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Cavaleiro Imortal
Marcy Jacks
Revisora do Livro
Capítulo Um
1 As Bruxas de Blair.
Como se pudesse fazer algo assim.
— Ok, eu não sei o que está acontecendo, mas prometo que não
sou um bruxo.
O homem que tinha sido o urso estreitou os olhos.
— Certo. E isso não foi fogo que vi em suas mãos.
Kevin balançou a cabeça.
— Não é desse jeito. Eu não... não sou como um adorador do
diabo ou qualquer coisa. Não tenho ideia de quem seja Keaton. Estou
apenas caminhando aqui.
— Não acredito nele, — disse o homem atrás dele.
Kevin ficou tenso. Mal podia respirar. Em sua mente passava
por todos os cenários onde poderia tentar fugir, o quanto conseguiria
correr, o quão longe, e quais eram suas chances de escapar.
Esses caras poderiam correr mais rápido do que Kevin. Ele
provavelmente não conseguiria dar dez passos, mas isso não o impediu
de querer correr de qualquer maneira. Suas pernas coçavam para fazê-
lo.
— Ele vai fugir. Apenas pegue-o e nós podemos questioná-lo
mais tarde.
Oh, merda. Kevin correu.
— Lá vai ele.
— Agarre-o!
Assim como esperava, não chegou longe antes de ser atacado.
Kevin gritou quando caiu com força. Seu rosto bateu na terra dura, e
queimou quando foi arrastado um pouco.
— Peguei!
— Saia de cima de mim!
Kevin lutou, mas sua luta não fazia nem cócegas para os
homens atrás dele. Agarraram-no pelos pulsos e puxaram as mãos para
trás como se a força de Kevin não fosse nada.
Kevin gritou com eles novamente. Amaldiçoou e lutou e chutou
as pernas, desesperado para tirar esses homens dele, mas eles não se
moviam. Lidavam com ele como se fosse apenas uma criança, o que
poderia muito bem ser, considerado o pouco que poderia fazer contra
essas pessoas. O homem que tinha sido um urso levantou Kevin por
cima do ombro.
— Solte-me! Solte-me!
— Cale-se. Você tem sorte de não tê-lo matando.
Era o fato de que ele tinha ameaçado matar Kevin novamente
que o enviou para o fundo do poço. Esses homens iriam matá-lo.
Estavam sequestrando-o e falavam sobre matá-lo, e esse foi o problema.
Kevin explodiu em chamas com um grito alto, e então continuou
gritando porque estava em chamas, mesmo quando o estranho shifter
gritou e o deixou cair.
Kevin não conseguia parar de gritar ou berrar. O calor era
intenso, e estava cercado pelo fogo. Tinha a intenção de correr quando o
shifter o deixou cair, mas não conseguiu. Ainda estava queimando.
Estava queimando, e estava pirando, e não havia nada que pudesse
fazer para impedir que isso acontecesse.
As plantas e a grama ao redor dele começaram a queimar.
Podia sentir o cheiro e o calor. Kevin cheirava-se queimando, e quando
gritou todo o ar de seus pulmões saiu, então Kevin percebeu que não
podia aspirar outra respiração. O calor era demais. Estava queimando e
não podia respirar, e agora ia morrer. Ia morrer por causa dele e não
por causa desses caras.
Kevin gritou mesmo quando não havia mais ar em seus
pulmões, silêncio, após um ruído desesperado enquanto tentava
absorver todo o oxigênio que possivelmente conseguisse. Tentou e
falhou antes de desmaiar.
Capítulo Dois
2 William Frederick Cody, ou simplesmente Buffalo Bill, foi aventureiro americano nascido no Condado de Scott, Iowa,
EUA. Matou milhares de búfalos num curto espaço de tempo, ficando por isso com o apelido de Buffalo Bill.
aqui com uma faca. Seu rosto não tinha sido queimado, mas ainda doía
de quando foi atacado batendo no chão da floresta.
Ok, o grilhão não estava saindo. Ele precisava descobrir a
quantidade de folga havia sido dada. Talvez pudesse chegar à porta. Se
descobrisse onde estava, poderia sair daqui.
Tão logo seus pés descalços tocaram o chão de concreto frio,
Kevin ouviu alguns dos piores gritos em toda a sua vida. Não era o tipo
de grito que sugeria que um homem estava sofrendo em algum lugar,
mas ritos de raiva, de alguém que estava indo em direção de sua cela,
ou quarto, e estava muito, muito zangado.
Kevin congelou. Merda. Deveria voltar para a cama e fingir que
estava dormindo? Deveria ficar aqui e esperar quem entraria em sua
cela? Não sabia o que fazer, e nunca desejou tanto seus pais em toda a
sua vida adulta.
Um golpe duro soou na porta. Kevin saltou, mas quem estava
do outro lado estava parado. Algumas das vozes eram familiares. Os
homens que o haviam raptado? Mas uma única voz, a voz que mais
gritava, não estava se acalmando de jeito nenhum.
— Podemos fazer-lhe perguntas! Alistair! Acalme-se! Ele pode
conhecer alguém!
— Você trouxe um puto bruxo para minha casa! Vou arrancar a
cabeça dele quando me disser onde Keaton está!
Se houvesse alguma coisa na bexiga de Kevin, ele a teria
esvaziado naquele momento. Alguém queria entrar e matá-lo. Precisava
encontrar uma arma, alguma coisa, qualquer coisa que pudesse usar
para protegê-lo, mas não havia nada no quarto com ele. Havia apenas
lençóis finos, colchão e a cama que estava aparafusada no chão,
portanto, não poderia empurrá-la contra a porta.
— Alistair! Pare com isso!
Ruídos estridentes soavam com o que tinha de serem as
fechaduras sendo abertas, e a porta de metal pesada abriu
suficientemente forte que bateu contra a parede da cela de Kevin.
Outro grande e forte homem marchou em sua direção. Kevin
recuou, segurando as mãos.
— Não sou um bruxo, e não conheço nenhum Keaton! Por favor!
Eu não fiz nada!
O homem grande com os olhos brilhantes âmbar não parecia
ouvir Kevin, e se fez, com certeza não parecia se importar com nada que
Kevin estava dizendo quando agarrou Kevin pela garganta e empurrou-o
forte contra a parede da cela.
Kevin mal tinha folga suficiente na corrente em torno de seu
tornozelo, então teve sorte que foi capaz de ir tão longe sem o pé ser
arrancado fora, porque estava certo de que era o que teria acontecido se
este cara não parasse.
Kevin segurou firmemente o braço do homem para que não
engasgasse.
— Meu nome é Kevin Alartis. Moro em Michigan com meus pais.
Eles sabem que estou aqui em cima, e vão procurar por mim. Acabei de
sair da faculdade, pelo amor de Deus. Não quero morrer. Por favor, não
me mate!
A qualquer momento, esperava que o homem apertasse os
dedos um pouco mais apertados na garganta de Kevin, para sufocá-lo e
acabar com ele. Kevin não percebeu que estava chorando até que
passaram alguns segundos e ainda conseguia respirar. Ele não conseguia
entender.
Exceto que ainda não estava sendo sufocado até a morte. O
homem gigante apenas continuou olhando para ele, olhando para ele, na
verdade.
— Uh, ei, Alistair?
Kevin quase esqueceu que havia pessoas atrás dele, que os
homens que o haviam sequestrado ainda estavam em sua cela com esse
novo cara.
O novo cara, Alistair, ainda estava olhando para ele, como se
não tivesse visto nada como Kevin em toda a sua vida.
O homem provavelmente poderia sentir a pulsação de Kevin em
seu pescoço ainda martelando, mas estava apenas olhando para ele.
Talvez isso fosse uma coisa boa. Talvez significasse que o cara
não queria matar Kevin e ainda havia uma chance de ele conseguir sair
disso com sua vida.
— Não sou um bruxo. Não sou o que seus amigos disseram
sobre mim. Isto é um erro. Por favor, não me mate.
— Por que seus olhos são assim?
Kevin piscou. Agora estava realmente começando a ficar
maluco.
— Eu nasci assim.
— Um olho dourado e outro azul? Bem desse jeito?
Kevin não entendeu qual era o problema. Claro, havia pessoas
que gostavam de seus olhos. Tinha conseguido encontros por causa
disso, mas se esse homem estava hesitante em matá-lo porque achava
que os olhos de Kevin eram interessantes, então Kevin usaria isso em
seu proveito.
— Sim, apenas assim. Não sou um bruxo. Não fiz isso para
mim. Nasci assim.
O homem continuou a olhar para ele, a mão ao redor do
pescoço de Kevin não tão ameaçadora mais, já não estava segurando
tão apertado.
Mas ainda era uma ameaça.
Alistair não estava olhando mais, então isso era algo. Sua
expressão parecia um pouco mais relaxada quando se inclinou e,
inesperadamente, passou a língua pela garganta de Kevin.
