Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Jhonatas Nilson
Copyright © 2020 Jhonatas Nilson
Todos os direitos reservados. Proibidos a reprodução, o armazenamento ou a
transmissão total ou parcial, sob qualquer forma. Todos os personagens desta obra são
fictícios. Qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas terá sido mera
coincidência.
Querido leitor,
Escrevi esse romance durante alguns meses bastante difíceis da minha
vida. Coloquei todo o meu coração e sentimentos em cada detalhe da história.
Espero que vocês se apaixonem e se inspirem com o livro. Sem
dúvidas, os personagens ficarão em meus pensamentos durante muito tempo.
Boa leitura!
Com carinho,
Jhonatas Nilson
(Autor)
Para acompanhar as aventuras do autor
Jhonatas Nilson ao redor do mundo, não deixe
de segui-lo no Instagram:
@Jhonatas1025
Para ler contos grátis, conferir entrevistas com
autores nacionais e internacionais, lista
completa de todos os lançamentos e muito
mais, acesse:
www.jhonatasnilson.com
Prólogo
Anos antes...
Naquele dia, Mel estava completando dez anos. Havia se tornado uma
garotinha extremamente esperta e, até certo ponto, calma. Na escola, era
conhecida por ser compreensível e simpática, não costumava criar problemas
e sorria o tempo todo, quase como se o seu maior talento fosse sorrir, ou fazer
as pessoas se sentirem mais felizes.
Para Rhys, aquele era exatamente o maior talento dela. Desde o
primeiro momento, tantos anos atrás, Mel tivera o poder de fazê-lo sorrir de
maneira genuína. Agora, haviam se tornado família. Haviam aprendido a
percorrer um novo caminho juntos.
Assim como prometera, Rhys conseguira concluir seu tratamento
psicológico. Durante quase cinco anos, fora acompanhado por profissionais e
aprendera que apesar do amor ser extremamente importante, não
necessariamente representava a cura total de todos os traumas. A verdade era
que o amor servia como um fator primordial, como um início que
impulsionava, mas não podia ser visto como a cura eterna de todos os males.
A ideia do amor poderoso capaz de fazer com que todas dores e medos
desaparecessem era irreal e até mesmo doentia, e ao compreender tudo
aquilo, Rhys passara a se empenhar ainda mais durante o seu tratamento.
Um dia, seu psicólogo dissera que seria injusto da parte dele depender
apenas do amor de alguém para conseguir encontrar a cura. E agora, depois
de tantos anos, aquela afirmação ainda reverberava em seu peito. Não podia
por sua cura nas mãos de Rose, ou nas mãos de Mel. A cura estaria sempre
nas suas próprias mãos.
Antes de qualquer coisa, precisava amar a si mesmo, precisava
enxergar as cores da vida e o valor dos sentimentos porque realmente queria
viver. Não por outras pessoas, ou por obrigações. Queria viver porque a vida
merecia realmente ser vivida.
Seu processo fora lento e repleto de recaídas. Às vezes, nos dias bons,
sentira que era capaz de tudo, até mesmo de alcançar a lua e tocar todas as
estrelas do mundo. Mas nos dias ruins, era como se nada importasse, como se
a escuridão estivesse prestes a dominá-lo por completo.
Mas Rose, com seu amor, nunca desistiu dele. Nunca permitiu que ele
parasse de caminhar, de se levantar pela manhã com a esperança de que a
cura viria algum dia. E assim, manhã após manhã, Rhys passara a perceber a
cura que crescia e se multiplicava, tomando seus pensamentos, seus músculos
e cada célula da sua própria existência.
Ao contrário do que muitas pessoas pensavam, o sofrimento psíquico
não seguia uma regra clara quanto a cura. Cada pessoa seguia um percurso
único e demorado, com muitas recaídas. E com Rhys, não fora diferente. O
processo mais complicado para ele, sem dúvidas, fora o de aceitação da
própria aparência. Se olhar no espelho sem sentir vergonha de si mesmo e de
cada uma das cicatrizes que marcavam sua pele fora um desafio tão doloroso
quanto lento, mas ocorrera aos poucos, detalhe por detalhe.
A cura não acontecia de um dia para o outro. Rhys não despertara
certa manhã e percebera que todos os seus problemas haviam desaparecido.
Não, não funcionava assim. Seu processo de aceitação acontecera através dos
detalhes, mudanças de atitudes, mudanças de pensamentos e até mesmo
mudanças nos tons de cores que costumava escolher para suas roupas. Para
que uma nova vida começasse, fora necessário que ele também se tornasse
um novo homem.
Portanto, naquele anoitecer de sexta-feira, Rhys olhou para o campo e
sorriu quando Mel se aproximou correndo, trazendo consigo um lençol
fofinho.
