Você está na página 1de 82

A vingança

Spin-off de A Aposta

Jacque Dark
Copyright © Jacque Dark, 2020
Capa: Jacque Anderson
Revisão: Jacque Anderson
Diagramação: Jacque Anderson

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos


descritos são produtos da imaginação da autora. Qualquer semelhança com
nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência.

Atenção
Esse livro contém cenas de sexo e violência que podem ser considerados
como possíveis gatilhos. Não leia caso sinta-se desconfortável.

A vingança – Spin-off de A aposta


Jacque dark
1ª edição – 2020
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Prólogo

Sua mão agarra e aperta meu ombro com força, de sua boca o sangue
jorra, ele respira rápido tentando se segurar a vida. Há sangue, muito sangue
para todos os lados. Ele me puxa para mais perto, percebo quer falar algo mas
não consegue, ele tosse e sangue sai de sua boca, ele está morrendo em seu
próprio líquido, vermelho, tudo vermelho, sua camisa branca encharcada de
sangue, seu rosto jovem manchado de sangue e a gravata também.

Sou um homem duro, fui treinado para não sentir, não me arrepender,
não ser derrotado, não perder. Mas ver meu irmão deixando a vida em minhas
mãos, era duro demais para um homem. Eu tentei, juro que tentei salvá-lo,
mas não houve tempo, os tiros o atingiram em cheio. Seu corpo caiu sobre o
chão, agonizando.

— Dimitri, não me deixa morrer — ele falou com dificuldade.


— Não deixarei, fica comigo, aguenta irmão.
— Eu quero, mas não dá...
— Não! Petrovic, aguenta firme, por nós, pela Bratva.

Ele fecha os olhos e tenta puxar oxigênio mas o perde através do


buraco que a bala fez no seu pescoço. Preciso estancar o sangue. Por isso tiro
minha camisa e tento conter o sangramento. Mas rapidamente fica tudo
banhado de sangue. Ele volta abrir os olhos, seu olhos azuis, assim como os
meus, estão assustadores, sem brilho, como se não tivesse mais vida.

— Petrovic— O chamo sacudindo um pouco.

Ele repira fundo e segura, penso que ele não voltará, porém ele volta e
me puxa para bem próximos de seu rosto, fala em um fio de voz.
— Vingue a minha morte, não deixe ninguém vivo, encontre-os e
mate-os.

Mais tosse, mais sangue jorrando. Ele olha para o céu e respira fundo,
sua última respiração. Sua mão que me segura afrouxa, ele está com os olhos
abertos, ele está morto.

Fico alguns minutos debruçado sobre o corpo dele, não choro, pois
não há tristeza dentro de mim, mas ódio, um ódio mortal pelos responsáveis.
Eu vou caçá-los e os destruirei um por um. Levo a mão no rosto do meu
irmão e fecho os seus olhos. Travo a boca em uma linha fina, sobre o corpo
do meu irmão, eu juro, terei a minha vingança.
Capítulo 1

Eleni

Alguns dias após o crime

O tilintar das taças e


louças ecoam pelo
ambiente, o bar está
lotando, olho pela fresta, em poucos minutos entrarei no palco para cantar.
Tenho duas vidas, pela manhã sou apenas uma estudante universitária
comum, à noite me torno Lola, a cantora sexy de um dos bares mais famosos
no centro de Moscou. É assim que ganho a vida, com esse dinheiro pago a
minha faculdade e tenho uma vida independente do meu pai e irmãos. Não
que não os ame, mas eles estão metidos com coisas pesadas, drogas, violência
e desde que me tornei de maior decidi me afastar de tudo isso.

Meu pai a princípio não aceitou, ele queria me segurar de todas as


maneiras, mas fui firme e disse que não queria aquela vida. Com o passar do
tempo ele acabou se conformando, mas sempre tentava me persuadir a voltar
para casa.

Minha família, os Koslov, pertence a uma das muitas organizações


criminosas da Rússia, meu pai e tipo o líder e ele tem o controle da parte
norte de Moscou. Claro que eles são fichinhas perto da maior organização
criminosa da Rússia, a Bratva, mas mesmo assim, são perigosos. Meu pai
tem negócios com eles e estremeço só em ouvir falar deles, são homens
muito cruéis, pelo pouco que ouvia meu pai falar, já me deixava arrepiada,
por isso decidi me afastar disso tudo, essa vida não é para mim.

Meus irmãos, são o tipo protetor, mesmo estando longe eles vira e
mexe aparecem no Bar à noite, estranhei até eles não terem vindo hoje. Eles
são enormes, musculosos, mas não são boas pessoas, Contudo os amo e não
quero que nada de mal os aconteça. Tenho muito medo de perdê-los para essa
vida louca do crime.

Perdi minha mãe quando tinha 14 anos, ela foi assassinada, meu pai
na época não quis entrar em detalhes, mas creio que tem algo a ver com as
atividades dele no mundo do crime. Não é fácil ser filha e irmã de gângsters,
se as pessoas soubessem de quem sou filha se afastariam de mim. Por isso,
nunca falo da minha vida para ninguém, prefiro assim.

— Lola, está na hora, vai lá e arrasa garota.

Entrei no pequeno palco e recebi aplausos calorosos. Me sentei na


banqueta alta e minhas pernas ficaram à mostra através da fenda enorme do
vestido de noite sexy. Meu seios praticamente queriam pular do corpete
apertado. Meus cabelos ruivos estavam presos e meus ombros e colo ficacam
a desnudos, pois o vestido era um tomara que cai. A boca coberta com batom
vermelho e olhos bem marcados acentuando o tom avelã esverdeado deles.
Olhei para o público, a maioria homens e algumas mulheres que os
acompanhavam. Já estou acostumada, canto nesse bar a um ano, mas sempre
fico nervosa, principalmente por aparentar alguém que não sou. Se eles
soubesse que a Lola, cantora de voz roca e sexy é apenas uma virgem
frustrada de 19 anos, se surpreenderiam.

Os primeiros acordes da canção de Julia Michaels- Deep iniciaram e


assim comecei minha apresentação. Cantava com os olhos fechados, me
deixando embalar pela melodia. Ao executar uma nota mais alta, abro os
olhos e sinto o impacto de um olhar extremamente azul me encarando, quase
perco o compasso, mas continuo cantando sem no entanto conseguir desviar
os olhos daquela figura. Parecia que estava presa por aqueles pares de olhos e
o dono deles era mais impactante ainda. Ele inalava poder e perigo. E era
lindo, uma beleza máscula e sexy. Ele não desvia o olhar, ficou todo
momento na mesma posição sem ao menos piscar.
Ao final, todos aplaudiram de pé. Sorri e antes de me despedi olhei
para o local onde o homem estava sentado e não o vi. Uma sensação de perda
dominou-me, fiquei meio que decepcionada. Me despedi do público segui
para o pequeno camarim, meu chefe veio falar-me.

— Você foi incrível como sempre, o bar fica lotado quando você
canta.
— Obrigada, Yuri.
— Temos alguém importante hoje, ele gostaria de tomar um drink
com você.
— Yuri, sabe que não faço programa.
— Eu sei meu bem, mas ele só quer tomar um drink, nada mais.
— Eu sei como isso funciona Yuri, tentará me convencer a terminar a
noite na cama dele e hoje não estou a fim de aturar isso, fale que estou
indisposta.
— Você é quem sabe, mas saiba que ganharia muito mais se fosse,
digamos... agradável com alguns.
— Terminou? Preciso me trocar.
— Não está aqui quem falou.

Yuri saiu do camarim. Mirei-me no espelho e avaliei minha imagem.


Peguei os lenço removedor de maquiagem e comecei a tirar aquela máscara
de mulher sexy do meu rosto. Ao final já me parecia comigo mesma. Soltei
os cabelos ruivos que caíram soltos pelo meu ombro. Comecei a escova-los,
ao finalizar, admirei-me, agora parecia uma adolescente, rosto fino de traços
delicados, uma boca pequena e bem desenhada, pele clara com algumas
espinhas que insistem em aparecerem e os olhos que alternam entre cor de
avelã e verde, hora parecem verdes hora castanhos claros, meu pai sempre
disse que meus olhos mudavam de cor conforme meu humor, eles ficam
extremamente verdes se eu estiver zangada, era assim que ele descobria meu
estado de espírito. Sorri.
Tirei o vestido e usei meus jeans e camiseta. Calcei as botas, coloquei
um gorro na cabeça, luvas e casaco. Enquanto fazia isso, não parava de
pensar naquele homem, eu não sei porque, mas a figura dele me
impressionou. Estava pronta para ir, moro em uma casa que aluga quartos
para moças, não era longe, por isso opto por pegar o ônibus e como tem hora
marcada para passar, preciso ir, já está quase na hora.

Saí por trás do bar, a noite estava fria, caminhei apresada pelos becos,
a pouca iluminação dava um ar de sombrio. Coloquei as mãos no bolso do
casaco e andei de cabeça baixa, pensando na vida. Ao chegar no final do
beco, uma luz forte de uma lanterna de carro ofuscou minha visão, coloquei a
mão na frente e tentei ver o que estava acontecendo. As portas se abriram e
alguns homens desceram, meu coração pulou como tambor no peito, aqueles
homens não eram pessoas comuns, eles portavam armas pesadas.

Assustada, paralisei no lugar. Entre a névoa da noite e a luminosidade


do farol, surgiu um homem, ele era alto, usava um sobretudo preto, não vi
arma em sua mão, contudo não podia esperar para ver, precisava sair dali.
Comecei a me mover para trás e coloquei a mão no bolso do casaco, segurei
no spray de pimenta, uma garota não pode andar desprotegida, usarei sem
piedade. O homem continuou vindo em minha direção, não havia mais
dúvidas, ele está vindo para me pegar. Eu começo a correr, cada passo no
chão eu deixo meu gemido de pânico. Olho para trás e o homem continua
andando, ele não corre atrás de mim. Solto um grito de pavor, quando dois
gigantes aparecem na minha frente, tento me desviar e entro em outro beco.

Seguro o spray de pimenta com tanta força que tenho medo de


quebrá-lo antes de usá-lo, ouço os passos dos homens atrás de mim. Estou
exausta, meu coração quase saindo pela boca. O beco não tem saída, me viro
para encarar os gigantes, eles se aproximam e aproximam, encosto na parede,
os dois agora estão muito perto. Quando eles estão quase me tocando, levanto
meus braços e borrifo o spray nos olhos de um e depois do outro. Eles se
afastam e nesse momento passo entre eles e corro, olho para trás, os homens
estão se recompondo, mas antes de eu consegui fugir deles, bato em alguém.
Desequilibro, porém antes de cair estatelado no chão, o homem me segura.
Meu Spray voa longe.

— Não! — grito.

O homem tapa minha boca com uma das mãos grande e me segura
pela cintura, eu esperneio, tento soca-lo, mas nada que eu faço surte efeito,
ele parece um monstro. Ele me imobiliza completamente, os outros dois
aproximam-se com uma fita adesiva cinza. O homem que me segura pega a
fita e pressiona na minha boca, tento gritar mas o aperto da fita é muito forte.
Então ele também amarra minhas mãos para trás. Ao finalizar ele me olha,
meus olhos estão banhados de lágrimas e cheios de pavor.

Observo aquele homem de olhar frio que parecem dois blocos de


gelo. O reconheço, era o homem que me observava durante a apresentação no
bar. Ele aproxima do meu rosto, faço gesto negativo com a cabeça, o meu
sangue corre tão rápido nas veias, que parece que meu corpo está
entorpecido.

— A filha de Koslov é corajosa. — ele falou.

Então ele segura meu rosto com força apertando meu maxilar, olha
atentamente para mim e sua feição demonstrava que estava gostando de ver
meu desespero. Ele sorriu, e não era um sorriso gentil ou alegre, era
maquiavélico e diabólico. Meu corpo começou a tremer muito e eu soluçava
abafado, a sensação que tinha era que iria desmaiar de medo a qualquer
momento, mas não queria perder os sentidos, precisava saber o que eles
querem de mim.

O homem que me segurava, soltou meu rosto e em um gesto rápido,


me jogou em seu ombro. Gritei abafado e esperneei, mas nada adiantava.
Meu Deus! Meu Deus! Estava sendo sequestrada e minha cabeça não parava
de pensar o que acontecerá comigo. Isso só pode ser coisa do meu pai, algum
inimigo ou até um sequestro para pedir resgate.
Fui jogada no banco de trás do SUV preto, o homem que me levou,
bateu a porta e entrou na frente. Ouvi mais batidas de postas de carro e
algumas vozes, apenas uma palavra me chamou atenção. Gelei ao reconhecer,
estava sendo sequestrada pela Bratva.
Capítulo 2

Eleni

O s minutos seguintes
foram os

vida, não sabia para onde estavam me levando, consegui olhar através do
mais
aterrorizantes da minha

vidro mas não podia ver nada, as janelas do carro eram escuros. Eu estava
encharcada pela umidade das lágrimas que molhava a mordaça na minha
boca, parecia que eu estava me afogando, fazendo o pânico aumentar ainda
mais. Tentei empurrar a mordaça com a língua, mexi a mandíbula, mas tudo
que tentava só piorava a minha situação e machucava a minha pele.

Movi os pulos também tentando escapar até começar a doer, parei e


respirei fundo procurando me acalmar, não iria desistir. Mais uma vez puxei
as mãos e meus pulsos latejavam de dor. Comecei a chorar desesperada. Meu
Deus! Roguei e roguei para que um milagre acontecesse e eu conseguisse
escapar das mãos desses homens.

O carro parou, fiquei em alerta, meu coração batia forte na minha


caixa toráxica, podia senti-lo martelando em minha garganta. A porta se abriu
e um dos homens que eu havia atacado com spray de pimenta, segurou pelo
meu braço e me puxou para fora do carro. Tentei chuta-lo, porém o outro
homem me segurou pelas pernas.

Um saco de pano foi colocado em minha cabeça, bloqueando a minha


visão, entrei em pânico, mas não tive tempo de pensar em nada, fui arrastada
pelos dos homens que me seguravam de cada lado do meu braço. Percebi que
entrávamos em um local, senti o piso sólido e duro embaixo dos meus pés.
Logo depois, ouvi portas sendo abertas, agora pisava sob poças de água. O
cheiro do local não era agradável. Os homens me fizeram sentar em um
cadeira dura e para meu maior desespero, senti que amarraram meus pés
juntos. Estava completamente imobilizada agora.

Os passos dos homens se afastaram até que somente o som de água


gotejando entrava em meus ouvidos. Muitas coisas passavam pela minha
cabeça, pensava sobre o que esses homens fariam comigo. Queria desligar
minha mente por apenas algum tempo. Estava dividida entre querer ficar
desperta para descobri uma maneira de escapar ou querer se retirar da
realidade e fingir que estava em outro lugar, talvez em minha cama quentinha
dormindo um sono tranquilo.

