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Tradução: Nessa Korpalski

1ª Revisão Inicial: Nanda

2ª Revisão Inicial: Elen Bia

Revisão Final: Milena Calegari

Formatação: Lola

Leitura Final: MaCris Sá e Aline André

Verificação: Little Mermaid


Riya é um pouco desajeitada. E como! Ela não só dá uma
cabeçada no homem mais lindo que já viu, mas também
consegue colocar os dois no caminho do ataque de um urso. Ela
apenas pensava passar uma tarde agradável, pescando salmão e
não fazendo o seu melhor para repelir o homem mais sexy do
mundo. Felizmente, ele é feito de um material mais resistente.

Capac está mais do que entusiasmado por encontrar sua


companheira, mesmo que ela vá mantê-lo eternamente na ponta
dos pés. Porém, com a mudança na liderança dos lobos escuros,
Riya estará em perigo maior do que as companheiras de seus
irmãos lobos jamais estiveram. Capac não tem escolha, exceto
integrar Riya em seu mundo, ou arriscar a chance de perdê-la
para sempre.
Capac saiu de Kaxdigoowu Heen Dei Trail em Juneau1,
no Alasca e se dirigiu para Montana Creek, a fim de pescar
salmão, aproveitando uma carona do xamã Ryder até o
riacho. Capac indagou-lhe se não queria se juntar a ele, mas
o outro homem havia recusado. Ultimamente o xamã dos
homens lobos sentinelas mostrava sinais de tensão. Capac e
seus irmãos lobos sabiam que tinha a ver com algo que
conduziria Ryder a trazer à tona seus plenos poderes, mas ele
não lhes daria os detalhes.

Ele chegou ao riacho e escolheu um local na margem


para lançar a linha de pesca. Capac não era a única pessoa

1
Com mais de 250 km de trilhas e próximo a centros urbanos, Juneau é
apropriado para realizar caminhadas, estando adaptada para cadeirantes e representa
uma janela para as florestas acidentadas do Alasca. Kaxdigoowu Heen Dei Trail é uma
de suas trilhas e que segue o Rio Mendenhal que conduz a pontos de pesca em
Montana Creek. (fonte: http://www.traveljuneau.com – Nota PL)
esperando pegar algum salmão naquele dia. Havia uma
mulher em pé na água, usando botas altas e impermeáveis,
enquanto pescava com isca.

Capac pegou a vara dele, em seguida, observou a


mulher enquanto ela pescava. Mesmo ela estando no centro
da água, ele podia vê-la perfeitamente com a sua visão de
lobo, como se estivesse diretamente na frente dela. Ela era
muito atraente. O cabelo longo, marrom-escuro estava
puxado para trás em um rabo de cavalo, que pendia quase
até o centro das costas. Os olhos verdes-claros observavam o
movimento da linha de pesca enquanto ela jogava para frente
e para trás, a pequena isca batia na água, em seguida,
empurrava de volta para fora.

Viu-se atraído por ela, mas ela ainda não tinha lhe dado
qualquer atenção. Capac não tinha certeza se ela percebeu
que ele estava lá. E, quanto ao aroma dela, não conseguia
sentir o cheiro porque ela estava longe dentro da água.

Mas isso não iria impedi-lo de tentar falar com ela,


assim que ela terminasse de pescar. Havia uma boa chance
de que não fosse a companheira dele, no entanto, Capac não
se importava se ela acabasse por ser.

Ele continuou a observá-la enquanto lançava a sua


linha e bobinava para trás. Ela acabou tendo mais sorte do
que ele. Pegou um salmão de bom tamanho, não muito tempo
depois, outro. Ambos os peixes acabaram na cesta de vime
que carregava ao lado do corpo dela. Ainda assim ela agia
como se não o tivesse notado.
Capac não sabia se estava ofendido ou não. Ele
geralmente não tinha problemas quando se tratava do sexo
oposto. Na verdade, antes de dormir por dez mil anos em uma
caverna incrustada numa geleira, ele nunca teve muito
trabalho em convencer uma mulher de sua aldeia a
compartilhar a noite com ele.

Agora, depois de despertar há quase três anos neste


mundo moderno, Capac ainda não tinha dormido com uma
mulher. Duas coisas o haviam impedido: o fato de que ele iria
encontrar a companheira dele, e que os mortais deste mundo
não tinham ideia de que os homens lobo sequer existiam.
Detestava mentir a qualquer um e para namorar uma mulher
que não fosse sua companheira, isso era o que tinha que
fazer, já que só poderia dizer a verdade àquela que fosse
destinada a ser sua companheira.

Ele fixou o olhar sobre a mulher que estava no riacho.


Com ela, estava disposto a deixar de lado sua aversão e ver se
aceitaria sair com ele. Isto é, se pudesse fazê-la reconhecer
que ele estava vivo. Ele tinha ficado sem companhia feminina
tempo suficiente. Considerando que seus outros cinco irmãos
lobo, que dormiram como ele na caverna de gelo, já haviam
encontrado suas companheiras depois que despertaram do
sono, ele se sentia um estranho no ninho, um pouco como se
deixado de fora.

Uma hora se passou antes da mulher bobinar a linha


pela última vez. Ele foi rápido em fazer o mesmo, não
querendo deixá-la sair antes que tivesse a chance de se
apresentar. Seguiu-a com o olhar quando ela se virou e
caminhou para a margem na direção dele.

Ela só tinha dado um par de passos quando um urso


negro saiu das árvores do outro lado do riacho e se moveu
para dentro da água. Ele cheirou o ar antes da cabeça dele se
virar para a mulher. Não era preciso ser um gênio para
perceber que o animal podia farejar o salmão que ela tinha
apanhado.

Capac largou o equipamento de pesca e correu em


direção a ela. O olhar deles se encontrou antes dela ficar
paralisada. Como se ouvisse o que estava atrás dela, ela virou
a cabeça e olhou por cima do ombro. Ele soube o instante em
que ela deixou o medo tomar conta. Ela soltou um grito
estridente e saiu em uma corrida. O urso a perseguindo.

Ele aumentou o ritmo e encontrou-a no meio do


caminho. Ela não parou, mas desviou dele e continuou.
Quando ela passou, Capac finalmente pegou o aroma dela.
Um farejar e isso mudou o mundo dele. O desejo de
acasalamento o golpeou, roubando-lhe a respiração quando o
conhecimento do que ela significava o atingiu.

Capac a teria seguido, mas tinha um pequeno problema


com um urso em perseguição para lidar antes que ele
pudesse ir atrás do que parecia ser sua companheira.
Concentrou a atenção dele sobre o grande animal que corria
em sua direção e fez o que qualquer lobo faria quando sua
companheira fosse ameaçada: ele se manteve firme e soltou
o seu melhor e mais alto uivo de homem lobo.
Riya sabia que cometeu um grande erro quando correu,
fugindo do urso, mas o medo dela anulou seu bom senso.
Porém, o medo não a impediu de acelerar passando o homem
que corria na direção dela. Sem olhar para trás, não parou
até chegar ao lado oposto do riacho.

Virou-se para ver se o homem a tinha seguido, mas ele


permanecia onde o tinha deixado. Ele parou, forte e alto
encarando o urso. Então, fez algo que ela nunca teria
esperado. Soltou um uivo animal que teria deixado qualquer
lobo orgulhoso. Isso fez até o urso parar. O grande animal
farejou o ar antes de dar meia-volta e partir, retornando para
as árvores.

Agora que o perigo passou, as pernas bambas de Riya


cederam e ela caiu no chão, enquanto observava o homem
girar e caminhar em sua direção. Apesar dela ainda estar
abalada com o que tinha acontecido, foi capaz de admirá-lo.
Ela o notou logo depois que ele chegou ao riacho, mas não o
reconheceu. Não era esnobe ou qualquer coisa. Era o fato de
que o tinha achado muito atraente. Riya tendia a fazer-se
uma burra de si mesma em torno de homens lindos.

E este lhe tirava o fôlego com a boa aparência nativa


dele, longos cabelos negros, olhos castanhos e constituição
muito musculosa. Ele usava uma jaqueta azul-escuro e
calça jeans que exibia suas pernas perfeitas. Riya teve de
engolir quando ele chegou mais perto ou, com certeza, estaria
babando.

Teve que engolir novamente, quando encontrou o olhar


dele. Ele parecia fascinado por ela, comendo-a, fazendo com
que as entranhas dela derretessem. O corpo de Riya
respondeu ao olhar faminto dele. Sua vagina ansiou
instantaneamente ser preenchida, enquanto os mamilos
endureceram debaixo da blusa. O coração dela batia mais
rápido quanto mais perto ele chegava.

Assim que a alcançou, ele caiu de joelhos e pegou o


rosto de Riya nas mãos. Então lhe deu um beijo que fez o
cérebro dela praticamente ter um curto-circuito. Um pequeno
suspiro ofegante lhe escapou quando os olhos dela se
fecharam. Normalmente não beijava um homem, quando não
sabia sequer o nome dele, mas os lábios dele pareciam tão
bons nos dela. Cedo demais ele se afastou.

— Você está bem? — Ele perguntou.

O barítono profundo dele caiu sobre ela, fazendo Riya se


arrepiar. Ela nem se incomodou em tentar falar, sabendo
muito bem que diria algo completamente idiota. Em vez disso,
assentiu com a cabeça. Mesmo que estragasse tudo por estar
um pouco entusiasmada demais com ele parado em tal
proximidade. Ela bateu com a cabeça no nariz dele. Ele
soltou o rosto dela com um gemido e se moveu para trás,
enquanto suas mãos subiram e cobriram a área agredida.
— Oh meu Deus. Sinto muito. — Riya disse. — Espero
que eu não tenha machucado muito. Deixe-me ver. — Ela
puxou as mãos dele, mas ele resistiu.

— Está tudo bem. — Ele disse, com a voz soando oca


por causa das mãos colocadas na frente de seu rosto. Ela
notou que os olhos dele estavam lacrimejando.

— Está sangrando? Sou uma idiota. Por favor, deixe-me


ver se fiz qualquer dano real para você.

Riya pegou as mãos dele de novo, e mais uma vez ele se


afastou. Determinada a ver por si mesma se ele estava bem,
ela continuou a se inclinar para frente. Isso fez com que ela o
derrubasse de costas, com as pernas aprisionadas debaixo
dele, enquanto ela se esparramou sobre o corpo dele. Ele
acabou caindo de costas no riacho, uma vez que eles estavam
bem na borda do mesmo. Ela imediatamente congelou e
olhou para ele, incapaz de se mover.

— Ah, em circunstâncias diferentes, não me importaria


de você em cima de mim. — Ele falou. — Mas a água não está
tão quente.

Riya rapidamente saiu de cima dele.

— Sinto muito. — Ela se levantou e estendeu a mão. —


Deixe-me ajudá-lo.

Ele olhou para ela por alguns segundos antes de tirar as


mãos do nariz e levantar em um movimento suave, sem a
ajuda dela. Ele deu-lhe um sorriso que colocou a mente dela
em branco novamente.
— Obrigado pela oferta, mas percebi que poderia ser
mais seguro para mim me levantar por conta própria. — Ele
disse com uma risada.

Riya deixou cair o braço ao lado do corpo. Os longos


cabelos do pobre rapaz pingavam com água do riacho, assim
como a jaqueta e os jeans. Ele a salvou de um ataque de urso
- que ela tinha causado - e ela fez uma bagunça nele em
retribuição.

Então se lembrou do beijo quente que ele lhe deu e Riya


sentiu suas bochechas aquecerem. Ela tinha que saber se ele
se arrependeu de fazer isso depois do que o fez passar. Para
ser honesta, não ficaria surpresa se ele resolvesse se retirar
rapidamente e desejar nunca ter tido nada a ver com ela. Não
seria a primeira vez que assustava um homem com os seus
modos desajeitados. Um cara só poderia ter tantas contusões
antes que ele dissesse que era o suficiente.

— Você está bem?

A voz dele trouxe Riya de volta ao presente. Ela deu-lhe


um olhar envergonhado.

— Desculpe. É... Só estou querendo saber quanto tempo


vai levar para, educadamente ou não tão educadamente, você
vai se livrar de mim.

Ele riu de novo.

— Você fala como se tivesse um pouco de experiência


em ter as pessoas fazendo isso com você.

Ela encolheu os ombros.


— Mais do que eu gostaria.

Ele estendeu a mão e passou as costas ao longo da


bochecha dela, enviando pequenos choques de
conscientização através de Riya.

— Você não tem que se preocupar comigo fazendo isso.


É preciso mais do que uma cabeçada no nariz e um mergulho
em um riacho para me assustar. Sou Capac.

Ela deu um pequeno sorriso para ele.

— Riya. Meu nome é Riya. Se você mudar de ideia, vou


entender.

Pegando-a desprevenida, mais uma vez, Capac segurou


o rosto dela e trouxe a boca para baixo sobre a dela. Desta
vez, a língua dele empurrou entre os lábios dela e acariciou.
Riya devolveu o beijo com um gemido, suas mãos subindo
para pousar contra o peito musculoso dele. Ela logo perdeu o
contato com o mundo ao seu redor. Tudo o que importava era
o beijo dele.

Ambos estavam respirando um pouco mais rápido,


quando ele se afastou. Ela abriu os olhos para encontrar os
dele ainda fechados. Após alguns segundos, as pálpebras se
elevaram. Riya encontrou o olhar dele, querendo mais do que
um beijo.

— Será que isso prova para você que não vou mudar de
opinião? — Capac perguntou com uma voz rouca.

Riya assentiu.
— Sim.

— Bom. Não quero deixá-la ainda, mas realmente


preciso de roupas secas. Que tal nos encontrarmos mais
tarde? Você provavelmente vai querer levar seus peixes para
casa antes que estraguem.

Demorou alguns segundos para Riya entender a que ele


estava se referindo. Então, olhou para si mesma e,
silenciosamente, gemeu. Ela não parecia apenas sexy com
suas botas altas impermeáveis verde-escuras com as alças
atingindo os seios? A cesta de vime também não ajudava. E é
claro que ela cheirava a peixe e riacho, uma vez que havia
pescado um bocado.

— Ah, com certeza. — Disse ela. — Preciso me limpar


também. — Riya conscientemente puxou uma das alças de
suas botas altas impermeáveis.

Capac sorriu.

— Não sei. Você parece muito bem nelas.

— Então é melhor você ir consultar um oftalmologista,


camarada. Calçar borracha não é exatamente um tesão para
qualquer um.

Deu-lhe um olhar mais atento.

— Depende de que tipo de borracha você está falando. O


material fino, ajustado é bastante quente. Admito que suas
botas sejam largas, mas depois de algumas alterações se
ajustariam.
Riya não conseguiu conter o riso.

— Você deve estar consideravelmente duro, se esse for o


caso. — Uma fração de segundos depois, ela percebeu o que
disse e colocou a mão sobre a boca. Agora o tinha insultado.
Ela não estava enrolada?

Capac não parecia se incomodar com o comentário


estúpido.

— Ou talvez seja só você que me excita. — Disse ele com


uma risada.

Ela sentiu o rosto pegar fogo mais uma vez, depois


baixou lentamente a mão.

— Tem certeza de que ainda quer me encontrar mais


tarde? Não posso garantir que não vai piorar.

— Tenho certeza que quero. Deixe-me pegar meu


equipamento de pesca e vou acompanhá-la até seu carro.

— Tudo bem.

Riya assistiu Capac dirigir-se à margem do riacho, até


onde estava a caixa de equipamento e vara de pesca dele,
próximo a eles. O olhar dela caiu sobre o traseiro dele, que
era tão perfeito como a frente. Os dedos dela coçaram para
tocar os dois globos gêmeos de músculos que eram
perfeitamente exibidos nos jeans.

Afastou o olhar do traseiro dele quando ele se virou e


caminhou em direção a ela, trazendo seu equipamento nas
mãos. Ela sorriu uma vez que ele chegou a seu lado.
— Estou pronta para ir se você estiver.

Capac assentiu.

— Estou.

Riya liderou o caminho pela trilha. Uma vez que


estavam sobre ela, Capac caminhou ao lado dela.

— Então, aonde você quer ir mais tarde? — Ela


perguntou.

— Como você se sente se nós saíssemos, neste primeiro


encontro, com um grupo de pessoas conosco?

Ela virou-se e deu-lhe um olhar interrogativo.

— Ah, bem, eu acho.

— Nesse caso, gostaria de convidá-la para ir a minha


casa para o jantar. Não moro sozinho. Nove dos meus amigos
e eu compartilhamos uma casa. É por isso que eu queria ter
certeza de que você ficaria bem com uma pequena multidão.

— Claro, eu adoraria. — Quanto mais pessoas ao redor,


menos provável que ela falasse algo realmente estúpido para
ele. Ela tinha acabado de espalhar a sua idiotice ao redor
para os outros.

— Então está marcado.

— Você vai ter que me dar seu endereço. Tenho papel e


caneta no porta-luvas do meu carro.

— Tudo bem.
Chegaram à área de estacionamento e Riya notou que o
carro dela era o único por lá. Ela olhou para Capac.

— Será que você andou até aqui?

Ele balançou a cabeça.

— Não. Combinei com um dos meus amigos para me


pegar. Só tenho que enviar um texto dizendo quando estou
pronto para voltar para casa.

— Oh, eu vejo. Deixe-me pegar papel e caneta.

Riya destravou o lado do passageiro de seu carro


compacto de cor vermelho-escuro, em seguida, tirou os itens
que precisava. Capac lhe deu o endereço de sua casa, que ela
escreveu antes de se virar para encará-lo.

— A que horas devo vir? — Ela perguntou.

— Que tal seis horas?

— Claro, é uma boa hora. Vejo você depois.

Riya pegou a cesta de vime que trazia da pescaria de


salmão e a colocou no chão do lado do passageiro. Então,
trocou as botas que usou para pescar por um par de sapatos
que tinha deixado no carro, guardando as botas no porta-
malas. Com a promessa de ver Capac novamente, ela entrou
no carro e partiu.

Após o carro de Riya desaparecer de vista, Capac


caminhou até um lugar gramado e sentou-se, colocando o
seu equipamento de pesca ao lado dele. Tirou o celular do
bolso da calça jeans e verificou que felizmente não o tinha
molhado, pois o trazia no bolso da frente. Livrando-o da água
quando sua companheira lhe derrubou no riacho por
acidente. Então enviou a Ryder uma mensagem dizendo para
vir apanhá-lo; feito isto, ficou esperando.

Ele segurou as pontas de seu cabelo e espremeu a maior


parte da água para que não escorresse pelas costas. Riu
quando pensou em seu tempo com Riya. Teria que manter-se
atento com ela por perto. Estendeu a mão e tocou o nariz. Já
não doía e o inchaço tinha diminuído. Como um homem lobo
imortal se curava num instante. Algo tão pequeno como um
inchaço no nariz curaria em um piscar de olhos. Ele só
deixou as mãos sobre o nariz por um tempo prolongado de
modo que Riya não notasse.

