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Capítulo I.

 
A Criança Lampejante. 
A 16 anos atrás, na pequena vila de Carcaza, uma criança apareceu. 
A vila de Carcaza, era pobre e pequena, sua população era quase que completamente composta 
por pessoas que passavam por dificuldades, era comum ver mendigos de rua com casas, era 
comum ver cozinheiros trabalhando por diversão; a vila poderia não ter condições de ter 
construções icônicas, máquinas que fazem o trabalhos das pessoas, ou uma proteção perfeita, 
mas a vila naturalmente e lentamente progredia, e suas pessoas eram felizes e trabalhadoras, 
quando queriam algo, eles mesmos a faziam. 
No dia 12 de Dezembro, durante uma tempestade de inverno, todos da vila se trancaram em 
suas casas, com medo do frio, porém, durante esse dia, numa esquina entre duas construções, 
lampejos azuis e brancos brilhavam por lá, iluminando uma parte da vila por alguns segundos. 
E em meio aquela nevasca, o brilho se movia. 
Um homem velho apareceu, um homem de barba e cabelos já brancos, vestindo roupas velhas, 
mas ao mesmo tempo casuais, o manto que vestia era velho e depredado, não parecia ser um 
manto de frio, mas para se ocultar, seus óculos redondos lhe davam um aspecto inteligente, e as 
cicatrizes rasas e profundas que possuía no seu rosto davam uma impressão de poder e de 
experiência. 
Carregando um carrinho de bebês de madeira, por toda aquela neve. 
Relâmpagos crepitavam pelo carrinho, e seu brilho iluminava a rua inteira. 
  
"Velho homem, poderias me dizer o que levas nesse carrinho?" Uma voz profunda e arrastada, 
parecia a voz de alguém sofrendo. 
 
Ao olhar, o homem percebeu que ao lado dele, estava um zumbi, de roupas desgastadas e sujo, 
provavelmente um mendigo local. 
 
"Bonito, minha criação, não é?" Perguntou uma voz feminina ao lado do homem. 
 
Quando se virou, o velho homem viu uma mulher de seus 20 a 30 anos, de cabelos brancos e 
sem brilho, sua pele era pálida como um cadáver, e seus olhos vermelhos como rubis; ela estava 
com um livro grosso num suporte na cintura, e carregava na sua mão esquerda, apoiada ao seu 
ombro, uma foice grande e negra, na sua mão direita, um lampião que brilhava em vermelho 
carmesim, e seu formato parecia um crânio humano. 
Encostada na parede de um beco sem saída, ela mantinha um sorriso no seu rosto. 
 
"Azratraz, saia de perto." O velho homem disse com sua voz grave. 
 
"Afinal você sabe o que eu sou, certo, vovô?" Perguntou a mulher. 
 
"Saia de meu caminho, ou sofrerás a fúria de Arcadiumvalir." 
 
"Por Solomon! Nome complicado do cacete! Não importa mais, eu vou te fazer dizer quem 
carrega no carrinho por bem, ou mal. Sinto uma quantidade de Caos enorme vindo desse 
carrinho." Ela comentou enquanto lambia a lâmina de sua foice. 
 
"Encoste um dedo da criança que carrego, e todos seus membros serão dilacerados." O homem 
virou para a mulher. 
 
"Ah, então prefere por mal? Muito bem." 
 
Ela se aproximou rapidamente, e golpeou o senhor com a lâmina de sua foice, mas a neve se 
curvou e arremessou o velho homem e o carrinho para o alto, impedindo o ataque.  
Quando aterrissou, a neve impediu de caírem tão rapidamente. 
 
"Belo truque, mas o que acha disso?" A mulher levantou o lampião estranho, e de seus pés, se 
criaram zumbis e esqueletos, encantados por aquela névoa carmesim. 
 
