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Cavaleiros Imortais 4

Cavaleiro Ronronador
Marcy Jacks

O shifter puma Garrick esteve se esquivando de seu dever de


proteger a humanidade por muito tempo. Mas agora não mais. Não vai mais
chorar por seu companheiro. Além disso, as bruxas que o mataram estão de
volta, e a espada de Garrick está ansiosa para esfaqueá-las através do
esôfago.
Quando um ser humano é atacado pelas forças escuras que assolam
os cavaleiros, Garrick percebe algo diferente.
Seu companheiro. Este humano é seu companheiro reencarnado.
Oscar sentiu uma extrema necessidade de se mudar para esta
pequena cidade, e uma olhada nos olhos de Garrick prova que tudo valeu a
pena. Este era o homem que Oscar estava procurando por toda a vida, mas as
pessoas que o atacaram colocaram algo escuro dentro dele, algo que quase
prova ser fatal para alguém importante para os cavaleiros. Oscar e Garrick se
encontraram novamente, mas estão com o terrível medo de que essa
escuridão dentro de Oscar possa fazer com que seu feliz para sempre seja
impossível de alcançar.

Revisora da série
Capítulo Um

Oscar Garrison colocou o Sr. Nibbles suavemente de volta em seu


transportador. Ele era um gato velho, e jurou que a dona tinha a mesma cara.
Ambos poderiam ser relacionados aos gatos mal-humorados daqueles memes
da Internet, mas a proprietária era educada, e ficou mais tranquila que seu
animal de estimação não tinha nada de grave, apenas bolas de pelos.
— Dê-lhe algumas destas com cada refeição.
A proprietária olhou os comprimidos.
— Isso vai fazê-lo parar de tossir?
Oscar olhou para o Sr. Nibbles. Estava ficando velho demais para ficar
sufocado com seu próprio pelo. Estava ficando perigoso cada vez que
acontecia, e se sentia mal pelo animal.
— Não inteiramente. Ele ainda vai continuar se limpando, e tem
muito pelo, mas vai diminuir o número de vezes que isso acontece, vai facilitar
as coisas para ele.
A dona não parecia inteiramente satisfeita com isso, mas assentiu
com a cabeça e pegou a medicação, sabendo que era tudo o que conseguiria,
já que o problema não era tão sério.
Oscar era o único na clínica a esta hora da noite. O supervisor de
Oscar não estava aqui, então, oops, como ele saberia? Ele também entregou a
mulher mais velha um bom saco de comida de gato sênior gratuitamente. Era
o tipo que ajudaria com as bolas de pelo, mesmo depois que ela ficasse sem
comprimidos. Um bom presente para o Sr. Nibbles e algo para a dona, que
devia provavelmente sobreviver da aposentadoria.
O saco tinha apenas dez quilos, mas o carregou, e o transportador, de
volta ao carro da proprietária. Não era um modelo muito antigo, mas tinha
alguns problemas de ferrugem na parte inferior da porta.
— Muito obrigado pela sua ajuda. Um rapaz tão simpático.
Oscar assentiu com a cabeça.
— A qualquer momento. Se o Sr. Nibbles tiver mais problemas, me
ligue.
Ele não precisava dela comentando com seu chefe sobre a comida de
gato que deu. Isso poderia colocar Oscar em apuros, mas era novo nesta
cidade, e queria fazer uma boa impressão com os moradores locais.
Pelo menos a velha senhora não estaria correndo demais na estrada
enquanto dirigia, esta era uma área de pouco tráfego, e esta hora da noite ela
provavelmente não teria problemas no caminho de casa.
Oscar a observou até que seu carro passou lentamente, vários
quilômetros abaixo do limite de velocidade, e a viu virar a esquina antes de
voltar para a clínica.
Poderia finalmente trancar e ir para casa. Isso só tinha sido uma
chamada de emergência, nada para se preocupar, e agora queria voltar para a
cama. Quatro da manhã, e era suposto ser a sua noite de folga, mas o
proprietário da clínica parecia pensar que agora que tinha um novo
empregado, isso significava que poderia tomar mais tempo para estar com sua
esposa e filhos.
Oscar não o culpava por isso. Iria fazer a mesma coisa se tivesse um
novo empregado para empurrar as coisas por fazer. Uma pequena cidade como
esta significava que o proprietário do lugar provavelmente tinha trabalhado
quase sempre aberto e esteve de plantão na maioria de sua carreira.
Oscar ficou chocado com a hora, mas não se queixava. Depois de se
mudar para Green Lake, teve que recuperar o que gastara até vir aqui,
reabastecendo suas economias, mas duas semanas sem um dia de folga
começava a cobrar seu preço. Estava tirando o dia de folga amanhã, mas desta
vez, não ia atender ao telefone.
Oscar verificou os animais que estavam passando a noite uma última
vez antes de sair. Suspirou enquanto se puxava para dentro do carro. A clínica
estava trancada, as luzes apagadas, e os animais tinham água fresca e
estavam quentes e confortáveis.
Oscar bocejou quando enfiou as chaves na ignição e ligou o motor.
Os faróis demonstraram uma figura escura que com certeza como
inferno não tinha estado lá quando entrou no carro. Uma criatura de um metro
e oitenta e três de altura, não, quase dois metros de altura, que não tinha
rosto, nada de olhos. Era preto escuro, como uma sombra, mas era real e
físico e estava diretamente em frente ao carro de Oscar, batendo os punhos
para baixo no capô.
Oscar gritou do estrondo e do jeito que a força fazia seu veículo saltar
sobre os pneus.
Então seu rosto se abriu, como se fosse Venom do Homem Aranha,
presas escuras, sem olhos, e gritava para ele.
Oscar gritou de volta para ele, mas o dele era mais ou menos do tipo
pateticamente aterrorizado, enquanto parecia esquecer como dirigir naquele
momento.
Uma longa e pesada lâmina pareceu quase do nada. Ou talvez Oscar
estivesse tão aterrorizado que não tinha notado a outra pessoa gigante que
estava atrás da sombra, não até que ele balançou a espada e cortou a cabeça
da criatura escura e imponente.
Instantaneamente se transformou em um ser humano. Bem, tinha
que ser humano. Era atualmente um humano decapitado, vestindo roupas de
aparência normais, uma camisa xadrez e casaco.
Oscar não viu o corpo quando caiu para o lado, mas viu a cabeça
enquanto rolava para o lado dele no carro. Parou quando olhos olhavam para
ele, como se estivessem chocados por ter sido morto. Não conseguia dizer se
era um homem ou uma mulher, e de repente o rosto explodiu em um sopro de
fumaça negra que fez Oscar saltar.
Que diabos estava acontecendo? Porque não havia como isso ser real.
Esse tipo de coisa simplesmente não acontecia. Não estava certo. Não havia
jeito. De jeito nenhum…
— Ei! Saia do carro!
— Hã?
Oscar mal teve a chance de olhar para o homem que estava gritando
com ele antes de mãos esfumaçadas e pretas chegarem ao redor e o agarrar
pelo rosto.
Gritou novamente, não apenas de pânico, mas aquelas mãos estavam
quentes! Sentia como se seu rosto estivesse sendo forçado para frente em um
pote de água fervente, e lutou para fugir enquanto o homem sombra atrás dele
o puxava para trás do carro, como se a luta de Oscar não fosse nada, como se
não estivesse sequer lutando.
As pessoas estavam se movendo em torno de seu carro. Estavam se
aproximando. Estavam vindo, e não podia se afastar deles. Não conseguia fugir
da pessoa que o tinha!
— Saia de cima de mim!
Dedos fortes e finos se fecharam em torno de sua garganta. Não
podia respirar! Oscar agarrou naquela mão e tentou puxá-la, mas aqueles
dedos cavaram mais fundo. A dor o cegou o suficiente para tomar ainda mais
de seu ar, e agora estava realmente começando a sentir como se estivesse em
apuros.
Não podia respirar! Não podia respirar! Não podia respirar!
O som de metal batendo contra metal foi o último que prestou
atenção antes que sentisse alguma coisa de encontro a sua boca, enquanto o
homem, criatura, atrás dele repentinamente o agarrava. As pessoas que
estavam invadindo o carro de Oscar pareciam estar tentando separar os dois,
mas Oscar só podia ver através de uma fresta dos olhos neste momento. Ele ia
desmaiar.
— Não deixe entrar nele!
— Tire isso dele!
O que eles estavam falando?
A mão em sua garganta de repente foi arrancada, permitindo que
Oscar tomasse fôlego.
Que foi quando percebeu que a pessoa sombra que tinha o agarrado
e tentado sufocá-lo inconsciente estava... beijando-o.
Não. Isso não era um beijo, mas suas bocas estavam apertadas
juntas, e Oscar respirou, pouco antes da cabeça da sombra assustadora ser
arrancada dele, Oscar sentiu algo finamente gotejar dentro dele. Por sua
garganta e em seu pulmão.
— Não!
Oscar caiu fora do carro, junto com a coisa que o tinha agarrado. Ele
tossiu, segurando seu peito e garganta, tentando obter... o que quer que fosse
que tinha apenas inalado, fora de si mesmo. Deus, isso foi grosseiro. Não
queria estar respirando essa merda.
Algo duro e pesado bateu nele nas costas.
— Venha, tire isso. Você vai ficar bem.
— Não me toque! — Oscar soltou a mão. Não conhecia essas pessoas
e não queria sua ajuda. Por tudo o que sabia, eram eles que tinham trazido
essa estranha merda para ele, e estava tão furioso e assustado agora que não
queria que ninguém o olhasse, tocasse ou falasse com ele.
Outra pessoa ficou na frente dele, ajoelhou-se e presenteou-o com
uma garrafa de água.
— Aqui, pegue isto.
A voz era como chocolate derretido, amanteigado e calmante sobre
sua pele. Oscar tomou a água rapidamente. Parte dele pensou que não
deveria, que poderia haver algo ruim na água, mas estava desesperado por
algo frio para beber, e a garrafa de água se sentia gelada.
A água se sentiu melhor que gelo e gemeu quando engoliu.
— Alguma coisa ficou dentro de você?
— O quê? — Deus, a garganta de Oscar parecia uma lixa. Ele bebeu
mais água.
— Ele obviamente sufocou um pouco dessa merda, — disse outra voz,
que soou mais cruel naquele momento.
— Ainda não sabemos — disse o homem com a voz que acariciava o
corpo de Oscar como uma verdadeira carícia física.
Ele estremeceu. Oscar mal conseguiu se impedir de encostar-se ao
outro homem. Realmente queria apenas tocar esse cara, mas não conseguia
sequer olhar para ele.
Não queria olhar para nenhum deles. Se não os olhasse, isso
significaria que não seria capaz de descrevê-los à polícia e então eles não iriam
ter que machucá-lo por causa das pessoas que haviam matado.
Oscar olhou em volta. Onde estavam os corpos? Tinha visto uma
cabeça rolar, alguém tinha definitivamente sido morto. O que foi aquilo? O que
diabos aconteceu?
— Acho que ele está bem.
— Ele viu você cortar a cabeça dessa bruxa. Não vai ser normal
depois disso.
— Esqueça o normal. Ele está possuído. Aquela bruxa se colocou
dentro dele. Nós vimos.
Oscar sacudiu a cabeça.
— Nada está dentro de mim. Estou bem. Obrigado por me ajudar.
Vou para casa agora.
Ele tentou rastejar de volta para o carro, mas não conseguiu chegar
lá antes que o cara grande que tinha oferecido a garrafa de água o segurasse
pelo cotovelo.
— Não, fique aqui.
— Solte-me.
Não me solte. Era tão bom quando esse homem o tocava.
— Ele não está possuído. Só precisamos verificá-lo.
— O que diabos é você?
— Nós devemos levá-lo para casa com a gente, certificar que tudo
está bem e depois enviá-lo para casa.
Estava começando a soar mais e mais como se esse cara quisesse
sequestrá-lo ou algo assim, e apesar de quanto Oscar gostou do som de sua
voz e como sentiu quando tocou sua pele, realmente precisava ficar longe
dessas pessoas. Estar perto de toda essa merda não podia ser remotamente
saudável.
— Você está falando sério? Só quer levá-lo para casa? Que diabos
está errado com você?
— Ele nos viu de qualquer maneira, e pode estar possuído.
Precisamos cuidar disso.
— Minha espada em sua garganta o impedirá de falar.
Oscar arregalou os olhos.
— O que?
Ele não podia evitar. Olhou para as pessoas ao seu redor, o terror
pulsando por ele, paralisando-o agora que sabia de fato o que queriam fazer
com ele.
Jesus Cristo, por que se mudou para esta cidade? Foi o pior erro de
sua vida vir aqui, e esses caras queriam matá-lo.
— Não me mate. Não vou... não direi nada a ninguém. Pareceria
louco se eu tentasse. Por favor, não vou contar a ninguém.
Tinha que sair daqui. Isso era loucura. Isso não estava certo, e não
deveria ser apanhado neste tipo de coisa. Não tinha feito nada de errado pelo
amor de Deus. Queria ir para casa. Queria ir para a cama, e esquecer que tudo
isso tinha acontecido. Este era um sonho ruim.
— Nosso trabalho não é matar humanos que viram o que estávamos
fazendo, — disse o homem com a trança, sua voz aguda e irritada.
O homem de cabelos negros deu de ombros. Ele era asiático, e era
tão grande como todo mundo em torno de Oscar.
— Foi só uma sugestão.
— Guarde isso para você mesmo.
— Ambos, fechem a boca.
Oscar se encolheu um pouco. Esses tipos de palavras significavam
que não ia ter um bom momento, então olhou para as mãos.
Tentou. O homem ao lado dele, aquele com a voz incrível e o toque
que fazia seu corpo arrepiar de prazer, tomou-o pelo queixo, forçando-o a
olhar.
Oscar não queria olhar. Não queria que esse cara tivesse outra razão
para matá-lo, mas não conseguia fechar os olhos. Quando abriu os olhos teve
uma explosão cheia desse rosto bonito, a mandíbula forte, e aqueles olhos
marrons incrivelmente escuros, Oscar sentiu como se tivesse sido colocado sob
um feitiço. Poderia até estar olhando para o homem com a boca ligeiramente
aberta e podia imaginar a visão ridiculamente estúpida que algo assim fazia.
Não podia evitar. Era como uma traça olhando para uma chama, e
queria nada mais do que se aproximar desse calor intenso, ardente.
Enquanto isso, o homem encarou os olhos de Oscar como se tivesse
encontrado a cura para o câncer neles. Exalou uma respiração profunda, como
se tivesse sido perfurado nos pulmões, mas não soltou o rosto de Oscar.
— O que foi? — Perguntou o homem com a trança. — Ele está
possuído? Você o conhece?
— Então não vamos matá-lo?
— Deuses, você vai calar a boca!
Algo estava acontecendo com Oscar que não conseguia explicar. Duas
coisas rodavam pesadamente dentro dele, ambas em guerra uma com a outra,
e não sabia qual delas iria vencer, mas, com certeza, sabia o quanto queria
esse homem.
Queria esse homem, na cama, nu, dentro dele, fodendo-o duro,
rápido e áspero, rosnando para o ouvido de Oscar que pertencia a ele. Ele
queria isso.
Também sentiu a necessidade de colocar uma faca em suas costas,
para machucá-lo e rir de sua dor. Mesmo agora, a imagem mental daquilo
parecia meio engraçada, e o coração de Oscar bateu em seu peito como se
estivesse prestes a explodir. Não sabia o que fazer.
— Você me reconhece?
Oscar ainda estava sentindo aquela alta monumental. Era a sensação
que vinha logo após o orgasmo. Estava agitado e atordoado, e totalmente não
sabia o que estava acontecendo ao seu redor, mas este Deus de homem tinha
acabado de lhe fazer uma pergunta, e apesar das duas coisas que guerreavam
dentro dele, Oscar sentiu a necessidade de responder.
— Não.
— Mas você me conhece, certo?
Oscar assentiu, sua voz levemente carregada.
— Sim.
Silêncio. Doce silêncio que permitiu a Oscar encarar aqueles olhos.
Queria alcançar suas mãos para cima, para passar os dedos por aquele cabelo
preto, mas se segurou. Não ia fazer isso ainda. Iria observar.
Quando se vai a uma mostra de arte, não se deve tocar a arte. Deve
apenas admirar isso.
Era isso o que estava fazendo. Oscar iria admirar algumas belas obras
de arte. Estava fazendo isso por embriaguez, mas pelo menos ainda estava
mostrando seu respeito.
— Deuses, Garrick, você parece que está prestes a comer o rosto
dele. Você o conhece?
Garrick. Era um nome tão incomum, mas único e forte. Como era
maravilhoso ouvir isso.
E então Garrick fez algo que pegou totalmente Oscar desprevenido.
Ele o pegou. Oscar não era particularmente alto ou grande. Pensava que era de
tamanho médio, mas este homem não deveria ter sido capaz de segurá-lo
como se não pesasse nada.
— Ele é meu companheiro, — Garrick disse a seus amigos, as
mesmas pessoas que tinham matado aquelas pessoas sombras assustadoras
cortando suas cabeças e que tinham falado abertamente também sobre
terminar com a vida de Oscar.
— Seu companheiro? — Perguntou um deles, parecendo chocado.
Oscar não sabia quem estava falando porque estava muito ocupado
ficando quieto nos braços de Garrick. Era a única coisa que queria. Se
morresse aqui mesmo, ficaria mais do que satisfeito com a maneira como sua
vida tinha ido.
Era por isso que se mudara para Green Lake. Era aquela coisa que
sentira chamando-lhe no fundo da mente. Isso era tudo, e finalmente
conseguiu.
Não. Ele ainda não tinha. Mas teria. Oscar deixou seus dedos
rastrearem sobre a jaqueta de couro do homem. Empurrou-a tanto quanto
podia em sua posição atual e deixou seus dedos deslizarem para dentro,
procurando a pele e ficou decepcionado quando sentiu uma camisa de algodão.
— Ele é meu, — disse Garrick, um estranho rosnado em sua voz. — E
se algum de vocês tentar tocá-lo...
— Deuses, Garrick, não vamos. Mas você tem certeza?
— Tenho certeza, — disse Garrick, olhando para os olhos de Oscar. —
Tão certo quanto sou que a bruxa colocou algo escuro dentro dele.
Capítulo Dois

Garrick mal podia ficar de pé enquanto levava seu companheiro


daquela clínica. Ele cheirava a gato. Devia ter trabalhado naquela clínica, mas
a esta hora da noite? O que estava fazendo ali? Garrick não sabia que as
clínicas veterinárias ficavam abertas tão malditamente tarde da noite. De
manhã cedo iria descobrir.
Alistair iria dirigir o veículo até a casa. Garrick levava seu
companheiro de volta enquanto seus irmãos andavam ao seu redor.
Quando a maioria de seus irmãos podia se transformar em animais e
eram desumanamente rápidos, não havia muito propósito de levar seus
caminhões para a cidade para o que se tornara suas limpezas noturnas.
E agradeça aos Deuses que foi a vez de Garrick sair esta noite. Yuki
poderia ter estado apenas brincando sobre o fim da vida de seu companheiro,
mas e se não estivesse? E se Yuki tivesse matado esse homem e Garrick nunca
soubesse que seu companheiro tinha estado na cidade para começar?
— Tem certeza de que não quer que olhemos para ele? — Perguntou
Burne.
Garrick rosnou para o outro homem.
— Não toque nele.
Garrick tinha tentado descobrir o nome de seu companheiro antes,
mas mesmo com os olhos abertos, parecia estar um tanto fora de si. Era como
se estivesse olhando para o nada.
Ou a coisa que tinha sido colocada dentro dele por aquela bruxa
estava começando a assumir. Não era uma opção que Garrick queria pensar,
seu companheiro tendo um ataque de pânico sobre as coisas que estavam
acontecendo ao seu redor ou a escuridão que tinha sido colocado dentro dele
estava começando a causar alguns estragos lá.
— Só preciso levá-lo para casa, levá-lo para cama, descobrir qual é o
nome dele, e então posso lidar com o que está dentro dele.
— Você acha que Kevin poderá ser capaz de tirá-lo? Ele fez isso por
Tomas.
Garrick não tinha pensado nisso, mas agora que Burne tinha
levantado o assunto, ficou contente. Estava grato.
Então Yuki teve que ir adiante e abrir sua boca estúpida.
— Kevin ainda não entende seus poderes, e se isso não é uma posse,
não haverá ninguém para ele chutar para fora.
Garrick olhou para seu irmão.
Yuki bufou e olhou para longe dele.
— Não atire no mensageiro.
— Que tal manter a boca fechada? Só porque não encontrou seu
companheiro ainda, não significa que pode estragar todas as minhas chances
de ter o meu de volta.
Yuki imediatamente se virou para ele, seus olhos brilhando e pronto
para uma briga.
E Garrick não iria ser capaz de fazer uma maldita coisa se Burne não
tivesse ficado entre eles.
— Yuki, tenho certeza que ele não quis dizer isso. Vamos.
— Você nunca mais fale sobre meu companheiro novamente. — Yuki
sibilou as palavras, sua forma de dragão vindo através de seus olhos quando
olhou por cima de Burne, olhando para Garrick.
— Ele não quis dizer isso. Vamos, ele está segurando seu
companheiro agora. Não faça nada. Garrick, diga a ele que você não quis dizer
isso.
O problema era que Garrick estava pensando com o lado protetor de
seu cérebro. Claro que não quis dizer isso, mas seu lado alfa queria cavar seus
calcanhares e continuar lutando com seu irmão. Ele não queria ceder sobre
isso.
Mas não queria que seu irmão acertasse socos nele enquanto estava
tentando segurar e proteger seu companheiro. Então iria mostrar um pouco de
humildade.
— Eu não quis dizer isso, Yuki. Só quero levá-lo para casa.
Os olhos de Yuki olharam suspeitosamente para o companheiro de
Garrick, algo que Garrick absolutamente não apreciava, mas ia ignorar.
Por agora.
— Bem. Mas certifique-se de mantê-lo preso. Se tem algo dentro dele
que possa machucar alguém na casa...
— Eu vou observá-lo. — Garrick não queria ouvir mais. Sabia que
estava correndo risco, sabia que estava aproveitando da piedade de Alistair.
O companheiro de Alistair estava grávido, quase pronto para dar à
luz. Se alguma coisa desse errado, porque Garrick não queria ceder... seria
inteiramente culpa dele.
Garrick olhou para o rosto de seu companheiro. Parecia diferente.
Para começar, era um ele. Naquela época, antes do fogo, antes de Keaton ter
tirado tudo deles, seu companheiro tinha sido uma mulher. Olga.
Ele podia dizer. Apenas de olhar nos olhos e tocar a pele desse
homem. Era o suficiente, e Garrick podia ver seu companheiro lá dentro. Assim
como Alistair disse que Kevin poderia ter se parecido com o irmão gêmeo da
sua companheira antes de sua morte todos aqueles anos atrás, o mesmo
poderia ser dito do homem que Garrick segurava em seus braços agora.
Seu cabelo era mais curto do que tinha sido todos aqueles anos atrás.
Muito mais curto, aparado, com apenas um toque de comprimento no topo de
seu couro cabeludo. Ele provavelmente usava gel. Isso parecia ser o estilo dos
homens modernos ultimamente.
Marrom areia. Podia até tornar-se loiro no inverno. Isso era o que
tinha acontecido naquela época. Há tantos anos. Há tanto tempo que Garrick
não podia acreditar que tinha sobrevivido por tanto tempo sem seu
companheiro. Seus olhos eram aquela sombra distinta de verde-cinza, uma cor
que Garrick não tinha visto desde que sua companheira fora tirada dele
naquele fogo.
Não era seguro aqui. Seus irmãos estavam zangados com ele,
especialmente Yuki. Algo escuro tinha sido colocado dentro de seu
companheiro que poderia estar prejudicando-o agora.
Garrick começou a se mover novamente.
— Vamos para casa.

