Você está na página 1de 123

MEU CEO SEXY

Série Profissões - Livro 1

Bruna A. Tomaz
Direitos autorais © 2020 Bruna Alves Tomaz

Todos os direitos reservados

Os personagens e eventos retratados neste livro são fictícios. Qualquer semelhança com pessoas reais,
vivas ou falecidas, é coincidência e não é intencional por parte do autor.

Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou armazenada em um sistema de recuperação, ou
transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia, gravação ou
outro, sem a permissão expressa por escrito da editora.

Registrada e Patenteada no Registro de Obras.

Design da capa por: Kenia (Drak).


Revisão: Rita S. Pires.

Impresso no Brasil
ÍNDICE

Página do título
Direitos autorais
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Epílogo
Agradecimentos
Sobre o autor
PRÓLOGO
Brooke F. Nielsen

Com os enormes saltos, que sou praticamente obrigada a usar, tento correr
o menos ridículo possível para conseguir entrar no táxi, que por algum
milagre divino parou no meu primeiro aceno. E digamos que realmente é um
milagre achar um carro vazio às cinco da tarde no meio de um temporal como
esse.
Como se fosse para provar meu ponto de vista, um trovão extremamente
alto retumba no céu com nuvens escuras, deixando o dia acinzentado e mais
escuro que o normal. Maldito dia para resolver fazer uma surpresa ao meu
noivo.
Billy, conhecido e chamado carinhosamente pelos parentes e amigos como
Bil me conheceu na faculdade, não estudamos juntos, o que foi uma
verdadeira benção, porque a coisa que menos ia fazer durante as aulas era
estudar ou dedicar a minha atenção as matérias. Ele estava ali para participar
de uma feira de empreendimento.
Não me leve a mal, só imagine comigo, ok? Um homem medindo cerca de
um e oitenta de altura, a pele clara e macia, o corpo magro daqueles que um
terno fica mais do que perfeito, o pomo de adão proeminente fazendo com
que meus olhos se fixassem ali sempre que ele engolia, o cabelo bem cortado
na cor loiro escuro ou castanho claro, ainda não consegui me decidir sobre
isso, mas que acompanha perfeitamente o tom de seus olhos e para terminar,
sabe muito bem usar o equipamento que tem entre as pernas. Não é o maior e
nem o pinto mais bonito do mundo, mas é eficiente e sabe me deixar
completamente maluca.

Olho para o retrovisor encontrando os olhos azuis do senhor simpático e


sorrio envergonhada por perceber que acabei de soltar um gemido
completamente malicioso.
— Senhorita, eu adoraria ler mentes, mas infelizmente Deus não me deu
este poder, então poderia me dizer para onde estamos indo? — Seus olhos
enrugados pela idade dão uma leve abaixada.
Ok, não tão simpático assim.
— Desculpe-me, senhor. — Limpo a garganta. — Upper East Side, 12
East 80th Street, por favor. — Sorrio amarelo ao colocar minha bolsa na
frente da minha blusa molhada e completamente transparente.
Nem acredito que consegui terminar de analisar a enorme pilha de papel
que meu querido chefe resolveu me passar, não que seja o meu trabalho,
afinal sou secretária de sua irmã e não dele, mas como o senhor arrogante
mesmo falou: “Aqui não tem essa de funcionário servir apenas a um de nós,
se quiserem continuar com o emprego de vocês, devem aceitar tanto as
ordens da senhora Leona, como as minhas.”
Reviro os olhos exasperada e me encosto no banco do carro, suspirando
alto tanto pela minha indignação e cansaço com o trabalho quanto pelos
olhares safados e indiscretos do motorista.
— A senhorita se importa se eu colocar uma música? — Seus olhos voltam
a descer para os meus seios e me controlo para não mostrar o dedo médio
para esse senhor sem educação.
— Contanto que pare de olhar para os meus peitos, você com certeza pode
colocar uma música! — Falo cínica e bufo ao ver seus olhos com falsa
surpresa.
A vá se catar, agora vai dizer que não estava olhando?
Sinto a vibração do meu celular e o pego rapidamente, torcendo
mentalmente para que seja meu futuro marido, meu Billy. — Suspiro. — Eu
realmente estou com saudades, o homem não parou de trabalhar durante este
último mês e não posso reclamar, já que é o dono de uma rede de
supermercados e precisa supervisionar todo o trabalho para que continue
prosperando.
“Estou com saudades, querida!”
“Vejo você mais tarde?”
“Estarei te esperando meu amor, eu te amo!”
Leio suas mensagens com um sorriso brotando em meus lábios.
Normalmente nas sextas-feiras costumo trabalhar até mais tarde, porque meus
chefes precisam de suas agendas completamente fechadas para a próxima
semana, ou aparecem viagens mirabolantes de última hora em que preciso me
virar do avesso para achar um hotel, passagens e mais regalias que os dois
adoram e julgam indispensáveis.
— Chegamos. — Ouço a voz do motorista e sorrio ao olhar o prédio onde
moro com Bil, que claramente custou meu rim esquerdo, mas economizei
durante toda a minha vida e consegui arcar com metade do valor, assim como
Bil irá pagar a outra metade, porém com muito mais facilidade que eu.
Sorrio pensando na expressão de surpresa, que irá se desenhar no rosto
bonito do meu companheiro, ao me ver atravessar a porta do apartamento
horas mais cedo do que o de costume. Sinto meu ventre se aquecer com um
simples pensamento em vê-lo.
É algo como uma necessidade, como se meu corpo dissesse: preciso disso!
Deixo o dinheiro com o motorista e saio correndo do táxi evitando me
molhar ainda mais, o que não adianta muito, já que não tem como ficar mais
molhada que isso. Atravesso o hall de entrada, depois de cumprimentar o
simpático porteiro do prédio, e corro em direção ao elevador. Adentrando a
caixa metálica e apertada desse prédio, aperto o último andar e enfio minha
mão dentro da bolsa para achar a chave da porta.
Como se fosse mais um milagre, assim que as portas do elevador se abrem,
consigo achá-la, o que normalmente demora anos para acontecer. Rodando-a
em meu dedo indicador pelo chaveiro, ando a passos largos pela ansiedade de
encontrar-me com Billy e encaro a enorme porta de madeira.
— Billy, Billy ... Você não perde por esperar! — Sussurro para mim
mesma e abro a porta com cuidado.
Mas, não poderia estar mais enganada, eu quem não perdia por esperar
pela imagem diante dos meus olhos, um misto de sentimentos passa em alta
velocidade pelo meu corpo.
Raiva, desprezo, nojo, tristeza, decepção. É como se alguém estivesse com
a mão dentro do meu peito, apertando meu coração, impedindo-o de bater
normalmente e com a outra segurando meu pescoço para não me deixar
respirar.
Olho para as costas definidas do homem que iria jurar amar na frente de
todos os nossos amigos e familiares. Do homem que passei os dias mais
felizes da minha vida. A bunda musculosa dele contraindo a cada estocada na
vagabunda debaixo do seu corpo.
— Gostosa pra caralho! — Seu som gutural quase me fez vomitar, mas me
segurei, não iria perder o meu precioso café que agora parece lava quente em
meu estômago.
Estagnada eu continuo ali, vendo seu pênis entrando e saindo da boceta
alheia. As lágrimas começam a apontar no canto dos meus olhos, mas me
recuso a chorar agora, me recuso a dar o gostinho para esse filho da puta
desgraçado.
Como ele pôde fazer isso comigo? Há quanto tempo tenho um par de
chifres em minha cabeça? Eu sou mesmo uma idiota em confiar que todas as
viagens que ele fazia eram apenas para trabalho ou que quando ficava até
tarde no escritório eram reuniões com seus diretores. O caralho que era! Ele
estava enfiando seu pau torto em outras mulheres.
Respiro fundo tentando definir o que fazer, mas antes que eu possa pensar
melhor e ter uma ideia simples como sair e fechar a porta para sumir de vez
da sua vida, ouço a voz da vagabunda, reconheço imediatamente.
— Ah, Bil ... — Geme ofegante. — Me come com força, do jeito que você
não faz com a minha irmã.
Sim, vocês entenderam muito bem; aquela boceta alheia debaixo do filho
da puta do meu ex-noivo é da minha irmã! A mulher que considerei minha
família, sangue do meu sangue.
Aproximei-me dos dois com os pés batendo no chão como se pesasse
toneladas e mesmo com meus saltos martelando o piso, os dois não
perceberam minha presença. Mas é claro que não perceberiam, os gemidos
são tão altos que eu poderia ter batido a porta com força que não escutariam.
Empurrei Billy com todas as minhas forças para o lado, ele caiu no chão
com o pau batendo continência na barriga, doido para gozar e provavelmente
insatisfeito por ter sido interrompido, seus olhos arregalados e dilatados me
encaram com surpresa.
— Amor? — Disse ofegante e suado, tentando esconder o pinto com a
mão.
Solto uma gargalhada sarcástica e maligna ao mesmo tempo, mas minha
vontade era de sentar e chorar, ou melhor, minha vontade era ir até a cozinha,
pegar uma faca de cozinha, cortar seu pau e fazer a vagabunda da minha irmã
comê-lo cru!
— Brooke? Desc... — A voz ofegante e arrastada da minha irmã soou
como uma faca em meu peito, mas a calei com um tapa estralado e forte. Que
fez meus dedos começarem a tomar forma em sua bochecha já vermelha pelo
esforço.
É típico dela fazer merda com a atitude pensada e depois quando é pega no
flagra pedir desculpa, sendo que nem se sentir culpada a vagabunda se sente.
Isso deve ser doença.
— Desculpa? Vai me pedir desculpa, vagabunda? — Segurei seus cabelos
pela nuca e puxei com força a fazendo levantar com um grasnado de dor
saindo por seus lábios inchados pelos beijos trocados com o idiota que ainda
se mantém em choque colocando a mão em frente ao seu membro.
Chorosa e ofegante a desgraçada solta um grito estrangulado quando puxo
ainda mais seu cabelo, as pernas fracas pelo sexo de alguns segundos atrás a
deixa cambaleante, mas nada irá fazer a raiva dentro de mim se acalmar, nem
se ela chorar sangue na minha frente eu sou capaz de ter compaixão por ela.
Cruel? Sim, mas foda-se.
— Amor, foi um deslize. — Foi a voz do traíra filho da puta, dessa vez. —
Vamos conversar!
Ignorei-o, levando a vagabunda pelada até a porta e a jogando no chão do
corredor sem roupa alguma, apenas com as lágrimas de crocodilo escorrendo
por sua bochecha, ouço o barulho de sua pele húmida em atrito com o
mármore do chão, desejando internamente que tenha alguma fissura para
poder causar a ela um pouco de dor.
— Você não pode me deixar aqui sem roupa! — Disse se apoiando nas
mãos para se levantar.
Minhas lágrimas que antes estavam contidas começaram a cair em minha
bochecha, mas eu as limpo com rapidez e força. Fui traída, pior, fui
duplamente traída e eles não merecem sequer uma lágrima minha. Sinto uma
mão fechar em meu braço e viro rapidamente com a mão livre acertando em
cheio o rosto do traidor comedor da irmã alheia.
Empurro-o para fora do apartamento que fiz a bobagem de comprar com
ele e fecho a porta, girando a chave uma, duas, três vezes para trancá-la.
Como imaginado, Billy começa a esmurrar e gritar para que eu a abra,
dizendo que não posso deixá-los pelados lá fora, que eu preciso entender que
ele tem necessidades e por isso estava com Elle, mas simplesmente parei de
ouvir. Conseguia escutar apenas a voz na minha cabeça me chamando de
burra, idiota e corna.
Deslizei pela parede abraçando meu corpo, deixando as lágrimas que antes
estavam tímidas, descerem como uma cachoeira pelo meu rosto, me
permitindo sofrer hoje, porque amanhã seria o começo de uma nova vida, que
com certeza não terá os dois traidores.
— Abre a porta amor, não podemos ficar aqui pelados. — Sua voz tinha
um toque suave de medo e eu apenas não respondi, deixei que os dois se
virassem.
Meu coração estava machucado demais para ter compaixão por dois
traidores. Levantei do chão cambaleando, ainda chocada e destruída pelo que
acabou de acontecer, encaro a cama onde dividia com Billy e ainda mais
lágrimas escorrem por meu rosto. E então, vou ao banheiro.
Tomar banho deve me ajudar a acalmar meu corpo trêmulo e com isso
poderei pensar no que fazer, mas de uma coisa eu tenho certeza, vou procurar
um lugar para morar, de preferência bem longe daqui, começar a viver a
minha vida e reorganizar tudo dentro de mim, inclusive passar uma cola em
meu coração!
CAPÍTULO 1
Jonathan B. Gilbert
Dois anos depois.

— Você sabe qual é a secretária que minha mãe vai designar para mim? —
Pergunto com o copo de whisky encostado na boca e vejo meu amigo,
Donavan dar de ombros com a pior expressão “de não sei” no rosto.
Fazia um tempo que estava evitando voltar ao Canadá, para assumir meu
posto de CEO de uma das empresas que meu pai com toda sua imensa glória
criou, mas agora não há mais escapatórias, fui convocado e devo assumir
meu lugar de direito. Não que isso me incomode, afinal passei por diversas
empresas antes de aceitar o pedido para começar a assumir o meu papel de
herdeiro e controlar a nossa por um motivo. Aprendi com os melhores a gerir
e com todo o aprendizado de anos trabalhando em empresas extremamente
competentes serei capaz de alavancar o império da família. Aliás, pelo que
soube de Don, a Bert B não está nada bem em questão de administração, o
CEO que ficou encarregado de cuidar da empresa até eu assumir não se
empenhou muito em conduzir o negócio e o prosperar , confesso que isso me
deixou um tanto irritado.
— Não sei nada cara, mas segura seu pau nas calças. — Sorriu cafajeste.
— Aquela empresa tem muita mulher gostosa, com certeza a sua vai ser, mas
você sabe muito bem que sua mãe arranca suas bolas se perturbar alguma
delas.
Não podemos discordar, a última vez que estive na Bert B foi há seis
meses atrás, vim para uma confraternização, para conhecer um pouco o
ambiente e também os funcionários, devo dizer que esse último não me
desagradou nenhum pouco, as mulheres são de variadas perfeições. — Bebo
um gole do líquido âmbar em meu copo. — Uma pena que minha velha fica
no meu pé, dizendo que não me quer assediando as funcionárias.
— Aliás, você não vai pedir Adele em casamento? — Sorrio vendo seu
semblante fechar.
— Vai se foder, Jon! — Bebe o líquido de seu copo de uma vez. — Já
disse que com Adele é apenas sexo gostoso.
Sorrio passando os olhos pelo local, passei minha infância e adolescência
aqui no Canadá. Esse pub em que estamos era um dos pontos que usávamos
para encontrar as meninas na época e não posso deixar de reparar no quanto o
lugar mudou. O que antes era um lugar caótico onde o dono sempre estava
tão bêbado que nem se importava em vender bebidas para um adolescente,
virou um pub quase luxuoso, com seguranças olhando identidades e tudo
mais.

— Engraçado que eu não posso pegar ninguém da empresa, mas você


pode? — Indago com uma sobrancelha erguida, mas antes que ele me
responda uma mulher linda, com o cabelo loiro e ondulado batendo até a
metade das costas passa pela mesa com os olhos verdes atentos em busca de
alguém. — Mas que deusa é esta?
O que era para ser ouvido apenas por Donavan fez a mulher se virar, e meu
pau bateu continência na hora, como se ele estivesse pronto para servi-la das
melhores e piores maneiras possíveis. Umedeci os lábios e sorri para a loira
maravilhosa em minha frente.
— Deusa? — Seus olhos verdes soltaram faíscas.
Quente! Eu gosto de mulheres quentes, elas são as melhores na cama. Don
ri alto e encara a mulher que por sua vez não desvia seus olhos astutos dos
meus.
— Brooke? — Meu amigo diz chamando minha atenção, mas não por
muito tempo.
Assim como meu pau, meus olhos apontam em sua direção e sem pudor ou
vergonha nenhuma deixo-os passarem por suas curvas e depois de
inspecionar aquele corpo maravilhoso, fito seus seios, que pelo fino tecido de
seu vestido, deixa perceptível que estão acesos.
Agora, a dúvida que não quer calar, ficaram assim por minha atenção ou
ela está com frio? Que se foda! Prefiro pensar que foi a primeira opção e
então eu poderei dar a atenção que eles estão me pedindo.
— Oi, senhor Miller. — Cumprimentou Don com uma suavidade em seu
rosto e não voltou a me encarar.
Mas de jeito nenhum, linda!
— Brooke. — Digo saboreando o nome em minha boca, como se fosse um
doce. — Sente-se conosco, linda!
Seu olhar voltou a me dar atenção e meu pau pulsante contra a calça que o
diga o quanto gostou daquele fogo ali dentro.
— Não, obrigada! — Disse e se virou para Don. — Tchau.
Virou e saiu rebolando os quadris, como se dissesse “olha aqui como sou
gostosa” e meu pau respondeu quase gritando que é gostosa pra caralho!
Continuo acompanhando-a com o olhar discretamente, até que se encontra
com uma morena, também muito bonita, mas meus olhos se recusam a deixar
aquela pele sedosa, os seios pequenos, porém firmes, a bunda durinha e
proporcional ao corpo deliciosamente esculpido.
— Quem é?
Don olha para mim achando graça de alguma coisa que não consegui
entender.
— Uma das secretárias da sua mãe. — Riu. — Eu disse que elas são
gostosas.
Olho novamente para a loira e sorrio ao vê-la desviar o olhar rapidamente,
tentando disfarçar que estava com os olhos em mim, me observando.
Mantenho meu olhar nela, por algum motivo, querendo gravar seu sorriso ao
falar alguma coisa com a amiga, seu revirar de olhos quando algum homem
fala ao seu ouvido e segui assim por um bom tempo, observando suas
expressões enquanto meu amigo me contava sobre uma viagem que precisa
fazer, mas minha atenção está completamente voltada à loira que agora
conversa e ri de uma maneira mais solta com o grupo de mulheres.
Isso tudo está me excitando pra caralho.
— Vou indo, amanhã preciso estar em uma reunião para receber o brocha
do novo chefe. — Don diz sarcástico, toma o restante de sua bebida e levanta
com o capacete de sua moto pendurado no braço. — Você não vai embora,
brocha?
Ri, sem me importar em retrucar apenas acenei para ele ir embora logo,
ouço seu tchau e me levanto, caminhando diretamente para a loira, que está
encostada no bar. Os cotovelos em cima do balcão e o corpo balançando
suavemente no ritmo da música.
— Oi. — Sussurro perto do seu ouvido. Imediatamente a sinto pular e
estremecer.
Apoio um cotovelo no balcão ao seu lado e me mantenho encostado ali,
encarando aqueles lábios tingidos de vermelho, o nariz arrebitado e fino, e as
bochechas em um tom adorável de rosa.
— O que quer? — Pergunta com o olhar caindo em meus lábios e depois
sobe para os meus olhos, mantendo-os ali.
Aproximo-me mais um pouco, deixando nossos rostos a poucos
centímetros de distância, controlando a vontade de puxá-la com força,
levando-a para qualquer lugar próximo que possamos foder gostoso.
— Tem certeza que quer saber o que quero? — Sussurro levando os lábios
perto de sua orelha e puxo o lóbulo com meus dentes.
O corpo delicioso dessa mulher chega mais próximo do meu, suas mãos
apoiam em meu peito como se tivesse perdido o equilíbrio e eu fosse a única
coisa que a segurasse. Passo um braço em volta da sua cintura e grudo ainda
mais seu corpo ao meu, deixando-a sentir minha ereção monstruosa que
clama por tê-la.
— Eu quero sexo. — Diz de supetão, por um segundo me deixando em
choque e então solto uma gargalhada divertida. — Bruto, duro, gostoso! —
Ofega ao deixar sua mão passeando por meu peitoral. — Você consegue me
dar isso?
Ah, não precisa perguntar duas vezes, linda. Vou comer você com toda
certeza.
Com a mão livre, agarro a base de seus cabelos sedosos e grudo minha
boca na dela em um beijo lânguido. Nossas línguas se encontrando
fervorosamente, conhecendo o sabor uma da outra e devo dizer que é o meu
novo sabor preferido, morango misturado com o sabor deliciosamente
viciante dela. Sem conseguir se conter, Brooke solta um gemido que eu
engulo pela ânsia de aprofundar ainda mais nosso beijo.
— Banheiro? — Sussurro entre seus lábios e sorrio ao vê-la acenar. — Vá,
me espera lá!
Afastei com os olhos nublados pelo desejo e fitei sua boca inchada e o
batom borrado, seus calcanhares giraram no chão e antes que ela pudesse
afastar dei um tapa em sua bunda, fazendo-a dar um pulo pelo susto, mas o
risinho em seguida foi a resposta de que gostou.
Fica tranquila, loira, terá mais desses.
Pago a conta pelo que eu e Don consumimos e também a das meninas,
deixando um limite para que elas possam consumir mais sem ter que gastar
dinheiro. Assim que está tudo resolvido me dirijo ao banheiro e entro,
encontrando aquela mulher deliciosa, sentada em cima do mármore da pia,
encarando a porta como se estivesse ansiosa para que eu passasse por ela.
— Esperou muito, linda? — Aproximei-me ficando entre suas pernas.
Sem dar chance que aquela boca deliciosa pudesse fazer algo além de me
beijar, junto nossos lábios, deixando minhas mãos passearem pela lateral do
seu corpo e puxando-o mais para mim, sentindo sua pele sedosa e quente me
atiçando de maneiras inimagináveis. Suspendi o vestido, deixando-o enrolado
em sua fina cintura e fitei a calcinha de renda vermelha.
Puta que pariu, que mulher é essa?
Coloquei minha mão ali, sentindo-a úmida e sorri maliciosamente,
afastando um pouco e fitando seus olhos escurecidos e em chamas pelo tesão.
— Quero ver seus peitos, querida. — Sussurrei com desejo.
Imediatamente suas mãos desceram as alças do vestido, deixando aquela
maravilha apontada para mim e como não sou um cara que faz desfeita, caio
de boca ali, chupando, mordendo, lambendo e brincando com os mamilos
rosados e deliciosamente resetados para o meu prazer.
— Puta que pariu. — Gemeu, arqueando mais contra minha boca.
Sorri mordendo seu mamilo e adentrando sua calcinha com minha mão,
encontrando-a completamente encharcada, o que já era de se esperar de
acordo com o quanto passou para o fino tecido de sua pequena calcinha.
— Está molhadinha para mim, loira? — Sem esperar uma resposta, sugo
seu seio com força para dentro da minha boca, ouvindo seu gemido sair mais
grave. — Gostosa.
Encontro seu pontinho inchado e pedinte com a ponta dos dedos e circulo
preguiçosamente, fazendo-a dar um salto pequeno por causa da sensibilidade,
chupo seu outro seio com a mesma força que utilizei no anterior e seus dedos
se enfiam em meu cabelo, pressionando minha boca ainda mais naquela
maravilha.
— Merda. — Sussurra ondulando deliciosamente o quadril.
Penetro dois dedos em sua boceta lubrificada, enquanto com o polegar,
acaricio seu clitóris inchado com a velocidade certa. Afasto a mão quando a
sinto tremer contra ela e sorrio vendo sua expressão de indignada.
— O que es... — Puxo-a da pia, calando e colocando-a contra a parede.
Os seios deliciosos pressionados contra a parede gelada dão a ela ainda mais
arrepios, aliso sua bunda redonda e empinada antes de dar um tapa forte e em
seguida esfregar o lugar, a fazendo arfar e pedir por mais.
— Você terá mais. — Sussurro dando um tapa na outra banda e repetindo
o processo de esfregar a mão ali.
Deslizo minha mão para o meio de suas pernas e volto a acariciá-la,
lambuzando sua boceta com seu próprio fluído, dou leves beijos em seus
ombros intercalando com mordidas e chupadas leves em sua pele deliciosa.
— Primeiro você vai gozar, depois vou meter tão forte em você que nós
dois veremos estrelas. — Sussurro contra sua pele, aumentando a velocidade
dos meus dedos no paraíso.
Seus gemidos ficam mais altos à medida que o corpo vai cedendo ao
prazer. As pernas fracas me dizem que ela está muito perto e que precisarei
segurá-la, o que faço imediatamente. Envolvo sua cintura com o braço livre e
pressiono mais ainda meus dedos contra seu clítoris, fazendo círculos
pequenos e rápidos.
— Goza pra mim Brooke. — Sussurrei ao seu ouvido e sabia que ela não
ia durar muito mais tempo.
Dito e feito, mais algumas pressionadas contra seu delicioso e pulsante
clítoris e a loira se desmanchou em um grito rouco, e caralho, quase gozei
dando prazer a essa mulher.
— Você tem as mãos mágicas. — Sussurra ofegante, tentando manter-se
de pé.
— Não são só as mãos, querida! — Sussurro beijando sua pele com uma
fina camada de suor e ela se vira, capturando minha boca em um beijo
sensual, um beijo que inspira a sexo gostoso.
Sinto suas mãos esfregarem contra a calça jeans e me permito fechar os
olhos, soltando um gemido grave por sentir que serei aliviado por uma
mulher deliciosa. Apoio minhas mãos na parede aproveitando o toque das
suas em meu pau, e mesmo por cima do tecido, é bom pra caralho.
Mas antes que ela pudesse abrir minha calça e me dar algum alívio, a porta
do banheiro se abre e duas mulheres entram rindo, ainda sem perceber nossa
presença. Brooke ajeita seu vestido em um rompante e então os olhos
questionadores das duas intrometidas se pousaram em nós dois.
— Esse é o banheiro feminino, saia! — Disse uma baixinha, com as mãos
formadas em punhos.
Ergui as duas mãos em sinal de rendição e desviei o olhar para a magnífica
loira que sorriu com as bochechas ainda mais vermelhas e me deu um beijo
rápido nos lábios, como se estivesse se despedindo.
— Vamos para um hotel? — Perguntei olhando em seus olhos e para a
minha surpresa a vi hesitar, mas logo acenou positivamente.
— Agora me espera lá fora, preciso me limpar. — Disse com ar de
inocência enquanto a baixinha jogava indiretas sobre eu sair do banheiro a
base dos chutes, como se ela conseguisse alcançar a minha bunda.
Saio dali excitado em níveis catastróficos e fico encostado na parede,
esperando aquele espetáculo de mulher sair pela porta. Antes que eu deixe
minha mente vagar no que poderei fazer com aquele corpo, meu celular
começa a vibrar contra o bolso da calça e suspiro pegando e atendendo.
— Oi, Gabe. — Esfrego a mão no rosto.
— Cara, sua sobrinha vai nascer AGORA. — Gritou eufórico.
Gabriel é meu irmão mais velho, dois anos para ser mais exato, se casou a
pouco mais de dois anos e agora estão esperando minha linda sobrinha, Mel.
Pena que tinha que ser nesta exata hora, infelizmente perderei uma foda épica
com a gostosa Brooke.
— Estou indo cara. — Desencosto do balcão indo em direção ao garçom,
pedindo-o que avise à mesa das garotas que precisava ir embora, mas que
está tudo pago e escrevo em um guardanapo um pequeno bilhete para
entregarem à Brooke.
Foi um prazer ouvi-la gemer e presenciar o seu corpo entregue ao orgasmo
avassalador que a deixou com as pernas bambas.
Ainda posso sentir seu cheiro em meus dedos.
É uma pena não poder ficar e acabar com todas as suas forças e energias em
cima de uma cama, sofá, mesa ... ou qualquer superfície que poderíamos
foder.
Quem sabe um dia terminamos o que vamos deixar inacabado no momento?
Vejo você por aí, loira.
PS: Sua bunda é espetacular.
CAPÍTULO 2
Brooke F. Nielsen

