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Momentos antes...
Acordo me sentindo revigorado como há muito tempo não
me sentia. Estar entre as pernas da minha esposa é como estar no
paraíso e há muito tempo não me sentia cativo e satisfeito desse
jeito.
Fazer sexo com Amelie foi extraordinário.
Ela era tímida, pura e inocente, e o mais importante de tudo,
intocada.
Mas depois do que falei para ela, quando rompi sua barreira,
senti que ficou mais distante.
Dei prazer a ela, me preocupei em satisfazê-la assim como
estava me satisfazendo, mas ela não estava mais tão entregue
durante o restante da noite como no nosso primeiro momento
juntos.
Minha esposa sabia muito bem quais eram as condições do
nosso casamento e achei necessário acabar de uma vez por todas
com qualquer esperança que ela tivesse em relação ao amor da
minha parte.
Isso não irá acontecer, mas não significa que irei tratá-la mal,
muito pelo contrário.
Passo a mão pela cama e sinto que está fria, me dando a
certeza de que a mulher que deveria estar deitada aqui, ao meu
lado, não está, então me sento e constato de que realmente minha
esposa não está ao meu lado.
Levanto, vou até ao banheiro e nada dela, mas seus produtos
de higiene em cima da bancada da pia mostram que ela esteve
aqui.
Vou até o closet e nem sinal da mulher.
— Onde diabos essa mulher se meteu?
Eu tinha planos para a minha mulher antes do café da manhã,
mas pelo visto não vai ser possível já que ela parece ter evaporado
do quarto.
Resolvo tomar um banho rápido e troco de roupa, vestindo
apenas bermuda social e camisa.
Hoje é domingo e não vou para a empresa. Gosto de tomar
café da manhã com a família aos domingos, mas parece que minha
esposa não tem esse costume.
Talvez ela esteja na cozinha.
Com esse pensamento saio do quarto e desço a escada
rapidamente. Ao chegar na sala, avisto a mesa de café da manhã
lindamente posta na sala de refeições, mas a minha esposa não
está sentada à mesa.
Vejo Madalena retirando a jarra de suco.
— Madalena, onde está Amelie?
Ela levanta as vistas e sorri.
Conheço bem esse sorriso debochado de que vem coisa por
aí.
— Parece que a noite de núpcias foi tão boa que ela resolveu
ir até à igreja pedir perdão a Deus por ser tão escandalosa.
O mesmo poder que essa mulher teve de me enfeitiçar ela tem
de me irritar.
— Tenha mais respeito pela minha esposa, Madalena, ela é a
anfitriã da família agora. Tenha muito cuidado com suas palavras de
agora em diante, por enquanto é só um aviso.
— Está defendendo aquela pobre coitada? Ela estava com
uma cara de dar pena em quem olhasse para ela. Até eu fiquei com
pena da menina. O que você fez com ela, Jonh? Consumiu a alma
da garota em apenas uma noite.
— Em primeiro lugar, ela não é uma menina, eu a tornei
mulher, e em segundo; eu não fiz nada a ela. Amelie apenas tinha
pensamentos errados sobre como seria o nosso casamento, só isso.
Madalena sorri e balança a cabeça.
— Você com toda certeza foi para cima dela com aquele
papinho de que não posso te dar amor. Deveria ter esperado pelo
menos a segunda noite de casados para falar isso a ela. Parece que
você quebrou o coraçãozinho de cristal da sua esposa troféu. Agora
senta aí que vou servir seu café da manhã, já que a sua esposa não
está aqui para fazer isso. Como eu já tinha falado, ela foi a missa,
levantou bem cedinho e Roger a levou. Daqui a pouco deve estar de
volta.
Pelo menos ela não foi sozinha, mas quando chegar vamos ter
uma conversinha.
Depois que tomo café vou para meu escritório que ainda não
está cem por cento organizado, pois tem muita coisa fora do lugar
ainda, principalmente, documentos importantes que deveriam estar
dentro do cofre e não em cima da minha mesa.
Resolvo esperar a minha jovem esposa ocupando meu tempo
com a organização do escritório.
Os minutos se transformam em horas e nada de Amelie voltar,
o que já está me deixando irritado.
Na verdade, já estou irritado pra caralho, afinal não temos nem
vinte e quatro horas de casados e a minha mulher resolve
simplesmente sumir, porque ninguém fica até essa hora na igreja.
— Posso servir seu almoço ou vai continuar esperando a
senhora sua esposa? — Madalena entra no escritório perguntando
muito satisfeita para o meu gosto.
— Não, eu não vou comer agora. Pode se retirar e não me
incomode mais hoje.
Ela sorri.
— Sim, senhor chefinho.
— Madalena, não me provoque ou...
— Ou o quê, Jonh? Vai me jogar em cima da sua mesa e vai
fazer comigo, o que a sua esposa deveria estar fazendo? Parece
que a boneca de porcelana não é tão perfeita assim.
— Fora daqui.
— Sabe onde me encontrar quando se der conta de que esse
circo todo é uma grande perda de tempo. — Ela sai fechando a
porta.
Pego o copo de whisky e o jogo na parede com raiva.
Amelie vai me pagar por essa afronta.
Continuo no escritório, bebendo e fumando um dos meus
Gurkha Black Dragon2 até que olho as horas no relógio e vejo que já
passa da uma hora da tarde. Estou prestes a me levantar para ir
pessoalmente atrás de Amelie, quando a porta do escritório é aberta
e Roger passa por ela.
A minha vontade é de explodir primeiro com ele.
— Onde diabos você estava com a minha mulher? — pergunto
entredentes com vontade de voar no pescoço dele e ele sabe disso.
Roger é um dos poucos amigos que tenho, assim como
também é um dos poucos que tem a minha total confiança.
— A sua mulher é uma santa, um anjo puro demais para estar
nas suas mãos. Você vai para o inferno por corromper uma alma tão
pura quanto a dela.
Eu não sei se fico chocado com o que escuto ou se fico mais
puto de raiva ainda, afinal ele não pode falar da minha mulher desse
jeito, ela é minha.
— A minha passagem para o inferno já está garantida há muito
tempo, Roger e não vou fazer companhia ao Diabo apenas porque
estou trabalhando arduamente para corromper a minha mulher de
vez. Pelo menos era isso que eu deveria estar fazendo. Mas
advinha só? Ela não estava aqui.
Ele sorri.
— Ela é uma mulher que...
— Eu mato você com as minhas mãos se ousar olhar para a
minha mulher com outros olhos.
Agora o sorrisinho dele morre no rosto, pois chegamos a um
impasse.
— Você me ofende falando isso, Jonh. Eu jamais faltaria com
respeito com a sua esposa e nunca a olharia com outros olhos. Ela
pertence a você, já carrega o sobrenome da família e eu sou um
filho da puta fodido demais para ter a graça de ter uma mulher como
ela, então pode ficar despreocupado quanto a isso.
— Que bom que sabe que é um filho da puta fodido. Somos
amigos, mas você deve fidelidade a mim. Seu dever é garantir a
segurança da minha família.
Roger escuta cada palavra concordando com a cabeça e então
se joga no sofá que tem ao canto do escritório.
— Falando em fidelidade, o que diabos a sua amante está
fazendo nessa casa? Pretende continuar fodendo a Madalena
mesmo já estando casado? Isso é traição contra a própria família,
Jonh. Eles podem não gostar, na verdade, não vão gostar nadinha
de saber de uma porra dessas, então tenha cuidado. Você é um
homem de honra e eu também sou, não me coloque em problemas
e em situações que me façam escolher um lado, porque você não
consegue comer apenas uma única boceta. Conforme-se com a
mulher que foi escolhida para você.
A minha vontade é de gritar na cara dele que esse assunto não
é do seu interesse, mas o infeliz tem razão, então engulo todos os
xingamentos.
— Não, Roger, eu não pretendo continuar com Madalena. Na
verdade, fiquei tão surpreso quanto você com a presença dela
nessa casa, mas você conhece a peste. Ela aprontou alguma coisa
com a empregada que ia ser mandada para cá, então mamãe a
mandou como substituta.
— Só tome cuidado com essa mulher, como eu disse a sua
esposa é inocente demais. A peste pode se aproveitar dela.
— Madalena não seria nem louca de fazer isso.
— Então esclareça de uma vez por todas as coisas com ela e
a coloque em seu devido lugar. Sei que você gosta e ficaram juntos
por anos, mas com o seu casamento o caso de vocês dois fica no
passado. Sua esposa não merece isso, como já falei, ela é uma
santa.
— Mas que diabos Amelie fez para que você passasse para o
lado dela? Na verdade, a pergunta é outra, onde é que vocês dois
estavam?
— Na igreja, fomos à missa — ele fala tranquilamente e o
encaro sem acreditar.
— Você não vai à missa, nem mesmo gosta de igreja.
— Sua esposa me obrigou a ir.
— Não, você teve que acompanhá-la porque esse é o seu
trabalho, proteger a minha mulher.
— Ela me obrigou a entrar na igreja, me sentar ao lado dela e
assistir à missa inteirinha. Foi uma verdadeira tortura. Na verdade,
eu preferiria uma tortura completa. Mas o ponto é outro.
Eu não acredito que Amelie conseguiu fazer isso.
— Que ponto?
— Não era eu quem deveria estar ao lado da sua mulher na
missa e a mãe dela não pareceu gostar muito disso. Depois que a
tortura acabou, a bruxa da sua sogra, levou sua esposa para um
canto afastado e quando voltaram Amelie tinha lágrimas nos olhos.
Mas sua esposa disfarça bem as coisas que acontecem com ela.
Eu vou ter que dar um jeito nos meus sogros, principalmente,
na minha querida sogra.
Não vou permitir que ela continue intimidando a minha mulher.
— Vou resolver isso depois. Mas, por que só estão voltando
agora?
— Sua esposa é voluntária da igreja, disso você não sabia.
Depois da missa, ela se enfiou em um depósito cheio de caixa de
doações e começou a organizar tudo. Sem falar que praticante
descarregou uma vã de mantimentos não perecíveis.
“Parece que as damas da alta sociedade se gabam das
doações que fazem, mas o verdadeiro trabalho fica para a sua
mulher, já que é ela que organiza e separa tudo com a ajuda do
padre.
“Depois de tudo isso, ela montou cestas de doações.
“A sua mulher me usou para fazer laços rosas de fitas de cetim
e eu não faço laços rosas para cestas de doações, Jonh.
“Você vai me recompensar muito bem por isso.
“E eu também acho que ela não estava nem um pouquinho a
fim de voltar para casa, o padre praticamente a expulsou da igreja.
“Ah, e antes que eu esqueça, meus parabéns, agora vocês
também têm um cachorro.”
— O quê? Um cachorro?
— Você não é surdo. Abandonaram filhotes de Labradores na
porta da igreja e a sua esposa se encantou pelos filhotinhos. Espero
que me agradeça por ter pegado apenas um, pois por ela tinha
trazido todos. Estou falando sério, Jonh, sua mulher tem uma alma
bondosa demais. Ela se importa mais com o bem-estar do próximo
do que com o dela. Seja lá o que você fez a deixou infeliz.
Estou completamente chocado com tudo o que escuto.
Minha esposa parece ser uma caixinha de surpresas...
— Ela está apaixonada, Roger, e não posso dar amor a ela.
Meu amigo me olha como se estivesse nascido uma segunda
cabeça em mim.
— Ela é sua esposa, idiota, é claro que pode dar amor a ela.
— Não, eu não posso, isso é perda de tempo.
Roger apenas se levanta de uma vez do sofá onde estava
sentado.
— É por isso que não me caso e nem vou me casar. A sua
mulher já está me dando problema o suficiente para confirmar a
minha teoria. Então, boa sorte com ela. Só não a magoe, pois, isso
ela não merece. E mantenha o seu monstro dentro das calças
quando estiver perto da Madalena, acho que já deixei claro a você
qual lado eu escolheria.
— Mudou de lado em menos de vinte e quatro horas?
— Mudei de lado quando ela me convenceu a fazer laços de
cetim. Você está muito fodido, cara, é só o que eu falo.
Roger sai do escritório e me sento no lugar dele.
Algo me diz que vou ter dor de cabeça com a minha esposa
perfeita.
CAPÍTULO 12
Volto para casa por volta das sete horas da noite, pois como
já estava na rua aproveitei para resolver alguns assuntos
importantes e ninguém melhor do que Roger para me dar essa
mãozinha.
— Ainda vai precisar hoje de mim, ou posso me recolher? —
Roger pergunta assim que estacionamos na garagem.
— Algum compromisso inadiável, meu amigo?
— Hoje é domingo, Jonh, claro que tenho um compromisso
inadiável. E não se preocupe que a conta vai chegar para você
pagar.