Kevin estremeceu, e gemeu sem querer. A onda de prazer foi
súbita e completamente inesperada. O toque daquela língua morna e
molhada em sua pele era diferente de tudo o que Kevin já sentira antes
em toda a sua vida, e não só seu mamilo endureceu, mas também o seu
pênis.
Os homens atrás deles falaram mais uma vez.
— Alistair? Você está bem?
— Sim, o que você está fazendo?
Kevin não podia desviar o olhar do outro homem agora. Sentiu
os pés dele tocando o chão enquanto Alistair o abaixava, e enquanto sua
mão já não agarrava o pescoço de Kevin, seus dedos permaneceram na
pele de Kevin.
O toque queimou como não tinha antes. Ou talvez tivesse, e
esta foi a primeira vez que Kevin percebeu. Estava paralisado, e não
podia parar de olhar para o outro homem.
Que diabos tinha acontecido? Por que esse homem parecia tão
familiar?
— Eu... eu conheço você?
A mão de Alistair ainda estava sobre ele, descansando
suavemente no ombro de Kevin, seus dedos tocando a garganta de
Kevin. Parecia ter dedos ásperos e com calos, mas não tinha. As mãos
do homem estavam cicatrizadas, como por fogo, mas o toque de seus
dedos era suave e reconfortante. Davam uma sensação de prazer agora
que Kevin não achava que esse homem iria matá-lo. Queria ser tocado
mais.
Kevin se viu inclinando para frente. Queria mais desse toque.
Também não podia desviar os olhos daqueles olhos.
Estavam sugando-o, intoxicando-o, acalmando-o.
— Alistair!
Um dos homens atrás de Alistair agarrou-o pelo ombro,
puxando-o. Sua expressão era sombria enquanto olhava para Kevin,
tomando seu amigo pelos ombros.
— O que você tem? Estale fora dele! Ele está lançando um
feitiço em você!
Kevin ficou tenso.
— O que? Não, eu não estou! — Ele estava ficando com raiva
agora. — Você vai parar com a coisa de bruxo? Você me raptou!
— Eles fizeram isso na sua cara?
Kevin piscou.
— O que?
Alistair estendeu a mão, os dedos suavemente tocando o rosto
de Kevin, bem no ponto onde mais machucou.
— Desculpe, — Alistair disse quando se encolheu.
Kevin nem sequer sabia o quão ruim parecia. De repente,
estava consciente disso, de como estava horrível e desfigurado,
enquanto estava flertando com um dos homens que o havia
sequestrado. Bem, Alistair não estava lá no sequestro, mas disse que
queria matá-lo.
— Eles fizeram isso, não é? — Alistair fez um barulho baixo e
ameaçador enquanto se voltava para os amigos.
— Pelo bem dos Deuses, Alistair. Nós somos seus amigos, seus
irmãos! Ele está lançando um feitiço em você.
— Não, eu não estou! — Kevin disse.
Ele não tinha ideia do que estava acontecendo, além do fato de
que era Alistair quem parecia ser o mais interessado em proteger Kevin
dessas pessoas, e mantê-lo de se machucar. Kevin pegou a mão de
Alistair e apertou-a com força. Não se importou como fodido isto era. Se
Alistair era sua única esperança, então Kevin faria qualquer coisa e tudo
em seu poder para ficar do lado bom do homem.
— Por favor, não deixe que eles me matem. Tenho pais. Quero
poder vê-los novamente. Acabei de me formar na faculdade. Não quero
morrer.
— Não vou deixar que eles te toquem, — Alistair rosnou,
andando completamente entre Kevin e os homens que o tinham
sequestrado.
Kevin não questionou. Colocou as mãos nas costas de Alistair,
agarrando a jaqueta de couro do homem, desesperado para manter
Alistair com ele, para não deixar o homem ir. Também o segurava assim
evitando cair. Uma fraqueza repentina o atingiu, fazendo seus joelhos
caírem sob o peso de seu próprio corpo. Kevin precisava de ajuda para
ficar de pé.
Seu cérebro estava sendo inundado com alguma coisa, com
muita informação, e não conseguia se concentrar em nada, exceto num
único fato.
Alistair estava segurando-o. Alistair podia ser confiável. Kevin
não se importava que esses pensamentos fossem estranhos nesse
contexto, porque não queria morrer. Não queria ser morto. Mal
começara a viver.
— Nenhum de vocês estará machucando-o. Ele está vindo para
cima comigo.
— Você não pode estar falando sério.
— Yuki, se você tentar ficar no meu caminho, irei te machucar.
Kevin estremeceu.
Outro dos homens falou.
— Ele é um bruxo! Dez segundos atrás estávamos tentando
impedir que você o matasse! Você não vê o que está acontecendo!
Alistair sacudiu a cabeça.
— Ele não é um bruxo.
Kevin olhou para cima quando percebeu que Alistair estava
olhando para ele, algo tão afetuoso e quente em seus olhos que a
agradável sensação vibrante retornou ao intestino de Kevin.
A sensação de que ele estava bem aonde pertencia.
— Ele é um feiticeiro.
Kevin não entendeu. Aparentemente, nem os amigos de Alistair.
— O que? Como você sabe?
— Não há mais feiticeiros.
— Ele é um. Não sinto nenhum negrume ou antinatural nele. Se
vocês idiotas se incomodassem em prestar atenção, também poderiam
sentir isso.
Todo mundo estava quieto. O único ruído no quarto que Kevin
podia ouvir era o som de seu próprio coração batendo contra seus
tímpanos.
— Eu... não sei o que é um feiticeiro, e não tenho certeza se sou
um, — Kevin começou, — mas isso significa que não vai me matar?
Alistair balançou a cabeça, algo em sua voz mudando, quase
quebrando.
— Não, querido. Eu nunca te machucaria. Juro pelos deuses,
não o faria.
Será que este homem apenas chamou Kevin de querido?
Ele sentiu como se devesse protestar contra isso. Não conhecia
esse homem, e ainda estava em um estranho grilhão que parecia
amortecer seus dons.
Mas ouvir aquela palavra da boca de Alistair soou bem. Isso fez
Kevin querer cair no peito de Alistair e segurar firme. Não iria querer
deixá-lo ir enquanto inalava seu cheiro e se aconchegava lá, como um
gatinho, como se fosse aonde pertencesse.
Não, era mais forte do que isso. O sentimento não era apenas
um sentimento de pertencer. Era uma sensação de estar longe por muito
tempo e apenas estar voltando para casa agora.
Alistair ajoelhou-se. Agarrou o grilhão e a corrente que
mantinha Kevin preso no chão, e com um puxão duro que fez Kevin
saltar, Alistair arrancou o grilhão, destruindo o metal e libertando a
perna de Kevin.
— Alistair! Você é louco?
— Ele é meu companheiro, Garrick, — Alistair disse, chocando
Kevin.
Companheiro? Essa palavra não era algo que parecia se aplicar
aos seres humanos. Os seres humanos tinham namorados ou
namoradas, cônjuges e parceiros, mas não companheiros.
E, no entanto, como tudo mais, aquela palavra fez Kevin se
derreter em quão perfeitamente adequada era. Era como se tudo dentro
dele estivesse esperando por esse homem para chamá-lo disso, estava
esperando Alistair por toda a sua vida, e a palavra companheiro parecia
solidificar algo que se acumulava dentro do corpo de Kevin.
Kevin não se conteve desta vez. Ele se inclinou contra o peito de
Alistair com um suspiro. Colocou os braços ao redor da cintura de
Alistair, sem saber por que, mas fazendo isso de qualquer maneira
porque se sentia muito bem, e não queria questionar isso.
Alistair beijou e acariciou o cabelo de Kevin.
— Isso mesmo, querido, você está em casa. — Outro beijo
suave, outro gesto reconfortante antes da voz de Alistair rachar. — Sinto
muito por ter falhado com você.
Kevin não tinha certeza do que ele estava falando ou por que se
sentia tão calmo agora, mas sabia que isso era certo. Isso era tudo que
sempre quis em toda a sua vida, e agora que estava aqui, realmente se
sentia como se estivesse em casa.
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
3 Um acampamento residencial em que as crianças passam por um programa de exercícios, mudança de dieta, etc. destinado a ajudá-
los a perder peso.
— Como você pode usar o fogo? — Alistair perguntou desde que
Kevin não tinha respondido a essa parte.
Kevin engoliu em seco.
— Honestamente, eu não sei. Nunca gostei muito do fogo.
Sempre estava um pouco assustado de estar muito perto de fogo ou de
uma vela queimando durante a noite. Posso estar perto do fogo, mas
deixar isso sozinho me incomoda. Nunca soube explicar, mas acho que
agora que sei como morri, faz mais sentido.
Alistair voltou-se para olhá-lo.
— Você não precisa mais explicar. Desculpe por ter feito você
nos contar isso.
Kevin balançou a cabeça.
