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Alistair Costanova nunca pensou que teria uma segunda

chance no amor - até Sam Hayes irromper na cidade e virar seu


mundo de cabeça para baixo. O choque o faz fugir do homem com o
rosto de seu amante morto há vários séculos atrás, mas as
circunstâncias e a atração continuam atraindo-os para mais perto.
Sam Hayes é um homem muito complicado, impulsivo e
extremamente extrovertido, mas tem alguma profundidade. Ele é um
homem com várias camadas e um segredo profundamente enterrado
que apenas alguns poucos membros de sua linhagem conhecem. Um
mago nato, Sam não teve escolha a não ser manter essa parte de si
mesmo separada de sua vida pública entre os humanos, até mesmo
de seu melhor amigo, Dorian. Mudar para Melrose Town deveria ser
uma aventura e um novo começo para Sam. Nada o havia preparado
para estar cercado por uma cidade cheia de vampiros, e um ajuste
rápido estava em ordem, especialmente porque os magos
permanecem neutros em relação a todas as outras espécies.
Conhecer Alistair desperta seu interesse, e o homem
indiferente traz à tona emoções que nunca sentiu antes. Para Alistair,
ficar longe de Sam é mais trabalhoso do que pensava ser possível,
mesmo que precisasse ficar longe para o próprio bem do homem.
Mas com o problema crescente de vampiros criados e esses dois
lutando contra as emoções que sentem um pelo outro, quem vai
sucumbir primeiro?

— Convoquei esta reunião por causa de um novo


acontecimento que descobri recentemente — Kevyan disse, seu rosto
estoico e sua expressão de mau presságio.
Kevyan, o rei de toda a raça dos vampiros, tinha um monitor
de tela plana extremamente grande na parede de seu escritório para
garantir que a reunião urgente ocorresse sem falha. Os conselheiros
eleitos, que também eram figuras de proa dos covens espalhados
pelo mundo, podiam ser vistos claramente na tela por todos os
presentes na sala da reunião.
— Chegou ao meu conhecimento que uma das regras mais
rígidas estabelecidas para a nossa espécie foi quebrada. — Kevyan
fez uma pausa, olhando cada um dos conselheiros na grande tela de
sua mesa. — Alguém está criando vampiros. Um ato que acarreta
uma punição muito severa.
Vários membros do conselho engasgaram e todos
levantaram a voz ao mesmo tempo, latindo perguntas. Ao todo,
havia um total de sete conselheiros, cada um governando um
território espalhado pelo mundo e se reportando a Kevyan, seu rei.
Todos os vampiros nasceram basicamente da linhagem da
família Melrose, o que era um pouco diferente. A linhagem familiar
de Kevyan era a mais pura e mais antiga. Eles eram os mais
poderosos de todos os vampiros - daí a sua linhagem se tornar
governante de sua espécie.
Com a sede da coroa nas Américas, um sistema foi criado
para supervisionar os vampiros em todo o mundo, portanto,
membros do conselho foram empossados e juraram lealdade à sua
coroa. Os assentos do conselho eram cargos eleitos, ao contrário da
coroa, que era hereditária à linhagem da família Melrose.
— O suficiente! — Kevyan rosnou, silenciando-os
imediatamente como se tivesse gritado as palavras. — Exijo que cada
um de vocês me envie três de seus homens mais confiáveis e leais.
Vou esperá-los dentro de três dias.
— De que adianta enviar homens? Precisamos impedir quem
está infringindo nossa lei — Volex argumentou, um conselheiro.
Kevyan mostrou os dentes, dando-lhes um sorriso selvagem.
— Eu tenho um plano em mente. Envie-me os homens e
mantenha seus olhos e ouvidos abertos. Assim que terminar com os
homens, vou deixá-los saber por que preciso deles.
— Sua Majestade, isso não faz sentido. O que pretende
fazer? Isso afeta a todos nós, então precisamos nos manter
informados se quisermos lidar com esse problema — Servain
argumentou, outro conselheiro.
Kevyan prendeu o homem com um olhar inexpressivo.
— Eu tomei minha decisão. Ah, e certifique-se de que um
dos homens que você enviar seja o seu segundo em comando. Você
está dispensado.
Kevyan apertou um botão em sua mesa para desligar a tela,
cortando a conexão.
Alistair Costanova, chefe da segurança e um dos homens de
confiança de Kevyan, virou para encarar Kevyan.
— Meu rei, quais são os seus planos?
— Não posso confiar em ninguém além de nós três nesta
sala. Vou excluir os membros do conselho primeiro, antes de
expandir o alcance da pesquisa.
Justin Chandler, ex-chefe de segurança que virou chefe de
segurança para o primeiro conjunto de negócios para construir uma
ponte sobre a guerra entre os shifters e vampiros, acenou com a
cabeça.
— Um plano muito sensato, senhor. Se um conselheiro tiver
participação nisso, saberemos como proceder em seguida.
Kevyan acenou com a cabeça.
— Vamos manter essa discussão entre nós por enquanto.
Não queremos assustar ninguém ou nos denunciar.
— Concordo, senhor. Irei me preparar para a chegada dos
homens — Alistair disse.
Kevyan se inclinou para frente com um braço contra a mesa,
o olhar fixo em Alistair.
— Faça isso e, enquanto isso, reforce a segurança em torno
de nossas fronteiras e faça com que patrulhas circulem. Quero que
todos se vistam casualmente e ajam o mais discretamente possível.
Não quero causar pânico com isso ainda.
— Sim senhor. — Alistair saiu da sala.
Kevyan virou para o outro segundo em comando e guarda
de confiança.
— Como está o seu acasalamento?
Justin sorriu melancolicamente, incapaz de conter sua
felicidade.
— Estamos indo muito bem, Majestade. Sei que lutei muito
contra o meu acasalamento, mas agora não consigo imaginar a
minha vida sem eles — Justin disse, sorrindo de orelha a orelha.
— Isso é bom de ouvir. Enquanto isso, quero que se
concentre totalmente no clube.
— Mas, senhor... — Justin começou seu protesto apenas
para ser interrompido.
— Sei que você quer um papel mais ativo nisso, mas agora
não é o momento. Quero que você mantenha seus olhos e ouvidos
abertos no clube. Fique atento, mas assegure-se de que tudo corra
bem nessa extremidade. Tenho meus motivos.
Justin suspirou e levantou.
— Eu vou resolver isso.
Kevyan assentiu, mas sua atenção não estava mais em
Justin enquanto refletia sobre as coisas em sua mente.

Sam Hayes, assumido e orgulhosamente gay, saiu e parou


na entrada do avião. Esticou o corpo magro e em forma, os braços
estendidos e o rosto voltado para cima para receber o brilho fraco do
sol do final da tarde. Ele respirou o ar puro e fresco, suspirando
contente antes de se acomodar para olhar ao redor. O vento soprou
contra o seu cabelo ruivo com reflexos azuis, despenteando a textura
sedosa, que empurrou para trás das orelhas. Através da pequena
multidão de pessoas, seu olhar localizou uma e parou, um sorriso se
espalhando em seus lábios quando encontrou exatamente quem
estava procurando.
Descendo com sua jaqueta de couro pendurada em um
ombro, Sam abriu caminho através da pequena multidão, parando
apenas quando atingiu o seu alvo. Sorrindo travessamente, passou
os braços em torno de Dorian Melrose, seu melhor amigo e irmão por
escolha.
Rindo descontroladamente, os dois se abraçaram e se
separaram ligeiramente para olhar um para o outro. Com um metro
e noventa de altura, Sam estava tão sexy como sempre, com seus
olhos azuis extremamente claros brilhando de excitação e o seu
senso de moda sempre presente em seu traje, acentuando seu corpo
e altura. Olhos azuis claros examinaram os azuis bebê e Dorian sorriu
para Sam de onde estava com um metro e setenta.
Mesmo que a diferença de altura entre eles fosse muito
perceptível, ninguém nunca focou ou mesmo comentou sobre isso.
Os dois juntos, aonde quer que fossem, sempre eram uma figura
arrojada, atraindo a atenção de todos ao seu redor, tanto homens
quanto mulheres.
— Deus, não posso acreditar que estou aqui. Sinto que não
te vejo há anos. Veja como você está brilhando.
— Você não me vê há quase dois anos — Dorian apontou,
corado de prazer pelo elogio de seu amigo.
— Cale a boca, vadia — Sam disse afetuosamente,
segurando Dorian em uma chave de braço e rudemente passando a
mão pelo cabelo loiro do homem.
Guardas se adiantaram imediatamente com o tratamento
áspero do consorte de seu rei, mas com um aceno de mão de Dorian,
eles se retiraram de atacar Sam.
— Huh. — Sam zombou, levantando uma sobrancelha
enquanto olhava para os guardas prontos para lhe fazer mal caso
atacasse seu melhor amigo.
Rindo, Dorian empurrou Sam de brincadeira, atraindo a
atenção do outro homem de volta para ele.
— Foda. Você sabe o quanto te odeio por mexer no meu
cabelo.
Sam deu aos guardas um último olhar especulativo antes de
virar para Dorian.
— E é por isso que amo tanto fazer isso. Agora me conte
tudo sobre esse lindo pedaço de bilionário que você roubou.
— Shh — Dorian silenciou seu melhor amigo.
Sam ergueu uma sobrancelha, seu sorriso não menos
cativante.
— Derrame isso, Keller.
— Bem, na verdade é Melrose agora.
— Você mudou seu maldito nome? — Sam exclamou,
chocado. — Achei que tivesse dito que nenhum homem jamais teria
esse tipo de influência sobre você de novo?
— Bem, isso é diferente, e eu estava com raiva daquele
fiasco do Ben quando disse isso. Kevyan é diferente. Ele me ama e
me trata bem.
Ben era um ex-namorado que o estava traindo pelas costas
com qualquer coisa em duas pernas que se movia. Na época, Dorian
pensava que estava apaixonado e se recusou a ver qualquer coisa
negativa sobre seu então namorado, até que Sam o apontou
habilmente na direção certa e os seus próprios olhos viram o idiota
transando com outro cara em um beco.
Ele ficou arrasado com a traição e expulsou o bastardo
traidor pelas orelhas. Olhando para trás, percebeu que Ben estava
com ele apenas pelo que o seu dinheiro podia comprar e não por ele.
Dorian estremeceu só de pensar sobre o que já tinha visto
no perdedor. Sua vida, desde que conheceu Kevyan, era
extremamente abençoada. Não conseguia se imaginar amando ou
estando com outra pessoa, exceto sua alma gêmea, que o amava
tão igualmente quanto ele o amava.
Se sacudindo de volta ao presente, Dorian puxou Sam junto
com ele em direção ao carro.
— Venha, vamos para casa.
Assim que chegaram ao Jeep estacionado na esquina, Dorian
o apresentou aos dois homens ocupados colocando sua bagagem no
carro.
— Sam, estes são meus guarda-costas e amigos, Mark e
Tony. Gente, meu melhor amigo, Sam Hayes.
Os guardas acenaram para Sam em reconhecimento antes
de retornar à sua tarefa e ordenar aos outros homens que se
preparassem para partir.
— Guarda-costas? — Sam perguntou com as sobrancelhas
levantadas enquanto virava para encarar Dorian.
Dorian encolheu os ombros.
— Kevyan insistiu. Ele é um homem muito poderoso com
muitos inimigos, ele é dono desta cidade, blá, blá, blá. Já ouvi de
tudo e é mais fácil apenas concordar com Mark e Tony do que dez ou
mais comigo. Exceto por esta viagem. Kevyan insistiu em ter tantos.
Sam riu do olhar irritado de Dorian, vendo o outro homem
franzir o nariz.
— Acho que ele consegue um cinco apenas por isso no meu
livro.
— Sim. Você diria isso, não é?
Sam usou seu ombro para empurrar Dorian de brincadeira,
rindo enquanto subia no banco de trás do carro com Dorian o
seguindo.
— Agora, diga-me, honestamente. Tem certeza de que esse
tal de Kevyan é quem você realmente deseja? Se não for, eu seria
condenado se deixasse alguém se aproveitar de você. — Sam rosnou
ferozmente.
Dorian tocou o braço de Sam, apertando para mostrar sua
apreciação enquanto um largo sorriso aparecia em seus lábios.
— Estamos tão apaixonados, Sam. Nunca pensei que me
sentiria assim, e Rorik é nossa alegria.
— Rorik? — Sam perguntou assim que Mark se acomodou
no banco do motorista com Tony no banco do passageiro ao lado
dele, o carro entrando na rua em minutos.
Dorian corou, sorrindo ternamente enquanto pegava seu
celular e rolava pelas fotos, parando numa de um bebê.
— Ele é nosso. Ele não é simplesmente lindo?
Orgulho e admiração eram evidentes na voz de Dorian
enquanto falava.
— Uau. Nunca pensei que veria esse dia. Marido e filho. Você
realmente deve amar o cara.
Dorian suspirou.
— Eu amo.
— Mas como é que estou apenas agora ouvindo alguma
coisa sobre uma criança?
— Seu afilhado. E nós o pegamos há duas semanas. —
Dorian disse.
Sam passou os dedos pela imagem da criança,
completamente extasiado.
— Uau. Um afilhado!
— Bem, tecnicamente você compartilha esse papel com
Gregory, meu irmão biológico — Dorian disse, encolhendo os ombros
com um sorriso firme no lugar.
— Deus, sua vida certamente tem sido interessante, eu
diria. Conte-me tudo e não deixe nada de fora.
— Não posso acreditar que já se passaram dois anos desde
que acordei naquela caverna escura pensando que ia morrer, você
sabe, — Dorian disse. — A memória parece ter se apagado, mas na
hora pensei que passaria o resto da minha vida com aqueles lunáticos
malucos. Por que me deixaram ir, eu nunca saberei.
Dorian balançou a cabeça, como se para desalojar
fisicamente os pensamentos de sua mente.
— Sinto muito — Sam disse, apertando o braço de Dorian.
Dorian olhou para a mão do amigo em seu braço, então olhou
para o homem, sorrindo gentilmente.
— Foi há muito tempo, Sam. Acho que já superei isso agora.
E, de qualquer maneira, não sinto muito, porque isso me levou a
conhecer Kevyan. Se eu tivesse a escolha de fazer tudo de novo,
ainda não me arrependeria do que aconteceu comigo, porque me
levou ao homem mais incrível de todos os tempos.
— Aww.
Sam esfregou a mão no cabelo de Dorian, jogando a cabeça
para trás e rindo quando o homem o olhou antes de alisar seu cabelo
de volta no lugar. Ficando sério mais uma vez, Sam disse:
— Não posso dizer que sinto o mesmo sobre o seu
sequestro, Dor. Eu realmente odeio o que aconteceu com você e me
sinto culpado por isso, já que aconteceu quando estávamos juntos.
Mas estou feliz que encontrou algo precioso para durar a vida toda,
apesar do que aconteceu com você.
Dorian sorriu, seus olhos brilhando quando assentiu.
— Eu também. Kevyan é a melhor coisa que já me
aconteceu, e Maria e Rorik são a cereja no topo do bolo. Eu estou
feliz.
Sam acenou com a cabeça.
— Então estou feliz por você também.
— Obrigado.
Sam acenou com a cabeça.
— Então, você conheceu a sua família biológica, hein?
— Sim. Eu conheci. Foi completamente inesperado, você
sabe. Descobrir que estiveram me procurando todo esse tempo... eu
nunca soube disso. Tenho uma irmã, você sabe. Eu sempre quis ter
uma irmã, mas descobrir que realmente tinha uma...
Dorian balançou a cabeça, sorrindo.
— Foi tudo tão desconcertante.
Dorian falou sobre como acolheu Maria quando percebeu que
a mulher que dirigia o orfanato estava usando sua posição para fazer
coisas maliciosas e malignas, e o fato de que Kevyan não tivera
tempo para fazer a coisa certa.
Ele falou sobre como começou a fazer aulas online para
terminar sua graduação, de forma que todos os anos que passou na
faculdade não fossem em vão. Falou sobre o bebê surpresa e como
ficaram emocionados com isso.
— Bebê surpresa? — Sam olhou para Dorian como se tivesse
perdido a cabeça. — Você está falando sobre barriga de aluguel,
certo? Isso significa que vocês planejaram isso.
Dorian corou e então piscou, um pouco nervoso com o
deslize.
— Uh, sim, sim, claro. Algo assim, sim.
Sam olhou para Dorian estranhamente, imediatamente
percebendo que Dorian estava escondendo algo dele.
— Entendo.

O carro parou em uma enorme mansão, a entrada e o


esplendor de tudo isso tirando o fôlego de Sam enquanto olhava para
a beleza majestosa à sua frente.
— Quão grande é esse lugar?
— Bem, Kevyan é dono de toda a cidade, mas este lugar em
si tem mais de dez acres. Há a casa principal e a outra para todos os
outros homens.
— Uau. Isso é realmente impressionante.
— Né? De qualquer forma, vamos entrar, você pode
conhecer Kevyan, Rorik e Maria.
Segurando a mão de Sam, Dorian levou o outro homem até
a enorme porta da frente.
— Vamos. Vamos entrar.
De braços dados, Dorian e Sam entraram no magnífico
edifício. Lá dentro, Kevyan estava sentado em um sofá com o filho
dele e de Dorian, Rorik, aninhado em seus braços. Maria, sua filha
adotiva, estava ao lado de Kevyan, olhando para o bebê híbrido lobo-
vampiro. Várias outras pessoas estavam ao redor da sala de estar, e
Dorian sentiu Sam enrijecer ao seu lado antes de se separar e ir para
sua família.
Bagunçou o cabelo de Maria, em seguida, deu um beijo na
testa de Kevyan antes de retirar o bebê arrulhando dos braços dele.
Dorian deu um beijo no cabelo do bebê Rorik, sorrindo quando duas
mãos gordinhas levantaram para dar um tapinha em seu rosto, saliva
escorrendo pela boca.
Olhando para seu amigo, Dorian acenou com a cabeça.
— Venha dar uma olhada em nosso filho, Sam.
Sam hesitou, olhando todos ao seu redor antes de seguir em
frente.
— Este é…?
Dorian sorriu e acenou com a cabeça.
— Sim é. Seu afilhado, se você concordar em uma semana.
Venha conhecer Rorik.
Sam parou ao lado de Dorian e olhou para o bebê no
cobertorzinho. Sua respiração ficou presa e ficou hipnotizado, sugado
pelo olhar do bebê... e não por sua própria vontade. Podia sentir algo
acontecendo, mas não tinha ideia do que era. Havia algo especial
sobre essa criança. Tão especial que ficou chocado que ninguém mais
na casa poderia sentir isso.
Quando o bebê finalmente o libertou de seu transe, Sam deu
um passo involuntário para trás, olhando para a criança incrédulo.
Inspirou profundamente, seus pulmões em chamas, sem saber que,
quando foi sugado para o olhar do bebê, ele não estava respirando.
Nada como isso já aconteceu com ele antes, mas sabia, no fundo de
seu coração, que morreria defendendo esta criança até o seu último
suspiro. Havia algo sobre a criança, algo notável, e precisava saber
exatamente o que era.
— Ele é... ele é...
Sam olhou para o estranho que estava segurando o bebê
Rorik antes de Dorian tirá-lo de seus braços, então olhou para seu
melhor amigo, e então de volta para o bebê antes de arrumar seu
rosto e forçar um sorriso nos lábios.
— Ele é lindo.
Dorian, alheio ao que tinha acontecido com Sam, acenou
com a cabeça.
— Ele é perfeito.
Ele sorriu e olhou para seu amigo de infância.
— Conheça o resto da minha família.
Dorian acenou com a cabeça para Kevyan, que agora estava
de pé com os braços em volta de Dorian e o seu filho.
— Este é Kevyan Melrose, meu marido. Kevyan, conheça
meu melhor amigo, Sam Hayes.
Sam ficou olhando para o homem bonito, que o olhou com
olhos castanhos escuros e lindamente moldados. Kevyan era uns três
centímetros mais alto que ele, com uma constituição muscular e
cabelos escuros e longos na altura dos ombros. Ele podia ver
exatamente o que o seu melhor amigo tinha visto neste homem, que
irradiava poder de sua aura, e Sam ficou sem dúvida impressionado.
Sam acenou com a cabeça para Kevyan, então olhou para a
mão estendida do homem um pouco antes de sacudi-la
hesitantemente.
— Prazer em conhecê-lo.
— O meu também, Sam. Dorian tinha me falado muito sobre
você.
— A menos que seja lisonjeiro, aposto que é tudo mentira
— Sam disse com um sorriso, cutucando Dorian na lateral, e todos
caíram na gargalhada, dissipando a tensão na sala.

— Esta é Christiana, irmã de Kevyan e madrinha de Rorik.


Virando um olhar afetuoso para a bela mulher, Dorian sorriu.
— Christiana, conheça o Sam.
— É um prazer conhecê-la — Sam disse com um aceno de
cabeça para a mulher.
— O prazer é todo meu, Sam. É bom conhecer o amigo Sam
depois de tudo o que ouvimos sobre você — Christiana disse antes
de virar o olhar para Rorik. — Eu vou levá-lo.
Christiana Melrose, irmã do rei Kevyan e uma princesa da
espécie vampiro, deu um passo à frente e Dorian entregou um Rorik
sonolento para ela. Ela sorriu pacientemente, esperando enquanto
Dorian traçava seus dedos sobre a testa de Rorik antes de dar um
beijo no bebê adormecido, e Kevyan puxou sua mão do aperto que
Rorik tinha sobre ele antes de também dar um beijo na cabeça de
seu filho. Christiana pegou o bebê e saiu da sala, desviando dos
outros ocupantes e subindo as escadas longas e curvas em direção
ao quarto de Rorik.
— E quem é essa linda menininha? — Sam perguntou com
uma risada. — Você deve ser a Maria — Sam respondeu à própria
pergunta, puxando Maria em seus braços e jogando-a no ar.
Maria deu uma gargalhada, satisfeita que o homem soubesse
sobre ela tanto quanto ela tinha ouvido falar dele. Quando Sam
entrou na casa de braços dados com Dorian, Maria ficou intrigada
com o homem. Ela estava esperando o amigo de seu papai com
alegria e entusiasmo desde que Dorian lhe contara tudo sobre ele.
No início, ela se escondeu atrás das pernas de seu pai, observando
o homem sendo apresentado a todos e o olhar afetuoso que o homem
tinha voltado para seu irmão Rorik.
Isso foi o que a tirou de trás das pernas de Kevyan. Ela
amava Rorik mais do que qualquer coisa no mundo, e qualquer um
que amasse Rorik da mesma forma seria um amigo instantâneo para
ela. Quando Sam provocantemente tomou a iniciativa de se
apresentar, não pôde evitar a risada que saiu dela enquanto ele a
balançava repetidamente. Maria começou a chamar Dorian de
“papai” e Kevyan de “pai” logo depois de ter sido adotada pelo rei e
seu amado amigo e salvador, Dorian.
Como órfã, tudo que ela conhecia era a horrível vida no
orfanato com a perversa senhora Adel. Ela odiava a vida no orfanato
e tinha aproveitado todas as chances que podia para escapar. Às
vezes, ficava fora por dias, e foi em um desses dias que Dorian a
encontrou. Ela era uma criança de seis anos, e quando Dorian a levou
para casa com ele, ela se apegou ao homem de bom coração e ficou
muito feliz quando disseram que queriam adotá-la.
Foi mais tarde que tocaram nesse assunto com ela, depois
que Dorian descobriu o quão perversa e doente a senhora Adel e as
outras pessoas que deveriam cuidar deles tinham sido para todos os
outros órfãos no orfanato. Dorian tirou todas as crianças do orfanato
até que um novo fosse construído em um lugar diferente e o antigo
fosse totalmente queimado.
Quando Sam finalmente colocou Maria no chão e bagunçou
seu cabelo antes de voltar sua atenção para o resto de todos na sala,
Maria subiu correndo as escadas atrás de Christiana e o seu irmão
mais novo, Rorik. Sam foi apresentado a muitas pessoas até que
seus nomes e rostos começaram a se confundir com o cansaço
repentino que se apoderou dele. Percebendo a condição de seu
amigo, Dorian balançou a cabeça até que todos recebessem o
memorando.
— Por que não mostro o seu quarto? Você deve estar com
jetlag1.
Sam acenou com a cabeça.
— Eu adoraria.
— Virando para enfrentar o resto deles, Sam sorriu e acenou
com a cabeça.
— Foi um prazer conhecer todos.

1 Distúrbio do sono que pode afetar pessoas que viajam rapidamente em vários fusos horários.
— Descanse um pouco, Sam. Tenho certeza de que você e
Dorian vão adorar conversar mais tarde, — Kevyan disse, beijando
seu companheiro na boca antes de sair da sala.
Dorian conduziu Sam escada acima, descrevendo o layout da
casa para ele.
— É uma casa de três andares. O último andar é onde meu
quarto e o de Kevyan está localizado. É o único cômodo naquele
andar. No segundo andar, a ala leste tem o escritório de Kevyan, três
pequenas suítes e o berçário. Na ala oeste estão os quartos. A ala
leste está fora dos limites para todos, exceto para a família, já que é
onde as crianças estão. Os guardas garantem que seja relativamente
seguro.
— Por quê?
Dorian acenou com a cabeça.
— Kevyan leva a segurança a sério. Ele prefere prevenção
do que sequestro. Maria usa um dos quartos da ala leste, e Rorik
ainda é jovem, então abrimos espaço para ele em nosso quarto, em
vez de estar no berçário. Isso não é do conhecimento comum.
Preferimos deixar que os outros acreditem que Rorik usa o berçário,
para o caso de alguma surpresa.
— Bem pensado. Com o quão estupidamente rico seu cara
é, há muito com que se preocupar.
Dorian olhou Sam de lado e sorriu antes de conduzi-lo até a
ala oeste e abrir a primeira porta, que levava a um quarto.
— Este é o seu quarto, e qualquer coisa que não goste, me
avise e farei a mudança.
Sam entrou na sala com Dorian e examinou o lugar. A sala
de estar era ricamente decorada, mas ainda tinha um toque caseiro.
Uma TV de tela plana ficava encostada em uma parede com móveis
dispostos ao redor, as cortinas estavam puxadas para trás e a sala
era muito iluminada e acolhedora. Caminhou mais para dentro da
sala e abriu a porta do quarto.
— Eu amo isso. É perfeito. Obrigado, cara.
Dorian sorriu, embora houvesse uma expressão em seus
olhos antes de se proteger.
— Nós precisamos conversar.
Sam voltou um olhar surpreso para o seu melhor amigo e ele
poderia dizer que algo estava incomodando o outro homem.
— Tudo bem.
Dorian acenou com a cabeça.
— Não agora, entretanto. Descanse um pouco. O jantar é
às seis na sala de jantar, térreo, pelo corredor e pela primeira porta
dupla à sua esquerda. Não é difícil de encontrar, mas se você se
perder, pergunte a alguém. Conversaremos amanhã.
Dorian girou nos calcanhares e saiu pela porta com Sam
seguindo atrás. Assim que Dorian saiu, Sam fechou a porta atrás
dele e voltou para o quarto, que se tornaria seu a menos que
decidisse se mudar. Mas, quão grande o lugar era, era improvável
que isso se tornasse um problema. Estava claro que, se desejasse,
poderia passar dias sem ver mais ninguém, mas não era um eremita
completo, embora fosse grato pela consideração por sua privacidade.
Caminhou em direção à cama king-size situada no meio do
quarto e desabou sobre ela, olhando para o teto. O quarto era
perfeito para ele. Era como gostava de arrumar o seu próprio quarto,
na época em que ainda morava em um condomínio de dois quartos
durante a faculdade. Seu amigo realmente havia se preparado para
sua chegada.
A cama ficava bem no meio do quarto, era grande e
confortável. Um espelho de corpo inteiro decorava uma parte da
parede, de onde podia ver seu reflexo perfeitamente claro da cama.
A cama ficava de frente para a janela até o chão, com a cabeceira
voltada para a entrada. Deitado na cama, Sam podia ver a vista do
lado de fora. Observar a bela paisagem de árvores altas e nuvens
brilhantes do meio-dia enquanto descansava confortavelmente em
sua cama era o que mais amava. Encarar o céu noturno e as estrelas
era uma maneira rápida e segura de adormecer. Era uma de suas
peculiaridades que ninguém, exceto sua família, entendia. Apesar de
crescer com Dorian e ser amigo de infância, ele tinha um segredo.
Para ser justo, toda a sua geração tinha um segredo, que nunca
revelaram a ninguém além da família, que compartilhava o mesmo
segredo.
Sua família inteira, desde que alguém podia se lembrar, era
de uma linhagem de bruxas. Era um segredo bem guardado, mesmo
daqueles de sua família que não eram magos. Era assim que o seu
segredo de família era guardado.
Ele nunca disse ao Dorian sobre a sua linhagem. Era
proibido. A família praticava seu ofício e treinava as novas gerações,
eles até se reuniam com outras famílias como eles durante o
encontro sagrado, mas ninguém sabia sobre eles. Eram um grupo
muito reservado, vivendo no meio de humanos e muito cientes das
outras espécies lá fora.
Desde que eram crianças, Sam sempre soube que havia algo
diferente em Dorian. A curiosidade foi o que primeiro o motivou a
procurar a companhia do outro garoto. O fato de que a resposta à
sua curiosidade o iludiu o deixou totalmente louco. Estava ansioso
para descobrir o que havia de tão especial e diferente nele. Era ainda
mais frustrante quando sentia aquele formigamento de diferença
sempre que via Dorian. Apesar de conhecê-lo por um período de
tempo, nunca disse uma palavra sobre suas suspeitas,
especialmente quando Dorian parecia completamente ignorante do
que ele era.
O mistério só foi resolvido quando os dois atingiram a
puberdade e Dorian passou pela sua primeira mudança,
transformando-se em um lobo branco puro com a ajuda da lua cheia.
A parte boa? Eles haviam acampado naquele fim de semana por
conta própria, com um jogo de verdade ou desafio totalmente
estabelecido. A parte ruim? Bem, não exatamente uma coisa “ruim”,
mas tinha custado muito para convencer o lobo a não o machucar.
Não só isso, mas Sam também teve que perseguir o lobo
super-rápido, realmente irritante e provocador. O lobo tortuoso tinha
desacelerado tempo suficiente para ele alcançá-lo, mesmo quando
estava sem fôlego, mas ainda correu rápido o suficiente para que
não houvesse descanso até que o lobo fosse caçar e fizesse sua
primeira matança para o jantar.
Quando Dorian voltou no dia seguinte, não tinha ideia do que
tinha acontecido com ele. Ele sabia com certeza que havia perdido
algum tempo, mas o que aconteceu durante esse tempo estava
perdido, não tinha ideia. Sam o vestiu no dia seguinte, esperando
que ele acordasse. Sam tentou sutilmente dar uma dica sobre o que
aconteceu com Dorian, mas o outro homem parecia genuinamente
confuso e assustado. Sam não teve outra escolha a não ser envolver
sua família, contando-lhes toda a verdade, embora implorando que
não dissessem nada ao Dorian sobre isso.
Sua família ficou surpresa ao ouvir a notícia, mas
concordaram em ajudar distraindo a família de Dorian enquanto os
meninos iam acampar a cada lua cheia. Sam teve uma ideia,
envolveu sua família e implorou sua ajuda quando recusaram o plano
que Sam apresentou. Eles só concordaram quando perceberam os
méritos do plano.
Usando todos os truques que conhecia, Sam convenceu
Dorian a acompanhá-lo nas viagens de acampamento, explicando
que eram uma maneira de ficar longe de tudo e de sua família. Disse
ao Dorian que a sua família o havia deserdado por ser gay e, embora
fosse um plano rebuscado - e extremamente louco, por sinal - valeu
a pena. Dorian não tinha ideia do verdadeiro motivo por trás das
viagens, mas concordou, e então eles lideram com a verdadeira
natureza de Dorian.
Não tinha sido fácil, especialmente quando Dorian queria
procurar ajuda profissional para saber por que estava tendo brancos
durante períodos específicos do mês, mas Sam convenceu o outro
homem do contrário, explicando o que aconteceu durante esses
momentos. Dorian estava cético, mas quando as histórias
combinavam, ele não teve outra escolha a não ser acreditar -
especialmente quando aquele período durou cinco anos.
Pelo que viu de seu melhor amigo, Sam sabia que de alguma
forma, apenas de alguma forma, que Dorian tinha chegado ao fundo
de todos os seus brancos. O homem parecia tão confiante em sua
pele que não havia absolutamente nenhuma maneira de que não
soubesse sobre sua herança ou exatamente o que era.
Não se deixou enganar nem um pouco pela simples
explicação de Kevyan simplesmente ser um magnata rico. Soube
imediatamente quando viu aqueles guarda-costas e os habitantes da
cidade por quem cruzavam em seu caminho, bem como aqueles que
moravam na casa - exatamente o que eram. Ninguém menos que
vampiros. Sua espécie não tinha nenhum problema contra as outras
espécies. Eles viviam pela regra de “viva e deixe viver”, mas irrite
um deles e será uma guerra sangrenta.
Sendo quem era, Sam sabia que a história de merda que
Dorian contou sobre um filho adotivo era uma mentira total e
completa. Rorik era o filho de Dorian e Kevyan. A semelhança era
fantástica, e a aura ao redor da criança nada mais era do que uma
mistura de Dorian e Kevyan juntos. A energia em torno da criança,
que provaria para qualquer mago que se preze a verdadeira linhagem
de uma pessoa, era a combinação certa.
Era uma coisa boa nenhum deles saber exatamente quem
ele era. Porém, beber seu sangue seria uma maneira infalível de
remediar isso. Também era bom que não deixaria isso acontecer.
Gostava de ser anônimo e iria mantê-lo assim. Se ninguém lhe
fornecesse uma explicação da verdade, fingiria ignorância.
— Sente. Vamos conversar.
Dorian fez um gesto para que Sam se sentasse em frente a
ele.
Estavam no jardim, com refrescos colocados na mesa. O
jardim era um dos lugares mais bonitos da mansão e que Dorian
havia projetado e construído para si mesmo. Ele precisava de um
lugar para relaxar, e onde melhor do que um lugar seguro no terreno
da mansão? O jardim dava para a lateral da mansão, isolado por
enormes arbustos plantados ao redor.
O solo era pavimentado com grandes lajes de pedra,
artisticamente dispostas entre canteiros de flores coloridas. No meio
do jardim havia uma estátua de um lobo e um vampiro amontoados,
cuspindo água na fonte. Dorian fez a estátua para representá-lo em
sua forma de lobo e Kevyan, e mesmo agora, tomou seu tempo para
admirá-la e o que ela representava.
No jardim, havia várias áreas de estar, com cadeiras
dispostas em torno de mesas redondas no meio e algumas cadeiras
compridas apenas espalhadas. A fonte de água e as lindas flores
davam à área um bom ambiente e uma fragrância agradável,
tornando-a um local relaxante.
— Uau. Esse lugar é muito lindo, de tirar o fôlego! — Sam
exclamou e, de fato, era.
— Obrigado. Mandei projetar para mim, e amo como ficou,
— Dorian disse com um sorriso. Ele engoliu um biscoito de chocolate
com um copo de leite.
Dorian olhou pensativamente ao redor, sem saber por onde
começar. Queria atrair seu amigo, fazer a pergunta que mantinha
dentro dele desde a lua cheia logo após o seu acasalamento com
Kevyan. Sabia que algo estava acontecendo, mas não era algo que
pudesse falar pelo telefone, e foi por isso que manteve isso no fundo
de sua mente por mais de dois anos - até que viu seu amigo
novamente - antes de finalmente colocar tudo para fora.
— Apenas cuspa, Dorian. Eu posso ver o quanto isso está te
incomodando, — Sam disse, recostando em sua cadeira.
Dorian riu, embora faltasse alegria, olhando seu amigo e se
perguntando o quanto sabia sobre essa pessoa em quem confiava
desde a infância. Passou a mão pelo cabelo curto e loiro.
— Não sei por onde começar.
— De onde você quiser ou se sentir confortável. De
preferência do início, — Sam disse encorajadoramente.
— Eu só... eu tenho segurado isso por tanto tempo. Agora
que é hora de dizer algo, só não sei o que dizer ou o quanto dizer ou
nem mesmo como explicar tudo. E agora que estou te olhando de
novo, estou bravo com você. Estou tão bravo que sinto que vou
explodir. Então, penso racionalmente sobre isso e percebo que você
fez algo bom para mim e não sei se devo te estrangular ou agradecer.
Sam sorriu com compreensão, sabendo exatamente do que
o seu amigo estava falando.
— Me desculpe por ter mantido segredos de você. Sei muito
bem que você sabia um pouco sobre isso ou suspeitava de algo, mas
nunca fiz isso para te machucar. Nunca pensei que isso iria te
machucar. Eu só queria ajudar.
Dorian acenou com a cabeça.
— E é por isso que estou tão confuso. Guardei isso para mim
por tanto tempo, você sabe. Nunca disse ao Kevyan, e ele é a pessoa
mais próxima de mim, aquele que conhece cada centímetro meu.
O sorriso de Sam se tornou positivamente lascivo enquanto
balançava as sobrancelhas para o amigo.
— Cada centímetro, você diz?
Dorian começou a rir.
— Tire essa cara do seu rosto, idiota. Não estou dizendo
nada.
— Desmancha-prazeres, — Sam disse com um beicinho e
Dorian caiu na gargalhada. Quando a risada diminuiu, ficaram sérios
mais uma vez e Sam sugeriu:
— Agora, me diga. Não quero adivinhar. Quero saber tudo e
qualquer coisa que você está sentindo. Então vou me explicar e falar
com você também.
— Tudo? — Dorian balançou a cabeça. — Há muito...
— Não importa.
— Eu também não devo falar sobre algumas coisas.
— Você quer dizer o fato de que este lugar está tomado por
vampiros?
Dorian jogou a cabeça para trás, surpreso com o que Sam
acabou de dizer.
— Você sabe?
Sam bufou.
— Claro que sei. Posso sentir isso. Agora, conte-me tudo.
Não deixe nada de fora, Dor. Devo-lhe a mesma cortesia.
— Certo, tudo bem. Aqui vai.
Dorian respirou fundo e começou a relembrar sua história de
tudo o que havia acontecido com ele e das respostas que precisava.
— Eu já te contei sobre ser sequestrado e conhecer Kevyan,
— Dorian disse.
Naquela noite, ele e Sam foram dançar, vivendo o momento,
quando viu um cara com quem queria ficar. Dorian estava
conversando com um cara, bebendo sem perceber que estava
drogado, e então acordou em um quarto escuro onde alguns
psicopatas estavam tagarelando sobre lobos e vampiros,
perguntando a ele todos os tipos de coisas ridículas que zombou, no
momento.
Eles logo começaram a torturá-lo quando descobriram que
não falava e zombaram de suas noções. A dor foi tão insuportável
que caiu inconsciente, apenas para acordar horas depois, sozinho na
floresta, sentindo como se ácido o estivesse comendo vivo. Quando
Dorian acordou na floresta, sentindo-se como se estivesse morrendo,
rastejou, depois cambaleou, da floresta onde foi jogado até cair
inconsciente no chão, apenas para ser encontrado pelos homens de
Kevyan.
— Espere um minuto, ele te fodeu, reivindicou e você foi
curado? — Sam perguntou confuso.
Dorian suspirou, exasperado.
— Eu estava morrendo, Sam, concentre-se. Aparentemente,
nos unir era a única solução que restava. Não havia outra maneira
de eu ter sobrevivido ou mesmo estar vivo agora se não tivéssemos
nos unido.
— Eu te escuto. Prossiga.
— E então eu descobri que era um lobo. Quero dizer, depois
de toda a bobagem que aqueles psicopatas que me sequestraram
vomitaram e depois do que fizeram comigo, eu iria acreditar em uma
bobagem tão rebuscada?
Dorian balançou a cabeça, respondendo sua própria
pergunta acaloradamente.
— De jeito nenhum. Pelo menos, foi o que pensei, até que
Kevyan me mostrou como eu estava errado. E ele foi um idiota sobre
isso também.
— Cara, você acabou de chamar o amor da sua vida de idiota
— Sam disse, rindo.
— Isso é engraçado para você, Sam?
Dorian prendeu Sam com um olhar feroz e a risada morreu
no rosto de Sam quando ergueu a mão em sinal de rendição.
— Erm, não. Claro que não. Eu sinto muito.
Dorian acenou com a cabeça.
— Ele não era o amor da minha vida naquela época.
Dorian sorriu um sorriso secreto.
— Embora ele fosse - seja - lindo e um sonho e...
— Sim, sim, sim, vá em frente e pare de cantar elogios ao
seu marido.
Dorian fez beicinho, mas acenou com a cabeça.
— Bem. Tive um rude despertar e imagine minha surpresa
quando, na primeira lua cheia depois, me transformei em um lobo.
Um lobo branco, aliás.
— Pare!
Dorian recuou, surpreso com a réplica veemente de Sam.
Sam estava olhando-o com admiração e horror.
— O que? — Dorian perguntou, sua voz quase um grito.
— Por favor, me diga que você não é um ômega.
Dorian olhou para o seu melhor amigo em confusão, seu
coração batendo forte em seu peito em apreensão enquanto
balançava a cabeça lentamente.
— Sim. Eu sou.
— Ah, merda.
Sam passou a mão descontroladamente pelo cabelo.
— Ah, merda.
Ele levantou e começou a andar, puxando o cabelo em
frustração.
— Ah, merda.
Frenético, e em pânico com o comportamento de Sam,
Dorian levantou de seu assento, foi até onde Sam estava e pegou o
braço do homem, fazendo-o parar.
— Qual é o problema? Diga-me!
Kevyan estava ao lado deles em minutos, olhando ao redor
em busca de sinais de algo fora do lugar. Quando não viu nada
errado, virou para o seu companheiro e o amigo frenético de seu
companheiro.
— O que diabos está acontecendo?
Dorian virou para Kevyan, preocupação gravada em seu
rosto, e imediatamente, Kevyan o puxou para os seus braços.
— O que há de errado, companheiro? Você está me
assustando. Achei que algo tivesse acontecido com você quando
senti o seu pavor. Por favor, fale comigo — Kevyan implorou.
Dorian enterrou o rosto no peito de Kevyan, inalando o cheiro
calmante de seu companheiro antes de responder.
— Eu não sei. Disse a ele sobre eu ser um lobo branco e um
ômega e ele surtou.
— Por que?
Kevyan afastou Dorian até que o outro homem não teve
escolha a não ser olha-lo.
— Eu precisei. Ele sabe de alguma coisa. E está escondendo
algo e preciso saber o que é.
Dorian virou os olhos suplicantes para Kevyan, implorando
ao seu companheiro para confiar nele.
— Essa coisa toda está fodida. Eu mudei antes. Várias vezes,
na verdade. Me lembro disso agora. Antes da noite seguinte ao nosso
acasalamento. Antes daquela noite - mudei antes quando cheguei à
puberdade, mas apenas algumas vezes. Parou quando fiz dezesseis
anos. Nunca pensei sobre isso novamente ou mesmo me lembrei
disso e o Sam sabia. Ele sabe, Kevyan, ele sabe de alguma coisa.
— Você me disse que nunca teve uma doença antes,
desmaiou ou sofreu qualquer perda de memória. Como mudou e
nunca soube, suspeitou ou se lembrou de nada?
— Porque eu não sabia. Deve ter sido demais para minha
mente aguentar. Os apagões devem ter sido o meu subconsciente
me protegendo do que eu não estava pronto para processar. Sam fez
algo comigo. Nunca questionei nenhuma de suas desculpas. Depois
de um tempo, quando parei de ter esses apagões, esqueci
completamente. Fazia muito tempo que não tinha um e nunca passou
pela minha cabeça até que fiquei grávido de Rorik. Foi quando as
memórias começaram a voltar. Lembrei-me de tudo, mas ele sabia
de tudo. Não contei porque queria ouvir a explicação primeiro e não
poderia perguntar a ele por telefone. Eu só... preciso saber o que ele
sabe. Eu preciso de respostas. Eu preciso de...
Kevyan acenou com a cabeça, em seguida, passou as mãos
suaves pelas costas de Dorian, tentando acalmar o seu companheiro
angustiado.
— OK. OK. Nós vamos descobrir. Agora se acalme, ok?
Respire fundo.
Quando Dorian assentiu e obedeceu, Kevyan o puxou para
os seus braços, abraçando-o mais uma vez até que o seu
companheiro se acalmou um pouco. Olhou para Sam por cima da
cabeça de Dorian, observando o outro homem observá-los, antes de
acenar para Sam sentar. Juntos, Kevyan e Dorian sentaram em uma
extremidade com Sam sentado em frente a eles.
— Explique-se, Sam. — Kevyan rosnou, irritado por este
homem ter trazido preocupação para o seu companheiro e ansioso
para saber mais sobre o que e quem era este homem que nenhum
deles poderia sentir.
— Sou um mago.
Simples, curto, direto ao ponto e, no entanto, perigoso ao
mesmo tempo.
Kevyan sibilou para Sam, pronto para qualquer coisa que ele
percebesse como uma ameaça para a sua família. Foi a mão de
Dorian esfregando contra o seu coração que o acalmou um pouco e
permitiu que retraísse os dentes, que haviam caído, prontos para
rasgar qualquer coisa e lutar até a morte para defender a sua família.
— Está tudo bem, Kevyan. Calma, calma, ele não vai nos
machucar. Ele é um amigo.
Dorian acalmou seu companheiro até que Kevyan recuperou
a compostura e então virou para olhar seu amigo. Um amigo sobre
o qual pensava que sabia tudo.
— Um mago. Você quer dizer isso no sentido literal ou isso
é uma figura de linguagem?
— Falo sério, Dor. Sou um mago. Bem, para ser mais
preciso, minha família inteira, desde que alguém possa se lembrar, é
de uma linhagem de magos. Macho e fêmea, com exceção dos
companheiros humanos que assumimos.
— Um mago. — Dorian zombou em descrença, olhando Sam
como se nunca o tivesse visto antes. — Mais alguma coisa sobre a
qual você mentiu ou escondeu de mim?
— Minha família não me renegou.
— Espere o que? Você me disse que sim porque você era
gay. Todos vocês me deixaram acreditar...
Dorian balançou a cabeça em descrença.
— Era uma mentira que tínhamos que vender. Era a única
maneira de te tirar durante a lua cheia para que pudesse se
transformar. Minha família teve que distrair a sua, e eu sabia que
você concordaria em ir acampar só porque queria me animar e me
dar uma sensação de família. Você suspeitaria que algo estava
acontecendo se a minha família nos levasse para acampar toda lua
cheia, e depois de um tempo, você também questionaria por que
tínhamos que acampar toda lua cheia. Era a única maneira, depois
que percebi que você não tinha ideia de suas transformações. Você
nunca suspeitou do que estava fazendo ou do que aconteceu com
você, e também nunca se lembrou disso.
— Oh meu Deus! — Dorian exclamou. Sua mão foi para a
boca, lutando contra um soluço, mas de... o quê, ele não conseguia
identificar.
— Quando você nunca mais mudou, fiquei preocupado, mas
nós já tínhamos lhe vendido aquela mentira e não havia como voltar
atrás. No começo, demorei para dizer que tínhamos nos reconciliado,
caso você mudasse de novo, mas você nunca mudou. Depois de cinco
anos de você mudando para sua forma de lobo e eu me esforçando
para garantir que você não fosse machucado, estava preocupado em
voltar a isso e não poderia correr o risco de que você começasse a
mudar novamente. Como eu iria mantê-lo longe de sua família
durante esse período, protegê-lo ou explicar que a minha família
voltou a se desentender? Não faria sentido, e não dissemos o que
você era porque também estávamos confusos sobre por que você
não tinha ideia do que era.
— Isso parece plausível — Kevyan concordou, vendo quanto
sacrifício Sam estava disposto a fazer por um amigo.
— Não poderíamos dizer se isso te traumatizou. A única
coisa que podíamos fazer era ajudar e esperar até que percebesse o
que era e aceitasse a si mesmo. Lamento nunca ter te contado isso,
mas não me arrependo de nada que fiz. Fizemos isso para o seu
próprio bem e porque te amamos e queremos protegê-lo.
Dorian se afastou do abraço de Kevyan, deu a volta na mesa
e se jogou nos braços de seu melhor amigo, surpreendendo o outro
homem. Abraçou Sam com tanta força que o outro homem teve
dificuldade para respirar.
— N-não consigo respirar! — Sam ofegou e Dorian afrouxou
o aperto, mas não se afastou completamente.
— Seu idiota, — Dorian gritou, lágrimas escorrendo pelo
rosto, e então começou a esmurrar Sam, batendo nele uma e outra
vez. — Seu idiota, idiota estúpido. Como você pode? Você... você...
Sam pegou a mão de Dorian na sua, impedindo o outro
homem de bater mais nele.
— Apenas diga obrigado, Dor. Não há necessidade de me
bater até a morte, — Sam brincou, injetando um pouco de humor
em suas palavras enquanto puxava Dorian em seus braços mais uma
vez e o abraçava.
Sam olhou para Kevyan por cima da cabeça de Dorian e
acenou com a cabeça para o outro homem, que acenou de volta para
ele.
— Obrigado — murmurou Kevyan, tocado pela ajuda acima
e além de Sam com o seu companheiro.
Sam dispensou o agradecimento, encolhendo os ombros.
— É o que os amigos fazem uns pelos outros.
— Então estou feliz que Dorian tenha você como amigo, —
Kevyan disse.
— Estou feliz por tê-lo como amigo também. Ele é incrível,
— Sam disse com uma risada.
— Isso ele é, Sam, isso ele é — Kevyan concordou,
juntando-se ao Sam para uma risada.
Dorian se afastou de Sam, enxugando as lágrimas de seu
rosto.
— Eu estou aqui, você sabe. Não há necessidade de falar
sobre mim como se eu não estivesse.
— Sim, Dorian, — Kevyan e Sam disseram em uníssono,
então viraram para olhar um para o outro antes de cair na
gargalhada.
Dorian fez beicinho, então voltou para se aninhar nos braços
de seu companheiro.
— Diga-me por que Dorian ser um lobo branco e um ômega
te incomodou, Sam, — Kevyan exigiu suavemente.
Sam olhou de um para o outro, olhando seu melhor amigo,
depois Kevyan e Dorian novamente. Inspirou profundamente,
expirou e disse:
— É por causa da profecia.