— Ficou pobre foi? Que eu saiba você tem dinheiro o
suficiente para bancar suas farras e festas privadas.
— Eu disse que você ia me pagar pelo que a sua esposa fez
hoje comigo.
— Você agora pouco estava abrindo a boca para latir para os
quatro ventos que eram amigos, já mudou de ideia?
— Viramos amigos no caminho de volta para casa, então você
paga pelo que ela fez ainda na igreja comigo e não reclama que
você tem muito mais dinheiro do que eu. Eu vou sair no seu carro, o
meu está na oficina.
A sorte dele é que somos amigos, ou não teria essa coragem
toda.
— Algo mais? Não quer levar a minha carteira também? —
pergunto de forma sarcástica e o infeliz sorri.
— Não, obrigado, só o seu carro é o suficiente. Amanhã eu
mando a conta. Agora cai fora, por favor, você está me atrasando.
O desgraçado faz sinal com a mão para que eu saia do meu
carro.
Mas é muita coragem mesmo!
— Se arranhar meu carro eu te mato. E vê se não deixa
nenhuma calcinha por aqui. Também não quero sentir cheiro de
perfume barato nos meus bancos de couro, agora tenho uma
esposa e não será nada bonito ela questionar sobre a situação do
meu carro depois de uma noite de farra sua.
Ele gargalha do que eu falo.
— Quem diria, Jonh Schmidt preocupado com o que uma
mulher vai pensar dele. Como as coisas mudaram rápido!
— Minha esposa, Roger. Enquanto ela não me der o que eu
quero, tenho que ser o melhor marido do mundo. Já percebi que
minha mulher não é tão quieta quanto eu pensava. Ela sabe
responder muito bem quando é preciso, Amelie tem uma boa língua
afiada.
Roger fica sério.
— E depois que ela der o que você quer, o que vai fazer com
ela? Vai virar um marido ruim? Vai tratá-la mal? Será que não
entende que está tendo a chance de ser feliz de verdade, Jonh?
Chance essa que muitos não tem, porque já tem a cabeça fodida
demais. Sua esposa é uma mulher linda que está apaixonada por
você. Não pense só nos filhos que você quer que ela tenha, sua
mulher também tem sentimentos, leve em conta...
— Não acha que está elogiando demais a minha mulher, não?
Eu não estou gostando muito disso.
Ele respira fundo e balança a cabeça.
— Eu só acho uma pena muito grande uma pessoa com a
alma tão boa cair nas mãos de um homem como você. Pessoas
boas estão em falta no mundo, meu amigo, e você sabe disso
porque vive na pele o que estamos falando.
“Não faça com a sua mulher o que o cretino do seu irmão faz
com a Abbie, ela não merece isso.
“Essas duas mulheres são o futuro da família Schmidt, o futuro
de todo o seu trabalho, Jonh, de tudo o que você lutou e luta para
conseguir.
“É o seu legado, porque se fosse depender apenas do seu
irmão você estaria fodido.
“E não estamos falando do lado profissional dele.
“Adam não é mais considerado um homem de honra, mas
você é, a confiança deles está em você, somente em você, então
não estrague as coisas sendo um idiota.”
Roger vem se preocupando muito com isso ultimamente, ele
tem medo de que eu vá trair a minha esposa assim como meu irmão
faz com a minha cunhada.
A verdade é que o ponto fraco de Adam é um belo par de
pernas.
— Eu sei o que estou fazendo e você não precisa se
preocupar com a minha vida, cuide apenas da sua. Agora tenha
uma excelente noite. — Abro a porta saindo do carro, mas ainda
escuto quando ele me xinga e me chama de burro.
Sem olhar para trás para não correr o risco de ver a cara feia
do Roger me julgando, entro em casa, mas quando passo pela porta
dou logo de cara com a minha esposa descendo a escada sorrindo,
feliz com uma bola de pelo nas mãos.
Ela está tão entretida com o animal que nem mesmo se dá ao
trabalho de olhar para os degraus, correndo o risco de tropeçar e
rolar escada abaixo.
Maldito cachorro!
— Amelie Schmidt, será que dá para olhar por onde anda? E
que bicho é esse nas suas mãos?
Quando ela escuta a minha voz estanca no meio da escada,
levanta a cabeça para me olhar e percebo que ela segura o
pequeno animal com mais força.
— Eu adotei um cachorro, algum problema com isso? — ela
fala petulante.
— E com ordem de quem você fez isso, querida esposa?
Vejo decepção em seus lindos olhos assim que nos
encaramos.
— Eu achei que esse tipo de decisão poderia tomar sozinha
depois que me casasse, mas vejo que me enganei mais uma vez. A
minha vida não vai mudar em nada, não é mesmo? — Ela segura o
animal como se quisesse protegê-lo de mim.
Amelie nunca teve liberdade, viveu toda a sua vida sendo
reprimida e maltratada pela mãe, praticamente sem identidade, sem
poder falar o que pensava, sem poder agir como as garotas da sua
idade, totalmente presa em um personagem que a família criou para
ela. E o pior, é que eu sei que ela saiu de um personagem para
representar outro, apenas trocou de teatro, e não posso dar a ela
além do que me comprometi a dar.
— Você quer esse bicho? Tem certeza disso? Porque eu odeio
cães.
Um pequeno sorriso se forma em seus lábios e isso é o
suficiente para me convencer a deixá-la ficar com o animal e sentir o
gosto de fazer o que ela quer.
Mas que porra, eu não gosto de cachorro!
— E só porque o senhor não gosta, acha que é motivo
suficiente para me fazer desistir dele?
— E, por que não seria um bom motivo? Sou seu marido e
deveria se preocupar com o meu bem-estar. — Eu me aproximo da
escada e subo dois degraus.
— Eu sempre quis ter um cachorro, mas nunca me deram
permissão. Uma ninhada de labradores foi abandonada na porta da
igreja e eu quis ficar com um. Na verdade, eu queria mais de um,
mas Roger não deixou. Por favor, Jonh, essa é uma boa raça, o
padre disse que eles servem como cão de guarda também e pode
ajudar na segurança da casa.
A minha vontade é de rir, porque se toda vez que essa mulher
quiser uma coisa me pedir desse jeito, estou fodido.
— Para me pedir para ficar com essa coisa em suas mãos,
não sou mais senhor. Boa jogada, senhora Schmidt. — Subo mais
uns degraus ficando a apenas dois de distância dela.
— Quero ficar com ele. — Ela insiste batendo o pé.
Mas vou negociar, porque quero muito estar entre as pernas
dela novamente.
— E o que eu ganho em troca? Hoje você não foi uma boa
esposa, saiu pela manhã sem falar comigo, chegou em casa depois
do horário do almoço e ainda decidiu adotar um cachorro sem a
minha permissão. Acho que mereço algo em troca. — Eu sei que ela
já entendeu muito bem o que eu quero, tanto que a vejo ficar
vermelha.
— O senhor quer algo em troca da permissão de me deixar
ficar com o cachorrinho?
— E também quero que pare de uma vez por todas de me
chamar de senhor, eu não gosto disso. Sei que está me chamando
assim porque ainda está chateada pela discussão que tivemos mais
cedo, então pare com isso, sou seu marido e você é minha mulher.
Ela engole em seco e subo o último degrau.
— O que você quer? — ela pergunta nervosa e passo as mãos
pela sua cintura, a puxando para mim.
— Você sabe muito bem o que eu quero, esposa.
Ela segura o cachorro com uma mão e a outra apoia no meu
peito.
— Jonh, olha o cachorrinho, você vai machucá-lo.
— Amelie, eu quero você e está quase me convencendo a te
deixar ficar com esse bicho, então não o use contra mim. — Vejo
seus olhos brilharem.
— Posso ficar com ele então!? — ela pergunta empolgada.
— Vai me dar o que eu quero? — Devolvo a pergunta.
— Eu não posso me negar a você, Jonh, querendo ou não
você tem direito sobre o meu corpo, mamãe disse que quando uma
mulher se casa...
— Sua mãe é uma tola que não sabe de nada. Eu quero você,
te desejo, é uma mulher com um corpo lindo e quero que tenha um
filho meu o mais rápido possível, mas nunca vou forçá-la a ir para
cama comigo.
Ela abaixa a cabeça e acaricia o cão.
— Eu também quero você... Ahhhh...
Eu nem espero que ela termine de falar e a pego no colo de
uma vez, a fazendo segurar o cãozinho com uma mão e com a outra
ela segura meu pescoço.
— Por Deus, o que está fazendo?
— Você já jantou? — pergunto voltando a subir a escada.
— O quê? Mas...
— Comeu ou não?
— Não, ainda não, estava indo justamente falar para Madalena
servir o jantar.
— Ótimo, hoje eu vou comer a sobremesa primeiro, depois
descemos juntos para jantar.
— Sobremesa!?
— Sim, esposa, você é a minha sobremesa e eu vou te
devorar todinha.
CAPÍTULO 15
Um tempo depois...
Amelie Queen, a garota mais sortuda do mundo por ter
sido a escolhida para ser a esposa troféu de um homem influente.
Minhas amigas morriam de inveja, afinal elas queriam estar no
meu lugar.
Não foi muito difícil me apaixonar pelo meu marido, afinal
quem não queria se casar com um homem lindo, elegante e ainda
por cima rico.
O príncipe encantado de toda garota.
Desde que conheci o Jonh, o achei muito sexy, ao menos em
sua aparência, a forma como ele falava comigo, depois como me
tocava, me beijava e me seduzia.
Eu achei que realmente meu casamento poderia dar certo com
esse homem.
Jonh sempre se mostrou ser um homem frio e distante, mas
isso eu resolveria com o tempo, afinal de contas nem nos
conhecíamos direito. Apesar de tudo, eu tinha fé de que conseguiria
fazer meu marido se apaixonar por mim.
Mal sabia eu o quanto estava enganada.
Tudo o que ele queria de mim, era um filho, um herdeiro, e eu
cumpri meu papel, assim como Abbie cumpriu com o seu, afinal foi
para isso que a família Schmidt comprou noivas escolhidas a dedo
para seus filhos.
E desde então tudo mudou.
— Senhora Schmidt, posso servir o jantar? Já está ficando
tarde e acho que seu marido não vai chegar agora.
Sou tirada dos meus pensamentos com Madalena falando
comigo.
Por incrível que pareça, ela é minha única companhia nessa
casa enorme.
— Pode servir.
Hoje Jonh e eu fazemos um ano e meio de casados e mandei
preparar um jantar especial para nós dois, já que no nosso
aniversário de um ano ele estava viajando a negócios.
Mas como sempre vem acontecendo, ele não chega em casa
no horário, provavelmente, vai chegar de madrugada como costuma
fazer quase todos os dias.
— Sim, senhora — ela responde e antes de sair vejo um
sorrisinho em seu rosto.
Eu não sei por que, mas tenho a impressão de que Madalena
sente prazer em ver o meu sofrimento.
Chega a ser vergonhoso saber que os empregados sabem que
a minha vida de casada não é nada como mostra os jornais e as
revistas da alta sociedade. Para todos, sou a esposa mais feliz e
satisfeita do mundo, com um marido atencioso e um filho lindo.
Madalena me serve e mais uma vez faço a minha refeição
sozinha. Não tenho pressa em comer, faço a minha refeição
devagarinho com a esperança de que meu marido apareça, mas ele
não chega.
Assim que termino de comer chamo Madalena e o que me
resta a fazer é seguir mais uma vez a minha rotina, a melhor de
todas, a única que me traz alegria.
— Retire a mesa e depois de organizar a cozinha pode se
recolher, não vou mais precisar de você por hoje.
— Sim, senhora. Sinto muito pelo seu jantar não ter dado
certo, eu vi o quanto se esforçou.
Eu realmente não consigo acreditar nessas palavras.
— Não vai ser a última vez que isso vai acontecer, disso eu
tenho certeza. — Saio da sala de jantar e subo a escada.
Entro no quarto do meu filho, a única coisa boa que saiu desse
inferno de casamento, e como sempre o seu fiel protetor está
deitado ao lado do berço dele.
— Athos, está cuidando bem do nosso menino? — Eu me
agacho ao lado do meu cachorro e faço carinho nele.
— Amo você, Athos. Você me ama? Ama a mamãe?
Ele me lambe como se falasse que sim.
— Pelo menos você me ama, não é garoto? Agora sai, é a
minha vez de cuidar do Caio.
Como se entendesse o que falo, ele sai do quarto abanando o
rabo.
Olho para meu filho dormindo tranquilamente dentro do berço,
sem ter noção nenhuma do que acontece ao seu redor.
Hoje, meu filho tem oito meses de vida e é o orgulho da família
Schmidt.
