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A N O I VA V I R G E M D O M A F I O S O

Romance de Casamento Arranjado

Jolie Damman
A Noiva Virgem do Mafioso © 2021 por Jolie Damman. Todos os direitos reservados.

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forma ou por quaisquer meios electrónicos ou mecânicos, incluindo sistemas de armazenamento e
recuperação de informações, sem autorização por escrito da autora. A única exceção é de um revisor,
que pode citar pequenos trechos em uma revisão.

Capa elaborada por Jolie Damman

1a edição

Este livro é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e incidentes são produtos da
imaginação da autora ou são usados ficticiamente. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou
mortas, eventos ou locais é inteiramente coincidente.
SUMÁRIO

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Epílogo
Pós-Epílogo
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Série Clube da Máfia e Mais
Sobre Jolie Damman
CAPÍTULO 1
Kazie

O uvi alguém batendo na porta do meu quarto, quando eu estava dançando balé e me
divertindo. Dirigi-me ao notebook que estava em minha mesa, apertei o botão stop, e a
música parou.
Eu parecia como uma bailarina de verdade, com um grande e exuberante vestido rosa claro que
emoldurava meu corpo e me fazia parecer muito bonita.
Eu não era uma pessoa que gostava de ficar se exibindo, mas parei em frente ao espelho do
tamanho do meu corpo para dar uma olhada em mim mesma por um segundo.
Também usava um par de sapatos de balé leves que quase não faziam barulho.
Meus olhos registraram a decoração do quarto. A parede havia sido pintada com um leve tom de
rosa, e ainda havia alguns brinquedos de pelúcia espalhados pelo chão.
Eu não era mais uma criança e já estava estudando para o meu SAT para poder entrar em uma
boa universidade, mas eu ainda tinha esses bonecos porque eu gostava de olhar para eles quando
estava no meu quarto.
Fui até a porta, abrindo-a e não achei nada surpreendente que, de pé do outro lado, estava o meu
pai. Ele era um homem velho, no final dos seus quarenta anos e com muitas rugas no rosto.
Sua pele era um pouco avermelhada, mostrando marcas por ter passado muito tempo da sua vida
exposto ao sol. Eu sabia um pouco sobre sua vida passada e sabia que ele passou por muita coisa
antes de finalmente obter sucesso.
Agora, ele era um homem de negócios que envergonhava outros do seu nível, e não tinha
vergonha de mostrar isso para o mundo.
Eu sorri, colocando as duas mãos na minha frente, exatamente onde estava minha saia de balé.
– Papai? Não pensei que você viria me ver esta noite.
Ele olhou em volta na sala, prestando mais atenção à janela aberta do que deveria.
– Você sabe como é. Eu estava de passagem e pensei que seria bom desejar-lhe boa noite antes
de ir para a cama.
Ampliei tanto meu sorriso que meus olhos estavam se tornando como fendas.
– Nossa, que doce, papai. Eu só estava treinando para as aulas que terei amanhã.
Já era noite, a lua no alto do céu escuro e brilhante nas janelas do meu quarto. Ele continuava
tentando olhar pela janela, talvez preocupado com a possibilidade de alguém entrar por ela?
Eu sabia que viver em uma cidade grande como Washington podia ser um pouco perigoso, mas
não havia necessidade de ele se preocupar tanto.
Nosso bairro era quase livre de crimes, e havia sempre muitos policiais patrulhando por aqui. E
isso sem mencionar sua segurança privada e que eles protegiam a propriedade inteira o tempo todo.
Realmente, estávamos vivendo uma vida tão boa que nunca havia nada com que se preocupar.
Ele assentiu, sorrindo e dizendo – Você sabe que sempre será minha filhinha, certo? E não
importa o quão difícil seja para você entrar na faculdade. Eu sei que você vai conseguir.
– Obrigado, pai – eu disse, fazendo uma reverência e estendendo minha mão, convidando-o a
entrar no meu quarto. – Você quer entrar e me ver dançar?
Eu estava sonhando em entrar em Design na Parsons. Eu sabia que a concorrência era bastante
acirrada lá, mas isso não me desencorajava. Na verdade, só me dava ainda mais vontade de me
superar.
Eu tinha câmeras, meus aplicativos de desenho, meu computador, a mesa de desenho e
praticamente tudo o mais que eu precisava para construir um bom portfólio.
E eu também mal podia esperar para começar a viver em Nova York. Tinha assistido a tantos
filmes que se passaram nela, e quanto mais exposição eu tinha a ela, mais eu pensava que era uma
cidade mágica.
Depois que chegasse lá, estava pensando em tentar minha sorte com Tinder e OkCupid pela
primeira vez.
Muitas de minhas amigas haviam falado sobre como era ter a sua primeira vez e, embora eu
estivesse mais concentrada em minha carreira e aproveitando algumas outras coisas da vida, eu sabia
que também queria o mesmo.
Mas eu não estava pensando em encontrar o homem certo. Eu só estava procurando um homem
com quem pudesse me encontrar às vezes antes de ir com outro.
De qualquer forma, esse não era o tipo de pensamento que eu queria ter agora em minha mente,
quando meu pai já estava entrando na sala e dizendo – Claro, minha princesinha, mas só por um
tempo, está bem? Sei que suas aulas começarão cedo amanhã de manhã.
– Sim, pai! – eu disse, batendo palmas e depois ligando a música novamente, apertando o botão
play do meu laptop. Era um dos últimos modelos da Apple, e não era nada caro. Eu olhei aqueles
outros laptops online e sempre pensei que eles tinham que ser lixo, e isso sem mencionar que eles
pareciam ser muito baratos, também.
Agora eu estava dançando alegremente ao som do balé, fazendo meu corpo se mover como se
fosse vento. Meu pai estava me observando com olhos atentos, mantendo-os sempre em cima de mim
mesmo quando eu podia ouvir seu telefone zumbindo.
Não importava que era quase meia-noite. Sempre haveria pessoas tentando falar com ele sobre
seus negócios.
Eu não me importava muito com isso, no entanto. Eu estava sempre mais concentrada nas outras
coisas que me apetecia fazer.
Eu estava suando quando a música acabou, e então ele estava batendo palmas e colocando uma
mão no meu ombro. Eu estava de costas para ele, e em seu rosto havia um sorriso brilhante.
– Você dançou bem demais. Talvez você deveria se focar apenas nisso.
Eu balancei minha cabeça, me virei e lhe beijei a bochecha. – Não, eu não vou fazer isso. Design
é meu sonho e já investi demais nisso para desistir agora – eu respirei profundamente. – Acho que já
tá meio tarde, não acha? Você parece muito cansado.
Ele exalou, claramente não aparentando que queria sair do quarto. Minha mãe já estava
dormindo, mas eu tinha quase certeza de que ele queria passar mais alguns minutos comigo. Na
maioria das vezes, seu trabalho tomava quase a totalidade do seu tempo.
– Você está certa, você está certa. Já estou indo, então.
Eu coloquei minha mão na porta antes de fechá-la, observando-o até ele sair. Às vezes, ele não
fazia o que ele dizia que ia fazer.
Ele estava sempre muito concentrado em seu trabalho, embora agora também parecesse que
havia algo mais que o preocupava.
O que quer que fosse, eu esperava que não fosse nada muito sério.
Tomei um banho e me deitei na cama, puxando meu edredom e depois caindo em um sono
profundo. Eu sabia que amanhã de manhã haveria muitas coisas para fazer, e queria ter a cabeça
limpa para elas.

✽ ✽ ✽

Meu pai me levou à escola de balé em vez de pedir a um de seus motoristas que fizesse isso por
ele, e então ele me deixou antes de plantar um beijo na minha testa. Era como ele havia dito. Eu ia ser
sempre sua filhinha, não importando a minha idade.
Virei e logo me encontrei com minhas amigas, que estavam todas de pé em um grande círculo,
conversando. Elas tinham sorrisos brilhantes no rosto e a maioria usava suas roupas de costume.
Apenas mais um dia comum em suas vidas, pensei.
O sol estava quente e brilhante hoje, e eu conseguia ouvir as conversas dos estudantes na frente
da escola. Mas se havia algo que eu não gostava muito, era barulho em excesso.
Todas elas pararam o que estavam dizendo quando notaram minha chegada, e trocamos beijos
curtos em nossas bochechas enquanto nos cumprimentávamos. Eu estava feliz e me sentindo bem em
casa.
Meus olhos registraram o carro esportivo do meu pai dirigindo, e por um momento pensei que
ele parecia preocupado com algo novamente.
Mas eu não consegui pensar muito tempo sobre isso. Tasheka já estava me retirando do grupo
depois de conversarmos um pouco, levando-me a este lugar agradável e aconchegante não muito
longe de onde estavam as multidões.
– Há algo que tenho que lhe dizer – disse ela, sentada comigo em uma parede baixa que
delimitava um pedaço de grama na frente de um prédio.
– Que tipo de coisa? – perguntei, soando muito curiosa.
– Você conhece Richard, do colegial? Ele também vai estudar aqui conosco.
– Como... tipo, ele vai treinar balé também?
Ela balançou sua cabeça.
– Eu não sei o que ele vai estudar aqui, mas não acho que ele vai ter aulas com a gente. Ainda
assim, isso significa vê-lo no pátio às vezes, e eu acho que esta pode ser apenas a chance que você
tem procurado para roubar o coração dele.
Eu corei, empurrando meu cabelo sobre meu ombro.
– Eu... acho que não posso fazer isso. Sou um pouco tímida, e tenho certeza de que há muitas
outras garotas que ele quer.
– Mentira – disse ela, sorrindo e já apontando com o dedo para a frente da escola.
Eu o vi. Ele estava saindo de seu carro. Ele sabia dirigir, e dirigia um carro esportivo preto que
era muito parecido com ele. Ele brilhava como ele era, e só de olhar para ele já estava me fazendo
ficar mais quente.
– Suas bochechas estão rosadas, Kazie. E... Ahhh. Eu acho que ele pode estar olhando para você
agora.
– Ehhh, o quê? – perguntei, olhando para ele por um momento antes de perceber que ela estava
dizendo a verdade. Ele estava olhando para mim, e eu simplesmente não podia acreditar no que
estava acontecendo. Eu sempre pensei que ele teria olhos apenas para outras garotas.
Quero dizer, como uma garota negra... Eu não sabia se ele namorava garotas como eu, e se ele
achava que eu era boa o suficiente para ele.
– E agora... ele vem aqui – disse Tasheka, levantando-se rapidamente e me deixando sozinha,
enquanto a paixão da minha vida de colegial caminhava até mim com seu andar dominante e habitual,
seu casaco de couro dando uma temperada extra.
Ele parou na minha frente, estendendo sua mão. Ele usava um par de óculos escuros que me
puxava ainda mais para ele, e eu sentia meu coração derretendo. Eu não sabia o que estava
acontecendo, mas me sentia muito bem.
– Você está tão bonita hoje, Kazie. Sempre soube que você não ia perder seu encanto.
Era como se o mundo ao meu redor tivesse congelado e houvesse apenas ele e eu, ao pé desta
parede curta, sua mão levantando a minha e depois a beijando.
Há muito tempo eu vinha pensando neste momento e parecia que estava sonhando com ele. Mas o
toque de sua mão na minha estava me dizendo o contrário, e eu sentia que este seria o momento em
que finalmente receberia meu primeiro beijo.
– O quê? O gato comeu sua língua? – ele perguntou, sua voz baixa mas ainda audível através do
burburinho ao nosso redor, seus olhos olhando para mim através de seus óculos escuros.
Eu não tinha ideia do que estava acontecendo, mas parecia que era real.
CAPÍTULO 2
Yefim

E u abri a porta de nossa casa, achando estranho que tudo estava tão silencioso nela. Eu não
conseguia nem ouvir os barulhos que meu menino deveria estar fazendo esta noite,
especialmente quando ele sabia que eu viria.
Talvez minha esposa o levou a algum lugar? Eu não sabia. Ela não me disse nada. Nestes últimos
meses, ela tinha tentado não falar comigo com frequência, e eu estava me perguntando o que diabos
estava acontecendo com isso.
Eu não queria pensar que ela estava fazendo algo nos bastidores que eu deveria saber, mas a
suspeita ainda estava em minha mente, e eu não conseguia me livrar dela por nada.
Será que eu estava feliz com ela? Eu não sabia. Achei que não mais, considerando o tipo de
coisa que estava fazendo comigo.
Tirei meu casaco, colocando-o no cabide da árvore junto à porta da frente. Eu podia ouvir
homens falando e andando pela mansão, dando-me a certeza de que minha família não tinha sido
morta de alguma forma.
Eram homens que eu confiava com minha vida, e eles sabiam disso muito bem.
Soltei um pouco a gravata e desabotoei a parte de cima da camisa branca, deixando entrar um
pouco de ar. Esta noite estava um pouco quente demais para o meu gosto, pensei, pousando minha
mala e depois indo para as escadas que levavam ao segundo andar.
Fui até o quarto andar, ainda achando estranho que a mansão inteira estava tão silenciosa. Se ela
estivesse agora fora fazendo o que quer que fosse, ela deveria ter me falado sobre isso. Ela sabia o
número de pessoas que estavam tentando matá-la.
Ser minha esposa não era nada fácil e seguro.
Eu prossegui pelo corredor, meu coração pulando uma batida quando notei ruídos estranhos
vindos de nosso quarto. A porta do meu filho estava fechada e eu não tinha vontade de abri-la, visto
que não queria acordá-lo.
Ainda não era tão tarde, mas eu sabia que ele tinha sono leve.
Seus brinquedos não estavam espalhados pelo corredor também, o que era bastante revelador.
Inclinei meu corpo para a porta do quarto, ainda notando o som de seus gemidos. Senti dor, ódio
e tristeza ao mesmo tempo, e não podia acreditar que um dos meus homens o havia deixado entrar.
Eu não sabia quem ele era, mas se ele estava pensando que ia sair dessa com vida, então ele
logo ficaria decepcionado.
Tirei minha arma da cintura, prosseguindo até a porta sem fazer barulho algum. Eu ia matar os
dois, e isso seria apenas o começo. Depois, eu ia dar pedaços dos seus corpos para os meus cães, e
eu riria disso com os meus homens.
Parei na frente da porta, ainda ouvindo o barulho deles. Coloquei minha mão sobre ela e a abri.
Estava acontecendo como eu pensei que era, seu rosto uma expressão de êxtase quando ela
finalmente chegou ao seu clímax.
Ele era um homem negro. Ele parecia forte, mas eu é que estava segurando a arma.
Ao ouvir a porta se abrindo, ele se bagunçou todo no colchão, puxando o edredom como se ele
pudesse protegê-lo. Eu não conseguia ver meu próprio rosto, mas meu sangue estava fervendo, e
estava levando tudo em mim para não atirar logo.
Eu nunca achei que ela estava me traindo, e quem quer que o tivesse deixado entrar em minha
casa, eu ia matá-lo também.
Eu estava apontando minha arma para os dois quando disse – Quem diabos é você?.
– Eu sou Yorell Webster, C-EO da...
– Sei, já ouvi falar de você – disse eu, respirando e tentando me controlar. Normalmente eu tinha
um temperamento explosivo, e não ia deixar que me controlasse de novo. – E por que eu não deveria
te matar agora?
Minha esposa se intrometeu e disse – Querido... Sinto muito por tudo isso.
– Você se sente arrependida?
– Eu queria me divorciar e te contar sobre isso antes, mas não consegui... Era difícil demais.
Fiquei pensando em nosso filho e em como ele reagiria.
– Bem, eu acho que você não estava pensando nele quando convidou este pedaço de merda para
nossa casa. Quem o deixou entrar?
Ela engoliu, e eu levantei minhas sobrancelhas. Se ela estava pensando que não precisaria me
dizer quem era o traidor, logo aprenderia que as coisas não funcionavam assim aqui.
– Quem o deixou entrar?! – Eu gritei, meu dedo raspando no gatilho da arma.
– Foi... Cornelius – respondeu ela, sua voz apenas um sussurro.
– Cornelius... Ah, é claro. Um dos guardas do portão. Devia ter imaginado que ele era um
traidor.
Eu teria que fazer uma nova triagem de todos eles. Eu não podia continuar morando aqui achando
que talvez ainda existiam outros traidores.
– Quem mais? – eu rosnei.
Ela balançou sua cabeça, e seus olhos trêmulos eram o suficiente para me convencer de que ela
estava dizendo a verdade. Então ele era o único idiota que achava que podia me trair sem
consequências.
Yorell colocou sua mão na frente dele defensivamente, dizendo – Eu não sei seu nome, mas
podemos conversar sobre isso. Estou feliz com ela, e ela está apaixonada por mim. É lamentável que
tenhamos que nos encontrar sob estas...
– Cale a boca. Não estou com vontade de falar com nenhum de vocês agora.
Havia uma cadeira bem ao meu lado, e eu a ajeitei com a minha mão antes de sentar nela. Eu
ainda estava segurando minha arma e me perguntando que tipo de punição eles mereciam.
Eu estava muito mais calmo agora, mas pelo menos agora eu sabia que um deles tinha que
morrer. A felicidade de meu filho era importante, mas eu já estava pensando que o que estava
destinado a acontecer era inevitável.
– Então... o que vai acontecer agora? – Yorell perguntou, tentando abrir um sorriso, mas era
tarde demais pra isso.
– Eu estou pensando.
– Pensando?
– Estou pensando em qual de vocês eu deveria matar, e o outro... Não sei o que vou fazer com o
outro. Tudo o que sei é que vou acabar com vocês dois.
Ambos engoliram em seco, e minha esposa começou a chorar, afundando sua cabeça na nuca de
Yorell.
– Tire essa cabeça daí – ordenei e ela obedeceu, distanciando-se dele o máximo possível, sem
cair da cama. – Você não tem o direito de chorar. Se há uma pessoa que deveria estar chorando
agora, sou eu.
– Você precisa entender, querido...
– Não, eu não tenho que fazer isso. Agora, diga-me uma razão pela qual eu não deveria
simplesmente matá-lo. Um de vocês tem que me convencer de que devo matar o outro.
– Eu não posso fazer isso, Yefim! – minha esposa gritou, levantando seu queixo. – Eu pensei que
casar com você era a escolha certa, mas não sabia que você era o tipo de homem que é.
– Bem, então acho que você não teve sorte. Eu não vou mudar quem eu sou – disse eu,
respirando. – Mas me responda isso, pelo menos - você alguma vez me amou?
Havia outra lágrima rolando pela bochecha, e seu rosto estava vermelho e inchado.
– Já sim. Eu pensava que você era o homem da minha vida.
– Eu pensei que você também era a mulher da minha vida – disse eu, pensando no meu filho. –
Onde está Bogdan? O que ele está fazendo?
– Ele está na casa de um amigo. Achei que deveria deixá-lo lá para que ele não me visse...
– Decepcionando o único homem que ele admira e pensa ser a pessoa mais importante do
mundo...
Eu levantei minha arma e apontei para Yorell. Ele guinchou, mas não disse nada. Já sabia que ele
não passava de um covarde. O cara não conseguia se proteger, e muito menos manter a sua amada
salva.
– Você é um homem rico, Sr. Webster. Você não acha que poderíamos chegar a um acordo e então
eu não mataria você e a sua família?
– Um acordo? – ele perguntou, seus dedos cavando fundo no tecido do edredom.
– Um acordo, sim. Diga-me, você também tem filhos? Você se importa com eles?
Ele não respondeu imediatamente, mas sabia que não poderia ficar quieto por muito tempo.
Afinal de contas, eu poderia facilmente procurar todas as informações que precisava sobre ele
online. Ele era uma figura pública, sempre aparecendo em programas noturnos.
– T- tenho sim, a K-Kazie, mas não vejo porque deveríamos envolvê-la em nada disso.
– Ótimo, então vou me casar com ela – eu disse, movendo rapidamente meu braço para a direita
e atirando na cabeça da minha esposa, seus olhos se alargando momentos antes de haver um novo
buraco nela.
Yorell guinchou, sacudindo seu corpo e depois caindo da cama.
Eu me levantei e marchei até ele, apontando a arma para sua cabeça depois que ele se sentou.
– P-por favor, Sr. Aksenov. Eu não quero morrer.
– Então você vai me dar sua filha?
Ele assentiu, seus lábios tremendo. Essa era uma decisão difícil para ele, mas ou era isso ou
morrer aqui. E esta última significava que nunca mais veria sua linda e pequena Kazie, e ele não
podia aceitar isso.
– Perfeito. Levante-se. Detesto olhar para um homem se mijando.
Ele não estava mais segurando o edredom, apenas mantendo sua cabeça baixa, seu corpo inteiro
tremendo.
Ele estava se mijando e seu pau era tão pequeno que até o de um garoto de cinco anos era
provavelmente maior, eu pensei com um sorriso no meu rosto.
– Vou vê-la amanhã então, às 10 da manhã.
– Ela vai estar na escola de balé. Não poderia ser em outra hora...?
– Não, e você vai achar uma desculpa para que ela fique em casa. Eu sei onde você mora e vou
estar lá às 10 em ponto. Se algum de vocês não estiver lá, então... Bem, não preciso lhes dizer o que
aconteceria.
Eu coloquei uma mão no ombro dele e ele deu um pulo, se mijando ainda mais.
– E pare de se mijar em minha casa. Não quero que as empregadas tenham mais trabalho do que
já têm.
Ele engoliu em seco, assentiu e assim que terminei de dizer isso, seu xixi parou de sair.
Coloquei minha arma na cintura, me virei e disse, – Caralho, cara. Se olhe no espelho. Você é
tão patético que tenho certeza que a sua filha teria vergonha se o visse agora. Como você sequer
conseguiu se casar?
Ele não disse nada, e eu não exigi uma resposta dele.
– Vá embora de uma vez e se você não manter a sua palavra, eu direi a sua esposa tudo. Tenho
quase certeza de que ela não gostaria de saber o que você estava fazendo aqui.
Yorell saiu da sala mantendo suas pernas e braços colados ao seu corpo, seus passos pequenos e
patéticos. Eu o ouvi andando pelo corredor quando me sentei na cama, voltando-me para minha
esposa.
Ela estava morta. Ela nunca iria descobrir o que estava acontecendo e o que viria a suceder.
Inclinei-me, beijando a bochecha dela.
– Eu te amo. Acho que você sabia disso, e imagino que era por isso que estava me traindo. Foi
por isso que eu te matei, também. Eu queria manter vivas as boas lembranças de nós.
Eu acariciei sua bochecha, baixando minha mão em seus olhos e depois fechando os meus. Por
um momento, só conseguia ouvir as batidas do meu coração e os meus homens chegando.
Eles permaneceram em silêncio. Eles não iriam me incomodar agora.
CAPÍTULO 3
Kazie