Meu corpo todo estremeceu e eu solucei, as lágrimas inundaram meus


olhos e rosto, o medo de não saber o que irá acontecer era pior que qualquer
outra coisa, talvez se eles tivessem me matado de uma vez teria sido melhor
do que sofrer essa tortura. Apertei meus olhos e pensei em uma canção, um
das minha preferidas, sempre que me encontrava angustiada, a cantava.
Assim, comecei a cantarolar fazendo som com a garganta, a melodia saia
abafado, mas não me importei, deixei-me embalar e a medida que tomava
confiança mais alto o som saia de minhas cordas vocais, podia senti-la vibrar.

Parei abruptamente ao ouvir passos. Eu podia sentir sua presença,


uma força de comando que chamou minha atenção mesmo que não conseguia
vê-lo. Podia ouvir sua respiração e seu perfumo masculino.

— Continua.

Aquela voz, era do homem que me segurou no beco, profunda, firme


e poderosa. Eu queria me rebelar, mas alguma coisa me dizia que talvez o
meu canto o acalme de alguma maneira, então reiniciei, mas sempre atenta
aos sons que ele fazia. Ele continuou andando, tinha a impressão que andava
em círculos em volta de mim. De repente ele parou, ouvi som de cadeira
sendo arrastada. Mas segui com a melodia até o final. Parei e esperei. Ele não
falou nada, o silêncio só era cortado pelas água gotejando, a cada minuto que
se passava, mas angustiava ficava, não sei se preferia que ele me maltratasse
de uma vez ou continuasse com esses jogos mentais, de qualquer maneira
tudo era horripilante. Se eu tivesse uma maneira de falar, perguntar, pedir,
suplicar... contudo nada posso fazer com aquela mordaça em minha boca, a
não ser som com a garganta.

O homem tirou o saco da minha cabeça, assustei- me e respirei


acelerado. O fitei, meus olhos ajustaram-se a pouco luminosidade, ele estava
sentado a minha frente, seus olhos azuis me avaliavam, era tão gelado como
um iceberg cheio de pontas afiadas de gelo apontados para mim, como se
quisesse dilacerar minha carne, minha alma. Observei suas mãos, eram
tatuadas e nos dedos haviam anéis. Seu rosto era coberto por uma barba
espessa. Me recriminei por tê-lo admirado no bar, já deveria ter desconfiado
que ele não tinha boas intenções. Desviei os olhos da figura dele e escaneei
os olhos rapidamente pelo ambiente e percebi que era sombrio e sujo. O teto
baixo com cabos e tubos a mostra. O chão de concreto estava molhado e
alguns cantos percebia-se lodo. A minha frente uma parede escura.

Pulei de susto quando ouvi sua voz, mesmo já esperando ele falar
algo.

— Sabe, eu gosto de silêncio. Odeio gritaria, por isso, podemos fazer


um trato, tirarei a mordaça e você se mantenha calada, se ouvir qualquer
grito, não gostará da minha reação. Temos um acordo?

Quais eram as minhas alternativas? Nenhuma, contudo era melhor


fazer qualquer coisa para que ele tirasse aquela mordaça. Por isso balancei a
cabeça positivamente, mas sem nenhuma intenção de obedecê-lo. Assim que
tiver uma oportunidade, gritarei a todos pulmões, mesmo que isso custe a
minha vida.

— Muito bem!

Ele estendeu uma das mãos e puxou a fita adesiva de uma vez me
causando dor. Percebi que um pouco de pele dos lábios saíram junto e os
machucou. Passei a língua para apaziguar o incômodo.

— Você é mais bonita do que imaginei, filha de Koslov.


— E você é um monstro sem alma, como imaginei.

Para minha surpresa ele riu e não era um riso de deboche, parecia que
estava realmente se divertindo.

— O que você quer de mim? — Perguntei.


— De você nada, mas de seu pai e irmãos quero o sofrimento, quero
vê-los sangrar de desespero ao presenciar o que farei com a princesinha deles.

Engoli em seco, já tinha uma ideia que meu pai e irmãos tinham
alguma coisa a ver com tudo isso e sei como são essas coisas, ele irá me
matar, não há escapatória para mim. Contudo, ele não quer somente meter
uma bala na minha cabeça, se quisesse fazer isso já teria feito. Por isso penso
que me manterá presa para chantagear meu pai ou algo assim. Porém
precisava convencê-lo que não tenho nada a ver com as atividades do meu
pai, eu tinha que suplicar, implorar.

— Não pode me manter aqui, não tenho nada a ver com as atividades
do meu pai e irmãos. Além do mais há pessoas que me conhecem lá fora, eles
irão me procurar.

Ele aproximou mais ainda seu rosto de mim e me fitou diretamente


nos olhos.

— Não minta, ninguém vai te procurar e mesmo se o fizerem de nada


adiantará, Eleni Koslov.

O som do meu nome em seus lábios foi como um choque elétrico


atravessando meu sistema nervoso. A percepção de que meu sequestro não
foi somente para me matar, mas para me fazer sofrer, ou pior, causar dor em
meu pai de alguma maneira através de mim. Isso me fez perder as esperanças
de conseguir convencê-lo de alguma coisa. Aquilo tudo foi planejado.

Uma ideia passou pela minha cabeça, rapidamente falei.

— Meu pai não sofrerá por mim, ele já me rejeitou por ter ido
embora.
— Ora Eleni Koslov, olha para mim, você acha que não sei tudo sobre
você e seus parentes? Não tente me enganar.

Subitamente ele levantou-se, andou próximo a uma mesa de aço


inoxidável, o acompanhava com os olhos arregalados.

— Chamamos esse lugar de câmera de torturas.

Ele apertou um botão em um painel na parede a minha frente acendeu.


Percebi horrorizada que não era uma parede de concreto, mas de vidro e do
outro lado vi meu pai e meus irmãos. Eles não estavam presos em cadeiras
como eu e andavam de uma lado para o outro batendo na porta de vez
enquanto. O cômodo onde eles estavam não era sombrio como o que eu
estou, mas parecia uma cela de prisão sem as grades. Em desespero, gritei.

— Pai, Andrey, Sergei.

Imediatamente eles olharam para o vidro e meu pai e irmãos correram


e começaram a bater. Meu pai gritou e o som da voz dele saiu alto no
cômodo, como se estivesse entrando dentro do meu cérebro.

— Deixa minha filha em paz, Voronov, ela não tem nada a ver com
isso.

Gelei em reconhecimento do nome, ele é Dimitri Voronov, chefe de


segurança da Bratva, o braço direito do chefão. Sempre ouvi meu pai falar
dele e sua crueldade.

— Vejo que fez um bom trabalho aqui, irei me divertir muito com
essa princesinha ruiva.

— Não chega perto da minha irmã seu Filho da Puta, quando sair
daqui eu mato você igual matei o viado do seu irmão.
Meu irmão mais velho gritou.

Meu pai e irmãos falavam várias coisas, eles estavam desesperados


pelo que aquele homem tinha em mente para mim, e eu me encontrava
paralisada de terror por toda situação. O homem aproximou-se de mim e eu
comecei a gritar, o mais alto que pude. Ele riu maquiavélico e bateu em meu
rosto com o punho fechado, meu corpo tombou de lado, senti o sangue
escorrer pela minha boca, fiquei desorientada, ouvia tudo distorcido.

Ele então me segurou e empurrou de barriga no chão, senti um puxão


nas amarras das minhas mãos e finalmente o aperto afrouxou. Mesma coisa
ele fez com meus pés, desamarrou-os. Em seguida ele pegou em meus
cabelos e me levantou, levou-me até a aprede de vidro e precisou minha
cabeça , o sangue sujou o vidro e meu pai e irmãos tentavam me tocar.

— Filha, eu vou te tirar daí, acredite em mim, eu vou te salvar, eu vou


te salvar.

— Pai — falei baixo.

Meus irmãos estavam chorando, nunca vi os vi chorar na vida, agora


via lágrimas em seus olhos.

— Isso é só o começo Koslov, eu vou matá-la aos poucos, na frente


de vocês, meus homens irão se deliciar nesse corpinho e essa boceta.
— Seu covarde filho da Puta, eu vou te matar — meu pai gritou.

O homem me puxou de volta para a cadeira e me jogou, não consegui


me equilibrar e cai no chão. Ele não se importou, foi até o painel e a parede
de vidro sumiu, não conseguia ouvir mais meu pai e irmãos. Aquilo era um
pesadelo.

Ouvi seus passos aproximando-se, comecei a suplicar.

— Por favor, não.


— Cala a boca, vadia.

Senti um chute na minhas costelas, gritei de dor, porém não pude


lamentar, fui puxada e empurrada até a mesa de aço inoxidável.

— Não, não, não — pedia balançado a cabeça freneticamente, mas ele


me fez deitar na mesa e prendeu meus pés e pulsos em fivelas de couro. Em
seguida, abriu um canivete e aproximou a lâmina no meu rosto, olhava
fixamente para a ponta brilhosa que encostou em minha bochecha sem no
entanto, machucar-me. Fechei os olhos esperando o corte, mas apenas senti a
lâmina deslizar em minha pele sem fazer um corte profundo, mas um
arranhão. Ele deslizou até o meu colo e começou cortar a roupa do meu
corpo, e arrancá-las até me deixar nua. Eu chorava copiosamente.

— Nada mal.
— Me deixa ir embora, por favor — implorei.
— Mas nós só começamos querida.
— O que fará comigo?
— Isso você saberá com o tempo.

Ele se afastou e saiu da sala, deixando-me somente com minhas


lágrimas e desesperança.
Capítulo 3

Dimitri

A ndava pelo corredor a


passos rápido, uma
fúria borbulhava dentro
de mim. Não era assim que eu havia planejado, era para tê-la torturado até a
morte hoje ainda na frente dos malditos Kolov. Mas não podia fazê-lo, não
com ela. Caralho! O que está acontecendo, eu preciso odiá-la, ela é um deles.

Maldição! O meu irmão ainda não foi enterrado, eu queria acabar com
isso antes de deixá-lo descansar na eternidade. Contudo o som da voz doce
dela não deixa a minha cabeça, seus olhos puros sonda a Porra dos meus
pensamentos desde o momento que meus olhos repousaram nela.

No final do corredor, deparei-me com meus homens, um deles se


manifestou.

— Quando podemos foder com a garota, Chefe? Estamos doido para


virar a ruivinha do avesso.

Todos riram e uma ira me cegou na hora, parecia que alguma força
maligna tomou conta do meu corpo. Em um impulso rápido, peguei no
pescoço do homem e empurrei-o contra parede, seu sorriso sumiu, todos
param e olhavam a cena confusos, pois fui eu mesmo que havia dito que eles
iriam trepar com a garota, mas naquele momento não podia nem pensar meus
homens a tocando, nem ao menos um fio de cabelo, muito menos possuí-la.

— Se você entrar naquela sala e encostar nela, eu mato você com as


próprias mãos.

Larguei o homem e comuniquei para todos que estavam ali, em alto e


bom som.

— Se qualquer um de vocês entrarem na câmera de tortura, estão


mortos. Somente eu entrarei lá, o trabalho de vocês será apenas vigiar,
Entendidos?

— Dimitri, foi você mesmo que falou que podíamos nos divertir com
a garota antes de matá-la.

— Sei muito bem o que disse, porém mudei de ideia, a manterei viva
por alguns dias.
— Então depois a gente pode foder com ela...

Não me contive avancei sobre o homem o derrubando no chão e o


soquei até que seu nariz quebrasse. Levantei-me e todos me encaravam,
surpresos. O homem agonizava no chão. Ele é um dos meus melhores.

—Ajudem ele, leve-o para enfermaria — ordenei.

Não era mais necessário falar nada, eles já haviam entendido o


recado.

Caminhei como um furacão até minha sala. Sentei na cadeira e abri a


gaveta. Peguei um pacotinho e espalhei o pó branco sobre o vidro, fiz
carretinhas e aspirei tudo pelo nariz. Encostei-me no encosto da cadeira e
funguei algumas vezes. Fechei os olhos, não sou viciado, mas quando estou
sobre pressão, faço uso para relaxar. E naquele momento estou a ponto de
explodir.
Que Porra! Esse serviço era simples, apenas pegar a garota, tortura-la
de todas as maneiras na frente do pai dela e dos irmãos, deixar meu homens
fode-la até quebrá-la no meio, depois matá-la com um tiro na cabeça, coisa de
uma hora. Tudo isso somente para atingir aqueles vermes que foram
responsáveis pela morte do meu irmão. Caralho! Bati no tampo da mesa.

Meu celular tocou naquele momento e olhei para a tela, era o chefe,
atendi prontamente.

— Aleksei.
— Soube que já pegou os responsáveis.
— Sim.
— Ótimo, acabe com isso o quanto antes, vingue seu irmão.
— Irei chefe, não há dúvida disso.

— A forma que você fará não me interessa, mas quero todos mortos, e
Dimitri, não poupe crueldade.
— Assim será chefe.

Aleksei desligou o celular e eu desabei a cabeça sobre o tampo da


mesa. Merda! Estou entre a cruz e a espada. Tenho que matá-la, mas não
posso, ela acendeu algo dentro de mim. Meu pau fica duro só de pensar nela
agora.

Que droga! Eu mesmo vou fode-la, vou acabar com ela, tenho certeza
que quando terminar esse desejo que sinto irá se dissipar, não terei uma
relação com a filha do homem que foi responsável pela morte do meu irmão,
não mesmo. Mas isso não me impede de me divertir com ela por algum
tempo, tê-la como minha amante, tenho certeza que Aleksei entenderá e
aprovará, será até melhor, assim o pai dela ficará mais desesperado ainda ao
saber que ela é minha puta particular. Farei questão de lhe mostrar como trato
a filhinha ruiva dele.
Ri maquiavélico, acho que essa vingança será mais doce do que
imaginei.

***
Havia acabado, meu irmão se fora para sempre. Olhava para lápide do
túmulo, seu nome gravado em relevo. Todos já haviam ido embora, somente
eu permaneci para o último adeus. Uma garoa fina começou a cair, por que
todos os funerais parece aconteceram na chuva? Talvez seja apropriado, estou
tão sombrio quanto o dia, meu coração está gelado, quero sangue derramado,
por ele, e assim acontecerá. A Bratva espera isso de mim, e não posso
decepciona-los.

Não há espaço para emoções na Bratva, há relacionamentos, mas


esses são baseados na confiança, quando esse confiança é quebrada a relação
é quebrada com ela. E o chefe espera de mim lealdade, ele confia em mim e
sabe que farei o que deve ser feito para destruir todos os Koslov, Inclusive
ela.

Olhei a última vez para o túmulo do meu irmão antes de me virar e


sair dali. Agora irei para ela, o objeto da minha vingança, a garota cujo olhos
e a voz me cativaram. Quero provar da sua inocência o quanto antes. A
emoção da perseguição, correu pelo meu sangue, pela primeira vez em anos,
senti como se tivesse um coração no peito, a batida era fraca e fria mas
mesmo assim batia. Irei me divertir com ela até destruí-la junto com seus
parentes.

