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Copyright © Love Dark, 2021

Capa: T.v designer


Revisão: Rosana Bezerra
Diagramação: Rosana Bezerra

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e


acontecimentos descritos são produtos da imaginação da autora.
Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é
mera coincidência.

Pecados Íntimos – A submissa


Livro 01
Love Dark
1ª Edição – 2021

Todos os direitos reservados. É proibido o armazenamento, e/ou


reprodução de qualquer parte dessa obra – física ou eletrônica –
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consentimento escrito da autora.
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9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal 2018.
Esta obra segue as regras da Nova Ortografia da Língua
Portuguesa. Todos os direitos reservados.
Sinopse

César Medeiros é o pecado em forma humana, ele sabe o


poder que tem e dele faz uso para o seu prazer.
Ângela Souza é um anjo. Um diamante bruto, o qual César
fará questão de lapidar pela luxúria.
Um romance proibido que o levará a mergulhar num mundo
de obsessão, segredos e prazeres sem limites.

ATENÇÃO
Este livro contém cenas de sexo explícito, com abordagem
sobre o BDSM.
Proibido para menores de 18 anos.
Sumário

Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Agradecimentos
Prólogo

Baviera – Estado alemão.


Alguns dias antes...

César Medeiros
Meu olhar está fixo na imagem da mulher que se
encontra pendura e nua. Seus braços estão amarrados por
correntes que são fixas no teto e apenas a ponta dos seus pés toca
o chão. Contínuo observando-a sem perder um detalhe das
mudanças que se refletiam na expressão dela, uma mistura de
desejo, medo e luxúria.
Meus olhos passearam sem pressa pelo seu corpo cheio de
curvas, já que essa será a última vez. Há dois meses, Alexia se
tornou a minha submissa, o meu objeto de prazer, mas, assim como
todas as outras, o meu súbito interesse acabou. Eu não sou e nunca
serei um homem de flores e corações. Não me interessam as
histórias de amor, pois, meus gostos são muito peculiares.
Deixo os pensamentos de lado e a mulher a minha frente
começa a me observar, fascinada, enquanto eu me livrava das
minhas roupas, libertando o meu membro grosso, totalmente ereto,
que pulsava descontroladamente. Segurando o vibrador e o chicote,
eu vou em direção à minha presa e, assim que cheguei a sua frente,
com seu corpo exposto a meu bel-prazer, liguei o vibrador e
introduzir dentro da sua boceta, ela logo começou a se contorcer
desesperadamente.
— Que dizer alguma coisa, Alexia?
— Ahhh... Hum... — os gemidos que tomaram conta do
espaço eram a resposta, devido aos espasmos que já tomavam
conta do seu corpo.
Eu comecei a me mover em volta do seu corpo e só me
detive ao parar atrás dela, e no instante que o som do chicote
reverberou no ar, todo o corpo dela estremeceu e gemidos abafados
começaram a ressoar no ambiente.
Depois do quinto golpe, enquanto ela se contorcia em meio à
dor e ao prazer, já que o vibrador não parava de se remexer dentro
dela. Meu corpo todo era tomado por uma sensação de êxtase ao
ver sua pele marcada. Soltei o chicote e assim que puxei o objeto de
dentro dela, suas pernas trêmulas se entrelaçam em minha cintura e
sem preliminares, enfiei meu pau na fenda apertada e ensopada de
Alexia.
Tirei a mordaça da sua boca, enquanto meu membro estava
sendo sugado por àquela bocetinha quente e molhada. Com meu o
pênis enorme e latejante todo enterrado no seu corpo, Alexia gritava
e sussurrava para que eu aumentasse o ritmo da penetração.
— Por favor!
— Quem é o seu dono?
— Você... Por favor, mais rápido.
— É disso que você gosta sua safada — falei assim que
aumentei o ritmo dos meus movimentos contra o seu sexo pulsante,
em seguida chupei de forma voraz os seus seios, fazendo-a gritar
ainda mais alto. Eu havia criado muito mais do que uma submissa,
criei um corpo devotado e sedento, onde a alma já me pertencia e
assim como foi com todas outras, essa infeliz acredita que ela se
tornaria a única em minha vida.
Senti todo o corpo dela vibrar, enquanto se contorcia sem se
importar com a dor causada pelas algemas que estavam
machucando a sua pele. As estocadas ritmadas do meu membro
grosso contra as profundezas da sua intimidade eram cada vez mais
fortes e intensas. Ela abriu ainda mais pernas e começou a remexer
os quadris com habilidade, movimentando sem parar para que o
meu pênis entrasse ainda mais fundo.
Minutos se passaram e quando enfim, um grito estrangulado
saiu rasgando a minha garganta, meu líquido fervente a invadiu em
jatos potentes.

Horas mais tarde...


Depois de me livrar da infeliz, que desta vez não foi fácil, já
que mesmo sabendo do contrato, ela criou várias expectativas. Era
chegada a hora de voltar para casa e encontrar uma nova submissa.
— Chefe!
Meus pensamentos foram interrompidos ao ouvir a voz do
velho Santiago. O homem que conheço desde que vim ao mundo.
Após a morte do meu pai, ele foi de grande valia ajudando-me a
livrar-me daquela desgraçada, tomando posse de tudo que era meu
e com isso acabou se tornando o meu braço direito.
— Você já tem as informações que pedi?
— Sim! Encontrei a escola perfeita em São Francisco.
Ele me entregou o dossiê que tinha várias fotos de alunas
que estudavam no lugar. Com todo meu dinheiro, tudo que não
precisaria era ser um professor, mas acabei me tornado um dos
melhores do país, e reconhecido mundialmente. Porém, há mais de
dois anos vim para Alemanha.
— Senhor!
Novamente meus pensamentos se perderam com o som da
voz do homem a minha frente.
— Temos um obstáculo, pois, a escola já tem um professor e
não acredito que mesmo o senhor sendo bem conceituado e
considerado um dos melhores do mundo, eles afastem Cristóvão
Smith.
— Você já sabe o que deve fazer, não importa que meios que
pretende usar. Será nesse lugar que eu, César Medeiros,
encontrarei um novo brinquedinho, e como sempre, depois de saciar
todas as minhas vontades, será descartado.
São Francisco – Cidade na Califórnia.
Dois dias antes...

Ângela Souza
São Francisco, a cidade que nunca dorme, eu estava mais
cochilando que dormindo, já que nem mesmo o nível de isolamento
acústico colocado no meu quarto, era suficiente para impedir que os
ruídos que vinham do lado de fora fossem ouvidos, pois, entravam
pelas diversas janelas que tinha em torno da mansão.
O meu maior sonho era morar com os meus avós, que vivem
em uma fazenda em Austin. Meus pensamentos foram
interrompidos quando ouvi a porta do quarto se abrir.
— Bom dia, princesa.
— Bom dia, Nina — eu me sentei rapidamente, afastei os
meus longos cabelos do rosto. Ela se aproximou e deu o beijo
demorado em minha testa, para depois me envolver em um forte
abraço.
— Feliz aniversário.
Nina cuida de mim desde que vim ao mundo, já que os meus
pais se preocupam muito mais com a carreira do que a própria filha.
E de todos os meus aniversários, não lembro um em que eles
estivessem presentes.
— Já são mais de seis horas, e você não pode se atrasar
para o primeiro dia de aula.
— Só mais dois minutos.
Joguei-me novamente sobre a cama e ela começou a sorrir.
— Vamos preguiçosa.
Minutos depois...
Tomei um banho rápido, já que não precisava lavar os meus
cabelos. Em seguida caminhei em direção ao closet, meus olhos
passearam em volta das diversas roupas que minha mãe sempre
comprava toda vez que chegava de viagem. Tudo isso não tinha
nada haver comigo, saias, blusas, calças, vestidos que deixam à
mostra todas as curvas do corpo.
Não demorei cinco segundos para localizar o vestido longo
que comprei na lojinha perto da casa da filha de Nina, no domingo
passado. Era preto, todo florido, com cintura larga e de saia rodada,
que ficou bem soltinho. Peguei um tênis branco e deixei os cabelos
soltos. Dei uma olhada no espelho e um sorriso de satisfação surgiu
no meu rosto.
— Ficou perfeito.
Peguei minha mochila e caminhei em direção à porta. Quase
uns dois minutos depois, cheguei ao primeiro andar e depois de me
livrar do último degrau, a mulher que para mim é como uma mãe
surgiu em minha frente.
— Minha menina, você vai desse jeito?
— Sim — falei e ao diminuir a distância entre nós duas, dei
um beijo em seu rosto.
— Você pegou o seu remédio?
— Sim! E, por favor, avise Marta para não seguir aquele
cardápio que minha mãe deixou.
Depois que passei pela porta, Alberto já estava me
aguardando.
— Bom dia, senhorita Ângela.
— Bom dia, você sabe que não gosto que me chame assim.
Angel, nada de senhorita.
O homem que tinha por volta de uns 50 anos começou a
sacudir a cabeça como uma forma de negação. Todos tinham medo
dos meus pais e por mais que eu predisse para deixar as
formalidades de lado, não adiantava. Já fazia uma meia hora que
tínhamos saído de casa e minha atenção estava na bíblia que tinha
em minhas mãos. Desde que Nina me levou, ainda criança, para a
igreja que ela frequenta, fiquei encantada e só não vou com ela nos
domingos que os meus pais estão em São Francisco, ou seja,
levando em conta que ficam um domingo por mês. Isso quer dizer
que falto doze dias durante o ano todo.
Um barulho alto ecoou a minha volta, interrompendo os meus
pensamentos.
— O que aconteceu? — perguntei assustada.
— Fique calma, parece que houve um acidente. Vamos pelo
desvio, assim você não chegará atrasada.
O carro novamente entrou em movimento e minutos depois, a
Mercedes parou no lugar de sempre.
— Se algum dia os seus pais souberem, irei perder o meu
emprego.
— Se eu não contar e nem você, eles nunca irão saber.
Mas, eu posso e gosto de ir andando.
Desci do veículo e comecei a andar em direção a escola.
Levei uns cinco minutos, para chegar frente ao portão, e, depois de
passar pela porta giratória, eu dei alguns passos e meus olhos
ficaram fixos na direção do grupinho que surgiu em minha frente, e a
voz enjoativa de Susan foi a primeira a ecoar no espaço.
— Será que você não errou o lugar Ângela? Em vez de ir
para igreja, veio parar na escola?
As gargalhadas logo se fizeram presentes.
— Eu preciso visitar a loja que você comprou essa roupa. A
minha avó vai adorar um vestido desse — falou Cristina.
— Pior de tudo é o sapato, parece que foi arrancado dos pés
de alguém dos anos 90 no cemitério — disse Alice.
Risos e mais risos ecoavam a minha volta e em passos
largos comecei a caminhar em direção à sala de aula. O ar já estava
se esvaindo dos meus pulmões, eu estava prestes a ter mais uma
crise de asma. Alcancei minha bombinha dentro da mochila e depois
de usar, me senti aliviada.

Horas depois...
— Bom dia! — disse o reitor da escola.
— Bom dia! — respondemos todos em coro.
— Infelizmente o que me trouxe hoje aqui, não foi só o fato
de dar as boas-vindas a todos vocês, em mais um ano letivo que
está se iniciando, porém, serei o portador de uma notícia nada boa.
Venho comunicar a vocês, que o professor Cristóvão, não estará
este ano conosco. Hoje, vindo justamente para iniciar suas
atividades, ele sofreu um grave acidente a algumas quadras daqui e
neste momento está em coma, além de ter quebrado uma das
pernas, acabou fraturando várias costelas.
Os sussurros ecoaram dentro do ambiente. E me veio à
lembrança do acidente que Alberto tinha falado quando estávamos á
caminho daqui. Deixo os devaneios de lado quando a voz do
homem voltou a ressoar no cômodo.
— Já entramos em contato e dentro de dois dias teremos um
professor substituto. Que por sinal é um dos melhores de todo país.
Depois de dizer mais algumas palavras, ele dispensou todos,
pois, voltaríamos apenas daqui a dois dias, devido o ocorrido com o
professor Cristóvão, que sempre foi muito querido por todos os
alunos. A sala começou a ficar vazia, antes de sair, o grupinho de
Susan lançou um olhar em minha direção e eles começaram a sorrir.
Peguei minha bolsa e quando fui me levantar, senti algo
puxando minha cabeça para trás, num movimento brusco, me movi
para frente e senti uma dor em minha cabeça, levei minhas mãos
até o lugar e meus batimentos aumentaram quando toquei algo
grudento em meus cabelos. Imediatamente os meus olhos se
encheram de água.
— Não! Não! Isso não pode estar acontecendo.
Capítulo 01

São Francisco – Cidade da Califórnia

Ângela Souza
— Pronto — disse a cabeleireira da minha mãe.
— Obrigada, Sarah.
— Você fica linda de qualquer jeito Ângela. Com esse rosto
angelical, qualquer corte ficaria bom.
Meu olhar ficou fixo em meu reflexo no espelho e ao ver o
resultado, o sorriso brotou em meu rosto, afastando a tristeza.

Algum tempo depois...


De banho tomado e, arrumada, deixei o meu quarto e no
instante que cheguei à sala, Nina apareceu no meu campo de visão.
Como eu já esperava, era hora de ela se manifestar, já que quando
liguei informando o ocorrido, sua primeira reação foi ir com o senhor
Alberto ao meu encontro.
— Eu irei ligar para os seus pais. Aqueles delinquentes
precisam ser punidos.
— Já passou, Nina. Sem querer, eles acabaram me fazendo
um grande favor. Agora não preciso ter tantos cuidados com os
meus cabelos.
— Ângela, eu te conheço desde que veio ao mundo. Eu criei
você e sei o quanto é forte, porque aceita tudo isso?
— As pessoas que fazem isso tem o coração vazio. Acham
que intimidando o próximo vão se tornar mais fortes. Mera ilusão,
pois, agora podem estar rodeados daqueles que chamam de
amigos, porém, sempre acabam sozinhos.
Continuo andando em direção a cozinha e antes de
desaparecer da vista dela, voltei a falar.
— Você me disse uma vez que eu deveria aprender a andar
antes de correr. Então tudo tem o seu tempo para acontecer.

Dois dias depois...


Dessa vez, eu pulei cedo da cama, antes mesmo que o
barulho ensurdecedor do despertador preenchesse o ambiente ou
Nina viesse ao meu quarto. Não conseguia entender o motivo, pois,
desde ontem, eu estava tão angustiada e com uma sensação de
inquietude.
Com passadas largas, deixei o cômodo e ao passar pelo
corredor, encontrei a mulher que certamente iria à busca de me
despertar.
— Ângela! — disse assustada ao se deparar comigo.
— Bom dia, Nina.
— Tinha alfinetes em sua cama? Nunca acordou tão cedo. —
disse sorrindo.
— Estava sem sono.
— Vamos! Hoje tem panquecas.
— Oba.
Começamos a caminhar em direção ao primeiro andar da
casa e minutos depois, já estava sentada me deliciando das
gostosuras que estavam em minha frente. Se minha mãe soubesse,
certamente, eu passaria dias seguindo aquela dieta que ela insiste
em impor e tanto Nina como Marta, poderiam até perder o emprego
por não obedecerem as suas ordens. Quando me dei por satisfeita,
me levantei e fui até o meu quarto pegar a minha mochila, mas,
antes de ir em direção ao carro que já estava me aguardando, me
detive ao ouvir a voz que ressoou a minha volta.
— Ângela!
— Aconteceu algo, Nina?
— Pensei que trocaria de roupa. Filha você já tem 17 anos,
não seria melhor se vestir como as meninas da sua idade? Até as
minhas roupas parecem mais juvenis que as suas.
— Você me disse quando criança que não havia nada de
errado em ser diferente, desde que eu me sentisse bem.
— Nisso, você tem razão, mas, essas roupas não são
apropriadas para você ir para uma escola, onde todos são tão
jovens e cheios de vida.
Dei de ombro, afinal, eu estou indo para estudar e não para
um concurso de moda. Abri a porta e antes de passar por ela disse:
— Hoje eu quero comer feijão, bife, batata frita e arroz.
— Sua mãe não ia gostar de ver você comer tanta coisa.
— Minha mãe só sabe que eu existo quando é conveniente.
Agora preciso ir, porque ainda não sei quem será o professor
substituto e só espero que eu goste das aulas dele tanto quanto
gostava das do professor Cristóvão.

César Medeiros
Novamente estava em solo americano, porém, tive que
comprar uma mansão em São Francisco, já que a minha ficava em
Atherton, que é a cidade mais rica dos Estados Unidos.
Hoje acordei logo nas primeiras horas da manhã, e ao pegar
o jornal, a primeira notícia que chamou a minha atenção foi sobre o
acidente de Cristóvão. Essa foi à única alternativa para tirar o infeliz
do meu caminho, pois, sempre consigo tudo que desejo. Deixei os
pensamentos de lado e no momento que entrei na San Francisco
Academy, vários pares de olhos se voltaram em minha direção.
Realmente Santiago tinha toda razão, o lugar estava repleto de
presas, que logo serão encurraladas por mim, porém, minha
atenção foi desviada na direção da mulher que surgiu no meu
campo de visão. Meus olhos caíram sobre a bela imagem a minha
frente. Uma mulher bonita, com belas curvas, porém, não faz o meu
estilo e muito menos é capaz de satisfazer todos os meus desejos
mais sórdidos e egoístas.
Saio do estado de estupor que me encontrava quando ouço
sua voz.
— Cesar, não é?
— Sim.
— Muito prazer, eu sou Marina Oliveira.
— Igualmente.
— Seja bem-vindo e será um prazer em tê-lo como professor
da nossa instituição. Venha comigo até a sala dos professores.

Minutos depois...
Após ter conhecido todo o corpo docente, segui para sala a
qual daria a primeira aula. Instantes depois, eu estava no ambiente,
sentado na poltrona, enquanto o lugar que antes estava vazio
começou a se tornar o palco de uma pequena multidão. Meu olhar
automaticamente correu a sala e viu, uma bela loira, que fez
imediatamente um pensamento pecaminoso entrar em minha
mente. O meu membro, que desde o momento que cheguei nesse
lugar, já havia dado sinal de vida, começou a lateja em busca de
libertação, quando a atenção que antes estava direcionada para o
meu rosto ganhou outro rumo. Levei uma das mãos na direção do
meu pau e mesmo por cima da calça fiquei apertando e alisando. Eu
contínuo com o olhar cravado na mesma direção, porém, logo fui
interrompido quando outra imagem surgiu em minha frente, me
fazendo perder toda concentração.
Não deu para ver o rosto, mas essa sem duvida não era uma
imagem agradável, já que fez minha ereção se desfazer de
imediato. A garota que caminhava estava usado o vestido mais feio
que já tinha visto na vida e tinha os cabelos bem curto. Foco minha
atenção no ipad que estava sobre a minha mesa, tentando me livrar
da imagem que estava formada em minha cabeça, depois de
confirmar a presença de todos, me levantei e comecei minha aula.
— Bom dia!
— Bom dia — responderam todos em um só coro.
— Sou César Medeiros, e estarei com vocês durante todo o
ano letivo, administrando a disciplina de Sociologia, dada antes pelo
professor Cristóvão. E, o nosso primeiro assunto será "Liberdade de
expressão".
— Alguém pode me dizer o que significa liberdade de
expressão?
— Eu — a loira que despertou meu interesse foi a primeira a
se manifestar. Dei algumas passadas em sua direção e me detive a
uma distância considerável.
— Seu nome é?
— Susan — pelo olhar dado em minha direção, embora
bonita, eu sinto cheiro de vadia à distância e essa só serve para
uma foda e depois ser descartada. Em seguida, ela começou a falar.
— É o direito que permite as pessoas manifestarem suas
opiniões sem medo de represálias. — pelo menos não era burra, no
entanto, a voz suave que ecoou a minha volta foi capaz de fazer
meus batimentos cardíacos disparar.
— O direito de se expressar não indica que não haja
imposição de limites éticos e morais. Ter liberdade não dá a
ninguém o direito de ofender as pessoas, devemos saber usar os
nossos direitos e principalmente cumprir o nosso maior dever
"respeitar o nosso próximo".
Assim que virei na direção daquele som, pela roupa, já sabia
que era a desconhecida que tem péssimo gosto para se vestir. Mas,
quando levantei a minha cabeça e meus olhos encontraram o seu
rosto, todo o meu corpo começou a vibrar violentamente e meus
pensamentos impuros só gritavam uma única coisa, "adoraria sentir
o meu pau pulsando dentro daquela boquinha e fodê-la até que a
mesma não sentisse mais suas pernas.".
Capítulo 02

São Francisco – Cidade da Califórnia

Ângela Souza
Quando surgi na porta da sala, como sempre todos os
olhares foram direcionados em minha direção. Susan, com seu
grupinho, mantinha o olhar cravado em meus cabelos, ostentando
um esboço de sorriso no rosto. A cada passo que dava, sentia
como se os meus membros inferiores estivessem grudados ao chão,
pois, estava cada vez mais difícil me mover e no instante que passei
perto dela, um sorriso cínico surgiu em sua face.
Depois que acomodei-me em uma das cadeiras, a voz grave
do homem que certamente era o substituto do professor Cristóvão,
ecoou no espaço. Mas, no momento que ele iniciou a sua aula e o
som da voz enjoativa de Susan se fez presente, minha respiração
se tornou escassa, meu coração batia num ritmo alucinante, minha
garganta estava ardendo, tamanho era o nó que se formou ao ouvir
as palavras que estavam sendo proferidas por ela. Imediatamente,
como prevenção, eu peguei minha bombinha de ar. Se minha língua
antes estava presa ou enrolada pela revolta que cresceu dentro de
mim, agora, ela estava mais solta e livre que antes, pois, mal se
aquietou dentro da minha boca e assim que me levantei, comecei a
falar sem parar. Contudo, quando meus olhos ficaram fixos no rosto
do homem a minha frente, um calafrio me subiu pela espinha,
congelando meus ossos e fazendo com que meus pulmões
ficassem em chamas, estava difícil respirar. A sensação que eu
tinha, era que logo o meu coração iria saltar do meu peito e a minha
única reação foi levar o objeto que estava na minha mão direita de
encontro a minha boca.
Quando minha respiração voltou ao normal. Um desafio
silencioso se fez presente, segundos, minutos... Eu não sei dizer,
porque para mim parecia uma eternidade e o homem parado a
minha frente continuava me observando, ele parecia ler minha alma.
Meu corpo todo estremeceu assim que sua boca entreabriu-se e o
som da sua voz ressoou a minha volta.
— Qual é o seu nome?
A resposta veio logo em seguida e não foi dada por mim.
— Ela é a nossa freirinha da sala — falou Susan num tom
sarcástico.
As feições do professor logo mudaram, por uma fração de
segundos, eu tive a impressão de que ele ficou com raiva, como se
estivesse se controlando, pois, dava para ver como sua mandíbula
se contraia, mas, logo uma postura autoritária se fez presente e os
olhos atentos que me analisavam ganharam outra direção, sua voz
grave, num tom rude se fez presente.
— Senhorita Susan, se limite somente a responder algo
quando for direcionado a você. — o rosto dela ficou vermelho, devia
estar corroendo-se de raiva. Então num fio de voz, acabei dizendo o
meu nome.
— Ân... Ângela.
Aquele par de olhos azuis, feito uma lagoa pacífica,
novamente me encarou e em seguida se moveu continuando com
sua aula. Minutos depois, quando o barulho familiar ecoou dentro do
ambiente, todos começaram a se levantar, já que a próxima aula
seria no laboratório de biologia. Com o material em mãos, comecei a
caminhar, quando levantei a cabeça, talvez fosse só fruto da minha
imaginação, mas seus olhos demostravam luxúria, ou talvez fosse
desejo, já que era semelhante ao olhar dos homens do restaurante
que fui com os meus pais, quando minha mãe me obrigou a vestir
uma daquelas roupas que realçavam todas as curvas do meu corpo.
Ele parecia um tigre pronto para atacar sua presa, "Eu".
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Gritos e sussurros ecoam a minha volta. Depois do terceiro


horário, todos vieram para a cantina. Fiquei no meu cantinho,
olhando as fotos que os meus pais tinham enviado até o momento
que a calmaria se fez presente por alguns segundos, despertando a
minha total atenção. Entretanto, logo descobri o motivo de tanto
silêncio, já que todos estavam a observar o professor Medeiros e a
vice-diretora Marina, que surgiram no ambiente. Eles dois formam
um belo casal, dá para notar no olhar dela o quanto estava radiante,
algo que jamais havia visto, já que a mulher sempre teve uma
expressão fechada, parecia estar sempre zangada.

Horas depois...
Assim que o carro passou pelo grande portão da minha casa,
coloquei a bíblia que estava lendo dentro da mochila e no instante
que o veículo parou e a porta foi destrava, saí e caminhei em
direção à entrada principal, já que os ruídos vindos do meu
estômago estavam me incomodando.
— Nina, cheguei, onde você está?
— Estou aqui na cozinha, Angel.
Corri até lá e avancei na direção do fogão, tirei a tampa de
uma das panelas, sentindo o cheiro delicioso da comida invadir
minhas narinas.
— Vai lavar as mãos mocinha. Marta já vai arrumar a mesa.
Antes de lavar as minhas mãos, me manifestei.
— Vou comer aqui mesmo na cozinha com vocês.
— Você sabe que isso vai contra as regras da sua mãe — eu
me virei na direção da mulher que estava com alguns pratos em
suas mãos.
— Quando vocês vão entender que eu também sou dona de
tudo isso. As regras da minha mãe são para serem seguidas
quando ela estiver aqui, já que isso é uma raridade. Então, vamos
seguir as minhas e, eu digo que vamos todos comer juntos.
— Você é tão diferente da sua mãe.
— Devo isso a você, por ter me criado tão bem e me
ensinado que todos somos iguais. Agora vamos comer que estou
faminta.
Nos instantes seguintes, estava a fazer uma das coisas que
mais gosto "comer", porém, desvio a atenção do meu prato para
Nina.
— Como foi o primeiro dia de aula?
— Todas estavam suspirando pelo professor novo.
— Deve ser bonito então...
— De fato sim, ele parece àqueles modelos das revistas da
minha mãe, mas, o professor César Medeiros deve ter por volta de
uns 40 anos e tem idade para ser o pai de qualquer aluna daquele
lugar. Não sei como podem ter interesse nele.
— Filha, você ainda é tão nova, quando a atração é fatal,
despertando os desejos da carne, não se tem idade. Mas, de fato
deve ser só uma fantasia de aluna por um professor bonito, já que
um homem na posição dele, jamais terá olhos maliciosos para
qualquer uma de vocês.
Nina, assim como eu, voltou a comer e o silêncio reinou a
nossa volta. Entretanto, suas palavras martelam em minha mente e
lembrei-me de como Susan e até mesmo a senhora Marina,
estavam encantadas pelo professor Cesar, porém, o meu corpo
jamais será mais forte que a minha mente. Esse mundo de luxúria e
desejos profanos não fará parte da minha vida.
Capítulo 03

César Medeiros
Sentei-me na poltrona e, enquanto tomava pequenos
goles da bebida que estava no copo que seguro firme em uma das
mãos, meus pensamentos voam, ou melhor, dão cambalhotas,
tropeçam sobre os acontecimentos de horas atrás.
Quando cheguei naquele lugar, a única certeza que eu tinha,
era que Santiago havia feito uma ótima descoberta, porém,
nenhuma das que já tinha visto era aquilo que eu esperava. Susan
era bonita, assim como várias outras que estavam no meu campo
de visão, no entanto, quando a imagem da aluna desleixada
surgiu em minha frente, o calor emanado do meu corpo se dissipou
e aquela imagem me trouxe de volta a realidade. Jamais achei que
ela seria o meu próximo alvo, pois, quando meu olhar ficou cravado
na direção da garota, minha respiração ficou irregular, meus
batimentos aumentaram no mesmo instante que uma temperatura
escaldante tomou conta de todo o meu corpo. Era como se o meu
lado predador estivesse assumido o controle do meu corpo, já que a
minha presa estava ali a alguns centímetros de distância.
Meu membro começou a pulsar freneticamente, me
causando uma dor latejante, era como se o danado, assim como eu,
já estivesse salivando em antecipação para devorar aquela coisinha
deliciosa. Nunca fui de ter ereção de imediato, ainda mais ao ver
somente o rosto de uma mulher, contudo, essa mexeu comigo de
uma forma que não sei explicar. Nem mesmo a péssima aparência
ofuscava a sua beleza natural, eu fiquei tão enfeitiçado pelo rosto
angelical e aqueles olhos enormes como duas safiras, que faziam o
contrate perfeito com seu belo rosto, que perdi a noção do tempo,
do espaço transcorrido e só saí do estado catatônico que me
encontrava, quando percebi que havia algo de errado com ela.
O que de início parecia um pânico visível em seu olhar, logo
tomou conta de todo o seu corpo e as feições dela começaram a
mudar. Somente quando ela levou o objeto em direção a sua boca,
entendi o motivo da sua expressão apavorada.
Deixo as lembranças de lado e dou mais um gole no meu
uísque, enquanto a imagem do rosto dela aparecia como flashes
em minha frente.
— Ângela... — pronunciei seu nome com prazer. Ainda
sentia impregnado em minhas narinas o cheiro da sua pureza e
inocência, que em breve serão roubados por mim. Ela será minha,
somente minha e, entre as centenas que já tive, essa é aquela que
não encontrarei obstáculos, pois, será uma verdadeira marionete
em minhas mãos.
Sobre a mesa de madeira, o meu celular vibra, tirando-me
dos meus devaneios. Olho o nome que surgiu na tela e respiro
fundo antes de atender a ligação.
— Alô.
— César, a reserva no restaurante foi confirmada.
— Excelente, Marina. Passarei no horário combinado.
— Estarei te aguardando, espero que seja pontual.
— Pode ter certeza que sim...
Minutos depois, encerrei a ligação. Essa é só mais uma vadia
oferecida que ostenta uma aparência de faixada na frente de todos,
porém, preciso manter as aparências enquanto não coloco minhas
mãos em Ângela.

Na manhã seguinte...
A tentação ocorreu, mas não foi preciso nenhum esforço para
vencê-la. A mulher parecia uma cadela no cio, contudo, a imagem
daquela garota não saia dos meus pensamentos e antes que a
vadia que aparenta ser santa viesse a dar o bote, como havia
planejado com Santiago, o meu celular começou a tocar e desta
forma, deixei a infeliz na sua casa e vim resolver um assunto que
nunca nem existiu.
Meus pensamentos foram interrompidos assim que passei
pela porta giratória e o som da voz de Marina se fez presente a
minha volta.
— César, bom dia.
— Bom dia!
— Conseguiu resolver o assunto de ontem?
— Sim.
— Eu estava pens...
Contraí minha mandíbula vigorosamente, enquanto minha
respiração ficou pesada. Eu estava ansioso para chegar até a sala,
porém, a mulher a minha frente não parava de falar e quando a
raiva que pulsava nas minhas veias, correndo por todo o meu corpo,
estava a ponto de trazer a torna o meu lado obscuro, o barulho que
ecoou no espaço fez com que ela se calasse.
— Preciso ir.
Nem esperei que ela viesse a se manifestar e saí em
disparada para sala que eu daria o primeiro horário de aula, era
como se o tempo estivesse conspirando ao meu favor, pois, a minha
última aula de hoje seria exatamente na sala de Ângela. Eu daria
um jeito de começar a tecer a minha teia em volta da garota.

Horas depois...
— Hoje vamos revisar alguns assuntos que foram visto por
vocês no ano passado. Dentro de dois dias teremos um simulado,
desta forma, saberei o grau de aprendizado de cada um em relação
a tudo que foi dado pelo ex-professor.
Nos minutos seguintes, fizemos uma viagem no tempo.
Fiquei observando a garota que tinha um gosto terrível na escolha
das suas roupas. Notei que é uma excelente aluna, pois, todas as
perguntas que fiz foram respondidas com precisão. No entanto, ao
contrário de todas as outras, ela era a única que parecia distante.
Quando faltava apenas um minuto para encerrar o meu horário, o
som da voz de Susan reverberou nos quatros cantos da sala.
— Professor, eu tenho uma dúvida.
— Eu também — Alice falou, ela é uma morena bonita.
— E eu — disse Cristina, a ruivinha da sala.
Pronto! Como num piscar de olhos, elas se levantaram e
vieram em minha direção. O sinal tocou e os demais alunos
começaram a deixar o ambiente e antes de Alice, tapar a minha
visão por completo do restante da sala, meu olhar foi de encontro a
Ângela, que tinha uma expressão em seu rosto, como se estivesse
vendo uma aberração e logo em seguida caminhou em direção à
porta.
Assim como na Alemanha, o cenário se repetia, onde as
alunas esperavam o último momento para dizer que estavam com
dúvidas sobre algum assunto. Sabendo que algo do tipo pudesse
vir a acontecer, bastou levar uma de minhas mãos até o relógio em
meu pulso, enviando o comando para Santiago, que o meu celular
deu sinal de vida. Estava em evidência que com um simples estalar
de dedos, qualquer uma das três estaria se derretendo na cama,
enquanto se contorcia ao receber o meu pau duro contra sua
boceta, que a tempo deixou de ser virgem.
Assim que me livrei delas, meus olhos passearam em volta
do pátio e não encontrei quem estava procurando. Não dando
tempo para que o grude da Marina surgisse, segui até o meu carro,
já que Santiago estava me aguardando. Quase um minuto depois, o
veículo entrou em movimento e no instante que o homem no
controle do volante ia seguir para a direita, a imagem que apareceu
em minha frente roubou minha atenção.
— Pare!
Fiquei observando a garota à minha frente, pela vestimenta
eu a reconheceria em qualquer lugar. Alguns metros a sua frente
tinha um carro luxuoso e um chofer que certamente estava
esperando alguém, mas, para minha total surpresa, assim que ela
diminuiu a distância, o homem que até então estava parado,
se voltou para a porta a abrindo, para logo em seguida ela entrar no
automóvel. Entretanto, as dúvidas pairaram sobre mim.
Por qual motivo ela andaria uma distância tão longa? Quem
realmente é essa garota? As perguntas martelavam minha cabeça e
só havia algo a fazer.
— Santiago, você tem mais um serviço que precisa ser feito o
quanto antes. Quero saber tudo sobre a vida de Ângela Sousa, pois,
não importa de quem ela seja filha. Será minha de qualquer
maneira.
Capítulo 04

São Francisco – Cidade da Califórnia

Ângela Souza

Passei todo trajeto de volta para casa em silêncio. Eu


estava nervosa, já que Alberto me informou que meus pais haviam
chegado.
Entrei em casa no instante em que minha mãe descia a
escada. Fiquei parara no mesmo lugar assim que a vi, enquanto que
ela se livrou do último degrau e olhou-me duramente de cima a
baixo, semicerrando os olhos, como se me tivesse visto pela
primeira vez na vida. Por fim, o silêncio foi quebrado quando ela e
repeliu-me com indignação.
— Desleixada como sempre, Ângela. Como se não me
bastasse os vários defeitos que você tem. Sempre está muito mal
vestida e agora a combinação ficou a pior possível com esse
cabe...
— Filha!
Antes que ela terminasse de proferir suas palavras, que
certamente iriam terminar ao dizer que tem vergonha de ter uma
filha como eu, o som da voz do meu pai se fez presente. Ele logo
me envolveu em um forte abraço.
— Eu estava com saudades, pai.
— A garotinha do papai está, cada dia, mais linda — disse
isso e deu um beijo no meu rosto. Embora distante, o meu pai
sempre me tratou muito bem, eu vejo o brilho nos seus olhos
quando são direcionados para mim, ao contrário da mulher a minha
frente, que nunca me deixou esquecer o quanto sua vida mudou
com a minha chegada.
Gisele Sousa, brasileira, era uma modelo que ganhou fama
internacional, após se casar com o meu pai quando tinha somente
17 anos. Além de muito bonito, Richard Johnson, é um dos
empresários mais ricos do mundo.
A carreira da minha mãe jamais voltou a ser como era antes,
e depois do meu nascimento, ela praticamente se mudou para
Moscou. Vive uma vida glamorosa, exuberante, cheia de elegância
e esplendor. Meus pensamentos foram interrompidos quando o som
da voz dela repercutiu novamente no ambiente.
— O almoço em breve será servido. Tome um banho e vista
algo descente.
Tanto ela, quanto o meu pai, caminharam em direção ao
escritório e desta vez até que o sermão foi rápido, pois, eu já
esperava por sua reação. Coloquei o meu melhor sorriso no rosto e
comecei a subir os degraus escada.
A opinião dela de nada influência mais em minha vida, com o
passar dos anos, eu deixei de me fazer de vítima e, dessa forma, as
palavras e ações da mulher que me deu a vida não tem mais o
mesmo efeito que tinha antes sobre mim.
Dois dias depois...
O tempo passou voando. Enquanto muitos no dia de hoje
estão aproveitando para acordar mais tarde, em pleno sábado,
teríamos o simulado. Ontem, pelo menos, não tivemos a aula do
professor César, o homem como professor não deixa a desejar,
pois, domina com perfeição cada assunto. Mas, a sala acabou se
tornando um campo de guerra, já que começou uma verdadeira
disputa entre Susan e as outras, para ver quem será a queridinha
dele, entretanto, como se isso não fosse suficiente, a vice-diretora
virou um grude. No intervalo sempre está próxima a ele, sei que o
homem é bonito, mas parece que lançou um feitiço sobre todas e fui
à única sobrevivente.
Dei uma última olhada no meu reflexo no espelho e embora
correndo o risco de encontrar a minha mãe antes de chegar até o
carro, não irei trocar de roupa, meu corpo, minhas regras. Segurei
firme a alça da mochila e deixei o cômodo, passos apressados me
levam para bem longe do corredor. Respiro profundamente quando
avisto a escada e antes que eu fizesse algum movimento, o som
familiar ecoou no espaço.
— Ângela! — Virei-me em sua direção.
— Sim...
A mulher me olhava com reprovação, porém, novamente
voltou a se manifestar.
— Você sabe que sempre deve dar o seu melhor. Espero que
tenha a melhor nota da sala.
Ela se virou e caminhou em direção ao seu quarto. Nem um desejo
de boa sorte foi expresso. Eu deveria estar acostumada, desde
criança sempre foi assim, pois, Gisele, nunca foi em nenhuma das
escolas que estudei e agradeço por todos sempre me chamarem de
Ângela Sousa. Um nome simples e desta forma não estou a
mercê de curiosos, como aconteceria com o sobrenome Johnson e
nunca saberia se as pessoas estavam se aproximando de mim, por
quem eu sou ou pelo fato de quem eu era filha.

Algum tempo depois...


Meus olhos estavam cravados no documento em cima da
minha mesa. O silêncio e a tensão eram predominantes no
ambiente, permitindo-me ouvir somente o som da minha
respiração. Com a caneta em mãos, comecei a responder cada
questão e não precisou muito tempo para que o objeto em minhas
mãos voltasse novamente para dentro do meu estojo. Peguei minha
mochila e com o simulado em minha mão direita, sendo observada
por olhos curiosos, andei em direção a mesa do homem que
mantinha uma expressão fechada, porém, seus olhos azulados
estavam fixos em cada movimento meu.

César Medeiros
A calmaria tomou conta da sala. Olhei para o relógio em meu
pulso e o esboço de um sorriso que estava prestes a tomar conta do
meu rosto, logo foi contido por mim.
Santiago, certamente deveria ter feito o que mandei,
contudo, meus pensamentos se perderam no ar quando percebi
uma pequena movimentação em direção a garota e no instante que
ela se levantou, sentir a raiva percorrer-me, as veias e o ódio se
inflamaram em meu peito.
Ângela começou a caminhar em minha direção. E, embora
sabendo que ela seria a primeira a responder as questões, não
pensei que seria tão rápido, privando-me assim, de tê-la por mais
tempo perto de mim. Ela me entregou o documento, para logo
depois sumir do meu campo de visão.
"Esse joguinho de Tom e Jerry, logo chegará ao fim. A
ratinha em breve será devorada por mim".
Horas depois...
Minutos, que deram lugar há quase três horas se arrastam.
Enquanto, que ela resolveu as 100 questões em minutos, boa parte
daqueles incompetentes passaram muito tempo para terminar.
Encerrado o horário, entrei na minha Ferrari, e depois de meia hora,
estava atravessando o grande portão da minha mansão.
Com passadas firmes, segui confiante, e, no instante que
entrei em casa, Santiago apareceu em minha frente.
— Ele já está no escritório lhe a guardando. E, chegou um
convite para um evento hoje à noite.
— Não irei. Você sabe que odeio esses encontros.
Caminhei em direção ao ambiente, levando em mãos o
envelope que tinha os simulados respondidos pelos alunos. No
momento seguinte, entrei no recinto me deparando com Benjamin.
Dei mais alguns passos e parei em sua frente, em seguida, abri o
envelope e puxei um dos papeis que estavam dentro dele.
— Faça o seu melhor trabalho.
— Você terá sem duvidas um ótimo resultado.
Benjamin era um dos melhores peritos em falsificação de
letras e nem um exame grafotécnico é capaz de provar que houve o
ato ilícito. O homem que já estava com uma caneta em mãos e o
documento, em branco, começou a entrar em ação.
Segundos e minutos que pareciam uma eternidade se
passaram e quando o som da voz dele ressoou no cômodo, meu
corpo todo vibrou.
— Está feito — falei. — O valor já está disponível em sua
conta.
— Estarei sempre a sua disposição.
Depois que ele sumiu da minha vista, sentei-me na poltrona.
— Chefe!
Santiago entrou no escritório com outro envelope em mãos e
ao diminuir a distância entre nós, voltou a se manifestar.
— Já consegui todas as informações sobre a garota que o
senhor ordenou.
Ele estende o objeto na minha direção e em seguida, a voz
do homem se faz presente novamente.
— Nesse relatório tem tudo sobre a vida dela e da família
também.
Pego em minhas mãos e começo a analisar minuciosamente
cada palavra contida nele. Assim que termino, alguns trechos me
chamam atenção.
Nome: Ângela Sousa Johnson.
Idade: 17 anos.
Mãe: Gisele Sousa Johnson.
Sinto minha mandíbula se contrair ao ler as palavras que
surgem em seguida.
Pai: Richard Johnson.
Meus pensamentos ficam fixos na última informação contida
no documento. O que me deixou ainda intrigado em descobrir os
segredos em volta da garota. Sabendo a fama de Gisele Sousa, só
me resta uma única opção, já que o primeiro passo foi dado. Agora
chegou a hora da segunda parte e, em questão de dias, será aqui
nesse lugar que o anjo vai começa a pecar.
Capítulo 05

São Francisco – Cidade da Califórnia

César Medeiros

Havia um demônio adormecido dentro de mim, passei


anos tentando sossegar a minha mente para não despertá-lo, mas
depois de tudo que aquela maldita me fez passar, acabou
acordando o meu lado mais sombrio.
O menino frágil se tornou um homem poderoso, podendo e
fazendo tudo que me agradasse. Gosto de luxo e não me reprimo
em me dar uma vida de conforto, grandeza e luxo. Com os olhos
fixos na direção do espelho da sala, ao observar minha imagem
refletida nele, fico satisfeito com o que eu vejo. Estou trajando um
terno com corte italiano, azul escuro, com uma impecável camisa
branca, gravata de seda, sapatos de couro legítimo e relógio de
ouro reluzente. Sigo em direção à garagem e quando o carro entra
em movimento, concentro minha atenção no parelho que está em
minhas mãos, desviando por um momento para olhar o fluxo de
veículos que era intenso a minha volta, pois, a cidade que nunca
dorme estava a todo vapor, não me importei com isso.
O tempo foi passando e assim que o veículo parou, abri a
porta e no instante que meus pés tocaram o chão, os flashes
dispararam em minha direção. Sendo um evento somente para
homens, se tornaria muito mais fácil chegar até o meu alvo, pois, se
algo der errado, eu ainda tenho uma bela carta na manga contra
Gisele Sousa.
Enquanto isso, eu começo a andar e um grupo de
repórteres que estavam logo na entrada, começaram a fazer várias
perguntas sem parar.
— Senhor Medeiros, o que lhe trouxe de volta ao país?
— Embora minha temporada na Alemanha tenha surtido
bons resultados, este sempre foi o meu lar — respondi de forma
educada.
— Sendo um dos homens mais ricos do país. Será que o
solteiro mais cobiçado da Califórnia, já tem uma pretendente a
vista?
— De certo que sim — até parece que algum dia, eu irei
colocar uma aliança em meu dedo.
Os seguranças do lugar logo se aproximaram fazendo uma
barreira de proteção para que os convidados, assim como eu,
entrassem no Califórnia Eventos, este é um espaço amplo,
impecável, diferenciado para festas e eventos, que encanta os
clientes pela beleza única e de muito bom gosto e requinte.
Continuo andando entre a multidão, por onde passava, ia
cumprimentando aqueles que eu já conhecia, e, não demorou muito
para me deparar com a única pessoa que realmente me interessava
nesse lugar. Depois que dei alguns passos, me detive ao parar na
frente de Richard Johnson.
— Richard!
— César!
Ele estendeu a mão na minha direção.
— Quanto tempo, velho amigo — cumprimentou-me.
Apertei a mão dele e o homem ostentava um belo sorriso. O
conheci ainda na faculdade, estive em seu casamento e o encontrei
junto com Gisele, em vários eventos. Sabia que tinha uma filha, mas
jamais imaginei que fosse justamente Ângela. Meus pensamentos
foram interrompidos quando ouvi novamente o som da sua voz.
— A última vez que soube algo sobre você, foi por uma
reportagem e estava na Alemanha.
— Voltei há poucos dias e não pretendo deixar o país tão
cedo.
Seguimos até o bar e dali em diante a conversa foi em volta
do passado. Um homem implacável nos negócios, que comanda
seu império com mãos de ferro, porém, não consigo entender como
nunca viu a verdadeira face da mulher que dorme ao seu lado.
Depois do discurso que foi feito por Raul Gutenberg e, do
prêmio recebido por Richard, como melhor empresário do ano,
acabamos por devorar quase duas garrafas do melhor uísque do
país. Olho para meu relógio de pulso e vejo que se passou um
pouco mais de três horas que já estava na presença dele e nada do
homem chegar ao ponto que eu desejava. Instantes depois, o
celular dele começou a vibrar e não precisava ser nenhum vidente
para saber de quem se tratava. No momento que deu a ligação por
encerrada, se levantou e o meu corpo todo vibrou com as palavras
que foram ditas por ele.
— Na terça estarei indo para Moscou. Pensei que na
segunda você poderia ir jantar em minha casa. Gisele ficará feliz em
revê-lo novamente e preciso que conheça a minha filha, modéstia
parte, ela é dona de uma beleza exuberante.
Um sorriso largo brotou em meu rosto.
“Você não faz ideia de como desejo conhecê-la em todos os
sentidos” — pensei.

Segunda feira...
Ângela Souza
Minha respiração começou a falhar. O ar faltava nos meus
pulmões. Sentia a vida esvaindo-se aos poucos e imediatamente
peguei minha bombinha. Eu me negava a acreditar no que estava
vendo. Embora fosse a minha letra, essa prova não poderia ser a
minha, já que todas as questões, eu sabia a resposta. Meus
batimentos cardíacos ainda estavam acelerados, vários sussurros
ecoavam a minha volta.
— Você foi bem em sua prova, Susan?— perguntou Alice.
— Tirei uma nota boa.
— Dessa vez, eu não me saí bem — disse Patrícia.
Mas, foi o som da voz do homem que ressoou no espaço,
que me deixou ainda mais agitada.
— Como eu havia dito antes. O simulado era para saber o
grau do aprendizado de vocês nos conteúdos que foram dados no
ano passado, porém, não avisei que junto com a coordenação da
instituição, chegamos à conclusão que o aluno que não atingisse a
nota estabelecida. Não teria capacidade para seguir adiante, pois,
mostra que houve algum ato ilícito durante sua trajetória no ano
anterior, no entanto, voltamos atrás na decisão e para quem não se
saiu bem, terá outra oportunidade daqui a um mês, já que acima
de tudo, é o nosso dever prepará-los para os desafios que vão
surgir na faculdade.

Horas depois...
— Você é uma inútil...
Minha mãe estava aos berros, depois de saber do resultado do
simulado. Em vez de uma filha, Gisele queria uma Barbie, que é
perfeita em sua aparência e assim poderia ostentando para todos.
— Vá para o seu quarto. Nina levará a sua comida e não saía
até segunda ordem.
A mulher estava com o rosto vermelho de tanta raiva, porém,
minha cabeça estava a mil e ainda não conseguia entender o que
havia acontecido com aquele simulado. Passei o restante do dia
trancada no quarto e uma hora atrás, minha mãe veio até o meu
quarto e seguiu direto para o meu closet. Fiquei observando cada
movimento dela, até que apareceu em minha frente, colocando em
cima da minha cama, uma saia rodada curta, uma blusa de manga
longa e uma bota preta, cano longo. Depois disso, sentenciou para
eu tomar banho e me arrumar, que um amigo do meu pai viria jantar
conosco.
Agora, aqui estou eu, em frente ao enorme espelho do meu
quarto. Vestindo uma roupa a qual tenho a sensação de estar
completamente despida. Puxei um pouco de ar para os meus
pulmões e segui para fora do quarto. De repente, senti um calafrio
percorrer por todo o meu corpo e uma sensação ruim pairou sobre
mim.
Começo a andar pelo extenso corredor. Logo chego ao topo
da escada e a imagem que surgiu em minha frente, deixou-me
paralisada. Meus olhos se arregalaram, minha respiração ficou
acelerada e o coração congelou. É ele.
Capítulo 06

Ângela Souza
Meu coração pulsava com tanta força, que podia senti-lo
querendo atravessar o peito. Minha respiração ficou acelerada, as
minhas pernas fracas e a impressão que eu tinha, era de que a
qualquer momento cairia no chão. Jamais imaginei que o amigo do
meu pai, fosse justamente o professor César.
Enquanto observava sua postura a minha frente, perdi a
noção de espaço e do tempo. Ele me olhava da cabeça aos pés,
como se estivesse apreciando a imagem diante de si, estremeci,
sentindo a pele de todo o meu corpo se arrepiar e quando saí do
momento de estupor em que me encontrava, as minhas pernas, que
antes estavam pesadas demais sob meus joelhos, de repente
voltaram ao normal me fazendo prosseguir.
Eu andava com meus passos vacilantes, sob o olhar de
reprovação da minha mãe, já que mudei uma das peças de roupa
que ela havia escolhido. Como se eu fosse usar aquela blusa
cropped, que me deixou com a sensação de estar pelada e ainda ter
que passar aquele spray fixador nos meus cabelos. Meus
pensamentos foram interrompidos quando me livrei do último degrau
e pela aparência visível da minha mãe sabia que estava
incomodada com o que eu estava vestindo, mas sendo quem é não
manteve sua boca fechada e as palavras duras logo foram
proferidas.
— Como sempre desleixada, seu cabelo está todo
desalinhado e porque não passou uma maquiagem para esconder
essa pele pálida e sem vida?
Eu não consigo explicar, mas, embora já soubesse da sua
possível reação, aquilo me incomodou de tal forma, que sentir algo
me queimando por dentro e desta vez foi o som da minha voz que
reverberou no ar.
— Achei que era somente um jantar e não que estariam
dando uma festa.
Gisele olha fixamente para mim, em seu pescoço aparecem
veias saltadas e sua mandíbula se contrai. Um silêncio
constrangedor se fez presente, seus olhos revelam toda a raiva que
revolvia sua alma, no entanto, a calmaria que parecia não ter fim, foi
rompida pelo barulho da voz do meu pai.
— Filha, este é César. Um velho amigo.
— Prazer em revê-la, Ângela — falou estendo um dos braços
em minha direção. Um tanto hesitante, segurei a sua mão e o
contato do seu toque fez uma onda escaldante pairar sobre mim.
Por alguns instantes, tamanha proximidade me impediu de pensar
com clareza, pois, a energia poderosa que veio dele, me deixava
confusa e temerosa, como se estivesse encurralada dentro de um
lugar fechado e o ar se tornava cada vez mais escasso. Volto à
realidade no momento em que ouço o som da voz da minha mãe, e
rapidamente puxei a minha mão.
— Vocês se conhecem?
Antes que eu viesse a responder, o som grave da voz dele se
fez presente.
— Sim. Ângela é uma das minhas alunas. Eu só não
imaginava que ela fosse justamente a filha de vocês.
— César, não sabia que você continuava lecionando, embora
sempre fosse desde o tempo da faculdade, o melhor aluno da
classe — disse o meu pai, mas foi as palavras ditas por Gisele, que
novamente se tornaram o centro da atenção de todos.
— Nunca entendi como um homem tão rico pode ocupar seu
tempo dando aulas para adolescentes. Conviver com um já é difícil,
imagina centenas deles.
— Como você mesma disse, dinheiro é algo que tenho em
abundância, porém, o importante é fazer aquilo que se gosta e nos
dão prazer. Sempre fui fascinado por descobrir mais sobre o
comportamento humano. Acredito que por detrás de uma sociedade
que vive de aparências, sempre tem segredos obscuros.
Eu tive a leve impressão que as palavras dele deixaram
minha mãe um tanto desconcertada. Mas, o clima que ficou um
tanto pesado, se desfez assim que Nina surgiu no cômodo,
avisando que o jantar seria servido. Todos seguiram em direção à
mesa de refeição, que certamente estaria cheia daquelas comidas
que minha mãe acha tão chique. Eu trocaria tudo, sem hesitar, por
um farto prato de arroz, feijão e bife.
Ao entrar no ambiente que ostentava luxo em excesso, pois a
mesa posta estava impecável, sobre ela, o brilho dos cristais, pratos
e talheres polidos, que refletiam uma iluminação que impressionam
pelo requinte, nos sentamos e a comida começou a ser servida,
começamos com uma pequena poção de "Clam chowder", uma
sopa cremosa feita com mariscos, logo em seguida trouxeram o
prato principal, "Costelas de porco marinado ao milho de Cranberry",
temperadas com ervas, alho, cebola e azeite, acompanhado de uma
"Layered Salad", que consiste em sete camadas feitas com alface,
tomate, pepino, cebola, ervilha, ovo cozido, queijo cheddar e bacon.
O prato de fato é delicioso, porém, não quando era feito com
a supervisão de Gisele Johnson, que mandava retirar as gorduras
da carne e a comida nunca podia ser bem temperada. Durante a
refeição, meu pai não parava de falar, parecia muito feliz com a
presença do professor César. Até me distraí ouvindo os relatos de
quando estudavam juntos. O que não estava sendo muito apreciado
pela mulher a minha frente.
Entre as lembranças do passado que geraram várias
gargalhadas, o jantar ocorreu num clima bem agradável e
descontraído. Coisa essa, difícil de acontecer, pois sempre fazíamos
a refeição em silêncio ou com minha mãe falando de algo sobre os
eventos que ia.
Depois de alguns minutos que terminamos, seguimos para
sala.
Meu pai e o professor foram até o barzinho luxuoso que tinha
no ambiente, minha mãe estava num canto, atendendo uma ligação.
Acomodei-me, porém, tudo que eu queria era subir para o meu
quarto. Instantes depois, Gisele se sentou na poltrona perto de mim
e o som da sua voz repercutiu a minha volta.
— Ângela, o simulado que você fez foi da matéria dada pelo
Cesar?
— Sim.
Não acredito que novamente ela ia tocar nesse assunto. No
entanto, fiquei desorientada quando ela dirigindo-se para o homem
a nossa frente, que estava ao lado do meu pai, com um copo de
uísque na mão e disse:
— César, me lembro de que certa vez, ajudou algumas
alunas dando aulas fora da instituição e acabaram sendo as
melhores da turma.
— Nada é mais gratificante para um professor do que ver a
evolução do seu aluno.
Meu coração começou a palpitar fortemente, sentindo um
mau presságio.
— Como já viu, não tivemos a sorte de ser agraciados com uma
filha inteligente, tanto que foi um fracasso no simulado — às vezes
eu me questionava se era realmente filha dela.
— Poucas tiveram um bom resultado e ainda poderão
reverter a situação.
— Já estava pensando na possibilidade de contratar um
professor particular.
Meu olhar ficou fixo no meu pai e gelei com o que veio em
seguida.
— Sei que é um homem bastante ocupado, mas ninguém
além de você poderá fazer com que ela tenha um melhor
desempenho. Sem contar que é alguém que confio e pela nossa
velha amizade, gostaria que você desse, aulas particulares a minha
pequena Angel.
Meus olhos se arregalaram na direção do homem que se
tornou o centro da atenção de todos. E, todos os meus
pensamentos gritavam para que a resposta fosse não.
Capítulo 07

São Francisco – Cidade da Califórnia

César Medeiros

Durante a aula, fiquei observando-a e suas feições


mudaram no instante que seu olhar ficou cravado no simulado. Seus
olhos analisavam minuciosamente o papel a sua frente e não
demorou muito para uma expressão de surpresa assoma-lhe o
rosto. Enquanto o anjo estava com várias dúvidas ao redor da sua
mente, eu só conseguia imaginar sua voz gemendo meu nome,
enquanto meu pau entrava profundamente. Cada vez mais forte,
cada vez mais fundo, tocando o seu ventre.
Horas mais tarde me encontrava inquieto, ansioso pela
expectativa do grande momento e depois que cheguei à casa de
Richard, a mulher que ostentava um belo sorriso no rosto, já estava
causando-me ânsia e, não via a hora de a garota surgir em minha
frente. Contudo, quando ela apareceu no topo da escada, senti
uma onda de eletricidade passar pelo meu corpo e uma forte luz no
meu olhar, como se alguém tivesse acendido um facho.
Seus olhos estavam arregalados indicando o quanto estava
surpresa pela minha presença Ângela, embora vestida bem
diferente daquela imagem horrenda da escola, suas roupas ainda
escondiam as belas curvas do seu corpo, porém, era como se eu
pudesse ver muito além do tecido, o que só me deixou sedento de
desejo. Quando ela se juntou a nós, a raiva percorreu cada fibra do
meu corpo, queimando o meu peito ao ouvir as palavras da infeliz
direcionadas a filha e, só então entendi o motivo pelo qual, ela ter
aquela aparência e ser completamente o oposto da mulher que tinha
por mãe.
No entanto, as atitudes de Gisele, só me deu a plena certeza
que até o momento da minha partida, eu ouviria as palavras que
tanto estava aguardando. E, após colocar o meu plano em ação,
tanto Gisele, como Richard, não terão mais nenhuma influência
sobre Ângela. Eu serei o seu dono e somente a mim, ela irá
obedecer.
Estremeço violentamente quando ouço as palavras de
Richard, ecoando no ambiente. Independente de quem fosse os
pais dela, essa sempre foi uma tática infalível, já que o renomado
professor César, sempre está disposto a ajudar seus alunos. Sendo
assim, as aulas extras fora da instituição serviam para ter as minhas
escolhidas exatamente no lugar que não poderiam escapar, se
tornando uma presa fácil em minhas mãos.
Meus pensamentos foram interrompidos quando escutei a
voz irritante de Gisele.
— César! — com os três pares de olhos fixos em mim, meus
lábios se libertam e assim que abri a boca, às palavras que eu
estava ansioso para proferir, ressoaram no ambiente.
— Jamais negaria um pedido a um velho amigo, no entanto,
eu já tenho alguns horários ocupados e desta forma, as aulas são
administradas na minha própria casa. Além de o espaço ser
equipado, conseguiria assim encaixar os horários — a isca foi
lançada e agora só precisava ser mordida pelo peixe.
— Isso não será um obstáculo, ela tem um motorista a sua
disposição. Pode levá-la e buscá-la após a aula — falou Richard.
— Só espero que desta vez não venha outro fracasso, de
certo não puxou em nada para mim.
A cada palavra que saia da boca dela, eu sentia um calor
insuportável me envolver. Mas, uma coisa ela falou certo, pois, se a
filha tivesse puxado a mãe, certamente não teria despertado minha
atenção. Entretanto, foi à cena que aconteceu em seguida que
ganhou minha total atenção.
Os olhos da garota pareciam que iam saltar da face. Seu
rosto estava pálido e no momento que o som da sua voz reverberou
no ar, a raiva inflamou em minhas veias.
— Eu não preciso de aulas particulares.
“Doce Ângela, você não vai escapar de mim, nem que eu
precise usar dos métodos mais sujos e obscuros pra isso.”
— Se você estivesse alcançado uma nota boa, até levaria
sua opinião em questão. Mas, enquanto for menor de idade, fará o
que eu mando.
Depois de falar tanta asneira, algo de bom foi dito pela infeliz
a minha frente. E, era chegada a hora de dar um basta nessa
situação, pois, amanhã mesmo teria essa coisinha deliciosa em
minha casa.
— Ângela!
Novamente me tornei o centro da atenção de todos, feito
isso, voltei a me manifestar.
— Saiba que o péssimo desempenho no simulado pode
comprometer a sua nota no semestre. Você está tendo a chance de
ampliar ainda mais o seu conhecimento e não estou fazendo isso
pela amizade que tenho com o seu pai, mas porque acredito no seu
potencial.

