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A presente tradução foi efetuada pelo grupo Warriors Angels of Sin (WAS), de
modo a proporcionar ao leitor o acesso à obra, incentivando à posterior aquisição. O
objetivo do grupo é selecionar livros sem previsão de publicação no Brasil,
traduzindo-os e disponibilizando-os ao leitor, sem qualquer forma de obter lucro, seja
ele direto ou indireto.
Levamos como objetivo sério, o incentivo para o leitor adquirir as obras, dando a
conhecer os autores que, de outro modo, não poderiam, a não ser no idioma original,
impossibilitando o conhecimento de muitos autores desconhecidos no Brasil.
Todo aquele que tiver acesso à presente tradução fica ciente de que o download se
destina exclusivamente ao uso pessoal e privado, abstendo-se de o divulgar nas redes
sociais bem como tornar público o trabalho de tradução do grupo, sem que exista uma
prévia autorização expressa do mesmo.
1
Ceifador, aquele que executa.
CAPÍTULO 2
R IDER subiu dois degraus de cada vez para o seu quarto no andar de
cima do clube. Passou pela porta aberta de Jewell e parou no corredor,
observando enquanto ela puxava o top sobre seus peitos.
— Você quer se atrasar comigo? — Dando-lhe um olhar ardente que
acenderia o fogo em sua boceta, ele entrou no quarto dela.
— Eu já tive que puxar do saco de punição esta semana por sua
causa.— Jewell deu-lhe um olhar irritado enquanto se sentava na beira da
cama para calçar os sapatos. — Se eu continuar me atrasando, Shade vai
assumir a fábrica novamente.
Sem rodeios, ele se afundou na cama ao lado dela, deslizando a mão
debaixo do seu top apertado, subindo pelas costas nuas puxando o material o
deixando mais justo para que ele pudesse ver o contorno de seus mamilos
salientes. — Shade não vai assumir novamente, não quando Lily está para dar
à luz a qualquer momento.— Esfregando o queixo em seu antebraço, ele viu os
arrepios em seus braços. — Solte-se. Eu quero passar a manhã na cama com
você.— Com a mão livre, ele se moveu para a fenda de suas coxas, esfregando
sua boceta com golpes firmes.
— Maldito, Rider. — Jewell começou a cair para trás com sua
insistência, levantando os quadris com avidez aos seus movimentos. — Eu não
deveria deixar você me convencer a tirar um dia de folga.
Com seu peito, ele esmagou seus seios enquanto desabotoava o
jeans. — Ligue e diga que está doente.
— Shade teria que me substituir. Ele estaria aqui antes de eu poder
desligar para ver se estou mentindo.
Com um movimento final contra seu clitóris, ele tirou a mão de sua
boceta molhada. — Me acorde durante sua hora de almoço.
Ele começou a se levantar da cama, mas ela puxou-o de volta. — Eu não
disse que não faria isso. Apenas o que vai acontecer quando eu fizer.
Ele riu, sentando novamente ao lado dela. — Quer que eu ligue por
você?
Lambendo o lábio inferior, Jewell desabotoou seu jeans, afastou o tecido
enfiando a mão para puxar seu pau endurecido. —Sim, estou um pouco
ocupada.— Ela abriu sua boca ávida, deslizando sobre a cabeça de seu pênis.
Quando um silvo de ar escapou através de seus dentes cerrados, ele se
moveu ligeiramente, pegando seu celular no bolso de trás e digitou o número
de Shade antes de colocar o telefone em sua orelha.
— O que você quer?— A voz sonolenta de Shade fez Rider sorrir para o
teto enquanto ele se debruçava para dar a Jewell mais de seu pau.
— Jewell não está se sentindo bem. Convenci-a a tirar o dia de folga.
— Então você pode ir trabalhar por ela.— Shade definitivamente não
estava feliz por ser despertado com a má notícia de que a gerente da fábrica
precisava do dia de folga.
— Não posso. Estou ocupado.— Ele empurrou a cabeça de Jewell mais
para baixo. A mulher podia chupar um pau com as mãos amarradas atrás das
costas. Ele sabia disso.
— Se desocupe. Não vou substituir Jewell porque ela quer passar o dia
com você.
— Vamos, Shade. Quando Lily tiver o bebê, serão três meses até que
Jewell possa tirar uma folga.— Outro assobio escapou dele quando Jewell
fechou a boca com mais força sobre ele.
— Vou trabalhar até à uma. Lily tem uma consulta médica à uma e
trinta. É melhor você ou Jewell terem sua bunda no escritório à uma.
Rider sorriu para Jewell depois que Shade desligou. Lançando o celular
na cama, ele chutou as botas, depois voltou a se recostar na cama amarrotada
para apreciar o seu boquete.
— Você não vai chegar atrasada?— Uma voz feminina da porta o fez
levantar a cabeça. — Jewell está doente.
Ember entrou no quarto. — Deve ser contagioso. Estou sentindo quente
também.— A mulher sensual deitou-se na cama ao lado dele, ansiosa para ver
Jewell chupar seu pau antes de mergulhar a boca para beijar a dele.
Empurrando sua língua dentro de sua boca, ele retribuiu o beijo,
compartilhando com ela a luxúria que ele e Jewell estavam construindo.
— Shade ficará chateado se você não aparecer— ele advertiu, tirando
sua camiseta fora do caminho. Os seios de Ember eram maiores que os de
Jewell, o pedaço de renda preta era mais um adorno do que para os manter
confinados em suas copas. Rider ergueu-se, abandonando a pele entre os seios
e afastando a renda para atrair um mamilo rosado na boca.
— Você vai fazer valer o castigo?— Os olhos de Ember brilharam
provocantes de volta para ele.
— Eu não faço sempre?— Ele murmurou contra o seu seio, dando a seu
mamilo um beliscão brincalhão antes de soltar o peito. —Sente na minha cara.
Não precisando ser encorajada, Ember saltou da cama, tirando a roupa
com pressa.
Quando ela se posicionou sobre ele, sua língua estava esperando para
prová-la. Cercando seu clitóris com os lábios, ele empurrou a língua para
dentro da fenda de sua boceta, enfiando dentro do canal úmido.
Ember gemeu, colocando as mãos em ambos os lados da cabeça dele
enquanto Jewell chupava seu pau mais forte, querendo sua parte da
atenção. Ele não teve dúvidas de que seria capaz de satisfazer as duas
mulheres.
Rider agarrou os quadris de Ember, puxando-a para baixo na direção
de sua boca. Ele adorava ter sua boca na boceta de uma mulher, quase tanto
quanto ele gostava de ter seu pau na garganta de uma. O poder de mantê-las
sobre seu controle enquanto elas procuravam agradá-lo era um sentimento
inebriante de euforia que a maioria dos homens conseguia encontrar em uma
garrafa de uísque ou drogas. Todavia, as mulheres eram seu vício
escolhido. Ele era viciado em seu gosto e cheiro, quase tanto quanto nos sons
de seus gemidos quando elas imploravam para gozar.
Movendo a mão do quadril de Ember, ele a usou para afastar seu pau
de Jewell, ele ouviu o pop suave quando ela o liberou de sua boca enquanto
girava, invertendo a posição com Ember. Com a mão ainda em seu pau, a
outra foi para a nuca de Ember, orientando-a ao encontro de seu pau. Abrindo
a boca, ela o sugou até deslizar para o fundo de sua garganta. Seu pau pulsou,
derramando seu sêmen em sua garganta experiente.
— Faça um striptease para mim—Rider grunhiu para Jewell, erguendo
os quadris para prolongar seu orgasmo.
Jewell rastejou até os pés da cama. A mão em seu top, pressionando-o
em sua cintura plana, ela tortuosamente puxou para cima, movendo seus
quadris e pés para a música imaginária.
No momento em que o seu top estava fora, ele puxou o pau da boca de
Ember e começou a fodê-la com os dedos acompanhando os movimentos de
seus quadris.
— Brinque com você mesma— ele ordenou a Jewell enquanto fodia
Ember mais rápido. Jewell baixou o zíper de seu jeans antes de deslizar a mão
por dentro.
— Sem o jeans.— Ele falou alto para ser ouvido sobre os gemidos de
Ember. —Quando terminar com ela, vou te foder. Se você quer, terá que
trabalhar por isso.— Ele projetou seu pau ainda meio duro em sua direção.
—Talvez eu não queira isso—provocou Jewell, tirando a mão da calça
jeans e, em seguida a baixando lentamente pelos quadris.
—Você quer isso.— Ele agarrou seu pau com a mão livre, acariciando-o
em outra ereção.
Jewell tirou seu jeans rapidamente e levantou um pé até à beira da
cama, dando-lhe uma visão de sua boceta molhada. Umedecendo o dedo
deliciosamente por um tempo, ela afundou-o em sua boceta.
Sua ereção, sempre alerta quando uma boceta estava por perto, cutucou
a cintura de Ember.
—Você acha que você merece isso mais do que Ember?— Ele provocou
Jewell, tirando o dedo da boceta apertada de Ember e colocando na boca,
lambendo seus sucos antes de pegar um preservativo na mesa de cabeceira. —
Ela está muito necessitada.
—Eu também estou—, gemeu Jewell.
—Duas bocetas esperando um pau. O que um homem deveria fazer?—
Rolando o preservativo ao mesmo tempo em que saía da cama, ele se moveu
para ficar atrás de Jewell.
Quando ele empurrou sua cabeça na direção da cama, e ela abriu as
mãos para se apoiar, Rider enfiou seu pau em sua boceta apertada, sentindo
que ela o segurava como uma luva.
—Rider! E quanto a mim?— Ember choramingou como uma gata no
cio.
—Venha aqui.— Ele fez sinal para ela se aproximar de Jewell. Quando
ela arrastou sua bunda perto o suficiente, ele a posicionou até que estivesse
deitada em cima de Jewell.
Rider cerrou os dentes. A visão de duas bocetas gananciosas o fez
empurrar com mais força para dentro de Jewell.
Quando Jewell e Ember começaram a beijar uma a outra, seus dedos
foram para a boceta de Ember enquanto ele continuava fodendo Jewell. Ele
cavou nas bochechas da bunda de Ember, tirando o pau de Jewell e
deslizando-o em Ember. Ele deu vários golpes antes de tirar e mergulhar
novamente em Jewell. Ele alternou fodendo cada mulher até que sua pele
brilhasse de suor.
Ele segurou a outra bochecha da bunda de Ember sobre o fraco
hematoma roxo que ele havia deixado na noite anterior antes de sair para
encontrar Carly no apartamento dela. Havia algo imensamente satisfatório em
ver sua marca nela. Não foi tão suave quanto o que ele tinha deixado no
ombro de Carly, ou aquele que ele colocou no peito de Jewell, ou aquele que
ele queria dar a Jo.
Pensar sobre a forma como a mulher o descartou levou-o a bater ainda
mais em Ember. Não havia muitas mulheres nas quais ele não conseguira
enfiar seu pau, mas Jo era a única que arranhava seu orgulho.
Ember chamou sua atenção ao deixar de beijar Jewell para chupar o
pescoço de Jewell. Rider levou sua mão, pegando um punhado de seus cabelos
e afastou sua boca do pescoço da mulher.
Estalando a língua para ela por ser má, ele disse: —Você sabe que eu
não gosto que ninguém marque as mulheres, exceto eu.
— D-desculpe,— Ember soluçou quando sua mão pousou pesadamente
em sua bunda nua.
— Tudo bem... desta vez.— Ele acariciou a marca vermelha.
— Obrigada. Não vou fazer isso de novo.— Ember teve que segurar os
ombros de Jewell para evitar que ela fosse derrubada por seus impulsos
profundos.
— Você é uma garota tão boa—Rider cantarolou quando mudou para a
boceta de Jewell. Ele a fodeu com tanta força que as mulheres e a cama
balançaram. Ele estava prestes a trocar novamente quando sentiu o aperto da
boceta de Jewell. Sabendo que ela estava prestes a gozar, ele a recompensou
aumentando a velocidade para atingir o local que a levaria para o
limite. Quando ela puxou Ember para um beijo voraz, ele sabia que tinha
conseguido. Então, quando suas pernas pararam de tremer, ele tirou seu pau,
dando a Ember toda a sua atenção.
Inclinando-se para frente enquanto a fodia, ele colocou a boca no ombro
dela. Mordendo, ele lhe deu outra marca.
Os gemidos de prazer de Ember subjugaram sua própria luxúria. Ele
afundou em ambas as mulheres em um frenesi sexual que quase explodiu sua
maldita mente em uma névoa de desejo, que durou toda a manhã.
Horas mais tarde, Rider roubou um olhar para o relógio em cima da
mesa de cabeceira de Jewell. Bocejando, ele se afastou com cuidado das costas
de uma Jewell adormecida sem acordar Ember, que estava dormindo do outro
lado dele. Deslocando-se debaixo dela, ele rastejou pela cama, levantando-
se. Andando nu pelo quarto, ele foi para o banheiro e tomou um banho antes
de ir para o seu quarto se vestir.
Sua cama ainda estava desfeita da noite anterior, travesseiros e lençóis
jogados de lado. Tirando as fronhas dos travesseiros e pegando os lençóis em
seus braços, ele carregou a roupa suja pelo andar de baixo até o porão. Vendo
que a máquina de lavar roupas estava vazia, ele carregou e ligou antes de sair
pela porta lateral para o caminho que levava até à fábrica.
O prédio de metal verde ficava atrás da sede do clube, nos fundos do
estacionamento. O lote estava lotado pelos carros dos funcionários da cidade, e
um grande caminhão na parte de trás estava pronto para ser carregado com
pedidos que sairiam no final do dia.
Ele estava um minuto adiantado quando entrou no escritório.
Shade o observou criticamente antes de ficar de pé e deixá-lo ocupar a
cadeira atrás da mesa. — Jewell não está vindo?
— Eu pensei em dar-lhe uma folga. Ela está exausta.— Sentando-se, ele
rolou a cadeira do computador mais perto da mesa.
—Eu disse a Viper que Jewell e Ember não vieram hoje.
Shade não comunicava suas ações com frequência. Quando ele fazia,
geralmente era por algum motivo. Ele estava comunicando seu desagrado por
ter sido convocado para trabalhar esta manhã.
— Viper vai descontar do salário delas.— Rider olhou furiosamente
através da mesa para o executor dos Last Riders.
— Por que elas deveriam ser pagas para ficar na cama fodendo você?—
Os olhos de Shade fixos nos dele sem arrependimento. — Eu tinha uma merda
para fazer esta manhã. Prometi passar a manhã com Lily na igreja. Ela
prometeu estar lá para ajudar Rachel e Willa a se prepararem para o leilão.
A ira de Rider se dissipou. Shade não deixaria Lily fora de sua vista
para ir à igreja sem ele. Sua sessão de sexo da manhã não só atrapalhou os
planos de Shade e Lily, mas os de Rachel e Willa também.
— Lucky e Cash estão chateados também?
— O que você acha?— Shade não se esforçou para diminuir sua culpa.
— Eu sinto muito. Se você tivesse me dito que tinha uma merda para
fazer, eu teria trabalhado ou mandado Jewell trabalhar.
— Isso teria feito a diferença?
— Provavelmente não na hora— ele admitiu. Seu pau sempre
prevaleceu sobre o que todos queriam. Era uma falha de seu caráter, e ele não
via nenhuma razão para mudar. Era por isso que ele estava solteiro e
disponível para qualquer mulher a qualquer momento.
— Foi por isso que esperei para te dizer. Irmão, você me conhece. Eu
sempre fui a favor de você fazer o que te faz feliz, mas quando interfere no
trabalho, temos um problema, porque eu ou Viper temos que intervir, e então
você interfere com merda que nos faz felizes.
— Você feliz? Você nunca teve um dia feliz em sua vida— Rider
zombou do uso de feliz e Shade na mesma frase.
Os lábios de Shade se fecharam em uma linha firme. — Então vamos
dizer de outra forma. A próxima vez que uma das mulheres ligar avisando
que está doente em um dia que você estiver de folga, é melhor ter um atestado
médico ou começar a procurar outro emprego.
Porra. Jewell e Ember ficariam furiosas com essa decisão. Ele também
não ficou feliz com isso.
— Entendido. Se elas avisarem que estão doentes, não será por minha
causa.
— Bom. — Uma vez que ele havia dito o que queria, Shade seguiu em
frente, pegando um cheque que estava sobre a mesa e entregando-lhe. —Dê
isso a Jo. Ela deve estar aqui em trinta minutos. Está trazendo o carro de
Killyama. Peça para deixar no hangar dos fundos. Train quer que seja uma
surpresa.
— Aquela porcaria? Deveriamos pagar a Jo para mantê-lo e acabar com
ele.
— As mulheres Destructor têm um apego sentimental a isso, e Train
entende.
— Cada um tem o seu gosto.— Ele não daria um níquel por aquele
pedaço de lixo. Ele não se importava com a quantia que Train tinha pago para
que ele fosse restaurado.
Quando Shade virou a cabeça em direção à janela que mostrava a sede
dos Last Riders e o caminho que levava a sua casa, Rider se virou para ver o
que ele estava olhando.
Rider engoliu em seco, com inveja do homem a quem ela pertencia. Ela
estava caminhando elegantemente em direção à fábrica, apesar da barriga
saliente. A beleza de cabelos negros era surpreendentemente linda quando não
estava grávida. A gravidez ampliou sua beleza, como se ela estivesse
iluminada por um calor interior que a cercava protetoramente.
—Parece que Lily está pronta para seu compromisso. Se você não for,
ela chegará atrasada.— Ele colocou o cheque embaixo do calendário, à vista,
para se lembrar de levá-lo quando Jo chegasse.
—Se algo surgir, ligue para Viper. O meu telefone ficará fora até
sairmos do consultório.— Rider assentiu, fingindo se concentrar nos e-
mails que precisavam ser respondidos e evitar o olhar afiado de Shade.
— Rider...
— Não a deixe esperando.
Quando olhou novamente, Shade tinha desaparecido.
Ele foi até a janela, e parou, observando o rosto de Lily quando viu
Shade. Ela praticamente correu para os seus braços apesar de estar longe de
seu marido por apenas algumas horas e de estar muito grávida.
Ele agarrou o puxador das persianas, esticando e as fechando, cortando
a visão do casal quando Shade chegou até ela.
O casal feliz esperava seu segundo filho. Lily percorreu um longo
caminho desde a adolescente que tinha visto pela primeira vez no lago. Ela
tinha medo de sua própria sombra naquela época. Amadurecendo como
esposa e mãe sob a proteção e o amor de Shade, Lily se tornou uma mulher
incrivelmente doce. Qualquer homem invejaria o casamento de Shade.
Esgotado fisicamente, ele se inclinou cansado contra o peitoril da
janela. Ele não dormiu por trinta e seis horas, além do breve cochilo de dez
minutos que tinha feito depois de foder Jewell e Ember. Ele tinha que estar
fisicamente e mentalmente exausto antes de conseguir dormir as quatro ou
cinco horas que ele precisava a cada dois dias. Os pensamentos percorrendo
sua cabeça o impediam de ter um sono tranquilo. Nenhum álcool, ou o
número de mulheres que ele fodeu poderiam atenuar a necessidade que lhe
deu a motivação que ele precisava para ver o começo de um novo dia. Isso e os
Last Riders.
Os irmãos podem não ter um vínculo de sangue, mas eles
compartilharam o inferno juntos e sobreviveram, construindo uma amizade
que era mais forte que o sangue.
Mulheres como Lily eram princesas e destinadas a homens
poderosos. Assim como Winter foi para Viper, o presidente dos Last Riders.
Rider era apenas um soldado. Ele deveria viver e morrer pelo clube. Se
ele falhasse em seu dever, então um dos irmãos poderia se machucar. Ele já
havia falhado em seu dever uma vez. Nunca mais.
Ele não era o suporte dos Last Riders quando as coisas iam à merda.
Ele era seu sistema de proteção.
CAPÍTULO 4
2
No original a autora escreve popcorn machine (máquina de pipoca) que, na verdade significa
máquina de fazer flocos de espuma, os quais são usados para preenchimento, como neste caso, para preencher
as caixas das encomendas.
3
Alusão à famosa esponja de aço da marca Bombril.
Rider teria levado isso em consideração pelo seu comportamento em
relação a ele pelo fato de ser um homem, mas Jo não havia tratado Moon nem
a nenhum dos outros irmãos com o mesmo desdém com o qual o tratava.
Moon tratou-a com a mesma atitude sedutora que ele, mas ela lhe deu um
sorriso tolerante como se ele fosse uma criança tentando um primeiro
encontro.
A segunda razão era ela ser amiga de Rachel, e se ele irritasse Rachel,
então ele teria que lidar com Cash. Em suma, era muito trabalho só para
conseguir um pedaço de bunda que ele arranjaria ligando para um dos
números das muitas mulheres disponíveis para escolher.
Ele cruzou os braços contra o peito. — Eu posso.
Seus olhos se tornaram ainda mais azuis quando ele não saiu do
caminho.
—Você primeiro.— Ela fez um gesto para ele ir em frente, então ela não
teria que lhe tocar ao passar por ele.
Dando-lhe um sorriso arrogante, que com certeza diminuiria ainda
mais sua opinião sobre ele, se moveu parcialmente para o lado, dando-lhe
poucos centímetros de espaço.
— Senhoras primeiro.— Ele esperou ansiosamente o que ela faria em
seguida.
Ela o desapontou quando pegou seu celular. —Talvez seja mais fácil
lidar com Shade.
— Não se incomode. Ele está com Lily em uma consulta médica, e Train
está em Lexington com Killyama - eles foram para um passeio. Eu não
entendo. Qual é o problema?
—Você sabe o que está fazendo. Do jeito que as mulheres da cidade
falam sobre você, estou surpresa que você esteja tentando fazer algo tão
mundano quanto sentir meu corpo, deixando-me um pequeno espaço para
passar por você.
— Nunca fui chamado de mundano antes. O que isso significa?— Rider
a provocou com uma falsa frustração.
— Eu sei que você não é estúpido. Rachel disse que você é um
engenheiro. Se você não sabe o que significa mundano, então você jogou fora o
seu dinheiro com a sua educação universitária.— Jo lhe deu mais uma
olhada como se ele fosse um pedaço de carne na loja que ninguém queria.
Maldição, ele deveria saber que Rachel contaria a Jo.
— Se você acabou de se divertir às minhas custas, eu ainda não almocei,
e King está esperando por um reboque.
— Eu não estava me divertindo com você.— Sua frustração agora real.
— Mesmo? A mim pareceu assim.
— Eu estava tentando flertar com você...
—Mais uma vez, você me surpreende. Deixei muito claro que não estou
interessada em você.
—Não há problema em tentar, não é?— Ele estava gostando de suas
respostas. Como em uma gangorra, suas rebatidas tinham seus altos e baixos.
—Há, quando você está me incomodando.
Pela primeira vez em sua vida desde os treze anos, uma mulher o olhou
friamente sem uma centelha de interesse sexual.
Virando, ele caminhou até à porta da frente, saindo e segurando a porta
para Jo. — Shade disse para colocá-lo no hangar. Vou abrir a porta para
você.— Não esperando sua resposta ou mesmo que ela desse uma, ele foi pela
lateral da fábrica em direção à parte de trás. Ao toque da palma da mão, a
porta de metal se ergueu.
A parte de trás da fábrica tinha dois hangares. Um onde os caminhões
de carga carregavam as caixas para serem enviadas ou onde eles recebiam seus
suprimentos. O outro hangar, o que ele estava dando acesso a Jo, era usado
apenas pelos Last Riders. Era onde ele guardava sua coleção privada de
motocicletas e as motocicletas e veículos que os outros irmãos possuíam. Ali
também ficava o sistema de segurança da fábrica e da sede do clube.
Jo deu ré no reboque, parando abaixo da porta metálica. Rider observou
enquanto ela abaixava o carro usando o guincho, colocando o carro bem
dentro do hangar. Estava coberto por uma lona que ela removeu com um
floreio.
Ele caminhou lentamente ao redor do carro. Não parecia o mesmo
carro. O carro de quatro portas sofreu uma mudança dramática por dentro e
por fora. A cor verde vômito tinha sido substituída por um vermelho maçã do
amor impressionante.
Abrindo a porta do motorista, Rider inclinou a cabeça para dentro,
espantado com a transformação. O estofamento de couro preto brilhava e
cheirava a novo. O carro inteiro cheirava. Foi restaurado nos mínimos
detalhes, dos indicadores quebrados e rachados aos painéis laterais.
Rider deu um assobio de apreciação, endireitando-se para admirar a
obra de arte que havia sido realizada.
— Maldição, quem quer que Train tenha contratado para restaurá-lo fez
um inferno de trabalho— ele elogiou, passando a mão pelo teto.
— Eu preciso de sua assinatura.— Sua voz o tirou de sua absorção com
o carro.
Pegando a prancheta, ele assinou, pensando na quantidade de gritos
que ele teria que engolir quando Train voltasse na segunda-feira.
— Eu vou ter que perguntar a Train quem fez isso. Tenho um carro em
Ohio que tenho hesitado em restaurar.
—Foi um amigo meu.— Levando a mão ao bolso da frente do seu
macacão, ela tirou um cartão de visita e entregou-o.
Olhando fixamente para o cartão, ele viu que o negócio era na Virgínia.
—Se você estiver interessado, envie-lhe uma foto do seu carro, e ele
pode lhe dar um orçamento.
—Eu farei isso... depois de verificá-lo. Quero ver suas críticas.
—Eu conheci Carl quando ele restaurou um carro para um dos meus
clientes. Eu acho que ele fez uns dois. Ele disse que se aposentou e aceita
apenas trabalhos que lhe interessam. Eu não acho que ele tenha alguma
crítica— explicou Jo enquanto pegava a lona e amarrava no trailer.
Olhando para o carro de Killyama, ele decidiu enviar uma mensagem
ao número no cartão de qualquer maneira.
—Dê-me um segundo antes de sair. Shade deixou um cheque de Train
para você.— Ele lembrou quando Jo estava prestes a entrar em seu caminhão.
Acenando com a cabeça, ele foi até a porta que levava ao interior da
fábrica pelo hangar. Não querendo mantê-la esperando, ele se apressou,
dizendo a Nickel que voltaria logo quando ele tentou lhe perguntar
algo. Pegando o cheque do escritório, ele se virou, refazendo seus passos.
Abrindo a porta para o hangar, ele ouviu Jo conversando com alguém,
então ele contornou uma série de motos, se aproximando por trás do caminhão
de reboque.
—Você está ficando feia com a idade.
Curt era o único sendo feio, usando um tom depreciativo, tentando
minimizar a mulher longe da vista e som de qualquer um.
—Vá se foder, Curt. Espere...— Com desdém, suas palavras atacaram
como um chicote. —Eu fodi você. Não foi bom. Por que não dá um descanso às
meninas com menos de dezoito anos da cidade e salta da Black Mountain?
Rider saiu, fazendo sua presença conhecida quando Curt deu um passo
em direção a Jo. —Você está me procurando, Curt?
— Eu estava fazendo uma pausa para fumar um cigarro— Curt
respondeu defensivamente.
—Você bateu o cartão de ponto?— Rider questionou com uma
sobrancelha levantada, sem perder o olhar de retaliação que ele deu a Jo antes
de ir para a porta dos fundos. A porta de metal fechou-se com um estrondo
com a força que Curt usou.
Rider virou-se para olhar Jo. — Se ele lhe causar qualquer problema,
chame Shade. Ele vai lidar com isso.
— Eu não preciso da ajuda de Shade para lidar com Curt. Ele é um
pequeno rato assustado, a menos que ele esteja com seus amigos ou primos.
— Pequenos homens assustados como Curt são os mais perigosos— ele
advertiu.
—Curt não está errado. Estou ficando mais velha e mais feia. Já não
tenho mais quinze anos. Se ele se meter comigo, vai conseguir mais do que
espera.— Ela encontrou seu olhar com uma determinação de aço que o fez
temer por ela.
Curt pode parecer um bastardo preguiçoso, mas quando idiotas como
ele ficam com raiva, eles não se importam a quem machucam.
Ele teve que controlar a preocupação começando a queimar um buraco
em seu estômago. Ele deveria ter mantido sua fodida boca fechada. Jo era uma
mulher independente que não precisava nem desejava conselhos dele.
—Aqui está o cheque de Train. — Entregando-o, ele passou a mão pelo
sensor, fechando a porta do hangar. —Você tem as chaves?
Jo olhou para ele antes de tirá-las do bolso da frente e entregar-lhas. —É
isso aí? Sem flerte? Sem ‘quer dar uma volta’? Você oferece que Shade lide com
Curt quando você poderia ter dito algo um minuto atrás. Quando você é
dispensado, suas verdadeiras cores saem. É bom saber que não perdi tempo
com você.
Ele apertou as chaves na palma da sua mão, mordendo a língua para
evitar dizer o que queria. Em vez disso, ele baixou os cílios, deu-lhe o sorriso
sensual que dava às mulheres, e disse: —Eu não disse nada a Curt porque
achei que você não gostaria que eu a fizesse parecer fraca na frente dele.
O maxilar de Jo caiu, e ela deu um passo atrás quando ele deu um passo
à frente, certificando-se que ela sentisse o cheiro da colônia cara que ele havia
pago para ser feita exclusivamente para ele.
Dando-lhe um olhar irônico por se afastar, ele se abaixou para pegar o
pano de polimento que havia caído do seu bolso. — Eu parei de flertar com
você porque me pediu. Se você está tendo problemas em se decidir, podemos
jantar hoje à noite no King.
—Eu preferiria comer vidro para não morrer de fome do que jantar com
você. Você estava fodendo Carly no banheiro esta manhã, e você tem a
coragem de me convidar para jantar hoje à noite? Convide Carly. Isso alegraria
sua noite depois de você sair sem dizer adeus.
Se Jo pensou que causaria algum estrago no seu orgulho por sua recusa,
ela estava enganada. Você precisaria se importar com uma mulher para se
preocupar com o que ela pensa sobre você. Ele não acreditava que as mulheres
fossem indefesas e não pudessem cuidar de si mesmas. Ele aprendeu em seu
próprio detrimento que elas tinham um instinto de sobrevivência que era mais
aguçado que o de um homem.
—Isso é ruim. O chef de King é o melhor no Kentucky.— Ao lado do
caminhão de reboque, ele abriu a porta para ela. — É melhor eu voltar a
trabalhar.
—Isso...— ela começou a dizer enquanto pisava no estribo quando
Rider estendeu a mão antes que ela pudesse reagir, levantando-a e colocando-
a suavemente no banco do motorista.
Jo olhou para ele com surpresa. Ele rapidamente fechou a porta antes
que ela pudesse bater nele.
— Se cuida.— Dando-lhe uma piscadela jovial, ele foi para a porta dos
fundos da fábrica, já a tirando de sua mente.
Algumas mulheres poderiam fazer homens chorar sobre suas cervejas,
porque esses homens as queriam muito. Jo não era uma dessas mulheres. Ela
era uma cadela. Seria preciso um homem forte para sobreviver à tempestade
de tentar conquistá-la. Não era um desafio que Rider estivesse interessado em
ganhar.
Os irmãos casados lutaram uma batalha por se apaixonarem e
perderam. Tanto quanto Jo o intrigava – a séria ascensão em seu jeans atestou
esse fato - não era o bastante para fazê-lo bater na sua porta ou perseguir seu
caminhão de reboque.
Rindo ironicamente para si mesmo, ele foi procurar Nickel. Ajudá-lo a
destravar a máquina de flocos não era tão divertido como provocar Jo, mas era
muito mais seguro.
CAPÍTULO 5
5
Rider deu-lhe um olhar pecaminosamente divertido. — Até que ponto
você quer jogar seu caminhão contra o dele quando ele acelera seu motor no
semáforo da cidade?
— Me controlo ao máximo para não esmagá-lo— ela admitiu.
— Seu caminhão poderia fazer esse trabalho. — Seu encorajamento fez
com que ela pensasse seriamente. Greer sempre ficava atrás dela no
semáforo. Ele acelerava seu motor, fazendo seu caminhão avançar
gradualmente até que estivesse quase beijando seu pára-choque.
— Knox me arrastaria para a prisão se eu tentasse.
— Eu poderia tirá-la. Vá em frente.
— Não. Eu não sou estúpida o suficiente para mexer com os Porter. Eles
tratam seus veículos como família. Eles podem ser vingativos.
— Você está falando sobre Greer ou os Porter como um todo?— Rachel
perguntou, entrando na cozinha carregando o prato vazio de Mag.
— Principalmente Greer, mas você tem que admitir que você, Tate e
Dustin se unem como cola quando ficam bravos com alguém.— Jo tirou o
prato de Rachel, colocando-o na máquina de lavar louça.
— A maioria das famílias das montanhas normalmente é assim. Às
vezes, é difícil, especialmente quando Greer fica chateado sem motivo. O resto
de nós tem que escolher e selecionar com quem lutar.— Rachel não tentou
negar o relacionamento íntimo que ela compartilhava com sua família.
— Simplifique, reduza isto para três,— Jo brincou, cutucando Rachel
com o ombro, para que ela pudesse abrir a porta inferior do armário para
pegar o detergente de louça.
Endireitando as costas, ela pegou os olhos de Rider na curva de seus
seios que ela inadvertidamente havia exposto. Seus lábios se apertaram, e ela
lhe deu um olhar sujo quando ligou a máquina de lavar louça.
— Obrigada pelo jantar, Rachel. Eu te vejo na igreja.— Ela não se
despediu de Rider, movendo-se ao redor dele, para não precisar tocá-lo
quando entrou na sala de jantar.
Beijando Ema na bochecha, ela se despediu de Cash, franzindo a testa
quando percebeu que Mag deveria estar no quarto dela. Ela lamentou não
poder despedir-se dela. No entanto, como um gato escaldado, ela queria sair
de perto de Rider antes de arruinar a noite, dizendo algo sarcástico para ele.
Saindo pela porta da frente, ficou aliviada ao ver Mag sentada na
varanda da frente. Ela nem sequer tinha se incomodado em ligar a luz da
varanda, sentada na escuridão.
Jo colocou uma mão em seu ombro, sentindo o quanto a mulher estava
se tornando fraca. — Não parta, Mag.— Jo inclinou-se, beijando sua bochecha
antes de esfregar a sua contra a dela.
Mag cobriu a mão de Jo, acariciando-a. — Não vou a lugar algum esta
noite, mas logo. As folhas praticamente desapareceram.
— Eu odeio esse velho ditado.— Jo sentou-se ao lado de seus joelhos,
colocando a cabeça no braço de Mag.
Quando era mais nova, sua mãe muitas vezes repetia o provérbio
quando um de seus parentes mais velhos morria, anunciando com sinceridade
que as folhas velhas caíam para que novas ocupassem o seu lugar. À medida
que envelheciam, um por um de seus parentes tinha morrido durante os meses
de outono e inverno. Ela não era tão supersticiosa, mas agora que todos os
seus parentes estavam mortos, teve um pressentimento de que Mag tinha
visto sua última primavera.
— Você é uma menina doce por se preocupar com uma velha. Eu ainda
me lembro de seu pai dirigindo com você sentada naquela almofada para que
você pudesse ver por cima do capô do seu caminhão.
— Eu costumava ter medo de você.— Jo costumava ter tanto medo
dela quanto a amava agora.
— Você tinha medo da sua própria sombra. Você ainda tem.
Ela ergueu a cabeça. — Não, eu não tenho...
— Então, por que você não dá a esse garoto uma chance?
— Quem? Rider?
— Não banque a estúpida comigo. Você sabe de quem estou
falando. Você não é mais tão jovem. Você deveria perseguir o menino como se
ele estivesse em chamas.
— Nem todo mundo quer se casar e ter filhos.
— Você se esqueceu de que você sempre carregava aquela falsa bolsa
de fraldas e a boneca que seu pai lhe deu naquele carrinho de plástico? Você
tratava aquela boneca como se fosse real. Você brincou com aquela boneca
muito tempo depois que a maioria das meninas no condado já ia a
encontros. Se você quer mentir sobre não se interessar pelos homens, vá em
frente. Mas você nunca me fará acreditar que você não quer um monte de
filhos.
— Eu cresci.
Mag apertou sua mão com força. — Sim, você cresceu. Eu teria agido de
forma diferente se eu fosse sua mãe. Não estou culpando-a, mas seu pai
deveria ter matado aqueles bastardos em vez de deixar isso para Deus. Deus
ajuda aqueles que ajudam a si mesmos.
— Sim, ele faz.— Jo levantou, tirando a mão do alcance de Mag. — Não
fique aqui por muito tempo; você pegará um resfriado.
— Eu sou muito má para me resfriar. Pense no que eu disse.
— Eu vou, eu juro. Noite, Mag.
Jo deixou a velha. Mag achou que ela tinha prometido pensar sobre
perseguir Rider, mas sua mente estava no que ela havia dito sobre Deus.
A tristeza encobriu sua visão ao caminhar até ao caminhão. Mag tinha
mais chance de ver outra primavera do que ela.
Uma garoa gelada deslizou por sua nuca, aumentando a sensação de
mau presságio que sentira na varanda. Ela não dormiria muito esta noite. As
estradas se tornariam traiçoeiras à medida que a temperatura caísse durante o
meio da noite.
Jo deu uma última olhada vigilante no exterior da cabana na luz dos
faróis. Ela estava prestes a sair quando suas luzes acertaram a motocicleta de
Rider. Se ele saísse agora, chegaria em casa com segurança.
Freando, ela pegou seu telefone. Ela digitou uma mensagem de texto,
depois apertou enviar. Pronta, ela guardou seu telefone, partindo.
A escuridão sombria engoliu o grande caminhão em suas profundezas
nebulosas quando ela deixou as luzes da cabana para trás.
CAPÍTULO 7
6
Um alforje ou alforge é um tipo de bolsa, usualmente preso a uma sela, usado para transporte de objetos em
animais como o cavalo e o asno. Atualmente, são também utilizados em bicicletas ou motocicletas, usualmente
presos ao assento, com o mesmo objetivo.
exatamente quem você é.— Mag rolou a cadeira mais perto. — Você está à
procura de si mesmo, e você não se importa com mais ninguém.
Sombriamente, ele deixou cair sua pose amigável quando se aproximou
dela, deixando sua sombra intimidante cair sobre ela. — Isso não é uma boa
coisa a dizer sobre uma pessoa.— Ele baixou a voz para o nível ameaçador
que ele usou com soldados experientes com os quais havia servido quando o
subestimavam.
— Você acha que pode me assustar?— Mag deu uma gargalhada
áspera. — Eu superei homens que assustariam você.
— Eu não me assusto.
— Você está com medo de Jo.
Desta vez, ele riu. — Não tenho medo de Jo.
— Ela não é uma puta estúpida. Você não pode jogar areia em seus
olhos. Jo nunca lhe dará qualquer crédito até você mostrar a ela o seu
verdadeiro eu. Ela pode aguentar a feiura que você está escondendo. Aquela
garota amava o pai como se ele tivesse pendurado a lua, apesar dele ser um
bêbado. Sua mãe a arrastou para longe de Treepoint porque ela teve o bastante
quando aqueles meninos estupraram Jo. Seu pai que não tinha serventia
nenhuma, nem sequer permitiu que ela desse queixa do que tinham feito com
ela.— Mag condenou ferozmente o pai de Jo por ser tão covarde. — A única
razão pela qual ele durou tanto tempo foi por causa dela. Ela penhorou tudo o
que tinha para manter aquele pedaço de terra que ele deixou. Não há muitas
mulheres que possam amar assim, mas Jo é uma delas. Para constar, você
precisa colocar seu traseiro em marcha e não deixá-la se afastar antes que
algum outro homem a roube.
Ele piscou, afastando-se. — Você não pode roubar o que não pertence a
você.
— Você é um Last Riders?
— Sim.
— Os Last Riders têm tomado o que querem desde que se mudaram
para cá.
— Se eles quiserem.— Ele encolheu os ombros. — Eu não quero Jo.
— Eu fiz minha parte. Está frio aqui, e acabei de falar com um homem
que atravessa a cidade por uma boa refeição, mas não é suficientemente
inteligente para se agarrar a uma mulher que cozinhe para ele todas as noites.
Rider sabia que ela realmente não estava falando sobre comida.
— Jo não cozinha.— Imprudentemente soltando esse comentário
insolente, ele se moveu para abrir a porta para ela, de modo que ela pudesse
virar a roda para entrar.
— Ela pode aprender a cozinhar. Ela só precisa de alguém para acender
o seu fogo. Eu acho que esse pequeno palito de fósforo que você carrega não
está à altura da tarefa. Ignore meu conselho. Eu retiro o que disse. Você não
tem a sensatez que Deus lhe deu para lamber um selo postal.
Rider olhou para a mulher enquanto ela se afastava. Ela estava usando
outra metáfora para insultar suas habilidades como amante, comparando um
selo postal com uma boceta?
A avó mal humorada de Cash, cujos ossos estavam retorcidos pela
idade e a artrite, rolou, sem se preocupar com Rider torcendo seu pescoço e
fazendo parecer que ela tivesse caído da varanda.
Voltando a entrar na casa, viu Cash sentado à mesa, comendo outra
tigela de sobremesa. — Nem pense nisso— advertiu Cash. — O que ela fez?—
Ele acenou para onde Mag tinha desaparecido.
— Ela insinuou que não tenho cérebro o suficiente para lamber um selo
postal.
— Ela deve estar deprimida. Mag não insinua merda. Ela não tem medo
de falar o que pensa.
— Aquela cadela velha não está deprimida. Ela é má pra cacete.
— Cuidado. Rachel vai te ouvir.
Rider decidiu fazer o que deveria ter feito antes de conversar com Mag -
partir. Não era frequente alguém conseguir tirá-lo do sério, mas a mulher o
alfinetou com farpas que atravessaram sua pele grossa.
Ao fechar a porta no rosto sorridente de Cash, ele atravessou a varanda,
sua fúria distraindo-o do granizo. Quando seu calcanhar atingiu o degrau da
varanda, seu pé deslizou, deixando sua parte superior do corpo meio dentro e
meio fora da varanda e suas pernas entrelaçadas no chão.
— Droga!— Rider amaldiçoou, tentando se levantar. Demorou três
tentativas antes de conseguir ficar de pé. O chão tinha uma camada de gelo.
Irritado, ele cuidadosamente coxeou pelos degraus, voltando para a
porta de Cash e batendo. Um segundo depois, Cash abriu a porta.
— Está muito escorregadio para ir para casa.
Cash abriu a porta para deixá-lo entrar. — Você deveria ter partido
quando Rachel o avisou em vez de atirar merda com Mag.
Rider apertou os punhos, ainda irritado com Mag, e agora irritado por
ter caído. Além disso, ele tinha cortado sua mão em uma das tábuas da
varanda. A última coisa que ele precisava era que Cash risse de sua situação.
Ele não deveria ter deixado a sede do clube. Se ele tivesse ficado, estaria
aconchegado na cama com uma das mulheres de Ohio que queriam se tornar
um membro. Na hora, tinha sido uma jogada brilhante. Tantos irmãos
visitando, significava uma longa fila no jantar. Ele não esperava demorar
tanto. Agora, ele estava preso na casa de Cash dormindo sozinho em seu sofá.
Tirando a jaqueta, ele pendurou na parede, depois foi ao sofá para tirar
as botas enquanto Cash buscava um cobertor.
Ele ligou a televisão e abaixou o volume para não acordar Rachel e
Ema. Ele não se importava se perturbasse Mag.
— Aqui está.— Cash entregou-lhe um cobertor e um travesseiro. —
Você precisa de mais alguma coisa?
— Não.— Ele rudemente jogou o travesseiro no final do sofá. — Vá
para a cama. Pelo menos um de nós pode queimar as calorias dessa
refeição. Certifique-se que eu não ouça nenhum som vindo do seu quarto, ou
estarei arrastando sua bunda da cama para me levar para casa.
— Não vai matá-lo ficar sem sexo.
Isso foi fácil para Cash dizer. Ele estava indo dormir com uma ruiva
quente.
