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Magos Gêmeos 04 – Consorte Relutante

Lora Leigh
Arabella Da’Alistair está ciente de seu destino. A filha de um rei maligno, ela sabe que deve
ser sacrificada para acalmar o medo das pessoas de que se tornará uma criatura mágica. Mas
sofrer tanto na mão de seu pai é mais do que pode suportar. Ela quer mais uma chance de ser
envolta num mágico ménage com os guerreiros com quem tem se encontrado secretamente. Os
guerreiros que não têm nenhuma ideia do que verdadeiramente ela é.

Caedan e Daelan da casa Ogros de Dungarrin concordam em salvar uma mulher destinada
aos horrores, como exigido por seus dois reis. Ela pode não ser a mulher que anseiam possuir,
corpo e alma, mas eles seguirão seu dever. Mas o destino brilha sobre eles e os gêmeos farão o
que for preciso para salvar esta mulher, a mulher deles, e trazê-la para a segurança de seus braços,
e o prazer da cama deles.

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PRÓLOGO

O Vale.

Era um lugar de pura magia. Um lugar onde havia rumores que a magia tinha sido criada.
Espora, os esporos cristalinos de magia líquida seca, flutuava na brisa como uma semente
de plumas brincalhonas, enquanto dançavam sobre as correntes de ar com aroma de magia. Uma
vez foi dito que isto havia preenchido tudo em Sentmar. Aquilo caía como flocos de neve que
escorriam sobre as Montanhas Glaciais e enchiam os vales como uma pesada névoa mágica.
Isso foi antes do Sidhe enganar as seitas mágicas e colocar os humanos dentro das
montanhas mais distantes do planeta. Aquelas criaturas que não eram naturais para as terras, o
mal delas era como uma praga, como uma doença que surgiu da magia e as terras que habitavam
ficaram aprisionadas interiormente.
O Vale era para a maioria, até aqueles da magia, conhecido por ser apenas um lugar
lendário agora. Apenas alguns preciosos sabiam que no Vale ainda prosperava a magia que
sustentava toda a Sentmar fluindo disso para aqueles criados para ser sustentados por ele.
Para os guerreiros do Causeway, os Ogros, era um lugar onde nenhuma mancha de
escuridão humana poderia ser encontrada. Um lugar de primitiva e poderosa magia.
Dentro do Vale o Ogro poderia se curar cercado por charcos de pura magia, ou banharem-
se em rios de águas quentes infusas em magia. Eles poderiam encontrar facilidade para seus
desejos com as sacerdotisas, que poderiam chamar para eles, fornecida por seu Seleto Guardião,
semideus do Escolhido para proteger a magia das terras de Sentmar.
E uma vez, muito tempo atrás, quando as brumas que separavam as terras foram formadas
inicialmente, o Escolhido tinha sussurrado os segredos da habilidade dos guerreiros Ogros para
trazer suas fêmeas mágicas para o Vale. Magia sempre criou magia, o Escolhido jurou. Os Ogros,
com grandes poderes, cheios de honra, criados para suportar ambos os reinos, mágico e as terras
humanas, não deveriam desistir de reivindicar aquelas mulheres cheias de magia que o Ogro
deveria proteger. Eles também teriam a habilidade de atrair e reivindicar seus corações e desejos,
ou assim disse uma vez a lenda.
Mas isso foi há muito tempo.
***
Arabella Da’Alistair, filha de Rei Herndon Alistair, o Pervertido de Yarba, província de
Eldorah, parou na extremidade do Causeway, seu olhar procurando tanto nas brumas, bem como
na terra atrás dela por quaisquer perigos escondidos. E havia muitos perigos que poderiam ser
inimigos. Inimigos que esperavam avidamente vê-la destruída pelo crime que estava para cometer
uma vez mais.
Se ela fosse pega ali, sua sentença seria a morte, não importa que facção a encontrasse.

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Caso as forças de seu pai a vislumbrasse, então ele iria sacrificá-la para acalmar as
preocupações das pessoas de que se tornaria uma criatura mágica. Caso o temível Ogro a
encontrasse, então ela seria levada à loucura pela visão de seu rosto grotesco pouco antes de ser
assada acima do seu abismo para alimentar suas legiões depravadas, ou foi assim como os Padres
Sábios sempre ensinaram.
Mas ela teria sorte mais uma vez, iria deslizar através das brumas para encontrar aquele
lugar que a terra tinha esquecido e os guerreiros que podia sentir puxando-a para eles.
Por mais um momento nos braços deles, ela iria enfrentar seu maligno pai, bem como os
poços dos Ogros. Por mais um toque, uma única carícia daqueles homens, ela iria enfrentar o
próprio mal.
Oh, como ela ardia para correr até eles.
Pareciam anos desde que tinha rido com eles, sentiu-se aquecida por suas carícias e
encantada com seus beijos. E esta poderia ser a última dessas vezes que lhes seria permitido
compartilhar. No dia seguinte ela seria apresentada ao seu futuro marido. Um homem que sabia
ser encarquilhado e nada parecido com os guerreiros que desejava todas as noites.
Ela não poderia imaginar-se sem tocar os guerreiros que pensava como sendo dela, nunca
mais. Ela não podia entregar-se a esse destino sem vê-los uma última vez.
Entrando nos escurecidos redemoinhos de nuvens ornamentadas de magia, inalando como
um bêbado quando recebe seu primeiro gole em dias, Arabella, mais uma vez ficou tentada por
todas as forças que iriam destruí-la caso soubessem desta heresia.
Magia era proibida de encontrar refugio em qualquer humano de qualquer forma,
especialmente aqueles cujas raízes Halfling1 foram há tanto tempo removidas da hierarquia da
verdadeira magia. Os humanos foram proibidos de tocar, provar ou absorver o aroma das
especiarias, atado aos esporos dentro de si mesmos. Fazer isso era um crime sobre a magia, assim
como a humanidade. Mas havia aqueles, muito poucos dentro das terras humanas, cujo sangue
desejava a magia que espiralava sobre o Causeway. Aqueles que sentiam uma fome por isso pior
até do que a necessidade de um bêbado por sua bebida.
Os humanos, tais como Arabella.
Há mil anos, seu senhor, um príncipe Spry sem gêmeo que ainda vivia sem chance de
ascender acima de seus irmãos ao trono, tinha deslizado para as terras humanas. Seu desejo por
sua amante humana o havia consumido, o fazendo cortar todos os laços com suas raízes mágicas.
O legado de seu nascimento havia deixado sua linhagem com o poder de sobreviver dentro
das brumas e afastar as criaturas de magia negra que nelas habitavam. Isto também havia deixado-
a em verdadeiro perigo de encontrar o destino de tantos outros, se seu pai Alistair o Pervertido
conseguisse descobrir.
Movendo-se rapidamente ao longo do caminho estreito quase escondido, Arabella
encontrou a entrada do vale que procurava. Ultrapassado os crescentes obeliscos inscritos com

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Halfling descreve uma pessoa nascida de um dos pais humano e outro de outra raça, geralmente uma mulher humana e um ser mágico.

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graciosa escrita de uma antiga linguagem, ela quase cambaleou com a sensação da magia que a
rodeou de repente.
Se algum lugar desprendesse verdadeira magia, então este seria aqui, neste lugar. Isto a
infundia. Ela cresceu vertiginosamente dentro de sua dobra, puxando-o para dentro dela,
sentindo-o elevar-se ao redor dela, dentro dela, como se a recebendo mais uma vez.
A beleza rodeava sob a forma de grandes árvores crescentes, cuja abundância de folhas
abria-se numa infinidade de degraus para capturar os raios de sol que irradiavam acima e
derramavam na exuberante grama abaixo.
Fabulosos pardais sobrevoavam com suas asas esticadas para pegar as mornas correntes de
magia que fluíam através da terra.
Flores de todas as formas e tamanhos, todos os tipos de cores e desenhos, mato e arbustos
e através de todo um caminho de várias camadas de mármore preenchendo todas as formas de
magia espalhadas entre uma vegetação luxuriante florescendo em todas as direções.
Cativantes e tremulantes baforadas de sementes parecidas com baiacus, às pequenas flores
emplumadas para qual, quando criança tinha feito pedidos antes que voassem livres de suas
hastes, enchendo o ar. As formas incrivelmente suaves nunca caiam no chão. Como se atadas à
própria brisa, dançando com caprichoso abandono sobre ela, enquanto corriam ao longo do
caminho que conduzia às fontes aquecidas onde seus guerreiros sempre a esperavam.
Ela sabia que a estavam esperando.
Ela sempre sabia quando descansavam dentro deste lugar de magia.
Ela podia senti-los chamando-a de uma forma que a lembrou de que sua magia poderia ser
separada por pelo menos mil anos, mas ainda pulsava dentro dela. Uma faísca frágil talvez, mas
uma faísca que ficava cada vez mais brilhante aqui, dentro deste reino de magia.
Erguendo as longas saias, ela moveu-se cada vez mais rápido, o sangue correndo, batendo
em suas veias quando o calor começou a infundir em todo o seu ser.
Como ela doía por eles.
Como ela os desejava...
Um repentino enlace sobre sua cintura puxou-a para uma parada abrupta quando ela
passou por mais um obelisco subindo para o céu brilhante e azul.
Ela voltou-se para encontrar a amplitude muscular de um poderoso peito enquanto seus
dedos se enroscaram sobre um antebraço duro como ferro acorrentando-a perto.
Um sorriso curvou seus lábios, quando um momento depois, sua cabeça ergueu,
descansando contra o peito de um guerreiro, enquanto o irmão dele caminhava lentamente por
detrás das folhas que se erguiam abrigando as piscinas de olhos curiosos.
— Doce coraçãozinho, — disse o guerreiro mais escuro que a segurava e levantou-a até que
seus pés não tocassem o chão.

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— Você usa roupas demais. — O outro, o irmão de seu guerreiro escuro, seu cabelo preto
raiado com tons dourados, puxou-a para ele então, enquanto o outro erguia seus joelhos para
apertar os quadris de seu irmão.
— Os dias têm sido muito longos, — o guerreiro gemeu por trás dela, desatando
rapidamente os laços justos que prendiam o vestido em suas costas. — Como estamos famintos
por você.
Ela estava despida rapidamente enquanto o crepitar agora familiar do poder começou a
inflamar dentro de seu corpo. Podia senti-lo despertar, aquecendo, esquentando por baixo de sua
carne. Isto invadiu sua corrente sanguínea, atraindo faíscas para a carne macia entre suas coxas.
— Doce misericórdia, — o prazer destas proibidas e roubadas horas.
Traçando as unhas para baixo pelos planos duros do peito dele até os músculos abaixo, ela
rapidamente encontrou a força formidável de seu eixo, quando isto se ergueu para conhecer seu
toque.
Enrolando os dedos de ambas as mãos em torno da largura, ela se inclinou para frente, os
lábios separando sobre a pulsante ponta de sua ereção.
Quando ela se inclinou para saborear o desejo do seu guerreiro, seus joelhos estavam
pressionados mais distantes a sensação do curso das vertentes de seu guerreiro de cabelos escuros
suavizando sobre suas coxas. A cabeça dele se moveu entre suas pernas abertas, mãos fortes
travando seus quadris enquanto Arabella separava os lábios o suficiente para tomar as dimensões
ferozes da ereção latejante de seu irmão. Seus lábios se apertaram em torno da pesada crista, suas
bochechas esvaziando para sugar o pulsar de fome contra sua língua, enquanto um rugido arfou de
sua garganta.
— Calma, meu amor. — A mão forte apertou o lado de sua cabeça quando seus joelhos
tremeram.
Entre suas coxas uma língua perversa a provava com tal devastação íntima que seus
sentidos explodiram com um prazer agonizante.
Aquecida, diabólica, a ponta da língua dele raspou sobre carne tão sensível, agitando e
saboreando o gosto da umidade que se reunia em camadas lisas sobre as dobras femininas.
Enquanto sugava avidamente a carne grossa movendo-se entre seus lábios, seu guerreiro
provava-a com uma dura fome masculina.
Magia fluiu então.
Isto explodiu dela, de seus guerreiros e enrolou em torno dos três. A magia brusca do
macho encontrando a entrada apertada, enquanto os lábios dele encontravam o pequeno broto de
sensações deliciosas no ápice de suas dobras.
Espirais aquecidas de magia escura deslizaram eroticamente entre as curvas de seu
traseiro, acariciando lentamente, necessitando a apertada e enrugada entrada abaixo. Eles haviam
acostumado-a às suas invasões de magia no mês passado. Fazendo-a arder por isso.

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Empurrando superficialmente entre seus lábios, um guerreiro possuía sua boca com tal
fome gentil que acorrentava os sentidos dela. Entre suas coxas o outro começou a sugar
firmemente o pequeno botão que tinha capturado, perfurando seus sentidos com o aumento do
êxtase.
A magia lentamente e irresoluta penetrou nas profundezas lisas de seu calor feminino
como fios de calor poderosos, trabalhado lentamente a entrada firmemente enrugada de seu
traseiro.
Um calor ardente, um prazer doloroso que buscava mais e mais, cada vez que sentia isto
invadi-la, pulsar através dela. Presa entre a largura da carne feroz que ia e vinha entre seus lábios,
os beijos famintos e o sabor do guerreiro entre suas coxas, e a magia deles combinada, penetrando
cada entrada abaixo, Arabella podia sentir sua própria magia crescer, elevando-se. Aqui neste lugar
ela era poderosa, combinando com os guerreiros que a atraiam para eles.
Ela era para ser deles, ainda que seu nascimento decretasse o contrário.
— Ah, sim, meu doce, — o homem diante dela gemeu enquanto empurrava contra seus
lábios. — Tão apertados, doces lábios. Chupe-me, minha linda. Tome o que apenas nós podemos
dar a sua doce fome.
Os lábios dela se apertaram ainda mais, seus gemidos crescendo com uma fome
exuberante enquanto a magia que partilhavam acelerou através de suas veias, criando uma
necessidade, um desespero brutal pelo gosto do esperma dele enchendo sua boca, acariciando sua
língua.
Entre suas coxas a magia acariciava dentro de suas regiões inferiores, esticando seus
músculos internos, acariciando sua carne com chamas vorazes. Dentro desse lugar onde ela foi
ensinada que ninguém deveria tocar, a magia açoitava por ela com uma ardente sensação. Isto
esticou a pequena entrada, dirigindo para dentro dela com golpes poderosos e enchendo-a de
uma necessidade agonizante para ser tomada plenamente.
Não apenas pela mágica. Para ser tomada pelos corpos deles, pelos eixos rígidos que ainda
tinha que penetrá-la, com a forte liberação do esperma deles preenchendo aqueles lugares que
nenhum outro jamais havia tocado.
O prazer tornou-se uma criatura de tanta fome gananciosa, tal necessidade ardente que o
entorno deles desapareceu e toda a paixão que eles conheciam, explodiu e disparou ataque de
êxtase, consumindo-os.
***
Muse ficou parada e em silêncio, seu olhar estreitando no trio, seus próprios sentidos, não
sendo afetado pelos guerreiros Dungarrin e sua pequena feiticeira escondida.
Como o poder da princesa pôde sobreviver às terras humanas? Aquele lugar onde
nenhuma magia, salvo as artes obscuras, era conhecida por existir?
Isto era mais um exemplo das lições que o Escolhido decretou para aqueles que colocou
como protetores da magia aprendessem?