Atravesso a recepção da empresa cumprimentando algumas das meninas


atrás do enorme balcão em mármore. E encaro Sallen, que anda
despreocupadamente ao meu lado, como se ela não tivesse me dito a
pouquíssimo tempo que o homem que me deu o melhor orgasmo usando
apenas os dedos e foi embora me deixando um bilhete, seria nada mais, nada
menos que meu mais novo chefe. Isso mesmo, fui designada a trabalhar com
aquele homem deliciosamente esculpido em um conjunto de músculos
revestidos naquela pele dourada e quente. Deus, como aquele homem era
quente!
Limpo a garganta ao entrar no elevador.
— Não acredito que me deixou ir para o banheiro com meu chefe, Sal. —
Acuso indignada ao ajeitar meu cabelo, que por obra do demônio, fica caindo
em meus olhos.
Ela ri divertida com meu sofrimento.
— Eu nem sabia que estava lá com aquele pedaço de mal caminho, até o
garçom vir dizer que ele havia pagado a nossa conta e deixado um recado
para você. — Se defende ao suspirar. — E não foi nada doloroso para você,
aquele homem é delicioso.
Reviro os olhos para ela não desconfiar de que lembrar dele me deixa
completamente fora de mim, como se eu fosse uma viciada em sexo. Talvez
seja a hora de procurar um psicólogo ou psiquiatra.
— E a traíra? — Seus olhos questionadores encaram os meus. — Voltou a
te ligar?
Suspiro irritada com o rumo do assunto, não com minha amiga, mas com a
tal pessoa que não nos dignamos a dizer o nome em voz alta, minha irmã.
Elle conseguiu meu número com nossos pais e agora se mantém presente em
minha caixa de mensagens, perguntando quando vou perdoá-la, dizendo que
foi enganada e humilhada e agora não tem mais meu ex-noivo e nem a
irmãzinha querida dela.
Sabe, a minha vontade é de viajar para NY e dar uma surra naquela
vagabunda por ser tão escrota e dissimulada. Já se passaram dois anos desde
o ocorrido, em que deixei os dois pelados para fora do apartamento e eu não
consigo perdoar, nem ela e muito menos ele.
— Com certeza, assim que saí da cama ela já estava falando que tinha
saudades. — Reviro os olhos saindo do elevador. — Saudades de roubar as
coisas que eu conquisto.
— Eu não consigo entender porque ela te apunhalou pelas costas dessa
forma, se tivesse me falado que foi chifrada por seu ex com qualquer uma eu
iria dar de ombros e falar que os homens são idiotas, mas sua irmã? — Sua
voz fica um tom mais alto, mostrando toda sua indignação. — Eu fico sem
saber até como a xingar, parece que ainda não inventaram uma forma de
expressar o que ela é.
Sorrio solidária, também me sinto desta maneira, não consigo colocar em
palavras o quanto fiquei magoada e machucada com as atitudes da pessoa que
se dizia estar ao meu lado até o fim da vida.
— Parece que minha sala é essa. — Suspiro encarando a enorme porta. —
Vejo você no almoço?
— Pode apostar que sim! — Joga um beijo para o ar e sai batendo seus
saltos pelo chão.
Abro a porta e assim como todas as salas de secretárias, serve de caminho
para a sala do meu chefe, o homem que me levou ao céu ontem e nem sequer
esperou que eu pudesse retribuir o favor, simplesmente foi embora. Talvez
tivesse um compromisso ou não gosta de orgasmos.
Se a segunda opção for o caso ele não sabe o que está perdendo.
Mas pensando bem não faz sentido ele não gostar de orgasmos deixando
aquele bilhete para mim. Está decidido, a resposta é que ele tinha um
compromisso.
Ou não queria que EU fosse a pessoa a leva-lo ao paraíso. Uma voz
demoníaca em meu cérebro diz me provocando.
Minutos depois, já estou sentada em frente ao meu computador,
organizando toda a agenda do senhor Gilbert e me pego lembrando de suas
mãos grandes e possessivas em meu corpo, a boca deixando rastro de beijos
por minha pele. Se eu fechar os olhos e imaginar consigo sentir o gosto do
whisky e de sua língua atacando a minha sensualmente.
— Oh ... — Ouço um gemido e imediatamente endireito as costas, como se
estivesse me repreendendo por deixar meu murmúrio sair alto, mas percebo
que esse gemido não saiu da minha boca, está rouco e grave demais para a
minha própria voz.
— Chupa mais forte, delicia.
Definitivamente não fui eu quem soltou esse gemido de voz rouca.
Levanto da cadeira caminhando seguramente até a porta do meu chefe, eu
deveria me estancar no lugar e esperar que ele terminasse de fazer o que está
fazendo, mas pode não ser ele e sim algum funcionário engraçadinho
entrando na sala que ninguém ocupava até ontem para fazer suas
“necessidades”.
Aqui poderia ser usado de “motel” por outros funcionários? E agora
desavisados estão transando na sala do meu chefe?
Balanço a cabeça negativamente para liberar meus pensamentos e abro a
porta afim de acabar com aquela palhaçada e dar uma bronca gigantesca nos
responsáveis, mas como tudo na minha vida não é fácil, me deparo com os
olhos negros do homem que me fez subir pelas paredes ontem. A mão direita
encaixada em cabelos negros fazendo a cabeça da mulher subir e descer no
meio de suas pernas.
Sem reação alguma eu me mantenho ali, estagnada na porta encarando
aqueles olhos escuros como a noite, tão hipnóticos que me fazem tremer pela
inspeção em meu corpo. Seus lábios volumosos me presenteiam com um
sorriso sexy enquanto a mulher chupando seu pau grunhe por provavelmente
estar quase engasgando com seu membro.
Não tive a oportunidade de vê-lo ontem, mas pelo que pude sentir é
grande, majestoso, imponente, assim como tudo que emana deste homem que
está me encarando enquanto outra o chupa.
Acorda Brooke.
— Quer se juntar a nós, querida? — Sua voz rouca e sexy me atinge em
cheio e consigo engolir em seco voltando à realidade.
A mulher, que até então estava tão entretida com o brinquedo novo em sua
boca, percebe que não estão mais sozinhos e vira me olhando de cima abaixo
em reconhecimento.
Claro que seria Ivy, a mulher que está se beneficiando do novo chefe, a
mulher já deu para todos os homens desta empresa e eu devo parabenizá-la
por conseguir manter a paz aqui dentro, afinal se cada dia ela está com um,
isso poderia causar confusão.
Fecho a porta com força e caminho trêmula até minha cadeira, tentando
tirar aquela imagem da minha mente, assim como a sensação de uma leve
inveja por querer estar no lugar dela, afinal era para eu estar fazendo aquilo,
porém ontem.
Argh, que brincadeira é essa?
Encaro a tela do computador a minha frente, respirando fundo algumas
vezes para tirar essa onda de sexo da minha mente e conseguir me concentrar
em trabalhar e como se fosse um presente do destino pedindo desculpa, o
telefone na minha mesa toca.
— Brooke Nielsen, sala do senhor Jonathan Gilbert. — Consigo controlar
minha voz trêmula.
— Bom dia senhorita Nielsen, aqui é Mary do escritório do senhor Ryder,
precisamos marcar uma reunião com caráter urgente com o seu chefe ainda
hoje. — Diz sem tomar tempo para respirar e imediatamente abro a planilha
que havia preenchido com os afazeres de Jonathan.
— Ele tem uma hora vaga às duas e meia da tarde, posso marcar este
horário?
Aguardo-a confirmar e assim que o faz, atualizo a agenda do homem que
ainda deve estar com o pau enfiado dentro da boca da Ivy, ou em outras
partes do corpo dela. Desligo o telefone e volto a atenção no computador,
mas antes ouço a voz grossa dizer meu nome.
Dizer não, gritar.
— Senhorita Nielsen, na minha sala!
Levanto rapidamente pegando um pequeno bloco de anotações, juntamente
com uma caneta e entro no antro de perdição do meu chefe, encontrando Ivy
se vestindo com o rosto vermelho e a respiração ofegante e depois meu chefe,
com uma cara de poucos amigos olhando para algo em seu computador.
— Marcou uma reunião sem me avisar? — Rugiu e me esforcei para não
revirar os olhos. — Achei que as secretárias da minha mãe fossem eficientes,
mas pelo visto tem muito o que aprender.
Respiro fundo ignorando o acesso de raiva que sobe em meu corpo e
deixo-o falando sobre a irresponsabilidade de marcar uma reunião sem a
autorização dele. Forço-me a prestar atenção no que a sua voz me repreende,
mas vejo Ivy se levantar dar um beijo na boca do homem o calando e depois
passando por mim com um sorrisinho vitorioso em seus lábios, como se
estivesse feliz por dar prazer ao chefe e também por me ver tomar uma
bronca fodida.
Jonathan fica paralisado pela atitude da morena e fita suas costas
incrédulo, se ele não tivesse sido tão idiota ao gritar sobre marcar a reunião
eu teria gargalhado da sua expressão.
— Se o senhor não estivesse ocupado em comer uma das funcionárias
desta empresa, talvez eu pudesse conversar contigo antes de ter aceitado a
reunião. — Disse sem me preocupar com as consequências. — Precisa de
mais alguma coisa?
Encaro seus olhos pegando fogo de ódio pelo meu atrevimento e espero
pela resposta em me mandar sair da sua sala ou embora da empresa para
sempre, mas ele apenas levanta ajeitando o terno e se aproxima, me fazendo
recuar um passo para poder olhar em seu rosto e não seu peito delicioso.
— Saia. — Sussurra perto do meu ouvido.
Não esperei outro comando, girei os calcanhares e saí da sua vista,
fechando a porta atrás de mim com força.

Me jogo no sofá ao lado de Sallen para assistirmos Netflix e sorrio para ela
ao pegar da sua preciosa e proibida pipoca.
— Ei! — Franze a testa escondendo o balde. — Faça para você, essa aqui
é minha!
Reviro os olhos ao me inclinar sobre ela e encher a mão da pipoca, ignorando
seus protestos.
— Deixa de ser egoísta, é só um pouco de pipoca. — Me concentro na tela
da TV esperando que Sal escolha um filme ou série para que assistamos. —
Aliás, você acredita que o meu chefe estava comendo a Ivy hoje? Na verdade,
ela que estava o chupando.
Sal vira para mim com os olhos arregalados e um sorriso no rosto como se
me pedisse para contar mais.
— Entrei dentro da sala achando que alguém a estava usando para seu
motel particular, nem imagina minha cara quando me deparei com a cena. —
Jogo a última pipoca em minha mão dentro da boca.
— Não acredito que você flagrou o gostosão no maior boquete com a
Putivy. — Ri. — E o que aconteceu?
Reviro os olhos me lembrando do restante do dia infernal. Aquele homem
fez questão de me chamar de minuto em minuto apenas para ter o prazer de
me mandar fazer alguma coisa e depois quando eu entregasse, dizia que o
trabalho havia feito com má vontade. Deus sabe quanto me segurei para não
arrancar aquela língua dele fora, pelo menos assim eu evitaria ouvir sua voz
por um certo tempo.
— Ele ficou me olhando enquanto deixava a mulher continuar os
trabalhos. — Levanto indo em direção a cozinha. — Depois ainda me
convidou a participar, você acredita?
Minha amiga solta uma risada alta e desliga a TV, mantendo sua atenção
em mim, como se eu fosse uma atriz contracenando em seu filme favorito.
— Isso está melhor que filme pornô. — Disse comendo pipoca.
— Melhor nada, não me juntei a Ivy. — Bebo um gole gigante de água. —
E depois provavelmente o enfrentei e ele não gostou, então ficou dando
ordens só para reclamar delas quando entregasse o que foi pedido.
O que eu achei que seria uma boa, começar a trabalhar de secretária para
um dos donos da empresa, ter contato direto com pessoas importantes e
começar a moldar o meu futuro está começando a cair por terra.
— Aliás, o Will da contabilidade perguntou se tem alguma chance com
você.
Me jogo no sofá com meu celular na mão e respiro fundo. Sal, sabe muito
bem porque não quero me envolver em um relacionamento por enquanto,
ainda estou magoada e sem confiança, afinal se o cara que iria casar comigo
me traiu junto com minha irmã, quem não faria isso?
— Você sabe que Will procura uma mulher para namorar de imediato, Sal.
— Vejo o monte de notificações na tela do meu celular. — Ele é um cara
romântico e não vou ficar com ele sabendo que deseja mais do que sexo.
— Credo Brooke. — Revira os olhos. — Você sabe que não consegue
ficar sem se apaixonar também, então seria uma boa ideia namorar Will, ele é
um cara legal.
Ignoro seu comentário e rolo a barra de notificações, vendo diversas
mensagens da traíra.
“Quanto tempo mais vai ficar com raiva?”
“Por favor Brooke, você sabe que me arrependo.”
“Foi um erro, me perdoe.”
“Ligue para conversar comigo, ou me diga onde está morando no
Canadá que vou te encontrar.”
“Brooke, Bil veio visitar nossos pais. Ele está com saudade de você”
E as mensagens continuam, uma pior que a outra. Elle acha que me engana
com seu pedido de desculpa. Eu não duvido nada que ela ainda esteja
transando com o filho da puta que um dia cheguei a amar, mas minha irmã
sempre foi assim, sempre teve desejo pelo que eu conquistava. Desde
pequena quando ganhávamos uma boneca, não importa se eram iguais, Elle
queria a minha. Sei que não faz sentido, nem eu entendo direito o que se
passa em sua mente, talvez tudo seja um desafio para ela, um jogo onde uma
de nós tem que se sair melhor que a outra.
Um jogo onde só ela joga!
Não preciso de uma pessoa desse tipo por perto, em meu ciclo de
convivência. Somos irmãs? Sim, mas apenas o sangue nos liga e nem mesmo
ele consegue me fazer perdoar o que ela e Billy fizeram.
Quero que os dois transem até explodirem.
— Sua irmã? — A voz de Sal me tira do transe assassino e aceno para ela
em confirmação. — Sua cara fica mortífera quando recebe mensagens dela.
— Ela deveria me deixar em paz e transar com o brinquedo que ela
conseguiu roubar de mim, mais uma vez. — Suspiro impaciente. — Deve
estar querendo saber se conquistei mais alguma coisa para vir tentar roubar
para ela, já que não tem capacidade de almejar suas próprias coisas.
Levanto irritada pelas lembranças e sensações que elas me causam e vou
até a porta, vestindo o sobretudo que havia deixado ali quando cheguei em
casa do trabalho. Preciso andar e tentar exalar essa raiva ou tenho dó do meu
humor amanhã para lidar com aquele chefe sem educação e mais umas
quinhentas funcionárias que irão procurá-lo por sexo depois da enorme
propaganda que Ivy fez sobre seu pau sensacional tamanho GG.
— Onde você vai? Lá fora está congelando. — Se levanta preocupada.
— Vou dar uma volta, ou não conseguirei dormir hoje e você sabe como
fico o cão quando não durmo direito. — Sorrio apenas para tranquilizá-la. —
E o clima congelante está presente o tempo todo aqui, querida.
Dou um beijo em sua bochecha antes de sair do apartamento rumo às ruas
frias e desprovidas de pessoas.
CAPÍTULO 3
Jonathan B. Gilbert.

— Estou esperando, senhorita Greta. — Suspiro alto mostrando minha


irritação.
O que vem acontecendo ultimamente, estou irritado pra caralho com os
funcionários desta empresa, meus funcionários. Há duas semanas, assumi o
posto de CEO, entrando no lugar de um dos sócios e amigo do meu pai e me
deparei com uma completa falta de organização e comprometimento. Pedi
relatórios a todos os setores para analisar e me inteirar das coisas que
aconteciam aqui dentro, mas nenhum dos que que chegou em minhas mãos
pude aproveitar.
Haviam erros que uma criança, se fosse ensinada apenas uma vez, não
cometeria e me coloquei a pensar. Como a empresa ainda estava em dia com
suas dívidas se era tão mal dirigida? A única resposta para isso é que os
modelos dos carros criados e vendidos eram muito bem elaborados e feitos
pelas únicas equipes que sabiam o que faziam. Os engenheiros e também o
pessoal da produção são quem mantém esta empresa de pé até agora porque
se dependesse apenas dos funcionários do escritório, não haveria mais Bert B
para gerir.
Não sejamos injustos, com certeza alguém aqui dentro trabalha, mas com
certeza não são os diretores de cada setor, porque esses não sabem o que
acontecem debaixo do próprio nariz.
Passo a mão no rosto me sentindo cansado e mais puto que o normal, a
mulher a quem pedi uma apresentação sobre o novo projeto do carro
esportivo que será apresentado na próxima exposição está a vinte minutos
falando, falando e falando, mas até agora não chegou ao assunto que deveria
ser tratado: Os atributos do carro. E para piorar, a deliciosa loira que inferniza
a minha vida está ao meu lado desenhando círculos em seu papel, onde
deveria estar anotando tudo de importante sobre a reunião.
Mas não posso culpá-la, posso? O que de importante está sendo falado?
Nada além das coisas que já sabemos.
— Então senhores, devo dizer que o nosso novo projeto foi elaborado
meses ...
— Chega. — Interrompo mais rude do que gostaria. — Estou desde o dia
que pisei aqui me perguntando o que todos vocês fazem durante o expediente
de trabalho.
Os olhos de todos presentes na sala esboçam surpresa, menos é claro a
minha secretária infernalmente gostosa que dá um leve sorriso torto, como se
já soubesse o que estava por vir e o pior, se divertia com isso.
— Nenhum de vocês foi capaz de fornecer relatórios eficientes na semana
passada e agora estou aqui sentado a trinta minutos. — Olho para o relógio.
— Perdendo tempo com uma apresentação cansativa e tediosa. Dei a vocês
uma semana inteira para preparar e o que fizeram? ? Ficaram conversando
fiado no corredor?
Sim, inúmeras vezes que saí da minha sala, encontrava pessoas encostadas
nas paredes conversando ao invés de se ocuparem com o monte de exigência
e pedidos que fiz para me entregarem e é aí que mora o mal de todos esses
funcionários, acham que podem fazer o que bem entendem.
— Não são pagos para conversar sobre quem dorme com quem dentro
desta empresa, deixe a conversa fiada para fora deste prédio e este é o único
aviso que darei a todos vocês. — Levanto da cadeira assustando a quase
todos os presentes. — Quero relatórios, bem feitos desta vez, em cima da
minha mesa até o final do dia de hoje e a apresentação do novo projeto será
feita na segunda-feira no primeiro horário.
— Mas senhor, hoje é sexta-feira. — Uma voz conhecida diz e me viro
para Ivy Lancaster, a mulher que me chupou no meu primeiro dia aqui.
Não me julguem mal, eu não estava esperando-a se ajoelhar entre minhas
pernas e me acariciar, mas assim que o fez não pude evitar em deixá-la
continuar, mas logo entendi o porquê fez aquilo. É uma mulher atraente, mas
quase um zero à esquerda, provavelmente só tem um cargo alto de diretora de
Marketing porque deu para todos os chefes aqui em troca de sua posição, mas
se acha que a tratarei especialmente por causa de uma chupada, está muito
enganada. Aliás, devo ressaltar que o que me deixou mais excitado naquele
momento foi a loira gostosa na porta, congelada assistindo outra mulher me
chupar.
Será que gosta de observar? Ou estava desejando estar ali?
Sorrio maliciosamente me lembrando de sua expressão, dos mamilos
endurecendo e o trocar de peso entre as pernas tentando esfregar aquelas
coxas magníficas, mas antes que eu me perca, balanço a cabeça para voltar às
pessoas sentadas me olhando com expressões de confusão e um pouco de
raiva.
— Vocês tiveram dias para fazer, mas ficaram entretidos com fofocas ou
sei lá o que conversam tanto quando deveriam estar trabalhando. — Me dirijo
a saída. — Nada mais justo que usar o horário e dia que vocês tinham para
descontrair para trabalhar, já que o horário que tinham para isso foi usado de
maneira indevida.
Abro a porta e ando a passos largos para a minha sala, sendo seguido pela
Brooke e também pela Ivy.
— Senhor Gilbert. — Viro encarando Brooke, a única funcionária
responsável no meio de todos os outros, apesar de não a deixar perceber que
gosto do que faz. — Temos mais uma reunião agora com a equipe de
engenheiros na sala de reunião três e em seguida o senhor almoça com um
possível cliente.
— Claro, só preciso pegar um documento em minha mesa. — Digo
entrando em minha sala e segurando forte meu cabelo pela frustração.
A exposição é daqui a um mês, o tempo está correndo e o que meus
funcionários estão fazendo? A maioria, NADA! Só espero que esta reunião
com os engenheiros não traga ainda mais problemas ou cabeças irão rolar
aqui hoje.
— Senhor Gilbert, não podemos trabalhar até tarde em uma sexta-feira ou
no final de semana. — A voz da senhorita Lancaster chega aos meus ouvidos
e me viro encarando seu sorriso sedutor. — Tenho uma festa para ir hoje
senhor, não posso faltar.
Claro que não pode faltar e para o azar dela o relatório também não pode
esperar.
— Claro que podem e vão, ou nem precisa voltar na segunda-feira, ou
melhor volte e vá diretamente para o RH. — Rosno pegando o documento
que vim buscar e a encaro. — Pensasse nesta festa antes de ficar conversando
nos corredores ao invés de trabalhar.
Vou até a porta e a abro, esperando que a mulher, agora irritada, passe
marchando por mim e murmure algo para minha secretária que revira os
olhos.
— Vamos ou vai ficar aí escorada em sua mesa? — Saio da sala com um
sorriso por ouvir seus resmungos baixos.
Sei que ela é uma funcionária exemplar e gosto de sua maneira de me
tratar, nada de bajulações. Brooke é verdadeira e não tem filtro com as coisas
que fala por isso a deixo irritada as vezes, me divirto com sua explosão, me
dá uma sensação de tranquilidade ao perceber que tenho pelo menos uma
pessoa verdadeira ao meu lado nesta empresa.
Entro dentro da sala encontrando as vinte mentes por trás dos carros da
Bert B. e cumprimento-os com apertos de mãos firmes antes de me sentar na
cadeira e esperar que minha linda e irritada secretária cumprimente todos ali e
se sente ao meu lado.
— Senhor Gilbert. — Uma das engenheiras mais experientes da empresa
começa falando com seu tom de voz exalando segurança. — Terminamos os
últimos ajustes do carro que será apresentado na próxima exposição, como
solicitado passamos as últimas informações para os diversos setores e o
testamos nas variadas pistas designadas, também fizemos o teste de
velocidade, mas como o senhor disse que também queria testar esse último, o
carro está pronto, então é só marcarmos.
Sorrio com essa boa notícia e encaro a loira ao meu lado, olhando-me com
curiosidade, como se perguntasse se eu iria mesmo fazer o teste de
velocidade. Mal sabe ela que vou e que seu corpo magnífico irá também.
— O que me dizem de amanhã às nove da manhã? — Sorrio ansioso. — A
senhorita Nielsen também estará presente.
— O QUÊ? — Sua voz demonstra surpresa e um pouco de medo ao
perceber que estará presente no excitante teste.
— Isso mesmo que ouviu, preciso da sua opinião sincera sobre a
velocidade do carro em questão. — Sem esboçar nenhuma reação, além da
surpresa ela acena. — Senhores é só isso? — Todos acenam em conjunto e
me levanto indo para o almoço com o cliente.
Temos dois tipos de serviços, o que chamamos de carros em massa, que é
feito milhares para a venda em toda e qualquer concessionária de luxo e
aquele feito sob medida, onde o cliente tem dinheiro o suficiente para dizer o
que quer ou não quer no carro, e ditar o design desejado.
Eu considero um privilégio, quem não quer ter um carro único?
CAPÍTULO 4
Brooke F. Nielsen

Sempre admirei as empresas da família Gilbert, mesmo quando ainda


estava em Nova York e não tinha contato nenhum com eles, mas o trabalho e
o faro para negócios que eles têm é admirável. Tudo que constroem ou tocam
vira um sucesso e as empresas de diversos setores estão aí para comprovar,
como a marca de roupas, a joalheria e também a dos carros.
Termino de me ajeitar passando perfume, e pego o celular que está
vibrando como um louco em cima da cama. Leio as mensagens deixadas nele
com uma raiva subindo em meu âmago.
“Já era hora de te achar, meu amor.”
“Por favor Ursinha, perdoa o seu homem. Há dois anos que tento
descobrir onde você está, mas meus sogros não falam nada, você sabe, eles
são fiéis ao que você pede.”
Ah sim, sogros, deve estar em um relacionamento com minha irmã para
poder considerá-los assim. Aliás, deve ter sido aquela vagabunda quem
passou meu número a ele.
“Vamos conversar? Estou com saudades, Brooke.”
Acho que está na hora de mudar o número do meu celular, não dá para
ficar recebendo todos os dias milhões de mensagens dele e também de Elle, o
celular em minha mão começa a tocar com o número desconhecido e não
atendo, com medo de que seja Elle ou Billy.
Saio do quarto indo até a sala, encontrando minha amiga ali, sentada
trabalhando em uma apresentação que sua chefe não conseguiu fazer para
Jonathan. Eu já sabia que muitas coisas na Bert B não funcionavam
perfeitamente devido ao serviço medíocre que era feito pelos chefes de cada
setor, mas não me surpreendia, já que o antigo CEO não tinha culhões para
mandar e desmandar ali. Na verdade, ele não tinha interesse algum em
alavancar as vendas ou supervisionar de perto tudo que estava sendo feito,
mas Jonathan chegou com um propósito diferente.
Não me admira que tenha descoberto em apenas duas semanas que os
funcionários mais ficam conversando sobre a vida alheia do que realmente
trabalhando em prol da empresa e devo dizer que adorei ver a cara da querida
e chupadora de pau Ivy, saindo de sua sala depois de levar um fora sobre não
poder trabalhar até tarde.
— Aonde você vai? — Sal me tira dos devaneios com um sorriso cansado.
— Aquele bruto está praticamente me obrigando a testar a velocidade do
carro que será exposto. — Sento ao seu lado e rejeito mais uma chamada do
número desconhecido.
Encaro minha amiga que me olha com curiosidade e divertimento.
— Tipo um teste drive, uh? — Ergue as sobrancelhas, mexendo-as de
forma sugestiva.
Jogo uma almofada em seu rosto.
— Cala a boca. — Reviro os olhos esperando que ela pare de rir. — Aliás,
você não deveria estar rindo, deveria estar puta por fazer um trabalho que
será apropriado por sua chefe incompetente.
Minha amiga dá de ombros colocando a almofada em suas costas e suspira
como se isso fosse o que faltasse para que ela ficasse confortável.
— Não posso fazer nada quanto a isso, ela é a minha chefe e se eu não
elaborar uma das melhores apresentações de minha vida, posso dizer adeus
ao dinheiro que paga minhas contas. — Estica as pernas no sofá. — Sabe, se
eu não precisasse deste emprego iria colocar nessa apresentação um monte de
informações erradas, apenas para ver aquela mulher com raiva novamente.
A batida na porta do apartamento fez nossa conversa cessar, me levanto
dirigindo até ela e a abro, dando de cara com o homem mais quente e sexy
que já vi em toda minha vida, seus lábios rosados e de uma espessura
totalmente perfeita para ser beijada se repuxa apenas para um lado, dando um
sorriso torto de lábios fechados, olhos escuros como a noite me encaram com
uma espécie de irritação.
— Estou te ligando a uns vinte minutos senhorita Nielsen, tive que subir
até aqui para ver se tinha dificuldade em andar. — Diz um pouco irritado e
não consigo evitar o sorriso que se forma em meus lábios.
— Deveria ter me ligado do seu número corporativo e não pessoal, não
atendo chamadas de números desconhecidos! — Respondo e encaro Sal,
dando um leve acenar e revirando os olhos, pelo seu olhar como se dissesse:
“Vá fazer seu teste drive neste homem.”
Andamos em silêncio até o elevador do prédio e continuamos assim até
chegar em seu enorme e imponente carro e só então o escutei conversar, mas
não foi comigo, de início ele disse algumas coisas ao seu motorista e depois o
celular tocou, tomando toda e qualquer atenção deste homem, então senti
meu celular vibrar algumas vezes contra minha mão e suspirei irritada ao ver
que se trava das duas pessoas que mais desprezo no mundo.
Meu ex-noivo e minha ex-irmã.
Se houvesse possibilidade de cancelamento de contrato de irmandade eu já
o teria assinado a anos, por qual motivo não podemos escolher nossa família?
Com toda certeza do mundo não escolheria Elle para ser minha irmã.
Desligo o celular guardando-o em seguida dentro da minha bolsa, torcendo
silenciosamente para que ele encontre algum buraco ali e nunca mais apareça.
— Está tudo bem?
Viro olhando para o meu chefe e pela primeira vez ouço sua voz em um
tom que não seja sarcástico, irritado ou sexy. Balanço a cabeça para dizer que
sim e tento um sorriso, que não sei se deu certo, para tranquilizá-lo.
E assim continuamos o percurso até a pista onde iria, pela primeira vez,
entrar em um carro esportivo da Bert B. Encaro o carro cinza chumbo,
completamente maravilhada com seu design, as portas erguidas para cima,
mostrando todo o assento de couro na cor bege claro, assim como o volante e
quase tudo internamente da mesma cor.
Acho que estou apaixonada por esse carro e a paixão é tão grande que
mesmo nunca tendo dirigido na vida cogito a hipótese de pedir para fazer
isso.
Quer dizer, nem tão apaixonada assim.
— É lindo! — Sussurro para mim mesma ao me aproximar e inalar o
cheiro do carro. — Ok, alguém poderia me dizer qual é o nome deste
perfume? Preciso comprar para mim.
— Continue com o seu, é melhor que qualquer outro. — A voz rouca de
Jonathan chega aos meus ouvidos em forma de sussurro e não estava
preparada para os arrepios incessantes em meu corpo só de ouvir sua voz tão
sexy e o corpo próximo do meu.
Me viro encarando seus olhos e o vejo sorrir maliciosamente encarando
meus lábios que chegam a formigar pela atenção.
O que esse homem tem que me deixa neste estado lastimável de tesão?
— Senhor Gilbert, Senhorita Nielsen, bom dia. — Um dos engenheiros se
aproxima com um sorriso no rosto. — Estão prontos para voar baixo?
Balanço a cabeça negativamente enquanto Jonathan ri esfregando as mãos,
como se fosse uma criança recebendo seu mais novo e esperado presente na
manhã de natal.
— Vou testar a velocidade olhando de fora, enquanto o senhor Gilbert
dirige. — Sorrio passando as palmas suadas na calça jeans.
— Entra logo nesse carro, Brooke. Confio na sua opinião e preciso dela
agora. — Diz se sentando atrás do volante. — Não me faça sair desse carro e
te colocar dentro dele.
Suspiro alto para que entenda o quanto não estou de acordo com isso, mas
dou a volta no carro sentando ao lado do senhor Gilbert. Sinto seus olhos
acompanhando cada movimento que faço em colocar o sinto e assim que
termino deixando minhas mãos apoiadas sobre as coxas o encaro, admirando
seu sorriso extremamente sexy nos lábios.
Ele deveria sorrir mais.