E u estava deitada em minha cama quando meu telefone começou a tremer, uma mensagem
aparecendo na tela. Tinha meus fones nas minhas orelhas e estava escutando música, me
sentindo mais feliz do que de costume.
Naquela manhã e depois naquela tarde que compartilhei com Richard... Uau, pensei que nunca
teria uma chance com ele.
Ele não me beijou, no entanto. Conversamos bastante e eu contei muito sobre quem eu era. Ele
também me falou um pouco sobre si, que vinha pensando em mim desde que me viu pela primeira
vez.
Bem, seria um exagero dizer que ele havia me conhecido de verdade naquele dia. Nós nos vimos
e, desde então, estávamos pensando em tornar real o que estava acontecendo agora.
Peguei meu telefone, liguei a tela com o apertar de um botão e depois li sua mensagem.
E eu já ia responder quando a porta do meu quarto foi aberta de repente, e atrás dela estava o
meu pai.
Ele não parecia ser o mesmo homem de sempre. Na verdade, eu diria que algo o estava
assustando.
Desci da minha cama num piscar de olhos, me apressando em direção a ele.
– Papai, o que está acontecendo? Parece que algo está te preocupando.
Ele virou sua cabeça de um lado para o outro, muito provavelmente se assegurando de que não
havia ninguém nos observando.
– Há algo que você precisa saber. É uma surpresa – disse ele, entrando na sala e fechando a
porta.
Já era de manhã, e eu não sabia por que ele ainda estava em casa. Pensei que ele já teria saído
para se encontrar com alguém. Ele normalmente não ficava em casa, e era um milagre que minha mãe
ainda não se separou dele.
Eles realmente se amavam, não era?
– O que você quer me contar? – perguntei, dando um passo atrás. Eu não sabia o que estava se
passando em sua mente, mas ele estava me assustando agora. Ele nunca pareceu tão preocupado
antes.
Ele inspirou, seus olhos se fechando por uma fração de segundo e eu pensei que, com certeza,
ele ia desmaiar.
Coloquei uma mão em seu ombro e outra em seu braço, ajudando-o a sentar-se na minha cama.
Eu estava um pouco irritada por ele estar me impedindo de mandar mensagens para o meu namorado,
mas ele era meu pai e, acima de tudo, eu o amava.
Ele se sentou comigo na minha cama e eu pensei que ele iria chorar. Mas então, ele abriu um
sorriso, olhando para mim com olhos mortos que fingia felicidade.
– Acho que está na hora de falarmos sobre uma coisa.
– Sobre o quê? – eu perguntei, levantando uma sobrancelha.
– Você vai... se casar! Eu venho planejando isso há muito tempo, e há um homem que eu conheço
que é o certo para você – disse ele, abrindo um largo sorriso, mas algo sobre isso estava me dizendo
que era falso, que ele estava escondendo a verdade.
Suas palavras me fizeram ficar com tonturas, e agora eu parecia ser quem ia desmaiar.
– Uhhh, o quê? – perguntei, me distanciando dele e sentindo como se algo estivesse zumbindo em
meus ouvidos.
– Eu sei que isso está vindo do nada e tudo mais, mas eu realmente não podia lhe falar sobre
isso antes. Queria fazer uma surpresa para você, para o dia dos namorados.
– Pai... não sei do que você está falando. Por favor, me diga que você está brincando e que isso
é uma mentira.
Ele piscou duas vezes, e foi então que eu estava começando a perceber que isto era real. Meu
pai estava realmente muito decidido a me casar com um estranho, alguém que eu não conhecia e que
não tinha nada a ver com...
– Não é uma brincadeira. Há anos que venho pensando no assunto, e agora pensei que finalmente
era hora de lhe falar sobre ele.
– Mas... Richard... estou saindo com ele agora.
Eu estava planejando contar ao meu pai sobre ele algum tempo nos próximos meses, mas todos
os meus planos estavam sendo destruídos agora.
– Quem é Richard? Querida, não sei do que está falando.
Eu corei. Eu nem sabia se deveria estar falando com ele sobre isso depois de ver tudo o que
estava acontecendo aqui.
– Ele é... o meu namorado agora, eu acho. É muito cedo para dizer com certeza, mas ele parece
que...
– Não.
– Não?
– Você não vai mais se envolver com ele. Você vai ficar com outro.
– Mas, pai, nada disso faz sentido.
Ele pegou minha mão, dizendo – Kazie, você sempre viveu comigo todo esse tempo, e você sabe
que eu não estaria fazendo isso se eu não achasse que seria bom para você.
– Eu sei, e é por isso que nada disso faz sentido.
Ele se levantou de repente, respirando profundamente. Ele estava tentando se acalmar, e eu só
podia me perguntar onde tudo isso iria parar. Eu não queria me casar com alguém que eu nem
conhecia. Era tão difícil para ele entender isso?
– Ele vai estar aqui às 10 em ponto, e você o verá.
Eu pulei da cama, com os punhos cerrados. Eu amava meu pai, mas não conseguia acreditar para
onde tudo isso estava indo. Era diferente dele estar forçando algo do nada em mim.
– Você não entendeu, pai. Eu te amo, mas você não está nem tentando entender o que está
acontecendo comigo.
Sua expressão facial estava se tornando mais feroz, como se tudo isso estivesse servindo apenas
para deixá-lo ainda mais furioso comigo.
Esta era a primeira vez que o vi olhando assim para mim, e era aterrorizante.
Ele colocou sua mão sobre minha mesa, olhando para mim com olhos determinados.
– Você não vai à escola de balé hoje, e você vai se encontrar com ele. A decisão já foi tomada e
a menos que você queira perder todo o dinheiro de sua herança, você não vai mais reclamar disso.
Abri a boca para continuar minha discussão, mas ele já estava abrindo a porta e saindo do meu
quarto.
Fui até a porta, observando-o enquanto ele marchava pelo corredor. Ele estava realmente
chateado, mas o anúncio repentino do casamento estava apenas me fazendo sentir mais perdida.
Eu não sabia o que estava acontecendo aqui, e com certeza não queria ver aquele cara, quem
quer que ele fosse.
Eu caí na minha cama, peguei meu telefone apressadamente e depois liguei a tela. Eu estava
olhando para a tela sem saber o que fazer com ela. Richard havia me enviado um monte de
mensagens, parecendo preocupado com o que estava acontecendo.
Ele era tão perfeito. Ele estava até mesmo preocupado que eu não tinha respondido logo.
Eu: Desculpe. É que está tudo de cabeça pra baixo na minha vida.
Richard: Me conte tudo, amor. Estou preocupado.
Eu respirei fundo, olhei para o teto e pensei sobre a resposta. Eu não sabia o que estava
pensando em fazer agora, só que eu não poderia deixar o casamento acontecer.
E eu realmente precisava de algum apoio agora. Richard poderia me ajudar sim.
Eu: Meu pai disse que eu vou me casar com alguém.
Richard: Como assim? Não estamos mais no século dezenove.
Eu ri. Ele podia ser tão engraçado às vezes, e eu sabia que era ridículo dizer isso sem conhecê-
lo bem. Quer dizer, só conversamos uma vez pessoalmente.
Eu: eu sei, certo. Nada disto faz sentido. Parece que estou vivendo um pesadelo.
Richard: Bem, não comigo perto de você não está. Eu me sinto atraído por você, e não consigo
parar de pensar na próxima vez em que a verei novamente.
Eu: Parece que isso não vai acontecer hoje.
Richard: Como assim? Do que você está falando?
Eu: Papai disse que eu não vou à escola de balé hoje. Ele disse que eu preciso ver meu futuro
marido.
Richard: Caramba, e você está falando como se isso fosse a coisa mais normal do mundo. Isso
não é algo que se faz.
Eu mordi meu lábio inferior, pensando em tudo isso e esperando que algo pudesse me acordar
desse pesadelo. Mas com o passar do tempo e nada acontecendo, percebi que provavelmente estava
vivendo em uma nova realidade.
Meu pai costumava me mimar tanto, e ele nunca pedia nada em troca a não ser me ver sorrindo.
Que diabos estava acontecendo com ele que eu não sabia de nada?
Richard: Acho que deveríamos sair da cidade, encontrar algum lugar para nos esconder e depois
conseguir novas identidades. Eu tenho algum dinheiro guardado em minha conta bancária. Não é
muito, mas deve ser o suficiente para vivermos alguns meses até descobrirmos o que fazer.
Meus dedos estavam voando sobre o teclado enquanto eu digitava, meu coração batendo
fortemente. Eu simplesmente não conseguia compreender quão rápido tudo isso estava se
desenvolvendo, e eu continuava me lembrando que eu ainda tinha apenas 19 anos.
O casamento era um tema que normalmente estava no fundo da minha mente, não tendo nenhuma
importância.
Eu: Sério? Uau, eu pensei que você nunca iria mencionar algo assim, dado que você vai para a
faculdade e tudo mais...
Richard: Eu sei, mas não é mais segredo que estive pensando em você todo esse tempo, e estou
realmente apaixonado por você. Foi só ontem que finalmente consegui reunir coragem suficiente para
me aproximar de você pela primeira vez, mas... é tudo verdade.
Eu: Eu pensei que você nunca pudesse ser tímido.
Richard: Você ainda tem muito a aprender sobre mim. De qualquer forma, você vai ou não?
Eu: Fugir com você? Eu... não tenho certeza. Acho que pode ser um pouco exagerado.
Richard: E se casar com alguém que você nem conhece não é?
Eu mordi meu lábio inferior. Eu não podia negar que ele estava dizendo a verdade. Eu nem
queria pensar em como seria o nosso casamento, e o meu pai estava tão decepcionado que nem me
contou com o que ele trabalhava.
Eu só esperava que ele não fosse uma espécie de monstro, e torcia para que a minha mãe já
estivesse ciente.
Continuei conversando com Richard por mais uma hora, mais ou menos, antes de sair da cama,
colocando meus pés em um par de chinelos, e depois saí do quarto.
Meu coração estava batendo fortemente. Eu precisava encontrar meu pai e reafirmar que os meus
planos não poderiam mudar. Ele realmente estava pensando que esse casamento seria uma boa ideia?
Eu parei em frente à porta do quarto dele, colocando meu ouvido na porta e escutando o que ele
estava dizendo.
Seu quarto foi feito para não deixar sair som, e eu não podia ouvir muito, mas o que ouvi me fez
ter mais medo do que iria acontecer.
– Você vai casá-la com um estranho, e está dizendo que esteve pensando nisso todo esse tempo?
Que merda que você tem na cabeça? O que diabos você pensa que está fazendo? Ela só tem 19 anos,
Yorell!
Era minha mãe gritando, e ouvi-la dizer aquelas palavras me fez sentir o peso real do que estava
acontecendo mais do que qualquer outra coisa. Mais do que o anúncio do casamento, e mais do que o
meu pai bravo comigo pela primeira vez.
– Eu sei, querida, mas pense bem - ele é um dos homens mais ricos do mundo, e sei que ele
cuidará bem dela.
– Eu nem sequer o conheço. Ela não o conhece.
Lágrimas estavam rolando pelas minhas bochechas, e eu já estava cansada disso tudo. Eu me
virei com tudo e me fui, já tomando a decisão mais difícil da minha vida.
Eu ia sair da cidade com Richard, e ia cortar todos os laços com a minha família.
CAPÍTULO 4
Yefim

E u estava sentado em seu escritório, em frente a sua mesa, para ser mais preciso. Eu estava
esperando minha futura esposa, pensando nela e em como seria minha vida daqui para frente.
Eu não a conhecia. Eu nem sabia o nome dela, mas pensando nisso, não foi assim que eu também
conheci minha ex?
Esta não era a primeira vez que eu ia me casar e eu também não pensava que seria a última.
Será que eu estava fazendo isso porque realmente pensava que precisava de uma mulher para
completar minha vida? Na verdade não, e eu ainda estava passando por um inferno para contar ao
meu filho sobre a morte da sua mãe. Ele era jovem e um pouco quieto, mas não era estúpido.
Ele sabia que alguém a havia matado.
Eu disse a ele que ia encontrar o cara que fez isso, e isso o animou. Vê-lo feliz era uma das
melhores coisas da minha vida.
Eu simplesmente não podia acreditar no tipo de coisa que ela fez, mandando-o para a casa do
seu amigo só para que ela pudesse me trair com aquele imbecil.
Pelo menos agora eu estava sentado em seu escritório, com a mão segurando um cigarro
pequeno.
Eu estava soprando um pouco de fumaça pelas narinas quando ouvi um par de passos descendo o
corredor. Na verdade, não era apenas um par, mas três deles.
Achei que ela não viria sozinha aqui, como eu havia pedido, pensei, dando mais uma tragada e
deixando que a fumaça inundasse meus pulmões. Não havia nada como esta marca para me fazer
sentir melhor.
Eu já estava relaxado, mas ainda precisava daquele umf extra para superar um dia como este. Eu
estava bastante animado em conhecer quem iria ser minha esposa, mas não havia como negar que
havia muitas outras coisas acontecendo em minha vida também.
E uma delas era descobrir o que fazer com meu irmão mais novo, que tentou me matar e que eu
agora estava mantendo na adega de minha mansão.
Afinal de contas, eu não queria tirar a sua vida. Tínhamos muitas boas lembranças de nossa
infância, e eu ainda o considerava como meu melhor amigo.
A porta do escritório já estava aberta, e todos eles pararam na frente dela. Eu mantive a luz do
escritório dele apagada. Senti que isso me ajudava a pensar melhor, e eu precisava destes minutos
sem fazer nada para refletir melhor sobre a minha vida.
Ela era uma coisinha minúscula. Talvez um pouco jovem demais para se casar comigo, mas não
seria a primeira vez. Eu nunca namorei com ninguém com menos de 19 anos. Eu nunca faria algo
assim, mas maldição... Ela tinha cara de quem poderia ser minha filha.
E algo sobre isso... Bem, achei que era melhor não pensar mais nisso.
Por um momento, nenhum dos dois sabia o que dizer. Eles estavam do outro lado da porta,
apenas olhando para este homem estranho que estava fumando em seu escritório. Eles tinham um
milhão de perguntas para mim, mas será que tinham coragem de fazê-las agora?
A mãe correu para dentro da sala, a mão dela voando para o interruptor de luz e apertando-o.
Que pena. Eu estava pensando que nos divertiríamos muito mais com as luzes apagadas.
Seu rosto era uma expressão de raiva enquanto ela marchava para mim, colocando seu rosto
perto do meu, mas sem fazer com que me sentisse desconfortável.
Ela não me conhecia e tudo isto era sobre sua querida filha, para quem eu não conseguia parar
de roubar olhares. Ela estava agora no escritório, apertando suas mãos e olhando para baixo.
Eu ainda não sabia o nome dela, mas porra... eu tinha que parabenizar seu pai por algo. Ela era
muito bela, e eu mal podia esperar para me casar com ela.
Eu redirecionei minha atenção para a sua mãe. Eu não vim aqui à procura de um confronto com
ela, mas se ela quisesse, então ela ia ter isso.
– Você não vai se casar com minha filha!
Eu permaneci em silêncio, dando mais uma tragada do meu cigarro e jogando a fumaça em seu
rosto. Pensei que ela ia começar a tossir, mas ela continuou a me encarar, suas pálpebras inferiores
tremendo.
– Você tem um cinzeiro?
Eu fiz a pergunta para ela, mas foi o pai que veio apressado até mim, tropeçando em seu pé. Ele
estava sorrindo e tentando fazer com que esta situação fosse menos desconfortável, mas isso não
estava funcionando muito bem.
Eu tinha meus olhos postos em sua família, e se as coisas continuassem assim, então eu os
destruiria. E isso era algo que ele não queria nem se lembrar sobre.
– Sim, Sr. Aksenov. Há um aqui mesmo.
– Ahhh, bom. Perfeito – disse eu, batendo a boca do meu cigarro no cinzeiro e decidindo
permanecer sentado em sua cadeira. Não tinha vontade de me levantar.
– Você ouviu o que eu disse? – a mãe rosnou, cuspindo saliva com suas palavras. – Não vou
deixar que se case com minha filha.
Eu olhei para o pai, notando suas mãos trêmulas. Ele queria dizer a sua esposa que ela estava
cometendo um grande erro, mas ele ia ficar calado. Ele nem queria pensar no que aconteceria se eu
contasse a ela sobre a sua traição.
– Isso já está decidido. Eu tenho um acordo com seu marido.
– Não há acordo! Eu não concordei com nada disso.
Depositei meu cigarro em seu cinzeiro, colocando uma mão em cima da outra. Eu estava olhando
para os olhos dela e tentando dizer-lhe como as coisas iriam correr aqui.
Havia apenas um caminho que eu desejava seguir, que era o de me casar com a sua filha.
– Há um, e não vou mudar de ideia sobre.
Eu não queria terminar logo de arruinar sua vida. Não quando ainda havia tanto divertimento
para ter com ela.
Eu continuava olhando nos olhos dela e, finalmente, ela se afastou um pouco de mim, piscando
duas vezes. Achei que ela estava percebendo que eu não era um homem comum e que não podia
continuar gritando sem ter consequências.
– Eu não preciso de sua aprovação, seja qual for seu nome. No que me diz respeito, o pai é o
único que tem algo a dizer sobre o assunto, e ele quer que eu me case com ela. Ele acha que eu sou o
único que pode fazê-la feliz, não é verdade, Yorell?
Virei minha cabeça para ele e enquanto ele mantinha as mãos presas na sua frente, ele acenou
apressadamente, olhando para baixo.
Ele não conseguia lidar com a vergonha que estava sentindo agora, não era mesmo? Depois de
tudo o que ele passou em sua vida, ele nunca pensou que um homem o colocaria em uma situação
como esta.
Era muito humilhante para ele.
– Mas... – a mãe estava tentando dizer, mas eu levantei minha mão para pará-la.
– Acabei de falar com vocês dois. Vim aqui para ver sua filha e para pedir-lhe que arrumasse as
coisas dela. Vou levá-la para morar comigo.
Eu meio que pensei que ela ia ficar chateada e que faria mais birra, mas ela ainda estava
olhando para baixo, e eu podia ver que ela estava... fazendo tudo o que podia para não chorar?
Ahhh, ela tinha mais coragem do que o seu pai, pensei com um sorriso suave no meu rosto.
Parecia que a sua mãe finalmente havia entendido que não havia mais nada que pudesse ser feito,
o que significava que eu finalmente tinha tempo para falar com a sua filha.
Eu me levantei, mais alto do que todos eles, e prossegui para a jovem mulher. Eu parei e fiquei
na frente dela, colocando uma mão no seu queixo.
Ela não vacilou e se manteve firme. Eu podia dizer que ela era uma pessoa forte, mas não havia
como negar que ela iria dar trabalho. Ou poderia ser que ela tinha um plano contra mim?
Eu não sabia, mas ela parecia ser tão doce e delicada. Ela era como minha esposa antes de eu
me casar com ela e perder seu eu original, pensei, tirando minha mão do queixo dela.
– Me chamo Yefim Aksenov. Seu pai já lhe falou de mim. Você entende o que está acontecendo
aqui, certo? Por que estou fazendo isto?
Ela assentiu, dando-me toda a confirmação que eu precisava. Eu não precisava da aprovação
dela, mas também estava ciente de que um casamento não poderia ser sustentado por muito tempo se
uma das partes não o quisesse.
Virei minha cabeça para Yorell, perguntando, – Qual é o nome dela?.
– É Kazie Webster e...
– Hmmm, nome bonito esse – disse eu, voltando minha cabeça para ela. – Suponho que eu
perguntaria sobre como você está se sentindo a respeito disso, mas imagino que não importa, de
qualquer maneira. Não é por isso que vou me casar com você.
Percebi que esta situação era bastante fodida para eles. Num momento eles estavam pensando
que eram a família mais feliz do mundo, e agora eu estava causando todo esse alvoroço.
Eu supunha que não valia muito a pena prolongar isto mais. Estava na hora de levá-la para casa.
CAPÍTULO 5
Kazie

P ensei que teria tempo suficiente para pensar em um plano, para fugir com Richard, mas num
momento eu estava em meu quarto e no seguinte estava em um lugar que nunca havia estado
antes. E mesmo não chorando quando conheci Yefim pela primeira vez, agora eu estava fazendo isso.
Lágrimas estavam rolando pelas minhas bochechas, e eu estava tentando e tentando mais um
pouco encontrar uma maneira de escapar deste inferno que era sua casa.
Não tinha como negar que era muito bonita. Quem a projetou, pensou em tudo.
Mas eu não tinha muito tempo, nem estava no estado de espírito certo para apreciar qualquer a
arquitetura.
Eu tinha empacotado minhas coisas e as tinha levado para cá. Levei a maior parte das minhas
coisas comigo, mas nada poderia substituir a familiaridade do meu quarto.
Eu estava deitada na cama do seu quarto, olhando para o teto e sentindo como se alguém tivesse
vomitado no meu coração. Eu queria fechar os meus olhos e acordar para uma realidade diferente,
uma realidade que não envolvesse aquele homem.
Ele era russo. Eu tinha lido uma ou duas coisas nas notícias sobre bilionários russos que vieram
para Washington, mas nunca pensei que, um dia, eu encontraria um deles. E muito menos eu poderia
ter suspeitado que um deles iria querer se casar comigo.
Será que ele e o meu pai realmente tinham pensado sobre o casamento esse tempo todo? Ele
perguntou-lhe qual era meu nome, então eu... não pude responder. Eu só sabia que nada disso fazia
sentido.
O quarto dele era realmente grande. Maior até do que o meu, e isso era dizer algo. Eu podia
dançar balé nele livremente.
Meu telefone estava tremendo. Era provavelmente Richard ou um dos meus amigos, preocupados
com o que estava acontecendo comigo. Eu não falava com eles há horas, e isso era algo que não
acontecia com frequência.
Eu deveria estar pegando meu telefone e depois dizendo-lhes que eu ia me casar, mas como eu
poderia fazer isso?
Eu suspirei e pensei em sentar na cama, talvez saindo para ver como era sua propriedade,
quando a porta se abriu de repente.
Ela sendo aberta sem aviso, eu já sabia que tinha que ser Yefim quem estava vindo. Meu noivo, e
aquele que eu desejava que estivesse morto agora.
Apressadamente, usei o lençol de cama para esfregá-lo nos olhos, secando minhas lágrimas. Eu
não queria que ele descobrisse que eu estava chorando.
Ele estava imperioso na frente da porta, fechando-a. Ele não tinha vestido o casaco, seus braços
peludos saindo de sua camisa branca abotoada.
Podia perceber de novo que ele era muito mais velho, e isso deixava os meus mamilos um pouco
duros. E só esse pensamento era suficiente para me deixar irritada comigo mesmo.
Eu nem sabia que tinha uma queda por homens mais velhos.
Não havia como negar que ele era atraente. Seu cabelo de pimenta e sal era curto, e sem
qualquer ponta mal feita.
Sua barba aparada era impecável, e seu rosto era como se tivesse sido modelado por um artista.
Seus olhos eram azuis gelados, e eles olhavam para mim com compaixão e determinação.
Eu sabia que fosse o que ele queria fazer aqui, eu não seria capaz de detê-lo.
Ele desabotoou o topo da sua camisa, permitindo que eu visse um pouco do pelo no seu peito.
Alguns folículos já estavam ficando grisalhos. As rugas em seu rosto, seus olhos e como ele
caminhava - tudo sobre ele realçava a nossa diferença de idade.
E esse pensamento me aterrorizava da mesma forma que fazia o meu coração ficar mais quente.
Eu nunca havia pensado que tinha uma queda por homens mais velhos, mas ele estava reforçando
que eu tinha sim.
Estava achando que ele sabia que eu também era virgem, e que essa era a cereja do bolo para
ele.
Quase pensei que ele ia descer sua calça, mas ele só puxou uma cadeira até ele, sentado sobre
ela e acendendo um cigarro.
– Não gosto do cheiro de cigarro – eu disse.
Ele deu uma tragada, soprando fumaça pelo nariz.
– Sério? Que pena. Eu amo o cheiro da fumaça. Talvez eu possa mudar isso um dia.
– Não acho que seja possível. Ela tem um cheiro horrível, e você também fede.
Houve um momento de silêncio, com ele segurando seu cigarro e ainda me contemplando com
seus olhos.
Ele estava me fazendo sentir constrangida, e eu podia dizer que essa era exatamente a razão pela
qual ele estava fazendo isso.
– Não gostei do que disse, Kazie. Seu pai nunca lhe deu educação?
– Ele é um homem muito melhor do que você um dia poderá ser.
Ele riu, jogando mais fumaça pelo seu nariz. Se ele estava pensando em me beijar com aquele
bafo dele, então esqueça. Eu abandonaria sua mansão e nunca mais voltaria.
– Você não sabe quem ele realmente é.
Eu abri minha boca, pronto para repreendê-lo, mas algo em seus olhos me fez calar
imediatamente.
O que ele sabia sobre meu pai que eu não sabia? Só esse pensamento era suficiente para me
deixar mais aterrorizada.
Eu estava começando a imaginar que havia algo escondido sobre ele que Yefim descobriu, e ele
provavelmente estava usando essa informação para fazer chantagem.
– Você estava chorando.
Isso não era uma pergunta, mas uma declaração. Ele estava olhando para mim através da fumaça
do seu cigarro, e olhando para seus olhos azuis, eu podia dizer que ele estava se sentindo... um pouco
mal que ele sabia que era isso que estava acontecendo?
Houve um momento de silêncio até que ele finalmente o quebrou.
– Sinto muito. Não era minha intenção fazer você chorar.
Eu não disse nada. Havia uma multidão de sentimentos e pensamentos rodopiando em minha
mente, e eles estavam me fazendo sentir tonta.
– Eu não estava chorando – disse finalmente, mas isso só o fez balançar a cabeça, batendo o
cigarro no cinzeiro até que as cinzas se soltaram.
– Você não deveria estar mentindo para mim. Eu posso ver claramente.
– Eu não estou...
Ele ergueu uma mão, seus olhos se estreitando um pouco e se tornando mais determinados.
– Como eu disse, não quero ver você mentindo para mim. Você sabia que eu era casado antes de
conhecê-la?
Eu engoli em seco. Outro momento de silêncio encheu o quarto. Se ele era casado, então eu não
queria imaginar o que havia acontecido com sua esposa, ou o que ele poderia ter feito com ela.
– Ela era a coisa mais bela. Mais velha do que você, mas igualmente doce – disse ele,
estendendo sua mão e abrindo uma garrafa de vinho, despejando um pouco num copo. Ele tomou um
gole, sem mencionar se ia me oferecer um pouco ou não. – Mas ela fez algo que eu nunca poderia ter
perdoado.
Meu coração estava martelando no meu peito. Eu não deveria nem mesmo pensar na
possibilidade de trazer isto à tona, mas também não podia ignorar mais.
– O que... Ela fez?
Ele tomou outro gole de seu vinho, girando seu copo na mão. Seu cigarro ainda estava em seu
cinzeiro, e era tão pequeno agora que eu sabia que ele já tinha terminado de fumá-lo.
– Traição. Eu lhe disse tantas vezes que a amava, mas quando a peguei me traindo em minha
própria cama, não consegui perdoá-la. Eu a matei bem onde você está sentada.
E tendo terminado de dizer essas palavras, disparei de cima da cama, olhando para o lugar onde
eu estava sentada, meus olhos aterrorizados.
Virei minha cabeça para ele, meu coração martelando contra minha caixa torácica.
– Você... matou sua própria esposa?
Ele tomou outro gole de seu vinho, colocando-o sobre a mesa lateral. Seus olhos estavam
ficando um pouco lacrimejantes e vermelhos. Eu podia dizer que a memória do que aconteceu o
magoava, mas não sentia pena dele.
Quando muito, ele me dizendo isso só me fazia sentir mais aterrorizada dele. Eu precisava
contar tudo para o meu pai. Ele precisava saber.
Ele não era apenas um homem que me fazia ter ódio dele, mas ele também podia matar pessoas
quando bem entendesse.
Seus olhos estavam focados em mim, e eu sabia que ele finalmente iria dizer o que tinha vindo
fazer aqui.
– Tire tudo – disse ele, sua voz grossa e profunda.
– O quê? – perguntei, minhas mãos ainda tremendo. Eu ainda estava tentando processar o que ele
havia acabado de revelar sobre sua vida. Ele matou sua esposa? O que o impediria de me matar, se
ele não gostasse de algo que eu fizesse?
Ele suspirou.
– Eu não vou me repetir.
Meu coração ainda estava batendo como um trem em alta velocidade, mas eu sabia que ele
estava falando sério. Ele queria me ver nua. Essa era a verdadeira razão pela qual ele veio aqui.
E apesar de ainda ter medo dele, algo em mim estava me dizendo que eu queria fazer isso
também. Eu queria que ele me visse nua. Eu ainda pensava em Richard e sabia que estava apaixonada
por ele, mas não podia... não podia fazer isso.
Eu ia me despir, por ele.
Eu estava olhando para a protuberância na calça dele. Ela estava ficando mais grande. Ele
estava ficando excitado com tudo isso.
Respirando fundo, puxei minha blusa para cima e sobre minha cabeça, deixando seus olhos
verem meu peito. Eu tinha um sutiã posto, e já me sentia vulnerável. Meu corpo estava ficando cada
vez mais quente e pesado, e eu ainda me odiava por sentir algo por ele que não era repugnância
absoluta.
– Você nunca fez isso antes, certo? – ele perguntou, pegando seu copo de novo e balançando-o
gentilmente.
Eu supunha que ele sempre soube disso, e só estava conversando um pouco para que eu me
sentisse menos preocupada.
Eu acenei lentamente, puxando o fecho da calça para baixo e abaixando-a. Não conseguia parar
de notar a protuberância em sua calça e sabia que ele estava gostando disso. Senti-me um pouco
humilhada, mas isso só estava me excitando mais do que eu já estava.
Não podia negar o quão atraente ele era, e que um homem me dominando assim, usando apenas
suas palavras, era uma fantasia sexual minha. Eu só nunca suspeitei que isso aconteceria com um
homem muito mais velho do que eu.
Eu saí da minha calça, sentindo mais ar se movendo ao redor de mim. Minha pele estava exposta
e se antes eu estava pensando que ele sabia que os meus mamilos estavam duros, agora eu tinha
certeza disso.
Ele bebericou de seu copo novamente, ainda me encarando e depois movendo seu dedo para
cima e para baixo.
– O sutiã e a calcinha também. Eu quero ver tudo.
Abri minha boca, pensando em repreendê-lo e acabar logo com este pesadelo, mas não pude não
o obedecer.
Senti como se houvesse uma força densa me obrigando a fazer isso, e o fato de que a minha
boceta estava quente só estava fortalecendo o meu crush por ele ainda mais.
Eu desejava poder furar meus próprios olhos e cortar minha língua. Nunca pensei que estaria
admitindo que tinha uma queda por ele.
Mesmo assim, eu sabia que nunca poderia me apaixonar por ele. Seria um casamento falso, e sua
vida de casada comigo seria sempre apenas uma mentira.
Tirei meus sapatos e meias também, percebendo que ele estava determinado a me ver sem nada
vestido.
– Ótimo. Bonita demais. Você não deveria se envergonhar de seu corpo. Você é perfeita.
– Eu nunca disse que eu...
Ele segurou uma mão, fazendo-me fechar a boca.
– Como eu disse, não minta para mim. Eu odeio quando pessoas fazem isso.
Por um momento, eu não sabia o que fazer. Ele entendia tudo, e eu estava apenas me perguntando
quando ele iria descobrir sobre Richard. Eu sabia que ia continuar conversando com ele, mas não
sabia quando iria encontrá-lo pessoalmente de novo.
Talvez na escola de balé...
Finalmente me tirei do meu devaneio e desapertei meu sutiã, lembrando que, de todas as pessoas
que eu ia ficar nu pela primeira vez, ele nem estava na lista. Eu pensei que o primeiro homem a me
ver assim seria Richard.
Senti-me desconfortável e excitada ao mesmo tempo, minha mente se tornando o epicentro de
duas batalhas: uma que me mostrava o quanto eu o odiava, e outra que continuava me dizendo que eu
queria suas mãos em cima de mim.
Ele tomou o último gole de seu vinho, colocando novamente o copo em sua mesa lateral. Eu não
sabia se ele estava bêbado ou não, suas bochechas um pouco mais rosadas do que o normal, mas ele
ainda estava me contemplando com seus olhos aguçados, o que significava que ele queria ver o resto
de mim.
Puxei minha calcinha para baixo, saindo delas e olhando diretamente nos olhos dele.
Seus olhos me examinaram lentamente de baixo para cima, e por um momento ele não disse
nada.
A protuberância na sua calça estava ficando tão grande, e eu estava me perguntando qual era a
espessura do seu pau.
– Você é virgem, certo? – ele perguntou, seus olhos me olhando com compaixão.
Eu engoli em seco, acenando com a cabeça.
O canto dos lábios dele estava um pouco puxado para cima, e eu pensei que ele estava gostando
de saber disso. Ele provavelmente estava pensando que eu era algum tipo de joia intocada que ele
poderia finalmente ter.
E eu fiquei ali parada, sem saber mais o que pensar.
Eu me despi para ele. Havia algo mais que ele precisava?
CAPÍTULO 6
Yefim