Sigo para a o quartel general da Bratva, o local onde eu comando.


Como chefe de segurança sou responsável pelo recrutamento, treinamento e
distribuição de funções para os membros, depois do pai do Aleksei, o chefe,
eu sou o homem que ele mais confia. Meu irmão era contador, tinha mente
brilhante para cálculos, ele trabalhava com o dinheiro, cobranças e coletas.
No dia do ataque em um dos nossos armazéns, estávamos em um reunião,
inclusive com os Koslov, foi uma emboscada, mas os Koslov acharam que
não descobriríamos a traição deles e o local virou uma zona de guerra em
minutos, meu irmão não teve chance. Lembro aquele dia.

***

A luz quebrada do estacionando e as caçambas de lixo encostadas nas


paredes de pedra suja do Armazém, davam a impressão de ser um local
abandonado, mas não era, dentro era preparado para reuniões com outros
grupos criminosos, aliados e também para armazenamento de armas. O
Armazém ficava bem afastado da cidade justamente para não chamar atenção
das autoridades.

Desci do carro e meu irmão mais novo Petrovic veio ao meu encontro.

— Eles já chegaram, os Koslov e os Gorks estão o aguardando.


— Vamos logo resolver essa parada, hoje quero esticar na boate.
— Você só pensa em mulher.
— É claro, a vida é curta, irmão.

Petrovic riu e bateu nos meu ombro em concordância e entramos


juntos no local. E aquele foi o último sorriso que vi em seu rosto.

Estávamos sentados em uma mesa oval de madeira, eu na cabeceira,


meu irmão do meu lado, nossos homens posicionados em lugares
estratégicos. Os Koslov t e os outros também estavam em seus lugares em
volta da mesa. Essas reuniões são sempre carregadas de muitas tensão,
negociar armamento do mercado negro não é fácil, não podemos confiar em
ninguém.

Observava com os olhos semicerrados a postura do Nicolau Koslov,


enquanto meu irmão lhe apresentava os números, ele parecia nervoso, a todo
momento movia as mãos passando alguma vezes nos cabelos. Já previa que
algo estava prestes a acontecer. E eu estava certo.
Então tudo aconteceu muito rápido, fiz sinal para meus homens
atacarem primeiro, mas havia infiltrados traidores que entregaram armas para
os Koslov.

Petrovic agiu rápido, assim como eu, porém eu errei, não fui capaz de
prever o ataque. Vi meu irmão ser atingido no pescoço.

— Fui atingido! Fui atingido!

Seu corpo caiu aos meus pés. Rapidamente o tirei da linha de fogo,
mas não houve tempo, o tiro atingiu a artéria do pescoço.

Ajoelhei-me na frente do meu irmão e o vi morrer. Me senti culpado


deveria tê-los matado, mas os desgraçados conseguiram escapar pelo um
cano de drenagem. Foi um erro humilhante e isso não pode ficar assim.

Voltei ao presente quando o carro parou em frente a entrada do


quartel general da Bratva. Está na hora de iniciar minha vingança.

***

Observei o corpo dela nu preso sobre a mesa, reparei nos hematomas


em sua pele clara. Meu coração se apertou e um sentimento que nunca senti
antes apoderou-se de mim, remorso. Contudo, joguei esse sentimento para o
fundo da minha consciência. Ela estava tremendo de frio. Aproximei-me e
desatei as fivelas e a ajudei a levantar-se. Ela segurou em mim e falou
baixinho, quase sem voz.

— Você irá me deixar ir embora?


— Você quer ir embora?
— Sim.
Não disse nada, apenas a conduzi até o centro do cômodo e fiz um
sinal para que a divisória de vídeo fosse aberta. Imediatamente, o pai dela e
os irmãos, correram até o vidro e começaram a bater, não podíamos ouvi-los,
pois o som estava desligado.
— Papai!
Ela gritou e tentou alcançar o vidro, eu a impedi a segurando junto ao
meu corpo. Cacete, senti a imediata resposta ao contato diretamente na minha
virilha e o pau enrijeceu ao sentir seus contornos, ela ainda se debateu em
meus braços tentando se livrar, mas a dominei facilmente e a segurei firme.
Meu pau pressionou contra as costas dela e tenho certeza que ela pode sentir.

— Quietinha, vamos fazer um showzinho para o papai e irmãos.


— Não! Me deixa seu demônio.

Ignorando-a, fiz o sinal para que o som fosse ligado e a voz de


desespero dos parentes dela invadiram o cômodo.

— Deixa minha filha em paz seu Filho da Puta!

O pai dela gritava, esmurrando o vidro.

— Por que faria isso, se posso me divertir um


bocado com ela.
— Não encoste nela. — O homem gritou desesperado. Eu ri
maquiavélico e tirei minha arma da cintura. Deslizei o metal frio pelo corpo
dela até o cano ficar em cima da sua vagina.

— Por favor, não machuque a minha filha, ela não tem culpa de nada.

O tom da voz do homem mudou completamente, agora ele começou a


implorar. Os irmãos dela também batiam no vidro e gritavam, mas suas vozes
não eram ouvidas, pois apenas deixei que o som da voz do pai saísse pelos
auto-falantes. Era glorificante ver o sofrimento deles.
— Ela é minha agora e será minha amante, até enjoar dela. Quero que
pense em tudo que farei com ela na cama.

— Não, não! Desgraçado.


— Agora apenas assista como sua filhinha preciosa será tratada por
mim.

Fiz um sinal para que o som fosse desligado. Com brutalidade, a fiz
ajoelhe-se no chão. Ela estava aterrorizada e tremia muito, minha arma estava
encostada na cabeça dela agora.

— Abra a boca — ordenei.

Seus lábios trêmulos se abriram, seus olhos lindos estavam marejados


de lágrimas e eu fraquejei por um momento. Merda! Ela é tão linda, tão
tentadoramente perfeita, que não consigo fazer o que tem que ser feito. Eu
não deveria hesitar e jogá-la agora sobre a mesa e fode-lá sem dó na frente
dos Koslov, mas não posso, não a quero assim. Contudo não pretendo
demonstrar fraqueza diante deles, por isso, comecei a deslizar a arma no rosto
dela, seu choro intensificou, ouvia seus soluços desesperados.

Coloquei o cano da arma dentro da sua boca e forcei até chegar em


sua garganta, ela contraiu o abdome e vomitou no chão. Sem piedade,
estapeei seu rosto com força e a segurei pelos cabelos sacudindo-a.

— Sua vadia! Se tiver essa mesma reação quando meu pau estiver na
sua boca, irá se arrepender.
— Não!
Ri e abri as calças, meu pau latejante ficou na frente dela. Olhei para o
vidro e o pai dela praticante arrancava os cabelos de desespero. Nós não
podíamos ouvi-los, mas eles podiam nos ouvir, e quero que o som da filha
dele sendo empalada com meu pau todo dentro de sua boca, não saia da
cabeça deles.

— Chupa, vadia!
— Não, por favor! Tenha misericórdia.
— Faça, agora!

Puxei o cabelo dela com força a forçando engoli meu pau. Movi o
quadril para a frente e para trás fazendo com que ela começasse a chupar.
Meu corpo todo arrepiou com a boca quente e deliciosa dela envolta do meu
pau, mesmo que forçado. Merda! Aquilo era bom demais, e queria que ela
tivesse fazendo por vontade própria, isso me fez sentir um covarde Filho da
Puta! Assim como o pai dela me chamou.

Com raiva pelos meus conflitos internos, empurrei a cabeça dela para
que aprofundasse mais e gemi alto, Caralho! Eu não consigo mais segurar, eu
vou gozar. E assim foi, tirei o pau da boca dela e derramei meu líquido todo
em seu rosto. Ao finalizar, olhei para ela e me senti culpado de novo. Ela
estava toda suja da minha Porra, com o rosto machucado pelos meu tapa.
Ouvia seus soluços baixos. Abaixei-me e a fiz levantar-se. A empurrei até a
divisão e encostei a cabeça dela contra o vidro, o pai e irmãos, tentaram
consola-la . Fiz sinal para que ligassem o som.

— Sinto muito filha, me perdoa.

O pai dela chorava, eu o havia quebrado, e era isso que queria. Porém
o preço foi alto demais, eu havia a machucado e isso não me agradou.
Contudo ao olhar para aquele velho, meu ódio voltou e com todo desprezo na
voz, falei.

— Olha sua filha, suja da minha Porra! Isso só foi uma amostra de
como será a vida dela daqui por diante. Tente viver com isso Koslov.

Fiz um sinal para que a divisória fosse fechada.


Agora a levarei para a casa, para a minha casa.
Capítulo 4

Eleni

N ão tinha ideia de quanto


tempo havia
passado, talvez alguma
horas, dias? Realmente não sei. Depois que toda aquela tortura terminou, um
sono apoderou-se de mim e eu dormir nas profundezas da minha alma. Agora
se

começo a despertar e sinto a minha cabeça pesada. Olho através da névoa do


sono e percebo que estou em um quarto escuro, volto a fechar os olhos.
Apesar de ter dormido me sinto cansada e quero voltar a dormir, talvez seja
algum mecanismo de defesa do meu cérebro, eu não sei, mas sinto um sono
lânguido. Porém preciso acordar, algo me diz que isso é importante.

Me sento sobre a cama, o cobertor que cobria meu corpo escorrega,


confusa, passo as mãos em minha pele e constato que estou vestida com uma
camisola de algodão. Quando minha visão clareia, percebo que o local onde
estou não é o mesmo que estava anteriormente, esse parece um quarto grande
e até muito bem decorado, me surpreendo por estar aqui. Pequenos flashs de
memória flutuam na minha cabeça. Lembro do meu pai e irmãos, seus
desesperos ao presenciarem o que aquele monstro fez comigo. Olho para
meus pulsos, estão soltos e os pés também, franzo a testa confusa. Por que
será que ele me deixou solta? Me pergunto.

Preciso ter cautela, sou filha de criminoso e sei como isso funciona,
fui sequestrada pela Bratva e eles não tem piedade, esses homens são brutais,
violentos e sem compaixão, eu senti na pele o que aquele homem fez comigo.
O que for para fazer, será feito. Por isso acredito que o fato de terem me
tirado do local que chamaram de câmera de tortura seja por algum motivo
mais obscuro ainda.
Me esforçava para ouvir qualquer som de movimento. Arrastei-me na
cama e coloquei os pés no chão. Levantei-me cuidadosamente e andei até e a
porta. A camisola que estava usando era longa e meus pés embolaram em sua
borda quase me fazendo perder o equilíbrio. Puxei-a tentando soltar e nesse
momento a porta abriu-se. Fiquei paralisada olhando o homem a minha
frente. Ele me avalia dos pés a cabeça com seus olhos maliciosos.

Meu coração bateu forte no peito de medo, porém uma raiva também
me apoderou. O homem entra no quarto e fecha a porta, caminha lentamente
aproximando-se de mim. Tento me manter firme, a cabeça levantada o
encarando, sua presença dominante logo preenche todo o recinto. O epítome
absoluto do poder exala de cada poro, ele me avalia com seus olhos azuis
profundos, nunca vi olhos tão azuis e tão gelados em toda a minha vida.

— Pretendia ir a algum lugar, Eleni Koslov?

A voz dele me fez ter arrepios de pavor e meu estômago embrulhou.


Porém, resolvi lhe responder fazendo-lhe perguntas.

— Onde estou? O que fez com meu pai e meus irmãos?


— Está na minha casa. Sobre seus parentes, esqueça-os, eles não
fazem mais parte da sua vida.
— O que você fez, seu desgraçado — gritei.
— Eu não fiz nada, mas dei a oportunidade para que eles fizessem.
— Sobre o que está falando?
— Bom, uma arma carregada e três pessoas covardes o resultado não
é um dos melhores.
— Você quer dizer que eles se mataram?
— Foi até uma morte honrada.
— Não!

Coloquei a mão sobre o estômago e cambaleei, minhas pernas ficaram


bambas e me apoiei na cama. Não podia acreditar que eles estavam mortos e
que haviam tirado a própria vida. Isso não pode ser verdade. Então olhei para
aquele homem e proferi com todo desprezo.

— Não acredito em você.


— Quer que eu te mostre o vídeo? Queria poupa-la disse, mas já que
não acredita em mim.

Ele então moveu-se e pegou um controle remoto, apertou um dos


botões e uma tela projetou-se na parede. A sala onde eles estavam apareceu e
os vi, eles estavam muito machucados, como se tivessem levado uma surra.
As lágrimas quentes deslizaram em meu rosto.

— Apenas uma surra, para deixá-los motivados.

Ele avançou um pouco o vídeo e parou no momento que alguém


colocou algo na sala pela portinha, era uma arma. Rapidamente, meu pai a
pegou e verificou se estava carregada. Eu podia ouvi-los pelo auto-falante.
Um dos meus irmãos questionou.

— Por que eles nos entregariam uma arma carregada?


— Para que nós fizéssemos o serviço deles.
— Por quê? Jamais faremos isso, sairei daqui e resgatarei a minha
irmã.
— Ela não está mais viva — meu pai afirmou.
— Como você sabe?
— Eles não nos entregariam a arma se ela estivesse, isso quer dizer
que não temos mais esperança.
— Não! Isso é manipulação, eles estão jogando conosco.
— Vamos parar com essa discussão — meu outro irmão mais novo
que até agora estava quieto, se manifestou.
— Pai, acaba logo com isso, eu estou pronto.
— Não! Isso é armação, ela está viva.
— Se estiver, não ficará por muito tempo, não quero acompanhar o
sofrimento dela, prefiro a morte, então, estaremos esperando- a do outro lado.

Sendo assim, meu pai levantou a arma na direção do meu irmão mais
velho e atirou em sua cabeça com um tiro certeiro, ele caiu no chão sem vida.
O próximo foi o meu irmão do meio e por fim, ele tirou a própria vida. O
vídeo desligou. Eu não tinha nem lágrimas para chorar, apenas o soluço saiu
da minha garganta. Somente uma pergunta saiu da minha boca.

— Quando será a minha vez?

Ouvi-o inspirar profundamente e aproximar-se de mim, não me movi


até sentir seus dedos longos segurando meu queixo me fazendo olhá-lo.

— Sabe por que manipulei para que seus parentes tirassem a própria
vida?
— Não!
— Para que minhas mãos ficassem limpas do sangue deles.
— Por quê?
— Para que possamos começar a nossa relação sem nenhum
obstáculo.
— Que relação?
— A nossa! Quero conhecê-la melhor.
— Eu jamais terei qualquer relação com você.
— Já esperava essa reação, Eleni. Não a forçarei a nada, mas como
sei que terei que convencê-la a me aceitar, ficará aqui presa, como uma
passarinho, até você entender que será minha.

O homem virou e saiu do quarto como um furacão, me deixando


completamente boquiaberta. A porta bateu e ouvi o som de uma chave. Corri
até a porta e forcei a maçaneta, estava trancada. Voltei para a cama e deitei,
deixei as lágrimas caírem e chorei até a exaustão.
Muito tempo havia se passado, eu estava de barriga para cima deitada
na cama pensando sobre tudo que aconteceu, até que ouvi a porta sendo
aberta. Uma mulher entrou e se apresentou.