— Papai! Venha, vamos preparar o colchão para a mamãe! — Com
um pulo, Mel o abraçou, soltando uma gargalhada. — Ela está chegando, não
está?
— Sim. Ela está chegando.
Mel não pedira uma festa de aniversário. Na verdade, sequer gostava.
Desejara apenas realizar um acampamento em família nos jardins das terras
Clevenger. Um pedido simples, mas repleto de significado.
Não demorou muito para que Rhys e Mel percorressem toda a área,
aproximando-se das barracas que já estavam montadas entre as árvores e
flores.
— Papai, onde está a mamãe? — Soou uma voz vinda de dentro de
uma das barracas. — Ela vai demorar muito?
— Ela já está chegando! — Rhys se sentou entre os travesseiros
espalhados pela grama e soltou um suspiro.
Logo em seguida, seus três outros filhos apareceram, aninhando-se ao
seu redor.
Cory tinha cinco anos e tinha os olhos idênticos aos do pai. Adorava
esportes mais do que qualquer outra coisa e dizia o tempo todo que se
tornaria um jogador de futebol. Louise, por outro lado, tinha quatro anos e
adorava ouvir histórias sobre príncipes e princesas e, assim como sua mãe,
sonhava em trabalhar em uma livraria enorme, ou se tornar uma escritora de
histórias bonitas algum dia.
Por fim, havia Josh, o mais novo de três anos. Exigia carinho dos seus
irmãos o tempo inteiro e chorava quando algum deles não lhe dava atenção o
suficiente.
Durante os últimos anos, a família crescera e se tornara completa. As
terras Clevenger agora pareciam mais cheias e barulhentas, e Rhys adorava
tudo aquilo.
— Eu já sei tudo o que a gente vai fazer, papai. — Declarou Mel,
firme. — Primeiro, vamos contar histórias de terror e comer muitos doces.
Depois, vocês vão me dar os meus presentes. Depois, vamos comer mais e
mais. Depois, bem, depois a gente vê o que faz. O que acha?
— Acho perfeito!
Com passadas rápidas, Rose surgiu ao longe, trazendo nos braços um
bolo enorme. Seus cabelos longos estavam soltos e, apesar de cansada, ela
parecia estar bastante feliz.
A livraria havia se tornado um ponto importante da literatura em
Cloudtown. Aos poucos, inúmeros funcionários foram contratados e centenas
de eventos eram organizados ano após ano. Seu sonho havia se tornado
realidade e aparentemente, não parava de crescer.
Portanto, enquanto Rhys ficava em casa e cuidava das crianças, Rose
trabalhava na livraria, voltando sempre ao entardecer. Haviam formado uma
rotina confortável e feliz.
Sendo sincero consigo mesmo, Rhys realmente não tinha vontade
alguma de voltar a atuar na área dos negócios. Preferia apenas cuidar dos
seus filhos e da sua esposa. Se divertir com eles. Tinham dinheiro o suficiente
para viver bem economicamente, sem preocupações.
— Trouxe bolo! — Exclamou Rose, se sentando ao lado do marido,
entre as crianças. — Parabéns, minha querida. Feliz aniversário. Que a sua
vida seja tão encantadora quanto o seu sorriso.
— Isso foi profundo. — Rhys soltou uma gargalhada. — Você
sempre foi profunda, não é?
— Leitores geralmente soltam frases de efeito o tempo todo.
— Obrigada, mamãe. — Mel beijou Rose na bochecha e correu para
pegar os pratos descartáveis.
— Hora do bolo! — Exclamaram os garotos, animados.
— Primeiro a Mel, depois eu, depois o papai e a mamãe, por último
vocês podem comer. — Desafiou Louise. — Essa é a ordem das coisas.
— Você é uma chata! — Ralhou Cory.
— Chata! — Repetiu o pequeno Josh.
Em silêncio, Rhys apenas sorriu, apreciando a companhia caótica dos
filhos. Em seguida, puxou Rose para mais perto.
— Amo você. — Deu-lhe um beijo rápido nos lábios. — Amo você
de verdade.
— E eu amo você. Mais que livros. — Ela sorriu e pousou a cabeça
no ombro masculino por apenas alguns segundos. — Amo você de verdade.
E exatamente como nos romances que lia, Rose encontrou seu final
feliz ao lado de Rhys, ao lado da sua família. Para qualquer lado que olhasse,
havia muita esperança e felicidade nas terras Clevenger.
A vida era boa. Viver valia a pena. Sempre valeria.
Não deixe de ler o novo lançamento do autor
Jhonatas Nilson! Confira a capa:
Um conto romântico sobre a solidão da
quarentena!
Não deixe de ler o novo lançamento do autor
Jhonatas Nilson! Confira a capa:
Outros títulos do autor