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Jennifer Souza

Paixão
Proibida
Copyright © 2015 Jennifer
Souza
Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte deste livro pode ser
utilizada ou reproduzida sob
quaisquer meios existentes sem a
autorização por escrito da autora.

Revisão e Sinopse: Beka Assis

Diagramação: Thais Lopes

Capa: Jéssica Gomes


Jennifer Souza

1. Romance
2. Adulto
3. Drama

Todos os direitos
reservados á Jennifer Souza
Essa é uma obra de ficção.
Quaisquer semelhanças
com pessoas vivas ou mortas é
mera coincidência.
Capítulo Um

Samantha
Após enlouquecer ao som
de Rihana, voltei pra mesa
suada e louca por mais uma
cerveja para refrescar. Mesmo
com meus cabelos loiros
colados ao meu rosto e com
cara de exausta, ainda assim
recebi vários olhares
masculinos no caminho até a
mesa. Eu não era como aquelas
mulheres magérrimas, muito
pelo contrário, tinha coxas
grossas; bunda empinada e
grande; seios na medida certa,
e para juntar tudo isso uma
cintura fina e lábios carnudos.
Quando era pequena, sofri
bullying, e recebi apelidos
como leitão e boca de peixe, já
que certas crianças sabem ser
mais cruéis que alguns adultos,
e no topo dessa lista constava
minha adorável irmã Cristine,
que com seu corpo estilo
Gisele Bündchen,[1] sempre
me humilhou e até roubou meu
primeiro amor.
Depois daquilo, aproveitei
a primeira oportunidade após
me formar na escola e saí de
casa para fazer faculdade e há
seis anos não voltava; até
agora.
— VIVA AS FÉRIAS! —
Jéssica, minha melhor amiga e
parceira no crime, gritou da
mesa quando me aproximei.
Conhecia Jess desde o início
da faculdade, e ela me mostrou
a cidade e ajudou a me
enturmar. Jess era lindíssima, e
tinha cabelos vermelhos, olhos
azuis de tirar o fôlego e uma
linda pele cor de porcelana.

— Só poderei dizer "viva"


se eu sobreviver a elas. —
Disse desanimada ao pensar
em ver minha mãe e irmã. Elas
sempre me faziam sentir como
a excluída da família.

— Ei, não vai ser tão


difícil, e não esqueça que irei
te ver daqui duas semanas. —
Ela virou mais uma dose de
tequila, apesar de já estar
levemente embriagada.

— Gostaria de matar o
Philiph. Onde já se viu, querer
que eu escreva uma coluna
sobre sexo com amor e ainda
exigir que me inspire em minha
irmã e seu noivo? Agora que
ela vai se achar mais ainda. —
Resmunguei.
— Pense que essa é sua
grande chance de ser
promovida a editora chefe. —
Disse Jess, animada.

— Um mês aturando meus


pais paparicando minha irmã e
seu noivo engomadinho... Não
sei se vale o esforço. — A
companhia de meu pai até valia
a pena, já que ao menos ele era
muito carinhoso comigo... Mas
minha mãe e irmã? Deus me
ajude!

— Ei, não desanimes!


Qualquer coisa me mande uma
mensagem por SMS que
correrei em seu socorro antes
do tempo.

— Obrigado linda. —
Virei meu copo de cerveja e
avistei um tatuado gostoso, que
parecia me engolir com os
olhos. Eu tinha tara por
tatuagens, e resolvi que aquela
era a hora do show. — Vou pra
pista, bitch. Você vem? —
Questionei Jess.

— Não bitch. Estou de


olho no barman. — Disse e
apontou para o loirinho gostoso
que fazia malabarismos com as
bebidas.

— E eu no astro do Rock.
Fui... — Pisquei para ela e
parti para a pista.

Comecei a me movimentar
sensualmente na pista ao som
de Drunk in Love, da
Beyoncé[2]. Meu vestido preto
era um modelo tomara-que–
caia, e marcava minhas coxas.
Dei uma olhadela para o
gostoso tatuado e virei de
costas para ele, comecei a
contar mentalmente. Antes de
chegar a 30, ele já estava atrás
de mim, dançando. Sabia
aquele olhar era fatal.
Dançamos mais três músicas e
fomos para o bar. Vi que a Jess
havia sumido de vista e o barman
loiro também, então aproveitei o
tempo para bebermos e
conversarmos um pouco. Descobri
que ele se chamava Brad e que era
guitarrista numa banda; e enquanto
ele falava, notei que havia um
piercing em sua língua. Sonho de
consumo, não? Guitarrista, tatuado
e com piercing na língua! Teria de
devorá-lo.

Uma Hora depois...

— Oh... Oh...

Aquele pedaço de homem


estava me dando um show de
língua! Seu piercing roçava em meu
clitóris, levando-me a loucura, e
agarrando seus longos cabelos
pretos, pressionei-o ainda mais em
minha entrada pulsante. Após gozar
incansavelmente naquela língua
gostosa, ele vestiu o preservativo e
fodemos loucamente durante boa
parte da noite.

Acordei com uma ressaca do


cão e com um braço tatuado e
pesado em cima de mim, que fez
com que me sentisse
instantaneamente sufocada.
“Qual era o problema das
pessoas de quererem dormir
abraçadas? Coisa mais
sufocante!”
Ergui o braço do desconhecido
da noite anterior, sem sequer
lembrar o nome dele. Deveria ser
algum famoso, pois a boate era
exclusiva e só iam convidados.
Levantei-me lentamente sem fazer
barulho e corri para o banheiro.
Uma ducha e duas aspirinas depois
estava tomando meu café e
conversando com a Jess, que havia
trazido cupcakes para o café da
manhã.
— Que delícia! Um manjar dos
deuses... Chocolate. — Gemi.
— Sabia que você precisaria
de açúcar depois de todo o álcool
ingerido ontem.
— Você é a melhor amiga que
alguém pode ter! — Sorri. —
Então... o Barman? Valeu a pena?
— Que nada! Parecia o
Flash[3].
— Mentira? Homem a jato? —
Comecei a gargalhar.
— Você ri, não é. — Disse ela,
brava, e me jogando um pedaço de
cupcake.
— Mas me conta! Detalhes...
— Disse desviando da migalha que
ela lançou em minha direção.
— Ah, sabe o que é um homem
vim pra cima de você e três minutos
depois cair do seu lado antes que
você pudesse entender o que
aconteceu? Porra, nem deu para
gozar! Fugi do seu apartamento
assim que acordei.
— Meus pêsames pelo
orgasmo perdido, amiga. —
Coloquei a mão no peito fiz uma
cara de tristeza.
— Palhaça. — Disse aos risos
— Mas me conte, e o astro do
rock?
— Me deu um banho de língua
com aquele piercing delicia que ele
tem na língua! Tenho que dizer,
gozei por nós duas.
— Ah sua vadia sortuda!
— Quer ele? Pode ficar pra
você. Daqui duas horas terei de
pegar meu voo para o sacrifício e o
Delicinha ainda está dormindo...
fique ai com ele. — Pisquei para
ela.
— Tá bom que vou pegar baba
tua! — Ela fez cara de nojo.
— Baba, gozo e todo o resto,
garota. — Gargalhei.
— Tu não prestas mesmo, Sam.
— Ela disse e riu também.
— Bom dia! — O Delicia que
não lembrava do nome apareceu na
cozinha vestindo apenas sua cueca
boxer. Seus cabelos pretos estavam
desgrenhados e a visão de seu peito
definido e cheio de tatuagens
encheu nossos olhos.
— Bom dia, delicia... Já ia te
acordar, você tem que ir embora
pois tenho um voo para pegar daqui
duas horas.
Ele lançou um sorriso sexy
para nós duas.
— Poxa, pensei que
continuaríamos a festinha de
ontem... nós três. — Jéssica quase
engasgou com o café quando ele
mencionou a possibilidade de um
ménage. Mas que cretino!
— Não meu bem. Acho melhor
você se vestir pois agora a festinha
vai ser só entre nós duas... sabe
como é, gosto de diversificar mas
não gosto de dividir. — Vi que ele
ficou maluco com minha sugestão, e
quase podia até ver as engrenagens
de seu cérebro criando imagens de
nós duas, algo que só aconteceria
nos sonhos dele. Jess era minha
amiga=irmã, e eu era bem segura
que gostava de picos e não de
cavernas; mas foi inevitável
inventar aquilo para deixá-lo
babando. Ele ainda insistiu mais um
pouco em se divertir conosco, mas
logo dispensei o pobre coitado; e
antes de sair ele me estendeu seu
cartão. — Me liga se mudar de
ideia, princesa. — Ele beijou o
canto dos meus lábios e eu bati a
porta na sua cara.
— Credo, achei que não iria
embora nunca. — Disse depois de
fechar a porta, e ao chegar na
lixeira joguei seu cartão de visitas
fora. Ele fora uma delicinha, mas
não costumava repetir os caras, já
que sempre me trazia problemas.
— Você é cruel, Sam. — Disse
Jess, rindo.
— Ah meu amor, hoje em dia
os homens não vivem fazendo isso?
Por que eu tenho que ser diferente?
Estamos no século 21; nós mulheres
também temos o direito de usar e
abusar deles como desejarmos.
— Vai chegar o dia em que
você vai se apaixonar...Espere para
ver. — Censurou.
— Só se for no dia de “São
Nunca”! Vivo assim há anos e
nunca me apaixonei... está para
nascer o homem que ganhe o meu
coração.
— Nunca diga nunca, Sam... O
feitiço eventualmente pode se virar
contra o feiticeiro. — Alertou.
— Credo! Vire essa boca para
lá, amiga da onça! Pare de rogar
praga — Disse enquanto fazia o
sinal da cruz e batia na madeira.
— Não é praga, é que você
vive muito sozinha. Não cansa de
viver assim?
— Não sou sozinha, tenho você
e tenho o Damon. — Damon era
meu gato siamês de olhos azuis.
— Ah, tá bom, não vou discutir
mais. Só vim para buscar o Damon
e me despedir de você.
— Não vai mais discutir
porque sabe que estou certa. — Ela
revirou os olhos e fui pegar o
Damon na área de serviço.
Abracei-o carinhosamente e dei seu
remedinho para dormir,
tranquilizando-o até que caísse no
sono e só então o coloquei na
gaiola e arrumei suas coisinhas. —
Pronto, está tudo aqui. Cuide bem
dele, viu. Meu baby.
— Pode deixar, daqui duas
semanas levarei ele para o petshop
para que eu possa te encontrar.
— Isso, já está tudo pago para
a hospedagem dele lá.
— Hotel de gato, que
absurdo... — Nos abraçamos e
naquele momento senti lágrimas
chegando aos meus olhos, enquanto
Jess já estava aos prantos.
— Hey, calma amore; Vamos
nos ver em duas semanas, e em um
mês estarei de volta. — Confortei-
a.
— Não sei porquê, mas estou
com essa sensação dentro do peito
de que você não vai mais voltar. —
Disse ela e limpou as lágrimas que
escorriam nos cantos dos olhos.
— De onde você tirou isso,
mulher? Não existe nenhum motivo
que me faça ficar por lá; logo
estarei de volta e tudo voltara ao
normal. — Disse, já sentindo
arrepios ao pensar em morar perto
da minha mãe e irmã.
— Ah, vai que você se
apaixona por alguém e não volte
mais? — Ela me encarou mais
calma.
— Hello? Com quem você está
falando mesmo? — Apontei para
mim.
— Com a Cruella. — Disse
sorrindo.
— Isso mesmo! e então chega
de choro e até dia 20. Te esperarei
lá. — Fechei a porta.
Depois que ela se foi, fiquei
rindo sozinha de suas insinuações.
Me apaixonar? Por um instante
achei que a Jess ainda estava sob o
efeito das tequilas de ontem. Era
mais fácil o preço da gasolina
baixar do que eu me apaixonar.
Terminei de organizar minhas três
malas e a bolsa de mão e logo
estava no taxi a caminho do
aeroporto.
O verdadeiro motivo da minha
viagem era a minha promoção, pois
escrevia uma coluna sobre sexo em
uma das mais famosas revistas de
moda do país, a Gossip Lise, e meu
chefe resolveu que eu deveria sair
da minha zona de conforto e
escrever sobre o sexo com amor, já
que minhas colunas, apesar de
quentes, eram muito frias
emocionalmente. Ele disse que se
eu conseguisse captar o amor no
sexo, seria promovida a segunda
editora, o que aumentaria
consideravelmente os zeros no meu
contracheque. Então quando ele
soube que minha irmã estava noiva,
pediu que eu passasse minhas férias
com ela e seu noivo para captar a
essência do sexo com amor.
A contragosto tive de aceitar,
afinal, trabalhei anos para
conseguir essa promoção então iria
captar seja lá o que fosse aquela
emoção chamada amor e iria ganhar
finalmente minha tão sonhada
promoção, mesmo que para isso eu
tenha que aturar minha irmã
insuportável e seu noivo
engomadinho; algo que supunha, já
que pelo que ela disse na carta que
veio com o convite do casamento,
ele era bilionário. Mamãe deveria
estar eufórica com sua filha favorita
casando-se com um bilionário, e
graças a isso só pude sentir pena do
pobre coitado, que agora teria que
aturar os ataques da minha irmã o
resto da vida.

Algumas horas depois estava


descendo do taxi em frente à casa
dos meus pais. Aparentemente, tudo
continuava do jeito que eu me
lembrava: a grama bem aparada, a
cerca branca impecável, lindas
rosas dando cor ao belo jardim, e a
bela casa branca de dois andares
destacando-se das outras com toda
sua pompa e luxo. Minha família
não era rica, mas de fato vivíamos
bem, já que papai ganhava uma
soma razoável com seus
investimentos na bolsa de valores,
e por isso minha mãe e irmã
optaram por não trabalhar.
Enquanto olhava a fachada da
casa, comecei a lembrar de alguns
sonhos que a muito estavam
adormecidos em mim. Quando
pequena, sonhava ser escritora, e
até comecei algumas histórias que
nunca cheguei a concluir, e depois
que quando minha irmã roubou meu
primeiro namorado, o Michael, eu
fugi dali assim que consegui uma
bolsa para estudar jornalismo.
Apesar de não ter sucesso na parte
investigativa, um dia escrevi uma
coluna sobre sexo para a revista e
todos adoraram, e assim
convidaram-me para ser colunista.
Era curioso pensar no quanto minha
vida havia mudado desde a última
vez que vi aquela casa.
Respirei fundo, e com a ajuda
do taxista arrastamos minhas malas
até a porta de entrada, já que como
de costume, haviam esquecido de
me buscar no aeroporto. Logo que
apertei a campainha, mamãe surgiu
na porta usando um vestido
vermelho colado, com os fios
loiros presos a um coque chique e
seus olhos mais brilhantes que de
costume, o que acreditei ser obra
do copo de Martini seco que ela
trazia em mãos... Certas coisas
nunca mudam.
— Filha querida, que
saudades! Nossa como você
cresceu e está linda! — Minha mãe
me abraçou forte e apesar de mal-
humorada, abracei-a com vontade,
pois por mais que reclamasse dela,
ela era minha mãe. — Não sabia
que viria hoje, ou teríamos ido te
buscar no aeroporto. Por que
adiantou sua vinda?
— Não adiantei mãe, eu disse
que viria na quinta. Hoje é quinta.
— Disse cansada.
— Oh é mesmo? Sou tão
distraída, mas venha entre, sua irmã
e seu pai estão ansiosos para vê-la.
— Entrei na casa que foi meu lar
até os 17 anos e vi que muita coisa
havia mudado, desde a mobília até
paredes que ostentava uma foto
exageradamente grande de
Cristine. — Deixe as malas ai que
o Alfred logo vem recolhê-las. —
Alfred era o nosso “mordomo” por
assim dizer, mas na verdade ele era
o faz tudo, desde recepcionar os
convidados na porta quando havia
uma festa até a limpar o cocô do
nosso cachorro Peter.
— Olhem quem chegou mais
cedo de viagem! — Minha mãe
disse animadamente entrando na
sala de jantar. Pensei em corrigi-la
novamente dizendo que tinha vindo
na data prevista, mas desisti; afinal,
ela não ouviria.
Meu pai sentava na ponta da
mesa e continuava lindo como
sempre. Vestido em um de seus
ternos Armani[4], ele com certeza
chamava a atenção por onde
passava, com seus 1,82mts, porte
atlético, belos olhos azuis. Os
cabelos grisalhos lhe dava um
charme a mais, tipo Richard
Gere[5].Assim que me viu, ele me
tomou em seus braços rodopiando-
me no ar. Tinha esquecido o quanto
sentia sua falta, pois sempre fui
mais apegada a ele do que a
mamãe, e desde criança via-o como
um super-herói.
— Sammy amor, você está
parecendo uma princesa! Estou tão
orgulhoso da minha jornalista! —
Ele me deu um beijo na testa e
lacrimejei com sua aprovação;
porém, como tudo o que é bom dura
pouco, minha adorável irmã se
manifestou.
— Parece uma princesa
mesmo, apesar de ser uma princesa
gordinha. — Ela deu um sorrisinho
cínico e veio me abraçar. Vaca! Ela
usava um micro vestido rosa
choque e sapatos altos preto, que
fizeram com que ficasse da altura
do Jared Padalecki[6]. Engoli dez
sapos com o comentário cheio de
veneno, mas não me deixei abalar, e
empurrando o cabelo para o lado
respondi.
— Você também está linda,
irmã... cada dia mais parecida com
a Olivia Palito. — Sorri para ela,
que não fez uma cara muito boa.
Papai chamou Alfred, que colocou
mais um prato na mesa, e mamãe
logo pediu que ele carregasse as
malas até o quarto de hóspedes. —
O que houve com meu antigo
quarto? — Perguntei, sentando a
mesa.
— Fizemos uma reforma a dois
anos atrás... agora é o closet da sua
irmã. — “Ah claro, mas uma das
vontades de Cristine”, pensei.
— Não ficou chateada, não é
irmãzinha? — Perguntou com a voz
melosa. Não conseguia
compreender qual o problema de
algumas mulheres em usar um tom
de voz infantil.
— Não, está tudo bem. Tenho
meu próprio quarto em minha
cobertura em Nova Iorque, então
está tudo tranquilo. — Me sentia
orgulhosa de tudo o que conquistei
sem precisar da influência ou ajuda
de meus pais.
— Nossa filha, cobertura?
Estamos orgulhosos de você, não é
Rachel? — Papai me olhou com os
olhos brilhantes e não pude conter o
sorriso.
— Estamos orgulhosos da sua
irmã também, afinal Cristine irá se
casar com um bilionário. Ele é
dono de metade do Texas! —
Mamãe falou sorrindo.
Esse sempre foi o objetivo de
vida da minha mãe: que suas filhas
se casassem com um cara rico e
tivesse essa vidinha de coquetéis
com outras desocupadas como ela,
servindo ao marido, sendo a boa
esposa. Ela se decepcionou
enormemente comigo quando fui
para Nova Iorque para tentar
conquistar o mundo, mas não me
arrependia; eu era feliz assim.
— Quem foi o maluco que
aceitou te aturar pelo o resto da
vida? — Sorri para minha irmã,
que ficou com o garfo parado no ar
a caminho da boca.
— Samantha, o que é isso?
— Mamãe falou apavorada.
— Ah pobre Sam... ainda não
me perdoou pelo Michael. — Disse
com falsa inocência.
— Michael? Nem lembrava
mais dessa criatura.
— Ah confesse que você nunca
superou o fato dele ter preferido a
mim do que a você.
— O que posso fazer se os
homens preferem as mulheres
burras. — Rebati.
— Parem as duas agora! —
Papai gritou assustando a todos. —
Parem de se comportar como
crianças! Ou comem em silêncio,
ou irão para seus quartos agora!
Continuamos o jantar em um
silêncio absoluto, e assim que
terminamos, subi para o quarto
logo. Enquanto desfazia as malas,
Cristine entrou no quarto.
— Se for para me encher o
saco, volte de onde você veio.
Estou cansada.
— Calma. — Ela levantou as
duas mãos no ar. — Vim em missão
de paz... quero te pedir um favor.
— Estou cansada, Cristine. —
Disse suspirando.
— É que nós já tínhamos
planos para hoje à noite. Temos um
coquetel de uns amigos do papai
depois do jantar, e me ligaram da
boate... aquela que vai fazer minha
despedida de solteira, sabe?
— Sim, e daí?
— Vão mandar o "Garoto" que
virá fazer o show aqui hoje, para
um test drive.
— Como assim test drive?
Você quer que transe com o cara
para ver se ele é bom? — Ponderei
um instante e suas palavras
começaram a soar interessantes.
Apesar de cansada, seria divertido
tirar o stress do corpo com um
profissional.
— Claro que não, sua maluca.
É só para ver se aprova ele, se é
gostoso o suficiente, e se a fantasia
é sexy o suficiente... deu para
entender?
— Sim, você quer que eu
avalie o cara, é isso?
— Isso! Obrigada! Sabia que
você iria aceitar. Agora me deixe ir
que o papai está me esperando. —
Disse dando pulinhos de alegria
antes que eu pudesse sequer
responder.
Antes que eu pudesse dizer
qualquer coisa ela já havia saído
do quarto. Peguei uma camisola
confortável e fui para o chuveiro,
deixando a água morna levar
embora meu cansaço. Estava morta
de saudades da Jess, do Damon, da
minha casa, da minha cama...
Droga, como sobreviveria um mês
ali? Sai do banho, me enrolei na
toalha, e só então me dei conta da
campainha tocando
incessantemente, e sem pensar,
desci as escadas rapidamente e a
campainha voltou a tocar.
—Já vai, homem. — Gritei
andando com dificuldade quase
escorregando no piso.
Ao abrir a porta me deparei
com um deus grego. Eu
sinceramente não estava preparada
para ver o homem mais gato que já
havia visto na
vida! Ele estava vestido como um
cowboy, com uma camisa xadrez
vermelha que abraçava seus
músculos fortes, uma calça jeans
que evidenciava suas coxas
deliciosas e o volume no meio das
pernas não me passou
despercebido. Meu Deus se já
parece enorme assim imaginem
duro! Ele usava um chapéu preto o
que só tornava a visão ainda mais
sexy, e percebi que belos olhos
azuis me examinavam dos pés à
cabeça, já que eu estava com os
cabelos molhados e apenas uma
toalha cobria meu corpo. Senti meu
corpo todo esquentar... em um
instante o ar ficou pesado e quente
a nossa volta. Ele me lançou um
sorriso, daqueles que molha
calcinha, e que molharia a minha,
caso estivesse usando uma. Lambi
os lábios imaginando se ele era tão
quente como parecia ser.
— Nossa! Mas vocês se
superaram dessa vez. — Admirei o
stripper delicia.
— Desculpe? — Ele me olhou
confuso.
— Vem que eu faço o meu test
drive. — Puxei-o pelo colarinho,
prendendo-o contra a parede. Ele
me encarou assustado, ainda sem
esboçar uma reação e sem esperar,
encostei meus lábios nos seus com
fúria. Meu coração galopava dentro
do peito, e sentir o corpo dele junto
ao meu, causou-me arrepios. O
momento em que ele se entregou ao
beijo fez com que esquecesse de
absolutamente tudo ao redor, e de
cada uma das muitas bocas que já
havia beijado. Estávamos num
amasso tão intenso que cheguei a
escutar sinos tocando, que me
despertaram daquele misto de
sensações que estavam me
tomando. Afastei-me bruscamente e
olhei em direção a porta aberta, e
graças a Deus não eram sinos
imaginários. Ao olhar para a porta,
vi um homem negro, delicioso,
vestido de policial parado diante
da porta, que nos encarava e ria.
Olhei dele para o cowboy e me
afastei, sem deixar de notar que seu
volume dobrou no meio das pernas.
— Policial, algum problema?
— Andei até ele ainda com as
pernas bambas, sentindo minha
excitação escorrendo pela coxa.
Certamente um bombeiro seria mais
útil para apagar o fogo que sentia.
— Não sou policial, moça. Sou
o stripper contratado para a
despedida de solteira. — Ele me
lançou um olhar safado.
—O quê? E quem é você? —
Olhei sério para o cowboy que
parecia constrangido.
— Sou o noivo. — E baixou a
cabeça, parecendo perturbado.
— Oi?
Oh meu deus! O que foi que eu
fiz? Puta que pariu! Acabei de dar
um amasso no noivo da minha
irmã?
Capítulo Dois
Alexandre
Sabe quando você tenta ser
livre, mas acaba vivendo sob as
expectativas de sua família? Pois
era assim que eu me encontrava.
Minha mãe, viúva e já idosa,
implorava para que eu me casasse e
lhe desse netos, afinal era filho
único e precisaria de um herdeiro
para o legado de nossa família.
Minha mãe insistiu tanto nessa
maldita ideia de casamento, que
antes que pudesse pensar, pedi a
mão de Cristine, a moça que
namorava há seis meses. Ela era
uma mulher linda, doce e delicada,
e seria a esposa perfeita para um
homem como eu.
Os “conflitos” em nosso
relacionamento começaram depois
que pedi sua mão, pois ela mudou
completamente, fazendo birra como
uma criança, e aquilo estava me
irritando. O problema é que minha
mãe estava tão contente com a
perspectiva do casamento, e
faltando menos de um mês para o
grande dia, não poderia desistir de
meu pedido. Era um homem de
palavra e cumpria com o dito, e por
isso me casaria com Cristine.
Depois de passar o dia
cuidando dos cavalos, tentando
domar Atrevida, uma das éguas da
fazenda, e apesar de poder contar
com ótimos domadores, adorava o
trabalho braçal, e dividia meu
tempo entre a administração das
fazendas e o cuidado com os
animais. Após as inúteis tentativas
em domar Atrevida, decidi que
visitaria Cristiane, afinal, não
poderia evitá-la para sempre pois
seriamos marido e mulher em
pouco tempo.
Depois de voltar para casa,
dormi um pouco, mas acabei
perdendo a hora, e só acordei a
noite, e tão logo me vesti, parti
rumo a casa de minha noiva. Assim
que cheguei em frente à casa dela,
liguei mais uma vez em seu celular,
mas sem resposta, decidir entrar,
bater na porta, e enfrentar a fera, e
depois de apertar a campainha
algumas vezes, escutei alguém
gritar lá dentro.
— Já vai, homem. — Não
sabia porquê, mas a voz daquela
mulher fez meu coração acelerar, e
quando ela abriu, deparei-me com a
mulher mais linda que já vi na vida.
Para piorar a minha situação,
aquela mulher deliciosa estava com
apenas uma toalha enrolada no seu
corpo, que devo dizer, parecia
apetitoso, coxas grossas, seios
fartos e uma boca me fez imaginar
muitas sacanagens.
— Nossa! Mas vocês se
superaram dessa vez. — Ela
ronronou sensualmente para mim.
— Desculpe? — Não entendi o
que ela queria dizer, e ainda me
perguntava se havia batido na casa
errada.
— Vem que eu faço o meu test
drive. — Antes que eu pudesse
falar qualquer coisa, ela me puxou
pelo colarinho, me prendeu na
parede, e me beijou. Por alguns
instantes relutei em corresponder
ao beijo, mas quando ela enfiou sua
língua na minha boca, esqueci do
resto do mundo e agarrei seus
quadris, aproximando-a ainda mais
de mim. Nunca fiquei tão alucinado
na minha vida... sua boca era tão
deliciosa como eu imaginava e seu
corpo se encaixava com perfeição
ao meu, então, tão abruptamente
como me agarrou, ela me soltou, e
senti meu pau protestar. Só ai dei-
me conta que havia alguém parado
na porta, e quando olhei para a
parede da sala, vi a foto de Cristine
e a realidade me atingiu em
cheio. Não! Não! Não! Aquela só
podia ser a Samantha, irmã mais
velha da Cristine! Fiquei tão
constrangido com o ocorrido que
mal prestei atenção no que eles
falavam.
— O quê? E você, quem é? —
Ela me olhou interrogativamente,
com os lábios inchados pelo beijo
intenso que trocamos e os mamilos
enrijecidos por baixo da toalha de
banho.
— Sou o noivo. — Baixei os
olhos, envergonhado. O que ela
pensaria de mim agora?
Provavelmente pensaria que traia
sua irmã com qualquer estranha que
aparecesse.
— Oi? — Ela parecia
atordoada, ainda sem entender. —
Você é o Alexandre? Noivo da
Cristine?
— Sim. — Antes que pudesse
desviar, ela me desferiu um tapa
forte no rosto, e senti o rosto arder.
— Mas o que?
— Safado! E você pode ir, está
aprovado. — Disse ela olhando
para o homem vestido de policial, e
então voltou seu olhar furioso para
mim.
— Por que está me chamando
assim? — Questionei.
— Ora porque você me beijou!
— Ela colocou as duas mãos na
cintura e ficou ainda mais linda
furiosa. Seu peito subia e descia
rapidamente conforme ela
respirava. Eu estava louco para
jogá-la na parede e fodê-la até não
poder mais.
Mas que porra de pensamento
é esse? Eu estava noivo da irmã
dela!
—Tecnicamente você me
beijou. — Sorri. — Ou melhor
dizendo, me agarrou. Você costuma
sair agarrando estranhos por ai? —
Ela ficou com o rosto vermelho de
raiva a apontou o dedo na minha
cara.
— Isso não é da sua conta, e eu
sou solteira. Pior você, que
retribuiu o beijo.
— Digamos que você não me
deu muita saída. — Ela que pareceu
constrangida agora.
— Acho melhor você ir
embora. Minha irmã não está. —
Ela caminhou até a porta rebolando
aquela bunda deliciosa, o que me
deixou ainda mais excitado.
Tentando disfarçar minha ereção,
coloquei o chapéu na frente do
corpo e caminhei até a saída,
pronto para me desculpar, mas fui
impedido já que ela bateu com a
porta na minha cara.
Perfeito, jogado para fora de
casa com uma ereção gigantesca, e
a causa dessa ereção foi a irmã da
minha noiva! Eu estava era
ferrado.
Cheguei em casa com um
humor dos infernos. Se eu já não
estava muito animado com esse
casamento, depois desse incidente,
estava quase decido a cancelar. Fui
para baixo do chuveiro novamente,
desta vez para um banho frio, e
ainda assim meu pau estava mais
duro que pedra. Decidi resolver
meu problema com minhas próprias
mãos e após gozar imaginando a
loira voluptuosa e atrevida que
conheci, me joguei na cama
tentando dormir. Mesmo com meu
corpo exausto, não conseguia
dormir... minha cabeça não parava
de pensar naquele beijo, na forma
como o seu corpo se encaixou
perfeitamente ao meu, o que foi o
suficiente para que minha ereção
voltasse.
Estou ferrado... essa noite
será longa.
Samantha
Bati a porta com força atrás de
mim, ainda sem acreditar no que
havia acontecido. Fiquei parada
por alguns segundos tentando
acalmar as batidas do meu coração,
e de repente, surge o sumido
Alfred.
— Senhorita Samantha, a
senhora está sentindo alguma coisa?
Quer que chame um médico? — De
repente caí na gargalhada.
Provavelmente ainda estava meio
eufórica com a coisa louca que
havia acontecido. Alfred ficou me
olhando assustado, coçando sua
careca reluzente.
— Não Alfred...
provavelmente seria melhor chamar
o corpo de bombeiros... acho que
só eles conseguiriam resolver meu
problema... — Pisquei para ele e
subi as escadas rindo. — Vou tomar
um banho, até mais.
— Mas a senhorita já tomou.
— Deixe de ser enxerido,
Alfred. Você não está entendendo?
Preciso de um segundo banho
urgentemente ou serei capaz de
agarrar até o mendigo que passar na
rua. — Deixei Alfred impactado
com minha resposta na beira da
escada, e não era por menos, já que
ele era como um avô pra mim.
Entrei no chuveiro novamente,
e dessa vez coloquei no gelado.
Sentia cada terminação nervosa do
meu corpo sensível ao toque, e
meus lábios ainda formigavam pelo
beijo, e quase podia jurar que ainda
sentia o toque de suas mãos grandes
nos meus quadris. Poxa, tantos
caras ricos por ai, e a minha irmã
foi ficar noiva logo daquele pedaço
de mau caminho dos infernos? E
agora que bebi um golinho da fonte,
não sabia o que fazer para não cair
de boca e mergulhar a fundo nessa
fonte. Mas que droga! Um mês seria
uma tortura, até porque não haviam
baladas aqui para me distrair; e por
distração digo um homem bem
gostoso com uma pegada forte e de
alguns orgasmos múltiplos.
Entrei no quarto e vi meu
celular apitando com mensagens de
Jess. Terminei de me secar
rapidamente, vesti minha camisola
e deitei na cama com o celular.
Conversa por sms entre Jess e
Sam:
Jess: Oi Perua! E ai? Chegou
bem? Já estou com saudades! Já
matou a sua irmã?
Sam: Oi Branquela! Cheguei
bem sim, e também estou com
saudades! E não, ainda não matei
a vadia.
Jess: Alguma novidade?
Sam: Nada.
Jess: Ah tá bom. Você demorou
anos para responder e agora vem
me dizer que é nada?
Sam: É que errei a mensagem
quando fui digitar :)
Jess: Errou a palavra “nada”
quantas vezes? Me engana que eu
gosto, Sam.
Sam: Porra Jess! Tudo bem!
Se você quer saber, eu dei uns
amassos com o noivo gostoso da
Cristine.
Jess: O quê? :o Como assim?
Sam: Ah amiga, é uma longa
história... estou cansada, te conto
amanhã, tá?
Jess: Sam, Sam, Sam sua
safada, está se vingando da sua
irmã? Kkkkkk
Sam: Para de besteira, foi sem
querer.
Jess: O amasso foi sem
querer? Tá, conta outra.
Sam: Tchau Jess, vou dormir.
Jess: Não, volta aqui!
Sam: Te amo
Após desligar o celular para
ter o meu merecido descanso,
coloquei ele no criado mudo e
desliguei o abajur, só que a porra
do problema é que ao fechar os
olhos, a primeira imagem que
surgiu para mim é do cowboy
quente com olhar penetrante. Merda
...Merda...Merda... fiquei rolando
na cama ainda por um longo tempo
até que o cansaço venceu a batalha
e mergulhei em um sono profundo.
Escutei a campainha tocando
mais uma vez. Ainda era noite e
pelo visto, Alfred havia sumido
novamente, já que ele não atendia a
porta de jeito nenhum, Desci as
escadas bufando e ao abrir a porta
me deparei com o “senhor molha-
calcinha”. Incrivelmente, ele estava
ainda mais lindo do que antes, e
devorava-me com os olhos. Desta
vez, ele se aproximou de mim e não
tive reação, olhando diretamente
naquela imensidão azul dos seus
olhos.
— O que você quer? — Minha
voz saiu mais tremula do que eu
gostaria.
— Você! — Com uma das
mãos, ele agarrou meus cabelos e
com a outra passeava por cada
centímetro do meu corpo, me
deixando pronta pra ele. Quando
nossos lábios se encontraram
novamente estávamos esfomeados e
desesperados. Senti minha calcinha
inundar, e minhas mãos viajaram
por suas costas largas até alcançar
sua nuca onde pude me apoiar para
enlaçar minhas pernas na sua
cintura. Ele espalmou forte suas
duas mãos em minha bunda e me
carregou até a escada. Sua língua
passeava por meu pescoço,
deixando uma trilha de beijos
molhados e quentes até abocanhar
meu mamilo por cima da seda da
camisola. Gemi alto, sentindo
minha boceta gotejar mais e mais, e
com um sorriso safado no rosto, ele
me posicionou sentada em um dos
degraus da escada, abrindo minhas
pernas, e me deixando aberta para
ele, totalmente a sua mercê.
— Vamos ver se você é tão
doce quanto parece. — Ele tirou
minha calcinha, deixando-me ainda
mais exposta. Num piscar de olhos,
pude me deliciar com aquela visão
do paraíso que era ele já estava
sem camisa. Lambi os lábios ao
avistar seu peitoral definido e o
volume enorme no meio de suas
pernas por baixo do jeans. Então
ele caiu de boca, e começou a
chupar e lamber minha boceta
avidamente. Sem resistir, agarrei
seus cabelos escuros e passei a
puxá-lo mais para mim. Ele me
chupava e lambia com maestria,
banqueteando-se de mim,
devorando-me e me deixando fora
dos eixos. Naquele momento
simplesmente não me importei se
alguém poderia aparecer por ali,
tomada pelo desejo, e quando
estava prestes a gozar naquela boca
deliciosa, ele me deixou ainda mais
louca ao enfiar dois dedos dentro
de mim. Com apenas duas
estocadas firmes, convulsionei em
um orgasmo espetacular que me fez
gritar aos quatro ventos.
— Samantha, abra essa porta
minha filha...
Acordei suada e gozada. Não
conseguia acreditar que aquilo fora
um sonho, e que justamente meu pai
tinha que me acordar na metade.
Levantei cambaleante, com os
cabelos colados no meu corpo e a
calcinha inundada e abri a porta.
— O que foi, pai?
— Você estava tendo um
pesadelo, deu para ouvir teus gritos
lá do quarto.... fiquei preocupado.
“Ah paizinho, se o senhor
soubesse o que estava sonhando,
com certeza iria me deserdar por
traição à família”. Pensei.
— Está tudo bem, pai. — Ele
me olhou assustado.
— Mas você está toda suada,
minha filha. Com certeza foi um
sonho horrível.
— Não lembro... Mas vá
descansar, pai. Vou tomar um banho
e voltar a dormir.
— Tudo bem, boa noite
princesa. — Ele me beijou
ternamente na testa e se afastou. —
Durma bem.
— Você também, pai.
Fechei a porta e meu coração
ainda batia descompassadamente
enquanto tentava acalmar minha
respiração ofegante. Precisaria
manter distância do noivo delicia
da minha irmã, pois nunca havia
tido sonhos eróticos com
conhecidos, apenas com atores, e
por isso, sonhar com ele me
deixava ainda mais abalada. Para
piorar, ele ainda tinha aquele nome,
que me fazia pensar em coisas
grandes, e pelo que pude notar, era
realmente grande seu amigo. Como
minha irmã aguentava tudo aquilo,
sendo tão magrinha? Ele deve
destroçar a coitada. Vadia sortuda!
Queria eu ser destroçada por
aquele pedaço de mau caminho,
nem que ficasse em uma cadeira de
rodas por uma semana.
Corri para o chuveiro de
camisola pois precisava apagar
meu fogo o quanto antes. Depois do
banho, tomei um calmante e cai no
sono, dessa vez sem sonhos.
Acordei cedo no dia seguinte e
a primeira coisa que pensei foi no
noivo de minha irmã, e para afastar
os pensamentos, resolvi me vestir e
correr um pouco e gastar toda essa
energia sexual que emanava de
mim. Comecei minha corrida
matinal até chegar a uma área meio
deserta, e quando resolvi dar a
volta, vi que havia uma moto me
seguindo e me assustei. Está certo
que amo sexo, mas deus me livre
ser estuprada. Com medo, aumentei
o ritmo da corrida e a moto passou
a andar ao meu lado, no mesmo
ritmo que eu.
— Nem pense nisso. — Gritei
para o estranho.
— Pensar no que, papagaio
loiro? — Aquela voz e aquele
apelido me fizeram parar. Somente
uma pessoa me chamava daquele
jeito, o qual ele gentilmente me
nomeou na adolescência pelo fato
de eu tagarelar muito.
— Não acredito! Danny, é
você?
— Daniel, Samantha... Daniel.
Já não me chamam de Danny desde
os dezesseis anos. — Ele tirou o
capacete e Jesus Cristo, se não o
considerasse meu irmão, agarrá-lo-
ia ali mesmo. Seus cabelos
castanhos estavam revoltos e o
rosto, com traços mais marcados
mostravam o quanto ele havia
crescido nos últimos seis anos.— E
nem eu de papagaio! Venha cá seu
cretino, quero abraçar você. — Ele
desceu da moto no seu modo bad
boy molha calcinha, exceto a minha,
que ainda o via como o menino
magricela da minha infância. Pulei
nos seus braços e ele me rodopiou
no ar.
— Daniel Harris Jr, não
acredito que é você. Nem parece
aquele nerd quatro olhos e
magricela que eu me lembro. Olha
só, você já é um homem feito, e
lindo de morrer!
— Sam, você continua tagarela
pelo que vejo, mas também virou
um mulherão! — Disse quando nos
afastamos.
— Então o que tem feito da
vida? — Questionei.
— Fora ter me tornado o CEO
dos negócios do papai desde que
ele se aposentou, estou bem e você?
— Ah sou colunista de uma
revista. Mas você de moto, com
jaqueta de couro, nem parece um
CEO. É difícil te imaginar de terno
e gravata atrás de uma mesa. — Fiz
uma careta tentando imaginar a
cena.
— Posso ser CEO, mais ainda
libero meu lado rebelde de vez em
quando. Nada como desfrutar de
nossos momentos de liberdade.
— Posso aproveitar seu
momento de rebeldia hoje à noite?
Preciso que você me leve em algum
lugar badalado.
— Já está entediada? — Ele
sorriu divertido.
— Ah meu bem, você não sabe
o quanto. Até você chegar já estava
pensando em fugir daqui como o
diabo foge da cruz.
— Sua irmã continua uma
víbora maléfica?
— Sim, acho que os anos que
passaram só fizeram seu ego
aumentar. E então me leva para
sair? — Fiz minha cara de coitada
para que ele não negasse.
— Tudo bem, te pego depois
do jantar. Vamos sair para beber.
— Eba! Ótimo! Te espero ás
21hrs pode ser?
— Perfeito. — Ele sorriu
abertamente. Trocamos números de
telefone e logo ele partiu rumo à
sua vida certinha de CEO e eu corri
de volta para a casa.
O dia passou tranquilamente, e
o passei no meu quarto, pois minha
irmã fez uma reuniãozinha com suas
amigas socialites. Quando
anoiteceu, escolhi um sexy vestido
tomara que caia preto e uma jaqueta
jeans, já que iria sair de moto.
Apliquei uma maquiagem marcante
e desci para jantar antes de sair.
Quando cheguei na sala de jantar,
quatro pares de olhos me
encararam, e um especialmente me
chamou atenção, que não conseguia
ocultar seu olhar predador em
minha direção.
— Maninha, que bom que
chegou! Já não aguentávamos mais
esperar por você para comermos.
Alexandre, meu quindim, venha que
vou te apresentar para a minha
irmã.
Espera ai... quindim? Eu
entendi direito? Que coisa mais
brega. Engoli minha vontade de
cair na risada e apertei a mão que
ele estendia para mim.
— Muito prazer, Alexandre. —
Disse ele descaradamente, fingindo
que não nos conhecíamos.
— Muito prazer Alexandre, sou
Samantha. — Entrei em seu
joguinho e no momento que nossas
mãos se tocaram quase tive uma
sincope. Sua mão áspera em contato
com a minha fez minha mente
pervertida imaginar aquelas mãos
passeando pelo meu corpo ou
enfiadas em mim. Suspirei
pesadamente, soltando sua mão.
— Irmãzinha, na verdade nós
queríamos te convidar para ser
madrinha do nosso casamento. E
então você aceita? — Alexandre
tossiu e eu arregalei os olhos
espantada.
Madrinha do casamento
deles? Aquilo só poderia ser uma
piada. Como eu poderia ser
madrinha desse casamento se eu
queria devorar o noivo? Isso
nunca daria certo...
Capítulo Três