— Boa noite Senhorita Koslov, sou Juna, a serviçal, vim avisa-la que
o jantar será servido em meia hora. O Senhor Voronov, pede que use esse
vestido e vá até a sala de jantar. Eu a guiarei.
— Desculpe, Juna, diga a ele que não estou disposta e não irei no
jantar.
— Há um bilhete junto da roupa, estarei esperando-a no corredor.

A empregada saiu sem nem ao menos deixar-me contestar mais. Olhei


para o vestido pendurado em uma arara, não queria nem ler o bilhete, mas a
curiosidade me fez procura-lo, achei o envelope preso com um alfinete. Abri-
o e li.

"Minha querida prisioneira"

Torci o nariz para essa primeira parte, mas continuei lendo.

"Já antecipando que recusaria meu gentil convite para jantar comigo,
escrevi esse humilde bilhete para avisa-la que se não vier, terei que usar de
chantagem, eu conheço seu local de trabalho, seus amigos de faculdade, não
quero que nada aconteça com um deles. Vista o vestido para me agradar."

Dimitri

Amassei o bilhete e joguei no chão com raiva. Andei em círculos pelo


quarto pensando em uma maneira de me livrar desse lugar e do homem louco
que me espera para o jantar. Já não tenho minha família, ele conseguiu
destruí-los, então não tenho muito a perder. Ele quer tentar me conquistar de
alguma maneira, talvez se deixá-lo pensar que conseguiu, posso escapar
daqui. Decidida, peguei o vestido e usei-o, me serviu bem e era um modelo
muito bonito, clássico e nem um pouquinho sexy. Fiquei surpresa, não sei
qual é o jogo dele, mas não me deixarei envolver. Havia também um par de
sapatos, calcei e me serviram muito bem. Em seguida fui até o banheiro para
lavar o rosto e a boca. Arrumei os cabelos. Minha aparência não era uma das
melhores, mas não me importei.

Saí do banheiro e segui até a porta, abri lentamente, Juna me esperava


no corredor.

— Desculpe-me por ter demorado.


— Neh! Não tem problema, o importante é que irá para o jantar.
Vamos!

Andamos por um corredor grande até uma sala aconchegante, aquele


homem estava lá próximo a lareira, com um copo de alguma bebida na mão e
olhar distante. Juna me deixou lá e saiu silenciosamente. Sem ao menos me
olhar ele pronunciou.

— Que bom que aceitou meu convite.


— A chantagem foi muito clara.
— Não precisa ser assim, Eleni.
— E como deve ser? Eu aceito ter uma relação com você e pronto?

Ele voltou-se para mim e me encarou, engoli em seco ao ver aqueles


olhos, eles estavam brilhantes e intensos. Vacilei e pisquei algumas vezes,
não quero admitir, mas ele é muito atraente, tem uma beleza perigosa. Na
verdade ele é o tipo de homem que eu queria longe de mim, o tipo másculo,
perigoso, cheio de tatuagem e lindo.

— Tudo entre nós começou errado, estou tentando consertar isso.


— Tudo entre nós nem ao menos começou, senhor!
— Me chame de Dimitri.
— Não o chamarei de nada, quero ir embora, ou então termine o que
começou e me mate logo.
— Gosto da sua coragem, a demonstrou desde o primeiro momento
que foi sequestrada.

Estremeci com as lembranças, todos esses acontecimentos pareciam


tão distantes, como se estivessem acontecidos anos atrás. Uma dúvida surgiu
na minha cabeça e decidi tirá-la.

— A quanto tempo estou aqui?


— Sente-se, te contarei. Aceita uma bebida?
— Água.

Sentei-me em um dos sofás que ele indicou e Juna trouxe a água. Ele
sentou-se à minha frente e me encarava intensamente. Fiquei desconcertada
com aquele olhar. Então ele iniciou a conversa.

— Sabe, quando a vi cantando naquele palco, eu tive uma única


certeza, você seria um problema na minha vida.
— Se sou um problema, me deixa em paz.
— Não me interrompa, deixe-me concluir.

Ele pausou e eu fiquei quieta, esperando-o continuar.

— Tudo estava planejado para terminar no mesmo dia, mas a sua voz
doce e sua beleza me encararam, por isso, todos os meus planos mudaram.

Ele solveu um gole da bebida antes de continuar. Senti-me


incomodado com o rumo daquela conversa.

— Eu quebrei as regras da Bratva por você.


— Não te pedi para quebrar nada.
— Não estou te responsabilizando por isso, apenas te comunicando
que coloquei minha cabeça à prêmio, somente para ficar com você.
— A quanto tempo estou aqui? — perguntei nervosa, ignorando o que
ele havia acabado de falar. Não quero pensar nas implicações que essa
conversa significa.
— Um mês.
— Um mês? Mas como isso foi possível?
— Usei um medicamento em você, na verdade, você não dormiu
todos esse tempo, mas ficou como se não estivesse nesse mundo, em estado
letárgico, era como se estivesse sonhando. Você comia e tomava banho com
a ajuda da Juna, mas não percebia isso.
— Não lembro de nada, minha última lembrança foi naquele dia que
você...

Parei de falar, não conseguia nem pronunciar a violência que sofri.

— Eu queria apagar essa lembrança da sua cabeça, mas isso não é


possível, o que fiz foi feito e não dá para voltar atrás. Se te servir de consolo,
eu me arrependo de tudo e me sinto culpado.
— Não acredito em você, não acredito em nada que está falando,
muito menos no seu arrependimento.
— Não esperava que acreditasse tão facilmente. Sobre meu
arrependimento, não posso convencê-la agora, mas lhe provarei com o tempo
e gestos que é genuíno. Sobre o período que ficou aqui, posso lhe provar,
aqui está a data de hoje.

Ele me mostrou uma imagem de um jornal na tela do celular dele e a


data era de um mês à frente.

— Por que fez isso?


— Precisava de um tempo para convencer o Aleksei em deixá-la viva.
— O chefe da Bratva?
— Sim, ele queria a sua cabeça em uma bandeja de prata, assim como
a dos seus parentes. Deles consegui entregar, mas a sua não podia.
— Por que não?
— Eu pretendia torná-la minha amante, obrigá-la a me aceitar usando
a violência, de quebra faria seus parentes sofrerem. Pensava em matá-la
depois de usá-la.
— O que o fez mudar de idea?
— Apesar da minha sede de vingança e da promessa que fiz sobre o
corpo sem vida do meu irmão, descobri que você não poderia pagar pelos
erros do seus parentes.
— Minha família, matou seu irmão? — Perguntei com um nó na
garganta.
— Sim, ele era meu irmão mais novo.

Baixei minha cabeça e de certo modo, compreendi porque ele buscou


vingança. Contudo, mesmo o entendendo, não ficarei com ele e o deixarei
saber disso.

— Se você está arrependido de tudo que fez, por que não me deixa ir
embora? Não quero conhecê-lo melhor, não quero ter relação nenhuma com
você, nem ao menos de amizade.
— Acontece que eu quero conhecê-la melhor e não abrirei mão disso,
enfrentei meu chefe para tê-la comigo e não desistirei assim. A propósito,
amanhã nós vamos fazer uma visita para ele e a esposa.

Estremeci dos pés a cabeça, não tinha a menor intenção de ir conhecer


esse homem.
Capítulo 5

Eleni

E stava apavorada, em um
espaço de uma hora,
acordei e descobri que
fiquei um mês em estado sonâmbulo, não faço ideia do que me aconteceu
nesse período, tenho até medo de pensar. Descobri que perdi meu pai e
irmãos. Estava aflita com todas aquelas revelações e acontecimentos, mas o
fato de ir conhecer o chefe da Bratva pessoalmente me deixou de fato em
pânico, não gostaria nunca precisar cruzar o caminho desse homem, a bratva
é conhecida como uma das máfias mais sanguinárias do mundo por conta dos
métodos desse homem, ele não tem piedade, ainda tenho dúvidas se
realmente ele me "aceitou" depois do que meus parentes fizeram com um de
seus membros.

Limpei minha garganta antes de falar.

— Eu gostaria de não ir para esse encontro.


— Sinto muito, mas você não tem opção.
— É esse tipo de relacionamento que me propõe? Você fala e eu
obedeço?
— Em certos aspectos sim, principalmente em se tratando de um
convite vindo do chefe, ele quer conhecer a moça que me fez quase desistir
da Bratva.
— Você não faria isso? — perguntei com surpresa.
— Se surpreendeu? Mas sim, se não houvesse outro jeito.
— Se o fizesse seria um homem morto, você sabe disso.
— Sim eu sei, mas arriscaria e fugiríamos para bem longe, só eu e
você.
Fiquei abalada, não podia acreditar que ele estava tão interessado em
mim a ponto de cometer uma traição dessa contra a Bratva. Apertei os lábios
e dei uma olhada em direção dele, como ele não estava olhando para mim,
mas sim para o fogo que crepitava na lareira, pude observá-lo melhor. Ele
tinha um porte de um homem determinado, era alto e mesmo vestido com
uma jaqueta de couro, percebi que era musculoso, seus cabelos eram
castanhos claros com luzes com um corte moderno. Em outras circunstâncias
o acharia atraente, mas diante de tudo que aconteceu, não posso achar nada
dele, muito menos mostrar interesse, meu único pensamento é ir embora para
longe dele e de tudo que representava.

O som de uma sineta é ouvido, interrompendo o silêncio.

— Nosso jantar foi servido, vamos!

Cuidadosamente, levantei-me e o segui. Na sala de jantar, havia uma


mesa muito bem arrumada.

— Por favor, sente-se.

Ele indicou uma das cadeiras e eu obediente acomodando-me.

O jantar estava agradável, cinco pratos apetitosos foram servidos,


apesar de não falarmos, apreciei a comida requintada e saborosa, pois
descobri que estava morrendo de fome. Além da comida também fora servido
um vinho tinto doce e eu não o recusei, bebi dois cálices e fiquei mais
relaxada.

Me sentia estranha por estar sentada à mesa e comendo


tranquilamente com o homem que foi responsável pela morte do meu pai e
irmãos e por ter feito aquelas coisas comigo. Mas todas suas maneiras polidas
e até o ambiente contribuíam por esse aceitação, no entanto naquele
momento, precisava agir com cautela, obviamente não tenho nenhuma
pretenção de ceder aos seus caprichos e ter qualquer coisa que seja com ele,
mesmo que se mostre agora um homem normal. Eu sei que por baixo dessa
capa de homem civilizado tem um demônio, pronto para usar suas
artimanhas.

Ao final da refeição, voltamos para a sala que estávamos


anteriormente para um café, que eu recusei. Ele ficou em sua bebida. Não
disse nada, permaneci sentada em um dos sofás, com as mãos entrelaçadas
uma nas outras, visivelmente nervosa.

Olhei em volta avaliando o local, apesar de ter uma atmosfera


sombrio, a sala era muito bonita e bem decorada, os móveis eram de madeira
escuro e sofá de couro, no chão havia tapetes felpudos e nas mesas objetos de
artes e quadros nas paredes.

— Gostou da sala?
— É bonita, esperava algo diferente. Não parece o covil do demônio.

Seus lábios curvaram-se em um sorriso cruel, sentou-se em uma das


poltronas.

— E como seria o covil do demônio? — ele perguntou.


— Algo com paredes pintadas de sangue, velas em candelabros,
quadros assustadores e objetos de torturas.
— E quem disse que não há um cômodo assim.

Encarei-o com os olhos arregalados e abaixei imediatamente ao


perceber os seus frios me encarando. Ele ajeitou-se no sofá e suspirou fundo
antes de falar.

— Não tenha medo de mim, Eleni.


Levantei o olhar para encara-lo, novamente, como não ter medo, tudo
nele exalava domínio, poder e maldade, eu sei do que é capaz.

— Sei que começamos errado, mas estou disposto a me redimir.


— Me mantendo prisioneira? Me obrigando a ter uma relação com
você? Fazendo ameaças veladas?
— Como disse não quero obrigá-la, mas persuadi-la a aceitar-me
— Está de brincadeira?
— Não brinco menina, decidi ser paciente com você, mas não me
teste, sou um homem e nesse momento a desejo e a terei, não é uma
suposição, é uma certeza, e você vai querer também.
— Nunca me entregarei a você de livre vontade.

Indignada levantei-me e me preparei para deixar o cômodo, mas ele


foi rápido e me segurou, tentei lutar e sair dos seus braços, mas todos os
esforços foram em vão, facilmente me dominou e me escorou em um móvel.
Minha respiração estava acelerada enquanto encarava sem rosto próximo de
mim, seu olhos brilhavam e via emoção neles, como se quisesse revelar
muitas coisas, mas ao mesmo tempo misterioso. Ele levantou uma das mãos a
passou em meu rosto, tirou alguns fios de cabelo ajeitando-os atrás da orelha.
Tentei desviar do contato virando o rosto. Irritado, ele segurou meu maxilar e
me fez voltar para ele, nossas bocas ficaram próximas, respiração contra
respiração, pavor, coração palpitante, entre a névoa do medo da minha parte e
determinação dele, vi seus lábios aproximar-se.

— Não! — ainda protestei.


— Sim, a quero beijar desde o primeiro momento que pus meus olhos
em você.

Assustada, sem poder me mover, observei-o passar o polegar em


meus lábios e um suspiro sair da minha garganta quando ele me beijou
forçando meus lábios a se abrirem. O beijo cada vez mais ardente, foi
envolvendo-me em um delírio de ódio e desejo. fazendo-me sentir calafrios
quando a língua exploradora lambeu-me o pescoço. Fiquei perdida, pois algo
novo aconteceu em mim, inesperado e vergonhoso, meu corpo arrepiou-se e
meu seios enrijeceram. Uma estranha excitação quente e pulsante, acendeu-se
entre as minhas pernas. As mãos ousadas deles desceram pelo meu corpo e
me suspendeu pela cintura, me fazendo sentar sobre o móvel atrás de mim,
alguns objetos foram derrubados me assustando.

— Ah Eleni, como te desejo!

A lucidez voltou quando senti sua dura ereção e a memória aquele dia
que me forçou colocá-lo na boca veio como raio, meu estômago embrulhou e
tentei me soltar e fugir o mais rápido possível dali, o empurrava no peito.

— Deixe-me ir!
— Não lute, sei que me quer tanto quanto a quero.
— Me solta! Não o quero nem agora nem nunca.

Ele sorriu sombrio e seus olhos mudaram do desejo para algo


perigoso, primitivo, luxurioso. Meu coração batia descompassado ao
perceber suas intenções. Então ele colocou uma das mãos dentro da minha
calcinha e encontrou meu sexo, passou os dedos grossos em minha rachadura
e eu fiquei estática. Sua boca encostou no meu rosto beijando levemente
enquanto explorava minha boceta com os dedos. Para minha indignação, eu
estava molhada e gemi quando ele foi mais invasivo e estimulou meu clitóris.