— Está bem. Não estava desconfortável ou qualquer coisa.
O que era uma mentira, mas Kevin era um adulto, e certamente
poderia responder algumas perguntas por vontade própria.
Alistair rapidamente mudou de assunto.
— Depois de comer, vou pegar suas roupas. Elas devem estar
prontas. Vou dar-lhe um passeio pela casa e os terrenos. — Alistair usou
a espátula para prender os ovos de Kevin, colocando a torrada e bacon
em seguida antes de pegar uma faca e habilmente cortar uma maçã.
Poderia ter sido um chef com a maneira como seus dedos se moveram.
Colocou o prato na frente de Kevin, voltando para o bife, salgando-o
antes de colocar mais ovos em cima dele. Ele trouxe para a mesa,
olhando furiosamente para William, que lhe sorriu de volta.
— Algo que eu possa te ajudar, irmão? — Ele disse tão
docemente que era quase como se não percebesse o que Alistair poderia
estar olhando para ele.
Alistair sorriu de volta, muito menos docemente.
— Sim, você pode mover seu traseiro. Esse é o meu lugar.
William riu, assim como os outros ao redor da mesa.
Kevin relaxou. A maneira como eles falavam entre si soava
rude, mas era familiar. Foi assim que se uniram como irmãos, e Kevin
percebeu que realmente não tinha nada com o que se preocupar, mesmo
que Alistair rosnasse para eles, e mesmo se eles acabassem lutando uns
com os outros, ainda seriam amigos.
Alistair sentou-se ao lado de Kevin, e mesmo que ele não
olhasse para Kevin, Kevin ainda sentia o mesmo sentimento de felicidade
por poder sentar lá.
— Bem, já que você é um idiota e não está cozinhando para
nós, e nos deixou famintos... — William foi até a geladeira, abriu-a
pegando outro bife. Os outros se levantaram para fazer o mesmo,
fazendo suas refeições ansiosamente.
Kevin tinha a impressão de que eles também estavam
cozinhando apenas para ter uma desculpa para se sentar à mesa e fazer
mais perguntas enquanto eles comiam.
Alistair parecia entender isso também.
— Se nos apressarmos, podemos pegar suas roupas e partir
daqui.
Kevin acenou com a cabeça, sentindo-se um pouco culpado por
abandonar os homens que possuíam esta casa, uma casa na qual ele era
um convidado, mas Kevin ainda queria mais tempo sozinho com Alistair,
e pretendia obter o máximo de tempo possível.
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Alistair não podia acreditar que uma ideia tão ridícula e até
estúpida pudesse vir de alguém tão inteligente quanto seu companheiro.
Que Alistair quisesse afastar seu companheiro era ridiculamente
tolo, e tinha toda a intenção de mostrar ao seu companheiro o quão tolo
esse pensamento era quando beijou e sugou os lábios do homem,
enquanto enfiava a língua na boca de Kevin e lambeu-o profundamente,
enquanto empurrava seu joelho entre as pernas de Kevin, ouvindo
aquele suave gemido enquanto Alistair reivindicava o que amava.
Kevin gemeu. Estendeu a mão e apertou firmemente o cabelo
de Alistair antes que seus dedos se movessem para a parte de trás do
pescoço de Alistair, em seguida, para seus ombros, como se não
conseguisse descobrir por si mesmo onde queria que suas mãos fossem.
Alistair não se importou quando seu companheiro decidiu tocá-
lo. Alistair afastou as bocas com outro suspiro áspero.
— Me toque em todo lugar. É isso, querido, adoro quando suas
mãos estão em mim.
— Assim?
Kevin colocou as mãos na parte de trás do pescoço de Alistair, e
os olhos de Alistair se fecharam através do prazer do contato simples
pele com pele. Ele assentiu.
— Assim, mas mais.
Ele precisava de mais. Alistair olhou ao redor, avaliando quanto
tempo levaria para que os dois voltassem para a casa e fossem para seu
quarto antes que pudessem ficar nus, e decidiu que demoraria muito.
— Não posso esperar para chegar ao nosso quarto. Preciso de
você aqui. Agora mesmo.
— Agora mesmo?
Alistair resmungou.
— Agora mesmo.
Kevin piscou, embora não parecesse pensar muito antes de
assentir e começou a puxar a jaqueta de couro e a camisa branca de
Alistair.
— Tire isso.
O gato dentro de Alistair rugiu para a vida.
— E eu aqui estava preocupado que você teria alguns
escrúpulos em fazer amor ao ar livre.
— Pare de falar. Você pode me fazer pensar duas vezes sobre
isso.
Alistair riu, suas próprias mãos puxando o cinto e o jeans de
Kevin.
Kevin parecia estar tentando deixar Alistair nu. Alistair
simplesmente queria tirar a calça de seu companheiro. Eles não
precisavam estar totalmente nus para o que Alistair tinha em mente.
Na verdade, achava que estava bom o suficiente quando
colocou a calça de Kevin em torno de seus joelhos. Tirá-la
completamente estava fora de questão considerando que os sapatos de
Kevin iriam dificultar isso, mas Alistair não se importava.
O desespero em seu peito, em seu pênis e bolas, era muito
doloroso.
— Vire-se.
Kevin não o questionou. Fez o que lhe mandara, encostando-se
a árvore e afastando-o.
— É isso que você quer?
— Tem sido tudo que eu pude pensar por séculos.
Algo nos olhos de Kevin suavizou naquelas palavras. Merda.
Alistair não queria lembrar da sua companheira das coisas mais sombrias
em seu passado compartilhado, mas era tarde demais.
Alistair corajosamente fingiu que não tinha dito nada que
pudesse arruinar o humor que estavam. Simplesmente se inclinou sobre
as costas de seu companheiro e pressionou beijos quentes e aquecidos
para o ombro e pescoço de Kevin, balançando os quadris contra o
traseiro de Kevin, gemendo enquanto seu pau grosso empurrava entre
as bochechas da bunda de Kevin.
Isso se sentiu bem, então Alistair fez isso de novo, empurrando
seu pau para aquele espaço apertado. Pressionou as bochechas de Kevin
juntas para fazer a sensação apertada muito mais erótica e sensual.
Kevin gemeu, deixando cair sua testa contra o braço, tremendo
com a antecipação.
— Você gosta quando pressiono meu pau contra sua bunda
assim.
Ele não estava fazendo uma pergunta, e Kevin acenou com a
cabeça.
— Bom menino.
— Nós... — Kevin teve que fazer uma pausa, aparentemente
para respirar. — Nós fizemos sexo assim, você sabe, na nossa vida
passada? Todo sensual e ao ar livre, coisas assim?
— Fizemos, — disse Alistair. — Estou feliz por você querer as
mesmas coisas que antes. Estava preocupado que não saberia como
agradar você neste corpo.
Alistair substituiu seu pênis com os dedos, e desta vez
pressionou firmemente contra o ânus de Kevin, usando o pré-sêmen que
deixara como um lubrificante. Não era muito, mas era algo, e foi capaz
de deslizar um dedo dentro.
— Tem certeza de que isso não o incomoda? Que sou um
homem?
Alistair parou, pensando na pergunta antes que rosnasse baixo
em seu peito.
Enganchando um braço em torno do peito de Kevin, Alistair
empurrou o dedo mais fundo dentro do corpo de Kevin, profundamente o
suficiente para que pudesse empurrar todo o caminho até seu terceiro
nó e sentir o arrepio e a vibração do gemido de Kevin contra seu peito
quando Alistair acariciou a próstata do homem.
Isso era o quão perto estavam um do outro. Alistair estava de
costas para o peito de Kevin, e Alistair não tinha intenção de deixar seu
companheiro ir.
— Isso parece que não quero você? Que isso me incomoda?
Alistair deixou seu dedo escorregar mais uma vez contra a
próstata de seu companheiro.
Seu corpo inteiro sacudiu, mas não parecia que iria gozar ainda.
Alistair rosnou no ouvido de Kevin, mordendo a orelha enquanto
se agarrava a ele.
— Quero você. Não vou dizer isso de novo. Você é meu
companheiro, e não desejo mais ninguém, além de você.
Alistair era um mentiroso, e até mesmo ele sabia disso. Disse
que não iria dizer isso de novo, mas se isso era algo que seu
companheiro precisava ser tranquilizado todos os dias pelo resto de suas
vidas, Alistair iria fazê-lo. Faria qualquer coisa para cuidar da segurança
e felicidade de seu companheiro.
Eu me machuquei antes. Falhei com você uma vez antes. Não
vou fazer isso de novo.
Kevin sacudiu e balançou abaixo dele.
— Al-Alistair! Eu preciso disso! Por favor, eu preciso disso!
— Você quer meu pau dentro de sua bunda?
— Sim!
Alistair riu.
— Meus dedos não te agradam o suficiente?