Ângela Souza
Depois das palavras ditas pelo professor César Medeiros, um
desafio silencioso predominou na sala. Eu posso não ser a pessoa
mais inteligente do mundo, mas tinha plena certeza de que algo de
errado aconteceu naquele simulado, porém, não iria adiantar em
nada travar uma batalha com a mulher, que parecia sentir prazer em
me menosprezar na frente dos outros, a minha única alternativa era,
por hora, aceitar essa situação. Irei provar para Gisele que não sou
a inútil que ela pensa e só poderei escapar dessas aulas, se
demostrar ao professor, o quanto sou uma boa aluna. Talvez assim
ele se convença que não preciso de aulas particulares.
Enquanto eles ficaram conversando, subi para o meu quarto
e cada vez que vinha em minha cabeça essa ideia em ficar tão
próxima a César Medeiros, o medo se instalava na boca do meu
estômago, fazendo-me senti um nó gigante na barriga. Podia até
ser uma invenção da minha mente, mas, eu tinha a sensação que
devia ficar bem distante dele.

No dia seguinte...
— Menina Ângela, estávamos preocupadas — disse Marta,
assim que entrei na sala.
— O engarrafamento hoje era intenso nos dois lados da via e
não dava para pegar nenhum atalho. Cadê a Nina?
— Está na cozinha e os seus pais já viajaram.
Nem esperaram a minha volta da escola. Toda vez era a
mesma coisa, nunca se despediam, coloquei a mochila em cima da
poltrona e andei em direção da cozinha.
— Cheguei — disse assim que adentrei o cômodo.
— Estava preocupada.
— O que temos de almoço hoje?
— Menina, eu preocupada e você só pensando na comida —
dei mais alguns passos e parei na sua frente, envolvo-a em
um abraço apertado. Desfaço e beijo-lhe a bochecha.
— Obrigada, mas, eu estou faminta e já não via a hora de
voltar a comer uma boa comida.
— Você não tem jeito. Desde pequena sempre devora tudo
que colocava em seu prato.
Instantes depois, estávamos todos sentados ao redor da
mesa, mas, engoli em seco quando ouvi as palavras ditas por Nina.
— Hoje a tarde começa suas aulas particulares. Sua mãe
deixou instruções sobre seu horário.
Depois do que ela falou, eu ate perdi a fome. Levantei-me e
fui para o meu quarto, após escovar os meus dentes e tomar banho,
acabei me deitando. Fiquei lendo um pouco até que minhas
pálpebras pesaram sobre meus olhos e o cansaço me derrotou
e me venceu, logo adormeci.

════ ❁ ════ ❁ ═══ ❁ ════ ❁ ════

— Filha, acorda!
Abri meus olhos, sentindo-me ainda um pouco desorientada,
tentava entender o que acontecia ao meu redor.
— Nina! O que aconteceu?
— Você tem uma hora para chegar à casa do professor. Sua
mãe já ligou duas vezes.
Minha vontade era permanecer debaixo das cobertas,
contudo, sabia muito bem quem eram as pessoas que sofreriam as
consequências pelo meu ato, em desafiar minha mãe. Num pulo, me
levantei e segui em direção ao banheiro, uns vinte minutos depois,
já estava arrumada, indo em direção ao carro, onde Alberto estava
me aguardando. Enquanto mantinha minha atenção no celular, o
carro corria pela estrada, levando-me para um destino
desconhecido.
Acabamos chegando no horário certo e assim que o veículo
parou em frente ao enorme portão, o mesmo foi aberto. Saí do
carro e um homem vestido todo de preto, apareceu no meu campo
de visão.
— Boa tarde, senhorita. Sou Santiago.
— Boa tarde. Sou Ângela — virei-me na direção de Alberto e
disse.
— Você pode ir e, por favor, se possível, chegue uns vinte
minutos antes do combinado.
— Sim, senhora — voltei-me para o outro homem que me
aguardava.
— Por favor, me acompanhe.
Com passos soturnos, caminho ao lado do homem. Meus
olhos brilham encantados com a imagem a minha frente, não por
ser uma mansão esplendorosa que ostentava uma majestosa
fachada e sim pela beleza do jardim. Continuo andando e me
deparo com uma grande piscina, tudo a minha volta é muito bonito.
Depois que chegamos perto da porta dupla, de cor branca, o som da
minha voz se faz presente.
— O professor está dando aula?
— A outra aula já foi há alguns minutos. Ele aguarda por
você.
Entrei no ambiente e meu olhar ficou cravado no espelho
enorme e fui conduzida para um corredor. A cada passo que eu
dava, não conseguia desviar os olhos das imagens fixadas nas
paredes, havia muitos quadros de pinturas do período da Roma
antiga, mas, todas elas traziam certo erotismo. Estremeço com cada
gravura que vejo, pois, em quase todos os quadros, as mulheres
deixavam a mostra, partes do corpo.
Quando o homem parou em frente a uma porta dourada,
antes que ela fosse aberta, meu olhar caiu sobre a frase que estava
cravada na placa, fazendo meu coração se agitar no peito.
“Seu conhecimento te levará ao inferno! Pois digo que é
melhor que o meu conhecimento me leve para tal, do que a
ignorância me levar para o céu.”
Quando terminei de ler a porta foi aberta revelando a figura
do homem, que ao contrário das vezes que o tinha visto, estava
vestido casualmente e sem óculos. Seus olhos pareciam num tom
mais claro, como duas bolas de gudes reluzentes. De repente, antes
mesmo que meus pensamentos pudessem ser colocados em
ordem, sinto um vento gelado passar pelo o meu rosto, no mesmo
instante, o som da sua voz ecoou a minha volta.
— Bem-vinda Ângela. Espero que a partir de hoje, os seus
conhecimentos possam ser expandidos.
Capítulo 08

São Francisco – Cidade da Califórnia

Ângela Souza

As poucas palavras ditas por ele, me deixaram no


estado de petrificação, pois, os meus pés pareciam que haviam
grudados no chão, enquanto isso, o par de olhos azuis me sondava
intensamente. Eu estava cada vez mais confusa e intrigada com os
efeitos que a voz e o olhar de César Medeiros, causavam sobre mim
e, aqui estou eu, frente a frente com o homem de beleza
estonteante, que despertou a luxúria e o interesse em várias alunas,
porém, era eu, a única pessoa que queria manter distância dele, que
estava prestes a entrar no lugar onde por duas horas, só ficaria nós
dois.
— Ângela!
E, o som da sua voz reverberou novamente no espaço,
meus pensamentos se voltaram para minha bombinha, que estava
guardada na minha bolsa e só espero que não seja preciso usá-la.
— Professor! — falei em um sussurro.
— Entre, por favor.
Ele fez um gesto com uma das mãos, me incitando a me
mover e foi inacreditável, pois, meus membros inferiores
obedeceram aquele comando e, ao diminuir a distância, todos os
meus sentidos ficaram a mercê do cheiro inebriante e delicioso que
invadiu minhas narinas, deixando-me embriagada, como se tivesse
enfeitiçada. No entanto, acabei sendo arrancada do estado de
estupor em que me encontrava, quando ouvi de novo a voz grave
que enviou arrepios em minha pele.
— Pode se sentar na poltrona atrás da minha mesa.
Com apenas três passos, cautelosos, ando na direção do
objeto, já que não entendi o motivo da cadeira e mesa estarem
justamente no centro do ambiente, depois de me acomodar, meus
olhos passeiam em volta do lugar extremamente luxuoso, com
móveis projetados, dando um ar sofisticado ao local. Havia um
grande sofá de couro vermelho e de linhas modernas, todo estofado
no canto, uma das paredes estava adornada com cortinas de cetim,
cor de fogo, as demais eram pintadas de preto e novamente me
deparo com quadros gigantes, semelhantes aos do corredor,
porém, nesses o erotismo estava mais em evidência, tanto as
partes íntimas do homem, quanto da mulher, estavam à mostra.
Embora soubesse que tudo era uma retratação da
diversidade de gênero, está no ambiente que refletia a pura luxúria
e o desejo carnal, me deixou agoniada, fazendo a bile ardente subir
na minha garganta. Todavia, minha atenção foi direcionada para o
homem que começou a se mover na direção da porta e assim que a
fechou, com um simples giro nos calcanhares, avançou em minha
direção, mas, se deteve alguns centímetros de distância de mim.
Virou-se para a parede a minha frente e só aí percebi o objeto em
sua mão. Quando ele apontou o controle na direção da cortina
vermelha e ela, lentamente foi se afastando, dando lugar a um
enorme telão que ocupava toda extensão da parede. Quase dou um
pulo quando ele voltou a se manifestar.
— Está pronta Ângela?
— Si... Sim — por pouco não me engasguei com a minha
própria saliva, que desceu rasgando pela garganta abaixo. Uma
imagem apareceu na tela e comecei a suar frio quando li o nome
exibido.
— Hoje vamos falar sobre sexualidade.
Por que esse homem tinha que escolher justamente esse
assunto? As perguntas martelavam em minha cabeça e, como se
tivesse uma bola de cristal, as respostas logo vieram.
— Por que a sociologia se preocupa com esse tema? — o
silêncio se fez presente por uma fração de segundos até que foi
rompida pelo som potente da sua voz.
— Simplesmente, devido as desigualdade de gênero que
acabam causando até violência a determinados grupos da nossa
sociedade.
Eu não esperava que fosse justamente com ele que iria
estudar sobre essa temática.
— Antes de nos aprofundamos no assunto, vamos ver um
pouco sobre a diversidade de gênero.
No monitor, surgiu a imagem de duas crianças. Um menino e
uma menina, ele levou umas das mãos até um dos bolsos da calça
e puxou uma caneta laser pointer verde e apontou para tela.
— Gênero é o terno utilizado para designar a construção
social do sexo biológico.
— Professor, temos mesmo que estudar esse assunto? Eu já
sei que a dimensão social à cultura, damos a definição de gênero.
Quando ele girou o pescoço e seus olhos encontraram os
meus. Engoli em seco, pois, seu olhar parecia uma lâmina afiada,
que penetrou em minha carne e no tom ríspido, ele disse:
— Você tem duas opções. Eu me sento no seu lugar e você
pode assim administrar a aula ou pode se levantar agora mesmo e ir
embora.
Vibrei por dentro e estava prestes a me levantar, porém, fico
paralisada com que escuto em seguida.
— Mas, saiba que por ter tirado a pior nota da sala, fui eu
quem pediu a coordenação uma nova oportunidade, não só para os
outros, como principalmente para você, mas depois de ver sua falta
de interesse, o melhor a ser feito é manter sua nota do simulado.
Minha boca ficou seca, ele mantinha seu olhar cravado em
mim, como se tivesse travando um duelo para ver quem ia vencer.
César Medeiros não tinha nada a perder, mas, era o meu futuro que
estava em jogo. Respirei profundamente e com a voz trêmula, falei.
— Pode continuar.
— Boa menina — o esboço de sorriso surgiu no seu rosto
que antes tinha uma expressão fechada.
— Já que você sabe tudo sobre diversidade de gênero,
vamos pular essa parte e ir direto para o tema que é considerado
polêmico, mas, que você irá ver em várias questões, não só da
minha disciplina, como na de outros professores.
No visor pareceu ao lado da imagem das duas crianças,
novamente o nome sexualidade e tinha sua definição, que ele fez
questão de ler em voz alta.
— É um componente humano e está presente em todas as
fases da vida.
Em meio à confusão que se formou em minha cabeça, meus
olhos ficaram esbugalhados quando ele terminou de proferir as
palavras e a imagem de um homem e uma mulher totalmente
pelados, ficaram estampados no monitor. Senti meus pulmões se
agitarem freneticamente, comecei a balança minhas pernas, ele deu
alguns passos e faltou pouco para ficar colado em mim.
— Está se sentindo bem Ângela?
Eu queria falar, mas nenhum som saiu pela minha boca e só
consegui balança a cabeça, fazendo um gesto de confirmação.
— A maioria das pessoas confunde sexualidade com sexo e
simplesmente, remete tal significado apenas à relação sexual. Mas,
chegou o momento de sair do caixote e descobrir o que é ser
homem ou mulher.
Novamente ele apontou a caneta e outra imagem surgiu no
painel, agora tinha um casal, um em cada canto da tela, o homem
estava vestido com roupas de bombeiro e a mulher era uma
secretária, ambos ostentando um belo sorriso no rosto.
— Aqui você tem o exemplo da sexualidade como
instrumento para a busca da felicidade pessoal.
Em forma de slide, outra imagem surgiu e desta vez, minha
respiração disparou. Um homem estava posicionado atrás da
garota, que se encontrava nua e aparentava ter a minha idade. A
mão direita dele estava grudada na intimidade dela e a outra,
apertando um dos seios. Havia desejo visível no rosto da mulher e
quando o professor começou a falar, senti como se o sangue em
minhas veias estivesse esquentado.
— Aqui temos a sexualidade apenas como uma possibilidade
de prazer, onde muitos ligam ao pecado, às questões imorais e
sujas.
De novo, outra gravura apareceu, no entanto, agora a mulher
estava abaixada e sua cabeça cobriu a parte íntima do homem, que
tinha o peitoral nu e perfeitamente bem esculpido, o rosto dele tinha
uma leve semelhança com o do professor César, mas, tinha traços
diferentes, olhos negros e os cabelos ruivos. Não sei o que estava
acontecendo com o meu corpo, já que uma onda escaldante tomou
conta de mim por inteira, meus pulmões começaram a funcionar aos
espasmos. Levei uma de minhas mãos na direção da minha
mochila em busca de alívio, que só minha bombinha poderia me dar.
Quando minha respiração parecia ter se estabilizado, estremeci
violentamente na poltrona, assim que ouvi suas palavras.
— Por hoje podemos encerrar a aula. Na próxima veremos a
diferença entre sexualidade e sexo.
Capítulo 09

São Francisco – Cidade da Califórnia

César Medeiros

Toda minha atenção estava direcionada para tela do meu


celular. Meus batimentos ficaram alterados no momento que meu
olhar caiu sobre o e-mail que tinha acabado de receber. Senti
como a raiva penetrava por cada poro da minha pele, assim que o
nome da infeliz surgiu entre as diversas palavras escritas no
documento. Mas, antes que chegasse a ler o final, ouvi som de
passos se aproximando, imediatamente, coloquei o objeto em meu
bolso e me levantei.
O rangido da porta ressoou no ambiente e quando ela foi
aberta, o anjo surgiu em minha frente. Dei uma olhada de cima
abaixo, varrendo o seu corpo com o olhar, até que finalmente meus
olhos se concentraram no seu belo rosto. Embora ela estivesse
usando um vestido horroroso, que era tão largo quanto a
vestimenta de uma freira, mergulhei num tensão que se tornava
insuportável ao imaginar o que estava escondido por
debaixo daquele monte de panos em volta do seu corpo. Uma
minúscula calcinha de renda preta, sem sutiã, deixando visíveis os
seios, durinhos, e macios, que eu chuparia com avidez.
Deixei os devaneios de lado e então foquei minha atenção
na garota, que estava com uma expressão temerosa e parecia
perdida em meio aos pensamentos, que certamente estavam
direcionados a mim. Minutos depois, quando ela já estava sentada,
era o momento de fazer o anjo senti as primeiras sensações do
desejo carnal, porém, ouvir suas palavras em negativa ao assunto
que estava dando, fez novamente com que a raiva apoderasse-se
de mim. Tive que me controlar, pois, sentia um calor intenso
emanado pelo meu corpo e, sabendo que esse sentimento nocivo é
capaz de fazer mal, não só aquele que o sente, como a quem é
alvo dele. Respirei profundamente e era hora de agir com a razão e
não por impulso. Depois dos argumentos ditos por mim, a atrevida
não teve outra opção a não ser ficar no lugar onde estava.
Ao contrário das outras que cruzaram o meu caminho, que
no primeiro contato já estavam dando indício que aceitariam ser
minha submissa. Ângela parecia um bloco de gelo, mas que por
alguns segundos, senti estremecer quando as imagens surgiram no
telão a sua frente, lógico que se fosse dentro da instituição, usaria
vetores em vez de imagens reais. Ciente da inteligência da garota e
sendo um assunto que vem sendo explorado principalmente nessa
última etapa, antes que chegue a faculdade, ela não teria como
alegar que estava indo contra os conteúdos abordados pela
sociologia. Os olhos azuis acinzentados ficaram cravados na
imagem obscena a sua frente, com a tecnologia a minha disposição,
bastou alguns minutos para modificar alguns traços do meu rosto,
cabelo e olhos, já que o único pau que ela viria enquanto
despertasse o meu interesse seria o meu. Desta forma, o homem
exposto na tela, era nada menos, que César Medeiros, com uma
das submissas que tive na Alemanha.
Pela sua expressão, eu sabia que sua respiração estava
ofegante e nem mesmo a bombinha de ar, foi capaz de impedir que
novamente seus pulmões funcionasse aos espasmos e, seu rosto
ficou vermelho como um tomate maduro e também esquentou
quando ouviu minhas últimas palavras. Dei a aula por encerrada,
pois o dia que ela desfalecer, será em meio ao prazer enquanto
tomo posse de cada centímetro do seu corpo intocável e perfeito.
Depois que ela deixou a mansão, já estava ansioso para
próxima aula, enquanto isso não acontecia, voltei minha atenção
novamente para o e-mail que havia recebido, logo as lembranças
que eu evitara, surgiram nitidamente em minha mente, sem
conseguir ignorá-las, fechei os olhos, pois, tudo era sofrimento,
angústia e desespero, um tempo que somente a dor fez parte da
minha vida.

No dia seguinte...
Passei boa parte da manhã, ocupado em meu escritório, já
que só teria aulas amanhã na instituição. Em poucas horas, Ângela
estará sob meus domínios e veremos quais serão suas reações
com a aula que terá hoje.
— Chefe!
Meus pensamentos são interrompidos, assim que ouço a voz
de Santiago, entoando dentro do cômodo. Ganhando minha
atenção, ele voltou a se manifestar.
— A governanta dos Johnson, acabou de ligar informando
que a senhorita Ângela, não virá hoje.
Naquele instante, a fúria cresceu dentro de mim, se tornando
algo duro, feroz e quente. Se ela pensa que vai fugir de mim, está
completamente enganada. Ângela é diferente das outras, além de
pura, é muito inteligente e isso pode ser um grande obstáculo,
entretanto, um bom caçador sempre está um passo a frente, pois,
se a presa perceber que o predador faminto esta observando-a, o
bote não dará certo.

Ângela Souza
Com um movimento brusco, puxei o edredom. Meu corpo
estava quente, suando sem parar, pois depois do remédio que Nina
havia me dado, à febre começou a baixar. Desde ontem, quando
deixei aquele lugar, me senti estranha. Minha mente estava tomada
por um turbilhão de pensamentos irrefreáveis. Meu coração batia
de maneira desesperada, em sinal de que algo de errado estava
acontecendo comigo. Nunca havia me sentido dessa forma e eu
estava tão atordoada, que de início não percebi as intenções
daquele homem, eu tinha a sensação de que ele estava querendo
muito mais de mim. Assim que cheguei em casa, não quis jantar e
hoje quando acordei, estava ardendo em febre.
— Ângela!
O som da voz de Nina, me trouxe de volta a realidade,
afastando para bem longe as recordações do dia anterior.
— Como você está se sentindo?
— Já estou melhor.
— Não sei como, de repente, você ficou doente. A não ser
pelo problema respiratório. Você sempre teve uma saúde de ferro.
Vou pegar um prato de sopa para você comer.
Ela começou a caminhar em direção a porta e segundos
depois desapareceu. Eu preciso me livrar das aulas com aquele
homem e se provar que ele está com segundas intenções, os meus
pais certamente não deixarão que eu continue perto dele. Fiquei
pensando, remoendo essa ideia em minha cabeça, até que algo
surgiu em minha mente e será desta forma que essas aulas
particulares chegarão ao fim.

Quarta feira...
Meus olhos estão fixos no homem que estava com sua
atenção na estrada. Eu estou nervosa e acabei saindo de casa
muito antes do horário, o quanto antes chegasse naquele lugar, logo
isso chegaria ao fim. Hoje na escola, ele me perguntou se estava
me sentindo melhor, mas acabei por dizer que era somente uma dor
na garganta. O homem ficou me observando por alguns minutos,
parecia que somente o seu corpo estava presente, enquanto sua
alma estava vagando.
Afasto as lembranças assim que o carro chega ao meu
destino, olhei para o meu celular e faltava ainda meia hora para
começar as minhas aulas. O portão foi aberto, e, instantes depois,
estava passando instruções para Alberto vir no horário combinado.
O senhor Santiago, assim como da primeira vez, veio me
receber e ao seu lado, comecei a caminhar em direção à entrada
principal, porém, quando me aproximei da piscina, fiquei petrificada
com a imagem que surgiu em minha frente. Meu coração acelerou,
minha respiração se tornou mais ofegante e comecei a ser tomada
por sensações muito estranhas. Ele estava ali parado em minha
frente, usando somente uma sunga que revelava seu abdômen
perfeitamente definido, ele tinha braços fortes, ombros largos e
espadaúdos, peitoral robusto, com pelos espessos na medida certa.
Uma esplêndida lição de anatomia.
— Ângela!
Soltei um longo suspiro e por fim, consegui expelir o ar que
estava preso em minha garganta, saindo do estado de estupor.
— Você chegou antes do horário.
— E... Eu quis vim mais cedo, já que faltei ontem.
— Então vamos. Você pode me aguardar no escritório.
Sem hesitar, comecei a me mover com a certeza que essa
será a última vez que irei colocar os meus pés nesse lugar.
Capítulo 10

São Francisco – Cidade da Califórnia

Ângela Souza

— Santiago, por favor, acompanhe a senhorita até meu


escritório — disse César, assim que começou a subir os degraus da
escada.
Com passos estreitos comecei a caminhar assim que o
homem a minha frente andou rumo ao escritório. Quando chegamos
frente ao cômodo, a voz de Santiago reverberou pelo corredor assim
que ele abriu a porta, e com alguns passos adentrei o ambiente.
— Fique a vontade senhorita Ângela. Deseja algo para
beber? — ele perguntou, atencioso.
— Não, obrigada! — respondi, querendo logo me ver sozinha.
Dito isso, ele fechou a porta e assim que ouvi o som de
passos se distanciando, peguei minha mochila e segui até o sofá de
couro que tinha dentro do escritório. Depois de tirar um caderno, a
caneta e minha bombinha. Coloquei a bolsa na posição onde daria
para câmera captar bem a imagem do centro do ambiente. Em
pensar que não queria aceitar o celular que o meu pai trouxe de
Moscou, pois achei um absurdo pagar tão caro por um aparelho, no
entanto, agora me seria bem útil, já que estava programado para
gravar até por 5 horas.
Com passos firmes, e, ansiosa pela expectativa de que hoje
me livraria desse homem, andei até a mesa e após me acomodar na
poltrona, minha atenção ficou direcionada para porta. Cada
segundo, cada minuto, passados, aumentavam mais e mais a
minha angústia e, quando a maçaneta da porta foi girada e a
mesma foi aberta, para revelar o homem, que estava vestindo
uma calça jeans e camisa gola polo, bem apertada que enfatizava
seu peito musculoso, meus pensamentos voam e se perdem no ar,
me trazendo de volta a realidade quando uma forte claridade
invadiu a sala, vinda do telão a minha frente e no mesmo instante,
minha respiração fica irregular. Não demorou muito para o som da
voz grave, que causa arrepios gélidos, percorrer todo o meu corpo,
ser entoada.
— Como foi um dos assuntos que você errou mais questões,
achei necessário que fosse abordado antes de qualquer outro.
Então, hoje veremos qual a diferença entre sexo e sexualidade.
No monitor apareceu duas imagens, um vetorial de um
homem e uma mulher, ou seja, era só uma ilustração, como se
fossem bonecos. Ele apontou a caneta na direção do seio esquerdo
do vetor feminino e a luz verde ficou fixa naquela parte.
— Quando muitos veem a palavra sexo, acabam distorcendo
para o que de fato é sexualidade. Já que sexo está relacionado às
distinções anatômicas e biológicas entre as pessoas, ou seja, a
alguns elementos do corpo — ele fez uma pequena pausa e à
medida que voltou a falar, ia apontando o laser na direção do item
mencionado.
— Elementos esses como genitálias, aparelho reprodutivos,
seios, etc. Em poucas palavras, a definição de sexo é a divisão que
defini as pessoas entre macho v.s. fêmea. Mas, o preconceito ou o
grande tabu não está em falar sobre esse tema e sim sobre
sexualidade, que apesar de ser, atualmente bem abordado, ainda
gera dificuldade, porém, precisa ser abordada com frequência, pois,
muitos adolescentes e jovens acabam encontrando dificuldade em
compreender as reações das descobertas de várias sensações.
Meus olhos ficaram arregalados quando surgiu a imagem de
um casal se beijando em forma de um vídeo. O homem parecia
querer engolir a boca da mulher, eu fiquei tão entretida, que não
notei quando ele se moveu e acabou com a distância entre nós dois.
Mas, ao ouvir sua voz, minha atenção foi desviada do telão para o
seu rosto.
— Um beijo pode trazer várias reações ao corpo. Um
simples toque pode despertar sensações inexplicáveis. Você já foi
beijada, Ângela?
Engoli em seco e senti uma dor no peito, como se tivesse
algo errado com os meus pulmões. O par de olhos, azuis, que
estavam num tom acinzentado, estava cravado no meu rosto.
Suspirei profundamente e saí do transe que me encontrava.
— O senhor deveria se limitar a não fazer certas perguntas
quando cabe apenas dá os exemplos.
As feições do rosto dele mudaram imediatamente,
transfigurou e desmanchou-se em uma expressão fechada, depois,
voltou ao normal. Repreendi-me mentalmente, pois preciso me
controlar ou não terei provas para usar contra ele, porém, o demônio
pervertido que está justamente esperando a oportunidade para
deflorar toda jovem virgem que cruza o seu caminho, voltou ao
ataque e seu olhar se tornou ainda mais penetrante, ao ponto que a
minha saliva desce com dificuldade goela a baixo.
— Você teme a algo, senhorita Ângela? A sexualidade se
tornou um assunto a ser discutindo justamente, porque além de
ensinar e informar sobre o desenvolvimento do corpo humano,
também desenvolve no individuo o respeito por si próprio e pelo
outro. Na sua idade, as mulheres fazem muito mais que isso.
— As outras podem fazer, mas eu não quero e nem tenho
vontade.
Como resposta, no visor apareceu o mesmo casal, agora despidos.
A mulher estava deitada sobre a cama e o homem com o rosto perto
das coxas delas.
— Viu? Tem muitas coisas que você precisa aprender.
Meus lábios se moveram e antes que algum som saísse pela
minha boca, ruídos vindos da grande tela romperam o silêncio. O
homem enfiou o rosto entre as pernas da garota e ela, além de
gemer, se contorcia como se fosse a melhor coisa do mundo. Meu
coração bate num ritmo descompassado. A respiração fica
entrecortada, parece que me falta o ar. Num pulo, me levantei e
depois que levei a bombinha de encontro a minha boca, avancei na
direção da minha mochila e assim que peguei o objeto, a voz dele
ressoou no espaço.
— A aula ainda não acabou — vocifera furioso.
Não sei de onde tirei forças e corri na direção da porta. As
minhas pernas estavam bambas, como se eu tivesse feito uma
longa viagem a pé, e parecia que cada centímetro que eu percorria,
era um quilômetro. Meu coração estava pulsando alto e as minhas
mãos suando de nervosa, quando dei por mim, já tinha atravessado
o corredor e só parei quando avistei o jardim. Meu peito estava
queimando, tentei recuperar o fôlego e como havia ordenado
Alberto, já estava me esperando.
No instante que entrei no carro e o mesmo foi colocado em
movimento, imediatamente peguei meu celular e um sorriso surgiu
no meu rosto, mas minha felicidade durou só alguns segundos, pois,
o que era motivo de alegria se transformou em tristeza assim que
olhei que não estava no aplicativo da câmera. Busquei pelos vídeos
e a gravação só estava até o momento que me sentei na poltrona.
— Droga!
— Está tudo bem, senhorita Ângela? — voz do motorista
ecoou dentro do veículo num tom de preocupação.
— Sim.
Naquele instante a única coisa que martelava em minha
cabeça era como eu irei me livrar daquele devasso. Passei o
caminho todo perdida em meus pensamentos e quando o carro
passou pelos portões da minha casa, a imagem do letreiro em frente
à porta do escritório dele, pareceu como flashes em minha frente.
"Seu conhecimento te levará ao inferno! Pois, digo que é
melhor que o meu conhecimento me leve para tal, do que a
ignorância me levar para o céu."
Está é a chave, pois, se com a inteligência não consegui
vencer o inimigo, vamos ver o que ele vai achar de uma aluna burra.
Capítulo 11

César Medeiros
Depois de aturar aquela garota irritante, mas que será
útil, caso Ângela fizesse o que eu estava cogitando, fui direto para
piscina. Não estava em meus planos dar aulas para mais ninguém,
no entanto, vesti minha armadura do professor que tinha boa índole,
exibindo um ar sério. A ninfeta até que tinha um corpo cheio de
belas curvas, mas, eu já tinha um único alvo em mente, sendo
assim, ela teria uma única serventia. Ser o álibi perfeito para provar
a todos a minha boa conduta.
Vibrei intensamente de alegria quando seus olhos caíram
sobre o meu corpo ao sair de dentro da piscina. Só pelas mudanças
de suas feições e o jeito como as veias saltadas do seu pescoço se
contraiam, dava para ver que sua respiração estava ofegante.
Momentos depois, assim que subi os degraus da escada, passos
largos foram dados rumo ao meu quarto e assim que entrei no
cômodo, como o notebook já estava ligado, avancei na direção do
objeto e foi no exato momento que Santiago, abriu a porta e
segundos depois deixou o recinto. Meus olhos a sondavam de cima
a baixo e como já esperava, Ângela, era muito perspicaz, porém,
não tanto quando César Medeiros. E, assim que ela se afastou da
sua mochila, bastou entrar no sistema e hacker, como já tinha feito
antes em seu celular, tendo assim o controle de todos os aplicativos.
Após encerrar a gravação, andei até o banheiro e minutos depois,
estava dentro do meu escritório.
Aquela garota com rosto angelical, que ao mesmo tempo me
despertava um desejo ardente, era capaz de fazer a raiva percorrer
cada filamento do seu corpo, cada nervo e cada extensão do meu
ser. Mesmo lutando contra, as reações que tomavam conta de cada
centímetro da sua pele, estava visível através dos seus olhos. Assim
que ela deixou o cômodo, um sorriso perverso surgiu no meu rosto,
dava tudo para ver a face do anjo ao descobrir que amanhã estaria
novamente no lugar que ela certamente acreditava ser a última vez
que colocava os seus pés.

No dia seguinte...
Ângela Souza
Agradeci mais uma vez por hoje não ter visto aquele homem
na escola. Embora sabendo que daqui a alguns minutos, o carro
chegará ao seu destino e novamente estarei em sua frente. Depois
que dei mais uma olhada nas mensagens que meu pai enviou, o
som da voz de Alberto, penetrou o ambiente.
— Chegamos senhorita Ângela.
— Calma — digo baixo. — Calma Ângela — repito. — Hoje
você fará esse homem perder a cabeça — peguei a bolsa e antes
de deixar o veículo disse. — Por favor! Chegue uns vinte minutos
antes.
— Sim, senhorita.
Quando dei alguns passos, outro carro surgiu no meu campo
de visão e ao mover a cabeça para o lado, o senhor Santiago vinha
acompanhado de uma garota muito bonita e elegante que também
estava com uma mochila. Sua expressão era suave, bem ao
contrário de mim que ficava tomada pelo medo ao estar nesse lugar.
Meus pensamentos foram afastados quando a voz do homem
ressoou a minha volta.
— Tenha uma ótima tarde senhorita Sophia.
— Obrigada, até segunda, pois amanhã irei viajar com os
meus pais.
— Boa tarde — disse ela ao passar por mim e caminhar em
direção ao carro que estava a sua espera.
— Boa tarde.
— O chefe já esta lhe aguardando.
Conhecendo já o percurso, andei apressada, passei pela sala
seguindo pelo corredor e me detive ao me deparar com a porta. Dei
uma olhada na placa que continha a frase e logo em seguida invadi
o cômodo. Os olhos azuis já estavam cravados em minha direção.
— Boa tarde, Ângela — disse num tom sarcástico.
Eu nem lhe cumprimentei, fui logo andando até a poltrona e
me sentei, depois retirei o caderno e a caneta e coloquei em cima
da mesa. Meu olhar ficou fixo na direção do telão. Mesmo não me
movendo, eu sabia que ele estava me fuzilando com o olhar, porém,
a luz vinda do monitor a minha frente deu lugar algumas imagens e
novamente o maldito nome sexualidade surgiu em letras caixa alta,
escrita num tom vermelho, cor de sangue. Um pequeno calafrio
passou pela minha espinha quando o som agudo da voz dele
repercutiu nas paredes sombrias da sala.
— Como você fugiu da aula, vamos continuar no mesmo
assunto — enquanto suas palavras ainda ressoavam no ambiente,
no visor surgiu à imagem do mesmo casal de ontem, porém, agora
era a mulher que estava na posição do homem e segurava com
firmeza aquela criatura, grossa, cheia de veias inchadas em suas
pequenas mãos.
Meu coração estava a mil batimentos cardíacos por segundo, eu
respirei e inspirei. Não demorou muito para novamente o som da
voz dele se fazer presente.
— Você pode me dizer qual a importância da sexualidade na
vida das pessoas?
Fiquei em silêncio e a calmaria foi interrompida quando a
mulher levou a boca na direção da cabeça rosada do membro do
homem e meus olhos quase saltaram do meu rosto, quando ela
começou a chupar como se tivesse com algum pirulito na boca.
Gemidos começaram a ecoar por todos os lados e só foram
interrompidos, pelo som voz potente dele.
— Ângela, qual a importância da sexualidade na vida das
pessoas? — disse num tom agressivo.
Calada estava. Calada, fiquei. E como um passe de mágica,
outra imagem apareceu na tela do parelho fixado na parede. Agora
era a mesma de ontem e desta vez, o desconhecido passava a
língua pelo sexo da mulher. Desvio os olhos da dela e o olhar dele
me penetrou como um raio X, fiquei com medo e antes que eu
tentasse me levantar para sair dali. Se movendo rapidamente, ele
acabou com a distância entre nós dois. Senti o cheiro intoxicante do
perfume dele invadir minhas narinas. Minha cabeça começou a
latejar e um formigamento tomou conta do meu corpo, eu não
conseguia me mover.
Os gemidos continuavam ecoando e quando o homem
começou a aumentar o ritmo dos seus movimentos, senti a mão do
professor na minha perna direita e as palavras que ouvi, fizeram o
pânico toma conta de mim por inteira.
— Quando uma aluna não responde a pergunta do seu
professor, é porque não está entendo e cabe a ele, dar a ela o
melhor exemplo.
Dito isso, ele enfiou aquela mão enorme por debaixo do meu
vestido, eu queria reagir mais meu corpo todo estava travado e
quando a mulher começou a gritar dizendo para o homem a chupar
mais rápido. Seus dedos deslizaram entre a minha calcinha. Meus
pulmões ficaram agitados, fora do normal, e o som da voz grave
próximo ao meu ouvido, começou a eriçar os pelos do meu corpo.
Enquanto ele ia falando, seus dedos tocavam no ponto que fez meu
corpo ficar pegando fogo.
— “A sexualidade influência pensamentos, sentimentos,
ações e interações e, por isso, influência também a nossa saúde
física e mental”.
— Po.... Por favor, pare! — ele continuou me tocando, eu não
conseguia evitar que gemidos saíssem pela minha boca, assim
como a temperatura do meu corpo estava escaldante.
— Estou só ensinado o que palavras não foram capazes de
fazer você aprender. Percebemos, portanto, que a sexualidade está
relacionada com a qualidade de vida, logo, é fundamental uma
vivência sexual saudável.
Quente, muito quente. Eu já não conseguia mais respirar
direito e tremores invadem meu peito e quando achei que ia
desmaiar, assim que ele fez uma forte pressão naquele ponto
endurecido, um ruído alto saiu rasgando a minha garganta e parecia
que eu estava flutuando.
César deslizou a mão um pouco para baixo e logo depois a
puxou, havia algo úmido em seus dedos e fiquei chocada quando
ele levou os dedos de encontro à boca e começou a sugá-los.
Aquilo foi o estopim para que eu saísse do meu estado de estupor e
assumir o controle do meu próprio corpo. A raiva cresceu dentro de
mim e as palavras foram jogadas com fúria dentro do ambiente.
— Isso é assédio.
— Isso foi uma demonstração de aula prática, já que a teórica
não fez você aprender nada. E, acredito que você gostou — disse
exibindo um sorriso sacana no rosto.
— Eu vou dizer tudo para os meus pais e nunca mais
colocarei os meus pés aqui.
— Você acha mesmo que alguém irá acreditar? Seus pais
não te dão atenção, se perguntarem a qualquer aluna, elas vão
dizer que nunca aconteceu algo desse tipo. Então, será a minha
palavra contra a da menina rica, que esconde de todos a sua
origem. Aquela que tirou a pior nota da sala e certamente resolveu
aprontar para cima do professor. Aqui não sou eu que tenho nada a
perder e sim você.
Fiquei pensando em suas palavras, do jeito que minha mãe é
e, depois de toda minha relutância para não ter aulas particulares, é
bem capaz de acreditar nele. Deixo os devaneios de lado quando
ouço a sua voz novamente.
— Você vai pegar o caderno, fazer algumas anotações e
amanhã estará aqui no mesmo horário.
— Posso não falar nada, mas não pode me obrigar a vir —
disse firme, no entanto, suas últimas palavras me deixaram
paralisada.
— Eu não farei isso, mas, você virá a mim, de livre e
espontânea vontade, e se entregará completamente.
Capítulo 12

São Francisco – Califórnia

Ângela Souza
Saí do carro e caminhei até a porta da frente, fiquei ali
de pé, como se esperasse alguém. Tento afastar os pensamentos
da minha cabeça sobre o ocorrido dentro daquela sala, contudo,
eles voltam de novo e de novo, repetidas vezes. Não entendo por
que a minha mente se empenha em trazê-los de volta, pois, em
cada respiração minha, eu podia sentir os meus pulmões arderem,
assim como cada centímetro da minha pele, ainda estava em
chamas.
Meu corpo vibrou com os toques daquele homem, mesmo
sabendo que aquilo era muito errado, porém, aquele ser obsceno,
profano e de mente suja, fez com que por alguns segundos, eu não
pensasse em mais nada, além daquela sensação deliciosa que
tomou conta de mim por inteira.
Enfim consigo me libertar das lembranças que tanto estão me
atormentado, abro a porta e caminho rumo à escada. Quando subo
dois degraus, ouço a voz de Nina.
— Como foi a aula filha?
— Péssima e não quero mais voltar para aquele lugar —
senti meus olhos arderem e algumas lágrimas se formarem, mas,
antes que elas caíssem, subi correndo a escada e fui para o meu
quarto. Assim que entrei no cômodo, soltei a mochila no chão e me
joguei em cima da cama, fechei os meus com força, tudo estava tão
confuso, e por mais raiva que tivesse daquele homem imoral e
despudorado, eu não podia nega que gostei daquilo.
As lágrimas desceram pelo meu rosto, senti o peso da mão
que desde pequena sempre esteve sobre a minha cabeça,
acariciando meus cabelos. Meus olhos se abriram e o som da voz
de Nina ecoou dentro do ambiente.
— Eu te conheço desde que veio ao mundo e sei que tem
algo acontecendo com você.
Jamais tive segredos para ela, sempre lhe disse tudo. Nina,
ao contrário dos meus pais, nunca iria duvidar das minhas palavras,
mas, sem ter provas, eu não posso envolver uma pessoa que tanto
amo nisso. A corda sempre arrebenta do lado mais fraco.
— Não é nada Nina, só não preciso de aulas particulares.
Não gosto de ficar longe de casa.
Ela continua passando as mãos em minha cabeça e
enquanto isso, volta a se manifestar.
— Você sabe que eu a amo como se fosse a minha neta,
sempre poderá me contar tudo, porque estarei aqui para te ajudar.
Contudo, você passou tempo demais dentro dessa bolha que criou
para não se envolver com o mundo lá fora. Ângela, você agora é
uma mulher e muitas coisas vão ainda surgir em sua vida, muitas
descobertas e desejos que você não poderá evitar. Mas, você
mesmo sendo tão nova, é muito forte e vai vencer qualquer
obstáculo.
Fiquei quieta enquanto, ela continuou fazendo cafuné em
minha cabeça.

Algum tempo depois...


Tudo estava tão calmo e silencioso, quando os meus olhos se
abriram o pânico me dominou ao perceber que eu estava em algum
lugar desconhecido, ou ao menos, que não lembrava-me de algum
dia ter estado naquele ambiente. Levantei-me num pulo e meus pés
me levaram até a porta, passei por um longo corredor e quando me
livrei da escada, uma porta dupla branca surgiu em minha frente.
Passei por ela e depois de algumas passadas, parei diante
da imagem de um esplêndido jardim cheio de flores vermelhas e
brancas. Tudo era tão lindo, me agachei e deitei no meio das flores,
respirando o ar puro que foi bem aceito pelos meus pulmões. Fecho
os olhos e ali nenhum pensamento é ruim, nenhuma angústia se faz
presente, não sei quanto tempo havia se passado, quando voltei à
realidade, senti um toque na minha pele e o cheiro amadeirado que
reconheceria em qualquer lugar.
Abro os olhos, tomada pelo medo, e o responsável por todo
meu desespero estava agachado com as mãos esparramadas sobre
as minhas coxas. Meus lábios se entreabriram em busca de ar para
meus pulmões, que ficaram ofegantes. Meu coração disparou e
quando tentei me levantar, César me imobilizou ao deslizar o seu
corpo pesado sobre o meu e, antes que eu tivesse qualquer outra
reação, sua boca moveu-se até a minha, senti seus lábios quentes
e macios, tocando os meus e logo depois ele tomou posse da
minha boca com desejo ardente.
Sua língua logo invadiu minha boca avidamente, acariciando
a minha e quando começou a explorar com voracidade, mesmo de
forma desajeitada, eu tentava acompanhá-lo. O calor insuportável
pairou sobre mim e assim que ele afastou sua boca da minha,
começou a fazer uma trilha de beijos pelo meu corpo e assim que
chegou até a minha intimidade, se deteve. Suas mãos entraram em
ação, deslizando por debaixo do meu vestido, tentando puxar a
minha calcinha. Acabei saindo do estado de devaneio que me
encontrava e com a voz entrecortada disse.
— Não, por favor!
— Você vai gostar anjo.
Seus olhos estavam carregados de desejo e luxúria. A
sensação de ser dominada, de estar impotente, me deixou perdida
em meio ao seu olhar predador, ele puxou a minha calcinha e no
momento que eu saí do transe, o homem enfiou o rosto no meio das
minhas pernas. Com aquela boca de pecador e sua língua diabólica,
ele começou a chupar minha intimidade com lambidas frenéticas,
que iam do ponto de nervos latejantes, até a entrada do meu sexo.
Acariciando o meu clitóris numa velocidade que estava me
enlouquecendo, sem que eu me desse, conta, gemidos começaram
a sair por entre meus lábios, uma onda de eletricidade apoderou-se
de todo o meu ser. O desejo corria pelas minhas veias, meu corpo
parecia que tinha ganhado vida própria, estava quente, pulsando, e
meus quadris se moviam de acordo com os movimentos dele.
Sua boca habilidosa continuou massacrando com ganância
a minha intimidade, sua língua deslizando entre os grandes lábios e
me lambendo como se fosse uma sobremesa. A sensação que eu
tinha, era que algo tinha explodido dentro de mim, meu corpo
entorpecido de desejo se aqueceu. Minha pulsação ficou acelerada
e comecei a tremer violentamente. O nome dele saiu num grito alto
da minha boca assim que meu ventre começou a pulsar e uma
sensação semelhante a que senti na sala dele, apoderou-se de mim
por inteira.
— Césaaaaaaaar...
Acordo, sobressaltada. O corpo banhado pelo suor. Meu
coração batendo muito forte, minha respiração estava ofegante, aos
poucos as lembranças surgiram em minha mente me
deixando incrédula.
"O que está acontecendo comigo Senhor?"

No dia seguinte...
Se as cenas do que aconteceu naquela sala não saiam da
minha cabeça, aquele pesadelo me fez ficar acordada pelo restante
da noite. Minutos atrás, no intervalo, como se já não fosse
suficiente ser atormentada pelas recordações, olhei de lado e o ao
lado da vice-diretora. Ela bem que podia laçar logo esse homem e
assim minha vida voltaria ao normal, fui para sala e só de pensar
que o último horário seria aula de sociologia, calafrios tomavam
conta do meu corpo.
O tempo passou e a aula de geografia foi encerrada, não
demorou muito para Medeiros aparecer no ambiente. Ele começou
sua aula, o que era bem diferente das que dava em sua casa, até
parecia duas pessoas em um só corpo. Nunca tinha visto o grupinho
de Susan ficar tão envolvido com uma aula, perguntas e mais
perguntas eram feitas e me vi questionando como seria se aquele
maldito telão estivesse no lugar da lousa fixada na parede.
Respirei aliviada quando o sinal preencheu a sala e toda uma
movimentação começou dentro do recinto, peguei minha mochila e
no momento que comecei a me mover, ele também se levantou e ao
me aproximar da porta, o homem me alcançou e entre sussurros,
falou.
— Aguardo você no mesmo horário, precisamos revisar
alguns assuntos para que você tire a melhor nota da sala — proferiu
as palavras e passou por mim, saindo do ambiente em direção ao
corredor.
"Esse homem só pode ser louco, é melhor ele esperar
sentado porque se esperar de pé vai cansar-se."
Capítulo 13

São Francisco – Califórnia

Ângela Souza
Caminho pelo corredor indo até o meu quarto. Um sorriso
de orelha a orelha tomou conta do meu rosto, pois, se tem algo que
eu gosto muito nessa vida, é comer e hoje, Marta caprichou no
almoço. Comi até a minha barriga doer, e também tomei quase a
metade da jarra de suco de laranja com morango, estava delicioso.
Entrei em meu quarto e fui direto para o banheiro. Um tempo
depois, havia tomado banho e vestido um conjunto bem confortável.
Em seguida, fui deitar-me. Já estava decidido, eu não voltarei na
casa daquele homem, pois, posso muito bem estudar sozinha sem
precisar dos seus conhecimentos de sexualidade.
Abri a página do livro escrito pela ginecologista Dra. Lilian
Fiorello, meus olhos passeiam pelas palavras contidas na página
sobre sexualidade humana "Se ao ouvir a palavra sexualidade, você
logo pensa em sexo, coito, genitalidade...". De repente, me vi
divagando nas recordações da noite anterior, por mais que eu
tentasse concentrar minha atenção no que estava escrito, comecei
a ficar inquieta. Meu coração batia descompassado e em vez de
letras, foram às imagens que ficaram guardadas em minhas
lembranças que surgiram no centro da página.
Meus olhos se arregalam, minha respiração ficou ofegante,
podia ver nitidamente o homem que se tornou o meu maior
pesadelo, meu grande tormento, em cima de mim. Sugando o meu
ventre com grande entusiasmo, fazendo um calafrio ultrapassar a
minha pele e atingir os meus ossos. Parecia tão real, que senti o
meu corpo se aquecer e quando aquelas órbitas no azul cristalino
me encararam, o choque da realidade me atingiu como um soco no
estômago. Fechei meus olhos rapidamente, tentando empurrar
aquela tentação, direto para escuridão, quando soltei o livro, puxei o
cobertor e depois de longos minutos acabei dormindo.

Horas depois...
— Ângela! Ângela! Acorda filha!
Meus olhos se abriram diante daquele comando.
— Você precisa se arrumar.
— Não vou mais para aula, Nina.
— Sua mãe acabou de ligar, acho que seu professor
comentou sobre você não querer mais ir. Então, ela decidiu que
levará você para Moscou.
Gelei com as palavras que foram ditas. Não iria suportar ficar
longe dela e de todos os outros, muito pior que ter que enfrentar
César Medeiros, era viver num lugar distante longe daqueles que
realmente me amam pelo que sou e conhecendo bem a minha mãe,
eu acabaria ficando louca em meio a vida que os dois levam na
Rússia. Olhei para mulher a minha frente, que me olhava
intensamente, como se gritasse lá no fundo dizendo para eu me
levantar, já que seria muito pior viver com pais que nunca me
colocaram como prioridade em suas vidas. Num pulo me levantei.
— Já vou tomar banho — disse quando estava prestes a abrir
a porta do banheiro.

Minutos depois...
Suspiro frustrada, assim que a porta foi aberta pelo senhor
Santiago, entrei no ambiente e o barulho irritante vindo do telefone
em cima do móvel ecoou pelos quatro cantos da sala, e antes de
ele ir até o aparelho, o som da sua voz ressoou, sobressaindo-se ao
barulho persistente no cômodo.
— A senhorita pode ir, ele já está lhe aguardando.
Enquanto o homem vai atender a ligação, caminho em
direção ao escritório. Chegou o momento de colocar as cartas na
mesa, em vez de sair correndo como se fosse uma presa indefesa
diante do predador faminto, no momento que eu perceber sua má
conduta, nem que precise fazer um escândalo, mas, não vou ser
alvo do assédio dele e de ninguém.
Depois de alguns passos, já me encontrava parada na frente
da porta e atrás dela, estava o único homem capaz de me deixar de
uma forma que nunca havia me sentido. Confusa, inquieta, com o
coração batendo a mil por segundos e o corpo inteiro trêmulo, como
se tivesse levado um choque. Sem delongas, entrei no recinto e
para minha surpresa, o olhar lançado em minha direção era bem
diferente do que sempre via, não tinha o mesmo brilho de antes.
— Bom dia, Ângela.
O som da voz se fez presente me fazendo afastar os
devaneios que rondavam a minha cabeça.
— Bom dia.
— Por favor, se acomode logo que temos vários assuntos
que precisam ser revisados ainda hoje — seu tom de voz era firme e
seu olhar não estava voltado em minha direção e sim no telão, que
já estava ligado. Prossegui adiante e me sentei. No visor a minha
frente surgiu o título "Liberdade de expressão".
— O papel da sociologia é de fato conhecer o comportamento
das pessoas perante a sociedade como um todo, e nada melhor
para aprofundamos o assunto do que a liberdade de expr... — ele
continuou falando e a aula era semelhante a que ministrava na
escola, no monitor surgiam somente os vetores de imagens, como
demonstração e de alguma forma não conseguia entender por que
tudo aquilo parecia tão chato, já nem conseguia prestar atenção no
que ele estava falando e sua postura tinha um ar sério, o homem
mal me olhava.
O barulho vindo do lado de fora chamou minha atenção,
parecia que estava chovendo e, só espero que o senhor Alberto não
chegue atrasado.
— Ângela!
Deixei os pensamentos de lado quando ouvi a voz do homem
a minha frente. Meus olhos encontraram os dele, um olhar gélido,
era tudo que via em minha frente. Por que ele está agindo assim?
Será que seu súbito interesse por mim se esvaiu? Dúvidas e mais
dúvidas apoderam-se da minha mente, mas foram afastadas para
bem longe quando novamente ele voltou a se manifestar.
— Quero que você anote todas essas questões. Aproveite o
final de semana para respondê-las, o que será de grande ajuda no
próximo simulado — dito isso, enquanto eu comecei a fazer as
anotações, ele andou até a porta, saiu do ambiente, voltando uns
dez minutos depois.
O restante da aula não foi bem diferente do início e o que era
para me deixar feliz, no entanto, em meu interior tinha algo
incomodado com tudo aquilo. Duas horas se passaram voando e
quando dei por mim, já estava de pé segurando a minha bolsa, ele
também desligou o telão e quando deixei o escritório, ao caminhar
pelo corredor, percebi que ele vinha atrás de mim. Quando cheguei
à sala, meu coração se agitou dentro do peito no instante que o
estrondo de um trovão rasgou o ar.
Pelas janelas de vidro dava para ver que a chuva caia
torrencial lá fora e a escuridão era interrompida quando
relampejava. Fui tirada do transe que estava, quando meu celular
começou a tocar dentro da bolsa, rapidamente peguei o objeto e ao
ver o nome de Nina, atendi de imediato.
— Filha, como você está?
— A aula já terminou, eu já estou indo embora, o senhor
Alberto já deve estar me aguardando — minha respiração ficou
acelerada quando ouvi as palavras que foram ditas logo em
seguida.
— Não, ele está aqui, acabou de voltar do meio do percurso.
Toda cidade está parada devido ao temporal e no noticiário pediram
para ninguém sair de casa.
— Nina, eu preciso ir embora, daqui a pouco essa
tempestade vai passar e você diga para ele vir mim buscar — não
acredito que ia ficar aqui mais alguns minutos, porém, senti minha
garganta se fechar, e no mesmo instante meus órgãos internos
começaram a funcionar a todo vapor com o que ouvi em seguida.
— Seu pai acabou de ligar minutos atrás e disse que se for
preciso, vai falar com o senhor Medeiros, para você dormir hoje aí.
Estará em segurança ficando num lugar seguro...
Ela continuou falando, mas já não prestava atenção em nada.
Meu coração estava aos pulos, como se eu tivesse corrido uma
grande distância, lembranças que eu tentava empurrar para o
passado surgiram em minha mente, me deixando inquieta e
impaciente. Eu estava sendo consumida pelos meus pensamentos a
respeito dele, e o nervosismo, e o medo em saber que poderia ficar
tão perto dele por uma noite toda, só aumentou o frio que se
instalou em minha barriga.
Quando a ligação foi encerrada, saí do estado catatônico que
me encontrava e ao perceber que ele também estava ao telefone, e,
assim que escutei o nome do meu pai, joguei o aparelho dentro da
minha bolsa e minhas pernas pareciam que haviam ganhado vida
própria. No momento seguinte, já estava do lado de fora do
ambiente, tudo estava na penumbra, a chuva parecia muito mais
intensa.
— Ângela.
Ouvi a voz dele me chamando e aquilo me incitou a
prosseguir, porém, mesmo colocando a mochila sobre a minha
cabeça, minhas roupas já estavam encharcadas e não conseguia
ver quase nada. Um relâmpago cruzou o céu, o vento soprava com
violência e o estrondo de outro trovão anunciou a força daquela
tempestade.
Congelei e não foi pelo frio e sim de medo, assim que uma
forte claridade surgiu em minha frente e um dos raios atingiu
justamente a árvore que estava adiante, e quando ruídos e mais
ruídos se fizeram presentes ao meu redor, eu só consegui ver a
árvore caindo. Eu queria me mover, mas o pânico me paralisou e
antes que eu fosse atingida, senti o meu corpo sendo puxado, para
logo em seguida o som do barulho do objeto que caiu no chão
preencher o espaço. Algumas palavras foram suspiradas ao pé do
meu ouvido.
— Nunca mais faça isso.
E, quando ele se afastou um pouco, meus olhos encontraram
aqueles olhos azuis e havia medo refletido através deles e antes
que tivesse qualquer reação, César tomou a minha boca. No
momento que seus lábios firmes, tocaram os meus, aqueceu o
meu corpo e senti na pele uma eletricidade que conhecia bem
demais, pois, somente ele era capaz de fazer aquilo acontecer
comigo.
Seus lábios começaram a apertar os meus intensificando o
beijo e quando entreabri a minha boca, sua língua pediu passagem,
invadindo-me, convidando a minha a se misturar com a dele. O
homem devorava a minha boca numa sede implacável.
O toque aveludado dele em minha boca, a sensação de seu
calor e do seu corpo forte, abalou todos os meus sentidos e
varavam meu corpo inteiro. Mesmo sabendo que deveria me afastar,
a sensação de estar segura era muito maior e naquele momento, eu
deixei que a luxúria e o desejo tomassem conta da minha mente, do
meu corpo e do meu coração.
Quando ele afastou a sua boca da minha, enquanto meus
pulmões lutavam por ar, voltei a tremer, sentia os meus dentes
bater um contra o outro, ele me fitou, os olhos brilhando
intensamente e novamente ouvi o som da sua voz.
— Vamos. Você precisa se aquecer.
Não tinha como ir contra suas palavras, eu sabia que os
meus pulmões eram os únicos que sofreriam as consequências pelo
meu ato em pegar toda essa chuva. Contudo, engoli em seco ao
sentir meu corpo sendo levantado do chão.
— Eu posso ir andando.
Ignorando minhas palavras, ele me apertou com mais força,
aninhando o meu rosto contra o tecido molhado da sua camisa.
Envolvida pelos seus braços, o homem começou a caminhar comigo
para dentro de casa. Senti um arrepio, como se fosse um
pressentimento ruim, como um aviso de que eu deveria correr para
bem longe dali.