Uma tristeza mortal apossou-se do meu coração, não podia ter uma
relação com esse homem, eu estava escandalizada com minha reação, mas
não sucumbirei, por isso preciso usar as armas que tenho e as palavras são as
únicas no momento.

— Por favor! Não faça isso, você disse que não me forçaria.
— Eu a estou forçando?
— Sim, está! — falei veemente.
— Eu disse que iria persuadi-la e se continuar tenho certeza que
cederá.
— Seu infeliz, me solta!
— Tudo bem!

Ele me largou e eu ainda permaneci no mesmo lugar sem acreditar


que o havia convencido. Ele afastou-se, abriu uma caixa de prata e pegou um
charuto. Sentou-se na poltrona e acendeu. O aroma do tabaco logo inundou a
sala. Ele tragou profundo e olhou para mim. Disse cínico.

— Pode ir para seu quarto.


— Você irá até lá?
— A não ser que queira.
— Não quero!
— Então vá Eleni, tente dormir se for capaz.

Desci de sobre o móvel e praticamente corri para o quarto, não


lembrava muito bem qual era a direção e vaguei por alguns minutos entre os
cômodos até achar a porta do dormitório. Entrei e procurei a chave,
obviamente não encontrei. Apreensiva, olhei em volta, a cama estava
arrumada e a camisola que havia deixado em cima da cama havia sido
recolhido. O quarto, assim como a sala, era bem decorado e aconchegante.
Estava iluminado por um luz tênue do abajur na mesa de cabeceira. Havia
uma janela grande coberta por uma cortina de veludo, fui até lá e afastei-a,
olhei através do vidro e percebi que haviam grades, suspirei desanimada,
minha prisão.

Assustei-me ao escutar uma batida na porta, Juna entrou em seguida.

— Vim lhe preparar um banho e lhe mostrar seus objetos de higiene.

Ela seguiu para o banheiro. Não me movi, não quero ter simpatia pela
empregada, apesar de se mostrar solícita e sempre com um sorriso amigável
no rosto. Ela é minha carcereira e durante todo esse tempo nunca me ajudou
sabendo que eu estava sobre efeito de medicamento. Ela voltou para o quarto
e comunicou.

— Todos seus objetos de higiene estão sobre a pia, aqui tem um


closet com algumas roupas, a maioria são camisolas, mas tenho certeza que o
Senhor Voronov providenciará outras roupas agora que está desperta.

A mulher entrou na porta do closet e voltou com uma camisola e peça


íntima.

— Deixarei no banheiro.

Quando ela voltou, desfez a cama, em seguida olhou para mim com
carinho.

— Está tudo pronto senhorita Koslov, tenha uma boa noite de sono e
até amanhã.

Ela caminhou até a porta e antes que saísse a chamei.

— Juna.
— Sim, senhorita Koslov.
— Você sabe que ele me mantém aqui contra a minha vontade, não
sabe?
— Não sou paga para contestar as atividades do meu patrão.
— Quando eu estava em estado sonâmbulo, alguma vez ele me
banhou ou dormiu aqui no quarto? — Precisava saber isso.
— Não senhorita, somente eu cuidava de suas necessidades, ele só
entrou aqui algumas vezes para ver como a senhorita estava, mas sempre com
minha presença.
— Obrigada!
— Com licença!

Juna saiu e ouvi o barulho da chave, a prisão foi trancada.


Capítulo 6

Eleni

e falou animada.
A cordei com as cortinas
sendo abertas, Juna
estava dentro do quarto

— Bom dia Senhorita Koslov, temos neve.

Levantei-me, fui até à janela e vi a neve caindo em grandes flocos,


que passavam pela janela levados pelo vento se depositando no solo
formando majestosos montes branco. Observei que estávamos em um local
de campo, rodeado de montanhas e fiquei curiosa para saber em que região
da Rússia estávamos, perguntei a Juna.

— Estamos mais ao sul, bem longe de Moscou.

Imaginei isso, penso que ele me trouxe para essa área remota somente
para me impossibilitar de tentar fugir, mas ele não conhece Eleni Koslov, sou
filha de criminoso e não aceitei ser subjugada nem por meu pai, muito menos
serei por ele.

— Terá o café da manhã aqui no quarto, o Senhor Voronov, saiu


cedo, mas mandou avisa-la que estará de volta antes do almoço para irem na
casa do chefe.

Um choque passou por toda a minha espinha, havia até me esquecido


desse detalhe, durante a noite foi muito difícil dormir, mas não foi o chefe e o
encontro que me incomodaram, mas aqueles olhos azuis determinados.
Porém agora ao lembrar desse encontro senti nó no estômago.

— Conhecerá a esposa e o filho do chefe.


— Ele é casado? — perguntei com surpresa.
— Sim! Ela sofreu um acidente e perdeu a memória.
— Oh! — Exclamei.
— Trarei seu café da manhã, com licença.

Juna retirou-se do quarto e eu fui para o banheiro. Despi-me da


camisola e olhei meu corpo através do espelho, observei a pequena tatuagem
que tinha acima dos seios, era uma nota musical. A música sempre fez parte
da minha vida, muito jovem já cantava nas apresentações da escola, mas
apesar de adorar cantar, nunca pensei em ser uma cantora famosa, estava feliz
com meu emprego na bar. Suspirei triste, acho que nunca mais voltarei a
cantar.

Decidi tomar um banho de chuveiro, ao terminar, vesti um robe e fui


até o quarto, me deparei com algumas caixas e sacolas em cima da cama,
Juna apareceu e comunicou.

— São roupas novas para a Senhorita.


— Não quero nada. — falei em tom de desprezo.
— Terá que vestir algo para o encontro.
— Que se dane, não quero ir a encontro nenhum.

Determinada, peguei tudo e joguei no chão. Juna apenas balançou a


cabeça e recolheu as roupas e sapatos, levou tudo para o closet. Me senti
culpada por ter feito aquilo, Juna não tem culpa, ela só obedece ordens.
Quando retornou, me retratei.

— Desculpa Juna!
— Neh! Não tem problema, está apenas aborrecida e eu entendo.
— Mas não vestirei nada.
— Se entende com o patrão quando ele voltar.
— Me entenderei sim, exigirei ir embora.

Juna nada disse e saiu, retomou alguns minutos depois com o café da
manhã.

As horas foram passando e eu fiquei no quarto sentada na cadeira


próximo à janela observado a neve. Já havia parado de nevar e apenas o
tapete branco ondulado se estendia. Meus pensamentos não paravam um
minuto de pensar em Dimitri Voronov, em sua arrogância e masculinidade.
Droga! Como que em tão pouco tempo ele conseguiu ocupar cem por cento
dos meus pensamentos. Fechei as pálpebras e lágrimas quentes deslizaram na
lateral dos meus olhos. Sem perceber, iniciei uma canção, a princípio
baixinho, somente cantarolando. As notas musicais foram intensificando até
que já estava cantando alto uma canção de amor. Não percebi quando ele
entrou, continuei cantando e chorando, as lágrimas não paravam de escorrer.
Ao final da execução do último verso da música, cantei com a voz embargada
pelo choro.

Abri os olhos e o vi, alto, lindo e poderoso. Ele me olhava com


ternura com seus olhos de leopardo que brilhavam intensamente. Com dois
passos aproximou-se de mim e abaixou-se à minha frente, meus nervos
ficaram tensos e meu primeiro instinto foi levantar-me, todavia ele me
impediu colocando a mão em meu pulso segurando-o. Eu o fitava com os
olhos arregalados, todo o corpo paralisado de temor. Ele levantou uma das
mãos e deslizou em meu rosto enxugando as lágrimas. Meu coração batia
loucamente dando a impressão que não aguentaria continuar batendo.

Não queria admitir, contudo era inevitável não admirar sua beleza
máscula e um certo encanto... um encanto diabólico de fato, pois só assim
para entender aquele fascínio que sentia por ele.

— Não me olhe como se eu fosse devora-la, Eleni.


— E como quer que olhe para o homem que me mantém prisioneira?
— É prisioneira porque quer, se aceitar-me, não precisará ficar
trancafiada aqui nesse quarto.

Ele levantou-se e eu respirei aliviada.

— Por que não está vestida? As roupas não lhe agradaram?


— Não irei a encontro nenhum — desafiei.
— Não me subestime Eleni, apronte-se agora ou não responderei
pelos meus atos.
— O que fará? Me amarrará e levará à força?
— Ah! que coisa Eleni, seria interessante apresentá-la a meu chefe e
sua esposa com você amarrada e amordaçada.
— Você não faria isso?
— Quer me testar?
— Quero que morra! — gritei com raiva.
— Muitos querem. Agora apronte-se!

Ele saiu do quarto e eu a contra gosto, vesti-me. As roupas me


serviram muito bem e percebia-se que eram de grife. Penteei os cabelos e
passei um batom para tirar a palidez dos lábios. Usei as botas e por cima um
casaco de inverno impermeável. Ao finalizar, sentei-me na beirada da cama,
como uma boa moça obediente, esperando meu algoz. Uma batida na porta e
ele entrou.

— Está pronta?
— Sim!
— Vamos!

As estradas nas montanhas eram estreitas e sinuosas, a neve já havia


sido removida, mas mesmo assim dava a impressão de perigo. Olhava através
da janela a paisagem, nunca tinha vindo a essa região da Rússia, sempre
morei nos arredores de Moscou.
O silêncio no carro era pesado, Dimitri estava sentado do meu lado e
não queria falar muito. Todo o percurso até a casa do chefe foi feito em
silêncio, o que só foi cortado quando o veículo parou em frente à residência
imponente. Então, ele me segurou nos ombros e apartou-os quase me
machucando e avisou.

— Quero que se comporte, não tente nada, entendeu, ninguém aqui


irá ajudá-la.
— Está me machucando.
— E irei machucar mais ainda se não me obedecer. Só faça qualquer
coisa com a minha autorização.
— Sim, Senhor! — Ironizei revirando os olhos.
— Eleni, estou falando sério, o chefe irá avaliá-la.
— Já entendi! Agora me solta, por favor!

Entramos no imenso saguão da mansão e olhei impressionada para


tudo, era enorme e com muitos detalhes dourados. Um senhor alto
aproximou-se de nós, Dimitri nos apresentou.

— Querida, esse é Vladimir Markov, pai do Aleksei, o chefe.


— Prazer em conhecê-lo, Senhor Markov.
— Agora entendo porque quase levou Dimitri a loucura — o homem
falou me avaliando atentamente.

Fiquei envergonhada, não sei o que aconteceu nesse último mês, mas
pelo pouco que percebi, e sobre que Dimitri me falou ontem, acho que
realmente ele estava pronto a deixar a Bratva e por isso, estou temerosa em
conhecer o chefe, afinal de contas, ele me queria morta.

Seguimos todos para a sala e onde se encontrava uma mulher com o


bebê e um homem bonito de olhos azuis tão frios quanto dos Dimitri. As
apresentações foram feitas. Primeiro fui apresentada ao chefe, ele me avaliou
com olhos astutos, me senti uma mariposa presa a uma teia de aranha. Meu
medo era evidente, queria sair correndo daquela sala. As apresentações foram
em Russo.

— Então essa é a moça que quase levou meu chefe de segurança para
a cova, junto com ela.

Engoli em seco, aquele homem era muito intimidador e aterrorizante.

— Não é mais preciso preocupa-se com ela, Eleni sabe seu lugar na
Bratva agora.
— É claro, nada como uma mulher domesticada.

Uma mulher jovem e muito bonita, de grandes olhos verdes, se


aproximou e foi apresentada, se chamava Claire e era esposa do Aleksei.
Mudamos o idioma para o Inglês. Me identifiquei com ela imediatamente, me
parece uma mulher íntegra e muito agradável. O bebê no colo dela era um
encanto e logo ela o ofereceu para que eu o pegasse, olhei para o Dimitri,
esperando a autorização, que foi me dada. Ao pegar o bebê sorri, era a
primeira vez que sorrio em dias. O menino era tão lindo, um encanto.

A conversa transcorreu toda em Inglês, idioma que domino muito


bem, já que a esposa do chefe não falava Russo. Ela me deixou bem à
vontade e enquanto os homens conversavam, a gente trocou algumas ideais,
os assuntos foram neutros, nada muito pessoal até porque a mulher estava
passando por uma amnésia.

Após o encontro voltamos para a casa do Dimitri e de novo para a


minha prisão. Antes de entrarmos no quarto, ele me segurou.

— Agradeço por ter se comportado, Aleksei a analisou, nosso destino


foi decidido hoje e ele a aprovou, caso contrário, não sairíamos de lá vivos,
pois ele iria mandar matá-la e eu não deixaria e morreria com você.
Não consegui segurar as lágrimas. Ele aproximou-se de mim e me
abraçou, senti seus músculos forte e tenso contra meu corpo. Falou com uma
voz rouca e sussurrada próximo ao meu ouvido.

— Como te quero, não resista a mim, não consigo mais me controlar,


preciso de você, entrega-se a mim, Eleni. Eu faço qualquer coisa por você,
qualquer coisa.

Um tremor incontrolável tomou conta do meu corpo diante daquelas


palavras, a boca quente dele, aproximou-se da minha, então o empurrei antes
que me beijasse.

— Larga-me!

Um brilho de raiva terrível espelhou-se em seus olhos azuis antes dele


me pegar com braços de ferro e me prender na parede. Não houve maneira de
fugir dos lábios que se colaram aos meus. Sua boca machucava a minha, a
pressão insistente forçar-me abrir os lábios e um gemido inaudível escapou
da minha garganta. Não satisfeito por estar me subjugando daquela maneira,
começou uma exploração minuciosa pelo meu corpo, abalando ainda mais
todos os meus sentidos. Ainda me beijando, ele me levantou nos braços e
caminhou comigo adentrando o quarto. Em poucos minutos ele me deitou na
cama e continuou sua sedução.

Atordoada com todas aquela sensações, ainda tentem escapar, não


podia me entregar assim, nunca sucumbirei aos caprichos desse homem.

— Por favor! Me deixa!


— Eleni, não me expulsa da sua cama, deixe-me fazê-la mulher,
minha mulher.
— Não posso!
— Pode, não lute com o inevitável.
— Eu- eu não o amo, não sinto nada por você.

Ele parou de me beijar e levantou o tórax me olhando no fundo dos


olhos, não consegui sustentar seu olhar. Finalmente falou.

— E quem se importa com o amor? Essa química que nós temos não
tem nada a ver com amor.
— Eu não sinto nada por você, nem desejo.
— Seu corpo diz o contrário.
— Não é verdade, ele reage assim por medo.
— A quem quer enganar, Eleni? Eu posso provar agora que você não
resistiria.
— Você é um arrogante — elevei a voz.
— Não fale comigo nesse tom — vociferou.
— Eu o odeio e jamais me entregarei.