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A fusão da magia erguendo-se no reino oculto do Vale, dentro dos jardins do Nirvana
deflagrou e enriqueceu com tanta paixão gananciosa agora, que até mesmo ela, dito ser a menos
passional dos Guardiões Sentinelas, foi afetada.
Mas então, desde a sua chegada à fortaleza dos Ogro de Obsidian, muitas coisas agora a
afetavam. Vindo uma nova fase da lua ela iria para o castelo de Covenan, enquanto sua irmã
Nêmeses partiria para Cauldaron para as desoladas sombras do Causeway, e sua irmã mais nova
Nyx iria afastar-se para Covenan.
Quanto tempo se passou desde que tinha visto sua irmãzinha? Ou até mesmo a mais velha
de suas irmãs? Tinha se passado muito mais tempo desde que ela tinha visto seus pais, o Seleto
Guardião que supervisionava Sentmar das luas gêmeas e a brilhante luz do sol dito ser a glória de
Musera.
Na verdade, as três viajaram entre as duas luas, usando a luz brilhante do sol para observar
as crianças do Escolhido e protegê-las no lugar dele.
Antes que pudesse deixar este lugar, porém, este trio apaixonado devia ser determinado a
perseverar. Sentia que esta batalha não seria a mais fácil que já tinha enfrentado, mas era sua
missão garantir que seus magos ficassem totalmente alinhados. Deveria garantir a sobrevivência
da princesa e sua fuga das terras humanas, mesmo enquanto guiasse os guerreiros Dungarrin a
reivindicar a magia e a fêmea, uma vez que apenas os machos de Sentmar poderiam fazer isso.
Assim como apenas a magia deles poderia reclamá-la.
Juntos.

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CAPÍTULO UM

As brumas do Causeway o cercavam, os gritos e gemidos da magia de almas perdidas para a


magia negra o seguiam a cada passo. Seu coração estava disparado, o medo serpenteando por ele,
fazendo troça da espada que carregava. Embora essa lâmina valente não lhe ajudasse nem um
pouco sem o conhecimento de como manejá-la de forma eficaz, reconhecia. Ainda assim, ele
esperava, por mais um momento, com a lâmina protegendo-o, convencer o Ogro a ouvi-lo.
Ele morreria neste lugar de qualquer modo. Tinha apenas doze ciclos de idade, e sua irmã
Arabella estava sempre lhe dizendo que tinha um grande e maravilhoso futuro à sua frente, se
jurasse nunca seguir o caminho de seu pai.
Ele não tinha seguido naquele caminho. Resistiu em cada turno. Mas seu grande e
maravilhoso futuro acabaria aqui.
A escuridão o envolveu, embora fosse manhã cedo em Eldorah. As terras de Yarba que seu
pai, Rei Alistair governava, estava envolta em luz até que encontrou este lugar sombrio. Aqui não
havia noite ou dia, havia apenas as brumas esquisitas e as formas sombrias que o seguiam a cada
passo.
O Ogro.
Ele quase sufocou com a própria saliva quando espiou outra forma enorme agachada e
movendo-se ao longo de seu periférico. Isto não era como todos os príncipes de doze anos de
idade sonhavam encontrar a vida após a morte? Ele se perguntou em tom caustico. No fim da
espada do Ogro?
Ele era o filho de um rei, Quin lembrou a si mesmo enquanto as desajeitadas formas
demoníacas o cercaram, a névoa obscurecendo suas características à medida que o levavam a
parar dentro do círculo de seus corpos juntos. Ele não imploraria por clemência para si mesmo.
Não pleitearia por sua própria vida. Rezou para o Escolhido e a magia do Seleto Guardião que sua
irmã apreciasse este sacrifício um dia. Ele nem ao menos tinha provado sua primeira mulher, e
agora, morreria em vez disso.
— Temos um humano. — Divertimento enchia a voz intensa, embora de que besta isto veio,
ele não sabia. — Um garoto humano é isto. Que tipos de homens são estes humanos que enviam
suas crianças para o Causeway?
— Homens? Pensei que estes títulos isentassem estas formas humildes, — outra explosão
com uma pontada de riso, quando Quin perdeu a habilidade de controlar seu estremecimento de
medo. — E aqui está um que carrega uma lâmina? Acha que ele pode manejá-la? Ou cairá sobre
isto?
Seus risos apenas aumentaram, inundando seu rosto com vergonha.
Ele era a única esperança de sua irmã. Ele não podia falhar com ela.
Mas ele estava tão assustado, seus joelhos tremiam de tanto medo que queria apenas
chorar, esconder-se atrás das saias suaves de Arabella como tinha feito nos últimos anos.

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Disseram que os Ogros pareciam criaturas horríveis de se ver. Quin manteve seu olhar fixo
para baixo de onde os rostos deles poderiam estar. Seu tio Finn disse que nenhuma criatura
poderia ser tão apavorante como a lenda retratava um Ogro. Mas sua sorte não estava indo tão
bem nesta fase da lua, como sua irmã frequentemente dizia, então ele preferia não arriscar isto.
Com um olho só, grotesco e disforme, a visão deles dizia levar os homens à loucura. O que
isto faria a um menino, ele se perguntou, enquanto um se deslocava para mais perto de onde ele
estava.
Eles não eram considerados os melhores guerreiros, tanto nas terras humanas ou da magia
também, e guerreiros não deveriam respeitar a força?
Ele podia ser forte o suficiente para ganhar tal respeito? Seguramente mesmo com doze
ciclos poderia mostrar mais coragem que outros de sua idade.
— Sou o Príncipe Quin Alistair, — ele finalmente achou coragem para informar-lhes. — E
venho até vocês com um assunto urgente. Imploro que me ouçam antes de sua fúria me levar
desta vida e mandar-me para os braços dos meus ancestrais.
Por um segundo o silêncio reinou, então uma vez mais um riso assustador escarneceu de
sua declaração determinada.
— Braços de seus ancestrais? — Aquele tom gutural zombava dele agora. — Menino, você
irá pagar pelos pecados de seu pai até o momento em que ele mesmo possa pagar pelos dele, você
não acha?
O medo tinha um gosto ácido na língua de Quin, agora, mas ele fez um voto de aceitar o
castigo que enfrentaria por ser o filho de Da’Alistair o Pervertido.
— Seja o que for para acontecer, vim até o Ogro com um assunto urgente. Imploro, mais
um momento de tempo, e devo ter isto, então de boa vontade devo enfrentar o castigo reservado
para Alistair o Pervertido no profundo abismo das Sombras do Inferno.
Sua voz estremeceu, embora não quisesse isto, trazendo risadas e sons ásperos de diversão
das formas escuras que o cercavam, que encontravam diversão da coragem que tinha arrancado
das profundezas de sua alma para falar ao invés de gritar para Arabella salvá-lo.
Oh misericórdia, onde estava Arabella? Ela sempre o salvava quando…
Ah, por um segundo ele esqueceu, Arabella não poderia salvá-lo neste momento. Era por
isto que estava lá para encontrar sua morte, para salvar Arabella.
Isso não era o dever de um irmão?
Ele rezou para o Escolhido, o deus da magia e de todos de Sentmar, por mais um momento
de coragem para enfrentar quaisquer horrores que estas criaturas haveriam de impor para ele em
troca daquele único momento com a Tribo dos Ogros.
— E o que poderia apenas um menino, não mais do que uma criança necessitaria para ver o
Ogro? — Ele foi questionado, a voz intensiva fez com que seus joelhos tremessem com tanta força
que ele estava perto de tropeçar na sujeira debaixo de seus pés. — O que faz você pensar que

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temos tempo para o que tão patético tolo como um humano quer? Especialmente um Da’Alistair o
Pervertido?
Seus dentes estavam próximos de tremer agora.
— Imploro, mais um momento. — Ele tentou soar firme. Verdadeiramente o fez. Mas seus
olhos estavam lacrimejando e o medo estava dando câimbras em seu estômago com mais força do
que o peixe que Cook não preparou corretamente várias noites atrás.
— Por quê? — O grunhido enviou um empurrão violento por seus membros e causou
aquilo que mais temia que fosse rirem de sua fraqueza.
Eles riam dele.
— Vocês zombam, — ele retrucou, a raiva dando-lhe apenas um momento para permitir
que sua voz aprofundasse antes de rachar com uma fraqueza humilhante, o som fazendo com que
seus dentes apertassem quando uma risada ecoou ao redor dele mais uma vez. — Posso ser
apenas uma criança, mas venho enfrentar minha morte por apenas um momento do tempo do
Ogro. Isto é merecedor de mais do que seus risos.
— Pobre pequeno príncipe, — outro zombou dele. — Você não é nem merecedor de ser
um lanchinho desta noite. Por que acha que nós ouviríamos qualquer coisa que tem a dizer?
Ele não considerou que o Ogro nem mesmo ouviria seu apelo.
Ele apertou mais a espada que carregava em suas mãos tremendo, quando a raiva rasgou o
medo que nublava sua mente.
— Fui incumbido com esta jornada pela pessoa que criou a nós todos. Façam como quiser,
mas se negar minha reivindicação, deve negar minha audiência, então você estará negando o
Escolhido que criou você também. — Como sua voz tremia de medo, e como ele odiava o som.
O silêncio o cercava agora. Ele podia sentir as bestas acima dele observando-o, enquanto
mantinha a cabeça erguida, seu olhar firme, rezando para que não encontrasse os olhares das
escuras e temíveis criaturas que disseram ter o poder de roubar a alma de um homem.
— Menino. — Um deles avançou. — Sabe qual será seu castigo por mentir desta forma?
— Eu não minto. — Quin rangeu os dentes, esperando evitar que o som trêmulo do medo,
enquanto ele permanecia em sua língua. — Qualquer que seja seu castigo, guerreiro, eu aceitarei
por invadir suas terras. Recebi uma visão e uma voz clamou para vir até este lugar de brumas para
buscar os Reis dos Ogros, Kellan e Aherin. Diga-me como eu saberia que os dois reis compartilham
um trono se não fosse trazido aqui por tal visão. Não poderia nada mais do que obedecer a
demanda do criador do Sentmar.
***
Caedan olhava fixamente para o menino, nada mais do que uma criança, enquanto ele
tremia e estremecia de medo e frio.
Ele podia não ter mais do que dez ou doze, estremecia com tanta força que seu corpo
ossudo ameaçava partir-se nas articulações.

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O terror empalidecia seu rosto, estremecia suas palavras e acentuava o ar ao redor dele,
ainda mais enquanto ficava diante deles, certo de que morreria neste dia, e exigindo o que até
mesmo homens mais velhos teriam mordido a língua antes de exigir.
Nenhum humano jamais retornou uma vez dada uma audiência com os Reis Kellan e Aherin
da Tribo dos Ogros, Taithleach. Certamente nenhum menino poderia ser autorizado a levar o conto
dos gêmeos Ogros e suas terras de volta a um rei cujas perversões e gosto pelo sangue mágico lhe
valeu o nome, Alistair o Pervertido.
— Criança, você sabe que não retornará desta jornada? — Caedan o questionou, sua voz
ficando mais suave, enquanto se abaixava para observar o terror que enchia os olhos do menino.
— Volte agora, retorne para suas próprias terras e vamos esquecer esta transgressão, esta primeira
e única vez. Continue com sua demanda, e o Demônio das Sombras saudará você como um
amante disposto, cuja lâmina busca as profundezas de sua alma.
A criança estava para se urinar. Caedan podia sentir isto tão seguramente quanto sentia a
culpa da criança sobre os perigos sombrios da Causeway.
— Temo uma amante disposta que nunca vou conhecer Ogro. — Ele suspirou então, um
som bastante lamentável de remorso que fez os lábios de Caedan ameaçar enrolar com verdadeira
diversão. — Não posso ser influenciado. Não serei influenciado. — A resignação e as lágrimas
encheram os olhos curiosamente jovens com uma tonalidade pura, mesmo enquanto seus ombros
tremiam do medo que lutava para conter.
Pela mão de Musera, que artifícios os humanos esperavam conseguir…
— Asseguro-lhe e concedo sua audiência antes das fogueiras estarem preparadas para
assar seu corpo sem carne, — Daelan, o gêmeo que esteve silencioso atrás de Caedan ordenou seu
tom áspero quando duas lágrimas grossas caíram dos olhos do menino e terror brilhou como
pontinhos de luz em seu brilhante olhar.
— Nós vamos ficar famintos esta noite, — Caedan suspirou, agitando a cabeça à medida
que se endireitava, sentindo uma compaixão por esta criança desconhecida e esquisitamente
triste. — Os humanos não podem nem alimentar seus filhos agora? Como sobreviveremos com
este escasso alimento?
Ainda assim, o menino permanecia parado e silencioso enquanto ouvia o som de vários
guerreiros chateados carregando uma jaula de ferro para o lado de Caedan.
Isto era grande o suficiente para alojar vários humanos “capturados” do tamanho dele,
ainda que fosse a menor que o Ogro possuía. A parte inferior de metal e as barras de ferro arcadas
que cercaram a base, semelhante às jaulas que os humanos usavam para os animais de penas.
Caedan conteve uma expiração pesada. Talvez o ferreiro devesse começar a fazer umas
menores se as crianças humanas tivessem tal desejo de morrer como este aqui parecia possuir.
Estendendo a mão e liberando as fechaduras mágicas, ele então abriu a porta de ferro e
gesticulou para o lado de dentro. — Você entra, pequeno humano, — ele grunhiu, esperando com
certeza que a criança virasse e corresse ao comando.