— Eu posso ficar uma noite sem sexo, mas por que eu faria? Estou
vivendo o sonho de todos os homens - uma mulher diferente todos os dias, um
trabalho que eu amo e um ótimo lugar para descansar a cabeça à noite,
especialmente se eu tiver um par de mulheres me fazendo companhia.
Cash se moveu ao redor do sofá para pegar uma das cadeiras, apoiando
as pernas na mesa de café. — Não é o meu sonho, nem acho que seja de alguns
dos irmãos.
Rider abriu a boca para discordar dele, mas a expressão séria de Cash o
deteve.
— Estou no lado oposto da cerca que você está. Eu acho que a maioria
dos homens espera encontrar a mulher que os ajudará a mudar seus hábitos e
torná-los uma pessoa melhor, para voltarem para casa, apesar de uma briga na
noite anterior. Uma mulher que faça você se sentir tão especial quanto você
acha que é.— Os lábios de Cash se curvaram em um sorriso confiante.
— Eu não preciso de uma mulher para me fazer sentir assim. Eu já sei
que sou.
Cash sacudiu a cabeça. — Eu não acho que você saiba.— Ele fixou seu
olhar nele, inabalável enquanto Rider passava pelos canais da televisão. —
Rider... quanto tempo você vai se agarrar ao passado? Delara e Quinn são
história antiga.
— Vá para a cama, Cash. Se eu quisesse que alguém me desse um
sermão, eu chamaria Lucky.
Levantando, Cash franziu o cenho irritado. — Eu não sou um pregador,
mas sou um amigo que pode ver que você está em um caminho sem volta para
lugar nenhum.
— Talvez sim, mas é minha estrada para correr, e você não teve
nenhum problema em correr nessa estrada antes de se casar com Rachel.
— Não, eu não tive. Eu vou para a cama. Posso ver que estou
desperdiçando meu fôlego. Tente não comer o resto da torta. Eu quero um
pouco para o café da manhã.— Cash o deixou sozinho na sala de estar.
Assim que ouviu a porta do quarto de Cash fechar, ele entrou na
cozinha e encheu uma tigela de torta antes de afundar no sofá para desfrutar
de um filme antigo que achou. Quando Cash acordasse na manhã seguinte, ele
não ficaria feliz com o fato de Rider ter acabado com sua torta sem
remorso. Ele esperaria até que ele saísse para trabalhar antes de dizer-lhe que
Rachel fez duas e a outra estava escondida na parte de trás da geladeira.
Ele terminou o filme e estava na metade do segundo antes de conseguir
um rápido cochilo. Esse hábito enraizou quando estava no serviço, quando era
uma questão de vida ou morte estar ciente de seus arredores.
Nos acampamentos onde ele tinha ficado, à noite era quando ocorriam
muitos ataques. O inimigo aproveitava as oportunidades para esgueirar-se da
vigilância cobertos pelo manto da escuridão. A privação de sono tornou-se um
modo de vida para muitos, especialmente os poucos que foram enviados em
missões especiais como as atribuídas a Shade, Gavin e ele.
Shade tinha sido um atirador de elite, eliminando inimigos com uma
única bala. Gavin tinha sido o principal navegador subaquático7; a água era
seu campo de batalha, colocando explosivos ou desarmando aqueles que
tinham sido plantados. Ele poderia liderar uma equipe através de águas
perigosas, emergindo das profundezas para eliminar o alvo, depois submergir
antes que os inimigos soubessem que ele estava lá.
Rider olhou fixamente para a televisão. Era a informação que ele
passava aos seus superiores que dava a ambos os homens seus alvos a serem
eliminados. Ele era um SEAL em treinamento quando foi chamado ao
escritório do comandante.
7
Perito em um conjunto de técnicas - incluindo a observação de características naturais, o uso de uma bússola e
observações de superfície - que os mergulhadores utilizam para navegar debaixo d’água. Embora seja
considerada uma habilidade básica, normalmente é apenas ensinada em um grau limitado como parte da
certificação básica da Open Water.
De pé, rígido diante da mesa do seu comandante, Rider observou
quando ele lançou o arquivo que estava lendo para ele.
— Eu estive lendo seu histórico pessoal. Muitos de seus superiores
acham que você vai desistir do treinamento SEAL. Por quê isso?
Rider não precisava pegar seu arquivo para ler os comentários daqueles
que haviam dedicado suas vidas ao serviço. Eles acreditavam que ele não
tinha a ambição de ser bem sucedido onde outros, que eram mais inteligentes
e que treinaram anos para se tornar um SEAL, falharam.
— É por isso que você queria me ver, senhor?— Pavor em ouvir que ele
não conseguiu passar pelo curso queimou seu estômago.
— Talvez todos os seus superiores achassem que você não conseguiria,
mas uma coisa que tinham em comum era que todos gostavam de você. Falei
com cada um deles. Eles disseram não saber se você assumiria o compromisso
de ser um SEAL, mas cada um deles disse que tomariam uma cerveja com
você quando você voltasse.
— Todos os seus superiores gostam de você, e assim os homens. Você
convenceu vários deles a negar o DOR8.
— É bom saber que eu sou bem quisto, senhor.— Rider não aceitou isso
como um elogio, e achou que o Comandante Nellis também não. Nisso, ele
estava errado.
— Você se classificou entre os cinco primeiros na parte física de seus
exames e os três primeiros em inteligência. Eu vi seu desempenho físico desde
que você chegou ao BUD / S9, mas quando vejo você com os homens, não vejo
a inteligência de que você é capaz. Porquê isso?
— Senhor, se você tivesse que andar por um beco sem saída no meio da
noite, você preferiria ter o Wizard ou o Maze ao seu lado?— Perguntou
Rider. Wizard era o mais inteligente da classe. Maze o mais forte.
O comandante o encarou sabiamente sobre a mesa. — Eu escolheria
você. Dessa forma, eu teria o melhor de ambos.— Nellis fechou o arquivo,
8
Drop on Request, sigla militar para um cadete que solicita “demissão voluntária”.
9
BUD / S é um curso de treinamento SEAL de 6 meses realizado no Naval Special Warfare Training Center em
Coronado, CA.
colocando-o em sua gaveta superior. — Por isso que chamei você. Eu vou
recomendar que você seja o SSE10. Sua simpatia natural pode ser aprimorada
em uma habilidade que minha equipe poderia usar.
Uma designação na equipe de Nellis era o objetivo de todos. Ter sido
oferecido a ele foi inesperado. O comandante só escolhia SEALs de elite para
integrar a sua equipe.
— Eu ficaria honrado em fazer parte da sua equipe, senhor.
— Você não precisa soprar fumaça na minha bunda. Eu só preciso que
você faça os trabalhos que lhe forem atribuídos. Eu acho que será simples para
você descobrir informações sobre os locais que devemos atacar e facilitar a
segurança dos outros membros.
— Eu não vou lhe decepcionar, senhor.
— Eu não acho que vá, ou eu não teria escolhido você. Dispensado.
Rider havia deixado a reunião sentindo-se no topo do mundo. Os
militares eram a única família que lhe restara. Cada passo que ele havia dado
desde que saíra de casa foi alimentado pelo desejo de se tornar um SEAL. Se
tornar um membro de uma equipe que a maioria de seus amigos tinha dito ter
lhes dado um sentimento de realização, que ele nunca teve ou conseguiu
alcançar trabalhando nos negócios de sua família.
Olhando para trás agora, Rider fez uma careta. Agora, ele podia ver o
que o seu eu mais novo não conseguiu. Em termos leigos, ele tinha sido um
traidor, procurando e fazendo amigos que fariam os ataques de sua equipe ser
bem sucedidos. Na época, ele não tinha consciência do custo que ele teria que
pagar. Agora ele sabia.
Se ele pudesse fazer tudo de novo, ele teria dito não a Nellis. Mas ele
não tinha, e agora ele tinha que viver com as consequências disso todo o
fodido dia.
10
A exploração do site sensível (SSE) é um termo militar usado pelos Estados Unidos para descrever “coletar
informações, material e pessoas de um local designado e analisá-las para responder aos requisitos de
informação, facilitar as operações subsequentes ou apoiar processos criminais” . Também chamado de
exploração tática de site.
Incapaz de dormir, ele perambulou pela sala, sentindo-se enjaulado. Ele
não conseguia escapar das lembranças, então ele desligou a televisão e saiu da
cabana. Ele bateria e queimaria antes de permanecer confinado por mais
tempo.
Tendo mais cuidado em descer os degraus desta vez, ele conseguiu
chegar até sua moto sem cair de bunda. Então, ele voltou lentamente para casa,
sentindo suas rodas deslizar a cada curva. Ele deu um suspiro de alívio
quando chegou ao clube.
Ele subiu a passarela dos fundos ao invés de ir pelas escadas, mesmo
tendo certeza que um dos irmãos teria jogado sal, assim como tinham feito na
passarela.
Ninguém estava na cozinha, mas a sala de estar estava cheia. Os
membros de Ohio se espalhavam pelo chão para dormir. Outros ainda
estavam sentados, conversando ou jogando bilhar.
— Rider, você está de volta!— Um grito feminino de um dos sofás fez
com que ele mudasse de ideia sobre pegar uma cerveja.
— Mercury, vejo que Moon está mantendo você ocupada. Rider
observou a mulher de boca sensual lamber o pau de Moon antes de engolir
mais de metade de seu comprimento em sua boca. Ela ter conseguido a
façanha deixou seu pau latejando atrás do zíper de seu jeans.
Ela estava nua da cintura para baixo. Rider assumiu que Moon ou um
dos outros irmãos a tinham fodido no andar de cima, depois a trouxe para
baixo para compartilhar.
— Onde está Jewell?— Ele perguntou a Moon, que conseguiu organizar
seus pensamentos dispersos para responder. — Lá em cima com F.A.M.E.
Ele ainda não teve um trio com o novo irmão, mas não mudou seus
planos.
Indo para o bar, ele deixou Moon finalizar enquanto tomava uma
cerveja e conversava com Diablo e Trip. Ele tinha servido com Diablo e o
convenceu a se juntar aos Last Riders quando ele tinha saído do serviço. Trip
tinha servido com Diablo depois que Rider partiu, então ele o encontrou em
Ohio quando Trip o acompanhou. Diablo decidiu ficar e se tornar um
membro, mas Trip tinha partido por alguns anos antes de decidir voltar e fazer
de Ohio sua casa. Ele acabou de se tornar um membro de pleno direito no ano
passado. Rider ainda estremeceu com a lembrança de ser selecionado para
lutar com o irmão pelo direito a aderir como membro.
— Como estão as estradas?— Perguntou Diablo.
— Ruim o suficiente, nenhum de vocês poderá sair pela manhã.—
Rider abriu sua cerveja, desejando que Moon terminasse. Em outro momento,
ele teria se juntado a ele no sofá, depois levado Mercury para o andar de cima,
mas ele tinha visto F.A.M.E. foder antes. Ia demorar muito para acabar
com aquele irmão, e ele não tinha a intenção de ser o segundo melhor.
Trip encolheu os ombros, despreocupado. — Não me importo de viajar
por estradas ruins. São os fodidos que estão por perto que me assustam.
Rider estava terminando a cerveja quando Moon finalmente se afastou
de Mercury para jogar bilhar com Gavin e Viper.
Rider teria se juntado a eles na mesa de bilhar se ele tivesse certeza de
que Gavin não daria uma desculpa para sair e ir lá para cima. Gavin evitava
qualquer interação com ele, não importa o quanto Rider tentasse retomar sua
amizade.
Os seios de Mercury balançaram em sua visão enquanto caminhava em
direção a ele, alcançando-o.
— Eu ia perguntar se você precisava de uma pausa, mas posso ver que
não.— Ele gemeu quando ela segurou a ereção que ele estava planejando
perfurar em sua boceta.
— Eu não fico cansada. Você foi o único que não dormiu muito na noite
passada.
Rider agarrou a bochecha da sua bunda, puxando-a mais perto e
esfregando seu pênis em sua barriga. Enfiando dois dedos entre as bochechas,
ele encontrou o pequeno botão rosa que ele estava procurando e torceu o plug
anal que ele colocou lá antes de sair para jantar com Cash.
Colocando sua cerveja no bar, ele a virou até ela encarar as escadas. —
Senhoras primeiro.— Removendo os dedos, ele golpeou a bunda com uma
mão firme. Então ele observou como o traseiro de Mercury se mexia enquanto
caminhava.
— Mais tarde.— Desculpando-se, ele a seguiu pelos degraus, curtindo
os vislumbres tentadores do plug enterrado lá em cada passo até ao andar
superior.
Quando a porta ao lado dele abriu, ele fez um gesto em direção à porta,
e Mercury se dirigiu para onde ele queria.
Rider tirou a camisa assim que ele passou pela porta, dando um rápido
olhar para Jewell, que estava montando o pau de F.A.M.E. no meio da cama.
As pálpebras de Jewell baixaram quando Rider levantou Mercury para
colocá-la na cama, seu traseiro virado para o corredor.
Ele estava colocando um joelho no colchão quando Nickel entrou. —
Porra, eu vim ao quarto certo.
CAPÍTULO 8
11
Pontuação máxima no beisebol usada em um comparativo por chegar ao sexo em um relacionamento.
Ele sabia exatamente quem iria ganhar o prêmio da noite.
CAPÍTULO 9
Jo nunca tinha rezado para seu rádio chamar, mas fazia agora,
enquanto a multidão a olhava para ver quem iria ganhar o encontro com
ela. Disfarçadamente, ela puxou a saia do seu vestido agitando o rádio para se
certificar de que ainda estava funcionando. Qualquer outro momento
impróprio, o rádio estaria gritando para ela. Agora, quando mais precisava da
distração, permaneceu em silêncio, não lhe proporcionando a desculpa que
precisava para fugir do constrangimento de ser o centro das atenções.
Lily também não estava ajudando. Ela se afastou do palco no que ela
esperava fosse um esforço para encontrar alguém para emprestar-lhe dinheiro
suficiente para ganhar o leilão por ela como havia prometido.
— Três mil.
O lance de Rider fez com que a multidão conversasse com entusiasmo
entre si, enquanto Moon cobria seu lance. — Três mil e cem.
A tortura de ouvir os lances a fez ter vontade de levantar as mãos e
parar o leilão. Só o pensamento de causar mais constrangimento a si mesma do
que já estava passando, a deteve.
— Três mil e quinhentos. — A proposta de Rider fez Jo tirar os olhos de
Lily e encontrar os dele.
Suas palmas ficaram úmidas com o nervosismo. O homem com quem
estava familiarizada tinha desaparecido. Era como se um estranho estivesse
olhando para ela. Seu instinto de fugir aumentou com a intensidade inabalável
do seu olhar. A pose casual e lânguida que caracterizava o seu apelo familiar e
charmoso sumiu, substituída por a de um predador apostando em conseguir
uma refeição saborosa que está a ponto de devorar.
Ela balançou a cabeça como se negasse silenciosamente o pensamento, e
então olhou para ele, apenas para ver seu olhar ficar resoluto.
Seus pensamentos freneticamente procuraram por uma maneira de
escapar da provação.
— Três mil e seiscentos.
Ela queria olhar para Moon por sua voz incerta, sabendo pelo tom que
o dinheiro que ele tinha disponível estava chegando ao fim. Rider deve ter
percebido isso, também, jogando para matar.
— Quatro mil.
Seus ombros caíram quando não houve um lance de Moon.
— Quatro mil dólares— King repetiu a oferta de Rider. — Quem dá
mais, quem dá mais...
A cada segundo de atraso para o término do leilão, Jo reteve a
respiração, orando pela intervenção divina.
— Vendido. Parabéns, Rider. Dustin, você é o próximo. Venha para
cima.— King acenou para que Dustin subisse o palco.
Jo estava tão ansiosa para sair do palco que ela se virou para a beira
sem pensar em como descer. Em outra situação, ela pularia, mas o medo de
cair de joelhos na frente da plateia a fez hesitar.
A mão amiga de Moon apareceu à sua frente, e ela estava prestes a
tomá-la quando foi levantada. Seus olhos se arregalaram em Rider enquanto
ele a colocava no chão, suas mãos continuando em sua cintura.
— Obrigada. — O hábito enraizado ensinado por sua mãe fez com que
ela agradecesse Rider, mas não impediu que ela se afastasse de seu toque
persistente.
Buscando na multidão pela pessoa que estava procurando, ela estava
prestes a dar uma desculpa esfarrapada para desaparecer de vista quando as
palavras de Rider a impediram.
— Eu vou buscá-la as seis, amanhã à noite para o nosso encontro.
Sentindo-se desconfortável, queria recusar-se e dizer-lhe que o inferno
congelaria antes de ir a um encontro, mas ela se deteve quando os rostos
extasiados de Willa e Winter apareceram quando elas conseguiram passar
entre Knox e Cash.
— Jo, o lance de Rider arrecadou mais do que esperávamos no leilão
todo!— Winter agarrou sua mão, puxando-a para um abraço apertado.
Jo permaneceu muda quando foi virada para Willa, que estava tão feliz
que tinha lágrimas marejando seus olhos.
— Eu estava tão preocupada, nós todas estávamos, que não teríamos
dinheiro suficiente para comprar os brinquedos, e muito menos fazer cestas de
comida. Muito obrigada aos dois. Posso relaxar pelo resto do leilão e me
divertir.
Jo sentiu-se como um Grinch12 na manhã de Natal com a sincera
gratidão de Willa.
— Estarei pronta às seis, Rider. Willa, você viu Lily?
Willa franziu o cenho, olhando por cima do ombro. — Ela estava aqui
há um momento atrás. Tenho certeza que ela aparecerá em um minuto. Está
tão lotado que é difícil encontrá-la.
— Se você a encontrar, diga que eu estou procurando por ela.— Jo
tinha algumas palavras escolhidas para ela quando a encontrasse. Seus
pensamentos escuros foram interrompidos pelos aplausos do público.
— Parabéns, Carly,— gritou King enquanto Dustin pulava do palco.
Jo baixou os cílios para observar a reação de Rider a Carly dando o
lance vencedor, então desejou que não tivesse quando percebeu que seu olhar
ainda estava fixo nela.
Seus mamilos enrijeceram sob a o corpete rosa cintilante do seu vestido.
Fechando seu pequeno casaco, ela deu um passo atrás do calor que
estava emanando de seu corpo. Abanando o rosto, ela procurou inutilmente
pela multidão novamente.
12
Grinch é um personagem rabugento que faz de tudo para acabar com o Natal dos cidadãos da Quemlândia.
Filme de comédia e fantasia de 2000, baseado no livro com o mesmo nome, de 1957, escrito por Dr. Seuss.
— Está ficando abafado, não é? Eu vou até a porta tentar pegar uma
brisa.— As sobrancelhas de Willa e Winter subiram em sua partida
precipitada.
Rider não se moveu enquanto tentava contorná-lo, cercada pelos lados
por Winter, Willa, Rider, Cash e Knox, ela se aproximou de Rider. Quando o
homem arrogante se curvou, ela poderia jurar que ele estava cheirando sua
garganta.
O choque a deixou imóvel. Então suas mãos se encontraram em sua
camisa cinza de textura fina que estava enfiada em suas calças pretas.
— Com licença.
— Que perfume você está usando?
— Rider, é a sua vez. Não vamos deixar as damas esperando.
O anúncio de King pelo microfone não impediu Rider quando suas
narinas dilataram como se ele pudesse farejar a agitação que estava vazando
do seu corpo pela atração indesejada que estava assaltando suas partes
femininas.
Ela poderia ter jurado sobre uma pilha de Bíblias que ela nunca, jamais
seria capaz de reagir a qualquer homem, muito menos ao homem objeto que
estava a centímetros de distância dela. Ela preferiria ser amarrada deitada em
uma mesa de tortura do que admitir a verdade para si mesma, apesar da
prova de sua calcinha umedecida e o vestido que ela usava começar a parecer
um peso incômodo que a mantinha parada.
Embora Jo soubesse que seu julgamento sobre homens ficou distorcido
desde o ataque, não havia como ela se permitir tornar-se outra das mulheres
de Rider.
Usando a memória da noite em que ela foi estuprada para restaurar seu
equilíbrio, ela se afastou do grupo.
Ela deve ter sido privada de oxigênio. Jo se desculpou quando
encontrou um ponto solitário perto da entrada para assistir o leilão. Cada vez
que alguém entrava ou saía, o ar frio dissipava o nevoeiro que a rodeava,
assegurando-lhe que estava de volta ao equilíbrio.
O ar frio não foi o único que a trouxe aos seus sentidos. Observando a
guerra de lances sobre Rider ajudou.
A massa de mulheres que se aproximaram do palco empurrou os
homens para a parte de trás. Jo não olhou para o palco, onde ele estava de pé,
concentrando-se nas mulheres em vez disso. Mesmo as mulheres casadas de
mais idade da congregação estavam dando lances enquanto seus maridos
ficavam irritados.
— Nós temos um assento extra na nossa mesa. Venha e junte-se a nós.
Jo não sentiu a aproximação de Shade, muito atenta ao leilão. O
motociclista causou-lhe calafrios pela forma determinada que ele estava
olhando para ela.
— Não, obrigada. Assim será mais fácil se eu receber uma ligação.
— Ninguém vai ligar. Todos na cidade estão aqui.— Shade pegou
levemente o cotovelo. — Lily quer conversar com você, e eu prefiro que você
fale com ela na minha presença. Ela está ansiosa por este leilão, e eu odiaria
vê-lo arruinado porque você está chateada com ela.
Jo encontrou-se andando através da multidão enquanto Shade
caminhava ao lado dela. Ela não tinha intenção de negar que estava brava com
Lily, grávida ou não.
— Ela me convenceu a participar do leilão. A única razão pela qual eu
concordei foi porque ela prometeu me comprar.
— Seu lance ultrapassou o dinheiro que Lily tinha escondido em sua
bolsa. Se você estiver com raiva, fique com raiva de mim. Ela me pediu para ir
ao restaurante pegar mais dinheiro do caixa eletrônico, mas está fora de
serviço. Quando voltei, seu leilão tinha acabado.
Ela foi guiada para sentar-se ao lado de Lily, e sua raiva morreu por sua
expressão tímida.
— Eu sinto muito…
Jo não perdeu a expressão endurecida de Shade quando sua esposa
começou suas desculpas.
— Tudo bem, Lily. Não deveríamos ter planejado isso. Além disso,
quão ruim pode ser um encontro com Rider?— Ela tentou aliviar a culpa de
Lily. — Vejamos pelo lado positivo; haverá muitas crianças felizes na manhã
de Natal.
Lily deu-lhe um sorriso brilhante que a fez esquecer por que estava
mesmo brava em primeiro lugar. Era impossível irritar-se com a mulher que
não tinha um osso ruim em seu corpo. Ela podia entender como Shade se
apaixonou por ela. Todos fizeram, e ela não era exceção.
Lily ocupava um lugar especial na maioria dos corações da população
desde a primeira vez que o pastor Saul a apresentou à congregação como uma
criança adotada por ele e sua esposa. Desde então, ela se enraizou em seus
corações. Jo podia contar nos dedos o número de pessoas que ela considera
verdadeiramente boas, e Lily era uma delas.
Por outro lado, Shade não era. Ela não precisava saber detalhes para
formar sua opinião sobre isso. Estava nas vibrações que ele transmitia. Apesar
das garantias de seu pai de que ele era uma boa pessoa, e o empréstimo que
ele lhe dera pelo caminhão, seus instintos gritavam para se preocupar com ele.
Ela ignorou seus instintos na noite em que ela foi estuprada. Tinha sido
uma lição difícil de aprender, mas ela tinha aprendido. Ela sabia que Shade
não tinha interesse nela como mulher, mas seus instintos gritavam que ele
tinha um motivo oculto para estender o crédito. Quanto mais cedo ela pudesse
pagar o empréstimo, mais feliz seria e, finalmente, pararia de esperar ser pega
de surpresa pelos seus motivos dele.
— Muitas mulheres não se queixariam por ter um encontro com Rider.
Jo estremeceu por Viper ter escutado sua escolha de palavras para
Lily. Como presidente dos Last Riders, ela esperava que ele estivesse bravo. O
que não foi mostrado no sorriso torto que ele lhe deu.
— Eu não sou como a maioria das mulheres.— Jo se recusou a se
envergonhar ou fingir que não quis dizer aquelas palavras.
— Não se preocupe, ele provavelmente passará a maior parte do tempo
comendo. Ele tem um poço sem fundo no lugar do estômago.— Winter teve
todos sentados à mesa concordando.
— Peça o prato amantes da carne e o trio de sobremesas do cardápio do
King, e Rider adormecerá antes de poder levá-la para casa— sugeriu Willa.
— Ou peça o especial no Pink Slipper e dêem uma passada pelo Donut
Hut. Eles sempre o colocaram em coma de açúcar.
Jo não sabia o nome da mulher que havia dado a última
sugestão. Tinha-a visto na cidade de vez em quando, no restaurante ou
andando na parte de trás de uma das motocicletas dos Last Riders. Ou
a mulher de cabelos escuros nunca sofreu um acidente, ou seu carro nunca
precisou de um reboque, ou sua única forma de transporte era com um dos
motociclistas.
Carly, que estava passando por sua mesa no caminho para o banheiro,
parou, se aproximando da mulher sentada.
— Jewell, eu esperava que você estivesse na frente e no centro para
arrematar o encontro com Rider.
A atitude maliciosa da garçonete do restaurante fez os outros na mesa
endurecer, exceto a mulher cuja identidade Jo tinha desejado saber.
— Por que pagar por algo que eu posso ter de graça?— Jewell inclinou-
se de lado, jogando graciosamente um braço na parte de trás da cadeira,
levantando o queixo para olhar diretamente para Carly.
Carly parecia estar prestes a arrancar cada fio de cabelo da cabeça de
Jewell. Seus lábios apertaram tanto que Jo poderia praticamente ouvir seus
dentes rangendo.
— Dou-lhe uma, dou-lhe duas... Dou-lhe três!— A voz de King sobre o
alto-falante quebrou o momento tenso. — Parabéns, Aly. Moon, você é o
próximo.
— Parece que perdemos.— Carly encolheu os ombros, afastando-se em
direção aos banheiros. A luta se formando entre as duas mulheres nunca se
concretizou.
Jewell virou-se para frente em seu assento e começou a falar com
Diamond como se a breve troca nunca tivesse acontecido.
O encontro entre Jewell e Carly só reforçou a opinião de Jo sobre Rider,
bem como a multidão de mulheres que seguiu atrás dele para a mesa em que
estava sentada.
Quando ele foi pegar uma cadeira vazia de outra mesa para se
acomodar onde seus amigos estavam sentados, Jo levantou.
— Pegue a minha. Quero parabenizar Aly.
Jo desapareceu na multidão antes que alguém pudesse detê-la.
Aly estava corada pelo seu sucesso. A mulher elegante usando um
vestido sofisticado de veludo preto parecia tão excitada como se tivesse ganho
o troféu Heisman13.
— Parabéns.— Jo tentou evitar ser esmagada entre os Porter e os Hayes
quando King iniciou o leilão de Jessie Hayes.
— Por um tempo, achei que precisaria de um empréstimo bancário para
ganhar— , Aly jorrou.
Lily e Willa se abanaram com os folhetos quando ouviram o valor do
lance vencedor. O lance de quatro mil e quinhentos dólares de Aly tinha
ultrapassado o dela. Por isso, Jo estava agradecida. Se os lances da noite
permanecessem altos, então ninguém na cidade estaria discutindo sobre o alto
lance que Rider havia feito por ela.
— Eu queria agradecer-lhe por esta tarde. Eu aprecio que você me
deixou usar seu desconto.
— Não há problema. A qualquer momento. Parece que ambas estamos
saindo com o mesmo homem.
— Sim.
— Teremos que ver qual de nós pode convencê-lo a outro encontro.
13
O Troféu Heisman, é o maior prêmio dado no college football, foi dado 75 vezes desde sua criação em 1935,
incluindo 74 vencedores diferentes e um que ganhou duas vezes. O troféu é dado ao melhor jogador
universitário dos Estados Unidos, sendo apresentado no PlayStation Theater em New York City.
Os lábios de Jo se curvaram. — Isso vai ser uma decisão fácil. Espero
que ele possa convencê-la a ficar na cidade, então você não ficará tão ansiosa
para ir embora depois dos feriados— ela disse com sinceridade.
Uma expressão curiosa cruzou o rosto de Aly. Parecia que ela estava
prestes a dizer algo até que Shade veio até elas para dizer a Aly que Lily
queria falar com ela.
Um rubor carmesim tomou conta das bochechas de Aly.
— Eu vou falar com você mais tarde, Jo.— A mulher foi em direção à
mesa que ela acabara de sair como se os cães do inferno estivessem atrás dela.
Jo deu a Shade um olhar curioso, com a certeza de que ele teve alguma
coisa a ver com a expressão aterrorizada que Aly tentou esconder quando o
olhar dela passou de Shade para Jo. Por que Aly estaria com medo de Shade?
Isso fortaleceu sua decisão de se afastar de qualquer coisa a ver com os
Last Riders. Ela precisava lembrar que qualquer amizade entre ela e Rachel e
Lily teria limites estabelecidos que elas não abordariam. As duas mulheres
permaneceriam leais aos seus maridos, apesar de qualquer amizade que
tivessem com ela.
— Sua mensagem foi recebida. Você pode relaxar agora.— Ela usou
toda sua coragem para não recuar quando as sobrancelhas de Shade baixaram.
— Eu não sei o que você quer dizer.
— Eu não sou uma idiota, Shade. Por que você não queria que eu
falasse com Aly?
— Eu simplesmente repeti a mensagem de Lily. Não leia mais do que
há.
— Lily está grávida, não inválida. Todo mundo pula quando você
pede?
— Geralmente. Não assuma um motivo oculto quando não existe
um. Eu não assumi nada quando você deixou a mesa assim que Rider chegou.
Shade tinha mais do que seu quinhão de arrogância. Todos os Last
Riders tinham.
Jo deixou o assunto para lá. Desde que ele não esperasse que ela fizesse
malabarismo para mantê-lo feliz pelo empréstimo que ele lhe fizera, ela
deixaria a reação de Aly por isso mesmo. Ela não queria que Shade se
aprofundasse em sua reação à chegada de Rider.
— Eu preciso voltar para Lily. Aproveite o seu encontro com o Rider
amanhã.— Suas palavras de despedida fizeram com que ela lutasse contra
uma resposta desagradável.
Encontrando um ponto calmo no canto de trás do bar onde ela podia
assistir o resto do leilão sem ter que falar com ninguém, ela mentalmente se
distanciou até que pudesse partir.
Ao pedir uma xícara de café ao barman, ela tomou um gole enquanto o
leilão avançava para as sobremesas. Ela não pode deixar de rir quando viu
Moon levantar triunfante sobre sua cabeça o recipiente de doce de Willa
enquanto a multidão se reunia, brincando pedindo um pedaço.
Esfregando a parte de trás do pescoço com a sensação de ser observada,
olhou em volta. Ao longo do leilão, a música começou a tocar nos alto-falantes,
e os casais começaram a encher o salão para dançar.
Jo disse a si mesma que agora que o leilão havia terminado, esperaria
alguns minutos antes de encerrar a noite.
Ainda observando toda a movimentação, ela conseguiu ver claramente
na próxima sala quando Knox balançou Diamond ao redor. Rider estava
parado na entrada do bar, bloqueando qualquer possibilidade dela sair sem
falar com ele.
Ela engoliu compulsivamente a bola apertada de medo alojada em sua
garganta. Sua postura e seu olhar determinado a levaram a olhar por cima do
ombro, com certeza de que outra mulher era a causa de seu minucioso
escrutínio. Quando ela não encontrou ninguém atrás dela, Jo pagou por seu
café, escorregou do banquinho e usou os casais dançando como camuflagem
para navegar pela pista de dança.
Tentando olhar sobre os ombros largos de Viper e a cabeça de Winter,
viu que Rider já não estava de pé na entrada. Em vez de ficar aliviada, tornou-
se ainda mais tensa sobre o seu paradeiro.
Ela ficou na beira da pista de dança, esperando que os casais cobrissem
sua posição. Ela agarrou sua bolsa e o rádio mais firme, sentindo-se ridícula
por estar brincando de gato e rato com um homem que estava emitindo sinais
que ela entendeu como se ele tivesse encontrado um rato suculento que tinha
toda a intenção de devorar se chegasse o perto o suficiente.
— Isso não vai acontecer— murmurou em voz baixa, procurando na
área do bar por outra saída. Como pode não haver outra saída?
Seus instintos estavam gritando para ela correr.
Girando em meio círculo, viu-o no outro lado da pista de dança,
conversando com Cash e Rachel, com os braços caídos aos lados.
Jo não se deixou enganar. Seu corpo firme poderia facilmente chegar
mais rápido que ela na porta, o que sua postura prometeu que faria se ela
tentasse fugir.
Lambendo seus lábios secos, deu um passo para trás e colidiu com um
casal que estava indo para a pista de dança. Seus lábios se separaram para
murmurar uma desculpa, mas ela foi calada pelo aparecimento súbito e hostil
de Curt. Ele estava com Carly.
Ela já se sentia pouco à vontade com a grande multidão, o estranho
comportamento de Rider e agora enfrentava o homem que detestava com um
ódio que a havia consumido por anos. Sua respiração ficou irregular.
Ela levou a mão até a garganta, tentando respirar profundamente.
— Você está bem, Jo?— Carly estendeu a mão, tocando seu braço.
Jo se afastou de seu toque, precisando sair de perto de Curt. Suas
respirações ficaram mais rasas enquanto seus pulmões lutavam por oxigênio, e
ela piscou tentando dissipar os pontos negros quando seus joelhos começaram
a ceder.
Uma mão firme cercou sua cintura, puxando-a para um corpo
duro. Seus dedos se espalharam por um peito musculoso.
— Com licença. Jo prometeu-me essa dança.
Jo entorpecida seguiu Rider enquanto uma de suas mãos cercava a que
ela segurava a bolsa e o rádio, impedindo-os de cair no chão enquanto se
moviam com a música suave.
Ela não sabia o que era pior: o monstro atrás dela, ou o predador em
cujos braços ela se encontrava presa.
Histericamente, ela pensou no velho ditado sobre estar entre a cruz e a
espada.
O monstro atrás dela poderia ser derrotado. Seu corpo grande era mais
gordura do que músculo. O mesmo não poderia ser dito sobre Rider. Ele
ganhou a brincadeira de gato e rato.
O lugar difícil onde ela tinha intenção de não acabar era exatamente
onde Rider a queria.
Direto em seus braços.
CAPÍTULO 12
— Você está linda hoje à noite. — Rider forçou seus braços a diminuir o
aperto sobre a mulher trêmula que tinha tumulto escrito por todo o rosto.
— Hã?
— Eu disse que você está linda hoje à noite.— Ele pacientemente a
girou para que ela não pudesse mais ver Curt.
— Você está bêbado?
— Não, não estou bêbado.— Rider sorriu para ela.
— Greer lhe vendeu alguma erva ruim?
Seu sorriso se aprofundou. — Não. Por que você acha que tenho que
estar chapado para elogiá-la?
— Porque nós não gostamos um do outro.— Ela inclinou a cabeça com
orgulho quando ela francamente admitiu isso.
A determinação da mandíbula de Jo mostrou que ele não seria capaz de
lidar com ela tão facilmente quanto ele fazia com outras mulheres. Mas ele já
sabia disso. Era por isso que ele nunca havia feito um esforço concentrado para
atraí-la para sua cama. Isso mudou no momento em que ele sentiu o cheiro de
seu perfume e viu a feminilidade que ele poderia ter jurado que ela não
possuía.
Ele não se importava com uma mulher que pudesse chutar suas
bolas. O que ele não tinha intenção de se envolver era com uma sem apelo
sexual. Jo tinha escondido o seu sex appeal sob camisas de flanela, cores
insípidas e até mesmo com os macacões horríveis. Ele estava disposto a
apostar que os jeans que ela usava eram de homens. Um homem só podia
acender um fogo na boceta de uma mulher se houvesse algo para
trabalhar. Ela adotou maneirismos masculinos até que estivesse tão enraizado
nela que ele não queria explorar a floresta para as árvores14. A maneira como
ela parecia e estava agindo hoje a noite mostrou que ele tinha alguma lenha
para trabalhar.
Rider manteve sua mão levemente na parte inferior de suas costas, logo
embaixo de seu casaco, esticando o polegar para cima, acariciando suas costas
sobre o vestido em um padrão circular para acalmar sua respiração rápida.
— Eu te convidei para sair quando você voltou para a cidade. Eu
também te convidei algumas vezes desde então. Eu teria feito isso se eu não
gostasse de você?— Rider manteve seu polegar logo abaixo do seu sutiã,
tendo o cuidado de não deixar a mulher arisca fugir.
— Você pensou que eu fosse lésbica quando recusei.
— Você não é lésbica.
— E como você chegou a essa conclusão?
Rider baixou a cabeça para sussurrar em seu ouvido. — Você realmente
não quer que eu responda essa pergunta, não é?— Ele levantou a cabeça para
vê-la engolir com força.
— Não.
— Aonde você quer ir para o nosso encontro amanhã à noite?— Rider a
viu olhar para os seus olhos pela mudança de assunto.
— No Rosie.
— Eu estava pensando em algo mais romântico. Que tal o Pink Slipper?
— Não, no Rosie vai ser bom, e eu vou buscá-lo.
— Eu não planejei aparecer na minha moto.
— Eu prefiro dirigir.
— Então, se você for chamada, você pode me deixar encalhado?—
Rider poderia praticamente ver o plano se formar em sua mente.
14
Quando você está muito perto de uma situação, precisa recuar e ter uma nova perspectiva. Quando você fizer
isso você vai notar que havia uma floresta inteira que você não viu antes porque você estava muito perto, e
incidindo sobre as árvores.
Simplesmente que você se concentrou em muitos detalhes e não conseguiu ter a visão geral, a impressão ou
o ponto chave.
— Eu não deixaria você encalhado. Eu deixaria você em casa primeiro.
— Se você for chamada, eu irei com você. Seria uma nova experiência
para mim.
— Aposto que você não tem muitas dessas.
Rider podia ouvir o gelo pingando do seu tom de voz, alertando-o a
ficar longe do fio da navalha.
— Não muitas, não.— Seu sorriso desapareceu. — Mas isso não
significa que não posso apreciá-las quando elas vierem.
A testa de Jo franziu em uma carranca. — Não espere novas
experiências de mim. Você ficaria entediado até à morte em menos de uma
hora.
— Então, espero que você não seja chamada.
— Rider, este não é um encontro real. Você sabe disso, certo?
— Você está tentando estragar o encontro— ele enfatizou a palavra
encontro com satisfação — antes de sairmos? Talvez você se surpreenda, e
acabemos nos divertindo. O bastante para que você saia comigo de novo.—
Ele baixou a cabeça e inspirou novamente seu perfume inebriante.
Com a mão livre, Jo a estendeu, tentando sem sucesso empurrá-lo para
longe. — Por que você continua me cheirando?
— Você cheira bem. Qual é o nome do perfume que você está usando?
— Não é da sua maldita conta— disse Jo.
Por que ela não quis dizer a marca de seu perfume? Normalmente, as
mulheres imediatamente lhe diziam se ele as elogiava sobre isso.
— Tem que ser vendido em algum lugar que você não quer que eu
saiba que você frequenta.— Rider usou o raciocínio dedutivo para descobrir a
resposta, aspirando profundamente como um conhecedor de vinho que inala o
aroma de uma raridade cara. — A maioria das lojas de departamento ou
farmácias vendem perfumes. Se você tivesse comprado isso de um desses,
você teria me contado sem rodeios.
— Talvez seja da farmácia, ou talvez seja uma imitação de uma loja de
varejo— respondeu Jo.
— Não, você não ficaria envergonhada de me dizer que veio da
farmácia e a loja de varejo mais próxima é em Lexington.
Ela deu um olhar exasperado. — Você está sendo estranho.
— Eu estou? Desculpe.
— Você não parece arrependido.
Ele não estava, mas era irritante que ela soubesse. Ele devia ter mais
cuidado se ela tão facilmente via através dele.
Sua sobrancelha franziu seu cenho enquanto pensava nos lugares em
que ela poderia ter comprado seu perfume. De repente, uma luz surgiu nele.
— Você comprou na Sassy Vixen, não foi?— Ele riu tanto que seus
ombros tremeram.
Pelo seu palpite, ele sentiu uma dor aguda no peito. A mulher o
beliscou logo abaixo de onde ele segurava sua mão.
— Cale-se! Todos estão olhando para nós.— Ela sibilou.
— Você comprou seu perfume em uma boutique de lingerie. Você
comprou alguma coisa enquanto estava lá?
— Isso. Não. É. Da. Sua. Conta.— Jo respirou fundo. Rider poderia
dizer que ela estava tentando se acalmar antes de continuar em um tom mais
baixo. — O que eu comprei não é e nunca será da sua conta.
— Porra, isso dói.
— Eu mal belisquei você.
— Eu não quis dizer isso. Quis dizer que você acha que nunca será da
minha conta. Mulher, se você acredita nisso, então você não me conhece.
— Não, eu não conheço. E quer saber algo mais? Eu não quero
conhecer!
Num segundo, ele a segurava, e a seguir, ele estava com as mãos fora
dela.
Nas forças armadas, Rider tinha aprendido quando atacar e quando
recuar. Era hora de recuar e dar a Jo espaço para respirar.
Ele a seguiu devagar, observando enquanto se afastava, querendo ter
certeza de que ela entrava no caminhão com segurança.
O ar frio o atingiu quando ele saiu pela porta, fazendo com que ele
desejasse ter pego sua jaqueta. Ele podia ver as marcas dos saltos do seu
sapato na neve recém caída. Ele os rastreou com os olhos até caírem no
amontoado jogado na calçada.
— Porra!— Rider começou a correr, mas seus sapatos eram tão
inadequados quanto os saltos altos de Jo. Não conseguiu parar, ele deslizou e
caiu sobre ela.
— Ouch!— Jo gritou debaixo dele. — Sai fora!
— Eu estou tentando. Dê-me um segundo.— Rider conseguiu sair de
cima de Jo, então se inclinou para ajudá-la a se levantar.
Ele se abaixou, alisando seu vestido para tirar a neve dela, e quando ele
ergueu a cabeça, viu lágrimas brilhando em seus olhos.
— Você está ferida?— Ele perguntou preocupado. Ele parou de alisá-la
e se ajoelhou para pegar seus tornozelos.
Ela deu um passo para trás, quase caindo de novo.
Levantando rapidamente, ele conseguiu pegá-la. — Onde você está
machucada? É um dos seus tornozelos?
— Eu não estou machucada.— Jo fungou, afastando o cabelo dela do
rosto.
— Então, por que você está chorando?— Rider estendeu a mão,
limpando uma lágrima de sua bochecha.
— Porque foi um dia fodido.
Rider não sabia o que dizer, considerando que ele tinha gasto uma
porrada por um encontro com ela.
Ele pegou o rádio e a bolsa que ela havia deixado cair, e quando ele o
fez, a bolsa dela se abriu, derramando seu conteúdo no chão coberto de
neve. Ele teve que piscar duas vezes no que estava vendo.
Quando a ponta dos dedos tocou a alça da arma, Jo foi mais rápida,
pegou a arma e tirou a bolsa da mão dele. Colocando a pistola para dentro da
bolsa, ela começou a sair.
Rider estendeu a mão, pegando o braço dela. — Por que diabos você
está carregando uma arma?
— Eu esqueci que estava aqui. Eu ia colocá-la de volta no porta luvas
quando saí da casa. Eu esqueci.
— Isso ainda não explica por que você carrega uma arma.— Ele
estreitou os olhos para ela.
— Eu carrego isso para minha proteção.
— De quem você precisa proteção?
— Para que eu possa me proteger se eu precisar.— Ela obstinadamente
estreitou seus olhos para ele.
— Deixe-me colocar de outra forma. Por que você sente a necessidade
de ter uma arma para se proteger?