Alistair Costanova, em seus primeiros dias tipicamente


conhecido como Casanova com “C” maiúsculo, caminhou pelo
corredor bem iluminado, seus olhos afiados e não perdendo um único
detalhe, mas sua aparência era entediada e desinteressada. Mesmo
com o tédio e a agenda repetitiva constante se abatendo sobre ele,
se esforçou para parecer animado. Tinha recebido uma tarefa de seu
rei, Kevyan Melrose, e esperava ser enviado em uma missão em
breve ou perderia a cabeça.
Malhar só poderia ir até certo ponto para aliviar seus
pensamentos. Ficar hiperativo em sua condição atual seria muito
mais perigoso para todos ao seu redor do que qualquer outra coisa.
Se o problema acontecesse, sua mente estava decidida a tirar algum
tempo sozinho, onde pudesse se recompor. Melhor isso do que as
consequências de estar perto de pessoas em seu estado atual.
Abriu a porta do escritório do rei no momento em que a porta
também foi aberta do outro lado. Dois corpos colidiram, tropeçando
um no outro enquanto tentavam se equilibrar, o incidente inesperado
deixando os dois sem fôlego. Alistair separou o corpo do dele,
mantendo a outra pessoa a uma distância relativamente segura,
garantindo que ambos estivessem de pé.
— Desculpe — disse uma voz profunda e masculina de um
rosto emoldurado por cabelos castanho-avermelhados com listras
azuis.
O homem, Alistair notou, era tão alto quanto ele e, com
quase dois metros de altura, não era baixo por nenhum padrão. O
homem usou uma mão para jogar o cabelo para trás longe de seu
rosto, ficando em pé antes de olhá-lo. Varrendo o olhar sobre as
feições do outro homem, notou que o nariz do homem era
extremamente pontudo e incrustado em um rosto tão marcante que
seria impossível para o homem não conhecer seus próprios encantos.
— Asher? — A voz de Alistair saiu rouca de surpresa, seu
rosto uma máscara congelada de choque e descrença, mas com um
pouco de euforia.
O homem colocou as mechas soltas atrás de uma orelha e
levantou uma sobrancelha para Alistair.
— Quem?
— Asher, é você?
— Eu não conheço um Asher.
Olhos azuis familiares enrugaram de lado e o homem sorriu
gentilmente, estendendo a mão para um aperto de mão.
— Eu sou Sam.
A confusão de Alistair brilhou claramente em seu rosto e seu
olhar mudou de Sam para a mão estendida. Com o choque ainda
dominando seu sistema, foi um pouco difícil para ele parar de olhar
para a mão como se fosse uma cobra venenosa esperando para
atacá-lo. Depois de um longo momento, Alistair ergueu os olhos e foi
apanhado por um rosto muito semelhante em cada centímetro para
ser uma coincidência.

Inglaterra, 1667

Era um dia de mercado agitado, com vendedores


ambulantes, lojistas e compradores discutindo os preços das
mercadorias durante as vendas. As crianças corriam e carruagens
circulavam pela rua. Alistair estava examinando duas bugigangas,
indeciso sobre o que comprar para a festa de aniversário de seu
irmão mais novo.
Tinha sido ele e seu irmão contra o mundo depois que seus
pais foram assassinados em uma trama de seu tio para tomar o título
de família para si. Logo depois que soube quem era o responsável
pelo assassinato de seus pais, retaliou matando cada pessoa da
família de seu tio.
Alistair e seu irmão se tornaram os últimos de sua linhagem
e ele fez o possível para proteger e agir como pai e irmão para seu
irmão, Yuri, várias décadas mais jovem. Hoje seria o trigésimo quinto
ano dele e Alistair queria que fosse especial. Pessoas de famílias
proeminentes já haviam sido convidadas, incluindo a família real.
Estava tão orgulhoso de seu irmão que não passou um único
dia sem dizer isso ao Yuri. Agora, dar-lhe um presente que fosse
significativo provou ser difícil. Fazer compras não era seu forte, mas
também não deixaria essa tarefa para outra pessoa.
— O azul, milorde, — uma voz cadenciada disse atrás dele.
Virando para encarar a pessoa que conseguiu se aproximar
furtivamente dele, Alistair estava pronto para sacar sua adaga. Mas
o rosto inocente e confiante olhando-o foi o suficiente para puxar a
mão do punho de sua adaga.
Olhos azuis penetrantes o encararam de volta em um rosto
oval tão bonito que Alistair não pôde deixar de suspirar. Com uma
figura esguia vestida com uma túnica azul que acentuava seus olhos,
o estranho era impressionante e lindo. Nunca antes sentiu uma
emoção tão forte só de olhar para outra pessoa.
O desejo despertou algo furioso nele, e seus olhos
percorreram todo o estranho, absorvendo-o por completo.
— A bugiganga, — o estranho incitou, atraindo seu olhar de
volta para o seu rosto.
— Oh.
O olhar de Alistair caiu para o objeto em sua mão, em
seguida, de volta para o estranho.
— Um presente para o meu irmão. Não tenho certeza do
que comprar para ele. É o aniversário dele, entende?
— Ahh.
O estranho acenou com a cabeça, então começou a se mover
até ficar ao seu lado. Ele começou a vasculhar e examinar a
mercadoria.
— Posso ver sua coleção de adagas? — O estranho
perguntou ao lojista.
— Sim, claro, milorde. Por aqui, por favor.
O dono da loja, um homem gordo cujos olhos viam apenas a
moeda que certamente conseguiria, apressou-se a mandá-los segui-
lo.
— O melhor que você já viu, senhores. Algumas importadas,
veja bem, mas de ótima qualidade.
O estranho pigarreou, então começou a pesar cada adaga
que considerou digna. Ele as testou, balançando a cabeça várias
vezes até que encontrou uma com a qual estava satisfeito e virou
para Alistair com um sorriso vitorioso.
— O que você acha disso? — Perguntou o estranho.
Alistair tinha olhos apenas para o estranho, entretanto, pois
rastreou cada movimento dele, observando-o com admiração e
desejo. Deu uma mera olhada na adaga intrincadamente desenhada
antes de assentir.
— Um bom ajuste, se é que posso dizer.
O sorriso que curvou o rosto do estranho foi cegante e
fascinante ao mesmo tempo, encantando Alistair. O lojista
embrulhou a compra para eles e, quando saíram da loja após o
pagamento, olhou para o outro homem.
— Posso saber como você é chamado?
— Oh, que bobo da minha parte. Meu nome é Asher Allerton.
E você, meu senhor?
Ele deu ao homem um sorriso cativante.
— Por favor, me chame de Alistair. Alistair Costanova ao seu
serviço.
A partir daí, eles conversaram, caminhando juntos pela rua
movimentada até que Alistair percebeu que tinha acompanhado
Asher até a sua humilde casa, a uma grande distância de vizinhos
curiosos. Os dois apenas clicaram e o tempo passou sem que
percebessem. Ele então convidou Asher para a festa naquela noite
antes de se despedir.
Naquela noite, Alistair vigiava a porta enquanto conversava
com os outros convidados. Estava fervendo de ansiedade a noite
inteira, esperando Asher fazer uma aparição, e quando o outro
homem finalmente apareceu, não ficou desapontado. Asher era
facilmente o homem mais lindo na sala, rivalizando com a beleza até
mesmo de seu rei, Kevyan.
Alistair foi direto para o lado dele. Passou a ficar ao lado do
homem bonito a noite toda, apresentando-o para o seu irmão Yuri e
todos os outros. Quando a música começou, Alistair levou Asher para
uma dança, os dois cativados em seu próprio mundo.
A partir daí, o romance prosseguiu, atraindo-os cada vez
mais para perto. Alistair sabia que este era seu verdadeiro
companheiro, e ficou feliz, muito feliz quando percebeu o que Asher
era para ele. Ambos concordaram em selar seus laços depois de
Alistair anunciar seu acasalamento e uma cerimônia ser realizada em
homenagem.
Isso não os impediu de fazer amor em toda a cabana de
Asher, no entanto. Durante o período em que se conheceram, os dois
se tornaram um, e Yuri também gostava de Asher. Isso o tinha
tornado mais querido para Alistair.
No dia anterior à cerimônia que levaria à união deles, Alistair
foi à casa de seu amante, apenas para vê-la envolvida pelas chamas.
Arriscando a ameaça de se queimar, pulou no prédio em chamas e
arrastou seu amante queimado e morto para fora. Seus gritos e
berros de raiva o engolfaram. Tristeza, arrependimento, dor o
atacaram enquanto segurava seu companheiro irreconhecível em
seus braços.
Asher era um mago, e foi algo que ele disse a Alistair
somente depois que passou a confiar nele. Sua raiva não tinha limites
e a sua dor era incomensurável. Foi procurar o culpado que cometeu
esse ato detestável. Então se vingou deles, primeiro quebrando cada
um de seus membros antes de massacrar todos eles.
Por três dias, se recusou a se afastar de seu companheiro
morto depois de buscar sua vingança. Queimou o corpo, fazendo-o
tão mecanicamente quanto pôde, e então guardou as cinzas em uma
urna para si mesmo. Quando finalmente voltou para casa, foi para
ver o cadáver de seu amado irmão com a cabeça cortada longe do
corpo. O povo da cidade tinha saído em busca de sua própria
vingança depois que alguns deles foram mortos.
Quando seus servos lhe contaram sobre o destino que se
abatera sobre seu irmão inocente, uma fúria cegante como nunca
havia sentido antes o dominou, seus olhos cinza ficando vermelhos
como sangue. Suas presas caíram e suas garras saíram. Nunca tinha
parecido mais assustador, e seus servos se encolheram por medo de
sua vida.
Alistair tinha sido meticuloso em sua vingança, matando
cada criança, cada mãe, cada pai, cada irmão, até que não houvesse
uma única alma na aldeia. Quando a névoa o deixou, homens,
mulheres e crianças estavam espalhados pelo campo aberto,
cobertos de sangue. Foi um massacre. Ninguém foi poupado até que
sua sede de sangue e raiva diminuíssem.

Nos Dias de Hoje

Voltando aos seus sentidos, Alistair rapidamente retirou as


mãos do corpo do outro homem e correu ao virar da esquina,
ignorando Sam. Não se importava se parecia que estava correndo,
já que estava, de fato, fazendo exatamente isso. Precisava de ar e
se sentia como se estivesse sufocando. Todo o resto, incluindo seu
rei, teria apenas que esperar até que estivesse pronto.
Com as memórias pesando sobre ele, não estava de forma
alguma pronto para enfrentar seu passado, seu amor perdido, sua
família perdida. Todos que amou foram tirados dele. Alistair era o
último da linhagem da família Costanova. Ele dava azar, puro e
simples.
Não merecia ver o seu companheiro morto reencarnado
neste “Sam” quem quer que fosse. Sentiu a atração imediata no
momento em que tocou o homem, e que o homem fosse uma réplica
exata de seu amor perdido era insuportável.
Ficaria longe desse Sam não importa o quê. Ainda não estava
cem por cento certo de que Sam era seu amante reencarnado de
volta para ele, mas algo o fez acreditar nisso. Na verdade, muitas
coisas apontaram nessa direção - mas Alistair não queria, não podia
chegar perto desse Sam.
Horas depois, Alistair foi fazer o seu relatório ao rei. Levou
muito tempo para acalmar os nervos, acalmar os pensamentos e
tomar uma decisão firme. Sem dúvida Kevyan deve ter notado seu
comportamento antes, mas conhecia a profundidade de sua dor e
angústia nos dias que se seguiram à morte de todos aqueles que
amava há vários séculos.
Kevyan vira em primeira mão a destruição que havia causado
na aldeia onde Alistair e Yuri pretendiam passar de dez a quinze anos
antes de seguirem em frente. Afinal de contas, foi ele quem o levou
para longe do massacre, ordenando que os seus homens
queimassem a aldeia até o chão. Se Kevyan ainda não tivesse
vinculado seu companheiro morto a esse Sam, sem dúvida o faria,
mais cedo ou mais tarde.
Sua batida no escritório de Kevyan foi saudada com um
abafado “entre” e, sem muita demora, Alistair abriu a porta e entrou
no escritório.
Kevyan ergueu os olhos de onde estava reclinado em um
sofá e fez um gesto para que sentasse em frente a ele.
— O que é, Alistair?
— Arranjos foram feitos em preparação para os segundos
dos membros do conselho e seus convidados, — Alistair disse
enquanto sentava ereto ao lado de seu rei.
Kevyan balançou a cabeça, descartando isso por enquanto.
— Não te chamei para isso, Alistair, e você sabe disso muito
bem. Com o que está tão perturbado que até eu posso sentir?
Alistair olhou para todos os lugares, menos para Kevyan.
Torceu as mãos, agitou e, em seguida, levantou de um salto quando
não conseguiu ficar parado.
— Não quero falar sobre isso, — disse rigidamente. Estava
tão tenso e poderia facilmente se desfazer nas costuras.
— Alistair — Kevyan disse com um suspiro, sentando ereto
no sofá.
— Por favor, Kevyan. Eu não posso... não posso... é muito…
Alistair balançou a cabeça, passando a mão pelo cabelo preto
em frustração.
— Está tudo bem, Alistair. Quando estiver pronto para
conversar, venha me encontrar. Agora, de volta ao trabalho. Como
está o progresso?
Alistair veio sentar no sofá em frente ao seu rei e suspirou,
agradecido pela distração.
— Está tudo preparado. Esperamos que os homens cheguem
daqui a dois dias. Configurei de forma que os homens fiquem
espalhados por todo o complexo e separados uns dos outros. Eles
não serão capazes de fazer contato uns com os outros sem que um
de nossos homens os veja fazer isso.
Kevyan acenou com a cabeça em aprovação.
— Bom. Você fez um bom trabalho, Alistair. Agora vá
encontrar uma maneira de relaxar. Se precisar de um tempo livre
até a chegada dos homens, você está livre para tirar um.
— Obrigado, Kevyan — Alistair disse com um aceno
respeitoso antes de levantar e sair da sala.

Vários carros se alinharam na entrada da mansão e mais


alguns deslizaram pelo terreno da propriedade. Os grandes SUVs e
Jipes logo começaram a abrir para revelar vários homens vestidos
com ternos elegantes. Conforme três homens emergiam de cada
carro, os veículos partiram para deixar a próxima barcaça de homens
entrar.
— Quem são essas pessoas? — Sam perguntou, a
curiosidade levando a melhor sobre ele.
Agora que Sam sabia quem eram, Dorian não via razão para
mentir para o seu melhor amigo. Era fim da tarde e Sam, Dorian e
Rorik estavam sentados na varanda do quarto de Sam. Eles
relaxaram, conversando juntos com um livro de romance de bolso
deixado na mesa ao lado de um prato de carne de churrasco e
bebidas. Dorian sentou confortavelmente na sala, alimentando Rorik
com uma mamadeira em seus braços.
Olhou para os homens saindo dos carros um após o outro e
mais carros chegando.
— Eles são de outros conselhos em todo o mundo. É político.
Kevyan saberia mais sobre por que eles estão aqui.
Sam pegou um pouco da carne com um pauzinho e colocou
na boca, mastigando.
— Estou entediado.
Dorian riu, seu olhar conhecedor pousando no de seu amigo.
— Eu me perguntei quando você diria isso. Tenho que lhe
parabenizar, no entanto. Afinal, você durou dois dias inteiros.
— Cale a boca, vadia. — Sam rosnou provocadoramente
antes de ficar fascinado por Rorik quando olhou para o menino que
se alimentava olhando-o.
Dorian colocou a mamadeira na mesa quando Rorik se
afastou dela. Ele levantou e o segurou contra o peito, tentando fazer
o bebê arrotar.
— Como você sabe com o que alimentar o pequeno híbrido?
— Sam perguntou curiosamente.
Dorian o olhou surpreso.
— Ele ainda é jovem. Por enquanto, nós apenas o
alimentamos com leite de bebê. Ele não parece precisar de mais,
mas à medida que cresce, quem sabe? Esta é uma prova tanto para
nós quanto para ele.
Rorik arrotou, mas Dorian continuou dando tapinhas em suas
costas para se certificar de que estavam seguros.
— Rorik é o primeiro híbrido de todos os tempos. Tenho
certeza de que haverá muitas surpresas para nós no futuro, mas ele
ainda é o meu lindo menino.
Dorian deu beijos na cabeça de Rorik e na lateral de seu
rosto.
— O que acha de amanhã?
— Hmm? — Sam perguntou confuso.
— Para te mostrar o lugar. Amanhã é sábado, melhor ver
tudo durante o fim de semana.
Sam sorriu e acenou com a cabeça.
— Parece bom para mim.

Lá embaixo era um contraste profundo com o quarto de Sam.


Christiana tinha levado Maria para passar o dia fora, e o andar de
baixo estava um caos total com os homens chegando à mansão.
Félix, o chefe da segurança da fronteira externa, escoltou os homens
do aeroporto, levando-os para dentro de casa. Assim que prestou
homenagem ao rei e garantiu que cada um deles chegasse à mansão,
se despediu, retornando ao seu posto.
Na sala de estar, os homens vinham em três, o segundo em
comando de pé no meio, flanqueado pelos outros dois guerreiros. Ao
entrarem, se apresentaram a Kevyan e aos seus dois chefes de
segurança internos, Alistair e Rodrigo, que estavam mais perto da
porta para receber os seus convidados. Rodrigo Delgado era um
chefe de segurança recém-nomeado que substituiu Justin. Justin
estava treinando Rodrigo para assumir gradualmente o seu posto,
especialmente desde que foi relegado a uma das cabeças do
comércio aberto entre os vampiros e os lobos.
Vários guerreiros estavam flanqueando Kevyan enquanto
davam as boas-vindas aos recém-chegados, enquanto os outros
estavam espalhados por toda a sala de estar.
— Meu rei, sou Aleksandr Mikhailov, o segundo em comando
do conselheiro Volex Lebedev. Lorde Lebedev manda lembranças,
senhor, — pronunciou um homem musculoso de cabelos escuros, seu
sotaque russo engrossando suas palavras enquanto curvava
respeitosamente a Kevyan.
— Damos as boas-vindas a todos vocês — Kevyan disse com
um sorriso.
Aleksandr apertou a mão estendida antes de se virar para
apresentar seus outros dois companheiros.
— E estes são meus homens, Vasya Pavlov e Vasily Ivanov.
Os outros dois homens se curvaram, respectivamente, mas
não receberam a mão para apertar. Logo depois de Aleksandr ter
feito suas apresentações, Alistair avançou, apresentando a si mesmo
e ao Rodrigo antes de direcionar o outro homem para levá-los para
dentro da casa, onde refrescos foram disponibilizados e os outros
guerreiros ficaram ao redor para dar as boas-vindas aos recém-
chegados.
O próximo grupo de homens deu um passo à frente e se
apresentou.
— Meu rei, sou Luther Constantinides, o segundo em
comando do conselheiro Servain Giannopoulos. Lorde Giannopoulos
manda lembranças da Grécia, senhor.
— Nos recebemos vocês, senhores. — Kevyan aceitou suas
saudações com um sorriso, usando o “nós” real em todas as
saudações.
Assim que Luther apertou a sua mão, ele virou para
apresentar os homens que o flanqueavam.
— E estes são meus homens, Leon Arvanitis e Andreas
Doukas.
Eles também foram apresentados a Alistair e Rodrigo antes
que Rodrigo lhes mostrasse o caminho. Então o próximo grupo se
aproximou para se apresentar.
— Meu rei, sou Aki Watanabe, o segundo em comando do
conselheiro Kiyoshi Yoshida. Saudações do Senhor Yoshida da Ásia,
meu soberano, — Aki disse, juntando as duas mãos e curvando-se
profundamente até a cintura como era seu costume.
Kevyan acenou para eles.
— Nós damos as boas-vindas a todos vocês.
Enquanto Kevyan olhava para os outros dois companheiros,
Aki os apresentou.
— E estes são meus homens, Li Wei e Yoo So Joon.
Os dois homens também se curvaram até a cintura antes de
ficarem de pé e logo foram apresentados à segurança de Kevyan
antes de serem conduzidos para dentro.
O próximo grupo de homens entrou na sala.
— Meu rei, sou Alex Bonnet, o segundo em comando do
conselheiro Emil Dubois. Lorde Dubois manda lembranças da França,
senhor.
— Nós damos as boas-vindas a todos vocês — Kevyan disse,
apertando a mão do homem.
Alex virou para apresentar os dois homens ao seu lado.
— E estes são meus homens, Christophe Granger e Seth
Anders.
Os outros dois cumprimentaram Alistair antes que também
fossem apresentados ao Rodrigo e conduzidos para dentro de casa.
O próximo grupo de homens que andou para frente era muito
distinto com suas saias xadrez, cabelos rebeldes na altura dos
ombros e pele bronzeada.
— Meu soberano, sou Callum Grier, o segundo em comando
do conselheiro William McAvoy. Meu Senhor McAvoy envia suas
saudações, senhor.
O sotaque escocês era espesso e pesado no homem.
Kevyan apertou o braço de Callum, assentindo.
— Estamos satisfeitos por tê-lo aqui.
— Meu Senhor. Estes aqui são meus homens, Blair Davis e
Eoin Fraser.
Os homens prestaram suas homenagens antes de serem
apresentados a Alistair e Rodrigo e depois serem conduzidos para
dentro.
Outro grupo de homens deu um passo à frente,
apresentando-se.
— Meu rei, sou Nicholas Godfrey, o segundo em comando
do conselheiro Francis Reynolds. Lorde Reynolds envia seus
cumprimentos, senhor.
— Damos as boas-vindas a todos vocês — Kevyan disse,
observando a ordem natural de saudar os convidados e permitir que
entrassem em seu território.
— E estes são meus guerreiros, Spencer Callahan e Hugh
Ancel — Nicholas disse, apresentando os outros dois ao seu lado.
Reynolds governando o resto da Europa garantiu que houvesse
apenas um último grupo de visitantes a ser apresentado, com
Kevyan já governando todo o continente americano, bem como a
Romênia, onde o assento palaciano original havia estado.
O último conjunto foi o único conjunto distinguível no povo
dos conselheiros, composto por dois homens e uma mulher do
território australiano.
— Meu rei, eu sou Lachlan Robinson, o segundo em
comando do conselheiro Toby Griffin. Estes são meus guerreiros,
Emily Wilson e Isla Jones. — Lachlan disse acenando com a cabeça
em direção à fêmea loira à sua direita e Isla, seu guerreiro masculino
à esquerda.
— Damos as boas-vindas a todos vocês.
Dando um sorriso sempre acolhedor, Kevyan deu as boas-
vindas a todos em seu território, como se fossem o seu povo...
Feitas as apresentações, Kevyan, Christiana, Alistair e
Rodrigo entraram para se juntar aos convidados. Música suave
estava sendo tocada, bebidas servidas e a conversa circulava pela
sala enquanto os vampiros se misturavam.
Os representantes eram muito diferentes uns dos outros nas
escolhas de roupas, sotaques e tipo de cor, mas todos se esforçaram
para conversar um com o outro. Eram de todas as cores, e com a
raça dos vampiros sendo um tipo muito ativo sexualmente e
aventureiro, nenhum foi escolhido para o seu papel com
discriminação.
Kevyan bateu em sua taça e o lugar ficou quieto.
— Obrigado por virem aqui com toda a pressa. Tenho
certeza de que sabem por que solicitei sua presença. Desejo
consultar todos sobre a melhor solução para lidar com este problema
que parecemos estar enfrentando. Até que eu determine que os seus
serviços não são mais necessários, vocês ficarão aqui
indefinidamente e com certeza transmitirei isso aos membros do
conselho. Esta noite, damos as boas-vindas a vocês em nosso
território. Em breve, discutiremos negócios. E até lá, por favor,
divirtam-se, relaxem e fiquem à vontade.
Kevyan acenou com a cabeça e o resto ergueu as taças em
saudação.
— Vida longa ao rei! — Todos gritaram como um só, taças
erguidas.
A música recomeçou e a conversa junto com ela. Kevyan fez
sua ronda, conversando e se misturando com o seu povo e bancando
o perfeito anfitrião.

Dorian sensualmente deixou cair o manto, revelando seu


exuberante corpo nu para o seu companheiro, que estava reclinado
como se não tivesse uma única preocupação no mundo. Com uma
perna dobrada na cama e a outra casualmente dobrada no joelho,
uma mão em seu joelho, Kevyan olhava para o seu companheiro
sedutor, seus olhos escurecendo de prazer.
Fazia duas semanas desde que fizeram sexo, sob a
insistência de Kevyan para que Dorian permitisse que o seu corpo
curasse. Ele protestou, deixando seu companheiro saber que o
médico havia dado sinal verde a eles uma semana atrás, mas Kevyan
não se mexeu até que as duas semanas acabassem. Sexualmente
frustrado, Dorian tinha feito o seu melhor para seduzir o seu
companheiro, mas não contava com a vontade de ferro de Kevyan,
que amaldiçoou e gostou.
Agora, finalmente, duas semanas se passaram e Dorian não
podia esperar mais para ter o seu companheiro possuindo-o.
Traçando a mão por seu corpo nu, seus dentes mordendo
suavemente o lábio inferior, olhou para Kevyan com os olhos
semicerrados.
— O que está fazendo, companheiro? — Kevyan disse com
um gemido.
— Se eu tiver que te dizer, devo estar fazendo algo
terrivelmente errado, — Dorian disse atrevidamente, rindo quando
Kevyan se lançou sobre ele e o puxou sobre o seu corpo para a cama.
— Danadinho atrevido. — Kevyan rosnou e enterrou o rosto
no pescoço de Dorian, respirando o cheiro de seu delicioso
companheiro. — Droga. Você cheira tão bem.
— Eu já me lubrifiquei, — Dorian sussurrou nos ouvidos dele
e riu quando o outro homem gemeu, então rosnou e o arrumou de
forma que ficasse sentado no estômago de Kevyan. Ele abriu o zíper
e puxou o pênis para fora, impaciente demais para tirar a roupa.
Abriu mais as pernas de modo que as pernas de Dorian, que estavam
sobrepondo as suas, também se espalhassem para recebê-lo.
— Me monte, companheiro!
Em um movimento suave, Dorian colocou a cabeça do pênis
de Kevyan no seu ânus e então balançou e empurrou para baixo até
que pegou o comprimento grande em um movimento para baixo,
enterrando-o dentro de seu corpo. Eles gemeram juntos. Enrolando
sua mão nas longas tranças escuras de Kevyan, Dorian puxou a
cabeça de seu companheiro em sua direção e tomou seus lábios em
um beijo brutal.
— Porra! — Kevyan exclamou, então reivindicou a boca de
Dorian mais uma vez.
O sorriso dele era selvagem quando começou a pular no colo
de Kevyan, apertando os músculos de suas paredes internas para
ordenhá-lo com toda a sua força. Com Kevyan empurrando sob ele
e Dorian montando-o com força, suas respirações ásperas encheram
o quarto. Mesmo enquanto Dorian montava Kevyan, eles nunca
quebraram o contato entre suas bocas até que ficaram sem ar e seus
pulmões estavam queimando desesperadamente.
Finalmente, foram forçados a separar os lábios ou sufocar.
Não feliz em quebrar o contato, Dorian agarrou-se à clavícula de
Kevyan e começou a chupar novamente, montando-o.
— Sim, sim, companheiro! Porra! — Kevyan grunhiu,
fechando os olhos com força contra o ataque de tensão e prazer
crescendo dentro dele. — Faz tanto tempo. Tanto tempo.
— Muito tempo, — Dorian concordou, sua voz cheia de
desejo reprimido que vinha crescendo por mais de duas semanas.
Duas semanas agonizantes mantendo as mãos para si mesmo e não
buscando alívio.
— Estou gozando. Estou... estou gozando! — Dorian gritou.
— Espere, companheiro. Vamos juntos.
— Kevyan! — Dorian gemeu, deixando-o saber que era uma
façanha quase impossível para ele.
Kevyan espalmou o pênis dele em sua mão e apertou,
empurrando para trás o orgasmo do outro homem e recebendo um
olhar de Dorian por seus esforços. Ele riu, embora oscilasse entre o
prazer tenso e a pura diversão.
Preguiçosamente, começou a acariciar o pênis dele antes de
exigir.
— Monte-me com força.
Dorian assentiu e começou a se empalar no impressionante
pênis de Kevyan, ronronando nos braços de seu companheiro
enquanto o pênis dele batia em sua próstata uma e outra vez.
— Acaricie-me mais rápido, Kev.
Kevyan acariciou o pênis de seu companheiro, usando o pré-
sêmen que pingava da ponta como lubrificante para tornar seus
movimentos mais suaves. Ele o acariciou, e com Dorian ordenhando
seu pênis em seu canal, ambos estavam muito perto do orgasmo.
Kevyan ordenou:
— Goze para mim, Dorian.
— Kevyan! — Dorian gritou.
— Dorian! — Kevyan gritou.
E logo, os dois estavam gozando e gozando, com Kevyan
atirando seu esperma no corpo de Dorian, o líquido quente subindo
por dentro dele e Dorian gozando por todo o peito e mão de Kevyan.
Quando os dois desceram do alto, Dorian caiu contra o corpo
de Kevyan com uma risada.
— Isso foi incrível.
Kevyan sorriu e passou um dedo na sua bochecha antes de
virar a cabeça para tomar a boca em um beijo lento e arrepiante. O
beijo continuou por um longo tempo até que finalmente se
separaram e Kevyan tirou a camisa para limpá-los.
Rindo, Dorian olhou para o seu amante.
— Não posso acreditar que não tivemos tempo para tirar
suas roupas antes de fazermos isso.
— Isso, meu querido, foi um ótimo sexo. Ainda mais para
mostrar a nossa paixão.
Kevyan jogou a camisa suja no chão e puxou seu
companheiro para ele, envolvendo os braços ao redor do corpo de
Dorian.
— Como está Rorik?
Dorian suspirou de contentamento.
— Dormindo como um anjo.
Kevyan riu.
— Você diz isso apenas até que ele nos acorde no meio da
noite chorando por sua comida.
Dorian riu.
— E você ama cada momento disso.
— Eu amo.
Kevyan acenou com a cabeça, sua bochecha esfregando
contra o cabelo de Dorian com o movimento.
— Quando faremos a cerimônia de nomeação de Rorik?
— Hmm? — Kevyan perguntou distraidamente.
— Cerimônia de nomeação de Rorik? Rorik, você sabe, seu
filho, — Dorian disse provocadoramente.
— Ahh.
Kevyan sorriu, então franziu a testa quando a compreensão
surgiu.
— Você quer dizer por causa das ameaças e dos homens
que acabaram de chegar?
— Sim. Não quero adiar, mas podemos conter e planejar
para qualquer eventualidade? — Dorian perguntou, preocupado, seu
queixo apoiado no peito de Kevyan.
— Eu cuido disso. Você define a data e me avisa. Eu cuido
do resto.
— Você sabe que a lista de convidados se estenderá a toda
a minha família, incluindo meu pai biológico.
— Vou apertar os dentes por isso — Kevyan disse, seus
lábios torcidos em uma risada sardônica com um brilho nos olhos.
— Não provoque, — Dorian disse, batendo no peito de
Kevyan de brincadeira.
Kevyan deu um beijo estalado em Dorian, então beijou seu
nariz.
— Vou sair com Sam amanhã. Provavelmente vamos dar
uma passada na Bond Nightclub, — Dorian disse, sua voz baixa.
— Não se vista muito sexy ou terei que passar por lá e
arrancar os olhos do meu povo — Kevyan disse com um rosnado.
Dorian caiu na gargalhada, seu corpo estremecendo com a
força de sua risada, uma contração apareceu nos lábios de Kevyan,
embora o homem tentasse ao máximo esconder. Dorian passou as
mãos pela longa massa de cabelo escuro flutuando ao redor da
cabeça de Kevyan na cama, suas feições suavizando antes de um
bocejo tomar conta dele.
— Estou tão cansado.
— Descanse, companheiro.
Dorian acenou com a cabeça e colocou a bochecha contra o
coração de Kevyan, deixando o batimento cardíaco do outro homem
embalá-lo para dormir.