Samantha
Sinceramente, acho que deveria
existir uma lei na natureza onde
fosse proibido homens
comprometidos serem tão
fodidamente sexys. Deveria
funcionar da seguinte forma: No
momento que o homem se
compromete com uma mulher, ele
perderia 50% da sua beleza. Isso
evitaria as traições e manteria o
equilíbrio natural do mundo.
Mulheres casadas, namorando ou
noivas não se preocupariam mais
quando seus homens saíssem por ai
com a possibilidade de mulheres
solteiras cobiçassem seus homens,
já que eles estariam mais feios e
menos sexys. Mas é claro que
mesmo se Alexandre perdesse 50%
da sua beleza, ainda sim eu estaria
babando.
Juro que tentei engoli-lo com o
olhar de forma discreta, mas ele
conseguiu estar ainda mais gostoso
do que na noite anterior, vestido
com sua calça jeans surrada que
abraçava aquelas coxas musculosas
deliciosas e que abrigava seu
volume exorbitante no meio das
pernas. Ele vestia uma camiseta
branca com gola em V, que me deu
o vislumbre de seu peitoral
definido e bronzeado e prontamente
imaginei minha língua passeando
por ali.
Controle-se, mente libertina.
— Cristine, eu pensei que a
Miranda seria sua dama de honra.
— Despertando-me dos meus
devaneios, ele falou com minha
irmã.
— Sim meu quindinzinho, mas
a Miranda está grávida.
— E qual o problema nisso? —
Vi que ele estava desconfortável
com o apelido, o que me deu uma
vontade enorme de rir.
— Dã! Ela está gorda, e não
vai combinar uma madrinha de
casamento gorda né. — Revirei os
olhos, e resolvi responder.
— Irmãzinha, eu adoraria ser
sua madrinha, mas como você
mesma disse ontem, eu estou gorda
e não quero estragar seu casamento
“perfeito”. Sem contar que uma das
suas amigas seria mais adequada
para essa posição, já que não
acredito muito nessa coisa toda. —
Dei a volta na mesa e cumprimentei
papai e mamãe.
— Como assim não acredita
nessa coisa toda? — O senhor
molha-calcinha se dirigiu a mim.
— Casamento? Não acho a
monogamia sensata, na verdade
monogamia me lembra a palavra
monotonia, que significa chato, sem
graça e entediante.
— O que te faz pensar dessa
forma? — Perguntou com interesse
no olhar. — Você já foi casada?
— Ah gente, que papo chato.
Sabiam que hoje fui na prova do
vestido e ele está incrível. —
Minha irmã notou que não era o
centro das atenções e resolveu se
manifestar. Resolvi desviar meu
olhar do Alexandre e encarei meu
pai.
— Filha onde você vai? Está
tão elegantemente vestida que acho
difícil que fique em casa. — Meu
pai questionou, o que fez minha
irmã bufar novamente.
— Vou sair com o Daniel.
Vamos nos divertir um pouco.
— Eu sempre soube que vocês
tinham algo, desde o tempo da
escola. — Cristine começou a
soltar seu veneno, mas só não
entendi o motivo dela falar um
absurdo desses, e percebi que
Alexandre ficou tenso.
— Bem papai, ele vem me
buscar daqui a pouco e iremos ao
Hard Rock. — Falei animadamente
ignorando o comentário maldoso de
minha irmã.
Começamos a comer e tentei ater
minha atenção ao prato que estava
em minha frente, para não ficar
cobiçando a sobremesa do outro
lado da mesa.
Enquanto comia, minha mente
divagava: será que eles farão sexo
selvagem hoje à noite? Não que eu
ache que minha irmã faria sexo
desse tipo... ela é muito cheia de
frescura para isso. O fato de
imaginar os dois fazendo sexo me
embrulhou o estômago e me fez
perder o apetite.
Pedi licença e me retirei da
mesa e caminhei até o banheiro no
andar de cima, onde aproveitaria
para retocar a maquiagem. O que
tinha nesse homem que me
incomodava tanto? Quando saí do
banheiro, deparei-me com o senhor
molha-calcinha na porta impedindo
minha passagem.
— Mas o que você pensa que
está fazendo? — Sussurrei para ele
pois não queria fazer escândalo.
Ele estava tão próximo de mim que
podia sentir o calor emanando de
seu corpo, que roubava meus
sentidos.
— Quero que troque de roupa
agora! — Disse em um tom
autoritário, encarando-me, e seus
olhos faiscavam.
— Por quê? Não gosta do que
vê? — Provoquei e abri um sorriso
preguiçoso. Precisaria trocar de
calcinha, já que a que eu estava
usando inundou de vez.
— Não quero que saia vestida
assim, é indecente! — Tive a
impressão de ter sentido uma
pontada de ciúme em sua voz, mas
que se dissipou em um instante.
— Acho que você deveria
cuidar das roupas que a sua noiva
usa, não as minhas. — Avancei um
passo e tentei passar por ele, que
me impediu novamente.
— Você é muito atrevida! —
Disse aproximando-se ainda mais
de mim, e podia sentir sua
respiração nos meus lábios. Eu
sabia que era absurdamente errado,
mas meu cérebro virava geleia toda
a vez que esse homem se
aproximava de mim. De repente
meus lábios ficaram secos, e
quando os umedeci com a língua,
Alexandre soltou um gemido
abafado com esse pequeno gesto.
— Não me provoque. — Ele
aproximou-se ainda mais de mim e
ergueu meu queixo na sua direção,
afagando meu lábio inferior com o
polegar. O toque áspero do seu
dedo em meu lábio fez cada pedaço
de meu corpo derreter e minha
boceta gotejar e vibrar.
Esse homem só podia ser um
pecado capital, o da luxuria.
Precisei resistir enormemente para
não arrastá-lo para o quarto e
terminar o que havia começado em
meu sonho, e só despertei daquilo
quando a campainha tocou.
Nos afastamos abruptamente, e
pude perceber que ele estava tão
excitado quanto eu. Ouvi minha
irmã chama-lo lá de baixo e
aproveitei a oportunidade para
sabia como havia reunido energia
para descer as escadas, já que
minhas pernas estavam bambas. O
toque dos seus dedos ainda
queimava meus lábios, e corri para
atender a porta e respirar ar puro.
— Daniel, amor. Que bom que
chegou! — Joguei-me em seus
braços. Precisaria de apoio ou
cairia ali no chão a qualquer
momento.
— Que cara de tarada é essa?
— Ele perguntou aos risos.
— Cale a boca e vamos dar o
fora daqui. — Implorei
— Danny querido, quanto
tempo. — Minha irmã correu até a
porta sorridente.

— Olá Cristine. — Daniel


cumprimentou-a, indiferente.

— Já conhece meu noivo,


Alexandre? — Vi que Alexandre
parecia pularia a qualquer momento
no pescoço do Daniel.

— Oi cara. — Disse Daniel,


sorridente.

— Oi, aquela moto é sua? —


Questionou Alexandre, carrancudo.
— Sim minha ninja, minha
baby. — Disse Dan, com
admiração.

— Você costuma dirigir sua


moto bêbado? — Encarei
Alexandre, incrédula.

— Claro que não. — Daniel


estava desconfortável com o
interrogatório do “papai
Alexandre”.

— Como vocês virão embora


depois do bar?
— De taxi. O lugar que vamos
é de confiança, então deixarei a
moto passar a noite lá.

— O papo está muito bom, mas


temos que ir. Tchau para os
pombinhos. — Arrastei o Daniel
dali.

— Que merda foi essa? —


Perguntou Daniel quando chegamos
a moto.

— Nem pergunte. Agora vamos


antes que o noivo papai nos
interceda. — Ao subir na moto meu
vestido subiu um pouco mais
deixando minhas coxas a mostra. Vi
que ambos ainda estavam parados
na porta, então mandei um beijinho
e acenei. Minha irmã parecia uma
adolescente deslumbrada e o
Alexandre um maníaco assassino.
Se fosse possível matar alguém
com o olhar, com certeza Daniel
estaria morto naquele momento,
graças ao modo que Alexandre o
olhava.

Alexandre
Eu estava ficando louco, só
isso poderia justificar minha reação
ao vê-la subindo na moto com
aquele mauricinho; e depois, ter
que aturar Cristine em meu ouvido
foi o fim. Eu estava perdido sem
saber o que fazer, de casamento
marcado com uma e cobiçando a
outra. Ela não era minha, mas
queria ter arrastado-a pelos cabelos
para impedi-la de sair.
— Docinho, o que você está
pensando? — Miou Cristine.
— Estou pensando na égua que
trouxe da Louisiana. Tenho que
domá-la. — Menti
— Ah quindim... eu estava
aqui, doidinha de saudades do meu
noivinho e você pensando em uma
égua. — Ela passou suas unhas no
meu peito.
— O que deu em você para me
chamar assim? — Questionei
irritado.
— Assim como?
— Esses apelidos estúpidos.
— Falei impaciente.
— Nossa amor, pensei que
você gostasse. — Disse num fio de
voz, com uma expressão inocente
no rosto.
— Prefiro que não me chame
mais assim, por favor. — Falei em
um tom mais calmo. Eu estava
sendo um escroto com a Cristine,
que não tinha culpa das minhas
dúvidas.
— Desculpe. — Ela murmurou,
o que fez com que eu me sentisse
ainda pior.
— Tudo bem, eu estou
estressado por causa do trabalho na
fazenda... acho melhor eu ir
embora. — Levantei-me.
— Mas pensei que passaria a
noite aqui.
— Não, melhor não. Estou
muito cansado e não seria uma boa
companhia hoje. — Depositei um
beijo em sua testa e me afastei.
— Tudo bem. Está tudo certo
para esse fim de semana?
— O que teremos nesse fim de
semana? — Questionei confuso.
— Ora, seu bobinho. Vamos
passar o final de semana na sua
fazenda, para meus pais e minha
irmã conhecerem sua mãe, lembra?
— Ah verdade. Sim está tudo
certo. — Na verdade, estava tudo
errado. Dormir embaixo do mesmo
teto que a irmã da minha noiva não
parecia ser uma coisa fácil, e ao
imaginar um final de semana
inteiro, sabia que seria uma tortura.
— Ótimo docinho, então até
amanhã.
— Até. — Ela me acompanhou
até a porta e despedi-me com um
selinho em seus lábios. Minha
vontade de ir até o Hard Rock
tomava conta de mim.
Samantha
O Hard Rock era o único bar
decente que havia na cidade onde
nasci. Desde a adolescência
sonhava em ir ali, mas era menor de
idade e nunca consegui autorização
dos meus pais para frequentá-lo.
Até para perder minha virgindade
foi uma briga, tanto que tive que
mentir que iria dormir na casa de
uma amiga para ter minha primeira
noite de amor. Estava tão
apaixonada por Michael que não
percebi que ele dormia minha irmã
ao mesmo tempo, e quando ela
pediu para ele escolher, ele
preferiu a ela; o que deixou seu ego
nas alturas e meu coração
despedaçado. Daquele dia em
diante prometi a mim mesma nunca
mais me apaixonar e tenho vivido
muito bem assim por todos esses
anos, com meu coração protegido
por uma redoma de vidro blindado.
Entramos no Hard Rock e logo
chamamos a atenção de todos, o
que já esperava, afinal eu estava na
minha roupa de vestida para matar
e o Daniel estava muito sexy com
seu modo bad boy ativado. Meu
amigo estava um gato, e logo que
ocupamos uma mesa de canto,
pedimos tequila, minha melhor
amiga.
— Samantha me explica o que
aconteceu com seu cunhado, que
parecia um namorado ciumento? —
Depois que virou a dose de tequila,
Daniel me olhou sério.
— Ah e eu que vou saber. Ele é
louco! — Fiz de conta que não
havia entendido e olhei ao meu
redor a caça de alguém.
— Aham... acho que ele quer
você. — Disse apontando o
indicador para mim, com sorriso
torto plantado em seus lábios.
— Deixe de ser enxerido
Daniel; parece até a Jess que quer
sempre saber de tudo e acha que
sempre sabe tudo. — Virei minha
segunda dose de tequila e logo meu
corpo se aqueceu.
— Jess? Quem é ela? — Ele
perguntou com interesse.
— Nem pense nisso! —
Apontei o dedo para ele.
— O quê? Nem pensei nada, só
fiquei curioso. — Levantou as duas
mãos na defensiva.
— A Jessica é minha melhor
amiga, mora em Nova Iorque e não
é para o seu bico.
— Nossa.
— Ela não é como as vadias
que você está acostumado a comer
e descartar, então tire o cavalinho
da chuva.
— Mas eu nem falei nada...
Você está muito violenta essa noite,
isso é falta de sexo.
— Você não falou nada, mas
pensou. E quanto ao sexo, essa
noite resolverei isso. Vou à caça.
— Virei minha terceira dose de
tequila e fui para a pista.
— Louca! — Gritou ele, e me
virei na sua direção para mostrar a
língua para ele.
— Fica quieto Danny! — Ele
ficou por tê-lo chamado pelo
apelido, o que me fez rir.
Comecei a dançar me deixando
levar ao som de Demi Lovato,
Heart Attack e a maldita letra me
deixou atordoada.
De repente mãos fortes
circulam minha cintura e aquele
perfume agridoce tão familiar me
fez ter um sobressalto. Quando
virei de frente, meus olhos
faiscaram e por uma fração de
segundo meu coração fraquejou,
afinal reencontrar seu primeiro
amor depois de tantos anos não é
algo fácil.
— Eu não acredito que é você.
— Ele abriu um sorriso para mim...
estava lindo como sempre, e usava
jeans; camisa branca e paletó, o que
realçava sua pele cor de chocolate.
— Mas é muita audácia a sua!
Quem te deu liberdade de me
agarrar assim,n Michael? — Tentei
me desvencilhar dele.
— Ah princesa, qual o motivo
do drama? Não tem porque ter
frescura comigo; já que conheço
cada pedacinho do seu corpo. —
Murmurou ele bem próximo a
minha orelha.
— Assim como conhece o cada
pedacinho do corpo da minha irmã,
certo? — Tentei empurra-lo em
vão.
— Amor, não pira. Já passou,
esquece isso e vem cá. — Ele me
agarrou com mais força pela cintura
e me apertou contra seu peitoral.
— Esquecer? Você é muito
dissimulado mesmo. — Eu estava
frustrada por não conseguir me
soltar dele.
— Foi culpa da sua irmã... ela
me provocava.
— Além de traidor ainda é
covarde por culpar minha irmã. —
Comecei a socar seu peito com
força. — Me solta ou eu vou gritar!
— Então ele me apertou ainda mais
forte e tomou meus lábios nos seus.
Neste instante, aproveitei a
oportunidade e mordi com força seu
lábio, com a firme intenção de
machucá-lo e continuei me
debatendo, frustrada por não
conseguir desferir um chute entre
suas pernas. De repente ele foi
afastado de mim e só vi o vulto do
homem que socou seu olho, r seu
lábio estava sangrando devido a
minha mordida.
— Sua doida! — Ele me
acusou com a mão nos lábios.
— Acho melhor você respeitar
a moça se não quiser levar outro
murro na cara! — Aquela voz
causou arrepios. Alexandre? Não
poderia ser ele! O que ele estava
fazendo aqui? Quando percebi,
estava sendo arrastada porta afora
por ele.
— Para onde você pensa que
está me levando? — Gritei para
ele, que girou seu corpo e ficou de
frente para mim. Pude senti-lo me
despindo com os olhos, e fervi
diante do seu olhar duro.
— Eu vou te levar... ah mas que
se foda! — Ele agarrou firmemente
minha nuca e mergulhou sua língua
macia e quente na minha boca.
Agarrei seus cabelos com uma mão
e mergulhei a outra por dentro da
sua camisa, roçando meu corpo no
dele. Gemi em seus lábios, e pude
sentir minha umidade escorrer por
minha coxa, e sentindo, Alexandre
me acomodou entre suas coxas e
passou a me tocar intimamente, o
que quase resultou em um orgasmo
instantâneo.
— Parados agora! Ou vocês
querem passar a noite na delegacia?
— Um policial careca estava
parado nos observando, e nos
despertou de nosso ato obsceno em
público. — Arrumem um quarto.
Ai senhor! Já pensou se eu
fosse presa? E logo com ele?
Capítulo Quatro