— Eu apenas preciso.
— Jo...
— Eu trabalho o dia inteiro e a noite. Eu seria estúpida em não ter uma
proteção quando fosse chamada para algumas estradas secundárias. Eu
também moro em um ferro velho, onde algumas pessoas pensam que têm livre
acesso para roubar peças que precisam.
Ele nunca pensou em Jo viver sozinha no enorme ferro velho.
— Isso acontece muitas vezes?
— O bastante para que eu tenha uma arma.— Jo revirou os olhos para
ele.
— Você reconheceu algum deles?— Ele perguntou informalmente
quando ela começou a caminhar em direção a seu caminhão.
Rider sentiu seu olhar de soslaio quando ele pegou seu cotovelo
quando seu pé escorregou no chão gelado. — Não.
— Você está mentindo.
— Não importa se eu estou. Eu lido com isso da mesma maneira que o
meu pai fez quando os pegou.
— O que Lyle fez?
— Perguntava que parte eles estavam tentando roubar e lhes dava um
desconto. Agora, eles praticamente só vêm pelo desconto. Isso os salva de
levar um tiro na bunda.
— Sua mãe não quer morar com você para que você não fique sozinha
lá?
— Eu sou uma mulher adulta. Não preciso da minha mãe para segurar
minha mão.
— Ela se casou novamente?
Infeliz por ele ter descoberto por que sua mãe não voltou para
Treepoint com a morte de seu pai, ela se afastou dele assim que tocou a
maçaneta da porta. Ela não gostava de falar sobre sua mãe ter lavado as mãos
dela quando decidiu voltar para ajudar seu pai. Rider a soltou para que ela
não arrancasse sua cabeça quando abrisse a porta.
— Ficou noiva.
O som do gelo fino quebrando o fez tentar avisá-la, mas era tarde
demais. Jo já havia levantado um pé para pisar no assoalho do caminhão,
praticamente enviando seu rosto primeiro para a lateral do assento.
— Droga de inferno!— Jo gritou furiosa. — Filho da puta do caralho de
um comedor de biscoito...— Rider sufocou sua risada diante de sua irritação
enquanto ela levantava o vestido para ver melhor o maldito sapato.
Atirando a bolsa e o rádio no painel de instrumentos, ela agarrou seu
braço para equilibrar-se enquanto levantava um pé, tirando um sapato. Um pé
delicadamente arqueado caiu sobre a neve.
— Você ficará doente— advertiu Rider, estremecendo quando o sapato
que ela tirou foi jogado dentro da cabine do caminhão.
— Cale a boca!— Ela rosnou.
Quando ela levantou o outro pé, Rider tomou as coisas em suas
próprias mãos. Pegando-a pela cintura, ele a colocou no banco, removendo o
sapato da perna pendurada.
Seus olhos azuis, tempestuosos, brilhavam para ele. Ele podia imaginar
a maneira como ela mentalmente o matou em sua mente por testemunhar a
situação embaraçosa.
Rider estendeu a mão, impedindo-a de fechar a porta depois que ela se
endireitou no assento. Tornando um jogo de cabo de guerra.
— Pleasure.
Jo parou de tentar fechar a porta. — Hã?
— A marca de perfume que você está usando.
— Eu não imaginei você como um homem que compra no Sassy
Vixen.— Ela passou os olhos por cima de seu grande corpo, como se avaliasse
seu tamanho. — Eu não acho que eles tenham algo que sirva em você.
Divertido com sua zombaria, ele segurou a porta com uma mão
segurando o sapato com a outra. — Algumas mulheres do clube gostam de
fazer compras lá. Elas me pedem para dar a minha opinião. Pleasure é um dos
meus perfumes favoritos.
— Você está sendo um idiota. Você sabe disso, certo?— Jo estendeu a
mão, arrancando o sapato de sua mão e jogando-o para o lado.
— Estou sendo sincero e honesto. Alguns dos irmãos ficaram em
apuros por não dizer claramente que eles têm relações sexuais com as
mulheres do clube. Uma vez que estamos prestes a ir ao nosso primeiro
encontro, eu só queria esclarecer o que eu faço lá.
— Obrigado por esclarecer sobre os seus relacionamentos e sobre os
deles...
— Sem relacionamentos, apenas sexo. Pura e simplesmente isso.
Um sussurro saiu de seu peito. — Desde que você está sendo tão
sincero e direto, deixe-me esclarecer também. Não vamos a um encontro real
amanhã. É um ato de caridade pelos menos afortunados. Pura e simplesmente
isso.
— Apenas para que você saiba, eu estou pensando em fazê-la mudar de
ideia.
— Boa sorte com isso. Você teria uma melhor chance cavalgando o
velho touro de Ferguson que ele mantém preso nos fundos de sua casa.
— Eu posso surpreendê-la.— Seus lábios pressionados juntos em um
sorriso confiante. — Eu amo um passeio selvagem.
CAPÍTULO 13
15
Uma mulher mais férrea e desagradável com opiniões fortes, refere-se a Mag.
16
Anjo da Morte, Ceifador.
Seu tom depreciativo fez Mag girar em seu banquinho. Ela acenou com
a mão cheia de veias roxas em seu rosto enquanto seus olhos se fixaram
nele. — Vá embora, ajudante de Satanás, antes que eu peça a Mick para me
alcançar aquela espingarda que ele guarda sob o balcão e lhe dê um bilhete de
volta para onde você foi gerado.
CAPÍTULO 15
— Você é o corvo velho, você não é forte o suficiente para pegar esse
hambúrguer, muito menos aquela espingarda.— Curt olhou a mulher como se
ele não tivesse levado Mag a sério.
— Tente-me, seu merdinha. Eu vou envolver o cano daquela
espingarda em torno do seu pa...
— Calma, Mag. Lembre-se de sua pressão arterial.— Jo se afastou do
braço de Curt, usando o cotovelo para atingi-lo nas costelas.
— Volte para o seu lugar.— Mick se inclinou sobre o bar para pegar o
braço de Mag quando sua mão chegou perigosamente perto de bater em
Curt. — Você pediu seus hambúrgueres bem passados. Eles estarão prontos
em um minuto.
— Se eu soubesse que levaria tanto tempo, eu teria pedido mal passado.
— Gosta do sabor dos alimentos queimados, hein? Você vai ter muito
quando chegar ao inferno, filho de Satanás!
— Se você continuar abrindo essa sua matraca, quando você finalmente
morrer, eu serei o primeiro a mijar em seu túmulo.
— Eu não tenho que me preocupar com isso, você não poderá encontrar
minha lápide. Você precisaria saber ler para fazer isso.
Jo usou o cotovelo para acertar Curt novamente.
— Apenas vá, Curt.
Curt não deixaria ninguém interromper sua discussão com Mag.
— Sua bruxa hipócrita, eu posso ler melhor do que você! Até que série
você estudou antes de abandonar? Quinta? Eu fiz faculdade, e sou esperto o
suficiente para saber que você comprou a casa em que você está vivendo
vendendo bebidas alcoólicas e essa sua boceta fedida.
Jo estava procurando por sua garrafa de cerveja para bater no homem
que odiava mais do que qualquer outra pessoa no mundo, mas antes que
pudesse, Rider ficou de pé, e Mick contornou o balcão.
— Curt, Cash não vai ficar feliz, você está falando mal da sua avó. Veja
aonde pisa antes que você não consiga remover seu pé da sua bunda, onde
Cash vai enfiá-lo quando ele descobrir.
O valentão assustador subiu as calças até a barriga flácida. — Eu e Cash
somos amigos.
— Cash e eu somos amigos, e eu sei muito bem que não devo
tratar Mag assim.
— Você e eu somos duas chaleiras diferentes de peixe17. Eu não precisei
pagar pela companhia de Jo. Ela me deu de graça.
Fúria a cegou. A raiva que ela nunca acreditou ser capaz de sentir, a fez
usar as unhas para arrancar o sorriso presunçoso de seu rosto feio. Suas unhas
só encontraram ar, no entanto, visto que Rider já tinha usado a camiseta de
Curt para puxá-lo em direção a ele.
Quando ele o jogou sobre o balcão, Jo ficou assustada enquanto Curt
caía do outro lado.
— Rider, eu vou lidar com isso.— Mick tentou parar um Rider
friamente furioso que ela nunca tinha visto antes. O Rider sexy de ontem à
noite, e o encantador que costumava flertar casualmente com ela como um
colegial, foram substituídos por um motoqueiro vingativo que não precisava
do colete do clube para incutir medo.
Jo ficou na ponta dos pés para olhar sobre o bar, vendo Curt encarando
o teto atordoado. Justin e Tanner apareceram também para olhar.
O riso de Mag só piorou a situação.
17
Ser completamente diferente de algo ou alguém.
Rachel e Cash iriam matá-la se alguma coisa acontecesse com a mulher
enquanto ela estava cuidando dela. Não havia como Rider ser capaz de lutar
contra três homens.
Sua mão procurou seu rádio para que Knox viesse para o bar, mas antes
que ela pudesse pressionar o botão, Rider e Mick foram para trás do balcão.
Rider puxou bruscamente Curt o colocando de pé, prendendo seu braço
atrás das costas e quase plantando seu rosto corado contra a grelha quente.
Quando Justin e Tanner tentaram contornar o balcão, Mick levantou
sua espingarda que estava escondida. O som do rifle sendo engatilhado parou
os primos de Curt abruptamente.
— Calma, meninos. Isto é entre Rider e Curt. Ele não precisa de sua
ajuda.
— Shh... — Jo tentou, sem sucesso, fazer Mag parar de rir.
— Esse garoto tem mais bolas do que eu lhe dei crédito— ela falou.
— Mag, por favor... você está piorando as coisas.— Jo tentou
novamente calar a mulher.
— Como eu estou piorando?— Mag deu-lhe um sorriso alegre. — Vá
em frente e frite esse filho da puta, Rider. Eu gosto da minha carne parecendo
levemente rosada.
— Voltem para a mesa, Tanner e Justin. Curt não precisa de ajuda, não
é?— Rider friamente manteve sua presa sobre os hambúrgueres chiando
debaixo do seu nariz, baixando o rosto de Curt mais um centímetro em direção
à grelha, enquanto alguns fios soltos de seu cabelo enrolaram com o calor.
— Sentem-se!— Curt gritou quando Rider torceu ainda mais o braço
em suas costas.
Os dois homens voltaram relutantemente para a mesa. O resto do bar
observou, mas não fez nenhum movimento para parar ou interferir.
Eles não eram os únicos com medo de interferir. Ela também estava.
Além de jogar Curt sobre o balcão e segurar o homem sobre a grelha, Rider
não demonstrou nenhuma raiva. Ela tinha ouvido falar de assassinos de
sangue frio, mas nunca esperara encontrar um.
O homem bonito e descontraído que ela via circulando pela cidade com
mulheres, rindo, muitas vezes agindo como um palhaço quando seus amigos
estavam perto, não é o homem assustador que ela está vendo agora, prestes a
mutilar um homem sem deixar a gordura respingar na sua camisa.
— Mick vai preparar sua comida para viagem, que eu vou pagar para
você e seus familiares. Você vai sair sem mais uma palavra para nenhuma
dessas mulheres. Você me entendeu?— Rider sem emoção esperou por sua
resposta.
— Sim— Curt sufocou.
Rider soltou o braço de Curt, permitindo que ele levantasse.
Jo leu o ódio no rosto de Curt por sua humilhação, e a expressão
inflexível de Rider. Embora Rider não tivesse nenhuma expressão visível, seu
corpo estava tenso e pronto para qualquer movimento que Curt pudesse fazer.
Curt foi o primeiro a afastar o olhar.
— Eu perdi a cabeça. Sinto muito.— Jo não acreditou em suas
desculpas por um segundo, e nem Rider.
— Isso não foi a única coisa que você perdeu. Mande Tanner pegar seu
cheque de pagamento na segunda-feira. Você está demitido.
— Você não pode me demitir. Jewell é a gerente. O que eu faço nas
horas de folga não é motivo para me demitir. Sou um bom trabalhador. Vou
processá-los.
— Jewell pode ser a gerente, mas eu sou um dos proprietários, e eu
digo que você está demitido. Você quer processar, vá em frente. Você não vai
ganhar. Leia o seu contrato. Nas letras miúdas, você verá que os Last Riders
têm o direito de encerrar seu contrato a qualquer momento. Vou limpar o seu
armário e entregar o conteúdo a Tanner quando ele pegar seu cheque de
pagamento.
Empurrando Rider de lado para contornar o balcão, Curt ameaçou: —
Você vai me ligar na terça-feira se desculpando, e voltarei ao trabalho até
quarta-feira. Ninguém me trata desse jeito e sai impune, ninguém.— Com o
balcão como escudo entre eles, a bravura de Curt voltou.
— Mick, arrume sua comida para levar. Eles estão indo.
— Eu não quero a porra da comida. É uma porcaria, de qualquer
maneira. Tanner, Justin, vamos. Vamos comer no restaurante. Você vai me
ligar, Rider, você verá.
— Eu não vou.
Jo sentou-se bruscamente em seu banquinho enquanto Rider sentava no
dele, e os capachos de Curt seguiam atrás dele, um de cada lado, enquanto se
moviam em direção à porta.
— Deixe a porta bater na sua bunda na saída!— Mag cacarejou.
— Sua cadela com cara de ameixa, você vai receber o que merece
também!— Curt grunhiu, esquivando-se quando uma garrafa de cerveja voou
pelo ar, quebrando contra a parede a uma polegada de sua cabeça.
Jo agarrou em sua garrafa de cerveja quando Mag ameaçou jogar a dela
também.
Os três primos partiram correndo quando Rider se levantou com o
insulto de Curt. Jo agarrou a parte de trás de seu cinto, puxando-o para o
banco enquanto empurrava o hambúrguer de Mag para ela.
— Comam vocês dois. Esqueçam-nos.— Seus dedos tremiam quando
ela se forçou a dar uma mordida no hambúrguer frio.
Mick tirou os hambúrgueres da grelha, jogando a carne carbonizada no
lixo antes de parar na frente deles.
— Ele quis dizer aquilo, Rider. Curt é um filho de puta vingativo.
— Não estou preocupado com Curt.
— Você deve estar— Jo concordou com a opinião de Mick sobre a falta
de preocupação de Rider. — Quando eu não lhe reboquei há poucos dias, ele
mandou seus primos jogar ovos na minha casa.
Rider virou a cabeça bruscamente para olhar para ela. — Por que você
não apresentou uma queixa a Knox?
— Acreditar nisso e provar isso são duas coisas diferentes.
— Na próxima vez que algo assim acontecer, eu quero saber. É assim
que Curt sai impune, porque ninguém presta queixa na polícia.
Jo abriu o saco de batatas fritas que acompanhava seu hambúrguer.
— Sério?— Ela ergueu uma sobrancelha sardônica para ele. — Eu
prestei queixa sobre ele e seus amigos terem me estuprado quando voltei para
a cidade. Nada foi feito. Eu prestei queixa quando ele me jogou para fora da
estrada e bateu no meu carro. Nada foi feito. Eu prestei queixa quando minha
casa foi arrombada três vezes e quando Curt pendurou minhas calcinhas em
seu espelho retrovisor. Você quer saber o que foi feito sobre isso?— Jo
perguntou retoricamente, não lhe dando tempo para responder. —
Nada. Toda vez que eu tento prestar queixas contra Curt, um de seus primos
que trabalha para a polícia estadual ou outro que trabalha no tribunal pára a
investigação.
— Dê-me mais uma cerveja, Mick.— O apetite de Mag não foi afetado
pelo comportamento de Curt ou pela explosão de raiva de Jo. — Eu disse que
lhe emprestaria minha arma. Uma bala é tudo o que seria preciso. Aquele
pastel é recheado com tanta merda que levaria uma semana para que o fedor
se dissipasse.
— Eu não quero matá-lo. Eu o quero atrás das grades onde ele merece
estar.
— Por que você não me disse que sua casa foi arrombada três vezes?
Jo notou que Mick estava magoado porque ela não havia confiado nele.
— Você já se preocupa comigo o suficiente. Acabei de instalar
câmeras. Se o fizerem novamente, terei uma gravação para provar isso.
— Você não tem as imagens deles jogando ovos na sua casa?— Rider
empurrou a comida para longe.
— Não, eu só tinha dinheiro suficiente para comprar câmeras
internas. Eles não tinham feito nada no exterior antes. Eu acho que eles
estavam preocupados que um cliente passasse pelo ferro velho e os visse. Curt
deve ter ficado tão louco quando eu recusei rebocá-lo que sua raiva o venceu, e
ele não se importou que seus primos fossem pegos.
— Ele está avançando, achando que é intocável. Na parte da manhã,
Train e eu iremos até lá instalar um novo sistema de segurança.
— Não, obrigada. Vou comprar as câmeras quando receber.— Jo
rapidamente recusou sua oferta.
— Eu não estava oferecendo— declarou Rider com firmeza. — Você
quer Curt atrás das grades, essa é a maneira de fazê-lo. Eu vou conectá-la a
Knox, então ele verá e despachará um carro antes de você ter que ligar.
Jo mordeu o lábio inferior. Ela realmente não queria que Knox fosse
capaz de ver as idas e vindas em seu ferro velho, mas tornaria mais fácil pegar
Curt e seus primos.
— Se isso acontecer novamente, eu vou avisá-lo, e então você pode
instalar seu sistema de segurança. Eu posso estar exagerando sobre
isso. Podem ter sido alguns adolescentes se divertindo.
Rider não estava feliz com a decisão dela. Ela podia ver que ele
continuaria insistindo, a menos que ela o distraísse.
— Você vai me convidar para dançar, ou vamos ficar sentados a noite
toda?— Saindo do banquinho, Jo ofereceu cautelosamente sua mão.
Ela não tinha vontade de oferecer sua mão a um homem desde que foi
estuprada, muito preocupada que eles entendessem mal e tomassem isso como
uma abertura que ela não queria dar. Ela era inteligente o suficiente para saber
que nem todos os homens eram como Curt. Ela simplesmente não estava
disposta a correr o risco de que fossem.
Rider olhou para a mão dela, de alguma forma sentindo que ela não
fazia isso muitas vezes. A expressão inflexível que tinha estado em seu rosto
desde que Curt apareceu atrás deles clareou, retornando aquela que ela estava
mais familiarizada.
— Você gosta de dançar?
Seus dedos apertaram os dela quando Carter tropeçou em direção ao
bar e quase esbarrou neles. Ajudando-a a se esquivar, Rider a moveu com
segurança para longe.
Olhando para o chão, sentiu-se segura pela primeira vez em muitos
anos, ela tinha até perdido a conta. Parecia que o medo e o terror a seguiam
como uma sombra escura, aguardando por uma oportunidade de atacar
quando ela menos esperasse.
— Eu gosto, mas eu tenho medo de não ser muito boa nisso— , ela
confessou, deixando cair a mão e se virando para a pequena área aberta que
Mick transformou em uma pista de dança.
— Você foi muito bem a noite passada quando dancei com você.
— Isso é porque foi uma dança lenta.— A música que explodia nos alto
falantes antigos pendurados nas paredes era qualquer coisa menos lenta. Não
sabendo o que fazer, ela simplesmente mudou seu peso de uma perna para a
outra.
— Mick, toque uma música lenta!
Ela deu a Rider um olhar sujo pelo grito que fez todos os homens
olharem para eles.
— Onde está seu senso de aventura? Você poderia ter me ensinado
alguns movimentos.
O pecado estava em seus olhos e em seu sorriso quando ele tomou suas
mãos e a aproximou de seu corpo. Seus mamilos endureceram quando ela se
viu grudada contra o peito de Rider.
Liberando uma de suas mãos, ele a levou até sua bunda enquanto
separava as pernas até que ela estivesse montada ao longo da coxa encaixada
entre as dela.
— Isso é aventureiro o suficiente para você?— Ele zombou, observando
sua reação.
— Você está zombando de mim?— Jo franziu seu rosto em uma
máscara cheia de dor.
Rider perdeu a graça, afastando-se e tirando as mãos dela.
Jo caiu na gargalhada. — Otário. Eu estava apenas brincando.— Ela
deu o passo que ele colocou entre os dois, colocando as mãos em seu peito e
certificando-se de se dar espaço para respirar, para que pudesse restaurar seus
hormônios furiosos a um nível gerenciável. Um que não a enlouquecesse.
— Porra, nunca esperei que você tivesse senso de humor.— Ele a
moveu lentamente pela pista de dança, mantendo a distância que ela havia
iniciado.
— Eu acho que nós dois temos coisas para aprender sobre o outro.—
Ela acenou maliciosamente para Mag quando a viu. — Você deveria pedir que
ela dançasse. Ela adoraria.
— Essa é outra tentativa de piada?— Ele parou de se mover, olhando
para ela com desconfiança.
— Não. Vamos. Isso completaria sua noite. — , ela pediu.
Ele parecia estar considerando por um segundo, fazendo-a pensar que
ele era um cara muito legal e que ela o subestimou.
— Não.
— Vamos, seja corajoso.
— Eu tenho medo dela.
— Ela nunca o machucaria. Ela é só conversa.
— É disso que eu tenho medo. Tenho medo de que a boca dela me faça
querer torcer seu pescoço.
— Isso não é legal.
— É o que é.
Quando uma nova música começou, Jo tentou retornar ao bar, mas
Rider não a soltou, ainda dançando.
— Vou fazer um acordo com você. Eu vou até lhe dar duas opções,
porque eu sou um cara muito legal.— Jo continuou a dançar com ele, curiosa
sobre o acordo que ele iria oferecer.
— Vou dançar com Mag. Vou até vou garantir que ela seja convidada
para uma festa dos Last Riders... se você sair comigo em outro encontro.
— Qual a outra opção?— Jo perguntou cautelosa. Quando Rider queria
algo, ele poderia ser tão encantador quanto um encantador de serpentes. No
entanto, ela teve que dar-lhe a mesma consideração que ele tinha dado a ela
quando pediu-lhe para dançar com Mag.
Seu sorriso fácil mostrou seus dentes uniformes e brancos. — Você
pode me dar um beijo de boa noite depois de eu ajudá-la a levar Mag para
dentro da sua cabana.
— Eu não gostei muito de nenhuma dessas opções.
— Então eu acho que Mag não dançará.
Jo olhou para onde Mag estava falando com Mick no bar. Ela não tinha
visto a mulher tão feliz desde que Jo era pequena e Mag estava espantando
bêbados com uma vassoura.
— Eu vou sair com você novamente— ela cedeu. Seria um presente
para Rachel e Cash, também. A mulher deixaria de gemer por estar pronta
para morrer, pelo menos até depois de ter ido a uma das festas dos Last
Riders.
— Você ainda está brincando?
— Não, é sério. Eu irei sair com você novamente.
Seu sorriso desapareceu em sua capitulação. — Eu deveria ter
esclarecido melhor antes de você concordar. Não estou dançando uma música
lenta com ela.
Era sua vez de sorrir. — Eu não esperaria que você estivesse. Ela ficará
feliz com uma rápida.
— Legal. Estamos na mesma página. Você tem certeza que não ficará
com ciúmes?— Ele provocou.
— Eu não acho que tenho nada para me preocupar. Mag não usa
perfume. Ela usa Bengay18.
18
Bengay , soletrado Ben-Gay antes de 1995, é um esfregaço de analgésicos usado para aliviar temporariamente
dor muscular e articular associada a artrite, hematomas, dores nas costas simples, entorses e estirpes.
CAPÍTULO 16
— Você vai parar de mexer com isso?— Jo queria bater a mão de Rider
quando ele girou outro botão em seu CB19.
— Funciona?
— Rider, você esteve na Marinha. Eu sei que você sabe como operar um
CB.— Jo não conseguiu impedir o sarcasmo de rolar de sua língua. Ele estava
sendo irritante pelos últimos dez minutos depois que ela parou delhe dizer
que não poderi encontrar-se com ele porque Knox havia pedido sua ajuda.
Apesar de seus argumentos, ele entrou no caminhão saindo com ela.
Ela deveria ter enviado mensagens de texto para ele. Ela teria feito se
não o tivesse visto descer os degraus enquanto estava arando o
estacionamento dos Last Riders.
— Eu pensei que você trabalhasse até às cinco?
— Normalmente, eu faço— explicou Rider quando ele girou outro
botão. — Nós fechamos a fábrica cedo. Foi um golpe de sorte encontrar você
limpando o estacionamento.
Jo revirou os olhos. — Sim, foi.
— Câmbio, câmbio...
Ela segurou o volante com uma mão e tirou o microfone dele com a
outra. — Comporte-se.
— Por que você precisa do rádio que você carrega e um CB?
19
Citizens band rádio (rádio CB), um sistema de comunicações de rádio de curta distância.
— Knox me deu o dispositivo portátil para que ele pudesse me alcançar
em uma emergência. Uso o CB para ouvir os canais de emergência e os
caminhoneiros. Além disso, se alguns dos RVs20 que passam pela cidade
tiverem problemas, eu posso responder se precisarem de ajuda.
— Onde estamos indo?
Eles terminaram de arar Rosie para Mick. Ela tentou fazê-lo ficar lá, mas
ele recusou, dizendo que ficaria entediado com todos na cidade se escondendo
da tempestade.
— Para a igreja, depois o restaurante. Você quer entrar e cumprimentar
Carly?
— Não, obrigado. Você vai compartilhar esse café?
— Não, eu não tenho um copo extra.
— Você tem medo dos meus piolhos?
— O que eu queria dizer é que a minha térmica está vazia. Eu vou
abastecer quando eu terminar o restaurante então posso recarregá-la lá. Você
também pode pegar uma xícara.
— Eu deveria ter corrido para pegar uma térmica antes de vir com
você. Temos algumas boas.
— Bom para você. Eu gosto da minha. Era do meu pai.
— Eu percebi. Parece tão antigo como o CB.
— Se funciona, não conserte.
— Eu também tenho a mesma filosofia. Nós podemos ir ao restaurante
e fazer Carly enchê-la— ele sugeriu.
Jo parou o caminhão de reboque sob a luz vermelha do semáforo. A
lâmpada iluminando o interior do carro mostrou as roupas caras que ele
estava usando. — Você está bonito esta noite.
20
Um veículo recreativo (RV) é, na América do Norte, o termo usual para um veiculo a motor ou reboque
equipado com espaço de vida e amenidades encontradas em uma casa. Várias definições existem para RVs e
variam de acordo com a região, incluindo — camper van— , — caravan— e — motorhome— , mas também são
usadas para designar diferentes tipos de veículos fora da América do Norte.
Ele lhe deu um sorriso de cem watts, fazendo-a desejar ter mantido sua
opinião para si mesma. — Obrigado. Valeu a pena ter passado minhas calças
por um elogio seu.
— Você passa seus jeans?
— Eu o deixei no secador por muito tempo e ele estava emaranhado no
sutiã de Ember. E antes de ter a impressão errada, nós nos revezamos nas
tarefas.
— Por que seu jeans estar emaranhado com o sutiã de Ember me daria a
impressão errada?
— Eu não queria que você pensasse que eu e Ember somos um casal e
cuidamos das roupas um do outro.
Jo queria ranger os dentes em vez de ouvi-lo explicar suas relações com
cada uma das mulheres do clube.
A luz mudou. Avançando, ela entrou no estacionamento da igreja,
abaixando a pá antes de retomar a conversa enquanto dirigia pelo terreno.
— Rider, você acha que sou estúpida?
— Não...
— Não é preciso ser um gênio para saber que você esteve com todas as
mulheres do clube e a maioria das mulheres solteiras da cidade, assim como
algumas das casadas. Eu vou te contar uma coisa sobre mim. Não sou
ciumenta.
— Toda mulher se torna ciumenta. Não precisa ser sobre um
homem. Pode ser sobre uma bolsa, seu trabalho ou o carro que elas dirigem.
— Eu não.
— Nenhuma vez na sua vida você sentiu ciúme?
— Nem uma vez.
— Eu não acredito nisso.
— Acredite. É a verdade. Por que você acha que não estou dizendo a
verdade? Você não parece o tipo ciumento também.
Rider deu uma risada discreta. — Eu sinto ciúmes o tempo todo. Sinto
ciúmes de uma moto em particular que eu quero e não tenho. Sinto ciúmes de
algumas roupas ou botas dos irmãos. Sinto ciúmes de alguém comendo o doce
de Willa quando não tenho nenhum.
— Ok, você venceu. Você é uma pessoa ciumenta.
O terreno da igreja foi limpo, ela atravessou a rua vazia para o
restaurante, seu arado abrindo um caminho na neve pela estrada que Gabe
não tinha arado.
Ela iria se odiar, mas ia fazer a pergunta que estava queimando e ela
não conseguia deixar ir.
— Você já sentiu ciúmes de alguma mulher?
— Duas vezes. —Seu bom humor desapareceu quando ele olhou para o
para-brisa.
— Eu sinto muito. Eu não quis invadir sua privacidade.
— Tudo bem. Foi há muito tempo.
— Pela sua expressão, não parece que foi há muito tempo.
— Foi, então... Você nunca respondeu minha pergunta. Por que não
entramos no restaurante e reabastecemos a sua térmica?
— Porque eu não confio que Carly não vá cuspir nela pelas minhas
costas.
— Carly não cuspiria no seu café. É mais provável ela limpar o ranho
em seu hambúrguer na próxima vez que você pedir um.
Jo lançou-lhe um olhar horrorizado, o que o fez se dobrar em seu
assento.
— Você tinha que ver sua cara.
Sua risada fez Jo sorrir a despeito de si mesma.
Quando terminou com o estacionamento do restaurante, ela dirigiu
pela rua principal até ao posto de gasolina, o arado ainda estava para baixo.
— Gabe não vai ficar feliz por você estar fazendo seu trabalho por ele .
— Gabe e eu temos um acordo. Eu o ajudo quando ele precisa, e ele
retorna o favor.
— Eu posso ver como você o está ajudando, mas o que ele faz por você?
— Ele tira folga uma vez por mês e me deixa ganhar o dinheiro por arar
as ruas.
— Uma mão lava a outra. Isso é bom, vocês se ajudam mutuamente.
— Ele tinha o mesmo acordo com meu pai. Eu herdei isso.
Jo sinalizou e entrou no posto de gasolina. O proprietário possuía uma
pequena escavadeira e já havia limpado a neve para permitir que os clientes
pudessem abastecer. Estacionando seu caminhão, ela pegou sua térmica antes
de desligar o caminhão.
— Você pode ficar aqui. Vou pegar o café.— Ela saiu do caminhão sem
esperar uma resposta. Ela estava na frente de seu caminhão quando ouviu a
porta se abrir no lado de Rider.
— Eu iria te pegar um...
— Eu tenho que usar o banheiro.— Ele levantou uma sobrancelha
curioso pela sua insistência de que permanecesse no caminhão.
Jo baixou a cabeça, tentando evitar que a nevasca golpeasse seu
rosto. Suas bochechas estavam queimando, e não por causa do clima.
Ela rapidamente se moveu para o lado para fingir interesse em um saco
de batatas fritas na prateleira, de modo que o funcionário atrás do balcão não
soubesse que ela e Rider estavam juntos. Olhando para a prateleira, ela pegou
rapidamente dois grandes sacos, sem prestar atenção no sabor deles.
Assim que Rider entrou no banheiro, ela foi até à área do café,
apressando-se a encher a térmica. Ela não se incomodou em colocar a tampa
de volta quando pegou uma grande caneca de plástico e encheu essa com
outra recarga. Empurrando os cafés quentes, as tampas e as batatas fritas, ela
caminhou até o balcão.
— Olá, Jo— Claire cumprimentou quando pegou as fritas para somar a
suas compras.
— Olá, Claire. Estou com muita pressa. Esqueci meu rádio no
caminhão.
A loira borbulhante gostava de conversar, e Jo costumava passar a noite
conversando com ela quando estava esperando uma chamada, mas queria
voltar ao caminhão antes que Rider saísse do banheiro.
Uma pequena vitrine de bolos chamou sua atenção, e ela colocou dois
no balcão junto às batatas fritas.
— Ainda não teve tempo para jantar?— Claire perguntou, passando os
bolos quando Rider saiu do banheiro.
Baixando os olhos, Jo pegou o dinheiro em seu macacão.
— Eu cuidarei disso— disse Rider quando ele foi à seção de lanches
rápidos ao lado do balcão. — O que você quer no seu cachorro-quente, Jo?
Sua boca ficou seca quando Claire olhou para cima da registradora para
encará-la acusadoramente.
— Uh... uh...— Jo desviou o olhar de Claire para Rider. — Mostarda,
cebola e molho. Muitas cebolas.— Seu olhar voltou para Claire. — Rider está
me ajudando esta noite.
Sentindo-se como uma idiota por explicar, ela pegou seu dinheiro
quando viu Claire somar o café. A presença de Rider com ela assegurou que
suas recargas gratuitas não existiriam mais no futuro.
Atrapalhada, ela colocou as tampas no café enquanto Rider fazia seus
cachorros-quentes e os levava para o caixa.
— Você esqueceu as cebolas.
— Não, eu não esqueci.— Rider recolheu as batatas sabor cebola e
afastou-se do balcão.
— O que você está fazendo?
— Trocando as fritas. Eu gosto mais das normais.
— Eu prefiro...— Miserável, ela se calou quando o olhar de Claire foi
de acusação à irritação. — Tudo bem.— Tirando o saco de sua mão, ela pegou
seu cachorro-quente e café e foi até à porta, deixando-o pagar.
— Com licença, Claire. Jo leva seu trabalho a sério. Como está indo a
sua noite?
Jo queria jogar seu cachorro-quente sobre ele. Em vez disso, ela saiu
pela porta e abasteceu os dois tanques.
— Se ele não sair quando terminar, eu vou embora— disse Jo em voz
alta, vendo Rider de pé no caixa, conversando com Claire pela janela da loja.
Jo parou de olhá-los para ver os números correndo na bomba, sem
entender por que ela estava ficando irritada por Rider ficar mais do que o
necessário na loja.
Quando o cabo da mangueira de gás travou, ela estava empurrando o
bico de volta para a bomba quando viu Rider andando pelo estacionamento.
Pisando no degrau de seu caminhão quando abriu a porta, Jo olhou por
cima do capô. Rider abriu a porta, colocando o café e o cachorro quente dentro.
— Você tem certeza de que não quer ficar aqui com Claire?— Jo queria
morder a língua quando ele lhe deu um olhar satisfeito.
— Tenho certeza.— Inclinando a cabeça, ele entrou e fechou a porta.
Jo colocou o ar quente no máximo logo que entrou. Então, dirigindo
para o estacionamento ao lado, ela pegou seu cachorro-quente e deu uma
mordida.
Rider abriu as fritas, colocando o saco entre eles para compartilhar com
ela. Tirando dois refrigerantes dos bolsos do casaco, deu-lhe um. — Eu achei
que isso iria melhor com o jantar.
— Obrigada.
— Como está seu cachorro-quente?
— Teria sido melhor com cebolas.
— Eu salvei você de ficar doente. Claire me disse que os ingredientes
não são frescos. O dono odeia jogar as sobras fora.
Prestes a dar outra mordida no seu cachorro quente, ela parou e olhou
para ele com desconfiança. Ela estava prestes a largá-lo quando Rider riu.
— Você está segura. Claire joga os cachorros-quentes velhos fora
quando o dono vai para casa.
— As fritas são velhas também?— Perguntou Jo, pegando uma.
— Não, isso foi uma questão de preferência. Com a tempestade, vai ser
uma longa noite, e eu preciso manter minha força. Se você quiser, você pode
abrir a sabor churrasco.— Ele colocou o outro saco de batatas mais perto dela
quando ele comeu o último pedaço do cachorro quente.
— A normal está boa.
Eles ficaram sentados em um silêncio amistoso enquanto acabavam de
comer, o calor na cabine os encerrou em um casulo quente.
— É lindo, não é?
— Sim. Foi por isso que voltei para Treepoint. Nada mais é assim.
— Não, não é.
Jo saiu do estacionamento, arando a rua principal antes de contornar o
semáforo. Ela esperou que Rider lhe perguntasse para onde eles estavam
indo. Quando ele não fez, ela percebeu que ele estava gostando de estar fora.
— Esse tempo dificulta andar de moto.
— Sim, eu costumo manter-me ocupado com o trabalho, mas depois de
alguns dias, estou pronto para montar, seja qual for o clima. É por isso que uso
os carros quando eu fico maluco.
— Você sente falta de estar na Marinha?
— Não, eu gosto dos homens com quem eu servi, e eles estão todos
aqui.
Avançando pela lateral de uma entrada privada, ela arou a neve de
uma porta de garagem fechada enquanto sentia o olhar de Rider sobre
ela. Quando a luz da varanda da frente veio e um homem alto saiu, ela parou,
baixando a janela.
— Jo, eu disse-lhe que eu tenho um aspirador de neve.
— Boa noite, Dr. Price. Eu estava no bairro e não queria que você
tivesse que se preocupar em como tirar seu carro da garagem se fosse
chamado para uma emergência.
Dr. Price cruzou os braços em seu peito. — Estou a poucos quarteirões
do hospital. Eu poderia andar até lá.
— Está muito frio para ficar aqui argumentando comigo. Além disso,
acabei.
— Jo, você é tão dura que poderia jogar para os Broncos21.
— Não, eu não gosto de futebol. Entre antes de pegar um
resfriado. Vejo você na igreja.
Subindo a janela, ela avançou pela rua, fazendo o mesmo em outra
garagem. Desta vez, ela tocou a buzina quando a luz da varanda acendeu.
Manobrando em um beco sem saída, ela arou a outra estrada.
— Aquela era a casa do Dr. Matthews, não era?— Perguntou Rider no
interior escuro.
— Sim.
— Ele é o médico de Lily.
— Eu não sabia disso. Você aprende algo novo todos os dias.—
Pegando sua térmica, ela tomou um gole do café quente quando ela voltou
para a rua principal.
Jo escutou ele pegar seu próprio café. Então ela tirou os olhos da
estrada quando o ouviu baixar a janela para cuspir.
— Como você pode beber essa coisa? Tem um gosto terrível— ele
reclamou, largando a caneca novamente.
— Ah, desculpe por isso. É descafeinado.— Ela tomou outro gole. —
Eu estava com pressa e não havia o suficiente com cafeína.
— Mas você conseguiu o suficiente para encher sua térmica?
— Eu sou aquela dirigindo.— Jo tentou conter uma gargalhada, não
conseguindo. — Eu preciso estar alerta.
— Tinha gosto de lodo.
— Eu acredito que não existem muitos clientes que compram
descafeinados.— Ela estava limpando suas lágrimas de riso.
— Tente nenhum.
21
Os Denver Broncos são um time de futebol americano com sede em Denver, Colorado. Os Broncos competem
na Liga Nacional de Futebol como um clube membro da Divisão West West Football Conference West.
Ela riu mais forte quando ele abriu as fritas sabor churrasco para tirar o
gosto.
— Essa merda pode fazer crescer o cabelo no seu peito. Quer ver?
Jo parou de rir, estendendo a mão para golpeá-lo levemente no braço
quando viu que ele estava prestes a tirar o casaco.
— Pare! Eu não quero ver seu peito peludo!
Jo freou bruscamente, voltando para o posto de gasolina e estacionando
na frente para que ele pudesse sair. — Vá jogar fora essa caneca e pegue outra.
Ele não saiu como ela esperava, mas deu a ela um olhar curioso que não
conseguiu interpretar.
— Você vai me deixar aqui, não é?
— Não me tente.— Jo desligou o motor, dando-lhe a chave. —
Rápido. Eu preciso arar o estacionamento do hospital. Você pode flertar com
Claire na noite de quarta-feira.
Rider pegou as chaves e começou a sair, mas não conseguiu resistir em
dar-lhe um sorriso triunfante.
— Eu ouço uma centelha de ciúmes?
— O que você ouve é meu estômago grunhindo. Pegue-me outro
cachorro quente quando você estiver lá.
CAPÍTULO 20
Rider subiu dois degraus de cada vez para o clube. Se ele se apressasse,
teria tempo suficiente para tomar banho antes que Jo aparecesse para buscá-lo.
Pisando na varanda da frente, viu Moon de plantão.
— O que você fez para ficar no serviço de vigia?
— Nada. Viper e Shade querem conversar com você. Eles estão no
quarto de Gavin.
Quando Moon não encontrou seus olhos, Rider sabia que era ruim. Ele
estava com problemas?
Ele passou todas as noites acompanhando Jo. Ele a tinha torturado com
textos todos os dias até que ela concordasse em deixá-lo ir junto. Ele estava de
bom humor, tendo enviado apenas três hoje antes dela ceder e lhe dizer que
estaria lá às seis.
Curt fez alguma coisa? Lily ainda não tinha entrado em trabalho de
parto, ou Shade não esperaria junto com Viper para falar com ele.
Ele bateu na porta de Gavin, abrindo-a quando ouviu a voz de Viper.
— Você quer...?— Rider emudeceu quando viu Gavin sentado no sofá
do outro lado da sala. A mudança na aparência do irmão o fez congelar na
porta com a boca aberta.
Gavin tinha cortado o cabelo, e não só isso, mas ele raspou tudo de um
lado. A parte raspada tinha uma tatuagem que cobria tudo, onde seu cabelo
estava e descia pelo lado do pescoço e ombro.
— Jesus, meu irmão, é uma tatuagem doentia. — Rider não sabia o que
mais dizer. Ele deu um passo em direção ao sofá, querendo ver os detalhes
mais de perto.
— Feche a porta, Rider.
A ordem de Viper fez com que ele voltasse para fazer o que foi dito.
— Você queria me ver?— Ele perguntou, ainda incapaz de tirar os olhos
de Gavin.
— Sente-se. Precisamos conversar.
Rider pegou a cadeira vazia ao lado da mesa. Quando Shade se afastou
da mesa para sentar-se no sofá ao lado de Gavin, uma sensação de medo o
atingiu.
A boca de Viper se abriu e fechou como se estivesse tentando encontrar
as palavras para começar. Ele havia servido nas forças armadas com esses
homens e derramado sangue com eles e por eles. Saber que eles estavam
deixando para Viper falar na privacidade de seu antigo quarto, não seria bom.
— Apenas cuspa.
— Jo está enganando você.
— Besteira.— Rider sentiu o quarto girar ao redor dele, sua mente foi
jogada de volta ao passado, enquanto seu corpo ainda estava sentado no
quarto de Gavin.
— Irmão, prefiro arrancar minha língua a mentir para você sobre isso.—
O maxilar de Viper apertou quando pressionou um botão do computador na
mesa.
Rider viu as filmagens de segurança da câmera que ele e Shade
plantaram na propriedade de Jo. Quatro telas separadas mostravam o lado de
fora da casa de Jo, o interior, a entrada do ferro velho e a garagem metálica.
Viper pressionou outro botão, mudando a filmagem. Rider não disse nada
enquanto observava.
A filmagem mostrou Jo indo até ao ferro velho. Rider olhou para a data
da gravação antes de ver Jo sair de seu caminhão e entrar na sua casa. Viper
avançou a gravação até que Jo estava se movendo em sua sala de estar,
lavando os pratos e varrendo o chão da cozinha. Viper parou a filmagem
quando a viu pegar o telefone.
Quem estivesse ligando para Jo a irritou pela expressão no seu
rosto. Ela continuou a balançar a cabeça em negação antes de bater o telefone
na mesa de café e colocar as botas novamente. Pegando o casaco e o telefone,
ela saiu apressada.
Viper parou a gravação.
— Moon estava assistindo a filmagem e chamou Shade.
— Por que Shade não me chamou? Fui eu que quis as câmeras para
vigiá-la.
— Shade sentiu que seria melhor ele lidar com isso, caso Curt tentasse
atraí-la. Ele estava com medo que você matasse Curt sem a nossa permissão.
— Onde ela foi?— Rider não tinha dúvida de que Shade a seguiu.
— Ela foi até uma estrada atrás do lago. Eu quase não encontrei onde
ela entrou. Eu tive que caminhar para evitar que ouvissem minha moto.