Havia vozes ao seu redor. Oscar estava acordado, mas não conseguia
se concentrar em nada. Sentia-se quente, febril. O calor pulsava de sua pele
em ondas que não conseguia controlar, e ofegava por respirar.
Deus, estava tão quente. Era ainda mais difícil pensar. Tinha que tirar
suas roupas. Puxou-as, se apenas conseguisse tirar a camisa para que sua pele
pudesse obter algum ar. Isso parecia meio importante.
— Tem que haver algo que possa fazer. Olhe para ele.
Esse era o homem de antes. Garrick. Ele esteve aqui. Saber disso era
o suficiente para fazer Oscar se sentir melhor, pelo menos. Significava que não
estava sozinho.
— Eu... eu não sei o que fazer.
Outra voz que reconheceu. Onde estava? Quem eram essas pessoas?
— Você consegue pensar em alguma coisa? Qualquer coisa?
Garrick parecia chateado. Seria por causa de Oscar? Esperava que
não. Não queria ferir o homem ou ser um fardo para ele.
— Vou tentar pensar em alguma coisa. Prometo. Vou tentar mesmo.
OK? Se ele não ficar melhor de manhã, talvez eu possa tentar alguns cânticos
ou alguns feitiços da terra, mas nada está funcionando agora.
Mais palavras. Palavras que Oscar não entendia porque estava muito
malditamente aquecido.
Conseguiu abrir os olhos. Quando os tinha fechado? Ele desmaiou?
Isso devia ter sido porque agora definitivamente não estava na frente da
clínica.
Garrick estava lá, mas a vários metros de distância, levando as
pessoas para fora da sala. Oscar estava em um quarto, e estava em uma cama
que não era apenas o dobro da sua em largura, mas era mais alta, também.
Os caras altos precisavam de camas altas, aparentemente.
Oscar não conseguia parar de ofegar. O calor o fez sentir como se
estivesse deitado em uma fornalha. Ficou pior enquanto observava Garrick
aproximando-se dele no silêncio do quarto.
Seus movimentos eram lentos, mas seu corpo ainda parecia tão
fluido. Caminhou com um propósito, as costas retas e os ombros para trás.
Seus olhos estavam em Oscar. Não estavam duros e frios, mas ainda
despertavam algo dentro dele que fazia Oscar tremer, apesar do calor. Ele era
a presa. Isso era o que era. Era a presa, e de alguma maneira estranha,
realmente gostava disso.
— Como você está se sentindo?
Oscar piscou.
— Q-quente. — Puxou a camisa novamente. — Quero isso fora.
Garrick não se moveu para ajudá-lo. Isso era decepcionante. Oscar
queria o homem aqui. Ainda podia sentir seu toque quando Garrick o segurou,
e de alguma forma, sabia que se pudesse recuperar isso de novo, tudo ficaria
bem.
— Qual é o seu nome?
— Meu nome? — Oscar ofegou. Por que diabos era tão difícil tirar a
camisa?
— Diga-me seu nome agora. — O tom de Garrick tinha uma sugestão
daquela corrente perigosa que Oscar não sabia o que fazer.
Provavelmente devia tê-lo assustado, e fez um pouco, mas mais do
que qualquer coisa, o deixou excitado como o inferno.
— Meu nome... é Oscar.
— Oscar?
O olhar no rosto de Garrick era quase suficiente para irritar Oscar.
— Se você fizer piadas, vou matar você.
Provavelmente era a coisa errada a dizer. Garrick se moveu tão
depressa que Oscar não o viu, e a próxima coisa que soube, era a mão do
sujeito grande em torno da garganta de Oscar.
Não estava apertando, não do jeito que aquela criatura sombra tinha
apertado sua garganta. Oscar ainda podia respirar, mas havia a ameaça de ter
uma mão fechada em volta de sua garganta e aquele rosto tão perto que seus
narizes se tocavam.
Uma estranha calma se instalou sobre Oscar naquele momento. Era
porque Garrick estava tão perto? Seria porque sua mão estava finalmente na
pele de Oscar?
— Tente dizer isso de novo.
Oscar não entendeu.
— Dizer o que?
Garrick franziu o cenho.
— Você acabou de dizer que ia me matar.
— Sim, se zombar do meu nome.
Isso pareceu confundir Garrick ainda mais, mas então finalmente
pareceu entender, quando puxou para trás sua mão.
— Estava com medo que eu me divertisse com seu nome?
Perguntou como se Oscar devesse ser um nome normal. Tanto faz.
Oscar foi até ele. Estendendo a mão, gemendo, precisando da mão de Garrick
novamente. Pegou o homem pelo pulso e puxou-o de volta.
Não colocou a mão de Garrick sobre sua garganta, mas logo acima de
sua clavícula, onde seus dedos ainda conseguiam alcançar a carne.
O toque era frio, e aliviou a dor do calor que se precipitava através
dele.
— Sinto-me bem.
Oscar fechou os olhos brevemente. Pensou que ouviu um barulho
ronronante naquele momento. Era agradável, calmante, mas quando abriu os
olhos, não viu um gato. Somente viu Garrick, olhando para ele com os olhos
semicerrados, algo selvagem dentro deles.
Oscar continuou a suspirar, mas agora seu membro estava latejando.
Muito perto. Este homem estava muito perto, e Oscar queria mais do que
sempre quis alguém em toda a sua vida.
Abriu a boca, inclinando-se para cima. Garrick parecia que ia se
mexer, Oscar estava prestes a ter a boca deste homem sobre ele, e não podia
esperar para que isso acontecesse. Mas não se mexeu e isso fez Oscar
insatisfeito, ainda aquecido, mas estava pior agora, porque podia sinceramente
sentir o calor do corpo de Garrick tão perto e tão longe.
— Você é humano?
— O quê? — Agora Oscar realmente não entendeu. — Que tipo de
pergunta estúpida é essa?
Estava com raiva, estava excitado, e o homem que queria estava
fazendo perguntas idiotas. Brilhante.
— Preciso saber se é só você ai. A bruxa fez alguma coisa com você?
— Isso me deu um ataque de tosse, e eu realmente, realmente quero
que você me foda.
Oscar gemeu, agarrando Garrick pelos ombros e puxando-o para
baixo. Precisava dele. Precisava disso. Tinha que ter esse homem, ou ia
explodir.
Garrick se afastou. Era muito forte. Estava apenas perto o suficiente
para Oscar continuar a ser intoxicado por ele, mas muito longe dele para
conseguir o que queria.
— Você está abrindo sua boca. Você me queria em você, não é?
— Muito observador, — Oscar ofegou. Conseguiu colocar sua mão na
parte de trás do pescoço de Garrick, e oh Deus, aquele toque era como um
relâmpago correndo por sua pele. Mas ao contrário da verdadeira eletricidade,
havia uma intensidade de prazer que não podia escapar.
— O que... o que está acontecendo comigo? — Oscar ofegou.
— Eu não sei. — Garrick pegou a outra mão de Oscar. Ele a trouxe
para o rosto, permitindo que Oscar o tocasse o quanto quisesse. — Ajuda
quando você me toca?
Oscar assentiu, ainda lutando para respirar, ainda desesperado para
tocar mais, para se aproximar desse homem. Era uma tortura não conseguir
ter mais do que isso.
— Tem certeza de que não me reconhece? De modo nenhum?
Garrick soou como se estivesse com tanta dor quanto Oscar. Ele não
entendia. Tinha esse problema com superaquecimento e toque, também?
Oscar deveria corrigir isso. Puxou Garrick novamente, e desta vez,
graças a Deus, o homem permitiu ser movido, e finalmente conseguiu saborear
os lábios do homem contra os seus.
Ele gemeu. Não conseguia se conter. O toque, o sabor doce. Garrick
era quente, áspero e macio ao mesmo tempo. Riu interiormente. Seu cérebro
estava disparando sobre os nervos de prazer que não sabia que tinha tido, e
nada se comparou quando Garrick enfiou a língua dentro da boca de Oscar,
deixando-o saborear.
Sua boca estava molhada. O beijo estava molhado, mas era o melhor
tipo de molhado, e oh, Deus, Oscar estava sendo arrastado para isso. Seu
corpo estava em chamas, e continuou tentando empurrar seu peito e quadris,
todo o seu corpo, para cima do outro homem. Precisava dele. Precisava disso!
Garrick gemeu, o barulho vibrando na boca de Oscar quando o
homem mais alto subiu na cama com ele, subiu em cima dele.
Seus corpos se juntaram, e embora Oscar ainda estivesse queimando
nas roupas que estava usando, esse era o tipo de calor que queria.
Apesar de suas roupas, sentia o calor do corpo de Garrick, o calor
doce dele, e a força em seus músculos. Jesus, devia malhar muito. Oscar não
conseguia detectar uma grama de gordura nele. Era loucura.
Mas Oscar estava totalmente envolvido nisso. Era incrível. Queria
mais, e deixou sua mão procurar livremente agora que estava livre para fazê-
lo.
— Toque-me, me toque, por favor, — implorou Oscar. Disse isso uma
e outra vez, sempre que sua boca não estava sendo devorada.
Foi assim que sentiu quando Garrick o beijou. O homem estava
tentando comê-lo, dominá-lo, colocar sua marca no corpo de Oscar, e Oscar
estava totalmente amando.
Mais. Dê-me mais. Dê-me tudo. Queria ser totalmente possuído por
este homem. Oscar estava sufocando no calor, mas ainda não era suficiente.
Como poderia querer mais quando estava se sentindo como se estivesse sendo
tão totalmente possuído assim?
Não importava. Nada disso importava, especialmente quando Garrick
subitamente se arrancou e puxou a jaqueta de couro.
Ele a arrancou do corpo, jogando fora como se fosse lixo e deixando-
a no chão para ser esquecida. Fez a mesma coisa com sua camisa escura
embaixo, e Oscar poderia ter chorado de alívio. Finalmente. Finalmente!
Oscar puxou o cinto e o zíper de Garrick. Não conseguia se livrar de
suas roupas em tempo hábil, também poderia tentar tirar Garrick.
Garrick fez aquele barulho ronronante e rosnando novamente, e era
um som tão estranho que Oscar não podia acreditar que estava vindo dele.
Estava vindo dele? Oscar olhou ao redor, só no caso de realmente haver um
gato em algum lugar aqui.
— Olhos em mim, lindo, — Garrick disse, pegando Oscar pela
bochecha e forçando-o a olhar para os olhos escuros.
Algo se suavizou dentro deles, e Garrick gemeu.
— Você é tão fodidamente doce de olhar.
Oscar piscou. Tinha feito comentários sobre seus olhares antes, e em
geral, Oscar sabia que não era ruim de olhar, mas ninguém nunca tinha olhado
para ele e dito que ele era lindo ou doce de olhar. Isso parecia quase
romântico, e Oscar não sabia o que fazer com elogios como esse.
Isso o fez se sentir quase tímido, mas então a dor em seu pau
assumiu. Seu pau saltou quando Garrick abriu o jeans que Oscar tinha
colocado quando tinha ido abrir a clínica para a chamada de emergência.
Garrick estendeu a mão, segurando e tocando a protuberância do
pênis de Oscar. Oscar abriu a boca em um suspiro silencioso. Era como se ele
realmente não tivesse visto aquilo vindo, mas Deus, ele quase não tinha. Como
poderia ser tão bom ser tocado por esse homem? Como poderia ser tão
familiar?
— Tenho esperado tanto tempo por você. Estou tão feliz por ter
voltado.
— Oh Deus, cale a boca e continue fazendo isso, — gemeu Oscar.
Mais. Ele queria mais. Segurou os lençóis e inclinou os quadris para
frente, precisando que Garrick usasse mais pressão.
Ele fez. Deu a Oscar exatamente o que queria, e Oscar se viu
empurrando seu pênis contra aquela bela e gloriosa mão.
Garrick se inclinou, sua boca aquecida pressionando beijos na
garganta e na clavícula de Oscar. Oscar gemeu, desesperado por sentir aquela
boca em toda a sua pele. Só sabia que era a única maneira que ia ser capaz de
se sentir bem.
— G-Garrick, minhas roupas. Quero-as fora. Preciso delas fora!
Garrick recuou. Oscar, honestamente, não esperava que aquelas
mãos o agarrassem pela camisa e a rasgasse.
Foi irritante, e estimulante. Merda, a força de Garrick era tão
excitante, mesmo que tivesse arruinado uma das melhores camisas de
trabalho de Oscar.
— É isso que você quer?
Fez a mesma coisa com a calça de Oscar, arrancando-a do corpo de
Oscar em um completo show de dominância e força. Ele assentiu rapidamente.
— Maldição, isso é incrível.
Os olhos de Garrick brilharam para uma cor diferente, e Oscar
percebeu onde estava o gato que procurava. Era nos olhos de Garrick.
— Estamos apenas começando.
Capítulo Três

Oscar acreditava em tudo o que esse homem lhe contara. Acreditou


quando Garrick disse que ia dominá-lo. Acreditou quando Garrick disse que iria
dar a Oscar o melhor sexo de sua vida.
Mas não entendia muito bem porque Garrick ainda estava falando
como se eles se conhecessem.
Era difícil se importar quando o rosto de Garrick estava entre as
pernas de Oscar e a forma como sua língua girava em torno da cabeça grossa
do pau de Oscar que era suficiente para fazê-lo perder-se completamente. Não
tinha ideia do que diabos estava acontecendo, por que estava aqui, qualquer
coisa, mas foda-se, se alguma vez iria recusar um bom boquete.
E Garrick parecia ser um mestre disso. Esvaziou suas bochechas,
aumentando a pressão em torno do pênis de Oscar, que, por sua vez, fez os
ombros de Oscar ficar tensos e seus dedos apertaram um pouco mais no
cabelo preto de Garrick.
Enquanto Garrick não se queixava, assumiu que estava tudo bem.
Oscar precisava de algo para se segurar, afinal. Esta seria a terceira vez que
Garrick o fazia ter um orgasmo. Já estava no pico novamente. O prazer não
terminou, e era como se houvesse uma acumulação de algo em algum lugar
dentro do corpo de Oscar. Não conseguia o suficiente. Seu corpo não pararia
de aceitar todo aquele prazer e liberá-lo.
Não teve sequer uma pausa de cinco minutos entre cada orgasmo e
seu pau e bolas já estavam tensos e sensíveis novamente.
— Oh Deus, vou gozar. G-Garrick, — Oscar gemeu impotente. Não
conseguia se conter. Precisava de muito mais. Precisava disso como se
precisasse respirar, e não havia nada mais no mundo que importasse além de
alcançar aquele pico final de prazer.
Garrick não parou, nem mesmo para fazer uma pausa, e Oscar
deixou suas costas caírem na cama. Tentou sentar-se, para observar o que
Garrick estava fazendo com ele. Inferno, ele era um mestre e Oscar imaginou
que poderia aprender uma coisa ou duas, mas não agora. Agora estava tão
compenetrado no prazer que nem conseguia se sentar.
— Oh, Deus, como é que sua mandíbula não está ficando dolorida?
Não estava olhando para Garrick, mas naquele momento, Oscar
estava certo de que podia sentir o outro homem sorrindo para ele, como se
isso fosse uma pergunta engraçada.
Oscar queria saber como Garrick tinha esse tipo de resistência para
continuar e como poderia fazê-lo tão selvagem.
Então Garrick recuou. A ausência dos lábios do homem em seu pênis
foi um choque tão grande que teve que olhar para ele.
Sim, estava definitivamente sorrindo, e seus lábios estavam um
pouco mais escuros do que antes que tinha começado a fazer isso. Oh Deus,
ele era tão totalmente sexy.
— Espalhe suas pernas mais abertas para mim.
Não precisava dizer duas vezes. Imediatamente fez o que lhe
disseram, observando o prazer nos olhos de Garrick.
Então Oscar observou como o dedo do homem se moveu para seu
ânus, provocando o franzir, fazendo sua respiração aumentar.
Então seus olhos voaram abertos quando sentiu uma pressão lá.
Garrick estava tentando empurrar seus dedos dentro dele.
— Pare.
Garrick fez uma pausa.
— Qual é o problema?
Deus, Oscar não podia acreditar que tinha que explicar isso. Seu pau
ainda estava duro e pulsante, mas tinha que saber.
— Você tem lubrificante em qualquer lugar? Precisamos disso.
Garrick piscou para ele, como se por um momento não entendesse
bem o que Oscar estava dizendo, e então se levantou.
— Certo. Certo, tenho algo.
Garrick correu nu para o banheiro. Não fechou a porta atrás de si, de
modo que Oscar podia ver enquanto o outro procurava pelas gavetas debaixo
da pia. Não parecia com o tipo de cara que já tinha se arrastado para procurar
qualquer coisa em toda a sua vida. Parecia o tipo que sempre estava confiante,
sempre sabia o que estava fazendo, e sempre tinha uma solução.
Era provavelmente a primeira vez que fazia sexo com um homem.
Não havia nenhuma maneira que esse cara fosse virgem. Oscar não conseguiu
aquela vibração dele, mas definitivamente estava pegando no fato de que
Garrick não estava acostumado a esse tipo de sexo.
Oscar não entendia isso, mas não se preocupou em nada quando
Garrick voltou para o quarto com um sorriso e uma garrafa.
Ambos eram belos de se ver.
— Desculpe. Fiquei animado e esqueci.
Oscar assentiu com a cabeça. Deixaria o homem maior e mais alto
fingir que sabia secretamente o que estava fazendo o tempo todo, contanto
que não sentisse dor.
Percebeu que ele ia ter que dar um pouco de incentivo para ter
certeza que Garrick fazia tudo certo, isso era bom.
Um rápido olhar foi suficiente para ver que suas unhas estavam
limpas e aparadas, então Oscar não tinha nada com que se preocupar ali.
Garrick derramou um pouco do lubrificante em seus dedos. Olhou
brevemente para Oscar, ainda fingindo como se soubesse o que estava
fazendo.
— Gosto quando há muito, — disse Oscar.
Garrick assentiu, usando mais em seus dedos antes de brincar na
bunda de Oscar.
Oscar suspirou quando sentiu o toque de Garrick. Isso estava melhor.
Era muito melhor, e agora que podia sentir os dedos deste homem
pressionando contra ele, lubrificado dessa vez, sentiu seu corpo se abrir mais.
Estava mais receptivo ao toque, e aquele desejo ardente que ainda queimava
dentro dele estava finalmente começando a obter algum alívio.
— Você gosta disso?
— Mais profundo, — Oscar respondeu. Gostava, mas precisava de
Garrick para encontrar sua próstata. O ardente prazer de ter os dedos dentro
não era suficiente. Era ganancioso. Precisava de muito mais se fosse passar
por isso sem perder a cabeça.
— Assim?
Oscar suspirou, sentindo aqueles dedos chegando tão perto, tão
surpreendentemente perto de sua próstata que os choques de prazer estavam
ali.
— Quase lá. Entorte seus dedos um pouco.
Garrick fez o que lhe pediu, com as pontas dos dedos roçando
naquele ponto doce, e quando Garrick percebeu o tesouro que tinha
encontrado, se assegurou que seus dedos permanecessem. O bastardo estava
realmente brincando com ele, e Cristo, era bom nisso.
— Curtiu isso. Bem desse jeito. Ponha outro dedo dentro de mim.
Garrick fez o que lhe pediu. Oscar não tinha ideia do por que esse
homem de repente queria estar com outro homem se nunca tinha feito isso
antes. Talvez fosse bissexual e nunca tivesse tido a chance de fazer o que
queria fazer com outros homens, ou talvez estivesse curioso.
Essa última ideia fez Oscar sentir-se mais triste do que deveria,
considerando que tinha dois dedos grossos dentro dele, provocando-o com
habilidade.
Esperava que não fosse apenas uma curiosidade. Realmente
esperava.
— Está bom?
Oscar assentiu com a cabeça.
— Sim, tente empurrar um terceiro dedo para dentro. Estique-me,
prepare-me para você.
Oscar precisava disso. Precisava esquecer todas as coisas estranhas
que o tinham levado a este lugar, o ataque que o tinha assustado fora da
clínica, tudo mais. Só queria aquele homem, seu calor, seus dedos, sua boca e
seu pênis. Oscar viveria para o resto de sua vida apenas com essas coisas. Se
pudesse manter esse homem, tudo estaria bem. Tudo estaria bem se Garrick
simplesmente nunca parasse de tocá-lo.
— Me beije. Coloque sua boca em mim. Preciso sentir isso.
Garrick fez como lhe foi dito antes de Oscar ter a chance de terminar
a frase, e oh, Deus, era bom. Oscar contorceu e empurrou seus quadris por
baixo do outro homem, tentando empurrar mais seus dedos profundamente
dentro de seu corpo, querendo-os mais duro, mais áspero. Precisava sentir.
— Mais duro.
Garrick o fez, e o tempo todo gemeu e fez barulhos agradáveis
enquanto chupava o pau, beijava a cabeça do pênis e depois colocava a língua
nas bolas de Oscar.
— Deus, você... você é realmente bom, não é?
Garrick olhou de relance para ele, seus olhos piscando mais uma vez,
mas o prazer dentro deles era claro, e Oscar tinha que colocar as mãos sobre o
rosto porque não podia controlar seu próprio corpo. Apertou seus olhos
fechados enquanto o prazer se apressava através dele, e então estava lá. Iria
gozar com os dedos de Garrick dentro dele.
— Não posso segurar mais. — Oscar foi para seu pau, mas Garrick
bateu em sua mão. Sua outra mão segurava firmemente o pênis de Oscar,
acariciando-o, intensificando o prazer e fazendo com que gozasse com um
grito duro, jorrando sêmen de seu pênis.
Garrick moveu sua mão mais rapidamente, usando o próprio sêmen
como outra forma de lubrificação, Oscar contorceu e gemeu enquanto era
ordenhado até o último de seu prazer.
Não. Não o último. Havia ainda mais. Muito mais. Podia senti-lo ainda
dentro dele, e não entendia. Deveria estar seco neste ponto, mas parecia que
havia sempre mais.
— Oh Deus, por que isso está acontecendo?
— Recuperando o tempo perdido, — Garrick respondeu com um som
de ronronar muito distinto em sua voz.
— Que som é esse? Por que está fazendo esse som? — Oscar olhou
para o outro homem, sem entender como estava fazendo isso.
— Você gosta de gatos, não é?
Oscar piscou, seu cérebro ainda vago de ter tido outro orgasmo deste
homem, mas a pergunta era bastante simples.
— Eu gosto deles.
Garrick sorriu para ele.
— Isso é bom saber.
Ele não explicou sobre isso. Em vez disso, tesourou seus dedos
dentro do ânus de Oscar, fazendo-o estremecer e gemer.
Oscar teve que se perguntar quanto mais disso poderia aguentar,
mas mesmo enquanto esse pensamento flutuava através de sua cabeça, sabia
que queria muito mais. Não tinha terminado ainda. Mal havia começado.
Talvez Garrick tivesse razão, e Oscar estava apenas tendo seu
despertar sexual. Parecia um pouco tarde na vida. Esse tipo de coisa não
deveria estar acontecendo quando era adolescente? Não que não estivesse tão
excitado como o inferno, mas agora, isso estava começando a ficar um pouco
no lado do ridículo.
Ridículo, claro, mas era tão bom que teria que ser louco para querer
parar.
— Dentro de mim. Chega disso. Estou bem preparado. Quero seu pau
dentro de mim.
Aquela coisa intermitente aconteceu com os olhos de Garrick
novamente, tornando-os mais brilhantes, quase desumanos.
— Você tem certeza que pode lidar com isso agora?
— Tenho certeza que se você não me foder, vou te machucar.
Essa era outra daquelas coisas que ele provavelmente não devia ter
dito. O brincalhão que tinha estado nos olhos de Garrick desapareceu,
substituído por algo mais duro, mais frio, e muito mais suspeito.
Oscar gemeu, empurrando para cima na mão de Garrick,
desesperado por qualquer forma de alívio. Ele não aguentava mais. Queria que
terminasse, e queria que continuasse. Seu corpo não iria dar-lhe uma pausa.
— Por favor! Por favor, foda-me! Preciso disso. Por favor, eu preciso.
Se Oscar fosse azarado o suficiente para estar em torno de um cara
que simplesmente não podia aceitar uma piada, Iria explodir, porque não
poderia tomar mais desta provocação, desta preparação. Estava bem, estava
pronto. Garrick não podia ver isso?
A coisa mais estranha sobre tudo isso era o fato de Garrick não ter
gozado uma vez. Ainda tinha que ter um orgasmo, e enquanto isso, Oscar
estava estourando-os como se tivesse havido uma acumulação dentro de seu
corpo que precisava ser liberado.
Garrick não estava tão desesperado como Oscar? Como diabos
conseguiu segurar tudo isso por tanto tempo?
Ouviu outro daqueles grunhidos que não conseguia entender. Os
ruídos surpreendentes de um gato ronronando saiam enquanto Garrick
escalava acima do corpo de Oscar.
— É melhor que você esteja dizendo essas coisas para mim.
— Quem mais seria? — Oscar colocou os braços em torno dos ombros
fortes de Garrick. — Deus, você é tão afortunado é quente e bom na cama.
Não sei o que diabos faria se você fosse apenas um cara normal, falando tão
estranho assim.
Garrick olhou para ele de lado, aqueles olhos escuros ainda olhando-o
como se o homem estivesse tentando olhar diretamente através dele.
Oscar não entendeu, mas não importava porque Garrick o estava
beijando, e tudo era incrivelmente leve, fofo e prazeroso sempre que Garrick
fazia isso.
Isso estava acontecendo. Isso finalmente ia acontecer, e Oscar não
conseguia fazer isso rápido o suficiente. Sua pele nua estava quente, e mais
uma vez sentiu como se pudesse começar a ter um superaquecimento, mas
nada disso importava quando separou os joelhos e levantou-os alto.
Teria sido um pouco mais fácil com um travesseiro debaixo dele, mas
estava muito excitado. Apertou suas coxas ao redor da cintura de Garrick,
sentindo o pênis duro do homem contra sua bunda.
Oscar sentiu um breve lampejo de arrependimento. Desejou ter feito
alguma coisa por Garrick. Garrick fez uso incrível daquela boca fantástica,
dando orgasmos múltiplos a Oscar, e não tinha feito nada para ele ainda.
Garrick não estava reclamando, então pelo menos isso era algo que
poderia estar satisfeito consigo mesmo.
Garrick gemeu, e se atrapalhou um pouco, alcançando e
pressionando a cabeça de seu pênis contra o ânus de Oscar.
Oscar sugou uma respiração profunda. Precisava disso tanto que
estava tremendo com a dor por isso, e provavelmente estava um pouco suado,
mas ia culpar o incrível prazer que estava recebendo. Contanto que Garrick
não parecesse importar-se, então Oscar estaria bem.
— Empurre para dentro de mim. Espere depois que não puder ir mais
longe para que eu possa obter alguns segundos para me ajustar e depois
continue.
— Então o quê? — Perguntou Garrick. Pelo menos ele não parecia
irritado com todas as instruções que estava sendo dado.
— Então foda-me como o garanhão que sei que você é.
— Não um garanhão. Um puma.
Esquisito. Oscar não teria usado essa comparação, mas talvez ele
gostasse da referência e fosse um pouco mais velho do que parecia. Eram
sempre possibilidades reais.
Oscar assentiu com a cabeça. Não estava prestes a discutir quando
estava tão perto, tão perto de conseguir o que precisava.
Garrick empurrou dentro dele. Foi duro e um pouco áspero no início,
mas Oscar não se importou. Gritou com isso. A dor e o prazer o
surpreenderam ao mesmo tempo, e quase ficou paralisado.
Garrick fez o que Oscar lhe dissera. Parou e esperou, dando a Oscar a
chance de se ajustar, especialmente agora quando não pensava que poderia
sair uma palavra coerente, se sua vida dependesse disso.
Então Garrick empurrou para frente novamente, ainda lento, ainda
com a paciência de um santo, considerando quão duro seu pau puxado. Oscar
saberia por que podia senti-lo muito intimamente enquanto o pau do homem
deslizava dentro dele, mais e mais profundo até que o corpo de Oscar
finalmente se abriu, e Garrick gemeu quando finalmente foi capaz de deslizar
todo o caminho dentro do corpo de Oscar.
Ele não era o único. Oscar deixou sua cabeça cair para trás. Apertou
os olhos, absorvendo essa sensação, essa sensação de estar cheio, o prazer
ardente e a sensação de que isso era algo que tinha sentido falta há muito
tempo.
Muito tempo. Estranho. Por que estaria se sentindo assim, e por que
o fazia querer apertar os braços ainda mais apertados ao redor do corpo de
Garrick de repente?
Oscar queria segurar o outro homem e nunca deixá-lo ir. De repente,
ficou apavorado com o fato de que iria acordar e esse dia estranho seria um
sonho e Garrick não estaria aqui.
Estava aqui. Estava claro que estava aqui, e não havia nada entre
eles quando começou a se mover.
Oscar grunhiu.
— Foda-se, você é grande.
Garrick riu.
— Estamos apenas começando.