César Medeiros
Depois do episódio com o celular, eu sabia que desta vez eu
havia encontrado um grande obstáculo. Sempre fui um homem que
soube controlar meu jeito explosivo, no entanto, Ângela resolveu
fazer voto de silêncio, o que me deixou enfurecido e acabei
deixando que um instinto animalesco prevalecesse naquele
momento, era como se fosse um animal enfurecido e faminto, com
seu instinto selvagem. Quando dei por mim, já havia acabado com
a distância que nos separava e o medo que vi através daqueles
olhos azuis, como duas safiras, gigantes, só me incitou a tomar
posse daquilo que tanto venho desejando.
Contudo, o calor que começou a ser emanado do meu corpo,
assim que minha mão alcançou a sua boceta, era algo insuportável.
Meu pau latejava violentamente dentro das minhas calças, aquela
bucetinha quente e macia, que tinha poucos pelos, me deixou
enlouquecido, embriagado de desejo e assim que seus gemidos
ressoaram atingindo os meus tímpanos, comecei a movimentar os
dedos em torno do seu clitóris, enquanto a minha mente pervertida
gritava para suspendê-la e colocá-la em cima daquela mesa, rasgar
suas roupas e fodê-la até que estivesse muito rouca para gritar o
meu nome e o calor em meu corpo estivesse se dissipado.
Assumi o controle do meu corpo e das minhas ações, porém,
continuei com os movimentos e quando ela alcançou o êxtase do
prazer, contemplar a expressão em seu rosto, por pouco não me
levou a fazer uma loucura, pois, mal conseguia controlar o
insaciável que latejava freneticamente querendo libertação. Depois
de deslizar a mão um pouco para baixo e tocar a entrada do seu
sexo, o calor escaldante parecia que havia duplicado e no instante
que puxei os meus dedos, levando a minha mão até a minha boca,
o cheiro da sua pureza invadiu as minhas narinas e suguei os meus
dedos com avidez.
A garota saiu da sala na velocidade de um raio, poderia ir
atrás dela, mas, precisava agir rapidamente, já que a excitação
tomou conta do meu corpo inteiro. Meu pênis saltou livre quando
abaixei a calça e a cueca, avolumou-se ainda mais quando comecei
a acariciar o comprimento duro do meu cacete. Meu tesão era
tamanho, que eu era capaz de sentir sua presença em minhas mãos
e a cada movimento que fazia em torno da extensão do meu
membro pulsante, vinha em minha mente, ele sendo enfiado todo
dentro daquela boceta intocável. E, quando o rosto dela surgiu como
um clarão em minha frente, intensifiquei os movimentos com forca e
avidez. Não demorou muito para uma deliciosa sensação de alívio
tomar conta de mim e um grito alto sair do fundo da minha
garganta...
"Ângelaaaa..."
Sentei-me na cadeira e minha mente estava funcionando a
mil por horas, porém, somente um pensamento se instalou na minha
cabeça, como se tivesse enraizado. Toda resistência daquele anjo,
só despertou ainda mais o meu desejo em tê-la, em possuí-la e
quando me der por satisfeito, ela se tornará só mais uma que
passou pelas minhas mãos e o próximo alvo será a minha
prioridade.
Capítulo 14

César Medeiros
No jogo da vida, depois de tudo que passei, eu decidir
que não voltaria a perder, contudo, compreendi que nem tudo se
pode comprar, porém, aquilo que você não conquista pelo dinheiro,
a sabedoria lhe dará. Um bom jogador sabe a hora certa de mudar
de estratégia ou o jogo será perdido.
Depois do que aconteceu no dia anterior, a minha vontade
assim que ela adentrou o escritório, era pegá-la e levar direto para o
meu quarto e foder com força esse anjo, mostrando o quanto o
mundo da luxuria é quente, insano e profano. Contudo, nada
melhor do que ver as reações dela assim que eu colocasse em
prática o meu próximo passo e, tudo saiu como eu queria,
entretanto, quando deixei a sala por alguns minutos e ao ver que a
chuvinha fina apenas prenunciava o temporal que estava por vir,
enquanto um vento forte e gélido agitava os galhos das árvores em
volta do jardim. Um sorriso de satisfação surgiu no meu rosto, pois,
até a natureza estava conspirando ao meu favor e a ligação que
recebi de Richard, foi o xeque-mate. O que eu jamais cogitei, foi
que ela saísse feito louca, em meio à tempestade, senti uma
sensação estranha quando percebi que ela estava em perigo. Algo
que eu jamais tinha sentido antes se apoderou do meu corpo e
quando a tive sobre a minha posse, o calor que pairou em minha
pele ao tocar os seus lábios macios, foi como se um predador
indomável tivesse despertado dentro de mim e naquela noite, ela
seria completamente minha.

Ângela Souza
Eu me vi livre dos seus braços assim que ele abriu uma porta
e um quarto exuberante surgiu diante dos meus olhos. Fiquei
observando o lugar assim que o homem saiu do ambiente, o
cômodo era delicadamente decorado com requinte e bom gosto.
Saio do meu momento de devaneio quando ele aparece novamente
em minha frente.
— Tome um banho quente — disse colocando sobre a cama
uma camisa de frio e voltou a se manifestar — Assim que você
terminar, eu vou mandar colocar suas roupas na maquina para
secar — fiquei estranhamente envergonhada, senti minhas
bochechas queimando ao pensar que até a minha calcinha estava
ensopada.
Quando eu ia dizer algo, comecei a tossir e meus pulmões
doeram, embora hesitante, quando ele saiu me deixando
sozinha, acabei indo, pois, todo o meu corpo estava trêmulo devido
ao frio. Com a blusa em mãos, segui para o banheiro e minutos
depois, estava sentido a água morna caindo em meu corpo, antes
de terminar, lavei minha calcinha e coloquei estendida dentro do
box, numa tentativa para que viesse a secar, pois, jamais deixaria
que fosse levada junto com minha roupa. Quando terminei, vesti a
camisa que mais parecia um vestido, no entanto, eu estava inquieta
por estar sem nada por debaixo da única peça que cobria o meu
corpo.
Com as roupas molhadas em mãos, deixei o ambiente e foi
justamente no momento que a porta foi aberta, e o homem que já
havia trocado de roupas, estava segurando uma bandeja em suas
mãos, depois de caminhar até o criado mudo, a colocou sobre ele e
com um giro nos calcanhares, reduziu a distância entre nós dois e
disse ao estender as mãos para pegar a roupa que estava em
minhas mãos.
— Quando você terminar de comer, tem em uma das
gavetas do armário da pia utensílios de higiene pessoal.
Quando suas palavras foram proferidas, o barulho do seu
celular preencheu o ambiente e ele seguiu para fora do recinto.
Sentei-me na poltrona perto do móvel onde estava a bandeja
e não perdi tempo para comer tudo que estava em minha frente,
sabia que devia deixar um pouco para que ele não pensasse que eu
era uma esfomeada, porém, eu estava faminta e não ia deixar de
comer se ainda estava com fome. Levantei-me ao me dá por
satisfeita e fui até o banheiro, quando abri a primeira gaveta do
armário, tinha várias embalagens de escova de dente e creme
dental. Com os dentes perfeitamente bem escovados, andei até a
janela e a chuva caía fortemente e impiedosa. Raios cortavam o
céu e os trovões parecem abrir o chão. Peguei rapidamente o
controle e ajustei a temperatura do aquecedor e me deitei sobre a
cama grande e macia.
Instantes depois...
Depois de alguns minutos, inquieta, comecei a me remexer
debaixo da coberta, por mais que eu tentasse dormir, o sono não
chegava e as lembranças daquele beijo acabaram por tomar conta
da minha mente. Um desejo ardente envolveu meu corpo inteiro, me
fazendo ficar quente e vibrar por dentro, sentindo um alvoroço
dentro de mim. De repente, o meu coração começou a bater mais
forte, senti minha intimidade contrair-se, como se tivesse um
formigamento na minha vagina e quando um estrondo terrível vindo
do lado de fora penetrou o ambiente, meus olhos se abriram em
desespero e ao olhar para porta, ela foi aberta pelo homem que
estava ocupando os meus pensamentos.
"Senhor afaste de mim o pecado."
César Medeiros estava parado em frente a porta, vestindo
somente uma calça jeans, parecia a tentação em forma humana.
Estreito os olhos e as palavras saem pela minha boca.
— Por que você está aqui?
Ele não respondeu nada, só começou a caminhar em minha
direção e quando acabou com a distância. Meu coração parou de
bater por alguns segundos, minha respiração ficou suspensa, pois a
luxúria estava estampada em seus olhos famintos. Ele fez um gesto
com os lábios, como se tivesse saboreando o meu corpo que foi
descoberto pelo susto que levei ao escutar o barulho do trovão.
— Eu vim ver como você estava — disse firme, mas, os seus
olhos azuis encaravam os meus como se estivesse examinando
minha alma.
— Eu estou bem, você pode me deixar sozinha.
— Tem certeza disso?
— Si... Sim — as palavras quase não saiam.
O pânico me envolveu assim que ele se agachou e sentou-se
na beirada da cama.
— Seu corpo, sua respiração e cada movimento contido na
expressão do seu rosto dizem totalmente o contrário. Você já é uma
mulher Ângela, e não uma garotinha.
Engoli em seco, meu coração que parou alguns instantes
atrás, agora disparou e batia tão forte, que até ele podia ouvir o
barulho. Num impulso tentei me levantar, mas ele foi muito mais
rápido e subiu em cima de mim.
— Solte-me, por favor — as lágrimas começaram a descer
pelo meu rosto.
— Eu quero você, e sei que seu corpo está gritando para que
eu a toque.
Ao proferir suas palavras, sua boca atacou a minha, eu
comecei a me debater. Mas, algo dentro de mim parecia está
vibrando com sua posse sobre o meu corpo indefeso e quando ele
enfiou à língua para dentro da minha boca, eu me senti como uma
fornalha em chamas. Comecei a sentir coisas que não queria, o
meu corpo estava emanando um calor insuportável e quando dei por
mim, já estava correspondendo de forma desajeitada aos
movimentos da sua boca contra a minha.
Suas mãos começaram a explorar o meu corpo, enquanto
sua boca iniciou uma dança erótica e luxuriosa, entrelaçando sua
língua com a minha, numa batalha excitante pela dominação. Eu
estava enlouquecida, arrebatada em meio ao desejo que tomou
conta do meu corpo inteiro. Quase esqueci como se respirava,
assim que uma de suas mãos deslizou pela minha camisa
e alcançou a minha coxa, logo foi subindo, acariciando minha pele,
até que esparramou a mão em cima do meu sexo que latejava
violentamente, como eu nunca pensei que fosse capaz de
acontecer.
Gemidos começaram a sair pela minha boca, meu corpo todo
se arrepiou. Eu queria me afastar e ao mesmo tempo o seu
magnetismo me envolvia, me fazendo perder a capacidade de
raciocinar. Seus dedos começaram a se mover com movimentos
circulares em torno da minha intimidade, sinto um desejo me
queimar como um incêndio e quando eu estava ficando sem fôlego,
ele deixou a minha boca e foi se arrastando pelo meu corpo,
beijando os meus seios por cima da roupa e só parou quando sua
cabeça ficou na direção da minha intimidade.
Fiquei atordoada quando sua voz rouca ressoou no espaço.
— Abra mais as pernas.
Capítulo 15

Ângela Souza

— Abra mais as pernas — foi à ordem dada com a voz


rouca.
Os seus olhos me prendem num feitiço profundo e o seu
toque em meu corpo, desperta minuciosamente o desejo ardente
de sentir suas chamas. Não sei o que estava acontecendo comigo,
pois, eu mais parecia uma ginasta olímpica, já que numa manobra
rápida, abri as minhas pernas o máximo, como se estivesse toda
assada.
Estremeci toda quando senti seu hálito quente e seus lábios
macios tocando a minha pele escaldante, que pulsava
freneticamente.
— Você está quentinha e meladinha, meu anjo — ele falou
com a voz grave.
Sua boca tomou posse da minha vulva, deslizando pelos
grandes lábios e revelando as paredes internas, bem rosadas, sem
moldura de pelos. Lentamente ele passou a língua gulosa,
devassando os meus pequenos lábios e foi subindo até roçar e
circundar repetidamente a glande do clitóris, envolvendo até o
prepúcio. Com movimentos circulares em volta do ponto
latejante, ele continuou massacrando a minha intimidade.
Algo na parte interna do meu corpo estava quente, muito
quente, me queimando por dentro e por mais que eu tentasse não
gostar daquilo, eu nunca havia sentido algo tão bom em toda a
minha existência. Era um alvoroço dentro das minhas estranhas,
que suplicava por libertação e quando achei que não poderia ficar
mais enlouquecida, minhas mãos ganharam vida própria e quando
dei por mim, elas já estavam fixas em sua cabeça, a empurrando de
encontro a minha intimidade na tentativa de aprofundar ainda mais o
contato.
Sua língua desbravou meu sexo de cima a baixo, com força e
vontade, acariciando cada centímetro com seus lábios molhados. A
minha respiração atingiu um ritmo muito ofegante, eu não sabia se
gemia ou se gritava em meio ao atoleiro de sensações no meu
corpo e assim que ele parou os movimentos, olhou-me
fixamente por alguns instantes e, assumindo uma seriedade que
me pareceu excessiva, abriu a boca e o som da sua voz ressoou a
minha volta.
— Você deseja que eu pare?
— Não! — a resposta veio de imediata diante da sua
pergunta.
Um sorriso perverso surgiu na sua face e então, ele enterrou
o rosto no paraíso escorregadio e molhado do meu sexo. Sua boca
insaciável continuou deslizando pela minha intimidade ardente,
fazendo-a pulsar com intensidade, enquanto seus movimentos iam
da abertura da minha vagina até o meu clitóris, que estava cada vez
mais endurecido, no entanto, quando novamente ele afastou a sua
boca e um dos seus dedos invadiu a minha fenda intocável, senti
meu corpo encolher-se, convulsionando, era uma dor dilacerante,
como se estivesse me rasgando por dentro.
Tomada pelo medo, as palavras saíram dos meus lábios
numa súplica angustiante.
— Por favor! Pare está doendo!
As lágrimas grossas começaram a correr pelo meu rosto.
César começou a deslizar o seu corpo grande sobre o meu e em
seguida seus lábios tocaram suavemente o meu rosto. Meu
momento de desespero e angústia foi interrompido quando ouvi a
sua voz.
— Calma, anjo, já passou. Você ainda não está pronta para
me receber, mas quando essa hora chegar, lhe garanto que só
sentirá prazer.
Meus olhos se arregalam e até esqueci a dor que estava
sentido quando ele moveu os quadris esfregando o volume
avantajado que se formou dentro da calça contra o meu sexo
dolorido. Quanto mais ele se movimentava, me fazendo sentir o seu
membro duro e pulsante, o meu corpo começou a reagir e foi
envolvido novamente por uma onda de calor insuportável.
Ele suspendeu a minha blusa e deslizou a cabeça alguns
centímetros para baixo e começou a acariciar os meus seios,
passando lentamente a língua por cima deles, provocando o
enrijecimento de meus mamilos. Lambendo-os e em seguida
sugando-os, fazendo a sensação boa que estava sentindo antes
voltar, mas, logo foi dissipada pelo pânico quando senti sua mão de
novo em meu sexo. Comecei a me debater, tentando afastar o seu
corpo de cima do meu.
— Não!
— Relaxa baby.
Suas palavras ressoaram no espaço no mesmo instante que
aqueles dedos grossos dominaram a minha intimidade
resplandecente. Um ardor percorreu cada fibra do meu corpo e a
vontade de continuar sendo dominada por ele era muito mais forte
do que gritar para ele parar. Enquanto sua boca explorava os meus
seios, mordiscando e chupando-os como um bebê esfomeado,
aqueles dedos que eram uma arma letal, avidamente se moviam
pelo ponto latejante, numa habilidade avassaladora, aquilo estava
me deixando ensandecida.
Inundada por seus toques, pelo desejo carnal, pois, o
proibido estava me atraindo de uma forma que não conseguia
resistir. Eu só gemia alto e movia os meus quadris para frente para
trás procurando por mais atrito, até que os músculos internos da
minha vagina se contraíram de forma violenta, me fazendo sentir
um líquido fluir da minha intimidade. Minhas pernas tremiam, meu
coração disparou, minha vista escureceu e quando eu achei que
estava prestes a desmaiar, algo devastador e muito mais forte que a
sensação que senti dentro daquela sala, tomou conta de mim.
O homem continuava se esfregando em mim e explorando o
meu sexo latejante, enquanto os espasmos percorriam o meu
corpo. Fechei os meus olhos, pois os meus pensamentos estavam
flutuantes como uma pluma e minha cabeça parecia um temporal de
prazer. Meus pulmões estavam em chamas, respiro fundo tentando
estabelecer o ritmo da minha respiração e no momento que um grito
alto reverberou no ar, meus olhos se abriram imediatamente.
O par de olhos azuis, mais cheios de magnetismo que já
tinha visto na vida, estavam cravados na direção do meu rosto. Seu
peito subia e descia no ritmo da sua respiração ofegante. Um
silêncio constrangedor pairou no ambiente, ele retirou seu corpo de
cima de mim e pude ver que havia uma mancha em sua roupa,
como se tivesse ejaculado na calça. Voltei à realidade quando sua
voz ecoou dentro do quarto, me deixando desnorteada.
— Isso foi só uma degustação do mundo que a partir de hoje
fará parte da sua vida.

Minutos depois...
Depois de meia-hora que ele saiu do quarto, ainda me
encontro esparramada na cama, reclamando para mim mesma por
tudo que o deixei fazer comigo. Negava-me a acreditar em tudo que
aconteceu e o que me deixou mais atônita, era que gostei de tudo
aquilo.
Eu bem que tentei me levantar, já que havia algo melado no
meio das minhas pernas, mas, elas estavam fracas, bambas, tanto
que não consegui me manter de pé. A tentação é quando a cabeça
proíbe, mas o corpo desobedece e foi justamente o que aconteceu
comigo. Minha pele estava queimando, ardendo em brasas. O
desejo insano de sua presença, do seu perfume e do toque de sua
pele na minha, despertou algo selvagem dentro de mim. Era como
se eu precisasse saciar a minha fome de desejo e apagar o fogo
que me inflamava.
Novamente segundos se passaram, dando lugar aos minutos
e com eles vários pensamentos passaram pela minha cabeça,
porém, um era premente: eu jamais devo deixar que isso venha
acontecer novamente.
Capítulo 16

César Medeiros
— Maldição!
Sentia o sangue em minhas veias queimando e o ódio
percorrendo todo o meu corpo. Continuo caminhando em direção ao
banheiro e no momento que adentrei o espaço, rapidamente, livrei-
me das minhas roupas. Estava totalmente incrédulo diante do que
havia acabado de acontecer, pois, jamais havia me deparado com
tal situação, no entanto, me sentia como um adolescente, que não
foi capaz de controlar toda a excitação que se apoderou de cada
nervo pulsante do meu corpo. Só bastou sentir o calor da sua pele,
ouvir os seus gemidos que nem precisou colocar o meu pau
latejante naquela bocetinha apertada, para chegar ao meu limite e
alcançar o ápice do prazer. Os ruídos que saíram da minha boca se
transformaram em um grito ensurdecedor. Entretanto, quando achei
que as barreiras haviam sido derrubadas ao introduzir um dos meus
dedos dentro da sua vagina, percebi que mais um obstáculo estava
presente. Seus gritos atingiram os meus tímpanos, o que já era
esperado, já que o seu hímen era complacente e por ter mais
elástico, se encontra maior dificuldade de se romper, causando dor
e desconforto. Se fosse me deixar levar pelo meu instinto animal,
deixando o predador que habita dentro de mim, assumir o controle
do meu corpo e continuar a insistir na penetração, correria o risco
de ela ser tomada pelo medo e evitar futuramente o ato.
No mundo da dominação e submissão, o prazer sempre deve
ser maior que a dor. Volto a me mover, desta vez na direção do box
do banheiro e antes de entrar, o pensamento que se apoderou da
minha mente, foi; Agora ela não poderá mais escapar e depois da
próxima aula, o anjo se renderá por completo ao mundo da luxúria.
Eu serei o dono do seu prazer.
Na manhã seguinte...
Ângela Souza
Acordo assim que o barulho do despertador do meu celular
ressoou dentro do cômodo. Eu estava com o corpo tão mole, que
depois que fui ao banheiro e tomei outro banho, assim que me deitei
na cama, acabei caindo em sono profundo. Meus pensamentos
foram interrompidos quando os meus olhos encontraram a minha
roupa em cima do criado mudo.
"Que horas ele entrou aqui? Será que ficou por muito
tempo?"
As perguntas continuavam sem respostas, o que me deu a
confirmação que dormir feito uma pedra por não ter percebido a sua
invasão no ambiente. Deixei as dúvidas de lado, num pulo me
levantei e com o celular em mãos, liguei para Nina e pedi para ela
dizer ao senhor Alberto vir me buscar. Depois que dei a ligação por
encerrada, fui até ao banheiro.
Nos momentos seguintes, já estava de banho tomado e,
arrumada, pois, até a minha calcinha estava seca. Deixei o espaço e
quando entrei no quarto, tomei posse do meu celular e da mochila
que ainda estava meio úmida, dei uma última olhada em volta do
recinto e assim que comecei a andar rumo a porta, ela foi aberta e
acabei ficando paralisada.
— Bom dia! — disse o homem que estava vestido com uma
camisa branca que deixou em evidência o seu peitoral bem
esculpido. O diabo tinha que ser tão bonito? Meus devaneios foram
afastados quando ouvi sua voz novamente. — Eu vou levá-la para
casa.
— Não será preciso, já liguei para o meu motoris... —
enquanto eu estava falando, ele começou a se mover e por instinto
comecei a recuar, dando alguns passos para trás até que senti
minhas costas tocando a parede e foi justamente no momento que
ele acabou com a distância que nos separava. Colocando uma mão
de cada lado da parede, me deixando encurralada como um rato
entre as garras de um gato. — Deixe-me sair!
Ele aproximou a boca do meu rosto, o cheiro dele abalou
todos os meus sentidos. Era como se eu estivesse bloqueada por
algum feitiço lançado por ele, pois, nunca tinha me sentindo tão
completamente a mercê de alguém, ao ponto de ficar petrificada.
Sua presença fazia meu coração bater descompassado e minha
respiração ficar irregular e só ficou pior assim que senti uma de suas
mãos deslizando pelo meu vestido, se enfiando por debaixo dele,
tocando lentamente a minha pele e só parou quando alcançou a
minha intimidade e, então ele disse:
— Aproveite este final de semana — ele fez uma ligeira
pausa, enquanto seus dedos acariciavam o meu clitóris e meu
corpo inteiro ficou em chamas. Ele voltou a se manifestar. — Quero
que se toque. Desta forma e assim vai aprender a conhecer os
segredos em volta do seu próprio corpo.
Dito isso, ele fez uma forte pressão em cima do capuz
clitoriano e a minha vagina começou a pulsar freneticamente, mas,
enquanto eu achava que ele fosse continuar com aquela
exploração, o infeliz puxou a mão e falou:
— Tenha um ótimo final de semana. Eu estarei te esperando
para nossa próxima aula — disse num tom de voz malicioso.
Assumindo o controle do meu corpo traiçoeiro, eu o empurro
e começo a caminhar, saindo do quarto praticamente correndo.
Quando chego ao andar de baixo, o senhor Santiago parece em
minha frente.
— Bom dia, senhorita.
— Bom dia!
— O seu motorista já está lhe aguardando.
— Obrigada.
Prossegui andando e ao entrar no veículo, a voz de Alberto,
se fez presente.
— Bom dia!
— Bom dia!
— Desculpe-me por não ter vindo buscá-la ontem.
— Não precisa pedir desculpas, afinal, com aquele temporal
não teria como. Agora vamos que quero chegar logo em casa.

Algum tempo depois...


Estou no meu quarto, deitada na cama com minha atenção
no livro que estou lendo, pois preciso muito tirar uma ótima nota no
simulado. Minutos se passaram e meus olhos foram desviados do
livro para o meu celular assim que ele começou a vibrar. Quando
peguei o objeto, achei estranho, já que tinha uma mensagem de um
número desconhecido, porém, assim que meus olhos caíram sobre
o conteúdo. Um arrepio percorreu toda a minha espinha e meu
coração estava batendo tão forte, que pensei que teria um infarto
naquele momento.
"Você vai assistir esses vídeos, será sua lição de casa e faça
justamente o que te falei. Assim, na nossa próxima aula, você
mesma vai me mostrar como já conhece o seu próprio corpo. O que
será fundamental para quando o meu pau faminto entrar em você."
Minha pulsação acelerou e a raiva me dominou. Como ele
conseguiu o meu número? Será que foi a minha mãe? Esse homem
só deve ser um louco pervertido, nunca que vou assistir isso. No
instante que ia apagar as mensagens Nina, abriu a porta do meu
quarto.
— Filha, o almoço já está pronto. Você nem imagina o que
Marta fez especialmente para você.
— Espero que seja uma carne assada bem gordurosa
— Menina, você não puxou em nada para sua mãe.
— Ainda bem.
Ela começou a sorrir. Levantei-me, coloquei o celular dentro
da gaveta do criado mudo e juntas deixamos o cômodo.

Domingo...
— Ângela!
— Já estou pronta — gritei de dentro do closet e assim que
saí, dei de cara com Nina. Hoje é domingo e como de rotina, sempre
vamos à missa, ontem, depois que desci para o almoço, acabamos
por ir até a casa da família dela. Sempre me sinto muito bem
quando vou para aquele lugar, além da sua filha, os netinhos da
Nina são adoráveis e por quem tenho muito apreço. Só voltamos
para casa depois do jantar, cheguei exausta, só tomei um banho e
dormi feito uma pedra, acordando só hoje às seis horas da manhã.
Deixo as lembranças de lado assim que ela voltou a se
manifestar.
— Vamos!
— Sim.
Com passos largos, saímos do ambiente e minutos depois,
estávamos dentro do carro seguindo rumo A Grace Cathedral, que é
uma das igrejas mais importantes e requisitadas, não só de San
Francisco como de toda a Califórnia.

Minutos depois...
Todos os olhares estão voltados para o homem vestido com
uma batina toda preta, com colarinho branco, pois, o preto
representa a morte para o mundo, e o branco, a pureza. Ele pregava
com fervor a palavra do Senhor, ao meu lado está além de Nina,
Marta. O padre continuava a falar sobre os demônios que rondavam
Maria Madalena, aquela que era vista por muitos como uma
prostituta, uma pecadora e para outros, uma santa, por ser uma das
seguidoras mais dedicadas de Jesus Cristo. Enquanto todos
estavam em silêncio ouvindo o sermão, quando ele falou dos
pecados carnais cometidos por ela, de repente as lembranças da
noite anterior surgiram em minha mente.
Comecei a sentir um formigamento no meio das minhas
pernas e sem que eu pudesse controlar, alguns gemidos escaparam
pelos meus lábios. Minhas mãos começaram a suar frio e por
alguns segundos, parei de respirar quando senti o toque da mão de
Nina, em minha pele, fazendo-me levar um grande susto.
— Está tudo bem filha? — engulo em seco.
— Si... Sim.
— Você começou a gemer de repente — senti o meu rosto
ruborizar nesse momento.
— Não, não, eu estou bem, só o meu dente que doeu um
pouco, tirando minha concentração do que o padre estava falando.
Quando ela voltou a sua atenção para o homem a nossa
frente, senti uma revolta crescer dentro de mim. O que aquele
devasso está fazendo comigo? Estou me tornando uma pecadora
por mentir dentro da casa de Deus.

Horas depois...
Depois da missa e do passeio pela cidade, acabamos
almoçando em um restaurante, já que hoje era o dia de todos
descansarem. Já havia tomado o meu banho e colocado uma
camisola, pois, iria dormir a tarde toda. Ando até a minha cama e
depois de deitada, fechei os meus olhos esperando o sono chegar,
mas como uma maldição, do nada, comecei a ficar inquieta e as
lembranças do ocorrido na igreja surgiram em minhas memórias.
No entanto, minutos depois, saí dos devaneios quando um barulho
abafado e impertinente ressoou dentro do cômodo.
Minha atenção foi para o criado mudo, logo me lembrei do
meu celular e assim que peguei o aparelho, fiquei confusa, pois não
me lembro de ter programado o despertador para esse horário.
Depois que desativo o mesmo, assim que ia jogar o objeto em cima
da cama, meus olhos ficaram cravados na mensagem enviada por
Cesar, algo dentro de mim atiçou a minha curiosidade e quando
percebi, meu dedo já estava em cima da tela na direção de um dos
vídeos.
Capítulo 17

“Para vencer os desejos da carne, só tem uma maneira, é dizer:


Não!”

Ângela Souza
Joguei o celular em cima da cama, num pulo me levantei
e corri em direção a porta para fechá-la na chave. Dentro da minha
própria casa me sinto como uma criminosa por fazer algo de errado.
Quando me aproximei da cama e me acomodei sobre ela, as
dúvidas me atingiram como um sono no estômago. Desligar o
celular ou ver aquela demonstração de pura luxúria. Eu sei que era
errado mais não conseguir controlar o meu próprio dedo, que
parecia ter vida própria.
E, no instante que meus olhos caíram sobre a tela, um calor
intenso apoderou-se do meu corpo. Na imagem, a garota estava
esparramada sobre uma mesa de sinuca, enquanto um homem de
corpo impecável se aproximou, mas o desconhecido estava usando
uma máscara, o que atiçou ainda mais a minha curiosidade.
Em uma de suas mãos havia um pote e dava para ver
nitidamente que era chantilly, desvio minha atenção para a garota
que parecia ser um pouco mais velha que eu, os seus olhos brilham
intensamente, refletem o fogo ardente do seu desejo e assim que
ele colocou uma das mãos sobre sua coxa desnuda, ela começou a
se contorcer e mordeu os lábios, soltando um gemido abafado. Sem
piscar um só segundo, fico na expectativa para o que vem a seguir e
então o mascarado abriu o pote e começou a esfregar o chantilly por
todo o corpo dela. Fazendo uma trilha que começou dos seios, até
chegar a sua intimidade. Não foi só a respiração dela que começou
a ficar ofegante, pois, a minha estava pesada e só ficou pior quando
o som da voz dele reverberou no ar.
— Vou chupar e lamber você todinha — sem delongas, sua
boca alcançou os seios dela e começou a sugar todo o creme que
estava sobre ele. A garota começou a gemer cada vez mais alto,
parecia enlouquecida diante da posse dele, no entanto, a
temperatura do meu corpo estava insuportável e de repente, minha
visão ficou embaraçada, pisquei algumas vezes e quando olhei de
novo para o visor do aparelho, em vez da garota me vi em cima
daquela mesa e fiquei desorientada, pois, o homem já não estava
mais usando uma máscara e o dono do par de olhos azuis como o
mar, estava ali, com aquela expressão de predador que só César
Medeiros possui. Ele começou a passava a língua, limpando todo o
chatinlly, eu podia sentir minha pele cada vez mais úmida em meio
ao calor que rondava o meu corpo inteiro.
Uma de minhas mãos se moveu e quando dei por mim, já
tinha enfiando-a dentro da minha calcinha, meus dedos começaram
a se mover imitando os movimentos que ele fazia, levanto os
quadris para frente e para trás, enquanto ruídos começaram sair
pela minha boca, mordi os lábios tentando conter o barulho, mas, a
medida que a boca gulosa dele trabalhava, os meus dedos
pareciam descontrolados, pois, acariciavam com grande entusiasmo
o meu sexo pulsante. O homem lambe e chupa com tanta maestria,
que fico cada vez mais molhada, pressiono a ponta do meu dedo
contra o meu clitóris inchado, para depois fazer movimentos
circulares, apertados, contra ele. Minha respiração passou a vir em
suspiros trêmulos, comecei a esfregar freneticamente aquele ponto
escorregadio, meu corpo todo começou a vibrar e minha vagina
pulsava violentamente. O prazer encheu-me por dentro, atingindo
cada fibra do meu corpo, até o centro da minha feminilidade e um
som gutural saiu do fundo da minha garganta, enquanto ondas de
puro êxtase percorrem o meu corpo.
Fechei os meus olhos por uma fração de segundos e quando
os abri, meu olhar novamente foi desviado e sentir uma inquietação,
algo queimando em minhas veias quando em vez do meu rosto, era
o da desconhecida que surgiu no meu campo de visão. Ela gritava
tanto, que minha atenção se voltou imediatamente para o homem
que estava devorando a sua intimidade na tentativa desesperada
para que não fosse o rosto dele e sim o homem mascarado.
Respirei aliviada quando o sujeito usando a máscara afastou a
cabeça do meio das pernas delas, levei minha mão um pouco mais
para baixo, tocando a entrada da minha vagina e quando a puxei de
dentro da minha calcinha, tinha um líquido esbranquiçado
inundando os meus dedos.
Eu estava cansada e ao mesmo tempo incrédula, pois me
negava a acreditar que havia feito aquilo. Contudo, as sensações
boas que eu ainda estava sentindo, eram maiores que o meu
arrependimento.
Segunda feira
O resto do domingo passou voando e, antes que eu
percebesse, a segunda chegou. Depois da loucura que fiz ontem,
em assistir aquela obscenidade, me levantei com as pernas moles,
igual macarrão cozido. Eu sentia a minha vagina tão molhada que
parecia até que transbordava e tinha a leve sensação da minha
calcinha estar encharcada. Destranquei a porta e fui caminhando
até o banheiro, depois de mais um banho e ter lavado bem a minha
peça íntima, vesti outra camisola e acabei dormindo até que fui
acordada por Nina, me chamando para jantar.
Ficamos na sala assistindo filme e do nada meu corpo se
aqueceu quando o casal começou a se beijar. Eu comecei a não
presta atenção mais no filme, pois as lembranças do vídeo surgiram
em minha mente. Tinha algo de errado comigo, isso não podia ser
normal, entretanto, acabei dizendo para Nina que estava muito
cansada e depois que dei um beijo de boa noite nela, fui para o meu
quarto. De dentes escovados e banho tomado, me deitei e assim
que fui puxar o cobertor, o meu celular começou a vibrar.
Quase deixo o aparelho cair no chão quando olhei o número
que antes era desconhecido, mas depois da mensagem que recebi,
já sabia de quem se tratava. Novamente havia uma mensagem, eu
pensei em apagar, mas parece que o bicho da curiosidade
ultimamente havia se apoderado de mim. Com os olhos grudados
na tela, as palavras surgiram em minha frente.
“— Espero que você tenha assistindo o vídeo, que a sua
bocetinha tenha ficado molhadinha, pronta para o prazer muito
maior que irei proporcionar amanhã a você.”
Naquele instante, a minha boca ficou tão seca, que a minha
saliva desceu com dificuldade, a minha vagina começou a pulsar
fortemente, me fazendo cruzar as pernas de imediato na tentativa
de controlar aquele formigamento. Minhas recordações foram
perdidas, quando o som da voz do porteiro ressoou a minha volta.
— Bom dia, senhorita.
— Bom dia.
Com passos largos caminho em direção à entrada principal.
Depois que passei pela catraca de identificação, meu olhar foi de
encontro ao grupinho que estava a alguns centímetros a minha
frente e no momento que passei por eles, a voz de Susan se fez
presente.
— Sempre temos novidades no fim de semana, mas aqui,
durante a semana tem coisas que nunca mudam. A freirinha cada
dia com uma roupa mais feia.
Não demorou muito para Patrícia entrar na mesma onda da sua
amiga.
— Eu me pergunto em qual brechó, ela compra essas roupas
e se não fosse pela sua inteligência, nunca que estaria frequentando
essa escola.
— Certamente deve ter ganhado alguma bolsa de estudos,
pois, sempre tem alguém disposto a fazer caridade no mundo —
novamente Susan falou.
Senti a raiva percorrer cada veia do meu corpo, minha
respiração ficou descompassada e já estava na hora de enfrentá-
las, pois, se não fico calada nem para minha mãe. Então, não vou
continuar aceitando que por acharem que tem um bom status, são
superiores aos demais. No instante que me virei, um som de uma
voz familiar ressoou no espaço, chamando a total atenção de todos.
— Ter pessoas que ainda fazem, como você disse, caridade,
isso mostra que a sociedade não está totalmente infectada por
pessoas podres de espírito. Vocês já têm mais de 16 anos e
bullying; Não é brincadeira, é crime e independente de ter ou não
dinheiro, vocês podem passar um bom tempo em reclusão.
O silêncio predominou a nossa volta, eu não conseguia
desviar os meus olhos do rosto dele. Jamais pensei que ele fosse
dar um, tapa, em todas sem precisar usar de agressão. Porém, a
calmaria foi interrompida pelo som da voz da senhorita Marina.
— Senhor Medeiros.
Ela se aproximou dele, ostentando um sorriso largo no rosto.
Eu me virei e comecei a andar, porém, não conseguia entender
porque estava me sentindo tão irritada.
Capítulo 18

“Faça sua escolha, antes que a escolha não deixe você escolher!”

César Medeiros
Dois dias que mais pareciam duas semanas. Tive a
sensação que tudo havia parado ao meu redor e o tempo estava
congelado.
Estava na expectativa para o momento em que a sua
curiosidade e o desejo falassem mais alto, no entanto, o anjo se
manteve forte e pelo controle dos aplicativos do seu celular, eu
sabia que ela ainda não tinha visto o maldito vídeo. Gravação essa
que foi completamente editada, mudando o som da minha voz e
com o rosto coberto pela máscara, não teria como ela descobrir que
o desconhecido na verdade era César Medeiros.
O sábado passou e uma forte inquietação me envolveu,
pensei em fazer com que o vídeo fosse reproduzido, todavia,
correria o risco de ela saber que havia hackeado o aparelho.
Passava das duas da tarde, estava com minha atenção na tela do
notebook quando o meu celular começou a tocar, indicando que
tinha uma movimentação no aparelho de Ângela, vibrei
intensamente por dentro assim que ela acessou o conteúdo e
como golpe final, à noite, mandei uma mensagem no intuito de
atiçar ainda mais a sua curiosidade.
Ela poderia até lutar contra o que estava sentindo, porém, já
não tinha mais volta e sabendo da sua inteligência, sei que ela
usará da informação contida no seu celular para se livrar das
minhas aulas. Talvez em breve, ela tenha o seu desejo realizado,
pois, todo esse súbito interesse logo vai passar quando eu me
deliciar do fruto proibido.
A segunda chegou e com ela a velha rotina, porém, não
esperava que no instante que adentrasse a escola, fosse me
deparar com a cena que fez os meus pulmões funcionarem aos
espasmos. A raiva percorreu cada veia pulsante do meu corpo,
quando ouvi as palavras que foram ditas sobre ela.
Era chegada hora de colocar os projetos de putas no seu
devido lugar e assim que Ângela estiver sobre a minha posse, não
irá mais abaixar a cabeça para ninguém, além do seu mestre.
Quando achei que a situação não pudesse ficar pior, eis que o
carrapato grudou em mim e tive que aguentá-la durante toda
reunião que teve com o corpo docente da instituição. Depois de ter
suportado a vadia metida a santa, quando fui dar aula na sala de
Ângela, ela estava distante, perdida em seus próprios devaneios,
após o encerramento da aula, e todos, incluindo ela, se levantarem
para deixar o ambiente, ao ficar sozinho na sala, peguei o meu
celular e assim que o contato dela surgiu no meu campo de visão,
comecei a digitar a mensagem.
Horas depois...
Ângela Souza
O veículo entrou em movimento com destino a mansão
Medeiros. Ainda na parte da manhã, quando deixei a sala de aula,
após dar alguns passos, meu celular começou a vibrar e, se já
estava com raiva naquele momento, eu fiquei mais irritada ao ler a
mensagem que ele enviou.
Assim como eu, devia ter várias alunas que estavam na lista
do devasso para que ele colocasse no caminho da perdição e como
se não fosse suficiente, ainda tinha a senhorita Marina, que estava
em evidência seu interesse pelo professor galinha. Eu bem que
poderia ter ficado em casa, mas, finalmente encontrei um jeito para
me ver livre de suas aulas e da sua aproximação.
— Chegamos senhorita.
A voz de Alberto interrompeu meus pensamentos. Com
minha mochila em mãos, saí do carro, contudo, não estava me
sentido muito bem com a roupa que estou usando, mas como
ganhei hoje de Nina, que havia encomendado como presente de
aniversário e fez questão que eu usasse, não tive como dizer não. O
senhor Santiago, como sempre, veio receber-me e depois de
longas passadas, estava em frente a porta do escritório, porém
quando ela foi aberta, o encontrei vestido casualmente com um
conjunto azul de poliéster.
"Será que ele vai dar aula desse jeito?"
Saio do devaneio quando ele, num tom firme, disse.
— Venha! A aula de hoje será em outro lugar — falou, já
andando na direção da porta.
— Eu não irei a lugar nenhum. — a expressão dele
endureceu ao ouvir minhas palavras.
— Eu não perguntei Ângela, isso foi uma ordem — será que
esse louco, pensa que pode mandar em mim.
— Você sabia que com os vídeos e a mensagem que me
mandou, eu poderei mostrar para todos que tipo de aula está me
dando? O que vão pensar do grande professor César?
Uma gargalhada alta se fez presente, ele deu alguns passos
e antes que eu escapasse, suas mãos enlaçam minha cintura e me
puxam para perto do seu corpo, ele abaixou a cabeça e aproximou
a sua boca da minha, fazendo-me sentir seu hálito quente contra
a minha pele, e falou:
— Garota esperta, mas nunca subestime o seu professor.
Você acha mesmo que alguém provará que esse número é meu? O
que vão pensar de você, já que terá que contar qual o conteúdo do
vídeo que assistiu? O inocente anjo, assistindo pornografia, mas
que pecado, garota levada e o padre é bem capaz de colocá-la
para pagar penitência.
Assim que terminou de falar, seus lábios tomaram a minha
boca, e naquele momento a minha mente parecia ter virado um
baralho com diversas cartas e todas estavam misturadas, fazendo
uma confusão. Assim que afastou sua boca da minha, ele me
suspendeu e começou a caminhar comigo para fora da sala.
— Por favor, me deixar em paz.
— Eu só quero te dar prazer, e, mesmo não querendo aceitar,
você também deseja isso.
O meu corpo traiçoeiro parecia rendido a esse homem, pois,
só com algumas palavras, eu já ficava arrebatada. Instantes depois,
ele parou quando chegou a uma porta que ao ser aberta, revelou
um elevador. Depois que já estava dentro do ambiente e o mesmo
entrou em movimento, indicando que estava descendo, não
demorou para que a porta fosse aberta e assim que saímos, ele me
colocou no chão, fiquei estarrecida com tudo a minha frente.
Dei alguns passos e assim que pisei no cômodo, as luzes se
intensificaram. Meus olhos ficaram arregalados diante de tanta
obscenidade, as paredes eram cobertas de desenhos e todos
dele totalmente despido, em cada gravura, o homem segurava um
objeto em sua mão, desde chicote, algemas, palmatória, cordas e
venda. Também havia um telão grande, igual ao do escritório,
entretanto, eu estremeci toda ao ver uma cruz que tinha fixada na
parede e minha respiração chegou às alturas, quando meus olhos
caíram sobre uma cama king size, dentro de uma cela e cheia de
algemas, olhei para o lado e tinha uma poltrona preta, de couro,
parecendo um trono para a dominação.
Embora temerosa, algo dentro de mim parecia envolvido com
tudo aquilo, dei mais alguns passos e gelei quando meu olhar foi de
encontro a porta que estava aberta, parecia uma masmorra
completa, com vários equipamentos e no chão havia um poço.
Virei-me rapidamente para sair dali, mas dei de cara com a
montanha de músculos e novamente ouvi o som da sua voz.
— Tem certeza que deseja ir embora?
Meus sentidos ficaram atordoados, as palavras deles se
embaralhavam em meus ouvidos, fazendo o sangue pulsar com
mais força dentro de minhas veias, e um calor ardente se apossou
do meu corpo inteiro.
— Por que esta fazendo isso comigo? Já não tem a senhorita
Marina e tantas outras?
César levantou meu queixo, me forçando a encará-lo,
enquanto, pronunciava as palavras devagar:
— Não me importa Marina ou qualquer outra, eu escolhi
você, eu quero é você.
A razão dizia para que eu fosse embora, mas, o instinto
primitivo que desabrochava, era como se tivesse fogo dentro de
mim, que anseia por emergir, ser consumida e queimada junto com
ele, este estava gritando mais alto.
— Esse é o meu mundo. Você pode sair por aquela porta e
eu nunca mais toco em você, mas se ficar, eu te mostrarei o mundo
onde o prazer não tem limites. Enquanto estiver comigo, serei
somente seu, como você será só minha. Profundamente minha.
Eu sabia que poderia ir direto para o inferno, mas não
consegui me controlar.
— Eu vou ficar.
Capítulo 19

“Tua boca é isqueiro e meu corpo um barril de pólvora”.

César Medeiros
Em seu olhar havia uma mistura de curiosidade e ao
mesmo tempo, medo. Naquele momento, tudo só dependeria da sua
escolha, seguir adiante ou eu a deixaria livre, pois, seria em vão
lutar contra alguém que não estava disposta a se entregar ao
desejo carnal, aos prazeres que podem levar os nossos corpos ao
êxtase devastador e ter a sensação de serem consumidos pelas
chamas que ardem à pele.
Todavia, uma corrente de eletricidade atravessou o meu
corpo ao ouvir as palavras que saíram da sua boca. Essa era a
minha menina, mesmo não sabendo a submissão, já faz parte da
sua vida e em breve, ela será tão esfomeada quanto eu. Deixei os
pensamentos de lado e segurei firme a sua mão a puxando em
direção à cama.

Ângela Souza
Eu estava tão confusa, ainda processando tudo que tinha
acontecido, que no instante que voltei ao meu estado de lucidez, já
estava em frente àquela cela e o som da voz dele ecoou no espaço,
me deixando perplexa com suas palavras.
— Quero que você me mostre tudo que fez ontem quando
assistiu ao vídeo.
Ele só podia estar louco, imediatamente me manifesto.
— Você quer que eu me toque?
— Isso mesmo, anjo, como sua primeira lição, eu quero saber
exatamente se você já sabe se proporcionar prazer.
— Eu não vou fazer isso.
— Vai, Sim!
Assim que terminou de proferir suas palavras, ele puxou-me
para junto do seu corpo e lentamente começou a beijar o meu
pescoço e aquilo era tão bom.
— Vai mostrar ao seu mestre que é uma boa aprendiza — ele
continua acariciando a minha pele com seus lábios macios, acabo
fechando os olhos, enquanto suas mãos percorrem o meu corpo.
Não sei quantos minutos se passaram, quando abri os meus olhos,
foi exatamente no instante que ele estava puxando a minha
calcinha. Esse homem só pode ter algum método para me deixar
hipnotizada, pois, não me dei conta em que momento ele tirou as
minhas roupas. Agindo por puro instinto de proteção, levei uma das
mãos de encontro ao meu sexo e coloquei o braço disponível por
cima dos meus seios. César colocou uma das mãos em cima da
minha e disse:

— Aqui nesse espaço não precisa sentir vergonha de nada.


Tirei minhas mãos e fiquei completamente nua, sendo exposta,
enquanto era devorada pelos olhos famintos que brilhavam
intensamente em admiração, ele abriu a porta da jaula e, então
falou.
— Entre e deite-se.
Fiz um gesto em negativa com a cabeça e aquela mão
diabólica que se movia numa velocidade impressionante, alcançou a
minha intimidade. Só bastou um único movimento dos seus dedos
para um gemido alto sair pelos meus lábios.
— Hummm...
— Isso meu pequeno anjo, liberte-se e deixei as coisas
acontecerem.
César puxou a mão deixando-me completamente perdida.
Meu corpo estava louco para ser tocado novamente por ele, então
acabei entrando e no instante que me deitei em cima da cama, o
telão a minha frente foi ligado e, novamente aquele mascarado
surgiu no meu campo de visão, mas desta vez o cenário era outro.
A mulher estava nua e presa numa cruz semelhante a que
tinha na parede, em seu pescoço havia uma coleira e o mascarado
estava só de cueca e em vez de um pote de chantilly, tinha um
chicote de fitas nas mãos. Por mais que eu quisesse não olhar para
aquilo, eu já não conseguia desviar os meus olhos da cena a minha
frente. O homem se aproximou e lentamente começou a deslizar o
tecido pelo corpo dela, a mulher começou a gemer e quando o
objeto parou na direção do seu sexo, o golpe foi desferido, fazendo
os meus olhos ficarem ainda mais abertos. Para minha surpresa, a
desconhecida não sentiu dor, pois, suas feições eram de quem
estava muito excitada.
“— Quem é o seu dono?” — o mascarado perguntou e em
seguida desferiu mais um golpe contra sua carne e o som da voz
dela, num tom abafado, se fez presente.
“— Você, dono.”
“— Você quer que eu te foda?” — murmurou.
“— Sim, mestre.”
“— Então diga.”
“— Eu quero o seu pau dentro da minha boceta.”
Minha garganta ficou seca, um calor escaldante começou a
percorrer pelo meu corpo e quando dei por mim, minha mão já
estava em minha intimidade. Abri mas as minhas pernas e meus
dedos começaram a trabalhar avidamente, ele soltou o chicote e se
livrou da única peça de cobria o seu corpo. Só dava para ver a
bunda empinada dele, uma de sua mão ficou firme na vagina dela,
como se estivesse a preparando para recebê-lo, e logo depois,
colocou dois dedos dentro da sua fenda. O cômodo ficou
preenchido pelos gritos ensurdecedores da mulher escandalosa e, o
desconhecido começou a fazer movimentos de vai e vem,
enquanto eu já não conseguia controlar os meus dedos que
acariciavam o meu clitóris num ritmo que estava me enlouquecendo.
Sem que eu me desse conta, gemidos começaram a sair por entre
meus lábios e uma onda de calor apoderou-se de todo o meu ser.
Minha intimidade estava quente, pulsando forte e assim que ouvi um
barulho, minha atenção foi desviada para a imagem em frente a
grade.
César estava esplendidamente despido, seu corpo era
impecável, esculpido na medida certa, mas, quando meus olhos
repousaram no seu membro gigantesco, o medo me dominou. Ele
mais parecia estar criando uma cobra no meio das pernas, que
pulsava fortemente e estava apontada na minha direção, antes que
eu me levantasse, o homem invadiu o ambiente e colocou o seu
corpo escaldante sobre o meu.
— Eu não quero — disse firme, fazendo a minha voz
sobressair sobre os gritos da mulher que vinha através do telão.
César moveu a cabeça até a minha garganta e assim que
senti um hálito quente contra o meu pescoço, meu corpo
estremeceu.
— Não vou fazer nada que você não queira, só irei ajudá-la a
apagar as chamas que estão incendian...
Assim que o som das suas palavras repercutiu no espaço foi
interrompido pela voz do mascarado e o meu olhar ficou fixo no
telão.
“— É disso que você gosta?”
“— Por favor, mais rápido.”
O homem movimentava os quadris para frente e para trás, as
pernas dela estavam em volta da cintura dele. Minha vagina
começou a palpitar violentamente e desta vez estava insuportável,
comecei a me remexer embaixo daquele enorme corpo e Cesar, por
sua vez, começou a roçar a ponta do seu membro quente e
potente seguidas vezes na entrada da minha intimidade, enquanto
sua boca insaciável começou a chupar os meus seios,
alternadamente. Várias vibrações passavam pelo meu corpo,
comecei a me mover ainda mais tentando aprofundar o contato.
Aquela tortura estava me deixando descontrolada, pois
pequenos impulsos de calor e prazer fluíam por todo o meu corpo
ao sentir seu toque. César chupava, lambia e mordiscava os meus
mamilos endurecidos e ao mesmo tempo friccionava seu pênis duro
e excitado na minha fenda, aumentando cada vez mais o atrito
entre nossos sexos.
Meu corpo estava febril e chegou a doer de tanta excitação,
movida pelo desconforto delicioso que se apoderou do meu ser, me
abri toda querendo receber aquele enorme membro. Embriagada de
desejo, as palavras saíram como se fosse a coisa mais normal do
mundo em se dizer.
— Por favor, e... Eu quero...
Seus olhos encontraram os meus e sua expressão é carnal com
luxuria e, não devia ser diferente da minha, quando achei que
finalmente seria empalada pelo seu membro, ele se conteve.
— Ainda não, anjo.
Dito isso, o homem atacou a minha boca, nem me dando
tempo de protestar e começou a se esfregar freneticamente em
mim. O calor dele me deixou sedenta e juntos iniciamos uma dança
erótica. Meu corpo pequeno se movia com precisão debaixo
daquele criador de anaconda, que se negava a deixá-la explorar o
paraíso escorregadio do meu sexo latejante.
Sua boca devorava a minha e as sensações em volta do
meu corpo aceleraram. Ele não parou um só segundo de passar a
cabeça do seu membro na minha entrada pulsante e, por uma
fração de segundos, eu achei que ia entrar me deixando ainda mais
ensandecida, mas, depois ele recuou. Gritei alto, enquanto minha
intimidade e cada terminação nervosa do meu corpo ganhou vida e
pulsou com prazer.
Sentia-me inteiramente perdida numa onda de oceano. Ele
afastou o seu pênis da minha vagina e colocou em cima da minha
barriga e depois de acariciá-lo com suas mãos, um ruído
estrangulado saiu do fundo da sua garganta, no mesmo tempo que
algo quente e melado começou a inundar a minha pele. A
intensamente do prazer foi devastadora, não só o meu corpo estava
trêmulo, como o dele, que se mantinha de olhos fechados.
De repente, a feição do seu rosto mudou e, eu já não
conseguia identificar sua expressão, e quando o par de olhos azuis
se abriu, fiquei perdida, pois, me encaravam com uma intensidade
que jamais tinha visto.
Capítulo 20

“Não sobrecarregue o hoje com os arrependimentos de ontem nem


o estrague com os problemas de amanhã.”