— Com quem ela se encontrou?— Rider agarrou os braços de sua
cadeira para trazer sua mente de volta ao presente.
— Aly.
— Aly?
— Eu fiquei tão surpreso quanto você. Quando pedi a ela que desse
desconto nas roupas de Jo para o leilão, ela agiu como se não conhecesse Jo
muito bem. Ela tem dito a todas as mulheres do clube que quer ser membro,
mas até agora, se algum dos irmãos se aproxima para conversar com ela, ela
está mais interessada em falar sobre sapatos do que em fodê-los.
— Você pediu a Aly que desse desconto nas roupas de Jo? Porquê?
— Porque somos burros fodidos. — Viper chutou a perna de sua
mesa. — Nós queríamos que você se concentrasse em Jo, não em nossas
esposas.
Rider acenou com a cabeça para a confissão de Viper.
— Você conseguiu ouvir o que elas estavam falando?
— Não.
— Alguma ideia?
— Elas conversaram por quase uma hora. Jo parecia estar tentando
convencer Aly de algo.— Shade encolheu os ombros.
— Shade, você e Viper já devem ter falado sobre isso, ou você teria me
contado assim que aconteceu. O que você acha que elas estavam fazendo?
Shade colocou seus antebraços nas coxas. — Ambas as mulheres têm
apenas uma coisa em comum pelo que posso ver. Knox disse que Aly o
pressionou para investigar as mortes de seus pais. Quando o relatório voltou
sem nada suspeito, ela invadiu seu escritório. Aly poderia ter contatado Jo
porque não é como se fosse um segredo o que Curt fez com ela. Elas podem ter
se associado para tentar derrubar Curt.
— Como?— Rider já sabia, mas ele queria que seus pensamentos
escuros fossem confirmados.
— Você. Ember disse que Aly fez perguntas. Quando perguntei a
Winter o que ela achava de Aly, ela disse que ela e Jo foram para a escola
juntas. Ela também disse que a Geórgia era uma amiga de Aly. Ela disse que
sempre que Aly visitava seus pais, se encontrava com a Geórgia.
Que Aly era amiga da Geórgia antes de Shade sair com ela, enquanto
estava na prisão, não era um bom sinal. Geórgia tinha sido uma tirana que fez
da vida de Willa um inferno antes de se casar com Lucky. Ela também tinha
quase matado Shade e Lily quando incendiou o porão do clube.
— Isso não é tudo.— Viper pressionou o botão para rodar a gravação
em outra parte da tela do computador, mostrando Jo na grande garagem de
metal na parte de trás de sua propriedade. Rider olhou para a data e viu que
era de hoje à tarde.
— Nós colocamos câmeras apenas no interior e fora de sua casa para
pegar Curt. Depois que vi a reunião de Jo e Aly, voltei e coloquei mais câmeras
dentro e ao redor da garagem no caso delas se encontrarem lá. Knox conseguiu
congelar seu sistema de vigilância até que eu pudesse entrar e sair.
Rider começou a rir amargamente.
— Eu sou um idiota do caralho.
Ele estava olhando para o misterioso carro que havia visto algumas
vezes.
Ele avançou com a cadeira para a frente, sem acreditar em seus olhos. O
carro que ele tinha confiado a Carl também estava no meio da garagem,
suspenso em um elevador. Ele se sentou, observando enquanto ela trabalhava
nele com cuidado meticuloso.
Os irmãos assistiram junto durante vinte minutos antes de Jo esfregar
as mãos e depois tocar o pneu como se ela estivesse prometendo a um amante,
que voltaria logo.
— Train também foi enganado. Nenhum de nós esperava que Jo não
estivesse sendo sincera com você. Para dizer a verdade, espero estarmos
errados. Eu gosto de Jo. Ela passou por muita merda, e ainda vai passar por
mais.
— Knox não está satisfeito com o relatório do acidente e pediu uma
avaliação independente do estado. Nós já estávamos desconfiados por Aly
estar tão entusiasmada em vir para o clube, e foi por isso que pedimos a todos
que observassem seus passos. Ember está de serviço na cozinha nos próximos
dois meses porque ela ignorou minhas ordens e disse a Aly como ela poderia
se tornar um membro.
— Não a culpe. Aly a manipulou. Não foi o suficiente para enganar
Shade, mas Ember é muito agradável. Ela não reconheceria uma mentira se a
atingisse no rosto.— Rider pegou uma régua na mesa, deslizando o polegar ao
longo do comprimento.
— Desculpe, Rider— Viper falou quando ficou óbvio que ele não iria
dizer nada mais. — Nós podemos lidar com isso da maneira que você quiser.
— Não se desculpe. Não é culpa sua.— Ele colocou a régua de volta, e
levantou. — Avisem para não deixar Aly entrar mais na sede do clube. Faça
parecer que estamos confinados por causa de algo feito por Curt. Eu cuidarei
de Aly e Jo.
— O que você vai fazer?— Foi a primeira vez que Gavin falou desde
que Rider entrou no quarto.
— Eu vou fazê-las acreditar que estão na Disneylândia e que todos os
seus desejos se tornarão realidade. — Rider saiu da reunião. Ele não estava
com raiva, suas emoções muito entorpecidas para causar essa reação.
Entrando em seu quarto, ele tirou a camisa e torceu-a antes de esticá-la
e bater no colchão, em vez da mulher que ele queria que sentisse a dor de suas
chicotadas.
— Se você está com disposição para descontar sua raiva em alguém, eu
tenho algum tempo livre — disse Jewell, vindo por trás dele.
Ele usou o pé para fechar a porta sem esperar para ver se havia
fechado. Jewell tinha aproveitado a porta aberta, entrando apenas com uma
calcinha cobrindo sua boceta.
— Saia. Agora.
Rider não olhou para ver se ela saiu. Jewell tinha o instinto de
sobrevivência de um gato. Ela sabia quando mostrar suas garras e quando
recuar.
Deixando a bagunça que ele tinha feito das roupas que separou pela
manhã para usar esta noite, ele foi até sua porta, usando a sola da bota para
fechá-la. Sem camisa, ele foi até sua cômoda pegar roupas e meias limpas antes
de ir ao banheiro e tomar uma ducha. Nu, enrolou uma toalha em volta do
quadril e saiu para o corredor.
— Ei, sexy!— Uma voz feminina do patamar o fez girar. Sasha vinha
saltando pelo corredor em direção a ele.
— Quando você voltou?— Ele sorriu, levantando-a até que suas coxas
agarraram seus quadris.
— Duas noites atrás. Você tinha saído ou estava trabalhando.— Ela
socou seu ombro de brincadeira, depois envolveu os braços em torno do seu
pescoço em um abraço. — Eu senti sua falta... — Enquanto ele a abraçava
carinhosamente, sua toalha caiu no chão do corredor. Os olhos de Sasha se
arregalaram com a carne que ele estava expondo. — Muito.
— Eu também senti sua falta, pirralha.— Rider a colocou no chão,
então pegou sua toalha, envolvendo-a em torno de seus quadris.
— Desde quando você é tímido?— Sasha seguiu seus passos enquanto
ele entrava em seu quarto.
— Estou de saída.
— Mais uma vez?— Sasha sentou-se ao lado de sua cama enquanto ele
colocava o jeans e a camiseta preta. — O que uma garota precisa fazer para
conseguir sua atenção? Dirigir um reboque?— Ela provocou.
— Tenho certeza de que você está se mantendo ocupada. — Rider
puxou a camiseta para baixo, cobrindo os músculos de seu abdômen antes de
sentar-se ao lado dela na cama para calçar as botas.
— É verdade, mas querido, eles não são você.— Ela colocou a mão na
coxa dele, subindo para pegar seu pau. Rider se virou de lado, tomando seus
lábios em um beijo exigente. Quando ela começou a corresponder, no entanto,
ele se afastou, levantando para empurrar as chaves e o celular para dentro dos
bolsos dos jeans.
— Eu tenho que ir. Estarei de volta em algumas horas.— Voltando para
a cama, ele deslizou sua mão intimamente entre as coxas dela, agarrando sua
boceta. — Guarde um pouco para mim.
— Você sabe que eu sempre guardo um pouco para você— ela
cantarolou enquanto ele pegava sua jaqueta, e saía de seu quarto.
Descendo os degraus, ele ouviu o toque de seu telefone de um texto
recebido. Ele não se incomodou em olhar - Jo chegou bem na hora. Se ela
dissesse que chegaria em um certo horário, ela estaria lá. Era uma das coisas
que ele gostava sobre ela.
Acenando com a cabeça para Moon, que lhe deu um olhar minucioso,
desceu os degraus para o estacionamento.
Abrindo a porta do passageiro do caminhão de Jo, ele entrou. Ele
recebeu o mesmo olhar minucioso de Jo quando fechou a porta.
— Cheguei cedo demais?— Perguntou ela, dando ré.
— Não. Porquê?
— Nada. É só... você tem usado roupas mais formais quando
saímos. Não que isso importe — ela apressou-se em acrescentar.
Rider encontrou seus olhos, olhando para eles profundamente. — Eu
decidi que a roupa não faz o homem assim como não faz a mulher.
— Não, elas não fazem.
— Cuidado— ele avisou quando ela estava prestes a pegar a estrada. —
Está vindo um carro.
Jo pisou no freio. — Desculpe, eu não o vi.
— Não, você não viu. Somo dois.
CAPÍTULO 21
22
Uma camisa Henley é uma camisa sem gola, caracterizada por uma abertura sob o decote redondo, com cerca
de 3 a 5 polegadas (8 a 13 cm) de comprimento e geralmente com 2-5 botões. Ela se assemelha essencialmente
a uma camisa polo sem gola .
— Eu acreditei que você só tinha uma coisa na cabeça, e sinceramente,
eu não tinha intenção de conhecê-lo melhor. Eu estava errada. Você deu uma
soma ultrajante de dinheiro por um encontro comigo, e assim Willa foi capaz
de comprar tantos brinquedos. Você foi gentil com Mag, apesar de eu tê-la
levado ao nosso encontro. Não só isso, mas você me fez companhia nos
últimos dias e fez as noites passarem muito mais rápido. Obrigada por se
tornar um amigo.
— Você acha que eu tenho tentado me tornar seu amigo?
Ela torceu timidamente a fita que estava tentando colocar no topo do
presente que ela tinha embrulhado.
— Não importa quais são suas intenções. É assim que penso em você.
— É assim?
Jo assentiu, sem levantar a cabeça. — Nunca pensei em um homem
como um amigo antes. — Ela estava expondo uma parte de si mesma que
nunca deixara ninguém ver antes, homem ou mulher.
— Nem antes...
Jo ergueu os olhos quando ele delicadamente interrompeu a pergunta
que estava prestes a fazer. Ela nunca falou sobre seu ataque com ninguém,
além de sua mãe e pai. Quando Aly a convenceu a trazer Rider para o seu
lado, ela sabia que teria que se abrir com ele para torná-lo empático à sua
causa. Era uma das principais razões pelas quais ela não queria fazer isso, não
acreditando ser possível discutir os acontecimentos daquela noite traumática,
especialmente se isso levasse a um ato de violência contra Curt.
Agora que ela estava sendo sincera com Rider, que ela o considerava
um amigo e se recusara a ajudar Aly a buscar seu próprio tipo de justiça,
tornou muito mais fácil falar com Rider sobre isso. Tudo se resumiu à mera
necessidade de finalmente deixar isso para trás, no passado, onde pertencia.
— Nem antes de ser estuprada.— Jo parou de embrulhar os
presentes. Levantando os joelhos, apoiou a cabeça neles para não encontrar
seus olhos. — Foi a primeira vez que minha mãe me deixou ir a um jogo de
futebol sozinha. Meu pai prometeu me levar e me buscar logo depois. Eu
nunca tive interesse em ir antes.
— Curt estava na minha classe de Álgebra, e eu tinha uma grande
paixão por ele - todas as meninas tinham. Eu era muito tímida para conversar
com ele durante a aula, mas naquele dia, ele parou na minha mesa quando o
sinal tocou e me perguntou se eu iria. Eu disse que sim. Fiquei tão feliz por ele
ter perguntado se eu iria.— Jo levantou a cabeça de seus joelhos para olhar
para o teto enquanto lutava contra o ódio, não por Curt, mas por si mesma. —
Eu era tão ingênua. Ele esperou todos os alunos saírem da sala antes de falar
comigo, mas não percebi isso naquele momento, muito emocionada por ele ter
me notado. Passei a maior parte da tarde convencendo minha mãe a me deixar
ir. Ela até se ofereceu para ir comigo. Eu disse a ela que não queria ir se ela
fosse comigo. Eu achei que estava velha demais para precisar que minha mãe
andasse comigo.
— Quando papai me deixou lá, eu me sentei sozinha nas
arquibancadas. Eu tinha chegado cedo o suficiente para conseguir um assento
na primeira fila, próximo a onde os jogadores estariam de pé. Quando Curt
saiu para o campo, eu acenei para ele... Eu acenei... — Jo enterrou o rosto nas
mãos, respirando profundamente para se recompor. Quando ela conseguiu,
baixou as mãos, encontrando um pequeno furo no joelho do jeans e se
preocupando com isso.
— Durante os últimos dez minutos do jogo, Justin veio sentar-se ao
meu lado e me disse que Curt queria que eu o encontrasse na sala onde o
equipamento era armazenado. Eu disse a ele que não podia, que meu pai
estava vindo me buscar. Ele disse que Curt iria me levar para casa, e esperaria
no caso de eu mudar de ideia.
— Eu ainda me lembro de esperar por meu pai, olhando o meu relógio
enquanto todos deixavam o campo. Faltando dois minutos para os trinta
devidos, fui até à sala de armazenamento. Eu só ia pedir para usar o celular de
Curt. Eu nem estava pensando em deixá-lo me levar para casa. — Jo podia ver
o furo no seu jeans alargando enquanto ela mexia nele. — Quando cheguei à
sala de armazenamento, Curt, Jared, Tanner e Justin estavam lá dentro.
— Você quer saber a coisa mais estúpida que eu fiz?
— Não... pare. Jo, você não precisa me contar nada.
Ela ergueu os olhos, inexplicavelmente querendo compartilhar com ele
o que tinha acontecido com ela naquela noite horrível.
— Eu não preciso... mas eu quero.
Ela respirou fundo se fortalecendo.
— Quando eu pedi para usar seu telefone, Curt levantou-o sobre sua
cabeça, então eu não consegui alcançá-lo. Ele estava tomando uma cerveja e
disse que se eu quisesse usar seu celular, eu teria que terminá-la. Eu fui
inteligente o suficiente para tentar correr, mas não suficientemente esperta
para gritar. Eu deveria ter gritado com todas as minhas forças.
— Eu não gritei quando Curt arrancou minha blusa, ou quando Tanner
trancou a porta. E eu não gritei quando Justin segurou minhas mãos atrás das
minhas costas para que eu não pudesse lutar. Não gritei quando Curt me
estuprou, ou Jared, ou Justin. Eu estava muito apavorada com o fato de
alguém abrir a porta e me ver com quatro meninos na sala de armazenamento.
— Eles me deixaram, destruída e sangrando no chão, como se eu fosse
um lixo. Mas antes de saírem, Curt advertiu-os a manterem a boca fechada. Ele
não estava preocupado que eles contassem a alguém que haviam me
estuprado. Ele não queria que ninguém soubesse que ele havia tocado um lixo
como eu.
— Como você chegou em casa?— A voz rouca de Rider fez Jo pegar
uma linda boneca Barbie, e então cortar papel suficiente para embrulhá-la.
— Quando finalmente consegui me vestir, voltei para onde meu pai
deveria me encontrar. Esperei mais uma hora até ele aparecer. Chorei todo o
caminho para casa, contando-lhe o que aconteceu. Quando chegamos em casa,
minha mãe olhou meu rosto e sabia que algo tinha acontecido. Fui para o meu
quarto e ouvi meus pais gritando a noite toda. Minha mãe queria ir à
polícia, meu pai não. Minha mãe e eu deixamos a cidade no dia seguinte.
— Eu os teria matado se...
Jo balançou a cabeça. — Eu não culpo meu pai. Curt e os outros
meninos teriam jogado a culpa em mim, como se eu os tivesse atraído. Ele
estava tentando me proteger à sua maneira. Curt não é desse jeito sem
apoio. Sua família é tão ruim quanto ele, eles são apenas mais inteligentes em
se manter discretos. Eu estava mais preocupada com a minha reputação sendo
ridicularizada pelos moradores de mente tacanha do que gritar a plenos
pulmões que eu tinha sido estuprada. Curt e seus primos já tinham me
estuprado. Eu não suportaria passar pela mesma experiência uma e outra vez
com todos na cidade fazendo observações sarcásticas sobre isso. Curt era o
quarterback estrela, Jared era muito popular, e a família de Tanner e Justin
tinham muito dinheiro. Enquanto eu vivia em um ferro velho. Eu ainda vivo.
Jo ergueu a boneca Barbie, a representação plástica do que ela
nunca seria - limpa e nova, intocada pelas mãos humanas. Isto a fez querer
trocar de lugar com o brinquedo sem emoção.
Rider usou seus calcanhares para deslizar pelo espaço que os separava.
Ele estendeu a mão, puxando seu cabelo para trazer sua cabeça para o ombro
dele.
— Você não é lixo, Jo. Você não era antes, e você não é agora.
— Está tudo bem. Eu não acredito mais nisso. Realmente não. Os
tempos mudaram. Eu não tive vergonha de contar a todos que Curt me
estuprou quando voltei para a cidade. A cidade toda sabe agora. Curt pode
não ter sido preso por isso, mas foi o bastante para fazê-lo mudar seu
sobrenome para o de sua mãe, e eu gosto de pensar que isso custou o seu
emprego na escola.
— Por que você está me contando isso esta noite?
— Porque eu não confiei em ninguém por muito tempo, mas eu confio
em você.— Jo levantou a cabeça, dando-lhe um sorriso confiante. — Além
disso, eu não quero que você se sinta culpado se quiser me dispensar por
Aly.— Ela não queria que Rider pensasse que deveria ficar na sala com ela se
na realidade ele queria ajudar Aly.
Torcendo seu cabelo, ele ergueu sua cabeça do ombro dele. — De onde
veio isso?— Seu olhar impenetrável se fixou nela. Ela lhe devolveu um
retraído.
— Se eu fosse um cara, eu sei qual eu escolheria.
— Talvez eu não seja um cara normal.
— Eu sou a única que não é normal. É o que eu tenho tentado lhe
dizer. Eu quero ser sincera com você, não pense que pode haver mais entre nós
do que a amizade, porque não pode.
— Não pode?
Jo começou a tremer pela maneira sensual que ele estava esfregando a
parte de trás do seu pescoço.
— Eu sou assexuada.
Ela esperava que ele contestasse sua afirmação, ou fizesse algumas
perguntas. O que ela não esperava era que ele caísse no chão, rindo.
— Não é engraçado. Eu sou.
— Você não é assexuada.
— Você é eu?— Ela olhou para ele. — Eu acho que eu me conheço
melhor do que você. Até mesmo minha terapeuta concorda comigo.
— Sua terapeuta é uma mulher?
Jo queria beliscá-lo para fazê-lo parar de rir.
— Eu sou assexuada.
— Jo, você acabou de me dizer há menos de dez minutos atrás que você
não era.
Sua testa franziu a confusão. — Eu não...
— Você me disse que teve uma paixão por Curt antes dele estuprá-
la. Se você fosse assexuada, não teria tido uma queda por ele. O que você tem é
repulsa por sexo por causa de um evento traumático. Não que eu a culpe. Se
eu tivesse sido forçado a fazer sexo com Curt, eu também teria essa repulsa.
— Isso não é engraçado!— Seus olhos lacrimejaram com a ideia de ele
levar sua confissão tão levianamente.
Ela tentou se levantar, mas Rider a puxou de volta para o chão, usando
o movimento para se levantar de sua posição estendida.
— É mais fácil rir do que achar Curt e quebrar a cara dele por fazer você
acreditar nisso sobre si mesma.
— Não é uma crença. É um fato.— Ela cruzou os braços sobre o peito
obstinadamente.
— Eu posso provar que você não é.
Jo revirou os olhos. — Como? Fazendo sexo com você? Esqueça o que
eu disse. Você está sendo um idiota...
— Acalme-se. Eu simplesmente estava oferecendo um beijo. Amigos se
beijam o tempo todo. Se você falou sério, quando disse que confia em mim,
que mal há em um pequeno beijo? Vou até facilitar para você.— Rider
deslizou sentando em suas mãos, fechando os olhos e franzindo os lábios. —
Eu não vou colocar um dedo em você, eu juro.
— Você parece ridículo— ela disse, sem ter intenção de beijá-lo.
— Vamos lá... Não me deixe esperando.
— Desista. Eu não vou te beijar. Além disso, você não parece atraente
agora. Você parece bobo.
— Então isso deve tornar mais fácil para você... Vamos, Jo. Seja
corajosa. Só um beijinho, e eu acreditarei que você é assexuada. Você já beijou
alguém depois daquela noite?
— Não, nunca beijei ninguém— ela admitiu.
Os olhos de Rider se abriram.
— Então, como você sabe com certeza? Vamos, Jo. O que você tem a
perder?— Rider fechou os olhos novamente, franzindo os lábios para o beijo
que ele a estava desafiando a dar.
Ela olhou para ele, baixando a guarda agora que não estava olhando.
O que ela tinha a perder?
Jo poderia responder a essa pergunta com duas palavras: seu coração.
Capítulo 22
— Não, vou fazer isso indolor. — Rider deslizou as contas para o lado,
depois arrancou as folhas do bloco amarelo até chegar a uma página
limpa. Pegando as contas, ele dobrou os papéis e contas, colocando-as no bolso
da jaqueta que estava pendurada na parte de trás da cadeira. — Você agora
tem um novo começo. — Rider levantou-se, pegando mais um copo de suco,
em seguida, colocando um frasco de comprimidos ao lado. — Tome um. É um
suplemento de ferro.
Jo pegou um comprimido, olhando para o suco.
— Não posso aceitar sua ajuda. Liguei para Drake depois que recebi a
intimação. Ele está fazendo uma avaliação na garagem e na maior parte das
minhas terras. Eu devo ser capaz de conseguir o suficiente para, pelo menos,
ficar com a casa.
— O que a avaliação mostrou é que você teria sorte de pagar metade do
que deve.
— Como você...? Drake lhe contou?
— Isso seria antiético, não seria?
Ele não negou nem admitiu, mas ela deve ter compreendido quando
encostou sua cabeça na mesa.
— Deus, mate-me.
Rider não pode deixar de rir. — Você tem passado muito tempo com
Mag.
Jo ergueu a cabeça para encará-lo, o que o fez rir com mais força.
— Você não gosta dela, não é? — Ela o acusou.
Rider estendeu a mão para tirar um macarrão perdido que ficou colado
na testa dela, aproveitando a oportunidade para ver se ela estava com
febre. Ele mal foi capaz de tirar a mão dele antes que ela tentasse afastá-la.
— Eu não suporto a cadela— admitiu.
— Isso é maldade.
— Eu posso ser mau quando tenho que ser.— Ele deu de ombros,
pegando sua xícara de café. — Neste caso, acho que todos na cidade
concordariam comigo.
— Todos na cidade adoram Mag.
— Cite um.— Quando ele viu que ela iria citar vários, ele a
interrompeu. — Cite alguém que não esteja relacionado com ela.
Sua boca se fechou, depois abriu. — Eu. Eu amo Mag, e não estou
relacionada a ela.
— Cite mais alguém além de você.
Quando não o fez imediatamente, ele não pode deixar de sorrir para
ela.
— O gato comeu sua língua?
— Estou pensando— ela retrucou, depois estalou os dedos na frente do
seu nariz. — Mick a ama.
— Você acha isso? Vamos perguntar a ele.— Rider tirou o celular,
pressionando o número de Mick.
— Você não vai realmente ligar para ele.
Sua resposta foi outro sorriso quando Mick respondeu.
Rider colocou no viva voz.
— Mick? Tenho uma pergunta rápida. Você ama Mag?
— Você está chapado, Rider?
— Não, não estou chapado. Eu também não estou bêbado. Estou com
Jo. Eu disse a ela que não gosto de Mag, e também disse que ninguém na
cidade ama aquela velha cadela, além daquelas relacionadas com ela. Bem,
exceto Jo. Ela disse que você ama. Eu não concordo com ela. Então, você ama
Mag?
A estática encheu a linha enquanto Mick hesitava.
— Eu gosto de Mag, mas eu não iria tão longe dizendo que eu amo a
mulher.
Rider tirou o telefone do alcance de Jo quando ela tentou pegá-lo.
— Calma, Jo. Eu e Mick estamos apenas brincando. Mick, você quer
ajudar Jo? Você consegue pensar em alguém da cidade que ama Mag?
— Eles precisam estar respirando?
— Mick!— Jo gritou sobre o riso de Rider e Mick.
— Jo, você está realmente aí com Rider?
— Sim!
Rider não conseguiu resistir pegar a ponta do cobertor no qual ela
estava enrolada quando se levantou para ir em direção à cafeteira. Puxando,
ele a fez sentar novamente.
— Eu só estava brincando. Eu e Rider brincamos o tempo todo — Mick
tentou explicar sobre um ataque de tosse. — Preciso ir tomar meu remédio...
— Traidor!— Jo, então, não conseguindo resistir, perguntou: — Você
está bem?
— Eu estarei com Beth e Razer cuidando de mim. Greer me trouxe um
pouco de seu xarope para tosse, então voltarei a trabalhar amanhã à noite.
— Você está realmente tomando aquilo?
— Aquilo acaba com a sua gripe. Ele faz uma remessa a cada
inverno. Ele usa drops de hortelã23, açúcar cristal e 100% de Kentucky
Bourbon24. Não me sobrou muito, mas posso ligar para Greer e tentar
conseguir mais.
— Quando Greer te deu isso?
Os ombros de Rider começaram a tremer quando viu Jo olhando a
grande garrafa que ele havia enviado.
23
24
Aqui parece referir-se à marca Kentucky Borboun que é uma destilaria obviamente no Kentucky, mas existem
outras principalmente no sul do país.
— Há cerca de uma hora...
— Mick, você deveria tomar uma dose a cada quatro horas.
— Você ainda tem? Se você tiver algum sobrando, posso ficar com
ele? Você sabe, apenas no caso de eu não me sentir melhor até amanhã. O
primeiro frasco é gratuito. O filho da puta cobra trinta dólares depois disso, e é
metade do tamanho do gratuito.
Jo tirou o cobertor dos ombros e começou a esfregar o rosto. Ela estava
ficando chateada, então Rider decidiu acabar com o seu sofrimento e encerrar
a ligação.
— Obrigado pela sua ajuda, Mick. Eu pedirei a Train que te leve o que
Jo não usou.— Ele finalizou a ligação para ver Jo olhando para ele com raiva.
— Essa coisa vai descer pelo ralo.
A princípio, Rider achou que ela estava rindo. Quando viu lágrimas
escorrendo pelos cantos dos olhos, percebeu que não estava. Quando ela
percebeu que ele havia reparado nas suas lágrimas, não conseguiu segurar sua
coriza.
— Eu me sinto uma merda!— Ela lamentou, pegando o cobertor
descartado para esconder o rosto novamente. Era isso ou ela estava tentando
usá-lo como um lenço.
Rider imediatamente ficou de pé. Inclinando-se, ele a levantou em seus
braços e a cabeça dela caiu no seu peito enquanto derramava uma torrente de
lágrimas que ele nunca imaginou que ela fosse capaz.
— Eu odeio estar doente.
— Eu sei, querida. É a gripe, e logo você vai estar recuperada.
Rider colocou-a de volta na cama, dando-lhe o remédio que o médico
receitou para diminuir a febre. Sentado na lateral da cama, ele entregou-lhe
vários lenços e esperou até que suas lágrimas estivessem sob controle. Ele não
precisava verificar se a febre tinha retornado. Seu rosto corado mostrou que
sim.
As manchas azuis sob seus olhos mostravam o quão doente Jo
estava. Ela esteve trabalhando até à exaustão por tanto tempo que a gripe a
atacara com sede de vingança. Seria necessário muito cuidado para sua saúde
se restabelecer totalmente.
— Posso te trazer alguma coisa, com exceção de café?
— Posso tomar outro copo de suco?
— Volto já.
Ao seu aceno com a cabeça, ele a deixou para fazer um copo de suco de
framboesa. Ela tinha acabado com o suco de laranja. Ele mandaria uma
mensagem para Train passar pelo mercado, antes de trazer o caminhão de
volta.
Quando ele voltou para o quarto, encontrou Jo dormindo. Colocando o
suco na mesa de cabeceira, ele saiu do quarto, fechando a porta atrás dele.
Ele usou o tempo que ela estava dormindo para fazer uma lista de
supermercado e farmácia para Train. Quando terminou, ligou para Viper.
— Como está indo?— Perguntou Rider sem preâmbulos logo que o seu
presidente atendeu.
— Moon e Diablo instalaram câmeras na propriedade de Aly.
— Como ela está?
— Louca. Ela mentiu dizendo que Jo tinha inventado tudo quando
Shade e eu a confrontamos. Então, quando eu disse a ela que Jo não foi a única
a nos contar, ela culpou Ember e Stori. Disse que foram elas que lhe deram a
ideia.
— Essa cadela é osso duro de roer. Posso entender como ela e a Geórgia
eram amigas. Ela vai fazer o que mandamos?
— Sim. Ela pode ser uma cadela de coração frio, mas ela amava seus
pais e quer descobrir a verdade - se eles foram assassinados ou não.
— Shade descobriu por que Curt quer a propriedade?
— Ainda não. Ele passou a atribuição a Greer. Shade está muito
ocupado com o bebê. John e Lily estão resfriados.
— Shade está cuidando sozinho do bebê?
— Sim. A maior parte do clube também está doente. Você, Moon, Train,
Gavin e eu somos os únicos que escaparam até agora.
— Faça muitos vídeos de Shade cuidando de toda...
— Não, eu gosto do meu novo telefone. Além disso, Shade não está
deixando ninguém entrar na sua casa.
— Quando você comprou um novo telefone?
— Quando Shade quebrou meu último depois que eu o filmei
assistindo Dirty Harry com o bebê enquanto Lily estava na igreja com John. Eu
fui estúpido o suficiente para dizer que iria mostrar a ela.
— Isso não foi inteligente. Mesmo eu não teria sido tolo o suficiente
para fazer isso— Rider zombou antes de perceber que Viper já tinha desligado.
Ele se certificou de excluir seu próprio vídeo de Shade imitando Clint
Eastwood com um charuto na boca. Ele havia filmado quando Shade voltou
para buscar roupas para Lily e o bebê depois que Clint nasceu. Os irmãos
haviam compartilhado charutos antes que Shade voltasse ao hospital. Ele
odiava ter que se desfazer do vídeo, mas ele amava muito seu telefone.
Olhando para o relógio, ele foi até a porta do quarto de Jo, abrindo-a
lentamente para se certificar de que ela ainda estava dormindo. Então ele
fechou quando viu que estava.
Indo para a velha geladeira, ele franziu o nariz quando tirou a única
coisa de dentro, a garrafa de suco de framboesa, colocando-a no balcão.
Movendo a geladeira para o lado, ele a desligou da tomada antes de
puxá-la da parede. Logo que terminou, ele ouviu um caminhão lá fora.
Abrindo a porta antes que o motorista de entregas pudesse bater, ele
assinou seu nome no bloco eletrônico25. Rider então ficou na varanda quando
dois homens descarregaram a nova geladeira que ele havia encomendado por
telefone.
Ele teve que entrar para pegar seu casaco quando a roda do carrinho
passou por uma das tábuas apodrecidas dos degraus. Precisou dos três
homens para levá-la até à varanda. Então, Rider rezou o tempo todo, enquanto
a carregavam para dentro que não afundasse nos pisos decadentes.
25
Os entregadores estavam saindo com uma gorjeta generosa quando um
furgão parou ao lado do caminhão da loja.
O eletricista saiu do furgão, abrindo a porta de correr lateral e se
aproximou com uma caixa de ferramentas.
Rider o fez entrar e mostrou-lhe a caixa de fusíveis.
— Você não precisa de um eletricista. Você precisa de um fósforo e uma
boa apólice de seguro.
— Minha Old Lady está ligada a esta casa.
— Eu encontraria uma nova mulher. Você pode ficar com a minha.
Meus pagamentos de pensão alimentícia estão me matando.
— Você consegue consertar ou não?— Rider estava preocupado que Jo
acordasse e visse o que estava acontecendo por trás de suas costas.
O eletricista de olhar malicioso parecia um tubarão que podia sentir o
cheiro do sangue na água.
— Quanto você está disposto a pagar?
— Você é parente do Greer Porter?
— Não, mas eu o conheço. Nós tomamos uma cerveja juntos de vez em
quando.
— Somos amigos. Ele me disse que você me daria um bom desconto.
— Você está mentindo. Greer não tem amigos.
Rider podia ver o preço subir cada vez que ele abriu a boca.
Sabiamente, ele sabia quando era derrotado. — Apenas conserte.
— Você tem dinheiro? Eu não aceito cheques.
— Você aceita cartões de crédito?— Rider teve que morder a língua. O
eletricista podia não estar relacionado à Greer pelo sangue, mas eles
certamente estavam por ganância.
O eletricista colocou a caixa de ferramentas no chão. — Com o que pago
de pensão alimentícia? Pode acreditar.
Ele estava se parabenizando por seu controle de ferro quando ouviu Jo
chamar do quarto. Indo até lá, abriu a porta vendo Jo sair da cama.
— Você não deveria sair da cama!
— Eu tenho que ir ao banheiro.
Rider pegou seu braço, deixando-a apoiar-se nele enquanto seguiam
para o banheiro. Ele tentou impedir que ela visse o homem que estava na
pequena despensa, trabalhando na caixa de fusíveis, mas Jo estava doente, não
cega.
Ela parou. — Quem é ele?
— O eletricista.
— Eu achei que você tinha dito que trocou o fusível?
— Eu queria a opinião de um profissional.
— Eu não posso pagar por um eletricista. Você sabe o quanto eles
custam?
Quando a voz de Jo se elevou, os olhos maliciosos do eletricista
encontraram os dele.
— Você vai pagar ou não?
— Eu vou. — Rider enviou-lhe um olhar de advertência. O eletricista
assentiu, voltando ao trabalho.
Rider ouviu Jo amaldiçoando baixinho enquanto ia ao banheiro. Ele se
recostou contra a parede do lado de fora, esperando que ela saísse. Quando o
som da água atravessou as paredes finas, aproveitou a oportunidade para
voltar à despensa e avisar o eletricista para ficar de boca fechada sobre o
dinheiro.
— Era para ser uma surpresa. Quando terminar, irei lá fora e pagarei
você.
— Ela não pareceu feliz com a surpresa. Ela parecia minha ex, e foi por
isso que eu chutei sua bunda. Devemos ter o mesmo gosto por mulheres.
— Você e eu somos completamente diferentes. — Rider estava tão
frustrado com o eletricista que estava tentado a enfiar a caixa de ferramentas
cara em sua bunda.
— Você tem toda a razão— ele murmurou para a caixa de fusíveis
concordando com ele.
Farto, Rider estava perto de chutar o eletricista porta fora e ligar para o
número que prometia urgência e pronto atendimento. Um que não o lembrava
de Greer a cada palavra desagradável que saía de sua boca.
O som da água sendo fechada fez com que ele voltasse à sua posição na
porta do banheiro.
— Melhor?— Ele perguntou solícito.
Seu cabelo estava úmido debaixo da toalha que estava enrolada em sua
cabeça. A visão da parte superior do pijama cinza que aparecia sob o decote do
seu roupão sinalizava que ela também havia mudado suas roupas de dormir.
— Eu preciso de outro copo de suco.
— Volte para a cama. Eu vou buscar.
Não lhe dando ouvidos, ela se dirigiu para a sala de estar.
Gemendo internamente, ele tentou redirecioná-la de volta ao seu
quarto. Além de pegá-la e carregá-la, ele não teve outra escolha senão segui-la.
— O que é isso?
— O quê?
Seus olhos arregalados se estreitaram de raiva enquanto ele a rodeava
para pegar o suco da geladeira.
— De onde veio isso?
— Eu comprei.— Servindo um copo de suco, ele acenou com a cabeça
em direção ao quarto dela. — Vá em frente. Eu levo isso.
— Eu posso carregar um maldito copo de suco sozinha— grunhiu Jo. —
O que havia de errado com a outra geladeira se você a consertou?
— Ela tinha um mau cheiro.
— Então não abra a maldita coisa.— Jo apontou para a nova
geladeira. — Isso está sendo devolvido.
— Não, não está. Eu paguei por...
Ela ficou tão furiosa que ele podia vê-la tremer.
— Eu não preciso que você venha aqui e conserte as coisas! Não preciso
que você pague minhas contas!— Jo colocou um dedo para o peito. — Minhas,
não suas.
Rider viu o orgulho ferido em seu rosto corado.
— Concordo. É por isso que estou mantendo um controle sobre o que
você deve.
— Hã?— O queixo de Jo caiu com suas palavras.
— O dinheiro que você deve a Aly, suas contas, o eletricista, a geladeira
- tudo isso será somado ao empréstimo que os Last Riders estão lhe dando.
— Os Last Riders vão me emprestar o dinheiro? Eu achei que você tinha
dito que os Last Riders não teriam me emprestado o dinheiro para o caminhão
se soubessem quanto eu estava devendo? A minha dívida com Aly é quase o
dobro desse valor, e isso não inclui minhas outras contas.
— Isso foi quando você não tinha como gerar uma nova renda. Os Last
Riders estão dispostos a alugar sua garagem. Precisamos expandir a fábrica. O
trabalho de Rachel com hidroponia26 precisa de mais espaço na fábrica do que
podemos dar a ela. Ela precisa estar por perto para monitorar as plantas e
equipamentos. Não podemos dar-lhe esse espaço atualmente. Mas se usarmos
sua garagem para guardar nossos veículos e motocicletas, nós poderemos
ceder essa parte da fábrica para ela.
— Você e Shade podem fazer um acordo que beneficiará você e os Last
Riders. Claro que tiraremos o dinheiro que vamos lhe emprestar de qualquer
acordo estipulado.
Sem expressão, ele esperou sua reação. Ele praticamente podia ver as
rodas girando em sua cabeça enquanto ela considerava a oferta.
— Não só alugaríamos a garagem, mas Train e eu estávamos falando
sobre o quão conveniente seria contratar seus serviços exclusivamente para os
Last Riders.
— Fazendo o quê?
Rider levou o suco para a mesa de centro, sem responder a sua
pergunta até sentar no sofá. Indo até ao quarto, ele pegou um cobertor antes
de voltar para a sala de estar e cobri-la.
26
A hidroponia é a técnica de cultivar plantas sem solo, onde as raízes recebem uma solução nutritiva
balanceada que contém água e todos os nutrientes essenciais ao desenvolvimento da planta.
— Basicamente, fazendo o mesmo que você está fazendo agora, exceto
que será paga por isso. Arando a sede do clube e o estacionamento da fábrica,
a entrada de Rachel e Cash, da igreja, do Dr. Price e do Dr. Matthew. Você não
teria que atender chamadas em todas as horas do dia e da noite. Você poderia
trabalhar em horários normais.
— O inverno dura apenas alguns meses. O que eu faria nos outros
meses do ano?
Rider sentou-se à mesa de centro e olhou para ela antes de dizer: — Eu
sei, Jo.
Uma expressão confusa enrugou sua testa. — Sabe o quê?
Ele esperou em silêncio que ela descobrisse o que ele estava falando.
Quando ela ainda pareceu confusa, ele incitou: — Eu sei o que há na
garagem.
Jo olhou para o cobertor, consternada. — Você sabe?
Rider mal podia ouvir seu sussurro.
— Como?
Se ele quisesse honestidade de Jo, ele teria que dar o mesmo em troca,
ou uma parte.
— Antes de oferecer-lhe o empréstimo, achei que deveria verificar a
garagem, garantindo que serviria para guardar nossos veículos lá. Quando
você estava dormindo, peguei suas chaves e entrei. Você tem uma boa
instalação lá. Tem muito espaço.
— Você viu seu carro, não é?
— Sim. Não posso mentir e dizer que não fiquei surpreso.— A mentira
rolou por sua língua tão habilmente que ela nem piscou. Isso sempre era um
bom sinal. Indo lentamente, a atraiu para o caminho que ele queria que ela
seguisse. — Carl usa sua garagem para trabalhar nos carros?— Ele sabia
muito bem quem trabalhava naquela garagem, e não era Carl. Ele estava
testando para ver se ela contaria a verdade, embira ele mesmo a omitisse.
— Não, eu uso. Eu ia te dizer quando me sentisse melhor.
— Por que você não me disse quando estávamos sentados à mesa?
— Eu estava muito envergonhada por contar sobre o meu
envolvimento no plano de Aly... e mostrar a quantidade de contas que tenho,
para confessar isso também. Eu sinto muito.
Rider desviou o olhar de seus olhos azuis e sua expressão mortificada,
preparando-se para conseguir tirar o restante dela.
— Você está reconstruindo meu carro?
— Sim, e eu também fiz o da Killyama.
— Quem é o dono daquele carro legal que eu vi lá dentro?
— Eu sou.
— Você reconstruiu aquele também?
— Sim.— Ela tirou a mão dela debaixo do cobertor, agitando-a em
direção ao ferro velho lá fora. — Não é como se eu não tivesse um quintal
cheio de peças sobressalentes.
— Eu vi a instalação onde você pode até mesmo pintar carros. Isso deve
ter custado uma nota preta.
— Custou. Eu estava esperando conseguir o contrato sobre os veículos
do estado, eu poderia cobrar por reparos se alguns dos carros sofressem
danos.
— Por que você simplesmente não abriu um negócio trabalhando com
carros?
— Quantos homens na cidade você acha que me contratariam para
trabalhar em seus carros?
— Eu conheço vários, na verdade. Você sabe como trabalhar em
motocicletas?
— Sim. Talvez eu não saiba como consertar uma caixa de fusíveis, mas
posso fazer qualquer coisa que envolva mecânica.
— Train e eu odiamos trabalhar em nossas máquinas. Ficaremos felizes
em entregar esse trabalho para você. Tenho duas motocicletas que eu queria
restaurar. Moon tem uma, e Cash também. Ele quer restaurar a moto que ele
bateu. Era sua máquina favorita.
— Eles me deixariam fazer isso?
— Sem dúvida. Isso lhe daria algo para fazer quando não estiver
nevando. Você poderá até mesmo usar o reboque para trazer as motocicletas
da nossa sede em Ohio e levá-las de volta depois. Você poderia fazer algo que
você gosta em vez de dormir com um olho aberto, esperando a chamada de
Knox.
— Eu poderia fazer as duas coisas. Dessa forma, eu poderia pagar o
empréstimo mais rápido...
— Uau... Isso está fora de cogitação. Você trabalha exclusivamente para
os Last Riders, ou não há acordo. Você está muito exausta. O Dr. Price não
quer que você volte a trabalhar por um tempo. Você não pode cometer
excessos. Isto está te matando lentamente.
— É apenas um resfriado. Eu vou...
— Uma coisa ou outra, Jo.
— Quem fará isso se eu não fizer?
— Você vai forçar o Conselho a contratar alguém que possa fazer. Você
também estará dando a outra pessoa a oportunidade de abrir seu próprio
negócio de reboques. Deixe que eles tenham que dormir em um caminhão e
atender a fatalidades. Você não quer uma vida normal?
— Para mim, isso é normal.
— Dê uma chance. O que você tem a perder? Você pode descobrir que
gosta de trabalhar na sua própria garagem sem as longas horas. Você estaria
criando o seu normal.— Ele fez uma pausa. — Às vezes você tem que se
afastar de uma vida para descobrir uma melhor.
Jo suspirou. — O que estou fazendo agora não está funcionando, então
vou dar a isto uma chance. Se Shade e eu chegarmos a um acordo, então eu
farei isso.
Rider bateu a palma da mão contra sua coxa.