Caio e Robert Schmidt serão os herdeiros da fortuna da família
e rezo todos os dias para que meu filho e meu sobrinho não sejam
que nem os pais.
Abbie também não é muito feliz no casamento, pois meu
cunhado, Adam, só tem cara de bom marido.
Como não pretendo dormir hoje na mesma cama que Jonh,
vou para o meu quarto apenas para tomar banho e vestir minha
camisola.
Ele que durma sozinho.
Assim que estou pronta, volto para o quarto do bebê e me
deito na cama da babá que tem no cômodo, então mesmo com o
coração doendo, com muito custo consigo pegar no sono.
CAPÍTULO 22
Momentos antes...
Acabei de ter uma reunião exaustiva, afinal estamos com
vários projetos importantes e agora vamos expandir ainda mais o
grupo Schmidt, coisa que está deixando muita gente do nosso ramo
chateada.
Mas que se explodam os filhos da puta!
Eu nunca entro em um jogo para perder, tenho gente poderosa
e influente do meu lado, e minha empresa em breve estará entre as
maiores potências mundiais.
É para isso que trabalho arduamente.
— Jonh, vou sair mais cedo hoje, a Abbie está enchendo a
porra do meu saco. Ela está me cobrando tempo e tudo o que não
tenho é tempo, mas ela acha que um bebê de meses sente a falta
do pai. A verdade é que ela descobriu que usando o nosso filho
contra mim, consegue o que quer, porque eu faço de tudo pelo meu
filho.
Meu irmão e minha cunhada vivem em pé de guerra, de longe
parecem o casal que demostram ser na frente das pessoas.
— Dê mais atenção a sua família, Abbie é uma boa esposa,
você tem sorte.
— Olha só quem fala, deveria seguir seu conselho, idiota. —
Ele recolhe todos os documentos e os coloca em sua maleta.
Pelo jeito vai levar trabalho para casa como sempre faz.
Até eu mesmo faço isso.
Saímos juntos da sala de reuniões, mas quando passo pela
minha secretária ela me para.
— Senhor Schmidt, sua esposa ligou. Ela pediu para que o
senhor chegue cedo para o jantar.
Já até imagino o motivo disso, hoje fazemos um ano e meio de
casados, no nosso aniversário de um ano eu não estava na cidade e
ela com certeza deve estar querendo comemorar.
— Tudo bem, se ela ligar novamente passe a ligação para a
minha sala imediatamente. Não me incomode, a não ser que seja a
minha esposa ligando.
— Sim, senhor. Entendi.
Passo o restante do dia trabalhando, mas em momento algum
sai da minha cabeça que Amelie me quer cedo em casa.
Alguma coisa em mim, mudou em relação a minha esposa
depois que o nosso filho nasceu e não consigo compreender esse
sentimento. Para piorar mais ainda a minha vida, tem Madalena em
casa me cobrando algo que eu não posso dar a ela.
Desde meu casamento com Amelie que não tenho
absolutamente nada com essa mulher, mas ela acha que ainda
pode me seduzir.
Eu evito a minha casa para não ter que lidar com a minha ex-
amante e isso é ridículo.
A verdade é que preciso resolver isso o mais rápido possível.
***
Como sempre vem acontecendo nos últimos meses, não
consigo sair cedo da empresa, mesmo tentando eu não consegui.
Tive que entrar em outra reunião de emergência e até mesmo meu
irmão que tinha ido embora voltou.
Um acidente de trabalho em uma das nossas obras, o que é
muito sério e tem que ser resolvido o mais rápido possível, ou a dor
de cabeça é maior.
Certamente, alguém vai ser demitido por isso.
Porra, estou exausto e sinto que o trabalho está me
consumindo!
Mas não ter chegado cedo em casa deve ter deixado Amelie
frustrada novamente, então, para não deixar a data passar em
branco ligo para um amigo que vai me salvar mais uma vez.
— Barker, preciso de ajuda.
Meu amigo sorri do outro lado da linha assim que atende.
— Você sempre precisa. Bem que poderia precisar mais cedo,
tem noção de que horas são?
— É por isso que preciso de ajuda, Barker. Eu deveria ter
chegado em casa há horas, perdi o jantar que a minha esposa
preparou e ela deve estar uma fera.
— Eu não sei quem é pior, você ou o seu irmão. Eu tenho uma
excelente joia aqui na minha casa, ia levá-la para a joalheria
amanhã. Mas já vou logo avisando, custa uma pequena fortuna,
então passe por aqui para pegá-la.
— Dinheiro não é o problema e obrigado mais uma vez.
— Toma juízo, Jonh, joias caras nem sempre é a solução. Às
vezes, um pedido de desculpa sincero resolve o problema.
— Virou conselheiro amoroso agora foi?
Ele sorri.
— É mais fácil aconselhar do que seguir nossos conselhos,
passe por aqui.
— Tudo bem, já estou indo.
Nos despedimos e eu o agradeço mais uma vez.
Saio da empresa, passo na casa do Barker e chego em casa
extremamente cansado.
Tudo o que eu quero é a minha cama.
Ao entrar em casa vejo que não é a minha esposa que está me
esperando na sala, mas Madalena e quando ela me vê com a bolsa
da joalheria nas mãos me encara, surpresa.
— Onde está minha esposa?
Ela se levanta do sofá e se aproxima tentando me beijar, mas
seguro em seus braços a impedindo de continuar.
— O que foi, Jonh? Até quando vai continuar com isso?
— Eu fiz uma pergunta a você. Onde está a minha mulher?
Ela se afasta com raiva.
— Eu sou a sua mulher. Eu sou a mulher que você ama, era
comigo que deveria ter se casado.
Eu acabo sorrindo da sua afirmação, pois ela parece estar
muito certa do que fala.
— Quando foi que eu disse que amava você? Eu não tenho
lembranças de ter falado um absurdo desse.
Ela me olha, incrédula com o que falo.
Nunca prometi nada a Madalena que sabia muito bem o tipo
de compromisso que tínhamos.
— Quando foi que mudou, Jonh? — ela pergunta chorosa.
— O que mudou!?
— Quando foi que o que você sentia por mim, começou a
mudar?
— Madalena, entenda que as coisas não são mais como eram.
Eu me casei e agora tenho um filho. Tenho uma família que precisa
de mim.
Ela avança em mim, querendo me bater, mas eu não permito e
seguro suas mãos.
— Eu preciso de você e não ela, nem aquele garoto chorão.
Eu a jogo no sofá e ela cai de qualquer jeito.
— Muito cuidado quando você for abrir a sua boca para falar
da minha mulher e do meu filho. E não venha se fazer de vítima
para cima de mim, que nós dois sabemos muito bem qual era sua
verdadeira intenção quando começamos a nos envolver. Eu não sou
idiota, Madalena, muito menos burro. Eu não teria chegado aonde
cheguei se fosse.
Ela arregala os olhos percebendo que não vai mais conseguir
me enganar com esse papinho de boa moça.
A verdade é que eu queria uma boceta gostosa e ela me deu
com a intenção de que um dia a assumiria para todos.
Ela jogou e eu também.
— A sua esposa deve estar chorando no quarto, porque o
marido dela mais uma vez foi um cretino e tudo o que a idiota sabe
fazer é chorar em vez de tomar uma atitude.
O que ela fala é um tapa na minha cara, um tapa forte, mas
não quero mais discutir.
Eu a deixo para trás e subo a escada entrando no quarto, mas
não vejo Amelie dormindo na nossa cama. Eu a procuro no
banheiro, no closet e nada dela, então resolvo ir para o único lugar
onde tenho certeza que ela pode estar, no quarto do nosso filho.
Saio do meu quarto e vejo a bola de pelos dormindo no
corredor.
Como sempre, ele rosna para mim, quando passo por ele.
Eu realmente não entendo o problema desse cachorro.
Abro a porta do quarto do Caio devagar para não o acordar e
ao entrar no cômodo vejo Amelie deitada encolhida na cama da
babá. Ao olhar para o berço vejo Caio acordado brincando com seus
pés.
— E aí, garotão, você tem cuidado da mamãe por mim?
Meu filho abre um sorriso como se gostasse de escutar a
minha voz. Na verdade, ele sempre gostou, pois, costumava
conversar com a barriga da minha esposa por horas e ele sempre
mexia quando eu pedia. Eu me aproximo mais do berço e ao tirá-lo
de dentro Amelie acorda, assustada.
Ela se assusta ao me ver e isso é estranho.
— O que você está fazendo com meu filho?
Essa pergunta me pega desprevenido.
O que essa mulher pensa de mim?
— Que eu saiba ele também é meu filho. Você estava
dormindo e ele estava acordado. Era para ser ao contrário, não é
mesmo?
Ela se levanta e se aproxima tentando tirar o bebê dos meus
braços, mas não permito.
— Me dê o meu filho agora mesmo — ela fala enraivecida.
— Que porra é essa, Amelie? Acha mesmo que eu teria
coragem de fazer mal ao meu filho?
Ela sorri debochando da minha cara.
— Espero qualquer coisa de você. Nunca se importou com ele
e nem comigo. Não entendo o motivo de você ter entrado aqui, na
calada da noite, e pegá-lo no colo. Sei contando nos dedos da mão
as vezes que você entrou aqui para ver o bebê. Eu não quero você
perto do meu filho, não quero que ele seja influenciado por você em
nada.
Se essa mulher queria me tirar do sério, ela conseguiu.
— Mas que merda é essa que você está falando? Sabe muito
bem que isso não é verdade. Eu me importo com a família e Caio é
meu filho, é claro que ele vai ser influenciado por mim.
— Não se eu puder impedir. Meu filho vai crescer sabendo
muito bem o tipo de pai que ele tem para que no futuro não siga os
seus passos — ela fala conseguindo tirar o menino de mim.
— E que tipo de pai eu sou, Amelie? Que tipo de homem você
acha que eu sou?
Ela sorri e me olha ninando o bebê em seus braços.
— Você quer que eu faça uma lista? Mas vai ter que me dar
um tempo porque ela vai ser extremamente longa.
Vejo que a minha comportada esposa agora criou garras e elas
são afiadas.
Isso vai ser interessante...
Antes ela não abria a boca, agora ela me enfrenta sem baixar
a cabeça.
— Coloque o bebê para dormir e depois vá para o nosso
quarto, tenho uma coisa para você — falo me aproximando da porta.
— Não conte com isso, marido, eu quero distância de você.
— Você é quem sabe, mas esteja preparada para arcar com as
consequências, caso desobedeça. — Escuto seu xingamento
baixinho e acabo sorrindo.
Lembro que nem mesmo isso ela tinha coragem de fazer.
Fecho a porta do quarto e vou para o nosso esperá-la.
Não gosto de ameaçá-la, mas com Amelie tudo é difícil.
Ela adquiriu o poder de me tirar do sério sem fazer muito
esforço.
CAPÍTULO 23
Momentos antes...
Chego em casa depois de um dia exaustivo de trabalho, já
passando das oito da noite, e, para a minha surpresa, Amelie não
está e meus pais já deixaram o Caio e a babá em casa.
Amelie nunca tinha feito isso, ela sempre está em casa,
sempre.
— Onde está minha esposa? — pergunto para Madalena
entrando na cozinha.
— Como disse, ela é sua esposa, deveria saber por onde anda
a sua mulherzinha.
— Madalena não começa, hoje eu não estou com muita
paciência.
— Você nunca está com paciência, Jonh, nós dois...
— Não existe mais nós dois, inferno! Já deixou de existir há
muito tempo.
Está na hora de colocar um ponto final nessa loucura toda.
— Jonh, não pode falar isso. Eu e você...
— Madalena, entenda de uma vez por todas, acabou, o que
existia entre nós dois acabou e isso já aconteceu faz muito tempo.
O que a minha mãe tinha na cabeça para mandar a Madalena
para a minha casa?
— Você não pode fazer isso, Jonh, eu te amo, me entreguei a
você — ela fala vindo para cima de mim, tentando me abraçar.
— Madalena, não se faça de inocente, afinal nós dois
sabíamos muito bem o que você pretendia fazer, mas nunca dei
chance apenas dinheiro e você sempre gostou muito. Era isso que
você amava, o meu dinheiro e não a mim. Eu era a chance de você
subir na vida.
— Não, Jonh...
— E eu vou falar mais uma coisa, Madalena, tenha muito
cuidado com o que você fala nessa casa. Amelie já está ficando
desconfiada, seja lá do que, por causa das merdas que você anda
falando. Não me faça ter que escolher entre você e a mãe do meu
filho. Eu ainda tenho uma consideração grande por você, mas a
minha escolha sempre vai ser a família, sempre, a família acima de
tudo.
— Eu não quero a sua consideração, eu quero você, quero
que largue aquela idiota e fique comigo. Eu sim, merecia ser a
senhora Schmidt.