Ele não tinha pegado nenhum salmão, mas encontrar


sua companheira foi ainda melhor do que pescar alguns
peixes. Finalmente, tinha encontrado a mulher destinada a
ele, assim como o xamã que o tinha mudado junto com seus
irmãos lobos havia prometido. Capac era o último das
sentinelas originais a se acasalar.

Alguns minutos depois, saiu de suas reflexões sobre sua


companheira recém-descoberta quando viu o crossover2 da
Cassidy chegar à área de estacionamento. Ele também notou
que o carro estava andando a uma velocidade maior do que

2
Crossover é um termo usado para definir os automóveis fabricados utilizando a base de um
carro de passeio com adaptações para adquirir características de um SUV. Também pode receber a
denominação SUV (Sport Utility Vehicle).
parecia apropriada para o lugar. Capac reuniu seu
equipamento de pesca e se levantou para ver o veículo parar
derrapando ao lado dele.

Ele fechou o espaço restante entre ele e o carro e


espreitou para dentro para ver Edensaw, seu alfa, atrás do
volante com um sorriso satisfeito escancarado no rosto.
Cassidy, companheira de Edensaw, tinha as mãos no painel
do carro e seu olhar fixo para frente. Ela parecia um pouco
pálida.

Capac abriu a porta do passageiro e abaixou a cabeça


para falar com os dois.

— Pensei que Ryder viesse me pegar.

Edensaw virou-se para olhá-lo.

— Disse a ele que o faria. Eu queria a chance de dirigir.

Seu alfa tinha conseguido a carteira de motorista no


mês anterior. Para alguém que a princípio tinha pensado que
nunca iria querer uma, agora aproveitava qualquer chance
que tinha de dirigir. O único problema era que depois que ele
passou no teste de condução Edensaw tornou-se uma espécie
de demônio da velocidade, como Carson, seu irmão mais
novo, gostava de dizer.

Capac olhou para a companheira de seu alfa, que não


havia se movido desde que ele abriu a porta.

— Você está bem, Cassidy?

— Oh, meu santo maldito. — Disse ela com a voz


tensa. — Se eu não fosse imortal, ele teria me dado um
ataque cardíaco, ou podia jurar que ele quer me assustar até
a morte.

— Eu não dirijo tão ruim assim. — Edensaw disse.

Uma expressão de choque apareceu no rosto de Cassidy,


quando ela virou a cabeça para olhar para seu companheiro.

— Você está brincando comigo? Se você dirigisse assim


durante a prova de motorista nunca teriam lhe dado uma
licença. Você é uma ameaça na estrada.

— Você está exagerando.

— Não, eu não estou. Acho que você vai precisar de um


pé de cabra para desgrudar minhas mãos do painel.

Edensaw estendeu a mão e pegou uma das mãos de


Cassidy.

— Veja, você está exagerando de novo.

— Talvez nisso eu esteja, mas quando se trata da sua


forma de dirigir, isso não é o caso. Também cheguei à decisão
de que você não vai usar meu crossover até ele esfriar do
excesso de velocidade. Isso é efetivamente imediatamente, por
isso estamos trocando de lugares.

— Isso está sendo um pouco exagerada, não acha? —


Edensaw perguntou.

— Não, não acho. Agora tire seu traseiro desse banco e


venha para o lado do passageiro. — Cassidy olhou para
Capac. — Você fica no banco de trás.
Capac deu-lhe um aceno de cabeça e fez o que ela disse.
O tom de voz de Cassidy disse-lhe que ela falava sério. Depois
que subiu no banco traseiro e arrumou o equipamento de
pesca na parte de trás do crossover, ele olhou para o alfa, que
ainda permanecia atrás do volante. Ou Edensaw pensava que
Cassidy iria mudar de opinião, se ele ignorasse o pedido dela,
ou ele achava que conseguiria um jeito de sair disso falando
meigamente. Capac achava que Edensaw não teria uma
chance com nenhuma dessas coisas.

Cassidy saiu do lado do passageiro e caminhou pela


frente do veículo até o lado do motorista. Ela abriu a porta.

— Saia, Edensaw.

— Você não pode estar falando sério. — Seu


companheiro disse.

— Muito sério.

Edensaw suspirou.

— Vou dirigir mais devagar. Isso será bom o suficiente?

— Não. Se eu tiver que sofrer com outra viagem como


essa, estou sujeita a sofrer um aborto.

Capac prendeu a respiração quando registrou o que


Cassidy disse. A cabeça de Edensaw girou na direção de sua
companheira. O alfa tinha uma expressão de surpresa.

— Você está me dizendo que está grávida? — Edensaw


perguntou a Cassidy.

Ela deu a seu companheiro um sorriso tímido.


— Sim. Eu tinha planejado para lhe dizer mais tarde
esta noite, enquanto estivéssemos sozinhos. Isso meio que
escapuliu. Fiz um teste de gravidez, esta manhã e deu
positivo.

Edensaw saiu do carro e puxou Cassidy em seus braços.


Ele segurou-a com força e enfiou a cabeça dela sob seu
queixo.

— Não vou mais dirigir. Não quero correr o risco de você


perder o bebê.

Cassidy esfregou as costas dele.

— Eu estava exagerando novamente. Você pode dirigir,


mas não como se você fosse um piloto de corrida. Ok?

Edensaw se inclinou para trás o suficiente para Cassidy


olhar para ele.

— Prometo. Não gostaria de colocá-la em qualquer tipo


de perigo, nem o nosso filho por nascer.

Capac assistiu Edensaw abaixar a cabeça e tomar os


lábios de Cassidy em um beijo profundo. Os segundos
esticados com o abraço deles parecendo não chegar ao fim.
Capac podia ver que o casal gostaria de celebrar esta ocasião
feliz nos braços um do outro, mas ele não precisava que eles
esquecessem que ele estava lá e levassem as coisas um pouco
longe demais. Com o impulso de acasalamento dele recém-
despertado, Capac estava processando o suficiente sem a
lembrança do que ele teria com Riya.

Ele finalmente limpou a garganta ruidosamente.


— Parabéns e tudo, mas eu gostaria muito de ir para
casa.

O casal se separou.

— Você está realmente com tanta pressa? — Edensaw


perguntou.

Capac sorriu.

— Por uma questão de fato, estou. Conheci a minha


companheira e a convidei para jantar em nossa casa esta
noite. Dessa forma, ela pode começar a conhecer a todos
desde o início.

Cassidy devolveu o sorriso.

— Acho que nós temos duas coisas para comemorar.


Vamos convidar Durlach e Meadow. Talvez ele e Jaren
possam cozinhar uma grande e fantástica refeição.

— Não acho que você precisa sacudir os teus braços


muito duro para levá-los a fazer isso. — Capac disse com
uma risada. — Podemos ter a nossa festa, mas não pode
haver qualquer menção do que Riya significa para mim. Nós
vamos lhe dizer que é para você e Edensaw.

— Concordo. — Disse seu alfa. — É melhor irmos para


casa. — Ele olhou para Cassidy. — Prometo ir mais devagar,
de modo que eu vou dirigir.

— Tudo bem, mas se o demônio da velocidade retornar


você irá encostar e eu vou tomar o seu lugar.
Assim que Edensaw e Cassidy entraram no crossover,
Edensaw saiu da área de estacionamento. Como prometido,
ele foi abaixo do limite de velocidade. No máximo, às vezes,
esteve próximo a ele.

Capac riu para si mesmo. O demônio da velocidade


tinha ido embora para sempre. Este novo bebê seria o
primeiro nascido que tinha o sangue de uma sentinela em dez
mil anos e segundo filho de Edensaw. Todos eles tinham se
certificado que sua nova raça de homens iria continuar antes
de eles terem ido para o longo sono.

Esta nova adição ao bando deles era algo que eles todos
ansiaram. Isso fez Capac pensar em seu futuro com Riya
como sua companheira e os filhos que viriam em suas vidas.
Riya chegou a seu apartamento para encontrar sua
colega de quarto sentada no sofá, assistindo televisão. Ela
disse oi para Wren, que não se preocupou em olhar para Riya
e apenas resmungou uma resposta de volta, o que era
normal. Riya tinha respondido ao anúncio de Wren sobre
alguém para dividir o aluguel há um ano. Como colega de
quarto Wren era legal, mas até hoje Riya não sabia muito
sobre a garota. Só que Wren tinha vinte e três anos, seis anos
mais jovem do que Riya e estava na Universidade do Sudeste
do Alasca, onde estudava para obter seu mestrado em Inglês.

Depois de guardar a vara de pesca no armário do


vestíbulo, Riya foi para a cozinha para limpar o salmão que
tinha pescado antes de congelá-lo. Ela também queria algo
para beber. Assim que terminasse, iria tomar um banho.
Não precisava feder como peixe quando visse Capac
novamente mais tarde.

Riya enfiou a mão na geladeira e tirou uma garrafa de


água. Depois que fechou a porta, virou-se para encontrar
Wren de pé diretamente atrás dela. Riya pulou e quase
deixou cair a garrafa que segurava.

— Wren, eu não ouvi você entrar na cozinha.

A mulher mais jovem se inclinou e inalou.

— Você tem cheiro de peixe.

— Bem, fui pescar um par de salmões. — Riya apontou


para a cesta de vime que ela colocou sobre o balcão.

Wren deu outra fungada.

— Você também cheira a... Homem.

Riya teve que parar e dar a si mesma uma cheirada para


ver se ela realmente tinha o cheiro de Capac. Tudo o que ela
podia sentir era o cheiro de peixe e água do riacho. Tinha que
ser sua colega de quarto para dizer algo estranho assim.

— Ah, tudo bem. Conheci alguém, enquanto eu estava


pescando. Estou indo para a casa dele esta noite para jantar
com ele e seus amigos.

— Você tem que me levar lá em algum momento e me


apresentar. Preciso encontrá-los por mim mesma.

— Vou pensar sobre isso. Acabei de conhecer Capac e


não tenho certeza se vamos durar juntos além deste jantar.
Então, não vou prometer nada.
Wren ficou com um olhar distante no rosto por alguns
segundos antes dela assentir.

— Tenho certeza que você não terá que se preocupar


com isso. Ele definitivamente irá querer vê-la novamente. Eu
poderia ficar interessada em um dos amigos dele.

— Vamos ver.

Riya não podia estar mais surpresa pela forma como


Wren agia. Sua colega de quarto era supermodelo, linda, mas
nunca saia em encontros e ficava em casa a maior parte do
tempo. E esta era a primeira vez que ela tinha realmente
demonstrado qualquer tipo de interesse no que Riya fazia.

Wren concordou com a cabeça e deu um passo para


trás.

— Bem. É melhor você limpar os salmões antes deles


federem por todo o apartamento.

Riya assentiu com a cabeça quando Wren se virou e


saiu da cozinha. Essa foi uma conversa estranha. Ela tinha
se acostumado com a outra mulher, basicamente, ignorando-
a a maior parte do tempo. Riya não tinha certeza de como se
sentia sobre o interesse recente dela.

Ela começou a trabalhar limpando os salmões e logo os


tinha embalados e colocados no congelador. Uma vez que ela
se livrou da bagunça, Riya tomou um banho, em seguida,
colocou seu melhor par de jeans e blusa de manga curta.
Teve uma discussão consigo mesma se devia ou não usar as
botas de salto alto. Não usava saltos frequentemente por
duas razões. Um era que ela corria o risco de tropeçar nas
malditas coisas. E dois, com 1,73m de altura ela se elevava
sobre um monte de caras quando usava saltos. Mas com
Capac isso não seria um problema já que ele tinha alguns
centímetros a mais que 1,80m. No final, ela decidiu usar as
botas.

Depois que terminou de se vestir, Riya ainda tinha


algum tempo sobrando antes que tivesse que ir para a casa
de Capac. Pegou o pedaço de papel que tinha escrito o
endereço dele, então se sentou na cama com seu laptop para
procurar as instruções na internet. Era bastante simples, o
que era bom desde que odiava ficar perdida. Na verdade, esse
era um de seus maiores medos. Não tinha ideia de onde isso
vinha. Era apenas algo que ela sempre teve.

Riya também verificou o e-mail dela. Havia um de sua


mãe. Seus pais estavam em um de seus cruzeiros anuais.
Eles foram capazes de se aposentar mais cedo e se
prepararam para sair em viagens que não tiveram tempo de
fazer quando tinham estado ocupados com suas carreiras.
Ela era um pouco de decepção para eles quando se tratava da
profissão dela. Não quis ser advogada como eles tinham sido.
Ela estava muito feliz em seu trabalho de caixa de banco.

Depois de preencher o resto do tempo navegando na


internet, Riya desligou o laptop antes de sair do quarto. Wren
ainda estava na sala de estar. A outra mulher levantou-se e
veio ficar na frente de Riya, parecendo estudá-la.

Wren assentiu.
— Você está bem. E não usa muito perfume, o que é
bom. Você não ia querer mascarar muito o seu aroma
natural. Ele não gostaria disso.

— Ah... obrigada.

— Boa sorte com o seu encontro, mas sei que você não
precisa disso. Ele já é tão bom quanto você.

Riya agradeceu Wren novamente, decidindo não tentar


entender a parte final do que a outra mulher havia dito. Ela
vestiu o casaco, em seguida, saiu do apartamento e se dirigiu
até o estacionamento. Estava no caminho para a casa de
Capac seu estômago estava cheio de borboletas. Esperava
muito que não fosse fazer nada realmente estúpido enquanto
estivesse com ele novamente. Estava muito atraída por ele e
queria poder chegar ao segundo encontro.

Ela fez somente uma curva errada, tendo que fazer a


volta e retornar, embora não muito longe, antes de chegar à
casa de Capac. Riya estacionou atrás de outro carro na
garagem, em seguida, caminhou até a porta da frente. Ela
respirou profundamente e tocou a campainha, quando as
borboletas em sua barriga aumentaram em número.

Capac atendeu a porta.

— Você conseguiu.

Riya sorriu.

— Sim. Não foi difícil encontrar a sua casa.

— Bem. Venha e vou apresentá-la a todos.


Ela entrou no corredor da frente e um delicioso cheiro
bateu no nariz. O estômago dela roncou, apesar das
borboletas dançando dentro dele.

— Algo cheira muito bem.

Capac fechou a porta atrás dela.

— Não posso levar o crédito por isso. Durlach e Jaren


são os cozinheiros por aqui. Eles estão cozinhando uma
grande refeição.

— Espero que eles não tenham tido todo esse trabalho


por minha causa.

— Talvez um pouco, mas a maior parte tem a ver com o


fato de que dois dos meus amigos, que são casados,
descobriram hoje que estão esperando o primeiro filho deles.

— Isso é algo digno de comemoração.

— Estamos todos muito animados sobre isso. Todos


estão na sala de estar, com exceção dos dois cozinheiros, que
ainda estão ocupados na cozinha.

A mão de Capac estava na parte inferior das costas de


Riya quando ele a guiou para a sala de estar. Da mesma
forma que quando ele a tocou mais cedo, um choque de
consciência disparou através dela. Ela resistiu ao impulso de
se inclinar um pouco mais perto para que suas laterais se
tocassem. Ele pode tê-la beijado na margem do riacho, mas
isso não significava que ela tinha certeza o suficiente para ir
além do que ele já fez.
Riya tropeçou um pouco quando viu quantas pessoas
estavam na sala quando Capac entrou com ela. Ele disse que
tinha alguns amigos com os quais morava, mas ela tinha
esquecido que eram muitos. Havia dez pessoas, que estavam
espalhadas no sofá, duas poltronas e no chão.

Capac fez as apresentações e Riya soube que Durlach e


Meadow viviam na propriedade ao lado e Carson, que era
irmão de Eryn, tinha seu próprio apartamento. Mas ainda
assim sobrava uma casa cheia.

Uma vez que todos os assentos estavam ocupados, Riya


não tinha certeza de onde ela devia sentar-se. Capac logo
assumiu o controle da questão. Ele guiou-a mais para dentro
da sala, em seguida, sentou-se no chão, levando-a com ele.
Ele a posicionou de modo que ela ficou sentada entre as
pernas abertas dele com as costas apoiada contra seu peito.
Ele passou os braços ao redor da cintura dela para abraçá-la.

Riya se ajustou no abraço de Capac, não tendo nenhum


problema com o arranjo dele. Sentia-se bem, em ser abraçada
pelos braços fortes dele. Ela ouviu a conversa acontecendo ao
seu redor, mas achava difícil se concentrar nela. O calor do
corpo de Capac a envolvia e o cheiro da loção pós-barba que
ele usava encheu seu nariz. Quando ele falou, o estrondo de
sua voz profunda atravessou-a, trazendo lugares sensíveis
dolorosamente a vida.

Ela ficou ainda mais distraída quando Capac apertou


seus braços ao redor dela. Os polegares dele acariciaram,
para frente e para trás sob os seios, levemente passando na
parte inferior deles. Foi então que ela percebeu a dura
longitude de sua ereção pressionada contra as costas dela.
Sua vagina se apertou, deixando-a úmida imediatamente.

— Então, Riya, ouvimos sobre seu pequeno encontro


com um urso. — Falou Carson. — E que o meu irmão Capac
o afugentou.

Demorou alguns segundos para Riya se concentrar no


que tinha sido dito para ela através da névoa de excitação
tomando conta dela. Ela limpou a garganta antes de
responder.

— Sim, eu fiz. A culpa foi minha. Não deveria ter fugido.


Nunca vi nada parecido. Capac bloqueou o caminho do urso e
fez a sua melhor imitação de um lobo ou algum tipo de
criatura selvagem quando ele rugiu. Não acho que o animal
sabia o que fazer com ele, virou-se e saiu correndo.

— Capac pode ficar muito lobo quando ele quer. —


Carson piscou.

Riya não sabia o que dizer em relação a esse comentário,


por isso ela apenas assentiu com a cabeça. Capac entrou na
conversa.

— Estou feliz que eu estava lá para ajudar. — Ele


assegurou.

Ela estremeceu com o pensamento do que poderia ter


acontecido se Capac não tivesse afugentado o urso.

— Eu também. Duvido que fosse me lembrar do


salmão que tinha pescado, e estava em uma cesta ao meu
lado, isso era o que ele queria. Eu teria continuado correndo.

Capac afastou o cabelo de Riya longe de sua orelha e


beijou a pele abaixo dela. Ela estremeceu em resposta.

— Nós evitamos um desastre e ainda fomos capazes de


manter o seu peixe. Eu, por outro lado, não pesquei nada.

— E eu estava ansiosa para cozinhar algum salmão para


o jantar também. — Disse uma mulher que chegou na sala
em companhia de um outro homem.