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Trêmulo e pálido, o menino lentamente estendeu a espada em direção a ele, sempre
cuidadoso para não perscrutar em quaisquer dos rostos dos guerreiros. Pegando a espada, Caedan
conteve seu sorriso mais uma vez.
Surpreendentemente, em vez de correr como até mesmo homens adultos estavam
acostumados a fazer, a criança de Da’Alistair o Pervertido entrou, as duas pequenas mãos
segurando as barras ao lado da porta enquanto Caedan trancava a porta com mais força que o
necessário.
Um pequeno suspiro involuntário escapando de sua garganta, fazendo a raiva começar a
fermentar dentro dele. Desde quando Ogros aterrorizavam crianças carregando uma mensagem do
Escolhido? E sem dúvida nenhuma o menino recebeu uma visão de alguma força maior do que a
humana, pois ninguém exceto os Seletos Guardiões, Protetores de Sentmar, escolhidos pelo
próprio Escolhido sabia que os reis do Ogro eram realmente gêmeos por regra.
— Vamos então com isto, — seu próprio gêmeo ordenou. — Quanto mais cedo o
esquelético tenha sua paz, mais cedo começaremos a preparar as fogueiras para assar seu corpo
magro.
Daelan tinha pouca misericórdia com os humanos e nenhuma fraqueza de forma alguma.
Caedan viu pouca fraqueza no menino, também. Oh sim, fraco de força e maturidade, certamente.
Mas apesar das lágrimas e do cheiro de seu terror, ainda assim o menino ainda não havia se
mijado nem perdeu a batalha com a bílis em seu estômago.
Mas o pequeno humano estava perdendo a ambos, entretanto, com o tom áspero e a voz
potente de Daelan.
— Pare irmão, — Caedan exigiu ao longo do vínculo que compartilhavam como gêmeos. —
Esta criança mostra mais coragem que nenhum macho humano que eu já tenha visto demonstrar.
Apavorá-lo ainda mais poderá apenas afetar qualquer mensagem que o Escolhido pode ter
enviado, se realmente ele traz tal coisa. Mas pela sua idade, ainda que o engodo seja seu jogo, ele
mostra uma grande coragem.
Isto era uma força que Caedan não podia deixar de admirar no pequeno medroso.
— Que tipo de traição poderia ser esta, para permitir a Alistair que seu único herdeiro
viesse a um lugar como este? — Daelan questionou duramente. — Eu ouvi que Alistair colocou uma
grande escolta neste menino, se não em sua filha também. No entanto, ele permanece aqui neste
lugar onde nada além de magia negra e morte podem atocaia-lo a qualquer momento.
— Aye, eu ouvi isto também, — Caedan suspirou. — No entanto se Alistair já nomeou este
menino como seu sucessor deveria suas perversões ser encurtadas e sua vida extinta.
— Boa coisa, — Daelan rosnou. — Acha que talvez o rei pervertido tivesse ouvido falar dos
assassinos que foram surpreendidos por Pix e Fey, incumbidos de acabar com seu reinado?
Caedan podia apenas encolher os ombros enquanto encarava a jaula que mantinha na
parte de trás as pernas curtas, a temível Lâmina que o levaria para o salão dos Reis do Ogro.

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O gosto do rei Alistair pelo sangue dos seres mágicos estava se tornando uma preocupação
para os Seletos Guardiões do Poder, os protetores que o Ogro servia, assim como Pix e Fey, o qual
Alistair parecia ter muito sorte em ter adquirido nos últimos anos. A terra propriamente estava
começando a tremer com fúria contra as perversões que o rei Secular praticava com uma
frequência que ameaçada drenar os esporos cristalinos do poder de demasiados seres mágicos.
E o que o rei depravado fazia com os corpos dos magos que capturava era nada menos do
que demoníaco. Sangrando-os todas as noites para encher um cálice, saboreando a morna infusão
de Espora que drenava pouco a pouco, antes de praticar aqueles crimes odiosos contra seus
corpos impotentes que até mesmo a escuridão “conseguida” do nascimento do Seleto Guardião
parecia desaparecer diante da visão disto.
O que este menino poderia saber, entretanto? Que mensagem poderia o Escolhido
possivelmente dar a uma criança?
— É loucura levá-lo para a Fortaleza, Daelan, — Caedan suspirou. — Nós deveríamos levá-
lo para os limites das brumas é libertá-lo. Talvez confundi-lo com o que ele viu…
— Ele me lembra dela! Não posso me afastar desta criança. E gostaria de questioná-lo,
irmão, saber o nome dela se possível.
Ela. A delicada humana infundida de magia que conseguiu romper o Vale e que seduziu
uma fome dentro deles que não conseguiam suavizar sem ela.
Eles tinham exigido o nome dela incontáveis vezes, e ainda assim, ela se recusou. Na última
semana quando ela deixou o Vale, lágrimas tinham sussurrado abaixo por seu rosto, enquanto
olhava fixamente para eles do lado humano das brumas e sussurrava que não retornaria para eles
novamente.
Por quê? Ela virou e correu em lugar de explicar, e tanto Caedan e Daelan sentiram um
pressentimento impossível de esquecer.
Instando as lâminas a se moverem mais rápido enquanto ele e seus companheiros
guerreiros seguiam juntos, Caedan esperava que o que quer que acontecesse, esta criança não
tivesse nenhum grande amor por seu pai, o Rei Alistair.
Mas em breve, ele não teria pai algum.

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CAPÍTULO DOIS

Os Reis Ogro, escondidos dentro das brumas mágicas, escutavam horrorizados, a


mensagem que a criança humana trouxe aos seus ouvidos, que o Escolhido deu-lhe enquanto ele
dormia. Em pé logo atrás deles, a filha dos deuses atribuída ao Causeway pelo próprio Escolhido
observava a criança com pesar e tristeza.
Seus grandes olhos violeta escurecidos enquanto o medo e a dor do menino podiam ser
ouvidos, as ondas longas de cabelo preto como tinta crepitando com a energia de sua raiva
enquanto a voz da criança tremia e ele implorava pela vida da princesa.
— Ela é minha irmã. — O menino tremia dentro das brumas. — O rei Alistair sussurrou que
aquele seu pico de mulher estava se aproximando e a magia que a infundia deveria ser destruída.
— As lágrimas pingavam dos olhos do menino por uma irmã o qual, obviamente mantinha muito
amor.
Os pequenos punhos estavam cerrados, a traição ecoava em cada palavra, e o
conhecimento de que a criança tinha aberto sua mente para permitir que o mago lesse que suas
palavras eram verdadeiras, não foi perdida por nenhum dos Ogros. Especialmente aqueles que
juraram aos reis proteger toda a magia dos humanos.
— Ela está sendo mantida acorrentada, infundida com um feitiço comprado de uma bruxa
tomada há muitos anos atrás. Ela foi banhada e vestida como se fosse para casar, — a criança
continuou em prantos. — Quando a noite cair à primeira crista da lua cheia, em apenas duas
vésperas a partir de agora, ele irá… — Ah, o menino estava rapidamente perdendo sua habilidade
de conter-se da dor e da traição das depravações do pai. Não que Daelan pudesse culpá-lo.
Sombras do Inferno, que monstro do mal poderia tolerar o repetido estupro de sua própria
filha? Especialmente um estupro que ele mesmo infligiria? Uma criança uma vez estimada e
adorada por ele antes de começar a usá-la como uma fonte do sangue que almejava?
As fêmeas Mágicas não perdiam seus poderes por si só, quando tomadas antes do cume de
sua magia. Aquela magia ficava presa dentro delas em vez disso, subindo e acumulando em seus
corpos sem nenhuma saída, não havendo mais confiança deixada dentro dela para abrir-se
completamente para seus gêmeos magos.
Seus sangues se tornavam tão infundidos pelos esporos cristalinos da magia deles, que
muitas eram levados à loucura por causa disto. O sangue Escarlate brilhava como essência cravada
de diamantes quando drenados diretamente de suas veias frágeis. Especialmente o sangue de suas
fêmeas. Como se o líquido de suas vidas fossem preenchidos com pó de cristal.
— E como saberíamos se sua irmã não mentiu para você, menino? — O rei Kellan
questionou a criança em uma voz dura e raivosa. — Que provas você tem de que ela é mágica?
Magia não pode existir dentro das terras Seculares ou dentro do solo humano.
— Não é verdade. — O príncipe Quin tremeu mais uma vez. — Ela é do Spry, o Crae de toda
linhagem. A realeza da hierarquia Spry é destinada aos guerreiros de força incomparável. O
Escolhido me disse isto. — O desespero estava começando a enlaçar o tom do rapaz agora. — Eu

15
vim quando fui convocado, enquanto rezava na pedra que reluz como pó de diamante, transmitido
de filho primogênito para filho primogênito daquela linhagem, e carrega a marca da magia.
Caedan balançou a cabeça, então. Não havia nenhuma marca… Seu olhar chicoteou para
seu irmão com a tensão súbita chicoteando de Daelan quando o garoto mencionou a marca.
— E qual seria esta marca? A magia não carrega nenhuma marca garoto, provando que
você mente como toda sua família.
— Ela tem, — o garoto gritou furiosamente, os dedos fininhos esbranquiçados, cerrados em
torno das barras de ferro de sua jaula. — Na base das costa dela. Vi esta marca eu mesmo e a mãe
dela juramos-lhe que aquela era a marca de nascimento da casa mágica, cujo sangue ela carregava.
A marca da linhagem Crae'all, uma espada flamejante fixada como se penetrando sua carne.
Uma marca que nem Caedan nem seu irmão ouviram falar que existisse. Um vislumbre de
surpresa de Muse insinuou que talvez ela tivesse realmente ouvido falar de tal coisa, no entanto.
— Vocês não podem negá-la. — O terror acentuou o ar em uma onda de emoção furiosa.
— Vocês devem ir até ela agora!
— Não me dê ordens, garoto. — Fria e chocante com falta de misericórdia, a voz do Rei
Kellan não fazia justiça à preocupação e a fúria que queimavam nos olhos do Rei dos Ogros,
Aherin. Enquanto ele e o Rei Kellan encararam um ao outro, Muse avançou lentamente para
permanecer entre os pesados tronos dos Ogros.
— Não estou ordenando, — o menino negou desesperadamente. — Estou implorando. —
O jovem príncipe ficou de joelhos. — Eu imploro.
—Erga-se criança, — Caedan murmurou de onde estava ao lado da jaula. — Não
enfraqueça agora.
Trêmulo, as lágrimas molhando seu rosto, o menino ergueu-se de pé, seus ombros
endireitando apesar de seu medo. Que coragem o menino tinha. E pena que uma criança de tal
força de vontade tenha um pai para sombrear seus dias como este aqui o tinha em Alistair, o
Pervertido.
O Rei Kellan olhou fixamente para o menino pensativamente por longos momentos, seu
dedos tamborilando silenciosamente sem descanso, no longo braço de seu trono. Muse curvou-se
em direção ao ouvido dele, sussurrando uma pequena mensagem para ele enquanto seu olhar
permanecia no menino.
— Como Príncipe, você tem certos direitos, — o Rei Kellan declarou momentos mais tarde,
fazendo o menino ficar visivelmente alerta, enquanto erguia a cabeça, a esperança iluminando seu
olhar. —Não é verdade?
A confusão encheu o olhar do jovem herdeiro. — Foi-me dito isto. — Ele movimentou a
cabeça devagar.
— Em assuntos da segurança de uma irmã, não é verdade que um herdeiro Secular de um
trono pode pedir campeões para a proteção dela?

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Os olhos azuis arregalaram enquanto o jovem príncipe fechava os dedos em determinação.
— Fui informado disto. — Ele engoliu com dificuldade embora.
— O que você diz então, jovem príncipe? — O rei Aherin sugestivamente o questionou. —
Como guardião protetor de sua irmã, é este seu pedido?
— Aye. — A voz do menino fortaleceu. — Solicito campeões para proteger minha irmã.
— Você sabe que tais campeões podem reivindicar a princesa podendo alinhar suas
magias? — O rei Aherin perguntou então. — Que aqueles que se dignarem a assumir a
responsabilidade pela vida dela, recebem também a chance de aceitar a responsabilidade de levá-
la como consorte deles?
— Eles seriam cruéis com ela? — O príncipe Quin pareceu preocupado agora. — Ela é uma
coisinha delicada. — Ele se preocupou, os punhos cerrando mais uma vez. — Ela não é como as
outras mulheres. Pequenos ossos, meu tio disse. Ela quebraria facilmente.
— Os campeões são conhecidos por serem cruéis? — O rei Aherin expandiu então, fazendo
com que a criança vacilasse de medo.
Ele balançou a cabeça rapidamente. — Não, senhor. — Sua voz tremeu, mas o menino não
voltou atrás. — Se você jura conhecer campeões que não quebrariam ou abusariam de alguém tão
gentil como ela, então peço à sua alteza escolher entre seus guerreiros campeões para salvá-la dos
horrores que a aguarda.
Caedan encarou seu irmão novamente, confuso pelo sentimento que Daelan comunicava
com os reis, mas incapaz de decifrar o que eles compartilhavam.
O Rei Kellan se inclinou em seu trono, seu olhar movendo-se sobre os guerreiros reunidos
diante dele. — Temos voluntários? Tenho guerreiros que defenderiam uma princesa Spry de forma
delicada e coração terno?
— Aye, senhor. — Daelan avançou.
Caedan olhou fixamente para seu gêmeo em verdadeiro choque.
Eles? Campeões? Por uma de corpo delicado e coração terno? Que tipo brincadeira seu
irmão estava fazendo?
O olhar dos reis sentados em seus tronos se estreitou em Caedan em vez de Daelan. —
Você diz aye, Caedan? — Aherin suavemente perguntou.
Caedan nunca considerou dizer não ao seu gêmeo, o primogênito de nascimento, mas mais
tarde poderia questionar a sanidade dele. Eles juraram aguardar uma última chance de abraçar
aquela que veio até eles das terras humanas e cuja magia aperfeiçoou a deles. Aquela não era
magia de nenhum senhor Spry que ela possuísse. Por que seu irmão alinharia com esta causa
depois de ter feito tal voto?
Dando um passo à frente, ele enfrentou os reis com segurança. — Aye, senhores, — ele
respondeu a pergunta. — Da casa de Dungarrin os campeões da princesa Spry solicitam permissão
para iniciar as preparações para buscá-la imediatamente.