Samantha
Ainda cambaleante, me afastei
e desci a barra do meu vestido,
sentindo meu corpo protestar pelo
orgasmo frustrado. O policial
continuava nos encarando com o
cassetete na mão, e eu não sabia o
que dizer... sequer tinha coragem de
olhar pra ele.
Por que eu estava agindo
assim? Em uma situação normal, eu
já teria falado alguma gracinha para
o policial e nos livrado do
constrangimento, mas estava
diferente. O fato de me sentir
diferente perto dele me assustava
muito... me sentia como um rato de
laboratório, encurralado em uma
gaiola sem ter para onde fugir, e
como por telepatia minha salvação
surgiu.
— Sam! Sam, o que houve? Te
procurei por toda a parte — Daniel
surgiu com uma morena peituda no
seu encalço, que nos olhava dos pés
à cabeça ele sorriu maliciosamente.
— Ah, já entendi o motivo do teu
sumiço.
— Bem eu vou continuar a
minha ronda, mas não façam sexo
em público! Isso é contra a lei, e da
próxima vez, passarão a noite na
prisão. — O policial rechonchudo
saiu dali assobiando, e de repente
Daniel caiu na gargalhada; o que
me fez querer matá-lo.
— Samantha eu... — Alexandre
ia dizer algo, mas não era hora para
isso.
— Agora não, Alexandre. —
Interrompi ele.
— Qual é o seu problema? —
Questionou ele, e me puxando pelo
braço me fazendo encará-lo.
Aqueles olhos azuis eram
hipnotizantes demais para minha
sanidade.
— Meu problema? Nenhum.
Qual é o seu problema? O que veio
fazer aqui? — Apontei para o Hard
Rock, desviando meu olhar do dele.
— Eu... — Ele parecia
confuso.
— Alexandre boa noite, não
precisa me dar explicações... deixe
elas para a sua noiva. — Disse
abruptamente. A última coisa que
eu precisava agora era um pedido
de desculpas pelo beijo, porra! —
Daniel, por mim essa noite já
acabou... Vamos? — Caminhei em
direção ao Daniel e a “peitos
falsos”, me afastando daquele
homem perturbador.
— Ah Danizinho... você disse
que iriamos passar a noite juntos
hoje. — Ronronou a vaca
siliconada.
Nunca conseguiria
compreender a mania dessas
garotas em chamar o homem pelo
diminutivo. Isso é, no mínimo,
irritante!
— Tadinha de você... Só
lamento, mas o Daniel já tem dona,
então vá testar a validade do teu
silicone porque daqui desse ângulo,
eles parecem muito caídos. —
Falei em alto e bom som para até
mesmo o Alexandre ouvisse...
Talvez se ele pensasse que eu
estava com Daniel me deixasse em
paz, assim eu fosse conseguir parar
de me sentir estranha. Arrastei
Daniel dali sem olhar pra trás, e ele
caiu na gargalhada pelo modo como
tratei a vadia.
— Ciumenta!
— Não sou ciumenta, apenas
estava cuidando de você. Você
consegue algo melhor que isso,
Danny. — Conforme nos
aproximávamos do ponto de taxi, a
risada de Daniel acalmou e ele
questionou:
— Agora me conta o que
aconteceu ali no estacionamento?
— Ele me encarou, sério.
— Nada que valha a pena
comentar. — Ele me analisou em
silêncio e disse:
— Samantha, eu sou homem e
não pude de deixar de notar que
vocês estavam praticamente
fodendo no estacionamento. Não
sou estúpido.
— Não estávamos quase
fodendo no estacionamento. Só
estávamos conversando. — Desviei
meu olhar do dele e subi no taxi.
— Não minta para mim, Sam.
Mesmo que você tentasse mentir, o
policial deixou bem claro isso...
isso sem contar com seus cabelos
bagunçados, o batom borrado e o
estado em que você deixou o noivo
da sua irmã. — Ele fez uma careta
engraçada para mim, o que me fez
cair na gargalhada.
— Tudo bem Daniel, você está
certo. O que fiz foi muito errado e
não vai acontecer de novo. —
Disse mais para mim mesma do que
para ele.
— Eu duvido muito. —
Zombou.
— Não tem graça, Daniel.
Tenho de me controlar! Ele é o
noivo da minha irmã.
— Vamos combinar que seria
justiça você roubar o noivo dela.
Ladrão que rouba ladrão tem cem
anos de perdão.
Suas palavras fizeram com que
ponderasse por alguns instantes,
mas não era como minha irmã e
jamais lhe pagaria na mesma
moeda, por mais que ela merecesse.
— Por mais que seja tentador
uma vingança, eu não sou assim. Eu
quero distância do noivo dela. —
Falei mais para convencer a mim
mesma do que Daniel.
Chegamos em minha casa e
rapidamente me ofereci para pagar
metade da corrida, o que Daniel
recusou na mesma hora. Dei um
beijo em sua bochecha e mandei-o
se comportar e ir pra casa, e aos
risos ele continuou o caminho.
Parada em frente ao portão de casa,
respirei fundo e entrei, usando a
chave extra que papai havia
providenciado para mim nessa
tarde, e tirei meus saltos, pois não
queria acordar ninguém; afinal, se
alguém chegasse perto de mim
certamente iria sentir o cheiro do
perfume másculo de Alexandre.
Subi a escada pé ante pé, e ao
passar em frente ao quarto da minha
irmã ouvi sua voz e não pude conter
a curiosidade. Posso ter sido uma
péssima jornalista, mas a
curiosidade latente ainda existia em
mim. Cristine falava melosamente
com alguém ao celular...
— ...Claro meu amor, vamos
passar o fim de semana inteiro
bem juntinhos...
Ouvir aquilo fez com que me
sentisse absurdamente mal e
culpada. Senti-me usada, afinal, a
poucos minutos Alexandre estava
comigo e agora falava ao telefone
com ela... certamente fariam sexo
pelo telefone. Revoltada, corri para
o chuveiro o mais rápido o
possível.
Justamente por coisas como
aquela que não me envolvia com
homens. Eles sãos uns falsos e
completamente descarados, e
Alexandre só conformou que era
igual a qualquer outro com que já
saí.
Quando terminei o banho,
tomei um calmante para dormir
mais relaxada, até porque naquele
momento a tequila já havia sido
lavada do meu sistema. Vesti um
camisetão e me deitei, dormi em
seguida com o efeito do remédio e
o cansaço que tomou conta de mim.
Alexandre
Caso me perguntassem o que
tinha em mente quando resolvi ir ao
Hard Rock, não saberia dizer. Não
sabia descrever o que tinha naquela
mulher que me enfeitiçou
completamente, e depois que
estacionei o carro, ponderei ainda
por alguns minutos pensando no que
fazer. O certo seria ir embora o
quanto antes, mas não estava em
meu juízo perfeito.
O ar estava carregado pela
mistura de perfume, cigarro e suor.
Caminhei até o bar, de onde tinha
uma vista privilegiada de toda a
pista de dança e pedi uma cerveja
ao barman, e assim que me virei,
pude vê-la. Ela realmente deveria
ser uma feiticeira, dançando
desavergonhadamente para ela
mesma, concentrada na música,
com um sorriso genuíno nos lábios.
Daquela forma mais
descontraída, ela atraía todos os
olhares masculinos, o que me
deixou completamente possesso.
Meu pau ficou duro feito pedra
enquanto observava-a, e quando vi
um homem negro e alto abraçá-la
por trás, percebi que ela fez uma
careta como se não gostasse de sua
aproximação. Tomei minha cerveja
em um único gole e quando vi que
ela passou a se debater, meu sangue
ferveu. Sem pensar, me levantei
com os punhos fechados e caminhei
a passos firmes na direção deles
quando ele tentou beijá-la.
Antes que pudesse pensar, o
afastei dela violentamente e acertei
um soco no seu olho direito.
Percebi que a boca dele começou a
sangrar, provavelmente por ela tê-
lo mordido, o que me deixou
ligeiramente satisfeito.
— Sua doida! — Gritou o
bastardo, o que me enfureceu mais
ainda.
— Acho melhor você respeitar
a moça se não quiser levar outro
murro na sua cara! — Adrenalina
pura corria nas minhas veias, nunca
fui de perder o controle antes, mas
aquela mulher me afetava de uma
forma singular.
Lembrei de toda a cena no
estacionamento, e como foi tê-la
nos meus braços, sentir seu gosto
nos meus lábios, e o calor de sua
umidade. Ela cheirava a sexo e isso
me deixava maluco.
Beijar Cristine era muito
diferente, pois eu sempre mantinha
controle com ela... ela era, às
vezes, até muito fria na cama; e eu,
como um homem de sangue quente,
gostava de estar no controle das
coisas, e justamente por isso
passava horas do meu dia domando
cavalos xucros. Quando pedi
Cristine em casamento, aquilo me
pareceu a coisa certa a se fazer
pois ela era uma garota agradável,
minha mãe gostava dela, era linda,
de boa família e eu precisava dar o
tão sonhado neto para minha mãe; o
problema é que agora eu queria
mandar tudo para o inferno e me
afundar em Samantha como se não
houvesse amanhã. Queria domá-la,
torna-la minha... mas não poderia
cancelar o casamento agora,
poderia?
Estacionei em frente a mansão
de minha família, e passei a pensar
que há alguns anos a casa era tão
cheia de vida e mamãe tão mais
feliz e saudável. Há cinco anos,
papai e meu irmão Paul foram fazer
uma viagem de negócios, e na volta
sofreram um acidente na estrada,
falecendo imediatamente. Na época
meu irmão tomava conta de tudo
juntamente com o meu pai, e eu
ocupava-me apenas em festas e
bebidas, mas diante de tal fato,
além de precisar consolar minha
mãe, tive que assumir os negócios
da família, algo que eu não estava
familiarizado, e se não fosse pela
ajuda de Carter, nosso
Administrador, eu estaria perdido.
Tudo pareceu tranquilo por algum
tempo, até que minha mãe teve um
enfarte; provavelmente como
consequência de todas as fortes
emoções vividas nos últimos anos,
e logo depois disto ela passou a me
pedir um neto, mais ou menos na
mesma época em que conheci
Cristine, até que chegamos no ponto
onde estávamos hoje.
Desci do carro ainda atordoado
com tudo o que havia acontecido, e
se em outra situação me banharia
imediatamente, hoje não desejei
aquilo... queria ficar com o cheiro
dela no meu corpo por mais tempo,
o que sinalizava que eu só podia
estar ficando maluco.
Enquanto refletia, tive uma
ideia: aproveitaria o final de
semana para tomar uma decisão
sobre o que faria com Cristine e
Samantha. Talvez fosse apenas
tesão, e precisaria tirar a prova do
que realmente sentia.

Samantha
Acordei com batidas
incessantes na porta, e ao pegar
meu celular no criado mudo, vi que
eram apenas 8 horas da manhã de
sábado. Deveria ser proibido
acordar um ser humano no sábado,
em suas férias, antes das 11 da
manhã. Levantei ainda tonta pelo
sono e destranquei a porta, dando
de cara com a Cristine... minha
irmã ser a primeira pessoa que vejo
no dia não era um bom presságio.
— O que aconteceu? Por acaso
está pegando fogo na casa pra você
estar me acordando a essa hora? —
Cruzei os braços no peito e esperei
impacientemente por sua resposta.
Ela, como sempre, já estava
impecável, usando uma blusa de
seda branca e saia lápis preta,
sapatos Jimmy Choo preto, e uma
maquiagem exagerada para o
horário; além, é claro, um perfume
adocicado compunha o seu visual
patricinha.
— Maninha quanto mau humor!
Não sabe que isso causa rugas. —
Repreendeu-me.
— Fale logo Cristine, quero
voltar pra minha cama.
— Nada disso... trate de
arrumar uma maleta pois estamos
sairemos em uma hora para passar
o fim de semana na fazenda do
Alexandre.
Puta que pariu! Por que
apenas a menção da porcaria do
nome dele já me deixava pegando
fogo? Que merda estava havendo
comigo? Só podia ser carência!
— Eu não vou, estou ocupada.
Vou escrever o fim de semana
todo... será até bom que vocês
estejam fora, assim terei
tranquilidade para me concentrar.
— Não sei porquê de você está
inventando coisas. Seu artigo não é
inspirado em nós dois?
— Sim, mas não preciso estar
perto de vocês para escrever. Já
tenho algumas anotações do que
pude observar. — Menti.
— A fazenda dele é gigante,
principalmente a mansão. — Disse
enquanto se abanava. — Se você
quiser, não iremos nem nos esbarrar
quando você estiver trabalhando.
— Mesmo assim, acho melhor
só vocês irem.
— Você é minha irmã e você
vai. Minha sogra quer conhecer a
todos. — Ela revirou os olhos.
— Não sei...
— Ah vamos sim, te espero lá
embaixo. Por favor Samantha,
ninguém merece ter que aturar
aquela velha o fim de semana todo,
e se você for poderemos dividir o
tempo com ela. Quando eu me casar
e assumir a casa, a despacharei
para um asilo! — Disse Cristine em
relação a sua sogra.
— Cristine, como você
consegue ser tão perversa e
egoísta? Um dia você vai
envelhecer também, sabia. Gostaria
que alguém te jogasse num asilo?
— Questionei revoltada com ela.
Como poderiam duas pessoas,
criadas juntas, se tornarem tão
diferentes uma da outra? Sempre
respeitei os mais velhos; eles são
os mais sábios e merecem todo o
respeito.
— Já chega de sermão senhora
certinha. Estarei te esperando lá
embaixo. Saíremos ás 9 horas. —
Revirando os olhos, fechei a porta
atrás de mim.
Tomei um bom banho para me
acordar. Como o dia estava quente,
coloquei meu vestido azul royal de
alcinha, que se colava em minha
cintura moldando-a e tinha uma saia
rodada e soltinha. Nos pés, optei
por uma rasteirinha dourada, pois
iríamos para uma fazenda e não iria
me arriscar com saltos altos.
Arrumei minha pequena bagagem e
coloquei meu computador para
finalmente começar a maldita
coluna. Peguei meu celular e liguei
pra Jess, já que não nos falávamos
desde a tarde de ontem quando
contei pra ela sobre o ocorrido da
confusão de stripper com meu
cunhado.
— Alô, que saudades Sam! E
ai, alguma novidade do cunhado
gostosão? — Perguntou curiosa.
— Bom dia para você também,
Jess. — Resmunguei.
— Ah você sabe que não
existem essas frescuras entre nós.
Anda, fala logo! Vocês andaram se
enroscando de novo? — Ela riu.
— Não quero falar disso... te
liguei só para avisar que estou indo
pra fazenda e não sei se lá terei
sinal no celular e também porque
quero saber como está o Damon.
—Não quer falar sobre isso?
Está sensível assim? Então o
negócio é sério mesmo! Já fizeram
sexo selvagem secretamente no
quarto ao lado? — Ela ria sem
parar e ignorou totalmente o que eu
havia dito anteriormente.
— Não Jessica, não chegamos
a tanto.
Merda! Confessei que nos
pegamos de novo, sem notar.
— Ah, então aconteceu de
novo! Conte todos os detalhes! —
Insistiu.
— Não tem nada para contar, tá
bom. Agora tenho que ir estou
atrasada. — Disse nervosa.
— Você gosta dele! — Afirmou
ela.
— De onde você tira essas
ideias? Até parece que não me
conhece.
— Você está fugindo do
assunto, o que é muito suspeito.
Com os outros caras você nunca se
importou de contar os detalhes.
— Olha Jess, não tenho tempo
para ficar ouvindo os seus delírios,
então dê um beijinho no Damon por
mim, tudo bem... tenho que ir.
— Não é delírio e você sabe
disso.
— Tchau Jéssica, te amo. —
Desliguei e joguei o celular na
cama.
Maldita Jéssica e seus
devaneios de felizes para sempre e
príncipes encantados. Diferente
dela, eu sabia que após a primeira
noite os príncipes sempre
voltavam a virar sapos. Eu gostar
do Alexandre? Era só o que me
faltava! Já que a casa era tão
grande quanto Cristine disse, com
certeza dificilmente iriamos nos
esbarrar pelos corredores, certo?
Desci com minha mala, tomei
um café reforçado e segui com
minha família rumo ao caminho da
perdição. Chegamos na fazenda
depois de uma hora, e graças ao
meu Ipod não precisei ir
conversando com ninguém já que
minha irmã estava ocupada demais
também com seu bate-papo no
celular. A mansão era realmente
lindíssima, e um dos empregados
nos recepcionou e acomodou-nos
nos quartos, informando que
Alexandre teve um imprevisto com
uma égua e logo iria nos receber e
sua mãe repousava e se juntaria a
nós no almoço.
Aproveitei a oportunidade e
peguei meu computador e um xale
para sentar embaixo de alguma
árvore para escrever um pouco.
Afastei-me o máximo que pude da
casa, pois não queria encontrar com
Alexandre tão facilmente; até que
encontrei uma grande sombra
embaixo de um belíssimo carvalho
vermelho, de frente para o lago.
Olhei ao redor e vi que não havia
nenhum empregado à vista e o local
era quase deserto. Perfeito! Não
serei incomodada por ninguém.
Estendi o xale no chão, me escorei
na árvore e comecei a trabalhar,
desta vez não no artigo inspirado
neles, já que era a última coisa que
eu queria pensar, e sim em uma
história; algo que não fazia a muito
tempo.
Quando já estava mais de uma
hora trabalhando concentrada,
escutei um barulho na água do lago,
e vi Alexandre nu, nadando no lago.
Fiquei hipnotizada por seus
movimentos vagarosos, os
músculos de suas costas brilhavam
ao sol, e percebi também que havia
uma frase tatuada nas suas costas. A
curiosidade havia me tomado, e
queria saber o que lá estava escrito
ali. Então, como se soubesse que
estava sendo observado, ele parou
de nadar e olhou para todos os
lados. Encolhi-me atrás da árvore,
e contive minha respiração por
alguns segundos.
— Tem alguém ai? — Ele
gritou, e sua voz máscula e forte me
causou arrepios. De repente, meu
computador traidor escorregou do
meu colo por causa do tecido do
meu vestido. — Quem está ai?
Apareça.
Peguei meu computador e o
agarrei junto ao peito, saindo de
onde estava. Não estava preparada
para encarar tudo aquilo, pois ele
havia saído da água e estava de pé
bem próximo de mim. Meus olhos
percorreram cada centímetro
daquele corpo perfeito, desde seu
peitoral grande, ao seu abdômen
perfeito. Com certeza eu
começaria a lavar roupas a mão
com prazer se fosse naquele
tanquinho. Quando meu olhar
desceu para o seu membro longo e
grosso, fiquei com os olhos
arregalados, pois com certeza não
tinha visto um tão grande assim. De
repente o ar me faltou, minha boca
ficou seca e minha calcinha
inundou-se. Ele me encarava, me
comendo com os olhos também,
demorando-se com seu olhar no
decote do meu vestido. Lugar
deserto, homem gostoso, pelado,
eu e minha periquita
ninfomaníaca... só poderia dar
merda.
Capítulo Cinco
Samantha
— Eu... eu.... — Que droga estava
havendo comigo? Parecia uma
retardada, gaguejando sem parar.
Mas com esse monumento parado
em minha frente, com gotículas de
água escorrendo por sua pele
bronzeada que me faziam invejá-
las, pois elas podiam se esbaldar
naquele homem, que era a perdição
da minha alma. Com toda certeza eu
iria pro inferno. —Tenho de ir. —
Falei, ainda sem conseguir desviar
os olhos do corpo dele. Virei-me
para correr, deixando o xale e o
computador para trás, pois sabia
que se ficasse, não iria responder
por mim. Então, tão ágil como um
gato, ele me agarrou por trás,
fazendo-me arfar com o choque de
nossos corpos me fazendo arfar e
praticamente derreter em seus
braços. Senti seu membro duro em
minha cintura e seu hálito fresco no
meu ouvido.
— Onde você pensa que vai? —
Sussurrou ele junto ao meu ouvido.
O simples som da sua voz baixa e
sedutora já causou um efeito
devastador na minha calcinha.
— Me solta! Você é louco! —
Tentei soar firme mas minha voz
saiu fraca e ofegante, denunciando
minha excitação.
— Eu não sou louco. — Suas mãos
grandes subiram até os meus seios e
ele os apertou sob o vestido. —
Você que me deixa louco! — Sua
voz rouca e suas mãos grandes que
provocavam meus mamilos por
cima do vestido me tiraram a razão.
Eu não conseguia enxergar mais
nada ao nosso redor, e rendida,
fechei meus olhos e me deixei levar
pelas sensações. Então ele me virou
de frente e nossos olhares se
encontraram, fazendo meu coração
saltar no peito ao mergulhar
naquela imensidão azul.
Ele me deitou no xale e tomou meus
lábios nos seus. Posicionando-se no
meio das minhas pernas, ele
provocou meus lábios com um
beijo desesperado e urgente.
Nossas línguas faziam sexo em
nossas bocas, e minhas mãos
passeavam por toda a extensão de
suas costas, enquanto seu membro
roçava no meio das minhas pernas.
Entreabri-las para senti-lo ainda
mais, rebolando de leve sob seu
corpo, buscando intensificar o
contato de nossos corpos.
Com uma das mãos, ele abaixou as
alças do meu vestido, expondo
meus seios ao seu bel prazer, e
passou a agarrá-los e lamber meus
mamilos, sem desviar os olhos dos
meus. Soltei um gemido alto
enquanto meu corpo ardia de desejo
com seus toques.
— Tão linda... tão doce... tão
quente... — Murmurou ele enquanto
sugava meus mamilos com vontade
e esfregava sua ereção no meu
ponto pulsante. Remexi meus
quadris em sua direção, e uma de
suas mãos grandes desceu por
minha cintura e subiu a barra do
meu vestido. Alexandre mergulhou
sua mão dentro de minha calcinha e
enfiou dois dedos em minhas
dobras; e ao se dar conta de como
eu estava molhada, ele gemeu alto.
— Tão molhada... tão quente...
— Alexandre... isso é... loucura...
— Não pense, apenas sinta. — Sua
voz rouca me deixou ainda mais
quente. Ele ficou de joelhos entre
as minhas pernas e tirou minha
calcinha, e passou a admirar meu
sexo, que agora queimava ainda
mais com o seu olhar sob ele.
Ainda de joelhos, ele passou o
dedo por toda minha umidade
enquanto me encarava com o olhar
mais primitivo e quente que alguém
poderia me lançar. Quando
mergulhou sua boca em minhas
dobras, senti como se meu corpo
inteiro tivesse sido ligado na
tomada, pois cada pedaço de mim
arrepiou-se enquanto ele trabalhava
com sua língua deliciosa, e
trabalhava em minha entrada com
dois dedos. Sentia sua barba por
fazer arranhando levemente minha
boceta, e agarrei seus cabelos,
ampliando a intensidade do roçar e
estimulando-o a acelerar o
movimento com os dedos, até que
convulsionei em um orgasmo
descomunal gritando alto seu nome.
— Porra Samantha, você é muito
quente! Você é muito gostosa...eu
preciso entrar em você agora!
— Então vem... me pega cowboy.
— Abri minhas pernas ainda mais
para ele. Naquele momento, nada
pareceu errado ou proibido... Tudo
soava tão certo e perfeito como
uma soma simples de 2 + 2.
Colocando seu corpo sob o meu,
ele tomou meus lábios em um beijo
sôfrego, coberto de lasciva.
— Eu sou saudável... nunca faço
sem proteção...você confia em
mim? — ele perguntou enquanto
alternava beijos e mordidas no meu
pescoço.
— Sim... Me pega logo,
cowboy. — Implorei. Guiando seu
membro até minha entrada, ele me
provocou esfregando-o em minhas
dobras, fazendo com que me
contorcesse ainda mais embaixo
dele.
— Não quero machucar você.
— Pode me quebrar ao meio
cowboy, eu não me importo. —
Apertei sua bunda durinha,
forçando-o a entrar ainda mais em
mim. Senti minhas dobras
acostumarem aos poucos com tudo
aquilo, até ele me preencher
completamente.
— Porra Samantha...por que tão
apertada? Você vai ser o meu
fim...Oh...minha nossa... assim não
vou suportar por muito tempo. —
Vê-lo descontrolado deixou-me
completamente alucinada, e quando
ele começou a movimentar-se
dentro de mim fui ao céu em poucos
segundos e convulsionei em outro
orgasmo. Minha boceta vibrava e
apertava-o ainda mais seu pau,
enquanto suas mãos seguravam
minhas coxas e ele sugava meus
seios com força, deixando-os
vermelhos e inchados, enquanto
estocava, até se derramar em meu
interior, causando-me uma nova
onda de orgasmos.
Exaustos, nossos corpos ficaram
cobertos de suor e o cheiro de sexo
se misturava ao das flores,
enquanto acalmávamos nossas
respirações. Logo percebi que
estava abraçada a ele e sem querer
soltá-lo. Essa constatação me
assustou, e a realidade me
despertou, de que ele havia ligado
pra minha irmã na noite anterior
mesmo depois de estar comigo, mas
de qualquer forma não havia motivo
para me importar, não é mesmo?
Ele era um cara esperto e queria
comer as duas.
Remexi-me para sair debaixo dele,
que se deitou de lado, escorado no
braço, com um sorriso de satisfação
no rosto. Procurei minha calcinha
no chão, vesti, e arrumei as alças
do meu vestido, prendi meu cabelo
e recoloquei minha armadura de
frieza.
— Onde você vai com tanta pressa?
— Ele puxou minha mão e tentei ao
máximo não olhar para aquele
corpo perfeito, ou ficaria acesa de
novo e pronta para outra.
— Vou voltar para casa. Todos
estão nos esperando... ou você
esqueceu que a família da sua
"noiva" está aqui? — Perguntei
friamente.
— Hey Samantha, temos que
conversar sobre isso. — Ele me
olhou sériamente.
— Não temos que conversar coisa
alguma. Acho que deveríamos
esquecer que isso aconteceu.
— Você só pode estar de
brincadeira comigo. — Ele
levantou e parecia ainda mais
quente estando furioso.
— O que você quer Alexandre?
Você está noivo da minha irmã! O
que fizemos aqui foi um erro, e não
vai acontecer de novo.
— Você acredita mesmo nisso? Que
foi um erro e que não vai acontecer
outra vez? Vai dizer que não sentiu
nada enquanto estava comigo? —
Ele me olhou magoado.
— Senti Alexandre... tesão, nada
mais do que isso. — Puxei meu
braço e saí correndo dali. Lágrimas
teimavam em cair de meus olhos e
eu não sabia o porquê, apenas fugi
dali como o diabo foge da cruz, me
sentindo incompleta; e esse
sentimento de perda estava me
deixando completamente confusa.
Cristine (bônus)
Faziam apenas duas horas que
havíamos chegado ali e eu já estava
de saco cheio de estar enfurnada no
meio do mato. A bruxa da minha
sogra ainda nem havia dado o ar de
sua graça, e ele já estava
impaciente, enviando diversas
mensagens no celular. Estava
ansiosa para vê-lo e me perder em
meio aos seus músculos cor de
chocolate. Eu gostava do
Alexandre, na verdade, gostava do
dinheiro e do status de bilionário
que ele tinha, algo que deixava
minhas amigas mortas de inveja;
mas eu realmente gostava era do
Michael... era com ele que rolava
na cama e ficava louca.
Logo a louca da minha irmã
apareceu correndo, suada e toda
escabelada; e não pude deixar de
notar como aquele vestido azul
parecia engordá-la ainda mais.
— O que aconteceu, irmãzinha? —
Perguntei ironicamente, olhando-a
dos pés à cabeça. Ela estava
nojenta com todo aquele suor.
— Nada... vi uma cobra enorme e
me assustei. Agora deixe-me tomar
um banho antes do almoço.
— Credo! Não sabia que tinham
desses bichos por aqui. — Ela nem
me escutou e saiu correndo.
Deveria ser uma cobra bem
assustadora e grande mesmo, e
Deus que me livrasse de ver algo
assim.
Mandei uma mensagem para
Michael e avisei que depois do
almoço daria uma desculpa para ter
de ir embora; nem que inventasse
uma amiga doente. O Michael era
apaixonado por mim, mas eu nunca
me casaria com um simples
enfermeiro, pois ele não poderia
me oferecer o padrão de vida que
eu merecia.

Alexandre

Eu nunca iria entender as mulheres.


Como ela pôde dizer aquelas
barbaridades para mim quando
sabia que ela sentiu a conexão entre
nós dois, assim como eu senti? Eu
estava completamente enfeitiçado
por aquela mulher e não iria deixar
que ela fugisse de mim. Precisaria
acabar logo com aquele noivado e
teria uma conversa séria com a
dona Tereza... só esperava que ela
entendesse que não seria feliz
casando-me com Cristine. Louco
não? Como as coisas mudam
rapidamente; mas a vida é assim,
cheia de reviravoltas... só teria de
convencer Samantha que eu era o
cara certo pra ela.
Recolhi as coisas que ela deixou
para trás, me vesti, montei em meu
cavalo e fui em direção a casa.
Depois do almoço tentaria
conversar com Cristine para dar um
jeito nessa situação. Mesmo que
Samanta se recusasse a ter um
relacionamento comigo, estava
decidido a não me casar com sua
irmã pensando nela.
Capítulo Seis
Alexandre
A vida era engraçada as vezes, não
é? Quando conheci Cristine, pensei
que ela fosse ser a esposa e mãe
perfeita, mesmo que fosse um tanto
frígida; mas depois conheci a
Cristine de verdade, ela se
transformou em uma garota mimada
e temperamental. Não sabia dizer
se era o estresse por organizar um
casamento ou se ela sempre fora
assim e agora simplesmente havia
deixado a máscara cair.
Aquela manhã frustrante, tentando
domar Atrevida, não havia ajudado
a minimizar minha frustração por
desejar uma mulher que não era
minha noiva, e pelas atitudes
infantis da Cristine. Precisava de
um banho gelado no lago que eu
sabia ser praticamente deserto. Tal
foi a minha surpresa ao encontrar a
deliciosa Samantha me espionando
escondida?
Sem pensar em nada, entregamo-
nos ao inevitável desejo que nos
consumia por inteiro, e o fato de
estar agora na mesa do almoço com
toda a família em volta e precisar
fingir indiferença a ela estava
sendo uma tarefa árdua;
principalmente porque ela usava um
vestido vermelho decotado que
parecia haver hipnotizado Carter.
Minha vontade era de esganá-lo e
proibí-lo de olhar para a minha
mulher, mas precisava ficar
sorrindo e fingir prestar atenção ao
que a Cristine tagarelava sem parar.
Mamãe conversava animada com os
meus sogros, enquanto Samantha
dava risada do que quer que seja
que Carter falava pra ela. — Oh
meu Deus! — Cristine falou alto,
fazendo toda a conversa da mesa
cessar e todos prestarem a atenção
nela.