— Eu nunca te prometi nada disso, Madalena...
— Mas eu te amo.
— Não ama não e acabou de deixar isso claro. Vou falar mais
uma vez, cuidado com o que fala para a minha esposa, pois não
quero ter problemas com ela por sua causa. — Não dou mais
chance dela questionar nada e saio da cozinha subindo a escada,
indo para o meu quarto.
Madalena é um problema que já era para eu ter resolvido.
Tomo um banho longo e quente, tentando me recuperar do dia
cansativo que tive, saio do banheiro, troco de roupa e vou até o
quarto do meu filho.
— Como ele está? — pergunto para a babá que está
alimentando o meu menino.
— Está muito bem, senhor, acabei de dar banho nele, logo ele
adormece.
— Muito bem, vou estar lá embaixo, qualquer coisa você
chama. — Depois de me certificar que meu filho está bem, desço
para esperar pela minha mulher na sala.
Hoje nós dois vamos ter uma conversinha.
Quase meia hora depois de espera, escuto uma movimentação
e resolvo ir até à garagem. Ao chegar, vejo Amelie vestida
lindamente, cheia de sorrisos para a porra do segurança.
Nem para mim, ela sorri desse jeito ultimamente.
Estou começando a achar que não foi uma boa ideia ter
trocado Roger da segurança da minha mulher, mas estava
precisando dele para resolver alguns assuntos.
Fico parado onde estou e Amelie sai andando de cabeça baixa
até bater de frente comigo.
Não consigo me segurar e acabo sendo grosso, explodindo
com ela novamente. É mais forte do que eu, pois estou muito puto
de raiva.
Porém, dessa vez ela resolve me enfrentar como nunca tinha
feito antes e isso me deixa intrigado.
De onde essa mulher está tirando tanta coragem?
Ela não era assim, mas ultimamente a sua mudança tem sido
grande.
Quando Amelie sobe a escada correndo, vou até o bar e me
sirvo de uma generosa dose de whisky. Bebo tentando colocar as
ideias no lugar, pois não posso permitir que Amelie vire a minha vida
de cabeça para baixo.
Isso não daria certo.
Preciso da antiga e comportada Amelie de volta.
Minutos depois resolvo subir para o quarto e assim que entro,
escuto o chuveiro ligado. Eu me aproximo da porta do banheiro e a
abro devagarinho para não assustar minha esposa que está
tomando banho com o box aberto.
Mas nada me preparou para cena que presencio.
A minha esposa está embaixo do chuveiro, se tocando,
ofegante, e isso faz o meu pau ganhar vida no mesmo instante. Ela
parece estar sentindo muito prazer, porque solta pequenos gemidos
e só de imaginar que ela pode estar se tocando pensando no
desgraçado do segurança para quem estava sorrindo meu sangue
chega a ferver de ódio.
— Vejo que está se divertindo, esposa. Ainda lembro da nossa
primeira vez em que te perguntei se já tinha se tocado.
Amelie abre os olhos e me encara levando a mão livre a um
dos seios, apertando o bico eriçado. Ela quer me deixar louco e está
muito perto de conseguir.
— Ultimamente não tenho tido um homem de verdade para me
dar prazer e satisfazer as minhas necessidades, então tudo o que
me resta a fazer é me virar do jeito que posso.
Puta que pariu, o que fizeram com a minha mulher?
E o pior é que ela não para de se tocar me olhando
intensamente, como se clamasse por mim.
Que se foda tudo!
O que mais quero agora é me enfiar entre as pernas dela,
porque ela conseguiu subir o fogo e o meu pau com essa cara de
anjo, ao mesmo tempo, devassa, gostosa, sexy pra caralho.
Eu começo a tirar minha roupa rapidamente e entro no box
puxando seu corpo para o meu, tomando a sua boca em um beijo
cheio de desejo e tesão. Ela corresponde na mesma intensidade
mostrando o quanto me quer também.
Como não há mais necessidade de preliminares porque ela já
fez esse serviço muito bem-feito, eu a penetro em um tranco firme a
apoiando na parede fria do banheiro.
— Ah... Jonh... — ela geme alto meu nome me deixando ainda
mais inebriado de prazer.
— Era isso que você queria, não era? — falo mordendo e
chupando seu pescoço. — Queria o meu pau dentro de você. Te
fodendo forte e duro. — Tomo sua boca novamente chupando sua
língua gostosa.
— A única certeza que eu realmente tinha de você, era o
desejo que sentia pelo meu corpo, mas depois que o nosso filho
nasceu foram poucas as vezes que me procurou. Eu continuei a
mesma, Jonh, a mesma depois da gravidez e cheguei a pensar que
você não era...
— Não se atreva a dizer uma besteira dessas ou eu te como
de todas as formas possíveis e não vai nem mesmo conseguir
levantar da cama por uma semana. Eu sempre desejei você,
Amelie, desde a nossa primeira vez sempre te desejei. — Isso não é
mentira.
Depois do meu casamento a minha mulher sempre foi o
suficiente para mim.
— Então me fode, Jonh. Faz amor comigo de verdade, pelo
menos uma vez na sua vida. Me faça sentir amada pelo meu
marido. Eu preciso disso, Jonh, preciso de carinho, de amor, de
atenção. Eu juro que nunca mais te peço nada na vida e volto a ser
a mesma Amelie obediente de antes. Por favor.
Ver a minha mulher implorando por amor, carinho e atenção é
o meu fim, pois não sei se consigo dar o que ela me pede.
— Eu não posso, Amelie. Eu não sei se consigo. — Saio de
dentro dela, vejo a decepção em seus lindos olhos e isso me faz
sentir uma espécie de aperto no peito.
— Jonh, por favor...
— Não sei se posso, acho que não consigo. — Eu me afasto
dela como se o olhar que ela me direciona queimasse a minha alma.
Saio do banheiro fugindo da minha esposa e só escuto o seu
grito agudo de dor e decepção.
Pela primeira vez na vida, me amaldiçoo por fazer uma mulher
tão boa, como ela, sofrer desse jeito.
— DESGRAÇADOOOOO, VOCE É UM DESGRAÇADO,
JONH! EU VOU ARRANCAR O AMOR QUE SINTO POR VOCÊ DO
MEU CORAÇÃO E QUANDO ISSO ACONTECER VAI SE
ARREPENDER DE TUDO O QUE ESTÁ ME FAZENDO SOFRER.
Essas são as últimas palavras que escuto antes de sair
batendo a porta do quarto.
CAPÍTULO 26
Momentos antes...
Tinha acabado de chegar de viagem quando recebi a
ligação de Madalena avisando que a minha mulher estava na
piscina cheia de sorrisos para o segurança. No fundo, sabia o que
ela estava pretendendo fazer, e conseguiu, porque a informação me
desestabilizou e não pensei duas vezes antes de mandar minha
secretária cancelar minha agenda do dia para que pudesse ir o mais
rápido possível para casa.
— Onde está indo com tanta pressa? Temos que entrar em
reunião. — Meu irmão me para no meio do caminho, mas nessa
reunião ele vai se virar sozinho.
— Tenho que ir para casa — falo tão ansioso que ele se
preocupa.
— Aconteceu alguma coisa com o bebê? Amelie está bem?
— Eu recebi uma ligação da Madalena, Amelie está na piscina
com o maldito segurança.
Meu irmão me encara.
— Madalena te ligou para fazer fofocas da sua mulher? Não
seja tolo, Jonh, sabe muito bem o que ela pretende. E, por que
diabos você ainda não se livrou dessa mulher? Ela vai acabar
prejudicando o seu casamento, se é que já não está fazendo isso.
— Eu vou resolver esse problema, Adam. Agora se vira na
reunião sem mim, eu tenho que ir para casa.
Ele sorri do meu desespero.
— O Ricardão está tirando o poderoso Jonh Schmidt dos eixos
por causa da belíssima Amelie. Cuidado, irmão, o cara é boa pinta.
— Cala boca, idiota! Se vira sem mim. — Saio de perto dele
para não escutar mais besteiras.
— Pode deixar. E olha lá o que vai fazer.
Assim que chego na recepção da empresa avisto Roger no
telefone e quando faço sinal para ele, já sabe o que tem que fazer.
— O que aconteceu?
— Que porra foi que deu na sua cabeça para colocar
justamente o desgraçado do Ricardo para ser segurança da minha
mulher?
Estamos a caminho do estacionamento e ele me para
segurando meu braço.
— O que aconteceu?
— A minha mulher, minha, está na piscina com o meu filho
cheia de sorrisos para aquele desgraçado e o Adam ainda coloca
mais coisas na minha cabeça.
Ele solta meu braço.
— Em primeiro lugar, a sua mulher nunca teria coragem de
trair você, ainda mais com um dos seguranças. Depois de mim, ele
é o mais qualificado para cuidar da segurança dela e do bebê.
Agora se você está inseguro em relação a sua mulher, não coloque
culpa em mim, no Adam e nem mesmo em Amelie. A culpa disso é
sua e de mais ninguém.
— Não me enche o saco você também, Roger.
— Estou falando a verdade, Jonh. Você mudou muito com ela
depois que o menino nasceu, nem mesmo parece ser a mesma
pessoa. Sabemos que tudo o que você queria era um filho e
conseguiu o que queria, mas está ligado a Amelie pelo resto da sua
vida. Uma hora ela iria se cansar, Jonh, cedo ou tarde ela iria
desistir de tentar levar esse casamento adiante e me parece que
isso aconteceu. Está na hora de você tomar uma decisão, porque
essa nova Amelie não vai mais ficar calada, meu amigo, e nem vai
mais baixar a cabeça para você.
Esse idiota consegue me deixar sem palavras.
— Porra! Eu não vou perder a minha mulher. Ela é minha,
caralho! — Entro no carro e ele entra logo em seguida.
Durante todo o caminho vou pensando no que fazer com a
minha esposa e com o maldito segurança.
Eu preciso da minha Amelie de volta.
Assim que o carro para na garagem vou direto para a área da
piscina e a cena que vejo me tira dos eixos. Até meu filho parece
estar feliz com a presença do desgraçado.
Amelie então nem se fala, está radiante.
Eu logo trato de acabar com a palhaçada e Amelie como previ
sai da piscina furiosa, rebolando a bunda gostosa que ultimamente
não sai da porra dos meus pensamentos, desde o nosso último
encontro frustrado no banheiro.
Eu sou um filho da puta mesmo!
Sigo minha mulher até dentro de casa e vou para o nosso
quarto, enquanto ela vai entregar o bebê para a babá.
Mas ao entrar no cômodo, onde estou esperando por ela, a
maldita provocadora passa direto para o banheiro e ainda tem
coragem de se trancar dentro do cômodo.
O pior que ainda tem a ousadia de insinuar que não dou conta
de satisfazer seus desejos sexuais.
E se não fosse pela infeliz da Madalena ter entrado no meu
quarto daquele jeito, eu teria mostrado a ela se eu dava conta ou
não.
Ao me recompor desço a escada e encontro meus pais na
sala.
Eles têm a péssima mania de aparecer na minha casa sem
avisar, como se quisessem ver com seus olhos como anda o meu
casamento.
Mas sei que Amelie sabe muito bem como se comportar na
frente deles, afinal não é vantajoso para nenhum de nós dois ter
meus pais metidos nos nossos problemas pessoais, já que os dela
esqueceram que tem uma filha. Eles seguiram com a vida sem nem
mesmo se importar com o neto.
***
— Espero que a comida esteja do seu agrado, Kate. Se eu
soubesse que viriam nos visitar hoje teria mandado preparar algo
especial. É sempre um prazer tê-los na nossa casa — Amelie fala.
— Minha querida, não se preocupe com esse tipo de coisa,
tudo está perfeito. Seu sogro está satisfeito, não é mesmo, querido?
— Claro que sim, Jonh não poderia ter feito um casamento
melhor. Amelie e Abbie realmente foram escolhas acertadas e nos
deram os netos que tanto queríamos.
Olho para a minha mulher e vejo como ela fica desconfortável
com o comentário do velho Logan, mas ela sabe disfarçar bem,
afinal fez isso a vida inteira.
— Amelie, fiquei sabendo pelo padre Pedro que está
organizando uma grande doação de alimentos, algo que nunca a
nossa comunidade tinha visto. Esse é um projeto audacioso,
querida, e quero me juntar a você. Abbie fará o mesmo. Esse tipo de
obra de caridade é muito bom para o nome da família.
— Eu já fazia caridade antes mesmo de carregar o sobrenome
Schmidt, Kate, mas ninguém dava importância, então depois que
me casei ampliei os projetos e consegui mais ajuda. Fui agraciada
com um sobrenome que abre portas, então, por que não usar isso
ao meu favor para ajudar aos mais necessitados?