— Você é completamente maluco Jonathan, porra! — Me seguro como dá


na porta do carro quando o filho da puta do meu chefe puxa o freio de mão e
acelera girando o volante, fazendo o pneu do carro gritar assim como eu. —
Vou matar você. — Rosno entredentes.
Ele ri, o desgraçado ri do meu desespero ante essa porcaria de exibição.
Fecho os olhos com força quando o carro volta a atingir uma velocidade
absurda e mentalmente listo os porquês de não poder estrangular o homem
que está ao meu lado com um sorriso maior que o rosto.
— Abra os olhos, Brooke. — O sorriso em sua voz é claramente um
convite que eu recuso.
— Não! Para logo esse carro que eu quero descer ou vou vomitar em seu
lindo modelo de exposição. — Ameaço ainda agarrada a porta do carro.
Parece que toquei em um ponto chave, porque sinto a velocidade diminuir
gradativamente, até que o carro para, me fazendo abrir os olhos e encarar o
engenheiro com um sorriso enorme no rosto na frente do carro, esperando
que saíssemos para elogiar aquilo que ele já sabia o efeito.
Sem olhar para o cretino do meu chefe, abro a porta quase capotando para
fora do carro, como se tivesse sido chutada de dentro dele.
— E aí? A máquina está aprovada? — O homem pergunta com
expectativa.
Eu sorrio acenando, porque a minha voz acabou com o tanto que gritei
pelas loucuras que o senhor Gilbert fez. Então ouço sua risada e por fim sua
voz um pouco mais alta, mostrando o quanto gostou daquilo, me viro e
encontro seu olhar brilhante, o sorriso que não consegue se desfazer continua
ali.
— Claro que está aprovado. — Sua voz soa grave demais para os meus
sentidos e acabo sentindo um pulsar leve entre as pernas. — Mas acho que a
senhorita Nielsen não gostou muito.
Respira fundo Brooke, controle-se, deve ser a adrenalina te deixando
excitada.
Encaro o engenheiro, que nem sequer lembro o nome, de tão lesada que
estou, e abro a boca para rebater que o senhor Gilbert está equivocado, mas
seu celular começa a tocar e ele se afasta um pouco para atender.
— O que não gostou, Brooke? — Pergunta com um olhar genuinamente
preocupado. — Posso dar uma olhada se consigo melhorar.
Sorrio para tranquilizá-lo e coloco uma mão em seu braço e imediatamente
o sinto quente demais, ou minha mão que está fria demais.
— Meu Deus, você está gelada! — Diz ainda mais preocupado e eu dou
uma risada alta.
— Não se preocupe, o carro é simplesmente maravilhoso, o que deixou o
senhor Gilbert com a sensação de que não gostei foi como ele dirigiu. —
Explico e ergo minhas duas mãos como se para ilustrar. — E por isso estou
gelada.
O entendimento fez seu rosto relaxar completamente, as rugas de
preocupação formadas ali antes deram lugar às de felicidade e divertimento.
— Não gosta de velocidade? — Sorriu.
— Hã, foi a primeira vez que estive em um carro tão veloz assim, então foi
só um choque. — Encaro Jonathan de costas, deixando meus olhos
percorrerem suas costas largas. — Mas não diria que não foi bom, só
assustador.
CAPÍTULO 5
Jonathan B. Gilbert

Com meu pai ao telefone dizendo sobre o jantar beneficente que


precisamos comparecer, eu continuo com o sorriso em meu rosto, o motivo
dele? Acabei de ter uma das mais divertidas experiências da minha vida, tudo
bem que conseguiria fazer isso sem aquela loira maravilhosa ao meu lado,
mas seus gritos e palavrões proferidos a cada manobra que eu fazia era muito
mais engraçado, isso até ela dizer meu nome ao invés de senhor Gilbert.
Minha vontade era de parar o carro na extremidade da pista onde estávamos
sozinhos e fazê-la gritar meu nome por outro sentido que não fosse a
adrenalina que estava sentindo por conta da velocidade.
— Filho, você estará presente? — Meu pai me chama para a realidade.
— No jantar? Claro. — Respondo antes de me despedir e voltar para perto
da Brooke.
Encaro suas bochechas rosadas e sorrio ao me lembrar de como suas mãos
estavam apertadas no banco do carro e também na porta.
— O senhor Yang disse que não poderia esperar muito, tinha que voltar
com o carro para a oficina antes que alguém pudesse vê-lo. — Ela diz com a
voz um pouco ofegante.
Será que te afeto tanto quanto me afeta, senhorita Nielsen? Ou ainda está
abalada pela velocidade?
— Não tem problema, vamos? — Encaro os olhos verdes brilhantes dela,
esperando-a assentir e assim que o faz andamos lado a lado para o meu carro.
— Louis, para o Joul por favor.
— Eu acho que preciso ir para casa sen... — A corto com um aceno de
mão.
— Vamos almoçar primeiro. — Sorrio. — Quero conversar com você
algumas coisas sobre a empresa.
Tenho coisas da empresa para conversar? Talvez, porém esse não é nem de
longe o motivo de estar chamando-a para almoçar, tem algo em Brooke que
me deixa completamente fora de mim, como um adolescente que acabou de
se descobrir interessado por alguma menina.
Não sou um cara de me impressionar muito com as pessoas no modo geral,
ainda mais de primeira, mas há algo nessa mulher ao meu lado, com as mãos
sobre a bolsa tentando ignorar o toque do celular, que me deixa intrigado e
com vontade de saber mais, conhecê-la a fundo e o mais assustador para
mim, eu quero ficar perto dela, ver seu revirar de olhos cada vez que a
provoco ou quando seu rosto fica rosado de raiva ou até mesmo quando me
enfrenta e discute sobre qualquer coisa.
— Eu não me importo. — Olho para sua bolsa.
— Com o quê? — Seus olhos verdes me encaram.
Uma coisa que aprendi com as empresas que ajudei a administrar foi ler as
pessoas, não profissionalmente falando, do tipo que pode ajudar na polícia
com análises de expressões, mas geralmente percebo quando a pessoa tenta
me passar a perna, mentir ou como agora, que Brooke está se fingindo de
boba, ganhando tempo para achar uma saída e não me explicar porque não
vai atender seja quem for a pessoa que quer falar com ela insistentemente,
porque desde a hora que entrou neste carro pela manhã seu telefone vibrou
sem parar.
— Você pode atender, Brooke. — Falo pegando meu celular, passando por
alguns e-mails do novo cliente para tentar dar privacidade a ela caso queira
atender a ligação.
Brooke não responde com palavras, pelo canto do olho consigo vê-la pegar
o celular com movimentos bruscos, o que me deixa ainda mais curioso para
saber o que e quem a deixa tão nervosa desse jeito. Ela digita uma mensagem
rapidamente com os dedos em conjunto com as unhas batendo na tela de seu
celular que eu teria que olhar para comprovar, mas tenho quase certeza que
rachou.
Falo para mim mesmo que preciso deixá-la pelo menos com um pouco de
privacidade e volto minha atenção exclusivamente para o celular em minha
mão, vendo mais um e-mail do cliente.
Ontem quando o encontrei para conversarmos, ele me passou uma série de
exigências que queria em seu carro, a verdade é que me passou referências do
carro do famoso morcegão do cinema, o Batman, como modelo e pediu que
usasse minha criatividade para modificar algumas coisas e deixar com um
design único. Resumindo, fechamos negócio e já passei para minha equipe de
engenheiros todo o esboço para que consigam fazer o mais rápido possível.
O carro para em frente ao Joul e saio rapidamente, esperando-a sair pela
mesma porta que eu, mas assim como tudo que envolve Brooke, ela não faz o
esperado, simplesmente abre a outra porta e sai com um sorriso atrevido em
seu rosto, como se soubesse o que estou pensando.
Se soubesse mesmo, não estaria com esse sorriso, porque meu pensamento
agora é tirar sua roupa e fodê-la com força, do jeito que prometi e não cumpri
no dia do nascimento de minha sobrinha.
Andando lado a lado, mas sem tocar um no outro, nós entramos no
restaurante guiados por uma mulher muito bonita de cabelos loiros e bem
penteados em um coque, mas não me interessou, nem quando mordeu o lábio
inferior ao dizer que estava às ordens para me ajudar com qualquer coisa,
provavelmente estou doente por não flertar e conseguir uma chupada de
almoço.
É, só pode ser alguma doença.
Olho para Brooke que está alheia aos meus pensamentos, com os olhos
passeando ao nosso redor nas grandes pilastras feitas em gesso com formatos
em diversos cilindros e detalhes, o teto alto e decorado com pinturas
diversificadas e também as inúmeras cores diferentes das mesas e do balcão,
dando um contraste com a cor branca das paredes e chão.
— Ai! — Suas mãos se apoiam em meu peito quando a salvo de um roxo
na linda perna. — Que susto, senhor Gilbert. — Continuamos com o olhar
pregado um no outro, uma conexão estranha presente ali, tão forte que me
deixou incapaz de desviar o olhar.
Mas que porra está acontecendo comigo?
Ela se afasta envergonhada, ajustando inutilmente a calça jeans e olhando
diretamente para o vaso enorme em um formato quadrado com pontas que
com certeza iria acertar em sua coxa.
— Olha por onde anda, senhorita Nielsen. — Falo querendo provocar, o
que faz o efeito desejado, seu rosto atinge o tão adorável tom de rosa. — Se
não ficasse olhando para o teto, não precisaria te puxar causando um enorme
susto em você.
Sorrio enquanto ela bufa e revira os olhos em resposta, mas se eu dissesse
que gostei pra caramba dessa reação, eu seria um filho da mãe estúpido?
Provavelmente, mas preciso dizer que gostei de vê-la distraída com as coisas
ao seu redor e atenta à pintura do teto, porque me lembro exatamente na
primeira vez que estive aqui quando criança, tive a mesma reação que ela,
não conseguia parar de admirar os peitos da mulher retratada no canto
esquerdo.
Sem conseguir controlar, solto uma risada divertida e nostálgica ao puxar a
cadeira para que Brooke se sente e depois dou a volta, sentando em sua
frente.
— Você deveria sorrir mais. — Diz com aqueles lindos olhos mirando
meus lábios e a agracio com um sorriso. — Fica menos robô quando o faz.
Dá de ombros com fingida inocência e encaro o garçom que pega um
bloco de papel para anotar nossos pedidos, pego o cardápio de cima da mesa
e passo os olhos pelas vastas opções ali.
— Vou querer um Carpaccio[1] tradicional e uma taça do Trio Cabernet
Sauvignon.[2] — Olho para Brooke que tem uma leve careta ao ouvir meu
pedido.
— Ótima pedida, senhor. — O homem elogia e se vira para encarar
Brooke com um sorriso.
Observo os olhos verdes da mulher à minha frente se estreitarem ao passá-
los nos nomes no cardápio, durante esses poucos dias que trabalhamos juntos
percebi que quando ela se concentra faz uma cara como se não estivesse
enxergando direito, estreita os olhos e morde uma ponta do lábio inferior,
assim como também percebi que quando toma a decisão, seus dentes o solta,
raspando-o e logo em seguida dá um sorriso de lábios fechados como se
estivesse parabenizando a si mesma pela tomada de decisão.
Observo seus gestos com cuidado, anotando tudo em meu caderno mental,
ela tem um jeito que me deixa fascinado e louco. Ao mesmo tempo que
parece meiga, também é sexy como o inferno.
— Vou querer esse aqui. — Aponta no cardápio para não ter que falar o
nome, mas assim que o homem em pé ameaça se aproximar para ler, eu
seguro seu braço e olho para a loira em minha frente com um sorriso de
desafio.
— Diga em voz alta, senhorita Nielsen. — Peço mantendo o garçom, com
o bloco em mãos, parado.
Brooke revira os olhos exasperada e sorri parecendo um pouco abalada
com o que acabei de mandá-la fazer.
— Você é um idiota, senhor Gilbert. — Diz em alto e bom som, mas
resmunga baixinho um “vai se ferrar” que me faz gargalhar.
Ao invés de fazer o que pedi, ela se levanta fazendo, propositalmente, a
cadeira ranger no chão, chamando a atenção de algumas pessoas para nossa
mesa, então se aproxima e aponta para o que ela quer, fazendo meu desejo
aumentar ainda mais por me desafiar assim.
— O vinho pode ser o mais caro que tem aqui, se possível a garrafa inteira,
já que não vou pagar por ele. — Me devolveu o olhar de desafio e voltou a se
sentar, fazendo barulho para voltar a cadeira para o lugar.
Assim que anotou o pedido, o homem me olhou como se perguntasse se
poderia trazer o que ela havia pedido, e eu apenas acenei em resposta
fazendo-o se virar e ir embora.
— Então senhor, o que você gostaria de falar comigo sobre trabalho? —
Perguntou na defensiva.
Interessante, primeira vez que a vejo assim, talvez devesse me desculpar?
Não, nem fodendo. Não que eu não peça desculpas nunca, mas não posso me
desculpar por deixá-la tão deliciosamente sexy assim.
— Porque está nervosa? — Pergunto encarando seus lábios que estão
brilhando pelo passar de sua língua ali.
— Não estou nervosa! — Tenta dar um sorriso para parecer relaxada, mas
que só denuncia que o que eu fiz a incomodou.
— Me desculpe por isso, achei que seria divertido te ver frustrada, mas
pelo visto a incomodou de verdade. — Falo olhando seus olhos e percebendo
que ela deu uma relaxada ao ouvir minhas palavras.
E isso porque falei que nem fodendo pediria desculpa, não é? Para vocês
verem o quanto essa mulher me afeta, foi só ver em seus olhos que eu
realmente a incomodei que tratei de passar por cima das minhas próprias
palavras anteriores.
— Deixa pra lá. — Sorriu dessa vez verdadeiramente e colocou uma
mecha de cabelos dourados para trás do ombro quando o garçom voltou com
a garrafa de vinho do Henri Jayer Richebourg Grand Cru e já sei que essa
brincadeira me custará mais de quinze mil dólares.
Ele serviu o vinho a Brooke e deixou a garrafa na mesa, como foi
solicitado. Imediatamente a mulher na minha frente toma um pouco do
líquido dos deuses, sentindo o sabor em sua língua e minha boca chega a
salivar com vontade de provar, mas não da taça e sim de seus lábios.
— Então, o que queria falar sobre a empresa comigo? — Volta ao assunto
anterior com um sorriso ao beber mais um gole de vinho.
Acorda Jon, porra!
— Quero que vá à exposição do carro, que testamos hoje, no próximo mês.
— Com sua atenção totalmente voltada a mim, eu continuo. — Também tem
um cliente que pediu para que você ande no carro que faremos para ele e diga
sua opinião.
Seus olhos arregalam em surpresa e me questionam silenciosamente, mas
como diabos eu sei disso?
— Eu? Mas por que especificamente eu? — Pergunta nervosa me fazendo
erguer uma sobrancelha intrigado.
— Não foi especificamente você, ele quer uma opinião de alguém que não
é técnico neste assunto e sugeriu minha secretária já que normalmente
secretárias não são formadas em engenharia. — Explico. — Eu não ia lhe
pedir isso, só o fiz porque vi que realmente não tem muita experiência com
carros e dará sua opinião sincera.
Brooke acena pensativa e abre a boca para responder, mas é cortada pelo
garçom anunciando que nossos pratos chegaram, nos fazendo esperar alguns
minutos para continuar, mas mesmo com a interrupção nossos olhos não
desgrudam um do outro.
— Sim, mas você vai dirigir e eu do lado? Como hoje? — Perguntou antes
de provar o gnocchi com cordeiro. — Eu não sei dirigir. — Revela com um
toque de vergonha em sua voz e, como se fosse possível, fica ainda mais
sexy.
Sorrio provando do meu prato e deixando o sabor delicioso preencher
minha boca.
— Sim, exatamente como hoje.
Não era isso, iria pedi-la para dirigir, mas confesso que gostei da ideia de
vê-la ao meu lado novamente dentro do carro esportivo, quem sabe não
consigo estrear o capô com ela também? Seria muita falta de
profissionalismo, mas estou disposto a falhar no profissional para entrar em
sua boceta molhada.
Meus sentidos são tomados pela noite que a toquei no banheiro do bar,
aquele pequeno pontinho do prazer pulsando em meus dedos, sua voz sexy
me dizendo que precisava foder forte e duro, a respiração quente em meu
pescoço e por fim o gosto de seus lábios, garanto que se fechar os olhos
consigo sentir o morango misturado com seu sabor delicioso.
Meus olhos imediatamente vão para seus lábios, permanecendo ali, vendo
o quão sexy é os movimentos que faz para mastigar.
— Jonathan? — Chama minha atenção e encaro seus olhos que mostram
uma certa surpresa e então ela corrige rapidamente como se tivesse cometido
um erro enorme. — Quer dizer, senhor Gilbert, quando vamos fazer esse
novo teste?
Sorrio tentando fazer meu cérebro voltar a funcionar em modo trabalho,
mas sua voz chamando meu nome acendeu algo em mim, um desejo cru de
vê-la sussurrar ofegante quando estiver comendo-a, sinto meu pau pedir para
sair da calça e olho para baixo, vendo seu contorno visível ali.
Agora precisarei pensar em algo para fazer essa ereção desaparecer antes
de irmos embora ou será que Brooke engatinharia debaixo da mesa e me
chuparia? Puta que pariu, a imagem dela com seus cabelos soltos, pelada
engatinhando até chegar e abocanhar meu pau, tomou conta da minha mente
e por pouco não gozei nas calças.
Merda Jon, você está entrando na puberdade novamente?
— Não sei ainda a data. — Respondo com a voz rouca demais e continuo
comendo, tentando mandar meu pensamento para o cenário profissional ao
invés de pensar na mulher à minha frente montando em meu colo e engolindo
meu pau com a boceta.
Chega Jonathan!
CAPÍTULO 6
Brooke F. Nielsen

Quando o alarme do celular ao lado da cama começa a tocar pela quinta


vez seguida, anunciando que se não me levantar irei chegar atrasada para
atender aos caprichos do meu chefe temperamental, eu acordo. Bom, não
posso mentir, não é tão temperamental assim, é que as vezes ele
simplesmente me irrita com sua mania de me provocar e o problema de tudo
isso é que meu cérebro se recusa a parar de pensar naquele homem com
aparência aristocrática, o semblante geralmente sério, mas quando sorri
ilumina cada centímetro de sua pele assim como esquenta a minha.
Brooke, Brooke, vamos mudar essa linha de pensamentos?
Levanto passando minhas mãos no rosto para em seguida me arrastar até o
banheiro porque Deus sabe o quanto Jonathan odeia atrasos, e descobri isso
porque a Gabi do financeiro tinha uma reunião com ele na semana passada e
chegou meia hora depois dentro da sala.
A voz do homem não chegou a ficar alta, mas o jeito que falava com
certeza dava para perceber que era uma reprimenda daquelas, mas não posso
dizer que está errado. As pessoas na Bert B se acostumaram mal com o
antigo CEO que não cumpria horários de reuniões e devo salientar que era
bem raro acontecer, ele meio que ligava o foda-se para a empresa e por isso
os funcionários acham que podem fazer tudo que der na telha.
Bom, eu generalizei, não são todos porque para a empresa não quebrar
alguém precisa fazer o trabalho corretamente, não é? E é exatamente o que
acontece, poucos são os que trabalham seriamente ali, mas o que me
impressiona as vezes é que isso tem mudado, agora quando preciso passar
pelos corredores não vejo pessoas encostadas na parede conversando sobre a
vida dos outros
Acho que no último mês a maioria das pessoas trabalharam muito mais do
que fizeram em anos ali e isso me deixa com o coração cheio de orgulho do
homem que está à frente da empresa. Jonathan, assim como seus pais, sabe
como tratar cada funcionário e não estou falando que ele prioriza alguns, mas
que sabe analisar como cada um funciona, é algo parecido com o que pais
responsáveis fazem com seus filhos, ninguém é igual e por isso respondem a
tratamentos de formas diversas.
Por exemplo, eu não precisava de incentivo dos meus pais para estudar e
tirar notas acima da média, sempre fui daquelas que detestava tirar nota baixa
e por isso quando chegava com -A ou B na prova em casa, meu pai dizia que
eu precisava estudar mais aquela matéria, eu poderia ter tirado milhões de +A
e ele me parabenizava por isso, mas quando acontecia de vir uma nota menor,
dizia que eu precisava melhorar naquela matéria, porque meu pai sabia que
precisava disso para me incentivar a não fazer de notas baixas uma rotina
escolar.
Já Elle, não estudava, dizia que detestava ter que ficar horas e horas em frente
à um livro lendo sobre algo que nunca iria utilizar na vida porque seu sonho
era ser atriz, por esse pensamento sem sentido suas notas sempre foram F, D,
C e quando ela conseguia um B meu pai já abria aquele sorriso enorme e
incentivava fazendo elogios e dizendo que se ela se esforçasse conseguiria.
Claro que na adolescência eu ficava puta e pensava que meu pai a amava
mais do que a mim, porque se eu tirasse B era uma chamada de atenção de
que precisava melhorar, agora se ela tirasse B era palmas e parabéns para
todos os lados? Aquilo me matava de ciúmes, mas com o tempo entendi o
que ele estava fazendo.
Saio do banheiro com a toalha enrolada em meu corpo e vejo Sal sentada
na cama, olhando para o meu celular que tem a tela acesa com notificações de
mensagens e ligações.
— É hoje que você vai fazer outro teste drive? — Sua sobrancelha se ergue
ao me provocar.
Desde que contei a ela, há duas semanas atrás, que quase coloquei meu
estômago para fora naquela loucura que meu querido chefe fez de correr e
fazer manobras arriscadas com aquele carro lindo e fomos ao restaurante
depois, Sal não para de me infernizar com o assunto, querendo saber se rolou
alguma coisa além de eu ter praticamente o falido com o vinho que pedi.
— Sim, mas não crie encontros românticos em sua mente fértil. — Sorrio
para ela ao começar a me vestir. — Hoje não é fim de semana e iremos
diretamente para uma reunião com o senhor e a senhora Gilbert.
Seus olhos se arregalam e ela se ajeita na cama para ficar mais confortável e
ouvir o que tenho que dizer.
— Mas se é reunião dos Gilbert, por que você vai? — Fez a mesma
pergunta que tem martelado em minha mente desde que Jonathan me disse.
— Não faço a mínima ideia e estou nervosa com isso, não faz sentido eu
ser chamada para a reunião com eles. — Suspiro ao ligar o secador e tirar a
umidade do meu cabelo recém lavado.
Eu realmente não consigo entender porque estarei presente na reunião,
talvez eu tenha entendido errado e não será somente eu, Jonathan e seus pais.
Pode ser que tenha mais pessoas e ele precise de mim apenas para fazer
anotações ou sei lá, vindo dele quando quer me provocar eu esperaria até
mesmo que ele me fizesse servir seu café.
— Você sabe que estou esperando que você me conte o restante dos
acontecimentos no restaurante, não é? — Cruza os braços de forma petulante
e dou de ombros.
Contei a ela até a parte que ele pediu a conta e eu vi o valor da garrafa de
vinho que pedi, de início morri de vergonha por ter feito aquilo, mas assim
que meus olhos bateram naquele sorrisinho sacana ao ver minha reação, eu
sabia que ele não ligava e estava se divertindo pra caramba com minha
culpa,o que não contei é que naquele almoço algo fez meu estômago revirar e
não era a comida.
Mas o auge do dia, piorando a minha vida, eu não me contive e assim que
entramos no carro o ataquei sem pensar duas vezes, talvez não tenha pensado
nem uma vez. Montei no colo do homem e o beijei sem dar espaço para ele
fazer algo que não fosse corresponder.
— Eu o beijei. — Confesso ao revirar os olhos e desligar o secador.
— VOCÊ O QUÊ? — Sal levantou da cama sem se preocupar em abaixar
o vestido que subiu.
— Beijei ele Sal, montei nele dentro do carro e o beijei como se não
existisse o amanhã ou pior, como se ele não fosse a porra do meu chefe. —
Ajeito meu vestido que nem está fora do lugar e ouço a gargalhada da minha
amiga.
Já escutei várias pessoas rirem em toda a minha vida, mas ninguém
conseguiu fazer isso do jeito que Sal fazia, era uma gargalhada que subia da
sua alma e contaminava todo mundo, porque neste momento eu estava rindo,
não da situação, mas dá risada dela.
— Sou sua fã, Brooke. — Riu novamente. — Chegaram nos finalmente
dessa vez?
Faço um leve suspense para que ela sofra um pouquinho e me viro indo em
direção à sala para pegar minhas coisas e ir para me aventurar com meu
delicioso e irritadiço chefe, nunca pensei que ficaria tão ansiosa por fazer
esse teste junto com ele novamente.
— Brooke! — Rosna, e é minha vez de rir.
— Não, amiga. — Visto o sobretudo quentinho para enfrentar o frio lá de
fora. — Mas foi quase, o homem sabe bem como tocar, beijar e se não fosse
minha consciência avisando que o motorista dele estava ali, com certeza eu
teria arrancado minha roupa.
Encaro minha amiga que por sua vez me olha com expectativa e um
sorriso enorme no rosto, se estivéssemos em um desenho animado apareceria
engrenagens girando em sua cabeça.
— A resposta para a pergunta que está na sua mente é não, nós não nos
beijamos mais depois daquilo e nem transamos. — Caminho até a porta. —
Você não vai descer também?
Ela pula acenando e corre em direção ao seu quarto provavelmente para
pegar o casaco, me deixando com meus depravados pensamentos. Não sei o
que me dá quando Jonathan está perto, mas é simplesmente impossível de
não me sentir como uma menina que acabou de se descobrir apaixonada pelo
quarterback do time do colégio.
Como você é patética Brooke.
— Pronto, vamos? — Olho minha amiga e aceno saindo do apartamento
com os nossos saltos fazendo barulho em conjunto.
Me ajeito no banco confortável e espaçoso de couro preto, olho para o
painel do carro completamente maravilhada com o design. O homem que fez
as exigências para esse enorme e imponente carro provavelmente não tem
filhos, já que não há bancos traseiros e pelo modelo quase cópia do Batmóvel
diz claramente que deve ser um fã.
De uma coisa temos certeza, dinheiro ele com certeza tem, porque o
quanto gastou para ter um carro desse produzido pela Bert B, com certeza
absoluta não é uma quantia que seres humanos desprovidos de milhões na
conta conseguiria pagar.
Encaro minhas mãos frias pela adrenalina que virá enquanto espero
Jonathan que foi conversar com o cliente.
Assim que cheguei aqui, o vi todo lindo com seu terno cinza bem
comportado em seu corpo malhado, minhas pernas deram uma leve tremida
assim como meu coração bateu forte em meu peito. Encarei-o por um tempo
tentando descobrir o que tinha de diferente em sua aparência e percebi que
provavelmente ontem depois que saiu da empresa foi cortar o cabelo, porque
estava mais curto e ajeitado, mas como eu já imaginava assim que abriu a
boca eu simplesmente revirei os olhos.
Sei que estava atrasada, tanto por causa das inúmeras sonecas que ativei no
celular, como pelo motorista do táxi que parecia apostar corrida onde quem
ganhava era o mais lento. Como eu fiquei possessa com ele, eu que não sei
dirigir, quase o pedi licença e chutei-o do banco para poder acelerar aquela
joça.
A porta do carro se abre e consigo ver apenas o corpo coberto com um
terno azul, imediatamente minha mente emite um alerta, Jonathan não estava
vestindo cinza? Meu coração acelerou rapidamente a ponto de me fazer ter
um ataque cardíaco quando o homem entra e me olha com os olhos castanhos
e sorri carnivoramente.
Meu corpo entende o sinal de alerta que meu cérebro emitiu e entra em
curto ao ver Billy sentado ali, me olhando como se eu fosse a sua presa mais
difícil de caçar, busco com minhas mãos trêmulas a porta.
Como isso foi acontecer? Billy é o cliente que sugeriu que eu fizesse o
teste, mas era Jonathan quem deveria dirigir e eu daria a ele somente a minha
opinião, não era? Mas que merda está acontecendo? Assim que minha mão
gelada consegue alcançar a alavanca para abrir a porta e saltar daquele carro,
a mão de Billy vai para minha perna e aperta firmemente em um aviso.
— Oi, Ursinha. — Sorri como se não tivesse passado dois anos, como se
ele não tivesse comido metade de Nova York quando estávamos juntos e não
perdoou nem mesmo minha irmã. — Senti saudades.
— Tira a mão de mim, seu filho da puta. — Dou um tapa estalado e forte
em seu braço o fazendo encolher para se esquivar de um possível novo tapa.
Puxo a alavanca para sair dali, mas a porta não abre, puxo novamente com
mais força, mas nada acontece, com meu coração batendo rapidamente e meu
cérebro entrando em curto, eu simplesmente congelo.
Droga!
— Me deixa sair dessa merda de carro! — Ordeno tentando não sufocar
com o bolo em minha garganta, mas Billy simplesmente acelera.
O arranque fez meu corpo grudar do banco e assim permaneci, tentando
controlar as lágrimas que estavam queimando meus olhos, o bolo em minha
garganta estava aumentando, fazendo minha respiração ficar pesada.
Eu estava com medo e irritada com várias perguntas em minha mente,
como ele me achou? Como soube que eu trabalhava na Bert B? E se ele
conseguiu descobrir isso, será que sabe onde eu moro? Meu deus, será que
ele vai ficar muito tempo no Canadá?
Mantenho meus olhos na grande pista enquanto o motor do carro ruge ao
ser levado ao limite da velocidade. Grudo minhas mãos no banco do carro
tentando controlar meu estômago que começou a revirar pela mistura de
sentimentos que se apossa de mim.
Medo, ódio, frustração, nojo.
— Por que fugiu, Brooke? — Era a voz do filho da puta e tinha um toque
de diversão.
Não respondi, apenas fiquei encarando a pista, sem esboçar nenhum tipo
de sentimento, o que não sei como estou conseguindo, porque por dentro
estou gritando todos os palavrões já existidos e inventando mais alguns,
criando vários cenários onde assassino o homem ao meu lado.
Assim que chega na curva final da pista ele simplesmente faz a mesma
manobra que Jonathan fez semanas antes, mas com a diferença que dessa vez
eu não estava me divertindo e entregue à adrenalina. O medo se apossou do
meu corpo e me paralisou e a felicidade do homem ao meu lado não tem nada
a ver com o carro ou com a velocidade e sim com o que ele está me fazendo
passar.
Mantenho minhas mãos apertadas no banco enquanto ele grita algumas
perguntas que continuarão sem resposta, o carro atinge uma velocidade que
literalmente poderia nos matar caso desse algo errado e tudo que minha
mente consegue pensar é que eu não quero morrer ao lado do homem que me
fez amá-lo só para estraçalhar o meu coração depois.
Alguns segundos depois, o que mais pareciam horas o carro para perto de
Jonathan, com o meu lado da porta de frente para ele. Sem saber do inferno
que estou passando aqui dentro, meu chefe têm um sorriso brilhante e
satisfeito no rosto o que faz minhas lágrimas queimarem ainda mais, em
conjunto com o meu estômago que realmente me obriga a sair do carro e por
sorte, ouço a trava ser desfeita e abro a porta com brusquidão, acertando-a no
homem que nada tem a ver com o que estou sentindo.
— Mas que merda. — Esbraveja ao sentir o baque.
Não dou importância, atravesso a pista chegando ao meio, onde tem umas
gramas e me deixo cair ali, colocando pra fora tudo que comi na noite
anterior e não foi digerido. Em segundos sinto uma mão encostar em meu
ombro, como um animal assustado, eu simplesmente me jogo de bunda na
grama, arrastando-me para longe do contato de quem quer que seja.
— Calma, Brooke, sou eu. — Jonathan me olha assustado e sem entender
o que está acontecendo.
Por que Billy não seguiu sua vida? Por que ele veio atrás de mim depois
de anos?
— Você deveria ter me falado que não queria ir, Brooke. — Billy disse
com diversão e me olha sério.
Levanto com as pernas bambas e logo sinto as mãos de Jonathan me
equilibrando, mas desvio delas imediatamente indo em direção ao filho da
puta do meu ex-noivo, seu sorriso estava fazendo meu estômago reclamar
novamente, mas consegui chegar perto dele e com toda a força que tinha
acertei um tapa bem estalado em seu rosto. Nenhum dos dois homens estava
esperando por isso, Jonathan por não saber o que estava acontecendo e Billy
por achar que eu não teria coragem de enfrentá-lo na frente dos outros, mas
ele estava muito enganado quanto a isso.
— Nunca mais chegue perto de mim! — Aponto para sua cara que agora
tem a marca dos meus dedos em seu rosto. — Por que não vai comer a Elle?
Ou sei lá, a metade de NY que você ainda não comeu?
— Urs... — O calei com outro tapa e antes que eu começasse a bater nele
sem parar Jonathan segurou minha mão, me afastando.
— Que merda está acontecendo aqui? — Os olhos escuros em chamas de
ódio me encaram firmemente.
Não o culpo, ele está me condenando por possivelmente arruinar sua venda
com o homem à minha frente, que mesmo com o rosto vermelho e
possivelmente ardendo mantém o sorriso sarcástico no rosto.
— Pergunta para o seu cliente o porquê dele ter lhe induzido a me trazer
para fazer o teste na porra do carro, senhor Gilbert. — Esbravejo com a raiva
me deixando fora de mim. — Pergunte a esse filho da puta o que éramos a
dois anos atrás e o porquê de não sermos mais.
Os olhos do meu chefe mantêm o semblante raivoso, mas não estou nem
fodendo para o que ele está me crucificando, se quiser me demitir, que faça
isso logo e se quiser incorporar o chefe ignorante e irritante agora que o faça
e verá estrelas com minha mão acertando seu rosto.
Calma Brooke, ele não tem nada a ver com isso.
Pego minha bolsa dentro do carro e saio correndo dali, deixando os dois
para se resolverem e conversarem, não quero mais ficar na presença de Billy.
Achei que minha raiva teria se desfeito depois desses anos, mas pelo visto
não! Eu continuo querendo esganar ele e minha irmã.
Ouço a voz grossa do meu chefe me pedindo para esperar, mas não paro,
continuo meu caminho rumo à rua.
CAPÍTULO 7
Jonathan B. Gilbert