Kevin hesitou, como se em um leve pânico sobre se sua
resposta causaria qualquer ofensa. No final, ele pareceu desistir de
cuidar de qualquer ofensa possível, dado que balançou a cabeça.
— Não é o suficiente. Preciso de mais. Quero você dentro de
mim, por favor. Sinto que vou explodir.
Alistair acreditou nele.
— Posso sentir a tensão em seu corpo. Você quer isso. Seu
desejo. Alistair mordeu o lóbulo da orelha de seu companheiro mais uma
vez, decidindo que era um de seus lugares favoritos no corpo de seu
companheiro. — Você só esteve vivo por algumas décadas, mas os
séculos de luxúria e desejo ainda estão lá. Você quis isso. Você precisou
disso. Mesmo que você não soubesse.
Kevin acenou com a cabeça, ofegante por respirar, enquanto
arqueava contra o dedo de Alistair.
— É provocação demais para você? Você está realmente tão
desesperado?
Kevin gemeu.
— Estou! — Ele gritou.
Mais dessas provocações e Alistair teria seu companheiro
soluçando com desespero e necessidade. Não podia fazer isso com seu
companheiro. Precisava mostrar um toque de bondade.
— Sinto muito, querido. — Alistair tirou o dedo do ânus de
Kevin. Kevin não disse nada, mas gemeu profundamente quando o dedo
de Alistair não estava mais dentro dele.
Se era de alívio para o que estava por vir, a coisa que Kevin
claramente queria mais, ou a decepção com o que tinha acabado de
perder, Alistair não tinha certeza absoluta.
O jeans de Alistair estava solto em torno de seus quadris. Kevin
não tinha tido êxito quando tentou despreocupadamente empurrar a
roupa de Alistair para baixo, mas pelo menos isso significava que o
lubrificante que Alistair mantinha em seu bolso estava em fácil alcance.
Kevin franziu o cenho um pouco enquanto olhava por cima do
ombro dele, então balançou a cabeça em uma risada morosa.
— Você realmente trouxe isso?
— Não finja que não está aliviado, querido, — Alistair ronronou.
— Você está feliz que eu o trouxe junto.
Kevin encolheu os ombros, tentando fingir indiferença, mas
Alistair o conhecia.
— Acho que foi uma boa ideia.
— Você acha, não é?
Alistair deixou sua mão deslizar para frente do estômago de
Kevin, sentindo o estremecimento de seu companheiro ao longo de sua
barriga lisa.
— Eu deveria te ensinar uma lição?
— Essa lição envolve estar dentro de mim?
— Não, isso envolve eu te provocando e provando até que você
implore por meu perdão e exija ter meu pau dentro de você.
Kevin gemeu.
— Estou implorando agora. Por favor, não me faça esperar
mais.
Alistair estalou a língua.
— Suponho que sim.
Suas palavras tiveram o efeito desejado. Kevin soltou um
grunhido curto quando finalmente perdeu toda a paciência e virou-se
para Alistair.
— Desculpe! Está bem! Estava apenas brincando, meu pau e
bolas estão começando a doer seriamente! Por favor! Preciso disso! Quer
que eu diga de novo?
— Não.
Alistair não precisava ouvir de novo porque estava no mesmo
barco que seu companheiro.
Alistair nunca tinha feito um trabalho mais descuidado em sua
vida de lubrificar seu pênis. Acariciou uma camada rápida sobre o
comprimento de seu eixo antes de pressionar a cabeça do pênis contra o
ânus de Kevin.
— Você está tremendo.
— Posso lidar com isso. Realmente preciso disso, — Kevin disse
em um gemido, e Alistair realmente acreditou nele naquele momento.
Alistair avançou. Segurou a base de seu pênis firme contra a
primeira resistência inicial. Saltou facilmente através dessa barreira. O
sexo que ele e Kevin tiveram na noite passada preparou o corpo de
Kevin o suficiente para ser penetrado novamente, e parecia que Kevin
ainda estava pronto para ele.
Seu companheiro suspirou, embora o resto de seu corpo
permanecesse tenso enquanto Alistair empurrava mais profundo dentro
dele.
— Relaxe, querido. Não quero te machucar.
Kevin assentiu com a cabeça.
— Eu sei. Não posso evitar. Apenas continue. Tão bom.
— Isso é bom? — Alistair afundou-se mais profundamente
dentro de seu amante.
Kevin apertou os olhos, balançando a cabeça, em seguida,
gemendo.
— Sim. Deus, é como voltar para casa.
Isso era só porque estava voltando para casa. Eles eram a casa
um do outro, e Alistair se sentia da mesma maneira sempre que estava
dentro de seu companheiro, mas especialmente quando estava
profundamente dentro até as bolas em seu companheiro.
Alistair gemeu, um som profundo e gutural enquanto beijava e
chupava o lado da garganta de Kevin, muito feliz, também em paz para
fazer qualquer outra coisa além de beijá-lo e adorá-lo.
Sim, isto era exatamente o que se sentia como casa. Agora que
Alistair tinha o encontrado, como diabos conseguiu sobreviver por tanto
tempo sem ele?
Kevin não esperou. Era aparentemente um homem de ação
enquanto empurrava seu traseiro contra o pesado pau de Alistair, seu
ânus encheu com o pênis de Alistair enquanto Kevin procurava seu
próprio prazer.
Alistair sorriu, olhando para o traseiro de seu companheiro
enquanto empurrava para frente e para trás contra seu pau.
— Você é perfeito. Poderia ficar aqui assim, apenas assistindo
você. Não há nada melhor que isso.
Kevin estourou em uma pequena risada, olhando por cima do
ombro.
— Tem certeza disso?
Alistair só precisou pensar nisso por um momento antes de ter
sua resposta.
— Você está certo. Há algo melhor.
Alistair agarrou Kevin com força pelos quadris antes de bater
para frente, duro e rápido dentro do corpo de seu companheiro.
O gemido duro e pesado que escapou da garganta de Kevin,
quase como se estivesse puxado contra sua vontade, era mais que
suficiente para fazer Alistair continuar, para fazê-lo segurar seu
companheiro mais apertado, fodendo-o mais duramente, até Kevin não
apenas precisar segurar na árvore na frente dele para se sustentar
enquanto mantinha o traseiro para trás, mas também usá-la para evitar
ser fodido no chão.
Alistair não conseguia evitar. Como ontem à noite, quando
queria que as coisas fossem lentas, para fazer amor lentamente como
havia pensado durante tantos séculos, isso não era o que foi capaz de
dar ao seu companheiro. Aquilo era mais duro, mais áspero e rápido e
nada romântico ou digno de seu companheiro, mas não conseguia se
conter, e Kevin quase não parecia se importar.
— Foda-me, assim. Oh merda, ali mesmo!
Ele definitivamente parecia estar desfrutando do que estava
acontecendo, e suas palavras, seus gemidos e seus suspiros só
incentivavam Alistair a continuar, a foder com mais força enquanto
continuava apontando para aquele ponto doce, para continuar cutucando
com a cabeça de seu pênis.
— É este o ponto? Bem aqui?
Kevin assentiu com a cabeça, os olhos ainda fechados com
força, embora sua boca permanecesse aberta enquanto gemia e
suspirava.
Isso não foi bom o suficiente.
— Responda-me, gatinho. Você estava tão falando antes.
Kevin rosnou, olhando por cima do ombro para Alistair com
luxúria em seus olhos.
— Quero que você... continue fazendo... oh! Que! Continue
fazendo isso!
— Não tenho certeza do que você está falando. — Alistair
gostava de ser engraçadinho, embora estivesse claro que seu
companheiro não o apreciava.
— Você sabe o que eu quis dizer!
Alistair sorriu através do prazer. Seus dedos curvaram e
apertaram a cintura de Kevin, machucando o homem, mas continuou a
jogar seu jogo.
— Você quer dizer isso?
Alistair inclinou os quadris para frente, criando um amplo círculo
que forçou seu pênis a empurrar contra a próstata de Kevin e
permanecer lá.
Aparentemente, a partir dos sons que seu companheiro estava
fazendo, parecia que o ato não era apenas agradável, mas também um
pouco doloroso em sua provocação.
— Se você não gostar tanto, então deve me dizer para parar. —
Alistair estendeu a mão, encontrando as bolas apertadas de Kevin logo
atrás de seu pênis. Kevin gemeu impotente quando foi tocado assim,
enquanto Alistair revirava os dedos e massageava as bolas de Kevin.
— Elas estão apertadas. — Alistair gemeu, precisando soltá-las
enquanto golpeava seus quadris para frente e para trás, apertando os
dentes pelo jeito que seu companheiro continuava a espremer seu
traseiro ao redor do seu pau. — Se for demais, então me diga.
— Não muito! — Kevin gemeu, balançando a cabeça. — Deus,
não muito.
Bom. Isso foi muito bom. Alistair puxou seu pau de volta antes
de empurrá-lo profundamente dentro de seu companheiro. Olhou para
baixo, observando como o comprimento de seu pau aparecia e
desaparecia dentro desse espaço apertado, sentindo a maneira como
Kevin apertava firmemente em torno dele.