Capítulo Quatro

Ele bateu seus quadris para frente forte e rápido, áspero o suficiente
para que Oscar ofegasse da forma repentina como sua carne bateu uma contra
a outra.
Somente podia se concentrar em respirar quando Garrick fez isso. Mal
podia acreditar que o outro homem estava fazendo isso. Ele era... merda, era
incrível.
Garrick não tinha nenhum sentido do ritmo, mas havia uma sensação
de fome animal com a forma como empurrou seus quadris para frente, a
maneira como rosnava sempre que se encontravam.
Aquele ruído soava tão sujo, Oscar adorou. Amava ainda mais quando
a vibração e o choque de cada impulso direto pulsavam através dele, fazendo-
o tremer, fazendo-o querer perder o controle total.
— Deus, isso é bom. — Oscar tentou empurrar seus quadris de volta
contra Garrick, como se o outro homem não estivesse fazendo todo o trabalho,
e porque se sentia bem. Sempre houve isso. O problema era que mal
conseguia manter o ritmo. Oscar queria acompanhar. Era frustrante que não
pudesse, que estava deitado debaixo deste homem e se divertindo.
Oscar gemeu.
— O que é?
Era tão intenso e interessante a maneira como Garrick não
desacelerou ou parou quando ele fez essa pergunta.
— Quero me mexer. Fazer algo por você.
Garrick sacudiu a cabeça.
— Não se preocupe com isso. Isso é tudo para você. Isto é só para
você.
Oscar não entendeu. Mas gostou. Essas palavras aqueceram o
interior de seu peito e o lisonjearam, mas ninguém nunca tinha sido tão
sexualmente generoso com ele antes. Até mesmo o último namorado que teve,
aquele que amava, adorava e pensava que passaria o resto de sua vida, tinha
sido o tipo de cara que ficava irritado sempre que Oscar gozava muito rápido
ou se Oscar estava cansado e não podia gozar para ele.
A ideia de que ele pudesse simplesmente deitar aqui e sentir era
suposto estar tudo bem?
Não, Oscar queria participar, então era isso que iria fazer. Podia não
ser capaz de empurrar seus quadris para cima para encontrar cada um dos
poderosos golpes de Garrick, mas estava certo como o inferno que ia conseguir
algo feito.
Oscar ainda tinha o uso de suas mãos e boca, então se certificou de
colocá-los em excelente uso.
Inclinou-se, pressionando os lábios para o lado da garganta de
Garrick. Beijou e sugou aquele doce ponto onde pulsava o coração do outro
homem. Garrick soltou um pequeno suspiro. Poderia ter sido o prazer, ou ter
sido a maneira como Oscar estava tocando-o. De qualquer maneira, Oscar iria
aceitar que isso significava que estava fazendo algo certo.
— Quero te tocar. Quero fazer você se sentir bem, — disse Oscar.
Garrick não respondeu. Apenas deu outro gemido quando os dedos
de Oscar encontraram seus mamilos. Oscar os apertou, rolando as pontas dos
dedos sobre eles antes de beliscá-los. Ele não o fez duro, não no início, mas no
segundo que percebeu que Garrick parecia gostar disso áspero, mais áspero do
que Oscar gostava, apertou duro.
Um longo gemido escapou da garganta do homem, Oscar estava
definitivamente fazendo algo certo.
— Quando você quer algo, sempre consegue.
Oscar assentiu com a cabeça.
— Isso está exatamente certo. — Apertou seu ânus em torno do pau
de Garrick. Queria mantê-lo dentro de si, o maior tempo possível, mantendo a
cabeça em forma de cogumelo segura firmemente contra sua próstata, mas,
claro, não era assim que funcionava, e Garrick gemeu enquanto aumentava o
ritmo de seus impulsos. Fodeu Oscar mais e mais rápido, como se para
compensar a pressão adicionada em torno de seu pau.
— Tão apertado. Você se sente tão bem em torno do meu pau, bebê.
— Garrick gemeu novamente. — Porra, senti sua falta.
Oscar também não sabia por que dizia isso, ou quem Garrick pensava
que era, mas parecia certo dizer ao homem que sentia falta dele. Parecia
natural. Ele não deveria dizer isso.
Esperava que Garrick não ficasse chateado com Oscar pela manhã
quando descobrisse que Oscar não era quem pensava que era, mas já seria
tarde demais, e não havia como Oscar pedir para ele parar. Ambos estavam
longe demais, e sentiu a corrida de outro orgasmo crescendo dentro dele, nos
seus testículos apertados e no local logo abaixo da barriga.
Iria gozar, e ia ser grande.
Oscar ofegou para respirar, tentou desesperadamente obter as
palavras que queria quando sentiu o prazer aumentando.
— Goze dentro de mim. Quero sentir você gozando antes de mim.
Quero isso.
Tentou alcançar seu pau, mas Garrick empurrou sua mão para fora do
caminho e se inclinou sobre ele, até o ponto em que Oscar podia sentir seu
pênis preso entre suas barrigas.
— Não toque. Isso é meu.
O tom grunhido na voz de Garrick e a maneira como olhava para
Oscar era mais que suficiente para fazê-lo assentir.
— É seu.
Garrick se moveu. A fricção, o doce alívio de ter seu pênis esfregando
entre suas barrigas foi quase o suficiente para enviar Oscar sobre a borda. Mal
se agarrava em seu autocontrole.
— Você quer sentir alguma coisa? Quer meu toque no seu pau? Então
vai sentir isso.
Garrick continuava se movimentando, mantinha fazendo Oscar sentir
aquele doce e provocador atrito que o levava cada vez mais perto da borda.
Garrick também não estava ficando lento. Estava acelerando. Estava fodendo
Oscar com velocidade e ritmo de um homem que estava na borda, e Oscar
gemeu. Tão perto. Estava tão perto, mas Garrick também, e Oscar estava
desesperado para sentir o homem gozar dentro dele. Tinha que sentir isso.
Precisava.
— Oh Deus, por favor!
Oscar fez isso. Estendeu a mão. A corrida quente do sêmen de
Garrick inundou dentro dele, e só então Oscar sentiu que era capaz de gozar.
A corrida do orgasmo tomou conta de cada nervo em seu corpo. Os
músculos de Oscar apertaram quando gozou. Apertou seu corpo inteiro em
torno de Garrick quando essa sensação disparou através dele.
Então tudo que podia fazer era respirar. O calor que o tinha agarrado
tão fortemente antes de Garrick ter começado a tocá-lo retornou. Oscar ainda
sentia como se estivesse pegando fogo, e não havia ar suficiente no quarto.
Estava desconfortável, o calor ainda parecia que era muito, mas
podia lidar com isso agora, porque era o calor do corpo de Garrick.
Oscar fez o possível para recuperar o fôlego deitando contra o peito
de Garrick. O pesado batimento cardíaco de Garrick era um som reconfortante.
Era reconfortante o suficiente para embalar Oscar ainda mais do que já estava,
apesar de quão duro estava batendo.
Estava nervoso com alguma coisa? Ou assustado? Por que o coração
de um homem estava batendo tão forte e alto? Isso foi mais do que apenas um
orgasmo.
Falando nisso, depois de ter tido tantos orgasmos, honestamente
pensou que ficaria acordado a noite toda, mas este parecia ser o único que
finalmente minou-lhe suas forças.
Oscar sentiu-se mal. Garrick tinha feito tanto por ele, tinha lhe dado
tanto prazer, e tinha dado a Garrick apenas um único orgasmo.
Não havia nada a ser feito, no entanto. Não importava que não
soubesse onde estava ou quem realmente era Garrick. Tudo o que importava
era como estava cansado e quanto queria dormir.
Bem, nunca foi capaz de resistir a uma soneca por muito tempo, e
quando Oscar fechou os olhos, estava dormindo.
Garrick deixou seu companheiro dormir. Observou o homem por um
curto período de tempo.
Olga estava de volta, mas como Oscar.
Garrick passou os dedos pelos cabelos de Oscar. Era mais curto, mas
se sentia como antes. Ainda tão suave como sempre e com os mesmos
destaques.
Além de como era estranho ter seu companheiro de volta com sexo
diferente, Garrick não poderia estar mais emocionado. Seu companheiro havia
retornado. O feitiço que Kevin tinha lançado como Kinsey há tantos anos tinha
se estendido para Olga, permitindo que ela reencarnasse como Oscar, para
voltar a Garrick mesmo depois do fogo terrível.
Era tudo o que Garrick poderia ter desejado, tudo o que poderia ter
pedido. O coração de Garrick ainda estava batendo em seu peito. Não podia
acreditar. Realmente não podia acreditar que poderia ser tão sortudo.
Continuou a assistir a Oscar dormir um pouco mais. Verificou todas as
diferenças em seu companheiro agora em comparação com o que tinha
parecido naqueles anos atrás.
Sua mandíbula não era tão acentuada, mas ainda era atraente. Para
um homem, poderia até ser chamado de um menino bonito. Aquelas palavras
que as crianças estavam usando nos dias de hoje, não era?
Sua pele era um pouco mais áspera ao longo de sua mandíbula,
também. Garrick tinha beijado seu companheiro o suficiente para saber que
era porque Oscar precisava se barbear, mas seus pelos brancos tornavam difícil
perceber. Podia sentir o leve arranhar sempre que tocava o rosto de Oscar, mas
era agradável. Garrick gostava de como se sentia. Não levaria muito tempo
para se acostumar a tudo. Garrick queria beijar Oscar novamente.
Ele quase fez, mas se deteve.
Não, ainda não. Oscar parecia muito bem, mas Garrick ainda não
sabia o que aquela bruxa tinha feito com ele. Poderia ter sido irresponsável da
parte dele ter relações sexuais com seu companheiro antes que soubesse o
que estava acontecendo, mas Garrick não tinha sido capaz de parar. Como
poderia segurar quando Oscar olhava para ele assim? Quando seu
companheiro tinha sido tão aquecido, tão obviamente atingido pela luxúria,
realmente não havia nada que Garrick pudesse fazer, senão ceder.
Era o melhor tipo para ceder, mas agora Garrick precisava descobrir o
que estava acontecendo. Tinha que falar com Kevin novamente.
Garrick suspirou. Foi até o armário. Tinha algumas coisas aqui que
poderia usar, e embora não quisesse, a última coisa que precisava era que seu
companheiro acordasse em um estado de algum tipo de possessividade e
corresse em alvoroço pela casa enquanto Garrick não estava lá.
— Desculpe bebê, mas preciso fazer isso.
Tinha esperança que Oscar não acordasse e ficasse irritado. Garrick
precisava olhar no carro e na carteira de seu companheiro. Precisava descobrir
o que pudesse sobre ele.

Quando Oscar abriu os olhos, percebeu que estava muito mais


brilhante no quarto do que tinha estado quando tinha adormecido. Esta era a
luz brilhante, natural, nada como das lâmpadas que tinham estado na noite
passada.
Também não estava com medo. Não deveria ter ficado aterrorizado
depois de acordar em um lugar estranho?
Na verdade, sim, onde diabos estava? A noite passada claramente
não tinha sido um sonho.
Oscar se levantou e percebeu que suas mãos estavam presas. Quase
não queria olhar para cima e ver o que estava acontecendo. Fez de qualquer
maneira, em seguida, virou quando viu que seus pulsos estavam amarrados
aos pilares da cama.
Ele gritou. Gritou porque tinha sido sequestrado! Tinha sido
sequestrado, e agora estava preso na cama de algum psicopata, nu.
Oscar puxou contra suas amarras, mas não podia desamarrá-las.
Merda. Suas mãos estavam apertadas, e não podia se mover. Não podia se
mover!
Oscar provavelmente gritou um pouco mais alto do que pretendia,
porque a próxima coisa que ouviu era o som de passos apressados correndo
em direção à porta, e então a porta sendo aberta.
Oscar parou de gritar apenas quando Garrick apareceu na entrada.
Seus olhos estavam arregalados, como se esperasse ver um
assassinato acontecendo em algum lugar no quarto.
Eles se entreolharam. Oscar não podia desviar o olhar dele.
Tudo o que tinha acontecido ontem à noite era claramente real. Não
tinha sonhado nada, e de certa forma, isso fez as coisas tão horríveis, mas, ao
mesmo tempo, acalmou-o um pouco.
Pelo menos sabia que não estava delirando.
Espere, Garrick não matou alguém ontem à noite?
Garrick entrou no quarto, fechando a porta atrás dele.
— Você acordou. Está se sentindo bem?
— Fique longe de mim!
Garrick parou ao comando gritado.
— Não vou te machucar.
Quanto Oscar deveria acreditar nisso.
— Você me tem amarrado em sua cama, seu anormal! Eu disse para
não chegar mais perto!
Garrick não escutou desta vez. Por que não estava escutando? Por
que estava vindo tão perto? Oscar não queria que ele estivesse tão perto.
Garrick sentou-se ao lado de Oscar na cama. Não fez nada violento.
Não disse nada assustador, mas foi sua proximidade que fez Oscar
desconfortável. Não podia deixar de se lembrar da maneira que Garrick o tinha
fodido na noite passada. Não só a maneira como tinha fodido, mas a maneira
como Oscar tinha implorado para que fizesse isso.
Tudo tinha sido tão malditamente louco, e agora Garrick estava aqui,
olhando para ele, como se estivesse esperando alguma coisa.
— O que? O que você quer?
— Você se lembra de alguma coisa da noite passada?
O calor escalou o pescoço de Oscar. De jeito nenhum iria admitir que
se lembrava de implorar para ser fodido.
— Não. Eu não.
— Você não? — Garrick ergueu uma sobrancelha, como se não
acreditasse em nenhuma palavra disso.
Provavelmente não.
— Quero dizer, eu me lembro de algumas coisas. — Não havia
nenhuma maneira no inferno que Oscar iria conseguir fingir que não sabia do
que Garrick estava falando. Tinha que admitir algo disso. O sexo? De jeito
nenhum.
— Eu me lembro que você e seus amigos mataram algumas pessoas.
Que me raptaram e me trouxeram aqui. Que diabos? Quem são vocês?
— Você se lembra de outra coisa, além disso? Sobre você e eu?
Agora ele queria falar sobre o sexo?
— Não. Não me lembro de nada.
— Por que acha que está nu?
Oscar ficou fodidamente furioso com a pergunta.
— Não sei! Possivelmente porque você é um estuprador e me
sequestrou! Agora me deixe ir!
Garrick se levantou, como se a acusação o atingisse diretamente e
não podia acreditar que tivesse ouvido isso.
— Você acha que sou assim? Acha que eu realmente faria isso com
você?
Oscar olhou para o homem, mesmo que fosse para se impedir de lhe
dizer isso, não, não achava que Garrick fosse um estuprador. Não que tivesse
qualquer coisa para se basear. Ele não tinha ideia de quem era Garrick, mas
não conseguia pensar em nada de ruim sobre esse homem, e isso o deixou em
pânico mais do que tudo.
Por que estaria tão disposto a pensar algo positivo sobre esse cara?
Um cara que o tinha sequestrado e fodido quando Oscar estava claramente sob
a influência de... algo. Diabos, que tipo de pessoa normal fazia algo assim?
Que tipo de pessoa normal andava com uma espada?
Garrick não estava claramente disposto a deixá-lo ir. Ele se inclinou
sobre Oscar na cama, perto, tão perto que seu nariz quase tocou.
— Diga-me agora. Você me olha na cara e me diz que acha que sou
um estuprador sujo. Faça.
Oscar zombou dele.
— Você me tem amarrado em sua cama e eu estou nu, seu idiota
fodido.
— Eu te cobri com o cobertor.
— Muito obrigado por isso. Desamarra-me, idiota!
Garrick não o desamarrou. Oscar realmente devia parar de xingar o
homem. Se ele realmente era tão perigoso e mortal quanto Oscar temia, então
irritá-lo podia não ser a melhor ideia do mundo.
Oscar puxou contra as amarras que o prendiam. Lutou e gemeu,
frustrado e zangado quando não conseguiu se libertar.
— Me deixe ir! Deixe-me ir!
— Eu vou! — Garrick agarrou Oscar pelos ombros, segurando-o
apertado e praticamente sacudindo-o até que parou, forçando-o a se acalmar.
O coração de Oscar bateu pesadamente contra suas costelas. Não
conseguia evitar que isso acontecesse, mas conseguiu colocar um pouco de
sentido dentro de si e realmente olhou para o homem na frente dele.
Garrick olhava para ele de volta. Não havia raiva em seus olhos, mas
havia algo que sugeria uma frustração profunda, ainda mais profunda do que o
que Oscar sentia naquele momento, e estava amarrado à cama na casa de um
estranho.
— Vou soltá-lo, mas você tem que me prometer que não vai fazer
nada, certo?
Oscar não entendeu nada disso.
— Fazer o que?
Garrick apertou os lábios.
— Você tem que me prometer que não vai atacar ninguém. Eu disse a
meus irmãos que não iria deixá-lo solto ainda, mas se você realmente me
quer...
— Espere um minuto! O que diabos isso quer dizer? — Era tão ridículo
que era tão cômico. — Você me tem amarrado em seu quarto, e está
seriamente preocupado que sou um perigo para você e seus amigos? Que
diabos está errado com você?
Quase não importava o quão insanamente bonito Garrick estivesse
naquele momento, ou quanto Oscar queria estar nos braços do homem e ficar
lá praticamente até o fim dos tempos. Essa era, de longe, a coisa mais insana
que já ouvira em sua vida adulta.
— Só confie em mim, certo? Sei que você tem perguntas, e sei que
está confuso, mas em algum lugar, no fundo, você sabe que eu nunca, nunca
iria machucá-lo. Sei que você acredita nisso. Sempre farei o que for melhor
para você, ok? Só precisa confiar em mim.
Oscar engoliu em seco. Não sabia o que pensar naquele momento,
mas afundou profundamente naqueles olhos escuros.
— Você confia em mim? — Perguntou Garrick.
Oscar teve que se concentrar em sua respiração. Aquele calor que
sentira desde a noite passada começou a se infiltrar dentro dele, e não tinha
ideia do que fazer a respeito. De onde tudo isso estava vindo? Qual era essa
sensação de necessidade que sentia?
— Eu confio em você.
Garrick acenou com a cabeça, e pegou os pulsos de Oscar.
— Bom.
Provavelmente não esperava que Oscar o socasse no segundo
momento em que estivesse livre ou corresse para a porta.