— Brooke, porra! — Grito vendo-a correr com aqueles enormes saltos que
com certeza eu não consigo imaginar como é difícil se equilibrar ali, quem
dirá correr.
Mas que diabos acabou de acontecer aqui? A mulher deu dois tapas no
rosto de um cliente que está prestes a fazer uma compra milionária com a
Bert B e sinceramente, se ela não tiver uma ótima desculpa para o que
aconteceu, amanhã precisarei contratar outra pessoa para substituí-la.
Os cabelos loiros e um pouco úmidos balançando de um lado para o outro
enquanto ela sai em disparada da pista particular para a portaria, trombando
em uma placa de propaganda no caminho, mas nem mesmo isso a fez parar.
A observei até seu corpo sair do meu campo de visão e só então ouvi a voz de
Billy nas minhas costas.
— Mulheres são temperamentais. — Diz com um sorriso sarcástico.
Encaro o homem que deu um passo para ficar ao meu lado e consigo ver
nitidamente os dedos da mulher maluca em seu rosto.
— Senhor Nixon, me desculpe por isso. — Passo a mão nervosamente no
cabelo. — Não sei o que deu nela.
Encaro o lugar onde ela passou tentando entender o que realmente
aconteceu aqui, é certo que estava realmente abalada quando saiu tropeçando
do carro, além de ter me dado uma portada que quase pegou no nariz, Brooke
chegou até mesmo a vomitar, ela não reagiria assim só porque de última hora
Billy Nixon pediu para que eu o deixasse dirigir, reagiria? Seria exagerado
demais e por mais que eu não a conheça a muito tempo, tenho certeza que
não faria esse show, colocando a venda milionária da empresa em risco.
Encaro o homem ao meu lado que mantém seus olhos pelo lugar que Brooke
passou.
O que aconteceu? Com certeza eles se conhecem, mas de onde? E por que
a reação dela foi tão extrema?
— Não se desculpe, Brooke é temperamental. — Diz ainda olhando para a
portaria e depois vira abruptamente para me encarar. — Éramos noivos e pelo
visto ela ainda não superou nossa separação. Me desculpe, senhor Gilbert,
não queria causar confusão ao pedir que trouxesse sua secretária, não fazia
ideia que era ela.
Aceno achando, por algum motivo, que aquela explicação não era
exatamente tudo, esse cara estava escondendo algo e eu iria descobrir. Não
quero acreditar que Brooke ficaria tão fora de si apenas por não ter superado
o fim do relacionamento.
— Espero que ainda queira o carro. — Dou um sorriso ensaiado para o
homem que retribui animado se virando completamente para ver o carro,
quase uma réplica do Batmóvel.
— Claro que quero, o restante do dinheiro será depositado na tarde de hoje
e amanhã passo para buscá-lo na Bert B. — Diz animado, olhando o carro
com os olhos brilhantes.
O restante do dia minha cabeça permaneceu na reação da Brooke e nos
possíveis cenários e motivos que ela poderia ter para que isso acontecesse.
Não queria pensar que ela realmente tenha se comportado desta maneira
apenas porque não aceita o término, se esse for o caso serei obrigado a
encaminhá-la para um psiquiatra. Passei a reunião com meus pais no piloto
automático, era para ela estar aqui comigo, anotando e dando ideias que só
sua mente brilhante tem, acabou que meus pais perceberam que não estava
em condição de conversar sobre nada no momento e me enxotaram da sala de
reunião me mandando ir diretamente para casa, mas fiz um caminho diferente
e acabei em frente ao prédio da loira que têm me contagiado com sua
maluquice.
Saio do carro fechando o botão do paletó que soltei ao me sentar e
caminho até a portaria de seu prédio, pedindo o guarda ali para avisá-la que
quero conversar.
— Senhorita Nielsen, tem um senhor aqui querendo subir. — Escuto-o
falando. — Como é seu nome? — Ele me encara.
— Jonathan Gilbert.
Sem precisar falar meu nome para Brooke que provavelmente me escutou,
o homem abre a porta e caminho rapidamente até o decadente elevador do
prédio. Como os moradores confiam nessa coisa caindo aos pedaços e
rangendo a cada movimento eu não consigo entender, mas já que eles usam
todos os dias e ainda não caiu é porque deve ser seguro.
Ou não.
Assim que abre as portas metálicas já estou andando rapidamente pelo
corredor até estar de frente com sua porta que é de longe a mais bem cuidada
do prédio, provavelmente porque ela e sua amiga fizeram questão de arrumá-
la.
A porta se abre segundos depois que toco a campainha ao lado, o que me
faz pensar que Brooke só estava me esperando tocar para abrir,
provavelmente nervosa com o assunto que vamos tratar.
Só espero não levar dois tapas na cara também.
Entro no apartamento com as mãos no bolso e meus olhos vão diretamente
para o bilhete, que deixei no guardanapo para ela no dia que quase transamos,
pendurado em um quadro onde há mais alguns papéis com bilhetes ali, me
parecem recados dela para sua amiga e vice-versa.
Sento no sofá cinza claro sem esperar que ela convide e fico em uma
posição mais confortável possível para que me explique qual a merda do
problema e o porquê diabos agiu daquela forma com um cliente, que descobri
ser o ex-noivo dela.
Deixo meus olhos por um segundo passar por suas pernas nuas e o traidor
entre as minhas, se manifesta como se eu tivesse perguntado: alguém aí quer
comê-la? Umedeço meus lábios com a língua e limpo a garganta para
começar a falar.
— Você vai me explicar que merda aconteceu? Ou ficaremos brincando de
estátuas aqui? — Observo seu rosto ficar vermelho, enquanto as mãos
formam punhos. — Vamos Brooke! Começa a falar antes que eu saia daqui
entregando sua bunda para o RH!
Agora sim eu a deixei puta, os olhos verdes me encaram com as chamas
dançando, assim como seu rosto inteiro se fecha, instintivamente coloco as
mãos em minhas bolas para protegê-las, mas ao invés de se aproximar, a
mulher raivosa à minha frente fica parada, cruza os braços, os descruza
novamente e então explode.
— Sabe que merda aconteceu, seu idiota metido a rico? Aquele seu cliente
de contrato milionário é meu ex-noivo. — Agita as mãos nervosa e o rosto
fica ainda mais corado. — E sabe como terminamos? Peguei aquele pau torto
e pequeno se enfiando na boceta da minha irmã, MINHA IRMÃ! — Grita
com as lágrimas escorrendo pelas bochechas e começa a andar de um lado
para o outro. — E não foi a porra da primeira vez, soube que o desgraçado
comeu metade de Nova York enquanto a idiota aqui estava planejando o
casamento dos sonhos, enquanto EU ESTAVA SUSPIRANDO POR ELE.
Continuo calado, observando-a colocar toda a raiva e frustração para fora,
mas minha vontade era de ir atrás de Billy e dar um murro nele, por que
como alguém em sã consciência pode fazer uma mulher sofrer assim? Pedir
para que ela se comprometa para sempre com ele, sendo que nas horas vagas
ficava comendo todas por aí? E ainda teve a cara de pau de me falar que o
surto era porque ela não tinha superado o término, saindo por cima de toda
história.
— Então seu filho da mãe idiota, pode entregar minha bunda para a porra
do RH, aproveita e enfia toda aquela empresa na sua pra ver se desce desse
pedestal que subiu. — Aponta o dedo brava pra caralho.
Mas olha o que você foi falar Jon, seu burro!
Levanto rapidamente puxando-a para os meus braços quando ela marcha
para a porta e seus punhos imediatamente batem em meu peito repetidas
vezes enquanto ela chora e me xinga ao mesmo tempo, mas não a solto, pelo
contrário, aperto ainda mais seu corpo no meu.
— Se acalma, Tigresa. — Sussurro em seu ouvido.
— Tigresa é sua mãe, seu filho de uma ... — Ela não continua e tenta se
afastar novamente.
Deveria ter provocado sua ira ao entrar aqui? Claro que não, mas dessa vez
eu estava realmente puto com ela pelo que fez com o cliente e agora, depois
do que ela me disse desejei saber de tudo isso na hora, porque com certeza
teria o maior prazer em ajudá-la a bater nele.
— Você sabe que eu não sabia, não é? — Pergunto ainda segurando-a forte
em meus braços. — Eu não te colocaria naquele carro sozinha se soubesse
tudo que aquele homem causa à você, Brooke.
Ouvindo o que digo, Brooke para de se debater e me escuta, ainda
chorando, mas pelo menos está se acalmando aos poucos.
— Me desculpa pelo modo que falei, estava puto sem entender nada do
que aconteceu. — Afasto meu rosto um pouco para olhar em seus olhos e os
vejo vermelhos pelas lágrimas. — Não quero dar sua bunda para o RH e
definitivamente não quero enfiar a empresa na minha, mas talvez eu pudesse
enfiar algo na sua. — Provoco.
Meu coração acelera e se aquece ao ver seu sorriso em meio às lágrimas,
passo o polegar em seu lábio inchado e meus olhos acompanham, desejando
tomar aquela boca deliciosa novamente.
Desde o dia que nos beijamos depois do restaurante eu vivo uma guerra
interna em querer vê-la com raiva e depois devorar essa boca esperta e
gostosa.
Que se foda.
Entrelaço os dedos de uma mão em seu cabelo e trago sua boca para a
minha, tomando-a com força e desespero de um cara que quer fazer isso há
semanas, sinto seu sabor intoxicante adentrar em mim e aquilo acordou um
Jonathan completamente animalesco. Viro e choco-a contra a parede ao lado
da porta enquanto esmago sua boca na minha.
— Jon... — Geme entre meus lábios enquanto suas mãos alisam meu
corpo.
Não quero me aproveitar da vulnerabilidade dela, mas porra essa boca está
deliciosa demais para que eu não aproveite ao máximo o beijo, então apenas
reivindico sua língua, sentindo-a brincar com a minha, subo suas pernas para
termos um contato maior e sinto o calor de sua boceta pelo short fino que está
vestindo.
— Merda! — Coloco-a no chão e me afasto um pouco, ainda com os olhos
nublados a encaro com uma expressão confusa no rosto. — Não vou me
aproveitar do seu momento de vulnerabilidade para fazer isso, Brooke.
Me aproximo para tranquilizá-la e não deixar dúvidas do quanto a quero,
seguro sua mão colocando-a sobre minha virilha, para que sinta o quão
excitado estou e assim que sente o volume solta um gemido que me fez
querer ser um filho da puta e mandar um foda-se para a minha consciência.
— Quero te foder desde o dia do bar Brooke, mas não hoje, você está
abalada e não vou me aproveitar desse momento para entrar nessa bocetinha
deliciosa. — Provoco e passo a língua em seus lábios. — Já sei que o gosto
da sua boca é viciante, mas me pergunto qual será seu sabor entre as pernas?
— Mordo seu queixo devagar. — Amanhã quando estiver com a cabeça no
lugar e realmente quiser isso, me procura.
Seus olhos se mantêm presos aos meus e a beijo novamente, envolvendo
sua língua com a minha e me controlando para manter o bom senso de ir para
a casa bater uma e rezar para amanhã ela me procurar e satisfazer esse desejo.
— Não preciso pensar, voc... — Tenta falar quando começo a beijar seu
pescoço, mas interrompo com minha boca novamente.
— Precisa sim, Tigresa. — Sorrio contra seus lábios. — E eu vou embora
porque não conseguirei me conter se ficar mais tempo por perto. —
Aprofundo o beijo mais uma vez para beber tudo desta mulher e me afasto
relutantemente. — Vejo sua bunda gostosa no meu escritório amanhã, sem
atrasos senhorita Nielsen.
Abro a porta saindo de lá antes que meu pau comece comandar minhas
ações e vislumbro seu sorriso sedutor antes de entrar no elevador e as portas
fecharem.
Porra.
CAPÍTULO 8
Brooke F. Nielsen

Jonathan.
Jonathan.
Jonathan.
É só nisso que minha mente conseguiu pensar desde o momento que o vi
em meu humilde apartamento e para piorar o desgraçado me deixou
completamente excitada, dizendo que não iria se aproveitar do meu momento
vulnerável. Sei muito bem que o que ele fez foi o certo, foi cavalheiro, mas
eu não precisava pensar para ter certeza do que queria, queria gritar para se
danar, ele e seu bom senso.
Suspiro deixando o café em cima da minha mesa antes de sentar na cadeira
em frente ao meu computador que está iniciando suas atividades
preguiçosamente, diferente de mim que estou a mil por hora.
Ouço uma leve batida na porta da minha sala e a encaro quando Ivy
Lancaster entrar com sua postura impecável, os saltos caríssimos batendo no
chão em mármore e o olhar superior, como se fosse mais do que apenas um
ser humano. Preciso confessar que apesar de não concordar com sua atitude
de dormir com todos os homens da empresa para garantir seu lugar
privilegiado de diretora, ela não é uma vilã que vemos em filmes ou livros
românticos, quer dizer, a mulher é esnobe e não dá ideia para pessoas abaixo
de sua função, mas nunca a vi destratar uma pessoa apenas por diversão ou
para mostrar o quanto é superior.
— O senhor Gilbert está? — Me olha com desdém.
Ela não destrata, mas também não dá abertura para pessoas como eu, uma
simples secretária.
— Não senhorita Lancaster, ele ainda não chegou. — Sorrio.
Antes que ela possa apenas virar as costas e sair da mesma maneira que
entrou, a porta se abre mostrando um Jonathan impecavelmente lindo. Como
esse homem consegue fazer meu cérebro virar pó em questão de segundos?
Provavelmente eu e Ivy temos a mesma expressão no rosto, que diz: “vou
pular em você.”
Rio internamente e me obrigo a desviar o olhar daquele homem, tentando
fingir que ele não me afeta, se está dando certo eu não sei, mas eu juro que
estou tentando.
Jonathan entra iluminando a sala, assim como o rosto da mulher que até
segundos atrás estava com uma carranca, os olhos escuros como a noite se
fixam nos meus por alguns segundos antes de desviar para Ivy, que agora
parece uma garotinha em frente ao seu maior e melhor presente de Natal.
— Preciso falar com você sobre a reunião hoje, senhor Gilbert. — A
morena diz com uma postura impecável e um sorriso galanteador no rosto.
Claro que ela quer falar com ele sobre a reunião, o e-mail que Jonathan
enviou para a equipe foi bem claro, ele queria todos os diretores em uma sala
para apresentar os relatórios que pediu hoje antes do horário de almoço.
— O que temos a tratar sobre isso será na reunião, senhorita. — Desvia do
corpo de Ivy e atravessa a minha sala com um sorriso malicioso no rosto
quando olha em minha direção.
Antes que eu possa levantar e dar continuidade ao que começamos ontem,
a diretora de Marketing o acompanha até sua sala e entra fechando a porta
atrás de si como se fosse dona da empresa ou sei lá, esposa do Jonathan.
Fecho os olhos tentando relaxar na cadeira, o que não adianta muito, meu
corpo está tenso com essa atitude e na minha mente só consigo ver a cena que
presenciei no primeiro dia como secretária dele, mas ao contrário daquele dia,
uma raiva imensa sobe pelo meu corpo, me deixando bufando.
Controle-se, Brooke, Jonathan não é nada seu!
Minha mente é inundada de imagens do que eles podem estar começando a
fazer lá dentro, será que ela irá chupá-lo novamente? Beijá-lo? Transar com
ele? Sem nem ao menos perceber, me levanto com força, fazendo a cadeira
de rodinhas bater na parede em um baque alto e marcho como um soldado
pronto para a guerra até a porta do meu chefe.
Abro a porta sem me preocupar em bater e vejo Ivy sentada na cadeira em
frente à mesa de Jonathan, o homem em questão está sentado na sua olhando
um papel que possivelmente a diretora de Marketing entregou, os olhos dos
dois miram em mim, os de Ivy com curiosidade e os de Jonathan com
diversão.
Argh, odeio ele!
Respiro fundo tentando acalmar meus nervos e encontrar o funcionamento
para as minhas cordas vocais, assim como os do meu cérebro para achar uma
saída para esse papelão que estou fazendo de estátua encarando os dois com
um olhar assassino.
— O senhor Doublin ligou para agendar a sua visita. — Tento controlar a
rouquidão na minha voz, o que é quase impossível dado o meu alto nível de
constrangimento. — Quando devo marcar?
Com uma coragem renovada, levanto meus olhos até encarar aquelas
esferas negras brilhando em diversão e excitação por perceber que minha
intenção ao entrar daquele jeito em sua sala nada tinha a ver com a visita que
ele tinha que fazer ao seu possível sócio, já que Jonathan estava querendo
comprar uma parte de um resort luxuoso, nada mais, nada menos que nas
Maldivas. Sua sobrancelha negra e encorpada se estica em um sinal claro de
sua diversão e sua língua aparece para umedecer os lábios, chamando minha
atenção para eles.
— Vamos conversar sobre isso mais tarde. — Diz com um toque de
sarcasmo em sua voz.
Idiota.
Aceno virando as costas quando seus olhos terminam a inspeção em meu
corpo e se fixam no papel em sua frente e Ivy volta sua atenção para o
homem terrivelmente irritante. Saio de sua sala fechando a porta com cuidado
e solto o ar com força, sentindo minhas bochechas queimarem.
O que você está fazendo, Brooke?
Saio da minha sala indo à passos largos pelo corredor luxuoso da empresa
e entro no banheiro mais próximo, afim de lavar meu rosto e me refrescar um
pouco.
Eu não deveria ter entrado em sua sala daquele jeito, não tinha o direito de
fazer isso, mas porra, quando vi Ivy entrando e fechando a porta com um
sorriso malicioso como se ela fosse se satisfazer, uma ira que nunca havia
sentido antes por alguém correu minhas veias e imediatamente entrei em
curto.
Enxugo meu rosto sentindo-o esfriar um pouco com a ajuda da água e
respiro fundo, me preparando para voltar à minha mesa e começar a fazer o
que deveria estar fazendo, trabalhando.
Minutos depois estou exatamente concentrada com um arquivo em minha
frente, Jonathan me pediu para analisar alguns documentos por e-mail
enquanto continuava com sua conversa com Ivy, mas agora com uma
diferença, um de seus funcionários estava lá dentro com ela, conversando
sobre a reunião que iriam participar em algumas horas.
Posso até imaginar do que se trata os assuntos, com certeza ela deve estar
pedindo para que seu funcionário eficiente apresente as questões de
marketing para ela, mas isso não me surpreende já que provavelmente foi ele
quem preparou tudo para a reunião.
O telefone em cima da minha mesa começa a tocar e o atendo
imediatamente.
— Almoçamos juntas? — A voz de Sal soou em meu ouvido e sorri
aliviada por não ser alguém avisando que Billy estaria subindo para ver
Jonathan e os dois irem almoçar e depois pegar o carro.
— Claro. — Sorrio desligando o telefone e levando minha atenção para a
porta do escritório de Jon que se abre em uma Ivy com a cara vermelha de
raiva e seu funcionário com um sorrisinho vitorioso. Tenho a leve impressão
que ele só está demonstrando felicidade porque está atrás de sua chefe e
consequentemente não pode ver sua expressão.
Os dois passam por minha sala e fecham a porta assim que saem dela, mas
meus olhos não estão mais ali e sim no homem com o terno impecável,
encostado no batente da porta me olhando com um tom de malícia em seus
olhos escuros. Reviro os meus voltando minha atenção para o telefone que
voltou a tocar e atendo sem querer encarar os olhos hipnotizantes do meu
chefe que se aproximou perigosamente de mim.
— O senhor Nixon está aguardando para subir. — A voz de uma das
meninas da recepção avisa me deixando desconfortável e alerta, o que
Jonathan percebe ao me olhar com preocupação substituindo o desejo em sua
feição.
Encaro-o engolindo em seco e respiro fundo para controlar meu nível de
estresse, o que ultimamente anda alarmante.
— O senhor Nixon está esperando. — Sussurro para ele que entende
imediatamente meu desespero e pega o telefone da minha mão para responder
em meu lugar.
— Diga para esperar que estou resolvendo um assunto importante. —
Desliga antes de dar tempo para a mulher responder e sua boca cobre a minha
possessivamente, reivindicando minha língua, assim como minha atenção.
O que dá certo, porque não existe mais nada além da sua boca tomando a
minha, sua língua saboreando cada espaço da minha assim como seus dedos
subindo por minhas coxas, deixando-me ainda mais sensível ao seu toque.
— Jon. — Suspiro entre seus lábios e o sinto sorrir.
— Achei adorável o começo do show que você deu em minha sala,
Tigresa! — Sussurra rouco antes de mordiscar meu pescoço e deixar suas
mãos aventurarem sob minha saia, até chegar em minha calcinha
completamente molhada. — Hum, molhadinha. — Seus dedos ajeitaram
minha calcinha colocando-a para o lado e abrindo os lábios lambuzando-os
completamente com minha excitação.
Sua boca volta para a minha em um beijo calmo e sensual, mas seus dedos
continuam explorando minha carne, passando em cima do meu clítoris
sensível apenas para me provocar e então descer e me penetrar.
— Oh ... — Abro as pernas o máximo que consigo com a saia limitando
meus movimentos e aprofundo nosso beijo, mas Jonathan afasta a boca com
um semblante sedutor.
Depois de puxar meu lábio inferior com os dentes, ele tira os dedos da
minha boceta e coloca em minha boca, que eu chupo sentindo meu próprio
sabor, o tempo todo mantendo minha atenção e meu olhar faminto no homem
à minha frente e então ele toma minha boca, provando minha excitação
através de meus lábios.
Que homem é esse?
— Você quer gozar agora Brooke? — Perguntou com a voz rouca e
arrastada enquanto separava nossos lábios. Em seguida lambeu os seus para
não deixar nenhum resquício do meu sabor longe de sua língua. — Ou quer
que eu te deixe assim, necessitada e mais tarde eu cuido de você no pacote
completo?
Meus olhos se arrastam preguiçosamente para o volume entre suas pernas
e seu contorno me faz salivar.
— Se eu quiser gozar agora, terei o pacote completo mais tarde também?
— Encaro seus olhos mordendo meu lábio inferior que logo escapa dos meus
dentes quando sua boca toma a minha mais uma vez de forma abrupta e
deliciosa.
Sem me dar chance seus dedos voltam a ficar entre minhas pernas
encontrando meu clítoris completamente pulsante e ele se dedica ali, me
fazendo gemer entre seus lábios, mas o homem em questão engole cada um
dos sons que minha boca está disposta a soltar.
Meu ventre se aquece com um orgasmo a caminho, mas não me surpreendi
pela velocidade em que ele se formou em meu corpo. Jonathan consegue tirar
as melhores e as piores sensações de mim e isso me assusta, mas também me
traz um sentimento de euforia e felicidade.
Sinto seus dedos circularem mais rápido enquanto mexo meu quadril,
incapaz de ficar parada enquanto meu corpo todo treme e tensiona a medida
que me sinto mais quente e perdida, sua boca habilidosa continua explorando
a minha com vigor e minha vontade de gritar somente é acalmada por ela,
porque esse beijo está bom demais para que eu separe nossos lábios para
tentar expressar com palavras o que estou sentindo e então uma explosão faz
meu corpo inteiro contrair e soltar.
Jonathan separa nossas bocas e fica me olhando como um predador,
gravando minhas reações ao atingir um orgasmo avassalador que me deixou
mole como gelatina, além de ofegante e completamente sem energia.
Como ele conseguia fazer isso apenas com os dedos e beijos eu não sei,
mas estou ansiosa para sentir o pacote completo, como ele disse.
— Você é deliciosa por natureza, mas quando goza fica fascinante. —
Seus olhos continuam incendiando minha pele por onde passam e enfim ele
me beija novamente, tirando os dedos melado do meu sexo e separando
nossas bocas para poder lamber. — E seu gosto? Ah ... seu gosto é divino,
Tigresa. — Sorri e me beija novamente me tirando todo o ar e o resquício de
energia que me sobrou.
Mas antes que ele se afaste e vá receber o maior filho da puta de todos os
tempos, eu simplesmente seguro o cós da sua calça impedindo-o de sair,
quero e vou dar algum alívio a ele.
— Me recuso a deixá-lo sair mais uma vez sem que eu tenha dado algum
alívio. — Sorrio e o sinto, e abrindo o zíper por fim liberando seu membro
glorioso da cueca.
E assim como o dono, o pênis à minha frente é grande, grosso, com
algumas veias saltadas deixando-o ainda mais apetitivo. A cabeça rosada e
redonda brilhando com o pré gozo me fez salivar e sem perder tempo
abocanho como se fosse um pedaço de carne deliciosa, o fazendo grunhir em
resposta.
— Que boca gulosa. — Sua voz rouca me excita e me dá ainda mais
incentivo a fazer esse homem ir ao céu, assim como acabou de me fazer
viajar de primeira classe para lá. — Chupa com força, Tigresa.
Sorri tirando-o da minha boca ao sugar apenas para voltá-lo para o fundo
da minha garganta, tocando-a e tirando-o novamente, os sons que Jonathan
faz estão me deixando ainda mais confiante em colocá-lo ajoelhado de tanto
prazer. Suas mãos seguram meus cabelos, ajudando nos movimentos
enquanto finco minhas unhas em suas coxas aprofundando ainda mais seu
pau em minha garganta, chupando-o com força e raspando meus dentes ao
chegar na cabeça vermelha.
— Puta merda Brooke, não vou durar muito desse jeito. — Geme fechando
os olhos e o encaro ao engolir seu membro novamente com fome.
Aperto suas bolas com uma das mãos e seu gemido de prazer me faz
tremer, continuo chupando da maneira como vi que ele gosta, sempre com os
olhos encarando-o, estou fascinada por conseguir levá-lo ao limite desse
jeito.
Não consigo ver seu corpo direito por causa das roupas, mas tenho certeza
que seu abdômen está se contraindo nesse momento, seu pau inchou em
minha boca e sua voz rouca e drogue soou pela sala em silêncio.
— Linda, vou gozar. — Avisou para que se eu não quisesse em minha
boca, parasse imediatamente, mas eu queria.
Ah, como eu queria!
Chupei com mais força e devoção, afundei seu pau em minha boca quando
os jatos fortes do seu sêmen jorravam em minha garganta, seus olhos
fechados e lábios comprimidos me dizem que ele está muito, mas muito
satisfeito e assim que termina, o chupo mais uma única vez para limpá-lo por
completo, o que me rende um olhar carinhoso e satisfeito do homem em
questão.
Seus lábios tocam os meus com carinho antes de arrumar sua roupa.
— Você com certeza ganhará o pacote completo mais tarde, poderia te
colocar nessa mesa e te comer com força. — Ofeguei. — Mas preciso ir.
Seus lábios sugaram os meus em mais um beijo de adoração.
— Venha, vamos nos limpar em meu banheiro. — Estendeu sua mão
habilidosa para mim, que peguei sem hesitar.
CAPÍTULO 9
Jonathan B. Gilbert