— Você quer isso tanto quanto eu, não é?
Kevin ofegou impotente, segurando a árvore enquanto assentia
com a cabeça.
— Sim.
Kevin olhou de volta para ele para que Alistair pudesse ver a
explosão cheia de luxúria que vinha desses olhos coloridos. Olhos de seu
companheiro.
Alistair abrandou o impulso de seus quadris, mas segurou tão
firmemente a cintura de Kevin, fazendo o homem gemer enquanto
empurrava para frente duro, batendo na sua bunda.
— Acho que você quer isso mais do que qualquer outra coisa, —
Alistair ronronou. Beijou o lado da garganta de Kevin, saboreando cada
ondulação de prazer que corria através dele cada vez que empurrava seu
pênis para frente, batendo naquele ponto doce.
— Todo barulho que faz, cada tremor de seu corpo, isso é tudo
para mim. É por causa disto. Ninguém nunca vai fazer você se sentir tão
bem, estar tão completo. Você entende?
Kevin assentiu, embora não dissesse nada. Desesperado,
indefeso e gemendo nada deixou sua garganta enquanto lutava para
respirar.
Alistair lutou para conter seu próprio prazer, para manter isso
acontecendo o maior tempo possível, mas não parecia que pudesse ir
tão longe e por muito tempo. Ele queria. Deuses, queria a habilidade de
fazer amor com seu companheiro por horas, para que fosse apenas os
dois e ninguém mais.
Não ia ser assim. Mesmo sendo um cavaleiro imortal como ele,
não conseguiria conter o apelo do prazer para sempre. Gozou quase
contra a sua vontade, e Alistair gritou alto através da corrida de energia
e sensação. Mordeu o ombro de Kevin, desesperado para abafar o som.
Kevin gritou e gozou antes que seu ânus apertasse ao redor do
pau de Alistair, espremendo ainda mais o prazer de seu corpo.
Alistair gritou novamente, primeiro pelo prazer e, depois, pela
dor, em seguida, o repentino alívio de prazer novamente quando os
espasmos Kevin tornaram-se mais suave. O outro homem caiu enquanto
Alistair terminava.
— Ainda não terminou, querido. — Alistair lambeu o lugar no
ombro de Kevin que tinha mordido. Ia deixar um hematoma lá por causa
disso. Já tinha deixado tantos hematomas de amor em seu companheiro.
Alistair precisava aprender um pouco de autocontrole, ao que parecia.
— Oh Deus, oh meu Deus, — Kevin gemeu, balançando a
cabeça. — Acho que não posso ficar mais tempo de pé.
Alistair sorriu, beijando as marcas de amor que deixara.
— Você não está de pé agora.
Kevin olhou para ele.
— O que?
Alistair riu.
— Estou segurando você. Eu e aquela árvore, de qualquer
maneira.
Kevin olhou para os braços de Alistair em torno de sua cintura,
em seguida, a árvore, então deve ter percebido que não havia força em
seus joelhos. Ele gemeu.
— Merda, desculpe.
— Nunca se desculpe. — Alistair gentilmente virou seu
companheiro para que pudesse olhar naqueles olhos lindos mais uma
vez. Beijou Kevin docemente na boca. — Você nunca precisa se
desculpar. Acho que é muito adorável.
Kevin gemeu, insinuando que não achava que fosse tão
adorável, mas abriu a boca, deixando-se beijar, ser provado, e Alistair
estava no céu enquanto empurrava sua língua dentro da boca de seu
companheiro.
Seu companheiro se sentiu diferente do que Alistair lembrava,
mas isso era apenas do lado de fora, Alistair achou que ele era capaz de
se acostumar rapidamente.
No interior, parecia o mesmo. Kevin tinha a mesma
personalidade e doçura que Alistair amava, e isso era a única coisa que
importava.
Até que Alistair sentiu uma dor súbita e aguda em sua parte
inferior das costas.
Ele se afastou de seu companheiro, girando ao redor com um
rugido áspero, balançando suas garras fora para o homem que tinha
ousado interrompê-lo.
Keaton saltou para trás, evitando habilmente as garras do gato
de Alistair.
Alistair ofegava, a dor era demais, mas não ousava afastar os
olhos de seu alvo. Ainda estava ciente do que estava acontecendo atrás
dele enquanto Kevin se apressava para endireitar sua roupa, fazendo
com que ele não estivesse tão exposto diante de um possível ataque.
Alistair grunhiu ao ver que o corpo de Keaton estava
ligeiramente inclinado para o lado, observando Kevin.
Alistair pisou de lado.
— Não ouse olhar para ele.
Keaton voltou sua atenção para Alistair, onde deveria ter estado
o tempo todo. Ele franziu a testa um pouco.
— Eu não sabia que você preferia a companhia de homens.
— Não é seu negócio o que eu prefiro. Saia daqui.
— Jesus Cristo, Alistair! Ele te esfaqueou pelas costas!
Kevin aproximou-se dele, aproximando-se. Alistair sentiu o
toque das mãos de seu companheiro na parte inferior das costas, mas
Kevin pareceu hesitante em colocar as mãos na ferida.
Keaton devia ter visto os olhos de Kevin, no entanto, e isso era
tudo o que precisava ver antes que o outro desse mais um passo.
— Ela voltou.
Ele disse isso como se estivesse olhando para um fantasma
vivo, respirando, e cada instinto protetor dentro de Alistair brilhou para a
vida quando subitamente transformou-se em sua forma de leão.
Capítulo Nove
Capítulo Dez
4-As regiões do espaço além da atmosfera terrestre; os céus. Civilizações antigas e medievais que ocupavam o espaço acima da
esfera da lua e compunham as estrelas e planetas.
A porta foi aberta com um estrondo. Alistair quase deixou cair a
bandeja de comida em suas mãos quando viu Kevin no chão e mal
parecia lembrar de colocá-lo na cama antes de ficar de joelhos ao lado
de Kevin.
— Vou parar de sair do quarto se você continuar acordando
antes de eu voltar.
— É verdade? — Kevin engasgou com as palavras. Ele não podia
evitar. Era muito para lidar com isso. A dor latejava em seu peito, e doía
tão fodidamente que mal podia respirar.
Alistair piscou, como se não entendesse o que isso poderia
significar.
— O que é verdade?
— Eu estava grávida? Naquela época. Quando o fogo começou.
Kevin mal podia falar sobre isso. Sentiu como se um membro
tivesse acabado de ser arrancado. Agora que sabia disso, que sentia a
perda, a intensidade foi surpreendente e fez o seu coração vibrar
dolorosamente.
Sua barriga não tinha estado tão grande, em sua vida passada
quando tinha sido mulher, mas agora mais lembranças estavam
voltando, e podia se lembrar explicitamente de estar animada, tricotando
um cobertor de bebê, e conseguindo um berço feito por Alistair.
A expressão de Alistair suavizou, e Kevin soube que ele estava
certo. Isso não estava apenas em sua cabeça. Isso realmente aconteceu,
e agora estava sentado aqui, no chão, sentindo-se tão completamente e
totalmente vazio que não tinha ideia do que deveria fazer sobre isso.
— Venha aqui, querido. — Alistair passou os braços em volta
dos ombros de Kevin, abraçando-o com força, segurando-o perto e
balançando-o, pois a dor era demais. Kevin chorou. Realmente chorou, e
não conseguia se conter, apesar de se sentir meio estúpido por fazê-lo.
Ele era um homem, não era como se tivesse perdido um bebê
nesta vida. Isso era impossível, mas sentiu mesmo assim. Ele não
conseguia se livrar desse sentimento. Algo havia morrido dentro dele.
Alistair o silenciou, falando suavemente, deixou Kevin chorar
tudo que precisava, e não o julgou por ser tão emocional.
Eles ficaram assim por alguns minutos, mesmo por muito tempo
depois que Kevin terminou de chorar, Alistair o deixou sentado em seu
colo, acariciando suas costas suavemente e seu cabelo e o beijando.
— Você está se sentindo bem para comer?
Kevin estava morrendo de fome, mas balançou a cabeça.
— Não, desculpe. Não quis fazer você passar por todo esse
problema.
Alistair riu.
— Não é problema nenhum. — Ele acariciou com as mãos o
cabelo de Kevin novamente. — Tem certeza de que está bem?
Kevin balançou a cabeça antes de assentir.
— Eu só não posso acreditar que tinha me esquecido sobre isso.
Agora que me lembro, parece uma coisa terrível esquecer.
— Você fez o seu melhor para voltar para mim. Isso é tudo que
me importa.
Mas isso deixou Kevin com um novo conjunto de preocupações.
Ainda estava se acostumando com o fato de que Alistair estava bem com
o retorno de seu companheiro como homem, mas parecia
completamente diferente agora que Kevin percebeu que nunca seria
capaz de lhe dar filhos.