César Medeiros
Senti algo totalmente estranho, inacreditável e
devastador, provocando um efeito que produz em mim três
sensações diversas: perplexidade, desconforto e expectativa,
enquanto a flama de um fogo que arde e não se vê, estava
incendiando-me por dentro prazerosamente, num misto de desejos
e excitação que somente ela foi capaz de provocar.
Meus olhos estão grudados no rosto do anjo, aquela que se
tornou a minha grande obsessão do momento. A dona dos meus
pensamentos e a razão das minhas mãos estarem calejadas. Nunca
em toda minha vida havia me masturbado tanto, mas ao entrar
nesse jogo de rato e gato, estava cada vez mais difícil me controlar.
Contudo, no momento que a vi se contorcendo em cima da cama, o
meu único desejo era apossar-me dela, sentir o calor da sua pele e
espremer cada parte do seu corpo para provar que ela já me
pertencia. Tive que ter todo um autocontrole assim que suas orbitas
azuis me encararam, seus olhos pareciam consumidos pelo desejo
sublime e ardente com suas palavras tentando persuadir-me a
prosseguir adiante. Desviei o olhar para não cair no seu encanto e
deslizar o meu pau entre as paredes aveludadas do seu sexo
pulsante.
Nem eu mesmo estava me reconhecendo, pois, em outra
situação, já havia explorado cada centímetro do seu corpo. Enfiado
o meu pau, não só em sua boceta, como naquela bundinha
empinada, assim como em sua boca de lábios carnudos, fazendo
uma bela de uma garganta profunda. Todavia, a garota é alguém de
personalidade forte e talvez seja o meu maior desafio nesse mundo
de bondage, disciplina, dominação e masoquismo. Em virtude disso,
achei melhor mudar de tática e fazer com que ela fique tão louca e
no momento certo não terá espaço para arrependimentos.
A vontade era enorme em querer me deliciar do fruto
proibido, porém, já que isso ainda não era possível, a faria sentir em
sua pele todo o meu líquido, enquanto me deixava ser consumido
pelo êxtase total. Deixo os devaneios de lado e com seu olhar fixo
no meu, a minha boca se entreabriu e algumas palavras escaparam
por meus lábios.
— Vamos tomar um banho juntos.
Rapidamente ela ficou pálida, o que já era esperado por
mim. Com tantas dúvidas rondando sua mente, o confronto se faria
presente. Entre o certo e o errado, o medo e o desejo, o profano e o
prazer. Por isso é fundamental deixá-la cada vez mais envolvida
com o meu mundo, tornando-a minha melhor submissa.
Ângela Souza
O homem parecia perdido em seus pensamentos e quando
enfim se libertou, desejei ferozmente que ele não tivesse proferidos
aquelas palavras, pois, só demorou dois segundos para a realidade
da situação me atingir, nocauteando-me com um soco forte e terrível
na boca do meu estômago. Algumas lágrimas desceram pela minha
face, eu me entreguei aquele louco desejo e era como se a
armadura que vesti por todo esse tempo, houvesse se partido ao
meio, pois, em todos os dezessete anos da minha existência, não
havia sentindo essa sensação tão boa e maravilhosa que tomou
conta do meu ser. No entanto, já não sabia mais o que era certo ou
errado e se as consequências não seriam as piores possíveis.
Agora me sinto mais perdida e confusa do que estava antes.
Sinto um toque suave em meu rosto, me arrancando das
profundezas daquele tormento.
— Você não fez nada de errado. É uma mulher livre, assim
como eu sou um homem livre. Só se entregou a tudo que estava
sentindo e no dia que meu pau entrar em você, jamais será a
mesma, pois, isso foi só o começo de todo prazer que tenho para te
proporcionar — assevera, passando lentamente o dorso da mão
pelo meu rosto.
Engulo seco e todo o meu corpo fica aquecido como se uma
onda de calor emanasse de suas palavras, fazendo com que um
latejar violento surgisse entre minhas pernas. De alguma forma, o
som da sua voz fez com que o medo que eu estava sentindo se
dissipasse, ele levantou-se da cama e se afastou, indo em direção
a uma porta que presumi ser do banheiro. Fechei os meus olhos e
as lembranças de minutos atrás tomaram posse da minha mente.
Entre o medo e a dúvida, eu não podia negar que tudo que senti foi
inexplicável. Meu corpo ardia, mas, eram chamas que faziam sentir-
me viva. Estava completamente assustada com a grandiosidade do
que estava sentindo, mas ao mesmo tempo, não era só meu corpo,
mas também a minha mente estava a mercê daquele sentimento
devastador. As lembranças da sua boca explorando os meus seios
e a cabeça robusta do seu membro roçando minha entrada numa
desordem estudada, experiente, enquanto meu corpo queimava sob
o dele e vendo cada vez mais o desejo se apoderar de cada fibra do
meu corpo.
— Ângela!
Meus pensamentos foram interrompidos quando ouvi o
barulho da voz dele, fazendo-me abrir os meus olhos. Nem tive
tempo para protestar e muito menos forças para levantar de cima da
cama, pois ainda me sentia toda fraca e exausta. Ele me pegou em
seus braços e caminhou novamente até o banheiro. Meus olhos
pareciam que iam saltar rosto, quando ele parou em frente a
banheira que já estava cheia, até parecia que foi inspirada em
Cleópatra. O recipiente estava cheio com pétalas de rosa, leite e
sais, assemelhando-se com um dos banhos relaxantes da minha
mãe, que sempre dizia que além de relaxar o corpo, fazia bem para
pele.
César colocou-me dentro da banheira e assim que se afastou
um pouco, fiquei com os olhos cravados no seu corpo nu, algo que
antes me faria sair correndo, mas tudo aquilo era muito mais forte
que o meu medo e eu não conseguia parar de admirá-lo. Um
homem que vai muito além de um rosto bonito, ele exalava uma
masculinidade exuberante e poderosa por todos os poros e aquilo
nada tinha a ver com o físico avantajado. Era algo que estava
impregnado nos olhos astutos e dominador, assim como em sua
essência. O devasso segurou o membro e começou a massageá-lo
como se fosse um encantador e sua anaconda ganhou vida diante
de seus toques.
— Em breve será o toque de suas mãos que o fará pulsar
querendo suas carícias.
Estremeci toda, ele, em seguida se moveu e entrou na
banheira, se posicionando atrás de mim. Com uma de suas mãos,
pegou a esponja que estava ao lado do sabonete e começou a
deslizar pela minha pele, passando lentamente pelos meus seios,
senti um arrepio que fez todo o meu corpo formigar. Fechei os meus
olhos e me deixei levar por aquele momento, pela sensação boa.
César continuou com seus movimentos curtos, intercalando entre
meu seio direito e o esquerdo, enquanto sua outra mão deslizou
pela minha pele, percorrendo as curvas do meu corpo e chegando
até o meu ventre. Seus movimentos eram suaves e circulares em
torno dos meus mamilos, ao mesmo tempo em que seus dedos
habilidosos acariciavam o meu clitóris, escorregando até a entrada
da minha vagina. Suprimi um gemido, agarrando-me ao antebraço
dele, pois senti minha intimidade pulsar e desejava intensamente
cada vez mais aquele contato.
De repente, uma sensação forte me tomou, minha respiração
ficou acelerada assim que ele aumentou o ritmo dos seus
movimentos. A eletricidade que eu sentia agitar o meu corpo inteiro
e chegou com força até o meu ventre e quando o pulsar da minha
intimidade aumentou e o meu corpo todo começou a tremer. Fui
envolvida por uma sensação de vazio, de desespero, assim que ele
puxou sua mão do meu sexo.
— Por que você parou? — falei ofegante, quase sem voz.
— Eu te perguntei se você queria fazer parte do meu mundo,
porém, antes de tudo precisa aprender todas as regras e conhecer
os seus próprios limites — disse e continuou massageando um dos
meus seios.
Senti um calafrio no meu corpo inteiro, tentei falar, mas minha
boca estava tão seca que não saiu som nenhum, no entanto, o
homem continuou a sussurrar.
— Um Dominante, ou "Dom", tem o "poder", e ele só pode ir
tão longe quanto sua submissa, ou "sub", permitir. Não é abuso, é
consensual...
As palavras não saíam da minha boca, amontoavam-se na
garganta como um bolo de lã que sufoca e não se desfaz. Eu
Respirei fundo, limpei a garganta e as palavras escaparam dos
meus lábios antes que pudesse tentar contê-las.
— Então se você é um dominador, já teve muitas submissas
ao longo da sua vida e isso quer dizer que todas que estão tendo
aulas particulares, você fez conhecer o seu mundo? Eu serei só
mais uma no meio de tudo isso?
Capítulo 21

Ângela Souza
Imediatamente um silêncio constrangedor tomou conta
do ambiente. Os segundos que se sucederam, a minha boca e
garganta ficaram secas, coçando, esperando pela resposta dele até
o momento que a calmaria foi interrompida pelo som da voz do
homem atrás de mim.
— Eu te falei que este era o meu mundo e se quisesse fazer
parte dele, eu te mostraria um mundo onde o prazer não tem
limites. Enquanto estiver comigo, serei somente seu, como você
será só minha. O meu passado não está em pauta, assim como o
seu também não, aqui vamos viver o presente e ninguém além de
você, terá a minha atenção.
— Tudo isso se limita entre quatro paredes onde você terá a
autoridade e eu terei que lhe obedecer?
— Em parte, dentro ou fora daqui, nós dois não nos iremos
envolver com mais ninguém.
Fiquei pensando em suas palavras, tudo isso era assustador
e ia contra tudo que sempre acreditei, porém, desde que eu o vi, por
mais que quisesse negar a mim mesma, senti um misto de
sensações que nunca havia sentido na vida. Durante os últimos
dias, meu corpo parece que tinha ganhado vida própria, ansiando
por ser explorando. Sempre achei que o desejo fosse algo que eu
pudesse controlar, mas no fundo, eu sinto como se um duelo
estivesse sendo travado dentro de mim.
Eu sentia um fogo me queimando por dentro e incendiando
a minha pele, era como se uma fogueira tivesse sido acesa e o
toque dele em meu corpo fazia uma grande chama se alastrar e
correr em minhas veias. Era como se algo dentro de mim gritasse
tão alto, que a razão se torna nada perto do instinto primitivo e
selvagem que foi despertado.
Eu me perguntava se deveria ir contra tudo aquilo que eu
sempre acreditei. Medos e incertezas rondavam minha mente, como
se devesse me arriscar para poder me encontrar. Desvinculei-me
dos seus abraços, afastei-me um pouco e em seguida me virei
ficando de frente para ele. Então, com os olhos cravados naquele
olhar azul e profundo como safiras gigantes e sabendo que só
seguindo os meus instintos, eu poderia sanar as minhas dúvidas,
disse.
— Você acabou de dizer que dentro ou fora daqui, nós dois
não iremos nos envolver com mais ninguém. Contudo, você não
vai interferir na minha vida em relação a outros assuntos. Ser sua
submissa e conhecer o prazer, através de um mundo cheio de
luxúria e desejo é uma coisa, outra bem diferente é me tornar um
fantoche em suas mãos. Meu corpo, minhas regras, e em minha
vida, eu não vou aceitar que homem nenhum faça as minhas
escolhas.
Ele parecia incomodado com as minhas palavras, pois suas
feições logo mudaram. O silêncio pairou ao nosso redor até que ele
voltou a se manifestar.
— Vamos terminar o banho. Antes de você ir embora ainda
tem mais coisas que precisamos conversar.
Nos momentos seguintes que ainda passei dentro da
banheira, não teve mais nenhuma carícia dele em meu corpo.
Depois do banho, já arrumada, ele me explicou algumas coisas, o
tempo passou tão rápido que já que estava quase na hora de
Alberto vir me buscar. Peguei minha mochila e antes de deixarmos o
cômodo ele disse.
— Entre um dominador e sua submissa, sempre existe um
contrato, no entanto, tudo que você precisa saber estará no
documento que vou lhe enviar mais tarde. Não há contrato que seja
mais valioso quando a palavra dada é honrada. Você será só
minha, assim como eu serei todo seu.
Quando ouvi suas últimas palavras. Meu coração acelerou e
senti meu corpo se aquecer e um formigamento corria pelas minhas
entranhas.
Fiquei parada por alguns minutos, esperando que meu
coração pulsasse normalmente.
— Vamos!
A voz dele ressoou a minha volta no mesmo instante que
estendeu sua mão em minha direção e me olhou fixamente, me
incitando a segurá-la. Sem hesitar, a peguei e ao seu lado, andei
com passos vacilantes até o elevador. Dentro do cômodo, um
pensamento passou pela minha cabeça, com tudo que aconteceu
hoje, ao estar dentro daquele cômodo, era estranho que não foi
preciso usar a minha bombinha. Muito pelo contrário, os meus
pulmões parecem que estavam mais fortes.
— Ângela!
O som da voz dele afastou o meu pensamento e só então vi
que o elevador já havia parado e a porta estava aberta, quando eu
fui sair de dentro do cômodo, César segurou firme em minha cintura,
colando o seu corpo ao meu. Sem delongas, sua boca buscou a
minha numa ânsia descompassada, entrelaçando a sua língua na
minha num beijo ardente, tomado por uma sede primitiva, enquanto
suas mãos deslizam pelo meu corpo. Se antes eu não havia
precisado da minha bombinha, acabei usando quando ele parou o
beijo e minha respiração estava ofegante por demais.
Instantes depois, estava caminhando em direção ao carro. Se
eu me entreguei a tudo isso facilmente? Pode até ser, mas, entre
todas que vivem exibindo sua aparência física, ele desejou o meu
corpo e a mim. Sem que eu usasse da minha aparência para
despertar a sua atenção e de alguma forma, eu sentia como se um
vazio que havia dentro de mim, enfim, tivesse sido preenchido.
Horas depois...
O trânsito estava um caos, tivemos que enfrentar um
gigantesco engarrafamento. Quando cheguei em casa, estava
faminta, fui logo jantar, depois que terminei, vim para o meu quarto
tomar um banho e aqui estou eu, com os olhos fechados, enquanto
a água morna cai sobre o meu corpo cansado. Nem sei quanto
tempo havia se passado, peguei a toalha e depois de enrolar em
volta do meu corpo, saí do banheiro indo até o meu closet em busca
de uma camisola.
Assim que estava vestida, no momento que me aproximei da
minha cama, o meu celular começou a vibrar. Peguei o objeto e ao
ver o número, já sabia do que se tratava, deitada sobre a cocha
macia e depois de puxar o cobertor, meu olhar foi de encontro ao
arquivo enviado por César.

MANUAL DA DOMINAÇÃO E SUBMISSÃO (10 REGRAS DO


PACTO SADOMASOQUISTA).
DOMINADOR
1. O dominador fará com que a submissa explore sua sensualidade
e seus limites de forma segura, com o devido respeito e cuidar de
suas necessidades, seus limites e seu bem-estar.
2. O Dominante e a Submissa acordam e admitem que tudo o que
aconteça entre eles, será consensual e confidencial.
3. A submissa tem que obedecer em tudo ao Dominante. Sem
perguntar, nem duvidar, todo o prazer que este lhe exija.
4. O Dominante deve priorizar em todo momento a saúde e a
segurança da Submissa.
5. O Dominante pode disciplinar à Submissa quanto seja necessário
para assegurar-se de que a Submissa entenda totalmente seu papel
de submissão ao Dominante e para desalentar condutas
inaceitáveis. O Dominante pode açoitar, surrar, dar chicotadas e
castigar fisicamente à Submissa, se o considerar oportuno por
motivos de disciplina, por prazer ou por qualquer outra razão que
não está obrigado a expor.

SUBMISSA
1. A Submissa aceita o Dominante como seu dono e entende que
agora é de sua propriedade.
2. A Submissa servirá ao Dominante em tudo aquilo que ele
considere oportuno e deve fazer todo o possível por agradar em
todo momento.
3. A Submissa não se tocará, nem se proporcionará prazer sexual
sem a permissão do Dominante.
4. A Submissa se comportará sempre com respeito para o
Dominante e só se dirigirá a ele como Senhor, Mestre ou qualquer
outro apelativo que lhe ordene o Dominante.
Quais dos seguintes atos sexuais são aceitáveis para a Submissa?
• Masturbação
• Penetração vaginal
• Fisting vaginal
• Penetração anal
• Fisting anal
Um misto de sensações passou por mim diante de cada item que eu
lia, porém, meu corpo todo estremeceu e meus batimentos
cardíacos dispararam quando meus olhos caíram sobre as últimas
palavras contidas no documento, deixando-me estarrecida com
tudo aquilo.
5. A Submissa aceitará açoites, surras, pauladas, chicotadas ou
qualquer outra disciplina que o Dominante administrar, sem duvidar,
perguntar nem queixar-se.

Na manhã seguinte...
Passei o caminho todo até a escola com os pensamentos
voltados para aquelas regras, onde o maior beneficiado era César
Medeiros. Em que situação ser surrada e espancada, me daria
prazer e muito menos ter a inserção da sua mão ou antebraço
dentro das minhas partes íntimas me alargando por dentro? Só de
pensar já sinto um calafrio que toma conta do meu corpo inteiro.
Deixo os devaneios de lado e após passar pelo corredor que
dava acesso a minha sala, entrei no ambiente. Achei estranho não
ter visto a turminha de Susan, que sempre ficam no pátio, instantes
depois, César entrou na sala e assim que ele se acomodou em sua
poltrona, a atenção de todos foi desviada em direção à porta.
Depois que Patrícia, Henrique e Alice entraram, os olhares ficaram
cravados no casal que apareceu em frente à entrada da sala e não
consegui desviar os meus olhos do garoto que estava ao lado de
Susan, até o momento que o som da voz enjoativa dela preencheu
o cômodo.
— Bom dia, esse é o meu primo Augusto, ele fará parte da
nossa turma.
De repente, meu olhar foi de encontro ao homem que me
olhava intensamente e sua expressão era semelhante à de ontem,
quando proferi aquelas palavras dentro da banheira.
Capítulo 22

César Medeiros
Ângela, ao proferir aquelas palavras dentro do banheiro,
só veio a trazer novamente a constatação de que ela é totalmente
diferente de qualquer outra que já passou pela minha vida. A garota
pode até ter uma aparência frágil, mas, sabe ser forte e decidida
quando preciso.
Não nego que o meu instinto dominante, diante da situação
que sempre detém o poder, ao se deparar com sua falta de
submissão, provocou um confronto terrível dentro de mim. Meu
corpo inteiro ficou envolvido por uma temperatura escaldante, meus
batimentos cada vez mais fortes e por alguns minutos, me vi entre
uma luta interna para controlar aquele alvoroço de sensações que
se apoderou de todo o meu ser.
Depois que ela foi embora, acabei por passar as poucas
horas, antes que a claridade do dia desse lugar à noite, em meu
escritório. Precisava responder alguns e-mails e ler o relatório
enviado pelo meu contador. O tempo passou e quando me dei
conta, lembrei-me que ainda não havia enviado o documento para
ela, depois de feito e pela atitude de hoje, sei que muita coisa ela
pode querer não aceitar, porém, darei um jeito de envolvê-la e
coagi-la a fazer exatamente as minhas vontades.
À noite, enfim se foi, dando lugar ao dia e minha primeira aula
seria em sua sala, porém, ao ir à sala dos professores, fui informado
que dentro de uma semana acontecerá um baile de boas-vindas aos
novos alunos, assim como acontece no final do ano letivo em
despedida aos que estão deixando a instituição de ensino. Marina,
por sua vez, estava muito entusiasmada com tudo aquilo, o que me
deixou irritado foi saber que era obrigatório todo o corpo docente
estar presente no evento. Depois de me livrar da mulher, que não
parava de falar como se tivesse engolido um gravador, cheguei à
sala e no momento que estava prestes a pegar o meu Ipad, a
pequena movimentação em direção a porta ganhou atenção de
todos. Logo, os responsáveis, por aquela agitação adentraram o
ambiente, no entanto, senti uma forte inquietação, um desconforto
enorme pairou sobre mim, quando meus olhos caíram sobre o
garoto ao lado de Susan, imediatamente meu olhar foi desviado na
direção da dona dos olhos azuis que estava com o olhar fixo e
penetrante na direção do infeliz. A sensação em volta do meu corpo
se intensificou, parecia que havia triplicado, meus órgãos internos
funcionando a todo vapor, algo estava me queimando por dentro.
Com a raiva inflamando em minhas veias e meu coração batendo
alto como se fosse um tambor, as palavras saíram por si mesmas,
livres e num tom áspero.
— Da próxima vez que eu já estiver dentro da sala e vocês
entrarem sem pedir permissão, darei dois dias de suspensão da
minha aula.
— Estávamos esperando o meu primo chegar — disse a
garota de voz irritante. Olhei para o infeliz do playboyzinho que tinha
um ar de superioridade no rosto, o que me deu uma vontade
enorme em ter meu punho contra sua face cheia de maquiagem.
Respiro fundo e antes que Susan voltasse a dizer mais alguma
coisa, me antecipo.
— Então da próxima vez, espere dentro da sala de aula, pois
até os professores fazem o impossível para não chegarem
atrasados.
Depois que proferir as últimas palavras, os dois caminharam
em direção as cadeiras e o engomadinho sentou-se justamente ao
lado de Ângela, que estava de cabeça baixa. Os momentos
seguintes, eu comecei a dar a minha aula, porém, ainda estava
inquieto como nunca tinha me sentido antes e por algumas vezes,
percebi o olhar do maldito na direção dela. Mesmo com aparência
desleixada, a beleza de Ângela não passava despercebida e
certamente, assim como o imbecil, muitos ainda vão colocar os
olhos em cima do que é meu. Sabendo da luta interna travada por
ela, eu não darei espaço para que a dúvida a faça cogitar em se
afastar de mim, desta forma, chegou o momento de ir com tudo para
cima da minha presa e fazê-la conhecer todo o prazer que posso lhe
proporcionar.

Horas mais tarde...


Ângela Souza
Jamais tinha visto César Medeiros falar daquela forma e não
passou despercebido por mim a sua irritação. Quando os dois que
foram chamados atenção se moveram em direção as cadeiras, me
mantive com o olhar cravado no livro em cima da minha mesa e
fiquei desconcertada com os olhares do tal Augusto, em minha
direção. Devia ser um ano mais velho que eu e assim como a prima,
era dono de uma beleza exterior que causa admiração excessiva,
porém, nada comparado com a aparência física exuberante de
César, que mesmo tendo o dobro da nossa idade, o homem estava
em uma forma impecável, até parecia o deus Apolo da mitologia
grega.
Essa foi só a primeira das cinco aulas que tive e quando
enfim terminou o último horário, o meu estômago já estava dando
sinal de vida. Como diz Nina, não sei como alguém tão magra como
eu, pode ter uma fome de leão. De barriga cheia e banho tomado,
fui vencida pelo cansaço e dormi até o momento em que o barulho
irritante do despertador me arrancou das profundezas da escuridão.
Passei o trajeto todo até a mansão dele relendo aquele manual e
assim que cheguei ao meu destino, fui conduzida pelo senhor
Santiago, o qual tinha uma expressão sempre indecifrável, mas me
fez pensar se ele sabia o que realmente estava acontecendo, afinal
de contas, mesmo não querendo remoer no passado, estava nítido
que muitas mulheres já fizeram parte da vida do professor devasso,
porém, se eu continuar a ficar me preocupando com o passado, não
terei tempo para curtir o presente.
Meus pensamentos foram interrompidos assim que cheguei
ao corredor e dei de cara com o homem que estava ocupando a
minha mente.
— Pode ir Santiago.
O homem fez um sinal com a cabeça e se afastou, enquanto
César se moveu e antes que eu tivesse qualquer reação, suas mãos
enormes já estavam cravadas na minha cintura. O maldito corpo
traiçoeiro, parecia uma manteiga que estava a se derreter pelo calor
das suas mãos em meu corpo.
— Vamos!
Disse e eu já sabia que estava se referindo a irmos para
aquele cômodo. Não disse nada, só dei alguns passos, indo direto
para o elevador, alguns segundos depois, já estávamos no andar de
baixo e no momento que entrei no ambiente, me livrei da minha
mochila e sentei-me no estofado, logo em seguida peguei o meu
celular, já ele, deu alguns passos, pegou o controle e ligou a tv. Não
demorou muito para sua atenção ser direcionada para mim.
— Como você já leu o documento que mandei, podemos
seguir adiante.
No instante que o som da sua voz ecoou dentro do cômodo,
no telão a minha frente, surgiu as imagens de alguns objetos como:
coleira, chicote, palmatória, algemas e algumas frases abaixo.
— Ler eu li, mas, só vamos seguir adiante quando você
esclarecer algumas dúvidas que tenho, e, principalmente, se eu
disser que concordo ou não em aceitar sua proposta.
Já estava virando algo rotineiro, ver a mudança repentina de
suas feições. Bastaram mais duas passadas e ele ficou em minha
frente, em seguida voltou a falar.
— Posso saber o que não ficou claro para você? — disse
num tom calmo, me lançando um olhar malicioso. Com o celular em
minhas mãos e os olhos fixos no conteúdo exposto na telam eu
disse:
— Parágrafo 03 do Dominante. "A submissa tem que
obedecer em tudo ao Dominante. Sem perguntar nem duvidar, todo
o prazer que este lhe exija." — repeti o texto e em seguida
continuei. — O meu limite é totalmente diferente do seu e como
você mesmo já disse, é um dominador, então, me sujeitar sem
questionar a algo que pode te proporciona prazer e não a mim, está
fora de cogitação — seus lábios se contorceram e sua expressão
ficou ainda mais fechada.
Eu nem estava me reconhecendo, até parecia que estava em
uma reunião de negócios. Como ele nada diz, continuo.
— Parágrafo 05 do dominante e paragrafo 05 da submissa.
"Dominante pode castigar fisicamente a sua submissa."
— O objetivo é encontrar o prazer em meio à dor — disse ele
esboçando um sorriso.
— Prazer no caso, o seu, assim como essa inserção do seu
punho ou antebraço dentro de mim. Algo que você pode esquecer,
pois, só faremos aquilo que eu permitir. — sua respiração era
pesada, mandíbula travada, eu sabia que ele estava se controlando.
— Você viu durante a aula anterior, o dominante usando o
chicote contra sua submissa.
— Por isso volto a dizer que só faremos aquilo que eu
permitir. Se for me proporcionar o prazer, como aquela mulher
demostrou sentir, eu deixo você fazer, caso contrário, procure outra
para servir de saco de pancadas. — eu estava com medo até de
mim mesma pelo jeito como estava agindo, mas, esse era o
momento de colocar as coisas no seu devido lugar.
Um desafio silencioso pairou a nossa volta enquanto
travávamos um duelo somente com o olhar, até que o barulho da
voz dele afastou a calmaria.
— Senhorita Johnson, tem mais alguma dúvida? — disse
num tom sarcástico.
— No parágrafo 01. "Diz sobre você ser o meu dono e que
serei sua propriedade." — o encarei séria. — As palavras cheias de
posse não me agradam sem contar que se refere a mim como se
fosse um objeto.
Tudo que aconteceu em seguida foi tão rápido, que nem deu
tempo dos meus lábios se tocarem, indicando que a minha boca
estava fechada. César sentou-se ao meu lado e suas mãos se
fixaram em meus quadris, puxando o meu corpo de encontro ao seu
colo. Senti o seu hálito quente de encontro à pele do meu pescoço,
fazendo todo o meu corpo estremecer.
— Uma submissa jamais é tratada como um objeto de
satisfação ao dominador, já que ele deve lhe proporcionar prazer e
cuidar dela acima de tudo. Todavia, você jamais deve esquecer que
dentro ou fora daqui, me deve fidelidade e não aceitarei que olhe
para mais ninguém que não seja o seu homem.
Minha boca ficou tão seca que até a minha saliva desceu
com dificuldade pela minha garganta. A temperatura do meu corpo
subiu para um nível bem elevado e minha intimidade começou a
pulsar fortemente e só ficou pior quando ele voltou a falar.
— Vamos deixar para o final a explicação que eu iria te dar
sobre os objetos que estão na tela do aparelho. Para você não ter
dúvidas que aqui não é só o meu prazer que está em jogo, eu quero
que tire a sua roupa, agora!
Eu estava receosa, mas, um estado de excitação tomou
conta do meu corpo inteiro. A adrenalina corria forte pelas minhas
veias e quando dei por mim, já havia me levantado e assim como
ele fez, me livrei das minhas roupas. Com os olhos direcionados
para o homem que estava despido e sentado em cima do sofá, senti
uma onda de calor em excesso em minha pele. Ele segurava firme o
seu membro latejante, me fazendo querer ir para longe e ao mesmo
tempo correr ao seu encontro.
— Ângela! Venha!
Pecado ou não, o fogo já estava me queimando e minhas
pernas obedeceram aquele comando sem hesitar um só instante.
Capítulo 23

Ângela Souza
Quando fiquei centímetros de distância dele, o timbre da
sua voz ecoou meio rouco e de certa forma sensual, fazendo com
que eu olhasse imediatamente para aquela bela fisionomia,
detendo-me em cada pedaço de seu corpo.
— Fique de joelhos — disse num tom de voz calmo, porém,
autoritário.
Com os olhos fixos na direção das suas mãos, que
seguravam a anaconda imensa e faminta, que exibia veias saltadas
e latejantes ao seu redor, um único pensamento se fez presente em
minha cabeça e diante daquilo, permaneci firme em pé. O homem a
minha frente, como se lesse a minha mente, declarou.
— Ângela, você não vai colocá-lo em sua boca. Não hoje — o
safado esboçou um meio sorriso, mas, a sua expressão voltou a
ficar séria. Agachei-me e meus olhos repousarem no seu membro
majestosamente ereto e pulsante, que fez meus sentidos girarem.
— Só quero que o tenha em suas mãos, que o sinta pulsar
fortemente em busca de um alívio que só você é capaz de lhe
proporcionar.
César pegou um tubo que estava ao seu lado, até me
perguntei de onde havia saído aquilo. Ele passou um pouco de
lubrificante em minhas mãos e depois de se livrar do objeto,
conduziu minhas mãos lentamente até o seu pênis e foi guiando-as
em movimentos de cima para baixo e, de baixo para cima em torno
do seu membro quente. Instantes depois, ele abandonou as minhas
mãos e sozinha, comecei a massagear, acariciando lentamente toda
extensão do seu cumprimento, até chegar à cabeça rosada e
brilhante.
Gemidos abafados saíam da sua boca e a cada movimento,
seu pênis crescia e ficava cada vez mais duro. Aquela imagem fez
alguma coisa profundamente primitiva queimar em meu interior e o
calor veio crescendo de dentro para fora e uma ânsia louca de me
esfregar nele apoderou-se de mim. De certo aquele homem tinha o
dom em saber o que se passava em minha mente, pois, quando
seus olhos, carregados de desejo encontraram os meus, ele disse
entre sussurros.
— Venha! — falou batendo com uma de suas mãos em sua
perna direita, como um sinal para que eu me levantasse e sentasse
em seu colo. Sem parar para pensar em mais nada, levanto-me. Ele
me puxou pela mão e eu sentei em seu colo, ficando de frente para
ele com as pernas escancaradas e o corpo grudado ao seu, de
modo que sentisse a potência da sua ereção pressionada contra o
meu sexo, que estava palpitando violentamente.
Meu lado sensato ainda gritou alto como um último alerta
para que eu saísse dali, mas, eu havia chegado muito longe e
estava disposta a aprender o que ele tinha para me ensinar. César
abaixou a cabeça, colocando a boca na altura dos meus seios e
sem delongas, abocanhou o meu mamilo intumescido, enquanto
com uma das mãos aperta o outro seio. Ansiosa e embriagada de
desejo, eu comecei a me esfregar contra sua ereção, enquanto ele
chupava os meus seios como se estivesse mamando neles.
— Hummmm... — um gemido profundo escapou do fundo da
minha garganta.
— Deliciosa — resmungou entre os dentes.
Os grandes lábios da minha intimidade roçavam o seu pênis,
lubrificando cada vez mais a minha entrada. Ruídos saiam da boca
de ambos, nos deleitando em meio ao prazer que sentíamos juntos.
Insaciável, sua boca carnuda e faminta sugando com voracidade os
meus mamilos, comecei a sentir pequenos espasmos em volta do
meu corpo e não conseguia parar de me mover, iniciando uma
dança erótica. Meu sexo pulsava freneticamente e o meu corpo
começou a estremecer em êxtase, enquanto o seu membro ficou
ainda mais úmido com o líquido vaginal que eu expelia de tanta
excitação.
— Eu quero você — disse ele assim que seus olhos
buscaram os meus. Totalmente ensandecida, as palavras
escaparam pelos meus lábios sem que eu pudesse controlá-las.
— Faça-me sua.
Meu coração começou a bater em ritmo alucinante quando
ele, num movimento rápido e preciso, inverteu as posições e o meu
corpo ficou sobre o estofado, fazendo-me sentir o couro macio e frio
contra a minha pele que logo foi aquecido pelo meu corpo que mais
parecia uma fornalha de tão quente.
Medeiros apertou um botão e o objeto acabou por se
transformar em uma cama. Sem delongas, ele se deitou em cima de
mim e pude senti o calor dele sobre o meu corpo, contudo, meu
coração quase errou uma batida, assim como minha respiração
acelerou, quando ele colocou a cabeça robusta e saliente do seu
membro próximo à minúscula fenda da minha intimidade e começou
a pincelar em um vai vem suave a minha entrada, que a essa altura
estava encharcada. Seus movimentos eram um convite para aceitar
a sua invasão, porém, ele continuou a me torturar e aquilo era muito
bom.
César aproximou a sua boca da minha no mesmo instante
que senti uma forte pressão contra a minha carne sensível e quando
ele começou a meter a cabeça grossa do seu pênis entre as dobras
da minha vagina, até a barreira da minha virgindade. Uma dor
terrível apoderou-se de todo o meu ser, era como se tivesse
estourado algo dentro de mim, a aflição foi tão intensa, que não
contive o grito de desespero.
— Pareeeee!!!
Eu não consigo segurar e as lágrimas que rolam livres pelo
meu rosto, é incontrolável. Lágrimas incontidas de dor e medo
inundam a minha face.
— Calma; anjo. Vai passar. O desconforto que você está
sentido foi pelo rompimento do hímen, já que tinha bastante elástico.
Mas, tudo isso é só a preparação para que na próxima vez você só
sinta prazer — havia preocupação em sua voz e ele começou a
beijar o meu rosto molhado. Eu sentia algo pulsando dentro de mim,
porém, ele da cintura para baixo ficou imóvel.
Aos poucos aquela dor terrível foi se dissipando, restando
somente um pequeno desconforto, entretanto, quando sua boca
tomou a minha, o fogo no meu interior novamente se acendeu numa
vontade incontrolável de viver o desconhecido. Sinto sua língua
suave passando por meu lábio inferior, nossas bocas se movem em
sintonia e iniciamos um belo duelo com sua língua enroscada na
minha. César começou a fazer movimentos lentos e firmes e minha
fenda cedia aos poucos a cada investida.
Eu tinha a sensação de estar completamente preenchida,
porém, quando ouço o som da sua voz, meu coração para de bater
por alguns segundos e minha respiração fica pesada, tamanho foi o
pânico que me envolveu.
— Não vou machucar você na sua primeira vez. Portanto,
iremos devagar e só irei colocar a metade — se com a metade, eu
já estava sentindo como se ele tivesse enfiado um ferro grosso
dentro de mim e aos poucos fosse empurrando, abrindo caminho.
Estremeço da cabeça aos pés só em imaginar o estrago que a
cobra indomável faria se estivesse por inteira dentro de mim. Meus
pensamentos foram afastados e substituídos por gemidos altos,
quando seus quadris voltaram a se mexer e ele acelerou a
velocidade da penetração, sem ultrapassar o limite.
Senti novamente a pressão suave da sua boca firme contra a
minha. Ele me beijava com uma habilidade avassaladora, um beijo
quente e malicioso. Meus músculos se retraíam e ele empurrava um
pouco mais o seu pênis para dentro do meu sexo úmido. Sedenta
de desejo e, lutando contra o latejar que se comprimia em meu
sexo, comecei a me remexer embaixo daquele corpo enorme e ele,
por sua vez, acelerou o ritmo das suas estocadas, mas sempre
controlando o limite estabelecido por ele. Sinto um nó em minha
garganta, a fechando por completo, mas logo em seguida se desfez
quando um ruído estrangulado escapa pelos meus lábios e um
prazer animalesco saindo das minhas entranhas se apodera de
mim.
César continuou com seus golpes calculados contra a minha
carne ardente, gemidos agonizantes saiam da sua boca e quando
seu corpo sacudiu violentamente, num movimento rápido, ele saiu
de dentro de mim para logo em seguida, eu sentir o seu sêmen
quente sendo despejado em cima do meu ventre. Meu corpo ainda
estava trêmulo, mas naquele momento, eu estava envolvida por
uma sensação indescritível de plenitude e emoção.
Capítulo 24

Horas depois...
Ângela Souza

Depois que cheguei a minha casa, vim direto para o meu


quarto. Tomei um banho, vesti o meu pijama e resolvi me deitar.
Nina, apareceu no cômodo uns quatro minutos atrás perguntando se
eu iria jantar, mas tudo que eu queria era ficar deitada em minha
cama, então, disse que mais tarde comeria alguma coisa. As
lembranças de horas atrás martelam em minha mente, sensações
inexplicáveis ainda percorrem o meu corpo inteiro.
Errado, profano ou pecado, eu só sei que gostei de tudo
aquilo e ansiava por querer novamente ser consumida pela
explosão de emoções e sensações que eu senti dentro daquele
ambiente. Depois que minha respiração voltou ao normal e os
espasmos em volta do meu corpo se dissiparam, acabei sendo
levada por ele para tomar um banho. Fiquei petrificada quando
entramos no banheiro, ele ligou o chuveiro e os meus olhos ficaram
fixos no seu membro, que estava sujo de sangue e rapidamente
desviei o meu olhar para minha intimidade e entre as minhas coxas
também estava melada pelo líquido avermelhado, que aos poucos
começou a ser limpo pelos jatos potentes de água que caiam sobre
o meu corpo. A água descia numa tonalidade vermelha pelo ralo e
ali estava à prova de que a minha pureza havia sido violada
consensualmente e eu sentia que algo dentro de mim havia se
quebrado, para logo em seguida ser restaurado, fazendo com que a
menina que habitava dentro do meu interior, desse lugar a mulher,
que desde o momento que meus instintos primitivos e o desejo
carnal tomou posse do meu corpo, desejava por ser libertada.
Momentos depois, de banho já tomado e ambos vestidos,
como ele havia dito, em vez da prática veio a teoria e
minuciosamente, Cesar Medeiros começou a me explicar a utilidade
de cada utensílio que estava exibido na tela a nossa frente. Minha
expressão logo ficou fechada quando ele falou da palmatória, que
era usada para corrigir comportamentos indesejados e em seguida,
minhas feições mudaram sobre a explicação da coleira. O símbolo
físico da submissão, muito importante na liturgia do BDSM
(bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e
masoquismo) e simboliza compromisso. Ele me explicou que nem
todas as submissas usam e quando obtém uma, é só depois de
algumas etapas do treinamento, assim como me lembrei em
perguntar sobre o nome o qual a submissa se referia ao dominante.
No manual tinha senhor e mestre, porém, em uma de suas aulas,
quando aquele homem estava a dominar a mulher presa na corrente
e ela tinha uma coleira, a desconhecida se referiu a ele como dono,
foi então que César me explicou a diferente entre Dono e Mestre, já
que a primeira palavra tinha um grau mais elevado dentro do mundo
da submissão. Era quando o dominante, digamos, já era um
treinador com graduação na arte de treinar alguém a ser submissa.
Nunca imaginei que pudesse existe tanta coisa no mundo da luxuria.
Algo que ia do sombrio para o prazer e muitos ainda buscavam ir
mais longe e experimentar a dor para só então alcança o êxtase
total.
Depois que deixamos o lugar, ainda ficamos alguns minutos
no jardim, até que Alberto chegou para me buscar. Deixei o lugar,
mas tinha uma sensação que havia deixado algo para trás e assim
que meus pensamentos foram atrapalhados com o barulho vindo da
porta, no instante que a mulher surgiu dentro do meu quarto, ouço
sua voz e só então me dou conta do que havia esquecido na casa
dele.
— Sua mãe está ligando, disse que já fez várias ligações
para o seu celular e você não atende — fala me entregando o
aparelho que estava em sua mão e como já era de se esperar, até o
sono que estava sentindo se esvaiu, pois, Gisele passou longos
minutos falando e em nenhum deles perguntou como eu estava.
Começou reclamando sobre eu não ter atendido as suas ligações,
depois sobre como estava indo nas aulas particulares, já que
esperava que eu tivesse um bom resultado no simulado.
Minutos se passaram e sua ligação só veio a torna-se
interessante quando o meu pai começou a falar comigo e ao
contrário dela, a primeira coisa que fez foi perguntar como eu
estava. Richard disse que esse mês, como de costume dos demais,
não viria para São Francisco, mas que estava resolvendo alguns
assuntos para que pudesse ficar duas semanas no próximo mês em
casa, o que seria um verdadeiro milagre, já que o maior tempo que
ficaram aqui foram quatro dias. Assim que a ligação foi encerrada,
resolvi descer para comer alguma coisa, no entanto, eu tinha a leve
impressão de que havia colocado o meu celular dentro da minha
mochila.

Na manhã seguinte...
Ainda estávamos no terceiro dia de aula e já estava querendo
ficar em casa e dormir até tarde. Achei estranho Nina não ter vindo
até o meu quarto, já que sempre fazia isso todas as manhãs. Estava
arrumada e assim que peguei a minha bolsa, segui na direção do
corredor e muito antes de chegar ao topo da escada para ter a visão
de quem estava no andar de baixo. Uma das vozes que ressoavam
no espaço fez meu coração disparar e minha respiração acelerou
num ritmo alucinante. Antes mesmo que os órgãos dentro da minha
caixa torácica viessem a funcionar normalmente, minhas pernas me
guiaram e quando dei por mim, já estava com os dois pés em cima
do penúltimo degrau da escada. Fiquei totalmente imóvel assim que
nossos olharem se encontraram e aquelas órbitas azuladas me
fitaram de uma forma que fez o meu corpo todo vibrar
violentamente. A calmaria que pairou a nossa volta foi interrompida
pelo som da voz da mulher que tinha seus olhos cravados em minha
direção, como se estivesse me sondando, tentando descobrir algo.
— Bom dia, filha. O seu professor veio trazer o seu celular.
Eu sabia que ela disse aquilo para ver a minha reação, já que
se fosse antes, eu teria dito a ela que havia esquecido o aparelho na
casa dele. Respiro profundamente e falei num tom firme.
— Lembrei-me hoje assim que acordei que havia esquecido o
mesmo em sua casa — falei me livrando do último degrau e foi
quando ele resolveu quebrar o seu silêncio.
— Como não irei dar aula hoje na instituição, resolvi trazer, já
que você poderia precisar — fiquei confusa com suas palavras,
afinal, justamente hoje, os dois últimos horários seriam da sua
disciplina, entretanto, eu não disse nada.
— Vou avisar ao Alberto que já pode tirar o carro da garagem
— disse Nina e quando ela ia se mover, o som da voz de César
ecoou no ar.
— Se Ângela aceitar, estarei indo para as proximidades da
escola e posso levá-la.
Com as palavras proferidas por ele, tive a confirmação de
que sua vinda aqui não foi só com intuito de trazer o meu celular.
Deixo os devaneios de lado e com minha atenção voltada para Nina,
falo.
— Nina, já que eu vou de carona, peça ao senhor Alberto
para levar o carro para revisão.
— Mas além de buscar você de volta, ainda tem sua aula a
tarde.
— Eu posso fazer tudo isso usando um taxi, mas é melhor
que ele aproveite e faça logo, assim podemos passar o sábado na
casa da sua filha e Alberto poderá descansar um pouco mais no
final de semana.
— Você está certa, mas, antes de sair vai comer alguma
coisa.
Ela seguiu para fora do ambiente, enquanto isso, peguei o
meu celular das mãos do homem de olhar penetrante.
— Vou demorar um pouco.
— Espero o tempo que for necessário.
— Você já tomou café da manhã? — quando seus lábios se
mexeram, eu engoli em seco com as palavras que foram proferidas
por ele, o que de certa forma só aqueceu o meu corpo.
— Digamos que estou com forme de outra coisa.
O ser profano continuou me encarando e antes que minhas
pernas ficassem pesadas, saí às pressas, indo para cozinha.

Minutos depois...
Ao lado dele, andei na direção do jardim e meus olhos
ficaram fixos na imagem que surgiu no meu campo de visão. Uma
limusine preta estava parada a minha frente e perto de uma das
portas, o senhor Santiago vestido todo de preto.
— Vamos, Ângela!
Sua voz me tirou do estado estático em que me encontrava e
sem delongas, avancei na direção da porta do veículo. Instantes
depois, estávamos dentro do veículo e assim que o mesmo entrou
em movimento, uma divisória foi levantada, impedindo que o homem
com as mãos no volante tivesse a visão da parte traseira do carro. O
automóvel seguia pela estrada e aproveitando que estava só nós
dois, resolvi questionar sobre o meu celular.
— Você achou o meu celular em cima do sofá ou tirou de
dentro da minha bolsa? — desde o momento que o vi com o
aparelho em mãos, que a dúvida se intensificou sobre ter colocado
ou não o celular dentro da minha mochila.
— Eu tirei quando você foi ao banheiro ou caso contrário, que
pretexto teria para vê-la tão cedo longe da sala de aula? — disse e
em sua face havia um sorriso perverso.
— Então tudo isso era só para que eu viesse com você?
Ele acabou com a distância entre nós dois e praticamente
colou o seu corpo ao meu. Com os olhos cravados no meu rosto,
disse.
— Muito mais do que isso. Ontem você sentiu dor e hoje
iremos dar continuidade ao que começamos, porém, a diferença que
você só sentirá prazer ao ter o meu pau pulsando violentamente
dentro dessa bocetinha apertada e deliciosa.
Aquilo foi como se ele tivesse acendido um palito de fósforo e
jogado sobre o meu corpo, que estava semelhante a um barril de
gasolina e a explosão atingiu todos os meus sentidos, se alastrando
do meu interior para fora e percorrendo cada fibra da minha pele,
me deixando enlouquecida e sedenta de desejo. Quando achei que
o meu corpo não poderia ficar mais escaldante, ele vagarosamente
inclinou a cabeça até que seus lábios encontraram os meus. Sua
língua invadiu a minha boca num beijo ardente e faminto, ele movia
os lábios sobre os meus com um desejo possessivo, acariciando e
enroscando sua língua habilidosa na minha.
Com a respiração ofegante e a pele tomada por uma onda de
calor intenso, ele interrompeu o beijo, em seguida se afastou e
puxou o meu corpo, me fazendo deitar sobre o banco enorme do
veículo. Todo o fogo em torno do meu corpo se dissipou por alguns
segundos e um frio gelado apoderou-se da minha pele, assim como
o medo me envolveu no instante que meus olhos ficaram fixos no
objeto que surgiu em suas mãos. Tentei me levantar, mas fui
impedida por ele.
— Fique calma, pois, a minha única intensão é somente o
seu prazer — falou enquanto moveu o objeto de metal luxuoso em
direção a sua boca e colocou uma das esferas dentro, deixou alguns
segundos e puxou novamente para em seguida introduzir de novo
em sua cavidade bucal, lubrificando uma das bolas e fez o mesmo
processo com a outra. Medo, mas também estava tomada por uma
excitação imensa ao ver aquela cena que se formou em minha
frente.
— Eu quero que você relaxe ao máximo — disse assim que
uma de suas mãos puxou a minha calcinha e seus dedos calejados
deslizaram entre os contornos dos grandes lábios do meu sexo e
pousaram próximo a minha entrada.
— Você não vai colocar isso dentro de mim!
— Anjo, confie em mim, daqui a alguns segundos você não
vai querer que eu as retire.

Engoli em seco quando eu o senti empurrar o objeto frio e


redondo para dentro de mim.
— Por favor, pare! — disse sem fôlego e sentindo um
desconforto com aquela invasão.
Ele por sua vez, deslizou a outra bola para dentro da minha
vagina e assim que terminou, levantou a minha calcinha e me
ajudou a levantar.
— Por que você colocou isso dentro de mim?
— Logo você vai descobrir.
Ele abaixou a divisória e novamente o som da sua voz
ressoou dentro do veículo.
— Pode parar o carro Santiago — disse para o homem que
logo obedeceu a sua ordem.
— Sei que você não vai querer que a deixe na porta da
escola.
— Eu vou ficar com elas?
— Sim, o tempo suficiente para que esteja preparada para se
deliciar do que está por vir — disse num tom baixo.
Ele me deu outro beijo e assim que saí do veículo e comecei
a andar, quase engasguei quando senti as bolas moverem-se e
baterem uma contra a outra dentro de mim. A cada movimento,
sentia os músculos internos da minha intimidade se apertando e o
efeito do objeto balançando provocava uma estimulação incrível. Eu
só não sei por quanto tempo vou aguentar isso dentro de mim, pois,
a minha vontade era de dar meia volta e entrar novamente naquele
carro.
Capítulo 25

Ângela Souza
Fechei os meus olhos e mordi o meu lábio inferior
tentando impedir que algum barulho saísse pela minha boca. A
sensação era que o meu canal vaginal estivesse fazendo
movimentos de pressionar e soltar e a cada instante, atingia o
ponto mais sensível fazendo minha intimidade latejar e uma onda de
prazer me envolver.
Meu corpo todo estava trêmulo e quando ouvi um barulho
irritante ecoar a minha volta, abri os meus olhos e toda uma
movimentação aconteceu dentro da sala. O professor de
matemática havia terminado a sua aula, porém, ainda restavam dois
horários de Cesar Medeiros e antes que ele surgisse dentro do
ambiente, eu precisava ir ao banheiro e retirar esse tormento que
provocava sensações deliciosas e inexplicáveis, pois, a qualquer
momento, além de ter a calcinha encharcada, acabaria
desfalecendo em meio a mais um orgasmo. Virei o rosto para o lado
e o tal Augusto me olhava intensamente, exibindo um sorriso largo,
revelando os seus dentes brancos e perfeitos. No entanto, assim
que estava prestes a me levantar, a atenção de todos foi desviada
para a mulher que apareceu em frente à porta.
— Bom dia!
— Bom dia — todos responderam juntos.
— Hoje vocês serão liberados mais cedo, já que o professor
de Sociologia, devido uma forte gripe, ficou impossibilitado de
comparecer, porém, ele em breve irá repor as duas aulas de hoje —
assim que a senhorita Marina terminou de falar, todos começaram a
pegar suas coisas, entretanto, as dúvidas assolavam a minha
mente, já que ele estava esbanjando saúde e acabei me lembrando
das palavras ditas lá em casa. Peguei minha bolsa e o grupinho de
Susan, juntamente com o primo, sorriam de algo sem parar e antes
que eu passasse por eles, o meu celular começou a tocar e foi
justamente no instante em que Marina pediu para que todos
deixassem a sala.
Deixei todos para trás e com passos largos atravessei o
imenso corredor e assim que cheguei perto da saída, olhei para o
visor do aparelho em minha mão e meus olhos ficaram fixos na
mensagem exibida na tela.
“Estou esperando por você no mesmo lugar que te deixei.”
Então foi por isso que ele não veio dar sua aula. Coloquei o
celular dentro da bolsa e com passadas firmes, andei rumo ao lugar
que ele estava me aguardando.

Minutos depois...
Respiro fundo assim que chego perto do veículo e no instante
que a porta foi aberta, ao entrar no mesmo, o som da minha voz se
fez presente.

— Você precisa tirar essa coisa de dentro de mi... — mordi


com força o lábio assim que minha vagina latejou fortemente e meus
batimentos cardíacos aceleraram, quando me dei conta do lugar em
que estava, mas logo voltaram ao normal ao ver que a divisória
estava levantada. Cesar se aproximou, o que me fez arrastar o
traseiro para o lado, fazendo o meu corpo ficar colado na porta do
automóvel, me encurralando. Assim que seu corpo ficou junto ao
meu ele falou.
— Quando eu as retirar, será para substituir pelo meu pau,
que está pulsando violentamente para estar dentro de você.
Se sua intenção era demonstrar que sabe como me atiçar, a
missão foi concluída com sucesso.
Sinto minha intimidade arder só pela expectativa do que
estava por vir e a excitação chegou às alturas.
— Por que você avisou que estava doente?
— Hoje o meu tempo será dedicado para uma única pessoa.
Fiquei em silêncio e o trajeto até a sua casa foi feito com o
homem acariciando minhas pernas e o meu corpo. Suspendi minha
respiração por alguns segundos e quase foi preciso fazer uso da
minha bombinha, quando senti o calor do seu hálito quente em
contato com a minha garganta, lentamente ele começou a fazer
uma trilha de beijos nessa região.
— Tão cheirosa — disse cheirando o meu pescoço e depois
começou a passar sua língua macia em minha pele.
Eu já não estava aguentando mais o calor insuportável que
pairava no ambiente e quando o veículo parou, num impulso abri a
porta e saí depressa na tentativa desesperada de me esquivar dos
seus toques ou era bem capaz de ter um orgasmo dentro do veículo
e nem a divisória com isolamento acústico na parte traseira do
carro iria impedir que o senhor Santiago viesse, a saber, o que
estávamos fazendo.
— Vamos!
Com passos largos, caminhamos em direção a entrada
principal e dois minutos depois, estávamos dentro do elevador.
Medeiros começou a me beijar, pressionando o seu corpo enorme
contra o meu, me fazendo sentir o quanto ele estava excitado, me
desejando tanto quanto eu o desejava. Assim que o compartimento
foi aberto, o homem me pegou firme, aninhando-me naqueles
braços cheios de músculos e caminhou para dentro do antro de
perdição.
Assim que ele chegou perto da cama, me colocou de pé e
lentamente começou a retirar as minhas roupas e em seguida se
livrou das suas vestes, para logo depois rasgar o pacote que tinha
em uma das mãos e colocou o objeto em seu pênis, que estava com
as veias tão inchadas que pareciam estar prestes a estourar. Nos
momentos seguintes, já estávamos os dois sobre a cocha macia da
cama e sem delongas, ele começou a beija-me na boca. Um beijo
de início lento e depois se tornou algo feroz, como se quisesse
devorar a minha boca.
Separamos nossos lábios para respirar e ele por sua vez,
começou a beijar o meu pescoço, até alcançar os meus seios,
dando vários beijos naquela região, onde ele passou um bom
tempo acariciando os meus mamilos com a ponta da sua língua,
enquanto seus dedos incansáveis começaram a massagear a minha
intimidade, fazendo gemidos altos escapar entre meus lábios.
— Ahhhh... César...
Enquanto sussurrava o seu nome, ele começou a sugar e
chupar os meus seios, fazendo uma onda de calor intenso
atravessar o meu corpo. Seus dedos continuavam massageando o
meu clitóris com movimentos torturantes.
— Por favor... César — disse choramingando e um ruído alto
ressoou no ar quando senti o atrito de sua mão em contato com a
pele da minha bunda.
— Aqui você deve chamar-me de mestre — falou num tom
autoritário e aumentou o ritmo de seus movimentos, me levando à
beira da loucura. Fecho os olhos, sinto como se estivesse tendo
dois orgasmos ao mesmo tempo, em uma intensidade que meu
corpo vibra como nunca tinha acontecido.
O homem por sua vez se moveu e meus olhos se abriram
quando o senti segurando a alça do colar e começou a puxar as
bolas.
—Tão molhada — ele retira as esferas e sobe em cima de
mim. Enquanto me beijava, começou a roça a cabeça do seu
membro na entrada do meu sexo, iniciando uma verdadeira tortura,
fazendo novamente a temperatura escaldante tomar conta da minha
pele. Num ato totalmente despudorado, abri ainda mais minhas
pernas.
— Quero você por inteiro dentro de mim — falei com
convicção.
Num abri e fechar de olhos, ele empurrou a cabeçona do seu
membro para dentro de mim e quando forçou ainda mais a sua
invasão, ultrapassando o limite do que havia colocado ontem. Meus
olhos começaram a lacrimejar, mordi o lábio com força para não
deixar que nenhum um ruído saísse pela minha boca e quando seus
olhos buscaram os meus, havia um desejo intenso refletido neles,
porém, a sua expressão era de pura preocupação. O jeito como ele
me olhava, eu sabia que logo o som da sua voz iria ecoar no
ambiente e eu precisava ser forte e só então poderia desfrutar de
um prazer devastador.
Só precisou de um único gesto com a minha cabeça dando
permissão e incitá-lo a continuar. Entre o medo, a dor e as lágrimas
que molhavam o meu rosto, ele começou a se mover derrubando
de vez as barreiras que o impediam de me preencher por inteira.
Novamente ele voltou a ficar parado e o único som presente no
ambiente era dos nossos batimentos cardíacos que estavam
descontrolados, aos poucos tudo que eu sentia era o seu pênis
volumoso e quente pulsando dentro da minha vagina.
Quando ele viu que minha expressão estava mais suave e
meu corpo havia se adaptado ao seu tamanho avantajado, disse.
— Você vai gostar, será delicioso para nós dois.
— Mestre, continua, por favor.
Assim que ouviu minhas palavras, César começou uma
agitação em seus quadris, iniciando um movimento de vai e vem.
Senti prazer com os seus toques e eu vou relaxando, cravei minhas
unhas nas suas nádegas, o que incitou seu lado dominante e o
homem começou a golpear minha carne latejante com investidas
poderosas, fazendo as paredes aveludadas se contraírem e apertar
com entusiasmo o seu pênis. Meu corpo inexperiente ardia de
desejo e ele por sua vez, acelerou o ritmo entrando e saindo, ele
vem rápido, com força, me enlouquecendo.
— Deliciosa...
Nossos corpos se encaixavam completamente, como se
fossem feito sob medida. Pele contra pele, ele grunhe de prazer
enquanto continua de forma implacável me penetrando. Minhas
pernas tremem e a sensação vem ainda mais forte, fazendo a
minha intimidade pulsar fortemente. César continua com suas
estocadas precisas, gemidos agonizantes saem da sua boca e
quando nossos corpos sacudiram violentamente, ele aproximou sua
boca da minha, me dando um beijo ardente.
Batimentos cardíacos acelerados, respiração ofegante, mas
naquele instante, a única certeza que eu tinha, era que nunca havia
me sentindo tão feliz em toda a minha vida.
Capítulo 26

Ângela Souza
Ofegante e com o coração agitado, pois somente ele foi
capaz de despertar uma onda de sensações que eram muito mais
do que volúpia e desejo, ao seu lado me sinto viva por saber que
assim como Nina, Marta e o senhor Alberto, alguém mais gostou de
mim, sem que eu precisasse ser aquilo que a pessoa espera que eu
seja.
Quando a minha respiração voltou ao normal e o meu corpo
já não tremia feito vara verde, olhei para o lado e César ainda
estava de olhos fechados, entretanto, o meu corpo já estava
fervendo. Minha intimidade embora estivesse dolorida, estava
pulsando novamente, querendo um alívio que só ele poderia me
proporcionar.
Tomada pelo desejo e louca para ter novamente seu
membro enterrado todo dentro de mim, arrastei o meu corpo pelo
colchão e subi em cima dele e assim que comecei a remexer os
quadris, me esfregando contra seu pênis que aos poucos foi
ganhando vida, os olhos azuis gigantes se abriram e
encontraram os meus, seu olhar era insondável, sua expressão
indecifrável, muito diferente de minutos atrás e já não via aquele
brilho intenso dentro da íris azulada.
Estava totalmente perdida, ao ponto que a alta temperatura
em volta do meu corpo se dissipou e senti um calafrio que atingiu
até a minha espinha. A calmaria era predominante e quando eu
estava prestes a sair de cima dele, o homem enfim saiu do transe
em que estava e com um movimento preciso, segurou a minha
cintura e acabou fazendo com que nós dois ficássemos sentados
um de frente para outro, com minhas pernas em volta dos seus
quadris.
— Vou pedir ao Santiago para levá-la para casa e assim você
pode descansar o resto do dia.
— Pensei em avisar Nina que ia almoçar fora e logo depois
viria mais cedo para aula. Assim ficaríamos mais tempo juntos.
— Anjo, o seu corpo tem limites e precisa ir com calma.
Depois que deu um beijo de leve na minha boca, ele desfez o
contato e se levantou para logo depois estender uma de suas mãos
em minha direção.
— Venha! Vamos tomar um banho.
Já que não poderia ficar deitada e nem fazer tudo aquilo de
novo. Acabei me levantado e assim que movi uma das minhas
pernas, um gemido alto saiu pela minha boca. Acho que no calor do
momento e inundada pelo prazer, não tive noção do quanto o
incômodo entre minhas pernas estava intenso e agora que o meu
corpo havia voltado ao normal, o latejar vindo da minha parte íntima
só me causava dor e não prazer. César por sua vez, me pegou em
seus braços me levando para dentro do banheiro.
Uma hora depois...
Cheguei a minha casa faminta e mesmo sentindo um
desconforto toda vez que andava, fiz de tudo para não deixar
transparecer que estava sentindo dor, pois, eu tinha a sensação que
estava toda arregaçada e por mim andava com as pernas bem
afastadas uma da outra, no entanto, isso acabaria por levar Nina a
perguntar o que eu tinha. Enquanto eu estava almoçando, o
telefone da sala tocou e Nina, ao retornar após atender a ligação,
me avisou aquilo que eu já sabia, que era o professor Medeiros,
comunicando que surgiu um imprevisto e não teria aula.
Terminei de comer e fui para o meu quarto, tomei banho e
acabei por passar o resto do dia dormindo. No instante que acordei,
peguei o meu celular e a única mensagem que tinha, era de um site
de roupas. Sem nada para fazer, me levantei e depois de tomar
outro banho, fui ao encontro de Nina e Marta, acabamos por passar
as horas seguintes em frente a TV. Jantamos pizza feita por Marta
e fiquei na sala até que fui vencida pelo cansaço.