— Boa garota. Agora, volte para a cama.
Ela obstinadamente não se moveu.
— Você vai ser um dos meus chefes?
— Porquê?
— Porque eu já estou ficando cansada de você mandando em mim.
— Eu não serei seu chefe, mas você vai desejar que fosse— ele
provocou. — Você vai ter o mesmo que eu tenho... Viper.
— Ele não pode ser pior do que você.
— Eu vou lembrá-la disso quando você começar a trabalhar para
nós. Agora, se eu pedir com jeitinho, você vai voltar para a cama?
— Porquê? Alguém vai aparecer para consertar algo enquanto eu
estiver dormindo?
Rider sorriu. Levantando, ele estendeu a mão para ajudá-la.
— Não, eu só quero que você melhore para que você possa me levar
para dar uma volta em seu carro.
Capítulo 26
— Posso dirigir?
— Não.— Jo sorriu, sentindo-se feliz por estar fora de sua casa.
Ela mudou habilmente as marchas quando deixaram os arredores da
cidade. Os pneus do carro possante deslizaram sobre o asfalto, cortando a
água na estrada como uma faca através da manteiga. A maioria da neve tinha
derretido, deixando vestígios de água como se nunca tivesse estado lá.
Ela tirou os olhos da estrada o tempo suficiente para ver Rider baixar
sua janela e colocar a mão para fora. Seu entusiasmo lhe trouxe a lembrança de
como ele parecia na noite do leilão.
A solidão que pesava sobre seus ombros desde a morte de seu pai
diminuiu gradualmente, substituída pela companhia de Rider. Sua abordagem
amigável e prática em relação a sua doença a deixou tão confortável com ele
como ficaria com uma enfermeira. O único obstáculo - bem, dois, na verdade -
era sua natureza desconfiada, dizendo a ela que Rider queria mais dela do que
amizade e sua própria atração física crescente por ele. Ele inclusive se ofereceu
para secar seu cabelo quando ela estava muito fraca para fazê-lo sozinha. Ela
rapidamente tirou o secador dele depois de alguns minutos, incapaz de
suportar seu toque suave enquanto ele passava as mãos calejadas através de
seu cabelo.
Ela finalmente o convenceu a dar uma volta, apesar de sua preocupação
de que ela teria uma recaída, o tentando com a promessa de um passeio em
seu carro.
Jo respirou o ar fresco, sem se preocupar com o ar frio. Rider, no
entanto, ligou o aquecedor no máximo.
Ela não estava acostumada aos cuidados que ele demonstrava em
relação a ela. Foi o que aumentou seu medo de que havia mais entre eles que
amizade. Ela estava morrendo de medo que já fosse tarde demais para impedir
que seus sentimentos crescentes por ele se aprofundassem.
Era um pensamento assustador, um que a fez pisar no acelerador, como
se ela pudesse ultrapassar os sentimentos que estava secretamente começando
a ter por ele.
Ele só deixou a janela abaixada por alguns segundos antes de subi-la
novamente.
— Deixe-a aberta!
— Faremos isso quando o tempo estiver mais quente.
Jo mostrou a língua para ele, rapidamente colocando de volta em sua
boca quando os olhos dele se estreitaram em sinal de advertência.
Embaraçada, ela manteve sua atenção focada na estrada de duas pistas,
acelerando enquanto fazia a curva.
— Você tem sorte por Knox não ter te parado pelos seus vidros escuros.
Jo riu alegremente. — Ele teria que me pegar primeiro.
Quando chegaram a Jamestown, eles escolheram comer no
Sonic. Parando em uma vaga no estacionamento, eles fizeram seu pedido. Jo
sorriu com orgulho quando o cliente na vaga ao lado fez sinal com o polegar
enquanto saía.
— As pessoas vão fazer o mesmo comigo quando você terminar o meu
carro— disse Rider. — O meu vai fazer o seu parecer um Volkswagen.
— Eu ouço uma pitada de ciúme na sua voz?— Ela provocou.
— Talvez.
Seu beicinho era adorável, mas ela não estava prestes a dizer isso a
ele. Em vez disso, ela puxou o espelho para alisar seus cabelos desgrenhados.
Desfazendo o rabo de cavalo, ela rapidamente o ajeitou e prendeu novamente.
— Por que você não deixa solto?
— Fica na minha cara.
Ela estava pegando sua carteira enquanto a garçonete de patins se
aproximava, quando Rider afastou sua mão antes que ela pudesse pegar o
dinheiro.
— Eu volto logo, doçura.
Jo sabia que a mulher com as calças pretas apertadas não estava se
referindo a ela. Entregando a Rider seu hambúrguer e batatas fritas, ela abriu a
dela depois de roubar uma batata frita dele.
Ela estava prestes a roubar outra quando a garçonete voltou. Em vez de
vir para a janela dela, no entanto, ela foi para a de Rider, devolvendo-lhe o
recibo e o cartão.
— Carro legal— ela arrulhou, curvando-se até que seu rosto estivesse
nivelado com o de Rider. — É legal de a sua parte deixá-la dirigir.
— Ele é meu— Jo retrucou, forçando-se a comer em vez de rasgar a
cabeça da mulher da maneira que queria.
— É dela. Eu estive tentando convencê-la a me deixar dirigir.— Rider
deu-lhe um olhar divertido, trocando suas batatas fritas para a outra mão e
fora de seu alcance. — Você pode me trazer outra porção de batata frita?— Ele
lhe passou seu cartão novamente.
— Claro, docinho. Não se preocupe com isso. É por conta da casa.—
Ela deu uma piscadela e não pegou o cartão voltando para dentro do
restaurante.
— Eu me pergunto se o gerente gosta dela dar comida.
— Pare de se perguntar. Daryl sabe que Missy gosta de deixar seus
clientes satisfeitos.
— Você a conhece?
— Eu venho para Jamestown alguns dias por semana— ele disse,
jogando sua embalagem de hambúrguer vazio na sacola a seus pés.
— Que dias? Quartas e sábados?
— Você está me controlando?
— Você descansa aos domingos?
Rider balançou a cabeça, rindo. — Eu nunca descanso. Há tempo
suficiente para isso depois que eu morrer.
Jo estremeceu com o velho ditado. — Quem parece Mag agora?
— Morda sua língua. Aquela velha...
— Não ouse dizer o que você está prestes a dizer. Já não estou mais
doente, e vou abandoná-lo para voltar para casa de carona.
Rider ergueu as mãos se rendendo quando a garçonete voltou com suas
batatas fritas.
— Eu trouxe outro hambúrguer. Eu sabia que um não seria suficiente
para preencher o buraco no seu estômago.
— Obrigado, Missy. Eu agradeço. Você vai à sede do clube neste fim de
semana?
— Eu não perderia isso. Você vai estar lá? Eu senti sua falta na semana
passada.
— Eu estarei lá. Vejo você então. Obrigado pelo hambúrguer.
Qualquer prazer que ela sentiu durante o passeio desapareceu. Ela se
concentrou em comer o resto do seu hambúrguer quando Rider fechou a janela
e começou a comer.
— Você poderia ter me dito que queria outro hambúrguer quando
perguntei o que você ia comer.
— Eu estou tentando controlar o que eu como. Eu não tenho me
exercitado ultimamente. Mal consegui abotoar meu jeans esta manhã.
Sem pensar, seus olhos foram até a virilha dele. Então, ela afastou-os
quando ele a pegou olhando. Ela tinha ficado envergonhada muitas vezes em
sua vida, mas ser pega olhando sua virilha tinha que ser a pior.
— Você quer um pouco de batatas fritas?
— Não, obrigada.
Ligando o carro, ela arrancou, voltando para Treepoint. Ela estava
chateada consigo mesma por ter sugerindo o passeio até Jamestown, em
primeiro lugar. Ela não queria saber que Rider estaria na festa dos Last Riders
na noite de sexta feira. Ele passou a sexta-feira passada assistindo um filme
com ela, assim como, nas últimas duas semanas.
Ficou claro que, como ela estava melhor, já não havia necessidade dele
ficar com ela.
O pensamento não foi tão bem-vindo como ela achou que seria. Ela
ficaria sozinha em sua casa, ouvindo cada som e movimento ao redor.
Com esse pensamento, ela não dirigiu tão rápido na volta para casa
como fez ao sair, cada quilómetro aproximando do fim o tempo que eles
haviam passado juntos.
— Você está feliz com o negócio oferecido por Shade?— Rider quebrou
o silêncio.
Shade tinha ido a sua casa naquela manhã com os documentos legais
que a livrariam das dívidas, se aceitasse a oferta que ela e Rider haviam
discutido quando esteve doente. Era mais do que esperava, e ela ainda não
acreditava que iria recomeçar sem as enormes preocupações financeiras que
haviam seguido seus passos nos últimos anos.
— Como não estar feliz? Estou livre das dívidas, e posso começar a
trabalhar na segunda-feira. Ele até mesmo já avisou Knox, que ele terá que
encontrar outro serviço de reboque.
— Você não parece feliz.
— Eu acho que estou com medo do desconhecido. Não lido com
mudanças facilmente. Foi por isso que voltei para Treepoint.
— Tive medo quando entrei no exército. Estava apavorado a primeira
vez que fui enviado a uma missão. Fiquei assustado a primeira vez que me
casei.
Jo quase perdeu o controle do volante. — Você foi casado?
— Duas vezes. Uma vez com minha namorada do colegial. A segunda
vez com uma mulher que conheci no exterior.
— Você se divorciou duas vezes?— Ela não esperava que tivesse
casado uma vez, muito menos duas vezes.
— Divorciado uma vez. Minha segunda esposa morreu.
Jo olhou para vê-lo encarando a estrada.
— Sinto muito.
— Obrigado.
— Você tem filhos?
— Não, eu não fui abençoado com nenhum até agora.
— Você quer filhos?— Ela soou tão incrédula quanto aparentava.
— Isso é tão surpreendente?
— Eu sinto muito. Eu... Você só parece muito feliz como um solteirão.
— Eu estou feliz. Eu não ficaria onde não estou. Foi por isso que me
alistei ao exército quando fiz dezoito anos.
— Eu não queria ser intrometida.
— Você não foi. Fui eu quem iniciou a conversa. Você é uma mulher
forte, Jo. Provavelmente uma das mulheres mais fortes que já conheci. Você
conseguiu enfrentar Curt, Justin e Tanner, apesar do que eles fizeram com
você. Começar um novo negócio será um pedaço de bolo para você.
— Você acha?
— Eu sei disso. Tenho muita fé em você.
— Eu nunca imaginei que você fosse do tipo religioso— brincou Jo, o
prazer de estar com ele retornando. — Nunca te vejo na igreja aos domingos.
— A única religião em que acredito é o futebol.
Ela zombou. — Eu não acredito em você.
— Acredite.— Ele deu um sorriso torto enquanto cruzavam a fronteira
de Treepoint. Ela odiou ver a entrada para sua casa.
Serpenteando entre os carros velhos em direção à garagem, ela
pressionou um botão no seu painel para levantar a porta. Entrando quando a
porta lhe deu espaço o suficiente, ela estacionou na parte de trás da garagem,
então olhou em volta do espaço quase vazio. Em quatro dias, estaria ocupado
pelas motocicletas e carros dos Last Riders.
Ela estava prestes a sair do carro quando Rider esticou o braço, pegou o
controle da porta da garagem e colocou no bolso.
— O que você está fazendo?
— Eu quero ter isso à mão para quando Shade vier de manhã instalar a
câmera de segurança no local.
Franzindo o cenho, ela saiu do carro e o seguiu para fora, esperando
que ele fechasse a porta com o controle.
— Eu mesma poderia ter dado a ele.
— Shade quer começar cedo. Não há necessidade de acordá-la. Você
não tem saído da cama até às dez. Aproveite o tempo livre que lhe resta. Estou
ansioso para que meu carro fique pronto, quase tanto quanto Cash quer sua
motocicleta restaurada.
Ela acenou para sua explicação enquanto caminhavam para a casa. Ela
queria discutir, mas não o faria, se isso significasse que ele ficaria mais uma
noite. Ela não podia explicar a si mesma por que ela o queria só mais uma
noite, com muito medo de olhar dentro de si para encontrar a resposta.
Rider pendurou a jaqueta no gancho na parede antes de sentar no sofá,
apoiando os pés na mesa de centro e pegou o controle remoto da televisão
antes que ela pudesse.
— O que vamos assistir esta noite?
Jo sentou-se do outro lado do sofá. — Zombie Apocalypse está na
Netflix.
— Não, vamos ver outra coisa.
— Como o quê?
— Não me importo, desde que não sejam pessoas mortas vagando por
aí, procurando algo para comer.
— Você tem medo?— Ela falou cantalorando.
— Não, você tem.
— Eu?— Ela olhou para ele com espanto. — Eu amo filmes de zumbis.
— Eles lhe dão pesadelos. Vamos assistir Smokey and Bandit 27.
— Como você sabe que eles me dão pesadelos?
27
Um filme de comédia de ação americana de 1977, estrelado por Burt Reynolds, Sally Field, Jackie Gleason,
Jerry Reed, Pat McCormick, Paul Williams e Mike Henry. O filme foi a estréia como diretor do dublê Hal
Needham.
Rider deixou cair às pernas no chão. — Vou pegar uma cerveja.Você
quer um pouco de suco?
— Sim, você pode pegar depois de responder a minha pergunta.
— Você grita enquanto dorme.
Ele foi até a cozinha, voltando com um copo de suco e sua cerveja. —
Então, Smokey está bom para você?
— Está bom— disse ela, distraída tentando se lembrar de algum
pesadelo. — Eu realmente tenho pesadelos?
— Todas as noites, exceto as noites que não assistimos filmes de terror.
— Eu amo filmes de terror.
— Eu amo cebolas, mas elas bagunçam comigo.
— Realmente, é por isso que você não gosta de cebolas?
— Sim. Eu odeio o gosto que elas deixam na minha boca— ele disse,
começando o filme.
— O que mais você ama odiar?— Jo cruzou as pernas no sofá,
sentando sobre elas.
Rider colocou o controle remoto no braço do sofá, onde ela não podia
pegar.
— Eu amo comer em pratos, mas eu odeio lavá-los— ele brincou.
— Eu amo trabalhar em carros, mas eu odeio encerá-los.— Jo entrou no
jogo que tinha começado.
— Eu adoro comprar botas novas, mas eu odeio amaciá-las.
— Ouch.— Jo riu. — Eu adoro pipoca, mas odeio os grãos.
— Eu odeio eletricistas.
— Você deveria dizer o que você ama sobre eles em contrapartida.
— Eu não amo nada sobre eles.— Rider apoiou os pés novamente na
mesa de centro.
— Isto me lembra. Quando Shade e eu detalhamos as contas que os Last
Riders estão pagando, a conta do eletricista não estava lá.
— Eu devo ter esquecido.
— Não se preocupe com isso. Liguei para a companhia e adicionei à
lista que Shade tem.
— Como você descobriu o nome da empresa?
Jo balançou a cabeça, exasperada. — Estava impresso nas costas do seu
macacão.
— Oh. Bem pensado.
— Eu pensei assim.— Ela sorriu com orgulho, contente por ter sido
mais esperta que ele. Ele não deixava nada passar. — Eu também o fiz
adicionar os mantimentos que você pediu que Train trouxesse para casa.
— Como é que...
— Eu consegui o número de Train com Shade. E eu também pedi para
ele calcular quantas horas trabalhou enquanto estive doente.
— O que ele disse?
— Ele me informou o valor dos mantimentos, mas depois desligou na
minha cara quando eu perguntei sobre as horas, então eu fiz uma estimativa.
— Eu aposto que você fez.
— Você está sendo sarcástico?
— O que lhe deu essa ideia?— Rider colocou o volume no filme. — Às
vezes, as pessoas querem ajudar sem nada em troca.
— E às vezes as pessoas não gostam de receber esmolas.
— Não foi uma esmola. Quanto tempo vai levar para você pagar o
empréstimo com tudo incluído?
— Alguns anos.
— Mais do que alguns. Você, pelo menos, poderá se aposentar antes
que tenha noventa anos?
— Sim, os Last Riders me ofereceram uma soma muito generosa pelo
arrendamento e por trabalhar para eles.
— Legal. Você quer começar o trabalho logo e buscar outra cerveja?
Jo jogou uma almofada nele. — Espero que você esteja brincando.
— Eu estou. Posso assistir o meu filme agora? Adoro assistir filmes,
mas odeio quando as pessoas falam durante eles.
— Idiota.
Eles estavam assistindo ao filme há vinte minutos quando Jo decidiu
que queria algo para comer. Indo até à geladeira, ela pegou dois refrigerantes e
um saco de pipoca do armário. Entregando um para Rider, ela abriu o dela,
então se sentou de pernas cruzadas novamente, abrindo a pipoca.
— Eu odeio quando as pessoas pegam algo bom para comer e não
compartilham.
Ela alcançou o saco para que ele pudesse pegar um punhado.
— Você não sabe quando parar, não é?— Quando ele não respondeu,
ela olhou, e o pegou olhando para ela.
— Se eu quiser, sei quando parar.
— Suas piadas são tão ruins quanto as de Jackie Gleason28.— Jo puxou
a pipoca de volta. — Eu tenho que comprar um pouco mais desta pipoca.
Era uma mistura de queijo cheddar e caramelo. Os dois sabores juntos
era algo que ela nunca havia experimentado antes.
— É o meu favorito. Eu gosto de doce com salgado.
Prestes a tomar um gole do seu refrigerante, Jo olhou por cima da lata
para vê-lo olhando para ela novamente. — O quê?
Rider deu-lhe um sorriso misterioso. — Nada. Você está a fim de uma
pizza? Posso pedir uma.
Jo gemeu em voz alta. — Eu adoro pizza, mas odeio minha bunda
gorda depois de comer.
Rider estendeu a mão, tirando o saco de pipoca dela. — Eu
adoro gordura...
Jo gritou, inclinando-se sobre os joelhos para pressionar uma mão em
seus lábios. — Não se atreva...
Com aquele olhar travesso, Rider olhou-a sobre sua mão, seus ombros
sacudindo com as gargalhadas. Então ele usou sua mão para afastar a dela.
— Eu ia dizer, adoro gordura... cobrindo a pizza.
28
John Herbert Gleason (26 de fevereiro de 1916 - 24 de junho de 1987) foi um comediante americano, ator,
escritor, compositor e maestro que desenvolveu um estilo e personagens em sua carreira de crescer no
Brooklyn, Nova York.
— Sério?— Ela olhou para ele com ceticismo.
— O que você achou que eu ia dizer?
— Não importa. Sinto muito se o julguei mal.
— Tudo bem. Posso pegar a pipoca? Por sinal, sua bunda parece boa
para mim.
Capítulo 27
Cada vez que ela cochilava, forçava seus olhos a ficarem abertos.
Sabendo que era a última noite que Rider ficaria, Jo odiou ter que ir para a
cama. Ela queria muito que durasse.
A maldita pizza tinha feito isso. Ela comeu duas fatias. Agora cheio e
satisfeito, seu corpo só queria dormir enquanto sua mente lutava contra isso.
— Jo, vá para a cama.
Ela sentiu sua mão em seu ombro, empurrando para acordá-la.
Ao levantar as pálpebras, viu que o filme era outro. — O que você está
assistindo agora?
— Gumball Rally 29.
Jo levantou-se, alongando. — Boa noite, Rider.
— Boa noite, Jo.
Ela caminhou sonolenta para a porta do quarto.
— Estou feliz que você esteja se sentindo bem melhor.
O som de sua voz quando ela estava prestes a entrar no quarto a fez
virar-se para encará-lo. Um arrepio subiu por sua espinha quando viu o jeito
que ele estava olhando para ela.
— Obrigada. Eu também estou — ela disse, não tirando os olhos dele
até que a porta do quarto estava trancada com segurança atrás dela.
Que diabos foi isso? Pensamentos frenéticos passaram por sua mente
enquanto ela caminhava pelo quarto. Tirando o elástico do cabelo, ela tentou
acalmar-se. Ela estava imaginando o som de promessa em sua voz? Ou a
29
Gumball Rally é um filme de 1976 dirigido e co-escrito por Charles Bail sobre uma corrida de estrada de costa
a costa.
maneira como ele a olhou, da mesma forma que ele tinha feito na noite do
leilão?
Respirando profundamente, concluiu que era sua imaginação
fértil. Enquanto isso, sua voz interior gritou para ela se trancar no seu guarda
roupas.
A razão veio em seu socorro. Rider esteve sozinho com ela por quase
duas semanas e não fez nada para merecer o medo percorrendo seu corpo. Ele
tinha sido um cavalheiro a cada passo do caminho, tinha encontrado uma
solução para seus problemas, e ele não quis nada em troca... Até agora.
Se recompondo, ela se preparou para a cama, vestiu seu pijama de
flanela vermelho e seu top correspondente.
Prestes a deitar, sentiu a necessidade de ir ao banheiro. Ela tentou
ignorar isso, mas sabia que não seria capaz de dormir até que se aliviasse.
— Droga, eu não deveria ter bebido aqueles refrigerantes.— Andando
sorrateiramente até à porta, ela destrancou silenciosamente, tentando sair de
seu quarto e entrar no banheiro sem que Rider a visse.
— Você ainda não está dormindo?— Ele estava parado atrás do sofá,
uma garrafa de cerveja em seus lábios.
Seus olhos se arregalaram quando viu que ele havia tirado a camisa e as
botas, de pé somente em seu jeans que descansava nos quadris. Sua boca ficou
seca, parecendo como se estivesse tentando falar através de um chumaço de
algodão.
— Eu preciso ir ao banheiro.— Sentindo-se como uma idiota, ela correu
para o banheiro.
Depois de usá-lo, ela não queria sair, então ficou envergonhada por
demorar tanto tempo.
— Jesus, sou uma idiota— murmurou, lavando as mãos antes de sair.
— Boa noite novamente.— Desta vez, ela foi inteligente o suficiente
para não olhar para ele, seus pés voando pelo chão até ao quarto.
— Boa noite novamente.
A diversão na sua voz fez com que ela desejasse ter outro vislumbre
dele antes de fechar a porta, mas não quis arriscar.
Ela viu seu peito rapidamente na noite em que ele dormiu na cama com
ela, mas a visão dele quando ela não estava doente a fez desejar uma varinha
mágica para apagar da memória. Era fim de inverno, como ele ainda tinha
esse brilho dourado pelo sol? Os números tatuados em seu peito a fez se
perguntar qual seria o significado para ele.
Apagando a luz, bem acordada, ela se remexeu e virou, tentando ficar
confortável. Sentindo calor, ela começou a achar que estava ficando resfriada
novamente.
Batendo seu travesseiro repetidamente até ficar satisfeita, ela finalmente
caiu em um sono agitado que durou até ao amanhecer quando finalmente caiu
em um sono profundo.
Ela estava esparramada sobre sua barriga com o travesseiro sobre a
cabeça quando foi acordada com o som de uma batida na porta do quarto.
— Jo?— A voz de Rider veio do outro lado da porta.
— Vá embora. Ainda estou dormindo — ela murmurou.
— Posso entrar?
— Não.
— Você está bem?
O som de sua voz ao lado da cama a fez girar-se, levantando-se nos
cotovelos.
— Eu não disse que você poderia entrar!
— Desculpa. Eu odeio acordá-la, mas eu estava preocupado com
você.— Ele pressionou a mão em sua testa, verificando a temperatura.
Jo afastou a mão dele. — Eu não estou doente. Eu estava dormindo.
— É quase uma hora. Eu vim saber se você quer almoçar.
— Não é uma hora.
— Falta cinco para uma.
— Jesus, eu dormi como os mortos.— Jo puxou o cobertor ao redor
dela. — Saia e eu me vestirei.
— Seu desejo é uma ordem— ele disse a ela, afastando-se da cama. — O
que você acha de um sanduíche de queijo grelhado com sopa de tomate?
— Como o céu. Estarei lá em um minuto.
Quando ele fechou a porta, ela saltou da cama, encontrando um par de
calças jeans e um suéter azul que ela comprou no brechó. Ela estava vestida e
na cozinha enquanto ele deslizava o queijo grelhado em um prato para ela.
— Você cozinhou. Eu vou lavar a louça— disse ela antes de dar uma
mordida no sanduíche gorduroso.
Rider deu-lhe uma caneca de sopa de tomate antes de sentar-se à mesa
em frente a ela. — Eu vou aceitar sua oferta.
— Shade conseguiu instalar as câmeras?— Ela perguntou, usando sua
língua para girar o queijo derretido dentro de sua boca.
— Sim. — Sua resposta estrangulada a fez olhar para ele tomando sua
sopa. — Moon e Train também começaram a ocupar a garagem. Cash quer
começar a expandir a área de Rachel.
— Isso é legal da parte dele. Estou ansiosa para ver quais carros e motos
você trouxe— disse ela com entusiasmo. — Eu odiei estar curiosa quando fui
entregar o carro de Killyama.
— Nós iremos quando terminarmos de comer— ele prometeu.
— Muito obrigada, Rider. Você me ajudou muito.— Colocando seu
sanduíche de volta no prato, ela estendeu o braço sobre a mesa para colocar
sua mão na dele. — Eu não mereço isso depois que concordei com o plano de
Aly. Você poderia ter acabado ferido ou na prisão. Eu me odeio por concordar.
Rider virou a mão, retornando o aperto. — Isso são águas
passadas. Esqueça. Eu já esqueci.
— Você me mostrou nas duas últimas semanas do que você é feito. Eu
quero que você saiba que considero você um amigo. Agora, se houver alguma
maneira de retribuir, espero que você me avise.
— Confie nisso. Vou lembrá-la na próxima vez que sairmos para um
passeio e você não me deixar dirigir.
Jo sorriu com sinceridade para ele.
— Sempre que você quiser dirigir meu carro, as chaves são suas.
Após o almoço, eles caminharam até à garagem. Ela procurou pelas
câmeras que Shade instalou.
— Eu não vejo as câmeras— ela comentou quando Rider levantou a
porta da garagem.
— Eles estão lá, — Rider apontou para três áreas diferentes de frente
para a garagem.
Jo virou-se para onde ele apontou para três câmeras diferentes. Uma
estava atrás deles, direcionada para a porta, uma estava à direita e mostraria
qualquer um andando em direção à mesma, e a última estava ao nível dos
olhos que podia mostrar alguém partindo.
— Shade colocou algumas ao longo da entrada, também. Quando
voltarmos para a casa, vou te mostrar onde estão. Dessa forma, se você
precisar mover qualquer um dos carros ou precisar mexer em algum para
retirar peças, você avisa Shade e ele pode colocá-las em outro lugar.
— Eu as esperava ao lado da porta.
— Isso dá uma imagem mais clara de seus rostos e uma visão das
placas.
— Há alguma aí dentro?— Perguntou enquanto entravam.
— Cinco.— Ele fez um gesto para os quatro cantos da garagem. Elas
estavam instaladas no alto das paredes. — Há também uma aqui que tem um
feixe de luz eletrônico que dará uma estimativa de peso e altura.
— Posso desligar essa antes de passar pela porta?
— Não. Relaxe, a transmissão vai diretamente para o seu novo
laptop. Ninguém mais vai ver.
— Isso é reconfortante. Espere. Eu não tenho um novo laptop.
— Eu devo ter me esquecido de mencionar isso.— Rider foi até à
bancada de trabalho, mostrando-lhe o laptop.
— Eu vou pagar...
— Não, os Last Riders vão. A única maneira de Viper concordar com o
contrato, era se ele soubesse que nossos veículos estariam seguros. Isso lhe dá
tranquilidade.
— Eu posso entender isso.— Jo olhou ao redor de sua garagem
agradecida.
Dez motocicletas estavam estacionadas em uma fila organizada. Havia
também dois carros que fez Jo soltar um prolongado assobio de prazer
enquanto se aproximava.
— De quem são essas belezas?
— Meus.
— Ambos?
— Sim.
Ambos os carros faziam suas mãos coçar por dirigi-los. O Bugatti era
completamente preto, e a Ferrari era cinza chumbo com uma faixa branca no
capô.
— Onde estão as chaves? Apenas no caso de eu precisar movê-los.
— Se você precisar movê-los, ligue-me e eu farei.
Jo tentou fazer um beicinho enquanto pensava em um filme que lhe
trazia lágrimas aos seus olhos. Ela nunca tinha feito beicinho antes, mas se
havia uma hora certa para descobrir seus poderes femininos, era essa.
— Você precisa voltar para a casa para usar o banheiro?— Jo cutucou-o
com o cotovelo.
— Eu estava tentando fazer um beicinho.
— Isso era um beicinho? Jesus, não faça isso. É assustador.
— Muito obrigada. Eu sei que não tenho sua habilidade. Você
transformou isso em uma forma de arte.
— Sim, eu fiz. Foi preciso muito trabalho.
— Eu aposto. Por quantos doces você implorou, antes que Willa
desistisse e te fizesse um lote inteiro?
— Vários, mas nunca tive medo de trabalho pesado.
— Como você tem esse estômago achatado com o tanto que você come
me faz querer jogar minha balança no lixo.
— Você notou meu estômago?
Ela olhou para ele, percebendo o que tinha dito tarde demais.
— Você terá que me mostrar como fazer login no computador.— Ela
tentou distraí-lo abrindo-o.
— Você não quer mais falar sobre meu estômago achatado?
— Não.
— Você é uma estraga prazeres.
— Rider...
— Tudo bem, tudo bem. Vou mostrar como fazer login. Então eu posso
mostrar a você a câmera na garagem antes de eu sair.
Jo manteve uma expressão neutra quando ele parou de brincar,
mostrando-lhe como fazer login e como monitorar as câmeras de
segurança. Durante todo o tempo, sentiu-se mal do estômago, pois ele iria
partir em breve.
— Você entendeu?— Rider repetiu a pergunta quando ela não
respondeu.
— Entendi.
Satisfeito, ele fechou o laptop. — Mantenha-o onde você possa vê-lo em
casa ou na garagem. Se você vir qualquer coisa suspeita, aperte o botão
vermelho que mostrei e fique onde está.
— Sim, senhor— disse Jo.
— Cuidado, Jo. Isso soa bem em seus lábios.
Jo estava atordoada com sua insinuação. Por uma fração de
segundo, ela pensou que a luxúria tinha brilhado em seus olhos. No entanto,
no próximo segundo, ela se foi.
— Eu posso gostar de ser um dos seus chefes se ganhar esse seu
tratamento respeitoso.
— Eu achei que você tivesse dito que não era meu chefe.— Ela o seguiu
enquanto ele fechava a porta e lhe entregava o controle remoto.
— Eu não sou. Você é basicamente seu próprio chefe, Jo. Eu estava
apenas brincando. Os documentos do empréstimo estão assinados e você tem
uma cópia. Contanto que você não quebre o acordo, você pode fazer suas
próprias horas e os trabalhos que deseja para os Last Riders. Aqueles que você
não quiser, passe para Train ou para mim, se eles não forem muito
complicados. Foi por isso que você foi contratada, para que possamos nos
concentrar em outras coisas, além de trocas de óleo ou de velas de ignição.
— Como o quê?
— Train está trabalhando em um sistema de navegação subaquática. E
agora, estou tentando desenvolver um braço robótico controlado por voz.
— Não brinca!
— Sem brincadeira.
— Você é tão inteligente assim?
Enquanto voltavam para sua casa, ele mostrou as câmeras. No entanto,
Jo mal prestou atenção, atordoada por ele estar trabalhando em um braço
robótico.
— Eu me sinto insultado por você não acreditar que eu possa construir
um braço robótico, mas acredita que Train possa desenvolver um sistema de
navegação subaquática.
— Eu não quis dizer isso dessa maneira. Só que... quero dizer... Você
realmente não parece levar as coisas tão a sério como Train. Pelo amor de
Deus, seu filme favorito é Home Alone30.
— Isso é verdade. Eu amo comédias.
Quando subiram a varanda, ele lhe mostrou a nova campainha que
tiraria uma foto de qualquer um que chegasse a poucos metros da porta.
— É como se eu estivesse morando em Fort Knox— ela disse enquanto
passavam pela porta. Ela colocou o laptop na mesa da cozinha.
— Dificilmente, mas o mais próximo possível, sem chegar lá. Você não
terá que se preocupar com ninguém vandalizando sua casa novamente.
30
Esqueceram de Mim.
— Isso será um alívio. Foi uma bagunça para limpar.— Ela observou
enquanto ele ia até ao sofá e pegava sua mochila. Um nó se formou em sua
garganta. Ele estava prestes a sair. Não só isso, mas era uma noite de sexta-
feira.
Ela queria perguntar se ele queria assistir a um filme, ou jogar alguma
coisa, dar uma volta, qualquer coisa para que não partisse. Em vez disso, ela
ficou imóvel, com a língua presa quando ele foi até sua geladeira.
— Você se importa se eu pegar o último saco fechado de pipoca? Isso
me dará o que comer esta noite.
— É seu. Pegue. Posso comprar mais quando terminar o saco que
abrimos na noite passada.
— Legal. Não se esqueça de manter esse laptop à vista. Não se
preocupe depois que escurecer. Temos um homem na segurança vigiando até
às sete da manhã. Você receberá uma mensagem de texto se ele visualizar
alguma coisa, e ele enviará Knox.
— Uau. Shade pensa em tudo.
— Sim, ele pensa.— Com sua mochila sobre o ombro e a pipoca em sua
mão, ele caminhou em direção a ela. — Estou indo. Se você precisar de algo,
basta ligar. Acho que vou ver você segunda-feira de manhã. Vamos pintar o
meu carro, certo?
— Certo.— Jo lambeu sua boca seca. Indo até à porta, ela abriu para
ele. — Eu vejo você segunda-feira.
— Tchau, Jo.— Com um sorriso, ele se foi.
Ela teve que se forçar a fechar a porta em vez de vê-lo montar em sua
motocicleta. Ela saltou quando ele deu a partida, o som alto soou por toda a
casa até o rugido de seu motor desaparecer.
Jo olhou em volta da sala vazia e da cozinha, para a mobília velha e
desgastada, a mesa da cozinha que balançava, o fogão que só tinha dois
queimadores funcionando. Ela deveria ligar a sua televisão ou ouvir
música. Qualquer coisa era melhor do que o silêncio que estava rastejando
lentamente lá dentro. Tinha se mantido afastado enquanto Rider estava
ali. Agora que ele se foi, estava de volta como uma vingança.
Levando seu laptop para a mesa de centro, ela largou onde pudesse vê-
lo. O controle remoto estava onde ele havia deixado. Ligando, ela colocou o
filme favorito de Rider, Home Alone.
— Macaulay, como você se sente sobre sobras de pizza?
Capítulo 28
32
Bluebonnet é um nome dado a qualquer número de espécies com flores azuis do gênero Lupinus
predominantemente encontradas no sudoeste dos Estados Unidos e é coletivamente a flor estadual do Texas. A
forma das pétalas na flor se assemelha ao capô usado pelas mulheres pioneiras para protegê-las do sol.
Sua boca abriu com o olhar que ele estava dando a ela. Afastando a
imagem louca que surgiu em sua mente dela realmente morder sua bunda, ela
pegou um pano para limpar as mãos.
— Você está pronto para pintar seu carro? Ou você quer passar o resto
do dia me incomodando?
— Eu tenho uma escolha?
— Não.— Ela já estava indo em direção ao carro dele.
Entrando, ela deu ré lentamente, dirigindo até à área que ela havia
preparado para pintar. Saindo, ela foi até um armário que guardava os
suprimentos, dando a Rider um dos macacões impermeáveis antes de pegar
um para si.
— Vista.
— Porra, estive esperando a maior parte da minha vida que alguém me
dissesse isso.
— Hoje é seu dia de sorte, então.
Sem conseguir resistir ao seu charme encantador, desabotoou o
macacão e entrou nele, puxando-o até às coxas antes que ficasse preso à
cintura.
— Permita-me.— Rider se agachou, ajudando-a a levantar sua bota
pesada para passar pela abertura apertada.
— Eu consigo...
— Você pode retribuir o favor em um minuto.— Usando seu ombro
para apoiar seu peso, ele manobrou a bota pela abertura e ergueu o outro pé
para fazer o mesmo. Levantando, ele puxou os lados do macacão para cima. —
Levante seus braços.
— Eu posso... — Ela cedeu, levantando os braços quando ele não se
afastou. Quando suas mãos deslizaram pelas mangas, ele foi para o zíper. —
Eu posso fazer isso... — O zíper foi fechado antes que ela pudesse passar as
mãos pelos punhos.
— Minha vez.
Jo teve que se conter para não derrubá-lo, lamentando não ter pintado o
carro antes que ele chegasse.
— Porquê a demora?— Ele perguntou, levantando um pé para ajudá-la
do jeito que ele tinha feito por ela.
— Eu estava esperando um pedido. Ao contrário de você, eu prefiro
que peçam minha ajuda antes de tocar o corpo de outra pessoa.
— Bluebonnet, você não precisa pedir permissão para tocar o meu corpo.
Jo foi até seus quadris, quase rasgando o plástico fino do macacão
enquanto ela empurrava o pé grande pela abertura antes de se mexer.
— Você pode fazer o resto sozinho. Eu não gostaria de pegar sarna de
suas atividades do fim de semana.— Desdenhosamente levantando o nariz no
ar, ela desenrolou as grossas folhas de plástico que caíram do teto para evitar
que os outros veículos fossem, acidentalmente, pulverizados com tinta.
— Aly contou sobre as festas?— Ele ergueu uma sobrancelha enquanto
fechava o macacão.
— Contou. Não que eu quisesse saber— ela se apressou em adicionar,
ligando o exaustor antes de voltar para o armário, onde tirou duas máscaras,
entregando-a. — Eu achei muito perturbador ouvir, então eu disse que ela
poderia manter isso para si mesma.
Ela já havia preparado os pulverizadores, então ela poderia
simplesmente apontar a pistola para o carro e puxar o gatilho.
— O que você achou perturbador? Que as mulheres querem foder? Ou
que elas querem ser fodidas por mim em particular?
Ela se surpreendeu com sua pergunta, e se virou para ele ao mesmo
tempo em que puxou o gatilho. Horrorizada, demorou alguns para tirar o
dedo.
Ele estava todo coberto de vermelho maçã do amor, até mesmo seus
óculos.
Jo cobriu a boca, incapaz de evitar o riso alto quando Rider levantou os
óculos para encará-la com fúria.
— Isso foi maldade.
Rindo ainda mais atrás de sua mão, ela balançou a cabeça ema
negação.
— Foi um aciden...
Ela parou de tentar explicar para soltar a pistola e decolar em uma
corrida. Ela se desculparia quando ele se acalmasse e ela conseguisse parar de
rir.
Jo bateu no plástico pesado, tentando fugir dele, em seguida,
encontrou-se embrulhada no plástico.
— Você precisa de ajuda?— Rider arrancou-a do chão, atravessando a
cortina grossa e levantou-a sobre o ombro.
— Você está me enchendo de tinta.— Ela gritou as gargalhadas. — Ei,
volte. Eu não pintei suas costas.
— Muito engraçado, ha ha... Você está muito engraçadinha hoje, não é?
Jo sentiu sua bunda ser colocada na bancada de trabalho com um Rider
irritado olhando para ela.
— Sério, foi um acidente...
— Você quer saber o que fiz neste fim de semana? Tudo o que você
precisa fazer é perguntar.
— Eu não quero saber.— Sua diversão desapareceu em um piscar de
olhos.
Quando sua boca se abriu, ela pressionou as palmas das mãos sobre as
orelhas para não ouvir o que ele estava dizendo. Determinado, ele pegou seus
pulsos, afastando-os para os lados.
— Passei o fim de semana monitorando as câmeras de
segurança. Alguém tentou entrar na casa de Viper na mesma noite em que
incendiaram a casa de Aly.
— Deve ter sido Curt.
— Knox visitou Curt, cedo, no início da manhã de sábado. Ele passou a
noite com Carly. Ela disse que ele não saiu do seu apartamento em toda a
noite.
— Então deve ter sido Justin ou Tanner.
— Foi quem Knox visitou em seguida. Eles disseram que passaram a
noite em casa, bebendo.
— Eles são álibis um do outro? Muito conveniente.
— Talvez, mas Knox não pode prendê-los sem provas.
— Claro, eles vão se safar disso de novo.
— Mais cedo ou mais tarde, eles darão um passo em falso.
— Só não no fim de semana passado.
Rider deu de ombros. — É o que é.
— Eu odeio essa resposta.
— Eu sou realista. Às vezes, não há uma solução fácil. Como você e eu.
— Não há um você e eu.
Jo tentou escapar da bancada, mas Rider colocou as mãos na mesa de
cada lado de suas coxas, impedindo-a de sair.
— Ok, somos amigos— ela admitiu.
— Somos mais do que amigos. Eu sinto mais do que amizade por você,
e acho que você sente o mesmo por mim.
— Não, eu não. Você é muito arrogante. Você tem mulheres em fila
para cada dia.
— Eu tenho vários dias abertos.
— Seu cretino...
Rider baixou a cabeça, cobrindo sua boca.
— Você pode pegar a segunda-feira— disse ele, levantando os lábios
milímetros. Então ele baixou-os novamente para beijá-la pela segunda vez
enquanto ela se recusava a abrir a boca, mesmo quando ele mordiscou seu
lábio inferior. — E a terça-feira— ele sussurrou, sua respiração roubando a
dela. — Quarta-feira também é sua.— Com uma mão em seu maxilar, ele
ergueu seu olhar para o dele, afogando-a em suas profundezas. — Eu já
reservei as quintas-feiras para você.
— E as sextas-feiras?— Perguntou Jo com um arrepio, segurando a
frente de seu macacão, tentando evitar ser arrebatada. Ela agarrou-o com mais
força quando moveu a boca para o lado do seu pescoço, correndo a ponta da
língua até à orelha.
— Essas são definitivamente suas. Sábados também— ele sussurrou
sedutoramente.
— E os domingos?
— Eu posso precisar de folga aos domingos.
— Para estar com outras mulheres?— Ela afastou o pescoço do seu
alcance.
— Eu assisto futebol aos domingos.
— Eu gosto de futebol.— Ela permitiu que ele virasse seu rosto para o
dele.
— Então você pode ter os domingos também.
Jo deixou que ele voltasse a sua boca, deixando sua língua entrar em
uma corrida de sensações que só tinha lido, mas nunca acreditara ser possível
para si mesma.
Ela subiu as mãos pelo peito para envolver em torno de seu pescoço,
seguindo nervosamente sua liderança. Quando ele abriu seus lábios ainda
mais, sua crescente excitação desapareceu. Ela apertou os lábios contra os dele,
tentando recuperá-la.
— Jo pare. Você está se esforçando demais.
Ela afastou sua boca, tentando não chorar.
— Eu disse que não sou boa nisso...
— Se você melhorar, vai me fazer saltar até o teto.
Seduzindo-a com sussurros e toques, Rider abriu o zíper do macacão e
puxou seus braços para fora. Então ele abriu o dele e tirou a parte superior
antes de remover sua camiseta.
Pegando as mãos dela, Rider colocou-as em seu peito.
— Eu sinto que estou em um episódio de Dexter 33.
33
Dexter é uma série de mistérios de drama de crime da televisão americana que foi exibida no Showtime de 1º
de outubro de 2006 a 22 de setembro de 2013. Em Miami, a série se concentra em Dexter Morgan (Michael C.
Hall), um técnico forense especializado em padrões de salpicos de sangue e análise para o departamento de
ficção da polícia de Miami.
Sedutoramente, ele levou a boca de volta à base de sua garganta.
— Isso me faz lembrar algo.— Ele desligou as câmeras do laptop antes
de fechá-lo.
— Alguém viu?— Horrorizada, Jo tentou sair novamente.
— Não, a segurança acaba às sete.
— Isso é um alívio— ela disse, vendo Rider pegar o controle remoto,
baixando a porta da garagem.
— Sim, é, desde que fui eu que trabalhei no fim de semana.
— Quem geralmente faz isso?
— Depende de quem Viper coloca na lista. Todos os irmãos se revezam.