— Filha, o que houve? —


Questionou sua mãe, com uma
preocupação exagerada.
— A Paty teve uma forte
intoxicação alimentar e está sozinha
no hospital. Ninguém da família
pode ir e a médica disse que ela
não pode ficar sozinha, tanto que
ela acabou de me mandar uma
mensagem no celular, perguntando
se poderia lhe fazer companhia.
Pobrezinha, eu vou ter que ir ficar
com ela... não posso deixar ela
abandonada assim. — Ela disse
colocando a mão no peito e
franzindo a testa, quase
exageradamente preocupada, mas
não dei importância o fato dela ter
que sair dali, pois teria mais uma
chance de tentar entender a mulher
que tanto mexia comigo. Ao olhar
para o outro lado da mesa, ela
olhava para Cristine como se não
acreditasse em sua história... era
incrível como eu conseguia
desvendar suas expressões sendo
que mal nos conhecíamos.
— Nós vamos com você, meu bem.
Não tem graça ficarmos sem você
por aqui. — Disse minha sogra.
— Não mamãe, não tem porque
estragar o fim de semana de vocês.
Assim que ela tiver alta no hospital
volto para ficar com vocês... tenho
certeza que vocês se darão muito
bem nesse fim de semana.
—É, fiquem. Será muito agradável.
— Disse minha mãe tentando
amenizar a situação.
—Tem certeza que não iremos
incomodar a senhora? — Perguntou
o senhor Erick, e foi minha vez de
falar.
— Incomodo nenhum. Tenho certeza
que será um fim de semana
inesquecível para todos. —
Samantha engasgou-se com o vinho
e o idiota do Carter dava pequenos
tapinhas em suas costas enquanto
olhava fixamente para seus seios,
que pulavam conforme ela
tossia. Eu já estava possesso com
toda aquela atenção exagerada.
— Você está bem, maninha?
— Estou sim, Cris. O vinho apenas
entrou no lugar errado. — Disse
ela.
— Vocês sabiam que a Sam viu uma
cobra enorme hoje? — A vi
arregalar os olhos, e foi minha vez
de afogar com a bebida.
— Como assim? Não tem desses
bichos aqui na fazenda; exceto na
mata aberta. — Minha mãe
respondeu espantada.
— É sério! Eu estava na varanda
quando ela chegou toda suada e
correndo, e disse ter visto uma
cobra enorme e por isso correu. Por
Deus, eu tive que segurar o riso,
ver a Samantha olhando para todos
os lados menos para mim, foi
incrivelmente divertido. Então ela
disse que fugiu da cobra grande?
Foi inevitável rir levemente, e a
achei ainda mais encantadora pela
criatividade.
— Era muito grande mesmo? —
Perguntei a ela, que me encarou
com um sorriso nos lábios,
entrando no jogo.
— Na verdade, nem era tão grande
assim... acho que exagerei um
pouco. Era até bem pequena na
verdade. — Ela usou um tom mais
divertido.
— Mas se era tão pequena, por que
fugiu? — Arqueei uma sobrancelha,
encarando-a.
— Eu me assustei... Espero não ver
essa cobra novamente.
— -Tenha cuidado. Se ela está
próxima da casa poderá atacar
você.
— Terei cuidado.
— Que papo mais esquisito! —
Cristine levantou-se da mesa. —
Tenho que ir, não posso deixar
minha amiga muito tempo sozinha.
Será que poderia pedir para algum
dos empregados me levar até a
cidade, amorzinho? — Ela
acariciou meu rosto e falou naquela
voz infantil irritante.
— Eu posso levar você, já que
preciso ir até a cidade. —
Ofereceu-se Carter, o que me
causou um alivio imenso; já que ele
tiraria suas garras de cima da
Samantha.
— Acho que irei com vocês; assim
posso trabalhar no meu artigo em
casa.
— NÃO! — Gritou Cristine,
espantando a todos. — Quero dizer,
não há necessidade... Aproveite o
final de semana, aqui tem piscina,
lago... É isso! Tome um banho no
lago, que tenho certeza que será
relaxante.
— Isso, fique. Assim poderá me
contar sobre seu trabalho na revista
e o quanto deve ser maravilhosa
essa vida de escritora! Por favor,
fique... traga um pouco de animação
para uma velha senhora
entediada. — “Obrigado
Mamãe!”, pensei satisfeito ao ver
que Samantha não teria como
recusar.
— Sendo assim, eu fico. — Disse
por fim.
— Ótimo. Vamos Carter; quanto
antes eu chegar na cidade melhor.
— Cristine deu-me um beijo na
bochecha, e pensei em dizer que
queria conversar seriamente com
ela depois que voltasse, mas achei
melhor não comentar nada pois ela
estava preocupada com sua amiga.
Cristine (bônus)
Eu nem acredito que consegui sair
dali! Despedi-me de todos fazendo
uma cara de tristeza, enquanto todos
desejavam melhoras para minha
querida amiga. Mal sabiam eles que
ela está no Caribe, e de doente ela
não tem nada. Assim que nos
distanciamos da casa, suspirei
aliviada e mandei uma mensagem
sacana para o meu negão delicia.
— Conseguiu o que queria de novo,
e ninguém desconfiou! Você
realmente merece um Oscar pela
encenação. — Disse Carter, com
um sorriso torto.
— Obrigado querido. E você, por
que resolveu me trazer já que
estava de olho nos peitos da minha
irmã? Poderia ter tirado o final de
semana para confortá-la, afinal ela
deve estar muito carente e
morrendo de inveja de mim.
— Tenho negócios a resolver na
cidade.
— Que tipo de negócios? —
Questionei curiosa.
— Não interessa a você e tinha que
ser na cidade para o Alexandre não
desconfiar de nada.
—Por que você quer sempre
apunhalá-lo pelas costas, Carter?
Você nunca me contou o motivo.
— Não tem nada que você precise
saber, isso é assunto de família...
Só guarde meu segredinho que
guardarei o seu.
— Família? Você me deu algo para
pensar.
— Não pense, Cristine. Vá
aproveitar seu enfermeiro, que eu
me resolverei por aqui.
— Tudo bem... Também não me
interessam os golpes que você
aplica, afinal Alexandre é tão rico
que o dinheiro dele nem dá para
contar; então seus pequenos golpes
não fazem muita diferença.
— Ótimo! É bom mesmo que você
não se meta.
— Mas ele anda esquisito por esses
dias...
— Como assim, Cristine?
— Não sei dizer, ele anda distante.
— Bem... qualquer coisa temos o
plano B certo?
— Certo. Mesmo que não me
agrade muito ir para a cama contigo
de novo, talvez seja necessário
para que eu engravide; afinal se eu
engravidar do Michael todos
saberão que o filho não é do
Alexandre, mas de ti tudo fica mais
fácil.
— Vamos combinar você gostou
bastante de ter ido pra cama
comigo, Cristine. Gemia feito uma
cadelinha no cio. — Disse ele,
acariciando minha coxa.
— Vamos parar de papo. —
Seguirmos estrada a frente, sem
falar mais palavra alguma...
Samantha
Passei uma tarde agradabilíssima
com minha sogra... quer dizer, a
sogra da minha irmã. Ela era uma
senhora muito espirituosa e
divertida, que disse que apaixonou-
se pelo seu falecido marido quase à
primeira vista, já que ele era um
lindo cowboy bronzeado e quente.
Ela até me disse que sentia falta de
um homem esquentando sua cama
vez ou outra, e confidenciou-me que
as vezes quando o Alexandre
viajava a negócios, ela e o
jardineiro acabavam rolando na
grama. Ela era tão doidinha quanto
eu, e não conseguia compreender
porque a Cristine falou aquelas
barbaridades dela. Quando ela
soube que eu escrevia uma coluna
sobre sexo ficou, ainda mais
entusiasmada. Enquanto isso,
mamãe e papai tinham ido cavalgar
com enquanto Alexandre, para
conhecer as terras dele.
Já era noite quando resolvi tomar
outro banho para relaxar e renovar
minhas energias, já que o clima ali
era muito quente. Enrolei a toalha
em meu corpo e quando cheguei ao
quarto, quase morri de susto!
Alexandre estava deitado em minha
cama apenas de cueca, que marcava
perfeitamente toda a extensão de
seu membro, e com os olhos
fechados.
Seu peito subia e descia lentamente,
e ele parecia absolutamente
relaxado, deitado na cama.
Mordendo o lábio inferior, fiquei
admirando aquele corpo feito para
enlouquecer qualquer mulher... as
coxas bronzeadas e musculosas
estavam relaxadas e estendidas na
cama. Quando me aproximei mais
dele, percebi que estava dormindo
e fiquei tentada a me jogar em cima
dele e cavalga-lo até esquecer meu
próprio nome, tamanha a
intensidade do orgasmo que ele,
com certeza, me causaria, e
precisei umedecer meus lábios com
a língua.
— Eu fico louco quando você passa
essa língua gostosa nos lábios... me
faz imaginar o estrago que ela faria
se lambesse meu pau. — Dei um
pulo quando sua voz grossa e forte
disse-me aquelas palavras
obscenas, que só me deixaram
ainda mais louca por ele.
— O que você está fazendo no meu
quarto? — Perguntei num sussurro.
— Oh, aqui é seu quarto? Não
sabia... acho que me enganei, devo
ter entrado no quarto errado. — Ele
sorriu sedutoramente, fazendo com
que meu corpo ardesse por seu
olhar.
— Você não se enganou... sabia
exatamente onde estava entrando.
— Pode ser. E o que você vai fazer
sobre isso? — Ele me encarou
profundamente, me deixando
quente. Meus olhos passearam por
todo o seu corpo, demorando-se na
sua aparente ereção. Lambi os
lábios novamente e ele soltou um
grunhido alto.
— Já disse o que você faz comigo
quando lambe essa boquinha. —
Ele começou a massagear sua
ereção sob a cueca, fazendo com
que acionasse o meu modo “Foda-
se”... Fodam-se as regras; foda-se o
que é certo e o que é errado, queria
mais que todos se fodessem, e
principalmente quero que ele me
fodesse de novo.
Despi minha toalha de banho, e
abandonando qualquer pensamento
racional, libertei seu membro da
cueca, que apontou na direção de
seu umbigo no ápice da rigidez.
Assim que me posicionei sob ele,
guiei minha boceta na direção de
sua boca, enquanto enfiava todo o
seu comprimento na minha, num 69
enlouquecedor... enquanto ele me
fodia deliciosamente com a língua,
eu passava a minha por todo o
comprimento do seu pau,
contornando as veias saltadas,
lambendo da base até a glande.
Eu rebolava em sua boca quente e
faminta, e suas mãos espalmadas
em minha bunda estimulavam-me a
rebolar enquanto eu engolia aquele
pau imenso, até que sua glande
batesse no fundo da minha garganta.
Ficamos nessa loucura
incontrolável por um tempo que não
conseguia mensurar, até que ele
agarrou-me mais firme e colocou-
me de lado na cama, tomando meus
lábios num beijo intenso que fez
nossos gostos se misturarem.
Depois disto, ele desceu seus
lábios até os meus seios e se
perdeu entre eles, mamando em
cada um deles com força e fazendo
meus mamilos endurecerem ao
máximo. Com o polegar ele
trabalhava no meu clitóris me
deixando a beira de um orgasmo
novamente.
— Minha, só minha! Eu te quero
tanto, Samantha, que não consigo
pensar em mais nada...
—Me tome, cowboy! Eu sou tua,
me fode com força. Agora.
Ele sorriu para mim sedutoramente,
algo que tinha certeza que faria
qualquer mulher abrir as pernas
para ele só com aquele sorriso, e
posicionando-se no meio das
minhas pernas, ele me preencheu
fundo. Senti seu membro grosso e
duro forçar minhas dobras, me
preenchendo por completo com
estocadas lentas e firmes,
deixando-me no limite novamente..
— Me fode mais forte! Por favor,
mais forte! — Gemi. Ficando de
joelhos, ele saiu de dentro de mim,
e soltei um gemido em protesto.
— Vire-se de quatro, agora! — Fiz
o que ele mandou, se possível,
fiquei ainda mais excitada pelo
modo como ele ordenou o que
fizesse. — Você quer forte? — Ele
começou a me provocar, roçando a
cabeça do seu membro em minhas
dobras.
— Sim, por favor.
— Então me diga novamente, o que
você quer? — Deu um tapa forte na
minha bunda, que certamente deixou
uma marca avermelhada, graças ao
ardor que senti em minha pele; algo
que só excitou-me mais.
— Eu quero que me foda forte. —
Dei um grito quando ele me
empalou com força e começou a
estocar forte. Suas bolas batiam em
meu clitóris a cada movimento
dele, algo que me enlouquecia; e
praticamente perdi os sentidos
quando ele puxou meus cabelos e
continuou a estocar mais fundo,
cada vez mais forte. O momento em
que gozei em seu pau foi
absurdamente intenso, fazendo-me
apertar os lençóis abaixo de mim,
até senti-lo se derramando,
gemendo meu nome. Caímos
exaustos na cama, e sem perceber,
adormeci ao seu lado; exausta e
completamente saciada.
Capítulo Sete

Samantha

Eu não tinha percebido o quão


encrencada eu estava até estar
dormindo de conchinha com o
Alexandre e adorando cada nuance
daquilo, desde seu braço em volta
da minha cintura, a respiração
quente em minha nuca, até sua
Alexandroconda dura na minha
bunda. Eu estava realmente ferrada!
Nunca gostei de dormir de
conchinha, e sempre tive aquela
sensação claustrofóbica de que não
iria conseguir respirar e agora
isso? Por que com ele era
diferente? Por que eu adorava estar
em seus braços?
O cupido filho de uma vaca, e
só podia estar brincando comigo
mais uma vez. Da outra vez,
apaixonei-me pelo imprestável e
covarde do Michael, que se jogou
no meio das pernas da minha irmã
assim que teve a primeira
oportunidade e agora o noivo da
própria. Eu tinha que me envolver
logo com ele? Era por isso que eu
sempre evitei dormir mais de uma
vez com o mesmo cara, pois isso
sempre trazia complicações e agora
comprovava minha teoria.
Esse cupido precisava fazer
um exame de vista porque nunca vi
alguém errar tanto o alvo como ele
errava comigo. Ele poderia ter feito
com que me interessasse pelo
Carter, que estava flertando
descaradamente comigo no almoço.
Ele era até muito lindo e gostoso;
mas acham que a minha periquita
ninfomaníaca se interessou por ele?
Não, nadinha... nem uma pequena
faísca. Depois que essa periquita
traidora experimentou a
Alexandroconda, não quis mais
saber de ninguém.
Meu estomago roncou alto no
quarto silencioso. Eu estava morta
de fome depois da intensidade do
sexo selvagem, e também porque
perdi o jantar, já que estava tão
exausta que dormi. Olhei no relógio
de cabeceira e vi que já eram 2:23
da manhã. Me remexi devagar,
tentando não acordá-lo, mas quando
tentei me afastar do seu abraço, ele
me apertou ainda mais, fazendo sua
ereção dura apertar na minha
bunda.
— Tão gostoso ficar assim
contigo. Onde você pensa que vai?
— Ele sussurrou bem perto da
minha orelha, fazendo todos os
pelinhos da minha nuca arrepiar-se.
— Vai fugir da cobra de novo? —
Pude ouvir o sorriso zombeteiro em
sua voz.
— Acho que não dá mais pra
fugir. Toda a vez que fujo acabo
sendo pega. — Retruquei — Então
não vale o esforço da fuga, apesar
de ser divertido. — Eu ri.
— Você acha engraçado
brincar com fogo, não é Sammy?!
— Ele apertou meu mamilo com os
dedos, me fazendo arfar.
— Você vai me matar, homem!
Preciso comer...estou faminta.
— Também estou. — Ele
continuou esfregando-se em mim e
por mais que eu quisesse mergulhar
nele naquele momento, estava fraca
de fome.
— De comida. Vai negar
comida aos famintos, Alexandre?
— Meu estomago agora fez um
barulho esquisito, que quebrou o
clima erótico e nos fez cair na
risada.
— Está certo, vamos comer...
mas depois vou devorar você
todinha. — Meu corpo inteiro
esquentou com sua promessa.
Coloquei um baby-doll rosa chá e
ele vestiu sua calça jeans que
estava no chão.
— Acho melhor você ir na
frente. — Disse para ele em um
sussurro quando ele estendeu a mão
pra mim.
— Por que? — Perguntou ele
parado diante da porta com a testa
franzida. Como era possível ele
ficar ainda mais lindo assim, com o
rosto amassado do sono e os
cabelos desgrenhados?
— Alguém pode nos ver sair
juntos o quarto e isso não seria
adequado. — Disse desviando meu
olhar de seu rosto e seu peitoral
perfeitos.
— Não tem ninguém acordado,
Sam. Vamos. — Pediu.
— Não, melhor ir você
primeiro. — Insisti.
— Tudo bem. Me encontre em
cinco minutos e nada mais que isso.
— Disse ele sério.
— Tão mandão.... — Fiz uma
careta.
— Você não viu nada. —
Sorrindo torto, ele deixou o quarto.
— Desobediente você. —
Retrucou ele, quando dez minutos
depois, surgi na cozinha. Ele estava
sentado a bancada da cozinha com
dois sanduiches e dois copos de
suco. Seu peitoral bronzeado
preencheu minha visão, e lembrei-
me que havia visto uma tatuagem
nas suas costas enquanto ele
nadava, e fui até as suas costas
enquanto ele me lançava um olhar
curioso.
“Make it count” (Faça valer a
pena)
— Bela tatuagem. — Sentei-
me ao seu lado na mesa e comecei a
devorar o sanduiche como uma
indigente, enquanto ele me encarava
com uma expressão engraçada.
Bebi o suco e disse pra ele. — Se
você pensa que vou comer cheia de
frescuras só porque estou na sua
frente, está muito enganado.
— Adoro o jeito que você
come.
— Tá bom... pareço uma morta
de fome e você diz que adora?
Conta outra. — Revirei os olhos e
segui com a comilança.
— É sério. Não existe coisa
mais irritante que mulher que só
come salada, e ainda por cima
quando come salada come cheia de
frescuras. Adoro seu apetite. — Ele
me lançou um olhar profundo e
intenso. —Você tem apetite pela
vida, e admiro isso.
— Você mal me conhece, mas
ao mesmo tempo parece me
conhecer muito bem. Que bruxaria é
essa? — Brinquei com ele.
— Sou um vampiro... você
descobriu meu grande segredo.
— Oh! Isso explica muita
coisa. — Comecei a rir.
— Como assim?
— O sexo intenso e louco...
Dizem que vampiros transam como
loucos. Agora entendi porque você
é bom, mas isso é trapaça. —
Continuei rindo pra ele, porém
agora ele me encarava sério.
— Por que não te conheci
antes? — Disse sério.
— E que graça teria? —
Continuei levando na brincadeira
enquanto ele me olhava sério.
— É sério, Samantha. —
Minha risada morreu e engoli em
seco. Ficamos nos encarando por
um tempo enquanto eu não sabia o
que dizer. Minha mente estava uma
bagunça total e meu coração dava
saltos no peito.
— Você está muito sério, acho
que vou dormir. — Levantei-me e
fui em direção ao corredor, porém
ele me alcançou e me prensou
contra a parede.
— Não estou brincando. O que
você está fazendo comigo? Minha
vida estava toda racionalmente
planejada até você aparecer com
seu jeito livre de ser e me deixar
completamente desestruturado. —
Ele me encarava, o azul claro dos
seus olhos transformou-se em um
tom de turquesa escuro. Antes que
pudesse dizer qualquer coisa, ele
tomou meus lábios nos seus num
beijo voraz e cheio de fome, até
que ouvimos passos no corredor, e
me encolhi totalmente ao lado da
estante de livros.
— Alexandre, é você? —
Perguntou Tereza, sonolenta.
— Sim mãe, sou eu. Aconteceu
alguma coisa? — Perguntou ele,
afastando-se de mim; e eu
permaneci quieta ao lado da
estante.
— Não, meu filho. Nossa você
quase me matou de susto! O que faz
sozinho no corredor?
— Estava indo até a cozinha
mãe.
— Ótimo, poderia fazer o
favor de me trazer um copo de
água?
— Claro.
— Obrigada, meu filho. Estou
esperando.
Ouvi ela afastando-se e uma
porta abrindo e fechando. Respirei
finalmente, sem nem ter percebido
que estava trancando a respiração
até agora.
— Boa noite Alexandre. —
Me afastei, mas ele me puxou pelo
braço.
— Isso não acabou. — Disse
ele, encarando-me.
— Me dê um tempo tudo bem.
Preciso dormir... Preciso pensar. —
Pedi.
— Quanto tempo?
— Não sei, não sei... eu...
simplesmente não sei.
— Precisamos conversar
sobre tudo isso, Samantha. — Disse
ele, apontando para nós dois.
— Eu sei.
— Não dá para ficar fugindo.
— Eu sei.
— Então amanhã
conversaremos... Me encontre de
manhã no lago.
— Vou pensar.
— Vou estar te esperando no
lago. — Garantiu ele.
— Não sei se irei... Isso tudo é
loucura, Alexandre. — Disse
soltando-me do seu aperto.
— Vou estar te esperando e é
bom que você vá, ou carregarei
você a força; e não me importo se
isso é loucura! Quero você, mesmo
que pareça insano.
Sorrindo para ele, afastei-me
com a mente cheia de pensamentos.
Entrei no quarto e fui tomar uma
ducha morna e relaxante, e ao
retornar, vi sua camiseta azul no
chão e a vesti. Seu cheiro tomou
conta dos meus sentidos e me
arrependi de não tê-lo deixado vir
pra minha cama de novo. Pensei em
procurá-lo, mas não sabia onde
ficava seu quarto e a casa era
enorme.
Definitivamente, eu estava
muito ferrada. Desejava estar na
cama com ele e ir dormir cheirando
sua blusa.
Peguei meu celular e mandei
uma mensagem para Jess... ela teria
de me salvar.

Mensagens enviadas de Sam


para Jessica.
SAM: SOS!!!
JESS: O que houve?
SAM: Te conto os detalhes
aqui.
JESS: Ok, vou tentar mudar
meu voo.
SAM: Espera.
JESS: Ok.

Mensagens de Sam para


Daniel:

SAM: Danny, salve a minha


vida.
DANIEL: Você sabe que horas
são?
SAM: Sem dramas, Danny. Eu
sei que você não estava dormindo
no sábado à noite.
DANIEL: O que posso fazer
por ti, Papagaio?
SAM: Você é CEO... Isso
significa que você é rico?
DANIEL: Você sabe que sim,
Sam. O que você quer?
SAM: Você tem um jatinho?
DANIEL: Não vai dizer que
quer fugir do noivo possessivo da
sua irmã?
SAM: Claro que não, seu
besta; é pra buscar a Jess em Nova
Iorque.
DANIEL: Hmmm... tudo bem,
quando ela virá?
SAM: O quanto antes... que tal
amanhã?
DANIEL: Okay, vou mandar o
jatinho para Nova Iorque. Algo
mais papagaio?
SAM: Não, obrigado Danny...
você não existe.

Mensagens de Sam para


Jessica:

SAM: Você pode vir amanhã?


JESS: Está louca? Não, só
segunda... e se eu conseguir mudar
o voo.
SAM: Meu amigo Daniel vai
mandar um jatinho... Segunda que
horas?
JESS: Como assim jatinho?
SAM: Jatinho Jess... Jatinho.
Me mande o horário que poderá vir
segunda, minha linda. Agora vou
dormir, estou exausta. Beijos!
JESS: Beijos, sua louca.

Desliguei meu celular e tentei


conciliar o sono com imagens do
Alexandre, que tomavam conta da
minha mente, e acordei no dia
seguinte suada e ofegante. Senhor,
esses sonhos eróticos precisavam
parar
Eu não fazia ideia do que
aconteceria a seguir com Cristine,
meus pais e toda essa bagunça no
qual eu tinha me metido. Talvez eu
devesse ir embora para Nova
Iorque e deixar toda aquela
confusão para trás... Minha vida em
Nova Iorque era tão fácil, e bastou
que pusesse os pés aqui para que
minha mente, corpo e coração
entrassem em parafuso. Toda aquela
situação estava mexendo demais
comigo, por isso mandei um SOS
para Jess. Ela era meu porto
seguro, e saberia o que me dizer...
se bem que só de pensar que
ela ficaria em meu ouvido dizendo
que eu estava apaixonada, já ficava
um tanto louca.
Finalmente criei coragem e
levantei da cama. Depois de fazer
minha higiene, coloquei um biquíni
por baixo das roupas, um short
jeans e uma regatinha branca. Meu
estomago roncou alto de novo e fui
em direção à sala de jantar, de onde
ouviam-se vozes animadas.
— Bom dia Sam. — Meu pai,
com um sorriso de orelha a orelha,
me cumprimentou juntamente com
os outros: mamãe, Tereza, Carter e
o Alexandre, O GRANDE!
Ele estava delicioso e
refrescante naquela manhã. Havia
acabado de sair do banho, e ainda
estava com seu cabelo úmido. Ele
havia aparado sua barba, e
confesso que preferia-o com a
barba por fazer, pois despertava
algo selvagem em minha mente. Ele
me lançou um olhar penetrante por
apenas alguns segundos, o que já
foi o suficiente para molhar minha
calcinha.
Carter buscou ser galanteador
durante o café, conversando
animadamente comigo, e conforme
a refeição avançava, podia sentir o
olhar de Alexandre sobre mim. Juro
que achei que ele estava lançando
faísca pelos olhos, pois meu corpo
queimava; e com a minha distração,
derramei suco no colo do Carter e
obviamente tentei ajudá-lo a limpar
sua coxa. Naquele momento quase
pude jurar que fui assassinada com
o olhar do Alexandre.
— Carter levante-se daí e vá
trocar de roupa, homem! Não
importa o que façam, sua calça só
vai ficar limpa depois de lavar na
máquina. — Alexandre rosnou alto,
e sua voz grossa e autoritária me
fez estremecer. Depois que Carter
se retirou, mamãe disse que iria
para a sauna com Tereza, para que
ambas pudessem relaxar.
— E eu vou fumar um bom
charuto e ler sobre a queda do
dólar. Finalmente um momento de
paz longe da sua mãe para que eu
possa me inteirar nas finanças. —
Papai deu um sorriso e beijou-me a
testa.
— Papai, sabe que não gosto
que o senhor fume... isso mata.
— Minha filha, todos nós
estamos morrendo. A cada dia que
passa estamos mais próximos da
morte, então temos que aproveitar a
vida ao máximo... Não concorda,
Alexandre?
— Com toda a certeza senhor.
— Me acompanha para um
charuto?
— Não, obrigado senhor
Erick. Samantha me pediu que a
levasse para conhecer o lago e
prometi que a levaria essa manhã.
— Ele me encarou e eu já ia
contestar, mas o olhar ameaçador
que ele me lançou me impediu de
retrucar.
— Sendo assim, tudo bem.
Divirtam-se. — Assim que papai se
retirou da mesa, me levantei e tentei
correr, mas ele me alcançou.
— Samantha, você sabe que
não consegue fugir de mim então
pare de tentar. Estou furioso com a
cena do café da manhã, e se eu ver
você perto do Carter outra vez, vou
encher essa bunda gostosa de
palmadas... e sabe o que mais,
Samantha? — Ele me encarava com
o rosto bem próximo ao meu, e
todas as suas ameaças faziam
loucuras comigo.
— O que?
— Você vai gostar disso...
Você não imagina o quanto me
enlouqueceu te ver perto de outro
homem. — Continuamos nos
encarando.
— Quer dizer que você pode
ficar com a Cristine mas eu tenho
que ficar longe da concorrência?
— Você sabe que só quero
você! — Ele me puxou mais pra
perto.
— Será mesmo? — O desafiei.
— Você sabe que sim.
— Acho que não sei... na
verdade, não sei de mais nada. —
Puxei meu braço de seu aperto e
caminhei em direção a saída, mas
antes que pudesse escapar ele me
pressionou contra a parede e
roubou minha boca em um beijo
sôfrego, coberto de luxuria, me
fazendo ceder as suas investidas
mais uma vez...
Definitivamente eu não era
mais a mesma, e a sensação de que
nunca mais voltaria a ser como
antes tomou conta de mim...
Capítulo Oito
Samantha