Capítulo Cinco

A razão pela qual Oscar não conseguir chegar longe foi porque ainda
estava nu, mas mesmo tentando escapar de uma situação que aparentemente
viu, como sendo uma ameaça, ainda estava tentando segurar o cobertor em
torno de sua cintura.
Ficou tudo muito fácil para Garrick ir atrás de seu companheiro e
pegá-lo antes que chegasse a meio caminho para fora da porta.
Garrick não gostava de enfrentar seu companheiro no chão, mas era
algo que precisava ser feito, mesmo quando Oscar continuou a lutar com ele e
gritar por ajuda.
Kevin saiu de seu quarto, barriga inchada e enorme com a criança
dentro dele. Garrick mal olhou para o outro homem, mas podia dizer o quão
completamente e totalmente desconfortável Kevin estava com essa coisa toda.
O pobre rapaz provavelmente pensou que Garrick estava tentando matar
Oscar.
— Saia de cima de mim! Alguém me ajude!
— Não vou te machucar. Pare de lutar!
Garrick estava ficando frustrado e zangado. Não queria ser uma
dessas coisas porque sabia que nada disso era culpa de seu companheiro.
— Você quer que eu consiga alguma ajuda? — Kevin perguntou, se
aproximando.
— Não, está tudo bem.
Garrick não queria que Kevin buscasse Alistair, porque se o fizesse
isso significaria que seus irmãos ficariam ainda mais suspeitos de ter Oscar na
casa.
— Você tem certeza?
Kevin estava ficando muito perto.
— Tenho certeza. Você pode voltar para o seu quarto.
Oscar abriu a boca, gritou o som mais horrível que Garrick já tinha
ouvido em sua vida e, com uma força que Garrick não esperava, jogou-o fora
de suas costas.
Garrick voou. Suas costas bateram na parede, e ele caiu duro assim
que Oscar voltou a se levantar.
O homem ignorou o cobertor e sua nudez dessa vez, enquanto corria
para Kevin.
Garrick trabalhou no piloto automático enquanto seu companheiro
corria para o companheiro grávido de Alistair. Oscar era rápido, mas Garrick
era mais rápido, mesmo sendo apanhado desprevenido. Garrick voou para
cima e, em três passos rápidos, pegou Oscar pela cintura e puxou-o para longe
de Kevin antes que pudesse pegar o outro homem e machucá-lo.
— Maldição! — Kevin correu para trás o mais rápido que conseguiu, o
que não era muito rápido, considerando o tamanho de sua barriga. Teve que
segurar suas mãos em torno da barriga para gingar a distância.
Enquanto isso, levou toda a força de Garrick apenas para segurar
Oscar, para mantê-lo de machucar Kevin.
— Oscar! Pare! Acalme-se!
Oscar não se acalmava. Ou não podia. Garrick não podia sequer ter
certeza, porque seu companheiro não parecia humano. Rosnou e estalou como
um animal, e seus olhos estavam pretos escuros.
Era como se fosse um demônio, ou possuído por um. Sombras
arrastavam-se daqueles olhos como cobras vivas.
Oh, Deus, aquela bruxa tinha feito algo para seu companheiro, e
agora estava o deixando louco. Que diabos ia fazer?
Kevin gritou para Alistair enquanto corria para as escadas. Garrick
desejou que não o fizesse, mas neste momento, não podia culpá-lo por isso, e
sabia que era a coisa certa a fazer. Por que não chamaria seu companheiro
quando o companheiro de Garrick estava ficando louco?
Oscar rosnou de novo, aquele mesmo ruído horrível e desumano,
enquanto soltava o punho e acertava Garrick na mandíbula.
Não doeu, não realmente, mas Garrick com certeza sentiu isso.
Precisava acalmá-lo. Se não conseguisse que seu companheiro ficasse
calmo e voltasse a se controlar, então Alistair iria subir aqui em uma
tempestade furiosa e Garrick teria uma briga em suas mãos.
Não importava o que Oscar tinha acabado de tentar fazer, Garrick
nunca deixaria qualquer mal chegar a ele. Este era seu companheiro, e iria
protegê-lo com sua vida. Não falharia desta vez.
Garrick agarrou os braços de Oscar em um aperto apertado, cavando
suas garras na pele enquanto puxava o homem de volta e forçava as costas de
Oscar contra seu peito.
— Acalme-se. Tenho você. Se acalme.
Oscar não se acalmou, não imediatamente, mas Garrick concentrou
toda sua energia no outro homem. Respirou profundamente, permitindo que
Oscar sentisse seus batimentos cardíacos e sua respiração.
Oscar continuou a rosnar, a lutar, mas cada movimento tornou-se
cada vez mais calmo. Já não havia tanta luta, sentado ali, respirando com ele,
absorvendo a energia de Garrick.
Garrick deixou suas mãos deslizarem para baixo e em torno da
cintura de Oscar e estômago.
— Sinta minhas mãos. Você me conhece. Sabe quem sou. Você está
seguro.
Garrick tocou o peito de Oscar, deixando suas mãos roçarem os duros
mamilos do homem, mas não os provocando, nem mesmo quando ouviu o
gemido de Oscar.
O pau de Oscar estava duro. Isso parecia acontecer com bastante
rapidez, mas Garrick ignorou isso, também, mesmo quando sua mão coçava
para segurar o pênis de Oscar e acariciá-lo. Talvez um orgasmo fosse bom para
trazer Oscar para seu antigo eu, mas mesmo Garrick querendo seu
companheiro, não poderia foder Oscar ou empurrá-lo no meio do corredor
quando não estava inteiramente ele mesmo. Então, ouviu o som do grito
furioso de Alistair do andar de baixo.
— Onde diabos ele está?
Merda.
— Bebê, preciso que você mantenha a calma, certo? Precisamos
voltar para o nosso quarto, e vai ficar lá até eu ir buscá-lo.
Oscar gemeu. Garrick os puxou de pé. Eles haviam escorregado para
o chão quando Garrick o agarrou, mas o som dos passos de Alistair subindo
correndo as escadas fez Garrick se mover mais rápido.
Os olhos de Oscar ainda não estavam completamente escuros.
Estavam um pouco mais no lado opaco e cinza. Algo ainda estava claramente
lá, mas não tinha a mesma influência sobre Oscar que tinha estado lá há um
minuto.
Alistair estava ali, de frente para Garrick quando empurrou Oscar de
volta para seu quarto e fechou a porta.
Ele se virou quando Alistair o empurrou.
Garrick o empurrou para trás, afastando-o da porta.
— Foda-se! Nem pense nisso!
— Ele tentou colocar os dedos na garganta de Kevin! O que acha que
vou fazer?
— Você não vai entrar lá. Fique longe dele.
Os olhos de Alistair se tornaram vermelhos. Ele era um alfa que
claramente não gostava de ouvir que não estava prestes a conseguir o que
queria.
Garrick sacudiu a cabeça.
— Não. Nem pense nisso. Eu cuido disso.
Alistair sacudiu a cabeça. Estava furioso, e todo o corpo de Garrick
ficou tenso. Preparou-se para uma luta contra seu irmão para defender seu
companheiro.
— Alistair, eu te amo, realmente faço, mas eu juro por Deus se você
entrar lá, vou lutar com você até a morte. Não estou brincando sobre isso.
Ele quis dizer isso. Fazia.
Os olhos de Alistair ficaram vermelhos. Seu corpo também estava
tenso. Parecia que estava prestes a perder sua própria mente, também.
Garrick poderia ter piorado as coisas dizendo a seu irmão que iria
lutar com ele. Maldição. Que diabos faria se Alistair tentasse lutar aqui no
corredor?
Eles se olharam para o que tinha que ser uns bons cinco minutos
antes de Alistair grunhir.
— Certifique-se de mantê-lo preso. Até que saibamos o que está
acontecendo, não o quero fora de sua vista.
— Não vai acontecer de novo.
Foi bom o suficiente. Garrick agarrou-se a isso, e aceitou. O lado alfa
dele ainda queria lutar, assim poderia defender a honra de seu companheiro,
mas isso viria mais tarde.
Alistair olhou para a porta, olhou para ela, como se estivesse
tentando ver Oscar através, mas finalmente, felizmente, ele se virou e saiu.
Kevin estava no fim do corredor, observando-os. Deu uma expressão
triste para Garrick, como se não esperasse que Alistair subisse aqui e quisesse
matar o homem, mas Garrick não tinha nada contra ele.
Kevin estava assustado. Claro, tinha ido para Alistair.
Kevin era a razão pela qual Garrick tinha seu companheiro de volta
para começar. Nem sequer pensaria em ficar irritado com Kevin, mas agora,
tinha coisas mais importantes para se preocupar.
Garrick respirou profundo. Precisava verificar Oscar. Falaria com Kevin
mais tarde. Oscar era a sua principal prioridade.
Garrick bateu na porta antes de abri-la.
— Oscar?
Seu companheiro não estava na cama. Estava sentado no canto do
quarto, no chão com os joelhos para cima. Uma posição de proteção total.
Entrou no quarto, fechando e trancando a porta atrás de si, apenas
para se certificar que seu companheiro ficava a salvo.
— Ei, você está bem?
Oscar sacudiu a cabeça. Tinha os braços enrolados ao redor dos
joelhos, e seu rosto estava pressionado contra seus braços.
— Não fique envergonhado. Está tudo bem. Vamos descobrir o que
está errado.
Oscar passou a mão pelo cabelo, os dedos apertando as mechas.
— O que aconteceu comigo?
Garrick não podia evitar. Tinha que tocar em seu companheiro, então
isso era exatamente o que faria. Colocou a mão no ombro de Oscar, e foi o
toque pele-com-pele que parecia fazer tudo parecer muito melhor naquele
momento. Garrick sentiu como se finalmente pudesse respirar, e quase parecia
que a tensão e pressão nos ombros de Oscar diminuíram um pouco também.
— É por isso que tivemos que levá-lo. Quando aquela bruxa te atacou
em seu carro ontem à noite, fez algo para você. Vamos consertá-lo. Kevin é
bom com esse tipo de coisa. Ele vai consertar isso. Ei, olhe para mim.
Teve que levar sua mão sob os braços de Oscar, forçando seu
companheiro a enfrentá-lo. Não era a melhor coisa do mundo para fazer, mas
era melhor do que nada naquele momento. Pelo menos seu companheiro
estava olhando para ele, mas aquela expressão com olhos lacrimosos cutucou
Garrick no coração.
— Eu vou ficar bem?
Garrick não podia se segurar. Absolutamente não podia, então puxou
seu companheiro para ele até que seus braços estavam apertados em torno
dos ombros em um abraço firme.
Tentou empurrar todo o seu amor e devoção dentro do outro homem,
tentou fazê-lo de modo que Oscar sentisse e fosse confortado por ele.
— Você vai ficar bem. Vamos superar isso.
Isso não era sobre Garrick, nem um pouco, mas estava tão
fodidamente feliz quando seu companheiro o segurou de volta, quando Oscar
não o afastou.
Oscar o abraçou como se precisasse de Garrick para respirar.
Demorou mais ou menos uma hora para que o tom cinzento
finalmente deixasse os olhos de Oscar completamente. Naquele momento,
Garrick ficou um pouco mais confiante de que poderia tirar seu companheiro
do quarto.
Oscar parecia bem. Estava calmo, não mais tentando escapar. Não
agora que percebeu que poderia haver algo realmente errado com ele.
Garrick não contou a Oscar sobre sua vida anterior, sobre o fogo,
nada disso. Não queria despejar muita coisa no homem, já era bastante ruim
que Oscar estivesse aprendendo sobre todas as coisas assustadoras do mundo.
Oscar vestiu-se com algumas roupas que Garrick tinha sido obrigado
a emprestar de Tomas, mas pelo menos serviam nele.
Oscar parecia chocado com a ideia de bruxas. Garrick ainda não tinha
dito ao seu companheiro que ele poderia se transformar em um puma, embora
pela maneira como Oscar às vezes olhava para ele, Garrick tinha a impressão
de que já suspeitava que algo era diferente.
— O que vou fazer sobre o meu trabalho? Tenho que ir trabalhar.
— Liguei para o seu trabalho antes de acordar — disse Garrick. Ele
enviou uma mensagem para Alistair e seus irmãos mais cedo dizendo que ia
levar seu companheiro para tomar café da manhã. Isso permitiria que eles e
seus companheiros ficassem fora do caminho, enquanto tinham a certeza de
que estariam atentos a quaisquer ruídos potenciais se Oscar perdesse o
controle novamente.
— Você ligou para o meu trabalho?
Garrick assentiu, observando seu companheiro de perto enquanto
tentava fingir que não o estava observando.
— Sim, desculpe por isso. Tive que olhar em sua carteira, carro e
telefone antes de encontrar todos os números que eu queria. Liguei e disse
que você tropeçou e machucou sua perna. Vai se recuperar de uma leve torção
entre duas e quatro semanas.
Oscar notavelmente empalideceu com aquele número.
— Será que realmente levará tanto tempo antes... antes que essa
coisa esteja fora de mim?
— Não, — disse Garrick. Ele não fazia ideia de quanto tempo
demoraria, mas queria dar alguma esperança ao seu companheiro. — Isto é
apenas para sua segurança, realmente.
— Preciso trabalhar. Não posso ficar sem trabalhar. Acabei de me
mudar para esta cidade. Não tenho dinheiro para ficar sem trabalho tanto
tempo. E se eu for demitido?
Estava disparando tantas perguntas rapidamente que estava
seriamente começando a fazer Garrick preocupado por sua saúde mental.
Garrick teve que parar seu companheiro antes que pudessem fazer um buraco
no chão de tanto andar.
— Ei, olhe para mim. Respire, tudo bem? Tudo vai ficar bem.
Oscar sacudiu a cabeça.
— Vai ficar — insistiu Garrick. — Sei que vai. Se você está tendo
problemas de dinheiro, não se preocupe com isso. Posso cobrir o aluguel do
seu lugar até que possa voltar ao trabalho.
Não que Garrick estivesse planejando deixar seu companheiro voltar
para o apartamento onde estava hospedado. Só estava oferecendo isso para
deixar Oscar tranquilo.
— Não acho que seu chefe vai demiti-lo. Ele parecia um cara certo e
me disse para lhe dizer para se cuidar, embora pedisse que ligasse para ele.
OK? Você vai ficar bem, e essa coisa vai se resolver muito em breve e poderá
voltar a ser um veterinário normal. Certo?
Oscar tinha esse olhar de olhos arregalados em seu rosto, como se
ainda não pudesse acreditar completamente que isso estava acontecendo, mas
pelo menos acenou com a cabeça, finalmente.
— Sim, ok, mas você pode soltar meus ombros? Meus braços
realmente doem.
Garrick recuou rapidamente, mas só porque sabia que Oscar não
estava mentindo para fazê-lo soltar.
As manchas nos braços de Oscar, onde Garrick o tinha agarrado
antes, tinham grandes hematomas agora. Os pontos em que os dedos de
Garrick haviam cavado haviam até sangrado um pouco, e aqueles pareceram
incrivelmente dolorosos para um ser humano.
O resto de seus braços teria impressões de mãos pretas e azuis
dentro de algumas horas.
Garrick tinha boas razões, mas seu coração doía ao ver que ele
colocara essas marcas em seu companheiro.
— Desculpe.
Oscar assentiu, mas permaneceu quieto quando desceram as
escadas.
Quando chegaram lá, pareceu se animar um pouco ao ver a cozinha.
Oscar até assobiou ao ver os muitos aparelhos de aço inoxidável.
— Jesus, sério? Você é rico?
Garrick riu quando abriu a geladeira, tirando uma caixa de ovos.
— Quando você viveu tantos anos como eu e meus irmãos temos,
você acumula alguma riqueza.
Isso tinha que ser uma piada.
— Vocês inventaram um aplicativo ou algo assim?
Garrick soltou uma gargalhada.
— Não, nada disso. Na verdade, nenhum de nós é particularmente
bom em usar computadores. Estava falando sério. Somos todos mais velhos do
que parecemos, e ganhamos muito dinheiro durante esses anos. Depois de um
tempo, começamos a nos interessar em finanças, e há o negócio em que Yuki
investiu.
— Sério? Isso é legal. Não sei nada sobre investir.
— Nem o resto de nós, mas é o conhecimento de Yuki com números
que nos mantém onde estamos. Você não é alérgico a nada, não é?
Oscar balançou a cabeça, o que era ótimo porque era o momento de
Garrick brilhar, fazendo ao seu companheiro um bom café da manhã.
As vitaminas e as proteínas eram importantes para o corpo, e para
Oscar se recuperar de tudo o que aquela maldita bruxa tinha feito, ia precisar
de toda a força que pudesse obter.
Não era apenas isso. Garrick sabia disso, e aparentemente Oscar
percebeu quando Garrick colocou o prato na frente dele.
— Por que... por que você está fazendo tudo isso por mim?
Aquela dor no peito de Garrick retornou. Atirando diretamente no
coração quando seu companheiro olhou para ele assim, como se fosse
pequeno, assustado e indefeso.
— Porque eu amo você.
Algo piscou nos olhos de Oscar. Uma lembrança? Ele estava se
lembrando do que aconteceu em sua vida anterior? Estava se lembrando
deles?
— Como poderia me amar? Você não me conhece. Nós nos
conhecemos ontem à noite.
O rubor inundou todo o pescoço de Oscar e seu rosto pela menção da
noite passada, e como Garrick suspeitou, seu companheiro não tinha
esquecido o que aconteceu. Simplesmente não queria admitir que sabia que
tinham feito sexo.
Garrick estendeu a mão para pegar a mão de Oscar. A emoção que
correu através dele quando seu companheiro permitiu o toque foi intenso, o
suficiente para fazer o coração de Garrick brevemente acelerar.
— Eu te amo porque você é meu companheiro. Não se lembra de nós,
mas você vai. Pouco a pouco.
Foi assim que aconteceu com Tomas e Kevin, então Garrick Iria
assumir que seria o mesmo com Oscar.
Oscar piscou para ele, ainda dando-lhe aquele olhar de olhos
brilhantes de cervos pegos em faróis, mas então sua expressão suavizou e
algo apareceu lá que não tinha estado há um minuto.
— Você sente, não é? — Garrick sentiu o calor subindo no ar. Não era
só ele. Era seu companheiro, também, mas em seu companheiro, estava
especialmente quente. — Você pode sentir a atração entre nós. Sei que você
pode.
Oscar engoliu em seco, desviou o olhar e olhou para ele.
Aqueles olhos cinza-verdes eram perfeitos. Eram exatamente como
Garrick se lembrava deles. Tocou o rosto de Oscar. Claro que se sentia um
pouco diferente e parecia diferente, mas ainda era o companheiro de Garrick.
Ainda era o único que Garrick amava mais do que qualquer coisa e qualquer
outra pessoa no mundo inteiro.
— Estava tão fodidamente assustado que eu tinha esquecido como
eram seus olhos. Estou tão feliz por você ter voltado. Está tudo bem se não
entender, e está tudo bem se não se lembrar de tudo imediatamente. Vamos
chegar lá. Juntos vamos chegar lá, e tudo ficará bem.
Oscar assentiu com a cabeça, os olhos ficando meios fechados, como
se parecesse esquecer tudo sobre a comida e se inclinasse para que a boca de
Garrick estivesse em cima da dele.
Capítulo Seis

Provavelmente era uma coisa boa que ninguém estivesse por perto,
mas se alguém tivesse entrado na cozinha naquele momento, tinha certeza de
que não teria se importado. Não com a maneira perita que as mãos de Garrick
o tocavam, acariciando sua pele, suas coxas, e então seus mamilos.
Oscar gemeu.
— Você realmente sabe o que está fazendo.
Garrick não parou de beijar sua garganta, e suas mãos não pararam
sua exploração sob a camisa e a calça de Oscar.
Ele tinha ficado um pouco preocupado que talvez Garrick não
entendesse totalmente o que estava fazendo, mas agora tinha que questionar
sua própria sanidade sobre isso. Era claramente o tipo de homem que sabia
exatamente o que estava fazendo, e Deus, se sentiu tão bem.
Oscar fechou os olhos, apertando os lábios, e lutando para conter o
prazer que se acumulava dentro dele. O calor, o prazer, o modo como sua
cabeça começava a flutuar.
Via coisas sempre que fechava os olhos, coisas que não conseguia
explicar, mas muita coisa tinha a ver com Garrick e Oscar. Pelo menos, Oscar
pensou que era ele. Sentia-se diferente. Era uma lembrança, certo? Tinha que
ser uma lembrança, e nela, Garrick estava beijando-o e amando-o tão
apaixonadamente e grosseiramente como estava agora.
Oscar pensou que algumas coisas se sentiam um pouco diferentes
nessa memória, mas, de outra forma, era real, assim como as emoções, a
forma como seu coração inchou quando Garrick disse que o amava e a maneira
como Oscar queria constantemente se jogar no outro homem.
Ele ofegou, e não era apenas da maneira como Garrick caiu de
joelhos ou a forma como sua boca pressionou contra a protuberância no jeans
de Oscar antes de desabotoar a calça e puxá-la para baixo.
Merda, Oscar também o amava. Como isso era possível? Como podia
acontecer quando nem conhecia o cara? Algo estranho estava acontecendo,
mais estranho do que apenas o fato de que havia uma coisa esquisita dentro
dele que o fazia fazer coisas perigosas.
O que poderia ser mais estranho no mundo do que estar apaixonado
por um homem que não conhecia? Não só isso, mas sentir como se precisasse
de Garrick para respirar, para funcionar adequadamente. Era estranho, e era
bonito porque quanto mais Garrick o tocava, mais sua boca beijava em torno
das coxas, ignorando seu pau e provocando-o, mais Oscar queria se derreter
nos braços do homem.
Garrick poderia fazer o que quisesse, sempre que quisesse, e ele
deixaria isso acontecer. Não ia lutar contra isso. Era tarde demais, e se deixou
levar.

Garrick sentiu isso. Não tinha certeza do que foi que fez para que o
clique acontecesse dentro de sua cabeça, mas definitivamente estava lá, e o
sentiu.
A aceitação, o ímpeto do prazer e a necessidade que sentia de seu
companheiro eram além de intoxicante. Garrick gemeu com isso, com a súbita
descarga de adrenalina que se infiltrou em seu corpo enquanto beijava, lambia
e mordia a pele de Oscar com mais vigor do que nunca.
Seu companheiro o queria. Seu companheiro o amava de volta. Não
entendia tudo ainda, e não sabia o que estava acontecendo, não inteiramente,
mas o desejo e o carinho estavam lá.
Garrick aceitaria, e o faria feliz. Era isso que queria. Oh deuses, isso
era o que estava esperando.
— G-Garrick, por favor — suplicou Oscar.
Garrick olhou para seu companheiro, quando Oscar mordeu os nós
dos dedos. Ele sempre teve o hábito de fazer isso em sua vida anterior juntos.
Sempre que estava se sentindo um pouco brincalhão, um pouco exagerado e
vigoroso, Oscar tinha um divertido hábito de levantar o dedo até a boca e
morder a articulação.
Era bom ver que mais coisas tinham voltado do que apenas os
cabelos e olhos. O fato que a personalidade fosse a mesma fez o pênis de
Garrick latejar duro e pesado entre as pernas.
Enrolou os dedos em torno do pênis de Oscar, acariciando,
observando como não era muito diferente de tocar seu próprio pênis.
— Isso é o que você quer?
Empurrou a mão para cima e para baixo.
Oscar arregalou os olhos. Deixou cair a mão, permitindo que Garrick
visse mais claramente a cor que inundava suas bochechas e a luxúria que
estava lá.
— Você é tão fodidamente lindo.
A cor no rosto de Oscar se aprofundou mais antes de Garrick deixar
seus lábios deslizarem pela cabeça do pênis de Oscar.
Oscar aspirou profundamente, e seu corpo tremeu. Garrick podia
sentir cada movimento, cada respiração, cada suave tremor e agitação sob
suas mãos, e isso era uma emoção sem preço.
Garrick gostava dessa parte mais do que pensava. Gostava que seu
companheiro fosse um homem, achou que não havia muito para se acostumar.
Apreciou o controle que lhe permitiu ter sobre seu companheiro, junto com os
ruídos que Oscar fazia enquanto ele girava sua língua e afundava sua boca
mais profundamente em torno do pênis.
Esperava que essa parte se sentisse muito diferente, mas não. Sentia
como devia ser. Como um homem fazendo amor com seu companheiro.
— Oh Deus, — gemeu Oscar.
Deixou seus dedos deslizarem pelo cabelo de Garrick, e suas unhas
rasparam suavemente contra o couro cabeludo de uma maneira que Garrick
apreciou enormemente. Ele gemeu afundando mais baixo até que sentiu a
ponta do pau de Oscar suavemente tocar a parte traseira de sua garganta. Só
então recuou.
Oscar continuou gemendo e tremendo. As únicas coisas que parecia
capaz de dizer naquele momento eram as maldições e os apelos a Deus.
Bom. Era exatamente como queria mantê-lo, também.
Ele sugou suas bochechas. O desejo de fazer seu companheiro
completamente desgastado por seu toque, sua boca, e sua língua, e nada
mais, era demasiado grande para ignorar.
— Foda-se, você é... você é realmente bom nisso. Não pensei que
seria.
Ele não fazia? Maldito. Garrick ia ter que se certificar de que seu
companheiro não mantivesse esse pensamento em sua cabeça por muito
tempo.
Garrick gemeu. Gemeu e se certificou de soltar o som para que seu
companheiro sentisse essas vibrações contra seu pênis. Garrick amou quando
isso foi feito com ele, e se certificou de fazer absolutamente tudo o que
gostava, para ter certeza que Oscar gostaria.
Levantou a mão, segurando os testículos apertados de Oscar.
Gentilmente, muito gentilmente, os enrolou em sua mão.
O gemido e a maneira como as coxas de Oscar tremeram foram o
suficiente para forçar Garrick segurar seu companheiro. Caso contrário,
poderia cair de joelhos.
Garrick puxou a boca para trás.
— Você pode ficar de pé?
— Não pare.
— Você pode ficar de pé?
Oscar assentiu, um pouco freneticamente, o que tornou um pouco
engraçado.
— Bom saber.
Oscar manteve seus olhos nele enquanto retornava sua boca para
onde deveria ter estado o tempo todo. A boca de Oscar abriu quando sua
cabeça caiu para trás.
Sim, Garrick estava definitivamente fazendo isso certo. Quanto mais
Oscar reagia, mais alto gemia, e mais duro agarrava o cabelo de Garrick, mais
animado ele se tornava.
Cristo, seu companheiro sempre foi sensível. Isso foi incrível, e
Garrick aproveitou tudo isso.
Foi forçado a liberar os testículos de Oscar, no entanto. Garrick
gemeu duro e profundamente na garganta, e não apenas porque estava
tentando fazer com que seu companheiro gozasse com os ruídos, mas porque
Garrick estava começando a perder o controle de si mesmo.
Precisava chegar ao seu pênis. Qualquer coisa para o atrito que lhe
permitiria obter algum nível de controle.
Foda-se, não conseguia se lembrar da última vez que tinha estado
tão sensível apenas tocando seu próprio pênis. Garrick empurrou sua mão
enquanto sacudia a cabeça para frente e para trás no pau de Oscar.
— Oh, merda. Oh Deus, é isso. Eu vou... vou...
Estava claro o que ia fazer, e como na noite passada, Garrick queria
isso. Queria absolutamente tudo o que seu companheiro tinha para lhe
oferecer.
Girou a língua em torno do pênis de Oscar. Sugou mais forte e
balançou a cabeça para frente e para trás o mais rápido que podia.
— Goze, bebê. Goze. quero isso na minha boca. Quero você dentro
de mim.
Oscar gritou enquanto espasmava e gozava. Segurou mais apertado o
cabelo de Garrick, e Cristo, não ficaria nem um pouco surpreso se isso o
fizesse calvo, mas estava disposto a suportar por causa de seu companheiro e
pelo calor que estava jorrando dentro de sua boca. Foi fantástico. Foi ótimo.
Tinha ouvido que não tinha um gosto tão bom, mas não achou nada de errado
com o sabor de seu companheiro. Estava muito feliz de engoli-lo.
Não parou por aí. Sabia que seu companheiro tinha mais para dar do
que isso, e por isso que não parou. Havia mais. Tinha que tomar mais, e Oscar
não parou de tremer e gemer enquanto estava sendo ordenhado até o último
de seu prazer.
Não. Não o último. O gato dentro do corpo de Garrick sabia que havia
mais, e Iria o creme.
Quase bufou quando esse pensamento deixou sua cabeça. Tinha que
se afastar.
— Oh Deus. — Oscar afundou de joelhos desta vez, como se não
pudesse suportar manter-se em seus pés mais.
Garrick precisava beijá-lo, de modo que era exatamente o que faria.
— Venha cá.
Ele se inclinou, colocando a mão atrás do pescoço de Oscar e
puxando-o para frente. A boca de Oscar se abriu antes que seus lábios se
encontrassem, como se quisesse dizer alguma coisa, mas não conseguia tirar
as palavras antes que fosse tarde demais.
Garrick beijou seu companheiro. Não apenas o beijou. Dominou-o
completamente e totalmente. Enfiou a língua dentro da boca de Oscar e se
assegurou que seu companheiro soubesse a quem pertencia quando o fez.
Oscar se agarrou a ele como se iria desmoronar, caso o soltasse, e
isso era bom. Foi bom porque, quando beijou seu companheiro, sentiu como se
fosse voar.
Oscar inclinou a cabeça para trás e inclinou a cabeça para o lado, um
ângulo que permitiu Garrick tirar melhor proveito de sua posição no chão, e foi
doce. Cada respiração áspera e cada grunhido suave que veio da garganta de
Oscar atingiu Garrick diretamente no peito.
Ele afastou as bocas e passou os dedos pelos cabelos de Oscar.
— Deuses, esperei por tanto tempo.
A confusão nos olhos de Oscar era óbvia, mas não discutiu com
Garrick.
— Vou ter que te contar tudo. Juro que vou — Garrick prometeu, e os
puxou de pé. — Mas por enquanto, vou precisar que você vire de frente para a
ilha da cozinha.
Oscar engoliu em seco, mas acenou com a cabeça e rapidamente fez
o que lhe pediu, colocando as mãos no balcão de mármore antes de olhar por
cima do ombro, como se soubesse o quão desejável era, como se soubesse o
quanto Garrick o desejava. Tendo prazer nesse conhecimento.
Garrick puxou a calça de Oscar pelo resto do caminho, deslizando
atrás de seu companheiro. Eles ainda estavam na maior parte vestidos, e isso
fez Garrick ainda mais animado do que provavelmente teria estado.
Ele se inclinou para perto, sussurrando contra a orelha de Oscar.
— Você não está preocupado que alguém venha nos ver?
Oscar permaneceu em silencio.
— Responda-me, bebê.
Garrick estendeu a mão para frente, com a mão encostada e
acariciando o pênis de Oscar. Estava duro novamente, não exatamente ao nível
de desespero que tinha estado antes de gozar da primeira vez, mas estava
sensível o suficiente que Oscar abriu a boca em um suspiro silencioso quando
sentiu o toque da mão de Garrick.
— Eu... eu não...
— Vamos lá você consegue. Diga-me o que está pensando. Você está
envergonhado?
— Um pouco, — Oscar perguntou, as palavras saindo como se tivesse
finalmente conseguido forçá-las para fora.
Garrick esfregou seu pênis contra a bunda de Oscar.
— Isso te preocupa?
Outro estremecimento, outro gemido, e desta vez Oscar ainda rosnou
um pouco.
Um som tão bonito. Um barulho tão incrível para ouvir da garganta
do seu companheiro.
— Eu... eu não me importo. Apenas foda-me. Como fez ontem à
noite. Oscar olhou por cima do ombro, e aquela sensação de brincalhão que
tinha estado lá antes tinha desaparecido. Estava fora e foi substituído por algo
mais desesperado, algo que o puma dentro do corpo de Garrick respondeu de
todo o coração.
Achou a primeira coisa que podia na cozinha que poderia usar para
isso, e acabou por ser o óleo vegetal que estava em cima do fogão.
Molhou os dedos antes de empurrá-los para dentro do corpo de
Oscar. Por mais ou menos um minuto, ficou preocupado que pudesse ter sido
muito áspero, que poderia estar deixando seu lado alfa levar a melhor sobre
ele.
Não. Não é o caso. Não quando Oscar gemia assim, empurrou sua
bunda de volta, e gritou para Garrick para continuar, para empurrar seus dedos
mais para dentro.
— Você gosta disso? — Garrick passou um braço em volta dos
ombros de Oscar, usando-o para segurar os dois enquanto empurrava seus
dedos mais profundamente, fodendo com o dedo ao seu companheiro,
preparando-o.
Oscar continuou ofegante.
— Sim.
Garrick apertou os dedos ainda mais profundo do que antes. Não
sabia muito bem o que estava fazendo aqui, ainda não, mas tudo o que fazia
parecia estar indo bem, pois Oscar continuava gemendo e empurrando para
trás contra os dedos de Garrick.
Garrick sabia ler a linguagem corporal de seu companheiro, e fez tudo
o que seu companheiro lhe disse para fazer. Fosse com seu corpo ou sua voz,
ele fez.
— Foda-se, isso é bom. — Oscar deixou sua cabeça cair em seus
braços. Estava completamente e totalmente curvado sobre a ilha, e foda se a
visão disso não fez Garrick ir selvagem com luxúria.
— Acho que você está fazendo isso comigo de propósito.
Oscar apertou seus lábios, outro gemido suave escapando de sua
garganta.
— Preciso disso. Preciso disso.
Pelo menos foi um elogio. Seu companheiro precisava dele, e mesmo
que não conseguisse falar que precisava dele, o desespero estava lá.
Garrick cravou os dedos.
— Quero fazer você gozar gritando. Vou dar-lhe o tipo de prazer que
só poderia sonhar antes.
Garrick empurrou os dedos para frente e para trás, espalhando-os e
provocando a próstata de seu companheiro, vendo como o corpo de Oscar se
transformava em uma gelatina.
— Você deveria ver a si mesmo. Tão fodidamente sexy. Parece que
mal se segura ao balcão, mas continua empurrando para trás contra meus
dedos. — Garrick usou sua outra mão para acariciar seu pau, apenas o
suficiente para que pudesse obter um pouco do atrito que precisava, e gemeu.
— Droga, quero estar dentro de você. Meu pau dói. É assim que eu preciso.
— E-então você deve parar de falar e fazê-lo.
Garrick ronronou.
— Isso é um desafio?
Oscar olhou-o por cima do ombro.
— Absolutamente.
Garrick sorriu.
— O que quiser, você ganha.
Puxou seus dedos livres, esparramando mais do óleo vegetal sobre
seu pau duro antes de alinhar a cabeça com a bunda de Oscar.
Gemeu quando a ponta tocou o ânus do homem, e começou a
empurrar para dentro.
Oscar suspirou antes mesmo de ser violado, e quando seu corpo
cedeu, a pressão, o calor apertado em torno do pau de Garrick era quase
demais. Gemeu um barulho áspero, e quando esse prazer o agarrou, respirou
fundo, balançando a cabeça.
— Desculpe, bebê. Não posso me segurar.
Ele não deu a Oscar uma chance de dizer qualquer coisa a isso,
enquanto empurrava seu pau o resto do caminho para frente, enchendo seu
companheiro, e o barulho áspero de prazer que Oscar deixou sair foi suficiente
para dar a Garrick o que precisava.
Rosnou. Estava longe demais, e bombeou seus quadris duramente e
rápido, batendo a pélvis contra a bunda de Oscar, possuindo-o, reclamando-o.
Oscar era seu, e nunca o deixava ir.
— Gosta disso. Bem assim, — Oscar gemeu, o que foi suficiente para
Garrick. Ele ficou selvagem com seus movimentos. Gemeu enquanto fodia seu
companheiro mais duro, mais rápido. Deuses, tinha sentido falta disso.
Precisou disso por tanto tempo. Como tinha vivido durante todos esses anos
sem ele?
— Te amo. Te amo muito, maldição.
Oscar gemeu um barulho longo e alto. Jogou a cabeça para trás,
expondo o pescoço, e Garrick segurou seu peito apertado para que pudesse
beijar e chupar a garganta.
Chupou forte o suficiente para que soubesse que haveria uma marca
deixada lá. Seus beijos deixariam seu companheiro marcado.
Foda-se, a ideia disso era tão malditamente sexy, de seu
companheiro andando com pequenas marcas de amor.
Não era como se Garrick pensasse que qualquer de seus irmãos
precisasse da lembrança, ou que tentariam roubar seu companheiro, mas,
maldição, ainda queria desesperadamente colocar essas marcas em seu
amante.
— Tão apertado. Você é tão apertado, e é meu. Nunca se esqueça
disso.
— Não vou.
— Você é meu companheiro, — Garrick disse com um gemido,
fodendo o corpo de Oscar mais duro, mas abrandando o ritmo, permitindo-se
apreciar esse acúmulo constante de prazer ainda mais do que antes.
Ia explodir com ele. Iria entrar em erupção, e cada vez que fazia isso
dentro de seu companheiro, cimentava sua conexão, tudo fazia se sentir mil
vezes melhor.
Garrick rosnou para o ouvido de Oscar.
— Diga que você é meu. Quero ouvir dizer isso.
Oscar gemeu.
— Sou seu.
Isso era muito fácil. Garrick não tinha certeza de que seu
companheiro quisesse dizer isso.
Bateu no traseiro dele. O barulho e o tapa acordaram-no
definitivamente de sua névoa de prazer, quando abriu os olhos e gritou.
Garrick não terminou. Segurou seu companheiro apertado em seu
peito e rosnou em sua orelha.
— Diga que gosta de dizer isso.
A boca de Oscar caiu aberta enquanto ofegava, os olhos semicerrados
e o rosto corado de prazer.
— Diga, — disse Garrick, quase rosnando as palavras.
Precisava ouvi-las. Não tinha pensado que precisaria ouvir essas
palavras tanto, mas agora que tinha a ideia em sua cabeça, fazia.
Diga! Por favor, diga. Precisava de seu companheiro para dizer que
precisava dele.
— Eu também te amo.
Garrick parou abruptamente. Simplesmente parou. Não podia evitar.
A última coisa que esperava ouvir era que seu companheiro o amava.
Bem, sabia que Oscar o amava, mas não esperava que estivesse
disposto a admiti-lo tão cedo.
Oscar também não se mexeu. Olhou por cima do ombro, mas foi
rápido para desviar o olhar novamente, como se estivesse envergonhado por
ter dito algo assim.
— Você me ama?
Oscar ainda se recusava a olhar para ele. Deu de ombros e
murmurou algo tão baixo que Garrick não conseguiu ouvi-lo.
Garrick não precisava ouvir o que seu companheiro havia dito. Tinha
ouvido o suficiente na primeira vez, e estava emocionado.
Oscar ofegou e soltou um grito agudo quando Garrick abraçou-o e
apertou-o com força. Mais apertado do que provavelmente precisava, mas não
importava. Nada mais importava.
— O que você está fazendo?
— Abraçando você, — Garrick disse, e Deus, sua voz estava
embargada. Estava sufocando-o saber que seu companheiro disse que o
amava.
— Eu também te amo. Muito. Juro que não falharei com você de
novo.
— Você nunca fez.
O coração de Garrick parou. Realmente. Será que Oscar sabia o que
estava dizendo? Sabia o que Garrick estava se referindo?
Antes que pudesse pensar mais sobre se as memórias dele estavam
começando a voltar, Oscar tomou as coisas em suas próprias mãos e apertou
seu ânus em torno do pau de Garrick. O homem menor empurrou seu traseiro
de encontro ao pau de Garrick, removendo todas as noções que Garrick podia
ter tido sobre aprender o que Oscar sabia sobre sua vida passada juntos.
Tudo o que Garrick pensava agora era fazer amor e terminar o que
tinha começado.
Não esperava que Alistair aparecesse lá.
— Keaton está mandando seu maldito exército atacar a casa!