— Isso é justo.
— Nós também achamos. Jo, você se importa se paramos de falar por
alguns minutos?
— Nós temos que parar?
— Não, mas eu prefiro beijar você.
— Eu prefiro falar.
— Vamos combinar. Você escuta e eu falo.
— Eu prefiro ser aquela que fal...— Ela se perdeu com as palavras que
saíam da boca dele.
As palavras em outro idioma e a forma como ele dizia eram como um
maçarico descongelando os canos para a água correr livremente. Ela não
conseguia entender e morreria de vergonha se fizesse, mas obrigou-se a não se
concentrar nas suas palavras e no que suas mãos estavam fazendo, mas sim
em sentir as emoções por trás delas.
Desde que Curt, Tanner e Justin a haviam tocado, ela nunca pôde
suportar o pensamento das mãos de um homem sobre ela. No entanto, ela
agora estava inconscientemente mais perto da beira da bancada de trabalho,
tentando se aproximar de Rider.
— Diga isso novamente— ela exigiu, enterrando as mãos em seus
cabelos grossos.
Quando ele o fez, com o mesmo sotaque forte e anasalado, ela sentiu
seu jeans umedecer, enquanto suas pernas rodearam-lhe a cintura, e sua boca
alcançava a dele.
Suas palavras sensuais penetraram profundamente em sua alma,
removendo os traços do toque dos outros homens, substituindo seus
comentários feios pela beleza de suas palavras. Ela não se sentia
autoconsciente nem menosprezada; ela sentiu desejo e necessidade quando ele
tirou sua camiseta, encontrando um sutiã de renda que moldava seus seios.
Cada sílaba de suas palavras acalmava seus nervos crus, criando um
mundo recém-descoberto que ela não sabia que existia. As mãos dele não
esmagaram ou agarraram, simplesmente afastaram o sutiã de sua carne
aquecida até que ele pudesse pegar um mamilo em sua boca.
Um suspiro escapou dela com a gentileza que ele usou para seduzir e
provocar seu mamilo tenso e para implorar por cada redemoinho de sua
língua.
— Você gosta quando lambo seus mamilos?
Demorou um segundo para que sua mente percebesse que ela entendia
o que ele estava dizendo.
— Sim— ela murmurou, puxando seu cabelo para que ele a beijasse de
novo.
— Eu sei algo que você vai gostar ainda mais.
Ela sentiu o deslocamento de ar quando ele a levantou da mesa antes de
virá-la de costas para ele e sua barriga pressionada contra o metal frio da
bancada. Então, Rider pegou suas mãos, colocando-as em cada extremidade,
estendendo-a até que seus seios cobertos pelo sutiã estivessem pressionados
na mesa.
— Rider...
Ele voltou a dizer palavras que ela não conseguia entender e não queria,
confiando que suas ações não a machucariam, mas lhe dariam um prazer que
ela não queria que acabasse.
Jo encostou a bochecha sobre a mesa, ouvindo seus movimentos. Seu
estômago se agitou quando ele passou a mão pela cintura e mergulhou no
jeans, enfiando os dedos dentro de sua calcinha para encontrar sua carne
úmida.
Jo mordeu os lábios quando ele encontrou seu clitóris, esfregando-o em
um padrão circular que a fez se contorcer.
— Oh... — Jo ofegou, depois gemeu quando ele enterrou o rosto em
seus cabelos para beijar seu pescoço, puxando a carne em sua boca, mordendo-
a. — Rider... por favor.
— Mais?
Ela só podia assentir enquanto lambia os lábios secos.
Quando ele separou sua carne, deslizando um dedo escorregadio
dentro dela, Jo fechou os olhos com força, quase vendo estrelas de tão
bom. Quando sua bunda empinou em direção a ele, desejando mais, Rider deu
uma risada sensual, puxando a mão para desabotoar o jeans.
Ela sentiu ar quente atingir seu corpo quando ele puxou o macacão, o
jeans e a calcinha dela, deixando a parte inferior do seu corpo nu para os olhos
dele.
Felizmente, ela não podia ver o rosto dele, mesmo que abrisse os
olhos. Ela não se moveu para sair da bancada, dando-lhe o acesso que ele
queria.
Quando o sentiu soltar o pedaço da pele onde tinha deixado sua marca
e levantou o peito de suas costas, ela prendeu a respiração, esperando o que
ele faria a seguir.
Então suas mãos separaram bunda dela, e ela pulou, seus seios
afastando-se da bancada.
— Não se mova.
Sua ordem fez outra onda de calor disparar em espiral em direção ao
seu núcleo, fazendo-a doer por algo que ela nunca sonhou ser possível querer.
— Vamos...? — Jo não conseguiu dizer a palavra.
— Foder?— Rider segurou uma de suas nádegas, espalhando-a mais. Jo
assentiu, segurando a mesa com tanta força que seus dedos ficaram
brancos. — Nós vamos quando eu tiver certeza de que você está pronta.
— Estou pronta— ela sussurrou.
— Deixe-me julgar isso. Talvez eu não seja seu chefe no trabalho, mas
quando fodemos, eu estou no comando.
Jo deu um pequeno grito quando sentiu sua língua deslizar pelos
lábios carnudos, encontrando seu clitóris e sugando-o em sua boca.
— Você pode estar no comando.
Ele cravou os dedos na sua bunda, levantando-a nos dedos dos pés
para ter um melhor acesso.
— Oh, meu Deus... não posso acreditar que seja tão bom.
Ela gritou de novo quando ele deslizou a língua dentro de sua abertura,
as sensações tão perfeitamente sensuais que sentiu desejos novos e mais fortes
para Rider satisfazer.
Ele finalmente soltou sua bunda, deslizando suas mãos até à curva de
sua cintura, enquanto ele usava seu corpo para alavancar e ficar de pé.
— Você sabe o quê, Jo?— A satisfação gotejou de sua voz, enviando
arrepios pela sua espinha.
— O quê?— Ela esperou nervosa por sua resposta. Ele estava prestes a
mudar de ideia e não faria sexo com ela?
— Você está pronta.
Capítulo 30
Rider levou seu tempo tirando o jeans, vendo os arrepios subir por seus
braços. Ter Jo sob seu controle e implorando por seu toque agradou seu
orgulho masculino, que ele certamente tinha muito, mas a rendição ansiosa de
Jo foi mais do que ele esperava dela. Sua disposição após sua inicial hesitação
mostrou quão faminta por carinho humano ela estava.
Se ele fosse um homem melhor, faria sexo calmamente com ela, mas ele
não era um homem bom. Na verdade, ele era o mais distante de bom que um
homem poderia ser, sem deixar a escuridão em sua alma o dominar.
Ele usava o sexo para mantê-lo ligado à realidade. Você sempre sabia o
que esperar de uma mulher quando seu pau estava enterrado em sua boceta.
Mas com Jo, era diferente. Ele estava com ela para criar algo mais. Ele estava
com ela para formar uma família. Para conseguir o seu pedaço de felicidade
que os outros irmãos encontraram: sua própria casa, com sua própria cama
para dormir, uma mesa que tinha sua própria cadeira, um sofá onde assistiria
filmes com Jo. Ele sabia o que teria com Jo, ao contrário das mulheres com
quem se casou.
Jo era forte, trabalhadora, gentil. Quando Jo amava, ela era leal ao
extremo. Como ela poderia amar o inútil do pai, e ainda sentir falta era um
mistério para ele. Ela nem sequer conseguiu esvaziar o quarto depois da sua
morte, limpando e espanando como se ele fosse voltar milagrosamente.
Ela amava até a velha cadela que ele ainda esperava que Curt matasse
por ele. Por outro lado, se ela conseguia amar Lyle e Mag, então ela poderia
aprender a amá-lo, e ele estava decidido pra caralho a fazer isso acontecer.
Tirando um preservativo do bolso de trás e colocando, ele a pegou
olhando para ele antes de fechar os olhos novamente.
Aproximando-se dela, Rider esfregou o pau coberto com o
preservativo contra a boceta úmida antes de ir à sua abertura.
— Você sente como está pronta para mim?
— Deus... sim.— Ela sufocou um gemido com a mão.
— Não foi aí que coloquei sua mão. Coloque no lugar certo.
— Ok.
— Diga sim, senhor.
Seu lábio inferior rebelde salientou, formando um biquinho adorável
que o fez segurar seu próprio gemido, imaginando que ela sugava seu pau.
— Estou esperando, Jo. Talvez você não esteja tão pronta como pensei.
— Eu estou... senhor.
— Isso era tudo o que eu queria ouvir a minha garota Bluebonnet
dizer.— Aproximando-se mais intimamente, ele permitiu que a cabeça de seu
pau deslizasse dentro de sua boceta apertada, sibilando com a sensação de sua
carne se abrindo, permitindo-lhe entrar. Isto fez com que ele se debruçasse
sobre suas costas para morder o lóbulo da orelha.
— Você usou meu perfume, não foi?
— Sim.
— Você mentiu para mim, não foi?
— Sim. Eu sinto muito.
— Eu odeio as mulheres que mentem, mas adoro foder meninas más,
então eu perdôo você.
Jo deu uma risada assustada. — Somente você poderia me fazer rir
quando você está...
— Fodendo você. Você tem um problema real com essa palavra, não
é? Pode ser sexy quando usada do jeito certo.
Rider largou o lóbulo da sua orelha para descansar a testa entre as
omoplatas. — Você é tão apertada. Estou tentando não gozar.
— Você está?
Rider podia sentir sua insegurança. Levantando a cabeça, começou a
colocar beijos em seus ombros.
— Você é linda quando me olha com esses olhos azuis, e nunca senti
uma mulher apertar ao meu redor com tanta força.
— Eu amo os homens que elogiam, mas odeio quando comparam as
mulheres com outras.
— Touché, mon cher.
— Talvez seja melhor se você continuar usando esse idioma.
— Você gosta quando falo francês? Posso falar outros seis com fluência,
mas posso dizer foda-se em dezenove.
Ele começou a dizê-lo em sua cabeça para impedir o orgasmo enquanto
se movia para dentro dela, primeiro, superficialmente, empurrando para
esticá-la, depois dirigindo mais fundo com golpes duros que a fizeram segurar
na mesa enquanto ela se soltava, relaxando em sua confiança.
Ele tirou seu sutiã, vendo as marcas do elástico apertado. Seguindo as
marcas com a língua, ele começou a fodê-la com mais força, ainda
repetindo foda-se em diferentes idiomas.
Quando chegou ao dezenove, ele começou a se mover mais rápido,
ouvindo suas respirações ofegantes enquanto ele batia nela.
— Eu vou ensinar-lhe a me foder da maneira que eu gosto. Sua boceta
vai ficar dolorida até você se acostumar com isso. Se ficar muito
desconfortável, você vai me dizer, e vou te deixar descansar até que não
doa. Se achar que você não foi honesta comigo, ficarei com raiva. E Jo, você
não quer me deixar com raiva. Você entendeu o que eu estou lhe dizendo?
— Sim— Jo ofegou.
— Sim, o quê?— Rider parou de se mover, deixando seus pés fora do
chão, usando os quadris e o pau para mantê-la no lugar.
— Sim, senhor. Entendi.
— Eu gosto de jogar às vezes quando estou fodendo. Outras vezes,
não. Se você não gosta de jogar, você também me dirá.
— Eu vou.
— Eu gosto de palavras seguras simples. Vermelho será a
sua. Vermelho significa parar. Sempre que você usá-la, vou parar o que
estivermos fazendo.
— Nós precisamos…? Quero dizer, eu prefiro não precisar dela. A
menos que seja uma coisa que você precisa de outra mulher...
Rider tirou o pau de sua boceta. Virando-a, ele a colocou novamente na
bancada para que ela pudesse olhar para ele. Quando ela tentou desviar o
olhar, ele fechou os olhos com ela.
— Eu gosto de jogar, mas nunca farei nada que a faça sentir
desconfortável... nunca. Você não quer jogar, não vamos. Eu disse que sou
realista, e eu quis dizer isso. Sendo um, eu posso entender que nem todas as
mulheres gostam de jogos sexuais. Eu posso lidar com isso se você não
gostar. Também acredito em colocar minhas cartas na mesa.
— Eu gosto de você. Estou tentando formar um relacionamento
duradouro com você. Se você estiver a bordo, eu serei completamente fiel a
você. Isso significa não foder outras mulheres que podem dar o que você não
pode.
— Estou a bordo.
Sua resposta tímida fez com que ele lhe desse um beijo duro.
— Em partes ou tudo isso?
— Tudo isso. Eu vou te dizer o que eu não gostar.
— É o que eu quero ouvir da minha Old Lady.
Rider puxou Jo para a ponta da bancada, onde seu pau estava
esperando. Jo balançou os quadris, oferecendo-lhe o que ele queria.
— Eu odeio esse termo. Eu gosto mais de Bluebonnet.
Ele soltou seus quadris colocando as mãos na mesa, usando como
alavanca para aumentar a velocidade novamente.
— Eu não vou chamá-la de Old Lady novamente se você calar a boca e
me pedir para fodê-la.
— Rider, me foda... com força.
Ouvir a palavra suja saindo de sua boca deixou suas bolas prestes a
explodir.
— Foda-se.— Ele mergulhou entre suas coxas, alcançando seu clitóris
para tirá-los da sua miséria. Esfregando o pequeno botão, ele a sentiu começar
a tremer e se mexer.
Seus gritos ecoaram nas paredes de aço.
Quando sua cabeça caiu sobre seu ombro, ele puxou Jo para mais perto
do calor de seu corpo, correndo as mãos suavemente por suas costas. Cada
uma de suas ações foi planejada para aproximá-la de seu mundo. Criar uma
intimidade entre eles era a chave para fazê-la se apaixonar por ele e colocá-lo
na posição que ele precisava para atingir seus objetivos.
Soltando-a lentamente, Rider pegou o sutiã da mesa, colocando-o em
seu peito antes de prendê-lo agilmente nas costas sem ter que girá-la. Então ele
se abaixou, jogando o macacão para o lado e dando a Jo seu jeans e camiseta.
Timidamente, Jo vestiu-se, evitando seus olhos quando fechou o jeans e
colocou a camiseta.
— Eu tenho roupas no meu alforje. Vamos para sua casa e para o
chuveiro. Cash e Train trarão mais algumas motos em uma hora. Não quero
que eles pensem que matamos alguém e escondemos seu corpo.
Jo riu-se. — Deveríamos deixar o seu macacão, e você poderia se
esconder.
Ele sorriu. — Fazê-los pensar que você me matou quando eu apareci
esta manhã?
Abrindo a porta da garagem, ele começou a rir, jogando um braço ao
redor de seus ombros.
— Mulher, eu gosto do jeito que você pensa.
Caminhando em direção à casa, ele estava ciente de Moon e Diablo
observando-os da sala de segurança. Quando chegaram a sua casa, ele deixou
Jo entrar primeiro na sala de estar, segurando educadamente a porta aberta
para ela. Por trás dela, ele passou pela porta, levantando a mão em um
movimento de corte na sua garganta, dando o sinal para desligar a câmera.
— Não vou demorar— disse Jo, indo em direção ao banheiro.
— Eu tenho mais tinta em mim. Eu deveria ir primeiro.— Ele se moveu
em volta dela, batendo-a contra a porta.
Jo parou. — Você vai primeiro...
Rider serpenteou sua mão para pegar a dela enquanto abria a porta do
banheiro, puxando Jo para o minúsculo banheiro com ele.
— Não me importo de compartilhar.
— Eu prefiro esperar...
— Você tem certeza?— Ele tirou a camisa, colocando-a na borda
da banheira antiquada antes de remover suas botas. — A marca das minhas
mãos estão nas suas costas e bunda. Você não vai poder alcançá-las.
Sem vergonha, ele desabotoou o jeans. — Você marcou de tinta meus
ombros e costas; como eu vou alcançar?
Suas bochechas estavam vermelhas.
— Eu tenho certeza que você vai dar um jeito.
Rider entrou na banheira, alcançando a cortina.
— Você tem certeza?— Ele lentamente começou a fechar a cortina do
chuveiro. — E se eu me assustar? Esse banheiro parece o de Psicose.
— Não parece, não.
— É como se fosse. Estou com medo.— Ele a olhou do jeito que um
filhote faria.
— Pelo amor de Deus, eu poderia ter tomado banho e me vestido com o
tempo que você estava levando.
Frustrada, Jo começou a tirar suas roupas.
Não querendo que ela se sentisse autoconsciente, ele abriu a água,
deixando-a aquecer.
— Porra!
— O que está errado agora?
— A água é mais fria do que a teta de uma bruxa.
Jo entrou, fechando a cortina. — Demora um pouco para aquecer.
— Não brinca. Seria mais rápido voar para o Alasca, tomar banho e
voltar antes que sua água fique quente. Você precisa de um novo aquecedor de
água.
— Não, eu não preciso. Você esteve no exército; onde estão suas bolas?
— Elas encolheram para bolotas. Não poderei mais ter filhos.
As risadas de Jo o fizeram sorrir. Foi um que ele não precisava fingir
sentir. O riso dela iluminou uma parte de sua alma que ele não sentia há muito
tempo.
Dando um passo para trás na banheira, ele a moveu para frente saindo
do chuveiro frio.
— Diga-me quando estiver quente.— Pegando uma esponja de banho,
ele começou a lavar suas costas, vendo sua pele arrepiar.
— Idiota— ela resmungou.
— Uma coisa que eu aprendi no treinamento básico foi quando recuar e
deixar alguém levar a água fria.
— Você não aprendeu isso nas forças armadas.
— Não, mas eu aprendi o valor de um bom aquecedor de água, e baby,
o seu é uma merda.
34
Isso pode significar muitas coisas. Para algumas garotas, um brinquedo de garoto é alguém para quem eles se
aproveitam para fins sexuais. Na maioria dos casos, um brinquedo de garoto é alguém com quem fode ou gosta
de estar por perto.
35
Aríete é uma antiga máquina de guerra que foi largamente utilizado nas Idades Antiga e Média, para romper
muralhas ou portões de castelos, fortalezas e povoações fortificadas. Era constituído por um forte tronco de
freixo ou árvore de madeira resistente, com uma testa de ferro ou de bronze a que se dava em geral a forma da
cabeça de carneiro.
— Jo, você pode ficar na frente da fila comigo.— A pequena mão de
Lily que tocava seu braço a trouxe de volta a seus sentidos.
Gavin a soltou no toque de Lily, colocando-se entre ela e Jewell.
— Obrigada, Lily, mas eu prefiro esperar a minha vez na ordem em que
entrei. Talvez Jewell aceite sua generosa oferta?
Com toda a sala assistindo, Jewell começou a se mover em volta dela.
Jo não podia explicar a si mesma por que ela disse o que disse em
seguida, além de ter visto a dor que a mulher estava tentando esconder sendo
tão hostil com ela.
— Isso também não é fácil para mim.— Jo lançou um rápido olhar para
Rider, depois de volta para ela, dando-lhe um olhar de piedade.
— Não sinta pena de mim. Salve essa compaixão para você
mesma. Você vai precisar disso mais do que eu.
Jo virou-se para ver que a fila tinha avançado e todos perderam o
interesse quando não houve uma briga. Ela tentou fazer Gavin voltar para
frente dela. No entanto, ele apenas acenou para ela para seguir em frente e
entrou na fila atrás de Rider.
Sua dor de cabeça falsa tornou-se uma realidade quando a mulher na
frente dela lhe deu um sorriso amigável.
— Eu sou Ember. Apenas ignore Jewell. Você vai gostar dela quando
conhecê-la melhor.
— Tenho certeza de que vou— , pensou Jo, certa que não o faria. Ela
não disse isso à mulher bonita que tentou amenizar as palavras ásperas de
Jewell, no entanto.
— Normalmente não tem tantas pessoas aqui.— Pegando um prato e
colocando-o no balcão, Ember alcançou a ela antes de pegar um para si. — É
só porque é sexta-feira.— Jo gostou ainda mais da mulher quando ela lhe
dirigiu um olhar preocupado. — Você sabe que as sextas podem ficar
turbulentas aqui, certo?
— Rider me disse.— Jo assentiu, servindo-se de uma colher de purê de
batatas e depois de uma fatia de presunto coberto por um molho de dar água
na boca.
— Isso é bom. A primeira vez que Lily veio, foi um desastre. Embora,
tenha havido um engano - ela não tinha sido convidada.— Ember revirou os
olhos em direção a Lily, então rapidamente desviou-os quando Lily a pegou
olhando.
— Eu sou amiga de Lily— , disse Jo, deixando de lado a porção de
macarrão quando viu Rider pegar três fatias de presunto e três
pãezinhos. Gavin teria sorte de encontrar uma migalha depois de entrar na fila
trás de Rider.
— Você é?— Ember sussurrou. — Esqueça que eu mencionei a
primeira vez de Lily aqui. Nós não falamos sobre isto.
— Eu não vou— , Jo sussurrou de volta.
— Obrigada.— A mulher se afastou, atravessando um arco que levava
a outra parte da casa. Quando ela deu a volta no canto do balcão, Lily acenou
da mesa onde Beth e Razer também estavam sentados. Olhando para Rider, ele
assentiu com a cabeça para sua pergunta silenciosa.
Quando ela sentou onde Lily indicou, Rider colocou o prato ao lado
dela antes de se afastar, voltando em seguida com outra cadeira.
— Você pegou o suficiente para comer?— Jo provocou, vendo a
quantidade de comida em seu prato.
— Ainda não. Willa não colocou as sobremesas. Preciso de algo doce
com minha comida.
— Então experimente o presunto. Isso vai balançar o seu mundo.
Jo pegou outro pedaço do presunto quando Gavin veio de trás do
balcão depois de se servir.
Viper, que estava sentado do outro lado da mesa, começou a se
levantar.
— Sente-se aqui. Vou pegar outra cadeira.
— Não, vou sentar na sala de jantar.— Gavin caminhou em direção ao
arco enquanto Viper o encarava, sentando-se novamente.
Foi um momento desconfortável em que Jo não tinha ideia de como
preencher. Felizmente, Rider não teve o mesmo problema.
— Pegue seu prato, Jo. Nós vamos nos sentar com Gavin.
Jo levantou-se, pegando seu prato, enquanto Viper, Winter, Beth e Lily
faziam o mesmo. Os seis passaram pelo arco e entraram na sala de jantar que
tinha o dobro do espaço e estava cheia de mesas. Uma das quais em que Gavin
estava sentado sozinho.
Ela pegou o assento em frente a Gavin, que não estava feliz pela
invasão. O homem temível a fez vacilar quando o viu na fila, sentindo-se
aterrorizada por ele, mas ele a lembrou das vezes que comeu sozinha na
cafeteria da escola e se recusou a deixar alguém se sentar com ela. Era uma
forma de proteção para impedir que outros ficassem muito próximos.
Colocando o guardanapo em seu colo, ela sorriu para o rosto que a
encarava irritado.
— Você está forçando muito sua embreagem.
Sua carranca se transformou em um olhar confuso. — O quê?
— Eu disse que você está forçando muito sua embreagem. Acalme-se,
ou você mesmo terá que consertar sua motocicleta na próxima vez.
Capítulo 32
38
4:20 é um código de referência ao consumo de maconha (cannabis). O significado está relacionado com a
data 20 de abril, escolhida para celebrar o Dia da Erva ou Dia da Maconha. Também é comum ver escrito 4/20
ou 420.
39
Blaze it up (original) significa – acender um baseado, cigarro de marijuana.
— Eu vi você fumar maconha na noite em que eu estava nadando no
lago. Você pensou que eu fosse Rachel.
— Eu sabia que você não era Rachel. Vi sua bicicleta encostada à árvore.
— Então, você não estava tentando...? Você não estava tentando dar em
cima de Rachel?
— Não, eu estava tentando dar em cima de você. Os irmãos me
desafiaram a ver se eu conseguiria algo com você.
— Você falhou.
Rider a sentiu rir contra seu peito.
— Não brinca. Eu sabia que iria quando aceitei o desafio.
— Mas você tentou de qualquer maneira.
— Bluebonnet, um homem tem que fazer o que um homem precisa
fazer, ou ele não é homem.
Seu prazer despreocupado de provocações foi cortado quando ela
cravou suas unhas curtas na carne firme de seu peito.
— Então, você sabia que era eu?
Estremecendo, ele tentou remover suas garras quando elas afundaram
ainda mais.
— Eu acabei de dizer que sim.
— Se você sabia que era eu, então, onde está minha calcinha?
Capítulo 34
Jo olhou para o pano no chão que tinha fileiras após fileiras de peças de
motocicleta espalhadas sobre ele. Escolhendo as peças do motor que iria
trabalhar, ela as levou para a bancada.
— O que você está fazendo aqui?
Assustada, Jo virou-se para ver Rider entrar na garagem.
— O que você está fazendo acordado? Eu pensei que você ainda estaria
dormindo.— Ela o deixou dormindo em seu quarto. Ela acabou adormecendo
em seu colo na sala de segurança na noite anterior, com ele a cutucando para
acordar pela manhã. Depois que seu turno terminou, eles voltaram para sua
casa para dormir em seu quarto. Era apenas meio dia, então ela achou que ele
iria dormir muito mais.
— Por que você não trouxe seu laptop?
Ela franziu a testa para sua expressão irritada.
— Eu não achei que precisaria dele com você dormindo no quarto.
— Eu não ajudaria muito dormindo se Curt, Tanner ou Justin
aparecessem.
— Eu não precisaria de sua ajuda de qualquer maneira. Eu deixo minha
arma na garagem agora que não tenho que deixá-la no caminhão de reboque.
— Vou agendá-la para tirar uma licença de porte de arma oculta40.
— Não se preocupe. Não vou carregá-la. Essa coisa me dá calafrios.
40
Quarenta e dois estados normalmente requerem uma autorização emitida pelo estado para transportar armas
ocultas em público (licença CCW). Os oito restantes (Alasca, Arizona, Idaho, Kansas, Maine, Vermont, West
Virginia e Wyoming) geralmente permitem que indivíduos transportem armas ocultas em público sem
autorização.
Ela sentiu-o vindo por trás dela enquanto arrumava as peças do
motor. Então ela se recostou contra ele quando deslizou seus braços em torno
de sua cintura e esfregou sua bochecha áspera contra a dela.
— Volte a dormir. Eu vou acordá-lo antes que você tenha que ir
trabalhar.
— Eu não vou voltar a dormir. Quer alguma ajuda?
— Depende se você vai me atormentar pelo jeito que eu faço as coisas.
— Eu faço isso?— Dando-lhe um beijo persistente, ele se moveu para o
lado para olhar as peças espalhadas.
— Constantemente. Você não consegue evitar.
Ela gostava de trabalhar ao lado dele, de ter alguém com quem trocar
ideias, e especialmente quando ele a ajudava a procurar as peças que ela
precisava. Ela desejou que tivesse mais motocicletas no ferro velho para
trabalhar. Ela decidiu tirar um dia na próxima semana para passar pelo ferro
velho de Jamestown. Poderia ser divertido vasculhar outro quintal como o
dela.
— Você quer que eu faça o café da manhã?
— Não, eu comi cereais.
— Quais? Froot Loops ou Cap'n Crunch41?
—Cap'n Crunch. A caixa Froot Loops estava vazia.
Jo lhe deu um olhar de censura.
— Isso é porque você colocou de volta no armário em vez de jogá-la
fora.
— Eu? Estou invocando a quinta emenda42.
Jo revirou os olhos. — Não é justo que você pareça tão bem quando
come como um triturador de lixo.
— O que posso dizer? Genética.
— Sua família parece tão boa quanto você?
41
Dois tipos de cereais.
42
A Quinta Emenda da Constituição dos Estados Unidos garante que nenhum cidadão pode ser obrigado a
testemunhar contra si mesmo, em qualquer caso criminal. Mas não estabelece um direito absoluto de
permanecer em silêncio.
— Melhor.
— É claro que sim. A vida nunca é justa. Você consegue ver sua família
frequentemente?
— Com frequência o bastante. Devemos ir ao supermercado. Eu acabei
com o Cap'n Crunch.
Ela recebeu calmamente a mudança de assunto. Ele mantinha qualquer
discussão sobre sua família ao mínimo. Ela quase perguntou a Rachel várias
vezes se seus pais estavam vivos, e se estavam, onde moravam, mas depois
decidiu contra isso. Se ele quiser que ela saiba, ele dirá a ela.
Ela não falou sobre sua mãe. Não que houvesse muito que dizer. Elas
haviam se distanciado desde que seu novo casamento a fez ficar mais próxima
de seus enteados do que dela.
Duas horas depois, eles recuaram para observar o trabalho realizado.
— Você quer ligar o motor para ver se funciona?— Perguntou Rider,
limpando as mãos.
— Não, vou esperar até amanhã. Para quê estragar o resto do dia se não
o fizer? Eu vou fazer algo para o almoço. Estou faminta. Você vem?—
— Em um minuto. Quero verificar novamente e ter certeza de que não
perdemos nada.
— Você vai ver se funciona, não é?
Ele sorriu.
— Então eu vou deixá-lo com isso. Apenas não me diga se não
funcionar.
— Covarde.
— Não. Estou prestes a dizer a Cash que não pode ser
consertado. Estou mantendo viva a sua esperança por mais um dia.
— Tudo bem— disse ele. — Isso é um pouco louco, mas não direi nada
se não funcionar.
— Eu tenho que ser um pouco louca para te amar— disse ela,
aproximando-se para beijar sua bochecha. — Não demore muito. Vou fazer
bifes e batatas.
Ela girou, apressando-se para a porta aberta da garagem.
— Uau!— Ele gritou. — Você não pode dizer isso a um homem, e
depois sair correndo!
— Dizer o quê?— Assumindo uma expressão inocente, ela colocou a
cabeça para dentro da garagem, mantendo seu corpo escondido.
— Você acabou de dizer que me ama.
— Eu disse? Você quer o seu no ponto ou bem passado?
— Sim, e eu gosto mal passado.
— Legal— Ela se afastou, desta vez não parou quando o ouviu
amaldiçoar lá de dentro.
Depois de tomar um banho rápido, ela colocou os bifes na grelha e
verificou as batatas que colocara no microondas antes de se vestir. Ela estava
servindo os pratos quando Rider entrou na porta.
— Cheira bem— ele elogiou, indo para a pia lavar as mãos.
— Sim.— Ela olhou com orgulho para suas realizações. O bife e as
batatas pareciam perfeitos. Rider sentou-se com entusiasmo à mesa com ela.
Deslizando a manteiga para perto dele, ela observou seu rosto enquanto
ele cortava seu bife. Seus ombros caíram quando viu que ele estava tendo
problemas para cortá-lo.
— Eu posso ter ultrapassado o estágio bem passado.
— Bluebonnet, você explodiu esse estágio e foi para o estágio do carvão
novamente— , ele disse com olhos sorridentes.
— Eu sinto muito.
— Não se preocupe com isso; meus dentes precisam de exercício.
Ela jogou o guardanapo sobre ele. — Não está tão ruim...— Ela
interrompeu o que estava prestes a dizer quando viu que ele estava tendo um
problema para partir a batata.
— Você gosta de sua comida bem passada, com certeza.
Jo cobriu a boca com a mão. — Eu sinto muito mesmo.
— Não se preocupe. Não é nada que muito ketchup e manteiga não
melhore.
— Eu também tenho que adicionar isso à lista de compras.— Sentindo-
se miserável, ela se prometeu que ia aprender a cozinhar, ainda que tivesse
que comprar um fogão novo.
Ele ganhou outro pedaço de seu coração quando ele limpou o prato e
perguntou se havia mais.
Jo foi ao armário da cozinha, procurando no fundo. Ela tirou uma
pequena caixa de Cookie Crisp. Ele fez uma expressão decepcionada.
— É um dia triste quando sua Old Lady esconde seu cereal favorito.—
— É autopreservação para quando você me irrita— disse ela, pegando a
jarra de leite e uma tigela para ele.
— Quando eu te irrito?
— Quando você me chama de Old Lady e quando come o último de
Cap'n Crunch.
— Faço isso só porque eles são meus favoritos.
— Meritíssimo, não tenho mais nada a dizer.— Brincando, ela roubou
um dos biscoitos da caixa antes de dar a ele.
Rider comeu duas tigelas antes de bater no estômago. Pegando o
celular, olhou para ele.
— Isso deve me manter alimentado pela manhã. Eu preciso ir, ou Train
vai chutar minha bunda por estar atrasado novamente.
— Concordo. Ele não parecia feliz na noite passada.— Ela inclinou a
cadeira para a frente, roubando outro biscoito. Então ela se levantou para
colocar a caixa de volta no armário, mas Rider pegou seu braço antes que ela
pudesse se afastar da mesa.
— Você quer vir e me fazer companhia novamente esta noite?
Ela temia deixá-lo, embora fingisse indiferença. Ela não queria parecer
muito ansiosa para passar a noite com ele ao invés de assistir a outro filme
chato ou tentar ler um livro sobre o qual não tinha interesse.
— Você tem certeza?
— Eu tenho certeza.— Ele deu um sorriso terno que fez com que ela
devolvesse a caixa de cereais.
— Dê-me cinco minutos para me trocar.
Ele mergulhou a mão na caixa, tirando vários biscoitos. — Você não
precisa se trocar.
— Só levarei um segundo.— Entrando em seu quarto, ela trocou seu
suéter por uma camisa de flanela, então pegou um suéter mais confortável,
abotoando-o.
Rider levantou-se, rindo quando ela saiu do quarto.
— Quantas camadas você colocou?
— Algumas— ela respondeu determinada.
— Droga, mulher, você está tirando a diversão de passar a noite com
você.
— Esse é o plano.— Ela entrou na cozinha, pegando um sacola vazia da
gaveta para colocar sua pipoca favorita e o que restava do cereal. — Estou
pronta.
— Você não vai levar lanches para si mesma?
— Idiota, você terá sorte se eu compartilhar um grão de pipoca com
você e não pedir que você passe e pegue Mag. Ela continua me perguntando
quando você vai cumprir sua promessa.
— Você pode dizer a verdade a ela. Que o inferno congelará primeiro.
43
Raposa.
dançando no bar. O pensamento a fez aproximar a cadeira para observar
melhor.
— Eu continuo querendo te perguntar. Esse monitor está quebrado?—
Ela perdeu o início da resposta que ele lhe deu verificando se ele estava
ficando excitado com o que estava acontecendo na sala do clube.
— Sim, eu já encomendei um novo. Ainda não chegou.
— Oh, é uma das câmeras na minha casa?
— Sim, uma sem grande importância. Mostra apenas a lateral da
garagem.
— Isso é bom saber.
Maldição, ela não sabia se a protuberância no seu jeans estava do
tamanho normal ou não. Ela se prometeu verificar isso quando estivessem
assistindo um filme em sua casa.
— Você está olhando meu pau?
Corando, ela disfarçou rapidamente. — Não.
— Você estava.— Sua risada encheu a pequena sala.
Dando uma olhada suja por cima do ombro, ela admitiu: — Ok, eu
estava. Eu estava tentando ver se você estava ficando excitado assistindo
Ember e Mercury.
Ele rolou a cadeira para longe da mesa, recostou-se e estendeu os braços
para os lados.
— Venha descobrir.
Capítulo 35
44
Aço, e como se trata de um apelido que ela deu a ele, mantive no original.
Mudando seu peso de um pé para o outro, Jo observou quando Shade
se aproximou da entrada da garagem. Ela fez uma oração silenciosa por ter
pedido a Rider para usar o banheiro, agradecida por ter arrumado seus
cabelos.
Os olhos dela caíram sobre Rider, que estava observando os monitores,
enquanto ele caminhava para a sala de segurança.
— Jo, como você está esta noite?
— Tudo bem.
— Eu ia perguntar a Rider se ele precisava de alguma coisa, mas vejo
que ele está sendo bem cuidado.
Corando, ela levou um segundo para perceber que ele estava falando
sobre os lanches que Rider estava comendo com prazer.
— Obrigado de qualquer maneira— disse Rider, sem se virar. — Sente-
se. Se você tiver tempo, eu quero ter certeza de que esses sensores estão
funcionando.
Shade caminhou até a outra cadeira de computador. — Você tem
certeza que não quer se sentar? Posso ficar de pé.
Ela sentiu suas bochechas vermelhas sob o escrutínio de Shade.
— Não, obrigada. Estou cansada de ficar sentada. Estou apenas
tentando esticar minhas pernas.
— Você tem certeza?
— Positivo— . Seus dedos se curvaram por trás da cadeira de Rider,
tentados a beliscar a bunda dele na frente de Shade.
Ela ficou atenta enquato eles faziam uma série de testes antes que
ambos se dessem por satisfeitos com o funcionamento dos sensores.
— Você quer uma pipoca? Tem o bastante.
Shade balançou a cabeça. — Eu acabei de comer.
Os homens viraram para olhar a câmera direcionada para o
estacionamento. Um carro que Jo facilmente reconheceu entrou em alta
velocidade, então freou bruscamente. Lucky saiu de seu carro e, com passos
decididos, andou em direção à garagem. Quando a porta não abriu, ele
pressionou um botão, e então a voz irritada de Lucky encheu a sala de
segurança.
— Deixe-me entrar, Rider.
Rider apertou o botão que atrasava a entrada, que ele havia lhe
mostrado na noite passada.
— Então, você veio ver se eu precisava de algo, hein?— Rider deu a
Shade um olhar cético. — Por que Lucky está tão louco?
— Você não sabe?— A voz de Shade tornou-se suave.
— Isso foi há dois dias. Ele ainda está bravo?
— Ele está aí fora, não é?
Rider apertou o botão, deixando Lucky entrar.
Jo nunca tinha visto seu pastor tão irritado, a porta de metal tilintou
quando atingiu a parede quando ele abriu. Seus olhos voltaram para um
Lucky furioso.
Quando ela se moveu protetoramente para perto de Rider, Lucky se
acalmou. — Jo.
— Pastor.
Ao som feito por Shade, ela lhe deu um olhar de censura antes de olhar
para Lucky novamente.
— Você está acordado até essa hora com a missa tão cedo pela manhã—
comentou Jo.
— Eu estava prestes a ir para a cama quando não consegui encontrar
algo que Rider prometeu me devolver quando conversei com ele ontem.
— Eu esqueci.
Jo queria bater na parte de trás da cabeça dele por irritar Lucky ainda
mais.
— Você não esqueceu; você simplesmente não quer me devolver.
— Aquelas calças me custaram quatrocentos dólares. Compre uma para
você.
— Eu tinha uma até que você, acidentalmente, a lavou. Além disso,
você não deveria ter lavado minhas roupas.
— Eu estava tentando ajudar Willa.
— Você estava tentando conseguir com que ela lhe fizesse alguns
doces!— A voz de Lucky se transformou em gritos.
— Aquela calça era muito pequena para a sua bunda grande de
qualquer maneira. Compre outra.
Quanto mais irritado Lucky ficava, mais Rider se divertia. Ela não
entendia muito sobre homens, mas entendia o suficiente para saber que Rider
estava caminhando em gelo fino.
— Filho da puta, você me disse que me daria a sua ou me compraria
outra!—
— Eu mudei de ideia.
Jo gritou quando Lucky puxou Rider da cadeira, fazendo as rodas
rolarem. O braço de Shade surgiu do nada, tirando-a do caminho.
— Pare!— Gritando, ela tentou separá-los, mas Shade a puxou de volta,
sem se preocupar em sair da cadeira.
Lucky jogou Rider contra a porta metálica que se fechou após a sua
entrada tempestuosa, fazendo os monitores balançar sobre a mesa.
— Cuidado! Se qualquer um dos computadores quebrar, você está
pagando por eles!— Shade disparou.
Lucky prendeu Rider à porta com uma mão e apertou o botão com a
outra, fazendo Rider voar pela porta, longe de sua visão.
Jo tentou pegar um vislumbre de Rider para ver como ele estava, mas
não conseguiu, porque Lucky bloqueou sua visão quando saiu pela porta
depois dele. Ela podia escutar uma luta acalorada quando a porta se fechou
atrás deles.
— Você não vai detê-los?— Ela gritou, puxando o braço do seu
alcance. Ela abriu a porta para olhar, vendo Lucky e Rider rolando no chão,
golpeando um ao outro.
— Não. Eles vão parar quando estiverem cansados.
Sua voz calma fez Jo começar a sair pela porta para fazer isso sozinha.
— É melhor não quebrar nenhum desses tanques de vidro aí fora, ou
Cash vai matar vocês dois!— Gritou Shade, mantendo os olhos nos vários
monitores.
A boca dela caiu quando Shade enfiou a mão no saco de pipoca,
pegando um punhado. Colocando na boca, ele mastigou pensativo enquanto a
luta entre Rider e Lucky acontecia.
A meio passo da porta, o comentário de Shade de — Droga, isso é
muito bom— fez com que ela se virasse.
— Eles estão se matando, e você vai ficar aí sentado comendo pipoca?
— É a vez de Rider— disse ele, pegando outro punhado de pipoca.
— Vez de quê!
— A cada semana, os irmãos deixam Lucky liberar um pouco a tensão.
— Deixam?
— Ok, ajudamos Lucky a desestressar um pouco. É a vez de Rider. O
filho da puta quase quebrou o maxilar de Moon no mês passado. Era a minha
vez este mês, mas Rider me devia um favor.
— Você não pode estar falando sério? Rider poderia se machucar!
— Você vê algum sangue?
Jo virou-se para a luta. — Não.
— Então ele está bem. Sente-se. Eles vão parar quando estiverem
cansados.
Jo olhou para os dois homens. Lucky estava batendo no estômago e no
ombro de Rider como em um saco de pancadas, uma concentração feroz em
seus traços que ela nunca tinha visto no rosto de seu pastor antes. Rider estava
rindo de Lucky.
— Isso é tudo o que você tem, filho da puta? Willa bate mais forte do
que você.— Empurrando Lucky para longe dele, ele então reagiu, devolvendo
os socos.
Depois de assistir à louca interação entre os dois homens, ela voltou ao
ponto em que ela estava parada antes da chegada de Shade, verificando o
horário no relógio.
Shade tirou os olhos das telas para levantar uma sobrancelha quando
ela não sentou.
— Eu não estou cansada.— Corando, ela estremeceu quando ouviu
uma maldição vir da outra sala. — Quanto tempo geralmente duram as lutas?
— Depende do que o irmão fez para irritar Lucky. Rider estragou a
calça de couro de Lucky, então pode demorar um pouco.— Shade pegou o
saco de pipoca, segurando-o ao lado dele. — Quer um pouco?
— Obrigada.— Ela pegou um punhado, e eles observaram os
monitores até Rider retornar à sala de segurança.
Puxando a cadeira, ele levou a mão ao queixo, mexendo-o de um lado
para o outro experimentalmente.
— Você está bem?— Ela perguntou preocupada com o rosto
maltratado.
Rider deu-lhe um sorriso reconfortante, e deu a Shade um olhar
acusatório.
— O filho da puta tem treinado.
— Ele tem? Eu não sabia.
— Mentira, você conhece cada mau cheiro que exala pela sede do clube.
— Nem todos.— Ele lançou um olhar enquanto ela permanecia parada
ao lado da cadeira de Rider. — É melhor eu ir. Lily vai se perguntar por que
estou demorando tanto tempo.
— Bom.— Rider fez uma careta enquanto passava a mão pelas
costelas.
— Noite, Jo.
— Boa noite, Shade.
Shade saiu pela porta, mas antes que ela fechasse, ele colocou a cabeça
para dentro.
— Rider, me esqueci de mencionar, ela se moveu até à porta por três
minutos. Até mais tarde.
Corando furiosamente, ela olhou para a porta fechada.
— Cretino. Ela estava tão louca que poderia cuspir. Lily tinha sua
compaixão.
— Bem vinda ao meu mundo.
Capítulo 36
45
Myosotis, de nome comum miosótis, é um gênero de plantas pertencente à família Boraginaceae. Suas flores
são também habitualmente chamadas de não-me-esqueças.
mais para você.— Beijando as duas bochechas, o bebê gritou com satisfação
com a presença do seu pai.