Todos eles, vieram em direção ao homem, e em resposta, com leves movimentos, quebrou os 
pescoços e membros dos zumbis podres, os arremessando ao chão. 
A mulher, furiosa com isso, retirou poder da foice que empunhava, e a nevasca parecia 
gradativamente estar mudando para uma cor avermelhada. 
Quando notou, o homem não viu mais a mulher, e ele começou a olhar em volta para 
localizá-la. 
Até que, um ataque foi percebido pelo velho, e que rapidamente desviou, rasgando um pouco 
de seu manto velho. 
Quando viu, haviam várias cópias daquela mulher, e todas vinham na direção dele, e 
facilmente, conseguia desviar dos ataques precisos e rápidos da mulher. 
E por um momento, os olhos do homem brilharam em branco, emanando uma energia branca 
dos mesmos, e assim, ele percebeu qual era a verdadeira. 
 
"Truques baratos como esse são insuficientes para derrotar Arcadiumvalir!" Disse enquanto 
segurava o rosto de uma das cópias. 
 
Rapidamente, todas as cópias desapareceram, e a nevasca voltou a sua cor original. 
A mulher parecia derrotada, não se mexia, e não respirava. 
O homem, arremessou a mulher ao chão, e continuou a andar. 
Aproveitando o momento do senhor continuar a caminhar, ela sacou sua foice novamente, e foi 
realizar um ataque contra ele pelas suas costas. 
Porém, o homem foi mais rápido e virou para ela, desferindo uma enorme rajada de chamas 
com um sopro. 
As chamas derretiam completamente a neve que cobria as estradas, e a neve que caia, por 
alguns segundos caia negra como cinzas. 
Com o sopro, a mulher foi arremessada contra um muro, na qual ela quebrou, e se mantinha 
deitada com seus itens. 
Após ver aquilo, a estrada completamente queimada, e com chamas ainda se mantendo sobre 
ela, ele continuou a caminhar pelas estradas. 
 
"Um nome estranho e longo, grande aptidão mágica, reflexos aprimorados e um olho arcano? 
Será que é mesmo?" Murmurou a mulher perguntando. 
 
Porém, ao ter a sua última visão do homem velho, de seu manto negro se movendo e se 
levantando como se fossem asas, ela teve a sua resposta. 
 
"... Um Dragão…" As mulher murmurou enquanto ria, jogada nos destroços. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Capítulo II.  
Brilho. 
Um homem relativamente jovem, um Elfo Auran, de cabelos longos e prateados, de pele 
púrpura e com sardas que se pareciam estrelas no seu rosto, e vestindo um casaco de frio, corria 
desesperado com uma criança nos braços, a criança também era um Auran, e parecia estar 
congelando, sua pele estava azul, mesmo vestindo um casaco tão grande quanto o do homem.  
 
"Vamos lá, Callum… Se mantenha acordado… Eu vou te levar ao curandeiro, resista… Por favor…" 
Pediu o homem, de fala exausta, e ainda se mantendo a correr. 
 
Sua respiração era visível pelo ar, a neve impedia o homem de correr tão rápido quanto podia, o 
vento era forte e intenso. 
Seu destino era longe, o único curandeiro da região era do outro lado da vila. Ele estava 
cansado, e não queria que seu filho morresse. 
 
"Pai… Eu não consigo… Mas não fique triste… Isso não foi culpa sua… Isso é algo que iria 
acontecer eventualmente…" Callum disse tentando manter sua voz audível enquanto chorava. 
 
"Pivete… Vamos voltar para casa juntos então… Eu te amo, moleque… Eu não quero ficar 
sozinho…" O homem disse, chorando e ainda se mantendo a correr. 
 
"Você me disse que... todas as estrelas no céu... vão perder seu brilho algum dia… Eu ia perder o 
meu brilho querendo ou não… Eu tinha pouco tempo de vida, ouvi você discutindo com o 
curandeiro… Agora… Eu quero que a sua estrela brilhe, que brilhe mais tempo que a minha… Eu 
quero que brilhe de modo que todos possam olhar para você no céu… E a linda luz, que você 
cria… Papai…"  
 