Assim que a mão macia de Brooke encosta na minha a puxo para se


levantar e andar na minha frente rumo à minha sala. Deixo meus olhos
acompanharem o movimento do quadril levando aquela bunda durinha para
um lado e para o outro antes de me aproximar e sem conseguir me conter por
muito tempo, passo meus braços em sua cintura trazendo seu corpo quente e
gostoso para mim, grudando suas costas em meu peito enquanto andamos um
pouco desengonçados para chegar até o banheiro dentro da minha sala. No
caminho, deixo meus lábios passearem por sua pele sedosa e cheirosa,
causando arrepios.
— Jon, você está me deixando louca. — Sussurra colocando as mãos para
trás e deixando nossos corpos ainda mais colados, fazendo meu pau se animar
novamente.
Com certeza ele está animado, afinal foi bem tratado a alguns minutos
atrás, na verdade eu nunca senti alguém chupar do jeito que essa loira faz.
Tive que me concentrar muito para prolongar o prazer. A começar por
quando ela entrou na minha sala com seus olhos de águia mirando tanto a
mim quando a mulher que estava sentada querendo me dizer que seu
subordinado iria apresentar na reunião. Naquele momento eu queria deitar
Brooke em cima da mesa e me afundar nela com força, ouvi-la gritar meu
nome até que sua expressão de raiva desse lugar a de prazer, mas então, me
permiti ser um filho da puta e apenas a encarei com um sorriso torto, tentando
não expressar meu desejo na frente de Ivy.
Não me levem a mal, não tem nada a ver com querer ficar com a até então
diretora de Marketing, mas quero manter esse lance entre nós por enquanto,
pelo menos até se concretizar. Já dizia minha mãe: “A chance de alguém
estragar o que temos é grande, então não conte a ninguém sobre suas
intenções antes de conquistar algo”
— É mesmo? — Sussurro virando-a para mim e tomando sua boca com
desejo, quase desesperado em me enterrar nela.
Sei que não seria o ideal, afinal tem um cliente esperando na recepção, mas
além de não me importar com isso, o cliente em si merece um chá de cadeira
para aprender a tratar uma mulher, ainda mais essa preciosa loira com a boca
sabor morango.
— Você não sai desse banheiro enquanto não cumprir com a promessa que
me fez naquele bar, Jonathan. — Sussurra em tom de ordem o que me faz
soltar uma gargalhada e voltar a tomar sua boca, mordendo seu lábio com um
pouco mais de força.
Exploro seu corpo com minhas mãos, sentindo sua pele macia sob a roupa,
aproveito esse reconhecimento para subir sua saia até a enrolar na cintura e
mesmo com dificuldade, eu me afasto para admirar seu corpo. Gostosa!
— Quero que você tire a roupa. — Ela sorri ao se aproximar puxando meu
lábio inferior e se afasta novamente me olhando realmente com expectativa
em me ver tirar completamente a roupa.
— Então você também vai tirar! — Dou um sorriso torto para ela e a vejo
acenar mordendo os lábios quando começo a tirar as primeiras peças de
roupa.
Com os olhos cravados em meus movimentos, Brooke se encosta na
parede fazendo sua pele se arrepiar imediatamente pelo choque de
temperatura do corpo quente com o mármore gelado. Meus olhos descem
para seus seios resetados e meu pau fica ainda mais duro com a expectativa
do que está por vir.
Termino de tirar toda a roupa sob o olhar lascivo da mulher em minha
frente e sorrio me aproximando do seu corpo apenas para sussurrar.
— Sua vez. — Abaixo a tampa do vaso e me sento em cima, olhando
Brooke ficar na minha frente.
Vendo seu olhar faminto em meu pau encostado em minha barriga, decido
provocá-la me acariciando lentamente enquanto ela rebola sensualmente os
quadris para tirar a saia. Seu olhar em chamas encara o meu enquanto seus
dentes seguram o lábio inferior.
Puta merda.
Brooke vira de costas me dando plena visão da sua bunda nua pela
calcinha fio dental e tira a blusa sem cerimônia e sem esperar seu sutiã
desliza pelos braços e ganha o caminho até o chão, mas a loira continua de
costas, rebolando.
— Brooke. — Sussurro em tom gutural, mas ela não se vira para mim,
seus polegares seguram cada lado da calcinha e abaixa, deixando a bunda
empinada.
Caralho, que visão!
Sua boceta rosada e completamente encharcada está em minha direção e eu
não sei se já vi uma boceta tão bonita quanto essa. Solto outro gemido que
mais se assemelha com um rosnado e seus olhos verdes encontram os meus,
mostrando todo desejo que ela sente. Inclino para frente com o braço
estendido a fim de puxá-la, o que ela aceita de bom grado. Passo o braço em
sua cintura e a faço sentar em meu colo, com uma perna de cada lado do meu
corpo e o centro molhado envolvendo meu pau em um sanduíche delicioso.
— Você é gostosa demais. — Sussurro contra seus lábios e a beijo
ferozmente mexendo seu quadril no processo, ganhando uma fricção
deliciosa e quente.
Porra, como ela é quente.
— Jon, por favor ... — Choraminga enfiando seus dedos em meu cabelo.
Não precisa completar a frase, sei o que ela quer porque eu também quero,
preciso estar dentro dela urgentemente. Folgo meu braço em sua cintura e
alcanço a gaveta na pia ao meu lado e pego a camisinha. Afasto-a do meu pau
e rapidamente o encapo.
Vejo-a me observar com os olhos vidrados em meu membro e então
aquelas duas esmeraldas brilhantes e completamente viciantes sobem e
encaram meus olhos que no momento devem pegar fogo, sorrio
maliciosamente antes de beijá-la, puxo-a mais e com uma mão consigo
encaixar em sua entrada, fazendo-o entrar devagar até estar completamente
acomodado e apertado dentro de seu calor.
— Você é deliciosamente apertada, linda. — Falo ao desviar meus lábios
para seu pescoço e mordiscar a pele sensível ali.
— Jonathan, mexe! — Ordena com as mãos segurando meu ombro e
ondulando o quadril me fazendo mexer dentro dela.
Sorrio ao segurá-la com força em mim e levanto só para chocá-la contra
parede e prendendo-a entre meu corpo e o mármore. Seu calcanhar se
entrelaça com o outro em minhas costas a deixando presa em minha cintura,
com meu pau em seu maravilhoso calor.
Movimento meu quadril para frente e para trás, entrando e saindo devagar,
mas seus gemidos pedindo por mais me fazem acelerar e em menos de um
segundo eu estou estocando dentro dela com fúria, mordendo seu lábio com
força e preso em uma névoa viciante do nosso suor, nosso cheiro se
misturando e a sensação de tê-la me apertando, me acomodando, fazendo-me
perder em um prazer intenso.
— Mais Jon. — Geme contra meus lábios. — Está tão bom, não se atreva
a parar. — Sussurra com a voz tremida pelas estocadas fundas e rápidas que
estou dando.
Nem se quisesse seria capaz de parar, ela é viciante demais para que eu
simplesmente me afaste e a deixe na mão. Encaro seus seios balançando e me
inclino para capturar um mamilo com meus dentes o que me rende arranhões
em minhas costas e sua voz pedindo por mais forte, mais rápido.
Eu não consigo tirar da minha mente que essa mulher foi feita na medida
pra mim, ela é tudo que eu sempre quis e porra, transar com esse furacão está
me deixando louco.
— Gostosa. — Chupo seu seio com força e ela arqueia as costas se
oferecendo para mim, enquanto continuo estocando em sua boceta apertada e
encharcada, sinto-a contrair em volta do meu pau, me avisando que ela está
perto de se entregar completamente.
A faço colocar os pés no chão e imediatamente viro seu corpo, prensando
seus seios no mármore e antes que possa pensar, volto a penetrar por trás,
descendo as mãos por seu corpo suado até chegar no meio das pernas e
acariciá-la da maneira que percebi que gosta.
— Ah merda, não vou aguentar segurar. — Grita segurando meu cabelo,
forçando minha boca a beijar seu pescoço.
— Não é para se segurar, goza Brooke, goza pra mim linda. — Sussurro
contra seu ouvido e continuo penetrando-a e circulando seu clítoris.
Seu corpo começou a dar espasmos mais fortes enquanto a boceta me
apertava com vontade e assim ela gozou e me puxou junto, nos perdemos em
um gemido em coro, com nossos corpos suados e exaustos pelo esforço, mas
também completamente satisfeitos.
— Isso foi ... — Diz ofegante.
— Bom pra caralho. — Completo girando-a e beijando seus lábios com
carinho dessa vez, sentindo-os inchados pela brutalidade dos meus beijos,
mas ela não parece se importar, suas mãos acariciam meus ombros subindo
até meu cabelo e se enfiando ali, me dando uma sensação gostosa. — Acho
que vamos precisar de um banho antes de voltar a trabalhar.
Brooke ri enquanto carrego seu corpo exausto para o chuveiro, depois de
ter tirado a camisinha e jogado no lixo, ligo-o ainda beijando carinhosamente
seus lábios, deixando a água lavar nossas peles, acalmar nossos corações
assim como deixando que tomássemos novamente o fôlego.
— Com certeza eu vou querer repetir a dose. — Diz olhando para mim
com um sorriso sensual.
Claro que vamos repetir, hoje mesmo se for possível vou levá-la para
dormir em meu apartamento, passarei a noite inteira dentro dela e só vamos
parar para comer alguma coisa porque com certeza vamos precisar de energia
para dar conta da noite inteira regada a sexo.
— Dorme comigo hoje? — Sorrio vendo sua sobrancelha levantada. —
Quer dizer, transa comigo a noite inteira hoje?
— Agora sim! — Diz divertida e captura meus lábios. — Acho que vou te
dar uma canseira hoje de noite, senhor Gilbert.
Assim eu espero loira, quero que você monte em mim como uma amazona
doida e que eu fique desidratado tanto de suor quanto de porra, vou gastar
meu estoque com você hoje. Sorrio com o pensamento ainda dando beijos
leves em seus lábios.
Os minutos foram se passando enquanto nos lavamos com cuidado e
minha mente a todo vapor trabalhando em me dizer que eu poderia fazer isso
todos os dias da minha vida. O que me assustou, mas também me alegrou
porque seria divertido se eu tivesse ao meu lado uma mulher forte, engraçada,
sem filtro, gostosa e quente para um inferno.
Ajeito o terno antes de sair do banheiro ao lado de Brooke que mantém um
sorrisinho sacana em minha direção toda vez que encaro aqueles olhos
brilhantes e brincalhões, isso me dá uma leve sensação de que ela está
aprontando.
— O que está armando? — Pergunto divertido pegando meu celular.
— Eu? Nada. — Dá de ombros em fingida inocência e gira os calcanhares
para sair da minha sala e voltar ao trabalho, o que eu deveria estar indo fazer
também afinal faz uma hora que Billy está esperando na recepção.
Agarro sua cintura antes que ela chegue até a porta e viro-a bruscamente,
chocando suas costas na porta e engolindo o gritinho que soltou com um
beijo faminto, como se não tivesse acabado de transar loucamente com ela.
Assim que separo nossas bocas seus olhos estão nublados ainda com desejo o
que me deixa com um puta ego e seu sorriso que aparece depois de revirar os
olhos em uma falsa exasperação me diz que ela percebeu.
— O que está aprontando, Tigresa? — Pergunto perto dos seus lábios antes
de beijá-la mais uma vez, mas antes que sua linda voz soe pela sala me
explicando o telefone em sua sala toca e eu tenho um leve pressentimento que
é a secretária da recepção pedindo para me perguntar se ia demorar muito. —
Se for uma das secretárias avise que tive uma reunião indispensável de última
hora, mas que estou descendo.
Dou espaço para ela sair dos meus braços, mas Brooke simplesmente passa
os braços em volta do meu pescoço e me beija profundamente antes de abrir a
porta e ir rebolando os quadris até sua mesa.
— Não se esqueça que temos a reunião com os diretores, senhor Gilbert.
— Morde o lábio antes de tirar o telefone do gancho e falar com uma voz
suave. — Escritório do senhor Jonathan Gilbert, com quem eu falo?
Sorri balançando a cabeça negativamente, divertido e ansioso para passar a
noite ao lado dela e saio da sua sala indo em direção ao elevador para
encontrar com o trouxa do seu ex-noivo.
Falando nele, assim que coloco meus olhos no homem em questão uma
fúria começa a nascer dentro de mim, me deixando um pouco surpreso por
isso estar acontecendo, então me aproximo segurando a vontade de ranger os
dentes e me forço a sorrir, inventando uma desculpa por fazê-lo esperar por
mais de uma hora.
— Billy, me desculpe! — Aproximo quando ele se levanta claramente
irritado por ter esperado tanto tempo. — Tive um imprevisto importante que
não poderia esperar.
Sorrio ao lembrar do imprevisto, definitivamente ela não poderia esperar.
— Tudo bem. — Seus olhos procuram algo nas minhas costas. — Brooke
está trabalhando?
Ok, isso me irritou muito mais do que eu gostaria, o que ele quer com ela?
Por que quer saber se está trabalhando? O que deveria ser óbvio já que são
duas da tarde e tecnicamente esse horário praticamente todas as pessoas estão
trabalhando.
— Sim, por que? — Ergo uma sobrancelha.
— Nada, só achei que ela viria junto com você. — Sorriu. — Mas foi
melhor assim, pelo menos não vai dar chilique novamente. — Olha o celular
despreocupadamente. — Podemos pegar o carro?
Aceno positivamente indicando o elevador para irmos ao estacionamento
onde deixei o carro e caminhamos lado a lado, o tempo todo Billy falando
coisas sobre Brooke que não acredito ser verdade e embutindo perguntas no
meio da conversa, como qual o número da minha sala ou se ela tem se
relacionado com alguém na empresa. Quase ri e gritei batendo no peito,
dizendo que eu estava com ela, mas suspeitei que iria parecer um homem das
cavernas, então apenas ignorei todas as perguntas que ele fazia afim de
aprender sobre a vida da loira desviando o assunto, ou dizendo que não sabia
nada sobre a vida dela.
CAPÍTULO 10
Brooke F. Nielsen

Desde o momento que aquele pedaço de mau caminho, ou melhor o


caminho mau inteiro, saiu pela porta da minha sala deixando-me satisfeita e
completamente exausta depois do magnífico sexo que tivemos em seu
banheiro, não consegui pensar em muita coisa. Quer dizer fiz minhas tarefas
que consistia em analisar um arquivo que ele mesmo havia solicitado por e-
mail horas antes e depois saí para almoçar com Sal que com toda sua
expertise desconfiou que eu estava estranha, estava dispersa e sorrindo mais
do que o normal o que de acordo com ela era assustador, me ver com os
dentes à mostra todo o momento que me olhava, mas o que posso fazer?
Jonathan realmente conseguiu ativar uma chave dentro de mim que me
deixava assim e mesmo quando me faz raiva aquele homem consegue ficar
grudado em meu cérebro.
Ainda não avaliei em bom ou ruim essa questão dele ter se impregnado em
mim, mas no momento não consigo deixar de sorrir quando minhas
lembranças entram em ação, suas mãos em mim, os beijos hora forte, hora
sensual, o seu pau me deixando com uma sensação de preenchimento que
nunca havia sentido antes, o que me surpreendeu.
Não tenho uma vida sexual badalada como Sal, mas pelos poucos homens
que tiveram a chance de ter uma relação sexual comigo, nunca fizeram me
sentir assim, nem mesmo com Billy parecia tão certo.
— Gostaria de saber a opinião da senhorita Nielsen sobre isso. — A voz
profunda e sexy me chama dos meus pensamentos e tiro a caneta da boca
antes de responder.
— Hã. — Olho para o canalha ao meu lado que mantém o rosto
impassível, conheço esses olhos, são de desafio, de alguma maneira ele
conseguiu perceber que eu estava mais viajando dentro da minha mente do
que ouvindo as propostas que Carlos estava fazendo. — Claro, o salão de
festa da Hosten, de acordo com as imagens apresentadas, é perfeitamente
capaz de comportar o número de pessoas que comparecerão.
Seus olhos me analisam com certo humor e eu sorrio triunfante, afinal
podia estar com meu pensamento exatamente nele, mas ainda estava atenta à
conversa em minha volta exatamente porque é típico dele fazer as pessoas
passarem vergonha.
Reviro os olhos quando seu olhar permanece insistente em minha direção e
Carlos continua falando sobre a feira de apresentação do novo modelo
esportivo desenvolvido pela Bert B, que será um evento para a alta sociedade
participar.
— Eu concordo com a senhorita Nielsen, o espaço é grande o suficiente.
— Ele finalmente desvia os olhos da minha direção. — Senhorita Lancaster,
pode começar nos dizendo como será feita sua campanha de última hora?
A mulher em questão, que tem gotas de suor brotando em sua testa, olha
para ele e engole em seco antes de fechar os olhos com força, limpar suas
mãos provavelmente suadas em sua saia vermelha.
Ela está muito nervosa.
— Conversamos sobre isso em sua sala, senhor.
— Não, não conversamos. — Jonathan diz sem alterar a voz, mas pelo tom
com certeza poderia ser comparado a um soco. — Seu subordinado me disse
as ideias, mas o restante dentro desta sala não sabe o que foi falado, então
quero que você nos explique.
Eu quase tenho dó da expressão completamente atônita da mulher que se
levanta tomando o lugar de Carlos, que se sentou em sua cadeira com um
suspiro seguido de sorriso de alívio por ter feito seu trabalho e agradado ao
chefe. Ivy por outro lado sorri sem graça enquanto seus saltos são os únicos a
serem ouvidos dentro da sala completamente silenciosa.
— Como havia explicado, começaremos hoje mesmo com um marketing
agressivo para retomar o tempo perdido. — Ela pigarreia nervosa e encara
Jonathan que se mantém imperturbável, olhando-a como se realmente
esperasse que fizesse uma apresentação impecável, a morena abre a boca e
fecha, uma, duas, três vezes antes que o Jon respire fundo de uma maneira
completamente audível e com certeza fez com que a diretora de Marketing se
encolhesse.
— Senhorita Nielsen. — Praticamente rosna olhando em minha direção e
tudo que posso fazer é revirar os olhos, porque sei que vai sobrar para a
secretária aqui fazer alguma coisa. — Vá buscar o senhor Parker para
apresentar o plano de ação que a diretora dele não consegue.
Se fosse outra ocasião e não tivesse vários olhos em cima de mim
esperando que eu me teletransportasse para que o chefe não ficasse ainda
mais puto, eu juro que faria hora só para vê-lo com raiva, mas como uma
pessoa que sabe a hora que deve ou não enfrentar o chefe, eu apenas saio da
sala o mais rápido que consigo, correndo pelo corredor vasto e vazio da Bert
B até entrar no elevador indo em direção ao andar de Marketing.
Sério? Tinha que ser eu a vir correndo buscar o homem? Não podia ser a
Ivy? Afinal ela quem não sabia os assuntos respectivos ao seu próprio setor,
mas é claro que o idiota do senhor Gilbert mandaria a mim para correr
maratonas com esse salto maldito.
— Senhor Parker. — Ofego puxando o ar pela falta de preparo e anoto
mentalmente que preciso urgente voltar a academia. — O senhor Gilbert está
solicitando a sua presença. — Respiro fundo.
Argh, eu definitivamente vou procurar uma academia hoje mesmo!
— Ok! — Ele sorri acenando, pega alguns papeis em sua mesa e levanta
me seguindo pelos infinitos corredores da empresa.
Tudo bem, eu posso estar exagerando um pouco, entramos no elevador
rapidamente e enquanto estou sentindo um calor absurdo por ter corrido, o
homem ao meu lado está quieto lendo tranquilamente algo em seu papel.
— Senhorita Nielsen, não é? — Pergunta colocando seus olhos azuis nos
meus e eu sorrio acenando ainda com meu pulmão reclamando pela corrida.
— Sabe me dizer qual o assunto?
— Uh, você precisará apresentar o plano de ação do setor na reunião no
lugar da senhorita Lancaster. — Aviso e saio do elevador com ele andando
sem dificuldade ao meu lado. — Boa sorte. — Digo antes de abrir a enorme
porta de madeira da sala de reunião.
A primeira coisa que vejo quando entro dentro da sala de reunião é Ivy
Lancaster sentada em minha cadeira, seus olhos ainda demonstrando um
certo desconforto me encaram e então se direcionam para seu subordinado,
que começa a andar depois que ela o chama com um aceno brusco de mão.
Espero alguns segundos avaliando se realmente vai continuar sentada em
meu lugar e então caminho até a cadeira onde ela estava sentada antes.
— Senhorita Nielsen, sente-se em seu lugar! — Jonathan ordena com a
voz grave e grossa me fazendo congelar no lugar enquanto Ivy olha para ele
com os olhos arregalados. — E você, senhorita Lancaster, não precisa estar
presente nesta reunião, já que o senhor Parker irá conduzi-la.
Se a mulher já estava chocada em Jon mandar eu voltar ao meu lugar,
agora ela estava quase aterrorizada por estar sendo dispensada da reunião e
algo me diz que ela não ficará no comando do setor por muito tempo, o que
considero uma atitude justa.
Caminho de volta até o meu lugar, parando perto da cadeira enquanto a
morena pega suas coisas e sai pela porta sem acrescentar nada, ela apenas dá
um olhar ameaçador para Frederico Parker e segue seu rumo de cabeça
erguida.
— Pode começar senhor Parker. — Jonathan diz depois de soltar um
suspiro cansado.