Meu Deus! Aqueles lábios,


sem dúvida alguma, foram feitos
especialmente para beijar. Aquele
homem sabia como usar a língua
direitinho. Provocando-me com
mordidas nos lábios e chupando
habilmente minha língua, ele me fez
esquecer por completo de qualquer
dúvida ou insegurança que sentisse
sobre Cristine. Ficamos na parede
da sala de jantar esfregando os
corpos um no outro,
desavergonhadamente, e seu
membro duro roçava entre minhas
pernas. Estava sedenta por ele e
com a calcinha inundada
novamente. Afastando-se
abruptamente, ele encarou-me com
pura luxuria no olhar.
— Vou te provar de uma vez
por todas o quanto te desejo e que é
só você que eu quero; e se depois
disso você ainda tiver alguma
dúvida da minha palavra, farei tudo
de novo até convencê-la. —
Prometeu ele, e me lançou um olhar
firme que deixou-me de pernas
bambas.
— O que você pretende fazer
comigo, cowboy? — Provoquei-o
com um sorriso nos lábios, e baixei
meus olhos até sua ereção e lambi
os lábios lentamente... sabia o
efeito que isso causava em sua
mente.
— Coisas más, Samantha!
Muito más! — Grunhiu.
— Mal posso esperar por...
Antes que eu pudesse terminar
a frase, ele me colocou por sob os
ombros e saiu me carregando de
dentro de casa até seu carro, me
colocando no banco do carona.
Fechando a porta firmemente, ele
deu a volta e ligou o carro, saindo
em direção a mata.
— Para onde você está me
levando?
— Para um lugar em que eu
possa fazer o que bem entender com
você sem ter que me preocupar se
os outros irão ouvir seus gritos, ou
nos interromper.
— Eu nunca grito na hora do
sexo.
— Oh Sammy, tenho certeza de
que você irá gritar.
— O que você vai fazer
comigo?
— Primeiro eu vou arrancar
esses pedaços de pano que você
chama de roupa...
— E depois?
— Depois vou beijar, morder,
apertar e passar a minha língua por
você todinha, até que você se
contorça e grite de tesão antes
mesmo do meu pau mergulhar nessa
bocetinha depilada deliciosa e
apertada. — Bombeiros me
acudam! Apenas com suas frases e
eu já estava quase gozando.
— Ah é? E o que mais? —
Minha voz já estava trêmula de
excitação.
— Depois de fazê-la gozar
com a minha língua brincando no
seu clitóris, vou mergulhar meu pau
nessa sua boquinha gostosa... Você
gosta de chupar meu pau, não é,
Sammy?
— Oh sim. — Eu já
pressionava minhas coxas na
tentativa de amenizar o desejo
dolorido que estava sentindo.
— Olhe para você, Sammy.
Estou apenas falando e você já está
quase gozando! Tire seu short e
calcinha, tire! Quero ver o quanto
está molhada... quero sentir seu
cheiro. — Esse homem tinha o
controle do capeta! Como
conseguia se concentrar em dirigir
enquanto eu estava à beira do
orgasmo?
Obediente, tirei meu short e a
parte de baixo do biquíni, ficando
nua da cintura para baixo, protegida
de qualquer possível olhar externo
pela solidão das árvores.
— Abra as pernas para mim.
— Obedeci e afastei minhas coxas;
apesar da vontade de juntá-las,
tamanho era o meu tesão.
Segurando o volante com apenas
uma mão, ele mergulhou dois dedos
em minhas dobras encharcadas e
gemi involuntariamente. Seus dedos
ásperos e quentes começaram a
mover-se lentamente, fazendo
movimentos circulares no meu
clitóris, e me contorcia e gemia,
perdendo todo o meu controle. De
repente ele acelerou os
movimentos, e fechei meus olhos,
perdendo completamente o controle
ao gozar.
Tirando os dedos de dentro de
mim, ouvi seu gemido e abri os
olhos, encarando-o. Ele cheirava os
dedos melados e depois chupou-os,
provando meu gosto. — Hmmm,
minha doce Sammy.... eu quero
você, só você.
Concentrando-se na estrada
novamente, ele parou o carro em
frente ao que parecia uma casa de
barcos com um lago em frente.
Descendo do carro, ele veio até o
meu lado e abriu a porta.
— Vem! Ainda não acabei com
você! — Eu ainda estava sob efeito
do orgasmo, tanto que não
conseguia falar nada, apenas aceitei
seu abraço e enlacei minhas pernas
em sua cintura. Ele espalmou suas
mãos grandes em minha bunda e
pressionou minha boceta em seu
membro, que estava quase rasgando
o jeans. Ele me carregou até a
cabana sem deixar de devorar meus
lábios e apertar minha bunda, e
arfei quando ele enfiou um dos
dedos em minha fenda encharcada,
melando seu dedo em meu mel
antes de acariciar meu buraco
proibido. Gemi em seus lábios,
assustada, pois nunca havia feito
nada ali e imaginar aquele membro
gigantesco tirando a virgindade do
meu buraco proibido foi um tanto
quanto assustador.
Ele deve ter percebido minha
tensão pois logo olhou-me com um
sorriso safado nos lábios.
— Minha Sammy, você é
virgem? É amor? Quer dizer que
seu rabinho gostoso é virgem? Eu
disse a você que teria tudo de você
hoje... vou marcar você como
nenhum outro homem já a marcou...
você vai esquecer da existência de
qualquer outro que teve antes de
mim, ou de um futuro que não seja
comigo.
— Você... é um tanto...hmmm...
convencido...
Ele agora acariciava meu
clitóris e chupava meu seio com
força sobre o biquíni, e me derreti
por completo em seus braços. De
repente fui colocada sob uma cama,
e fui despida rapidamente, ficando
exposta aos seus olhos famintos que
pareciam admirar e devorar cada
pedacinho do meu corpo.
— Porra Samantha, você é
muito gostosa! Você é uma
perfeição da natureza! Eu fico de
pau duro só de olhar pra você... —
Ele massageou seu membro por
cima da calça, e passei a língua
pelos lábios, lançando um sorriso
safado a ele; que arrancou as
roupas, mantendo apenas a cueca
boxer branca. Naquele momento,
ele parecia ainda mais apetitoso,
muito mais que qualquer modelo de
revista.
Ele subiu em mim e
começou a cumprir sua promessa;
beijando, chupando, mordendo e
lambendo cada centímetro de mim,
até que virasse pura lava derretida.
Eu gemia e gritava quando ele
chegou em minhas áreas mais
sensíveis. Quando ele abocanhou
um dos meus seios, vi fogos de
artifício enquanto ele trabalhava
com maestria em meu mamilo
enrijecido. Sua língua
movimentava-se languidamente,
fazendo movimentos circulares no
meu seio e seu pau, duro feito
rocha, esfregava-se no meu clitóris.
Então ele foi descendo até minha
boceta, deixando uma trilha de
beijos no caminho e quando
mergulhou sua boca e me chupou,
gozei quase instantaneamente e
segurei firme sua cabeça para
mantê-lo grudado em minha boceta,
tomando cada gota do meu gozo
enquanto eu convulsionava em
baixo dele.
De minha boca saiam
palavras desconexas... minha fenda
estava dolorida pelo orgasmo
intenso, mas ele continuou seu
trabalho com sua língua e dentes,
arranhando minha carne inchada e
então eu senti outro orgasmo se
formando no fundo do meu útero, e
agarrei seus cabelos com força e
gozei uma vez mais.
-Alexandre… Oh! — Meu
grito ecoou aos quatro cantos
daquela pequena cabana.
— Toda minha, apenas minha.
— Ele levantou e fiou de pé ao
lado da cama. Sua boca estava toda
melada com meu mel, e ele passou
a língua nos lábios, provando; e
baixou sua cueca, fazendo seu
membro grosso saltou para fora. A
ponta estava inchada e melada com
sua excitação. —Traga sua
boquinha gostosa aqui. — Gemeu.
Ele segurava seu membro em
sua base, fazendo movimentos de
vai e vem. Engatinhei até ele e
deixei-o ter uma visão privilegiada
da minha bunda empinada. Eu iria
chupá-lo todinho! Meu desejo por
esse homem só crescia a cada
segundo, e estava me tornando
insaciável por ele, como se sempre
bebesse água e ainda assim
estivesse morrendo de sede.
Abocanhei seu membro,
chupando-o gulosamente; e ele
agarrou meus cabelos e começou a
movimentar-se, fodendo minha
boca com vontade.
— Oh! porra que boquinha
deliciosa... isso chupa minha linda,
gostosa ... hmm....
Ele continuou fodendo minha
boca, e quando senti que ele estava
vindo, apertei ainda mais os lábios
em torno dele, chupando-o ainda
mais forte. Então ele derramou sua
semente dentro de minha boca, e
engoli tudo avidamente, limpando-o
com minha língua.
Alexandre me puxou para os
seus braços e mergulhou sua língua
nos meus lábios. Gemi em meio aos
beijos ainda mais intensos, sentindo
nossos gostos misturados um no
outro; além do cheiro forte e
inebriante de sexo no ar.
Continuamos a duelar com nossas
línguas e mãos, trocando carícias
ousadas e sensuais, até que senti
que ele estava duro novamente.
— Viu o que você faz comigo?
É só com você que fico assim,
incontrolável. Sammy, estou maluco
por você. — Seus olhos de um azul
profundo me encaravam. — Vire-se
de quatro pois quero foder duro e
forte nessa bocetinha gostosa.
Fiz o que ele ordenou, e ele
esfregou seu membro em minhas
dobras, melando-o e me deixando
ainda mais maluca; até invadir-me
de uma vez. Um grito involuntário
escapou dos meus lábios quando
ele começou a movimentar-se
rápido e forte, apertando minha
bunda com as mãos, praticamente
me rasgando ao meio... estava
gostoso demais, alucinante demais.
Eu não queria que ele parasse
nunca, e estava completamente
perdida entre gozos e gemidos.
Gritava tão alto que sabia que
corria o grande risco de ficar
rouca, mas não pensava em nada,
apenas sentia e mergulhava naquela
dança louca e alucinante.
Minha boceta pingava tanto
que se parecia com uma cachoeira
de tão encharcada que estava. Eu
me movimentava com ele,
rebolando naquele pau imenso. De
repente, ele tirou o pau de dentro de
mim e mergulhou dois dedos em
minha boceta melada antes de
voltar a me foder; e com os dedos
milhados, passou a bolinar meu
buraco proibido. Estava tão
perdida em sensações que nem me
importei quando ele me invadiu
com dois dedos, me abrindo para
ele. Admito que senti um ligeiro
incomodo, mas logo passou
conforme me distraia com ele
fodendo minha boceta.
— Tão apertada, tão gostosa...
vou comer seu rabinho virgem hoje,
Samantha. Você vai ser minha de
todas as formas. Você será minha
para sempre, entendeu? — Ele
perguntou enquanto permanecia se
movimentando dentro de mim.
— Oh sim... sim .... — Estava
tão alucinada, que naquele momento
concordaria com qualquer coisa
que ele me propusesse.
Ele então enfiou mais um dedo,
me alargando mais. Eu sabia que
estaria quebrada ao meio depois
que ele terminasse o serviço, mas
não me importava... eu o queria
acima de tudo e de todos.
Então quando gozei uma vez
mais, ele tirou seu membro melado
de dentro de mim e forçou sua
entrada no meu ânus; e me contrai
assustada com sua invasão.
— Se você quiser eu paro. —
Disse ele, acariciando minha coxa.
— Não... eu quero que você
me coma, todinha. — Disse e me
abri novamente para ele.
— Nunca vou machucar você,
Sammy. — Não sabia se era viagem
de minha mente, mas interpretei a
frase com duplo sentido.
— Eu sei, só estou assustada.
— Minha frase também continha
umduplo sentido.
— Confie em mim. — Pediu,
com a voz rouca.
— Tudo bem.
Ele então voltou a foder minha
boceta e a bolinar meu buraco
enrugado com os dedos, antes de se
posicionar novamente em minha
entrada; tomando-me aos poucos.
Senti uma ardência e um
desconforto inicial, mas logo me
acostumei com ele, que passou a se
movimentar mais rápido enquanto
manipulava meu clitóris. Seus
gemidos selvagens, quase
animalescos, me deixavam maluca,
e incrivelmente, senti outro
orgasmo se formar forte; algo
intenso e diferente de tudo o que já
vivi.
Aquele homem virou minha
vida de pernas para o ar,
literalmente.
Cristine

Homem mais gostoso não há.


O problema era ele ser só um
enfermeiro, mas estava instigando-o
a tornar-se médico... pelo menos
um clinico–geral; assim quando me
casasse, poderia levá-lo para morar
conosco na fazenda para que ele
fosse médico dos animais, e nossos
encontros ficariam mais fáceis.
Enquanto admirava-o dormir
naquela manhã de domingo, meu
celular tocou com uma ligação de
Carter. Para evitar que Michael
escutasse nossa conversa, peguei o
celular e corri para a sala.
— Posso saber o que você
quer me ligando? — Questionei
impaciente.
— Tenho uma novidade para te
contar. — Disse ele com desdém.
— O que?
— Parece que você irá voltar
para minha cama antes que
pudéssemos imaginar. — Disse ele,
rindo.
— Como assim? — perguntei
preocupada.
— Bem, digamos que seu
noivo está interessado em outra
pessoa.
— Porra! Fale logo, Carter. De
quem você está falando? Quem é a
vadia? Quebrarei ela ao meio antes
que pense em roubar ele de mim. —
Disse irritada.
— Você é burra ou se faz?
— Fale logo, homem!
— Depois do café da manhã
tive que ir trocar de roupa, já que
sua irmãzinha me deixou todo
melado...
— Eu lá quero saber da
Samantha! Desembucha logo o
nome da vadia, Carter. — Disse
beirando a impaciência.
— Deixa-me terminar.
— Isso tem alguma
relevância?
— Sim.
— Tudo bem, continue. —
Revirei os olhos.
— Ela me melou de suco e seu
noivinho ficou bem irritado pelo
fato dela ter tentado limpar o suco
da minha calça; e quando retornei à
mesa para dar em cima dela um
pouco mais, qual não foi minha
surpresa em vê-los praticamente se
devorando contra a parede da sala
de jantar.
— O que? Que merda você ta
falando? Você está dizendo que a
Samantha e o Alexandre estão
juntos? Não acredito que aquele
infeliz está me traindo! E o pior,
com a gorda da minha irmã!
— Hey, senhora santa... Vamos
dar um jeito nisso. Está pronta para
ser mamãe?
— Sim, e também estou pronta
para fazer da vida da minha irmã
um inferno.
Capítulo Nove

Samantha

Sinceramente, achei que


tivesse encontrado meu par
perfeito. O que senti por Michael,
em comparação ao que sentia
agora, parecia coisa de criança.
Aquilo era algo completamente
louco, não é? Havia o conhecido a
poucos dias, mas já estava
completamente apaixonada. Sabia
que lutaria por ele com unhas e
dentes, mas infelizmente ainda
haviam algumas dúvidas em minha
mente, e iria aproveitar esse
momento para tirá-las a limpo.
Estava exausta depois de ser
virada do avesso por ele, deitada
naquele tanquinho perfeito enquanto
ele acariciava meus cabelos. Ergui
minha cabeça e olhei em seus
olhos, tão azuis quanto o mar; e ele
sorriu para mim.
— Posso te fazer uma
pergunta, Alexandre?
— Claro.
— O que vai acontecer agora?
— Agora eu vou ficar contigo
se você me quiser, e vou terminar o
noivado com a Cristine. — Disse
tranquilamente.
— E se eu não quiser nada
com você?
— Ainda assim vou terminar
com ela; mas neste caso, eu vou te
sequestrar, até entrar nessa sua
cabecinha dura que fomos feitos um
para o outro. — Minha garganta
ficou seca de repente e me faltou o
ar nos pulmões. — Eu planejei esse
fim de semana inteiro para ficarmos
juntos.
— Eu gostaria muito de
acreditar que você planejou o fim
de semana para nós dois, mas não
posso. — Baixei meu olhar.
— Por que? — Perguntou
tenso.
— Porque você ligou para a
Cristine assim que me deixou na
boate. Eu ouvi ela dizendo o quanto
estava ansiosa para passar o fim de
semana com você também. —
Respondi amargurada, me sentando
na cama.
— Sammy, isso é impossível.
— Ele colocou sua mão em meu
queixo, erguendo meu rosto em sua
direção. — Em primeiro lugar, meu
celular estava sem bateria; tanto
que quando cheguei em casa o
coloquei para carregar desligado.
Em segundo lugar, você não sai da
minha cabeça desde o dia em que
toquei seus lábios pela primeira
vez; e em terceiro lugar, nunca amei
sua irmã... iria me casar com ela
por conveniência. Sei que soa
horrível dizer isso, mas vi que devo
seguir a minha vida da forma que
acho melhor, e eu quero ficar com
você, conhecer você melhor... suas
manias. Você por inteira, entendeu?
— Seus olhos demonstravam
sinceridade tamanha que resolvi
mergulhar naquele mar
desconhecido e descobrir o que
tínhamos a qualquer custo. Antes
tinha apenas uma pergunta a fazer,
para ter certeza de que ele não se
importava mesmo com minha irmã.
— Eu também quero isso,
muito mesmo. — Ele abriu um
sorriso de orelha a orelha. — Mas
só uma coisa... se não foi você
quem ligou para a Cristine, quem
foi? — Estava literalmente
observando cada expressão facial
dele, para ver se ele sentiu ciúmes
dela.
— Talvez ela tenha um amante.
— Disse tranquilamente.
— E isso te incomoda? —
Questionei.
— De jeito nenhum. Na
verdade, isso me deixa aliviado, e
você sabe por quê?
— Por quê?
— Porque assim não me sinto
culpado por estar louco pela irmã
dela. — Ele roubou um beijo
intenso, despejando todas as
emoções confusas que estávamos
sentindo.
Eu sabia que não seria nada
fácil o que enfrentaríamos para
ficarmos juntos, mas lutaria por ele.
Não iria me acovardar.
Cristine
Desliguei o celular e segui
para o quarto pisando firme.
Michael ainda encontrava-se
deliciosamente nu e estirado na
cama, e fiquei tentada a ter uma
terceira rodada com ele; mas
precisava resolver minha vida.
Comecei a catar minhas roupas
no chão, tentando não olhar para a
cama.
— Onde você vai, princesa?
— Vou voltar para a fazenda.
A puta da minha irmã te se
engraçando para o meu noivo. —
Falei irritada. — Deve estar
querendo se vingar de mim porque
tirei você dela.
— A Samantha não tem jeito
de ser vingativa. — Disse ele,
franzindo a testa.
— O que é? Está defendendo
ela é? — Questionei irritada.
— Claro que não, Cris. Não
viaje, amor... volta pra cama volta.
— Pediu ele, dando tapinhas no
lugar ao seu lado.
— Não seja ridículo, Michael!
A minha vida está desmoronando e
você quer que eu volte para cama
contigo? Por favor, vou garantir
meu noivo rico primeiro! Imagina
só se ele me deixar, será a vitória
para a minha irmã, e não darei esse
gostinho para ela.
Ele não respondeu mais nada,
apenas recostou-se nos travesseiros
como o bom cãozinho que era, e fui
tomar meu banho; pois não poderia
chegar na mansão de Alexandre
com o cheiro de Michael. Vesti-me
rapidamente, passei uma
maquiagem básica e higienizei
minhas mãos com álcool; tudo para
faze-los pensar que eu estava no
hospital.
— Tchau docinho... nos
falaremos mais tarde. — Disse para
ele carinhosamente.
— Tchau Cristine. — Disse
carrancudo.
— Hey, que carinha é essa
hein? Você sabia desde o início que
seria assim, então não torra a minha
paciência.
— Tudo bem, tchau princesa.
— Assim que eu gosto. — Dei
um selinho em seus lábios e sai
pisando firme em direção a saída,
já sacando meu celular da bolsa.
— Carter, onde está o
Alexandre que não atendeu o
celular? — Questionei assim que
ele disse alô.
— Ele saiu com a sua irmã há
algumas horas e ainda não voltou.
— O meu sangue começou a ferver.
Faria a vadia da minha irmã pagar
caro por isso.
— Vou passar em casa para
pegar meu carro e estou a caminho
daí. — Desliguei o celular e segui
meu caminho. Iria acabar com
aquela putaria de uma vez por
todas. Onde já se viu me trair? O
Alexandre me paga! E a Samantha
vai ter o sofrimento que merece!

Alexandre
Ela estava linda demais,
enrolada em uma toalha de banho
com seus cabelos loiros molhados,
assim como no dia em que nos
conhecemos. Eu queria devorá-la
por inteiro novamente, mas sabia
que ela estava dolorida.
— Por que está me olhando
assim? — Perguntou ela, meio sem
jeito.
— Você é tão linda Sammy,
que não consigo parar de olhar para
você.
— Assim você me deixa
encabulada... Mas você também não
é tão ruim assim. — Ela sorriu
divertida.
— Como é possível eu ter tido
tudo de você e ainda assim querer
muito mais agora? Você está
mexendo comigo de uma forma que
mulher nenhuma mexeu. —
Aproximei-me dela e acariciei seu
rosto. — O que você fez comigo
Sammy?
— Não sei, Alexandre...
Teremos muitos problemas pela
frente, você sabe disso, não?
Preciso saber se você está mesmo
disposto a levar isso a frente, pois
vou enfrentar a ira da minha
família, principalmente da minha
mãe e irmã; então preciso saber se
é isso mesmo que você quer. — Ela
olhou-me nos olhos, e aquela íris
azul espelhava todos os meus
receios.
— Samantha, é claro que vou
estar do seu lado. É claro que tenho
certeza do que quero; na verdade,
nunca tive tanta certeza em toda a
minha vida. É você quem eu quero,
a única que eu quero. — Garanti.
— Eu moro em Nova Iorque.
— Sch., resolvemos isso
depois, um passo de cada vez.
Agora vamos voltar para casa, pois
quero resolver isso logo. Não
aguento mais ter que esconder o que
sinto toda a vez que estamos perto
um do outro... quero poder tocar
você, abraçar você, poder chamar
você de minha.
— Possessivo. — Ela sorriu.
— Você não faz ideia do
quanto. — Acariciei seu rosto
novamente e ergui seus lábios para
um beijo lento e sensual. Tirando
forças que sequer sabia ter, me
afastei dela.
— Vamos, minha linda... temos
que resolver esse problema logo.
— E como você pretende fazer
isso se minha irmã não está aqui?
— Falando com minha mãe em
primeiro lugar.
— Estou nervosa.
— Não fique, Sammy. Ela
amou você, e só quer minha
felicidade, que é você.
Nos vestimos rapidamente e
logo rumamos de volta a mansão.
Ao avistarmos a casa, vimos
Cristine parada na entrada, e
Sammy ficou tensa
instantaneamente. Cristine estava de
braços cruzados, e com uma cara
nada boa.
Apertei a mão de Sam, que
estava gelada e suada. Descemos
do carro e ela se aproximou.
— E então pombinhos, estava
bom o passeio?
Capítulo Dez

Alexandre

Nos aproximamos da Cristine


e então sussurrei para a Sammy
apenas para que ela escutasse.
— Pode entrar que resolvo
isso. — Ela me encarou indecisa e
começou a caminhar em direção a
casa lentamente. Encarei Cristine
que agora matava sua irmã com o
olhar.
— Cristine. — Chamei sua
atenção para mim.
— Hey benzinho... já sei
exatamente o que você vai me
dizer; algo do tipo: “Amorzinho não
é o que você está pensando” e tudo
o mais. — Disse ela revirando os
olhos
— Na verdade, é exatamente
isso que você está pensando; e por
isso precisamos conversar. — A
encarei sério, e imediatamente seu
queixo pendeu e ela fez cara de
choro, e percebi que Sammy ainda
estava por perto.
— O que você está me
dizendo? Que comeu a puta da
minha irmã? Ah, isso eu já
esperava mesmo... ela deve ter se
jogado no seu colo só para se
vingar de mim. — Ela cuspiu todas
essas palavras; e antes que eu me
desse conta, Sammy havia
derrubado a irmã, e estava
enchendo a cara da Cristine de
tapas.
Fiquei atônito por alguns
instantes e só então fui separa-las.
— Puta é você, Cristine! E
onde você estava até agora? E não
vem me dizer que estava no
hospital cuidando da sua amiga
porque você não se preocupa com
ninguém além de si própria. —
Sammy gritava e se debatia nos
meus braços.
— Eu estava sim no hospital!
Sou uma boa amiga... Pior é você
que nem tem amigos e ainda fica se
atirando na cama do homem da tua
irmã. — Cristine ainda a
provocava, deixando Sammy ainda
mais irada nos meus braços.
Cristine estava com a cara toda
vermelha e seu lábio sangrava.
— Eu não me joguei na cama
de ninguém, sua lunática! Apenas
aconteceu! Não tenho culpa se ele
prefere a irmã geek aqui. — A
gritaria foi tamanha, que todos
saíram de dentro de casa para ver o
que era.
Pronto... agora é que fodeu
tudo, meus planos de contar para
a minha mãe em uma conversa
calma foram para os ares.
— O que está acontecendo
aqui? Minha filha, o que houve com
seu rosto meu amor? — A senhora
Rachel desceu os degraus
apressadamente e logo foi confortar
a filha mais nova. Sammy já havia
se acalmado e finalmente a soltei.
— Filho, o que houve? —
Minha mãe questionou.
— O que houve é que esses
dois estão se comendo pelas minhas
costas. Estou sendo traída pela
minha irmã e por meu noivo! Isso é
um pesadelo. — Cristine forçou
tanto uma expressão de coitadinha,
que agora até mesmo eu reconheci.
— Meu filho, isso é verdade?
— Mamãe, eu explicarei tudo
para a senhora depois. Não vamos
fazer isso tudo um circo... — Tentei
acalmar a todos, mesmo que eu
estivesse uma pilha pela bagunça
que se formou.
— Concordo com o
Alexandre... Vamos entrar e
conversar como pessoas
civilizadas. — O senhor Erick se
pronunciou.
— Civilizadas é uma ova! —
Gritou a senhora Rachel. — Olha o
que você fez para a Cristine! Olhe
como deixou ela desolada. — Ela
gritava em direção a Samantha. —
Para que você veio pra cá? Para
estragar a vida dela? Você nunca
deveria ter voltado! — Ela disse
com um olhar gelado, e suas
palavras mais pareciam facas
lançadas para Sammy.
— Por que a senhora me odeia
tanto? Hein mamãe? Sempre foi
assim, sempre. O que fiz para a
senhora de tão ruim? — Sammy
agora chorava copiosamente.
Aproximei-me e abracei-a... não
conseguia vê-la tão frágil.
— Você ainda pergunta? Não é
obvio? — Disse Rachel com um
sorriso cínico no rosto.
— Cale a boca, Rachel! — Foi
a vez do meu centrado sogro se
exaltar. As veias do pescoço do
senhor Erick pareciam que iriam
estourar a qualquer momento.
— Já está mais do que na hora
dela saber, Erick.
— Não Rachel! Cale-se!
— De que porra vocês estão
falando? — Gritou Sammy, e se
soltou do meu abraço.
— Você não é minha filha! —
Rachel falou de uma só vez. Senti
que Sammy iria desmaiar a
qualquer momento e a amparei, tão
perplexo quanto o restante da
plateia; exceto Cristine, que parecia
saber de tudo.
— O ... quê? — Gaguejou
Sammy, apoiada em mim.
— Isso mesmo que você
escutou! Eu não conseguia
engravidar nunca e estava sempre
estressada, então seu pai resolveu
distrair a cabeça com nossa
empregadinha e ela engravidou;
morrendo logo em seguida que você
nasceu. Como ela não tinha família,
seu pai trouxe você para a casa... A
prova de sua infidelidade e de
minha mágoa. Logo em seguida tive
a Cristine, minha filha de verdade!
Você nunca passou de uma bastarda.
— Já chega dessa merda toda,
Rachel! — Senhor Erick desceu as
escadas da varanda rapidamente se
aproximando da Sammy. — Filha,
me perdoe por ter mentido para
você. — Ele tentou acariciar seu
rosto, porém ela se afastou do seu
toque.
— Fui enganada por vocês por
todos esses anos! Por todo esse
tempo me senti a filha não desejada
por minha própria mãe, e teria
doído muito menos se você tivesse
me contado a verdade. Você
passava semanas viajando a
trabalho e me deixava aos cuidados
dela! Ela só sabia me menosprezar,
me maltratar, fazer com que eu me
sentisse inferior. Eu quero distância
de todos vocês. — Disse com
amargura, e entrou correndo em
casa. Fui correr atrás dela, porem
minha mãe me impediu.
— Se você não quer mais se
casar, resolva isso de uma vez. Não
criei filho meu para que ele
abandonasse um compromisso
desse jeito; então converse com sua
noiva agora e termine isso tudo de
uma vez. Não meta um assunto em
cima do outro Alexandre. — Ela
me lançou aquele olhar que as mães
lançam aos seus filhos para que
obedeçam sem contestar... eu sabia
que ela tinha razão, tinha que
terminar esse bendito noivado de
uma vez, para poder correr atrás da
minha Sammy.
— Cristine. Precisamos
conversar. — Aproximei dela e de
sua mãe, que ainda acariciava seus
cabelos como se ela fosse uma
criança.
— Agora não, Alexandre.
Estou muito abalada com isso que
vocês me fizeram. Isso é
imperdoável! Preciso de um tempo
para digerir tudo isso, tudo bem?
— Mas Cristine... — Ainda
insisti. Queria acabar logo com
esse compromisso, porém ela me
interrompeu.
— Eu já disse Alexandre, me
procure lá pela quarta-feira e então
conversaremos.
— Tudo bem, Cristine.
Eu me sentia muito
incomodado com aquela situação,
e queria resolver tudo logo e me
ver livre para estar com minha
Sammy.