O homem, ainda chorando começou a correr mais rápido, mais rápido e mais rápido, ainda 
olhando para o Callum. 
Porém, correndo desesperado, ele acabou tropeçando num buraco na neve, e caiu com tudo no 
chão, derrubando seu filho. 
Ele estava cansado, com frio, e com medo de ficar sozinho, ele tentou se levantar, mas não 
conseguia, ele estava cansado de mais de correr pela neve. 
Gritando repetidas vezes pelo nome de seu filho, que estava deitado à sua frente, virado de 
costas. 
Até que, seu filho virou para ele, com um sorriso no rosto, suas feições estavam tomadas pela 
neve, e por gelo, seus cabelos curtos, caiam sobre seu rosto, e se moviam pela ventania. 
Ele segurou a mão de seu pai, e seus olhos, que eram extremamente azuis e brilhantes, 
começaram a lentamente perder a sua cor, até que, ele disse, com a força que ainda restava no 
seu corpo, as seguintes palavras: 
 
"Eu vou visitar a Mamãe, nas estrelas… Minha constelação, vai desaparecer, e deixar a sua 
brilhar mais… Eu te amo."  
 
Nesse momento, os olhos do homem começaram a se fechar, ele estava exausto de tanto 
caminhar, de tanto se esforçar, e de tanto tentar. 
Ele desmaiou abraçado com seu filho, a única pessoa que havia sobrado na sua vida, faleceu 
pela mesma causa da sua esposa. 
Aquele Elfo, triste e solitário… Se chamava Joseph Kahne. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Capítulo III. 
Constelações. 
Depois da morte de seu filho, Joseph ficou destruído, ele era um homem gentil e alegre, que 
adorava conversar, mas quando seu filho morreu, ele se tornou triste, sozinho, e ranzinza. 
Sempre vivia trancado em sua casa, fazendo nada. 
Porém, numa noite escura, e cheia de estrelas, ele preparou seu telescópio para olhar mais uma 
vez às constelações celestes, e ele sempre passava horas observando a constelação que Callum 
adorava, a Constelação de Dragão. Callum tinha um sonho de ver um dragão de perto, ele tinha 
o sonho de ser amigo de um dragão. 
Assim, ele ouviu batidas na sua porta. 
Achando que fosse um de seus antigos amigos querendo conversar com ele, ele rapidamente 
abriu. 
Mas, ele não viu ninguém, quando olhou para baixo, na frente de sua casa, havia um carrinho 
de bebês de madeira, com uma criança dentro, e em cima da criança, havia uma carta, com um 
lacre cinzento com um símbolo estranho. 
 
 
Joseph de primeira mão achou estranho, a criança no carrinho, tinha um cabelo branco e 
prateado, suas orelhas eram levemente pontudas, e seus olhos azuis como verdadeiras safiras, e 
na sua testa, havia uma jóia púrpura e brilhante. Ele não era um Elfo, nem Humano, ele parecia 
ser algo diferente, e a energia que aquela criança emanava, era algo descomunal até mesmo para 
um mago adulto.  
Quando ele olhou para aquele garoto, ele teve uma leve impressão de ver o seu falecido filho, 
Callum Oliver Kahne. 
Ao abrir o lacre, e pegar a carta, ele viu que o papel presente na carta estava em branco. 
Ele colocou o papel contra a luz, tentou enxergar se havia sido escrita com tinta invisível, mas 
não havia nada. 
Ele olhou mais uma vez para o garoto, e viu que ele tinha um cabelo bem grande para a sua 
idade, e que enquanto dormia em silêncio, cacheava as suas mechas lentamente. 
O garoto era calmo, e até então, quieto. 
Joseph se sentiu no dever de ajudar o garotinho, por isso, deixou que o pequeno carrinho de 
madeira entrasse em sua residência.  
A casa de Joseph era bem desarrumada, papéis e mais papéis para as paredes e chão, 
documentos e livros jogados pelos lugares, e na única janela que havia, seu enorme telescópio 
estava instalado. 
Ele colocou a carta na mesa, e foi ver o garoto. 
Ele era igual ao seu filho, a única diferença era o tom de pele, e as orelhas, era até um pouco 
nostálgico olhar para o rosto da criança.  
 
"Você é igualzinho ao Callum, calmo, quieto e bem fofinho. Bem, eu tenho que te dar um nome 
por enquanto que cuidarei de você… Então… Oliver será o seu nome." Falou o homem de modo 
levemente animado. 
 