— Não só você foi agraciada, mas o nosso filho também, não é
mesmo, Jonh?
— Claro que sim, mãe, agora vamos terminar de comer.
Como eu já imaginava, minha esposa se comporta muito bem
na presença dos meus pais, mas em momento nenhum ela olhou
para mim e sua atenção estava cem por cento voltada para mamãe
que está muito satisfeita com a nora que tem.
Logo depois do almoço, meus pais pedem para ver o meu filho
e algum tempo depois vão embora. Amelie os acompanha até à
garagem e demora muito para voltar.
Isso me deixa em alerta, porque se ela resolver abrir a boca
para mamãe, estarei perdido, vão ser dias dela reclamando no meu
ouvido junto com o meu pai.
Saio de casa indo em direção à garagem para ver o motivo da
demora, mas ao me aproximar escuto a voz de Amelie e do
segurança que vou mandar para o inferno com as minhas mãos,
caso ele continue perseguindo a minha mulher.
Eu me escondo para que eles não me vejam, pois, quero saber
o que vão fazer e o que estão conversando.
— Ricardo, eu não posso. Na verdade, isso nunca nem mesmo
passou pela minha cabeça. Eu amo o meu marido, o que deu em
você?
Pelo menos bom senso ela tem, mas esse segurança de
merda acabou de cavar a sua cova.
— Ele não te ama, Amelie. Olha só como trata você. Não
merece isso, você é linda, perfeita, tudo o que um homem poderia
desejar na vida. Você merece ser amada de verdade.
Esse desgraçado morre hoje.
Vejo Amelie se aproximando dele e tocando delicadamente
seu rosto em um carinho singelo.
— Você tem tudo o que eu queria em um homem, Ricardo, e
se não fossem as circunstâncias em que vivo hoje, casada e com
um filho para proteger da má influência do pai, não teria nada que
me impedisse de me entregar a você. Mas isso não vai acontecer.
— Amelie, não fale isso, podemos criar Caio, juntos.
— Você não entende, Ricardo, nunca vai entender. — Amelie
chora e o desgraçado passa as mãos pelo rosto dela, aparando um
lágrima.
— Você é a mulher dos meus sonhos, Amelie. Eu me encantei
desde a primeira vez que coloquei os olhos em você, no dia em que
fiz a sua segurança pela primeira vez. Seu marido é um idiota
cretino por não saber dar valor a mulher incrível que tem ao lado
dele.
Amelie o abraça forte, chorando, e ele retribui o abraço,
apertando-a em seus braços.
— Eu o amo, Ricardo, mesmo com tudo o que ele me faz
sofrer, eu o amo, sou completamente apaixonada pelo meu marido.
— Eu sei, querida, sei que o ama. Aprenda a se valorizar,
Amelie, ou vai passar a sua vida toda chorando por um homem que
não te merece.
Ver outro homem consolando a minha esposa que sofre
porque eu não sei dar valor a ela mexe comigo.
Essa é a realidade da vida dela sendo jogada na minha cara,
uma mulher linda, rica, influente, casada com um filho pequeno, mas
que é completamente infeliz.
E tudo isso por minha culpa.
— Se você não quiser morrer agora mesmo largue a minha
mulher — falo chamando a atenção dos dois para mim e Amelie se
afasta dele, pálida de medo.
— Jonh, não fizemos nada, deixe-o em paz, por favor.
— Vá para o quarto agora mesmo. Não me faça falar de novo
— falo tentando me controlar.
Amelie finalmente está conseguindo o que tanto quer.
— Não, eu não vou para lugar nenhum. Você não vai
machucar o Ricardo.
Eu vou até ela e seguro forte em seu braço.
— Você ficou louca de vez, Amelie? Obedeça, porra, e vá para
o quarto agora mesmo.
— Eu não obedeço mais você, enquanto não agir como meu
marido de verdade eu não te obedeço mais.
— Amelie, não me faça perder a paciência...
— Amelie, faça o que ele está mandando. Eu vou ficar bem,
por favor, vá para o quarto.
Ela olha para ele derramando um mar de lágrimas, balança a
cabeça concordando e isso me impressiona porque a ele, ela
obedece.
Amelie sai correndo da garagem e quando entra dentro de
casa, acerto um soco em cheio na cara do desgraçado que estava
tentando tirar a minha mulher e o meu filho de mim. Parto para cima
dele sem dó e o filho de uma puta reage.
— A minha vontade e de matar você, desgraçado, dar você de
presente ao capeta.
— Você não vai me matar, pois, ela nunca te perdoaria. Se
está tão mordido de ciúmes assim é porque também a ama, seu
idiota, mas é arrogante demais para admitir e prefere foder com a
empregada do que satisfazer sua esposa na cama. Você não é
metade do homem que late dizer ser.
Esse filho da puta não sabe o que fala.
— Você vai morrer hoje, seu infeliz...
Ele começa a rir da minha cara, então saco a arma e miro na
testa do maldito.
— Você não vai me matar porque a cúpula não iria gostar
nadinha disso.
Agora ele consegue chamar a minha atenção.
— O que a Diretriz tem a ver com isso?
— Você não é o poderoso Jonh Schmidt, não é? Eles me
infiltraram na sua equipe para que eu ficasse de olho em você e só
não relatei tudo o que descobri ao seu respeito, porque Amelie não
merece passar por mais uma humilhação, seu cretino de merda.
Você não vale nada. Como foi que teve coragem de colocar a sua
amante sob o mesmo teto que a sua esposa? Nem eu que já fiz
muita coisa errada nessa vida teria coragem de fazer uma coisa
dessas, porque família é sagrada. Você não tem honra nenhuma e
não merece a mulher e o filho que tem.
Eu dou um chute nas costelas dele quebrando pelo menos
umas duas e ele grita de dor.
— Meu caso com Madalena acabou no dia em que me casei
com Amelie e parece que foi você quem não fez o dever de casa
direito. Isso não vai ficar assim, acredite, o seu ato vai ter
consequências.
“Está apaixonado pela esposa de um homem que exerce uma
posição muito mais alta do que a sua perante a Diretriz, cobiçando o
que não é seu, o que nunca vai ser.
“Vá embora da minha casa agora mesmo, antes que eu mude
de ideia e faça o trabalho de te mandar para os braços do Diabo.”
O infeliz se levanta com dificuldade e eu vou para dentro de
casa com suas palavras martelando na minha cabeça.
Hoje, ele me fez perceber uma coisa, estou completamente
apaixonado pela minha esposa e sou covarde demais para admitir
isso.
CAPÍTULO 28
Nunca pensei que fosse ter uma paz tão grande como a
que estou tendo agora.
Finalmente, as coisas entre Amelie e eu entraram nos eixos, e
hoje posso usufruir do meu casamento como deveria ter sido desde
o início, mas era cego demais para enxergar a mulher maravilhosa
que tinha ao meu lado.
Com a intenção de provar a ela que estou tentando fazer de
um tudo para dar certo a nossa relação, resolvo ir para casa mais
cedo, cancelando todos os meus compromissos do final da tarde.
Tenho certeza de que ela irá ficar feliz com a surpresa, pois
nunca fiz isso.
— Indo pra casa mais cedo, Jonh? Quem diria que eu viveria
para ver isso um dia. A santa Amelie conseguiu operar seu primeiro
milagre, realmente uma verdadeira santa.
Eu sabia que Roger não ia deixar o meu ato passar em branco.
— Só dirija, idiota, apenas faça isso.
Ele sorri e coloca o carro em movimento.
— É bom, Jonh?
Estranho a sua pergunta.
— O que é bom?
— Ter uma vida, uma esposa, filhos, construir uma família. Ter
alguém para voltar no final do dia, possuir o amor de uma mulher.
Nós dois, mesmo sendo amigos há muito tempo, nunca
tínhamos entrado nesse tipo de assunto.
— É bom demais. Isso tudo que acabou de mencionar faz toda
a merda que fazemos valer a pena.
— Sabe que a nossa causa é muito maior do que isso.
— É claro que eu sei disso e sou fiel a nossa causa, Roger.
Sempre vou ser, porque é essa causa que me garante todo o poder
que preciso para proteger a minha família. A minha descendência
jamais vai passar pelas humilhações e dificuldades que passei na
vida. Meu sobrinho e filho viverão como reis nessa Terra, terão o
mundo aos seus pés e serão homens de honra, eu mesmo estou
garantindo isso. Deveria experimentar viver algo parecido com isso,
Roger. Você também já passou por muita merda nessa vida, merece
ser feliz com uma mulher que ame.
Ele sorri e balança a cabeça.
— Eu fico muito feliz por você, meu amigo, de verdade, sabe
que pode contar sempre comigo, mas acho que ter uma mulher não
está nos meus planos.
— E, por que não? Nunca teve nenhuma mulher nessa Terra
que despertasse o seu interesse?
— É claro que teve, mas ela é uma mulher inalcançável, está
muito além de mim. O meu destino é apenas observá-la viver sua
vida, mesmo eu sabendo que ela não é feliz, mas como eu falei, ela
é inalcançável e não posso fazer nada para ajudá-la. Não sou muito
íntimo de Deus para pedir por ela.
Percebo que o que ele fala o machuca, então resolvo ficar em
silêncio, já que ele mergulha em seus pensamentos. Cada um
carrega os pecados que merece, mas quem sabe um dia meu amigo
não alcance a graça de ter a mulher que ama ao seu lado.
Chego em casa e acho estranho o silêncio. Vejo apenas os
seguranças ao redor da mansão, subo a escada e vou até o quarto
do bebê procurar por Amelie, mas não a encontro, muito menos a
babá. Vou para o meu quarto e assim que entro Madalena está
saindo do banheiro.
— O que você está fazendo aqui?
— Limpando o banheiro, fazendo apenas o meu trabalho.
— Onde está minha esposa?
Ela respira fundo fechando os olhos por alguns segundos e
depois se volta para mim, respondendo:
— Ela saiu com a sua mãe e o bebê, a babá também foi junto.
Segundo sua esposa, você estava precisando de algumas coisas e
cabia a ela comprar, então convidou sua mãe e sua cunhada para ir
às compras com ela.
Acabo sorrindo com a lembrança de que Amelie ontem mesmo
estava reclamando das minhas gravatas, dizendo que todas
praticamente são da mesma cor.
— Se já terminou o seu trabalho se retire do quarto, eu quero
tomar um banho. E já vou logo avisando que você vai voltar para a
mansão dos meus pais, Amelie vai contratar uma empregada que
seja do agrado dela. Você já passou tempo demais aqui. Eu nunca
deveria ter aceitado a sua presença dentro da minha casa.
Madalena arregala os olhos e se aproxima de mim, tentando
segurar a minha mão.
— Jonh, você não pode me tratar dessa maneira, eu te...
— Madalena, nem começa, já conversamos e esclarecemos as
coisas, o que existia entre nós dois acabou. Chega desse assunto,
eu já tomei uma decisão, quero você fora da minha casa.
Como se não me escutasse, ela ainda tenta me abraçar e a
seguro com força, imprensando na parede.
— Jonh, tudo isso é por causa daquela mulher... Ah...
Eu coloco a mão em seu pescoço colocando pressão o
suficiente apenas para sufocá-la ao ponto de assustá-la.
— Aquela mulher é minha, aquela mulher a quem se refere de
modo tão desrespeitoso é a mãe do meu filho. Caralho, você me
conhece bem, Madalena, sabe o que faço e tenho certeza de que
não vai querer me ver com ódio de você, então pense duas vezes
antes de colocar o nome da minha esposa nessa sua boca. Eu não
bato em mulheres, mas nada como um rifle e uma boa mira não cale
a sua boca. — Eu a solto de uma vez.
Ela se desestabiliza e cai no chão.
— Você vai pagar por tudo o que fez comigo.
— O que eu fiz com você? Eu não fiz nada além do que você
já queria e eu nunca te prometi nada além de um bom sexo suado.
Sempre soube que no dia em que eu me casasse tudo o que existia
entre nós dois acabaria.
“Eu nunca te iludi, você que se iludiu sozinha achando que iria
me conquistar só porque tinha uma boceta gostosa.
“E não pense que estou me desfazendo de você pela sua
classe social porque não é isso, porque se estivesse me apaixonado
por você nada nesse mundo nos impediria de ficarmos juntos.
“Mas isso não aconteceu e eu amo a minha mulher.
“Então, tenha muito respeito por ela, ou eu mesmo enfio o
respeito em você, goela abaixo.
“Espero que tenha entendido agora qual é o seu lugar.”
Eu cansei dos joguinhos dessa mulher para cima de mim. A
verdade é que eu já deveria ter dado um basta em Madalena há
muito tempo.