Alistair tinha milhares de anos. Já era mais velho quando Kevin
o conheceu em sua vida anterior, e pessoas com valores mais antigos
não iriam querer filhos? Isso não era importante para eles?
O fato de que Kevin nunca seria capaz de dar a Alistair as
crianças que poderia querer, crianças que definitivamente merecia, sua
adoeceu a mente de Kevin.
Alistair beijou a mandíbula de Kevin, sacudindo a cabeça.
— Seus pensamentos são altos. Quantas vezes tenho de lhe
dizer que você é meu?
Os olhos de Kevin arregalaram quando olhou para seu
companheiro.
— Como diabos você está fazendo isso?
— Fazendo o que?
— Lendo minha mente assim! — Era meio estranho, e Kevin não
podia decidir se era assustador ou não, mas de qualquer forma, era
perturbador.
— Não estou lendo sua mente. — Alistair passou os dedos pelos
cabelos de Kevin. — Nem um pouco. Isso está escrito em todo o seu
rosto. Posso dizer do que tem medo, e isso não me incomoda.
— Como isso não pode incomodá-lo!
Kevin estava enlouquecendo. Ia ter um ataque de pânico, e aqui
estava seu companheiro, fingindo que estava tudo bem.
Kevin continuou gritando. Não queria, mas tampouco conseguia
evitar.
— Está me incomodando! Acabei de descobrir sobre isso, e está
me incomodando tanto que mal posso suportar! Meu peito dói por causa
disso! Sinto que alguém que amei acabou de morrer!
Alguém que amava havia morrido. Aconteceu há muito tempo
atrás, e só agora conseguiu chorar.
— Kevin.
Kevin parou seu discurso, apenas sendo capaz de relaxar e de
respirar quando Alistair pegou sua mão e segurou firme. A expressão em
seu rosto forte era de calma. Kevin podia afundar naquele olhar e ser
completamente e totalmente arrebatado, e não se importaria com nada.
— Ouça-me e ouça com atenção.
Kevin assentiu com a cabeça.
— Ok.
Alistair sorriu para ele, mas não atingiu exatamente seus olhos.
— Eu estava reagindo quase da mesma forma que você está
agora depois que o fogo foi finalmente apagado. Demorou dias, mesmo
com o poder de Yuki, e poderia ter levado mais tempo para apagar o
óleo e o álcool em chamas se não tivesse chovido, mas eu estava como
você. Todos nós estávamos. Frenéticos, morrendo um pouco por dentro,
porque sabíamos que não havia chance para sobreviventes, sem
esperança. Tinha arruinado minhas mãos tentando remover você no
castelo em fogo e tive que ser arrastado para longe. Quando o fogo foi
finalmente apagado, não queria mais remover porque sabia o que iria
encontrar não se pareceria com você em tudo. Seria o seu resto
carbonizado, e eu era um covarde. Não queria vê-la assim. Já era ruim o
suficiente, saber que você estava lá dentro, que você e a criança
estavam perdidos para mim, mas não tive coragem de procurar por
você.
Alistair abaixou o olhar, como se tivesse vergonha da memória.
— Nenhum de nós. Nós esperamos por semanas, usando a
desculpa de que estávamos apenas esperando cada brasa queimar antes
de começar a remover. Estávamos desesperados e impotentes porque
sabíamos o que encontraríamos. Nossas companheiras e nossos filhos,
mortos.
A respiração de Kevin ficou presa em sua garganta. Ele engoliu
em seco.
— Você... você não deveria se sentir mal por isso. Também não
gostaria de fazer isso.
Alistair sorriu ironicamente desta vez.
— A diferença é que sou um guerreiro. Fui criado para enfrentar
meus medos a todo custo, para proteger a vida, não importando o que
estivesse em jogo, mas nunca soube que covarde eu poderia ser, que
hipócrita, até que perdi as coisas que me faziam querer sorrir diante a
morte.
Kevin ouviu, tranquilizado, sentindo como se ele quase
conseguisse ver aquela versão de homem tão forte, maior do que a vida,
e quando Alistair encontrou seus olhos, Kevin sabia que seu
companheiro significava tudo para ele.
— Keaton matou nossas companheiras e filhos para que
pudéssemos conhecer a dor da perda, então também conheceríamos o
desejo profundo e aquecido da vingança. Todo homem que capturamos
implorou para morrer. Já te disse isso, sim?
Kevin assentiu com a cabeça.
— Sim.
Ele teve que desviar o olhar por um breve segundo, mas só
porque tudo parecia tão horrível.
Alistair franziu o cenho.
— Sei que disse a você, mas quero que você realmente pense
sobre o que isso significa. Torturei-os. Todos nós fizemos. Os nossos
guardas, nós confiamos neles como amigos, permitindo-os em nossas
casas. Aqueles que não nos traíram também foram assassinados, quer
durante a luta para assumir o castelo ou no fogo. Eram bruxas, criaturas
escuras que Keaton criou. Quando meus irmãos e eu estávamos
finalmente livres de seus feitiços, conseguimos sentir o que estava
errado naquele tempo todo. Mal conhecíamos aqueles homens, e mesmo
assim eles nos convenceram de que éramos amigos há muito tempo.
Eles nos enganaram, e eu tive o prazer de matá-los. Tive um prazer
ainda maior em torturá-los. Não fui criado para isso, e ainda assim foi o
que fiz. Recusei a Keaton aquela vingança que ele queria, mas quando
fui eu, quando era minha companheira e meu filho que tinha sido morto,
não pensei duas vezes e não hesitei.
— Desde então, não tenho feito um bom trabalho protegendo os
humanos das bruxas. Nenhum de nós tem. Se algum dia nos
deparássemos com uma bruxa por acaso, tínhamos a certeza de matá-
la, mas acabávamos por voltar atrás em nosso propósito maior. É por
isso que os seres humanos hoje não conhecem os feiticeiros e shifters.
Eles foram praticamente destruídos pelas criações de Keaton.
Alistair abaixou a cabeça.
— Às vezes acho que ele foi tão longe de propósito. Outras
vezes, creio que ele se afastou dele, que não pretendia ir tão longe, mas
não importa suas intenções, não posso perdoá-lo, mas também não
posso julgá-lo muito duramente porque não sou melhor do que ele. Isso
é o que tenho carregado comigo desde o dia em que você foi tirado de
mim, desde o dia em que a criança foi tirada de mim, então sei a sua
dor, mas você deve saber que é melhor assim. Eu não deveria ter filhos.
Não gostaria de passar meu poder, e meu ódio, para eles.
Kevin engoliu em seco. Percebeu que Alistair estava esperando
que ele falasse, mas o que deveria dizer depois de tudo isso?
Ficou calado por um momento enquanto pensava nisso, mas
então, do nada, a resposta veio para ele, e Kevin sabia exatamente o
que deveria dizer enquanto agarrava a camisa de Alistair com dois
punhos, puxando o homem para baixo com força, então seus narizes
estavam quase tocando.
— Você não é nada como ele é!
Os olhos de Alistair arregalaram.
Ele tinha surpreendido o outro homem. Bom. Era exatamente
isso que Kevin queria.
— Você me escute e escuta bem! Você não é igual a Keaton. Ele
colocou uma faca na minha garganta! Você nunca faria isso. Ele me
matou em uma vida anterior. Matou o garoto que íamos ter. Você nunca
teria feito isso. Não me importo com o que você fez com aqueles homens
que me machucaram ou aos nossos amigos. Eu também teria feito isso.
Alistair balançou a cabeça, mas Kevin ia ser condenado antes de
deixar Alistair negar isso.
— Não! Estou certo sobre isso. Quem quer queimar pessoas
inocentes e crianças vivas merece morrer! Não tenho vergonha de dizer
isso, e você não é uma pessoa má por querer matá-los ou por se
esconder todos esses anos. Nenhum de vocês é! Nem mesmo Yuki, que
tenho certeza que ainda me odeia.
Alistair sorriu.
— Ele não odeia você. Ele não desconfia de você, depois que
Keaton veio aqui. Ele está convencido de que você é quem disse que é.
— Bem, ótimo. Tudo bem, — disse Kevin. — Eu só... queria que
você soubesse disso. Você não é uma pessoa má. Não para mim, e
provavelmente não para qualquer deus morto que te fez. Agora que
estou de volta, pode começar a cumprir o seu propósito se é isso que
você realmente quer, também.
— Meu propósito?
Kevin assentiu com a cabeça.
— Sair e proteger os inocentes. Você disse que ainda havia
shifters e feiticeiros lá fora sendo feridos pelas coisas que Keaton fez.
Então os encontre e os detenha. Faça isso por mim e compense pelo que
fez. Embora, deva saber, depois que eu disse tudo isso, não acho que
você tenha algo para compensar.
Alistair rapidamente tomou Kevin pela nuca e o puxou para
frente em um grande beijo.