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Ambos os Reis Kellan e Aherin ficaram silenciosos, em seguida, Muse que estava entre eles,
ficou tensa observando Daelan de perto.
Esta era a minúscula deusa que seu irmão tinha falado?
— Preparem seus guerreiros e juntem suas armas. — O rei Kellan suspirou então. — Nós
começaremos as preparações para salvarmos uma princesa.
O principezinho pareceu murchar.
Ele deslizou contra as barras de ferro de sua jaula até se sentar no chão, seus braços
enrolados ao redor dos joelhos ossudos com um aperto nascido de uma coragem, que até muitos
homens, humanos e mágicos igualmente, não possuíam.
As lágrimas foram secas, os grandes olhos azuis refletindo propósito e resignação
horrendos que Caedan achou desagradável. Seu olhar ergueu para seus regentes para encontrá-los
observando esperançosamente.
— A Casa de Dungarrin. — Era Muse que falava, a voz dela banhada de calor e compaixão
suave, tão suave quanto a brisa que acariciava as Montanhas Sussurrantes, tão misteriosa quanto o
silêncio que descia sobre as Montanhas Místicas.
A cabeça do jovem príncipe ergueu de seus joelhos, seus sentidos animando com o alívio
de um jovem, como se tentasse convencer a si mesmo de que tinha ouvido tão doce e gentil som.
— Aye, Lady Muse, — Caedan e Daelan falaram como um só.
— Que planos têm para o irmão mais novo de vocês? — Ela perguntou então. — Preciso
saber como cuidadora desta fortaleza, antes que tudo esteja preparado e seus guerreiros
comecem a jornada.
Caedan olhou para seu irmão.
— Solicitamos, Lady Muse, que este príncipe, cuja coragem e misericórdia foram provadas
com sua busca em salvar uma irmã considerada hedionda em sua terra, seja protegido pela justa e
compassiva misericórdia de nossa Seleta irmã adotada até nosso retorno. Ele receberá asilo na
casa de Dungarrin até a morte de Da’Alistair o Pervertido, — Daelan solicitou dela.
Caedan deu um sorrisinho com a confusão que cruzou os traços do jovem Quin.
O garoto estava confuso, e bem que deveria estar.
Com um sorriso gentil, Muse acenou com a mão delicada, limpando as brumas do Salão
Obsidiana dos Ogros e permitindo que a criança visse os campeões escolhidos para guardar para
sempre sua princesa.
Mas claro que, o olhar de Quin foi primeiro para a semideusa cuja beleza hipnotizante era
diferente de qualquer outra que o menino poderia ter visto até aquele momento.
Ela era minúscula e parecia delicada vestida em couro como uma Feiticeira guerreira, uma
espada letal amarrada em seus quadris e presa em sua coxa, pequenas adagas de prata Braillan
exclusivas embainhadas nas faixas atadas em seus bíceps firmes. O jovem Quin não conseguia
esconder sua fascinação por ela.

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Em seguida, os olhos do menino se arregalaram enquanto seguia ao redor do salão até os
guerreiros observando-o sem nenhuma diversão.
A lenda dizia que os Ogros eram horríveis de se olhar. A aparência grotesca do semblante e
sem uma característica que poderia ser chamada de agradável aos olhos.
Na maior parte, havia alguma verdade nisto.
Ogros sempre foram machos, grandes guerreiros poderosos cuja magia provinha da força
da estratégia e da guerra, e da habilidade de seus corpos de se curar. Eles eram bem
aperfeiçoados, sem grande beleza como os Gêmeos Magos possuíam, e tinham cicatrizes de anos
de batalha no Causeway.
Grotesco? Caedan deu um sorriso sínico, pois sabia o que o jovem príncipe via.
A magia brilhava como uma aura de reluzente espora através dos olhos negros como breu
de cada macho presente. Corpos poderosos, de estatura alta e ossos fortes, preenchidos com
músculos precisos e bem treinados, que lhes serviam bem em batalha.
O olhar do príncipe Quin instintivamente moveu-se para Daelan e Caedan.
— Gêmeos Magos, — ele sussurrou, como se aterrorizado.
Daelan grunhiu ao pensamento. — Não jovem príncipe, — ele rosnou. — Os Gêmeos
Magos são como príncipes em nossa terra, herdeiros das maiores magias. Somos os guerreiros que
juraram defender suas fronteiras e derrotar os humanos que destruiriam o seu mundo.
Um sorriso iluminou o rosto do jovem príncipe. — Vocês são realmente grandes guerreiros,
— ele declarou. — Cuidado, porém, minha irmã pode ser fraca de corpo, mas tem força de
vontade e certa… habilidade de testar até mesmo o temperamento mais forte. Tio Finn muitas
vezes disse que ela tentaria até o Escolhido a fazer chover fogo nas Sombras do Inferno sobre sua
cabeça indefesa.
Caedan estava ciente de que seu irmão estava se divertindo, mesmo quando ele sentiu a
verdade das palavras do menino. Bem como o riso extremamente contente que a criança estava
contendo.
— Em vez de assar um leitão esta noite, estou começando a pensar que talvez príncipe
assado fosse um prato muito melhor, — Daelan assegurou para os habitantes do salão.
— Não há carne em meus ossos mesmo, — o príncipe assegurou-lhe com o mais solene dos
tons, uma falsa aparência, se alguma vez houve uma. — Foi-me dito por guerreiros fortes,
conhecedores de que sou extremamente ossudo até mesmo para um lanchinho do rei. Como
comida de guerreiros, vocês ficariam com a barriga roncando com a falta de comida adequada.
Um riso encheu o salão.
Se havia uma coisa que um Ogro tinha era um grande e permanente respeito por uma
coragem desta.
E este jovem príncipe brincalhão e cheio de charme sério, parecia ter isto em abundância.

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Caedan rezou pelo Seleto e pelo Escolhido simultaneamente que a irmã dele
compartilhasse tal qualidade também.
Ela poderia bem precisar disto antes que a provação dela acabasse, e ela se encontrasse
preenchendo uma união com um Ogro.

20
CAPÍTULO TRÊS

Magia era proibida nas terras Seculares.


Qualquer humano mesmo suspeito de ter exibido um talento tão hediondo era para ser
trazido na presença do Rei Alistair antes de alcançar idade de tornar-se mulher, onde todos os
tipos de perversões eram praticados com ela, de maneiras cruéis a ponto de marcar seu espírito
feminino para sempre.
Pois foi dito que se uma fêmea mágica fosse tomada antes da idade que seus poderes
atingissem o pico, então seu poder estaria preso para sempre dentro dela.
Será que o dela ficaria preso já que compartilhara sua magia com os guerreiros do
Causeway? Eles não tinham tomado-a completamente. Bem, a menos que o toque de magia
contasse.
A Princesa Arabella Alistair sabia qual seria seu destino no dia em que enfrentou seu pai e
seus guardas, momentos depois que teve barrado o caminho que levava de volta para a fortaleza.
Eles a aguardavam silenciosamente com suas expressões condenatórias, enquanto seu pai
ordenava que fosse levada. Eles a trouxeram de volta para a fortaleza e para um quarto escondido,
onde os guardas a mantiveram imóvel e seu pai perfurou seu pulso com sua lâmina, sangrando-a
dentro de um cálice ensanguentado.
Aqui estava a prova de seu nascimento, isto foi encontrado nas faíscas brilhantes do poder
que infundiu o rico líquido como diamantes, cerzidos com muita força sobre o veludo carmesim.
Os cristalinos esporos de poder eram incapazes de sobreviver dentro de solo humano.
Apenas um humano descendente da magia, cuja faísca logo inflamaria, poderia reunir os esporos
em si mesmo como ela deveria ter feito com as brumas do Vale, e guardá-las dentro de uma alma
radiante.
Embora qual a alma radiante ela fosse, não tinha certeza. Sabia apenas que era o que
Elvetta Crae'all jurava ter vislumbrado dentro de Arabella.
Basicamente, isto significava exatamente o que estava acontecendo agora. Estava
condenada.
Sua mãe a advertiu quando criança que o tempo de um acerto de contas viria e que
esconder a magia da família de Crae'all poderia acabar com ela.
Ainda assim, sua mãe Elvetta Crae'all, não tinha apenas procurado as atenções do rei
quando jovem, mas procurado fundir sua linhagem com a dele, esperando talvez que Alistair
suavizasse seu ódio pela magia.
Quem sabia o que sua mãe rebelde tinha pensado, ao conseguir não apenas o casamento
com o rei pervertido, mas dando-lhe uma filha também. Uma filha da magia. Uma criança que ele
iria…
A bílis subiu em sua garganta.

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Ela não poderia suportar tal destino.
O pai que a tinha carregado nos ombros quando criança, que a ensinou a montar e caçar
uma corça, que ele tinha reivindicado em favor, agora a perverteria?
Não podia ser.
No entanto, aqui estava ela, vestida com um de seus melhores vestidos, acorrentada a uma
parede gelada e úmida de um calabouço, que nem sabia que existia logo abaixo do castelo.
Ela, uma princesa estimada e adorada, observava o olhar de seu pai ficar frio, sua expressão
de repente endurecer com uma fúria que mal podia aguentar a visão, de como ele condenava sua
magia “adquirida”.
Ela verteu suas lágrimas.
Ela tinha se enfurecido. Implorado aos guardas que tinham cuidado dela desde a morte de
sua mãe muitos anos atrás. No entanto, era como se não a ouvissem. Eles a olhavam fixamente
agora, como olhariam para as atendentes de bar quase nuas que tinha vislumbrado muitas vezes
eles se preparando para montar.
Um tremor a percorreu quando um grito áspero quase saiu de seus lábios.
Nunca poderia ter imaginado tal traição. Nunca poderia ter imaginado que alguma vez se
encontraria sem um único campeão para ajudar sua causa.
E talvez não estivesse tão à deriva se tivesse atendido as exigências de seus guerreiros que
muitas vezes perguntaram seu nome e aquele de sua casa. Mas era a filha Da’Alistair o Pervertido.
Quem desejaria receber tal linhagem na família?
Diante deste pensamento, as grandes portas de ferro para os calabouços ressoaram
abrindo e atingindo com firmeza o aço.
— Você tem companhia. — Trine, um guarda cuja filha tinha sido amiga dela por toda sua
vida, cuspiu as palavras como se com nojo.
Ele era forte, seu rosto quadrado e sem possuir nenhuma beleza. Ainda assim, ela sempre o
viu como robusto e confiável. Um bom pai para Maylana, e uma mão firme para seu filho Brine.
Atrás de Trine vinha perto de uma dúzia de guardas arrastando o pesado peso de dois
guerreiros como nunca tinha vislumbrado em nenhum reino.
Facilmente com mais de um metro e oitenta e cinco de músculos pesados e formas
poderosas, os guerreiros pareciam tão poderosos quanto um carvalho robusto. Extremamente
poderosos para serem carregados por pessoas como estes guardas. No entanto, não se pareciam
com os guerreiros que tinha entregado a si e a sua magia.
— Que tipo de crime eles cometeram? — Ela perguntou infeliz, quando Trine abriu a porta
e os guardas arrastaram os corpos frouxos para sua cela.
Havia realmente espaço para ambos? Dificilmente, não para dois braços musculosos
jogados pelas barras de ferro para o chão de pedra mais adiante.

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— O crime de respirar, — Trine grunhiu. — Eles dizem que são da Província de Rina Pass,
mas guerreiros como estes não existem no Secular.
— Eles não parecem ser Gêmeos Magos, — ela observou o pesar enchendo-a que seu pai
tivesse encontrado outras vítimas para atormentar.
— Gêmeos Magos? Acho que não, — Trine zombou. — O rei sobreano não sentiu nenhuma
magia neles como sentiu elevando-se de você, apenas a ignorância de ter parado em Eldorah. De
serem gigantes no meio de homens numa terra onde não existem gigantes.
Com isto, ele trancou as portas da cela uma vez mais e seguiu os guardas deixando o
calabouço.
— Trine, — ela disse o nome dele suavemente, observando quando as costas dele
endureceram e seus dedos formaram punhos ao seu lado.
— Diga o que quer rapidamente, — ele comandou, sua voz carregando o som de um
homem com muito pesar.
— Ninguém me disse qual o destino de Quin. — Ela lutou pra conter as lágrimas ao
pensamento de seu irmãozinho. Ele era tão pequeno e sempre tão assustado.
Trine não disse nada, mas o terror lavou através dela no aperto dos ombros dele e a ligeira
queda de sua cabeça.
— Trine, por favor. Como ele está? Será que me insultará agora? Não perguntou por mim?
— As lágrimas sufocavam sua voz, mal contidas pelo orgulho que Alistair sempre alegou que ela
tinha em demasiado.
— O pequeno príncipe não pôde ser encontrado, — ele lhe disse, seu tom mal se ouvindo.
— Da última vez que foi visto pelo guarda que tentou capturá-lo na última manhã, ele desapareceu
no Causeway.
Arabella tentou engolir os soluços que despedaçava sua alma. — Por que ele faria tal coisa?
— Ela balançou a cabeça em descrença. — Pesadelos daquele lugar desolador atormentavam-no
frequentemente.
Trine balançou a cabeça. — Não sei. Devo ir agora…
— Trine, por favor… — Alguém tinha que encontrar Quin. Ele era apenas um garotinho.
— Não faça isso, Princesa, — ele suspirou seu tom cansado em vez de cheio de ódio ou
raiva que ouviu antes. — Não posso encontrar nenhuma maneira de ajudar o jovem príncipe ou
sua tão amada irmã.
Arabella engoliu as lágrimas. — E você faria Trine, se pudesse?
Ele se voltou para ela então, seu olhos marrom cheios de remorso agora, que não havia
outros lá para testemunhar a fraqueza.
— Eu e aqueles de minha casa lutaríamos para encontrar uma maneira, — ele disse
suavemente, então. — Não ouso arriscar minha própria filha, Princesa, ou o filho que vai cuidar de

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minha velhice, que deveria ver aqueles dias passar. Somos apenas três, e não posso ler a mentes
dos homens para saber se outros me ajudariam também.
— Possivelmente, ajudariam aqueles que vieram por ela ao invés.
O olhar de Arabella disparou para os guerreiros. Os cílios deles se abrindo quando
ergueram o olhar para ela, enquanto ela falava com Trine, e ofegava quando subitamente
percebeu a origem deles. Estava lá em seus nos olhos, mudando para as cores da magia, como se a
espora mágica estivesse faiscando dentro dos olhos escuros e pretos como a meia noite. Não havia
nenhum branco emoldurando a meia-noite infinita daqueles olhares.
Os cabelos pretos, incontroláveis e despenteados ao redor de seus rostos duros, as maçãs
dos rostos altas, embora ambos estivessem rígidos e com cicatrizes. Eles não pareciam ser gêmeos,
embora talvez ela estivesse enganada nisto, pela aparência eles claramente estavam intimamente
relacionados.
— E como devo ajudá-los? — Trine silvou enquanto Arabella lutava para controlar um calor
súbito começando a correr por suas veias. Quando os olhares dos guerreiros se fundiram com os
dela, seu coração disparou e seus músculos tremeram como se enfraquecidos.
Estes eram seus guerreiros. Porém como isto seria possível?
— Assegure-se de que o túnel esteja sem soldados até que nós a tiremos do castelo. —
Sombria e profunda aquela voz de seu guerreiro escuro fez algo que nunca sentiu antes, até
mesmo com ele e seu irmão, tremular em seu estômago.
Os guerreiros se ergueram de pé, tão altos que ela e Trine foram forçados a olhá-los com
surpresa.
— Acho que eu possivelmente poderia fazê-lo? — A raiva espantada de Trine não foi
perdida pelos guerreiros ou ela mesma. — Tudo que posso fazer é afastá-los deste lugar vil para
que não a estuprem. — Ele passou os dedos com fúria pelos cabelos grisalhos e olhou para a porta
do calabouço mais uma vez. — Eles são como lobisomens que atacam dentro do Causeway e
uivam sua fome covarde todas as noites. Devo afastá-los de cair sobre ela e tirar sua inocência
antes que ela encontre alguma chance de fuga, então devo contar minha alma como ligada para
sempre ao Jardim do Nirvana por este simples ato.
Eles olharam para Trine por longos momentos, como se a raiva e a dramática reivindicação
dele fosse como a explosão de uma criança, que teriam que entender.
— Não importa. — Seu guerreiro de tons dourados deu de ombros com indiferença,
enquanto seus olhos escuros pareciam afundar dentro do espírito dela. — Aqueles cujos olhos nos
vislumbrar não verão a luz da manhã, apenas você. Se embora, você não tivesse mostrado sua
generosidade nestes momentos finais, então teria este destino compartilhado também.
Um franzir de cenho puxou as sobrancelhas de Trine. — E quem é você para fazer tal
reivindicação?