Q uem diria que um homem patético como Yorell tinha uma filha como ela? Ela estava tão linda
quando ficou na minha frente, parecendo muito jovem, mas já muito crescida também.
A pele dela era naturalmente escura. Seus olhos eram grandes e muito expressivos, e seus seios
eram redondos e firmes.
No momento em que coloquei meus olhos nela, quando ela ainda estava na casa do seu pai, eu
sabia que nenhum homem jamais a havia tocado antes.
E considerando a maneira como ela falava e se comportava, eu podia dizer que ela ainda nem
tinha beijado.
Eu não queria pensar em mim como um predador. Tanto quanto eu sabia, ela era inocente. Ela
não tinha nada a ver com o que seu pai havia feito nos bastidores, traindo sua mãe.
Quando este tópico foi abordado, decidi não dizer a ela o que eu sabia. Eu sabia que ela pensava
muito bem sobre o seu pai, e partiria o meu coração se ela chorasse mais por minha causa.
Bem, sabia que isso não iria realmente ‘partir o meu coração’, mas eu ainda estava pensando
que ela não precisava descobrir sobre esse detalhe. Já era suficiente que ela não se importava em se
casar comigo.
Kazie não conseguia esconder o olhar nos olhos dela. Notei que ela sempre ficava olhando para
as minhas virilhas, e que suas pupilas se dilataram quando ela me viu pela primeira vez no escritório
de seu pai.
Ela me achava atraente. Não tinha como negar isso.
Ao cruzarmos uma estrada após a outra, o motorista levando a limusine para um dos restaurantes
mais caros da cidade, eu ainda estava pensando nas curvas do corpo dela, lembrando-me delas.
Eu não fiz nada de especial com ela naquela manhã quando a levei para nossa nova casa pela
primeira vez.
Senti que não seria apropriado e que havia muitas coisas que eu precisava rever primeiro, como
os planos para nosso casamento.
Nossa mansão tinha uma construção que era nossa capela, e era onde eu iria me casar com ela.
Alguns dos planos para isso já estavam sendo trabalhados, e eu estava planejando fazer dele um
casamento que ela nunca esqueceria. Ela sairia da mansão com olhos surpresos, e finalmente
começaria a me aceitar como seu marido.
Mesmo que Kazie estivesse de acordo com o casamento, na maior parte do tempo, isso não
significava que ela estivesse pensando em viver o resto de nossas vidas juntos. Isso era o que eu ia
mudar, eventualmente.
A noite estava silenciosa fora da limusine, e os prédios dos bairros eram apenas um borrão para
mim, pois continuávamos dirigindo até aquele restaurante japonês.
Eu tinha minha futura esposa sentada bem ao meu lado e durante os primeiros minutos de viagem,
ela ainda não tinha falado comigo.
Eu sabia por que ela estava se comportando desta maneira. Ia levar muito tempo para ela se
acostumar com isso tudo, com esta nova vida dela, e ela ainda estava com um pouco de medo de
mim.
Achei que contar a ela sobre o fato de ter matado minha ex-mulher não ajudou muito, não é
mesmo?
Eu também fiquei em silêncio durante a maior parte da viagem, mantendo uma perna sobre a
outra e olhando para a rua à nossa frente. Em meu tipo de vida, nunca se podia estar totalmente
seguro e eu estava sempre pensando em minha segurança.
Agora que Kazie estava comigo, eu estava ainda mais preocupado. Eu não a conhecia bem, mas
ela era bem jovem.
Ela não tinha vivido tudo o que havia na vida, e eu queria mostrar a ela como isso poderia ser
ótimo.
A limusine entrou no estacionamento, acompanhada de SUVs pretos. Eles estavam sendo
conduzidos por meus homens e faziam parte do nosso esquema de proteção.
Era um tanto chato ter meus homens me seguindo aonde quer que eu fosse, mas agora eu já tinha
me acostumado a isso.
Esperei alguns segundos até que um de meus soldados circundasse a frente da limusine. Ele
abriu a porta para mim, e eu saí dela. Estendi uma mão, esperando que Kazie a tomasse. Ela olhou
para ela e não sabia o que pensar.
Então, seus olhos viraram da esquerda para a direita, notando o lugar em que estávamos e todas
as pessoas ao redor dela.
Eu não sabia o que estava acontecendo em sua mente neste momento, mas supus que ela sabia
que era melhor não me fazer parecer um trouxa na frente dos meus homens.
Ela colocou sua mão sobre a minha, e eu coloquei meus dedos ao redor dela, puxando-a
gentilmente para fora do veículo. Kazie era bonita e notei que alguns dos meus soldados roubavam
olhares para ela. Com um vestido branco como o dela, ela simplesmente se destacava.
E eu tinha certeza de que até mesmo os outros convidados do restaurante iriam sentir inveja dela.
Eu lhe ofereci meu braço, para o qual ela olhou e se perguntou novamente o que realmente estava
acontecendo aqui. Eu não precisava dizer a ela o que estava acontecendo. Queria mostrar-lhe que eu
era muito mais do que o monstro que ela estava pensando que eu era.
Após algumas considerações, ela ligou seu braço ao meu, e prosseguimos para a entrada do
restaurante enquanto nossos homens nos seguiam de todos os lados. Eles tinham apenas suas pistolas,
mas estavam prontos para tudo o que pudesse acontecer aqui.
Esperei até que um de meus homens falasse com os atendentes do restaurante, mencionando
quantas mesas precisaríamos e onde precisariam estar, e o que mais ele achava que precisávamos.
Eu sabia que as listas de exigências seriam bem longas, e já havia muitos convidados no
restaurante nos olhando e se perguntando o que estava acontecendo. Todos esses homens que
pareciam russos e estavam usando ternos escuros sempre iriam atrair alguma atenção indesejada, mas
ou era isso ou vir aqui sem o nível de proteção que uma mulher como Kazie precisava.
Eu sempre iria colocar sua segurança acima de tudo.
Ela mantinha a boca fechada por enquanto, com os olhos indo de um lado para o outro. Eu
imaginava que ela nunca havia estado neste lugar. Não era o mais chique de Washington, mas eles
mantinham um certo nível de autenticidade que não se conseguia encontrar facilmente em outro lugar.
Eles tinham garçonetes usando quimonos, homens cortando melancias e outros tipos de frutas
usando suas catanas, portas deslizantes, mesas curtas, e esse tipo de coisa.
– É muito bonito – ela finalmente disse, virando sua cabeça para cima para olhar para mim.
– E é para você. Eu quero que você pense nesta noite como sua noite.
Ela não sabia o que dizer, mantendo sua boca fechada enquanto um dos meus homens - o que
estava cuidando de todos os detalhes com os atendentes - voltava e depois nos guiava a uma coleção
de mesas em uma grande sala.
Tínhamos ligado para o restaurante e lhes demos todas as informações de que precisavam para
que, quando chegássemos aqui, não precisássemos esperar muito até que pudéssemos sentar, mas
ainda havia alguns pequenos, mas importantes, detalhes para serem revistos pessoalmente.
– Nunca estive em um restaurante como este – disse Kazie – é muito autêntico.
– Só o melhor para você, querida – disse eu, desatando meu braço do dela e me sentando em
uma mesa pequena e baixa.
Todos os meus homens ou estariam sentados e comendo um pouco da autêntica culinária também,
ou estariam de pé, olhando as pessoas entrando e saindo deste lugar.
Nós não podíamos correr muitos riscos. Eles tinham que ter certeza de que todo homem e mulher
que entrava ou saía não era alguém tentando me matar, ou a Kazie.
Eu tinha considerado ter atendimento exclusivo aqui, mas no final não quis chamar mais atenção
para nós.
Eu supunha que, de qualquer forma, isto era um pouco mais perigoso do que poderia ter sido,
mas também não queria que Kazie jantasse comigo em nossa mansão.
Tínhamos salas de jantar mais do que suficientes para acomodar o maior número possível de
hóspedes, claro, mas mesmo assim havia alguns empecilhos. Eu só não queria mantê-la trancada ali e
pensando que ela nunca poderia sair de lá.
Ela podia sim, mas somente quando eu estivesse com ela. Era a única maneira de garantir que
ela sempre estaria protegida.
Cruzei minhas pernas e me sentei à mesa, com as mãos indo para os menus que eles já haviam
deixado nela.
Ela estava sentada bem na minha frente, e a distância que nos separava era suficiente para que
ela não se sentisse muito sobrecarregada sem tornar impossível para mim alcançá-la se eu quisesse.
Entreguei-lhe um dos menus, e olhando para seu rosto, pude perceber que ela estava gostando
disso. Eu me perguntava se seu pai costumava levá-la para lugares como este com sua mãe. E
pensando nela, ainda havia tantas coisas sobre o casamento para discutir com ela, não havia?
Bem, eu não ia estar pensando naquela mulher agora mesmo. Este momento era sobre mim e
Kazie, e ninguém mais.
CAPÍTULO 7
Kazie

E u estava acostumada a ir a lugares extravagantes, mas este... Este lugar era outra coisa. Era
muito mais autêntico do que qualquer coisa em que eu já tinha estado, e eu podia dizer que os
atendentes deste restaurante queriam que nos sentíssemos bem aqui dentro.
Olhei para o rosto deles e percebi que tinham um pouco de medo de nós, mas quem não teria?
Havia tantos homens de aparência russa nesta sala ou perto dela, todos eles sempre tirando seus
olhos dos cardápios para examinar as pessoas que também estavam comendo aqui.
Eles não podiam correr nenhum risco. Eu estava vivendo uma vida muito mais perigosa agora, e
apenas por estar sentada na frente de um homem como Yefim estava me fazendo sentir medo dele.
Mas eu também sabia que enquanto eu continuasse fazendo tudo o que ele queria, ele nunca me
faria mal. Sua esposa o havia traído. Foi por isso que ele fez o que fez.
Eu esperava, no entanto, que eu pudesse argumentar com ele. Ele tinha que entender que eu não
era uma mulher com a qual ele pudesse simplesmente se casar. Eu tinha meu namorado, que ainda
estava preocupada e esperando para me ver mais uma vez.
A escola de balé. Eu esperava que Yefim me permitisse continuar a ter minhas aulas lá. Mas
considerando o tipo de homem que ele era, era mais provável que ele fizesse com que os professores
viessem à sua mansão para me ensinar, ao invés disso.
Eu ia ficar trancada lá para o resto da minha vida, não ia?
Esse pensamento fez meu estômago ficar agitado.
Eu estava folheando o menu, olhando todas essas opções e achando impossível escolher aquela
que eu mais queria comer.
Não podia ter certeza disso, mas Yefim estava me fazendo pensar que ele podia ler minha mente.
De que outra forma ele podia ter sabido que a culinária japonesa era minha favorita?
Ele pôs seu menu na mesa, olhando para mim e perguntando – Você já decidiu o que quer?
– Ainda não – disse eu, verificando mais algumas páginas do cardápio e tomando uma decisão.
Não valia a pena ficar perdendo tempo aqui.
E era realmente como se ele estivesse lendo minha mente.
Ele levantou uma mão quando eu levantei minha cabeça do menu, ordenando que uma das
garçonetes vestindo um quimono preto viesse até aqui.
Ele disse a ela o que ia comer no jantar, incluindo a entrada, o prato principal e uma sobremesa.
A garçonete virou a cabeça para mim e eu disse o que queria para a minha janta rapidamente,
palavras correndo da minha boca. Ela não escreveu, e isso dizia muito sobre o seu profissionalismo
e de como ela era boa no seu trabalho.
Este era o melhor restaurante japonês em Washington, sem dúvida.
Ainda me sentia um pouco desconfortável sentada diante dele, com ele me encarando com mais
frequência do que eu queria.
Yefim parecia muito mais velho do que eu, e cada vez que eu olhava para ele, pensava nisso
enquanto minha buceta ficava mais quente - e eu já me sentia suja só de pensar assim.
Eu tinha desligado meu telefone quando vim para cá. Eu sabia que não gostaria de ser lembrada
o tempo todo sobre Richard e meus amigos, que ainda estavam preocupados comigo.
Eu desejava poder dizer-lhes que, na maior parte das vezes, as coisas estavam bem aqui.
Yefim me pedir para tirar minha roupa na frente dele foi estranho e excitante ao mesmo tempo.
Por mais legal que Richard fosse, eu sabia que ele nunca me pediria para fazer algo assim.
Não tive muito tempo para pensar nessas coisas quando Yefim perguntou – Você está se sentindo
bem, ou acha que precisa de alguma coisa?
– Não... mas obrigado por perguntar.
– Esta é sua noite, Kazie. Você vai se casar comigo em breve.
Houve um momento de silêncio. O casamento era um fator que estava no fundo da minha mente,
escondido de todas as minhas preocupações - por enquanto. Eu havia decidido que iria me concentrar
neste jantar que estava tendo com ele, e isso até agora estava funcionando. Isso era, até que ele
voltou a falar sobre o assunto.
– E você terá um filho meu também, e ele será um menino.
Assim que ele mencionou isso, foi como se o teto tivesse desmoronado em minha cabeça. Que
diabos ele acabou de dizer? Era como se ele estivesse vivendo em uma realidade diferente, em que
eu era obrigada a fazer tudo para ele como ele pensava que precisava ser feito.
E se eu havia pensado que tinha qualquer poder de decisão, então ele não hesitaria em me dar
uma lição que eu nunca esqueceria.
Tudo isto era surreal, e eu podia sentir minha cabeça girando.
– O que aconteceria se não fosse um menino?
Seu rosto era frio, sem expressão. Era como se ele estivesse olhando para mim através de lentes
que nunca poderiam ser quebradas, determinado a tornar aquilo real, por mais ridículo que fosse. Eu
não podia escolher o sexo do bebê, e ele também não.
Ele puxou um canto de seus lábios.
– Não se preocupe. Vai ser um menino sim.
Houve outro momento de silêncio, os sons das pessoas falando - principalmente sobre nós - e os
talheres e panelas na cozinha enchendo a atmosfera.
Minhas mãos estavam frias e congeladas. Eu não sabia o que deveria estar pensando sobre
aquilo, a não ser nojo absoluto de um homem que estava obcecado em me engravidar.
– Eu ainda nem lhe disse...
– Que você vai abrir suas pernas para mim? Não se preocupe... você abrirá.
Ele tinha colocado seus braços na mesa baixa e agora, mais do que nunca, ele parecia tão grande
que eu pensava que ele era mais do que um homem. Eu estava pensando que não havia saída para esta
bagunça e que ele me violaria, se necessário.
Em vez de me sentir um pouco mais atraída por ele, agora eu estava sentindo apenas repulsa. Eu
queria enterrar meus pauzinhos em seu pescoço e ver como seu sangue jorrava para fora.
Ele encerrou seu sorriso pequeno, virando sua cabeça quando garçons vestidos como samurais
vieram com nossos pedidos.
Eles se ajoelharam para colocá-los sobre a mesa, e um deles também colocou alguns pedaços de
carne de peixe na panela quente. Ele foi o mesmo cara que acendeu o fogo, cheiro de carne cozida já
preenchendo o ar.
Meu estômago estava roncando. Desde que soube do casamento, eu não tinha comido muito, e
era difícil não estar pensando em devorar toda a comida na mesa agora mesmo. Eu não via tanta
comida japonesa há muito tempo.
Não havia como negar que Yefim sabia como me fazer feliz com certas coisas. Era sua obsessão
com o casamento - e agora com seu filho - que me fazia odiá-lo.
E isso sem mencionar como ele humilhou meu pai e minha mãe em sua casa. Eu jamais poderia
perdoá-lo por isso.
– Coma – disse ele, e não foi apenas uma simples palavra que saiu de sua boca, mas uma ordem.
Eu deveria ser sua bonequinha agora, comendo e fingindo que ele não estava pensando em mim
como um objeto, sua... coisa que por acaso era capaz de nutrir um bebê em sua barriga.
Eu nunca pensei que poderia odiar um homem mais do que o estava detestando agora.
Eu comi, mas a comida desceu pela minha garganta como se fosse pedra. Eu não estava gostando
tanto quanto pensava que ia gostar, e isso era dizer muito sobre o que estava acontecendo aqui.
Japonês era minha culinária favorita, e ele estava estragando tudo.
Não demorou muito para ele terminar seu prato, girando a maçaneta da panela quente para a
esquerda até extinguir a chama.
Ele era um cavalheiro em nosso jantar, perguntando-me o que eu achava da comida e se eu
gostava, mas sua escolha sobre querer que eu tivesse seu bebê ainda estava me fazendo sentir como
se houvesse algo zumbindo em minha mente.
Eu não conseguia pensar direito, não conseguia processar o que estava acontecendo ao meu
redor, e não era surpresa que eu não tinha notado um casal se aproximando de nós quando assim
fizeram, empurrando-se através dos guardas durante um momento improvável de falta de atenção.
Eles estavam bem ao meu lado, e quando finalmente olhei para seus olhos, foi como se eu
estivesse vendo pessoas que estavam loucas para me matar aqui mesmo, independentemente das
consequências.
CAPÍTULO 8
Yefim

V irei minha cabeça para eles, notando as roupas ridículas e patéticas que eles estavam
usando. Eles eram pessoas que haviam se tornado ricas pouco tempo atrás, tentando se
destacar de todos aqui.
Virei minha cabeça para meus homens, estreitando meus olhos. Eu não podia acreditar que eles
tinham permitido que estes imbecis passassem por eles.
Eles deveriam estar prestando atenção a todos que entravam e saíam do restaurante, e não
perdendo tempo com bobeiras.
Eu nunca ia dizer isto, mas... eu estava cansado dos meus homens me decepcionando tão
frequentemente assim.
Os soldados que acabaram cometendo este erro bobo que deixou este casal passar por eles
estavam olhando para mim com olhos mortificados. Eles sabiam que eu tinha matado pessoas por
menos, e também entendiam que eu não tinha muita paciência.
Voltei minha atenção para os invasores, a mulher vestida como se fosse uma palhaça, e o homem
parecia ser a sua marionete ou algo do tipo. Mas ele era um pouco diferente disso. Ele tinha vontade
de me dizer muitas coisas que não conseguia guardar para si mesmo.
E eles estavam bêbados. Bêbados como nunca antes, suas bochechas ruborizadas. E o fedor do
saquê estava pairando no ar.
Eles estavam arruinando um momento perfeito que eu estava tendo com minha princesa, e se eles
estavam pensando que iriam se safar, logo se arrependeriam disso.
A mulher com roupas amarelas e brilhantes levantou a mão, apontando seu dedo ósseo na
direção de minha noiva. Só de olhar para ela me fazia querer pular de onde estava sentado e sentar a
mão na sua cara.
Mas eu ia ficar quieto agora, sentado nessa almofada. Eu não queria causar tumulto neste
restaurante.
Não quando eu estava prestes a terminar de jantar com Kazie e estava pensando em levá-la para
um lago nas proximidades, onde poderíamos dividir um momento agradável e conversar um pouco
mais sobre nossas vidas.
– Que diabos essa macaca está fazendo aqui no meu restaurante?
Suas palavras dispararam uma nuvem de raiva em meu coração, e a minha mão se tornou um
punho. Eu não podia acreditar na audácia que ela tinha, falando aquela merda ridícula e racista bem
na minha frente.
Nenhum dos meus homens estava pensando que eu estava sendo fraco com eles, no entanto. Eles
sabiam que eu estava apenas esperando o momento certo para dar uma surra nesses racistas, e que eu
esperava não ter que matá-los.
– Saia daqui – eu rosnei.
– Eu não vou sair do meu restaurante! – o marido gritou, colocando um braço em volta da esposa
e selando um beijo na bochecha dela.
Eu estreitei ainda mais meus olhos, colocando meus pauzinhos sujos sobre a mesa. Kazie nunca
me havia visto com raiva, e eu estava relutante em mostrar a ela esse lado de mim.
Eu não queria que ela tivesse ainda mais medo de mim. Seus olhos estavam se alargando e suas
bochechas estavam perdendo sua cor rosada. Ela estava preocupada que eu iria matar esses merdas,
e ela estava certa que isso poderia acontecer.
Se isto continuasse por muito mais tempo, eu não hesitaria em colocar duas balas na cabeça
deles depois de me divertir com eles em um ferro-velho, fazendo-os comer merda de cachorro e
lembrando-os que ter dinheiro não significava muito quando também eram preconceituosos.
– Sim, vocês vão sair daqui sim. Eu não tenho tempo para nenhum de vocês, e francamente,
vocês me fazem imaginar como foi que vocês conseguiram entrar aqui.
A velhota ainda estava apontando seu dedo sujo para minha noiva, e só de olhar para ele já
estava fazendo o meu sangue ficar ainda mais quente.
– Não. Não até que esta vadia negra saia daqui. Não há lugar para alguém como ela em nosso
país, muito menos em nosso restaurante.
– Não é o seu restaurante e não é o seu país.
Minha voz era baixa, mas imponente, e quando pensaram em cuspir suas próximas besteiras,
fecharam a boca. Mas eles estavam muito bêbados para não continuarem sendo um incômodo.
O marido atirou seus braços em direção à minha futura esposa, agarrando seu cabelo e içando-a
com todas as suas forças.
Eu me levantei com tudo do travesseiro em que estava sentado, me atirando até eles e socando o
rosto do homem, dentes saindo da sua boca.
Ele caiu no chão, sua mão tocando onde havia lhe dado um murro enquanto tentava entender o
que havia acabado de acontecer.
Sua esposa plantou suas mãos em suas bochechas, olhando para nós dois com terror em seus
olhos.
O momento em que ele agarrou o cabelo de minha noiva foi quando cruzou uma linha que ele
nunca poderia ter cruzado. Meu sangue fervendo, eu sabia que eles não iriam sobreviver esta noite.
Mas eu não ia apenas tirar-lhes a vida.
Eu ia tirar todo o dinheiro deles. Ia torná-los tão pobres que teriam que viver sob uma ponte, e a
vida deles seria um inferno a partir de agora.
– Você me bateu! – O marido latiu, finalmente de pé. Ele estava mantendo alguma distância de
mim, porém. Ele sabia que tinha me irritado, que tinha atingido um nervo meu, e que eu não era um
homem de negócios comum que não podia se defender.
Eu tinha meu próprio negócio, assim como imaginava que ele tinha, mas eu tinha passado por
coisas que ele nem imaginava que existiam.
– E eu vou fazer muito pior – rosnei com dentes fechados, marchando até ele, agarrando o
colarinho de sua camisa sob seu brilhante casaco roxo e içando-o até que seus olhos estivessem
nivelados com os meus.
Eu era muito mais alto que este homem caucasiano de cabelos escuros e olhos verdes, mas neste
momento eu precisava dele olhando diretamente nas minhas pupilas. Eu precisava que ele visse como
ele era patético, e eu ia fazer sua mente estúpida perceber isso.
Meus músculos estavam se flexionando contra minha camisa e minhas veias no meu antebraço
estavam visíveis. Ele se sentia fraco e parecia fraco. Eu poderia quebrar o pescoço dele bem aqui se
não estivesse são o suficiente para levá-los para outro lugar primeiro.
– Diga todas aquelas coisas novamente, bem na minha cara – eu berrei, raiva manchando minha
voz. Esta noite estava um pouco mais fria do normalmente as noites aqui eram, mas ainda assim não
era suficiente para diminuir o meu ódio por eles.
Meu ódio estava borbulhando em meu coração e eu precisava de tudo o que tinha para não dar a
maior surra da sua vida aqui.
Minha mão então voou até o pescoço dele, agarrando-a. Seu rosto estava ficando vermelho. Sua
esposa não podia suportar o que estava acontecendo e desmaiou. Virei minha cabeça para ela com
um sorriso no meu rosto.
Ela certamente estava tornando isso muito mais fácil para mim.
Quando voltei meus olhos para o homem que fez o impensável, que pensava que ameaçar minha
noiva não significaria sua morte, notei algo que doeu o meu coração. Minha mão congelou, e pensei
que estava cometendo um dos piores erros da minha vida.
Esta era a primeira vez que minha noiva estava me vendo assim, e isso a aterrorizava. Agora ela
estava sentada no chão do restaurante, com suas mãos atrás das suas costas, como se estivesse
fazendo tudo ao seu alcance para se distanciar de mim.
Como se ela estivesse tentando mudar a realidade e fingir que eu agora não fazia parte de sua
vida.
Seus olhos estavam apavorados, seu lábio inferior tremendo. Ela parecia tão pequena e inocente
agora, seu vestido ainda complementando perfeitamente seu corpo magro mas curvo, seu cabelo
caindo atrás da sua cabeça em longos e bonitos cachos.
Ela tinha vestido um blush para esta noite, e também pintou seus lábios com um batom vermelho
que os fazia parecer tão beijáveis.
Mesmo agora, enquanto meus homens estavam ficando tensos com suas pistolas em mãos, eu
estava me perguntando se eu poderia parar o tempo, agarrá-la com todas as minhas forças, e então
selar meus lábios com ela.
Pela primeira vez, e finalmente tirar sua virgindade.
Mas vendo sua reação, como ela estava aterrorizada comigo quando pensei que eu estava agindo
como seu mais fiel guardião, mantendo lixo como esses racistas longe dela, não pude deixar de tirar
minha mão do pescoço dele rapidamente.
Ele caiu de joelhos no chão, com sua mão indo em direção ao seu pescoço e, em seguida, dando
palmadas nele e massageando-o, seus olhos como se estivesse chorando por horas a fio. Ele estava
ofegante, e finalmente parecia que não estava mais bêbado.
Quando muito, eu diria que ele estava finalmente percebendo o verdadeiro peso das coisas que
ele estava fazendo, e que estava começando a se arrepender delas.
Eu não achava que lixo como ele pudesse algum dia entender as implicações do que ele fez,
sendo racista na frente da mulher mais bonita que este mundo já conheceu, mas ele agora sabia que,
se alguma vez me irritasse novamente, seria melhor fingir que não tinha me visto.
Ele se levantou lentamente, quase caindo novamente no chão, e depois foi até sua esposa. Dando
tapas gentis na sua bochecha, disse – Acorde, querida. Temos que ir. Estou com medo dele.
Até a sua fala era agora muito mais convincente, condizente e calma também.
Ele precisou dar mais alguns tapinhas, mas a sua mulher finalmente abriu seus olhos, e eles se
voltaram para mim, depois para Kazie e, por fim, para o seu marido.
– Sim... precisamos ir – disse ela lentamente e como se fosse preciso todas as suas forças para
pronunciar aquelas palavras, eles se levantaram, passaram por mim e tentaram sair pelo perímetro
que meus guardas ainda estavam fazendo.
Eu fiz um gesto rápido com minha mão, permitindo que eles saíssem. Eu olhei para minha noiva
e não conseguia fazer o que havia planejado fazer com aqueles idiotas. Queria levá-los a um ferro-
velho e acabar com suas vidas até o nascer do sol.
Mas eu não podia fazer isso quando minha noiva precisava de mim agora.
Fui até ela, mas ela se afastou de mim como se eu fosse um monstro. Não pude deixar de parar e
pensar em como deveria proceder agora.
Se ela estava preocupada com o quão perigoso eu era, então eu precisava ir direto até ela e
provar que não era esse o caso.
Eu estava acostumado à brutalidade, a matar pessoas e a fazer coisas piores com elas, mas para
mim ela era alguém que não podia saber nada sobre isso.
Para mim, ela era a única pessoa no mundo que eu estava disposto a fazer tudo para mantê-la
protegida. Eu ainda não ia deixá-la sozinha com seus pensamentos, e não ia continuar deixando-a
pensar que eu estava fazendo algo que poderia machucá-la.
Eu tinha minhas regras, e ela fazia parte delas.
Foi por essa razão que ainda caminhei até ela mais rapidamente do que gostaria, sentando-me
atrás dela e depois puxando-a até mim, fazendo-a sentar-se no meu colo.
Todos os meus homens estavam me observando e o pessoal do restaurante estava a alguns metros
de distância, e eu não me importava com eles.
Seus olhos não me faziam sentir nervoso, me odiando, ou achando que deveria estar fazendo isso
em um lugar com mais privacidade.
Meu sangue ainda estava fervendo que eu não ia destruir a vida daqueles idiotas racistas, e ainda
me surpreendia que Kazie tinha mais medo de mim do que parecia ter deles. Afinal de contas,
aqueles merdas eram o que tinha de pior nessa cidade, e eu não conseguia tolerá-los.
Eu fiquei parado. Ela não tentou resistir, e como os segundos se foram sem que ninguém no
restaurante dissesse nada, todos os outros clientes já tinham saído há muito tempo, e então Kazie
finalmente começou a se acalmar.
Sua respiração voltou ao normal, e ainda com seu corpo quente no meu, eu podia dizer que seu
coração já estava se acostumando à minha presença.
Toda a adrenalina que tinha estava se dissipando, e perceber isso era suficiente para me sentir
mais calmo, também. Eu pensei que iria perdê-la, que ela nunca iria querer sequer olhar nos meus
olhos.
Mas nada disso mudou os aspectos mais fundamentais da nossa relação. Ela ia se casar comigo e
depois ia me dar outro filho.
– Shhh, tenha calma. Estou aqui, e nunca vou deixar que vagabundos racistas como eles cheguem
perto de você de novo.
– Eu tenho medo... de você.
– Você não precisa ter medo de mim. Eu nunca te machucaria.
– Mas... sua ex-esposa...
– É um caso completamente diferente. Eu sinto apenas duas coisas por você, e elas são o meu
amor por ti e te ver sempre bem. Não se preocupe comigo.
Era como se ela ainda não pudesse acreditar em mim, e eu supunha que não podia culpá-la por
pensar assim. Mesmo assim, eu mantinha meus braços enrolados em volta dela enquanto todos os
outros na sala não sabiam o que deveriam estar fazendo.
Será que eles deveriam sair do restaurante e voltar às suas vidas normais?
O que importava agora era manter Kazie sempre perto de mim. Eu podia sentir o cheiro do seu
perfume, a suavidade da sua pele e o bater do seu coração, e essas eram algumas das melhores coisas
da minha vida, inclusive ter um filho.
– Você nunca me machucaria mesmo? – ela perguntou, virando sua cabeça para mim, e olhando
novamente para seus lábios carnudos, eu não pude deixar de sentir vontade de beijá-los aqui mesmo.
– Não, claro que não. Você será sempre a minha protegida, ao lado de meu filho, isto é....
Ela ainda não o tinha conhecido. Eu me perguntava o que ela iria pensar sobre ele. Tinha
mandado ele para a casa da sua tia, onde ficaria por alguns dias.
Ele disse que não conseguia ficar mais um dia na nossa casa sem pensar na mãe dele.
Tive que fazer o que queria, óbvio. Se ele precisava de algum tempo fora, então estava tudo
bem. No entanto, já era hora de ele voltar e conhecer a sua futura madrasta.
Mal podia esperar para ver os seus olhos brilhando novamente.
CAPÍTULO 9
Kazie