— Eu entendi — ela fala limpando uma lágrima que escorre
por seu rosto, lágrima essa que não me convence de nada.
— Ótimo, hoje mesmo você volta para a mansão dos meus
pais para continuar ajudando sua mãe. — Eu saio do meu quarto,
porque não quero mais ficar no mesmo ambiente que essa cobra
sorrateira.
Tudo o que quero é viver em paz com a minha mulher.
CAPÍTULO 30
Uma lição que aprendi, não existe nada pior nessa Terra do
que uma mulher enraivecida e magoada.
A santa Amelie, como Roger fala, virou um verdadeiro
demônio, pois nem mesmo me ajoelhando aos pés dela, fez com
que a mulher me desse pelo menos uma chance de me explicar.
Mas eu vou continuar insistindo mesmo sabendo que ela já
sabe da verdade, afinal com Roger ela aceita conversar.
O meu problema maior com a minha esposa é que não foi só
os fatos dos últimos acontecimentos que a afetaram, foi um
apanhado de tudo, de toda a nossa convivência desde que nos
casamos e agora sou eu quem está correndo atrás dela, clamando
por amor, atenção e carinho, assim como um dia ela fez.
Na minha casa fui reduzido a menos que um cachorro, já que
Athos tem muito mais privilégio do que eu, mas eu não vou competir
com aquela bola de pelo, pois, nesse momento, eu não ganharia
essa disputa.
Sem contar que está sendo uma verdadeira tortura dormir ao
seu lado e não poder tocá-la, já que assim que me aproximo ela sai
e não volta para o quarto. Sei que ela está dormindo no quarto de
Caio nesses dias que estamos embaixo do mesmo teto.
— Sua esposa saiu. Lembra quando eu dizia que ela era uma
santa? Estou retirando o que eu disse. Que diabo de mulher
teimosa! É por isso que eu não arrumo esse tipo de problema pra
mim, eu já tenho a sua mulher que já me dá dor de cabeça mais do
que o suficiente. — Roger entra no meu escritório e logo se senta à
minha frente.
Nesse momento, estou no grupo Schmidt com uma pilha de
documentos que exigem a minha atenção.
— Onde ela foi? E o meu filho?
— O menino ficou em casa com a babá. Amelie foi para a
igreja ajudar a montar as cestas de doações, ela faz questão.
— E, por que isso te deixou tão chateado?
Ele respira fundo.
— Porque acabei de ser informado que ela também fez
questão de sair apenas com um segurança, coisa que não pode
mais acontecer, Jonh. A empresa acabou de entrar em um novo
patamar e tem gente louca só esperando um vacilo nosso para nos
destruir, falo isso em todos os sentindo da palavra. Vê se coloca
juízo na cabeça da sua mulher, ou eu coloco. Já está passando da
hora de Amelie saber do que realmente ela faz parte.
Cedo ou tarde esse dia teria que chegar.
— Vou conversar com ela.
— Faça isso. — Ele está prestes a se levantar quando o
telefone da minha mesa toca e faço sinal para que ele fique.
Tenho outro assunto chamado Madalena para tratar com ele,
pois não vou desistir nunca de encontrar essa mulher.
— Pode falar — falo assim que atendo.
— Uma ligação internacional para o senhor, mas a pessoa não
quis se identificar, disse que o senhor sabe do que se trata — minha
secretária informa.
Só pode ser ele, é sempre assim quando eles ligam.
Pela minha cara, Roger já sabe do que se trata.
— Pode passar a ligação.
— Sim, senhor.
— Sabíamos que cedo ou tarde eles dariam notícias. Isso é
bom, seu status é importante, Jonh, e sua honra foi colocada em
xeque — Roger fala enquanto a ligação é transferida.
— Jonh Schmidt!
Essa voz é inconfundível.
— Senhor, esperava pela sua ligação.
— Seu problema com o soldado Ricardo está sendo resolvido,
ele já está em posse da cúpula. As ações dele foram consideradas
traição a um membro do alto escalão da Diretriz.
“Que fique claro que não compactuamos com esse tipo de
coisa, ele foi mandado à sua casa com a missão de descobrir se
eram verídicos os rumores que chegaram até nós.
“Você como um homem de honra jamais poderia trair a família,
nenhuma delas e o que ele fez foi nos passar informações falsas,
tudo isso com o intuito de acabar com você, porque se apaixonou
por quem não deveria nem mesmo olhar.
“O dever de nossos soldados é baixar a cabeça perante
nossas mulheres, assim como também não ousamos olhar para
mulheres que não são nossas.
“Considere o seu problema resolvido.”
É assim que as coisas funcionam no nosso mundo, eu não
poderia tocar no infeliz, ele era um soldado a serviço da cúpula, mas
eles podem.
— Muito obrigado, senhor.
— E tem mais uma coisa.
— Senhor!
— Ricardo estava passando informações suas à inimigos que
não estão felizes com o crescimento do grupo Schmidt. Ele estava
agindo completamente fora das nossas ordens e leis, e isso é
pagável com a morte. Ele já está sendo torturado, pois, queremos
descobrir o que mais ele estava revelando.
Desgraçado filho da puta!
— O mínimo que espero é que me seja servido a cabeça dele
em uma bandeja de prata.
Ele sorri do outro lada da linha.
— Considere-se feito. É um direito seu exigir isso, ninguém
mexe com um dos nossos. Mas agora vamos tratar de outro
assunto.
— E qual seria?
— Adam Schmidt.
Agora sim, ele me fez tremer.
— Senhor, ele é meu irmão, meu sangue, eu...
— Ele também foi considerado um traidor, Jonh, eu sinto
muito. Um homem que trai a mulher com quem compartilha a cama,
tem coragem de trair qualquer um.
Eu sabia que o dia dessa conversa chegaria.
— Ele tem um filho.
— Você será o responsável pela criação da criança.
Se eu vou ser o responsável pela criação do meu sobrinho, é
porque eles consideram o ato de traição do meu irmão perante a
família que ele construiu pagável com a morte, mas eu não posso
permitir isso. Aquele idiota é meu sangue e eu o amo, por isso, para
ajudar o meu irmão pela última vez, vou fazer algo que estava nos
meus planos nunca fazer.
— Sou um membro do alto escalão e clamo por misericórdia.
Peço pela vida do meu irmão. — Escuto o som de vidro sendo
quebrado do outro lado da linha e Roger me olha como se eu fosse
louco.
— O que você fez, meu amigo? — Roger fala balançando a
cabeça em sinal de negação.
— Porra, Jonh, sabe que esse ato é concedido apenas uma
única vez por geração. Você tem certeza disso? Porque vou ser
obrigado a pedir algo em troca.
Eu nunca arriscaria a vida do meu irmão por mais que ele
mereça.
— Tenho certeza e espero que entenda também o meu lado.
— Escuto sua respiração profunda.
— Será concedido o ato de misericórdia. Seu irmão a partir de
hoje será um problema inteiramente seu, mas vamos ficar de olho
nele. Faça seu irmão ser fiel à esposa e a família que ele construiu.
Roger mesmo servindo a você passará a ficar de olho em Abbie
Schmidt. Ela é mãe de um dos nossos e sendo criança ou não, tem
a nossa proteção garantida. Lembre-se, Jonh, seu ato de
misericórdia foi usado, por isso apenas sua geração próxima poderá
usá-lo agora.
Sinto um alívio no peito.
Sei que vou ter que ter uma conversa bem séria com o meu
irmão, mas eu também sei que o pior ainda não veio.
— Obrigado, senhor.
— Não me agradeça ainda, porque assim como você exigiu a
cabeça de Ricardo em uma bandeja de prata, eu também exijo que
a cabeça de Adam Schmidt me seja servida. No dia em que aquele
infeliz morrer, você pessoalmente irá me trazer a cabeça dele, não
importa quantos anos tenha. E se até lá eu já não estiver nessa
Terra, leve a cabeça dele ao meu túmulo. Eu sou o senhor das leis
que rege tudo e todos no mundo, e é isso que acontece quando um
homem perde sua honra. Espero que tenha entendido.
— Sim, senhor, eu entendi.
— Ótimo! Sabia que você nunca me decepcionaria. Tenho
planos grandes para você, Jonh, e seus descendentes serão muito
maiores do que você é. Nossa causa é válida, meu amigo,
protegemos o mundo, e Adam sabia muito bem das regras.
Conversa com ele e conte o que fez para salvar a vida dele, não
custa nada tentar apelar para a humanidade de um homem.
— Sim, senhor, farei isso.
— E mais uma coisa, Jonh, que tudo isso te sirva de exemplo.
Uma mulher viúva na cúpula pode se casar de novo, não tenho
dúvidas de que Amelie conseguiria ótimos pretendentes. Está na
hora da sua esposa saber a quem serve.
— Amelie é minha esposa, ninguém toca nela.
Ele sorri.
— É exatamente isso que eu espero. Pelo visto, entendeu tudo
direitinho. Se precisar de algo sabe para onde deve ligar. — Ele
desliga a ligação e eu encaro Roger que me olha profundamente.
— Por que tenho a impressão de que algo nessa conversa vai
sobrar pra mim?
— Porque sobrou. Você será o responsável por Abbie, é a
proteção da cúpula para ela.
Ele fecha os olhos, travando o maxilar.
— Caralho, Jonh!
— São ordens lá de cima, apenas obedeça e tudo ficará bem.
— Olha aqui, já vou avisar logo uma coisa, se o seu irmão
continuar fazendo merda, eu mesmo o mato e entrego a cabeça
dele para a Diretriz, que isso fique claro.
— Senhor Schmidt aconteceu uma tragédia. — Minha
secretária invade a minha sala, pálida.
Roger se levanta de uma vez e eu faço o mesmo.
— O que aconteceu?
— Fomos informados que o carro da sua esposa sofreu uma
emboscada e a senhora Schmidt foi levada.
Sinto como se mundo parasse ao meu redor, um zumbido alto
apita na minha cabeça e o chão parece sumir dos meus pés.
— Jonh... Jonh...
Escuto a voz de Roger me chamando ao longe e meu corpo
todo se arrepia, é como se eu estivesse sendo tomado por uma
coisa ruim. Sinto o ódio e a raiva crescer no peito, porque seja lá
quem fez isso vai pagar um preço muito alto.
— Roger, avise ao Diabo que mandaremos almas a ele hoje,
porque eu vou matar meio mundo atrás da minha mulher.
CAPÍTULO 36
Momentos antes...
Os homens já estão todos postos sob o meu comando, só
aguardando a minha autorização. A bola de pelo foi crucial para
acharmos a localização exata do galpão onde minha mulher está
sendo mantida refém. Fiquei impressionado em como ele conseguiu
farejá-la até esse galpão, já que tem outros dois ao lado desse.
Meu foco todo está nessa operação. Minha atenção é desviada
por um breve momento para a entrada do galpão, onde posso ver
mais homens entrando no lugar.
— Desgraçados! — falo irado.
— Não se preocupe, tem reforços chegando. O mais
importante agora é salvar Amelie.
— Não esqueçam, quero Lennar vivo. As ordens são claras: se
ele aparecer atirem, mas sem matar. Eu terei o prazer de mandá-lo
para o inferno e será de forma lenta e dolorosa.
— A cúpula conseguiu infiltrar alguns soldados entre eles.
— Como fizeram isso tão rápido? — questiono Roger.
— Quando capturaram o desgraçado que estava no seu prédio
com aquelas fotos. Eles parecem saber operar milagres e o sinal
para que a invasão seja feita é uma explosão. Eles estão com a
gente nessa, Jonh, o que mostra mais uma vez o poder que eles
têm e em como mantêm a palavra e a honra.
Eu concordo com Roger sentindo o coração bater
descompassado.
Até que minutos depois escutamos o som alto de uma
explosão que ressoa no recinto.
É o sinal.
Logo todos ficam à postos e helicópteros liderados pela Diretriz
entram em ação começando a atirar nos inimigos.
— Bando de incompetentes! Não estão vendo que estamos
sendo atacados?!
Lennar aparece assim que invadimos tudo com uma arma na
mão, tentando atirar no helicóptero, mas logo percebe que os novos
reforços estão matando seus homens.
— Droga! Maldito Schmidt! — ele fala e sai correndo.
Vejo que o maldito corre e se esconde atrás de um dos vários
carros velhos que estão espalhados ao redor do pátio.
Imediatamente o lugar se torna um verdadeiro campo de
guerra e vou atrás de Lennar, me esquivando dos tiros, me
protegendo.
O maldito está atrás de um carro velho escondido como o
covarde que é. Em seguida, observo quando o desgraçado mira na
direção do Roger que está distraído. Sem titubear dou um tiro na
sua mão e ele erra o alvo por causa do impacto.