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— Aqueles que o Príncipe Quin reivindicou como um irmão de coragem e rara bravura, para
garantir que a irmã dele esteja reunida com ele antes das luas gêmeas beijarem o solo de Yarba
esta noite.
— Quin? — Arabella sussurrou o nome de seu irmão, esperançosa quando a surpresa de
ver seus guerreiros diante dela foi suplantada pela preocupação com seu irmão. — Você o levou do
Causeway? Ele tem tanto medo disto.
— Medo? — Um puxão levantou os lábios de seu guerreiro dourado, enquanto uma
sobrancelha curvou com arrogância, assegurando-lhe que ele não compartilhava sua convicção dos
medos de seu irmão. — Aquele ladino não tem nenhum medo do Causeway. Não, com nada além
de uma espada enfrentou o próprio Ogro e exigiu um campeão para aliviar o sofrimento de sua
irmã mais vulnerável.
Movendo-se para ela, uma mão poderosa agarrou as correntes presas na parede de pedra
acima dela, e arrancou-as como se elas não estivessem presas com encantamentos sobre seus
pulsos.
— Você procura facilidade para sua situação, Princesa? — Abaixando a cabeça, seus lábios
em seu ouvido, enquanto sussurrava as palavras. — Você busca o castigo que prometemos por nos
recusar seu nome e da casa a qual pertence? Saiba que teríamos a resgatado muito antes se
soubéssemos disso.
A cabeça dela descansou contra o peito dele, seus olhos enchendo-se de lágrimas com a
gentileza dele. — Você não revelou seu nome, ou o de sua casa, — ela o lembrou, a voz rouca
enquanto lutava para conter os soluços. — E como poderia revelar o covarde do mal do qual nasci?
Como a vergonha rasgou minha alma quando me confrontei com a honra que encontrei dentro das
brumas.
— Sou Caedan, gêmeo de Daelan, e somos da casa Ogro de Dungarrin, alinhada à tribo
Taithleach, guardiões do Causeway e todos os seus reinos. — Os lábios dele roçaram contra o rosto
dela. — E você é nossa.

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CAPÍTULO QUATRO

— O que…?
— Perdoe-me, Princesa, — ele implorou soltando-a suavemente, afastando-se enquanto
ela o encarava em silêncio e imóvel com o choque. — As algemas estavam realmente encantadas.
Uma vez que este lugar fique para trás, porém, a magia delas enfraquecerá e se libertará com
facilidade.
— Que loucura é esta? — A confusão a encheu, trancada dentro de sua mente, deixando o
fato de que as correntes não estavam mais presas à parede, difícil de processar.
Como eles conseguiram se livrar das correntes encantadas? Como poderiam ser Ogros em
vez de meros guerreiros? Eles não tinham uma forma grotesca. Eles a levaram às alturas de prazer,
mas nunca às alturas da loucura.
— Não usem os túneis, — Trine lhes disse então. — Há outra maneira de fugir deste lugar.
— Ele olhou para Arabella, a dor marcando seu rosto enrugado com um remorso impotente
brilhando em seus olhos. — Não pude soltar estas correntes, tentei muitas vezes antes. Mas estão
livres agora, e o Rei Alistair saberá que isto não foi obra minha. — Ele olhou para a porta de ferro
atrás dele rapidamente. — Você pode destrancar a porta da cela também? A chave usada para
abri-la momentos atrás não funcionará. O encantamento requer uma chave diferente cada vez que
for lançado. As pedras da parede distante. — Ele acenou com a cabeça para o fundo do calabouço.
— Pressione a palma na pedra do centro e isto se abrirá permitindo que passem para os túneis
escondidos até mesmo do conhecimento do Rei Alistair.
— Não precisamos de nenhuma chave, — o outro guerreiro murmurou enquanto ela se via
incapaz de desviar o olhar daquele que a observava tão atentamente.
Que tipo de calor estava elevando-se em suas veias?
O que era esta estranha letargia que a mantinha apertada em suas garras?
A mão do guerreiro se ergueu então, tocando seu rosto, em seguida em sua testa enquanto
o braço dele deslizava por trás das costas dela.
— Durma Princesa, — ele sussurrou seus dedos movendo-se para roçar contra seus cílios,
enquanto ela sentia seus olhos se fechar, incapaz de mantê-los abertos. O sono a reivindicou
enquanto o guerreiro a erguia em seus braços e a carregava para a porta.
— Perdoe-me, Trine, — Caedan murmurou enquanto sacudia os dedos para o guerreiro e
observava-o murchar lentamente para o chão adormecido.
A poderosa poção do sono comprada dos Gnomos do Spring Valley era uma das poucas
propriedades que funcionava tanto para humanos como para magos.
Ele estava ciente de que Daelan segurava a princesa em seus braços agora, mais terno do
que já tinha percebido seu irmão ser.

26
— Nós nos moveremos agora, — Caedan silvou ao som das vozes que se moviam ao longo
do salão.
Andando até a porta da cela, ele inseriu a chave Mágica dos Ogros que tinha enfeitiçado
antes deles deixarem a Fortaleza de Obsidian e virou-a rapidamente.
A porta da cela abriu silenciosamente enquanto Caedan desembainhava sua espada e
permitia que Daelan passasse primeiro com seu fardo precioso.
A companheira deles. Quanto mais preciosa poderia ser uma mulher para seus guerreiros
do que esta aqui, para guerreiros que nunca imaginaram que poderiam ter tal criatura, para si
mesmos? Uma que enfrentara as brumas para encontrá-los. Uma cujos poderes criou um
alinhamento de poder que nunca sonharam que seria deles.
Pressionando a palma na pedra, Caedan observou enquanto a parede se movia lentamente,
muito lentamente, para as vozes se aproximando muito mais rápido do que a parede se movia.
Finalmente, Daelan estava se apertando pela abertura estreita. Quando ele passou Caedan
seguiu, segurando o lado da porta e arrastando-a rapidamente para trás enquanto fazia isto. O som
de chaves no metal ressoou e vozes gritando por Trine podiam ser ouvidas, enquanto a pedra
deslizava suavemente de volta no lugar.
No raspar do encontro da pedra pesada, indicando que estavam uma vez mais seguros, as
vozes dos guardas ergueram-se em alarme do calabouço do outro lado da parede de pedra.
Parado em silêncio, Caedan esperou até que o som das vozes dos guardas estivesse alto o
suficiente para garantir que qualquer som da passagem deles pelo túnel estreito fosse encoberto,
antes de lideraram através do caminho quase escuro do salão.
A escuridão apareceu em tons de cinza incolor, enquanto a visão noturna que os Ogros
possuíam assegurava que seu caminho fosse claramente visto.
— A magia dela está despertando, Caedan. — A tensão encheu o pensamento de seu irmão
quando uma morna magia começou a elevar-se dentro dela, enquanto ela estendia a mão para
Caedan e Daelan, enquanto corriam pelos túneis.
Eles esperavam que o uso do pó do sono assegurasse que sua magia adormecesse também.
Sempre quando estavam perto dela, o toque da magia os deixava insano para tê-la.
— Warh, nossa saída foi alterada, você pode nos localizar? — Caedan chamou pelo
comandante de armas, esperando que os sentidos Ogro funcionassem nas terras humanas como
acontecia nas brumas.
O dom da magia que lhes tinham dado com a finalidade de proteger as brumas eram únicas
entre todas as magias. O dom da visão noturna, evidente pela poeira de esporas que reluzia em
seus olhos pretos, e seu senso Ogro por cada um daqueles que pertenciam às casas individuais era
algo entre poucos.
— Aguardamos você, senhor. Sairá da fortaleza ao longo dos bancos de Eldorah Falls. Uma
saída muito inteligente.

27
— E por que não sentimos estes túneis quando sondamos a área? — Caedan questionou o
comandante, o pensamento de que eles podiam facilmente tê-la levado contra o plano complicado
que foram forçados a entrar, cerrou seus dentes em irritação. — Supostamente não deveria existir
nenhuma magia nesta terra, ainda assim encontro uma fêmea diferente de qualquer uma que
tenha conhecimento de existir, algemas enfeitiçadas e túneis mágicos escondidos, embora nós não
possamos encontrar a magia para sondar estes lugares?
— Aye, senhor, respostas serão encontradas, — Warh assegurou-lhe. — Talvez nosso
isolamento tenha feito os humanos tanto um mistério para nós como nós somos para eles. Uma
vez que a princesa esteja segura vou avaliar o perigo falando com aquele chamado Trine e
alistando sua ajuda e possivelmente aqueles de sua casa.
— Uma vez que sairmos das cataratas devemos seguir rapidamente para as brumas, —
Caedan disse ao comandante enquanto sentia a magia de Arabella fermentando dentro dela. —
Não temos tempo a perder. Desde o momento em que entramos na cela dela sua magia começou a
faiscar com um poder que não podemos conter neste lugar. — Uma terra tão faminta por magia
que o Ogro poderia muitas vezes ouvir isto chorando pelo toque brilhante e aquecido do que se
perdeu há muito tempo atrás.
— Ela é a Consorte de Dungarrin então? — Warh questionou a reserva que Caedan poderia
sentir emanando do comandante Ogro lembrando-lhe de todos os perigos que enfrentariam agora
para garantir a segurança dela.
— Ela é nossa, — ele assegurou ao guerreiro, sabendo que ela era muito mais do que eles
suspeitavam. — Devemos encontrar nosso traidor, Warh. Já não é mais apenas a filha do nosso
Seleto Guardião em perigo, mas a fonte do que pode ser o maior poder de Dungarrin.
— Senhor? — Whar questionou a última declaração com uma sensação pesada de tensão.
— Ela não é da linhagem de Crae’all. Isto não é nenhum Spry alinhada com nossa magia, —
Caedan lhe informado. — Não é como nenhuma companheira que temos, Whar, mas uma
Consorte. Ela é uma Feiticeira, e não uma Halfling qualquer.
Caedan podia sentir a magia que se elevava dentro dela, sentia estes filamentos e conhecia
este calor assim como as terras conheciam o calor do sol.
— A Casa de Dungarrin foi presenteada com uma Feiticeira pela primeira vez em toda a
magia. Uma Feiticeira que ainda não conhece a essência de sua magia, e qualquer um em toda
Sentmar, mágico e humano do mesmo jeito, matariam para possuir antes de nosso alinhamento, —
Daedan advertiu a ambos, a tensão de manter a princesa tão perto, a magia dela praticamente
carne com carne com sua própria, era sem dúvida nenhuma uma tortura.
Não houve nenhum comentário, nenhum pensamento emanando de Whar quando ele
bloqueou sua mente, embora não sua presença de seu soberano.
— Todos os preparativos estão sendo feitos, — Whar informou-lhe momentos mais tarde,
assegurando Caedan de que o que quer ele pensava sobre as suspeitas de seu soberano sobre um
traidor, ainda assim, estava preparando a fuga deles. — Estamos apenas a uma curta distância das
brumas do Causeway de onde você sair das cataratas, e deverá ter sua Consorte segura dentro da

28
Fortaleza de Obsidian antes da magia dela poder ser descoberta pelos Gêmeos Magos ou por suas
irmãs mágicas.
E sobre isto, nenhum deles tinha pensado ainda, Caedan pensou em desgosto.
— Nunca poderíamos imaginar sobre o impossível? — A irritação de Daedan alimentando
facilmente tanto Caedan como também Whar.
— Nós jamais poderíamos imaginar ter que lidar com tal magia precisando ser salva da
terras dos humanos? — Whar perguntou então.
Caedan nunca poderia ter imaginado tal coisa antes.
Quando seu olhar procurou cuidadosamente o fim do túnel, sombras coloridas começaram
a chiar no ar ao redor dos ombros de Daelan, as cores mais estranhas de bronze e tons de dourado
de uma suave magia.
— Devemos nos apressar, Whar, — Caedan advertiu o comandante. — Estamos próximos?
— Bem perto, — Whar assegurou. — Deve estar ouvindo as quedas.
Eles realmente ouviam as quedas. E não cedo o suficiente, para a poderosa magia de sua
adormecida Consorte estar enrolando sobre Caedan agora, deslizando por baixo do material
grosso da camisa que ele vestia, tocando a carne que nunca tinha conhecido uma carícia tão doce
e de tão poderosa magia.
Aquela magia deslizava sobre a pele de seu tórax como uma suave e aquecida mão,
chamando por seu próprio poder, sensibilizando sua carne até que a carícia era a tortura mais
delicada que já conheceu.
— Luz. — Caedan sentiu seu corpo tensionar, a fome Ogro roendo o amplo eixo de seu pau
agora. Uma feroz e ardente necessidade, uma sensação de prazer vindo apertar seu corpo
enquanto uma antecipação surgia como uma tempestade de verão acima das Montanhas Místicas.
Ela era deles.