Na manhã seguinte...
Nada melhor que algumas horas de descanso, pois, sentia-
me revigorada. Acordei ansiosa, pulei da cama assim que os
primeiros raios do dia surgiram e quando cheguei à cozinha, já
arrumada, a mulher a minha frente demonstrou surpresa quando me
olhou.
— Bom dia — disse assim que adentrei o ambiente.
— Bom dia, filha. Pelo visto deu algum formigueiro em sua
cama — falou e não só ela como Marta e o senhor Alberto, que
surgiu no ambiente, começaram a sorrir.
— Acabei dormindo a tarde toda e por isso acordei cedo —
fiz uma pausa e em seguida minha atenção foi direcionada para o
senhor Alberto.
— Está tudo certo com o carro?
— Sim, senhorita Ângela. Mas, ontem, o senhor Richard
informou que assim que chegar de viagem irá substituir o veículo.
— Não acredito que ele ainda está com essa ideia, já disse
que gosto desse carro e o mesmo só tem um ano de uso.
— Você conhece bem o seu pai e desde que era pequena,
mesmo não estando presente em seu aniversario, ele sempre
comprava um veículo novo como presente. Dessa forma, você teria
mais conforto e segurança.
— É muita extravagância enquanto muitos vivem com tão
pouco.
Todos ficaram em silêncio por alguns segundos. O meu pai
acha que coisas materiais são tudo que preciso, quando na verdade
tudo que sempre quis foi tê-los perto de mim. O barulho voltou a
predominar o cômodo e logo depois começamos a tomar o café da
manhã. Comecei a comer o mais rápido possível, já que não via a
hora de chegar à escola.
Algum tempo mais tarde...
De nada adiantou chegar tão cedo, pois não o vi em lugar
algum. Logo após o terceiro horário, deixei a sala, assim como os
demais e ao chegar na cantina, meus olhos varreram o lugar e entre
todos os professores, o único que não vi foi o homem que estava
ocupando a maior parte dos meus pensamentos. Depois que voltei
para sala, ouvi uma conversa entre o grupinho da Susan, sobre o
professor Medeiros ainda estar doente, o que me deixou inquieta, já
sabia que ele estava gozando de boa saúde. Foram quase duas
horas que ainda permaneci dentro do ambiente e mais parecia uma
eternidade, mas ao contrário de todos desse lugar, eu poderia vê-lo
mais tarde.
Horas torturantes se seguiram, o que só me deixou ainda
mais agitada e quando me levantei da minha cama para ir tomar o
meu banho, o barulho vindo do meu celular ganhou a minha total
atenção. Com o objeto em mãos, o meu coração disparou ao ver o
nome que surgiu na tela do aparelho e certamente era mais uma
daquelas mensagens que fazia o meu corpo ficar em chamas. Deixo
os devaneios de lado e escorrego um dos meus dedos pelo visor e
assim que meus olhos caíram sobre as palavras escritas, senti
minha respiração ficar pesada e um forte aperto em meu peito.
— Ângela, eu precisei fazer uma viagem, e por isso as aulas
ficarão suspensas.
Capítulo 27

Quatro dias depois...

Ângela Souza
Meus olhos despertam logo cedo, me fazendo acordar
em um sobressalto. Meu olhar vai de encontro ao despertador e vejo
que ainda são cinco e meia da manhã. Abraço o travesseiro, fecho
os meus olhos e tento dormir novamente, mas meu esforço não vale
de nada. Contudo, a minha mente não para e as lembranças dos
últimos dias surgem como uma lamina afiada, provocando uma
sensação de desconforto e tristeza que desde o momento que
recebi a mensagem dele pairou sobre mim.
Não foi só a quinta feira que me deixou angustiada, pois, na
sexta, mesmo sabendo que ele estava viajando, as horas pareciam
intermináveis, era como o se o tempo estivesse congelado ao meu
redor. O final de semana chegou e mesmo tentando me distrair ao ir
para casa da filha de Nina, sempre me via olhando para o celular
para ver se tinha alguma mensagem dele, porém, velozmente o
sábado foi sendo substituído pelo domingo. Mesmo com uma
sensação de vazio, acordei bem cedinho, afinal de contas, o
costume sempre fala mais alto e não ia deixar de ir a missa só
porque as lembranças das novas descobertas e sensações
inexplicáveis que surgiram em minha vida, ainda assolavam a minha
mente como se fosse uma droga que estivesse infiltrada em minha
pele, se tornando um vício ao qual me deixava embriagada.
Depois que saímos da igreja e fizemos um passeio pela
cidade, logo depois almoçamos e ao chegar em casa, passei o
restante da tarde deitada. O dia se foi dando lugar à noite e graças à
companhia da mulher que tenho como uma avó, as horas seguintes
acabaram por ser bem divertidas, pois, ela contando as histórias de
quando tinha ainda minha idade, fez esquecer-me dos meus
problemas. Eu não conseguia parar de sorrir, já que ninguém ao vê-
la agora iria cogitar o quanto Nina já foi tão atrevida.
Um tempo depois, acabei ficando perdida nos meus próprios
pensamentos, ao ponto de perder a noção do tempo que havia
passado, até que ouço o barulho do despertador preenchendo todo
o ambiente, fazendo-me sair do meu mundinho. De forma
apressada, levanto-me indo em direção ao banheiro e depois de um
banho rápido, pela primeira vez em minha vida, fico no dilema sobre
o que vestir. Acabei colocando uma blusa branca com listas pretas,
que fazia par com uma saia rodada também preta, que chegava na
altura dos joelhos, já arrumada deixei o ambiente.
Meia hora depois, estava dentro do carro conduzido por
Alberto e, na expectativa para chegar logo à escola. Como já era
algo rotineiro, o veículo parou no lugar de sempre e ao sair do
mesmo, comecei a andar dando passadas largas para chegar logo
ao colégio. Minutos se passaram, já estava com a respiração
pesada devido a vir praticamente correndo e no instante que
cheguei perto da catraca de identificação, um cheiro delicioso
invadiu as minhas narinas, quando viro minha cabeça para o lado,
me deparo com Augusto.
— Bom dia — disse ele esboçando um sorriso largo.
— Bom dia.
Em seguidas, nós dois, após colocarmos a carteira de
estudante em direção ao leitor, conseguimos passagem e embora
meus passos fossem rápidos, ele por sua vez, desacelerou os deles
e estava a andar praticamente colocado comigo. Quando chegamos
ao pátio, o grupinho de Susan voltou sua atenção em nossa direção
e embora não tenham dito nada, o sorriso sarcástico em suas faces
já fala por si só. Desde as palavras de César, que acabaram por
conterem verbalmente o bullying, que praticavam direcionados a
mim, no entanto, não precisava ser nenhum intelectual para saber
que um gesto vale mais que mil palavras.
Quando estava prestes a passar na direção deles, o sinal
acabou tocando e todos caminharam em direção as suas devidas
salas de aula. O primeiro horário foi do professor de inglês e pela
primeira vez na minha vida, eu estava totalmente lesada, pois o
homem explicava o assunto, no entanto, não consegui absorver o
conteúdo. A minha mente sempre foi parecida com uma biblioteca,
porém, agora parecia estar bloqueada e a única coisa que passava
por ela, era os pensamentos direcionados a César Medeiros.
Depois de minutos que pareciam horas, o homem saiu, em
seguida veio o horário de biologia e enquanto o professor Michel
estava falando sobre o que a genética dispõe hoje para os diversos
tipos de tratamentos de reprodução humana, mais efetivos, eu só
pensava no modo natural de como ocorria a reprodução humana,
que era por meio da relação sexual.
Ele continuava a falar sobre inseminação artificial e a minha
mente poluída trouxe ao presente as lembranças do que aconteceu
naquele antro de perdição. Senti todo meu corpo ferver ao lembrar
os toques dele em minha pele, da sua invasão total, que fez com
que a dor aos poucos desse lugar ao prazer e da sensação deliciosa
de estar completamente preenchida ao ter nossos corpos unidos,
pele na pele em um único ritmo, alcançando o êxtase profundo.
Fiquei totalmente perdida nas lembranças, e quando dei por mim, a
aula do homem já havia acabado e no instante que ele deixou o
ambiente, meus batimentos cardíacos aceleram ao máximo, minha
respiração ficou mais audível assim que a única pessoa que eu
queria ver hoje surgiu no meu campo de visão, fazendo meu corpo
vibrar de alegria.
— Bom dia — disse ele assim que caminhou em direção a
sua mesa.
— Bom dia — todos responderam de uma só vez e ao ouvir
novamente o som da voz dele, nossa atenção ficou direcionada para
o homem que já estava atrás da mesa.
— Esta semana, como teremos o baile promovido pela
escola, na sexta não haverá aula, porém, na quarta em que terei
dois horários, iremos fazer algumas atividades em dupla, mas por
hoje vamos revisar o assunto que será o tema central do trabalho
que irão fazer.
Sua voz era firme, porém, nos momentos seguintes, a cada
explicação, seu olhar sempre estava voltado para direção da fileira
em que Susan estava. Segundos ou minutos se passaram e por
mais que meu olhar estivesse cravado em sua direção, em nenhum
momento se encontrou com o par de olhos azuis. Meus devaneios
são afastados quando ouço novamente o som da sua voz ressoar a
minha volta.
— Espero que todos estejam prontos para o trabalho que
iremos fazer. Será uma nota para o primeiro bimestre.
Assim que terminou de proferir suas palavras, pegou sua
maleta e andou em direção a porta. Como já era hora do intervalo,
todos começaram a deixar o cômodo e acabei por permanecer ali
mesmo. Tudo estava tão confuso e uma ruga se formou em minha
testa enquanto eu começava a raciocinar. Novamente um
pensamento passou relampejando pela minha cabeça, era o mesmo
que se formou em minha mente durante o final de semana, achei
que era fruto da minha imaginação, me negava a acreditar que
pudesse ser verdade. Fechei os olhos, queria afastar aquele
pensamento de dentro de mim, ele não faria isso comigo.
Acabei voltando ao meu estado de lucidez quando todos
retornaram e o tempo que ainda fiquei na sala, eu tive que assistir
mais duas aulas e quando enfim a última acabou, peguei minhas
coisas e deixei o ambiente. Passei pelo corredor e antes de chegar
perto da saída, meu celular começou a vibrar, peguei o objeto de
imediato e aquela sensação de insegurança se esvaiu por alguns
segundos, até que meus olhos ficaram fixos na tela do aparelho.
— As aulas continuam suspensas.
Minha respiração ficou pesada, minhas pernas estavam
bambas. Meus pulmões estavam ardendo, comecei a ficar sufocada,
respirei fundo e peguei minha bombinha e depois de fazer uso dela,
mesmo com dificuldade, comecei a me mover e quando cheguei ao
pátio, novamente senti um aperto profundo no peito ao ver César
Medeiros exibindo um largo sorriso na direção da mulher que estava
a sua frente, me dando a confirmação de que eu fui só mais uma a
cair em suas garras.
Capítulo 28

Ângela Souza
O meu coração queima, sinto minha cabeça quente
como se tivesse a colocado em brasa. Meus olhos ardem e sinto as
lágrimas brotarem, fecho-os imediatamente na tentativa
desesperada para impedir que elas continuem. Respiro com força,
até meus pulmões ficarem cheios de ar e com passadas largas,
ando em direção ao portão, como se ao menos o vazio que me
envolve pudesse ser mensurado.
Minhas pernas pareciam que assumiram o controle de todo o
meu corpo e me levavam em direção ao lugar que o senhor Alberto
estava me esperando, enquanto a minha cabeça começou a dar
mil voltas sem fim.
— Senhorita Ângela! — fui arrancada do tormento que me
encontrava quando ouvi o som da sua voz. — Está tudo bem?
— Sim, vamos logo para casa.
Entrei no veículo e segundos depois, o homem com as mãos
no volante o colocou em movimento. Por mais que tentasse pensar
em outra coisa, os últimos acontecimentos martelam em minha
cabeça e as lembranças dele sorrindo para aquela desconhecida
passam como um flash de luz, causando-me uma dor cortante, que
penetra em meu peito como navalhadas silenciosas e dilacera
minha alma.
Tudo que eu queria era dormir e ao acordar, ver que tudo
não passou de um pesadelo. Que não fui tão idiota para destruir as
barreiras que sempre levantei a minha volta e me deixei ser usada
como um objeto, para depois ser descartada da pior forma possível.
Fecho meus olhos e me deixo levar pela escuridão profunda e,
quem sabe ao despertar, não tenha mais traços de cansaço ou
angústia.

Minutos depois...
— Senhorita Ângela, acorde!
Diante daquele chamado, meus olhos se abrem para ver a
claridade. Com a visão ainda embaçada, que vai se adaptando aos
poucos a clareza e o meu ofuscado cérebro procura entre suas
lembranças recentes. Pouco a pouco, as imagens fragmentadas
começam a me torturar, me dando a confirmação de que tudo era a
mais pura e crua realidade. Meus pensamentos embaralhados logo
se organizaram quando Alberto abre a porta.
Com minha bolsa na mão, deixo o carro, quando dou a
primeira passada, sinto minhas pernas bambas e uma fraqueza em
volta do meu corpo. Mesmo com dificuldade, caminho em direção à
porta principal e a cada passo, dado, sentia o sangue correr com
força em minhas veias, esquentando a minha pele e aumentando a
temperatura do meu corpo. De repente, comecei a suar frio e
assim que passei pela porta, Nina estava descendo os degraus da
escada, entretanto, fiquei paralisada quando meus pulmões
começaram a funcionar aos espasmos e eu sabia que algo de
errado estava acontecendo comigo. Tentei falar, mas havia um nó
em minha garganta que aos poucos foi me sufocando.
— Ângela!
Ouço a voz de desespero de Nina, que avançou em minha
direção, mas, antes que ela me alcançasse, as minhas pernas
perderam toda força e tudo começou a girar ao meu redor, no
mesmo instante que só vi uma escuridão profunda.

No dia seguinte...
— Liguei avisando para sua escola que você não vai à aula
hoje — disse Nina, assim que adentrou o quarto, sentei-me na
cama e em seguida ela me entregou a bandeja com o meu café da
manhã.
Ontem depois de ser envolvida pela escuridão, ela acabou
chamando o médico da família, o qual acabou me colocando no
soro e fez várias recomendações. Vou fazer novamente uma bateria
de exames para ver como está os meus pulmões, tanto ele, como
ela, associaram que tudo que me aconteceu foi por causa do meu
problema respiratório, quando na verdade, eu jamais tinha me
sentido tão fraca, não só fisicamente, como mentalmente e sabia
que tudo era por causa dele. Acabei passando o resto do dia
deitada, os meus pais acabaram fazendo uma chamada de vídeo e
ao contrário de Gisele, Richard tinha uma expressão de pura
preocupação. Se não tive quase atenção por parte dela, as duas
mulheres que cuidam de mim, acabaram por me mimar como uma
criança.
Passei boa parte da noite perdida nos meus pensamentos e
antes de me entregar ao sono, eu decidi que aquele homem não irá
apagar o brilho dos meus olhos, não deixaria que uma decepção
viesse a perpetuar para sempre minha vida. Deixo os devaneios de
lado quando a mulher a minha frente voltou a se manifestar.
— Ângela!
— Já vou comer Ninoca — ela por sua vez começou a sorrir
e seguiu rumo ao banheiro. O leão faminto que habita em meu
interior entrou em ação, e devorou em instantes tudo que tinha em
cima da bandeja.
— Nem doente você perde o apetite — desta vez eu que não
me aguentei e uma gargalhada alta preencheu o ambiente.
— Você sempre diz que saco vazio não para em pé — ela
diminuiu a distância entre nós duas e pegou a bandeja das minhas
mãos, antes de deixar o quarto disse.
— Eu já preparei a banheira para você. Coloquei alguns sais
que sua mãe trouxe de Moscou, que ajudará na sua respiração.
Num pulo, me levantei da cama. Embora a minha mãe a
maioria das vezes não demonstrasse nenhuma preocupação com
meu estado de saúde, sempre que vem de viagem, traz consigo os
sais que acabam por ajudar muito. Algum tempo depois, estava de
banho tomado e, arrumada, porém, acabei passando praticamente o
resto do dia no quarto estudando para o trabalho de amanhã.

Quarta-feira...
Assim que o professor de matemática terminou a sua aula
e deixou o recinto. A calmaria deu lugar ao barulho, pois, só se
falavam sobre o trabalho de Sociologia e o silêncio só voltou a
predominar no ambiente, quando o indivíduo entrou na sala.
— Bom dia — disse ele.
— Bom dia — responderam os demais. Depois que ele
confirmou a presença de quem estava na sala, quando levantou a
cabeça, seus olhos caíram em minha direção.
— Vocês já podem escolher a pessoa para desenvolverem o
trabalho juntos. Como temos 25 alunos e o trabalho será feito em
dupla. Você Ângela, fará o mesmo sozinha.
Quando ele terminou de proferir suas palavras, o som da voz
que ressoou no espaço ganhou a atenção de todos.
— Se podemos escolher não tem porque ela fazer sozinha.
Ângela, se você quiser, podemos fazer juntos? — disse Augusto e
seus olhos azuis buscaram o meu rosto, aguardando pela minha
resposta.
Por alguns segundos olhei para o homem a minha frente e
suas feições estavam duras. Se esse idiota achou que iria me
humilhar, está completamente enganado, tudo que fez só demostrou
o quanto ele gosta de usar as pessoas como se fosse um nada.
Desvio o olhar na direção de Augusto e com convicção, as palavras
saíram pelos meus lábios.
— Claro que aceito fazer o trabalho com você.
Capítulo 29

Ângela Souza

Depois que minhas palavras ressoaram dentro do


ambiente, todos começaram a aproximar as mesas formando as
duplas e foi Henry que acabou ficando sozinho. Mas, sendo o bom
aluno que era, acabaria por ter um bom resultado. César disse como
deveria ser o trabalho e com as folhas em mãos, todos começaram
a executá-lo.
Meus pensamentos foram afastados quando ouvi o som da
voz do homem que estava ao meu lado.
— Como o tema é Sociologia da educação. Seria bom nós
colocarmos de início como os sociólogos notaram que a educação
ocupa uma posição importante na estrutura social — pelo visto ele
não era só um rosto bonito, pois, nos momentos seguintes
começamos a organizar rapidamente toda estrutura do trabalho.
— Acho que como desenvolvimento seria bom explicar um
pouco sobre o valor que o ensino tem para cada sociedade.
— Concordo com você já que a educação é, portanto, uma
ferramenta do Estado para formar as futuras gerações de acordo
com as intenções de cada sociedade — ele disse e aquilo me
empolgou a continuar.
— Tendo como objetivo principal preparar o cidadão para
conviver em harmonia social e para integrar o mundo do trabalho—
assim que termino de dizer as últimas palavras, escuto o barulho da
voz dele.
— Ângela, obrigado.
— Porque você está me agradecendo?
Fiquei perdida com suas palavras, mas vendo meu estado de
confusão, sua voz novamente se fez presente.
— Não há nada mais gratificante que fazer um trabalho junto
com alguém que consegue compreender a fundo o assunto. Você é
muito inteligente.
— Digo o mesmo de você.
Ele deu um sorriso contagiante que fez meu coração se
agitar, porém, desta vez, além de ter o coração pulsando
fortemente, a minha respiração ficou num ritmo frenético, assim
que um som potente de uma voz ressoou a nossa volta.
— Ângela e Augusto, vocês devem fazer mais silêncio, já que
tem outras pessoas na sala — disse num tom seco e eu já tinha
visto aquele olhar capaz de fazer meu corpo ser tomado por um
tremor violento.
O silêncio que me circundava, proporcionava ouvir-me o
barulho do pulsar do meu próprio coração. Contudo, a calmaria foi
interrompida pelo som da voz de Susan.
— Professor, quem terminar pode sair?
— Sim.
Depois de mais alguns minutos, tanto eu, como Augusto,
colocamos as nossas mesas no lugar de antes e assim que coloquei
a minha mochila nas costas, com o trabalho em mãos, caminhamos
na direção de César Medeiros. Se ele estava me olhando, eu não
sei dizer, já que quando coloquei o papel em cima da sua mesa, me
mantive de cabeça baixa, pois não queria olhar para o seu rosto.
Na companhia de Augusto, deixei a sala e depois de
algumas passadas, já no corredor, ele começou a falar sobre o
baile.
— Eu acho que não vou.
— Você é muito nova e a vida não é só estudar. Muitas vezes
perdemos momentos incríveis de nossa vida por medo, todavia,
devemos deixar de lado esse receio para poder vivê-la
intensamente.
—Não sei se me sentiria bem.
— Você só saberá se for. E se você aceitar, eu gostaria que
fosse comigo ao baile.
Engulo em seco ao ouvir suas palavras e um desafio
silencioso pairou a nossa volta. O par de olhos azulados, estavam
fixos nos meus e me olhava de uma forma que fez meu coração
bater num ritmo acelerado e as palavras saíram sem que pudesse
impedir.
— Eu aceito.
Dois dias depois...
Diferente da semana passada, esta se passou voando. A
quarta rapidamente se foi e a quinta como num estalar de dedos
deu lugar a sexta, porém, na quinta, eu já estava decidida que iria
dizer a ele que não ia mais, entretanto, quando Augusto começou a
falar de forma tão empolgada sobre a festa, eu não tive coragem em
dizer que não ia mais. Porém, assim que ele falou que viria me
buscar, eu disse que não precisava, pois, lhe encontraria na porta
do salão, dessa forma, quando quisesse vir embora e ele ainda
tivesse vontade de ficar no evento, não precisaria me trazer em
casa. Minhas lembranças se perderam quando o som da voz de
Nina reverberou no ar.
— Você vai mesmo desse jeito?
— É uma festa à fantasia. Então, já que sempre ouço que
sou a freirinha da sala, irei fantasiada de mim mesma.
— Menina, você não tem jeito.
— Você me ensinou que antes de agradar a alguém, eu
precisava me sentir bem, pois até agora estou feliz dessa forma.
— Se os seus pais sonharem que você foi de taxi é capaz de
demitir o Alberto.
— Não é justo que Alberto tenha que ficar acordado só
porque resolvi ir a esse baile.
— Esse é o nosso trabalho e você está sob nossa
responsabilidade.
— Ninguém vai saber de nada e irei com o senhor Mark, que
todos vocês já conhecem e ficará me aguardando até o momento de
vir para casa — dei alguns passos e assim que fiquei a centímetros
de distância disse. — Eu só tenho a agradecer por ter vocês em
minha vida. Mas, já tenho 17 anos e preciso começar a caminhar
sozinha. Trate de dormir e não fique me esperando.
Meu celular começou a vibrar, era o senhor Mark que havia
chegado. Dei um beijo no rosto de Nina e com passos largos,
caminhei em direção a porta.

Minutos depois...
O carro continua em movimento, eu olho fascinada através
da janela as luzes da cidade que nunca dorme. Embora a noite o
fluxo de veículos seja baixo, os ruídos ecoam por todos os lados,
pois enquanto aqueles que trabalham durante o dia estão em suas
casas, outros iniciavam a sua jornada durante o turno da noite.
Alguns minutos depois, o taxi chegou ao local da festa, era um
grande salão que pertencia a própria escola.
Assim que a porta foi destravada, o som da voz do homem
que estava sentado no banco da frente, ecoou dentro do veículo.
— Estarei lhe aguardando.
— Não vou ficar por muito tempo.
Abri a porta e assim que comecei a andar em direção ao
lugar que Augusto estaria me aguardando, senti uma pontada no
meu coração, um vento frio tomou conta do meu corpo como um
mau presságio. Respirei fundo e aumentei o ritmo dos meus
passos, de longe lhe avistei. Ele estava muito elegante vestindo
uma fantasia que tinha duas cores.
Depois de mais algumas passadas, parei em sua frente.
— Boa noite— disse ele.
— Boa noite.
— Achei que você tinha mudado de ideia.
— Estava esperando o taxi.
— Vamos, acho que boa parte do pessoal já chegou.
— Vamos e, a propósito, qual o significado da sua fantasia?
— perguntei movida pela minha curiosidade.
— Mostra que tudo na vida tem dois lados.
Dito isso, em passos firmes e decididos, seguimos na
direção da entrada e quando chegamos próximo ao ambiente, o
barulho começou a se tornar cada vez mais alto. Centenas de vozes
tentando se sobrepuser ao som da música que tocava no salão e no
instante que passámos pela porta dupla, alguns olhares ficaram
cravados em nossa direção e, a cada passo, dado, via rostos
desconhecidos, mas também durante o percurso acabei
identificando vários que conhecia.
Quando paramos de nos mover, devido ao barulho, ele
sussurrou algumas palavras, próximo ao meu ouvido.
— Vou pegar algo para bebermos.
— Eu não quero nada.
— Ângela, é uma festa da escola, nenhuma bebida contém
álcool.
Ele caminhou em direção ao bar e assim que olhei para o
lado, minha garganta ficou seca, meu coração disparou e meus
olhos estreitaram-se ao ver a única pessoa que achei que não
estaria nesse lugar, com sua orbitas azuladas fixas em minha
direção. César Medeiros estava impecável, usando uma fantasia de
professor, que era o posto do estilo adotado por ele e dos demais
educadores da instituição. E ao seu lado estava senhorita Marina e
os demais professores.
Sua expressão era fechada, como se estivesse de péssimo
humor. Enquanto os demais conversam, os seus olhos continuavam
cravados em mim e do nada, o homem levou uma de suas mãos
fechada em punho em direção a boca e mordeu o nó do dedo
indicador com raiva. Minha atenção foi desviada para o outro lado
assim que ouvi o meu nome.
— Ângela, trouxe um suco de laranja para você — falou me
estendo o corpo. Eu estava com a boca seca e peguei sem hesitar,
acabei tomando tudo de uma vez.
— Você estava com sede — disse Augusto sorrindo.
Nos instantes seguintes, uma música agitada repercutiu por
todo o ambiente e de repente o lugar ficou bem aglomerado e o
homem ao meu lado, assim como os demais, começou a se mexer
num ritmo da melodia. Vendo que eu mais parecia uma estátua, ele
segurou em uma das minhas mãos me incitando a entrar no ritmo
dele.
— Eu não sei dançar.
— É só fechar os olhos por alguns segundos e deixar a
música te levar.
Fiz o que ele mandou e comecei a balançar primeiro a
cabeça de um lado para outro, logo depois os quadris e em seguida
os meus braços, seguindo o ritmo da música tocada. Quando abri
os olhos, ele me lançou aquele sorriso largo em aprovação e
embora com vergonha, me deixei levar pelo momento. Contudo,
assim que a música parou e começou outra no mesmo ritmo e
depois mais outra, eu parei de me movimentar, já que minha
respiração ficou ofegante. Saio dos meus devaneios quando ele
segura em minha mão.
— Você deve está cansada. Venha comigo, assim pode
respirar o ar puro.
Eu estava sufocando mesmo, embora o ambiente fosse
climatizado. O calor humano era predominante e dava a sensação
de ficar cada vez mais quente. Ele saiu me puxando e achei
estranho não ter visto Susan ainda e nem o restante do grupinho,
mas com tanta gente nesse lugar, era como caçar uma agulha num
palheiro.
Quando ele parou de repente, consequentemente eu também
parei, olhei encantada para a imagem que surgiu em minha frente.
Era um jardim magnífico, cheio de flores e que ostenta belos
arbustos, ele continuou a se mover e parecia que estava enfeitiçada
com toda aquela perfeição.
Levantei a cabeça e a lua cheia resplandecia majestosa no céu, alta
e soberba. Brilhava tão intensamente que me deixou hipnotizada,
não consigo desviar os olhos. Não sei quanto tempo se passou e
quando desfiz o contato visual, meus olhos encontraram os do
homem ao meu lado, era como se o brilho dos seus olhos me
chamasse para o pecado. Augusto passou o seu braço em volta da
minha cintura e antes que eu pudesse ter qualquer chance em
pensar se deveria permanecer ali ou sair, seus lábios, sutilmente,
tocaram os meus num beijo lento, e naquele momento, tudo que
veio em minha mente foi o devasso. O quanto os seus beijos
deixavam o meu corpo em chamas. Voltei à realidade quando ele
tentou aprofundar o beijo e a sua língua pediu passagem, mas
assim que eu ia interromper o contato, aplausos ecoaram a nossa
volta e rapidamente me afastei.
Susan, Patrícia, Alice Cristina e Rodrigo continuavam
aplaudindo, fiquei totalmente desorientada sem saber o que estava
acontecendo e de onde eles haviam surgido. No entanto, minha
respiração tornou-se pesada. Meu corpo todo começou a ficar
trêmulo e as lágrimas começaram a brotar dos meus olhos, ao ouvir
as palavras que foram ditas.
— Parabéns primo. Juro que achei que você não ganharia a
aposta, achava que dificilmente alguém conseguiria pegar essa daí,
entretanto, até a freirinha não resistiu ao pecado da carne e foi mais
fácil do que tirar doce da mão de uma criança.
Capítulo 30

Alguns dias antes...

César Medeiros

No instante que o carro conduzido por Santiago, que


levaria Ângela para casa passou pelo portão. Novamente o calor
escaldante tomou conta do meu corpo e as lembranças de minutos
atrás surgiram como flashes em minha frente, fazendo-me
novamente estar no meio de um campo de batalha.
Queria provar a mim mesmo que tudo não passava de uma
atração carnal e, que era só luxúria e desejo para ter algo que
parecia está fora do meu alcance, no entanto, em toda a minha vida,
eu jamais havia sentido aquela sensação devastadora, capaz de
fazer todos os meus sentidos ficarem a mercê de um sentimento
totalmente desconhecido por mim. A cada toque em sua pele, o meu
corpo vibrava intensamente e quando a sua boceta deliciosa
começou a se contrair em volta do meu pau, a sensação era de que
uma explosão houvesse acontecido dentro de mim e todos os meus
órgãos internos ficaram totalmente descontrolados.
Quando juntos, alcançamos o êxtase do prazer, como se
naquele momento fossemos um só, meu coração disparou de tal
forma, que mesmo tentando controlar o ritmo da minha respiração,
ainda conseguia ouvir as fortes batidas que vinham dele e ao sair de
dentro dela e retirar a camisinha que estava envolvida pelo seu
sangue. Fechei os meus olhos e um turbilhão de sensações, me
envolveram, assim como a minha cabeça ficou quente, como se
estivesse pegando fogo e vários pensamentos se apossaram da
minha mente, fazendo o choque da realidade me atingir como um
soco brutal em meu estômago.
Naquele momento que ela começou a se remexer em cima
de mim e quando abri os meus olhos, me deparando com os seus
que estavam famintos. Meu corpo todo começou a vibrar por dentro
e o safado do meu pau, ficou tão quente, que parecia estar em
chamas. Eu sempre tive o controle da situação e naquele momento
os meus instintos primitivos gritavam para que eu a possuísse e não
a deixasse sair de perto de mim, contudo, jamais deixei que o
impulso fosse maior que a razão.
Eu precisava afastá-la e certamente depois do calor do
momento, tudo isso iria passar e novamente, Cesar Medeiros, seria
aquilo que o passado me transformou e não deixaria que uma
obsessão viesse a me dominar. Passei o resto dia tentando ocupar
a minha mente, mas o cheiro dela estava impregnado em minha
pele, e nem os diversos banhos que tomei, foram capazes de retirar
o perfume que se infiltrou em minha carne. Assim como o dia,
durante a noite, o rosto do anjo apareceu em meio as minhas
lembranças e diante daquela situação, eu precisava tomar uma
atitude drástica e a notícia da minha falsa viagem, me ajudaria a
sair desse tormento causado por um duelo interno que se formou
dentro de mim.
Passei o final de semana em casa e por diversas vezes, me
vi olhando para a tela do celular, prestes a enviar uma mensagem
para que pudesse vê-la. Assim como eu a queria longe, eu
necessitava dela perto de mim e toda essa situação estava prestes
a fugir completamente do meu controle.
Lutei com todas minhas forças para esquecer-me das
lembranças que vem atormentando-me. Resisti para me livrar de
todas as sensações que só ela foi capaz de me proporcionar, mas
quando a segunda chegou, embora tivesse me livrado do conflito
que estava me enlouquecendo, eu ainda precisava ter a
confirmação total de que o passo que estava prestes a dar era algo
que faria parte da minha vida para sempre.
Vê-la junto com aquele fedelho durante toda a minha aula,
fez o meu coração disparar de tal forma, parecendo que a sairia do
meu peito. Um ódio descomunal me envolveu e quando saíram da
sala juntos, a minha vontade era ir atrás dela e afastá-la daquele
moleque, para logo em seguida tê-la em meus braços e juntos
deixarmos aquele lugar sem me importar com mais nada. Todavia,
antes de fazer qualquer ato insano, era nela que eu devia pensar e
nas consequências, já que antes de fazer o que tenho em mente,
precisava estar bem preparado para os obstáculos que iriam surgir.
Saber que ela estava doente me deixou atordoado, liguei
imediatamente para Richard, com a desculpa de pedir algumas
informações e ele por sua vez, contou-me que ela passou
mal devido ao seu problema respiratório.
O grande dia aguardado por todos da escola chegou e,
contra a minha vontade, tive que vir para esse evento. Agradeci
mentalmente por não estar sozinho com a grudenta que a cada dia
estava mais oferecida, porém, senti uma forte pontada em minha
cabeça. Fechei os meus olhos por uma fração de segundos. E,
quando os abri, a imagem que apareceu em minha frente, fez uma
onda escaldante apoderou-se de todo o meu ser. Meus olhos
estavam ardendo. A sensação era de que estavam em chamas e
faiscando, meus membros inferiores congelaram. Fechei uma das
minhas mãos em punho para conter a raiva que latejava em minhas
veias e depois de alguns minutos, assim que eles sumiram do meu
campo de visão, eu já não podia mais lutar contra tudo que estava
sentindo.
Aquele projeto de homem não ficará com ela, nem que eu
precise tirá-lo do meu caminho da pior maneira. Assim que ia me
afastar de todos, o som da voz de Marina, ressoou num tom alto,
tentando se sobressair a música tocada.
— César e...
— Agora não, preciso resolver um assunto — nem dei tempo
para que o carrapato grudasse em mim. Movendo-me como se
fosse uma flecha em direção ao seu alvo, consegui passar pela
barreira humana que se formou no salão. Contudo, assim que
passei pela porta e dei alguns passos, a cena a minha frente fez
algo vibrar fortemente dentro de mim, o que despertou uma
incontida fúria, como se fosse um vulcão prestes a entrar em
erupção.
Ângela Souza
Um sentimento ruim apoderou-se de todo o meu ser e minha
garganta se fechou de imediato, nem a minha própria saliva descia
por ela. As palavras da mulher a minha frente, ecoavam em minha
cabeça e eu as repetia mentalmente como um mantra para jamais
esquecê-las. Fecho os meus olhos por uma fração de segundos na
tentativa de conter as lágrimas e assim que os abri, eles ficaram
cravados no rosto da infeliz que novamente voltou a se manifestar.
— Priminho, eu confesso que te subestimei. Ficarei sem a
minha mesada desse mês, mas valeu, só para ver a expressão da
freirinha.
Assim como ela, todos estavam com um sorriso largo no
rosto, o que fez o nó que estava preso na minha garganta se
desfazer. Olhei para o idiota que estava ao meu lado e se mantinha
em silêncio, e ao me virar novamente para Susan, as palavras
saíram pelos meus lábios.
— Se eu fosse você, guardava o seu dinheiro, pois o seu
primo beija muito mal. E quanto a você, Augusto, a sua fantasia fez
jus a pessoa que é, que tem duas caras.
— Ângela, você achou mesmo que o meu primo iria se
interessar por alguém como você. Já se olhou no espelho garota?
Quando eu ia falar, o som da voz potente que eu conhecia
bem ecoou no ar.
— Sendo ela, muito mais bonita que qualquer uma de vocês,
não tem porque ficar em frente a um espelho, colocando tanta
maquiagem no rosto que pode causar uma boa aparência exterior,
mas, no interior, a alma continua suja e podre.
O sorriso no rosto dela desapareceu e antes que eu tivesse
qualquer outro pensamento, a voz dele se fez presente novamente.
— Vamos Ângela. E, novamente, eu vou deixar o aviso. A
posição social dos pais de vocês se resumirá a nada, se aprontarem
mais alguma coisa.
Naquele momento, eu só queria sair dali, mesmo não me
agradando que fosse junto com ele. Instantes depois, estávamos
passando pela multidão e quando chegamos do lado de fora, assim
que ia seguir rumo ao carro que estava me aguardando, ele segurou
em um dos meus braços e quando nossos olhares se encontraram,
ouvi a sua voz.
— Precisamos conversar.
— Depois de me evitar durante uma semana?
— Sei que agi errado com você, mas, peço que me escute.
Eu tinha muita coisa entalada em minha garganta, e
precisava colocar para fora. Então acabei indo com ele e assim que
chegamos próximo ao veículo, que certamente era dele, meus olhos
passeiam em volta do lugar e como se tivesse lido a minha mente,
ele falou.
— Santiago está viajando.
Entramos no carro e já acomodados, ele foi o primeiro a
quebrar o silêncio.
— Eu quero você de volta.
— Assim como o grupinho da Susan e o Augusto, você deve
achar que sou algum objeto. Que deve ser usado e descartado
como se fosse um nada.
— Muito pelo contrário, por você ser muito mais do que isso,
pela primeira vez me vi completamente perdido por não ter o
controle da situação. Eu te quero como jamais desejei alguém.
— Você me seduziu, me envolveu em um mundo que eu não
queria entrar e assim que me entreguei, se afastou. Eu me senti
usada e além do seu silêncio, eu o vi com uma mulher no pátio da
escola.
Novamente a raiva percorreu cada fibra do meu corpo
quando um sorriso largo surgiu em sua face, como se estivesse
debochando de mim.
— Anjo, você ficou com ciúmes? Eu disse a você que a partir
do momento que estivéssemos juntos, eu seria só seu.
— Mas eu vi o quanto você estava feliz ao lado daquela
mulher.
— Sophia foi a responsável pela organização da festa, por
esse motivo estava na escola e acabei a reencontrando depois de
vários anos. Ela estudou comigo e com o seu pai.
— Hoje você diz que me quer de volta, mas quem garante
que amanhã não vai novamente me afastar como fez, e sem dizer
nada?
De repente, ele diminuiu a distância entre nós dois e colou
os nossos corpos. O meu corpo se aqueceu com aquele contato e
os meus pulmões ficaram ardentes diante do que aconteceu em
seguida. César pegou uma de minhas mãos e levou em direção ao
seu peito, seu coração batia forte, como se estivesse inquieto.
— Até hoje, só você foi capaz de fazê-lo ficar descontrolado.
Se quiser ir embora, não posso te impedir, mas, se aceitar ficar
comigo. Hoje te farei minha novamente e saberá que não será só
por uma noite ou um dia.
Eu fiquei sem saber o que fazer após ouvir as palavras ditas
por ele.
Capítulo 31

Ângela Souza
Fiquei paralisada e os meus pensamentos estavam
confusos e distantes, ele confundia-me. A minha mente viajava em
busca de explicações e de saídas. Como num filme, começaram a
desfilar as lembranças dos acontecimentos dos últimos dias em
minha frente, só parou quando a cena do que aconteceu instantes
atrás, veio num turbilhão e as palavras ditas por Susan ainda
martelavam na minha cabeça. Fecho os olhos por alguns segundos
e torno a abri-los, deparando-me com os olhos azuis mais
brilhantes do que nunca, fixos nos meus. Ciente de que essa era a
melhor decisão a ser tomada, as palavras saíram pela minha boca
num tom firme.
— Eu não irei ficar com você — fiz uma pequena pausa e
rapidamente vi o brilho em seu olhar desaparecer, no mesmo
instante que suas feições mudaram e antes que ele viesse a dizer
alguma coisa, continuei. — Não hoje! Assim como você precisou de
nove dias para decidir se ainda queria ficar comigo, eu também
preciso de um tempo. O que aconteceu nos últimos dias e ainda há
pouco, foi o estopim para que eu percebesse que preciso me
encontrar em meio a tudo isso. Se realmente você sente algo por
mim, e tudo o que quer fazer comigo não for promessas vazias, e
for além de um momento, um dia e uma noite e mais forte que só
um desejo carnal. César Medeiros estará me aguardando para
ficarmos juntos para sempre.
Ele travou a mandíbula, sua respiração estava descontrolada
e as grossas veias saltadas no pescoço pareciam que iam estourar.
Como se o ele estivesse tomado por uma fúria que lutava
internamente para conter. O silêncio que predominava dentro do
carro só foi interrompido quando as feições dele voltaram ao normal,
assim como sua respiração.
— Você quer ir para casa?
— Sim — respondi e um pensamento passou rapidamente
pela minha cabeça, o que me fez agir num impulso.
— Eu vou falar com o senhor Mark, que voltarei com você.

César Medeiros
Sempre fui aquele que detinha todo o poder e que estava no
controle de qualquer situação. Contudo, hoje, fui de dominador a
dominado, e no momento que ouvi suas palavras, algo dentro de
mim incendiou-se. Era como se meu corpo todo estivesse em
chamas. Contudo, eu sabia que uma verdadeira submissa, é uma
mulher moldada, se ela já tem um comportamento vulgar e se expõe
desnecessariamente para todos, ela se torna comum, e todo
dominador quer ter uma preciosidade. Ângela é um diamante raro,
que aos poucos será lapidado e se transformará na joia mais
brilhante.
Ela saiu do carro e quase dois minutos depois, retornou.
Assumindo o controle do volante, coloquei o veículo em movimento.
Durante todo o trajeto até a sua casa, um silêncio
constrangedor predominou a nossa volta, e ela se manteve o
tempo todo com a cabeça virada para a janela do carro. Quando o
automóvel para no jardim da mansão Johnson, ela desafivela o
cinto de segurança e rapidamente puxo minha mão direita que
estava fixa no volante e seguro a sua. Os olhos azuis como o mar
encontram os meus.
— Anjo, eu...
Antes que eu terminasse de dizer tudo que queria, seus
lábios se movem e sua boca se entreabriu.
— Você já pode ir para sua casa ou voltar para festa. Afinal,
nós dois não temos nenhum compromisso sério, já que se afastou
de mim e destruiu com o que tinha acabado de começar.
A atrevida abriu a porta e saiu correndo em direção à entrada
principal da casa. Liguei novamente o carro e quando ia fazer o
retorno, o meu celular começou a vibrar. Rapidamente peguei o
objeto e meus olhos caíram sobre a mensagem exibida na tela.
— César, eu estou na cidade e pensei que poderíamos nos
encontrar.
No dia seguinte...
Ângela Souza
Assim que me livrei do último degrau Nina, apareceu
segurando uma sacola enorme, que certamente tinha presentes
para os seus netos.
— Vamos, filha.
Antes de prosseguir rumo à porta, resolvi dizer sobre o que
iríamos fazer ao voltar para casa.
— Na volta gostaria de passar no shopping.
Os olhos da mulher a minha frente se arregalam como se
estivesse assustada com que eu havia dito.
— Vou deixar a sacola aqui e pegar o cartão — ela se referiu
ao cartão de crédito deixado pelo meu pai, que além de servir para
comprar tudo que precisa para casa quando está fora, é para ser
usado quando preciso de alguma coisa.
— Eu vou usar o meu próprio dinheiro. Com tudo que já
ganhei de mesada por todos esses anos e com o dinheiro que o
meu pai colocou na minha conta, que seria para festa de aniversário
de 15 anos que não quis ter. Acho que já deve ter dinheiro que
daria para comprar uma casa.
— Então vamos, pois conhecendo você, daqui a pouco vai
dizer que está com fome.
Se ela soubesse que meu estômago já estava dando sinal de
vida, penso enquanto seguimos para fora do ambiente.

Horas mais tarde...


Os meus sábados sempre se tornam melhores ao estar
rodeada de pessoas que tanto amo. O almoço foi um verdadeiro
banquete e assim como Marta, a filha de Nina tem mãos de fada
para cozinhar. O restante das horas que passei lá, acabei por
brincar com a pequena Victória, que passou um bom tempo
penteando os meus cabelos como se fosse uma de suas bonecas.
Todos os sábados, eu fico com o coração na mão ao ver a
tristeza nos olhos da pequena quando chega a hora de se despedir
da sua avó. Se os meus pais não ficassem tanto tempo longe, Nina
poderia passar mais tempo com a sua família.
— Chegamos!
O som da voz dela afastou as minhas lembranças. Saímos do
veículo e adentramos o elevador, instantes depois, estávamos no
terceiro andar do shopping. Eu já estava com as pernas doloridas de
tanto ir de uma loja para outra e quando enfim terminamos, estava
cheia de sacolas.
— Não sei o que deu em você, com tanta roupa que tem no
seu closet que daria para abrir uma loja e jamais quis usá-las.
— Elas foram escolhidas pela minha mãe, portanto, é o gosto
dela. Quero ter a minha própria identidade e isso inclui ter o meu
próprio estilo.
— Não sei o que aconteceu com você, mas estou feliz em ver
que a minha menina está se tornando uma bela mulher, forte e
determinada.
— Devo parte do que sou a você, que soube me educar
muito bem e a manter os pés sempre firmes no chão — coloquei
uma de minhas mãos na barriga e disse.
— Agora vamos que estou faminta.
Nina solta um sorriso e em seguida as palavras proferidas
por ela me fizeram cair na gargalhada.
— Seria surpresa se você não estive com fome. O que me
surpreende é o seu belo corpo, após comer tanto e sem precisar
fazer nada além de comer para mantê-lo assim.
Segunda-feira...
Ultimamente o final de semana está passando voando, como
num abrir e fechar de olhos. Além das compras e ir ao cinema no
domingo, nada de diferente aconteceu. César por sua vez, está
respeitando o meu espaço, pois não mandou nenhuma mensagem.
Depois de descer a escada, minha atenção foi direcionada para as
duas mulheres que surgiram em minha frente.
— Você está ainda mais linda — disse Marta.
— Obrigada, mas é só uma roupa.
— Não é pela roupa e sim por vê-la com esse brilho nos
olhos, que nunca tinha visto antes. A pequena flor desabrochou,
tornou-se uma rosa maravilhosa em toda a plenitude — retrucou
Nina, com um sorriso contagiante no rosto.
— A mesa do café já está posta. Vamos!
— Eu preciso ir ao escritório do meu pai.
Enquanto elas foram para a cozinha, segui até o cômodo e
ao entrar, fui até a parede onde havia um cofre embutido
estrategicamente atrás de um quadro com uma foto do meu pai me
segurando ainda bebê. Retiro o quadro e rapidamente dígito o
segredo do cofre e assim que ele foi aberto, peguei o que estava
precisando.
Tomei o meu café sem pressa, sabia que ia chegar alguns
minutos, atrasada. Pouco tempo depois, estava dentro do carro,
passei parte do caminho distraída com os meus pensamentos e
quando chegamos perto do lugar que Alberto sempre me deixava,
antes de ele cogitar em parar o veículo, falei.
— A partir de hoje, você pode me deixar na porta da escola.
— OK, senhorita Ângela.
Uns dois minutos depois, chegamos ao meu destino e foi
justamente no momento em que a sirene da escola soou,
anunciando o início das aulas. Desço do carro, caminho pela
calçada e depois de algumas passadas, assim que chego ao pátio,
o lugar que sempre estava lotado se encontrava praticamente vazio.
Já que o primeiro horário era de César, certamente todos já estavam
na sala, já que ele era bem pontual.
Caminhando a passos largos e apressados, assim que
chego perto da porta. Respiro fundo, ergo a cabeça e depois de
uns três passos, parei e, em seguida virei minha cabeça na direção
da mesa de Medeiros. No momento que o som da minha voz
ressoou no ar, todos os olhares ficaram fixos em minha direção.
Alguns com os olhos arregalados em surpresa e admiração e outros
como se estivessem vendo uma assombração.
— Bom dia, professor. Posso entrar?
Capítulo 32

César Medeiros
— Bom dia, professor. Posso entrar?
— Alunos que chegam atrasados merecem punição. Vocês
todos podem sair da sala, agora!
Obedecendo minha ordem, todos começaram a se levantar e
instante depois, a sala ficou completamente vazia. Toda minha
atenção ficou direcionada para a mulher em frente à porta e que me
encarava com um olhar desafiador. Porém, antes que eu me
levantasse e fosse até onde a atrevida estava e desse o castigo que
ela merecia. Com passos cautelosos, ela começou a andar em
minha direção e só parou quando estava a centímetros de distância
de mim.
— O senhor vai mesmo me castigar, mestre? — ela mordeu o
lábio inferior com a intenção de disfarçar o nervosismo e aquilo fez o
meu pau reagir imediatamente. Num pulo, fiquei de pé.
— Ângela, se você soubesse o quanto fica mais provocante
quando morde o lábio assim e minha única vontade é fodê-la até
que você não sinta mais suas pernas.
No momento seguinte, joguei tudo que estava em cima da
minha mesa no chão e em seguida coloquei o anjo deitada sobre a
mesma. Lentamente, minhas mãos deslizaram por suas coxas e
pousaram sobre sua boceta carnuda. Gemidos logo ecoaram no
espaço quando por cima da sua calcinha, comecei a mover um dos
meus dedos em círculo, massageando o seu clitóris. Enquanto o
meu pau parecia que ia estourar dentro da cueca, a safada com
rosto de anjo, começou a se contorcer, o que me incitou a retirar a
sua calcinha e assim que ela abriu as pernas, tive a visão
privilegiada da sua vagina excitada. Sem mais delonga, me abaixei
para logo depois colocar a cabeça entre suas coxas, enfiando a
língua em sua bocetinha deliciosa e como um animal faminto,
comecei a sugar, chupar e explorar cada centímetro do paraíso que
em vez de ser a minha salvação, se transformou na minha perdição.
Minutos se passam e eu continuo a me deliciar do fruto que antes
era proibido, mas que agora me pertencia e para sempre seria
somente meu.
— Por favor! Eu quero vo... Você.
— Vou adorar ouvi-la gemendo sobre mim e assim que o
safado que está quente como chamas do inferno, passar pelas
portas do paraíso e tiver todo enfiado dentro de você, todos saberão
que você me pertence, ao ouvir os gritos que vão ultrapassar as
paredes deste lugar.
— Eu o quero agora.
Diante daquele pedido, levei uma de minhas mãos até o zíper
da minha calça e quando estava prestes a abri-la, o som que
ressoou novamente a minha volta me trouxe de volta a realidade.
— Professor!
Meus olhos passeiam rapidamente em volta do lugar e todos
estavam com o olhar cravado na direção da porta. Que diabos
estava acontecendo comigo? Toda essa abstinência sexual está me
levando ao caminho da inlucidez.
— Sim, Ângela.
Assim como os demais, eu estava a observar a garota que se
movia pela sala em direção a sua cadeira. Uma verdadeira perfeição
em forma de mulher, no entanto, senti a raiva percorrer em minhas
veias ao ver os diversos olhares famintos em sua direção e quando
ela se sentou, percebi o jeito com que aquele fedelho a olhava. A
pedra bruta acabou se transformando no mais precioso diamante.
Embora eu estivesse travando um conflito interno e lutando
para controlar o meu lado dominador, que grita para impor a
submissão. O desejo carnal e o instinto predador não prevaleceram
diante da razão. Assim que a deixei em casa na sexta feira, a
tentação acabou por vim a todo vapor no encontro que tive com
Henry. Diante do cenário que um dos maiores dominadores que
conheço me apresentou, tudo que veio em minha mente foi a
imagem do rosto dela e mesmo dentro do ambiente que desperta
um apetite luxuriante, a única mulher a quem o meu corpo ardia
para possuir estava longe dali.
Afasto as lembranças e antes de começar a minha aula, meu
olhar vai ao seu encontro e desta vez, não vou deixá-la se afastar
nunca mais de mim.
Ângela Souza
Quase perdi todo o meu autocontrole quando os olhos
penetrantes ficaram fixos no meu e o calor que de repente tomou
conta do meu corpo estava insuportável. Não conseguia identificar o
que estava acontecendo com Medeiros, pois, parecia que seu corpo
estava ali, no entanto, a sua mente começou a divagar, o deixando
num estado catatônico. Quando enfim o homem a minha frente
voltou ao seu estado normal, acabou dando-me permissão e com
passos firmes, fui até a minha mesa. Mantive-me com o olhar fixo na
direção do professor que começou a sua aula, contudo, podia sentir
alguns olhares lançados para mim. O tempo passou voando e assim
como o primeiro horário esvaiu-se, o segundo terminou como um
simples estalar de dedos e depois de quase 50 minutos que foram
ocupados pelo professor de inglês, a sirene soou indicando o
intervalo.
Como sempre, o barulho tomou conta do ambiente, o arrastar
irritante das cadeiras e os passos rumo à porta. Como eu havia
cogitado, dentro da sala ainda permanecia, além de mim, o grupinho
liderado com Susan. No instante em que me levantei e dei alguns
passos, todos eles fizeram uma barreira me encurralando.
— Por sua culpa levamos aquele sermão do professor César
— disse Susan num tom raivoso.
— Não coloque sobre mim os seus erros.
— Vamos pessoal! — disse Augusto, que mantinha cabeça
baixa.
— Ainda não terminamos. Você acha mesmo que por ter
vindo vestida assim vai mudar alguma coisa? — desta vez foi Alice
quem proferiu as palavras.
— Acredito que sim, já que ficaram tão incomodadas.
— A freirinha quer mostrar as suas garras, só que o seu
defensor não está aqui ou será que a vadia com aparência de santa
acabou dando para el...
A raiva me dominou e antes que ela terminasse de destilar o
seu veneno. O som do tapa ressoou no espaço devido o forte
impacto da palma da minha mão em seu rosto.
— Sua desgraçada — assim que ela levanta a sua mão,
movida pela fúria que percorreu cada fibra do meu corpo, seguro
firme o seu braço.
— Eu me mantive calada todos esses anos, não por ter medo
de vocês e sim porque pessoas fracas como vocês, acabam por
querer descarregar suas frustrações em alguém. Mas, tudo na vida
tem um limite e graças a vocês, eu cheguei ao meu — em seguida
soltei o seu braço e alcancei a minha mochila e assim que a peguei,
retirei o maço de dinheiros, me virei novamente na direção deles. —
Aqui está o pagamento pelo espetáculo que fizeram durante o baile.
Foi graças a vocês que agora tenho a confirmação do tipo de
pessoas que jamais devo ter próximo a mim. Podem ficar, pois tem
10 vezes a mais do valor que qualquer um de vocês, ganha em suas
mesadas.
Joguei o dinheiro na direção dela e comecei a me mover
passando entre eles. Depois que dei alguns passos, antes de deixar
o ambiente, virei-me novamente.
— Só mais uma coisa. Eu não preciso que o professor César
ou qualquer outra pessoa deste lugar venha a intervir ao meu favor,
pois na próxima vez que qualquer um de vocês voltarem a me
insultar, será com os advogados do meu pai que irão se resolver.

Alguns dias depois...


— Ângela!
Eu abri meus olhos assim que ouvi a voz de Nina. Ela estava
com o rosto inchado, seus olhos vermelhos indicavam que havia
chorado. Assustada, levanto-me rápido e acabo com a distância
entre nós duas.
— O que aconteceu Nina?
— Desculpe tê-la acordado tão cedo, mas preciso que você
me libere para ir ao hospital — fico ainda mais preocupada e vendo
o meu estado de inquietação, antes que viesse a dizer algo, ela
novamente profere algumas palavras. — Ana acabou caindo hoje
cedo no banheiro e fraturou uma vértebra da coluna e uma costela.
— Você nem precisava ter vindo me avisar, peça ao senhor
Alberto que a leve ao hospital e não saia de perto da sua filha.
— Hoje é sábado e como você não tem aula, não queria
deixá-la sozinha — seguro em suas duas mãos.
— Você sempre fez muito por mim, mas agora é a sua única
filha quem precisa de você. Eu estou te dando folga hoje e pelos
dias que for preciso, além dos outros funcionários, tem a Marta.
Nina, não precisa se preocupar que já não sou mais aquela
garotinha que não sabia se virar sozinha.
— Obrigada, por ser esse anjo.
Dei um forte abraço nela e instantes depois ela deixou o
ambiente. Olhei para o relógio em cima do criado mudo, ainda não
era nem oito horas da manhã. Voltei novamente para cama e as
lembranças dos últimos dias surgiram em minha mente.
Depois do que aconteceu na sala de aula com o grupinho da
Susan, eles não me provocaram mais. Na saída, quando o senhor
Alberto foi me buscar, ao adentrar o carro, todos ficaram me olhando
e pelo resto da semana, toda vez que eu surgia no pátio, os olhares
lançados em minha direção pareciam bem diferentes da semana
passada, onde havia desprezo, como se eu fosse uma coisa
insignificante. Por outro lado, tive que mentir para Nina, ao dizer que
o professor César estava muito ocupado e por isso só me mandou
os conteúdos que devia estudar.
Foi à semana mais longa de toda a minha vida, mas, jamais
havia me sentindo tão feliz comigo mesma.
Os garotos que antes pareciam querer correr para bem longe
quando me viam, agora me olhavam como se eu fosse a melhor das
refeições, a quem queriam devorar. Porém, embora a minha
autoestima estivesse elevada e vendo como alguns garotos
estavam interessados em mim. Nada disso me enchia os olhos, pois
o meu corpo e o meu coração sabiam perfeitamente quem era o
dono dos meus pensamentos e do meu prazer.
Foi só lembra-me dele, que do nada uma onda escaldante se
espalhou por todo o meu corpo, e se concentrou no meio das
minhas pernas, comecei a sentir um formigamento na minha
intimidade. O tempo passou e acabei ficando distraída com as
minhas lembranças e quando as deixei novamente no passado, já
era quase nove horas. Não sei se era o certo a fazer, mas o meu
corpo precisa de um alívio que só ele era capaz de proporcionar.
Num pulo, voltei a me levantar e peguei o meu celular, após
ligar para o senhor Mark, fui correndo para o banheiro.

Minutos depois...
Meus olhos estão fixos no homem a minha frente que
mantém sua concentração na estrada. No calor do momento, tudo
parecia tão fácil, mas agora sinto não só as minhas mãos trêmulas,
como o meu corpo todo de tanto nervosismo. Disse para Marta que
ia almoçar fora e ela poderia tirar o restante do dia de folga, já que
estaria na companhia de uma amiga da escola. Se fosse Nina, era
bem capaz de me questionar, já que não ia acreditar facilmente em
minhas palavras, no entanto, eu só omiti o fato de não ser uma
amiga, mas era alguém da minha escola.
Meus pensamentos foram afastados assim que o carro
chegou ao meu destino e não demorou muito para que fosse
autorizada a minha entrada pelo senhor Santiago. Depois de fazer o
pagamento e dizer que ele não precisava vir me buscar, o homem
de expressão séria e sempre vestido impecavelmente com um terno
preto, veio ao meu encontro.
— Bom dia, senhorita Ângela.
— Bom dia. Eu que...
Antes que concluísse o que tinha a dizer, ele se antecipou.
— O senhor Medeiros está no escritório, não deu tempo de
avisá-lo sobre a sua chegada, entretanto, sei que sua visita é tudo
que ele precisa.
Senti como se boa parte do sangue do meu corpo estivesse
concentrado em minhas bochechas, as deixando vermelhas. Fiquei
toda sem graça com as palavras que foram ditas e se ainda tinha
alguma dúvida de que ele soubesse o que estava acontecendo
entre mim e César, agora já não tinha mais. Quando ele começou a
se mover, em passos trêmulos fiz o mesmo, quando entramos na
casa, ouço sua voz novamente.
— Tenho que ir com a cozinheira fazer as compras do mês. A
senhorita como sabe o caminho, fique a vontade.
Ele em seguida sumiu do meu campo de visão. Sem demora,
ergo a cabeça, respiro fundo e vou ao encontro do homem que
estava ocupando os meus pensamentos, me deixando sedenta de
desejo.
Capítulo 33

Ângela Souza
Depois de percorrer o corredor, cheguei ao escritório. Ao
abrir a porta, meu olhar ficou cravado na direção da mesa a minha
frente, porém, não o encontrei e quando já estava prestes a fechá-
la, ouvi a voz dele e quando virei à cabeça para o lado, só então me
deparei com o homem esparramando em cima do sofá, estava com
os olhos fechados.
— Santiago, não se esqueça de comprar duas garrafas de
uísque — fiquei intrigada com suas palavras.
Fechei a porta assim que o silêncio pairou no ar. Coloquei
lentamente a minha mochila no chão e depois de alguns passos
cautelosos, me detive. Ele estava sem camisa, vestindo somente
um curto calção branco, passei meu olhar por cada parte de sua
pele, cada gomo em seu abdômen bem definido. Senti o meu corpo
arder em chamas e acabei não resistindo a tentação e ao desejo
incontrolável de ter minhas mãos em contato com a sua pele.
Assim que a coloquei sobre o seu peito, gemidos ressoaram
no ar e o meu nome saiu por entre seus lábios macios.
— Ângela!
O par de safiras azuis gigantes, enfim despertaram e
encontraram os meus. Com os olhos arregalados como se fossem
saltar do rosto e uma expressão que indicava incredulidade, que
logo mudou assim que minhas mãos deslizaram pela longa
extensão do seu corpo e parou na direção da anaconda que estava
adormecida, porém, eu só precisei deixar minha mão parada por
alguns segundos e como se a cobra indomável estivesse sentido as
vibrações emitidas pelo calor do meu toque acabaram acordando
em toda a sua plenitude.
— O que faz aqui? — perguntou relanceando o olhar sobre
minha mão assim que seu membro começou a pulsar intensamente.
— E... Eu vim para retomar as aulas — um sorriso largo
surgiu no rosto dele e eu estava a me perguntar que feitiço era esse
que ao estar sozinha com ele, me tornava outra pessoa. Como se
outra parte de mim se libertasse, assumindo o controle do meu
corpo. Meus pensamentos foram para bem longe, quando ele, num
movimento rápido, acabou se sentando e puxou o meu corpo para
junto de si, fazendo-me sentar em seu colo.
O homem me analisou por alguns segundos, era como se
estivesse contemplando cada canto do meu rosto e logo em seguida
grudou sua boca na minha. Seu hálito exalava cheiro de uísque e
também de menta, ele começou a me beijar. Um beijo demorado e
quente, que parecia envolvido por uma ardente paixão, vasculhando
cada centímetro da minha boca com sua língua, enquanto uma de
suas mãos começou a apertar um dos meus seios por cima da
blusa, fazendo meus mamilos, ficarem enrijecidos.
Assim que interrompeu o beijo, me pegou em seus braços e
saiu caminhando comigo para fora do escritório. No momento
seguinte, estávamos dentro do elevador, que como num abrir e
fechar de olhos chegou à parte inferior da mansão.
César me colocou de pé e com o olhar fixo na cama, minha
intimidade chegou a doer com o pensamento que passou
rapidamente pela minha cabeça, de que provavelmente ele me faria
sua em cima dela novamente.
Olhei em volta do ambiente e mesmo assustada diante da
sensação que me invadiu, não poderia negar a mim mesma o
quanto algo em meu interior vibrava forte ao estar dentro desse
lugar. Era como se fosse parte de mim. Fiquei tão distraída que nem
percebi que ele havia retirado sua roupa até olhar fixamente para o
seu membro grosso e duro como estaca, que estava levantado para
cima, passando do umbigo.
— Tire a roupa para mim, anjo.
Comecei a me despir, enquanto ele caminhou em direção ao
frigobar, assim que abriu o pequeno refrigerador, retirou um saco de
gelo em cubo e em seguida despejou dentro do balde que estava
em cima do frigobar e o colocou próximo à cama. Minha cabeça
dava mil voltas tentando entender o que ele faria com aquilo, porém,
quando me livrei da minha blusa e da saia, ficando somente de
calcinha, ao levantar a cabeça, ele já estava em minha frente.
Fiquei totalmente perdida ao ver que ele estava segurando
uma venda vermelha de cetim e um chicote de tiras.
— De joelhos, Ângela — mesmo hesitante, faço o que ele
ordena, já que estava ciente que ele só poderia fazer algo se eu
desse consentimento.
— Você receberá o seu primeiro castigo por ter deixado
aquele fedelho beijá-la. Hoje você será minha escrava — eu não
gostei de ouvir aquela palavra e quando estava prestes a me
levantar, ouço sua voz e acabei ficando onde estava.
— Este é o meu mundo e será o seu também. Então, deixe
que o seu mestre te mostre tudo que você precisa aprender.
César passou o tecido sedoso na pele do meu rosto. Meu
coração acelerou quando ele a trouxe para os meus olhos.
— Isto é parte do seu castigo, anjo, e vai se referir a mim
como o seu Senhor ou Mestre a partir de agora — ele disse quando
apertou a venda, me deixando na pura escuridão. Ofeguei quando
tudo ficou preto, no entanto, eu achei que meus outros sentidos se
intensificaram.
— O que você vai fazer comigo, Senhor?
— Eu te dei permissão para falar?
— Não, Senhor.
— Se você falar novamente sem permissão, eu serei forçado
a te mostrar o que posso fazer com aquela palmatória — ele
vociferou num tom ainda mais alto, eu lambi meus lábios secos e
apenas sacudo a cabeça afirmando que havia entendido.
— Boa menina — ele sussurrou enquanto se movia para trás
de mim. A próxima coisa que eu senti foi o seu membro escaldante
tocando a minha pele, para logo depois o couro frio do chicote
deslizar lentamente pelas minhas costas. Senti pânico e todo o meu
corpo estremeceu quando o objeto atingiu com força as minhas
costas, fazendo um gemido alto escapar da minha garganta. Um
sentimento em reprovação àquele ato tomou conta de mim e desta
vez, cheguei a me levantar um pouco, mas fui impedida por ele.
— Como seu Mestre, eu sei o que é melhor para você — em
seguida começou a passar as tiras de couro vagarosamente pelos
meus seios, me fazendo suspirar, parando o mesmo em minha
intimidade. Medeiros, de repente, puxou o chicote e novamente os
golpes foram desferidos, mas desta vez, eram leves e atingiram a
minha intimidade. A cada investida que ele dava com o chicote em
meu sexo e depois nos meus mamilos, comecei a sentir uma
mistura de dor e ao mesmo tempo, percebia que nunca estive tão
excitada em toda minha vida.
— Ângela, não pode gozar sem minha permissão — disse
firme, para logo depois eu ouvir o barulho do chicote caindo no chão
e ele por sua vez, me fez levantar. César guiou-me até a cama e
quando já estava em cima dela, ele começou a retirar a minha
calcinha, depois abriu bem as minhas pernas e esticou os meus
braços, prendendo-os com algo que supunha que eram algemas.
Meu coração batia descontrolado, eu estava tão aberta e vulnerável
na posição que ele me colocou, era como se estivesse na cruz
fixada na parede do ambiente.
Minha respiração acelerou quando ele arrastou o seu corpo
sobre o meu e deixou sua boca tão próxima do meu rosto, que podia
sentir seu hálito quente saindo dos lábios que quase tocavam os
meus. No momento que ouvi suas palavras, me indago se realmente
estava pronta para fazer parte desse mundo luxuriante, porém
sombrio.
— O anjo tem sido uma menina muito má com o seu mestre.
Agora você receberá um verdadeiro castigo — dito isso, eu senti
algo frio contra os meus seios e tive que sufocar um grito. Deveria
ser o gelo que ele esfregava em movimentos circulares pelos meus
mamilos, os deixando cada vez mais sensíveis. Uma de suas mãos
alcançou o meu sexo e enquanto massageava os meus seios,
acariciava freneticamente o meu clitóris. O gelo em contato com a
minha pele me causa a sensação de frio, mas o toque de sua mão
em minha intimidade me dá sensação de calor e eu estava sendo
eroticamente torturada. Aquilo era uma punição a qual não me
incomodaria em recebe várias vezes.
A água fria do gelo derretido gotejava por meu corpo e
chegou a minha vagina. Meu coração quase parou de bater assim
que ele começou a arrastar o cubo pela minha barriga e só parou
quando chegou à minha intimidade. Dali em diante, eu não
conseguia mais pensar direito, pois ao deslizar o objeto frio entre os
meus grandes lábios e subir até o botão de nervo pulsante, apertou
o cubo de gelo contra meu clitóris e as palavras saíram pelos meus
lábios.
— Por favor! — neste momento, eu mordi meu lábio inferior,
tentando conter os ruídos que saiam da minha boca.
— Relaxe, anjo — ele disse quando moveu novamente o gelo
e gritei assim que parou na entrada da minha vagina, me deixando
enlouquecida. Meu corpo vibrou quando César forçou o cubo para
dentro de mim e a sensação contra minha carne sensível era
devastadora.
— Hummm... Meu Deus! — o frio que sentia antes se esvaiu
e todo o meu corpo ficou em chamas ardentes e só ficou pior assim
que ele empurrava o cubo ainda mais fundo, iniciando um
movimento de vaivém lento e delicioso. Minha boceta estava
quente, queimando e latejando violentamente. Eu precisava dele
firme e forte dentro de mim.
— Logo meu pau vai estar dentro dessa bocetinha deliciosa
— ele falou naquele tom dominador, como se fosse capaz de ouvir
meus pensamentos. Medeiros liberou as minhas pernas e logo
depois os meus braços e arrancou a venda dos meus olhos, dando-
me a visão dos seus olhos faiscando de desejo, enquanto seu pênis
roça a entrada escaldante da minha vagina que suplicava por alívio.
— Senhor, e... Eu...
— Você gostaria de sentir o meu pau dentro de você agora,
Ângela?
— Si... Sim, Mestre — eu estava com a respiração ofegante,
respondi.
O sorriso perverso surgiu no seu belo rosto e ao mexer os
quadris ele está dentro de mim. A dor toma conta do meu corpo
quando ele começa a empurrar o seu pênis cada vez mais fundo.
— Logo passará, anjo.
Respiro fundo, tentando me concentrar no prazer que está
por vir, ele dá pequenas mordidas em meus mamilos, aquilo só
aumenta ainda mais o meu desejo e aos poucos o desconforto foi se
dissipando. Seu membro vai fundo, me preenchendo
completamente, o movimento de vai e vem se intensificando a cada
investida, ouço os seus gemidos, sua respiração acelerada, sua voz
descontrolada dizendo entre os gemidos de prazer.
— Minha gostosa.
César segurou as minhas duas pernas e as colocou em cima
dos seus ombros. Uma sequência de golpes foi dada contra o meu
sexo, e seus olhos, a cada estocada, se tornavam mais reluzentes.
Seu membro entrando profundamente em minha abertura faminta,
eu podia sentir o meu sexo se contrair e apertar com força o seu
membro, o envolvendo ainda mais com o calor emanado no meu
interior.
— Deliciosa.
— Continua, por favor...
Ele acelera o ritmo e me beija. Investe seu pênis com mais
força dentro de mim. Em uma investida mais intensa, meu corpo
começou a sacudir com cada espasmo do clímax que passava por
mim. Sinto minha intimidade latejar e seu líquido quente me invadido
em jatos potentes.
Ainda com a respiração alterada, ele me puxar de encontro
ao seu corpo. Totalmente cansada, encosto minha cabeça em seu
peito.
— Você é minha, só minha — aquelas palavras aqueceram o
meu coração e sem hesitar, os meus lábios se moveram, minha
boca se entreabriu e as palavras soaram num tom completamente
possessivo.
— Você é só meu.
Capítulo 34

César Medeiros
Meu corpo todo vibrava com a sensação devastadora
que pairou sobre mim. Senti-a estremecer sobre mim, enquanto
meu coração ainda batia forte numa inquietação como se estivesse
prestes a sair do meu peito. Fecho os olhos, porém, em meio a
tantas sensações boas, havia algo que estava me atormentando,
como se eu estivesse esquecido de alguma coisa que naquele
momento a minha mente não conseguia lembrar. As lembranças dos
dias anteriores passaram por mim e jamais em toda minha vida,
havia me entregado a um caminho que só me levaria ao fundo do
poço. Sempre bebi socialmente, mas nos últimos dias estava a
devorar duas garrafas de uísque e na manhã seguinte, além da
enxaqueca e um mau humor terrível, precisava tomar as rédeas da
situação e encarar horas de aulas pela frente. O pobre do Santiago,
de certo já não aguentava mais ter que ser a voz da razão e bancar
a babá de um homem de 40 anos. Deixo as recordações lá mesmo
no passado, pois agora que ela voltou novamente para mim, jamais
a deixarei se afastar.
O homem que sempre soube seu poder e usava isso em uma
vida de prazer e luxúria, tendo ao longo do seu caminho várias
mulheres e, sempre as descartava quando o desejo lhe queimava e
tornava-se escravo do instinto, agindo como mero predador faminto
em busca de uma nova pressa, acabou encontrando no meio da
escuridão, um anjo, que veio mostrar ao predador que aquela seria
muito mais do que sua próxima refeição e sim a mulher que se
tornaria a única no coração empedrado e que jamais pensou em
amar.
Minutos se passaram e assim que escuto o som suave da
voz dela, saios dos devaneios em que estava.
— César!
Os meus olhos se abriram, encontrando os delas que
estavam queimando de desejo e certamente a gulosa já estava
querendo ter a próxima aula. No momento que uma de suas mãos
deslizou pelo meu corpo, no mesmo instante o meu pau, que
parecia adormecido, ganhou vida, ficando mais duro que uma barra
de aço, suas veias salientes logo ficaram em evidência. Contudo,
minhas feições mudaram e minha mandíbula travou, deixando o
anjo a minha frente com uma expressão temerosa ao pensar que
novamente iria afastá-la de mim, porém, me recriminava
mentalidade assim que me lembrei do que havia esquecido. Ela
vendo meu estado de confusão, puxou sua mão e já estava prestes
a se afastar, mas acabei a puxando para que o seu corpo todo
ficasse sobre o meu.
— Eu achei que você iria me afastar novamente?
— Isso jamais. Entretanto, você me deixou tão enlouquecido
que acabei esquecendo-me de usar um preservativo — ela acabou
se dando conta das consequências do que poderia acontecer. — Irei
providenciar um método contraceptivo de emergência, porém, será
preciso que você vá a uma ginecologista. Já que não poderá fazer
uso do medicamento com frequência, que é basicamente uma
bomba hormonal.
— Eu já vou todo mês a uma ginecologista. Esqueceu-se de
quem sou filha, quando eu tinha 12 anos, começou a surgir um
pequeno nódulo na região dos meus mamilos. Como era algo muito
doloroso, que me causava um desconforto terrível, Gisele acabou
decidindo que eu precisava do acompanhamento de uma
profissional. Mas, acho que na verdade era para não ser ela a
pessoa que me explicaria sobre as mudanças que iam ocorrer no
meu corpo durante a puberdade.
Depois de ela proferir as palavras que me trouxeram uma
sensação de alívio. Ângela desgrudou o corpo do meu e sentou-se
sobre a minha pélvis, para logo em seguida começa a esfregar sua
boceta volumosa e macia contra o meu membro.
Um sorriso largo surgiu no meu rosto quando ouvi as
palavras que foram ditas em seguida, fazendo-me indagar a mim
mesmo que tipo de monstro eu criei.
— Já podemos fazer de novo?

Algum tempo depois...


Ângela Souza
Estou deitada no estofado macio da sala de César, enquanto
ele subiu para o seu quarto para trocar de roupa. Minutos atrás,
tomei o comprimido que certamente foi comprado pelo senhor
Santiago. O silêncio é predominante a minha volta, o que me faz
fechar os olhos e divagar em meio às lembranças dos momentos
que passamos dentro da masmorra da luxúria.
Eu fui atropelada não por um caminhão e sim um furacão
chamado Cesar Medeiros. O que me faz questionar como alguém
pode ser tão grande em todos os sentidos. A sensação que tenho, é
que aquele membro descomunal, que mais parece uma cobra que
foi criada em cativeiro, alimentada com fermento e cresceu além do
normal, ainda estava dentro de mim. A minha intimidade está
latejando, meu clitóris está dolorido, inchado e mesmo estando toda
ardida, já estava sedenta pelos seus toques.
Eu fui cutucar a onça com vara curta e acabei sendo
devorada, pois, assim que ouviu minhas palavras, um sorriso largo e
ao mesmo tempo perverso, surgiu na sua face.
“— Já podemos fazer de novo?”
“— Não brinque com fogo anjo, pois pode acaba se
queimando.”
“— Eu quero me arder em suas chamas.”
Suas mãos ágeis se moveram e ele colocou uma em cada
lado da minha cintura, levantou-me um pouco para que ficasse
posicionada na direção do seu pênis, logo depois o acomodou na
entrada da minha vagina.
“— Agora me mostre que é uma boa aluna.”
Engoli em seco e por alguns segundos, o medo me envolveu
quando um único pensamento ficou fixo em minha mente. Olhei
para aquela ferramenta dura como barra de aço e estremeci toda ao
pensar que antes do prazer viria à dor.
“— Então o anjo ficou com medo?”
Olhei para o homem que tinha um sorriso sarcástico no rosto
e aquilo só despertou em mim o mais profundo dos instintos
primitivos.
“— Como um bom mestre, jamais subestime a sua aluna.”
Com um movimento energético dos quadris, lentamente fui
descendo e seu membro foi deslizando pelas paredes aveludadas
da minha vagina. Um choramingar desesperado saiu rasgando a
minha garganta, mas mordi com firmeza o meu lábio inferior e
continuei descendo mais um pouco. Minhas pernas tremiam, porém
mantive meu olhar fixo nele e comecei a remexer ainda mais os
quadris, sendo arregaçada toda, até que pudesse ajustar o seu
tamanho animalesco dentro de mim. Quando a minha boceta já
tinha devorado o seu pênis, que começou a pulsar fortemente
dentro mim, dando-me a sensação inigualável de estar
completamente preenchida, senti meu corpo inteiro ficar trêmulo e
minha respiração ofegante.
— Hummmmm... — gemidos de dor e ao mesmo tempo
prazer saíam pela minha boca.
— Continua, quero sentir essa bocetinha esmagando o meu
pau — falou num tom provocativo.
Aquelas palavras soaram como músicas para os meus
ouvidos. Meus quadris começaram a se mover num ritmo alucinante
e gemidos altos saiam pelos seus lábios. Os olhos dele brilhavam
intensamente, o desejo estava espelhado neles e saber que eu
estava arrancando ruídos de arrebatamento do homem que era um
dominador nato e experiente, me fez sentir poderosa. Como se já
tivesse feito aquilo antes, comecei a cavalgar como louca e ele por
sua vez, intensificou o contato de suas mãos em minha cintura, me
fazendo subir e depois descer, tendo seu membro enterrado todo
dentro da minha vagina faminta. Todo o meu corpo se tencionou
com o prazer proporcionado pelo calor emanado do seu pênis
latejante dentro do meu canal apertado.
“— Anjo... — murmurou ele.”
“— Você não pode gozar agora — eu disse firme.”
Eu estava ensandecida e o calor escaldante no meu interior
atravessou o seu pau, no mesmo momento, aumentei o ritmo dos
meus movimentos. Enquanto o safado tinha a visão da minha
boceta engolindo o seu membro por inteiro, eu continuei a me
remexer e em cada movimento, meu corpo ficava mais quente,
como se estivesse em chamas. Ele fechou os olhos e seu corpo
todo começou a sacudir, eu achei que ele já estava no seu limite,
contudo, antes que eu chegasse a até a base do seu comprimento,
o homem se levantou e acabou me levando junto.
Assim que o meu corpo foi de encontro à grade e o colchão
afundou um pouco com o nosso peso. Um ruído escapou pelos
meus lábios quando senti o frio do ferro em minhas costas, me
causando um pequeno desconforto. Com o corpo musculoso colado
no meu, pude sentir a sua respiração quente em contato com a
minha pele. Sem ao menos me dar tempo para reagir, já que seus
lábios deslizaram sem atrito ao longo do meu pescoço, se detendo
em meus seios, ele começou a sugar, chupar e foi distribuindo
pequenas mordidas de leve em meus mamilos. Suas mãos ficaram
fixadas em minhas pernas e ele as levantou me fazendo entrelaça
em volta da sua cintura e sem demora, a cabeça do seu membro
entrou em contato com minha fenda molhada.
Medeiros começou a penetrar-me vigorosamente, enquanto
isso, sua boca insaciável devorava os meus seios e ruídos
ensurdecedores ecoavam a nossa volta.
“— Ahhhh!” — para aumentar o meu tormento, ele prosseguiu
aumentando a força e a velocidade da penetração, enterrando a
anaconda indomável até o ponto mais profundo.
“— Essa bocetinha gulosa está tão quente.”
Minha intimidade pulsava descontroladamente. Seu pau
entrava e saía de mim intensamente. Me fodendo e seus
movimentos habilidosos me faziam perder o fôlego.
“— César, eu... Eu...”
“— Calma, anjo, eu vou satisfazê-la” — ele prometeu.
No mesmo instante, seus quadris começaram a se mover
com mais agilidade, me levando à loucura com suas estocadas
furiosas.
“— Ai, eu vou gozar.”
“— Goza de prazer no pau do seu homem.”
Eu gemia sem parar, sentindo meu ventre ser contraído por
pequenos tremores de deleite. César rangeu os dentes e tomou a
minha boca, engolindo a minha língua e sugando com entusiasmo.
Senti seu membro inchar e minha boceta apertou ainda mais seu
pênis. Numa estocada mais profunda, gritamos juntos, em seguida,
alcançamos o êxtase.
Minutos depois, quando o ritmo dos nossos batimentos
cardíacos, assim como nossa respiração se estabilizou, acabei
liberando as minhas pernas que estavam enroscadas no seu
quadril. Mas, quase fui ao chão, pois estava enfraquecida, e mal
conseguia sustentar meu próprio peso. César se afastou e logo
depois me pegou em seus braços, levando-me direto para o
banheiro. Um banho onde ele apenas cuidou de mim, passando um
óleo em minhas costas que foi atingida pelo golpe desferindo com o
chicote.
— Anjo!
Meus pensamentos foram interrompidos pelo som da voz dele. Meu
olhar ficou cravado na figura alta que já estava arrumado e
deliciosamente cheiroso.
— Vamos almoçar. Você deve estar faminta — falou me
estendo uma de suas mãos.
Seguro e quando começamos a caminhar rumo à sala de
refeição, eu só pensava em uma única coisa. Que o cardápio não
fosse uma daquelas comidas que minha mãe sempre manda fazer.
Capítulo 35

Ângela Souza
Chegamos à sala e assim que nos acomodamos, a
comida começou a ser servida. Meus olhos recaíram sobre as
travessas de porcelana que foram colocadas em cima da mesa.
— Sei que está acostumada com pratos mais sofisticados
e leves, mas...
— Está tudo perfeito — disse sem dar tempo de ele terminar
de falar. — Podemos comer agora, como você mesmo supôs. Eu
estou faminta. — disse, colocando três conchas de arroz, depois
duas de feijão, dois pedaços de bifes suculentos, salada e bastante
batata frita.
Dali em diante a calmaria só fui interrompida pelo som dos
talheres, pois em questão de minutos eu devorei aquele prato de
pedreiro e acabei repetindo. Quando me dei por satisfeita, ao
levantar a cabeça, ele tinha um sorriso cínico no rosto.
— Como alguém tão magra pode comer tanto?
Um pensamento passou de supetão e as palavras
mantiveram-se na beirada da minha língua e quando dei por mim,
acabaram por escaparem nem me dando tempo de contê-las.
— Da mesma forma que uma anaconda gigante coube na
minha grutinha.
Senti minhas bochechas queimarem de vergonha. Ele soltou
uma gargalhada estrondosa que reverberou por todo o ambiente,
aumentando ainda mais o meu constrangimento. Para mudar de
assunto, pergunto.
— O que faremos agora?
— Acabei não perguntando. O que disse em sua casa para
poder vir até aqui?
— A filha de Nina, sofreu um acidente e dei folga a ela, para
ficar lhe acompanhando. Então, eu acabei por dizer a Marta, que ia
almoça com uma amiga.
— Então, eu sou uma amiga?
— Foi à única coisa que veio em minha mente.
Assim que eu termino de proferir as palavras, meu celular
que estava em cima da mesa, começou a vibrar. Meu coração
disparou ao ver o nome do meu pai no visor do aparelho.
— O que foi anjo?
— É o meu pai — rapidamente atendi a ligação. — Oi, pai.
— Princesa, eu liguei para casa e Marta disse que você havia
saído.
— Sim, vim ao shopping com uma amiga e estamos
almoçado juntas — recrimino-me mentalmente por estar mentindo.
— Sua mãe gostou em saber que, enfim, começou a fazer
amizades e principalmente ao ouvir que está no shopping.
Só podia ser dona Gisele. Novamente uma ideia passou pela
minha cabeça e não sei qual seria a reação de César ao ouvir o que
eu estava prestes a dizer.
— Ela me convidou para dormir na casa dela, mas não dei a
resposta, já que ia perguntar a vocês — disse com os olhos
cravados no rosto do homem que tinha uma expressão indecifrável.
O silêncio se fez presente do outro lado da linha e quando
este foi interrompido, em vez do meu pai, é minha mãe quem fala.
— Até que fim você começou a fazer coisas que meninas da
sua idade fazem. Eu te dou autorização e aproveite para aprender
com a sua amiga a se vestir de forma mais elegante e a ser mais
popular. Não se esqueça de estar em casa antes das nove da
manhã, agora preciso desligar.
A mulher encerrou a ligação sem nem me dar tempo de dizer
mais nada. Minha atenção se voltou para o homem que continuava
me encarando com um olhar que eu não sei decifrar.
— Desculpas por ter dito que ia dormir aqui sem ter falado
com você antes.
Medeiros acabou se levantando e caminhou em minha
direção, e ao parar em minha frente, estendeu uma das mãos me
incitando a levantar. Sem saber o que estava por vir, acabei fazendo
o que ele queria e ao ficar de pé, o homem colou o seu corpo ao
meu, para logo em seguida beijar o meu pescoço e fez uma trilha
até o meu ouvido.
— Não será a primeira vez que você dorme aqui. A diferença
que agora será em minha cama — senti uma onda escaldante
apoderar-se de todo o meu ser pela expectativa do que iria
acontecer.

Horas depois...
Depois da adrenalina em volta do meu corpo ter se esvaindo,
eu comecei a sentir as consequências de tanto fogo. Meu corpo
estava dolorido e quando fui tomar banho, sozinha, minutos atrás,
ao passar os dedos pelas grandes lábios da minha intimidade para
lavar, senti uma forte ardência. Instantes depois, de banho tomado
e, vestida com uma das camisas dele, agora, eu estou esparramada
sobre a cama macia enquanto ele está tomando seu banho.
O ambiente ao meu redor, além de bem luxuoso, a
decoração era bem masculina, cores neutras, bastante espaço e
aconchegante. Minha atenção se voltou na direção da porta quando
ele surgiu com uma toalha enrolada em volta da cintura e
segurando dois potes em uma das mãos. Depois de algumas
passadas, chegou até a cama e se sentou, só então vi que um dos
potes era de óleo lubrificante íntimo e o outro um creme para
assadura.
Hoje, sem dúvida, era o dia das minhas bochechas ficarem
em chamas, pois rapidamente senti como se estivessem pegando
fogo. César chegou mais perto e seu cheiro inebriante atiçou todos
os meus sentidos. Ele levou sua boca de encontro aos meus seios
e começou a chupar e a sugar. Segundos depois, sua boca cálida
tomou a minha e sua língua me invadiu com seu toque quente e
convidativo, acariciando a minha e iniciou-se um verdadeiro duelo,
numa dança que parecia estar em perfeita sintonia.
Minutos depois, o beijo que começou agressivo e selvagem,
havia se acalmado. Meu coração permanecia descompassado,
estava tão perdida em um misto de sensações, ele havia novamente
acendido a fogueira que tinha se apagado com o desconforto que
ainda estava sentindo minutos atrás.
Movida pelo desejo e a vontade irracional, então pergunto.
— Vamos fazer de novo, Mestre?
— Aqui você não precisa me chamar de Mestre. Contudo,
essa bocetinha gulosa precisa descansar e como você disse, a
anaconda — ele fez uma pausa como se tivesse se controlando
para não sorrir, era delicioso ver que o homem que sempre exibia
uma expressão sombria, hoje estava com um ar suave em sua
face. — A grutinha precisa ser preservada, desta forma mostrarei a
você que existe outras formas de sentir prazer sem precisar de uma
penetração profunda. Então faremos um 69, desta forma você terá o
prazer que tanto deseja e aprenderá a fazer o seu homem senti o
mesmo.
— 69? O que é isso?
Ele pegou o pote que tinha o óleo lubrificante e o abriu,
melando bem os dedos da mão direita. Depois se deitou sobre a
cama e em seguida desatou a toalha, revelando o seu membro que
estava em estado flácido, e não ereto. Porém, à medida que ele foi
falando a criatura foi endurecendo, ganhando firmeza.
— Você vai tirar essa camisa — fiz o que ele falou. — Agora
vai subir em cima de mim, dando-me a visão das suas costas e
depois arrastar o seu corpo até que essa bocetinha fique na
direção da minha boca e a sua na direção do meu pau.
Aquilo parecia um tanto constrangedor, mas me lembrei das
palavras dele, que esse também seria o meu mundo e até agora, eu
estava fascinada por tudo que havia experimentado. Então deixo o
medo de lado e faço exatamente como ele ordenou, tendo em
minha frente aquele membro que estava a todo vapor, querendo ser
domado. Dei um gemido alto quando sua mão atingiu a minha
nádega e meus olhos se arregalam quando ouvi suas palavras.
— Em breve será a fonte do meu prazer. Anjo abra mais
suas pernas — disse aquilo para expor ao máximo a minha boceta
ao seu olhar. Enquanto minhas mãos tocaram o seu pênis. Sinto seu
hálito quente próximo a minha vagina e não demorou muito para os
seus lábios macios, encostarem-se em meu sexo. Estremeci e meu
corpo todo se arqueou, quando sua boca gulosa se apoderou de
toda minha intimidade e chupou meu sexo freneticamente.
Acabei fazendo o mesmo e de forma desajeitada, coloquei
seu membro na minha boca e fui sugando até onde dava conta.
Acho que estava fazendo da forma certa, pois, gemidos saiam da
boca dele em meio ao massacre que estava fazendo na minha
intimidade.
Seus lábios roçavam os grandes lábios do meu sexo e sua
língua passeava com movimentos implacáveis pelo meu clitóris.
Comecei a tremer e senti os seus dedos umedecidos de
óleo acariciando a entrada do meu ânus, fazendo movimentos
circulares, me deixando cada vez mais úmida. Temerosa pelo que
viesse acontecer, eu parei de chupar o seu membro pulsante e as
palavras saíram sem que eu pudesse segurar.
— Isso não! — mas, acabou não surtindo efeito, pois ele
forçou dois dos dedos que aos poucos foi deslizando entre as
paredes apertadas, me causando um desconforto terrível, ao ponto
de um grito ensurdecedor ecoar dentro do quarto e as lágrimas
surgirem nos meus olhos.
— Está doendo. Pare, por favor! — disse com a voz chorosa.
— Você precisa confiar em mim — disse ao afastar sua boca
do meu sexo. E, por alguns segundos se manteve imóvel, enquanto
a dor aos poucos foi se dissipando. César abocanhou novamente o
meu sexo e então começou a movimentar os dedos que estavam
dentro de mim. No mesmo instante, sua língua trabalhava no ponto
delicado e latejante que suplicava por atenção.
A dor começou a dá lugar ao prazer e para aumentar o meu
tormento, sua língua continuava a explorar o meu clitóris, com uma
habilidade avassaladora, friccionando o meu sexo úmido e latejante.
Ao mesmo tempo, sentia o mergulho rítmico dos seus dedos dentro
da minha fenda. Sem que me desse, conta, comecei a remexer
meus quadris rapidamente e sua boca faminta sugava minha
boceta como se fosse uma laranja, a qual ele queria espremer,
deixando só o bagaço.
Minha cabeça estava a mil, perdendo todo o meu
autocontrole comecei a suplicar.
— Depressa.
Fui inundada pelo prazer, quando mergulhou mais fundo e
girou seus dedos me alargando ainda mais. Disposta a proporcionar
a ele a mesma sensação, comecei a deslizar minha língua pela
extensão daquele pênis que estava carente de atenção e logo
depois minha boca encontrou a cabeça rosada e suculenta daquela
sucuri que estava com um líquido cremoso em cima da sua fenda e
ao contrário do que acontece quando uma cobra se depara com sua
presa, fui eu a dar o bote, engolindo com precisão. Arrancando
gemidos agonizantes de prazer entrecortados pela minha intimidade
que estava esmagando a sua boca.
César aumentou o ritmo dos seus movimentos e eu fiz o
mesmo. A sensação era que meu coração estava queimando como
se fosse explodir e meu corpo estava em chamas. Não consegui
mais pensar em nada. Somente sentir o seus dedos explorando o
meu orifício. Simultaneamente, sua língua exerceu uma
manipulação hábil em meu clitóris, me levando a loucura.
Totalmente insana, me contorci como se estivesse com cólicas,
porém, era um prazer inexplicável que tomou conta de cada
centímetro do meu corpo.
Entre gemidos e suspiros consegui dizer algumas palavras.
— E... Eu não esto... Estou aguentando mais.
Seus quadris agora pareciam estar descontrolados,
enquanto eu sugava a cabeça do seu pênis. Minha boceta se
contraiu avidamente. Eu já não aguentava mais e explodi em um
orgasmo incrível, que sacudiu meu corpo todo. Ele também chegou
ao seu limite, visto que a minha boca foi invadida pelo seu líquido
em jatos potentes. Concentrei-me em engolir tudo, até a última gota.
Ofegantes, e na posição contraria do que estava antes. Meus
olhos estão fixos nos dele, que me olhavam como se estivesse
hipnotizado, porém, depois que um esboço de um sorriso surgiu no
seu rosto, aquela boca deliciosa que me fez sentir uma sensação
como se estivesse flutuando se entreabriu.
— Gostou, anjo?
— Hum. Não sei dizer. Acho que você terá que fazer de novo
para eu ter certeza.
Ele deu uma gargalhada.
— Que bom! Vejo que teremos algumas aulas extras até
você ter certeza.
Desta vez fui eu que comecei a sorrir. Não sei o que o futuro
nos reserva, mas naquele momento, eu me sentia amada, feliz e
realizada.
Capítulo 36

Na manhã seguinte...

César Medeiros

A sensação térmica começa a baixar, a chuva começa a


ficar mais grossa. Desde que Santiago saiu para deixar o anjo em
casa, que minutos depois começou a chover.
Estou sentado na varanda, meus olhos vão de encontro ao
copo em cima da mesa de centro e assim que pego, levo-o até a
minha boca e bebo mais um gole do uísque que é para me aquecer
e torno a olhar para o jardim a minha frente.
Os meus pensamentos se resumem nas lembranças do dia
anterior. De como todo o meu corpo vibrou dos pés até o último fio
do meu cabelo, ao ouvir as palavras dela sobre passar à noite em
minha casa, não que ela já não tivesse dormido aqui antes, porém,
seria a primeira vez em minha vida que, além de dormir a noite toda
ao lado de uma mulher, ainda a colocaria sobre a minha cama. Uma
noite cheia de carícias e embora louco de desejo para sentir
novamente o calor do seu interior em volta do meu pau, ela se
mostrou uma aluna exemplar e mesmo ainda inexperiente, soube
proporcionar ao seu homem, sensações que nem a mais treinada
das submissas conseguiria.
Sentia uma necessidade descomunal de ter para sempre o
corpo dela colocado ao meu, contudo, era assustador a ideia de
saber que dividiria a minha vida para sempre com uma mulher.
Ainda mais sabendo que por causa de uma, a minha vida mudou
para sempre e se não fosse por Santiago, não estaria vivo. Lindas
como uma rosa, porém, algumas têm espinhos que ao serem
cravados em sua carne, podem não deixar uma marca que fique
visível exteriormente, mas que no interior são capazes de destruir a
alma. Entretanto, no meio de algumas roseiras, acaba por
ter as ervas daninha ao seu redor, mas, sempre vai ter aquela rosa
que nada poderá impedir que ela desabrochasse e mostrasse toda
a sua magnitude. Uma rosa em forma de mulher, que trouxe uma
luz que acabou afastando as trevas e os sentimentos obscuros que
estavam enraizados em meu coração, deixando-me cada vez mais
perto de conhecer novamente o amor.
Deixo os pensamentos de lado e me concentro na minha
realidade, já estava na hora de decidir quais serão os meus planos
para o futuro. Sempre tive por lema "viver cada dia de uma vez,
como se não houvesse amanhã", mas agora tudo é bem diferente.
Todavia, entre dúvidas e incertezas, sensações e sentimentos
inexplicáveis, causando-me uma onda devastadora, a única certeza
que tenho é que não importa os obstáculos, se terei que mover
céus e terras ou até mesmo ir ao inferno.
Eu não estou disposto a me afastar dela.
Ângela Souza
Estou deitada na minha cama, toda enrolada com meu
edredom. Eu estava exausta mesmo tendo dormindo bem. Fiquei
pensando em tudo que havia acontecido, desde o momento que
acordei hoje.
Ainda eram sete horas da manhã quando fui despertada ao
sentir o peso do corpo enorme sobre o meu e o homem sugava os
meus seios como um bezerro esfomeado. Seu membro já rígido e o
atrito dele se esfregando contra o meu sexo, acabou fazendo a
temperatura do meu corpo subir. No entanto, ele só ficou naquela
tortura deliciosa, que estava me levando à loucura e no momento
seguinte, acabamos indo tomar banho.
Algum tempo depois, já de banho tomado e arrumados,
descemos juntos e antes de chegar à sala, um cheiro delicioso
invadiu minhas narinas. Meu estômago começou a roncar e parecia
ter um buraco negro em minha barriga. Em passos lentos,
caminhamos até o cômodo, quando na verdade eu queria era sair
correndo e chegar o mais rápido possível e, devorar tudo que
estivesse sobre a mesa.
Podem até achar que sou gulosa, mas, segundo Nina, desde
os primeiros dias do meu nascimento, já era um bebê faminto. Tanto
que com cinco dias de nascida, Gisele me apresentou a chamada
mamadeira, pois, a mulher que sempre foi muito vaidosa, já estava
cheia de olheiras, devido ao fato de eu gritar tanto a noite, de fome,
e passar boa parte da madrugada sugando os seus seios, ela
mandou Nina comprar leito em pó. Dando-me assim a fórmula em
vez de leite materno.
Tempos depois, deixei a mansão, mas sentia uma sensação
de vazio, como se estivesse faltando uma parte de mim. No meio do
percurso, começou a chover e agradeci mentalmente por ser
domingo ou teríamos enfrentado um grande engarrafamento.
Cheguei em casa e Marta surgiu no jardim com um guarda chuva
para que eu não fosse molhada pela chuva. Assim que adentrei a
sala, o meu celular começou a tocar e era Nina quem estava me
ligando.
— Bom dia, filha.
— Bom dia, Ninoca.
— Liguei para lhe avisar que Ana já está em casa.
— Que notícia ótima.
— Irei amanhã cedo, pois, a minha sobrinha chegará amanhã
a noite do interior e ajudará Ana, com a pequena Victória.
— Eu já estou com saudades, mas o certo é você vir
quando já estiver deixado Ana em boas mãos e ainda nesses
primeiros dias, será essencial ter a mãe por perto.
— Obrigada, filha.
— Não tem nada que agradecer. Eu amo você e também a
sua família.
Ficamos ainda um bom tempo conversando e quando dei a
ligação por encerrada, subi para o meu quarto e depois de jogar a
bolsa no chão, acabei me esparramando sobre a cama e só
minutos depois que me movi para ajustar a temperatura do
ambiente e puxar o cobertor. Fiquei perdida em meio aos devaneios
até que acabei dormindo.

Horas depois...
Quando acordei, foi com Marta chamando-me, já que era
hora do almoço. Depois que já havia comido, voltei para o meu
quarto, pois ainda estava meio sonolenta e acabei adormecendo
novamente.
Novamente meus olhos se abriram há exatamente uma
hora atrás e assustei-me ao ver que já era noite. Acabei jantando e
vim para o meu quarto assistir um filme, pois a minha fiel
companheira das noites de domingo não estava. Meus
pensamentos foram interrompidos quando um anúncio surgiu entre
o filme, informando o próximo que iria ser exibindo. Meu olhar ficou
cravado na tela e o trailer exibindo despertou minha total atenção
"CINQUENTA TONS DE CINZAS".
Meia hora depois, o filme que eu estava assistindo acabou e
já estava na expectativa pelo que estava por vir em seguida.
Segundos e minutos se passaram e eu não conseguia desviar os
meus olhos da TV. Tudo aquilo parecia muito familiar, desde as
iniciais dos nossos nomes e os detalhes do quarto vermelho com a
masmorra da luxúria, até um dominador e sua submissa. Porém, a
única diferença era que o meu dominador era muito mais bonito e
gostoso que o Christian Grey da Anastácia.
Continuo com olhar fixo nas imagens, até que o contato
visual foi quebrado pelo barulho do meu celular e era uma chamada
de vídeo de César.
— Como você está?
— Bem, acabei dormindo o dia todo. Meu corpo parecia que
tinha sido esmagado por um caminhão — ele começou a gargalhar.
— Tudo sua culpa — eu disse em seguida.
— Não se faça de inocente, anjo. Que a monstrinha
insaciável e atrevida bem que gostou de sentir o peso do meu corpo
sobre o seu e o calor do meu pau dentro dessa grutinha, a
expandido até o seu limite.
Engulo em seco. E suas palavras já causaram um tremor
violento em meu corpo, o frio que estava sentindo pela temperatura
do ar condicionado deu lugar a um calor escaldante. Ficamos ainda
bastante tempo conversando, até esqueci-me do filme e assim
que ele encerrou a ligação, já que eu teria aula no dia seguinte. O
filme, Cinquenta tons de cinzas, já estava na cena final onde a
mocinha entrou no elevador.
Desligo o aparelho, mas assim que tiver tempo, irei assistir
com calma o filme todo. Não sei quanto tempo se passou, mas,
deixei-me ser envolvida pelo sono profundo.

Manhã seguinte...
Como diz Nina, quem dorme cedo acaba madrugando e foi
justamente o que aconteceu. Como não estava disposta a chegar
atrasada, já que o primeiro horário era aula de Sociologia. Depois do
desjejum, saí alguns minutos antes do que era acostumada, o que
foi muito bom, pois o trânsito estava até calmo, como se hoje fosse
dia de feriado.
O carro parou assim que chegou a frente da escola. Depois
de descer do veículo, dei algumas passadas na direção do portão,
quando estava prestes a chegar até a entrada, senti uma mão
forte segurando o seu braço, meus batimentos aceleram e sabendo
de quem se tratava virei-me imediatamente.
— Eu preciso falar com você.
Capítulo 37

Ângela Souza
— Eu preciso falar com você.
— Em primeiro lugar solte o meu braço — disse num tom
grosseiro e ele imediatamente me soltou.
— Eu sei que você deve estar magoada pelo que eu fiz, mas
saiba que estou profundamente arrependi...
Antes que ele viesse a continuar, foi interrompido pela voz
grossa que ressoou a nossa volta.
— Algum problema, Ângela?
Meu olhar caiu vagarosamente sobre o homem alto e bonito,
estava impecavelmente vestido com um terno italiano, azul. Meu
coração deu cambalhotas ao vê-lo parado ali em plena luz do dia,
com uma expressão fechada no rosto, o que só me deixou com
mais vontade de agarrá-lo. Pelas suas feições e o olhar que eu já
conhecia bem, sabia que estava enfurecido pela presença de
Augusto e antes que viesse a dizer alguma coisa, num abrir e fechar
de olhos, em minha mente um pensamento surgiu e depois se
esvaiu numa velocidade impressionante. O que me deixou desejosa
ao lembrar que certamente hoje, eu receberia uma boa punição.
— Está tudo bem professor. Só ia dizer a esse garoto que
nós dois não temos nada para conversar.
— Ângela, e... Eu... — nem o deixei prosseguir.
— O que você fez, já foi feito.
— Eu gosto de você — falou num tom alto e suas palavras
me causaram uma grande irritação.
— A diferença é que eu não gosto de você e sim de outra
pessoa. Agora se quer realmente ter uma atitude digna de um
homem e não um moleque. Se mantenha bem afastado de mim.
Por alguns segundos o medo tomou conta de mim, pois,
enquanto Augusto parecia desnorteado, meu olhar foi do rosto do
homem a minha frente para o seu pescoço cheio de veias salientes,
desviei rapidamente e logo o detive em uma de suas mãos que
estava fechada em punho. Temerosa de que algo pudesse
acontecer, assim que ia me aproximar dele, o barulho da sirene
ecoou em toda sua potência.
— Professor, vamos!
Embora fosse contra a sua vontade, mas quando uma
multidão passou por nós, ele enfim resolveu se mover e assim como
eu, começou a caminhar para dentro do lugar.

Horas depois...
Estávamos na hora do intervalo, enquanto os demais ficaram
na cantina. Eu acabei deixando o lugar e já estava prestes a ir em
direção ao corredor que dava acesso a minha sala de aula, quando
a imagem que apareceu em minha frente teve para mim o efeito de
uma muralha. O que me impediu de seguir adiante.
Dei alguns passos para trás, para que o casal a minha frente
não visse que eu estava ali. Não demorou muito para que a voz da
senhorita Marina fosse ouvida por mim.
— César, eu queria aproveitar que estamos a sós e perguntar
se gostaria de jantar comigo hoje? — de repente minha respiração
começou a ficar pesada, já estava sentindo o meu pulmão arder,
como se pegasse fogo, mas nada havia me preparado para as
palavras que ouvi em seguida.
— Embora a sua companhia seja agradável. Acredito, eu,
que a minha mulher não iria gostar que eu viesse a sair com você.
— Eu não sabia que você era casado?
— E não sou, mas um pedaço de papel não vale mais do quê
o que eu sinto por ela.
Meu coração estava descompassado e com isso, o ar estava
cada vez mais escasso e não tive alternativa, a não ser voltar a
andar na tentativa desesperada de chegar até a sala e pegar a
minha bombinha. Com passadas rápidas, me aproximei do casal e
a senhorita Marina tinha o rosto vermelho, indicando que estava
com raiva.
Quando o olhar dele encontrou o meu, suas feições mudaram
ao perceber que eu não estava bem e acabou vindo ao meu
encontro.
— Você está bem?
Abri a boca, mas, nenhum som saiu por ela e como não era
novidade alguma que ele tivesse o dom de ler os meus
pensamentos. O homem parecia um louco ao sair correndo pelo
corredor na direção da sala, acabei parando ali, já que meu coração,
que antes batia num ritmo forte de felicidade, agora, os batimentos
estavam fracos e eu já estava começando a ver tudo girando ao
meu redor quando ele surgiu em minha frente com o pequeno objeto
que era a minha salvação. Depois que minha respiração voltou ao
normal, fiquei intrigada de como certas coisas me faziam ter uma
crise asmática, enquanto todas emoções que eu sentia ao ser
possuída com força, por ele, mesmo deixando os meus pulmões aos
espasmos e o coração disparado, não era preciso fazer uso da
minha bombinha.

Algum tempo depois...


Estou caminhando em direção ao portão quando o meu
celular começa a vibrar dentro da bolsa. Pego o objeto e era ele
quem estava me ligando.
— Oi!
— Anjo, eu pensei que poderíamos almoçar juntos?
Embora a comida da casa dele fosse deliciosa e sua
companhia também. Eu precisava ter o meu espaço e se deixasse,
daqui a pouco já não teria mais tempo para fazer aquilo que gosto.
— Vou almoçar em casa. Mas, irei hoje mais cedo para sua
casa, pois, na próxima semana os meus pais estão chegando de
viagem.
O silêncio só não era absoluto porque conseguia ouvia o
som da sua respiração do outro lado da linha e duraram alguns
segundos até ele interromper a calmaria.
— Aguardo você.
Depois de desligar o celular e guardar dentro da bolsa, passei
pelo portão e Alberto já estava me esperando.

14h00minh00min / Horário em São Francisco, CA, EUA.


Acabei chegando uma hora antes do horário e antes de sair
do carro, resolvi falar com o senhor Alberto.
— Aproveite para fazer as compras que o senhor tinha
mencionado que sua esposa pediu.
— Sua aula vai terminar daqui a duas horas, então vou
acabar chegando atrasado.
— Não tem problemas. Passei duas semanas sem ter aulas e
o professor ficou de repor.
— Sendo assim, farei o que você disse.
Sem nada mais para dizer, abri a porta e comecei a andar em
direção ao jardim. Alberto fez o retorno e o portão foi aberto e em
questão de segundos, o veículo desapareceu da minha vista,
quando virei-me, César estava vindo em minha direção. E, aquelas
mãos enormes foram de encontro a minha cintura, puxando-me
para junto de si e sua boca, antes de tomar a minha, parou perto do
meu ouvido.
— Espero que sua respiração esteja normalizada, pois, hoje
você vai receber uma punição que a fará ficar descontrolada de
tanto prazer.
Um arrepio subiu por minhas costas e sua boca tomou a
minha num beijo avassalador, de tirar o fôlego e deixar-me toda
excitada. Nos minutos seguintes, estava dentro da masmorra da
luxúria e enquanto César começou a andar na direção da cama, eu
fui explorar o lugar.
— Anjo, venha!
Voltei para onde ele estava e ao parar em sua frente, disse.
— Por qual motivo resolveu fazer o ambiente no subsolo? —
há dias eu estava com vontade de perguntar por que em vez de um
quarto no andar de cima, ele escolheu uma masmorra.
— Gosto de ver a curiosidade da minha aluna favorita. Mas,
respondendo a sua pergunta, a masmorra no BDSM vem trazer
aquele cenário de dominação e submissão. Para ser mais preciso,
antes eram feitas para punir prisioneiros, mostrando assim quem
tinha o poder. Em alguns níveis mais elevados, o chicote, ele não é
só usado para proporcionar prazer e sim açoitar a submissa,
deixando marcas até profundas em sua pele — minha expressão se
transforma numa espécie de máscara dura e fria.
— Não importa em que nível eu esteja, se você, me açoitar,
ou ficar com outra mulher, nunca vou perdoá-lo.
Ele vem até mim e coloca suas mãos em minha cintura e em
seguida encosta o meu corpo na grade da cama.
— Você é toda minha e o que faremos sempre aqui, será
para o meu prazer e o seu.
Dito isso, ele começou a me beijar com ardor, não resisti, e
entreguei-me aquele beijo. César parou o beijo e lentamente
começou a beijar meu pescoço, subiu novamente e com aquela
boca espetacular, me engoliu, enfiando sua língua macia que pediu
passagem e acariciou a minha, causando-me uma sensação
inacreditável. Logo depois, suas mãos ágeis começaram a me
despir e ao me deixar totalmente exposta a sua mercê, ele começou
a se livrar das suas vestes.
— Entre!
Entrei no ambiente e deitei sobre aquela cama grande e
macia. Medeiros veio logo em seguida e subiu em cima de mim,
depois de me beijar ardentemente. Seus lábios escorrem dos meus
lábios para o meu pescoço. Senti sua respiração contra minha pele
e gemidos dados por mim ecoam no ar, sua boca deslizou ainda
mais e chegou até os meus seios, contornando meus mamilos com
a língua e, depois começou a devorar os meus seios com sua boca
gulosa, chupando, sugando em um ritmo alucinante.
Os gemidos mais intensos, altos e desprovidos de qualquer
pudor, saem involuntariamente de mim e, ao afastar sua boca dos
meus seios, iniciou novamente uma trilha de beijos até chegar ao
meio das minhas pernas, abrindo-as ao máximo com os ombros e
mergulhou de cabeça no meio delas. Senti sua respiração quente
contra minhas dobras molhadas e estremeci mesmo contra minha
vontade. O insaciável dono daquela boca faminta não parava de
esfregar o seu rosto no centro do meu sexo. Apertando a minha
intimidade e em seguida colocou seus lábios suavemente em volta
do prepúcio do meu clitóris e começou a fazer movimentos
circulares, indo para cima e para baixo, chegava até enfiar a língua
dentro da minha fenda. Eu já estava com o corpo todo vibrando
numa onda escaldante, mas, tudo ficou ainda mais intenso quando
sua língua traçou as dobras delicadas da minha boceta e com a
ponta, tocou o meu clitóris endurecido. Deu um beijo abrindo toda a
sua boca, envolvendo meus grandes lábios e começou a me lamber
sem piedade.
Ele afastou sua cabeça me deixando totalmente perdida em
meio a uma sensação de levitação que se apoderou do meu corpo.
— Vire-se! — disse e assim que eu estava prestes a fazer o
que ele ordenou, gelei quando meus olhos encontraram os dois
objetos em cima da cama.
— O que é isso, Mestre? — disse com a voz trêmula.
— Eu te avisei que você receberia uma punição e isso faz
parte dela — disse num tom de voz malicioso.
Capítulo 38

Ângela Souza
— Vire-se, anjo! — sua voz soou num tom autoritário,
desta vez.
— Você não vai colocar isso aí dentro de mim — falei
quando ele começou a mergulhar o plug anal dentro da tigela de
água, como se tivesse lubrificando o objeto.
— Entre as regras, você não foi contra a penetração anal,
tanto que sentiu prazer ao ter os meus dedos dentro desse cuzinho
delicioso. Contudo, para que você sinta ainda mais prazer, precisa
antes passar por essa preparação.
— E o que você vai fazer com esse gengibre? — ele esboçou
um sorriso.
— Lição número um de hoje. Isso se dá o nome de Figging
em BDSM. Uma prática antiga de introduzir o gengibre no ânus.
— Isso tem uma ardência terrível, você disse que, o que
importava era o prazer de ambos e tendo algo me queimando por
dentro, como vou sentir com tanta dor?
— Lição número dois. Sempre confie em seu Mestre, pois,
se você não tiver prazer, de nada adiantará tudo isso. Antes de você
chegar, fiz o processo para diminuir o ardor dele. Assim que eu
retirar o plug que será lubrificado com água, já que uso de
lubrificantes feitos com óleo ou outra substância que cortam o efeito
do gengibre, eu irei introduzi-lo dentro de você. Dessa forma, você
sentira de início um aquecimento suave, então, como o suco vai se
infiltrar em sua carne, a queimação vai crescendo e assim que o
puxar, a única coisa que entrará em você será o meu pau faminto.
Com o ardor ainda presente, vai impedir o apertamento da sua
bumba, ou seja, nçao será possível que você venha contraí-la, o
que poderia causa-lhe uma sensação de desconforto.
Olhei fixamente para o homem que esperava que eu fizesse
o que ele havia mandado. Meus olhos passeiam rapidamente a
nossa volta, tendo a constatação que esse é o pecaminoso lugar
onde eu tenho o poder da objeção, mas também da aprovação.
Um lugar onde o meu corpo está em busca de muito prazer,
mesmo que se oponha ao pudor e se ele disse que jamais faremos
algo que venha a me machucar, eu preciso confiar no meu Mestre.
Deite-me de bruços, tinha a sensação de que todo o meu
corpo estava rígido.
— Anjo, você quer ser amordaçada ou quer algo para
morder? — pergunta num tom provocativo.
A resposta saiu da minha boca e de início minha voz estava
trêmula, mas depois ficou firme.
— Não precisa meu senhor. Deixe-me gritar, pois, só assim
você saberá que se forem gritos de dor, jamais, voltará a fazer isso
comigo. Porém, se for de prazer, terá passe livre para me castigar
quando quiser.
— Tão atrevida — disse, agora com a voz rouca. Não
demorou muito para que o homem levasse uma de suas mãos até a
minha intimidade, que ainda estava encharcada das suas lambidas
e do quanto eu estava excitada minutos atrás. Ele começou a
massagear a pele sedosa do meu sexo, meu corpo que até então
estava duro e pesado, começou a reagir aos seus toques e
involuntariamente movi o quadril para senti melhor a pressão.
Enquanto ele acariciava o ponto delicado, começou a esfregar o
objeto umedecido e gelado em torno da entrada do meu ânus,
explorando aquela região com movimentos cautelosos. César fez
aquilo por várias vezes, apertando-o contra minha carne.
Seus movimentos em meu clitóris aumentaram, ele deslizou
lentamente o plug no pequeno buraco do meu traseiro, me fazendo
arfar e choramingar. Contudo, a manipulação hábil dos seus dedos
incansáveis no meu botão de nervos endurecido, me fez esquecer
o incomodo em minha bunda, e ele por sua vez, começou a
movimentar o objeto em um vai e vem frenético. Gemidos de prazer
escapam pelos meus lábios, eu já estava na beira do
orgasmo quando do nada ele parou, depois, se afastou me
deixando perdida por sua ausência.
— Mestre!
— Quero que você se vire lentamente — disse aquilo
certamente pelo objeto que ainda estava dentro de mim. Fiz
exatamente como ele mandou e enquanto isso, Medeiros se ajoelha
à minha frente.
— Levante agora as duas pernas e coloque a planta dos
seus pés fixos no meu abdômen.
Assim que sigo sua ordem. César, então, segura as minhas
coxas erguendo os meus quadris à altura do seu pênis. Eu podia
sentir a minha vagina completamente aberta naquela posição,
mesmo não tendo autorização para falar, mas movida pela minha
curiosidade resolvi perguntar.
— Mestre, que posição é essa?
— Se chama “A esposa de Indra.”
— A mulher do deus hindu, Indra?
— Sim. Essa posição é apropriada para o intercurso mais
elevado, ou seja, a penetração mais profunda — respiro
profundamente ao ver seus olhos cheios de desejo e tesão.
Sem dizer mais nada, ele começou a passar a cabeça quente
do seu membro na minha entrada. Sem delongas, o meu mestre
mergulhou fundo, a cabeça do seu pênis na abertura estreita da
minha intimidade e foi deslizando logo em seguida todo o seu
tamanho avantajado para dentro de mim. Um gemido desesperado
saiu do fundo da minha garganta e ele começou a se movimentar,
saindo e entrando em mim, num ritmo lento e torturante,
mergulhando seu pênis nas profundezas aveludadas da minha
boceta.
Meu corpo estava tão quente, a sensação de estar
completamente preenchida era indescritível. Porém, ele continuava
naquele ritmo preguiçoso, com estocadas calculadas, o que me fez
suplicar para que ele me invadisse com mais força.
— Por favor, Mestre.
— A minha vontade é foder você com força e forte. Mas, hoje
é só o começo para o seu corpo se acostumar com essa posição e
com o plug ainda dentro de você, precisamos ir com calma, anjo.
Num movimento rápido e preciso, César saiu de dentro de
mim, sem me dar tempo para entender o que estava acontecendo,
ele puxou lentamente o objeto do meu ânus e se afastou um
pouco. Assim que abaixo as minhas pernas, o homem segurou nos
meus quadris, me fazendo ficar em uma posição de quatro, de modo
que ficasse de joelhos e com as duas mãos, apoiadas sobre o
colchão.
Novamente sinto algo melado indo de encontro a minha
bunda, ele começou a esfregar na entrada do meu orifício e
lentamente colocou o plug de gengibre dentro de mim. O que
começou com uma pequena ardência, aos poucos foi fazendo a
temperatura do meu corpo subir e foi aumentando à medida que o
suco se infiltrava em minha carne, até que um tremor violento me
atingiu. Todos os meus órgãos internos começaram a funcionar aos
espasmos, eu estava quente e ondas elétricas estavam
produzindo um choque geral e paralisante, que tomaram conta do
meu corpo.
Meus pensamentos eram borrões coloridos de muita luz e
brilho. Mas, logo depois várias sensações me invadiram e aquilo
começou a ficar muito bom, porém, o calor no meu interior foi se
dissipando quando ele tirou aquilo de mim e senti a cabeça melada
e grossa do seu membro brincando com a entrada apertada do meu
traseiro. O ardor já não era tão intenso, estava prestes a mandar
que ele colocasse novamente e foi nesse exato momento que ele
aprofundou o contato contra a minha carne, forçando a entrada.
Meu corpo todo estremeceu. Soltei um ruído de medo e dor.
Então, levou uma de suas mãos até a minha vagina e, começou a
acariciar meu clitóris, massageando-o sem parar. A dor que estava
sentindo aliviou um pouco. Enquanto, enfiava o seu membro todo
dentro de mim e seus dedos friccionavam o meu sexo, ele
empurrava ainda mais fundo o seu pau, com estocadas precisas e
implacáveis.
Ouvi sua respiração se transformar num rugido abafado e
entre sussurros começou a dizer.
— Deliciosa, eu jamais irei deixar você se afastar de mim.
O Mestre deslizou dois dedos para dentro de mim, e girou
em torno da minha fenda e acelerou o ritmo, entrando e saindo,
cada vez mais fundo. Retirou o seu pênis e depois meteu em mim
de novo, no mesmo momento, esfregava freneticamente aquela
região da minha boceta que estava tão sensível. Minha respiração
ganhou um ritmo ofegante, minha intimidade mais parecia que
estava levando um choque de tanto que pulsava e eu estava prestes
a perder a cabeça.
— Mestre, meu corpo está pegando fogo.
— Então deixe que o meu líquido o apague. Goza para o seu
dono.
Suas palavras em conjunto com que veio em seguida, se
tornaram a minha perdição ou salvação. Desta vez, três dedos me
invadiram e tocaram um ponto angustiante que suplicava por
atenção. Mas, quando o seu polegar, num ritmo alucinante acariciou
o meu clitóris inchado, aquilo me empurrou para o fundo do abismo.
Meu corpo todo estremeceu e ele soltou um rugido
animalesco, como se uma fera tivesse despertado. Molhada de suor,
eu tentava controla a minha respiração, enquanto ondas de deleite
ainda percorriam a minha intimidade. Instantes depois, o corpo dele
desabou sobre a cama e o homem me puxou para junto de si.
Minha cabeça estava sobre o seu peitoral úmido, podia sentir
os batimentos fortes do seu coração. Sem que eu pudesse
controlar, as palavras saíram pelos meus lábios causando em
seguida um silêncio constrangedor.
— Eu amo você.
Capítulo 39

Ângela Souza
Meu peito se aperta, meu coração dispara. Respiro
longamente e profundamente ao ver que aquelas três palavras tão
pequenas tiveram um peso tão grande, capaz de fazer a calmaria
envolver todo o ambiente. De repente, o sossego foi rompido
quando senti o coração dele bater tão forte e alto, que parecia estar
prestes a sair pela boca.
O que veio em seguida valeu mais do que mil palavras. Seus
braços musculosos me apertaram com força e em seguida ele
beijou o topo de minha cabeça. Para um homem que sempre viveu
em uma vida cheia de prazer e luxúria, sem limites e nem pudores.
Se entregar a um sentimento que vai além do desejo carnal, deveria
ser algo que estava lhe despertando uma luta interna e a única
certeza que eu tinha, era que não deixaria ninguém me impedir de
ficar ao seu lado. Ficamos os dois ali sem dizer nenhuma palavra
por longos minutos, até que a sua mudez, enfim, se esvaiu.
— Como você está se sentindo? — levantei minha cabeça e
nosso olhar se encontrou.
— Sinto-me dolorida, deliciosamente dolorida. Você está me
corrompendo — ele solta uma gargalhada estridente que ecoa por
todo o ambiente.
— Eu só agucei a sua curiosidade e isso fez a menina no
corpo de mulher desabrochar com força. Deixando a submissa que
existe dentro dela se libertar completamente para os prazeres da
carne e os desejos mais obscenos.
Ele tinha toda razão. Eu tive essa sensação, de que algo que
eu lutava para manter adormecido dentro de mim, enfim, despertou,
ansiando por tudo isso. Sinto como se esse mundo de prazeres e
descobertas de alguma forma sempre fez parte da minha vida, de
ser dominada por ele e ter o meu corpo em chamas.
A única diferença era que jamais aceitaria ser tratada como
um objeto. Meus pensamentos foram interrompidos quando suas
mãos desceram até minha bunda, e enquanto apertava-a com
vontade, um sorriso perverso surgiu em sua face. Eu acabei
soltando um gemido alto quando o devasso deu dois, tapas, em
minha bunda, revezando um em cada nádega.
— Aiiii...
— Vamos tomar um banho e cuidar bem dela — falou
acariciando as partes onde ele havia batido.
— Isso doeu.
— Você gemendo com dois tapinhas, sendo que antes
aguentou algo mais duro e forte dentro de você. Agora vamos
levantar que você vai tomar um banho com água morna, que vai
diminuir o incomodo e precisa colocar para fora o sêmen que ainda
tem dentro de você.
Fiquei de cabeça baixa, ruborizada e totalmente acanhada
diante das palavras que ele disse, mas, ele logo levantou o meu
queixo para que eu o olhasse e então disse.
— Você não precisa ter vergonha do seu homem. Um
verdadeiro dominador não é aquele que cuida da sua submissa só
na cama em busca de prazer, mas, fora dela. Você precisa ainda
aprender como cuidar dessa bocetinha deliciosa e desse cuzinho
gostoso.
Dito isso, assim que ele se levantou, me puxou para seu
corpo e aninhada em seus braços, seguimos para o banheiro.

Uma hora tempo depois...


Agora estou me deliciando do lanche que ele mandou fazer,
mas confesso que não queria sair daquele banheiro. Eu mais
parecia uma criança, onde o homem lindo e gostoso acabou
banhando-me com todo cuidado. Explicando-me sobre os produtos
que eu devia usar e se tivesse um buraco, eu queria enfiar minha
cabeça dentro dele, quando ele mandou que eu fizesse um pouco
de força, como se estivesse prestes a fazer o número dois, para que
desta forma o líquido que ficou dentro de mim quando ele alcançou
o ápice do prazer, fosse expelido do meu interior e logo depois ele
disse que deveria lavar a região do meu traseiro somente com água
e sabão para não irritar a área. Já a minha intimidade, que até
aquele momento não havia sido massacrada, eu usei um sabonete
íntimo de maracujá.
Um banho onde tudo estava acontecendo normalmente, até
que eu me afastei e ele entrou debaixo do chuveiro e começou a
lavar o seu membro, que já estava duro como uma barra de ferro.
Veias saltadas em volta daquele pênis latejante e grosso sendo
massageado de uma forma que se tornou uma bela visão erótica,
que fez a submissa devassa que habita no meu interior despertar no
mesmo instante que o calor em torno do meu corpo tornou-se
insuportável.
Quando o homem levantou a cabeça e soltou o membro que
ficou empinado em minha direção, aquilo foi o estopim para uma
explosão acontecer dentro de mim. Como se tivessem acesso
dezenas de fogos de artifício e, somente um único pensamento
tomou conta da minha mente e do meu corpo inteiro.
Ele era meu e eu o queria naquele exato momento.
Quando dei por mim, eu estava centímetros a sua frente e
meus braços finos ao redor de sua cintura. Levantei a cabeça
encarando o homem que certamente viu que meus olhos famintos
estavam cheios de desejo.
— Ângela, seu motorista está para chegar.
— Eu sou uma boa aluna e disse que o meu Mestre, iria
repor as aulas da semana passada — ele aproximou a sua boca da
minha.
— O anjo está tentando corromper seu inocente professor?
Eu não me aguentei e comecei a sorrir.
— Pelo contrário, o demônio do sexo que se tornou a minha
tentação, minha perdição, o meu maior pecado.
— Já que o demônio colocou o anjo na perdição, que tal você
arder em minhas chamas.
Eu nem tive tempo de responder, quando o homem se
moveu, me girando, invertendo as nossas posições e encurralando
o meu corpo contra a parede. Seus olhos ganharam um tom mais
escuro, fixos nos meus como um verdadeiro animal encarando sua
presa. Cesar apossou-se da minha boca num beijo quente, longo e
profundo. Senti meu sangue gelar assim que afastou a boca gulosa
da minha e suspendeu-me, fazendo-me entrelaçar as pernas em
torno da sua cintura. Cada célula do meu corpo estava focada no
homem à minha frente e quando a cabeça volumosa do seu pênis
entrou em contato com a minha pequena fenda, ele começou a
sugar os meus mamilos, enquanto o seu pênis me invadiu. Soltei um
gemido abafado e quanto mais ele devorava os meus seios, os
chupando com ardência, enfiava o seu membro cada vez mais
fundo.
À medida que ele acelerava o ritmo da penetração, seu pau
engrossava contra minha boceta, seus quadris começaram a se
mover freneticamente, me levando à loucura com suas estocadas
furiosas. O desejo vinha com uma voracidade enorme e gemidos
roucos de prazer começaram a sair da minha boca, à medida que
ele deslizava toda longa extensão do seu membro faminto dentro de
mim. Meus quadris se remexiam sem que eu me desse conta,
ofeguei quando minhas costas bateram contra a parede, mas não
parei de me mexer ao ser envolvida por pequenos tremores de
deleite assim meu ventre começou a ser contraído. Senti minha
vagina apertar em volta dele e cada parte da minha intimidade
fervia.
— Eu vou gozar — disse entre sussurros.
Seu pênis entrava e saía de mim intensamente, me fodendo,
seus movimentos habilidosos me faziam perder o fôlego. Ele deixou
os meus seios e encostou a boca na minha, tomou-a e foi engolindo
a minha língua, sugando com entusiasmo. Minha intimidade
começou a arder e um prazer descomunal me envolveu.
Meu corpo desabou e ondas de prazer ainda percorriam o
meu sexo fervente. Medeiros começou a socar minha intimidade
latejante com golpes violentos e quando o orgasmo estava prestes a
lhe atingir, ele saiu de dentro de mim e ao se afastar um pouco, seu
pênis tocou a minha barriga. Senti o calor escaldante dele e logo
depois jatos potentes do seu sêmen jorrou com abundância.
— Seu motorista acabou de chegar — disse César, tirando-
me das minhas lembranças. Levantei-me da mesa e ele se juntou a
mim, começou a me beijar e quando parou, resolvi dizer que
amanhã chegaria tarde.
— Amanhã chegarei tarde.
— Por quê? — uma expressão fechada surgiu em seu rosto.
— Vou à consulta com a ginecologista — suas feições
rapidamente voltaram ao normal. — Agora preciso ir.
Medeiros novamente me beijou e se fosse por mim, ficaria
mais um pouco. Contudo, eu precisava ir para casa.

Minutos depois...
O percurso de volta para casa durou uns quarenta minutos.
Assim que desci do veículo, adentrei a mansão e com passos largos
comecei a andar na direção da escada. Depois de subir quase dez
degraus, estou andando pelo corredor, indo rumo ao meu quarto,
instante depois , estava abrindo a porta e entrando no cômodo.
Joguei minha mochila no chão e com o celular em mãos, me deitei
de bruços em minha cama, e em seguida liguei para César para lhe
avisar que já havia chegado.
— Anjo.
— Acabei de chegar em casa.
— Não esqueça que na quarta terá o simulado.
— Irei revisar novamente o conteúdo mais tarde.
— Você é a melhor aluna da sala e certamente se sairá bem.
— Agora vou desligar e sonhe com sua aluna favorita, pois,
eu estou ansiosa para saber que tipo de posição o Mestre irá me
ensinar amanhã.
Assim que dei a ligação por encerrada, ao virar-me, meus
batimentos cardíacos aceleram ao máximo, minha respiração ficou
pesada e o aparelho caiu da minha mão quando meus olhos foram
de encontro a mulher que estava petrificada em frente à porta do
banheiro, com algumas peças de roupas minhas em suas mãos.
Capítulo 40

Augusto Bennett
— Augusto! Vamos que pessoal já está lá embaixo
aguardando.
— Não estou a fim de sair. Vocês podem ir sem mim.
— Desde o dia do baile que você está completamente
diferente. O fato de a gata borralheira ter virado uma princesa, não
quer dizer que ela se tornou tão esperta.
— O que você quer dizer com isso?
— Ângela pode estar magoada pelo ocorrido. Porém, agora
é conveniente que você se aproxime dela. A infeliz escondeu tão
bem, que não tínhamos ideia que era, justamente a freirinha, a única
herdeira de Richard Johnson.
— Chega dessas armações, já cansei de tudo isso.
— Deixa de ser idiota, primo. Não sou boba para não
perceber que você está gostando dela, então basta unir o útil ao
agradável.
— Eu não vou voltar a cair nesse joguinho seu.
— Enquanto você quer dar uma de bom samaritano. Vai
aparecer alguém e fisgar a mina de ouro. Agora já vou indo, você
está se tornando insuportável.
Fiquei observando enquanto ela caminhava na direção da
saída. No momento que Susan fechou a porta, eu me acomodei na
poltrona macia da sala de estar e vários pensamentos não saiam
da minha mente.
Com a transferência do meu pai, acabamos voltando para
São Francisco. Dois dias antes do meu surgimento na escola, saí
com a Susan e sua turma e acabei ficando curioso à medida que
falavam da tal freirinha. Sempre vivi uma vida de luxo e regalias,
sem me importar com nada. Embora tão novo, já tinha uma vida
sexual bem ativa. Acabei transando com boa parte das garotas da
minha antiga escola, bastavam algumas palavras, que elas caiam
no meu jogo. Ouvir Susan dizer que com a tal garota da sua sala
isso não iria acontecer, diante daquele desafio, eu precisava mostra-
lhe que sempre consigo tudo que desejo, no entanto, só não
esperava me deparar com alguém como Ângela. Contudo, por mais
que sensações inexplicáveis percorressem o meu corpo, eu não ia
perder aquela aposta.
Mas, por um capricho, eu acabei perdendo uma joia mais
preciosa. Não pelo seu status e sim porque deixei que uma venda
ficasse em meus olhos, me impedindo de ver que eu estava tendo a
chance de fazer parte da vida de alguém que, além de ser bela por
fora, sua maior beleza está no seu interior.
Ouvir aquelas palavras ditas por ela hoje cedo, me fez refletir
de como tenho levado a minha vida, acabei me tornando alguém
sem escrúpulos. Mas, Ângela acabou me ensinando que a vida
realmente tem dois lados, um te leva pelo caminho da escuridão e
outro um caminho de luz.
Ângela Souza
Minha respiração ficou pesada e estava sufocando. Eu abri a
boca para tentar dizer algo, mas as palavras ficaram presas em
minha garganta e essa sensação é horrível. Quando a mulher a
minha frente viu o meu estado anormal, jogou as roupas que tinha
em suas mãos no chão e avançou na direção da minha bolsa.
Depois de pegar o objeto, entregou-me e uma sensação boa pairou
sobre mim, mas, assim que ela se sentou na minha cama e seus
olhos encontraram os meus, as palavras que haviam parado no
meio da garganta saiu como a força de um murro.
— Nina, eu posso explicar.
Novamente um silêncio pairou no ambiente. Seus olhos de
águia atentos em meu rosto, me observando com um longo olhar
inquisidor, como se desejasse penetrar em minha alma. De repente,
sinto o toque de suas mãos quentes nas minhas que estão geladas
de tanto nervosismo e a calmaria foi interrompida.
— Você já é uma mulher. Eu não sou a sua mãe, mas te
conheço desde que veio ao mundo e quando o seu professor veio
aqui com a desculpa de trazer o seu celular, sabia que havia algo
entre vocês dois.
— Sei que é errado, mas, é... — nem terminei de falar
quando fui interrompida por ela.
— Se vocês dois são livres e se não foi forçada a fazer nada
contra sua vontade. Não existe nada de errado.
— Embora haja diferença de idade. A única certeza que
tenho, é que o amo e nunca havia me sentido tão viva e tão
realizada em todos os sentidos.
— Filha, uma vez te disse que para o amor não existe idade.
O grande amor da minha vida era também o meu professor e por
medo de enfrentar a minha família, que era preconceituosa, eu perdi
a chance que viver um amor de verdade. O único homem que amei
na vida e meus familiares nunca souberam, que daquele romance
nasceu a minha joia mais preciosa.
— Você que dizer que Ana é o fruto desse amor?
— Sim, mas, nem mesmo o meu falecido marido soube.
Todos nós temos nossos segredos obscuros e aquele que desisti do
amor por ter que enfrentar obstáculos, viverá como eu, com um
vazio imenso no peito, como se tivesse uma ferida que nem mesmo
o tempo foi capaz de cicatrizar — lágrimas grossas começam a
descer pelo seu rosto. Acabo soltando as suas mãos para envolvê-
la num forte abraço e com a voz entrecortada, ela disse:
— Eu sempre estarei ao seu lado e se ele está te fazendo
feliz. Farei de tudo para ajudá-los a viver esse amor.
Continuamos a duas abraçadas e suas palavras só me deram
mais forças para não deixar que nenhum obstáculo fique meu
caminho.
No dia seguinte...
Hoje não teve aula de Sociologia, mas acabei olhando-o na
hora do intervalo. Depois da conversa que tive com Nina, ela
decidiu vir comigo até a clínica onde fica o consultório da Dra.
Sallet, entretanto, se eu não gostei da notícia, muito menos César
ao saber que por um imprevisto, a consulta ficou para as 16h00min,
ou seja, não daria para nos ver hoje. Todavia, o homem que falava
comigo por uma chamada de vídeo, logo mudou suas feições
quando disse que amanhã, assim que saísse da escola, iria com ele
direto para sua casa.
— ÂNGELA! — o som da voz de Nina, me tirou dos meus
devaneios e quando lhe dou minha atenção, escuto sua voz
novamente. — É a sua vez filha.
— Desta vez eu vou entrar sozinha.
— É o certo a fazer, você precisa do seu espaço, já que não
é mais a minha garotinha.
Dou-lhe um sorriso largo, levanto-me e caminho em direção a
porta. Com uma das mãos na maçaneta, suspiro profundamente
antes de entrar no ambiente.

Instantes depois...
— O que aconteceu para minha paciente favorita aparecer
antes da consulta que seria só no próximo mês?
— É qu... Que e... Eu — parei, pois não sei o que
aconteceu comigo que as palavras saíam emboladas e pela metade.
— Ângela, você sabe que além de ser sua médica, aqui
nossa relação é de amizade e não precisa ter vergonha em falar
nada.
Ela tinha toda razão. Dra. Sallet todos esses anos, acabou
construindo uma relação de confiança e alguém com quem eu
sempre pude esclarecer as minhas dúvidas. Respiro fundo e as
palavras desta vez foram saindo da minha boca naturalmente, sem
esforço.
— Eu queria que a senhora me receitasse um contraceptivo
— ela ficou alguns segundos em silêncio.
— Antes disso, preciso que responda algumas perguntas.
Você já teve relação ou pretende iniciar?
— Sim, já tive.
— Seu parceiro usou camisinha?
— No calor do momento acabamos esquecendo, mas, tomei
no mesmo dia a pílula do dia seguinte.
Ela começou a digitar algumas informações no seu notebook
e logo depois escreveu algumas palavras no receituário, em
seguida voltou a me encarar.
— Embora nenhum método contraceptivo tenha 100% de
eficácia, esse será o melhor para você, porém, você vai passar no
laboratório para fazer a coleta de sangue para alguns exames.
Ficamos um bom tempo conversando e assim que deixei sua
sala, fui com Nina até o laboratório.

Quarta-feira dia do simulado...

Marina Oliveira
Dois dias atrás quando ouvi as palavras que saíram da boca
de César Medeiros, senti naquele momento que fui tomada por um
ódio descomunal, a sensação que eu tinha era de que uma bola de
fogo estava me incendiando por dentro. Aos poucos foi passando
pelos meus órgãos internos e parou próximo a minha garganta e a
cena que veio em seguida, me deixou ainda mais enfurecida ao ver
todo cuidado dele com a garota que surgiu no corredor.
Desde o momento que eu soube que o bilionário e solteiro
mais cobiçado do país ia fazer parte do corpo docente da instituição,
que eu estava determinada a fazer com que ele fosse meu de
qualquer maneira. Foram várias tentativas que acabaram fadadas
ao fracasso e quando cogitei que estava prestes a alcançar o meu
objetivo, suas palavras foram como se tivessem sido empurrada
direto para beira do abismo. Contudo, nunca fui mulher de desistir
facilmente e diante da cena que vi no corredor, um pensamento
passou pela minha cabeça, mas acabei descartando, já que era algo
completamente absurdo.
Hoje foi o dia do simulado e só tem um jeito em descobrir
quem é a infeliz que está no meio do caminho. Com a desculpa de
que não estava sentindo-me bem, acabei saindo minutos mais
cedo e agora estou dentro do meu carro, que se encontra parado a
certa distância da entrada da escola. Vou segui-lo e desta forma
saberei como estraçalhar a pedra que insiste em atrapalhar os
meus planos.
Capítulo 41

Ângela Souza
Ontem, depois que cheguei a minha casa, antes de
passar quase duas horas direto no telefone falando com César, fui
me deliciar do bolo de chocolate com calda de morango que Marta,
havia feito. O que começou com uma fatia, acabou que devorei
quase a metade do bolo.
As horas restantes, no entanto, passei acordada até ser
envolvida por um sono profundo, e nem ao menos me dediquei a
estudar para o simulado. Agora tendo uma cúmplice, que estava
até mais empolgada do que tudo, pois como ela mesma disse por
diversas vezes enquanto relatava as histórias do seu passado, de
como era astuta e diante de como ela disse, um romance proibido,
que desta vez teria um final feliz. Hoje antes de sair de casa, o
senhor Alberto, foi avisado por Nina, que não precisava vir me
buscar, já que eu iria almoçar na casa de uma amiga. Ainda no
intervalo, recebi uma mensagem de César. Sendo dele os últimos
dois horários, eu não precisava me preocupar em terminar logo o
simulado. Desta forma, ao entregar a prova minutos antes do
horário acabar, sairia da sala e só então lhe aguardaria no lugar que
antes eu esperava o senhor Alberto.
Afasto as lembranças e concentro minha atenção nas cinco
folhas de papel a minha frente. Já estamos no último horário de sua
aula, portanto, só terei que diminuir o meu ritmo e deixar para
responder as últimas três questões das 50 que foram colocadas,
quando faltar meia hora para terminar o horário.

Minutos depois...
Como combinado, faço exatamente como ele disse. Levantei-
me com minhas coisas já arrumadas dentro da minha bolsa e com
minha prova em mãos, ando na direção da sua mesa e depois de
lhe entregar, ando para fora do ambiente. Passos largos me levam
rumo ao portão principal, pois, o senhor Santiago certamente já
estava prestes a chegar para vir buscá-lo. Assim que passei pelo
portão, uma lufada de vento gelado me atingiu em cheio. Senti meu
corpo se arrepiar, uma sensação ruim apoderou-se de todo o meu
ser. Meus olhos passeiam pelo lugar a minha volta, porém, não vi
nada de estranho. Continuei caminhando e a cada passo que dava,
eu já não sabia se era fruto da minha imaginação, mas tinha a
sensação que estava sendo observada.

Marina Oliveira
Eu já estava impaciente de tanto esperar. Fiquei ali somente
com os olhos atentos em uma única direção até que se passou
segundos, minutos e quando deu uma hora que estava dentro do
carro, aumentou grandemente o tráfego de veículos, o que indicava
que o meu alvo logo surgiria. Todavia, minha atenção se voltou para
a fedelha, que apesar de ser tão nova, já era herdeira de uma
fortuna exorbitante, entretanto, fiquei intrigada diante da cena a
minha frente, onde ela caminhava como se não fosse Ângela
Johnson, alguém que os pais jamais permitiria que ficasse
perambulando pelas ruas com o risco de ser um alvo fácil para
alguém tirar uma boa vantagem diante da situação. Mas, eu
precisava manter o foco no que realmente era do meu interesse
naquele momento, porém, era estranho o fato de já ter passado
mais de vinte minutos e nada do carro dele surgir no meu campo de
visão.
Quando já estava chegando ao limite da minha paciência, eis
que minha presa apareceu e assim que o carro dele passou por
mim. Coloco o meu em movimento, mantendo uma pequena
distância e instantes depois, quando o carro de César Medeiros
reduziu a velocidade, o que aconteceu em seguida provocou um
misto de sentimentos que fizeram o maior deles envolver o meu
coração por completo. No primeiro olhar, raiva, já no segundo,
indignação. As lágrimas desceram pela minha face no mesmo
instante que um ódio mortal foi percorrendo cada fibra muscular do
meu corpo. Fechei uma das mãos em punho, tentando dissipar o
calor escaldante que tomou conta de cada centímetro da minha
pele.
— Aproveitem bastante, pois, a felicidade de vocês dois está
com as horas contadas.
No dia seguinte...

Ângela Souza
Eu estou feliz por ter tirado a maior nota entre todos que
fizeram o simulado, mas estou tão sonolenta e exausta, que já não
via a hora da aula acabar. Contudo, já estou na expectativa das
minhas aulas particulares de mais tarde. Espero que hoje, ele me
coloque naquela cruz como disse ontem que faria.
Enquanto o homem a minha frente está concentrado na
estrada, as recordações dos momentos que passei ontem ao lado
do homem que se tornou o dono do meu prazer e do meu coração,
surgem como flashes, fazendo uma onda de calor intenso atingir o
meu corpo inteiro. Quando chegamos na masmorra da luxuria, de
início fiquei desorientada com o cenário a minha frente, mas, ao
entender o que se passava pela mente do devasso, já estava
ansiando para que ele me fizesse sua.
Uma mesa semelhante a que é usada pelos professores da
minha escola estava próximo a uma parede, onde tinha fixada nela
uma lousa escolar gigante. Havia bem no centro do ambiente
algumas mesas e cadeiras escolares. Um verdadeiro cenário
reproduzido de uma sala de aula. O homem tirou do bolso os seus
óculos, colocou no rosto e caminhou até a sua mesa, logo depois,
eu fiz o mesmo e sentei em uma das cadeiras destinadas aos
alunos. Assumindo uma postura autoritária, porém, Cesar Medeiros
transpirava sexo em cada poro, enunciava-o em cada movimento,
depois de algumas explicações, um olhar malicioso surgiu no seu
belo rosto e com o olhar cravado em minha direção, as palavras
ditas em seguida, provocaram um latejar intenso no meio das
minhas pernas.
— Sabe qual é o maior desejo do seu professor?
— Não, mas, se sua aluna puder ajudar a realizá-lo — resolvi
entrar no seu jogo e me fazer de inocente, algo que ali dentro estava
cada vez mais difícil, pois, já estava me tornando tão devassa e
insaciável quanto o meu Mestre.
— Quero que venha até aqui.
Fiz exatamente o que ele mandou e ao parar em sua frente, o
homem me analisou por alguns segundos.
— O desejo do seu professor é foder sua querida aluna em
cima dessa mesa. Quero ouvir você dizer o quanto a aula está boa,
enquanto o meu pau pulsa fortemente dentro dessa bocetinha
apertada.
— Professor, isso é errado.
— Você não deseja ver o seu Mestre feliz e expandir os seus
conhecimentos?
— Sim, o que eu faço.
— Deite-se em cima da mesa.
Deitada sobre o objeto, o homem a minha frente começou a
se despir, para logo depois suas mãos deslizarem pelas minhas
pernas, se enfiando por dentro da minha saia até chegar à minha
intimidade. César, lentamente começou a acariciar minha intimidade
latejante por cima do tecido e quando seus dedos chegaram
próximo à entrada da minha vagina, ele friccionou um dos dedos
habilidosos forçando una invasão. O homem continuou naquela
tortura deliciosa, até que puxou a minha calcinha e abriu minhas
pernas, ele enfiou o rosto no centro do meu sexo, dando
continuidade aquela exploração que parecia não ter fim. Sua língua,
em contato com minha intimidade, abrindo meus lábios aveludados,
me fez perder todo o meu autocontrole. Meu corpo estava em
chamas e num convite despudorado, abri ainda mais as minhas
pernas, quando seus dedos me invadiram, os senti presos em torno
das paredes internas da minha vagina, mas quando eles tocaram
um ponto sensível no meu interior, gemidos altos saíram dentre
meus lábios, no mesmo momento em que meus músculos internos
se fechavam ao redor deles.
Ele então os puxou e novamente os deslizou fundo, fazendo
um ruído estrangulado sair do fundo da minha garganta. Meu sexo
pulsava como nunca e à medida que ele entrava e saia, em seguida
os girava dentro de mim, meu corpo todo se contorcia como se eu
estivesse prestes a desfalecer, porém, uma sensação de angústia
me atingiu quando ele os retirou, e antes que eu viesse a reclamar,
o homem segurou firme as minhas pernas, as puxando, ergueu os
meus quadris, ajustando-me no encaixe perfeito para que a fenda
quente e sedenta da minha boceta ficasse exatamente em contato
com a cabeça suculenta do seu membro rígido.
Fiquei com todos os sentidos aguçados quando o Mestre me
penetrou em uma estocada firme e precisa. Seus quadris
começaram a se mover e ele, por sua vez, me penetrava com
movimentos profundos e suas estocadas eram implacáveis,
provocando uma onda de prazer que se espalhou por todo o meu
corpo. Gemia feito uma louca ao sentir o meu ventre se expandir e
os primeiros sinais do orgasmo chegando, enquanto suas mãos que
seguravam minhas pernas, tremiam a medida que seu pênis
pulsava dentro de mim e trazia a sensação que a cada vez estava
mais grosso. O homem mais parecia um animal no cio e não
demorou muito para subir em cima da mesa, logo aproximou a sua
boca da minha e me beijou. Era um beijo repleto de intensões
sexuais, sua língua travando uma batalha com a minha, numa
carícia maravilhosa.
Quando ele aumentou suas estocadas, meu corpo enrijeceu,
minha vagina se contraiu, comecei a tremer e quase pedir o fôlego
quando uma onda de prazer invadiu minhas entranhas. No entanto,
ele continuou a explorar o meu sexo e de repente, um prazer ainda
mais intenso tomou conta de mim, era como se eu estivesse tendo
outro orgasmo em questão de segun...
— Senhorita Ângela!
Meu olhar foi em direção ao homem que estava com os olhos
cravados em meu rosto. E, por uma fração de segundos, um
pensamento passou pela minha cabeça e tratei logo em fazer com
que ele desaparecesse, mas não podia negar que pela primeira vez
eu não estava nada feliz com o senhor Alberto. Novamente meus
pensamentos foram interrompidos por ele.
— Chegamos há quase 10 minutos.
Senti meu rosto esquentar e fiquei me perguntando se algum
som escapou em meio as minhas lembranças. Eu que não ia querer
ficar ali para descobrir, então, peguei a mochila, pois ainda queria
dormir um pouco antes de ir para casa de César. Com passadas
apressadas, cheguei até a porta e assim que a abri, encontrei Nina,
ela por sua vez, abriu a boca, mas antes que falasse algo, foi
interrompida por mim.
— Ninoca, tirei a melhor nota do simulado.
Suas feições estavam estranhas, porém, a imagem que
surgiu no topo da escada seguida da voz que ecoou no ambiente,
me fizeram entender o porquê.
— Não esperava menos do que isso.
Capítulo 42

Ângela Souza
Meus olhos ficaram fixos na direção do casal a minha
frente, enquanto isso, eles começaram a descer os degraus da
escada. Embora sentindo sempre os dois longe de mim, até quando
estavam por perto, eu ficava imensamente feliz pelos poucos dias
em que ficavam em casa. Contudo, a volta deles tão repentina,
quando na verdade só iriam chegar na próxima semana, me causou
uma sensação ruim, como se toda a minha felicidade fosse se
esvaindo dando lugar a uma angústia profunda, e um aperto forte
em meu peito, como se meu coração estivesse sendo esmagado.
Fui tirada do estado de estupor em que me encontrava quando senti
os braços do meu pai me envolvendo, dando-me um abraço
apertado. Algo que quando criança sempre fazia-me sentir segura,
mas hoje somente sinto isso quando estou nos braços de César,
como se nada e ninguém pudesse me machucar.
— Estava com saudades princesa — disse ele assim que se
afastou um pouco.
— Também estava pai.
— Então suas alunas deram resultado?— falou a minha mãe.
— Sim, mas sempre fui boa aluna.
O ar de soberba estava ali, como sempre presente sua
expressão. No entanto, não dei importância e seguimos os três
para sala de estar e assim que me acomodei no estofado, coloquei
minha bolsa sobre o mesmo e puxei a prova que estava dentro
estendendo na direção dela.
A mulher olhava minuciosamente o documento que estava
em suas mãos, para logo depois um sorriso de satisfação surgir em
seu belo rosto. Embora não fosse a melhor mãe do mundo, eu tinha
que reconhecer que em matéria de beleza física, a sua era
exuberante. Entretanto, nunca em toda minha vida fiquei tão feliz ao
ouvir algo dito por ela.
— Diante do seu ótimo desempenho, vai continuar com as
aulas particulares.
— Preciso agradecê-lo — disse o meu pai.
Meu coração pulou de alegria e transborda com tanta
felicidade. Mas, se eles soubessem que as aulas só serviram para
fazer a menina dar lugar a mulher que estava presa dentro dela, de
certo jamais me deixariam colocar os pés na mansão Medeiros.
— O almoço será servido — comunicou Nina, e com um giro
nos calcanhares, desapareceu na mesma velocidade em que havia
surgido. Minutos depois, nós três nos levantados e seguimos na
direção da sala de refeição.
César Medeiros
A cada dia está mais difícil deixá-la ir para sua casa. Ângela
se tornou o mais precioso néctar, com o qual nunca me sinto
saciado. Depois do simulado feito, não somente da minha matéria,
como de várias outras em determinadas salas, foi marcado uma
reunião com todo corpo docente. Minutos que deram lugar a pouco
mais de uma hora se passaram e quando a reunião chegou ao fim,
já que todas as dúvidas foram esclarecidas, o meu olhar ficou fixo
na mulher que me encarava intensamente. Os demais começaram a
se levantar e assim como o reitor, deixaram o cômodo, fiquei ainda
arrumando as minhas coisas e ao levantar a cabeça, Marina
continuava com uma expressão de quem era a dona da situação e
assim que me levantei, ouvi a sua voz.
— Eu preciso falar com você — disse num tom autoritário e era
chegada a hora de acertar as contas com essa vagabunda.
— A reunião já acabou e não tenho nada a falar com você —
disse mesmo sabendo que ela iria prosseguir.
— Isso é o que você está dizendo, porém, fiquei surpresa ao
descobrir quem é a sua doce namorada.
— Você quer mesmo continuar com esse assunto?
— O renomado professor, César Medeiros, envolvido com
uma de suas alunas. Isso dará uma boa manchete nos principais
noticiários do país, sem contar que nenhuma escola vai querer você
em seu quadro de funcionários. Portanto, você tem duas opções, se
afastar daquela fedelha e assumimos para todos que estamos
juntos ou além de contar aos pais dela, farei um estrago na sua
vida.
Uma risada diabólica saiu do fundo da minha garganta
preenchendo todo o ambiente, deixando a mulher completam
assustada e ao mesmo tempo confusa.
— Marina, você quer mesmo medir forças comigo?
— E você acha que vou ficar com medo?
— Mas deveria, pois, eu estou pouco me lixando para o fato
de continuar ou não dando aulas nesse lugar e ao contrário de você
ou qualquer outra pessoa que faz parte do quadro de funcionários,
eu, César Medeiros, não preciso do salário que pagam para
sobreviver, tanto que o dinheiro do meu pagamento é destinado a
uma instituição de caridade — fiz uma pequena pausa e peguei o
documento que estava dentro da minha pasta. — Mulheres como
você, interesseiras e vadias, eu sinto o cheiro de longe e sei muito
bem o que são capazes de fazer. Até mesmo inventar que estava
doente, somente para tentar descobrir com quem eu estava
envolvido. — suas feições logo mudaram e o ar de soberba
desapareceu quando ela escutou o que veio em seguida. — A
diferença entre nós dois, é que, eu sempre tenho tudo o que desejo
e por maior que seja a pedra que fique no meu caminho, eu
estraçalho, assim como farei com você, se ousar a se meter na
minha vida ou da de Ângela.
Assim que seus lábios se moveram, joguei o documento em
sua direção. Ela ao ver o conteúdo do dossiê ficou petrificada.
— O que será que vai acontecer quando todos souberem do
seu envolvimento com Pitter Rivera? Achou mesmo que por ter
acontecido em uma pequena cidade, ninguém nunca descobriria? O
que vai ser mais impactante? O meu caso com Ângela, que já tem
17 anos e portando, não há lei que a proíba de ter relações
sexuais ou saberem que a vice-diretora na antiga escola que
trabalhava, transou com o diretor para se tornar seu aliado e ele,
junto com a família do garoto que não queriam um escândalo, o
caso do seu envolvimento não foi adiante. Um sujo querendo falar
do mal lavado. Qual moral você tem para falar de mim, após ter se
envolvido com um aluno que tinha somente 16 anos, só por saber
que ele era herdeiro de uma grande fortuna. Tirou tudo o que podia
do garoto, após seduzi-lo e envolver em sua teia.
— Eu vo...
— Você vai ficar calada ou eu acabo com você num estalar
de dedos. Não cruze o caminho de Ângela, pois, eu não terei
piedade e não será só o seu emprego que você vai perder.
O rosto dela parecia que estava em chamas, seus olhos
faiscando de ódio e sua única alternativa foi começar a se mover e
desaparecer da minha frente. Quando a infeliz sumiu do meu campo
de visão, peguei meu celular e mandei uma mensagem para Ângela,
hoje a levarei em um lugar que tenho certeza que ela vai adorar.
Richard Johnson
Mesmo contra a vontade de Gisele, resolvi que passaríamos
pelo menos duas semanas em São Francisco. Hoje quando olhei
Ângela, só então percebi o quanto minha princesinha cresceu e se
tornou uma linda mulher. Meus olhos continuam fixos no seu rosto
angelical, enquanto ela come lentamente a comida, que está em seu
prato. Instantes depois, a calmaria é interrompida pelo som da voz
de Gisele.
— Assim que você terminar, vamos até o meu quarto.
— Mãe, eu vou dormir um pouco — diz na tentativa de
escapar, já sabendo que se fosse passaria um longo tempo lá,
provando todas as roupas que a mãe trouxe de viagem. Mas, sendo
a minha esposa bem astuta, sabia exatamente o que fazer para
coagi-la.
— Achei que gostaria de ver o que os seus avós lhe
mandaram.
As feições de Ângela, logo mudaram, ela sempre foi
apaixonada pelos meus pais.
— Então vamos que já terminei.
As duas se levantaram e enquanto seguiram rumo a escada,
fui para sala de estar. Caminhei até o bar e após encher um copo
com o meu uísque favorito, estava prestes a ir para o meu escritório
quando um barulho vindo da bolsa que estava em cima do sofá
chamou a minha atenção. Assim que reduzi a distância, uma de
minhas mãos foram de encontro ao objeto, a tela estava bloqueada,
mas não foi difícil desbloquear, já que o mesmo foi desenvolvido
pela minha empresa e sabia exatamente como fazer. Contudo, ao
ver o nome que surgiu no meu campo de visão, meu corpo todo
estremeceu e ao acessar o conteúdo, fui consumido por um ódio
descomunal.
— Eu vou matar esse infeliz.
Capítulo 43

Richard Johnson
Eu estava consumido pela raiva, a ponto de tornar-me
irreconhecível. O meu ódio era tanto, que se aquele desgraçado
estivesse em minha frente nesse exato momento, cometeria uma
atrocidade.
Com o aparelho em mãos, comecei a andar rapidamente,
quase correndo em direção à porta. Cheguei ao jardim, porém, o
meu coração estava acelerado e parecia que iria sair pela boca.
Minha respiração estava ofegante e então fui obrigado a parar e
segurar a respiração para que voltasse a funcionar no ritmo
normal. Meu olhar foi de encontro ao homem que estava saindo da
entrada que dava acesso a cozinha e certamente havia terminado
de almoçar.
— Alberto! — ele ao ouvir minha voz e tratou rapidamente de
diminuir a distância que nos separava. — Vamos sair agora mesmo.
O homem deve ter achado estranho o fato de sair com ele e
não com o meu motorista, porém, não disse nada e caminhou até a
porta do veículo, assumindo o controle do volante. Instantes depois,
o carro entrou em movimento e o silêncio foi interrompido por ele.
— Para onde vamos senhor?
— Para mansão de Cesar Medeiros.
Novamente a calmaria pairou dentro do automóvel e só em
pensar no tipo de ensinamento que o maldito estava dando para a
minha menina, novamente fui tomado pela raiva. Minhas mãos
suavam e meu corpo todo estava trêmulo, tamanho era o ódio que
estava sentindo. Deixei o celular dela de lado e peguei o meu,
digitando rapidamente uma mensagem e em seguida enviei para
Gisele, para que não deixe a nossa filha sair de casa. Minutos
torturantes que foram como se tivesse passado uma eternidade se
passaram e quando o veículo parou em frente ao enorme portão,
assim como eu cogitei, o miserável achando que era ela, liberou
rapidamente a nossa entrada. Peguei o celular dela e saí do carro,
os meus movimentos eram como os de um tigre caçando sua
presa. Essa caçada durou alguns segundos, até que ao me
aproximar da porta dupla, ela foi aberta e nem dei tempo do homem
que surgiu em minha frente dizer nada, invadir o ambiente me
deparando com o meu alvo. O maldito devasso parecia espantado
com a minha presença, porém, ao lembrar-me das palavras que eu
tinha lido, novamente fui tomado de uma fúria incontrolável e
avancei em sua direção.
— Você não via a hora de enfiar o seu pau dentro da minha
filha?
A resposta foi dada por mim na forma de um soco que
explodiu na região da sua face, mais exatamente nos lábios do
maldito desgraçado.
César Medeiros
Assim que cheguei em casa, tomei um banho e desci para
almoçar. Estava ansioso pela chegada de Ângela, e após me livrar
do último degrau, fui informado por Santiago, que havia acabado de
mandar liberar a entrada do carro dela. Meu anjo insaciável
certamente, assim como eu, devia está faminta e sedenta de desejo.
Contudo, a pessoa que eu menos esperava ver em minha frente,
feito um furacão, invadiu o recinto e antes que viesse a processar o
que estava acontecendo, ouço suas palavras e sem me dar tempo
de reagir, com uma força que não achei que fosse capaz, o soco
desferido por ele, atingiu o meu rosto, fazendo-me cuspir sangue e,
sentindo o gosto metálico do líquido viscoso em minha língua.
Minha mandíbula se contraiu, meus olhos ardiam como se
estivessem em chamas, fechei uma de minhas mãos e com um
soco pesado, atingi seu peito, o fazendo perder o equilíbrio,
tropeçando contra tudo que estava atrás dele, até que seu corpo foi
de encontro ao chão. Com dificuldade, ele se levantou e eu tratei de
ir ao seu encontro. Sua respiração ficou agitada e com voz
entrecortada, me disse:
— Eu confiei minha filha a você, seu infeliz. No entanto, você
se aproveitou de uma menina que tem idade para ser sua filha.
— Tem idade para ser minha filha, mas não é. Se caso fosse,
certamente ela saberia o que era ser amada de verdade pelos pais.
— Eu vou acabar com você, jamais voltará a vê-la ou muito
menos colocar suas mãos imundas em cima dela.
— Você passou tanto tempo se preocupando com sua vida
profissional e o mundo que vive com sua esposa, que esqueceu
que a sua filha já tem 17 anos.
— ÂNGELA ainda é menor de idade, seu miserável.
— Pode até ser, mas não vai depender de você ou Gisele,
caso ela peça a emancipação. Tem argumentos fortíssimos para ir
junto a um juiz, afinal, vocês vem deixando-a durante todo esse
tempo aos cuidados dos empregados, que acabaram se tornando a
verdadeira família dela.
— Isso jamais irá acontecer, nem que eu gaste toda a minha
fortuna. Essa história não irá adiante.
— Então é melhor que se prepare para ficar sem filha e sem
esposa, pois, não acredito que Gisele queira viver em meio à
pobreza.
Suas feições mudaram, suas mandíbulas se contraiam sem
parar e o ódio estava visível em seu olhar. Sem dizer mais nada, o
homem caminhou, ainda atordoado, em direção a porta e assim que
ele passou por ela e a mesma foi fechada por Santiago, este não
permaneceu calado.
— Estou a sua disposição.
Sabia exatamente a que ele se referia. Mas, além de saber
que o anjo jamais me perdoaria, eu ainda tinha grande admiração
pelo desgraçado.
— Não será preciso. Uma já foi retirada do meu caminho,
jamais entro no confronto sem ter um grande trunfo nas mangas.

Algum tempo depois...


Ângela Souza
Nunca vi alguém para gosta de gastar tanto dinheiro. O tanto
de roupas, que ela trouxe, assim como joias e sapatos, dava até
para eu montar uma loja. No entanto, eu estava na expectativa era
para ver o que os meus avós haviam mandado, mesmo tendo que
passar quase duas horas trocando de roupa. Quando enfim aquele
tormento chegou ao fim, os meus olhos foram de encontro ao que
realmente me importava e os suéteres gola alta, mandados pela
minha avó, eram muito mais apreciados por mim que qualquer
roupa de grife que a minha mãe havia comprado.
O sono até passou quando olhei o álbum de fotos da
fazenda, enviado pelo meu avô e não via a hora de chegar minhas
férias e poder passar um bom tempo com eles. Eu olhei o relógio
em meu pulso e logo depois meus olhos ficaram cravados no rosto
da minha mãe.
— Mãe, eu preciso ir para o meu quarto, daqui a pouco está
na hora de ir para au...
Meu coração palpitou, e um estremecimento percorreu
todas as fibras do meu corpo, assim que o meus olhos foram
desviado do rosto da minha mãe para o dono da voz que abriu
bruscamente a porta.
— Você não vai a lugar nenhum.
Capítulo 44

Ângela Souza
Eu estava assustada e tremendo de medo. Nunca, em
toda a minha vida, eu havia visto aquela expressão em sua face.
Era assustadora. Vários sentimentos misturados, ódio, raiva, ira,
tudo se mesclando em seu semblante, enquanto ele olhava para
mim como se estivesse se controlando para conter tudo que estava
sentido.
De repente o silêncio foi quebrado pela minha mãe.
— Richard, o que está acontecendo?
Como resposta, ele passou um de seus dedos na direção da
tela do aparelho que estava sobre sua posse e somente quando
estendeu na direção dela, eu percebi que era o meu celular. Os
olhos de Gisele ficaram cravados no visor e o homem que estava
fazendo voto de silêncio resolveu interrompê-lo.
— Veja que tipo de aula a sua filha estava tendo.
De repente, os meus pulmões começaram a funcionar aos
espasmos, como se estivessem queimando como brasa. Minha
garganta ardia e eu não conseguia respirar, enquanto a mulher se
virou em minha direção e seus olhos estavam faiscando de fúria.
— Eu esperava tudo vindo de você, menos que por de trás do
rosto de anjo, existisse alguém tão desvirtuosa — disse aos berros.
— Como você deixou-se seduzir por aquele pervertido, filha?
Sempre se mostrou uma menina esperta, no entanto, caiu nas
garras de um homem, que certamente só estava em busca de ter o
seu corpo para o seu bel-prazer — meu pai desta vez vociferou num
tom ainda mais alto e pouco estava se importando com o meu
estado, pois, as palavras ásperas continuaram a ecoar pelo
ambiente e minha cabeça já estava dando voltas e mais voltas, no
mesmo momento que minha garganta parecia que estava se
fechando.
— Agora tudo faz sentido. Mudança repentina no visual,
melhor nota do simulado. Afinal, a pecadora estava ocupando o seu
tempo com aulas muito mais picantes, então certamente precisava
ter sucesso na prova e assim continuaria a se entregar aquele infeliz
como se fosse uma qualquer.
— Gisele! — disse meu pai, como se tivesse recriminando-a
pelo ato, mas as palavras dela soam como trovões aos meus
ouvidos, fazendo os ruídos cruéis atingir a minha alma. Esta parecia
que estava acorrentada e acabou se libertando e, com ela, os meus
órgãos internos ganharam forças ao ponto de eu sentir a queimação
em meus pulmões se dissipando e algo me percorrendo por dentro,
como se quisesse sair. E, quando enfim, chegou a minha garganta,
o nó que estava preso nela se desfez e as palavras começaram a
sair pela minha boca, assim que ela estava prestes a continuar com
sua lição de moral.
— Eu cresci ouvindo você dizer que não puxei em nada para
você. Passei longos anos da minha vida recebendo críticas,
enquanto eu só buscava um pouco de carinho de vocês dois. Gisele
Johnson, você só é minha mãe porque me trouxe ao mundo, mas
jamais esteve ao meu lado quando eu precisei. Dá a um filho,
milhares de presentes e conforto, não faz de vocês verdadeiros
pais, porque pais de verdade dão acima de tudo, amor, e, isso eu
recebi das pessoas que vocês têm como empregados, quando na
verdade são a minha verdadeira família. Se você diz que sou uma
qualquer, então, eu te pergunto, de quem é a cul...?
A minha frase foi interrompida pelo forte tapa que ela me deu
no rosto, sinto a minha bochecha ardendo, no instante seguinte,
algumas lágrimas começaram a descer pela minha face.
— Você jamais verá aquele infeliz de novo — disse ela,
furiosa.
Respiro fundo e fecho os olhos para conter as lágrimas que ardiam
neles. E quando os abri novamente, por uma fração de segundos, a
imagem do rosto de César surgiu como um clarão em minha frente e
aquilo fez meu coração bater mais forte que nunca.
— Para isso acontecer, vocês vão precisar me matar — falei
sem desviar o olhar dos dois, ela por sua vez, levantou novamente a
sua mão, mas ficou imóvel quando ouviu o som da minha voz. — Se
isso te faz sentir que é minha mãe, pode continuar batendo. Porque
nem você e nem o meu pai, vão impedir que eu fique com ele — um
desafio silêncio pairou a nossa volta, até que o som da voz do meu
pai repercutiu no ar e suas palavras fizeram um tremor violento
tomar conta de todo o meu corpo.
— Vá para o seu quarto. Não esqueça que você é menor de
idade e, portanto, não fará o que deseja e para acabar com tudo
isso, daqui a três dias você vai conosco para Moscou e não voltará
tão cedo para São Francisco.

Dois dias depois...


Uma tristeza infinita tomou conta do meu ser e o meu
coração está desfalecendo em uma dor profunda. A falta que ele me
faz é grande demais e dilacera minha alma e somente as
lembranças dos momentos que passei ao seu lado, tem me mantido
lúcida. Sinto falta do seu calor junto ao meu corpo, dos seus toques
em minha pele, que provocam um desejo ardente, capaz de
envolver cada centímetro do meu corpo e seus beijos que me fazem
delirar.
Durante esses dois dias, foram várias as tentativas de fuga
fadadas ao fracasso e aqueles que deveriam estar felizes ao saber
que somente ao lado de César, eu teria a minha felicidade, estavam
agindo com rapidez para providenciar, desde a minha transferência
da escola, como a nossa ida para Rússia, amanhã.
— Filha, você precisa comer — disse Nina ao entrar no meu
quarto e ver a bandeja que estava com a comida que ela trouxe do
mesmo jeito.
Diante de tudo que venho passando, até o leão faminto que
morava dentro do meu estômago, parecia que tinha adormecido e a
única coisa que ainda conseguia tomar, era o copo de vitamina que
ela, após muita insistência, me fazia ingerir. Minha atenção foi
desviada para o seu rosto assim que ouvi novamente a sua voz.
— Os seus pais saíram, iam almoçar com o casal Smith.
Mas, assim que você comer tudo que estiver na bandeja, direi o
motivo de estar aqui.
Fiquei totalmente perdida com suas palavras, já que pensei
que ela veio pegar a bandeja. Mas, assim que vi um sorriso travesso
aparecer em sua face, eu me levantei e peguei o objeto. Eu estava
tão fraca, que no início comecei a suar frio e o meu estômago
chegou a doer ao receber o alimento. Contudo, à medida que ia
comendo, o desconforto foi diminuindo e revigorando minhas
energias.
Entretanto, vibrei por dentro e lágrimas não de tristeza mais
de gratidão, banham o meu rosto, quando ouvi as palavras que
foram ditas em seguida.
— Agora, vamos que irei com o Alberto fazer algumas
compras e você sairá pela porta dos fundos, direto para a garagem.
Entre no porta-malas do carro e assim os seguranças não vão
desconfiar — com a voz entrecortada pela emoção, digo.
— Você sabe que se os meus pais descobrirem, vão perder o
emprego — ela deu em seguida alguns passos e ao ficar
centímetros de distância, segurou as minhas mãos.
— Tanto eu, como Marta e Alberto, te amamos como uma
filha e se você está infeliz, de nada nos alegra continuar aqui. Por
você, minha pequena, eu sou capaz de tudo e como eu prometi,
essa história de amor teria um final feliz.
Momentos depois...
Assim como eles haviam planejado, conseguimos passar
pelos seguranças e quando estava a uma distância da mansão, o
senhor Alberto parou o carro e eu saí do meu esconderijo.
Novamente o veículo entrou em movimento, eu estava ansiosa pela
expectativa de revê-lo e quase meia hora depois, quando chegamos
à mansão Medeiros. Nina e o senhor Alberto foram embora e o Sr.
Santiago veio ao meu encontro.
Meu coração estava prestes a sair pela boca e ao lado dele,
andei para dentro da casa, já que segundo ele, César estava
tomando banho. No instante que a porta foi aberta e eu passei por
ela, meus olhos foram de encontro a escada, me deparando com o
homem que estava no topo dela. No entanto, minha respiração ficou
pesada e sentir um forte aperto e uma tristeza no peito ao ver o
olhar que ele lançou em minha direção.
Os olhos azuis não refletiam o mesmo brilho que sempre eu
via ao serem direcionados para mim. Seu olhar era gélido, causando
um arrepio em meu corpo e sua expressão era uma máscara fria,
como se a minha presença fosse indesejada por ele. Como se não
fosse suficiente os meus batimentos cardíacos estarem acelerados,
de repente disparou terrivelmente, como se meu coração pudesse
voar para fora do meu peito. O desconforto que estava sentindo no
meu peito se intensificou e eu tinha a sensação que alguém havia
deslizado uma lamina afiada na direção da minha caixa torácica e
foi cravando o objeto cortante em minha carne, até que um buraco
foi feito e logo depois enfiou as mãos dentro, apertando com força o
meu coração. Sinto um desespero, uma dor, uma angústia que
pareciam não ter fim.
Ele por sua vez, que antes estava paralisado, começou a se
livrar dos últimos degraus e, em seguida, assim que deu algumas
passadas, ele parou em minha frente. Seus olhos cravados nos
meus, enquanto um silêncio constrangedor pairou ao nosso redor.
Os meus pés pareciam que haviam colados no chão, nem um
músculo do meu corpo se movia e assim que seus lábios se
moveram, a calmaria foi interrompida pelo som da sua voz.
— Como você chegou aqui?
Engoli em seco e num fio de voz respondi.
— Os meus pais não estavam em casa. Então, eu consegui
fugir com a ajuda de Nina e os outros funcionários.
Seus olhos insondáveis me analisaram por mais alguns
segundos. Não conseguia entender o que estava acontecendo, pois,
eu pensei que depois de tudo que havíamos vivido nos últimos dias
e mesmo não dizendo com palavras, mas seus gestos eram de que
realmente me amava, César ficaria feliz em me ver e juntos ninguém
seria capaz de nos separar, mas, novamente seus lábios se
moveram e sua boca se entreabriu, no entanto, no momento que
ouvi as palavras ditas por ele, foi como se tivessem parado com a
tortura que estavam fazendo em meu coração e o puxaram com
força, arrancando-o sem dó e nem piedade.
— Vamos, eu vou levá-la para casa — disse segurando o
meu braço. Diante do que ouvi e tudo que eu estava sentindo,
somente um único pensamento apoderou-se da minha mente e as
palavras ditas pelo meu pai, martelam em minha cabeça, me
atingindo com força, como se eu tivesse levado o pior golpe de toda
a minha vida.
"Você caiu nas garras de um homem que certamente só
estava em busca de ter o seu corpo para o seu bel-prazer."
Minhas pernas começaram a ficar fracas e de repente
comecei a ficar com falta de ar. Meus pulmões ardiam tanto, era
como se estivessem em chamas, com um fogo líquido que
percorreu cada veia pulsante do meu corpo, assim como estava
queimando os meus órgãos internos, me destruindo por dentro.
Tudo se transformou num grande vazio, minha vista escureceu e
embora sabendo que minha bombinha estava dentro da minha
bolsa, nada mais fazia sentindo, tudo que eu queria era que a
escuridão sem fim realmente me envolvesse por completo e acabar
com todo aquele sofrimento.
Respiro fundo, reunindo as minhas últimas forças e as
palavras saíram entre sussurros.
— Você não me deseja mais ou nunca me amou? — naquele
instante senti o ar se esvair de meus pulmões, minha garganta
fechou-se como se tivesse um bolo que me impedia de respirar.
Minha pulsação ressoava nos ouvidos e meus olhos estavam
lavados de lágrimas.
Um tremor violento me atingiu, lágrimas grossas descem pelo
meu rosto e em meio a tantas voltas que minha cabeça estava
dando. Não conseguia senti e sequer ouvir mais nada além dos
zumbidos nos meus ouvidos.
Antes de me entregar de vez ao mundo das trevas e quem
sabe assim terei paz. Eu só lembro-me dos olhos azuis fixos nos
meus, ele dizendo algo que não consegui assimilar.
Capítulo 45

César Medeiros
Depois do confronto com Richard. Eu sabia que ele e
Gisele, fariam de tudo para afastá-la de mim, no entanto, não
esperava que ele fosse agir tão rápido.
Não adiantava ligar para ela, já que sabia que seu celular
estava sob a posse dele e muito menos fazer algo agindo por
impulso ou colocaria tudo a perder. Entretanto, ao ir para escola no
dia seguinte, sabia que poderia não encontra-la, e após quase cinco
horas de aula, ao sair e ver o sorriso vitorioso no rosto da infeliz e
em seguida ouvir as palavras que foram ditas por ela. Precisava ser
muito mais rápido que os dois ou Ângela seria afastada de mim para
sempre, porém, se eu não soube a forma que Richard descobriu
tudo, teria eu mesmo dado um fim naquela vadia, que ao saber que
Ângela, estava prestes ai estudar em outro país, estava explodindo
de felicidade, como se tivesse ganhado na loteria.
Uma corrida contra o tempo foi iniciada, e nunca me foi tão
útil na vida ser um homem dono de uma fortuna exorbitante e ter
trilhado um caminho que me levou a ter grande prestigio perante a
sociedade e aliados que jamais me negariam um favor. Enquanto
os pais dela acreditam que estão no comando da situação, eu estou
muito a frente deles.
Embora fossem os dois dias mais torturantes da minha vida. E, por
diversas vezes estive ao ponto de ir ao seu encontro, acima do meu
instinto e desejo, eu precisava colocar a razão e as consequências
do que poderia acontecer. Ângela, por ser menor de idade, ainda
está sob a guarda dos pais, assim como qualquer deslize poderia
realmente nos afastar por longos anos.
Consegui informações de que amanhã eles estariam
deixando o país, então, assim que acordei, recebi a ligação de um
velho amigo. Alan Gutiérrez, além de ser um velho conhecido, é o
renomado juiz do país, que atualmente, para minha sorte, é
responsável pela comarca do distrito da Califórnia. Com o pedido
que foi solicitado por mim para emancipação de Ângela, e a alta
quantia que coloquei em sua conta bancária, dando a ela uma
estabilidade financeira, a qual não precisaria mais da ajuda dos pais
e nem mesmo da minha, o próximo passo era conseguir que um dos
seus responsáveis, viesse a assinar o documento consentindo que
ela fosse emancipada e isso somente Gisele poderia fazer, mesmo
contra sua vontade, ela não teria outra escolha ou eu faria da sua
vida um verdadeiro inferno, mesmo sabendo que Ângela e aquele
que por anos eu protegi, ao omitir o que descobri, viessem a ter uma
grande decepção.
Depois que me encontrei com Alan, vim direto para casa,
tomei o meu banho e deixei o meu quarto, era chegada a hora de
entrar em contato com Gisele e decidir o futuro de Ângela. Todavia,
meu corpo todo estremeceu e paralisou ao me deparar com a única
pessoa que não esperava encontrar.
Meu coração disparou ao ver aquela que se tornou não
somente a dona dos meus pensamentos, como do meu coração.
Porém, em meio a tantas sensações que estava sentindo, o choque
da realidade pairou sobre mim, acertando-me como um soco cruel
no estômago.
Aquilo poderia ser um prato cheio para que todos os meus
planos fossem pelo ralo e nem mesmo Gisele, me seria útil contra
os argumentos de Richard perante a justiça. Quando acabei com a
distância e fiquei centímetros a de distância, o meu corpo todo foi
envolvido por um calor intenso, minha vontade era pegá-la e levá-la
direto para o meu quarto, entretanto, faltava pouco para ficarmos
junto e ao saber como ela chegou até a minha casa, eu precisava
agir rapidamente. Contudo, não esperava que o anjo estivesse tão
frágil, que as dúvidas que assolavam a sua mente a fizesse pensar
que ela fosse só mais uma em minha vida e no instante que ouvi
suas últimas palavras, um duelo começou dentro de mim, meu
coração parecia que ia saltar do meu peito, minha respiração
acelerou e um estremecimento tomou conta de todo o meu corpo.
As palavras vieram do meu coração e chegaram no fundo da minha
garganta e quando ressoaram no ar, o desespero me envolveu ao
vê-la desfazendo.
— Não só te desejo como você é a pessoa que mais amo na
vida.
Com ela em meus braços, coloquei o seu corpo em cima do
estofado e rapidamente comecei a procurar a sua bombinha. Minhas
mãos estavam trêmulas, uma dor terrível tomou conta do meu
peito.
— Vamos anjo, não me deixe — seu rosto estava pálido e
mesmo após fazer uso do medicamento, ela não acordava. O medo
cru e agudo apoderou-se de todo o meu ser e movido pelo
desespero, comecei a clamar para que ela acordasse.
— Você será minha para sempre, eu a amo. Eu a amo... —
fechei os meus olhos e coloquei minha cabeça próximo ao seu
peito e ali perdi a noção do tempo que se passou e só repetia as
mesmas palavras como se fosse um mantra.
— O peso da sua cabeça está me sufocando — meus olhos
se abriram diante daquele som que ecoou como a mais doce
melodia e ao afastar a minha cabeça, as duas safiras gigantes
estavam abertas. Ângela, com a minha ajuda, se sentou e seu olhar
encontrou o meu.
— Porque você não usou logo a sua bombinha?
— Você disse que ia me levar de volta para casa, achei que
queri...
Puxei o seu corpo para junto do meu, fazendo-a sentar-se em
meu colo. Com nossas bocas uma próxima da outra e os olhos fixos
um num outro, como se estivessem duelando, eu disse.
— Eu jamais iria desistir de você.
— Não quero que me levem para Moscou — disse com
lágrimas nos olhos.
— Isso não vai acontecer. Você é minha, para sempre minha.
— Esse é o momento que você me beija? — perguntou a
safada, esboçando um sorriso.
— Até poderia ser, mas, em poucas palavras, você me
chamou ainda pouco de cabeçudo?
Ela começou a sorrir o que me deixou feliz ao ver um sorriso
largo em seu rosto. Sem delongas, minha boca buscou a sua, um
beijo de início calmo, mas logo se tornou mais voluptuoso à medida
que minha língua inicia uma dança ao se entrelaça na sua,
acariciando-a com uma habilidade avassaladora. Minutos se
passaram e quando paramos o beijo, com a voz ofegante ela disse.
— Eu quero você.
— O que eu mais queria nesse momento, era ter o meu pau
pulsando dentro de você, porém, a partir de amanhã, não
precisaremos fazer isso às escondidas. Contudo, agora eu preciso
levá-la e resolver logo essa situação.
Vejo tristeza em seu olhar. Levo uma de minhas mãos em
direção ao seu rosto, acariciando a sua pele e sem medo, nem
reservas, resolvi falar aquilo que desde o momento que entendi que
já não podia mais lutar contra o que estava sentindo. Estava preso
em minha garganta.
— Eu a amo e em breve você será a minha esposa.
Capítulo 46

Ângela Souza
Minha respiração ficou acelerada assim como o meu
coração se aqueceu. Mas, desta vez, era pela felicidade que me
envolveu ao ouvir as palavras que saíram da boca dele. César
novamente aproximou a sua boca da minha. Ele colou os seus
lábios macios nos meus e antes de me beijar, as três palavras que
se tornaram música para os meus ouvidos, saíram por entre seus
lábios.
— Eu amo você.
Ao ouvir sua frase, algo dentro de mim vibrou e minha
intimidade começou a pulsar. Ele continua explorando a minha boca
me deixando com falta de ar. Minha respiração se tornava mais
áspera e úmida. Então, afastou sua boca dá minha quando
percebeu que eu já estava ficando sem fôlego.

