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ATENÇÃO
Este livro contém cenas de sexo explícito, com abordagem
sobre o BDSM.
Proibido para menores de 18 anos.
Sumário
Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Agradecimentos
Prólogo
César Medeiros
Meu olhar está fixo na imagem da mulher que se
encontra pendura e nua. Seus braços estão amarrados por
correntes que são fixas no teto e apenas a ponta dos seus pés toca
o chão. Contínuo observando-a sem perder um detalhe das
mudanças que se refletiam na expressão dela, uma mistura de
desejo, medo e luxúria.
Meus olhos passearam sem pressa pelo seu corpo cheio de
curvas, já que essa será a última vez. Há dois meses, Alexia se
tornou a minha submissa, o meu objeto de prazer, mas, assim como
todas as outras, o meu súbito interesse acabou. Eu não sou e nunca
serei um homem de flores e corações. Não me interessam as
histórias de amor, pois, meus gostos são muito peculiares.
Deixo os pensamentos de lado e a mulher a minha frente
começa a me observar, fascinada, enquanto eu me livrava das
minhas roupas, libertando o meu membro grosso, totalmente ereto,
que pulsava descontroladamente. Segurando o vibrador e o chicote,
eu vou em direção à minha presa e, assim que cheguei a sua frente,
com seu corpo exposto a meu bel-prazer, liguei o vibrador e
introduzir dentro da sua boceta, ela logo começou a se contorcer
desesperadamente.
— Que dizer alguma coisa, Alexia?
— Ahhh... Hum... — os gemidos que tomaram conta do
espaço eram a resposta, devido aos espasmos que já tomavam
conta do seu corpo.
Eu comecei a me mover em volta do seu corpo e só me
detive ao parar atrás dela, e no instante que o som do chicote
reverberou no ar, todo o corpo dela estremeceu e gemidos abafados
começaram a ressoar no ambiente.
Depois do quinto golpe, enquanto ela se contorcia em meio à
dor e ao prazer, já que o vibrador não parava de se remexer dentro
dela. Meu corpo todo era tomado por uma sensação de êxtase ao
ver sua pele marcada. Soltei o chicote e assim que puxei o objeto de
dentro dela, suas pernas trêmulas se entrelaçam em minha cintura e
sem preliminares, enfiei meu pau na fenda apertada e ensopada de
Alexia.
Tirei a mordaça da sua boca, enquanto meu membro estava
sendo sugado por àquela bocetinha quente e molhada. Com meu o
pênis enorme e latejante todo enterrado no seu corpo, Alexia gritava
e sussurrava para que eu aumentasse o ritmo da penetração.
— Por favor!
— Quem é o seu dono?
— Você... Por favor, mais rápido.
— É disso que você gosta sua safada — falei assim que
aumentei o ritmo dos meus movimentos contra o seu sexo pulsante,
em seguida chupei de forma voraz os seus seios, fazendo-a gritar
ainda mais alto. Eu havia criado muito mais do que uma submissa,
criei um corpo devotado e sedento, onde a alma já me pertencia e
assim como foi com todas outras, essa infeliz acredita que ela se
tornaria a única em minha vida.
Senti todo o corpo dela vibrar, enquanto se contorcia sem se
importar com a dor causada pelas algemas que estavam
machucando a sua pele. As estocadas ritmadas do meu membro
grosso contra as profundezas da sua intimidade eram cada vez mais
fortes e intensas. Ela abriu ainda mais pernas e começou a remexer
os quadris com habilidade, movimentando sem parar para que o
meu pênis entrasse ainda mais fundo.
Minutos se passaram e quando enfim, um grito estrangulado
saiu rasgando a minha garganta, meu líquido fervente a invadiu em
jatos potentes.
Ângela Souza
São Francisco, a cidade que nunca dorme, eu estava mais
cochilando que dormindo, já que nem mesmo o nível de isolamento
acústico colocado no meu quarto, era suficiente para impedir que os
ruídos que vinham do lado de fora fossem ouvidos, pois, entravam
pelas diversas janelas que tinha em torno da mansão.
O meu maior sonho era morar com os meus avós, que vivem
em uma fazenda em Austin. Meus pensamentos foram
interrompidos quando ouvi a porta do quarto se abrir.
— Bom dia, princesa.
— Bom dia, Nina — eu me sentei rapidamente, afastei os
meus longos cabelos do rosto. Ela se aproximou e deu o beijo
demorado em minha testa, para depois me envolver em um forte
abraço.
— Feliz aniversário.
Nina cuida de mim desde que vim ao mundo, já que os meus
pais se preocupam muito mais com a carreira do que a própria filha.
E de todos os meus aniversários, não lembro um em que eles
estivessem presentes.
— Já são mais de seis horas, e você não pode se atrasar
para o primeiro dia de aula.
— Só mais dois minutos.
Joguei-me novamente sobre a cama e ela começou a sorrir.
— Vamos preguiçosa.
Minutos depois...
Tomei um banho rápido, já que não precisava lavar os meus
cabelos. Em seguida caminhei em direção ao closet, meus olhos
passearam em volta das diversas roupas que minha mãe sempre
comprava toda vez que chegava de viagem. Tudo isso não tinha
nada haver comigo, saias, blusas, calças, vestidos que deixam à
mostra todas as curvas do corpo.
Não demorei cinco segundos para localizar o vestido longo
que comprei na lojinha perto da casa da filha de Nina, no domingo
passado. Era preto, todo florido, com cintura larga e de saia rodada,
que ficou bem soltinho. Peguei um tênis branco e deixei os cabelos
soltos. Dei uma olhada no espelho e um sorriso de satisfação surgiu
no meu rosto.
— Ficou perfeito.
Peguei minha mochila e caminhei em direção à porta. Quase
uns dois minutos depois, cheguei ao primeiro andar e depois de me
livrar do último degrau, a mulher que para mim é como uma mãe
surgiu em minha frente.
— Minha menina, você vai desse jeito?
— Sim — falei e ao diminuir a distância entre nós duas, dei
um beijo em seu rosto.
— Você pegou o seu remédio?
— Sim! E, por favor, avise Marta para não seguir aquele
cardápio que minha mãe deixou.
Depois que passei pela porta, Alberto já estava me
aguardando.
— Bom dia, senhorita Ângela.
— Bom dia, você sabe que não gosto que me chame assim.
Angel, nada de senhorita.
O homem que tinha por volta de uns 50 anos começou a
sacudir a cabeça como uma forma de negação. Todos tinham medo
dos meus pais e por mais que eu predisse para deixar as
formalidades de lado, não adiantava. Já fazia uma meia hora que
tínhamos saído de casa e minha atenção estava na bíblia que tinha
em minhas mãos. Desde que Nina me levou, ainda criança, para a
igreja que ela frequenta, fiquei encantada e só não vou com ela nos
domingos que os meus pais estão em São Francisco, ou seja,
levando em conta que ficam um domingo por mês. Isso quer dizer
que falto doze dias durante o ano todo.
Um barulho alto ecoou a minha volta, interrompendo os meus
pensamentos.
— O que aconteceu? — perguntei assustada.
— Fique calma, parece que houve um acidente. Vamos pelo
desvio, assim você não chegará atrasada.
O carro novamente entrou em movimento e minutos depois, a
Mercedes parou no lugar de sempre.
— Se algum dia os seus pais souberem, irei perder o meu
emprego.
— Se eu não contar e nem você, eles nunca irão saber.
Mas, eu posso e gosto de ir andando.
Desci do veículo e comecei a andar em direção a escola.
Levei uns cinco minutos, para chegar frente ao portão, e, depois de
passar pela porta giratória, eu dei alguns passos e meus olhos
ficaram fixos na direção do grupinho que surgiu em minha frente, e a
voz enjoativa de Susan foi a primeira a ecoar no espaço.
— Será que você não errou o lugar Ângela? Em vez de ir
para igreja, veio parar na escola?
As gargalhadas logo se fizeram presentes.
— Eu preciso visitar a loja que você comprou essa roupa. A
minha avó vai adorar um vestido desse — falou Cristina.
— Pior de tudo é o sapato, parece que foi arrancado dos pés
de alguém dos anos 90 no cemitério — disse Alice.
Risos e mais risos ecoavam a minha volta e em passos
largos comecei a caminhar em direção à sala de aula. O ar já estava
se esvaindo dos meus pulmões, eu estava prestes a ter mais uma
crise de asma. Alcancei minha bombinha dentro da mochila e depois
de usar, me senti aliviada.
Horas depois...
— Bom dia! — disse o reitor da escola.
— Bom dia! — respondemos todos em coro.
— Infelizmente o que me trouxe hoje aqui, não foi só o fato
de dar as boas-vindas a todos vocês, em mais um ano letivo que
está se iniciando, porém, serei o portador de uma notícia nada boa.
Venho comunicar a vocês, que o professor Cristóvão, não estará
este ano conosco. Hoje, vindo justamente para iniciar suas
atividades, ele sofreu um grave acidente a algumas quadras daqui e
neste momento está em coma, além de ter quebrado uma das
pernas, acabou fraturando várias costelas.
Os sussurros ecoaram dentro do ambiente. E me veio à
lembrança do acidente que Alberto tinha falado quando estávamos á
caminho daqui. Deixo os devaneios de lado quando a voz do
homem voltou a ressoar no cômodo.
— Já entramos em contato e dentro de dois dias teremos um
professor substituto. Que por sinal é um dos melhores de todo país.
Depois de dizer mais algumas palavras, ele dispensou todos,
pois, voltaríamos apenas daqui a dois dias, devido o ocorrido com o
professor Cristóvão, que sempre foi muito querido por todos os
alunos. A sala começou a ficar vazia, antes de sair, o grupinho de
Susan lançou um olhar em minha direção e eles começaram a sorrir.
Peguei minha bolsa e quando fui me levantar, senti algo
puxando minha cabeça para trás, num movimento brusco, me movi
para frente e senti uma dor em minha cabeça, levei minhas mãos
até o lugar e meus batimentos aumentaram quando toquei algo
grudento em meus cabelos. Imediatamente os meus olhos se
encheram de água.
— Não! Não! Isso não pode estar acontecendo.
Capítulo 01
Ângela Souza
— Pronto — disse a cabeleireira da minha mãe.
— Obrigada, Sarah.
— Você fica linda de qualquer jeito Ângela. Com esse rosto
angelical, qualquer corte ficaria bom.
Meu olhar ficou fixo em meu reflexo no espelho e ao ver o
resultado, o sorriso brotou em meu rosto, afastando a tristeza.
César Medeiros
Novamente estava em solo americano, porém, tive que
comprar uma mansão em São Francisco, já que a minha ficava em
Atherton, que é a cidade mais rica dos Estados Unidos.
Hoje acordei logo nas primeiras horas da manhã, e ao pegar
o jornal, a primeira notícia que chamou a minha atenção foi sobre o
acidente de Cristóvão. Essa foi à única alternativa para tirar o infeliz
do meu caminho, pois, sempre consigo tudo que desejo. Deixei os
pensamentos de lado e no momento que entrei na San Francisco
Academy, vários pares de olhos se voltaram em minha direção.
Realmente Santiago tinha toda razão, o lugar estava repleto de
presas, que logo serão encurraladas por mim, porém, minha
atenção foi desviada na direção da mulher que surgiu no meu
campo de visão. Meus olhos caíram sobre a bela imagem a minha
frente. Uma mulher bonita, com belas curvas, porém, não faz o meu
estilo e muito menos é capaz de satisfazer todos os meus desejos
mais sórdidos e egoístas.
Saio do estado de estupor que me encontrava quando ouço
sua voz.
— Cesar, não é?
— Sim.
— Muito prazer, eu sou Marina Oliveira.
— Igualmente.
— Seja bem-vindo e será um prazer em tê-lo como professor
da nossa instituição. Venha comigo até a sala dos professores.
Minutos depois...
Após ter conhecido todo o corpo docente, segui para sala a
qual daria a primeira aula. Instantes depois, eu estava no ambiente,
sentado na poltrona, enquanto o lugar que antes estava vazio
começou a se tornar o palco de uma pequena multidão. Meu olhar
automaticamente correu a sala e viu, uma bela loira, que fez
imediatamente um pensamento pecaminoso entrar em minha
mente. O meu membro, que desde o momento que cheguei nesse
lugar, já havia dado sinal de vida, começou a lateja em busca de
libertação, quando a atenção que antes estava direcionada para o
meu rosto ganhou outro rumo. Levei uma das mãos na direção do
meu pau e mesmo por cima da calça fiquei apertando e alisando. Eu
contínuo com o olhar cravado na mesma direção, porém, logo fui
interrompido quando outra imagem surgiu em minha frente, me
fazendo perder toda concentração.
Não deu para ver o rosto, mas essa sem duvida não era uma
imagem agradável, já que fez minha ereção se desfazer de
imediato. A garota que caminhava estava usado o vestido mais feio
que já tinha visto na vida e tinha os cabelos bem curto. Foco minha
atenção no ipad que estava sobre a minha mesa, tentando me livrar
da imagem que estava formada em minha cabeça, depois de
confirmar a presença de todos, me levantei e comecei minha aula.
— Bom dia!
— Bom dia — responderam todos em um só coro.
— Sou César Medeiros, e estarei com vocês durante todo o
ano letivo, administrando a disciplina de Sociologia, dada antes pelo
professor Cristóvão. E, o nosso primeiro assunto será "Liberdade de
expressão".
— Alguém pode me dizer o que significa liberdade de
expressão?
— Eu — a loira que despertou meu interesse foi a primeira a
se manifestar. Dei algumas passadas em sua direção e me detive a
uma distância considerável.
— Seu nome é?
— Susan — pelo olhar dado em minha direção, embora
bonita, eu sinto cheiro de vadia à distância e essa só serve para
uma foda e depois ser descartada. Em seguida, ela começou a falar.
— É o direito que permite as pessoas manifestarem suas
opiniões sem medo de represálias. — pelo menos não era burra, no
entanto, a voz suave que ecoou a minha volta foi capaz de fazer
meus batimentos cardíacos disparar.
— O direito de se expressar não indica que não haja
imposição de limites éticos e morais. Ter liberdade não dá a
ninguém o direito de ofender as pessoas, devemos saber usar os
nossos direitos e principalmente cumprir o nosso maior dever
"respeitar o nosso próximo".
Assim que virei na direção daquele som, pela roupa, já sabia
que era a desconhecida que tem péssimo gosto para se vestir. Mas,
quando levantei a minha cabeça e meus olhos encontraram o seu
rosto, todo o meu corpo começou a vibrar violentamente e meus
pensamentos impuros só gritavam uma única coisa, "adoraria sentir
o meu pau pulsando dentro daquela boquinha e fodê-la até que a
mesma não sentisse mais suas pernas.".
Capítulo 02
Ângela Souza
Quando surgi na porta da sala, como sempre todos os
olhares foram direcionados em minha direção. Susan, com seu
grupinho, mantinha o olhar cravado em meus cabelos, ostentando
um esboço de sorriso no rosto. A cada passo que dava, sentia
como se os meus membros inferiores estivessem grudados ao chão,
pois, estava cada vez mais difícil me mover e no instante que passei
perto dela, um sorriso cínico surgiu em sua face.
Depois que acomodei-me em uma das cadeiras, a voz grave
do homem que certamente era o substituto do professor Cristóvão,
ecoou no espaço. Mas, no momento que ele iniciou a sua aula e o
som da voz enjoativa de Susan se fez presente, minha respiração
se tornou escassa, meu coração batia num ritmo alucinante, minha
garganta estava ardendo, tamanho era o nó que se formou ao ouvir
as palavras que estavam sendo proferidas por ela. Imediatamente,
como prevenção, eu peguei minha bombinha de ar. Se minha língua
antes estava presa ou enrolada pela revolta que cresceu dentro de
mim, agora, ela estava mais solta e livre que antes, pois, mal se
aquietou dentro da minha boca e assim que me levantei, comecei a
falar sem parar. Contudo, quando meus olhos ficaram fixos no rosto
do homem a minha frente, um calafrio me subiu pela espinha,
congelando meus ossos e fazendo com que meus pulmões
ficassem em chamas, estava difícil respirar. A sensação que eu
tinha, era que logo o meu coração iria saltar do meu peito e a minha
única reação foi levar o objeto que estava na minha mão direita de
encontro a minha boca.
Quando minha respiração voltou ao normal. Um desafio
silencioso se fez presente, segundos, minutos... Eu não sei dizer,
porque para mim parecia uma eternidade e o homem parado a
minha frente continuava me observando, ele parecia ler minha alma.
Meu corpo todo estremeceu assim que sua boca entreabriu-se e o
som da sua voz ressoou a minha volta.
— Qual é o seu nome?
A resposta veio logo em seguida e não foi dada por mim.
— Ela é a nossa freirinha da sala — falou Susan num tom
sarcástico.
As feições do professor logo mudaram, por uma fração de
segundos, eu tive a impressão de que ele ficou com raiva, como se
estivesse se controlando, pois, dava para ver como sua mandíbula
se contraia, mas, logo uma postura autoritária se fez presente e os
olhos atentos que me analisavam ganharam outra direção, sua voz
grave, num tom rude se fez presente.
— Senhorita Susan, se limite somente a responder algo
quando for direcionado a você. — o rosto dela ficou vermelho, devia
estar corroendo-se de raiva. Então num fio de voz, acabei dizendo o
meu nome.
— Ân... Ângela.
Aquele par de olhos azuis, feito uma lagoa pacífica,
novamente me encarou e em seguida se moveu continuando com
sua aula. Minutos depois, quando o barulho familiar ecoou dentro do
ambiente, todos começaram a se levantar, já que a próxima aula
seria no laboratório de biologia. Com o material em mãos, comecei a
caminhar, quando levantei a cabeça, talvez fosse só fruto da minha
imaginação, mas seus olhos demostravam luxúria, ou talvez fosse
desejo, já que era semelhante ao olhar dos homens do restaurante
que fui com os meus pais, quando minha mãe me obrigou a vestir
uma daquelas roupas que realçavam todas as curvas do meu corpo.
Ele parecia um tigre pronto para atacar sua presa, "Eu".
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Horas depois...
Assim que o carro passou pelo grande portão da minha casa,
coloquei a bíblia que estava lendo dentro da mochila e no instante
que o veículo parou e a porta foi destrava, saí e caminhei em
direção à entrada principal, já que os ruídos vindos do meu
estômago estavam me incomodando.
— Nina, cheguei, onde você está?
— Estou aqui na cozinha, Angel.
Corri até lá e avancei na direção do fogão, tirei a tampa de
uma das panelas, sentindo o cheiro delicioso da comida invadir
minhas narinas.
— Vai lavar as mãos mocinha. Marta já vai arrumar a mesa.
Antes de lavar as minhas mãos, me manifestei.
— Vou comer aqui mesmo na cozinha com vocês.
— Você sabe que isso vai contra as regras da sua mãe — eu
me virei na direção da mulher que estava com alguns pratos em
suas mãos.
— Quando vocês vão entender que eu também sou dona de
tudo isso. As regras da minha mãe são para serem seguidas
quando ela estiver aqui, já que isso é uma raridade. Então, vamos
seguir as minhas e, eu digo que vamos todos comer juntos.
— Você é tão diferente da sua mãe.
— Devo isso a você, por ter me criado tão bem e me
ensinado que todos somos iguais. Agora vamos comer que estou
faminta.
Nos instantes seguintes, estava a fazer uma das coisas que
mais gosto "comer", porém, desvio a atenção do meu prato para
Nina.
— Como foi o primeiro dia de aula?
— Todas estavam suspirando pelo professor novo.
— Deve ser bonito então...
— De fato sim, ele parece àqueles modelos das revistas da
minha mãe, mas, o professor César Medeiros deve ter por volta de
uns 40 anos e tem idade para ser o pai de qualquer aluna daquele
lugar. Não sei como podem ter interesse nele.
— Filha, você ainda é tão nova, quando a atração é fatal,
despertando os desejos da carne, não se tem idade. Mas, de fato
deve ser só uma fantasia de aluna por um professor bonito, já que
um homem na posição dele, jamais terá olhos maliciosos para
qualquer uma de vocês.
Nina, assim como eu, voltou a comer e o silêncio reinou a
nossa volta. Entretanto, suas palavras martelam em minha mente e
lembrei-me de como Susan e até mesmo a senhora Marina,
estavam encantadas pelo professor Cesar, porém, o meu corpo
jamais será mais forte que a minha mente. Esse mundo de luxúria e
desejos profanos não fará parte da minha vida.
Capítulo 03
César Medeiros
Sentei-me na poltrona e, enquanto tomava pequenos
goles da bebida que estava no copo que seguro firme em uma das
mãos, meus pensamentos voam, ou melhor, dão cambalhotas,
tropeçam sobre os acontecimentos de horas atrás.
Quando cheguei naquele lugar, a única certeza que eu tinha,
era que Santiago havia feito uma ótima descoberta, porém,
nenhuma das que já tinha visto era aquilo que eu esperava. Susan
era bonita, assim como várias outras que estavam no meu campo
de visão, no entanto, quando a imagem da aluna desleixada
surgiu em minha frente, o calor emanado do meu corpo se dissipou
e aquela imagem me trouxe de volta a realidade. Jamais achei que
ela seria o meu próximo alvo, pois, quando meu olhar ficou cravado
na direção da garota, minha respiração ficou irregular, meus
batimentos aumentaram no mesmo instante que uma temperatura
escaldante tomou conta de todo o meu corpo. Era como se o meu
lado predador estivesse assumido o controle do meu corpo, já que a
minha presa estava ali a alguns centímetros de distância.
Meu membro começou a pulsar freneticamente, me
causando uma dor latejante, era como se o danado, assim como eu,
já estivesse salivando em antecipação para devorar aquela coisinha
deliciosa. Nunca fui de ter ereção de imediato, ainda mais ao ver
somente o rosto de uma mulher, contudo, essa mexeu comigo de
uma forma que não sei explicar. Nem mesmo a péssima aparência
ofuscava a sua beleza natural, eu fiquei tão enfeitiçado pelo rosto
angelical e aqueles olhos enormes como duas safiras, que faziam o
contrate perfeito com seu belo rosto, que perdi a noção do tempo,
do espaço transcorrido e só saí do estado catatônico que me
encontrava, quando percebi que havia algo de errado com ela.
O que de início parecia um pânico visível em seu olhar, logo
tomou conta de todo o seu corpo e as feições dela começaram a
mudar. Somente quando ela levou o objeto em direção a sua boca,
entendi o motivo da sua expressão apavorada.
Deixo as lembranças de lado e dou mais um gole no meu
uísque, enquanto a imagem do rosto dela aparecia como flashes
em minha frente.
— Ângela... — pronunciei seu nome com prazer. Ainda
sentia impregnado em minhas narinas o cheiro da sua pureza e
inocência, que em breve serão roubados por mim. Ela será minha,
somente minha e, entre as centenas que já tive, essa é aquela que
não encontrarei obstáculos, pois, será uma verdadeira marionete
em minhas mãos.
Sobre a mesa de madeira, o meu celular vibra, tirando-me
dos meus devaneios. Olho o nome que surgiu na tela e respiro
fundo antes de atender a ligação.
— Alô.
— César, a reserva no restaurante foi confirmada.
— Excelente, Marina. Passarei no horário combinado.
— Estarei te aguardando, espero que seja pontual.
— Pode ter certeza que sim...
Minutos depois, encerrei a ligação. Essa é só mais uma vadia
oferecida que ostenta uma aparência de faixada na frente de todos,
porém, preciso manter as aparências enquanto não coloco minhas
mãos em Ângela.
Na manhã seguinte...
A tentação ocorreu, mas não foi preciso nenhum esforço para
vencê-la. A mulher parecia uma cadela no cio, contudo, a imagem
daquela garota não saia dos meus pensamentos e antes que a
vadia que aparenta ser santa viesse a dar o bote, como havia
planejado com Santiago, o meu celular começou a tocar e desta
forma, deixei a infeliz na sua casa e vim resolver um assunto que
nunca nem existiu.
Meus pensamentos foram interrompidos assim que passei
pela porta giratória e o som da voz de Marina se fez presente a
minha volta.
— César, bom dia.
— Bom dia!
— Conseguiu resolver o assunto de ontem?
— Sim.
— Eu estava pens...
Contraí minha mandíbula vigorosamente, enquanto minha
respiração ficou pesada. Eu estava ansioso para chegar até a sala,
porém, a mulher a minha frente não parava de falar e quando a
raiva que pulsava nas minhas veias, correndo por todo o meu corpo,
estava a ponto de trazer a torna o meu lado obscuro, o barulho que
ecoou no espaço fez com que ela se calasse.
— Preciso ir.
Nem esperei que ela viesse a se manifestar e saí em
disparada para sala que eu daria o primeiro horário de aula, era
como se o tempo estivesse conspirando ao meu favor, pois, a minha
última aula de hoje seria exatamente na sala de Ângela. Eu daria
um jeito de começar a tecer a minha teia em volta da garota.
Horas depois...
— Hoje vamos revisar alguns assuntos que foram visto por
vocês no ano passado. Dentro de dois dias teremos um simulado,
desta forma, saberei o grau de aprendizado de cada um em relação
a tudo que foi dado pelo ex-professor.
Nos minutos seguintes, fizemos uma viagem no tempo.
Fiquei observando a garota que tinha um gosto terrível na escolha
das suas roupas. Notei que é uma excelente aluna, pois, todas as
perguntas que fiz foram respondidas com precisão. No entanto, ao
contrário de todas as outras, ela era a única que parecia distante.
Quando faltava apenas um minuto para encerrar o meu horário, o
som da voz de Susan reverberou nos quatros cantos da sala.
— Professor, eu tenho uma dúvida.
— Eu também — Alice falou, ela é uma morena bonita.
— E eu — disse Cristina, a ruivinha da sala.
Pronto! Como num piscar de olhos, elas se levantaram e
vieram em minha direção. O sinal tocou e os demais alunos
começaram a deixar o ambiente e antes de Alice, tapar a minha
visão por completo do restante da sala, meu olhar foi de encontro a
Ângela, que tinha uma expressão em seu rosto, como se estivesse
vendo uma aberração e logo em seguida caminhou em direção à
porta.
Assim como na Alemanha, o cenário se repetia, onde as
alunas esperavam o último momento para dizer que estavam com
dúvidas sobre algum assunto. Sabendo que algo do tipo pudesse
vir a acontecer, bastou levar uma de minhas mãos até o relógio em
meu pulso, enviando o comando para Santiago, que o meu celular
deu sinal de vida. Estava em evidência que com um simples estalar
de dedos, qualquer uma das três estaria se derretendo na cama,
enquanto se contorcia ao receber o meu pau duro contra sua
boceta, que a tempo deixou de ser virgem.
Assim que me livrei delas, meus olhos passearam em volta
do pátio e não encontrei quem estava procurando. Não dando
tempo para que o grude da Marina surgisse, segui até o meu carro,
já que Santiago estava me aguardando. Quase um minuto depois, o
veículo entrou em movimento e no instante que o homem no
controle do volante ia seguir para a direita, a imagem que apareceu
em minha frente roubou minha atenção.
— Pare!
Fiquei observando a garota à minha frente, pela vestimenta
eu a reconheceria em qualquer lugar. Alguns metros a sua frente
tinha um carro luxuoso e um chofer que certamente estava
esperando alguém, mas, para minha total surpresa, assim que ela
diminuiu a distância, o homem que até então estava parado,
se voltou para a porta a abrindo, para logo em seguida ela entrar no
automóvel. Entretanto, as dúvidas pairaram sobre mim.
Por qual motivo ela andaria uma distância tão longa? Quem
realmente é essa garota? As perguntas martelavam minha cabeça e
só havia algo a fazer.
— Santiago, você tem mais um serviço que precisa ser feito o
quanto antes. Quero saber tudo sobre a vida de Ângela Sousa, pois,
não importa de quem ela seja filha. Será minha de qualquer
maneira.
Capítulo 04
Ângela Souza
César Medeiros
A calmaria tomou conta da sala. Olhei para o relógio em meu
pulso e o esboço de um sorriso que estava prestes a tomar conta do
meu rosto, logo foi contido por mim.
Santiago, certamente deveria ter feito o que mandei,
contudo, meus pensamentos se perderam no ar quando percebi
uma pequena movimentação em direção a garota e no instante que
ela se levantou, sentir a raiva percorrer-me, as veias e o ódio se
inflamaram em meu peito.
Ângela começou a caminhar em minha direção. E, embora
sabendo que ela seria a primeira a responder as questões, não
pensei que seria tão rápido, privando-me assim, de tê-la por mais
tempo perto de mim. Ela me entregou o documento, para logo
depois sumir do meu campo de visão.
"Esse joguinho de Tom e Jerry, logo chegará ao fim. A
ratinha em breve será devorada por mim".
Horas depois...
Minutos, que deram lugar há quase três horas se arrastam.
Enquanto, que ela resolveu as 100 questões em minutos, boa parte
daqueles incompetentes passaram muito tempo para terminar.
Encerrado o horário, entrei na minha Ferrari, e depois de meia hora,
estava atravessando o grande portão da minha mansão.
Com passadas firmes, segui confiante, e, no instante que
entrei em casa, Santiago apareceu em minha frente.
— Ele já está no escritório lhe a guardando. E, chegou um
convite para um evento hoje à noite.
— Não irei. Você sabe que odeio esses encontros.
Caminhei em direção ao ambiente, levando em mãos o
envelope que tinha os simulados respondidos pelos alunos. No
momento seguinte, entrei no recinto me deparando com Benjamin.
Dei mais alguns passos e parei em sua frente, em seguida, abri o
envelope e puxei um dos papeis que estavam dentro dele.
— Faça o seu melhor trabalho.
— Você terá sem duvidas um ótimo resultado.
Benjamin era um dos melhores peritos em falsificação de
letras e nem um exame grafotécnico é capaz de provar que houve o
ato ilícito. O homem que já estava com uma caneta em mãos e o
documento, em branco, começou a entrar em ação.
Segundos e minutos que pareciam uma eternidade se
passaram e quando o som da voz dele ressoou no cômodo, meu
corpo todo vibrou.
— Está feito — falei. — O valor já está disponível em sua
conta.
— Estarei sempre a sua disposição.
Depois que ele sumiu da minha vista, sentei-me na poltrona.
— Chefe!
Santiago entrou no escritório com outro envelope em mãos e
ao diminuir a distância entre nós, voltou a se manifestar.
— Já consegui todas as informações sobre a garota que o
senhor ordenou.
Ele estende o objeto na minha direção e em seguida, a voz
do homem se faz presente novamente.
— Nesse relatório tem tudo sobre a vida dela e da família
também.
Pego em minhas mãos e começo a analisar minuciosamente
cada palavra contida nele. Assim que termino, alguns trechos me
chamam atenção.
Nome: Ângela Sousa Johnson.
Idade: 17 anos.
Mãe: Gisele Sousa Johnson.
Sinto minha mandíbula se contrair ao ler as palavras que
surgem em seguida.
Pai: Richard Johnson.
Meus pensamentos ficam fixos na última informação contida
no documento. O que me deixou ainda intrigado em descobrir os
segredos em volta da garota. Sabendo a fama de Gisele Sousa, só
me resta uma única opção, já que o primeiro passo foi dado. Agora
chegou a hora da segunda parte e, em questão de dias, será aqui
nesse lugar que o anjo vai começa a pecar.
Capítulo 05
César Medeiros
Segunda feira...
Ângela Souza
Minha respiração começou a falhar. O ar faltava nos meus
pulmões. Sentia a vida esvaindo-se aos poucos e imediatamente
peguei minha bombinha. Eu me negava a acreditar no que estava
vendo. Embora fosse a minha letra, essa prova não poderia ser a
minha, já que todas as questões, eu sabia a resposta. Meus
batimentos cardíacos ainda estavam acelerados, vários sussurros
ecoavam a minha volta.
— Você foi bem em sua prova, Susan?— perguntou Alice.
— Tirei uma nota boa.
— Dessa vez, eu não me saí bem — disse Patrícia.
Mas, foi o som da voz do homem que ressoou no espaço,
que me deixou ainda mais agitada.
— Como eu havia dito antes. O simulado era para saber o
grau do aprendizado de vocês nos conteúdos que foram dados no
ano passado, porém, não avisei que junto com a coordenação da
instituição, chegamos à conclusão que o aluno que não atingisse a
nota estabelecida. Não teria capacidade para seguir adiante, pois,
mostra que houve algum ato ilícito durante sua trajetória no ano
anterior, no entanto, voltamos atrás na decisão e para quem não se
saiu bem, terá outra oportunidade daqui a um mês, já que acima
de tudo, é o nosso dever prepará-los para os desafios que vão
surgir na faculdade.
Horas depois...
— Você é uma inútil...
Minha mãe estava aos berros, depois de saber do resultado do
simulado. Em vez de uma filha, Gisele queria uma Barbie, que é
perfeita em sua aparência e assim poderia ostentando para todos.
— Vá para o seu quarto. Nina levará a sua comida e não saía
até segunda ordem.
A mulher estava com o rosto vermelho de tanta raiva, porém,
minha cabeça estava a mil e ainda não conseguia entender o que
havia acontecido com aquele simulado. Passei o restante do dia
trancada no quarto e uma hora atrás, minha mãe veio até o meu
quarto e seguiu direto para o meu closet. Fiquei observando cada
movimento dela, até que apareceu em minha frente, colocando em
cima da minha cama, uma saia rodada curta, uma blusa de manga
longa e uma bota preta, cano longo. Depois disso, sentenciou para
eu tomar banho e me arrumar, que um amigo do meu pai viria jantar
conosco.
Agora, aqui estou eu, em frente ao enorme espelho do meu
quarto. Vestindo uma roupa a qual tenho a sensação de estar
completamente despida. Puxei um pouco de ar para os meus
pulmões e segui para fora do quarto. De repente, senti um calafrio
percorrer por todo o meu corpo e uma sensação ruim pairou sobre
mim.
Começo a andar pelo extenso corredor. Logo chego ao topo
da escada e a imagem que surgiu em minha frente, deixou-me
paralisada. Meus olhos se arregalaram, minha respiração ficou
acelerada e o coração congelou. É ele.
Capítulo 06
Ângela Souza
Meu coração pulsava com tanta força, que podia senti-lo
querendo atravessar o peito. Minha respiração ficou acelerada, as
minhas pernas fracas e a impressão que eu tinha, era de que a
qualquer momento cairia no chão. Jamais imaginei que o amigo do
meu pai, fosse justamente o professor César.
Enquanto observava sua postura a minha frente, perdi a
noção de espaço e do tempo. Ele me olhava da cabeça aos pés,
como se estivesse apreciando a imagem diante de si, estremeci,
sentindo a pele de todo o meu corpo se arrepiar e quando saí do
momento de estupor em que me encontrava, as minhas pernas, que
antes estavam pesadas demais sob meus joelhos, de repente
voltaram ao normal me fazendo prosseguir.
Eu andava com meus passos vacilantes, sob o olhar de
reprovação da minha mãe, já que mudei uma das peças de roupa
que ela havia escolhido. Como se eu fosse usar aquela blusa
cropped, que me deixou com a sensação de estar pelada e ainda ter
que passar aquele spray fixador nos meus cabelos. Meus
pensamentos foram interrompidos quando me livrei do último degrau
e pela aparência visível da minha mãe sabia que estava
incomodada com o que eu estava vestindo, mas sendo quem é não
manteve sua boca fechada e as palavras duras logo foram
proferidas.
— Como sempre desleixada, seu cabelo está todo
desalinhado e porque não passou uma maquiagem para esconder
essa pele pálida e sem vida?
Eu não consigo explicar, mas, embora já soubesse da sua
possível reação, aquilo me incomodou de tal forma, que sentir algo
me queimando por dentro e desta vez foi o som da minha voz que
reverberou no ar.
— Achei que era somente um jantar e não que estariam
dando uma festa.
Gisele olha fixamente para mim, em seu pescoço aparecem
veias saltadas e sua mandíbula se contrai. Um silêncio
constrangedor se fez presente, seus olhos revelam toda a raiva que
revolvia sua alma, no entanto, a calmaria que parecia não ter fim, foi
rompida pelo barulho da voz do meu pai.
— Filha, este é César. Um velho amigo.
— Prazer em revê-la, Ângela — falou estendo um dos braços
em minha direção. Um tanto hesitante, segurei a sua mão e o
contato do seu toque fez uma onda escaldante pairar sobre mim.
Por alguns instantes, tamanha proximidade me impediu de pensar
com clareza, pois, a energia poderosa que veio dele, me deixava
confusa e temerosa, como se estivesse encurralada dentro de um
lugar fechado e o ar se tornava cada vez mais escasso. Volto à
realidade no momento em que ouço o som da voz da minha mãe, e
rapidamente puxei a minha mão.
— Vocês se conhecem?
Antes que eu viesse a responder, o som grave da voz dele se
fez presente.
— Sim. Ângela é uma das minhas alunas. Eu só não
imaginava que ela fosse justamente a filha de vocês.
— César, não sabia que você continuava lecionando, embora
sempre fosse desde o tempo da faculdade, o melhor aluno da
classe — disse o meu pai, mas foi as palavras ditas por Gisele, que
novamente se tornaram o centro da atenção de todos.
— Nunca entendi como um homem tão rico pode ocupar seu
tempo dando aulas para adolescentes. Conviver com um já é difícil,
imagina centenas deles.
— Como você mesma disse, dinheiro é algo que tenho em
abundância, porém, o importante é fazer aquilo que se gosta e nos
dão prazer. Sempre fui fascinado por descobrir mais sobre o
comportamento humano. Acredito que por detrás de uma sociedade
que vive de aparências, sempre tem segredos obscuros.
Eu tive a leve impressão que as palavras dele deixaram
minha mãe um tanto desconcertada. Mas, o clima que ficou um
tanto pesado, se desfez assim que Nina surgiu no cômodo,
avisando que o jantar seria servido. Todos seguiram em direção à
mesa de refeição, que certamente estaria cheia daquelas comidas
que minha mãe acha tão chique. Eu trocaria tudo, sem hesitar, por
um farto prato de arroz, feijão e bife.
Ao entrar no ambiente que ostentava luxo em excesso, pois a
mesa posta estava impecável, sobre ela, o brilho dos cristais, pratos
e talheres polidos, que refletiam uma iluminação que impressionam
pelo requinte, nos sentamos e a comida começou a ser servida,
começamos com uma pequena poção de "Clam chowder", uma
sopa cremosa feita com mariscos, logo em seguida trouxeram o
prato principal, "Costelas de porco marinado ao milho de Cranberry",
temperadas com ervas, alho, cebola e azeite, acompanhado de uma
"Layered Salad", que consiste em sete camadas feitas com alface,
tomate, pepino, cebola, ervilha, ovo cozido, queijo cheddar e bacon.
O prato de fato é delicioso, porém, não quando era feito com
a supervisão de Gisele Johnson, que mandava retirar as gorduras
da carne e a comida nunca podia ser bem temperada. Durante a
refeição, meu pai não parava de falar, parecia muito feliz com a
presença do professor César. Até me distraí ouvindo os relatos de
quando estudavam juntos. O que não estava sendo muito apreciado
pela mulher a minha frente.
Entre as lembranças do passado que geraram várias
gargalhadas, o jantar ocorreu num clima bem agradável e
descontraído. Coisa essa, difícil de acontecer, pois sempre fazíamos
a refeição em silêncio ou com minha mãe falando de algo sobre os
eventos que ia.
Depois de alguns minutos que terminamos, seguimos para
sala.
Meu pai e o professor foram até o barzinho luxuoso que tinha
no ambiente, minha mãe estava num canto, atendendo uma ligação.
Acomodei-me, porém, tudo que eu queria era subir para o meu
quarto. Instantes depois, Gisele se sentou na poltrona perto de mim
e o som da sua voz repercutiu a minha volta.
— Ângela, o simulado que você fez foi da matéria dada pelo
Cesar?
— Sim.
Não acredito que novamente ela ia tocar nesse assunto. No
entanto, fiquei desorientada quando ela dirigindo-se para o homem
a nossa frente, que estava ao lado do meu pai, com um copo de
uísque na mão e disse:
— César, me lembro de que certa vez, ajudou algumas
alunas dando aulas fora da instituição e acabaram sendo as
melhores da turma.
— Nada é mais gratificante para um professor do que ver a
evolução do seu aluno.