Riya assumiu que tinha que ser Jaren e Durlach. Ela


logo se provou correta quando a mulher veio para ficar na
frente deles.

— Sou Jaren, caso não tenham lhe contado.

— Capac me disse que você e Durlach estavam


ocupados na cozinha.

Jaren sorriu.

— Nós estávamos, mas já terminamos. O jantar está


pronto. — Ela falou para a sala em geral. — Uma vez que há
muitos de nós arrumei a comida no estilo Buffet na mesa da
cozinha. Imaginei que podemos pegar o que queremos e
comer aqui.

Kajakti se levantou e caminhou para o lado de sua


esposa. Ele deu-lhe um beijo rápido.

— Meu estômago está rosnando por uma hora agora por


causa do cheiro que vem da cozinha. Não posso esperar para
atacar. Há algo a ser dito sobre ter uma cozinheira como
esposa. Sou alimentado com grandes refeições.

Jaren riu.

— É uma coisa boa que não tenho que me preocupar


com você engordando. Se tivesse, teria que cortar as calorias
pesadas dos alimentos.

Kajakti acariciou o estomago esticado.

— Definitivamente, não há perigo disso, graças a Deus.


Odiaria se você começasse a cozinhar assim. Vamos comer.

Os outros saíram da sala de estar. Capac se levantou e


ajudou Riya a ficar em pé. Em vez de levá-la para a cozinha,
ele a puxou para mais perto e tomou os lábios dela em um
beijo quente. Ela foi rapidamente arrastada para isso,
esquecendo o que eles deveriam estar fazendo. A língua dele
passou por seus lábios e deu-lhe uma degustação completa.
Ela não conseguiu conter o gemido silencioso que a deixou.
As mãos dele pressionadas contra as costas dela, trazendo
seus quadris para mais perto dele. Ela ofegou com a sensação
do pênis duro ao longo de sua barriga.

— Melhor vocês dois se apressarem e conseguirem


alguma comida, antes que não sobre nada para vocês.

Riya se afastou dele e encontrou Ryder olhando para


eles com um sorriso. Ele segurava um prato com uma bela
porção.
— Então é melhor ir para a cozinha. — Ela disse,
enquanto fazia o possível para agir como se não tivesse sido
apanhada beijando.

Ryder passou por eles e sentou-se no sofá. Capac pegou


a mão de Riya e caminhou com ela para fora da sala. Ela lhe
deu uma olhada rápida para ver como ele se sentia sobre ser
visto em um abraço apaixonado com ela, porém, ele
aparentava como se não tivesse sido grande coisa. Ela
adivinhou que com tantos casais que viviam lá,
provavelmente era uma ocorrência frequente tropeçar com
um deles partilhando beijos.

Dentro da cozinha, Riya viu a grande mesa carregada de


inúmeros pratos de comida. E era uma grande combinação.
Havia uma travessa de lasanha que cheirava deliciosamente
com uma combinação de molho de tomate, queijo e temperos
italianos. Em seguida seu olhar pousou em alguns bifes
grossos que tinham perfeitas marcas da grade em forma de
losango sobre eles. Adicionado purê de batatas e o que
parecia legumes fritos. Parecia haver mais do que suficiente
para todos. Ela não sabia por onde começar.

Capac pegou para cada um deles um prato da


extremidade da mesa e entregou-lhe um. Riya pegou um
pouco de tudo. Ela tinha dúvidas se conseguiria ou não
comer tudo, mas cheirava tão bem que não pode deixar
passar nada.

De volta à sala de estar, ela e Capac, mais uma vez se


sentaram no chão, desta vez lado a lado. Riya olhou para
Carson, Eryn e Wachei. Eryn estava dando sermão a seu
irmão por algo que ele fez, o que o levou a rir.

— Não se preocupe com eles. — Capac disse com um


sorriso. — Carson gosta de deixar Eryn louca sempre que
pode. Ele, junto com seu irmão mais velho, Noah, tem se
aperfeiçoado nessa arte.

— Sempre quis ter um irmão, porém ter que aturar ser


incomodado por um, mesmo na idade adulta, penso que foi
uma coisa boa nunca ter tido um.

— Você tem irmãs?

— Não. Eu fui um erro.

Capac deu-lhe um olhar interrogativo.

— Um o quê?

Riya sorriu.

— Meus pais nunca tinham planejado ter filhos. Eles


são, eram, advogados e muito focados na carreira. Fui um
acidente. Minha mãe teve certeza, depois que eu nasci, que
não haveria mais.

Ela comeu a primeira garfada de lasanha e teve uma


explosão de sabor na língua. Era a melhor que já tinha
comido, assim como o bife e o resto da comida. Ela virou a
cabeça para encontrar Capac observando-a.

Riya engoliu, então disse:

— A comida está muito boa.

Ele ergueu o olhar da boca dela e encontrou os dela.


— Jaren e Durlach superam-se regularmente quando
cozinham. — Capac se inclinou e sussurrou no ouvido dela:
— Ainda que eu esteja achando que estou com fome de um
gosto de você e não o que está no meu prato.

Capac se afastou e deu a Riya um olhar que deixou a


boca dela seca de repente, quando uma onda de excitação a
percorreu. A sala parecia estar muito quente. Ela foi tentada
a acenar com a mão na frente do rosto, mas decidiu que iria
chamar muita atenção. Não queria que as outras pessoas na
sala percebessem a tensão sexual que crescia entre ela e o
homem que estava sentado ao lado dela.

Riya tentou se concentrar na comida que tinha pegado,


mas não conseguia esquecer o que Capac tinha dito a ela.
Lembrou-se muito bem como era a sensação de ter a boca
dele movendo-se sobre a dela, lambendo e chupando. E a
dureza de sua ereção pressionada contra ela.

Ela só tinha comido metade do que estava em seu prato


quando finalmente desistiu. O corpo dela já não ansiava
alimentos. Sua vagina palpitava, exigindo atenção. Riya olhou
para Capac com o canto do olho e viu que ele parecia estar
comendo com pressa.

Quando ele terminou, levantou-se e olhou para ela.

— Já acabou?

Ao aceno de cabeça dela, ele ajudou-a ficar em pé, em


seguida, pegou o prato dela. Riya seguiu Capac para fora da
sala e para a cozinha, onde ele colocou os pratos na
máquina de lavar. Essa tarefa concluída, ele pegou a mão
dela, levou-a para fora da sala e subiu as escadas para o
segundo andar, onde os quartos estavam localizados.

Ele a arrastou para um, então soltou a mão dela quando


fechou e trancou a porta atrás deles. Claro que tinha que ser
um truque da luz ou os olhos dela estavam vendo algo que
não estava realmente lá, Riya notou que os olhos de Capac,
por um segundo, pareciam ter um brilho apagado quando ele
deu um passo na direção dela. Riya esqueceu isso, assim que
a tomou em seus braços e começou a beijá-la, deixando-a
sem fôlego.
Capac conduziu Riya para o centro do quarto, enquanto
a beijava com toda a fome reprimida dentro dele. Aquele beijo
que tinham compartilhado antes de obterem o alimento deles
mal tinha sido suficiente. E não tinha ajudado que ele tinha
sido capaz de cheirar a excitação de sua companheira,
enquanto eles estavam comendo. Com o impulso de seu
acasalamento sempre presente, o cheiro de Riya fazia seu
corpo doer ainda mais para tê-la. Seu pênis já estava duro.

Ele levantou a cabeça e olhou para ela.

— Estive morrendo de vontade de fazer isso pelo que


pareceu ser anos.

— Você e eu.

— Então você não vai se importar se eu deixá-la nua e


beijar cada centímetro de você.
— Contanto que eu possa fazer a mesma coisa para você
em troca.

Capac teve que segurar um grunhido quando, mais uma


vez tomou os lábios de Riya com os dele. Queria fazer amor
completamente, mas não podia. Não até que ela estivesse
pronta para que pudesse tomá-la como sua companheira.
Uma vez que o vínculo de acasalamento fosse formado entre
eles não haveria como desfazer isso. Depois que a fizesse
dele, ele seria capaz de transformá-la com uma mordida,
enquanto em sua forma de lobo pré-histórico, fazendo-a uma
mulher lobo imortal como ele.

Colocou a mão na parte inferior das costas dela e a


trouxe mais perto, então eles estavam pressionados juntos do
peito aos joelhos. Riya levantou os braços e colocou as mãos
no peito dele. O aroma da excitação dela aumentou,
enchendo o nariz de Capac, fazendo o coração dele bater mais
rápido.

Capac aprofundou o beijo enquanto puxava as


extremidades da blusa de Riya para fora da calça jeans.
Enfiou a mão embaixo nas costas dela e passou os dedos ao
longo da pele macia. Ele fechou os olhos. Considerando o
quão excitado ele estava, tinha certeza de que eles deviam
estar brilhantes. A única outra vez que isso acontecia era
quando estava extremamente irritado, o que estava longe de
estar no momento.

Precisando de contato pele com pele, Capac recuou o


suficiente para tirar a sua camisa, os lábios dele deixando
os de Riya apenas por um breve momento. Ele desfez os
botões da blusa dela, em seguida, empurrou o material para
baixo dos braços derrubando no chão.

Ele passou um dedo abaixo no centro do peito dela,


entre os seios para o fecho frontal do sutiã. Não demorou
muito tempo para desfazê-lo. Riya tirou a roupa íntima e a
deixou cair em cima da blusa.

Capac quebrou o contato com os lábios de Riya e


manteve os olhos abertos em meras fendas enquanto
contemplava o que ele tinha revelado. Os mamilos dela
estavam tensos e cor de rosa. Eles simplesmente imploravam
para ele chupá-los. Colocou o braço em volta da cintura dela
e a inclinou, antes de tocar um mamilo com a ponta da sua
língua. Riya soltou um pequeno gemido, com as mãos
segurando os ombros dele.

Ele lambeu o seio, em seguida, abriu a boca e tomou o


pico apertado. Capac mordeu suavemente e depois chupou
forte, amando os ruídos feitos por sua companheira enquanto
a excitação dela aumentava. Ele logo se mudou para o outro e
lhe deu a mesma atenção.

Erguendo a cabeça, Capac viu que Riya tinha os olhos


fechados. O peito dela subia e descia rapidamente com a
respiração acelerada. As bochechas tinham tomado uma bela
cor rosada. Ele deu ao mamilo uma última lambida, então a
levou para a cama, colocando-a na beirada do colchão.

— Levante seu pé que vou tirar sua bota. — Ele disse.


Riya recostou-se e apoiou a parte superior do corpo
sobre os cotovelos dobrados, um olhar de desejo em seu
rosto. Ela fez o que ele pediu, mas a visão dela devia estar
desfocada. Em vez de levantar o pé ao alcance das mãos dele
ela acabou o chutando nas bolas. Capac não conseguiu
conter um gemido aflito quando colocou as mãos em concha
em seus testículos e caiu no chão.

Ele ouviu Riya sair da cama, enquanto ele tentava


respirar através da agressão inoportuna em seus testículos.
Capac curava rápido, mas por alguma razão, um chute nos
testículos tinha uma dor prolongada, o que, neste momento,
ele pensou que era totalmente injusto.

— Oh meu deus, Capac. Você está bem? Eu


simplesmente não tinha a intenção de fazer isso. — Riya
ajoelhou-se ao lado dele e esfregou seu ombro.

— Vou viver. — Falou ele através de um gemido.

— Fiz isso de novo. Esta é a segunda vez no mesmo dia,


que te machuco.

A dor lentamente diminuía.

— As duas vezes foram acidentes.

— Mesmo assim sou uma ameaça. Acabei arruinando


um perfeito bom momento. Provavelmente devo ir para casa,
deixá-lo pensar sobre se deseja ou não me ver de novo.

Riya se moveu para ficar em pé. Capac a pegou pelo


braço e a deitou no chão com ela sob ele. O quadril dele
preso entre as pernas abertas dela. Ele se moveu contra ela,
deixando-a sentir que seu pênis ainda estava duro quando
ele olhou nos olhos dela.

— A sensação é como se eu quisesse que você fosse? —


Ele perguntou.

Ela engoliu em seco.

— Não.

— Não quero. E não estou pronto para terminar o que


começamos aqui. Não vou fazer amor com você, mas quero
conhecer o seu corpo e lhe dar prazer. O pontapé nas minhas
bolas só abrandou as coisas um pouco.

— Eu... eu gostaria disso. Então você me perdoa?

Ele beijou a ponta do nariz dela.

— Você não precisa nem perguntar. Agora, vamos voltar


ao que estávamos fazendo.

Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, ele a


beijou, excitando-a mais uma vez. Não a deixou respirar até
que a teve ofegante. Ciente de que ela tinha esquecido o
pequeno contratempo, Capac avançou até o corpo dela,
beijando e lambendo enquanto avançava. Nos seios, ele
chupou cada um até que seus mamilos eram botões
apertados.

Mais uma vez, completamente excitado, Capac fez


questão de manter os olhos afastados. Ele trabalhou em
desfazer o jeans de Riya antes de levantar e se ajoelhar ao
lado dela. Não demorou muito para tirar as botas e colocá-
las de lado, não necessitando de outro encontro íntimo com
elas. Ele voltou a sua atenção em tirar as calças pelas pernas
longas e delgadas dela.

Capac passou as mãos acariciando as pernas e o


interior das coxas de Riya até chegar a calcinha, que escondia
a vagina da visão dele. Deslizou um dedo ao longo do material
e o encontrou úmido ao toque.

Ele se inclinou e deu um beijo no estômago dela. Ela


tremeu sob seus lábios. Capac pegou o topo da calcinha e a
tirou passando pelos quadris. Uma vez que tinha Riya livre
dela ele moveu-se para entre as suas pernas, o nível do rosto
dele com o único lugar do corpo dela que ele queria
desesperadamente provar.

Capac deu a primeira lambida na vagina e não


conseguiu conter um gemido silencioso. A combinação do
aroma de sua companheira, juntamente com o da excitação
dela e seu sabor na língua dele era uma mistura inebriante.
Abriu as pernas dela mais amplamente e se empenhou em
fazer Riya gozar em sua boca.

Ela ofegou quando ele empurrou um dedo e depois outro


dentro dela. Ele chupou seu clitóris enquanto a acariciava
com os dedos, dentro e fora. Os quadris dela se elevavam do
chão, combinando com o ritmo que ele definiu, apertando os
músculos internos em torno de seus dedos mergulhados.

— Sim. — Riya disse em um gemido. — Estou quase lá.

Ele não tinha nenhuma intenção de parar até ela


chegar ao orgasmo. Capac moveu os dedos mais rápido,
dobrando-os até atingir o ponto certo que iria empurrar Riya
para o orgasmo. Ele chupou o clitóris com mais força,
alternando entre isso e o circular com a língua.

Seu pênis empurrou dentro das calças na primeira


vibração do clímax dela. Quando ela estava prestes a gozar,
ele retirou os dois dedos e os substituiu pela boca. Ele
lambeu e chupou, golpeando com a língua a vagina dela. Riya
gemia com cada contração de suas paredes internas.

Capac levantou entre as pernas de Riya. Ele passou a


beijá-la, mas logo se viu empurrado de costas e ela em cima
dele. Ela se elevou, para que pudesse montar sobre as coxas
dele. Ele a olhou através das pálpebras fechadas em fendas.

— Desde que o feri, é apenas justo de minha parte o


beijar melhor. — Riya disse com um sorriso.

— Se você insistir.

— Oh, eu faço.

Riya desfez o botão e puxou o zíper da calça jeans dele.


Então, as puxou para baixo nos quadris, levando a cueca
junto, até que seu pênis saltou livre. Ele estremeceu quando
ela deslizou um dedo ao longo de seu comprimento. Seu
estômago se apertou em antecipação do que ela faria em
seguida.

Ela se inclinou e beijou da ponta do eixo até a base, mas


não parou por aí. Riya continuou mais abaixo e deu um beijo
nas bolas antes de dar uma lambida. Capac levantou a
cabeça e a observou se mover de volta até a coroa do pênis.
Ela pegou-o em um aperto firme na base, então passou a
língua até a parte inferior. A visão da sua companheira lhe
dando prazer empolgou sua excitação.

Riya abriu a boca e tomou o quanto de seu pênis ela


podia lidar. Capac sabia que o fazendo gozar dessa forma, só
iria aumentar o seu desejo de acasalamento, e ele não obteria
alívio com isso até que ele a reivindicasse, mas estava mais
do que disposto que isso acontecesse. Não havia prazer maior
do que ter a sua mulher destinada lhe tocando, fazendo-o
gozar.

Capac abaixou a cabeça e fechou os olhos, deixando o


fluxo das sensações de Riya agindo em seu corpo assumir.
Ela chupou forte o seu pênis, levando-o dentro e fora da
passagem úmida e quente da boca dela. Ficou ainda mais
duro. Ele colocou a mão na parte de trás da cabeça dela e
empurrou os quadris para cima. Um som entre um grunhido
e um gemido saiu dele.

Riya aumentou seu aperto nele e levou-o mais rápido.


Ela acariciava o ponto sensível sob a cabeça de seu pênis com
a língua em cada curso para fora. Capac perdeu a capacidade
de reter a sua libertação. Seu ponto sem volta o golpeou,
pegando-o de surpresa. Gemeu seu orgasmo rasgando
através dele, seu eixo pulsando enquanto dava a sua
companheira tudo o que tinha para dar.

Quando tudo acabou, Capac pegou Riya e puxou-a para


cima dele, com a cabeça apoiada no peito e debaixo do
queixo dele. Acariciou as costas dela, amando o contato
pele com pele.

— Você ainda está duro. — Riya disse. — Posso sentir


sua ereção pressionada entre nós.

— Ignore-a.

— Tenho certeza que você gostou do que eu fiz uma vez


que você gozou. Você não deveria ter um período de
recuperação? Ou estou perdendo alguma coisa?

Ele riu.

— Eu mais do que gostei. E você não está perdendo


coisa alguma. Isso é normal para mim.

Ela sorriu contra seu peito.

— Acho que o chute nas bolas não fez muito dano,


então.

— Nem um pouco.

— Bom, porque teria sido uma pena se eu lhe tivesse


dado uma lesão prolongada.

— Que tal subirmos na minha cama e assistirmos um


pouco de TV?

— Nus?

— Definitivamente nus. Não vou fazer amor com você


esta noite, mas pretendo fazer você gozar de novo antes de ter
que sair.

— Você tem certeza que não quer?


— Não quero apressar as coisas. É sempre melhor
saborear.

— Acho que nós vamos fazer do seu jeito, então.

Após Riya rolar de cima dele e se levantar Capac tirou as


calças e cueca e as deixou em uma pilha no chão, depois
tirou os sapatos. Então, pegou sua companheira e levou-a
para a cama. Eles iam assistir televisão, então ele ia saber o
que realmente transformava Riya.