John pulou da cadeira, correu até Shade batendo nas costas de seu pai
para chamar a atenção dele.
— Eu não quis dizer isso, papai. Você pode me beijar.
Shade embalou Clint em um braço e pegou John com o outro,
alternando beijos em cada um de seus filhos antes de entregar Clint a
Lily. Quando os meninos estavam acomodados, Shade abriu a porta para Lily.
— Não vamos demorar— , assegurou Lily a Jo.
— Não tenha pressa. Estou feliz em ajudar.— Jo olhou para o casal,
vendo a proximidade entre eles. — Lily, não tive a chance de responder a sua
pergunta. Eu não acho que você tenha nada com o que se preocupar. E sim, eu
acho que pode. Não consigo pensar em outra pessoa que mereça mais.—
Lily deu um rápido aceno comovido antes de sair. Shade lhe deu um
olhar perspicaz que a fez incapaz de afastar os olhos.
— Obrigado, Jo.
Não havia dúvida em sua mente de que Shade não a agradeceu por
ficar de babá, mas pelo que ela havia dito a Lily.
Depois que ele saiu, ela brincou com Clint até ele ficar cansado e
irritado. Colocando-o no berço, ela fez para Clint uma mamadeira de leite
materno deixado na geladeira. Então ela ajudou John a encontrar uma peça de
quebra-cabeça desaparecida.
Ela estava dando a mamadeira ao bebé quando Rider entrou na porta.
— Ei, John, como está?— Rider despenteou o cabelo do menino.
— Tio Rider, podemos andar de motocicleta?
— Seu pai não gostaria sem ele aqui. Vou levá-lo para dar uma volta no
estacionamento amanhã.
— Você pode me ajudar a terminar meu quebra-cabeça?
— Claro.— Piscando para Jo, ele sentou-se à mesa.
Jo embalou Clint, alisando os cabelos pretos que eram tão finos que
ficavam arrepiados, voltando ao normal quando ela afastava os dedos.
Ela podia entender o medo de Lily de que sua felicidade fosse
tirada. Ela sentia o mesmo medo em seu coração toda vez que olhava para
Rider. Sua boa aparência sempre atraía atenção feminina. Sua estrutura e
características faciais lhe permitiriam envelhecer com graça. Seu corpo
alimentaria as fantasias de qualquer mulher, e ela tinha tido relações sexuais o
suficiente para falar por experiência própria que ele dava tanto quanto recebia.
Ele encheu a vida solitária em que ela vivia com humor e a vivacidade
de um homem muito mais jovem, ao mesmo tempo em que lhe mostrava uma
nova perspectiva de suas necessidades emocionais. Era como se ele tivesse
passado as barreiras que ela usara para manter os homens afastados por anos.
Ela estava esperando por um homem especial e nem sequer sabia disso,
acreditando que morreria sozinha e não seria amada. Ela vagou
indefinidamente em um labirinto escuro até Rider entrar nesse labirinto criado
por ela mesma e guiá-la, apenas para descobrir que o impossível tinha
acontecido e ela tinha se apaixonado por ele.
A sucção de Clint parou, e ele estava dormindo, com a boca aberta, com
baba láctea saindo do canto da sua boca. Ela o colocou para arrotar com
delicadeza, esperando até ouvir o som inconfundível que estava esperando,
antes de colocá-lo em seu berço.
Sentada à mesa ao lado de Rider, ela observou enquanto ele e John
montavam o quebra-cabeça. Colocando a cadeira mais perto dele, ela colocou a
mão com carinho na sua coxa.
Rider deixou John encaixar a última peça no lugar. Terminado, o
garotinho procurou outra coisa para fazer. — Posso ir brincar com Noah e
Chance?
Rider pegou o celular dele — Deixe-me perguntar a Razer.
Ele entrelaçou seus dedos nos dela enquanto conversava com
Razer. Desligando, deu a John sua permissão. Jo se certificou de que John
estivesse bem agasalhado em seu casaco e chapéu antes que Rider o vigiasse
da varanda até Razer acenar avisando que ele o tinha.
— Os meninos são próximos, não são?
— Na cabeça deles, eles já são irmãos.— Rider pegou sua mão para
puxá-la para ele depois de fechar a porta. Enquanto ele lhe dava o beijo que
esperava desde que ele chegou lá, ela passou as mãos sobre seu peito até os
ombros quando ele abriu os lábios em um beijo exigente que fez suas unhas
cravarem na parte de trás da camisa. Ofegante, ela afastou os lábios, tentando
acalmar o tumulto de desejo que a fez querer estar em casa na cama.
— Feliz Dia dos Namorados.
— Você me desejou isso esta manhã antes de eu partir, e quando você
me levou o almoço na fábrica antes de vir para cá cuidar do bebê.
— Só por garantia.— Ela retomou o beijo quando um pequeno som do
berço os fez se afastar.
Rider foi até ao berço antes que ela pudesse recuperar a razão. O
coração de Jo saltou uma batida quando ele levantou o bebê para embalá-lo
em seu braço.
Balançando-o de um lado para o outro, Rider cantarolava para ele,
deixando o bebê acordar devagar. Pegando a manta no berço, ele foi até à
cadeira, esticando-a com habilidade sobre o colo para colocar o bebê se
contorcendo.
— Você é muito bom com bebês.
— Eu tive minha parcela justa bancando a babá. Foi um pesadelo
quando Noah e Chance nasceram. Eles já nasceram encrenqueiros. Eles nunca
acordavam ao mesmo tempo, e um acordava o outro. Acho que Beth ou Razer
não dormiram até que eles tivessem quatro anos. Estou feliz que Lily lhe pediu
para cuidar do bebê primeiro. Sasha está cuidando deles esta noite. Aqueles
dois diabinhos vão deixá-la louca.
— Eles são uns anjinhos na igreja— Jo contrariou sua afirmação sobre o
quão ruim eles eram.
— Isso é porque Razer os ensinou a respeitar a mão sagrada que
espanca suas bundas quando eles se comportam mal.
— Ele acredita em punição física? Pobres meninos!— Quando ela
tivesse filhos, ela nunca iria espancá-los ou deixar seu pai fazer isso.
— Pobres meninos? Eu lhe dou cinco minutos com esses meninos, e
você será amarrada a uma cadeira ou trancada em um armário.
— Vou acreditar na sua palavra sobre isso.
Rider olhou para ela com compaixão. — Você vai ser convocada para
cuidar deles mais cedo ou mais tarde. Que a força esteja com você.
Jo soltou uma gargalhada borbulhante. — Você está exagerando.
— No máximo, estou subestimando-os. Não se preocupe. Eu vou te
apoiar quando eles tentarem te incendiar.
— Isso é bom saber. Eu te apoiarei quando você precisar de mim.— Jo
se moveu para sentar no braço da poltrona onde ele estava. Inclinando-se
contra seu ombro, ela acariciou seu pescoço.
— Eu comprei um presente de Dia dos Namorados. Eu vou dar a você
quando chegarmos em casa.
— Eu também tenho um para você. Eu vou dar a você quando Lily e
Shade voltarem. Está no meu quarto.— Ela passou os dedos carinhosamente
pela sua nuca. — É perfume?
— Não.
— É maior do que um cesto de pão?
— Espere e verá.
— É do tamanho de um...
— Jo, espere e verá.
46
É um biscoito pequeno, tipicamente feito de amêndoas moídas (o ingrediente principal original), coco e / ou
outras nozes ou mesmo batata, com açúcar e às vezes aromas (por exemplo, mel, baunilha, especiarias),
corantes alimentares, cerejas glace, Atolamento e / ou um revestimento de chocolate. Algumas receitas exigem
leite condensado açucarado.
Quando Willa foi embora, todos a abraçaram, finalmente conseguindo
escapar quando Moon começou a discutir com F.A.M.E porque ele estava
pegando todos os cupcakes.
Dando uma mordida em seu cupcake, Jo estava caminhando dando a
volta no balcão quando Jewell se virou da geladeira. O pedaço de cupcake
trancou em sua garganta como chumbo. Jo não a viu entrar na sala.
Jewell não se vestia de vermelho como as outras mulheres. Em vez
disso, ela tinha optado pelo preto, vestindo um manto de seda que chegava ao
topo de suas coxas e uma faixa solta em sua cintura. A túnica estava
parcialmente aberta, mostrando as curvas de seus seios e suas partes privadas
depiladas, que não eram realmente privadas, quando qualquer pessoa perto
dela podia ver.
Jo olhou para a caixa que Willa lhe entregou para dar a Rider,
debatendo o que deveria fazer.
— Você pode levá-la para cima, se quiser. Ele vai querer agradecer a
Willa antes de partir. Se você não quiser, eu ficarei feliz em fazê-lo por você— ,
disse Jewell, tirando a tampa de uma garrafa de água.
— Willa já partiu.
— Ela provavelmente está na fábrica. Ela não partiria antes de levar
algo para Diablo e Trip. O que está no balcão desaparecerá antes deles
chegarem.
— Tudo bem. Então é melhor eu me apressar.
Jewell encolheu os ombros como se não se importasse com o que Jo iria
fazer.
Contornando a mesa, ela conseguiu sair pelas portas vaivém para a sala
do clube. Mantendo seus olhos baixos, ela tentou não olhar para o que os
membros estavam fazendo, grata quando subiu as escadas. Ela então se dirigiu
para o quarto que Rider tinha lhe mostrado algumas vezes quando ela ficou
com ele na sala de segurança e ele teve que trocar de roupa antes de partir com
ela.
Ao passar pelo banheiro, escutou a água correndo. Não querendo
assumir que era Rider e vendo que sua porta estava entreaberta, ela decidiu
verificar e ter certeza de que ele não estava lá. Além disso, se Rider estivesse
no chuveiro, ele não teria tempo suficiente para ver Willa antes que ela fosse
embora.
Ela deu um leve empurrão na porta, o que a abriu mais um pouco,
permitindo que ela visse ainda mais do quarto. O que ela viu a fez dar um
passo involuntário para frente. Sua ânsia de celebrar a noite caiu como um
balde de água fria, quando a realidade a atingiu com um golpe no rosto.
Rider não queria que ela subisse, porque estava preocupado que ela
abrisse seu presente.
Ele queria abrir os dele.
Capítulo 37
47
Um prêmio dado em eventos como feiras estaduais pelo cultivo da maior abóbora ou pelo o frango frito mais
saboroso, ou doces em geral.
— Deixe-me fazer isso.— Jo levantou-se, saíndo debaixo dele. — Eu
nunca esperei que você ficasse nervoso.
— Eu não estou nervoso. Estou excitado .
— Sério?— Ela deslizou o preservativo lubrificado sobre seu pau,
rolando para baixo. — Eu não percebi— , ela brincou quando se deitou,
envolvendo suas coxas em torno de seus quadris, abrindo-se para ele.
— Bluebonnet, se você não consegue ver o quão duro meu pau está,
você precisa de óculos.
— Duro...— Jo arrastou a língua sobre o lábio inferior, molhando. —
Eu vejo isso. Só estou esperando que você o use.— Jo estava melhorando em
seduzir.
Sentindo uma lasca de gelo cair do seu coração, ele disse a si mesmo
que se preocuparia em repará-la logo depois que ele a fodesse.
Deleitando-se quando seus dedos a encontraram molhada, ele acariciou
sua coxa com a outra mão antes de aumentar sua voz de comando. — Tire o
seu sutiã. Deixe-me ver esses seios premiados.
Ela arqueou a parte superior do corpo enquanto levava as mãos para
trás para abrir o fecho.
— Assim é muito melhor. Quando você perfurar os seus mamilos, eu
vou comprar pedras azuis para combinar com seus olhos— , ele habilmente
plantou a semente em sua mente.
— Não vou perfurar meus mamilos. Você pode me dar brincos, ou eu
mesma vou comprá-los.
— Não terá o mesmo efeito.
— Nem minhas orelhas são perfuradas. De maneira nenhuma farei isso
aos meus mamilos. Isso vai doer.
Rider beliscou levemente seu clitóris. — Você não parece ser do tipo
que permite que um pouco de dor a afaste do que quer fazer.— Liberando seu
clitóris, ele empurrou um dedo dentro de sua boceta, balançando para trás e
para frente para lubrificá-la.
— Você está certo... quando eu quero fazer alguma coisa.— Seus
quadris arquearam sob sua mão. — E eu também não quero tatuagens.
— Aly contou sobre as tatuagens, não é?— Rider sorriu para ela.
— Que as mulheres fazem tatuagens quando se tornam
membros? Sim. Não vou me tornar uma Last Rider, então...
Rider tirou o dedo tão rápido que um pequeno ‘oomph’ escapou de
Jo. Antes que ela pudesse se recompor, as mãos dele estavam em sua cintura,
virando-a e pressionando-a contra seu peito, ela de joelhos.
Com uma mão em seu peito, a outra em sua garganta, usando-a para
inclinar a cabeça em seu ombro, Rider disse: — Você vai se tornar uma Last
Rider porque você é a mulher de um Last Rider.— Sua voz passou
perigosamente baixa. — Você não quer foder para conseguir os votos, tudo
bem, porque eu não quero que você os consiga desse jeito de qualquer
maneira. Eu mato qualquer homem que tentar te tocar, e essa é uma maldita
promessa. Eu cuidarei dos votos, assim como eu cuidarei de tudo o que lhe
interessa. Porque você é minha. Você não quer uma tatuagem ou um mamilo
perfurado, também é bom. O que você não tem é o direito de decidir dizer não
para ser uma Last Rider, porque você é minha.
Ela não tinha simplesmente tirado uma lasca do seu coração ao afirmar
que não se tornaria uma Last Rider, ela tirou um grande pedaço e ele iria
recuperá-lo.
Rider sentiu seu aceno sob a mão dele.
Usando seu peito, ele empurrou Jo para o chão.
— Você sabe o que vou fazer agora?— Ele a provocou.
— O quê?— Perguntou Jo, trêmula.
— Eu vou te foder porque você é minha, não é?
— S-sim...— ela gemeu.
— Diga.
— Eu sou sua.
— Por quanto tempo?— Esta foi a pergunta que ele esperou com a
respiração suspensa que ela respondesse.
— Para todo o sempre.
— Você está certa disso.— Levantando-se, ele tirou a mão de sua
garganta, usando-a para empurrá-la implacavelmente para baixo antes de
dirigir seu pau em sua boceta com um só golpe.
— Muito forte?— Ele rosnou sedutoramente.
Controlando que ela ficaria na posição, ele apertou a bochecha de sua
bunda quando começou a fodê-la com grandes impulsos.
— Mais forte— , ela gemeu.
— Eu vou mostrar que você pode lidar com um pouco de dor, e você
vai ser uma boa garota e aceitar isto.
— Sim, senhor.
— Eu vou levar isso com calma esta noite, porque você foi inteligente o
suficiente para dizer o senhor .
— Obrigada.
— Você sabe o que dizer se não gostar do que estou fazendo?
— Sim, senhor. Vermelho. Exceto que eu realmente não quero ser
espancada.
— Então não faça nada para merecer. Isso é justo?
— Sim, senhor.
— Eu poderia fodê-la a cada hora do dia.— Espremendo sua bunda
com mais força, ele reivindicou sua posse sobre ela com rápidos golpes de seu
pau que fez Jo ofegar por ar toda vez que ele metia cada vez mais forte.
Ele diminuiu o aperto em sua bunda, vendo a impressão da sua mão
sobre ela. Ele teve que conter o desejo de tornar a marca mais brilhante e durar
mais tempo. Sua Bluebonnet não estava pronta para jogar os jogos que ele
gostava, e até ela estar, ele esperaria.
Rider passou a mão sobre sua bunda sedosa, separando habilmente as
nádegas enquanto movia seus dedos com delicadeza sobre seu orificio
anal. Ela quase pulou do seu pau com o movimento.
Movendo-se para baixo, ele rastreou o sulco antes de voltar para sua
nádega. Sua pequena flor estremeceu com sua ousadia, acalmando quando ele
começou a apertá-lo novamente. Rider praticamente lia sua mente, sabendo
que ela pensaria que, se ele estivesse apertando sua nádega, que ele não iria
explorar.
Jo não o conhecia, mas ela iria aprender, e assim que ela aprendesse, ele
avançaria com mais força. Ela perdeu sua timidez e estava empinando sua
bunda enquanto ele mergulhava em sua boceta.
— Você é tão apertada quanto um torno, me esmagando.— Inclinando-
se até que estivesse novamente apoiado sobre ela, ele agarrou um seio
atrevido, dando-lhe o mesmo tratamento que deu a sua bunda.
— Duro...— Jo gemeu.
— Não vai funcionar. Não estou pronto para gozar.
— Rider, por favor... eu quero gozar.
— Então goze. Eu não estou te impedindo.— Mordendo seu lugar
favorito na parte de trás da nuca, ele se enterrou nela, tornando impossível
para ela não encontrar o alívio pelo qual estava implorando.
Seus gemidos e as contrações em seu pau mostraram que ela havia
cedido e estava gozando.
Rider a montou através de seu clímax, e quando ela estava em queda,
ele encontrou um de seus mamilos e deu um pequeno aperto. A dor a fez
arquear contra o seu pau.
Ele controlava cada movimento dela, sem deixá-la cair na satisfação do
seu orgasmo, apenas construindo outro, mais satisfatório. Seus dedos se
agarraram ao tapete enquanto ele se movia para a frente e para trás, cada
impulso mais forte do que o último.
Ele sentiu seu segundo orgasmo em seu pau, ao mesmo tempo em que
seu grito encheu o quarto. Quando ele soltou seu mamilo, um terceiro
orgasmo a fez arranhar o tapete para escapar.
— Você quer usar sua palavra segura?
— Não.
— Você tem certeza?— Ele foi ao outro peito, procurando seu
mamilo. Torcendo, ele encontrou outro ritmo para arrancar outro orgasmo
dela.
— Sim!— Seus gritos cresceram em intensidade, mas ela parou de
tentar se afastar dos golpes que estava tomando.
— Você quer que eu goze?
— Deus, sim.
— O que você vai fazer para me ajudar com isso?— Gritou ele.
— O que você quer?— Rider quase se riu de sua pergunta preocupada.
— Na próxima vez que eu trabalhar na sala de segurança, você tem que
ficar nua por duas horas.
— Eu tenho que ficar de pé?— Ela respondeu mal-humorada.
— Não, você pode sentar.
— Eu posso fazer isso.
— Então...— Rider empurrou seus ombros para o chão enquanto
manteve sua bunda exatamente onde ele queria. — ... nós temos um acordo.
Ele teve muita sorte por ela ter concordado como fez. Se ela tivesse
demorado um pouco mais, ela teria seu desejo sem ter que concordar com
nada.
Gemendo, ele acelerou, balançando contra ela com força, frustrado com
ele mesmo por não durar mais tempo. Ele estava acostumado a maratonas
sexuais e tinha a intenção de usar sua moto para levá-la para casa. Agora ele
teria sorte de não ter que se arrastar para descer as escadas.
Seu orgasmo o atingiu como se uma bomba tivesse sido detonada
dentro dele, abalando seu coração mais do que o pretendido. Com Jo, ele tinha
que mostrar uma parte de si mesmo, ou ela não seria enganada. Ela era muito
carinhosa e de bom coração para não reconhecer que essas qualidades
faltavam nele. A espada de dois gumes se virou para ele, e ela cortou outro
pedaço do gelo de seu coração frio.
Afundando no chão, ele se esticou no tapete, tentando recuperar o
fôlego enquanto puxava Jo para descansar ao lado dele. Colocando um braço
atrás da cabeça, ele olhou fixamente para o teto enquanto ela se aconchegava
contra ele, colocando a cabeça na sua tatuagem. A lembrança do significado da
tatuagem e da promessa que ele fez para si mesmo zombou dos sentimentos
que Jo estava inocentemente despertando no coração que batia debaixo de sua
orelha.
— Droga.
Jo ergueu a bochecha, apoiando o queixo na mão que estava cobrindo
seu coração.
— O que há de errado?
— Nada. Deixa pra lá. Perdi algo, e não consigo encontrar.
— Oh.— Recostando-se novamente contra ele, ela colocou a cabeça no
seu peito. — Encontraremos mais tarde— disse ela, bocejando.
— Eu espero que sim.— Rider olhou para o teto. Ele não havia rezado
por tanto tempo que ele tinha esquecido como, mas ele quebrou essa estiagem
hoje à noite. — Deus, eu espero que sim.
Capítulo 38
48
As camisetas térmicas são projetadas para ajudá-lo a manter o calor em temperaturas frias. Feitas a partir de
misturas de algodão, nylon, spandex, poliéster, lã ou lã, camisetas térmicas são freqüentemente usadas por
esquiadores, caçadores, caminhantes e outros que participam de atividades ao ar livre em clima frio.
— Eu vou buscá- los...
— Apenas me diga onde eles estão?
— No armário do banheiro.
Ele passou por ela para ir até o banheiro. Pegando os lençóis, ele voltou,
soltando-os para levar seus presentes até à cômoda antes de arrumar a cama.
— Eu posso ajudar...
— Eu vou fazer isso. Não se mexa.
— O edredom está na secadora...
Indo buscar o edredom depois de colocar os lençóis, ele o espalhou
sobre a cama. Tirando suas roupas, colocou-as no cesto que estava perto da
porta do armário.
Enquanto isso, Jo permaneceu em silêncio enquanto ele se movia pelo
seu quarto, assistindo inquieta. Dirigindo-se até ao lado da cama, estendeu a
mão para ela.
— Venha aqui— ele ordenou com força.
Obedientemente, Jo andou vacilante até ele.
— Você quer saber o quanto gostei dos meus presentes?— Com
lágrimas nos olhos, Jo assentiu.
— Eu vou mostrar o quanto eu gostei deles.
Ele tirou sua roupa, uma peça de cada vez, colocando beijos em cada
curva que ele expôs. Seu cabelo caiu para frente quando ele baixou o jeans e
pressionou um beijo em seu monte. Os cachos macios fizeram cócegas no nariz
dele enquanto deslizava a língua para baixo para encontrar seu clitóris.
Levantando os olhos, ele observou sua reação para ver se ela estava
muito dolorida para foder. Quando seus quadris empurraram por mais, ele
levantou-se e empurrou-a de volta para o colchão. Seus lábios se curvaram em
um sorriso predatório quando ela saltou duas vezes. Então, Rider tirou seu
jeans depois de retirar seus tênis.
— Eu gostei tanto deles que você não vai poder trabalhar amanhã.
— Porque não?— Jo lambeu os lábios, olhando para ele com confiança.
— Porque este é o melhor Dia dos Namorados que eu já tive, e não
quero que ele termine.
49
Esfinge, Enigma e Mágico.
— Devem ser Cam e Driver. Vou até lá cumprimentá-los. Obrigado por
me avisar.
— Eu teria falado com eles se eu os tivesse visto no clube antes. Talvez
eu possa encontrá-los antes deles partirem.
— Não, a menos que você esteja indo esta noite. Eles não vão ficar
muito tempo.
— Da próxima vez, então. Tenha uma boa noite, Knox.
— Você também.— Knox fechou a porta e depois atravessou a rua para
entrar no restaurante.
No caminho para casa, Jo começou a pensar sobre quem o motociclista
mais velho estava falando. Ela sentiu compaixão pelo homem misterioso. Ele
teve que trabalhar sozinho para se infiltrar em campos inimigos sem nenhum
amigo a quem recorrer quando precisasse de ajuda. Ele provavelmente estava
morto e ninguém sabia disso.
A triste existência de um homem que ela nem conhecia a fez ignorar a
conversa privada.
Ela tinha acabado de chegar em casa quando Rider apareceu. Ela tinha
tirado a comida da sacola para manter aquecida no forno, colocando-a em uma
assadeira e envolvendo-a em papel alumínio. Enquanto ele tomava banho, ela
colocou a sopa dela no microondas. Então, ouvindo a água ser desligada, ela
tirou a comida do forno e colocou-a em um prato.
— Você parece cansado esta noite— ela comentou enquanto se
sentavam.
— Eu não dormi muito na noite passada.— Piscando para ela, pegou
seu sanduíche duplo e deu uma mordida, então prontamente cuspiu. — Esse
sanduíche está duro como uma pedra.— Ele tirou a fatia superior do pão,
batendo-o na mesa. — Vou ligar para Carly e pegar seu dinheiro de volta. Isso
não é comestível. Eu acho que quebrei um dente.— Ele se preocupou com
seus dentes perfeitos, procurando por sinais de danos.
Jo franziu a testa, contornando a mesa para afastar a mão dele,
querendo ver por si mesma se algum de seus dentes tinha quebrado.
— Estava bom quando eu coloquei no forno para mantê-lo quente.
Rider afastou sua mão da boca.
— Por quanto tempo ficou no forno?
Jo olhou para o relógio. — Trinta minutos, uma hora no máximo. Você
tomou um longo banho.
— A quantos graus você o manteve?
— Trezentos. Esse forno é temperamental. Eu queria ter certeza de que
ficasse quente.— Rider apenas olhou para ela.
Corando, ela empurrou a sopa pela mesa em direção a ele. — Você
pode ficar com a minha sopa.
— Isso não vai me encher. Vou preparar uma tigela de cereal...
Jo se moveu desconfortavelmente na cadeira.
— Eu estive tão ocupada comprando seus presentes para o Dia dos
Namorados que não consegui ir ao mercado antes de ir para a casa de Lily. Eu
sinto muito. Não queria arruinar sua comida. Eu vou correr até à cidade, ir ao
mercado e pegar algo para você no restaurante.
— Está tudo bem. Eu posso me virar com isso. Quando terminarmos de
comer, iremos ao mercado e compraremos os mantimentos.
Rider tirou o pão do sanduiche, olhando para o pão. — Onde está o
pão? Eu não posso...
— Estamos sem. — Miseravelmente, ela esperava que não fosse isso o
que ele estava procurando.
— Novo plano. Vou pedir uma pizza para ser entregue, então vamos ao
mercado.
— Eu gosto desse plano— ela concordou.
Rider jogou fora a refeição não comestível, depois pediu uma pizza.
Ela não conseguiu comer a sopa enquanto ele esperava sua comida.
— Por que Jewell está indo para Ohio?
Rider colocou o celular no balcão. — Como você sabe que ela está indo?
— Quando eu estava no restaurante, ouvi dois homens vestindo coletes
dos Last Rider conversando. Um deles mencionou o nome de Jewell e que a
acompanhariam para Ohio porque Viper estava com raiva dela.
— Você ouviu?
— Eu não queria, mas eu ouvi.— Ela estava com vergonha de si
mesma, mas não podia deixar de avaliar sua reação sobre a notícia de Jewell
indo embora.
— Eu vou ter que dizer a Viper que ele precisa falar com os irmãos para
não discutir o negócio do clube na frente de qualquer pessoa que possa estar
ouvindo.
Jo saltou da mesa, colocando a mão em seu peito enquanto pegava seu
telefone, segurando-o firmemente na mão. — Não faça isso.
Ele ergueu uma sobrancelha. — Por que não?
— Porque o mais jovem tem medo de Viper.
Ele colocou a mão na sua bochecha. — E como você sabe disso?
— Eu apenas percebi isso.— Ela agarrou sua camisa com mais
firmeza. — Prometa que você não dirá nada?— Ela implorou.
— Eu prometo.
— Obrigada.— Ela deu um suspiro de alívio.
— Você ouviu mais alguma coisa enquanto estava escutando?
— Não.— Ela não queria parecer pior, admitindo quanto tempo ela
ficou ouvindo, mesmo que estivesse curiosa em saber se ele ouviu as mesmas
histórias sobre Crux que o homem do restaurante.
— Eu vou deixar passar desta vez, mas os irmãos deveriam ter pensado
melhor antes de abrir a boca na frente de qualquer um.
— Eu não deveria ter ficado ouvido. Então, por que Jewell está indo
embora?
— Ao contrário desses irmãos, eu mantenho minha boca fechada sobre
os negócios do clube.
Ferida por sua resposta severa, Jo colocou o telefone no balcão,
voltando a sentar-se à mesa. Ela então ergueu o queixo quando se virou para
olhar para ele.
— Você disse que eu era sua mulher e, como sua mulher, eu era parte
dos Last Riders. Isso não me dá o direito de saber?
— Eu odeio discutir com o estômago vazio.
Ela estreitou os olhos para ele, lembrando que ela era a causa do seu
estômago vazio.
— Você está tentando mudar de assunto?
Jo notou surpresa, a centelha de emoção antes que ele voltasse a sentar,
colocando uma mão na dela.
— Foi uma decisão do clube enviar Jewell para Ohio. Se você quiser a
resposta para essa pergunta, você terá que perguntar a Viper.
— Você sabe que não vou fazer isso.— Ela puxou a mão dela debaixo
da dele entorpecida.
— Por que isso importa de qualquer maneira? Você não gosta de Jewell.
— Não me diga de quem eu gosto ou não gosto. Você não sabe. Eu não
sei. Não pude conhecê-la suficientemente bem para saber. Uma coisa que eu
sei é que, assistindo aquelas câmeras, ela é uma amiga de todos no clube, e
esses amigos vão sentir falta dela.
— Talvez eu não saiba se você gosta de Jewell, mas sei com certeza de
que ela não gosta de você.
— Eu sei disso, mas seus sentimentos sobre mim são baseados no
ciúme. Eu posso entender isso.
— Como você pode entender? Você disse que nunca foi ciumenta.
— Eu acho que nunca me importei o suficiente para sentir essas
emoções antes. Eu faço agora.— Ela olhou para ele diretamente. — Você não
vai sentir falta de Jewell?
Seu queixo caiu com a sua pergunta. — Você não quer que Jewell parta
porque você acha que vou sentir falta dela?
— Você não vai?
— Tudo bem, vou falar com Viper.
— Agora seria bom. Knox disse que a levariam hoje à noite.
— Jo, para uma mulher que não queria ser uma Last Rider, você sabe
tanto quanto eu.
— Eu sou uma aprendiz rápida.
— Eu vou ter que me lembrar disso.
Levantando, ela foi atender a porta. Ela pagou a pizza antes de levá-la à
mesa e colocá-la na frente de Rider.
— Você não quer?
— Não, obrigada. Meu estômago ainda está um pouco enjoado depois
da noite passada. Eu vou tomar minha sopa. Farei uma lista de compras
enquanto você come.— Indo buscar um lápis e um papel, ela falou para evitar
que seu estômago revirasse pelo cheiro. — Eu vi Knox quando estava saindo
do restaurante. Eu estava reclamando de quanto dinheiro gastamos comendo
fora, e ele sugeriu pedir ajuda a Rachel, Beth ou Lily para aprender a
cozinhar. Eu poderia pedir a Willa para me ensinar como fazer o doce que
você ama.
— Todas as mulheres tentaram fazê-lo. Geralmente não fica igual, ou
elas disseram que era mais fácil comprar da Willa. Ember fez com leite
evaporado50 uma vez, e saiu mais duro que as batatas fritas que eu joguei
fora.— Rider tornou-se tão animado que ele estava gesticulando com sua fatia
de pizza. — Jewell fez com purê de batatas. Eu não tive coragem de provar...
— Oh, isso me lembra. Você se esqueceu de fazer algo.— Deslizando
seu celular ao lado da caixa de pizza, ela disse: — Você esqueceu-se de ligar
para Viper.
— Eu vou fazer isso depois que comer.
— Faça isso agora. Sua comida vai cair melhor no seu estômago.
50
O leite evaporado, conhecido em alguns países como leite condensado não açucarado, é um produto lácteo
enlatado em prateleira com cerca de 60% da água removida do leite fresco. Difere do leite condensado
açucarado, que contém açúcares adicionados.
Levantando com sua fatia de pizza em uma mão e seu telefone na outra,
ele deu-lhe o olhar amuado que ele sempre dava às mulheres quando ele
queria as coisas do seu jeito.
O encarando com determinação, colocou as mãos nos quadris, para
fazê-lo ceder.
— É melhor que os doces sejam bons.
Para garantir que Jewell estivesse lá na próxima vez que ela fosse, ela
fez um acordo com Rider que ele não poderia recusar.
— Se você convencer Viper a deixá-la ficar, na próxima vez que eu
trabalhar na segurança com você, ficarei ao lado da sua cadeira por duas horas
usando a nova camisola que eu queria colocar na noite passada.
— É de flanela?
— Não.
Rider deu uma mordida na sua pizza enquanto pensava no acordo.
— E se eu não conseguir convencer Viper a deixar Jewell ficar?
— Então você tem que ficar ao lado da minha cadeira nu por duas
horas.
— OK…
Jo o deixou passar pela porta antes de esclarecer — De salto alto.
Capítulo 40
Ele estava certo. O Texas era o lugar mais bonito da terra. Não foi por
causa da linda casa que a deixou atordoada quando Rider dirigiu até à
garagem, nem pela visão que ela tinha enquanto estava sentada no alto
da cerca e poderia facilmente ver quilômetros à sua frente. Não, era ver Rider
cavalgando a toda velocidade, em pêlo, perseguindo um bezerro que havia se
afastado com sucesso de sua mãe.
— Corra, bebê, seja livre!— Jo gritou rindo atrás da criatura que fugia.
O homem que estava em uma velocidade constante movendo as vacas
para os currais lhe deu um olhar de censura.
— Desculpe.— Sorrindo, ela jogou o cabelo sobre o ombro enquanto
olhava extasiada para Rider que manobrava o bezerro de volta para sua mãe.
— Melhor sorte da próxima vez— Ela não pôde deixar de apreciar o
bebê berrando como se estivesse zangado com Rider por cortar sua diversão
bruscamente.
O cavalo cor de canela de Rider mudou de direção, virando-se para ela.
Jo levantou a mão para cobrir os olhos quando ele se aproximou. Com a
outra mão, agarrou a cerca para equilibrar-se, evitando cair para trás enquanto
o olhava.
Rider ergueu a mão para erguer a aba de seu Stetson. — Se divertindo?
— Sim, mas não tanto quanto você parece estar.— Jo fez beicinho,
acariciando o focinho do cavalo.
— Então você não deveria ter me convencido a levá-la para passear esta
manhã. Sua bunda dolorida deve estar me agradecendo.
— Odeio por termos que partir amanhã.
Os olhos de Rider ficaram distantes com o lembrete enquanto ele
apoiava o antebraço no chifre de sela.
— É lindo, não é?
— Sim. Você não se sente tentado a voltar e trabalhar com seu pai e
seus irmãos?
— Não— ele respondeu rapidamente. — Vamos. É hora do jantar.
Rider levantou-a da cerca, colocando-a na frente dele enquanto
apertava seus joelhos para colocar o cavalo em movimento.
— Eu gosto mais de andar com você em um cavalo do que em uma
motocicleta.
— Uma motocicleta não caga e não atrai moscas.— Ele pousou a palma
da mão na sua cintura, fazendo as borboletas voltarem ao seu estômago.
Durante as últimas duas semanas, ela viu um novo lado de Rider.
Quando ele a apresentou a seu pai e madrasta, ela queria fugir. Seu pai
tinha a mesma estatura que seu filho, mas era aí que as semelhanças
terminavam. Ben Stiles era um homem frio e distante, com quem Jo odiava
estar na mesma sala, quando ele decidia aparecer para as refeições familiares.
A madrasta de Rider era muito mais nova do que o marido, mais
próxima da idade de Rider que do seu marido. Ela parecia passar a maior
parte de seus dias com as amigas, fazendo compras, se as inúmeras sacolas
que ela trazia para casa a cada dia eram um indicativo.
Que Rider não era próximo de qualquer um deles, a feriu por
ele. Quando seus meio-irmãos estavam por perto, seu pai tentava manter as
aparências de uma família unida, mas os meninos continuavam olhando os
adultos, como se estivessem sentindo a tensão entre eles. Sua madrasta era o
oposto, lançando olhares furtivos a Rider quando ninguém prestava atenção,
tornando as coisas desconfortáveis toda vez que ela estava perto.
Felizmente, Rider e Jo passaram a maior parte das últimas duas
semanas no rancho. Ele havia mostrado a ela a extensão dos negócios que seu
pai possuía, da criação de cavalos quarto de milha para serem vendidos, ao
cultivo de cítricos que Rider explicou que havia sido responsável por
começar. Mas foram os quilômetros de relva que ela mais gostou de ver.
Rider se encaixava nesse ambiente como uma luva. A visão dele
montando um cavalo e a maneira como o cavalo seguia o menor movimento
de seu corpo flexível, a machucava ver que eles se encaixavam tão bem. Ele era
um cowboy nato, e ela não conseguia entender por que ele preferia Treepoint à
vida esperando por ele aqui.
— Posso te perguntar uma coisa?— Jo ergueu a cabeça do seu ombro,
usando a aba do chapéu para protegê-la do sol.
— Sim.— Ele apertou a mão em sua cintura.
— Porquê Treepoint? Você não sente falta disso?
— Todos os malditos dias.
— Então por que ficar em Treepoint?
— Você conheceu Ben. O que você acha?
— Eu acho que você e seu pai não se gostam.
— É uma relação de amor e ódio, uma onde nunca houve amor entre
nós. Ambos somos cães alfa que sempre lutaram pela maneira que deveríamos
administrar o rancho.
— Você mora na sede de um clube de machos alfas, e todos vocês são
próximos.
— Viper, eu e os irmãos, gostamos da vida que levamos no clube. Nós
vimos em primeira mão que, se você estiver contente fazendo apenas uma
coisa, então, na primeira catástrofe, isso pode acabar com você. Não nos
contentamos em colocar nossa fé em um único negócio. Mas, como uma
equipe, podemos dividir e conquistar.
— Estou feliz que você tenha encontrado amigos como eles. Eles se
tornaram sua família.
— É por isso que eu permaneço em Treepoint.— Rider virou seu cavalo
para que ele pudesse olhar para a beleza de sua herança.
Ela ergueu a cabeça para poder vê-lo melhor, uma bola apertada se
formando em sua garganta devido ao perfil deslumbrante de um homem que
mudava constantemente, assumindo as qualidades de cada ambiente em que
estava. Era como se ele entrasse em uma sala de espelhos, uma reflexão
diferente aparecendo quando ele parava na frente deles.
— Eu sinto muito.
Rider olhou para ela, suas linhas de riso enrugando.
— Pelo quê?
— Posso ver como seria difícil viver na mesma casa com Ben e sua
madrasta. Queria que você compartilhasse um relacionamento mais próximo
com eles. Você era próximo de sua mãe?
— Muito.— Sua voz falhou, mostrando um reflexo da dor que ele
sentiu ao perdê-la. — Ela morreu quando eu tinha dezesseis anos.— Ao
levantar os olhos, ele virou o cavalo para a frente novamente.
Durante o resto do passeio de volta à casa principal, ele descreveu sua
mãe. O nódulo em sua garganta cresceu pelo quanto Rider a amou e a forte
relação que tinham compartilhado.
No celeiro, ele desceu antes de pegá-la.
Ela enrugou o nariz para ele. — Precisamos de um banho.
— Vá em frente. Vejo você no jantar.
Jo deixou-o desensilhando seu cavalo, indo para o quarto que sua
madrasta tinha mostrado a ela no primeiro dia em que chegaram lá. Ele era
luxuosamente decorado e correspondia a quatro dos dela em Treepoint. Sua
madrasta esperava que Rider e ela compartilhassem, mas depois de lhe
mostrar o quarto, Rider tinha levado sua mala para o quarto do outro lado do
corredor.
Nas últimas duas semanas, Rider foi nada mais que um
cavalheiro. Além de pequenos toques quando ela cavalgava com ele, ele tinha
mantido sua distância, uma distância que estava começando a deixá-la
nervosa.
Quando eles estavam em Treepoint, ela nunca viu o homem que ele
estava se mostrando no Texas. Ele não andava com uma arrogância
confiante. No Texas, quando ele entrava em uma sala, ele a dominava,
suplantando intensamente seu pai e fazendo com que ele parecesse menor,
uma sombra de Rider, incapaz de competir com o autêntico. Até mesmo os
cowboys que lidavam com o gado e a terra mostravam um tratamento
diferenciado quando eles estavam juntos, olhando para ele quando queriam
confirmação de suas ordens em vez de perguntar ao seu pai.
Ainda assim, nada que ele mostrou a fez mudar sua opinião sobre ele,
até que o viu com seus meio-irmãos. Seu pai mostrou sua impaciência para
com eles quando imploravam para ajudar os cowboys na lida com o gado.
Rider, no entanto, concordava sem hesitar. Então ele os ensinava
pacientemente, mostrando como fazer o certo. Quando seu irmão mais novo
conseguiu laçar um bezerro, Rider tinha ido até ele para parabenizá-lo
enquanto seu pai havia retornado para casa.
Uma dor se instalou em seu peito ao imaginar Rider ensinando a seu
filho as habilidades que estava mostrando a seus irmãos. Ele seria um pai
atencioso, onde seus filhos nunca duvidariam de seu amor por eles. O tipo de
pai que outras crianças desejariam para si.
Tomando banho, ela decidiu que queria ficar linda para ele hoje à noite,
sendo a última noite juntos no rancho. Infelizmente, as roupas que ela trouxera
não estavam cooperando.
Tirando um vestido azul marinho do armário, ela desejou que fosse
mais chique, mas satisfeita por ele exibir suas curvas femininas. Escovando os
cabelos, ela calçou os sapatos de salto baixo que encontrou em seu armário em
casa. Ela tinha posto o vestido e os sapatos na mala por descargo de
consciência e estava feliz por o ter feito. Não se comparava às roupas feitas sob
medida da madrasta de Rider, mas ela não sentia vontade de tê-las também.
Jo desceu a escada para a sala de jantar. Ela sabia que era muito cedo,
mas queria passar mais tempo com seus meio-irmãos. Os garotos curiosos
sempre a faziam rir e diminuíam a atmosfera tensa entre os adultos. Eles já
estavam mostrando sinais da personalidade de Rider. Os três juntos tornaram
as noites divertidas quando resolveram assistir filmes juntos antes de irem
dormir.
A escada terminava em um vestíbulo e duas salas enormes de cada
lado. De um lado era a sala de estar, e do outro a sala de jantar. Sentindo o
cheiro da comida, ela voltou para o vestíbulo, seguindo pelo corredor e
passando pelo escritório do pai de Rider.
Enquanto ela passava, ouviu uma voz alta vindo do outro lado da
porta.
— A que horas você vai embora amanhã?
Jo queria abrir a porta pela maneira hostil que o pai estava falando com
Rider.
— Muito antes de você estar acordado.
— Bom.
— Ben, não seja assim. Ty, você é bem-vindo a qualquer momento...
— Cala a boca, Quinn. Precisamos falar sobre o pomar antes de você
partir. Você me enrolou por duas semanas. Eu disse que é um desperdício de
nossos homens. Eu quero...
— Faça o que você quiser. Depois de amanhã...— Jo pressionou o
ouvido na porta, ouvindo o estalido de papéis através da porta. — ... tudo será
seu.
O silêncio vindo da sala a fez franzir o cenho, desejando poder ver os
papéis que Rider deve ter dado ao pai.
— Já era a maldita hora. Sua mãe nunca deveria ter deixado isso para
você.
— Ela deixou porque era dela para deixar. Ela sabia que você destruiria
o rancho, mesmo antes de se casar com ela por ele. Foi por isso que ela o fez
assinar o acordo pré-nupcial antes de se casar com você. Ela te enganou, não
foi, velho? Você não conseguiu destruí-lo, não é?
— A estúp...
— Tenha cuidado... Eu vou matar você, e você não se beneficiará de um
centavo desse pedaço de papel que você está segurando em sua mão.
— Você sempre foi muito mole quando se tratava de sua mãe.
— Eu concordo com isso. Se eu não a amasse tanto, teria chutado seu
traseiro no dia em que eu fiz dezoito anos. Em vez disso, eu deixei você
ficar, até confiei em você para cuidar do rancho quando fui para a escola
preparatória. Claro, eu não imaginei que você teria um caso com minha esposa
enquanto estivesse fora.
— Ty, eu disse que não significava nada. Eu estava sozinha. Você me
deixou sozinha.