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CAPÍTULO CINCO

Naquele momento, Whar aproximou-se da entrada, a umidade da queda d'água caindo


pelo penhasco gotejando em seu rosto, enquanto os olhos tão negros quanto uma noite repleta de
estrelas varriam acima deles rapidamente.
— Vamos rápido, — Whar rosnou. — Os humanos estão se apressando por este caminho e
não temos muito tempo.
Definitivamente não havia tempo para apreciar a carícia da magia de sua Consorte.
— Sombras do Inferno, — Daelan amaldiçoou, seu corpo inteiro apertado, tenso com uma
necessidade diferente de qualquer uma que já tinha conhecido, até mesmo quando a magia dela
os tocou no Vale. O toque da magia inconsciente dela deixava seu eixo mais duro do que a pedra
obsidiana da fortaleza, e seu corpo tão sensível quanto o de um bebê.
Ele rezou como nunca fez antes, para que em algum lugar dentro dele pudesse encontrar
forças para conter a fome furiosa dentro de si, até que alcançassem a segurança. E pela primeira
vez em todas as suas décadas de guerra, estava incerto se isso seria possível.
Como gêmeos, ele e Caedan nunca conheceram esta fome poderosa que varria através
deles. Como todos os magos gêmeos, estavam acostumados a compartilhar suas mulheres, até
mesmo a tomar uma única fêmea mágica, como amantes não seria o contrário. Mas nunca esta
fome para compartilhar uma mulher, para marcar não apenas com o corpo deles, mas com a magia
que surgia dentro deles como uma tempestade que estava mais próxima do que podiam acreditar.
Era muito mais forte, muito mais quente do que todas as vezes que a tocaram, preparando-a no
Vale para sua possessão no passado.
E uma Feiticeira? Uma verdadeira Feiticeira. Esta coisinha feroz cujo orgulho conteve suas
lágrimas, cuja sensação de pertencer ao irmão dela, e a selvagem e tempestuosa magia dentro de
um reino escondido era como um chamado para as profundezas, do qual ele não percebeu que
estava seu coração solitário e de seu irmão por uma alma tão radiante, este ser de calor feminino e
a magia mais amada pelo Escolhido.
Abraçando-a com firmeza, ele se apressou para os enormes e confiantes cavalos pelo qual
chamaram enquanto andavam pelas brumas na noite passada. Quando Caedan balançou sobre o
primeiro animal cor de azeviche, Daelan renunciou ao seu fardo para seu irmão, ciente da
respiração ofegante de Caedan quando a magia que pulsava sob a pele dela, o pegou
desprevenido.
Não havia tempo para reconhecer isto, nem para realmente apreciá-la, enquanto o som da
montaria dos humanos pisoteando no caminho que conduzia às cataratas, podia ser claramente
ouvido agora.
Agarrando a crina do animal, Daelan balançou-se sobre as costas do animal, segurando
seus poderosos flancos com os joelhos, enquanto enfiava as botas de couro nos estribos da sela
macia.

30
Sem nenhum som, os animais moveram-se rapidamente para a curta distância até as águas
mais rasas, antes de chapinharem através do córrego amplo, até a floresta do outro lado.
Os guerreiros Ogro desapareceram na floresta assim que a montaria dos humanos entrou
galopando para as margens adiante.
Eles tinham escapado, embora se os guardas do rei tivessem conhecimento de procurar
primeiro em um lugar bem afastado da fortaleza, logo ele saberia. Havia um traidor entre os Ogros,
sabiam disso há muitos anos. De que outra forma os caçadores humanos podiam deslizar tão
facilmente, tão rapidamente através do Causeway para roubar os seres mágicos que tinham sido
obviamente atraídos para um lugar onde podiam ser levados?
Até mesmo a pequena deusa Muse não estava isenta da traição, embora o conhecimento
das origens dela fosse limitado. Nem bem há uma quinzena atrás, ela tinha confrontado machos
humanos com a intenção de levá-la do Causeway para a fortaleza humana de Da’Alistair o
Pervertido.
Ela escapou sem mostrar seu poder apenas por acaso.
Os cavalos rasgaram através das florestas, o instinto guiando a magia que possuíam apenas
quando um Ogro os montava. Eles eram tão rápidos quanto Pégasus foi uma vez, e tão confiantes
como até mesmo os werecats das montanhas.
Desta vez, Daelan e seu irmão sabiam que não eram apenas suas vidas que deviam aos
animais, mas a vida de sua Feiticeira também.
***
Quando a névoa do Causeway os envolveu, as montarias pararam, os guerreiros
desmontaram rapidamente e mudaram para as quatro patas amplas e musculosas das montarias
do Causeway, o Torc.
O Torc, assemelhando-se a pequenos dragões alados ou a forma de dragões encantados,
protetores da Feiticeira Garren, embora sem a habilidade de caminhar em duas pernas ou falar
com desrespeitoso deboche. Por isso, o Ogro agradecia ao Escolhido.
Os Torcs eram grandes, com corpos atarracados e apetites carnívoros por carne humana, e
com a audição e visão excelentes. Eram criaturas perfeitas para se moverem rapidamente através
do Causeway.
O pequeno príncipe que chegou implorando pela vida de sua irmã tinha uma maldita sorte
de que não tivesse sido encontrado pelo Torc, antes do Ogro senti-lo.
Transportar a feiticeira para a fortaleza de Taithleach, porém, seria um pouco complicado,
especialmente para Caedan, o único guerreiro do grupo cujo Torc tinha sido treinado para permitir
uma fêmea em suas costas. Ele estava tão treinado por Muse, fazendo com que Caedan se
perguntasse uma vez mais por que ela escolheu-o como montaria.
Torcs, como as mágicas corujas da neve, vinculavam-se com seus cavaleiros, o que tornava
quase impossível para outros guerreiros Ogros montá-los.

31
E o Torc raramente sentia as fêmeas nas brumas e não tinham nenhuma confiança em
direção a elas. Essa peculiaridade tornou isto incrivelmente difícil para Muse treinar a criatura. Ele
tinha certeza de que agora o Torc aceitaria Arabella facilmente.
Com as pernas esbeltas agora escarranchadas em suas coxas, seus seios apertados contra
seu peito, ela era um peso estimado.
Um prazer torturante.
— Irmão. — O tom baixo de Daelan chamou sua atenção imediatamente, pois estava cheio
de advertência.
— Daelan? — Ele questionou seu gêmeo.
— Deveria fechar seus sentidos para mim enquanto a carrega, sem demora, se demorar
mais um breve segundo da sensação compartilhada que posso sentir dela montando sobre seu
pau, prometo-lhe que eu mesmo alimentarei os dracas do lado de fora da fortaleza com você.
Estamos entendidos?
E Daelan não estava nem um pouco de bom humor.
Caedan manteve sua expressão impassível, mas a diversão ameaçou os cantos de seus
lábios, enquanto dava um pequeno aceno com a cabeça.
— Entendido, — ele assegurou ao seu irmão.
Aceitando o leve peso da delicada princesa descansando, enquanto Daelan arrumava as
coxas dela sobre as dele, Caedan jurava que gozaria em seus calções imediatamente.
— Doce misericórdia, — Daelan rangeu enquanto Caedan sentia o calor suave do montículo
de Arabella assentar através de sua carne endurecida.
— Sim, irmão, — Caedan suspirou sua voz áspera enquanto seu gêmeo recuava
lentamente.
— Boa jornada, — Daelan cuspiu a voz gutural enquanto Caedan enterrava os dedos nos
longos cachos se arrastando pelas costas dela.
Sedoso.
Daelan podia sentir a sensação dos cabelos dela contra sua própria palma, enquanto o
vínculo com seu gêmeo chutava com mais força que nunca, Caedan sabia.
Caedan soltou uma respiração áspera e fechou os olhos brevemente. Ele assegurou-se de
que realmente sobreviveria a esta aventura do alinhamento mágico, que iria garantir o vínculo dos
guerreiros com uma Feiticeira que nunca imaginaram que pudesse ser deles.
Tanto prazer.
Arabella queria erguer-se para isto, montar as sensações exacerbadas aquecendo entre
suas coxas e torturando seu montículo com aquelas deliciosas sensações.

32
O calor duro da ereção de seu guerreiro coberta pelo couro estava deixando-a insana.
Especialmente depois que as amantes de seu pai rasparam os cachos de seu montículo com a cera
aquecida que tinham derramado sobre isto dias antes.
Suas coxas se apertaram sobre o poderoso comprimento dele, suas unhas mordendo a
camisa cobrindo as costas dele.
Caedan. Ela sabia o nome dele.
Da mesma maneira que sabia do irmão dele, Daelan.
Eles eram os amantes que conheceu no jardim encantado do Causeway. Aqueles que tinha
lamentado tanto perder quando os deixou para trás.
— Alivie-me, — ela sussurrou enquanto juntava sua magia, contorcendo sob a carne dele
enquanto lutava para liberar isto.
— Em breve, coraçãozinho. — Sua voz estava áspera e controlada. — Muitos guerreiros nos
cercam agora.
— Eles podem se virar. — as coxas dela apertando novamente, encontrando forças, então
lentamente montando o eixo grosso torturando sua carne sensível.
Tanto prazer. Florescendo e queimando dentro dela enquanto o calor da magia formigava
elevando-se com tal poder maravilhoso, que deveria tê-la assustado. Sempre temeu a magia
crescente dentro dela, sabendo que se fosse descoberta sua vida estaria perdida.
Aqui, neste lugar escuro e desolado, isto estava apenas aumentado, no entanto. Abraçada
contra um dos guerreiros que lamentou nunca mais ver novamente, ela podia sentir estas faixas
retorcendo de poder alcançando os dois. Não apenas do que a segurava, cujo eixo endurecido
estava montando com tanto prazer.
— Doce Princesa, — ele gemeu, seus lábios acariciando o pescoço dela enquanto sua
respiração ficava ofegante e arquejante em seu tórax. — Não posso permitir que tenha um
orgasmo ainda, amor. Não aqui, não como fizemos dentro do Vale.
Ela estava tão perto. Como ele podia privá-la daquele prazer? Como podia recusar as faixas
de sensações que se apertavam entre suas coxas de se libertar?
Ainda assim, ela não tinha encontrado seu prazer, lembrou a si mesma, não importa quão
desesperadamente chegou até isto. Não importa sua necessidade por isso.
Erguendo seus cílios para olhar para o guerreiro segurando-a, ficou chocada ao ver as linhas
luminosas da magia dele tecendo em torno dela, tocando-a, acariciando-a, misturando-se com as
linhas de sua própria magia de tons violeta. Uma magia que nunca tinha flutuado dela de tal
forma.
Isto entrelaçou com a magia deles, deslizando sobre isto, acariciando o guerreiro
segurando-a, assim como o irmão que ela considerava o mais escuro dos dois, aquele cuja magia
chamava-a em um nível que ultrapassava seu espírito.

33
— Estou queimando por você, guerreiro, — ela sussurrou. — Por vocês dois. Estamos nos
aproximando do Vale, sinto isto dentro de meu espírito, chamando por nós, tentando-nos.
— Sim, isto é tentador, — ele sussurrou enquanto um gemido deslizava de seus lábios, a
sensação da potente magia aliviando mais profundo de dentro do traseiro dela, deslizando
livremente e retornando. Queimando de prazer e de dor que ela almejava, enviando calafrios
percorrendo sua carne. — Mas tomá-la agora causaria-lhe dor, docinho. Nós nunca a
machucaríamos.
Machucar? Esperar estava machucando.
Agarrando as coxas dele com as suas, ela montou o eixo duro debaixo dela, a firme ereção
quente e pulsante, deixando-a enlouquecida com a necessidade de senti-lo dentro dela, enquanto
sentia a magia do guerreiro tomando-a.
Ela moveu-se contra ele, seus toques, as carícias levando-a as alturas do prazer, mas nunca
permitindo que caísse, nunca permitindo que encontrasse o prazer, apenas permitindo que sua
necessidade apenas aumentasse. A necessidade queimava. Isto se elevava dentro dela como um
inferno que não podia evitar nem aliviar. A agonia disso era diferente de qualquer coisa que já
conheceu.
Isto tem que parar, Caedan gemeu através do vínculo que compartilhava com seu irmão. —
Não sei se posso conter meu orgasmo por muito mais tempo.
A magia deles era uma névoa colorida de poder em espiral, que os outros Ogros tinham
que ter o cuidado de se manter distante deles. A profundidade disto, a força disto, uma barreira
que apenas a maior das magias seria capaz de penetrar.
Estamos próximos da Fortaleza de Obsidian, Daelan assegurou-lhes em seguida. Estamos
apenas a poucos momentos do refúgio, irmão.
Momentos? Ele poderia aguentar alguns momentos?
Daelan podia sentir a dor de seu irmão como se fosse sua. O vínculo dos Ogros gêmeos era
mais sensível do que qualquer outro, exceto pelos Gêmeos Magos, pelo fato de que raramente
nasciam gêmeos da seita de guerreiros. Apenas em gerações passadas tinham nascido gêmeos da
seita Ogro, desde a separação das Feiticeiras e Magos.
O Ogro protegia a Causeway desde o início da separação dos humano da magia, seus
poderes se misturaram com qualquer outra seita para melhorar suas defesas. Eles podiam deslizar
nas terras de magia e acompanhar qualquer humana que pudesse passar para o Causeway, ou
deslizar em terras humanas e enganar aqueles de lá para salvar os seres mágicos tirados de suas
terras.
A magia deles estava escondida até mesmos dos maiores poderes das terras, a menos que
desejassem que fosse vista. Uma vez entrando em terras humanas, nenhuma magia existia dentro
deles até que retornassem ao Causeway. A força e habilidade deles para desviar de golpes eram
seus maiores poderes lá.

34
Aqui dentro do Causeway eles eram mais poderosos que qualquer um, exceto os deuses
que o Escolhido tinha escolhido para vigiar Sentmar enquanto ele dormia.
Estamos aqui! Daelan sentiu um alívio despejar sobre ele quando a Fortaleza Obsidian
ergueu-se diante deles. Paredes intransponíveis infundida de magia obsidiana cercava a fortaleza
principal. Ninguém, exceto a magia Ogro podia passar por isto, e para aqueles designados a
governar a terra, a magia da pedra ajustaria com suas demandas. Fosse à criação de uma cadeira,
uma cama ou afastando um ataque. A pedra Obsidiana era vinculada diretamente ao Guardião ou
no caso desta regra, os Guardiães de Obsidian, da magia mais escura.
O portal de pedra se abriu quando os Torcs pararam diante dele, a abertura sombreada
separando-se para os guerreiros.
Daelan deslizou rapidamente de sua montaria e moveu-se até seu irmão, o guerreiro quase
perdido no prazer envolvido ao redor dele na forma da magia da princesa.
Agarrando os quadris dela, ele a aliviou em seus braços, perto de ofegar de prazer,
aumentando cem vezes do que tinha estado sem contato com sua carne. Como em nome do
Escolhido, Caedan encontraria tanto prazer sem encontrar sua liberação?
— Guerreiro. — Muse andou em direção a eles quando entraram no Salão Principal, com a
intenção de carregar sua Consorte até seus aposentos, onde poderiam tocá-la livremente, juntos.
— Guardiã, — Daelan murmurou entre dentes. — Permita-nos passar rapidamente.
O sorriso dela era sombrio, cheio de arrependimento quando ergueu o braço e gesticulou
para as donzelas fortemente paramentadas que se reuniam frequentemente para fazer o lance
dela.
— Minhas servas a levarão por apenas alguns momentos, guerreiros. Preparando-a para o
Acoplamento que deve ser feito.
— Se é o que você diz! — Caelan rosnou, obviamente surpreendendo o semideusa. — Ela
nasceu de terras humanas, não mágica. Ela apode ser Feiticeira, mas sem as defesas que as terras
mágicas teriam fornecido para o espírito de suas mulheres.
Os olhos dela se estreitaram, o colorido brilhando, estalando com uma ira súbita.
— Você certamente conhece as defesas mágicas dela, guerreiro? — Ela estalou. — Quem
teria mais conhecimento das preparações que ela precisaria? Os guerreiros infundidos com a fome
de sua magia ou um Guardião que busca o conselho sábio do grande Garron, uma magia que
ressoa apenas para as Feiticeiras de Covenan?
Naquele momento, uma magia iridescente encheu o salão, fazendo até os Reis Gêmeos
ficarem de pé enquanto observavam curiosos de seus tronos.
Garron, o grande dragão da magia e conhecimento, tinha vindo para o Causeway apenas
uma vez antes, diziam que na véspera da concepção dos gêmeos Ogro pelo Rei do Causeway e sua
companheira.