Meu coração começou a palpitar fortemente, sentindo um
mau presságio.
— Como já viu, não tivemos a sorte de ser agraciados com uma
filha inteligente, tanto que foi um fracasso no simulado — às vezes
eu me questionava se era realmente filha dela.
— Poucas tiveram um bom resultado e ainda poderão
reverter a situação.
— Já estava pensando na possibilidade de contratar um
professor particular.
Meu olhar ficou fixo no meu pai e gelei com o que veio em
seguida.
— Sei que é um homem bastante ocupado, mas ninguém
além de você poderá fazer com que ela tenha um melhor
desempenho. Sem contar que é alguém que confio e pela nossa
velha amizade, gostaria que você desse, aulas particulares a minha
pequena Angel.
Meus olhos se arregalaram na direção do homem que se
tornou o centro da atenção de todos. E, todos os meus
pensamentos gritavam para que a resposta fosse não.
Capítulo 07
César Medeiros
Ângela Souza
Depois das palavras ditas pelo professor César Medeiros, um
desafio silencioso predominou na sala. Eu posso não ser a pessoa
mais inteligente do mundo, mas tinha plena certeza de que algo de
errado aconteceu naquele simulado, porém, não iria adiantar em
nada travar uma batalha com a mulher, que parecia sentir prazer em
me menosprezar na frente dos outros, a minha única alternativa era,
por hora, aceitar essa situação. Irei provar para Gisele que não sou
a inútil que ela pensa e só poderei escapar dessas aulas, se
demostrar ao professor, o quanto sou uma boa aluna. Talvez assim
ele se convença que não preciso de aulas particulares.
Enquanto eles ficaram conversando, subi para o meu quarto
e cada vez que vinha em minha cabeça essa ideia em ficar tão
próxima a César Medeiros, o medo se instalava na boca do meu
estômago, fazendo-me senti um nó gigante na barriga. Podia até
ser uma invenção da minha mente, mas, eu tinha a sensação que
devia ficar bem distante dele.
No dia seguinte...
— Menina Ângela, estávamos preocupadas — disse Marta,
assim que entrei na sala.
— O engarrafamento hoje era intenso nos dois lados da via e
não dava para pegar nenhum atalho. Cadê a Nina?
— Está na cozinha e os seus pais já viajaram.
Nem esperaram a minha volta da escola. Toda vez era a
mesma coisa, nunca se despediam, coloquei a mochila em cima da
poltrona e andei em direção da cozinha.
— Cheguei — disse assim que adentrei o cômodo.
— Estava preocupada.
— O que temos de almoço hoje?
— Menina, eu preocupada e você só pensando na comida —
dei mais alguns passos e parei na sua frente, envolvo-a em
um abraço apertado. Desfaço e beijo-lhe a bochecha.
— Obrigada, mas, eu estou faminta e já não via a hora de
voltar a comer uma boa comida.
— Você não tem jeito. Desde pequena sempre devora tudo
que colocava em seu prato.
Instantes depois, estávamos todos sentados ao redor da
mesa, mas, engoli em seco quando ouvi as palavras ditas por Nina.
— Hoje a tarde começa suas aulas particulares. Sua mãe
deixou instruções sobre seu horário.
Depois do que ela falou, eu ate perdi a fome. Levantei-me e
fui para o meu quarto, após escovar os meus dentes e tomar banho,
acabei me deitando. Fiquei lendo um pouco até que minhas
pálpebras pesaram sobre meus olhos e o cansaço me derrotou
e me venceu, logo adormeci.
— Filha, acorda!
Abri meus olhos, sentindo-me ainda um pouco desorientada,
tentava entender o que acontecia ao meu redor.
— Nina! O que aconteceu?
— Você tem uma hora para chegar à casa do professor. Sua
mãe já ligou duas vezes.
Minha vontade era permanecer debaixo das cobertas,
contudo, sabia muito bem quem eram as pessoas que sofreriam as
consequências pelo meu ato, em desafiar minha mãe. Num pulo, me
levantei e segui em direção ao banheiro, uns vinte minutos depois,
já estava arrumada, indo em direção ao carro, onde Alberto estava
me aguardando. Enquanto mantinha minha atenção no celular, o
carro corria pela estrada, levando-me para um destino
desconhecido.
Acabamos chegando no horário certo e assim que o veículo
parou em frente ao enorme portão, o mesmo foi aberto. Saí do
carro e um homem vestido todo de preto, apareceu no meu campo
de visão.
— Boa tarde, senhorita. Sou Santiago.
— Boa tarde. Sou Ângela — virei-me na direção de Alberto e
disse.
— Você pode ir e, por favor, se possível, chegue uns vinte
minutos antes do combinado.
— Sim, senhora — voltei-me para o outro homem que me
aguardava.
— Por favor, me acompanhe.
Com passos soturnos, caminho ao lado do homem. Meus
olhos brilham encantados com a imagem a minha frente, não por
ser uma mansão esplendorosa que ostentava uma majestosa
fachada e sim pela beleza do jardim. Continuo andando e me
deparo com uma grande piscina, tudo a minha volta é muito bonito.
Depois que chegamos perto da porta dupla, de cor branca, o som da
minha voz se faz presente.
— O professor está dando aula?
— A outra aula já foi há alguns minutos. Ele aguarda por
você.
Entrei no ambiente e meu olhar ficou cravado no espelho
enorme e fui conduzida para um corredor. A cada passo que eu
dava, não conseguia desviar os olhos das imagens fixadas nas
paredes, havia muitos quadros de pinturas do período da Roma
antiga, mas, todas elas traziam certo erotismo. Estremeço com cada
gravura que vejo, pois, em quase todos os quadros, as mulheres
deixavam a mostra, partes do corpo.
Quando o homem parou em frente a uma porta dourada,
antes que ela fosse aberta, meu olhar caiu sobre a frase que estava
cravada na placa, fazendo meu coração se agitar no peito.
“Seu conhecimento te levará ao inferno! Pois digo que é
melhor que o meu conhecimento me leve para tal, do que a
ignorância me levar para o céu.”
Quando terminei de ler a porta foi aberta revelando a figura
do homem, que ao contrário das vezes que o tinha visto, estava
vestido casualmente e sem óculos. Seus olhos pareciam num tom
mais claro, como duas bolas de gudes reluzentes. De repente, antes
mesmo que meus pensamentos pudessem ser colocados em
ordem, sinto um vento gelado passar pelo o meu rosto, no mesmo
instante, o som da sua voz ecoou a minha volta.
— Bem-vinda Ângela. Espero que a partir de hoje, os seus
conhecimentos possam ser expandidos.
Capítulo 08
Ângela Souza
César Medeiros
No dia seguinte...
Passei boa parte da manhã, ocupado em meu escritório, já
que só teria aulas amanhã na instituição. Em poucas horas, Ângela
estará sob meus domínios e veremos quais serão suas reações
com a aula que terá hoje.
— Chefe!
Meus pensamentos são interrompidos, assim que ouço a voz
de Santiago, entoando dentro do cômodo. Ganhando minha
atenção, ele voltou a se manifestar.
— A governanta dos Johnson, acabou de ligar informando
que a senhorita Ângela, não virá hoje.
Naquele instante, a fúria cresceu dentro de mim, se tornando
algo duro, feroz e quente. Se ela pensa que vai fugir de mim, está
completamente enganada. Ângela é diferente das outras, além de
pura, é muito inteligente e isso pode ser um grande obstáculo,
entretanto, um bom caçador sempre está um passo a frente, pois,
se a presa perceber que o predador faminto esta observando-a, o
bote não dará certo.
Ângela Souza
Com um movimento brusco, puxei o edredom. Meu corpo
estava quente, suando sem parar, pois depois do remédio que Nina
havia me dado, à febre começou a baixar. Desde ontem, quando
deixei aquele lugar, me senti estranha. Minha mente estava tomada
por um turbilhão de pensamentos irrefreáveis. Meu coração batia
de maneira desesperada, em sinal de que algo de errado estava
acontecendo comigo. Nunca havia me sentido dessa forma e eu
estava tão atordoada, que de início não percebi as intenções
daquele homem, eu tinha a sensação de que ele estava querendo
muito mais de mim. Assim que cheguei em casa, não quis jantar e
hoje quando acordei, estava ardendo em febre.
— Ângela!
O som da voz de Nina, me trouxe de volta a realidade,
afastando para bem longe as recordações do dia anterior.
— Como você está se sentindo?
— Já estou melhor.
— Não sei como, de repente, você ficou doente. A não ser
pelo problema respiratório. Você sempre teve uma saúde de ferro.
Vou pegar um prato de sopa para você comer.
Ela começou a caminhar em direção a porta e segundos
depois desapareceu. Eu preciso me livrar das aulas com aquele
homem e se provar que ele está com segundas intenções, os meus
pais certamente não deixarão que eu continue perto dele. Fiquei
pensando, remoendo essa ideia em minha cabeça, até que algo
surgiu em minha mente e será desta forma que essas aulas
particulares chegarão ao fim.
Quarta feira...
Meus olhos estão fixos no homem que estava com sua
atenção na estrada. Eu estou nervosa e acabei saindo de casa
muito antes do horário, o quanto antes chegasse naquele lugar, logo
isso chegaria ao fim. Hoje na escola, ele me perguntou se estava
me sentindo melhor, mas acabei por dizer que era somente uma dor
na garganta. O homem ficou me observando por alguns minutos,
parecia que somente o seu corpo estava presente, enquanto sua
alma estava vagando.
Afasto as lembranças assim que o carro chega ao meu
destino, olhei para o meu celular e faltava ainda meia hora para
começar as minhas aulas. O portão foi aberto, e, instantes depois,
estava passando instruções para Alberto vir no horário combinado.
O senhor Santiago, assim como da primeira vez, veio me
receber e ao seu lado, comecei a caminhar em direção à entrada
principal, porém, quando me aproximei da piscina, fiquei petrificada
com a imagem que surgiu em minha frente. Meu coração acelerou,
minha respiração se tornou mais ofegante e comecei a ser tomada
por sensações muito estranhas. Ele estava ali parado em minha
frente, usando somente uma sunga que revelava seu abdômen
perfeitamente definido, ele tinha braços fortes, ombros largos e
espadaúdos, peitoral robusto, com pelos espessos na medida certa.
Uma esplêndida lição de anatomia.
— Ângela!
Soltei um longo suspiro e por fim, consegui expelir o ar que
estava preso em minha garganta, saindo do estado de estupor.
— Você chegou antes do horário.
— E... Eu quis vim mais cedo, já que faltei ontem.
— Então vamos. Você pode me aguardar no escritório.
Sem hesitar, comecei a me mover com a certeza que essa
será a última vez que irei colocar os meus pés nesse lugar.
Capítulo 10
Ângela Souza
César Medeiros
Depois de aturar aquela garota irritante, mas que será
útil, caso Ângela fizesse o que eu estava cogitando, fui direto para
piscina. Não estava em meus planos dar aulas para mais ninguém,
no entanto, vesti minha armadura do professor que tinha boa índole,
exibindo um ar sério. A ninfeta até que tinha um corpo cheio de
belas curvas, mas, eu já tinha um único alvo em mente, sendo
assim, ela teria uma única serventia. Ser o álibi perfeito para provar
a todos a minha boa conduta.
Vibrei intensamente de alegria quando seus olhos caíram
sobre o meu corpo ao sair de dentro da piscina. Só pelas mudanças
de suas feições e o jeito como as veias saltadas do seu pescoço se
contraiam, dava para ver que sua respiração estava ofegante.
Momentos depois, assim que subi os degraus da escada, passos
largos foram dados rumo ao meu quarto e assim que entrei no
cômodo, como o notebook já estava ligado, avancei na direção do
objeto e foi no exato momento que Santiago, abriu a porta e
segundos depois deixou o recinto. Meus olhos a sondavam de cima
a baixo e como já esperava, Ângela, era muito perspicaz, porém,
não tanto quando César Medeiros. E, assim que ela se afastou da
sua mochila, bastou entrar no sistema e hacker, como já tinha feito
antes em seu celular, tendo assim o controle de todos os aplicativos.
Após encerrar a gravação, andei até o banheiro e minutos depois,
estava dentro do meu escritório.
Aquela garota com rosto angelical, que ao mesmo tempo me
despertava um desejo ardente, era capaz de fazer a raiva percorrer
cada filamento do seu corpo, cada nervo e cada extensão do meu
ser. Mesmo lutando contra, as reações que tomavam conta de cada
centímetro da sua pele, estava visível através dos seus olhos. Assim
que ela deixou o cômodo, um sorriso perverso surgiu no meu rosto,
dava tudo para ver a face do anjo ao descobrir que amanhã estaria
novamente no lugar que ela certamente acreditava ser a última vez
que colocava os seus pés.
No dia seguinte...
Ângela Souza
Agradeci mais uma vez por hoje não ter visto aquele homem
na escola. Embora sabendo que daqui a alguns minutos, o carro
chegará ao seu destino e novamente estarei em sua frente. Depois
que dei mais uma olhada nas mensagens que meu pai enviou, o
som da voz de Alberto, penetrou o ambiente.
— Chegamos senhorita Ângela.
— Calma — digo baixo. — Calma Ângela — repito. — Hoje
você fará esse homem perder a cabeça — peguei a bolsa e antes
de deixar o veículo disse. — Por favor! Chegue uns vinte minutos
antes.
— Sim, senhorita.
Quando dei alguns passos, outro carro surgiu no meu campo
de visão e ao mover a cabeça para o lado, o senhor Santiago vinha
acompanhado de uma garota muito bonita e elegante que também
estava com uma mochila. Sua expressão era suave, bem ao
contrário de mim que ficava tomada pelo medo ao estar nesse lugar.
Meus pensamentos foram afastados quando a voz do homem
ressoou a minha volta.
— Tenha uma ótima tarde senhorita Sophia.
— Obrigada, até segunda, pois amanhã irei viajar com os
meus pais.
— Boa tarde — disse ela ao passar por mim e caminhar em
direção ao carro que estava a sua espera.
— Boa tarde.
— O chefe já esta lhe aguardando.
Conhecendo já o percurso, andei apressada, passei pela sala
seguindo pelo corredor e me detive ao me deparar com a porta. Dei
uma olhada na placa que continha a frase e logo em seguida invadi
o cômodo. Os olhos azuis já estavam cravados em minha direção.
— Boa tarde, Ângela — disse num tom sarcástico.
Eu nem lhe cumprimentei, fui logo andando até a poltrona e
me sentei, depois retirei o caderno e a caneta e coloquei em cima
da mesa. Meu olhar ficou fixo na direção do telão. Mesmo não me
movendo, eu sabia que ele estava me fuzilando com o olhar, porém,
a luz vinda do monitor a minha frente deu lugar algumas imagens e
novamente o maldito nome sexualidade surgiu em letras caixa alta,
escrita num tom vermelho, cor de sangue. Um pequeno calafrio
passou pela minha espinha quando o som agudo da voz dele
repercutiu nas paredes sombrias da sala.
— Como você fugiu da aula, vamos continuar no mesmo
assunto — enquanto suas palavras ainda ressoavam no ambiente,
no visor surgiu à imagem do mesmo casal de ontem, porém, agora
era a mulher que estava na posição do homem e segurava com
firmeza aquela criatura, grossa, cheia de veias inchadas em suas
pequenas mãos.
Meu coração estava a mil batimentos cardíacos por segundo, eu
respirei e inspirei. Não demorou muito para novamente o som da
voz dele se fazer presente.
— Você pode me dizer qual a importância da sexualidade na
vida das pessoas?
Fiquei em silêncio e a calmaria foi interrompida quando a
mulher levou a boca na direção da cabeça rosada do membro do
homem e meus olhos quase saltaram do meu rosto, quando ela
começou a chupar como se tivesse com algum pirulito na boca.
Gemidos começaram a ecoar por todos os lados e só foram
interrompidos, pelo som voz potente dele.
— Ângela, qual a importância da sexualidade na vida das
pessoas? — disse num tom agressivo.
Calada estava. Calada, fiquei. E como um passe de mágica,
outra imagem apareceu na tela do parelho fixado na parede. Agora
era a mesma de ontem e desta vez, o desconhecido passava a
língua pelo sexo da mulher. Desvio os olhos da dela e o olhar dele
me penetrou como um raio X, fiquei com medo e antes que eu
tentasse me levantar para sair dali. Se movendo rapidamente, ele
acabou com a distância entre nós dois. Senti o cheiro intoxicante do
perfume dele invadir minhas narinas. Minha cabeça começou a
latejar e um formigamento tomou conta do meu corpo, eu não
conseguia me mover.
Os gemidos continuavam ecoando e quando o homem
começou a aumentar o ritmo dos seus movimentos, senti a mão do
professor na minha perna direita e as palavras que ouvi, fizeram o
pânico toma conta de mim por inteira.
— Quando uma aluna não responde a pergunta do seu
professor, é porque não está entendo e cabe a ele, dar a ela o
melhor exemplo.
Dito isso, ele enfiou aquela mão enorme por debaixo do meu
vestido, eu queria reagir mais meu corpo todo estava travado e
quando a mulher começou a gritar dizendo para o homem a chupar
mais rápido. Seus dedos deslizaram entre a minha calcinha. Meus
pulmões ficaram agitados, fora do normal, e o som da voz grave
próximo ao meu ouvido, começou a eriçar os pelos do meu corpo.
Enquanto ele ia falando, seus dedos tocavam no ponto que fez meu
corpo ficar pegando fogo.
— “A sexualidade influência pensamentos, sentimentos,
ações e interações e, por isso, influência também a nossa saúde
física e mental”.
— Po.... Por favor, pare! — ele continuou me tocando, eu não
conseguia evitar que gemidos saíssem pela minha boca, assim
como a temperatura do meu corpo estava escaldante.
— Estou só ensinado o que palavras não foram capazes de
fazer você aprender. Percebemos, portanto, que a sexualidade está
relacionada com a qualidade de vida, logo, é fundamental uma
vivência sexual saudável.
Quente, muito quente. Eu já não conseguia mais respirar
direito e tremores invadem meu peito e quando achei que ia
desmaiar, assim que ele fez uma forte pressão naquele ponto
endurecido, um ruído alto saiu rasgando a minha garganta e parecia
que eu estava flutuando.
César deslizou a mão um pouco para baixo e logo depois a
puxou, havia algo úmido em seus dedos e fiquei chocada quando
ele levou os dedos de encontro à boca e começou a sugá-los.
Aquilo foi o estopim para que eu saísse do meu estado de estupor e
assumir o controle do meu próprio corpo. A raiva cresceu dentro de
mim e as palavras foram jogadas com fúria dentro do ambiente.
— Isso é assédio.
— Isso foi uma demonstração de aula prática, já que a teórica
não fez você aprender nada. E, acredito que você gostou — disse
exibindo um sorriso sacana no rosto.
— Eu vou dizer tudo para os meus pais e nunca mais
colocarei os meus pés aqui.
— Você acha mesmo que alguém irá acreditar? Seus pais
não te dão atenção, se perguntarem a qualquer aluna, elas vão
dizer que nunca aconteceu algo desse tipo. Então, será a minha
palavra contra a da menina rica, que esconde de todos a sua
origem. Aquela que tirou a pior nota da sala e certamente resolveu
aprontar para cima do professor. Aqui não sou eu que tenho nada a
perder e sim você.
Fiquei pensando em suas palavras, do jeito que minha mãe é
e, depois de toda minha relutância para não ter aulas particulares, é
bem capaz de acreditar nele. Deixo os devaneios de lado quando
ouço a sua voz novamente.
— Você vai pegar o caderno, fazer algumas anotações e
amanhã estará aqui no mesmo horário.
— Posso não falar nada, mas não pode me obrigar a vir —
disse firme, no entanto, suas últimas palavras me deixaram
paralisada.
— Eu não farei isso, mas, você virá a mim, de livre e
espontânea vontade, e se entregará completamente.
Capítulo 12
Ângela Souza
Saí do carro e caminhei até a porta da frente, fiquei ali
de pé, como se esperasse alguém. Tento afastar os pensamentos
da minha cabeça sobre o ocorrido dentro daquela sala, contudo,
eles voltam de novo e de novo, repetidas vezes. Não entendo por
que a minha mente se empenha em trazê-los de volta, pois, em
cada respiração minha, eu podia sentir os meus pulmões arderem,
assim como cada centímetro da minha pele, ainda estava em
chamas.
Meu corpo vibrou com os toques daquele homem, mesmo
sabendo que aquilo era muito errado, porém, aquele ser obsceno,
profano e de mente suja, fez com que por alguns segundos, eu não
pensasse em mais nada, além daquela sensação deliciosa que
tomou conta de mim por inteira.
Enfim consigo me libertar das lembranças que tanto estão me
atormentado, abro a porta e caminho rumo à escada. Quando subo
dois degraus, ouço a voz de Nina.
— Como foi a aula filha?
— Péssima e não quero mais voltar para aquele lugar —
senti meus olhos arderem e algumas lágrimas se formarem, mas,
antes que elas caíssem, subi correndo a escada e fui para o meu
quarto. Assim que entrei no cômodo, soltei a mochila no chão e me
joguei em cima da cama, fechei os meus com força, tudo estava tão
confuso, e por mais raiva que tivesse daquele homem imoral e
despudorado, eu não podia nega que gostei daquilo.
As lágrimas desceram pelo meu rosto, senti o peso da mão
que desde pequena sempre esteve sobre a minha cabeça,
acariciando meus cabelos. Meus olhos se abriram e o som da voz
de Nina ecoou dentro do ambiente.
— Eu te conheço desde que veio ao mundo e sei que tem
algo acontecendo com você.
Jamais tive segredos para ela, sempre lhe disse tudo. Nina,
ao contrário dos meus pais, nunca iria duvidar das minhas palavras,
mas, sem ter provas, eu não posso envolver uma pessoa que tanto
amo nisso. A corda sempre arrebenta do lado mais fraco.
— Não é nada Nina, só não preciso de aulas particulares.
Não gosto de ficar longe de casa.
Ela continua passando as mãos em minha cabeça e
enquanto isso, volta a se manifestar.
— Você sabe que eu a amo como se fosse a minha neta,
sempre poderá me contar tudo, porque estarei aqui para te ajudar.
Contudo, você passou tempo demais dentro dessa bolha que criou
para não se envolver com o mundo lá fora. Ângela, você agora é
uma mulher e muitas coisas vão ainda surgir em sua vida, muitas
descobertas e desejos que você não poderá evitar. Mas, você
mesmo sendo tão nova, é muito forte e vai vencer qualquer
obstáculo.
Fiquei quieta enquanto, ela continuou fazendo cafuné em
minha cabeça.
No dia seguinte...
Se as cenas do que aconteceu naquela sala não saiam da
minha cabeça, aquele pesadelo me fez ficar acordada pelo restante
da noite. Minutos atrás, no intervalo, como se já não fosse
suficiente ser atormentada pelas recordações, olhei de lado e o ao
lado da vice-diretora. Ela bem que podia laçar logo esse homem e
assim minha vida voltaria ao normal, fui para sala e só de pensar
que o último horário seria aula de sociologia, calafrios tomavam
conta do meu corpo.
O tempo passou e a aula de geografia foi encerrada, não
demorou muito para Medeiros aparecer no ambiente. Ele começou
sua aula, o que era bem diferente das que dava em sua casa, até
parecia duas pessoas em um só corpo. Nunca tinha visto o grupinho
de Susan ficar tão envolvido com uma aula, perguntas e mais
perguntas eram feitas e me vi questionando como seria se aquele
maldito telão estivesse no lugar da lousa fixada na parede.
Respirei aliviada quando o sinal preencheu a sala e toda uma
movimentação começou dentro do recinto, peguei minha mochila e
no momento que comecei a me mover, ele também se levantou e ao
me aproximar da porta, o homem me alcançou e entre sussurros,
falou.
— Aguardo você no mesmo horário, precisamos revisar
alguns assuntos para que você tire a melhor nota da sala — proferiu
as palavras e passou por mim, saindo do ambiente em direção ao
corredor.
"Esse homem só pode ser louco, é melhor ele esperar
sentado porque se esperar de pé vai cansar-se."
Capítulo 13
Ângela Souza
Caminho pelo corredor indo até o meu quarto. Um sorriso
de orelha a orelha tomou conta do meu rosto, pois, se tem algo que
eu gosto muito nessa vida, é comer e hoje, Marta caprichou no
almoço. Comi até a minha barriga doer, e também tomei quase a
metade da jarra de suco de laranja com morango, estava delicioso.
Entrei em meu quarto e fui direto para o banheiro. Um tempo
depois, havia tomado banho e vestido um conjunto bem confortável.
Em seguida, fui deitar-me. Já estava decidido, eu não voltarei na
casa daquele homem, pois, posso muito bem estudar sozinha sem
precisar dos seus conhecimentos de sexualidade.
Abri a página do livro escrito pela ginecologista Dra. Lilian
Fiorello, meus olhos passeiam pelas palavras contidas na página
sobre sexualidade humana "Se ao ouvir a palavra sexualidade, você
logo pensa em sexo, coito, genitalidade...". De repente, me vi
divagando nas recordações da noite anterior, por mais que eu
tentasse concentrar minha atenção no que estava escrito, comecei
a ficar inquieta. Meu coração batia descompassado e em vez de
letras, foram às imagens que ficaram guardadas em minhas
lembranças que surgiram no centro da página.
Meus olhos se arregalam, minha respiração ficou ofegante,
podia ver nitidamente o homem que se tornou o meu maior
pesadelo, meu grande tormento, em cima de mim. Sugando o meu
ventre com grande entusiasmo, fazendo um calafrio ultrapassar a
minha pele e atingir os meus ossos. Parecia tão real, que senti o
meu corpo se aquecer e quando aquelas órbitas no azul cristalino
me encararam, o choque da realidade me atingiu como um soco no
estômago. Fechei meus olhos rapidamente, tentando empurrar
aquela tentação, direto para escuridão, quando soltei o livro, puxei o
cobertor e depois de longos minutos acabei dormindo.
Horas depois...
— Ângela! Ângela! Acorda filha!
Meus olhos se abriram diante daquele comando.
— Você precisa se arrumar.
— Não vou mais para aula, Nina.
— Sua mãe acabou de ligar, acho que seu professor
comentou sobre você não querer mais ir. Então, ela decidiu que
levará você para Moscou.
Gelei com as palavras que foram ditas. Não iria suportar ficar
longe dela e de todos os outros, muito pior que ter que enfrentar
César Medeiros, era viver num lugar distante longe daqueles que
realmente me amam pelo que sou e conhecendo bem a minha mãe,
eu acabaria ficando louca em meio a vida que os dois levam na
Rússia. Olhei para mulher a minha frente, que me olhava
intensamente, como se gritasse lá no fundo dizendo para eu me
levantar, já que seria muito pior viver com pais que nunca me
colocaram como prioridade em suas vidas. Num pulo me levantei.
— Já vou tomar banho — disse quando estava prestes a abrir
a porta do banheiro.
Minutos depois...
Suspiro frustrada, assim que a porta foi aberta pelo senhor
Santiago, entrei no ambiente e o barulho irritante vindo do telefone
em cima do móvel ecoou pelos quatro cantos da sala, e antes de
ele ir até o aparelho, o som da sua voz ressoou, sobressaindo-se ao
barulho persistente no cômodo.
— A senhorita pode ir, ele já está lhe aguardando.
Enquanto o homem vai atender a ligação, caminho em
direção ao escritório. Chegou o momento de colocar as cartas na
mesa, em vez de sair correndo como se fosse uma presa indefesa
diante do predador faminto, no momento que eu perceber sua má
conduta, nem que precise fazer um escândalo, mas, não vou ser
alvo do assédio dele e de ninguém.
Depois de alguns passos, já me encontrava parada na frente
da porta e atrás dela, estava o único homem capaz de me deixar de
uma forma que nunca havia me sentido. Confusa, inquieta, com o
coração batendo a mil por segundos e o corpo inteiro trêmulo, como
se tivesse levado um choque. Sem delongas, entrei no recinto e
para minha surpresa, o olhar lançado em minha direção era bem
diferente do que sempre via, não tinha o mesmo brilho de antes.
— Bom dia, Ângela.
O som da voz se fez presente me fazendo afastar os
devaneios que rondavam a minha cabeça.
— Bom dia.
— Por favor, se acomode logo que temos vários assuntos
que precisam ser revisados ainda hoje — seu tom de voz era firme e
seu olhar não estava voltado em minha direção e sim no telão, que
já estava ligado. Prossegui adiante e me sentei. No visor a minha
frente surgiu o título "Liberdade de expressão".
— O papel da sociologia é de fato conhecer o comportamento
das pessoas perante a sociedade como um todo, e nada melhor
para aprofundamos o assunto do que a liberdade de expr... — ele
continuou falando e a aula era semelhante a que ministrava na
escola, no monitor surgiam somente os vetores de imagens, como
demonstração e de alguma forma não conseguia entender por que
tudo aquilo parecia tão chato, já nem conseguia prestar atenção no
que ele estava falando e sua postura tinha um ar sério, o homem
mal me olhava.
O barulho vindo do lado de fora chamou minha atenção,
parecia que estava chovendo e, só espero que o senhor Alberto não
chegue atrasado.
— Ângela!
Deixei os pensamentos de lado quando ouvi a voz do homem
a minha frente. Meus olhos encontraram os dele, um olhar gélido,
era tudo que via em minha frente. Por que ele está agindo assim?
Será que seu súbito interesse por mim se esvaiu? Dúvidas e mais
dúvidas apoderam-se da minha mente, mas foram afastadas para
bem longe quando novamente ele voltou a se manifestar.
— Quero que você anote todas essas questões. Aproveite o
final de semana para respondê-las, o que será de grande ajuda no
próximo simulado — dito isso, enquanto eu comecei a fazer as
anotações, ele andou até a porta, saiu do ambiente, voltando uns
dez minutos depois.
O restante da aula não foi bem diferente do início e o que era
para me deixar feliz, no entanto, em meu interior tinha algo
incomodado com tudo aquilo. Duas horas se passaram voando e
quando dei por mim, já estava de pé segurando a minha bolsa, ele
também desligou o telão e quando deixei o escritório, ao caminhar
pelo corredor, percebi que ele vinha atrás de mim. Quando cheguei
à sala, meu coração se agitou dentro do peito no instante que o
estrondo de um trovão rasgou o ar.
Pelas janelas de vidro dava para ver que a chuva caia
torrencial lá fora e a escuridão era interrompida quando
relampejava. Fui tirada do transe que estava, quando meu celular
começou a tocar dentro da bolsa, rapidamente peguei o objeto e ao
ver o nome de Nina, atendi de imediato.
— Filha, como você está?
— A aula já terminou, eu já estou indo embora, o senhor
Alberto já deve estar me aguardando — minha respiração ficou
acelerada quando ouvi as palavras que foram ditas logo em
seguida.
— Não, ele está aqui, acabou de voltar do meio do percurso.
Toda cidade está parada devido ao temporal e no noticiário pediram
para ninguém sair de casa.
— Nina, eu preciso ir embora, daqui a pouco essa
tempestade vai passar e você diga para ele vir mim buscar — não
acredito que ia ficar aqui mais alguns minutos, porém, senti minha
garganta se fechar, e no mesmo instante meus órgãos internos
começaram a funcionar a todo vapor com o que ouvi em seguida.
— Seu pai acabou de ligar minutos atrás e disse que se for
preciso, vai falar com o senhor Medeiros, para você dormir hoje aí.
Estará em segurança ficando num lugar seguro...
Ela continuou falando, mas já não prestava atenção em nada.
Meu coração estava aos pulos, como se eu tivesse corrido uma
grande distância, lembranças que eu tentava empurrar para o
passado surgiram em minha mente, me deixando inquieta e
impaciente. Eu estava sendo consumida pelos meus pensamentos a
respeito dele, e o nervosismo, e o medo em saber que poderia ficar
tão perto dele por uma noite toda, só aumentou o frio que se
instalou em minha barriga.
Quando a ligação foi encerrada, saí do estado catatônico que
me encontrava e ao perceber que ele também estava ao telefone, e,
assim que escutei o nome do meu pai, joguei o aparelho dentro da
minha bolsa e minhas pernas pareciam que haviam ganhado vida
própria. No momento seguinte, já estava do lado de fora do
ambiente, tudo estava na penumbra, a chuva parecia muito mais
intensa.
— Ângela.
Ouvi a voz dele me chamando e aquilo me incitou a
prosseguir, porém, mesmo colocando a mochila sobre a minha
cabeça, minhas roupas já estavam encharcadas e não conseguia
ver quase nada. Um relâmpago cruzou o céu, o vento soprava com
violência e o estrondo de outro trovão anunciou a força daquela
tempestade.
Congelei e não foi pelo frio e sim de medo, assim que uma
forte claridade surgiu em minha frente e um dos raios atingiu
justamente a árvore que estava adiante, e quando ruídos e mais
ruídos se fizeram presentes ao meu redor, eu só consegui ver a
árvore caindo. Eu queria me mover, mas o pânico me paralisou e
antes que eu fosse atingida, senti o meu corpo sendo puxado, para
logo em seguida o som do barulho do objeto que caiu no chão
preencher o espaço. Algumas palavras foram suspiradas ao pé do
meu ouvido.
— Nunca mais faça isso.
E, quando ele se afastou um pouco, meus olhos encontraram
aqueles olhos azuis e havia medo refletido através deles e antes
que tivesse qualquer reação, César tomou a minha boca. No
momento que seus lábios firmes, tocaram os meus, aqueceu o
meu corpo e senti na pele uma eletricidade que conhecia bem
demais, pois, somente ele era capaz de fazer aquilo acontecer
comigo.
Seus lábios começaram a apertar os meus intensificando o
beijo e quando entreabri a minha boca, sua língua pediu passagem,
invadindo-me, convidando a minha a se misturar com a dele. O
homem devorava a minha boca numa sede implacável.
O toque aveludado dele em minha boca, a sensação de seu
calor e do seu corpo forte, abalou todos os meus sentidos e
varavam meu corpo inteiro. Mesmo sabendo que deveria me afastar,
a sensação de estar segura era muito maior e naquele momento, eu
deixei que a luxúria e o desejo tomassem conta da minha mente, do
meu corpo e do meu coração.
Quando ele afastou a sua boca da minha, enquanto meus
pulmões lutavam por ar, voltei a tremer, sentia os meus dentes
bater um contra o outro, ele me fitou, os olhos brilhando
intensamente e novamente ouvi o som da sua voz.
— Vamos. Você precisa se aquecer.
Não tinha como ir contra suas palavras, eu sabia que os
meus pulmões eram os únicos que sofreriam as consequências pelo
meu ato em pegar toda essa chuva. Contudo, engoli em seco ao
sentir meu corpo sendo levantado do chão.
— Eu posso ir andando.
Ignorando minhas palavras, ele me apertou com mais força,
aninhando o meu rosto contra o tecido molhado da sua camisa.
Envolvida pelos seus braços, o homem começou a caminhar comigo
para dentro de casa. Senti um arrepio, como se fosse um
pressentimento ruim, como um aviso de que eu deveria correr para
bem longe dali.
César Medeiros
Depois do episódio com o celular, eu sabia que desta vez eu
havia encontrado um grande obstáculo. Sempre fui um homem que
soube controlar meu jeito explosivo, no entanto, Ângela resolveu
fazer voto de silêncio, o que me deixou enfurecido e acabei
deixando que um instinto animalesco prevalecesse naquele
momento, era como se fosse um animal enfurecido e faminto, com
seu instinto selvagem. Quando dei por mim, já havia acabado com
a distância que nos separava e o medo que vi através daqueles
olhos azuis, como duas safiras, gigantes, só me incitou a tomar
posse daquilo que tanto venho desejando.
Contudo, o calor que começou a ser emanado do meu corpo,
assim que minha mão alcançou a sua boceta, era algo insuportável.
Meu pau latejava violentamente dentro das minhas calças, aquela
bucetinha quente e macia, que tinha poucos pelos, me deixou
enlouquecido, embriagado de desejo e assim que seus gemidos
ressoaram atingindo os meus tímpanos, comecei a movimentar os
dedos em torno do seu clitóris, enquanto a minha mente pervertida
gritava para suspendê-la e colocá-la em cima daquela mesa, rasgar
suas roupas e fodê-la até que estivesse muito rouca para gritar o
meu nome e o calor em meu corpo estivesse se dissipado.
Assumi o controle do meu corpo e das minhas ações, porém,
continuei com os movimentos e quando ela alcançou o êxtase do
prazer, contemplar a expressão em seu rosto, por pouco não me
levou a fazer uma loucura, pois, mal conseguia controlar o
insaciável que latejava freneticamente querendo libertação. Depois
de deslizar a mão um pouco para baixo e tocar a entrada do seu
sexo, o calor escaldante parecia que havia duplicado e no instante
que puxei os meus dedos, levando a minha mão até a minha boca,
o cheiro da sua pureza invadiu as minhas narinas e suguei os meus
dedos com avidez.
A garota saiu da sala na velocidade de um raio, poderia ir
atrás dela, mas, precisava agir rapidamente, já que a excitação
tomou conta do meu corpo inteiro. Meu pênis saltou livre quando
abaixei a calça e a cueca, avolumou-se ainda mais quando comecei
a acariciar o comprimento duro do meu cacete. Meu tesão era
tamanho, que eu era capaz de sentir sua presença em minhas mãos
e a cada movimento que fazia em torno da extensão do meu
membro pulsante, vinha em minha mente, ele sendo enfiado todo
dentro daquela boceta intocável. E, quando o rosto dela surgiu como
um clarão em minha frente, intensifiquei os movimentos com forca e
avidez. Não demorou muito para uma deliciosa sensação de alívio
tomar conta de mim e um grito alto sair do fundo da minha
garganta...
"Ângelaaaa..."
Sentei-me na cadeira e minha mente estava funcionando a
mil por horas, porém, somente um pensamento se instalou na minha
cabeça, como se tivesse enraizado. Toda resistência daquele anjo,
só despertou ainda mais o meu desejo em tê-la, em possuí-la e
quando me der por satisfeito, ela se tornará só mais uma que
passou pelas minhas mãos e o próximo alvo será a minha
prioridade.
Capítulo 14
César Medeiros
No jogo da vida, depois de tudo que passei, eu decidir
que não voltaria a perder, contudo, compreendi que nem tudo se
pode comprar, porém, aquilo que você não conquista pelo dinheiro,
a sabedoria lhe dará. Um bom jogador sabe a hora certa de mudar
de estratégia ou o jogo será perdido.
Depois do que aconteceu no dia anterior, a minha vontade
assim que ela adentrou o escritório, era pegá-la e levar direto para o
meu quarto e foder com força esse anjo, mostrando o quanto o
mundo da luxuria é quente, insano e profano. Contudo, nada
melhor do que ver as reações dela assim que eu colocasse em
prática o meu próximo passo e, tudo saiu como eu queria,
entretanto, quando deixei a sala por alguns minutos e ao ver que a
chuvinha fina apenas prenunciava o temporal que estava por vir,
enquanto um vento forte e gélido agitava os galhos das árvores em
volta do jardim. Um sorriso de satisfação surgiu no meu rosto, pois,
até a natureza estava conspirando ao meu favor e a ligação que
recebi de Richard, foi o xeque-mate. O que eu jamais cogitei, foi
que ela saísse feito louca, em meio à tempestade, senti uma
sensação estranha quando percebi que ela estava em perigo. Algo
que eu jamais tinha sentido antes se apoderou do meu corpo e
quando a tive sobre a minha posse, o calor que pairou em minha
pele ao tocar os seus lábios macios, foi como se um predador
indomável tivesse despertado dentro de mim e naquela noite, ela
seria completamente minha.
Ângela Souza
Eu me vi livre dos seus braços assim que ele abriu uma porta
e um quarto exuberante surgiu diante dos meus olhos. Fiquei
observando o lugar assim que o homem saiu do ambiente, o
cômodo era delicadamente decorado com requinte e bom gosto.
Saio do meu momento de devaneio quando ele aparece novamente
em minha frente.
— Tome um banho quente — disse colocando sobre a cama
uma camisa de frio e voltou a se manifestar — Assim que você
terminar, eu vou mandar colocar suas roupas na maquina para
secar — fiquei estranhamente envergonhada, senti minhas
bochechas queimando ao pensar que até a minha calcinha estava
ensopada.