Capítulo Sete

Oscar nunca tinha começado a se vestir tão rápido em toda a sua


vida. Ninguém nunca tinha aparecido sobre ele quando tinha outro homem
dentro dele.
— Alistair! Idiota! — Garrick gritou.
Alistair olhou para longe deles.
— Apresse-se e prepare-se! Keaton está nos atacando!
Ele puxou um pouco demasiado áspero para o gosto de Oscar, mas
não era como se houvesse qualquer coisa que poderia ser feito sobre isso,
puxou sua calça para cima, para se tornar apresentável. Pelo menos ele e
Garrick estavam de pé atrás da ilha. Não sabia que diabos teria feito se tivesse
tido que lidar com um dos irmãos Garrick vendo seu pau. O fato de que seu
pênis ainda estava duro e seu coração estava batendo não ajudava em nada.
Garrick era como uma máquina disfarçada. Apesar de todas aquelas
coisas doces e sujas que estava sussurrando no ouvido de Oscar enquanto
estava o fodendo, se transformou completamente em um soldado. Ainda
olhava furioso e rosnava, mas suas costas estavam retas, sua calça estava
endireitada, e marchou em direção a seu irmão.
Alistair não o deixaria passar.
— Esquecendo alguma coisa?
Garrick parou, olhou para o teto com um suspiro rosnado, e depois se
virou para encarar Oscar.
Oscar ficou tenso enquanto os dois homens olhavam para ele, o que
não era legal quando ainda estava nervoso.
— O que é?
Talvez eles quisessem que limpasse aqui. Definitivamente faria isso se
significasse que ninguém nunca iria trazer essa situação horrível e embaraçosa
novamente.
— Pegue seu prato. Preciso levá-lo de volta ao meu quarto.
— Meu...? — Oscar olhou para o balcão. Do outro lado estava o prato
com seus ovos, waffles, e bacon que tinha esquecido completamente.
— Uh, você ainda quer que eu coma?
Era estranho comer a comida que estava no balcão da ilha quando
estava sendo fodido contra ela? Não era como se tivesse estragado o que
estava em seu prato, mas agora se sentia estranho.
Garrick caminhou rapidamente para ele, pegou o prato e pegou Oscar
pelo braço, puxando-o para longe da ilha da cozinha e em direção à porta.
— Ei!
— Nós não temos tempo para isso.
— Tempo para quê? O que está acontecendo?
Alistair mencionara algo sobre ser atacado, mas estava falando sério?
Seriam as mesmas pessoas, as coisas, que haviam atacado Oscar em seu
carro?
Não teve a chance de perguntar, não com a rapidez com que Garrick
o arrastou para longe da cozinha.
— Encontre-nos lá fora! — Alistair disse quando chegaram às
escadas.
— Por que você está indo para fora? Como vai lutar contra eles? —
Oscar não queria que Garrick estivesse lá e brigasse com um bando de pessoas
que eram perigosas, que queriam machucá-lo.
— Garrick! Quer me ouvir? Gah!
Oscar fez um barulho estridente quando Garrick abriu a porta de seu
quarto e jogou Oscar dentro com força suficiente para que tropeçasse e caísse
em seu traseiro.
— Qual é o seu problema?
Garrick colocou o prato sobre a mesa, depois se abaixou, agarrando
Oscar pelos braços e puxou-o de volta para seus pés.
Maldição, ele era forte.
— Desculpe, isso foi mais duro do que pretendia.
— Não me diga.
Garrick ignorou seu temperamento óbvio.
— O controle remoto para a TV está bem ali. Tenho um tablet aqui
em algum lugar. Sinta-se livre navegar na Internet ou jogar jogos.
— Espere, do que você está falando?
— O seu café da manhã está lá, e há um mini-geladeira no canto com
algumas bebidas. Você sabe onde fica o banheiro. Voltarei talvez em algumas
horas.
— Algumas horas? Do que você está falando? Ei! Aonde você vai?
Oscar tentou seguir o homem, mas Garrick manteve as costas
voltadas para ele e não olhou quando saiu.
Bateu a porta. Oscar sabia o suficiente para não chegar muito perto
se não queria bater seu nariz, mas o som de uma fechadura clicando fez seus
pelos eriçarem.
— Você me trancou aqui? — Pegou na maçaneta da porta e tentou
virá-la, e não ficou surpreso, mas ficou grandemente enfurecido quando não
conseguiu abrir a maldita porta.
Realmente estava trancado do lado de fora. Devia haver uma chave
ou algo para isso, porque Oscar realmente não pensou que Garrick teria um
quarto que alguém pudesse trancá-lo sempre que queriam.
Bateu na madeira grossa e gritou através da porta.
Até chutou a porta, mas além de ferir os dedos dos pés, e colocar
uma marca de desgaste na madeira, não fez nada para ajudá-lo.
Oscar saltou para cima e para baixo, agarrando o pé, os dedos dos
pés doloridos, e então sentou na cama, segurando seu pé, dolorido.
Olhou para a tela plana pendurada na parede, e teve sérios
pensamentos maus sobre destruir aquela TV apenas para ensinar a Garrick
uma lição.
O cara claramente tinha dinheiro. Se Oscar arruinasse sua preciosa
TV, então provavelmente não lhe ensinaria nenhuma lição. A TV provavelmente
não era tão preciosa para ele.
Será que realmente esperava que Oscar se sentasse aqui comendo
bacon e ovos com waffles, girando os polegares sem se preocupar com o
mundo, enquanto ele saía e fazia algo potencialmente perigoso?
Jogar jogos? Cristo, como se Oscar pudesse fazer isso depois do que
acabara de acontecer.
Quando a dor em seu pé diminuiu, Oscar conseguiu acalmar-se o
suficiente para, pelo menos, relaxar e olhar para baixo entre as pernas. A raiva
de estar preso aqui e ferir o pé definitivamente assassinaram sua ereção.
Estava feliz por seu pau não estar latejando agora que Garrick tinha ido
embora.
Mesmo que o irmão de Garrick nunca tivesse dito nada sobre isso,
Oscar nunca iria conseguir olhá-lo nos olhos. Isso tinha sido além de horrível.
Oscar gemeu. Escondeu o rosto em suas mãos e tentou controlar o
calor que o dominava por um minuto ou mais antes de se levantar.
Tinha que haver algo que pudesse fazer. Não iria apenas sentar aqui
e comer enquanto Garrick estava em apuros.
Havia aquela grande janela ali. Talvez pudesse ver alguma coisa ali.
Talvez pudesse sair por ela.
O estômago de Oscar rosnou.
Amaldiçoou, foi para seu prato, e agarrou um pedaço de torrada e
bacon antes de empurrá-los em sua boca.
Iria precisar de alguma forma de alimento se Iria passar por isso.

Havia muitos deles. Estavam entrando, dominando os feitiços que


Garrick e seus irmãos tinham colocado, e isso mesmo depois que Kevin os
tinha fortalecido.
Estavam por toda parte, e o estranho era como a maioria deles não
se incomodava em esconder seus rostos, e isso era, curioso, e tornava isso tipo
assustador.
Garrick amaldiçoou quando uma bola de fogo voou por sua cabeça,
chamuscando seus cabelos e a carne perto de seu olho. Isso fodidamente
doeu! Ele se agachou rapidamente para o lado, voltando a se levantar e
empurrando a lâmina pelo ventre de um dos bruxos que ousara tentar aquela
merda.
A expressão de olhos arregalados no rosto do homem teria sido
engraçada, há uns cem ou duzentos anos, Garrick teria definitivamente ficado
para se gabar de sua vitória.
Agora não. Não se atrevia a tentar isso agora, não quando havia
trinta ou mais bruxas escuras correndo ao redor, ficando cada vez mais perto
da casa enquanto pressionavam o feitiço.
Garrick deixou o homem morto cair antes de fugir para se juntar a
Yuki, que tinha outro bruxo pela garganta, e através de seu próprio dom sobre
fogo e gelo, parecia que estava congelando o homem até a morte.
Um dragão e ele podia controlar o gelo. Um poder tão legal. Garrick
odiava tanto ele.
— Atrás de você! — Garrick puxou uma adaga do coldre em seu
tornozelo e atirou-a duramente. Pegou outra bruxa nas costas antes que ela
enfiasse uma faca nas costas de Yuki.
Garrick não era contra ter seus oponentes mortos. Não quando
estavam no meio de tentar matar qualquer um de seus irmãos.
Yuki olhou para ele, acenou com a cabeça, e correu para lutar contra
mais bruxas.
— Maldição!
William quase caiu em cima dele, quase dando a Garrick um ataque
cardíaco.
— Oh, desculpe!
Tinha pedido desculpas?
— Cuidado com o que você está fazendo!
Will olhou para ele. Com todo aquele sangue em suas mãos e rosto,
ele claramente não estava com disposição para suportar a gritaria.
— Não é minha culpa por estarmos sendo invadidos!
— Apenas se concentre. Onde está Alistair? — Garrick rapidamente se
afastou do caminho de outra bola de fogo. O gato dentro dele estava ficando
com raiva.
— Correu atrás de uma das bruxas. Cristo, estão em toda parte. Você
acha que estão aqui pelo seu companheiro ou de Alistair?
Garrick virou ao seu irmão.
— Deixe Oscar fora disso.
Uma bruxa tentava os atacar. Ele balançou sua espada, pegando o
homem na garganta antes que pudesse envenená-los com sua magia, ou o que
quer que fosse que estava tentando fazer.
— Relaxe, não estou dizendo que é inteiramente culpa dele. É apenas
óbvio que Keaton está atrás de nossos companheiros paraahh...
Garrick não sabia o que tinha acontecido, e levou seu cérebro dois
segundos antes de perceber que o pé de Will estava preso numa armadilha.
Algum tipo de laço o tinha agarrado pelo tornozelo antes de ser puxado de
cabeça para baixo e para o ar.
Então Garrick foi cercado por homens e mulheres. A maioria tinha
suas mãos para fora. Alguns estavam de vestes pretas, levando seus papéis
um pouco a sério demais, enquanto outros estavam realmente em suas formas
de sombra, escondendo seus rostos.
Garrick olhou para eles.
Will gritou para Yuki para vir até aqui e salvá-los, mas Garrick olhou
para cima e... merda. Yuki estava sendo atacado. Escamas cobriam seu rosto e
corpo a meio caminho entre uma transformação, mas enquanto lutava para
tirar uma das bruxas em torno dele, uma mulher estava cantando alguma
coisa. Impedindo-o de mudar? De lutar?
Não importava porque Garrick iria detê-los.
Alguém no círculo em torno dele começou a cantar, e não havia
nenhuma maneira no inferno que iria deixá-los terminar essa merda. Não ao
seu redor.
Garrick rugiu e mudou. Chegou sobre ele com rapidez, mais rápido do
que até mesmo estava acostumado, sumindo seu corpo, roupas, espada e
tudo, mudou na forma de um puma. Caiu de quatro no chão, satisfeito quando
as bruxas estúpidas em torno dele notadamente ofegaram.
Rugiu para elas, limpando suas garras, tendo prazer quando pularam
para trás.
Teria ainda mais prazer se pudesse matá-las.
Queria gritar com elas. Por que fazer isso? Por que se dedicariam a
um louco? Suas vidas estavam realmente tão vazias? Elas não tinham mais
nada? O que poderia Keaton possivelmente estar prometendo-lhes para torná-
las tão agressivas? Para fazê-las querer atacar assim? Eram bruxas obscuras,
mas ainda eram humanas. Ainda eram normais.
Garrick saltou para uma das bruxas. Por causa dos homens atrás dele
e da multidão que tinha sido criada, tinha sido incapaz de fugir a tempo antes
das garras de Garrick se afundaram em torno dos ombros do homem e seus
dentes cavarem no pescoço.
O sangue estava quente, e o bruxo gritou quando morreu. Garrick
odiava esse homem. Odiava todos eles. Eles queriam prejudicar seu amante.
Queriam levar Oscar longe. Queriam matar seu companheiro novamente, e não
iria deixá-los! Não iria deixá-los fazer isso. Nunca!
Garrick se perdeu dentro do animal. Não havia nada mais para pensar
além de colocar todas essas bruxas para baixo e ter certeza de que ficassem
mortas.
O problema era perder-se com sua vingança. Sua raiva tinha sido o
tipo de coisa que Oscar o tinha advertido uma e outra vez em sua vida anterior
juntos.
Oscar o tinha avisado que se perdesse no animal, não iria ver os
perigos reais que estavam prontos para furtivamente cair sobre ele.
Ele estava certo, e quando a bruxa embaixo de Garrick parou de se
mover, só então conseguiu ouvir o som dos gritos de Will. Não gritos doloridos,
mas gritos de pânico.
Garrick sentou-se. Por que seu irmão estava ficando tão tenso? Tudo
estava bem. Iria descansar um pouco e tudo ficaria ótimo.
As bruxas tinham-no cercado, mas estavam cantando alguns cânticos
ou outras coisas que não conseguia entender. Isso era um feitiço? Não estava
fazendo nada para ele. Ele se sentiu completamente e totalmente bem.
Um pouco cansado. Queria descansar os olhos. Apenas isso, mas
ainda estava bem. Tinha-os assustados agora, e não ousariam aproximar-se
dele.
Poderiam ir perto de Oscar.
Oscar. Onde ele estava? Garrick o havia deixado na casa, trancado
dentro de seu quarto.
Se as bruxas fossem para a casa e a queimassem, assim como
queimaram o castelo quando Oscar e os outros companheiros tinham sido
trancados dentro...
Era quase o suficiente para despertá-lo do sonho em que quase caíra.
Quase. Garrick não conseguia adormecer. Precisava ficar acordado. Isso era
importante. Não podia simplesmente se deixar dormir agora. Havia muitas
coisas importantes para fazer.
E Oscar estava lá. Ei, sim, o que estava fazendo aqui?
E por que seu punho estava no peito do homem? Era sangrento, e as
bruxas gritavam enquanto corriam dele.
Oscar deixou cair o corpo, empurrando-o para fora de seu punho
como se estivesse enojado, antes de virar seus olhos enfurecidos de volta para
as outras bruxas enquanto gritavam e fugiam.
Seus olhos estavam escuros. Estavam negros de novo, aquela mesma
sombra incontrolável que tinha estado quando tentou atacar Kevin.
Oscar estava aqui. Estava sob um feitiço, mas estava aqui, e estava
lutando.
Garrick estava sob um feitiço!
Deuses, Garrick piscou forte, balançando a cabeça, empurrando para
fora aquela estranha nebulosidade que tinha sido despejada sobre ele. Sentiu
como se estivesse sacudindo algodão de suas orelhas e um cobertor de bebê
de suas costas.
Então ficou zangado novamente. Furioso, quase tão cego por isso,
como quando aquelas bruxas lançaram seu feitiço sobre ele.
Aquelas filhas da mãe tinham tentado fazê-lo dormir, para torná-lo
fraco e vulnerável.
Oscar o salvou?
— Ei! Garrick! Tire-me daqui!
Maldição, isso mesmo. Eles ainda estavam em apuros. Garrick olhou
para seu irmão. Will tinha deixado cair sua espada do num ângulo estranho, e
seu rosto estava rapidamente ficando vermelho.
Merda. Garrick tinha que tirá-lo de lá antes de desmaiar.
Correu para a árvore onde a corda fora amarrada. Estendeu a mão e,
com uma rápida passada de suas garras, deixou seu irmão solto.
Will gritou no caminho para baixo, o que teria sido engraçado se
Garrick não precisasse encontrar seu companheiro e encontrá-lo agora.
Ele correu, mal reconhecendo o agradecimento descontente de Will
enquanto voava para longe da cena.
Onde estava Oscar? Garrick estava certo de que não estava sonhando
com isso. Oscar estava aqui, e se estava aqui, então estava em perigo.
Mais alguns feitiços voaram pela cabeça dele. Algumas bolas de gelo,
mas a maioria eram bolas de fogo, e alguns elétricos. Outros feitiços foram
projetados para fazer seu corpo frio e lento, nada como o feitiço que o grupo
de bruxas tinha tentado lançar sobre ele.
Os feitiços de sono eram supostos serem difíceis para bruxas escuras.
Era por isso que precisavam lançar feitiços desses em grupos.
Era o mesmo para Kevin, como feiticeiro. Se ele quisesse lançar algo
mais escuro, ou mais elementar, iria precisar de um grupo de feiticeiros para
poder fazê-lo. Feitiços de sono, feitiços de amor, feitiços de cura, coisas dessa
natureza, eram mais fáceis para ele. Tão fácil como era para estas bruxas
jogar sua magia escura na cabeça de Garrick quando correu em torno delas
tentando encontrar seu companheiro.
Felizmente, o puma o fez mais rápido. Algumas bruxas não o notaram
porque sua cabeça estava mais baixa no chão enquanto lutavam com seus
irmãos.
Teria usado isso como um meio de esgueirar-se sobre elas e matá-las
se seu companheiro não estivesse em perigo mortal naquele exato momento.
Onde ele estava? Onde estava?
Garrick Iria espancá-lo por isso quando o encontrasse. Ensinar ao seu
companheiro uma lição sobre sair de seu quarto quando não era... lá estava
ele.
Garrick podia vê-lo. Estava bem ali. As bruxas estavam ao redor dele,
e ele estava certo como inferno, dando-lhes muito trabalho. Havia três bruxas
sem vida no chão ao seu redor. Algumas estavam em decomposição e
queimando da mesma maneira que as bruxas faziam quando estavam mortas
e seus corpos eram destruídos. As queimavam para ter certeza de que não
restava nada quando morriam. Outras deviam estar simplesmente
inconscientes.
Alguém tinha um laço no pescoço de seu companheiro. Outra tentava
derrubá-lo para que caísse de costas.
Estavam tentando pendurá-lo, ou estavam tentando derrubá-lo para
que pudessem dominá-lo. Isso não era aceitável.
Garrick correu. Afundou suas garras na terra para que saltasse mais
forte, mais rápido, levando-o para seus alvos antes de cair sobre o peito da
bruxa que tinha conseguido obter o laço em torno do pescoço de seu
companheiro.
Não mostrou misericórdia. Não perdoaria isso. Eles tinham tirado
Oscar dele uma vez, e não permitiria que fizessem isso de novo. Nunca mais!