Kevin sugou para trás uma respiração profunda quando seus
lábios se conectaram, mas o calor de seu companheiro, o desespero,
desejos e luxúria se sentiram pulsando através do outro homem e dentro
do corpo de Kevin tornando mais fácil beijá-lo de volta.
Capítulo Onze
Kevin derreteu. Ele não podia evitar. Parecia uma reação natural
quando Alistair o tocava, e muito mais quando o beijava.
Porque seus beijos eram como uma grande cerveja, intoxicante
e totalmente viciante, deixando Kevin querendo mais.
Ele queria mais, não só porque era bom beijar e ser beijado por
esse homem, mas também porque Kevin podia sentir o quanto seu
companheiro precisava disso também. Alistair mostrou seu outro lado
para Kevin. Dizer a Kevin todas aquelas coisas tinha exposto como frágil
tinha sido durante todos esses anos.
Foi quase um alívio. Kevin não queria que seu companheiro se
machucasse, permanecesse sofrendo porque Kevin não estivera lá, mas
saber que Alistair poderia ser um homem normal como qualquer outra
pessoa.
Pelo menos isso era algo que ele poderia ajudar ao seu
companheiro. Era algo que Kevin poderia fazer pelo homem que amava.
Puxou gentilmente as roupas de Alistair, inclinando-se para trás
até que seu companheiro estivesse em cima dele.
— Nós podemos fazer isso na cama, você sabe, — Alistair disse,
sua voz era um pequeno ronronar.
Agora que Kevin tinha visto seu companheiro naquela forma de
leão, o som de seu ronrono o fez estremecer.
— Eu sei que podemos, mas então vamos derrubar a comida
que você trouxe.
Alistair olhou de volta para a cama, em seguida, para Kevin, sua
expressão endurecida como se estivesse chegando a uma decisão.
— Tudo bem, sexo primeiro e depois comida. Você precisa de
vitaminas e proteínas.
Kevin suspirou.
— Parece bom para mim.
Ele estendeu a mão, para o cinto e a calça de Alistair. Não
precisava deixá-lo totalmente nu para isso. Só precisava baixar a calça,
então era tudo o que Kevin estava fazendo naquele momento.
Alistair teve a ideia rapidamente, embora parecesse um pouco
mais determinado a deixar Kevin nu. O fato de que Kevin estava apenas
com um shorts longo e uma camiseta lisa provavelmente tinha algo a
ver com isso, embora Kevin soltou um barulho chocado quando Alistair
não se incomodou em tirá-los. Em vez disso, os rasgou, em pedaços.
— Alistair!
— Vou comprar alguns novos, — Alistair prometeu.
Na verdade, Kevin não estava tão ofendido, mais chocado do
que qualquer coisa, e além disso, Alistair tinha comprado essas roupas
para começar, então não parecia uma coisa muito grande que ele
também iria rasgá-los.
Especialmente quando suas bocas se juntaram novamente,
quente e sensual. Kevin gemeu quando foi beijado, enquanto as mãos de
Alistair acariciavam seu lado e sua cintura. Alistair estava sendo muito
mais gentil com Kevin desta vez. Provavelmente por causa de todas as
marcas de amor que deixara antes. Muitas e, eventualmente, começou a
parecer como péssimos hematomas.
Kevin gostava disso. Gostava que Alistair estivesse sendo tão
firme com ele e, no entanto, levando-o com calma. A ideia de que estava
sendo muito estimado era suficiente para fazer o interior do peito de
Kevin doer, e agarrou Alistair mais apertado.
— Apresse-se, — ele implorou. — Quero você dentro de mim.
Alistair não respondeu, não com palavras de qualquer maneira,
mas Kevin pegou a mensagem, alto e claro quando Alistair beijou o peito
e o estômago de Kevin. Deu um breve deleite ao pau de Kevin,
lambendo-o em torno da cabeça e acariciando-o na base antes de sua
boca encontrar os testículos de Kevin brincando e os sugando por um
tempo.
Alistair alcançou debaixo do colchão da cama onde guardava um
pouco do óleo que gostava de usar em Kevin.
— Vou colocar suas pernas em meus ombros.
Kevin assentiu com a cabeça.
— B-bom. — Ele queria ser tomado. Queria sentir esse grande
homem reivindicando-o de todas as maneiras que podia. Estar à mercê
de Alistair assim... nada soava melhor.
Alistair assentiu com a cabeça, lambendo dois de seus dedos
antes de circundá-los em torno do ânus de Kevin.
Kevin apertou-se instintivamente, e suas unhas arranharam o
tapete debaixo dele, mas Alistair riu.
— Você sempre faz isso.
— É uma força de hábito — disse Kevin.
Alistair sacudiu a cabeça, abrindo o frasco de óleo com os
dentes antes de cuspir a rolha.
— Não se preocupe. Gosto disso.
Kevin exalou uma respiração aguda, quase dolorosa. Ok, ele
estava errado. Havia outra coisa que podia fazer seu coração doer e isso
era ouvir o quanto Alistair o amava e o queria, o quanto gostava de
todas as pequenas coisas que Kevin fazia com as quais Carl às vezes se
sentia frustrado.
Kevin sorriu para seu companheiro.
— Eu te amo.
Alistair fez uma pausa, olhando Kevin nos olhos antes que sua
expressão se suavizasse.
— Eu também te amo. Muito.
Ele disse quase como se fosse um pequeno gemido antes de se
inclinar e esmagar a boca na de Kevin mais uma vez. Ao fazê-lo,
empurrou os dedos para frente tão inesperadamente que Kevin grunhiu,
apertando novamente em torno da intrusão súbita.
Kevin rapidamente relaxou. Sempre fazia isso quando Alistair
usava esse óleo. Kevin não tinha ideia do que era, talvez alguma coisa
imortal dos deuses de que Alistair sempre falava, mas facilitava a
penetração e fazia o interior do corpo liso e aquecido, pronto para
Alistair estar dentro dele.
— Depressa, depressa — pediu Kevin.
Aqueles dedos alcançaram profundamente dentro dele, mas
Deus, era como se Alistair estivesse deliberadamente não tocando sua
próstata, tocando ao redor dela, provocando-a sem realmente acariciá-
la.
— Levante as pernas.
Oh sim. Kevin quase se esqueceu disso. Levantou os joelhos,
mas ainda precisava da ajuda de Alistair para colocar seus joelhos sobre
os ombros do outro homem.
Era uma posição embaraçosa e vulnerável. Kevin engoliu em
seco, sentindo-se mais exposto do que quando tinha rasgado suas
roupas.
Não importava. Kevin se colocaria de bom grado nessa posição
mil vezes se fosse o que seu companheiro queria.
Kevin confiava nele completamente.
— Estou tão feliz por ter te encontrado de novo. — Kevin nem
sequer estava olhando. Essa era a coisa assustadora.
Alistair sorriu suavemente para ele.
— Sim, eu também.
O primeiro impulso tinha aquela resistência inicial que Kevin
esperava. Estava sempre lá, não importava quem era seu parceiro, mas
com Alistair era diferente. O corpo de Kevin parecia relaxar muito mais
rápido. Aceitava a intrusão, embora ainda queimasse até certo ponto,
mas a forma como o fazia sentir-se era bem melhor, e Kevin era capaz
de apreciá-lo muito mais quando seu corpo parou de tentar
instintivamente empurrar seu companheiro para fora.
Eles suspiraram, aparentemente ao mesmo tempo. Kevin riu um
pouco quando Alistair colocou os antebraços no tapete ao lado da cabeça
de Kevin.
— Você está dobrando-me ao meio.
Os quadris de Alistair já haviam começado a mover-se, fazendo
com que Kevin empurrasse para frente.
— É demais?
Kevin balançou a cabeça.
— Nem sequer perto. — Ele apertou os olhos fechados quando a
cabeça do pau de Alistair cutucou a próstata de Kevin.
Kevin ficou tenso, apertando os dentes, e envolveu os braços ao
redor de Alistair o mais forte que podia.
Ele iria afundar na pele do homem e ficar lá para o resto de
suas vidas, se pudesse porque nunca iria querer se separar dele.
Kevin ouvia atentamente a cada grunhido de prazer, os ruídos
que seus corpos faziam quando Alistair empurrava dentro e fora dele. O
deslizamento para frente e para trás, a corrida do prazer e a maneira
como o pênis de Kevin estava preso entre seus corpos, recebendo um
atrito por si próprio enquanto Alistair se movia, era demais. Era muito
bom, e Kevin já sentia atingindo o pico.
— Eu vou gozar.
Queria durar mais tempo. Era humilhante que não pudesse.
Alistair ofegou para respirar, o calor de cada inalação e exalação
sobre o corpo de Kevin.
— Faça isso, querido, goze para mim.
— Mas...
— Quero isso.
Bem, se ele estava insistindo, então Kevin não poderia negá-lo,
não é?