Quando disse isso, ele notou que a carta que tinha colocado na mesa, brilhava, e foi escrito com 
aqueles mesmos símbolos arcaicos no envelope da carta. 
Pequenos raios emanava da carta, e quando pegou a carta novamente, tomou um leve choque, o 
que o fez recuar imediatamente. 
Porém, ele pensou melhor e tentou segurar a carta mais uma vez, conseguindo, e quando o fez, 
no papel, era escrito com os relâmpagos que se formavam escolha crepitavam, um texto com 
aquele mesmo idioma estranho. 
Porém, por algum motivo, ao olhar aquele texto, parecia que o idioma se transformava em 
Élfico, o permitindo ler. 
 
"Elfo, cuide dessa criança.  
A existência e o crescimento desse garoto é crucial para uma série de acontecimentos. Tua 
missão é cuidar dessa criança, tua missão é ajudar essa criança, e num dia, ela virá até mim e 
seus familiares, de modo que sua vida tenha tido um sentido, e receba o treinamento necessário 
para continuar a conviver. 
Cuide de 'Oliver'." 
 
 
 
 
 
 
 
 

Capítulo IV. 
Constelações. 
O pequeno Oliver demorou para crescer, com seus 4 anos ele ainda era um bebê. 
Porém, quando o garoto completou 16 anos, ele parecia uma criança de 12 anos, o que fazia as 
outras pessoas que conheciam o Joseph ficarem com um pé atrás sobre o quê ou quem seria 
aquela criança.  
Conforme o Oliver ia crescendo, Joseph ficava mais feliz e mais alegre, ficando mais ativo em 
sua vida ao invés de se trancar em casa, como na morte de seu filho. 
Joseph de forma alguma esqueceu a vida que tinha e que amava com o seu filho, Callum, assim, 
ele sempre ensinou ao Oliver desde pequeno que falar mal ou desrespeitar os mortos era algo 
feio, e que ônus mortos sempre deveriam ser honrados e respeitados. 
Joseph nunca teve coragem de falar sobre o seu filho Callum para Oliver, mesmo que 
mantivesse fotos e artesanatos de seu filho. 
Joseph, era um artífice, um artesão especial, que criava itens para cavaleiros e para clientes 
diversos.  
Desde itens mecânicos até itens mágicos, tornando-o um alguém valorizado na sua área de 
trabalho. 
O pequeno Oliver vivia querendo ajudar seu pai de alguma forma, entregando peças, materiais, 
ou ferramentas, mas de alguma forma, ele queria ser útil para seu pai. 
Num dia comum, onde o sol era claro, iluminando a sala onde Joseph estava, aquele Elfo do 
Céu, vestindo um jaleco de couro, com os cabelos desarrumados, e com um óculos de grau nos 
olhos, ele estava conectando duas peças extremamente pequenas e frágeis usando de uma pinça. 
Seu filho Oliver, estava apenas observando seu pai trabalhando, fascinado com aquela coisa que 
ele estava montando, mesmo que Oliver não soubesse o que era, ou como funcionava, ele ainda 
estava fascinado sobre aquele dispositivo estranho. 
Até que, Joseph, cansado de trabalhar, foi a sala descansar por alguns minutos, esses intervalos 
eram normais no seu trabalho, durante entre 10 a 30 min. 
 
"Cuide do dispositivo para mim, tá, Oliver?" Joseph perguntou enquanto se dirigia a outro 
quarto. 
 