Samantha

Ainda tremendo sem parar,


peguei meu celular. As lágrimas
teimavam em cair como uma
cachoeira que nublava minha visão.
Meu peito doía tanto que pensei que
teria um infarto. Procurei o número
do Daniel e disquei.
— Alô papagaio loiro, o que
quer? — Ele atendeu animado.
— Daniel, preciso de você. —
Respondi com a voz embargada.
— O que houve, Sam? —
Perguntou preocupado.
— Depois te explico... você
pode vir me buscar agora?
— Onde você está linda?
— Você sabe... Estou na
fazenda do Alexandre. Vou mandar
minha localização por GPS e você
vem me buscar, tudo bem?
— Tudo bem. Estarei ai em
poucos minutos.
Terminei de enfiar tudo o que
trouxe na minha pequena mala, e as
lágrimas não me deixavam em paz.
Toda a minha vida foi uma grande
mentira, e perceber isso parecia ter
drenado minhas energias. Em
pensar que a poucas horas eu estava
tão feliz e realizada, disposta a
lutar firme e forte contra o mundo;
porém eu não esperava que essa
bomba caísse em cima de mim
assim.
Capítulo Onze

Samantha
O momento de reflexão fez
com que um filme da minha vida
inteira corresse diante de meus
olhos: as vezes em que fui colocada
de castigo por coisas que eu sequer
tinha feito, as vezes em que eu e
Cristine aprontávamos, mas em que
apenas eu apanhava. Minha mãe,
digo a Rachel sempre passou a mão
pela cabeça da Cristine, dizendo
que se ela aprontava era por
influência minha por eu ser a mais
velha. Lembrei ainda de quando
entreguei minha virgindade ao
Michael e descobri tempos depois
que ele estava tendo um caso com a
Cristine e ele me deixou. Corri para
o colo da Rachel, a procura de um
conforto de mãe, e ela apenas disse
que eu estava fazendo tempestade
em copo d’água e para deixar
minha irmã em paz. Eu nunca havia
entendido o porquê dela sempre
passar a mão na cabeça de Cristine,
mas agora tudo estava claro para
mim.
Eu estava perdida em
pensamentos quando meu celular
tocou, com uma ligação de Daniel.
— Oi. — Falei desanimada.
— Já estou aqui. Cadê você?
— Questionou Daniel.
— Como chegou tão rápido?
— Helicóptero papagaio,
agora vem logo.
— Estou indo. — Quando
peguei minha mala de mão,
Alexandre entrou pela porta com
uma expressão preocupada. Sem
pensar, joguei minha mala no chão e
corri para os seus braços.
— Oh Sammy, como você
está? Não se preocupe, estarei ao
seu lado para enfrentar tudo isso.
— Naquele momento me permiti
sentir toda aquela emoção que
reprimia a muito tempo: esperança.
— Tudo bem, Alexandre. Eu
vou ficar bem. — Afastei-me um
pouco de seu abraço, e ele
acariciou meu rosto com as costas
das mãos.
— Onde você vai? — Ele viu
a mala pronta no chão e perguntou.
— Preciso ir. Não conseguiria
ficar aqui ou na casa do meu pai no
momento... vou pra casa do
Daniel... preciso organizar as
ideias.
— Daniel é o Playboy que
você saiu de moto aquele dia? —
Perguntou, fazendo uma careta.
— Sim. É tão bonitinho você
com ciúmes... só assim para me
fazer rir. — Eu sorri pra ele.
— Não estou com ciúmes,
apenas estou zelando por você.
— Tudo bem, vou fingir que
acredito. Alexandre, o Daniel é
meu amigo desde sempre... ele que
sempre me acolhia quando
min....quando a Rachel tinha suas
crises. Nós somos como irmãos,
não temos nada e nunca iremos ter.
— Gostaria que você ficasse
aqui. — Disse acariciando meu
rosto.
— Eu também, mas vamos dar
tempo ao tempo. Vou organizar
minhas ideias essa semana... tenho
muitas coisas para processar.
Agora você, resolva-se logo com
sua noiva.
— Ex-noiva.
— Ainda não que eu saiba.
— Ei Sammy... quando iremos
nos ver? Você ainda nem saiu do
meu abraço, mas já sinto sua falta.
— Me dê seu celular. — Ele
me entregou o aparelho. Disquei
meu número e liguei para o meu
celular que vibrou na hora. —
Pronto, agora poderemos nos
comunicar.
— Tudo bem.
— Preciso ir, cowboy.
— Não desista de nós, Sammy.
— Disse ele olhando-me
profundamente nos olhos.
— Não desistirei. — Garanti,
e logo nossos lábios estavam
colados. Uma lágrima solitária
escapou dos meus olhos.
Afastando-se, ele beijou meus
olhos limpando a lágrima com a
boca, e senti um aperto no peito por
deixa-lo para trás. Queria poder
ficar ao seu lado e ser confortada
por ele, mas nem tudo é da forma
como queremos; a vida as vezes
consegue ser mais complicada do
que gostaríamos.
— Eu levarei você até lá fora.
— Melhor não... Não vamos
criar ainda mais alvoroço.
— Está certo... até mais
Sammy. Se precisar ligue.
— Tudo bem. — Eu saí pela
porta ainda mais despedaçada.
Perto dele me sentia um pouco mais
corajosa e indo embora me sentia
apenas uma garotinha indefesa.
— Filha, por favor, vamos
conversar. — Meu pai apareceu na
minha frente e parecia transtornado.
— Deixe-me explicar meu amor.
— Não dá. Papai hoje não dá.
Conversaremos outra hora.
— Mas você precisa saber...
eu não sabia o que ela fazia... eu
pensei que ela tratasse você bem,
meu amor.
— Pai, agora não.
— Mas você vai voltar para
nossa casa, certo? Para podermos
conversar?
— Nossa casa? — Dei uma
risada amarga. — Não papai, vou
ficar no Daniel. Quando eu estiver
pronta para conversar, te ligo.
— Tudo bem minha filha... Vou
respeitar seu espaço.
— Obrigada, estou muito
magoada... preciso de tempo para
assimilar tudo isso.
— Tchau filha, nunca esqueça
que eu te amo, e que sinto muito.
Virei as costas e as lágrimas
novamente teimaram a turvar minha
visão. O homem que mais amei em
minha vida havia mentido para
mim. De todos no mundo ele era a
última pessoa que pensei que fosse
me magoar, e aquilo doía demais.
Encontrei Daniel parado na
porta, ansioso. Ele conversava com
a senhora Tereza e ela parecia
encantada por ele. Quem não se
encantaria pelo Danny; afinal, ele
além de ser muito simpático, tinha a
aparência de um príncipe, daqueles
que lemos nos contos de fadas.
Seu grande helicóptero branco
estava no meio do gramado bem em
frente à casa. Logo que ele me
avistou, correu para o meu abraço,
e só então percebi o quanto
precisava de um abraço amigo.
Após nos afastarmos e ele limpar
minhas lágrimas com a ponta dos
dedos, me despedi e pedi desculpas
a senhora Tereza.
— Não tem o que se desculpar,
minha linda. Todas as famílias tem
os seus segredos, e você foi a
vítima nessa história toda.
— Nem de tudo sou vítima...
estou realmente com o seu filho. A
senhora não se opõe a isso?
— Tudo o que uma mãe quer é
ver seu filho feliz, então está tudo
bem. Agora vá descansar e volte
aqui sempre que quiser. — Ela
sorriu compreensiva para mim.
— Obrigado.
Segui com Daniel em direção
ao helicóptero e a Cristine
apareceu antes que chegássemos lá.
— Se você pensa que o
Alexandre vai me deixar para ficar
com você, está muito enganada,
bastardinha. Eu sempre tenho tudo o
que quero em minhas mãos, então
eu se fosse você, arrumaria suas
trouxinhas e voltava para o lugar de
onde veio.
Quando fui revidar e me
avançar na cara daquela vagabunda,
Danny me segurou e impediu.
— Deixa Sam. Essa ai não
vale o esforço. Ela é tão
insignificante que precisa fazer
beicinho e ficar gritando para
chamar a atenção. —E se voltou a
ela — Você não vale nada, Cristine!
Cresça! A escola já terminou a
muito tempo e você não é mais a
rainha do baile. Agora está mais
para Barbie com defeito de fábrica.
— Daniel a atacou com as palavras
tão duras, que ela apenas fez o
famoso beicinho e correu chorando
para os braços da mãe dela.
No ombro de Daniel e já
dentro do helicóptero chorei até
chegarmos ao terraço de sua
cobertura.
Entrei no apartamento
elegante, porém nem prestei a
atenção em muita coisa, e deixei
que me guiasse até o quarto de
hospedes.
— Hey papagaio, quer
conversar?
— Não Danny, eu estou bem.
— Olhei para ele, cansada. — Está
certo... eu não estou bem, mas não
estou pronta para conversar agora.
Quero apenas tomar um bom banho,
comer alguma coisa e dormir até
2040, pode ser? — Sorri
forçadamente.
— Tudo bem. Exceto pelo fato
de dormir até 2040, até porque sua
amiga chega amanhã. Esqueceu?
— Ah verdade. Graças aos
céus Jess vem. Ela pode ficar aqui
também? Se tiver, procuraremos um
hotel.
— Hey, claro que não. Agora
vá tomar seu banho que mandarei a
Claire preparar algo para você.
— Obrigado, Danny. Não
vamos incomodá-lo prometo.
Ele apenas sorriu e saiu do
quarto. Escolhi uma calça de
moletom e uma blusinha branca
bem confortável. Precisaria buscar
minhas coisas na casa do meu pai o
quanto antes.
Antes que eu entre no banho,
meu celular tocou com uma
mensagem do Alexandre:
“Sammy,
Já sinto sua falta, minha
linda. Estou com seu computador
desde o dia do lago... quando for
ver você eu levo.
Fique bem. Beijos”
Sua mensagem me fez sorrir e
antes de ir para o chuveiro,
respondi:
“Tudo bem, também já sinto
sua falta. Em breve nos veremos,
Alexandre. Não conseguirei ficar
muito tempo afastada. Beijos”
Após um banho relaxante na
banheira de hidromassagem, me
vesti e quando cheguei no quarto
havia uma bandeja com um prato
pronto, junto com um suco de
laranja e um bilhete ao lado.
“Precisei sair para resolver
um problema com um acionista.
Me desculpe, papagaio. Qualquer
coisa me ligue.”
Após me alimentar, me joguei
na cama e depois de pensar muito e
chorar ainda mais, peguei no sono.

Uma Semana Depois...


Já havia passando uma semana
do dia que começou no paraíso e
terminou no inferno. Eu ainda não
estava pronta para conversar com
meu pai, que já havia ligado
diversas vezes para o telefone de
Daniel, para saber como eu estava.
Eu ainda estava magoada demais
com ele, pois apesar de sempre me
tratar bem, ele mentiu e permitiu
que pensasse que minha própria
mãe não gostava de mim, quando
seria muito mais fácil se eu
soubesse que ela não era minha mãe
de verdade.
A Jess já havia chegado e isso
me ajudou muito, mesmo que ela e
Daniel não tivessem se suportado
desde o primeiro instante. Eles
implicavam tanto um com o outro
que chegava a me irritar.
Minhas coisas vieram pra cá
através do empregado de confiança
de Daniel, que recolheram todas as
coisas e facilitaram minha vida,
pois não precisei colocar meus pés
naquela casa.
Falei com Alexandre por
telefone no decorrer da semana
inteira e finalmente teríamos nosso
primeiro jantar juntos. Eu estava
louca para vê-lo e já me sentia bem
o suficiente para desfrutar de sua
companhia.
— Nossa, você está linda. —
Jess entrou no meu quarto enquanto
terminava de me arrumar. Eu estava
usando um vestido cor de berinjela
que moldava as curvas do meu
corpo e tinha um generoso decote
na frente. Resolvi deixar meus
cabelos soltos, como Alexandre
gostava. — Ele vai cair de quatro
quando te ver.
— E você, amiga. Vai fazer o
que hoje? — Jess estava linda
como sempre. Seus cabelos
estavam presos em um coque, e ela
vestia uma camiseta preta do
AC/DC, short jeans desbotado e
sem maquiagem alguma no rosto.
Eu achava incrível como ela
conseguia ser tão linda sem usar
qualquer maquiagem.
— Eu vou tentar trabalhar um
pouco; isso se o seu amigo não
resolver trazer alguma puta para cá
e ficar batendo a cama na minha
parede. Posso ficar no seu quarto?
Preciso de tranquilidade para
trabalhar. — Jess trabalhava como
tradutora de livros, e falava mais
de sete línguas diferentes. Neste
momento, ela estava traduzindo
para o inglês o livro de uma
renomada autora francesa.
— Amiga, o Daniel esteve
com uma mulher apenas na primeira
noite que você passou aqui.
— Não importa! Ele é um
galinha e pode trazer outra cadela
pra cá a qualquer momento. —
Disse ela, irritada.
— Jess... você precisa gozar,
amiga. Está muito estressada... por
que não pede para o motorista do
Daniel te levar ao Hard Rock?
— Vou pensar. — A campainha
tocou nesse momento e meu
coração deu um pulo dentro do
peito.
— É ele! — Disse e levantei
rapidamente. — Como eu estou? —
Jess começou a rir de mim. — Ei,
não tem graça!
— Claro que tem! Nunca te vi
ficar assim por homem nenhum...
Mal posso esperar para conhecer
esse tal Alexandre que fez a Cruella
virar Cinderela.
— Besta! Me diz logo como
estou... — Dei uma voltinha e ela
assoviou.
— Está gatíssima. Agora
vamos que quero conhecer esse
cowboy. — Descemos as escadas e
Jess logo cumprimentou Alexandre.
Assim que coloquei meus olhos
nele, meu coração pulou dentro do
peito, estava extremamente
saudosa. Ele cumprimentou a Jess
com um sorriso no rosto e logo seus
olhos pousaram em mim.
Uma onda de eletricidade
pairou no ar. Ele passeou seu olhar
por todo o meu corpo e fez minha
parte necessitada tremer apenas
com seu olhar. Eu precisava montar
nesse homem hoje.
— Oi Sammy, você está
deliciosa. — Sussurrou ele em meu
ouvido assim que nos
aproximamos. Ele é quem estava
delicioso, vestindo uma calça jeans
escura e uma camisa polo azul, que
fazia seus olhos se destacarem
ainda mais, e que me deixou com
água na boca... sem contar o volume
nas suas calças que já me deixou
toda molhada e pronta para receber
a Alexandroconda.
Enlacei meus braços em volta
de seu pescoço e o beijei
apaixonadamente. Automaticamente
suas mãos foram para a minha
cintura, aproximando nossos corpos
enquanto nossas línguas dançavam
lenta e sensualmente. Pude sentir
seu membro cutucar minha pélvis e
agarrei seus cabelos com força.
Pigarreando, Jess e Daniel nos
observavam, e então rimos.
— Se vocês quiserem subir
para o quarto, eu não me importo.
— Disse Daniel divertido.
— Wow Alexandre! Você e a
Sam são o par perfeito mesmo!
Nunca vi um casal tão intenso...
Depois dessa vou ter que tomar um
banho gelado. — Disse Jess,
abanando-se.
— Deixe de ser boba Jess. Vá
para o Hard Rock se divertir um
pouco.
— Vou pensar, mi amore.
— Vamos Sammy... estou
faminto. — Disse olhando-me com
malicia no olhar.
— Vamos sim; também estou
faminta. — Nos despedimos de
Jess e Daniel, e seguimos caminho
ao restaurante.

Jéssica(bônus)

Nos despedimos da Sam. Eu


estava feliz em ver minha amiga tão
feliz apesar de toda a merda que
jogaram em cima dela nessa última
semana.
Eu estava fazendo um esforço
enorme para não voltar correndo
para Nova Iorque. Eu amava a Sam
e considerava-a como uma irmã,
mas seu amigo era insuportável.
No primeiro dia nos
desentendemos, pois ele tentou
desmerecer minha amizade com a
Sam já que a conhecia desde a
infância, e sem contar na noite que
ele levou uma vagabunda para o seu
quarto e ficou batendo com a cama
na minha parede. Ah sim, o quarto
do infeliz era ao lado do meu.
— Então, vai se trancar no
quarto hoje de novo? — Perguntou
ele sorrindo.
— Isso não interessa a você.
— Subi as escadas correndo e
entrei no quarto da Sam. Hoje não
iria ficar em casa, precisava
espairecer.
Tomei um banho demorado e
peguei um dos vestidos da Sam,
preto, colado ao corpo e tomara
que caia. Calcei saltos altos e
apliquei uma maquiagem de forma
marcante e deixei meus cabelos
soltos. Hoje eu iria a esse tal de
Hard Rock para curtir a noite, e não
ficaria em casa em um sábado à
noite escutando o senhor irritante
fodendo alguma vadia qualquer.
Desci as escadas rapidamente
e o procurei em todo o canto para
avisar que iria usar seu motorista,
mas ele não estava em lugar algum.
— Droga, vou ter que bater no
quarto dele! — Falei sozinha e subi
as escadas. Ao chegar ao quarto
dele, suspirei pesadamente antes de
bater na porta.
— Entre. — Ele gritou lá de
dentro, girei a maçaneta e entrei; e
não esperava encontra-lo ele
daquele jeito. Ele usava apenas
uma calça de pijama e estava sem
camisa... seu peitoral forte estava a
mostra e pude ver todas as suas
tatuagens que ele tinha espalhadas
por seu corpo. Ele estava deitado
na cama com o notebook apoiado
no seu abdômen, e puta que pariu, o
cara é irritante mas é gostoso.
Quando me olhou, percebi sua
surpresa. Nos dias em que estive
ali, optei por roupas mais largas e
confortáveis, e agora admirava o
meu corpo e senti um calor
instantâneo.
— Eu... eu preciso do seu
peito... motorista. — Merda! Eu
nunca tinha controle das minhas
palavras quando estava abalada
dessa forma.
— Onde você vai, garota das
línguas? — Ele me apelidou assim
quando soube de meu trabalho.
— Vou sair... me divertir um
pouco; preferencialmente longe de
você. — Ele largou o computador
no criado mudo e levantou-se da
cama, caminhando na minha
direção.
— Você está diferente. —
Disse olhando-me profundamente.
— Não tem nada de diferente
em mim, Danny. — Chamei-o pelo
apelido que Sam o chamava, já que
sabia que ele não gostava.
— Tem sim... você não está
mais se escondendo atrás daquelas
camisetas gigantes. — Ele se
aproximou ainda mais de mim.
Merda, ele está perto demais.
— Só coloquei um vestido,
não tem nada demais nisso. Agora
me responda logo, posso usar seu
motorista?
— Não. — Disse chegando
ainda mais perto, e nossos corpos
praticamente se tocaram.
— Ótimo, chamarei um taxi.
— Tentei fugir do quarto, mas ele
me puxou pelo braço e prendeu-me
contra a parede.
— Você não vai sair, garota
das línguas. — Disse prendendo-
me com seu corpo.
— O que você pensa que está
fazendo? — Questionei
desconcertada.
— Je vous souhaite (Eu desejo
você). — Ele sussurrou em francês
bem próximo ao meu ouvido. De
repente, suas mãos grandes
agarraram meus cabelos e nossos
lábios se chocaram. Eu não tive
qualquer reação a não ser retribuir
seu beijo com tanta fome quanto
ele. Toda aquela raiva contida
durante a semana estava sendo
derramada naquele beijo violento e
intenso.
Suas mãos automaticamente
foram em direção as minhas coxas,
puxando minhas pernas para que
enlaçasse sua cintura, e me guiou
até a cama. Sentada na beirada da
cama, puxei suas calças com força,
seu membro rijo surgiu diante de
meus olhos. Ele logo arrancou meu
vestido com força, e puxou minha
calcinha em seguida, para então
mergulhar a língua em minhas
dobras, que já estavam molhadas e
quentes para ele. Ele passeou com
sua língua por toda a extensão dos
meus grandes lábios, e então
penetrou minha entrada com a
língua enquanto massageava meu
clitóris com os dedos. Ao sentir um
orgasmo se aproximando, puxei
seus cabelos e o fiz mergulhar
ainda mais dentro de mim.
— Oh... hum.... — O maldito
me fez ter um orgasmo instantâneo!
Meu corpo convulsionou em
um orgasmo descomunal, e
deliciando-se com meus sucos, ele
continuou tomando tudo de mim
enquanto eu tremia debaixo dele.
Ele sorriu entre minhas pernas e
rapidamente foi até o banheiro e
voltou com um pacote de
camisinhas. Logo ele rasgou o
pacote e vestiu a camisinha em seu
espesso membro.
— Garota das línguas, você é
deliciosa demais. — Ele se
posicionou entre minhas pernas e
me penetrou com força, me
preenchendo por completo. Minha
fenda o apertou, sugando-o para
dentro de mim. — Confessa que
você queria estar na minha cama
desde a primeira noite e por isso
você implicou tanto comigo,
confesse...
— Nunca! — Gritei. Ele
continuou a estocar com força, e
sorriu antes de me beijar
novamente. Chupei sua boca com
vontade, gemendo junto aos seus
lábios, e
logo convulsionei em um mais
um orgasmo; e desta vez, ele
chegou ao ápice comigo, me
deixando completamente saciada.
Daniel deitou seu corpo sobre o
meu e assim ficamos por um bom
tempo, perdidos em nossos
pensamentos.
O que foi que eu fiz?
Capítulo Doze

Samantha

Logo que entramos no carro, a


tensão sexual era palpável. O ar
entre nós estava carregado de pura
luxúria e minha calcinha,
encharcada, não sobreviveria a
essa noite.
— Onde iremos jantar?
— É uma surpresa. — Ele
sorriu sedutoramente e olhou em
minha direção, dando-me a certeza
de que minha calcinha estava
arruinada de fato.
— Hmmm, não sei se gosto de
surpresas; mas vindo de você, tenho
certeza de que será algo excitante.
— Sorri de volta e apertei minhas
pernas, tentando acalmar-me.
— Será mais que isso. — Ele
pousou sua mão em minha coxa, e
derreti completamente.
Seguimos na estrada por mais
algum tempo, até chegar a um lindo
restaurante, cuja fachada
assemelhava-se a de uma boate,
com letras escuras, escrito
Darkling[7]. Descemos do carro e
Alexandre me guiou para dentro do
restaurante, mantendo sua mão
apoiada em minhas costas.
Logo chegamos a recepção e
confirmamos nossa reserva. A
recepcionista asiática nos guiou até
uma sala com pouca iluminação,
onde haviam outros dois casais.
Sentamos no grande sofá de couro e
ela nos entregou os cardápios.
— Vocês precisam escolher os
pratos e as bebidas antes de irem
para suas mesas, enquanto isso, os
olhos de vocês se acostumarão ao
escuro. — Ela se retirou e me
deixou pasma.
— Como assim, Alexandre?
— Nossa mesa será servida no
escuro total. Aqui trabalham apenas
garçons com deficiência visual...
uma coisa para aguçar mais os
nossos sentidos. — Ele beijou
minha boca, chupando meu lábio
inferior ao se afastar, e cada
pelinho do meu corpo arrepiou-se.
— Adorei tudo isso. — Disse
excitada.
— Você gostou mesmo? Ou
está apenas tentando me agradar?
— Na verdade achei isso tudo
muito excitante... Assim posso tirar
uma casquinha de você e ninguém
irá ver. — Sussurrei bem próximo
ao seu ouvido e pude notar o
volume maior no meio das suas
pernas.
Optamos por comer ostras,
beber vinho branco e de sobremesa
morangos com calda de chocolate.
Antes de seguir rumo ao breu total,
resolvi ir até o banheiro para algo
que seria essencial para o que
pretendia durante o jantar.
Fomos guiados até nossa mesa
por um dos garçons. Confesso que
fiquei um pouco nervosa e ansiosa
com o breu, e logo nos
acomodamos a mesa, pude sentir a
maciez do estofado no qual
sentamos lado a lado. Era muito
macio, fiquei me perguntando de
qual cor seria. A curiosidade
quanto a isso iria me matar para
sempre. Coloquei minhas mãos na
frente e senti o gelado da mesa e um
prato grande, onde pude sentir a
aspereza da casca da ostra. Minha
outra mão encontrou a taça de vinho
e quase derrubei-a sem querer.
—Sammy, está gostando? —
Sua mão quente pousou em minha
perna e foi incrível. Eu nunca tinha
sentido tanto calor antes, e foi como
se cada parte de meu corpo
estivesse ciente do toque quente na
minha perna.
— Eu estou amando tudo isso.
— Garanti.
— Vamos comer?
— Guie minha mão até sua
boca. — Tateei a procura de sua
mão e a guiei até a minha boca,
sentindo o sabor deliciosamente
exótico da ostra. Gemi,
saboreando-a.
— Delicioso, Alexandre. —
Falei sedutoramente.
— Se continuar falando assim,
vou acabar gozando nas calças,
Sammy. — Ele sussurrou próximo
ao meu ouvido. Nossas coxas
estavam coladas e escorreguei
minha mão agarrando seu
comprimento.
— Acalme-se... teremos a
noite inteira para aproveitar. — Ele
grunhiu baixo.
Continuamos a comer naquele
silêncio carregado de sedução, com
ele levando a comida até meus
lábios e eu nos seus.
— Senhores, a sobremesa. —
Uma voz feminina surgiu, ouviu-se
o som do prato sendo retirado e das
taças sendo preenchidas. Fiquei
impressionada com a rapidez que
ela fez tudo, e nós, que
enxergávamos, parecíamos
ridículos tentando comer.
— Morangos ao lado esquerdo
e a calda de chocolate ao lado
direito. Bom apetite senhores, com
licença. — Logo a moça se afastou
e percebi quando Alexandre se
movimentou.
— Abra a boca. — Fiz o que
ele mandou e saboreei o amargo do
morango contrastando com o doce
do chocolate.
— Nossa, é impossível que
isso fique ainda mais gostoso....
— Ficaria ainda mais se eu
pudesse sentir seu gosto nesse
momento. — Ele falou tão baixo no
meu ouvido que quase não o
escutei.
— Não seja por isso. — Guiei
sua mão até o meio de minhas
pernas e esfreguei seus dedos nas
minhas dobras molhadas.
— Você quer acabar comigo?
— Ele acariciou minhas dobras e
molhou seus dedos. Então ele os
tirou e pude ouvir os sons de sua
boca chupando os dedos. —
Deliciosa. Vou provar um morango
com calda de Samantha... o que
acha? — Ele mexeu em algo e
sussurrou no meu ouvido. — Abra
mais as pernas, Sammy.
Obedientemente, abri ainda
mais minhas pernas. Meu coração
pulava no peito em expectativa, e
estava excitada demais, tanto que
meus sucos escorriam de minha
boceta. Foi então que senti o toque
gelado. Oh... ele estava esfregando
o morango na minha boceta! Que
homem do diabo é esse?
Suspirei e fechei minha boca
tentando abafar o gemido, afinal
ninguém nos via, mas poderiam nos
ouvir. Ele continuou esfregando o
morango, e depois de retirá-lo,
pude ouvi-lo gemendo de
satisfação.
— Hum… Eu disse que o
morango ficaria ainda melhor com
seu sabor. — Eu estava quase
gozando no meio de um restaurante.
Eu precisava, não eu necessitava de
tê-lo enfiado em mim.
— O que você acha de saímos
daqui? — Sussurrei para ele e
apertei seu pau entre meus dedos, e
passei a língua no seu pescoço.
— Acho que essa foi a melhor
ideia do mundo. — Sua voz saiu
rouca, mostrando o quanto ele
estava excitado. Ele tocou o sino
que tinha em nossa mesa e fomos
levados para a outra sala com baixa
iluminação, para que nossa visão
fosse se adequando aos poucos a
luminosidade. Insisti em dividir a
conta do restaurante mas ele foi
imbatível, e logo estávamos
novamente no carro, a caminho de
qualquer lugar que ele quisesse me
levar.
— Anda logo Alexandre, estou
precisando de você enterrado em
mim! — Ronronei para ele.
— A fazenda está
absurdamente longe... vamos ficar
num hotel hoje. — Ele estava
ansioso, dirigindo pela estrada.
— Falta muito para o hotel?
— Uns 30 minutos.
— Amor, não tenho 30
minutos. Te quero agora. — Minha
boceta apertava-se de tanta vontade
de tê-lo.
— Então vou realizar seu
desejo... — Logo ele entrou numa
trilha de terra, subindo e descendo
ladeiras até estacionar em um lugar
ao ermo; desceu e deu a volta para
abrir minha porta. — Vem gostosa.
Eu o segui até a parte da frente
do carro, e ele me fez sentar no
capô, entreabrindo minhas pernas
para mergulhar sua cabeça em
minha boceta melada. O choque de
sua língua com minha boceta me
enlouqueceu, e passei a rebolar
meus quadris em sua boca, sentindo
a aspereza de seus dedos cravados
na minha bunda. Senti um orgasmo
se formando e gritei quando ele me
fez alcançar o êxtase puro.
— Alexandre.... — Ele passou
a língua por toda a extensão da
minha vulva, fazendo meu corpo
tremer, minhas terminações
nervosas ficarem ainda sensíveis.
— Gostosa demais, minha
safada... Agora vou meter bem
fundo nessa bocetinha apertada do
jeito que você gosta...
Ele tirou sua camisa e pude
ver seu peitoral deliciosamente
definido, encharcado de suor. Arfei
quando ele baixou suas calças e seu
membro duro e grosso saltou para
fora, e sem aviso ele me empalou
forte. Soltei um grito de surpresa e
ele sorriu satisfeito, fazendo sua
vara enorme me rasgar por dentro.
Sentei no capô do carro e me
agarrei em suas costas enquanto ele
continuava a me foder com força.
Beijei sua boca com paixão e
chupei sua língua com vontade,
enquanto ele arrancou meu vestido
pela cabeça, agarrando meus seios
e lambendo-os vagarosamente.
Gozei forte mais uma vez, e minhas
dobras apertavam ainda mais seu
pau.
— Que boceta mais apertada,
Samantha... Oh caralho… está
sugando meu pau! — Ele continuou
fodendo, me fazendo alcançar meu
terceiro orgasmo.
— Oh Alexandre...
— Está gostoso? Está Sammy?
Vem cá — Me levantando do capô
do carro, ele saiu de dentro de mim
e me fez virar de costas pra ele. —
Empina essa bunda gostosa para
mim vai.
Fiz o que ele pediu, e
Alexandre me pressionou contra o
capô do carro, deixando meus seios
espremidos e a bunda empinada,
expondo-me para ele, e senti
quando ele deu um tapa forte na
minha bunda.
— Que bunda mais gostosa,
mulher... é a própria visão do
pecado. — Ele então entrou e
voltou a me estocar forte, suas
bolas batiam em meu clitóris a cada
novo movimento. Nossos gemidos
ecoavam no ar, e apertei seu pau
com outro orgasmo que me atingiu
em cheio, fazendo-o gozar comigo,
me preenchendo com sua semente.
— Samantha! — Ele gritou meu
nome.
Ele ficou um tempo apoiado
em minhas costas, ambos tentando
recuperar a energia depois de tudo
o que vivemos. Logo ele saiu de
dentro de mim e senti sua porra
escorrendo por minhas pernas.
— Espera ai amor, que vou te
limpar. — Senti ele passando um
pano entre minhas pernas e coxas e
então me ergui. Estava
completamente nua em sua frente,
usando apenas o sapato de salto. —
Sammy, você está me deixando
louco... nunca mais quero ficar
tanto tempo longe de você,
entendeu? — Ele fitou meus olhos e
suas mãos vieram até o meu rosto,
me acariciando.
— Tudo bem. — Ele me
beijou ternamente nos lábios e nos
vestimos.
— Vamos para onde, amor?
Onde você quer ir?
— Vamos para a casa do
Daniel. Olha só, sua fazenda é
muito longe e pagar um hotel é
desnecessário, certo?
— Certo.
— Então vamos... temos muito
o que conversar e também temos
muita saudade para matar. — Ele
sorriu e enlaçou minha cintura
enquanto me beijava, e nossas
línguas faziam uma dança lenta e
sensual.
— Vou amar matar toda a
saudade. — Ele disse ainda me
beijando. Logo nos afastamos e
voltamos para o carro, e resolvi
finalmente tocar no assunto chato
mas necessário.
— Então, como foi com a
Cristine? — Sabia que eles
conversaram durante a semana, e
ele disse que me contaria tudo
quando nos víssemos.
— Dramático e escandaloso,
mas acabou; mesmo ela inventando
uma mentira deslavada.
— Como assim?
Ele suspirou pesadamente e
disse:
— Ela alega estar grávida de
um filho meu. — Senti-me zonza
por alguns instantes.
— E porque você acha que ela
está mentindo? — Já que eles
estavam noivos, seria natural
fazerem sexo sem preservativos.
— Sam, isso é impossível pois
nunca transei sem camisinha com
ela; apenas com você. Perdi um
amigo meu com AIDS, e sempre fui
cuidadoso. Não sei o que você fez
comigo pois fez meus neurônios
virarem geleia, tanto que perdi o
controle... mas cá estou eu, tentando
descobrir o que temos.
Fiquei abalada por suas
palavras. Ele estava conseguindo
penetrar na minha barreira, e entrar
no meu coração.
— Ela não sabe perder, e não
quer perder você para a bastardinha
gorda. — Disse com amargura.
— Pare com isso, amor! Você
é gostosa pra caralho. Adoro ter
carne para pegar forte, e amo essa
tua bunda grande e gostosa. —
Sorri com seu comentário. — Sem
contar que você é linda, inteligente,
generosa, carinhosa, altruísta... vi
tudo isso durante essa semana que
conversamos por telefone. — Sorri
timidamente — A Cristine pensa
que estamos no século passado, em
que as mulheres davam o golpe da
gravidez para não serem largadas,
mas eu não sou burro para cair
nesse conto.
— E pensar que apesar de tudo
eu a amava; afinal ela é minha
irmã... Descobrir agora o quanto
ela sempre me detestou ainda me
choca... Ela e a mãe dela...
— Amor, você não precisa
mais delas. Vamos enfrentar tudo
isso juntos, você e eu, por que sei
que não será fácil.
“Não será mesmo... a Cristine
não vai desistir fácil do Alexandre.
Se fosse por qualquer outro motivo
ela até mesmo poderia esquecer,
mas perder para mim? Isso ela
jamais aceitaria.”
— Ah... soube que seu pai saiu
de casa.
Oi? Papai largou a jararaca?
Precisava encontrar com ele, pois
a saudade que sinto é grande
demais.
Capítulo Treze