E u nunca pensei que ele faria o que fez. Eu sabia que ele iria me defender e colocar aqueles
idiotas de volta em seus lugares, mas nunca pensei que ele quase os mataria também. Eles
correram para fora do restaurante aterrorizados, e seria um milagre se eles voltassem lá um dia.
O dono do lugar também não podia fazer isso, mas imaginei que ele estava se perguntando se não
seria possível proibir a máfia russa de entrar lá novamente.
Eu sempre soube que Yefim era um mafioso. Seus homens, como ele lidava com sua 'empresa' e
como ele conversava com as pessoas que iam a sua propriedade para conhecê-lo - como eu não
poderia perceber que ele era um homem que trabalhava nas sombras e deveria estar na prisão?
Eu só poderia me perguntar sobre o tipo de coisas que ele já tinha feito.
Havia uma coisa sobre ele que o diferenciava da maioria dos outros homens que eu conhecia, no
entanto. Quando aqueles idiotas racistas daquele restaurante começaram a me ameaçar, ele foi o
único que me fez sentir segura.
Fiquei apavorada quando ele então me segurou em seu colo, colocando seus braços em volta de
mim até que meu coração parasse de ficar martelando, mas não havia como negar que foi graças a sua
preocupação que eu sentia que podia continuar morando com ele.
Por enquanto, pelo menos.
Eu tinha que dormir com ele em sua cama também, mesmo não me obrigando a dormir no mesmo
lado onde matou a sua ex-esposa. Eu estava grata por isso, mesmo com ele nunca falando nada sobre.
Eu agora estava sentada em uma parede muito baixa que cercava o pátio da escola de balé, e
minha mão estava segurando a de Richard.
Yefim me permitiu vir aqui para as aulas mais uma vez, mas com uma condição - que seus
homens ficassem me vigiando.
Claro, eles estavam escondidos, vestindo roupas normais e cotidianas que os ajudavam a se
misturar com a multidão de estudantes. Algumas pessoas até podiam pensar que eles trabalhavam
aqui.
Eu sabia quem era quem, no entanto, e supus que nenhum deles iria se conter e contar a Yefim
sobre isso.
Eu estava segurando a mão de outro homem, que ainda estava de óculos escuros e olhando para
o sol, provavelmente pensando que sua vida comigo estava definida.
E ele estava decidido a escapar para outro estado comigo.
– Você está louco, Richard. Isso nunca vai acontecer.
– O que nunca vai acontecer? Estou apaixonado por você, Kazie, e acho que você é a pessoa
mais importante da minha vida.
Suspirei.
Eu não queria assustá-lo. Contar a ele a verdade sobre Yefim, sobre o tipo de coisas que ele
poderia fazer, e que dentro de mim eu estava me apaixonando mais por Yefim e me distanciando do
meu namorado faria pensar coisas que ele deveria esquecer.
Eu não queria machucá-lo.
O toque de sua mão estava me mantendo bem aqui com ele, embora eu simplesmente não
conseguisse parar de olhar ao redor e notar todos os soldados da bratva me vigiando. Eles sabiam
que Yefim tinha inimigos que não hesitariam em me sequestrar.
– Eu não posso mais tentar isso. Seria uma loucura. Meu noivo poderia te matar.
– Estou disposto a correr esse risco se isso significar passar outro dia com você.
Richard ainda era minha paixão, mas não havia como negar que ele não estava sendo muito
inteligente sobre isso.
Ele era maluco se estava pensando que poderia simplesmente deixar a cidade comigo e fingir
que nada demais havia acontecido.
Virei minha cabeça para o lado quando vi um grupo de caras que pensei que nunca mais veria na
minha vida. Era como se a escola de balé agora estivesse se transformando no meu antigo colégio.
Eles estavam vindo até nós, e eu sabia que eles estavam pensando em trocar uma palavrinha
comigo. Naquele momento, senti meu coração apertar e desejei que Yefim estivesse bem aqui
comigo. Eu sabia que apenas a sua presença seria o suficiente para colocá-los de volta em seus
lugares.
Eu já passei muitos apuros com eles e sabia o que ia acontecer agora.
Eles pararam na minha frente. Havia cinco deles. O líder deles era um cara branco de mais ou
menos da minha idade, com piercings nas orelhas e no nariz.
Ele tinha uma jaqueta de couro muito parecida com a que Richard estava usando, mas não tinha o
mesmo charme.
Ele estava com os braços cruzados sobre o peito e estava olhando apenas para mim e ignorando
o cara que eu ainda gostava de pensar que era o meu namorado, mesmo não tendo me beijado ainda.
Seus amigos eram muito parecidos com o líder, pois tingiam os cabelos de cores diferentes e
brilhantes. Alguns deles também tinham piercings no rosto, embora nem todos. Alguns também
estavam com os braços cruzados sobre seus torsos, os outros mantendo suas mãos escondidas nos
bolsos da calça.
Eles também usavam calças escuras justas, e quem olhasse de longe pensaria que eram punks ou
motoqueiros. Olhar para eles agora estava definitivamente causando alguns arrepios na minha
espinha.
E mesmo sentindo raiva por eles estarem aqui, Richard continuava sentado como se... não
tivesse coragem para enfrentá-los.
– O que você quer? – eu perguntei, mantendo minha voz baixa, mas firme para que eles
soubessem que eu não os temia, sem chamar mais atenção para nós.
– Nada mais do que fazer uma pergunta muito pertinente. Pessoas em toda a escola de balé têm
falado sobre isso.
Senti um nó no meu peito. Eles realmente não podiam saber sobre isso, certo?
– Que pergunta? – eu perguntei, um pouco irritada por Richard ainda estar calado, e agora
abaixando a cabeça como se ele fosse apenas um covarde e não o cara durão que eu pensei que iria
me defender.
– Que você vai se casar com um chefe de uma máfia.
Eu engoli em seco. Todos eles sabiam sobre isso, e isso significava que eu realmente não
poderia continuar tendo aulas aqui.
Não que isso importasse de qualquer maneira. Yefim disse que faria os professores virem para a
sua mansão, e que haveria uma sala só para eu dançar.
Eu estava feliz que ele estava fazendo a transição para minha nova vida o mais suave possível,
mas eu ainda não gostava totalmente disso. E eu também não gostava desses idiotas parados na minha
frente e Richard agindo como um covarde. Sempre achei que ele não era assim.
Ainda era um pouco estranho que mais e mais homens pareciam estar se congregando neste lado
da escola.
Havia outros edifícios onde outras coisas eram ensinadas. Eu supus que eles estavam pensando
que as garotas daqui eram fáceis.
Bem, eu não. Depois de ver o que Yefim podia fazer, eu sabia que esse tipo de coisa deveria
acontecer ao contrário - que eram eles que deveriam ter medo de mim.
– Então, o que realmente está acontecendo? Você vai se casar com um chefe da máfia ou não?
Todo mundo quer saber a verdade.
– Não é da sua conta – eu disse com os dentes cerrados, levantando-me como um borrão e
tentando me tornar o maior possível, embora isso não significasse muito quando eu estava lidando
com homens que tinham 20 anos e malhavam.
Ele riu, me empurrando com a mão e me fazendo cair de bunda no chão.
Minha cabeça se virou para Richard, que ainda estava fingindo que nada disso estava
acontecendo, sua boca se contorcendo de maneiras estranhas e suas mãos tremendo.
Ele não ia fazer nada.
– Richard! – eu gritei – Faça alguma coisa!
Ele se levantou em uma piscadela, murmurando – Me desculpe. Eu não posso fazer nada. Não
sou tão corajoso quanto você pensa que sou.
Ele se virou e saiu correndo, deixando-me sozinha com aqueles brutamontes, que agora não só
estavam aqui, mas também me cercando.
Eu olhei em volta e não vi meus amigos. Não achei que eles estivessem por perto e que me
ajudariam, se necessário. Eu queria desaparecer e não conseguia, e sabia que eles iriam começar a
me chutar.
– Então, você não vai responder a minha pergunta? – o líder do grupo perguntou, levantando o pé
e apontando-o para mim. Achei que ele fosse me pisotear neste instante mesmo.
Meu coração estava martelando no meu peito.
Gotas de suor escorriam pelas minhas têmporas.
Houve um som de batida de repente, e seu corpo rolou pelo chão, seus amigos gritando como se
estivessem vendo suas mães mortas. Virei minha cabeça para o lado e pensei que estava vendo
Yefim.
Esfreguei meus olhos, meu coração ainda batendo forte no meu peito como um trem em alta
velocidade. Tinha que ser ele, certo? Meu salvador. O único capaz de me salvar desses idiotas.
Mas então minha visão clareou e percebi que era apenas um dos guardas incógnito que o havia
socado. Eu nem sabia seus nomes, mas ainda estava sentindo algo que pensei que nunca passaria pela
minha cabeça.
Eu estava grato por estar sob a proteção de Yefim.
Mesmo que ele não estivesse por perto, ele ainda estava aqui por meio de seus homens, e isso
era muito mais do que eu poderia dizer sobre Richard.
Acontece que ele não era nada mais do que um covarde, fugindo quando eu mais precisava dele.
Nunca pensei que ele temesse valentões como aqueles caras, que já estavam lutando para se levantar
e fugir.
O guarda ofereceu sua mão para mim, dizendo – Estamos aqui para te proteger, sob as ordens do
mestre Yefim.
Ele não precisava me dizer isso, mas a menção do seu nome gerou um sentimento de saudade em
meu coração, que eu gostaria de ver o homem que iria se casar comigo na minha frente, e então me
abraçando e dizendo que tudo ia ficar bem.
Fiquei um pouco em estado de choque, sem vontade de dizer nada. Ele apenas colocou seu braço
sobre meus ombros e me levou para a aula. O intervalo entre as aulas estava terminando, e ele
mesmo estava me levando lá para que eu estivesse segura.
Eu não poderia ter pedido por uma proteção melhor, e era tudo graças a Yefim.
CAPÍTULO 10
Yefim

A chei que ela estava agindo de maneira um pouco estranha antes de ir para a escola de balé,
e não me surpreendeu muito quando um dos meus homens que a vigiava me disse que ela
estava saindo com um cara da sua idade.
Parecia que eles haviam terminado, no entanto. Ele também me disse que o seu 'namorado' havia
fugido quando alguns bullies apareceram e começaram a questioná-la sobre o nosso casamento.
Sem surpresas nisso também. Eu não estava tentando manter o casamento em segredo.
Fiquei feliz por tudo ter sido resolvido sem a minha interferência. Não tive que fazer nada, no
final das contas.
Estava ensolarado lá fora, a luz do sol tornando sua pele mais brilhante, tornando-a um pouco
mais clara do que ela realmente era.
Se antes tinha um charme de chocolate amargo, agora ela parecia tão apetitosa quanto uma barra
de Reese's.
Mas isso era apenas uma piada sem graça de minha parte. De jeito nenhum eu mencionaria isso
enquanto ela estivesse por perto. Talvez com meus amigos, pensei com um sorriso no rosto.
Havia uma surpresa para ela hoje. Algo que o seu pai mencionou e que eu pensei que deveria ser
o único a apresentar a ela.
Pessoas diziam que eu era um dos melhores motoristas de toda a nossa família, então fiquei
muito animado em mostrar a ela o básico e também em convencê-la de que ela também poderia se
tornar uma grande motorista.
Depois do que fiz no restaurante e ela terminando com o ex, finalmente estava gostando de mim.
Ainda não era o suficiente para transar com ela na minha cama, mas estávamos chegando lá. Eu
poderia tê-la a qualquer momento do dia e em qualquer lugar, mas isso não seria nada divertido. Eu
precisava que ela me quisesse e tinha certeza de que não iria demorar muito até que eu tornasse isso
real.
Ela estava caminhando para mim usando uma blusa que não deixava muito os seios à mostra, o
que era uma pena.
Desde que a vi nua naquela vez no meu quarto, eu sabia que ela tinha um par de peitos bem
firmes.
Eu não podia esperar até que ela finalmente me deixasse tocá-los, no entanto.
Sua calça era apenas um jeans escuro. Eles não eram nada demais, mas eu comprei de uma das
marcas mais caras do mundo, e foi importado da França. Feito e vendido lá.
Eu poderia gastar tanto dinheiro quanto pudesse com ela e sabia que não faria muita diferença na
minha conta bancária.
Ela parou na minha frente, sorrindo, e conversamos um pouco sobre coisas aleatórias. Eu disse a
ela que ela ainda iria continuar tendo suas aulas de balé, mas todos os seus professores teriam que
vir aqui.
Eu não podia arriscar que nada acontecesse com ela. Quanto mais tempo eu passava com ela,
mais eu estava me apaixonando por ela, e isso estava dizendo algo. Quando a conheci pela primeira
vez, pensei que estava fazendo isso apenas para continuar humilhando seu pai.
Mas agora ... Agora eu a queria ainda mais, e cada sorriso dela era uma razão pela qual ela me
fazia mais feliz.
Abri a porta da garagem e ela abriu um grande e brilhante sorriso quando viu o carro novo
parado dentro da garagem. A garagem era grande o suficiente para abrigar o carro dela e também o
meu.
Eu tinha uma coleção inteira de limusines, Ferraris e Lamborghinis em outras garagens da
mansão. Eu poderia caminhar até eles e admirar minhas coleções por horas a fio, mas hoje não era
um dia para isso.
Hoje era tudo sobre a princesa parada na minha frente, que estava segurando seu rosto.
Ela sabia que o carro era para ela. Havia até um grande adesivo que havia sido colado na janela
da frente com o nome dela, e também eu o fiz sob medida. O carro era um modelo rosa. Ela gostava
de rosa, então foi uma decisão fácil para mim.
Ela virou sua cabeça para mim, sua mente finalmente processando o que estava vendo.
– Você comprou isso ... para mim?
– Claro, comprei sim.
– Mas ... ainda não sei dirigir.
– Bem, é aí que estou fazendo o que deve ser feito, amor – eu disse, colocando um braço em
volta das costas dela e puxando-a para mim, sentindo a leveza de seu corpo, embora eu não a
estivesse segurando em meus braços.
Eu gostaria de poder fazer isso, mas com uma mulher como ela, tudo precisava seguir um
procedimento que só existia em minha mente, mas que eu tinha certeza que iria ajudar a chegar ao seu
coração.
– Você vai me ensinar a dirigir? – ela perguntou, mas de repente saltou para o carro e estava
pulando em volta dele, agitada como se nunca tivesse visto um carro semelhante em sua vida.
Eu sabia que seu pai a mantinha trancada em casa a maior parte do tempo, mas ainda era muito
estranho que ela estivesse tão feliz pelo seu presente, quando não era nem mesmo um encontro
especial ou algo assim o que estávamos tendo.
– Estou tão feliz! É minha cor favorita, também.
– Claro – eu disse, colocando minhas mãos na minha cintura e abrindo a porta do carro para ela.
Logo depois que fiz isso, ela tirou o grande adesivo com seu nome e a fita que era a cereja no topo da
novidade.
Eu particularmente não gostava do modelo. Era muito pequeno para mim e a cor era ... bem. Era
o que era, mas não foi algo que comprei para mim. Realmente, isso não importava.
O que importava era ver aquele sorriso brilhante em seu rosto agora, e era lindo como o sol no
céu.
Kazie parecia uma donzela enquanto caminhava glamourosamente até a porta que eu abri,
sorrindo e piscando para mim.
Eu estava gostando de sua nova atitude em relação a mim, e eu não mudaria nada disso.
Mesmo com ela usando uma calça e uma blusa que não mostravam a maior parte de seu corpo,
ela ainda era uma rainha tão bonita que eu não conseguia imaginar alguém querendo fazer algum mal
a ela.
Fechei a porta e dei a volta na frente do carro pequeno, abrindo a porta do outro lado antes de
me sentar, e então descobri que ela já estava segurando o volante e pisando no acelerador.
Eu coloquei minha mão em um de seus braços, olhando para seus lindos olhos âmbar e pedindo
que ela se acalmasse.
Eu sabia que ela estava exultante por dirigir pela primeira vez, mas se havia algo que meu pai
havia me ensinado antes de falecer, era que a pressa era a inimiga da perfeição.
Ela finalmente se acalmou, ainda mantendo um sorriso brilhante no seu rosto.
– Não está funcionando! Tem certeza de que não foi enganado quando comprou?
Ela realmente não sabia nada sobre carros. Para alguém como eu, que os amava sem ser
aficionado, isso era um pecado, mas eu não iria culpá-la.
– Funciona sim. Você nem me deixou dizer qual é a primeira coisa sobre dirigir um carro que
você deveria saber.
– E o que é? – ela perguntou, fazendo beicinho e cruzando os braços sobre o peito.
– Primeiro, todo carro tem uma chave – respondi, colocando a mão no bolso e tirando o
chaveiro. – Você vai usar isso para ligar o motor.
Eu estava segurando o controle remoto na minha frente e lenta, mas certamente, ela moveu sua
mão e o pegou. Ela o virou em sua mão, olhando para ele com uma expressão muito curiosa em seu
rosto angelical.
O que diabos ela havia estado fazendo esse tempo todo que nem sabia algo tão básico quanto
isso?
Coloquei meus dedos em volta da mão dela, guiando-a para a entrada perto do volante onde ela
deveria colocar a chave.
– Você coloca ela aqui e vira. E então, o motor será ligado.
Kazie conseguia aprender com facilidade. Ela colocou a chave na entrada com mais delicadeza
do que eu pensava que a maioria das pessoas de sua idade tinha, e então a girou, o motor de seu
pequeno carro ganhando vida.
Bem, dizer que 'ganhou vida' era um exagero. Este carro nunca alcançaria velocidades
absurdamente rápidas e não havia problemas com isso. Comprei este carro porque sabia que iria
trazer um sorriso ao seu rosto, moldando sua mente um pouco mais para o casamento.
Eu finalmente estava me sentindo pronto para falar sobre isso com ela.
Ela estava rindo e sendo todo tipo de boba e fofa, agora que o motor estava fazendo barulho no
chassi do carro.
Bem quando Kazie levantou o pé e ia pisar no acelerador - e eu percebi que pelo menos ela
acertou qual pedal era - coloquei a mão em sua coxa, sentindo o calor dela através do tecido de sua
calça.
Ela virou sua cabeça para mim e por um momento pensei que ela fosse me beijar.
As próximas horas eram apenas para ensiná-la a dirigir. Foi um processo mais lento do que
pensei que seria, mas ela estava realmente aprendendo, e hoje eu tinha todo o tempo do mundo para
isso.
Ser professor dela estava deixando meu pau duro, mas eu ainda estava controlando minha ereção
para que ela não descobrisse.
Quando ela finalmente conseguiu estacionar o carro na garagem, ela virou a cabeça para mim. Eu
dei a ela mais algumas dicas até a porta da garagem fechar.
Ela olhou para o que estava à sua frente e por um momento não disse nada. Eu não queria fazer
suposições erradas sobre o que estava acontecendo aqui, mas estava começando a achar que ela
estava se preparando para me dizer algo.
Agora, o que era isso, imaginei que descobriria em breve.
Quando ela lentamente virou a cabeça para mim novamente, eu não consegui me controlar mais.
Era mais do que evidente que ela estava pensando sobre isso, o quanto ela precisava de mim, e eu
não mudaria um detalhe.
Uma das razões pelas quais ela estava se apaixonando por mim era, afinal, como eu era
imponente e como não me importava muito com o que as outras pessoas estavam pensando. Eu sabia
que podia ler suas mentes, assim como estava lendo as dela.
Pressionei meus lábios nos dela, minha língua permanecendo na minha boca por enquanto.
Eu não queria que ela sentisse que isso estava ficando muito opressor para ela. Eu a estava
beijando, minhas mãos tateando e pressionando meu corpo contra o dela.
Não importava o que fizéssemos no carro dela agora. Tudo que eu sabia era que ela estava
gostando disso, que ela me queria.
Ela gemeu, finalmente percebendo que estava perdendo a virgindade de sua boca. Beijando pela
primeira vez. Muitas mulheres me disseram que eu beijava bem e tinha quase certeza de que ela
estava pensando a mesma coisa agora.
Suas mãos estavam tão desesperadas quanto seu beijo, desabotoando a frente da minha camisa e
pressionando as palmas das mãos no pelo do meu peito. Ela abriu os olhos por uma fração de
segundo e viu meus pelos no meu peito, respirando mais ruidosamente quando viu quantos deles
havia.
Afinal, era a primeira vez que ela via mais de mim do que meus antebraços e minha cabeça. Eu
nunca andava pelado na mansão, e eu sabia que ela gostava disso. Mas, acima de tudo, ela estava
feliz por eu estar levando tudo devagar com ela.
Era a minha experiência falando mais alto do que tudo, pensei.
Kazie ainda estava desesperado e me beijando quando parei por um momento, olhando em seus
olhos e me perguntando como abordar melhor o que eu estava pensando em dizer.
– Eu te amo, Kazie – eu finalmente disse a ela, e ela não pôde deixar de pressionar seus lábios
nos meus novamente, esfregando-os contra mim, sua língua saindo e lutando com a minha por
controle por alguns momentos preciosos.
Eu sempre iria dominá-la quando se tratasse de beijos, e ela sabia disso.
Meu pau estava furioso na minha calça e agora, mais do que nunca, eu estava pensando em
despi-la. Não pensei que ela estava com tanta fome assim.
O interior de seu carro estava ficando mais quente, suas mãos me apalpando, deslizando sobre
cada curva minha, e quase parecia que ela ia abrir as pernas para mim.
Estava começando a achar que ela estava se acostumando com a ideia de ter meu bebê na sua
barriga, pensei enquanto puxava a blusa para cima, lembrando daquela vez em que ela estava nua na
minha frente.
Eu não pude evitar, acariciando seus seios firmes e empinados e, em seguida, tirando
suavemente o sutiã. Qualquer um dos meus homens poderia passar pela porta que levava a esta
garagem, mas eles parariam e pensariam duas vezes antes de abri-la.
Eles sabiam que eu estava aqui e que eu estava tendo um dos melhores momentos da minha vida
com ela. Se estragassem isso, sentiriam a minha fúria.
Estava ficando cada vez mais difícil para ela respirar, mas eu continuei até que ela finalmente
colocou a mão no meu peito peludo e ofegante, me afastando um pouco dela.
Eu estava fora do meu eu habitual, mas não ia continuar algo que ela não queria.
Deixei Kazie se recompor, olhando para a porta da garagem e, finalmente, virando sua cabeça
para mim novamente.
– Foi incrível.
– Podemos fazer de novo, quando você quiser.
– Acho que quero deixar isso para depois do casamento.
– Sem problemas, o que significa que tem que acontecer em breve. Eu não quero ter que esperar
muito.
– Nem eu – disse ela, colocando a mão na minha coxa esquerda e deslizando-a para cima, quase
tocando no meu pau duro. O olhar de surpresa no meu rosto quase a pegou desprevenida, com ela
cobrindo seus lábios rosados ​com a mão e rindo.
Ela estava voltando ao seu estado normal, mais feliz do que nunca porque sua vida estava dando
essa virada.
Mas eu tinha que ser honesto. Era um pouco chato que isso estivesse terminando assim, mas eu
respeitava a sua decisão.
Abri a porta do meu lado, saí de seu carro parecido com um besouro e, em seguida, abri a porta
do lado dela.
Eu estendi minha mão direita para ela, dizendo – Uma ajudinha, minha rainha.
– Minha rainha?
Ela estava sorrindo de orelha a orelha e eu sabia que ela achava isso ridículo, mas ela ainda
colocou sua mão na minha.
E daquele momento em diante, eu só conseguia pensar no casamento.
CAPÍTULO 11
Kazie