Ele levantou-se da cama me deixando livre, fiquei parada ainda sem


acreditar que havia ganhado aquela batalha mais uma vez.

— Muito bem Eleni Koslov, cedo ou tarde você se renderá a mim.


Enquanto isso, aproveite suas acomodações.

Ele saiu do cômodo me deixando completamente perplexa e com um


sentimento de perda.
Capítulo 7

Dimitri

O som da noite estava a


todo vapor, a mulher
usando apenas um fio
dental, com peitos gigantes e um corpo curvilíneo coberto com tatuagens,
dançava sensualmente sobre o palco no pole dance. Estou sentado em uma
mesa em voltas de bebidas e drogas, olhava para a mulher com indiferença,
seus cabelos pretos eram compridos e estavam soltos. Era muito gostosa, o
tipo de mulher que comeria tranquilamente. Mas não agora, nenhuma
consegue prender minha atenção, porque minha mente está voltado
completamente a uma única mulher de cabelos ruivos e olhos verdes: Eleni
Koslov.

Levo a bebida à boca o solvo a vodka. A mulher desce do palco e vem


na minha direção. Ela começa a dançar em cima de mim, rebolando e
passando as mãos em meu corpo. Ela desce até a minha virilha e segura meu
pau dando uma pequena pressão com a mão, ela olha para mim com
surpresa, não estou duro.

— Quer que eu anime seu brinquedo?


— Esse brinquedo já tem dona.
— E onde ela está?
— Presa, em nossa casa.
— Hum! Então já que ela está presa, nada me impede de brincar com
o brinquedo dela.

Uma outra mulher aproximou-se com uma bandeja de prata com


várias carreirinhas de pó me oferecendo. Peguei o canudinho e funguei toda
uma carreira. Fechei os olhos e comecei a imaginar Eleni na minha cabeça, a
mulher continuava se esfregando em mim, jogando seus peitos enormes na
minha cara, mas eu só queria a minha ruivinha linda. Penso no corpo dela
deitada na cama, na sua voz doce. Ela me deixa com muita tesão e meu
coração acelera, não só pelo efeito da droga, mas por ela, só por ela.

Meu pau fica duro, imagino que é minha Eleni encima de mim, ela
sorri, seus cabelos ruivos e perfumados emolduram seu rosto lindo de traços
delicados, a boca dela é uma tentação. Estendo as mãos e enlaço a mulher, ela
me beija e eu correspondo, estou tanto tempo sem sexo que acho que bati
todos os recordes da minha vida inteira.

— Eleni — murmuro.
— Não sou a Eleni, mas posso fazer tudo que ela faz e até melhor.

Ao ouvir a voz da vadia no meu ouvido, uma raiva apodera-se de


mim.

— Saí daqui, vagabunda!

A agrido com um soco no meio da cara, a mulher caí no chão com o


rosto ensanguentado. Ninguém faz absolutamente nada, todos sabem quem
sou e o que represento, afinal de contas esse é um dos clubes da Bratva. A
mulher levanta-se com a ajuda de uma outra que a carregada para dentro.
Foda-se! Faço sinal para que me tragam mais droga.

A música continua, as pessoas transitam pelo clube enquanto sigo


bebendo e me drogando. Tudo isso por causa dela, a mulher que virou minha
cabeça e minha vida do avesso. Caralho! Que Porra está acontecendo
comigo? Estou sem foder uma mulher porque decidi dar-lhe um tempo. Eu a
tenho sob o meu poder, era algo tão simples, apenas chegar em casa, arranca-
lhe sua camisola e fode-la sem me importar com a Porra das lágrimas dela.
Mas aqui estou, frustado e com a consciência martelado na minha cabeça.
Sou a Porra de um idiota, desgraçado e fodido. Ainda não acredito
que estou lutando com minha consciência. Nunca tive que ser honesto, ou
sentir remorso e muito menos respeitar uma mulher. Eu deveria apenas
mandar ela calar a boca sobre tudo e aceitar sua vida, como muitos homens
fazem na minha posição. Mas assim que vi suas lágrimas sendo derramadas
depois que eu a forcei a me chupar, percebi de imediato que não poderia fazer
isso com ela. Eu a machuquei e isso me mata. Essa menina ocupou um lugar
muito grande em meu coração de pedra em tão pouco tempo.

Talvez eu seja considerado um fraco por isso, mas ela é tão frágil e
pequena, tão inocente e corajosa também. E sua coragem fora o que mais me
encantou, tirando a linda voz dela. Quando a ouço cantar, me transporto para
um mundo mágico, onde não há dor, sofrimento, ódio, vingança... sim, a voz
dela me fez desistir da vingança como havia planejado e me sinto um merda
por isso. Meu irmão deve está se revirando no túmulo. Aleksei me entendeu,
apesar de que no primeiro momento queria me matar, mas ele também sofreu
o amor arrebatador pela sua esposa e ele sabe muito bem como um homem se
sente. É como se um trator passasse em cima da gente várias vezes sem
percebermos que estávamos sendo esmagados. É assim que meu coração está
agora, sufocada e transbordado de um sentimento maior que qualquer coisa
que já experimentei antes.

Meu coração nunca bateu de verdade, não até o momento que pus
meus olhos nela. E desde esse dia sou um homem condenado. E eu quero
isso, mas não sei até quando aguentarei não tê-la por completo. Eu preciso
dela, cada fibra do meu maldito corpo vibra para possuí-la. Por isso a
mantenho cativa, penso que isso a machuca também, mas não posso abrir
mão dela. Posso esperar para possuí-la, mas jamais a deixarei livre, ela é
minha.

A vida na Bratva é sangue e sangue, dediquei e dedico toda a minha


vida a essa organização, não lembro um dia quem fui, porque só o que sei
fazer é matar. E esse modo de vida está tão incrustado na minha pessoa, que
nunca pensei em sair, até a um mês atrás. Estava disposto a desistir de tudo,
até a honra, para tê-la embutida em minha pele. Também quero lhe entregar a
minha liberdade, eu quero que ela me prenda para sempre e quero lhe ser fiel.

Olho em volta, estou na área VIP do Club, mulheres a minha


disposição, dinheiro, poder. Tudo que muitos querem, mas que poucos
conseguem. E eu tenho tudo isso, mas não tenho ela. Contudo a situação não
ficará assim, ela pode resistir agora, e eu a entendo, por isso não a forçarei, eu
sei que ela não é tão indiferente a mim, assim como me senti atraído por ela
no primeiro momento, percebi que também se sentiu atraída, porém minha
sede de vingança me cegou por um tempo, mas não o suficiente para fazer
um estrago maior, por isso sei que tenho uma chance com ela.

Decidi ir embora, já me droguei e bebi o suficiente. Não sinto os


efeitos, é preciso muito mais do que alguns copos de vodka e algumas
carreiras de pó para me derrubar. Lavato-me e ando entre as pessoas, saio
pela porta dos fundos do Club. Alguns dos membros da Bratva estão me
aguardando, os dispenso, irei sozinho. Pego meu capacete e subo na minha
Harley, não tem nada melhor como sentir a liberdade em cima de uma moto
em uma noite fria. Ligo o motor potente e saio em disparado para minha
Eleni.

A observo dormindo, tão linda e serena, seus cabelos ruivos estão


espalhados pelo travesseiro e seu corpo lindo coberto pelo lençol. Sua
respiração é calma, ela está dormindo profundamente. Meu corpo reage ao
vê-la tão linda e vulnerável, meu pau está muito duro e dolorido, massageio
ele ainda dentro das calças. Merda! Eu não quero encostar nela, não posso, se
eu o fizer não sei se conseguirei parar, mas caralho! Eu preciso dela, somente
sentir seu perfume, seu corpo junto ao meu.

Dispo minha jaqueta e camisa, não vou tirar as calças, só quero


dormir junto dela. Desliso para a cama atrás dela e seguro em sua cintura me
encaixando em seu corpo. Meu pau encosta no seu traseiro e eu tenho quase
um orgasmo instantâneo. Ela se move, mas não acorda. Mergulho meu nariz
em sua cabeleira vermelha, seu perfume me intoxica, me faz sentir, me faz
ser aquilo que não quero ser, humano. Beijo sua nuca e deslizo minha mãos
em suas curvas. Ela move-se e acorda, sinto seu corpo tenso, ela tenta vira-se
para meu lado, mas eu a empeço a mantendo na mesma posição.

— O que está fazendo?


— Abraçando a minha mulher.
— Não sou sua mulher — ela protestou.

Não a escutei, continuei explorando seu corpo com as mãos e


beijando em todos os lugares. Passei a mão em seu seio e percebi que
estavam ouriçados, sinal claro que ela não era indiferente.

— Você está bêbado — ela indagou.


— Não, estou mais sóbrio do que nunca estive antes, minha rouxinol.

Em um impulso, a votei de barriga para cima e subi em cima do seu


corpo, ela me encarava com os olhos arregalados e a respiração rápida. Ela
pensa que vou violenta-la, não farei isso, mas lhe darei prazer. Espalho suas
coxas e entro no meio delas, ela tenta escapar mas eu a seguro firme sem lhe
dá chance de ir a lugar nenhum. Desço a mão em seu quadril e puxo sua
calcinha para baixo, ela arfa e choraminga. Sei que está com medo, mas não
lhe farei mal.

Sua buceta fica exposta para mim, uma emoção forte me domina em
saber que ela nunca esteve com outro homem e que nunca estará, somente eu
colocarei a boca nela. Debrucei-me sobre ela e a olhei direto dentro dos olhos
antes de cuspir e me deliciar em sua dobras femininas. O cheiro dele é
delicioso, passo a língua em sua fenda, chupando-a e lambendo-a. Ouço seu
suspiros e gemidos tímidos, sei que ela está gostando e eu a levarei para o
mundo que ela nunca navegou antes, o da luxúria e prazer.
Depois de me deliciar em suas dobras, encontro seu botãozinho
inchado. Assim que encosto minha boca, ela arqueia o quadril e segura na
minha nuca puxando meus cabelos. Começo e sugar com vigor e ela gemi
alto.

— Dimitri.

Meu nome saí de seus lábios e fico satisfeito e eufórico, é a primeira


vez que ela me chama pelo nome. Massageio seus seios enquanto devoro sua
boceta e levando ao prazer. Faço o sexo oral nela até que ouço seu grito
estrangulado e ela fecha as pernas na minha cabeça. Seu corpo todo
estremece ao atingir o orgasmo.

— Ahhh! Dimitri.

A boceta dela pisca contra minha boca, eu continua passando a língua,


bebendo de todo seu fluido, de todo seu prazer. Quando ela pensa que
terminou, a faço ter outro orgasmo e outro. Ela gritava e se contorcia, até seu
corpo relaxar.

Satisfeito, saio do meio de suas pernas e subo até sua boca, a tomo em
um beijo ardente e caloroso. Ela corresponde com ardor. Logo depois, deito
do seu lado e a faço encostar a cabeça em meu peito.

— Dorme, meu amor, dorme.

Dormimos envolto dos braços um do outro. Prometo a mim mesmo


que a farei feliz até o último dia de nossas vidas e nunca mais a magoarei.
Nunca mais.
Capítulo 8

Eleni

A cordo subitamente e
sinto algo pesado sobre
mim, movo a cabeça e
vejo que não estou sozinha na cama. Percebo um braço bronzeado e
musculoso com pelos dourados e tatuagens em volta de mim. Olho para os
lados apertando os olhos algumas vezes tentando clarear minha mente.
Aquilo havia acontecido mesmo ou foi só um sonho? Me perguntei em
pensamento. Passei as mãos no meu corpo e percebi que a camisola estava
abaixada deixando meus seios à mostra. Desci a mão mais um pouco e
constatei que estava sem calcinha. Oh! Aquilo aconteceu mesmo, pensei que
havia tido um sonho erótico.

Lentamente, tento me mover, mas sinto os seus músculos me


apertando e me puxando para mais próximo. Seus lábios enterram entre
minha cabeleira e sinto-o me beijando. Meu corpo reage aquele carinho
arrepiando-se todo. Me sinto estúpida por aquela reação, mas não posso
controlar.

— Bom dia, minha princesa — A voz dele é rouca e sussurrada.

Movo-me tentando sair dos seus braços e ele não permite, segura-me
firmemente e tão próximo que consigo sentir seus pênis duro em minha
bunda.

— Não vai, fica aqui comigo.


— Eu-eu... O que aconteceu? — estava confusa com todas essas
novas emoções crescentes em mim, estava gostando de estar ali nos braços
dele.

Ele me vira de frente e nossas rostos ficam a centímetros um do outro.


Olho para ele como se estivesse o vendo pela primeira vez, algo mudou, não
o vejo mais como um monstro, pelo menos não nesse momento, com suas
feições relaxadas e um esboço de sorrio nos lábios. Ele também não desviava
os olhos de mim. Ficamos assim por alguns minutos até que ele quebrou o
silêncio.

— Gosta do que vê?


— Ainda o vejo como um demônio.
— E eu a vejo como anjo, que veio colocar um pouco de humanidade
no coração do demônio.
— Isso não dará certo.
— Deixe acontecer, apenas abra seu coração, sem medo e barreiras.
— É muito fácil para você, afinal de contas será apenas mais uma
mulher que levará para a cama.
— Você acha que se eu só quisesse levá-la para cama já não o teria
feito? Ontem à noite mesmo, seria fácil.
— Seu cretino! Jamais terei nada com você.

Preparei para me levantar, mas ele não deixou, ainda lutei tentando
me soltar, mas fui facilmente derrotada. Cansada, comecei a chorar, meus
nervos estavam em frangalhos.

— Por favor Eleni, não quero vê-la chorando, não quero magoá-la
mais, somente fazê-la feliz.

Engoli em seco assustada com o desejo na voz dele. Não tinha


experiência de manejar homens como ele, não intimamente. Nunca tive
relacionamentos, principalmente com esse tipo, machão, criminoso e lindo.
Sim, ele me fez sentir prazer ontem à noite, e eu gostei, não vou negar, porém
isso é algo físico e nada mais. Um relacionando com ele implica em muitas
coisas, preciso perdoa-lo pelo que fez com minha família, eles não valiam
nada, de fato, contudo, era minha família, não estou preparada para começar
nada com ele nesse momento, tudo ainda era muito recente em minha cabeça,

— Dimitri, me dê um tempo, deixe-me ir embora, eu prometo que não


fugirei, retornarei para a faculdade e voltarei a cantar no bar.
— Não, se você quer um tempo eu darei, o tempo que for preciso,
mas aqui presa, não te darei a liberdade nunca, você é minha Eleni, somente
minha, entendeu?

No silêncio que se seguiu esperei tensa que ele me forçasse a beija-lo,


mas não foi isso que aconteceu, carinhoso, ele circulou meus lábios com o
polegar. Eu abri os lábios em um convite claro para ser beijada. Ah! E eu
quero, não posso negar mais.

O encarava tentando decifrar a expressão enigmática dos olhos azuis.


Será que ele percebe que meu corpo está tremendo e meu coração, batendo
como um tambor?