Tanner estava no meio da noite, em um estacionamento


quase deserto, dentro das sombras mais escuras que ele
criou. Ele estava a favor do vento a partir do homem lobo que
tinha seguido de um bar, depois da hora de fechar. Aquele
que ele estava perseguindo era do bando local, com o qual
Tanner havia tido algum tipo de interação, antes de ser
expulso e forçado a ser um lobo solitário. Então sabia que ele
faria uma boa adição ao seu bando de lobos escuros. Tanner
apenas teria que trazê-lo para o lado negro pela primeira vez.

Deslizando de seu esconderijo, Tanner foi por trás do


outro homem. Pegou o ombro dele e o virou para encará-lo. O
homem lobo rosnou e o empurrou.

— Tanner, o que diabos você quer?

— Essa não é uma boa maneira de cumprimentar


alguém do seu bando, Greg.
— Você não faz mais parte dele e você sabe disso. Então,
mande as besteiras e desapareça, enquanto você estiver na
mesma.

Tanner sacudiu a cabeça.

— E aqui estou eu, oferecendo-lhe um presente.

Greg fez uma careta.

— O que você está falando?

— O que você diria se eu pudesse dar-lhe a


imortalidade? Fazer você mais forte do que é agora?

O outro homem bufou.

— Pois bem. Você não pode fazer nenhuma dessas


coisas.

— Sim, eu posso. Não sou o mesmo que eu era antes. —


Tanner conjurou as sombras escuras que ele havia escondido
antes e puxou-as em volta dele, fazendo-as rodar. — Sou algo
ainda melhor.

Greg olhou-o com interesse.

— O que eu teria que fazer para conseguir o que você


está oferecendo?

— Tudo o que você tem a fazer é se juntar aos meus


lobos escuros, aceitar-me como seu novo líder. Posso
prometer-lhe que não há muitas regras. Você apenas tem que
mudar suas alianças.

— Essa é uma grande decisão, mudar de bando.


— Posso fazer valer a pena. Ouvi como você queria a
companheira de seu irmão para si, que você e ele lutaram por
ela. Você perdeu, seu irmão te cortou da vida dele. Torne-se
um lobo escuro e você poderá voltar a ele. Podemos roubar a
companheira dele e você pode ficar com ela. Posso
transformá-la como você e ela não vai se importar com o seu
irmão por mais tempo. Ela vai estar mais do que feliz em ficar
com você.

Greg umedeceu os lábios.

— Você me ajudaria a roubá-la?

Tanner sorriu para si mesmo. Ele o tinha agora, não que


se importasse se Greg dissesse que sim. Tanner estava indo
torná-lo um lobo escuro independente disso. O outro homem
tinha um traço de egoísmo cruel que tentava manter sob
controle. Tanner queria alimentar isso e trazer à tona.

— Sim. — Disse Tanner. — Se você a quer, eu vou ter


certeza de obtê-la.

Greg assentiu.

— Tudo bem, estou dentro.

Ele sorriu.

— Bem. Agora, vamos torná-lo um de nós.

Tanner lançou-se para o outro homem, uma escura


massa enfumaçada envolvendo-o, quando ele mudou para
sua forma de lobo. Com um grunhido, ele apertou sua forte
boca no local onde o ombro e o pescoço de Greg se
encontrava, mordendo com força suficiente para romper a
pele. O sangue encheu a boca dele e ele engoliu.

Greg caiu no chão e gritou de dor. Tanner mudou de


volta à sua forma humana, se preparando para pegar o
homem e levá-lo por cima do ombro. Ignorando os gritos de
Greg, procurou nele até que encontrou as chaves dele.
Tanner abriu o carro e jogou o mais novo membro de seu
bando no banco traseiro. Ele entrou no lado do motorista e
foi embora.

Tanner olhou no espelho retrovisor para Greg, que se


debatia com dor. Tanner sorriu. Este seria o primeiro de
muitos. Brice, seu antigo alfa, logo perderia mais membros do
bando dele.
Riya despertou de supetão. Ela olhou ao redor do
quarto, a princípio achando estranho. Então se recordou,
rapidamente, de onde estava, especialmente quando olhou
para quem estava ao lado dela na cama. Capac estava
dormindo, murmurando alguma coisa em outra língua que
ela não entendeu.

Lentamente, para não acordá-lo, ela deslizou para fora


da cama. Eles deviam ter caído no sono depois de sua última
sessão de carícias e sexo oral. Um rápido olhar para o relógio
digital que estava na mesa de cabeceira ao lado de Capac
mostrou que estavam a algumas horas do amanhecer. Não
tinha a intenção de passar a noite.

Riya andou na ponta dos pés ao redor do quarto


enquanto recolhia suas roupas. Ela verificava de vez em
quando para se certificar de que não estava perturbando
Capac. Depois que estava vestida, parou para olhá-lo. Seu
cabelo longo, preto estava espalhado ao longo do travesseiro.
O belo rosto relaxado no sono.

Eles passaram boa parte da noite conversando,


aprendendo um sobre o outro enquanto assistiam televisão,
tudo estando nus. Riya tinha que admitir que este tinha sido
o melhor dos primeiros encontros de todos. Ela iria desistir
disso ao conhecer Capac melhor do que quando chegou. Na
verdade, ele era o primeiro cara que, ao menos uma vez,
esperava que acabasse querendo ficar com ela para sempre.

Já se sentia como se pudesse ter-lhe dado um pequeno


pedaço de seu coração. Isso não augurava nada de bom para
ela se Capac não sentisse o mesmo e só quisesse namorar
casualmente. Riya não sabia o que faria se isso acabasse por
ser o caso.

Capac mudou-se na cama e estendeu a mão para o lado


aonde Riya tinha dormido. Obviamente encontrando-o vazio,
seus olhos se abriram e ele sentou com um silencioso
grunhido animalesco que ela sempre associaria com ele,
desde que ele tinha feito isso com tanta frequência. Uma vez
que o olhar dele pousou sobre ela, pareceu relaxar.

— O que você está fazendo fora da cama? — Ele


perguntou, com a voz ainda rouca de sono.

— Nunca pretendi passar a noite. Adormeci.

Capac sorriu.
— Não me importo. Gosto de ter você perto de mim. —
Ele virou as cobertas, dando a Riya uma boa visão do seu
quadril e coxa nua. — É muito cedo para ir. Tire a roupa e
volte aqui.

Ela mordeu o lábio inferior.

— Realmente deveria ir.

— Por quê? Você tem que estar em algum lugar esta


manhã?

— Não.

— Então por que não fica?

— Bem, este é o nosso primeiro encontro. Parece ruim


se eu dormir aqui.

Capac riu.

— Quem disse? Se você está preocupada com o que


meus colegas vão pensar, não faça. Eles não irão se importar.

— Tudo bem. E se eu gostar muito?

— Não entendi.

Ela respirou fundo.

— E se eu quiser dormir mais do que esta noite na sua


cama? Eu poderia facilmente me acostumar com isso e se me
encontrar não sendo capaz de ter um descanso na minha
própria cama porque você não está lá.

Capac levantou do colchão e caminhou em direção a


Riya. Ele parecia não se importar em estar completamente
nu. Uma vez que a alcançou, segurou o rosto dela entre as
mãos.

— Não há nada de errado nisso. Quero isso.

Riya encontrou o olhar dele.

— Você está dizendo que quer me ver mais do que


casualmente? Você quer ter um relacionamento comigo?

Ele sorriu, fazendo coisas deliciosas para o corpo dela


com uma simples expressão facial.

— Se você está perguntando se quero ser seu namorado,


a resposta é sim. Nunca tive a intenção de vê-la apenas desta
vez quando a convidei.

O coração dela pulou uma batida com as palavras de


Capac, mas ainda tinha que descobrir uma última coisa
antes de se permitir acreditar que poderia realmente chamá-
lo dela.

— E todos os ―acidentes‖ que eu tive onde você acabou


estando na linha de fogo? Não posso prometer que será o fim
deles. Sou o que você chamaria de desajeitada.

Capac riu.

— Eu me curo rápido, então não se preocupe com isso.


Você pode fazer um monte de danos em mim e vou me
recuperar facilmente.

— Vou tentar não machucar você de novo.

— Minhas bolas vão agradecer-lhe, mas, se isso


acontecer, elas vão se curar. Agora, pare de se preocupar e
volte para a cama. Nós ainda podemos dormir por mais
algumas horas antes de nos levantarmos.

Riya permitiu que Capac tirasse as roupas dela, em


seguida, levá-la para a cama. Ambos subiram embaixo das
cobertas e aninharam-se. Com os braços em volta dela e com
o som do coração dele batendo em seu ouvido, não demorou
muito antes dela cair em um sono profundo.

Capac acompanhou Riya até a porta da frente, em


seguida, puxou-a em seus braços para um beijo longo e
apaixonado. Quando ele levantou a cabeça, viu que os olhos
dela estavam fechados e os lábios inchados por seus beijos.
Depois de ter passado a noite inteira com ela, aprendendo
mais sobre ela, ele estava mais do que satisfeito que ela
acabou sendo sua companheira. Não poderia ter pedido por
uma mulher melhor. A personalidade dela combinava com a
dele, e do jeito que ela respondia ao toque dele não demoraria
muito tempo para que ele pudesse levá-la para a cama e fazer
amor completamente.

Ele relutantemente a deixou ir.

— Então você vai voltar aqui assim que você tomar


banho e mudar de roupa?

Riya piscou abrindo os olhos, que ainda pareciam um


pouco atordoados.
— Sim, prometo. Então, podemos decidir o que quer
fazer o resto do dia, mas não pode ser uma noite longa.
Tenho que trabalhar amanhã.

Uma vez que Capac reivindicasse Riya como sua


companheira ela não seria capaz de trabalhar. O vínculo de
acasalamento não iria permitir que eles ficassem separados
por tanto tempo sem sofrer de ansiedade da separação. E isso
não era necessário, de qualquer maneira. Ele tinha dinheiro
suficiente para que pudessem viver com muito conforto,
graças ao seu primeiro xamã, que tinha dado a cada
sentinela pedras preciosas, semipreciosas e pepitas de ouro
antes de colocá-los para dormir na caverna de gelo.

— Tudo bem, não tarde da noite. — Ele disse. —


Quando você voltar nós poderemos ir almoçar em algum
lugar, desde que você não quis nenhum café da manhã.

— Nunca fui muito de comer no café da manhã, então


finalmente desisti. Almoço soa bem, apesar de tudo.

Capac baixou os braços para permitir que Riya fosse


para trás, mais perto da porta da frente.

— Tudo bem. Acho que vou vê-la em breve.

Riya assentiu com a cabeça, em seguida, caminhou para


fora. Capac estava na porta aberta e a observou caminhar em
direção ao carro dela. Foi então que ele viu Brice estacionado
ao lado do carro de Riya. O líder do bloco local saiu e disse
algumas palavras para Riya antes dele se dirigir até a casa.
Capac o esperou, dando um último aceno para sua
companheira enquanto ela se afastava.

— Ei, Brice. — Capac disse quando o outro homem lobo


o alcançou. — Nós não estávamos esperando por você hoje.

Brice não perdeu tempo com quaisquer amabilidades


antes dele perguntar:

— Aquela era a sua companheira? Pude sentir o cheiro


do seu perfume em cima dela.

— Sim. O nome dela é Riya. Encontrei-a ontem.

— Vá atrás dela. Reclame-a e transforme-a, agora.

Capac endureceu ao tom grave de Brice e a expressão


abatida que ele usava.

— Aconteceu alguma coisa?

Brice concordou.

— Se eu fosse você, eu não iria correr o risco de deixar


minha companheira mortal, desprotegida. Não depois do que
aconteceu no início desta manhã.

— Entre. Vou chamar os outros e você pode nos dizer.

Capac se afastou para permitir que o outro homem


entrasse. Ele, então, pediu a todos para vir à sala de estar, na
área onde todos eles normalmente se reuniam. A audição dos
homens lobos era tal que os outros ocupantes da casa não
tiveram problema em ouvi-lo e logo apareceram. Ryder já
devia estar com Edensaw porque ele o acompanhava de
perto, estando atrás do alfa.
Assim que todo mundo estava sentado na sala, Brice
assumiu o controle da reunião.

— Não tive uma manhã muito boa e tenho uma


sensação que o resto do dia não vai ser muito melhor. Houve
um incidente que ocorreu dentro do meu bando que envolveu
os lobos escuros, especificamente Tanner. Ele, juntamente
com Greg, um dos meus membros do bando e que já passou
para o lado negro, roubaram a companheira do irmão de
Greg. Eles espancaram bastante Tad no processo. Tad e Greg
não têm estado no melhor dos termos, e isso tinha a ver com
Lora, a companheira de Tad, que Greg queria claramente
para ele desde que a levou. Isso é preocupante o suficiente,
mas é a mensagem que Tanner deu a Tad para repassar a
vocês que é o pior.

Edensaw deu a Brice um olhar sombrio.

— O que ele disse?

— Demorou um pouco para obter isso de Tad, porque


ele está passando pela ansiedade da separação, mas não é
bom. Tanner disse que ele era agora o líder dos lobos escuros,
que tinha matado André para conseguir seu novo status.
Também disse que era mais forte do que o seu ex-criador e
não tem medo de usar o que havia adquirido.

Ryder falou antes de qualquer outra pessoa.

— Isso é o que senti, a mudança de quem lidera os lobos


escuros. E Tanner é uma ameaça maior do que André
sempre foi. Com a mudança no poder, senti que a escuridão
era mais forte naquele que assumiu. — Ele olhou para
Edensaw. — Vou ter que acelerar as coisas para assumir
meus poderes plenamente.

O alfa olhou para o xamã com a preocupação expressa


claramente em seu rosto.

— É sábio? Você não nos disse tudo o que isso envolve,


mas você disse que queria facilitar o seu caminho para isso.

— Já não tenho esse luxo. Se eu fizer isso, Tanner pode


fazer um movimento que vai ser a queda das sentinelas e isso
terá sido por nada.

— Vou ser franco. — Disse Brice. — Faça o que for


necessário para nos dar vantagem. Vim aqui para dizer o que
aconteceu, mas também para pedir a ajuda de vocês.
Precisamos ter Lora de volta. O único problema é que os
lobos escuros são mais fortes e mais rápidos do que nós
homens lobos regulares. Vocês sentinelas são mais fortes e
mais rápidos do que os lobos escuros. E não há como dizer
quantos membros estão no bando de Tanner.

Edensaw assentiu.

— É claro que vamos ajudar. Você tem pistas sobre onde


Tanner e Greg levaram Lora?

Brice suspirou.

— Não, não realmente, mas tenho mais do meu bando


fora vasculhando a cidade e algumas das áreas remotas fora
dela. Tanner tem que estar próximo daqui, na área. E uma
vez que o encontramos, vamos nos mover para resgatar Lora.

— Talvez eu possa ajudar a encontrá-lo. — Falou Ryder.


— Preciso de um pouco de tempo, mas eu poderia ser capaz
de trabalhar um feitiço para identificar uma área. — O xamã
se levantou e saiu da sala. Capac ouviu a porta do quarto de
Ryder ser fechada lá em cima.

— Deixe-me saber se Ryder conseguir algo. — Disse


Brice enquanto se levantava. — Preciso voltar e fazer uma
visita rápida para Tad. Ele não está em grande forma no
momento. — O som de um telefone tocando enchendo o ar.
Brice pegou o dele e atendeu. Suas poucas palavras lacônicas
disseram que não era uma boa notícia. — Foda-se. Tanner
esteve ocupado. Antes de ir para a casa de Tad, ele fez uma
visita à mãe e irmãos dele. Ele transformou à força os irmãos
em lobos escuros e ameaçou matar a mãe dele se ela tentasse
interferir.

— E você está ouvindo sobre isso somente agora. —


Perguntou Edensaw.

— Acho que a mãe de Tanner estava com muito medo de


chamar, até que ela se certificasse que Tanner não fosse
voltar.

— Vá e cuide dos membros de seu bando. Ligo se Ryder


for capaz de trabalhar naquele feitiço de localização. — Brice
deu um aceno de cabeça e saiu da sala. Edensaw olhou
para Eryn. — Ligue para Carson e diga-lhe que nós
precisamos dele.

A companheira de Wachei ergueu o celular dela.

— Já fiz isso.

Capac olhou para o alfa.

— Brice viu Riya enquanto ela estava saindo. Ele me


disse para reivindicar e transformá-la agora. Você concorda
que eu deva fazer?

Edensaw colocou a mão em cima do ombro de Capac.

— Acho que seria prudente fazê-lo o mais rápido


possível, mas não hoje. Riya será demasiado nova para o
nosso mundo, e com o que aconteceu no bando de Brice, você
não precisa arrastar sua companheira em algo que ela vai ter
dificuldade para entender. Pelo menos Cassidy, Eryn, Jaren,
Meadow e Haven foram treinadas para lutar em forma de
mulher lobo. Não haverá tempo suficiente para que você
possa ensinar Riya. Isso a faria ainda mais vulnerável,
mesmo não sendo mais mortal.

— Tudo bem. Então vou esperar até que tenhamos esta


crise sob controle.

O alfa deu ao ombro dele um aperto, em seguida, liberou


Capac.

— E você vai ter que cancelar seu encontro com Riya


hoje.
Capac se encolheu por dentro, mas assentiu. Ele deixou
a sala e dirigiu-se para o quarto dele e enviou um texto para
Riya. Felizmente eles haviam trocado números de telefone
celular e ele tinha conseguido o endereço dela antes dela sair.
Não queria decepcioná-la já nesta fase inicial do
relacionamento deles, mas não tinha escolha. Não podia
trazê-la para esse confronto com Tanner. Se alguma coisa
acontecesse com Riya, ele nunca se perdoaria.

Depois de tomar um banho, Riya se secou antes de ir


para seu quarto. Wren não estava em casa e Riya não tinha
ideia de quando sua colega havia saído. Ela não se importava.
Não era com frequência que ela tinha o apartamento para si.

Dentro de seu quarto, ela caminhou até a penteadeira


para pentear o cabelo úmido. Enquanto desembaraçava os
cabelos longos, ela sorriu. Logo veria Capac novamente. Não
tinha sido capaz de parar de pensar nele. Agora que sabia
que ele queria ter um relacionamento real com ela, sentia-se
como se pudesse se permitir pensar em um futuro neles
como um casal. Mesmo que realmente pudesse estar pulando
muito à frente de si mesma, Riya não teria nenhum problema
em morar com Capac. Ela já gostou dos amigos dele e eles
pareciam gostar dela. E o quarto dele era grande o suficiente
para os dois.
Ela tinha acabado de pentear o cabelo, quando o
telefone celular, que estava em cima da cômoda, soou
alertando para uma nova mensagem de texto. Riya soltou o
pente e pegou o telefone com um sorriso, esperando que fosse
Capac quem a tivesse enviado.