E u nunca pensei que aceitaria o casamento e que estaria do lado de fora de sua capela não
muito pequena com meu sorriso indo de orelha a orelha.
Meu pai me fez todo tipo de pergunta sobre isso, assim como minha mãe, e foi um pouco irritante
que eles estavam tão chocados por eu ter tomado essa decisão.
Eles pensaram que eu acabaria encontrando uma maneira de contar à polícia sobre isso e que, de
alguma forma, eles o colocariam na prisão.
Bem, isso não aconteceu, e agora aqui estava eu, meu braço ligado ao do meu pai.
Minha mãe estava dentro da capela, sua mão segurando uma pequena flanela branca que ela
estava usando para chorar suas lágrimas.
Era um pouco bobo, o tipo de reação que ela estava tendo. Ela estava pensando que estava me
perdendo para sempre, enquanto eu só podia olhar para frente e me perguntar sobre o tipo de vida
que teria com meu marido.
Ele estava imperioso do outro lado da capela, com as mãos postas na frente da virilha.
Ele disse que me tomaria apenas esta noite, depois que dançasse comigo e me fizesse sentir a
mulher mais especial do mundo.
E conhecendo o tipo de homem que ele era, eu sabia que ele era capaz de fazer isso e muito
mais.
Meu pai já havia me dito tudo o que pensava, o que significava que ele não iria usar esse
momento para tentar me convencer a sair do casamento. Eu estava mais do que feliz por ele ter
aceitado as coisas como elas eram, embora eu ainda me perguntasse qual era sua rixa com Yefim.
Não era para eles terem nada em comum, exceto pelo fato de que ambos eram empresários de
sucesso em suas áreas.
Virei minha cabeça de um lado para o outro, admirando o lindo jardim em frente à sua mansão, e
todo o espaço verde que ele possuía. Também me lembrei que não fazia muito tempo que ele estava
me ensinando a dirigir aquele carro.
Eu pesquisei o modelo em seu site oficial e não fiquei surpreso com o preço. Era um pouco
salgado, mas para alguém como ele, não significava muito.
Meu coração estava batendo um pouco rápido demais. Eu já estive em alguns casamentos antes,
mas nenhum deles era assim. Nenhum dos dois envolvia o casamento de uma negra como eu com um
russo alto como Yefim, e não era de se admirar que todos os membros da minha família estavam
olhando para isso com olhos arregalados.
Todos eles pensaram que eu acabaria me casando com um homem negro.
Mal sabiam eles que eu tinha uma queda por homens brancos como meu marido. Eu nunca pensei
que ele seria russo, no entanto.
E Richard, o cara por quem eu tive uma queda por um bom tempo até descobrir que ele não valia
nada? Eu nem pensava mais nele. Parecia que a memória que eu tinha dele era apenas isso agora -
uma memória.
– Bem, acho que é hora de levá-la até ele – papai resmungou, e eu não pude deixar de rir um
pouco.
Não queria que as pessoas pensassem que eu estava achando algo engraçado nisso, então cobri
minha boca com a mão. Eu não queria que eles fofocassem sobre isso em vez de falar sobre como
minha cerimônia de casamento era bonita.
Eles não tinham permitido que eu visse meu noivo até o casamento, o que foi algo que eu achei
um pouco ridículo. Mas eram as regras dele e eu não iria usá-las contra ele. Mais uma vez, achei isso
um pouco engraçado.
Eu estava entrando na pequena capela, minhas mãos ficando um pouco suadas. Eu tinha me
imaginado neste momento tantas vezes e não pensei que seria exatamente assim.
Mesmo de longe, eu podia dizer que ele se arrumou muito mais do que costumava fazer. Yefim
queria ser o seu melhor para o nosso casamento, e isso era evidente.
Seu terno parecia tão novo, como se ele tivesse pedido à loja para fazê-lo ontem e ser entregue
hoje.
Era tão preto que quase se misturava às sombras que cobriam parte de seu corpo. Ele estava
sorrindo gentilmente também, me mostrando seus dentes impossivelmente brancos.
Eles estavam brilhando quase tão intensamente quanto o próprio sol.
E eu também tinha que dizer que seu terno estava perfeito nele, mostrando um pouco de sua
musculatura sem deixar muito óbvio que ele era um homem forte que podia bater em todos aqui na
capela.
Eu estava entrando e ainda não conseguia entender tudo o que estava acontecendo.
Eu não conseguia acreditar que estava me casando com alguém muito mais velho do que eu, a
ponto de algumas pessoas acharem que eu estava tentando dar o golpe do baú.
Ele ergueu os braços cruzados sobre o peito ligeiramente, mudando o lado do seu peso quando
aquela canção de casamento comum e clássica começou a tocar. Eu fechei meus olhos e continuei
andando para frente, meu vestido de noiva branco deslizando atrás de mim.
E se havia pensado que esse casamento não seria incrível, então eu tinha sido uma idiota.
Havia duas meninas me seguindo por trás, suas pequenas mãos segurando a ponta do vestido de
noiva. Havia um véu cobrindo minha cabeça também, e isso me escondia dos olhos do homem que
estava se casando comigo.
Ele tinha visto isso várias vezes, mas havia algo sobre seguir tradições que ele simplesmente
tinha que fazer, certo?
Meu pai parou, seu braço desligando-se do meu. Não consegui conter minha felicidade e deixei
uma lágrima rolar pela minha bochecha direita.
As meninas que me seguiam soltaram a parte do vestido de noiva que seguravam e correram para
onde uma das organizadoras - uma mulher de cabelo ruivo e encaracolado - acenava com a mão,
conduzindo-as até ela.
Quase tropecei nas sandálias de salto alto, pisando na superfície elevada onde meu marido
estava. Ele e eu acreditávamos em Deus. Éramos católicos, e ele realmente planejou tudo aqui para
ser o casamento mais católico que poderia ser.
Ele estendeu a mão para mim e eu coloquei a minha sobre ela. Senti seus dedos envolvendo-o
quando ele me trouxe até ele. Por um momento, pensei que ele fosse me beijar de cara, mas ele tinha
outros planos em mente.
Como típico de Yefim, ele iria esperar até que fosse o momento certo.
O homem que agora estava guiando o resto do casamento depois que todos se sentaram, palmas
diminuindo, abriu um livro pesado. Mesmo de longe, eu podia dizer que era tão antigo que eu podia
ver um pouco de poeira voando para fora.
Não achei que era usado com frequência, exceto em ocasiões como esta, pensei.
Ele passou a recitar mensagens pertinentes ao casamento, mencionando que teríamos uma vida
feliz, que Deus só queria o melhor para nós e coisas assim. Estava entrando por um ouvido e saindo
pelo outro, no entanto.
Já estive em tantos casamentos e assisti a tantos vídeos antes de hoje que já sabia tudo o que
estava acontecendo e estava para acontecer.
Parado na frente do meu noivo, eu não conseguia parar de olhar para ele com um sorriso
brilhante no meu rosto. Estava muito feliz e percebi que ele também estava feliz com tudo isso.
Suas mãos procuraram as minhas, segurando-as enquanto aquele padre careca continuava
recitando as palavras de seu velho livro, às vezes lançando olhares para nós.
Ele estava tentando se certificar de que não estávamos fazendo nada que ele desaprovava, o que
era um pouco engraçado.
Cada vez que o pegávamos olhando para nós, dávamos risadas.
Sua mão estava tão leve na minha, seus dedos deslizando sobre minha pele, e eu podia dizer que
estava sendo difícil para ele não me beijar imediatamente.
Da mesma forma, eu estava obcecada por ele e não podia esperar até sentir seus lábios macios
pressionando os meus novamente.
Quando o padre finalmente fechou seu livro pesado, com as mãos um pouco trêmulas por causa
da artrite, ele olhou para nós e nos disse para fazer as nossas promessas.
Eu estava olhando para o meu noivo, a quem eu já poderia chamar de meu marido, esse tempo
todo, esperando por este momento.
Nenhum momento seria como quando eu o beijei aqui, porém, eu me lembrei enquanto mordia
meu lábio inferior.
Eu ainda estava segurando suas mãos confiantes quando fiz meus votos.
– Yefim, você não entrou na minha vida quando eu pensei que alguém como você iria. Eu ainda
estava pensando que compartilharia este momento com outra pessoa, – uma risadinha curta escapou
dos meus lábios. – Nos últimos meses, experimentamos todos os tipos de coisas, de triunfos a
desastres, e eu não mudaria nenhum deles. Eu te amo por tudo que você é, e quanto mais o tempo
passa, mais acho que você é o homem certo para mim. Sempre fico surpresa com o quão inteligente e
compassivo você é, e até gosto dos seus trocadilhos bobos quando você está tentando ser engraçado.
Houve uma risada na plateia, seu polegar roçando na palma da minha mão enquanto eu pegava a
aliança de casamento de uma caixa de veludo que um ajudante estava segurando em sua mão,
colocando-a no dedo certo.
Yefim pigarreou, olhando para mim com um brilho de esperança e felicidade em seus olhos.
– Meu amor, ah meu amor. Nós nos conhecemos na mais improvável das circunstâncias, e ainda
me lembro que você me odiava. Agora, é tudo diferente. Eu amo o toque da sua mão na minha, suas
palavras de sabedoria, e como você continua me mostrando o quanto você me ama. Você disse que
planeja ficar comigo pelo resto de sua vida, e eu sei que essas não são palavras vazias. Não importa
o que aconteça, seja bom ou ruim, estarei sempre ao seu lado.
Suas palavras soaram verdadeiras em mim de uma maneira que eu nunca pensei ser possível, sua
mão pegando o outro lindo anel de diamante brilhante e, em seguida, colocando-o no meu dedo. Senti
o metal deslizando e já estava chorando e sorrindo ao mesmo tempo.
Era uma combinação de sentimentos que eu nunca tinha visto antes, e este momento - este
casamento - ficaria na minha memória até que eu morresse.
Não demorou muito para me puxar para ele com todas as suas forças, quando o padre anunciou
que éramos marido e mulher, e que finalmente poderíamos nos beijar.
Todo o público levantou-se rapidamente de seus assentos, batendo palmas e enchendo a pequena
capela com as palmas de suas mãos. Eu ainda o estava beijando e parecia que nosso beijo poderia
durar por toda a eternidade.
A pressão de seus lábios nos meus era nada menos que atraente, incrível e muito excitante. E eu
já estava pensando em nossa noite de núpcias e em como ele iria me possuir em sua cama.
Eu sabia que ele seria gentil e intenso comigo. Eu não conseguia acreditar que estava vivendo
essas duas coisas ao mesmo tempo em um dia - casando-me com o homem da minha vida e perdendo
minha virgindade.
Eu não podia esperar até que ele estivesse dentro de mim e estivéssemos conectados de uma
forma que nunca poderia ser separada.
CAPÍTULO 12
Kazie

E le abriu a porta da sala com um chute, me colocando em seus braços e rindo enquanto suas
bochechas coravam. Ele tinha bebido um pouco. Todos nós tínhamos feito isso e agora era
finalmente a hora de ele fazer todas as coisas que ele estava pensando em fazer comigo.
Suas mãos ainda pareciam tão calejadas, mas era graças a sua aspereza que eu estava me
apaixonando ainda mais por ele. Olhar nos olhos de Yefim e ver sua compaixão, compreensão e amor
por mim era mais uma coisa sobre ele que eu sempre me lembraria.
Ele ainda estava rindo, jogando sua cabeça para baixo para mim e selando seus lábios com os
meus mais uma vez. Eu não conseguia me fartar dos seus lábios, e nem ele dos meus.
Ele até parou de andar, ficando em frente à porta da nossa sala de estar. Sua mansão era muito
silenciosa. A maior parte do casamento aconteceu em sua propriedade e todos os convidados já
haviam partido.
Meu pai ainda estava um pouco desapontado e não conseguia acreditar que eu realmente tinha
me casado com esse espécime perfeito, mas não havia muito que ele pudesse fazer. No final, ele me
deu um sorriso tímido que disse muito e também me desejou a vida mais feliz que eu poderia ter com
ele.
Imaginei que ele nunca iria olhar para isso, para nossa vida conjugal, e pensar que era o que eu
queria agora. Eu olhei para trás, para minha vida anterior, para meu passado, e não pude deixar de
me perguntar o que estava acontecendo em minha mente então.
Ele finalmente terminou o beijo, afastando a cabeça da minha e abrindo levemente a porta com o
pé direito. Eu podia ler aquele olhar em seu rosto a quilômetros de distância.
Ele estava me contemplando e se perguntando como ele poderia ter pensado que nunca poderia
se apaixonar por mim.
– Você é a garota mais sortuda do mundo – disse ele, com a voz rouca e, naquele momento, ele
parecia mais jovem do que era.
– Eu sei, você é o homem mais sortudo do universo.
Ele afrouxou a gravata e desabotoou o casaco do terno, mas eu ainda não conseguia ver seu
corpo. E eu queria admirá-lo com meus olhos, senti-lo com a ponta dos meus dedos e traçar os
contornos dos seus músculos.
Eu sabia que ele também estava pensando a mesma coisa, seu peito arfando. Não era que ele já
estivesse se sentindo cansado, mas que ele não podia esperar até estar dentro de mim.
Eu disse a ele que era virgem. Eu confirmei suas suspeitas e agora ele estava planejando como
tornaria isso especial.
Perfurar o meu hímen e tirar minha virgindade, alegando que não era algo para mim e que nunca
mais seria.
– Eu simplesmente não consigo parar de pensar em você – disse ele, chutando a porta até que
estivesse totalmente aberta, com ela ricocheteando na parede quando ele entrou no quarto, ainda me
segurando em seus braços e, em seguida, cuidadosamente me depositando em sua cama.
Eu não tive tempo de dizer a ele o que eu gostaria que ele fizesse.
Ele já estava tirando a gravata e o casaco, dedos procurando os botões da parte de cima da
camisa branca e os abrindo.
Senti meu corpo ficando um pouco tenso. Eu não pude deixar de me perguntar se ele me faria
sentir muita dor. Eu tinha certeza de que ele faria daquele momento uma experiência prazerosa que eu
nunca iria esquecer.
Algumas das minhas amigas já haviam me contado como foi fazer sexo pela primeira vez, e eu
tinha certeza de que quando eu contasse a eles um pouco sobre a minha - eu iria manter a maioria dos
detalhes interessantes escondidos, óbvio - eles me olhariam se perguntando como eu pude ter mudado
tanto.
Não se passou muito tempo desde a última vez que os vi na escola de balé, afinal.
– Você pode me pedir para parar a qualquer momento que precisar – disse ele, olhando para
mim com seus mesmos olhos compassivos. E sentada em sua cama agora, eu não pude deixar de
relaxar meu corpo enquanto tudo em minha mente estava tentando me deixar tensa.
Eu sabia o quanto ele se importava comigo. Eu não deveria estar me sentindo tensa.
Ele curvou o canto dos seus lábios, lançando-se na cama e colocando-se em cima de mim. Senti
seus braços afundando no colchão enquanto ele dava um beijo amoroso e molhado em meus lábios.
Não era perfeito. Seu lábio inferior estava colado no meu lábio superior, sua boca roçando a
minha uma e outra vez, mas era quase tão bom quanto o beijo que tivemos em sua capela. Esse era
algo que eu nunca iria esquecer.
Eu ainda estava usando o vestido de noiva, mas não todo ele, claro. O véu estava escondido em
algum lugar e eu já tinha tirado as sandálias de salto alto que quase me fizeram tropeçar.
Eu não estava acostumada a andar por aí com eles, pensei com um sorriso gentil no meu rosto.
Sua boca mordeu meu lábio inferior, embora não com força suficiente para tirar sangue. Abri
meus olhos lentamente e o encontrei olhando para mim, mostrando todo o seu amor através das
pupilas dos seus olhos. Eu quase podia ouvir seu coração batendo, e certamente podia ouvir sua
respiração.
Ele estava um pouco ofegante, mas era apenas por causa do quanto este momento significava
para ele.
– Permita-me – disse ele, ainda roçando seus lábios nos meus quando colocou os dedos na gola
do meu vestido, sem rasgá-lo, mas me ajudando a tirá-lo. Suas mãos então viajaram para as costas do
meu vestido branco, removendo as pecinhas que o mantinham bonito e bem preso ao redor do meu
corpo.
– Desde que vi você pelada daquela vez, tenho pensado sobre esse momento e estou tão feliz que
finalmente está acontecendo.
Ele me ajudou a tirar o vestido, e eu o chutei embora o tenha adorado. Eu iria mantê-lo guardado
com segurança em algum lugar da nossa mansão, em uma sala onde eu pudesse sempre ir até ele e me
lembrar daquele momento incrível que foi o casamento.
Eu ainda não conseguia acreditar o quão rápido tudo estava acontecendo, no entanto.
Seus lábios eram tão quentes, tão macios e molhados enquanto ele continuava me beijando, às
vezes mordendo um dos meus lábios. Eu o incitei a deslizar com sua língua, e ele o fez. Sentir sua
língua dentro da minha boca estava deixando meus mamilos incrivelmente duros.
Suas mãos agora estavam tateando atrás de mim. Quase fiquei um pouco preocupada por ele não
conseguir fazer isso sem minha ajuda, mas ele conseguiu. Ele desabotoou meu sutiã e o jogou longe,
onde não poderia atrapalhar nosso sexo.
Minhas mãos começaram a apalpar suas costas, e então eu já as estava fazendo voar para a
frente de sua camisa. Terminei de desabotoar sua camisa branca, ele a tirou e finalmente jogou fora.
Eu a ouvi voando no ar antes de cair no chão do nosso quarto.
Eu podia ouvir sua respiração irregular, seus lábios ainda em contato constante com os meus, e a
flacidez e saltos do colchão.
Ele era uma besta que pesava mais do que eu poderia imaginar. Ele estava controlando o ritmo
do nosso sexo, e eu sabia que sua única intenção era tornar minha primeira vez com ele memorável.
Não demorou muito para ele terminar de tirar todas as minhas roupas, quando eu o despi
também. Ele estava então travando seus lábios em torno de um dos meus mamilos, enquanto seus
dedos brincavam com os lábios da minha buceta. Ele estava me deixando tão molhada, esfregando e
escovando os dedos neles.
Houve até um momento em que ele não fez nada, mantendo seu corpo congelado, exceto pela
frenética fricção e escovação de seus dedos nos lábios da minha boceta.
Quando pensei que ele já estava farto com isso, que já ia terminar, ele decidiu me surpreender
mais uma vez.
Eu estava respirando como um trem movido a carvão, suas mãos em cima de mim, seus lábios
beijando minha boca, meu pescoço e até mesmo meus seios.
Seus dedos esfregaram meu clitóris e fizeram coisas incríveis com ele, meu corpo ficando mais
quente a cada segundo. Eu não pude deixar de envolver minhas pernas em torno de suas costas,
sentindo seus músculos trabalhando e flexionando, a luz do quarto diminuiu, mas sem tornar muito
escuro para eu ver tudo dele.
Eu lancei meus olhos para baixo quando encontrei seu pau escovando meus lábios. Era enorme,
com uma boa circunferência e pude ver algumas veias saltando para fora.
Eu estremeci com o pensamento de que aquela coisa estava para entrar em mim, mesmo sabendo
que logo ele iria fazer isso. E havia mais um pensamento em minha mente.
Ele não precisava me perguntar usando palavras que eu queria que ele me engravidasse. Eu
queria ter seu bebê na minha barriga, e eu não podia esperar até estar andando por aí me sentindo
muito mais pesada do que o normal. E isso sem todos os desejos malucos de comida que surgiriam
também.
Eu sabia que isso fazia parte da experiência e só queria vivê-la o mais rápido possível.
Ele se moveu para baixo, beijando meu clitóris com seus lábios, seu corpo ainda conectado ao
meu graças a mim mantendo minhas pernas em volta de suas costas.
Admirei seus músculos perfeitos, sua pele macia, os pelos em seu peito e as cicatrizes e muitas
tatuagens em seu corpo.
No final das contas, ele era um homem que havia passado por muitos momentos de partir o
coração em sua vida, e eu estava feliz por ser um dos poucos positivos nisso.
– Você é tudo o que pensei que era. Você é a minha rainha – ele disse, tirando minhas pernas dele
e então agarrando minhas coxas. Seus dedos pressionavam minha pele, mas não eram fortes o
suficiente para me machucar.
Meu corpo estava ressoando com este momento.
Eu sabia o que iria acontecer agora, o que ele iria fazer, e essa percepção foi forte o suficiente
para fazer minha boceta estremecer de prazer, medo e paixão.
Querer ele estava deixando meus mamilos duros como pedra, seus dedos me puxando para ele.
Seus olhos se encontraram com os meus enquanto ele estudava minha expressão facial. Yefim
estava se certificando de que eu ainda queria isso, que estava tudo bem em me engravidar. Eu não
sabia se seria um menino de fato, mas certamente não queria desapontá-lo.
Puxando-me um pouco mais para ele, ele encontrou uma resistência que eu só poderia supor ser
o meu hímen. Minha boceta estava apertando em torno dele, seu peito se expandindo e contraindo
enquanto ele tentava desacelerar sua respiração.
Ele empurrou com força suficiente para estourar meu hímen, lentamente deslizando o seu pau até
o fim, até que encontrou outra resistência. Mas desta vez, ele não podia ir mais fundo dentro de mim,
então ele apenas começou a empurrar para dentro e para fora.
Seu ritmo era lento no início, mas ele logo o incrementou. Seus quadris começaram a se mover
como um borrão, e eu o observei quando seu peito começou a respirar com a velocidade de um
cavalo rápido.
Seu pau se contraiu, bombeando cordas e mais cordas de seu grosso e pegajoso gozo dentro de
mim.
Meu corpo convulsionou e eu arqueei minhas costas enquanto pensava que a minha primeira vez
estava sendo tudo que eu pensei que seria.
Seus dedos ainda estavam me agarrando enquanto ele se deitava comigo em sua cama, mantendo-
se dentro de mim. Seu pau ainda estava duro, e eu podia sentir seu peito respirando quando ele me
acariciou.
Ele deu um beijo firme e molhado no meu pescoço e disse – Eu te amo, Kazie.
– Eu também te amo – eu disse, e então nós dois adormecemos.
CAPÍTULO 13
Yefim