Dorian e Sam ficaram lado a lado na entrada da Bond


Nightclub, flanqueados por Mark e Tony, os guarda-costas oficiais de
Dorian. O interior era esplêndido, a luz fraca, mas não muito fraca,
e estava cheio até a borda. Homens dançavam com homens,
mulheres com mulheres e alguns casais heterossexuais se
esfregando no chão. Eles foram escoltados pela outra fila de pessoas
fora do clube e tiveram permissão para entrar quando o segurança
os avistou.
— Uau. Eu amo, amo, amo este lugar e o que eles fizeram
com ele. Eu gosto da coisa de não discriminação que eles têm aqui,
— Sam disse, a emoção clara em sua voz.
— Mike vai gostar de ouvir isso. Ele fez o interior, — Dorian
disse.
— Mike? Quem é esse? — Sam perguntou com uma
carranca.
Dorian virou a cabeça para encarar o seu amigo antes de
assentir.
— Ah, você ainda não conheceu. Ele é um dos companheiros
de Justin.
— Um ménage? — Sam perguntou com um sorriso
malicioso.
Dorian sorriu.
— Sim. Justin, Mike e Shawn - um pouco de história nisso.
Shawn trouxe a ideia de permitir que todas as fantasias sexuais
ocorressem. Vou apresentá-lo quando os vir. Vamos. Vamos entrar.
Acenando para as pessoas na pista de dança, Dorian gritou
para ser ouvido acima do som da música.
— Isso é apenas um arranhão na superfície. Você ficaria
surpreso com o que acontece nas outras salas se for lá.
— Outras salas? Agora estou intrigado.
Rindo, Dorian disse:
— Eu sabia que você estaria. Vamos beber alguma coisa,
então vamos dar um passeio.
Juntos, caminharam em direção ao bar, onde os bartenders
estavam servindo os clientes e os puxando para uma conversa leve
para mantê-los pedindo mais bebidas. Dorian sentou em um
banquinho. Acenou para que os guardas mantivessem alguma
distância, mas também se divertissem, fazendo uma noite divertida.
— Cory! Como você está?
Um homem esguio e lindo se moveu para ficar na frente de
Sam e Dorian atrás do bar, sorrindo de orelha a orelha.
— Estou bem, ômega. Eu realmente amo esse trabalho e
Justin me ofereceu um quarto. Posso me mudar na próxima semana
se tudo correr bem. Vai ser bom morar sozinho por um tempo. —
Cory Newman riu, balançando a cabeça. — De qualquer forma, chega
de falar sobre mim. O que posso trazer para os dois amáveis
cavalheiros?
— Essa sua língua prateada, Cory, com certeza vai te colocar
em apuros um dia desses, — Dorian gritou com uma risada.
— Sempre coloca, ômega, — Cory disse provocadoramente
com uma risada - embora não estivesse longe da verdade.
Na matilha Santiago, sua boca sempre o colocava em apuros,
especialmente com os valentões que encontravam todas as
oportunidades de cruzar com ele. Justin Chandler o conheceu em
uma dessas ocasiões. Justin interrompeu uma surra de seus
agressores e os mandou embora.
Quando Justin lhe fez uma oferta para trabalhar no clube,
Cory ficou muito feliz, especialmente quando o trabalho veio com
hospedagem e alimentação grátis. Demorou um pouco para obter
permissão de seus pais e do Alfa, mas conseguiu. Cory teve sorte de
conseguir o emprego e, desde então, começou a planejar sua
mudança para o quarto que receberia.
A vida entre os vampiros, entretanto, não era tão
interessante para Cory, mas era melhor do que na matilha. Não havia
ninguém para encurralá-lo quando os outros não estavam olhando e
não precisava explicar seus hematomas na maioria das vezes, já que
saravam antes de voltar para casa. Ou, se não estivessem
completamente curados, não precisava explicar isso como falta de
jeito ou brincadeira violenta com os outros.
Esta era a primeira incursão de Cory na independência e, até
agora, estava gostando. Assim que a mudança se tornasse
permanente, só voltaria para visitar algumas vezes, e estava tudo
bem para ele. Na verdade, era assim que queria.
— Vou tomar um Bloody Mary, — Sam gritou.
— Ele quer dizer sem o sangue. Apenas um Bloody Mary
normal, — Dorian esclareceu, e Sam empalideceu quando percebeu
seu lapso antes de balançar a cabeça vigorosamente para a diversão
de Dorian e Cory.
— Vou querer um gim tônica.
— Um Bloody Mary, sem o sangue, — Cory disse com um
sorriso malicioso, — e um gim tônica chegando.
Cory serviu suas bebidas e logo foi saudado por outro cliente.
Os dois giraram até ficarem de frente para a pista de dança,
observando os casais dançarem juntos na pista. As pessoas
gravitavam umas com as outras enquanto conversavam em
encontros noturnos e coisas do gênero. No momento, parecia que os
dois estavam contentes em apenas assistir ao show.
— Então, onde está esse ilustre trio?
— Quem? Você quer dizer Justin, Shawn e Mike? Eles devem
estar em algum lugar por perto. Você não vai usar seus encantos?
Muitas escolhas a serem feitas, — Dorian disse com uma risada.
— Tudo ao seu tempo, meu amigo, tudo ao seu tempo.
Ainda não vi ninguém que chamou minha atenção. Até então, estou
assistindo a um bom programa agora.
Dorian riu, balançando a cabeça.
— Você é tão incorrigível como sempre.
Eles conversaram por um tempo até que Sam ficou
entediado e arrastou Dorian para a pista de dança e os dois
começaram a se mover com a música. A música infiltrou em seus
ossos e, em meio às outras pessoas que os cercavam, os dois se
divertiram muito, muitas vezes atraindo outros parceiros para a
dança. Assim que os parceiros se afastavam, Dorian e Sam
começaram a dançar juntos mais uma vez até que a dança ficou suja.
Dorian e Sam riam tanto enquanto dançavam sujo, como
sempre faziam quando iam a clubes. Não fazia diferença que Dorian
estava acasalado agora, casado mesmo - eles eram como irmãos,
amigos muito próximos, e era um momento para eles se soltarem e
se divertirem seriamente juntos.
Quando ficaram sem fôlego, caminharam até o bar para
pegar mais bebidas, refrescando suas gargantas secas.
— Isso foi realmente bom. Eu precisava disso, — Dorian
gritou.
— Huh. A vida de casado está sugando toda a sua diversão?
— Sam atirou de volta.
— Zombe o quanto quiser, Sam, quando o verdadeiro amor
bater em sua bunda, vou me certificar de retribuir a provocação.
Sam zombou.
— Amor verdadeiro, minha bunda. Você esqueceu que eu
encontro o amor verdadeiro em cada bunda que fodo? Pelo menos
até acabar.
Dorian colocou a mão na boca de Sam.
— Você é tão rude, — Dorian disse com uma risadinha e
Sam riu, lambendo a palma de Dorian, o que fez Dorian recuar em
horror e olhar para o seu amigo. Isso só fez Sam rir ainda mais, até
que uma gota de lágrima escorreu pelo lado esquerdo de seu olho.
Dorian limpou a mão em seu jeans skinny, mas as
travessuras de seu amigo forçaram uma risada dele, também, e logo
pediram mais bebidas, bebendo durante toda a noite.
Os dois ainda estavam conversando e rindo quando
perceberam que um caminho havia se aberto na pista de dança.
Outros ainda estavam dançando, mas a maioria de seus olhares
estavam fixos no trio que dançava sujo no meio da pista. Os três se
atacavam, e o seu movimento sensual foi o suficiente para induzir o
calor em qualquer um dos espectadores.
— Quem diabos são eles? — Sam gritou, seus olhos nunca
deixando o trio.
— Esses são Justin, Mike e Shawn.
— Os caras de quem você estava me falando?
A reverência na voz de Sam não passou despercebida, e ele
não era o único afetado por esse humor.
— Você nunca mencionou que eram tão gostosos! Eu
baixaria minha calça para qualquer uma dessas bestas.
Dorian caiu na gargalhada tão forte que pensou que suas
costelas iriam rachar.
— Cara, não os deixe ouvirem isso. Ouvi dizer que não
compartilham e são muito possessivos.
— Apenas minha sorte. Todos os bons são sempre
comprometidos, — Sam disse, mas ele ainda não conseguia desviar
o olhar.
Com um metro e noventa, o lindo e musculoso Shawn McKay
exalava perigo com seu cabelo castanho escuro. Com um metro e
noventa de altura, também lindo, mas esguio, Mike Beckley se
destacava completamente com a luz brincando em seu cabelo azul,
seu braço tatuado visível para todos verem de sua blusa. Os dois
cercavam seu companheiro mais baixo, que tinha um metro e
setenta de altura, com um de pé atrás do lindo homem loiro em que
a sua atenção estava focada e o outro parado na frente.
Sem dúvida, o cara do meio recebendo toda a atenção tinha
que ser Justin Chandler, pela descrição de Dorian. Eles se moviam
tão perfeitamente juntos, esfregando seus quadris juntos, e o seu
movimento era puro sexo. Se não fosse pela multidão na sala, todos
podiam ver claramente que o casal faria sexo naquele momento.
Era erótico e os gemidos e suspiros coletivos dos
espectadores disparavam quando Justin tomou a boca de Mike em
um beijo pecaminoso. Todos se inclinaram para mais perto como se
pudessem sentir o beijo se chegassem perto o suficiente - isso era o
quão excitante era um beijo. Quando os dois se separaram, Mike e
Shawn se fecharam em torno de Justin e suas bocas se encontraram
em um choque de dentes, uma demonstração de poder. Enquanto o
beijo entre Justin e Shawn foi de prazer pecaminoso e lentidão, o
beijo entre Shawn e Mike foi de forte poder e domínio.
O trio girou um contra o outro, o empurrão da parte inferior
do corpo de Shawn empurrando o pênis de Justin contra o de Mike.
Os dois mantiveram as mãos em volta do corpo de Justin, segurando
o homem menor no lugar para o seu prazer enquanto praticamente
o fodiam com suas roupas na pista de dança. A visão era muito
erótica, e se Sam era um indicador, não era o único que prendia a
respiração para ver se o casal tiraria a roupa e daria a todos um show
que valesse a pena assistir.
Pela forma como o casal se esfregava e parecia tão em
sintonia na pista de dança, era difícil acreditar que haviam percorrido
um longo e árduo caminho para esse atual estado de felicidade.
Mesmo que não os conhecesse muito bem, achava difícil acreditar
que Justin, Mike e Shawn haviam enfrentado inúmeras provações,
até que a quase morte de Shawn trouxe Justin de volta à realidade.
Aparentemente, Justin estava dividido entre a sua raiva
contra os shifters e o fato de que o destino lhe deu um shifter como
companheiro. Shawn era o shifter enviado da mantilha Santiago, a
maior matilha dos Estados Unidos, para atuar como um embaixador
de sua espécie. Junto com Justin, eles se encarregaram de
coadministrar o primeiro negócio, abrindo assim o comércio entre as
duas espécies como uma forma de manter um controle sobre a paz
recém-descoberta entre as duas raças.
Seu relacionamento tinha começado rochoso com o ódio
profundo de Justin pelos shifters. Mike tinha sido a ponte entre seus
dois companheiros, acalmando e curando as feridas de ambos.
Com as bebidas aparecendo no balcão e parecendo nunca
acabar, Sam e Dorian continuaram consumindo mais álcool. Eles
distraidamente continuaram pegando os copos e bebendo, o tempo
todo sem tirar os olhos do trio na pista de dança. Com o quão
cativante o trio era, todos prenderam a respiração, esperando e
observando o que aconteceria a seguir. Mesmo aqueles que antes
ainda estavam dançando na pista de dança, pararam para olhar para
o trio.
Sam nunca foi tão sexualmente estimulado apenas por
assistir uma dança a ponto de pensar que gozaria sem ajuda em sua
calça. Foi por pouco, mas a aparência de um homem, tão
pecaminosamente sexy, com cabelos escuros e olhos cinzentos que
conhecia tão bem e que só tinha visto por um breve momento, o
aproximou de um orgasmo e o fez tirar os olhos o trio, que estava
ocupado, sem querer, estimulando sexo por todo o clube.
Alistair Costanova.
O homem sexy pra caralho que o confundiu
momentaneamente com outra pessoa e saiu tão rápido que não teve
tempo de seduzi-lo vinha caminhando em direção onde estava
sentado no banquinho. Sentiu um formigamento subir pelo seu corpo
quando colidiu com Alistair e a sensação estava gradualmente
voltando para ele enquanto observava o homem.
Dorian foi o único a lhe dizer quem colidiu com ele e saiu
correndo antes que tivesse a chance de juntar duas palavras. Dorian
não disse muito a ele, e o pouco que disse apenas despertou sua
curiosidade. Descobriu que não deixaria a memória daquele encontro
ir.
Sam não tinha notado o outro homem entrar no clube, mas
agora, aqui estavam novamente - um sexto sentido desviou seus
olhos do show erótico diante dele para o deus do outro lado do salão.
Com sua respiração saindo irregular e o rosto corado, Sam rastreou
o movimento do outro homem apenas para sentir como se fosse
dissolver em uma poça quando Alistair apertou seu cabelo em sua
mão e puxou-o, virando o rosto para cima e tomando sua boca em
um beijo brutal.
Era segurar Alistair para salvar a sua vida ou sucumbir ao
escorregar do banco e cair no chão em um monte de vergonha. Não
tinha ideia do que havia levado o homem a caminhar até ele e beijá-
lo, mas não estava reclamando. De jeito nenhum estava fazendo
isso. Na verdade, estava agradecendo a sua estrela da sorte por este
belo e absolutamente lindo homem beijando-o.
Um gemido escapou de sua garganta e Sam não tinha a
menor preocupação no mundo onde estavam ou quem estava por
perto. Se este homem queria jogá-lo na cama, ele era totalmente a
favor. Tão abruptamente quanto o beijo começou, ele terminou. Com
os olhos ainda fechados, Sam tentou perseguir a boca que havia se
afastado, mas as mãos fortes de Alistair o seguraram até que um
gemido de frustração saiu de sua boca e os seus olhos abriram de
desejo e confusão.
— Por que você parou?
— Eu não deveria ter feito isso, — Alistair disse, seus olhos
ficando cinza aço e endurecendo. Ele sem cerimônia empurrou Sam
para longe, passando a mão pelo cabelo. — Isso foi um erro. Não vai
acontecer de novo.
Com isso, o enlouquecedor e sexy homem se afastou,
caminhando em direção à saída e desaparecendo de vista.
Sam colocou a mão nos lábios ainda doloridos, confusão e
raiva brincando em suas feições.
— O que diabos aconteceu? — Perguntou a ninguém em
particular, lutando contra a vontade de ir atrás do homem para exigir
uma resposta.
Mark e Tony logo estavam ao seu lado e segurando um
Dorian bêbado entre eles.
— Sr. Hayes, acho que é hora de voltarmos para casa. Nosso
consorte acabou por hoje.
Sam virou para encarar Dorian, que estava quase dormindo.
Tinha esquecido que Dorian não conseguia segurar o seu álcool bem.
Ser um shifter era a única coisa que impediu Dorian de desmaiar de
uma forma bêbada horas atrás, com todo o álcool que consumiram.
Sam acenou com a cabeça e levantou, balançando em seus pés.
Também não tinha percebido que tinha ficado bêbado. Ou
havia algo na bebida ou era muito potente, e estavam consumindo
por horas. Tony saltou para frente para pegar Sam antes que caísse
de cara no chão e, juntos, a dupla correu para o carro antes de dirigir
para a mansão.
Essa era a última coisa que lembrava antes de desmaiar.
Sam acordou com uma forte dor de cabeça e uma luz
brilhante filtrada pelas cortinas. Gemeu de dor e correu para o
banheiro antes de jogar o conteúdo de seu estômago na pia
imaculada. O que quer que o barman tenha servido na noite anterior,
nunca mais beberia. Maldições e palavrões explodiram dele enquanto
seu estômago enrolava e mais vômito escapava de sua boca.
Ficou lá por meia hora, adorando o deus da porcelana
enquanto pensamentos e imagens da noite anterior voltavam à sua
mente. Não conseguia acreditar que Alistair o havia beijado.
Raciocinou consigo mesmo que era possível que os seus olhos
tivessem brincado com ele e que fosse sua própria imaginação
brincando em sua mente, fazendo-o pensar que foi real.
Pelo amor de Deus, nem conhecia o homem. Só o tinha visto
por tipo, cinco minutos no máximo. De jeito nenhum aquele encontro
atingiu o outro homem o suficiente para que estivesse no clube e
beijasse Sam. Finalmente concluiu que tudo tinha sido sua
imaginação e deixaria por isso mesmo.
Caminhando até a pia, pegou a escova e a pasta de dentes
e começou a escovar, lavando o gosto amargo da bile da boca. Em
seguida, entrou no chuveiro, girou o botão para quente e começou a
se lavar delicadamente. Do jeito que estava se sentindo, não tinha
certeza se poderia ter um orgasmo mesmo se colocasse a palma da
mão em seu pênis.
Sam acabou o banho, pegou uma toalha e começou a se
secar antes de ir até o guarda-roupa para pegar algo para vestir. Se
vestiu rapidamente e saiu em busca de uma aspirina. Felizmente
para ele, encontrou Kevyan em seu andar e rapidamente se
aproximou do homem antes que ele carregasse uma bandeja de
comida para o seu andar e Dorian.
— Ei. Bom dia, Kevyan.
Kevyan olhou para Sam, seu rosto totalmente neutro.
— Exatamente a pessoa que eu queria ver. Então foi você
quem deixou meu companheiro bêbado na noite passada?
Sam deu ao Kevyan um sorriso tímido, que se transformou
em uma careta quando espalmou a cabeça.
— Desculpa. Acho que nós dois estamos pagando por isso
agora, — Sam disse, acenando para o vidro de remédio na comida
na bandeja.
Kevyan bufou.
— Eu nunca vi um companheiro mais mal-humorado do que
agora.
— Aposto. Posso tomar um pouco dessa aspirina?
— Eu deveria te deixar sofrer, — Kevyan disse
provocadoramente, e o beicinho suplicante no rosto de Sam
finalmente arrancou um sorriso dele.
— Mas sirva-se. Dorian pode não precisar, mas é melhor
prevenir do que remediar.
— Muito obrigado, — Sam disse antes de despejar dois
comprimidos em sua mão e colocá-los na boca.
— O café da manhã está servido lá embaixo. O melhor café
quente se quiser comer antes da refeição do meio-dia.
— Deus, não acho que posso suportar a ideia de café da
manhã agora. Talvez um suco, mas isso é tudo. Caso contrário, é
hora de adorar o deus da porcelana mais uma vez, — Sam disse com
um estremecimento.
Soltando gargalhadas, Kevyan balançou a cabeça e
continuou sua jornada escada acima para o seu companheiro.
Movendo-se na direção oposta, Sam desceu as escadas, segurando-
se no corrimão para se equilibrar.
Uma risada veio de trás dele e, virando cautelosamente, Sam
viu Christiana rindo de suas travessuras.
— Ressaca?
Sam fez uma careta.
— A pior.
Christiana deu uma risadinha.
— A casa inteira já está fervilhando com as atividades de
você e Dorian na noite passada. Duvido que Dorian esteja se saindo
muito melhor esta manhã, especialmente com uma dentição de Rorik
em suas mãos.
Sam riu, depois estremeceu de dor.
— Não me faça rir. Tenho certeza de que ele está me
xingando agora.
Sam estremeceu, riu de novo e espalmou a cabeça.
— Puxa, minha cabeça dói pra caramba.
Deslizando as mãos pelo braço de Sam, ela o puxou.
— Venha agora, não seja um bebê sobre isso. Ações e
consequências, você sabe.
— Deus, isso soa quase tão cruel quanto eu me sinto. Nunca
mais vou beber aquelas bebidas potentes servidas na boate de novo,
— Sam disse com um beicinho.
Christiana riu, o som musical flutuando ao redor deles.
— Nunca diga nunca.
Sam olhou para Christiana como se ela tivesse perdido a
cabeça.
— Nunca, nunca, nunca. Nunca mais.
Christiana riu, balançando a cabeça com as palhaçadas fofas
do amigo de Dorian. Sam era divertido e excessivamente dramático
- assim como Dorian. Esses dois eram como duas ervilhas em uma
vagem. Eles se complementavam muito bem. Ainda brincando
juntos, Christiana levou Sam para a grande sala de jantar, onde
apenas um punhado de guerreiros estavam sentados, tomando um
café da manhã tardio.
O olhar de Sam imediatamente travou no homem mais lindo
e musculoso da sala, sua risada flutuando enquanto conversava com
os homens ao seu redor. Um latino sentava ao lado de Alistair, mas
o olhar de Sam estava cravado apenas no homem que prendeu sua
atenção. De perto e à luz do dia, Alistair era ainda mais lindo e
deslumbrante do que imaginava.
Sangue desceu de sua cabeça, deixando-o quase tonto
quando seu pênis começou a encher. Seu membro suave endureceu
com a visão de Alistair e o som do timbre profundo e rouco de sua
voz. Queria tanto lamber o outro homem da cabeça aos pés, tocá-lo,
saboreá-lo e beijá-lo. Foi uma tortura, ficar enraizado no local e
incapaz de esconder sua reação ao homem.
Com o rosto vermelho como uma beterraba, o batimento
cardíaco acelerado e quase ofegante, Sam parecia alheio a todo o
ambiente. Todos os outros ficaram em segundo plano e parecia que
havia ficado ali por horas, admirando as qualidades de Alistair.
Ninguém nunca o fez sentir tanto no espaço de segundos, e ninguém
nunca o deixou instantaneamente duro apenas por olha-lo ou ouvi-
lo falar.
Na verdade, Sam nunca tinha contado com isso acontecendo
com ele. Sempre zombou da ideia de amor, e embora o que pudesse
estar sentindo fosse luxúria, era mais poderoso do que o que sentiu
no passado. Isso o deixaria vulnerável e odiava. Odiava se sentir
vulnerável. Não fazia parte de sua composição, mas não conseguia
deixar de sentir sempre que estava perto deste homem.
— Tudo bem, Sam? — A voz de Christiana flutuou através
da névoa nebulosa em que estava enfeitiçado, trazendo-o de volta
ao presente.
— Está tudo bem. Devíamos encontrar um lugar para
sentar, — Sam disse antes de ir para onde Alistair estava sentado,
sentando ao lado dele.
Sam pegou um prato na mesa e começou a empilhar comida,
embora a ideia de comer fizesse seu estômago estremecer. Estava
nervoso por estar perto de Alistair, e os pensamentos de ontem
surgiram em sua mente. Ainda não tinha certeza se tinha realmente
acontecido ou tudo era parte de sua imaginação, mas o seu rosto já
estava esquentando.
— Faminto hein? — Christiana perguntou com uma risada.
Foi então que Sam percebeu a comida que empilhou no
prato. Com um gemido e um discreto olhar de soslaio para Alistair,
soltou o ar pela boca em alívio. Alistair não estava olhando-o, mas
se perguntou se o outro homem estava fazendo isso de propósito ou
apenas era indiferente a ele.
Alistair não era tão alheio a San quanto fingia ser, no
entanto. Ele enrijeceu, suas feições endureceram com a mera
proximidade de Sam. Não importa o quanto quisesse empurrar o
outro homem para longe dele, parecia que não ia ser assim.
Independentemente disso, se esforçaria mais. Estava monitorando
cada movimento que o humano fazia desde que entrou na sala com
a sua princesa.
Alistair queria muito tocar o humano. Se arrependeu e
gostou da noite passada e não tinha certeza se o homem se lembrava
do beijo entre eles. A única coisa que conseguiu confirmar, porém,
foi que Sam era irrevogavelmente a reencarnação de seu amor há
muito perdido, Asher. Um pequeno gole do doce e peculiar sangue
do humano tinha confirmado isso para ele, mas o que não tinha
certeza era se Sam era ou não um mago como Asher tinha sido.
Verdade, havia aquele toque no sangue, mas poderia ser
explicado como resíduos de ser reencarnado, então não tinha cem
por cento de certeza. Outra coisa que confirmou, Sam era seu
companheiro. O destino lhe havia dado uma segunda chance, mas
não tinha certeza se merecia essa segunda chance ou mesmo deveria
aceitá-la.
— Oi. Não conseguimos realmente nos apresentar na outra
vez. Eu sou Sam Hayes, — Sam disse com um sorriso hesitante,
estendendo a mão para Alistair pegar.
Alistair olhou para a mão oferecida, depois para o sorriso
nervoso no rosto de Sam. Olhou para Sam e a sua mão estendida
até que o sorriso se tornasse incerto no rosto do outro homem antes
de levantar e apontar para o latino ao lado dele.
— Vamos, Rodrigo. Temos muito o que fazer hoje.
Com a bandeja firmemente na mão, Alistair marchou para
fora da sala, despejando seus restos de comida ao sair.
Com o rosto aquecido, o sorriso de Sam se transformou em
uma carranca e apertou a palma da mão, balançando a cabeça antes
de deixar sua mão cair para o lado. Havia perdido o apetite e não
podia fazer nada depois de ver o olhar de pena no rosto de
Christiana. Sam brincou com a comida em seu prato, incapaz de
olhar para cima, pois sentia como se todos os olhos estivessem nele.
Desconfortável, Sam finalmente levantou e saiu da sala,
mantendo a cabeça erguida enquanto caminhava. Só queria ficar
sozinho naquele momento. Sam não suportava a ideia de estar perto
de outras pessoas - não depois de ser tão publicamente humilhado e
rejeitado. Desejou que um buraco se abrisse e o engolisse inteiro.
Independentemente de quão dramático isso o tornasse, não
conseguia evitar o que sentia.
Lindo ou não, bonito ou não, Alistair Costanova era um
idiota. Um grande idiota. O maldito idiota estava tão cheio de si. Sam
não conseguia acreditar que havia sido tão desprezado. Sam
caminhou ao redor de seu quarto até que parecia que tudo estava se
fechando sobre ele. Então pegou sua carteira e desceu correndo as
escadas.
Precisava de alguns momentos para si mesmo, e não queria
estar mais lá.

Alistair e Rodrigo estavam no escritório de Kevyan,


examinando política, segurança e os problemas que estavam
enfrentando.
— Como deseja proceder com os homens, senhor? — Alistair
perguntou.
— Como eles estão se acomodando? — Kevyan respondeu
com uma pergunta própria.
— Eles estão acomodados. O melhor que pode ser no
momento. Eles não têm ideia do verdadeiro propósito de estarem
aqui, então são cautelosos na melhor das hipóteses e desconfiados
na pior das hipóteses, — Rodrigo relatou.
Kevyan acenou com a cabeça.
— Vou começar o questionamento. Reúna os homens na
sala de estar e envie-os um de cada vez. Mais fácil garantir que não
tenham tempo para combinar suas histórias. Usarei o escritório no
térreo. Assim que terminar de questionar cada pessoa, certifique-se
de que saiam pela porta lateral pelo corredor que leva ao escritório.
Não desejo que o resto veja os homens que foram interrogados.
Alistair acenou com a cabeça, entendendo Kevyan
imediatamente.
— Nós vamos acertar isso.
Gesticulando para Rodrigo, os dois se despediram, deixando
Kevyan pensando nas possibilidades e resultados.
Não demorou muito para que iniciassem o interrogatório. Os
homens estavam reunidos na sala de estar sem acesso à internet e
telefone. Justin Chandler irrompeu na sala de estar, marchando
rapidamente pelo corredor até o escritório.
— Vim assim que recebi a mensagem, senhor, princesa, —
Justin disse com os respectivos acenos de cabeça. — Quando você
estiver pronto.
Ele apertou o braço de Alistair antes de se acomodar em um
dos assentos ao lado de Kevyan.
Alistair foi até a janela, olhando preguiçosamente através
dela. Ele deu a impressão de alguém que preferia estar em qualquer
outro lugar que não ali, que estava lá apenas no corpo, mas não na
mente. Isso era, para qualquer um que não conhecesse Alistair tão
bem quanto Justin. Apenas os menores detalhes sobre a forma como
Alistair estava desmentiam a verdade naquela declaração.
Com Kevyan sentado no meio, Christiana Melrose à
esquerda, Justin à direita e Alistair nunca deixando seu posto,
estavam prontos para o início do interrogatório.
— Agora por favor. — Kevyan sinalizou e Rodrigo saiu para
trazer os homens um de cada vez.
A porta abriu para um dos representantes asiáticos. Assim
que a porta fechou atrás do asiático, ele fez uma reverência,
mostrando seu respeito, antes de sentar no lugar que Kevyan fez um
gesto para que ocupasse.
— Obrigado por dedicar seu tempo para estar aqui. Espero
que entenda que, por razões de segurança, todos devem ser
questionados para garantir que não haja nenhuma ameaça em minha
casa, — Kevyan disse, e quando o asiático assentiu, Kevyan
continuou. — Apresente-se, por favor.
— Meu rei, princesa, sou Aki Watanabe, o segundo em
comando do Senhor Yoshida. Estou à sua disposição, — Aki disse,
apresentando-se formalmente de acordo com o protocolo.
— Bom. Vou fazer perguntas bem padronizadas. Só exijo
uma resposta sim ou não, a menos que seja solicitado a elaborar, —
Christiana disse, assumindo a liderança no questionamento enquanto
Kevyan relaxava para assistir.
— Sim, minha senhora, — Aki respondeu.
— Você foi informado sobre a situação atual que estamos
enfrentando?
— Sim, minha senhora.
Christiana ergueu os olhos do arquivo que segurava nas
mãos.
— Basta um sim ou não. Não há necessidade de se submeter
a formalidades.
— Sim, minha se... sim, — Aki disse, rapidamente se
corrigindo.
— Bom Bom. Por favor, explique o que briefing2 envolve.
— Estamos enfrentando o dilema de alguém criando
vampiros, vampiros desonestos, — Aki respondeu, seu sotaque
tornando as palavras quase incompreensíveis.
Christiana acenou com a cabeça.
— Você encontrou algum desonesto em seu território?
— Não.
— Você estava ciente antes do briefing sobre os vampiros
serem criados?
— Não.
— De quem você suspeita de violar esta lei?
— Ninguém vem à mente, minha senhora.
Olhando para o asiático, Christiana cruzou as mãos sobre a
mesa, inclinando-se para frente.
— Você concorda com a lei que proíbe vampiros de serem
criados sem permissão expressa de seu rei e membros do conselho?
— Sim.
— Você guarda rancor contra o seu membro do conselho ou
qualquer outro membro do conselho?
— Não.
— Você discorda da maneira como o seu membro do
conselho governa o território sob o qual você se enquadra?
— Tenho algumas divergências, mas nada importante.
— Como você descreveria o seu conselheiro?

2 Briefing é um conjunto de informações ou uma coleta de dados passados em uma reunião para o
desenvolvimento de um trabalho ou documento. Esse é um instrumento muito utilizado em Administração,
Relações Públicas, Design e na Publicidade.
— Lorde Yoshida é um governante justo. Rigoroso, mas
justo.
— E você? A quem você deve sua fidelidade?
— Ao meu rei, em primeiro lugar, ao meu conselheiro em
segundo lugar.
— Você é uma ameaça para a nossa raça?
— Não.
Christiana olhou nos olhos de Aki quando fez sua próxima
pergunta.
— E você pretende ser uma ameaça para alguém neste
território?
— Não.
— Se você encontrar um vampiro criado, criado sem
permissão expressa, qual será o seu curso de ação?
Aki franziu a testa, parecendo pensar sobre isso antes de
responder.
— Determinar sob quais circunstâncias o vampiro foi criado.
Determinar quem criou o vampiro. Considerar as ações do vampiro
desde o momento da criação até hoje. Se houver qualquer intenção
maliciosa, executar o vampiro no local, então informar ao Lorde
Yoshida. Se o vampiro não for uma ameaça, levá-lo até Lorde
Yoshida para que um curso de ação seja decidido.
— Obrigado, Watanabe. Isso é tudo, — Christiana disse,
acenando com a permissão para o asiático se retirar.
Seus rostos nunca revelando seus pensamentos, eles
observaram Aki se curvar respeitosamente antes de se despedir
deles. Enquanto o restante dos guerreiros de Aki entrava para ser
interrogado, eles recebiam respostas semelhantes. Embora suas
palavras fossem um pouco diferentes, a honestidade vibrando no ar
não deu a Kevyan e ao seu povo nenhum motivo para preocupação
com o território asiático.
Em seguida, veio o escocês em seu kilt tartan, vestido em
trajes tradicionais. Depois de se acomodar na cadeira em frente ao
trio, Kevyan fez um breve discurso antes de pedir que o escocês se
apresentasse.
— Meu soberano, princesa, sou Callum Grier, o segundo em
comando de Lorde McAvoy, à sua disposição, senhor.
— Callum. — Christiana acenou com a cabeça. — Posso me
referir a você como Callum?
— Como agrade a vossa senhoria, — Callum respondeu, seu
sotaque escocês denso enquanto inspecionava cada pessoa na sala.
— Vou fazer perguntas bem padronizadas. Só exijo uma
resposta sim ou não, a menos que seja solicitado a elaborar. Um
simples sim ou não basta. A formalidade é desnecessária, —
Christiana disse.
— Sim, sua senhoria, — Callum respondeu.
— Você foi informado sobre a situação atual que estamos
enfrentando?
— Sim.
— Por favor, explique o que o briefing envolve.
— Nós temos vampiros criados correndo por aí.
Aparentemente, alguém resolveu infringir a lei e os criou, — Callum
respondeu.
Christiana acenou com a cabeça.
— Você encontrou algum desonesto em seu território?
— Não.
— Você estava ciente antes do briefing sobre vampiros
serem criados?
— Não.
— De quem você suspeita de violar esta lei?
— Ninguém vem à mente que eu saiba.
Olhando para o escocês, Christiana cruzou as mãos sobre a
mesa, inclinando-se para frente.
— Você concorda com a lei que proíbe os vampiros de serem
criados sem permissão expressa concedida pelo seu rei e membros
do conselho?
— Sim.
— Você guarda rancor contra o seu membro do conselho ou
qualquer outro membro do conselho?
— Não.
— Você discorda da maneira como o seu membro do
conselho governa o território sob o qual você se enquadra?
— Lorde McAvoy, é justo, sim. É óbvio que ele faria qualquer
coisa para proteger o território.
— Como você descreveria o seu conselheiro?
— Lorde McAvoy é um homem franco. Se está descontente,
acredite em mim, você saberia. Ele leva a segurança muito a sério,
mas é um governante justo.
— E você? A quem você deve a sua fidelidade?
— Primeiro ao meu soberano, depois ao meu membro do
conselho em segundo.
— Você é uma ameaça para a nossa raça?
— Não.
Christiana olhou nos olhos de Callum quando fez sua próxima
pergunta.
— E você pretende ser uma ameaça para alguém neste
território?
— Não.
— Se você encontrar um vampiro criado, criado sem
permissão expressa, qual será o seu curso de ação?
Callum franziu a testa, parecendo pensar sobre isso antes de
responder.
— Subjugar o vampiro, então levá-lo direto para Lorde
McAvoy. O desonesto pode defender sua causa lá.
— Obrigado, Grier. Isso é tudo, — Christiana disse,
acenando com a permissão para o escocês partir.
Callum acenou com a cabeça, então saiu da sala, e o resto
de seus guerreiros foram os próximos a serem questionados. Eles
tinham a mesma ideia que o seu segundo em comando. Como
empática, Christiana pôde deduzir que todos falavam a verdade, sem
omitir nada.
Assim que o último escocês saiu da sala, Justin virou para
Kevyan.
— Não gosto que ninguém, a não ser McAvoy, decida o
destino do vampiro. É como se eles lavassem as mãos dos vampiros
criados e tudo o que for decidido é a palavra final. O que soma a
base para saber se o vampiro criado deve ser poupado ou não?
— Eu concordo com o seu ponto, Justin, veremos isso
quando o interrogatório terminar.
Levantando ligeiramente a voz, Kevyan berrou:
— Próximo!
Luther Constantinides entrou na sala e, a um gesto de
Kevyan, sentou em frente aos interrogadores.
Kevyan, como de costume, fez um breve discurso,
reconhecendo a presença de Luther antes de dizer:
— Por favor, apresente-se.
— Meu rei, princesa, sou Luther Constantinides, o segundo
em comando de Lorde Giannopoulos e a seu serviço.
— Bom. Vou fazer perguntas bem padronizadas. Só exijo
uma resposta sim ou não, a menos que seja solicitado a elaborar, —
Christiana disse, mais uma vez, assumindo a liderança no
questionamento enquanto Kevyan relaxava para assistir e Justin
observava do outro lado de Kevyan, ocasionalmente anotando coisas
em seu iPad.
— É claro, — Luther respondeu.
— Você foi informado sobre a situação atual que estamos
enfrentando?
— Sim, princesa.
Christiana ergueu os olhos do arquivo que segurava nas
mãos.
— Basta um sim ou não. Não há necessidade de se submeter
a formalidades.
Luther assentiu com a cabeça e Christiana continuou com a
sua linha de questionamento.
— Bom. Por favor, explique o que o briefing envolve.
— Alguém está criando vampiros, — Luther resumiu em sua
voz séria.
Christiana acenou com a cabeça.
— Você encontrou algum desonesto em seu território?
— Não.
— Você estava ciente antes do briefing sobre os vampiros
serem criados?
— Sim.
Ao mesmo tempo, todos eles, exceto Alistair, olharam Luther
nos olhos, mascarando sua surpresa no último minuto.
— Como você estava ciente disso? — Justin perguntou,
interrompendo o interrogatório de Christiana.
Luther franziu a testa.
— Ouvimos a notícia primeiro, e isso foi antes do briefing.
Christiana acenou com a cabeça e continuou:
— Quem você suspeita de violar esta lei?
— Realmente não dá para dizer.
— Você concorda com a lei que proíbe vampiros de serem
criados sem permissão expressa de seu rei e membros do conselho?
— Sim.
— Você guarda rancor contra o seu membro do conselho ou
qualquer outro membro do conselho?
— Não realmente.
— Você discorda da maneira como o seu membro do
conselho governa o território sob o qual você se enquadra?
— Sempre há algumas divergências.
— Como você descreveria o seu conselheiro?
— Lorde Giannopoulos é muito consistente.
— E você? A quem você deve sua fidelidade?
— Ao meu rei, é claro.
— Você é uma ameaça para a nossa raça?
— Não.
Christiana olhou nos olhos de Luther quando fez sua próxima
pergunta.
— E você pretende ser uma ameaça para alguém neste
território?
— Não.
— Se você encontrar um vampiro criado, criado sem
permissão expressa, qual será o seu curso de ação?
Luther respondeu sem pestanejar:
— Eles são mortos na hora.
— Obrigada, Constantinides. Isso é tudo.
Christiana acenou com a permissão para que Luther partisse.
Seus rostos nunca revelando seus pensamentos, eles
observaram Luther acenar com a cabeça respeitosamente antes de
partir. Trocando olhares um com o outro, eles usavam expressões
combinando quando obtiveram uma resposta semelhante dos
homens de Luther.
— Qual foi a sua opinião sobre as respostas deles? — Kevyan
perguntou à sala em geral, assim que todas as entrevistas finalmente
terminaram.
— Todos pareciam estar generalizando os mesmos
pensamentos, — disse Justin.
Christiana acenou com a cabeça.
— No entanto, todos falavam a verdade. Nenhum deles
mentiu abertamente.
— Alistair, o que você achou? — Kevyan questionou.
Virando e descansando contra a janela, Alistair cruzou os
braços sobre o peito, uma carranca, que geralmente aparecia sempre
que estava perdido em pensamentos, firmemente em seu rosto.
— Havia algo estranho no povo de Servain. Meu instinto diz
que há mais coisas acontecendo lá. Tive a mesma sensação do
pessoal de Reynolds. E tenho a impressão de que o pessoal de Volex
não dá a mínima para nada. O problema não os afeta, então parecem
passivos, embora prefiram que o problema não tenha surgido.
Kevyan acenou com a cabeça.
— Colocado sucintamente. Não podemos agir apenas com
base no sentimento, no entanto. Precisamos de algo mais concreto
ou conducente para prosseguir.
— Eu também concordo. Por que não os observamos mais
um pouco? Lhes de a mesma liberdade que os deste território têm e
coloque nossos homens ao redor deles. Se eles abaixarem a guardas,
podem deixar algo sair, — Justin sugeriu.
Todos concordaram com a cabeça.
— Não é uma má ideia. Não quero que eles sintam que os
estamos observando. Deixe as coisas progredirem mais
naturalmente. — Kevyan disse.
— Isso significa incluí-los no treinamento e no sparing e,
com o atual arranjo de acomodações, eles já estão bem integrados
ao espaço de nossos guerreiros. Teremos apenas que esperar para
ver. Eles verão através de uma intervenção óbvia de nossa parte
para gerar amizade. Nosso povo não é esnobe. O fato de serem um
grupo amigável facilitará as coisas mais rápido.
— Esperemos.
Levantando Kevyan disse:
— Isso é tudo por hoje. Veremos como as coisas progridem
e, em seguida, nos reuniremos novamente.
Acenando como um só, eles permitiram que Kevyan saísse
da sala com Christiana antes que Justin e Alistair saíssem da sala
juntos.

— Não tão rápido, Alistair. Ande comigo, — Justin disse,


agarrando Alistair pelo ombro quando o homem maior tentou
escapar.
— Tenho uma agenda lotada, Justin. Vamos fazer isso outra
hora, — Alistair disse, não querendo falar porque sabia que era o que
Justin estava querendo.
— Não tão ocupado que não possa me acompanhar. Agora
vamos, e nenhuma outra palavra de protesto.
Alistair bufou.
— Vejo que a vida conjugal te tornou mais mandão do que
o normal.
Justin sorriu.
— Shawn e Mike são piores.
Alistair balançou a cabeça.
— Estou feliz por você, cara. Realmente quero dizer isso.
— Obrigado. Foi difícil no começo, mas resolvemos. Eu me
odiava por deixar Shawn chegar ao ponto de quase desaparecer,
você sabe.
Alistair acenou com a cabeça. No mínimo, entendia o ódio
por si mesmo.
— Foi essa sua teimosia.
— Sim. Sim, foi.
Ficaram em silêncio por um tempo, apenas passando pela
porta e saindo de casa.
— Vai dar um passeio? — Justin perguntou quando pararam
perto do carro que o levaria de volta para os seus companheiros.
Alistair encostou no carro, já balançando a cabeça
negativamente.
— E-eu, uh…
— Apenas entre, Alistair. Vai te fazer bem.
Alistair exalou asperamente antes de acenar com a cabeça e
caminhar para se acomodar no banco do passageiro. Justin se
acomodou no banco do motorista e logo estavam se afastando da
mansão. Eles dirigiram em silêncio e Alistair colocou a mão para fora
da janela aberta e deixou o ar soprar em seu rosto.
Logo, Justin estava entrando no estacionamento do Bond
Nightclub. Ele desligou o motor e virou para Alistair.
— Vamos entrar.
Com isso, ele saiu do carro, batendo a porta atrás de si.
Apertou a chave, ligando automaticamente o alarme assim que
Alistair saiu do carro.
Juntos, entraram no clube vazio e Justin imediatamente
caminhou em direção ao bar, jogou as chaves no balcão e tirou uma
garrafa de um fino uísque de sangue, uma bebida feita de uma
mistura de sangue e uísque. Pegou dois copos e virou para Alistair,
que agora estava sentado em um dos bancos do bar. Justin despejou
o álcool em ambos os copos e deslizou um para Alistair antes de
colocar a garrafa no balcão e dar a volta no bar para sentar ao lado
dele.
— Fale comigo, Alistair. Sou todo ouvidos.
Alistair olhou longa e fixamente para o amigo, então voltou
sua atenção para o copo em sua mão. Engoliu todo o conteúdo em
um gole, então pegou a garrafa e se serviu de outro copo. Alistair
manteve isso até que consumiu um quarto do álcool na grande
garrafa.
Quando estendeu a mão para se servir de outra bebida,
Justin tirou a garrafa dele e colocou-a fora de seu alcance, mas
Alistair não aceitou isso. Acenou com a mão para a garrafa,
gesticulando para Justin passar de volta para ele.
— Se vou te dizer isso, preciso estar muito, muito bêbado.
Eu não posso dizer isso sóbrio.
— Alistair... — Justin disse, vendo a dor no rosto do amigo,
mas sem saber o que fazer para ajudar.
— Basta passar a garrafa, Justin. Vai ser uma história muito
longa.
Suspirando, Justin devolveu a garrafa a Alistair e observou
enquanto seu amigo colocava uma quantidade generosa no copo e
bebia.
— Eu o conheci no mercado. — Alistair bebeu o conteúdo do
copo. — Ele era a coisa mais linda que já vi. Estar com ele foi a
melhor coisa que já me aconteceu. Você deveria tê-lo conhecido.
Você o teria amado. Ele era tão gentil, tão gentil, não pude deixar de
amá-lo.
— Ele quem? — Justin perguntou, segurando a bebida em
seu próprio copo.
— Asher. Meu companheiro, — Alistair disse, engolindo
outro copo de álcool.
— Asher? Você teve um companheiro? Por que eu nunca
soube disso? — Justin perguntou, surpresa em suas feições e
sangrando em sua voz.
— Ele morreu.
Duas palavras, e sugaram a vida de toda a conversa. Justin
desinflou tão rapidamente que foi como uma vela sendo apagada
com o sopro de um dedo. Alistair virou o copo mais uma vez, serviu-
se de uma bebida e a engoliu também. Cansado da restrição de
derramar e beber, Alistair deslizou o copo para longe de si e colocou
a garrafa na boca, engolindo goles de álcool como um homem
morrendo de sede.
Alistair tropeçou para fora do carro, acenando para o Rodrigo
quando o homem chegou para ajudá-lo. Justin tinha chamado
Rodrigo, já que Alistair se transformou em uma bagunça bêbada e
chorosa. Sem condições de dirigir, tanto Justin quanto Rodrigo
levaram o homem até o carro e colocaram o cinto de segurança antes
de Rodrigo voltar para a mansão principal.
Alistair endireitou os ombros, caminhando embriagado em
direção ao prédio que abrigava todos os guerreiros. O prédio era
separado da mansão principal, onde o rei e a sua família moravam.
Este edifício continha mais de cem suítes master, cada uma
projetada para ser uma casa compacta de um quarto com uma sala
de estar.
O edifício dos guerreiros estava ao lado e cerca de um
quilômetro e meio de distância do edifício principal, situado na terra
que abrigava o rei e a sua família - não muito longe que não poderiam
mobilizar seus guerreiros se houvesse algum sinal de perigo, ainda
que não muito perto, para dar à família real um pouco de
privacidade. Mais longe dos edifícios havia uma pequena floresta
circundante e o campo de treinamento dos guerreiros, bem no meio
dos dois edifícios.
Alistair tropeçou ao redor do campo de treinamento,
ignorante e despreocupado pelos poucos olhares que atraiu. Se
endireitava cada vez que o seu movimento refletia o estado de
embriaguez. Vampiros, com o seu metabolismo rápido, não se
embebedavam. No entanto, com a mistura de vários tipos diferentes
de álcool, bem como o sangue que havia consumido, mesmo seu
sistema não poderia metabolizá-lo rápido o suficiente.
Alistair pairava entre um estado de cair de bêbado e dor
induzida pela dor de cabeça. Ele desejava o esquecimento, orava por
ele, mas depois de falar sobre Asher, e desenterrar memórias que
tentou enterrar em seu coração, ele simplesmente não aguentava
mais. A dormência, o vazio em seu coração, e a dor que tinha vivido
pesavam muito.
Quando entrou trôpego em seu prédio, bateu direto em
alguém, sua mente tão longe das ações de seu corpo que realmente
não viu em quem tinha batido.
— Uau, lá. Calma, — uma voz profunda e sensual e alguém
segurou Alistair para impedi-lo de se estatelar no chão.
— Nós sempre nos encontramos assim. Deve ser o destino,
— Sam disse com uma voz provocante.
Alistair virou os olhos turvos para Sam, mas em seu estado
atual, o rosto que viu e a voz que ouviu não eram de Sam, mas de
seu amante morto. Olhar para aqueles olhos azuis hipnotizantes o
deixou sóbrio mais rápido do que jogar gelo nele poderia. A saudade
e o desejo se ergueram em Alistair tão forte que não resistiu a
pressionar os lábios nos de Sam e deixá-los lá.

Sam, por outro lado, foi pego de surpresa quando Alistair


plantou um beijo nele em plena luz do dia. Ficou muito chocado para
quebrar o beijo ou mesmo levá-lo mais longe e apenas ficou lá com
Alistair pressionando os lábios contra os seus. Depois de um tempo,
Sam recuou, então olhou duro para Alistair.
— O que você está fazendo?
— Te beijando, — Alistair disse enquanto tentava plantar
outro na boca de Sam, mas não teve sucesso.
— Você está bêbado?
— Talvez, — Alistair disse com um sorriso fofo, batendo os
cílios e olhando através deles para Sam.
Surpreso, Sam balançou a cabeça.
— Ok, não sei o que fazer. Isso é tudo. Vamos levá-lo para
a cama.
Alistair sorriu.
— Sim, eu sei. Vamos.
E com isso, ele caiu em Sam, deixando o outro homem
suportar a maior parte do seu peso.
— Não desse jeito. Quero dizer a sua cama, — Sam disse
com um leve rubor ao olhar malicioso e sugestivo de Alistair para
ele. Não era tão imune ao outro homem. Pois, mesmo que estivesse
claro que Alistair estava bêbado, seu pênis levantou e tomou
conhecimento do homem bajulando-o.
O sorriso de Alistair tornou-se positivamente perigoso
quando passou a mão no peito firme de Sam.
— Minha cama.
— Não, quero dizer, estou te colocando na cama.
— Sim, por favor.
Frustrado, Sam colocou a mão na cintura de Alistair e levou
o outro homem para dentro do prédio.
— Não vou ficar. Foi o que eu quis dizer. E você vai se
arrepender quando acordar e se lembrar disso.
— Não, eu não vou, — Alistair disse, se inclinando para Sam
e deixando o outro homem levá-lo.
Quando se depararam com alguns guerreiros, Sam parou
para pedir instruções para o quarto de Alistair. Eles logo continuaram
sua jornada, subindo as escadas para o segundo andar, depois ao
virar da esquina até chegarem ao quarto de Alistair. Sam abriu a
porta e levou Alistair para dentro, fechando-a atrás deles antes de
se mover em direção ao quarto.
Com o homem nos braços, Sam não tomou conhecimento da
decoração do quarto, pois estava preocupado em colocar Alistair na
cama. Abriu a porta do quarto, deixando-a entreaberta em seu
caminho e levando o outro homem em direção à grande cama.
Antes que Sam pudesse colocar Alistair na cama, no entanto,
Alistair se moveu até que estava na frente de Sam, apertou seus
braços em torno de Sam, e começou a plantar beijos em toda a sua
bochecha. Por mais que Sam tentasse, não conseguia afastar o outro
homem dele, porque parecia que Alistair tinha mil mãos.
Quando Sam puxou os braços de Alistair para longe de seu
corpo, o homem os enrolou no pescoço. Não havia como tirar Alistair
dele e Sam bufou de frustração. Sua frustração aumentou quando
Alistair deslizou uma mão pela frente até chegar à calça de Sam e
começou a puxar o zíper para baixo.
— Pare com isso! — Sam bateu a mão de Alistair para longe,
mas sem sucesso.
— Mas estou tão excitado, — Alistair disse, com a voz se
tornando um lamento.
Sam rosnou de aborrecimento, movendo-os de volta para a
cama.
— Não estou transando com você quando está claramente
bêbado, — Sam disse, tentando afastar Alistair dele.
Seus esforços foram desperdiçados desde que, em vez de ter
sucesso, tudo o que conseguiu foi empurra-lo para a cama e ir com
ele até cair no peito de Alistair. Seu pouso áspero produziu um
oomph do homem ligeiramente embriagado abaixo dele, mas não
resultou em Alistair o soltando.
— Estou sóbrio, estou sóbrio. Merda, quero tanto você, —
Alistair protestou, beijando cada centímetro de Sam que poderia
chegar e passando suas mãos de polvo sobre o corpo do outro
homem. — Deixe-me ter você. Vou fazê-lo se sentir tão, tão bem!
Sam balançou a cabeça em consternação.
— Você é impossível!
— Sim! — Alistair disse, tomando as palavras de Sam como
um sim. Ele inclinou a boca contra a de Sam e levou-a num beijo
profundo. Empurrou a língua na boca do Sam, incitando o outro
homem para brincar.
Sem quebrar o beijo, Alistair rolou na cama até que Sam
estava abaixo dele, e começou a desabotoar a camisa de Sam. Sam
levantou ligeiramente para que Alistair pudesse puxar o material
para longe de seu corpo. Quando isso foi afastado, Alistair começou
a trabalhar na calça de Sam, sentado nos quadris de Sam e
empurrando a calça pelas pernas junto com as cuecas boxer que o
outro homem estava usando. Sam pedalou suas pernas até que o
material deslizou para baixo, então chutou tudo fora exibindo seu
corpo nu para o banquete de Alistair.
Alistair deslizou entre as pernas de Sam e empurrou-as mais
afastadas com as suas coxas e mãos antes de cair no pênis vazando
de Sam. Empurrou seus pênis juntos, se esfregando em um Sam nu
diante dele enquanto ainda estava vestido. A frustração de não
querer nada entre eles cresceu até que Alistair finalmente se afastou
dos lábios de Sam e puxou a camisa sobre a cabeça, lançando-a atrás
dele.
Alistair olhou para o homem jogado diante dele. Levantou as
pernas de Sam, depois as colocou na cama para que fossem
dobradas no joelho. Agarrou a coxa interna de Sam e olhou o ânus
com olhos famintos, pressionando a ponta de seu dedo contra a bela
entrada da estrela.
Rastejando de volta para a cama, Sam se afastou de Alistair:
— Merda, tudo bem! Mas de jeito nenhum você está me
fodendo sem algum lubrificante.
Alistair sorriu e o seu rosto se iluminou com excitação
inabalável enquanto começava a dar beijos quentes por toda a pele
que tinha exposto.
— Lubrificante está na gaveta ao seu lado.
Balançando a cabeça, Sam se esticou na cama e chegou à
mesa de cabeceira, ignorando Alistair, que ainda estava preso à pele,
chupando e beijando o seu torso. Abriu a gaveta e retirou a garrafa
de lubrificante, e então começou a despejar uma quantia generosa
em sua mão. Escondendo um sorriso diabólico, Sam passou a
substância fria pelas costas nuas de Alistair e o outro homem se
afastou dele, gritando de surpresa.
Alistair olhou para Sam sem dizer uma palavra.
— Desculpe, — Sam disse com um encolher de ombros. —
Tire a calça, sim?
— Tudo bem.
Em seguida, um sorriso lento se espalhou pelos lábios de
Alistair.
— O que foi? Por que esse sorriso? — Sam perguntou com
um pouco de trepidação e emoção quando começou a preparar o seu
ânus para Alistair.
— Vou foder a sua bunda, — Alistair disse, puxando a calça
e cueca de uma só vez. Chutou o material ofensivo para longe de
suas pernas e depois subiu de volta em cima de Sam. Usou as pernas
para abrir ainda mais as pernas de Sam e olhou para o dedo de Sam
entrando e saindo de seu ânus faminto.
— Meu! — Alistair rosnou, puxando a mão de Sam para
longe de seu ânus e derramando o lubrificante em sua própria mão.
Alistair empurrou um dedo em Sam e o outro homem gemeu
quando atingiu a próstata diretamente. Alistair rolou o dedo dentro
do corpo dele, provocando um gemido de Sam. Puxou o dedo para
fora, e depois empurrou dois. Trabalhou o ânus de Sam
completamente até que Sam era uma bagunça abaixo dele.
Balançando as pernas de Sam sobre os ombros, Alistair
alinhou seu pênis com o ânus brilhante de Sam antes de pressionar
a ponta de seu pênis contra ele.
— Entre em mim, Alistair! — As palavras de Sam foram
sussurradas entre os dentes bem apertados.
Agarrando o cobertor abaixo dele, Sam apertou os olhos
firmemente fechados enquanto Alistair deslizava para dentro dele.
Dor e prazer guerrearam dentro de seu corpo, a dor quente quando
a sensação de ser esticado e cheio o superou. Segurou Alistair pela
cintura contra ele, silenciosamente deixando o homem saber para
manter-se parado dentro dele e não se mover enquanto se ajustava
à sensação de seu pênis.
Logo, a dor recuou e o prazer inundou seu corpo. Quando
estava confortável, Sam mexeu a bunda e acenou com a cabeça para
o homem se mover. Sam mordeu o lábio inferior quando Alistair se
retirou, deixando apenas a cabeça de seu pênis em Sam antes de
bater de volta.
Ambos gemiam juntos, gemendo o nome um do outro.
Alistair rolou os quadris, segurando as coxas levantadas de Sam para
se posicionar em um ângulo que o fez ir mais fundo.
— Oh Deus, Alistair, foda-me com mais força, — Sam gritou,
contorcendo-se de prazer sob o seu amante.
Alistair entrou em Sam várias vezes, o ritmo mais rápido e
mais rápido, levando ambos a um orgasmo rápido. A cada impulso,
Alistair tocou a próstata de Sam e o outro homem apertou o pênis
de Alistair, ordenhando-o.
Com o prazer conduzindo os dois, Sam agarrou seu próprio
pênis e começou a acariciá-lo cada vez mais rápido. O sexo era
selvagem e sem controle e feroz enquanto Alistair batia em Sam
incansavelmente. O único som que enchia o quarto era o de pele
batendo contra pele e os gemidos e grunhidos combinados de Sam
e Alistair. Não demorou muito para que Sam estivesse gozando por
todo o estômago e Alistair não muito depois dele.
— Alistair! — Sam gritou, suas veias levantadas e esticadas
contra a sua testa e pescoço enquanto continuava atirando jatos de
sêmen branco e leitoso contra o seu estômago.
— Asher! — Alistair gritou, atirando jatos de esperma dentro
de Sam.
Alistair se jogou contra Sam, fodendo-o através de seu
orgasmo até que o prazer foi demais para conter. Eles gemiam e
cavalgavam o alto da felicidade orgástica até não terem mais nada
para dar e estavam completamente e totalmente exterminados.
No momento em que Alistair saiu de Sam, ambos entraram
em colapso um contra o outro, esgotados até mesmo para manter
suas pálpebras abertas. Não demorou muito para que apagassem.

Sam piscou contra a luz brilhante que encheu o quarto. Ele


gemeu, virando na cama e se esticando sonolentamente contra os
lençóis brancos.
— Acordado? — Perguntou uma voz familiar.
Se espreguiçando languidamente, Sam espiou através de um
olho semiaberto e gemeu, sorrindo quando viu Alistair olhando-o ao
lado da cama em toda sua glória nua. Sam gemeu e fechou os olhos,
desejando que pudesse dormir mais — ou ser acordado totalmente
por um boquete.
— Você vai levantar?
Sam suspirou e estalou os dois olhos abertos, passando-os
sobre o corpo deliciosamente musculoso de Alistair. Lambeu os lábios
secos, mas não levantou ou mesmo levantou a cabeça.
— Estou bem.
Alistair grunhiu, não mostrando nada em sua expressão.
— Você precisa ir embora.
Sentindo que Alistair não diria nada, Sam perguntou:
— Quem é Asher?
— Por que você quer saber? — Alistair rebateu, respondendo
Sam com uma pergunta própria enquanto puxava sua cueca e
começou a vestir a sua calça.
— Você me chamou de Asher quando gozou ontem à noite.
Surpreso, Alistair fez uma pausa com uma perna na calça e
a outra fora. Balançou a cabeça em uma carranca, em seguida,
voltou a se vestir.
— Eu... ele... você não precisa saber.
— A merda de sempre. — Sam zombou de aborrecimento.
— Isso é tudo que você vai me dar?
Alistair passou a mão pelo cabelo, suspirando.
— Olha, Sam, a noite passada foi um erro. Não deveria ter
acontecido e não vai acontecer de novo.
Sam ficou sem palavras com a insensibilidade de Alistair.
— Eu não sou um substituto para ninguém. Nunca fui um a
minha vida inteira e não vou começar agora. Você me deve uma
resposta.
O rosto de Alistair estava limpo de qualquer emoção quando
olhou friamente para Sam.
— Eu não lhe devo nada, Sam. Foi sexo, puro e simples, um
erro horrível que não vou cometer de novo. Agora, por favor, saia.
— Você... seu bastardo.
Sam levantou da cama, vestindo suas roupas às pressas,
despreocupado sobre como estavam enrugadas. Nunca foi tão
insultado em sua vida e era demais para o seu ego tomar.
— Seu filho da puta, baixo e sujo. Não sei o que vi em você,
mas espero que você e este Asher apodreçam no inferno!
Com o máximo de talento e drama que pode reunir, Sam
saiu do quarto, batendo a porta fechada em seu caminho e fazendo
o mesmo com a porta externa.

Sam estava com raiva. Na verdade, estava fervendo de


raiva. Estava com tanta raiva que não conseguia se conter. Queria
quebrar alguma coisa. Queria tanto bater em alguém – de
preferência Alistair – mesmo que fosse contra tudo o que era.
— Foda-se ele! Foda-se aquele bastardo sem coração! —
Sam gritou em seu travesseiro.
Bateu a cabeça várias vezes no travesseiro macio, chutando
as pernas contra a cama em sua raiva. No momento em que entrou
em seu quarto, foi oprimido pelo anseio de lavar o seu corpo para se
limpar e seguir em frente. Seu vocabulário desde que saiu do quarto
de Alistair se centrou em insultos criativos lançados contra o outro
homem.
Ele simplesmente não conseguia acreditar na ousadia dele,
gritando o nome de outro homem quando gozou, então, jogou-o para
fora sem cerimônia na manhã seguinte. O homem nem mesmo foi
educado com relação a isso. Nunca em sua vida se sentiu como uma
prostituta, mas estava perto pelo tratamento de Alistair com ele.
Por vários dias, Sam ficou fora do caminho de Alistair.
Sempre que via o homem, o esnobava, afastando-se como se o
homem fosse invisível. Nunca falou uma palavra com Alistair ou
mesmo reconheceu sua presença, a tal ponto que algumas pessoas
começaram a notar.
Ao invés disso, Sam passava seu tempo fora até tarde e
festejando muito no Bond Nightclub. Quando Dorian comentou sobre
o seu comportamento, Sam o ignorou, mas o que nunca disse ao seu
melhor amigo foi que as noites passadas bebendo até o
esquecimento apenas o deixavam se sentindo cada vez mais vazio.
Mais do que isso, se envolveu com o orfanato recém-
construído na cidade, assumindo a supervisão no lugar de Dorian. A
primeira vez que foi levado lá junto com Maria e os seus guarda-
costas, Sam se apaixonou.
Ficou indignado em nome das crianças depois que Dorian
explicou o que aconteceu com o antigo orfanato, e como a senhora
estava usando as crianças para atividades maliciosas e nefastas
debaixo do nariz de Kevyan. Ele queria ajudar, e então, depois de
trazer isso à tona com Dorian e Kevyan, eles lhe deram a autoridade
para assumir, colocando o lugar em forma e implementando novas
políticas e atividades.
Ele levou a sério o trabalho de gerenciar o orfanato e nunca
brincou com isso. Se dedicou ao trabalho, extraindo alegria e prazer
da felicidade e entusiasmo das crianças sob sua supervisão. Ao longo
das semanas seguintes, Sam trabalhou duro e festejou ainda mais.
Todos na mansão logo ouviram sobre suas festas, muitas
vezes provocando-o sobre se adaptar rapidamente às pessoas que
moravam na cidade. Sam riu das provocações, levando tudo na
esportiva. Sempre que alguém comentava sobre seu hábito de se
voluntariar para fazer um strip-tease aleatório, Sam observava
Alistair com o canto dos olhos e sorria ainda mais quando notava o
outro homem enrijecer.
Sabia que Alistair odiava pensar nele dançando
pecaminosamente no poste de pole dance e com outra pessoa, e foi
isso que o estimulou ainda mais a repetir o ato. Gostava de Alistair,
muito, mas se o homem estava determinado a afastá-lo, então ele
faria de tudo para mostrar que não precisava dele. Mesmo que isso
fosse mentira.
Uma vez, tropeçou em Alistair quando estava voltando para
a casa do orfanato. O homem o olhou com raiva queimando em seus
olhos, mas fingiu não ver e passou por ele. Ficou chocado quando,
ao invés de deixá-lo ir embora sem dizer coisa alguma, Alistair o
pegou pelo braço e o arrastou para um local isolado, prendendo-o
contra a parede e encurralando-o.
— O que você quer? — Sam perguntou com toda a
hostilidade que conseguiu. Alistair tomou sua boca em um beijo
brutal, segurando-o no lugar quando tentou se esquivar.
Alistair prendeu Sam com o seu corpo e uma mão prendeu
dolorosamente no cabelo de Sam, segurando-o no lugar para o
ataque à sua boca. Alistair não deu trégua e forçou Sam a tomar sua
língua até que parasse de resistir. Alistair despejou toda sua
frustração e ciúme no beijo.
Sam puxou Alistair para si, suas mãos no corpo do outro
homem, e o arrastou para mais perto para que não houvesse um
único espaço entre eles. Se emaranharam um contra o outro, se
esfregando e beijando tão apaixonadamente que era como se
quisessem se consumir. Não havia nada de suave ou romântico no
movimento frenético de seus lábios e corpos. Era pura e simples
luxúria, ciúme e raiva buscando a libertação de seu espaço
firmemente engarrafado.
O riso estridente de uma criança foi a única coisa que
penetrou a névoa em que ambos caíram. Eles se separaram, saltando
e olhando um para o outro enquanto ofegavam juntos. Foi apenas
uma questão de minutos antes que Maria e Christiana dobrassem a
esquina e fossem vistas. Aonde quer que Maria fosse, Christiana não
estava muito atrás – era assim que as mulheres se uniam, embora
uma tivesse vários séculos e a outra apenas seis.
— Porra! — Alistair exclamou, passando a mão pelo cabelo
bagunçado e gemendo.
Sam também gemeu de frustração por ter o seu pênis
bloqueado por uma criança de seis anos.
— Isso foi...
— Um erro? Sim, eu já ouvi isso antes! — Sam gritou de
aborrecimento.
Sam estava frustrado por não ter gozado e por Alistair negá-
lo constantemente. No momento, não estava com vontade de discutir
com o outro homem, e com isso, se esquivou das mãos de Alistair e
saiu correndo, entrando na casa.

Alistair observou Sam se afastar, sentindo uma dor


lancinante no peito por colocar a expressão de sofrimento e dor no
rosto do homem. Estava perdido. Não sabia mais o que fazer. Estava
tentando proteger Sam de si mesmo. Depois de estar com o homem,
sabia em seu coração e em sua mente que era de fato a reencarnação
de Asher, mas Sam também era diferente de Asher. Ele era dono de
si mesmo e Alistair não podia deixar de ansiar por ele.
Mas também não poderia estar com Sam. Sabia que se
tivesse a chance de perseguir e namorar Sam, se apaixonaria por
aquele homem. Merda, já sentia algo por ele, mas não podia se
permitir sentir. Ele dava azar e queria proteger Sam – mas tudo o
que conseguiu até agora foi machucá-lo.
Alistair estava tão dividido que não sabia em que direção ir,
ou se estava realmente fazendo a coisa certa. Ouvir sobre o jeito
festeiro de Sam nos últimos meses tinha destroçado seu coração aos
poucos. Odiava que outra pessoa estivesse tocando e vendo seu
companheiro se despir. Odiava que não podia – não devia –
reivindicar Sam, e isso doía.
Doía tanto que parecia que morreria da dor no coração que
estava fazendo com que ambos passassem. Sabia muito bem que
era ele quem estava causando dor, mas não tinha ideia de como não
fazer isso. Não tinha a menor ideia de como perseguir essa atração
com Sam e não colocar o outro homem em perigo. Preferia que Sam
estivesse vivo e longe dele do que estivesse com ele e isso de alguma
forma o levasse à morte. Não achava que era forte o suficiente para
sobreviver se algo acontecesse com Sam.
Não demorou muito para que ouvisse Christiana e Maria
vindo em sua direção e, com um olhar de despedida para onde Sam
havia desaparecido, Alistair se afastou.

O jardim fervilhava de gente, música e a cacofonia de vozes


nas conversas. Era a cerimônia de nomeação de Rorik, uma
cerimônia muito íntima com os guerreiros do complexo e a família de
ambos os pais presentes junto com alguns amigos e convidados da
família. Os membros do conselho vampiro também estavam
presentes, assim como os betas do alfa Steven e vários alfas de
outras matilhas.
Mike, um dos companheiros de Justin que também era
decorador de interiores, se juntou a Sam e Dorian para decorar o
lugar e deixá-lo pronto para a cerimônia. Agora, olhando para o seu
trabalho manual, todos não puderam deixar de ficar impressionados.
Era início da noite com velas acesas em jarras em todas as bordas
das pedras que cercavam as flores no jardim. Algumas das velas dos
jarros estavam penduradas nas árvores.
A luz de velas dançantes iluminava todo o jardim, fazendo
com que parecesse mágico e fora do mundo. As mesas estavam
cobertas com toalhas brancas e vasos de flores colocados em cada
superfície. As cadeiras eram decoradas com flores enroscadas em
suas pernas.
Kevyan ficou na frente de seus convidados junto com o Sr.
Keller, o pai adotivo de Dorian, e o pai biológico dele, Alfa Steven da
matilha Santiago, a maior matilha de shifter lobo e aquela de onde
todas as outras matilhas tomavam sua liderança. Os três homens se
complementavam, vestidos com ternos brancos justos, mas eram
distintos em constituição, força e forma. Enquanto os outros dois
homens eram todos músculos esguios, o Sr. Keller era um pouco
pesado e, dos três homens, Kevyan parecia o mais jovem, embora
fosse o mais velho entre eles.
Kevyan levantou a mão para silenciar a multidão e logo todos
estavam quietos. Até a música parou.
— Agradeço a todos por estarem aqui esta noite para
testemunhar a nomeação do meu filho primogênito e de Dorian.
Agora, sem muita demora, meu companheiro chegará com o nosso
filho.
Palmas e aplausos aumentaram com este anúncio. Os
presentes sabiam da importância deste momento, mesmo que não
tenha sido falado em voz alta. Isso ia todo o caminho para solidificar
o acordo político entre os lobos e os vampiros. Ter um filho de ambas
as raças os vinculava muito mais do que uma simples assinatura em
um pedaço de papel poderia fazer.
Dorian, companheiro, estamos prontos para você.
Kevyan falou na mente de seu companheiro, e alguns
minutos depois, Dorian, complementando seu companheiro em um
terno branco, saiu com Rorik em seus braços. Os padrinhos Sam e
Gregory Santiago o flanqueavam de um lado, enquanto Christiana e
Annalise Santiago ficavam do outro. Juntos, os cinco entraram para
ficar com os pais de Kevyan e Dorian.
Na multidão, a mãe adotiva de Dorian estava com o
companheiro de seu irmão biológico. Os guerreiros de Kevyan
estavam espalhados pelo jardim, enquanto os membros do conselho
e seus homens se agrupavam de um lado. Mark e Tony, sempre com
Dorian, caminhavam três passos atrás de seu protegido.
Com um sorriso deslumbrante, Dorian entregou Rorik para
Kevyan, acariciando o bebê e segurando Kevyan sem soltar. Todos
estavam perto da fonte, e foi lá que alfa Steven e o Sr. Keller
presidiram a cerimônia de nomeação.
— Padrinhos, deem um passo à frente, por favor, — disse o
Sr. Keller, e todos os quatro padrinhos se moveram em direção à
onde Kevyan e Dorian seguravam Rorik.
— Vocês juram solenemente guardar e ensinar seu afilhado,
dar o exemplo e estar presente quando ele precisar?
Como um, eles disseram:
— Nós juramos.
Kevyan virou para encarar a multidão, segurando Rorik
contra si para que ficasse de frente para a multidão e todos
pudessem dar uma olhada na criança.
— Senhoras e senhores, apresento meu filho Rorik Melrose,
herdeiro e príncipe do trono vampiro — Kevyan disse, sua voz alta o
suficiente para que todos ouvissem, e uma gritaria subiu no ar com
Rorik arrulhando e agitando os braços e as pernas.
Quando os aplausos cessaram, o bebê de quatro semanas se
transformou em um lobo cinza-branco e se lançou para fora dos
braços do pai. O minúsculo lobo deu patadas no chão, abanando o
rabo de brincadeira e se lançando na multidão, correndo em círculos.
Kevyan e Dorian soltaram risadas indulgentes com as
travessuras de seu filho, balançando a cabeça enquanto observavam
as pessoas se afastarem do jeito brincalhão da criança.
— Bem, é isso — Kevyan disse com um sorriso para o filho.
— Por favor, deixe a celebração começar.
A música recomeçou, tocando suavemente ao fundo, e os
seus convidados logo sentaram confortavelmente, conversando
entre si enquanto os criados saíam com comida e bebida.
Dorian virou para Gregory e o apertou em um abraço viril.
— Irmão, obrigado por estar aqui.
— Eu não teria perdido a cerimônia de nomeação do meu
sobrinho por nada neste mundo e você sabe disso, — Gregory disse
com um sorriso antes de arrastar Dorian junto com ele.
— Venha conhecer meu companheiro. Não tive a chance de
apresenta-los adequadamente antes do início da cerimônia.
Gregory e o seu companheiro chegaram mais tarde do que
os outros lobos de sua matilha. Dorian só teve a chance de acenar
para Will antes de arrastar Gregory com ele para encontrar Rorik
antes do início da cerimônia.
Sam, por outro lado, caminhou em direção ao seu homem
evasivo assim que Dorian saiu. Alistair tinha sido um espinho
constante em seu lado desde o dia em que se conheceram, e ignorar
o homem estava se tornando mais difícil do que imaginava. Nunca
conheceu ninguém mais irritante do que ele. Em um momento, o
homem estava quente, e no próximo, frio.
A única vez que acabaram na cama juntos resultou apenas
no constrangimento da manhã seguinte. Ouvir Alistair afirmar que
sua noite de paixão foi um erro foi como uma adaga em seu coração.
Ter todos os seus sentimentos e emoções esmagados tão cruelmente
resultou em ele se vestir com pressa e correr para fora do quarto e
se afastar do homem antes que fizesse algo para perder o que
restava de seu autorrespeito.
Levou tudo o que tinha para se preparar para a rejeição e se
aproximar do homem novamente. Bebendo uma taça inteira de
vinho, Sam pegou outra, fortalecendo-se antes de se aproximar de
Alistair.
— Ei, — Sam disse quando parou e sentou ao lado do
homem irritante.
Ele acenou com a cabeça, mas nunca olhou na sua direção -
nem respondeu verbalmente.
— Bela festa, hein?
Sam tentou atrai-lo para uma conversa, mas tudo o que
recebeu foi um grunhido.
— Ainda não estamos falando sobre aquela noite? Porque eu
posso te dizer, foi uma das noites mais incríveis que já tive... por um
tempo, — Sam disse então, olhando para Alistair com o canto do
olho.
— O sexo poderia ter sido melhor, obviamente, mas você
sabe, com a sua personalidade brilhante, tenho certeza que o
pequeno Alistair não viu muita atividade.
Alistair estava dividido entre rir do estratagema óbvio que
Sam estava tentando usar para puxá-lo para fora e indignação com
a zombaria não tão sutil de suas proezas sexuais. Ainda assim, não
conseguiu deixar de dizer:
— Não tão pequeno.
Um sorriso enorme apareceu no rosto de Sam quando o
homem virou para encará-lo totalmente.
— Você disse algo? Não tenho certeza se ouvi.
Esperou, dando a Alistair tempo para elaborar, mas quando
o homem não disse nada, continuou sua provocação.
— Eu te disse que era versátil, você sabe. Se precisar de
uma demonstração de como isso é feito, me avise e terei o maior
prazer em atendê-lo. Claro, isso se a minha agenda estiver livre,
você me entende?
Incapaz de segurar mais, Alistair franziu a testa.
— Com licença, mas quem era que gritava “mais forte” e
dizia “oh Alistair, me fode”? — Ele disse, mantendo seu rosto neutro
e a voz baixa.
Sam riu, sorrindo triunfantemente com os olhos brilhando
intensamente. Alistair gemeu, batendo mentalmente em si mesmo
por morder a isca.
— Não é minha culpa que tive que liderar de baixo, — Sam
disse com um sorriso malicioso.
Alistair zombou, balançando a cabeça em descrença.
— Por favor, eu te fodi tão bem que você desmaiou logo
depois.
Olhando de soslaio, Sam bebeu o vinho em sua taça e
colocou a taça vazia sobre a mesa.
— Eu sempre desmaio depois de um bom treino.
Ele se inclinou para Alistair, passou o braço pelo pescoço dele
e sussurrou no ouvido do outro homem.
— Mas é claro, quando você fez aquela coisa com os seus
quadris, droga - foi a coisa mais erótica de todas.
Sam lambeu a orelha de Alistair antes de colocá-la na boca
e chupá-la.
— Quer ver o quão melhor pode ser?
Uma chupada na orelha dele, um gemido ofegante.
— Vai ser tão bom que você não vai andar direito no dia
seguinte.
— Sam... — Alistair tentou protestar, mas saiu fraco e a taça
se inclinou na mão dele, derramando o vinho ainda nela.
A outra mão de Sam deslizou pelo peito firmemente
musculoso de Alistair coberto por uma camisa justa. Sua mão
deslizou para baixo até alcançar a protuberância na calça, sua boca
ainda causando estragos na orelha.
— Já tão duro por mim.
Sam deslizou o zíper da calça de Alistair e então estendeu a
mão para agarrar o seu pênis. Grunhiu no ouvido de Alistair.
— Do jeito que eu gosto, — acrescentou, referindo-se ao
estado à comando de Alistair.
— Não geme muito alto agora. Não queremos que ninguém
saiba o que estou fazendo com você, — Sam disse com uma risada
ofegante antes de agarrar o pescoço dele e chupá-lo.
Do jeito que estavam posicionados, qualquer um que olhasse
pensaria que Sam estava bêbado e descansando no ombro de
Alistair. Pensariam que descansou com o rosto enterrado no pescoço
dele, mas os dois sabiam que não era o caso.
— Sam... estamos em um lugar público, — Alistair protestou
fracamente.
— Então? Ninguém pode ver, e se puderem, verão tudo.
Até agora, Sam estava trabalhando vigorosamente no pênis
de Alistair, bombeando o membro grosso e puxando Alistair para a
borda.
— P-pare.
Não foi convincente, porém, já que a sua voz saiu mais
ofegante do que exigente.
— Por que? — Sam rebateu.
— Você... foda. Eu não estou gozando na frente de todos,
— Alistair rosnou entre os dentes apertados.
Sam riu sombriamente, continuando com o seu ataque à
pessoa de Alistair e usando o pré-sêmen vazando para facilitar a
suavidade de seus golpes.
— Você pode gozar na minha mão ou no chão.
— Tem uma resposta para tudo, não é? — Alistair rosnou,
as veias salientes em seu pescoço e braços.
Ele não resistiu ao olhar sedutor nos olhos de Sam. Suas
mãos apertadas com força em punhos ao lado do corpo. Os nós dos
dedos ficaram brancos e não podia fazer nada além de se render ao
toque experiente. Sam trabalhou seu pênis tão completamente que
podia sentir-se chegando cada vez mais perto do orgasmo.
— Sim, eu tenho, — Sam disse com um sorriso malicioso
antes de agarrar mais uma vez à pele exposta do pescoço de Alistair.
Ele bombeou seu pênis mais algumas vezes e Alistair mordeu
o lábio para não gemer alto. Logo gozou e disparou jatos e jatos de
esperma na mão de Sam e no espaço diretamente na sua frente sob
a mesa. Quando o seu pênis amoleceu, Sam puxou a mão do pescoço
de Alistair e pegou um lenço de papel da mesa. Limpou o pênis e o
colocou de volta em sua calça antes de limpar a própria mão.
— Pronto, agora, não está melhor? — Sam perguntou com
um sorriso satisfeito no rosto. — É uma pena que aquele delicioso
esperma teve que ir para o lixo.
Alistair franziu os lábios antes de franzir a testa.
— Não posso acreditar que você fez isso aqui na frente de
todos.
— Não? Bem, acredite nisso.
Com isso, Sam tirou o copo da mão de Alistair, colocou-o
sobre a mesa e tomou a boca do outro homem em um beijo ardente,
pegando-o de surpresa.
O beijo não foi uma coisa suave e lenta, mas cheio de fogo
e paixão - o tipo de beijo de baixe a calça e me foda aqui. Sam
deslizou a mão no cabelo de Alistair para posicionar o homem como
o queria. No começo, sua boca estava frouxa, já que não esperava
que plantasse um beijo nele, mas depois de um tempo, ele começou
o beijo.
Alistair passou os braços em volta de Sam, ignorando
completamente, não se importando com a multidão ao redor deles.
Angulou a boca e mergulhou a língua na boca de Sam, movendo-se
com o outro homem enquanto se beijavam apaixonadamente.
Alistair havia se esforçado tanto para resistir e reprimir o seu desejo
por este homem atraente, mas a cada passo, Sam não o deixava.
Se não o estava incomodando com alguma coisa, estava
lançando olhares sugestivos e lhe sussurrando coisas sugestivas.
Aparentemente, o homem era implacável e nunca aceitava “não”
como resposta. Isso o estava deixando louco de desejo, e resistir só
resultou no pior caso de bolas azuis de todos os tempos. Sam era
apaixonado por tudo o que fazia - Alistair tinha visto em primeira
mão quando fizeram sexo pela primeira vez.

Do outro lado do jardim, alguns conselheiros, alfas e betas


visitantes foram confrontar Kevyan e Dorian, onde estavam sentados
rindo e conversando entre a família.
— Se pudermos, Alteza, o que o nascimento de seu filho
significa para o resto de nós? Para a nossa raça? — perguntou Francis
Reynolds, um dos membros do conselho, preocupação clara em sua
voz.
— O fato de meu filho ser um híbrido não é motivo de
preocupação — Kevyan começou dizendo.
— Como você sabe disso? Como podemos saber isso? Ele é
o primeiro híbrido vampiro-lobo que conhecemos. A implicação disso
pode ser boa para unir as duas espécies, mas fora isso, ele é uma
ameaça para nós? Do que será capaz à medida que envelhecer? —
um dos alfas perguntou, expressando todas as suas reservas.
— Não sabemos todas as respostas... — Dorian começou a
falar apenas para ser interrompido.
Como um só, todos levantaram suas vozes, expressando
suas preocupações e exigindo respostas. Eles falaram, tentando
transmitir todos os seus pontos de vista de uma vez.
— O suficiente! — As vozes agudas de Kevyan e do Alfa
Steven soaram em uníssono e silenciaram todos.
Quando todos eles finalmente se acalmaram, Servain gritou:
— Como espera que aceitemos este novo desenvolvimento
sem quaisquer reservas, quando nem mesmo você tem ideia do que
isso significa para todos nós? É como um cego guiando outro cego.
Eventualmente, todos nós cairemos em um buraco.
Kevyan levantou a mão e todos os membros do conselho
ficaram em silêncio sobre os confrontos que estavam por vir.
— Esta noite é a cerimônia de nomeação do meu filho. Eu
não terei uma sombra lançada sobre ele. Se alguém tiver
preocupações ou objeções, teremos o prazer de abordá-las amanhã.
Agora, por favor, se não se importa, eu gostaria de continuar a festa
desta noite.
Foi uma dispensa, clara e simples, e ninguém ousou se opor
a ela.
Quando todos viram que suas palavras não seriam mais
toleradas ou bem-vindas, todos começaram a se dispersar e Rorik
veio correndo através do grupo para cair nos braços de Dorian. Mais
precisamente, ele correu em círculos ao redor de seus pais algumas
vezes na forma de lobo até que se acalmou, mudou de volta para
sua forma humana e Dorian o pegou.
Assim que a festa começou a diminuir, Dorian pegou Rorik
em seus braços.
— Vou colocá-lo na cama. Ele teve animação o suficiente
para o dia, — Dorian disse com um sorriso para o bebê quase
adormecido. — Diga boa noite ao seu pai.
Kevyan deu um beijo na testa dele, usando um dedo para
roçar na bochecha de seu filho.
— Amo você, filho. Bons sonhos.
Rorik murmurou, agarrando os dedos de Kevyan em sua mão
extremamente pequena e fazendo seu pai rir baixinho, seus olhos
suaves e cheios de amor por seu filho. Outro beijo na bochecha macia
de bebê de Rorik e Kevyan habilmente retirou o dedo, permitindo
que Dorian carregasse seu filho embora.
Segurando-o contra o peito, Dorian saiu do jardim, entrando
na casa pela entrada lateral. Cantarolando baixinho, carregou seu
filho escada acima, então parou em seu caminho quando sentiu o
cheiro de vampiro. Ele parou por um momento, apenas inalando o
cheiro, então finalmente balançou a cabeça. A casa estava cheia de
vampiros, então não era motivo para preocupação.
A luz deve ter brincado com os seus olhos. Embalando Rorik
mais perto de seu peito, continuou a subir as escadas. Mas, no
segundo andar, os pelos de sua nuca arrepiaram. E abaixou bem a
tempo de uma lâmina cravar na parede acima de sua cabeça.
Kevyan!
Dorian gritou em sua mente, segurando seu filho
protetoramente contra o peito e girando para enfrentar seus
agressores. Havia muitos, e eles nunca pararam em seus ataques,
atacando Dorian juntos ao mesmo tempo. Alguns atacaram com suas
garras, cortando o rosto e os lados de Dorian, e outros atacaram com
facas e espadas.
Tudo aconteceu muito rápido e de uma vez. O grito de Rorik
tornou-se angustiado quando um deles conseguiu rasgar o seu
braço. O lado paterno de Dorian rugiu quando seu filho foi atacado,
e com um grito, ele congelou todos os seus atacantes no local, seus
poderes chicoteando ao redor. Olhando a todos com profundo ódio
depois de olhar para o sangue escorrendo de seu filho, Dorian virou
seus olhos para os seus atacantes, transformando-os em cinzas a
seus pés, suas armas caindo nas cinzas.
Mas essa foi apenas a primeira onda de atacantes. Os outros
vieram até ele e Dorian girou em seus pés, subindo correndo as
escadas para se afastar deles. Isso não fez nada além de servir para
permitir que os atacantes corressem com a velocidade da luz,
abordando-o e bloqueando todas as rotas de fuga de ambos os lados,
frente e atrás.
Kevyan! Kevyan! Ajuda!
Dorian continuou gritando em sua mente, oprimido e em
pânico. O dia tinha começado muito bem, apenas para se tornar um
desastre. Ele não poderia morrer aqui. Seu filho não poderia morrer.
Lá fora, Kevyan gritou:
— Guardas, comigo!
Junto com os seus guardas e Sam, ele correu para a entrada
lateral da mansão. Nunca tinham visto um exército assim reunido à
sua frente, nem tal exército jamais entrou na mansão sem qualquer
tipo de alerta.
— Levem os humanos para um lugar seguro — gritou
Kevyan para os seus homens, e dois deles correram para cumprir
suas ordens.
Imediatamente, o lugar se transformou em um banho de
sangue mortal. Os lobos mudaram e os vampiros, juntos como um,
atacaram os intrusos. Foi uma carnificina. Kevyan e os seus
convidados se moveram com raiva desenfreada e atacaram o
exército de vampiros criados.
Estou indo, companheiro. Estou lutando para chegar até
você. Mantenha-os distraídos.
Ouvir as palavras de Kevyan em sua mente enviou um alívio
estrondoso através dele, mas isso não impediu seus reflexos de se
esquivar de todas as armas que podia e sofrer os ferimentos dos
quais não foi rápido o suficiente para escapar. Quando um dos
vampiros apunhalou seu coração, Dorian congelou aqueles
imediatamente ao seu redor novamente. Ele os transformou em
cinzas ao seu redor, ignorando o sangue escorrendo de vários cortes
e feridas em seu corpo.
Os gritos de Rorik aumentaram e a angústia que emanava
de seu bebê o deixou mais ansioso e em pânico. Freneticamente,
Dorian virou para encontrar seu companheiro, mas não foi rápido o
suficiente para desviar ou se afastar da faca balançando em sua
direção. Perfurou diretamente acima de seu coração, empalando-o
enquanto um fio de sangue escorria de sua boca.
A dor e o choque do momento o fizeram cair na escada com
Rorik coberto e aninhado protetoramente em seus braços. Ele
recebeu o impacto da queda, poupando seu filho de mais danos, e
com a sua respiração rápida e sumindo, Dorian imaginou cada
vampiro na sua frente e os desintegrou no local.
A escuridão veio logo para ele, e os gritos de Rorik foram se
dissipando até que finalmente se dissiparam.

Todos ficaram ao lado da cama de Dorian - Sam, Alistair,


Justin e os seus companheiros, Kevyan com o seu filho nos braços,
Maria, Christiana, os pais biológicos e pais adotivos de Dorian. O
resto dos convidados foram conduzidos de volta aos seus quartos por
Rodrigo e os outros guerreiros. Mark e Tony, atormentados pela
culpa por não terem desempenhado suas funções, ficaram do lado
de fora da porta, garantindo que ninguém entrasse.
Eles deveriam ser a sombra de Dorian em todos os lugares
que ele fosse, mas aceitaram a palavra de Dorian para que deveriam
aproveitar a festa e não o acompanharam. Eles falharam com o seu
rei e o consorte de seu rei, e isso os consumia lentamente.
O quarto estava cheio de tensão enquanto todos esperavam
ansiosamente por notícias sobre a condição de Dorian enquanto o
Dr. Morris o examinava. Quando o médico pediu a todos que saíssem
para que pudesse trabalhar, ninguém havia se mexido um
centímetro. Eles estavam extremamente preocupados e nada além
de notícias positivas poderia apagar essa preocupação.
Sam foi o primeiro a chegar até Dorian. Ver seu amigo
apertando o filho contra o peito mesmo quando estava inconsciente
e perdendo muito sangue o fez entrar em pânico. Ele gritou pela
injustiça feita ao homem quebrado na sua frente. Ele não tinha
certeza de quem atender primeiro, mas o bebê chorando de angústia
agarrou seu coração, apertando-o de dor, pois sabia exatamente
quem o seu amigo gostaria que ele curasse primeiro.
Ele puxou Rorik das mãos frouxas de Dorian. Enquanto
segurava o bebê, estava prestes a iniciar o encantamento de cura
quando Kevyan e alguns dos outros se juntaram a ele.
— Não! Não toque nele! — Gritou quando Kevyan alcançou
seu companheiro, assustando todos.
— Por que? Eu não posso - eu não posso deixá-lo assim —
Kevyan respondeu com uma voz torturada. — Ele está perdendo
muito sangue. Ligue para o Dr. Morris.
Ele deu ordens aos seus homens.
Sam foi em frente, entoando o encantamento de cura com
um brilho azul suave brilhando ao redor de Rorik. O bebê agitou as
mãos e as pernas, o choro diminuindo gradualmente até que se
acalmou de alívio. Assim que Sam terminou de curar Rorik, entregou
o bebê para Kevyan, enxugando o suor de sua testa.
Já fazia um tempo desde que Sam teve que usar este feitiço
em particular, e já sentia o efeito em seu corpo, drenando sua
energia. Mas não podia mostrar o efeito que o feitiço estava tendo
sobre ele. Tinha que curar Dorian e não seria capaz de fazer isso se
percebessem o quanto isso custaria a ele.
Sam esfregou as palmas das mãos, gerando calor antes de
pairar cuidadosamente sobre o corpo de Dorian. Passou as mãos
timidamente sobre o corpo de Dorian, então começou seu
encantamento. Não era um mago de cura natural como seu primo,
mas conhecia a base disso. Os ferimentos de Dorian eram extensos,
então poderia precisar mudar e ainda ser tratado, mas o pouco que
pudesse fazer ele faria por seu amigo.
Depois que Sam fez o melhor que pôde, se sentiu exaurido
de toda energia de seu corpo e não demorou muito para que a
escuridão viesse para ele. Pelo menos, ele viu Dorian mudar para sua
forma de lobo antes de sucumbir e ser pego por mãos fortes.

Na noite seguinte, quando Sam acordou, foi para ver Alistair


sentado no canto escuro, observando-o.
— O que você está fazendo aqui?
— Cuidando de você, obviamente. Diga-me, você não
conhece seus próprios limites? A sua vida é tão dispensável que não
se importa com o que acontece com você?
Sam gemeu, levantando com o cotovelo antes de desabar de
volta na cama com um gemido. Se sentia fraco como um bebê e o
sono apenas o rejuvenesceu ligeiramente.
— Eu não sou... eu tinha que fazer algo e não sou realmente
imprudente. — Sam suspirou. — Por que estou lhe contando isso?
Como está o Dorian?
Alistair levantou de sua cadeira e foi até onde Sam estava
deitado fraco na cama e sentou ao seu lado. Ele serviu um copo
d'água e o entregou ao Sam, recolhendo-o de volta assim que o
homem engoliu metade do conteúdo. Assim que colocou o copo na
mesa de cabeceira, Alistair virou e colocou a mão na testa de Sam,
testando sua temperatura.
— Dr. Morris está cuidando dele. Ele vai ficar bem. Você, por
outro lado, não. Volte a dormir — Alistair disse, levantando, mas foi
abruptamente interrompido pela mão de Sam em sua manga.
Virando para enfrentar o homem pálido na cama, perguntou:
— O que foi?
— Fique. Por favor.
— Eu-uh...
Alistair fez uma pausa, tentando encontrar uma mentira
convincente para tirá-lo do quarto.
Sam virou os olhos suplicantes para Alistair, mostrando sua
vulnerabilidade.
— Por favor. Não quero ficar sozinho.
Alistair passou a mão na nuca, parecendo inseguro.
— Eu geralmente não durmo com as minhas roupas.
— Está tudo bem.
Depois de um tempo de silêncio, enquanto Alistair
continuava olhando para Sam, ele finalmente concordou.
— OK.
Ele começou a se despir até ficar de cueca antes de subir na
cama.
Quando Alistair se acomodou na cama, Sam se aproximou
dele, colocando a cabeça no peito de Alistair e curvando seu corpo
para o outro homem antes de suspirar de contentamento.
— Está tudo bem?
— Está tudo bem — Alistair respondeu com uma voz rouca,
envolvendo os braços em torno do corpo esguio de Sam.
Não demorou muito para Sam voltar a dormir. Enquanto
isso, Alistair olhava pela janela até o chão, encarando as estrelas no
céu noturno e contemplando o que faria a seguir. Quando Sam
desmaiou depois de curar Dorian, Alistair o pegou, sentindo como se
o seu coração fosse bater para fora de seu peito.
Ele nunca sentiu o medo mais pronunciado do que naquele
momento - um medo que nunca soube que poderia sentir novamente
- e de repente, todas as suas reservas sobre Sam vieram à tona. Não
sabia exatamente como manter Sam seguro, pois parecia que o
homem se metera em apuros sem outro pensamento consciente.
O mesmo aconteceu quando foram atacados pelos vampiros
criados. Sam correu para a batalha, empunhando sua magia como
uma arma e eviscerando os vampiros. Sam lutou ferozmente, sem
ceder, mas Alistair ainda temia por ele. Lutou lado a lado com Sam
por esse motivo. Outra diferença que percebeu entre Sam e Asher
era que, enquanto Sam corria de cabeça em cada situação, Asher
tinha se segurado, pensativo, para ver o melhor método para
proceder antes de fazer algo.
Além disso, Asher não gostava de violência e luta, mas Sam
não era melindroso. Na verdade, vendo o outro homem lutar, parecia
que Sam sentia um grande prazer nisso. Foi desconcertante. Sam
nunca recuou de nada. Estava tão animado e tão em sintonia com o
momento e indo com o fluxo que Alistair não teve escolha a não ser
reconhecer e aceitar as diferenças entre os dois.
Como, então, ele manteria seu companheiro seguro? Não
sabia se ficar longe de seu companheiro era mais a coisa certa. Na
verdade, estava apenas confuso com tudo isso. O que sabia era que
ficar longe de Sam não causava nada a eles além de mais dor.
De alguma forma, no meio de seus pensamentos, ele
conseguiu adormecer e, da próxima vez que abriu os olhos, estava
claro lá fora. Ele logo avistou Sam onde estava do outro lado da
cama, enxugando a água de seu cabelo e escolhendo o que vestir
para o dia. Ele observou enquanto Sam tirava uma camisa branca e
short antes de virar para colocá-los na cama.
Sam deve ter notado seus olhos traçando cada centímetro
de seu corpo porque disse:
— Ótimo. Você está acordado. Quero verificar Dorian e o
Rorik. Ver como eles estão.
— Bom dia.
Sam lhe lançou um sorriso, o cansaço do dia anterior em
nenhum lugar em suas feições. Ele parecia já estar de volta ao seu
estado normal e mais de vinte e quatro horas de sono o haviam
reanimado. Sam largou a toalha da cintura, aparentemente
indiferente por não estar sozinho no quarto.
Alistair recostou na cama e cruzou os braços atrás da cabeça
enquanto assistia ao show à sua frente. Era uma pena Sam estar
encobrindo aquele corpo delicioso e sexy. Observou o pênis
semiduro, longo e lindo de Sam que se projetava de seus pelos
púbicos e suas bolas que pendiam entre as suas pernas até que a
vista fosse fechada para longe dele, cercada pela cueca samba-
canção de Sam, antes de fechar os olhos e gemer.
Isso chamou a atenção de Sam para Alistair e o rubor no
rosto do outro homem disse a Sam tudo o que precisava saber sobre
onde sua atenção estava. Um sorriso malicioso cobriu seus lábios,
mas tudo o que Sam disse foi:
— Você vai ficar na cama o dia todo?
Alistair virou de lado, apoiando seu peso no cotovelo
pressionado no travesseiro, uma perna levantada, e sentou na cama
com os joelhos dobrados enquanto observava Sam se vestir.
— Devo ser capaz de resistir a essa beleza quando está em
meu rosto?
Sam bufou.
— Bem, estou feliz que me ache irresistível, mas pode
esperar? Dorian, Rorik, vamos verificá-los primeiro.
Alistair acenou com a cabeça.
— Bom. Poderia usar seu banheiro?
— Tudo bem. Tenho algumas escovas de dente novas no
armário - e se apresse?
— Estarei pronto em cinco minutos — Alistair disse antes de
levantar da cama e entrar no banheiro.
Agora, dois dias depois, lá estavam todos eles, de pé no
quarto e Dorian, em sua forma de lobo, ainda estava inconsciente na
cama.
— Por que ele não está acordando? Já se passaram dois
dias. — Kevyan perguntou, frustração clara em sua voz.
Era a mesma pergunta para a qual todos queriam saber a
resposta. Dorian deveria ter acordado agora. Devia haver uma razão
pela qual ainda estava inconsciente. Não era normal. Bem, na faixa
do que era “normal” para um paranormal.
Dr. Morris se endireitou após examinar Dorian e olhou para
todos antes de virar para relatar a Kevyan, seu rei e companheiro de
Dorian.
— Pelo que posso dizer, ele está completamente curado.
— Então, por que ainda não acordou? — Kevyan perguntou
em frustração crescente.
Sam deu um passo à frente para pegar Rorik dos braços de
Kevyan. Até o bebê podia sentir a frustração em seu pai, pois
começou a ficar inquieto e a soluçar de uma maneira que dizia que
logo começaria a chorar. Depois da primeira, Kevyan não quis se
afastar do bebê, mas quando também percebeu o olhar angustiado
no rosto de seu filho, deu um beijo na cabeça de Rorik e o passou
para Sam.
— Vossa Alteza, não vejo razão para que o seu companheiro
não esteja acordado agora. Ele está perfeitamente saudável e
curado. Muito provavelmente, este é um caso de provação que está
ocorrendo em sua mente subconsciente. Eu recomendaria que você
falasse muito com ele. Ele precisa daqueles que ama e que o amam
agora. A única coisa que podemos fazer é esperar que ele acorde.
— E quanto tempo vai demorar? — Gregory perguntou.
— Se me é permitido?
O médico virou para Kevyan, pedindo sua permissão para
responder às perguntas dos outros. Quando Kevyan assentiu, o Dr.
Morris continuou.
— Não há hora definida. A mente é uma ferramenta
poderosa e depende principalmente do consorte.
— Então, você está dizendo que não há nada que possa ser
feito? — Sam perguntou, querendo ser claro sobre isso.
Dr. Morris acenou com a cabeça.
— Isso é exatamente o que eu quis dizer.
Alfa Steven passou a mão agitada pelos cabelos,
resmungando.
— Eu não gosto disso. Não gosto disso nem um pouco.
— Vossa Alteza — Dr. Morris disse, chamando a atenção de
Kevyan para ele. — Eu aconselharia que o seu companheiro não fosse
oprimido. Talvez dois ou três de cada vez, vigiando-o
constantemente e conversando com ele até que esteja pronto.
Voltarei em uma semana se ele ainda estiver inconsciente para
verificar o seu estado. Até então, se alguma coisa acontecer, por
favor, me ligue.
O Dr. Morris curvou-se respeitosamente antes de partir.
Sam deixou Rorik brincar com o seu dedo. O bebê apertou o
dedo com as mãos, às vezes puxando-o para a boca para mastigar
com as gengivas desdentadas.
— Kevyan, vou levar Rorik e trazê-lo de volta mais tarde.
Dar a você a chance de ficar sozinho com Dorian. — Sam disse.
Kevyan olhou para o filho e acenou com a cabeça,
observando até Sam sair do quarto com o filho antes de virar para
os outros.
— Eu gostaria de ficar sozinho com o meu companheiro.
Compreensão surgiu em seus rostos e, concordando, todos
começaram a sair um por um até que Alistair foi o único que restou
no quarto com Kevyan.
— Meu rei — Alistair disse, tentando chamar a atenção de
Kevyan.
Quando Kevyan encontrou o olhar de Alistair, eles
compartilharam um entendimento.
— Eu quero convocar uma reunião. Devemos nos encontrar
para determinar quem instigou isso. Algo cheira a peixe e eu não
gosto. — Kevyan disse.
— Eu não queria chamar sua atenção imediatamente depois
do que aconteceu, mas vou providenciar para que todos estejam
presentes para a reunião.
Inclinando a cabeça em uma demonstração de respeito,
Alistair também saiu do quarto, deixando Kevyan com o seu
companheiro.
Todos os membros do conselho, Alistair, Justin, Christiana e
Kevyan se reuniram no escritório do andar de baixo. Tinham
questões a discutir e problemas a resolver, portanto, esta reunião
não foi uma surpresa para nenhuma das pessoas presentes no
escritório. Naturalmente, era a próxima coisa a fazer depois de um
choque tão grande.
— Obrigado a todos por estarem aqui. — Kevyan começou
falando. — Sem muita demora, vamos direto ao ponto. Esta situação
já se arrasta há muito tempo. Não pode continuar.
Todos concordaram com a cabeça. Na verdade, os vampiros
criados eram mais ousados e estúpidos do que se esperava. Não
tinham medo de atacar o seu rei com tanta ousadia e estavam até
mesmo dispostos a morrer se isso acontecesse, e isso realmente
aconteceu.
— Os vampiros eram organizados demais para o meu gosto.
Isso é algo que tenho certeza que nenhum de nós esperava. —Volex
Lebedev disse, o conselheiro russo, de onde estava sentado, girando
o uísque em um copo.
— Concordo com essa avaliação. Se fosse um vampiro
solitário, seria de pouca preocupação, mas tal organização sugere
um mentor por trás desta tragédia. — Christiana Melrose disse.
Com a sua declaração, os membros do conselho enrijeceram.
Lentamente, suas vozes aumentaram em um crescente e começaram
a especular o que isso poderia significar. Do outro lado de onde
estava sentada, Christiana percebeu que Volex a observava, e
retornou o seu olhar, percebendo seu interesse e o desejo nadando
em seus olhos. O olhar estava lá e desapareceu tão rapidamente que
não sabia dizer se era sua imaginação ou não.
Sempre teve uma queda por Volex, mas varreu isso como
algo que não deveria ser. Ocasionalmente, quando discutiam
questões do conselho, notava aquele olhar em seus olhos, mas nunca
ficou lá por muito tempo ou óbvio o suficiente para chamar sua
atenção, e finalmente teve que deixar para lá e superar isso. Um
rubor subiu em suas bochechas, mas rapidamente desviou o rosto,
descartando-o como sempre fazia.
Não concordava com ele simplesmente porque uma vez
admirou o homem. Não, concordava porque era um homem astuto e
inteligente e o seu argumento era muito válido. Como sempre,
separou seus sentimentos pessoais da situação em questão e colocou
sua mente em ação.
Kevyan levantou a mão depois de deixar os membros do
conselho especular, fazendo com que todos parassem.
— O que a minha irmã diz é correto. Deve haver um cérebro
por trás dos vampiros criados e é bastante razoável deduzir que o
cérebro é aquele que criou esses vampiros.
— Qui oserait? C'est la trahison!3 — Emil Dubois, o
conselheiro francês, exclamou.
— De fato. É um alvo direto contra a família real que se
reúnam com a intenção de matar. —William McAvoy disse, o
conselheiro escocês, passando a mão pela barba.

3 Quem ousaria? Isso é traição!


— Perdoe-me por dizer isso, meu rei, mas o seu sistema de
segurança é tão deficiente que a chegada deles em seu terreno não
foi notada? — Kiyoshi Yoshida, o conselheiro asiático, perguntou.
Isso calou a boca de todos por um tempo, enquanto todos
olhavam para Kiyoshi em estado de choque. Em meio a tudo que
estava acontecendo, ninguém havia notado esse pequeno fato, e se
não fosse o conselheiro asiático chamar sua atenção para isso, teria
passado despercebido.
— Digo isso porque nós mesmos não consideramos a
segurança levianamente. — Kiyoshi concluiu.
— Meu rei, Lorde Yoshida está certo. — Alistair concordou.
— O sistema de segurança não disparou. Fomos pegos de surpresa.
— E por que isto? — Kevyan perguntou. Sua expressão
furiosa.
— Seus homens não fazem seu trabalho direito! Se todos
nós não estivéssemos presentes, teria terminado de forma diferente.
—Toby Griffin gritou, o conselheiro australiano, e como um só, as
vozes dos conselheiros levantaram novamente, discutindo e
conversando entre si.
— Nossos sistemas estão atualizados. Os verifiquei
pessoalmente antes de entrar na cerimônia de nomeação do herdeiro
real.
— Então explique sua incompetência. — Servain exigiu,
causando mais confusão na sala.
— Se apenas me der uma chance de falar, então o farei! —
Alistair disse em um grito, e a sala ficou em silêncio, todos os olhos
nele enquanto esperavam por sua explicação. — Isso é algo que
também notamos, mas não tivemos tempo de relatar.
— Não teve tempo de relatar informações tão vitais? Ora,
se estivesse em meu território, seria despojado de seu título e o
amarrado até a sua morte. Entende a magnitude do seu relatório
atrasado? — Servain questionou.
Quando Alistair estava prestes a responder, Kevyan disse
com uma voz arrepiante:
— Não sabia que tinha autoridade para tirar o título de
alguém, Giannopoulos.
A sala estava silenciosa como um cemitério e se podia ouvir
um alfinete cair no silêncio arrepiante que se seguiu. Servain
começou a suar sob o olhar inabalável de Kevyan, cuspindo para
encobrir o seu erro.
— Eu... Uh... Não quis dizer isso, meu rei. Foi dito no calor
da questão. — Servain disse, remexendo-se na cadeira.
— Deve ter escapado de sua memória, tê-lo conhecido por
muito tempo como chefe da minha segurança. No entanto, a
linhagem de Lorde Costanova data de muito mais longe que a sua,
Giannopoulos. — Kevyan disse, a queda do título de Servain
deixando-o saber que Alistair tinha mais idade em relação a ele no
esquema das coisas e o desrespeito não seria tolerado.
— Minhas humildes desculpas, Majestade, Lorde Costanova.
— Servain disse, dirigindo-se a Kevyan e Alistair.
Kevyan continuou a olhar para Servain por vários minutos e
toda a sala prendeu a respiração, olhando de um para o outro. Depois
de um tempo, Kevyan acenou com a cabeça e virou para Alistair.
— Explique por que isso não foi relatado imediatamente.
— Com a situação de seu companheiro, senhor, não pude
relatar imediatamente, pois também tivemos que reunir mais
informações e rastrear como isso aconteceu.
— E o que você achou?
— Temos um traidor entre nós, senhor. — Alistair disse, sem
rodeios.
— Um traidor? Meu Deus, quem poderia ser? — Toby Griffin,
o conselheiro australiano, gritou.
— Isso é exatamente o que gostaria de saber. Tenha certeza
de que iniciaremos uma investigação sobre este assunto. — Kevyan
disse com determinação, não acrescentando mais nada à sua
declaração quando foi recebida com mais discussão.
— Se me dão licença, devo ir para o meu consorte. Agradeço
a todos por comparecerem à cerimônia de seu herdeiro e desejo um
bom voo para casa.
Kevyan saiu da sala.
Em um fôlego, diplomaticamente emitiu uma investigação a
ser realizada posteriormente, aceitou o acordo e a aprovação do
herdeiro e de seu próximo rei, se eles se opuseram ou não, e então
deu a entender que abandonariam imediatamente o seu território.
Foi um movimento tático doce que não poderia ser rivalizado.
A raça dos vampiros tinha seu próximo herdeiro, o filho de
Dorian e Kevyan, Rorik, foi sumariamente reconhecido e não havia
nada que alguém pudesse fazer para contestar isso. Ninguém
poderia objetar que Rorik era um híbrido meio vampiro. Seria o
próximo rei e isso foi gravado em pedra na presença de todos os
membros do conselho da raça dos vampiros. Não havia nada mais
diplomático para varrer sua preocupação e dispensá-los
sumariamente dos Estados Unidos depois de agradecê-los por sua
presença.

Quando Sam e Alistair entraram no seu quarto, Sam o


empurrou contra a porta que fechava, fechando-a com um estrondo
e pressionando seu corpo contra o dele. Tão perto quanto estavam,
não havia um centímetro de espaço entre eles e Sam tomou a boca
de Alistair em um beijo profundo e apaixonado.
Alistair agarrou o braço de Sam e gemeu no beijo. O beijo
foi bom, como se estivesse caindo, mas com Sam ali para pegá-lo.
Só se sentiu assim uma vez antes, e isso foi há muito tempo, era
apenas uma memória. Sendo assim com Sam, queria tanto ceder.
Quase podia sentir o gosto da felicidade que experimentaria, a
alegria de simplesmente estar com Sam, e queria isso. Alistair
passou as mãos pelas costas de Sam até que as envolveu em torno
dos seus quadris, empurrando para o beijo.
Sam aproveitou o fato de que Alistair não o estava
empurrando ainda e inclinou a cabeça para o outro lado, usando uma
mão no seu cabelo para direcionar o homem para onde queria e
empurrar mais a língua em sua boca. Queria engolir o outro homem
inteiro, puxá-lo para o seu corpo e consumi-lo. Isso era o quão febril
se sentia e o quanto queria Alistair.
Ainda assim, não iria durar, porque Alistair arrancou a sua
boca, ofegando forte, suas pupilas dilatadas com luxúria. Sam virou
frustrado, virando as costas para Alistair e passando a mão pelo
cabelo, apertando e puxando em frustração. Não aguentava mais
com Alistair soprando quente e frio, constantemente o confundindo
e enviando sinais mistos.
— Por quê? — Saiu como um grito torturado. Sam apertou
a mão em seu pênis dolorosamente duro, tentando esvaziá-lo.
— Sam…
Sam virou para encarar Alistair mais uma vez.
— Você me odeia tanto assim? Eu te enjoo? O que odeia
tanto em mim? Por que continua me confundindo e o que diabos você
quer de mim? — Sam gritou com uma voz rouca, seus lábios
tremendo com a dor apertando o seu coração.
Simplesmente não aguentava mais, esse jogo de empurra e
puxa com Alistair. Isso brincava com a sua cabeça e o seu coração.
Isso o confundiu tanto que não sabia o que fazer.
— Eu não te odeio, Sam. Simplesmente não sei o que fazer.
Não é sua culpa de forma alguma. Gosto de você. Realmente te
quero.
— Pare. Por favor, pare de mentir. — Sam olhou para Alistair
com ceticismo. — Está apenas brincando com a minha cabeça.
Estava rindo pelas minhas costas esse tempo todo? Isso tudo foi uma
piada para você? Ver o quanto o cara novo pode aguentar? Foi
divertido para você?
— Não é nada disso. — Alistair protestou, sentindo-se
terrível e horrível pela dor profunda que causou ao Sam.
— Então como é? — Sam gritou, erguendo as mãos em
frustração e trazendo-as para envolver a sua nuca. — O que é isso?
Isso é ódio? Isso é...
Sam engoliu em seco, incapaz de continuar, seu rosto
contorcido de angústia.
— Você é o meu companheiro.
— O que? — Sam perguntou, parte surpresa, parte raiva
colorindo a palavra.
Sabia desde que tocou Alistair que havia algo especial sobre
o homem, que não era uma atração comum entre eles. Mas essa
sensação diminuiu lentamente ao longo do tempo, com cada rejeição
que Alistair lançava nele. Sua dor e humilhação cobriam o que sentia
por Alistair. E, no entanto, não conseguia ficar longe.
Sam não se entendia mais. No passado, se alguém o tivesse
rejeitado com tanta força, teria cortado suas perdas e encontrado
outra pessoa para entretê-lo. No entanto, aqui estava, sendo um
masoquista. Realmente era um glutão de punição e não reconhecia
essa versão de si mesmo. Deveria esquecer tudo sobre Alistair, mas
simplesmente... Não podia.
— Você é meu companheiro. — Alistair repetiu
cautelosamente, olhando a expressão furiosa no rosto de Sam.
Sam começou a rir, mas não tinha certeza se ria ou chorava.
— Só pode estar de brincadeira comigo.
Sam enxugou a lágrima solitária que escorregou por sua
bochecha, balançando a cabeça.
— Seu companheiro? Sou a porra do companheiro? E você
não me quer? Deus, você deve pensar que sou um grande idiota e
um tolo.
— Sam...
Alistair estendeu a mão para o homem perturbado, mas Sam
se afastou dele, esquivando-se de seu toque e dando um passo para
longe de Alistair.
— Não me toque.
Sam estremeceu com uma angústia profundamente
enraizada.
— Realmente devo estar pagando por meus pecados. Esta
é a pior coisa que poderia acontecer comigo. Ser selado com um
companheiro que não me quer. Um parceiro que me acha um fardo.
— Não é isso, Sam. Te quero e não penso em você como
um fardo. Por favor.
Alistair estendeu a mão, mas desta vez não tentou tocar em
Sam.
— Por favor, acredite em mim. Sou eu, não você.
— Deus, que clichê. — Sam bufou em autodesprezo. —
Realmente devo ser estúpido. Apenas...
Sam acenou com a mão em direção à porta, desejando que
Alistair saísse para que pudesse quebrar em particular.
— Por favor, Sam, não foi isso que quis dizer. Realmente
sou eu.
— Pare! Apenas... O suficiente, ok. O suficiente. Recebi a
mensagem. Finalmente entendi, ok? Entendo. Realmente entendo.
Você não quer...
Alistair não deu ao Sam a chance de terminar suas palavras
ou de continuar interpretando mal antes de puxar à força um tenso
Sam em seus braços e beijar sua testa e cabelo.
— Eu te quero, ok... Eu quero. Tanto... Quero você... Você
não tem ideia do quanto... Eu te quero tanto...
Entre palavras, o beijou, de novo e de novo. Deu pequenos
beijos nos cantos dos lábios de Sam, em suas bochechas, em seu
nariz, contra os seus lábios.
— Então por quê? — Sam perguntou em uma voz baixa e
trêmula.
— Porque sou um idiota. E um enorme imbecil. Não sabe
como era difícil me afastar de você todas às vezes, mas pensei que
estava te protegendo.
— Me protegendo? De que?
— De mim. Não estou bem, Sam. Sou azarado. Realmente,
muito azarado. Não quero que nada aconteça com você. Não sou
bom para você. Não sou bom para ninguém. — Alistair disse com
uma voz aflita, apertando seu controle sobre o corpo de Sam.
— Não cabe a você decidir, Alistair. Posso tomar minhas
próprias decisões sobre quem é bom para mim ou não, e você é.
Escolho você.
— Deus, Sam, não tem ideia do quanto queria te ouvir dizer
isso. O quanto precisava ouvir isso. Mas há coisas sobre mim...
Coisas horríveis. Não quero te manchar com quem sou e com o meu
passado. — Alistair disse, ignorando as lágrimas que deslizavam por
seu rosto.
— O que aconteceu com você? — Sam perguntou
suavemente.
— É uma longa história. Não quero que me odeie. Já me
odeio o suficiente. Se você me odiar, não poderia sobreviver a isso.
— Alistair admitiu em voz baixa.
Afastando-se do abraço de Alistair, Sam virou para olhar sua
expressão, mas o outro homem fechou os olhos com força. Mais
lágrimas vazaram das pálpebras fechadas, mas Alistair não abriu os
olhos. Com os polegares, Sam enxugou as lágrimas suavemente, em
seguida, deu um beijo em uma das bochechas de Alistair e fez o
mesmo na outra bochecha, pressionando outro beijo casto nos lábios
de Alistair.
— Você não tem que me dizer hoje ou amanhã ou mesmo
depois disso. Quando estiver pronto, estarei aqui para ajudá-lo, ok?
Vou ouvir o que tem a dizer, mas não mudará nada. Nunca poderia
te odiar, não importa o quê.
E com isso, Sam deu um beijo em cada uma das pálpebras
fechadas de Alistair.
— Olhe para mim, Alistair. Abra seus olhos e olhe para mim.
Quando Alistair fez como Sam instruiu, Sam segurou suas
bochechas em suas mãos e olhou diretamente para Alistair.
— Não importa o que aconteceu.
Alistair abraçou Sam contra ele, seu corpo caindo de alívio.
— Obrigado, Sam. Obrigado.
— Vamos. Vamos para a cama. Este dia me deu muitas
tarefas. Preciso dormir. — Sam disse, puxando Alistair junto com ele.
Silenciosamente, os dois começaram a se despir até que
estivessem vestidos apenas com suas roupas íntimas, subindo juntos
na cama e se enrolando um no outro para dormir.

Sam suspirou de contentamento ao sentir Alistair acariciando


suas costas suavemente. De alguma forma, durante a noite, passou
os braços ao redor do corpo de Alistair, segurando-o com força, e
pendurou sua perna sobre a de Alistair. Simples assim,
permaneceram nos braços um do outro. Sam podia se ver acordando
assim todas as manhãs e era algo que não se importaria. Não, não
se importaria nem um pouco.
— Eu sei que você está acordado. Posso sentir a mudança
em sua respiração e o seu pênis duro cutucando o meu quadril. —
Alistair disse com uma risada.
Fazendo beicinho, Sam virou a cabeça de onde estava
deitado e apoiou o queixo no peito de Alistair.
— Não quero me mover.
— Então não faça isso.
Nesse momento, o estômago de Sam roncou ruidosamente
e os dois caíram na gargalhada.
— Mas seu estômago discorda veementemente.
Sam enterrou o rosto no peito de Alistair, tentando esconder
o rubor que estava exibindo. Ainda assim, ficaram envoltos nos
braços um do outro, ainda não prontos para se mover e sem dizer
nada também. Estavam simplesmente curtindo o silêncio
confortável, com Sam passando as mãos nos pelos do peito de
Alistair e brincando com os seus mamilos.
Este momento, para eles, foi perfeito. Não houve rejeição,
nenhuma ansiedade de ser expulso e nenhuma palavra falada entre
os dois. A noite anterior havia sido uma revelação, mas Sam
cumpriria sua palavra. Mesmo que estivesse curioso sobre o passado
de Alistair, um passado que moldou a forma como se comportava e
impediu que os outros se aproximassem, não pressionaria.
Esperaria por Alistair. Esperaria até que estivesse pronto
para falar, então estaria lá para acalmar a dor de ambos. De alguma
forma, sabia que o que quer que assombrasse Alistair, aquele
chamado Asher estava de alguma forma envolvido. Algo havia
acontecido e ainda mantinha Alistair em suas garras.
Sam estava disposto a lutar pelo que poderiam ter. Lutaria
por Alistair e não permitiria que quem quer que fosse Asher se
interpusesse entre eles ou permitiria que essa pessoa Asher
arrebatasse Alistair para longe dele. Por enquanto, aceitaria o que
Alistair tinha a oferecer. Então, pressionaria mais com o passar do
tempo.
Mais uma vez, o estômago de Sam roncou ruidosamente e
Alistair bateu em sua bunda antes de dizer:
— Vamos. Vamos comer alguma coisa. Você não come nada
fortificante há dois dias. Levante.
Alistair levantou até sentar e Sam não teve escolha a não ser
levantar também, já que estava deitado no peito de Alistair. Juntos,
pularam da cama e logo saíram do quarto em busca de algo para
comer. Para a sorte deles, o jantar estava acabando de ser servido.
Como haviam dormido o dia todo, tiveram a sorte de não perder essa
refeição, caso contrário, teriam sido obrigados a fazer um lanche leve
para se manter até o dia seguinte.
Alistair e Sam caminharam juntos para a grande sala de
jantar, onde todos faziam suas refeições juntos. Era apenas durante
a refeição que o seu rei e o consorte se sentavam juntos para comer
com todos os guerreiros. Ninguém comia separadamente, e isso era
feito para aproximá-los mais. No entanto, com a condição de Dorian,
Kevyan não se juntou e os dois lugares na cabeceira da mesa
reservados para ele foram deixados vazios.
Não havia ninguém sem saber o que tinha acontecido com
Dorian. Todos os membros do conselho haviam retornado aos seus
territórios, com exceção dos homens que ainda estavam sob o
convite de Kevyan para permanecer. A família de Dorian, por outro
lado, tanto adotiva quanto biológica, estava sentada à mesa real.
Todos sentiam intensamente a ausência de Dorian, pois o
consorte não era do tipo que se sentava à mesa real. Não, vinha para
se misturar com os guerreiros. Sentar onde quisesse, mudando de
uma mesa para outra apenas para conhecer melhor todos os
guerreiros. Kevyan era indulgente, mesmo que isso significasse
sentar com o filho e Christiana sozinhos à mesa real.
A preocupação com o consorte era palpável e muito evidente
na sala, embora fosse um dos lugares mais animados em
circunstâncias normais. Juntos, Alistair e Sam carregaram pratos
vazios e foram sentar lado a lado com os outros guerreiros, servindo-
se do enorme prato sobre a mesa.
— Há alguma notícia sobre o Dorian? — Alistair perguntou
ao Rodrigo.
— Não. Não houve nenhuma mudança. Olhe para eles. —
Rodrigo apontou com o garfo para os guerreiros. — Todos nós
estamos esperando notícias e se fosse diferente, você saberia.
Alistair acenou com a cabeça, apertando a coxa de seu
companheiro, que tinha ficado rígido ao seu lado. Relaxou seu aperto
quando Sam começou a comer mecanicamente e virou para fazer o
mesmo.
— Odeio essa situação. — Sam murmurou baixo, mas alto o
suficiente para que Alistair o ouvisse.
— Eu sei, cara. Ele é amigo de quase todos aqui. Tem muito
amor e apoio em sua direção.
Sam acenou com a cabeça e, sem outra palavra, comeu sua
comida.

Na manhã seguinte, Alistair, Sam, Christiana, Justin e


Rodrigo se reuniram no escritório de Kevyan. Discutiram a questão
que estavam enfrentando atualmente em relação às disputas de
território, bem como as ameaças que os vampiros criados estavam
fazendo. Logo depois que Kevyan abordou as disputas internas e
aprovou e negou algumas mudanças, afixando suas assinaturas nos
documentos dos aprovados, passaram para as questões urgentes
diante deles.
— Detesto o fato de termos um traidor em nosso meio.
Ainda mais do que isso, alguém mirou em meu companheiro que
ficou inconsciente, e mesmo agora, esta sem qualquer sinal de
recuperação. Quero quem está por trás disso encontrado e quero que
seja encontrado agora! — Kevyan disse, deixando sua fúria e
frustração transparecerem.
Ao contrário do homem que Sam conheceu em seu primeiro
encontro, Kevyan parecia abatido. Tinha olheiras e parecia cansado.
Cuidar de Dorian enquanto tentava encontrar quem conspirou contra
eles deve estar cobrado o seu preço. Era claro ver quanto amor
Kevyan tinha por Dorian, e o coração de Sam doeu por aqueles dois
homens.
— Qual é o plano, Vossa Alteza? — Justin perguntou.
Kevyan passou a mão pelo cabelo, suspirando.
— Preciso de pessoas em quem possa confiar. Estou te
enviando para os outros territórios para pescar qualquer coisa
suspeita e para coletar informações.
— Esse é um bom plano, meu rei. No entanto, não posso
deixar os meus companheiros, e como também precisaremos de uma
orelha aqui, vou ficar e obter tudo que puder de nossos convidados
estrangeiros. — Justin disse.
Balançando a cabeça, Kevyan concordou, então seguiu em
frente.
— Quem você sugere que eu envie, irmã?
Olhando para qualquer lugar, menos para aqueles na sala, a
atenção de Sam foi atraída por lanternas de velas flutuantes.
Distraído pelo gesto pensativo, se moveu em direção à janela e olhou
para os guerreiros ao redor de onde estava o quarto de Kevyan e
Dorian. Todos eram velas flutuantes, enviando seus votos de
felicidades e ficou tão emocionado que sentiu uma lágrima escorrer
pelo seu rosto.
Uma mão desceu em seu ombro e Sam virou para ver
Kevyan atrás dele. Aparentemente, não era o único que estava
distraído. A atenção de todos os outros foi atraída pela exibição em
que todo o complexo estava envolvido.
— Ele é amado. Ele é tão amado. — Kevyan disse em voz
baixa.
Enxugando as lágrimas, Sam acenou com a cabeça e
Christiana veio para ficar do seu outro lado, colocando a mão em seu
outro ombro enquanto ela, também, observava as velas flutuantes.
— Enviam seu apoio a ele. — Christiana disse.
— E o fazem saber que ele não está sozinho. Iriam para a
batalha por ele, se houvesse necessidade. — Justin também disse,
vindo para ficar ao lado de Christiana para assistir a cena diante
deles.
Alistair avançou e também ficou atrás de Sam, perto o
suficiente para que pudesse sentir o calor do corpo de seu
companheiro. Absorveu isso, endireitando sua postura e mantendo-
se firme.
— Eu vou junto. — Sam se ofereceu, desviando sua atenção
de volta para a pergunta de Kevyan. Embora Kevyan tivesse pedido
a Christiana quem escolher, sabia, no fundo de si, que não poderia
deixar de ir.
— Não! — Alistair gritou, uma reação involuntária que
desconhecia até que as palavras saíram de sua boca. Todos os olhos
se voltaram para Alistair com a sua reação. Todos se afastaram da
tela diante deles para olhar para Alistair com as sobrancelhas
levantadas. Um rubor subiu pela bochecha de Alistair, mas não
conseguiu desviar o olhar de Sam. — Você não pode ir.
— E porque não? — Sam exigiu, se perguntando se Alistair
estava começando a se sentir frio mais uma vez.
— É perigoso. Não... Não te quero em perigo. — Alistair
disse, parecendo envergonhado e agitado. Passou a mão pela nuca,
apertando o tendão antes de continuar. — Não posso te perder. Eu
irei. Você fica aqui.
Sam balançou a cabeça.
— Entendo, Alistair, mas não pode me mimar ou me colocar
em uma bolha. Além disso, tenho maneiras de arrancar a verdade
dos outros. Poderia ajudar, e eu quero. Dorian ainda está
inconsciente, machucado, e quero sangue. Quero quem está por trás
disso e serei amaldiçoado se ficar para trás.
Alistair balançou a cabeça, sem se mexer.
— Você não vai, Sam. Lide com isso.
Sam se endireitou com os punhos apertados ao lado do
corpo.
— Você não pode tomar minhas decisões por mim. Eu vou,
quer você goste ou não, e ponto final.
— Você não está indo. Se for preciso, vou amarrá-lo e
trancar a porta. Não me obrigue a fazer algo drástico.
— Você não é o meu chefe. E farei o que quiser e digo que
vou.
— Você não vai...
— Pare! — Kevyan gritou, e os dois brigões congelaram
antes de virar para encará-lo como um só. Kevyan esfregou a testa,
tentando aliviar a tensão antes de suspirar. — Tomei minha decisão.
Sam e Alistair, vocês dois irão. Christiana também irá. Não quero
pedra sobre pedra. Agora, por favor, todos vocês saiam.
As palavras de Kevyan não deixaram espaço para protestos
e, com um breve aceno de cabeça, Alistair agarrou o braço de Sam
e o empurrou para fora da sala.
Alistair marchou com Sam até a garagem onde os carros
estavam estacionados, abriu a porta e, assim que colocou Sam lá,
fechou-a e deu a volta para sentar no banco do motorista.

— Vai me deixar andar? Sério, eu posso andar sozinho, sabe


— Sam disse, exasperado quando Alistair o tirou do carro e, com
uma mão no cotovelo, levou-o a uma loja com o letreiro Sweetner
Coffee & Bakery pendurado sobre ela.
A loja era espaçosa, com um ambiente relaxante. Havia
cabines perto da janela de vidro e cadeiras colocadas em volta de
uma mesa no meio. O balcão estava de um lado com um conjunto
de vários produtos assados tentadores em exposição. A atenção de
Sam foi distraída pelo delicioso aroma da loja e inalou
profundamente para encher os seus pulmões com ele.
Sam se soltou do aperto de Alistair, indo olhar os produtos
em exposição. Analisou um a um, tentado por tudo o que viu, mas
sabendo que não conseguiria comer tudo.
— Boa tarde, senhor, o que gostaria? — perguntou o barista.
— Quero o bolinho de amêndoa, torta de bacon e ovo, e
quero um café com leite, por favor — Sam disse, ainda cobiçando as
iguarias à sua frente.
Alistair teve de afastar Sam das deliciosas guloseimas só
para fazê-lo desviar a sua atenção dos doces. Ele já conseguia ver
baba na boca de Sam e de alguma forma sabia que esta seria a sua
obrigação frequente, sendo o Bond Nightclub a primeira. Pela
observação, e por vezes ouvir Sam e Dorian falar quando não sabiam
que ele estava ouvindo, Alistair sabia que Sam usava a dança como
uma forma de aliviar o stress.
Não gostava muito que o seu companheiro tivesse outros
homens cobiçando seu lindo traseiro, especialmente porque ainda
não tinha feito a sua reivindicação. No entanto, não podia privar Sam
de seus vícios, já que pareciam inofensivos. Teria de levar Sam para
dançar uma vez para mostrar a sua compreensão, mas não era essa
a questão neste momento.
A falta de autopreservação de Sam e a sua tendência para
saltar de cabeça em situações perigosas era a questão em causa.
Alistair se dirigiu para uma cabine ao lado e depois deslizou para
dentro, vendo Sam ocupar o lugar à sua frente.
— Está bem. Porque está tão chateado? — Sam perguntou,
irritação colorindo suas palavras.
— Não sabe? Não sabe nada sobre os territórios em que
vamos entrar. Não sabe o que o trabalho implica, pelo amor de Deus.
Sabe sequer como pode ser perigoso?
Sam resmungou.
— Não sou um idiota, Alistair.
Sam fez uma pausa quando o empregado apareceu,
trazendo o seu pedido.
A boca de Sam se encheu de água à vista da comida e a sua
atenção estava colada ao prato até que este foi colocado à sua frente.
Sam nunca tirou uma única vez os olhos da comida, e logo que esta
foi colocada à sua frente, começou a comer e a gemer obscenamente
com a explosão do sabor na sua boca.
Sam estava tão consumido pela comida que não ouviu
Alistair fazer o seu próprio pedido ou ouviu o empregado se afastar.
— Mmm. Isto é tão bom — Sam disse com a boca cheia de
comida, seus olhos fechados enquanto saboreava cada dentada.
Alistair deslocou-se no seu lugar em frente ao Sam, sentindo
seu pênis inchar e chamando a atenção para o barulho obsceno que
Sam estava fazendo. Viu Sam lamber os dedos um de cada vez,
gemendo pela pura tentação que Sam estava proporcionando. Neste
momento, era difícil lembrar que estava zangado com Sam. Se Sam
não tivesse cuidado, Alistair ia empurrar a comida para longe da
mesa, puxar Sam para cima dela, e foder-lhe os miolos.
— Tem de comer assim? — Alistair perguntou, esticando a
mão debaixo da mesa para se ajustar.
Sam olhou de relance para Alistair, confuso.
— Comer como? — perguntou, lambendo as migalhas dos
dedos.
Alistair seguiu o movimento da língua de Sam nos seus dedos
com os olhos.
— Não importa — murmurou sob o seu fôlego, ainda vendo
Sam comer sedutoramente à sua frente. Se não fosse o prazer óbvio
pela comida e o olhar alheio no seu rosto, Alistair teria pensado que
Sam estava fazendo de propósito. Alistair não podia continuar a ver
Sam comer porque tinha ficado dolorosamente duro na sua calça -
incomodamente duro. Só desviou o olhar quando o garçom voltou
com a sua comida e balançou a cabeça educadamente antes de se
afastar.
— De qualquer modo, de volta ao que estávamos discutindo.
Não é seguro ir nesta missão — Alistair disse, olhando sério para
Sam.
— Eu sei disso, mas tenha um pouco de fé, sim? Sei cuidar
de mim. Tenho muitos truques na manga e ninguém os esperaria.
Durante o ataque, todos estavam preocupados com a luta. Acho que
ninguém notou nada de diferente em mim, nem sequer reparou em
mim, por isso vai correr tudo bem. Mesmo que alguém tivesse
reparado em mim, não sou um alvo fácil — Sam disse, tentando ser
razoável.
— Não pode ficar aqui, só desta vez? — Alistair perguntou.
Sam deu-lhe um olhar desanimado.
— Se eu ficar, me diga, todas as vezes vão ser sempre
assim? Este mundo está cheio de perigos. Não é como os humanos
vivem, embora também experimentem a sua própria parte de perigo.
Não me vou acovardar, Alistair, por isso é melhor se acostumar.
Sam engoliu o café com leite antes de continuar.
— E além disso, diga-me, se alguém fizesse mal para uma
pessoa importante para você, não iria querer se vingar? Dorian é a
pessoa mais doce que conheço. Ele é como um irmão para mim. Não
posso deixar isto passar, então não me peça isso.
Por isso, Alistair já não podia protestar porque sabia porque
Sam estava fazendo isto e porque sentia que tinha de fazer. Com um
aceno de cabeça relutante, Alistair cedeu, concordando de má
vontade em deixar Sam fazer o que achava que devia.
— Tudo bem. No entanto, ainda há a questão de saltar de
cabeça primeiro em cada situação sem sentido de autopreservação.
— Alistair, deixe isso — Sam disse.
— Podemos discutir isso mais tarde — Alistair disse,
sabendo que Sam tinha atingido o seu limite por agora.
— Quero foder — Sam disse de forma aleatória, apanhando
Alistair de surpresa.
Alistair sentiu a sua boca aberta de surpresa, depois os seus
lábios curvaram em um sorriso que dizia que agora que Sam tinha
falado nisso, era a favor. Grunhiu antes de dizer:
— Tenho estado pensando em dizer “foda-se” e te foder
nesta mesa. Raios, você comendo devia ser considerado imoral.
Sam riu.
— Isso não é verdade.
Alistair se moveu no seu lugar e grunhiu.
— É sim. É difícil te ver comer tudo isso.
— Quer que eu tome conta disso pra você? Te lamber como
a coisa mais doce que já provei? — Sam perguntou com olhos
brilhantes.
— É isso mesmo. Vamos para casa.
Alistair ficou de pé, pegou dinheiro da sua carteira, e
depositou-o na mesa antes de agarrar um Sam risonho e impulsioná-
lo para a frente.

Cory Newman, o barman lobo da boate Bond Nightclub,


entrou se pavoneando na padaria. Depois de finalmente ter se
mudado e se instalado no apartamento que lhe foi dado no Bond,
não tinha realmente saído para explorar muito a cidade. Ao passar
por lá, depois de ter feito várias compras para a sua nova casa, tinha
visto a padaria e o cheiro delicioso que saia dela o fez parar e entrar.
Cory andou até ao balcão onde o novo barista tinha acabado
de assumir. Mas a sua atenção, em vez de estar nas iguarias que o
tinham puxado para a loja, estava no deslumbrante homem que
estava à sua frente.
— Olá — Cory disse, sua voz tensa quando o cheiro mais
delicioso chegou a ele.
O cheiro era de canela e banho tomado, e fechou os olhos,
inalando profundamente o cheiro para as suas narinas. Quando abriu
os olhos, as pupilas de Cory alargaram e as suas gengivas doíam e
sentiu a necessidade de mudar e esfregar o seu cheiro por todo o
seu companheiro.
— O que gostaria de pedir? — O tom lírico da voz do seu
companheiro mandou-o quase por cima da borda.
Cory olhou fixamente para as feições do homem, acolhendo-
as todas, e olhos castanhos olhavam de volta para ele com
expectativa. Os cachos loiros caíam sobre o rosto do homem
descuidadamente, mas de forma apelativa, a figura magra e os
músculos bem definidos e deliciosos do homem falavam de um
treino. Os músculos eram definidos, sim, mas não salientes ou
evidentes, também. A estrutura rija e a forma como o seu
companheiro se portava, falava de uma força silenciosa.
— Hum... aconteceu alguma coisa? — perguntou o homem.
Tudo o que Cory podia fazer era espetar as unhas na palma
da mão e balançar a cabeça em resposta à pergunta do seu
companheiro - e como forma de sacudir a luxúria que lhe enchia a
cabeça e os olhos.
— Nada.
— Desculpe? — perguntou o homem.
— Qual é o seu nome?
— Oh. — O homem corou e depois respondeu. — O meu
nome é Owen. Owen Sweetner. Sou o dono desta loja — disse com
uma risada nervosa. Ele limpou a garganta, e depois recomeçou. —
Então, o que posso trazer para você?
Algo na postura do seu companheiro disse ao Cory que ele
teria de levar as coisas devagar aqui. Não conseguiria saltar no seu
companheiro. Não, na verdade, tinha a sensação de que isso seria
um erro muito grande, e não estava disposto a perder a sua
oportunidade com o seu companheiro logo no seu primeiro encontro.
Cory mordeu o lábio para não dizer impulsivamente a
primeira coisa que lhe veio à mente, em vez disso fez o seu pedido
rapidamente:
— O que recomendaria?
Owen corou, depois olhou para baixo para o balcão antes de
voltar a olhar para cima.
— Podia experimentar a tarte de maçã. É boa.
Cory acenou com a cabeça.
— Está bem. Vou levar isso e café, preto. Uma colher de
açúcar, por favor.
— Ótimo. — Owen deu o valor e Cory entregou o dinheiro
antes de virar para ir esperar que a sua comida chegasse.
No seu caminho para a mesa, Cory encontrou Sam e Alistair
e um sorriso de boas-vindas preencheu o seu rosto.
— Olá, Cory. Como está? — Sam perguntou enquanto ele e
Alistair estavam saindo da loja.
— Olá, Sam. Estou bem. Finalmente me mudei para cá,
apesar de ter sido um pouco atrasado, e agora estou cansado de
fazer compras.
Cory suspirou com um sorriso.
— Este é Alistair — Sam disse, prestes a apresentar Cory ao
seu companheiro não reivindicado, antes de ser cortado quando
Alistair disse: — Já nos encontramos.
— Sim — Cory confirmou com um sorriso para o homem.
Durante o período em que Sam tinha ido à boate, tinha
conhecido melhor Cory depois de Dorian os ter apresentado, e
tinham se tornado amigos. Mesmo com Cory atrás do balcão servindo
bebidas, sempre que Sam se aborrecia ou cansava de dançar, ele
falava muito com Cory, ouvindo-o falar sobre a matilha Santiago.
Passado algum tempo, Sam acabou confessando os seus problemas
ao Cory, confiando os seus sentimentos por Alistair e a sua confusão
sobre o comportamento de Alistair com ele.
Foi Cory que lhe tinha dado conselhos para continuar a
tentar. Cory compreendeu-o e apoiou.
Com um sorriso manhoso nos lábios, Cory sussurrou:
— Vejo que encontrou uma forma de resolver o seu
problema.
Sam também sorriu, seus olhos se iluminaram de excitação.
— Eu encontrei. Te conto tudo mais tarde, está bem?
— Claro. Se cuida, está bem? — Cory disse, abraçando Sam.
— Você também, Cory.
Sam se afastou do abraço, pegando na mão de Alistair antes
de dizer.
— Até logo.
E com isso, ele e Alistair saíram da loja.

A viagem de volta à mansão foi cheia de tensão sexual.


Ambos morriam para pôr as mãos um no outro, e não muito depois
da porta fechar atrás deles, Alistair começou a despir Sam. Sam
recebeu os lábios a Alistair, puxando o homem para baixo para um
beijo enquanto Alistair tentava tirar a roupa de Sam ao mesmo
tempo. Com os seus movimentos frenéticos, foi difícil fazer o trabalho
corretamente, por isso Sam se afastou do alcance de Alistair.
— Acho que isto será mais rápido se tirarmos nossas
próprias roupas — Sam disse com um riso antes de levar os lábios
de Alistair em um outro beijo.
O beijo durou algum tempo, a roupa esquecida enquanto
passavam os braços em volta um do outro, num abraço mais
profundo. Se beijaram com paixão febril, Alistair tentando se
assegurar de que Sam estava bem, como o homem tinha dito. Foi
difícil, mas sabia que teria de deixar que Sam cometesse os seus
próprios erros e apenas estar lá para ele.
— Roupas — Sam murmurou entre beijos. — Fora... agora.
Eles se beijaram. Alistair tentou se afastar, mas não queria
se mexer. Se beijaram novamente, e quando Sam os separou, ele
estendeu a mão para outro beijinho antes de ambos acenarem com
a cabeça em concordância.
— Roupas.
Com pressa, ambos dispensaram suas roupas, tirando-as e
jogando no chão descuidadamente. Como um só, se moveram
juntos, batendo e procurando fricção enquanto os seus lábios se
juntavam em um beijo aquecido mais uma vez. Alistair não fazia
ideia de quem se moveu primeiro, mas ambos se moviam em direção
ao centro do quarto onde se encontrava a cama.

Alistair empurrou Sam para a cama e agarrou o seu pênis


ereto. Sugou a ponta na boca e embalou os testículos de Sam em
uma mão. Trabalhou para cima e para baixo no pênis de Sam,
chupando e soltando, depois repetindo.
Alistair sentou na cama e puxou Sam para os seus braços,
virando o homem de modo a ficar de barriga para baixo, com o rosto
pressionado no colchão e o traseiro no ar. Suavizando a mão contra
os globos redondos de Sam, Alistair disse:
— Vou espancar este seu traseiro até ficar muito vermelho.
Depois vou te foder até não conseguir se mexer um centímetro.
Alistair estava ofegante.
— E quero que veja enquanto faço isso.
Ele virou a cabeça de Sam para que o homem visse o seu
reflexo claro no espelho de chão situado em um dos lados do quarto.
Sam gemeu.
— Sim, por favor!
Fazendo uma careta, Alistair levantou a mão e deixou-a voar
contra o traseiro de Sam com um estrondo sonoro.
— Owww! — Sam exclamou de surpresa. Já tinha ido longe
demais para perceber o que Alistair tinha dito. Balançou o seu corpo
e o seu traseiro, tentando se afastar dos ataques contra ele, mas
Alistair o segurou para que Sam não conseguisse escapar. — Por que
isso?
— Por não se preocupar com a sua segurança.
Outro estrondoso tapa caiu sobre o traseiro de Sam.
— E por se jogar de cabeça em situações perigosas.
Outra bofetada nas nádegas de Sam.
— Owww.
Sam tentou sair e, quando não teve sucesso, decidiu tentar
outra tática que convenceria Alistair a parar.
— Mas você faz a mesma coisa. Corre para o perigo. Porque
eu não posso?
— Porque, Sam, eu não sou fácil de matar.
— Eu também não sou humano — Sam salientou, mas
recebeu outra bofetada pelo seu esforço. — Para com isso.
Alistair libertou o seu agarre sobre Sam e deixou o homem
rolar para longe. Ele estava observando Sam com um olhar de
avaliação e Sam virou a cabeça para olhar de relance para Alistair.
— Pensei que íamos fazer amor. Não arruinar o momento —
Sam disse com um beicinho.
— Preocupo-me com você. Esta é a terceira vez agora. Não
pensa nas consequências ou no quão perigosa a missão pode ser
antes de se jogar de cabeça. Não gosto disso. Não quero que nada
lhe aconteça — Alistair disse, passando uma mão pelo cabelo, cheio
de indecisão.
— Alistair, pensei que já tínhamos resolvido isto.
— Não. Você falou sem me deixar dizer uma só palavra. Eu
só... não sei se sobreviveria a qualquer coisa acontecendo com você.
— Awww.
Rastejando de joelhos, Sam foi abraçar Alistair, deixando a
cabeça do homem descansar no peito enquanto ajoelhava de ambos
os lados das coxas de Alistair.
— Vou ter mais cuidado. Isso é tudo o que posso fazer. E,
além disso, tenho você comigo para me proteger. Vai dar tudo certo.
Está bem? Agora não vamos mais falar dessa pieguice. Me lembro de
você prometer me foder até eu não conseguir me mexer e me deixar
te ver fazer isso.
Balançando uma sobrancelha, Sam disse atrevidamente:
— Bem, vá direito ao assunto. Mas antes disso, meu traseiro
está dodói. Dá um beijo para sarar?
Alistair riu da cara que Sam fez, alegria e felicidade
transbordando dentro dele. Agora que finalmente deixou Sam entrar,
sentia-se muito mais satisfeito do que alguma vez se sentiu. Nunca
haveria um momento de monotonia com Sam por perto. Isso era
certo. O homem era tão cheio de vida, de gargalhadas. Era
simplesmente espantoso e era todo de Alistair.
Arrastando Sam até ele, Alistair levou a boca de Sam em um
beijo terno. Queria saborear este momento com o seu companheiro.
Chupou os lábios de Sam, primeiro o de baixo e o saboreou antes de
chupar o de cima. Fez isto várias vezes, contente por ter tido calma.
O beijo foi suave, sem qualquer paixão apressada. Foi uma
confirmação da sua ligação e dos seus sentimentos crescentes.
Derramou todas as suas emoções no beijo, levando-o devagar e sem
pressa.
Alistair deslizou a língua pelos lábios de Sam, e com uma
precisão lenta, começou a traçar o interior da boca de Sam. Suas
línguas se encontraram tentativamente e, com um gemido
simultâneo, Sam fechou os olhos. Várias vezes, as suas línguas se
emaranharam e com uma mão no cabelo de Sam, Alistair inclinou a
cabeça para a posição perfeita para um melhor acesso. Tinha os
olhos abertos enquanto continuava a beijar Sam, observando a
reação do outro homem a ele.
Sam agarrou-se ao ombro de Alistair para se equilibrar,
agarrando com força, enquanto este beijo fazia sobressair emoções
que nunca tinha sentido antes com nenhum dos homens com quem
tinha estado. Nunca tinha tido ninguém que despertasse tantas
emoções, exceto este homem que foi capaz de o levar de zero a
sessenta no espaço de um segundo. Tinha sentido raiva, frustração,
uma atração abrasadora, o sexo mais espantoso da sua vida, e agora
estas ternas emoções se acumulando nele.
Quando ficaram sem ar, Alistair rompeu o beijo, respirou
fundo antes de beijar o queixo e a bochecha de Sam e colocar um
beijo em seu nariz, e depois ao lado das orelhas de Sam.
— Eu quero acasalar com você. Vai me deixar fazer isso? —
Alistair perguntou com uma voz rouca, sussurrando as palavras ao
ouvido de Sam antes de prosseguir para levar o lóbulo da orelha para
a boca e chupá-lo.
Sam acenou vigorosamente com a cabeça, perdido na paixão
e ofegando pelo que Alistair faria a seguir. Tinha sido reduzido por
este cuidado terno a uma bolha de confusão emocional. Seu coração
inchou com tanta força e atração por este lindo vampiro que não
conseguiu se conter.
Quando Alistair largou o lóbulo da orelha de Sam, empurrou
o homem para baixo na cama, virando-o de bruços e saindo de baixo
dele até que se posicionou nas costas de Sam. Em seguida,
prosseguiu para beijar cada centímetro das nádegas vermelhas de
Sam. Sam gemeu descaradamente, balançando o traseiro no
tratamento que recebia, com os olhos fechados e as mãos apertando
o edredom por baixo dele.
— Alistair. Tão bom. Tão...tão bom — Sam gemeu,
balançando o seu traseiro enquanto Alistair circulava o seu ânus
apertado.
Alistair lambeu o ânus de Sam, se afastando para beijar e
acariciar as nádegas vermelhas de Sam antes de voltar a lamber o
ânus novamente. Repetiu isto várias vezes, provocando um Sam
frenético, que se balançava na cama e ofegava com força.
— Alistair, por favor — Sam gemeu, implorando pelo que
sabia que o seu companheiro lhe daria, mas querendo que ele se
apressasse.
Rindo, Alistair apalpou os globos gêmeos e depois separou-
os e manteve-os separados antes de cuspir na pele enrugada e
mergulhar no ânus de Sam. A pele esticada estava resistente no
início, antes de dar lugar à língua de Alistair. Sam soltou um suspiro
silencioso, depois empurrou o seu traseiro para trás de modo que a
língua de Alistair escorregasse mais para dentro.
— Oh, oh, oh! Puta merda! Oh sim, Alistair! Foda, sim! —
Sam exclamou, gemendo e gritando enquanto Alistair penetrava o
seu ânus algumas vezes com a língua.
Sam bateu na cama, com a tensão chiando e balançando o
seu corpo enquanto o prazer o fazia bater com o punho contra a
cabeceira. Quando Alistair rodou a língua dentro do seu ânus, Sam
sentiu o corpo queimar e a eletricidade passando pelo seu sistema
da cabeça aos pés, fazendo-o tremer com tanta força que pensou
que as suas articulações iriam rebentar.
Alistair soltou as nádegas de Sam e puxou a sua cintura para
cima, de modo que Sam estava ajoelhado com o rosto ainda
pressionado para baixo na cama. Retirou a língua de Sam e foi
recompensado com um gemido doloroso e Sam balançando seu
traseiro no seu rosto.
— Por favor, não pare! — Sam falou com uma voz rouca.
— Eu não pretendo — Alistair respondeu com uma risada, e
depois de despejar uma generosa quantidade de lubrificante na mão,
enfiou um dedo dentro de Sam.
Alistair curvou a sua mão no corpo de Sam, atingindo
diretamente a próstata e fazendo o homem saltar e gritar uma
maldição, sua voz torturada de prazer. Alistair continuou a
massagear a próstata de Sam, depois adicionou um segundo dedo e
fez um movimento de tesoura com eles dentro do ânus de Sam.
Começou a esticar Sam, adicionando um terceiro dedo após algum
tempo e fodendo o corpo sensível do seu companheiro uma e outra
vez. Logo, Alistair retirou os dedos e penetrou Sam com a língua
mais uma vez.
Sam foi reduzido a uma confusão tremulante, borbulhante,
murmurante e sem sentido e não deste mundo, perdido no prazer
que o seu corpo foi obrigado a suportar. Já não tinha certeza de
poder suportar, pois todo o seu corpo estava supremamente
relaxado e uma forte dor se instalou no fundo do seu estômago. Todo
o seu corpo, desde a ponta do cabelo até aos pés, formigava
enquanto Alistair forçou o seu corpo a produzir prazer suficiente para
o transformar em um homem possuído.
Sentia coisas que não sabia que o seu corpo era capaz de
sentir, seus sentidos excessivamente estimulados o incapacitaram de
se afastar para recuperar o seu equilíbrio. Estava à beira de se
despedaçar, e quando Alistair começou a acariciar o seu pênis com
força e a massagear os seus testículos com outra mão enquanto
ainda o penetrava com a língua, Sam sentiu como se o seu coração
fosse explodir.
— Por favor... por favor... por favor... — Sam implorou uma
e outra vez, sem ter certeza do que estava implorando - se por alívio
ou para que Alistair parasse, ele não sabia.
Sentiu suas bolas contraírem e todo o seu corpo ficou tenso,
e não demorou muito até começar a disparar cargas e atos de
esperma. Seu corpo estava relaxado e completamente sob o controle
de Alistair, então quando sentiu Alistair empurrar para dentro do seu
corpo quando começou a gozar, Sam gemeu, lágrimas escorrendo
pelo seu rosto devido às emoções esmagadoras que disparavam pelo
seu sistema, seu corpo tão flexível e dolorosamente cheio que não
sabia o que fazer.
Era uma sensação totalmente fora do corpo. Como se o seu
corpo estivesse sendo tão bem utilizado, não tinha qualquer controle
sobre ele e não podia protestar ou concordar que Alistair
continuasse. De fato, era como um boneco de trapo, apenas lá para
o que Alistair escolhesse fazer com ele. Estava tão sobrecarregado,
tão completamente consumido que Alistair era quem o segurava –
caso contrário, teria caído na cama como um peso morto, incapaz de
levantar um músculo.
— Abra os olhos e olhe o espelho. Veja o que estou fazendo
— Alistair grunhiu.
Imediatamente, os olhos de Sam abriram, como se estivesse
funcionando por controle remoto, olhou para o espelho ao seu lado.
Viu Alistair fodendo o seu corpo, movendo os quadris e empurrando
para dentro e para fora dele. Alistair nunca lhe deu uma oportunidade
de gozar completamente em paz. Não, Alistair fodeu o seu corpo
enquanto continuava a disparar a sua carga e a visão erótica disso
fez com que o seu corpo ficasse tenso e as suas veias dilatassem em
seu pênis e pescoço enquanto gritava e começava a gozar de novo.
Sam nunca tinha gozado com tanta força, e quando fechou
os olhos contra a sensação o esmagando, Alistair bateu na sua
bunda, uma bofetada estrondosa que fez com que os seus olhos
abrissem e continuasse a ver a cena erótica diante dele. Sam
observou um tiro de esperma sair de seu pênis e Alistair bateu em
seu corpo, atingindo a sua próstata com força e fazendo com que
mais esperma saísse de seu pênis dolorosamente ereto.
Sam não fazia ideia que uma pessoa podia gozar tanto e
durante tanto tempo, Alistair dominou tão bem o seu corpo,
acariciando seu pênis de volta à dureza sempre que queria esvaziar
e batia na sua próstata para estimular mais esperma para fora dele.
Sam gritou o nome de Alistair varias vezes, agarrando a almofada e
mordendo-a quando Alistair não mostrava sinais de ter se rendido ou
de parar.
— Sam, Sam, Sam!
Suor escorria do corpo de Alistair, caindo sobre as costas de
Sam. Uma mão poderosa envolveu a cintura de Sam e segurou-o no
lugar, a outra mão acariciando o pênis de Sam. Os quadris de Alistair
bateram repetidamente no corpo de Sam e as suas presas
estenderam, tirando sangue dos seus lábios e ele rangia os dentes
para manter o orgasmo o máximo de tempo possível.
— Alistair, por favor... por favor, goze. Por favor — Sam
implorou, sabendo em algum nível que Alistair não o deixaria
terminar até que ele próprio o fizesse.
Seu pênis parecia que iria cair de tanto gozar e por tanto
tempo. Tudo o que podia fazer era implorar a Alistair que encontrasse
o orgasmo para que pudesse deixar Sam terminar. Todo o corpo de
Sam já estava tremendo - nunca tinha tido sexo assim. Era demais.
Seu corpo já não aguentava mais.
Quando o esperma de Sam começou a diminuir, vindo em
pequenos salpicos e gradualmente desaparecendo, Alistair se
inclinou para a frente e mordeu o ombro de Sam. Furou a pele com
as presas e começou a sugar o sangue de Sam. O sangue era o mais
doce que Alistair já tinha tomado, e continuou a saborear com fome,
selando ao mesmo tempo o seu laço de acasalamento.
Sam, tinha fechado os olhos antes da breve pausa, abriu os
olhos com mais força, à medida que o seu pênis endurecia. O prazer
e a euforia de Alistair beber dele era diferente de tudo o que alguma
vez já sentiu. Com Alistair ainda o fodendo, sentiu Alistair entrando
em seu traseiro, desencadeando outro orgasmo dele e, durante todo
o tempo, olhando no espelho.
Alistair também virou a sua cabeça para o espelho e viu o
seu companheiro de olhos arregalados os observando através do
espelho. O seu olhar era implacável, agarrando e segurando Sam
enquanto gozavam. Alistair gozou dentro do corpo de Sam enquanto
sugava o seu sangue, Sam disparando seu esperma sobre a cama.
Sam abriu a boca em um grito silencioso, mas nenhuma
palavra saiu dele. Alistair pôde ver claramente que Sam parecia
completamente fodido, ao ponto de perder a fala. Quando ambos
terminaram, Alistair retraiu as presas do ombro de Sam e lambeu a
ferida, fechando-a. Juntos, caíram na cama com Alistair em cima de
Sam, ainda dentro do outro homem, mas com o seu pênis
amolecendo.
Alistair não queria sair do corpo de Sam. Empurrar para
dentro dele era como se tivesse voltado para casa e adorou cada
momento. Moveu-os até que estavam deitados de lado quando Sam
grunhiu um protesto. No entanto, não se retirou do corpo de Sam.
Permaneceram unidos até que Sam adormeceu, caindo no sono.
Com um sorriso satisfeito no rosto, Alistair apertou um beijo
na testa de Sam, olhando para as feições do seu companheiro, o seu
coração inchado com uma emoção há muito esquecida. Envolveu um
braço em volta do corpo de Sam, puxando-o ainda mais para o seu
próprio corpo, o que fez com que o seu pênis empurrasse mais para
dentro do corpo flácido e adormecido de Sam. Enterrou o nariz no
cabelo de Sam, inalando o cheiro do sexo que permeava o quarto,
bem como o cheiro de Sam, antes de fechar os olhos para saborear
este momento.
Alistair sentiu seus olhos abrirem de novo quando Sam
balançou os quadris contra o seu pênis e sentiu um sorriso se
espalhando pelo seu rosto. Adorava a sensação de estar enterrado
nas profundezas do corpo de Sam.
— Água — Sam sussurrou com uma voz seca e rouca.
Esticando uma mão para a frente, Alistair puxou uma garrafa
de água da mesa e entregou ao Sam. Observou enquanto o seu
companheiro tomava o conteúdo antes de pegar de volta com um
“obrigado” de Sam e colocar na mesa de cabeceira.
— Oh meu Deus, esse foi o melhor sexo da minha vida. Não
fazia ideia que podia gozar tanto assim ou por tanto tempo. Acho que
me quebrou — Sam disse.
Rindo, Alistair apertou um beijo na cabeça de Sam.
— Não é possível. Acho que foi ao contrário.
— Vai se retirar? — Sam perguntou, referindo-se ao pênis
de Alistair ainda alojado dentro dele, sua voz tingida de diversão e
exaustão.
— Nem realmente, não. Não tenho vontade. Prefiro dormir
assim — Alistair respondeu, dando um beijo contra o lado do rosto
de Sam.
Sam riu então, bocejou.
— Durante quanto tempo estive dormindo?
Alistair encolheu os ombros.
— Não sei, talvez dez minutos?
Sam suspirou de contentamento enquanto deitavam no
casulo do resplendor do seu amor. Enrolou a mão em volta da de
Alistair, que segurava o outro homem. Balançando o seu traseiro
mais uma vez até se sentiu confortável e o pênis de Alistair tremeu
em seu interior, Sam riu.
— Está ficando duro outra vez.
— A culpa não é minha. Há um mago sexy provocando com
a sua bunda o Alistair Junior — Alistair disse com um sorriso.
Sam riu.
— Acabou de batizar o seu pênis de Alistair Júnior? Sério?
— Não te ouvi reclamar antes — Alistair disse com um
beicinho falso.
A expressão era tão engraçada em Alistair enquanto Sam o
observava através do espelho que não podia deixar de rir. Alistair
tentou manter uma cara séria, mas não durou muito tempo, já que
também desatou a rir da diversão contagiosa de Sam.
Quando finalmente ficaram sérios, Sam amuou antes de
dizer:
— Não é legal, sabe. Deveria ser a minha vez de te foder.
Alistair riu, puxando Sam firmemente contra o seu corpo.
— Alguns minutos para me recuperar e pode fazer comigo o
que quiser.
Um sorriso apareceu nos lábios de Sam.
— Mesmo?
— Mmm-hmm — Alistair respondeu, deixando cair um beijo
na testa de Sam, em sua bochecha, e depois na cabeça antes de cair
sobre o travesseiro.
Não demorou muito, antes de Alistair adormecer, e com um
sorriso terno, Sam jogou o edredom sobre os dois e seguiu Alistair
para um sono contente.

Sam e Alistair sentaram em lados opostos no avião que os


levaria para a França. Começariam a investigação a partir do
território francês, e depois mudariam para a Grécia. Para uma melhor
investigação sobre quem estava por trás da ameaça à sua raça,
Kevyan dividiu todos os investigadores disfarçados para verificar dois
territórios cada.
Enquanto ele e Sam lidavam com os territórios da Grécia e
França, a Princesa Christiana e Connor, outro guerreiro, verificariam
os territórios asiático, russo e australiano. Rodrigo e Dyx Star
investigariam os territórios escocês e os demais europeus. Eles então
trocariam até que cada equipe investigasse cada um dos territórios.
Kevyan então compararia notas de três perspectivas diferentes, até
que estivesse satisfeito com o que foi descoberto e quem era
considerado uma ameaça.
Sam e Alistair assumiram a liderança em partir para a sua
missão. O resto das equipes seguiriam após as medidas adequadas
terem sido tomadas em termos de segurança e quem ficaria no
comando pelo período interino até o seu retorno.
Uma comissária de bordo saiu com um sorriso no rosto, sua
expressão o epítome da polidez.
— Posso lhe servir qualquer coisa?
— Não, estou bem. Mas não me importaria de um copo de
algo frio e não alcoólico. Obrigado.
— E para você, senhor? — Perguntou a comissária de bordo
para Alistair, mas a mente de Alistair estava longe de seu entorno,
então não estava prestando atenção a eles.
— Alistair?
Sam olhou para o seu companheiro, tentando chamar sua
atenção da vista fora da janela. Quando Alistair não respondeu, Sam
passou a perna da canela e a coxa de Alistair, conseguindo o olhar
de seu companheiro finalmente.
— Você está bem? — Sam perguntou quando notou a careta
no rosto de seu companheiro.
— Sim, estou bem. Só estou pensando.
Ele virou para a comissária de bordo.
— Vou tomar uma taça de champanhe de sangue?
— Trarei os seus pedidos imediatamente, senhores, — disse
a comissária de bordo antes de se mover.
— Você tem certeza que está tudo bem?
Alistair acenou com a cabeça.
— Sim, estou bem. Sim. Perdoe-me. Minha mente estava
tão longe.
— Está tudo bem. Contanto que não seja nada sério te
incomodando.
Alistair estendeu a mão e Sam seguiu sua liderança até que
estavam de mãos dadas. Alistair apertou a mão de Sam com
tranquilidade, deixando um lado de seus lábios curvar em um sorriso.
— Mal posso esperar para ver a cidade com você, — Alistair
disse.
Sam viu as palavras pelo que eram. Uma distração, mesmo
que fossem palavras verdadeiras ditas pelo coração. Escolhendo ir
junto, Sam disse:
— Sim. Eu também. Como uma lua de mel, embora sem
toda a pompa e coisas de uma cerimônia de casamento.
Alistair riu.
— Sam, já estamos casados. Quando acasalamos, entramos
em mais do que um simples casamento. É a junção de nossas almas.
Não há divórcio nisso.
— Oh, — Foi tudo o que Sam podia dizer.
— Sim, oh. Venha aqui, companheiro, — Alistair disse,
puxando suas mãos juntas até que Sam levantou e veio montá-lo.
A comissária de bordo retornou então com seus pedidos de
bebidas e Alistair gesticulou para a mesa.
— Você pode deixar aí.
Fazendo exatamente isso, a comissária de bordo perguntou:
— Há mais alguma coisa que gostariam?
Alistair balançou a cabeça em recusa.
— Não, obrigado. Você pode sair agora.
Sorrindo para o feliz casal, a comissaria os deixou sozinhos
e Alistair puxou a cabeça de Sam para trás antes de tomar os seus
lábios em um beijo.
— Por que não levamos isso para o quarto? — Sam disse,
mordiscando o lóbulo de Alistair. — Gostaria de ver o que é tão
intrigante sobre entrar no clube milhas aéreas.
Rindo, Alistair levantou e jogou Sam sobre o seu ombro,
batendo na sua bunda enquanto se movia em direção à porta que
levava para o quarto privado no avião. Com um Sam rindo nos
braços, Alistair chutou a porta fechada e começou a mostrar ao Sam
como era o sexo no ar.

Horas depois, quando chegaram na pista privada na França,


foram recebidos pelos homens de Lorde Dubois, que vieram escoltá-
los de volta ao complexo principal. De mãos dadas, Sam e Alistair
cumprimentaram seus acompanhantes, apertando as mãos e
seguindo-os até os carros destinados a transportá-los para o seu
destino.
Sam estava extremamente fascinado pela paisagem ao seu
redor no carro em alta velocidade quando pararam na comunidade
de vampiros. Era como uma comunidade humana normal, mas as
pessoas eram todos seres paranormais. Não demorou muito para
que se deparassem com a residência do membro do conselho. O
composto era grande e muito incrível.
Quando a porta abriu, Sam saiu do carro, olhando para a
bela casa de dois andares. Havia um pátio e o campo de treinamento
onde os guerreiros estavam ocupados praticando. Sentiu Alistair
escorregar a mão na sua e Sam olhou para suas mãos unidas antes
de olhar para Alistair com um sorriso.
— Deste lado, por favor, — disse o acompanhante, levando-
os para dentro da casa.
Olharam os seus arredores, mesmo enquanto seguiam sua
escolta para encontrar o membro do conselho do território francês
Emil Dubois. Foram levados para uma sala de entretenimento onde
Emil também estava entretendo outras famílias nobres.
Quando Emil os viu, caminhou para dar as boas-vindas ao
seu território e apresentá-los aos outros nobres. Alistair, porém,
parecia familiarizado com alguns, e mais de uma vez, os ouviu se
referir a Alistair como Lorde Costanova. Quando perguntou a Alistair
sobre isso, Alistair o olhou com uma expressão engraçada e, em
seguida, explicou que ele era um nobre, sua linhagem muito antiga
e de muito respeito.
— Um nobre? — Sam perguntou com surpresa de olhos
arregalados.
— Sim, eu sei. Não é segredo. Muita gente está ciente disso,
— Alistair confirmou.
— Mas... Eu nunca soube. Ninguém disse nada sobre você
ser um nobre. Isso significa que você também possui sua própria
terra?
Uma expressão dolorosa cruzou o rosto de Alistair, veio e
sumiu muito rápido para Sam se perguntar sobre isso.
— Sim, eu tenho. Me afastei da cadeira do conselho, —
Alistair disse, com a voz tão final e inacessível que Sam não pôde
fazer mais perguntas.
Eles socializaram com os nobres presentes, com Alistair
apresentando-o aos poucos que reconheceu e jogando conversa fora.
Lorde Dubois caminhou para se juntar a eles algum tempo depois,
desta vez com um de seus homens para mostrar a eles o seu quarto.
Sempre o anfitrião gracioso, os convidou para explorar tanto do seu
território quanto quisessem durante a estadia. Ele então lhes deu
boa noite e eles se permitiram ser levados para fora da sala de
entretenimento para o quarto oferecido a eles.
Sam e Alistair passaram os dias seguintes explorando o
território, se divertindo mesmo enquanto questionavam os vampiros
que viviam na cidade. Uma vez, Sam perguntou por que o território
e a cidade estavam cheios apenas de vampiros e nenhum humano.
Alistair explicou que a terra pertencia aos nobres. Eles compraram
um monte de terra quando era mais barato, indo tão longe quanto
comprar uma vila inteira e as cidades vizinhas.
Os Membros do Conselho então foram eleitos e
estabeleceram poder e puderam permanecer em suas próprias
terras. Já que a terra pertencia à família nobre, era mais fácil manter
os humanos fora de suas terras, especialmente porque plantaram
árvores e as cultivaram em torno de suas fronteiras em floresta
espessa como uma proteção adicional. A família real, porém, tinha
mais terras e cidades do que todos os nobres e Membros do Conselho
juntos.
Alguns dias antes do definido para deixarem a França, e
depois de interrogar um monte de gente na cidade, Sam passeava
pelo complexo. Parou para ver os guerreiros treinarem através de
uma alcova na casa. Assistiu suas técnicas de luta com um pouco de
admiração, desfrutando do show de homens seminus pingando suor.
Enquanto estava curtindo o show, viu Emil Dubois, o Membro do
Conselho francês, indo em sua direção. Se endireitou de onde estava
inclinado e deu um sorriso de boas-vindas.
— Lorde Dubois...
— Me chame de Emil, —Emil Dubois disse com um sorriso
próprio.
— Emil, — Sam balançou a cabeça. — É estranho chamá-lo
assim.
Emil riu, então perguntou:
— Diga-me, Sam, como você chama o nosso rei?
Sam franziu a testa, então encolheu os ombros.
— Kevyan.
Então, parecendo pensativo, Sam acrescentou:
— Mas então, ele é mais como um cunhado, já que Dorian
é mais como um irmão para mim. Seria estranho chamá-lo de Rei
Kevyan a cada minuto do dia!
Emil jogou a cabeça para trás e riu.
— Sua lógica é falha e verdadeiramente engraçada. Mas,
por favor, me chame de Emil ou começarei a me sentir como meu
pai, Cher.
Sam riu também.
— Nós não queremos isso. Caminhe comigo, por favor?
— Mas, é claro. Para onde está indo?
— Procurar o meu companheiro. Parece que não sou o único
fascinado por sua bela casa, — Sam disse quando os dois começaram
a caminhar.
Emil sorriu.
— Obrigado. Me agrada que achem minha casa acolhedora
e bonita. Espero que a sua estadia tenha sido mais maravilhosa até
agora.
— Oh sim. Com certeza. Esta é realmente a cidade dos
amantes. Alistair e eu temos explorado, embora provavelmente
teremos que começar a trabalhar mais cedo ou mais tarde. Mas por
enquanto, isso é como uma lua de mel para nós.
— Parabéns novamente por encontrar o seu companheiro,
— Emil disse com um sorriso, que logo escureceu.
— Algo errado? — Sam perguntou quando notou a
expressão do homem.
Emil colocou as mãos atrás das costas, o vento soprando
contra o seu cabelo, que era mantido em um rabo de cavalo.
— Não se importe comigo. Estava pensando em
companheiros. Agora que o nosso rei está acasalado, estamos todos
esperançosos em encontrar o nosso, também. Viver tanto tempo fica
cansativo e solitário depois de um tempo. Já vimos tudo, e até a
última invenção logo se torna um tédio depois de um tempo.
Sam acenou com a cabeça.
— Só posso imaginar como isso deve se sentir.
Especialmente quando você não tem ninguém para preencher os
buracos vazios em seu coração. Até os flertes de uma noite e os
lances envelhecem depois de um tempo. Conheço a sensação disso.
Antes de conhecer Alistair, não tinha nenhum desejo de me
estabelecer, mas depois de conhecer o meu companheiro... tornou-
se diferente.
Sam olhou para Emil.
— Pode não ser agora, mas tenho certeza de que um dia
você vai encontrar o seu próprio companheiro.
Emil suspirou, sorrindo com gratidão.
— Obrigado pelas palavras gentis, Sam. Como você sabe,
tudo o que podemos fazer é esperar.
— Parece que você e Alistair se conhecem muito bem, —
Sam disse.
— Oh sim. Antigamente. Ele era um cara ousado, — Emil
disse com uma risada. — No entanto, ele mudou muito de como
costumava ser.
— Isso tem algo a ver com ele desistindo de seu lugar no
conselho? — Sam perguntou com curiosidade, querendo saber tudo
sobre o seu companheiro.
Emil deu-lhe um olhar avaliativo.
— Ele te falou sobre isso, hein? Bem, ele não desistiu,
tecnicamente. Mais como se ele se afastasse disso. Seu território faz
fronteira com o da família real aqui na Europa. O lugar dele ainda
está lá, vazio. Nosso rei tem alguém mantendo a ordem lá.
— Por que ele fez isso?
Emil franziu a testa.
— Não devo ser eu a te contar. Você deve perguntar a ele.
No entanto, tudo o que posso dizer é que ele já sofreu o suficiente.
Merece a paz e felicidade que vejo nele agora.
Pensando nas palavras de Emil em sua mente, Sam
queimava para fazer mais perguntas, mas podia ver que não
receberia mais respostas. Tudo o que Emil conseguiu foi fazer com
que tivesse mais perguntas que não poderia forçar Alistair a
responder até que o homem estivesse pronto para falar. Queria saber
mais sobre o passado de Alistair e estava começando a ser difícil
esperar.
Tomando a dica para mudar de assunto, Sam mudou para
outro tópico.
— Você já tirou férias, ficou longe daqui por um tempo? —
Sam perguntou, curioso.
— De jeito nenhum. Por que eu iria querer fazer uma coisa
tão tola?
— Por que tirar férias é tolice? — Sam rebateu.
— Porque, jovem Sam, um Membro do Conselho não sai de
sua casa, — Emil disse.
Balançando a cabeça, Sam franziu a testa.
— Isso não faz absolutamente nenhum sentido. Só porque
um Membro do Conselho não sai de sua casa não é razão suficiente,
e além disso, todos vocês estavam presentes na nomeação do
Príncipe Rorik e outros eventos nos EUA, — Sam apontou.
— Isso, cher, é diferente. Era uma obrigação real. Um dever
para com a coroa. Não ir seria o auge do insulto e um desafio ao
nosso rei. Tal desafio levaria a uma luta até a morte e ninguém pode
lutar contra a família real e vencer, entendeu? A linha real é a mais
antiga e poderosa da nossa espécie, e não importa a desculpa, o
insulto também resultaria na retirada de uma cadeira do conselho e
uma destituição do status.
— Por que uma punição tão severa? — Sam perguntou em
confusão.
— Em nosso mundo, jovem humano, um desafio contra a
coroa é o mesmo que um golpe de Estado.
Sam respirou fundo e Emil acenou com a cabeça.
— Mas, é claro, a família real também é obrigada a governar
de forma imparcial e justa. Só porque eles são de descendência real
não significa que podem abusar de seu poder. O destino cuidou disso,
e confie em mim, as repercussões são rápidas e severas o suficiente
para impedi-los de tentar.
— E se alguém quiser dar início a um golpe?
— É um idiota que iria em uma missão de tolo. Ninguém
além do descendente real pode governar. Mesmo que o tolo tenha
sucesso em matar todos os descendentes reais, ele ainda não pode
governar, — Emil disse com um olhar distante.
— E por que isso? — Sam perguntou, querendo saber a
resposta.
— Destino, humano. Ela pode ser uma cadela cruel quando
quer. Escolheu aqueles que considera dignos da coroa. Ir contra a
coroa é como ir contra ela. — Emil virou os olhos estranhos para
Sam, causando um arrepio por todo o seu corpo. Sam esfregou os
braços arrepiados contra o frio não natural. — Você não quer ir contra
o destino.
— Emil, — disse Sam entre os dentes apertados, tentando
chamar a atenção do homem. — Emil!
Emil balançou a cabeça, seus olhos voltando ao normal mais
uma vez e ele franziu a testa para Sam.
— Desculpe. Não vamos falar sobre tais assuntos.
Puxando o braço de Sam, o levou para o seu quarto.
— Venha, você deve estar cansado. Vou deixá-lo na sua
porta.
Sam e Emil caminharam pelo complexo principal,
conversando enquanto iam para o quarto de Sam e Alistair. Quando
chegaram à porta do quarto, Emil soltou o seu braço e Sam caiu
contra a parede.
Preocupado, Emil se moveu para estabilizar o outro homem.
— Você está bem?
Sam balançou a cabeça.
— Por favor, permita-me escoltá-lo para dentro. Você deve
ter se cansado, — Emil disse graciosamente.
Com um aceno, Sam se permitiu ser puxado quando Emil
abriu a porta para o quarto dele e de Alistair. O quarto estava
iluminado com velas por toda parte e as cortinas puxadas.
— Ah. Parece que o seu companheiro estava planejando
uma noite romântica para vocês dois, — Emil disse enquanto notava
o cenário do quarto.
Enquanto se moviam, Emil não tinha notado o círculo de sal
em que entrou, e Alistair saiu do banheiro naquele momento,
olhando para ambos com preocupação.
— O que há de errado com o meu companheiro? — Alistair
perguntou, tomando cuidado para não entrar no círculo.
Sam dispensou sua preocupação.
— Eu vou ficar bem.
E com isso, ele se afastou de Emil, passando a marca de
divisão no grande círculo até que estava do outro lado. Com um
movimento rápido, ele o selou, garantindo que ninguém pudesse sair
do círculo.
— Já que está aqui agora, vou me despedir dos dois.
Tenham um bom dia, então, — Emil disse e virou para sair do quarto,
mas não conseguiu, pois uma barreira invencível o segurava. Ele
empurrou com a mão e era como se houvesse uma parede de tijolo
diante dele. Confuso, Emil virou para olhar os dois à sua frente.
— Por que eu não posso sair? O que está acontecendo?
Sam cantou sob sua respiração, parando só para dizer.
— Sinto muito, Emil.
Então ele terminou o feitiço, e as chamas das velas
levantaram, Emil caiu no chão em um monte inconsciente.
— Será que ele vai ficar bem? — Alistair perguntou.
Sam sentou no chão, de pernas cruzadas.
— Ele vai ficar bem e não vai se lembrar disso assim que
tivermos o que precisamos dele.
Acenando, Alistair aceitou a explicação de seu companheiro
e ficou de pé com as mãos cruzadas no peito enquanto observava
seu companheiro começar a trabalhar.
Sam começou a cantar, as chamas das velas queimando e
morrendo ao seu tamanho normal a cada feitiço que ele lançou. A
magnitude do feitiço que estava lançando foi equilibrada pelos
elementos ao seu redor, e operando em um círculo fusível para
energizá-lo e drená-lo quando a energia fosse demais para o seu
corpo conter.
Ele trabalhou em um feitiço de manifestação e revelador,
varrendo as intenções de Emil primeiro. A energia ao seu redor
permaneceu neutra para mostrar que Emil não era uma ameaça.
Uma varredura em suas memórias mais recentes mostrou que ele
não tinha realmente nada a ver com a ameaça que todos estavam
enfrentando.
Sam finalmente fez um feitiço de apagamento, apagando as
últimas memórias da mente de Emil para que tudo que Emil se
lembrasse fosse que estava caminhando com Sam para o quarto.
Assim que fez isso, dissipou a energia ao seu redor e dominou o
feitiço.
— Ajude-me a colocá-lo em pé, — Sam disse. Junto com
Alistair, colocou Emil de pé, reorganizando a situação para parecer
exatamente como antes, com Alistair se afastando deles e Sam
segurando Emil. Quando Emil finalmente abriu os olhos, parecia
desorientado no início, e então olhou de Sam para Alistair e de volta
novamente.
— Tem algum problema? — Sam perguntou.
Ainda considerando os dois, Emil lentamente balançou a
cabeça.
— Vou me despedir de vocês agora. Tenham um bom dia,
senhores.
E com isso, Emil saiu do quarto, fechando a porta atrás dele.
Sam e Alistair, por outro lado, seguiram o movimento de Emil com
seus olhares, vendo o homem sair da sala até que a porta fechasse
atrás dele. Então viraram para se olharem.
— O que você descobriu? — Alistair perguntou.
— Vamos limpar, — Sam disse, e juntos, começaram a
limpar o quarto. — Ele está bem. Não é uma ameaça.
— Que bom. O conheço há algum tempo e nunca pensei que
pudesse ser um traidor. Fico feliz que isso continue sendo assim, —
Alistair disse.
— Sim, eu sei. Eu também. Eu também gosto do cara. Ele
soou bom e muito pé no chão quando conversamos mais cedo.
Sam ficou pensativo.
— Acho que é uma pena que ele não encontrou seu
companheiro ainda. Posso dizer o quanto quer isso quando falou mais
cedo. Então ele disse algo muito estranho.
Alistair parou o que estava fazendo e virou para enfrentar o
seu companheiro.
— Estranho. Quão estranho?
— Ele falou sobre o Destino. Foi a maneira como ele disse
isso, como se ele o tivesse conhecido.
Alistair acenou com a cabeça.
— Ele conheceu.
— O quê? — Sam exclamou de surpresa. — Como? Quando?
Mesmo eu sendo um mago, e minha linhagem também, nós nunca
os conhecemos.
— Há muitas coisas sobre a nossa história. Eu não sei muito
sobre isso, mas a linhagem Dubois, desde os tempos antigos, sempre
teve uma ligação com os destinos. Eles enviam seus primogênitos
para servi-los por cem anos. Ninguém sabe para onde vão ou o que
fazem, mas nem todos voltam. Emil foi um dos sortudos. Ele voltou,
mas se recusou a procriar com outras fêmeas e tem fortes crenças
sobre companheiros. Quem sabe, se ele encontrar o seu
companheiro, pode mudar de ideia sobre ter filhos. Até lá, ele
também é o último de sua linha como filho único.
— Uau, — Sam disse, surpreso e simpático por Emil. — Eu
sinto por ele. Ele nunca falou sobre o que fez quando serviu os
destinos?
— É um assunto fora dos limites até para o rei, — Alistair
respondeu.

— Nunca estive na Grécia antes! — Sam disse com


entusiasmo.
Durante sua incrível viagem à França com o coven francês,
Sam teve um dos momentos mais maravilhosos com o seu
companheiro. As duas semanas que passaram lá, tanto a negócios
quanto a lazer, foram uma experiência muito empolgante. Odiava ter
que partir tão cedo, mas estavam em uma missão e não podiam
esquecer o que tinham que fazer. Com um suspiro, Sam apoiou a
cabeça no ombro de Alistair, brincando distraidamente com o botão
da camisa de Alistair.
— Eu também não, nos últimos tempos — Alistair disse com
uma carranca pensativa.
Sam bufou com o que Alistair disse.
— Uau. Quando você diz coisas assim, fico pensando em
quanto tempo você viveu e quantos anos você tem. Eu realmente
esqueço às vezes que estou cercado por homens velhos.
Alistair torceu o nariz, rindo.
— Criança levada. Para que saiba, estou muito bem para a
minha idade.
— Você admite. — Sam jogou a cabeça para trás e soltou
uma gargalhada.
Alistair sorriu ao ver o olhar feliz no rosto de seu
companheiro e, se inclinando para frente, cortou a risada de Sam
com os lábios. Embora o beijo tenha sido inesperado, Sam respondeu
rapidamente, beijando Alistair de volta.
Quando se separaram, Sam segurou o rosto de Alistair em
sua mão e disse:
— Mas eu admito, você é lindo pra caralho para um homem
da sua idade.
E o beijou na boca mais uma vez.
Não demorou muito para que o carro que os levava para a
casa do conselheiro grego parasse e eles saíssem. Após uma
apresentação a Servain Giannopoulos, o conselheiro grego, Sam e
Alistair foram conduzidos ao seu quarto durante a investigação. Ao
contrário do território francês, onde se sentiam relaxados e a
atmosfera era amigável e libertadora, o território grego era
completamente o oposto.
Todos obedeciam aos desejos e gostos de Servain. Ele os
governava com punho de ferro, e todos os que haviam questionado
na cidade eram cautelosos, relutantes em falar - e quando o faziam,
eram extremamente cuidadosos com as suas palavras. A sensação
não foi bem aceita pelo casal e, por isso, não conseguiram relaxar e
pensar nisso como férias. Com a sensação torturante de incerteza,
estavam mais focados no negócio a que vieram do que em qualquer
outra coisa.
Sam e Alistair entraram na sala de entretenimento onde
Servain estava sentado. A conversa cessou na sala no momento em
que os dois entraram, e Servain acenou para que a sua companhia
se afastasse.
— Espero que encontre seus aposentos e o nosso território
de sua satisfação — Servain disse em saudação à dupla.
Com os lábios esticados, Sam respondeu.
— Tem sido interessante até agora.
— Com sua licença, Lorde Giannopoulos, gostaríamos de
falar com você em particular — Alistair disse.
— Em particular? — Servain perguntou, olhando os dois com
desconfiança.
— Temo que o que temos a dizer não pode ir além de nós
três. Você entende a importância do que enfrentamos, não é? —
Alistair perguntou.
Olhando os dois com cautela, Servain relutantemente
acenou com a cabeça para que todos os presentes saíssem da sala.
No momento em que a porta se fechou atrás deles, Sam murmurou
um feitiço, garantindo que ninguém pudesse voltar para a sala.
— Por favor, sentem e me diga do que se trata — Servain
disse, apontando para as cadeiras vazias ao redor da mesa.
Alistair passou por onde Servain estava sentado.
— Isso não será necessário — Sam disse, retirando uma
pequena bolsa do bolso.
— Lamento ter que fazer isso e peço desculpas
antecipadamente se você se sentir injustiçado quando eu terminar.
Acenando para Alistair, observou enquanto seu companheiro
segurava o conselheiro em seu assento quando o homem estava
prestes a pular.
— O que diabos você pensa que está fazendo? Solte-me
neste instante — Servain gritou, lutando para se livrar do aperto de
aço de Alistair sobre ele.
Sua luta e movimentos empurraram a cadeira para uma
curta distância da mesa, com a cadeira raspando no chão. Servain
deixou cair suas presas com a ameaça que os dois representavam
para ele e, inclinando a cabeça, mordeu a mão de Alistair enquanto
usava sua mão para agarrar a outra mão de Alistair em seu ombro.
Apesar das suas tentativas, Alistair não largou o conselheiro, mesmo
sangrando e sofrendo vários ferimentos.
Sam derramou o sal da bolsa ao redor da cadeira em que
Servain estava sentado, criando um grande círculo que o envolvia e
ao conselheiro, e outra linha divisória entre ele e Servain. Sentado
de pernas cruzadas no chão, Sam começou a entoar enquanto fazia
um feitiço para manter todos dentro obedientes aos seus comandos.
Uma vez feito isso, Sam abriu os olhos e acenou com a cabeça.
— Alistair, deixe-o ir e saia do círculo, por favor. Certifique-
se de não quebrar o círculo, não importa o que aconteça.
Foi outra luta, mas depois da briga, Alistair saltou do círculo
com um grito e o suor escorrendo por seu corpo.
Servain bateu contra uma parede invencível, suas presas
para fora e os olhos vermelhos como sangue, gritando sua raiva.
Ninguém do território de Servain veio em seu auxílio, já que Sam
havia lançado um feitiço para impedir que tudo que estava
acontecendo na sala escapasse para o lado de fora. Ele os protegeu
para que ninguém ficasse alarmado e o seu feitiço prendeu Servain
no círculo, incapaz de escapar ou se mover.
Sam estava sentado no chão com os olhos fechados,
ignorando os gritos de Servain quando começou o feitiço. Foi o
mesmo feitiço que executou no conselheiro francês. Exceto que
naquela vez, tiveram mais preparação e o membro do conselho foi
suscetível a agradá-los. Após a reunião inicial, não foi difícil ver que
Servain não era do tipo que agraciava os outros com a sua presença.
Ele era um homem que esperava que os outros em seu território se
comportassem de acordo com a classe.
Se alguém quisesse falar com ele, tinha que marcar um
encontro e mostrar sua gratidão por ter recebido uma audiência,
mesmo que a audiência fosse concedida vários meses depois. O fato
de não serem deste território e serem enviados pelo rei vampiro foi
a única razão pela qual ele permitiu a sua entrada imediata.
Mesmo assim, Sam não tinha nenhuma vela acesa para
equilibrar o nível de poder que o feitiço exigia. O sal tinha sido sua
única opção - era a única coisa que ninguém teria visto ou
suspeitado. Não poderia carregar as velas para dentro da sala, pois
teriam despertado mais suspeitas. Sam tinha que se virar.
Seria muito mais difícil e o drenaria excessivamente, por isso
também não disse a Alistair que essa rota era perigosa para ele e
também para o conselheiro. Sam continuou cantando mesmo quando
tudo ao seu redor começou a desaparecer, e Servain começou a se
cansar e cair de joelhos devido ao efeito do feitiço de Sam.
Sam ignorou a transpiração cobrindo o seu rosto, e não
demorou muito para que Servain desabasse em uma confusão
inconsciente no chão, sua mente um lugar aberto para Sam brincar.
Sem outros elementos para o aterrar, Sam teve que se aterrar
usando a terra e pedra abaixo dele antes de prosseguir com o seu
feitiço. Ele começou com o feitiço de intenção e o círculo ganhou vida
com uma centelha de luz esverdeada. Uma escuridão enjoativa
flutuou de onde Servain caiu, tentando abrir caminho até o canto de
Sam do círculo, mas a barreira se manteve firme.
Se havia uma coisa que Sam dominava perfeitamente e
podia garantir que fosse mantida com força mesmo durante o sono,
era o seu feitiço de proteção. Era a base de todos os feitiços que
lançou, e não importa o quão drenado ele se tornasse, o feitiço de
proteção nunca se quebraria contra qualquer peso. Era por isso que
o mal que espreitava no círculo de Servain não penetrou em seus
limites.
Do outro lado do círculo, Alistair ficou preocupado quando
viu a luz esverdeada brilhando no círculo de Servain. Mesmo que ele
não entendesse tudo o que o seu companheiro podia fazer, não podia
deixar o seu companheiro ser prejudicado por nenhuma razão.
Dando um passo à frente, parou imediatamente quando Sam gritou
para não tocar em nada. A irritação na voz de Sam foi o que o fez
dar um passo para trás, e Alistair foi sentar enquanto observava seu
companheiro continuar o seu trabalho.
Logo, Sam começou o feitiço de manifestação e começou a
revelar e vasculhar as memórias de Servain. A maldade e crueldade
de tudo que estava vendo fez a pele de Sam arrepiar. Viu corpos
amontoados em uma sala secreta embaixo da mansão - eram os
corpos daqueles que desagradaram Servain ou não ficou
impressionado. Aqueles que falharam nas tarefas que ele atribuiu.
Sam viu a maneira impiedosa com que o conselheiro os
matou, drenando seu sangue e arrancando as cabeças dos corpos
sempre que traziam más notícias. Voltou em suas memórias, vendo
a primeira vez que Servain ordenou que sequestrassem Dorian, tudo
por causa do boato que ele ouviu sobre uma profecia.
O desejo por mais poder havia feito do homem um inimigo
sedento e brutal. Com um forte desejo pela coroa, Servain tinha
acreditado fortemente na profecia, querendo Dorian para si mesmo
para que pudesse ser o único a cumprir a profecia, ganhando assim
poder adicional. No entanto, quando seus homens sequestraram
Dorian, ele não foi capaz de encontrar provas de que ele era o ômega
do qual a lenda do lobo falava. Sam podia imaginar sua surpresa
quando Kevyan acasalou com Dorian e iniciou seu lado ômega e a
profecia de uma vez. A raiva de Servain não tinha limites e ele partiu
para uma matança.
Quando percebeu que não poderia ter Dorian ou o poder que
vinha com ele, partiu para destruir Kevyan, Dorian e o seu filho, bem
como toda a linhagem real. A profecia de que um grande rei surgiria
para preencher a lacuna entre os lobos e vampiros, unindo-os e
garantindo que a linhagem ômega reinasse mais uma vez, não foi a
parte que atraiu a atenção de Servain. Não - era a parte sobre uma
nova raça e os poderes incalculáveis que eles exerceriam. Essa era
a parte que Servain desejava.
Sam leu o ciúme de Servain pela coroa e o seu desejo de
possuí-la. Pelo jeito que Emil falou sobre o destino, Sam nunca
pensou que alguém fosse tolo o suficiente para realmente tentar
derrubar a coroa e ir em frente. Mas, aparentemente, aqui estava
um tolo que não sabia as consequências de suas ações, ou era
ousado o suficiente para ir em frente. Ele tinha visto o que estava ali
para ver e, incapaz de ver mais, Sam saiu da mente de Servain,
indiferente que todos os seus feitiços foram suspensos, exceto pelo
feitiço de proteção no estalo abrupto de seu controle perdido.
Servain aproveitou a oportunidade quando abriu os olhos
para gritar por seus homens. Alistair ficou de pé e sacou as facas de
batalha que carregou para esta viagem, pronto para proteger a si
mesmo e seu companheiro. Sam, por outro lado, não teve tempo
para se controlar e agora estava esparramado no chão. Uma reação
de magnitude igual à energia e poder que ele acessou sem equilíbrio
o estava atingindo, e estava pagando por isso. Seu corpo flácido era
incapaz de se mover e ele lutava para permanecer consciente
enquanto os homens corriam para dentro da sala com as armas em
punho e prontas para atacar.

Com as palavras de Servain, os homens que irromperam na


sala atacaram, alguns puxando Servain, que também estava fraco e
incapaz de se mover, para longe da batalha. O resto lutou com
Alistair. Alistair lutou ferozmente, sem piedade, preciso e conciso em
seus golpes. Alguns deles foram atingidos, mas muitos morreram
também. Logo, pés batiam escada acima, e Alistair sabia que
estariam em desvantagem numérica se demorassem muito.
Com uma selvageria contra a qual não lutava há décadas,
Alistair matou até o último homem na sala. Olhou ao redor e não
encontrou Servain em lugar nenhum. Finalmente, sua mente mais
em sair do que em ficar para lutar, Alistair levantou uma mesa e
quebrou a janela, então virou para o seu companheiro no chão.
— Sam! Abaixe o seu escudo. Devemos correr! — Alistair
disse a um Sam muito fraco enquanto lutava contra os guardas por
sua liberdade.
Demorou o resto da energia de Sam para baixar o escudo e,
quando o fez, sucumbiu à inconsciência que o puxava para baixo.
Com uma maldição, Alistair pegou o seu companheiro, jogou-o por
cima do ombro e correu pela janela quebrada, pulando dois andares
e caindo de pé.
Onde pousou, um grande grupo de guerreiros já os cercava.
Não seria fácil, mas Alistair teria que lutar contra os guerreiros que
o cercavam e carregar seu companheiro ao mesmo tempo. Não tinha
o luxo de colocar Sam no chão, lutando contra todos eles sem que
outros viessem juntar a eles. Agora, as probabilidades estavam
contra eles. Teria que ser inteligente e correr na primeira
oportunidade que se apresentasse.
Imediatamente, Alistair assumiu uma posição de batalha, e
com um grito e Sam ainda pendurado no ombro, correu com a
velocidade de um raio inerente, cortando brutalmente aqueles em
seu caminho enquanto tentava escapar sem pausa. Chutou, mordeu
e esfaqueou seu caminho através da massa de pessoas, indiferente
aos ferimentos causados a ele. Usou o ímpeto do guerreiro contra
ele, puxando a espada do braço do guerreiro e cortando a garganta
do guerreiro com ela antes de continuar seu caminho.
Com selvageria e apenas uma intenção em mente, ele cortou
cabeças e esfaqueou, mesmo com uma faca alojada em seu próprio
lado. Estava em menor número, sim, mas Alistair ainda tinha muitos
truques. Preferia morrer a ver seu companheiro prejudicado.
Cada passo para frente parecia dois passos para trás, já que
Alistair tinha que matar muitos apenas para abrir caminho por entre
os seus agressores. Os guerreiros lutavam com igual selvageria,
golpeando e cortando pedaços e partes de Alistair quando tiveram a
oportunidade, ferindo-o uma e outra vez de forma que ainda perdeu
uma quantidade considerável de sangue mesmo enquanto seu corpo
curava seus ferimentos.
Parecia que nunca iriam sair de lá com vida, mas Alistair se
recusou a desistir. Sam sangrava em cima dele por causa dos
ferimentos que também sofreu, mas o seu companheiro ainda estava
inconsciente. Ofereceu uma prece ao destino para que o seu
companheiro não fosse tirado dele uma segunda vez, e foi esse
pensamento que trouxe uma loucura nele que se acalmou ao longo
das décadas.
Com um grito profano, Alistair os deteve com força e
selvageria que não permitiu que o consumisse por muito tempo.
Alistair começou a aniquilar os guerreiros. Alguns guerreiros
recuaram. Esses eram os mais espertos, os que tinham ouvido falar
de Lorde Costanova, que conheciam a sua história. Eles conheciam
a loucura com que havia reduzido uma cidade inteira a nada além de
membros espalhados por toda parte por matarem o seu companheiro
e irmão.
Medo os alimentou quando o viram decapitando partes do
corpo diante deles, e eles cederam, com medo do que o louco faria
com eles se persistissem. No entanto, alguns ainda eram ousados.
Eles foram os tolos por estarem ao alcance. Mesmo com Sam
pendurado no ombro, eles foram executados no local.
Ninguém deu outro golpe em Alistair, pois parecia que sabia
antes que pudessem atacar e antecipou seus movimentos com
alegria desenfreada. Seus dentes estavam à mostra em um sorriso
bizarro e o seu rosto frio e indiferente à emoção de uma caçada que
não tinha em décadas. Os guerreiros fugiram, preferindo arriscar-se
com Servain - pois Lorde Giannopoulos brincava com a verdadeira
loucura, enquanto este homem diante deles possuía uma loucura que
mil homens não podiam resistir.
Enquanto Alistair corria com a velocidade da luz através do
complexo, as pessoas corriam rapidamente para fora de seu
caminho, com medo de serem brutalmente mortas por estarem perto
demais. Alistair abriu caminho através do complexo, quebrando o
portão com um chute poderoso e continuou sua jornada para a
cidade dos vampiros.
Quando Alistair chegou à cidade, parou apenas tempo
suficiente para gritar com alguém que lhe entregasse um telefone e
fez uma ligação para a linha pessoal de Kevyan, suas únicas
palavras:
— Socorro. Grécia. Casa. — Sua voz, rouca através de suas
presas que estavam abaixadas, ainda continha sua raiva e desejo
desenfreado por sangue. Então agarrou outro para lhe dar um carro,
o que a pessoa fez com as mãos trêmulas, medo tremendo através
do corpo do vampiro quando Alistair roubou as chaves dele.
Alistair colocou Sam no banco de trás do carro, fechou a
porta e subiu no banco do motorista. Acelerou o carro pela estrada,
dirigindo como um maníaco. Alistair chegou à pista de pouso do
território, subiu no avião que os trouxe para a Grécia e ordenou que
os seus pilotos vampiros definissem o curso para sua casa ancestral.
Ainda bem que os seus pilotos e comissários de bordo
estavam de prontidão, prontos para partir ao primeiro sinal de
problema. No entanto, não estava bem para Alistair que o seu
companheiro estivesse ferido. O plano original era alertar o piloto
para ficar de prontidão - era quando Sam tentaria seu feitiço para
determinar se aquele lugar era uma ameaça ou não. A França tinha
sido um pedaço de bolo, sem nenhum problema para eles, e foi dito
aos seus pilotos e comissários de bordo para tirar uma folga até que
estivessem prontos para partir.
Grécia não tinha sido o mesmo caso, entretanto, e Alistair
odiava que o seu companheiro tivesse sido ferido no processo. Seus
próprios ferimentos estavam todos curados agora. Só precisava de
sangue para complementar o que havia perdido, mas o corpo de Sam
era humano, apesar de toda a sua magia. Ele teria que curar
normalmente - embora um pouco mais rápido do que os humanos,
já que acasalou com um vampiro e Alistair tinha passado alguns de
seus traços como a cura em um ritmo um pouco mais rápido do que
os humanos e uma vida longa compartilhada.
Apontando para seu companheiro, que ainda estava
inconsciente depois que nivelaram no ar, Alistair exigiu que o
comissário de bordo cuidasse dos ferimentos de Sam. Com um aceno
de cabeça, o comissário começou a trabalhar e Alistair foi pegar um
saco de sangue já aquecido, jogando-o nas presas e sugando. Jogou
no lixo e pegou outro, sugando também.

— Lorde Costanova, bem-vindo ao lar. Tem sido um tempo


extremamente longo. — Horace disse, correndo para acompanhar
seu querido amigo e senhor.
— Quem é este, meu senhor? — Horace foi a pessoa que foi
deixada para manter a ordem no território de Alistair. Ele tinha sido
um amigo querido quando Alistair o resgatou há muito tempo e o
trouxe para casa para ficar. Desde então, ele prometeu sua vida a
Alistair e permaneceu completamente leal a ele.
— Meu companheiro. Eu não vou ficar. Apenas o suficiente
para me recuperar. Se prepare para a chegada do rei Kevyan e a sua
comitiva. — Alistair disparou.
Horace parou de andar, chocado além da medida.
— O rei? — Ele inspirou com admiração. — O rei está vindo?
— Sim, Horace. Agora saia dessa e comece os preparativos.
Mande chamar um médico também. Depois que eu verificar o meu
companheiro, gostaria que você se juntasse a mim em meu
escritório.
— Mas é claro, meu senhor. — Horace deu um breve aceno
de cabeça, girou nos calcanhares e começou a se afastar para
cumprir as ordens de Alistair.
Alistair carregou Sam até os seus aposentos, se movendo
através dele até chegar ao espaçoso banheiro. Estava contente de
que a sua ligação anterior tivesse permitido que os servos tivessem
tempo suficiente para preparar um banho quente para a sua
chegada. Depois de tirar as roupas de Sam, o colocou na banheira e
rapidamente tirou a camisa para não molhar. Pegando um
banquinho, o puxou para mais perto da banheira, sentou e começou
a trabalhar. Agarrando a toalhinha de banho, Alistair começou a
esfregar suavemente o sangue seco do corpo de Sam que a
comissária de bordo não foi capaz de limpar.
Lavou seu companheiro ainda inconsciente com cuidado, se
certificando de deixar tudo limpo antes de tirar o homem da água,
secá-lo e levá-lo para o quarto, onde colocou Sam suavemente na
grande cama. Não muito depois de Alistair ajudar Sam a vestir uma
de suas camisetas mais compridas, que ia até a sua coxa, o médico
chegou para ver como estava o seu companheiro.
Ele deu um passo para trás e deu tempo ao médico para
trabalhar e colocar uma intravenosa em Sam.
— Ele vai ficar bem, meu senhor. Muito descanso e estará
de volta a si em pouco tempo. — O médico disse enquanto arrumava
seus instrumentos.
— Obrigado, doutor.
— É bom tê-lo em casa, meu senhor.
— Não vou ficar muito tempo. — Alistair disse, repetindo as
mesmas palavras novamente.
O médico acenou com compreensão.
— Mesmo assim, meu senhor. E parabéns pelo seu
acasalamento.
Com isso, o médico acenou com a cabeça mais uma vez e se
despediu.