O sorriso dela desapareceu lentamente quando


descobriu que era realmente dele, mas a mensagem não era o
que esperava. Em vez de lhe perguntar o quanto longe ela
estaria ou que ele sentia falta dela, ele cancelou o encontro. A
razão para isso era vaga na melhor das hipóteses, afirmando
que algo tinha surgido de repente e ele iria entrar em contato
para marcar outra hora para vê-la, assim que pudesse.

O coração de Riya afundou. Ela não gostou da ideia de


Capac cancelar através de uma mensagem de texto. Para ela,
teria sido melhor se ele tivesse ligado e falado com ela. Isto
era tão impessoal e permitia a ele não se explicar.

Ela terminou de vestir-se e decidiu ir para a cozinha


fazer alguma coisa para comer, agora que não iria sair para
almoçar com Capac. Era realmente horrível que não pudesse
vê-lo como o planejado.

Riya abriu a geladeira e olhou para ver o que tinha na


seção dela. Estava vazia. Teria que ir ao supermercado mais
tarde ou depois do trabalho amanhã. A parte de Wren estava
bem abastecida como de costume. Ela viu um pacote de
carne moída que estava descongelado. Fez uma careta. Isso
significava que Wren iria fazer bife tártaro para o jantar
dela. Riya teria que ter certeza que não estivesse por perto,
quando Wren fizesse ou ela estaria perguntando se queria
algum. Riya não podia ficar e ver Wren comer a carne crua.
Ela podia lidar com sushi, mas carne bovina crua estava fora
de sua zona de conforto.

Decidiu fazer alguns ovos quando a porta do


apartamento foi aberta. Wren entrou na cozinha e parou em
frente à Riya, olhando-a atentamente antes de falar.

— Você finalmente está de volta. — Wren disse. — Seu


encontro deve ter ido bem se você passou a noite.

— Pensei que sim. — Riya respondeu enquanto tirava


uma frigideira do armário. Ela a colocou em cima do fogão. —
Era para eu almoçar com Capac, mas ele me dispensou
através de uma mensagem de texto, nada menos.

— Você está preocupada que ele não vai vê-la


novamente. — Wren disse isso como uma afirmação e não
uma pergunta.

— Sim. — Riya que normalmente não falava sobre


homens com Wren, mas não tinha mais ninguém. Além disso,
ela parecia tão certa que Capac iria ficar ao redor.

— Não fique.

Ela colocou dois ovos e um pouco de leite em uma tigela


antes de despejar a mistura na frigideira.

— Não sei como você pode ter tanta certeza quando você
nunca encontrou Capac.
— Chame isso de intuição. Tenho certeza que ele vai
ligar amanhã. Você conheceu todos os amigos dele na noite
passada?

— Sim. Eles foram todos legais. Acho que um dos casais


acaba de descobrir que está esperando seu primeiro bebê. O
jantar foi uma celebração disso.

— Algum deles é solteiro?

Riya agitou seus ovos.

— Dois deles eram. Acho que Carson está na casa dos


trinta anos, enquanto Ryder está perto da sua idade, mas
quando você olha nos olhos dele, ele parece mais velho do
que isso.

— Você pode me apresentar a ele?

— Talvez. Tudo depende se vou ou não ver Capac


novamente, o que espero fazer.

— Você sempre pode ligar para Capac e convidá-lo para


vir aqui. Diga a ele para trazer Ryder com ele.

— Vou pensar sobre isso.

— Obrigada. Acho que vou deixar você terminar de fazer


os ovos antes de eu pegar algo para comer também.

Wren saiu da cozinha. Riya balançou a cabeça. Ela


ainda não entendia a mudança dela. A outra mulher tinha
lhe falado mais palavras nos últimos dois dias do que tinha
em um ano. Não que Riya se importasse. Ela tentou se
aproximar de Wren antes e tinha sempre sido sem êxito.
Riya terminou os ovos, em seguida, os colocou em um
prato. Levou a comida para o quarto onde ligou seu laptop
para checar os e-mails dela, enquanto comia. Havia um de
seus pais novamente, compartilhando as últimas atrações
que tinham visto nas férias deles. Ela clicou resposta e
escreveu uma mensagem entre garfadas. Não fez nenhuma
menção sobre Capac apenas no caso de ele não lhe ligar
como disse que faria.
O bastardo estava jogando com eles. Capac estava no
grande espaço aberto de um armazém abandonado perto das
docas, junto com as outras sentinelas, assim como Ryder,
Brice, Tad e alguns membros escolhidos a dedo do bando de
homens lobos locais. Mais uma vez, Tanner tinha escorregado
por entre os dedos.

Este era o quarto lugar que Ryder tinha sido capaz de


identificar usando seu feitiço localizador, mas parecia que
Tanner sabia que eles estavam vindo e fugia antes deles
chegarem. E ele jogava isso de volta em seus rostos, deixando
uma nota para encontrarem, insultando-os. Cada vez que
eles perdiam o novo líder dos lobos escuros Ryder tinha que
usar o feitiço novamente, o que levava momentos preciosos.

— Isso é ridículo. — Tad disse com um rosnado. —


Para que servem essas sentinelas e o xamã deles se não
conseguem encontrar a minha companheira? Fazem horas
desde que meu irmão idiota e o lobo escuro a levaram. Quem
sabe o que eles fizeram para ela.

— Sei que você está atravessando o inferno com a


ansiedade da separação, mas você tem que se acalmar. —
Brice disse ao membro do seu bando. — Sem Ryder, não
teríamos sido capazes de encontrar até mesmo esses lugares.

Tad passou a mão pelo cabelo loiro, mais ou menos


curto.

— Merda, eu sei. Este é o tempo mais longo que estive


afastado de Lora desde que nós acasalamos. Está me
matando pensar no que ela deve estar suportando nesse
momento.

Edensaw ficou na frente de Tad.

— Estamos fazendo o nosso melhor para conseguir a


sua companheira de volta. Sei que é difícil, mas não podemos
correr cegamente, sem saber para onde Tanner irá. Seria
como procurar uma agulha num palheiro.

— O tenho. — Ryder falou de onde ele estava, num lado,


longe de todos os outros.

Capac esperava que este próximo lugar fosse o local


onde eles conseguiriam encurralar Tanner. Já era tarde da
noite e com a sorte que eles estavam tendo poderiam estar
caçando os lobos escuros no dia seguinte.

Com o impulso de seu acasalamento o pressionando e


vendo o que Tad estava passando, Capac realmente sentia
falta de Riya. Ele pensou que ela iria mandar uma mensagem
de volta depois que ele desmarcou o encontro deles, mas cada
vez que olhava para o telefone não havia nada dela. Esperava
que não estivesse brava com ele. Se estivesse, teria que fazer
as pazes com ela. Era ruim que só ele soubesse o que ela
significava para ele, que não havia chance de sair da vida
dela.

Todos eles se amontoaram de volta para seus veículos,


onde as companheiras esperavam e se dirigiram para a área
que Ryder os tinha dirigido. Desta vez, acabaram em um
terreno arborizado vazio, nos arredores de Juneau.

Mais uma vez eles deixaram as companheiras, desta vez


com Ryder, nos carros, enquanto o resto deles se dirigiu para
a área arborizada. Capac assumiu sua forma de lobo pré-
histórico quando os outros mudaram também, assim que eles
estavam escondidos da estrada pelas árvores altas. Com os
sentidos mais aguçados nesta forma, ele cheirou o ar ao seu
redor, em busca de pistas.

Tad foi o primeiro a pegar uma trilha de cheiro. Ele


soltou um grunhido, então decolou em uma corrida. Eles
correram atrás dele. Capac podia sentir os aromas de dois
lobos negros do sexo masculino e um lobo feminino, eles
estavam frescos. Talvez desta vez eles fossem apanhar
aqueles que caçavam.

Eles acabaram em uma pequena clareira que consistia


em uma colina de rocha. No topo estavam Tanner e Greg
junto com Lora, que estava sendo firmemente presa nos
braços de Greg. Ela não parecia estar ferida, mas havia
marcas de lágrimas no rosto dela. O olhar dela passou por
cada um deles até que ela soltou um gemido quando viu seu
companheiro.

Tad se posicionou sob as patas traseiras, como se fosse


saltar na pequena colina, mas Brice mudou para a forma
humana e o pegou.

— Não faça isso. Pode muito bem ser uma armadilha.


Você indo lá em cima não vai nos ajudar a conseguir Lora de
volta.

Todos eles mudaram e se moveram como um grupo para


ficar com Tad e Brice. Tanner riu.

— Sim, Tad, melhor ouvir o que seu líder de matilha tem


a dizer. Mantenha a distância.

Edensaw avançou.

— Deixe a mulher ir, Tanner. Já provou que você está


sendo pior do que André. Você não acha que fez a mulher
sofrer o suficiente?

— Edensaw. — Disse Tanner com um sorriso


condescendente. — Imaginei que isso atrairia as sentinelas
para fora. Quanto a acabar com o sofrimento de Lora, eu
estava apenas esperando você chegar para fazer exatamente
isso. — Ele olhou para Greg. — Segure-a imóvel.

Tad soltou um berro quando lutou e se soltou de Brice.


Tanner mudou para sua forma de lobo, levantou sobre as
patas traseiras e mordeu Lora, onde o pescoço e o ombro se
juntavam, tirando sangue. Ela ficou rígida quando um grito
de dor saiu dela. Tanner virou-se e encontrou Tad, que mais
uma vez mudou para a forma de lobo. Os gritos de Lora
encheram o ar enquanto os dois lobos se enfrentaram.

Capac correu até o morro junto com o resto dos outros.


Antes que pudessem chegar até Tanner e Tad, mais seis lobos
escuros vinham movendo-se rápidos das árvores e partiram
para o ataque.

A luta que se seguiu foi cruel e sangrenta. Logo se


tornou evidente que os únicos que poderiam manter-se
contra os lobos escuros eram Capac e seus irmãos lobos. Eles
foram capazes de vencê-los o suficiente para mover a luta
mais acima do morro onde Tanner lutava com Tad.

Não era difícil de ver que o líder lobo escuro estava


brincando com Tad. Tanner dava golpes cruéis no outro
homem lobo, rasgando com as garras o lado do corpo dele,
deixando sulcos sangrentos para trás na pele de cor clara de
Tad.

Capac derrubou temporariamente um adversário,


apoderando-se da parte de trás do pescoço dele e rompendo-
o. Por experiência, ele sabia que o lobo escuro só estaria fora
da luta por alguns segundos, mas era o suficiente para dar a
Capac a vantagem para escalar o resto do caminho até a
colina. Ele tinha acabado de chegar ao topo quando Tanner
subjugou Tad e o mordeu no pescoço como tinha feito com
Lora. Tad mudou para a forma humana e gritou de dor.
Tanner deu um passo atrás e mudou também. Ele
sorriu para Capac.

— E isso faz mais dois lobos escuros adicionados a meu


bando. Eles são meus agora.

Capac se lançou para Tanner e o atingiu direto no peito,


mandando-o para trás, não dando tempo ao líder dos lobos
escuros de mudar. Ele mordeu e arranhou, usando sua
grande força para derrubar Tanner de costas. Ele quase o
teve pela garganta, mas Tanner deu um soco no lado da
cabeça de Capac, fazendo-o ver estrelas.

O líder lobo escuro levantou-se, limpando o sangue dos


arranhões que Capac tinha feito na bochecha dele.

— Boa tentativa, sentinela, mas vai demorar muito mais


do que isso para me derrubar. Também não pude deixar de
notar que você tem cheiro de uma mulher em você. Pode ser
que você finalmente tenha encontrado sua companheira?
Uma vez que não está entranhado com o seu, vou dizer que
você não a reclamou ainda. Talvez eu deva procurá-la e
torná-la um lobo escuro.

Uma onda de raiva atravessou Capac sobre o


pensamento de Tanner vindo em qualquer lugar perto de
Riya. Com um grunhido alto, ele pulou em Tanner, indo para
a garganta dele mais uma vez. Desta vez, Tanner pegou
Capac pelo pescoço e o segurou. O líder lobo escuro
murmurou algumas palavras que Capac não entendeu. Ele
choramingou quando uma dor aguda atravessou a cabeça
dele. Depois de alguns segundos, ele foi arremessado.
Tanner finalizando a ação deu um chute certeiro nas costelas
de Capac, que tirou o fôlego dele.

Enquanto Capac lutava para conseguir ar em seus


pulmões, Tanner disse:

— Obrigado por toda essa informação. Diga parabéns a


Edensaw pelo bebê. Agora vejo que você tem um novo xamã.
Ele é o único que causou a André tantos problemas. Vou ter
que fazer algo sobre isso. E você quer que eu diga a tua Riya
olá, quando lhe fizer uma pequena visita? Vou ter que
lembrar o endereço dela.

Capac subiu para suas patas com um grunhido. Tanner


girou com o pé, pegando Capac no lado da cabeça. Ele caiu
no chão. A última coisa que viu antes de seu mundo ficar
preto foi o pé de Tanner indo em direção a ele mais uma vez.

— Capac, acorda.

O som da voz do alfa despertou subitamente Capac. Ele


abriu os olhos para encontrar-se rodeado pelos seus irmãos
lobos. Mudou para sua forma humana.

Ele se sentou e olhou em volta.

— Tanner? Para onde ele foi?

— Conseguiu escapar, levando Tad e Lora com ele. Ele


usou algum tipo de feitiço que o fez e a seu bando
desaparecer na escuridão.
Capac se levantou.

— Quanto tempo estive desacordado?

— Só por alguns segundos. Brice e os membros do


bando dele foram ver se eles conseguem pegar a trilha de
Tanner.

— Nós temos que ir para os carros e verificar Ryder e as


meninas. Tanner usou outro feitiço em mim, um em que ele
basicamente puxou qualquer informação que queria direto
para fora da minha cabeça. Ele sabe sobre Ryder e o novo
bebê. Também tem o endereço de Riya. Tenho que ir até ela.

Edensaw girou sobre os calcanhares e saiu correndo na


direção de onde tinham deixado os carros. Capac e os outros
seguiram atrás dele. Para grande alívio de Capac não
encontraram lobos escuros tentando chegar até as
companheiras e o xamã deles.

Assim que Edensaw teve Cassidy fora do carro e em


seus braços, ele explicou aos outros o que Capac lhe dissera.
Então olhou para Capac.

— Vá para a sua companheira. Você vai ter que trazê-la


de volta a nossa casa para protegê-la.

— Ela divide o apartamento com outra colega. E quanto


a ela?

— Você vai ter que trazê-la junto também. Não podemos


deixar uma inocente só para Tanner a encontrar.
— Espero que nenhuma delas torne mais difícil isso. Sei
que Riya deveria ir para o trabalho em poucas horas.

— Basta trazê-las para casa e nós vamos ajudar a


explicar tudo para elas.

Capac assentiu.

— Tudo bem. Vou precisar de uma carona até lá.

— Vou levá-lo. — Ryder disse. — Sem Tad, todo mundo


vai encaixar-se nos outros veículos.

— Vá. — Edensaw disse. — Nós vamos ficar por aqui


para ajudar Brice pegar a trilha de Tanner, no entanto,
duvido que nós iremos encontrar uma.

Acenou com a cabeça para o alfa, então ele entrou no


veículo preto quatro por quatro de Ryder. Deu ao xamã o
endereço do destino deles. O senso de urgência que sentia de
chegar até Riya aumentando, assim que eles saíram. Capac
não tinha ideia do que ia dizer para convencer sua
companheira e sua amiga a deixarem o apartamento delas
nas primeiras horas da manhã, sem muita explicação.

— Vai ficar tudo bem. — Disse Ryder. — Não acho que


você precisa se preocupar com Tanner indo ao apartamento
de Riya antes de chegarmos lá. Agora que sabe sobre mim,
ele vai tentar desfazer os feitiços de proteção usados para
impedir os lobos escuros de descobrirem informações sobre
as sentinelas. Sou uma ameaça maior no momento.

— Então, até chegar a seus plenos poderes vamos ter


que mantê-lo sob vigilância.
— Isso só será por um curto período de tempo.

Quando chegaram ao prédio, Capac olhou para Ryder.

— Você vem comigo? Eu poderia precisar de ajuda com


a colega de minha companheira.

— Claro, por que não? Isso vai nos levar para casa mais
rápido. Estou quase acabado.

Capac saiu do carro e caminhou com Ryder até o


edifício. Ele entrou no vestíbulo e esquadrinhou a placa do
sistema de interfone, até que encontrou o nome de Riya.
Então, digitou os números que chamam no apartamento dela.

Ele tocou e tocou até que finalmente Riya respondeu


com uma voz sonolenta.

— Olá?

— Riya é Capac. Você pode, por favor, deixar-me subir?

— Capac? Você tem alguma ideia de que horas são?


Tenho que estar daqui há poucas horas pronta para o
trabalho. Você não pode voltar mais tarde?

— Não, não posso. Se isso não fosse urgente eu não


estaria aqui. Por favor, você vai me deixar entrar?

— Você está certo de que isto não pode esperar?

— Tenho certeza.

— Tudo bem, você pode vir para cima. Vou abrir a porta.

A porta de segurança soou um segundo depois. Capac


abriu-a e entrou com Ryder atrás dele. Eles pegaram o
elevador até o sexto andar, em seguida, eles caminharam
pelo longo corredor até o apartamento de Riya.

A porta se abriu antes de Capac ter a chance de bater.


Riya estava na porta e fez sinal para ele e Ryder entrarem.
Ela fechou assim que o fizeram.

— Ok, o que é tão urgente que você tinha que vir aqui de
madrugada?

Capac ficou imóvel quando ele inalou um aroma especial


no ar. Poderia ser que Riya já sabia que a espécie dele
existia?

Ryder respondeu à pergunta de Riya.

— Se nós não temêssemos por sua segurança, não


teríamos considerado necessário acordá-la tão cedo. Você vai
ter que despertar a sua colega também. Vocês duas terão que
vir com a gente para a nossa casa.

Capac virou-se para Ryder.

— A colega dela é algo mais do que imaginávamos.

— O que você quer dizer?

Uma mulher alta de cabelos castanhos saiu de um dos


quartos e caminhou em direção a eles. Ela era uma
supermodelo linda como todos os homens lobos nascidos
eram. O olhar dela pousou em Ryder e não se afastou.

— O que seu amigo está dizendo é que sou uma mulher


lobo.

— Será que Riya sabe? — Capac perguntou.

— Não, eu não disse a ela.


Riya olhou para Wren, em seguida, para Capac.