Quando nossos lábios finalmente se encontraram, enrijeci o corpo,


decidi controlar minhas próprias emoções. No entanto, Dimitri, com toda
sensualidade, foi derrubando minhas defesas e quando me vi, havia circulado
meus braços em seu pescoço e correspondia o beijo com ardor. Minhas
pernas abriram-se e ele se encaixou melhor entre elas. Ao sentir sua ereção,
assustei-me momentaneamente, não durou muito, logo esqueci e o deixei me
seduzir. Suspirei fundo quando ele deixou minha boca e beijou a curva do
meu pescoço.

De repente tudo parou, Dimitri saiu de cima de mim e se levantou,


fiquei perdida e desorientada. Ao lado da cama ele me lançou uma olhar e
disse:

— Eu a quero muito Eleni, mas a quero por completo. Quando seu


coração estiver preparado para mim, me procura, estarei te esperando.
Ele aproximou-se de mim e segurou meu rosto. Falou de modo
sedutor.

— Não desistirei de você, e sei ser bem persuasivo.

Com isso, virou-se e foi embora, me deixando frustrada e perplexa.

Os dias passavam lentamente, minha relação com Dimitri era sempre


muito carregada de tensão, contudo não me forçou a nada, aliás, depois que
ele me deixou sozinha no quarto, suas atitudes eram sempre muito
reservadas, porém sentia que estava minando minha resistência aos poucos,
muitas vezes com gestos completamente oposto do que esperava, me
presenteando com presentes caros, me surpreendendo com jantar romântico,
até flores todas as manhãs tinha à mesa do desjejum enviada por ele, já que
nunca fazia essa refeição comigo, mas sua presença estava ali, simbolizado
nas flores. Apesar de tudo, minha vida de prisioneira ainda era totalmente
restrita, só podia sair do quarto quando ele ordenava, para jantar, ou apenas
conversar. A porta do quarto era mantida trancada o tempo todo.

Juna era a única que tinha a chave além dele, ela vinha regularmente
para arrumar o quarto e o banheiro, trazer minhas refeições, as roupas limpas
e provia tudo que eu precisava. Nossa convivência era cordial, mantínhamos
uma conversa leve, ela sempre gentil e sorridente.

Sentada em uma cadeira acolchoada em frente da penteadeira,


observo-me atentamente no reflexo do espelho. Esse modo dele agir, está
fazendo meus sentimentos por ele mudarem. Para um homem como ele,
implacável, frio assassino e temível, não esperava que conseguisse segurar
seus instintos. Eu sei que ele é capaz de atos ilícitos, e me tomar a força seria
muito fácil, afinal de contas ele é um criminoso e qualquer coisa que fizer
comigo jamais pagará por isso, mesmo que eu consiga escapar e ir a polícia.
Por isso sei que, se ele não fez nada até agora, não é por medo das
autoridades.
Uma onde de emoção passou por mim, não de raiva ou medo, mas de
algo letal, poderoso e prazeroso. Nervosa com o rumo dos meus pensamentos
e sentimentos, levante-me e andei pelo quarto como uma animalzinho preso
na jaula. Assustei-me quando ouvi a porta sendo aberta e segurei a
respiração, Juna entrou como sempre sorrindo e soltei o ar.

— Bom dia, como dormiu?


— Bem.
— Vim recolher a louça do café da manhã e arrumar o quarto.

Não disse nada, apenas a observava em suas tarefas. Ela juntou a


louça na bandeja e pegou o jarro com as flores, substitui pelo antigo. Ela
sempre arrumava as flores e deixava na mesa de cabeceira. Aquela manhã
eram lírios azuis.

— São tão lindas — ela falou.


— Sim.
— Não precisa arrumar as cama todas as manhãs, eu posso fazê-lo.
— Eu aprendi sempre arrumar a cama logo ao acordar. Minha mãe
que me ensinou, ela morreu a muitos anos atrás.
— Sinto muito!
— Tudo bem!

Uma pequena pausa e decidi perguntar sobre a vida dela, somente


para ter algo para conversar.

— E você Juna, qual a sua história?


— Ah! Sou uma mulher solitária.
— Não é casada, tem filhos?
— Fui casada, mas como muitas mulheres da Bratva, viúva. Tenho
três filhos homens, todos envolvidos nesse mundo. Inclusive estão sobre as
ordens do Senhor Voronov.

Arrepiei-me ao imaginar que os filhos dessa senhora tão gentil, podia


ser um daqueles homens que me sequestraram.

Ela terminou de arrumar tudo, pegou a bandeja e deixou o quarto,


ouvi o click da porta e esperei escutar a chave, mas não aconteceu. Fiquei
atenta, meu coração acelerou pela expectativa, percebi os passos dela pelo
corredor até desaparecer. Ela não havia trancado a porta com a chave, tenho
certeza disso. Nervosa, levantei-me e hesitei antes de verificar se eu estava
imaginando coisas. Lentamente, andei até a porta e coloquei a mão na
maçaneta, respirei fundo e girei, a porta abriu-se.

Abri a boca literalmente e fechei a porta de novo. Levei uma das


mãos ao estômago e apertei, nervosamente. Fiquei confusa e não sabia o que
fazer. Várias dúvidas rondavam minha cabeça: Será que ela esqueceu de
trancar? ou apenas deixou aberta porque pretende voltar?

Sem saber o que fazer, decidi esperar um pouco. Alguns minutos


depois, constatei que ela não voltaria. Contorcia as mãos umas nas outras e
pensei em todas as minhas possibilidades. Não faço a mínima ideia em que
região estou e nem como é o sistema de segurança da casa. Não sei se tem
membros da Bratva que vigiam, durante esse tempo que estou aqui, nunca vi
nenhum. Estava muito indecisa do que fazer, ao mesmo tempo que ponderava
todas as minhas possibilidades e o insucesso de uma fulga, por outro lado
pensava que essa poderia ser minha única chance.

Contudo, algo mais forte, misterioso e incompreensivo até por mim


mesma, é o verdadeiro impasse de eu não pegar o casaco e deixar aquela casa
imediatamente, assumindo todos os riscos. Semanas atrás, faria exatamente
isso sem nem ao menos pestanejar, mas agora... agora, não tenho certeza. E
essa incerteza tem a ver com um par de olhos azuis sedutores e
atormentadores.
Apertei meus olhos com força, minha cabeça dava voltas tentando
tomar uma decisão. Abri os olhos e vaguei pelo cômodo, mirei-me nas flores
em cima da mesa. Esses últimos dias ele estava sendo o homem mais gentil
que conheci, tão atencioso e respeitoso. Contudo ainda me mantém presa.

Crispei a boca em um gesto impaciente, estou entre a cruz e a espada,


era melhor Juna não ter deixado essa porta aberta. Droga! O que estou
pensando? Qualquer prisioneiro pensa em fugir e não hesitaria em fazê-lo se
tivesse uma oportunidade, eu só posso estar doente por querer ficar. Não
posso sentir-me atraída por um homem como Dimitri. Era imperdoável isso.
Indignada, dirigi-me ao banheiro e me deparei com o espelho que refletia a
imagem de mim mesma. Parecia um fantasma, meus cabelos ruivos estavam
soltos, a pela pálida e os grandes olhos verdes assustados. Me olhava como
uma heroína de uma tragédia antiga. Repetia mentalmente que não sentia
nada por ele, que esse sentimento que faz meu coraçao acelerar é só...é só...é
só o que? Nem eu mesma sei. Minha cabeça não parava de pensar, andei
freneticamente de um lado para o outro no banheiro. Parei e voltei a me olhar
no espelho, havia tomado uma decisão e sorri triunfante.

Segui para o closet antes de perder a coragem. Peguei um casaco


impermeável e vesti-o. Havia um cinto, ajustei na cintura. Tirei as pantufas
que estava usando e coloquei um par de botas. Dimitri havia disponibilizado
um guarda-roupa completo, com todo tipo de vestimentas para todas as
ocasiões, nunca usei nenhuma das roupas, a não ser camisolas e moletons,
mas agora veio a calhar.

Andei até a porta e girei a maçaneta com cuidado, espiei o corredor e


sai do quarto. A casa estava silenciosa, parecia que não havia mais ninguém
habitando a residência a não ser eu. Cheguei no Hall de entrada e olhei para a
porta de carvalho. Bom, já estou aqui, agora é só averigua se a porta também
não tem trancas. E para a minha surpresa, estava aberta. Sai cautelosa,
coloquei as mãos nos bolsos e comecei a caminhar na manhã fria. Era muito
estranho não ter ninguém, nenhum membro da Bratva para me impedir de
sair, mas não me importei, talvez nem consiga sair da propriedade.
Enquanto caminhava, uma sensação ruim começou a me dominar, era
como se eu estivesse cometendo um sacrilégio ou pior, uma traição. Parei um
instante e voltei-me para a casa. Uma tristeza grande dominou meu coração e
lágrimas minaram meus olhos, sentia como se tivesse deixando algo muito
importante para trás, mas não era material e sim sentimental. Ri sem humor.
Não olhe para trás, Eleni, siga em frente. Minha mente avisava, mas meu
coração dizia o contrário. Merda! Não posso, eu vou em frente.

Voltei a andar mais rápido e a medida que me aproximava da saída,


mas minha determinação em ir embora dissolvia-se de minha mente. Ao
chegar no grande portão, não vi ninguém, não era possível, onde estão todos?
Onde estão os soldados da Bratva para me impedirem de ir embora? Me
perguntava em pensamento.

De repente, o grande portão abriu-se, segurei minha respiração e


esperei. Havia um carro, a porta traseira estava aberta. Olhei para os lados e
não vi mais ninguém, somente o motorista prontamente me esperando dentro
do carro. Deus! Ele está me dando a liberdade? É isso? E será que a quero?
Apertei os olhos e a imagem dele preencheu minha mente, senti uma força
estranha, uma conexão única. Eu quero ficar, não posso ir, preciso voltar para
ele. Voltei a abrir os olhos e o carro estava no mesmo lugar. Dei dois passos
para a frente, parei. Não posso ir, eu o escolho e essa decisão era tão certa,
que não pensei duas vezes, girei nos calcanhares e corri toda a volta até a
entrada da casa. Eu queria voltar para o quarto, lugar que nunca deveria ter
saído.

Afobada, empurrei a grande porta e entrei na casa, ainda estava vazio,


ninguém a vista, mas não me importei, só queria voltar para o quarto. Porém
antes de eu dar dois passos, uma voz linda que eu já conhecia falou atrás das
minhas costas.

— Por que voltou?


Capítulo 9

Eleni

V oltei-me lentamente e o
encarei. Meu coração
acelerou, abri os olhos
como se estivesse assombrada. Dimitri permaneceu no mesmo lugar, alto,
elegante com as mãos nos bolsos da calça e vestido de preto da cabeça aos
pés. Seus olhos azuis estavam inexpressivos e sua fisionomia permaneceu
ilegível, sem demostrar aborrecimento, diversão ou enfado. Parecia um deus
pagão exercendo seus poderes divinos sobre meros mortais e esperando uma
respostas a sua pergunta. E que resposta lhe dar? Nem eu mesma sei o que
me fez voltar, ou talvez eu saiba mas não quero admitir. Minha mente estava
confusa, não encontrava lógica nos meus próprios pensamentos, a única coisa
que tenho certeza é a reação do meu corpo e coração.

Senti meus nervos agitados e a boca seca, sentimentos reprimidos que


estavam guardados nos lugares mais secretos do meu coração agora se
manifestavam. Engoli algumas vezes a saliva para aliviar a secura da boca.
Os olhos do Dimitri eram de aço gélido e isso me intimidou, as palavras não
conseguiam sair, mas preciso lhe falar, colocar para fora todos esses
sentimentos.

No entanto, ainda quero entender o que se passa dentro de mim. De


fato, algo muito significativo havia mudado nesses últimos dias, percebi que
sentia a falta dele quando estava ausente, esperava as flores todas as manhãs
ansiosamente e praticamente vibrava de alegria quando ele mandava me
chamar para o jantar. Eu comecei a desejá-lo, porém eu reprimia severamente
meus impulsos. Contudo, agora não posso mais esconder, a realidade tornara-
se tão cristalina que era impossível negá-la. Estava profundamente
apaixonado pelo Dimitri. Demorei a me dar conta do que acontecia em meu
coração, mas agora já não posso esconder.

Nervosa, contorcia as mãos uma na outra, dei alguns passos em


direção dele com as pernas um tanto vacilantes, levarei meu olhar para
encara-lo e me deparei com suas feições severas. Toda a minha determinação
de confessar meus sentimentos caiu por terra diante de seu olhar austero.
Porém ele esperava uma explicação.

— Eu... eu, voltei porque não podia ir.


— Por que não?
Respondi com outra pergunta.
— Por que me deu a liberdade?
— Não era isso que você queria?
— Sim... mas...
— Você não cantou mais. Um pássaro engaiolado deixa de cantar.

Surpreendi-me com sua declaração. De fato, nunca mais cantei, nem


eu mesma sei porquê. Talvez ele tenha razão, pelo fato de estar presa. Mas
agora não importa mais, quero declarar-me, quero dar uma chance.

— Dimitri, eu voltei porque descobri que não podia deixá-lo, voltei


por você.
— Você tem certeza do que está falando?
— Absoluta!
— Você entende as implicações que isso acarreta? Eu não a quero
somente como minha amiga, amante ou namorada, e muito menos como
minha prisioneira, a quero como minha mulher, de corpo e alma, como minha
companheira e aliada.

Fiquei em silêncio, meu coração batia descompassado, minha mente


se recusava a articular os pensamentos com lógica. Mas que se dane, não
quero ser racinal.
— Eu estou disposta a arriscar.

Ouvi-o suspirar fundo e avançar algumas passos, parou a minha


frente, nossos olhos não desprendiam um do outro.

— Se o que pretende é que te diga que irei mudar, sinto muito mas
não vou fazê-lo. Eu sou o que sou, Eleni, e se quer ficar comigo será assim,
dentro dos meus termos, entende?

— Sim!

Meu coração ressoou em meu peito como um tambor, Dimitri ainda


parecia hesitar um pouco antes de me segurar na cintura e me trazer para
junto do seu corpo forte e viril. A expressão emocionada do seu rosto me
surpreendeu, não via mais nenhum traço de arrogância. Ele aproximou seus
lábios dos meus e admitiu.

— Preciso muito de você, Eleni!

Já não suportava mais questionar se era certo ou errado envolver-me


com ele, o queria e não reagi quando ele me envolveu em seus braços. Meu
coração acelerou com o beijo feroz e o desejo me dominou.

— Eleni, como te desejo!

De repente, senti o chão desaparecer de baixo de mim. Ele me


suspendeu em seus braços fortes e começou me carregar pela casa. Enrolei
minhas pernas em sua cintura, enquanto ele me levava para o quarto. Quando
ele me depositou sobre a cama ampla e deitou sobre mim me beijando
apaixonadamente, me rendi completamente. As mãos dele acariciavam
minhas coxas e nádegas me fazendo sentir a rigidez de seu órgão excitado.