Quando eu ia dizer algo, comecei a tossir e meus pulmões
doeram, embora hesitante, quando ele saiu me deixando
sozinha, acabei indo, pois, todo o meu corpo estava trêmulo devido
ao frio. Com a blusa em mãos, segui para o banheiro e minutos
depois, estava sentido a água morna caindo em meu corpo, antes
de terminar, lavei minha calcinha e coloquei estendida dentro do
box, numa tentativa para que viesse a secar, pois, jamais deixaria
que fosse levada junto com minha roupa. Quando terminei, vesti a
camisa que mais parecia um vestido, no entanto, eu estava inquieta
por estar sem nada por debaixo da única peça que cobria o meu
corpo.
Com as roupas molhadas em mãos, deixei o ambiente e foi
justamente no momento que a porta foi aberta, e o homem que já
havia trocado de roupas, estava segurando uma bandeja em suas
mãos, depois de caminhar até o criado mudo, a colocou sobre ele e
com um giro nos calcanhares, reduziu a distância entre nós dois e
disse ao estender as mãos para pegar a roupa que estava em
minhas mãos.
— Quando você terminar de comer, tem em uma das
gavetas do armário da pia utensílios de higiene pessoal.
Quando suas palavras foram proferidas, o barulho do seu
celular preencheu o ambiente e ele seguiu para fora do recinto.
Sentei-me na poltrona perto do móvel onde estava a bandeja
e não perdi tempo para comer tudo que estava em minha frente,
sabia que devia deixar um pouco para que ele não pensasse que eu
era uma esfomeada, porém, eu estava faminta e não ia deixar de
comer se ainda estava com fome. Levantei-me ao me dá por
satisfeita e fui até o banheiro, quando abri a primeira gaveta do
armário, tinha várias embalagens de escova de dente e creme
dental. Com os dentes perfeitamente bem escovados, andei até a
janela e a chuva caía fortemente e impiedosa. Raios cortavam o
céu e os trovões parecem abrir o chão. Peguei rapidamente o
controle e ajustei a temperatura do aquecedor e me deitei sobre a
cama grande e macia.
Instantes depois...
Depois de alguns minutos, inquieta, comecei a me remexer
debaixo da coberta, por mais que eu tentasse dormir, o sono não
chegava e as lembranças daquele beijo acabaram por tomar conta
da minha mente. Um desejo ardente envolveu meu corpo inteiro, me
fazendo ficar quente e vibrar por dentro, sentindo um alvoroço
dentro de mim. De repente, o meu coração começou a bater mais
forte, senti minha intimidade contrair-se, como se tivesse um
formigamento na minha vagina e quando um estrondo terrível vindo
do lado de fora penetrou o ambiente, meus olhos se abriram em
desespero e ao olhar para porta, ela foi aberta pelo homem que
estava ocupando os meus pensamentos.
"Senhor afaste de mim o pecado."
César Medeiros estava parado em frente a porta, vestindo
somente uma calça jeans, parecia a tentação em forma humana.
Estreito os olhos e as palavras saem pela minha boca.
— Por que você está aqui?
Ele não respondeu nada, só começou a caminhar em minha
direção e quando acabou com a distância. Meu coração parou de
bater por alguns segundos, minha respiração ficou suspensa, pois a
luxúria estava estampada em seus olhos famintos. Ele fez um gesto
com os lábios, como se tivesse saboreando o meu corpo que foi
descoberto pelo susto que levei ao escutar o barulho do trovão.
— Eu vim ver como você estava — disse firme, mas, os seus
olhos azuis encaravam os meus como se estivesse examinando
minha alma.
— Eu estou bem, você pode me deixar sozinha.
— Tem certeza disso?
— Si... Sim — as palavras quase não saiam.
O pânico me envolveu assim que ele se agachou e sentou-se
na beirada da cama.
— Seu corpo, sua respiração e cada movimento contido na
expressão do seu rosto dizem totalmente o contrário. Você já é uma
mulher Ângela, e não uma garotinha.
Engoli em seco, meu coração que parou alguns instantes
atrás, agora disparou e batia tão forte, que até ele podia ouvir o
barulho. Num impulso tentei me levantar, mas ele foi muito mais
rápido e subiu em cima de mim.
— Solte-me, por favor — as lágrimas começaram a descer
pelo meu rosto.
— Eu quero você, e sei que seu corpo está gritando para que
eu a toque.
Ao proferir suas palavras, sua boca atacou a minha, eu
comecei a me debater. Mas, algo dentro de mim parecia está
vibrando com sua posse sobre o meu corpo indefeso e quando ele
enfiou à língua para dentro da minha boca, eu me senti como uma
fornalha em chamas. Comecei a sentir coisas que não queria, o
meu corpo estava emanando um calor insuportável e quando dei por
mim, já estava correspondendo de forma desajeitada aos
movimentos da sua boca contra a minha.
Suas mãos começaram a explorar o meu corpo, enquanto
sua boca iniciou uma dança erótica e luxuriosa, entrelaçando sua
língua com a minha, numa batalha excitante pela dominação. Eu
estava enlouquecida, arrebatada em meio ao desejo que tomou
conta do meu corpo inteiro. Quase esqueci como se respirava,
assim que uma de suas mãos deslizou pela minha camisa
e alcançou a minha coxa, logo foi subindo, acariciando minha pele,
até que esparramou a mão em cima do meu sexo que latejava
violentamente, como eu nunca pensei que fosse capaz de
acontecer.
Gemidos começaram a sair pela minha boca, meu corpo todo
se arrepiou. Eu queria me afastar e ao mesmo tempo o seu
magnetismo me envolvia, me fazendo perder a capacidade de
raciocinar. Seus dedos começaram a se mover com movimentos
circulares em torno da minha intimidade, sinto um desejo me
queimar como um incêndio e quando eu estava ficando sem fôlego,
ele deixou a minha boca e foi se arrastando pelo meu corpo,
beijando os meus seios por cima da roupa e só parou quando sua
cabeça ficou na direção da minha intimidade.
Fiquei atordoada quando sua voz rouca ressoou no espaço.
— Abra mais as pernas.
Capítulo 15
Ângela Souza
Minutos depois...
Depois de meia-hora que ele saiu do quarto, ainda me
encontro esparramada na cama, reclamando para mim mesma por
tudo que o deixei fazer comigo. Negava-me a acreditar em tudo que
aconteceu e o que me deixou mais atônita, era que gostei de tudo
aquilo.
Eu bem que tentei me levantar, já que havia algo melado no
meio das minhas pernas, mas, elas estavam fracas, bambas, tanto
que não consegui me manter de pé. A tentação é quando a cabeça
proíbe, mas o corpo desobedece e foi justamente o que aconteceu
comigo. Minha pele estava queimando, ardendo em brasas. O
desejo insano de sua presença, do seu perfume e do toque de sua
pele na minha, despertou algo selvagem dentro de mim. Era como
se eu precisasse saciar a minha fome de desejo e apagar o fogo
que me inflamava.
Novamente segundos se passaram, dando lugar aos minutos
e com eles vários pensamentos passaram pela minha cabeça,
porém, um era premente: eu jamais devo deixar que isso venha
acontecer novamente.
Capítulo 16
César Medeiros
— Maldição!
Sentia o sangue em minhas veias queimando e o ódio
percorrendo todo o meu corpo. Continuo caminhando em direção ao
banheiro e no momento que adentrei o espaço, rapidamente, livrei-
me das minhas roupas. Estava totalmente incrédulo diante do que
havia acabado de acontecer, pois, jamais havia me deparado com
tal situação, no entanto, me sentia como um adolescente, que não
foi capaz de controlar toda a excitação que se apoderou de cada
nervo pulsante do meu corpo. Só bastou sentir o calor da sua pele,
ouvir os seus gemidos que nem precisou colocar o meu pau
latejante naquela bocetinha apertada, para chegar ao meu limite e
alcançar o ápice do prazer. Os ruídos que saíram da minha boca se
transformaram em um grito ensurdecedor. Entretanto, quando achei
que as barreiras haviam sido derrubadas ao introduzir um dos meus
dedos dentro da sua vagina, percebi que mais um obstáculo estava
presente. Seus gritos atingiram os meus tímpanos, o que já era
esperado, já que o seu hímen era complacente e por ter mais
elástico, se encontra maior dificuldade de se romper, causando dor
e desconforto. Se fosse me deixar levar pelo meu instinto animal,
deixando o predador que habita dentro de mim, assumir o controle
do meu corpo e continuar a insistir na penetração, correria o risco
de ela ser tomada pelo medo e evitar futuramente o ato.
No mundo da dominação e submissão, o prazer sempre deve
ser maior que a dor. Volto a me mover, desta vez na direção do box
do banheiro e antes de entrar, o pensamento que se apoderou da
minha mente, foi; Agora ela não poderá mais escapar e depois da
próxima aula, o anjo se renderá por completo ao mundo da luxúria.
Eu serei o dono do seu prazer.
Na manhã seguinte...
Ângela Souza
Acordo assim que o barulho do despertador do meu celular
ressoou dentro do cômodo. Eu estava com o corpo tão mole, que
depois que fui ao banheiro e tomei outro banho, assim que me deitei
na cama, acabei caindo em sono profundo. Meus pensamentos
foram interrompidos quando os meus olhos encontraram a minha
roupa em cima do criado mudo.
"Que horas ele entrou aqui? Será que ficou por muito
tempo?"
As perguntas continuavam sem respostas, o que me deu a
confirmação que dormir feito uma pedra por não ter percebido a sua
invasão no ambiente. Deixei as dúvidas de lado, num pulo me
levantei e com o celular em mãos, liguei para Nina e pedi para ela
dizer ao senhor Alberto vir me buscar. Depois que dei a ligação por
encerrada, fui até ao banheiro.
Nos momentos seguintes, já estava de banho tomado e,
arrumada, pois, até a minha calcinha estava seca. Deixei o espaço e
quando entrei no quarto, tomei posse do meu celular e da mochila
que ainda estava meio úmida, dei uma última olhada em volta do
recinto e assim que comecei a andar rumo a porta, ela foi aberta e
acabei ficando paralisada.
— Bom dia! — disse o homem que estava vestido com uma
camisa branca que deixou em evidência o seu peitoral bem
esculpido. O diabo tinha que ser tão bonito? Meus devaneios foram
afastados quando ouvi sua voz novamente. — Eu vou levá-la para
casa.
— Não será preciso, já liguei para o meu motoris... —
enquanto eu estava falando, ele começou a se mover e por instinto
comecei a recuar, dando alguns passos para trás até que senti
minhas costas tocando a parede e foi justamente no momento que
ele acabou com a distância que nos separava. Colocando uma mão
de cada lado da parede, me deixando encurralada como um rato
entre as garras de um gato. — Deixe-me sair!
Ele aproximou a boca do meu rosto, o cheiro dele abalou
todos os meus sentidos. Era como se eu estivesse bloqueada por
algum feitiço lançado por ele, pois, nunca tinha me sentindo tão
completamente a mercê de alguém, ao ponto de ficar petrificada.
Sua presença fazia meu coração bater descompassado e minha
respiração ficar irregular e só ficou pior assim que senti uma de suas
mãos deslizando pelo meu vestido, se enfiando por debaixo dele,
tocando lentamente a minha pele e só parou quando alcançou a
minha intimidade e, então ele disse:
— Aproveite este final de semana — ele fez uma ligeira
pausa, enquanto seus dedos acariciavam o meu clitóris e meu
corpo inteiro ficou em chamas. Ele voltou a se manifestar. — Quero
que se toque. Desta forma e assim vai aprender a conhecer os
segredos em volta do seu próprio corpo.
Dito isso, ele fez uma forte pressão em cima do capuz
clitoriano e a minha vagina começou a pulsar freneticamente, mas,
enquanto eu achava que ele fosse continuar com aquela
exploração, o infeliz puxou a mão e falou:
— Tenha um ótimo final de semana. Eu estarei te esperando
para nossa próxima aula — disse num tom de voz malicioso.
Assumindo o controle do meu corpo traiçoeiro, eu o empurro
e começo a caminhar, saindo do quarto praticamente correndo.
Quando chego ao andar de baixo, o senhor Santiago parece em
minha frente.
— Bom dia, senhorita.
— Bom dia!
— O seu motorista já está lhe aguardando.
— Obrigada.
Prossegui andando e ao entrar no veículo, a voz de Alberto,
se fez presente.
— Bom dia!
— Bom dia!
— Desculpe-me por não ter vindo buscá-la ontem.
— Não precisa pedir desculpas, afinal, com aquele temporal
não teria como. Agora vamos que quero chegar logo em casa.
Domingo...
— Ângela!
— Já estou pronta — gritei de dentro do closet e assim que
saí, dei de cara com Nina. Hoje é domingo e como de rotina, sempre
vamos à missa, ontem, depois que desci para o almoço, acabamos
por ir até a casa da família dela. Sempre me sinto muito bem
quando vou para aquele lugar, além da sua filha, os netinhos da
Nina são adoráveis e por quem tenho muito apreço. Só voltamos
para casa depois do jantar, cheguei exausta, só tomei um banho e
dormi feito uma pedra, acordando só hoje às seis horas da manhã.
Deixo as lembranças de lado assim que ela voltou a se
manifestar.
— Vamos!
— Sim.
Com passos largos, saímos do ambiente e minutos depois,
estávamos dentro do carro seguindo rumo A Grace Cathedral, que é
uma das igrejas mais importantes e requisitadas, não só de San
Francisco como de toda a Califórnia.
Minutos depois...
Todos os olhares estão voltados para o homem vestido com
uma batina toda preta, com colarinho branco, pois, o preto
representa a morte para o mundo, e o branco, a pureza. Ele pregava
com fervor a palavra do Senhor, ao meu lado está além de Nina,
Marta. O padre continuava a falar sobre os demônios que rondavam
Maria Madalena, aquela que era vista por muitos como uma
prostituta, uma pecadora e para outros, uma santa, por ser uma das
seguidoras mais dedicadas de Jesus Cristo. Enquanto todos
estavam em silêncio ouvindo o sermão, quando ele falou dos
pecados carnais cometidos por ela, de repente as lembranças da
noite anterior surgiram em minha mente.
Comecei a sentir um formigamento no meio das minhas
pernas e sem que eu pudesse controlar, alguns gemidos escaparam
pelos meus lábios. Minhas mãos começaram a suar frio e por
alguns segundos, parei de respirar quando senti o toque da mão de
Nina, em minha pele, fazendo-me levar um grande susto.
— Está tudo bem filha? — engulo em seco.
— Si... Sim.
— Você começou a gemer de repente — senti o meu rosto
ruborizar nesse momento.
— Não, não, eu estou bem, só o meu dente que doeu um
pouco, tirando minha concentração do que o padre estava falando.
Quando ela voltou a sua atenção para o homem a nossa
frente, senti uma revolta crescer dentro de mim. O que aquele
devasso está fazendo comigo? Estou me tornando uma pecadora
por mentir dentro da casa de Deus.
Horas depois...
Depois da missa e do passeio pela cidade, acabamos
almoçando em um restaurante, já que hoje era o dia de todos
descansarem. Já havia tomado o meu banho e colocado uma
camisola, pois, iria dormir a tarde toda. Ando até a minha cama e
depois de deitada, fechei os meus olhos esperando o sono chegar,
mas como uma maldição, do nada, comecei a ficar inquieta e as
lembranças do ocorrido na igreja surgiram em minhas memórias.
No entanto, minutos depois, saí dos devaneios quando um barulho
abafado e impertinente ressoou dentro do cômodo.
Minha atenção foi para o criado mudo, logo me lembrei do
meu celular e assim que peguei o aparelho, fiquei confusa, pois não
me lembro de ter programado o despertador para esse horário.
Depois que desativo o mesmo, assim que ia jogar o objeto em cima
da cama, meus olhos ficaram cravados na mensagem enviada por
Cesar, algo dentro de mim atiçou a minha curiosidade e quando
percebi, meu dedo já estava em cima da tela na direção de um dos
vídeos.
Capítulo 17
Ângela Souza
Joguei o celular em cima da cama, num pulo me levantei
e corri em direção a porta para fechá-la na chave. Dentro da minha
própria casa me sinto como uma criminosa por fazer algo de errado.
Quando me aproximei da cama e me acomodei sobre ela, as
dúvidas me atingiram como um sono no estômago. Desligar o
celular ou ver aquela demonstração de pura luxúria. Eu sei que era
errado mais não conseguir controlar o meu próprio dedo, que
parecia ter vida própria.
E, no instante que meus olhos caíram sobre a tela, um calor
intenso apoderou-se do meu corpo. Na imagem, a garota estava
esparramada sobre uma mesa de sinuca, enquanto um homem de
corpo impecável se aproximou, mas o desconhecido estava usando
uma máscara, o que atiçou ainda mais a minha curiosidade.
Em uma de suas mãos havia um pote e dava para ver
nitidamente que era chantilly, desvio minha atenção para a garota
que parecia ser um pouco mais velha que eu, os seus olhos brilham
intensamente, refletem o fogo ardente do seu desejo e assim que
ele colocou uma das mãos sobre sua coxa desnuda, ela começou a
se contorcer e mordeu os lábios, soltando um gemido abafado. Sem
piscar um só segundo, fico na expectativa para o que vem a seguir e
então o mascarado abriu o pote e começou a esfregar o chantilly por
todo o corpo dela. Fazendo uma trilha que começou dos seios, até
chegar a sua intimidade. Não foi só a respiração dela que começou
a ficar ofegante, pois, a minha estava pesada e só ficou pior quando
o som da voz dele reverberou no ar.
— Vou chupar e lamber você todinha — sem delongas, sua
boca alcançou os seios dela e começou a sugar todo o creme que
estava sobre ele. A garota começou a gemer cada vez mais alto,
parecia enlouquecida diante da posse dele, no entanto, a
temperatura do meu corpo estava insuportável e de repente, minha
visão ficou embaraçada, pisquei algumas vezes e quando olhei de
novo para o visor do aparelho, em vez da garota me vi em cima
daquela mesa e fiquei desorientada, pois, o homem já não estava
mais usando uma máscara e o dono do par de olhos azuis como o
mar, estava ali, com aquela expressão de predador que só César
Medeiros possui. Ele começou a passava a língua, limpando todo o
chatinlly, eu podia sentir minha pele cada vez mais úmida em meio
ao calor que rondava o meu corpo inteiro.
Uma de minhas mãos se moveu e quando dei por mim, já
tinha enfiando-a dentro da minha calcinha, meus dedos começaram
a se mover imitando os movimentos que ele fazia, levanto os
quadris para frente e para trás, enquanto ruídos começaram sair
pela minha boca, mordi os lábios tentando conter o barulho, mas, a
medida que a boca gulosa dele trabalhava, os meus dedos
pareciam descontrolados, pois, acariciavam com grande entusiasmo
o meu sexo pulsante. O homem lambe e chupa com tanta maestria,
que fico cada vez mais molhada, pressiono a ponta do meu dedo
contra o meu clitóris inchado, para depois fazer movimentos
circulares, apertados, contra ele. Minha respiração passou a vir em
suspiros trêmulos, comecei a esfregar freneticamente aquele ponto
escorregadio, meu corpo todo começou a vibrar e minha vagina
pulsava violentamente. O prazer encheu-me por dentro, atingindo
cada fibra do meu corpo, até o centro da minha feminilidade e um
som gutural saiu do fundo da minha garganta, enquanto ondas de
puro êxtase percorrem o meu corpo.
Fechei os meus olhos por uma fração de segundos e quando
os abri, meu olhar novamente foi desviado e sentir uma inquietação,
algo queimando em minhas veias quando em vez do meu rosto, era
o da desconhecida que surgiu no meu campo de visão. Ela gritava
tanto, que minha atenção se voltou imediatamente para o homem
que estava devorando a sua intimidade na tentativa desesperada
para que não fosse o rosto dele e sim o homem mascarado.
Respirei aliviada quando o sujeito usando a máscara afastou a
cabeça do meio das pernas delas, levei minha mão um pouco mais
para baixo, tocando a entrada da minha vagina e quando a puxei de
dentro da minha calcinha, tinha um líquido esbranquiçado
inundando os meus dedos.
Eu estava cansada e ao mesmo tempo incrédula, pois me
negava a acreditar que havia feito aquilo. Contudo, as sensações
boas que eu ainda estava sentindo, eram maiores que o meu
arrependimento.
Segunda feira
O resto do domingo passou voando e, antes que eu
percebesse, a segunda chegou. Depois da loucura que fiz ontem,
em assistir aquela obscenidade, me levantei com as pernas moles,
igual macarrão cozido. Eu sentia a minha vagina tão molhada que
parecia até que transbordava e tinha a leve sensação da minha
calcinha estar encharcada. Destranquei a porta e fui caminhando
até o banheiro, depois de mais um banho e ter lavado bem a minha
peça íntima, vesti outra camisola e acabei dormindo até que fui
acordada por Nina, me chamando para jantar.
Ficamos na sala assistindo filme e do nada meu corpo se
aqueceu quando o casal começou a se beijar. Eu comecei a não
presta atenção mais no filme, pois as lembranças do vídeo surgiram
em minha mente. Tinha algo de errado comigo, isso não podia ser
normal, entretanto, acabei dizendo para Nina que estava muito
cansada e depois que dei um beijo de boa noite nela, fui para o meu
quarto. De dentes escovados e banho tomado, me deitei e assim
que fui puxar o cobertor, o meu celular começou a vibrar.
Quase deixo o aparelho cair no chão quando olhei o número
que antes era desconhecido, mas depois da mensagem que recebi,
já sabia de quem se tratava. Novamente havia uma mensagem, eu
pensei em apagar, mas parece que o bicho da curiosidade
ultimamente havia se apoderado de mim. Com os olhos grudados
na tela, as palavras surgiram em minha frente.
“— Espero que você tenha assistindo o vídeo, que a sua
bocetinha tenha ficado molhadinha, pronta para o prazer muito
maior que irei proporcionar amanhã a você.”
Naquele instante, a minha boca ficou tão seca, que a minha
saliva desceu com dificuldade, a minha vagina começou a pulsar
fortemente, me fazendo cruzar as pernas de imediato na tentativa
de controlar aquele formigamento. Minhas recordações foram
perdidas, quando o som da voz do porteiro ressoou a minha volta.
— Bom dia, senhorita.
— Bom dia.
Com passos largos caminho em direção à entrada principal.
Depois que passei pela catraca de identificação, meu olhar foi de
encontro ao grupinho que estava a alguns centímetros a minha
frente e no momento que passei por eles, a voz de Susan se fez
presente.
— Sempre temos novidades no fim de semana, mas aqui,
durante a semana tem coisas que nunca mudam. A freirinha cada
dia com uma roupa mais feia.
Não demorou muito para Patrícia entrar na mesma onda da sua
amiga.
— Eu me pergunto em qual brechó, ela compra essas roupas
e se não fosse pela sua inteligência, nunca que estaria frequentando
essa escola.
— Certamente deve ter ganhado alguma bolsa de estudos,
pois, sempre tem alguém disposto a fazer caridade no mundo —
novamente Susan falou.
Senti a raiva percorrer cada veia do meu corpo, minha
respiração ficou descompassada e já estava na hora de enfrentá-
las, pois, se não fico calada nem para minha mãe. Então, não vou
continuar aceitando que por acharem que tem um bom status, são
superiores aos demais. No instante que me virei, um som de uma
voz familiar ressoou no espaço, chamando a total atenção de todos.
— Ter pessoas que ainda fazem, como você disse, caridade,
isso mostra que a sociedade não está totalmente infectada por
pessoas podres de espírito. Vocês já têm mais de 16 anos e
bullying; Não é brincadeira, é crime e independente de ter ou não
dinheiro, vocês podem passar um bom tempo em reclusão.
O silêncio predominou a nossa volta, eu não conseguia
desviar os meus olhos do rosto dele. Jamais pensei que ele fosse
dar um, tapa, em todas sem precisar usar de agressão. Porém, a
calmaria foi interrompida pelo som da voz da senhorita Marina.
— Senhor Medeiros.
Ela se aproximou dele, ostentando um sorriso largo no rosto.
Eu me virei e comecei a andar, porém, não conseguia entender
porque estava me sentindo tão irritada.
Capítulo 18
“Faça sua escolha, antes que a escolha não deixe você escolher!”
César Medeiros
Dois dias que mais pareciam duas semanas. Tive a
sensação que tudo havia parado ao meu redor e o tempo estava
congelado.
Estava na expectativa para o momento em que a sua
curiosidade e o desejo falassem mais alto, no entanto, o anjo se
manteve forte e pelo controle dos aplicativos do seu celular, eu
sabia que ela ainda não tinha visto o maldito vídeo. Gravação essa
que foi completamente editada, mudando o som da minha voz e
com o rosto coberto pela máscara, não teria como ela descobrir que
o desconhecido na verdade era César Medeiros.
O sábado passou e uma forte inquietação me envolveu,
pensei em fazer com que o vídeo fosse reproduzido, todavia,
correria o risco de ela saber que havia hackeado o aparelho.
Passava das duas da tarde, estava com minha atenção na tela do
notebook quando o meu celular começou a tocar, indicando que
tinha uma movimentação no aparelho de Ângela, vibrei
intensamente por dentro assim que ela acessou o conteúdo e
como golpe final, à noite, mandei uma mensagem no intuito de
atiçar ainda mais a sua curiosidade.
Ela poderia até lutar contra o que estava sentindo, porém, já
não tinha mais volta e sabendo da sua inteligência, sei que ela
usará da informação contida no seu celular para se livrar das
minhas aulas. Talvez em breve, ela tenha o seu desejo realizado,
pois, todo esse súbito interesse logo vai passar quando eu me
deliciar do fruto proibido.
A segunda chegou e com ela a velha rotina, porém, não
esperava que no instante que adentrasse a escola, fosse me
deparar com a cena que fez os meus pulmões funcionarem aos
espasmos. A raiva percorreu cada veia pulsante do meu corpo,
quando ouvi as palavras que foram ditas sobre ela.
Era chegada hora de colocar os projetos de putas no seu
devido lugar e assim que Ângela estiver sobre a minha posse, não
irá mais abaixar a cabeça para ninguém, além do seu mestre.
Quando achei que a situação não pudesse ficar pior, eis que o
carrapato grudou em mim e tive que aguentá-la durante toda
reunião que teve com o corpo docente da instituição. Depois de ter
suportado a vadia metida a santa, quando fui dar aula na sala de
Ângela, ela estava distante, perdida em seus próprios devaneios,
após o encerramento da aula, e todos, incluindo ela, se levantarem
para deixar o ambiente, ao ficar sozinho na sala, peguei o meu
celular e assim que o contato dela surgiu no meu campo de visão,
comecei a digitar a mensagem.
Horas depois...
Ângela Souza
O veículo entrou em movimento com destino a mansão
Medeiros. Ainda na parte da manhã, quando deixei a sala de aula,
após dar alguns passos, meu celular começou a vibrar e, se já
estava com raiva naquele momento, eu fiquei mais irritada ao ler a
mensagem que ele enviou.
Assim como eu, devia ter várias alunas que estavam na lista
do devasso para que ele colocasse no caminho da perdição e como
se não fosse suficiente, ainda tinha a senhorita Marina, que estava
em evidência seu interesse pelo professor galinha. Eu bem que
poderia ter ficado em casa, mas, finalmente encontrei um jeito para
me ver livre de suas aulas e da sua aproximação.
— Chegamos senhorita.
A voz de Alberto interrompeu meus pensamentos. Com
minha mochila em mãos, saí do carro, contudo, não estava me
sentido muito bem com a roupa que estou usando, mas como
ganhei hoje de Nina, que havia encomendado como presente de
aniversário e fez questão que eu usasse, não tive como dizer não. O
senhor Santiago, como sempre, veio receber-me e depois de
longas passadas, estava em frente a porta do escritório, porém
quando ela foi aberta, o encontrei vestido casualmente com um
conjunto azul de poliéster.
"Será que ele vai dar aula desse jeito?"
Saio do devaneio quando ele, num tom firme, disse.
— Venha! A aula de hoje será em outro lugar — falou, já
andando na direção da porta.
— Eu não irei a lugar nenhum. — a expressão dele
endureceu ao ouvir minhas palavras.
— Eu não perguntei Ângela, isso foi uma ordem — será que
esse louco, pensa que pode mandar em mim.
— Você sabia que com os vídeos e a mensagem que me
mandou, eu poderei mostrar para todos que tipo de aula está me
dando? O que vão pensar do grande professor César?
Uma gargalhada alta se fez presente, ele deu alguns passos
e antes que eu escapasse, suas mãos enlaçam minha cintura e me
puxam para perto do seu corpo, ele abaixou a cabeça e aproximou
a sua boca da minha, fazendo-me sentir seu hálito quente contra
a minha pele, e falou:
— Garota esperta, mas nunca subestime o seu professor.
Você acha mesmo que alguém provará que esse número é meu? O
que vão pensar de você, já que terá que contar qual o conteúdo do
vídeo que assistiu? O inocente anjo, assistindo pornografia, mas
que pecado, garota levada e o padre é bem capaz de colocá-la
para pagar penitência.
Assim que terminou de falar, seus lábios tomaram a minha
boca, e naquele momento a minha mente parecia ter virado um
baralho com diversas cartas e todas estavam misturadas, fazendo
uma confusão. Assim que afastou sua boca da minha, ele me
suspendeu e começou a caminhar comigo para fora da sala.
— Por favor, me deixar em paz.
— Eu só quero te dar prazer, e, mesmo não querendo aceitar,
você também deseja isso.
O meu corpo traiçoeiro parecia rendido a esse homem, pois,
só com algumas palavras, eu já ficava arrebatada. Instantes depois,
ele parou quando chegou a uma porta que ao ser aberta, revelou
um elevador. Depois que já estava dentro do ambiente e o mesmo
entrou em movimento, indicando que estava descendo, não
demorou para que a porta fosse aberta e assim que saímos, ele me
colocou no chão, fiquei estarrecida com tudo a minha frente.
Dei alguns passos e assim que pisei no cômodo, as luzes se
intensificaram. Meus olhos ficaram arregalados diante de tanta
obscenidade, as paredes eram cobertas de desenhos e todos
dele totalmente despido, em cada gravura, o homem segurava um
objeto em sua mão, desde chicote, algemas, palmatória, cordas e
venda. Também havia um telão grande, igual ao do escritório,
entretanto, eu estremeci toda ao ver uma cruz que tinha fixada na
parede e minha respiração chegou às alturas, quando meus olhos
caíram sobre uma cama king size, dentro de uma cela e cheia de
algemas, olhei para o lado e tinha uma poltrona preta, de couro,
parecendo um trono para a dominação.
Embora temerosa, algo dentro de mim parecia envolvido com
tudo aquilo, dei mais alguns passos e gelei quando meu olhar foi de
encontro a porta que estava aberta, parecia uma masmorra
completa, com vários equipamentos e no chão havia um poço.
Virei-me rapidamente para sair dali, mas dei de cara com a
montanha de músculos e novamente ouvi o som da sua voz.
— Tem certeza que deseja ir embora?
Meus sentidos ficaram atordoados, as palavras deles se
embaralhavam em meus ouvidos, fazendo o sangue pulsar com
mais força dentro de minhas veias, e um calor ardente se apossou
do meu corpo inteiro.
— Por que esta fazendo isso comigo? Já não tem a senhorita
Marina e tantas outras?
César levantou meu queixo, me forçando a encará-lo,
enquanto, pronunciava as palavras devagar:
— Não me importa Marina ou qualquer outra, eu escolhi
você, eu quero é você.
A razão dizia para que eu fosse embora, mas, o instinto
primitivo que desabrochava, era como se tivesse fogo dentro de
mim, que anseia por emergir, ser consumida e queimada junto com
ele, este estava gritando mais alto.
— Esse é o meu mundo. Você pode sair por aquela porta e
eu nunca mais toco em você, mas se ficar, eu te mostrarei o mundo
onde o prazer não tem limites. Enquanto estiver comigo, serei
somente seu, como você será só minha. Profundamente minha.
Eu sabia que poderia ir direto para o inferno, mas não
consegui me controlar.
— Eu vou ficar.
Capítulo 19
César Medeiros
Em seu olhar havia uma mistura de curiosidade e ao
mesmo tempo, medo. Naquele momento, tudo só dependeria da sua
escolha, seguir adiante ou eu a deixaria livre, pois, seria em vão
lutar contra alguém que não estava disposta a se entregar ao
desejo carnal, aos prazeres que podem levar os nossos corpos ao
êxtase devastador e ter a sensação de serem consumidos pelas
chamas que ardem à pele.
Todavia, uma corrente de eletricidade atravessou o meu
corpo ao ouvir as palavras que saíram da sua boca. Essa era a
minha menina, mesmo não sabendo a submissão, já faz parte da
sua vida e em breve, ela será tão esfomeada quanto eu. Deixei os
pensamentos de lado e segurei firme a sua mão a puxando em
direção à cama.
Ângela Souza
Eu estava tão confusa, ainda processando tudo que tinha
acontecido, que no instante que voltei ao meu estado de lucidez, já
estava em frente àquela cela e o som da voz dele ecoou no espaço,
me deixando perplexa com suas palavras.
— Quero que você me mostre tudo que fez ontem quando
assistiu ao vídeo.
Ele só podia estar louco, imediatamente me manifesto.
— Você quer que eu me toque?
— Isso mesmo, anjo, como sua primeira lição, eu quero saber
exatamente se você já sabe se proporcionar prazer.
— Eu não vou fazer isso.
— Vai, Sim!
Assim que terminou de proferir suas palavras, ele puxou-me
para junto do seu corpo e lentamente começou a beijar o meu
pescoço e aquilo era tão bom.
— Vai mostrar ao seu mestre que é uma boa aprendiza — ele
continua acariciando a minha pele com seus lábios macios, acabo
fechando os olhos, enquanto suas mãos percorrem o meu corpo.
Não sei quantos minutos se passaram, quando abri os meus olhos,
foi exatamente no instante que ele estava puxando a minha
calcinha. Esse homem só pode ter algum método para me deixar
hipnotizada, pois, não me dei conta em que momento ele tirou as
minhas roupas. Agindo por puro instinto de proteção, levei uma das
mãos de encontro ao meu sexo e coloquei o braço disponível por
cima dos meus seios. César colocou uma das mãos em cima da
minha e disse:
César Medeiros
Senti algo totalmente estranho, inacreditável e
devastador, provocando um efeito que produz em mim três
sensações diversas: perplexidade, desconforto e expectativa,
enquanto a flama de um fogo que arde e não se vê, estava
incendiando-me por dentro prazerosamente, num misto de desejos
e excitação que somente ela foi capaz de provocar.
Meus olhos estão grudados no rosto do anjo, aquela que se
tornou a minha grande obsessão do momento. A dona dos meus
pensamentos e a razão das minhas mãos estarem calejadas. Nunca
em toda minha vida havia me masturbado tanto, mas ao entrar
nesse jogo de rato e gato, estava cada vez mais difícil me controlar.
Contudo, no momento que a vi se contorcendo em cima da cama, o
meu único desejo era apossar-me dela, sentir o calor da sua pele e
espremer cada parte do seu corpo para provar que ela já me
pertencia. Tive que ter todo um autocontrole assim que suas orbitas
azuis me encararam, seus olhos pareciam consumidos pelo desejo
sublime e ardente com suas palavras tentando persuadir-me a
prosseguir adiante. Desviei o olhar para não cair no seu encanto e
deslizar o meu pau entre as paredes aveludadas do seu sexo
pulsante.
Nem eu mesmo estava me reconhecendo, pois, em outra
situação, já havia explorado cada centímetro do seu corpo. Enfiado
o meu pau, não só em sua boceta, como naquela bundinha
empinada, assim como em sua boca de lábios carnudos, fazendo
uma bela de uma garganta profunda. Todavia, a garota é alguém de
personalidade forte e talvez seja o meu maior desafio nesse mundo
de bondage, disciplina, dominação e masoquismo. Em virtude disso,
achei melhor mudar de tática e fazer com que ela fique tão louca e
no momento certo não terá espaço para arrependimentos.
A vontade era enorme em querer me deliciar do fruto
proibido, porém, já que isso ainda não era possível, a faria sentir em
sua pele todo o meu líquido, enquanto me deixava ser consumido
pelo êxtase total. Deixo os devaneios de lado e com seu olhar fixo
no meu, a minha boca se entreabriu e algumas palavras escaparam
por meus lábios.
— Vamos tomar um banho juntos.
Rapidamente ela ficou pálida, o que já era esperado por
mim. Com tantas dúvidas rondando sua mente, o confronto se faria
presente. Entre o certo e o errado, o medo e o desejo, o profano e o
prazer. Por isso é fundamental deixá-la cada vez mais envolvida
com o meu mundo, tornando-a minha melhor submissa.
Ângela Souza
O homem parecia perdido em seus pensamentos e quando
enfim se libertou, desejei ferozmente que ele não tivesse proferidos
aquelas palavras, pois, só demorou dois segundos para a realidade
da situação me atingir, nocauteando-me com um soco forte e terrível
na boca do meu estômago. Algumas lágrimas desceram pela minha
face, eu me entreguei aquele louco desejo e era como se a
armadura que vesti por todo esse tempo, houvesse se partido ao
meio, pois, em todos os dezessete anos da minha existência, não
havia sentindo essa sensação tão boa e maravilhosa que tomou
conta do meu ser. No entanto, já não sabia mais o que era certo ou
errado e se as consequências não seriam as piores possíveis.
Agora me sinto mais perdida e confusa do que estava antes.
Sinto um toque suave em meu rosto, me arrancando das
profundezas daquele tormento.
— Você não fez nada de errado. É uma mulher livre, assim
como eu sou um homem livre. Só se entregou a tudo que estava
sentindo e no dia que meu pau entrar em você, jamais será a
mesma, pois, isso foi só o começo de todo prazer que tenho para te
proporcionar — assevera, passando lentamente o dorso da mão
pelo meu rosto.
Engulo seco e todo o meu corpo fica aquecido como se uma
onda de calor emanasse de suas palavras, fazendo com que um
latejar violento surgisse entre minhas pernas. De alguma forma, o
som da sua voz fez com que o medo que eu estava sentindo se
dissipasse, ele levantou-se da cama e se afastou, indo em direção
a uma porta que presumi ser do banheiro. Fechei os meus olhos e
as lembranças de minutos atrás tomaram posse da minha mente.
Entre o medo e a dúvida, eu não podia negar que tudo que senti foi
inexplicável. Meu corpo ardia, mas, eram chamas que faziam sentir-
me viva. Estava completamente assustada com a grandiosidade do
que estava sentindo, mas ao mesmo tempo, não era só meu corpo,
mas também a minha mente estava a mercê daquele sentimento
devastador. As lembranças da sua boca explorando os meus seios
e a cabeça robusta do seu membro roçando minha entrada numa
desordem estudada, experiente, enquanto meu corpo queimava sob
o dele e vendo cada vez mais o desejo se apoderar de cada fibra do
meu corpo.
— Ângela!
Meus pensamentos foram interrompidos quando ouvi o
barulho da voz dele, fazendo-me abrir os meus olhos. Nem tive
tempo para protestar e muito menos forças para levantar de cima da
cama, pois ainda me sentia toda fraca e exausta. Ele me pegou em
seus braços e caminhou novamente até o banheiro. Meus olhos
pareciam que iam saltar rosto, quando ele parou em frente a
banheira que já estava cheia, até parecia que foi inspirada em
Cleópatra. O recipiente estava cheio com pétalas de rosa, leite e
sais, assemelhando-se com um dos banhos relaxantes da minha
mãe, que sempre dizia que além de relaxar o corpo, fazia bem para
pele.
César colocou-me dentro da banheira e assim que se afastou
um pouco, fiquei com os olhos cravados no seu corpo nu, algo que
antes me faria sair correndo, mas tudo aquilo era muito mais forte
que o meu medo e eu não conseguia parar de admirá-lo. Um
homem que vai muito além de um rosto bonito, ele exalava uma
masculinidade exuberante e poderosa por todos os poros e aquilo
nada tinha a ver com o físico avantajado. Era algo que estava
impregnado nos olhos astutos e dominador, assim como em sua
essência. O devasso segurou o membro e começou a massageá-lo
como se fosse um encantador e sua anaconda ganhou vida diante
de seus toques.