— Alguém pode me dizer o que está acontecendo? E,


Wren, o que é isso sobre você ser uma mulher lobo? Isso é
ridículo.

Capac suspirou.

— Não temos tempo para explicar tudo agora. Embale


algumas roupas e, em seguida, vamos para a minha casa,
Wren inclusive. Ambas não estão seguras aqui sozinhas.

— Capac, você está em algum tipo de problema? — Riya


perguntou.

— Venha com a gente e nós vamos responder a todas


suas perguntas.

Wren deu um passo para o lado de Riya e colocou o


braço em volta dos ombros dela.

— Acho que devemos fazer o que eles dizem. Vá pegar


algumas roupas e eu vou fazer o mesmo.

Riya olhou para a colega de quarto.

— Por favor, diga-me que você realmente não acha que


você é uma mulher lobo.

— Como disse Capac, todas as suas perguntas serão


respondidas mais tarde.

— Tudo bem, será dessa maneira. — Riya não impediu


Wren de conduzi-la para longe, mas depois de alguns passos
ela parou de andar. — E o meu trabalho? Tenho que ir
nesta manhã.
Capac balançou a cabeça.

— Não, você não pode. Vai ter que dizer que está doente.

— Por quanto tempo?

— Não sei.

Riya o encarou por alguns segundos antes dela balançar


a cabeça lentamente.

— Tudo bem, eu vou ligar e dizer que estou doente. Só


estou fazendo isso porque tenho um pressentimento de que
você não vai aceitar um não como resposta.

Ambas, Wren e Riya foram para seus quartos, enquanto


Capac e Ryder ficaram na porta do apartamento.

Capac olhou para o xamã.

— Minha companheira já estava morando com uma


mulher lobo e nem sequer sabia disso.

— Pelo menos Riya vai perceber que ela não tem nada a
temer de você desde que esteve sob o mesmo teto com Wren e
não chegou a ter nenhum dano.

— Há isso.

Uma vez que as mulheres tinham feito às malas e


estavam prontas para ir, Capac conduziu todos até o
estacionamento. O céu estava começando a clarear quando
Ryder foi para a estrada. Capac olhou para Riya, que estava
sentada ao lado dele no banco de trás. Wren estava na frente
com Ryder. Riya reprimiu um bocejo com a mão.
— Depois que chegarmos a minha casa podemos deitar
um pouco antes de chegarmos a discutir qualquer coisa. —
Ele disse a ela.

— Normalmente eu iria dizer-lhe que estou bem, mas


não dormi tão bem ontem à noite. Principalmente por causa
de você.

Capac sorriu.

— Você estava sonhando comigo, não é?

Riya revirou os olhos.

— Não exatamente. Por que você me enviou uma


mensagem de texto para cancelar o nosso encontro? Teria
sido melhor se me ligasse ao invés disso.

— Isso foi a coisa errada para se fazer?

— Você poderia dizer que sim. É impessoal e me fez


pensar que você ia me dar o fora, não importa o que você
disse sobre o desejo de ser o meu namorado.

Capac fez uma anotação mental para nunca enviar a


Riya uma mensagem de texto se fosse algo importante. Ele
não precisava ter sua companheira brava com ele sobre algo
tão trivial como isso.

— Desculpe, não quis dizer isso desse jeito. — Ele disse


enquanto pegava a mão de Riya e entrelaçava os dedos
juntos. — Foi mais fácil enviar um texto. Estava meio com
pressa.
— O que você estava fazendo anteriormente tem algo a
ver com você me arrastando para a sua casa de madrugada?

— Sim.

— E suponho que você não estará pronto para falar


sobre o que seja até mais tarde.

— Correto, mas vou dizer-lhe que, se isso não fosse


realmente importante eu não teria tido motivo para cancelar
com você. Jamais simplesmente me afastarei de você.

Wren virou em seu assento para olhar para trás para


eles.

— Veja Riya, eu te disse que Capac não faria isso com


você. Você significa mais para ele do que isso. Certo, Capac?

Ele encontrou o olhar de Wren. Sendo uma mulher lobo,


ela devia ter descoberto que Riya era companheira dele.

— Absolutamente. Obrigado por tentar aliviar os


temores de Riya sobre isso.

— Não tem problema. Sei que você esperou por ela por
um tempo muito longo.

Capac franziu a testa.

— Você sabe?

Ela deu-lhe um sorriso.

— Sim. Minha mãe era uma psíquica e herdei o dom


dela. — Wren virou-se para olhar para Ryder. — Sei de um
monte de coisas que vão acontecer em um futuro não muito
distante.
Ryder deu a mulher lobo um olhar confuso, em seguida
voltou a olhar para a estrada. Capac balançou a cabeça sobre
o que Wren tinha dito. Quando ele olhou para Riya ela
parecia sem saber o que fazer com a colega. Obviamente,
tudo isso era novidade para ela.

Em casa, Ryder estacionou na garagem, então todo


mundo saiu. Capac carregou a bagagem de Wren e Riya
enquanto Ryder foi adiante para abrir a porta da frente.
Dentro estava tranquilo. Depois de uma rápida checagem
Capac percebeu que eles eram os únicos em casa. Seus
irmãos lobos e suas companheiras ainda não tinham
retornado. Ele não sabia se isso era uma coisa boa ou ruim.

Capac parou na base das escadas que levavam ao andar


superior.

— Riya vai dormir na minha cama. Quanto a você,


Wren, acho que você pode dormir no sofá, se você quiser.

— Ou eu posso dormir no quarto de Ryder. —


Respondeu ela quando se aproximou do xamã.

Ryder balançou a cabeça.

— Ah, não. Acho que é melhor se você ficar no sofá.

— Não lute contra isso, Ryder. Estaremos bem juntos.

Wren teria colocado a mão no peito do xamã, mas Ryder


a pegou e empurrou de volta para ela.
— Não tive nenhum sono por quase vinte e quatro
horas, acho que é melhor se eu deixar esse assunto ir por
agora. Vou ver todos vocês depois que descansar um pouco.

Ryder se apressou a subir as escadas, como se os cães


do inferno estivessem beliscando seus calcanhares. Capac
não conseguiu conter uma risada.

Wren suspirou.

— Vou ter que trabalhar com ele. Acho que vou dormir
no sofá então. Vocês dois vão para cima, vou ficar bem aqui.
— Ela pegou a bolsa dela de Capac e se dirigiu para a sala.

Capac subiu as escadas com Riya para o quarto dele. Lá


dentro, ele fechou e trancou a porta atrás deles. Sua cama
parecia incrivelmente boa neste momento. Fazia quase vinte e
quatro horas desde que ele tinha dormido também. Ele
colocou a bolsa de Riya perto do armário, em seguida, puxou
a camisa sobre a cabeça.

Ele olhou para cima para encontrar Riya o observando.


Ele deu de ombros.

— Não durmo de pijama. E não é como se você já não


tivesse me visto nu.

— Não estou reclamando. Só vou avisá-lo que você é


muito tentador, sem nenhuma roupa. Sei que você quer
dormir, mas não serei responsável se eu acordá-lo
acariciando seus pedaços viris.

Capac riu.
— Meus pedaços viris, hein? Você pode tocá-los ao
contento do seu coração. Apenas deixe-me conseguir um par
de horas de sono em primeiro lugar.

— De acordo. Então, depois disso você vai explicar o que


está acontecendo.

— Prometo.

Ele terminou de se despir e subiu debaixo das cobertas.


Riya escorregou nua ao lado dele e se aconchegou perto. Com
sua companheira ao lado, Capac adormeceu em questão de
segundos.
Riya dormiu apenas por cerca de uma hora antes de
acordar e não conseguir voltar a dormir. Capac ainda estava
dormindo, calmamente roncando. O pobre rapaz devia estar
esgotado. Ia ser uma namorada agradável e não perturbá-lo,
não importando o quanto quisesse beijá-lo e ter as mãos dele
sobre ela.

Ela rolou de lado e traçou o belo rosto de Capac com o


olhar. Riya estava mais do que feliz em saber que seus medos
sobre ele querer terminar com ela eram infundados. Queria
segurá-lo por um bom tempo. Assim como Wren
provavelmente queria fazer com Ryder.

Riya riu para si mesma quando pensou em como Ryder


tinha parecido apavorado quando Wren tinha dito que ela
poderia dormir no quarto dele. Parecia que sua colega tinha
voltado à atenção dela sobre ele.

Pensar em Wren também fez Riya pensar sobre como


Wren tinha chamado a si mesma. Uma mulher lobo. E Capac
agiu como se ele soubesse que havia algo diferente nela logo
depois que ele entrou no apartamento. Wren não poderia ser
uma mulher lobo. Era ridículo dar qualquer crédito a isso.

Em seguida, havia a razão pela qual Capac e Ryder


tinham vindo para o apartamento dela tão cedo pela manhã,
insistindo que ela e Wren saíssem com eles. Capac
obviamente temia pela segurança dela, mas por que, não
podia sequer começar a imaginar. Não era como se vivesse
algum tipo de estilo de vida selvagem e houvessem malucos
atrás dela. Talvez ele fosse o único que tinha malucos atrás
dele e ser sua namorada poderia colocá-la em perigo. Se fosse
esse o caso, Riya tinha que saber o que Capac fazia para
viver. Ele nunca lhe disse, e ela não tinha pensado em
perguntar.

Não adiantava ficar remoendo isso agora, sobretudo


desde que Capac ainda estava dormindo e provavelmente não
iria acordar por pelo menos mais uma hora. Ou assim
pensou Riya até que ela o olhou para descobrir que ele tinha
os olhos abertos.

— Desculpe, te acordei? — Ela perguntou. — Não


consigo dormir mais.

Capac rolou e puxou-a sob ele.


— Na verdade, meu pênis me acordou. — Ele empurrou
os quadris e o comprimento duro de sua ereção cutucou
contra a coxa de Riya.

— Posso sentir isso. — Disse ela, de repente, um pouco


sem fôlego.

— Estou esperando que você seja capaz de me ajudar


com isso. Talvez você estivesse interessada em brincar como
fizemos na outra noite?

A vagina de Riya apertou com o pensamento de ter a


boca e as mãos de Capac sobre ela, dando-lhe prazer até que
gozasse. Ela ergueu os braços e os envolveu em torno do
pescoço dele.

— E é isso? Apenas sexo oral?

— Por enquanto. Depois da conversa que teremos com


os outros, então vou fazer amor com você por horas.

Ela se contorceu sob ele.

— Eu diria que valeria a pena ligar dizendo que adoeci.

— Então suponho que você está mais do que disposta a


me ajudar com o meu pau.

— Você tem razão.

Capac abaixou a cabeça e tomou os lábios dela em um


beijo suave. Isso logo mudou quando ela abriu a boca para
permitir-lhe a entrada. Ele empurrou a língua dentro e
acariciou a dela enquanto a reivindicava mais plenamente.
Os mamilos de Riya apertavam e roçavam contra o peito
de Capac, enviando pequenas ondas de prazer através dela.
Sua vagina doía, umidade agrupava. Com ambos já nus,
sentia cada centímetro do corpo dele pressionando
duramente o dela.

A excitação dela invadiu-a, fazendo-a levantar os


quadris em convite. Capac inseriu uma coxa musculosa entre
as pernas dela com bastante pressão contra a vagina
elevando o aperto do desejo. Ela descaradamente montou a
coxa dele, para cima e para baixo, enquanto avidamente o
beijava de volta.

Capac deixou os lábios para lamber e beijar o lado do


pescoço dela. Riya tremeu em resposta, virando a cabeça
para o lado para lhe dar melhor acesso. Ele não parou por aí,
mas continuou para baixo, para o topo dos seios. Ele passou
a língua em cada elevação antes de tomar um mamilo na
boca.

Riya gemeu enquanto umidade vazava de sua abertura


quando cada puxão no peito causava um correspondente
profundamente dentro de sua vagina. Capac deu ao outro a
mesma atenção que o primeiro. Ela agarrou os ombros dele,
incapaz de se manter imóvel.

Ele foi mais abaixo até que estava entre as pernas


abertas dela, o rosto dele ao nível da vagina. Capac lambeu
de baixo para cima, em seguida, passou a língua ao redor de
seu clitóris. Riya soltou um gemido, seu corpo apertado de
prazer.
— Pensei que eu deveria estar ajudando você com seu
pênis. — Ela disse enquanto ele dava ao seu clitóris outra
boa lambida.

— Você vai. Não dizem sempre, primeiro as damas?

— Oh Deus. — Ela arquejou. Capac empurrou dois


dedos dentro dela e acariciou o ponto G.

— Acho que isso significa que você está sendo um


cavalheiro.

Riya logo perdeu a capacidade de falar. Capac


mergulhou os dois dedos, dando-lhe prazer, entrando e
saindo. Seu corpo se contorcia apertado, empurrando o
orgasmo cada vez mais perto da superfície. Ele tocou-lhe
onde ela mais precisava que a tocasse e com a quantidade
certa de pressão. Tocava-a como um instrumento afinado.

Ela gemeu o nome dele quando alcançou o clímax,


empurrou mais duro dentro dela e chupou seu clitóris. Riya
montou as ondas de prazer que a atravessou. Uma vez que
gozou todo o corpo dela relaxou. Enquanto ela lutava para
recuperar o fôlego, Capac se arrastou até ela e acariciou seu
pescoço. Ele deitou metade em cima dela. Seu pênis duro
pressionando o quadril dela.

Riya alcançou entre eles e envolveu sua mão ao redor do


eixo de Capac. Ela bombeou para cima e para baixo,
divertindo-se com a sensação da dura longitude. Ele
empurrou os quadris, levando sua ereção mais duro no
punho dela.
Ela soltou Capac, em seguida, colocou a mão no peito
dele e deu-lhe um pequeno empurrão. Ele rolou de lado. Riya
ficou de lado e pressionou beijos ao longo dos peitorais bem
definidos antes de avançar para baixo no corpo dele. Capac
gemeu, o som atado com um daqueles grunhidos animalescos
que ele parecia gostar de fazer na cama.

Ela traçou os sulcos do seu tanquinho com a língua.


Passou a mão ao longo de seu quadril, indo ainda mais baixo,
até que chegou a seu pênis esticado. Ele estremeceu quando
ela arrastou um dedo da base para a ponta. Uma gota de
umidade vazou da fenda, que ela espalhou na pele dele.

Riya assumiu uma pressão firme do eixo de Capac na


base e deu uma lambida preguiçosa. Ele sussurrou seu nome
como se fosse uma bênção. Ela abriu a boca e levou-o para
dentro. Deslizou-o dentro e fora lentamente, sugando forte o
suficiente que as bochechas dela afundaram e o aroma
almiscarado dele encheu o nariz dela.

Capac bombeou seus quadris, pedindo-lhe para ir mais


rápido. Riya fez exatamente isso, com a cabeça balançando
enquanto ela acelerou o ritmo. Seu pênis cresceu mais duro e
ela o levou quase todo até o fundo da garganta. Os rosnados
e gemidos de Capac aumentaram em volume.

Ele colocou a mão na parte de trás da cabeça dela e


empurrou o pênis dentro e fora fodendo a boca. Riya apertou
o punho em torno da base, enquanto acariciava as bolas com
a outra mão. Tendo em conta o quão próximo eles estavam
do corpo dele, ele estava tremendo à beira da liberação.
Ela continuou a chupar, acrescentando um redemoinho
extra da língua ao redor da cabeça de seu eixo. Seus quadris
perderam o ritmo constante e, em seguida, ele gozou, seu
pênis pulsando dentro da boca dela. Ela tomou o que ele
tinha a lhe dar antes de deixá-lo escorregar por entre seus
lábios. O pênis dele permaneceu duro, mas Capac não
parecia se importar. Ele a puxou para cima e passou os
braços em volta dela.

Capac roçou os lábios contra os dela.

— Isso foi bom. — Ele bocejou largamente. — Você se


importaria muito se eu voltasse a dormir?

Riya balançou a cabeça.

— Não. Eu posso cochilar aqui um pouco. Você ganha


algum descanso.

Depois de mais um beijo rápido, Capac fechou os olhos


e todo o seu corpo relaxou. Riya aconchegou-se perto e ouviu
a respiração nivelada do sono dele. Ela fechou os olhos
também, gostando exatamente de onde ela estava.

Riya tinha cochilado por uma meia hora antes de


acordar novamente. Capac ainda dormia profundamente.
Decidindo que só iria acordá-lo quanto mais ficasse na cama,
deslizou cuidadosamente para fora do braço dele e das
cobertas. Ela fez questão de não fazer nenhum som alto
quando colocou as roupas.

Andando na ponta dos pés, ela se dirigiu para a porta do


quarto. Destrancou-a e só abriu o suficiente para ela passar
antes de fechá-la atrás de si. Riya desceu as escadas para o
piso principal, pensando em ver como Wren tinha se
arrumado no sofá. A casa estava em silêncio ao redor dela, o
que a fez pensar que Ryder ainda estava dormindo e os
outros amigos de Capac não estavam por perto.

Ela desceu o último degrau, então caminhou até a sala


de estar. Para sua surpresa, não encontrou Wren lá. A bolsa
de sua colega estava no chão ao lado do sofá. Um cobertor
estava ao final do mesmo como se alguém tivesse atirado lá
após ter deitado.

Riya foi à busca de Wren. Ela não estava no banheiro ou


na cozinha, que eram os locais mais prováveis que pode
pensar que a outra mulher poderia estar. Decidiu arriscar e
ver se Wren tinha saído para o quintal.

Ela encontrou a porta de vidro deslizante e olhou para


fora vendo que Wren estava de fato lá, de costas para ela,
parecendo olhar para as árvores que beiravam a propriedade
enquanto estava no gramado. Riya abriu a porta e deu um
passo para a cobertura. Estava prestes a dizer olá para a
outra mulher quando o corpo de Wren turvou e brilhou. No
que parecia ser alguns segundos, um lobo com pele marrom
tinha tomado o lugar de Wren.
Riya piscou, não tendo certeza de como devia reagir ao
que tinha visto. Então, algo clicou em seu cérebro e uma
onda de medo a percorreu. Conduzida por essa emoção, ela
abriu a boca e gritou.

O lobo marrom se virou e olhou para Riya, então trotou


até a cobertura. Isso fez com que ela respirasse
profundamente e soltasse outro grito estridente. Atrás dela,
mais do que uma pessoa saiu correndo pela porta do pátio.

O som de um grito feminino tirou Capac do seu sono


profundo. Ele automaticamente olhou para o outro lado do
colchão e viu que Riya não estava lá ao lado dele. Lá no fundo
sabia que ela era a única que tinha ouvido.

Jogou as cobertas para trás e pulou da cama. Não se


incomodou em vestir qualquer roupa e saiu correndo do
quarto. Capac passou por Ryder no corredor, então desceu os
degraus da escada de dois em dois. Ele seguiu o som dos
outros ocupantes e das vozes reunidas na porta de vidro
deslizante que se abria para a cobertura do quintal.
Chegando e vendo o que acontecia lá fora, a única
preocupação era com sua companheira.