Samantha
Acordei com o som da porta
abrindo, e gemi ainda de olhos
fechados. A noite foi longa e eu não
queria acordar ainda; estava
dolorida em várias partes do meu
corpo, já que Alexandre me virou
do avesso e sua Alexandroconda
foi até o fundo do meu útero várias
vezes.
— Sammy, acorde... trouxe
café da manhã. — Sua voz máscula
disse carinhosamente para mim.
— Ah... Deixe-me dormir só
mais um pouquinho... — Pedi e ele
riu, mas assim que o cheiro de café
fresco chegou até mim, meu
estomago roncou sonoramente e
sentei na cama, colocando a mão na
barriga. — Ai, que vergonha! Não
era pra você ter escutado esse som
medonho. — Ele caiu na
gargalhada, e abri meus olhos ainda
preguiçosa e o avistei. Ele estava
sem camisa e usava apenas a calça
jeans e estava com os cabelos
desgrenhados. Ele estava mais sexy
que ontem.
— Achei esse som muito
sensual. — Ele continuou rindo de
mim e joguei um travesseiro na sua
direção, que ele agilmente desviou.
— Ei, não sabia que você era uma
mulher violenta. — Disse ainda aos
risos.
— Palhaço! Traga-me a
comida homem, antes que eu coma
você no café da manhã. — Ele
arqueou uma sobrancelha e sorriu.
— Não seria uma ideia ruim,
Sammy. — Disse ele trazendo a
bandeja até a cama. Nela estavam
ovos mexidos, bacon, torradas e
morangos. Para beber, café preto e
suco de laranja natural.
— Wow! você invadiu a
cozinha do Daniel e fez tudo isso?
— Perguntei atacando a torrada e
bebendo um generoso gole de café.
— Sou um homem prendado.
— Ele piscou pra mim.
— Além de gostoso demais na
cama ainda sabe cozinhar? Pacote
completo! Assim eu apaixono. —
Sorri divertida, dando outra
mordida na torrada que estava uma
delícia.
— Eu já estou.
— O quê?
— Apaixonado por você,
Samantha. — Ele me encarou
profundamente com uma expressão
séria no rosto. Meu coração pulou
em meu peito e inflou com uma
emoção intensa e maravilhosa.
Sorri para ele e respondi.
— Também estou apaixonada
por você, Alexandre. E olha que
fazem anos desde a última vez que
disse e senti isso; apesar que
quando eu disse isso no passado
não foi com toda essa intensidade
com que estou sentindo agora. Devo
dizer que isso me assusta demais.
“Pronto, falei. Me arrisquei
porque não se pode passar o resto
da vida com medo... não se pode
passar o resto da vida com medo
de vivê-la. E se eu quebrasse a
cara no final, pelo menos poderia
dizer que tentei, e terei os
momentos lindos na minha
memória para recordar... algo que
ninguém poderá arrancar de
mim.”
Ele acariciou meu rosto e
beijou meus lábios com ternura. Eu
estava mais que apaixonada por
ele, eu o amava; apenas não estava
segura ainda para dizer-lhe isso.
— Fico muito feliz em saber
disso. — Ele se afastou sorrindo.
— Temos muito o que
conversar. — Baixei meu olhar. —
Lembra que a Cristine disse que eu
estava me vingando dela quando
fiquei contigo? — Deveria contar
tudo para ele, antes que ele saiba
pela língua venenosa da Cristine.
— Sim e já sei o porquê ela
disse isso, e não me importo,
porque não acredito. — Meu
queixo caiu na hora.
— Você sabe sobre o Michael?
Mas ela contou do jeito dela,
suponho. Queria te contar minha
versão da história.
— Sammy, confio em você...
Sei que as baboseiras que a
Cristine me disse são todas falsas,
e não vou acreditar em nada do que
sair da boca dela. O que importa
para mim é você minha, linda.
Como não me apaixonar por
esse homem maravilhoso?
— Você não existe, Alexandre.
— Agarrei seu rosto com minhas
mãos e o beijei apaixonadamente,
colocando naquele beijo toda a
paixão e amor que estava sentindo
por ele. O beijo foi ficando mais
intenso e logo ele já estava em cima
de mim e então meu celular toca.
— Droga... não vou atender.
— Continuei a beijar sua boca, e
nossas línguas dançavam
sensualmente. Senti sua rigidez
entre as pernas, tendo apenas sua
calça jeans e o lençol nos
separando, quando meu celular
voltou a tocar insistentemente por
mais duas vezes, e estranhei.
— Ah Alexandre, acho melhor
atender... estão insistindo muito.
— Atende amor. — Ergui meu
olhar e vi um número desconhecido
e prontamente atendi.
— Alô.
— Samantha?
— Sim, é ela. Quem tá
falando? — Aquela voz masculina
não era estranha.
— É o Michael eu...
— Como você conseguiu meu
número e por que está me ligando?
— Exaltei-me ao imaginar que tudo
isso fosse obra da Cristine.
— Calma, deixa eu falar...
— Não tenho mais nada para
falar com você, Michael. Vê se me
esquece! — Nessa hora o
Alexandre me encarava com o
cenho franzido.
— Não desligue Sam, é sobre
o seu pai. — Disse ele nervoso.
— O que tem meu pai? —
Perguntei preocupada.
— Ele deu entrada aqui no
hospital a meia hora e passou seu
telefone de contato... pediu para
chamar você. — Meu coração
parou nesse momento. Meu
paizinho no hospital.
— O que aconteceu com ele?
Ele está bem? — Minha voz saiu
trêmula.
— Sim está tudo bem, Sam.
Foi apenas um susto. Você vem?
— Claro e obrigada por ligar.
— Desliguei o celular ainda com o
coração na mão.
— Sammy, amor, o que houve?
Você está pálida.
— Meu pai está no hospital.
Não sei o que houve, mas preciso ir
pra lá agora. — Disse me
levantando rápido da cama.
— Vá tomar seu banho que
levarei você.
— Mas e seus compromissos
na fazenda?
— Vou tirar uma folga hoje
para estar contigo, e Carter é de
confiança. Ele vai cuidar muito bem
de tudo por mim. — Lancei um
sorriso triste em sua direção e corri
para o chuveiro. Estava aflita para
saber como estava o meu pai, pois
se algo lhe acontecesse enquanto
estivessemos brigados eu nunca me
perdoaria. Nem tive a chance de
dizer que o amava também, já que
naquele dia na fazenda estava
magoada demais para dizer
qualquer coisa.
Logo que sai do banho,
Alexandre entrou, sorriu de canto
de boca, e deu um tapa forte na
minha bunda; mandando que fosse
me arrumar logo antes que ele
atacasse ali mesmo uma mulher
fragilizada. Corri e me vesti
apressadamente.
Alexandre saiu do banheiro
apenas com uma toalha amarrada na
cintura, e a sorte dele era que eu
estava apreensiva pelo meu pai, ou
o atacaria facilmente. Então percebi
que ele estava se vestindo com uma
roupa diferente da noite passada:
uma calça jeans clara e camiseta
preta. Coloquei as mãos na cintura
e o encarei.
— De onde você tirou essas
roupas?
— Eu trouxe, já que iria passar
a noite.
— Ah então o senhor
convencido tinha certeza de que eu
o convidaria para dormir? E se eu
te mandasse embora.
— Sammy, eu sabia que você
não iria me mandar embora. — Ele
vestiu a camiseta e me abraçou
firmemente. — Está pronta?
— Sim, senhor convencido.
Vamos?
— Claro linda. — Respondeu
sorrindo.
Descemos as escadas de mãos
dadas e na sala estava a Jess num
canto em seu computador e Daniel
no outro canto com o seu; os dois
em completo silêncio e sem
brigar... algo até esquisito de se
ver.
— Bom dia. — Jess se
assustou com a minha chegada, e
Daniel tossiu. Ih ai tem.
— Bom dia. — Responderam
em uníssono.
— Eu estou indo no hospital
com o Alexandre e volto depois,
tudo bem? — Os dois olharam na
minha direção e a Jess levantou
correndo.
— Aconteceu alguma coisa?
— Daniel perguntou.
— Espero que nada. Papai está
internado, mas parece que passa
bem.
— Quer que eu vá com você?
— Perguntou Jess.
— Não, tudo bem. Sei que tem
muito trabalho a fazer e o
Alexandre vai comigo.
— Tudo bem, vou voltar para
o meu quarto, que lá trabalho
melhor. — Daniel ficou olhando-a
estranhamente.
O que deu nesses dois, afinal?
— Está certo, até mais Jess.
— Até. — Esperei que ela
subisse para questionar Daniel.
— O que está havendo com
vocês?
— O que? Como assim? Não
está havendo nada... Vou para o meu
quarto também, assim que assim
ninguém me atrapalha. — Ele
resmungou e saiu com cara de
poucos amigos.
— Eu perdi alguma coisa
aqui? Ou você também achou
aqueles dois esquisitos? —
Perguntei para Alexandre enquanto
caminhávamos até a saída.
— Eu diria que eles transaram.
— Com o comentário eu caí na
gargalhada.
— Impossível, eles não se
suportam. — Comentei aos risos.
— Por isso mesmo.
— Não entendi nada. Ah,
deixe pra lá...
Conversamos sobre Jess e
Daniel o caminho todo até o
hospital. Eu ainda não acreditava
que esses dois haviam dormido
juntos, mas Alexandre estava
convencido que sim. Ao estacionar
o carro, nos encaminhamos até a
recepção no qual fomos
direcionados ao elevador.
— Meu amor, vou buscar um
café para nós... sei que precisa de
um pouco de privacidade com seu
pai. — Sorri para ele. Alexandre
era o típico príncipe ogro, na cama
era um animal, mas fora dela era
um cavaleiro.
— Obrigada, lindo. — Ele me
deu um beijo casto nos lábios e
saiu. Caminhei até a porta do quarto
privativo do meu pai, suspirei
pesadamente e entrei.
O homem que estava ali nem
parecia o meu pai. Ele estava com a
aparência cansada, a barba por
fazer e parecia que na semana que
passou ele havia envelhecido dez
anos. Ele abriu os olhos quando eu
entrei e abriu os braços na minha
direção.
— Filha. — Sussurrou, e a
saudade e o amor falaram mais alto.
— Pai! — Corri até ele e
deitei em seus braços. Lágrimas
escorriam por meus olhos, meu
peito ainda apertava de tanta
saudade. Quando alguém que
amamos nos magoa e nós ficamos
longe dessa pessoa, parece que a
saudade triplica de tamanho.
— Perdão, minha filha.
Perdoe-me, por favor. — Ele pedia
perdão com a voz embargada.
— Claro que perdoo, papai. O
senhor sempre me deu amor e
carinho; sempre me amou, eu
sempre senti isso. — Ergui minha
cabeça do seu peito e o encarei. Ele
secou minhas lagrimas com o dorso
da mão e acarinhou meu rosto com
ternura.
— Eu te amo minha filha, mais
que tudo nesse mundo. Você é tudo
o que me restou da mulher que
amei. — Senti dor em seus olhos e
culpa.
— Papai, me conte essa
história direito... mas antes me diga
o porquê o senhor veio parar num
hospital.
— Pressão alta, minha filha.
Passei mal e o chato do médico
mandou eu parar de fazer um monte
de coisas.
— Tipo largar seus charutos?
— Não, ele disse que o
charuto não interfere em nada.
— Estou vendo que o senhor
não mudou nada, senhor Erick. —
De repente o Michael entra no
quarto. — Bom dia, Samantha. Sou
o enfermeiro do andar e o doutor
Sydney disse que seu pai está
proibido de fumar charutos.
— Papai, o senhor tentou me
enganar? Que feio.
— Ah filha, não se deve
acreditar em tudo que esses
médicos dizem.
— Você vai ver só.
— Sam, você poderia me dar
licença. Preciso medir a pressão
arterial do seu pai. — Levantei-me
da cama e dei espaço para o
Michael. Era incrível como o
tempo era poderoso para curar
nossas feridas... não senti nada em
sua presença, exatamente nada.
Essa é, sem dúvidas, a melhor
sensação do mundo.
— E então, está tudo bem? —
Questionei apreensiva.
— Ainda está um pouco
alterada. Ele vai ter que passar a
noite aqui para ficar em
observação.
— De jeito nenhum que
passarei a noite aqui. — Retrucou
papai, e revirei os olhos e disse
para o Michael.
— Tudo bem, e obrigada por
ter ligado.
— Foi um prazer. — Ele
sorriu e saiu nos deixando a sós
novamente.
— Esse garoto te quer de
volta. — Disse o papai, sorrindo.
— Pois vai ficar querendo. E o
senhor trate de se conformar, pois
vai passar a noite aqui; e quando
voltar pra casa vou jogar todos os
seus charutos no lixo. — Ele fez
uma careta que me fez rir — Soube
que saiu de casa. Por quê?
— Já cometi o erro de não ter
saído a vinte e cinco anos atrás e
perdi a mulher da minha vida, sua
mãe. — Ele suspirou cansado. —
Não iria correr o risco de perder
você também, filha.
— Conte-me essa história
direito, papai. — Pedi.
— Eu namorava sua mãe
escondido dos meus pais. Ela era
nossa empregada, mas estávamos
apaixonados; só que meu pai era
muito rígido e naquela época
tínhamos que obedecer a todo o
custo. Meu pai arranjou um
casamento com a Rachel, que era
boa moça, filha do seu sócio. Tudo
se encaminhou como ele desejava,
só que um dia Rachel me pegou aos
beijos com a sua mãe. Ao invés de
brigar, ela ficou quieta... Logo o
anel de diamantes da minha mãe
sumiu, e depois de procuramos em
todos os lugares, encontraram no
quarto da sua mãe. Ela foi demitida
na hora e eu não fiz nada para
impedir... fui fraco e acreditei que
ela havia mesmo roubado. — Ele
suspirou cansado, olhando para o
nada, como se vivenciasse uma
segunda vez aquele momento.
— Então casei com a Rachel e
como você sabe, ela gosta de
abusar da bebida. Em uma de
nossas discussões ela confessou
que sabia de tudo, e que foi ela que
armou tudo para pensarem que sua
mãe era a ladra. Fiquei furioso com
ela, e principalmente furioso
comigo mesmo por ter acreditado
nessa mentira. Procurei sua mãe em
todos os lugares e quando a
encontrei, fiz de tudo para que ela
me perdoasse. Rachel não queria
me dar o divórcio e então me
dividia em ir ver sua mãe e em
ficar em casa com a Rachel; até que
sua mãe engravidou de você e
Rachel ficou possessa, pois ela não
conseguia engravidar nunca. Nove
meses se passaram e então você
nasceu; porém sua mãe teve uma
hemorragia muito forte e não
sobreviveu ao parto. Antes de
falecer ela disse o nome que
deveria dar a você, Samantha.Não
tive escolha além de levá-la para
casa e Rachel disse que apenas te
aceitaria se fosse registrada no
nome dela, e assim eu o fiz.
Contratei babás para cuidar de
você pois trabalhava muito.
— Papai, por que não se
separou? — Eu estava chorando
copiosamente.
— Porque fui covarde, me
acomodei em um casamento sem
amor, e fiquei com ela até hoje
porque sou fraco. — Ele baixou seu
olhar triste.
Eu não sabia o que dizer ou
pensar, não sabia que reação ter.
Queria saber mais sobre minha
mãe, queria ver fotos dela... droga
queria tê-la conhecido.
— Como ela se chamava?
— Alice.
Que nome lindo, pensei.
Capítulo Quatorze

Alexandre
Três dias antes...
Estava me preparando para ir
ter “aquela” conversa com Cristine.
Ela já havia cancelado duas vezes o
nosso encontro, mas de hoje não
iria passar. Iria até a sua casa de
surpresa e conversaríamos a
respeito do fim do nosso noivado.
— Alexandre, onde vai com
tanta pressa, amigo? — Carter
parou em minha frente quando
estava a caminho do carro.
— Vou me livrar de um
problema de uma vez por todas. —
Bufei.
— Vejo que vai concertar as
coisas, então. — Ele parecia
interessado e preocupado comigo.
— Sim, estou indo agora falar
com a Cristine e terminar nosso
noivado de uma vez por todas. —
Passei as mãos nervosamente pelos
cabelos, sabia que aquela tarefa
não seria nada fácil.
— Pensei que tinha caído na
real amigo. — Ele franziu a testa.
— Não querendo me meter na sua
vida, mas a Cristine é uma boa
moça e você a conhece a bastante
tempo e essa garota Samantha, o
que você sabe dela?
— Sei que estou apaixonado
por ela, e não me convém ficar
noivo de outra mulher se desejo
estar com ela.
— Só estou preocupado com
você meu amigo, acho que não
devemos trocar o certo pelo
duvidoso. — Ele apoiou sua mão
no meu ombro, me dando forças.
— Obrigado Carter, mas acho
que sei o que estou fazendo. — Ele
assentiu para mim e me deu
passagem, entrei no carro e
arranquei a toda a velocidade para
chegar logo a casa de Cristine.
Chegando lá, fui prontamente
atendido pela Cristine.
— Meu quindim... que
saudades que eu estava de você! —
Ela enlaçou os braços em meu
pescoço e foi em direção a minha
boca, mas consegui virar o rosto a
tempo. — O que houve amorzinho?
— Ela agia como se nada tivesse
acontecido no fim de semana
passado.
— Precisamos conversar
sobre o casamento, Cristine. —
Soltei seus braços de meu pescoço.
— Ah, que bom! Tenho tanto
para te mostrar. — Ela me puxou
pelo braço para dentro de casa e
me levou até a sala de estar, que
estava uma zona, com papéis,
pedaços de tecidos e revistas de
noivas. — Olha amorzinho, a Kate
disse para usar branco, mas ainda
assim prefiro o perolado... o que
você acha? — Ela agia como
maluca, organizando as coisas de
um casamento que não aconteceria.
— Cristine, pare com isso! —
Peguei os tecidos de suas mãos e
fiz com que ela sentasse no sofá.
— Desculpa, benzinho. Sei
que homens não curtem muito essa
coisa toda de decoração. — Ela
olhou e sorriu para mim.
— Não é nada disso, Cristine!
Pare e me escute! — Ela sentou-se
e ficou me encarando. — Não
quero ser grosseiro com você, mas
acabou. Nós dois não vamos mais
nos casar. Você esqueceu o que
aconteceu no fim de semana?
— Ah Alexandre, você comeu
a minha irmã bastarda... Grande
coisa, ela se ofereceu para você...
entendo seu deslize e perdoo você.
— Ela disse com uma frieza
assustadora.
— Não aconteceu dessa forma,
Cristine. Eu quem fui atrás dela que
não queria nada disso. Mas não
importa quem começou o que,
acontece que temos que acabar logo
com esse noivado. — Encarei-a
seriamente... aquilo precisava
entrar na sua cabeça.
— Meu amor, já disse que não
precisamos terminar nosso noivado
por isso, já te perdoei...
— Chega Cristine! — Perdi o
resquício de paciência que me
restou e levantei. — Não queria
magoar você, mas você não me
deixa escolha. — Andei de um lado
para o outro na sala. — Eu não
quero mais me casar com você... eu
não quero mais continuar com isso.
Acabou.
— Você não pode acabar com
tudo, eu estou grávida! — Ela
gritou histérica.
— De quem você está gravida
Cristine?
— Como de quem? De você!
— Ela apontou o dedo na minha
cara e seu rosto estava vermelho de
raiva.
— Olha bem para minha cara,
Cristine. Você pensa que sou idiota
ou o que? Nunca fizemos sexo sem
proteção, então se essa história de
gravidez é mesmo verdade, você
está gravida de outro.
— Ora! Como ousa me acusar
de traição quando o traidor é você?
Seu falso, as camisinhas estouram,
sabia disso.
— Eu sempre fui cuidadoso
quanto a isso. Você acha mesmo que
eu não teria notado se a camisinha
tivesse estourado? Poupe-me das
suas mentiras Cristine.
— Mentirosa é a Samantha!
Você sabe o real motivo que fez ela
se jogar na sua cama? — Ela
andava descontrolada pela sala
agora.
— Não comece com isso, já
estou indo embora. — Comecei a
caminhar a passos largos em
direção a saída.
— Ela quer se vingar
simplesmente porque seu primeiro
namorado se apaixonou por mim.
Ela quer me dar o troco! Ela só está
usando você para me atingir! — Ela
me seguiu até a saída gritando
muito.
— O mundo não gira ao seu
redor, Cristine. Poupe-me das suas
mentiras. — Sai e deixei-a gritando
sem parar. Entrei no carro e sai em
alta velocidade.
Não vou mentir dizendo que
aquelas palavras ferinas não me
fizeram pensar, porque fizeram. Eu
mal conhecia Samantha, mas
resolvi mandar aqueles
pensamentos para longe; afinal era
isso que a Cristine queria, nos
desestabilizar.

Samantha
Dias atuais...
— Alice! Que nome lindo,
papai. — Queria ver uma fotografia
dela, queria saber mais de sua
história de vida. — Você tem
alguma foto dela?
— Tenho sim, meu amor. Ela
está no flat que estou morando...
Sua mãe era brasileira, e veio para
cá com os pais. — Ele dizia tudo
isso olhando para o nada, como se
estivesse recordando aqueles
momentos do passado.
— E os meus avós? Os pais da
minha mãe?
— Eles faleceram há muitos
anos. Sinto muito.
— Tudo bem papai, mas agora
descanse. Já tivemos emoções
demais por um dia. Eu vou na casa
do Daniel buscar algumas roupas e
passarei a noite com o senhor.
— Sam, minha filha, não há
necessidade disso. — Ele apertou
minha mão. — Vá ficar com seu
namorado... não deixe que a
vontade dos outros prevaleça da
sua. Eu sei que sua relação com o
Alexandre é um tanto delicada
devido a situação em que se
conheceram, mas não deixe que
isso influencie você. — Seus olhos
me passavam segurança. — Viva
esse amor intensamente, não faça
como eu. Eu me acovardei e segui
as decisões que meu pai queria, e
com isso perdi o amor da minha
vida.
— Papai, ela faleceu no
parto... Não foi culpa sua, foi uma
fatalidade. — Tentei confortá-lo.
— Eu sei, Sam. Não me
perdoo pois perdi anos na
companhia de Alice por fazer o que
os outros esperavam que eu fizesse,
e não o que eu queria realmente
fazer. Por isso, minha filha, não se
acovarde como eu, e vá ficar com
ele. Eu estou aqui com o celular na
mão, e qualquer coisa te enviarei
uma mensagem..
— Papai, o senhor sabe
mandar mensagens? – Perguntei
sorrindo.
— Claro que sei, sou um coroa
antenado. — Ele sorriu, e com a
mão prendeu uma mecha solta do
meu cabelo atrás da minha orelha.
— E um coroa muito bonito.
Vou levar o senhor no Hard Rock
para arrumar uma namorada. —
Pisquei para ele e caímos na
gargalhada.
— Cheguei em má hora? —
Alexandre entrou no quarto,
sorrindo. Meu corpo aqueceu-se e
meu coração saltou dentro do peito.
— Claro que não, garoto.
Venha até aqui que tenho
recomendações a você. — Papai
soou sério, mas piscou um olho na
minha direção.
— Senhor Erick, pode falar.
— Ver aquele homem, todo
respeitoso com meu pai foi muito
engraçado.
— Essa aqui é minha
preciosidade. Se você aprontar
qualquer coisa que a machuque, vai
implorar para que eu mate você,
pois irei torturá-lo pelo resto de
minha vida. Fui claro? — Papai
parecia tão sério que me deixou
boquiaberta.
— Sim, senhor Erick. Pode
ficar tranquilo... nunca faria nada
que machucasse a Sammy.
Preferiria morrer a machucá-la. —
Wow! Os dois homens da minha
vida eram intensos demais! Fiquei
sem ar com a declaração de
Alexandre.
— Ótimo. Então bem-vindo a
família, oficialmente. — Papai
estendeu a mão para ele e ambos
deram um aperto de mãos firme. —
Filha, agora vá. Você deve estar
com fome... Qualquer coisa
mandarei uma mensagem para você.
— Sorri para ele w beijei sua
bochecha. Alexandre se despediu
dele e quando íamos sair, papai
disse:
— E você Alexandre,
comporte-se. Mantenha suas mãos
nervosas para você.
— Papai! — O repreendi. Se
ele soubesse o que o Alexandre já
fez com as mãos e todo o resto em
mim...
Aos risos, saímos pelo
corredor. Ele enlaçou seu braço na
minha cintura até que topamos com
o Michael.
— Já vai, Sam? — Ele
perguntou, ignorando a presença do
Alexandre.
— Já estou indo sim. Amanhã
voltarei para busca-lo.
— Espera ai, você não é o
cara da boate? Aquele que acertei
um soco? — Alexandre deu um
passo para a frente e encarou-o.
— Alexandre, é ele sim. Ele é
o Michael, ele é enfermeiro aqui.
— Expliquei.
— Ah sim, o tal Michael.
Desculpa colega, mas você não tem
liberdade de chamar a minha
namorada de Sam. Para você é
Samantha, fui claro? — Quase
morri com a versão Alexandre-
Homem-das-cavernas.
— Conheço a Sam bem antes
de você, nós temos um passado que
você não pode apagar. — Vi que o
Alexandre cerrou os punhos e
estava pronto para a briga, e me
coloquei entre eles.
— Amor, acalme-se... ele está
apenas tentando te irritar. E
Michael, controle sua língua e
respeite meu namorado. Com
licença. — Puxei Alexandre com
força pelo braço, que mantinha seu
olhar mortal em Michael. Logo
saímos na rua, o ar fresco acalmou
um pouco os nervos. Chegamos no
carro e Alexandre parecia perdido
em pensamentos; e resolvi quebrar
o silêncio antes que chegássemos
na cobertura do Daniel.
— Amor? Terra chamando
Alexandre. — Tentei brincar, mas
ele permaneceu sério e ainda
encarava a estrada. — Ei
Alexandre, o que deu em você?
Estou falando contigo.
— Você ainda sente algo pelo
Michael? — Ele me olhou sério e
logo encarou a estrada.
— De onde surgiu isso?
— Responda, Sammy.
— Claro que não... não sinto
mais nada. — Ele pareceu relaxar e
sua mão pousou na minha coxa.
— Desculpe, fui um imbecil. É
que ele te conhece a muito mais
tempo que eu, e o que temos é tão
recente, mas ao mesmo tempo tão
forte e intenso. Preciso saber que
você sente essa intensidade tanto
quanto eu. E eu sei que você já me
disse isso, mas ao ver aquele idiota
te chamando carinhosamente, não
consegui controlar meu ciúme.
— Está tudo bem, Alexandre.
O que temos ainda é novo para
mim, mas cresce a cada dia. Nunca
senti algo tão forte e intenso por
mais ninguém, e só não quero dar
nomes a esse sentimento agora.
Quero apenas ficar com você, e
vamos ver o que vai dar.
— Achei muito vaga essa sua
ideia. “Vamos ver no que vai dar”.
— Hey amor, relaxe e goze. Eu
sou assim mesmo, levo a vida desse
jeito. Vamos nos conhecer e levar
em frente nosso namoro, mesmo que
eu continue morando em Nova
Iorque e você aqui no Texas; mas
não é nada que um jatinho
particular não resolva.
— Ou você poderia vir morar
comigo.
Ele me pegou totalmente de
surpresa. A perspectiva de mudar
foi um tanto assustadora, mas não
era impossível seguir com meu
trabalho dali; bastava ter internet
e um bom computador. A questão é
que ainda teríamos muitos
problemas e não sabia dizer se eu
estava preparada para isso...