35
Cores de tons do arco-íris ondulavam sobre as escamas de seu corpo poderoso, enquanto
ele olhava fixamente para baixo para a Feiticeira que Daelan tinha nos braços.
A magia dela estava crepitando agora, estalando contra seus corpos, de alguma forma
maior e mais brilhante na presença deste ser.
— Que tipo de visita é esta, Garron? — O Rei Aherin e seu irmão moveram-se do trono até
o chão do salão, enquanto a cabeça de Garron inclinava-se para o lado, observando a magia da
Feiticeira, quando esta começou a trocar de cor, de violeta para azul, e faíscas verdes
multicoloridas.
— Ah, os Reis Gêmeos. — A voz de Garron era um silvar divertido, enquanto virava e
encarava os dois guerreiros poderosos perto dele. — A regra do Ogro nunca foi tão forte como são
agora, os sussurros da terra. Todos de Cauldaran e Covenan estão em grande débito com sua
proteção.
— Nós fazemos o que nosso Escolhido nos manda para o melhor de nossa força e nossa
magia, — Aherin declinou do elogio. — Não precisamos de agradecimentos pelo que é nosso
dever.
Garron assentiu a isto. — Humilde também. Os Gêmeos Magos teriam muito a aprender
com você.
Ele voltou-se para Arabella enquanto ela olhava fixamente para ele, hipnotizada pela magia
cintilando sobre o corpo dele, estalando de seus olhos.
— Feiticeira, — ele disse suavemente, em seguida, ergueu uma mão com garras para
acenar diante dele. — Que magia a preenche, Halfling, e como tal veio a acontecer?
Daelan sentiu a surpresa de seu irmão fundir com a dele quando a magia deles se separou
de sua princesa, atenuando de volta para eles sob o comando de Garron, enquanto Muse ficava
parada de lado em silêncio.
Ele a chamou de Halfling? Halflings não possuíam tal poder. Isto era desconhecido. Era
impossível.
Erguendo ambas as mãos com garras, Garron silenciosamente chamou a magia para ele,
observando com olhos negros como um Ogro, ainda cheios de pontos coloridos, uma magia tão
poderosa que certamente ele poderia despertar o Escolhido com o pensamento apenas.
— Tanto poder, — ele sussurrou enquanto a magia dela entrelaçava sobre suas mãos,
espalhando sobre seus dedos, demorando-se contra seu toque como a impressão de uma criança
buscando um favor de um pai.
Ele estendeu as mãos e espiralou linhas de magia de volta para a princesa, aliviando dentro
dela, acalmando enquanto certo controle retornava para Daelan e seu irmão.
— Fiquem à vontade, Ogros, — ele disse calmamente como se só agora estivesse ciente das
dezenas de Ogros que se moviam pelo salão, suas mãos apoiadas em suas espadas como se
preparando para uma batalha. — Não há nenhum magia negra aqui. Sua Guardiã Muse pode
atestar que não sou o gêmeo do mal procurando preencher este lugar.

36
Choque ressoou sobre o salão. Até Muse pareceu inconsciente da batalha que eles
travavam diariamente para eliminar o infectado mal sombrio, tentando tomar a magia negra do
Causeway contra seus protetores.
Toda magia que tinha sido drenada das Feiticeiras e das outras criaturas mágicas durante o
nascimento do mal, tinha sido reunida aqui dentro do Causeway, seu ódio pelos humanos, uma
barreira contra eles. Mas de alguma forma os humanos sempre encontravam uma caminho através
disto. Um caminho que poderia criar em si mesmos, um mal de ódio separando a magia para
permitir que aqueles procurando os seres mágicos para transportar-se através deles e se alimentar
das depravações daqueles aguardando isto do outro lado. Antes de o Ogro poder alcançá-lo, isto se
dissiparia e então reabriria em outro lugar.
— Ele é Garron, — Muse atestou. — Visitei seu covil no momento em que a princesa entrou
no Causeway e busquei seu conselho.
Sua bonita e mística voz aliviou a tensão reunida entre os guerreiros.
— Deixe sua princesa sair para ser preparada, Ogro Dungarrin, — Garron solicitou, em
seguida, ou melhor, ordenou suavemente. — Ela voltará sem nenhum dano, e quando retornar
para você, encontrará um poder que nunca imaginaram em suas vidas. Esta criatura encontrou seu
Vale e seus guerreiros porque a Feitiçaria mágica comandou tais poderes. Ela sempre se moverá
para isto, ansiará por isto, da mesma forma que o Castelo de Covenan e sua Feiticeira sempre
comandarão aquilo que repousa sobre ele. Para atingir seu poder, aprender seus próprios
segredos, antes de se fundir com o poder de seus guerreiros, ela deve primeiro fundir-se com o
poder da magia liquida que você protege no portal.
As servas de Muse livraram Arabella de sua proteção, então, enquanto Caedan e Daelan
olhavam fixamente para o grande dragão em choque.
— Ela é realmente uma Feiticeira então, da mesma forma que nós sentimos? — Daelan
sussurrou.
— Aye, Dungarrin, — Garron assegurou-lhe, o título da casa deles, um grande respeito pela
criatura de poder absoluto que encaravam. Um maior até do que aquele de Muse. — Uma
Consorte bastante sem igual que você obteve. Uma que não pode ser atraída pela magia, por
mago ou por desígnios de qualquer poderosa magia. A atração desta Feiticeira Halfling é uma do
coração. O despertar de seu poder, há muito tempo adormecido, reunido e fortalecido ao longo
dos séculos por falta de compartilhar, criou um poder que ninguém jamais conheceu. O poder que
você encontrou, Ogro, é um que até mesmo a história nunca ouviu falar. Ela é a Semente. O Ogro
de Dungarrin é a Chuva. Juntos, o poder que os Reis do Causeway rezaram para o Escolhido
conceder-lhes, para proteger seus tesouros, foi concedido a vocês. Veremos agora como o Ogro
deve usar a recentemente despertada força que em breve emergirá de dentro disto?

37
CAPÍTULO SEIS

Arabella estava tomando banho dentro dos charcos do Vale que a tinham chamado, ainda
que as leis Ogro a proibissem de entrar dentro disto.
Ela estava deitada sobre um bloco liso de obsidiana negra, sua superfície fresca e polida,
aliviando o calor feroz que a atravessava, quando os reemergentes cachos, arrancados de sua
carne pelas amantes de seu pai, foram magicamente removidos completamente. Não havia mais
irritação em sua carne mais macia, nenhum desconforto, mas a sensibilidade disto…
Um gemido deslizou por seus lábios enquanto seus quadris se curvavam, a invisível magia
do Vale a acariciando, sussurrando acima dela e derramando um calor escorregadio por sua carne
de mulher.
Enquanto ela permanecia deitada lá, nada a cobrindo, o conforto e o calor a cercando, ela
estava ciente das servas movendo-se lentamente para longe. Seus olhos dourados e a pele morena
tinha sido uma surpresa que não esperava quando elas a despiram.
Parada no lugar delas estava Muse, a Guardiã, filha do Seleto Sentinela.
Arabella a olhava fascinada, maravilhada com o intensificado poder que sentia dentro de si
mesma, e o poder que sentia dentro deste ser.
Olhos violeta, cabelos escuros como breu fluindo ao redor dela. Vestida de couro como um
guerreiro, uma espada a seu lado, sua carne cremosa tão pura e bonita que era encantadora.
Ela era um ser com segredos, entretanto. Os segredos obscuros que não ousava deixar
ninguém revelar, assim ela mantinha-os perto de seu espírito. Os segredos que poderiam abalar as
hierarquias do poder…
— Não posso esconder de você, da mesma maneira que Garron predisse, — Muse suspirou.
— Quão humilhante para um chamado deus perceber que há um poder que pode ver dentro do
espírito que mantinha cuidadosamente escondido.
Arabella lambeu os lábios nervosamente. — Seus segredos estão seguros comigo, Guardiã,
— ela prometeu. — Assim como os segredos daqueles que você reivindica como seus.
Muse abaixou a cabeça por um momento antes de suspirar, como se cansada, e olhando
fixamente sobre o Vale, onde frequentemente encontrava consolo, Arabella pensou.
— Este lugar está dentro do Nirvana, — Muse disse-lhe então. — Será que seus guerreiros
disseram isto a você?
Arabella balançou a cabeça enquanto se sentava lentamente, olhando ao redor.
Espora, assim era chamado aquele material plumoso movendo-se pelo ar. Pura magia em
sua segunda forma depois de deixar os charcos líquidos onde borbulhavam, rodopiavam e
brincavam como partículas vivas de umidade se fundindo.
— Eu não sabia do Nirvana até que fui atraída para cá, — Arabella revelou. — Eu sabia
sobre o Escolhido, entretanto os humanos o chamavam por um nome diferente, e lhe davam um

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impacto de retribuição que não dorme.
Muse assentiu. — Talvez nosso Escolhido não durma exatamente. — Ela sorriu. — Ele
sempre parece saber quando estamos em necessidade, entretanto. Esta terra, Sentmar, foi criada
por ele para a magia. Existia apenas paz aqui até os humanos invadiram nossas terras.
— Eles dizem que enganaram o Sidhe para vir a este lugar, pois a magia é demoníaca, não
importa seu lugar, não importa seu tipo.
Muse assentiu. — Os humanos distorcem o que não entendem. Talvez o Escolhido criasse o
plano deles sem tal magia, e o dois não devessem se fundir.
— Talvez. — Arabella pensou que isto poderia ser verdade. — O que sabemos sobre os
pensamentos de tais seres, entretanto? — Ela encolheu os ombros.
— E agora nos encontramos aqui, Halfling, — Muse suspirou. — Você é única entre nossa
espécie, entre toda a magia. Uma criatura criada por incontáveis gerações de evolução da magia e
cuidadosa têmpera pela terra ao redor disto. A magia de sua linhagem familiar é de todas as
magias da terra. Ao longo de gerações a magia se fundiu com a magia, enquanto seres mágicos
tinham contribuído para cada adição de geração até que a criação da Semente surgisse. Você é a
Feiticeira Semente. Uma criatura cheia das magias de Sentmar dentro de uma. Você vai renascer
uma nova magia nesta terra, uma que pode muito bem prevalecer contra a humana e o mal das
futuras gerações.
Arabella piscou para ela com surpresa. — Mamãe disse que minha linhagem é Spry, e não
qualquer outra magia.
— Talvez ela não soubesse de sua outra magia, — Muse disse suavemente. — Esta é uma
magia que você tem lutado, não tem?
— Cheguei a isto com relutância, — Arabella concordou. — Sabia que o Vale me atraia.
Sabia que os guerreiros eram meus. Mas não acreditei que eu seria agraciada com a chance de tê-
los, assim como eles pareciam acreditar que deveríamos ser.
Muse sorriu de volta para ela. — Eles eram para ser seus por todo sempre, Arabella. Este
lugar de magia que chamamos de Vale, o Causeway que eles protegem e todos os seus mistérios,
que irão um dia produzir uma magia que nenhum ser pode transgredir ou manipular sem o
conhecimento do protetor. Este será seu dom. As crianças mágicas que nascerão de você e seus
guerreiros se fundirão um dia com os filhos dos regentes desta terra. Não tenha medo, minha
Halfling relutante, seu lugar é dentro da vida de seus guerreiros. Esta terra, e a magia
propriamente, estará segura deste momento em diante.
— Você me ajudará com isto? — Arabella se perguntou se ela possuía o conhecimento, a
sabedoria para ser tal pessoa.
— Eu devo ir em breve…
— Você não deve. — Estendendo a mão, ela agarrou a mão de um ser mágico chamado de
deus e começou a ficar presa, puxada para dentro de conhecimentos, dentro de segredos, em um
mundo de dolorosas necessidades de uma mulher, o tormento dos gêmeos que ela acreditava que

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não seriam dela e as paixões que eles compartilharam.
— Não! — Muse recuou, embalando a mão em seu peito, choque e desespero enchendo
seus olhos violeta. — Não era para você ver tais coisas.
Arabella sentou-se em seguida, nem um pouco arrependida, contente por conhecer esta
mulher excepcional diante dela, ter seu próprio lugar dentro da magia que Arabella viria a
conhecer.
— Tantos segredos que os Guardiães conhecem, — ela sussurrou. — E tanto que não
conhecem. Você não me deixará aqui neste lugar sozinha, porque iremos refinar dentro deste lugar
por uma amizade mais poderosa. Este lugar, o Vale, o Causeway, fundiu nossos destinos, Guardiã.
Desejo que você fique por mais algum tempo, como é meu direito como Sentinela da Terra, a
primeira semeada pela magia das terras e plantadas pelo Escolhido que criou a todos nós.
Com os lábios separados de surpresa, Muse retraiu uma respiração severa, enquanto
Arabella revelava o destino, que até mesmo ela desconhecia.
— Sentinela das Terras? — Ela sussurrou.
— Haverá quatro, — Arabella lhe disse, em seguida. — A princesa Serena será a segunda,
uma vez que ela encontrar seu caminho de volta para sua magia. A sentinela que mesclará as
terras de Cauldaran e Covenan. A terceira deverá mesclar a magia escondida. — A terceira,
Arabella sabia, seria esta criança gentil dos deuses de Sentmar. — A quarta será encontrada nas
terras humanas mais uma vez, para reconstruir a magia que os humanos profanaram. Aquela terra
deverá ser pintada com sangue, — Arabella sussurrou tristemente. — Sentmar foi criada para
proteger toda a magia, e os humanos trouxeram com eles o mal que poderia destruir isto. Eles se
tornarão seres mágicos, ou morrerão sobre as lâminas de seu próprio ódio, isto deve ser escolha
deles.
— E quanto ao Seleto Guardião de Sentmar? — Muse sussurrou. — Os deuses que guiaram
estas terras por tantas eras?
Arabella sorriu um sorriso iluminado de paz, amor e alegria. — O Escolhido fez-lhes uma
promessa, Muse, muito antes dos humanos virem para esta terra. Quando eles apenas ouviram
sua mensagem e domaram a magia sob as terras. Será que ele quebraria o pacto que fez com eles?
Muse balançou a cabeça. — Ele jurou que isto nunca aconteceria.
— Nunca alcançando a unificação que se tornaram e pelos filhos que seguirem seus
ensinamentos e a magia que o Escolhido criou, — ela concordou. — Não tenha medo, Muse, por
seu destino também, isto será muito mais do que você poderia jamais imaginar.
***
Caedan e Daelan entraram em sua câmara, a fome os assombrando avançando como um
animal feroz, quando viram sua Consorte aguardando por eles.
A magia dela os alcançou, fundindo-se com as linhas luminosas de magia esbranquiçada
que o Ogro possuía enquanto isto começava a enrolar dentro deles, estendendo-se para ela.