Capac saiu pela porta, passando por alguns dos seus


irmãos lobos e as companheiras deles para chegar até Riya.
Ela estava na cobertura, com o rosto completamente branco
enquanto olhava para a loba marrom, que não poderia ser
ninguém além de Wren porque esse era um lobo que não
tinha visto antes e que estava em frente a ela. Edensaw tinha
o braço em volta dos ombros de Riya, dizendo que ela não
tinha nada a temer.

Ele pegou Riya afastando-a de Edensaw e a puxou


protetoramente contra seu peito.

— Eu tenho você. — Disse ele.

Os olhos de Riya estavam como dois pires redondos,


quando ela olhou para ele.

— Wren... Eu a vi se transformar nesse lobo. Edensaw


disse que ele e os outros são homens lobos também,
incluindo você.

Capac beijou.

— Está tudo bem. Shh agora. — Ele olhou para Wren. —


Volta para sua forma humana. Está assustando Riya lhe ver
assim. Ela não estava pronta para isso.

Wren mudou como ele havia dito.

— Desculpe, Capac. Eu não tinha ideia que Riya estava


atrás de mim quando mudei para minha forma de lobo. Todo
mundo estava dormindo, então pensei em dar uma pequena
corrida em suas árvores.

— Está tudo bem. Não é como se você pudesse fazer


alguma coisa para mudar o que aconteceu. Eu havia
planejado dizer tudo a Riya depois que eu acordasse.
Sua companheira balançou a cabeça como se não
quisesse aceitar o que estava acontecendo ao seu redor.

— Capac? Você é realmente um homem lobo?

Ele afastou dos olhos um pouco do cabelo dela.

— Sim, eu sou. Há muita coisa que tenho que te dizer.

Riya silenciosamente acenou com a cabeça, em seguida,


olhou para baixo em seu corpo. Sua boca arredondando em
um ―O‖.

— Você está nu. — Ela se aproximou e pressionou a


frente do corpo dela, como se estivesse escondendo a nudez
dele. — Na frente de todo mundo.

Capac balançou a cabeça e riu.

— Você acabou de saber sobre homens lobo, que eu sou


um, e tudo o que importa é o fato de que não tenho roupas?

— Seu traseiro está de fora para todos nós vermos,


incluindo outra parte sua. Vá colocar algo.

Ele sorriu e deu-lhe um beijo. Agradou-lhe que ela não


se afastou.

— Tudo bem, se vai lhe fazer feliz vou me vestir.

Capac soltou Riya e caminhou para dentro da casa. No


caminho, ele ouviu Wren dizer:

— Isso que é um bom traseiro, porém aposto que o de


Ryder é ainda melhor.

Ele olhou por cima do ombro e viu Ryder se afastando


lentamente para longe de Wren. Capac saiu na velocidade
de homem lobo e subiu as escadas para seu quarto. Levou
apenas uma questão de segundos para vestir algumas roupas
limpas.

Ele parou no banheiro para escovar os dentes.


Enquanto fazia isso, pensou que provavelmente tinha
funcionado melhor para ele o fato de Riya ter visto Wren
mudando. Sua companheira não pareceu temê-lo, pelo menos
não ainda. Poderia haver uma chance de que ela fosse, assim
que soubesse toda a verdade sobre ele.

Capac voltou para o andar principal e entrou na sala


onde todos estavam reunidos. Colocou seu olhar sobre Riya,
que estava sentada em uma das poltronas. Ela parecia ter se
acalmado bastante agora que Wren já não estava na forma de
lobo. Caminhou até onde Riya estava sentada, pegou-a, em
seguida, sentou-se no mesmo lugar com ela no colo. Ela se
acomodou confortavelmente contra ele e parecia não ter
nenhum problema com o que tinha acontecido.

Edensaw pigarreou para chamar a atenção de todos.

— Capac, você quer que eu dê as explicações desde que


sou o alfa do nosso bando, ou você gostaria de fazer isso?

Antes que Capac pudesse responder, Wren perguntou:

— Alfa? Pensei que todos os bandos tinham líderes de


matilha? E não deveria ser apenas um alfa por território?

Ele voltou o olhar para a colega de Riya.

— Acho que algumas das minhas explicações serão


para seu benefício também. Nós não somos como você. E a
partir de como soa isso, você não sabe muito sobre a vida em
bando de homens lobo.

Wren deu de ombros.

— Nunca fui parte de um. Minha mãe era mortal. Meu


pai era um lobo solitário, que optou por deixar o bando dele e
não foi expulso por mau comportamento. Ele gostava de ficar
sozinho, tanto que não estava por perto na metade do tempo
enquanto eu estava crescendo. Antes de perguntarem, minha
mãe não era companheira dele. E, como eu disse a você no
carro, ela era psíquica e passou o dom dela para mim. Ela
sabia quem o meu pai era antes dele lhe dizer, e ela também
sabia que ia ter uma criança dele. Eles pareciam dar-se
muito bem quando estavam juntos.

— O que aconteceu com a sua mãe? Você fala como se


ela não estivesse mais por perto.

— Ela não está. Morreu cerca de cinco anos atrás de


câncer de mama. Então, se vocês não são como eu, que tipo
de homens lobos vocês são? Pensei que havia somente um
tipo.

Capac colocou o braço em torno de Riya quando ela deu


uma respiração profunda e instável, o único sinal externo de
que ela não tinha dominado completamente o seu medo.

— Somos sentinelas. — Ele respondeu. — Edensaw,


Wachei, Ketah, Kajakti, Durlach e eu somos os primeiros
homens lobos. Todos nós nascemos durante a última era do
gelo como caçadores Tlingit. Nosso primeiro xamã,
antepassado de Ryder, teve uma visão de que um mal
cresceria e precisaria de uma nova raça de homens que
fossem mais fortes e mais rápidos para combatê-los. Então
ele selecionou seis dos melhores caçadores na nossa aldeia e
ofereceu nos transformar nos primeiros homens lobo. Nós
todos concordamos. Todos dos dias atuais são descendentes
de um de nós.

Riya engoliu em seco.

— Todos vocês são caçadores da idade do gelo? Quantos


anos você tem?

Capac encontrou o olhar de sua companheira.

— Mais de dez mil anos, mas passamos a maior parte


dele dormindo em uma caverna de gelo, em uma das geleiras
do Juneau. Quase três anos atrás, Cassidy nos encontrou e
nos acordou.

— Puta merda, isso é legal! — Exclamou Wren. — Então,


de qual de vocês eu sou descendente?

— Seria de mim. — Disse Wachei quando ele ergueu a


mão. — Nós podemos dizer a partir do aroma dos homens
lobos de que linhagem eles nasceram.

— E as companheiras de vocês? Elas são mulheres lobo


também. Seria estranho se você acabasse acasalado a uma de
suas tatara, tatara, etc. netas.

Capac respondeu à pergunta de Wren.

— Cassidy, Eryn, Meadow, Jaren e Haven eram


mortais antes de as encontrarmos. Nosso primeiro xamã
nos deu a capacidade de transformar as nossas
companheiras, pelo menos foi o que nós pensamos que ele
queria dizer. Mas acontece que nós podemos transformar
qualquer mortal com uma única mordida em forma de lobo.
Carson é nosso irmão lobo mais novo. Wachei o transformou.

— Então, se vocês têm vivido tanto tempo, acho que


vocês são todos imortais ao invés de terem uma longa vida
como o resto de nós homens lobo.

— Correto.

— Capac. — Disse Riya com a voz tensa. — Desculpe me


intrometer, mas tenho que saber. Sou sua companheira?

Ele sorriu e acariciou a bochecha dela.

— Sim. Soube no rio que você era. Seu cheiro despertou


o meu desejo de acasalamento.

— E você quer me transformar como os outros fizeram


com suas companheiras?

— Sim. — Ele suspirou e disse: — Antes de ontem à


noite, eu teria dito que faríamos isso apenas quando você
estivesse pronta, mas isso iria colocá-la em um risco muito
grande. Os lobos escuros, o mal sobre o qual o nosso
primeiro xamã teve uma visão tem se tornado mais forte. O
líder deles Tanner foi capaz de descobrir sobre você e onde
você morava. É por isso que Ryder e eu fomos para o seu
apartamento para trazê-la aqui.

— Então você vai me transformar?


— Se você quiser ficar comigo, sim. Provavelmente posso
dar-lhe hoje para se ajustar à ideia, mas amanhã isso terá
que ser feito. Você é muito vulnerável como uma mortal.

— E quanto a Ryder? — Perguntou Wren. — Ele é


mortal, também.

— Não se preocupe comigo. — O xamã respondeu. —


Vou tomar medidas para entrar em meus poderes de xamã
completos no próximo par de dias.

— Bem. Desde que você sentiu a necessidade de me


trazer aqui com Riya, mesmo depois de descobrir que sou
uma mulher lobo, suponho que esses lobos escuros são mais
fortes do que nós normais.

Capac assentiu.

— Correto. A magia negra neles os torna assim. Antes


disso, eles costumavam ser homens lobos comuns também.
Somente nós sentinelas podemos ter uma chance contra eles.

— Você pode transformar um mortal com uma mordida?


E eu? Você seria capaz de me fazer como você? Não quero ser
vulnerável.

— Nós acreditamos que poderia funcionar, mas nunca


tentamos isso.

Wren se levantou.

— Tudo bem, qual de vocês quer me usar como cobaia?


— Ela olhou para Riya. — Além disso, desta forma Riya será
capaz de ver o que vai acontecer quando você a transformar.

Capac olhou para Edensaw. O alfa balançou a cabeça,


em seguida, disse:

— Acho que nós podemos tentar uma vez que ela está se
oferecendo para isso. Isso iria responder a essa questão.
Quem quer se voluntariar para fazer isso?

— Eu vou. — Disse Capac. Dessa forma, sua


companheira podia vê-lo na forma de lobo pré-histórico,
enquanto ela ainda estava relativamente calma.

Ele se levantou, em seguida, colocou Riya na poltrona


antes de cruzar para onde Wren aguardava.

— Vou mudar, então vou ter de mordê-la com força


suficiente para romper a pele e tirar sangue. Se funcionar,
você vai sentir um pouco de dor.

Eryn deu uma pequena risada.

— Você quer dizer que ela vai sentir muita dor.

Capac balançou a cabeça.

— Ok, isso vai ser muito doloroso, mas uma vez que
você comece a sentir dor, mude para a forma de lobo. Isso vai
acabar com ela.

— É isso? — Perguntou Wren.

— Sim. Vou mudar agora. — Capac disse mais para o


benefício de Riya que para Wren.
Ele estendeu a mão para a pequena centelha de magia
profunda dentro dele e tomou sua forma de lobo pré-
histórico. Uma vez que a mudança estava completa, Capac
olhou para Riya para vê-la olhando-o com os olhos
arregalados. Pelo menos ela não estava gritando.

— Você não se parece com meu lobo. — Disse Wren,


chamando a atenção dele de volta para ela.

―Durante a era do gelo não havia lobos madeira, apenas


lobos pré-históricos. O xamã usou o que ele sabia‖, Capac
projetou na mente de Wren, assim como para todos os outros
na sala.

— Merda, você é telepático?

―Sim, todas as sentinelas são, inclusive nossas


companheiras. Você deverá ser também no final, se isso
funcionar‖.

— Perfeito. Vamos lá então.

Wren se sentou no chão e aguardou que Capac se


aproximasse. Ele avançou, em seguida, empurrou o colarinho
da camisa dela para o lado. Não hesitou. Abriu sua boca e a
mordeu, onde o ombro e pescoço dela se juntavam, com força
suficiente para romper a pele até ter gosto de sangue na
língua dele. Feito isso, ele recuou e mudou para a forma
humana, aguardando para ver se sua mordida tinha
funcionado. Levou apenas alguns segundos para mostrar que
tinha. A marca da mordida no pescoço de Wren curou como
se nunca tivesse estado lá.
Ela deixou escapar um gemido que soava dolorido.

— Acho que você não precisa se preocupar. Isso


definitivamente funcionou. Dói como um filho da puta. Vou
mudar agora.

O corpo de Wren brilhou e turvou quando ela mudou


para a outra forma. Havia uma pequena diferença no seu
lobo agora. Ela ainda era um lobo madeira, mas um que era
mais robusto e tinha os dentes um pouco maiores. Parecia
que ela era, uma mistura de lobo pré-histórico e lobo
madeira.

— Se você quer se comunicar com todos nós, imagine o


que você quer ouvir e pense no que você quer dizer. — Capac
disse a ela.

―Assim‖? Wren perguntou na mente dele.

A partir dos sorrisos dos outros, se percebia que todos a


tinham ouvido falar também.

— Você fez isso.

Wren mudou para a forma humana e sorriu.

— Funcionou. Será que isso significa que agora sou


parte do bando de vocês?

Edensaw aproximou-se dela e assentiu.

— Claro. Como seu alfa eu oficialmente lhe dou as boas-


vindas ao grupo.

— Maneiro. Agora eu realmente quero ir para uma


corrida nas árvores e testar meu novo lobo.
— Meadow e eu iremos com você. — Disse Durlach
enquanto se levantava, puxando sua companheira junto com
ele. — Nossa casa é na próxima propriedade. Você deve saber
onde está. Além disso, também devemos apresentá-la a
Taylor, que mora lá também. Ele é um shifter gato, que se
transforma em um puma. Ele tem alguns problemas quando
se trata de homens lobo. É melhor te apresentar como uma
amiga ou ele vai tentar persegui-la.

— Um shifter gato? Nunca soube que existia.

— Nem nós, até que conheci a minha companheira.


Vamos, vamos para uma corrida.

— Mantenha-se atento para qualquer coisa que seja


suspeita. — disse Edensaw a Durlach. — Duvido que Tanner
seja burro o suficiente para vir aqui, mas isso não significa
que devemos baixar nossa guarda.

Durlach assentiu, em seguida, ele, Meadow e Wren


saíram da sala de estar.

Capac se virou para Riya. Ela estava sentada na cadeira,


com as mãos segurando os braços almofadados. O olhar dela
passava rapidamente de uma pessoa para outra presentes na
sala. Foi quando ele só a observou e viu como ela estava
aceitando tudo.
Riya sentou na cama e olhou Capac fechar a porta atrás
de si, depois se voltar para ela, enquanto a observava com
uma expressão preocupada. Depois que Wren tinha saído
com Durlach e Meadow, ele a trouxe para o quarto dele. Não
demorou muito para ela perceber, que ele estava preocupado
com a forma como ela tinha recebido a notícia de ele ser um
homem lobo.

Capac se afastou da porta, atravessou a sala e sentou-se


ao lado dela. Ele pegou uma das mãos dela, na dele maior e
entrelaçou os dedos juntos.

— Como você está?

— Tão bem quanto pode ser esperado quando alguém


descobre que bestas míticas são reais.

— Você ainda está com medo?


— Um pouco.

— De mim?

Ela balançou a cabeça.

— Essa é a parte engraçada. Realmente não estou com


medo de você, tanto quanto com a ideia de você ser um
homem lobo. Com você, em sua forma humana, aqui assim,
estou bem. Você ainda é o homem com o qual quero ter um
relacionamento. — Ela olhou para baixo, em seguida,
retornou para Capac. — Pelo qual tenho sentimentos.

Ele estendeu a mão e colocou um pouco do cabelo dela


atrás da orelha.

— Apaixonei-me por você no instante em que percebi


que você era minha companheira. Você é a única mulher que
fará a minha alma completa. Agora a grande questão é se
você pode me aceitar como um homem lobo e tudo que ficar
comigo vai implicar?

Riya lambeu os lábios secos.

— Não vou mentir e dizer que estou pronta para tomar


uma decisão agora, porque não estou. Somente te conheci a
poucos dias atrás, e você está me pedindo para dar-lhe uma
eternidade. Eu duvido de mim mesma nos melhores
momentos. Não sei se posso lhe dar uma resposta tão
rapidamente.

Capac soltou um suspiro.

— Como lhe disse lá embaixo, eu teria lhe dado tempo


para se acostumar com isso antes de pedir-lhe para dar
este grande passo, mas o fato é que não posso. Tanner é
perigoso, ainda mais agora que ele assumiu a liderança dos
lobos escuros. Ele sabe sobre você. Para ser honesto, mesmo
se você disser não para tornar-se a minha companheira, não
acho que você seria capaz de continuar com a sua vida como
você a tinha antes. Tanner não vai se importar se eu não
reclamar você. Você ainda é uma ligação a mim.

— Assim, em outras palavras, não me resta nenhuma


escolha.

— Se você não quiser me aceitar como seu companheiro,


eu nunca irei te reivindicar. Meu desejo de acasalamento vai
continuar a me atormentar, empurrar-me para fazer
exatamente isso, mas nunca irei forçar você a isso. De
alguma forma, eu iria controlar isso. Você teria que ficar
aqui, onde está protegida, no entanto. E uma vez que Tanner
e os lobos negros forem eliminados como uma ameaça, você
seria capaz de sair sem ter que se preocupar em ser usada
para chegarem a mim.

— Quanto tempo seria isso? Há quanto tempo vocês vêm


lutando contra os lobos escuros?

— Quase três anos.

— Veja, poderiam ser outros três anos ou mais, antes


deles já não serem uma ameaça.

Capac segurou rosto dela entre as mãos.

— Vou te dizer isso, não para fazer você se sentir como


se tivesse que aceitar o que ofereço, mas para que você
saiba que o que sinto por você nunca vai mudar. Você é a
única mulher de todo o mundo, que é capaz de incitar o meu
desejo de acasalamento. Nunca haverá outra, mesmo se você
decidir que não me quer como companheiro.

Riya estendeu a mão e a colocou sobre a dele.

— Nunca?

— Nunca. Eu passaria a eternidade só. — Ele deu um


pequeno sorriso. — Ainda que fosse muito melhor passá-la
com você ao meu lado.

— Se eu concordar com isso, você ainda vai esperar até


amanhã?

— Sim.

— Acho que vou precisar desse tempo para ter tudo


certo em minha mente. — Riya respirou fundo. — Acho que a
primeira coisa será me familiarizar com o seu lobo. Vi você lá
embaixo nessa forma, mas eu estava prestando mais atenção
ao que Wren estava experimentado depois que você a
mordeu.

— Se é isso que você quer.