Daniel (bônus)
Noite anterior...
A garota das línguas era
deliciosa. Ela estava deitada de
olhos fechados na cama, e seu
corpo nu e perfeito deixava maluco.
Enquanto observava-a, meu celular
tocou na cabeceira da cama, e
atendo prontamente. Era uma
tailandesa contorcionista, que disse
que estava na cidade e queria
encontrar-se comigo, mas
estranhamente não senti vontade. A
visão do corpo da Jéssica tirou
qualquer vontade que eu tivesse em
sair.
Marquei com ela para outro
dia, e sussurrei o mais baixo o
possível para que a Jéssica não
acordasse. Desliguei o celular e me
inclinei para colocá-lo na gaveta do
criado-mudo.
— Seu imbecil! — Ela
levantou da cama irritada e me
jogou um travesseiro na cara.
— Ei garota das línguas, o que
eu fiz agora? — Questionei sem
entender.
— Você achou mesmo que eu
não escutaria você sussurrando com
uma de suas vagabundas? — Ela
gritou e começou a catar as roupas
no chão.
— Hey, eu pensei que
estávamos nos divertindo.
— Eu sabia! Sabia que não
deveria me aproximar de você! Não
sou dessas putas que você está
acostumado, Daniel Harris Junior.
Esqueça que isso aqui aconteceu.
— Ela apontou de mim para ela e
deixou o quarto pisando firme.
Mas o que estava
acontecendo com as mulheres de
hoje em dia que não sabem se
divertir? E porque essa sensação
incomoda no peito?
Irritado com o que ela me fez
sentir, liguei para a tailandesa e
combinei de encontrar com ela
dentro de uma hora. Sou Daniel
Harris Junior, não me prendo a uma
boceta só, e. se ela não sabe
brincar, então que se enfie em seus
livros.
Naquela mesma noite, quando
gozei forte na boceta faminta da
tailandesa, foi na garota das línguas
que pensei. Maldita!
Capítulo Quinze
Samantha
O que minha havia se tornado?
Um sonho erótico incrível ou um
drama mexicano? Acho que um
pouco dos dois. No dia anterior
muitas coisas estranhas
aconteceram. Jess se trancou no
quarto, viciada em trabalho, disse
que precisava terminar a tradução
daquele livro logo. Daniel não foi
diferente, porém ele saiu... com
certeza foi atrás de uma foda fácil,
algo que eu o acompanharia com
prazer antes, mas agora, aquilo
parecia não ter o menor interesse
para mim.
— Hey linda, o que você está
pensando. — Alexandre enlaçou
seus braços em minha cintura e
mergulhou seu nariz no meu
pescoço, fazendo-me derreter em
seus braços.
Nós havíamos subido para o
meu quarto depois de preparar um
delicioso macarrão alho e óleo...
isso mesmo, nós cozinhamos juntos
e foi incrível. Mandei a cozinheira
do Daniel tirar folga e ir visitar a
família, e nos apossamos da
cozinha, só nos dois como um casal
de verdade. Eu não havia
respondido nada a respeito de ir
morar com ele, que não me
pressionou; o que só me fez amar
ainda mais aquele homem.
Depois do delicioso jantar,
subi para tomar um banho enquanto
o delicioso Alexandre lavava a
louça; e agora que ele havia saído
do banho, o cheiro do sabonete
misturado ao dele me deixou tonta
de desejo.
— Estava pensando em como
minha vida mudou desde que
coloquei meus pés aqui. —
Continuei observando pela janela
as poucas luzes que ainda estavam
acessas em alguns apartamentos.
Ele apertou ainda mais o abraço na
minha cintura.
— Isso é bom ou ruim? – Era
díficil me concentrar quando a
Alexandroconda começava a criar
vida em minha bunda.
— Isso é muito bom. Eu vivia
no escuro, Alexandre. Agora sei a
verdade e encontrei algo bom nessa
viagem. — Ele me puxou, fazendo-
me virar de frente para ele.
— Só isso de bom que você
encontrou aqui? — Mergulhei em
seus lindos olhos azuis
hipnotizantes e sorri divertida.
— É... acho que sim. — Ele
arqueou uma sobrancelha para mim.
— É mesmo, Sammy. — Ele
começou a me empurrar em direção
a cama.
— Pensando bem mesmo, acho
que não encontrei nada atrativo
aqui no Texas. – Mordi o lábio o
provocando-o.
— Ah sua safada. Você me
paga! — Ele então começou a
beijar meu pescoço lentamente, e
seu hálito quente aqueceu-me
instantaneamente. Meu corpo
acendeu-se como uma fogueira
descontrolada. Eu estava apenas
vestindo um roupão de banho, e ele
logo guiou suas mãos fortes para o
laço que prendia-o em meu corpo.
Abrindo o roupão com agilidade,
ele afastou-se e ficou admirando
meu corpo cheio de curvas. — Meu
Deus, mulher. A cada dia você fica
mais gostosa! — Nossos olhares se
encontraram e nos amamos
intensamente.
— Isso foi bom o suficiente
para você? — Perguntou ele depois
de um tempo. Era impossível não
me derreter quando ele me olhava
com tanta ternura.
— Alexandre, você não é bom
homem. Você é foda! — Sorri
divertida pra ele.
— Isso foi um elogio, certo?
Porque foda é bom...
— É incrível... apenas com
você. — Ele acariciou meu rosto
com carinho.
— Resposta certa garota...
agora vamos tomar outro banho?
Nós tomamos outro banho e
logo já estávamos aconchegados um
no outro.
— Então Sammy escreve
livros eróticos... — Ele me encarou
sorrindo.
— Eu não escrevo livros,
escrevo uma coluna para uma
revista... sobre sexo, claro. —
Finalmente lembrei que tinha um
artigo para escrever sobre sexo
com amor; só que dessa vez não
precisaria me inspirar em minha
meia irmã.
— Não foi o que eu li no seu
computador. – Ele me lançou um
olhar cumplice, e meu queixo caiu.
— Você bisbilhotou meu
computador? Que feio senhor
Alexandre, que feio. — Repreendi
ele.
— Ei, sou inocente nessa
história. — Ele ergueu as duas
mãos no ar, em defensiva. — Você
quem deixou ele ligado... apenas fui
desligá-lo para você e li o que você
escreveu. — A curiosidade me
pegou e perguntei a ele:
— E o que você achou? — Eu
sempre quis escrever um livro,
porém nunca tive a oportunidade
certa e a opinião dele era
importante para mim.
— Você é ótima! Tem muito
talento, e ao ler a cena que criou,
fiquei excitado imaginando você.
— Nossa é mesmo. — Sentei-
me empolgada na cama. — Sabe, eu
já havia começado várias outras
histórias, mas sempre fui exigente e
perfeccionista demais. Para mim
nunca estava bom o bastante, então
sempre apagava sem concluir. —
Fiquei pensativa por um tempo. —
Sabe, desde que... não deixa pra lá.
— Deitei-me de novo ao seu lado.
— Nada disso, senhorita
Samantha... termine o que você ia
dizer ou vou ter que te dar uma
surra de pau de novo. — Ele
apoiou a cabeça no braço e sorriu
pra mim.
— Como se eu fosse
reclamar... — Sorri brincalhona e
ele permaneceu sério me
encarando. — Tudo bem, mas não
vá ficar convencido, viu. —
Suspirei e meu rosto começou a
corar de vergonha. — Desde que te
conheci, minha inspiração para
escrever voltou. Pronto, falei. —
Escondi meu rosto debaixo do
edredom e me virei para o lado
contrário dele.
— Samantha! Sammy, olhe pra
mim. — Ele pediu docemente.
— Não vou te olhar... estou
com vergonha; agora me deixa
dormir. — Ele conseguiu puxar o
edredom e me virou com agilidade
para que eu ficasse deitada no seu
ombro.
— Sammy, deixe de ser boba e
olhe pra mim. — Nossos olhares se
encontraram e havia um brilho
diferente neles. — Sei que você
disse que não queria dar nome ao
que estamos sentindo, mas preciso
dizer... — Engoli em seco, meu
coração acelerado dentro do peito.
— Samantha eu amo você e mesmo
que você fuja por aquela porta
agora eu não me importarei, porque
nada vai mudar o que eu sinto.
Parecia que o tempo havia
parado naquele instante. Era como
se não existisse mais ninguém no
mundo, apenas nós dois. Senti meus
olhos marejados, e uma vontade
louca de dizer que o amava
também... tentei engolir as palavras,
mas não consegui resistir e me
deixei levar nessa correnteza louca
e emocionante.
— Eu... Eu... te amo também!
— Não tinha porque negar mais ou
mentir para mim mesma. Eu o
amava e era fato, não tinha porquê
continuar negando, e ele beijou
minha boca com paixão e nos
amamos uma vez mais.
Acordei na manhã seguinte
dolorida enquanto o Alexandre já
estava de pé e havia uma bandeja
de café da manhã na cama pra mim.
— Hey gostosão, onde vai tão
cedo? — Perguntei e me espregicei
na cama, sentindo cada músculo do
meu corpo dolorido.
— Preciso voltar para a
fazenda... Algumas verbas
sumiram,s e temo que temos um
espião entre nossos trabalhadores,
já que perdemos alguns contratos
que estavam certos. — Ele já
estava vestido a caráter: botas,
calça jeans, camisa e chapéu de
cowboy, a própria visão do pecado.
— Você não desconfia de
quem seja? — Oerguntei depois de
admirar seu corpo delicioso.
— Não... Carter e eu estamos
investigando. Ele é o único
funcionário de confiança que temos.
— Ele inclinou-se na minha direção
e veio em direção aos meus lábios.
— Não! — Virei o rosto na
hora. — Estou com bafo da manhã.
— Sammy vem logo! Te
beijaria de qualquer jeito... eu não
me importo.
— Mas eu me importo! —
Disse e continuei com o rosto
virado. O lençol cobria apenas a
cintura, e só me sentia limpa depois
de um serviço avançado.
— Pronto, já que não me
deixou beijar sua boca. —
Desgraçado, pensei. Agora ele me
deixou aqui excitada e vai sair. —
Tchau linda, te ligo mais tarde.
— Alexandre! — Gritei
quando ele já estava na porta.
— O que?
— Você me deixou excitada!
Isso não é justo. — Cruzei os
braços no peito e o encarei séria.
— Nunca pensei que
encontraria alguém com tanto fogo
quanto eu. — Ele se aproximou e
segurou meu queixo com força e
beijou minha boca. — Mas agora
você vai ter que esperar até a noite
Sammy, isso é para você aprender a
nunca me negar um beijo. — Ele
sorriu presunçoso e saiu do quarto.
Depois do banho gelado,
coloquei um vestido pêssego
soltinho, deixei meus cabelos soltos
e desci a procura da Jess. Tínhamos
muito o que conversar e ela não iria
fugir dessa conversa agora, não
mesmo.
Bati na porta do seu quarto e
ela já abriu assustada, usando
leggin preta, blusa rosa e tênis de
corrida.

— Que susto, Sam. Não sabia


que era você. — Disse ela,
colocando a mão no peito.
— E quem mais poderia bater
no seu quarto, Jess?
— Ni...ninguém... o que você
quer Sam?
— Nossa que grossa, quero
conversar com minha amiga, posso?
— Pode ser mais tarde? Estou
indo correr agora. — Ela parecia
ansiosa para fugir de mim.
— Jess, vou ser bem direta,
ok? Você está esquisita assim
porque transou com o Daniel? —
Assim que disse isso ela ficou
ainda mais branca do que já era. —
Então Jess, me responda.... Se o
Daniel fez algo para te magoar
cortarei as bolas dele e ...
A campainha começou a tocar,
bufei irritada com a interrupção.
Logo que Claire, uma das
empregadas do Daniel atendeu a
porta, tive uma louca surpresa ao
ouvir voz da minha mãe, digo, da
Rachel.
— Ah Sam. Senti tantas
saudades. — Ela me abraçou forte
e fiquei sem reação. Nesse
momento, Jess aproveitou para sair,
vaca!
— Desculpa Rachel, mas não
estou entendendo. O que você faz
aqui? — Afastei-me de seu abraço.
— O que vim fazer aqui? Vim
ver você! — Havia a mais pura
falsidade em seus olhos.
— Pronto, já me viu. Agora
faça o favor de ir embora... Tenho
de sair. — Disse, lembrando que
precisava buscar papai no hospital.
— Filha, me dê apenas cinco
minutos do seu tempo, por favor...
— Suspirei pesadamente e a guiei
até a sala.
— Fale logo, Rachel.
— Sam, sei que me exaltei no
fim de semana, mas te peço perdão,
meu amor. Eu estava apenas
nervosa em ver o estado que estava
sua irmã. — Ela limpou as lágrimas
com um lenço. Meu Deus, deem o
Oscar a essa mulher. — Por isso
vim aqui te pedir para esquecer o
noivo da sua irmã. Você não
percebe que ele está apenas te
enganando? Ontem mesmo ele
estava em casa com a Cristine... ele
está sempre ligando para ele,
pedindo perdão...
— Cale a sua boca e saia
daqui agora! — Rosnei irritada e
levantei do sofá. Ela me encarou
assustada.
— Mas só estou tentando
ajudar você, para que não se magoe
novamente como foi com o
Michael.
— Você quer me envenenar me
contando esse monte de mentiras; se
fingindo de boa moça para mim; só
que isso não funciona mais! O
Alexandre me ama e eu o amo,
vamos ficar juntos quer vocês
queiram ou não; então conformem-
se com isso.
— Te ama tanto que passou a
noite com a Cristine ontem.
— Você consegue ser pior que
a Cristine! Acho que ela se saiu
igual a você, afinal. Da próxima
vez que for inventar uma história
dessas, certifique-se de que o
Alexandre não tenha passado a
noite comigo.
— Ele não vai ficar com você,
assim como seu pai não ficou com a
puta da sua mãe! — Sem pensar,
acertei um tabefe na cara dela com
toda a raiva acumulada, e no seu
rosto ficou uma marca vermelha
nítida.
— Nunca mais fale da minha
mãe! E saia logo daqui antes que eu
jogue você pela janela dessa
cobertura!
— Isso não vai ficar assim!
Não permitirei que você destrua o
futuro da minha filha! — Ela saiu
pisando firme e sumiu da minha
vista.
Meu corpo estava agitado,
tamanha raiva que estava sentindo.
Sentei no sofá e comecei a
massagear minhas têmporas, e uma
dor de cabeça já havia se instalado
em mim. Irritada, fui para o quarto,
tomei um analgésico, mandei uma
mensagem para o papai, que me
avisou que só seria liberado mais,
então aproveitei o tempo livre e
adormeci.
Capítulo Dezesseis
Cristine

Estava lendo uma revista de


fofocas enquanto a manicure fazia
as minhas unhas. Pedi um tom de
rosa bem chamativo, pois pretendia
ir visitar o Alexandre em sua
fazenda nesse fim de semana, até
que mamãe invadiu a sala com uma
cara de poucos amigos.
— Mamis, que cara de enterro
é essa? — Questionei tirando os
olhos da revista por alguns
instantes.
— Fui falar com a bastardinha.
— Ela sentou-se ao meu lado e
começou a massagear as têmporas.
— Acredita que ela me bateu?
— O quê? Como assim,
mamãe? O que aquela selvagem
fez? Ah, eu vou unhar a cara dela
e.... — Gritei histérica, mas ela me
interrompeu.
— Nada disso, Cristine. —
Respondeu friamente. — Vou dar
um jeito na bastardinha. Continue
fazendo o papel de boa moça...
Você já está grávida, certo?
— Sim, mamãe. Já fiz três
testes de farmácia e todos deram
positivo. Esse final de semana irei
até o Alexandre. — Fiz um gesto
para que a manicure saísse e calcei
meus sapatos. — Vou sair, preciso
espairecer.
— Não me diga que vai se
encontrar com aquele pé-rapado do
Michael? — Revirei os olhos e a
encarei.
— Vou, mamãe. Eu quero me
casar com o Alexandre por
conforto, mas é com o Michael que
o meu fogo aumenta.
— Não precisa mentir para
mim, filha. Lá no fundo você ainda
está com o Michael só por causa da
bastardinha.
— Tudo bem... até que você
tem um pouco de razão, mas mesmo
assim gosto dele. — Peguei minha
bolsa e alisei meu cabelo em frente
ao espelho.
— Espero que você esteja
grávida do Carter e não do
pretinho. — Lancei um olhar feio
na sua direção.
— Que coisa feia de se dizer,
mamãe! Até parece que nossos
gostos não são os mesmos. —
Censurei-a. — E sim, pelas minhas
contas é do Carter que estou
grávida.
— Ótimo... de qualquer forma,
a bastardinha não vai mais
incomodar. — Disse ela pensativa.
— O que você fez, mãe?
— Não fiz nada, ainda...
Confie em mim, Cristine; seu futuro
como esposa do bilionário está
garantido. — Ela sorriu
perversamente e um arrepio
percorreu a minha espinha.
— Tudo bem, mamãe. —
Retirei-me e logo já estava dentro
do meu carro em direção ao
humilde bairro em que o Michael
vivia.
Desci do carro com cara de
nojo. Pelo jeito havia chuviscado
na noite anterior, pois o chão estava
todo enlameado, mas minha sede
por ele era muito maior. Bati na
porta e logo ele apareceu lindo
como sempre. Sua pele cor de
chocolate estava levemente úmida,
e com certeza ele havia saído
recentemente do banho... o cheiro
de seu sabonete me deixou
instantaneamente molhada; mas
havia algo diferente no seu olhar.
Ao invés de me olhar com a lasciva
de sempre, ele estava sério.
— Não vai me convidar para
entrar? — Sorri sedutoramente na
sua direção.
— Claro, entre. — Ele me deu
passagem, e aproveitei para passar
minhas mãos em seu peitoral
desnudo. Fui em direção aos seus
lábios, mas ele virou o rosto.
— Posso saber o que
aconteceu? — Disse assim que ele
fechou a porta.
— Nada, Cristine. O que você
está fazendo aqui?
— Como o que eu estou
fazendo aqui? Eu vim ver você! —
Enlacei os braços em volta do seu
pescoço. — Senti saudades do meu
macho gostoso. — Sorri.
— Você já foi visitar seu pai?
— Ele tirou meus braços do seu
pescoço e se afastou.
— Não, e não vou visitar
aquele ingrato. Por mim ele pode
morrer... sei que está do lado
daquela bastarda gorda. — bufei.
— Assim pelo menos receberemos
a herança.
— Você sempre foi assim ou
só foi agora que se tornou essa
pessoa terrível? Acho que a
primeira opção, certo? Eu que fui
cego o suficiente para não enxergar.
— Michael amor, desde que
passei pela porta fiquei com minha
calcinha encharcada... para com
esse papo bobo e vem apagar meu
fogo vai. — Entreabri as pernas
mostrando-lhe a renda da minha
calcinha, mas ele me lançou um
olhar irritado.
— Cristine, você pode, por
favor, sair daqui. — Ele passou a
mão nervosamente no rosto.
— O que te deu hoje hein
Michael? Eu vim aqui pra matar as
saudade e você está agindo assim.
— Eu percebi algumas coisas,
Cristine... você não se importa nem
um pouco comigo, e cansei de ser
seu brinquedinho.
— Eu... Eu... Michael você
não é brinquedo! Eu amo você!
— Não Cristine, você não
ama. Você só ama a si mesma.
— Eu amo! – Gritei.
— Ama? Então prove! — Ele
se exaltou e me encarou
profundamente nos olhos. — Largue
seu noivo e venha morar comigo!
— Com as palavras dele eu
comecei a gargalhar.
— Você está louco! Eu vou me
casar com o Alexandre pensando no
nosso futuro! Quando você se
formar como clinico geral pode ir
trabalhar lá na fazenda, cuidando
dos animais.
— Eu fiz um teste, Cristine, e
você não passou nele! Ontem
percebi a burrada que fiz ao trair
sua irmã com você. Ela é muito
mais mulher que você! Ela é uma
pessoa generosa e vou me
desculpar com ela.
— Pare com essa palhaçada,
Michael... — Ajoelhei-me em na
sua frente e agarrei a braguilha da
sua calça. Iria dar uma chupada
inesquecível naquele mastro
enorme até que ele esquecesse
aquele papo idiota.
— Saia, Cristine. — Ele deu
um passo para trás e se afastou
bruscamente. — Estou com nojo de
você, mas o pior, estou com nojo do
que me tornei desde que me envolvi
com você. Fui fraco, e me deixei
levar por uma boceta.
— Não é assim que funciona,
Michael! Você não pode me deixar,
você me ama!
— Eu amo a sua irmã! Me
deixei levar por você, que ficava
literalmente esfregando a boceta na
minha cara! Fui fraco, mas isso
acabou!
— E você acha que ela vai
querer ficar com você depois de
tudo? — Dei uma risada amarga. —
Conte outra, Michael.
— Não! Eu sei que comigo ela
não ficará. Por alguma razão ela
ama aquele seu ex-noivo. Quero
apenas que ela seja feliz, pois já fiz
muito mal a ela.
— Você é um idiota! Um
completo idiota!
— Não, Cristine! Eu fui idiota
quando me deixei seduzir por você.
— Ele se aproximou da porta e
abriu. — Saia daqui agora!
— Você é burro, Michael!
Muito burro! — Sai irritada de
dentro da casa. — E vai se
arrepender disso!
— Ei Cristine? — Ele me
chamou de volta.
— O que é? — gritei histérica.
— Veterinário!
— Como? — olhei-o confusa.
— O médico que cuida dos
animais é o veterinário! — Ele
sorriu divertido. — Você não
deveria ter pago as pessoas para
fazer seus trabalhos de escola. —
Ele entrou na casa e bateu a porta.
Sai irritada, com meus saltos
afundando naquele buraco que
chamam de bairro. Peguei meu
celular e liguei para Carter, que
atendeu logo no primeiro toque.
— Olá, doce Cristine. O que
posso fazer por você?
— Me encontre naquele lugar
de sempre. Preciso tirar o estresse
do corpo. — Disse diretamente.
— Hoje não dá, Cristine!
Estou numa reunião com o
Alexandre. Ele descobriu o roubo
de 500 mil dólares, e eu estou
ajudando-o a localizar o culpado.
— Ele riu zombeteiro.
— Nossa que bom amigo você
é, Carter. — Ironizei. — Mas acho
melhor você dar um jeito, ou eu
posso acabar falando além da conta
para meu adorado noivo —
Ameacei.
— Suas ameaças não me
assustam, Cristine. Se eu cair você
cairá também; só que a única
diferença é que se eu cair terei
muito dinheiro na minha conta nas
Bahamas e você estará arruinada e
grávida de um bastardinho.
— Ora seu!
— Ora seu, um caralho! Te
encontro hoje á noite pra te comer,
e se não quiser esperar vá até o seu
enfermeiro favorito. A não ser que
ele não te queira mais... Até mais,
Cristine.
Porcaria! O que estava
havendo com esses caras? Irritada,
dirigi como louca, sem rumo certo
...

Samantha

Acordei um tanto tonta com o


celular tocando insistentemente.
Olhei no visor e vi o número do
Michael na tela. Automaticamente,
meu coração falhou uma batida ao
imaginar milhares de coisas que
poderiam ter acontecido com meu
pai.
— Alô! Michael, aconteceu
alguma coisa com o meu pai? —
Perguntei sobressaltada.
— Oi Sam, não! Não se
preocupe está tudo bem.
— Ufa! Você me deu um baita
susto. — Deitei na cama
novamente, me sentindo mais
relaxada. — O que houve então?
— Eu queria te convidar para
almoçar... precisamos conversar.
— Não temos nada para
conversar, Michael! Tudo o que
tinha para ser dito já foi.
— Por favor Sam, não precisa
ser almoço então. Me dê apenas uns
15 minutos do seu tempo. —
Insistiu.
— Não acho que seja certo... e
se for mais uma armação sua com a
Cristine? — Perguntei desconfiada.
— Eu sei que você não têm
motivos para confiar em mim, mas
preciso falar contigo... é
importante.
— Não sei, Michael.
— Façamos assim... você terá
que vir ao hospital buscar seu pai,
certo?
— Sim.
— Venha uns minutos antes,
por favor Sam. É realmente
importante. — Insistiu.
— Tudo bem Michael. Nos
veremos mais tarde então.
— Tchau Sam.
— Tchau. — Encerrei a
ligação, e passei a imaginar o que
ele queria conversar comigo.
Imaginando ser uma armação de
Cristine e Rachel, resolvi avisar ao
Alexandre e enviei uma mensagem:
Oi lindo, posso te ligar? Ou
está ocupado?
Instantaneamente meu celular
tocou, e sorri ao atender.
— Oi Sammy! Estava
pensando em ti.
— Oi lindo! Também estava, e
ai como estão as coisas na fazenda?
— Sofremos um desfalque de
500 mil dólares, mas sei que logo
descobriremos quem é o traidor. —
Ele parecia tenso.
— Desculpe te atrapalhar
amor.
— Você nunca atrapalha.
Estava louco para ouvir sua voz e
sair do escritório por pelo menos
alguns minutos. Esse trabalho não é
para mim... prefiro domar cavalos.
— Como não derreter quando esse
homem incrível fala uma coisa
dessas.
— Estou ficando muito
dependente de você, cowboy... já
estou com saudades. E não me
esqueci o que você fez comigo hoje
de manhã. — Ele riu.
— Você está ligando para me
torturar com essa voz extremamente
sexy, Sammy? Não seria bonito
voltar para o escritório de pau
duro. — Foi minha vez de rir.
— Não, não, não. Longe de
mim fazer o patrão voltar para a sua
reunião em uma situação
constrangedora. — Suspirei. — Na
verdade te liguei para avisar que o
Michael me ligou e quer conversar
por 15 minutos comigo lá no
hospital.
— E você não vai, claro!
— Ele disse que era algo
muito importante... sinto que
preciso ir. — ele bufou.
— Não gosto da ideia de você
conversando com ele.... está nítido
o interesse dele em você.
— Amor, confie em mim... Só
te liguei para avisar pois não quero
que você fique sabendo pela boca
de outras pessoas, ou que distorçam
os fatos.
— Preferia não saber... sgora
vou ficar ansioso aqui.
— Não fique... Resolva logo o
que tem para resolver e venha me
buscar. Vou passar a noite com você
ai na fazenda, o que acha? — Ele
tragou o ar com força.
— Tudo bem, você me
convenceu. Vá conversar com
aquele imbecil e hoje a noite você
será toda minha... só não sei se a
deixarei ir embora um dia. Quando
colocar os pés na fazenda, correrá
o risco de um sequestro infinito e
serei um carrasco bem malvado. —
Disse sedutoramente, destruindo
minha sanidade.
— Hum ... Alexandre modo
BAD... Adoro! — Gemi, ansiando
vê-lo.
— Minha linda, preciso
desligar. Me ligue assim que falar
com aquele idiota, e fale em um
lugar público. — Rosnou, e o
ciúme, escorria em sua voz.
— Pode deixar meu cowboy
bruto! Mal posso esperar para ver
você.
— Te amo, Sammy.
— Te amo também.
— Se cuida viu.
— Você também lindo.
— Beijos. — Falamos em
uníssono e quando desliguei, tinha
um sorriso bobo nos lábios.

Vi no visor do celular que já


passavam das 11h00m e papai
havia mandado uma mensagemm
avisando que sairia do hospital as
12h30m. Dei um pulo da cama, fiz
minha higiene no banheiro e
apliquei uma maquiagem antes de
descer para comer alguma coisa;
mas o que vi antes de sair me
deixou atônita: Jess estava em cima
da bancada da cozinha com Daniel
em cima dela.... eles pareciam dois
animais, e com toda a certeza antes
deles partirem para o sexo
selvagem houve briga pois haviam
mantimentos jogados para todos os
lados e Daniel estava com o braço
arranhado. Resolvi sair
silenciosamente e não continuar
assistindo aquela cena erótica, até
para não atrapalhar.
A senhorita Jéssica teria de
conversar comigo, nem que fosse
amarrada ao pé da cama na volta...
ela não iria escapar da minha
inquisição.
Desci de elevador e fui em
direção a saída para chamar um
taxi, já que sabia que havia um
ponto ali perto. Não queria abusar
de Daniel usando seu motorista sem
pedir, mesmo sabendo que ele não
sairia de casa tão cedo depois da
cena erótica que vi na cozinha.
Em quinze minutos chegamos
ao hospital. Acabei por chegar mais
cedo que o desejado e mandei uma
mensagem para Michael me
encontrar de uma vez na lanchonete
que havia em frente ao hospital. Eu
estava faminta e iria comer alguma
coisa antes de levar o papai para a
casa.
Já servida de panquecas e
café, pude notar a aproximação do
Michael e tenho que dizer que ele
parecia muito abatido.
— Oi Sam. Posso sentar? —
Disse ao se aproximar da mesa.
— Claro. Sente. — Ele sentou
em minha frente e parecia um tanto
desconfortável. Ficou alguns
minutos quieto como se medisse o
que iria me dizer.
— Sam, em primeiro lugar eu
quero te pedir perdão...
— Perdão? — Interrompi.
— Por favor, me deixe
continuar. — Assenti e ele
prosseguiu. — Quero te pedir
perdão por tudo o que já te fiz
sofrer, por me deixar levar pelos
encantos da sua irmã.
— Michael, já superei isso. Se
você veio aqui apenas para me
dizer isso, saiba que foi perca de
tempo. É claro que não guardaria
rancor para sempre... já o perdoei
faz tempo, mas só enxerguei isso
quando conheci o Alexandre. Acho
que ele foi a minha tábua de
salvação da minha vida solitária.
— Fico feliz em saber disso,
Sam, porque eu amo você. Sempre
amei e sempre amarei. Quero
apenas que você seja feliz com
alguém que a mereça e não com um
cara que só faz burrada como eu. —
Sorri para ele. Suas palavras me
surpreenderam... há alguns anos,
isso faria com que eu me derretesse
por completo, mas agora era tarde
demais.
— Obrigada, Michael. —
Toquei sua mão com a minha. —
Sei que um dia encontrará uma
moça que te faça muito feliz, afinal
dona Georgianna merece uma boa
nora. — Disse me referindo da mãe
dele.
— Obrigado Sam... Você não
existe mesmo. — Ele sorriu, mas
logo o sorriso morreu em sua face.
— Por isso preciso te alertar... A
Cristine está grávida do tal Carter,
eles estão enganando seu namorado,
Sam. Mesmo que eu não goste dele,
sei que ele te faz feliz, então
precisava te alertar.
— Meu Deus, o Carter que
você diz é o que trabalha na
fazenda? — Eu estava chocada.
— Sim, é ele mesmo. Alerte
seu namorado, que ele é um traidor.
— E como você ficou sabendo
disso tudo?
— Uma longa história, um dia
te conto. — Naquele momento eu
não conseguia colocar mais
nenhuma garfada na boca. Meu
estomago estava embrulhado e tudo
que eu pensava era em ligar para o
Alexandre.
— Preciso alertar ao
Alexandre. — Levantei-me da
mesa.
— Pode ir, Sam. Eu pago sua
conta.
— Não... deixe comigo.
— Bobagem, pelos velhos
tempos, tudo bem? — Insistiu.
— Tudo bem. — Rodeei a
mesa e o abracei. — Você mudou
muito, