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TAL COMO É

DIANA PALMER

Escaneada como “empréstimo” do orig


em meu poder para minhas companheiras de grupo de leit

Contraportada
O mal educado granjeiro Carson Wayne queria aprender bons maneiras para assim
apaixonar a uma mulher, e Mandelyn Bush era a única pessoa do povo que tênia a suficiente
educação para levar a cabo esse trabalho. Nenhuma outra mulher se atreveu a aproximar-se
o e inclusive para o Mandelyn represento uma árdua tarefa tentar transformar a esse homem
em uma refinação cavalheira
Capítulo Um

Ao princípio, Mandelyn pensou que os golpes soavam no interior de sua cabeça, já que se
tinha ido à cama com uma forte enxaqueca. Mas quando os golpes na porta se fizeram mais
fortes, sentou-se na cama e olhou a hora no relógio de parede.
Era uma da madrugada, e não podia imaginar-se que ninguém no rancho queria despertá-la a
essa hora, por nenhuma causa.
levantou-se de um salto e ficou uma bata sobre a camisola.
Seus olhos cinzas refletiam a preocupação que a embargava enquanto atravessava a casa
para abrir a porta. A casa era como a de todos os ranchos da região e, de onde estava
cravada, podiam contemplar-se' as Montanhas Chiricahuas, ao sudeste do Arizona.
-Quem é? -perguntou ela com o clássico acento do Charlestónn, onde tinha nascido.
-Jake Wells, senhorita -respondeu-lhe uma voz ao outro lado da porta. .
Era o capataz do Carson Wayne. Sem que fora necessária uma só palavra de explicação, ela
soube o que ia mau e a razão pela que a tinham despertado.
Abriu a porta e recebeu ao alto e loiro homem com um sorriso preocupado.
-Onde está? -perguntou-lhe.
O homem se tirou o chapéu suspirando.
-Na cidade, no bar Rodeio.
-Está bêbado?
O capataz duvidou um instante.
-Sim, senhorita -disse por fim.
-Esta é a segunda vez nos últimos dois meses.
Jake se encolheu de ombros e começou a manusear o chapéu. .
-A. o melhor tem problemas de dinheiro -aventurou-se Jake.
-Não acredito -murmurou ela-. Faz já meses que tenho um comprador para essa parte de
terra dele, mas não quis nem pensar do tema.
-Senhorita Bush, já sabe o que pensa ele dessas urbanizações Essas terras foram que sua
família da guerra civil.
-Tem milhares de hectares! -explorou ela-. No,me diga que. vai pôr-se a faltar esse,
parte de terra precisamente!
-Bom, é que é aí onde está a casa familiar.
-Pois agora não parece que a esteja usando muito.
Ele se limitou a encolher-se de ombros como resposta ao comentário do Mandelyn. .
Alguns minutos mais tarde, vestida com uns jeans, um yérsey amarelo e uma jaqueta de
pele, Mandelyn estava sentada ao lado do Jake na caminhonete com as marcas do rancho do
Carson Wayne pintadas de vermelho nas portas.
-E por que não vais pedir lhe a outra gente que lhe ajude? -perguntou-lhe ela molesta.
-Porque você é a única pessoa no vale que não está zangada com ele.
-É que não lhe podem levar a casa os meninos e você? -Tentamo-lo uma vez, mas a
fatura do médico foi muito cara. Ele não se atreverá a golpeá-la a você.
Isso era bastante certo. Carson era um homem feroz e rude, que vivia em um edifício
ruinoso que ele chamava «casa como se fora um ermitão. Odiava a seu vizinhos e era o
homem mais violento que ela tinha conhecido em sua vida. Mas, depois do primeiro
momento, lhe tinha cansado bem. A gente dizia que isso era porque Mandelyn era toda uma
senhora do Charles tom, Carolina do Sul, e ele se sentia na necessidade de protegê-la. Mas
isso era verdade só pela metade. Mandelyn também sabia que gostava porque tinham o
mesmo caráter, porque se enfrentava a ele sem medo. Tinha sido assim desde o começo.
Saíram da estrada do rancho e se meteram na auto-estrada. Havia luz suficiente para ver os
gigantescos cacto levantando seus braços ao céu e as escuras montanhas recortando-se
contra o horizonte. .
Arizona lhe parecia tão bonita fazia que lhe cortasse a respiração, apesar de que já levava
oito anos vivendo ali. Tinha chegado da Carolina do Sul quando tinha dezoito anos,
destroçada por uma tragédia pessoal e esperando encontrar nessa nua terra uma perfeita
expressão de sua própria desolação. Mas se esqueceu de todo isso Guando viu as Montanhas
Chiricahuas pela primeira vez. Após, tinha aprendido a apreciar aquelas paisagens e os
verdes tons da região onde tinha nascido se foram fazendo cada vez mais difusos em sua
memória. Ainda lhe notava o lugar de que procedia sobre tudo no acento e em sua forma de
comportar-se; mas nesse momento se sentia tão do Arizona como um, personagem do Zane
Grei.
-por que tem feito? -perguntou-lhe ela ao capataz quando entravam no pequeno povo do
Sweetwater.
-E$o é algo que não me incumbe. Mas é um homem solitário e se sente já velho.
-Mas se somente 'tem trinta e oito anos -replicou
ella_. Não está precisamente como para o asilo.
Jake a olhou escépticamente.
-Está sozinho,' senhorita Bush. Os problemas não parecem tão grandes quando' pode-os
'compartilhar. Mandelyn suspirou. Isso sabia ela muito bem. Desde que morreu seu tio,
fazia já quatro anos, não tinha a ninguém com quem compartilhar sua solidão. Se não tivesse
sido pela agência imobiliária e o estar filiada a meia dúzia de organizações, teria se tido que
partir dê Sweetwater se desesperada.
Jake estacionou diante do bar Rodeio e saiu da caminhonete. Mandelyn estava já em terra
antes de que ele pudesse aproximar-se de ajudá-la.
O garçom lhes estava esperando na porta, a calva lhe brilhava à contraluz.
-Graças a Deus! Mandelyn, acaba de deixar inconsciente a um vaqueiro E se atou a
bofetadas com outros três mais.
-O que?
-Era um do rancho Lazy X. Lhe disse algo que não gostou, sabe Deus o que. Ele estava
sentado tranqüilamente, terminando-se outra garrafa de uísque, sem meter-se com ninguém
quando esse estúpido vaqueiro... -deteve-se e suspiro Me tornaram a romper o espelho, além
de uma dúzia de garrafas. Ao vaqueiro o tiveram que levar a hospital a que lhe
recomponham a mandíbula e a dois dos outros vai terá que lhes fazer o mesmo.
quando despertarem. O último está aí detrás, subido a uma árvore, com o Carson sentado no
chão debaixo dele, esperando a que baixe ou caia e renda-se como um louco.
Carson não ria nunca. Pelo menos até que não ficava realmente como um louco sedento de
sangue.
-E o que passa com o xerife? -perguntou Mandelyn suspirando. . .
-Como fariam a maior parte dos homens em seu são julgamento, pensou que o melhor
era mandar a seu ajudante para que lhe convencesse.
-E? -perguntou Mandelyn arqueando as sobrancelhas.
-Porque esse senhor está no quarto trastero pedindo a vozes que lhe tirem dali.
-E por que não lhe tiram?
-Porque a chave a tem Carson.
Jake se jogou o chapéu sobre os olhos.
-Acredito que o melhor é que me vá sentar na caminhonete.
-Sim, mas vê antes a tirar da cama à autoridade, Jake
-disse-lhe o garçom angustiado.
-por que? -perguntou Jake-. O xerife Wilson não vai se levantar para prender o chefe e como
Danny está encerrado em
o trastero, acredito que tudo está em ordem. O único problema são os gritos. '
-Verá, é pelos destroços. Até recentemente, isto acontecia de vez em quando, e era normal,
não passa nada porque alguém rompa o espelho e umas quantas garrafas uma vez ao ano.
Mas é que agora é todos os meses! O que é o que acontece?
-Eu gostaria de sabê-lo -suspirou Mandelyn-. Bom, acredito que é melhor que vá ver lhe.
-Sorte. Olho, pode ter uma pistola -disse-lhe o garçom. -A vai necessitar.
Manddyn chegou à parte traseira do bar bem a tempo para escutar a última parte de uma
larga e calorosa série de tacos, lançados por um homem alto, vestido com um jaquetão de
pele de cordeiro e que olhava muito sério a ótro homem que estava encarapitado no mais
alto de um carvalho
-Senhorita Bush! -disse-lhe o homem da árvore-. Socorro!
O alto e robusto homem se voltou e a olhou. Levava o clássico chapéu vaqueiro impregnado
até os olhos e seu queixo necessitava um barbeado, pelo menos tanto como seu encrespado
cabelo um passeio pela barbearia. Levava uma pistola na mão e tinha um olhar capaz de
atemorizar a qualquer.
-Adiante, dispara -desafiou-lhe ela
A ver se te atreve. Ele ficou quieto, respirando lentamente, observando-a.
-Se não ir utilizar essa pistola. Me pode dar isso? –perguntou-lhe Mandelyn assinalando a
arma.
Ele ficou quieto durante um comprido e tenso instante; então, lentamente, agarrou a pistola
pelo canhão e a ofereceu pela culatra.
Ela a agarrou com cuidado, esvaziou o carregador e se guardou em um bolso 1<i pistola
e em outro as balas.
-O que faz esse homem na árvore?
-Pregúntaselo a ele.
-Bobby, o que tem feito? -perguntou-lhe ao jovem e magricela vaqueiro que estava subido à
árvore.
-Bom, señoritá Bush, dava-lhe nas costas com uma cadeira...
Ele estava pegando ao Andy e eu temi que o fora a fazer mal.
_Si se desculpa _le disse ela ao Carson-, deixará-lhe baixar-se daí?
Ele ficou pensando-o um momento, mantendo-se com muita dificuldade sobre seus pés.
-Suponho --disse por fim.
-Bobby, te desculpe!
-fLo sinto, señpr Wayne!
Carson olhou para cima.
-De acordo, filho, de...
Mandelyn apertou os dentes ante a fileira de palavras malsoantes que soltou Carson antes de
deixar que o vaqueiro se baixasse.
-,-Obrigado! -disse Bobby rapidamente e saiu correndo antes de que ao Carson lhe ocorresse
trocar de opinião.
Mandelyn suspirou .e olhou ao Carson. Era um homem alto e de ombros largos, com um
físico que teria atraído a qualquer mulher. Mas estava ao meio civilizar e 1e resultava,
inimaginável que nenhuma mulher queria viver a seu lado.
-veio Jake contigo?
-Sim, como sempre.
Ela lhe aproximou e, movendo-se muito lentamente, agarrou-lhe da mão. Era grande e
calosa, além de cálida. Sentiu uma espécie de calafrio ao tocá-la.
Vamos a casa, Carson.
O deixou que lhe guiasse, tão .dócil como um corderillo. Não era essa a primeira vez que lhe
surpreendia aquela docilidade. Ele atacava. a qualquer homem que se cruzasse em seu
caminho, mas, por alguma razão, tolerava que lhe dominasse. Era a única pessoa a que seus
empregados podiam chamar para que lhes ajudasse com ele. .
-Envergonho-me de ti lhe disse ela.
Fecha o pico. Quando queira um sermão, chamarei um padre.
-Qualquer cura ao que te ocorresse chamar morreria para ouvir seus pecados. E não me
dê ordens, eu não gosto.
Ele se, parou repentinamente. Ainda foram da emanou e, com essa ação, fez que ela
estivesse a ponto de cair.
_Eres como um'gato selvagem -disse-lhe ele com os olhos brilhando na escuridão
Com toda sua cultura e educação, é tão dura como uma mulher de campo. .
-Certamente sim o sou respondeu Mandelyn-. Tenho que sê-lo para tratar com um
selvagem como você!
Algo obscureceu o olhar do Carson. De repente, fez que ela se desse a volta, abraçou-a e
a levantou do chão.
-Baixa me, Carson! -disse-lhe empurrando seus fortes ombros. '
Ele ignorou seus esforços. Com uma de suas mãos a agarrou por cabelo e fez que
jogasse para trás a cabeça.
-Estou farto de me deixar levar por ti como se fora um perrillo mulherengo. Estou cansado
de que me chame selvagem. Se for isso o que de verdade pensa de mim" Á o melhor já é
hora de que me, ganhe essa reputação.
Doía-lhe tanto o puxão de cabelo, que' logo que pôde ouvir o que lhe estava dizendo. Então,
com uma precisão estranha para o estado em que se encontrava ela beijou fortemente nos
lábios. ,
Mandelyn ficou rígida ante a inesperada intimidade dessa boca que cheirava a uísque.
Tinha os olhos muito abertos, iene eles se lia a surpresa e o medo. Ele apertou ainda mais,
até que a pressão chegou a ser dolorosa.
Mandelyn conseguiu dar um penetrante grito de protesto e conseguiu que Carson
separasse 'um pouco a cabeça., Seus olhos refletiam tanta confusão como os dela e em
seu rosto havia uma expressão de severidade que Mandelyn nunca tinha visto. Quando seu
olhar se posou na boca dela, descobriu que com sua ardente fúria lhe tinha feito uma ferida
em um lábio.
Pareceu como se nesse mesmo instante lhe tivesse passado a bebedeira. Voltou-a a deixar
brandamente no chão e, como duvidando, sujeitou-a dos ombros.
-Sinto muito -disse-lhe lentamente.
Ela se tocou os trementes lábios, todo o afã de luta tinha desaparecido.
-Tem-me feito uma ferida -murmurou.
Lhe aconteceu então um dedo pelo lábio ferido enquanto seu peito se agitava
nervosamente. Mandelyn rechaçou esse contato e ele deixou cair a mão.
-Não sei por que tenho feito isto.
. Ela nunca se preocupou antes por como seria sua vida amorosa ou pelas mulheres que
tinham passado por ela; mas o contato com sua boca tinha provocado uma inesperada
intimidade entre eles que fez despertar sua curiosidade por ele de uma forma que chegou
inclusive a fazê-la envergonhar-se de seus pensamentos.
-É melhor que vamos -disse-lhe-. Jake deve estar preocupado.
Ela se deu a volta, deixando que Carson a seguisse. Não queria estar muito perto dele até
que, pelo menos, não lhe acontecesse um pouco a impressão.
Jake abriu a porta,. .franzindo o cenho quando viu a expressão de sua cara.
-Está bem? -l.e perguntou rapidamente.
-É uma ferida de guerra -respondeu-lhe ela com um resto de humor. .
Meteu-se na caminhonete, juntando os joelhos quando Carson se sentou a seu lado e
fechou a porta de um golpe. -Vamos ! -disse ao Jake sem lhe olhar.
Para o Mandelyn, a volta a casa foi algo horrível. sentia-se ultrajada. Fazia anos que lhe
conhecia, mas em todo esse tempo, nunca tinha pensado nele de uma forma que pudesse
chamar-se fisica.
Carson era muito grosseiro para lhe considerar objeto de desejo, muito incivilizado e anti-
social. Por outra parte, jurou-se a si mesmo que nunca a voltaria a apaixonar-se. Ainda
estava muito afresco em sua memória o amor que tinha perdido fazia anos. E agora, Carson
a tinha tirado de sua apatia com um beijo brutal. Tinha-lhe roubado sua paz mental. Essa
noite tinha trocado as regras do ju ego inesperadamente e ela sei sentia vazia, ferida, e
assustada
Quando Jake atirou de sua porta, e a esperou nervosamente a que Carson saísse da
caminhonete.
-Graças-murmuró Jake.
-A próxima vez não vou.
Mandelyn saltou então ao chão, tratando de compreender o que lhe havia dito. Entrou na
casa sem dirigir a palavra ao Carson e, quando fechou a porta, ouviu como ficava em
marcha outra vez a caminhonete e partia. Então, ficou a chorar.

Capítulo Dois

Quando amanheceu, Mandelyn ainda estava acordada. A noite anterior podia ter sido um
mau sonho se não fora pela dor que ainda sentia no lábio. ,
sentou-se em 'o alpendre da casa, ainda vestida, olhando sem ver as montanhas. Era
primavera, e as flores silvestres destacavam entre a dispersa vegetação, mas ela nem sequer
se dava conta da beleza daquela manhã.
Sua mente tinha voltado para dia em que conheceu o Carson, quando tinha dezoito anos e
acabava de chegar ao Sweetwater com seu tio Dão. Tinha ido ao restaurante de comidas
rápidas a comprar um refresco. Carson estava sentado em uma banqueta próxima.
Recordava como lhe tinha acelerado o coração quando lhe viu era o primeiro vaqueiro que
via de perto. Tinha o mesmo olhar desafiante de sempre, o cabelo tão alvoroçado como na
atualidade e também estava igual de mal barbeado. Seus olhos azuis pálidos a olhavam
insolentemente quando se apoiou na caixa registradora para observá-la melhor.
Evidentemente, tinha uma absoluta falta de educação.
Ela tratou de lhe ignorar ao princípio, mas quando a chamou e lhe perguntou se gostaria de
sair a dar um passeio pelo povo com ele, seu caráter" mescla de escocês e irlandês, impôs-
se. Ainda podia recordar sua expressão de surpresa quando enfrentou a ele fríamente e lhe
dirigiu um olhar geada. -Meu nome -o relatório-, é senhorita Bush, não «ouça, você», e não
estou aqui procurando diversão e, se o estivesse fazendo, não seria com um bárbaro como
você.
Então, ele se pôs-se a rir.
-Bem, bem. Se não ser uma senhorita do Sul, de onde é preciosa?
-Sou do Charleston. Isso é uma cidade, e está em Califórnia do Sul.
-Tive muito boas notas em geografia. - e sabe ler?
Isso lhe tirou de gonzo. A linguagem que empregou a seguir fez que ela se ruborizasse, mas
isso não a intimidou.
levantou-se então, ignorando os olhares dos que lhes rodeavam, dirigiu-se resolutamente
para ele e lhe esbofeteou. Depois, partiu lhe deixando atônito. Foi dias mais tarde quando
ela soube que eram vizinhos. Ele se tinha aproximado de sua casa para falar com o tio Dão a
respeito de um cavalo. Quando a viu, sorriu e contou a seu tio o que tinha passado no, povo,
como se isso lhe divertisse. Demorou semanas em acostumar-se ao rude humor do Carson e
a sua «pouco fina» forma de comportar-se. Sorvia ruidosamente o café e ignorava o uso do
lenço e o guardanapo, além de utilizar uma linguagem excessivamente forte para seu gosto.
Mas, como sempre estava pelos arredores, não ficou mais remedeio que acostumar-se a sua
presença.
Levava já um ano no povo quando Mandelyn foi ver um rodeio. Ali estava Carson,
evidentemente bêbado, lhe dando uma surra a outro vaqueiro e tirando-se de cima ao resto
dos que tratavam de lhes separar. Quando lhe tocou levemente no braço, ele deixou
imediatamente de golpear ao vaqueiro e ficou olhando, como se não passasse nada.
Mandelyn lhe agarrou da mão e lhe levou a 'outro lado do curral, onde lhes estava esperando
Jake. depois daquilo, Jake a ia procurar cada vez que seu chefe se metia' em problemas.
Mas, depois daquela noite, não voltaria a ir com 'ele.
Dava um comprido suspiro e se meteu na casa. preparou-se uma taça de café e uma torrada.
Enquanto se tomava o café da manhã esteve controlando a hora. Tinha uma entrevista às
nove com o Patty Hopper, uma garota do povo que acabava de terminar a carreira de
veterinária e necessitava um local para estabelecer-se. depois de almoçar tinha que falar com
o possível comprador do terreno do Carson. ia ser outro dia eterno. O homem insistia em ver
pessoalmente ao Carson; mas, depois do da noite anterior, ia ser um pouco difícil.
Patty e ela se 'encontraram no .local que lhe queria ensinar. Eram amigas desde antes de que
Patty se fora à universidade e se viam ocasionalmente quando estava de férias.
-Bom, o que te parece? Não está em um bom sítio? Justo na praça do povo. E te posso
oferecer umas condições muito interessantes se te animar a pagá-lo em vinte anos.
-Deixaste-me sem fala -disse-lhe Patty-. Isto é exatamente o que queria. Tenho suficiente
espaço até para pôr um sala de cirurgia, e o gigantesco salão pode me servir perfeitamente
como sala de espera. Sim, eu gosto. E também eu gosto do preço. .
-Além disso, resulta que tenho aqui toda a papelada -replicou-lhe Madelyn renda-se e
tirando uma sobre de sua grande bolsa-. Assim já pode ir ver j ame ao banco e lhe convencer
para que te conceda um crédito.
-James e eu fomos juntos ao colégio -disse-lhe Patty-, assim não acredito que haja nenhum
problema. Estou acostumado a devolver o dinheiro que me emprestam. Se não, lhes
pergunte a meus companheiros de classe!
-Este é um sítio com muita luz, além disso. Garota, já te vejo te fazendo milionária aqui.
-Espero que tenha razão -disse Patty levantando-se e abrindo os braços-. Latido, tudo isto é
meu!
-Teu e do banco.
-É tão jovem, Mandy -disse-lhe Patty enquanto ficava olhando o lábio ferido com
curiosidade-. ouvi que lhe viram com o Jake a altas horas da madrugada na caminhonete.
Estes sítios pequenos! -exclamou Mandelyn-. Sim, Carson estava Armando animo no bar.
-Como nos velhos tempos -respondeu-lhe Patty com um estranho alívio-. Carson é como um
urso selvagem, verdade? Acredito que agora quase me teria que ocupar dele, é como um
touro
-Não te aproxime muito a ele, poderia-te fazer pó. -A mim? Não acredito que Carson faça
algo assim, é muito educado
. -Homem! Isso está bem! -disse-lhe Mandelyn renda-se amargamente--. É um selvagem.
Como se lhe tivessem tirado das cavernas.
-Pois' comigo sempre se levou muito educadamente.
Não te resulta estranho que não se casou alguma vez?
Mandelyn sentiu como se lhe fervesse o sangue.
-Não me parece estranho, Está muito incivilizado para viver com uma mulher. Teria que
deixá-la sem sentido e apontá-la com uma pistola para consegui que alguém se casasse com
ele! ..
-Eu acreditava que era teu amigo.
-Era-o -disse-lhe Man'clelyn fríamente-. Bom, tenho essa cita dentro de uma hora; é melhor
que me vá comer. Me alegro de que você goste do local.
-Eu também -disse-lhe Patty renda-se--. Me diga, seu crie que Carson será tão mau como
pensa também na cama? É tremendamente sexy Mandelyn se sentiu incapaz de olhar aos
olhos a seu amiga. -Se você o disser... Já te chamarei quando tiver todos os detalhes da
venda preparados. De acordo? -disse-lhe com um sorriso forçado.
-De acordo. Obrigado de novo.
-De nada.
Mandelyn se tomou uma salada em um café, mas apenas sim se inteirou do que comia. Seus
pensamentos não se separavam do Carson e das coisas que havia dito Patty a respeito dele.
Depois, foi a seu escritório, onde o cliente a estava esperando dando-se passeios acima 'e
abaixo. Mandelyn piscou os olhos um olho ao Angie, sua nova secretária.
-Olá, senhor Denton Lamento chegar tarde. Estava terminando outro negócio.
-Não há nenhum problema ---respondeu-lhe ele. Era um homem alto e com aspecto digno
vestido com um traje cinza-. Eu gostaria de ir ao rancho, se for possível.
Ela duvido acredito que antes seria melhor ver se estiver o senhor Wayne.
_Ya o comprovou sua secretária. Ele nos está esperando , iremos em meu carro.
Ao Mandelyn não gostou dessa forma autoritária de comportar-se, mas não podia discutir
com um possível cliente, assim que se esforçou em sorrir e lhe seguiu.
-Sinto muito -disse-lhe Angie.
Mandelyn lhe fez um gesto de despedida e voltou a lhe piscar os olhos um olho.
Durante o tempo que durou o trajeto até -o rancho, Mandelyn se sentiu como se tivesse um
nó no estômago. Não queria ver o Carson. por que o destino a atormentava dessa maneira?
Seu esportivo negro, estava estacionado perto da casa, talher de pó e sujeira, o que fazia ver
bem às claras o pouco que se utilizava, e a caminhonete que estava acostumado a utilizar
Jake para lhe recolher estava estacionada também perto.. O) curral estava deserto e a porta
principal da casa estava aberta, embora não se podia ver nada dentro.
É aqui onde vive? perguntou-lhe o senhor Denton enquanto estaciono Seu carro diante da
rústica casa de madeira
-É um pouco excêntrico.
Está louco -murmurou ele O senhor Denton se desceu do carro e Mandelyn lhe seguiu a
contra gosto.
Quando estavam chegando às escadas, Carson saiu de repente ao alpendre. Parecia ainda
mais alto do que era com suas botas de trabalho. Levava uns jeans desgastados e uma
camisa azul, desabotoada que deixava ver seu peludo peito. Parecia cansado, mas seus olhos
azuis estavam alertas e, pelo menos, parecia que estava de bom humor.
-Senhor Wayne? -disse-lhe o comprador com a melhor de seus sorrisos-. Tem uma bonita
propriedade.
Carson acendeu um cigarro, ignorando por completo a mão que lhe estava oferecendo o
homem.
-Parece que não lhe basta com um «não» 'Por resposta, verdade? -perguntou-lhe Carson com
um frio olhar.
Denton ficou desconcertado durante uns segundos, mas terminou por retirar a mão e voltar a
lhe oferecer o sorriso.
-É assim como me fiz rico. Olhe, vou aumentar minha oferta em dois mil dólares mais por
hectare. É um sítio perfeito para me fazer uma casa quando me aposentar. Água suficiente,
boa terra, paisagens bonitas...
-você olhe -disse-lhe Carson lhe interrompendo-. Eu não gosto que me envenenem. Estas
terras não são minhas e não quero as vender, já o disse; e também a ela acrescentou olhando
ao Mandelyn-. Estou cansado já de falar, assim que a próxima vez que lhe veja por aqui,
tirarei a pistola.
-Não me pode tratar assim, obtuso...!
-OH, não! –gritou Mandelyn cobrindo o rostro,con as mãos
Sabia o que ia passar a seguir. estremeceu-se ante o ruído do golpe, o grito afogado e, por
fim, o ruído surdo de um corpo caindo ao chão. Olhou então através dos dedos. O
comprador estava tratando de sentar-se, e Carson estava de pé perto dele, fumando o cigarro
como se não tivesse passado nada. '
-Comprido de minhas terras, filho de...! -seguiu uma fileira de insultos enquanto se
inclinava e agarrava ao homem da lapela lhe obrigando a levantar-se: Colocou a empurrões
no carro e fechou a porta de repente.

Mandelyn ficou como petrificada quando o carro arrancou. Ficou olhando durante um
comprido instante e então, com um suspiro, começou a andar seguindo o mesmo caminho
que o carro.

-Onde demônios te crie que vai? -perguntou-lhe Carson.


-Ao povo.
-Ainda não, quero falar contigo.
Ela se deu a volta e lhe olhou.
-Mas eu não quero. , Ele a agarrou do braço e a levou até a casa.
-Perguntei-te eu algo?
-Não, não o faz nunca! Faz o que te dá a vontade! Ele te ofereceu um preço bastante
generoso. Me vais custar uma fortuna! .
-Já te disse que não lhe trouxesse aqui.
-Mas você disse a minha secretária que podia vir!
-E um corno! O que disse ao Angie é que podia vir se acreditava que estava em seu dia de
sorte.
E a pobre Angie não se deu conta do que aquilo queria dizer em realidade.
-Angie é nova -murmurou ela, permanecendo de pé no desmantelado salão.
Nem sequer havia eletricidade. Quão único tinha era algumas abajures de petróleo e uns
móveis onde ela: não se teria sentado por nada do mundo.
-Sente-se -disse-lhe ele lhe aproximando uma destroçado poltrona.
Ela ficou de pé. Tinha estado nessa casa só uma ou duas vezes, com seu tio, e desde que este
morreu, sempre tinha encontrado alguma desculpa para ficar no alpendre quando ia por ali
para falar com o Carson.
Olhou-a com uma expressão estranha quando viu a cara com a que estava olhando seu
reduzido mobiliário. levantou-se enfurecido e entrou na cozinha
-Vêem aqui, ao melhor as cadeiras da cozinha lhe parecem melhor para seu delicioso
traseiro.
-Sinto muito -disse-lhe ela entrando na cozinha não queria ser tão grosseira.
-O que não queria, era te sujar seu precioso vestido com meu mobiliário -disse-lhe ele
renda-se.
-Bom, o que quer?
-Essa é uma boa pergunta -respondeu-lhe ele apagando em um cinzeiro o cigarro--. até
agora não me tinha dado conta do besta que podia chegar a ser.
-Não se preocupe, o de ontem à noite me tomarei como uma experiência.
-Tem muita? -perguntou-lhe ele olhando-a aos olhos-.
Lutou comigo porque tinha medo?
-Estava-me fazendo mal! -disse-lhe ela de mau humor.
Carson respirou profundamente e as pupilas lhe brilharam.
Fez uma leve pausa e suas seguintes palavras tomaram completamente por surpresa.
-Disse ao Patty que eu era muito selvagem para ter uma mulher.
Mandelyn ficou boquiaberta. sentou-se e ficou olhando, não podia acreditar-se essa falta
de discrição por parte do Patty.
-Eu... eu nunca pensei:..
-Que ela me o fora a contar? -perguntou-lhe ele fríamente, tirando outro cigarro do
pacote e acendendo-o com um impaciente golpe no acendedor-. Ela estava brincando a
respeito disso, não o disse com má intenção. estive pensando ultimamente muito nessas
palavras e no velho e só que me encontro.
Levantou a vista do charuto e olhou ao Mandelyn aos olhos. -Quando Patty me disse isso
esta manhã me fez me sentir muito mal. Dava-me conta de que tinha razão, de que nem
sequer se me comportar entre gente civilizada.
-Carson...
Ele moveu a cabeça.
-Não te desculpe por haver dito a verdade. Esta noite não dormi. Sinto muito te haver feito
mal no lábio, me
levei muito mal contigo. Espero que tenha em conta que tinha bebido o bastante.
'-Sim, tinha sabor de uísque -le,dijo ela sem pensar Se ruborizou ao dar-se conta de que
recordava exatamente ao que ele sabia.
-Sim? "-respondeu-lhe olhando a seu lábio ferido--. Não sei o que me passou. E, em cima,
você te pôs a brigar comigo, o que piorou as coisas. Deveria me conhecer melhor.
-Levo anos brigando contigo.
-Sim, mas verbalmente.
- E o que se supõe que tinha que ter feito, me relaxar e desfrutar? '
-De acordo, já te hei dito que o sinto. Por Deus, o que esperava de mim? Logo que conheci
minha mãe e não tive irmãs. Toda minha vida a passei entre homens, sobre tudo 'com meu
pai, que me dava umas surras tremendas cada vez que lhe desobedecia.. .
Mandelyn lhe escutava sem pensar, até" que suas palavras começaram a meter-se em seu
cérebro. esforçou-se então em fazer desaparecer seu mau humor.
-Meu pai era boiadeiro -prosseguiu ele-, e minha mãe não pôde viver com ele durante muito
tempo. Fugiu quando eu tinha quatro anos. É!, ocupou-se então de mim e sua idéia da
disciplina era me surrar quando fazia algo que não gostava. Tive problemas até para, ir ao
colégio, porque ele não acreditava na educação. Mas, para então, eu já era bastante maior
que ele e podia me defender.
Isso explicava muitas coisas. Nunca lhe tinha falado de sua infância, e o único que sabia
daquela época de sua vida, eram os vagos comentários do Jake a respeito de quão dura tinha
sido.
Ela estudou com curiosidade seu rosto. .
Carson lhe acariciou então o lábio ferido.
. -Sinto te haver beijado assim.
Ela ficou vermelha como uma chama. Sentiu como se seus olhos pudessem ver o que
havia dentro dela.
Nunca soube ser delicado -continuou--, porque nunca soube o que é 'que lhe tratem
assim. E agora tenho trinta e oito anos, estou' só e nem sequer sei como cortejar a uma
mulher. E todo se deve a que sou um selvagem. Isto -disse-lhe lhe assinalando o lábio--, é a
prova. .
Olhou aos olhos enquanto a mão que lhe tinha acariciado o lábio caía. ,
_Não tem parentes?
-Nenhum -respondeu-lhe Carson, levantando-se e dirigindo-se
para a janela-. Escapei-me dê casa uma ou duas vezes. Ele sempre deu comigo. Em um
momento dado, aprendi a me defender e, então, cessaram as surras; mas, para então, já tinha
quatorze anos e o mal já parecia.
Mandelyn percorreu com o olhar a cozinha, até que deu com o que podia ser uma espécie de
cafeteira. Então ficou de pé
-Importa-te se fizer um pouco de café? Acredito que o necessito.
Claro que não, embora me parece desconjurado fazendo essas coisas. .
-por que? -perguntou-lhe ela renda-se-. Sou uma garota muito de sua casa. Também sei
cozinhar. Ou é que não te lembra já desses jantares às que estava acostumado a te convidar
meu tio?
-passaram já anos após.
Mandelyn ficou olhando o recipiente que estava enchendo de água. Como poderia lhe
confessar que se sentia muito violenta em sua companhia para estar a gosto? Ele a punha
nervosa e não sabia dizer por que, o que piorava tudo.
-estive muito ocupada como,para ter visitas -disse-lhe. Tratando de desviar a conversação
quando se fixou nas cortinas-. Deveria pôr umas cortinas novas. '
-"Em realidade, deveria pôr muitas coisas, novas, esta casa se está caindo. '
-Isso é porque você quer -respondeu-lhe. '
Fez uma careta quando viu a capa de graxa que cobria o teto por cima do fogão.
-Até o momento, não tive nenhuma razão para arrumá-la. Vivo só e não tenho muita
companhia; mas contratei a uma empresa construtora para que hagan,algunos acertos.
Aquilo era surpreendente. Mandelyn se voltou para lhe olhar bem, totalmente invadida
pela curiosidade.
-por que? -perguntou-lhe sem pensá-lo. .
-Tem algo que ver com a razão pela que te tenho feito vir aqui -admitiu-. Necessito
ajuda.
.Quem, você?
-Não te burle, por favor. .
-De acordo. O que quer que faça?
Carson duvidou antes de seguir falando, o que não deixava de resultar estranho nele. Suas
facções se endureceram.
Demônios! me olhe -disse-lhe afundando as mãos nos bolsos dos gastos jeans-. Você
mesma disse ao Patty que era muito selvagem para estar com uma mulher, e tem razão. Não
sei como me comportar com a gente. Nem sequer sei que garfo terá que usar em um
restaurante. O que quero de ti é que me ensine um pouco de educação.
-.Eu? .
-É obvio que você. A quem mais conheço com um pouco de cultura? Necessito que alguém
me eduque.
-depois de todos estes anos, por que agora?
-Mulheres! Sempre têm. que sabê-lo tudo. Não? Algo, por pequena que seja... De acordo -
Carson suspirou profundamente e se passou uma mão pelo negro cabelo--. Há uma mulher.
Mandelyn não soube se rir ou chorar. ficou muito quieta, lhe olhando. Patty! Pensou. Tinha
que ser Patty! Era a única possibilidade com sentido. Seu aborrecimento irracional pelo que
o hábía dito ao Patty,su súbita decisão de renovar a casa, coincidindo com o retorno da
moça ao Sweetwater. Assim era isso. Estava apaixonado e pensava que Patty havia tornado
muito pega à forma de ser dos da cidade como para que gostasse de alguém como ele.
Assim estava fazendo o sacrifício supremo de tratar de voltar um cavalheiro Pigmalión ao
reverso.
- e bem? -insistiu ele olhando-a-. Sim ou não?
-Certamente haverá alguém que o possa fazer melhor.
-Ninguém como você -seu olhar se posou em, ela, cheia de avaliação e de algo muito mais
profundo que Mimdelyn não foi capaz de ver-. É uma dama. Não, não há ninguém que me
possa ensinar melhor que você.
Mandelyn ficou olhando fixamente a cafeteira. -Tome o como uma provocação, como algo
com o que encher suas horas livres. Não te há sentido alguma vez sozinha?
Mandelyn levantou o rosto e olhou aos olhos.
-Sim -disse--. Sobre tudo desde que morreu meu tio.
-Não sai com ninguém?
Ela voltou a sentir-se violenta. Havia uma razão para isso, mas não queria falar disso com
ele, pelo menos, nesse momento.
. -Eu gosto de estar sozinha.
--Não é bom para uma mulher viver sozinha. Nem sequer pensaste em te casar?
--'-pensei em um montão de coisas. Como quer o café?
Serve as taças e procurou o leite no frigorífico. O interior estava tão desordenado como o
resto da casa.
-Não tenho leite, se for isso o que está procurando. -Tem centenas de vacas no rancho e não
tem leite? -Isto não é uma granja.
-Mas uma vaca é uma vaca!
-Se quiser o maldito leite, vê e ordenha uma!
Ela pôs então os braços em jarras e ficou lhe olhando fixamente. Carson se tornou para
atrás. Então, Mandelyn deu' um profundo suspiro e pôs as taças de café sobre a mesa.
-Isso é o que mais eu gosto de ti -disse-lhe ele sentando-se em uma das velhas cadeiras.
-O que?
Ele sorriu devagar e seus olhos azuis brilharam.
-Que te enfrenta comigo.
antes de podê-lo pensar, lhe respondeu:
-Pois ontem à noite você não gostou.
-Estava bêbado.
-por que?
Ele se encolheu de ombros.
-Tudo me ultrapassou. Comecei a pensar em quão sozinho estava... Não esperava verte hoje;
pensei que não foste querer voltar a falar comigo.
-Todos temos depressões às vezes, inclusive eu. Está bem, 'não passou nada -quando disse
isto se tocou o lábio inferior com a língua-; Bom, nada que dure para sempre.
-O qu_ disse ao Patty era certo-lhe disse ele.
-Eu não queria dizer isso; ou o que te chamei ontem à noite. Não é um homem pouco
atrativo, Carson.
Olhe, por fim hei. conseguido fazer um pouco de dinheiro e o investi em alguns negócios
que vão dar bons dividendos. Mas não há nada em mim que possa atrair a uma mulher,
fisica ou intelectualmente, e você sabe.
Ela conteve a respiração. Acreditava isso realmente? Percorreu-lhe lenta_.ente com o olhar
todo o corpo, notando-se nos poderosos músculos de seus braços, seu poderoso peito e as
largas pernas. Devia reconhecer que não estava nada mal. Inclusive suas facções atrativas...
se estivesse barbeado e bem penteado
De repente, lembrou-se do que lhe havia dito Patty a respeito de , como se comportaria ele
na cama e ficou tinta. , . Ele a olhou bem a tempo para dar-se conta de seu rubor e franziu o
cenho.
-O que te tem feito te pôr assim?
Ela se perguntou o que poderia dizer ele se lhe contasse que Patty e ela tinham estado
falando de seu possível comportamento sexual.
-Nada. Um pensamento tolo.
-Vinte e seis anos e ainda te ruboriza como uma virgem murmurou ele observando-a-. É-o
ainda? -perguntou-lhe sonriendo.
-Carson Joseph Wayne! -exclamou ela.
-Não sabia que te soubesse meu nome completo.
-Inteirei-me quando o tio te vendeu essas terras.
-Ah, sim? Ainda não me respondeste. Me vais ensinar a me comportar?
Carson, qualquer mulher que te queira não vai ter em conta a forma de ser que tem... -
começou a dizer ela diplomáticamente.
-Esta sim o fará.
Mandelyn se sentiu ciumenta de repente, sem saber por que. Era ridículo!
-Bom…….
-Não sou um idiota, posso aprender.
-OH, de acordo.
Ele pareceu relaxar-se um pouco.
-Magnífico! Por onde começamos?
Lhe olhou atentamente, rogando ao céu que a ajudasse ia necessitar um milagre.
-Necessita roupa nova, um corte de cabelo, te barbear... -Que classe de roupa?
--camisas, meias três-quartos, outros jeans, e um par de trajes. -De que tipo? Cor?
-Bom. E eu o que sei!
-Tem que vir comigo ao Phoenix. Ali há algumas lojas de departamentos.
-E por -que não vamos à loja do povo? -protestou
-Não gosta que nos vejam juntos por ali.
-De acordo, iremos ao Phoenix. .
-Amanhã. É sábado -recordou-lhe ele quando ela já ia protestar-. Não acredito que tenha
nenhum negócio que não possa esperar até na segunda-feira. Trabalha 'muito, assim tomará
amanhã um dia livre. Convidarei-te a comer. Assim me ensinará de passagem algo sobre a
forma de comportar-se na mesa.
Aquilo não parecia que fora a ser um trabalho para as horas livres, mas, de repente, deu-se
conta de que não lhe importava. Esse projeto podia ser divertido ao fim e ao cabo. depois de
tudo, Carson não estava escasso de possibilidades. Seu fisico era magnífico. Como não se
teria dado. conta até então disso? Agarrou sua taça e se bebeu o que ficava de café enquanto
Carson sorvia o seu.
Isso é o primeiro -disse-lhe lhe indicando a taça-, bebe, não sorva quando ele tratou de fazê-
lo, e o obteve, Mandelyn lhe sorriu. Lhe devolveu o sorriso e uma estranha sensação
percorreu suas costas. Tinha que tomar cuidado, disse-se a si mesmo. depois de tudo, estava-
lhe preparando para outra mulher, não para ela. E logo se perguntou a razão pela que esse
simples pensamento a deprimia tanto.
Cap 3

Capítulo Três

Se ao princípio lhe tinha parecido algo fácil o ajudar ao Carson a comprar roupa, Mandelyn
trocou logo de parecer.
-Não pode dizê-lo a sério! -disse-lhe Carson quando entre ela e o vendedor tentaram que
ficasse uma camisa azul pálida com o pescoço branco--. Os meninos vão se rir de mim
quando me virem aparecer com isso.
-Possivelmente seja melhor uma totalmente Lisa ou com um pequeno estampado -disse-lhe
o vendedor.
-Deus me libere!
-Com uma Lisa, digamos... rosa, poderá levar uma gravata de raias.
Eu não me vou pôr uma camisa rosa! Sou um homem!
-Das cavernas -corrigiu-lhe ela-. Se não querer que te ajude, me vou comprar uma barra de
lábios. . -Fique aí! -disse-lhe ele quando ela já começava a ir-se-. De acordo, levo-me isso.
Mandelyn não sorriu, mas lhe custou um bom esforço. Olhou-lhe e se deu conta por enésima
vez essa manhã de que recém barbeado e com o cabelo curto, seu jeans novos, uma jaqueta
bege e uma camisa de manga curta branca, parecia diferente. Vestido corretamente, poderia
estar verdadeiramente impressionante.
depois de alguns minutos, conseguiu lhe convencer de que as camisas a raias não eram
efeminadas absolutamente e comprou várias de diferentes cores. Logo, levou-lhe a
departamento de trajes.
O vendedor acompanhou aos provadores e, quando voltou alguns minutos mais tarde,
vestido com um traje azul escuro, uma camisa azul claro e uma gravata granada, ela esteve a
ponto de cair da cadeira. Não parecia o mesmo Carson, exceto pelos rasgos de sua cara e os
brilhantes olhos azuis.
-Céus! -exclamou Mandelyn.
A expressão do Carson se suavizou um pouco.
-Tudo bem? Estou bem?
-Perfeitamente -respondeu-lhe ela sonriendo--. Senhoras, não olhem!
Ele sorriu também.
-De acordo. Que mais necessito?
-Que tal um pouco de cor nata? um desses trajes uso Oeste.
Carson se provou um com resultados similares. Tinha um corpo magnífico e ficava bem
algo que ficasse. Depois, comprou um' par de botas novas e um chapéu.
Justo antes de que saíssem das lojas de departamentos, ela recordou que não tinha comprado
algo muito importante. O foi dizer, mas não soube como fazê-lo.
Passa algo? -perguntou-lhe ele.
-Esquecemo-nos que uma coisa.
-Eu não uso pijama.
-E o que se está acostumado a levar debaixo da roupa? -disse-lhe ela por fim, evitando lhe
olhar.
Andem! É tímida! -exclamou ele renda-se.
-E o que? Nunca antes tinha ido às compras com um homem. Além disso, tem meias três-
quartos?
-Acredito que é melhor que volte dentro, não?
Deixou então as coisas no carro, abriu-lhe a porta e a ajudou a entrar.
-me espere aqui um momento, não demorarei nada.
-De acordo.
Ela ficou olhando enquanto se afastava. O jogar a lhe transformar começava a ser um pouco
divertido apesar das situações embaraçosas que se podiam produzir.
Mandelyn passeou o olhar pelo interior 'do carro; estava impecável. imaginou que teriam
sido os meninos do rancho os que o tinham deixado assim, já que nunca antes tinha estado
tão limpo. Agarrou a ponta de flecha que estava pendurada do retrovisor, E franziu o cenho
quando se deu conta de com o que estava sujeita: uma cinta de veludo azul que ela,
acreditava ter perdido. '
A tinha posto para sujeitar uma rabo-de-cavalo, fazia já anos, que Carson tinha ido ver o tio
Dão. Recordava que Carson a tinha estado pinçando na rabo-de-cavalo mas ela não tinha
cuidadoso o que fazia e, mais tarde, deu-se conta de que tinha perdido a cinta. Era curioso
que um homem tão pouco sentimental como Carson tivesse guardado uma coisa como essa.
Possivelmente o que passava era que lhe tinha gostado da cor, pensou voltando a olhar para
a entrada do armazém.
Alguns minutos mais tarde, voltou Carson. Atirou os pacotes que levava no assento de
atrás e se sentou a seu lado.
-Sinto muito, querida. Não esperava demorar tanto, mas aí dentro havia uma multidão.
Não 'importa.' -disse-lhe ela sonriendo.
Ele ficou olhando aos olhos durante um comprido instante e seu rosto pareceu ficar rígido.
OH, céus, é algo especial -disse-lhe em voz muito baixa.
A paixão com que pronunciou essas palavras despertou algo no mais profundo do ser do
Mandelyn. Devolveu-lhe o olhar e não pôde apartar os ojols dos seus .Foi, como se esse
momento estivesse fora do tempo, Depois, seu olhar se poso involuntariamente sobre a dura
boca do Carson.
-Não faça isso -disse-lhe ele dando-se lá volta e pondo o carro em marcha súbitamente Te
guarde esse olhar para ti, SE não querer que volte a te beijar.
Ele a tinha impressionado e lhe notava na cara. perguntou-se se a quereria. Logo se 'acordou
do Patty e isso foi como um jorro de água fria. Se ao fim e ao cabo, ele sentia algum tipo de
emoção, evidentemente seria pelo Patty. Não era esse o motivo pelo que lhe estava
ajudando, para fazer dele
um homem ao que Patty pudesse querer? Cruzou suas largas pernas com um suspiro
e ficou olhando, como desfilava a cidade pelo guichê.
-Tem fome? -perguntou-lhe Carson um momento depois.
-Eu gostaria de me comer uma salada.
-Isso é comida para coelhos. Pode comê-la qualquer outro dia.
-Me vais levar a um sítio especial?
-Você gosta das crepes?
-OH, sim!
-Um boiadeiro que conheço me falou que um sítio. Poderíamos ir ali.
O sítio resultou ser o restaurante de um hotel; bastante elegante, por certo. Mandelyn se viu
assaltada então por um montão de dúvidas a respeito de como ia terminar aquilo; mas, se
não entravam nunca em sítio como esse, não ia poder lhe ensinar a formem de comportar-se
neles. Assim cruzou os dedos e o seguiu ao interior
-têm uma reserva, monsieur? -perguntou-lhes o maitre enquanto rerecorría displicentemente
com o olhar-. Temos muita gente hoje dentro havia algumas mesas vazias; Mandelyn as
podia ver, e sabia ao que se deviam as palavras do maitre. Tocou- brandamente o braço ao
Carson e sussurrou.
-Lhe dê uma gorjeta.
-Uma gorjeta? -gritou Carson olhando ao homenzinho com uns olhos como adagas-. E l.,1n
corno! Quero uma mesa! E é melhor que me dê uma rapidamente, porque se não vá
estampar a você e a seu ridículo acento francês contra a porta.
Enquanto dizia isso não parou de fazer caretas e Mandelyn enterrou a cabeça entre as
mãos.
- Uma mesa para dois, monsieur? -disse o maitre Com uma 'sorriso nervoso-. É obvio! me
sigam, s'IL vous plait!
-lhe dar uma gorjeta! Se o único que terá que fazer é falar da forma adequada seguia
discutindo Carson. .
Ela não respondeu, tratava de manter-se afastada, para ver se assim a gente se
acreditava que ia sozinha. Todo mundo lhes estava olhando.
-Não fique por aí detrás, que te vais perder -,-disse-lhe Carson agarrando-a pelo braço e
quase arrastando-a para a mesa que lhes estava indicando 'o maitre
Aqui é, sente-se.
Deixou-a cair em sua cadeira e se aproximou uma para ele.
-Que tal se n?s< traz uns menus?
O maitre ficou de cor rosa.
-É obvio, em seguida.
Então, assinalou um garçom com um gesto quase cômico. -Henri se ocupará de vocês,
monsieyr:.. mademoiselle...
-disse-lhes retirando-se imediatamente.
Henri se aproximou da mesa e lhes deu os menus com uma espécie de genuflexão.
-Querem os senhores estudar um momento os menus?
-Não, demônios. Queremos crepes, _le disse Carson assinalando o princípio do menu
-, Eu quero umas cinco e lhe traz dois, precisa alimentar-se. E nos traga uns cafés.
Mandelyn olhou debaixo da mesa, perguntando-se se não se poderia colocar debaixo.
,-Oui, monsieur. Quer a lista de vinhos? .
-Demônios, e o que quer que faça com isso? Pergunto-lhe ao garçom, encarando-se com o
_no tenho nem maldita idéia do vinho que me possa trazer. Quer que te traga uma lista de
minhas cabeças de gado? Tenho algumas centenas...
Agora mesmo lhe trago? O café, monsieur lhe respondeu o garçom, desaparecendo depois
rapidamente.
-':"'Isto" é fácil -disse Carson sonriendo ao Mandelyn
Quem dizia que era difícil entender-se com o serviço nos restaurantes caros? '
Ela se cobriu o rosto com !ás mãos de novo , tratando de mantê-lo suficientemente serena
para lhe explicar algumas costure. Mas enquanto isso, o tinha visto outro boiadeiro
conhecido no outro estremo do salon.
- Né, Ben lhe grito com essa voz poderosa que se ouvia tão bem na pradaria e muito mais
aquele eq abarrotado restaurante. Como te está funcionando esse novo semental? Crie que
suas vacas vão ter bons bezerros a próxima primavera?
-Isso espero, Carson! gritou a sua vez o boiadeiro, 'levantando o copo de vinho a modo de
saudações
Carson. não tinha nada a emano para lhe devolver ti saudação, assim que se limitou a
levantar a mão.
_Assim isso es,para para o que se usa aqui o vinho? –disse ao Mandelyn.
Para brindar. Talvez é melhor que peça uma garrafa.,
,-:Não! disse-lhe ela, lhe agarrando pela mão quando Carson já a ia levantar e olhava a seu
redor para ver por onde andava Henri.
O fico então olhando a, mão do Mandelyn, que parecia diminuta em comparação com SEU
enorme manaza.
-É que quer que façamos manitas? -murmurou ele brincando, enquanto lhe apanhava os
dedos com os seus.
Nesse mjsmo instante pareceu como se todo o bom humor que tinha demonstrado até então
se evaporou
Procuro com o olhar seus cinzas e lhe percorreu a suave pele da mão com a ponta dos
dedos, seguindo a textura. O coração do Mandelyn começou a pulsar grosseiramente
_Es suave - murmurou o suave como seus lábios.
ficou olhando durante um instante o lábio inferior.
-':Eu gostaria de te beijar estando sóbrio ...lhe disse em voz muito baixa
_. Só para saber como pode ser,
Ao Mandelyn tremeram as mãos e sentiu como se se houvesse posto doente. Por sua parte,
a mão do Carson se contraiu e atraiu a sua para sua boca.
Cheira a perfume. E lhe sobe isso à cabeça como se fosse uísque quando me olha assim.
Ela tratou de apartar a mão, mas ele não a deixou.,
Me djjjste que me foste ensinar lhe recordou sonriendo
-..Só estou tratando de fazer algumas práticas.
Disse-te que te ia ensinar educação. Asi que vai fazer o favor de não voltar a te enfurecer
com o maitre nem com os garçons, além de não te pôr a gritar em meio de um restaurante
como este, Carson.
_De acordo _le respondeu ele passando-os dedos dela pelo queixo. Que mais não tenho que
fazer?
-O que estas fazendo exatamente agora.
-Só te estou agarrando a mão.
Mas não parecia que fora somente 'isso. O que' parecia em realidade era que tinha tomado
posse dela; uma posse total e completa de sua mente, de seu coração e, inclusive, de seu
corpo. ,
_Mandelyn _susurró ele como se saboreasse o som de seu nome.
De repente, ela se deu conta de que era uma das poucas vezes que o ouvia pronunciar;
normalmente se dirigia a ela por algum tipo de apodo ou palavra carinhosa. Isso fez que lhe
parecesse que seu nome soava distinto em seus lábios.
Ela ficou maravilhada observando sua moréia cabeça inclinada sobre sua mão, beijando-lhe
e acariciando-lhe com um Carinho do que não lhe tinha acreditado capaz.
_Carson?
Ele levantou os olhos, como se tivesse ouvido algo eI sua voz que não se esperou.
Mas, antes de que pudesse dizer algo, chegou o garçom com o café.
_Onde estão meus crepes? -perguntou-lhe Carson.
-Estarão aqui dentro de um instante, monsieur _le informou Henri com um apurada sorriso e
olhando fervientemente para a, cozinha.,
-Será melhor que seja assim... .
Henri partiu e Mandelyn teve dificuldades para dissimular um sorriso.
-Sempre toma as coisas assim da peito, não? -Aprendi muito em breve que essa era a única
maneira de chegar logo ao topo. Eu não gosto que ninguém me faça de menos. Não o você
faça nunca.
-Eles não estavam tratando de te fazer de menos –começou a lhe dizer.
-e um corno -respondeu-lhe Carson sonriendo' fríamente. -A forma de ver a vida entre a
gente bem é distinta. -e você e eu estamos muito separados nesse aspecto, não?
:..OH, não sei -murmurou ela-. Estava acostumado a pensar que eu gostaria de ir pescar de
vez em quando, vestida com um par de botas velhas e uma camisa usada.
-Ah sim? Pois poderíamos ir pescar alguma vez se gostar.
Quando lhe olhou, com um certo ar divertido, viu que ele estava sonriendo outra vez,
Nunca antes lhe tinha visto sorrir tantas vezes como esse dia.
-De verdade?
-Poderia-te deixar alguma calça vaqueira velho e também
uma camisa -disse-lhe enquanto acendia um cigarro--. depois de tudo, acredito que deveria
ganhar algo com este trato. Você me ensina o que tenho que saber e eu, por minha parte,
ensino-te algumas outras coisas. '
Henri voltou com as crepes uns segundos mais tarde, por isso Mandelyn esteve ocupada
durante bastante momento, tentando lhe explicar ao Carson}a forma de utilizar os talheres
corretamente.
Quando Carson se aborreceu de lhe ouvi-la disse:
-Bom, já está bem. Acredito que deveria te comer seus crepes, está muito magra e não lhe
viriam mal alguns quilogramas de mais. '
-Nunca me pude imaginar. que te fixasse em algo' assim. Ele não sorriu.
-Eu sempre me dei conta de, um montão de coisas a respeito de ti, Mandelyn. '
Ao Mandelyn custou um momento repor do efeito que lhe tinham produzido essas
palavras e, quando o fez, começou a comer-se seus crepes. A nata que se saiu de uma delas
lhe manchou lábio superior e ela a tirou com a língua. Quando fez isso, Carson ficou
olhando com uma expressão que ela não foi capaz de decifrar.
-Esse é um gesto muito sexy, sabia?
-O tomar nata montada? -perguntou-lhe ela rendo nervosamente.
-Não diga tolices. Sabe perfeitamente ao que me estava refiriendo.
Mandelyn lhe ignorou e terminou de comer-se seu crepe. -Que tal se vamos ao cinema antes'
de voltar para povo? -Sinto muito. Tenho um montão de trabalho que fazer em, casa antes
de ir à cama.
-É que te passa a vida trabalhando?
- e você' não? Acredito recordar que já faz muito tempo que não lhe tirares férias.
-As férias são para os ricos. Ao melhor todos têm razão e não estou feito para ser rancheiro.
- e o que outra coisa poderia ser?
-O que quer dizer? Que sou muito besta e estúpido para ser outra coisa que não seja
boiadeiro?
Isso o disse em uma voz tão alta que a gente das mesas de ao redor se voltou para ver se seu
aspecto coincidia com a descrição que acabava de fazer de si mesmo.
-Eu não quis dizer isso absolutamente e, por favor, não poderia falar mais baixo?
-E por que teria que fazê-la? -perguntou-lhe levantando-se e olhando desafiante a seu redor-.
Que demônios estão olhando vocês? Quem tem escrito as regras que dizem que terá que
olhar para baixo, falar com sussurros e não fazer nada que se saia do ordinário em um
restaurante elegante e esnobe? É que te crie que os garçons daqui conduzem Rolls-Royces?
É por isso pelo que lhes tem medo? D é que te crie que o chefe deles tem uma vila na
Revisse?
Começou a rir ruidosamente. Mandelyn pensou seriamente em meter-se debaixo da mesa.
-Essa gente não é nem melhor nem pior que outros e, se pagamentos, tem tanto direito a
estar aqui como o mais posto destes cavalheiros, assim, por que tenho que deixar que estes
fantoches me façam de menos?
O boiadeiro do outro lado da sala; amigo do Carson, estalou em gargalhadas.
_Sim, demônios! por que temos que deixamos pisar? –o gritou renda-se--.Diga-lhe bem
claro, Carson!
Uma senhora sentada em uma mesa próxima lhe olhou.
É incrível a gente que deixam entrar agora neste restaurante -disse refiriéndose ao Carson.
Carson se voltou para ela.
-Sim, não é certo? -acrescentou ele com um olhar que falava por si só-. E também é incrível
a quantidade de gente que pensa que é melhor que outros Só pela quantidade de dinheiro
que têm, não é certo, senhora?
. A senhora em questão ficou tinta, levantou-se e se foi. -Por favor, sente-se -suplicou-lhe
Mandelyn
-Sente-se você se quiser, eu vou. Se vier comigo, já sabe. Onde narizes está a, conta? -pediu-
lhe ao tremente'
Henri-. Quero-a agora, não quando goste.
-Aqui a tem monsieur!
Carson a agarrou e saiu a toda pressa 'para a caixa, deixando que Maildelyn as arrumasse
sozinha. Ela se levantou tranqüilamente de sua cadeira e saiu lentamente do comilão. Tinha
que demonstrar, que, a pesar' de' tudo, ela era a senhorita Bush do Charleston.
Mas a serenidade era precisamente o que não tinha no momento em que se
encontrou' com o Carson no estacionamento.
-É um idiota presunçoso, um selvagem!-começou ela a lhe dizer com os punhos fechados e
os olhos brilhantes pela fúria.
-Não vai a hipocrisia. Entra, que te levo a sua casa.
-Nunca me havia sentido tão violenta...!
-Por que?
-Que por que. Ele ficou olhando, Mandelyn se tinha ficado rígida, Ao lado do carro, sem
abrir sequer a porta.
-Bom, entra -disse-lhe.
-Quando me abrir a porta -disse-lhe ela fríamente--. Tendo ou não em conta o movimento
para a Liberação da Mulher, isso é de boa educação.
Com um .suspiro de resignação, Carson deu a volta ao carro e lhe fez toda uma
demonstração de como se abria uma porta, ajudava-a a entrar e voltava' a fechá-la. ,
-Não vou voltar a ir contigo a nenhuma parte durante todo o tempo que fique de vida! -
disse-lhe ela quando se sentou a seu lado e pôs em marcha o motor.. "
-Você começou -recordou-lhe' quando entraram na auto-estrada-. Fazendo ressaltar minha
ignorância...
-Eu não fiz isso. Limitei-me a te perguntar que mais poderia' fazer. você adora o ser
boiadeiro, sempre te gostou. Não se sentirá a gosto com nenhum outro trabalho e sabe.
-O que queria dizer era que não seria capaz de fazer nenhuma outra coisa.
-O que diz? Sempre está à defensiva comigo, tem a mania de interpretar mal tudo o que te
digo.
-Eu sou um selvagem recorda? O que se pode esperar de mim?
-Sabe Deus. E isto não..foi minha idéia, assim não me preocupa se te dedica a comer com os
dedos durante o resto de sua vida.
depois disso, fez-se um comprido e incômodo silêncio. Ele acendeu um cigarro e se dedicou
a fumar-lhe enquanto passavam os quilômetros. de vez em quando, lhe olhava; tinha o rosto
rígido e o olhar fixo em la,carretera . Parecia sentir-se desgraçado e ela se sentiu culpado por
isso, Estava claro que ele queria ao Patty e que, sem um pouco de educação, não ia poder
conseguida jamais.
-Que estudos tem você? -perguntou-lhe .Mandelyn de repente.
-Tenho um titulito em Administração de Empresas e uma licenciatura em Econômicas.
Isso a deixou geada. Lhe notou muito.
-Estive estudando enquanto fazia o serviço militar nos marinhe. Mas disso faz já muito
tempo. vivi e trabalhou muito duramente e não tive tempo para me relacionar com a gente.
Odeio aos pretensiosos, às pessoas que minta a outros e pretende ser mais que eles, aos que
se acreditam superiores por ter dinheiro... A todos eles! além de que também odeio esses
sítios nos que somente lhes importa sua conta corrente. Deus, como os ódio! .
Devia haver-se sentido a maior parte de sua infância e juventude rebaixado, humilhado e
explorado. Mandelyn pensou que se excedeu. Tocou-lhe muito levemente no braço e ele
ficou tenso inclusive com esse ligeiro roce.
-Sinto muito -disse-lhe-. Sinto me haver zangado e te haver incomodado.
-Tenho muitas Cicatrizes em cima -disse-lhe ele mais tranqüilamente-. Não estão à vista e
trato de esquecidas. Mas são muito profundas.
-Segue' querendo me levar a pescar? -Claro.
-Que tal na segunda-feira?
-Mas você trabalha na segunda-feira -recordou-lhe com um olhar de confusão, como se não
se esperasse que ela o pudesse tomar em seio.
-Farei novilhos.
Ele riu brandamente.
-De acordo, então eu também os farei.
Essa noite, quando já estava deitada, ela começou a pensar nessa súbita decisão que tinha
tirado de dar um dia de descanso, algo que não tinha feito nunca, e partir a pescar
Ou com o Carson. Também estava sentida saudades de que ele nunca tivesse mencionado o
fato de que tivesse estudado na universidade, como se se envergonhasse disso. No fundo,
sentia uma certa compaixão por ele. .
Carson não era um mau homem, tinha algumas qualidades maravilhosas. ficou-se duas
noites com o velho Ben Hamm e sua mulher em seu rancho quando o casal ficou doente.
Tinha-lhes dado de comer além de ter pago todas suas faturas do mês, já que Ben não tinha
podido trabalhar. Sim, Carson era um homem bom. O que passava era que tinha uma
couraça exterior extremamente dura, e Mandelyn pensou que devia ter multidão de razões
para haver a formado. Como seria o homem que havia em seu interior? ficou dormida
pensando nisso.
na segunda-feira, muito cedo, Mandelyn chamou o Angie para decide que esse dia não ia ao
escritório.
-Me vou pescar. Já chamarei mais tarde para ver se houver algum recado.
. -A pescar? -perguntou-lhe Ángie surpreendida.
-E por que não? .
-Perdoe, senhorita Bush. O que passa é que não sabia que lhe gostasse de pescar. .
-Bom, já o veremos depois de hoje. Até mais tarde.
-Até. logo.
Mandelyn não tinha sequer um par de jeans velhos, assim que ficou uns de última moda,
uma camiseta a raias de muitas cores e uns mocasines. Quando se olhou ao espelho pensou
que, pelo menos, essa roupa era menos formal que a que levava habitualmente
Carson não estava esperando-a fora quando chegou ao rancho e ela ficou duvidando um
momento quando a chamou do interior convidando-a a entrar na casa. Não gostava de muito
estar a sós com ele na casa;. mas se agüentou e entrou.
-Um momento -disse-lhe ele da porta de atrás da casa.
Os dormitórios deviam estar por aí, mas ela não os tinha visto nunca.
-Não se preocupe -respondeu-lhe ela.
Ao cabo do momento, ouviu a porta da habitação, Mandelyn se deu a volta e, ao voltar-se
teve que esforçar em apartar a vista de novo. Evidentemente, acabava de dar uma ducha.
Estava completamente vestido, à exceção da camisa, que levava na mão, o que lhe
proporcionou uma ampla visão de seu musculoso e bronzeado torso. Já tinha visto sem
camisa ao Carson outras vezes, mas não podia explicar-se por que lhe turvava tanto vede
assim agora.
-Está elegante até com calças jeans -murmurou ele-. É que não pudeste encontrar algo mais
velho?
-Isto está velho -disse-lhe voltando-se para ele e encontrando-se o mais perto do que se
imaginou.
De repente, chegou-lhe o aroma da colônia que !e tinha jogado Carson; era uma de seus
favoritas..
-Cheira bem.
-Sim? por que está tão nervosa? -perguntou-lhe enquanto ficava a camisa e se aproximava
mais a ela. estiveste a sós comigo outras vezes.
Sempre tinha estado vestido.
-Ah, é por isso? -disse-lhe ele enquanto se deixava deliberadamente os botões superiores da
camisa sem grampear-. Não me diga que isto te turva?
Mandelyn ficou sem respiração sem saber por que. A boca lhe secou, mas quase. nem se deu
conta disso.
Então, ele a agarrou as mãos e as levou a peito, de forma que ela pudesse sentir a dureza de
seus músculos.
-j Vá músculos que tem! -disse-lhe ela sonriendo, tratando de não dado importância, mas as
pernas quase não podiam sustentá-la em pé.
-Claro, meu trabalho é muito duro -disse-lhe ele enquanto começava a mover suas mãos e as
dela de uma forma sensual por todo o peito-. Como é que não te trouxeste roupa para
pescar?
-É:.. é que não tenho -respondeu-lhe ela.
Era incrível que pudessem estar assim, mantendo essa conversação tão tola, enquanto que
seus atos se faziam cada vez mais íntimos. .
O peito do Carson subia e baixava cada vez com mais rapidez.
Levou as mãos do Mandelyn até seus próprios mamilos, de forma que pudesse notar como
lhe pulsava o coração. Ele lhe aproximou ainda mais e sua respiração lhe chegou a mover os
cabelos das têmporas.
Ela desejava sua boca desesperadamente e sabia que ele se deu conta. Não podia
compreender essa súbita e imperiosa '" necessidade pelo Carson e sua estranha reação ante
sua proximidade e contato. Não entendia nada.
A habitação pareceu voltar-se escura e privada. Não se ouvia nada nela, exceto suas
respirações e o ruído do relógio da parede.
Nesse momento, Carson aproximou sua boca à frente do Mandelyn, enquanto fazia que
baixasse as mãos do peito até a cintura. Ela protestou levemente com um gesto.
-Não lute comigo -disse-lhe ele brandamente--. Não tem nada que temer. .
Mas sim que o havia! Sua própria reação ante o que ele estava fazendo era aterradora.
Notou como as pernas de ambos se juntavam e, então, emitiu um leve gemido de prazer, que
não aconteceu desapercebido ao Carson.
Sua cabeça se aproximou ainda mais. Os olhos do Mandelyn se fecharam e notou- como a
calidez' de sua respiração passava ao longo de todo seu rosto, da frente até a boca, passando
pelos olhos e o nariz. Sem preocupar-se com sua possível resposta, jogou para trás a cabeça
e abriu a boca lhe convidando. Esperou, respirando seu fôlego enquanto essa ansiada boca
se aproximava. Seria mais agradável esta vez ou voltaria a lhe fazer danifico? Se. perguntou
ela.
-Senhor Wayne!
O grito soou como um cañonazo.
Carson levantou então a cabeça, como voltando de outro mundo
-O que acontece, Jake? -perguntou enquanto se grampeava a camisa e se dirigia para o
alpendre.
Mandelyn lhes ouviu falar, parecia-lhe algo completamente irreal.
Ainda estava tremendo, e sua boca ainda desejava o beijo que não tinha recebido. Olhou ao
Carson com admiração, deixando que seus olhos percorressem a tremenda masculinidade de
suas costas e quadris. Recordava, perfeitamente em contato de sua pele, seu aroma...
Quando se cruzo de braços, deu-se conta de que tinha os mamilos completamente
endurecidos:
Tratou de manter sob controle seu corpo. Era evidente que lhe desejava. Desejava tudo o
que ele podia lhe dar, ele contato de sua pele, de sua boca... Quase o disse em voz alta, dada
a força desse desejo, essa urgência que não havia sentido nunca antes. As doces lembranças
do homem que tinha ficado em seu passado se evaporaram completamente durante esse
recente acesso de paixão e tinham sido substituídos por uma emoção muito diferente, uma
violenta necessidade que. nunca antes tinha experiente. .
Que atitude poderia agora adotar frente a Carson, depois de haver lhe entregue tão
completamente? Ele era um homem e, certamente, não duvidaria em tomar aquilo que lhe
oferecesse, apesar de sua antiga amizade. Se ela se dedicava a atuar como uma mulher
sedutora, o que poderia esperar-se? Ele era humano.
esclareceu-se garganta quando ele voltou a entrar na habitação. Se pudesse encontrar uma
desculpa para voltar-se para casa...
-Vou te buscar uma vara de pescar -disse-lhe sonriéndole--. Tem um chapéu?.
-Não.
-Aqui tem um -disse-lhe aproximando-se do roupeiro e lhe arrojando um que lhe viria bem
Era meu. Bom, vamos.
Acompanhou-a à porta antes de que tivesse a mais mínima oportunidade de protestar e,
minutos mais tarde, estavam dando saltos com o carro, atravessando os pastos em direção à
poça onde ele estava acostumado a banhar-se e pescar.
-Antes nos banhávamos aqui -disse-lhe ele quando chegaram e se sentaram em uma fresca
sombra ao Iado da borda-. Ainda o fazem alguns meninos; mas para o que é muito bom este
sítio é para pescar.
Quando ele agarrou o bote dos vermes e trespassou um ao anzol, Mandelyn lhe olhou com
uma certa cara de asco
-Por favor... disse-lhe brandamente.
Seus olhares se encontraram e ficaram assim durante uns instantes, antes de que ela voltasse
a olhar o bote da isca de peixe.
-Agora te ensinarei como fazê-la.
-Mas Carson
-Cala e olhe...
A expressão de asco do Mandelyn se fez mais evidente enquanto lhe preparava .seu anzol. ,
-Olhe que tem o coração brando -disse-lhe-. Acredito que não vá poder te levar nunca a
caçar coelhos.
-Bom, já sabe que não iria, assim não te me ocorra pedir isso -Patty va a dar una fiesta el
próximo viernes por la noche
-Patty vai dar uma festa na próxima sexta-feira de noite
-disse-lhe ele enquanto lançava o linha à água.
-Sim?
-Uma dessas reuniões sociais,{ conforme acredito. Para lhe ensinar o local aos amigos.
-Está orgulhosa dele.
Passou meu momento antes de que voltassem a falar.
- Vai? -perguntou-lhe ela.
Carson soltou uma leve risada.
-Já sabe que eu não gosto dessas coisas.
-Eu poderia te ensinar a' te comportar ali -disse-lhe ela olhando ao chão.
-Sim?
-Agora já tem a roupa adequada. Tudo o que precisa saber é uns quantos passos de baile e
como falar com a gente.
Ele ficou olhando durante um comprido instante.
-Sim, é certo.
-Bom. Quer ou não?
-Que se quiser o que?
-Que se quiser que te ensine?
-Acredito que talvez você seja a que necessita que lhe ensinem.
O rosto do Mandelyn se acendeu; sabia perfeitamente ao que se estava refiriendo Carson.
sentia-se como uma jovencita em sua primeira entrevista.
-Eu já sei dançar.
-Já está voltando a confundir deliberadamente o que te quero dizer lhe respondeu ele renda-
se brandamente.
-Acreditava que tínhamos vindo a pescar.
-e o estamos fazendo.
-Quer aprender a dançar ou não? -perguntou-lhe ela impacientemente.
-Suponho que sim.
-Poderia vir a casa maña9a de noite, se quiser –lhe disse-. vou fazer sopa.
Ele a voltou a ficar olhando outro comprido momento.
-De acordo.
Nesse momento, Mandelyn viu que a cortiça começava a mover-se e logo que pôde
dissimular sua excitação quando sentiu que o peixe mordia o anzol. Atirou do cano muito
logo e o anzol foi enganchar se em sua camiseta.
-Mas o que faz? É que quer mandado à Lua? -Minha camiseta favorita -;-disse ela ao ver
que o anzol lhe tinha parecido justo em cima de seu peito.
-Fica aquieta, já lhe tiro isso eu -replicou ele ficando de joelhos junto a ela.
Mandelyn não pensou em quão íntimo ia ser isso. Para tratar de recuperar o anzol, a mão do
Carson se deslizou pelo Interior da camiseta. Mandelyn não levava prendedor e esse
descobrimento fez que Carson se sobressaltasse.
Seus olhares se cruzaram; mas, em realidade, ao que ela estava emprestando atenção nesse
momento era ao contato de seus nódulos contra seus peitos nus, e seu corpo estava reagindo
ostensiblemente a isso.
-Carson, me posso tirar isso eu.
-me deixe a mim -respondeu-lhe enquanto seus dedos se moviam delicadamente por sua
pele fazendo que ela se' estremecesse.
Os ásperos dedos do Carson continuaram movendo-se pela suave pele do Mandelyn. Os dois
eram alheios a tudo o que lhes rodeava. .
Inclusive as rãs pareciam haver ficado mudas. Tudo era silencioso a seu redor na pequena
poça; não existia nada, exceto a temerosa cara do Mandelyn e as duras facções do Carson,
além disso do som da respiração de este quando passou uma de suas mãos por detrás da
cabeça dela.
Mandelyn protestou levemente, mas ele moveu brandamente a cabeça e lhe aproximou a
cara.
-Segue tranqüila, Mandy -murmurou quando seus lábios lhe roçaram a boca-. Quão único
quero é comprovar ao que sabem seus beijos quando estou sóbrio.
-Carson, sua mão... -murmurou ela enquanto tratava de impedir que a exploração seguisse
seu curso lhe agarrando a peluda boneca.
-Shhh. .
A boca do Carson era como uma brisa veraniega que lhe roçasse os lábios. Seus dedos já
tinham chegado aonde queriam chegar e a mão que antes explorava seu corpo, agora
abrangia completamente um de seus peitos, chocando-se com o duro mamilo, excitando-a
com cada movimento, alterando seu cuerpo/como estava alterando completamente
sua .boca.
Mandelyn abriu os olhos. e sua respiração se acelerou. Tinha seu rosto tão perto que tudo o
que podia ver dele era sua boca. barbeou-se por 1<1 manhã e tinha sabor de fumaça, café e
hortelã, mas, essa mão...!
Pôde agarrar-lhe justo quando ele apanhava entre o polegar e o índice o duro mamilo e lhe
Cravava as unhas, fazendo que Mandelyn gemesse. .
Custou-lhe muito trabalho fazer que apartasse a mão em questão. Tinha medo das novas
sensações que se estavam despertando em seu corpo. Tinha medo do Carson.
-De acordo -disse ele brandamente, sem ofender-se no mais mínimo.
Os olhos do Mandely_ lhe disseram tudo o que precisava saber, e a olhou com tal
reverência que lhe custou trabalho acreditá-lo que tinha visto em sua expressão.
-O anzol -recordou-lhe ela.
_Sí, mais tarde. Agora quero esse beijo.
O coração lhe pulsava tão grosseiramente que quase não lhe era possível respirar. A cabeça
do Carson voltou a inclinar-se para ela, e ficou esperando o contato com sua boca, com uma
espécie de sentido da antecipação.
Seus lábios eram quentes e exquisitamente carinhosos. Fechou os olhos com um suave
suspiro e lhe deixou fazer o que quisesse. Ele se acomodou entre esses trementes lábios y.la
fez provar a textura dos seus. As mãos do Mandelyn se deslizaram pelos duros músculos das
costas do Carson em uma agonia de desejo. -Está bem -murmurou ele agasalhando-a entre
seus braços-. Quero te ter muito perto de mim. Mandelyn lhe tocou a cara.
-Carson _susurró.
-Levo anos esperando te ouvir dizer meu nome dessa forma
-murmurou ele-. Anos, séculos...
_Más lhe suplicou ela-. Mais, por favor...!
Nesse mesmo' momento, a língua do Carson se introduziu por entre os dentes do Mandelyn
no escuro calor de sua boca, explorando-a selvagem e minuciosamente.
Um estranho tremor a percorreu quando se pegou literalmente a seu corpo. Desejava-lhe.
Todo seu corpo o estava dizendo. Saboreou-lhe com todos seus sentidos enquanto ele se
ocupava de lhe apertar os peitos com seu robusto torso, e suas bocas se uniam
apaixonadamente.
Um tremor sensual percorreu o corpo ao Mandelyn, um: tremor que fez que se acoplasse
ainda melhor ao corpo do Carson. Queria sentir sua pele em contato com a dele, o
maravilhoso corpo do Carson sobre o seu, dentro do dele, possuindo-a. Queria sentir sua
boca nos ansiosos peitos.
Quando ele levantou de repente a cabeça, foi como se a tivessem atirado ao chão de um
empurrão. Suspirou.
Carson se tornou para atrás e quase lhe arrancou uma parte' da camiseta.
Demônios! -murmurou.
O anzol tinha atravessado a camiseta e lhe tinha metido no bolsi1lo de sua camisa.
Mandelyn riu.
-Parece que te enganchei.
Ele ficou olhando outra vez dura!1te Um comprido momento. Parecia como se não a tivesse
visto nunca até essa manhã, a julgar pela quantidade de vezes que Se ficou assim desde que
ela foi recolher lhe.
_Nunca te tinha visto rir assim.
-Porque nunca antes me havia sentido assim. Quero dizer, tão relaxada, tão contente; aqui,
passeando tranqüilamente Y... e sendo eu mesma.
-Fica aquieta enquanto sigamos enganchados -disse-lhe enquanto tratava de tirar o anzol do
bolsi1lo-. Maldita seja! Acredito que vou ter que cortá-lo. .
Então, Tirou-se do bolso uma velha navalha.
-Sinto muito, garota, mas é a única forma. Já te comprarei outra camiseta -disse-lhe
enquanto começava a cortar o tecido.
-Não tem por que fazê-lo, ao fim e ao cabo foi minha culpa.
-Fica aquieta para que não te Corte -disse-lhe voltando a deslizar a mão sob a malha outra
vez. Mandelyn se sentiu tremendamente feminina ao ver essa moréia E ve1luda mão dentro
de sua camiseta, e ficou meu rando como fascinada enquanto ele manipulava o anzol;
Carson se deu conta desse olhar e a devolveu.
-por que não quer que te toque?
O lábio inferior-dê Mandelyn tremeu um pouco.
-É... é que ninguém me há meio doido... dessa forma desde que tinha dezoito anos, Carson.
-Se tivesse contínuo um minuto mais, seguro que me teria deixado fazer mais coisas,
verdade? -perguntou-lhe ele
Ela se umedeceu os lábios e seus olhos cinzas procuraram os azuis dele
dubitativamente.
-NQ acredito que tivesse passado isso.
-E por que não? Eu sou humano, Mandy. Posso ser um besta e estar ao meio civilizar, mas
Sou perfeitamente capaz de desejar a uma mulher.
-OH! Eu não queria dizer isso. Carson você... você te deitaste com mulheres, não?
O tempo parecia haver-se detido entre eles.
-Sim, os homens não-vão -disse-lhe ele em brincadeira, mas sem rir.
_Es que eu nunca estive na cama com um homem
-sussurrou ela.
Carson pareceu sentir saudades.
-Tem já vinte e seis anos.
Ela sorriu nervosamente. O lhe ter tão perto a estava afetando tremendamente.
-Já sei. Crie que deveria me inscrever no livro Guinness dos recordes?
-Não se me segue olhando assim.
-OH, sinto muito -respondeu-lhe ela quando se deu conta de como lhe estava olhando.
-Excita-me -disse-lhe ele, voltando a emprestar atenção ao anzol-. Agora, quieta -deu-lhe
quando terminou de tirar-lhe -De nada -le contestó Carson secamente.
-Obrigado.
-De nada -respondeu-lhe Carson secamente.
-Carson, eu não queria dizer que... -disse-lhe, perdendo o fio de seus pensamentos quando
olhou aos olhos-. Não sabia... não tentava...
-Deixa-o -respondeu-lhe ele lhe alargando a cesta de pesca com uma cálida e inteligente
olhar de compreensão-. Faz já muito tempo que não estou com uma mulher -disse-lhe
lentamente--.
foi um momento como fora do tempo, isso é tudo. Não há nada que temer.
É obvio -disse-lhe ela, reagindo e controlando o nervosismo.
comportou-se como uma jovencita tímida e agora sabia, que, embora era certo que Carson
necessitava lições de como comportar-se, não ocorria o mesmo quanto a fazer o amor se
referia. Sabia exatamente o que fazer com uma mulher.
Desde que lhe conhecia, nunca tinha pensado nele como amante, e agora lhe era
completamente impossível pensar nele de outra forma
Continuaram durante um bom momento falando de generalidades e, quando capturaram um
bom número de peixes, recolheram seus trastes e voltaram para a casa.
-Passei-me isso muito bem hoje, obrigado -disse-lhe ela.
Não gostava de nada o separar-se dele gesso era curioso, já que em sempre passado tinha
querido manter-se fora de sua vista.
-e eu -replicou-lhe ele.
Carson ficou olhando durante um instante.
-Quer ficar para jantar? Poderíamos cozinhar juntos o que havemos pescado.Tendría que lhe
haver dito que não, mas não o fez. Em vez disso, lhe acendeu o rosto e lhe sorriu.
-De acordo!
-Poderia limpar os peixes você? Mandelyn franziu o cenho.
-Garson, chateia-me enormemente dar a impressão de que não sei fazer nada, mas acredito
que não vou ou seja fazê-lo. O tio não pescava, já sabe. .
-Sim, e limpar pescado não é algo que se aprenda na universidade, verdade, senhorita?
Carson não disse aquilo de uma forma insultante. Ela sabia. Em resposta, acariciou-lhe o
rosto,
-É que lhe incomodam meus orígenes?
a-Não. Se quiser, posso-te. dizer que pensei muito em ti. Até que você chegou, nunca tinha
conhecido a uma verdadeira dama.
-Suponho que haveria vezes que não pensaria isso de mim -murmurou ela sonriéndole e lhe
seguindo à cozinha.
-Sim, às vezes é um pouco cabezota, de acordo -em 'esse mesmo momento, agarrou-a pela
boneca e a atraiu para si, apertando-a contra seu corpo--. Mas eu gosto dessa forma, Mandy.
Uma mulher com temperamento -murmurou inclinando-se sobre ela-, está acostumado a ser
muito apaixonada...
A boca do Carson se ápretó contra a sua outra vez e Mandelyn deixou escapar um murmúrio
de satisfação, saboreando esse robusto beijo.
Quando ele levantou a cabeça, os olhos lhe brilhavam com uma nova emoção.
-por que tem feito esse ruído? Por medo ou por plácer?
Os lábios do Mandelyn tremeram e, turvada, apartou-se um pouco dele.
-vou começar a preparar o pescado.
_Bueno, então, vou cortar umas batatas para as fritar. -Foi um jantar tranqüilo. Mandelyn
desfrutou dela, mas Carson parecia preocupado.
-O que te passa?
-Que não gosta de ir a essa festa, antes quisesse que me ensinasse a dançar.
Já estava fazendo-o de novo. Estava utilizando esse tremendo atrativo que ela não tinha
sabido que tinha até então.

-Tenho que praticar com alguém, não? -perguntou-lhe ele quando viu que as dúvidas a
estavam assaltando--. Acredito que essas Coisas formam parte do ensino de como
conquistar a uma mulher.

-Você não necessita que ninguém ensine a isso, e sabe.


Carson arqueou as sobrancelhas.
-Ah, não?
-A verdade, é que chá temo um pouco.
-SIM, sei. .
Carson se levantou e, dirigindo-se para onde estava sentada ela, agarrou-a as mãos.
-É que alguma vez desejaste a um homem? Ou é sua educação o que te manteve assim de
inocente? É que alguma vez saíste com nenhum homem?
Isso lhe levou a memória umas lembranças excessivamente penosas aos que não queria
enfrentar-se de novo. .
. -Então era terrivelmente tímida. Resultava-me muito difícil falar com os homens.
-Não seria neste povo. Ainda me lembro da primeira vez o que nos vimos. .
- Dava-te uma bofetada -recordou-lhe ela sonriendo-. Nesse momento não sabia quão
perigoso podia ser isso.
-Pois eu não lhe devolvi isso nunca. Antes me tivesse talhado a mão.
-Isso sabe também Jack. Por isso é pelo que me chama sempre que te mete em animações.
-Parece que Jake não está tão cego como você.
-Cego?. .
-Não tem importância -disse-lhe ele lhe soltando a: mão e acendendo um cigarro
Está obscurecendo. É melhor que te parta a casa antes de que a alguém lhe ocorra ficar a
falar de que fica aqui, a sós comigo, depois de anoitecer.
-E isso te importaria?
-Sim. Não quero que ninguém possa dizer nada de sua reputação. Despediria-me de
qualquer de meus empregados que se atrevesse a dizer que aqui acontece algo impróprio.
-Pois esta tarde sim que passou _le respondeu ela ruborizando-se.
-Queria ver se era capaz de fazer que você me desejasse –lhe explicou ele tranqüilamente e
olhando-a aos olhos. .
Ela se levantou da mesa tão depressa que esteve a ponto de atirar a cadeira. ,
-É melhor que vá.
Ele se levantou também e a acompanhou. .
É que o que acabo de dizer é muito cru para um cavalheiro? Sinto muito, Mandy. Não
sempre penso as coisas antes de ditas. Tome o como se fora um pouco de experiência
sexual. Parece que não anda muito sobrada disso Quando chegaram ao alpendre, ela se
voltou e ficou olhando. ..;
-Sente-o? Sentiria-o também se tivesse mais experiência? '.
-Eu gostaria muitíssimo que conseguisse essa experiência comigo. Porque, da forma em que
eu tomaria, inclusive sendo a primeira: vez,. você gostaria. Já me asseguraria eu disso. Ela
quase não podia andar, tremiam-lhe os joelhos.
-Hey! -gritou-lhe ele quando abriu a porta do carro. -O que?
-A que hora amanhã?
Mandelyn suspirou e se 'voltou. Carson estava de pé no alpendre, apoiado contra uma
coluna. A suave luz dos abajures de petróleo destacava Seu perfeito fisico. Estava
devastador e ela se perguntou o que faria ele se voltava para alpendre e lhe dava um beijo.-
Por volta das seis. .
-Tenho que me vestir?
-É melhor, se queremos fazer as coisas propriamente. -Em todos os sentidos murmurou ele
ironicamente' . boa noite.
-boa noite, Carson.
Mandelyn se meteu no carro, arrancou e conduziu como não o tinha feito até então. Estava
alucinada. Carson tentava dado lições de sexo! Isso não podia ser, a' professora era ela, não
o. Tinha que tomar cuidado, suas lembranças amorosas eram muito doces para deixar que a
realidade se interpor Tinha aprendido da forma mais dolorosa que amar era o primeiro passo
para a agonia. Não queria voltar a passar por isso outra vez. Não podia! Desde esse mesmo
instante tinha que manter a distancia ao Carson. Era mais seguro dessa forma.
Mandelyn chegou a sua casa e se esteve passeando até a hora de deitar-se. Quando o fez,
esteve dando voltas na cama durante horas, recordando vividamente o contato das mãos do
Carson contra seus peitos e a fera ânsia de sua boca sobre a sua.
Tinham passado anos, da última vez que havia sentido esse tipo de paixão, e não queria
ceder a ela de novo. Mas Carson tinha despertado em seu interior um tipo de emoção que
ultrapassava e afogava suas doces lembranças do passado. Nunca antes se havia sentido tão
faminta de sexo. tombou-se de costas e ficou olhando ao teto. Talvez era coisa da idade.
Possivelmente o que lhe estava passando era- que já não se sentia tão jovem e se encontrava
sozinha, como acontecia com Carson.
Se fé podia imaginar devorando-a com o olhar e lhe acariciando docemente o corpo...
É obvio, todo isso podia não ser mais que um capricho.
Ao fim e ao cabo, ele era sua criação, lhe estava ensinando. Sim, isso devia ser. Mas, se era
assim, por que ficava a tremer quando pensava no Carson?
Fechou lbs olhos e começou a contar ovelhas.
Patty foi ao dia seguinte ao escritório: Levava alguns documentos do banco.
-Aqui estão os papéis do crédito -o' disse sonriendo-.
A que hora vamos' a ver 'a esse advogado?
-Hoje às cinco disse Mandelyn-, Está contente?
-Só extasiada. Tenho que ir ao rancho do Carson para ver esse touro. por que não te vem E'
comemos juntas à volta?
-Sim, eu gostaria -disse-lhe Mandelyn-. Angie, fecha a meio-dia, quando for almoçar. De
acordo?.
Angie assentiu. -Que se divirtam.
Divertir-se! O coração do Mandelyn ia já a toda velocidade quando se meteu na
caminhonete do Patty. Em realidade não queria ver o Carson, mas ia jantar a sua casa essa
noite, assim não podia evitar fazer a de todas formas.
Carson não estava na casa quando .chegaram e a porta estava fechada a cal e canto.
Onde poderá estar? -perguntou-se Patty-. Estou segura de que sabia que ia vir... olhe, aí está
a caminhonete do rancho.
Ambas se dirigiram ao rancho. Mandelyn desejou então não haver-se 'posto esse bonito"'
conjunto branco e azul que levava. Mas, quando entraram no celeiro e viu a cara de
aprovação do Carson, pensou que, ao fim e ao cabo, não tinha feito mal. Ele estava de
joelhos ao Iado de seu touro, com o Jake a seu lado, e parecia como se não pudesse apartar o
olhar dela
Ambos os homens ficaram em pé e Mandelyn não pôde evitar dar-se conta de quão contente
parecia haver ficado Patty.
Levava uns jeans e uma camiseta, também levava o cabelo recolhido em um coque, mas
tinha um aspecto muito feminino. Carson lhe dedicou um amplo sorriso e a abraçou.
-Esta é minha melhor garota! ---disse ele, e ao Mandelyn entraram de repente ganha de lhe
assassinar.
-Como segue meu paciente? -perguntou-lhe Patty lhe devolvendo o abraço enquanto Jake
lhes olhava com uma expressão que
Mandelyn não pôde decifrar.
-Bom, está mais ou menos igual -suspirou Carson olhando ao touro.
Ainda tinha um braço ao redor do Patty e Mandelyn notou que esse gesto o fazia danifico
quase fisicamente.
--Acredito que vamos lhe dar uma dose mais forte do mesmo. É muito provável que
possamos lhe salvar, Carson.
-Espero' que o faça, se não, sei de quatro ou cinco de minhas vacas que vão morrer de
tristeza. De fato, já não estão igual a quando este estava funcionando como deve ser.
Mandelyn avermelhou, mas Patty só pôs-se a rir, e saiu a procurar sua maleta.
-Ajudo-te -disse-lhe Jake e saiu detrás dela rapidamente.
Mandelyn nunca havia visto semelhantes pressas no capataz.
Quando ficaram sozinhos, Carson ficou olhando com os braços em jarras e as pernas
abertas.
-Está muito tranqüila. e não me quer olhar. por que?
Mandelyn olhou ao touro como se não tivesse ouvido o que Carson acabava de lhe dizer.
-O que lhe passa? -perguntou nervosamente.
Ele se aproximou ainda mais, ignorando a pergunta. ficou tão perto dela que teria podido lhe
cheirar, lhe sentir, lhe tocar se se tivesse atrevido. Tinha a camisa ao meio grampear e ela.
Tivesse desejado abrir-lhe de tudo de um puxão...
As mãos do Carson rodearam seu ovalado rosto e fizeram que olhasse aos olhos.
-Ainda tímida, Mandy?
Ela voltou a avermelhar e tratou de desviar o olhar, mas ele não a deixou.
-Esta noite -disse-lhe ele fazendo dessa frase uma promessa.
Os' lábios do Mandelyn tremeram quando ele começou a inclinar-se sobre ela, mas justo
quando já tinha a boca aberta e os lábios de ambos começavam a unir-se, ouviram fechar-se
de um golpe a porta .da caminhonete.
Carson riu.
-Parece que não vá poder te beijar alguma vez sem que alguém nos interrompa, verdade?
Mandelyn não passou por cima o olhar de curiosidade que Carson dirigiu ao Patty e Jake
quando entraram, nem a forma em que ele ficou rapidamente aliado do touro. É que estava
tratando de pôr ciumenta à outra garota?
Mandelyn não voltou a falar durante o tempo que permaneceram ali. Quando Patty terminou
seu trabalho, faltou-lhe tempo para subir à caminhonete Carson a intimidava.
-estiveste muito calada hoje -disse-lhe Patty quando se pararam a comer um hambúrguer em
um restaurante Brigaste-lhes Carson e você ou algo assim?
-OH, nada disso. Nós... bom, o que passava era que não sabia o que dizer, isso é tudo. Não
sei muito a respeito de animais.
-'-Pois eu adoro. sempre A verdade é que não imagino que pudesse ser outra Coisa mais que
veterinário
--"nesse momento ficou olhando suspicazmente ao Mandelyn-. Falando de outra coisa, o
que estava passando no celeiro quando entramos Jake e eu? Estava muito estranha, como
nunca te tinha visto antes. É que Carson se passou?
-Deveria saber, que não há nada entre o Carson e eu.
Mandelyn' ficou nervosa e atirou de uma cotovelada o refresco, que lhe caiu em cima do
vestido.
Patty saiu correndo a por umas 'guardanapos e Mandelyn ficou ali quieta com o vestido feito
um asco, perguntando-se se seria muito indigno ficar a chorar.
O resto do dia não foi melhor. Não vendeu nada e quão único fez foi acompanhar ao Patty a
ver o advogado. Quando terminou a jornada, deu-se conta de que não tinha pensado nem
sequer no que ia fazer de jantar. E Carson ia!
Quando chegou a sua casa, precipitou-se à cozinha para ver o que tinha. Por sorte, havia um
frango no refrigerador que podia fritar e algumas verduras. tirou-se o vestido, ficou uns
jeans e uma camiseta e começou a trabalhar. Nem sequer pensou nele, punha-a
excessivamente nervosa. A situação se escapou completamente de seu controle no que a ele
se referia e já não sabia o que fazer. O que tinha começado como umas singelas classes de
etiqueta agora prometia converter-se em uma tremenda confusão se não era capaz de andar-
se com cuidado.
Pensou que o que devia ocorrer era que Carson a desejava a ela, mas estava apaixonado pelo
Patty. Com os homens' não passava quão mesmo com as mulheres. O que a 'punha ainda
mais nervosa era que seu instinto de sobrevivência não funcionava absolutamente com o
Carson, e cada vez que lhe via, todo isso que estava pensando se esfumava de sua mente
como por encanto.
Pouco antes das seis, provou-se vários vestidos antes de decidir-se por um amarelo. Quando
se penteou, olhou-se ao espelho e rogou ao céu que não lhe parecesse que estava muito
arrumada. Não tinha estado tão excitada desde fazia anos. E todo isso pelo Carson
Ele chegou cinco minutos antes da hora, justo quando Mandelyn tinha terminado de
cozinhar o frango e as verduras. Foi correndo à porta e lhe recebeu com um sorriso nos
lábios.
Levava um dos trajes 'novos que lhe tinha ajudado a comprar. Estava recém barbeado e
perfeitamente penteado, por isso se podia adivinhar por debaixo do chapéu.
-E bem? -perguntou-lhe ele impacientemente. Ela se apartou para lhe deixar entrar.
-Está muito bonito.
-Você também -respondeu-lhe ele atirando o chapéu sobre uma cadeira.
Depois, ambos se dirigiram ao comilão, onde já estava posta a mesa, incluindo chá gelado
em copos altos.
-Acabo de terminar de fazer o jantar -disse-lhe ela-.
Começamos?
-Suponho que terá que fazê-la -disse-lhe ele com uma expressão de desejo em' seu
rosto.
Ela ficou de pé ao Iado de sua cadeira enquanto Carson se sentava e sacudia o
guardanapo.
-Ejem! -esclareceu-se garganta Mandelyn para chamar sua atenção.
Caron a olhou.
-O que te passa na garganta?
'-Estou esperando a que me ajude a me sentar.
-Ah, é isso -respondeu-lhe ele ficando em pé e ajudando-a. .
uma vez que ambos estiveram sentados, Cárson murmurou refiriéndose ao
jantar.
-Isto tem boa pinta.
-Espero que você goste. Há-me flanco muito trabalho. estive .ocupada toda a tarde.
-Eu também.
-Que tal está seu touro? -perguntou-lhe Mandelyn lhe aproximando a bandeja de frango.
-Melhor. Veio-lhe bem essa segunda espetada. Pobrecillo, sinto-o por ele.
-Eu acreditava que o sentia mais pelas vacas.
Carson ficou olhando um instante e logo se serve algumas batatas mais.
-Deveria vir ao prado quando se recuperar.. Aprenderia algumas cosillas. Mandelyn
quase se atirou em cima o copo de chá, jogou a cabeça para trás e se começou a rir a
gargalhadas.
-É tremendo!
-Tem que estar mais tempo com o Patty. Poria-te no bom caminho rapidamente. É
uma garota muito parecida comigo.
O que, provavelmente, era certo, pensou ela. Patty lhe vinha como anel ao dedo ao Carson.
Ele poderia desejada a ela, mas Patty lhe tinha o miolo sorvido e o coração. Era terrível que
a desejasse tão somente por seu corpo
-É que fico nervosa, Mandelyn? -c-lhe perguntou quando notou sua confusão.
. -É que não estou acostumada a receber a homens em minha casa.
-Já te nota.
Terminaram de comer em silêncio. A forma em que Carson a olhava a punha cada vez mais
nervosa. Quando se levantaram da mesa, ele a ajudou a levar os pratos à cozinha. Não só
isso, mas também insistiu inclusive em ajudada a esfregados. Depois, secou-os sumindo-a
ainda mais na confusão.
-Dirijo-me muito bem na cozinha -recordou-lhe ele Tinha que fazê-lo se não queria morrer
de fome. Nunca tive a uma mulher para que me fizesse a comida.
Mandelyn lhe olhou com curiosidade e ele, ao dar-se .conta desse olhar, prosseguiu:
-De' vez em quando vêm para casa para outras coisas -disse-lhe brandamente- Sou um
homem e, 'como tal, tenho uma série de necessidades. >
O rosto do Mandelyn ficou vermelho e ele sorriu. Ela apartou o olhar, mas lhe tremiam as
mãos e o fástidiaba que ele se desse conta de sua confusão.
-Está bastante verde nessas coisas. Não sabe nada em relação ao que acontece os
homens e as mulheres, verdade?
-Não sou nenhuma ignorante murmurou ela.
-Não' hei dito que o seja. Simplesmente, que é muito inocente -disse-lhe .ele enquanto
terminava de secar o último prato e o colocava na despensa-. Isso eu gosto. Quero dizer, o
que seja assim de inocente. Eu gosto de muito.
Mandelyn não podia nem lhe olhar; estava-a fazendo sentir-se tímida e muito jovem.
-por que não houve alguma vez um homem em sua vida?
-.vamos começar com suas lições de baile. De acordo? –começou a lhe dizer ela
nervosamente.
Tratou de sair do salão, mas ele a deteve.
-por que, Mandelyn.?
-Carson. Suas grandes mãos a agarraram pela cintura fazendo que seus Corpos se
aproximassem mas.
por que, maldição? Exigiu ele com a paciência a ponto de terminar-se o a la semana
siguiente le toca a la cultura. Vaya hacerme con unas entradas para el ballet en Phoenix.
Supongo que no te importará venir y explicarme qué es eso.
Mandelyn tratou apartar-se de si essa espécie de acanhamento .que a estava dominando,
Carson era o homem mas atrativo que tinha visto em sua vida e isso a turvava. Levantou a
cabeça para o E lhe olhou. Parecia preocupado, como se se visse dominado a sua vez por
pensamentos profundos.
-Suponhamos que você me ensina agora a dançar. Então,
à semana seguinte toca à cultura. Vá me fazer com umas entradas para o balé no Phoenix.
Suponho que não te importará vir e me explicar o que é isso.
Ela se pôs-se a rir. .
-Você no balé?
-jNo siga por aí!
-De acordo, Carson.
-Ponha em marcha esse maldito toca-discos, não?
Um momento mais tarde, a música desfez brandamente o silêncio Mandelyn se deixou
apanhar docemente entre seus braços e lhe mostrou como tinha que agarrá-la, nem muito
perto nem muito longe. Logo, explicou-lhe como debíá dar os passos. Ao princípio esteve
um pouco desajeitado, mas .era Um bom aluno e aprendeu rapidamente.
-por que temos que estar tão separados? -perguntou-lhe ele
Os casais que b visto dançam estando muito mais juntas.
-Evidentemente, o companheiro não era muito educado.
-É obvio que sim -'murmurou ele, apertando-a até que estiveram tão perto Um do outro que
Mandelyn podia notar os batimentos do coração de seu coração contra seus peitos-. Era algo
como isto.
Mmm -murmurou-. Assim está muito melhor. .
Isso dependia do ponto de vista de cada um, pensou ela nervosamente. sentia-se mal porque
seu corpo começava a excitar-se ao lhe ter tão perto. .
-Não tenha medo, só estamos dançando.
-Carson -protestou ela inutilmente.
-Mandelyn, é-que é virgem -disse-lhe ele tranqüilamente
- Não se preocupe, que não vá fazer nenhuma selvageria.
-Já sei, mas... mas...
-,-Mas pode te dar conta do que te desejo e está atemorizada. Não? Olhe, eu não estou
turbado. por que o tem que estar você? O que me passa não é mais que a reação natural de
um homem ante uma mulher encantadora.
. Mandelyn nunca tinha ouvido dizer algo assim:
-Passei-me a vida trabalhando Cão animais -continuou ele-. V, talvez por isso, não encontro
nada estranho em tudo o que tem que ver com a reprodução, com o sexo. Você tampouco
deveria encontrá-lo. É a forma de que as espécies se perpetúen e é algo formoso,
-,-A verdade, é que faz que o pareça.
-Eu não gosto da idéia de um ligue passageiro ou de que a gente viva junta sem casar-se,
Estou chapado à antiga e eu gostado de me casar com uma mulher que pensasse como eu,
não com uma dessas que Se sentem liberadas e em seguida tomam a iniciativa.
É que te aconteceu isso alguma vez?.
Ele riu brandamente.
-Em realidade, sim, em uma convenção de boiadeiros. Era uma preciosa amazona de rodeio,
muito bonita. Me aproximou e, me tocando de Uma forma, que nem sequer te posso contar,
convido-me a passar a noite com ela. .
E o fez?
-Mas bom! O que faz uma jovencita como você lhe perguntando essas coisas a um homem
feito? "
-Dormiu com ela? -insistiu Mandelyn.
_No, não o fiz -brincou Carson eu gosto de Ser eu quem escolhe.
-Sim, me imaginava -respondeu-lhe extrañamente aliviada, A mão do Carson se deslizo por
todas suas costas, e a apertou um pouco mais contra seu corpo; Mandelyn notou que lhe
cortava a respiração e ficava como geada.
É 'muito íntimo? -murmurou ele---:-. De acordo, mensagem recebida. Às garotas com as que
estou acostumado a sair não lhes importa que dancemos asi . Mas suponho que ainda fica
muito que aprender de como me comportar civilizadamente.
-Pois eu deveria aprender o contrário _le disse ela Com um sorriso-. Nunca tinha dançado
assim com ninguém. .
As mãos do Carson apertaram sua cintura e Mandelyn se queixou. .
-Né, não tão forte -disse-lhe rendo, Faz-me mal!
-por que não sai com ninguém?
Essa era uma boa pergunta, mas não era o momento mais apropriado para as confissões.
_Me gosta de minha própria companhia.
-Algum dia necessitará a um homem.
--Não, não quero nenhum em minha vida.
De repente, Carson lhe agarrou do cabelo e a obrigou a levantar a cabeça e a lhe olhar,
Mandelyn, surpreendida, olhou-lhe como se se tratasse de um estranho.
-Não pode Viver sempre sozinha -disse-lhe ele olhando-a fI. Os olhos-. Necessita mais
costure além de seu trabalho.
E o que é o que necessito, dado que é um perito na matéria. .
Ele voltou a atirá-la do cabelo, forçando-a a apoiar a cabeça em seu ombro enquanto a
música seguia soando, esquecida por completo.
-Necessita um homem que te meta em sua cama e te faça o amor durante toda a noite, Isso é
o que necessita.
-Não será contigo, Seu já tem uma mulher!
-Quem eu? .
-É obvio que você murmuro lhe empurrando fortemente, tratando de livrar-se de seu abraço.
Ou te esqueceu que está tratando de trocar para conquistá-la? Essa que deve ser tão parva
como para que você goste,.. Sendo como é. Me vais soltar? Maldição!
Mas não, Carson não mostrou a mais mínima intenção de fazê-la, ao contrário, começou a
acariciá-la com .a mão com a que até então a tinha estado agarrando por cabelo.
-Dança; não brigue -sussurrou ele-. Não lute comigo.

Ao Mandelyn tremeram as pernas quando ele a forçou a seguir um ritmo que mais parecia
que estavam fazendo o amor que bailando,Sus. quadris roçavam as dela, e nunca em sua
vida se havia sentido tão estranha e vulnerável.
-Tenho medo.
Mandelyn nem sequer se deu conta de que o havia dito
em voz alta, mas Carsón o ouviu perfeitamente.
-Sei. Mas eu não quero te fazer danifico.
Mandelyn lhe olhou à cara e o que viu em sua expressão fez que se sentisse ainda mais
turvada.
-Não, você não é a única que se sente vulnerável -disse-lhe ele cortante.
Seus fascinados olhos ficaram fixos nos dele. Acariciou-lhe os ombros e pôde apreciar a
reação que seus movimentos provocavam. Desabotoou-lhe então o pescoço de sua camisa, e
Carson conteve a respiração, embora não fez nada por detê-la. .
-Eu... Carson? -murmurou ela.
-Segue, faz-o.
-Mas...
A entreabierta boca dele a tocou na frente. -Faz-o.
Fascinada, pô-lhe ambas as manos,sobre o peito e começou a acariciar-lhe com 'lentos e
tímidos movimentos. Parecia lhe gostar do que lhe estava fazendo, se é que a intensa dureza
de suas facções era sinal disso.
Mandelyn deslizou as mãos por suas musculosas costas e, fechando os olhos, apertou a
bochecha contra a nua pele do peito do Carson. Cheirava bem, a homem, e ela passou de lhe
apoiar a bochecha a lhe acariciar com os lábios, como se se tratasse de um sonho.
_ -Me beije -sussurrou ele-. Não, querida, assim não. Abre a boca
e faz-o assim. Sim, assim -grunhiu algo incompreensível e a apertou com mas força-. Assim.
Lhe aconteceu a boca por cada centímetro do peito; pelos ombros, o pescoço, o queixo.
Mas, inclusive nas pontas dos pés, não pôde alcançar sua boca.
-Carson -protestou por fim.'
-Quer na boca?
_SÍ -disse-lhe ela lhe roçando lentamente seu corpo com o seu-. SIM, morro de vontades!
,
Então, ele se inclinou e os lábios dos dois se uniram e Se saborearam entre si, Abraçaram-se
com mais força e o beijo se , fez cada vez mais quente e explosivo.
As mãos do Mandelyn exploraram o corpo do Carson, as costas, os 'ombros e, por fim, o
musculoso estômago.
Ele se estremeceu e levantou a cabeça. Lhe olhou confusa.
_Não quer que te >toque assim? -murmurou.
-eu adoro -replicou ele-. Me desabotoe o cinturão.
Mandelyn avermelhou.
-Não não posso fazê-lo!
-É meu corpo, não? E se não me importa, por que te tem que importar a ti? É que não sente
curiosidade? '
É obvio que a sentia. Nunca antes tinha querido tocar a um homem de,esa forma, nem
sequer ao Ben, quando tinha dezoito anos. Quando se deu conta disso, estremeceu-se da
cabeça aos pés. Mandy -disse-lhe ele tranqüilamente-. Eu não poderia te seduzir. Você
também teria que 'desejado.
-Mas...
-Mas o que, querida? -perguntou-lhe ele roçando Com os lábios os olhos dela.
-Por... por que quer fazer o amor comigo?
Carson sorriu. .
Porque eu gosto. e porque nunca tenho feito o amor com uma virgem.
-Alguma vez? -perguntou-lhe ela cheia de curiosidade.
-Não, você é a primeira.
Mandelyn se sentiu como se fora uma jovencita tímida. Baixou
o olhar até deixada fixo em seu peito nu e lhe .respondeu:
-É... é o primeiro -confesso Nunca ninguém...
-Alguma vez ninguém, o que?
-Há-me meio doido... da forma em que você o fez ontem.
-Aqui'? -perguntou-lhe ele brandamente lhe apertando um dos peitos.
-Sim...sim -disse-lhe ela estremecendo-se.
Carson era capaz de despertar nela as ânsias mais profundas de seu ser.
-Não se preocupe; pensa nisto como se fora Um iuter troco cultural, Mandy. Você me está
ensinando a ser um perfeito cavalheiro, assim deixa que eu te ensine a ser uma mulher.
-Tenho medo!
-Eu não te vou forçar, preciosa. Não seria capaz de fazer uma coisa assim. Deixa que te
ensine a quantidade de coisas mágicas
que podem fazer duas pessoas. me deixe te ensinar o doce' e agradável que pode chega a ser.
Tenho que conseguir de ti mais que isto -murmuro Quero te sentir baixo mim embora só
seja um instante e uma só vez.-Carson...! -conseguiu articular eHa contra seu súbitamente
devoradora boca.
-Doce -murmurou ele quase incomprensiblemente-. Deus, é tão doce.
Lhe sentia mover-se, mas estava completamente hipnotizada pelo contato com sua boca,
assim que se pendurou literalmente dele e fechou os olhos. Sabia que a estava levando a
dormitório. Também sabia; que uma vez que chegassem aí e se tombassem na cama, não
haveria nada nem ninguém capaz de evitar que ele a fizesse o amor
Apesar de todas as promessas que lhe tinha feito, Carson ardia de paixão por ela, e lhe
correspondia; assim ia acontecer e, curiosamente, nem sequer o lamentava. Havia algo em
que a fazia acalmar-se; relaxar-se e lhe devolver suas carinhosas carícias.
Efetivamente, Carson a levou a escuro dormitório e a deixou em cima da cama. Então,
percorreu-a' com as mãos dos ombros, passando pelos peitos e a cintura, até as pernas.
-Não quero que fique grávida, e tampouco te fazer danifico.
Mandelyn tremeu levemente quando se deu conta do que estava dizendo, do explosiva que
tinha chegado a ser a paixão que lhes embargava. Sentiu como lhe tirava o vestido e logo a
roupa interior deixando-a totalmente nua.
-:-Está tremendo -disse-lhe ele-. Tampouco estiveste nunca nua diante de um homem;
verdade?
-Não, nunca.
Ele se inclinou então sobre ela e sua boca lhe roçou o ventre.
Mandelyn gritou, impressionada pela intimidade do contato desses lábios e por sua própria e
violenta reação ante isso.
-Tranqüila, garota.. Tranqüila, que não há nada que temer.
Eu sei o que estou fazendo.
-:Já o. sei -respondeu-lhe ela renda-se-. Por isso é pelo que .estou tremendo.
Você... você disse que...
-Desejo-te -murmurou ele-. Estive-te desejando há já muito tempo, Mapdy. Basta-me te
olhando para me voltar louco de desejo. É que não vais ter piedade comigo para me
conceder sequer uma só noite?
Também lhe desejava, mas não era a piedade o que a estava motivando. Viu como sua
cabeça se inclinava sobre ela e uma tremenda doçura se apoderou de seu corpo e sua alma.
Carson. Ele era Carson, e lhe resultava tão familiar como sua própria imagem em um
espelho e também lhe desejava.
-Sim -murmurou--. OH, sim.
Ele também pareceu estremecer-se durante um momento e logo a apertou com mais força.
-Deixa que acenda a luz -murmurou ele-. Me deixe te observar quando isso aconteça.
Acendeu a luz da mesinha de noite antes de que Mandelyn pudesse dizer nada, alagando de
luz a habitação. Ela se separou dele levemente turvada. Mas Carson não a estava olhando.
Tinha os olhos cravados na grande fotografia emoldurada em prata que estava na mesinha
de noite. Seu rosto empalideceu. Alargou uma mão e, agarrando-a, baixou o olhar a juvenil
imagem que aparecia nela. A mão lhe tremia.
-Quem é?
Mandelyn quase não foi capaz de articular palavra. -É Ben. Ben Hammack. Ele... era meu
noivo.

Cap 6

CAPÍTULO SEIS

-Seu noivo? -Carson? disse-o como se não estivesse seguro do que tinha ouvido e
sem apartar o olhar da foto.
A encantadora doçura que tinha existido entre eles desapareceu assim que Carson acendeu a
-luz. Mandelyn se cobriu com a colcha assim que se rompeu esse encanto.
-estiveste prometida? -continuou ele-. Quando?
-antes de me vir a viver aqui. Carson se levantou e voltou a colocar em seu sítio a foto.
passou-se a mão pelo cabelo com um gesto violento e lhe olhou como desamparada. Tinha a
camisa ainda aberta e na boca o sabor dos beijos que se estiveram dando anteriormente.
No olhar, ainda ficavam rastros da frustrada paixão que lhes tinha embargado.
-por que não me falaste que ele? Havia-me dito que nunca tinha estado com um homem...
-Carson, então tinha dezoito anos -disse-lhe ela suspirando e cobrindo o rosto com. as
mãos-. Agora ele está morto.
Isso pareceu lhe impressionar. Já se tinha levantado, mas voltou a sentar-se na cama.
-Morto?
-matou-se em um acidente de aviação. Ia a W'ashington a uma convenção de banqueiros e se
estrelou com seu avião de pequeno porte contra a ladeira de uma colina.
Ele a agarrou da mão. -Sinto muito.
Ela assentiu com a cabeça.
-Tinha vinte e três anos e eu lhe amava com todo meu coração. O olhar do Mandelyn passou
do Carsón a fotografa. Nesse momento, Ben lhe pareceu muito jovem.
-Provinha de uma antiga família do Charles tom, amiga da minha. Era um menino brilhante,
culto e poderia ter conseguido a lua se o tivesse proposto. Quase não me pude acreditar isso
quando me pediu que me casasse com ele. Ao fim e ao cabo, eu não era seu tipo habitual de
garota. Era tímida e tranqüila, enquanto que ele era tão extrovertido...
encolheu-se de ombros e a colcha escorregou um pouco, deixando ver uma parte de sua
anatomia. O olhar do Carson seguiu à colcha em seu deslize e seu rosto ficou rígido quando
vislumbrou as suaves curva que se adivinhavam.
--Quando ele morreu estive a ponto de me voltar louca. Meu tio tinha então este imóvel e o
rancho e pensava revendê-lo. Mas quando viu o que me estava passando, fez que nos
mudássemos
- aqui. Cre9 que isso me salvou. Não podia deixar de pensar na forma em que tinha morrido
Ben. Isso me estava matando.
Ele voltou a olhar ao Mandelyn aos olhos.
-Assim é por isso pelo que não saía com ninguém –disse de repente.
-É obvio -respondeu-lhe olhando a fotografia-. Queria-lhe muito. Tinha medo de tentá-lo
outra vez, de me arriscar a amar a qualquer outro. Ao longo destes anos saí com algum de
meus clientés... Mas a maioria dos homens não lhes conformam simplesmente com a
companhia e, quando me dava conta disso, deixei de sair.
-:-Agora, tudo tem sentido -murmurou ele.
-:-O que? .
-A forma em que te comportaste comigo -respondeu-lhe ele tranqüilamente--. Como se
estivesse morta de fome por um pouco de amor.
-Não! -Ah, não?
Ele se aproximou e apartou a colcha, deixando que caísse sobre a cintura do Mandelyn.
Observou detalladamente seus bem formados,pechos , coroados por uns endurecidos
mamilos com uma expressão que lhe encantou. .
-Vê? -continuou Carson-. Você gosta que te olhe.
Sim que gostava. As mãos lhe tremeram quando voltou a colocar a colcha em seu sítio;
tinha a cara. rqja e uma expressão de fúria no olhar.
-Não!
-Nega-o todo o 'que queira, mas teria cansado se não chegar a dar a luz. Você me deseja,
maldita seja! Mandelyn fechou' os olhos e as mãos voltaram a lhe tremer.
Não podia lhe responder porque tinha razão e os dois sabiam.
O se levantou repentinamente e se voltou para a porta.
- Isto sim que é bom! -exclamou ficando a dar voltas de um lado a outro da habitação-. Eu
acreditava que era por que foi virgem, porque fazer o amor era algo novo para ti e estava
aprendendo de mim coisas que você gostava. Y/resulta que, durante todo o tempo, o que
aconteceu era que estava substituindo a um fantasma.
-Não! - gritou Mandelyn.
Não podia deixar que se acreditasse isso, porque não era certo.
-Um morto, um cadáver Carson parecia zangar-se cada vez mais-. por que deixaste que te
trouxesse aqui? -Eu não sabia...
O olhar do Carson voltou a tampar-se involuntariamente com a foto.
-Ainda lhe estava adorando a primeira vez que nos encontramos, não? É por isso pelo que
me Respondia tão mal quando eu tentava me aproximar de ti?
-O que passava então era que não estava preparada para manter outra relação como essa.
-E um corno! O que quer dizer era que não te podia fazer a laide(l de que o primeiro paletó
que te aproximasse te desejasse. Eu não dava sua talha, verdade? Não era suficientemente
bom como para ocupar/su lugar!
-Não, Carson, não é isso!
-Sou um tipo grosseiro e sem educação -prosseguiu ele sem fazê-la caso-. Não venho de
uma família socialmente importante e não fui ao Harvard. Assim, nem sequer sou digno de
ter em consideração. Nunca o fui. Você lhe transformaste em um pequeno deus e mantém
SUA imagem perto da cama para te recordar que tinha que te haver metido na tumba com
ele. Ou não é assim?
Ela se levantou da cama arrastando a colcha com ela e ficou diante dele. Carson estava
ferido, e era por sua culpa. Todo erá devido a um passado do que não era capaz de separar-
se.
-Carson -disse-lhe ela brandamente, lhe tocando o braço. Seus músculos se contraíram.
-Não faça isso, moça -acautelou-lhe ele com uma voz perigosamente suave-: Agora estou
bastante zangado.
-e eu também -estalou ela-. Não quero que te,metas assim em minha vida, impondo sua
forma de ver as coisas. Não fui eu quem começou a te beijar...
_Como se te tivesse atrevido alguma vez! Isto foi como um sonho para mim. Você estava
tão longe de mim como eu de ti, de sua forma de ser e de seus costumes. A que não estava
tratando de me civilizar para ti?
-Suponho que não -!e respondeu ela olhando-os pés.
-É melhor que nos esqueçamos das lições de baile –lhe disse ele fríamente-.'E antes de que
comece a te formar idéias estranhas a respeito do que há 'passado aqui esta noite, já te disse
em seu momento que hac:ía tempo que não tinha estado com uma mulher. Gesso é tudo.
Isso a fez mal. Teve que esforçar-se para não ficar a chorar.
-O mesmo acontece comigo.
-Já sei -respondeu-lhe Carson com um sorriso de brincadeira e fazendo um gesto em direção
Á a fotografa-. por que não lhe mete isso na cama contigo e provas a ver se te faz arder da
mesma forma em que o tenho feito eu?
Mandelyn levantou a mão para lhe esbofetear, mas lhe agarrou a boneca antes de- que
pudesse fazê-lo.
Isso a fez recuperar o controle da situação. -me solte, não vou pegar te.
Carson a soltou como se seu contato lhe queimasse.
-Não seria melhor que te vestisse? Te vais esfriar... se é que o gelo pode esfriar-se.
Mandelyn lhe dirigiu um olhar assassino.
-Pois não estive muito fria contigo -disse-lhe furiosa. Essas palavras pareceram despertar
uma ameaça de amabilidade nele. Suas pálpebras se entreabriram e lhe brilharam os olhos.
Então se aproximou dela e, antes de que pudesse fazer nada para evitá-lo, beijou-a
fortemente, tanto que chegou a lhe fazer danifico durante um instante; logo, separou-se- dela
e a olhou aos olhos.
-Se não fora porque está obcecada com esse maldito fantasma, atiraria-te sobre essa cama e
te faria suplicar por meu corpo. Mas, tal e' como estão as coisas, diria que os dois tivemos a
sorte de não colocamos muito a fundo e poder escapar a tempo.
Lhe deixou partir. Alguns segundos mais tarde, Mandelyn ouviu uma portada e o motor de
seu carro ficando em marcha. A casa ficou então totalmente em silêncio e Mandelyn pôde
ouvir perfeitamente o tic-tac do relógio do comilão; soava como uma bomba. Tic... tac, tic...
tac...
Quase não pôde dormir essa noite. Até que Carson não a tinha acusado de querer meter-se
na tumba do Ben, não se tinha dado conta de até o que p-lubrifico ainda vivia no passado.
A manhã seguinte a surpreendeu sentada no bordo da cama com uma taça de café na mão,
olhando fixamente a fotografia do Ben. Cada vez lhe parecia mais jovem e, enquanto lhe
olhava, recordou todas as coisas que tinham acontecido fazia já tantos. anos. Não tinha sido
o que se pode dizer um grande amor. Ele era um menino muito bonito com uma grande
personalidade. Naquela época ela éra bastante jovem e tímida e se deixou deslumbrar por
suas cuidados. Mas com o passo dos anos tinha idealizado sua lembrança. Fazia falta o
desejo que tinha despertado nela Carson para lhe fazer compreender isso.
ruborizou-se quando recordou o que tinha passado entre eles essa noite. Ele tinha sido tão
carinhoso, tão paciente. Se não tivesse visto essa foto... ficou em pé com o cenho franzido e
se dedicou a dar passeios pela habitação. Seu olhar caiu involuntariamente sobre a cama e
recordou todos e cada um dos detalhes do ocorrido a noite anterior: Carson beijando-a com
esse ânsia, acariciando-a como nunca ninguém o tinha feito antes, comendo-lhe com os
olhos... Amando-a...
Mandelyn fechou os olhos. De algum jeito, isso tinha sido amor. Lhe fala desejado
desesperadamente, e aquela noite não tinha sido a primeira vez. Fazia já tempo que lhe
desejava; possivelmente desde a primeira vez que lhe viu. Mas não o tinha querido
reconhecer ante si mesmo. Não até que lhe tinha pedido que lhe desse essas «lições». E,
agora, Mandelyn se perguntava se não o teria feito precisamente para chegar a .esse fim, se
não teria decidido já ele que era hora de saciar seu violento desejo.
Importaria- ela algo ao Carson? Isso era o que lhe estava torturando. Todo isso era somente
um apetite fisico que estava tratando de satisfazer, ou é que realmente sentia algo por ela?
Levou a taça à cozinha e se vestiu para ir trabalhar. Provavelmente, a julgar pela forma em
que lhe tinha falado essa noite, não ia querer voltá-la para ver na vida.
Angie tinha várias mensagens para ela, Mandelyn os agarrou e, metendo-se em seu
escritório ficou olhando sem –pensar em nada. Demorou aproximadamente uma hora em
fazer-se à idéia de que tinha que ficar a trabalhar e, quando ficou a fazê-lo, moveu-se como
um autômato. passou-se o dia inteiro olhando ao telefone, esperando que Carson a
chamasse. Mas, às cinco de
a tarde, ainda não o tinha feito, e se deu conta de que, provavelmente, já não o faria. foi
então a sua casa e se passou .o resto da tarde olhando às musarañas.
na sexta-feira chegou por fim e Patty lhe recordou nada 'mais chegar ao escritório que tinha
que ir essa noite a sua festa.
-A festa? .
Mandelyn se sentiu mal ao lembrar-se de que Carson havia ficado de passar a recolhê-la:
-Não... não sei, Patty. .
-Tem que vir, Carson disse que te ia trazer ele.
O coração do Mandelyn deu um salto.
-Há-lhe isso dito recentemente?
-Esta mesma manhã, quando fui a seu rancho a lhe jogar
a última olhada a seu touro. Estava como tolo, até que lhe mencionei que os' Gibson foram
dever cantar. Faz anos ele estava acostumado a lhes acompanhar. Já sabe que é um
magnífico violonista.
-Não, não sabia -disse-lhe Mandelyn lentamente. , Ao parecer, havia um montão de coisas
que não sabia de
Carson.
-O mais provável é que estejam toda a noite tocando. Nos o vamos passar muito bem.
Verei-te por volta das seis!
-De acordo.
-eu adoraria ir --disse Angie quando Patty partiu-:-ou Mas tenho que cuidar dos meninos de
minha irmã. Patty ia apresentar a um menino que vai. E tudo poda partida de bridge de
minha irmã. Mandelyn esboçou um sorriso ao ver o aspecto de tristeza que tinha a jovem.
-Trocaria-te o lugar se pudesse.
O que não deixava de ser certo; n_ estava disposta a estar toda uma tarde ao redor do
Carson, quem, certamente, odiaria-a.
-Quase estou por tomar a palavra -a' replicou Angie
Mas não há problema, sobreviverei; fui boy scout.
Sim, suponho que isso te ajudará.
Nesse momento, soou o telefone. Agarrou-o Angie e se o passou em seguida: ao Mandelyn.
-É. para ti, o senhor Way'NE.
Mandelyn sentiu como o coração lhe subia, à garganta.
Esteve tentada então de lhe dizer ao Angie que fé contasse uma mentira e lhe dissesse que
não estava ou que estava reunida ou algo pelo estilo. Era curioso ver como Carson era
inclusive capaz de despertar nela essas reações tão covardes.
-B acordo --disse por fim dirigindo-se lentamente a seu escritório.
Agarrou o telefone com as mãos trementes.
-Diga?
-Poderá estar lista às cinco e meia? -perguntou-lhe Carson fríamente e sem preliminares.
O som de sua voz a fazia ficar má. Fechou os olhos e ficou a jogar com o cordão do
telefone.
-Sim.
-foi idéia do Patty -recordou-lhe ele ---: Por mim, tivesse ido sozinho.
-Bom, se preferir...! _empezó a decide ela, sentindo-se ferida.
-Sim, demônios, preferiria-o! Mas não quero que sejamos a fofoca do povo se por acaso
vamos ou não juntos à festa. Estate lista a essa hora -e pendurou o telefone de repente.
Mandelyn pendurou também o telefone com fúria e, soltando um grunhido, atirou' um tiro
da guia Telefónica contra a porta.
Angie entrou então assustada.
-Está bem? -perguntou-lhe assustada.
Era a primeira vez que via sua chefa tão zangada para ficar a atirar coisas.
-Não -respondeu-lhe Mandelyn com a fúria lhe brilhando nos olhos-. Não o estou. Algum
dia lhe matarei. Lhe vou pegar um tiro! Lhe vou fazer comer um cacto! Melhor, o vou
colocar...
-Ao senhor Wayne? _le perguntou Angie sentida saudades pelo súbito arrebatamento de
fúria do Mandelyn-. Mas se foram amigos.
-Eu? Amiga desse animal? ,
Angie ficou muito quieta, procurando as palavras adequadas.
-Vá casa -disse-lhe Mandelyn agarrando sua bolsa e equilibrando-se para a porta-. Fecha
você, de acordo?
-É obvio. Mas...
-Vá colocar fósforos sob as unhas -ia murmurando Mandelyn-. Vá queimar o... .
Angie, limitou-se a sacudir a cabeça.
-Deve ser o amor-murmurou divertida.
Carson e Mandelyn podiam chegar a ser o casal do século.
Uma mulher tão bem educada e fria como ela e um selvagem como Carson. Não os podia
imaginar apaixonados. Nem em brincadeira! Voltou para sua mesa e começou a limpá-la.
-Mandelyn voltou para sua casa conduzindo tão depressa que chamou a atenção ao ajudante
do xerife, Danny Burton.
Diminuiu a velocidade e estacionou no borda quando ouviu a sereia. Parou o carro e ficou
ali, esperando a que o policial se aproximasse.
-me deixe ver seu carnê, senhorita Bush, e os papéis do carro -disse-lhe Danny adotando um
ar muito profissional-. vamos fazer as coisas como é devido. Onde é o fogo?
-O fogo vai ser justo debaixo do Carson Wayne quando encontrar um pouco de lenha e uns
fósforos.
-Mas se você for amiga dela -recordou-lhe Danny:
-Dessa serpente de cascavel?
O policial se esclareceu voz e agarrou os papéis que Mandelyn lhe oferecia com mãos
trementes. .
-Tem que lhe haver feito algo muito mau para que você fique assim, pobre guri. .
-Pobre guri! Ele foi o que lhe encerrou em um trastero. é que já o esqueceu?
.-Bom, leva-me encerrando em trasteros há seis anos. Já estou acostumado. Além disso,
quando está sóbrio, sempre me convida a comer no bar da Rosie, Não é um mau menino.
Danny lhe devolveu o carnê e os papéis e terminou de' escrever a multa.
-por que tinha tanta pressa?
-Tenho que ir à festa do Patty esta noite.
-Ah, sim! Eu também vá ir. Parece que vai estar muito bem, além disso vão os Gibson e
Carson vai tocar com eles outra vez. Maldita seja, esse Carson sim que pode lhe tirar
proveito a um violão! .
por que saberia isso todo mundo exceto ela? Isso a fez sentir-se inclusive pior. Tomou a
notificação da multa com um suspiro.
-Agora, vá mais devagar -acautelou-lhe Danny-. Se se estrelar não vai a" poder dançar esta
noite. Verdade, senhorita Bush?
Ela voltou a suspirar.
-Suponho que não. Sinto muito, Danny. Irei mais devagar. -Boa garota. Veremo-nos esta
noite.
-Sim, até mais tarde.
'Quando chegou a sua casa e terminou de vestir-se, ainda não lhe tinha passado o
aborrecimento. sentia-se como um gato selvagem, Furiosa com o Carson e com as
circunstâncias que a faziam estar perto dele. Quão único queria era lhe apartar de sua vida e
lhe esquecer.
Quando lhe ouviu chegar, o coração começou a lhe pulsar furiosamente. Não queria lhe
ver, .não queria estar perto dele! Seu corpo começou a tremer quando abriu a porta e lhe
olhou. Levava postos uns jeans e uma camisa vaqueira vermelha. Suas botas marrons eram
as que tinham comprado juntos no Phoenix. Estavam tremendamente brilhantes e pegavam
com o chapéu também marrom que levava. Estava tão bonito que ao Mandelyn lhe nublou a
vista.
A sua vez, os olhos do Carson estavam muito ocupados estudando-a a ela. Ia vestida de uma
forma muito mais informal do que acostumava, e levava o cabelo solto sobre os ombros.
Parecia mais pequena e feminina do habitual. Ante essa visão, Carson apertou os dentes e
seu rosto adquiriu uma expressão mais dura.
-Está preparada?
-Quando encontrar minha bolsa -respondeu-lhe ela fríamente. Agarrou-o de cima do sofá e
ambos salier0n da casa.
Carson lhe abriu a porta de seu carro, mas ela quase não se deu conta desse detalhe. Estava
ainda zangada por sua frieza.
Quando ele se meteu no carro, arrancou e entrou a toda velocidade na auto-estrada.
-te ande com olho não lhe vão pôr uma a ti também –o advertiu ela sem apartar a vista
da estrada.
-Uma o que?
-Uma multa por excesso de velocidade.
-Puseram-lhe uma multa por excesso de velocidade com o devagar que você conduz? É que
o sheriff,Wilson contratou a um: novo ajudante ou algo assim?
-Pô-me isso Danny -respondeu-lhe enquanto seguia olhando pelo guichê.
-Não me conte' histórias. Danny nunca para a ninguém.
-Nesse momento eu. ia a cento e cinqüenta por hora.
O carro deu um inclinação brusca antes de que Carson pudesse fazer-se de novo com ele.
-A cento e cinqüenta por esta estrada?
-Segue, faz um de seus estúpidos comentários -disse-lhe ela jogando faíscas pelos olhos-.
Segue, não te corte!
Carson a observou durante um instante e logo voltou a fixar-se na estrada.
-De- mau humor?
-Deveria sabê-lo. Além disso, o teu tampouco é muito bom que digamos, acredito que eu
tenho direito a estar zangado, sobre tudo, tendo em conta o que é o que provocou minha
irritação.
Mandelyn se ruborizou e foi impossível lhe olhar. Tampouco pôde lhe dizer nada. A ele não
pareceu lhe importar. Conduziu todo o caminho até a casa do Patty sem lhe dirigir uma só
palavra.

Capítulo Sete

-Carson! Mandy! Já era hora de que chegassem! -disse-lhes Patty aproximando-se e


agarrando ao Carson do braço., Mandelyn não tinha sentido em sua vida uma necessidade
tão grande de golpear a outra mulher. Patty, sem dar-se conta da reação de seu amiga,
aproximou-se ainda mais ao Carson e sorriu.
-Os Gibson lhe estão esperando --disse-lhe--. Jack chegou inclusive a dizer que não'
tocavam se você atou vinha.
Carson se pôs-se a rir, mas Mandelyn se pôs a chorar se não tivesse estado mal visto.
Parecia-lhe que tinha passado muito tempo desde que se riu com ela dessa forma.
-Nesse caso, é melhor que vá ver lhes. Está muito bonita
-disse ao Patty observando seu vestido azul.
-Obrigado _le respondeu Patty lhe olhando aos olhos coquetamente-. Eu gosto que se
apreciem meus esforços.
Essa noite levava o cabelo solto e nunca antes tinha parecido mais feminina e sem esse
aspecto de menino travesso que tinha normalmente. Jake a olhou de esguelha e franziu o
cenho. Mandelyn foi a única pessoa dos pressente que se deu conta desse olhar e se
perguntou por um momento se Jake não estaria ciumento. Vá uma idéia curiosa! O capataz
do Carson nunca olhava assim às mulheres. ,
-nos perdoe, Mandy -disse-lhe Patty levando-se ao Carson. Ele a seguiu como um corderillo,
sem nem sequer olhar atrás. Mandelyn se sentiu então desconjurado. Não'-estava de humor
essa tarde para desfrutar da festa. Mas Jake pareceu dar-se conta do que lhe acontecia e
deixou aos outros jeans com os que estava conversando para reunir-se com ela.
-Parece você sentir-se tão desconjurado como eu, senhorita Bush -disse-lhe ele
amargamente-. Eu não sou nem muito menos amigo destas festas.
-e eu não estou tampouco nem muito menos de humor como para estar nesta. "
Mandelyn estava olhando ao Carson. Lhe deu a mão a cada um dos componentes do grupo
musical e agarrou um violão. Arrojando então seu chapéu para onde estava Patty, sentou-se
com eles.
-Bom, pelo menos, vamos ouvir tocar ao chefe –disse Jake-. Não está acostumado a fazê-la
muito ultimamente.
-Eu não lhe ouvi nunca.
-Não me surpreende lhe disse ele olhando-a-. Provavelmente ele pensa que você prefere as
coisas mais clássicas.
-Todo mundo parece me conhecer melhor que eu mesma -murmurou ela.
Em realidade, a música country gostava de muito.
-brigaram-se vocês dois? -perguntou-lhe Jake tranqüilamente-. esteve verdadeiramente
insuportável os últimos dias. . .
-Já me dei conta.
Jake se encolheu então de ombros e se apoiou contra o gonzo da porta para escutar a música
mais comodamente.
Os dedos do Carson começaram a rasgar as cordas metálicas do violão em um movimento
versão do Santo Antonio Rose. Mandelyn ficou extasiada. Até então, supunha que não o ia
fazer mau, mas o que estava fazendo com esse instrumento fazia que lhe tremessem os
joelhos. Era todo um perito
-É bom, verdade? -disse-lhe Jake-. Sempre hei dito que tinha que fazer-se profissional; mas
ele sempre me respondeu também que isso de ir de um lado a outro com um conjunto não
lhe parecia divertido. Gosta mais ser boiadeiro.
Mandelyn dirigiu ao Carson um olhar carregado de tristeza.
-É maravilhoso -disse brandamente e, pelo tom que empregou estava claro que não se referia
somente a suas qualidades como músico.
Jake a olhou com curiosidade, sentido saudades pelo que havia dito e pela curiosa expressão
que se refletia em seus olhos cinzas. Assim era isso. Voltou a olhar a seu chefe e sorriu.
Patty estava perto dele, aplaudindo e renda-se. Carson a olhou e sorriu quando terminou a
canção.-Que tal se cantarem Dois mundos? -gritou Jake Carson lhe olhou e franziu o cenho
quando viu que Jake estava ao lado do Mandelyn.
-Sim, cantem -apoiou Patty-. Adiante, Carson, canta-a!
-Ele escreveu essa canção -disse Jake ao Mandelyn-. Tivemos que lhe obrigar Á que a
registrasse, mas nunca deixou que ninguém a canto ou a grave em disco.
Era uma canção de amor. Falava de dois mundos muito diferentes, sem possibilidade de
aproximação entre eles. E Carson a cantava com uma voz profunda e modulada. Era a voz
mais atrativa que Mandelyn tinha ouvido nunca e durante o tempo que durou a canção
esteve como hipnotizada. Em uma pausa, Carson levantou o olhar e olhou ao Patty.
Mandelyn teve que fechar os olhos, embargada pela pena e a dor. . ,
Quando terminou, produziu-se um momentâneo silêncio e, imediatamente depois, uma
quebra de onda de aplausos.
-e se dedica a cuidar ganho. lhes podem acreditar isso gritou
Patty rendo.
inclinou-se sobre' ele e lhe beijou nos lábios' firmemente. -É grande!
Mandelyn se sentiu mau e Jake disse algo rude em voz baixa. Então a olhou, deu-se conta
da palidez que súbitamente se deu procuração de seu rosto e a agarrou del,brazo .
-encontra-se bem?
-Só um pouco enjoada -respondeu-lhe ela renda-se nervosamente-. estive trabalhando muito
ultimamente. -Não foi você sozinha. Também o esteve fazendo o chefe.
O conjunto tinha começado a tocar de novo, esta vez música de baile._Jake olhou a seu
chefe, que também estava olhando em sua direção, e desviou o olhar.
Quereria dançar comigo, senhorita Bush?
_Bueno...
-Eu Acredito que podemos jogar a seu mesmo jogo-disse Jake olhando ao Carson.
-Não o' entendo.
Ele a acompanhou então à pista de baile.
-Não importa -murmurou.
Jake dançava tão mal como o tinha feito Carson a famosa noite das lições de baile...Patty,
por sua parte, estava-lhes olhando com um ar de curiosidade. Jake lhe dedicou então um frio
sorriso e continuou dançando com o Mandelyn.
Então lhe olhou e viu uma expressão eixo fúria em seu rosto. Assim era isso, Jake e Carson
estavam competindo pelo Patty! .
Suspirou. Então não era ela quão única estava sofrendo.
Jake também queria ao Patty. Estava claro que não podia ganhar nessa competição. Soube
instintivamente que Carson ganharia no Jake em qualquer terreno, especialmente ajuste
tratava de amor.
-Está segura de que se encontra bem? -perguntou-lhe Jake.
_En realidade, não -admitiu ela-, mas o suporto.
Ele a sorriu. - .
Sim, senhorita. Imagino que o pode fazer.
A velada prosseguiu e Carson não deixou aos Gibson nem por um instante. Esteve todo o
tempo tocando, e Patty estava perto dele embevecida. Mandelyn se sentou depois do
primeiro baile, deixando que Jake se ocupasse um pouco das outras mulheres. Havia muita
gente ali, mais da que ela se imaginou. E todo mundo parecia estar acontecendo-lhe muito
bem.
Mandelyn se foi pondo mais e mais melancólica, até que terminou por rogar que se acabasse
a festa para poder ir-se a casa. Nunca Se havia sentido tão deslocada em sua vida. Ver o bem
que se levavam Patty e Carson era mais do que podia suportar. Ao cabo de um momento,
Jake voltou para seu lado e ficou ali, observando como conversavam Carson e Patty.
Patty está muito bonita --disse Mandelyn tranqüilamente.
Ele se encolheu de ombros e olhou a uma parte de corda que tinha entre os dedos e com o
que estava fazendo um nó de forca.
-Sim, suponho que sim.
'Mandelyn sentiu então um súbito sentimento de solidariedade com o Jake e murmurou
impulsivamente:
-Você também, né?
Ele levantou a- olhar, ruborizou-se e voltou a baixá-la.
-Talvez é contagioso. .
-Já o melhor também tem padre.
_A sério? Se encontrar um antídoto, diga-me isso -Leí mismo digo.
-Li mesmo digo.
Jake voltou a olhar ao Carson e ao Patty.
-É desagradável Ela é muito jovem para ele.
-Mas você tem quase a idade do Carson. Também é um pouco jovem para ti, não?
-e o que tem isso que ver? -protestou Jake.
Mandelyn se limitou a sorrir. Provavelmente ele se sentia tão deprimido como ela, assim
apoiou amavelmente uma mão sobre um de seus largos ombros.
-Não te venha abaixo. Agarra um violão e pratica.
-Se nem sequer sei tocar a gaita -suspirou ele--. Pois você tinha que ficar a estudar
veterinária.
-Deprimo-me quando vejo sangue.
Jake lhe respondeu sonriendo.
-Acredito que os dois estamos desconjurado.
-Eu também.
Foi uma má sorte que não olhassem nesse momento ao outro lado da sala. Se o tivessem
feito, teriam visto dois furiosos pares de olhos, lhes olhando do cenário.
Carson não tinha dançado nada essa noite, mas quando o conjunto tocou uma valsa agarrou
ao Patty e dançaram muito juntos durante todo o tempo que durou a peça, a última da noite.
Quando terminou a música, deu-lhes a mão aos Gibson, ao Patty deu um beijo na bochecha
lhe agradecendo la,velada , e se dirigiu para onde estava Mandelyn tão a contra gosto, que
lhe entrou o súbito impulso de ficar 'a gritar e de atirar qual . ,
-Obrigado, Patty -disse a seu amiga com uma forçada amabilidade-. Passei-me isso muito
bem.
.-Me alegro -respondeu-lhe Patty da mesma maneira-. Já nos veremos.
Mandelyn saiu apressadamente da 'casa e entrou no carro como se a perseguisse alguém,
mas Carson tomou com mais calma e demorou um pouco mais em chegar.
-Parece que tem pressa -disse-lhe quando entrou por fim no carro e o pôs em marcha.
-Estou cansada -respondeu-lhe ela olhando pelo guichê.
-Do que?' Só dançaste uma vez com o Jake.
-Jake dança muito bem. ,
-Pois se aconteceu todo o momento te pisando.
Mandelyn seguiu olhando ao exterior, esteve a ponto de decide: «Quão mesmo ela outra
noite». .Mas não ia cair nessa armadilha, assim guardou silêncio.
-:Patty estava muito bonita, verdade? -prosseguiu ele-. Nunca a tinha visto com o cabelo
solto Y. um vestido como esse.
-Sim, estava encantadora -o' respondeu ela entre dentes.
-Quer que façamos uma trégua? Pelo menos até que vamos ao balé. Seria uma pena
desperdiçar essas entradas.
-Eu não vou a nenhum maldito balé contigo e não, não quero nenhuma trégua. Odeio-te!
Estive-te vendo muito freqüentemente ultimamente e acredito que isso afetou a meus
neurônios.
-Eu acreditava que isso lhe tinha produzido isso a lembrança de seu defunto noivo.
Ela se voltou para ele com os olhos brilhantes pela fúria que a embargava.
-Para o carro! Me baixo agora mesmo! Surpreendentemente ele fez justamente isso. Parou o
carro em seco.
-De acordo! Se quer andar, a8elante. Só ficam dez quilômetros até sua casa...
-Maravilhoso, -eu adoro os passeios largos!
. Mandelyn saiu do carro e fechou a porta de repente..Então, ele arrancou, desaparecendo na
noite e deixando as marcas das rodas na estrada.
Não podia acreditar: Não lhe cabia na cabeça que ele tivesse podido lhe fazer isso. ficou
olhando um instante as luzes traseiras do carro ficou a chorar. sentiu-se sozinha e
abandonada e; nesse momento, sim que lhe odiou de verdade por deixada abandonada de
noite nessa estrada deserta.
. Olhou a seu redor nervosamente. Quase não podia ver-se os pés e sabia que os arredores
estavam cheios de serpentes de cascavel. Começou a caminhar sentindo falta de com toda
sua alma uma lanterna e desejando ter sido o suficientemente inteligente como para haver-se
calado, pelo menos até que tivessem estado perto de casa. Tinha obtido que ele voltasse a
separar-se dela, justo quando parecia que ia ficar de melhor humor.
Os lábios lhe tremeram. Agora se que tinha medo de' verdade, não se via nem uma alma.
Dobrou uma curva e se estremeceu quando viu o carro do Carson o estava ali, apoiado no
capô, fumando um cigarro. .
,-Maldito seja! -disse-lhe, mas estava chorando e não se' em tendeu o que havia dito.
Ele soltou um ordinarismo e jogou no chão o cigarro. Instantes depois, ela estava'
entre seus braços.
Ele a sujeitou então com seus robustos e protetores braços. E ela seguiu chorando pela
horrível noite que tinha passado e por como ia tudo entre eles.
-Sinto muito -disse-lhe ele ao ouvido-. Sinto muito. Mandelyn tremeu ante a profunda
suavidade de sua voz.
-Tinha medo -admitiu ela por fim.
Os braços do Carson a aproximaram mais a ele. Lhe sentiu então em toda sua longitude,
fechou os olhos e se pendurou dele, apertando as Palmas das mãos contra os músculos de
suas costas. Mandelyn nunca se havia sentido antes tão a salvou nem tão feliz. .
-Melhor vamos a casa -disse ele depois de um momento Vamos. '.
Agarrou-a da mão e a ajudou a meter-se no carro. Mandelyn se perguntou o que haveria
'passado se se tivesse ficado pega a ele. Provavelmente a teria afastado de seu lado.
O caminho a casa lhe fez muito curto. Carson paro diante da porta, mas não apagou o motor.
-Quer... quer um café? -Não, obrigado me vou dormir. Amanhã vá ter muito trabalho. -
Obrigado então por me trazer.
-De nada.
Ela abriu então a porta da casa e disse.
'-e aproxima dê! balé...
-Já que tenho as entradas, acredito que seria uma tolice as desperdiçar e não quero ir com
ninguém mais que contigo então, soltou uma risita. Patty morreria de risada ali.
-Sem dúvida -respondeu-lhe ela apertando os dentes.
Quando é?
-na quarta-feira. Temos que sair daqui às cinco para chegar pontuais.
-Fecharei logo o escritório -respondeu-lhe ela lhe odiando mais que nunca.
-Mandelyn.
-Sim? .
-Esta vai ser a última lição. Acredito que quando terminarmos com o balé já teria aprendido
o suficiente.
-Muito bem. Isto se estava pondo um pouco aborrecido, verdade? -disse-lhe ela fríamente.
-Tenho que te dizer algo, querida. Acredito que eu gosto, mais meu mundo que o teu. O meu
tem a vantagem de que a gente é real e as emoções são honestas. O teu é como uma casa
velha com móveis elegantes e o calor de uma tumba. Falando disso, já está em sua casa. por
que não entra e te põe a gemer por seu amor perdido?
Mandelyn fechou os punhos.
-Se tivesse uma pistola, pegaria-te um tiro em metade da cabeça.
-e um corno. Se tivesse uma pistola te teria pego um tiro em um pé. boa noite.
Mandelyn colocou a chave na fechadura com tanta força que se partiu pela metade. Carson
já se partiu, e ela ficou ali olhando a fechadura como uma parva. A porta traseira tinha um
cadeado velho e não tinha a chave. Todas as janelas estavam baixadas e fechadas. O que ia
fazer?
Com um forte suspiro, afastou-se, agarrou uma grande pedra e a atirou contra uma janela. O
ruído do cristal ao rompera fez sentir-se um pouco melhor, apesar de que sabia que lhe ia ter
que contar uma interessante historia ao vidraceiro pela manhã.
Infelizmente, o homem ao que tinha que chamar para que a arrumasse estava ocupado com
as -renovações que estava fazendo Carson em sua casa, assim que sua mulher lhe deu o
telefone de um homem que arrumava janelas em seu tempo livre. Chamou-lhe e conseguiu'
que lhe prometesse que lhe arrumaria a janela a primeira hora da manhã da segunda-feira.
Enquanto isso, conseguiu que um chaveiro o fora a arrumar a porta; Não lhe tinha ocorrido
lhe perguntar à mulher do vidraceiro como ia a casa do Carson, e sentia curiosidade por
sabê-lo.

foi ao Phoenix e se passou o resto do fim de semana ali, em um intento por afastar-se um
pouco do ambiente em que tinha estado sumida durante as últimas semanas. As coisas
tinham trocado muito nesse tempo, pensou ela. Entre o Carson e ela tinha estado a ponto de
nascer algo muito formoso; mas durante esses últimos dias o tinham jogado tudo a perder.
Em realidade, decidiu, o que tinha trocado tudo tinha sido esse beijo que se deram ao
princípio. .
Tinha que reconhecer que sempre tinha sentido curiosidade Por ele, e que quando Carson
lhe tinha aproximado, não tinha tido a integridade suficiente para apartar-se dele. Tinha
querido saber como se comportaria ele como amante. E agora já sabia, e esse conhecimento
a estava torturando. Nunca se tivesse podido imaginar que -um homem chegasse a ser tão
carinhoso e tão tenro, e que a fizesse sentir-se tão protegida. Ela podia ter tido todo isso se
não tivesse sido' pela obsessão do Carson de trocar para amoldar-se ao Patty.
Patty. Mandelyn se aproximou da janela da habitação do hotel e deixou que seu olhar se
passeasse sobre as luzes da cidade. O tinha beijado ao Patty na festa. por que o haveria
hecho,Cerró? os olhos e lhe pareceu que ainda podia ouvir a profunda e formosa voz de'
Carson quando cantava. Apoiou a cabeça na parede e se perguntou o que sentiria estando a
sós com ele um entardecer do verão no alpendre de sua casa e lhe ouvindo cantar. E, se
tuvieran/hijos, poderiam-se sentar em seu regaço... ...
Esse pensamento foi extremamente penoso. lembrou-se do que tinha passado a noite em que
lhe tinha .desejado tanto. Se não tivesse aceso a luz e visto a foto do Ben...
Querido Ben. Tinha utilizado sua lembrança como um escudo para defender-se dos
problemas sentimentais e manter o amor fora de sua vida. Mas agora, tinha vinte e seis anos
e estava sozinha, além de ter perdido ao único homem no mundo com o que tivesse querido
viver é obvio, não tinha nem a mais mínima oportunidade contra Patty. Isso o tinha sabido
sempre. Carson estava muito apaixonado por ela. O que lhe resultava curioso era que lhe
tivesse dado de ficar a aprender coisas relacionadas com a cultura e a educación_ com vistas
a resultar mais agradável ao Patty; sobre tudo quando a ela pareciam lhe gostar das coisas do
campo e sua gente. Era muito curioso.
Voltou para povo no domingo de noite, não sentindo-se melhor que quando partiu. Tinha a
sensação de que essa ia ser outra semana muito larga.
Para piorar as coisas, Patty se apresentou em seu escritório à manhã seguinte, queixando de
que o local que lhe tinha conseguido tinha goteiras. Mandelyn não estava precisamente de
humor como pára-soportarla muito, assim que lhe disse que, já que Carson parecia ter
ocupado a todo o grêmio da construção do povo com o acerto de sua casa, pedisse-lhe ela
mesma um pedreiro para que o arrumasse.
Quando Patty já ia se partir, pareceu como se se lembrasse de algo no último momento.
-Ah, Jake e você estiveram juntos quase toda a festa -murmurou Patty-. Viu-lhe após?
-estive fora do povo e não vi a ninguém.
-Também ele esteve fora -respondeu-lhe Patty muito séria. . Saiu do despacho
fechando a porta de uma portada. Angie levantou a 'vista de sua máquina de escrever com
um gesto de curiosidade.
Jake?
- ao e você....
-OH, cala! -respondeu-lhe Mandelyn-. Não estive em nenhuma parte com o Jake. O que lhe
passa)ao Patty é que Carson se precipitou e isso a incomodou, pelo menos, isso é o , que
imagino. E ele não é o suficientemente bom para ela...
Dito isto, meteu-se em seu escritório e fechou também a porta de um golpe. Angie se
encolheu de ombros e voltou para seu trabalho
Mandelyn não voltou ou seja nada mais do Carson. na quarta-feira saiu um pouco antes e se
vestiu para ir ao balé, mas não gostava de nada a idéia. Tivesse preferido ficar só em sua
casa.
Nem sequer estava segura de que Carson fora a aparecer. Estava convertendo-se em um
homem totalmente imprevisível; Às cinco e meia ainda não tinha aparecido, de forma que o
Mandelyn se dirigiu ao dormitório para trocar-se de roupa.
Nesse mesmo instante, ouviu o motor de um carro fora.
Estava tão nervosa como uma adolescente em sua primeira entrevista. Provavelmente,
passou-se com a maquiagem e o vestido que se pôs, mas queria lhe parecer bonita. Era algo
idiota, mas não podia evitado.
Abriu a porta e lhe encontrou ali, vestido de ponta em branco com um dos trajes que se
comprou no Phoenix. Estava tão bonito que ao Mandelyn foi impossível apartar o olhar
dele.
-Está..., está muito bonito -conseguiu murmurar.
-Você também -respondeu-lhe ele com um olhar de frialdad_.
Será melhor que vamos.
Lhe seguiu. Com as pressas lhe esqueceu a estola. Já estavam a metade de caminho do
Phoenix quando se lembrou, o disse ao Carson e este lhe dirigiu um olhar assassino.
-:-Olhe, já é tarde para voltar, e me alegrarei quando tudo isto tenha acabado -resmungou. ,
-Foi tua idéia -respondeu-lhe ela: brandamente.
-Ultimamente não paro de ter más idéias.
-Já sei
-Era necessário que pusesse um vestido com esse decote?
Te vê até o umbigo.
-É o único vestido de noite que tenho.
-Sem dúvida é um resto dos dias em que você e seu bonito banqueiro foram a (creme da
creme)) da alta sociedade do Charlestón.
Mandelyn fechou os olhos e se negou a responder.
-Não me discute isso?
-Não quero brigar contigo, Carson. Não acredito que tenha estômago para voltar a fazê-lo
nunca mais.
-Não quer brigar comigo?
-perguntou-lhe ele renda-se. :-A gente troca.
-Não o suficiente. Nunca se ca_biíi. lp bastante para levar-se bem com outras pessoas. Por
exemplo, aqui me tem , vestido de pingüim, disposto a ir a um sítio no que se supõe que me
vou divertir com algo que não entendo e que nem sequer eu gosto. Gesso não vai trocar
minha forma de ser. Eu não serei nunca um tipo elegante, não me cabe a menor duvida, e o
aceitei faz já muito tempo,
-E sua elegante mulher o vai aceitar também? Te vai querer com sua forma de ser?
-Ao melhor não. Mas é assim como me vai ter que agüentar.
-Ah, maravilhoso! Um pouco completamente excitante para ela!
Carson girou então a cabeça lentamente, O olhar que havia em seus olhos era cálida e
perigosa.
-Algum dia me vais tirar de minhas casinhas.
.Mandelyn se voltou então para olhar pelo guichê as luzes do Phoenix.
Carson estacionou perto do teatro. Havia muchísima gente e Mandelyn fico perto dele para
não perder-se, sentindo-se além um pouco nervios.al ver-se rodeada por tanta gente.
-É que já não te dá medo estar tão perto de mim? -perguntou-lhe ele.
-Tenho-te menos medo a ti que a todos esses -le,contestó ela
-. Eu não gosto das multidões.

Então ele se parou em seco, olhando-a com olhos escrutinadores.


-Mas você gosta da cultura, não, querida?
O sarcasmo de sua voz era evidente.
-Também eu gosto dos homens que cantam canções de amor com voz profunda.
Carson pareceu desconcertado durante um instante. voltou-se e a guiou através da multidão
com um certo ar de confusão no rosto. .
Tudo parecia ir mau. Suas entradas eram para outro dia, tal como disseram ao Carson
educada mas firmemente na bilheteria.
-E um corno! -disse-lhe ao homem baixinho que estava na porta.
Então sorriu, e Mandelyn soube que isso queria dizer que ia haver problemas. Escuta, moço,
supunha-se que eram para esta noite, assim já que estou aqui, fico.
-Por favor, senhor, baixe a voz -suplicou-lhe nervosamente o tipo baixinho olhando aos
lados.
-O que a baixe? Nada disso! -gritou-lhe Carson-. Se o que está procurando são problemas,
os vai ter.
Mandelyn fechou os olhos. Como lhe ocorreria cair sempre no mesmo e não aprender?
-Por favor entre, senhor. Estou seguro de que este mal-entendido foi nossa culpa -disse por
fim o homenzinho em voz alta e com um sorriso forçado Carson assentiu e sorriu fríamente.
.Estou seguro disso. Vamos, Mandy.
Quando chegaram a suas localidades, Carson colocou como pôde suas largas pernas no
reduzido espaço da poltrona e ficou a estudar o programa. . .
-O Lago dos Cisnes? -perguntou ao Mandelyn quando viu as fotos do programa-. Quer dizer
que viemos aqui para ver como se passeiam saltitando pelo cenário umas quantas individuas
vestidas de cisne?
OH, Deus! Mandelyn ficou a rezar para que lhe desse uma laringite E se calasse. , .
A seu redor, tudo eram murmúrios de desaprovação.
Mandelyn lhe tocou uma mão.
-Carson, o balé é uma forma de arte, É um baile, já sabe.
-De acordo, mas uma coisa é dançar e outra é que o uma se ñora feita e direita vá por aí
vestida de cisne, Mandelyn tratou de esconder o rosto no programa, deixou-se deslizar em
sua poltrona e ficou. a rezar também para que houvesse um blecaute. Ali havia muita luz,
todo mundo podia ver que esse besta ia com ela. .
Carson continuou fazendo comentários em voz alta até que as luzes se apagaram. Mandelyn
quase se deprimiu de prazer e alívio quando se fez a escuridão. Mas deveria lhe haver
conhecido melhor. No mesmo instante em que a orquestra começou a tocar e a bailarina
principal apareceu por fim, Carson se estirou na poltrona e se inclinou para frente, '
-Quando começa o balé? -perguntou então. -Acaba de fazê-lo! -sussurrou ela.
-Mas se tudo o que está fazendo é correr pelo cenário!
-Cale-se de uma vez! -disse o homem que estava sentado detrás do Carson. .
Ele se voltou e tratou de lhe olhar a ltra na escuridão. -Eu paguei minha entrada como você,
assim que te agüenta você se quiser ou te larga.
O homem em questão dobrava em idade ao Carson e era bastante mais rechoncho.
esclareceu-se voz tratando de parecer mais agressivo; mas ficou quieto e não disse mais.
Carson olhou ao Mandelyn. .
-'Tem algo no sapato? -perguntou-lhe--::-. Por que te esconde? .
-Não me estou escondendo lhe respondo ela completamente ruborizada e endireitando-se
em seu assento.
Carson olhou ao cenário. Nesse momento, saiu um musculoso bailarino pegando saltos, o
que lhe fez estalar em gargalhadas.
-OH, estate quieto -suplicou-lhe Mandelyn.
Mas olhe isso! Parece como se levasse meias-calças. E, que demônios é isso que leva entre
as pernas...?
-OH, céus -murmurou ela apoiando o rosto em. As mãos.
Carson seguiu renda-se e Mándelyn não pôde suportado mais.
Todo mundo a seu redor estava falando; tinham vexado toda a representação. Passou por
cima dele e saiu correndo para o serviço de senhoras. ficou ali um comprido momento
mesándose o cabelo. Como podia fazer uma coisa assim? 'Sabia comportar-se melhor de
como o tinha feito essa noite.
Tinha-o feito a propósito e ela sabia. Tinha-o feito para tratar de pô-la em ridículo, de
Humilhada diante da gente que ele supunha que era de sua mesma classe. .O que mais lhe
doía era que o tinha feito para ferida.
Carson a estava esperando, tinha a cabeça baixa e se olhava a ponta dos sapatos. Ouviu-a
aproximar-se e levantou o olhar.
-Já te divertiste _le disse ela com dignidade-. vingaste-te, como quer llamar1o. Agora que
me arruinaste a velada, por favor; me leve a casa.
-falou a senhorita Bush, do Charlestón. A dignidade é o primeiro. . .
-Fica muito pouca dignidade, muito obrigado. E já estou cansada deste jogo de:: tentar te
civilizar. Dou-me conta de quando se trata de um caso sem esperança assim que o vejo.
Os olhos do Carson brilharam por um momento
-Abandona?
-OH, sim -o contest6 ela com Um sorriso helada_. E é mas que sua mulher te desfrute,
Carson. Ao melhor, se consegue te pôr umas rédeas, poderá decide às pessoas que é um
mulo e que não sabe te comportar melhor. .
A expressão que cruzou o rosto do Carson foi indecifrável. deu-se a volta e se dirigiu para a
porta. Lhe seguiu em silencio até o carro.
Foi uma larga e tensa volta a casa. Carson pôs a rádio e a deixou soar para fazer desaparecer
o silêncio. Quando pararam à porta da casa do Mandelyn, ela estava muito esgotada para
ficar a pensar no acontecido. Ele a havia dito com seus atos o muito que a desprezava.
Mandelyn -disse-lhe. Nem sequer lhe olhou. -Adeus, Carson.
-Queria falar contigo -disse-lhe ele entre dentes-. Quero explicar-te algo.
- E o que me pode dizer que me interesse? Você e eu não temos absolutamente nada em
comum. me convide à bodas, já verei se encontro um pouco apropriado para me pôr. Ao
melhor até te faço um presente. Mas tem que 'ser algo que tenha alguma utilidade para um
selvagem como você.
Saiu do carro e fechou a porta de um golpe. Custou-lhe o resto da noite esquecer o olhar que
lhe tinha dirigido Carson quando lhe disse isso. Não tinha querido ser tão cruel, quão único
tinha querido era lhe ferir tanto como ele a tinha ferido a ela. Tinha ido decide que seu
mundo era superficial e estúpido e isso tinha sido a gota que encheu o copo; porque
foi .então quando compreendeu a razão pela que lhe tinha feito tanto dano estava apaixonada
por ele. E acabava de lhe perder para sempre. .

Cap 8
Capítulo Oito

_ Mandelyn nem sequer pôde ir trabalhar ao dia seguinte, estava doente pelo que tinha
passado a velada anterior. Não se teria comportado tão mal se Carson não a tivesse
provocado, não lhe tivesse ferido como o fez.
-Tenho enxaqueca -disse ao Angie por telefone-. Se me chamar alguém, lhe diga que estarei
no escritório amanhã. De acordo?
Angie duvidou.
-Patty estava aqui nada mais abrir o escritório. Disse-me se sabia que Carson estava no
cárcere.
Mandelyn agarrou com força o receptor.
-O que?
-Disse-me que montou uma confusão ontem à noite e que disse ao Jake que não lhe
ocorresse te avisar. Danny teve que encerrá-lo
_Me hão dito que bateu o recorde de garrafas rotas e, para terminar, colocou seu carro de
cabeça na piscina do Jim Handel.
Mandelyn fechou os olhos e as lágrimas se deslizaram através de suas pestanas. Certamente
tinha sido por sua culpa, pela forma em que lhe tinha ferido.
-Está ainda ali?
-Não, Patty lhe tirou e o levou a sua casa para lhe cuidar. Deve estar bastante machucado,
mas ela diz que ficará bem. Patty pensou que ao melhor interessava sabê-lo.
-Bom, pois não. Não quero voltar ou seja nada do Carson Wayne em minha vida. Até
manhã, Angie terminou de lhe dizer com um soluço.
Estava em casa do Patty. Estava ferido e em casa do Patty.
Lhe estava cuidando, lhe amando... .
Mandelyn estalou em lágrimas. Tinha que deixar de chorar de alguma maneira, mas
tinha o coração quebrado.
Não tomou o café da manhã nem almoçou. Aproximadamente no meio da tarde', ouviu o
ruído de um carro aproximando-se.
Olhou pela janela e ficou geada ao ver a caminhonete do Patty estacionada diante da porta
principal. Não queria abrir a porta. Nem sequer ia ter valor para falar com a outra
mulher! Patty tinha ao Carson agora, que mais poderia querer?
Patty chamou o timbre e Mandelyn fez como que não o ouvia.
_Mandy! '-gritou Patty-.Sei que está aí! "
-te largue! Dói-me' a cabeça e não tenho vontades de falar contigo -respondeu-lhe
Mandelyn. :'
-Pois vais fazer a! Vá ter que romper uma janela?
Mandelyn decidiu que outra janela rota já era muito, assim abriu a porta a contra gosto.
_O que quer?
-vim a verte. Angie me disse que tinha enxaqueca e pensei que talvez queria que fora à
farmácia a por algo.
_ Já tem bastante com um paciente, te ocupe dele e me deixe em paz.
Patty a aproximou, observando atentamente a seu amiga.
-Mandy, o que acontece?
Isso .foi a gota que encheu, o copo Mandelyn ficou a chorar outra vez.
-OH, Mandy não .chore. Não posso suportar verte assim –lhe disse Patty ajudando-a a
sentar-se-. O que te passa? Por favor
-Nada.
-Nada -disse Patty olhando ao teto-. Carson se mete com o carro em uma' piscina E você
dedica a: fazer novilhos no trabalho alegando uma dor de cabeça inexistente, e não passa
nada.
-Você já lhe tem, por que se preocupa pelo que me passe a mim? -grunhiu Mandelyn
olhando-a.
-O que eu o tenho? A quem? Ao Carson? ---:-os olhos do Patty se abriram como pratos-
Você crie que a mim Carso)) interessa-me?
-Não? Você sabe que ele está fazendo tudo isto por ti. Está aprendendo a comportar-se, indo
ao balé, arrumando sua casa... Deveria estar orgulhosa de ti mesma! Ele acreditava que não
era o suficientemente bom para ti tal e como era antes. Assim que me pediu que lhe desse
lições de educação!
Patty abriu a boca desmesuradamente.
-Carson não está apaixonado por mim!
-É obvio que o está. E te desejo que seja muito feliz!
- Eu? E o que tem que ti? Você te foste passar o fim de semana com o Jake!
Agora tocava o turno ao Mandelyn de parecer desconcertada.
-Eu fui. ao Phoenix..:. sozinha.
Patty se ruborizou.
-OH. Mas você esteve todo o tempo com ele em minha festa.
-No_ estávamos consolando mutuamente. Eu lhe sugeri que ao melhor não vinha mal
aprender a tocar o violão como Carson, e ele me disse que tampouco me viria mal ir a' a
faculdade de veterinária...
-Jake estava ciumento? .Por mim?
-Moça, está um pouco parva hoje –murmurou Mandelyn-. É obvio que estava ciumento.
Pediu-me que dançasse com ele porque não podia suportar veras juntos aos dois. E quando
beijou ao Carson, pensei que ia voltar se louco.
-Não me diga!
De repente, Mandelyn teve uma revelação que fez que as lágrimas lhe secassem. .
-Patty... É Jake, não?
-Sempre foi Jake -confessou-lhe Patty-. Desde que era uma jovencita. Mas nunca me deu
oportunidade de demonstrar-lhe Quando me parti, pensei que ao melhor tinha esquecido,
porque nunca me chamou nem me escreveu. E quando voltei, tratei de encontrar qualquer
desculpa para estar sempre perto do rancho, mas ele nem se deu conta. O que passou na
festa já foi muito para mim, Carson sabia e tratou de me ajudar para lhe pôr ciumento. Mas
acredito que nos saiu o tiro pela culatra, por isso Jake nem me aproximou. Ontem à noite,
quando fui tirar do cárcere ao Carson e me levei isso a casa, Jake nos acompanhou até a
porta e logo saiu correndo. Então dava tudo por terminado, mas agora
-Jake te quer -sussurrou Mandelyn. .
-Sim, deve ser cierto-admitiu Patty quase chorando-.
Mas, por que não quer admiti-lo?
-É o capataz do Carson. Não é um homem educado e você é uma universitária. Ao melhor, o
que lhe acontece é que se sente inferior a ti.
-Logo lhe tirarei essa estúpida impressão, espera e verá lhe disse Patty sonriendo Vá lhe
seduzir.
Mandelyn avermelhou e Patty pôs-se a rir.
-Deveria fazer isso você também. Tendo em conta a forma em que Carson se deixa dirigir
por ti, não acredito que fora capaz de te parar. .
:-LQ que me passa com o Carson é que me sinto culpado.
O rubor aumentou e Mandelyn baixou a cabeça tratando de dissimulá-lo. . .
-Ele me odeia.
-OH, com certeza que sim.
-Pois sim! Eu gostaria de morrer agora mesmo! Eu lhe fiz mal e, a conseqüência disso, ele
podia haver-se matado!. Nunca me perdoarei isso. .
-Carson é muito duro. Pelo menos, poderia-se dizer que é muito duro com quase tudo,
exceto contigo.
-Mas ele se leva muito bem contigo.
-Sim, desde que fomos meninos. Crescemos juntos e' somos como irmãos. Eu lhe quero
precisamente assim, e l sabe mas ele não ha,sentido nunca por ninguém o que sente por ti,
querida. Deve ser a única pessoa neste povo que não sabe que Carson está apaixonado por ti.
'
Mandelyn olhou a seu amiga como se tivesse perdido o sentido. Tinha os olhos totalmente
abertos e o coração lhe pulsava com força.
-Não te perguntaste alguma vez a razão pela que permite que livres a gente de suas garras
quando está bêbado? -perguntou-lhe Patty.
-Porque eu não lhe tenho medo.
Patty o negou com a cabeça.
-Porque ele faria algo por ti. Todos sabemos. e quando ele se sinta e fica olhando com esse
olhar perdido...
-Mas... mas ele me disse que havia uma mulher.
Mandelyn duvidou um instante.
. -Ele me disse que não lhe ia querer assim como era, que queria trocar e culturizarse de
forma que pudesse ter alguma oportunidade com ela. .
-Estava falando de ti. Você, com sua educação e boa família. Para ele era como desejar a
lua, e devia pensar que isso era algo impossível. Mas suponho que tinha que tentado de
todas formas.
Mandelyn se sentiu como se alguém lhe tivesse dado com um pau na cabeça. Carson a
queria? .
-Não se sinta tão mal -:-seguiu Patty-. Superará-o, já estava quase normal esta manhã. Uma
vez que se dê conta de quão tola é a idéia, voltará a ser normal e poderão voltar a ser
amigos de novo. Carson não é rancoroso e inclusive no futuro te agradecerá que lhe tenha
posto em seu lugar.
Patty ficou em pé renda-se.
-Imagine, Carson e você! Seria algo curioso. Não? A bela e a besta. Latido! Bom, nunca te
estarei suficientemente agradecida porque me haja dito o que sente Jake por mim realmente.
E não te atormente pelo Carson. Só lhe ajudaste a ver a luz. Levará-o bem, quase lhe
aconteceu já o de ontem.
-Poderia... decide que o sinto?
-Não prefere vir comigo e dizer-lhe você mesma?
-Não! Não, não acredito que deva. É muito logo ainda. :'-Bom, pois então, já o direi eu.
Sente-se melhor agora? Ele não está ferido, só um pouco ressentido.
Mandelyn assentiu.
-Obrigado por vir. Sinto ter estado antes tão desagradável.
-Sem problemas, eu sei o que o sentimento de culpabilidade pode fazer com a gente. me
diga, não te estará sentindo atraída pelo Carson, verdade?
-Quem, eu?
Mandelyn riu nervosamente e acrescentou:
-Como você disse antes, seria algo curioso, não?
-Sim, seria muito divertido. De acordo, vou -disse-lhe renda-se quando Mandelyn começou
a olhar como se a fora a matar-. Já nos veremos!
Mandelyn ficou sentada frente à janela durante um comprido momento, pensando no que lhe
havia dito Patty. ficou a recordar partes de conversação e começou a dar-se conta de que
devia ser verdade. Carson devia estar apaixonado por ela. Mas, fora o que fora o que tinha
sentido por ela antes, agora a odiava. Odiava-a por tratar de viver no passado com o Ben e
pelo que lhe havia dito no dia anterior. Odiava-a por lhe haver feito sentir-se inferior.
obrigou-se a si mesmo a comer algo para jantar, e tratou de decidir o que fazer. Sua vida
estava tão vazia que não sabia o que ia ter que fazer para sobreviver. Possivelmente o
melhor fora voltar para o Charlestón.
Esse pensamento durou somente uns poucos minutos. Não, não podia deixar Sweetwater.
Não podia deixar ao Carson. Era melhor poder vede de vez em quando durante o que ficava
de vida, que não voltar a lhe ver nunca mais.
aproximou-se do telefone e ficou olhando-o, queria lhe chamar, desculpar-se, ouvir sua
voz... mas não se atreveu. Ao final, depois de anoitecer, marcou o número do Patty.
-Olá -respondeu Patty.
-Sou Mandelyn. Está... está Carson ainda aí?
-Não., querida, foi a sua casa a cuidar-se ele mesma seus machucados lhe disse. Patty-. Está
um poquito' proibido, acredito.
Suponho que a encontrará ali:
,-De acordo, obrigado.
-De nada -murmurou Patty e uma voz masculina riu brandamente ao fundo.
Mandelyn pendurou e sorriu desmayadamente. Tinha-lhe parecida que era a vez do Jake e se
alegrou pelo Patty, pelo menos sua larga espera tinha terminado.
Logo marcou o número do Carson 'e esperou, esperou muito, até que, por fim respondeu.
Se' ---Me diga disse ele cão uma voz profunda e triste, como de derrota.
Mandelyn teve medo de que a fosse pendurar, assim que lhe disse brandamente
-Sinto muito. .
Houve um comprido silencio.
por que te desculpa por dizer a verdade? -perguntou-lhe finalmente.
- Par o menos, estava falando. com ela., Então, sentou-se desmayadamente no sofá com os
olhos fechados. '
_J! ',- -Como. está?
-Viverei.
Ao Mandelyn não lhe ocorria nada mais que lhe dizer. Exceto possivelmente: «Quero-te»,
parque lhe queria desesperadamente. Patty lhe havia sorte que ele a amava mas esses dias
já se perderam no tempo.. Ela sabia que Tinha matado esses delicados sentimentos que
Carson tênia para ela.
-NE... necessita algo?
-Não. de ti, Mandelyn.
Ela sabia já, pêra lhe ouvir o fazia danifica e rompeu a chorar.
-Só queria saber como estava. boa noite.
Então foi pendurar, pêra ele pronunciou seu nomeei de uma forma que a impediu.
-Sim? -suspirou ela.
Houve então um larga silencia e ela conteve a respiração, esperando contratoda esperança
que lhe dissesse alga que demonstrasse que ainda sentia algo, par fardo que fora, para ela.
-Obrigado par a lições -disse-lhe. ele depois de quase um minuto de espera-. vão ser me de
grande utilidade.
-Essa espera-le respondeu ela e pendurou.
Ao melhor Patty estava equivocada, pensou Mandelyn desesperadamente. A melhor havia
outra mulher que nenhuma delas conheciam e da que não. sabiam nada. Uma mulher do
Phoenix a de qualquer outra cidade. E esse pensamento. esteve-a torturada durante quase
todo o resto dê-la noite.

Capítulo Nove

Os seguintes dias foram uma agonia para o Mandelyn. Perdeu o apetite, perdeu quase tudo,
inclusive as vontades de viver. Pela primeira vez em sua vida, o trabalho não era suficiente
para mantê-la viva. e as lembranças do Ben, que a mantiveram ocupada, durante anos, se..
tinham transformado em umas agradáveis saudades do passado. Sentia falta da o Carson.
Era Cama estar vivendo só com a metade do corpo.
Uma vez, meteu-se acidentalmente no restaurante de comidas rápidas do povo. ia comprar
um refresco para tomar o caminho .do escritório e, precisamente quando saía, chegava ele.
O coração lhe subiu à garganta e baixou a cabeça. Nem sequer se sentia capaz de lhe olhar.
deu-se a volta e saiu por outra porta. O olhar que tinha adivinhado em seus olhos tinha sido
suficientemente expressiva.
Ao cabo de duas semanas, Patty passou por sua casa para convidá-la a ir com ela ao Rodeio
que se ia celebrar no povo.
-lhe vejam -disse-lhe-. estiveste encerrada chorando muito tempo. Necessita um pouco de
diversão.
-Bom...
-Pode vir com o Jake e comigo. As coisas vão muito bem por esta parte do mundo; poderia
dizer, inclusive, que já quase lhe tenho apanhado.
Mandelyn sorriu.
-Me alegro por ti, de verdade.
Mas não podia pensar sequer em ir na caminhonete ao lado do Jake, lhe ouvindo falar do
Carson, assim procurou uma desculpa:
-Tenho algumas costure que fazer antes no povo, assim que eu irei em meu carro e nos
veremos ali. De acordo?
-De acordo.
Mandelyn se imaginava que Carson estada ali e, no último momento, quase se arrependeu
de ir. Mas ele estaria como competidor, como quase sempre, e não ia ter que estar perto. ia
poder vede, pensou, e essa tentação foi muito para seu faminto coração. Só lhe ver seria para
ela como o céu.
Saiu de casa um quarto de hora antes de que começasse o rodeio e demorou muito em
encontrar um sítio onde estacionar. Teve que deixar o carro em dobro fila junto a uma
grande caminhonete, sabendo que teria que sair dali antes. de que o dono queria Ir-se.
Patty lhe fez um gesto com a mão de onde estava sentada com o Jake. O braço do capataz
lhe rodeava a cintura.
-Bem a tempo -disse-lhe Patty-. De todas formas, .mais vale tarde que nunca.
-Não encontrava estacionamento. Olá, Jake -disse Mandelyn sentando-se ao Iado do Patty.
.Parecia. como se esse dia tivessem trocado ambas de forma de vestir. Patty levava um
precioso vestido verde estampado e Mandelyn expulsa, uns jeans e uma camiseta azul.
-Olá -disse Jake sonriendo-. Não sabia que você gostava dos rodeios.
-Ultimamente eu gosto de um montão de coisas estranhas. Parece que ao final, não
necessitaste aprender a tocar o violão;
Jake riu e apertou ao Patty ainda mais contra si. .
-É uma sorte, porque sou um manazas. Sabe que o chefe vai montar hoje?
Somente lhe ouvir nomear fez que o coração lhe desse um salto.
-Sim?
-esteve treinando-se. Espero que se leve o prêmio. Mandelyn lhe buscou com o olhar por
todo o recinto, tentando também ver se havia por ali alguma mulher que o fora
desconhecida. .
-É que não se trouxe para gente para que lhe anime?
Jake e Patty intercambiaram um divertida olhar de cumplicidade.
-É obvio, está aqui. Somos nós.
-Surpreendente. Pensei que o objeto de suas cuidados estaria por aqui. Que tal está ficando a
casa?
-Preciosa -respondeu-lhe Jake--. De todas formas, .parece como se ele tivesse perdido todo o
interesse por ela, diz que não vai voltar a utilizá-la.
-Não há nenhuma outra mulher -murmurou Patty-. Já te disse que foi você.
Mandelyn se ruborizou.
-Já não.
-É que deixa de amar às pessoas simplesmente porque te zanga com ela?
Não, pensou Mandelyn. Ela não tinha deixado de amar ao Carson. Mas, o que tinha isso de
bom para ela? ia se morrer de um amor não correspondido e isso era tudo.
A competição de subida de cavalos selvagens foi muito emocionante. Muitos dos jeans
participantes fizeram muito boas subidas e as pontuações estavam bastante altas. Mas
quando Carson entrou violentamente na areia, montando um cavalo chamado TNT um
rugido surgiu dos degraus.
Montava maravilhosamente, pensou Mandelyn observando sua magra figura. Os zahones
flutuavam ao vento e seu corpo se curvava elegantemente, com graça, como se absorvesse
os golpes
dos selvagens movimentos do cavalo. E quando soou o corno, sinal do final de tempo, todo
mundo soube que o prêmio maior o ia levar Carson.
-Maldita seja! Não é bom? -disse Jake renda-se.
--Acreditava que foste montar você também esta vez. Jake olhou ao Patty com uma
expressão sonhadora.
-Não, tinha coisas mais importantes no que pensar.
Patty se ruborizou e lhe aproximou ainda mais. Mandelyn se sentiu então vazia, fria e
sozinha.
Os jeans seguiram competindo com a subida de touros e jogando o laço a novilhos. Carson
era o último em competir e, quando desceu do cavalo e ficou diante dos largos chifres do
animal, outro rugido alagou a areia. ficou plantado sobre os talões quando o touro investiu,
fez, um rápido quebro quando lhe passou ao Iado e, lhe agarrando fortemente pelos chifres,
girou seus poderosos braços e um segundo mais tarde, o touro estava em terra. Os aplausos
estalaram nos escadarias, mas Mandelyn conteve a respiração quando Carson voltou para
ficar em pé. O touro voltava a lhe investir.
-Não! -gritou ficando em pé--. Carson!
Mas era completamente desnecessário. Ágil como um gato, já tinha saltado a barreira
quando o animal investiu.
Mandelyn voltou a sentar-se, mas estava completamente pálida. Patty lhe aconteceu um
braço pelos ombros.
-Né -disse-lhe amavelmente--. Leva já' muito tempo fazendo isto. Está bem.
-Sim, é obvio que o está -respondeu-lhe Mandelyn sobrepondo-se a seu medo.
Quando conseguiu relaxar-se de novo, ficou sentada, já tranqüila, até o final do rodeio. .
Tempo depois, quando se dirigia ao estacionamento para ver se o carro incomodava, Patty a
agarrou do braço e a desviou de seu caminho. Carson estava colocando o cavalo no reboque
e Jake lhe aproximou para lhe dar o parabéns. .
-Chefe, tem-no feito muito bem. Parabéns.
-Gesso que não deixa de dizer que é muito velho -acrescentou Patty lhe abraçando quando
chegaram junto a ele-, estou orgulhosa de ti..
Ele a abraçou também, sonriéndola de uma forma que fez que ao Mandelyn lhe encolhesse o
coração. Pelo menos, Patty e ele eram ainda amigos. Nesse momento, deu-se conta de que
tivesse preferido não ir, nem aproximar-se dele, nem ter que lhe falar.
_Carson levantou a vista, e a viu; então seu rosto adquiriu uma expressão muito séria.
-vamos ver o Billy um momento -disse Patty-. Nos esperem aqui!
Arrastou consigo ao Jake, que parecia alegre e triunfante.
Mandelyn se fez um nó no lenço que nevava ao pescoço enquanto Carson a olhava. .
-O... fez-o muito bem -disse ela tentando romper o comprido silêncio. .
ao redor deles havia um contínuo trajín de jeans e cavalos e um contínuo murmúrio de
conversações que lhes recordava que estavam em um lugar muito pouco íntimo.
-Não esperava verte em um rodeio -disse-lhe ele acendendo um cigarro---:. Não é
exatamente o tipo de diversão que você gosta.
-Sim que eu gosto dos rodeios. .
Nesse momento, Mandelyn se deu conta de que Carson tinha um grande arranhão no peito,
visível pelo pescoço da aberta camisa.
_Carson, está ferido! O touro lhe...! -disse-lhe aproximando uma mão para lhe tocar.
Como se esse leve e momentâneo contato lhe incomodasse, a agarrou pela boneca e lhe
apartou bruscamente.
-Não me toque, maldita seja! -exclamou com fúria.
Mandelyn ficou pálida e lhe olhou horrorizada. Assim era certo, odiava-a tanto que nem
sequer podia suportar o contato de suas mãos. Tivesse querido morrer. As lágrimas
apareceram a seus olhos e um gemido se afogou em sua garganta.
deu-se a volta e começou a correr por entre a multidão, chorando tanto que não ouviu a
exclamação do Carson nem seus passos enquanto a seguia. Mandelyn corria como uma
louca, empurrando às pessoas, saltando cercas e atirando meninos e viejecitas ao chão.
Fez-o até que lhe faltou a respiração. Queria ir-se a casa. Que estuário partir dali. Este era o
único pensamento que havia em sua mente torturada.
Por fim chegou ao carro e se meteu dentro. Estava tão cegada pelas lágrimas que quase não
podia ver para colocar a chave no contato, mas o obteve. Acabava de pô-lo em marcha e
estava dando marcha atrás quando a porta se abriu de par em par e uma robusta e violenta
mão se introduziu no carro, apagou o motor e ficou com a chave.
-Está louca! Te vais matar conduzindo nestas condições! -disse-lhe Carson.
Respirava com dificuldade e a olhava furioso.
As lágrimas se fizeram mais abundantes.
-E que demônios importa? Não me importa morrer! Carson se sentou então a seu lado,
olhando-a. Suas mãos'
emolduraram-na o rosto e a beijou, saboreando suas lágrimas e seus lábios trementes. E o
soluço que escapou então da boca do Mandelyn se meteu diretamente na do Carson,
mesclando-se com sua própria respiração.
Então ele fez que jogasse a cabeça para atrás e a apoiasse no respaldo do assento, sob a
pressão de seus lábios. Acariciou-lhe a língua com a sua, e a introduziu logo na suave e doce
escuridão de sua boca. O duro peito do Carson apertava seus peitos e pôde notar a potência
de seus músculos, o calor de sua pele e o selvagem golpear de seu coração.
Era tão. doce, tão doce... depois de tantos dias e noites de desejo, necessidade, amor e
pena... Mandelyn lhe deslizou as mãos pelos ombros e as afundou entre seu espesso cabelo.
--Carson ---'murmurou dolorosamente. .
-Estou aqui -respondeu-lhe ele voltando a beijá-la. _Tengo fome... de ti murmurou ela
Tanta fome... de sua boca, de suas mãos...
-Menina... -protestou ele voltando a inundar-se na quebra de onda erótica que lhes envolvia.
Muito tempo depois, ela sentiu como suas bocas se separavam. Abriu os olhos e estudou o
rosto do Carson.
Estava claro que podia sentir por ela o que fora, mas que, pelo menos nesse momento, seu
olhar refletia também uma enorme paixão insatisfeita.
-Quero... te ter -murmurou Mandelyn brandamente, lhe olhando aos olhos.
_Esto não trocará nada! -respondeu-lhe ele com os dentes apertados. .
-Pelo menos, você dália um pouco de paz. ..
Os olhos do Carson voltaram a abrir-se e procuraram os dela; ali encontraram dor, ânsia e
solidão.
Mandelyn tentou um sorriso trêmulo.
-Patty me disse uma vez que devia tentar te seduzir. Que, provavelmente, deixaria-te. . ,
-Isso estaria bem como tema de um livro. Não? Uma virgem tímida seduzindo a um animal
com9 eu.
-Você gostaria?
Carson começou a tremer e, até um momento depois não pôde controlar a reação dê seu
corpo Serei... muito cuidadosa contigo -prosseguiu ela com uma risada nervosa e não te vou
deixar incomodado. Prometo-lhe isso.
Carson exploro em gargalhadas, mas seus olhos permaneceram tranqüilos e solenes. .
-Mandy...
--por favor -suplicou-lhe ela já quase sem esperanças.
-Não há forma. Você e eu somos muito diferentes, e o desejo se esfuma rapidamente. Está
claro que nos desejamos, mas isso não resolve o problema, é mais, pode fazer que as coisas
piorem ainda mais entre nós.
Ele suspirou 'profundamente e se separou dela.
--Não, querida. Você tem sua própria vida. Algum dia te encontrará com algum que tenha
sua mesma educação e gostos, e viverá felizmente com ele. Eu estava louco quando pensei
o que podia trocar algo. Adeus, Mandelyn. '.
Carson saiu do carro e a deixou sentada ali, lhe olhando. Então, ficou a pensar no que lhe
havia dito e um lento sorriso de felicidade se foi formando em seus lábios. secou-se as
lágrimas e se foi a casa. Tinha algumas costure que fazer.
Perto da meia-noite, Mandelyn se tinha dado um agradável banho quente e se orvalhou com
o melhor perfume que tinha, além de maquiar-se como não o tinha feito em sua vida e ficar-
um precioso vestido amarelo grampeado por diante. Não levava nada mais. escovou-se
também o cabelo até que brilhou. Quando teve terminado com tudo isso, meteu-se no carro e
se dirigiu para a casa do Carson.
Todas as luzes estavam apagadas. Estacionou diante do alpendre dianteiro, estava segura de
que todos os meninos se foram porque era sábado. Sorriu maliciosamente quando Pensou'
no que estava disposta a fazer.
As situações drásticas requerem meias drásticas, e ninguém tinha estado antes mais
desesperado do que o estava ela nesse momento, pensou. deu-se conta de que a cerca tinha
sido grafite recentemente. O alpendre estava bonito'- pintado de branco parecia diferente.
Além disso, também havia umas cadeiras e uma mesa brancas. . .
Houve alguns ruídos no interior da casa quando chamou. A porta se abriu e Carson apareceu
então recortado contra a luz do interior. Estava totalmente nu!

Capítulo Dez

Carson ficou vesgo e a olhou como se se tratasse de um sonho.


_Mandy? -perguntou.
, A verdade era que ela também estava tratando de repor do shock que lhe tinha produzido o
lhe ver assim... Teve que fazer um verdadeiro esforço para levantar a vista e olhem e à cara.
-Posso entrar? Ele se apartou e se passou uma mão pelo cabelo, limitando-se a olhar
Mandelyn entrou então no salão. A impressão que recebeu então foi quase tão grande como
a de quando viu o Carson. O destroçado e velho mobiliário tinha desaparecido e, em seu
lugar, a casa estava mobiliada com robustos móveis de madeira estofados em cores nata e
chocolate. O carpete marrom
era espessa e as cortinas faziam jogo com os estofos. Para terminar de impressionada, a
preciosa chaminé tinha sido arrumada e era tão bonita como ela sempre tinha imaginado que
podia chegar a ser.
-A casa ficou preciosa -disse-lhe então, forçando-se a lhe olhar à cara.
-O que está fazendo aqui a estas horas da noite?
Mandelyn lhe olhou de cima abaixo e se ruborizou.
-Recebendo lições de anatomia.
Ele também olhou para baixo e sorriu.
-Bom, devia ter avisado antes.
-Suponho que sim.
-Quer que me ponha um pouco de roupa ou já não te importa?

Mandelyn olhou aos olhos. Tinha esperado tanto... os nervos voltaram a assaltá-la. Carson
necessitava um barbeado, mas tinha um aspecto tão masculino, que desejou lhe acariciar.
Mandelyn lhe aproximou, observando como seus olhos se entreabriam dubitativamente. .
-Quero..: que te venha à cama comigo --,-conseguiu lhe dizer. -Já te disse esta tarde o que
penso disso.
-Já sei.
Mandelyn lhe tocou então o peito e se deu conta de como ele se estremecia. Agarrou-lhe as
mãos, mas ela -conseguiu deslizar os dedos lentamente para baixo, com o que o corpo do
Carson se estremeceu ainda mais.
-Não o faça -murmurou ele.
Era muito fácil. mais do que se imaginou. Apertou seu corpo contra o dele e lhe aconteceu a
mão que ficava livre pelo pescoço para lhe fazer baixar a cabeça.
-me ajude -sussurrou então, juntando ambas as bocas e lhe beijando meigamente.
adorou sua imediata resposta. Tinha sabor de uísque. Ao princípio foi um pouco
desagradável, mas o calor de sua boca o suavizou e ela terminou por acostumar-se ao forte
sabor.
Ela agarrou então pelos ombros. ,
-Mandy, não podemos... Por Deus, você é virgem!
-Sim, você vais ser meu primeiro homem.
Isso fez que as mãos do Carson tremessem. Mandelyn ficou então nas pontas dos pés,
roçando seu corpo brandamente contra o dele, de forma que ao Carson aconteceu algo
completamente predecible e curioso. Ela suspirou.
-vai ser algo muito bonito -disse ela com os lábios pegos aos dele-. A n9che mais formosa.
Mandelyn lhe deixou então para ir fechar a porta. Quando voltou aonde estava lhe tendeu os
braços.
-Importaria-te me levar?
Carson se inclinou então como se estivesse em transe e a agarrou em braços. Mandelyn
apoiou a cabeça em seu pescoço, sentindo o tremendo pulsar do sangue ali, sentindo
também como seu corpo se estremecia de desejo enquanto a levava a escuro dormitório e a,
deixava sobre a cama.
-Querida...
-Ponha as mãos aqui -disse-lhe ela conduzindo suas mãos para os botões do vestido.
Ele murmurou algo e lhe tremeram os dedos 'enquanto lhe desabotoava o vestido. Mandelyn
se sentou, fazendo que este se deslizasse sobre seu corpo e se voltou a tombar. Seu corpo
parecia pálido à mortiça luz da lua que penetrava pela janela. Estendeu os braços.
-Vêem aqui, querido sussurrou
Nem sequer tinha medo, desejava-lhe, queria ter um filho dele. Pelo menos, essa noite ia se
assegurar disso, se não podia obter nada mais. Se ele a rechaçava, ficaria a, esperança, a
pequena esperança de ficar com uma parte de. ele.
-Mandy disse Carson tombando-se a seu lado na cama como um cordeiro que fora ao
matadouro.
-Tranqüilo -murmurou ela, Mandelyn tremeu ligeiramente quando as mãos do Carson a
percorreram das coxas até os peitos.
-Tem medo, disse ele então.
-Para mim, isto é muito misterioso a partir de agora ---explicou-lhe ela tranqüilamente-.
Eu... eu conheço a mecânica do assunto, mas não sei o que vou sentir. Sabe? Carson, me vai
doer muito?
-Não temos por que fazê-lo.
-Tenho que fazê-lo. Tenho que fazê-lo!
-por que? -perguntou-lhe ele.
As mãos do Carson estavam como fascinadas com seu corpo, e ela se estirou como um gato
quando lhe acariciaram, encantada com essas amostras de carinho e sensibilidade.
-Quero um menino -murmurou Mandelyn-. Quero teu filho
Ele se estremeceu então grosseiramente; Conteve a respiração e apertou o rosto contra seu
corpo.
Sim, pensou ela lhe apertando mais, tinha funcionado. Agora ele não seria capaz de 'deter-
se, ou de detê-la. Agora ia acontecer, porque tinha conseguido lhe levar a uma situação em
que não havia outra saída.
A boca do Carson se uniu asa dela enquanto a acariciava de uma forma muito excitante.
Mandelyn começou então a gemer e a retorcer-se sob o doce tortura de suas mãos. Carson
continuou sua exploração com a boca e não deixou nem um só centímetro de seu corpo sem
percorrer, o que a fez gritar e lhe sussurrar coisas que a tivessem feito morrer de vergonha à
luz do dia. .
Quando Mandelyn sentiu o peso de seu corpo sobre ela, voltou a estremecer-se e Carson lhe
acariciou as costas para tranqüilizada.
-Não o vamos fazer com pressas -disse-lhe brandamente- Mandy, fecha os olhos um
momento, voy,a dar a luz.
-Não...! '
-Sim -respondeu-lhe ele beijando-a e acendendo a luz da mesinha de noite.
Mandelyn abriu então os olhos. Estava em uma situação completamente nova para ela e
tinha medo de que ao acender a luz ele não seguisse adiante.
-Já lhe disse isso em outra ocasião. Quero verte -disse-lhe ele então-. Veio aqui virgem e
estamos a ponto de fazer algo extraordinário juntos. me deixe... 'ver o que te passa... por
favor.
O corpo do Mandelyn voltou a tremer, mas não disse nada. .
Passou-lhe as mãos pelos largos e suarentos ombros, pelo peito, a cara. Notou-lhe mover-se'
e suas pupilas se dilataram. Estava um' pouco nervosa, mas lhe voltou a acariciar o cabelo,
tranqüilizando-a, enquanto aproximava os quadris.
-Não --murmurou ele quando ela tratou de apartar-se. A voz lhe tremeu, mas seu sorriso era
real, seus olhos lhe disseram... que a estava amando.
-OH -sussurrou ela lhe olhando diretamente aos olhos quando ambos os corpos se
acoplaram.
-Sim, OH. Céus, sim... Sim!
Algo incrível estava acontecendo. Mandelyn tinha a sensação de estar em outro mundo.
Estava-lhe cravando as unhas na carne e nem se estava dando conta. Seu corpo se esqueceu
de que tinha um cérebro e se, deixou levar pelo instinto, lhe excitando, lhe acompanhando.
Uma intimidade mais profunda começou a formar-se entre ambos e se foi transformando em
algo doce, fácil e tremendamente carinhoso.
-Agora -sussurrou ela sem dar-se conta-. Agora, lhe... pertenço...
-Mas... -é que houve... alguma vez que... não o fizesse?
-conseguiu articular Carson. Sua boca a queimava e seu corpo começou a encontrar um
novo ritmo com o dela. Notava suas mãos lhe sujeitando os quadris, ensinando-a como fazê-
lo. Mandelyn fechou os olhos e deixou que seu corpo lhe indicasse o que fazer. Voltou
muito logo à consciência Carson repousava tremente sobre seu estremecido corpo, a voz lhe
tremia como se lhe estivessem torturando e repetia seu nome como uma letanía.
Mandelyn abriu os olhos e o primeiro que viu foi o teto da habitaci6n levemente iluminado
pela débil luz da lamparina. Tratou de mover-se e se deu conta de que ainda eram parte um
do outro. Lhe cortou a respiração ante' a beleza de essa situação.
Carson demorou bastante em acalmar-se e Mandelyn se admirou da força de sua paixão.
-durou muito, não? -sussurrou ela brandamente.
Ele se incorporou um pouco e a olhou com uns olhos que refletiam o arrependimento e a
dor.
-Violei-te -disse-lhe.
-Não exatamente -murmurou ela com uma cálida sorriso. -Por Deus...!
Mandelyn lhe aproximou um pouco e lhe beijou na boca suave mente, carinhosamente,
sonriendo de uma vez.
-Não...
As pernas do Mandelyn se enroscaram sensualmente nas dele e algo que deveria ser
impossível, de repente não foi. Deliciosamente surpreendida, ela fechou os olhos e lhe
beijou com mais força.
-eu, Deus! -exclamou ele.
Imediatamente depois, deixou de falar. Mandelyn lhe aconteceu os braços por detrás do
pescoço e seguiu lhe beijando até que o mundo voltou a explorar a seu redor. Finalmente,
exaustos, ficaram dormidos entrelaçados.
Mandelyn despertou antes de que ele o fizesse e se vestiu enquanto olhava o viril corpo do
Carson convexo na cama.
Decidiu que, efetivamente, era formoso. Não seria culto nem civilizado, nem estaria bem
educado, mas era formoso e sensível e, provavelmente, seria um pai maravilhoso...
Ardeu-lhe o rosto quando se lembrou da noite que haviam' passado. Bom, já era muito tarde
para ter remorsos. ia se casar com ela, já não ficava mais remedeio que fazê-lo. Mas se não o
fazia, Mandelyn tinha a intenção de ir-se viver com ele.
Entrou na poda e nova cozinha e se encontrou com um frigorífico igualmente novo E que
tinha sido abastecido recentemente. Fez uns ovos com bacón, umas torradas e café. Quando
terminou de preparar o café da manhã, voltou para a habitação.
Carson estava ainda dormido. Ela se sentou a seu lado e lhe roçou brandamente a boca com
os lábios.
-Mandy... -murmurou ele já 'ansioso e preparando-se para beijada nos lábios.
Logo abriu os olhos como se não desse crédito ao que estava vendo.
-OH, Deus, aconteceu.
-Deveria te mostrar um pouco menos horrorizado. Ontem à noite parecia estar te divertindo
muito.
Carson se levou as mãos aos olhos e os esfregou.
-Tinha-me bebido uma garrafa de uísque e fui à cama... e logo, seduziu-me!
Mandelyn suspirou.
_Eso é o que dizem todos.
Carson se sentou na cama e a olhou fixamente aos olhos.
-j Me seduziu!
-Bom, não acredito que seja necessário.. fazer uma cena por uma coisa assim, Carson.
Certamente não sou a' primeira mulher que faz-o.
-Mas você foi virgem! .
-Vão, e já era hora de que deixasse de sério. Não te parece que a minha idade já deveria
saber algumas costure da vida?
-OH, Deus! .
Ela se levantou e suspirou.
-Dou-me conta de que não está em condições de discutir isso agora. Assim' que, por que não
te deves toma o café da manhã?
Carson tirou as pernas da cama e .ficou olhando enquanto ela saía pela porta.
-por que?
Mandelyn se deu a volta na soleira, seu olhar era suave e possessivo.,
, -É que não sabe? -,-perguntou-lhe e, sem' esperar resposta, seguiu seu caminho..
Carson entrou na cozinha alguns minutos mais tarde, vestido com uns jeans, uma camisa e
suas botas. Mas parecia não estar de muito bom humor e ter remorsos. Olhou-a fixamente
enquanto se sentava à mesa.
-Que expressão tão horrível! -disse-lhe ela lhe alargando o prato com os ovos e o bacón.
-É que nem sequer te dá vergonha?
-Deveria me dar? Quero dizer, que me arrastasse à cama contigo Y...
-Eu não o fiz! Fez-o .você, que está louca!

-Essa não é maneira de falar com a mãe de seu filho, disse-lhe ela com calma enquanto se
servia, o café.
Filho... -Carson se tampou a cara com as manos_. Pilhou-me tão despreparado que ainda
não me pude recuperar. E o que passaria se ficasse "grávida?
-...: Eu gosto dos meninos -respondeu Mandelyn sonriendo-. Agora pensa, Carson. Se
tivesse uma menina, eu lhe poderia-ensinar a ser uma senhorita ou se fosse um menino, você
lhe ensinará a tocar o violão. '.
Ele a olhou como se não pudesse acreditá-lo que estava ouvindo. -Mandy?
Carson alargou a mão e lhe acariciou o dorso das dela.
Mandelyn levantou o olhar. Toda a diversão tinha desaparecido de sua expressão. .
_Te amo -murmurou-.Amo-te mais que a nada no mundo, Carson, e o único que te peço é
que me deixe viver a seu lado. Cozinharei, limparei, .terei filhos e você nem te dará conta de
que estou aqui...
_Ven aqui -disse-lhe então ele com a voz trêmula pela emoção-. O que; venha! .
Mandelyn deu a volta à mesa e a arrojou em cima, lhe beijando como se fora quão último
fora a fazer na vida.
-Querida, querida! -sussurrava enquanto o ele acariciava com as mãos e a boca.
-Era eu -disse Mandelyn fechando os olhos
Era eu para quem te estava preparando, porque... porque... acreditava que não ia querer te.
Ele abraço do Carson se fez mais forte.
-Oito anos, Mandelyn disse ele quase sem te dar conta-. Faz oito anos que estou apaixonado
por ti. Queria me colocar em seu mundo dê forma que tivesse alguma oportunidade de te
conseguir.
-e agora resulta que o teu vai muito bem . Tinha razão, Carson. Seu mundo é real e honesto
e a gente não se dá ares de grandeza. Eu gosto mais que o meu. me deixe viver contigo.
-Sempre -prometeu-lhe ele-. Durante toda minha vida. E a tua, claro. vamos casar nos
imediatamente.
Mandelyn arqueou as sobrancelhas surpreendida.
-por que essas pressas? .
-Como se não l() soubesse, pequena bruxa. Quando me disse ontem à noite que queria ter
um filho meu não pude me conter. Me. voltei louco entre seus braços. Teve muita sorte de
que não te fizesse mal.-Não me tivesse importado. Era tão doce, tão encantador... Carson, eu
te amava e sabia, e acredito que também esperava que você me amasse. Foi tão carinhoso...
eu quis que fora perfeito.
-Pois sim que foi perfeito, as duas vezes. Quando levarmos, casados já vários anos, me
recorde que te diga que o que aconteceu era impossível. Fará-o?
Mandelyn riu.
-Você mesmo disse que fazia muito tempo que não estava com uma mulher.
-Não foi por isso. Era porque levava muito tempo te desejando. Obsessivamente.
Lhe beijou nas pálpebras.
-me passou o mesmo. Queria: morrer a noite em que voltávamos do balé. Disse-te coisas'
tão desagradáveis... e quando me inteirei de que te tinha metido na piscina com o carro, pu-
me doente. Tivesse querido me pôr de joelhos e me desculpar. Te sentia falta de, amava-te e
sabia que não podia viver sem ti.
-Eu sabia que me desejava, o que não imaginava era que me amasse -disse-lhe ele olhando-a
aos olhos-. Pensava que ontem à noite tinha vindo porque me compadecia.
-Era amor.
-Deveria me haver dado conta então de que não entregaria a ti mesma se não era por isso -
suspiro--ou É tremendamente complicada para os assuntos do amor, inclusive selvagens que
desejas.
-Você não é um selvagem. Amo-te como é, Carson. Não trocaria nada de ti. Mas, é obvio,
não vou voltar a ir contigo a nenhum balé..: OH!
Ele a beliscou e ambos riram. ..
-Sim, sim que vais vir -'-murmurou--. e 'levaremo-nos aos meninos. Quero que sejam cultos,
não como seu pai.
-vão ter um pai encantador -suspirou ela lhe beijando outra vez---:-. Quando nos vamos
casar?
-Hoje.
Mandelyn se sentou em seus joelhos e ele a abraçou por detrás.
-Vamos a México. Terá que fazer as coisas bem.
Isso de fazer o amor sem estar casados não está bem. Não?
-Não:
-Mas não me arrependo de, nada do que fizemos ontem à noite. Isso foi a consumação, a
noite de bodas, só que antes de nos casar. Agora vamos fazer a bem.
-Adoro-te -disse-lhe ela apaixonadamente-. Desejo-te muito.
Carson lhe tocou então o abdômen, acariciando-lhe -Esta noche -susurró--. Después de que
nos casemos. 'Entonces nos saldrá mejor todavía. Más lento, más dulce...
-Esta noite -sussurrou--. depois de que nos casemos. 'Então nos sairá melhor ainda. Mais
lento, mais doce...
Mandelyn tremeu e se pegou contra ele, mas ele se apartou sonriendo.
-Primeiro te case comigo, logo já nos deitaremos juntos. -Não sei se lhe acuerda/> de que já
o temos feito.
-e eu já te hei dito que, esta vez, o vamos fazer bem.
Venha, levanta. Quero chamar o Patty para ver se Jake e ela nos podem acompanhar.
-Tal e como vão as coisas , pode que seja umas bodas dobro -disse Mandelyn renda-se.
Carson a olhou aos olhos.
-Eu tinha ciúmes do Jake.

e eu do Patty. Quando. beijou-te essa noite tivesse querido sacudir a alfambra cão ela.
-Sim, já a vi. Esse foi o único indício de esperança que ficava. .
Mandelyn abriu a baca e ia seguir falando, mas ele se inclinou e lhe pôs. os lábia s em cima.
Cama le,supo. tão bem preferiu não protestar e lhe aconteceu as braços par o pescoço..
Pasiblemente
ele, não. fora a fome melhor educada do mundo., pêra sim era o único ao que ela podia
amar.

foram-se a México e ali, Mandelyn e Carson dissessem «sim» com um tom tremendamente
solene, enquanto Patty e Jake lhes olhavam da' primeira fila de bancas do tribunal. ,.
Mandelyn le,miró 'às estraga enquanto ele dizia as palavras rituais. Carson estava tão
nervoso que, quando chegou o momento de lhe pôr ele anel no dedo., quase .lhe caiu ao
chão.
Depois, ao terminar a cerimônia, inclinou-se para beijar a seu esposa,_. ,
Era um dia precioso, e Mande1yn se sentia cama uma princesa de quanto de fadas. Ambas
foram da emana e ela logo que podia acreditar-se ainda a que tinha acontecido.. Quando.,
em um momento dado, Carson sugeriu que podiam parar-se em um bar ao outro lada da
fronteira para tomar' algo, Mandelyn estava muito contente para negar-se a ir.
-Não é bonito? -suspirou Patty quando Carson e Jake fossem pelas bebidas-. Encantou-me
seu para e cria que ao Jake também _añadió sonriendo--, parque me propôs que nos
casássemos quando estavam em metade da cerimônia.
-Espera que 'sejam tão felizes como a somos nós –lhe respondeu ela renda-se.
-Já também. Apesar de...
-Que demônios quiseste dizer com isso de «te Aparte, muchachito»? '
"A voz do Carson, profunda e irritada, soou ao outro lado do salão cama uma chicotada.
Mandelyn abriu então a boca para dizer: «Carson, não...»Quando o som do primeiro 'murro
estrelando-se fortemente contra uma mandíbula ainda, mais forte ressonou no silêncio que
se formou de repente.
Mandelyn apertou as dentes.
-Não. -murmurou quando viu o Carson pegando-se cão outro homem de sua mesma
envergadura-. O dia de meu bada, não.. Não antes de minha noite de bodas!
-Carson é resistente -disse-lhe Patty-. Não. lhe, preocupe.
Tudo vai' bem.
Nada mais dizer essa, um homem, que até então 'havia estada ao lado do oponente de
Carregam, agarrou uma cadeira. Mandelyn ficou. em pé de um salta. ia pegar lhe a seu
marido Com a cadeira!
-Mandy, não.! –grito Pfltty
Pêra Mandelyn já estava atirando. sela em sua laca carreira por chegar à briga antes de que a
cadeira a fizesse à cabeça do Carson. Quando. esteve. a um par de metros, agarrou um
floreiro de cristal de em cima de uma das mesas e a atirou à cara à fome da cadeira com
água e tudo.
A fome duvidou então um instante e ficou olhando-a. -De modo que igualdade de direitas,
né? Pois .boa, garota, vete preparando.. '
-E o que aconteceu cão o tradicional cavalheirismo dos homens do oeste? -perguntou
Mandelyn em voz alta.
Conforme dizia essa, introduziu o joelho direita entre as pernas do homem e, quando este se
inclinou para agarrá-la do pescoço., levantou-a violentamente.
«Parece que esta faz danifica de verdade», pensou Mandelyn quando lhe viu cair ao
estou acostumado a retorcendo-se de dor.
Mandelyn sorriu, satisfeita consigo mesma.
-Né, Carson... -começou a dizer.
Justa nesse momento, o homem cão d que seu flamejante marido. tinha estado
intercambiando bofetadas, encaixou-lhe uma especialmente forte e bem dirigida que lhe fez
retroceder indo cair exatamente em cima de Mandelyn. Ambos perderam o equilíbrio e
aterrissaram sobre uma jardineira.
Empapada e suja, escutava os ruídos da briga enquanto tentava voltar-se para pôr em pé.
Soou uma sereia e, minutos mais tarde, foi extraída da jardineira por um enorme polícia que
não parecia ter o mais mínimo senso de humor.
-Podemos lhe explicar tudo isto -disse-lhe ela com seu mais delicioso tom de voz.
-Estou seguro de que pode, senhora; mas, também posso lhe assegurar que ouvi isso
anteriormente. Vamos.
-Mas acabamos de casamos -continuou ela quando viu Sair ao Carson a rastros entre dois
fornidos policiais.
-Parabéns -respondeu-lhe inexpresivamente o policial-.
vou ensinar lhes sua suíte para a lua de mel.
Enquanto esperavam na delegacia de polícia para que tomassem declaração e lhes dissessem
a multa, Mandelyn estava apoiada na parede do corredor ao lado de seu marido tênia o
cabelo cheio de barro e restos de folhas, e o vestido estava completamente quebrado.
Carson se esclareceu garganta e suspirou.
-Bom, querida -disse sonriendo-. Tem que admitir que te proporcionei um dia de bodas que
não esquecerá nunca. Mandelyn não disse nada, mas a expressão de sua cara refletia muito
às claras seu mau humor.
Carson se aproximou mais a ela. -Está -zangada comigo? -Furiosa, obrigado.
-Toda uma senhora, sim senhor -sussurrou ele sonriendo com tanto amor que ao Mandelyn
lhe aconteceu o aborrecimento.
-É horrível! -murmurou-. Mas, quero-te tanto! Carson riu encantado.
-Meu encantadora e brega damita empanada em barro. Céus, tombou a esse vaqueiro!
Nunca me havia sentido tão orgulhoso de ti... Mas não o volte a fazer, querida. Não quero
que vá brigando por aí, embora seja para me salvar. Especialmente, agora -acrescentou ele
lhe olhando à cintura-. Recorda que ainda não sabemos nada.
Mandelyn se ruborizou e olhou aos olhos. Sabia exatamente ao que se estava refiriendo.
Carson se inclinou e a beijou meigamente.
-Espero está-lo -sussurrou ela.
-Podemos asseguramos, se quiser -replicou Carson com uma voz cheia de paixão. '
Mandelyn riu.
-Lembra-te dessa canção que escrevi eu, que se chamava Dois mundos?
Ela assentiu.
-Escrevi-a para nós. Pensava que, se algum dia me fazia conta, lhe poderia cantar isso e que,
talvez, diria-te algo.
-e eu estava então muito ocupada sentindo ciúmes do Patty para emprestar atenção à letra -
murmurou
Mandelyn. .
-Cantarei-lhe isso esta noite enquanto fazemos o amor. -Aqui, no cárcere?
-Patty e Jake virão em qualquer momento a pagar a multa e tiramos. Não se preocupe,
querida, tudo irá bem. A próxima vez que aconteça algo assim, não atarei a golpes. De
acordo?
Mandelyn se pôs-se a rir, amava-lhe com todo seu coração. -De acordo, mas não troque,
querido, -quero-te tal e como é.
Ele a olhou durante um comprido momento antes de dizer nada. ---;Eu não sou um-
cavalheiro.
-Nem eu uma senhora bem, lembra-te de ontem à noite?
Carson se estremeceu e a beijou rapidamente.
Ali perto estavam também apoiados contra a parede dois homens levemente bebidos que
lhes olhavam. Mandelyn acreditou lhes reconhecer, eram os da briga.
_Não é essa a loira que me atirou o floreiro? -perguntou-lhe o um ao outro.
_Sí, isso parece.
-E não é essa loira a que me pegou um joelhada que me deixou sem sentido?
-Exatamente a mesma.
O homem sorriu então.
-Esse homem não sabe a sorte que tem -disse em voz alta refiriéndose ao Carson.
Carson olhou então a ele sonriendo também.
-Não sabe você .bem, colega -murmurou e voltou a olhá-la a ela. .
Mandelyn sorriu também, sentindo-se como se tivesse bebido champanha e lhe tivesse
subido à cabeça.
-Querido e, com respeito à briga...
_Sim?
-Poderíamos ter alguma de vez em quando?
Não puderam continuar a conversação porque nesse momento Patty e Jake chegaram para
lhes tirar. Não importava. Já estava fazendo planos para a noite Y. contando-lhe em voz
baixa a seu encantador e flamejante marido.

FIM

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