— Você foi aquela que me disse para seguir meus sonhos de entrar para
o exército. Mas seus sonhos eram maiores do que o nosso casamento. Eu
aposto que você cagou nas calças quando voltei para casa de licença para você
me dizer que queria o divórcio para se casar com meu pai e depois descobriu
que era eu quem possuía o rancho.
— Foi um erro do qual sempre me arrependi, Ty. Eu lidei mal com isso.
— Você pode dizer isso de novo. Vocês dois têm o que queriam agora, e
podem deixar o rancho ir pelo ralo juntos. Com os dividendos que você
conseguiu arrancar de mim quando nos divorciamos, se você se divorciar de
Ben, você deve ficar bem por alguns anos. Eu diria pela vida, mas da maneira
que você gosta de gastar dinheiro, ele não poderá mantê-lo à tona por tanto
tempo.
— Ela não vai se divorciar de mim.— A voz geralmente dura de Ben
tinha um tom de dúvida que Jo percebeu.
— Eu contrataria um guarda-costas se você for fazer isso. Não vi Reno
desde que eu estive aqui.
— Ele está de férias.
— Eu aposto. Ele tem sorte de que ninguém tenha se ferido com aquele
golpe que ele puxou em Kentucky.
— Eu não sei do que você está falando.
— Você tem sorte que Shade odeia o Texas, ou você estaria procurando
outro capataz. Pelo menos com esse papel em sua mão, é um alvo a menos nas
minhas costas. E você pode parar de invadir a igreja. O que você quer não está
lá. Aqui— Jo ouviu o ruído de papel sendo manuseado. — Eu fiz uma cópia
extra do meu testamento para poupar-lhe o trabalho. Se eu morrer, nenhum de
vocês nem meus irmãos verão um centavo. Estou deixando tudo para os Last
Riders, que administrarão os investimentos que fiz. Um conselho, Quinn, faça
um testamento no caso de um acidente infeliz acontecer com você. Deixe o
rancho completamente para Ben. Não deixe meu pai colocar um alvo nas
costas dos meninos.
— Ben não tocaria um fio de cabelo em suas cabeças.— A incerteza de
Quinn era fácil de detectar.
— Independentemente disso, você foi avisada. O que você fará com isso
está na sua própria consciência.— A advertência de Rider fez Jo estremecer do
outro lado da porta. — Se eu tiver que voltar ao Texas por qualquer coisa que
você tenha feito a esses meninos, todo o estado do Texas não será
suficientemente grande para te esconder, e os Last Riders virão comigo.
— Não me ameace com esses bandidos!
— Eles não são bandidos. Cada um deles tem uma medalha mostrando
sua bravura. Eles têm mais coragem e honra em uma célula de seus corpos do
que você tem em todo o seu. A única coisa boa sobre eu passar a propriedade
para você é que nunca mais vou ter que te ver novamente depois desta noite.
— Então tornarei isso melhor para você. Eu ficarei na cabana esta
noite.— Jo correu pelo corredor quando ouviu Ben arrastar a cadeira.
A empregada a encarou com curiosidade quando ela entrou correndo
na cozinha.
Jo enfiou o cabelo atrás de uma orelha. — Você se importa se eu
assistir? Eu prometo que não vou ficar no seu caminho desta vez.— Ela se
moveu em direção ao grande fogão, ouvindo alguém entrando assim que ela
estava cheirando a grande panela de chili.
— Você ainda está tentando roubar as receitas de Mary?— Rider
provocou.
— Eu prometi me comportar.— Ela disfarçadamente pegou o pão de
milho que estava sobre o fogão.
— Como isso está funcionando para você? Tem sido um inferno para
mim me comportar ao seu redor.— Ele sorriu, chegando sobre o ombro dela e
roubando uma fatia inteira confiantemente.
Ela levantou os olhos suplicantes para os seus provocantes, vendo a dor
à espreita em suas profundezas.
Ela se virou, pressionando a mão no seu peito. — Não. Nós podemos
sair esta noite se quiser.
Seu sorriso fingido desapareceu, e ele olhou para ela antes de apertar
sua bochecha no topo da cabeça dela.
— Você estava ouvindo, não estava?
Jo assentiu contra ele. — Eu o odeio.
— Sinto muito por ele. Ele vai destruir o rancho, e Quinn o vai deixar e
fugir quando ele fizer isso.
— Sua mãe queria que você o tivesse.
— Eu encontrei algo que me importa mais.
— Os Last Riders ou Treepoint?— Ela levantou a mão de Rider para
pegar um pedaço de seu pão de milho.
— Você.
51
Um herói é alguém admirado ou idealizado por coragem, conquistas notáveis ou qualidades nobres. Uma
pessoa corajosa que desafia o sistema, assim como Winston Smith, de 1984 fez.
Capítulo 45
Gabby serviu uma xícara de café assim que ela entrou. — Eu coloquei
um pouco de conhaque aí para você.
Jo sentou-se a mesa pequena enquanto Gabby lhe cortava uma fatia do
bolo escuro.
— Eu uso a mistura de bolo Devil’s Food 52para fazê-lo. É por isso que
Rider gosta tanto. Esse menino tem um pouco do diabo nele— , disse ela com
uma piscadela.
— Um pouco? Gabby, como tia de Rider, acho que você merece saber a
verdade.— Jo comeu um pedaço do bolo de chocolate, seus olhos quase
reviravam na sua cabeça. Era puro pecado em uma colher.
— Estou esperando.— Gabby sorriu com expressão orgulhosa.
— Desculpa. Isso é delicioso.— Ela comeu outro bocado. Quando seus
olhos voltaram do céu, demorou um segundo para lembrar o que ela estava
prestes a dizer. — Oh, lembrei.— Ela se inclinou para a frente de forma
conspiratória, sussurrando. — Ele pode ter sido um pequeno demônio quando
era mais novo, mas agora ele é um anjo disfarçado.
— Rider não é um anjo.— Gabby deu um tapa na mesa, rindo.
Jo comeu mais um pouco. — Eu posso provar. Não estou dizendo que
sua auréola não seja marcada, mas ainda está lá.
— Eu acreditarei nisso quando eu vir.
52
— Você verá.
Elas ainda estavam lá sentadas quando Rider saiu do quarto. Jo estava
em sua terceira xícara de café e sua segunda fatia de bolo.
Sentando-se à mesa, Jo deu-lhe uma colherada de seu bolo enquanto
Gabby lhe servia um prato e um copo de leite.
Jo fez cara feia para o leite. — Você está lhe dando leite em vez de
café? Aqui, você pode tomar um gole do meu. É o melhor que já tomei. Que
marca é?— Perguntou Jo, dando a Rider outra careta quando ele tomou outro
gole.
— Eu não sei qual é a marca do café, mas eu diria que tem cerca de 90%
de conhaque. Quantas xícaras você tomou?
— Duas.
— É a sua terceira xícara.
— Dedo duro.— Jo olhou para Gabby por cima da xícara de café.
— Eu gosto dela, Rider.— Gabby cortou-lhe outra fatia de bolo depois
que ele devorou a primeira.
— Estou apaixonado por ela.
— Não, ele não está.— Jo recostou-se na cadeira, fazendo beicinho.
Rider franziu a testa. — Sim, eu estou. Eu não mentiria para você sobre
algo tão sério quanto isso.
— Prove isso.
— Como você quer que eu faça isso? Diga-me, e eu farei. Você quer que
eu peça a Diamond para me ajudar com o divórcio? Eu peço.
— Não, você fez um juramento. Eu nunca esperei que você se casasse
comigo de qualquer maneira.
O cenho franzido de Rider se aprofundou. Jo passou o dedo pelas
linhas que marcavam sua testa.
— Como você quer que eu prove isso, então?
— Eu quero o bolo.— Jo tocou levemente o bolo extra que Gabby fez
para que Rider levasse para casa.
— Você quer meu bolo?
— Sim.— Jo pegou o último bocado de seu bolo antes de agitar sua
colher. — Eu quero o bolo.
— E isso vai provar o meu amor por você?
— Sim, isso vai provar.
Quando ele não respondeu imediatamente, foi sua vez de ficar
preocupada.
— Então?— Ela o induziu.
— Estou pensando. É um bolo muito bom.
Quando ele começou a rir de sua expressão, ela o golpeou com a colher
dela.
— É seu, Bluebonnet.
— Então eu também te amo.
Jo estava se divertindo tanto que não queria partir, mas quando ele
continuou a apressá-la, prometendo trazê-la de volta para uma visita, vacilante
ela colocou a mão sobre a mesa para se estabilizar.
Retomando o controle das pernas, ela pegou o bolo.
— Posso levá-lo para você— ofereceu Rider enquanto caminhavam até
à porta.
Jo se recusou e depois esperou pacientemente quando Rider abraçou
sua tia se despedindo. Carsen saiu do quarto de Delara para se despedir
também.
— Vá em frente e ligue o carro. Eu já vou— disse Jo a Rider, esperando
que ele fosse para o carro. Quando ele se foi, ela deu uma piscadela a
Gabby. — Eu disse que eu poderia provar que ele era um anjo. Qualquer um
que esteja disposto a dar este bolo merece suas asas.
Rindo, Jo caminhou até ao carro, certificando-se de colocar o bolo em
segurança no banco de trás antes de entrar na frente e colocar o cinto de
segurança. Sua cabeça bateu no encosto quando ele saiu da garagem.
— Jesus, qual é a pressa?
— Tenho uma surpresa para você.— Ele deu um sorriso que nunca
deixou de derreter sua calcinha.
— O que é?— Ela se virou em seu assento para encará-lo, ansiosa para
ouvir sobre sua surpresa. — É uma boa ou má surpresa?
— Uma boa— . Ele riu, entrando no jogo que ela gostava de fazer.
— É maior do que uma cesta de pão?
— Muito maior.
— Uau. Ok...— Jo bateu um dedo em seu queixo enquanto pensava. —
É o dobro do tamanho de uma cesta de pão ou menor do que um carro.
— Maior— Rider acelerou, entrando na interestadual.
No resto do caminho para casa, ele rebateu seus palpites, não revelando
nada. Quando finalmente chegaram a Treepoint, Jo estava praticamente
saltando em seu assento, ansiosa por chegar em casa para descobrir qual era a
sua surpresa. Com a diminuição da velocidade do carro quando eles se
aproximaram da sede dos Last Riders, ela olhou para ele.
— Você precisa entrar para pegar meu presente?
— Você tem que entrar. É muito grande para carregar.
Ela hesitou. — Não vai ser como o último presente que você me deu,
não é?— Perguntou Jo quando ela saiu.
— Não, Bluebonnet. Nada vai estragar a nossa noite.
Ela subiu cautelosamente os degraus. Ela realmente não queria que a
noite fosse arruinada.
Ela se sentiu um pouco menos nervosa quando Moon deu uma batida
forte na porta quando se aproximaram, pensando que ele estava sendo
atencioso com ela, dando a todos um tempo de parar o que estavam fazendo e
se vestirem. Assistir uma festa de sexta-feira em um dos monitores da sala de
segurança era uma coisa. A todo vapor era outra...
Quando Rider a deixou ir à frente, Jo entrou, praticamente protegendo
seus olhos. Foram os gritos de ‘Feliz aniversário!’ que afetaram suas emoções.
Balões foram amarrados à escada, e quando ela atravessou a multidão e
viu Mag, ela se desmanchou em lágrimas, correndo para a idosa. Ela caiu de
joelhos na frente dela.
— Você vai me fazer chorar pela maneira que está agindo!— Os
tapinhas ásperos de Mag em sua cabeça fizeram Jo levantar seus olhos
brilhantes para os dela.
— Eu senti sua falta— disse ela, limpando suas lágrimas,
autoconsciente de que todos olhavam para ela.
— Eu senti sua falta, jovem. Vá aproveitar a sua festa, e se tiver uma
chance, me roube uma dessas cervejas.
— Vou tentar— Jo prometeu.
Jo pegou a mão que Mick estendeu para ela, levantando-a do chão.
— Estou feliz por você estar de volta.— O abraço de urso que ele lhe
deu quase a fez chorar novamente. — Há um monte de Big Reds atrás do
bar. Não deixe Moon beber todos eles. Ele está bebendo desde que os trouxe.—
— Eu não vou.— Ela amava o grande homem. Ele a deixou chorar até
chegar ao hospital para ver Mag depois que ela tinha saído dos Last Riders.
Ele olhou por cima do ombro dela para Rider. — Espero que você a
trate melhor dessa vez— ele advertiu.
Jo recostou-se contra Rider. — Não se preocupe, ele aprendeu a lição.—
— Espero que sim. Caso contrário, vou lembrá-lo,— Mick disse quando
Mercury passou para assistir a um jogo na mesa de bilhar. Jo lhe lançou um
olhar de repreensão. — Vá abrir seus presentes, Jo. Estou a fim de uma boa
partida de bilhar.
— Trip é um tubarão no bilhar— Jo sussurrou quando ele começou a se
afastar.
— Bem, esse será um jogo interessante. Eu também sou.
Jo passou a hora seguinte conversando com todos na sala até que Rider
a arrastou para o sofá onde Lily e Shade estavam sentados, cansado de segui-la
pela sala. Movendo-se para o lado, ele abriu espaço para ela sentar-se ao lado
dele.
— Aproveitou sua viagem?— Lily perguntou depois que ela se
instalou confortavelmente ao lado de Rider.
Com o braço sobre seus ombros Rider a cutucou. Jo virou a cabeça lhe
dando um olhar curioso, vendo o aviso em seus olhos. Não entendendo sobre
o que ele a estava alertando, ela foi evasiva quando Lily a questionou.
— Shade disse que você fez uma pequena viagem, mas ele não disse
para onde.
A mão de Rider apertou seus ombros novamente. Ela não queria
colocar Rider em problemas, mas também não queria mentir para Lily.
— Fomos a vários estados.— Tecnicamente, tinhamos sobrevoado
vários estados, ela acalmou sua consciência.
— Você foi para o oeste? Eu implorei a Shade para me levar, mas ele
não quer.
— Por que não?— Joe olhou Rider pelo canto do olho.
— Eu tinha uma coisa para cowboys quando eu era mais jovem. Eu
continuo dizendo que ele está sendo ridículo, mas ele continua planejando
férias em qualquer lugar, menos no oeste do Estado.
— Você acha os cowboys atraentes?— Jo não podia deixar de provocar
o diabo cuja esposa estava sentada entre eles.
Os olhos de Shade se estreitaram em sua expressão inocente.
— Eu costumava achar, mas não mais.— Lily lançou um rápido olhar a
seu marido.
— Eu não culpo você. Também acho cowboys atraentes. Há um velho
ditado de que o cavalo de um cowboy reflete sua alma.
Jo teve que morder o lábio quando Lily parecia que estava prestes a
desmaiar.
Jo se aconchegou a Rider. Ele se inclinou para acariciar seu pescoço,
sussurrando: — Você está brincando com fogo— antes de mordiscar sua
orelha.
A mão dela foi até sua coxa. — Não será a primeira vez.
— Você disse alguma coisa, Jo?— Perguntou Lily.
Jo limpou a garganta. — Eu só estava perguntando a Rider se ele me
levará para o oeste da próxima vez que viajarmos. Eu posso imaginar ele em
um cavalo puro sangue com um Stetson. Você não pode, Lily?
Sua amiga balançou a cabeça, rindo. — Ele iria cair.
Rider endureceu ao lado dela. — Eu não iria cair.
— Você cairia. Além disso, um cowboy precisa ser capaz de jogar uma
corda para laçar os desgarrados. Se você tentasse, você se amarraria.
— Eu quero que você saiba...
— Rider, você se importa em buscar um pedaço de bolo e uma das
minhas bebidas?— Jo apressou-se a distrair o homem da discusão crescente
que ela havia provocado.
A expressão de Shade tornou-se mortal. O orgulho ferido de Rider iria
colocá-lo em um mundo de dor se ele não tivesse cuidado.
— Você pode buscar também? Apenas a bebida.— Lily se moveu para
o lado para deixar seu marido levantar. Shade hesitou, não querendo deixar
sua esposa sozinha com ela.
— Como estão John e Clint?
— Eles estão crescendo mais a cada dia.— Lily tirou o celular e
começou a mostrar as fotos de seus dois filhos.
Quando os homens saíram, Lily deu uma rápida olhada para Shade e
Rider antes de se voltar para ela.
— Rápido, conte-me antes deles voltarem. Como ele fica sobre um
cavalo?—
Jo olhou boquiaberta para ela. — Você sabe?
— Killyama me contou. Ela odeia quando os homens tentam nos
enganar. Então, ele fica bem?
— Lily, ele fica magnífico.
— Para o nosso próximo aniversário, vou fazer Shade tomar aulas de
equitação.— Lily virou-se para dar uma olhada rápida nos homens. — Eu
quero te contar uma coisa, mas não quero que você fique brava com
Rider. Você promete?
— Não vou ficar brava com ele esta noite. Além disso, estarei muito
cheia para me importar. Eu perdi a conta de quantas fatias de bolo eu comi.
Lily se inclinou e começou a sussurrar para Jo, que teve que controlar
sua reação ao que Lily dizia. Ela queria pegar o que restava do bolo e jogá-lo
em Rider.
— Você tem certeza?
— Positivo.
— Nós, meninas, temos que ficar unidas, não é?— Ela manteve os
olhos em Rider enquanto ele ia da mesa para o bar, onde Shade ainda estava
esperando pela bebida de Lily.
— Sim, é por isso que eu falei sobre a câmera.— Lily assentiu.
— Quem está trabalhando na segurança esta noite? Você sabe?
— Train e Diablo. O que você está planejando fazer? Se Shade
descobrir, terei problemas.
— Eu tenho que contar a Shade, ou o meu plano não funcionará. Mas
eu farei isso com a condição de que, se ele fizer o que eu quero, não vou lhe
dizer que Rider é um cowboy.
Lily começou a torcer as mãos.
Não querendo chatear a mulher, ela descartou o plano.
— Deixa pra lá. Encontrarei outra maneira de lhe dar o troco.
— Não. Eu só estava pensando. Eu mudei de ideia. Você pode dizer a
Shade que eu te contei.
— Você tem certeza? Você não terá problemas?— Ela queria saber por
que, mas ela não teve tempo de perguntar, já que os homens estavam
voltando.
— Estou ansiosa por isso.
Jo desculpou-se depois que se forçou a comer o bolo, dizendo a Rider
que queria passar algum tempo com Mag. Rider não se opôs, preferindo ficar e
conversar com Shade e Lily em vez de lidar com a idosa.
Jo encontrou um assento no sofá onde Cash e Rachel estavam sentados
com Mag. Ela tentou se concentrar na conversa, esperando o momento certo. A
oportunidade surgiu quando Shade foi ao bar pegar uma cerveja.
— Vou buscar aquela bebida para você, Mag. Eu volto já.
Jo foi ao bar, atravessando a multidão para chegar ao lado de Shade.
— Eu quero um favor— ela exigiu.
— Normalmente, quando você quer um favor, você pede.— Ele olhou
para ela com seus traços ásperos e impassíveis.
Jo reuniu cada grama de coragem que possuía.
— Se você não fizer o que eu quero, vou mostrar a Lily as fotos de Rider
que eu tirei no Texas.
— O que você quer?
Capítulo 47
53
Alvejante.
54
Antiácido.
centro. Ele mal conseguiu se concentrar nas outras telas, aliviado quando ela
ligou a televisão.
Ele estava se agarrando a qualquer distração para evitar se concentrar
nela escovando os cabelos. Cada movimento da escova fez seu pau pulsar em
seu jeans. Ele estava se criticando por não fodê-la na noite anterior.
— Essa é a última vez que sou um cavalheiro.— Ele se forçou a não
olhar para a tela dela durante dois minutos antes que seus olhos voltassem, e o
que ele viu o fez pegar seu telefone.
— Olá?
A voz sedutora de Jo o fez tentar encontrar a dele.
— Olá?— Ela disse novamente.
— Eu só queria me certificar de que você chegou a casa.
— Claro. Cash é um motorista cauteloso.
A maneira como Jo disse o nome de Cash saiu como uma carícia. O
irmão tinha flertado com sua Old Lady a caminho de casa? Com Mag e Rachel
no carro? No fundo, muito no fundo, Rider sabia que Cash não tinha, mas foi
essa hesitação que o fez lançar olhares rápidos para os outros monitores antes
de voltar para o de Jo.
— O que você está fazendo?— Ele conseguiu grunhir as palavras.
Ela estava acariciando uma de suas coxas. Chegando ao topo, ela
deslizou a mão pela cintura enquanto a outra mão segurava o telefone na sua
orelha. Levando a mão para trás, Jo pegou uma almofada, colocando-a no
braço do sofá antes de deitar para poder assistir a televisão.
— É uma pena que você não possa estar aqui. Estou assistindo Smokey.
Rider apertou os olhos na tela do computador. Sua Old Lady não estava
assistindo Burt Reynolds. Onde diabos ela encontrou esse filme?
Na parte da manhã, antes de acordá-la, ele com certeza descobriria, se
não arrancasse o cabo da parede antes. Sua Old Lady não precisava assistir um
perdedor foder uma mulher sem que ele estivesse lá. Como ela não via que ele
seria melhor?
— Acredite em mim, eu quero estar aí. Você não tem ideia.
Frustrado, ele foi até ao lixo, memorizando os monitores antes de
despejar o bolo na lixeira. Voltando, ele olhou para a tela de Jo. Sua mão estava
escorregando sob a renda preta em seu peito.
— Dê-me isso— ela ronronou, observando o ator foder a mulher na
televisão.
— O que você disse?— Ele rosnou.
— Eu disse, me dê uma ideia. Você está se sentindo bem esta noite?—
— Estou bem. Foi um longo dia.— Mais como longas três semanas de
merda. Se algum dos irmãos soubesse que ele se absteve de sexo por tanto
tempo, eles o expulsariam do clube.
— Sim.— Focando na tela, ele observou o que estava acontecendo na
televisão, quando um movimento do sofá atraiu seus olhos para ela. Ela estava
jogando uma perna bem torneada sobre a parte de trás das almofadas.
— Rider, você está aí? Você está bem?
Com uma voz rouca, ele a lembrou: — Você já fez essa pergunta.
— Eu esqueci. Eu deveria ir para a cama.— Jo afastou a mão do peito
para deslizá-la sob suas calcinhas de renda preta.
— Você não se atreva.— Levando-se, ele tentou se concentrar nas telas
e falhou... Miseravelmente.
— Por que não? Estou cansada.
Ela não estava cansada! Ela estava ficando excitada assistindo outro
homem foder outra mulher do jeito que ele deveria fodê-la, mas ficou com
medo de assustá-la.
— Eu preciso que você fique acordada. Eu preciso fazer uma ligação. Eu
vou colocá-la em espera.— Ao mover seu celular, ele viu que ela havia
encerrado a chamada.
Seu polegar foi para o número que ele queria. A voz divertida de Shade
respondeu imediatamente.
— Você tem cinco minutos para chegar aqui, ou a sala de segurança
será deixada sem vigilância.
— Você não pode sair.
— Observe-me.— Rider empurrou o telefone no bolso.
Ele queria chamar Jo e dizer-lhe que iria espancá-la quando chegasse lá
se ela não parasse, mas quanto mais ele assistisse, mais irritado ficaria.
— Oh... Bluebonnet, você vai conseguir isso quando eu chegar aí.—
Rider pressionou o botão, deixando Shade e Lily entrar, ao mesmo tempo em
que desligou a tela que mostrava Jo se tocando.
— Você não pode simplesmente sair— disse Shade, deixando Lily
entrar primeiro na sala, segurando a porta aberta para ela. Rider esperou
impaciente até que ela estivesse na sala, e depois saiu correndo antes que
Shade pudesse entrar, dizendo: — Estou doente. Tenho que ir.
Shade caminhou até a mesa, pressionando o botão para deixar Rider
sair da garagem.
— Ele está com muita pressa— ele comentou, sem esperar uma
resposta. Ele ficou de pé na mesa, familiarizando-se com a localização de
todos, não vendo movimento do lado de fora, além de Rider correndo para
chegar a Jo.
Shade olhou para a bagunça que ficou para ele lidar. — Eu odeio
quando ele não limpa antes de sair.— Shade jogou os restos da orgia
alimentar de Rider. Então ele ligou o aquecedor antes de sentar na cadeira
voltada para os computadores.
— Tire seu casaco— , ele ordenou, sem olhar para trás para se certificar
de que sua esposa estava obedecendo.
— Shade...
— Lily...— ele zombou, ouvindo-a tirar o casaco.
Girando em sua cadeira, ele observou sua bunda enquanto pendurava o
casaco, em seguida, ela voltou para o lado dele.
— Sente-se.— Shade manteve as mãos no braço da cadeira quando Lily
subiu em seu colo. Então ele começou seu interrogatório.
— Há quanto tempo você sabe que Rider é do Texas?
— Duas semanas.
— Quem te contou?
Lily cruzou os braços sobre os seios nus em rebeldia.
— Quem te contou?— Ele levantou a mão para o peito de sua esposa,
pegando um mamilo entre as pontas dos dedos. Ele não teve que pressionar
antes que sua adorável esposa cedesse com um gemido.
— Killyama.
Shade enviou um texto a Train, sobre como estava desapontado com o
fato de Killyama ter revelado um fato que ele não queria que sua esposa
soubesse. Satisfeito de que o irmão sabia exatamente como ele estava
desapontado, ele voltou para os monitores, ignorando sua esposa que tremia
sentada em seu colo, e ao mesmo tempo prolongando o suspense do que ele
iria fazer, enquanto mantinha o controle do horário no relógio.
— Jo lhe mostrou suas fotos?
— Não.
— Você sabe quando você vai ver essas fotos?
— Não. Eu ia passar na casa dela...
— Você nunca vai ver as fotos de Jo, minha querida esposa...
nunca. Você entendeu o que eu disse?
— Sim, senhor.— Lily estremeceu ainda mais contra ele.
— Bom.— Seus olhos voltaram para o relógio novamente.
— Estou com vontade de assistir um pouco de televisão. E você vai
assistir comigo.— Shade pressionou um botão, ligando a tela que Rider tinha
desligado antes de sair.
Sorrindo, ele apertou seu mamilo. Ele adorava quando a arte imitava a
vida. Antes de terminar com sua esposa, ela também apreciaria.
Jo tirou a mão de dentro de sua calcinha ao som da moto lá
fora. Usando os cotovelos, ela se ergueu no sofá, escutando, temendo a visita
noturna que ela não esperava.
Ao som da chave girando na fechadura, ela sentou, quase caindo com o
movimento rápido.
Olhando fixamente enquanto a porta abria, fez passar por sua mente,
uma infinidade de filmes de terror que ela já havia assistido. Seus lábios se
separaram, preparando-se para dar um grito horripilante.
Saltando, ela estava prestes a correr para o quarto dela, mas Jo só
chegou ao braço do sofá antes que Rider entrasse e fechasse a porta atrás dele.
— O que você está fazendo aqui? Você me assustou até à morte!
Pegando uma almofada, jogou-a sobre ele. — Você é um idiota! Por que você
não ligou?
Rider pegou a almofada, avançando pela sala e deixando-a cair no sofá
enquanto tirava o casaco.
— Eu não queria acordá-la se você estivesse dormindo.
Jo observou com cautela enquanto ele sentava na cadeira para tirar as
botas.
— Você não deveria sair...
— Eu liguei para Shade.— Rider tirou a camiseta, jogando na parte de
trás da cadeira. — Isso não parece Smokey.
Os olhos de Jo rastrearam a tatuagem nas costas largas. Tremendo no
babydoll de renda preta, ela começou a se arrepender de seu plano. Ela havia
superestimado sua coragem e sua raiva quando confrontada com o homem
sexy a poucos metros de distância.
Mentalmente se sacudindo para controlar sua libido, ela geriu um
sorriso sereno.
— Eu estava entediada. Eu queria algo um pouco mais estimulante.
— Você está entediada agora?— Rider começou a caminhar em sua
direção.
Jo se moveu atrás do sofá, mantendo-o entre eles. — Não posso dizer
que esteja.
Ele estava olhando para ela do mesmo modo que só o via olhar para o
doce de Willa.
— Sente-se. Podemos assistir a seu filme juntos.
— Eu não estou mais com vontade.— Ela se afastou para o lado do sofá
quando Rider se moveu em direção ao braço oposto.
— Por que não? Você não pode brincar com você mesma
assistindo Smokey?— Ele provocou com um olhar cheio de luxúria.
— Como você sabe o que eu estava fazendo?— Ela retrucou. Sentindo-
se encorajada pela distância que os separava, ergueu os seios, agitando-os. —
Você viu alguma coisa que gostou, Peeping Tom55?
Quando Rider começou a contornar o sofá, ela o acompanhou passo a
passo.
— Eu vi muita coisa que gostei— ele instigou, parando quando eles
estavam mais uma vez em lados opostos dos braços do sofá.
— Eu quero a câmera fora!— Ela apontou na direção em que Lily disse
que estava escondida.
— Como você descobriu?
Ela estava debatendo se teria tempo suficiente para chegar ao seu
quarto antes dele pegá-la quando sua pergunta a fez girar para olhar para ele.
— Não importa. Está ali. E eu a quero fora.
— Não.
Ela franziu o cenho por sua firme recusa. — Por que não?
55
Peeping Tom é um thriller psicológico britânico de 1960 e filme de terror dirigido por Michael Powell, escrito
por Leo Marks, e estrelado por Carl Boehm, Anna Massey e Moira Shearer. O filme gira em torno de um
assassino em série que assassina mulheres ao usar uma câmera de filme portátil para registrar suas expressões
de terror moribundas.
— Essa fodida câmera salvou sua vida e das outras mulheres. E porque
você é uma péssima cozinheira. Você sabe quantas vezes eu quase tive que
chamar o corpo de bombeiros quando você estava cozinhando?
— Não.
— Muitas. Foi por isso que comprei o extintor para deixar sob o balcão.
— Tudo bem.— Ela balançou a mão distraidamente, aceitando essa
desculpa. — Mas a câmera não salvou nossas vidas naquela noite, você
fez. Lily me contou que você disse a Gavin, Shade e Jewell como entrar no
quarto do meu pai pela passagem por trás do seu armário que uma vez
conduziu ao porão. Como você sabia que estava lá de qualquer maneira?
— Eu encontrei quando mandei instalar a nova caldeira quando você
estava nocauteada pela gripe. Se você não fosse tão covarde sobre ir lá, você
saberia também.
— Você comprou uma nova caldeira sem me dizer?
Ele resmungou. — Eu não ia congelar minha bunda.
— Eu vou te pagar de volta.
— Vá em frente. Você terá muito dinheiro quando o seguro de seu pai
for pago, porque ele não estava dirigindo bêbado. Eu já me assegurei que o
dinheiro que Aly roubou de você fosse usado para saldar o empréstimo que
você fez aos Last Riders.
Ela olhou para o braço do sofá. — Eu não ouvi um tiro naquela noite
quando eu estava correndo em direção à garagem...
A expressão de cavaleiro era letal. — Não faça perguntas que você não
quer a resposta.
Os olhos de Jo foram para o local onde F.A.M.E havia perdido sua vida
e onde Mag tinha ficado impotente enquanto Aly pisava sobre eles sem se
importar.
— Eu não quero que seja respondida.
— Legal. Então não vou.
— Isso não significa que a câmera foi a responsável...
— Jo, você realmente acha que o telefone dela tocou por acaso quando
Gavin e Shade estavam vindo pelo corredor?
Ela nunca esqueceria o terror que sentira naquela noite. Ela pensou que
tinha sido um milagre ele ter tocado naquele exato momento. Deus foi o
responsável por esse milagre... Com uma pequena ajuda de Rider.
— Foi Lily quem te contou, certo?
— Shade lhe disse por que ela estava preocupada pelo monitor estar
desligado. Ela deve tê-lo incomodado para consertá-lo, então ele simplesmente
lhe contou para tirá-la do seu pé.
— Esse filho da puta não fica incomodado.
— Então, por que ele contou a ela? Vou ter a maldita certeza de
perguntar-lhe.
Jo acidentalmente tirou os olhos de Rider quando viu o que estava
acontecendo na televisão. Rider se virou para ver o que ela estava olhando.
Voltando-se para ela, Rider deu seu sorriso lascivo.
— Isso te deixa excitada?
— Não— ela mentiu, deslizando atrás do sofá quando ele começou a se
mover.
— Eu fico. Eu não fiz sexo desde que você terminou comigo.— Ele fez
beicinho.
— A culpa é sua. Eu ofereci na noite passada, mas você quis o seu
próprio quarto.
— Foi um erro que eu vou corrigir.
Ao seu súbito movimento, Jo gritou, correndo pela frente do sofá,
esperando que ele continuasse por trás. O idiota saltou inesperadamente sobre
o encosto, agarrando-a. Eles caíram sobre as almofadas do sofá.
Vendo o seu sorriso satisfeito lembrou-lhe quando ele perseguiu o
novilho desgarrado.
Circulando seu ombros, ela levou sua boca para a dele. — Eu amo
você— ela respirou em sua boca.
— Eu também te amo.
Provocando sutilmente seu lábio inferior, ela passou a mão sobre a
tatuagem que sempre a fez sentir-se protegida.
— Você gostou do ursinho que eu comprei para o Dia dos Namorados?
— Aquele dia foi uma caixinha de surpresas.
— Como?
— Esse foi o dia em que percebi que estava lutando uma batalha
perdida tentando não me apaixonar por você. Da próxima vez que Colton vier
visitar, eu vou tatuá-lo sob a outra no meu peito.
Jo franziu a testa.
— A que significa iluminem isso irmãos? Não sei se eu gosto dela acima
do dia em que você se apaixonou por mim.
— 4/20 56foi o dia em que meu filho morreu.
Lágrimas encheram seus olhos. A linda alma olhando fixamente para
ela com o coração em seus olhos, era algo que ela agradeceria a Deus todos os
dias. Os espelhos atrás dos quais ele se escondia tinham desaparecido,
expondo claramente o reflexo de uma alma que havia suportado sua justa
parcela de dor, mas ainda era capaz de amar. Ele não se permitiu ser arrastado
até uma profundidade que não conseguiria recuperar. Ele estava apenas
esperando encontrar alguém que descongelasse seu coração, para que pudesse
bater novamente.
O Winston Hero merecia sua chance. No entanto, era realmente ela
quem tinha que merecer a chance que ele estava dando a ela.
— Rider...— Jo acariciou seu pescoço. — Eu quero um bebê. Você pode
fazer isso acontecer?— Ela sussurrou.
— Sim— ele gemeu.
Ela passou as mãos trêmulas por suas costas. — Eu já escolhi seu nome.
— Você escolheu?
— Eu quero nomeá-lo em homenagem ao pai dele.
Rider franziu a testa. — Eu não sou louco pelo meu nome de batismo.
56
Dia 20 de Abril, no calendário americano o mês vem sempre antes do dia, 4/20.
— Eu não estou falando de Ty. Eu também não sou louca por
ele. Agora Crux...— Jo deu um suspiro sincero. — ... esse é o nome sobre o
qual lendas foram construídas.
EPÍLOGO 1
57
O iCloud é um serviço de armazenamento em nuvem e computação em nuvem da Apple Inc. lançado em 12 de
outubro de 2011. A partir de fevereiro de 2016, o serviço contava com 782 milhões de usuários.
Razer, vendo o olhar selvagem no rosto de Rider enquanto lutava para
chegar a Shade, arregaçou as mangas preparando-se para a próxima batalha
entre os dois homens.
— Shade, agora estou feliz.
— Shh... eles vão nos ouvir— Crux advertiu quando eles entraram
furtivamente no local secreto onde Noah e Chance haviam seguido seus pais
no início do dia. Noah alardeou que era o local onde as iniciações do Last
Riders ocorriam.
— Ninguém vai ouvir. Todos estão dormindo. Não deveríamos ter
trazido você de qualquer maneira. Você está sempre tentando nos seguir
quando não é desejado— reclamou Noah.
— Cala a boca, Noah. Crux está certo. Você está fazendo barulho
suficiente para Viper nos ouvir, e ele é o que está mais distante.
— Eu disse a ele que poderia vir. Eu tive que dizer. — disse John,
saltando uma árvore morta. — Ele estava passando a noite com Clint, e ele me
viu sair de casa.
— Eu nem sei por que lhe disse que nós viríamos esta noite. Eu e Noé
deveríamos ter vindo sozinhos e te contado como era amanhã,— Noah se
queixou.
Crux sentiu o frio na parte de trás do seu pescoço aumentar, quanto
mais eles entravam no bosque. Ele quase caiu tentando escalar a árvore que
John havia facilmente saltado.
— Se você não queria que eu viesse, então por que você me incomodou
o dia todo? Se nossos pais descobrirem que fugimos, nós vamos ser castigados
por toda a vida.
Crux parou de ouvir os meninos mais velhos discutindo. — Eu acho
que ouvi algo.— Ele baixou a voz, tentando acompanhar John. Ele não queria
se perder no escuro. Ele era o único sem uma lanterna.
— Covarde. Continue, ou nós vamos deixar você... Aqui está.— A voz
de Noah passou de irritada a excitada.
Crux correu para frente, deslizando entre as enormes rochas saíndo em
uma clareira do outro lado.
— Como eles conseguem passar entre as rochas? Eu quase não
consegui.— John apontou sua lanterna, iluminando a clareira que era apenas
terra e principalmente rochas. — Eu me pergunto onde isso vai dar?— Ele
perguntou, parando a luz sobre a escuridão do bosque que ficava do outro
lado da clareira.
— Como diabos eu saberia? Vamos ver...
— Espere, Noah...— Chance interrompeu seu irmão gêmeo. — Vamos
embora. É assustador aqui.
— Você também não! Eu só quero... O que é aquilo?— A lanterna
vacilou quando uma figura sombria saiu do escuro, onde Noah estava prestes
a explorar.
Noah e Chance deixaram cair às lanternas no chão enquanto gritos de
menino enchiam o ar. Eles dispararam em uma corrida, passando pelas rochas
até ao outro lado.
Crux quase se molhou quando a sombra se aproximou.
— Corra, John!— Crux ficou imóvel enquanto a luz de John vacilava
dentro de seu aperto amedrontado.
Os gritos de Noah e Chance o tinham assustado, mas ele não conseguiu
deixar seu melhor amigo.
Crux não sabia se corria ou chorava de alívio quando viu quem se
curvava para pegar as lanternas de Noah e Chance.
— John, seu pai está esperando por você do outro lado— disse seu pai,
caminhando em direção a ele para entregar uma das lanternas.
— Eu tenho que ir?
Crux levantou a lanterna para enxergar John.
Seu pai riu. — Vai ficar tudo bem. Ele não está bravo.
— Ele nunca fica com raiva. Ele fica desapontado — , disse John com
tristeza, caminhando em direção às rochas.
— Poderia ser pior. Você poderia ser Noah e Chance. Razer e Knox
terão sorte de pegá-los antes que cheguem em casa, eles estavam correndo
muito rápido.
Agora Crux compreendeu os gritos altos de Noah e Chance quando
saíram do outro lado. Se Knox tivesse saído do escuro, ele voltaria para casa
com mais do que o jeans molhado.
Crux permaneceu onde estava enquanto John passava pelas rochas.
— Sinto muito— ele disse enquanto observava seu pai se sentar em
uma grande rocha.
Crux manteve a lanterna apontada para ele enquanto seu pai tirava
algo do bolso. Quando viu uma chama, Crux curiosamente aproximou-se.
— O que você está fazendo?
— Nada.
Crux fungou no ar. — Isso cheira como um cigarro. Você não fuma.
— Há muitas coisas que eu faço que sua irmã e sua mãe não sabem.
— Como o quê?
— Esses segredos são para quando você estiver mais velho e não em
apuros por fazer algo que você não deveria estar fazendo.
Crux abaixou a lanterna, não querendo ver o desapontamento no rosto
de seu pai.
— Eu não queria ser um dedo duro.
Crux viu o brilho do cigarro aumentar antes de se tornar alaranjado.
— Eu posso entender não querer trair um amigo— .
— Eles não são meus amigos. Eles não gostam de mim. John pode
gostar um pouco, mas ele não me diz isso— ele disse abatido.
Seu pai riu. — Eu aposto que ele não diz.
— Você não está louco comigo?
— Não eu não estou louco. Eu não fico louco.
— Eu já vi você enlouquecer.
Crux viu o brilho do cigarro novamente.
— O que você viu foi eu deixando as pessoas verem o que elas querem
ver. Se eles querem me ver com raiva, mostro-lhes raiva. Se eles querem me
ver feliz, mostro isso também.
— Eu não entendo...
— Você entende. Você finge tão bem quanto eu quando você está
magoado por sua mãe dar a sua irmã mais atenção do que a você, ou quando
está com raiva quando Noah não quer que você saia com eles, ou quando está
com medo o suficiente para se mijar, mas você não corre.
— Foi um acidente— ele murmurou.
— Filho, não será a última vez que você vai se mijar porque está cagado
de medo. Eu me mijei algumas vezes, assim como todos os Last Riders. Eu não
estou zangado. Estou muito orgulhoso de que quando Noah e Chance
correram, você ficou.
— Eu não queria deixar John.
— Eu sei disso. É por isso que estou orgulhoso de você. Você é muito
mais jovem do que eles, mas, em relação à coragem, você está à frente da
curva.
Crux franziu a testa. — O que isso significa?
— Que um dia, Noah e Chance serão tão corajosos quanto você é agora,
mas não virá até que eles sejam mais velhos e suas experiências os
moldem. Sua coragem é parte de você. Ela ficará mais forte à medida que você
envelhecer.
— E quanto ao John? Ele também foi corajoso. Ele não correu.
— Não, ele não fez. Ele é como você, e tenho certeza de que Shade vai
levar isso em consideração quando puni-lo, assim como eu vou.
Crux assentiu. Ele não entendeu muito do que o pai tinha dito, mas ele
entendeu que ainda seria punido.
— Você vai contar para mamãe?
— Não.— Seu pai deu uma risada suave. — Então eu teria que fingir
estar zangado com você. Eu tento não fingir muito em torno dela.
— Você finge em torno de mim e da Val?
— Não, é por isso que estou falando com você agora, então, quando eu
agir de forma diferente quando os outros estiverem por perto, você saberá a
diferença.
— Eu queria ter tantos amigos quanto você.
— Você será amigo de Noah e Chance quando você envelhecer.
— Eles zombam do meu nome.
— Eles estão apenas com ciúmes, o que é uma coisa boa. Todos os seus
pais tem ciúmes de mim— seu pai se gabou, levantando enquanto jogava o
cigarro fora. — Vamos. Tenho que voltar ao trabalho.
Crux começou a ir por onde os outros passaram.
— Por aqui, Crux. Eu sou muito grande para ir por aí.
Crux segurou a lanterna enquanto caminhava ao lado de seu pai,
tentando não ter medo.
— Não fique incomodado quando eles zombarem do seu nome. A
propósito, culpe sua mãe. Eu ia te nomear Brandon.
— Ewie. Isso é ainda pior do que Crux.
— Um nome não faz o homem. Um homem faz o nome. Aprendi isso
nas forças armadas.
— Eu quero entrar na Marinha como você quando eu crescer.
— Você pode fazer o que quiser, apenas faça isso melhor do que todos
os outros.
— Eu vou. Você acha que tio Knox e tio Razer encontraram Noah e
Chance?
— Eu tenho certeza que eles fizeram. Eu não ouço mais os seus gritos.
Ele riu. — Por sinal, a próxima vez que Chance te chamar de covarde, lembre-
lhe que foi ele quem cagou nas calças e correu.
— Eles vão me bater se eu fizer isso!
— Não, eles não vão.
— Sim, eles vão.
— Não, filho, eles não vão, porque o pai deles os alertou.
— Sobre o que o pai deles os alertaria?
Seu pai colocou uma mão forte em seu ombro, guiando-o sobre a árvore
morta que ele quase caiu no caminho para o local de iniciação.
— Que eu sempre estarei do seu lado.
EPÍLOGO 3
FIM