Horas depois, Alistair se preparou para a batalha junto com


os seus guerreiros e partiu para a pista de pouso, onde Kevyan e um
exército de guerreiros estariam pousando em dois aviões, esperando
para pegar Alistair e voar para a Grécia para lidar com a situação lá.
Alistair havia deixado instruções para Horace cuidar de seu
companheiro, o alertando sobre a mudança nos planos antes de
partir. Sam permaneceu inconsciente enquanto Alistair se despedia.
Com a delicadeza da situação, não podiam se atrasar ou não sobraria
nenhum vestígio para eles rastrearem.
Kevyan liderou o ataque ao território grego, junto com
Alistair e os dois grupos de guerreiros combinados. No entanto, havia
apenas metade do número normal de pessoas na casa do
conselheiro. Eles eram aqueles que decidiram arriscar com quem
viesse em seguida e aqueles que odiavam o que Servain estava
fazendo, mas não conseguiram falar. Sob as ordens de Kevyan,
Alistair reuniu todos os nobres e Kevyan começou a questioná-los,
tentando determinar quem sabia o que Servain tinha feito, quem
tinha ido junto com ele por medo, e quem estava bem envolvido no
plano com Servain.

A porta abriu. Virando na cama, Sam virou para ver quem


havia entrado no quarto. Enquanto Alistair estava fora por alguns
dias, restaurando a ordem no território grego junto com Kevyan,
Sam se familiarizou com o território de Alistair. Amou especialmente
o tempo gasto com Horace relembrando o passado travesso de
Alistair e ouvindo os servos que serviam Alistair há tanto tempo
relembrarem coisas sobre o seu mestre.
O único assunto, entretanto, que estava fora dos limites, era
a razão por trás de Alistair se afastar de seu território. Quando Sam
perguntou, todos fecharam os lábios, se recusando a falar sobre isso,
e quando pareceu que ninguém estava disposto a esclarecê-lo, Sam
parou de perguntar. Emil Dubois teve uma reação semelhante e, por
um lado, Sam estava frustrado por haver uma parte da vida de seu
companheiro que ele não sabia nada. No entanto, estava feliz por
Alistair ter tantas pessoas que o amavam e eram leais a ele. Eles
protegiam o seu segredo independentemente do inquiridor e, isso
cativou Sam ainda mais.
— Alistair. — Sam gritou, alívio e felicidade colorindo seu
tom enquanto olhava para o seu companheiro.
Quando o homem se aproximou, Sam o arrastou para que
ficasse na altura de Sam na cama onde sentou e mais perto para que
pudesse tomar os lábios de Alistair em um beijo profundo. Estava tão
preocupado com o retorno de Alistair a Grécia, sem saber qual
poderia ser a situação. As atualizações que o seu companheiro lhe
dava através de seus telefonemas diários eram a única coisa que
colocava sua mente à vontade.
Agora, ele havia voltado para ele e não havia nada que Sam
quisesse mais neste momento do que declarar seus sentimentos por
este homem maravilhoso que foi abençoado o suficiente para
conhecer. Alistair logo se afastou do beijo, seus punhos apoiando seu
peso na cama enquanto permanecia curvado para olhar seu
companheiro nos olhos.
— Eu preciso de um banho.
— Sim. Quer que eu esfregue as suas costas? — Sam
perguntou.
Em pé, Alistair puxou Sam da cama.
— Claro.
Juntos, entraram no banheiro e Alistair começou a tirar suas
roupas enquanto ligava o chuveiro, testando a temperatura e a
deixando quente. Voltou para se juntar a Sam, que também estava
se despindo, e terminou de se despir. Juntos, entraram no chuveiro
e começaram a se lavar.
Alistair derramou xampu em sua mão e começou a aplicá-lo
no cabelo de Sam, massageando o couro cabeludo até que
espumasse. Em seguida, puxou Sam para baixo do jato de água e
deixou que ela lavasse o sabão para longe dos olhos e cabelos de
Sam. Assim que Sam estava limpo, ele devolveu o favor a Alistair,
deixando escapar um gemido quando sentiu a mão de Alistair
espalmando seu pênis ereto e o acariciando.
— Você vai me fazer gozar, Alistair. — Sam disse com um
gemido, vacilando em sua massagem no couro cabeludo de Alistair.
— Isso é o que eu quero.
— Mas o xampu. Vai entrar em seus olhos. — Sam protestou
fracamente.
Rindo, Alistair empurrou a cabeça sob o jato constante de
água até que toda a espuma tivesse sumido de seu cabelo e olhos, e
então olhou para a mão espalmada no pênis de Sam.
— Alguma outra desculpa? — Ele perguntou
provocadoramente e Sam balançou a cabeça negativamente.
— Bom. — Alistair sussurrou contra a orelha de Sam antes
de se inclinar para frente, suas presas a mostra e morder o ombro
de Sam.
Começou a sugar o sangue de Sam enquanto suas mãos
trabalhavam no pênis e o homem gritava de prazer, reduzido a uma
bagunça trêmula nos braços de Alistair.
— Oh, ah, oh Alistair. — Sam ofegou, segurando Alistair
para salvar a sua vida.
Êxtase logo se tornou opressor e o pênis de Sam pulsou, seu
corpo ficou tenso e ele gozou com força. Alistair sugou o pescoço de
Sam durante o seu orgasmo, e logo retraiu suas presas e lambeu os
furos fechados com Sam caindo contra ele. Estendeu a mão no último
minuto para segurar Sam de pé antes que ele desabasse no chão.
Alistair os posicionou de forma que ambos estivessem
debaixo d'água e isso lavou o orgasmo de Sam antes de desligar a
água e levar Sam para fora do chuveiro. Pegou uma toalha e enxugou
Sam, depois a si mesmo, antes de pegá-lo. O outro homem teve que
se equilibrar envolvendo as pernas em volta da cintura de Alistair
enquanto era carregado para o quarto.
Alistair largou Sam na cama, caindo em cima do outro
homem, o beijando até perder os sentidos. Então começou a foder a
energia do corpo de Sam até que o homem gritasse alto e gritasse o
seu nome até que ficou rouco e foi incapaz de se mover. O sexo entre
os dois era alucinante e fora deste mundo. Era explosivo toda vez e
Alistair jurou que encontrou novas maneiras de torturar seu
companheiro até o orgasmo.
Horas depois, Alistair estava deitado na cama com a cabeça
de Sam em seu peito, feliz pela batalha ter acabado, embora a guerra
tivesse apenas começado. Pelo menos estava seguro e o seu
companheiro estava em seus braços.
— Estou feliz que você voltou para mim a salvo. Alguma
pista de onde Servain pode estar se escondendo? — Sam disse, se
enterrando ainda mais no peito de Alistair, confirmando para si
mesmo que o seu companheiro estava ileso.
Alistair balançou a cabeça, embora Sam não pudesse ver o
movimento. Uma carranca marcava sua testa.
— Sem sorte nesse fim. A boa notícia, porém, é que Dorian
finalmente acordou. Kevyan voltou direto para casa e pudemos
devolver a ordem à Grécia, embora seja um processo muito longo
com as pessoas acostumadas a serem oprimidas por Servain.
— Estou feliz que Dorian esteja bem agora. Quem vocês
deixaram no comando?
— Isso é um dilema. Não sabemos em quem confiar e não
posso te pedir para tentar determinar quem seria o melhor para o
cargo entre a família nobre de lá. — Alistair disse, passando a mão
pelo cabelo em frustração.
— Eu não me importo. Nós poderíamos parar no nosso
caminho de volta para os Estados Unidos e tirar tudo do caminho.
Melhor o esforço necessário agora do que outro Servain ser deixado
no comando. — Sam disse.
— Tem certeza?
Sam esfregou a bochecha contra o peito de Alistair,
pensando em sua resposta antes de dizer.
— Sim. Sim, é isso que devemos fazer. Vou ficar bem se
você está preocupado com a minha saúde.
— Obrigado. — Alistair disse e deu um beijo na cabeça de
Sam.
— Mmhmm… eu amo a sua casa. E o seu povo. Eles são
realmente incríveis. Eles sentem muito a sua falta. — Sam disse,
vagamente traçando padrões no musculoso tanquinho de Alistair.
— Estou feliz que você goste daqui.
E isso era tudo que Alistair estava dizendo sobre o assunto.
Com um suspiro, Sam virou a cabeça para descansar o
queixo no peito de Alistair, olhando para o seu companheiro.
— Você nunca vai me contar sobre o seu passado? Tenho
sido paciente o suficiente, você sabe.
— Eu sei. Eu só… é muito difícil falar sobre isso.
— Experimente. Por favor. Odeio que esteja escondendo
segredos de mim e também sei que isso é algo que pesa muito sobre
você. Apenas tente. — Sam implorou com os olhos, desejando que
Alistair confiasse nele.
— Faz tanto tempo. Aprendi a conviver com a dor, sabe. Eu
tive um irmão. Yuri. Ele era muito mais jovem do que eu e era a
única família que eu tinha. Eu era pai e irmão para ele. Eu
praticamente o criei sozinho.
— Teve? — Sam perguntou suavemente.
Alistair engoliu em seco, seu pomo de adão trabalhando e
um brilho de lágrimas cobrindo seus olhos sem cair enquanto ele se
lembrava de seu irmão.
— Ele morreu. — Alistair engoliu em seco mais uma vez. —
Ele foi assassinado como retaliação contra mim.
— Deus! — Sam exclamou, sentindo por seu companheiro e
apertando seus braços ao redor do homem enquanto oferecia
conforto silencioso.
— Eu não sei se eu deveria te dizer isso. É muito brutal e
não me coloca exatamente em uma posição muito boa. Eu nunca
quero que você tenha medo de mim.
— Eu não vou. — Sam apertou Alistair em seus braços com
força. — Eu nunca vou. Eu também tenho algo para lhe contar depois
que você me contar o que aconteceu com você. Apenas saiba que
nada pode mudar os meus sentimentos por você. — Sam disse
seriamente.
Alistair acenou com a cabeça, envolvendo os braços em torno
de Sam e o segurando com força contra si também.
— Eu conheci meu companheiro há muito tempo.
— Seu companheiro? — Sam perguntou, sua boca caindo
aberta em choque. — Nós só temos um companheiro. Por que você
conheceu seu companheiro antes de agora?
Alistair observou Sam por um longo momento, sem saber se
continuava com a sua história ou não. Agora que tinha começado,
porém, não achava que poderia parar, ou que Sam iria permitir que
parasse. Então, desembrulhou os braços de Sam ao redor de seu
corpo e o moveu para se deitar ao lado dele antes de levantar da
cama.
Alistair foi até seu armário e o abriu. Ele enfiou a mão na
parte de trás e tirou um retrato escondido lá por décadas. Com as
costas do retrato para Sam, Alistair voltou para a cama e ficou ao
lado dela mais uma vez, inseguro. Olhou para Sam novamente por
um momento antes de respirar fundo e então virou o retrato para
Sam ver.

O retrato era de dois homens, e a imagem de um dos homens


que o encarava de volta fez Sam ofegar ruidosamente, segurando o
peito. Sam apontou para a pintura, estendeu a mão e traçou
características familiares, confusão e choque claramente visíveis em
seu rosto. Ele olhou para o seu próprio rosto por um longo tempo. A
estranha semelhança foi o suficiente para deixá-lo desequilibrado. A
única diferença eram as roupas.
O outro que ele estava olhando estava vestido de acordo com
a época em que o retrato foi pintado.
— Esse é o Asher.
A voz de Alistair trouxe Sam de volta ao quarto e à conversa
que estavam tendo. Sam virou e olhou para o seu companheiro, sem
saber o que sentir sobre ser um sósia de uma pessoa morta que se
foi há vários séculos.
— Imagine meu choque quando te encontrei do lado de fora
do escritório do rei naquele dia.
— Você fugiu. — Sam disse em um sussurro, se lembrando
de seu primeiro encontro, também.
— Fiquei chocado, exultante e com raiva de você por se
parecer com Asher. Então pensei na possibilidade de reencarnação.
Me pareceu um pouco forçado, mas quando te olhei, não parecia uma
impossibilidade. — Alistair confessou.
— Eu não sou o Asher. — Sam disse em um sussurro rouco.
Ele queria que Alistair soubesse que eles não eram a mesma pessoa.
— Você é. Eu sei porque provei o seu sangue. O sangue de
duas pessoas nunca tem o mesmo gosto. Os dois são exatamente
iguais. — Alistair disse, estendendo a mão para Sam.
Sam, no entanto, caiu de costas na cama, saindo do alcance
de Alistair. Ele não queria que Alistair gostasse dele e acasalasse com
ele porque era um substituto para este homem morto. Não
importava, não conseguia se reconciliar em ser um doppelgänger4 do
companheiro morto de Alistair. De alguma forma, começou a
questionar o súbito interesse de Alistair por ele.
O homem o afastou por meses apenas para finalmente
aceitá-lo? Era por que Alistair o via como Asher e uma maneira de
estar mais perto de seu companheiro morto?
Alistair deve ter entendido para onde os pensamentos de
Sam corriam, porque passou a mão pelo cabelo em frustração.
— Eu não queria te contar parcialmente porque sabia que
reagiria dessa maneira.
Sam balançou a cabeça, de alguma forma percebendo por
que muitas pessoas lhe tinham dado olhares estranhos antes de se
livrar deles. Kevyan, Emil, Horace e até mesmo os servos desta casa
que estavam aqui há muito tempo e sabiam de tudo, muitas e muitas
pessoas. Pensou que os olhares estavam em sua imaginação. Não

4 Doppelgänger: É um sósia ou duplo não-biologicamente relacionado de uma pessoa viva, por vezes
retratado como um fenômeno fantasmagórico ou paranormal e geralmente visto como um prenúncio de
má sorte, ou ainda para se referir ao - irmão gêmeo maligno - ou ao fenômeno da bilocação.
tinha pensado muito nisso, mas agora, finalmente entendeu e ficou
magoado.
Parecia que o quarto o estava sufocando. Sam não conseguia
respirar com os pensamentos passando por sua cabeça.
Imediatamente, ele pulou da cama, correu para o armário, um
armário que nunca soube que guardava um segredo tão devastador
e ficou feliz em usar desde que acordou aqui. Tirando os
pensamentos de sua mente, Sam tirou as roupas ao acaso e começou
a vesti-las.
— Sam. Sam, me escute. — Alistair agarrou Sam para
chamar sua atenção, mas Sam não aceitou.
Tudo o que viu foi vermelho, traição e raiva por não ter sido
nada mais do que um substituto. Empurrou Alistair para longe dele
e continuou a se vestir. Quando Alistair voltou para falar um pouco
com ele, invadindo seu espaço, Sam deu um soco em seu rosto,
pegando Alistair de surpresa.
— Saia de perto de mim! — Sam gritou. Mancando ao redor,
puxou a calça e correu para fora do quarto. Deixando os chamados
de Alistair caírem em ouvidos surdos, bateu à porta com força.

Sam não suportava passar mais um dia naquele lugar


esquecido por Deus. Sem dúvida, tudo aqui lembrava Alistair do seu
amante perdido, e ele se parecia exatamente com o homem, ser uma
reencarnação do homem, sem dúvida era a cereja do bolo para
Alistair. Seu coração doía tanto. Uma dor diferente de qualquer outra
que já sentiu antes o perfurou tão profundamente que teve que parar
de correr na floresta densa e soltar tudo em um grito.
Sam gritou e gritou e gritou, caindo de joelhos enquanto as
lágrimas escorriam por seu rosto. A dor era quase insuportável. Doeu
ainda mais porque já estava irrevogavelmente apaixonado por
Alistair, mas a dor agora estava ofuscando esse amor.

Em casa, em seu quarto, Alistair agarrou o edredom com


força, deixando sua própria dor dominá-lo. Ele sabia que Sam
poderia reagir dessa maneira às suas revelações, mas Sam o
pressionou a lhe contar tudo. Ele tentou adiar por tanto tempo, seu
maior medo era que Sam o rejeitasse. Agora que tinha acontecido,
sentiu seu coração se partir em dois e ele tinha ideia de como
consertar ou fazer Sam ouvi-lo.
Pegando o celular na mesinha de cabeceira, ligou para
Kevyan, aquele que o trouxera da beira da insanidade há tanto
tempo e lhe dera um motivo para seguir em frente. O celular tocou
uma, duas, três vezes, e então a voz de Kevyan foi ouvida.
— Kevyan.
Alistair mordeu o edredom, incapaz de controlar suas
emoções e sabendo que, caso abrisse a boca, sua devastação seria
a única coisa a emergir.
— Alistair. Você está aí? — Kevyan perguntou pelo celular.
Ainda assim, Alistair não conseguiu pronunciar uma palavra.
Estava com medo que dizer isso em voz alta validaria seu pior medo.
Sabia que o seu companheiro o tinha entendido mal, mas não
esperava que o homem fugisse dele.
— Alistair, fale comigo. — Kevyan exigiu.
— Ele foi embora. — Alistair disse e desabou, tudo
derramando quando ele finalmente soltou.
Kevyan foi a primeira pessoa para quem pensou em ligar,
aquele que o puxou pela primeira vez. Ele derramou todos os seus
medos, mas a sensação de que o seu mundo inteiro estava
desabando persistiu.
Alistair esperou todo o dia e a noite pela volta de Sam, e
quando ele finalmente voltou, o homem só parou tempo suficiente
para que ele soubesse que estava pronto para voar de volta para
casa. Ele se recusou até mesmo a olhar Alistair nos olhos, não
querendo ouvir nada antes de recuar para fora do quarto.
A tensão entre os dois só aumentou a partir daí, com Sam
permanecendo estoico e frio. Por mais que tentasse, Sam não estava
disposto a ouvi-lo. Ele ignorou Alistair a cada passo, e quando
chegaram à Grécia para que Sam mantivesse sua promessa de
ajudar a determinar quem era confiável para assumir o cargo de
conselheiro, Sam rejeitou toda a sua ajuda. Quando ele se exauriu
fazendo seu feitiço, ele empurrou Alistair para longe toda vez que
tentou ajudar.
Alistair podia ver que Sam não queria nada com ele, mas não
podia deixar seu companheiro ir. Doeu muito ser rejeitado
constantemente. Fazendo uma careta, Alistair finalmente entendeu
como deve ter sido sua atitude fria e rejeição a Sam naqueles
primeiros dias. E ficou atormentado por culpa e arrependimento.
Quando finalmente voltaram para a mansão nos EUA, Sam
correu para encontrar Dorian, que estava ao lado de Kevyan e
esperando por sua chegada. Ele caiu nos braços do amigo, tendo o
conforto que aquele abraço familiar lhe proporcionou. Ele não queria
desmoronar na frente de todos, especialmente Alistair agora, então
ficou feliz quando Dorian o puxou em direção a casa e foram para o
quarto de Sam.
No momento em que a porta se fechou atrás deles,
entretanto, Sam deixou tudo sair - sua angústia, sua dor, tudo que
estava segurando porque não podia mais ser forte. Ele desabou,
chorando nos braços de Dorian.
— Oh querido… eu sinto muito. — Dorian repetiu uma e
outra vez, dando tapinhas nas costas de Sam e passando a mão pelo
seu cabelo para oferecer conforto.
Dorian e Kevyan estavam na cama quando Alistair fez aquela
ligação alguns dias atrás e Dorian, depois de ouvir um pouco, pediu
a Kevyan que contasse tudo a ele. Seu coração se partiu por Alistair
ao ouvir a história triste e traumática, mas a ligação de Sam foi
totalmente diferente.
Dorian não queria entrar nisso agora, pois Sam estava tendo
um colapso, mas seu amigo tinha uma tendência a tirar conclusões
precipitadas quando o seu coração estava envolvido. Ele teria que
fazer Sam estar disposto a falar com Alistair sem revelar tudo a ele.
Sam merecia ouvir diretamente de Alistair e Alistair merecia alguém
que o ouvisse e o aceitasse, com verrugas e tudo.
Os dois estavam sofrendo e era fácil ver, mas a teimosia de
Sam não permitiria que ele ouvisse até que estivesse pronto. Dorian
puxou Sam para a varanda e juntos reclinaram na espreguiçadeira.
Esperou até que Sam se recompusesse antes de perguntar.
— Você esperou que ele lhe contasse tudo antes de entendê-
lo mal?
Sam franziu a testa para o seu melhor amigo.
— Você está do lado dele agora?
Dorian balançou a cabeça.
— Não há lados a escolher, Sam, mas estou sempre do seu
lado. Você sabe disso. O que eu quis dizer é que o que me contou ao
celular não parece toda a história. E daí se você for o doppelgänger
de seu companheiro morto? Você perguntou a ele como o dito
companheiro morreu? Você consegue entender o que ele deve ter
sentido ao conviver com isso todos esses anos? Quer dizer, nem
mesmo anos, nós estamos falando de séculos e séculos. Como ele
deve ter se sentido solitário. Você sabe que ele sabe a diferença entre
você e este companheiro, certo? — Dorian perguntou.
Sam franziu a testa, olhando para a extensão de casas e
terras ao longe.
— Eu já te disse que ele me chamou de Asher?
— Sim. No dia em que vocês se conheceram. Me lembro
disso, já que você estava curioso sobre ele e obviamente a fim dele.
Embora eu admita, naquele momento, eu também não entendi
porque ele te chamou de Asher. — Dorian concordou.
Sam balançou a cabeça, no entanto.
— Não, naquele momento. Quero dizer, quando fizemos
sexo pela primeira vez. Ele me chamou de Asher quando gozou.
Os olhos de Dorian arregalaram em choque.
— Ah Merda!
Sam acenou com a cabeça.
— Sim. Você entendeu certo. Eu estava tão chateado que
ele me usou como substituto de um amante do passado ou algo
assim. Então eu descubro que Asher é uma réplica exata minha. Ou
eu sou a réplica exata dele…
Sam passou a mão agitada pela cabeça, passando para baixo
no rosto também.
— Deuses, isso é tão confuso. Quero dizer, e se ele
secretamente está pensando em mim como Asher? Estou tão confuso
agora que não sei o que pensar. Eu continuo tendo essas dúvidas de
que, mesmo que ele não diga em voz alta, ele vê Asher quando me
olha. Não posso viver minha vida como um substituto de outro
homem. Eu me recuso.
— E você não deveria.
Uma voz externa interrompeu sua conversa particular e,
girando surpreso, Sam ficou chocado ao ver Alistair parado atrás
deles. Estava tão consumido por seus pensamentos e meditações
que não ouviu o homem entrar no quarto.
— Não acho que você é o Asher, Sam. Não mais. Eu superei
isso muito rápido. Você pode se parecer com ele e ser sua
reencarnação, mas você é tão distante em personalidade, está fora
do gráfico. — Alistair disse, seu rosto mostrando sua seriedade.
Dorian levantou de seu assento, se inclinou para frente e deu
um beijo na cabeça de Sam, sussurrando.
— Ouça-o, Sam. Ouça de verdade.
Com isso, Dorian se endireitou, então virou para Alistair.
— Se você machucar o meu amigo, vou te matar. E eu não
estou brincando. — Dorian disse com uma expressão severa.
— Se eu o machucar alguma vez, de bom grado permitirei
que faça isso. — Alistair disse, inclinando a cabeça para mostrar sua
própria seriedade.
Assentindo em apaziguamento, Dorian disse a ambos.
— Vou sair para que os dois possam conversar.
E com isso, ele saiu da varanda.
Alistair caminhou até a varanda e se acomodou no assento
que Dorian havia desocupado. Ele sentou de frente para Sam.
Estendeu a mão para Sam, mas quando Sam não a pegou, ele a
fechou em um punho, apertando sua mão com força antes de abri-
la.
— Eu sei que você pode não acreditar em mim, e entendo o
quão magoado e traído você está se sentindo, mas eu juro, Sam, eu
não penso em você como Asher. Sinto muito ter te machucado com
as minhas ações e palavras, mas por favor, acredite em mim, eu
nunca quis.
— Então por que você me afastou? Quando nos
conhecemos? — Sam perguntou.
Alistair suspirou, fechando os olhos momentaneamente
antes de abri-los mais uma vez.
— Eu estava tentando te proteger. Parece inacreditável, mas
eu realmente estava. Eu tenho que te contar sobre Asher para que
você entenda de onde estou vindo, mas a primeira vez que tentei,
realmente baguncei as coisas.
Alistair frustrado passou a mão pelo cabelo.
— Não quero que sinta que só estou com você por causa do
quanto sinto falta… do quanto sinto falta dele e também não quero
que se considere um substituto.
— Está bem. Eu perguntei e sei que você estava relutante
em me dizer, mas acho que estou pronto para ouvir agora. Você vai
me contar sobre ele? Asher? — Sam perguntou, estendendo a mão
e pegando a mão de Alistair na sua.

Alistair olhou para suas mãos juntas, surpreso e satisfeito ao


mesmo tempo. Olhou para baixo por um longo momento, sentindo
suas emoções aumentarem. Sam segurou sua bochecha e o virou
para olha-lo, e o que viu o fez engasgar com seus sentimentos
reprimidos.
Com a respiração lenta, disse ao Sam como conheceu Asher,
como cortejou o homem. Disse ao Sam sobre como tinha demorado
muito para Asher confiar nele totalmente, e quando confiou, como
Asher finalmente lhe contou sobre a sua linhagem familiar e como
eram descendentes de bruxas. Ele contou ao Sam sobre a morte de
seus pais e família, deixando seu irmão e ele órfãos e os únicos
membros restantes da família.
Disse ao Sam como adorava seu companheiro e o seu irmão
e como Yuri adorava Asher. Disse ao Sam como estavam planejando
uma cerimônia aconchegante para marcar seu casamento antes que
ele finalmente acasalasse com Asher. Contou ao Sam sobre como
alguns membros da vila que ele e Yuri haviam visitado para a
celebração do aniversário de Yuri, a vila onde ele conheceu Asher e
a vila onde Asher tinha vivido, se juntaram contra Asher e o
queimaram vivo.
Contou como lamentou a perda do seu companheiro e como
se vingou daqueles que mataram o seu companheiro. Então, contou
ao Sam sobre como a vila se uniu e matou seu irmão como retaliação
pelos poucos homens que ele deixou espalhados em membros.
Contou ao Sam sobre como se vingou de toda a aldeia, sem se
importar se era uma mãe ou um pai ou um irmão ou uma irmã ou
uma criança ou um bebê recém-nascido. Ele matou todos, não
deixando ninguém escapar.
Por tudo isso, Sam ouviu sem interromper, derramando
lágrimas silenciosas pela dor que Alistair havia vivido e os seus olhos
se arregalaram quando Alistair lhe contou sobre assassinar a vila
inteira e a queimar.
Alistair olhou Sam diretamente nos olhos e terminou sua
história dizendo.
— E não me arrependo de matar todos eles. Eles mereceram
o que receberam.
Sam, ainda sem dizer uma palavra, se afastou de sua
espreguiçadeira e foi até Alistair, pegando o homem em seus braços
e o balançando para trás e para frente em conforto.
— Eu sinto muito. Eu sinto muito que você teve que passar
por tudo isso. — Sam repetiu continuamente, balançando Alistair e
suspirando de alívio quando o outro homem envolveu suas mãos ao
seu e aceitou o conforto que estava sendo oferecido.
— Você deve me odiar agora. Especialmente sabendo que
matei crianças e um monte de gente e não sinto nenhum remorso
por isso.
— Você estava sofrendo, Alistair. Não estou dizendo que o
que fez foi certo, mas você estava sofrendo. Você tinha acabado de
perder o seu mundo inteiro. Ninguém estaria com a mente certa
depois disso.
— Você deveria me odiar. — Alistair sufocou em lágrimas
enquanto se permitia lamentar sua perda apropriadamente.
— Eu não deveria. Eu nunca poderia te odiar, Alistair. Eu
odeio o seu passado. Odeio que você teve que passar por tudo isso.
Odeio que você ficou sozinho todos esses anos. Odeio o que teve que
fazer, mas não te odeio.
— Por que não?
— Porque eu te amo. Eu te amo, Alistair Costanova.
Alistair se afastou do abraço de Sam. Olhou para seu
companheiro e disse.
— Mas…? Eu ouço um “mas” aí.
Sam balançou a cabeça e mordeu o lábio como se
considerasse se deveria negar ou não. Suspirando em resignação,
fechou os olhos e disse.
— Eu te amo, Alistair, e me mataria se você sentisse o
mesmo só porque eu te lembro o Asher.
Sam mordeu o canto do lábio inferior em um ato nervoso.
Ele pegou o queixo de Sam em sua mão.
— Olhe para mim, Sam.
Alistair esperou até que Sam o estivesse olhando
diretamente antes de dizer.
— Eu te amo, Sam. Não porque você se parece com o Asher
e é a sua reencarnação, mas porque você é Sam Hayes e é quem eu
amo. Asher é meu passado e você é o meu futuro. Nunca duvide
disso.
— Você quer dizer isso?
— Para sempre meu amor. Eu te amo.
Alistair deu um selinho nos lábios de Sam.
— Eu te amo.
Deu outro beijo no nariz de Sam.
— Eu te amo.
Outro beijo na testa de Sam.
— Eu te amo.
Um beijo em cada uma das bochechas de Sam.
— Eu te amo.
Em seguida, um beijo profundo nos lábios de Sam, varrendo
a boca e deixando o homem provar seus sentimentos por ele. Beijou
Sam tão profunda e completamente que as dúvidas começaram a
desaparecer lentamente. Beijou Sam tão bem, despejando suas
emoções naquele beijo antes de se afastar e descansar sua testa
contra Sam, acariciando suavemente sua bochecha.
— Eu te amo, Sam. Agora e sempre.
— Eu também te amo, Alistair, e o seu passado não muda
isso. Lamento que tenha perdido o Asher, mas não posso lamentar
que o destino tenha te dado para mim.
Levantando, Sam sorriu para Alistair maliciosamente.
— E você me prometeu a sua bunda. Acho que é hora de
entrega-la.
Rindo, Alistair levantou, colocou a mão na de Sam e, de
mãos dadas, voltaram para o quarto, tirando as roupas juntos
enquanto caminhavam pelo quarto e as deixaram em uma pilha atrás
deles. Sam puxou Alistair para si, tomando seus lábios mais uma vez
em um beijo lento e sensual.

Eles fariam amor e seria gentil e doce, e tudo o que poderiam


esperar que fosse - uma manifestação física de seu desejo e
sentimentos um pelo outro, aceitação do outro, com verrugas e tudo,
e uma promessa de felicidade e da longa vida juntos.
— Quero ver o seu rosto quando te penetrar pela primeira
vez. — Sam disse entre beijos a Alistair.
Com as mãos unidas, Sam puxou Alistair para a cama e
observou o homem quicar no colchão macio. Com um joelho na
cama, começou a beijar o corpo de Alistair, o mapeando com as mãos
e lábios dos pés até chegar aos joelhos do homem. Segurou sua
perna e começou a beijá-la, deixando um rastro de beijos na parte
interna da sua coxa, antes de prestar a mesma atenção à outra
perna, parando antes da junção entre as pernas de Alistair.
Sam ignorou as mãos de Alistair, que estavam tentando
direcioná-lo para o seu pênis, para rastejar mais para cima no corpo
de Alistair. Então começou a traçar beijos sobre o corpo de Alistair
novamente, desta vez do pescoço para baixo, lambendo o mamilo e
beliscando para fazer o pequeno botão ficar rígido. Rodou sua língua
ao redor do botão, sugando e mordendo suavemente até que Alistair
estava arqueando e gemendo alto.
Sam adorava ver o seu companheiro no auge da paixão,
reduzido a grunhidos e gemidos pelo prazer que as suas mãos, boca
e corpo traziam ao outro homem. Arrastou beijos pelo estômago de
Alistair, usando as mãos para acariciar os lados, quadris e cintura.
Mergulhou a língua no umbigo de Alistair, girando e fazendo-o
estremecer.
— Cócegas, hein? Adorável. — Sam disse com um sorriso
diabólico enfeitando seus lábios.
Continuou a descer, mordendo suavemente os quadris de
Alistair, em seguida, lambendo ardido a mordida para longe. Beijou
ao redor da pélvis e quadris de Alistair, mas na verdade não lhe deu
o alívio que ele sabia que o outro homem queria.
— Sam, porra, chupe o meu pênis, sim? — Alistair gemeu,
seu pênis dolorosamente ereto já pingando pré-sêmen.
— Uh-uh. Ainda não. Prefiro chupar as suas bolas. — Sam
disse, sorrindo maldosamente
Com isso, Sam abaixou e se acomodou entre as pernas de
Alistair, as jogando por cima do ombro e abaixando para chupar as
bolas de Alistair. Mexeu com a boca e começou a chupar com fervor.
Sentiu a mão de Alistair em seu cabelo, segurando e gemendo
enquanto espalmava o pênis vazando de Alistair e começava a
bombear mesmo enquanto chupava suas bolas.
Quando Sam se afastou, Alistair puxou seu cabelo com tanta
força que sentiu como se fosse arrancar pela raiz.
— Porra. Pare com isso. — Sam disse, tentando se livrar do
aperto de Alistair sobre ele.
No entanto, o outro homem estava mergulhado em luxúria e
grunhindo, disse.
— Não pare. Me chupe, Sam!
Ele fez cócegas no lado do corpo de Alistair e o homem
relaxou seu aperto em seu cabelo, ofegando e se sacudindo enquanto
tentava se afastar do toque de Sam.
— Pare, pare! — Alistair gritou, olhando para o olhar alegre
nos olhos de seu companheiro.
— Você vai puxar o meu cabelo de novo? — Sam perguntou,
ainda fazendo cócegas em Alistair, sorrindo ao ver seu companheiro
rindo impotente e se sacudindo de um lado para o outro.
— Pare! Não! Seu bastardo. — Alistair disse, puxando a
cabeça de Sam para trás para fazer o homem parar.
Sam cravou as mãos no lado do corpo de Alistair ainda mais.
— Não, você não vai parar, ou não, você irá? Qual é?
— Eu irei parar. Eu vou parar. — Alistair disse em uma
risada, puxando sua mão completamente longe do cabelo de Sam e
a erguendo. — Viu. Parei.
Sam deu um beijo na cabeça do pênis de Alistair, sorrindo
para o seu companheiro.
— Bom. Agora seja um bom companheiro e fique quieto. —
Sam alcançou a mesa de cabeceira e abriu a gaveta para tirar o
frasco de lubrificante.
Sam despejou uma quantidade generosa de lubrificante em
sua mão e começou a trabalhar os dedos no ânus de Alistair. Esticou
Alistair muito bem, fodendo o homem com os dedos e arrancando
gemidos e suspiros dele.
— Você já foi passivo antes?
— Há muito tempo atrás. — Alistair disse, gemendo
enquanto movia os quadris, fodendo seu ânus nos dedos de Sam,
gemendo alto quando Sam bateu em sua próstata.
— Oh, me foda agora, Sam. Coloque seu enorme pênis na
minha bunda. Agora!
— Seu desejo é uma ordem, companheiro. — Sam disse
provocadoramente enquanto se lubrificava, pressionava seu pênis no
ânus de Alistair e começava a empurrar.
— Empurre contra mim. — Sam disse por entre os dentes
apertados.
Sam avançou dentro de Alistair até que estava totalmente
dentro, e juntos, gemeram com a sensação requintada. Sam ficou
perfeitamente imóvel dentro de Alistair até que o homem rolou para
o lado, então, com a orientação de Alistair, começou a se mover
dentro do calor deliciosamente apertado de seu companheiro.
— Se mova, droga. — Alistair rangeu, se movendo sob Sam,
mesmo enquanto Sam empurrava para dentro e para fora dele.
Sam bateu em Alistair repetidamente, acertando a sua
próstata com cada golpe e arrancando um grito dele. Eles gemeram,
suspiraram, se seguraram um no outro com força, e os únicos sons
no quarto eram a sua respiração áspera combinada, ruídos sexuais
e o tapa de carne contra carne. Eles fizeram amor juntos, olhando
nos olhos um do outro e vendo a verdade de suas emoções à mostra
na janela de seus olhos.
— Oh, Alistair. Eu te amo. Amo você.
Eles fizeram amor um com o outro e Sam se inclinou para
beijar a boca de Alistair. O beijo foi confuso e apaixonado e foi tudo.
Sam bateu no ânus apertado de Alistair, que o agarrou e o ordenhou
tão bem. Espalmou o pênis de Alistair em sua mão e começou a
masturba.
— Estou tão perto, Sam! Tão perto. — Alistair disse quando
Sam se afastou do beijo e agarrou o seu ombro.
— Então goze para mim, meu amor. — Sam disse e mordeu
o ombro de Alistair, rompendo a pele e a sugando.
Com um grito, Alistair gozou e Sam não estava muito atrás,
bombeando seu sêmen no ânus de Alistair. Juntos, eles cavalgaram
as ondas de êxtase, gritando o nome um do outro. Seus orgasmos
os sacudiram profundamente e, uma vez que acabou, Sam desabou
sobre Alistair. Suas respirações ásperas se misturaram, então Sam
afastou seus corpos e retirou o pênis de dentro de Alistair.
Levantando da cama, foi até o banheiro para se limpar,
trazendo uma toalha para Alistair. Quando entrou no quarto mais
uma vez, se moveu para onde Alistair ainda estava esparramado na
cama e começou a cuidar de seu companheiro. Uma vez feito isso,
jogou a toalha molhada no chão e subiu na cama com Alistair,
puxando o homem em seus braços.
Deitados juntos na cama, sussurraram seu amor um pelo
outro, se tocando e beijando lentamente enquanto conversavam
suavemente pela noite antes de adormecerem nos braços um do
outro.

— Você sabe, Alistair, que se algum dia você decidir retomar


a autoridade sobre o seu território, eu concederia — Kevyan disse,
segurando o ombro de Alistair.
— Eu sei, meu rei. Eu posso aceitar isso algum dia. No
entanto, esse dia não é hoje. Por enquanto, gostaria de estar com o
meu companheiro e agradecer ao destino por me abençoar com outro
depois de perder o primeiro.
— Eu entendo. Quando você estiver pronto. E parabéns pelo
seu companheiro. Doeu-me vê-lo se fechar com tanta força todos
aqueles séculos atrás depois de perder o Asher.
— Sua generosidade, como sempre, é muito gentil, —
Alistair disse com um sorriso aparecendo em seu rosto.
— Vá ficar com o seu companheiro, Alistair. Você é muito
presunçoso para o meu gosto. — Kevyan bateu nas costas de Alistair
em camaradagem.
— Meus parabéns pelo seu companheiro finalmente ter
recuperado a consciência, também, meu rei. Se assim posso dizer,
Dorian é uma bênção para todos nós.
— Isso ele é, Alistair, isso ele é, — Kevyan disse, olhando
para um Dorian sorridente, que estava com Rorik em seus braços.
Do outro lado do grande grupo de pessoas, Dorian virou e
encontrou os olhos de seu companheiro, seu sorriso se tornando
privado.
Alistair percebeu o momento privado que Dorian e o seu rei
estavam compartilhando do outro lado da sala, virou e foi em busca
de seu próprio companheiro. Servain poderia ter escapado de suas
mãos por enquanto, mas não era mais um vilão desconhecido e sem
rosto que enfrentavam. Eles sabiam contra o que estavam lutando e
se assegurariam de se proteger contra isso.
Por enquanto, iriam passar este dia celebrando o despertar
de Dorian Melrose, o consorte de seu rei, que havia ficado
inconsciente por mais de um mês, e a chegada segura da primeira
rodada de sua perigosa investigação, que lhes rendeu alguns
resultados, bem como uma conquista bem-sucedida do território
grego, garantindo que todos os leais a Servain fossem capturados e
considerados responsáveis. Mais tarde, traçariam estratégias e
buscariam uma maneira de eliminar a ameaça à linha real e a sua
espécie.
Alistair caminhou atrás de seu companheiro e deslizou as
mãos em volta da cintura de Sam por trás. Quando Sam engasgou
de surpresa, Alistair o puxou contra o seu corpo, colocando um beijo
na lateral do pescoço de Sam.
— Está se divertindo? — Alistair perguntou em um sussurro,
despreocupado com todos aqueles ao seu redor.
Sam suspirou e ficou flexível nos braços de Alistair,
descansando confortavelmente nos braços de Alistair e contra o seu
peito.
— Mmhmm. Eu te amo, Alistair.
Alistair deu outro beijo na lateral do pescoço de Sam,
passando um dedo do peito de Sam até os seus quadris.
— Para sempre meu amor.

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