— Em breve será o toque de suas mãos que o fará pulsar
querendo suas carícias.
Estremeci toda, ele, em seguida se moveu e entrou na
banheira, se posicionando atrás de mim. Com uma de suas mãos,
pegou a esponja que estava ao lado do sabonete e começou a
deslizar pela minha pele, passando lentamente pelos meus seios,
senti um arrepio que fez todo o meu corpo formigar. Fechei os meus
olhos e me deixei levar por aquele momento, pela sensação boa.
César continuou com seus movimentos curtos, intercalando entre
meu seio direito e o esquerdo, enquanto sua outra mão deslizou
pela minha pele, percorrendo as curvas do meu corpo e chegando
até o meu ventre. Seus movimentos eram suaves e circulares em
torno dos meus mamilos, ao mesmo tempo em que seus dedos
habilidosos acariciavam o meu clitóris, escorregando até a entrada
da minha vagina. Suprimi um gemido, agarrando-me ao antebraço
dele, pois senti minha intimidade pulsar e desejava intensamente
cada vez mais aquele contato.
De repente, uma sensação forte me tomou, minha respiração
ficou acelerada assim que ele aumentou o ritmo dos seus
movimentos. A eletricidade que eu sentia agitar o meu corpo inteiro
e chegou com força até o meu ventre e quando o pulsar da minha
intimidade aumentou e o meu corpo todo começou a tremer. Fui
envolvida por uma sensação de vazio, de desespero, assim que ele
puxou sua mão do meu sexo.
— Por que você parou? — falei ofegante, quase sem voz.
— Eu te perguntei se você queria fazer parte do meu mundo,
porém, antes de tudo precisa aprender todas as regras e conhecer
os seus próprios limites — disse e continuou massageando um dos
meus seios.
Senti um calafrio no meu corpo inteiro, tentei falar, mas minha
boca estava tão seca que não saiu som nenhum, no entanto, o
homem continuou a sussurrar.
— Um Dominante, ou "Dom", tem o "poder", e ele só pode ir
tão longe quanto sua submissa, ou "sub", permitir. Não é abuso, é
consensual...
As palavras não saíam da minha boca, amontoavam-se na
garganta como um bolo de lã que sufoca e não se desfaz. Eu
Respirei fundo, limpei a garganta e as palavras escaparam dos
meus lábios antes que pudesse tentar contê-las.
— Então se você é um dominador, já teve muitas submissas
ao longo da sua vida e isso quer dizer que todas que estão tendo
aulas particulares, você fez conhecer o seu mundo? Eu serei só
mais uma no meio de tudo isso?
Capítulo 21
Ângela Souza
Imediatamente um silêncio constrangedor tomou conta
do ambiente. Os segundos que se sucederam, a minha boca e
garganta ficaram secas, coçando, esperando pela resposta dele até
o momento que a calmaria foi interrompida pelo som da voz do
homem atrás de mim.
— Eu te falei que este era o meu mundo e se quisesse fazer
parte dele, eu te mostraria um mundo onde o prazer não tem
limites. Enquanto estiver comigo, serei somente seu, como você
será só minha. O meu passado não está em pauta, assim como o
seu também não, aqui vamos viver o presente e ninguém além de
você, terá a minha atenção.
— Tudo isso se limita entre quatro paredes onde você terá a
autoridade e eu terei que lhe obedecer?
— Em parte, dentro ou fora daqui, nós dois não nos iremos
envolver com mais ninguém.
Fiquei pensando em suas palavras, tudo isso era assustador
e ia contra tudo que sempre acreditei, porém, desde que eu o vi, por
mais que quisesse negar a mim mesma, senti um misto de
sensações que nunca havia sentido na vida. Durante os últimos
dias, meu corpo parece que tinha ganhado vida própria, ansiando
por ser explorando. Sempre achei que o desejo fosse algo que eu
pudesse controlar, mas no fundo, eu sinto como se um duelo
estivesse sendo travado dentro de mim.
Eu sentia um fogo me queimando por dentro e incendiando
a minha pele, era como se uma fogueira tivesse sido acesa e o
toque dele em meu corpo fazia uma grande chama se alastrar e
correr em minhas veias. Era como se algo dentro de mim gritasse
tão alto, que a razão se torna nada perto do instinto primitivo e
selvagem que foi despertado.
Eu me perguntava se deveria ir contra tudo aquilo que eu
sempre acreditei. Medos e incertezas rondavam minha mente, como
se devesse me arriscar para poder me encontrar. Desvinculei-me
dos seus abraços, afastei-me um pouco e em seguida me virei
ficando de frente para ele. Então, com os olhos cravados naquele
olhar azul e profundo como safiras gigantes e sabendo que só
seguindo os meus instintos, eu poderia sanar as minhas dúvidas,
disse.
— Você acabou de dizer que dentro ou fora daqui, nós dois
não iremos nos envolver com mais ninguém. Contudo, você não
vai interferir na minha vida em relação a outros assuntos. Ser sua
submissa e conhecer o prazer, através de um mundo cheio de
luxúria e desejo é uma coisa, outra bem diferente é me tornar um
fantoche em suas mãos. Meu corpo, minhas regras, e em minha
vida, eu não vou aceitar que homem nenhum faça as minhas
escolhas.
Ele parecia incomodado com as minhas palavras, pois suas
feições logo mudaram. O silêncio pairou ao nosso redor até que ele
voltou a se manifestar.
— Vamos terminar o banho. Antes de você ir embora ainda
tem mais coisas que precisamos conversar.
Nos momentos seguintes que ainda passei dentro da
banheira, não teve mais nenhuma carícia dele em meu corpo.
Depois do banho, já arrumada, ele me explicou algumas coisas, o
tempo passou tão rápido que já que estava quase na hora de
Alberto vir me buscar. Peguei minha mochila e antes de deixarmos o
cômodo ele disse.
— Entre um dominador e sua submissa, sempre existe um
contrato, no entanto, tudo que você precisa saber estará no
documento que vou lhe enviar mais tarde. Não há contrato que seja
mais valioso quando a palavra dada é honrada. Você será só
minha, assim como eu serei todo seu.
Quando ouvi suas últimas palavras. Meu coração acelerou e
senti meu corpo se aquecer e um formigamento corria pelas minhas
entranhas.
Fiquei parada por alguns minutos, esperando que meu
coração pulsasse normalmente.
— Vamos!
A voz dele ressoou a minha volta no mesmo instante que
estendeu sua mão em minha direção e me olhou fixamente, me
incitando a segurá-la. Sem hesitar, a peguei e ao seu lado, andei
com passos vacilantes até o elevador. Dentro do cômodo, um
pensamento passou pela minha cabeça, com tudo que aconteceu
hoje, ao estar dentro daquele cômodo, era estranho que não foi
preciso usar a minha bombinha. Muito pelo contrário, os meus
pulmões parecem que estavam mais fortes.
— Ângela!
O som da voz dele afastou o meu pensamento e só então vi
que o elevador já havia parado e a porta estava aberta, quando eu
fui sair de dentro do cômodo, César segurou firme em minha cintura,
colando o seu corpo ao meu. Sem delongas, sua boca buscou a
minha numa ânsia descompassada, entrelaçando a sua língua na
minha num beijo ardente, tomado por uma sede primitiva, enquanto
suas mãos deslizam pelo meu corpo. Se antes eu não havia
precisado da minha bombinha, acabei usando quando ele parou o
beijo e minha respiração estava ofegante por demais.
Instantes depois, estava caminhando em direção ao carro. Se
eu me entreguei a tudo isso facilmente? Pode até ser, mas, entre
todas que vivem exibindo sua aparência física, ele desejou o meu
corpo e a mim. Sem que eu usasse da minha aparência para
despertar a sua atenção e de alguma forma, eu sentia como se um
vazio que havia dentro de mim, enfim, tivesse sido preenchido.
Horas depois...
O trânsito estava um caos, tivemos que enfrentar um
gigantesco engarrafamento. Quando cheguei em casa, estava
faminta, fui logo jantar, depois que terminei, vim para o meu quarto
tomar um banho e aqui estou eu, com os olhos fechados, enquanto
a água morna cai sobre o meu corpo cansado. Nem sei quanto
tempo havia se passado, peguei a toalha e depois de enrolar em
volta do meu corpo, saí do banheiro indo até o meu closet em busca
de uma camisola.
Assim que estava vestida, no momento que me aproximei da
minha cama, o meu celular começou a vibrar. Peguei o objeto e ao
ver o número, já sabia do que se tratava, deitada sobre a cocha
macia e depois de puxar o cobertor, meu olhar foi de encontro ao
arquivo enviado por César.
SUBMISSA
1. A Submissa aceita o Dominante como seu dono e entende que
agora é de sua propriedade.
2. A Submissa servirá ao Dominante em tudo aquilo que ele
considere oportuno e deve fazer todo o possível por agradar em
todo momento.
3. A Submissa não se tocará, nem se proporcionará prazer sexual
sem a permissão do Dominante.
4. A Submissa se comportará sempre com respeito para o
Dominante e só se dirigirá a ele como Senhor, Mestre ou qualquer
outro apelativo que lhe ordene o Dominante.
Quais dos seguintes atos sexuais são aceitáveis para a Submissa?
• Masturbação
• Penetração vaginal
• Fisting vaginal
• Penetração anal
• Fisting anal
Um misto de sensações passou por mim diante de cada item que eu
lia, porém, meu corpo todo estremeceu e meus batimentos
cardíacos dispararam quando meus olhos caíram sobre as últimas
palavras contidas no documento, deixando-me estarrecida com
tudo aquilo.
5. A Submissa aceitará açoites, surras, pauladas, chicotadas ou
qualquer outra disciplina que o Dominante administrar, sem duvidar,
perguntar nem queixar-se.
Na manhã seguinte...
Passei o caminho todo até a escola com os pensamentos
voltados para aquelas regras, onde o maior beneficiado era César
Medeiros. Em que situação ser surrada e espancada, me daria
prazer e muito menos ter a inserção da sua mão ou antebraço
dentro das minhas partes íntimas me alargando por dentro? Só de
pensar já sinto um calafrio que toma conta do meu corpo inteiro.
Deixo os devaneios de lado e após passar pelo corredor que
dava acesso a minha sala, entrei no ambiente. Achei estranho não
ter visto a turminha de Susan, que sempre ficam no pátio, instantes
depois, César entrou na sala e assim que ele se acomodou em sua
poltrona, a atenção de todos foi desviada em direção à porta.
Depois que Patrícia, Henrique e Alice entraram, os olhares ficaram
cravados no casal que apareceu em frente à entrada da sala e não
consegui desviar os meus olhos do garoto que estava ao lado de
Susan, até o momento que o som da voz enjoativa dela preencheu
o cômodo.
— Bom dia, esse é o meu primo Augusto, ele fará parte da
nossa turma.
De repente, meu olhar foi de encontro ao homem que me
olhava intensamente e sua expressão era semelhante à de ontem,
quando proferi aquelas palavras dentro da banheira.
Capítulo 22
César Medeiros
Ângela, ao proferir aquelas palavras dentro do banheiro,
só veio a trazer novamente a constatação de que ela é totalmente
diferente de qualquer outra que já passou pela minha vida. A garota
pode até ter uma aparência frágil, mas, sabe ser forte e decidida
quando preciso.
Não nego que o meu instinto dominante, diante da situação
que sempre detém o poder, ao se deparar com sua falta de
submissão, provocou um confronto terrível dentro de mim. Meu
corpo inteiro ficou envolvido por uma temperatura escaldante, meus
batimentos cada vez mais fortes e por alguns minutos, me vi entre
uma luta interna para controlar aquele alvoroço de sensações que
se apoderou de todo o meu ser.
Depois que ela foi embora, acabei por passar as poucas
horas, antes que a claridade do dia desse lugar à noite, em meu
escritório. Precisava responder alguns e-mails e ler o relatório
enviado pelo meu contador. O tempo passou e quando me dei
conta, lembrei-me que ainda não havia enviado o documento para
ela, depois de feito e pela atitude de hoje, sei que muita coisa ela
pode querer não aceitar, porém, darei um jeito de envolvê-la e
coagi-la a fazer exatamente as minhas vontades.
À noite, enfim se foi, dando lugar ao dia e minha primeira aula
seria em sua sala, porém, ao ir à sala dos professores, fui informado
que dentro de uma semana acontecerá um baile de boas-vindas aos
novos alunos, assim como acontece no final do ano letivo em
despedida aos que estão deixando a instituição de ensino. Marina,
por sua vez, estava muito entusiasmada com tudo aquilo, o que me
deixou irritado foi saber que era obrigatório todo o corpo docente
estar presente no evento. Depois de me livrar da mulher, que não
parava de falar como se tivesse engolido um gravador, cheguei à
sala e no momento que estava prestes a pegar o meu Ipad, a
pequena movimentação em direção a porta ganhou atenção de
todos. Logo, os responsáveis, por aquela agitação adentraram o
ambiente, no entanto, senti uma forte inquietação, um desconforto
enorme pairou sobre mim, quando meus olhos caíram sobre o
garoto ao lado de Susan, imediatamente meu olhar foi desviado na
direção da dona dos olhos azuis que estava com o olhar fixo e
penetrante na direção do infeliz. A sensação em volta do meu corpo
se intensificou, parecia que havia triplicado, meus órgãos internos
funcionando a todo vapor, algo estava me queimando por dentro.
Com a raiva inflamando em minhas veias e meu coração batendo
alto como se fosse um tambor, as palavras saíram por si mesmas,
livres e num tom áspero.
— Da próxima vez que eu já estiver dentro da sala e vocês
entrarem sem pedir permissão, darei dois dias de suspensão da
minha aula.
— Estávamos esperando o meu primo chegar — disse a
garota de voz irritante. Olhei para o infeliz do playboyzinho que tinha
um ar de superioridade no rosto, o que me deu uma vontade
enorme em ter meu punho contra sua face cheia de maquiagem.
Respiro fundo e antes que Susan voltasse a dizer mais alguma
coisa, me antecipo.
— Então da próxima vez, espere dentro da sala de aula, pois
até os professores fazem o impossível para não chegarem
atrasados.
Depois que proferir as últimas palavras, os dois caminharam
em direção as cadeiras e o engomadinho sentou-se justamente ao
lado de Ângela, que estava de cabeça baixa. Os momentos
seguintes, eu comecei a dar a minha aula, porém, ainda estava
inquieto como nunca tinha me sentido antes e por algumas vezes,
percebi o olhar do maldito na direção dela. Mesmo com aparência
desleixada, a beleza de Ângela não passava despercebida e
certamente, assim como o imbecil, muitos ainda vão colocar os
olhos em cima do que é meu. Sabendo da luta interna travada por
ela, eu não darei espaço para que a dúvida a faça cogitar em se
afastar de mim, desta forma, chegou o momento de ir com tudo para
cima da minha presa e fazê-la conhecer todo o prazer que posso lhe
proporcionar.
Ângela Souza
Quando fiquei centímetros de distância dele, o timbre da
sua voz ecoou meio rouco e de certa forma sensual, fazendo com
que eu olhasse imediatamente para aquela bela fisionomia,
detendo-me em cada pedaço de seu corpo.
— Fique de joelhos — disse num tom de voz calmo, porém,
autoritário.
Com os olhos fixos na direção das suas mãos, que
seguravam a anaconda imensa e faminta, que exibia veias saltadas
e latejantes ao seu redor, um único pensamento se fez presente em
minha cabeça e diante daquilo, permaneci firme em pé. O homem a
minha frente, como se lesse a minha mente, declarou.
— Ângela, você não vai colocá-lo em sua boca. Não hoje — o
safado esboçou um meio sorriso, mas, a sua expressão voltou a
ficar séria. Agachei-me e meus olhos repousarem no seu membro
majestosamente ereto e pulsante, que fez meus sentidos girarem.
— Só quero que o tenha em suas mãos, que o sinta pulsar
fortemente em busca de um alívio que só você é capaz de lhe
proporcionar.
César pegou um tubo que estava ao seu lado, até me
perguntei de onde havia saído aquilo. Ele passou um pouco de
lubrificante em minhas mãos e depois de se livrar do objeto,
conduziu minhas mãos lentamente até o seu pênis e foi guiando-as
em movimentos de cima para baixo e, de baixo para cima em torno
do seu membro quente. Instantes depois, ele abandonou as minhas
mãos e sozinha, comecei a massagear, acariciando lentamente toda
extensão do seu cumprimento, até chegar à cabeça rosada e
brilhante.
Gemidos abafados saíam da sua boca e a cada movimento,
seu pênis crescia e ficava cada vez mais duro. Aquela imagem fez
alguma coisa profundamente primitiva queimar em meu interior e o
calor veio crescendo de dentro para fora e uma ânsia louca de me
esfregar nele apoderou-se de mim. De certo aquele homem tinha o
dom em saber o que se passava em minha mente, pois, quando
seus olhos, carregados de desejo encontraram os meus, ele disse
entre sussurros.
— Venha! — falou batendo com uma de suas mãos em sua
perna direita, como um sinal para que eu me levantasse e sentasse
em seu colo. Sem parar para pensar em mais nada, levanto-me. Ele
me puxou pela mão e eu sentei em seu colo, ficando de frente para
ele com as pernas escancaradas e o corpo grudado ao seu, de
modo que sentisse a potência da sua ereção pressionada contra o
meu sexo, que estava palpitando violentamente.
Meu lado sensato ainda gritou alto como um último alerta
para que eu saísse dali, mas, eu havia chegado muito longe e
estava disposta a aprender o que ele tinha para me ensinar. César
abaixou a cabeça, colocando a boca na altura dos meus seios e
sem delongas, abocanhou o meu mamilo intumescido, enquanto
com uma das mãos aperta o outro seio. Ansiosa e embriagada de
desejo, eu comecei a me esfregar contra sua ereção, enquanto ele
chupava os meus seios como se estivesse mamando neles.
— Hummmm... — um gemido profundo escapou do fundo da
minha garganta.
— Deliciosa — resmungou entre os dentes.
Os grandes lábios da minha intimidade roçavam o seu pênis,
lubrificando cada vez mais a minha entrada. Ruídos saiam da boca
de ambos, nos deleitando em meio ao prazer que sentíamos juntos.
Insaciável, sua boca carnuda e faminta sugando com voracidade os
meus mamilos, comecei a sentir pequenos espasmos em volta do
meu corpo e não conseguia parar de me mover, iniciando uma
dança erótica. Meu sexo pulsava freneticamente e o meu corpo
começou a estremecer em êxtase, enquanto o seu membro ficou
ainda mais úmido com o líquido vaginal que eu expelia de tanta
excitação.
— Eu quero você — disse ele assim que seus olhos
buscaram os meus. Totalmente ensandecida, as palavras
escaparam pelos meus lábios sem que eu pudesse controlá-las.
— Faça-me sua.
Meu coração começou a bater em ritmo alucinante quando
ele, num movimento rápido e preciso, inverteu as posições e o meu
corpo ficou sobre o estofado, fazendo-me sentir o couro macio e frio
contra a minha pele que logo foi aquecido pelo meu corpo que mais
parecia uma fornalha de tão quente.
Medeiros apertou um botão e o objeto acabou por se
transformar em uma cama. Sem delongas, ele se deitou em cima de
mim e pude senti o calor dele sobre o meu corpo, contudo, meu
coração quase errou uma batida, assim como minha respiração
acelerou, quando ele colocou a cabeça robusta e saliente do seu
membro próximo à minúscula fenda da minha intimidade e começou
a pincelar em um vai vem suave a minha entrada, que a essa altura
estava encharcada. Seus movimentos eram um convite para aceitar
a sua invasão, porém, ele continuou a me torturar e aquilo era muito
bom.
César aproximou a sua boca da minha no mesmo instante
que senti uma forte pressão contra a minha carne sensível e quando
ele começou a meter a cabeça grossa do seu pênis entre as dobras
da minha vagina, até a barreira da minha virgindade. Uma dor
terrível apoderou-se de todo o meu ser, era como se tivesse
estourado algo dentro de mim, a aflição foi tão intensa, que não
contive o grito de desespero.
— Pareeeee!!!
Eu não consigo segurar e as lágrimas que rolam livres pelo
meu rosto, é incontrolável. Lágrimas incontidas de dor e medo
inundam a minha face.
— Calma; anjo. Vai passar. O desconforto que você está
sentido foi pelo rompimento do hímen, já que tinha bastante elástico.
Mas, tudo isso é só a preparação para que na próxima vez você só
sinta prazer — havia preocupação em sua voz e ele começou a
beijar o meu rosto molhado. Eu sentia algo pulsando dentro de mim,
porém, ele da cintura para baixo ficou imóvel.
Aos poucos aquela dor terrível foi se dissipando, restando
somente um pequeno desconforto, entretanto, quando sua boca
tomou a minha, o fogo no meu interior novamente se acendeu numa
vontade incontrolável de viver o desconhecido. Sinto sua língua
suave passando por meu lábio inferior, nossas bocas se movem em
sintonia e iniciamos um belo duelo com sua língua enroscada na
minha. César começou a fazer movimentos lentos e firmes e minha
fenda cedia aos poucos a cada investida.
Eu tinha a sensação de estar completamente preenchida,
porém, quando ouço o som da sua voz, meu coração para de bater
por alguns segundos e minha respiração fica pesada, tamanho foi o
pânico que me envolveu.
— Não vou machucar você na sua primeira vez. Portanto,
iremos devagar e só irei colocar a metade — se com a metade, eu
já estava sentindo como se ele tivesse enfiado um ferro grosso
dentro de mim e aos poucos fosse empurrando, abrindo caminho.
Estremeço da cabeça aos pés só em imaginar o estrago que a
cobra indomável faria se estivesse por inteira dentro de mim. Meus
pensamentos foram afastados e substituídos por gemidos altos,
quando seus quadris voltaram a se mexer e ele acelerou a
velocidade da penetração, sem ultrapassar o limite.
Senti novamente a pressão suave da sua boca firme contra a
minha. Ele me beijava com uma habilidade avassaladora, um beijo
quente e malicioso. Meus músculos se retraíam e ele empurrava um
pouco mais o seu pênis para dentro do meu sexo úmido. Sedenta
de desejo e, lutando contra o latejar que se comprimia em meu
sexo, comecei a me remexer embaixo daquele corpo enorme e ele,
por sua vez, acelerou o ritmo das suas estocadas, mas sempre
controlando o limite estabelecido por ele. Sinto um nó em minha
garganta, a fechando por completo, mas logo em seguida se desfez
quando um ruído estrangulado escapa pelos meus lábios e um
prazer animalesco saindo das minhas entranhas se apodera de
mim.
César continuou com seus golpes calculados contra a minha
carne ardente, gemidos agonizantes saiam da sua boca e quando
seu corpo sacudiu violentamente, num movimento rápido, ele saiu
de dentro de mim para logo em seguida, eu sentir o seu sêmen
quente sendo despejado em cima do meu ventre. Meu corpo ainda
estava trêmulo, mas naquele momento, eu estava envolvida por
uma sensação indescritível de plenitude e emoção.
Capítulo 24
Horas depois...
Ângela Souza
Na manhã seguinte...
Ainda estávamos no terceiro dia de aula e já estava querendo
ficar em casa e dormir até tarde. Achei estranho Nina não ter vindo
até o meu quarto, já que sempre fazia isso todas as manhãs. Estava
arrumada e assim que peguei a minha bolsa, segui na direção do
corredor e muito antes de chegar ao topo da escada para ter a visão
de quem estava no andar de baixo. Uma das vozes que ressoavam
no espaço fez meu coração disparar e minha respiração acelerou
num ritmo alucinante. Antes mesmo que os órgãos dentro da minha
caixa torácica viessem a funcionar normalmente, minhas pernas me
guiaram e quando dei por mim, já estava com os dois pés em cima
do penúltimo degrau da escada. Fiquei totalmente imóvel assim que
nossos olharem se encontraram e aquelas órbitas azuladas me
fitaram de uma forma que fez o meu corpo todo vibrar
violentamente. A calmaria que pairou a nossa volta foi interrompida
pelo som da voz da mulher que tinha seus olhos cravados em minha
direção, como se estivesse me sondando, tentando descobrir algo.
— Bom dia, filha. O seu professor veio trazer o seu celular.
Eu sabia que ela disse aquilo para ver a minha reação, já que
se fosse antes, eu teria dito a ela que havia esquecido o aparelho na
casa dele. Respiro profundamente e falei num tom firme.
— Lembrei-me hoje assim que acordei que havia esquecido o
mesmo em sua casa — falei me livrando do último degrau e foi
quando ele resolveu quebrar o seu silêncio.
— Como não irei dar aula hoje na instituição, resolvi trazer, já
que você poderia precisar — fiquei confusa com suas palavras,
afinal, justamente hoje, os dois últimos horários seriam da sua
disciplina, entretanto, eu não disse nada.
— Vou avisar ao Alberto que já pode tirar o carro da garagem
— disse Nina e quando ela ia se mover, o som da voz de César
ecoou no ar.
— Se Ângela aceitar, estarei indo para as proximidades da
escola e posso levá-la.
Com as palavras proferidas por ele, tive a confirmação de
que sua vinda aqui não foi só com intuito de trazer o meu celular.
Deixo os devaneios de lado e com minha atenção voltada para Nina,
falo.
— Nina, já que eu vou de carona, peça ao senhor Alberto
para levar o carro para revisão.
— Mas além de buscar você de volta, ainda tem sua aula a
tarde.
— Eu posso fazer tudo isso usando um taxi, mas é melhor
que ele aproveite e faça logo, assim podemos passar o sábado na
casa da sua filha e Alberto poderá descansar um pouco mais no
final de semana.
— Você está certa, mas, antes de sair vai comer alguma
coisa.
Ela seguiu para fora do ambiente, enquanto isso, peguei o
meu celular das mãos do homem de olhar penetrante.
— Vou demorar um pouco.
— Espero o tempo que for necessário.
— Você já tomou café da manhã? — quando seus lábios se
mexeram, eu engoli em seco com as palavras que foram proferidas
por ele, o que de certa forma só aqueceu o meu corpo.
— Digamos que estou com forme de outra coisa.
O ser profano continuou me encarando e antes que minhas
pernas ficassem pesadas, saí às pressas, indo para cozinha.
Minutos depois...
Ao lado dele, andei na direção do jardim e meus olhos
ficaram fixos na imagem que surgiu no meu campo de visão. Uma
limusine preta estava parada a minha frente e perto de uma das
portas, o senhor Santiago vestido todo de preto.
— Vamos, Ângela!
Sua voz me tirou do estado estático em que me encontrava e
sem delongas, avancei na direção da porta do veículo. Instantes
depois, estávamos dentro do veículo e assim que o mesmo entrou
em movimento, uma divisória foi levantada, impedindo que o homem
com as mãos no volante tivesse a visão da parte traseira do carro. O
automóvel seguia pela estrada e aproveitando que estava só nós
dois, resolvi questionar sobre o meu celular.
— Você achou o meu celular em cima do sofá ou tirou de
dentro da minha bolsa? — desde o momento que o vi com o
aparelho em mãos, que a dúvida se intensificou sobre ter colocado
ou não o celular dentro da minha mochila.
— Eu tirei quando você foi ao banheiro ou caso contrário, que
pretexto teria para vê-la tão cedo longe da sala de aula? — disse e
em sua face havia um sorriso perverso.
— Então tudo isso era só para que eu viesse com você?
Ele acabou com a distância entre nós dois e praticamente
colou o seu corpo ao meu. Com os olhos cravados no meu rosto,
disse.
— Muito mais do que isso. Ontem você sentiu dor e hoje
iremos dar continuidade ao que começamos, porém, a diferença que
você só sentirá prazer ao ter o meu pau pulsando violentamente
dentro dessa bocetinha apertada e deliciosa.
Aquilo foi como se ele tivesse acendido um palito de fósforo e
jogado sobre o meu corpo, que estava semelhante a um barril de
gasolina e a explosão atingiu todos os meus sentidos, se alastrando
do meu interior para fora e percorrendo cada fibra da minha pele,
me deixando enlouquecida e sedenta de desejo. Quando achei que
o meu corpo não poderia ficar mais escaldante, ele vagarosamente
inclinou a cabeça até que seus lábios encontraram os meus. Sua
língua invadiu a minha boca num beijo ardente e faminto, ele movia
os lábios sobre os meus com um desejo possessivo, acariciando e
enroscando sua língua habilidosa na minha.
Com a respiração ofegante e a pele tomada por uma onda de
calor intenso, ele interrompeu o beijo, em seguida se afastou e
puxou o meu corpo, me fazendo deitar sobre o banco enorme do
veículo. Todo o fogo em torno do meu corpo se dissipou por alguns
segundos e um frio gelado apoderou-se da minha pele, assim como
o medo me envolveu no instante que meus olhos ficaram fixos no
objeto que surgiu em suas mãos. Tentei me levantar, mas fui
impedida por ele.
— Fique calma, pois, a minha única intensão é somente o
seu prazer — falou enquanto moveu o objeto de metal luxuoso em
direção a sua boca e colocou uma das esferas dentro, deixou alguns
segundos e puxou novamente para em seguida introduzir de novo
em sua cavidade bucal, lubrificando uma das bolas e fez o mesmo
processo com a outra. Medo, mas também estava tomada por uma
excitação imensa ao ver aquela cena que se formou em minha
frente.
— Eu quero que você relaxe ao máximo — disse assim que
uma de suas mãos puxou a minha calcinha e seus dedos calejados
deslizaram entre os contornos dos grandes lábios do meu sexo e
pousaram próximo a minha entrada.
— Você não vai colocar isso dentro de mim!
— Anjo, confie em mim, daqui a alguns segundos você não
vai querer que eu as retire.
Ângela Souza
Fechei os meus olhos e mordi o meu lábio inferior
tentando impedir que algum barulho saísse pela minha boca. A
sensação era que o meu canal vaginal estivesse fazendo
movimentos de pressionar e soltar e a cada instante, atingia o
ponto mais sensível fazendo minha intimidade latejar e uma onda de
prazer me envolver.
Meu corpo todo estava trêmulo e quando ouvi um barulho
irritante ecoar a minha volta, abri os meus olhos e toda uma
movimentação aconteceu dentro da sala. O professor de
matemática havia terminado a sua aula, porém, ainda restavam dois
horários de Cesar Medeiros e antes que ele surgisse dentro do
ambiente, eu precisava ir ao banheiro e retirar esse tormento que
provocava sensações deliciosas e inexplicáveis, pois, a qualquer
momento, além de ter a calcinha encharcada, acabaria
desfalecendo em meio a mais um orgasmo. Virei o rosto para o lado
e o tal Augusto me olhava intensamente, exibindo um sorriso largo,
revelando os seus dentes brancos e perfeitos. No entanto, assim
que estava prestes a me levantar, a atenção de todos foi desviada
para a mulher que apareceu em frente à porta.
— Bom dia!
— Bom dia — todos responderam juntos.
— Hoje vocês serão liberados mais cedo, já que o professor
de Sociologia, devido uma forte gripe, ficou impossibilitado de
comparecer, porém, ele em breve irá repor as duas aulas de hoje —
assim que a senhorita Marina terminou de falar, todos começaram a
pegar suas coisas, entretanto, as dúvidas assolavam a minha
mente, já que ele estava esbanjando saúde e acabei me lembrando
das palavras ditas lá em casa. Peguei minha bolsa e o grupinho de
Susan, juntamente com o primo, sorriam de algo sem parar e antes
que eu passasse por eles, o meu celular começou a tocar e foi
justamente no instante em que Marina pediu para que todos
deixassem a sala.
Deixei todos para trás e com passos largos atravessei o
imenso corredor e assim que cheguei perto da saída, olhei para o
visor do aparelho em minha mão e meus olhos ficaram fixos na
mensagem exibida na tela.
“Estou esperando por você no mesmo lugar que te deixei.”
Então foi por isso que ele não veio dar sua aula. Coloquei o
celular dentro da bolsa e com passadas firmes, andei rumo ao lugar
que ele estava me aguardando.
Minutos depois...
Respiro fundo assim que chego perto do veículo e no instante
que a porta foi aberta, ao entrar no mesmo, o som da minha voz se
fez presente.
Ângela Souza
Ofegante e com o coração agitado, pois somente ele foi
capaz de despertar uma onda de sensações que eram muito mais
do que volúpia e desejo, ao seu lado me sinto viva por saber que
assim como Nina, Marta e o senhor Alberto, alguém mais gostou de
mim, sem que eu precisasse ser aquilo que a pessoa espera que eu
seja.
Quando a minha respiração voltou ao normal e o meu corpo
já não tremia feito vara verde, olhei para o lado e César ainda
estava de olhos fechados, entretanto, o meu corpo já estava
fervendo. Minha intimidade embora estivesse dolorida, estava
pulsando novamente, querendo um alívio que só ele poderia me
proporcionar.
Tomada pelo desejo e louca para ter novamente seu
membro enterrado todo dentro de mim, arrastei o meu corpo pelo
colchão e subi em cima dele e assim que comecei a remexer os
quadris, me esfregando contra seu pênis que aos poucos foi
ganhando vida, os olhos azuis gigantes se abriram e
encontraram os meus, seu olhar era insondável, sua expressão
indecifrável, muito diferente de minutos atrás e já não via aquele
brilho intenso dentro da íris azulada.
Estava totalmente perdida, ao ponto que a alta temperatura
em volta do meu corpo se dissipou e senti um calafrio que atingiu
até a minha espinha. A calmaria era predominante e quando eu
estava prestes a sair de cima dele, o homem enfim saiu do transe
em que estava e com um movimento preciso, segurou a minha
cintura e acabou fazendo com que nós dois ficássemos sentados
um de frente para outro, com minhas pernas em volta dos seus
quadris.
— Vou pedir ao Santiago para levá-la para casa e assim você
pode descansar o resto do dia.
— Pensei em avisar Nina que ia almoçar fora e logo depois
viria mais cedo para aula. Assim ficaríamos mais tempo juntos.
— Anjo, o seu corpo tem limites e precisa ir com calma.
Depois que deu um beijo de leve na minha boca, ele desfez o
contato e se levantou para logo depois estender uma de suas mãos
em minha direção.
— Venha! Vamos tomar um banho.
Já que não poderia ficar deitada e nem fazer tudo aquilo de
novo. Acabei me levantado e assim que movi uma das minhas
pernas, um gemido alto saiu pela minha boca. Acho que no calor do
momento e inundada pelo prazer, não tive noção do quanto o
incômodo entre minhas pernas estava intenso e agora que o meu
corpo havia voltado ao normal, o latejar vindo da minha parte íntima
só me causava dor e não prazer. César por sua vez, me pegou em
seus braços me levando para dentro do banheiro.
Uma hora depois...
Cheguei a minha casa faminta e mesmo sentindo um
desconforto toda vez que andava, fiz de tudo para não deixar
transparecer que estava sentindo dor, pois, eu tinha a sensação que
estava toda arregaçada e por mim andava com as pernas bem
afastadas uma da outra, no entanto, isso acabaria por levar Nina a
perguntar o que eu tinha. Enquanto eu estava almoçando, o
telefone da sala tocou e Nina, ao retornar após atender a ligação,
me avisou aquilo que eu já sabia, que era o professor Medeiros,
comunicando que surgiu um imprevisto e não teria aula.
Terminei de comer e fui para o meu quarto, tomei banho e
acabei por passar o resto do dia dormindo. No instante que acordei,
peguei o meu celular e a única mensagem que tinha, era de um site
de roupas. Sem nada para fazer, me levantei e depois de tomar
outro banho, fui ao encontro de Nina e Marta, acabamos por passar
as horas seguintes em frente a TV. Jantamos pizza feita por Marta
e fiquei na sala até que fui vencida pelo cansaço.
Na manhã seguinte...
Nada melhor que algumas horas de descanso, pois, sentia-
me revigorada. Acordei ansiosa, pulei da cama assim que os
primeiros raios do dia surgiram e quando cheguei à cozinha, já
arrumada, a mulher a minha frente demonstrou surpresa quando me
olhou.
— Bom dia — disse assim que adentrei o ambiente.
— Bom dia, filha. Pelo visto deu algum formigueiro em sua
cama — falou e não só ela como Marta e o senhor Alberto, que
surgiu no ambiente, começaram a sorrir.
— Acabei dormindo a tarde toda e por isso acordei cedo —
fiz uma pausa e em seguida minha atenção foi direcionada para o
senhor Alberto.
— Está tudo certo com o carro?
— Sim, senhorita Ângela. Mas, ontem, o senhor Richard
informou que assim que chegar de viagem irá substituir o veículo.
— Não acredito que ele ainda está com essa ideia, já disse
que gosto desse carro e o mesmo só tem um ano de uso.
— Você conhece bem o seu pai e desde que era pequena,
mesmo não estando presente em seu aniversario, ele sempre
comprava um veículo novo como presente. Dessa forma, você teria
mais conforto e segurança.
— É muita extravagância enquanto muitos vivem com tão
pouco.
Todos ficaram em silêncio por alguns segundos. O meu pai
acha que coisas materiais são tudo que preciso, quando na verdade
tudo que sempre quis foi tê-los perto de mim. O barulho voltou a
predominar o cômodo e logo depois começamos a tomar o café da
manhã. Comecei a comer o mais rápido possível, já que não via a
hora de chegar à escola.
Algum tempo mais tarde...
De nada adiantou chegar tão cedo, pois não o vi em lugar
algum. Logo após o terceiro horário, deixei a sala, assim como os
demais e ao chegar na cantina, meus olhos varreram o lugar e entre
todos os professores, o único que não vi foi o homem que estava
ocupando a maior parte dos meus pensamentos. Depois que voltei
para sala, ouvi uma conversa entre o grupinho da Susan, sobre o
professor Medeiros ainda estar doente, o que me deixou inquieta, já
sabia que ele estava gozando de boa saúde. Foram quase duas
horas que ainda permaneci dentro do ambiente e mais parecia uma
eternidade, mas ao contrário de todos desse lugar, eu poderia vê-lo
mais tarde.
Horas torturantes se seguiram, o que só me deixou ainda
mais agitada e quando me levantei da minha cama para ir tomar o
meu banho, o barulho vindo do meu celular ganhou a minha total
atenção. Com o objeto em mãos, o meu coração disparou ao ver o
nome que surgiu na tela do aparelho e certamente era mais uma
daquelas mensagens que fazia o meu corpo ficar em chamas. Deixo
os devaneios de lado e escorrego um dos meus dedos pelo visor e
assim que meus olhos caíram sobre as palavras escritas, senti
minha respiração ficar pesada e um forte aperto em meu peito.
— Ângela, eu precisei fazer uma viagem, e por isso as aulas
ficarão suspensas.
Capítulo 27
Ângela Souza
Meus olhos despertam logo cedo, me fazendo acordar
em um sobressalto. Meu olhar vai de encontro ao despertador e vejo
que ainda são cinco e meia da manhã. Abraço o travesseiro, fecho
os meus olhos e tento dormir novamente, mas meu esforço não vale
de nada. Contudo, a minha mente não para e as lembranças dos
últimos dias surgem como uma lamina afiada, provocando uma
sensação de desconforto e tristeza que desde o momento que
recebi a mensagem dele pairou sobre mim.
Não foi só a quinta feira que me deixou angustiada, pois, na
sexta, mesmo sabendo que ele estava viajando, as horas pareciam
intermináveis, era como o se o tempo estivesse congelado ao meu
redor. O final de semana chegou e mesmo tentando me distrair ao ir
para casa da filha de Nina, sempre me via olhando para o celular
para ver se tinha alguma mensagem dele, porém, velozmente o
sábado foi sendo substituído pelo domingo. Mesmo com uma
sensação de vazio, acordei bem cedinho, afinal de contas, o
costume sempre fala mais alto e não ia deixar de ir a missa só
porque as lembranças das novas descobertas e sensações
inexplicáveis que surgiram em minha vida, ainda assolavam a minha
mente como se fosse uma droga que estivesse infiltrada em minha
pele, se tornando um vício ao qual me deixava embriagada.