Alcançou seu pênis. Não havia muito espaço entre o estômago
dele e Alistair, mas Kevin conseguiu apertar sua mão lá dentro. Pré-
sêmen tinha gotejado no estômago de Kevin, e cerrou os dentes com
força quando usou-o como lubrificante para seu pênis, acariciando-o
lentamente, mas seu aperto era forte.
Não conseguiria reter seu prazer mesmo que Kevin tentasse
isso.
— Foda-me mais, — ele implorou. — Preciso disso. Preciso mais
duro.
— Você quer meu pau empurrando dentro de você mais
duramente?
Kevin assentiu com a cabeça.
— Mais rápido?
Kevin gemeu.
— Sim! Sim, depressa!
Ele não queria gozar até Alistair estar fodendo-o duro o
suficiente que teria uma queimadura em suas costas do tapete.
Felizmente, Alistair não o provocou depois disso. Apenas fez
como Kevin implorou para ele e bateu seus quadris para frente
duramente, rápido, rápido o suficiente para que Kevin se sentisse sendo
fodido no chão, e não se importava. Lidaria com o tapete queimando
suas costas mais tarde e esperava que não ficasse tão ruim. Por
enquanto, só queria mais disto.
Kevin apertou suas coxas o suficiente para que Alistair tivesse
que segurar firmemente seus tornozelos, e quando gozou, seus
testículos liberaram todo o prazer reprimido que havia dentro de si, não
havia nada que pudesse segurá-lo e era um alívio poder deixá-lo ir.
Kevin ofegou para respirar enquanto aquela corrida forçava seu
caminho através dele e depois para fora dele. Caiu no chão, totalmente
relaxado e suado, embora ainda muito consciente da maneira como
Alistair estava se movendo dentro dele, da forma como seu companheiro
apertou os olhos fechados e gemeu antes de gozar dentro do corpo de
Kevin.
Ele suspirou. Era isso que queria. Isso era exatamente o que
precisava, mas algo estava faltando.
Alistair deixou as pernas de Kevin deslizar para fora de seus
ombros antes de inclinar-se, pressionando seus lábios à boca de Kevin,
reivindicando-o em um beijo doce.
Oh sim, isso era o que estava faltando. Kevin tomou o rosto de
Alistair, segurando o outro homem, enquanto estava tão lindamente
sendo beijado. Nunca queria deixá-lo ir.
Keaton voltou para casa e imediatamente bateu a porta o
suficiente para que a quebrasse de suas dobradiças. Sombra correu para
se esconder quando Keaton perdeu sua mente maldita quebrando a
porta e caminhando através da madeira e metal. Esmagar isso não
ajudou. Isso só o deixou ainda mais irritado.
Ela estava de volta. Aquela vadia tinha voltado. Bem, ela não
era mais ela, mas não importava. Os olhos eram os mesmos. Keaton
tinha escapado da prisão que seus irmãos criaram para ele muito antes
dela chegar, mas sabia que era ela. Sabia por que Keaton tinha sido um
dos guardas do castelo. Um simples feitiço tinha sido tudo que precisava
para se disfarçar, e tinha falado com ela uma ou duas vezes antes.
Lamentou ter que matá-la. Ela tinha sido gentil, tinha dito
coisas boas sobre ele e até mesmo tentou oferecer-lhe doces da cozinha,
acreditando que seu estado de ânimo constante era um produto da
pobreza da aldeia local.
Mas cometeu o erro de se acasalar com seu irmão. Qualquer um
que concordasse com aquele pedaço de merda, com o que os irmãos de
Keaton tinham feito a ele, era tão mau quanto eles, e merecia seu
destino.
Não. Keaton tinha odiado ver a felicidade que seus irmãos
tinham, mas a ele tinha sido negado.
Isso era diferente agora. Ele a matou, para provar um ponto
para seus irmãos, para provar que ele não era o monstro que pensavam
que era, simplesmente porque queria vingança. O processo de
pensamento não tinha sentido, mas para um homem com tanta
escuridão em sua alma, tinha feito sentido.
Keaton apanhou os últimos dois pedaços maiores da porta e
bateu-lhes com força suficiente no chão que as extremidades
perfurantes presas na madeira a mantiveram no lugar, como se ele as
tivesse colocado lá como estavas.
Keaton caminhou através de sua casa. Ele a tinha roubado de
alguma família rica da cidade, mas eles ainda não sabiam que ele a tinha
roubado, nem eram prováveis descobrir se o feitiço que Keaton usava
sobre eles continuasse a funcionar.
Sério. Era um feitiço muito fácil. Keaton simplesmente fez o pai
da família acreditar que ele e sua esposa haviam contratado Keaton
como caseiro, para manter as pragas e outros invasores longe. Às vezes,
mandavam-lhe cheques pelo trabalho que fazia, e sempre que o pai dizia
que estaria chegando com sua família, e que Keaton deveria encontrar
outro lugar para viver por algumas semanas, outro feitiço simples
dispersava essa vontade. Keaton só tinha que fazer isso duas ou três
vezes por ano, durante os meses de férias de verão, inverno e
primavera, por isso não era muito incômodo, e Keaton tinha esta casa de
campo só para si.
Agora ia ter que fechar aquela maldita porta.
Ele ligaria para um reparador e imploraria para consertar e teria
que pagar pelos reparos quando, na realidade, não o tinha feito.
Keaton tirou uma cerveja da geladeira, abriu a tampa com um
pequeno assobio e bebeu da garrafa enquanto se apoiava no balcão de
mármore.
Kinsey era um homem agora, mas devia saber como trazer
Golda de volta. Ele estava no meio de fazê-lo quando explodiu em
chamas.
Ou tinha sido tudo isso um truque?
As marcas das malditas garras de Alistair machucaram muito.
Elas queimavam e latejavam calorosamente em seus lados, mas ignorou
isso. O calor o deixou um pouco menos furioso com o mundo, e era a
única coisa que Keaton queria agora.
Ele não se importaria se seu cão se apresentasse e talvez
dissesse olá, como o melhor amigo de um homem era destinado a fazer,
mas o animal traidor estava fora mijando o mais provável.
Keaton realmente deveria se livrar da besta. Era uma criatura
inútil.
Além disso, agora que tinha algo novo em que pensar. Os
últimos cem anos tinham sido chatos, mas isso poderia animar as coisas
um pouco.
Keaton precisava de papel. Ele só conseguia trabalhar quando
algo estava escrito, e precisava fazer planos, descobrir como se fechar
naquela casa. Seus irmãos estariam preparando feitiços para ocultar sua
localização, mas mesmo que Keaton não pudesse vê-los fisicamente, e
pudesse ficar confuso se chegasse perto demais, ainda conhecia a
localização geral.
Keaton entrou no escritório. Havia papel que poderia usar lá e
um número de canetas diferentes.
Ele se sentou na mesa e começou a escrever o que sabia e o
que queria ser feito.
Kinsey estava de volta. Não importava que ela fosse agora um
homem. O ponto era ela estava de volta, e este jovem poderia ser usado
para trazer de volta a Golda. Ele podia até ter o poder de fazê-lo agora.
Keaton cerrou os dentes. Seus irmãos não iriam esconder algo
de tal importância dele. Seriam tão cruéis. Eles iriam impedi-lo de obter
Golda de volta depois de todo esse tempo.
Keaton sacudiu a cabeça. Continuou escrevendo tudo o que
sabia, tudo o que queria e o que poderia fazer para encontrar aquele
jovem e tirá-lo da casa.
Ele tinha que ter sobrevivido ao fogo. Yuki tinha vindo ajudar, e
era apenas um fogo minúsculo, realmente. Só tinha cercado o corpo do
outro homem.
Talvez isso fosse resultado do modo como ele havia morrido em
sua vida anterior? Morte por fogo em uma vida, então ele tinha
desenvolvido uma habilidade para se defender do fogo? Esses gritos
pareciam mais de pânico do que dor, e Keaton sabia a diferença.
Ele circundou essa teoria muitas vezes. Keaton teria que cuidar
do fogo, especialmente se o pequeno idiota não soubesse como controlá-
lo.
Keaton precisava levá-lo. Keaton iria forçá-lo a trazer Golda de
volta com a ameaça de morte se tivesse que fazer, só que desta vez,
Alistair não estaria lá para salvá-lo se as coisas dessem erradas.
Keaton ofegou por causa da dor de suas feridas quando
terminou. Seu plano era uma merda, e não era suficiente, mas estava lá.
A primeira coisa que precisava fazer era convocar as bruxas e
enviá-las para aquela casa. Ele não as usava há anos. Elas ainda
obedeceriam a ele?
Keaton bateu a caneta contra sua boca.
Coisas estranhas aconteciam ao seu redor o tempo todo. Ele
estava acostumado com isso, mas como diabos Kinsey conseguiu trazer
a criança de volta em um corpo que era do sexo masculino?
Capítulo Doze