Ouço seu grito de dor, analiso ao redor e já posso ver a
situação ficando sob controle.
Logo vou na direção do maldito, chuto sua arma e miro nele.
— Desgraçado! Achou mesmo que pegaria a minha mulher e
sairia impune, seu miserável? Todo esse plano para me destruir?
Você não honra nem mesmo as calças que veste. Você nunca se
conformou com o meu crescimento, mas essa disputa sempre foi
legal, a minha empresa sempre agiu dentro da lei. Você que não
teve a capacidade de levar a sua empresa ao topo para competir de
forma honesta comigo. — Dou um chute no peito do desgraçado, o
fazendo cair.
— Jonh, já está tudo sob controle — Roger fala.
Observo os helicópteros pousando e poucos homens que
restaram do Lennar sendo rendidos.
— Esse verme é meu, Roger. — Vejo que o desgraçado
começa a rir.
— Eu posso até morrer, mas me diverti demais com a puta da
sua esposa, encontrará apenas o que sobrou dela. Isso se ela ainda
estiver viva.
Sinto a raiva me dominar e então começo a pisar nos seus
dedos da mão ferida ouvindo o barulho dos ossos se quebrarem e o
seu grito de dor ecoar pelo local.
— Seu covarde de merda! — Eu o pego pelo colarinho e
acerto um soco em seguida no seu rosto.
Saio o arrastando pelo galpão, onde já se pode ver dezenas de
corpos que estão sendo empilhados pelos meus homens enquanto
os que foram feridos já se encontram sendo socorridos.
A minha vontade é de acabar agora mesmo com esse infeliz,
mas eu tenho que encontrar a minha esposa.
— Levem-no para um lugar seguro, meu acerto de contas com
esse verme vai ser memorável. Agora tudo o que eu quero é a
minha mulher. — Eu o jogo aos pés de um dos soldados da Diretriz.
Sem que eu perceba, Lennar tira a arma da minha cintura com
sua outra mão e me acerta com um tiro no peito. Antes que ele
consiga me atingir pela segunda vez, Roger o apaga com um chute
no rosto.
— Filho da puta! — Caio de joelhos com a mão no meu
ferimento que dói feito o inferno.
No desespero de resgatar Amelie, não vesti o colete à prova
de balas.
— Você está bem, Jonh? Porra! Ele te atingiu próximo ao
coração.
— Me leve até a minha Amelie — falo segurando no braço de
Roger.
— Você vai ser socorrido, eu vou pegá-la.
— Não, eu a quero, me leve até ela agora mesmo.
— Você está ferido, porra, sangrando muito.
— É uma ordem do seu superior, me leve até a minha mulher.
— Porra, Jonh, não faça isso.
— É UMA ORDEM!
Ele sabe que não pode ir contra a uma ordem minha, por isso
mesmo contra sua vontade me ajuda a levantar e, quase que caindo
sobre os meus pés, sou arrastado por ele até um corredor onde os
soldados nos indicam ser uma espécie de cela. Ao abrir a porta
achamos a minha esposa jogada, completamente suja de sangue
em um canto, sem nem mesmo conseguir se mexer.
— Meu Deus do céu, o que fizeram com você!
Roger me ajuda a chegar até ela e me abaixo passando as
mãos por seu lindo rosto agora completamente machucado,
inclusive um de seus olhos está tão inchado que não se abre.
— Por favor me matem, eu não suporto mais a dor.
Roger me larga e sai apressado para pedir ajuda.
— Meu amor, você vai ficar bem.
— Não, eu não vou, nunca vou ficar bem ao seu lado. Olha o
que fizeram por sua causa comigo.
Eu começo a chorar sem me importar com praticamente mais
nada, porque suas palavras partem meu coração.
— Me perdoe, amor, me perdoe.
Ela balança a cabeça dizendo que não e o desespero toma
conta de mim.
— Se um dia você sentiu alguma coisa por mim, vai fazer o
que estou pedindo, vai tirar a minha vida para acabar com o meu
sofrimento.
— Não, não me peça isso. Eu sou capaz de dar a minha vida
para salvar a sua.
— Não pode, a minha vida está sendo arrancada de mim, por
sua causa. Eu não vou poder ver meu filho crescer, não vou poder
criá-lo para que se transforme em um homem de bem, o que me
resta vai ser olhar por ele onde quer que eu esteja.
— Não fale isso, Amelie, você não vai morrer. Eu não vou
deixar.
— Eu fui espancada brutalmente, Jonh, minhas costelas estão
praticamente todas quebradas, meus pulmões estão falhando, não
consigo mais respirar direito, é como se estivessem cheios de água.
Muito provavelmente estou com hemorragia interna e não tenho
mais muito tempo. Não consigo mais me mexer, o frio está tomando
conta do meu corpo.
— Não, não, não! Eu não admito que você morra, é minha, eu
mando em você e proíbo que morra...
Ela com esforço me dá um sorriso fraco.
— Há muito tempo que você não manda mais em mim e sinto
muito morrer sem conseguir te perdoar... — Ela fecha os olhos e
seguro o seu corpo em meus braços sem me importar com a
quantidade de sangue que estou perdendo.
— Nãooooooooooo... Amelie...
Roger entra de uma vez acompanhado de vários homens e
quando vê a cena a sua frente se ajoelha ao meu lado.
— Ela morreu, Roger, morreu por minha causa. Eu a perdi, o
amor da minha vida se foi.
— Não, não pode ser, não pode.
— Amelie, amor...
— Ela não está morta — um dos soldados fala.
Roger olha para ele e logo depois coloca dois dedos no
pescoço da minha mulher sentindo seu pulso.
— Ela não está morta, a pulsação está fraca, mas não está
morta, me ajudem a tirá-la daqui — Roger fala.
Meu coração se enche de esperança.
— Senhor Schmidt, me entregue sua esposa, o senhor vai
acabar morrendo também se não cuidar do seu ferimento, foi
atingido muito próximo do coração, isso é grave — um dos homens
fala.
— Não se importem comigo, inferno, apenas com ela.
— Você não pode morrer também, idiota. Ela está viva, mas
não sabemos por quanto tempo — Roger fala.
Com isso uma completa mobilização se forma ao nosso redor,
Roger tira Amelie dos meus braços a carregando no colo com
cuidado, enquanto meus homens me ajudam a andar.
***
Assim que chegamos ao hospital separam minha Amelie de
mim. Eu não pude ficar com ela e nem Roger, pois seu quadro,
segundo o médico, é muito grave.
Até mesmo eu escapei com sorte da morte, o tiro passou
centímetros do meu coração e eu tive uma perca significativa de
sangue.
Mas a minha preocupação maior está na minha esposa.
— Se ninguém vier me dar notícias da minha mulher, eu vou
me levantar dessa cama e ir atrás dela, Roger.
— Ela estava em estado grave, Jonh, é normal a demora de
notícias.
Estou prestes a responder quando um dos médicos da nossa
família entra no quarto.
— Senhor Schmidt precisa ficar em repouso absoluto, levou
um tiro, perdeu muito sangue, quase morreu.
— Como está a minha mulher? — Ignoro completamente o que
ele fala, afinal saber da minha esposa agora é a minha prioridade,
mesmo lutando contra a fraqueza e o cansaço que o meu corpo
sofre no momento.
— Fale de uma vez ou ele não vai sossegar — Roger fala.
— Então vamos às notícias que não são nada boas. Sua
esposa está na UTI, ela sofreu uma lesão muito séria no fígado que
resultou em uma insuficiência hepática aguda seríssima. Em outras
palavras, o fígado dela não serve mais para nada. A insuficiência
hepática aguda é bem complicada, ela causa encefalopatia e
costuma ser fulminante, deteriorando significativamente o fígado e
quase sempre levando o paciente à morte.
Eu sinto o mundo cair sobre a minha cabeça.
— O que podemos fazer para salvá-la? — Roger pergunta já
que eu não consigo falar.
— A insuficiência hepática fulminante ocasiona altas taxas de
mortalidade, mesmo com tratamento intensivo ela pode...
— A pergunta foi o que podemos fazer para salvá-la? — Dessa
vez sou eu quem fala, já perdendo a paciência.
— Um transplante de fígado nas próximas horas, senhor
Schmidt, é isso que pode salvar a vida dela, mas encontrar um
fígado compatível assim com tanta pressa é praticamente
impossível. Teríamos que...
— Eu faço a doação.
O médico me encara e Roger se levanta de uma vez da
poltrona.
— Você ficou louco? Quase morreu também, perdeu litros de
sangue, sem falar que para fazer essa doação teria que ser
compatível com ela.
— Ele é, mas fazendo essa doação, senhor Schmidt, colocaria
a sua vida em risco. Foi baleado, perdeu muito sangue, seu corpo
está fraco e muito provavelmente não aguentaria o processo de
recuperação.
— Eu não me importo nenhum pouco. As últimas palavras que
escutei da minha mulher é que ela iria morrer sem conseguir me
perdoar por ter feito da vida dela um inferno. Posso até morrer, mas
ela não. Amelie merece viver, se ela está nessa situação é por
minha causa. A minha vida em troca da dela é um bom negócio para
mim, assim meu filho poderá crescer e ser criado pela mãe.
— Jonh, você não sabe o que está falando, Amelie não...
— Eu a amo a ponto de sacrificar a minha vida pela dela. Está
decidido e vocês dois vão fazer o que estou mandando. Sabem
muito bem que não podem ir contra uma ordem minha — falo
interrompendo o Roger.
— Puta que pariu, isso é loucura, Jonh! — Roger exclama.
— Loucura é eu viver e Amelie morrer, isso é loucura. Caso eu
não resista, você, Roger, vai cuidar e proteger a minha família.
— Isso tem que ser antiético.
— E desde quando trabalhamos com ética, meu amigo?
Infelizmente, essa decisão não é sua, mas minha. Eu troco a minha
vida pela da minha esposa sem nem pensar duas vezes. Pode
preparar tudo para a cirurgia, doutor, está na hora de trazer minha
doce Amelie de volta a vida.
CAPÍTULO 38
Anos depois...
Estou sentado na área externa da mansão Schmidt,
rodeado por minha família. Ter meus filhos, netos e sobrinhos ao
meu redor, me deixa muito feliz e satisfeito.
Meu filho, Caio, é homem feito e casado com uma mulher
belíssima, Livia. Minha nora é maravilhosa e soube colocá-lo em
seu devido lugar já que o idiota puxou na safadeza a mim.
Assim como eu aprendi, ele também aprendeu e gostei muito
de rir da cara dele, já que não quis dar ouvidos aos conselhos que
sua mãe e eu demos.
Mas o que realmente importa foi que ele me deu duas netas
lindas e maravilhosas.
Meu sobrinho, Robert, hoje também está comigo. Ele foi o
presente que meu irmão me deixou depois da sua morte.
Meu irmão não foi um bom marido e teve coragem de trair o
filho da pior maneira que existe.
Com muita dor no coração digo que ele mereceu o fim que
teve.
O que ele fez custou muito caro e transformou meu querido
sobrinho que tenho como filho, em um homem frio e de coração
duro, como eu fui.
Mas, assim como eu, ele também teve sorte de ter um grande
amor, a belíssima, Estella. Uma menina meiga que com a sua
inocência soube colocá-lo na linha.
Hoje, eles também têm uma linda família.
O meu sobrinho sofreu e muito para dar valor a mulher que
tem ao seu lado.
Acho que arrogância e possessividade está no sangue dos
homens Schmidt.
Agora a razão da minha vida, Anastácia, minha preciosa filha,
essa me deu trabalho e é o motivo de vários fios de cabelo branco.
Mas tudo o que ela faz é devido sua inocência...
— Pai, em que o senhor tanto pensa olhando para as crianças
brincando?
Caio me tira dos meus pensamentos se aproximando junto
com meu sobrinho, Robert, e meu genro, Ítalo.
A única escolha errada da minha filha.
Esse eu engoli na marra, mas deixei as coisas bem claras,
com uma arma engatilhada em cima da minha mesa no escritório
enquanto tínhamos uma conversinha de sogro para genro.
Acho que ele aprendeu a lição.
— Estava pensando em como a minha preciosa filha é
inocente.
Os três idiotas caem na gargalhada.
— Tio, amo o senhor, mas Anastácia não tem nada de
inocente. Esqueceu que ela ajudou a minha esposa a fugir de mim?
Ela sabia o tempo todo onde ela estava e por três anos escondeu
essa informação — Robert diz sorrindo e se senta ao meu lado com
um copo de uísque na mão.
— Você mereceu passar por isso e ela não fez isso sozinha,
teve muita ajuda — digo olhando para meu filho que coça a
garganta.
Caio foi o cérebro dessa loucura.