Olho o relógio pela milésima vez enquanto espero Ivy sair de dentro da
sala de Jonathan. Depois da reunião exaustiva que tivemos esta tarde, não
tive muito tempo para fazer alguma coisa. Já estava quase na hora de ir
embora, mas me sentei em minha cadeira porque Ivy estava pacientemente
esperando para falar com o chefe e desde então, estou aqui esperando ela sair
para podermos ir para sua casa transar e esquecer todo esse estresse.
Levanto a fim de tirar a tensão do meu corpo e ando de um lado para o
outro enquanto checo as horas a cada passo, mas antes de checar mais uma
vez como uma psicótica, uma cabeça com cabelos pretos aparece na porta e
Ivy me encara como se estivesse surpresa em me ver ali ainda.
— Senhorita Nielsen, pensei mesmo ter ouvido barulhos de salto. — Seus
olhos me analisam pela primeira vez em tempos e então ela sorri com uma
falsa carisma. — Você pode ir embora, precisaremos de privacidade.
Quê?
Encaro-a congelada no lugar enquanto a morena sorri teatralmente
colocando mechas de cabelos atrás da orelha e então algo chama sua atenção,
ela pisca para mim antes de fechar a porta, me deixando completamente
desnorteada.
Jonathan não vai ... Arregalo meus olhos quando enfim minha mente lenta
entende o que ela estava dizendo e então pego minha bolsa com brusquidão
antes de sair da sala correndo, tentando não derramar nenhuma lágrima,
prometi a mim mesma que não choraria mais por homem.
Você também prometeu não se apegar.
Minha consciência alerta enquanto saio do prédio imponente da Bert B
tentando achar um táxi vazio para me levar embora e eu poder chorar
afogando minhas mágoas em bebida, ou apenas dormir, mas uma mão
interrompe meus passos ao segurar meu braço. Viro para despejar minha
raiva em quem quer que esteja me segurando, mas sou interrompida.
— Onde pensa que vai? — Rosna me fazendo revirar os olhos e puxar o
braço com força para longe do seu toque.
— Dessa vez foi rápido, hein? — Sorrio sem vontade e continuo olhando
para a rua. — Estavam tão necessitados assim?
Antes que eu possa ser um pouco mais sarcástica perguntando se Ivy usou
a mão, a boca ou a boceta, os braços de Jonathan me puxam com força e não
registro nada até estar encostada na parede fria, me fazendo perceber que
deixei o sobretudo dentro da minha sala e minha raiva esquentou meu corpo
porque eu realmente não percebi estar com frio até agora, olhando os olhos
negros com toque de diversão em minha direção.
— O que? Acha que transei com a senhorita Lancaster? — Arrepio por
causa do frio, de jeito nenhum foi por causa do seu hálito quente encostando
em minha pele, em seus lábios macios perto do meu pescoço.
Solto uma risada desdenhosa enquanto espalmo minha mão em seu peito e
tento empurrá-lo.
— Eu não acho nada, senhor Gilbert. — Tento mais uma vez o empurrar,
mas o homem permanece com seu corpo me prendendo na parede. — A
senhorita Lancaster quem disse que eu estava dispensada já que você
precisaria de MUITA privacidade.
Seus dedos se fecham na base do meu cabelo, forçando-me a olhar em seus
olhos e então me permito admirar o grande e iluminado sorriso gravado em
seu rosto, com direito a covinhas e tudo. Sua boca se aproxima da minha
enquanto seu corpo pressiona ainda mais o meu.
— Você recebe ordens minhas, não da senhorita Lancaster. — Sussurra
antes de chocar sua boca na minha.
Eu queria não corresponder, queria morder seu lábio até sair sangue para
dar o recado a ele, mas quando sua língua abriu espaço em minha boca,
explorando cada parte dela eu não tive forças para afastá-lo, então
correspondi com a mesma intensidade, agarrando seus cabelos para
aprofundar ainda mais nosso beijo. Prendo minhas pernas em sua cintura,
implorando sem usar palavras para que ele me dê um pouco mais de contato e
seus lábios se esticam em um sorriso entre nosso beijo avassalador, seu corpo
se espreme ainda mais ao meu.
— Por você ter fugido, vou te comer aqui mesmo. — Ele sussurra rouco.
— O que acha de fazermos isso na rua?
Seu rosto se enfia em meu pescoço enquanto meus olhos se arregalam e
procuram por espectadores na rua, mas ela realmente está escura e o farol dos
carros não iluminam onde estamos, o que me faz realmente cogitar a ideia de
deixá-lo se afundar em mim aqui.
— Se alguém nos ver, Jon? — Sussurro entre gemidos quando ele
mordisca meu pescoço.
— Ninguém vai nos ver, linda. — Sorri levantando o rosto e juntando seus
lábios dos meus. — Agora me beija.
CAPÍTULO 11
Jonathan B. Gilbert

— Tudo pronto para amanhã? — Don pega a garrafa de cerveja em cima


da mesa e se joga no sofá, tirando o sapato e colocando os pés em cima da
mesinha, como se fosse o maldito dono do apartamento.
Esfrego o rosto algumas vezes, para poder mandar o estresse da semana
para puta que pariu, e bebo um longo gole da cerveja em minhas mãos
deixando o líquido amargo descer por minha garganta enquanto relaxo no
sofá. Foram os dias mais estressantes desde que estou à frente da Bert B,
precisei ficar em cima da equipe fazendo reuniões para saber sobre tudo o
que o meu pessoal estava fazendo além da dor de cabeça com a diretora de
Marketing. E para piorar tive pouco contato com aquela loira espetacular, tive
que designá-la a um projeto junto com sua amiga Sallen, então passou a
semana inteira enfiada no quinto andar, mas não posso realmente reclamar, já
que quando dava hora de ir embora, Brooke ia até minha sala e eu a trazia
para cá comigo. Resumindo, passei a semana inteira dormindo ao seu lado e
confesso que já estou sentindo falta, já que hoje ela disse que dormirá em seu
apartamento para se arrumar com a amiga.
— Está, tive que ir conferir com meus próprios olhos, você sabe. — A
porta do apartamento se abre em Gabriel, e ele chega do mesmo jeito que
Don, pegando uma cerveja e se jogando confortavelmente no sofá. — Não
confio na equipe.
— Problemas na empresa? — Gabe pergunta com uma cara destruída.
A vida do meu irmão mudou muito quando Melissa nasceu, além do que é
de se imaginar depois que um bebê nasce, meu irmão teve uma surpresa
enorme quando chegou em casa depois de um dia cansativo na joalheria e
encontrou um bilhete da ex-esposa, falando que não tinha vocação para ser
mãe e que não o amava tanto a ponto de desistir de toda a vida que ela
poderia ter em NY, então estava seguindo seu sonho de sair do Canadá e
tentar carreira de atriz. Preciso confessar que minha vontade era de caçar essa
mulher até o inferno e obrigá-la a voltar para casa e pedir perdão de joelhos
pela dor causada ao meu irmão e por abandonar a própria filha.
— O de sempre, funcionários incompetentes. — Sorrio estendendo a
garrafa para um brinde de longe e ele faz o mesmo. — Como está?
Seu suspiro veio como resposta antes mesmo de suas palavras. Meu irmão
amava aquela mulher, ele era feliz e achava que a fazia feliz também, mas
pelo jeito realmente é uma ótima atriz já que conseguiu enganar toda a
família com seu sorriso falso de felicidade quando estava com ele.
— Já pediu o divórcio e a guarda completa de Melissa? — Don nos lembra
de sua presença. — Se não, eu posso te ajudar com tudo.
Meu irmão o encara com um sorriso triste no rosto e então solta outro
suspiro, como se estivesse se lembrando de algum momento em que não
gostaria de recordar e isso me doeu. Eu e Gabe sempre fomos próximos, na
verdade somos mais amigos do que realmente irmãos e vê-lo desse jeito me
deixa na pior.
— Já, chegaram hoje de manhã os papéis assinados e uma carta junto. —
Ele pega um papel dobrado no bolso do terno e estende em minha direção.

Oi Gabe.
Você provavelmente está me crucificando e fazendo minha caveira para
todos os nossos amigos em comum, além de estar com raiva pela
circunstância da minha despedida. Eu sinto muito ter apenas deixado uma
carta contando a você sobre minha decisão em abdicar da minha vida ao seu
lado para seguir meu sonho, espero que um dia possa me perdoar por fazer
esta escolha.
Assinei os papéis, tanto os do divórcio como os da guarda, tenho certeza que
Melissa está sendo bem cuidada e amada por você, Jonathan e seus pais.
Espero que me perdoe.

Passo o bilhete para Don, que já estava me olhando curioso para saber o
que havia nele e então coloco meus olhos nos do meu irmão, sabendo que
aquela carta foi tudo, menos um alívio.
— Cara, você precisa sair. — Termino minha cerveja. — Superar essa
mulher, como ela deixa um bebê recém nascido em um berço sozinho, apenas
com algumas mamadeiras de leite materno dentro da geladeira? E agora vem
com um bilhete de espero que me perdoe? Deus, deveria responder com um
VAI SE FODER em letras garrafais.
Passo a mão no rosto irritado com tudo que está acontecendo com Gabriel
e ao mesmo tempo me sentindo impotente porque não tenho como tirar a dor
dele, não sei como se faz isso.
— Eu realmente não entendo, ela poderia correr atrás do sonho de ser atriz,
apoiaria aquela mulher em tudo que quisesse e foi ela quem quis engravidar,
estávamos casados há mais de um ano quando parou de tomar o
anticoncepcional sem nem mesmo me avisar e quando engravidou e me
contou o que fez, chorou como uma criança para que eu perdoasse sua atitude
egoísta, dizendo milhões de vezes que era seu sonho ser mãe. — Desabafa.
— Como poderia ser um sonho se em pouco tempo depois vai embora?
Porra, ela me deixou sem nem ao menos olhar na minha cara para fazer isso!
— Você deveria ter deixado ela sem dinheiro nenhum. — Don fala
despreocupado.
— Casamos com comunhão de bens, então ela tinha direito a metade de
tudo que conquistei enquanto estávamos casados, mas vamos mudar de
assunto. — Gabriel me olha. — Amanhã é a feira?
E assim a conversa vai para outro lado completamente diferente do que
estávamos antes, bebemos mais cervejas enquanto conto a eles tudo que
aconteceu desde quando assumi a direção da Bert B, sobre os funcionários e
também contei sobre Brooke, afinal considero que estamos em um
relacionamento, já que não saio com mais ninguém e ela tem dormido em
minha cama quase todas as noites, talvez eu devesse fazer um pedido.

Olho em volta à procura de olhos verdes expressivos e atrevidos, mas não


consigo encontrar aquela loira, faz quase trinta minutos que as pessoas
começaram a chegar e ainda não vi seu belo traseiro passando pelo salão
lotado o que provavelmente deve ser para me provocar, vindo dela eu não
duvido que esteja atrasada apenas para me irritar, já que sabe perfeitamente
que detesto.
Deixo um sorriso desenhar em meus lábios ao lembrar de como ficou
assustada, me olhando com grandes olhos surpresos ao fazer a diretora do
financeiro da empresa quase se encolher na sala de reunião por ter chegado
atrasada, eu não faria uma cena se fosse um atraso de no máximo vinte
minutos, mas estávamos esperando a uma hora e em um dia onde eu estava
com o estresse nas alturas.
Assim que a mulher entrou na sala completamente silenciosa e fria, porque
com certeza minha raiva conseguiu fazer cair uns dez graus da temperatura
corporal das pessoas presentes ali, e então ela tentou entrar de fininho,
encolhida nas plantas que minha mãe faz questão de ter em toda empresa,
mas não iria deixá-la se safar da minha reprimenda, não naquele dia.
Chamei seu nome assim que ela deu dois passos na sala, achando que
estava com a capa da invisibilidade do Harry Potter, seu rosto de branco foi
para um vermelho vivo quando perguntei se ela não tinha capacidade de
pegar um telefone para nos avisar do seu atraso, disse algumas coisas sobre
como tempo é dinheiro, mas o que me divertiu não foi aquela situação de
desconforto e sim quando cheguei na porta da minha sala.
— Não precisava ter sido tão duro com ela, talvez tenha acontecido algo
para explicar o atraso, mas você nem mesmo quis saber.
Brooke teve a coragem de falar, mas por mais assustador que possa
parecer, naquele momento eu não fiquei com raiva e sim divertido, já tinha
percebido que com ela meus gritos ou minha raiva não faziam efeito, ela não
tinha medo. Pelo contrário, aquela mulher vivia para me intrigar ao me
enfrentar para dar sua opinião.
— Quando você for a chefe de alguma empresa, toma as decisões por ela
senhorita Nielsen, enquanto isso deixa que eu sei o que estou fazendo.
Respondi não para ser grosso ou mal educado, mas para apenas provocá-la,
na época ainda estava com um desejo reprimido de vontade de ver seus olhos
pegarem fogo junto com seu rosto atingindo um tom de rosa pela raiva.
— Oi meu amor. — A voz da minha mãe me tira das lembranças e me viro
com um sorriso enorme ao vê-la tão linda. — Você está tão bonito.
— Você também, mãe. — Dou um beijo em sua testa e logo encaro meu
pai que acabou de se esquivar de um dos parceiros da empresa para poder
acompanhar a senhora Gilbert no meio de todos esses convidados.
— Oi Jon. — Meu pai me saúda com um sorriso gigante enquanto coloca a
mão nas costas da minha mãe. — Sua mãe nem espera eu me despedir e já sai
andando apressada.
Dou uma risada relativamente alta, porque minha mãe realmente faz isso,
ela não suporta ficar sendo paparicada por pessoas que só tem intenção de se
aproximar por causa do dinheiro que temos. Passo os olhos mais uma vez em
minha volta para tentar localizar minha sexy secretária, mas assim como as
outras centenas de vezes que o fiz, eu não a vejo em nenhum lugar.
Onde você está, senhorita Nielsen?
— Ora querido, se eu ficasse lá você não iria se despedir. — Responde em
um tom de voz sarcástico e faz um ajuste desnecessário em minha gravata. —
Está procurando alguém, meu amor?
Sorrio como quando eu era um menino e tentava me safar de algo que
aprontei, me lembrando que minha mãe sempre dizia que eu tinha o sorriso
que conseguiria acabar com uma guerra mundial e sua risada em resposta, me
diz que ela percebeu o que estou tentando fazer, desviar o assunto.
— Seu irmão vai vir? — Meu pai nos chama atenção e dou de ombros.
Se para mim a situação da ex-esposa do meu irmão é difícil de engolir,
imagina para os meus pais que apoiaram, defenderam e amaram aquela
mulher como se fosse filha deles? Lembro de quando Gabe chegou em casa
com a filha chorando alto nos braços, o olhar dele era perdido e estava
vermelho por provavelmente também ter chorado e então quando contou
tudo, minha mãe ficou uma fera, queria encontrar com Ester e mostrar a ela
como é que ela age quando machucam seus filhos, meu pai por outro lado
queria atingir onde mais dói em pessoas como minha ex cunhada, ele disse
que daria um jeito para ela sair desse casamento sem nada. E os dias que se
seguiram foram assim, caóticos, era minha mãe oscilando entre a raiva e
tristeza, meu pai em um constante estado de ódio e meu irmão se afundando
em trabalho e bebida.
— Não sei, ele disse que iria ver o humor de Mel para ficar com uma babá
hoje. — Minha mãe franze a testa fazendo sua careta clássica de desgosto e
revira os olhos exasperada.
Já até sei o que está se passando por sua mente, que Ester deveria estar lá
ajudando-o, mas que preferiu fugir das responsabilidades que a própria criou
e deixou Gabe com a responsabilidade de cuidar sozinho do que ela planejou
sozinha.
— Nem acredito que tratei aquela ingrata como uma filha, como pode
machucar meu filho e largar minha neta? — Ajeita o cabelo antes de fazer um
ajuste na gravata do meu pai e pelo olhar carinhoso dele em sua direção, sei
que já o ajeitou muitas vezes.
A senhora Emília Gilbert sempre fica à procura de manter as mãos
ocupadas quando está nervosa, geralmente acontece quando algo a incomoda
muito e digamos que a conversa sobre Gabe e Ester fez ela relembrar das
feridas ainda vivas em seu coração, além de estarmos em um lugar onde ela
particularmente não gosta. Apesar de ser boa com os negócios assim como
meu pai, minha mãe detesta estar envolta por falsidade.
Pego uma taça de champagne quando um dos garçons nos serve e volto a
passar meus olhos em volta, ficando irritado com a falta de Brooke.
— Senhor Gilbert?
Essa voz ... me viro encarando grandes olhos verdes e aquela boca carnuda
coberta com um batom vermelho que ficaria perfeito manchando meu pau.
Desço os olhos por seu corpo, me deliciando por cada curva dele e aproveito
para fixar, com um pouco mais de insistência, em seu decote.
Caralho, ela está linda.
— Senhora Gilbert, senhor Gilbert. — Brooke cumprimenta apertando as
mãos dos meus pais e logo vejo minha mãe me dar aquele olhar de quando
ela sabe o que está acontecendo com seu filho. — Desculpe a demora, estava
resolvendo um problema. — Explica receosa.
— Que problema? — Pergunto começando a me preocupar. — Já
resolveu?
Ela acena grudando seus olhos nos meus e tudo que eu mais queria neste
momento era puxar sua cintura e dizer para todo mundo aqui que a mulher
mais linda está comigo, mas antes que eu possa realmente o fazer, sinto uma
mão em meu ombro.
— Oi família. — Don dá um beijo na bochecha da minha mãe e depois se
vira cumprimentando meu pai com um aperto de mão caloroso. — Estou
atrasado?
Encaro a cara lavada do filho da mãe que chamo de amigo desde que nasci
e minha mãe se aproxima arrumando sua gravata, o que também não
precisava de ajuste, já que Don é perfeccionista com essas coisas, mas
mesmo sabendo disso ele sorri agradecendo.
— Não perdeu muita coisa. — Minha mãe responde revirando os olhos e
logo é puxada com meu pai para um grupo de executivos.
— Não importa quanto tempo passe, dona Emília sempre será essa figura.
— Don ri e encara a mulher ao meu lado. — Olha só, Brooke você está linda!
Ela abre um sorriso grande presenteando meu amigo e agradecendo-o pelo
elogio enquanto revira os olhos em minha direção, como se eu tivesse feito
algo errado, ou eu tenha algum aroma que obrigue a revirar os olhos ao me
encarar.
— Você também não está nada mal. — Fala para Don com uma voz suave,
se vira em minha direção e quando penso que vem também um elogio, ela
apenas sorri como se pedisse licença e vira, caminhando sensualmente até sua
amiga Sal.
O quê? Pareço uma maldita criança birrenta, mas como assim ela apenas
vira e sai andando? A passos largos consigo aproximar o bastante para
segurar seu cotovelo e virá-la para mim.
— Fugindo, senhorita Nielsen? — Sussurro próximo ao seu ouvido,
adorando vê-la se arrepiar com a proximidade. — Eu também não estou
bonito?
Dou um passo para trás com os braços abertos para ela ver melhor e abro
um pequeno sorriso quando a vejo inspecionar minuciosamente cada parte do
meu corpo e então dá de ombros.
— Eu estou bonita? — Rebate desafiadoramente.
Encaro seus olhos com certa surpresa pela pergunta e então me lembro que
eu não disse em palavras o quanto ela está linda, apenas deixei que meus
olhos falassem por mim, mas pelo jeito a diaba loira aqui não entendeu.
— Bonita? Não, você está maravilhosa! — Sem me importar com os
espectadores, puxo-a para mim dando um selinho demorado em seus lábios
para ter certeza de que ela não se importa de estar beijando-a na frente de
todo mundo. — Gostosa seria a palavra exata.
— Você é louco em me beijar na frente de todo mundo assim? — Olha
para os lados assustada.
Encaixo meu rosto em seu pescoço para sussurrar e sinto mais uma vez sua
pele estremecer com o contato dos meus lábios.
— Você não reclamou quando te comi na rua da Bert B, senhorita Nielsen.
— Passo o nariz em seu pescoço até chegar com a boca bem perto do seu
ouvido e sussurro. — Talvez eu devesse te fazer gritar aqui, como gritou na
rua? Você se lembra do que me disse?
Afasto meu rosto o suficiente para encará-la e forço uma expressão
pensativa enquanto ela sorri me dando um tapa ao mesmo tempo, como se
estivesse em dúvida se gostou ou não da minha demonstração de afeto.
— Não achei que queria que nos vissem juntos e eu não gritei. — Suas
mãos alisam meus braços por cima do terno enquanto me perco naquelas
esmeraldas lindas que são seus olhos. — Você está me olhando daquele jeito.
Ergo a sobrancelha com uma risada.
— Que jeito?
— Aquele de quem está em frente a um banquete e passou meses sem se
alimentar. — Sussurra.
— Ah sim, com certeza eu tenho esse olhar porque estou com fome e meu
banquete está bem aqui, uma loira estonteante com a boca vermelha que irá
ser fodida por meu pau mais tarde. — Respondo beijando seu pescoço e um
gemido baixo escapa de seus lábios.
CAPÍTULO 12
Brooke F. Nielsen

Se há alguns meses atrás alguém me dissesse que eu estaria em um salão


de festas luxuoso com pessoas tão ricas que possivelmente limpam a bunda
com papel de ouro, andando de um lado para o outro com meu chefe, um dos
homens mais lindos que eu já vi em toda minha vida, com a mão em minhas
costas me guiando como se todos aqui não estivessem surpresos ao
deduzirem que existe algo entre mim e Jonathan, eu com toda certeza iria
gargalhar da cara da pessoa.
Confesso que me assustei quando ele simplesmente me beijou quase no
meio do salão e desde então para alguns funcionários presentes na feira, eu e
ele nos tornamos o centro das atenções e não o carro que está em exposição
neste momento.
— O chefão te deixou sentar com os menos desprovidos de dinheiro? —
Sal provoca quando me sento ao seu lado na mesa.
— Ele não sabe onde estou. — Sorrio triunfante por ter fugido de sua
supervisão sem que ele percebesse.
Na verdade, ele foi chamado por um dos sócios da empresa e antes que
pudesse segurar minha mão e me puxar com ele para mais algumas horas de
conversas e dor em meus pés por causa dos saltos ridiculamente altos, fui
chamada para resolver um problema na cozinha, nada que uma ligação para o
fornecedor que já havia sido avisado sobre um possível pedido de última
hora, não resolvesse.
— A gente não pode sair daqui? Tipo ir embora de fininho. — Minha
amiga faz uma cara de dor e para ilustrar coloca uma das mãos no calcanhar.
— Meus pés estão espremidos nestes sapatos, eu sabia que deveríamos
amaciá-lo primeiro antes de usar.
Sorri divertida, porque eu também sabia que seria melhor ter feito isso,
mas não tínhamos tempo e nem vontade de ficar andando pela casa com
saltos altos somente para amaciá-los, mas vejo que foi um tremendo erro não
fazer.
Posso sentir uma bolha sendo criada agora mesmo.
— Quem dera, do jeito que o senhor Gilbert é? — Solto o ar de forma
teatral enquanto reviro os olhos. — Ele sentirá o nosso cheiro passando pela
porta, vai nos buscar e para castigar por ter tentado sair de fininho, eu e você
ficaremos em cima destes saltos até a morte.
Sal ri alto, chamando atenção das pessoas sentadas ao nosso redor e depois
de perceber que olhos estão nela, apenas dá de ombros sem um pingo de
vergonha. Ela sempre ri de coisas que não tem graça, mas sua mente é fértil,
então já sei que provavelmente está imaginando algo a mais do que nós duas
morrendo porque ficamos em cima de saltos altos.
— Não queria entrar neste assunto agora, mas seu ex-noivo está andando
em nossa direção. — Sal avisa sem mexer a boca e pega sua taça de
champagne, tomando quase tudo de uma vez.
Que merda, desde o momento que o vi entrar no salão sabia que as horas
aqui dentro não seriam fáceis e realmente não foram, tive que ficar quase
brincando de pega-pega, quando Billy ameaçava chegar perto de mim, eu
dava um jeito de me afastar, puxando qualquer pessoa que via na minha
frente para uma conversa e dava um jeito de sair de perto, mas agora não
consigo ver ninguém que possa me salvar de ter que enfrentá-lo com calma,
porque Deus sabe que quando ele se aproxima tudo que eu quero é jogar
alguma coisa na cabeça dele e não posso usar Sallen, porque ela está mais
tensa e brava do que eu.
— Estava me perguntando se você iria arrumar uma rota de fuga
novamente. — Sua voz tem um tom de sarcasmo e ele coloca a mão em meu
ombro.
Eu sempre detestei esse tipo de contato da parte dele, é como se quisesse
me obrigar a fazer o que ele quer, como se fosse uma porra de demonstração
de superioridade e poder sobre mim, mas se acha que pode ficar me tocando
sem minha permissão e eu não farei um pequeno show para colocá-lo em seu
lugar só porque estamos em público, esse filho da puta está muito, mas muito
enganado.
Afasto sua mão com brusquidão e me levanto sendo acompanhada por
Sallen, que fecha suas mãos, transformando-as em punhos e me viro para
encarar o rosto do homem que um dia pensei amar, aponto um dedo em sua
cara sem ao menos me preocupar com os espectadores da mesa.
— Não encosta em mim, não preciso de rota de fuga porque não quero
conversar com você e não vou. — Seguro o punho de Sal para levá-la para
longe desse ser tóxico. — Não se aproxime, da próxima vez que chegar perto
eu não me importarei de ser considerada louca, irei colocar você no seu lugar
com meu salto enfiado onde o sol não toca. — Falo entre dentes e me
viro puxando minha amiga pela mão, que parece fazer força para ficar,
encarando-o como um cão raivoso.
— Eu detesto esse homem. — Ela diz enfim deixando suas pernas fazerem
o trabalho de me seguir ao invés de ter que arrastá-la pelo salão. — Toda vez
que escutava sobre ele já tinha vontade de apresentá-los ao João e à Maria. —
Ela me mostra suas duas mãos em punhos. — Agora vendo-o então? Eu daria
tudo pra chutar sua bunda.
Eu ri, deixando que ela me distraísse com seu humor e sua vontade de dar
uma surra em Billy, o que não posso deixar de firmar que é completamente
mútua, quase um sonho de princesa poder acabar com aquele sorriso
sarcástico.
— Vamos mudar de assunto, você vai viajar com o chefe? — Sal me
pergunta com um sorriso malicioso em seus lábios.
Reviro os olhos, mas não consigo evitar de sorrir, Jonathan veio me dizer
que irei com ele conhecer o tal resort que quer entrar como sócio, segundo
suas palavras “Nós vamos viajar na sexta-feira depois do expediente, você
está sendo convocada a ir então não tem direito de recusa, loira.”
— Sim, de acordo com ele, eu não tenho escolha a não ser ir. — Andamos
em direção ao outro lado do salão para ficarmos o mais longe possível de
Billy. — Vamos para Maldivas, ficaremos hospedados no resort para analisar
se vale a pena investir, mas pelo que vi em fotos é simplesmente
maravilhoso.
— Ah, saindo de um lugar gelado para um quente. — Questiona com uma
sobrancelha erguida e depois sorri. — Ok, eu posso entender já que passamos
frio aqui quase todos os dias do ano.
Eu ri novamente me sentindo mais leve do que minutos atrás, talvez seja
culpa das taças de champagne que tomei para me tranquilizar assim que
cheguei aqui e descobri que a entrega dos canapés não havia chegado ainda e
depois tomei no brinde que fizemos depois da apresentação do carro.
— Achei você! — A voz que desperta o meu ser mais devasso chega em
meus ouvidos e viro junto com Sal, para encarar um Jonathan com feições
preocupadas.
— Não é como se tivéssemos atravessado o mundo, senhor Gilbert. —
Provoco. — Só atravessamos o lugar.
Ele ergue a sobrancelha, a diversão tomando suas feições preocupadas,
mas logo ela volta e eu me pergunto o que está acontecendo para deixá-lo
assim, será que deu alguma coisa errada?
— Aconteceu algo? — Sal sai na minha frente e pergunta, mas Jonathan
mantém os olhos em mim, parecendo desconfortável.
— Acho que sua irmã está aí. — Diz com os olhos de águia em mim.
Ele meio que fica em minha frente como se eu fosse pular e chegar até Elle
como um felino, matando-a com uma mordida no pescoço, mas se achou que
eu teria esta reação está muito enganado, pelo contrário, sua revelação me
deixou em choque.
É como se minhas pernas estivessem dormentes.
— Hã, como você sabe que é ela? — Pergunto olhando-o, ainda tentando
assimilar o que ele falou.
— Ela se apresentou como Elle Nielsen e está acompanhada de Billy.
Passo mentalmente os rostos que vi em todo o salão e confesso não me
lembrar de ver minha irmã no meio deles, tudo bem que evitava olhar na
direção que Billy estava, mas se Elle estivesse presente desde o começo ali eu
teria percebido, não?
— Não tinha visto que ela estava aqui. — Sal veio ao meu socorro
novamente.
Será que ela estava aqui desde o começo? Olhando de algum lugar como
um urubu em cima da carniça, só esperando para atacar? Ah meu Deus, se ela
viu Jonathan me beijando com certeza vai tentar seduzi-lo. Encaro o homem
em minha frente, que mantém seus olhos escuros em mim, pronto para me
ajudar ou me segurar.
— Ela vai tentar alguma coisa com você, meu Deus, ela vai tentar te
roubar de mim, Jonathan. — Falo tão rápido que denuncia minha aflição, mas
Jon passa seus braços em minha cintura, abraçando-me forte.
— Ninguém é capaz disso. — Sussurra alisando meu cabelo.
— Você não conhece Elle, ela consegue tudo o que eu tenho, sempre
conseguiu. — Afasto para encarar seus olhos. — Não deixa ela se aproximar,
por favor.
Seus polegares passam em minhas bochechas, limpando lágrimas que não
percebi ter deixado cair até este momento e então ouço Sal dizer baixinho que
vai dar uma volta no salão para ter certeza se é mesmo minha irmã.
Ótima desculpa para não ficar de vela e nos dar privacidade, dou um olhar
agradecido em sua direção e ela se vai, deixando eu e Jonathan sozinhos em
um canto mais afastado do enorme salão e neste momento eu realmente
queria que estivéssemos sozinhos, em sua casa de preferência, sem correr
perigo de perdê-lo.
— Se acalma, linda. — Seus lábios encostam nos meus rapidamente. —
Ninguém vai conseguir me tirar de você.
— Jonathan, por favor não me faça sofrer. — Sussurro em súplica e ele
acena com os olhos brilhando em minha direção.
Eu já vi vários sentimentos se formarem ali, desafio, raiva, felicidade,
diversão, mas nunca havia presenciado este brilho em seus olhos, é diferente
de todos os outros e eu gostei tanto, que estou hipnotizada.
— Escuta. — Suas duas mãos seguram meu rosto, me obrigando a olhar
para ele. — Ninguém vai me tirar de você, não sou um brinquedo e muito
menos parecido com seu ex-noivo filho da puta. — Seu nariz se encosta no
meu e fecho meus olhos. — Confie em mim. — Seus lábios tomam os meus
de forma possessiva, como se ele estivesse tentando me mostrar ao invés de
dizer que é meu e eu sou dele.
Desligo meu cérebro, que grita me pedindo para levar Jonathan para longe
e guardá-lo até minha irmã resolver voltar para NY e aproveito os lábios
deliciosos do homem que está me segurando como se quisesse fundir seu
corpo no meu, me proteger de qualquer coisa. Quando seus lábios afastam, eu
os fito sorrindo ao ver seu rosto borrado com meu batom vermelho e afundo
na curva de seu pescoço, não me importando nem um pouco em parecer uma
palhaça com o batom todo borrado.
Ficamos assim alguns minutos, ele me embalando enquanto seu cheiro me
deixa mais calma e confiante, mas a voz de Elle chega em meus ouvidos, o
que não é uma surpresa já que eu imaginava que ela viria conversar comigo
desde o momento que Jon avisou que minha irmã se apresentou para ele.
— Oi mana, até que enfim te encontrei. — Suspira como se estivesse
cansada de procurar e a mesma raiva que senti quando a expulsei do
apartamento pelada, me toma, fazendo meu corpo esquentar e estremecer
com a raiva contida. — Precisamos conversar.
— Não, não precisamos. — Solto Jonathan ficando em sua frente como se
pudesse protegê-lo dela. — Saia da minha vida, se na primeira vez minhas
ações não falaram claramente, agora estou dizendo em palavras, SAIA DA
MINHA VIDA!
Os olhos tão verdes quanto os meus se arregalam em uma falsa surpresa e
ressentimento, como se ela fosse inocente e não soubesse porque estou sendo
grossa e gritando.
Deus que me ajude a não fazer ela sair dessa festa pelos cabelos.
— Nossa Brooke, já pedi perdão, eu e Billy procuramos você por toda
parte. — Ela desvia o olhar para Jon em minhas costas e isso só alimenta
ainda mais a minha raiva, mas sinto os braços protetores e fortes em minha
cintura, me segurando firme em seu peito.
Com certeza ele consegue ler mentes, porque realmente estou prestes a
segurá-la pelo pescoço e dar vida à várias imagens que surgem em minha
mente, como minhas mãos apertando seu pescoço ou ela sendo arrastada
pelos cabelos até a porta ou apenas um soco bem dado nessa cara de pau. É
como se eu estivesse assistindo meu filme favorito e eu precisasse de uma
pipoca para acompanhar.
— Bom, não estão perdoados e não quero mais vê-la. — Rosno. — Agora
vá se foder em outro lugar antes que eu me solte e te tire daqui arrastada
pelos cabelos.
Acho que a minha preferência já foi dada, Elle odiaria pagar esse mico de
ser arrastada por todo esse lugar cheio de pessoas importantes, conheço muito
bem a cobra criada que ela é.
Seus olhos arregalam ainda mais e vejo entendimento passar por sua
feição, Elle sabe muito bem que cumpro minhas promessas e a faria passar a
vergonha do século se não se afastasse. Vejo suas duas mãos se erguerem em
rendição e continuo encarando-a impassível enquanto seus pés a levam passo
a passo para longe, até ela enfim girar os calcanhares e sair andando como se
fosse uma maldita rainha.
— Eu quero muito fazê-la beijar o chão. — Rosno encarando as costas
dela.
— Linda, eu até gosto das suas unhadas quando estou dentro de você, mas
vai abrir um buraco desse jeito. — Sussurra divertido perto do meu ouvido e
olho para baixo vendo minhas unhas fincadas com força em seu braço.
Solto-o rapidamente, vendo as marcas ficando ali e me viro para encará-lo.
— Desculpa. — Sorrio sem vontade para ele que me abraça depois de
limpar minha boca, provavelmente o batom nela.
Talvez eu devesse fazer o mesmo com ele, mas seu corpo está tão quente,
me dando uma sensação de proteção tão grande que tudo que eu quero é ficar
aqui afugentada em seus braços para sempre, mas infelizmente há uma
vozinha em minha mente dizendo que uma hora vou ter que enfrentar minha
irmã, ela e Billy não desistiram.
Também preciso fazer uma ligação aos meus pais para contar a eles sobre
Elle, sobre o que aconteceu no apartamento e o real motivo de eu nunca mais
ter colocado os pés em NY, claro que eles sabem que Billy comeu metade da
cidade, mas na época não consegui contar aos meus pais a espécie de cobra
criada que eles ainda sustentam e agora me sinto no dever de abrir seus olhos
para o que minha irmã faz.
— Está com frio? — Pergunta ainda me abraçando forte ao me sentir
estremecer. — Posso te esquentar de uma maneira nada convencional,
envolve pau, mas nada de colocá-lo no fogo.
Eu ri, apoiando meu queixo em seu peito e observando sua expressão
brincalhona tomar conta do rosto inteiro.
Estou me apaixonando por você, ou melhor, estou apaixonada por você.
CAPÍTULO 13
Jonathan B. Gilbert