E u não conseguia parar de olhar para ela. Ela era tão linda, apoiada em um joelho na frente de
um pequeno jardim de rosas. Ela moveu a mão para uma das flores e cortou o caule com uma
pequena tesoura. Ela estava segurando a rosa entre os dedos e levando-a ao nariz, cheirando-a.
Eu estava parado atrás da janela do meu escritório. O céu estava tão azul como sempre foi, com
nuvens esparsas e o sol brilhando mais forte do que nunca. Isso fez sua pele parecer tão bonita, já me
fazendo desejar devastar sua boceta neste momento.
Mas havia negócios para cuidar primeiro. Pessoas para conhecer, políticos e policiais para
subornar e esse tipo de coisa.
Eu pensei que o pai dela seria outro golpista, mas até agora ele estava cumprindo sua parte no
trato. Não havia muito que ele pudesse fazer sobre isso, considerando que eu praticamente segurei
uma faca em seu pescoço.
Cada vez que nos encontrávamos para discutir nossos negócios mútuos, ele sempre mencionava
o quão grato estava por eu não ter mencionado nada de sua traição para sua esposa.
Eu não tinha feito isso porque sempre pensei em minha esposa, com meus olhos agora
percebendo o brilho de sua aliança de casamento sob a luz intensa do sol.
Eu me coloquei no lugar dela e me perguntei como ela se sentiria se descobrisse que seu amado
pai estava traindo sua mãe. Isso arruinaria seu coração, e ela choraria por dias, senão semanas.
Ela era tão especial, tão angelical, e a cada dia que passava com ela, eu podia sentir que estava
mudando.
Eu podia sentir que ela estava suavizando meu comportamento irracional, sempre ansioso para
matar pessoas. Ela disse que não gostava das pessoas que vinham aqui para me encontrar, e, portanto,
mudei todas as nossas reuniões para outro local - meu escritório no centro da cidade.
Esconder-se à vista de todos era uma daquelas coisas de bom senso que realmente tinham
alguma verdade por trás.
Como de costume, eu estava fumando outro cigarro, mas ela disse várias vezes que não gostava
do meu hábito de fumar também.
Agora, desistir era difícil, senão totalmente impossível para mim. A verdade é que as coisas não
tinham sido estelares entre mim e a minha ex-esposa por um bom tempo.
É por isso que comecei a fumar naquela época e agora não conseguia me livrar do vício. Sempre
sentia os efeitos da abstinência depois de passar algumas horas sem.
Mas eu estava progredindo.
Sua barriga estava ficando enorme, a cada dia. Eu mal podia esperar até que meu filho se
tornasse amigo de Bogdan. E quanto a este último, que era meu outro filho ... Bom, ele ainda chorava
algumas noites, pensando na mãe. Ele a amava.
Eu realmente não queria matá-la quando assim fiz, mas no final das contas, não consegui conter a
tentação de puxar o gatilho.
Eu atiraria nela novamente se fosse preciso. Eu simplesmente não conseguia tolerar uma esposa
que me traiu. O que diabos ela estava pensando quando fez isso? Era o sexo ou ela sentia que
precisava de alguém diferente?
Eu estava feliz que a minha Kazie era muito diferente dela. Ela me amava mais do que tudo.
Eu dei outra tragada no meu cigarro quando vi uma sombra caminhando pelo canto do meu olho
direito. Não fiquei muito surpreso ao encontrar meu filho caminhando em direção a sua nova mãe.
Eles não se falavam com frequência, mas sempre que eu via os dois juntos, pareciam felizes.
Quer dizer, ele até fez algumas piadas com ela. Eu estava preocupado que ele não fosse aceitá-la
em sua vida, mas essa não tinha sido sua reação até agora.
Eu bati a cinza do cigarro no cinzeiro, absorvendo a paz e o silêncio da minha mansão. Havia
dezenas de meus homens patrulhando e mantendo-a seguro, mas na maioria das vezes, eles não
falavam entre si. Eles sabiam a importância de manter este lugar seguro e o quanto eu precisava de
silêncio para pensar.
Bogdan parou no pequeno jardim de rosas, ajoelhando-se e ajudando Kazie a pegar algumas
delas. Ele não tinha uma tesoura como ela, então estava usando as próprias mãos para cortar os
caules finos.
Eu podia ouvir a conversa deles daqui de cima, e parecia que eles estavam conversando sobre
assuntos aleatórios e inocentes, como o que eles iriam comer no jantar, seus novos brinquedos que eu
comprei para ele não muito tempo atrás, e o que seus amigos estavam fazendo recentemente.
Ele sorria com mais frequência do que eu pensava que faria com ela, especialmente porque eu
sentia que ainda havia alguma tensão entre eles. Eu imaginei que uma das coisas que ele não
conseguia entender era que sua madrasta não era muito mais velha do que ele, e não era como se ela
se comportasse como a mãe que deveria ser para ele.
Quero dizer, ela era atenciosa, amorosa e tudo, mas ela não tinha a aura de autoridade que uma
mãe precisava. Eu esperava que, com o tempo, ela aprimorasse isso.
Houve um momento de silêncio enervante vindo deles, e por um momento eu não sabia o que
estava acontecendo. Não era como se a conversa deles tivesse mudado para um tópico específico
com o qual nenhum deles se sentia confortável, certo?
Ela virou a cabeça para ele quando ele disse com um tom de raiva que fez meu coração pular, –
Não finja que você vai se tornar minha mãe de verdade.
O sorriso que apareceu em seu rosto era enervante.
– Hein? Por que está falando isso?
A expressão de ódio em seus olhos era mais do que evidente. Era palpável e estava me dando
vontade de correr até eles para impedir o que quer que estivesse acontecendo ali.
– Desde que veio morar aqui, você tenta fingir que é minha mãe, mas não é. Minha mãe de
verdade morreu.
Kazie abriu sua boca e eu joguei o resto do cigarro no cinzeiro. De jeito nenhum eu continuaria
ouvindo-o falando esse tipo de merda sem punição. Ele não poderia ferir os sentimentos de minha
esposa dessa forma.
Ela inspirou e expirou ar, levantando-se e colocando a mão nas costas. Ainda faltavam alguns
meses para ela entrar em trabalho de parto, mas sua barriga já estava enorme.
Ele estava agindo como um pirralho e se continuasse assim, eu teria que dar uma surra em sua
bunda que ele nunca esqueceria.
Já fazia um bom tempo desde a última vez que fiz isso, lembrei.
Kazie colocou as mãos nos joelhos, abaixando a cabeça até que seus olhos estivessem no mesmo
nível dos dele. Ela não teve que baixá-los muito, no entanto. Bogdan estava crescendo a cada dia,
embora ainda faltasse anos para o início da sua puberdade.
– Eu sou sua madrasta, goste ou não.
O que diabos ela estava dizendo agora, e de onde diabos veio isso? Não achei que uma criança
pudesse provocá-la tanto.
Mas refletindo sobre isso, provavelmente estava acontecendo assim porque ela ainda estava
tentando se encaixar em sua vida e conseguir sua aceitação.
Parte de mim ainda esperava que eu não tivesse que ir lá. Esta era a primeira vez que um
confronto como aquele estava acontecendo, e estava fazendo meu sangue ferver.
– Minha mãe morreu por sua causa – ele acusou com um tom de voz ainda mais raivoso, girando
e se afastando, seus ombros levantados e tensos.
Já era o suficiente agora. Eu precisava fazer algo a respeito daquilo.
Eu me virei e marchei para onde Bogdan deveria estar indo, parando quando o vi sentado em um
degrau da escada do hall de entrada. Ele estava com a cabeça afundada nas mãos e tremia
ligeiramente.
Eu pensei que estava vindo aqui para lhe ensinar uma lição dura que resolveria sua falta de
educação, mas vendo-o assim, não pude evitar de começar a pensar que estava falhando como pai.
Aproximei-me dele, percebendo que ele estava chorando tanto que nem percebeu minha
presença. Sentei-me no mesmo degrau em que ele estava sentado, colocando minhas mãos
entrelaçadas entre minhas pernas e esperando até que ele finalmente estivesse pronto para falar
comigo.
Quando percebi que ele estava parando de chorar, coloquei um braço em volta de seus ombros e
disse – Eu sei que está sendo difícil. Eu não queria que sua mãe morresse também.
Mas, de repente, ele usou toda a sua força para me empurrar para longe dele, virando a cabeça
para mim e olhando para mim com olhos cheios de raiva.
– Não minta para mim – ele gritou, levantando-se como um borrão e recuando até que pensou
que tinha colocado distância suficiente entre nós.
Eu também me levantei e tentei me aproximar dele novamente com passos suaves, mas isso só o
fez se distanciar ainda mais de mim.
– Mentir para você? Nunca menti para você, e você deve saber que não gosto desse tipo de
acusação, homenzinho.
– Você mentiu para mim sobre a mãe. Foi você quem a matou!
Tentei detê-lo com a minha mão, mas ele já estava fugindo de novo, subindo as escadas
correndo. Não demorou muito para chegar ao seu quarto, fechando a porta com força.
Fiquei perplexo. Quando ele soube disso e quem lhe contou? Não poderia ter sido um dos meus
homens. Eles não eram tão idiotas assim, afinal. O último cara que me traiu virou um exemplo para
todos eles, pensei enquanto me lembrava que havia enforcado ele na frente de todos.
Sua traição havia sido o tema dominante de suas conversas por semanas a fio, eu me lembrei.
Expirando ar dos meus pulmões, decidi que não iria deixar esse problema recém-descoberto
morrer sem encontrar a solução e a verdade por trás dele.
Fui até o quarto dele, batendo na porta lentamente. Eu sabia que ele estava com raiva e que
precisava desabafar.
A verdade sobre a morte de sua mãe nunca deveria ter sido descoberta por ele. Até onde eu
sabia, não havia câmeras ou qualquer coisa do tipo em nosso quarto.
Mas ele não queria atender a porta de qualquer maneira, me deixando com cara de idiota no
corredor. Eu era seu pai antes de ser um chefe da máfia. Eu não deveria usar a chave mestra que tinha
no meu bolso.
Esperei mais alguns minutos para ver se ele iria querer falar comigo ou não, mas parecia que ele
estava decidido a não explicar nada.
Eu ia esperar até amanhã de manhã, quando ele teria aulas. Devia haver algo que aconteceu, ou
alguém que me dedurou. Eu ia arrancar a língua de quem fez isso.
O que aconteceu nunca poderia ser esquecido.
CAPÍTULO 14
Kazie

E u não pensei que estaria chorando hoje. Não em minha casa. Não quando ele poderia
simplesmente abrir a porta e me encontrar assim. Mas aqui estava eu, segurando alguns
lenços de papel nas mãos e pressionando-os contra os cantos dos olhos.
Eu estava sentada em nossa cama, olhando pela janela que estava ao meu lado. A noite lá fora
era muito serena, com grilos cantando e vaga-lumes voando no jardim.
Eu gostaria de poder sair para brincar com eles. Era algo que eu gostava de fazer à noite,
especialmente quando Yefim não estava em casa.
Mas esta noite, ele estava aqui. Ele estava preso em seu escritório, no entanto, fazendo Deus
sabia o quê. Eu queria ajudá-lo em seu trabalho, mas o detestava. Eu olhava para ele e não conseguia
parar de torcer para que um dia eu pudesse mudá-lo.
Eu estava preocupada que tal coisa nunca fosse acontecer, no entanto. Um homem como ele tinha
matado e extorquido pessoas como seu ganha pão a maior parte de sua vida.
Virei minha cabeça para o lado quando ouvi um par de passos parando na frente da porta.
Quando abriu, não estava surpresa que era o meu marido que estava entrando. Ele não entrou como se
fosse o dono do lugar, porém, mantendo sua postura um pouco mais reservada esta noite.
Eu o encontrei tentando se explicar para seu filho. Eu pensei que as coisas estavam indo bem
entre nós. Nunca pensei que, de repente, ele ia dizer aquelas coisas horríveis.
Quer dizer, eu sabia que nunca seria sua verdadeira mãe. Ela morreu. Ele me contou o que
aconteceu. Yefim a matou, e era algo que eu iria manter para sempre escondido nas profundezas da
minha mente.
Não queria que ninguém descobrisse e muito menos pensasse nisso. Só de pensar sobre o
assassinato dela era o suficiente para me fazer sentir como se houvesse uma mão apertando o meu
coração.
Ele fechou a porta atrás de si com cuidado, suspirando.
– Muita merda aconteceu hoje, meu amor. Eu quero falar sobre isso, se você não se importa. E
você não precisa chorar. Bogdan estava sendo um idiota com você, e não está tudo bem. Assim que
estiver melhor, vou falar com ele.
Eu sabia que ele iria curar a ferida que havia criado em nossa amizade. Quer dizer, isso era tudo
que eu poderia realmente ser para o filho dele, certo? Apenas sua amiga. Bogdan não era muito mais
jovem do que eu, também.
Eu nunca poderia ser sua mãe. Eu queria ser sua irmã mais velha, se ele não se importasse. Era
um pouco estranho que o seu pai era muito mais velho do que eu, mas olhando para o homem agora
com olhos sonhadores, não conseguia parar de reafirmar o quanto eu o amava.
Eu sabia que ele fazia coisas terríveis, mas nenhuma delas arruinava o seu coração de ouro.
– Ele é apenas uma criança, e é bastante normal que ele pense que eu nunca serei sua mãe. Quero
dizer, ele perdeu sua mãe verdadeira não muito tempo atrás.
Ele caminhou até mim, afrouxando a gravata e sentando na cama. Eu podia sentir seu perfume,
seu suor e sentir sua presença e calor já estava me fazendo sentir melhor. Eu queria que ele olhasse
para mim e sorrisse também.
Nunca quis que um homem sorrisse como eu estava querendo agora. Eu ansiava por ver seu
sorriso mais uma vez, mas parecia que ele estava sentindo que havia errado com o seu filho. Bogdan
ainda era muito jovem para entender o que realmente aconteceu.
Eu ainda olhei para trás e pensei que teria feito as coisas de forma diferente se eu fosse Yefim,
mas eu não o estava culpando pelo assassinato. Eu sabia que ele tinha feito o que fez pensando no
que era melhor para ele e o seu filho.
Quanto à esposa dele ... Ela era uma idiota por tê-lo traído.
– Ele ainda é uma criança, sim, mas isso não significa que ele pode ser grosseiro com você.
– Eu sei, mas por favor ... não seja mau com ele por causa de mim. Eu não quero vê-lo chorar de
novo.
Ele olhou para mim, pressionando os lábios como se quisesse me dizer algo diferente do que ele
iria dizer. Eu não sabia como tinha sido a vida dele com o seu filho antes de eu aparecer, mas não
achei que tivesse sido muito... boa?
Eu nem sabia como dizer isso. Eu sabia que ele criou seu filho com punho de ferro, no entanto.
Ele finalmente abriu um sorriso suave, desabotoando sua camisa de botões azul claro e, em
seguida, jogando-a em uma pequena cesta que mantinha no chão. Amanhã de manhã as criadas viriam
ao quarto para pegá-lo e lavar nossas roupas sujas.
Estar casada com ele não significava que minha vida aqui era diferente do que tinha sido na casa
do meu pai. Eu ainda tinha toda uma equipe de funcionários que trabalhava para mim e tornava minha
vida incrivelmente fácil. Eu nunca tive que esfregar algum chão e sabia que nunca precisaria.
Eu vasculhei seu peito com meus olhos, escondendo um sorriso. Seu corpo me atraía até ele, e
apenas vê-lo na minha frente estava deixando os meus mamilos mais duros.
Eu queria que ele me tocasse, para fazer minha boceta sentir coisas que nunca tinha sentido antes
e me foder com o seu pau, mesmo estando grávida e pensando que não seria bom para o nosso filho.
O filho dele…
Eu estava me lembrando quando ele me disse que seria um menino. Achei que ele quisesse dizer
que mataria o bebê se não conseguisse o que queria. Eu não achava que ele era mais capaz disso, no
entanto.
Não quando ele estava tão profundamente apaixonado por mim que simplesmente não conseguia
parar de pensar em nós.
Ele colocou sua mão no meu peito, me deitando na cama. Yefim se mexeu até ficar de pé com os
joelhos no chão, suas mãos levantando a parte inferior do meu vestido.
Eu sabia o que ele faria agora, e ele não precisava explicar com palavras. Ele ia brincar comigo
esta noite, antes de adormecer comigo.
– Você é a mulher mais bonita que conheço e não vou deixar ninguém fazer você chorar de novo
– murmurou, colocando os dedos sob minha calcinha e depois abaixando-a até ter acesso à minha
boceta.
Ele demorou a admirar o que estava diante dele, e mesmo que eu não achasse que ele fosse me
penetrar esta noite, eu sabia que ele ainda me faria gozar.
– Tão, tão linda – ele murmurou novamente, lavando todos os problemas e preocupações que
estavam machucando minha mente.
Eles não eram nada mais do que memórias de um passado que eu queria esquecer para o resto da
minha vida.
Suas mãos deslizaram para cima e para baixo ao longo das minhas coxas, sentindo-as,
massageando minha pele ligeiramente.
– Vou fazer tudo e qualquer coisa para fazer você sorrir novamente.
Assim que ele terminou de dizer isso, ele abaixou a sua cabeça até que estivesse lambendo a
minha boceta.
Meus lábios não resistiram ao prazer que ele estava me fazendo sentir. Eu já estava um pouco
excitada quando o vi sem camisa, seus músculos e pele brilhando sob a luz suave do nosso quarto.
Ao contrário do que a maioria das pessoas fazia, ele não tinha colocado uma lâmpada LED
branca brilhante, morta e terrível em seu quarto.
Ele preferia mantê-lo parecendo uma velha obra de arte. O brilho dourado e difuso do
candelabro não tornava mais fácil para mim ler meus livros à noite, mas com certeza era muito
melhor para que eu pudesse admirá-lo.
Eu estava observando cada detalhe de seu corpo, mas mesmo isso não era suficiente para mim.
Eu não pude evitar, mas levantei a parte inferior da minha camisa e enfiei minhas mãos debaixo do
meu sutiã. Eu estava beliscando meus mamilos e chegando mais perto do meu orgasmo.
Eu não podia esperar até que estivesse tendo mais um clímax, deixando meus mamilos duros
como pedra.
Tudo que eu podia ouvir era o som das suas lambidas incessantes, seus dedos cavando em minha
pele e meus mamilos sendo beliscados e puxados. Eu estava respirando como se isso fosse a coisa
mais difícil do mundo de se fazer agora.
Senti minha respiração acelerando, meu corpo convulsionando quando uma onda de orgasmo
passou por mim. E mesmo que eu já tivesse passado pelo ponto de não retorno, ele continuou, me
lambendo e brincando com minha boceta.
– Você gosta disso, não é? – ele perguntou, sua voz nada mais do que um murmúrio, mas ainda
muito audível.
– Sim, meu amor. Por favor, não pare.
Ele puxou o canto direito dos seus lábios.
– Não vou parar, mas sei que há mais uma coisa que você quer que eu faça.
– Que tipo de coisa?
Ele apenas alargou seu sorriso, subindo na cama e se colocando bem ao meu lado. Sua cabeça
estava apoiada na mão e ele me contemplava com olhos sonhadores.
E a outra mão, como sempre, já estava tirando sua calça.
Olhei para baixo, localizando seu pau. Era tão massivo quanto a última vez que ele me fodeu.
Mesmo se ele fosse me penetrar agora, eu sabia que ele seria gentil. Ele poderia compensar a falta de
ritmo esticando a duração do nosso sexo pelo tempo que quisesse.
E havia algo em ter meu marido gozando dentro de mim enquanto eu ainda estava grávida que já
estava me fazendo esfregar meu clitóris.
Movendo-se um pouco, ele colocou seus quadris bem onde minha boca estava. Eu não o chupava
há um bom tempo, e ver a cabeça do seu pau roxa e furiosa na minha frente já estava me fazendo
salivar.
Prazer estava ressoando pelo meu corpo.
– Esse tipo de coisa, ah... – eu disse enquanto mostrava minha surpresa com minhas palavras,
enrolando meus dedos ao redor da circunferência do seu pau e trazendo minha cabeça até ele.
Eu tive que esticar meus lábios tanto quanto eles podiam ser, e doeu um pouco ter que abrir
minha boca tanto, mas ainda assim valeu a pena cada grama de esforço que eu estava colocando
nisso.
Ter seu pau gozando dentro de mim assim faria minha boceta estremecer de prazer. Eu mal podia
esperar até que o bebê estivesse conosco e ele e eu pudéssemos fazer amor novamente sem ter que
me preocupar com seu bem-estar.
Eu movi minha cabeça para cima e para baixo em seu bastão, sentindo-o tocar a parte de trás da
minha garganta uma e outra vez. Eu era implacável e só conseguia pensar no gosto do seu esperma.
– Porra, porra, porra – ele murmurou para si mesmo, seu pau logo se contraindo e explodindo
dentro da minha boca. Eu não o soltei, apertando meus lábios nele com força.
Não havia nenhuma maneira que eu deixaria qualquer quantidade de seu esperma derramar da
minha boca.
Eu olhei para cima quando senti seu pau perder um pouco de sua rigidez. Ele estava sorrindo
gentilmente, prazer cobrindo seu rosto.
Subi na cama, colocando-me embaixo de um de seus braços e, em seguida, aninhei-me nele. Ele
beijou minha testa e me disse novamente o quanto me amava.
Como pude ter pensado um dia que não era o homem certo para mim?
CAPÍTULO 15
Yefim

E u liguei o interruptor de luz, olhando ao redor no porão. Eu não pude deixar de suspirar,
vendo o estado lamentável em que ele se encontrava agora. Eu tentei tanto não ter que fazer
isso. Eu tentei tão impossivelmente não ter que mantê-lo preso.
Mas ele simplesmente não teria feito nada diferente, não era?
Ele achava que tinha o direito de controlar minha família.
Aproximei-me dele enquanto sentia alguma culpa em meu coração. Eu não podia negar que viver
com uma princesa bonita como Kazie estava me mudando. No entanto, eu ainda diria que ela estava
me mudando apenas um pouco. De jeito nenhum eu pensaria que tinha feito a coisa errada quando
decidi colocá-lo aqui.
Todo esse tempo, eu não tinha pensado muito nele. Eu meio que tinha me esquecido dele, mas
então, ao falar com Bogdan novamente, finalmente consegui arrancar a verdade dele.
O que foi um pouco surpreendente, eu estava pensando agora. Ele não deveria ter sido capaz de
descer aqui. Sempre mantive pelo menos alguns homens vigiando a porta deste porão. Eu não vinha
aqui muitas vezes para visitá-lo, no entanto.
Eu apenas pensei que ele não era um fator na minha vida, mas agora, depois de arrancar a
verdade do meu filho ... eu sabia que precisava fazer algo a respeito dele.
Eu amava meu irmão. Eu realmente o amava. Eu poderia simplesmente tê-lo matado quando ele
fez aquela manobra sobre mim, tentando roubar o comando da minha família bem debaixo do meu
nariz. Fiquei grato por ele não ter conseguido.
Eu não sabia o que estaria fazendo agora se ele tivesse logrado êxito. Eu provavelmente estaria
me escondendo o tempo todo e sempre estaria paranoico de que algo iria acontecer comigo, que
alguém conseguiria me encontrar.
Fui até as grades da cela onde ele estava. Ele estava sentado do outro lado, apoiando as costas
na parede. Ele não estava olhando para mim, mas eu sabia que ele estava acordado. Seus olhos
estavam fechados, mas ele podia me ouvir.
Eu só queria perguntar a ele por que ele disse a Bogdan, que era um de seus melhores amigos
antes de ser trancado aqui, sobre a morte da sua mãe.
Eu sabia que ele tinha conhecimento de tudo. Ele sempre soube daquilo desde quando
provavelmente ouviu um dos guardas falando sobre.
Eu respirei quando ele virou sua cabeça, olhando para mim com olhos mortos.
– O que você acha que está fazendo aqui? Achei que já tinha se esquecido de mim.
– Eu nunca poderia te esquecer – menti, deixando um momento de silêncio tomar conta – mas
não posso deixar que você diga ao meu filho coisas que ele nunca deveria saber.
Ele riu, e saiu soando um pouco rouco, como se ele não tivesse bebido água o suficiente
recentemente. Eu sempre me certifiquei de que ele estava bem alimentado e que tinha água suficiente
aqui, mas ele não era o tipo de homem que gostava de ficar preso sem fazer nada.
Ele era um cara de ação.
– Estou começando a pensar que você nunca vai admitir a verdade para ele, ou estou errado? –
ele perguntou, piscando lentamente e me acusando com seus olhos.
– Você não tem o direito de alimentar a mente dele com coisas que ele não pode saber.
– Certo, e você realmente estava achando que podia ficar escondendo a verdade esse tempo
todo?
– Você não sabe nada sobre isso.
– Não sei os detalhes, mas sei que ela estava te traindo. Quero dizer, por que outro motivo você
a teria matado aqui, sem pensar o suficiente sobre? Suas emoções estavam explodindo. Eu sei como é
esse tipo de coisa. Você não a teria matado se não fosse algo difícil para sua mente aceitar.
Eu abri minha boca, mas a fechei imediatamente. Ele estava certo sobre ela ter me traído, e se
ele sabia disso, então quase todo mundo que sabia sobre nós estava ciente disso também.
Essa percepção não me preocupou. Imaginei que vim aqui para descobrir o que fazer com ele.
Eu o mantive escondido e trancado nesta cela por tempo suficiente. Eu pensei que uma solução
eventualmente surgiria, mas até agora não houve nenhuma boa notícia para tal.
– Você está certo. Talvez eu tenha sido um pouco precipitado, mas o que aconteceu está feito.
Ele apenas assentiu, fixando seus olhos em mim novamente.
– Ouvi dizer que você se casou de novo. Você não vai me mostrar o quão bonita sua nova esposa
é?
– Ela nunca pode saber que você existe.
– Você vai me manter escondido dela também? Você acha que o fato de ela morar aqui por anos
não significa que acabará me encontrando por conta própria um dia?
Novamente, ele estava me colocando em uma posição em que era difícil para mim repreendê-lo.
Ele estava certo. Kazie era inteligente e ela eventualmente tropeçaria nele.
Que era mais uma razão pela qual eu precisava fazer algo sobre ele. Eu estava com minha Glock
17 enfiada na cintura.
Também tinha um silenciador. Depois de matá-lo, eu poderia pedir a alguns dos meus homens -
aqueles em quem eu mais confiava - para levá-lo embora e então enterrá-lo em algum lugar do qual
ninguém suspeitaria.
Minha mão tremia quando peguei minha arma, tirando-a da cintura. Achei que ele fosse arregalar
seus olhos e dilatar suas narinas. Depois de mantê-lo trancado aqui por anos, eu suponho que ele
estava pensando que eu iria deixá-lo sair.
Tivesse eu querido acabar com a sua vida, já teria feito tal, afinal.
Mas ele não reagiu de maneira diferente da qual já estava, se levantando e caminhando até ficar
no meio da cela.
– Você vai atirar em mim agora, e suponho que isso seja justo. Apenas faça isso rapidamente. Eu
não gosto de esperar.
– Talvez eu deva fazer isso e acabar com sua miséria – eu disse, levantando minha arma e
apontando para seu rosto. Um tiro acabaria com tudo isso, e aquela sensação incômoda no fundo da
minha mente sobre o que fazer com ele finalmente desapareceria.
Eu já estava desejando isso. Eu já estava com vontade de acabar com toda essa loucura.
Eu estava pressionando meu dedo no gatilho quando ouvi alguém gritando, seguido por uma
discussão. Sua voz fez meu coração palpitar. Era Kazie e ela estava tentando entrar.
Eu não sabia o que ela estava pensando que queria fazer aqui, mas não podia entrar de forma
alguma.
Enfiei minha arma na minha calça, girando e ignorando o sorriso no rosto de Mosin. Ele adorava
me ver em momentos de perigo como esse, quando eu estava mais fraco graças às pessoas que eu
amava.
Foi assim que ele quase conseguiu puxar o tapete debaixo dos meus pés.
Subi correndo as escadas, as paredes que as cercavam não me dando muito em termos de espaço
para eu manobrar por elas. Mas estava tudo bem. Eu já estive em corredores mais apertados do que
este.
Parei quando avistei Kazie, com a barriga maior do que nunca, lutando com os dois guardas que
eu mantinha na frente da porta.
Eles sabiam o quão importante ela era para mim. Eles não estavam se esforçando demais, e eu
não estava pensando em puni-los. Quando se tratava do meu irmão, ele me fazia sentir coisas que de
outra forma não sentiria.
Apenas estar longe dele agora já estava me deixando mais calmo.
Fui até eles apressadamente, colocando minhas mãos em seus ombros até que se afastaram de
mim.
– Chefe, estávamos apenas seguindo suas ordens. Você disse que... –
– Eu sei – eu disse, abraçando Kazie suavemente, sentindo sua barriga redonda e cheia
pressionando contra a minha. Por um momento, nenhum de nós disse nada, e ela manteve a cabeça
enfiada na curva do meu pescoço.
Finalmente, ela afastou a cabeça, olhando nos meus olhos enquanto suas pupilas brilhavam de
compaixão.
– Bogdan me contou o que aconteceu.
– Como assim?
– Sim, acho que ele finalmente está vendo o quão errado e bobo foi ele manter tudo escondido
de mim. Ele está melhor agora, embora você ainda tenha que trabalhar muito para reconquistar o
coração dele.
Eu ri.
– Eu sei. Eu sei. Vai demorar um pouco, mas sei que vou conseguir.
Ela se distanciou um pouco, sua mão agarrando a minha. Ela estava me levando de volta para o
porão enquanto os guardas trocavam olhares e erguiam suas sobrancelhas. Eles ficaram intrigados
com o que estava acontecendo aqui, mas eles estavam mais gratos por ela não estar mais causando
confusão com eles.
Eles sabiam que eu não tinha muita paciência e que ficar do lado ruim dela significava a morte
deles.
Quando ela cruzou a porta e entrou no corredor mal iluminado, sussurrou – Eu sei tudo sobre
isso.
Bogdan contou a ela sobre Mosin, e saber disso estava partindo meu coração. Eu pensei que
quando ela fosse minha esposa, eu já teria descoberto o que fazer com ele.
Mas isso não tinha acontecido, e agora o destino estava me forçando a enfrentar a verdade mais
uma vez.
– Você não deveria se preocupar com ele. Ele não tem nada a ver com você.
– Absurdo isso. Ele é seu irmão, e não gosto de saber que você o está mantendo trancado aqui. –
Ela colocou a mão no meu peito, parando no degrau na minha frente. – Eu sei que você é muito
melhor do que isso.
Eu exalei e agarrei sua mão. Ter sua mão segurando a minha enquanto voltávamos para o porão
me fez sentir melhor, mas eu ainda estava ciente de que nada tornaria este momento mais fácil de
enfrentar.
Eu simplesmente não conseguia parar de apreciar Kazie por quão bem ela estava lidando com
isso. Eu suponho que morar comigo por tanto tempo a estava ajudando a superar isso.
E a maneira como ela disse suas palavras tinha um toque de compaixão nelas, fazendo-me amá-
la ainda mais do que já amava.
Ela parou quando viu o que estava à sua frente. O homem com roupas esfarrapadas, cheias de
buracos, barba comprida e cabelos sujos ainda estava de pé no meio da sala.
Ele estava olhando para ela com olhos arregalados, como se houvesse algo sobre Kazie que ele
não tinha presumido que fosse uma parte do que a tornava a pessoa que era agora.
– Achei que nunca conseguiria ver você.
Novamente, sua voz estava muito rouca e fraca. Eu gostaria de poder fazer tudo isso melhor para
que ele bebesse um pouco de água, mas não havia muito que pudesse ser feito agora.
– Você não vai matá-lo, meu amor, e vai deixá-lo sair.
Eu a encarei com olhos arregalados e chocados. Eu não sabia por que ela estava dizendo o que
estava dizendo, mas havia algo em suas palavras que estava me coagindo a fazer exatamente o que
ela tinha acabado de exigir.
Deixá-lo sair... Depois de tudo o que aconteceu. Eu só poderia fazer isso com o seu okay, e
agora eu finalmente o tinha.
CAPÍTULO 16
Kazie

