sobre sexo. — Alex disse com olhar provocativo.

Victor fez careta ao lembrar-se do seu filho ruivinho que tinha apenas
10 anos. — Eu acabo com infeliz que ousar colocar as patas no meu
filhinho. — Ele disse feroz.

Os outros dois caíram na gargalhada.

Igualmente havia a presença do Dor Ethan e seu companheiro Icubos,


e os dois não desgrudavam por nada.

Além disso, contavam com a presença de seu tio Raphael; Patriarca


das raposas, Karl e seu sobrinho Ein.

Fora que não poderiam falta os betas de Alex: Cameron Dinix e


Jackson Shepard, e as irmãs e irmãos de Gregory: Tâmara, Twain,
Thedora, Sara, Samantha, Stephanie, Jaqueline, Eric e River
(Gêmeos) e os outros membros do orgulho: Frederick, James, Jéssica,
Zoey e Scott.

Os filhos de Mikel estavam conversando com os betas de Vitor: Carter


e Oliver, e a sua tia Sarah ajudavam com as crianças.

Toda a conversa redor do ambiente foi pausada quando Mikel subiu no


palanque e com microfone e chamou atenção de todos. Ele tinha ao
seu lado Adwaka que segurava a aniversariante, e os outros três
filhos, estavam próximo ao local olhando orgulhosos para a irmãzinha.

Olá amigos e familiares! Antes de tudo eu quero agradecer a todos a


presença nesse momento especial para mim e minha família. — Ele
começou a dizer ganharam vários olhares. — Há quase dois anos eu
encontrei aquele que foi destinado a mim, e nessa trajetória,
passamos por muitas coisas.
Passamos por momentos difíceis, porém tudo valeu a pena por causa
do amor e felicidade que experimentou hoje. — Ele disse quando
agraciado por loiro ao seu lado segurando a pequena mim. — A
chegada de Mia tem apenas para firmar o que eu e meu amado
sentimos. Ela um e presente importante.

Vampiro pegou microfone do marido e estalou um beijo em sua face.


— Há muito tinha desistido de ter um filho, então, mal posso
expressar minha emoção ao descobrir que traria no mundo essa
preciosidade. Cada minuto dela em nossa vida é especial, por isso
uma satisfação dividir esse momento com todos os nossos amigos e
familiares que sempre tiveram ao nosso lado.

Os dois casais falaram juntos. — Obrigado pela presença de todos.

No final de discurso, a sinfonia começou a tocar sendo seguido de


palmas e gritaria do pessoal que cantaram animados a cantiga de feliz
aniversário.

Mia deu um lindo sorriso e bateu as mãos em empolgação, mesmo


que desajeitado. Ela ainda era muito pequena para entender o que
estava acontecendo.
Todas as outras crianças foram retiradas dos brinquedos estavam na
primeira fileira, próximos ao palanque, gritando e batendo palmas. No
final da música, Adwaka e Mikel sopraram a vela de um aninho junto
com a filha.

Não somente os dois, mas todos os presentes sentiam agraciados pela


vida por terem ser conhecido. Ao longo da trajetória eles enfrentaram
vários seus problemas, superaram as barreiras e encontram amor em
todas suas formas: amante, família, amigos e filhos.

Ainda teriam longa jornada pela frente, inimigos e dificuldade, mas


nenhum deles encontrava sozinhos para lidar com isso. Por que cada
um tinha seu companheiro perfeito.

Fim

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