Oliver rapidamente concordou com sua cabeça, animado para continuar contemplando aquela 
bugiganga feita de bronze. 
Alguns minutos depois, Oliver já estava brincando com as ferramentas de seu pai, com seus 
brinquedos, majoritariamente suas brincadeiras envolvia ele ser um artífice, assim como seu pai, 
na qual ele admirava muito. 
Porém, numa de suas brincadeiras, aparentemente indo atrás de um ladrão que roubou seu 
dispositivo, com um sorriso no rosto, usando o cachecol de seu pai, e com algumas ferramentas 
no bolso, ele bateu contra uma estante, caindo no processo, a estante por si só, se mexia, e se 
mexia, mas apenas uma coisa caiu de suas prateleiras, uma espécie de bússola. Com medo de 
quebrar a bússola e levar uma bronca de seu pai, ele tentou alcançar a bússola, mas como estava 
do outro lado da sala, não conseguiu pegá-la. 
Entretanto, antes da bússola tocar o chão, da palma da mão do pequeno garoto, um brilho azul 
esverdeado cobriu sua mão, materializando uma mão espectral constituída de pura energia. 
Quando aquela mão apareceu, ela em questão se milésimos foi na direção da bússola e a pegou 
antes de cair ao chão.  
No mesmo momento, seu pai, Joseph, apareceu na porta, curioso e desesperado sobre o quê 
havia acontecido. 
Vendo aquela mão de energia, ele percebeu que não era algum tipo de feitiço, não havia runas 
ou círculos mágicos, era algo… natural. 
Ao ver aquilo, ele se aproximou da mão espectral, Joseph pegou a bússola de gentilmente, e a 
colocou na estante, no momento que a bússola foi colocada novamente na estante, a mão se 
dissipou. 
Logo após, Joseph foi ajudar seu filho. 
 
"Você está bem, se machucou?" Perguntou Joseph, preocupado. 
 
"Estou bem, mas… Eu não quebrei sua bússola estranha, certo?" Perguntou Oliver, cobrindo o 
rosto, envergonhado. 
 
"Você fez bem mais do que proteger a bússola, você fez algo que nem eu sei o que é. Você é um 
garoto especial, e eu sempre soube disso." Disse Joseph enquanto fazia um cafuné no cabelo do 
seu filho. 
 
Quando isso ocorreu, um som ecoou pela casa, o som de batidas na porta de madeira. 
Joseph olhou curioso para Oliver, e foi em direção a porta, a abrindo. 
Quando ele abriu a porta, uma pessoa se revelou, um homem de aparência velha, vestindo 
roupas velhas, e um enorme manto, cicatrizes rasas e profundas havia em seu rosto, ele usava 
óculos que lhe davam um aspecto inteligente, ao mesmo tempo que suas cicatrizes e seus 
cabelos grisalhos lhe davam um aspecto experiente e poderoso. Ele possuía uma enorme 
presença, e mana poderia ser sentido por ele até pelos não-conjuradores. 
 
"A quanto tempo, Joseph Kahne." O velho homem disse, com um sorriso no rosto, olhando para 
Joseph. 
 
"Licença mas, eu te conheço?" Perguntou Joseph confuso. 
 
"Onde está o pequeno Oliver?"  
 
"Quem é você?" Perguntou Joseph de modo intimidador. 
 
"Eu sou Arcadiumvalir, àquele que lhe deu Oliver. O garoto descobriu suas habilidades, agora, 
sou eu quem devo cuidar dele." Arcadiumvalir deu passo para a frente, tentando passar pelo 
Joseph. 
 
"Nem me venha com essa ladainha, você é o quê? Um sequestrador? Espião? Stalker? Algum 
tipo-" Joseph continuamente perguntou ao homem. 
 
"Um Dragão." Arcadiumvalir interrompeu. 
 
"U-um Dragão? Não é possível… quer dizer que o Oliver é um dragão também...?!" Joseph deu 
um passo para trás.  
 
"Você como o atual guardião dele deve querer respostas, bem, lhe darei essas respostas. Posso 
entrar?"  
 
Joseph saiu da frente da porta, deixando Arcadiumvalir passar, e logo depois fechando a porta 
atrás dele. 
Ao ver o velho homem, Oliver se manteve recluso, e em posição fetal, apenas observando 
aquilo. 
Joseph e o velho homem foram para a sala, e Joseph antes de passar, fez um sinal para Oliver 
segui-lo, o que o mesmo o fez. 
Arcadiumvalir se sentou ao sofá, de jeito folgado e espaçoso, Joseph numa poltrona, se 
mantendo confuso e nervoso, e Oliver ficou em pé observando os dois, com medo. 
 
"Faça-me qualquer pergunta, e responderei a ti." Disse Arcadiumvalir. 
 
"Quem é você?"  
 