— Vejo você mais tarde, senhor Gilbert. — O senhor Doublin diz com um
sorriso no rosto enrugado, os olhos repuxados pela idade com um brilho
dentro deles que permaneceu ali durante toda a conversa que tivemos sobre o
resort.
O homem realmente ama e tem orgulho do que criou aqui e não dá para
julgá-lo por isso, já que o resort é simplesmente magnífico e aconchegante,
mas mesmo amando e admirando tudo que criou, o amigo de longa data do
meu pai precisa descansar, dividir um pouco as responsabilidades e como
perdeu toda sua família em um acidente muitos anos atrás, não tem herdeiros
para assumir seu lugar, então decidi investir e comprar metade de tudo que
vale o resort hoje.
Uma fortuna, devo dizer, mas que o lucro do local me dará de volta em
pouco mais de dois anos.
Saio do seu escritório sentindo a mudança repentina de um ambiente frio
pelo ar condicionado e o calor dos infernos fora dele, mas mesmo assim meus
lábios não conseguem fazer outra coisa a não ser sorrir olhando a paisagem
magnífica que se desdobra diante do meu olhar.
Foi uma viagem exaustiva até aqui, gastamos mais de dezesseis horas
dentro de um avião, tudo bem que não posso reclamar muito pois estava
muito bem acompanhado desfrutando da viagem de primeira classe, mas nem
por isso deixou de ser cansativo.
E para completar, depois de chegarmos no Aeroporto internacional de
Malé ainda tivemos que ir imediatamente pegar um hidroavião para
chegarmos até o resort do senhor Doublin, mas assim que vi aqueles bangalôs
sobre as águas, um sol quente aquecendo minha pele já tão acostumada com
o frio do Canadá, fiquei com as energias quase renovadas, pelo menos foi o
que eu pensei até deitar na enorme e confortável cama, pareciam nuvens me
abraçando.
Eu e Brooke apagamos sem nem ao menos perceber e só acordei hoje pela
manhã como se um trator tivesse passado em cima de mim e mesmo assim
me obriguei a levantar e andar até o final da enorme ponte de madeira que
ligava os bangalôs aos restaurantes e academias do resort, treinei pesado até
quase perder toda a água do meu corpo e durante a longa corrida na esteira
fiquei pensando que teria sido ótimo se tivesse conseguido acordar a loira e
ficar olhando-a com uma calça apertada enquanto agachava na minha frente,
seria um incentivo muito bom correr com aquela visão.
Eu até tentei acordá-la, mas estava dormindo tão profundamente que tudo
que fazia era balbuciar coisas incoerentes então deixei um bilhete dizendo
onde estava, o que foi inútil porque quando voltei ela estava da mesma
maneira, apagada.
Pedi café no quarto e assim que chegou, obriguei Brooke a se levantar,
estava linda com os cabelos desgrenhados, os olhos ainda sem conseguir abrir
completamente e as marcas do travesseiro em sua bochecha. A fiz comer
alguma coisa e aproveitamos a manhã e um pouco da tarde no mar. Quando
deu a hora da reunião decidi vir sozinho, deixá-la aproveitar mais um pouco a
piscina do quarto e agora estou quase correndo para voltar para nossa bolha
particular, aproveitá-la enquanto estamos longe de tudo e de todos.
— Brooke? — Entro em nosso bangalô e logo a vejo com um copo de suco
na mão, dentro da piscina enquanto olha para o céu que começa a ficar uma
mistura de cores pelo pôr do sol.
— Oi, lindo. — Se vira com um sorriso contagiante e tanto as bochechas
quanto o nariz vermelho de sol a deixam espetacular. — Vem, dizem que o
pôr do sol aqui é lindo, por enquanto não me decepcionou.
Não esperei chamar duas vezes, arranquei o terno sufocante neste calor e
seus olhos sorriram antes do som da gargalhada dela chegar aos meus
ouvidos.
— Você foi para a reunião importantíssima de sunga por baixo do terno?
— Questiona erguendo uma sobrancelha e ri novamente.
Olho para baixo vendo minha sunga preta e dou de ombros, eu queria estar
pronto para assim que chegar aproveitar o máximo, até porque temos poucos
dias aqui.
— Não posso perder tempo, se eu não tivesse de sunga entraria aí com
você pelado. — Sorrio ao me aproximar e beijar seus lábios com um gosto de
suco de laranja. — Hm, gostinho de paraíso essa sua boca tem.
Abraço-a pela cintura enquanto seu rosto se aconchega em meu peito e
merda, é errado eu querer amarrá-la aqui neste bangalô e nunca mais deixar
sair? Provavelmente sim, mas eu queria viver a minha vida assim, com ela
em meus braços, seu corpo quente colado ao meu enquanto apreciamos uma
bela paisagem como esse pôr do sol maravilhoso, deixando um céu em vários
tons de laranja, roxo e rosa.
— Nossa, isso é lindo. — Sussurra maravilhada ao se virar, encostando as
costas em meu peito. — Sabe, se a câmera do celular pegasse essa beleza eu
tiraria uma foto.
Sorri, porque uma foto nunca conseguiria passar o quão lindo é tudo isso
aqui, mas não poderia deixá-la sem sua foto. Solto seu corpo dando alguns
passos para atrás e pego meu celular perto da borda da piscina, miro-o em sua
direção focando a foto e seu sorriso aparece enquanto ela faz uma pose.
Tiro uma, duas, três ... várias imagens dela enchem a galeria do meu
celular.
— Vem, quero uma com você. — Puxa meu braço agarrando o celular em
seguida, abaixo um pouco para não ficar sem cabeça na selfie e sorrio.
Brooke se vira encostando a boca na minha para tirar outra, mas acabo
sorrindo ao invés de fazer o bico clássico de fotos, o que de algum jeito
deixou a imagem ainda mais bonita, como se não esperássemos por ela. Tiro
o celular de sua mão puxando seu corpo para mim enquanto coloco o
aparelho no chão perto da piscina novamente.
— Acho que vou te fazer derreter em minhas mãos olhando este pôr do
sol, o que me diz? — Sussurro mordiscando sua orelha no processo o que faz
minha linda loira arrepiar.
— Por favor. — Geme quando deslizo meus dedos até chegar na pequena
calcinha do biquini. — Jon...
Sorrio contra seu ombro ao ver seu corpo reagir sobre o contato dos meus
dedos com seu clítoris, levo nós dois para perto dos degraus e saio da piscina
sempre com meus dedos circulando, deixando-a cada vez mais mole, mais
entregue ao prazer do momento.
— Olhe para o pôr do sol loira, assim que ele se for eu vou te foder com
força. — Sussurro apertando suas costas em meu peito enquanto aumento um
pouco a pressão em seu pontinho pedinte. Sua excitação já fazendo um belo
trabalho de lubrificá-la, deixando sua boceta preparada para mim. Giro os
dedos mais algumas vezes antes de tirar e erguê-los, colocando em sua boca.
Meu pau já completamente em alerta pulsou contra o tecido da sunga,
pedindo pelo amor de Deus, que ele fosse liberado enquanto Brooke chupa
meus dedos ensopados com seu sabor, viro seu rosto de lado encontrando sua
boca, beijando-a languidamente para beber o gosto divino que ela tem.
— Tsc tsc tsc. — Seguro seu quadril para impedi-la de se virar. — O pôr
do sol ainda não acabou, linda. — Sorrio ao ouvir seu suspiro e volto os
dedos para seu paraíso, circulando-o novamente. — E você ainda não gozou.
Suas unhas fincam em meu antebraço que está segurando seu corpo ao
meu e sua cabeça encosta em meu ombro, o corpo corado e completamente
entregue a mim começa a estremecer à medida que faço círculos mais curtos
e rápidos, os gemidos começam a ficar mais altos.
Caralho, sou capaz de gozar junto com ela.
— Jon, porra, eu vou gozar. — Geme movimentando o quadril
involuntariamente.
Isso, se perde para mim linda, beijo seu pescoço antes de subir até sua
orelha e então percebo seus lindos olhos verdes fechados, sorrio e sussurro.
— Abre os olhos Brooke, é para gozar olhando o pôr do sol. — Sorrio ao
vê-la rosnar algo sobre não conseguir controlar seu corpo mais e assim ela
cede ao prazer, o corpo inteiro tremendo. A boceta se contraindo algumas
vezes enquanto se lubrifica ainda mais para facilitar a minha entrada. —
Você é deliciosa.
Tiro seu corpo do chão rapidamente e ando alguns passos até jogá-la em
cima da cama, ficando entre suas pernas quase imediatamente, sem dar tempo
de ela assimilar e então seu sorriso preguiçoso aparece para me presentear
com uma das mais lindas visões de Brooke ainda grogue depois de gozar.
— O céu já está praticamente escuro, linda. — Sorrio como se estivesse
prestes a devorar o mais apetitoso pedaço de carne. — O que eu disse que
faria?
Beijo seu pescoço faminto, na verdade eu devoro aquela pele sensível de
seu corpo, deixando-o ainda mais vermelho do que já estava por causa do
orgasmo. Tiro a parte de cima do seu biquini rapidamente e me dedico
aqueles dois seios deliciosos, com os bicos rosados apontados para minha
boca.
— Jon, meu Deus, isso é tão bom ... — Suas pernas se prendem em minha
cintura, deixando meu pau encostado em sua boceta e mesmo sob panos,
consigo sentir seu calor.
— Você não respondeu, Brooke. — Afasto o rosto depois de chupar seu
seio com força e encaro seus olhos nublados de desejo. — O que eu disse que
iria fazer quando o sol desaparecesse?
Esfrego minha ereção nela, esperando sua resposta.
— Me foder, com força. — Sussurra mordendo o lábio inferior e eu a
ataco.
Afasto rapidamente, não querendo perder mais tempo e tiro em tempo
recorde minha sunga e a parte do biquíni que me atrapalha em ver sua carne
lubrificada. Volto a ficar entre suas pernas, esfregando-me nela sem nenhum
pano para nos atrapalhar dessa vez, sentindo meu pau deslizando facilmente
em seu centro.
Que delícia. Acho que eu a amo.
Beijo sua boca carnuda sem me espantar com o pensamento repentino que
dançou em minha mente e encaixo meu pau pulsante em sua entrada,
colocando-o para dentro devagar, até estar completamente acomodado e
apertado em seu calor.
Bom pra caralho.
Mexo meu quadril provocando suspiros tantos meus quanto da deliciosa
mulher embaixo do meu corpo. Apoio os cotovelos ao lado de sua cabeça e
aprofundo nosso beijo, deixando minha língua duelar com a sua para em
seguida explorar o território.
Seus calcanhares se cruzam em minhas costas e a partir deste momento eu
não sei mais o que significa a palavra controle, minhas estocadas começaram
a ficar tão rápidas e fortes que precisei separar nossas bocas para tanto eu,
quanto ela conseguirmos respirar, seus gemidos ficaram ainda mais altos
enquanto as unhas arranhavam minhas costas ou fincavam em minha bunda.
Porra, eu amo essa mulher! Sim caralho, eu a amo!
Fixo meus olhos naquele verde, que neste momento está mais escuro que o
normal por causa da excitação e me perco ali, admirando a beleza de Brooke
enquanto ela aguenta minhas estocadas fortes, o corpo preso debaixo do meu
e as unhas fazendo um excelente trabalho em me deixar ainda mais
animalesco.
— Porra, você é gostosa demais. — Sussurro ofegante em seu ouvido e
sinto seus dentes fincarem em meu ombro. — Brooke, goza. Eu não vou
aguentar muito mais tempo.
As mãos que antes estavam me arranhando se espalmam em minha bunda
e sobem para minhas costas, apertando seu corpo ainda mais ao meu, fazendo
com que à medida que me enterro, consigo friccionar um pouco seu clítoris.
— Por favor ... quase. — Afasto um pouco apenas para beijá-la e continuo
movimentando, tentando controlar o orgasmo que está descendo violento,
mas sinto-a contrair em volta do meu pau no mesmo momento que não
aguento mais segurar.
É a primeira vez que gozo quase no mesmo instante que uma mulher e eu
devia ter feito isso antes, é simplesmente delicioso sentir nosso pulsar junto.
Deixo o peso do meu corpo cair em cima dela que solta um resmungo
estrangulado, mas abraça minha cintura me fazendo permanecer ali. Apoio
um pouco o peso novamente nos cotovelos e capturo seus lábios com os
meus, beijando pausadamente para recuperarmos o fôlego.
— Não usamos camisinha, linda. — Sussurro exausto. — Estou limpo,
você toma anticoncepcional?
— Também estou limpa e sim, eu tomo! — Beija meu queixo antes de
sorrir e o barulho da sua barriga roncando de fome me tira do transe de ficar
perdido em seu olhar. — Acho que estou com fome. — Diz envergonhada e
dou risada, saindo de cima dela e puxando-a para um banho relaxante antes
de irmos ao restaurante.
Duas horas depois e mais dois orgasmos na conta do dia, nós estamos
entrando no restaurante debaixo d’água, os enormes vidros ovais dando uma
visão magnífica da cor azul-turquesa do mar, vários peixes nadando por cima,
dando um verdadeiro show sob nossas cabeças. Com uma mão na base das
costas de Brooke, eu a guio para chegarmos à nossa mesa, mas seus olhos
estão tão encantados com a linda paisagem que tudo que seu cérebro
consegue fazer é mandá-la parar de andar e apenas admirar.
— Nossa, é tão lindo! — Sussurra maravilhada, enquanto aproximamos da
mesa reservada a nós dois.
Puxo a cadeira, ajudando a se sentar e seus olhos permanecem vidrados
nos peixes passando curiosos pelos vidros, sento na cadeira do outro lado da
pequena mesa de madeira e observo seu fascínio.
— Olha aqui. — Chamo sua atenção apontando para o meu lado, onde
uma arraia nos agracia nadando próximo ao vidro.
— Ai meu Deus, tira uma foto Jonathan! — Empurra o celular em minha
mão apressadamente e me levanto com uma risada, esperando-a fazer uma
pose para eternizar esse momento.

— Oi meu amor. — A voz da minha mãe soa pelo telefone enquanto entro
na Bert B. — Você está bem?
Franzo minha testa estranhando sua ligação apenas para perguntar isso,
afinal fui jantar com ela, meu pai, Gabe e Mel ontem de noite para contar que
estou em um relacionamento e em breve apresentarei Brooke oficialmente
para eles.
— Estou bem, mãe. — Entro no elevador. — Por quê?
Aperto o botão do último andar e aguardo o elevador fazer sua lenta
subida, como se estivesse conectado com minha vontade de vir trabalhar
depois de passar alguns dias no paraíso regado a Brooke.
Sorrio.
— Nada não, meu amor, só estou aflita. — Diz nervosa. — Não sei, meu
coração está apertado, acabei de falar com seu irmão e ele me disse que
estava bem, deve ser só cansaço mesmo.
— Então vai descansar, senhora Gilbert. — Falo em tom divertido e quase
chegando em frente à sala de Brooke começo a me despedir. — Mãe, preciso
desligar vou conversar com Brooke para marcarmos de jantar aí.
— Tudo bem, eu te amo.
— Também te amo.
Desligo guardando o celular no bolso e travo com a mão na maçaneta antes
de abri-la.
— Abaixa isso, Billy. — A voz da minha linda loira está suplicante. —
Vamos conversar.
Mas que merda está acontecendo?
— Passa dias transando como uma puta com o chefe e agora quer
conversar? — A voz do Nixon chega aos meus ouvidos. — Queria subir na
empresa, vagabunda?
Ouço um baque alto e entro de supetão, vendo o rosto da mulher que amo
vermelho, coberto de lágrimas e assim que seus olhos me encaram, terror
passa por eles, se eu pudesse ler mentes neste momento estaria surdo com
seus gritos implorando para que eu saísse dessa sala, mas não vou deixá-la
nas mãos de um homem completamente descontrolado e armado.
Vou proteger você pra sempre, linda.
Queria dizer a ela, mas apenas mantive o contato visual, deixando-a saber
que não sairia dali sem ela.
— Olha só quem chegou para se juntar à festa, Brooke. — Diz apontando a
arma para ela, que me encara com dor. — Bom, se não quer ficar comigo,
não ficará com mais ninguém, Ursinha.
Desespero, raiva, medo, dor, angústia, tudo isso se mistura em meu corpo e
só tenho tempo de largar tudo no chão, correr e pular. O barulho do tiro me
deixa meio perdido enquanto a voz da minha Brooke soa alto a princípio, mas
vai ficando cada vez mais distante, gritando, chorando e a escuridão me toma
ao ouvir sua voz chorosa.
— Por favor, meu amor, fica comigo. — Fungada. — Porra, eu te amo
Jonathan!
CAPÍTULO 14
Brooke F. Nielsen

Angústia é tudo que meu corpo consegue sentir, embora o medo de perder
o homem que se infiltrou em minhas entranhas e conquistou meu coração,
seja enorme. Eu estou completamente paralisada, aterrorizada somente com a
ideia de não ouvir sua voz grossa me irritando no primeiro horário do dia, em
não sentir seus braços em minha volta, seus beijos, seu calor.
Caralho, não posso perdê-lo.
Levanto-me em um rompante quando vejo jalecos brancos andarem pelo
enorme e gelado corredor sem vida do hospital, porque é só isso que consegui
ver desde que cheguei aqui, jalecos brancos. Solto o ar com força enquanto
observo o homem alto de meia idade caminhar com segurança, mas antes que
ele passe por mim e vá falar diretamente com o pai ou a mãe de Jon, eu
simplesmente pulo em sua frente, impedindo-o de dar qualquer passo para
frente, observo seu rosto perder a cor pelo susto em um milésimo de segundo
antes de se recompor e me olhar com a testa franzida, como se falasse: “Que
susto, porra.”
Eu poderia rir do seu susto se eu não tivesse tão preocupada e irritada pela
falta de informação, há horas que eles levaram Jon para a cirurgia de retirada
da bala que disseram ter acertado seu ombro direito e nada de aparecerem
para avisar que estava tudo bem e então fiquei horas aqui sentada, rezando
para todos os santos que podia lembrar.
— Como Jonathan está, doutor? — Encaro-o com expectativa.
Seus olhos claros se abaixam um pouco, como se estivesse pegando forças
de algum lugar dentro de si para dar a notícia e então ele me encara com a
expressão de “sinto muito” balançando a cabeça em negativa.
Ok, esse gesto significa não. Não o que caralho?
— Eu sinto muito, o senhor Gilbert não resistiu à cirurgia. — As palavras
saem de sua boca como navalhas me cortando.
Sabe a sensação da alma saindo do corpo? Pois é, eu também não, mas
tenho certeza de que é como me sinto agora, como se estivesse vendo a
minha vida toda se ruir como uma mera expectadora.
Sinto duas mãos em meus ombros, segurando meu corpo quando minhas
pernas vacilam, meus joelhos fazendo um caminho veloz pelo ar até se jogar
no chão em um baque surdo para os meus ouvidos, talvez o grito que saiu dos
meus lábios me fez anular outros sons.
— Não, meu Jon não morreu! — Apoio as mãos no chão sem ter forças
para sustentar meu corpo. — Volte para aquela sala e faça o seu trabalho,
Jonathan não morreu! — Ordeno levantando meus olhos para
encarar o médico mentiroso e para o meu pânico, ele mantém sua expressão
de sinto muito grudada em seu rosto.
Não, não, não, não ...
Pulo ao sentir uma mão me chacoalhar levemente e encaro os olhos negros
da senhora Gilbert, fico congelada por um momento sem saber se foi sonho
ou realidade, analiso seu rosto um pouco inchado de chorar, mas as lágrimas
estão secas. Se Jon tivesse morto, ela estaria chorando ainda, não estaria?
— Querida, você estava tendo um pesadelo. — Alisa meu braço afim de
me confortar e continuo encarando seus olhos.
São tão parecidos com os do homem que salvou minha vida.
— Alguma notícia? — Esfrego as mãos no rosto, mas imediatamente me
arrependo pela dor latejante em meu maxilar.
Me esqueci completamente que Billy me acertou um soco, gemo um pouco
fechando os olhos para ver se alivia a dor e as mãos quentes de Emília
continuam me confortando.
— O médico passou a pouco tempo para falar que a cirurgia foi ótima e ele
está indo para o quarto. — Encaro-a novamente, com um alivio grande
tomando meu peito, fazendo meus olhos enxerem de lágrimas.
E eu simplesmente choro diante da sensação de calor voltando ao meu
corpo, me lembrando do pânico ao ver Jonathan entrar na minha sala, tudo
que eu queria naquele momento era conseguir me comunicar por telepatia e
mandá-lo sair dali, mas quem eu quero enganar? Aquele homem irritante não
sairia daquela sala, ele nunca me deixaria com um homem visivelmente
transtornado, apontando uma arma para minha cabeça.
Minha mente naquele momento estava tão concentrada no homem da
minha vida parado na porta, olhando a situação com medo ao mesmo tempo
que seu cérebro tentava achar uma saída, que não escutei direito o que Billy
dizia até ouvir o tiro e então tudo aconteceu rápido demais, Jonathan pulou na
frente, se fazendo de escudo.
Foi horrível! Foram os piores segundos da minha vida, mas eu tinha que
agir rápido, não poderia ficar parada olhando o sangue manchar o terno
impecável de Jon, mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa Billy foi
colocado no chão por dois homens gigantes vestidos de preto, podia jurar que
eles se teletransportaram.
Balanço a cabeça em uma tentativa de tirar a imagem do meu lindo
moreno caído no chão da minha sala, com os olhos semicerrados, a
respiração forte em meio aos gemidos de dor que soltava antes de perder a
consciência.
— Minha linda, você não quer tomar um banho? Tirar essa roupa,
descansar um pouco? — A voz da minha mãe chega aos meus ouvidos.
— Mãe? — Levanto, correndo em sua direção e como se fosse o meu
refúgio, eu a abraço forte. — Como? Vocês chegaram que horas? — Abraço
meu pai apertado.
— Você estava dormindo, não quisemos te acordar. — Ela passa as mãos
em meus braços com carinho. — Vamos passar em casa pra tomar um
banho?
Balanço a cabeça negativamente, eu quero estar aqui quando Jon abrir seus
olhos, quero segurar sua mão e dizer que estou aqui, além de me certificar
que ele escutou quando disse que o amo.
— Quando posso vê-lo? — Encaro Emília que se sentou ao lado de Gabe.
— Estão o colocando no quarto, depois disso podemos entrar dois de cada
vez. — Sua boca se repuxa para dar um sorriso tranquilizador.
Eu aceno ao me jogar novamente nas cadeiras desconfortáveis, esperando
que me deixem vê-lo.
Minutos ou horas se passaram desde que estou aqui sentada, esperando
virem avisar que podemos entrar no quarto e só agora os médicos aparecem
me deixando apreensiva por um segundo ao me lembrar do pesadelo que tive
um pouco antes e se esse médico disser que meu Jonathan está morto, eu o
farei engolir suas palavras, letra por letra.
— O senhor Gilbert ainda está dormindo, mas vocês podem entrar para vê-
lo. — O homem que deve ter por volta de cinquenta anos diz com um sorriso
simpático no rosto e sai andando apressado pelo corredor quando seu pager
começa a apitar.
— Você quer ir primeiro, querida? — Emília se aproxima com o olhar
cansado.
— Vocês não se importam? Eu posso vê-lo rapidinho, passar em casa para
tomar um banho e depois voltar para dormir aqui. — Digo ansiosa por saber
se ela permitirá que eu fique com seu filho, mas Emília sorri de forma
encantadora para mim e acena ao segurar minha mão.
— Que tal fazermos assim. — Me encara como se eu fosse uma criança.
— Enquanto todos vão lá dentro, você passa em casa com seus pais para
poder tomar um banho. — Ela dirige seu olhar para minhas costas, mais
especificamente para os meus pais. — E aí quando voltar você já fica com
ele?
Quando sinto a mão protetora do meu pai em meu ombro, eu entendo
perfeitamente o olhar que ela deu para eles, estava pedindo que a ajudasse a
me levar para casa e eu não a culpo, até porque minha roupa está coberta de
sangue do seu filho e estou completamente acabada, o maxilar roxo,
maquiagem completamente borrada e sem falar no cabelo que parece ter
criado um ninho de passarinho.
Aceno em concordância e deixo meus pais me levarem para o apartamento,
onde Sal deve estar completamente fora de si por causa de toda essa
confusão, não tiro sua razão já que não tive como avisá-la de que estava tudo
bem comigo.
A viagem dentro do carro até o apartamento foi feito com conversas do dia
a dia e agradeço muito aos meus pais por deixar o clima mais leve para mim,
mas assim que pisei no apartamento e vi a angústia da minha amiga, meu
mundo desabou novamente, abracei Sal no momento que ela se deu conta de
eu estava ali, seus braços quase me esmagando ao mesmo tempo que me dava
alívio.
Deus, como ela pode ser tão forte?
— Você quer me matar do coração? O que aconteceu? Você está bem?
Nossa, seu rosto está roxo, me diz onde esse filho da puta está que eu vou lá
apresentá-lo ao João e Maria, porra eu vou acabar com ele! — Fala
rapidamente sem me dar tempo de responder.
— Calma Sal, eu estou bem. — Sorrio para tranquilizá-la. — Preciso
tomar um banho para voltar pro hospital.
Minha mãe passa por nós dando um abraço em Sal e vai para a cozinha
dizendo que fará algo para que eu possa comer, meu pai dá um oi ao se sentar
no sofá e liga a televisão enquanto puxo minha amiga comigo para o meu
quarto.
— Me conta, o que aconteceu? Foi uma confusão lá na empresa, só
chegava informação picada para mim, uns falavam que Jonathan tinha sido
baleado, outros falavam que era você e ninguém me deixava subir para fazer
alguma coisa. — Seus olhos arregalados me fariam rir se a situação não fosse
tão trágica. — Fiquei com tanto medo.
A abraço novamente, enquanto minha amiga se debulha em lágrimas e
ficamos assim por alguns minutos até ela me soltar, limpar o rosto e fixar seu
olhar em mim depois de soltar um longo suspiro.
— Vamos, me conta. — Pede.
— Cheguei mais cedo que Jon hoje na empresa porque tínhamos uma
reunião no primeiro horário e eu ainda precisava resolver algumas coisas
antes. — Começo a falar enquanto me direciono para o banheiro sendo
seguida de perto por Sallen. — Resolvi tudo, imprimi todos os papéis que
precisava e decorei os nomes dos clientes porque Jonathan disse que eram
famosos e não gostavam de não serem reconhecidos pelos filmes que
fizeram.
Reviro os olhos antes de tirar minha roupa ensanguentada, colocando cada
peça dentro de uma sacola para jogar fora, ou queimar ou qualquer coisa que
desse um fim nesta maldita lembrança. Me enfio debaixo da água, deixando-a
lavar toda a sujeira, sangue e estresse do dia.
— Então a porta se abriu e eu achei que era o Jon, mas não, quem estava
diante de mim era um Billy completamente desarrumado, com os cabelos nas
alturas o rosto vermelho, assim como os olhos. —Me arrepio fechando os
olhos, estremecendo apenas com a lembrança. — Eu soube na hora que tinha
alguma coisa errada, você sabe, ele jamais ficaria daquela forma na frente de
alguém, quem dirá em uma empresa como a Bert B.
Abro os olhos vendo minha amiga com a total atenção em minhas
palavras, tanto que se ajeita no vaso de modo a ficar mais confortável.
— Então ele começou a andar de um lado para o outro, falando de forma
ameaçadora sobre onde eu estive durante a semana passada, que já estava
cansado de esperar que eu voltasse para os seus braços. — Limpo uma
lágrima teimosa. — Fiquei paralisada diante das informações que me dava,
quieta, tentando achar uma saída e entender onde ele queria chegar, mas meu
silêncio parece ter provocado uma fúria crua, porque de uma hora para outra
o vi pegar a arma, apontando-a para mim sem pestanejar. — Esfrego meu
corpo com o sabão. — Implorei para ele me deixar sair dali, disse que não
falaria com ninguém sobre aquilo, mas ao invés de me ouvir e sair, Billy
simplesmente me acertou. — Aponto para a área roxa em meu maxilar. — E
então tudo aconteceu tão rápido, John entrou, Billy falou alguma coisa sobre
eu não ser de mais ninguém e então o tiro soou, vi Jonathan pular em minha
frente e cair como um peso morto no chão.
Respiro fundo, sentindo o meu coração bater acelerado no peito, como se
estivesse revivendo todo aquele pesadelo novamente, fecho os olhos com
força e fico debaixo d’água, sentindo as gotas levarem as lágrimas para
longe.
— Eu tive tanto medo, mas por sorte os seguranças entraram alarmados
por causa do barulho e provavelmente do meu grito. — Estremeço
novamente com a lembrança. — Achei que ele ia morrer Sal, eu achei que
tinha perdido Jonathan para sempre. — Volto a lavar meu rosto e então fecho
o registro, saindo debaixo do chuveiro e me enxugando enquanto a cena de
tudo acontecendo se desenrola em minha mente. — Ver seu corpo inerte no
chão foi como se uma grande parte de mim estivesse caindo junto com ele.
— Acabou amiga, acabou. — Sal sussurra mais para ela mesma do que
para mim e coloco uma calça jeans, blusa de frio e tênis.
— Agora vou voltar para o hospital e só sairei de lá junto com ele. —
Abraço minha amiga com força. — Vou levar o carregador, com essa
confusão toda fiquei sem bateria por isso não consegui ligar para te
tranquilizar.
— Vem aqui, linda. — Jonathan chama do quarto me fazendo sorrir. —
Brooke ganhei alta a dois dias e você não quer me alegrar.
Solto uma gargalhada divertida do seu drama enquanto termino de escovar
os dentes, coloco minha cabeça na porta do banheiro encarando seu rosto
sério e sorrio ao passar meus olhos em todo seu corpo, demorando mais na
área do quadril.
— Você parece que está muito alegre, querido. — Sorrio ao voltar para
frente do espelho.
Ouço-o resmungar algo sobre me prender na cama por bem ou por mal e
em seguida um farfalhar de lençóis causado provavelmente por Jonathan se
levantando para me buscar. Dou risada enquanto saio do banheiro e o vejo de
pé, vestido apenas com a calça do pijama, o membro ereto armando a barraca
no tecido, subo o olhar para o seu e encontro dois olhos famintos.
— Oi você. — Aproximo-me dele sem quebrar o contato visual e beijo
levemente seus lábios. — Você sabe que não pode fazer esforço, por isso eu
queria ficar no apartamento com Sallen.
Seus olhos oscilam entre excitação e irritação enquanto me encara sério.
— Não tomei tiro no pinto, você pode cavalgar ou chupá-lo com força. —
Se senta na cama depois de segurar minha mão. — Eu voto para fazer os
dois, chupa e depois senta ou o contrário, você decide.
Solto uma gargalhada e me afasto do seu toque, provocando nele um
suspiro frustrado.
— Se eu te pegar vai ser pior, Brooke ... — Diz em tom de aviso.
Antes que comece a fazer seu discurso de que precisa de mim, ou que meu
mel é o remédio para curá-lo, eu abro o robe, deixando-o deslizar por meus
ombros até cair no chão, ficando completamente nua em sua frente.
— Vai ser pior? — Apoio um joelho na cama e sento em seu colo,
deixando minha boca perto da dele. — O que você vai fazer, Jonathan?
Aquelas duas esferas negras brilharam em malícia enquanto sua boca
avançava para me beijar, mas eu esquivei de última hora, deixando-o tão
impaciente que segurou minha cintura firmemente e se inclinou sobre mim,
capturando meus lábios de forma abrupta, reivindicando o que já era dele.
— Você me deixou na geladeira por tanto tempo que vou gozar em tempo
recorde. — Reclama enquanto ondulo meu quadril, sentido o tecido da sua
calça de pijama roçar em meu centro.
Saio do seu colo para liberar qualquer empecilho que temos de nos unir,
mas ele me segura.
— Você não vai sair do meu colo por um bom tempo, Tigresa, vamos
comece a rebolar. — Rosna e me beija, mantendo-me colada em seu corpo.
— Jonathan. — Dou risada tentando afastar. — Vou tirar sua calça,
querido.
— Não precisa, é só baixá-la um pouco e meu pau mergulhará no paraíso.
— Sussurra mordendo levemente meu queixo, mas para abruptamente.
Ergo minha cabeça para ver porque ele literalmente congelou e vejo seus
olhos fixos no meu maxilar o lado que está começando a sair o tom
arroxeado, seguro seu rosto com minhas mãos e levanto-o para forçar que ele
encare meus olhos.
— Ei, pra onde foi o homem que estava até agora desesperado para, como
você diz? — Faço uma expressão pensativa. — Ah, mergulhar no paraíso? —
Seu sorriso aparece, mas não chegou aos olhos. — É verdade! — Faço uma
tentativa de chamar sua atenção para o presente.
Seus olhos me fitam com surpresa e desentendimento.
— Verdade?
— Sim, é verdade que eu te amo. — Sussurro antes de beijá-lo.
Em questão de segundos estou presa com seu corpo em cima do meu, o
sorriso agora fazendo com que seus olhos brilhem e imediatamente sua calça
do pijama toma um rumo desconhecido, deixando apenas pele encostada com
pele.
— Eu também te amo! — Me beija enquanto penetra devagar.
EPÍLOGO
Jonathan B. Gilbert