E u estava sorrindo de orelha a orelha, Bogdan sentado na cama de seu pai. Sua mão estava
acariciando minha barriga, e ele estava olhando para ela com os olhos arregalados. – Uau, é
tão grande.
– Eu sei, e seu irmãozinho vai vir logo – eu disse.
Fiquei feliz por Yefim ter feito a coisa certa no final. Ele não poderia manter seu irmão trancado
em nossa casa pelo resto de sua vida. Doeu-me um pouco que ele não tinha me contado sobre ele, que
foi seu filho que me contou sobre sua existência, mas eu não tinha rancor disso.
Eu estava feliz agora que não parecia haver nenhum outro arranhão em nosso relacionamento.
Até mesmo papai estava um pouco mais animado e mais satisfeito com a direção que sua vida e a
minha estavam tomando. Mamãe sempre disse isso para mim também - que a vida deles juntos estava
ficando mais linda agora.
– Tenho certeza que você vai adorar brincar com ele quando ele estiver fora – disse eu, olhando
para a minha barriga e me perguntando quando isso iria acontecer.
Com quase nove meses completos de gravidez, eu esperava que ele saísse a qualquer momento.
Todos os dias eu acordava, pensando nisso.
Eu queria fazer isso de maneira natural. Sem cesariana para mim. Eu não queria que parecesse
que o estava empurrando para fora ou algo parecido. Eu iria manter meu bebê na minha barriga pelo
tempo que ele quisesse.
Bogdan afastou a mão da minha barriga, colocando as duas mãos entre as pernas.
– Acho que há algo que preciso lhe contar.
– Algo que você precisa me dizer? Bem, então não me deixe esperando. Você já está me
deixando curiosa.
– É sobre o que eu disse a você naquele dia. Me arrependo de ter dito que você nunca vai se
tornar minha mãe.
Desde que seu pai deixou seu irmão sair da prisão, Bogdan estava mudando sua atitude em
relação a mim. Ele estava se tornando muito mais amigável e saber disso sempre trazia um sorriso ao
meu rosto.
Eu não queria empurrar esse assunto nele. Nunca toquei no assunto quando ele estava sendo
amigável comigo. Francamente, eu amei a direção que sua amizade comigo estava tomando. E eu
tinha certeza de que ele pensava a mesma coisa.
Eu não queria estragar isso era tudo que eu estava dizendo.
– Bem, eu não vou dizer que você não me deixou chateada. Estou feliz que você esteja dizendo
que sente muito, no entanto.
– Sim, não vai acontecer de novo. Eu prometo – disse ele, sua voz baixa e ele não estava
olhando nos meus olhos, mas eu podia dizer que ele falava sério. Ele não iria me machucar de novo,
mesmo pensando que eu não seria nada mais do que a sua irmã mais velha.
Eu coloquei um braço sobre seus ombros, puxando-me para ele e esfregando seus cabelos.
– Você não precisa se preocupar. Não pense nisso de novo, ok?
Ele assentiu, puxando o canto dos lábios quando, de repente, senti uma onda de dor percorrendo
meu corpo. Ela se originou na minha barriga e então senti algo que fez meu coração bater como um
trem em alta velocidade.
Ah não, minha bolsa tinha acabado de estourar.
Yefim não estava na mansão. Ele podia estar em algum lugar da sua casa, conversando com
alguns de seus parceiros de negócios. Eu não sabia o que ele estava fazendo agora.
Às vezes, em noites como esta, o filho dele vinha aqui conversar um pouco comigo. Ele disse
que isso o ajudava a pensar melhor.
Apesar de ainda ter apenas seis anos, já tinha alguns problemas de depressão e eu estava sempre
aqui para o ajudar.
A morte de sua mãe sempre ficaria enraizada em sua mente, pensei.
– Kazie? O que está acontecendo? – ele disse com um tom de voz alarmado, se afastando de mim
rapidamente e arregalando seus olhos.
Eu estava tentando me levantar e segurando minha barriga com as mãos. Era muita dor. Eu sentia
como se estivesse me matando. Eu estava estremecendo e tentando sair da sala. Eu precisava chegar
à garagem de alguma forma, e então alguém me colocaria em um carro e me levaria para um hospital.
– É o seu irmãozinho! Ele está finalmente vindo.
Merda. Sentia tanta dor que comecei a pensar que os médicos estavam errados e que eu acabaria
dando à luz trigêmeos.
– Eu preciso ajudar de alguma forma. Vou encontrar meu pai – disse Bogdan, sua voz sem o
sotaque russo de seu pai. Ainda havia um pouco dele lá, mas não era tão forte. Achei que fazer
amigos americanos e passar um tempo com eles estava moldando um pouco quem ele era.
Mas essa percepção foi apenas um pensamento que não tinha nenhuma importância agora. Eu
precisava sair daqui imediatamente, e precisava de toda uma equipe de médicos.
– Sim, por favor, vá procurá-lo – implorei a Bogdan, e ele então saiu correndo e adentrou o
corredor. Tentei caminhar até a porta, mas foi muito difícil. Eu consegui alcançá-lo eventualmente,
porém, colocando a mão na parede e espiando no corredor.
Ficou em silêncio durante os primeiros minutos. A única coisa que estava me aliviando agora
era saber que logo alguém iria aparecer do outro lado do corredor e me levar para o hospital.
Apesar de toda a dor que me atormentava, minha barriga parecendo que ia explodir, eu sorria
gentilmente.
E meu sorriso se alargou quando vi uma equipe inteira de guardas de Yefim correndo até mim,
com ele os seguindo por trás.
Seus olhos pareciam determinados, seu rosto tenso. Ele já havia estado nesse tipo de situação
antes em sua vida e sabia como lidar com isso. Com ele vindo até mim como um trem em alta
velocidade, me senti mais segura do que nunca.
Seus guardas me cercaram, ele avançou e me ergueu em seus braços.
– Vou levá-la ao melhor hospital da cidade.
Ele não demorou muito para me levar para a garagem. A porta já estava se abrindo e ele então
me colocou no banco de trás, prendendo o cinto de segurança. Não era um carro que ele estava
usando para me levar até lá, porém, mas uma minivan grande e espaçosa.
Achei que ele fosse dirigir a minivan sozinho, mas ele optou por se sentar ao meu lado,
colocando o cinto de segurança também.
Ele deu um beijo vigoroso em meus lábios, ordenando a seu homem que dirigisse o mais rápido
que pudesse e não se preocupasse em ser multado. Mas ele tinha uma condição - que ele dirigisse
com segurança e sem colocar minha vida em risco.
A minivan era grande o suficiente para ter outro assento sobressalente na parte de trás. Bogdan
estava indo conosco também e ele estava sentado nele. Ele estava espiando por cima da almofada
dos nossos assentos, suas mãos agarrando o material.
Seus olhos não paravam de correr de um lado para o outro quando a minivan finalmente passou
pelo portão da frente, que se abriu. Todos pareciam tensos e determinados. Este era um dos
momentos mais importantes de suas vidas na bratva.
Eu estava um pouco preocupada com o que iria acontecer agora, mas uma de suas mãos estava
segurando a minha, e eu sabia que, por meio disso, ele estava me dizendo que eu não tinha nada com
que me preocupar.
– Você vai chegar lá a tempo, e tenho certeza de que ele vai chegar saudável e chorando muito.
Sorri, lembrando-me do que algumas de minhas amigas me contaram quando deram à luz seus
filhos.
Eu estava envelhecendo rapidamente com o passar do tempo durante minha gravidez, pensei.
Muitas pessoas da minha escola ainda pensavam em mim como amiga, mas eu fiz muitos amigos
que eram conhecidos de Yefim. Eu nunca teria ficado trancada em nossa mansão como se fosse uma
detenta, afinal, sem falar com ninguém.
– Obrigada, meu amor. Ter o seu apoio enquanto eu passo por isso é tudo o que eu preciso.
Ele abriu um sorriso tímido, batendo a palma da mão no encosto do banco do motorista.
– Mais rápido! Não temos tempo a perder e olhe bem para onde você está indo e os outros
carros. Se você acabar machucando minha esposa, eu vou te matar.
Pelo retrovisor, vi o motorista engolir em seco. Suas mãos tremiam, mas como ele dirigia não
me preocupava.
Não estava nem um pouco preocupado em não chegar ao hospital a tempo. Eu estava respirando
com dificuldade e achava impossível não gritar todos os tipos de obscenidades cada vez que uma
pontada de dor percorria meu corpo, mas eu sabia que ele me levaria ao médico sem mais
complicações.
Eu podia sentir que Yefim estava desejando que ele pudesse voar para me levar lá mais rápido,
sua mão segurando a minha e me confortando. Eu me perguntei o que eu estaria fazendo agora se não
fosse por ele e seu apoio eterno.
Carros buzinaram quando passamos por eles como um relâmpago, nossa velocidade alta o
suficiente para fazer com que os prédios e casas parecessem distorcidos.
Os pneus da van cantaram quando paramos no estacionamento do hospital. Yefim foi o primeiro
a pular da minivan, com Bogdan subindo para os assentos à sua frente. Segurando minha mão, ele me
ajudou a pular para fora da minivan, seu pai me segurando como se meu peso não significasse nada
para ele.
Ele era forte assim, embora eu tivesse que me lembrar que sua força mental era muito mais forte
e ainda mais firme.
Os médicos e o resto da equipe do hospital já estavam colocando uma maca na minha frente.
Yefim não deu a eles a chance de me levantar e me depositar nela. Ele mesmo me ergueu nos braços e
me colocou nela.
Eu estava segurando sua mão o tempo todo. Segundos depois, ele estava me perseguindo até o
hospital e pelos corredores brancos e bem iluminados do prédio.
Havia um congestionamento no caminho, com alguns médicos e enfermeiras tentando mover uma
paciente que havia perdido a consciência e caiu. Estava demorando muito para tirá-la do caminho e
realmente não era culpa deles que isso estava acontecendo.
Mas Yefim ainda não conseguiu parar de encará-los com olhos flamejantes e cheios de raiva,
gritando com eles e jogando seus braços para cima como se estivesse pensando em bater neles se não
tirassem a mulher de vestes brancas logo.
Eu até pensei que os guardas iriam vir e tirá-lo daqui a força, mas eles apenas continuaram
assistindo a cena se desenrolando na frente deles como se não tivessem nada a ver com isso.
Isso era o quão assustador Yefim podia ser às vezes. Sua presença parecia preencher não só todo
o corredor da maternidade, mas também o restante do hospital.
Suas narinas estavam dilatadas quando eles finalmente conseguiram colocá-la em uma maca e
levá-la para longe do corredor. Yefim ficou aliviado mais do que tudo, respirando com mais calma
agora.
Eu até tinha me esquecido da dor por um tempo, mesmo achando que ainda iria dar à luz a
trigêmeos.
Os médicos rolaram a maca o mais rápido que puderam, parando em frente a uma porta dupla.
Antes que uma das enfermeiras pudesse abri-lo, o suor escorrendo de sua testa, Yefim agarrou minha
mão mais uma vez.
E desta vez, parecia que ele não iria desistir por nada.
– Eu estarei aqui, do lado de fora desta porta, até que eles me digam que está tudo bem para
entrar e ver você.
E eu sabia que ele iria fazer isso. Yefim era muitas coisas, mas ele não era um mentiroso.
CAPÍTULO 17
Yefim

E u estava andando de um lado para o outro no corredor, minha cabeça virando para o lado de
vez em quando, quando pensava que os médicos iriam abrir a porta e me deixar entrar no
quarto. Eles não me deixavam entrar lá para ficar ao lado dela, embora eu tivesse certeza de que ela
precisava de mim agora mais do que nunca.
Minha mão direita tremia e eu não conseguia controlá-la. A família dela e a minha estavam na
sala de espera, sentadas em poltronas e sofás aconchegantes, conversando, mas em silêncio a maior
parte do tempo.
Eles não se conheciam bem, e não era agora que eles iriam tentar mudar isso.
Eu estava sozinho no corredor. Imaginei que as pessoas estavam olhando para mim e pensando
que eu não era o tipo de cara que gostava de falar muito. Eu não dei a mínima para isso, no entanto. O
que importava mais agora para mim era descobrir se ela iria ficar bem.
Se algo acontecesse com Kazie enquanto ela ainda estava dando à luz nosso filho, ou também se
algo acontecesse com ele, então eu destruiria todos os culpados.
Os médicos e enfermeiras não sabiam quem eu era exatamente, mas ainda sabiam que eu não era
alguém muito calmo.
Se eles me desapontassem de alguma forma, eles sentiriam minha ira fazendo seus mundos
desmoronarem.
Parei de andar por um momento, encontrando meu filho correndo para mim. Fiquei um pouco
preocupado, pensando que algo havia acontecido ali na sala de espera também. Além do meu irmão
mais novo, todo mundo estava lá, e havia algumas pessoas da minha família que eu amava mais do
que meus amigos.
Ele abriu seus braços, saltando para mim. Eu o agarrei, levantando-o até que seus olhos
estivessem no nível dos meus.
Eu não o abraçava há um bom tempo, eu estava pensando enquanto me culpava por isso. Eu
deveria pensar menos sobre a minha outra família e mais sobre ele e Kazie.
Passava o máximo de tempo que podia com eles, mas no final das contas, sentia que não tinha
intimidade suficiente com ele.
Ele parecia leve em meus braços, seus olhos brilhando de felicidade, embora houvesse alguma
sombra de preocupação neles. Agora que ele finalmente me perdoou - na maior parte - por ter matado
sua mãe, ele se importava muito mais com sua segunda mãe.
Ele estava se tornando um bom amigo de Kazie, e às vezes ele até dizia com um sorriso brilhante
no rosto o quanto ele adoraria brincar com seu irmão mais novo. Mas devido à diferença de idade,
sempre o lembrava de que ele seria mais como um irmão mais velho do que o seu amigo.
– Espero que não haja nada de errado – disse eu, sentindo seu coração batendo.
Ele virou a cabeça para a porta, olhando pelas pequenas janelas redondas que nos permitiam ver
um pouco do que havia dentro, mas não o suficiente. Eu não conseguia ver o rosto da minha esposa, e
isso já era uma tortura.
– Estou preocupado com ela.
Este era o momento em que eu deveria agir como seu pai, pensei, andando em círculos com ele.
Ele precisava de alguém para fazê-lo se sentir bem e agora que eu estava pensando sobre isso,
não estive lá novamente quando ele precisou do meu apoio. Nem mesmo aqui, no hospital, quando
sua mãe estava tendo uma cirurgia.
– Ela vai ficar bem. Não se preocupe. Tenho certeza de que ela ficará.
– Mas como você vai fazer isso quando nem mesmo está lá?
Eu puxei um canto dos meus lábios. Quando ele queria, ele sempre conseguia ser muito
inteligente. Ele ainda tinha apenas seis anos, mas agia com muito mais maturidade do que a sua idade
indicava.
– Confie em mim. Você não precisa se preocupar com nada.
Ele sorriu gentilmente também, colocando sua cabeça na curva do meu pescoço. Eu o estava
segurando e não achei que ele pesava muito. Eu sabia que algumas pessoas olhariam para mim e
diriam que ele estava um pouco velho para ser segurado assim, mas elas não o conheciam. Eles não
me conheciam.
Alguns minutos depois, perguntei – Ei, você ainda está acordado?
Esperei alguns segundos, mas ele nem se mexeu em meus braços. Sorri gentilmente de novo e
caminhei para frente enquanto o segurava, até chegar à sala de espera. Fiquei feliz que ele apareceu
do nada no corredor.
Eu estava muito tenso antes, preocupado que algo pudesse acontecer com minha esposa.
Eu estava com minha irmã, que segurava a mão do seu marido e estava sentada em um dos sofás.
A sala de espera parecia fria, nada convidativa, e eu odiava aquelas lâmpadas de LED brancas.
E isso sem mencionar o quão silencioso o local era. Eu sentia como se houvesse uma videira
agarrando o meu coração, e estar neste lugar estava me fazendo implorar para correr de volta para
minha esposa imediatamente, mesmo com ela não podendo me ver.
– Cuide dele – eu disse, colocando-o gentilmente ao lado da minha irmã.
– Vou sim. Não se preocupe. É tarde e hora dele dormir, de qualquer maneira. Eu tentei
convencer ele, mas ele simplesmente correu de volta para você.
Ela soltou uma pequena risada e eu ri também. Acenei com a minha mão para o seu marido,
mostrando que eu sabia que ele estava lá. Ele assentiu e eu agradeci por estarem aqui. Eles estiveram
no casamento também, e minha irmã e Kazie se tornaram amigas desde então.
Eu sabia que ela tinha contado muitas coisas boas sobre mim, pensei.
Voltei para a frente da sala de operação, colocando minha mão no meu queixo e esfregando-o
enquanto ainda pensava em Kazie quando a porta dupla se abriu de repente.
Eles já a haviam aberto algumas vezes antes, mas algo nos olhos do médico estava me dizendo
que, desta vez, era pelo motivo que eu estava esperando.
Desta vez, ele tinha algo importante para me dizer. Apenas olhar para o rosto dele estava
fazendo meu coração ficar mais apertado, ansiedade fluindo por cada centímetro do meu corpo.
Mas então ele abriu um sorriso brilhante de repente, e eu sabia que ele estava pronto para me
dizer o que eu esperava ouvir a noite toda.
– Pode entrar agora. Seu filho já nasceu, e ele está chorando e...
Eu não esperei para ouvir tudo o que ele tinha para me dizer, correndo para a sala de operação e
encontrando minha esposa deitada na cama, seu torso apoiado em uma coleção de travesseiros que
eles colocaram debaixo dele.
Ela estava sorrindo para mim com um sorriso que ia de orelha a orelha, segurando um pequeno
bebê em seus braços. Ele parecia ser frágil demais, e só de olhar para ele agora estava me fazendo
sentir como se houvesse algo de errado com ele.
Mas não poderia ser esse o caso. Ele parecia bem, saudável e chorava enquanto ela tentava
acalmá-lo, acariciando sua testa e cantarolando suavemente.
Corri para dentro do quarto como um furacão, mas ao vê-los assim, com os dois tão bonitos e
fofos, tive que parar onde estava. Eu então caminhei até eles enquanto sentia meu corpo pesado e
leve ao mesmo tempo.
– Shhh ... Estou tentando fazê-lo dormir agora – disse ela, balançando sua cabeça em negativa.
Queria dizer a ela que sentia muito. Eu não deveria ter entrado no quarto tão apressadamente como
fui.
Já estive em uma situação similar antes, quando Bogdan nasceu, mas isso aconteceu há tanto
tempo que eu não sabia como agir agora.
Havia uma cadeira perto de sua cama e me sentei nela. Tentei estender minha mão, sem saber o
que fazer. Mas o olhar em seus olhos era muito revelador. Ela queria que eu o tocasse.
Ela amava o fato de que eu era o pai dele e, mesmo se fosse possível, não tentaria mudar isso.
Tocar nele era como se estivesse tocando em algodão. Eu estava tentando ajudá-la a acalmá-lo,
mas não parecia que ele estava pronto para dormir ainda, pensei.
Eu podia imaginar o porquê disso. Toda a sua vida ele esteve dentro dela, e agora, de repente,
não estava mais.
– Ele é tão fofo – eu disse, um dos médicos aparecendo no canto da minha visão, braços colados
no seu tronco e olhando para mim, e depois para ela, imaginando se ele podia dizer o que tinha a
dizer sem estragar este momento.
Ele era um homem inteligente. Ele não sabia quem eu era, mas sabia que não me sentiria bem se
ele me irritasse.
Ele finalmente limpou sua garganta e eu o examinei e me senti feliz por ele parecer que era um
médico muito profissional e experiente.
Outros médicos e enfermeiras estavam entrando na sala, pegando itens e verificando as leituras
dos equipamentos, mas fora isso, estávamos sozinhos.
– Se você não se importa, preciso levar o bebê para o berçário.
Senti um aperto no peito, suspirando quando percebi que deveria ouvir suas palavras. Se ele
estava me dizendo que precisava levá-lo ao berçário, então eu não poderia atrapalhar.
– Tudo bem. Leve ele e tenha cuidado. Não faça nada errado, entendeu?
– Sim, eu entendo. Vou ser cuidadoso, então – disse ele apressadamente, colocando as mãos
debaixo do meu bebê e, em seguida, levantando-o.
Quase fiquei um pouco preocupado que Kazie iria resistir, mas ela apenas respirou fundo e
aceitou que não havia muito que pudesse fazer. Ela teria que ficar em observação por algum tempo,
mas não demoraria muito até que pudesse sair, segurando nosso bebezinho nos seus braços.
– Já estou com saudades dele – disse ela, cruzando seus braços sobre o peito antes das
enfermeiras colocarem mais coisas nela, tubos e coisas assim, fazendo mais leituras. Quase parecia
que eles precisavam saber tudo sobre ela, incluindo o que ela comeu no café da manhã.
– Também sinto falta dele, mas eles são profissionais. Tenho certeza que o nosso pequenino vai
ficar bem.
Enquanto uma das enfermeiras caminhava segurando nosso filho nos seus braços, eu não pude
deixar de torcer para que, de alguma forma, não tivéssemos que estar fazendo isso. Tudo seria muito
melhor se pudéssemos ficar juntos desde o início.
Mas de qualquer forma, eu estava segurando sua mão, beijando sua testa para dizer que eu
ficaria aqui, ao seu lado, enquanto ela precisava de mim.
Afinal, ela era o amor da minha vida.
EPÍLOGO
Kazie

E ra um lugar diferente de tudo que eu já estive. Meu marido tinha suas mãos no volante do
SUV, virando-o para a direita enquanto uma vista esplêndida e magnífica da cordilheira não
muito longe nos cumprimentava.
Bogdan continuou pulando, jogando os braços de um lado para o outro e movendo-se de um
lugar para outro no banco de trás. Ele nunca tinha estado neste tipo de parque nacional antes.
Agora que eu estava pensando sobre isso, um pensamento triste passou pela minha cabeça. Era
mais do que provável que seu pai não tivesse tido tempo de levá-lo a um lugar como este antes. Não
seria culpa dele, de fato. Eu sabia que ele o amava, mas encontrar o momento certo para vir ao
Yosemite sempre foi difícil para ele.
E eu sabia disso como conhecia a palma da minha mão direita, pensei com um sorriso.
Eu estava segurando nosso pequeno Chadov em meus braços. Agora que estávamos passando
por uma região mais problemática, eu precisava senti-lo em meus braços. Ele era tão importante para
mim. Ele era o culminar do meu amor por Yefim, e eu faria qualquer coisa para fazê-lo sorrir.
Ele tinha um macacão azul claro, acompanhado de um gorro da mesma cor. Ele estava movendo
suas mãos, tentando alcançar meu rosto.
Estava tão feliz por ele não estar chorando ou fazendo barulho agora. Eu não queria ter que parar
o carro apenas para lhe dar um pouco do leite que estávamos levando conosco. Encontrar lugares que
vendiam leite também era difícil por aqui. Eu esperava que isso não se tornasse um problema maior
depois.
Eu sabia que havia um risco em levar nosso pequeno Chadov conosco, mas também havia estado
um pouco paranoica com isso. Eu o imaginei ficando para trás em Washington e alguém invadindo
nossa casa e tentando roubá-lo de nós.
Eu confiava em todos os homens que trabalhavam para Yefim, mas não a ponto de me
despreocupar com esse tipo de coisa.
Yefim virou sua cabeça para mim, virando seus olhos até que estivesse olhando para o nosso
filho com compaixão. Ele moveu sua cabeça para mim, selando um beijo que eu nunca iria esquecer.
Mesmo sabendo que agora não era um bom momento para pensar sobre esse tipo de coisa, eu já
queria estar relaxando com ele em uma cama quentinha.
Seus lábios estavam quentes nos meus, e quando ele interrompeu o beijo, eu esperava que
pudesse durar por toda a eternidade.
Mas ele logo voltou sua atenção para a estrada à frente, verificando o GPS do seu telefone, que
estava colado no para-brisa do SUV preto. Pelo que eu poderia dizer - eu não era muito bom em ler
mapas - não iria demorar muito para chegar ao nosso destino.
Devia haver um local de acampamento não muito longe daqui, onde poderíamos finalmente
montar nossa barraca e acender uma fogueira em frente a ela. Então, se as outras pessoas aqui no
parque quisessem se tornar nossos amigos, eu não me oporia a conversar um pouco com eles.
As vistas das montanhas, rochas e árvores eram esplêndidas. Também era primavera. O sol não
estava muito quente e já havia várias flores desabrochando. Todo o parque parecia tão bonito que só
de admirá-lo agora estava me fazendo pensar que eu odiaria quando tivéssemos que ir embora.
– Ei, Bogdan. Acalme-se um pouco. Já já vamos chegar lá – Yefim disse com um tom de voz
calmo quando nosso filho estava ficando muito agitado em seu assento.
Bogdan cruzou os braços sobre o peito, fazendo beicinho e reapertando o cinto de segurança. Ele
o tinha bem posto, mas não era como se estivesse muito apertado em torno dele. Ele conseguia se
mexer no banco de trás com facilidade, me lembrei.
– Mas há muito para ver e não paramos em lugar nenhum para brincar um pouco.
Yefim estava olhando para ele com olhos ferozes, mas amorosos, através do espelho retrovisor.
– Foi você quem escolheu essa rota, lembra? – Yefim disse, sua voz mostrando que ele estava
brincando com Bogdan e achando aquele momento engraçado.
– Sim, eu sei, pai. Eu só queria que não tivéssemos que dirigir por tanto tempo só para chegar lá.
– Não falta muito agora – disse Yefim, levantando a mão direita e apontando com o dedo para
uma pequena clareira na estrada. Já havia algumas barracas de camping ali, com gente conversando e
carregando toras de madeira.
Só de vê-los se divertindo e sorrindo foi o suficiente para me fazer sentir em casa aqui. Mais do
que eu já estava, na verdade.
Yefim encostou e desligou o motor. A mão do nosso pequeno Bogdan passou pelo meu queixo e
eu virei minha cabeça para baixo e fiz cócegas na sua barriga, deixando que ele risse livremente.
Meu marido abriu a porta do lado dele, saiu, contornou a frente do SUV e depois abriu a porta
do meu lado.
– Se você me permitir, minha rainha – ele disse com um meio sorriso no rosto, estendendo sua
mão.
Coloquei minha mão na dele e ele me ajudou a sair do veículo enquanto eu segurava nosso filho.
Os olhos de Bogdan se arregalaram ao observar o ambiente ao nosso redor, com os galhos das
árvores balançando levemente na brisa.
Ele não tinha visto muito do parque até agora. Não era de se admirar que ele estivesse tendo tal
reação, pensei com um sorriso gentil no meu rosto.
Sentir a mão calejada de Yefim me recompensou com a sensação de segurança que eu precisava.
Afinal, eu tinha que admitir - vir ao Yosemite com nossos filhos me deixou um pouco com medo do
que poderia acontecer aqui.
Mas com ele ao meu lado, eu sabia que poderíamos enfrentar tudo e qualquer coisa e sair
vitoriosos disso.
Perceber isso me fez alargar o meu sorriso um pouco, Yefim tirando sua mão da minha e indo
para o porta-malas do SUV, onde pegaria tudo que precisávamos para começar a montar nossa
barraca.
Não demorou muito para tirar tudo do porta-malas, colocando-os não muito longe do SUV.
Bogdan estava correndo e brincando com algumas outras crianças que estavam aqui também. Eu
tentei fazê-lo ficar perto de mim - essa era a única maneira de me sentir segura - mas ele
simplesmente não me deu ouvidos.
Era assim que ele era.
Sentei-me em um tronco, observando meu marido enquanto ele começava a montar a nossa
barraca. Eu não ia fingir que poderia ajudá-lo e que saberia o que fazer. Eu estava apenas
observando de uma distância segura enquanto algumas das outras mães na clareira se aproximavam
de mim às vezes e falavam comigo.
Quando virei minha cabeça para o meu marido, ele já tinha terminado de montar a barraca.
Levantei-me ainda segurando meu bebezinho em meus braços, seus dedos beliscando uma parte da
minha pele através do tecido da minha camisa.
Ele era tão fofo que não pude deixar de fazer cócegas na sua barriga novamente. Às vezes, eu
sentia que essa era a única maneira de acalmá-lo. Eu não sabia como ele seria quando fosse mais
velho, mas já estava imaginando que ele não seria muito diferente de Bogdan.
O último correu até mim de repente, surgindo como um relâmpago. Ele estava com seus outros
amigos, que também olhavam boquiabertos para Chadov. Era quase como se eles não tivessem visto
um bebê antes em suas vidas.
Parei de andar, sorrindo. – O nome dele é Chadov, se era isso que estava imaginando.
– Ooown... – todos disseram ao mesmo tempo, embora Bogdan não se tenha juntado a eles. Ele
tinha outra coisa que queria dizer.
– E ele é o melhor irmão mais novo do mundo!
Eu ri, finalmente conseguindo sair dali e indo em direção a Yefim, que estava apoiando seu peso
a um machado e me admirando com olhos bondosos. Eu não conseguia ler o que estava pensando -
não realmente - mas eu podia dizer que ele estava pensando o quanto ele me amava, e como sua vida
comigo era perfeita agora.
– Bem, você parece ser a mãe mais perfeita do mundo – ele disse quando eu cheguei perto,
colocando um braço em volta de mim. Ele estava suando um pouco, mas estava tudo bem. Adorava o
cheiro de um homem suado, pensei enquanto tentava me controlar.
No entanto, era muito mais fácil falar do que fazer. Era uma pena que, graças a nossos filhos
aqui, não poderíamos fazer amor. A serenidade e a tranquilidade desse bosque eram perfeitas para
isso.
Sua mão procurou pelo seu filho, brincando um pouco com a ponta do seu nariz e o fazendo rir.
Eu ri também. Eu percebi isso há muito tempo, mas Yefim tinha jeito com crianças. A razão por
trás disso? Eu tinha quase certeza de que era por causa da sua experiência com Bogdan.
E pensando em tudo isso, eu não conseguia acreditar em como nossas vidas estavam se
mesclando tão bem como estavam agora. Era como se ele sempre tivesse querido ser o marido que eu
nem sabia que estava procurando.
Ele puxou o braço para trás, colocando-se na minha frente e, em seguida, colocando ambas as
mãos nos meus ombros.
– Você é o amor da minha vida e nada vai mudar isso.
– Eu sei.
Sua reafirmação de nosso amor nos aproximou e, naquele momento, eu o beijei e só podia olhar
para o nosso futuro.
Eu mal podia esperar para descobrir como seriam os próximos anos de nossa vida juntos.
PÓS-EPÍLOGO
Kazie