Fiquei com a boca aberta, respirava freneticamente como se estivesse


me afogando. Com apenas um gesto, esse homem conseguiu acabar com meu
autodomínio. Ainda estávamos vestidos, porém Dimitri começou a se despir
de modo sensual. Ele me olhava enquanto tirava a camisa, na penumbra do
quarto não conseguia interpretar seu olhar.

Quando ele já estava quase nu usando apenas a cueca, deslizou as


mãos nas minhas pernas até as botas e as tirou, uma de cada vez, sem desviar
os olhos brilhantes de desejo dos meus. Em seguida, destacou a calça e a
deslizou perna abaixou e assim ele fez com toda a roupa me deixando apenas
de calcinha e sutiã.

— Perfeita! — Exclamou enquanto devorava meu corpo com os


olhos.

Ele debruçou-se sobre mim e o desejo me dissolvia numa massa de


doces sensações. Sua boca ávida, tornou um dos meus seios. A língua dele
desenhava círculos em volta do mamilo e a cada volta era mais delicioso que
o anterior. Enquanto isso, suas mãos desceram pelas coxas até a cintura da
calcinha e puxou-a para baixo até tirá-la. Suspirei fundo quando senti seus
dedos massageando minha vagina, explorando cada centímetro da minha
intimidade, humedecendo-a, preparando-a para a posse.

— Dimitri — murmurei, sob o efeito de uma onde de desejo tão


prazeroso que quase era doloroso.

Sua língua quente deslizou entre o vale dos meus seios e subiu
lentamente até o pescoço fazendo trilha de fogo sobre a minha pele.
Timidamente, enrolei minhas mãos na parte de trás do pescoço dele e o puxei
ligeiramente, movendo meu quadril para senti-lo melhor. Percebi que ele
sorriu, fiquei envergonhada, não sou assim tão receptiva, mas naquele
momento eu o queria muito.

Nossos lábios se encontraram em um beijo erótico e quente. Assim


que nos conectamos através do beijo, ele colocou os braços em volta da
minha cintura e me esmagou contra meu corpo. Senti toda sua virilidade
ainda escondida no tecido da cueca. Ele moveu os quadris friccionando o pau
entre minhas pernas. Aquela sensação era tão gostosa, que deixou todo meu
corpo arrepiado. Os mamilos entorpeceram e a vagina piscou em um claro
despertar para o desconhecido, para o prazer nos braços do homem amado.

Ah sim! Eu o amo, não há mais dúvidas sobre isso, eu amo esse


homem que me fez sofrer, me aprisionou e conquistou-me de corpo e
coração. Nossa bocas ansiosas trabalhavam juntas, me entreguei aquela louca
paixão. Eu sentia o coração dele bater forte em seu peito. Me sentia livre,
como se estivesse saindo de uma gaiola, e de fato estava, não só estava presa
fisicamente, como também sentimentalmente, mas agora estou livre para
ama-lo.

Eu podia sentir a adrenalina correndo pelas veias, olhei para seu rosto
e vi sua expressão cheia de paixão e desejo. Ousada, levei minhas próprias
mãos até o coz de sua cueca, não aguentava mais esperar, precisava dele.
Dimitri percebendo a minha intenção, segurou os meus dois pulsos me
impedindo de continuar, o encarei confusa, um medo grande tomou-me, ele
irá me rejeitar? Perguntei-me com o coração pesado.

— Eleni, você tem certeza que é isso quer? A partir daqui não terá
volta.

A maneira como ele falou parecia que estava me sentenciando à


morte, mas ao olhar dentro das íris azuis dos seus olhos, meu coração se
alegrou. Sorri confiante e segurei em seu rosto querido.

— Sim, eu quero você, me faça sua.

Ele levantou-se da cama e ficou de pé do lado, mantive meus olhos


em seu músculo. Eu podia ver seu pau através do material da cueca,
pressionando firmemente contra o tecido, forte e duro, enquanto lutava para
se libertar. Dimitri enfiou os dedos polegares no coz da cueca e empurrou-a
para baixo. Eu engoli em seco quando seu pau ficou à vista. Era enorme,
grosso, venoso e latejante. Minha mão se moveu até meu peito onde sentia
meu coração batendo debaixo das minhas costelas. Suspirei sentido meu
corpo se preencher de uma energia nervosa.

Dimitri debruçou-se sobre mim e me abraçou forte como se não


acreditasse que aquilo estava acontecendo. Eu me abri para ele, meu corpo
todo estava pronto para ser sua mulher. Senti suas mãos fortes e ásperas
agarrarem a parte de trás das minhas coxas. Ele desceu seu corpo através do
meu colo, ventre e antes de encontrar minha buceta, ele suspendeu minhas
pernas colocando-as sobre seus ombros. Eu entrelacei os tornozelos atrás da
cabeça dele, cimentando as pernas no lugar. Eu vi sua boca aproximando-se
da minha buceta. A primeira coisa que senti foi sua respiração morna sobre a
minha pele. Então seus dedos me tocaram, curvei a cabeça para trás e me
deletei da sua provocação.

Seus dedos massageavam de baixo pra cima, me provocando,


deixando a cavidade da vagina cremosa e preparada para sua língua. Sentia
uma sensação agradável no meu estômago, quando ele finalmente encostou a
boca na minha parte mais íntima. A boca desse homem faz verdadeiro
milagres, a língua dele rodeava meus lábios vaginal e subia até meu clitóris.
Apertei as pernas na sua cabeça enquanto era devorada por sua boca. Ele
estava colocando a saliva no meu clitóris, lubrificando-a. Com os dentes,
segurou o pontinho sensível cuidadosamente, e puxou, circulou a língua
várias vezes até eu gemer alto.

Não demorou muito para meus músculos relaxados começarem a


tencionar, eu podia sentir o calor correndo pela meu corpo enquanto meu
sangue irrigava minha buceta. Ele continuava a mover sua língua agora
rápido e constante. Eu podia sentir sua boca batendo em minha suavidade,
quente, molhada e flexível. Outro gemido saiu da minha garganta mais alto
dessa vez. Os arrepios tomaram conta do meu corpo, correndo através de
mim como uma onda. Meu estômago tremia dentro de mim quando o prazer
começou a surgir. Todos os meus músculos cerrados, por alguns segundos
não conseguia respirar, a única coisa que consegui me concentrar era sua
boca enrolado em torno de mim, sua língua lambendo meu clitóris. E então
tudo aconteceu de uma vez, o prazer me atingiu como uma explosão. Meus
músculos se apertaram e pulsaram, meu corpo tremeu de êxtase. Minha
vagina pulsava e meu quadril se movia enquanto um gemido alto saiu da
minha garganta. Me sentia flutuar sob uma neblina orgástica.

Quando consegui recuperar o controle do meu corpo e voltar para a


terra, observei Dimitri beijando a minha barriga e subindo lentamente. Deus!
ele me proporcionou prazeres maravilhoso sem nem ao menos se preocupar
com ele. Eu também queria lhe dar algo. Então num impulso, levantei-me e
mudei de posição o ditando de costas no colchão. Dimitri me encarava
surpreso. Como uma leoa, subi em cima dele e passei as mãos em seu peito
musculoso deslizando para baixo, nossos olhos estavam presos um no outro,
meus cabelos vermelhos e rebeldes, modulavam meu rosto ruborizado. Sem
mais delongas, segurei no membro duro dele e iniciei uma massagem, Dimitri
tentou impedir, mas eu não permiti, afastei a mão dele.

— Tem certeza, Eleni? — ele perguntou afobado.


— Você agora é meu, e quero te dar prazer.
— Você já me dar prazer, minha pequena — ele falou carinhoso.

Ele tentou sentar, mas eu o empurrei contra o colchão.

— Não! Eu quero senti-lo na minha boca.

Com grande impulso de confiança, segurei na base do seu pau e


salivei minha boca. Aquele membro avantajado estava a minha frente, pronto
para ser levado a minha cavidade bucal. Eu podia ver o pulsar do membro
com a cabeça exposta e o pre orgasmo escapando da pequena cavidade.
Comecei lambendo a cabeça gentilmente, sentido o gosto salgado do seu
líquido lubrificante. Assim que senti sua pele quente contra minha língua,
lembrei do dia em que ele me forçou fazer aquilo, vacilei por alguns
instantes, mas logo me recuperei. Isso era passado, eu quero esquecer. Por
esse motovo, inicie os movimentos lentamente o alojando todo dentro da
minha boca, deixando o comprimento dele empalar-me.

— Eleni... — Dimitri suspirou rouco.

Fechei os olhos apertados e comecei a mover minha cabeça levando-o


mais fundo e mais rápido. Era um pouco difícil para mim, minha boca era
relativamente pequena para seu pau largo, mas eu não queria parar, com jeito
finalmente consegui mantê-lo dentro da minha boca até bater no fundo da
minha garganta. Dimitri gemia alto e eu adorava ouvir seus sussurros e
gemidos. Senti todo o corpo dele estremecer debaixo de mim, seu quadril
moveu-se e ele agarrou meus cabelos me fazendo engoli-lo mais e mais. Eu
continuava a chupa-lo com tanto vigor que minha mandíbula começou a doer
e o suor escorreu pela minha espinha pelo esforço. Contudo a dor e o suor
não significam nada para mim, não me importava que estava quase
engasgando com ele, quase não conseguia respirar com lágrimas
lacrimejando em meus olhos, tudo que eu queria era ouvi-lo gemer e lha dar
prazer.

— Ahhh! Eu estou chegando — ele falou regizijando de prazer.

Intensifiquei os movimentos e segurei a base do pênis com uma das


mãos e a outra agarrei as bolas, massageando-as.

— Não! Eu quero gozar dentro de você.

Ele me empurrou tirando a boca do seu pau, e me jogou na cama com


violência, suspendeu minhas pernas e posicionou seu pau alinhado à minha
entrada. Respirava acelerado e um medo apossou-se de mim, essa é a minha
primeira vez e não sei como será.

Carinhosamente, ele deslizou o pau na minha buceta e empurrou um


pouco. Soltei um grito abafado de prazer e dor.
— Está tudo bem, serei muito cuidadoso.

Ele empurrou mais um pouco e seu membro enorme começou a


separar os músculos. Senti uma ardência gostosa a medida que ele me
penetrava. O pau dele mergulhou nas minha profundezas, rompendo a minha
resistência, roubando a minha inocência, me fazendo mulher, a mulher dele.

Meus olhos fecharam enquanto meu corpo balançava para frente e


para trás. Ele começou mover os quadris devagar de início e foi aumentando
os movimentos a medida que me penetrava. Era difícil focar em qualquer
outra coisa a não ser eu seu pau me dividido em dois. Ele segurou meus
quadris e agora seu ritmo era muito rápido. A sensação era demais para lidar.
Os suspiros, gemidos e suor, o som da nossa pele batendo juntos encheu
meus ouvidos. Meu corpo continuava balançado para frente e para trás com
cada impulso enquanto ondas quentes de euforia passavam pelo meu corpo.
Joguei minha cabeça para trás quando senti as sensações familiares voltando
para mim. Meus músculos já estavam doloridos e pulsantes. Ele me levará ao
orgasmo mais uma vez, só que agora com seu pau mergulhado todo dentro de
mim.

Minha buceta se apertou em volta do pau dele até que gozei e gritei.
Era muito diferente de tudo que provei até agora sobre prazer, o pênis dele
causavam sensações devastadoras, era muito maravilhoso. Senti meu corpo
todo estremecer enquanto Dimitri ainda me fodia forte até que ele também
caiu no orgasmo em uma explosão alucinante. Seu esperma preencheu minha
cavidade, me transbordando. Seu pau enorme latejava dentro de mim. Suas
mãos seguravam meus quadris, aperando a minha carne enquanto gemia
através da sua mandíbula cerrada até liberar a última gota de sêmen.

Os estremecimentos do orgasmo foram diminuído e ele desabou sobre


mim me beijando com carinho no rosto. Nossa pele estava encharcada de
suor. Minha buceta estava inchada e quente e ele ainda se mantinha dentro de
mim. Ficamos assim por alguns minutos até que ele se afastou, tirou o pênis e
olhou para meu rosto.
— Você está bem?
— Sim, você foi maravilhoso.

Ele deitou de costas na cama e me fez repousar sobre o seu peito.


Fiquei assim brincado com os pelos lisos do tórax enquanto nossas respiração
voltavam ao normal. Ouvia as batidas do seu coração e lentamente meus
olhos pessaram. Dormir satisfeita nos braços do homem amado.

Na manhã seguinte, acordei ainda nos braços dele. Sorri de felicidade.


Movi a cabeça e procurei seu rosto, percebi que ele já estava acordado.

— Quer casar comigo?

A pergunta tão direta me pegou de surpresa, mas não tinha dúvida, só


havia uma reposta para aquele pedido.

— Sim!

Nos beijamos e assim nos amamos de novo.


Capítulo 10

Dimitri

O bservava minha esposa


no piano tocando uma
canção que
apreciava. Os dedos dela encostavam nas teclas com uma leveza e delicadeza
impressionantes. Antes de começar a cantar, ela olhou em minha direção e
eu

sorriu para mim. Eu permaneci do mesmo jeito, sério fumando meu charuto.
Ela voltou-se para as notas e início a melodia. A voz doce dela penetrou meus
ouvidos e meu coração acelerou.

Estamos casados a um mês, e nesse período vivemos uma lua de mel


sem fim. Todos os dias, após fazermos amor por horas a fio, ela toca e canta
para mim. Esses dias foram mágicos, talvez os melhores momentos da minha
vida.

Trago profundamente o charuto e amaço a ponta no cinzeiro. Eleni


alheia a tudo, canta como um anjo. Meu anjo ruivo, minha princesa que
tomou conta da minha vida e coração. Eu a amo, cada pedacinho dela, minha
vida não tem mais sentindo sem essa mulher do meu lado. Ela é como uma
luz pura que ilumina minha escuridão. E essa escuridão está dentro de mim,
mesmo com toda sua luz ela não consegue derruba-la.

Eleni termina a canção e junta-se a mim, ela senta em meu colo e me


abraça. Beijo seus lábios rosados.

— Está feliz? — pergunto.


— Muito, meu amor.
— O quanto você me ama?
— Nem todas as estrelas do céu conseguirá alcançar o quanto eu te
amo.
— Está pronta para ser a minha esposa de fato?
— Mas eu já sou sua esposa.
— Não, agora assumirá verdadeiramente seu papel.
— Não entendo Dimitri.
— Você não precisa entender nada minha flor.

Ela me olhou preocupada. Acariciei seu rosto e beijei seus lábios lhe
passando confiança. Logo ela circulou as mãos em meu pescoço e se declarou
mais uma vez.

— Eu te amo!
— Também te amo!

Agora somos o casal mais feliz. E a vingança? A vingança está apenas


começando.

Fim.
Siga a autora no Instagram

Livro A Aposta
Click na capa para acessar

Você também pode gostar