Capac afastou as mãos, em seguida, saiu da cama e


ficou de pé diante dela. Ele encontrou o olhar dela, como se
silenciosamente perguntando se ela estava preparada para o
que iria acontecer. Ela assentiu com a cabeça. Assim do jeito
que aconteceu na sala de estar quando ele mudou lá, o corpo
dele turvou e brilhou. Ao final, no lugar de Capac, havia um
lobo pré-histórico preto. As pernas eram um pouco mais
curtas do que um lobo madeira, e ele parecia mais forte. Os
dentes também eram maiores. No geral, ele se parecia com
um animal que viveu durante a era glacial, o que de fato
tinha. Isso ainda confundia a mente dela, que Capac fosse
um velho homem pré-histórico

Ele sentou-se no chão e a olhou. Embora fossem agora


os olhos de lobo, eram da mesma cor de quando Capac era
humano. Ela também podia ver a incerteza escondida neles.
Não havia como confundi-lo com um lobo selvagem normal.
Demonstrava muita inteligência.

“Você ainda está bem?” Capac perguntou-lhe


telepaticamente.

Riya esfregou as palmas das mãos suadas ao longo de


suas coxas.

— Acho que sim. Quando você me transformar, vou ser


como uma loba da pré-história ou como Wren?

“Você vai ser como uma completa loba da pré-história,


exceto que a sua pele será marrom-escuro, da mesma cor do
seu cabelo”.

— E os meus olhos?

“Os exuberantes verdes suaves que são agora”.

Riya se moveu um pouco para o lado, em seguida,


levantou da cama para sentar no chão. Como ela estava
estressada, o lado desajeitado dela mostrou sua cara feia. Ela
conseguiu sentar na cauda de Capac. Ele soltou um uivo e
pulou para fora do caminho, afastando-se dela.
— Droga, eu fiz isso de novo. Eu deveria ter olhado onde
sua cauda estava. Você tem certeza que quer ficar preso por
uma eternidade comigo? Sou suscetível a arrancar seu olho
fora em seguida.

Capac se aproximou e se esfregou contra a perna dela


enquanto sua risada enchia a cabeça dela.

―Ainda bem que sou imortal. Eu provavelmente seria


capaz de ter um olho crescendo de volta‖.

— Isso não é reconfortante.

Ele a cutucou.

“Pare de se preocupar tanto. O pouco dano que você me


faz cura em um instante. Venha e me acaricie. Sei que você
quer desde que sou um lobo pré-histórico de boa aparência”.

Riya riu.

— Um pouco seguro de si mesmo, não é? Mas vou fazer


carinho em você, de qualquer maneira.

Ela se acomodou no chão ao lado de Capac. Riya


estendeu a mão e o acariciou embaixo do queixo antes de
mudar para trás da orelha dele. Ele parecia realmente gostar
disso. Virou a cabeça em direção a ela e se inclinou para lhe
dar melhor acesso. Ela passou o olhar sobre ele, amando a
sensação de sua pele macia. Ela poderia ser como ele, capaz
de se transformar em um lobo que foi extinto há dez mil anos.

Riya acariciou as mãos por suas costas.


— Será que vou ser tão desajeitada como um lobo como
sou como um ser humano?

Capac deu uma risada curta na mente dela.

“Para ser honesto, não sei. Como homens lobo, somos


bastante ágeis e temos melhor coordenação do que um mortal,
mesmo em nossas formas humanas”.

— Então vou colocar isso na coluna dos ―prós‖ para me


tornar um.

“Não há nada como se transformar em lobo e correr


selvagem nas árvores, Riya. É uma liberdade que mortais
nunca vão experimentar. Por aqui você pode encontrar um
puma que vem para uma corrida assim, no entanto”.

— Soa como se a minha vida nunca fosse ser chata.

Capac mudou para a forma humana e tomou-a nos


braços.

— Foi bom ter você me acariciando como um lobo pré-


histórico, mas prefiro muito mais segurá-la assim. Não sei se
isso vai ajudar ou não, mas se não houvesse uma chance de
que você possa me amar também, você não teria sido
destinada a ser minha companheira. Acasalamentos
geralmente não são unilaterais.

Havia isso a considerar também. Já não pega de


surpresa, capaz de pensar com clareza, sem o medo
empurrando na parte de trás de sua mente, Riya era capaz de
apreciar exatamente o que Capac podia lhe dar. Ela tinha
medo que sempre estaria sozinha. Não namorava muito,
porque não eram muitos os que pareciam atraídos por ela.
Depois, tinha alguns momentos desajeitados e eles perdiam o
interesse nela bem rápido. Com Capac teria um companheiro
e um homem bonito, que nunca tinha sonhado ser capaz de
dizer que lhe pertencia.

Riya estava a meio caminho de dar a Capac a resposta


que ele queria, porém não estava pronta para correr para isso
ainda. Queria que o tempo que ele estava lhe dando, deixasse
tudo penetrar e infiltrar um pouco mais. Então ela pensou
em algo.

— Capac, o que será da minha família? Meus pais irão


notar se eu não envelhecer.

— Você terá duas opções para escolher. Quando chegar


à fase em que você deveria estar parecendo mais velha, você
vai ter que desaparecer da vida deles para sempre. A outra,
se você confiar neles para não revelar ao mundo o que você é,
poderá dizer a verdade. Você tem que decidir o que será
melhor para você.

— Tudo bem. Digamos que eu lhes diga e eles decidam


que querem se tornar homens lobo? Será que você os
transformará?

— Se isso for o que eles realmente queiram, sim. Dessa


forma, você nunca precisará se preocupar com eles dizendo a
coisa errada para a pessoa errada. Não afastaria sua família
de você por algo assim. Edensaw disse que os membros da
família de qualquer companheira que gostariam de ser
transformados são mais do que bem-vindos para se juntar
ao nosso bando.

Isso tirou um pouco da pressão dos ombros de Riya.


Mesmo que os pais dela não queriam filhos, ela ainda era
próxima o suficiente deles, e sentiria muita falta se nunca
mais os visse.

— Acho que você me deu todas as informações que


podia para me ajudar a tomar minha decisão. — Disse Riya.
— Porém, apenas mais uma coisa, como é que você vai me
reclamar? Espero que não envolva dor como quando você me
transformar.

Capac a puxou para o colo dele e riu.

— Prometo a você que não, só prazer. A primeira vez que


eu fizer amor completamente com você será quando nossas
almas se unirão, formando o vínculo de acasalamento. E uma
vez que isso for feito nenhum de nós será capaz de ficar longe
um do outro por longos períodos de tempo. Poucas horas
iriam parecer semanas, e nós vamos sofrer o que chamamos
de ansiedade da separação. Você constantemente vai pensar
que algo ruim aconteceu comigo.

— Acho que isso explica por que você não queria fazer
algo mais do que acariciar e sexo oral.

— Exatamente. Uma vez que eu te reivindicar não há


como desfazer isso.

— Não estou dando-lhe a minha resposta final, mas


realmente não consigo ver desvantagem em nada disso.
Tenho fortes sentimentos por você. — Ela tomou uma
respiração profunda. — Estou com medo de chamar isso de
amor agora. É tão novo, e nunca me apaixonei antes.

Capac a beijou longa e lentamente antes de se afastar.

— Sou paciente, mas você me faz queimar por você.

— Queimar como? Queimar quente como um fogo ou


queimar frio como gelo já que você é da era do gelo?

Ele sorriu.

— Talvez eu queime como o gelo para você. Agora vamos


passar o tempo nos aproximando, sem roupa, é claro.

Riya riu quando Capac se levantou com ela em seus


braços, em seguida, jogou-a na cama, antes de subir ao seu
lado e cobrir o corpo dela com o dele.

Riya calmamente andou pela casa. Não havia ninguém


por perto. Era muito tarde e toda a família tinha ido para a
cama. Ela não tinha sido capaz de encontrar qualquer sono e
tinha deixado Capac dormindo no quarto dele. A mente dela
não iria decidir, os pensamentos da decisão do que ela teria
que fazer giravam em torno dela.

Passeando pela sala, ela viu Wren dormindo no sofá. A


outra mulher tinha tentado, mais uma vez, ter Ryder
concordando em compartilhar o quarto com ela, mas ele a
rejeitou novamente. Riya tinha uma sensação que Wren não
iria desistir tão facilmente, no entanto.
Sentindo-se como se as paredes estivessem se fechando
sobre ela, Riya caminhou até a porta de vidro deslizante e
saiu para a cobertura. Ela lentamente fechou a porta, em
seguida, virou-se para encarar o grande quintal. Colocou os
braços em torno dela. Estava frio o suficiente para ver a sua
respiração. A onda de calor que eles tiveram estava
terminando e em breve as temperaturas do outono teriam
chegado.

Riya olhou para o céu claro da noite, todas as estrelas


brilhavam muito acima dela. Então voltou seu olhar para a
área mais escura que marcava a linha das árvores. Ainda
estava em conflito em alguns aspectos sobre qual resposta
deveria dar para Capac. Não era alguém que conseguia tomar
decisões rápidas, especialmente quando se sentia estressada
com isso. Isso tinha que vir de sua falta de autoconfiança. A
mãe dela estava sempre lhe dizendo para não ser tão para
baixo sobre si mesma. Isso de uma mulher que tinha
confiança de sobra e mais do que suficiente para impulsioná-
la para a carreira de advogada bem-sucedida. Era mais fácil
dizer do que fazer.

Ela desceu os degraus da cobertura e pisou no gramado.


Às vezes, uma caminhada ajudava Riya a deixar seus
pensamentos em ordem. Desde que não iria ter a chance de
deixar a propriedade, ela se dirigiu para as árvores. Uma vez
que tinha chegado até elas, virou-se e voltou para a
cobertura, repetindo o processo quantas vezes precisasse
para finalmente tomar sua decisão. Além disso, isso
ajudaria a mantê-la aquecida. Ela só usava uma camiseta de
mangas compridas e não tinha vontade de voltar para dentro
para pegar uma jaqueta.

Riya completou o circuito, em seguida, começou mais


uma vez. Ela se perdeu em seus pensamentos, as razões para
aceitar Capac superavam as que não. Ela poderia vir a amá-
lo, se já não estivesse a meio caminho disso.

Na linha das árvores algo saltou para fora e bateu em


Riya, empurrando-a para o chão de costas, ela teve o ar
tirado dela. Não foi até que a pata de um lobo aterrissou no
centro do peito dela e dentes parecendo afiados ficaram à
vista que ela percebeu o quanto estava em perigo. Este não
era um dos irmãos lobos de Capac, nem era Wren.

Ela soltou um grito quando os dentes afiados se


lançaram para a garganta dela. Riya teve o bom senso de
levantar os braços e bloquear o ataque. Em vez de atingir a
sua meta, o lobo apertou a boca dele em torno de um dos
antebraços dela e mordeu até que ela ouviu ossos quebrando.
Ela gritou de dor e medo.

Com um de seus braços incapacitados, o lobo passou a


atacar novamente a garganta dela. Desta vez ele agarrou a
garganta, afundando seus dentes profundamente. Riya só
poderia choramingar enquanto esperava por ele acabar com
ela, rompendo seu pescoço.

Uma massa peluda preta atingiu o lobo, arrancando a


boca dele longe dela. Riya sentiu a umidade do sangue
infiltrando em sua camisa. Com medo de se mover, ela ficou
lá quando um zumbido começou em sua cabeça. Os membros
dela pareciam pesados e o frio que tinha incomodado antes
parecia não a afetar tanto quanto antes. Tudo em volta eram
os sons de lobos lutando.

De repente Capac estava lá, levantando-a em seus


braços. O olhar dele baixou para a garganta dela, um olhar
de negação em seu rosto. Riya virou a cabeça um pouco para
ver que o lobo que a tinha atacado tinha sido subjugado pelas
outras sentinelas. Ela ouviu Edensaw dizer que ele tinha lido
a mente de Greg, enquanto na forma de lobo pré-histórico e
que o lobo escuro a visava como um teste para provar o quão
leal ele era para Tanner. Os olhos de Riya ficaram pesados e
ela lutou para mantê-los abertos.

— Riya! — Capac gritou. — Olhe para mim. Não feche os


olhos.

Ela se virou para ele.

— Estou sangrando muito. Sinto muito. Eu não deveria


ter saído.

— Isso não importa.

Ketah veio e se agachou ao lado de Capac.

— Você tem que transformá-la, Capac. Agora. Ela não


vai sobreviver se você não fizer isso, não como uma mortal.

O medo de morrer fez a decisão que ela tinha lutado


para tomar vir à tona em sua mente. Ela acenou para Capac.

— Faça isso. Eu quero. Quero você. Não me deixe ir.


— Você não vai a lugar nenhum. — Ele a passou para
Ketah, depois olhou para Riya. — Assim que você sentir a dor
procure dentro de você por uma centelha de magia. Segure-a
e pense em si mesma como uma loba. Você vai mudar depois.
Você entendeu?

Ela assentiu com a cabeça, o que fez a cabeça dela girar.

— Sim.

Capac mudou para a forma de lobo pré-histórico. Antes


que Riya tivesse tempo de pensar sobre isso, ele a mordeu
onde seu ombro e pescoço se juntavam. Com seu ombro bem
dormente, ela quase não sentiu nada. Mas isso não poderia
ser dito da nova dor que aumentou dentro dela, afundando-
se em cada célula de seu corpo.

Tentou o máximo respirar através disso, Riya fez como


Capac tinha instruído e olhou para dentro de si mesma.
Demorou mais tempo do que ela queria, mas descobriu a
faísca. Em seguida, seu corpo e sua perspectiva do mundo
mudaram. Podia enxergar como se fosse dia. Todos os
sentidos dela estavam mais nítidos, mais aguçados. Ela se
contorceu para fora dos braços de Ketah. Capac parecia ser
muito mais alto do que tinha sido. A dor e a fraqueza que
tinha experimentado desapareceram, até o osso quebrado
tinha reparado. Ela sentia como se pudesse correr um par de
maratonas e nem mesmo ficar sem fôlego.

Capac caiu de joelhos na frente dela.


— Você conseguiu Riya. Você está em sua forma de loba
pré-histórica.

Lembrando como ele ensinou Wren a se comunicar, Riya


disse:

“Se eu soubesse que iria me sentir tão bem, não teria


hesitado em ter você me transformando”.

— Vou assumir que você está feliz com o resultado.


Agora você só tem uma decisão a fazer.

Alcançando a faísca mais uma vez, Riya mudou para a


forma humana e ficou de joelhos para estar no nível de
Capac.

— Já está decidido. Leve-me para a cama, Capac. Não


há nenhum ponto em esperar até manhã agora. Sei o que
quero e eu quero você.

Ketah se levantou.

— É hora de ir embora. Parece que Edensaw e os outros


têm Greg amarrado. Ele não vai a lugar nenhum.

Capac pegou a mão de Riya erguendo-a, enquanto ele


ficava em pé. Ele não olhou para trás, apenas a rebocou para
dentro da casa, sem parar, até que ambos estavam trancados
dentro do quarto dele.

O companheiro dela estava nela em questão de


segundos. Os braços dele vieram ao redor dela, abraçando
com força enquanto sua boca devorava a dela. Ele se
pressionou contra ela, o aroma dele muito mais intenso do
que tinha sido quando ela era uma mortal. Ela chupou a
língua dele em sua boca, amando o gosto dele, mas
precisando de mais, muito mais.

Capac a soltou e levantou as mãos para o colarinho da


camisa dela. Na forte aderência disso, ele rasgou o material
ao meio do decote até a bainha. Então, tirou de cima dela e a
jogou fora. Ele levantou a cabeça apenas para dizer:

— O seu sangue está sobre toda ela. Não preciso desse


lembrete de como cheguei perto de perdê-la.

Riya não tinha queixas sobre isso. Ela queria rasgar as


roupas de Capac e chegar o mais perto dele que podia. A
necessidade de tê-lo aumentava dentro dela com cada
respiração que dava. Ele era seu companheiro. Precisava que
ele a reclamasse. Nada seria certo até que ele fizesse isso.

Ela soltou seu primeiro rosnado lobo e mordeu de leve o


lábio inferior de Capac.

— Faça-me sua. Agora. Não posso esperar.

Os restos das roupas dela caíram no chão quando


Capac a despiu de cada peça. Fez o mesmo com ele. Em
seguida, os dois estavam nos braços um do outro, beijando e
tocando onde quer que eles pudessem alcançar.

De alguma forma Capac conseguiu levá-los para cima da


cama. Riya o puxou para cima dela. O pênis duro roçava sua
vagina escorregadia. Ela não precisava de mais preliminares.
Estava mais do que pronta para ele. Ela segurou o traseiro
dele com as duas mãos, e usando a força recém-descoberta
de mulher loba, trouxe-o para mais perto para que sua
ereção deslizasse para dentro dela.

A sensação dele finalmente enchendo-a fez Riya fechar


os olhos com um gemido. Capac afastou os quadris, saindo
dela quase todo antes de empurrar de volta para casa. Ele a
tomou em cursos duros e rápidos. Ela o encorajava com
grunhidos e palavras sussurradas de encorajamento, não que
ele precisasse de qualquer um.

Enquanto ela estava à beira do orgasmo, Riya sentiu o


vínculo de acasalamento começar a se formar entre ela e
Capac. Um pedaço de sua alma se estendeu a dele, e a dele
agarrou-a, tornando-os um. O vínculo recém-formado
encaixou-se no lugar. Riya não conseguiu conter o uivo que
se formou dentro dela enquanto foi imediatamente lançada
para o melhor clímax de sua vida. Capac uivou junto com ela,
pênis pulsando profundamente dentro da vagina dela,
enchendo-a com esperma.

Uma vez terminado ele caiu em cima dela, seu pênis


ainda duro, mantendo-os conectados. Ele respirava com
dificuldade.

— Graças a Deus sou imortal ou você ia me matar. —


Disse ele entre ofegos.

Riya empurrou Capac até que ele rolou de costas.

— Nesse caso, e desde que você não perdeu a ereção,


deixe-me fazer todo o trabalho. — Ela levantou-se
lentamente, em seguida, sentou-se em cima dele novamente,
fazendo ambos rosnar.
— Acho que eu deveria dizer-lhe que é uma coisa de
homem lobo. Posso ficar duro por horas, mesmo depois de
gozar mais de uma vez.

Ela colocou as mãos no peito largo de seu companheiro


e começou a trabalhar no sentido de levar os dois a gozar
novamente.

— Vem comigo. — Riya se inclinou e mordiscou o queixo


de Capac. — E para que você saiba, eu te amo, companheiro.
Foi necessário estar perto de morrer para eu perceber isso,
mas você possui meu coração.

Em uma demonstração de força, Capac os rolou de


modo que ela estava embaixo dele.

— Vou te amar para sempre. E para provar isso vou


fazer a minha companheira uivar de prazer.

Riya se segurou quando Capac acariciou dentro e fora


dela, levando-a duro e rápido. Haveria tempo de sobra depois
para lento e constante. Agora ela queria que o homem que
amaria até o fim dos tempos a fizesse uivar uma e outra vez.

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