— Pai, Anastácia, sabia onde minha mulher estava escondida
durante a gravidez e mesmo implorando, ela não abriu a boca.
— Você também mereceu e isso só mostra o quanto minha
filha é leal a cunhada e a melhor amiga dela.
Caio se cala e se senta à minha frente.
— Ela também teve coragem de fugir de mim, quando
engravidou do nosso filho...
— Você fica calado, não tem direito de falar da minha filha. Ela
deveria ter feito como Estella fez e ter passado três anos longe de
você. — Corto meu genro antes que ele termine de falar.
— Não fale uma coisa dessas nem brincando, senhor Schmidt,
já aprendi minha lição e trato minha mulher feito uma rainha.
— Eu sei disso e é por esse motivo que ainda está vivo.
— Vocês estão falando de quê? — minha filha pergunta se
aproximando, acompanhada pela mãe.
Minha Amelie ficou mais linda ainda com o passar dos anos.
— Estávamos aqui falando do quanto você é inocente —
Robert diz e os outros dois sorriem.
— Papai tem razão, não faço nada com má intenção. Vocês é
que são...
— Anastácia! — minha mulher chama a atenção da filha que
se cala.
— Deixe a menina, Amelie, ela não ia falar nenhuma mentira.
Robert, Ítalo e Caio tiveram o que mereciam, porque não souberam
dar valor as mulheres que amam. Eles passaram pelo inferno, assim
como eu passei, para aprenderem a dar valor as mulheres
maravilhosas que eles têm — digo encarando os três que
permanecem calados, porque sabem que tenho razão.
— É por isso que o amamos, senhor Schmidt — Livia diz se
aproximando com Estella.
As duas me dão um beijo na bochecha.
— A mansão Schmidt sempre vai estar de portas abertas para
as minhas três preciosidades. Quando os maridos de vocês fizerem
besteiras, podem vir para cá, minhas queridas, que dou ordens para
meus homens os manterem fora dos portões dessa mansão. Foi
justamente por isso que comprei esse lugar, tem espaço mais do
que o suficiente para vocês e seus filhos.
— Titio, pelo amor de Deus, não dê ideias — Robert fala.
— Papai, não fale uma coisa dessas nem brincando — Caio
reclama.
— Senhor Schmidt, por favor...
— Ítalo, você pode continuar calado que ainda não engoli você
direito.
— Papai, o senhor prometeu... — minha filha fala.
— Jonh, isso não é jeito de falar com seu genro, pai do nosso
neto.
— Desculpa, querida, vou tentar melhorar. Não se chateie
comigo, amor. — Beijo a mão da minha esposa.
Na verdade, queria mesmo era fazer outra coisa, mas com a
casa cheia fica impossível.
— Vejo que também está no sangue dos Schmidt serem
maridos obedientes.
Meu genro só tem coragem de falar essas coisas na minha
frente quando minha esposa e filha estão por perto.
— Ítalo Fox, minha arma ainda está carregada esperando por
você.
Todos caem na gargalhada e até eu acabo sorrindo.
— Desculpa, senhor Schmidt, não vou falar mais nada.
— É bom mesmo.
— Chega desse assunto. Vamos entrar para comer que o
almoço já está servido. Dei ordem para as babás pegarem as
crianças e as levarem para mesa. Por elas, passam o dia todo na
piscina — Estella diz indo em direção ao marido.
Levantamos e vamos para a mesa.
— Vejo que está feliz hoje, meu amor — minha esposa diz me
abraçando pela cintura.
Deixo que os outros passem na nossa frente.
— Você me faz feliz, meu amor, e nunca vou me cansar de
agradecer a família linda que me deu. Vou te amar até mesmo
depois da morte.
— Também vou te amar por toda a eternidade.
Nos beijamos profundamente, selando mais essa promessa de
amor eterno.
Essa será nossa vida até o fim de nossos dias.
FIM.
BÔNUS
DIRETRIZ
— Cale a porra da boca! Maldito traidor — rosno de maneira
cortante, deixando transparecer em minha voz arranhada, o quão
instável estou nesse exato momento, querendo conter o que cresce
dentro de mim, querendo controlar a destruição que me corrói e me
dilacera por dentro, que é incapaz de ser controlada. — Eu não
estou aqui para ouvir nada de você e o aconselho a não implorar.
Odeio quando as pessoas apelam para o meu lado sentimental, lado
esse, que não existe dentro de mim! — Olho de relance para a arma
que está em cima da mesa, inalo o odor ferroso que se espalha pelo
ar e, por instinto, os cantos dos meus lábios se curvam em um
sorriso cruel e perverso.
— Jonh Schmidt não merece toda essa confiança que
depositam nele.
— Não foi ele quem me traiu, mas você. Eu dei uma missão
para você, uma missão simples, e o que fez? Estava nos passando
informações falsas a respeito de um membro do alto escalão e
ainda estava vazando informações dele para seus inimigos. E
adivinha só? Por causa dessa sua traição maldita, a esposa dele foi
sequestrada. O homem está derramando um verdadeiro rio de
sangue, mandando para o inferno mais almas em um dia do que
você foi capaz de fazer em uma vida toda. E quando um homem
com a influência de Jonh Schmidt sai do controle é minha obrigação
intervir e restaurar a paz.
O infeliz arregala os olhos se dando conta da merda que fez.
Como ele se deixou levar por sentimentos tão vãos, porque o
que sentia não era amor, o capturamos muito bem enterrado entre
as pernas de uma prostituta.
— Eu nunca quis que acontecesse nada com a Amelie, ela não
merece...
Ele se cala com a porrada que desfiro em seu rosto.
— Mas aconteceu e você deveria saber disso, afinal eram
informações do marido dela que você estava vazando. Eu tinha
planos audaciosos para você, Ricardo. Seu pai foi um bom soldado,
fiel à cúpula, mas, infelizmente, você não herdou dele as devidas
qualidades. Isso vai te levar à morte e vai servir de exemplo para
que outros não cometam o erro que cometeu, porque por sua causa
é muito provável que Amelie Schmidt saia sem vida de seu cativeiro.
— Observo a arma bem diante de mim e constato o inevitável, essa
pistola será a última ferramenta a ser utilizada nessa nova sessão
infernal que me levará ao êxtase.
— Eu não queria isso, não queria...
É aqui que homens que perdem sua honra terminam e nada e
nem ninguém pode livrá-los da minha ira, porque esse fim faço
questão de dar pessoalmente.
Movido pela adrenalina que pulsa em minhas veias, inspiro
profundamente de maneira calma e pausada, saboreando o cheiro
de sangue, sentindo-o com admiração, atiçando assim meus
instintos mais sombrios e dilacerantes.
Ele sabe que essa será a última sessão do dia e,
provavelmente, o fim de sua vida miserável.
Eu me viro e encaro o seu rosto pálido, ciente que será a
última vez que irei encará-lo com vida. Sua imagem está degradada
pelo sofrimento e o seu olhar é débil, totalmente desfocado da
realidade, se perdendo em alucinações, causadas pela dor crua que
rodeia seus ferimentos profundos.
O rosto do infeliz está inchado e há alguns hematomas feios
em suas bochechas, no entanto, não é isso que me chama a
atenção, mas um profundo corte bem no meio da cartilagem do seu
nariz, uma ferida que se destoa facilmente das demais, provocadas
por mim, causada por um soco forte em seu rosto.
Deslizo meu olhar pelas cordas que pressionam seus pulsos e
os seus tornozelos deixando a pele, que está em contato com os
fiapos e com as fibras, em carne viva, totalmente esfolada,
provocada pelo atrito da sua insistência em se soltar.
Eu me aproximo devagar, sondando seus reflexos, querendo
descobrir o quão perdido na dor o seu subconsciente está.
— Eu sou o senhor das leis que rege tudo e todos no mundo.
Eu sou a Diretriz, a alta cúpula e julgo você culpado de traição
perante a família. Que o Diabo te receba nos portões do inferno.
O som do tiro ecoa pelo ambiente e a vida de mais um traidor
é tirada.
— Já que terminou de se divertir, temos assuntos mais
importantes para resolver agora, Dubai precisa de nós.
AGRADECIMENTO
De início, quero expressar minha gratidão a Deus, pois, vem
DELE a minha força e capacidade para a escrita.
Eu me sinto privilegiada e toda honra e toda gloria sempre a
Ele!
Agradeço também a minha família, meus filhos e meu esposo
que são a base da minha estrutura.
Agora chegou a vez de vocês, minha segunda família, as
Lindaétes, como algumas leitoras se intitulam.
Vocês são a minha maior motivação.
Gratidão é a palavra que define meu sentimento por meus
leitores.
Obrigada por cada comentário de incentivo, carinho e
entusiasmo. Sempre digo que tenho os melhores leitores do mundo,
porque sem vocês nada disso teria sido possível.
Vocês moram no meu coração.
Amo a interação de vocês e estou sempre aberta a ideias e
críticas construtivas.
Espero de coração que tenham gostado de mais essa história.
Meu objetivo é satisfazer cada leitor, proporcionando uma
leitura contagiante e agradável, e saber que sou capaz de despertar
sensações e alegrias com a minha criatividade é arrebatador.
Isso é muito poderoso.
Eu me arrisco a dizer que o livro é um portal para o outro lado
do mundo.
Um cheiro no coração de cada um de vocês e me aguardem
para próximas histórias.
Bora viajar juntos?
SOBRE A AUTORA
Olá, meninas!!
Sou Linda Evangelista, tenho trinta e cinco anos, sou casada,
mãe e estudante de engenharia civil, cursando os últimos períodos
da faculdade.
Apaixonada por literatura em suas diversas ramificações de
escrita e gênero, e é nesse meu "paraíso particular" em que me
conecto a música e viajo pelo alfabeto de letras, linguagens e
infinitas possibilidades. É daí que sai minhas inspirações que muitos
já conhecem.
Inicialmente, escrever era um hobby e hoje faço disso a minha
profissão, pois amo escrever.
E assim deixo um pouquinho de mim, em cada livro escrito,
com pequenas doses de sonhos, homens lindos, românticos,
possessivos e ricos, quase donos do mundo.
Mas que se deixam ser de uma única dona, de mulheres lindas
que são donas de si e amam serem chamadas de MINHA pelo
mesmo homem lindo, romântico e possessivo.
Agradeço a cada uma de vocês que leem meus livros esse
quiserem, me sigam nas diversas mídias sociais para saberem das
novidades e próximos lançamentos.
REDES SOCIAIS DA AUTORA
OBRAS DA AUTORA
A MULHER DOS MEUS OLHOS — LIVRO 2
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SINOPSE
Após negarem seus sentimentos por muito tempo, enfim,
Nathan Schmidt e Ellen Mitchell decidem assumir o que sentem e
começam um relacionamento desejado por muitos e odiado por
outros, afinal a união dos dois só deixará o grupo Schmidt mais
forte.
Nathan é possessivo e Ellen não tem qualquer dom para ser
uma mulher submissa, obediente.
Após dias de juras de amor e permanecerem em uma bolha,
onde por vinte e quatro horas a única preocupação era curtir o que
estavam vivendo, é hora de voltar para a realidade, para os
compromissos e responsabilidades do dia a dia.
Novas responsabilidades aparecerão e os dois terão que saber
ter jogo de cintura para levar esse relacionamento a frente.
Ela se tornou a mulher dos olhos do mais novo CEO do grupo
Schmidt e seu ponto fraco, como consequência.
Inimigos estão à espreita a espera de uma chance a fim de
estragar essa felicidade e acabar com o poder do mais novo chefe
da família Schmidt.
Como esses dois que tem uma química explosiva e
personalidades fortes irão viver a nova realidade imposta?
O QUE ACONTECE EM LAS VEGAS FICA EM VEGAS
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SINOPSE
O que acontece em Las Vegas fica em Las Vegas?
Essa é a pergunta que os oito casais pertencentes as famílias
mais poderosas do mundo vão responder ao passarem o feriado na
cidade do pecado, do prazer e da luxúria.
Robert, Caio, Ítalo, Olive, Collins, Álvaro, Willie e Ângelo com
suas respectivas esposas vão passar por algumas aventuras e
desventuras na estadia no hotel cassino Bellagio, o mais famoso de
toda Las Vegas.
O rei do petróleo junto com seus amigos irão armar um plano
para comprar o tão cobiçado hotel cassino em um jogo de poker,
jogo esse que o poderoso Olive Thomson domina.
As mulheres não faziam parte do plano, porém, ao decidirem
acompanhar seus maridos irão embarcar em uma jornada de prazer
e muita diversão.
As fichas estão na mesa, as apostas foram feitas, quem será o
vencedor?
O HOMEM DOS MEUS OLHOS – LIVRO 1
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