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Roupas foram vertendo instantaneamente, a magia deles obliterando isto com não mais do
que um pensamento, deixando músculos endurecidos, cicatrizes de batalha na carne nua, as lanças
poderosas de suas ereções em pé para fora de seus corpos.
Indo cada um para lados opostos da cama, eles rastejaram sobre a pele que drapejava da
pedra esponjosa recolhida e moldada na cama que os seres mágicos dormiam.
Isto se firmou imediatamente quando o peso deles foi adicionado.
Imediatamente, sua Feiticeira Halfling estendeu a mão para eles, aguardando-os, bem
preparada para a fome que estava encontrando.
O tempo deles no Vale tinha lhe assegurado que soube o que a aguardava esta noite.
Tomando o beijo dela, Daelan podia sentir a mão suave como seda enrolando sobre seu
pau, enquanto seu irmão saboreava a cereja na ponta dos montículos dos seios dela. Finalmente,
os lábios de Caedan cobriram um broto tenro, chupando-o em sua boca enquanto ela arqueava e
gritava ao contato.
A Consorte deles, a mulher que amaram e tocaram durante suas visitas dentro do Vale.
Ela era deles.
Arabella gemeu de necessidade quando o beijo de seu guerreiro recuou, apenas para sentir
a cabeça larga de seu pau pressionada contra seus lábios momentos depois.
Abrindo-os, Arabella encontrou sua boca enchendo com a cabeça de sua ereção.
Os lábios duros sugando seu mamilo afastaram-se, espalhando beijos em seu rastro,
enquanto a magia deles penetrava as profundezas tenras de sua vagina e a apertada profundeza
de seu dolorido ânus, enquanto a língua faminta de Caedan deslizava pela racha estreita de sua
buceta.
Esfregando e saboreando-a, ele passava a língua sobre a carne sensibilizada, circulando o
broto sensível de seu clitóris e empurrando sua excitação cada vez mais para o alto.
Sugando firmemente na crista larga do pau de Daelan, Arabella sentiu a fusão de sua
magia, arrastando-os, trazendo-os mais perto do orgasmo, enquanto de repente encontrava suas
mãos algemada pela magia, afastando-a deles. Daelan encheu de novo a boca com a carne dura,
tomando o gosto da excitação masculina da língua faminta dela.
— Não podemos esperar mais, — ele gemeu. — A necessidade está muito forte, amor.
Caedan enfiou-se entre as coxas dela, erguendo-se entre elas enquanto Daelan observava
seu olhar centrado onde seu irmão enfiava a cabeça de seu pau entre as dobras sedosas de sua
carne íntima.
Arabella observava, mal ousando respirar enquanto sentia o primeiro estiramento de sua
carne intacta, a invasão entrando nela enquanto a magia enrolava ao redor de seus mamilos, bocas
fantasmagóricas sugando-os com abandono, enquanto mais puxões no broto tenro de seu clitóris.
Ela estava envolvida na magia, feitiçaria e prazer.

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No entanto, o olhar dela estava bloqueado na dura e forte carne venosa do pau de Caedan,
enquanto ele empurrava para dentro dela. Seus fluidos escorregadios cobrindo-o enquanto a
magia enrolava ao redor dela.
Seus quadris se moviam, empurrando e recuando, empurrando, então voltando, em
seguida com um forte impulso da carne dura como ferro enterrando bem fundo dentro dela,
embora metade da ereção pesada ainda estivesse por afundar.
— Arabella, — Daelan sussurrou. — Posso sentir sua buceta enrolando ao redor do meu
pau também. Estou sentindo todas as sensações… — Ele gemeu. — Minha doce Princesa, tome-o
todo. Tome-o amor, então poderei tê-la também.
Recuando, Caedan parou, separando as dobras de sua buceta para permitir que seu irmão
visse a carne rosada esticada agarrando seu pau.
Os dois gemeram.
Arabella gritou de prazer quando a dureza perfurando-a mergulhou completamente dentro
dela. Enterrado até o talo, pulsando e queimando dentro dela até que seus sentidos estavam
prontos a explodir.
— Agora, — Daelan rosnou.
Ela foi erguida, magia e mãos masculinas movendo-a enquanto Caedan deitou-se ao longo
da cama, colocando-a no berço de suas coxas, seu pau a empalando, estirando-a com tal dor de
prazer que temeu não poder aguentar isto.
Então Daelan estava atrás dela, a pesada largura de sua ereção pressionando na apertada e
pequena entrada lá.
Eles a prepararam muitas vezes com sua magia. Mas a magia deles e a carne espessa agora
pressionando através do aro apertado eram duas coisas diferentes.
Ela arqueou, gritando o nome deles. Ela sentiu a magia deles dentro dela, lubrificando o
pequeno buraco, estirando-a para a crista espessa empalando-a, quando seus gritos de prazer
ecoavam ao redor dela.
Eles estavam penetrando nas profundezas dela.
O pau de Caedan encheu sua buceta, pulsando na demanda, os quadris dele recuando,
prontos para começar a empurrar. Atrás dela, Daelan entrou mais fundo dentro de seu traseiro, a
carne dela esticando em torno da invasão, fogo e gelo lancetando em suas terminações nervosas
enquanto ela tomava mais do que jamais imaginou que pudesse.
Impulsionando, ela apertou os músculos de sua buceta, apertando a ereção preenchendo-
a, enquanto o aperto firme de seu ânus começou a flexionar e ordenhar o pau que se enterrava
dentro disto.
Magia a lubrificava, aliviando-a até que o comprimento de Daelan fosse um eixo de ferro
duro de carne pulsante empalando-a.

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Eles mantinham seus quadris parados, segurando-a enquanto a largura dura de seus eixos
pulsava em cada portal que eles possuíam. Ela podia sentir seu ânus flexionado, convulsionando ao
redor do pau de Daelan, os músculos dela lutando para aceitar e acostumar-se a ele. O pau de
Caedan pulsava em sua buceta, os pequenos movimentos dos quadris dele raspando a expandida
cabeça contra o tecido sensível até que ela se perguntou se poderia ser levada a loucura com o
prazer.
Seus gemidos enchiam o quarto em uníssono quando eles começaram a se mover. Em
perfeita sincronia, um dentro, outro fora, despedaçando seus sentidos com as sensações que
queimavam através dela.
Lábios Mágicos fluíam em seus mamilos, sugando seu clitóris. Paus duros enterrando em
sua buceta, seu rabo, fodendo-a com golpes duros e fome masculina, enquanto ela começava a
apertar nos braços deles, o prazer a empalando, enroscando através dela enquanto lutava para se
mover entre eles.
Os músculos internos dela chupavam os eixos duros. Seus seios incharam, seu clitóris
começou a pulsar com profundos espasmos internos, enquanto cada punhalada ficava mais dura e
mais rápida.
Isto estava elevando-se e comprimindo. Ela não conseguia suportar o prazer, não podia
aguentar as ondas de calor que queimavam entre eles.
Sua magia apertava ao redor das bolas deles, acariciando a carne deles, puxando seus
mamilos.
Eles estavam levando-a à loucura. Seus mamilos e clitóris expandiram, tornando-se mais
inchados, flexionando e pulsando até que a punhalada deles combinadas, a levaram a uma
explosão de magia e prazer que nunca poderia ter imaginado.
Seus gritos se misturaram e entrosaram quando seus guerreiros começaram a empurrar
com mais força, então, enterrados até o talo, o calor do orgasmo deles jorrando dentro dela,
preenchendo-a com um calor ardente de suas sementes e os restos da magia de seu espírito
clamando avidamente dentro dela.
Ela era uma massa de prazer e êxtase, a magia semeando mais profundo dentro dela e bem
consciente de que seus guerreiros sentiam o mesmo. A magia dela invadindo-os, fundindo-se com
eles, criando algo que Sentmar nunca tinha visto desde o amanhecer da magia dos seres que o
Escolhido criou.

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EPÍLOGO

Do outro lado de Cauldaran, de Covenan e das terras mágicas, no meio, em baixo e acima, a
magia enriquecia. Magos e Feiticeiras, o Pix e o Spry, o Gnomo, o Pegasus, aqueles Griffons ainda
na clandestinidade e as grandes Gray Doves que se aninhavam em lugares escondidos sentiam a
mudança da magia.
Profundamente dentro dos recessos de Cauldaran, nascentes de magia líquida expandiam e
fluíam, transbordando granulitos que a espora embebia e infundia, começando a espalhar como
grandes veias luminosas de magia até que chegaram a uma caverna escondida onde uma princesa
Feiticeira de Cauldaran se sentava nua, sentindo a magia elevar-se por baixo dela, buscando-a,
pouco disposta a esperar por aquele momento quando memória e magia se fundiriam.
O Veressi observava a magia se espalhando sob o pináculo do poço da magia de Sentmar,
alimentado pelos mares furiosos, fontes subterrâneas e as profundidades em ebulição do planeta.
Aqui, o Escolhido tinha criado um dos dois pontos que alcançavam as profundezas da
grande magia que a terra jamais conteve. Guardada pelo primeiro castelo construído sobre a terra,
protegida por salvaguardas que apenas o Escolhido poderia revelar isto alcançava agora a uma
única Feiticeira, pouco disposta a esperar… Pouco disposta a pleitear por outro momento…
Ela era a Sentinela da magia, a fusão de Magos e Feiticeiras mágicas mais uma vez,
arrancada de sua terra para completar a promessa que fez aos guerreiros e magos dentro dos
Planos das Sombras em uma batalha que disse a si mesma, que não era mais do que um pesadelo.
Quando o mal cresceu sobre a terra, a magia elevou-se, expandiu e isto semeou suas
fêmeas, choveu sobre seus machos e dentro das terras férteis de magia, aumentando
silenciosamente. Nem magos, nem o mal, nem humanos imaginaram aquelas mudanças que
ondulavam pelas terras até o momento da primeira Sentinela chegar aos braços dos seus
guerreiros.
***
Garron sorriu quanto um grito horroroso de ira ecoou das Sombras do Inferno.
Encostado contra a entrada daquele reino obscuro, seu dragão ausente de escamas, o
poderoso deus guerreiro mago de fisionomia sombria, esperava.
Ele não tinha tempo para esperar que seu trigêmeo avaliasse as terras escuras apressando
para a entrada. Ele moveu-se então para o irmão que raramente via, e ainda mais raramente
combinava seus poderes.
As portas das Sombras do Inferno fechou com força, grandes fechaduras mágicas
assegurando a única saída desta existência que jamais poderia imaginar, quando foi arremessado
contra isto com toda sua força maligna.
— Você não pode me prender aqui, — ele gritou para a luz dourada criada pelos gêmeos,
dividida de seu vínculo com a sombria criança do mal, implantada dentro de sua mãe há tanto
tempo atrás. — Meu pai não permitirá tal coisa. Ele não vai tolerar minha prisão mais uma vez.

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Garron olhou de volta para o irmão que ele amou no útero, lutou quando criança e
observou horrorizado como seus próprios pais se voltaram contra ele pelos atos que este tinha
cometido.
Ele não conhecia sua verdadeira forma em tantos anos que seus ossos doíam, a falta de
escamas e músculos pesados pareciam estranhos ao seu corpo.
— Seu encarceramento será em breve muito mais longo do que até mesmo o primeiro,
irmão, — ele suspirou tristemente quando o poder criado por ele e seu gêmeo ferveu e dilatou,
queimando sobre eles com tal força que o mais escuro foi forçado a proteger os olhos. — Você
causou muita dor, a terra irá curar enquanto você estiver preso aqui, forçado a observar as ações
sombrias cometidas por você e seu pai enquanto elas forem reveladas lentamente.
— Isto não acontecerá, — o mais escuro gritou. — Meu pai não permitirá…
Penetrante, derrubando pedras e ondulações dentro das Sombras do Inferno, outro grito
rasgou através das cavernas que mantinham os dois por talvez tempo suficiente para permitir que
as Sementes do Escolhido semeassem para se reunir.
— Você não pode fazer isto, irmão. — Fortes e longos dedos, as mãos do Mago agarraram
as barras de ferro fundido com uma magia maior que todas nas terras. — Pense sobre isto, Garron.
Sem sua forma de dragão sua Feiticeira o insultará. Sem isto, seus filhos odiarão tudo o que é pelas
mentiras que você gerar. Eu o ajudei.
— Você me roubou a Feiticeira destinada a ser minha, roubando sua vida, — Garron gritou
furioso. — Em seu renascimento, você assegurou que ela fosse dada a outro, as filhas que
deveriam ter levado meu sangue, semeadas por um de menor magia. Não, meu irmão, você não
me fez nenhum favor, — ele rosnou. — E agora, não lhe faço nenhum favor. Agora, bastardo, eu
recupero tudo o que foi meu há muito tempo, enquanto você observa assegurado pelo poder do
Escolhido e a magia desta terra. Você procurou destruir o que não era para ser destruído e agora
pagará o preço.
O mal não estava totalmente derrotado. As sementes de uma magia maior tinham sido
semeadas, mas Garron sabia que as sementes do mal já estavam semeadas e elevando-se dentro
das terras humanas.
Dando um passo a frente, o gêmeo que ele tinha sido forçado a ficar separado, confrontou
a surpresa do terceiro irmão do qual tinham sido separados completamente.
— Nossa Feiticeira nos aguarda. As filhas que devemos reivindicar serão protegidas por nós,
Dar'el, — ele rosnou baixo com fúria. — E os filhos Magos que logo veremos nascer em segurança
dentro da proteção do Escolhido. Você não os tirará de nós novamente.
Como ele fez duas vezes. Cada vez que o renascimento deles acontecia, ele os destruía, em
seguida, dizia a seus irmãos apenas momentos antes deles serem mortos, levados da vida e
retornando para a magia da terra.
O renascimento não era comum. O Escolhido era conhecido por ser possessivo com a magia
que retornava para ele. Especialmente de sua filha estimada. Mas ele a mandou de volta duas
vezes agora, e cada vez que ela foi tirada deles as terras tinham abalado com raiva.

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Desta vez, o Escolhido a escondeu cuidadosamente, ajudando Garron e seu irmão até que a
primeira Semente pudesse ser encontrada e a Sentinela desse à luz.
Agora, ela os aguardava.
Suas filhas aguardavam pelos verdadeiros pais.
Seus filhos aguardavam nascerem…

***

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