Minutos depois...
Mesmo contra minha vontade, eu deixei sua casa e juntos
iriamos enfrentar até o mundo todo se fosse preciso, mas, não iria
abrir mão da minha felicidade. Medeiros, durante o percurso, após
apertar o botão e levantar a divisória da limusine, não perdeu a
oportunidade e atacou a minha boca com beijos ardentes que
estavam me levando a loucura, porém, quando chegamos na minha
casa, só nos deixaram entrar quando o vidro da janela foi abaixado
e os seguranças que tinha uma expressão temerosa no rosto,
perceberam que eu estava dentro do veículo.
Pelas suas feições, que mudaram com a minha chegada,
tudo indicava que os meus pais já estavam em casa e certamente
todos estavam com medo de perder o emprego. O veículo
novamente entrou em movimento e depois de alguns segundos, se
deteve. As portas foram destravadas e ele saiu do carro, fiz o
mesmo, logo depois, ele segurou em minha mão e juntos,
caminhamos em direção à entrada principal. Aumentamos o ritmo
das passadas e assim que paramos perto da porta, ela foi aberta
por Nina e assim que seus lábios se mexeram, foi justamente
quando o casal que tinha uma expressão fechada no rosto surgiu no
ambiente.
— A que ponto você chegou. Tudo por influência desse
homem — disse a minha mãe num tom rude.
— Venha aqui agora, Ângela — vocifera o meu pai.
— Eu estou muito bem aqui — disse firme, mas, estremeci
toda com o que minha mãe falou em seguida.
— Eu te avisei que você jamais voltaria a vê-lo, no entanto,
se atreveu a fugir de casa. Mas, agora além de despedir todos
aqueles que te ajudaram para ir encontrar esse homem. Chegou a
hora de dar um ponto final nessa situação e esse pervertido
deveria saber que isso era tudo que precisávamos para mandá-lo
direto para prisão, já que foi solicitada uma medida protetiva para
mantê-lo longe de você.
César, que até então estava calado, resolveu quebrar o
silêncio, porém, eu comecei a tremer e senti uma dor aguda no pé
da barriga, levei a mão até lá.
— Vocês acham que vão mesmo conseguir me manter longe
dela? Então vamos colocar as cartas na mesa e depois de tudo que
eu tenho para diz...
— Aiiii! — ele parou de falar assim que ouviu o meu grito.
Abaixei-me quando a dor intensificou e lágrimas começaram a
descer pelo meu rosto.
— Calma anjo.
— Filha, o que você tem? — perguntou o meu pai.
— Está doendo muito, me ajuda.
César pegou meu corpo fraco e frio, me aninhando em seus
braços, mas minha cabeça começou a latejar e tudo estava
girando ao meu redor. Senti uma dor ainda maior em minha barriga
e algo melado escorrendo entre minhas coxas. Sussurros ecoando
a minha volta e logo depois um grito endurecedor, até que cai em
uma escuridão sem fim.
— Ângela, nãooooo...

César Medeiros
Estou nervoso, ando de um lado para o outro da sala
privativa do hospital. Assim como eu, Richard está inquieto,
enquanto Gisele, essa pela primeira vez, vi com um ar de
preocupação no rosto.
Alguns minutos se passaram e ninguém dava notícia, eu
estava prestes a fazer um buraco no chão do ambiente de tanto
andar em círculos. Minha atenção foi voltada para porta ao ver a
médica adentrando o cômodo.
— Familiares de Ângela Johnson.
— Eu sou o pai dela.
— Eu sou o futuro marido — disse e o homem ao meu lado
me lançou um olhar mortal.
— Como a minha filha está? — perguntou Richard assim que
desviou o olhar do meu rosto, voltando-se em direção a mulher
vestida de branco.
— Senhor Johnson, sua filha está fora de perigo agora, no
entanto, ela sofreu um início de aborto.
— Aborto?! — exclamou Gisele.
Meu coração deu um baque. Olhei para a mulher a minha
frente, eu fiquei estático.
— Foi detectado um feto de pouco mais de três semanas,
contudo, devido ao que ocorreu, ela vai precisar de muito repouso.
Nada de viagem e muito menos aborrecimento. Ângela, além do
problema respiratório, apresentou um quadro alto de anemia e tudo
isso pode trazer graves consequências.
— Posso vê-la? — perguntou Richard.
— Sim, mas um de cada vez e não esqueçam de que a
paciente não pode se alterar.
Ainda não havia processado aquela informação, grávida!
Com tanto tempo de gestação, isso indica que ela ficou grávida
desde a primeira vez da penetração e certamente antes que eu
fizesse o coito interrompido, no líquido pré-ejaculatório continha
algum esperma vivo, assim como a médica, Richard deixou o
ambiente e diante da notícia que havia recebido, agora mais do que
nunca, precisava resolver logo essa situação. Meus pensamentos
foram interrompidos quando ouvi a voz da mulher que estava
furiosa.
— Você está satisfeito com o que fez? Essa criança acabou
com a vida dela e não pensem que isso vai mudar alguma coisa e
vocês ficarão juntos.
— Essa criança como você diz, é o meu filho e nada vai
impedir que os dois estejam ao meu lado. Depois da nossa
conversa, você vai assinar os documentos para emancipação dela e
vai convencer o seu marido a aceitar essa situação.
— Quem pensa que é para dizer o que devo ou não fazer?
— O homem que por todos esses anos guardou a
informação do seu envolvimento com David Williams.
— Você deve estar louco.
— Será mesmo? Quando eu vi vocês dois juntos na festa
onde Richard assumiu o controle das empresas Johnson, que foi
semanas antes do seu casamento e da notícia da gravidez. Cogitei
que ao me deparar com os dois perto do corredor que dava acesso
ao banheiro, foi só coincidência. Mas, os anos se passaram e o que
você não sabe, é que eu estive com David nos seus últimos dias de
vida.
Fiz uma pausa, ela estava pálida, como se todo o sangue do
seu rosto tivesse evaporado. Mas, a única coisa que importava era
ter Ângela ao meu lado e o nosso filho, mesmo que para isso, eu
tivesse que trazer a tona segredos do passado. Então prossegui.
— David me contou do envolvimento de vocês dois. De
como já haviam se conhecido antes mesmo de você conhecer
Richard, entretanto, continuaram com o romance e quando você
resolveu acabar com tudo. O casal do ano resolveu comunicar que
seriam pais.
— Não! Não! Não!
Ela parecia desorientada.
— A grande dúvida dele sempre foi se realmente a criança
era filha dele ou de Richard, mas, para um homem que sempre
viveu uma vida cercada pela luxúria e viagens. Preferiu viver
intensamente como o ratinho galã, sem se importar com nada, e
nunca procurou as respostas para suas incertezas. Mas, depois de
ver o seu comportamento com Ângela, eu fico me perguntando por
qual motivo você trata sua filha dessa forma.
Seus olhos estavam cheios de lágrimas e ela parecia perdida
em meio as seus próprios pensamentos. E quando saiu do estado
de estupor que estava, o seu olhar ficou direcionado no meu rosto.
— Eu a amo, embora não demonstre. Mas, toda vez que a
vejo, as dúvidas assolam a minha mente e por todos esses anos,
nunca tive coragem em ir em frente e descobrir a verdade.
— Então se você quer que tudo continue no passado, vai
assinar o documento e tenho certeza que tem bons argumentos
para fazer com que Richard não seja contra. Dessa forma, tanto ele,
como Ângela, jamais saberão a verdade.
O único som que se ouvia dentro da sala era da nossa
própria respiração. Segundos e minutos se passaram, até que a
mulher resolver falar.
— Eu farei o que você quer.
Meu corpo todo vibrou por dentro e um sorriso de satisfação
surgiu no meu rosto. Sei que se viesse a ser confirmado que
Ângela não fosse filha de Richard, traria sofrimento para os dois e
mesmo do jeito errado como eles vinham se comportando com a
filha. Ela ama os dois e certas coisas devem permanecer enterradas
no passado.
Capítulo 47

Ângela Souza
Tudo está tão calmo e não sinto dor. Sinto uma sensação
de paz tão grande.
Meus olhos se abriram, mas o arrependimento veio logo
depois. Uma forte claridade maltrata minha retina, voltei a fechá-los
de imediato. Instante depois, abri novamente meus olhos tentando
me adaptar àquela luz e quando passei o olhar em volta do
ambiente, às primeiras lembranças que vieram na minha memória
foram as dos meus pais confrontando César. Involuntariamente as
lágrimas começaram a descer pelo meu rosto, assim como o medo
tomou conta do meu corpo inteiro.
"César!"
Quando tentei me mexer, ouvi o barulho da porta sendo
aberta e o par, de olhos azuis, ficaram focados nos meus. Havia
uma expressão de preocupação em seu rosto e sem demora, ele
avançou em minha direção, impedindo que eu me levantasse.
— Fique quieta, anjo — disse e segurou uma de minhas
mãos.
— Eu pensei que haviam me afastado de você.
— Você nunca mais vai ficar longe do seu homem — falou
beijando a minha mão, forcei a mente tentando buscar as
informações armazenadas. Lembrei-me da dor terrível que
atravessou a minha barriga e logo depois tudo se transformou num
escuro sem fim. E só então percebi que na minha mão direita havia
um acesso intravenoso e no suporte uma bolsa de soro.
— O que aconteceu comigo? Por que estou aqui?
Medeiros ficou em silêncio por alguns segundos. Percebi que
ele estava procurando as palavras certas para me contar alguma
coisa, enquanto já me encontrava nervosa, um pensamento
tenebroso passou pela minha cabeça e, junto com ele as palavras
escaparam por minha boca.
— Eu estou muito doente? É isso?
— Você está grávida.
Já estava tremendo, porém, por alguns minutos fiquei
totalmente perdida com o que ouvi e logo depois, um misto de
sentimentos tomou conta de mim. Desde medo, até que fui
envolvida por uma sensação inexplicável e um amor que parecia tão
gigante que envolveu todo o meu coração.
Meu corpo estava vibrando de tanta felicidade, um filho! Mas,
logo o choque da realidade pairou sobre mim e novamente o
medo se fez presente. Fiquei tensa e tentei puxar a mão, porém,
ele a segurou com firmeza.
— Eu sei que você não queria filhos — falo e baixo a cabeça
em seguida, não sabia qual seria a reação dele, mas sei muito bem
o quanto uma criança precisa de amor e mesmo sendo tão nova,
jamais renegaria o meu filho. Nem que para isso tenha que viver
longe dele e de todos que forem contra essa gravidez. Sinto sua
mão levantando o meu queixo, me forçando a encará-lo.
— Confesso que fiquei surpreso, não esperava uma criança
agora, entretanto, saber que o nosso filho está crescendo dentro de
você e juntos seremos uma família, me deixou muito feliz. Porém, o
meu pau já está latejando só em pensar o quão apetitoso ficará
ainda mais o corpo da minha mulher, cheio de belas curvas que
serão moldadas a cada mês.
Qualquer um diria que ele era louco por pensar em sexo
numa hora dessas, mas, ficaria espantado se eu falasse que suas
palavras fizeram uma onda escaldante apoderar-se do meu corpo
inteiro e a minha intimidade estava pulsando pela expectativa dele
fazer tudo que tinha em mente comigo.
Minutos se passaram e ficamos envolvidos naquela bolha
que só havia espaço para coisas boas, até que novamente a porta
foi aberta e meu olhar ficou cravado no casal que surgiu no meu
campo de visão.

Instantes depois...
Eu não conseguia desviar os olhos dos meus pais. Senti
minha respiração acelerar e minhas mãos ficaram geladas,
enquanto o meu corpo estava trêmulo.
— Anjo, fica calma — disse César ao perceber o meu estado
e não demorou para eles se moverem e a voz da minha mãe
ressoar dentro do ambiente.
— Não estamos aqui para continuar brigando e sim decidir o
que é melhor para você — fiquei confusa, pois, havia algo de
diferente nela, principalmente porque estava me olhando de um
jeito que é novo para mim e não é o olhar de
reprovação que sempre via em seu rosto. Gisele me olhava com
ternura e foi a primeira vez que vi seus olhos brilhando ao estarem
direcionados para mim.
Já o meu pai tinha uma expressão fechada e um olhar frio
lançado em direção ao homem que segurava firme a minha mão, no
entanto, ao desviar sua atenção para mim. Suas feições mudaram e
um olhar compreensivo, assim como um sorriso acolhedor surgiu
no seu rosto redondo. Todavia, foram às palavras ditas pela mulher
que sempre pensei que não se importava comigo, que
trouxeram alento ao meu coração.
— Seriamos hipócritas ao dizer que toda essa situação nos
alegra. Como você mesmo proferiu alguns dias atrás, sempre
estivemos distante e todo o luxo que lhe foi proporcionado se
resume a nada perto da falta de carinho que você sempre
experimentou, no entanto, tratei-a como se fosse uma boneca, a
qual eu podia moldar de acordo com a minha vontade, visando
sempre a sua aparência física, enquanto o mais precioso estava
dentro de você. O bebê que carreguei nos braços, a menina que
corria para o colo do pai, cresceu, e nós dois não havíamos nos
dado conta de que sozinha começou a dar os seus passos e
chegou até aqui — ela fez uma pequena pausa e o meu pai
continuou.
— Chegamos à conclusão que se ele te faz feliz, não
iremos impedir que você fique ao lado de quem ama. Mas, saiba
que mesmo dando a emancipação a você, sempre terá um lar que
estará te esperando.
Seus olhos estavam cheios de lágrimas, eu sabia que não
estava sendo fácil para ele e o quanto parecia estar magoado com
César, contudo, eu fiquei imensamente feliz por saber que todo o
pesadelo chegou ao fim. E agora eu teria a minha própria família
com o homem que mudou a minha vida.
Minutos depois, os meus pais saíram do quarto e no
momento que a porta foi fechada, Medeiros tomou a minha boca
num beijo ardente, capaz de fazer o meu corpo queimar em um
prazer avassalador ao sentir os seus lábios juntos dos meus. Um
beijo onde duas almas que falam a "língua" da paixão.
Depois que paramos de nos beijar, uma das enfermeiras
entrou no quarto e após colocar uma substância no soro, as minhas
pálpebras ficaram pesadas. Enquanto os meus olhos estavam
querendo se fechar, o homem que me olhava intensamente, não
tinha noção que eu abri os meus olhos para um mundo novo
quando ele apareceu. Eu perdi meus medos e me entreguei
completamente. César Medeiros, meu professor, o meu mestre,
veio na melhor hora possível. Ele veio para me amar quando eu
mais precisava e me fez a pessoa mais feliz desse mundo.
Alguns dias depois...
Cinco dias se passaram desde o ocorrido que me levou a
parar no hospital. Momentos que foram seguidos de desespero,
medo, alegria e um amor que não cabe dentro do meu peito.
Gisele está longe de ser a mãe perfeita, até porque ninguém
muda da água para o vinho num piscar de olhos, porém, a mulher
que sempre me tratou com tanta rigidez desde pequena, agora suas
palavras não são como laminas afiadas que sempre atingiram o
meu peito, provocando uma grande dor em meu coração. O meu
pai, junto com César, providenciaram toda documentação para a
minha emancipação, no entanto, devido a minha idade e mesmo
estando grávida, só poderei me casar quando atingir os 18 anos.
Fiquei em repouso durante todos esses dias, e três dias atrás
chegou os exames que havia feito, solicitados pela Dr. Sallet,
confirmando a minha gravidez. Eu estava temerosa que Nina, Marta
e o senhor Alberto, viessem a perder o emprego, não por terem me
ajudado na fuga e sim pelo fato de que hoje, assim que saí da
escola, o meu destino será rumo ao lugar que entre o medo, as
dúvidas e toda minha relutância, a mulher que estava presa dentro
de mim, acabou se libertando e pronta para viver no mundo onde o
prazer, os desejos mais obscenos fazem o corpo arder, como se
estivesse em chamas e em meio a luxúria, os dois corpos grudados
pelo suor, assim como os dois corações que batem no mesmo ritmo,
acabam se tornando um só, envolvido por um sentimento grandioso
chamado amor.
Ciente que os meus pais não pensam em deixar de viver em
Moscou e decidido que hoje eles iriam retornar para Rússia.
Aqueles que só tinham o emprego garantido na mansão Johnson,
devido a eu estar lá, ficaram numa situação delicada. Não digo por
Nina, já que eu jamais abriria mão de tê-la ao meu lado, porém, eu
cresci com a presença do senhor Alberto e Marta por sua vez, além
de todo carinho, sempre foi a responsável por alimentar o leão
faminto que tenho dentro da barriga. Todavia, a atitude de César
Medeiros, só mostrou o porquê esse homem acabou se tornando o
dono do meu coração.
As três pessoas que sempre tive como membros da minha
família vão estar ao meu lado, mas desta vez, em um novo lar.
Meus pensamentos foram atrapalhados quando ouvi Nina,
me chamando.
— Alberto está te esperando e os seus pais também.
Dei uma ultima olhada para o meu quarto e as lágrimas começaram
a se formar. Foram 17 anos vivendo nesse lugar, momentos que me
senti muito sozinha, mas também amada por aqueles que faziam de
tudo para trazer alegria ao meu coração.
— Vamos!
Ao lado dela, deixei o ambiente. A cada passo que dava pelo
corredor, meus olhos iam de encontro aos quadros fixados nas
paredes e as lembranças surgiam como um filme em minha mente.
Instantes depois, quando comecei a descer os degraus da escada,
meu olhar ficou cravado no rosto do meu pai.
Richard Johnson estava com os braços abertos, assim como
fazia quando eu era criança e em seus braços, eu me sentia como
se estivesse dentro de uma fortaleza. Segura, em paz e tendo
naquele momento toda atenção que sempre almejava.
Assim que me livrei do último degrau, fui envolvida por um
forte abraço. Sendo minha gravidez de risco e com o problema de
saúde que tenho, ficou decidido que era melhor eu ir morar na
mansão Medeiros, já que em menos de um ano eu irei me casar.
— Se cuida princesa — disse ele ao se afastar um pouco
para dar um beijo em minha testa. Depois que nos afastamos e eu
estava prestes a caminhar em direção à porta, fiquei paralisada com
o que veio em seguida.
— Ângela!
Gisele, então se aproximou e seus braços se moveram e era
a primeira vez desde que deixei de ser a garotinha que nem sabia
andar que ela me abraçava daquela forma. Um abraço acolhedor,
seguido de um beijo no meu rosto, mas foram suas palavras que
acabaram alegrando o meu coração.
— Seja feliz.
Eu não conseguir mais conter as lágrimas. E enquanto ela
me abraçava, deixei que caíssem pelo meu rosto.
Minutos depois...
Entre as quatro aulas que tivemos, nenhuma foi tão intensa
quanto à de Sociologia. A matéria que se tornou a minha favorita,
hoje teve um clima de despedida o que deixou vários alunos tristes
ao saberem que César Medeiros, não faria mais parte do corpo
docente da instituição. O reitor achou melhor não entrar em
detalhes sobre o motivo de seu afastamento, que acabou sendo
solicitado pelo próprio César, para que no futuro, eu não me
tornasse alvo de comentários maliciosos, pelo fato de eu ter
dezessete anos, não é considerado crime a sua conduta no estado
da Califórnia, mas, algumas escolas tem prevista em seu
regimento interno que são contra sobre o envolvimento entre aluno
e professor.
Quando terminou o último horário, deixei a sala e fui ao
encontro dele que estava assinando alguns documentos na sala da
diretoria. Quando estava atravessando o corredor, enquanto os
demais alunos caminhavam rumo ao portão de saída, minha
atenção se voltou para mensagem que recebi de Nina, dizendo que
já estavam na casa de César. Um esboço de sorriso surgiu no meu
rosto, para quem disse que jamais deixaria os desejos da carne
falar mais alto, eu acabei não só sendo consumida pelo fogo
líquido que queima a minha pele, como Cesar acabou roubando o
meu coração. O que começou com uma aula maliciosa, resultou em
algo intenso e verdadeiro, e o fruto do nosso amor está crescendo
dentro de mim.
Coloquei o celular dentro da bolsa e continuei caminhando e
quando estava a alguns metros do local onde ele estava, senti o
meu corpo sendo empurrando em direção à parede, um gemido
escapou pelos meus lábios quando minha cabeça bateu em algo
que estava fixada na divisória. Levantei a cabeça me deparando
com a senhorita Marina.
Sua expressão era fria e seus olhos brilhavam com um brilho
mortal. Instantes depois, o silêncio no corredor foi quebrado por ela,
me deixando atônita com suas palavras.
— Sempre soube que por trás desse rosto de anjo, havia
uma grande vadia que não perdeu tempo e saiu trepando com o seu
próprio professor.
Capítulo 48

César Medeiros
Foram 15 anos da minha vida que uni o útil ao agradável.
Não nego que meu grande objetivo sempre foi buscar no meio das
minhas alunas, o alvo perfeito para assim satisfazer os meus
desejos sórdidos. Contudo, sempre fui fascinado por descobrir mais
sobre o comportamento das pessoas perante a sociedade, ao ponto
que por todo esse tempo, deixei as minhas empresas aos cuidados
do meu advogado, mesmo acompanhando sempre toda parte
financeira.
O que jamais esperava, era que ao tirar Cristóvão do meu
caminho para ocupar o seu lugar, eu estava traçando o meu próprio
destino rumo à mulher que veio para quebrar as barreiras que se
formaram em volta do meu coração. Barreiras levantadas por mim
quando a pessoa que deveria me proteger, por ganância, tinha um
único objetivo, "acabar com a minha existência". Por culpa daquela
desgraçada, eu me tornei um sádico e sentia prazer com a dor que
provocava nas minhas submissas. Sempre estava em um confronto
interno, lutando para que a razão gritasse mais alto do que meu
instinto selvagem. Ângela foi um raio de luz em meio à escuridão do
mundo cheio de luxúria que eu sempre vivi. A necessidade em tê-la
ao meu lado, vai além do desejo da carne, que só busca algo para
satisfação. No entanto, com os últimos acontecimentos, onde o
predador já não precisa viver numa caçada em busca de mais uma
presa, resolvi que já era hora de assumir o controle das minhas
empresas, embora que, a princípio, estava receoso e até cogitei na
possibilidade do anjo mudar de escola e assim ficar longe daquele
fedelho e da sua prima, porém, a minha mulher já mostrou que é
capaz de enfrentar qualquer situação.
Quando termino de assinar os últimos documentos, meu
olhar vai de encontro ao relógio em meu pulso, pego minhas coisas
e caminho em direção à porta de vidro. Depois que passo por ela e
giro a cabeça para direita, sou dominado por uma fúria
incontrolável e avanço na direção da infeliz que estava
encurralando a minha mulher. Embora esteja a certa distância,
consigo ouvir claramente as palavras que são ditas pela desgraçada
e quando aumento o ritmo das minhas passadas, antes que eu
cogitasse em fazer algo, acabo ficando paralisado quando a mulher
que parecia estar desorientada com que ouviu, sai do transe que
estava e não dá tempo para que Marina tenha qualquer reação,
pois rapidamente um estrondo ecoa no ambiente quando a mão
dela atinge, em cheio, o rosto da víbora.

Ângela Souza
A princípio, eu fui envolvida pela dor, mas depois fiquei
confusa e, ao ouvir as palavras ditas por ela, a raiva me dominou e
quando dei por mim, já tinha desferido um tapa em sua face com
toda força vinda através do enfurecimento que estava sentindo.
Uma bofetada de mão aberta, que fez seu rosto girar o suficiente
para que a marca avermelhada pudesse ser vista a distância. Ela,
por sua vez, virou o pescoço e me encarou com os grandes olhos
faiscando de ódio.
— Sua fedelha mal... — parou assim que o braço que havia
levantado para acertar o meu rosto foi segurado por César,
estremeço toda ao ver as feições que tomaram conta do rosto dele.
— Se você tocar nela, não respondo pelo que te possa
acontecer.
— Aiiii...
Gemidos de dor escaparam pelos lábios de Marina e ele por
sua vez, apertava com mais força o braço dela.
Jamais o tinha visto daquela forma, era como se outra
pessoa estivesse diante de mim. Temerosa do que pudesse vir a
acontecer em seguida, resolvi pedir para que a soltasse.
— Amor, solte-a.
Quando seu olhar encontrou o meu, ele desfez o contato.
— Isso não vai ficar assim — disse ela, furiosa, mas antes
que ele viesse a se alterar novamente, eu preciso dar um basta na
situação.
— Eu sempre soube que você ti certo interesse nele, porém,
a diferença é que eu não sou uma vadia como você, que continua
insistindo mesmo sabendo que ele não te quer. Eu posso ser uma
fedelha como você diz, mas, fui muito mais mulher do que você, já
que sou capaz de satisfazê-lo ao ponto de não te querer e a
nenhuma outra. Agora, na próxima vez que voltar a se dirigir a mim
dessa forma, não vamos resolver com palavras ou tapas e sim na
diretoria da escola. Eu posso estudar em qualquer lugar que quiser,
mas você não vai conseguir outro emprego nesse ramo se chegar
ao conhecimento de todos o jeito como se comportou com uma
aluna por puro despeito.
O rosto dela ficou vermelho e não foi pelo tapa que eu havia
dado e sim porque estava possuída pela raiva. Assim como surgiu
do nada em minha frente, ela desapareceu.
— Como você está? — perguntou César ao ficar centímetros
a minha frente.
— Estou bem, mas agora vamos que estou com fome.
— Minha gulosa — falou esboçando um sorriso e juntos,
andando pelo corredor que dava acesso a saída.

Momentos depois...
Quando o carro parou no jardim da mansão, nem estava
acreditando que ao contrário da última vez que vim a esse lugar, eu
não estava envolvida pelo medo. Não iria passar pelas portas
duplas, após ter fugido de casa e sim entrar no ambiente que seria
o meu novo lar.
De mãos dadas, seguimos para dentro de casa e assim que
adentrei o ambiente, minha atenção se voltou não para Nina e sim
em direção a sala de refeição, assim que um cheiro delicioso invadiu
as minhas narinas.
— Pelo seu olhar já sei que está faminta — disse Nina,
segurando o riso.
— Eu agora preciso comer por dois — eu olhava para
Cesar, tentando não sorrir.
— Se puxar para mãe, Marta e Augusta, vão passar o dia
todo em frente ao fogão — desta vez, eu não me aguentei e
comecei a sorrir, enquanto andávamos os três para o outro cômodo.

Dois dias depois...


O sábado chegou e tanto Nina como os demais funcionários,
ganharam folga. Passamos o dia todo na piscina, momentos cheios
de carícias, porém, já estava inquieta, pois, havia sido liberada
desde ontem pela minha médica para ter relação, entretanto, não
passamos do sexo oral, onde o homem parecia que queria engolir a
minha intimidade. Sua boca insaciável me chupou e sugou o meu
clitóris com uma habilidade que fez um tremor intenso apodera-se
do meu corpo todo e instantes depois, após ter tido meu primeiro
orgasmo, veio outro, em seguida outro e depois mais outro. Meu
corpo parecia que estava flutuando e uma sensação inacreditável
me envolveu.
Depois do almoço, acabei caindo em um sono profundo e
quando acordei, não o encontrei, mas, em cima da cama, além de
ter uma lingerie vermelha com um robe em renda e um par de
sapatos Scarpin, salto alto e fino, também vermelho, havia uma
rosa branca, semifechada e ao lad, um bilhete.
"Arrume-se e me encontre na masmorra da luxúria".
Capítulo 49

Cerimônia das rosas

Ângela Souza

Tomei um banho rápido, enxuguei-me com uma toalha


branca, passei um pouco de creme no corpo e após escovar os
meus dentes, deixei o banheiro. Assim que alcancei a cama, peguei
a calcinha e o sutiã, caminhei até o closet e quando cheguei ao
ambiente, fiquei de frente para o espelho e comecei a me vestir. Já
arrumada, olhei para o meu reflexo no espelho e o conjunto parecia
que tinha sido feito sob medida.
Dei um jeito nos meus cabelos e consegui fazer um pequeno
coque, deixando o pescoço livre. Caprichei no perfume e segui até a
cama, depois de colocar o robe e calçar os sapatos,
cuidadosamente peguei a rosa, já que havia alguns espinhos. Com
passos largos, comecei a andar para o lugar que estava ansiando
há dias para ir, no entanto, minha curiosidade era tão grande, que
ao longo do percurso até a masmorra, vários pensamentos picantes
passaram pela minha cabeça, me deixando enlouquecida de desejo
e completamente excitada.
Quando o elevador parou e a porta foi aberta, todos os meus
sentidos ficaram em total alerta ao ouvir a música que vinha de
dentro do cômodo e era a mesma que tinha escutado ao assistir o
filme Cinquenta tons de cinza, Love Me Like You Do - "Me Ame
Como só Você Faz". Olhei para o chão e havia uma trilha feita com
pétalas de rosas brancas e vermelhas. E, quando dei alguns
passos, ao chegar perto da porta, o trecho da melodia era Only you
can set my heart on fire, "Só você faz meu coração pegar fogo". E
foi nesse exato momento que meu coração disparou, ao ver o
homem vestido somente com uma cueca branca, segurando uma
rosa vermelha em uma de suas mãos.
Minhas pernas ficam paralisadas, enquanto meus olhos
passeiam em volta do lugar. O chão estava coberto por pétalas de
rosas e o homem que era o próprio pecado em forma humana,
estava próximo a um altar que tinha dois vasos. Um com flores
brancas e outro com flores vermelhas, as lágrimas surgiram dos
meus olhos e uma enorme alegria invadiu o meu ser.
"Isso não pode ser possível." — pensei.
Porém, eu tive a confirmação que aquilo não era um sonho e
sim realidade, no momento que ele estendeu uma de suas mãos em
minha direção, acabei saindo do transe que estava e minhas pernas
pareciam que haviam ganhado vida própria e com passadas firmes,
comecei a andar em direção ao grande amor da minha vida. Assim
que só restaram alguns centímetros de distância entre nós dois,
seus lábios se mexeram e quando suas palavras ecoaram no ar, a
felicidade explodiu em meu peito, como se fosse fogos de artifícios
em rajadas potentes.
— Embora a lei só permita o nosso casamento quando você
tiver dezoito anos. A cerimônia das rosas é uma tradição dentro do
BDSM, tão válida como o casamento. É a forma de o dominador
dizer à sua submissa, que ele será seu até ao fim dos seus dias.
Não é somente o seu mestre que deseja estar unido a sua
submissa, é César Medeiros, que além do prazer carnal e da
necessidade de está o tempo todo ao seu lado, deseja-lhe entrega o
seu coração e dizer que nessa vida e se for possível viver em outra,
é somente você que desejo como minha mulher, minha esposa e a
quem eu amarei eternamente.
O amor estava brilhando dentro dos seus olhos, assim como
esse sentimento grandioso apoderou-se de mim. Respiro fundo, já
que minha respiração ganhou um ritmo alucinante e com os olhos
fixos nos deles, deixei que as palavras viessem do fundo do meu
coração.
— Sempre tentei ver o lado bom de tudo que acontecia em
minha vida. Nina sempre dizia que eu era forte, mas, no fundo,
sempre existiu um vazio dentro do meu peito. A ausência dos meus
pais me fez, de certa forma, me tornar adulta e não viver me
lamentando pelo que eu tanto desejava, porém, a cada ano, eles
pareciam mais distantes. Entre lágrimas e um mundo onde as
pessoas buscam o perfeito, eu preferi ser a garota que jamais
mudaria para satisfazer as pessoas. Contudo, você surgiu em minha
vida e confesso que tive medo, que lutei contra as sensações que
jamais havia sentido, porém, foi graças a você que a menina deu
espaço para mulher. Que o vazio que havia dentro de mim, foi
preenchido e que, Ângela Johnson, que aceitou ser sua submissa,
não estava disposta a entregar somente o seu corpo, como o seu
coração. Assim como você, o meu corpo, coração e alma serão para
sempre seus.
Depois das palavras que foram ditas, ele pegou a minha mão
esquerda e segurou o meu dedo médio e em seguida o levou em
direção a um dos espinhos que tinha na rosa vermelha, quando ele
furou o meu dedo e o sangue começou a jorrar, César o moveu
novamente na direção da rosa branca que estava na minha outra
mão, derramado o líquido em cima das pétalas. Depois disso, ele
também espetou o seu dedo e juntou ao meu.
— Assim ficaremos unidos para sempre através de lanços de
sangue, a nossa vida a partir deste momento, como antes era
conhecida deixa de existir e nós dois somos agora um só.
Assim que limpamos os dedos, ao esfregamos em cima das
pétalas da rosa branca, colocamos as duas rosas em cima do altar.
Fizemos as trocas de aliança e então o meu marido puxou-me para
perto de si e assim que nossos olhares se cruzaram, eu já estava
ansiando pelo seu beijo. Sua boca se juntou a minha, seus lábios
ardiam feito fogo e acariciam os meus, fazendo um calor se
espalhar pelo meu corpo inteiro. Sua língua pediu passagem e eu
permiti e assim que se encontrou com a minha, se misturaram, indo
de um lado para o outro, enquanto suas mãos apertavam a minha
bunda.
Entre carícias e afagos, paramos o beijo por falta de ar e à
cena que se construiu em seguida, foi das poucas roupas que
cobriam os nossos corpos sendo retiradas e lançadas ao chão,
assim como os meus sapatos. Quando passei os olhos pelo corpo
dele, indo do abdômen definido até o seu membro duro e grosso,
senti arrepios invadirem meu corpo e minha intimidade pulsar e eu
precisava aplacar o fogo que me consumia, mas, diante daquele
pau enorme, lindo e cheio de veias latejantes, com a cabeça rosada,
as chamas me envolveram por completo. Fiquei sedenta de desejo
e já vibrando pela expectativa do que estava por vir, quando ele
colou novamente o seu corpo no meu, pegou-me no colo com
facilidade.
Cruzei as pernas em volta da sua cintura e sem delongas, ele
começou a caminhar. Eu estava tão encantada com a cena de
quando cheguei ao ambiente, que nem percebi que ele havia
retirado à grade que ficava em torno da cama, o que me deixou um
tanto intrigada, mas, o meu alvo era aquela cruz que estava fixada
na parede e certamente ele ia me colocar lá. Mas, acabou sendo o
contrário e o homem andou na direção da cama e assim que se
deteve, me colocou sobre ela e ao subir em cima de mim, as
palavras saíram sem que eu pudesse se controlar.
— Pensei que ia me colocar na cruz, como havia prometido.
— Hoje eu não quero fodê-la com força e sim fazer amor,
como minha esposa. Quero contemplar cada centímetro do seu
corpo e fazê-la sentir o quanto eu a amo.
Um largo sorriso surgiu no meu rosto, sem freios e sem
reserva eu disse.
— Faça- me sua, agora.
— Você já é minha, assim como eu serei eternamente seu.
Dito isso ele, me beijou. Um beijo cheio de carinho, que
iniciou lento, mas, assim que ele aumentou a intensidade, nossas
línguas quentes se entrelaçaram, enquanto uma de suas mãos
segura o meu seio direito e seus dedos brincam com o meu mamilo.
No momento que sua boca deixou a minha, ele a deslizou pelo meu
pescoço distribuindo beijos ao longo da extensão do meu corpo e só
parou quando sua boca gulosa encontrou a minha intimidade, que
estava exposta a sua mercê. César levantou por alguns segundos a
cabeça e seus olhos cálidos de desejos, encontraram os meus e
percebendo vulnerabilidade estampada em minha face, já que
somente ele era capaz de deixa-me enfeitiçada. Não perdeu tempo
e assim que sua boca se chocou novamente com meu sexo úmido,
ele abriu ainda mais as minhas pernas e começou a me chupar com
uma urgência que aniquila qualquer habilidade de pensar ou me
mover. Lambe e chupa a minha intimidade continuamente,
envolvendo o meu clitóris com os lábios, intensificando os
movimentos.
— Ahhh... Meu Deus — murmuro, estremecendo.
— Você tem um cheiro divino — disse ao afastar a boca da
minha vagina por uma fração de segundos. Quando ele volta a
atacar o meu sexo, arqueio com um gemido, cravando as mãos na
cocha da cama e elevando a boceta na direção da sua boca, ele por
sua vez, começa a enfiar a língua perversa dentro da minha fenda.
Em um reflexo primitivo, meus quadris começam a se mexer,
imitando o movimento da minha língua. Quando ele novamente
começou a sugar o meu clitóris, o meu gostoso concentrou todas as
suas energias no meu ponto de prazer. Com movimentos circulares
rápidos e precisos no botão de nervos inchado.
— Césaaaaaaaar... — o meu corpo se contorce e enrijece
atingindo um orgasmo devastador, ao ponto de eu fechar as minhas
pernas, apertando a sua cabeça enquanto gritava feito, louca, o seu
nome.
Ainda estava me contorcendo em meio aos espasmos que
percorre todo o meu corpo, quando ele novamente se juntou a mim.
As chamas novamente foram acessas a minha volta, assim que a
sua boca começou a chupar os meus seios, enquanto pressiona sua
ereção contra a entrada da minha boceta. Seu membro já estava
ansiando para sentir o meu calor.
— Preciso de você — disse ele e antes que faça qualquer
movimento, começa a remexer os quadris forçando seu pênis a
deslizar para dentro mim. Porém, assim que ele se movimentou e
arremessou seu membro, que entrou com tudo de uma só vez. Um
ruído alto saiu entre meus lábios, senti uma pontada de dor e uma
ardência profunda ao receber aquele membro generoso.
— Anjo!
Havia preocupação em sua voz.
— Continua.
Seus quadris se moveram num vai vem lento e torturante e
eu sabia que ele estava se segurando, com medo que viesse
acontecer algo devido a minha gravidez.
— Amor, eu estou bem.
As minhas palavras foram tudo que ele precisava ouvir e seu
ritmo acelerou, fazendo seu pênis mergulhar com tudo nas
profundezas aveludadas da minha vagina. Seu pau entrando
profundamente em minha abertura faminta, deixando-me insana e
despudorada. Gritos de prazer tomaram conta do cômodo, seu
pênis pulsava violentamente dentro de mim.
— É disso que você gosta sua safada?
— É disso que nós dois gostamos.
Um sorriso perverso surgiu naquele rosto maravilhoso e suas
estocadas aumentam quando ele retira o pênis e novamente o
empurra para dentro de mim. O som dos nossos corpos se
chocando, ecoa pelo ambiente e o cheiro excitante de sexo está
impregnado a nossa volta.
Senti o meu sexo se expandir completamente, fazendo
espasmo atravessar por todo o meu corpo.
— E... Eu vou... — minha respiração ficou ofegante e ele
continuou repetindo os movimentos várias vezes, com estocadas
firmes e calculadas, penetrando-me cada vez mais forte até o meu
ponto mais profundo.
— Eu quero inundá-la de prazer — disse com a voz rouca.
— É tudo que eu mais desejo.
Deixamos o prazer nos envolver e juntos gozamos, forte, alto
e alucinadamente, seu líquido quente inundou a minha intimidade.
Ofegantes, quando ele saiu de dentro de mim, rolou para o lado e
me puxou junto consigo e assim que nossos olhos se focaram, senti
o meu coração bater mais forte com o que ouço em seguida.
— Você é perfeita, eu amo você.
Capítulo 50

Meses depois...

Ângela Souza

A cada mês, uma nova fase. Os primeiros meses de


gestação foram tranquilos e logo passou a fase do enjoo, o que me
permitiu comer direito novamente.
Na escola, logo que souberam da minha gravidez e quem era
o pai do meu filho, vários olhares acusadores foram lançados em
minha direção. Olhares de pessoas impiedosas, que se acham
donas da verdade, entretanto, eu tinha uma leve desconfiança de
quem foi a responsável por descobrirem que eu e César estávamos
juntos. Todavia, cada um é dono da sua própria vida e de nada me
importava à opinião de pessoas que tem uma bela aparência por
fora, mas são feias por dentro.
Por outro lado, os meus pais tem vindo pelo menos duas
vezes por mês para São Francisco e aos poucos os laços
quebrados da velha amizade entre Cesar e Richard, parece que
está sendo restaurados. As minhas aulas particulares continuaram
dentro da masmorra da luxuria e quando acho que já me foi
apresentado tudo desse mundo, sem preconceito e repleto de
prazer, eis que o meu mestre tem uma nova lição para me ensinar,
instigando os desejos e quando ele se junta a mim. A nossa
mistura é muito mais do que o suor dos nossos corpos, é a
percepção aflorada de dois seres, que quase soltam faíscas quando
se encontram.
Momentos de descobertas, de medo e incertezas ao ter um
novo sangramento, porém, tudo deu lugar a uma imensa felicidade
ao descobrir que apesar dos obstáculos, havia um pequeno
guerreiro que lutava bravamente para se manter vivo dentro de mim.
Todos ficaram em festa ao saber o sexo do bebê, principalmente
César, e acredito-me que os pequenos fios de cabelo branco que
surgiram nos últimos meses, já era de preocupação ao pensar que
poderia ser pai de uma menina. O nascimento do nosso filho está
previsto para daqui a uma semana e apesar de estar com a barriga
enorme. O meu apetite sexual estava muito mais alto que o
normal e agradeci mentalmente, que o meu marido delicioso estava
sempre pronto para apagar e aceder a chama ardente do meu
corpo que me aquece de prazer.
César Medeiros, desde que assumiu o controle de suas
empresas, vem dividindo o seu tempo entre a sua esposa e as
diversas reuniões, onde tem se mostrado um verdadeiro homem de
negócios. Hoje está fazendo oito meses que através da cerimônia
das rosas, o mestre e sua submissa se tornaram um só.
Aproveitando que ele passou o dia todo na empresa, devido a várias
reuniões, deixei tudo pronto para que hoje ele tenha uma noite
inesquecível.
César Medeiros
A minha vida deu um giro de 360°, entretanto, jamais havia
me sentido tão feliz e realizado. A cada dia, amo ainda mais a
minha esposa, um sentimento que nem cabe no meu coração e
sinto o meu peito transbordar de felicidade. Ângela Medeiros, não
tem noção do quanto ela mudou a minha vida e como se não fosse
suficiente carregar em seu ventre o melhor presente que a vida
poderia nos dar. Depois de um dia cansativo, assim que cheguei em
casa, ao adentrar o ambiente, o cheiro delicioso dela logo
impregnou minhas narinas. Linda como um anjo, bela como uma
deusa e com a gravidez só ficou ainda mais gostosa.
Depois do jantar, viemos para o quarto a deixei na cama,
enquanto vim tomar o meu banho. Após uma ducha fria, enrolado
com uma toalha em volta da cintura, andei para fora do ambiente e
assim que abri a porta, meus olhos passeiam em volta do lugar a
procura da mulher que minutos atrás, eu havia deixado em cima da
cama. Dei alguns passos e meu olhar foi de encontro ao papel que
estava em cima da colcha, peguei de imediato e um largo sorriso
surgiu no meu rosto ao ler o que estava escrito.
— Te aguardo na prisão do prazer.

Minutos depois...
Vestido somente com uma calça moletom. Com passos
apresados, percorri o curto caminho até o elevador e a minha boca
já estava salivando de tanto desejo assim como o meu pau que
pulsava fortemente ao ponto de não usar cueca para deixá-lo no
ponto, só esperando o momento de ser libertado da sua pequena
prisão.
Assim que cheguei próximo à porta, meus olhos caíram no
cenário a minha frente. O ambiente estava todo iluminado pelas
luzes tremulantes das velas, dei mais alguns passos e parei quando
o meu olhar ficou fixo na bela imagem a minha frente. Sobre a
cama que estava envolvida com varias pétalas de rosa branca,
estava a perfeição em forma de mulher, completamente nua
usando somente um colar de rubi.
— Tire a sua roupa e venha até aqui, mestre.
Suas palavras me tiraram do transe que eu estava e assim
que me livrei da minha única peça de roupa, caminhei em sua
direção e ela por sua vez se sentou.
— Deite-se — a submissa assumiu o papel de dominatrix,
disposto a ver até onde ela iria, fiz exatamente o que ela ordenou.
Com a cabeça acomodada em cima do travesseiro, cautelosamente
ela se moveu e deitou-se novamente, só que desta vez, ficou numa
posição que sua cabeça ficou na direção do meu membro e não
demorou muito para que eu sentisse o toque da sua língua passar
pela cabeça do meu pau, fazendo um gemido profundo escapar pela
minha boca. A safada por sua vez, deslizou a boca percorrendo toda
a extensão dos 22 cm do meu comprimento, que não parava de
crescer e ficar cada vez mais duro e grosso. Sua língua macia e
habilidosa, circulava em volta das minhas bolas, arrancando ruídos
de arrebatamento e logo em seguida, buscou o centro da minha
potência e abocanhou a cabeça suculenta do meu pênis, iniciando
um vaivém delicioso. O desejo rugia pelo meu corpo com uma força
quase assustadora, devido a intensidade dos seus movimentos
precisos e ritmados. Minutos se passaram e ela estava disposta a
me levar ao limite do meu prazer, tive que controlar os meus
instintos primitivos para não levar uma de minhas mãos até a sua
cabeça e apertar com força, deixando o meu pau por longos minutos
enfiando até a sua garganta. Seus movimentos ficaram mais
intensos e o calor tomou conta do meu corpo, assim como um
tremor violento me atingiu e antes que eu invadisse a sua boca
gulosa com jatos potentes do meu sêmen, tomei o controle da
situação e com cuidado a fiz deitar de lado e com a cabeça apoiada
no outro travesseiro, levei uma de minhas mãos até a sua bunda,
massageando suas nádegas e fui descendo até enfiá-la entre suas
pernas tocando sua boceta carnuda e deslizando os dedos pelos
grandes lábios até chegar no seu clitóris. Num convite
desavergonhado, ela abriu as pernas, passei um bom tempo
massageando aquele ponto que precisava de atenção. Gemidos
ecoavam dentro do cômodo e assim que levei a cabeça do meu pau
de encontro a sua entrada escaldante, senti seu corpo todo
estremecer, o que só aumentou a minha vontade de fodê-la a noite
toda. Deixei somente a cabeça escorregar para dentro da sua
boceta faminta, que sugou com precisão, eu comecei com um
vaivém frenético e aos poucos ia introduzindo toda extensão do meu
cacete que não demorou muito para ser engolido por inteiro. Senti
as paredes aveludadas do seu sexo se contrair e um desejo
imensurável apoderou-se de todo o meu ser e no mesmo momento,
aumentei o ritmo dos meus movimentos, enquanto o calor intenso
do seu interior atravessou o meu pau. Comecei a penetrá-la
vigorosamente, em cada movimento, meu corpo ficava mais
quente, assim como o dela, como se estivessem sendo envolvidos
pelas chamas que pareciam eternas, pois nunca seriam apagadas.
— Amor e... Eu...
— Ainda não, minha gostosa.
Prossegui aumentando os golpes contra sua carne latejante,
enterrando o meu pau até o seu ponto mais profundo. Os ruídos se
tornaram cada vez mais alto e ela por sua vez, se contorcia à
medida que as paredes internas da sua vagina apertava o meu
membro de uma forma que fez todo o meu corpo vibrar com os
espasmos fortes que me atingiram. Comecei a socar a sua boceta
com movimentos frenéticos e um grito estrangulado de
arrebatamento saiu rasgando a minha garganta, enquanto gemidos
agonizantes, eram dados por ela assim que senti meu líquido
jorrando em jatos potentes dentro do seu ventre.
— Eu o amo — disse ela com a voz manhosa.
— Eu também amo você.
Ainda estava com a respiração irregular e a pele grudada na
dela pelo suor. Momentos se passaram e meus olhos que estavam
fechados logo foram abertos quando ouvi a sua voz e naquele
momento só um pensamento me envolveu.
— Mestre, você está pronto para nossa próxima lição.
"Que tipo de monstro eu criei?"
Na manhã seguinte...
Acordei num sobressalto com o barulho de um grito
ensurdecedor. Meus olhos foram de encontro à mulher que se
contorcia em cima da cama e estava com os olhos cheios de
lágrimas.
— Anjo, o que foi?
— Está doendo muito.
Num pulo, me levantei e assim que fui ajudá-la a se levantar
e ela ficou de pé, outro ruído escapou da sua boca e o meu olhar foi
de encontro a poça de água que se formou no chão assim que a
bolsa dela estourou.
Desespero tomou conta de mim, deixando-me desorientado.
— Como isso é possível. Ainda falta uma semana?
— Depois da noite de ontem, acho que nosso filho não quis
mais esperar para vir ao mundo — em meio à dor, ela proferiu as
palavras esboçando um sorriso cínico.

Instantes depois...
— Força anjo!
O rosto dela estava banhado pelo suor, depois do trânsito
terrível que enfrentamos, assim que chegamos ao hospital, a equipe
da Dr. Soraya, já estava pronta aguardando a nossa chegada. Já faz
mais de vinte minutos que Ângela está sobre nessa cama. A cada
grito dela, sinto como se algo tivesse sendo enfiado em meu peito.
— Eu estou com medo — disse com a voz fraca.
— Você consegue, o nosso filho, precisa de você.
Mesmo sentindo a dor se espalhar e a força se esvair, ela
buscou forças e toda a nossa angustia deu lugar a um sentimento
único, quando o som mais lindo e perfeito que ouvi na minha vida,
ecoou no ar preenchendo o ambiente inteiro. No momento seguinte,
após todo o procedimento ser feito, a enfermeira trouxe o nosso filho
e sem desviar seus olhos dele, ela disse.
— Ele vai se chamar Benjamin, “filho da felicidade.”
O silêncio pairou a nossa volta e não consegui parar de olhar
para as duas pessoas mais importantes da minha vida. Não existe
nada maior, mais verdadeiro e mais profundo do que o amor
verdadeiro. Esse amor vence qualquer batalha, supera qualquer
sentimento e ajuda a entender os mistérios mais confusos da vida.
ÂNGELA e BENJAMIN, dois diamantes que trouxeram luz a minha
vida. Serei eternamente grato pela chance de escrever uma nova
história, onde o anjo trouxe o amor ao meu coração sombrio.
Em algum lugar, longe dali...
Ouço o barulho de passos percorrendo o longo corredor, e
instantes depois, me levanto da cama rapidamente assim que
meus olhos vão de encontro à duas mulheres que aparecem no
meu campo de visão. O som das correntes em volta da cela ecoam
a minha volta e assim que são retiradas e a mesma é aberta, as
palavras que ressoam dentro do ambiente faz meu corpo todo
vibrar.
— Você está livre. Vamos!
Com passadas firmes, saio do lugar e enquanto caminho,
minha boca se retorce em um sorriso sardônico.
"A Minha vingança em breve será concluída, não vejo a hora
de apresentar para aquele maldito o verdadeiro inferno."
O fim é apenas o começo de uma nova história.

Fim!
Agradecimentos

Gostaria de fazer um agradecimento especial a minha Beta, que


com toda paciência me ajudou durante toda jornada de escrita. A
todas as minhas leitoras/amigas, que estão comigo ao longo do
caminho em que o livro ia sendo escrito, e principalmente aquelas
que fazem parte do meu grupo.

E a cada um dos meus leitores que se arriscaram comigo nessa


maravilhosa aventura.
Pecados Íntimos – O começo (livro 2)

Sinopse

Tudo tem um propósito, mas você pode sim ser o dono do seu próprio destino
e traçar a sua felicidade.

César Medeiros, um homem que foi forjado em meio ao mundo de luxúria,


tornando-o um dominador nato. Torturado, ele deparou-se com um anjo.

Ângela, a mulher que veio para destruir as trevas do seu coração e mostra-
lhe que o amor não é impossível e muito menos proibido.

Um caminho que levou-lhes para o destino onde tudo parecia está perto do
"felizes para sempre". No entanto eventos terríveis começam a comprometer
esse final feliz e juntos devem enfrentar as sombras do passado que vem
carregada de ódio e sede de vingança.

De volta onde tudo começou, mas será que o ódio é mais poderoso que um
grande amor?

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