Depois que saímos da igreja e fizemos um passeio pela
cidade, logo depois almoçamos e ao chegar em casa, passei o
restante da tarde deitada. O dia se foi dando lugar à noite e graças à
companhia da mulher que tenho como uma avó, as horas seguintes
acabaram por ser bem divertidas, pois, ela contando as histórias de
quando tinha ainda minha idade, fez esquecer-me dos meus
problemas. Eu não conseguia parar de sorrir, já que ninguém ao vê-
la agora iria cogitar o quanto Nina já foi tão atrevida.
Um tempo depois, acabei ficando perdida nos meus próprios
pensamentos, ao ponto de perder a noção do tempo que havia
passado, até que ouço o barulho do despertador preenchendo todo
o ambiente, fazendo-me sair do meu mundinho. De forma
apressada, levanto-me indo em direção ao banheiro e depois de um
banho rápido, pela primeira vez em minha vida, fico no dilema sobre
o que vestir. Acabei colocando uma blusa branca com listas pretas,
que fazia par com uma saia rodada também preta, que chegava na
altura dos joelhos, já arrumada deixei o ambiente.
Meia hora depois, estava dentro do carro conduzido por
Alberto e, na expectativa para chegar logo à escola. Como já era
algo rotineiro, o veículo parou no lugar de sempre e ao sair do
mesmo, comecei a andar dando passadas largas para chegar logo
ao colégio. Minutos se passaram, já estava com a respiração
pesada devido a vir praticamente correndo e no instante que
cheguei perto da catraca de identificação, um cheiro delicioso
invadiu as minhas narinas, quando viro minha cabeça para o lado,
me deparo com Augusto.
— Bom dia — disse ele esboçando um sorriso largo.
— Bom dia.
Em seguidas, nós dois, após colocarmos a carteira de
estudante em direção ao leitor, conseguimos passagem e embora
meus passos fossem rápidos, ele por sua vez, desacelerou os deles
e estava a andar praticamente colocado comigo. Quando chegamos
ao pátio, o grupinho de Susan voltou sua atenção em nossa direção
e embora não tenham dito nada, o sorriso sarcástico em suas faces
já fala por si só. Desde as palavras de César, que acabaram por
conterem verbalmente o bullying, que praticavam direcionados a
mim, no entanto, não precisava ser nenhum intelectual para saber
que um gesto vale mais que mil palavras.
Quando estava prestes a passar na direção deles, o sinal
acabou tocando e todos caminharam em direção as suas devidas
salas de aula. O primeiro horário foi do professor de inglês e pela
primeira vez na minha vida, eu estava totalmente lesada, pois o
homem explicava o assunto, no entanto, não consegui absorver o
conteúdo. A minha mente sempre foi parecida com uma biblioteca,
porém, agora parecia estar bloqueada e a única coisa que passava
por ela, era os pensamentos direcionados a César Medeiros.
Depois de minutos que pareciam horas, o homem saiu, em
seguida veio o horário de biologia e enquanto o professor Michel
estava falando sobre o que a genética dispõe hoje para os diversos
tipos de tratamentos de reprodução humana, mais efetivos, eu só
pensava no modo natural de como ocorria a reprodução humana,
que era por meio da relação sexual.
Ele continuava a falar sobre inseminação artificial e a minha
mente poluída trouxe ao presente as lembranças do que aconteceu
naquele antro de perdição. Senti todo meu corpo ferver ao lembrar
os toques dele em minha pele, da sua invasão total, que fez com
que a dor aos poucos desse lugar ao prazer e da sensação deliciosa
de estar completamente preenchida ao ter nossos corpos unidos,
pele na pele em um único ritmo, alcançando o êxtase profundo.
Fiquei totalmente perdida nas lembranças, e quando dei por mim, a
aula do homem já havia acabado e no instante que ele deixou o
ambiente, meus batimentos cardíacos aceleram ao máximo, minha
respiração ficou mais audível assim que a única pessoa que eu
queria ver hoje surgiu no meu campo de visão, fazendo meu corpo
vibrar de alegria.
— Bom dia — disse ele assim que caminhou em direção a
sua mesa.
— Bom dia — todos responderam de uma só vez e ao ouvir
novamente o som da voz dele, nossa atenção ficou direcionada para
o homem que já estava atrás da mesa.
— Esta semana, como teremos o baile promovido pela
escola, na sexta não haverá aula, porém, na quarta em que terei
dois horários, iremos fazer algumas atividades em dupla, mas por
hoje vamos revisar o assunto que será o tema central do trabalho
que irão fazer.
Sua voz era firme, porém, nos momentos seguintes, a cada
explicação, seu olhar sempre estava voltado para direção da fileira
em que Susan estava. Segundos ou minutos se passaram e por
mais que meu olhar estivesse cravado em sua direção, em nenhum
momento se encontrou com o par de olhos azuis. Meus devaneios
são afastados quando ouço novamente o som da sua voz ressoar a
minha volta.
— Espero que todos estejam prontos para o trabalho que
iremos fazer. Será uma nota para o primeiro bimestre.
Assim que terminou de proferir suas palavras, pegou sua
maleta e andou em direção a porta. Como já era hora do intervalo,
todos começaram a deixar o cômodo e acabei por permanecer ali
mesmo. Tudo estava tão confuso e uma ruga se formou em minha
testa enquanto eu começava a raciocinar. Novamente um
pensamento passou relampejando pela minha cabeça, era o mesmo
que se formou em minha mente durante o final de semana, achei
que era fruto da minha imaginação, me negava a acreditar que
pudesse ser verdade. Fechei os olhos, queria afastar aquele
pensamento de dentro de mim, ele não faria isso comigo.
Acabei voltando ao meu estado de lucidez quando todos
retornaram e o tempo que ainda fiquei na sala, eu tive que assistir
mais duas aulas e quando enfim a última acabou, peguei minhas
coisas e deixei o ambiente. Passei pelo corredor e antes de chegar
perto da saída, meu celular começou a vibrar, peguei o objeto de
imediato e aquela sensação de insegurança se esvaiu por alguns
segundos, até que meus olhos ficaram fixos na tela do aparelho.
— As aulas continuam suspensas.
Minha respiração ficou pesada, minhas pernas estavam
bambas. Meus pulmões estavam ardendo, comecei a ficar sufocada,
respirei fundo e peguei minha bombinha e depois de fazer uso dela,
mesmo com dificuldade, comecei a me mover e quando cheguei ao
pátio, novamente senti um aperto profundo no peito ao ver César
Medeiros exibindo um largo sorriso na direção da mulher que estava
a sua frente, me dando a confirmação de que eu fui só mais uma a
cair em suas garras.
Capítulo 28
Ângela Souza
O meu coração queima, sinto minha cabeça quente
como se tivesse a colocado em brasa. Meus olhos ardem e sinto as
lágrimas brotarem, fecho-os imediatamente na tentativa
desesperada para impedir que elas continuem. Respiro com força,
até meus pulmões ficarem cheios de ar e com passadas largas,
ando em direção ao portão, como se ao menos o vazio que me
envolve pudesse ser mensurado.
Minhas pernas pareciam que assumiram o controle de todo o
meu corpo e me levavam em direção ao lugar que o senhor Alberto
estava me esperando, enquanto a minha cabeça começou a dar
mil voltas sem fim.
— Senhorita Ângela! — fui arrancada do tormento que me
encontrava quando ouvi o som da sua voz. — Está tudo bem?
— Sim, vamos logo para casa.
Entrei no veículo e segundos depois, o homem com as mãos
no volante o colocou em movimento. Por mais que tentasse pensar
em outra coisa, os últimos acontecimentos martelam em minha
cabeça e as lembranças dele sorrindo para aquela desconhecida
passam como um flash de luz, causando-me uma dor cortante, que
penetra em meu peito como navalhadas silenciosas e dilacera
minha alma.
Tudo que eu queria era dormir e ao acordar, ver que tudo
não passou de um pesadelo. Que não fui tão idiota para destruir as
barreiras que sempre levantei a minha volta e me deixei ser usada
como um objeto, para depois ser descartada da pior forma possível.
Fecho meus olhos e me deixo levar pela escuridão profunda e,
quem sabe ao despertar, não tenha mais traços de cansaço ou
angústia.
Minutos depois...
— Senhorita Ângela, acorde!
Diante daquele chamado, meus olhos se abrem para ver a
claridade. Com a visão ainda embaçada, que vai se adaptando aos
poucos a clareza e o meu ofuscado cérebro procura entre suas
lembranças recentes. Pouco a pouco, as imagens fragmentadas
começam a me torturar, me dando a confirmação de que tudo era a
mais pura e crua realidade. Meus pensamentos embaralhados logo
se organizaram quando Alberto abre a porta.
Com minha bolsa na mão, deixo o carro, quando dou a
primeira passada, sinto minhas pernas bambas e uma fraqueza em
volta do meu corpo. Mesmo com dificuldade, caminho em direção à
porta principal e a cada passo, dado, sentia o sangue correr com
força em minhas veias, esquentando a minha pele e aumentando a
temperatura do meu corpo. De repente, comecei a suar frio e
assim que passei pela porta, Nina estava descendo os degraus da
escada, entretanto, fiquei paralisada quando meus pulmões
começaram a funcionar aos espasmos e eu sabia que algo de
errado estava acontecendo comigo. Tentei falar, mas havia um nó
em minha garganta que aos poucos foi me sufocando.
— Ângela!
Ouço a voz de desespero de Nina, que avançou em minha
direção, mas, antes que ela me alcançasse, as minhas pernas
perderam toda força e tudo começou a girar ao meu redor, no
mesmo instante que só vi uma escuridão profunda.
No dia seguinte...
— Liguei avisando para sua escola que você não vai à aula
hoje — disse Nina, assim que adentrou o quarto, sentei-me na
cama e em seguida ela me entregou a bandeja com o meu café da
manhã.
Ontem depois de ser envolvida pela escuridão, ela acabou
chamando o médico da família, o qual acabou me colocando no
soro e fez várias recomendações. Vou fazer novamente uma bateria
de exames para ver como está os meus pulmões, tanto ele, como
ela, associaram que tudo que me aconteceu foi por causa do meu
problema respiratório, quando na verdade, eu jamais tinha me
sentido tão fraca, não só fisicamente, como mentalmente e sabia
que tudo era por causa dele. Acabei passando o resto do dia
deitada, os meus pais acabaram fazendo uma chamada de vídeo e
ao contrário de Gisele, Richard tinha uma expressão de pura
preocupação. Se não tive quase atenção por parte dela, as duas
mulheres que cuidam de mim, acabaram por me mimar como uma
criança.
Passei boa parte da noite perdida nos meus pensamentos e
antes de me entregar ao sono, eu decidi que aquele homem não irá
apagar o brilho dos meus olhos, não deixaria que uma decepção
viesse a perpetuar para sempre minha vida. Deixo os devaneios de
lado quando a mulher a minha frente voltou a se manifestar.
— Ângela!
— Já vou comer Ninoca — ela por sua vez começou a sorrir
e seguiu rumo ao banheiro. O leão faminto que habita em meu
interior entrou em ação, e devorou em instantes tudo que tinha em
cima da bandeja.
— Nem doente você perde o apetite — desta vez eu que não
me aguentei e uma gargalhada alta preencheu o ambiente.
— Você sempre diz que saco vazio não para em pé — ela
diminuiu a distância entre nós duas e pegou a bandeja das minhas
mãos, antes de deixar o quarto disse.
— Eu já preparei a banheira para você. Coloquei alguns sais
que sua mãe trouxe de Moscou, que ajudará na sua respiração.
Num pulo, me levantei da cama. Embora a minha mãe a
maioria das vezes não demonstrasse nenhuma preocupação com
meu estado de saúde, sempre que vem de viagem, traz consigo os
sais que acabam por ajudar muito. Algum tempo depois, estava de
banho tomado e, arrumada, porém, acabei passando praticamente o
resto do dia no quarto estudando para o trabalho de amanhã.
Quarta-feira...
Assim que o professor de matemática terminou a sua aula
e deixou o recinto. A calmaria deu lugar ao barulho, pois, só se
falavam sobre o trabalho de Sociologia e o silêncio só voltou a
predominar no ambiente, quando o indivíduo entrou na sala.
— Bom dia — disse ele.
— Bom dia — responderam os demais. Depois que ele
confirmou a presença de quem estava na sala, quando levantou a
cabeça, seus olhos caíram em minha direção.
— Vocês já podem escolher a pessoa para desenvolverem o
trabalho juntos. Como temos 25 alunos e o trabalho será feito em
dupla. Você Ângela, fará o mesmo sozinha.
Quando ele terminou de proferir suas palavras, o som da voz
que ressoou no espaço ganhou a atenção de todos.
— Se podemos escolher não tem porque ela fazer sozinha.
Ângela, se você quiser, podemos fazer juntos? — disse Augusto e
seus olhos azuis buscaram o meu rosto, aguardando pela minha
resposta.
Por alguns segundos olhei para o homem a minha frente e
suas feições estavam duras. Se esse idiota achou que iria me
humilhar, está completamente enganado, tudo que fez só demostrou
o quanto ele gosta de usar as pessoas como se fosse um nada.
Desvio o olhar na direção de Augusto e com convicção, as palavras
saíram pelos meus lábios.
— Claro que aceito fazer o trabalho com você.
Capítulo 29
Ângela Souza
Minutos depois...
O carro continua em movimento, eu olho fascinada através
da janela as luzes da cidade que nunca dorme. Embora a noite o
fluxo de veículos seja baixo, os ruídos ecoam por todos os lados,
pois enquanto aqueles que trabalham durante o dia estão em suas
casas, outros iniciavam a sua jornada durante o turno da noite.
Alguns minutos depois, o taxi chegou ao local da festa, era um
grande salão que pertencia a própria escola.
Assim que a porta foi destravada, o som da voz do homem
que estava sentado no banco da frente, ecoou dentro do veículo.
— Estarei lhe aguardando.
— Não vou ficar por muito tempo.
Abri a porta e assim que comecei a andar em direção ao
lugar que Augusto estaria me aguardando, senti uma pontada no
meu coração, um vento frio tomou conta do meu corpo como um
mau presságio. Respirei fundo e aumentei o ritmo dos meus
passos, de longe lhe avistei. Ele estava muito elegante vestindo
uma fantasia que tinha duas cores.
Depois de mais algumas passadas, parei em sua frente.
— Boa noite— disse ele.
— Boa noite.
— Achei que você tinha mudado de ideia.
— Estava esperando o taxi.
— Vamos, acho que boa parte do pessoal já chegou.
— Vamos e, a propósito, qual o significado da sua fantasia?
— perguntei movida pela minha curiosidade.
— Mostra que tudo na vida tem dois lados.
Dito isso, em passos firmes e decididos, seguimos na
direção da entrada e quando chegamos próximo ao ambiente, o
barulho começou a se tornar cada vez mais alto. Centenas de vozes
tentando se sobrepuser ao som da música que tocava no salão e no
instante que passámos pela porta dupla, alguns olhares ficaram
cravados em nossa direção e, a cada passo, dado, via rostos
desconhecidos, mas também durante o percurso acabei
identificando vários que conhecia.
Quando paramos de nos mover, devido ao barulho, ele
sussurrou algumas palavras, próximo ao meu ouvido.
— Vou pegar algo para bebermos.
— Eu não quero nada.
— Ângela, é uma festa da escola, nenhuma bebida contém
álcool.
Ele caminhou em direção ao bar e assim que olhei para o
lado, minha garganta ficou seca, meu coração disparou e meus
olhos estreitaram-se ao ver a única pessoa que achei que não
estaria nesse lugar, com sua orbitas azuladas fixas em minha
direção. César Medeiros estava impecável, usando uma fantasia de
professor, que era o posto do estilo adotado por ele e dos demais
educadores da instituição. E ao seu lado estava senhorita Marina e
os demais professores.
Sua expressão era fechada, como se estivesse de péssimo
humor. Enquanto os demais conversam, os seus olhos continuavam
cravados em mim e do nada, o homem levou uma de suas mãos
fechada em punho em direção a boca e mordeu o nó do dedo
indicador com raiva. Minha atenção foi desviada para o outro lado
assim que ouvi o meu nome.
— Ângela, trouxe um suco de laranja para você — falou me
estendo o corpo. Eu estava com a boca seca e peguei sem hesitar,
acabei tomando tudo de uma vez.
— Você estava com sede — disse Augusto sorrindo.
Nos instantes seguintes, uma música agitada repercutiu por
todo o ambiente e de repente o lugar ficou bem aglomerado e o
homem ao meu lado, assim como os demais, começou a se mexer
num ritmo da melodia. Vendo que eu mais parecia uma estátua, ele
segurou em uma das minhas mãos me incitando a entrar no ritmo
dele.
— Eu não sei dançar.
— É só fechar os olhos por alguns segundos e deixar a
música te levar.
Fiz o que ele mandou e comecei a balançar primeiro a
cabeça de um lado para outro, logo depois os quadris e em seguida
os meus braços, seguindo o ritmo da música tocada. Quando abri
os olhos, ele me lançou aquele sorriso largo em aprovação e
embora com vergonha, me deixei levar pelo momento. Contudo,
assim que a música parou e começou outra no mesmo ritmo e
depois mais outra, eu parei de me movimentar, já que minha
respiração ficou ofegante. Saio dos meus devaneios quando ele
segura em minha mão.
— Você deve está cansada. Venha comigo, assim pode
respirar o ar puro.
Eu estava sufocando mesmo, embora o ambiente fosse
climatizado. O calor humano era predominante e dava a sensação
de ficar cada vez mais quente. Ele saiu me puxando e achei
estranho não ter visto Susan ainda e nem o restante do grupinho,
mas com tanta gente nesse lugar, era como caçar uma agulha num
palheiro.
Quando ele parou de repente, consequentemente eu também
parei, olhei encantada para a imagem que surgiu em minha frente.
Era um jardim magnífico, cheio de flores e que ostenta belos
arbustos, ele continuou a se mover e parecia que estava enfeitiçada
com toda aquela perfeição.
Levantei a cabeça e a lua cheia resplandecia majestosa no céu, alta
e soberba. Brilhava tão intensamente que me deixou hipnotizada,
não consigo desviar os olhos. Não sei quanto tempo se passou e
quando desfiz o contato visual, meus olhos encontraram os do
homem ao meu lado, era como se o brilho dos seus olhos me
chamasse para o pecado. Augusto passou o seu braço em volta da
minha cintura e antes que eu pudesse ter qualquer chance em
pensar se deveria permanecer ali ou sair, seus lábios, sutilmente,
tocaram os meus num beijo lento, e naquele momento, tudo que
veio em minha mente foi o devasso. O quanto os seus beijos
deixavam o meu corpo em chamas. Voltei à realidade quando ele
tentou aprofundar o beijo e a sua língua pediu passagem, mas
assim que eu ia interromper o contato, aplausos ecoaram a nossa
volta e rapidamente me afastei.
Susan, Patrícia, Alice Cristina e Rodrigo continuavam
aplaudindo, fiquei totalmente desorientada sem saber o que estava
acontecendo e de onde eles haviam surgido. No entanto, minha
respiração tornou-se pesada. Meu corpo todo começou a ficar
trêmulo e as lágrimas começaram a brotar dos meus olhos, ao ouvir
as palavras que foram ditas.
— Parabéns primo. Juro que achei que você não ganharia a
aposta, achava que dificilmente alguém conseguiria pegar essa daí,
entretanto, até a freirinha não resistiu ao pecado da carne e foi mais
fácil do que tirar doce da mão de uma criança.
Capítulo 30
César Medeiros
Ângela Souza
Fiquei paralisada e os meus pensamentos estavam
confusos e distantes, ele confundia-me. A minha mente viajava em
busca de explicações e de saídas. Como num filme, começaram a
desfilar as lembranças dos acontecimentos dos últimos dias em
minha frente, só parou quando a cena do que aconteceu instantes
atrás, veio num turbilhão e as palavras ditas por Susan ainda
martelavam na minha cabeça. Fecho os olhos por alguns segundos
e torno a abri-los, deparando-me com os olhos azuis mais
brilhantes do que nunca, fixos nos meus. Ciente de que essa era a
melhor decisão a ser tomada, as palavras saíram pela minha boca
num tom firme.
— Eu não irei ficar com você — fiz uma pequena pausa e
rapidamente vi o brilho em seu olhar desaparecer, no mesmo
instante que suas feições mudaram e antes que ele viesse a dizer
alguma coisa, continuei. — Não hoje! Assim como você precisou de
nove dias para decidir se ainda queria ficar comigo, eu também
preciso de um tempo. O que aconteceu nos últimos dias e ainda há
pouco, foi o estopim para que eu percebesse que preciso me
encontrar em meio a tudo isso. Se realmente você sente algo por
mim, e tudo o que quer fazer comigo não for promessas vazias, e
for além de um momento, um dia e uma noite e mais forte que só
um desejo carnal. César Medeiros estará me aguardando para
ficarmos juntos para sempre.
Ele travou a mandíbula, sua respiração estava descontrolada
e as grossas veias saltadas no pescoço pareciam que iam estourar.
Como se o ele estivesse tomado por uma fúria que lutava
internamente para conter. O silêncio que predominava dentro do
carro só foi interrompido quando as feições dele voltaram ao normal,
assim como sua respiração.
— Você quer ir para casa?
— Sim — respondi e um pensamento passou rapidamente
pela minha cabeça, o que me fez agir num impulso.
— Eu vou falar com o senhor Mark, que voltarei com você.
César Medeiros
Sempre fui aquele que detinha todo o poder e que estava no
controle de qualquer situação. Contudo, hoje, fui de dominador a
dominado, e no momento que ouvi suas palavras, algo dentro de
mim incendiou-se. Era como se meu corpo todo estivesse em
chamas. Contudo, eu sabia que uma verdadeira submissa, é uma
mulher moldada, se ela já tem um comportamento vulgar e se expõe
desnecessariamente para todos, ela se torna comum, e todo
dominador quer ter uma preciosidade. Ângela é um diamante raro,
que aos poucos será lapidado e se transformará na joia mais
brilhante.
Ela saiu do carro e quase dois minutos depois, retornou.
Assumindo o controle do volante, coloquei o veículo em movimento.
Durante todo o trajeto até a sua casa, um silêncio
constrangedor predominou a nossa volta, e ela se manteve o
tempo todo com a cabeça virada para a janela do carro. Quando o
automóvel para no jardim da mansão Johnson, ela desafivela o
cinto de segurança e rapidamente puxo minha mão direita que
estava fixa no volante e seguro a sua. Os olhos azuis como o mar
encontram os meus.
— Anjo, eu...
Antes que eu terminasse de dizer tudo que queria, seus
lábios se movem e sua boca se entreabriu.
— Você já pode ir para sua casa ou voltar para festa. Afinal,
nós dois não temos nenhum compromisso sério, já que se afastou
de mim e destruiu com o que tinha acabado de começar.
A atrevida abriu a porta e saiu correndo em direção à entrada
principal da casa. Liguei novamente o carro e quando ia fazer o
retorno, o meu celular começou a vibrar. Rapidamente peguei o
objeto e meus olhos caíram sobre a mensagem exibida na tela.
— César, eu estou na cidade e pensei que poderíamos nos
encontrar.
No dia seguinte...
Ângela Souza
Assim que me livrei do último degrau Nina, apareceu
segurando uma sacola enorme, que certamente tinha presentes
para os seus netos.
— Vamos, filha.
Antes de prosseguir rumo à porta, resolvi dizer sobre o que
iríamos fazer ao voltar para casa.
— Na volta gostaria de passar no shopping.
Os olhos da mulher a minha frente se arregalam como se
estivesse assustada com que eu havia dito.
— Vou deixar a sacola aqui e pegar o cartão — ela se referiu
ao cartão de crédito deixado pelo meu pai, que além de servir para
comprar tudo que precisa para casa quando está fora, é para ser
usado quando preciso de alguma coisa.
— Eu vou usar o meu próprio dinheiro. Com tudo que já
ganhei de mesada por todos esses anos e com o dinheiro que o
meu pai colocou na minha conta, que seria para festa de aniversário
de 15 anos que não quis ter. Acho que já deve ter dinheiro que
daria para comprar uma casa.
— Então vamos, pois conhecendo você, daqui a pouco vai
dizer que está com fome.
Se ela soubesse que meu estômago já estava dando sinal de
vida, penso enquanto seguimos para fora do ambiente.
César Medeiros
— Bom dia, professor. Posso entrar?
— Alunos que chegam atrasados merecem punição. Vocês
todos podem sair da sala, agora!
Obedecendo minha ordem, todos começaram a se levantar e
instante depois, a sala ficou completamente vazia. Toda minha
atenção ficou direcionada para a mulher em frente à porta e que me
encarava com um olhar desafiador. Porém, antes que eu me
levantasse e fosse até onde a atrevida estava e desse o castigo que
ela merecia. Com passos cautelosos, ela começou a andar em
minha direção e só parou quando estava a centímetros de distância
de mim.
— O senhor vai mesmo me castigar, mestre? — ela mordeu o
lábio inferior com a intenção de disfarçar o nervosismo e aquilo fez o
meu pau reagir imediatamente. Num pulo, fiquei de pé.
— Ângela, se você soubesse o quanto fica mais provocante
quando morde o lábio assim e minha única vontade é fodê-la até
que você não sinta mais suas pernas.
No momento seguinte, joguei tudo que estava em cima da
minha mesa no chão e em seguida coloquei o anjo deitada sobre a
mesma. Lentamente, minhas mãos deslizaram por suas coxas e
pousaram sobre sua boceta carnuda. Gemidos logo ecoaram no
espaço quando por cima da sua calcinha, comecei a mover um dos
meus dedos em círculo, massageando o seu clitóris. Enquanto o
meu pau parecia que ia estourar dentro da cueca, a safada com
rosto de anjo, começou a se contorcer, o que me incitou a retirar a
sua calcinha e assim que ela abriu as pernas, tive a visão
privilegiada da sua vagina excitada. Sem mais delonga, me abaixei
para logo depois colocar a cabeça entre suas coxas, enfiando a
língua em sua bocetinha deliciosa e como um animal faminto,
comecei a sugar, chupar e explorar cada centímetro do paraíso que
em vez de ser a minha salvação, se transformou na minha perdição.
Minutos se passam e eu continuo a me deliciar do fruto que antes
era proibido, mas que agora me pertencia e para sempre seria
somente meu.
— Por favor! Eu quero vo... Você.
— Vou adorar ouvi-la gemendo sobre mim e assim que o
safado que está quente como chamas do inferno, passar pelas
portas do paraíso e tiver todo enfiado dentro de você, todos saberão
que você me pertence, ao ouvir os gritos que vão ultrapassar as
paredes deste lugar.
— Eu o quero agora.
Diante daquele pedido, levei uma de minhas mãos até o zíper
da minha calça e quando estava prestes a abri-la, o som que
ressoou novamente a minha volta me trouxe de volta a realidade.
— Professor!
Meus olhos passeiam rapidamente em volta do lugar e todos
estavam com o olhar cravado na direção da porta. Que diabos
estava acontecendo comigo? Toda essa abstinência sexual está me
levando ao caminho da inlucidez.
— Sim, Ângela.
Assim como os demais, eu estava a observar a garota que se
movia pela sala em direção a sua cadeira. Uma verdadeira perfeição
em forma de mulher, no entanto, senti a raiva percorrer em minhas
veias ao ver os diversos olhares famintos em sua direção e quando
ela se sentou, percebi o jeito com que aquele fedelho a olhava. A
pedra bruta acabou se transformando no mais precioso diamante.
Embora eu estivesse travando um conflito interno e lutando
para controlar o meu lado dominador, que grita para impor a
submissão. O desejo carnal e o instinto predador não prevaleceram
diante da razão. Assim que a deixei em casa na sexta feira, a
tentação acabou por vim a todo vapor no encontro que tive com
Henry. Diante do cenário que um dos maiores dominadores que
conheço me apresentou, tudo que veio em minha mente foi a
imagem do rosto dela e mesmo dentro do ambiente que desperta
um apetite luxuriante, a única mulher a quem o meu corpo ardia
para possuir estava longe dali.
Afasto as lembranças e antes de começar a minha aula, meu
olhar vai ao seu encontro e desta vez, não vou deixá-la se afastar
nunca mais de mim.
Ângela Souza
Quase perdi todo o meu autocontrole quando os olhos
penetrantes ficaram fixos no meu e o calor que de repente tomou
conta do meu corpo estava insuportável. Não conseguia identificar o
que estava acontecendo com Medeiros, pois, parecia que seu corpo
estava ali, no entanto, a sua mente começou a divagar, o deixando
num estado catatônico. Quando enfim o homem a minha frente
voltou ao seu estado normal, acabou dando-me permissão e com
passos firmes, fui até a minha mesa. Mantive-me com o olhar fixo na
direção do professor que começou a sua aula, contudo, podia sentir
alguns olhares lançados para mim. O tempo passou voando e assim
como o primeiro horário esvaiu-se, o segundo terminou como um
simples estalar de dedos e depois de quase 50 minutos que foram
ocupados pelo professor de inglês, a sirene soou indicando o
intervalo.
Como sempre, o barulho tomou conta do ambiente, o arrastar
irritante das cadeiras e os passos rumo à porta. Como eu havia
cogitado, dentro da sala ainda permanecia, além de mim, o grupinho
liderado com Susan. No instante em que me levantei e dei alguns
passos, todos eles fizeram uma barreira me encurralando.
— Por sua culpa levamos aquele sermão do professor César
— disse Susan num tom raivoso.
— Não coloque sobre mim os seus erros.
— Vamos pessoal! — disse Augusto, que mantinha cabeça
baixa.
— Ainda não terminamos. Você acha mesmo que por ter
vindo vestida assim vai mudar alguma coisa? — desta vez foi Alice
quem proferiu as palavras.
— Acredito que sim, já que ficaram tão incomodadas.
— A freirinha quer mostrar as suas garras, só que o seu
defensor não está aqui ou será que a vadia com aparência de santa
acabou dando para el...
A raiva me dominou e antes que ela terminasse de destilar o
seu veneno. O som do tapa ressoou no espaço devido o forte
impacto da palma da minha mão em seu rosto.
— Sua desgraçada — assim que ela levanta a sua mão,
movida pela fúria que percorreu cada fibra do meu corpo, seguro
firme o seu braço.
— Eu me mantive calada todos esses anos, não por ter medo
de vocês e sim porque pessoas fracas como vocês, acabam por
querer descarregar suas frustrações em alguém. Mas, tudo na vida
tem um limite e graças a vocês, eu cheguei ao meu — em seguida
soltei o seu braço e alcancei a minha mochila e assim que a peguei,
retirei o maço de dinheiros, me virei novamente na direção deles. —
Aqui está o pagamento pelo espetáculo que fizeram durante o baile.
Foi graças a vocês que agora tenho a confirmação do tipo de
pessoas que jamais devo ter próximo a mim. Podem ficar, pois tem
10 vezes a mais do valor que qualquer um de vocês, ganha em suas
mesadas.
Joguei o dinheiro na direção dela e comecei a me mover
passando entre eles. Depois que dei alguns passos, antes de deixar
o ambiente, virei-me novamente.
— Só mais uma coisa. Eu não preciso que o professor César
ou qualquer outra pessoa deste lugar venha a intervir ao meu favor,
pois na próxima vez que qualquer um de vocês voltarem a me
insultar, será com os advogados do meu pai que irão se resolver.
Minutos depois...
Meus olhos estão fixos no homem a minha frente que
mantém sua concentração na estrada. No calor do momento, tudo
parecia tão fácil, mas agora sinto não só as minhas mãos trêmulas,
como o meu corpo todo de tanto nervosismo. Disse para Marta que
ia almoçar fora e ela poderia tirar o restante do dia de folga, já que
estaria na companhia de uma amiga da escola. Se fosse Nina, era
bem capaz de me questionar, já que não ia acreditar facilmente em
minhas palavras, no entanto, eu só omiti o fato de não ser uma
amiga, mas era alguém da minha escola.
Meus pensamentos foram afastados assim que o carro
chegou ao meu destino e não demorou muito para que fosse
autorizada a minha entrada pelo senhor Santiago. Depois de fazer o
pagamento e dizer que ele não precisava vir me buscar, o homem
de expressão séria e sempre vestido impecavelmente com um terno
preto, veio ao meu encontro.
— Bom dia, senhorita Ângela.
— Bom dia. Eu que...
Antes que concluísse o que tinha a dizer, ele se antecipou.
— O senhor Medeiros está no escritório, não deu tempo de
avisá-lo sobre a sua chegada, entretanto, sei que sua visita é tudo
que ele precisa.
Senti como se boa parte do sangue do meu corpo estivesse
concentrado em minhas bochechas, as deixando vermelhas. Fiquei
toda sem graça com as palavras que foram ditas e se ainda tinha
alguma dúvida de que ele soubesse o que estava acontecendo
entre mim e César, agora já não tinha mais. Quando ele começou a
se mover, em passos trêmulos fiz o mesmo, quando entramos na
casa, ouço sua voz novamente.
— Tenho que ir com a cozinheira fazer as compras do mês. A
senhorita como sabe o caminho, fique a vontade.
Ele em seguida sumiu do meu campo de visão. Sem demora,
ergo a cabeça, respiro fundo e vou ao encontro do homem que
estava ocupando os meus pensamentos, me deixando sedenta de
desejo.
Capítulo 33
Ângela Souza
Depois de percorrer o corredor, cheguei ao escritório. Ao
abrir a porta, meu olhar ficou cravado na direção da mesa a minha
frente, porém, não o encontrei e quando já estava prestes a fechá-
la, ouvi a voz dele e quando virei à cabeça para o lado, só então me
deparei com o homem esparramando em cima do sofá, estava com
os olhos fechados.
— Santiago, não se esqueça de comprar duas garrafas de
uísque — fiquei intrigada com suas palavras.
Fechei a porta assim que o silêncio pairou no ar. Coloquei
lentamente a minha mochila no chão e depois de alguns passos
cautelosos, me detive. Ele estava sem camisa, vestindo somente
um curto calção branco, passei meu olhar por cada parte de sua
pele, cada gomo em seu abdômen bem definido. Senti o meu corpo
arder em chamas e acabei não resistindo a tentação e ao desejo
incontrolável de ter minhas mãos em contato com a sua pele.
Assim que a coloquei sobre o seu peito, gemidos ressoaram
no ar e o meu nome saiu por entre seus lábios macios.
— Ângela!
O par de safiras azuis gigantes, enfim despertaram e
encontraram os meus. Com os olhos arregalados como se fossem
saltar do rosto e uma expressão que indicava incredulidade, que
logo mudou assim que minhas mãos deslizaram pela longa
extensão do seu corpo e parou na direção da anaconda que estava
adormecida, porém, eu só precisei deixar minha mão parada por
alguns segundos e como se a cobra indomável estivesse sentido as
vibrações emitidas pelo calor do meu toque acabaram acordando
em toda a sua plenitude.
— O que faz aqui? — perguntou relanceando o olhar sobre
minha mão assim que seu membro começou a pulsar intensamente.
— E... Eu vim para retomar as aulas — um sorriso largo
surgiu no rosto dele e eu estava a me perguntar que feitiço era esse
que ao estar sozinha com ele, me tornava outra pessoa. Como se
outra parte de mim se libertasse, assumindo o controle do meu
corpo. Meus pensamentos foram para bem longe, quando ele, num
movimento rápido, acabou se sentando e puxou o meu corpo para
junto de si, fazendo-me sentar em seu colo.
O homem me analisou por alguns segundos, era como se
estivesse contemplando cada canto do meu rosto e logo em seguida
grudou sua boca na minha. Seu hálito exalava cheiro de uísque e
também de menta, ele começou a me beijar. Um beijo demorado e
quente, que parecia envolvido por uma ardente paixão, vasculhando
cada centímetro da minha boca com sua língua, enquanto uma de
suas mãos começou a apertar um dos meus seios por cima da
blusa, fazendo meus mamilos, ficarem enrijecidos.
Assim que interrompeu o beijo, me pegou em seus braços e
saiu caminhando comigo para fora do escritório. No momento
seguinte, estávamos dentro do elevador, que como num abrir e
fechar de olhos chegou à parte inferior da mansão.
César me colocou de pé e com o olhar fixo na cama, minha
intimidade chegou a doer com o pensamento que passou
rapidamente pela minha cabeça, de que provavelmente ele me faria
sua em cima dela novamente.
Olhei em volta do ambiente e mesmo assustada diante da
sensação que me invadiu, não poderia negar a mim mesma o
quanto algo em meu interior vibrava forte ao estar dentro desse
lugar. Era como se fosse parte de mim. Fiquei tão distraída que nem
percebi que ele havia retirado sua roupa até olhar fixamente para o
seu membro grosso e duro como estaca, que estava levantado para
cima, passando do umbigo.
— Tire a roupa para mim, anjo.
Comecei a me despir, enquanto ele caminhou em direção ao
frigobar, assim que abriu o pequeno refrigerador, retirou um saco de
gelo em cubo e em seguida despejou dentro do balde que estava
em cima do frigobar e o colocou próximo à cama. Minha cabeça
dava mil voltas tentando entender o que ele faria com aquilo, porém,
quando me livrei da minha blusa e da saia, ficando somente de
calcinha, ao levantar a cabeça, ele já estava em minha frente.
Fiquei totalmente perdida ao ver que ele estava segurando
uma venda vermelha de cetim e um chicote de tiras.
— De joelhos, Ângela — mesmo hesitante, faço o que ele
ordena, já que estava ciente que ele só poderia fazer algo se eu
desse consentimento.
— Você receberá o seu primeiro castigo por ter deixado
aquele fedelho beijá-la. Hoje você será minha escrava — eu não
gostei de ouvir aquela palavra e quando estava prestes a me
levantar, ouço sua voz e acabei ficando onde estava.
— Este é o meu mundo e será o seu também. Então, deixe
que o seu mestre te mostre tudo que você precisa aprender.
César passou o tecido sedoso na pele do meu rosto. Meu
coração acelerou quando ele a trouxe para os meus olhos.
— Isto é parte do seu castigo, anjo, e vai se referir a mim
como o seu Senhor ou Mestre a partir de agora — ele disse quando
apertou a venda, me deixando na pura escuridão. Ofeguei quando
tudo ficou preto, no entanto, eu achei que meus outros sentidos se
intensificaram.
— O que você vai fazer comigo, Senhor?
— Eu te dei permissão para falar?
— Não, Senhor.
— Se você falar novamente sem permissão, eu serei forçado
a te mostrar o que posso fazer com aquela palmatória — ele
vociferou num tom ainda mais alto, eu lambi meus lábios secos e
apenas sacudo a cabeça afirmando que havia entendido.
— Boa menina — ele sussurrou enquanto se movia para trás
de mim. A próxima coisa que eu senti foi o seu membro escaldante
tocando a minha pele, para logo depois o couro frio do chicote
deslizar lentamente pelas minhas costas. Senti pânico e todo o meu
corpo estremeceu quando o objeto atingiu com força as minhas
costas, fazendo um gemido alto escapar da minha garganta. Um
sentimento em reprovação àquele ato tomou conta de mim e desta
vez, cheguei a me levantar um pouco, mas fui impedida por ele.
— Como seu Mestre, eu sei o que é melhor para você — em
seguida começou a passar as tiras de couro vagarosamente pelos
meus seios, me fazendo suspirar, parando o mesmo em minha
intimidade. Medeiros, de repente, puxou o chicote e novamente os
golpes foram desferidos, mas desta vez, eram leves e atingiram a
minha intimidade. A cada investida que ele dava com o chicote em
meu sexo e depois nos meus mamilos, comecei a sentir uma
mistura de dor e ao mesmo tempo, percebia que nunca estive tão
excitada em toda minha vida.
— Ângela, não pode gozar sem minha permissão — disse
firme, para logo depois eu ouvir o barulho do chicote caindo no chão
e ele por sua vez, me fez levantar. César guiou-me até a cama e
quando já estava em cima dela, ele começou a retirar a minha
calcinha, depois abriu bem as minhas pernas e esticou os meus
braços, prendendo-os com algo que supunha que eram algemas.
Meu coração batia descontrolado, eu estava tão aberta e vulnerável
na posição que ele me colocou, era como se estivesse na cruz
fixada na parede do ambiente.
Minha respiração acelerou quando ele arrastou o seu corpo
sobre o meu e deixou sua boca tão próxima do meu rosto, que podia
sentir seu hálito quente saindo dos lábios que quase tocavam os
meus. No momento que ouvi suas palavras, me indago se realmente
estava pronta para fazer parte desse mundo luxuriante, porém
sombrio.