Capítulo Oito

Oscar acordou com sons de gritos em torno dele. Havia gritos e


alguns pontos brilhantes ao longo de sua visão. Então cheirou um cheiro muito
forte, o mais horrível que já tinha cheirado em toda a sua vida.
Era quase o suficiente para deixá-lo doente.
Estava de joelhos quando abriu os olhos, pinheiros e bétulas ao seu
redor. Estava lá fora. Estava no meio do bosque, mas não, não poderia estar
no meio do nada.
Pessoas passavam por ele, muitas delas, como se estivessem
recuando de algo verdadeiramente horrível. O fato de que muitos deles
usavam roupas pretas, como algo vindo do filme Harry Potter, isso era a coisa
que mais o assustava. Oscar imediatamente pensou nas criaturas sombrias e
escuras que o haviam atacado em seu carro, e sabia, sabia sem sombra de
dúvida, que eram essas mesmas pessoas. Eram as bruxas que Garrick lhe
tinha advertido.
E estavam fugindo da área como se suas vidas dependessem disso.
Talvez fizeram porque, quando Oscar olhou ao redor, viu corpos em
volta dele. Corpos se decompondo e se transformando em cinzas tão rápido
que teria perdido se tivesse continuado a olhar para as costas das bruxas
fugindo.
Que diabos? O que estava acontecendo?
— Oscar? Você está bem?
Oscar olhou para cima. Garrick estava lá. O alívio que correu para ele
como água fria sendo salpicada sobre uma ferida queimando. Exalou um
suspiro pesado e sorriu para o homem.
Feliz. Era a única maneira de descrevê-lo. Estava tão malditamente
feliz por poder vê-lo, vivo e bem, não machucado porque as bruxas ao seu
redor queriam fazer... o que quer que quisessem fazer com ele.
Oscar estava tão feliz em vê-lo, tão aliviado, que quase não notou a
maneira como os irmãos Garrick estavam olhando para ele. A desconfiança
aberta em seus olhos era suficiente para congelar Oscar.
Ok. Era claro que algo não estava certo, e ele definitivamente tinha
feito algo errado se estavam indo para olhá-lo assim.
— Uh, isso é porque saí de casa?
O olhar no rosto de Garrick não era exatamente reconfortante. Não
parecia estar com raiva. Parecia mais preocupado, como se estivesse prestes a
ter o coração partido.
Nada devia ser capaz de quebrar o coração de um cara grande e
musculoso como ele. De alguma forma, parecia que deveria estar acima desse
tipo de coisa, e ainda assim estava lento e cuidadoso quando se sentou de
joelhos na frente de Oscar. Suas mãos estavam hesitantes quando estendeu a
mão para tocar as bochechas de Oscar. Estava com medo de que Oscar se
despedaçasse se o tocasse?
Garrick suspirou quando suas mãos tocaram o rosto de Oscar,
segurando suas bochechas. Talvez realmente estivesse preocupado com isso.
— Você é você.
Oscar piscou.
— Claro que sou eu.
— Ele está normal? — Alistair perguntou.
Garrick mal olhou por cima do ombro para os irmãos.
— Está normal. Ele está bem. Posso senti-lo. Está no controle.
Oscar não entendia, e apesar da presença de Garrick, estava
começando a ficar assustado.
— O que está acontecendo? Por que está me olhando assim? Garrick?
Seu coração batia forte. Parte de Oscar queria rastejar para o colo do
outro homem e se encolher ali, como se isso fosse onde a proteção definitiva
estaria. Não parecia uma má ideia, mas Garrick ainda estava dando a ele
aquele olhar estranho.
E sabia, havia algo de errado com ele.
— O que é isso? O que há de errado comigo? O que aconteceu?
Olhou ao redor, para todos os corpos chamuscados, corpos que não
eram sequer realmente corpos mais. Eram mais como pilhas de poeira, e agora
que Oscar estava pensando nisso, percebeu que não tinha lembrança de como
tinha chegado aqui. A única coisa que podia lembrar era quando saltou da
janela e caiu com força na grama abaixo dela.
O salto tinha machucado muito mais do que esperava, desde que
havia apenas um gramado debaixo da janela. Depois disso, não conseguia se
lembrar de nada. Apenas acordando aqui.
Garrick suspirou e Oscar ficou tenso quando Garrick colocou a mão
atrás dele e agarrou a espada amarrada às suas costas pela alça, puxou-a de
sua bainha e apresentou a lâmina a Oscar.
Não, espere. Não era isso que estava fazendo. Estava mostrando seu
reflexo no metal.
Oscar franziu a testa, olhou mais de perto, e então sentiu uma onda
de pânico que o fez gritar.
Seus olhos estavam negros. Eram escuros, e parecia um demônio,
como algo fora de um pesadelo. As veias azuis do relâmpago alcançavam seus
olhos e marcavam em sua pele.
Não parecia humano. Realmente parecia um monstro. Era uma
loucura. Não devia ser real, mas era real, e isso o assustou.
Garrick deixou cair a espada, agarrou-o e puxou-o para perto,
diretamente contra o peito e segurando-o com força.
Oscar o abraçou de volta. Precisava dele. Precisava se agarrar a esse
homem, porque se não o fizesse, ia desmoronar.
— O que aconteceu comigo? O que há de errado comigo? O que eles
fizeram comigo?
Tentou fazer essas perguntas, mas estava bastante certo de que a
única coisa que saía de sua boca era alguma bobagem sem sentido. Não
conseguia tirar nenhuma palavra apropriada, apenas gritos de animal em
pânico.
Tinham feito isso com ele, e nem sabia o que era isso.
Garrick o balançava de um lado para o outro, beijando seu cabelo,
sua mão acariciando o cabelo de Oscar, confortando-o.
— Nós iremos ajeitar isto. Vamos descobrir o que é. Prometo. Juro
por Deus que algo será feito sobre isso.
Oscar queria acreditar nele, realmente, realmente fazia, apesar de
tão forte e poderoso como Garrick era, o que poderia fazer sobre esta
maldição?
Oscar não podia fazer muito sobre isso, então apenas se segurou o
mais forte que pôde e deixou tudo para fora.
Garrick estava observando o mau hábito de Oscar enquanto
observava Kevin trabalhar. Ele estava mordendo o nó do dedo.
Estavam em casa agora, embora dentro da garagem, já que Alistair
não queria deixar Oscar voltar para casa. Felizmente, havia mais do que
espaço suficiente aqui para verificar as coisas, e todas as suas ferramentas
estavam seguramente trancadas enquanto tentavam desesperadamente
descobrir as coisas.
Kevin inspecionou a mente de Oscar, usando seus próprios dons
especiais. Isso forçou o outro homem a ficar perto de Oscar, segurando as
mãos nas têmporas de Oscar, algo que Alistair não parecia gostar muito.
— Você acha que vai desaparecer por conta própria? — Garrick
perguntou ao homem menor.
— Shh. — Alistair acotovelou-o nas costelas. — Não quebre sua
concentração.
Garrick olhou para seu irmão.
O tom de Kevin era muito mais calmo quando suas mãos flutuavam
em volta das têmporas de Oscar, como se estivesse procurando alguma coisa
ou tentando tirar alguma coisa.
— É difícil dizer. Posso sentir isso. Está escuro. Eles definitivamente
colocaram algo escuro nele, e é por isso que perdeu o controle, mas pelo que
estou sentindo, não acho que ele deveria ter ajudado vocês, lá fora.
Kevin ainda não sabia muito sobre seus poderes como um feiticeiro,
mas enquanto o tempo passava, e sua barriga ficava maior com o bebê que
estava carregando, parecia descobrir mais e mais do que era capaz de fazer.
Estava se tornando mais forte, mas ainda não era nada comparado com o que
costumava ser capaz de fazer em sua vida passada antes que o fogo o tivesse
matado e todos que estavam trancados naquele castelo há mais de mil anos.
A boca de Oscar estava pressionada em uma linha dura. Seus olhos
ainda eram aquela sombra escura de preto com as veias azuis que projetavam
de sua pele. Era como se as mãos esqueléticas estivessem tentando cavar seu
caminho para escapar dele.
— Quão escura é essa magia que colocaram dentro dele? Você pode
dizer?
Alistair talvez não gostasse da maneira como Garrick estava
grelhando seu companheiro, mas foda-se. Kevin ainda estava seguro e Oscar
estava preocupado com Garrick.
Alistair não era o único aqui. Yuki e Burne estavam ao redor, mas
mantiveram sua distância. William ainda estava limpando a bagunça que havia
sido deixada para trás pelas bruxas mortas, e oficialmente tinham prisioneiros,
mas agora mais do que nunca, tinham uma ideia do número de pessoas que
Keaton tinha ao seu lado, Era importante manter um olho no território.
O grande número delas tinha sido quase suficiente para dominar a
magia deles e mantê-los fora, o que era assustador.
Por que Kevin não respondia a ele?
— Você sabe quanto o feitiço é escuro? — Garrick perguntou
novamente, e tentou, tentou não soar como um idiota impaciente, mas não
conseguia parar. Precisava saber essa merda.
Kevin olhou por cima do ombro dele antes de olhar para longe, como
se estivesse com medo de dar a resposta para isso.
Alistair suspirou.
— Vá em frente, quão ruim é?
Kevin olhou diretamente nos olhos de Oscar, dirigindo-se a ele em
vez de Garrick.
— É muito ruim. Elas não possuíram você, não como tinham tentado
fazer a Tomas, mas há algo escuro em você, algo que está chamando por elas.
Acho que você deveria estar tentando nos matar.
Oscar fez um pequeno ruído de choramingo impotente que eviscerou
Garrick.
Alistair deu um passo à frente, pegando Kevin pelo ombro.
— Ok, acho que já basta.
Garrick queria bater em seu irmão. Estava tentando tirar Kevin da
inspeção de Oscar, e por quê? Porque Oscar poderia machucá-lo? Porque era
perigoso de repente?
— Kevin, você pode tirar isso dele?
Alistair olhou para ele.
— Ele terminou por agora.
— Ele não fez muito.
— Eu disse que ele terminou. Vou levá-lo lá em cima.
Kevin se afastou de Alistair.
— Estou bem, posso continuar verificando.
Alistair não estava aceitando nada disso.
— Não quando ele pode perder o controle a qualquer momento e
atacar você de novo.
Garrick não podia acreditar.
— Foi apenas uma vez, e a segunda vez que Oscar perdeu o controle,
nos ajudou a vencer a luta e a perseguir as bruxas.
Alistair rosnou para ele.
— Uma vez é mais do que suficiente, e não estou arriscando a vida
do meu companheiro novamente.
Alistair mostrou seus dentes, então Garrick mostrou seus dentes de
volta, e ambos se encararam, como dois gatos alfas.
O leão contra o puma. Se realmente chegasse a isso, Garrick atacaria
seu irmão mais velho para manter Oscar saudável e seguro.
— Se sou perigoso, então talvez devesse ser trancado.
Garrick olhou para seu companheiro, e seu coração doeu por ele.
— Não, bebê, você está bem. Nós só temos que descobrir o que é
isso e tudo ficará bem.
Felizmente, Kevin parecia estar do lado de Garrick.
— Alistair, realmente, acho que estamos bem. Eu estava verificando
as vibrações escuras de toda a energia que colocaram nele, mas não estava
recebendo a sensação de que ele queria me machucar.
— Não vou correr esse risco. — Kevin franziu o cenho para seu
companheiro, e Garrick teve a sensação de que mais tarde eles iriam ter uma
de suas primeiras grandes brigas sobre o que Kevin era e não tinha permissão
para fazer.
— Alistair, você está aqui. Espero que me proteja, e ele não está
fazendo nada. Quero dizer, olhe para ele.
Kevin provavelmente não queria que ele se tornasse condescendente,
mas quando dito, isso implicava uma sugestão de desamparo patético.
Para ser justo, isso era muito bem exatamente como Oscar parecia
naquele momento. Estava sentado em uma mesa de metal, as pernas
penduradas no chão, a cabeça baixa e os olhos arregalados, como se ainda
estivesse chocado com tudo isso.
Parecia quebrado, como se tudo tivesse finalmente clicado, a
gravidade da situação, como tinha chegado aqui, e o que estava errado com
ele.
Garrick ficou ao lado de seu companheiro e pegou sua mão. Oscar
não se moveu, nem sequer olhou para ele quando Garrick apertou os dedos.
Burne, que também estava na garagem como proteção adicional,
estava junto à porta com os braços cruzados.
— Alistair, talvez você devesse deixar Kevin fazer a coisa dele. Ele é
um feiticeiro. Isto é para o que é feito, não é?
Garrick ia ter que se lembrar de abraçar seu irmão mais tarde. Yuki
não disse nada, mas pelo menos parecia curioso enquanto observava Kevin e
Oscar.
Alistair suspirou.
— Só um pouco mais. Você está chegando a algum lugar com isso?
— Talvez? — Essa não foi a maneira mais confiante de colocar as
coisas, enquanto Kevin dava um passo à frente. — Oscar, você pode me olhar?
Garrick apertou a mão de seu companheiro, certificando-se de que
sua atenção estava exatamente onde deveria estar, no homem que iria ajudá-
lo.
Oscar fez o que lhe foi dito, e seus olhos podiam ter estado negros e
grotescos, mas quando se encheram de lágrimas, tão angustiante, Garrick
estava emocionado ao ver que as lágrimas estavam claras. Eram como água,
provavelmente salgadas, como se supunha que as lágrimas eram.
Ninguém que não era normal podia chorar com lágrimas assim. Oscar
ainda era ele mesmo. Essa escuridão com a qual tinha sido amaldiçoado era
apenas algo que precisava ser superado. E o superaria.
— Faça o que puder — pediu Garrick. — Qualquer coisa que fizer, será
ótimo. Sei que vai ajudar.
Oscar não olhou para Garrick quando disse isso, mas sua mão
apertou apenas um pouco mais apertada.
Isso era algo. Um sinal que significava que Garrick poderia ter
esperança.
Kevin fez a coisa dele. Levantou as mãos e as colocou de volta nas
têmporas de Oscar, como se estivesse tentando sentir algo profundo dentro
dele.
Garrick nunca entenderia completamente os poderes das bruxas e
feiticeiros. Ainda não compreendia completamente os limites de seus próprios
poderes que os Deuses lhe haviam dado. Nenhum de seus irmãos fazia. Ainda
era um mistério como a raiva de Keaton e a necessidade de vingança tinham
sido o suficiente para lhe conceder o poder sombrio de criar as bruxas ou como
era que continuavam a servi-lo.
Garrick e seus irmãos tinham algum poder quando se concentravam.
Podiam realizar alguns feitiços básicos quando juntavam suas energias, como o
feitiço que deveria manter a casa a salvo do ataque, mas o que Kevin poderia
fazer, mesmo nesse estado enfraquecido, era milhas à frente do que Garrick e
seus irmãos jamais seriam capazes de entender.
Oscar fez um pequeno ruído de desconforto, e sua mão apertou
Garrick mais apertado.
— Tenho você. Está seguro. Você está bem — disse Garrick,
sussurrando aquelas palavras, repetidas vezes, tentando fazer qualquer coisa
que pudesse para acalmar seu amante, mantê-lo aqui com ele.
Quando Kevin franziu o cenho, Alistair malditamente puxou o homem
de novo.
Não precisava. Kevin deixou cair as mãos sobre as dele.
— Encontrou alguma coisa? — Perguntou Garrick. Agora que as mãos
de Kevin não estavam em qualquer lado da cabeça de Oscar, examinando-o
como se fosse um scanner de cérebro humano, Garrick se sentiu confortável
em colocar seu braço em torno dos ombros de Oscar e puxá-lo para perto.
Oscar inclinou-se contra ele, se aproximando como um gatinho à procura de
calor e conforto.
— Acho... acho que eu estava certo antes. Eles definitivamente
colocaram algo dentro dele para deixá-lo um pouco louco.
— Um pouco? — Perguntou Oscar, a primeira coisa que disse desde
que, foi trazido para dentro.
Desde que Garrick lhe mostrou o reflexo de seus olhos, estava
intensamente calado.
Uma expressão nervosa passou rapidamente pelo rosto de Kevin.
— Bem, pelo que posso dizer, e isso ainda é apenas um grande
palpite de minha parte, acho que a energia escura que colocaram dentro de
você deveria fazer algo igual ao que aconteceu com Tomas. Uma posse, mas
sem a mente de uma pessoa real na sua cabeça. Isso é quase uma energia
selvagem. Eles queriam te controlar. Não só isso, mas queriam ter alguém aqui
no interior da casa, com o tipo de energia que iria enfraquecer os escudos em
torno da casa. Isso aconteceu com Tomas, certo?
Bramwell não estava aqui, estava fora verificando o território e
limpando dos cadáveres, mas todos sabiam a resposta a essa pergunta. Foi
assim. Isso era exatamente o que acontecera quando Tomas tinha sido tomado
e possuído. Tinha enfraquecido o feitiço em torno da casa que confundiu as
bruxas e as manteve fora.
Todos concordaram com a cabeça.
— Bem, não sei como as bruxas estão nos encontrando e nos
direcionando, como eles sabiam que Oscar seria um dos companheiros
reencarnados, mas tenho certeza que eles estavam apenas tentando algo
diferente desta vez. Queriam ter alguém no interior que não estava possuído,
mas sob um feitiço. Não há ninguém lá dentro. É ele, mas a escuridão toma
conta. Você não se lembra muito do que aconteceu quando atacou as bruxas,
ou eu, não é?
Oscar olhou para Kevin, antes de balançar a cabeça.
— Não. Quero dizer, acho que lembro um pouco de quando te
ataquei. Foi um acidente, mas ainda lembro um pouco.
— Sei que foi um acidente. — Kevin sorriu.
Garrick não podia começar a descrever o quão grato estava com
Kevin por ter tornado isso fácil para Oscar. Estava claro que seu companheiro
precisava disso agora.
— Ok, e isso pode não fazer sentido, mas era diferente quando você
me atacou em comparação com quando perdeu o controle e foi atrás das
bruxas. Acho que você deveria se juntar a elas e ir atrás de Alistair, Garrick, e
todos os outros. Essa parece ser a natureza da escuridão que está em você,
mas não sei. Talvez seja o instinto de acasalamento ou algo assim, mas acho
que sua necessidade de proteger Garrick foi mais forte do que a necessidade
da escuridão de machucá-lo.
— Realmente acho que seus próprios instintos são avassaladores,
talvez até mesmo esteja ensinando esta escuridão que está dentro de você. É
como um animal, ele não sabe nada, por isso pode estar apenas seguindo o
que sabe que você quer, em vez de assumir como é suposto.
Garrick piscou. Nunca pensaria que isso fosse uma possibilidade, e
olhou para Oscar com um renovado interesse.
Isso quase soou como se fosse algo que poderia viver.
Garrick esfregou a mão para cima e para baixo do braço de Oscar.
— Acho que é hora de eu te contar tudo.
Oscar olhou para ele, confusão em seus olhos negros, e Garrick sabia
que ia ser uma longa noite.