Seis anos depois.

Tiro os fones de ouvido ao entrar na sala e sigo em direção ao cheiro


gostoso de café que perfuma a casa inteira, vejo Brooke com seus cabelos
loiros caídos no meio das costas, o quadril mexendo ao som de alguma
música que está só em sua mente.
Alguns dias depois que voltamos a trabalhar na Bert B decidi que Brooke
era competente e merecia um cargo à altura, já que a maioria dos meus
diretores não faziam um bom trabalho, dispensei todos eles e remanejei
pessoas de acordo com suas competências.
Dei a notícia para Brooke, disse que ela seria a nova diretora de Marketing,
mas se estava esperando um sorriso, abraço ou até uma chupada de
agradecimento, eu estava muito enganado. Aquela loira me deu um tapa forte
no braço e começou a xingar, dizendo que ela não tomaria o lugar de alguém
só porque estava chupando o pau do chefe.
Deus sabe o quanto foi difícil amansar a fera depois disso, tive que jurar de
joelhos, não é exagero, ela me fez literalmente ajoelhar e jurar que eu não
estava a promovendo porque chupa meu pau.
Solto uma risada alta que chama sua atenção, os olhos verdes que acordam
comigo todos os dias me olham com um brilho particular, aquele brilho que
só ela tem, o que me faz ser o homem mais feliz do mundo.
— Oi linda. — Aproximo encaixando meu quadril em sua bunda.
— Oi, amor. — Sussurra apoiando o corpo no meu. — Do que estava
rindo?
Dou leves beijos em seu ombro, subindo pelo pescoço até mordiscar o
lóbulo de sua orelha, seu quadril balança um pouco e a boca se abre soltando
um gemido sexy.
— Estava lembrando de quando disse que você estava sendo promovida e
como a ingrata que você é, começou a me bater. — Provoco mordendo seu
ombro com um pouco mais de força e ela se vira dando um tapa em meu
braço no processo.
— Jonathan, Jonathan. — Cerra os olhos de modo desconfiado, o que me
faz soltar outra gargalhada antes de beijá-la.
Prendo seu corpo entre o meu e a pia aprofundando nosso beijo, deixando
que minha língua reconheça o local que ama estar, desço minhas mãos pela
lateral do seu corpo até chegar na bunda e aperto, engolindo o gemido
baixinho que solta.
— Eca, solta a mamãe. — Ouço a voz do meu filho, Theodore, nas minhas
costas e sorrio dando um último selinho em minha esposa antes de pegá-lo
em meus braços.
Um ano depois de toda a confusão na empresa pedi Brooke em casamento
e em menos de três meses estávamos dizendo nossos votos na frente de todas
as pessoas que amamos. Um mês depois descobrimos que teríamos Theo e
para completar nossa felicidade, dois anos depois que o tivemos veio nossa
princesinha, Emma.
— Papaiiii, mamaiiiii. — Ouço-a balbuciar junto com o barulho de suas
mãozinhas batendo no chão ao engatinhar.
Olho meus dois filhos, uma mistura perfeita de mim e da mulher da minha
vida, e sorrio com o amor e a felicidade tomando conta do meu coração.
— Ô de casa? — Ouço a voz da amiga da minha mulher. — Alguém
poderia abrir essa porta antes que nós viremos pedras gigantes de gelo?
Emma que estava mordendo o ombro da minha mulher encara a porta com
curiosidade, enquanto estica as mãozinhas indicando que quer abrir, já Theo
apoia seu rosto em meu ombro e suspira cansado assim que o pego em meu
colo.
Sal entra de mãos dadas com meu irmão, enquanto Melissa entra logo atrás
com suas bochechas coradas pelo frio, minha sobrinha é dois anos mais velha
que Theo e ele está começando a entrar na fase do “não gosto de meninas”,
por isso o suspiro ao ouvir a voz da minha cunhada, porque sabia que Mel
estaria aqui.
Beijo a testa de Theo para esconder meu sorriso.
— Oi tio Jon. — Mel aproxima olhando meu filho em meu colo e dou um
beijo em sua mão. — Oi Theo, quer brincar?
— Oi Mel. — Respondo e Theo se agarra ainda mais ao meu pescoço. —
Ele vai brincar daqui a pouco, pode ser?
Gabe e Sal entram se sentindo em casa enquanto sigo com Brooke e nossos
filhos para o quarto tomar um banho, minha loira se vira franzindo a testa.
Sei muito bem o que quer dizer essa expressão, ela havia me pedido para
conversar com Theo sobre falar que meninas são nojentas.
— Você já sabe o que fazer, Jonathan. — Diz ameaçadoramente.
— Sim, capitã. — Faço continência com a mão livre o que faz, tanto Theo
quanto Emma gargalharem.
— Isso mesmo soldado, você sabe quem sofrerá as consequências depois.
— Pisca e sai rebolando os quadris entrando no nosso quarto, como a diaba
que é.
Volto minha atenção para Theo que me encara como se quisesse entender
porque estou sorrindo como um psicopata, suspiro entrando no quarto dele
para arrumá-lo.
— Filho, por que você não quer mais brincar com sua prima? — Pergunto
tirando sua roupa.
— Porque meninas são nojentas. — Rebate rapidamente, chegando
exatamente no assunto que eu queria.
Minha mãe disse que eu falava a mesma coisa quando era pequeno, mal
sabia que quando eu crescesse ia achar a coisa mais genial que Deus fez para
ferrar um homem, no bom sentido.
E no mal também.
— Meninas não são nojentas, filho. — Levo-o para o banheiro. — A
mamãe e Emma são meninas, você as acha nojentas?
Seus olhos verdes me olham com curiosidade, como se nunca tivesse
parado para pensar que sua mãe e sua irmã são meninas, sento no vaso
enquanto supervisiono ele se lavar direito.
— Não, mas o Damon e Dylan disse que elas são nojentas. — Confessa
enquanto limpa aonde eu acabei de indicar.
— Você não precisa seguir o que eles falam, Theo. — Levanto e começo a
ajudá-lo a se lavar. — Tem que tomar decisões por si mesmo, você gosta de
brincar com a Mel? — Ele acena positivamente. — Então pronto, vai brincar
com ela.
Seguro-o assim que ele pula começando a correr para ir até a sala e chamar
a prima para brincar.
— Ei, tem que se vestir primeiro. — Aponto para o pinto que um dia vai ser
tão grande quanto o do pai.

Depois que meus pais, os pais de Brooke e os de Sallen foram embora,


sentei no sofá com meu irmão enquanto Emma brincava no tapete, Theo e
Mel corriam pela casa brincando com uns bonecos dos Vingadores, meus
olhos imediatamente são atraídos pela mulher da minha vida que pede espaço
para sentar em meu colo.
Beijo seu ombro ao passar meus braços em sua cintura enquanto dou uma
rápida olhada na direção de Emma, para ver se ela ainda está brincando e
volto minha atenção para meu irmão e Sal.
— Então, Ester continua enchendo o saco? — Brooke pergunta colocando
as duas pernas em cima da minha livre e me dá um selinho demorado.
Vejo meu irmão suspirar cansado alisando a perna da esposa que suspira
exasperada ao revirar os olhos, provavelmente cansada com as investidas da
ex-mulher de Gabe.
A alguns meses Ester voltou para o Canadá de mala e tudo, ficou parada na
porta da joalheria que meu irmão comanda esperando-o chegar para poder
pedir perdão e de acordo com suas palavras, retomar sua vida de onde parou.
É claro que queria, durante esses seis anos tentando carreira em NY como
atriz ela realmente começou a fazer um pouco de sucesso, mas não sei o que
aconteceu que de um tempo para cá não ouvimos mais sobre peças ou filmes
que estava fazendo como figurante ou papéis rápidos de poucas falas, mas
chegou aos meus ouvidos que seu mundo perfeito de atuação começou a ruir
quando dormiu com o marido de uma diretora famosa, era o primeiro filme
que ela ia aparecer de verdade e então foi pega no flagra e nunca mais foi
escalada, nem mesmo para peças de teatro.
Desde então vem cercando Gabriel, querendo voltar para a vida boa que
tinha e isso está deixando todo mundo estressado, principalmente Melissa que
não quer falar com a mãe de jeito nenhum. De acordo com minha sobrinha na
primeira vez que saiu com Ester, tudo que ela queria saber era como estava o
pai, se estava mesmo casado, se Mel considerava Sallen sua mãe e também
perguntas sobre a situação financeira de Gabe, se continua a mesma ou
melhorou.
— Sério, se eu a ver mais uma vez vou voar naquele pescoço depenado
dela. — Sal ruge enquanto Gabe tentar acalmá-la dando um beijo em sua
boca.
— Se quiser ajuda, estou à disposição. — Brooke incentiva ao dar de
ombros e eu belisco sua bunda, mas ela revida me dando um tapa forte no
braço que faz Emma começar a chorar.
— Isso mesmo, filha, defenda o papai da sua mãe. — Digo estendendo um
braço para que ela venha engatinhando enquanto dou risada da minha loira
com os braços cruzados me olhando seriamente.
— Isso, use sua filha. — Faz bico. — Vai dormir no berço dela pra deixar
de ser espertinho. — Sorri maliciosamente e puxo seu rosto para colar nossas
bocas, mas sinto as mãos de Emma se apoiando em minha perna para ficar de
pé, antes de provar sua língua.
— Vou dormir na sua cama, dentro de você se for possível. — Sussurro e
sorrio satisfeito por vê-la se arrepiar antes de pegar Emma e colocá-la no colo
da mãe.
Olho para Gabe e Sal que estão conversando entre si e para dar privacidade
desvio o olhar para onde Mel e Theo ainda estão brincando com os bonecos,
volto a olhar para minha esposa que sorri abraçando nossa filha.
Minha família, minha melhor parte.
Brooke F. Nielsen

Alguns anos depois.

Saio do carro depois de pedir Tyler, meu segurança e motorista, que espere
dentro dele e ando pelo caminho de pedra envolto de um jardim lindo para
esperar que minha pequena Emma saia da escola.
Emma faz quatro anos no fim de semana agora e Jonathan teve a brilhante
ideia de prometer que iriamos liberar a babá e buscaríamos ela e Theo todos
os dias da semana na escola, sim aquele cachorro fez isso. Não me entendam
mal, se eu pudesse os buscava todos os dias, mas estou lotada de arquivos
para analisar, reuniões e mais reuniões, além de estar organizando a festinha
da minha menina e meu marido, aquele filho da mãe, prometeu dividir
comigo os dias de buscá-los, mas hoje é quinta-feira e adivinha quem os
buscou todos os dias? É claro que fui eu.
Olho para os lados sorrindo para algumas mães e pais que me
cumprimentam e logo o portão se abre, entro com meus saltos batendo no
chão da escola, mas não é ouvido por ninguém já que as crianças estão
agitadas e loucas para irem embora.
— Oi, senhora Gilbert. — A simpática professora sorri e se vira para
procurar minha pestinha. — Emma, pegue suas coisas e venha, sua mãe
chegou.
Seus olhos verdes imediatamente me fitam na porta da sala e ao invés de
fazer o que a professora pediu, minha princesa corre em minha direção, o que
fez todos os dias que estive aqui para buscá-la.
Confesso que deixa meu coração apertado não poder dar a ela essa alegria
todos os dias, mas tentarei fazer isso mais vezes.
— Mamãe. — Grita abraçando minhas pernas.
— Oi, meu amor. — Abaixo com cuidado de não deixar minha calcinha
aparecer por causa da saia e seguro seu rostinho corado, dando um beijo
barulhento em sua bochecha. — Vá pegar suas coisas pra gente ir embora.
Emma assente virando como um furacão e adentrando a sala da mesma
maneira que saiu, vejo-a pegar suas coisas com pressa enquanto a professora
fala com ela sobre não poder correr.
Seguro sua mochila assim que ela aparece na porta e pego-a no colo indo
em direção ao carro ouvindo-a me contar em detalhes sobre tudo o que
aconteceu hoje.
Eu e Jon acostumamos tanto ela como Theo a nos contar sobre tudo que
acontece e digamos que Emma levou isso ao pé da letra.
— Oi, tio Ty. — Cumprimenta assim que a coloco na cadeirinha.
— Oi, pequena. — O motorista com cara carrancuda sorri amorosamente e
Emma volta a contar tudo que aconteceu enquanto nos dirigíamos para a
escola de Theo.
Poucos minutos depois nós chegamos em frente à escola enquanto Emma
está tagarelando sobre como foi divertido a hora da leitura, disse que fez
amizade com uma menina de outra sala quando foi ao banheiro e eu a esperei
parar de falar ao pegar um folego para abrir a porta.
— Mamãe vai buscar seu irmão, meu amor. — Faço um carinho em seu
joelho e ela sorri.
— Tudo bem, mamãe, depois eu te conto de novo. — Diz animada e se
vira para Tyler tirando uma mecha de cabelo escuro da frente dos olhos. —
Hãn, onde parei? Ah, então, aí eu perguntei a ela se queria vir na minha
festa...
Sorrio deixando os dois conversando e saio para buscar Theo. Ao contrário
da escola da Emma, aqui os pais esperam no grande pátio por seus filhos,
então fico ali apoiando o peso do corpo em uma das pernas, quando uma
sombra se formando ao meu lado no chão me avisa que ou alguém vai passar
por mim ou vai parar ao meu lado.
— Oi. — Um homem alto e moreno se aproxima, olha rapidamente para as
portas das salas e me encara.
— Oi. — Respondo sem encará-lo dando um leve passo para o lado, afim
de me afastar.
— Você é mãe solteira? — Pergunta ainda me encarando e o fuzilo com o
olhar, assim como sempre faço quando um engraçadinho tenta a sorte. — É
que nunca vejo você e o pai do menino virem juntos, achei que poderíamos
sair e conversar.
Quase sempre quem vem buscar meus filhos na escola é a babá e quando
eu e Jonathan decidimos fazer isso quase nunca dá para virmos juntos, então
sempre compensamos tomando, todos os dias, café da manhã com eles e a
partir das seis até às oito da noite nossa atenção é exclusiva para Emma e
Theodore, então possivelmente, quem não nos conhece pode pensar que não
somos casados ou que não damos atenção para nossos filhos.
Abro a boca para responder, mas Theo chega correndo, as bochechas
vermelhas e seus olhos verdes fixos no homem ao meu lado, sua mão segura
a minha enquanto ainda mantém os olhos fixos no homem.
— O que quer com a minha mãe? — Pergunta sem rodeios.
Deus do céu, vou matar Jonathan por ficar mandando Theo me proteger,
ele já é ciumento em relação a mim, depois que o pai deu corda ficou mais
ainda.
— Calma filho, só estou tentando ganhar o número da sua mãe. — Diz
para meu filho, mas olhando para mim.
Theo fecha a mão livre da minha em um punho sem deixar de encarar o
homem, sua postura é como se fosse mais alto, mais forte e assim que se dá
por satisfeito, aqueles olhos verdes encontram os meus e eu sorrio para
tranquilizá-lo.
— Senhor, eu sou muito bem casada. — Aperto suavemente a mãozinha
do meu filho para fazê-lo andar e ele obedece. — Você está bem?
Ele olha para cima e a cópia do meu Jon sorri para me tranquilizar,
bagunço seus cabelos levando-o em direção ao carro e enfim entro, pedindo
Tyler para nos levar para a Bert B.
Um pouco mais de uma hora depois estamos andando em direção a sala de
Jonathan, avisei aos meninos que eles ficariam com o pai, o que foi uma festa
já que ficam felizes com qualquer um de nós dois. Ajeito minha princesa em
meu braço porque não se pode brincar com Emma e balanço a mão de Theo.
— Jonathan está, Ben? — Pergunto ao secretário do meu marido e ele sorri
para mim e os meninos.
— Sim, cheio de pastas ao redor e tudo mais. — Avisa e volta a encarar o
computador na sua frente.
Ótimo, quero mesmo que ele esteja bem cheio de coisas para fazer,
principalmente se tiver que almoçar com uma ruiva peituda que decidiu
querer um carro personificado.
Sei muito bem o que ela quer.
Coloco Emma no chão antes de abrir a porta da sua sala, fazendo Jonathan
encará-la com ódio, por provavelmente pedir a Bernardo que não o
incomodem, mas assim que me vê e ouve os gritos dos filhos sua expressão
relaxa e um sorrisão se abre.
— Quem quer ficar com o papai? — Pergunto animada e eles respondem
mais animados ainda.
— EUUUU! — Os dois gritam com as mãos para cima enquanto escalam
o pai.
— Divirtam-se. — Saio da sala fechando a porta e correndo em direção ao
elevador para ir para a minha.

Viro a página do livro doida para saber o que vai acontecer, mas a porta se
abre em um Jonathan com um olhar predador, como se fosse me matar
lentamente, se for de prazer eu aceito. Ele fecha a porta atrás de si e deixa
seus olhos passarem em meu corpo, a língua aparece para molhar os lábios.
Sei muito bem o que está deixando-o com esse pingo de irritação nos olhos
e não tem nada a ver com o que eu fiz de deixar nossos filhos em sua sala e
sim com o fato dos meus filhos contarem tudo para nós dois, ou seja, Theo
contou ao pai sobre o homem na porta da escola pedindo meu número.
— Talvez você queira me contar algo, senhora Gilbert? — Diz enquanto
tira a roupa.
Mordo o lábio inferior, largando completamente o livro na mesinha ao lado
da minha cama, balanço a cabeça negativamente para provocá-lo sem nunca
deixar de passar meus olhos em seu corpo, o abdômen trincado, o peito
esculpido, coxas definidas e o pau grosso, grande, glorioso e completamente
ereto.
— Não? Então não teve um homem cercando aquilo que é meu hoje mais
cedo? — Sussurrou em meu ouvido ao segurar meu cabelo. — Responde,
esposa.
Arrepio quando sua boca beija meu pescoço com vontade, inclino para
deitar, mas Jon me segura firmemente, os dedos entrelaçados nos fios de
cabelo perto da minha nuca, seu rosto afasta do meu pescoço para me olhar e
tento beijá-lo, mas não consigo me mexer.
— Não, teve um homem pedindo meu telefone, mas você não deveria estar
bravo afinal aquela ruiva tem o seu e eu não fiz nada. — Falo em uma falsa
inocência e meu marido delicioso ri contra a minha boca.
— Você sabe muito bem que é trabalho, linda. — Diz mais suave ao puxar
meu lábio inferior com os seus e eu aceno.
Eu realmente sei que ela tem o número corporativo dele apenas porque é
sua cliente, eu só disse para implicar, apesar de realmente ficar incomodada
quando ela exige uma reunião somente com ele.
— Jon, você precisa para de incentivar Theo a ficar como um touro bravo
quando um homem se aproxima de mim. — Meu marido me deita na cama e
fica entre as minhas pernas, deixando seu membro posicionado em cima da
calcinha de renda que coloquei para provocá-lo. — E também quando um
garoto se aproxima da Emma.
— Não, ele faz um excelente trabalho protegendo minhas duas princesas.
— Sua boca toma a minha com fome enquanto o quadril mexe, esfregando a
ereção em mim.
Caralho, que tesão.
— Você sabe que Emma dá nó em pingo d’água, não vai adiantar fazer
Theo espantar todos os meninos. — Digo apertando sua bunda e dou risada
ao ouvi-lo rosnar. — Agora esquece isso e me fode, amor.
Não precisou falar duas vezes, em segundos ele já estava dentro de mim,
me provocando, me levando a loucura com suas mãos, sua língua e seu mais
precioso e delicioso pau e assim se seguiu pela noite, meus gemidos sendo
contidos por sua mão ou boca e nossa pele roçando uma na outra, seu pau me
preenchendo enquanto eu o apertava cada vez mais forte.
A vida é definitivamente interessante quando se tem dois filhos
maravilhosos e um marido espetacular, eu estou preparada para o futuro, com
minha família eu estou preparada para TUDO.
Fim.

[1]
Carpaccio é um prato tradicional Italiano, feito com lascas de carne crua, queijo parmesão ou
pecorino e temperosfs.
[2]
Trio Cabernet Sauvignon é um vinho.
AGRADECIMENTOS

Eu preciso reservar um espacinho do meu livro para agradecer duas pessoas


maravilhosas que me deram incentivo e força para seguir meu sonho, que
pegaram na minha mão e me mostraram o caminho certo.
Enfim, Obrigada Karina e Kenia (DRAK) por serem essas pessoas
sensacionais.

Também quero agradecer a minha familia que me apoiam em tudo que eu


faça.

Eu amo vocês.
SOBRE O AUTOR
Bruna A. Tomaz
Bruna A Tomaz, mora na região metropolitana de Belo Horizonte em Minas
Gerais junto com sua família.

Se tornou escritora por incentivo de suas amigas, ou como gosta de chamar


"seus anjos", que a incentivaram a conhecer um lado da sua personalidade
que nunca havia sido explorado.

Formada em Administração, a autora decidiu largar a vida dentro de um


escritório para dar vida às histórias criadas por sua mente e desde então as
compartilha com o mundo.
Instagram: @b.atomazautora

Você também pode gostar