— O anjo tem sido uma menina muito má com o seu mestre.
Agora você receberá um verdadeiro castigo — dito isso, eu senti
algo frio contra os meus seios e tive que sufocar um grito. Deveria
ser o gelo que ele esfregava em movimentos circulares pelos meus
mamilos, os deixando cada vez mais sensíveis. Uma de suas mãos
alcançou o meu sexo e enquanto massageava os meus seios,
acariciava freneticamente o meu clitóris. O gelo em contato com a
minha pele me causa a sensação de frio, mas o toque de sua mão
em minha intimidade me dá sensação de calor e eu estava sendo
eroticamente torturada. Aquilo era uma punição a qual não me
incomodaria em recebe várias vezes.
A água fria do gelo derretido gotejava por meu corpo e
chegou a minha vagina. Meu coração quase parou de bater assim
que ele começou a arrastar o cubo pela minha barriga e só parou
quando chegou à minha intimidade. Dali em diante, eu não
conseguia mais pensar direito, pois ao deslizar o objeto frio entre os
meus grandes lábios e subir até o botão de nervo pulsante, apertou
o cubo de gelo contra meu clitóris e as palavras saíram pelos meus
lábios.
— Por favor! — neste momento, eu mordi meu lábio inferior,
tentando conter os ruídos que saiam da minha boca.
— Relaxe, anjo — ele disse quando moveu novamente o gelo
e gritei assim que parou na entrada da minha vagina, me deixando
enlouquecida. Meu corpo vibrou quando César forçou o cubo para
dentro de mim e a sensação contra minha carne sensível era
devastadora.
— Hummm... Meu Deus! — o frio que sentia antes se esvaiu
e todo o meu corpo ficou em chamas ardentes e só ficou pior assim
que ele empurrava o cubo ainda mais fundo, iniciando um
movimento de vaivém lento e delicioso. Minha boceta estava
quente, queimando e latejando violentamente. Eu precisava dele
firme e forte dentro de mim.
— Logo meu pau vai estar dentro dessa bocetinha deliciosa
— ele falou naquele tom dominador, como se fosse capaz de ouvir
meus pensamentos. Medeiros liberou as minhas pernas e logo
depois os meus braços e arrancou a venda dos meus olhos, dando-
me a visão dos seus olhos faiscando de desejo, enquanto seu pênis
roça a entrada escaldante da minha vagina que suplicava por alívio.
— Senhor, e... Eu...
— Você gostaria de sentir o meu pau dentro de você agora,
Ângela?
— Si... Sim, Mestre — eu estava com a respiração ofegante,
respondi.
O sorriso perverso surgiu no seu belo rosto e ao mexer os
quadris ele está dentro de mim. A dor toma conta do meu corpo
quando ele começa a empurrar o seu pênis cada vez mais fundo.
— Logo passará, anjo.
Respiro fundo, tentando me concentrar no prazer que está
por vir, ele dá pequenas mordidas em meus mamilos, aquilo só
aumenta ainda mais o meu desejo e aos poucos o desconforto foi se
dissipando. Seu membro vai fundo, me preenchendo
completamente, o movimento de vai e vem se intensificando a cada
investida, ouço os seus gemidos, sua respiração acelerada, sua voz
descontrolada dizendo entre os gemidos de prazer.
— Minha gostosa.
César segurou as minhas duas pernas e as colocou em cima
dos seus ombros. Uma sequência de golpes foi dada contra o meu
sexo, e seus olhos, a cada estocada, se tornavam mais reluzentes.
Seu membro entrando profundamente em minha abertura faminta,
eu podia sentir o meu sexo se contrair e apertar com força o seu
membro, o envolvendo ainda mais com o calor emanado no meu
interior.
— Deliciosa.
— Continua, por favor...
Ele acelera o ritmo e me beija. Investe seu pênis com mais
força dentro de mim. Em uma investida mais intensa, meu corpo
começou a sacudir com cada espasmo do clímax que passava por
mim. Sinto minha intimidade latejar e seu líquido quente me invadido
em jatos potentes.
Ainda com a respiração alterada, ele me puxar de encontro
ao seu corpo. Totalmente cansada, encosto minha cabeça em seu
peito.
— Você é minha, só minha — aquelas palavras aqueceram o
meu coração e sem hesitar, os meus lábios se moveram, minha
boca se entreabriu e as palavras soaram num tom completamente
possessivo.
— Você é só meu.
Capítulo 34
César Medeiros
Meu corpo todo vibrava com a sensação devastadora
que pairou sobre mim. Senti-a estremecer sobre mim, enquanto
meu coração ainda batia forte numa inquietação como se estivesse
prestes a sair do meu peito. Fecho os olhos, porém, em meio a
tantas sensações boas, havia algo que estava me atormentando,
como se eu estivesse esquecido de alguma coisa que naquele
momento a minha mente não conseguia lembrar. As lembranças dos
dias anteriores passaram por mim e jamais em toda minha vida,
havia me entregado a um caminho que só me levaria ao fundo do
poço. Sempre bebi socialmente, mas nos últimos dias estava a
devorar duas garrafas de uísque e na manhã seguinte, além da
enxaqueca e um mau humor terrível, precisava tomar as rédeas da
situação e encarar horas de aulas pela frente. O pobre do Santiago,
de certo já não aguentava mais ter que ser a voz da razão e bancar
a babá de um homem de 40 anos. Deixo as recordações lá mesmo
no passado, pois agora que ela voltou novamente para mim, jamais
a deixarei se afastar.
O homem que sempre soube seu poder e usava isso em uma
vida de prazer e luxúria, tendo ao longo do seu caminho várias
mulheres e, sempre as descartava quando o desejo lhe queimava e
tornava-se escravo do instinto, agindo como mero predador faminto
em busca de uma nova pressa, acabou encontrando no meio da
escuridão, um anjo, que veio mostrar ao predador que aquela seria
muito mais do que sua próxima refeição e sim a mulher que se
tornaria a única no coração empedrado e que jamais pensou em
amar.
Minutos se passaram e assim que escuto o som suave da
voz dela, saios dos devaneios em que estava.
— César!
Os meus olhos se abriram, encontrando os delas que
estavam queimando de desejo e certamente a gulosa já estava
querendo ter a próxima aula. No momento que uma de suas mãos
deslizou pelo meu corpo, no mesmo instante o meu pau, que
parecia adormecido, ganhou vida, ficando mais duro que uma barra
de aço, suas veias salientes logo ficaram em evidência. Contudo,
minhas feições mudaram e minha mandíbula travou, deixando o
anjo a minha frente com uma expressão temerosa ao pensar que
novamente iria afastá-la de mim, porém, me recriminava
mentalidade assim que me lembrei do que havia esquecido. Ela
vendo meu estado de confusão, puxou sua mão e já estava prestes
a se afastar, mas acabei a puxando para que o seu corpo todo
ficasse sobre o meu.
— Eu achei que você iria me afastar novamente?
— Isso jamais. Entretanto, você me deixou tão enlouquecido
que acabei esquecendo-me de usar um preservativo — ela acabou
se dando conta das consequências do que poderia acontecer. — Irei
providenciar um método contraceptivo de emergência, porém, será
preciso que você vá a uma ginecologista. Já que não poderá fazer
uso do medicamento com frequência, que é basicamente uma
bomba hormonal.
— Eu já vou todo mês a uma ginecologista. Esqueceu-se de
quem sou filha, quando eu tinha 12 anos, começou a surgir um
pequeno nódulo na região dos meus mamilos. Como era algo muito
doloroso, que me causava um desconforto terrível, Gisele acabou
decidindo que eu precisava do acompanhamento de uma
profissional. Mas, acho que na verdade era para não ser ela a
pessoa que me explicaria sobre as mudanças que iam ocorrer no
meu corpo durante a puberdade.
Depois de ela proferir as palavras que me trouxeram uma
sensação de alívio. Ângela desgrudou o corpo do meu e sentou-se
sobre a minha pélvis, para logo em seguida começa a esfregar sua
boceta volumosa e macia contra o meu membro.
Um sorriso largo surgiu no meu rosto quando ouvi as
palavras que foram ditas em seguida, fazendo-me indagar a mim
mesmo que tipo de monstro eu criei.
— Já podemos fazer de novo?
Ângela Souza
Chegamos à sala e assim que nos acomodamos, a
comida começou a ser servida. Meus olhos recaíram sobre as
travessas de porcelana que foram colocadas em cima da mesa.
— Sei que está acostumada com pratos mais sofisticados
e leves, mas...
— Está tudo perfeito — disse sem dar tempo de ele terminar
de falar. — Podemos comer agora, como você mesmo supôs. Eu
estou faminta. — disse, colocando três conchas de arroz, depois
duas de feijão, dois pedaços de bifes suculentos, salada e bastante
batata frita.
Dali em diante a calmaria só fui interrompida pelo som dos
talheres, pois em questão de minutos eu devorei aquele prato de
pedreiro e acabei repetindo. Quando me dei por satisfeita, ao
levantar a cabeça, ele tinha um sorriso cínico no rosto.
— Como alguém tão magra pode comer tanto?
Um pensamento passou de supetão e as palavras
mantiveram-se na beirada da minha língua e quando dei por mim,
acabaram por escaparem nem me dando tempo de contê-las.
— Da mesma forma que uma anaconda gigante coube na
minha grutinha.
Senti minhas bochechas queimarem de vergonha. Ele soltou
uma gargalhada estrondosa que reverberou por todo o ambiente,
aumentando ainda mais o meu constrangimento. Para mudar de
assunto, pergunto.
— O que faremos agora?
— Acabei não perguntando. O que disse em sua casa para
poder vir até aqui?
— A filha de Nina, sofreu um acidente e dei folga a ela, para
ficar lhe acompanhando. Então, eu acabei por dizer a Marta, que ia
almoça com uma amiga.
— Então, eu sou uma amiga?
— Foi à única coisa que veio em minha mente.
Assim que eu termino de proferir as palavras, meu celular
que estava em cima da mesa, começou a vibrar. Meu coração
disparou ao ver o nome do meu pai no visor do aparelho.
— O que foi anjo?
— É o meu pai — rapidamente atendi a ligação. — Oi, pai.
— Princesa, eu liguei para casa e Marta disse que você havia
saído.
— Sim, vim ao shopping com uma amiga e estamos
almoçado juntas — recrimino-me mentalmente por estar mentindo.
— Sua mãe gostou em saber que, enfim, começou a fazer
amizades e principalmente ao ouvir que está no shopping.
Só podia ser dona Gisele. Novamente uma ideia passou pela
minha cabeça e não sei qual seria a reação de César ao ouvir o que
eu estava prestes a dizer.
— Ela me convidou para dormir na casa dela, mas não dei a
resposta, já que ia perguntar a vocês — disse com os olhos
cravados no rosto do homem que tinha uma expressão indecifrável.
O silêncio se fez presente do outro lado da linha e quando
este foi interrompido, em vez do meu pai, é minha mãe quem fala.
— Até que fim você começou a fazer coisas que meninas da
sua idade fazem. Eu te dou autorização e aproveite para aprender
com a sua amiga a se vestir de forma mais elegante e a ser mais
popular. Não se esqueça de estar em casa antes das nove da
manhã, agora preciso desligar.
A mulher encerrou a ligação sem nem me dar tempo de dizer
mais nada. Minha atenção se voltou para o homem que continuava
me encarando com um olhar que eu não sei decifrar.
— Desculpas por ter dito que ia dormir aqui sem ter falado
com você antes.
Medeiros acabou se levantando e caminhou em minha
direção, e ao parar em minha frente, estendeu uma das mãos me
incitando a levantar. Sem saber o que estava por vir, acabei fazendo
o que ele queria e ao ficar de pé, o homem colou o seu corpo ao
meu, para logo em seguida beijar o meu pescoço e fez uma trilha
até o meu ouvido.
— Não será a primeira vez que você dorme aqui. A diferença
que agora será em minha cama — senti uma onda escaldante
apoderar-se de todo o meu ser pela expectativa do que iria
acontecer.
Horas depois...
Depois da adrenalina em volta do meu corpo ter se esvaindo,
eu comecei a sentir as consequências de tanto fogo. Meu corpo
estava dolorido e quando fui tomar banho, sozinha, minutos atrás,
ao passar os dedos pelas grandes lábios da minha intimidade para
lavar, senti uma forte ardência. Instantes depois, de banho tomado
e, vestida com uma das camisas dele, agora, eu estou esparramada
sobre a cama macia enquanto ele está tomando seu banho.
O ambiente ao meu redor, além de bem luxuoso, a
decoração era bem masculina, cores neutras, bastante espaço e
aconchegante. Minha atenção se voltou na direção da porta quando
ele surgiu com uma toalha enrolada em volta da cintura e
segurando dois potes em uma das mãos. Depois de algumas
passadas, chegou até a cama e se sentou, só então vi que um dos
potes era de óleo lubrificante íntimo e o outro um creme para
assadura.
Hoje, sem dúvida, era o dia das minhas bochechas ficarem
em chamas, pois rapidamente senti como se estivessem pegando
fogo. César chegou mais perto e seu cheiro inebriante atiçou todos
os meus sentidos. Ele levou sua boca de encontro aos meus seios
e começou a chupar e a sugar. Segundos depois, sua boca cálida
tomou a minha e sua língua me invadiu com seu toque quente e
convidativo, acariciando a minha e iniciou-se um verdadeiro duelo,
numa dança que parecia estar em perfeita sintonia.
Minutos depois, o beijo que começou agressivo e selvagem,
havia se acalmado. Meu coração permanecia descompassado,
estava tão perdida em um misto de sensações, ele havia novamente
acendido a fogueira que tinha se apagado com o desconforto que
ainda estava sentindo minutos atrás.
Movida pelo desejo e a vontade irracional, então pergunto.
— Vamos fazer de novo, Mestre?
— Aqui você não precisa me chamar de Mestre. Contudo,
essa bocetinha gulosa precisa descansar e como você disse, a
anaconda — ele fez uma pausa como se tivesse se controlando
para não sorrir, era delicioso ver que o homem que sempre exibia
uma expressão sombria, hoje estava com um ar suave em sua
face. — A grutinha precisa ser preservada, desta forma mostrarei a
você que existe outras formas de sentir prazer sem precisar de uma
penetração profunda. Então faremos um 69, desta forma você terá o
prazer que tanto deseja e aprenderá a fazer o seu homem senti o
mesmo.
— 69? O que é isso?
Ele pegou o pote que tinha o óleo lubrificante e o abriu,
melando bem os dedos da mão direita. Depois se deitou sobre a
cama e em seguida desatou a toalha, revelando o seu membro que
estava em estado flácido, e não ereto. Porém, à medida que ele foi
falando a criatura foi endurecendo, ganhando firmeza.
— Você vai tirar essa camisa — fiz o que ele falou. — Agora
vai subir em cima de mim, dando-me a visão das suas costas e
depois arrastar o seu corpo até que essa bocetinha fique na
direção da minha boca e a sua na direção do meu pau.
Aquilo parecia um tanto constrangedor, mas me lembrei das
palavras dele, que esse também seria o meu mundo e até agora, eu
estava fascinada por tudo que havia experimentado. Então deixo o
medo de lado e faço exatamente como ele ordenou, tendo em
minha frente aquele membro que estava a todo vapor, querendo ser
domado. Dei um gemido alto quando sua mão atingiu a minha
nádega e meus olhos se arregalam quando ouvi suas palavras.
— Em breve será a fonte do meu prazer. Anjo abra mais
suas pernas — disse aquilo para expor ao máximo a minha boceta
ao seu olhar. Enquanto minhas mãos tocaram o seu pênis. Sinto seu
hálito quente próximo a minha vagina e não demorou muito para os
seus lábios macios, encostarem-se em meu sexo. Estremeci e meu
corpo todo se arqueou, quando sua boca gulosa se apoderou de
toda minha intimidade e chupou meu sexo freneticamente.
Acabei fazendo o mesmo e de forma desajeitada, coloquei
seu membro na minha boca e fui sugando até onde dava conta.
Acho que estava fazendo da forma certa, pois, gemidos saiam da
boca dele em meio ao massacre que estava fazendo na minha
intimidade.
Seus lábios roçavam os grandes lábios do meu sexo e sua
língua passeava com movimentos implacáveis pelo meu clitóris.
Comecei a tremer e senti os seus dedos umedecidos de
óleo acariciando a entrada do meu ânus, fazendo movimentos
circulares, me deixando cada vez mais úmida. Temerosa pelo que
viesse acontecer, eu parei de chupar o seu membro pulsante e as
palavras saíram sem que eu pudesse segurar.
— Isso não! — mas, acabou não surtindo efeito, pois ele
forçou dois dos dedos que aos poucos foi deslizando entre as
paredes apertadas, me causando um desconforto terrível, ao ponto
de um grito ensurdecedor ecoar dentro do quarto e as lágrimas
surgirem nos meus olhos.
— Está doendo. Pare, por favor! — disse com a voz chorosa.
— Você precisa confiar em mim — disse ao afastar sua boca
do meu sexo. E, por alguns segundos se manteve imóvel, enquanto
a dor aos poucos foi se dissipando. César abocanhou novamente o
meu sexo e então começou a movimentar os dedos que estavam
dentro de mim. No mesmo instante, sua língua trabalhava no ponto
delicado e latejante que suplicava por atenção.
A dor começou a dá lugar ao prazer e para aumentar o meu
tormento, sua língua continuava a explorar o meu clitóris, com uma
habilidade avassaladora, friccionando o meu sexo úmido e latejante.
Ao mesmo tempo, sentia o mergulho rítmico dos seus dedos dentro
da minha fenda. Sem que me desse, conta, comecei a remexer
meus quadris rapidamente e sua boca faminta sugava minha
boceta como se fosse uma laranja, a qual ele queria espremer,
deixando só o bagaço.
Minha cabeça estava a mil, perdendo todo o meu
autocontrole comecei a suplicar.
— Depressa.
Fui inundada pelo prazer, quando mergulhou mais fundo e
girou seus dedos me alargando ainda mais. Disposta a proporcionar
a ele a mesma sensação, comecei a deslizar minha língua pela
extensão daquele pênis que estava carente de atenção e logo
depois minha boca encontrou a cabeça rosada e suculenta daquela
sucuri que estava com um líquido cremoso em cima da sua fenda e
ao contrário do que acontece quando uma cobra se depara com sua
presa, fui eu a dar o bote, engolindo com precisão. Arrancando
gemidos agonizantes de prazer entrecortados pela minha intimidade
que estava esmagando a sua boca.
César aumentou o ritmo dos seus movimentos e eu fiz o
mesmo. A sensação era que meu coração estava queimando como
se fosse explodir e meu corpo estava em chamas. Não consegui
mais pensar em nada. Somente sentir o seus dedos explorando o
meu orifício. Simultaneamente, sua língua exerceu uma
manipulação hábil em meu clitóris, me levando a loucura.
Totalmente insana, me contorci como se estivesse com cólicas,
porém, era um prazer inexplicável que tomou conta de cada
centímetro do meu corpo.
Entre gemidos e suspiros consegui dizer algumas palavras.
— E... Eu não esto... Estou aguentando mais.
Seus quadris agora pareciam estar descontrolados,
enquanto eu sugava a cabeça do seu pênis. Minha boceta se
contraiu avidamente. Eu já não aguentava mais e explodi em um
orgasmo incrível, que sacudiu meu corpo todo. Ele também chegou
ao seu limite, visto que a minha boca foi invadida pelo seu líquido
em jatos potentes. Concentrei-me em engolir tudo, até a última gota.
Ofegantes, e na posição contraria do que estava antes. Meus
olhos estão fixos nos dele, que me olhavam como se estivesse
hipnotizado, porém, depois que um esboço de um sorriso surgiu no
seu rosto, aquela boca deliciosa que me fez sentir uma sensação
como se estivesse flutuando se entreabriu.
— Gostou, anjo?
— Hum. Não sei dizer. Acho que você terá que fazer de novo
para eu ter certeza.
Ele deu uma gargalhada.
— Que bom! Vejo que teremos algumas aulas extras até
você ter certeza.
Desta vez fui eu que comecei a sorrir. Não sei o que o futuro
nos reserva, mas naquele momento, eu me sentia amada, feliz e
realizada.
Capítulo 36
Na manhã seguinte...
César Medeiros
Horas depois...
Quando acordei, foi com Marta chamando-me, já que era
hora do almoço. Depois que já havia comido, voltei para o meu
quarto, pois ainda estava meio sonolenta e acabei adormecendo
novamente.
Novamente meus olhos se abriram há exatamente uma
hora atrás e assustei-me ao ver que já era noite. Acabei jantando e
vim para o meu quarto assistir um filme, pois a minha fiel
companheira das noites de domingo não estava. Meus
pensamentos foram interrompidos quando um anúncio surgiu entre
o filme, informando o próximo que iria ser exibindo. Meu olhar ficou
cravado na tela e o trailer exibindo despertou minha total atenção
"CINQUENTA TONS DE CINZAS".
Meia hora depois, o filme que eu estava assistindo acabou e
já estava na expectativa pelo que estava por vir em seguida.
Segundos e minutos se passaram e eu não conseguia desviar os
meus olhos da TV. Tudo aquilo parecia muito familiar, desde as
iniciais dos nossos nomes e os detalhes do quarto vermelho com a
masmorra da luxúria, até um dominador e sua submissa. Porém, a
única diferença era que o meu dominador era muito mais bonito e
gostoso que o Christian Grey da Anastácia.
Continuo com olhar fixo nas imagens, até que o contato
visual foi quebrado pelo barulho do meu celular e era uma chamada
de vídeo de César.
— Como você está?
— Bem, acabei dormindo o dia todo. Meu corpo parecia que
tinha sido esmagado por um caminhão — ele começou a gargalhar.
— Tudo sua culpa — eu disse em seguida.
— Não se faça de inocente, anjo. Que a monstrinha
insaciável e atrevida bem que gostou de sentir o peso do meu corpo
sobre o seu e o calor do meu pau dentro dessa grutinha, a
expandido até o seu limite.
Engulo em seco. E suas palavras já causaram um tremor
violento em meu corpo, o frio que estava sentindo pela temperatura
do ar condicionado deu lugar a um calor escaldante. Ficamos ainda
bastante tempo conversando, até esqueci-me do filme e assim
que ele encerrou a ligação, já que eu teria aula no dia seguinte. O
filme, Cinquenta tons de cinzas, já estava na cena final onde a
mocinha entrou no elevador.
Desligo o aparelho, mas assim que tiver tempo, irei assistir
com calma o filme todo. Não sei quanto tempo se passou, mas,
deixei-me ser envolvida pelo sono profundo.
Manhã seguinte...
Como diz Nina, quem dorme cedo acaba madrugando e foi
justamente o que aconteceu. Como não estava disposta a chegar
atrasada, já que o primeiro horário era aula de Sociologia. Depois do
desjejum, saí alguns minutos antes do que era acostumada, o que
foi muito bom, pois o trânsito estava até calmo, como se hoje fosse
dia de feriado.
O carro parou assim que chegou a frente da escola. Depois
de descer do veículo, dei algumas passadas na direção do portão,
quando estava prestes a chegar até a entrada, senti uma mão
forte segurando o seu braço, meus batimentos aceleram e sabendo
de quem se tratava virei-me imediatamente.
— Eu preciso falar com você.
Capítulo 37
Ângela Souza
— Eu preciso falar com você.
— Em primeiro lugar solte o meu braço — disse num tom
grosseiro e ele imediatamente me soltou.
— Eu sei que você deve estar magoada pelo que eu fiz, mas
saiba que estou profundamente arrependi...
Antes que ele viesse a continuar, foi interrompido pela voz
grossa que ressoou a nossa volta.
— Algum problema, Ângela?
Meu olhar caiu vagarosamente sobre o homem alto e bonito,
estava impecavelmente vestido com um terno italiano, azul. Meu
coração deu cambalhotas ao vê-lo parado ali em plena luz do dia,
com uma expressão fechada no rosto, o que só me deixou com
mais vontade de agarrá-lo. Pelas suas feições e o olhar que eu já
conhecia bem, sabia que estava enfurecido pela presença de
Augusto e antes que viesse a dizer alguma coisa, num abrir e fechar
de olhos, em minha mente um pensamento surgiu e depois se
esvaiu numa velocidade impressionante. O que me deixou desejosa
ao lembrar que certamente hoje, eu receberia uma boa punição.
— Está tudo bem professor. Só ia dizer a esse garoto que
nós dois não temos nada para conversar.
— Ângela, e... Eu... — nem o deixei prosseguir.
— O que você fez, já foi feito.
— Eu gosto de você — falou num tom alto e suas palavras
me causaram uma grande irritação.
— A diferença é que eu não gosto de você e sim de outra
pessoa. Agora se quer realmente ter uma atitude digna de um
homem e não um moleque. Se mantenha bem afastado de mim.
Por alguns segundos o medo tomou conta de mim, pois,
enquanto Augusto parecia desnorteado, meu olhar foi do rosto do
homem a minha frente para o seu pescoço cheio de veias salientes,
desviei rapidamente e logo o detive em uma de suas mãos que
estava fechada em punho. Temerosa de que algo pudesse
acontecer, assim que ia me aproximar dele, o barulho da sirene
ecoou em toda sua potência.
— Professor, vamos!
Embora fosse contra a sua vontade, mas quando uma
multidão passou por nós, ele enfim resolveu se mover e assim como
eu, começou a caminhar para dentro do lugar.
Horas depois...
Estávamos na hora do intervalo, enquanto os demais ficaram
na cantina. Eu acabei deixando o lugar e já estava prestes a ir em
direção ao corredor que dava acesso a minha sala de aula, quando
a imagem que apareceu em minha frente teve para mim o efeito de
uma muralha. O que me impediu de seguir adiante.
Dei alguns passos para trás, para que o casal a minha frente
não visse que eu estava ali. Não demorou muito para que a voz da
senhorita Marina fosse ouvida por mim.
— César, eu queria aproveitar que estamos a sós e perguntar
se gostaria de jantar comigo hoje? — de repente minha respiração
começou a ficar pesada, já estava sentindo o meu pulmão arder,
como se pegasse fogo, mas nada havia me preparado para as
palavras que ouvi em seguida.
— Embora a sua companhia seja agradável. Acredito, eu,
que a minha mulher não iria gostar que eu viesse a sair com você.
— Eu não sabia que você era casado?
— E não sou, mas um pedaço de papel não vale mais do quê
o que eu sinto por ela.
Meu coração estava descompassado e com isso, o ar estava
cada vez mais escasso e não tive alternativa, a não ser voltar a
andar na tentativa desesperada de chegar até a sala e pegar a
minha bombinha. Com passadas rápidas, me aproximei do casal e
a senhorita Marina tinha o rosto vermelho, indicando que estava
com raiva.
Quando o olhar dele encontrou o meu, suas feições mudaram
ao perceber que eu não estava bem e acabou vindo ao meu
encontro.
— Você está bem?
Abri a boca, mas, nenhum som saiu por ela e como não era
novidade alguma que ele tivesse o dom de ler os meus
pensamentos. O homem parecia um louco ao sair correndo pelo
corredor na direção da sala, acabei parando ali, já que meu coração,
que antes batia num ritmo forte de felicidade, agora, os batimentos
estavam fracos e eu já estava começando a ver tudo girando ao
meu redor quando ele surgiu em minha frente com o pequeno objeto
que era a minha salvação. Depois que minha respiração voltou ao
normal, fiquei intrigada de como certas coisas me faziam ter uma
crise asmática, enquanto todas emoções que eu sentia ao ser
possuída com força, por ele, mesmo deixando os meus pulmões aos
espasmos e o coração disparado, não era preciso fazer uso da
minha bombinha.
Ângela Souza
— Vire-se, anjo! — sua voz soou num tom autoritário,
desta vez.
— Você não vai colocar isso aí dentro de mim — falei
quando ele começou a mergulhar o plug anal dentro da tigela de
água, como se tivesse lubrificando o objeto.
— Entre as regras, você não foi contra a penetração anal,
tanto que sentiu prazer ao ter os meus dedos dentro desse cuzinho
delicioso. Contudo, para que você sinta ainda mais prazer, precisa
antes passar por essa preparação.
— E o que você vai fazer com esse gengibre? — ele esboçou
um sorriso.
— Lição número um de hoje. Isso se dá o nome de Figging
em BDSM. Uma prática antiga de introduzir o gengibre no ânus.
— Isso tem uma ardência terrível, você disse que, o que
importava era o prazer de ambos e tendo algo me queimando por
dentro, como vou sentir com tanta dor?
— Lição número dois. Sempre confie em seu Mestre, pois,
se você não tiver prazer, de nada adiantará tudo isso. Antes de você
chegar, fiz o processo para diminuir o ardor dele. Assim que eu
retirar o plug que será lubrificado com água, já que uso de
lubrificantes feitos com óleo ou outra substância que cortam o efeito
do gengibre, eu irei introduzi-lo dentro de você. Dessa forma, você
sentira de início um aquecimento suave, então, como o suco vai se
infiltrar em sua carne, a queimação vai crescendo e assim que o
puxar, a única coisa que entrará em você será o meu pau faminto.
Com o ardor ainda presente, vai impedir o apertamento da sua
bumba, ou seja, nçao será possível que você venha contraí-la, o
que poderia causa-lhe uma sensação de desconforto.
Olhei fixamente para o homem que esperava que eu fizesse
o que ele havia mandado. Meus olhos passeiam rapidamente a
nossa volta, tendo a constatação que esse é o pecaminoso lugar
onde eu tenho o poder da objeção, mas também da aprovação.
Um lugar onde o meu corpo está em busca de muito prazer,
mesmo que se oponha ao pudor e se ele disse que jamais faremos
algo que venha a me machucar, eu preciso confiar no meu Mestre.
Deite-me de bruços, tinha a sensação de que todo o meu
corpo estava rígido.
— Anjo, você quer ser amordaçada ou quer algo para
morder? — pergunta num tom provocativo.
A resposta saiu da minha boca e de início minha voz estava
trêmula, mas depois ficou firme.
— Não precisa meu senhor. Deixe-me gritar, pois, só assim
você saberá que se forem gritos de dor, jamais, voltará a fazer isso
comigo. Porém, se for de prazer, terá passe livre para me castigar
quando quiser.
— Tão atrevida — disse, agora com a voz rouca. Não
demorou muito para que o homem levasse uma de suas mãos até a
minha intimidade, que ainda estava encharcada das suas lambidas
e do quanto eu estava excitada minutos atrás. Ele começou a
massagear a pele sedosa do meu sexo, meu corpo que até então
estava duro e pesado, começou a reagir aos seus toques e
involuntariamente movi o quadril para senti melhor a pressão.
Enquanto ele acariciava o ponto delicado, começou a esfregar o
objeto umedecido e gelado em torno da entrada do meu ânus,
explorando aquela região com movimentos cautelosos. César fez
aquilo por várias vezes, apertando-o contra minha carne.
Seus movimentos em meu clitóris aumentaram, ele deslizou
lentamente o plug no pequeno buraco do meu traseiro, me fazendo
arfar e choramingar. Contudo, a manipulação hábil dos seus dedos
incansáveis no meu botão de nervos endurecido, me fez esquecer
o incomodo em minha bunda, e ele por sua vez, começou a
movimentar o objeto em um vai e vem frenético. Gemidos de prazer
escapam pelos meus lábios, eu já estava na beira do
orgasmo quando do nada ele parou, depois, se afastou me
deixando perdida por sua ausência.
— Mestre!
— Quero que você se vire lentamente — disse aquilo
certamente pelo objeto que ainda estava dentro de mim. Fiz
exatamente como ele mandou e enquanto isso, Medeiros se ajoelha
à minha frente.
— Levante agora as duas pernas e coloque a planta dos
seus pés fixos no meu abdômen.
Assim que sigo sua ordem. César, então, segura as minhas
coxas erguendo os meus quadris à altura do seu pênis. Eu podia
sentir a minha vagina completamente aberta naquela posição,
mesmo não tendo autorização para falar, mas movida pela minha
curiosidade resolvi perguntar.
— Mestre, que posição é essa?
— Se chama “A esposa de Indra.”
— A mulher do deus hindu, Indra?
— Sim. Essa posição é apropriada para o intercurso mais
elevado, ou seja, a penetração mais profunda — respiro
profundamente ao ver seus olhos cheios de desejo e tesão.
Sem dizer mais nada, ele começou a passar a cabeça quente
do seu membro na minha entrada. Sem delongas, o meu mestre
mergulhou fundo, a cabeça do seu pênis na abertura estreita da
minha intimidade e foi deslizando logo em seguida todo o seu
tamanho avantajado para dentro de mim. Um gemido desesperado
saiu do fundo da minha garganta e ele começou a se movimentar,
saindo e entrando em mim, num ritmo lento e torturante,
mergulhando seu pênis nas profundezas aveludadas da minha
boceta.
Meu corpo estava tão quente, a sensação de estar
completamente preenchida era indescritível. Porém, ele continuava
naquele ritmo preguiçoso, com estocadas calculadas, o que me fez
suplicar para que ele me invadisse com mais força.
— Por favor, Mestre.
— A minha vontade é foder você com força e forte. Mas, hoje
é só o começo para o seu corpo se acostumar com essa posição e
com o plug ainda dentro de você, precisamos ir com calma, anjo.
Num movimento rápido e preciso, César saiu de dentro de
mim, sem me dar tempo para entender o que estava acontecendo,
ele puxou lentamente o objeto do meu ânus e se afastou um
pouco. Assim que abaixo as minhas pernas, o homem segurou nos
meus quadris, me fazendo ficar em uma posição de quatro, de modo
que ficasse de joelhos e com as duas mãos, apoiadas sobre o
colchão.
Novamente sinto algo melado indo de encontro a minha
bunda, ele começou a esfregar na entrada do meu orifício e
lentamente colocou o plug de gengibre dentro de mim. O que
começou com uma pequena ardência, aos poucos foi fazendo a
temperatura do meu corpo subir e foi aumentando à medida que o
suco se infiltrava em minha carne, até que um tremor violento me
atingiu. Todos os meus órgãos internos começaram a funcionar aos
espasmos, eu estava quente e ondas elétricas estavam
produzindo um choque geral e paralisante, que tomaram conta do
meu corpo.
Meus pensamentos eram borrões coloridos de muita luz e
brilho. Mas, logo depois várias sensações me invadiram e aquilo
começou a ficar muito bom, porém, o calor no meu interior foi se
dissipando quando ele tirou aquilo de mim e senti a cabeça melada
e grossa do seu membro brincando com a entrada apertada do meu
traseiro. O ardor já não era tão intenso, estava prestes a mandar
que ele colocasse novamente e foi nesse exato momento que ele
aprofundou o contato contra a minha carne, forçando a entrada.
Meu corpo todo estremeceu. Soltei um ruído de medo e dor.
Então, levou uma de suas mãos até a minha vagina e, começou a
acariciar meu clitóris, massageando-o sem parar. A dor que estava
sentindo aliviou um pouco. Enquanto, enfiava o seu membro todo
dentro de mim e seus dedos friccionavam o meu sexo, ele
empurrava ainda mais fundo o seu pau, com estocadas precisas e
implacáveis.
Ouvi sua respiração se transformar num rugido abafado e
entre sussurros começou a dizer.
— Deliciosa, eu jamais irei deixar você se afastar de mim.
O Mestre deslizou dois dedos para dentro de mim, e girou
em torno da minha fenda e acelerou o ritmo, entrando e saindo,
cada vez mais fundo. Retirou o seu pênis e depois meteu em mim
de novo, no mesmo momento, esfregava freneticamente aquela
região da minha boceta que estava tão sensível. Minha respiração
ganhou um ritmo ofegante, minha intimidade mais parecia que
estava levando um choque de tanto que pulsava e eu estava prestes
a perder a cabeça.
— Mestre, meu corpo está pegando fogo.
— Então deixe que o meu líquido o apague. Goza para o seu
dono.
Suas palavras em conjunto com que veio em seguida, se
tornaram a minha perdição ou salvação. Desta vez, três dedos me
invadiram e tocaram um ponto angustiante que suplicava por
atenção. Mas, quando o seu polegar, num ritmo alucinante acariciou
o meu clitóris inchado, aquilo me empurrou para o fundo do abismo.
Meu corpo todo estremeceu e ele soltou um rugido
animalesco, como se uma fera tivesse despertado. Molhada de suor,
eu tentava controla a minha respiração, enquanto ondas de deleite
ainda percorriam a minha intimidade. Instantes depois, o corpo dele
desabou sobre a cama e o homem me puxou para junto de si.
Minha cabeça estava sobre o seu peitoral úmido, podia sentir
os batimentos fortes do seu coração. Sem que eu pudesse
controlar, as palavras saíram pelos meus lábios causando em
seguida um silêncio constrangedor.
— Eu amo você.
Capítulo 39
Ângela Souza
Meu peito se aperta, meu coração dispara. Respiro
longamente e profundamente ao ver que aquelas três palavras tão
pequenas tiveram um peso tão grande, capaz de fazer a calmaria
envolver todo o ambiente. De repente, o sossego foi rompido
quando senti o coração dele bater tão forte e alto, que parecia estar
prestes a sair pela boca.
O que veio em seguida valeu mais do que mil palavras. Seus
braços musculosos me apertaram com força e em seguida ele
beijou o topo de minha cabeça. Para um homem que sempre viveu
em uma vida cheia de prazer e luxúria, sem limites e nem pudores.
Se entregar a um sentimento que vai além do desejo carnal, deveria
ser algo que estava lhe despertando uma luta interna e a única
certeza que eu tinha, era que não deixaria ninguém me impedir de
ficar ao seu lado. Ficamos os dois ali sem dizer nenhuma palavra
por longos minutos, até que a sua mudez, enfim, se esvaiu.
— Como você está se sentindo? — levantei minha cabeça e
nosso olhar se encontrou.
— Sinto-me dolorida, deliciosamente dolorida. Você está me
corrompendo — ele solta uma gargalhada estridente que ecoa por
todo o ambiente.
— Eu só agucei a sua curiosidade e isso fez a menina no
corpo de mulher desabrochar com força. Deixando a submissa que
existe dentro dela se libertar completamente para os prazeres da
carne e os desejos mais obscenos.
Ele tinha toda razão. Eu tive essa sensação, de que algo que
eu lutava para manter adormecido dentro de mim, enfim, despertou,
ansiando por tudo isso. Sinto como se esse mundo de prazeres e
descobertas de alguma forma sempre fez parte da minha vida, de
ser dominada por ele e ter o meu corpo em chamas.
A única diferença era que jamais aceitaria ser tratada como
um objeto. Meus pensamentos foram interrompidos quando suas
mãos desceram até minha bunda, e enquanto apertava-a com
vontade, um sorriso perverso surgiu em sua face. Eu acabei
soltando um gemido alto quando o devasso deu dois, tapas, em
minha bunda, revezando um em cada nádega.
— Aiiii...
— Vamos tomar um banho e cuidar bem dela — falou
acariciando as partes onde ele havia batido.
— Isso doeu.
— Você gemendo com dois tapinhas, sendo que antes
aguentou algo mais duro e forte dentro de você. Agora vamos
levantar que você vai tomar um banho com água morna, que vai
diminuir o incomodo e precisa colocar para fora o sêmen que ainda
tem dentro de você.
Fiquei de cabeça baixa, ruborizada e totalmente acanhada
diante das palavras que ele disse, mas, ele logo levantou o meu
queixo para que eu o olhasse e então disse.
— Você não precisa ter vergonha do seu homem. Um
verdadeiro dominador não é aquele que cuida da sua submissa só
na cama em busca de prazer, mas, fora dela. Você precisa ainda
aprender como cuidar dessa bocetinha deliciosa e desse cuzinho
gostoso.
Dito isso, assim que ele se levantou, me puxou para seu
corpo e aninhada em seus braços, seguimos para o banheiro.
Minutos depois...
O percurso de volta para casa durou uns quarenta minutos.
Assim que desci do veículo, adentrei a mansão e com passos largos
comecei a andar na direção da escada. Depois de subir quase dez
degraus, estou andando pelo corredor, indo rumo ao meu quarto,
instante depois , estava abrindo a porta e entrando no cômodo.
Joguei minha mochila no chão e com o celular em mãos, me deitei
de bruços em minha cama, e em seguida liguei para César para lhe
avisar que já havia chegado.
— Anjo.
— Acabei de chegar em casa.
— Não esqueça que na quarta terá o simulado.
— Irei revisar novamente o conteúdo mais tarde.
— Você é a melhor aluna da sala e certamente se sairá bem.
— Agora vou desligar e sonhe com sua aluna favorita, pois,
eu estou ansiosa para saber que tipo de posição o Mestre irá me
ensinar amanhã.
Assim que dei a ligação por encerrada, ao virar-me, meus
batimentos cardíacos aceleram ao máximo, minha respiração ficou
pesada e o aparelho caiu da minha mão quando meus olhos foram
de encontro a mulher que estava petrificada em frente à porta do
banheiro, com algumas peças de roupas minhas em suas mãos.
Capítulo 40
Augusto Bennett
— Augusto! Vamos que pessoal já está lá embaixo
aguardando.
— Não estou a fim de sair. Vocês podem ir sem mim.
— Desde o dia do baile que você está completamente
diferente. O fato de a gata borralheira ter virado uma princesa, não
quer dizer que ela se tornou tão esperta.
— O que você quer dizer com isso?
— Ângela pode estar magoada pelo ocorrido. Porém, agora
é conveniente que você se aproxime dela. A infeliz escondeu tão
bem, que não tínhamos ideia que era, justamente a freirinha, a única
herdeira de Richard Johnson.
— Chega dessas armações, já cansei de tudo isso.
— Deixa de ser idiota, primo. Não sou boba para não
perceber que você está gostando dela, então basta unir o útil ao
agradável.
— Eu não vou voltar a cair nesse joguinho seu.
— Enquanto você quer dar uma de bom samaritano. Vai
aparecer alguém e fisgar a mina de ouro. Agora já vou indo, você
está se tornando insuportável.
Fiquei observando enquanto ela caminhava na direção da
saída. No momento que Susan fechou a porta, eu me acomodei na
poltrona macia da sala de estar e vários pensamentos não saiam
da minha mente.
Com a transferência do meu pai, acabamos voltando para
São Francisco. Dois dias antes do meu surgimento na escola, saí
com a Susan e sua turma e acabei ficando curioso à medida que
falavam da tal freirinha. Sempre vivi uma vida de luxo e regalias,
sem me importar com nada. Embora tão novo, já tinha uma vida
sexual bem ativa. Acabei transando com boa parte das garotas da
minha antiga escola, bastavam algumas palavras, que elas caiam
no meu jogo. Ouvir Susan dizer que com a tal garota da sua sala
isso não iria acontecer, diante daquele desafio, eu precisava mostra-
lhe que sempre consigo tudo que desejo, no entanto, só não
esperava me deparar com alguém como Ângela. Contudo, por mais
que sensações inexplicáveis percorressem o meu corpo, eu não ia
perder aquela aposta.
Mas, por um capricho, eu acabei perdendo uma joia mais
preciosa. Não pelo seu status e sim porque deixei que uma venda
ficasse em meus olhos, me impedindo de ver que eu estava tendo a
chance de fazer parte da vida de alguém que, além de ser bela por
fora, sua maior beleza está no seu interior.
Ouvir aquelas palavras ditas por ela hoje cedo, me fez refletir
de como tenho levado a minha vida, acabei me tornando alguém
sem escrúpulos. Mas, Ângela acabou me ensinando que a vida
realmente tem dois lados, um te leva pelo caminho da escuridão e
outro um caminho de luz.
Ângela Souza
Minha respiração ficou pesada e estava sufocando. Eu abri a
boca para tentar dizer algo, mas as palavras ficaram presas em
minha garganta e essa sensação é horrível. Quando a mulher a
minha frente viu o meu estado anormal, jogou as roupas que tinha
em suas mãos no chão e avançou na direção da minha bolsa.
Depois de pegar o objeto, entregou-me e uma sensação boa pairou
sobre mim, mas, assim que ela se sentou na minha cama e seus
olhos encontraram os meus, as palavras que haviam parado no
meio da garganta saiu como a força de um murro.
— Nina, eu posso explicar.
Novamente um silêncio pairou no ambiente. Seus olhos de
águia atentos em meu rosto, me observando com um longo olhar
inquisidor, como se desejasse penetrar em minha alma. De repente,
sinto o toque de suas mãos quentes nas minhas que estão geladas
de tanto nervosismo e a calmaria foi interrompida.
— Você já é uma mulher. Eu não sou a sua mãe, mas te
conheço desde que veio ao mundo e quando o seu professor veio
aqui com a desculpa de trazer o seu celular, sabia que havia algo
entre vocês dois.
— Sei que é errado, mas, é... — nem terminei de falar
quando fui interrompida por ela.
— Se vocês dois são livres e se não foi forçada a fazer nada
contra sua vontade. Não existe nada de errado.
— Embora haja diferença de idade. A única certeza que
tenho, é que o amo e nunca havia me sentido tão viva e tão
realizada em todos os sentidos.
— Filha, uma vez te disse que para o amor não existe idade.
O grande amor da minha vida era também o meu professor e por
medo de enfrentar a minha família, que era preconceituosa, eu perdi
a chance que viver um amor de verdade. O único homem que amei
na vida e meus familiares nunca souberam, que daquele romance
nasceu a minha joia mais preciosa.
— Você que dizer que Ana é o fruto desse amor?
— Sim, mas, nem mesmo o meu falecido marido soube.
Todos nós temos nossos segredos obscuros e aquele que desisti do
amor por ter que enfrentar obstáculos, viverá como eu, com um
vazio imenso no peito, como se tivesse uma ferida que nem mesmo
o tempo foi capaz de cicatrizar — lágrimas grossas começam a
descer pelo seu rosto. Acabo soltando as suas mãos para envolvê-
la num forte abraço e com a voz entrecortada, ela disse:
— Eu sempre estarei ao seu lado e se ele está te fazendo
feliz. Farei de tudo para ajudá-los a viver esse amor.
Continuamos a duas abraçadas e suas palavras só me deram
mais forças para não deixar que nenhum obstáculo fique meu
caminho.
No dia seguinte...
Hoje não teve aula de Sociologia, mas acabei olhando-o na
hora do intervalo. Depois da conversa que tive com Nina, ela
decidiu vir comigo até a clínica onde fica o consultório da Dra.
Sallet, entretanto, se eu não gostei da notícia, muito menos César
ao saber que por um imprevisto, a consulta ficou para as 16h00min,
ou seja, não daria para nos ver hoje. Todavia, o homem que falava
comigo por uma chamada de vídeo, logo mudou suas feições
quando disse que amanhã, assim que saísse da escola, iria com ele
direto para sua casa.
— ÂNGELA! — o som da voz de Nina, me tirou dos meus
devaneios e quando lhe dou minha atenção, escuto sua voz
novamente. — É a sua vez filha.
— Desta vez eu vou entrar sozinha.
— É o certo a fazer, você precisa do seu espaço, já que não
é mais a minha garotinha.
Dou-lhe um sorriso largo, levanto-me e caminho em direção a
porta. Com uma das mãos na maçaneta, suspiro profundamente
antes de entrar no ambiente.
Instantes depois...
— O que aconteceu para minha paciente favorita aparecer
antes da consulta que seria só no próximo mês?
— É qu... Que e... Eu — parei, pois não sei o que
aconteceu comigo que as palavras saíam emboladas e pela metade.
— Ângela, você sabe que além de ser sua médica, aqui
nossa relação é de amizade e não precisa ter vergonha em falar
nada.
Ela tinha toda razão. Dra. Sallet todos esses anos, acabou
construindo uma relação de confiança e alguém com quem eu
sempre pude esclarecer as minhas dúvidas. Respiro fundo e as
palavras desta vez foram saindo da minha boca naturalmente, sem
esforço.
— Eu queria que a senhora me receitasse um contraceptivo
— ela ficou alguns segundos em silêncio.
— Antes disso, preciso que responda algumas perguntas.
Você já teve relação ou pretende iniciar?
— Sim, já tive.
— Seu parceiro usou camisinha?
— No calor do momento acabamos esquecendo, mas, tomei
no mesmo dia a pílula do dia seguinte.
Ela começou a digitar algumas informações no seu notebook
e logo depois escreveu algumas palavras no receituário, em
seguida voltou a me encarar.
— Embora nenhum método contraceptivo tenha 100% de
eficácia, esse será o melhor para você, porém, você vai passar no
laboratório para fazer a coleta de sangue para alguns exames.
Ficamos um bom tempo conversando e assim que deixei sua
sala, fui com Nina até o laboratório.
Marina Oliveira
Dois dias atrás quando ouvi as palavras que saíram da boca
de César Medeiros, senti naquele momento que fui tomada por um
ódio descomunal, a sensação que eu tinha era de que uma bola de
fogo estava me incendiando por dentro. Aos poucos foi passando
pelos meus órgãos internos e parou próximo a minha garganta e a
cena que veio em seguida, me deixou ainda mais enfurecida ao ver
todo cuidado dele com a garota que surgiu no corredor.
Desde o momento que eu soube que o bilionário e solteiro
mais cobiçado do país ia fazer parte do corpo docente da instituição,
que eu estava determinada a fazer com que ele fosse meu de
qualquer maneira. Foram várias tentativas que acabaram fadadas
ao fracasso e quando cogitei que estava prestes a alcançar o meu
objetivo, suas palavras foram como se tivessem sido empurrada
direto para beira do abismo. Contudo, nunca fui mulher de desistir
facilmente e diante da cena que vi no corredor, um pensamento
passou pela minha cabeça, mas acabei descartando, já que era algo
completamente absurdo.
Hoje foi o dia do simulado e só tem um jeito em descobrir
quem é a infeliz que está no meio do caminho. Com a desculpa de
que não estava sentindo-me bem, acabei saindo minutos mais
cedo e agora estou dentro do meu carro, que se encontra parado a
certa distância da entrada da escola. Vou segui-lo e desta forma
saberei como estraçalhar a pedra que insiste em atrapalhar os
meus planos.
Capítulo 41
Ângela Souza
Ontem, depois que cheguei a minha casa, antes de
passar quase duas horas direto no telefone falando com César, fui
me deliciar do bolo de chocolate com calda de morango que Marta,
havia feito. O que começou com uma fatia, acabou que devorei
quase a metade do bolo.
As horas restantes, no entanto, passei acordada até ser
envolvida por um sono profundo, e nem ao menos me dediquei a
estudar para o simulado. Agora tendo uma cúmplice, que estava
até mais empolgada do que tudo, pois como ela mesma disse por
diversas vezes enquanto relatava as histórias do seu passado, de
como era astuta e diante de como ela disse, um romance proibido,
que desta vez teria um final feliz. Hoje antes de sair de casa, o
senhor Alberto, foi avisado por Nina, que não precisava vir me
buscar, já que eu iria almoçar na casa de uma amiga. Ainda no
intervalo, recebi uma mensagem de César. Sendo dele os últimos
dois horários, eu não precisava me preocupar em terminar logo o
simulado. Desta forma, ao entregar a prova minutos antes do
horário acabar, sairia da sala e só então lhe aguardaria no lugar que
antes eu esperava o senhor Alberto.
Afasto as lembranças e concentro minha atenção nas cinco
folhas de papel a minha frente. Já estamos no último horário de sua
aula, portanto, só terei que diminuir o meu ritmo e deixar para
responder as últimas três questões das 50 que foram colocadas,
quando faltar meia hora para terminar o horário.
Minutos depois...
Como combinado, faço exatamente como ele disse. Levantei-
me com minhas coisas já arrumadas dentro da minha bolsa e com
minha prova em mãos, ando na direção da sua mesa e depois de
lhe entregar, ando para fora do ambiente. Passos largos me levam
rumo ao portão principal, pois, o senhor Santiago certamente já
estava prestes a chegar para vir buscá-lo. Assim que passei pelo
portão, uma lufada de vento gelado me atingiu em cheio. Senti meu
corpo se arrepiar, uma sensação ruim apoderou-se de todo o meu
ser. Meus olhos passeiam pelo lugar a minha volta, porém, não vi
nada de estranho. Continuei caminhando e a cada passo que dava,
eu já não sabia se era fruto da minha imaginação, mas tinha a
sensação que estava sendo observada.
Marina Oliveira
Eu já estava impaciente de tanto esperar. Fiquei ali somente
com os olhos atentos em uma única direção até que se passou
segundos, minutos e quando deu uma hora que estava dentro do
carro, aumentou grandemente o tráfego de veículos, o que indicava
que o meu alvo logo surgiria. Todavia, minha atenção se voltou para
a fedelha, que apesar de ser tão nova, já era herdeira de uma
fortuna exorbitante, entretanto, fiquei intrigada diante da cena a
minha frente, onde ela caminhava como se não fosse Ângela
Johnson, alguém que os pais jamais permitiria que ficasse
perambulando pelas ruas com o risco de ser um alvo fácil para
alguém tirar uma boa vantagem diante da situação. Mas, eu
precisava manter o foco no que realmente era do meu interesse
naquele momento, porém, era estranho o fato de já ter passado
mais de vinte minutos e nada do carro dele surgir no meu campo de
visão.
Quando já estava chegando ao limite da minha paciência, eis
que minha presa apareceu e assim que o carro dele passou por
mim. Coloco o meu em movimento, mantendo uma pequena
distância e instantes depois, quando o carro de César Medeiros
reduziu a velocidade, o que aconteceu em seguida provocou um
misto de sentimentos que fizeram o maior deles envolver o meu
coração por completo. No primeiro olhar, raiva, já no segundo,
indignação. As lágrimas desceram pela minha face no mesmo
instante que um ódio mortal foi percorrendo cada fibra muscular do
meu corpo. Fechei uma das mãos em punho, tentando dissipar o
calor escaldante que tomou conta de cada centímetro da minha
pele.
— Aproveitem bastante, pois, a felicidade de vocês dois está
com as horas contadas.
No dia seguinte...
Ângela Souza
Eu estou feliz por ter tirado a maior nota entre todos que
fizeram o simulado, mas estou tão sonolenta e exausta, que já não
via a hora da aula acabar. Contudo, já estou na expectativa das
minhas aulas particulares de mais tarde. Espero que hoje, ele me
coloque naquela cruz como disse ontem que faria.
Enquanto o homem a minha frente está concentrado na
estrada, as recordações dos momentos que passei ontem ao lado
do homem que se tornou o dono do meu prazer e do meu coração,
surgem como flashes, fazendo uma onda de calor intenso atingir o
meu corpo inteiro. Quando chegamos na masmorra da luxuria, de
início fiquei desorientada com o cenário a minha frente, mas, ao
entender o que se passava pela mente do devasso, já estava
ansiando para que ele me fizesse sua.
Uma mesa semelhante a que é usada pelos professores da
minha escola estava próximo a uma parede, onde tinha fixada nela
uma lousa escolar gigante. Havia bem no centro do ambiente
algumas mesas e cadeiras escolares. Um verdadeiro cenário
reproduzido de uma sala de aula. O homem tirou do bolso os seus
óculos, colocou no rosto e caminhou até a sua mesa, logo depois,
eu fiz o mesmo e sentei em uma das cadeiras destinadas aos
alunos. Assumindo uma postura autoritária, porém, Cesar Medeiros
transpirava sexo em cada poro, enunciava-o em cada movimento,
depois de algumas explicações, um olhar malicioso surgiu no seu
belo rosto e com o olhar cravado em minha direção, as palavras
ditas em seguida, provocaram um latejar intenso no meio das
minhas pernas.
— Sabe qual é o maior desejo do seu professor?
— Não, mas, se sua aluna puder ajudar a realizá-lo — resolvi
entrar no seu jogo e me fazer de inocente, algo que ali dentro estava
cada vez mais difícil, pois, já estava me tornando tão devassa e
insaciável quanto o meu Mestre.
— Quero que venha até aqui.
Fiz exatamente o que ele mandou e ao parar em sua frente, o
homem me analisou por alguns segundos.
— O desejo do seu professor é foder sua querida aluna em
cima dessa mesa. Quero ouvir você dizer o quanto a aula está boa,
enquanto o meu pau pulsa fortemente dentro dessa bocetinha
apertada.
— Professor, isso é errado.
— Você não deseja ver o seu Mestre feliz e expandir os seus
conhecimentos?
— Sim, o que eu faço.
— Deite-se em cima da mesa.
Deitada sobre o objeto, o homem a minha frente começou a
se despir, para logo depois suas mãos deslizarem pelas minhas
pernas, se enfiando por dentro da minha saia até chegar à minha
intimidade. César, lentamente começou a acariciar minha intimidade
latejante por cima do tecido e quando seus dedos chegaram
próximo à entrada da minha vagina, ele friccionou um dos dedos
habilidosos forçando una invasão. O homem continuou naquela
tortura deliciosa, até que puxou a minha calcinha e abriu minhas
pernas, ele enfiou o rosto no centro do meu sexo, dando
continuidade aquela exploração que parecia não ter fim. Sua língua,
em contato com minha intimidade, abrindo meus lábios aveludados,
me fez perder todo o meu autocontrole. Meu corpo estava em
chamas e num convite despudorado, abri ainda mais as minhas
pernas, quando seus dedos me invadiram, os senti presos em torno
das paredes internas da minha vagina, mas quando eles tocaram
um ponto sensível no meu interior, gemidos altos saíram dentre
meus lábios, no mesmo momento em que meus músculos internos
se fechavam ao redor deles.
Ele então os puxou e novamente os deslizou fundo, fazendo
um ruído estrangulado sair do fundo da minha garganta. Meu sexo
pulsava como nunca e à medida que ele entrava e saia, em seguida
os girava dentro de mim, meu corpo todo se contorcia como se eu
estivesse prestes a desfalecer, porém, uma sensação de angústia
me atingiu quando ele os retirou, e antes que eu viesse a reclamar,
o homem segurou firme as minhas pernas, as puxando, ergueu os
meus quadris, ajustando-me no encaixe perfeito para que a fenda
quente e sedenta da minha boceta ficasse exatamente em contato
com a cabeça suculenta do seu membro rígido.
Fiquei com todos os sentidos aguçados quando o Mestre me
penetrou em uma estocada firme e precisa. Seus quadris
começaram a se mover e ele, por sua vez, me penetrava com
movimentos profundos e suas estocadas eram implacáveis,
provocando uma onda de prazer que se espalhou por todo o meu
corpo. Gemia feito uma louca ao sentir o meu ventre se expandir e
os primeiros sinais do orgasmo chegando, enquanto suas mãos que
seguravam minhas pernas, tremiam a medida que seu pênis
pulsava dentro de mim e trazia a sensação que a cada vez estava
mais grosso. O homem mais parecia um animal no cio e não
demorou muito para subir em cima da mesa, logo aproximou a sua
boca da minha e me beijou. Era um beijo repleto de intensões
sexuais, sua língua travando uma batalha com a minha, numa
carícia maravilhosa.
Quando ele aumentou suas estocadas, meu corpo enrijeceu,
minha vagina se contraiu, comecei a tremer e quase pedir o fôlego
quando uma onda de prazer invadiu minhas entranhas. No entanto,
ele continuou a explorar o meu sexo e de repente, um prazer ainda
mais intenso tomou conta de mim, era como se eu estivesse tendo
outro orgasmo em questão de segun...
— Senhorita Ângela!
Meu olhar foi em direção ao homem que estava com os olhos
cravados em meu rosto. E, por uma fração de segundos, um
pensamento passou pela minha cabeça e tratei logo em fazer com
que ele desaparecesse, mas não podia negar que pela primeira vez
eu não estava nada feliz com o senhor Alberto. Novamente meus
pensamentos foram interrompidos por ele.
— Chegamos há quase 10 minutos.
Senti meu rosto esquentar e fiquei me perguntando se algum
som escapou em meio as minhas lembranças. Eu que não ia querer
ficar ali para descobrir, então, peguei a mochila, pois ainda queria
dormir um pouco antes de ir para casa de César. Com passadas
apressadas, cheguei até a porta e assim que a abri, encontrei Nina,
ela por sua vez, abriu a boca, mas antes que falasse algo, foi
interrompida por mim.
— Ninoca, tirei a melhor nota do simulado.
Suas feições estavam estranhas, porém, a imagem que
surgiu no topo da escada seguida da voz que ecoou no ambiente,
me fizeram entender o porquê.
— Não esperava menos do que isso.
Capítulo 42
Ângela Souza
Meus olhos ficaram fixos na direção do casal a minha
frente, enquanto isso, eles começaram a descer os degraus da
escada. Embora sentindo sempre os dois longe de mim, até quando
estavam por perto, eu ficava imensamente feliz pelos poucos dias
em que ficavam em casa. Contudo, a volta deles tão repentina,
quando na verdade só iriam chegar na próxima semana, me causou
uma sensação ruim, como se toda a minha felicidade fosse se
esvaindo dando lugar a uma angústia profunda, e um aperto forte
em meu peito, como se meu coração estivesse sendo esmagado.
Fui tirada do estado de estupor em que me encontrava quando senti
os braços do meu pai me envolvendo, dando-me um abraço
apertado. Algo que quando criança sempre fazia-me sentir segura,
mas hoje somente sinto isso quando estou nos braços de César,
como se nada e ninguém pudesse me machucar.
— Estava com saudades princesa — disse ele assim que se
afastou um pouco.
— Também estava pai.
— Então suas alunas deram resultado?— falou a minha mãe.
— Sim, mas sempre fui boa aluna.
O ar de soberba estava ali, como sempre presente sua
expressão. No entanto, não dei importância e seguimos os três
para sala de estar e assim que me acomodei no estofado, coloquei
minha bolsa sobre o mesmo e puxei a prova que estava dentro
estendendo na direção dela.
A mulher olhava minuciosamente o documento que estava
em suas mãos, para logo depois um sorriso de satisfação surgir em
seu belo rosto. Embora não fosse a melhor mãe do mundo, eu tinha
que reconhecer que em matéria de beleza física, a sua era
exuberante. Entretanto, nunca em toda minha vida fiquei tão feliz ao
ouvir algo dito por ela.
— Diante do seu ótimo desempenho, vai continuar com as
aulas particulares.
— Preciso agradecê-lo — disse o meu pai.
Meu coração pulou de alegria e transborda com tanta
felicidade. Mas, se eles soubessem que as aulas só serviram para
fazer a menina dar lugar a mulher que estava presa dentro dela, de
certo jamais me deixariam colocar os pés na mansão Medeiros.
— O almoço será servido — comunicou Nina, e com um giro
nos calcanhares, desapareceu na mesma velocidade em que havia
surgido. Minutos depois, nós três nos levantados e seguimos na
direção da sala de refeição.
César Medeiros
A cada dia está mais difícil deixá-la ir para sua casa. Ângela
se tornou o mais precioso néctar, com o qual nunca me sinto
saciado. Depois do simulado feito, não somente da minha matéria,
como de várias outras em determinadas salas, foi marcado uma
reunião com todo corpo docente. Minutos que deram lugar a pouco
mais de uma hora se passaram e quando a reunião chegou ao fim,
já que todas as dúvidas foram esclarecidas, o meu olhar ficou fixo
na mulher que me encarava intensamente. Os demais começaram a
se levantar e assim como o reitor, deixaram o cômodo, fiquei ainda
arrumando as minhas coisas e ao levantar a cabeça, Marina
continuava com uma expressão de quem era a dona da situação e
assim que me levantei, ouvi a sua voz.
— Eu preciso falar com você — disse num tom autoritário e era
chegada a hora de acertar as contas com essa vagabunda.
— A reunião já acabou e não tenho nada a falar com você —
disse mesmo sabendo que ela iria prosseguir.
— Isso é o que você está dizendo, porém, fiquei surpresa ao
descobrir quem é a sua doce namorada.
— Você quer mesmo continuar com esse assunto?
— O renomado professor, César Medeiros, envolvido com
uma de suas alunas. Isso dará uma boa manchete nos principais
noticiários do país, sem contar que nenhuma escola vai querer você
em seu quadro de funcionários. Portanto, você tem duas opções, se
afastar daquela fedelha e assumimos para todos que estamos
juntos ou além de contar aos pais dela, farei um estrago na sua
vida.
Uma risada diabólica saiu do fundo da minha garganta
preenchendo todo o ambiente, deixando a mulher completam
assustada e ao mesmo tempo confusa.
— Marina, você quer mesmo medir forças comigo?
— E você acha que vou ficar com medo?
— Mas deveria, pois, eu estou pouco me lixando para o fato
de continuar ou não dando aulas nesse lugar e ao contrário de você
ou qualquer outra pessoa que faz parte do quadro de funcionários,
eu, César Medeiros, não preciso do salário que pagam para
sobreviver, tanto que o dinheiro do meu pagamento é destinado a
uma instituição de caridade — fiz uma pequena pausa e peguei o
documento que estava dentro da minha pasta. — Mulheres como
você, interesseiras e vadias, eu sinto o cheiro de longe e sei muito
bem o que são capazes de fazer. Até mesmo inventar que estava
doente, somente para tentar descobrir com quem eu estava
envolvido. — suas feições logo mudaram e o ar de soberba
desapareceu quando ela escutou o que veio em seguida. — A
diferença entre nós dois, é que, eu sempre tenho tudo o que desejo
e por maior que seja a pedra que fique no meu caminho, eu
estraçalho, assim como farei com você, se ousar a se meter na
minha vida ou da de Ângela.
Assim que seus lábios se moveram, joguei o documento em
sua direção. Ela ao ver o conteúdo do dossiê ficou petrificada.
— O que será que vai acontecer quando todos souberem do
seu envolvimento com Pitter Rivera? Achou mesmo que por ter
acontecido em uma pequena cidade, ninguém nunca descobriria? O
que vai ser mais impactante? O meu caso com Ângela, que já tem
17 anos e portando, não há lei que a proíba de ter relações
sexuais ou saberem que a vice-diretora na antiga escola que
trabalhava, transou com o diretor para se tornar seu aliado e ele,
junto com a família do garoto que não queriam um escândalo, o
caso do seu envolvimento não foi adiante. Um sujo querendo falar
do mal lavado. Qual moral você tem para falar de mim, após ter se
envolvido com um aluno que tinha somente 16 anos, só por saber
que ele era herdeiro de uma grande fortuna. Tirou tudo o que podia
do garoto, após seduzi-lo e envolver em sua teia.
— Eu vo...
— Você vai ficar calada ou eu acabo com você num estalar
de dedos. Não cruze o caminho de Ângela, pois, eu não terei
piedade e não será só o seu emprego que você vai perder.
O rosto dela parecia que estava em chamas, seus olhos
faiscando de ódio e sua única alternativa foi começar a se mover e
desaparecer da minha frente. Quando a infeliz sumiu do meu campo
de visão, peguei meu celular e mandei uma mensagem para Ângela,
hoje a levarei em um lugar que tenho certeza que ela vai adorar.
Richard Johnson
Mesmo contra a vontade de Gisele, resolvi que passaríamos
pelo menos duas semanas em São Francisco. Hoje quando olhei
Ângela, só então percebi o quanto minha princesinha cresceu e se
tornou uma linda mulher. Meus olhos continuam fixos no seu rosto
angelical, enquanto ela come lentamente a comida, que está em seu
prato. Instantes depois, a calmaria é interrompida pelo som da voz
de Gisele.
— Assim que você terminar, vamos até o meu quarto.
— Mãe, eu vou dormir um pouco — diz na tentativa de
escapar, já sabendo que se fosse passaria um longo tempo lá,
provando todas as roupas que a mãe trouxe de viagem. Mas, sendo
a minha esposa bem astuta, sabia exatamente o que fazer para
coagi-la.
— Achei que gostaria de ver o que os seus avós lhe
mandaram.
As feições de Ângela, logo mudaram, ela sempre foi
apaixonada pelos meus pais.
— Então vamos que já terminei.
As duas se levantaram e enquanto seguiram rumo a escada,
fui para sala de estar. Caminhei até o bar e após encher um copo
com o meu uísque favorito, estava prestes a ir para o meu escritório
quando um barulho vindo da bolsa que estava em cima do sofá
chamou a minha atenção. Assim que reduzi a distância, uma de
minhas mãos foram de encontro ao objeto, a tela estava bloqueada,
mas não foi difícil desbloquear, já que o mesmo foi desenvolvido
pela minha empresa e sabia exatamente como fazer. Contudo, ao
ver o nome que surgiu no meu campo de visão, meu corpo todo
estremeceu e ao acessar o conteúdo, fui consumido por um ódio
descomunal.
— Eu vou matar esse infeliz.
Capítulo 43
Richard Johnson
Eu estava consumido pela raiva, a ponto de tornar-me
irreconhecível. O meu ódio era tanto, que se aquele desgraçado
estivesse em minha frente nesse exato momento, cometeria uma
atrocidade.
Com o aparelho em mãos, comecei a andar rapidamente,
quase correndo em direção à porta. Cheguei ao jardim, porém, o
meu coração estava acelerado e parecia que iria sair pela boca.
Minha respiração estava ofegante e então fui obrigado a parar e
segurar a respiração para que voltasse a funcionar no ritmo
normal. Meu olhar foi de encontro ao homem que estava saindo da
entrada que dava acesso a cozinha e certamente havia terminado
de almoçar.
— Alberto! — ele ao ouvir minha voz e tratou rapidamente de
diminuir a distância que nos separava. — Vamos sair agora mesmo.
O homem deve ter achado estranho o fato de sair com ele e
não com o meu motorista, porém, não disse nada e caminhou até a
porta do veículo, assumindo o controle do volante. Instantes depois,
o carro entrou em movimento e o silêncio foi interrompido por ele.
— Para onde vamos senhor?
— Para mansão de Cesar Medeiros.
Novamente a calmaria pairou dentro do automóvel e só em
pensar no tipo de ensinamento que o maldito estava dando para a
minha menina, novamente fui tomado pela raiva. Minhas mãos
suavam e meu corpo todo estava trêmulo, tamanho era o ódio que
estava sentindo. Deixei o celular dela de lado e peguei o meu,
digitando rapidamente uma mensagem e em seguida enviei para
Gisele, para que não deixe a nossa filha sair de casa. Minutos
torturantes que foram como se tivesse passado uma eternidade se
passaram e quando o veículo parou em frente ao enorme portão,
assim como eu cogitei, o miserável achando que era ela, liberou
rapidamente a nossa entrada. Peguei o celular dela e saí do carro,
os meus movimentos eram como os de um tigre caçando sua
presa. Essa caçada durou alguns segundos, até que ao me
aproximar da porta dupla, ela foi aberta e nem dei tempo do homem
que surgiu em minha frente dizer nada, invadir o ambiente me
deparando com o meu alvo. O maldito devasso parecia espantado
com a minha presença, porém, ao lembrar-me das palavras que eu
tinha lido, novamente fui tomado de uma fúria incontrolável e
avancei em sua direção.
— Você não via a hora de enfiar o seu pau dentro da minha
filha?
A resposta foi dada por mim na forma de um soco que
explodiu na região da sua face, mais exatamente nos lábios do
maldito desgraçado.
César Medeiros
Assim que cheguei em casa, tomei um banho e desci para
almoçar. Estava ansioso pela chegada de Ângela, e após me livrar
do último degrau, fui informado por Santiago, que havia acabado de
mandar liberar a entrada do carro dela. Meu anjo insaciável
certamente, assim como eu, devia está faminta e sedenta de desejo.
Contudo, a pessoa que eu menos esperava ver em minha frente,
feito um furacão, invadiu o recinto e antes que viesse a processar o
que estava acontecendo, ouço suas palavras e sem me dar tempo
de reagir, com uma força que não achei que fosse capaz, o soco
desferido por ele, atingiu o meu rosto, fazendo-me cuspir sangue e,
sentindo o gosto metálico do líquido viscoso em minha língua.
Minha mandíbula se contraiu, meus olhos ardiam como se
estivessem em chamas, fechei uma de minhas mãos e com um
soco pesado, atingi seu peito, o fazendo perder o equilíbrio,
tropeçando contra tudo que estava atrás dele, até que seu corpo foi
de encontro ao chão. Com dificuldade, ele se levantou e eu tratei de
ir ao seu encontro. Sua respiração ficou agitada e com voz
entrecortada, me disse:
— Eu confiei minha filha a você, seu infeliz. No entanto, você
se aproveitou de uma menina que tem idade para ser sua filha.
— Tem idade para ser minha filha, mas não é. Se caso fosse,
certamente ela saberia o que era ser amada de verdade pelos pais.
— Eu vou acabar com você, jamais voltará a vê-la ou muito
menos colocar suas mãos imundas em cima dela.
— Você passou tanto tempo se preocupando com sua vida
profissional e o mundo que vive com sua esposa, que esqueceu
que a sua filha já tem 17 anos.
— ÂNGELA ainda é menor de idade, seu miserável.
— Pode até ser, mas não vai depender de você ou Gisele,
caso ela peça a emancipação. Tem argumentos fortíssimos para ir
junto a um juiz, afinal, vocês vem deixando-a durante todo esse
tempo aos cuidados dos empregados, que acabaram se tornando a
verdadeira família dela.
— Isso jamais irá acontecer, nem que eu gaste toda a minha
fortuna. Essa história não irá adiante.
— Então é melhor que se prepare para ficar sem filha e sem
esposa, pois, não acredito que Gisele queira viver em meio à
pobreza.
Suas feições mudaram, suas mandíbulas se contraiam sem
parar e o ódio estava visível em seu olhar. Sem dizer mais nada, o
homem caminhou, ainda atordoado, em direção a porta e assim que
ele passou por ela e a mesma foi fechada por Santiago, este não
permaneceu calado.
— Estou a sua disposição.
Sabia exatamente a que ele se referia. Mas, além de saber
que o anjo jamais me perdoaria, eu ainda tinha grande admiração
pelo desgraçado.
— Não será preciso. Uma já foi retirada do meu caminho,
jamais entro no confronto sem ter um grande trunfo nas mangas.
Ângela Souza
Eu estava assustada e tremendo de medo. Nunca, em
toda a minha vida, eu havia visto aquela expressão em sua face.
Era assustadora. Vários sentimentos misturados, ódio, raiva, ira,
tudo se mesclando em seu semblante, enquanto ele olhava para
mim como se estivesse se controlando para conter tudo que estava
sentido.
De repente o silêncio foi quebrado pela minha mãe.
— Richard, o que está acontecendo?
Como resposta, ele passou um de seus dedos na direção da
tela do aparelho que estava sobre sua posse e somente quando
estendeu na direção dela, eu percebi que era o meu celular. Os
olhos de Gisele ficaram cravados no visor e o homem que estava
fazendo voto de silêncio resolveu interrompê-lo.
— Veja que tipo de aula a sua filha estava tendo.
De repente, os meus pulmões começaram a funcionar aos
espasmos, como se estivessem queimando como brasa. Minha
garganta ardia e eu não conseguia respirar, enquanto a mulher se
virou em minha direção e seus olhos estavam faiscando de fúria.
— Eu esperava tudo vindo de você, menos que por de trás do
rosto de anjo, existisse alguém tão desvirtuosa — disse aos berros.
— Como você deixou-se seduzir por aquele pervertido, filha?
Sempre se mostrou uma menina esperta, no entanto, caiu nas
garras de um homem, que certamente só estava em busca de ter o
seu corpo para o seu bel-prazer — meu pai desta vez vociferou num
tom ainda mais alto e pouco estava se importando com o meu
estado, pois, as palavras ásperas continuaram a ecoar pelo
ambiente e minha cabeça já estava dando voltas e mais voltas, no
mesmo momento que minha garganta parecia que estava se
fechando.
— Agora tudo faz sentido. Mudança repentina no visual,
melhor nota do simulado. Afinal, a pecadora estava ocupando o seu
tempo com aulas muito mais picantes, então certamente precisava
ter sucesso na prova e assim continuaria a se entregar aquele infeliz
como se fosse uma qualquer.
— Gisele! — disse meu pai, como se tivesse recriminando-a
pelo ato, mas as palavras dela soam como trovões aos meus
ouvidos, fazendo os ruídos cruéis atingir a minha alma. Esta parecia
que estava acorrentada e acabou se libertando e, com ela, os meus
órgãos internos ganharam forças ao ponto de eu sentir a queimação
em meus pulmões se dissipando e algo me percorrendo por dentro,
como se quisesse sair. E, quando enfim, chegou a minha garganta,
o nó que estava preso nela se desfez e as palavras começaram a
sair pela minha boca, assim que ela estava prestes a continuar com
sua lição de moral.
— Eu cresci ouvindo você dizer que não puxei em nada para
você. Passei longos anos da minha vida recebendo críticas,
enquanto eu só buscava um pouco de carinho de vocês dois. Gisele
Johnson, você só é minha mãe porque me trouxe ao mundo, mas
jamais esteve ao meu lado quando eu precisei. Dá a um filho,
milhares de presentes e conforto, não faz de vocês verdadeiros
pais, porque pais de verdade dão acima de tudo, amor, e, isso eu
recebi das pessoas que vocês têm como empregados, quando na
verdade são a minha verdadeira família. Se você diz que sou uma
qualquer, então, eu te pergunto, de quem é a cul...?
A minha frase foi interrompida pelo forte tapa que ela me deu
no rosto, sinto a minha bochecha ardendo, no instante seguinte,
algumas lágrimas começaram a descer pela minha face.
— Você jamais verá aquele infeliz de novo — disse ela,
furiosa.
Respiro fundo e fecho os olhos para conter as lágrimas que ardiam
neles. E quando os abri novamente, por uma fração de segundos, a
imagem do rosto de César surgiu como um clarão em minha frente e
aquilo fez meu coração bater mais forte que nunca.
— Para isso acontecer, vocês vão precisar me matar — falei
sem desviar o olhar dos dois, ela por sua vez, levantou novamente a
sua mão, mas ficou imóvel quando ouviu o som da minha voz. — Se
isso te faz sentir que é minha mãe, pode continuar batendo. Porque
nem você e nem o meu pai, vão impedir que eu fique com ele — um
desafio silêncio pairou a nossa volta, até que o som da voz do meu
pai repercutiu no ar e suas palavras fizeram um tremor violento
tomar conta de todo o meu corpo.
— Vá para o seu quarto. Não esqueça que você é menor de
idade e, portanto, não fará o que deseja e para acabar com tudo
isso, daqui a três dias você vai conosco para Moscou e não voltará
tão cedo para São Francisco.
César Medeiros
Depois do confronto com Richard. Eu sabia que ele e
Gisele, fariam de tudo para afastá-la de mim, no entanto, não
esperava que ele fosse agir tão rápido.
Não adiantava ligar para ela, já que sabia que seu celular
estava sob a posse dele e muito menos fazer algo agindo por
impulso ou colocaria tudo a perder. Entretanto, ao ir para escola no
dia seguinte, sabia que poderia não encontra-la, e após quase cinco
horas de aula, ao sair e ver o sorriso vitorioso no rosto da infeliz e
em seguida ouvir as palavras que foram ditas por ela. Precisava ser
muito mais rápido que os dois ou Ângela seria afastada de mim para
sempre, porém, se eu não soube a forma que Richard descobriu
tudo, teria eu mesmo dado um fim naquela vadia, que ao saber que
Ângela, estava prestes ai estudar em outro país, estava explodindo
de felicidade, como se tivesse ganhado na loteria.
Uma corrida contra o tempo foi iniciada, e nunca me foi tão
útil na vida ser um homem dono de uma fortuna exorbitante e ter
trilhado um caminho que me levou a ter grande prestigio perante a
sociedade e aliados que jamais me negariam um favor. Enquanto
os pais dela acreditam que estão no comando da situação, eu estou
muito a frente deles.
Embora fossem os dois dias mais torturantes da minha vida. E, por
diversas vezes estive ao ponto de ir ao seu encontro, acima do meu
instinto e desejo, eu precisava colocar a razão e as consequências
do que poderia acontecer. Ângela, por ser menor de idade, ainda
está sob a guarda dos pais, assim como qualquer deslize poderia
realmente nos afastar por longos anos.