E u estava fazendo tudo ao meu alcance para fazê-lo feliz, mas com o passar do tempo, ele
simplesmente não parecia interessado em se dar bem comigo. Tudo mudou não faz muito
tempo. Há apenas alguns anos, ele parou de ser doce e sorridente.
Agora ... agora ele era como a maioria dos outros adolescentes de sua idade.
Eu não tinha nada contra ele, no entanto. Eu me lembrava de como havia sido quando tinha a
idade dele. Na época, eu havia pensado que um cara que nem conseguia me defender se tornaria meu
marido.
Acontece que eu sempre iria me casar com um homem muito mais velho do que eu, pensei,
enfiando a agulha grande e grossa em um pequeno orifício na peça de roupa que minha mão estava
segurando, tentando não arruinar meu progresso até aqui.
Eu tinha 31 anos agora. Eu deveria estar muito mais madura do que quando conheci Yefim. E
pensando naquela época, eu não pude deixar de parar o que estava fazendo e olhar para lugar nenhum
em particular, lembrando daqueles momentos.
Eu havia sido uma pessoa muito diferente naquela época. Eu o havia odiado e pensado que ele
não era nada mais do que um bruto que não conseguia mostrar compaixão pelo próximo.
Mal sabia eu, porém, que minha doçura iria passar para ele e que ele se tornaria um homem
muito mais compassivo com o passar dos anos.
Eu ouvi seus passos quando ele se aproximou de mim, inclinando-se até que seus lábios tocaram
minha bochecha.
Yefim era um pouco mais velho agora, mas ele ainda era um homem tão lindo que já estava me
fazendo pensar se eu não deveria abandonar minha tentativa de tricotar este suéter e fazer amor com
ele neste mesmo momento.
Minha mente então voltou para Chadov...
Ele era quase tão alto quanto eu agora, seus olhos pareciam com os do seu pai, mas seu cabelo e
o resto do seu rosto mostravam porque ele era o meu filho.
Ele era muito mais doce do que Bogdan quando tinha sua idade, também pensei com um sorriso
gentil no meu rosto.
Doze anos desde a visita a Yosemite... Nós tínhamos ido lá um monte de vezes desde aquela
primeira visita, mas nossa primeira vez lá sempre seria uma boa lembrança.
– O que você está fazendo? Um suéter para Chadov? – Yefim perguntou, pegando a peça de
roupa inacabada e segurando-a na frente de seus olhos.
– Sim, estou, mas acho que ainda sou péssima com isso.
Ele sorriu, mostrando seus dentes brilhantes.
– Está ótimo, na verdade. Eu quero que você faça um para mim também.
Meu coração acelerou. Eu não tinha certeza se estava pronta para encarar algo assim. Quer dizer,
fazer outro suéter feio para meu marido?
Eu ouvi a porta da frente se abrindo de repente, e meus olhos testemunharam um jovem no final
da sua adolescência invadindo o corredor principal. Seus olhos estavam vermelhos e lágrimas
rolavam pela sua bochecha. Sua camisa estava rasgada na gola, descendo até o meio dela.
Ele estava andando como se suas pernas não soubessem para onde levá-lo e sua postura estava
um pouco curvada.
Era meu filho, Bogdan, e seu choro e lágrimas instilaram uma onda de preocupação em meu
coração que me fez correr até ele como se minha vida dependesse disso.
Seus olhos nem mesmo se voltaram para mim quando segurei seu rosto e olhei profundamente em
seus olhos. Eu queria saber tudo sobre o que aconteceu e não iria deixá-lo ir até que ele contasse
tudo.
– Bogdan, o que aconteceu? Porque você está chorando?
Ele franziu seus lábios, fechando os olhos até que ficassem como fendas. Ele estava pensando e
se lembrando de algo. Aquela coisa que aconteceu não muito tempo atrás e que estava devorando seu
coração de dentro para fora...
– É a... Amanda de novo. Ela está morta. Fui até a casa dela e encontrei o legista levando-a.
Amanda? Meu Deus. Sempre achei que havia algo de errado com ela. Não demorei muito para
descobrir o que era. Ela estava injetando heroína. Havia uma facção da máfia abastecendo o mercado
com essa droga, e até mesmo as autoridades estavam começando a ir atrás deles por causa disso.
– Ah, meu filho. Eu te disse tantas vezes para tentar tirá-la disso. Nunca que isso ia terminar
bem.
Yefim marchou lentamente até nós, e quando senti sua presença perto de mim, tirei minhas mãos
das bochechas do meu filho e dei-lhe um pouco espaço. O olhar feroz em seus olhos estava dizendo
tudo o que eu precisava saber. Como seu pai, ele tinha muito a dizer a ele.
– Pai... sinto muito – disse Bogdan, mantendo a postura curvada, os ombros caídos.
– Eu sei – disse Yefim com uma voz calma, mas determinada, colocando os braços em volta do
filho e puxando-o até que estivessem se abraçando. Bogdan estava muito mais alto agora, quase tão
alto quanto seu pai. Ele realmente estava se tornando um homem.
Eu só estava preocupada com o tipo de vida para a qual ele parecia estar escolhendo. Esta não
era a primeira vez que ele estava com uma garota que fazia coisas que eu preferiria não pensar sobre.
Eu sabia que sua vida nunca seria normal. Com ele sendo filho de Yefim, ele nunca poderia ser, mas
ainda ... Eu nunca havia pensado que ele continuaria se apaixonando pelas garotas erradas o tempo
todo.
Ele estava soluçando e derramando lágrimas enquanto enterrava sua cabeça na curva da cabeça
de Yefim. Eu não podia apenas ficar parada e não fazer nada, então coloquei meus braços em volta
deles, formando um abraço familiar que eu esperava que fosse acalmar seu coração ferido.
Com o passar do tempo, quase pensei que ele não iria parar de chorar, mas eventualmente seus
soluços diminuíram e ele afastou a cabeça da curva do pescoço de Yefim.
Ele se afastou de nós suavemente, e nós terminamos o abraço e recuamos até que ele tivesse
espaço suficiente.
Sua postura estava muito mais reta agora, e não havia mais lágrimas saindo de seus olhos. Ele
agora estava olhando para nós, o que por si só já era uma conquista. Eu gostaria de poder abraçá-lo
de novo, mas eu entendia que ele precisava de espaço agora.
– Obrigado, mãe e pai. Já estou me sentindo melhor.
Yefim colocou a mão em seu ombro. – Tem certeza? Eu não vou sair para trabalhar se estiver
mentindo.
Bogdan deu uma risadinha. – Não, está bem. Eu vou conversar com a família dela. Eu sinto como
se tivesse um pouco de culpa. Eu deveria ter contado pra eles o que sabia.
Yefim apertou seu ombro suavemente. – Tudo vai ficar bem e sei que você tem um bom coração.
Eles vão gostar de falar um pouco com você.
Bogdan assentiu rapidamente e Yefim o puxou para outro abraço de urso. Eles se abraçaram por
um tempo, e então seu filho se afastou. Ele se virou e se dirigiu para a escada em espiral antes de
desaparecer em seu quarto.
Virei-me para meu marido, colocando ambas as mãos sobre o meu peito.
– Eu realmente não sei como ajudá-lo. Esta não é a primeira vez que isso está acontecendo.
Yefim passou a mão pela sua cabeça.
– Vou levá-lo para sair comigo com mais frequência. Ele precisa mais do seu pai.
Suspirei e percebendo que ainda estava muito preocupada com meu filho, ele colocou a mão na
minha cintura e puxou-me para si com força. Eu pulei de pé e soltei um pequeno grito de surpresa.
Mas o sorriso no meu rosto ainda era muito revelador do que eu realmente pensava disso. Eu
amava como ele conseguia me fazer esquecer de todos os problemas na minha vida.
Já estava esquecendo que estava até no salão principal. Tudo que eu podia ver era seu corpo
alto, imponente e enorme como uma montanha.
– Não se preocupe. Vou ajudá-lo com tudo que posso – ele rosnou, inclinando-se e beijando-me,
sentindo meus lábios úmidos e macios.
Quando ele puxou a cabeça e terminou com o quão perfeitamente nossos lábios estavam se
tocando, eu já estava sentindo falta de sua umidade e suavidade.
Eu sorri gentilmente, dizendo – Eu te amo. Você é a pessoa que mais amo em toda a minha vida.
– Eu sei – disse ele, puxando-me para ele com toda a sua força, e fazendo seus lábios se
encontrarem com os meus mais uma vez.
Ele sugou todo o ar dos meus pulmões, e eu não mudaria um detalhe disso. Eu estava tão
apaixonada pelo meu marido que faria qualquer coisa por ele.
Qualquer coisa.

Fim

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1. Nas Garras do CEO: Uma Virgem para o Mafioso
2. Presa ao Mafioso: Romance de Casamento Arranjado

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BILIONÁRIOS OBSESSIVOS – LIVRO 1
NAS GARRAS DO CEO: UMA VIRGEM PARA O MAFIOSO
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Shanice
Joguei meu cabelo para o lado, por cima dos ombros, e depois prossegui para o supermercado.
O Supermercado Hope podia não ser um dos maiores, mas com certeza era melhor do que os outros,
que estavam todos bem longe daqui.
Passei os dedos ao redor da barra, pegando o carrinho perto da entrada do prédio e conduzindo-
o através de um dos corredores. O aroma de vegetais frescos encheu meus pulmões, fazendo-me
fechar os olhos e me concentrar neles.
Comprar alimentos não era uma das coisas que as pessoas faziam para se divertir, mas para
mim, era uma boa pausa no meu trabalho. E o meu trabalho estava bem longe de mim agora,
localizado no outro lado de Lost Hope. Eu não gostava de alguns dos rostos que tinha que ver lá
todos os dias, então estar aqui, comprando coisas no Supermercado Hope era uma das coisas que eu
mais apreciava.
Parei quando cheguei no ponto onde estavam as maçãs todas. Eu não sabia o que havia de tão
bom com elas, mas eu adorava essas maçãs. Só de olhar para elas assim, admirando sua cor
vermelha estava me fazendo sentir como se estivesse estendendo a mão e pegando algumas delas.
E isso eu fiz, colocando-as em um saco transparente e frágil feito de plástico, e depois
guardando-as no carrinho.
Continuei então pelo corredor, pegando mais alguns vegetais. O carrinho estava bem cheio deles
agora, fazendo-me desejar já estar de volta ao meu prédio. Mas isso teria que esperar um pouco. Eu
adorava passar mais tempo do que precisava em supermercados.
Meu telefone começou a tocar de repente, mas o toque foi curto. Muito provavelmente era mais
uma empresa que tinha acabado de me enviar uma mensagem de spam ou algo parecido.
Olhando em volta, não pude deixar de notar o quão cheio o supermercado parecia estar hoje à
noite. Havia pessoas de todas as faixas etárias e de todas as origens fazendo compras aqui. Embora
eu não tivesse muitas razões para me sentir assim, ainda me sentia exultante.
Havia algo sobre comprar coisas aqui, neste lugar, que só me fazia sentir mais feliz do que eu
normalmente era.
Pegando mais algumas frutas, era então a hora de explorar os outros corredores. Congelados era
um dos meus preferidos, por isso também me dirigi para lá. Abri uma das portas e estendi a mão para
fora, pegando uma caixa de pizza.
Esta noite ia ter pizza de pepperoni, com certeza!
A maioria das pessoas não gostava de pizza congelada, mas eu não me importava com a opinião
delas. Não era como se fosse haver alguém no meu apartamento hoje à noite. Eu ia estar
completamente sozinha e... Sim, isso era algo que me incomodava um pouco.
Eu supunha que podia abrir o Tinder e depois conversar com um cara até que ele viesse, mas
havia algo fundamental em fazer isso que eu não gostava nem um pouco. E era assim que fazer isso
faria me sentir mais miserável e desesperada.
A maioria das pessoas não pensava assim, mas eu simplesmente não achava que o Tinder era
uma boa opção para alguém como eu. Eu nunca havia contado este tipo de segredo para meus amigos,
mas pensei que o amor era algo que não podia ser forçado ou falsificado...
E esse pensamento... Era algo que me fez voltar ao mundo real e seguir para o corredor onde eu
poderia comprar um saco de arroz. Chegando com as duas mãos, levantei um saco e depois deixei-o
cair no carrinho, feliz por ter terminado por agora e por não ter que me preocupar em ficar sem arroz
por um bom tempo.
O saco era enorme.
Mas então, de repente, um pensamento me passou pela cabeça. E se eu nunca conhecesse o
homem que eu estava procurando? Embora eu não quisesse admitir isso para meus amigos, eu tinha
uma queda por homens brancos. Eles sempre conseguiam me fazer sentir algo diferente por eles - na
maior parte das vezes.
Eu sei, eu sei. Era apenas algo que eu não me sentia à vontade para falar sobre e, por enquanto,
eu ia manter meus lábios fechados. Mas sim... Alguns tipos de homens me faziam apaixonar
facilmente por eles. E isso era algo sobre o qual eu estava bastante segura.
Graças ao meu trabalho, eu namorava praticamente qualquer pessoa o tempo todo, e na maioria
das vezes eles tentavam conversar comigo fora do meu local de trabalho, como neste exato momento.
Mas eu já havia silenciado todas as tentativas deles nesse sentido e eu só ia responder na manhã
seguinte.
Alguns de meus clientes não gostavam disso, mas não havia muito que eles pudessem fazer. Ou
eles faziam isso ou nunca mais me teriam como sua namorada de aluguel.
Apesar de trabalhar assim, eu quase não fazia sexo. Fiz no máximo uma ou duas vezes, e já
faziam anos desde a minha última vez. Isso sem mencionar que elas não duraram muito e ainda nem
sabia muito sobre isso. Ou seja, ainda era uma virgem em quase todos os sentidos. Por isso me sentia
desajeitada quando um cliente queria algo a mais. Meu trabalho, afinal de contas, era fingir que era
sua namorada e não sua prostituta.
Havia algo relacionado a isso que eu desejava que pudesse... meio que mudar. Todos os meus
clientes recentes ou eram negros, ou latinos ou asiáticos. Agora, não me interpretem mal - eu gostava
de todos eles, mas já tinha passado um tempo...
Eu balancei a cabeça. Não vale a pena pensar nesse tipo de coisa agora. Não ia mudar nada. Eu
tinha certeza de que outro homem com pele de pêssego iria aparecer mais cedo ou mais tarde
pedindo para namorar comigo - ou pagando para que eu fosse sua namorada falsa, para ser mais
honesta. Não era o tipo de trabalho que meus pais queriam para mim, mas ainda assim era melhor do
que me tornar uma prostituta, certo?
Havia o beijo, dar as mãos, comprar presentes, e esse tipo de coisa, mas nem sempre tinha que
envolver sexo. Para que isso acontecesse, eles teriam que me perguntar e eu teria que aceitar. Alguns
caras reclamavam disso, mas não havia muito que eles pudessem fazer. Ou eles tinham que engolir
isso ou parar de pagar pelos meus serviços.

Melvin
Eu parei o carro, estacionando-o no estacionamento do supermercado. Era mais um dos muitos
negócios do meu pai que ele operava. E ia ser meu. Não importava o que meu irmão mais velho
pensava, ele nunca iria herdar as nossas empresas. Eu era um pouco mais jovem que ele, mas a idade
não importava no mundo dos negócios e. Eu era o único de toda a família que podia fazê-las
prosperar ainda mais.
Eu suspirei, abrindo a porta do carro. Eu vivia sozinho e não pagava para que ninguém
trabalhasse para mim para manter o meu apartamento limpo e para cuidar dele. Quando voltei do
trabalho hoje, abri a porta da geladeira e descobri que faltava a coisa mais importante para este fim
de semana - cerveja.
Eu precisava de minha cerveja como os peixes precisavam de água, e eu simplesmente não
podia viver sem esta marca em particular, que eu amava. Corona.
Era um nome um tanto engraçado, pensei enquanto meus lábios se voltaram para cima, formando
um sorriso de boca fechada no meu rosto. Como a pandemia havia acabado, muitas pessoas estavam
deixando de comprar daquela marca. Isso, por sua vez, fez com que os preços subissem
consideravelmente, mas eu ainda assim as comprava.
Algumas pessoas eram tão estúpidas. Só porque o nome do vírus e o da marca da cerveja eram
semelhantes, isso não significava que eles estivessem relacionados de alguma outra forma. Imagine
tomar um gole de sua lata de cerveja e ficar preocupado que isso iria deixá-lo doente. A única coisa
que o deixaria doente era beber muito álcool e ter cirrose, mas isso era um assunto totalmente
diferente.
Hoje à noite, eu não ia beber sozinho. Eu ia ter alguns amigos e íamos assistir algumas daquelas
antigas novelas mexicanas. Essa era uma das muitas coisas que as pessoas achavam curiosas a meu
respeito, mas eu não me importava com o que elas pensavam. Mesmo que aqueles programas
pudessem ser um pouco cafonas às vezes, eles não eram ruins.
E eu realmente gostava das histórias românticas deles. Além disso, eu era um ávido aprendiz da
língua espanhola. Não a dominava bem ainda, mas já era bom o suficiente para conversar online com
alguns nativos. Eles me ajudavam mais do que os livros.
Tirei o suor da minha testa, virando minha cabeça de um lado para o outro. Não podia ter certeza
disso, mas pensei ter ouvido uma mulher gritando. O estacionamento era vasto. Não conseguia ver as
bordas dele com meus olhos, e não ajudava que já estava tudo escuro.
Desloquei meu corpo para o outro lado, fechando a porta do carro e depois usando as chaves
para ter certeza de que estava selado. Era apenas um Audi A8. Nada chique, e paguei por ele usando
meu próprio dinheiro. De jeito nenhum eu teria permitido que meu pai me desse ele de presente,
mesmo que fosse isso que ele quisesse fazer. Uma vez eu havia mencionado a ele que aquele era meu
carro dos sonhos, e para meu aniversário ele queria presenteá-lo a mim, mas eu não queria que ele
pensasse que eu dependia muito dele ou algo do tipo.
Virando minha cabeça um pouco mais para o lado, foi quando eu vi algo que fez meu coração
pular uma batida. Um homem estava brandindo uma faca contra uma mulher. Eu não conseguia olhar
bem para ela. Ela estava de costas para mim, mas eu ainda podia dizer que ela era afro-americana.
Eu teria reconhecido aquele cabelo encaracolado blackpower a um quilômetro de distância.
Eu não tinha muito tempo para pensar. Dando um passo à frente, corri até eles. Eu não sabia o
que estava acontecendo ali, mas um homem ameaçando uma mulher com uma faca nunca poderia ser
uma coisa boa. E, independentemente de suas intenções, eu precisava detê-lo. Aquela mulher
precisava de mim.
Mas eles ainda estavam tão longe de onde eu estava. Quase parecia que eles estavam se
distanciando de mim, quanto mais eu me aproximava deles. Meu coração acelerava, eu já estava
meio que perdendo a esperança.
E se eu não conseguisse chegar lá a tempo? E então? Será que ela ainda estaria bem? Eu poderia
estar fazendo algo estúpido - talvez eles não fossem mais do que alguns atores atuando em uma cena
de filme, o que não seria muito exagerado, considerando o quão famosa era a indústria
cinematográfica de Lost Hope - mas isso ainda não significava que eu não podia fazer nada a
respeito.
Eu precisava fazer.
Saltei por cima da frente de um carro, deslizando meu traseiro através dele, e depois circundei
outro. Mais suor estava surgindo na minha testa, mas isso não me impedia de fazer o que eu estava
fazendo. Ao invés disso, continuei me concentrando em chegar até eles antes que aquele cara
realmente fizesse algo de que se arrependesse.
Ela gritou mais uma vez, e eu dupliquei minha velocidade de corrida. Pude sentir o ar arrojando
de cada lado de mim, lembrando-me de como eu estava correndo rápido. Meu joelho bateu na luz
frontal de um carro e mesmo doendo intensamente, ainda assim não parei.
Eu precisava chegar lá antes que fosse tarde demais.
Saltando sobre a parte da frente de outro carro, coloquei minha mão sobre minha cabeça e gritei
— Pare aí mesmo! Eu não sei o que está acontecendo aqui, mas você não tem o direito de estar
ameaçando esta mulher.
Finalmente cheguei aqui, e bem a tempo antes que ele a machucasse.
Levei mais tempo do que eu pensava, mas cheguei até eles. Parando, meus pulmões respiravam
como se não houvesse oxigênio suficiente no mundo. Os olhos do cara se alargaram ao me ver. Ele
não achava que alguém fosse aparecer. Ele pensou que a escuridão do local onde eles estavam seria
suficiente para manter esse crime oculto dos outros.
Mas ele havia cometido um erro. Eu teria visto esta linda e deslumbrante garota a muitos
quilômetros de distância. Os olhos dela me encarando, eu podia dizer que ela havia pensado que
estava completamente sozinha com ele. E eu tinha que ser honesto, salvar uma mulher de um homem
era algo que eu não tinha pensado que iria acontecer esta noite.
Pensei que esta sexta-feira seria muito mais comum do que costumava ser.
— Que diabos você pensa que está fazendo? — ele perguntou, bufando —Isto não tem nada a
ver com você.
— Geralmente eu não ignoro pedidos de ajuda, e você está ameaçando-a com uma faca. Isto não
é algo que eu possa ignorar.
— Tanto faz, cara — ele latiu, cuspindo no chão do estacionamento. — Saia daqui antes que
você acabe se machucando. A última coisa que eu quero é a polícia atrás de mim por sua causa.
— Bem, eles vão estar atrás de você de uma maneira ou de outra. Você acha que eles vão ignorá-
lo usando esta faca contra uma mulher inocente como ela?
Ele riu.
— Você não sabe de nada. Shanice? Inocente? Não me faça rir.
Meus olhos se atreveram a ela. Então o nome dela era Shanice, hein? Eu me lembraria disso.
Ela parecia ainda mais deslumbrante de perto, com curvas que me faziam sentir como se
estivesse passando minhas mãos sobre seu corpo. O fato de eu ter que aturar esse cara neste
momento, me achando incapaz de ter uma conversa em particular com ela, fazia meu sangue ferver.

Continue AQUI
Você também pode ler o 2º livro aqui:

Presa ao Mafioso: Romance de Casamento Arranjado


SÉRIE CLUBE DA MÁFIA E MAIS
CLUBE DA MÁFIA

1. Não Tenha Medo: Um Romance Mafioso


2. Doces Palavras: Um Romance Mafioso Bratva
3. Propriedade do Mafioso: Um Romance de Casamento Arranjado
4. Roubada pelo Mafioso: Um Romance de Casamento Arranjado
5. Enganada pelo Mafioso: Um Romance de Casamento Arranjado
6. Feitiço do Mafioso: A Virgem Cobiçada pelo Viúvo

Ou se preferir, toda a série Clube da Máfia também se encontra nessas duas coletâneas.

1. Entregada ao Mafioso: Romances de Casamento Arranjado


2. Desejos do Mafioso: As Virgens da Máfia

BBW E ALPHA MALE

1. Sempre Minha: Um Romance Macho Alfa

LIVROS EM INGLÊS

1. Beg Me: An Arranged Marriage Dark Mafia Romance


2. Used by the Mafia Boss: A Dark Mafia Romance
3. Bait Me: A Dark Mafia Romance Bundle
4. Mafia Vassal: A Dark Italian Mafia Romance Bundle
5. Don't Cry: A Secret Baby Dark Mafia Romance
6. Seizing her Heart: A Bratva Mafia Romance Collection
7. Conquering my Queen: A Dark Mafia Romance Bundle
8. Challenging Destiny: An Arranged Marriage Dark Mafia Romance
9. Chaining my Queen: A Secret Baby Dark Mafia Romance
10. Hell is Crying: A Secret Baby Mafia Romance
11. Beyond Forgiving: A Dark Mafia Captive Romance
12. Chosen to be Mine: A Dark Arranged Marriage Mafia Romance
13. Subduing my Queen: An Arranged Marriage Dark Mafia Romance
SOBRE JOLIE DAMMAN
Jolie Damman tem apenas uma obsessão: escrever mais e mais livros sobre mafiosos. Ao
encontrar sua paixão com bilionários obsessivos, sheiks, máfia russa e italiana, ela escreve todos os
dias. Seus livros são repletos de cenas picantes e ela prefere escrever romances dark a qualquer
outro.
Se você está buscando homens com excesso de confiança dominando virgens, você vai encontrar
isso aqui. Se está querendo se deitar em sua cama enquanto mergulha em uma história com um CEO
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