Capítulo Nove

Keaton empurrou o pé entre as folhas mortas no chão. Alguma


substância negra de aparência lamacenta saiu de sua bota.
As bruxas haviam sido mortas. Muitas delas. Tinha chovido ontem, e
ainda estava úmido hoje. A névoa tornaria difícil para seus irmãos perceberem
que ele esteve aqui. Certamente estavam lá fora, fazendo suas patrulhas para
proteger sua casa, tentando mantê-lo fora.
Ele apertou os punhos. Foda-se. De qualquer forma, não tinha mais
que suportar essa merda. Nem sequer sabia por que estava incomodado com
isso.
Talvez porque estivesse curioso. Seus irmãos podiam mentir para eles
mesmos sobre isso, mas não havia nenhuma maneira que não estavam
curiosos sobre tudo isso, também. Tinham que querer saber se o companheiro
de Alistair tinha conseguido trazer de volta os outros.
Três companheiros trazidos de volta à vida. Por que todos eram
homens? Tomas sempre fora homem, mas por que Kinsey e Olga
reencarnaram como homens?
Keaton limpou a sujeira negra de sua bota em uma árvore, ainda
pensando.
Alguns feitiços eram maciçamente complicados. Exigiam esforço e
energia, e tempo em alguns casos.
Talvez tivesse sido mais fácil? Keaton tentou imaginar Kinsey e o
resto dos companheiros naquele castelo, queimando, sufocando, morrendo. Ela
poderia ter lançando o feitiço, ou simplesmente escolhido um único sexo para
todos, em vez de mantê-los como eram originalmente e isso poderia ter feito o
feitiço mais fácil e mais rápido para lançar.
Em alguns casos, alguns feitiços tinham de ser iniciados novamente
se houvesse mesmo um único elemento que fosse diferente, e ela estava
lançando esse feitiço para várias pessoas, e em algumas ocasiões, crianças,
nascidas e não nascidas.
Sim, isso fazia mais sentido. Kinsey não teria tido muito tempo, ou
muito fôlego com toda a fumaça. Inferno, a dor estaria provavelmente tirando
a sua concentração, assim tinha feito o feitiço tão fácil de concretizar.
Às vezes ele se arrependia do que fez, mas na maioria das vezes, não
o fazia. Agora, estava mais interessado em descobrir.
Concentrar toda a energia que Kinsey tinha nessa situação devia ter
sido muito difícil. Chamar aos Deuses para que todos reencarnassem,
enquanto queimavam e morriam... sim, isso era a única coisa que Keaton
poderia pensar que faria sentido.
Ela teria ficado desesperada e mais concentrada em voltar em vez de
voltar com o equipamento certo entre as pernas.
Ninguém escolhia quando a morte estava batendo.
Teria também tomado menos energia? Uma vez que ela, ou ele, ele
deveria dizer, não tinha se concentrado tanto em voltar como o mesmo sexo.
Isso era outro fator. O feitiço também poderia ter sido feito incorretamente, o
que resultou no erro, mas Keaton tinha estado observando a casa tão perto
como poderia, antes de seu irmão colocar esse feitiço, e esteve sempre
assistindo quando eles saiam da casa e iam para a cidade.
Alistair não parecia se importar que seu companheiro fosse agora um
homem, e Kevin, ex-Kinsey, certamente não parecia excessivamente feminino.
Parecia mais que confortável em seu corpo. O mesmo parecia ser verdadeiro
para Oscar.
A única outra coisa era como Kevin estava obviamente grávido. Essa
era a única coisa feminina sobre ele. Caso contrário, era um macho. Um
homem que abraçava Alistair quando estavam na cidade, ria e flertava com
ele.
E Keaton estava com ciúmes.
Alistair era tão fodidamente egoísta. Era um enorme idiota. A única
razão pela qual Keaton estava aqui, e que ainda estava incomodando com isso,
era porque queria que Kevin fizesse o mesmo com Golda. Keaton não se
importava se o feitiço trouxesse Golda como um homem chamado Greg. Não
se importava. Só queria seu companheiro. Queria sua alma gêmea...
Seu coração estava doendo. Keaton estendeu a mão e acariciou o
ponto sobre o coração.
Deus doía, e queria sua outra metade tão malditamente mal.
Mataria para ter isso de volta, para ter seu companheiro aqui com
ele, onde Keaton poderia protegê-la, ou a ele.
Enquanto isso, seus irmãos de merda estavam conspirando para
manter essa informação longe dele. Keaton estava tão fodidamente furioso
com eles, com tudo ao seu redor, estava perdendo o controle das bruxas.
Que era uma besteira absoluta, porque era a razão pela qual elas
tinham seu poder, para começar. Ele era a razão pela qual aquelas tolas
haviam nascido. Enquanto isso, metade delas se transformaram em
adoradores de Satã porque Keaton estava cercado de idiotas, e era daí que
elas pensavam que seu poder vinha.
Balançou sua cabeça. Teria que pensar em algo para corrigir isso e
lembrá-las onde realmente estavam suas lealdades. Pelo menos as bruxas
ainda estavam caçando os companheiros e seus irmãos. Elas provavelmente
não entendiam por que, mas pareciam ser atraídas para os companheiros.
Keaton teria que prestar atenção a isso se Iria obter o que queria de
tudo isso.
Mudou para a sua forma de falcão e levantou voo para o céu.
Continuaria a observar. Seu momento viria. Tinha esperado muitos séculos
para perder a paciência agora.
Oscar olhou para o espelho do banheiro. Aquela escuridão estava lá
quando acordou no meio de uma pilha de cinzas de bruxas. Estava começando
a pensar que nunca iria desaparecer. Colocou os óculos de sol que Garrick lhe
dera.
Ajudavam a esconder seus olhos. As veias azuis e púrpuras que
pulsavam do lado de seus olhos ainda estavam visivelmente lá, espreitando
para fora ao lado das sombras, mas só alguém que estivesse realmente perto
poderia vê-las, e poderiam pensar que ele era um daqueles tipos de caras que
gostavam de usar maquiagem estranha.
Ele suspirou. Não achava que ia gostar muito disso.
— Como você está se sentindo?
Garrick passou os braços pela cintura de Oscar, inclinando-se sobre
seu ombro com a cabeça pressionada contra o ombro de Oscar. Poderiam
quase fazer um bonito casal se não fossem os malditos óculos de sol e os olhos
de demônio assustadores.
— Tudo bem, eu acho.
Não tinha certeza se sentia bem. Tinha se passado uma semana
inteira, e os olhos ainda estavam assim. Conseguiu ir trabalhar por dois dias.
Deu uma desculpa a seu chefe sobre ter uma infecção que não queria que
ninguém visse, e felizmente, o homem só precisou ver a borda das veias azuis
no canto dos olhos para acreditar, quando ele disse que algo estava errado.
Oscar também estava ficando mais dias de folga por causa disso, mas
isso só duraria por um tempo.
— Tem certeza que está ficando melhor?
Garrick assentiu.
— Sim, as veias se iluminam quando você está dormindo. Às vezes
vão embora.
Oscar tentou tomar isso como um sinal positivo. Significava que não
ficaria preso assim para sempre. Não pareceria um monstro completo pelo
resto de sua vida.
Pelo menos tinha parado de atacar as pessoas e de não se lembrar.
Aquilo era uma coisa boa.
Oscar recostou-se nos braços de Garrick, suspirando enquanto o calor
que sentia do peito do outro homem parecia penetrar profundamente nele,
como se fosse um cobertor elétrico, numa noite fria de inverno.
Oscar não estava lutando mais com isso. Inferno, mal lutou para
começar, mas agora que estava aqui, agora que tinha Garrick para se apoiar,
não havia nenhuma maneira no inferno que Oscar iria deixar o homem ir.
— Diga-me de novo sobre como você nasceu.
Era como ouvir um conto de fadas. Fantástico e inimaginável, mas
era real, aparentemente. Era a única maneira no mundo que Garrick poderia
descrever o que tinha acontecido a Oscar, de onde as bruxas vieram, e porque
Oscar se apaixonou por ele tão rapidamente.
Garrick esfregou as mãos para cima e para baixo nos braços de
Oscar.
— Há muito tempo, em uma terra distante, distante...
Oscar soltou um riso curto na referência.
— Os Deuses menores ainda estavam vivos e viram uma escuridão se
acumulando que ameaçava apoderar-se deles e tudo o que amavam, então
usaram seus poderes para trazer meus irmãos e eu à vida. Nós éramos
cavaleiros e nos foi dado as nossas armas, e juramos defender a humanidade,
sempre que precisasse.
Oscar tirou os óculos escuros. Seus olhos pareciam especialmente
negros naquele momento.
— Então o que aconteceu?
Garrick pressionou a boca para o local onde o pescoço e o ombro de
Oscar se encontrava. Apertou os braços ao redor da cintura, e Oscar jurou que
nunca se sentira mais seguro e protegido em toda sua vida do que naquele
momento.
— Então um dos irmãos encontrou um companheiro. Ela morreu, e
ele se transformou em algo que os Deuses menores tinham temido. Ele queria
vingança, e deixou seu coração tão enegrecido por isso que despertou um
poder dentro dele que nenhum de nós era suposto ter. Anos mais tarde,
quando todos nós encontramos nossos companheiros, ele os trancou em nosso
castelo e os matou.
Oscar estremeceu.
— E eu estava lá?
Garrick apertou outro beijo em seu ombro, um ruído suave e abafado
escapando de sua garganta.
— Mmm.
Isso devia ser um sim, Oscar pensou.
Ele não deveria acreditar em nada disso. Era muito louco pensar que
algo assim poderia ter acontecido, mas o que mais deveria pensar? Esta era a
terceira vez que Garrick explicara isso, e parecia tão real agora quanto da
primeira vez.
Sua vida era basicamente aquela aventura de fantasia que costumava
ler quando era criança, e era loucura.
Mas foi bom ouvir isso.
Estranho era ouvir que ele tinha queimado até a morte em sua vida
anterior, assustado e querendo seu amante, e agora estava aqui para confortá-
lo.
Foi por isso que Oscar estava um pouco preocupado em trazer a
próxima coisa em sua mente e quebrar o clima.
— Alistair disse que essa coisa dentro de mim, o que quer que seja,
vocês poderiam ser capazes de usá-lo, que poderia manter a casa segura.
Como esperava, Garrick ficou tenso.
— Ele disse o quê?
— Por favor, não fique bravo. Realmente não quero lutar por isso.
Garrick murmurou algo em voz baixa. Oscar tinha certeza de que
havia ouvido algo como Garrick querendo esmagar o rosto de Alistair numa
pedra.
— Não lute contra seu irmão.
— Vou chutar sua bunda estúpida se ele pensa por um segundo que
vou colocá-lo em perigo.
— Esses olhos te ajudaram da última vez.
Garrick claramente não estaria aceitando isso.
— Aqueles olhos foram dados a você pela magia escura. No segundo
em que se forem, melhor. O fato de que tudo está bem e normal agora é
ótimo.
— Mas eles poderiam ajudar.
— Você já ouviu falar que não deve brincar com a sorte?
Oscar franziu o cenho.
— Bem, sim.
— Isso é o que você estaria fazendo, e não sabe como controlar isso,
então realmente adoraria se não tivéssemos que pensar em você voando para
uma batalha, enquanto há trevas dentro de você.
Oscar realmente não gostava de ser dito que não podia fazer isso. O
problema era que não tinha um sólido argumento contra.
— Se você estiver em apuros, — Oscar prometeu, — não me importo
o quanto isso irá te irritar, estou indo para salvá-lo.
A profunda risada que Oscar sentiu em suas costas foi suficiente para
fazê-lo sorrir. Gostava da maneira como o corpo inteiro de Garrick parecia
mover-se sempre que ria assim.
— Então, isso significa que não ficará louco se eu sair e salvar você?
— Oh, vou ficar super irritado, mas aprecio que esteja pensando em
mim. — Garrick provou isso quando beijou Oscar na lateral da garganta
novamente.
O calor de seus lábios naquele ponto sensível de seu pescoço, logo
acima do lugar onde o coração de Oscar batia com sangue quente e rápido, era
quase demais.
Oscar engoliu em seco.
— Ei, Garrick?
— Sim? — Ele perguntou daquele jeito baixo e suave que deixava
Oscar saber que seu companheiro sabia exatamente o que estava fazendo.
Estava provocando Oscar de propósito.
Estava fazendo isso muito. Os beijos supostamente inocentes e
toques que tendiam a levar a algo mais estavam se tornando frequentes.
— Você está tentando me colocar no clima?
Oscar era bastante positivo que seu amante estava usando o sexo
como forma de esquecer o que as bruxas tinham feito para ele e o súbito
entrave que parecia colocar em sua vida.
Não que Oscar se importasse. Tinha que admitir, pelo menos para si
mesmo, que gostava de estar distraído assim.
Garrick manteve aquele som profundo, ríspido e doce em sua voz. As
suaves vibrações faziam cócegas do lado da garganta de Oscar. Não o
suficiente para fazê-lo querer se afastar, mas o suficiente para fazê-lo querer
inclinar-se e obter mais.
— Está funcionando?
Oscar assentiu com a cabeça.
— Sim, sempre faz.
Garrick fez aquele ruído de risada suave novamente, e sua boca
quente sugou o ponto fraco de Oscar.
Era tão surpreendentemente sexy, a coisa mais erótica que Oscar já
tinha visto em sua vida enquanto observava seu amante fazer isso com ele
através do espelho, suas mãos vagando e sua boca trabalhando.
Oscar ficou contente por ter tirado os óculos de sol porque não queria
que nada atrapalhasse.
— Sempre me perguntei se ter relações sexuais na frente de um
espelho era tão bom quanto todo mundo dizia ser.
A mão de Garrick se esticou contra a barriga de Oscar antes de
mergulhar sob a cintura da calça de Oscar.
Sua boca abriu quando a mão de Garrick agarrou seu pênis, e deixou
sua cabeça empurrar para trás contra o ombro de Garrick.
Não pode deixar a parte de trás de sua cabeça totalmente cair no
ombro de Garrick porque seu amante era muito malditamente alto.
— Já está meio duro, — disse Garrick como se estivesse satisfeito
com isso.
Oscar sorriu para ele.
— Sim. Acho que tenho um gatilho ou algo assim.
— Não estou dentro de você ainda.
Foda-se, aquele ruído ronronante. Oscar mordeu os lábios e gemeu.
— Você gosta quando faço esse barulho também, não é?
Oscar assentiu com a cabeça. Garrick não precisava dele para
responder porque sabia o quanto Oscar gostava disso.
Também gostava de outra coisa.
— F-faça essa coisa.
— Que coisa?
Oscar olhou para ele.
— Você sabe. A coisa. A coisa que faz com seus olhos.
Garrick fingiu finalmente entender, como se não o tivesse feito desde
o começo.
— Oh, eu vejo. Você quer dizer essa coisa?
As pupilas de Garrick mudaram. Por alguns segundos, quase parecia
como se tivessem ficado maiores, mas não era só isso. As íris também
mudaram. Ficaram mais finas, quase como fendas.
Olhos de gato. Maldição que era incrível. Oscar estremeceu.
— Essa é a coisa.
— Você sempre foi uma pessoa que gosta de gatos.
Oscar assentiu com a cabeça.
— E você sempre foi ruim para me distrair.
A mão de Garrick, que tinha estado lentamente, vagarosamente, e oh
tão docemente acariciando o pênis de Oscar, de repente parou. Seus olhos de
gato arregalaram.
— Lembrou disso?
Oscar tinha se preocupado em trazer isso à tona, mas balançou a
cabeça de qualquer maneira.
— É difícil dizer o que é um sonho e o que é uma lembrança, mas
continuo recebendo a sensação de que você sempre foi super provocador e
adorava me distrair com as mãos.
Ele empurrou sua pélvis para frente, dando a seu companheiro a dica
de que queria que fizesse algo com o que estava em sua mão.
Garrick não o decepcionou. Continuou movendo sua mão, e parecia
haver um pouco mais de energia e vigor para isso.
— Lembra de mais alguma coisa? Diga-me o que sabe e eu poderia
ser bom para você.
— Você sempre é bom para mim. — Oscar não queria provocar o
homem demais e deixá-lo esperando. — Acho que me lembro de ter visto você
como um gato, um puma grande.
— Você gostava quando me via assim?
Oscar assentiu com a cabeça.
— Sim. Eu gostava. — Poderia definitivamente lembrar o sentimento
de adorar a forma que Garrick poderia se transformar. Mesmo se tudo o mais
que lembrava era um sonho nebuloso, pelo menos tinha uma compreensão
bastante boa de como se sentia estar apaixonado por esse homem.
Era muito familiar, e era muito certo. Não havia nenhuma maneira no
inferno que Oscar poderia viver sem Garrick. Não depois de tudo o que tinha
acontecido.
— Ainda estou com medo.
Maldição. Realmente não queria que isso saísse.
Garrick parou o que estava fazendo, mas não demorou muito para
que sua mão começasse a se mover novamente.
Oscar fez um pequeno barulho ofegante. Isso foi bom. Não queria
que Garrick parasse o que estava fazendo.
— Não falharei com você desta vez.
Oscar assentiu com a cabeça.
— Eu sei.
— Falo sério. — O tom rosnado na voz de Garrick voltou e deu um
arrepio tão aquecido na espinha de Oscar que teve que fechar os olhos.
— Não, abra seus olhos. Olhe para você. Olhe para nós.
Oscar fez. Olhou para os dois no espelho. Os olhos de Oscar estavam
brilhando. As veias que corriam ao longo de sua pele chegavam até suas
pupilas pareciam quase neon. Estranho como a cor preta poderia ser tão
brilhante naquele momento.
— Você é meu. Nunca mais vou deixar que algo aconteça com você.
Esta coisa com seus olhos? Podemos lidar com isso. Você parece incrível assim
mesmo. Mesmo se nunca for embora, ainda será o homem mais sexy que já vi
na minha vida inteira. Ainda será a única pessoa que eu quero.
Oscar teve que sorrir para isso, mesmo através de seu prazer. Queria
fazer uma piada sobre como era claro que seu companheiro diria algo assim,
desde que eram companheiros, mas parte dele se perguntou como teria sido
se o acasalamento não tivesse sido um fator.
Não era um problema, e foi por isso que Oscar não o mencionou. Era
um homem agora, reencarnado de sua vida anterior como uma mulher, e
mesmo que essa era a parte que ainda tinha problemas para entender em sua
cabeça, sabia que seu companheiro o amava.
Um homem não poderia estar tão ansioso para conseguir outro
homem na cama e estar fingindo. Com a firme pressão que sentia atrás dele,
seu companheiro não se importou que Oscar tivesse sido trazido de volta à
vida como homem.
— Você nunca precisa ficar com medo ao meu redor. Sempre vou
mantê-lo seguro. Posso te prometer isso agora mesmo.
Deus, sentiu-se bem em ouvir isso. Era quase tão bom quanto à mão
em seu pênis, e Oscar estava gostando.
Acreditou nele. Geralmente era uma coisa perigosa, confiar e amar
em alguém tão intensamente quanto isso. Pelo que Oscar entendia, a maioria
dos casamentos nem sequer tinha esse nível de confiança e compromisso, e
ainda assim Oscar sentiu isso agora. Garrick poderia dizer que andava sobre a
água e poderia curar o câncer e Oscar apenas iria acreditar nele.
— Você confia em mim?
Oscar assentiu com a cabeça.
— Sim.
Garrick aproximou-se da gaveta, puxando aberta. Oscar sabia o que
estava procurando, e seu corpo reagiu quase que imediatamente. Estremeceu,
seu pau se contorcendo na mão de Garrick.
Garrick percebeu claramente a reação.
— Ainda não cheguei à parte boa.
— É sempre uma boa parte.
— Verdade.
Garrick colocou a garrafa de lubrificante no balcão do banheiro. Oscar
puxou a camisa para cima e sobre a cabeça, quando Garrick desabotoou o
cinto e puxou o zíper.
Definitivamente tempo de ficar nu.
— É melhor você também tirar suas roupas. — Oscar olhou por cima
do ombro dele. — De jeito nenhum estou fazendo isso quando sou o único nu
aqui.
— Não sonharia com isso.
Oscar tinha ficado um pouco mais confiante em seu amor, desde que
foi pego na cozinha. Tinha sido um pouco tímido desde então, e embora ainda
não pudesse olhar completamente Alistair nos olhos, quando estava sozinho
com Garrick, todas as apostas estavam fora.
— Depressa, foda-se, depressa, — implorou Oscar.
Seus olhos se fecharam quando um dos dedos grossos de Garrick,
empapado com lubrificante, empurrou dentro dele.
— Ainda apertado, — Garrick disse.
— Estarei pronto logo. — Oscar riu um pouco. — Temos feito o
suficiente para que eu possa lidar com isso.
Garrick moveu o dedo dentro da bunda de Oscar, fazendo-o
estremecer.
— Prefiro estar seguro a lamentar depois.
— Você se preocupa demais.
Oscar gostava que Garrick fosse um tipo alfa protetor. Havia algo
excitante sobre saber que seu amante era um homem das cavernas e Oscar
achava isso cativante como o inferno.
Pensou especialmente que era cativante quando seu companheiro
continuou ronronando enquanto empurrava seu dedo mais profundo dentro do
corpo de Oscar. Isso era algo que parecia estar desfrutando muito, também.
— Só quero ter certeza de que cuido bem do meu companheiro, —
disse Garrick. — Não pode me culpar por isso, pode?
— Cuide de mim, continuando a fazer aquele ruído ronronante. Adoro
esse som.
Garrick riu, empurrando um segundo dedo dentro de Oscar.
— O que você quiser. Estou definitivamente à sua disposição.
Oscar teria respondido a isso, mas não podia. A maneira como
Garrick rapidamente encontrou sua próstata e a fez cantar parecia estar
atrapalhando a necessidade de Oscar de fazer sons coerentes.
Então Garrick empurrou a cabeça de seu pênis contra seu ânus, e
Oscar se perdeu no prazer e na sensação repentina de que não estava onde
deveria estar.

Capítulo Dez

O prazer ainda estava lá, e foi surpreendente em sua intensidade.


Forçou todos os músculos de Oscar a apertar-se e seu corpo apenas aceitou o
que estava sendo dado a ele. Não tinha controle. Não conseguia fazer nada
senão sentir o quanto o pau grosso de Garrick empurrava profundamente
dentro dele.
A queimadura, seguida pelo prazer requintado, era quase demais
para lidar. Era bom, surpreendentemente bom. Sua boca abriu, mas Oscar
soltou uma expulsão de ar em vez de um gemido.
Ainda assim não estava onde deveria estar. Era bom ter Garrick o
tocando, e ainda melhor sentir seu companheiro dentro dele, mas cada vez
que Oscar fechava os olhos, não estava no banheiro. Estava em outro lugar.
E era por isso que mantinha os olhos fechados.
Quando seus olhos estavam fechados, estava em outro quarto,
paredes de pedra ao redor dele, mas percebeu que Garrick ainda estava dentro
dele, ainda empurrando vagarosamente para frente e para trás enquanto Oscar
segurava firmemente.
Finalmente foi capaz de soltar um barulho, e foda-se, era bom deixar
o seu companheiro saber exatamente o quão grande isto se sentiu.
— Você gosta disso?
Oscar assentiu, sem saber o que Garrick tinha dito. Aquilo era uma
visão que estava tendo, ou havia acontecido na vida real, embora tivesse a
sensação de que era ambos.
— Gosto disso. Mais duro.
Mais do som ronronante e Oscar segurou tão forte como poderia.
Abriu os olhos. Oscar fechou as mãos sobre o balcão do banheiro,
mas quando os fechou, estava inclinado sobre o que parecia ser uma
escrivaninha de madeira esculpida.
Olhou por cima do ombro. Garrick estava definitivamente lá,
definitivamente era ele, mas tinha uma barba nessa nova visão, e seu cabelo
era mais comprido, mais desgrenhado. Ambos estavam nus, e os móveis ao
redor deles... Oscar estava tendo uma visão de suas vidas anteriores. Santa
merda.
Ele abriu os olhos, nos dias de hoje.
Garrick tinha a testa ainda pressionada no ombro de Oscar, de modo
que não notara a maneira como Oscar fechara os olhos por tanto tempo.
Tudo bem. Oscar não podia acreditar que tinha visto isso. Era a
maneira que seus olhos estavam trabalhando? Era a magia negra dentro dele
que o deixou ver isso?
Se assim fosse, foi incrível.
Outra súbita onda de prazer. Um pico nas sensações que se
precipitavam por ele e arrancou outro duro gemido de sua garganta.
— Oh Deus, — Oscar deixou sua cabeça cair de volta contra o peito
de Garrick.
Olhou para o homem, e o fluxo de sensações, de emoções que o
precipitavam estava além do ridículo. Quase não podia processá-los. Só podia
montar a onda disso, segurar firme quando sentiu o empurrar para frente e o
puxar do pênis de Garrick dentro dele, esticando-o, possuí-o, batendo sua
próstata repetidas vezes.
— Oh, bebê, — Garrick gemeu, e foda-se se não chegou diretamente
no peito de Oscar.
Garrick não o chamava de bebê com muita frequência. Geralmente
era algo mais precioso, como amor. A palavra, bebê, parecia sair apenas
quando Garrick estava dentro de Oscar, e mesmo assim, só quando Garrick
estava se perdendo no prazer quase tanto quanto Oscar.
Oscar percebeu que gostava. Gostava, e gostava da lembrança de
como Garrick tinha parecido no passado, quando ainda tinha aquela barba.
— V-você deve deixar crescer sua barba de novo, — Oscar disse,
arquejando as palavras, precisando molhar os lábios apenas para ser capaz de
realmente abri-los. — Eu gostei.
Garrick arregalou os olhos. Olhou para Oscar quase como se o rosto
inteiro de Oscar tivesse se tornado preto e azul, e não apenas seus olhos.
Então o beijou, duro e sem aviso. Não havia nada que Oscar pudesse
fazer a não ser se segurar no passeio.
Estava sobrecarregado. O prazer, a dor e o calor ardente tomavam
conta dele, e Oscar estava se perdendo.
Então se perdeu. Não conseguia pensar em nada além do prazer, e
era uma pilha estúpida de pele, ossos e prazer naquele momento. Gemeu, e
empurrou seu traseiro contra o pênis de Garrick e apertou suas paredes ao
redor dele, tentando mantê-lo lá, desesperado por mais dessa sensação.
Gritou em voz alta. Gemeu, e resmungou. Não sabia a metade das
coisas que dizia, e poderia ter sido em outra língua para tudo o que importava.
A única coisa que importava era o prazer que estava dentro dele,
aumentando, inchando, crescendo em algo que logo não seria capaz de conter.
Garrick alcançou seu pênis e bolas. O toque de suas mãos ásperas,
mesmo que eram tão gentis, foi suficiente para fazer Oscar perder sua mente
maldita.
Ele segurou suas mãos sobre Garrick, forçando o outro homem a usar
um pouco mais de pressão com ele, enquanto. Essa pressão aumentando que
estava se acumulando e inchando finalmente não tinha outro lugar para ir
além, Oscar gritou quando gozou e caiu sobre o balcão do banheiro.
Garrick grunhiu um barulho duro e gutural quando Oscar se inclinou
sobre aquele. Talvez gostasse porque a súbita corrida de seus quadris se
tornou tão dura e rápida que poderia muito bem ter sido uma máquina
disfarçada, e então Oscar sentiu, logo depois Garrick gemendo e gozando
dentro dele.
Não foi apenas o sêmen que fez Oscar perceber o que estava
acontecendo com ele, mas foi a sensação que veio quando fechou os olhos.
Em sua vida passada, antes de morrer, estava grávido.
Não deveria conseguir engravidar agora, mas por alguma razão,
Oscar sabia que isso era o que tinha acontecido, da mesma forma que tinha
acontecido com Kevin. Ele sentiu. Sentiu aquela onda de energia dentro dele
que não tinha nada a ver com a escuridão que estava se instalando em seu
corpo. Isso era algo diferente, algo mais leve, e Deus, quanto mais sentia,
mais queria isso.
Mais. Mais. Mais. Não se atreva a parar.
Garrick se esticou, seus dedos segurando os quadris de Oscar com
força suficiente que provavelmente deixaria marcas. Ele parou.
Aparentemente, mesmo um alfa não conseguia conter o prazer de um orgasmo
por muito tempo, mas tudo bem. Oscar apreciou a sensação de ter este
homem sobre suas costas.
A respiração de Garrick era quente e pesada. Seu corpo também.
Oscar gostou do fato de que ele era o único segurando seu companheiro. Isso
o fazia se sentir bem, o fazia se sentir mais perto de Garrick do que já sentira
no curto período de tempo que tinham estado juntos.
Estamos novamente juntos. Ainda estava se acostumando a pensar
em coisas assim, mas não pensou que levaria muito tempo até que tudo isso
começasse a se sentir normal, como parte de sua vida cotidiana.
Então Oscar riu.
— Garrick, não estou reclamando ou qualquer coisa. Não muito, de
qualquer forma, mas você é pesado.
Garrick gemeu.
— Que pena. Estou confortável aqui.
Oscar sacudiu a cabeça. Estava de muito bom humor, então não
empurrou seu companheiro fora com muito vigor.
— Eu iria mantê-lo ai para sempre se pudesse, mas sério, eu preciso
respirar.
Garrick suspirou, puxando seu pênis suavemente do corpo de Oscar
antes de recuar. Oscar virou-se para encará-lo. Mesmo que não quisesse que
seu amante continuasse em suas costas, não estava completamente pronto
para terminar com os abraços e os chamegos que queria, por isso colocou seus
braços na cintura de Garrick e inclinou em seu peito.
Tinha um peito tão largo e maciço.
— Gosto que você seja fofo.
Garrick riu.
— Acho que você é o fofo agora.
Oscar não podia exatamente argumentar com isso.
Deveria dizer a Garrick o que acabara de sentir? Parecia que seria
uma coisa cruel se estivesse errado. Como Kevin soubera?
Foda-se, se Oscar realmente estava grávido, então este seria o ano
mais estranho de sua vida.
Precisava contar ao seu companheiro. Oscar não tinha ficado tão
impressionado com Garrick por esconder o fato de que eles se conheciam em
suas vidas passadas, e que Oscar tinha sido morto antes de finalmente ser
capaz de voltar, mas isso não era uma boa razão para esconder as coisas de
Garrick agora.
— Ei, Garrick?
As pontas dos dedos de Garrick acariciavam acima e para baixo nas
costas de Oscar em uma maneira agradável.
— Mmm?
Oscar o segurou um pouco mais apertado.
— Estava grávida quando eu morri?
Garrick fez uma pausa, seus músculos se esticando tão forte que era
quase como se Oscar estivesse abraçando uma pedra.
Então relaxou, seu corpo tornando-se mais acolhedor para ele, mais
uma vez.
— Tem certeza de que quer falar sobre isso?
Oscar não podia olhar para ele. Apenas deu de ombros.
— Sinto como se eu devesse falar sobre alguma coisa. Fui
assassinado em uma vida passada pelo mesmo cara que fez essa coisa
estranha aos meus olhos.
Oscar sentiu os lábios de Garrick tocarem o topo de sua cabeça.
— Seus olhos são lindos, não importa o que parecem.
Oscar apertou seus braços em torno da cintura de Garrick.
— Bem? Eu estava?
Um breve e pesado silêncio encheu o banheiro.
— Sim. Do nosso segundo. Nosso filho ainda era apenas um bebê, ele
estava com você no castelo quando...
A garganta de Oscar fechou quando seu companheiro se fungou. As
únicas vezes que Oscar ouviu o engasgo de Garrick foi quando falou sobre o
fogo ou como tinha estado depois que tinha acontecido.
— Tínhamos dois?
Garrick assentiu, mas ficou em silêncio.
Oscar não gostava de saber que Garrick tinha ido a esses lugares
escuros. Toda vez que Oscar ouvia aquelas coisas, desejava poder voltar no
tempo e proteger o outro homem, deixá-lo saber que tudo ia dar certo e que
Oscar iria voltar para ele. Ele estaria diferente quando voltasse, mas esse não
era o ponto.
Garrick rapidamente recuperou seu controle enquanto limpava a
garganta.
— Por quê? Você está se lembrando de alguma coisa?
— Acho que sim — respondeu Oscar vagamente. — Como Kevin
soube quando estava grávido?
— Não tenho certeza — disse Garrick. — Tenho que perguntar a ele,
mas por tudo o que disse, eu tive a sensação de que ele sabia, mas Alistair
sabia primeiro. Garrick fez uma pausa. — Por que está me perguntando isso?
Havia uma clara suspeita e medo em sua voz. O medo era algo que
Oscar definitivamente aceitava.
— Eu... não sei como dizer isso, mas quando você, uh, estava dentro
de mim há um minuto, tive a sensação de que algo estava acontecendo.
Era tão embaraçoso dizer assim, mas Garrick aparentemente não ia
dar uma pausa nisso e deixar tudo ficar como está. Ele iria querer mais
detalhes.
— Você sentiu o quê? Diga-me o que sentiu e o que está pensando.
Oscar engoliu em seco. O embaraço que se apoderou dele era quase
demais. Como poderia olhar para Garrick e até mesmo sugerir isso? E se
estivesse errado e apenas daria ao homem falsas esperanças?
Mas tudo o que pensara ser impossível tinha resultado em ser uma
possibilidade muito real. Oscar tomou uma respiração profunda, olhou para seu
amante, e apenas deixou escapar.
— Acho que você acabou de me engravidar.
Os olhos de Garrick não estavam apenas olhos de gato. Estavam
positivamente brilhando. Oscar podia ver o animal selvagem dentro dele, a
esperança, o medo e o desespero por algo que Oscar não tinha certeza se
podia dar.
— É... é nosso filho? — Garrick perguntou, sua voz coaxando, como
se estivesse tentando falar com um bocado de areia. — Ele está voltando com
você?
Essa era outra parte difícil que Oscar não tinha considerado.
— Honestamente não sei. Desculpe. Não sei se é ele.
Ele não conseguia se lembrar de ter um filho, de modo que tentar
dizer se era ou não a mesma criança era quase demais e foi dominado por uma
emoção pesada que quase não sabia o que fazer.
Esperança e medo e tantas outras coisas fizeram uma bagunça
dentro dele. Não conseguia pensar direito. Não podia respirar, e não sabia o
que dizer.
— Quero que seja ele, mas não sei. sinto que isso simplesmente
aconteceu. Poderia até estar errado.
— Você não está errado. — Garrick abraçou os ombros de Oscar e
puxou-o para perto. A maneira repentina como se viu pressionado contra o
peito do outro era um choque, mas era um bom tipo de choque quando ergueu
as mãos e segurou Garrick de volta o mais forte que podia. Apreciou tudo, e foi
o suficiente para fazer Oscar se sentir como se pudesse lidar com isso.
Podia fazer isso enquanto Garrick estivesse aqui com ele e o ajudasse
ao longo do caminho. Isso era algo que podia lidar.
— Vamos esperar alguns, então você pode fazer um teste de
gravidez. Vou à farmácia e compro um daqueles testes que você poderá fazer
xixi.
Oscar soltou uma pequena gargalhada.
— Não posso acreditar que vou ter que fazer isso.
— Vai ficar tudo bem.
Oscar assentiu com a cabeça.
— Eu sei.
Aparentemente, nada o acalmava mais do que ser mantido por seu
companheiro e sentir o suave cariciar dos dedos de Garrick em suas costas.
Tomaram banho juntos, ainda se tocando, ainda se beijando debaixo
da água quente, e Oscar teve que admitir que se houvesse qualquer grande
vantagem de estar com um cara rico, eram os chuveiros. Duplos chuveiros
eram incríveis, e com aquelas sensações, era apenas uma questão de tempo
antes de todo aquele tocar e beijar se transformar em provocação sob a água
e, em seguida, mais sexo no vapor.
Deviam ter sido todas as coisas que Oscar dissera a Garrick, a
revelação de que a mesma magia que o trouxera de volta à vida também o
havia deixado grávido, o que fez com que seu companheiro o beijasse com
doçura enquanto empurrava dentro dele.
E Deus, Garrick era um cara forte. Pressionou Oscar contra a fria
parede de azulejos, segurando-o enquanto Oscar mantinha suas pernas em
torno da cintura de Garrick.
Oscar gemeu profundamente em sua garganta enquanto gozava, seu
orgasmo apressando-o quando sentiu sêmen quente jorrando dentro dele.
Garrick continuou a sussurrar no seu ouvido. Acariciou o rosto de
Oscar e beijou sua garganta enquanto bombeava seus quadris, ordenando o
último de seu prazer fora de si mesmo.
Oscar gemeu, as réplicas ainda enviando pulsos de prazer através
dele antes que a sensação quase se tornasse desconfortável. Isso era ótimo.
Soube quando Garrick não tinha mais para dar, quando o homem gemeu e
segurou-o firmemente.
Oscar sorriu, sentindo-se insanamente cansado naquele momento
depois de ter tido dois orgasmos.
— Não caia no sono, — alertou Garrick, colocando Oscar em seus pés.
Oscar gemeu. Não queria ficar sob seus próprios pés, e com certeza
não queria ser puxado para fora dos braços de Garrick.
— Quero ficar ai. — Tentou colocar os braços em torno da cintura de
Garrick, e com certeza estava um pouco pegajoso, mas não conseguia evitar.
Estava sonolento e ainda alto dos orgasmos múltiplos que tinha recebido. Era
difícil não querer apenas abraçar depois disso.
Felizmente, Garrick parecia ser um bom sobre tudo. Permitiu que
Oscar o segurasse enquanto lavava os dois. Em um ponto, Oscar sentiu o
corpo ser esfregado nas costas e ombros.
Cheirava a coisas que Garrick gostava de usar, e isso fez Oscar mil
vezes mais feliz. Ia cheirar como seu companheiro.
— As veias em torno de seus olhos não estão tão escuras agora.
Oscar abriu os olhos. Olhou para seu companheiro.
— Eles não estão?
Garrick sacudiu a cabeça.
— Não. Posso até ver um pouco de sua cor original.
Parecia satisfeito com isso. Oscar também. Se não estivesse tão
malditamente cansado, poderia ter tido uma melhor reação para seu
companheiro do que o que estava dando.
— Talvez a cor desapareça quando estou cansado. Ou tive um monte
de sexo.
Sorriu para isso. Era difícil acreditar que não teria sido o caso,
considerando que o sexo pareceu desencadear a gravidez de Oscar.
Esperava que tivesse provocado sua gravidez.
— Foda-se, esperar alguns dias antes que possa fazer o teste vai me
matar.
— Não, não vai. Vamos descobrir algumas maneiras divertidas de
passar o tempo.
Oscar sabia exatamente o que seu companheiro estava sugerindo, e
estava totalmente a bordo com seus planos para futuros entretenimentos.
— Poderia me acostumar com isso, eu acho.
— Acostumar-se a quê? O sexo incrível? Ou eu limpando você?
— Ambos. — Oscar sorriu. — Se realmente estou grávido, isso
significa que posso fazê-lo a me levar para casa, me dar banho, cozinhar e ter
relações sexuais comigo sempre que eu quiser?
— Primeiro, você terá sexo de mim sempre que pedir por isso. Que
tipo de pergunta é essa?
Deus, Oscar adorava esse homem.
— Desculpe.
— Não se desculpe. Quanto ao banho, quando estiver se sentindo
muito fraco para fazê-lo sozinho, acho que posso gerenciar por nós dois.
Cozinhar? Podemos fazer meio a meio sobre isso. A coisa é que vou carregá-lo
para nosso quarto sempre.
Oscar sorriu.
— Então você pode me arrastar para longe como um homem das
cavernas para uma rodada de sexo super incrível?
— Algo parecido.
Isso soou perfeitamente bem para Oscar.
Não era nem remotamente perto do tempo de estar na cama. Era
cedo, mas depois de colocar uma camiseta limpa e shorts, Oscar subiu na
cama.
— Se você vier e cochilar comigo com suas roupas, isso seria incrível.
Garrick deu uma risadinha, e quase parecia que estava prestes a
fazer exatamente isso antes de haver uma batida dura na porta.
— Ei, Garrick, você aí? — Isso soava como Bramwell.
Oscar agarrou um dos travesseiros e enfiou-o sobre sua cabeça.
Talvez pudesse se sufocar.
Garrick suspirou.
— Sim claro.
Pelo menos não estavam sendo interrompidos no meio do sexo. Isso
era algo para agradecer.
Oscar estava tentando uma coisa nova, onde ia tentar pensar positivo
de vez em quando. Nem sempre funcionava, mas até agora estava ajudando
seu estado mental.
— Você vai precisar vir aqui.
Garrick rosnou, o gatinho ronronando desapareceu totalmente,
substituído por algo um pouco mais selvagem e mal-humorado.
Pelo menos isso estava fazendo Oscar sorrir, mas então percebeu o
que Bramwell acabara de dizer. Bem, não tanto o que tinha dito, mas como
tinha dito isso.
Oscar sentou-se. Garrick pareceu notar que havia um problema,
também, com o modo sério como caminhou em direção à porta.
— Qual é o problema?
Garrick fez sinal para ele ficar onde estava, colocando seu moletom
antes de abrir a porta.
Capítulo Onze

— Não há nenhuma maneira disso.


— Estou dizendo que estão aqui!
Garrick apertou a mandíbula. Teria dado um soco em alguma coisa,
mas estava muito ocupado pulando para cima e para baixo em um pé tentando
pegar sua outra bota.
— Eles simplesmente caminharam até a porta da frente?
— Fizeram! Estão lá fora agora. Você vai parar de brincar com seus
cadarços!
Garrick olhou para seu irmão. Felizmente e finalmente conseguiu os
cadarços amarrados. Caso contrário, poderia ter tido que colocar Bram em seu
lugar para isso.
Ambos sabiam muito bem que seus sapatos precisavam estar tem
amarrados em uma briga. Calçados bem ajustados eram quase tão
importantes quanto a espada nas costas de Garrick.
Eles correram para a porta da frente, e quando Bram abriu e saiu,
Garrick quase não esperava ver o que viu, embora Bram tivesse avisado que
estava chegando.
Cinco homens, cinco homens grandes, todos quase da mesma altura,
alguns um pouco mais alto e outros mais baixos, mas, de outra forma, um
bando de caras altos que pareciam tão construídos quanto Garrick e seus
irmãos e tão largos nos ombros com poderosos bíceps estavam em frente da
casa.
As espadas em suas costas eram algo mais para ser visto. O queixo
de Garrick caiu ao vê-los.
Estes não eram um grupo de idiotas vestindo trajes que de alguma
forma conseguiram tropeçar através dos feitiços que mantinha a casa segura e
escondida de qualquer coisa escura. Estes eram Cavaleiros.
Alistair olhou de volta para Garrick e Will quando eles se adiantaram,
e então se virou e se dirigiu aos cinco homens na frente deles. Ele tinha a
espada na mão. O mesmo aconteceu com Burne, Will e Yuki. Agora que Bram
estava lá fora, puxou sua espada para fora da bainha em suas costas, também.
Garrick fez o mesmo. Algo definitivamente não estava certo, e só
sabia que Kevin, Tomas, e seu próprio companheiro estavam olhando pelas
janelas, tentando dar uma olhada no que estava acontecendo.
Garrick não queria que nada acontecesse ao seu companheiro se
deixasse a escuridão assumir o controle. Já era bastante ruim que Oscar não
sabia como voltar para a casa por causa dos feitiços de proteção projetados
para manter a escuridão, ou qualquer coisa que não pertencesse, fora.
— Tudo bem, estamos todos aqui, — disse Alistair. — O que vocês
querem?
O homem no meio, um cara que era quase da mesma altura que
Alistair, mas com pele morena e cabelo preto, tinha um sorriso arrogante em
seu rosto.
— Sim, isso é bom. Onde está seu outro irmão? O sexto?
Se Garrick estivesse sentindo aquele tique nervoso no fundo do olho,
só podia imaginar como Alistair estava se sentindo.
— Ele não está aqui. Como sabe que temos outro irmão?
— Nós tínhamos seis uma vez, também, — disse o homem no meio.
Isso chamou a atenção de Garrick e, aparentemente, a atenção de
seus irmãos ao redor dele. Todos olharam um para o outro.
Garrick estava de volta a pensar nas espadas em suas costas e no
que aquilo tinha que significar.
As espadas, bem como o fato que eles tinham conseguido chegar
aqui e como pareciam saber muito sobre a família de Garrick.
— Quem são vocês? De onde vieram? — Ele apontou para as espadas
que ainda não tinham sido puxadas para fora. — E de onde você tirou isso?
O homem no meio sorriu. Todos os irmãos sorriram, como se
soubessem algo que Garrick e seus irmãos não soubessem.
— Vocês realmente pensaram que eram os únicos que os Deuses
criaram?
Garrick ficou tenso. Olhou para Alistair, que estava fazendo um
trabalho melhor de manter-se, mas apenas da aparência dele.
— Isso é impossível. Nós somos os únicos, — disse Alistair.
Garrick concordou com isso, mas ao mesmo tempo, seria possível?
Poderia haver mais imortais correndo por aí que não sabia?
— Como você acha que os Deuses morreram? Eles simplesmente
desapareceram por nenhuma razão? — O homem no meio, o líder de seus
irmãos, cruzou os braços, e desta vez, tinha um olhar irritado em seu rosto.
— Do que você está falando?
— Sim? Do que você está falando?
Todos olharam para as janelas ao som do grito. Kevin estava
inclinado sobre o peitoril da janela, com uma expressão suspeita em seu rosto
quando os chamou.
Alistair malditamente parecia que estava prestes a explodir.
— Kevin! Volte para dentro, agora mesmo!
— O que? Eles disseram que foram criados da mesma forma que
você! Então são seus amigos, certo?
Toda a cor drenou do rosto de Bram quando Tomas apareceu na
janela, também.
— Tom! Feche essa janela!
Pelo menos Oscar não estava lá em cima fazendo algo que não era
suposto fazer, oh, não importa. O companheiro de Garrick estava ali. Estava
puxando suavemente os ombros de Kevin, tentando trazê-lo de volta para
dentro. Ele também tinha os óculos de sol para manter alguém de ver a
escuridão em seus olhos.
Isso era bom. Garrick quase gritou com seu companheiro para
trancar todas as janelas e pegar algumas armas, caso precisassem se
defender, mas dois homens gritando com seus companheiros já eram bastante
ruins. Esses recém-chegados provavelmente estavam rindo bastante sobre o
pouco controle que Alistair e Bram tinham sobre seus companheiros. O mínimo
que Garrick podia fazer era ficar calado.
— Esse é o único com a escuridão dentro dele?
Garrick olhou para os outros homens.
— Isso não é da sua conta.
Tanto para manter sua calma. Isso não ia resultar da maneira que
queria.
E aquele idiota presunçoso ainda estava sorrindo para ele como se
nada estivesse errado com o que dissera.
Isso irritou Garrick até o décimo grau, e todos os instintos protetores
que pulsavam dentro dele brilharam para a vida. Garrick lembrou naquele
momento a sensação exata de perda e vazio que vivera todos aqueles anos
sem seu companheiro, e o medo dentro de si de que alguém tentasse tirar
Oscar de novo era uma coisa poderosa.
— Se você pensar em ir perto dele, eu juro pelos deuses...
— Paz, irmão, não é disso que se trata. Não estamos aqui por ele.
— Então por que estão aqui? — Alistair perguntou.
Ninguém abaixou suas espadas, apesar das palavras de seus novos
convidados.
O líder do grupo parecia estar um pouco mais sério naquele
momento.
— Meu nome é Carlisle. Estes são meus irmãos. Nós fomos criados
dos mesmos Deuses que vocês, e do último poder que eles tinham. Foi por isso
que eles morreram. Não foi só porque desapareceram, mas pensamos que isso
teria acontecido por conta própria, considerando sua fraqueza.
Yuki zombou, e um ar gelado apareceu ao redor de seu corpo.
— Impossível.
— Não é impossível. É a verdade, — disse Carlisle com um
movimento de cabeça.
— Por que nunca ouvimos falar disso antes? — Alistair perguntou. —
Se você é quem diz ser, onde esteve todos esses anos?
Carlisle olhou para eles.
— Nós estivemos limpando as coisas da bagunça que vocês babacas
deixaram para trás quando pararam de trabalhar. Isso é o que estivemos
fazendo.

Oscar quase não podia acreditar. Assistiu e ouviu tudo o que estava
acontecendo no gramado depois de puxar Kevin para longe da janela.
Kevin estava grande e grávido. Oscar só pensou que poderia ser ele,
então não teve nenhum problema ignorando Kevin quando reclamou que
queria ouvir o que estava acontecendo lá fora.
Descobriu-se que Garrick tinha mais irmãos do que imaginava, e
aqueles irmãos estavam super chateados com Alistair, Garrick e os outros,
porque achavam que Alistair tinha deixado seus deveres para eles.
Oscar não gostava de ouvir isso. Franziu a testa, e tremeu com o
impulso de gritar em apoio para seu companheiro. Tudo dentro dele lhe dizia
para fazê-lo, e se sentia como se estivesse lutando fisicamente consigo mesmo
para manter a cabeça fria.
Oscar fez o possível para contar a Kevin e Tomas o que estava
acontecendo enquanto os dez homens falavam. Ele só tinha que ficar quieto
sobre tudo, porque não queria chamar mais atenção para si mesmo, nem para
este quarto, no caso de essas pessoas não serem quem diziam que eram.
Oscar só conseguia respirar quando os recém-chegados, Carlisle e
seus irmãos, se viraram e se afastaram. Foram até as árvores. Talvez houvesse
motocicletas escondidas lá em algum lugar. Ou talvez iriam se transformar em
suas formas de animais e partir. Se tivessem formas de animais. Oscar
recordou que Garrick dize-lhe que não podia sempre mudar em um puma.
Tinha sido algo que veio mais tarde, depois do fogo...
Fechou as janelas quando Garrick olhou para ele, e a expressão em
seu rosto não era agradável.
— Eles estão voltando.
Deitado na cama, Kevin endireitou a coluna. Estavam no quarto dele
e de Alistair.
— Já acabaram? Eles estão a salvo?
Oscar assentiu com a cabeça.
— Os outros foram embora.
Tomas levantou-se e saiu correndo do quarto. Oscar o viu ir embora,
aturdido.
— Será que ele vai se esconder?
A voz irritada de Bram gritando através da casa desprendeu o que era
provavelmente uma boa razão para isso.
— Tomas!
Alistair o seguiu.
— Kevin! Onde está você?
Kevin revirou os olhos, a mão na barriga.
— Estou aqui em cima!
Oscar não pensou que iria querer correr e se esconder de seu próprio
companheiro, mas o som de passos pesados batendo pela casa e subindo as
escadas foi o suficiente para fazê-lo pensar que talvez esconder não era uma
má ideia.
Quando Alistair entrou no quarto, seus olhos brilhavam e o que tinha
que ser a expressão mais furiosa que Oscar jamais vira em seu rosto, inclusive
quando Oscar tinha atacado Kevin, ele malditamente bem teria fugido do
quarto.
Sim, ele teria, se Garrick não estivesse na porta, dando a Oscar
aquele mesmo olhar furioso, e agora de repente parecia não haver saída. A
sensação de animal enjaulado não era boa.
De repente, Oscar queria nada mais do que fugir.
Kevin se levantou quando Alistair se aproximou. Ele cruzou os braços
sobre a barriga e rolou os olhos, como se toda aquela coisa fosse apenas um
incômodo para ele.
— Sinto muito, está bem? Tinha que dizer alguma coisa.
Alistair colocou as mãos nos ombros de Kevin.
— Você se coloca em perigo fazendo isso! Tem alguma ideia do que
eu teria feito se eles tivessem tentado machucá-lo? E se tivessem percebido
que você estava aqui em cima e achassem que era uma ameaça? Eu não teria
sido capaz de te proteger!
Oscar não tinha certeza do que esperava. Não era como se tivesse
esperado violência, não realmente, mas a raiva no rosto de Alistair, e a
maneira como Tomas correra, parecia colocar isso como uma possibilidade na
mente de Oscar.
Então, sim, estava aliviado e se sentiu um pouco estúpido quando
Alistair puxou seu companheiro para frente e o abraçou apertado.
— Não faça isso de novo. — Alistair empurrou seu companheiro de
volta, embora ainda o segurasse firmemente pelos ombros. — Você me
escutou? Quando eu disser para se esconder, seria bom se você se escondesse.
Compreendeu?
Kevin assentiu com a cabeça.
— Sim, me desculpe por ter te preocupado.
Eles se abraçaram novamente. Tomas e Bram estariam fazendo a
mesma coisa em seu quarto?
Oscar esperava. Parecia meio doce.
Uma mão pesada caiu sobre seu ombro naquele momento.
— Nós devemos ir.
Oscar ficou tenso. O tom da voz de Garrick não era agradável. Merda.
Oscar tinha visto a cena doce e particular na frente dele e quase tinha
esquecido que ainda estava em um pequeno problema.
Estava quase com medo de olhar para Garrick.
O homem não estava mais olhando para ele, mas isso não era
suficiente para fazer Oscar se sentir bem.
Engoliu em seco, balançando a cabeça.
Eles deixaram o quarto juntos, voltando para o seu próprio.
Oscar realmente queria aliviar o clima. O silêncio entre eles era tão
pesado.
— Então, você pode ter mais irmãos do que sabia.
Garrick rosnou um pouco, empurrando a porta aberta de seu quarto e
empurrando Oscar dentro.
— Ei! Sou um cara grávido, você sabe! — Oscar olhou para Garrick
enquanto o homem fechava a porta. — Sou praticamente um tesouro nacional
com essa coisa acontecendo dentro do meu corpo. Você precisa ser cuidadoso.
— Então você também tem que ser.
— O que você está. Gah!
Garrick moveu-se tão rapidamente que Oscar não teve a chance de
se orientar antes de ser puxado para cima nos braços de Garrick e jogado
sobre seu ombro.
— O que você está fazendo?
Garrick jogou Oscar na cama antes de subir por cima dele.
— Estou tomando o que é meu, estilo homem das cavernas. Você
disse que gostava desse tipo de coisa, certo?
Oscar piscou. Isso era honestamente a última coisa que esperava
ouvir.
— Você quer fazer sexo comigo agora?
— Depois que você e os outros me assustaram? Sim, absolutamente.
— Garrick tirou os óculos de sol dos olhos de Oscar e os jogou fora. Encarou os
olhos de Oscar como se fossem normais, como se não houvesse nada de
estranho ou sinistro em ter olhos negros com veias azuis espantosas saindo de
todos eles.
Então Oscar achou que ele entendia.
— Isso é por causa de eu estar lá em cima ouvindo você, ou é porque
esses caras, seus novos irmãos, apontaram que tenho algo escuro dentro de
mim?
O rosto de Garrick se transformou em algo dolorido, e Oscar soube
que tinha acertado o problema na cabeça.
Oscar suspirou.
— Vou tentar ser mais cuidadoso, mas eles não estão atrás de mim,
certo? Eles mesmos disseram.
Garrick rosnou.
— Eles podem estar mentindo.
Esta era a parte de Garrick que Oscar adorava. A parte dele que era
protetor e amoroso. Oscar passou as mãos pelos cabelos de Garrick, desejando
que houvesse algo que pudesse dizer para confortar o homem, mas não sabia
o que dizer.
— Gostaria que houvesse algo que pudesse dizer ou fazer para fazer
você não ter tanto medo de me perder. Não quero que esteja andando com
esse medo o tempo todo. Não é justo.
Garrick pressionou o rosto no peito de Oscar.
— Não há nada que possa fazer sobre isso. Perder você uma vez foi o
suficiente para me fazer paranoico sobre isso acontecer novamente.
Oscar estava tão feliz por nunca ter sentido aquela dor. Odiava pensar
em Garrick vivendo por mais de mil anos com aquela dor no peito. Só tinha
sabido o que era estar tão apaixonado por alguém, tão desesperadamente,
depois de conhecer Garrick. Bastava pensar em não ter Garrick por perto era
suficiente para fazê-lo tão malditamente assustado de um mundo sem ele.
E esse era o tipo de reação que Oscar tinha acabado de pensar sobre
isso. Garrick tinha vivido isso.
— Estou aqui agora. Prometo que não vou a lugar algum.
Era uma promessa que nunca poderia cumprir. Ninguém estava no
controle de viver ou morrer. Pessoas tinham ataques cardíacos, tinham
acidentes de carro, adoeciam... e isso era apenas uma vida aleatória, normal.
Oscar estava oficialmente vivendo em um mundo onde havia feiticeiras
malvadas lá fora, pessoas horríveis com poderes que queriam matá-lo e
destruir seu companheiro e os irmãos de seu companheiro sem nenhum
motivo aparente além da vingança. Isso não era normal, e isso adicionou um
novo nível a tudo isso, que Oscar ainda estava tentando entender.
Garrick não apontou o fato de que Oscar não seria capaz de manter
esse tipo de promessa. Apenas fingiu que Oscar seria capaz de mantê-lo, e
acenou com a cabeça.
— Prometa-me que nunca vai a lugar algum sem mim. Não irá
trabalhar e eu te levarei de férias, vai ficar vivo e nada de ruim vai te
acontecer.
Oscar assentiu, brincando com esse novo jogo que estavam fazendo.
— Sou seu por quanto tempo me quiser.
Garrick olhou para ele.
— Vou querer você para sempre.
Oscar sorriu para ele.
— Bom saber porque não vou a lugar algum.
Ele colocou a mão de Garrick sobre sua barriga.
— Nem nosso filho. Quer dizer, quando ele crescer e quiser ir para a
faculdade, espalhar suas asas e tudo isso, então, claro, mas você sabe o que
quero dizer.
Garrick riu, ergueu-se e beijou Oscar na boca.
— Sim, sei o que você quer dizer, e prometo a você que Keaton e seu
bando de monstros escuros não conseguirão passar por mim. Prometo que
farei o mundo mais seguro para você e nosso filho. Juro pelos Deuses que eu
quero.
— Acredito em você.
E essa foi uma promessa que Oscar selou com outro beijo.

FIM

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