Consegui informações de que amanhã eles estariam
deixando o país, então, assim que acordei, recebi a ligação de um
velho amigo. Alan Gutiérrez, além de ser um velho conhecido, é o
renomado juiz do país, que atualmente, para minha sorte, é
responsável pela comarca do distrito da Califórnia. Com o pedido
que foi solicitado por mim para emancipação de Ângela, e a alta
quantia que coloquei em sua conta bancária, dando a ela uma
estabilidade financeira, a qual não precisaria mais da ajuda dos pais
e nem mesmo da minha, o próximo passo era conseguir que um dos
seus responsáveis, viesse a assinar o documento consentindo que
ela fosse emancipada e isso somente Gisele poderia fazer, mesmo
contra sua vontade, ela não teria outra escolha ou eu faria da sua
vida um verdadeiro inferno, mesmo sabendo que Ângela e aquele
que por anos eu protegi, ao omitir o que descobri, viessem a ter uma
grande decepção.
Depois que me encontrei com Alan, vim direto para casa,
tomei o meu banho e deixei o meu quarto, era chegada a hora de
entrar em contato com Gisele e decidir o futuro de Ângela. Todavia,
meu corpo todo estremeceu e paralisou ao me deparar com a única
pessoa que não esperava encontrar.
Meu coração disparou ao ver aquela que se tornou não
somente a dona dos meus pensamentos, como do meu coração.
Porém, em meio a tantas sensações que estava sentindo, o choque
da realidade pairou sobre mim, acertando-me como um soco cruel
no estômago.
Aquilo poderia ser um prato cheio para que todos os meus
planos fossem pelo ralo e nem mesmo Gisele, me seria útil contra
os argumentos de Richard perante a justiça. Quando acabei com a
distância e fiquei centímetros a de distância, o meu corpo todo foi
envolvido por um calor intenso, minha vontade era pegá-la e levá-la
direto para o meu quarto, entretanto, faltava pouco para ficarmos
junto e ao saber como ela chegou até a minha casa, eu precisava
agir rapidamente. Contudo, não esperava que o anjo estivesse tão
frágil, que as dúvidas que assolavam a sua mente a fizesse pensar
que ela fosse só mais uma em minha vida e no instante que ouvi
suas últimas palavras, um duelo começou dentro de mim, meu
coração parecia que ia saltar do meu peito, minha respiração
acelerou e um estremecimento tomou conta de todo o meu corpo.
As palavras vieram do meu coração e chegaram no fundo da minha
garganta e quando ressoaram no ar, o desespero me envolveu ao
vê-la desfazendo.
— Não só te desejo como você é a pessoa que mais amo na
vida.
Com ela em meus braços, coloquei o seu corpo em cima do
estofado e rapidamente comecei a procurar a sua bombinha. Minhas
mãos estavam trêmulas, uma dor terrível tomou conta do meu
peito.
— Vamos anjo, não me deixe — seu rosto estava pálido e
mesmo após fazer uso do medicamento, ela não acordava. O medo
cru e agudo apoderou-se de todo o meu ser e movido pelo
desespero, comecei a clamar para que ela acordasse.
— Você será minha para sempre, eu a amo. Eu a amo... —
fechei os meus olhos e coloquei minha cabeça próximo ao seu
peito e ali perdi a noção do tempo que se passou e só repetia as
mesmas palavras como se fosse um mantra.
— O peso da sua cabeça está me sufocando — meus olhos
se abriram diante daquele som que ecoou como a mais doce
melodia e ao afastar a minha cabeça, as duas safiras gigantes
estavam abertas. Ângela, com a minha ajuda, se sentou e seu olhar
encontrou o meu.
— Porque você não usou logo a sua bombinha?
— Você disse que ia me levar de volta para casa, achei que
queri...
Puxei o seu corpo para junto do meu, fazendo-a sentar-se em
meu colo. Com nossas bocas uma próxima da outra e os olhos fixos
um num outro, como se estivessem duelando, eu disse.
— Eu jamais iria desistir de você.
— Não quero que me levem para Moscou — disse com
lágrimas nos olhos.
— Isso não vai acontecer. Você é minha, para sempre minha.
— Esse é o momento que você me beija? — perguntou a
safada, esboçando um sorriso.
— Até poderia ser, mas, em poucas palavras, você me
chamou ainda pouco de cabeçudo?
Ela começou a sorrir o que me deixou feliz ao ver um sorriso
largo em seu rosto. Sem delongas, minha boca buscou a sua, um
beijo de início calmo, mas logo se tornou mais voluptuoso à medida
que minha língua inicia uma dança ao se entrelaça na sua,
acariciando-a com uma habilidade avassaladora. Minutos se
passaram e quando paramos o beijo, com a voz ofegante ela disse.
— Eu quero você.
— O que eu mais queria nesse momento, era ter o meu pau
pulsando dentro de você, porém, a partir de amanhã, não
precisaremos fazer isso às escondidas. Contudo, agora eu preciso
levá-la e resolver logo essa situação.
Vejo tristeza em seu olhar. Levo uma de minhas mãos em
direção ao seu rosto, acariciando a sua pele e sem medo, nem
reservas, resolvi falar aquilo que desde o momento que entendi que
já não podia mais lutar contra o que estava sentindo. Estava preso
em minha garganta.
— Eu a amo e em breve você será a minha esposa.
Capítulo 46
Ângela Souza
Minha respiração ficou acelerada assim como o meu
coração se aqueceu. Mas, desta vez, era pela felicidade que me
envolveu ao ouvir as palavras que saíram da boca dele. César
novamente aproximou a sua boca da minha. Ele colou os seus
lábios macios nos meus e antes de me beijar, as três palavras que
se tornaram música para os meus ouvidos, saíram por entre seus
lábios.
— Eu amo você.
Ao ouvir sua frase, algo dentro de mim vibrou e minha
intimidade começou a pulsar. Ele continua explorando a minha boca
me deixando com falta de ar. Minha respiração se tornava mais
áspera e úmida. Então, afastou sua boca dá minha quando
percebeu que eu já estava ficando sem fôlego.
Minutos depois...
Mesmo contra minha vontade, eu deixei sua casa e juntos
iriamos enfrentar até o mundo todo se fosse preciso, mas, não iria
abrir mão da minha felicidade. Medeiros, durante o percurso, após
apertar o botão e levantar a divisória da limusine, não perdeu a
oportunidade e atacou a minha boca com beijos ardentes que
estavam me levando a loucura, porém, quando chegamos na minha
casa, só nos deixaram entrar quando o vidro da janela foi abaixado
e os seguranças que tinha uma expressão temerosa no rosto,
perceberam que eu estava dentro do veículo.
Pelas suas feições, que mudaram com a minha chegada,
tudo indicava que os meus pais já estavam em casa e certamente
todos estavam com medo de perder o emprego. O veículo
novamente entrou em movimento e depois de alguns segundos, se
deteve. As portas foram destravadas e ele saiu do carro, fiz o
mesmo, logo depois, ele segurou em minha mão e juntos,
caminhamos em direção à entrada principal. Aumentamos o ritmo
das passadas e assim que paramos perto da porta, ela foi aberta
por Nina e assim que seus lábios se mexeram, foi justamente
quando o casal que tinha uma expressão fechada no rosto surgiu no
ambiente.
— A que ponto você chegou. Tudo por influência desse
homem — disse a minha mãe num tom rude.
— Venha aqui agora, Ângela — vocifera o meu pai.
— Eu estou muito bem aqui — disse firme, mas, estremeci
toda com o que minha mãe falou em seguida.
— Eu te avisei que você jamais voltaria a vê-lo, no entanto,
se atreveu a fugir de casa. Mas, agora além de despedir todos
aqueles que te ajudaram para ir encontrar esse homem. Chegou a
hora de dar um ponto final nessa situação e esse pervertido
deveria saber que isso era tudo que precisávamos para mandá-lo
direto para prisão, já que foi solicitada uma medida protetiva para
mantê-lo longe de você.
César, que até então estava calado, resolveu quebrar o
silêncio, porém, eu comecei a tremer e senti uma dor aguda no pé
da barriga, levei a mão até lá.
— Vocês acham que vão mesmo conseguir me manter longe
dela? Então vamos colocar as cartas na mesa e depois de tudo que
eu tenho para diz...
— Aiiii! — ele parou de falar assim que ouviu o meu grito.
Abaixei-me quando a dor intensificou e lágrimas começaram a
descer pelo meu rosto.
— Calma anjo.
— Filha, o que você tem? — perguntou o meu pai.
— Está doendo muito, me ajuda.
César pegou meu corpo fraco e frio, me aninhando em seus
braços, mas minha cabeça começou a latejar e tudo estava
girando ao meu redor. Senti uma dor ainda maior em minha barriga
e algo melado escorrendo entre minhas coxas. Sussurros ecoando
a minha volta e logo depois um grito endurecedor, até que cai em
uma escuridão sem fim.
— Ângela, nãooooo...
César Medeiros
Estou nervoso, ando de um lado para o outro da sala
privativa do hospital. Assim como eu, Richard está inquieto,
enquanto Gisele, essa pela primeira vez, vi com um ar de
preocupação no rosto.
Alguns minutos se passaram e ninguém dava notícia, eu
estava prestes a fazer um buraco no chão do ambiente de tanto
andar em círculos. Minha atenção foi voltada para porta ao ver a
médica adentrando o cômodo.
— Familiares de Ângela Johnson.
— Eu sou o pai dela.
— Eu sou o futuro marido — disse e o homem ao meu lado
me lançou um olhar mortal.
— Como a minha filha está? — perguntou Richard assim que
desviou o olhar do meu rosto, voltando-se em direção a mulher
vestida de branco.
— Senhor Johnson, sua filha está fora de perigo agora, no
entanto, ela sofreu um início de aborto.
— Aborto?! — exclamou Gisele.
Meu coração deu um baque. Olhei para a mulher a minha
frente, eu fiquei estático.
— Foi detectado um feto de pouco mais de três semanas,
contudo, devido ao que ocorreu, ela vai precisar de muito repouso.
Nada de viagem e muito menos aborrecimento. Ângela, além do
problema respiratório, apresentou um quadro alto de anemia e tudo
isso pode trazer graves consequências.
— Posso vê-la? — perguntou Richard.
— Sim, mas um de cada vez e não esqueçam de que a
paciente não pode se alterar.
Ainda não havia processado aquela informação, grávida!
Com tanto tempo de gestação, isso indica que ela ficou grávida
desde a primeira vez da penetração e certamente antes que eu
fizesse o coito interrompido, no líquido pré-ejaculatório continha
algum esperma vivo, assim como a médica, Richard deixou o
ambiente e diante da notícia que havia recebido, agora mais do que
nunca, precisava resolver logo essa situação. Meus pensamentos
foram interrompidos quando ouvi a voz da mulher que estava
furiosa.
— Você está satisfeito com o que fez? Essa criança acabou
com a vida dela e não pensem que isso vai mudar alguma coisa e
vocês ficarão juntos.
— Essa criança como você diz, é o meu filho e nada vai
impedir que os dois estejam ao meu lado. Depois da nossa
conversa, você vai assinar os documentos para emancipação dela e
vai convencer o seu marido a aceitar essa situação.
— Quem pensa que é para dizer o que devo ou não fazer?
— O homem que por todos esses anos guardou a
informação do seu envolvimento com David Williams.
— Você deve estar louco.
— Será mesmo? Quando eu vi vocês dois juntos na festa
onde Richard assumiu o controle das empresas Johnson, que foi
semanas antes do seu casamento e da notícia da gravidez. Cogitei
que ao me deparar com os dois perto do corredor que dava acesso
ao banheiro, foi só coincidência. Mas, os anos se passaram e o que
você não sabe, é que eu estive com David nos seus últimos dias de
vida.
Fiz uma pausa, ela estava pálida, como se todo o sangue do
seu rosto tivesse evaporado. Mas, a única coisa que importava era
ter Ângela ao meu lado e o nosso filho, mesmo que para isso, eu
tivesse que trazer a tona segredos do passado. Então prossegui.
— David me contou do envolvimento de vocês dois. De
como já haviam se conhecido antes mesmo de você conhecer
Richard, entretanto, continuaram com o romance e quando você
resolveu acabar com tudo. O casal do ano resolveu comunicar que
seriam pais.
— Não! Não! Não!
Ela parecia desorientada.
— A grande dúvida dele sempre foi se realmente a criança
era filha dele ou de Richard, mas, para um homem que sempre
viveu uma vida cercada pela luxúria e viagens. Preferiu viver
intensamente como o ratinho galã, sem se importar com nada, e
nunca procurou as respostas para suas incertezas. Mas, depois de
ver o seu comportamento com Ângela, eu fico me perguntando por
qual motivo você trata sua filha dessa forma.
Seus olhos estavam cheios de lágrimas e ela parecia perdida
em meio as seus próprios pensamentos. E quando saiu do estado
de estupor que estava, o seu olhar ficou direcionado no meu rosto.
— Eu a amo, embora não demonstre. Mas, toda vez que a
vejo, as dúvidas assolam a minha mente e por todos esses anos,
nunca tive coragem em ir em frente e descobrir a verdade.
— Então se você quer que tudo continue no passado, vai
assinar o documento e tenho certeza que tem bons argumentos
para fazer com que Richard não seja contra. Dessa forma, tanto ele,
como Ângela, jamais saberão a verdade.
O único som que se ouvia dentro da sala era da nossa
própria respiração. Segundos e minutos se passaram, até que a
mulher resolver falar.
— Eu farei o que você quer.
Meu corpo todo vibrou por dentro e um sorriso de satisfação
surgiu no meu rosto. Sei que se viesse a ser confirmado que
Ângela não fosse filha de Richard, traria sofrimento para os dois e
mesmo do jeito errado como eles vinham se comportando com a
filha. Ela ama os dois e certas coisas devem permanecer enterradas
no passado.
Capítulo 47
Ângela Souza
Tudo está tão calmo e não sinto dor. Sinto uma sensação
de paz tão grande.
Meus olhos se abriram, mas o arrependimento veio logo
depois. Uma forte claridade maltrata minha retina, voltei a fechá-los
de imediato. Instante depois, abri novamente meus olhos tentando
me adaptar àquela luz e quando passei o olhar em volta do
ambiente, às primeiras lembranças que vieram na minha memória
foram as dos meus pais confrontando César. Involuntariamente as
lágrimas começaram a descer pelo meu rosto, assim como o medo
tomou conta do meu corpo inteiro.
"César!"
Quando tentei me mexer, ouvi o barulho da porta sendo
aberta e o par, de olhos azuis, ficaram focados nos meus. Havia
uma expressão de preocupação em seu rosto e sem demora, ele
avançou em minha direção, impedindo que eu me levantasse.
— Fique quieta, anjo — disse e segurou uma de minhas
mãos.
— Eu pensei que haviam me afastado de você.
— Você nunca mais vai ficar longe do seu homem — falou
beijando a minha mão, forcei a mente tentando buscar as
informações armazenadas. Lembrei-me da dor terrível que
atravessou a minha barriga e logo depois tudo se transformou num
escuro sem fim. E só então percebi que na minha mão direita havia
um acesso intravenoso e no suporte uma bolsa de soro.
— O que aconteceu comigo? Por que estou aqui?
Medeiros ficou em silêncio por alguns segundos. Percebi que
ele estava procurando as palavras certas para me contar alguma
coisa, enquanto já me encontrava nervosa, um pensamento
tenebroso passou pela minha cabeça e, junto com ele as palavras
escaparam por minha boca.
— Eu estou muito doente? É isso?
— Você está grávida.
Já estava tremendo, porém, por alguns minutos fiquei
totalmente perdida com o que ouvi e logo depois, um misto de
sentimentos tomou conta de mim. Desde medo, até que fui
envolvida por uma sensação inexplicável e um amor que parecia tão
gigante que envolveu todo o meu coração.
Meu corpo estava vibrando de tanta felicidade, um filho! Mas,
logo o choque da realidade pairou sobre mim e novamente o
medo se fez presente. Fiquei tensa e tentei puxar a mão, porém,
ele a segurou com firmeza.
— Eu sei que você não queria filhos — falo e baixo a cabeça
em seguida, não sabia qual seria a reação dele, mas sei muito bem
o quanto uma criança precisa de amor e mesmo sendo tão nova,
jamais renegaria o meu filho. Nem que para isso tenha que viver
longe dele e de todos que forem contra essa gravidez. Sinto sua
mão levantando o meu queixo, me forçando a encará-lo.
— Confesso que fiquei surpreso, não esperava uma criança
agora, entretanto, saber que o nosso filho está crescendo dentro de
você e juntos seremos uma família, me deixou muito feliz. Porém, o
meu pau já está latejando só em pensar o quão apetitoso ficará
ainda mais o corpo da minha mulher, cheio de belas curvas que
serão moldadas a cada mês.
Qualquer um diria que ele era louco por pensar em sexo
numa hora dessas, mas, ficaria espantado se eu falasse que suas
palavras fizeram uma onda escaldante apoderar-se do meu corpo
inteiro e a minha intimidade estava pulsando pela expectativa dele
fazer tudo que tinha em mente comigo.
Minutos se passaram e ficamos envolvidos naquela bolha
que só havia espaço para coisas boas, até que novamente a porta
foi aberta e meu olhar ficou cravado no casal que surgiu no meu
campo de visão.
Instantes depois...
Eu não conseguia desviar os olhos dos meus pais. Senti
minha respiração acelerar e minhas mãos ficaram geladas,
enquanto o meu corpo estava trêmulo.
— Anjo, fica calma — disse César ao perceber o meu estado
e não demorou para eles se moverem e a voz da minha mãe
ressoar dentro do ambiente.
— Não estamos aqui para continuar brigando e sim decidir o
que é melhor para você — fiquei confusa, pois, havia algo de
diferente nela, principalmente porque estava me olhando de um
jeito que é novo para mim e não é o olhar de
reprovação que sempre via em seu rosto. Gisele me olhava com
ternura e foi a primeira vez que vi seus olhos brilhando ao estarem
direcionados para mim.
Já o meu pai tinha uma expressão fechada e um olhar frio
lançado em direção ao homem que segurava firme a minha mão, no
entanto, ao desviar sua atenção para mim. Suas feições mudaram e
um olhar compreensivo, assim como um sorriso acolhedor surgiu
no seu rosto redondo. Todavia, foram às palavras ditas pela mulher
que sempre pensei que não se importava comigo, que
trouxeram alento ao meu coração.
— Seriamos hipócritas ao dizer que toda essa situação nos
alegra. Como você mesmo proferiu alguns dias atrás, sempre
estivemos distante e todo o luxo que lhe foi proporcionado se
resume a nada perto da falta de carinho que você sempre
experimentou, no entanto, tratei-a como se fosse uma boneca, a
qual eu podia moldar de acordo com a minha vontade, visando
sempre a sua aparência física, enquanto o mais precioso estava
dentro de você. O bebê que carreguei nos braços, a menina que
corria para o colo do pai, cresceu, e nós dois não havíamos nos
dado conta de que sozinha começou a dar os seus passos e
chegou até aqui — ela fez uma pequena pausa e o meu pai
continuou.
— Chegamos à conclusão que se ele te faz feliz, não
iremos impedir que você fique ao lado de quem ama. Mas, saiba
que mesmo dando a emancipação a você, sempre terá um lar que
estará te esperando.
Seus olhos estavam cheios de lágrimas, eu sabia que não
estava sendo fácil para ele e o quanto parecia estar magoado com
César, contudo, eu fiquei imensamente feliz por saber que todo o
pesadelo chegou ao fim. E agora eu teria a minha própria família
com o homem que mudou a minha vida.
Minutos depois, os meus pais saíram do quarto e no
momento que a porta foi fechada, Medeiros tomou a minha boca
num beijo ardente, capaz de fazer o meu corpo queimar em um
prazer avassalador ao sentir os seus lábios juntos dos meus. Um
beijo onde duas almas que falam a "língua" da paixão.
Depois que paramos de nos beijar, uma das enfermeiras
entrou no quarto e após colocar uma substância no soro, as minhas
pálpebras ficaram pesadas. Enquanto os meus olhos estavam
querendo se fechar, o homem que me olhava intensamente, não
tinha noção que eu abri os meus olhos para um mundo novo
quando ele apareceu. Eu perdi meus medos e me entreguei
completamente. César Medeiros, meu professor, o meu mestre,
veio na melhor hora possível. Ele veio para me amar quando eu
mais precisava e me fez a pessoa mais feliz desse mundo.
Alguns dias depois...
Cinco dias se passaram desde o ocorrido que me levou a
parar no hospital. Momentos que foram seguidos de desespero,
medo, alegria e um amor que não cabe dentro do meu peito.
Gisele está longe de ser a mãe perfeita, até porque ninguém
muda da água para o vinho num piscar de olhos, porém, a mulher
que sempre me tratou com tanta rigidez desde pequena, agora suas
palavras não são como laminas afiadas que sempre atingiram o
meu peito, provocando uma grande dor em meu coração. O meu
pai, junto com César, providenciaram toda documentação para a
minha emancipação, no entanto, devido a minha idade e mesmo
estando grávida, só poderei me casar quando atingir os 18 anos.
Fiquei em repouso durante todos esses dias, e três dias atrás
chegou os exames que havia feito, solicitados pela Dr. Sallet,
confirmando a minha gravidez. Eu estava temerosa que Nina, Marta
e o senhor Alberto, viessem a perder o emprego, não por terem me
ajudado na fuga e sim pelo fato de que hoje, assim que saí da
escola, o meu destino será rumo ao lugar que entre o medo, as
dúvidas e toda minha relutância, a mulher que estava presa dentro
de mim, acabou se libertando e pronta para viver no mundo onde o
prazer, os desejos mais obscenos fazem o corpo arder, como se
estivesse em chamas e em meio a luxúria, os dois corpos grudados
pelo suor, assim como os dois corações que batem no mesmo ritmo,
acabam se tornando um só, envolvido por um sentimento grandioso
chamado amor.
Ciente que os meus pais não pensam em deixar de viver em
Moscou e decidido que hoje eles iriam retornar para Rússia.
Aqueles que só tinham o emprego garantido na mansão Johnson,
devido a eu estar lá, ficaram numa situação delicada. Não digo por
Nina, já que eu jamais abriria mão de tê-la ao meu lado, porém, eu
cresci com a presença do senhor Alberto e Marta por sua vez, além
de todo carinho, sempre foi a responsável por alimentar o leão
faminto que tenho dentro da barriga. Todavia, a atitude de César
Medeiros, só mostrou o porquê esse homem acabou se tornando o
dono do meu coração.
As três pessoas que sempre tive como membros da minha
família vão estar ao meu lado, mas desta vez, em um novo lar.
Meus pensamentos foram atrapalhados quando ouvi Nina,
me chamando.
— Alberto está te esperando e os seus pais também.
Dei uma ultima olhada para o meu quarto e as lágrimas começaram
a se formar. Foram 17 anos vivendo nesse lugar, momentos que me
senti muito sozinha, mas também amada por aqueles que faziam de
tudo para trazer alegria ao meu coração.
— Vamos!
Ao lado dela, deixei o ambiente. A cada passo que dava pelo
corredor, meus olhos iam de encontro aos quadros fixados nas
paredes e as lembranças surgiam como um filme em minha mente.
Instantes depois, quando comecei a descer os degraus da escada,
meu olhar ficou cravado no rosto do meu pai.
Richard Johnson estava com os braços abertos, assim como
fazia quando eu era criança e em seus braços, eu me sentia como
se estivesse dentro de uma fortaleza. Segura, em paz e tendo
naquele momento toda atenção que sempre almejava.
Assim que me livrei do último degrau, fui envolvida por um
forte abraço. Sendo minha gravidez de risco e com o problema de
saúde que tenho, ficou decidido que era melhor eu ir morar na
mansão Medeiros, já que em menos de um ano eu irei me casar.
— Se cuida princesa — disse ele ao se afastar um pouco
para dar um beijo em minha testa. Depois que nos afastamos e eu
estava prestes a caminhar em direção à porta, fiquei paralisada com
o que veio em seguida.
— Ângela!
Gisele, então se aproximou e seus braços se moveram e era
a primeira vez desde que deixei de ser a garotinha que nem sabia
andar que ela me abraçava daquela forma. Um abraço acolhedor,
seguido de um beijo no meu rosto, mas foram suas palavras que
acabaram alegrando o meu coração.
— Seja feliz.
Eu não conseguir mais conter as lágrimas. E enquanto ela
me abraçava, deixei que caíssem pelo meu rosto.
Minutos depois...
Entre as quatro aulas que tivemos, nenhuma foi tão intensa
quanto à de Sociologia. A matéria que se tornou a minha favorita,
hoje teve um clima de despedida o que deixou vários alunos tristes
ao saberem que César Medeiros, não faria mais parte do corpo
docente da instituição. O reitor achou melhor não entrar em
detalhes sobre o motivo de seu afastamento, que acabou sendo
solicitado pelo próprio César, para que no futuro, eu não me
tornasse alvo de comentários maliciosos, pelo fato de eu ter
dezessete anos, não é considerado crime a sua conduta no estado
da Califórnia, mas, algumas escolas tem prevista em seu
regimento interno que são contra sobre o envolvimento entre aluno
e professor.
Quando terminou o último horário, deixei a sala e fui ao
encontro dele que estava assinando alguns documentos na sala da
diretoria. Quando estava atravessando o corredor, enquanto os
demais alunos caminhavam rumo ao portão de saída, minha
atenção se voltou para mensagem que recebi de Nina, dizendo que
já estavam na casa de César. Um esboço de sorriso surgiu no meu
rosto, para quem disse que jamais deixaria os desejos da carne
falar mais alto, eu acabei não só sendo consumida pelo fogo
líquido que queima a minha pele, como Cesar acabou roubando o
meu coração. O que começou com uma aula maliciosa, resultou em
algo intenso e verdadeiro, e o fruto do nosso amor está crescendo
dentro de mim.
Coloquei o celular dentro da bolsa e continuei caminhando e
quando estava a alguns metros do local onde ele estava, senti o
meu corpo sendo empurrando em direção à parede, um gemido
escapou pelos meus lábios quando minha cabeça bateu em algo
que estava fixada na divisória. Levantei a cabeça me deparando
com a senhorita Marina.
Sua expressão era fria e seus olhos brilhavam com um brilho
mortal. Instantes depois, o silêncio no corredor foi quebrado por ela,
me deixando atônita com suas palavras.
— Sempre soube que por trás desse rosto de anjo, havia
uma grande vadia que não perdeu tempo e saiu trepando com o seu
próprio professor.
Capítulo 48
César Medeiros
Foram 15 anos da minha vida que uni o útil ao agradável.
Não nego que meu grande objetivo sempre foi buscar no meio das
minhas alunas, o alvo perfeito para assim satisfazer os meus
desejos sórdidos. Contudo, sempre fui fascinado por descobrir mais
sobre o comportamento das pessoas perante a sociedade, ao ponto
que por todo esse tempo, deixei as minhas empresas aos cuidados
do meu advogado, mesmo acompanhando sempre toda parte
financeira.
O que jamais esperava, era que ao tirar Cristóvão do meu
caminho para ocupar o seu lugar, eu estava traçando o meu próprio
destino rumo à mulher que veio para quebrar as barreiras que se
formaram em volta do meu coração. Barreiras levantadas por mim
quando a pessoa que deveria me proteger, por ganância, tinha um
único objetivo, "acabar com a minha existência". Por culpa daquela
desgraçada, eu me tornei um sádico e sentia prazer com a dor que
provocava nas minhas submissas. Sempre estava em um confronto
interno, lutando para que a razão gritasse mais alto do que meu
instinto selvagem. Ângela foi um raio de luz em meio à escuridão do
mundo cheio de luxúria que eu sempre vivi. A necessidade em tê-la
ao meu lado, vai além do desejo da carne, que só busca algo para
satisfação. No entanto, com os últimos acontecimentos, onde o
predador já não precisa viver numa caçada em busca de mais uma
presa, resolvi que já era hora de assumir o controle das minhas
empresas, embora que, a princípio, estava receoso e até cogitei na
possibilidade do anjo mudar de escola e assim ficar longe daquele
fedelho e da sua prima, porém, a minha mulher já mostrou que é
capaz de enfrentar qualquer situação.
Quando termino de assinar os últimos documentos, meu
olhar vai de encontro ao relógio em meu pulso, pego minhas coisas
e caminho em direção à porta de vidro. Depois que passo por ela e
giro a cabeça para direita, sou dominado por uma fúria
incontrolável e avanço na direção da infeliz que estava
encurralando a minha mulher. Embora esteja a certa distância,
consigo ouvir claramente as palavras que são ditas pela desgraçada
e quando aumento o ritmo das minhas passadas, antes que eu
cogitasse em fazer algo, acabo ficando paralisado quando a mulher
que parecia estar desorientada com que ouviu, sai do transe que
estava e não dá tempo para que Marina tenha qualquer reação,
pois rapidamente um estrondo ecoa no ambiente quando a mão
dela atinge, em cheio, o rosto da víbora.
Ângela Souza
A princípio, eu fui envolvida pela dor, mas depois fiquei
confusa e, ao ouvir as palavras ditas por ela, a raiva me dominou e
quando dei por mim, já tinha desferido um tapa em sua face com
toda força vinda através do enfurecimento que estava sentindo.
Uma bofetada de mão aberta, que fez seu rosto girar o suficiente
para que a marca avermelhada pudesse ser vista a distância. Ela,
por sua vez, virou o pescoço e me encarou com os grandes olhos
faiscando de ódio.
— Sua fedelha mal... — parou assim que o braço que havia
levantado para acertar o meu rosto foi segurado por César,
estremeço toda ao ver as feições que tomaram conta do rosto dele.
— Se você tocar nela, não respondo pelo que te possa
acontecer.
— Aiiii...
Gemidos de dor escaparam pelos lábios de Marina e ele por
sua vez, apertava com mais força o braço dela.
Jamais o tinha visto daquela forma, era como se outra
pessoa estivesse diante de mim. Temerosa do que pudesse vir a
acontecer em seguida, resolvi pedir para que a soltasse.
— Amor, solte-a.
Quando seu olhar encontrou o meu, ele desfez o contato.
— Isso não vai ficar assim — disse ela, furiosa, mas antes
que ele viesse a se alterar novamente, eu preciso dar um basta na
situação.
— Eu sempre soube que você ti certo interesse nele, porém,
a diferença é que eu não sou uma vadia como você, que continua
insistindo mesmo sabendo que ele não te quer. Eu posso ser uma
fedelha como você diz, mas, fui muito mais mulher do que você, já
que sou capaz de satisfazê-lo ao ponto de não te querer e a
nenhuma outra. Agora, na próxima vez que voltar a se dirigir a mim
dessa forma, não vamos resolver com palavras ou tapas e sim na
diretoria da escola. Eu posso estudar em qualquer lugar que quiser,
mas você não vai conseguir outro emprego nesse ramo se chegar
ao conhecimento de todos o jeito como se comportou com uma
aluna por puro despeito.
O rosto dela ficou vermelho e não foi pelo tapa que eu havia
dado e sim porque estava possuída pela raiva. Assim como surgiu
do nada em minha frente, ela desapareceu.
— Como você está? — perguntou César ao ficar centímetros
a minha frente.
— Estou bem, mas agora vamos que estou com fome.
— Minha gulosa — falou esboçando um sorriso e juntos,
andando pelo corredor que dava acesso a saída.
Momentos depois...
Quando o carro parou no jardim da mansão, nem estava
acreditando que ao contrário da última vez que vim a esse lugar, eu
não estava envolvida pelo medo. Não iria passar pelas portas
duplas, após ter fugido de casa e sim entrar no ambiente que seria
o meu novo lar.
De mãos dadas, seguimos para dentro de casa e assim que
adentrei o ambiente, minha atenção se voltou não para Nina e sim
em direção a sala de refeição, assim que um cheiro delicioso invadiu
as minhas narinas.
— Pelo seu olhar já sei que está faminta — disse Nina,
segurando o riso.
— Eu agora preciso comer por dois — eu olhava para
Cesar, tentando não sorrir.
— Se puxar para mãe, Marta e Augusta, vão passar o dia
todo em frente ao fogão — desta vez, eu não me aguentei e
comecei a sorrir, enquanto andávamos os três para o outro cômodo.
Ângela Souza
Meses depois...
Ângela Souza
Minutos depois...
Vestido somente com uma calça moletom. Com passos
apresados, percorri o curto caminho até o elevador e a minha boca
já estava salivando de tanto desejo assim como o meu pau que
pulsava fortemente ao ponto de não usar cueca para deixá-lo no
ponto, só esperando o momento de ser libertado da sua pequena
prisão.
Assim que cheguei próximo à porta, meus olhos caíram no
cenário a minha frente. O ambiente estava todo iluminado pelas
luzes tremulantes das velas, dei mais alguns passos e parei quando
o meu olhar ficou fixo na bela imagem a minha frente. Sobre a
cama que estava envolvida com varias pétalas de rosa branca,
estava a perfeição em forma de mulher, completamente nua
usando somente um colar de rubi.
— Tire a sua roupa e venha até aqui, mestre.
Suas palavras me tiraram do transe que eu estava e assim
que me livrei da minha única peça de roupa, caminhei em sua
direção e ela por sua vez se sentou.
— Deite-se — a submissa assumiu o papel de dominatrix,
disposto a ver até onde ela iria, fiz exatamente o que ela ordenou.
Com a cabeça acomodada em cima do travesseiro, cautelosamente
ela se moveu e deitou-se novamente, só que desta vez, ficou numa
posição que sua cabeça ficou na direção do meu membro e não
demorou muito para que eu sentisse o toque da sua língua passar
pela cabeça do meu pau, fazendo um gemido profundo escapar pela
minha boca. A safada por sua vez, deslizou a boca percorrendo toda
a extensão dos 22 cm do meu comprimento, que não parava de
crescer e ficar cada vez mais duro e grosso. Sua língua macia e
habilidosa, circulava em volta das minhas bolas, arrancando ruídos
de arrebatamento e logo em seguida, buscou o centro da minha
potência e abocanhou a cabeça suculenta do meu pênis, iniciando
um vaivém delicioso. O desejo rugia pelo meu corpo com uma força
quase assustadora, devido a intensidade dos seus movimentos
precisos e ritmados. Minutos se passaram e ela estava disposta a
me levar ao limite do meu prazer, tive que controlar os meus
instintos primitivos para não levar uma de minhas mãos até a sua
cabeça e apertar com força, deixando o meu pau por longos minutos
enfiando até a sua garganta. Seus movimentos ficaram mais
intensos e o calor tomou conta do meu corpo, assim como um
tremor violento me atingiu e antes que eu invadisse a sua boca
gulosa com jatos potentes do meu sêmen, tomei o controle da
situação e com cuidado a fiz deitar de lado e com a cabeça apoiada
no outro travesseiro, levei uma de minhas mãos até a sua bunda,
massageando suas nádegas e fui descendo até enfiá-la entre suas
pernas tocando sua boceta carnuda e deslizando os dedos pelos
grandes lábios até chegar no seu clitóris. Num convite
desavergonhado, ela abriu as pernas, passei um bom tempo
massageando aquele ponto que precisava de atenção. Gemidos
ecoavam dentro do cômodo e assim que levei a cabeça do meu pau
de encontro a sua entrada escaldante, senti seu corpo todo
estremecer, o que só aumentou a minha vontade de fodê-la a noite
toda. Deixei somente a cabeça escorregar para dentro da sua
boceta faminta, que sugou com precisão, eu comecei com um
vaivém frenético e aos poucos ia introduzindo toda extensão do meu
cacete que não demorou muito para ser engolido por inteiro. Senti
as paredes aveludadas do seu sexo se contrair e um desejo
imensurável apoderou-se de todo o meu ser e no mesmo momento,
aumentei o ritmo dos meus movimentos, enquanto o calor intenso
do seu interior atravessou o meu pau. Comecei a penetrá-la
vigorosamente, em cada movimento, meu corpo ficava mais
quente, assim como o dela, como se estivessem sendo envolvidos
pelas chamas que pareciam eternas, pois nunca seriam apagadas.
— Amor e... Eu...
— Ainda não, minha gostosa.
Prossegui aumentando os golpes contra sua carne latejante,
enterrando o meu pau até o seu ponto mais profundo. Os ruídos se
tornaram cada vez mais alto e ela por sua vez, se contorcia à
medida que as paredes internas da sua vagina apertava o meu
membro de uma forma que fez todo o meu corpo vibrar com os
espasmos fortes que me atingiram. Comecei a socar a sua boceta
com movimentos frenéticos e um grito estrangulado de
arrebatamento saiu rasgando a minha garganta, enquanto gemidos
agonizantes, eram dados por ela assim que senti meu líquido
jorrando em jatos potentes dentro do seu ventre.
— Eu o amo — disse ela com a voz manhosa.
— Eu também amo você.
Ainda estava com a respiração irregular e a pele grudada na
dela pelo suor. Momentos se passaram e meus olhos que estavam
fechados logo foram abertos quando ouvi a sua voz e naquele
momento só um pensamento me envolveu.
— Mestre, você está pronto para nossa próxima lição.
"Que tipo de monstro eu criei?"
Na manhã seguinte...
Acordei num sobressalto com o barulho de um grito
ensurdecedor. Meus olhos foram de encontro à mulher que se
contorcia em cima da cama e estava com os olhos cheios de
lágrimas.
— Anjo, o que foi?
— Está doendo muito.
Num pulo, me levantei e assim que fui ajudá-la a se levantar
e ela ficou de pé, outro ruído escapou da sua boca e o meu olhar foi
de encontro a poça de água que se formou no chão assim que a
bolsa dela estourou.
Desespero tomou conta de mim, deixando-me desorientado.
— Como isso é possível. Ainda falta uma semana?
— Depois da noite de ontem, acho que nosso filho não quis
mais esperar para vir ao mundo — em meio à dor, ela proferiu as
palavras esboçando um sorriso cínico.
Instantes depois...
— Força anjo!
O rosto dela estava banhado pelo suor, depois do trânsito
terrível que enfrentamos, assim que chegamos ao hospital, a equipe
da Dr. Soraya, já estava pronta aguardando a nossa chegada. Já faz
mais de vinte minutos que Ângela está sobre nessa cama. A cada
grito dela, sinto como se algo tivesse sendo enfiado em meu peito.
— Eu estou com medo — disse com a voz fraca.
— Você consegue, o nosso filho, precisa de você.
Mesmo sentindo a dor se espalhar e a força se esvair, ela
buscou forças e toda a nossa angustia deu lugar a um sentimento
único, quando o som mais lindo e perfeito que ouvi na minha vida,
ecoou no ar preenchendo o ambiente inteiro. No momento seguinte,
após todo o procedimento ser feito, a enfermeira trouxe o nosso filho
e sem desviar seus olhos dele, ela disse.
— Ele vai se chamar Benjamin, “filho da felicidade.”
O silêncio pairou a nossa volta e não consegui parar de olhar
para as duas pessoas mais importantes da minha vida. Não existe
nada maior, mais verdadeiro e mais profundo do que o amor
verdadeiro. Esse amor vence qualquer batalha, supera qualquer
sentimento e ajuda a entender os mistérios mais confusos da vida.
ÂNGELA e BENJAMIN, dois diamantes que trouxeram luz a minha
vida. Serei eternamente grato pela chance de escrever uma nova
história, onde o anjo trouxe o amor ao meu coração sombrio.
Em algum lugar, longe dali...
Ouço o barulho de passos percorrendo o longo corredor, e
instantes depois, me levanto da cama rapidamente assim que
meus olhos vão de encontro à duas mulheres que aparecem no
meu campo de visão. O som das correntes em volta da cela ecoam
a minha volta e assim que são retiradas e a mesma é aberta, as
palavras que ressoam dentro do ambiente faz meu corpo todo
vibrar.
— Você está livre. Vamos!
Com passadas firmes, saio do lugar e enquanto caminho,
minha boca se retorce em um sorriso sardônico.
"A Minha vingança em breve será concluída, não vejo a hora
de apresentar para aquele maldito o verdadeiro inferno."
O fim é apenas o começo de uma nova história.
Fim!
Agradecimentos
Sinopse
Tudo tem um propósito, mas você pode sim ser o dono do seu próprio destino
e traçar a sua felicidade.
Ângela, a mulher que veio para destruir as trevas do seu coração e mostra-
lhe que o amor não é impossível e muito menos proibido.
Um caminho que levou-lhes para o destino onde tudo parecia está perto do
"felizes para sempre". No entanto eventos terríveis começam a comprometer
esse final feliz e juntos devem enfrentar as sombras do passado que vem
carregada de ódio e sede de vingança.
De volta onde tudo começou, mas será que o ódio é mais poderoso que um
grande amor?