"Eu sou um Dragão, chamo-me Arcadiumvalir, e agora mentor de Oliver." Respondeu o velho 
homem. 
 
"O que realmente é o Oliver?"  
 
"Um Eliatrope, nada mais que um irmão gêmeo de um dragão. Os Eliatrope são uma raça antiga 
e rara compartilhada aos dragões, seu filho possui essas características, e um aspecto crucial, 
sua pedra de Mana em sua testa." Respondeu Arcadiumvalir. 
 
"Você realmente me trouxe a carta estranha e o Oliver?"  
 
"Exatamente, eu vim até aqui, pois senti que o garoto estava usando suas habilidades, logo, me 
teletransportei para cá."  
 
"Papai… quem é esse homem?" Oliver perguntou tremendo. 
 
"Fique calmo, criança, eu sou um Dragão, e vim até aqui para lhe treinar, para lhe ajudar a 
entender como usar e controlar suas habilidades e poderes." Arcadiumvalir respondeu. 
 
"Filho, nunca tive essa chance de te contar, mas você é adotado, você não é meu filho legítimo, 
você até pode não ser um Elfo como eu, mas, eu te amo, você pode não ter o mesmo sangue que 
eu, mas eu ainda te considero meu filho. 
Antes de você, eu tinha um outro filho, que se chamava Callum Oliver, ele, assim como a sua 
mãe, tinham uma doença incurável, mesmo por magia, que acabou fazendo-os falecer. 
Durante meus momentos de crise, você apareceu em minha vida, me ajudando, como você é 
extremamente parecido ao Callum, te chamei pelo segundo nome dele. Eu nunca esqueci de 
quem eram meu filho Callum e minha esposa Miranda, e a diferença que tiveram na minha vida 
quando os perdi, porém, você me ajudou a carregar essa tristeza, até se tornar honra e respeito. 
Essa é a verdade" Explicou Joseph, enquanto olhava para Oliver, quase chorando. 
 
"Agora… você terá que ir com o senhor Dragão Arcadiumvalir, para ficar mais forte." Continuou 
Joseph. 
 
"Eu poderei te ver algumas vezes...?" Perguntou Oliver, com seus olhos cheios de lágrimas.  
 
"Algumas vezes sim… Mas nada que atrapalhe você a estudar seus poderes…"  
 
"Se eu estiver com vontade, talvez eu deixe algumas vezes por mês que vocês possam se ver." 
Arcadiumvalir disse enquanto olhava para o lado. 
 
Ouvindo isso, os dois abriram grandes sorrisos. 
 
"Bem, voltando ao assunto principal, nós dois, seremos "mestre e aprendiz", eu estarei te 
ensinando tudo que sei e que posso te ensinar sobre tuas capacidades. E ainda, você me ajudará 
a encontrar teu irmão, Salazar, um Dragão Azul tão poderoso quanto você. Ele aparentemente se 
perdeu e cortou a conexão mágica que tinha com ele." Arcadiumvalir disse. 
 
Oliver concordou com a cabeça, enquanto olhava para ele. 
 
"Você será o Mestre Arcadium." Oliver falou apontando para o Arcadiumvalir, enquanto Joseph 
começava a rir. 
 
Em meio a esse mar de revelações e informações, uma longa conversa se desenvolveu, 
possivelmente criando um laço de amizade entre os três. 
A despedida foi calorosa e bonita, e sendo terminada por um portal que os levou a fortaleza de 
Arcadiumvalir. 
 
 

Capítulo V. 
Conclusão.  
Poucos dias depois, Arcadiumvalir ensinou a Oliver diversas de suas habilidades dracônicas, 
como cuspir fogo, lançar dardos de energia, dentre outros.  
E dentro desse período de tempo, Oliver descobriu que desenvolveu algo estranho, uma espécie 
de marca negra, que cada dia parecia maior, e de alguma forma ele sentia algo estranho vindo 
daquela marca em sua mão. Ele ainda não contou a ninguém sobre isso, ele tem medo do que 
seja, ou como as pessoas possam reagir a isso, por isso, ele quer descobrir sozinho. 
 
 
 
 

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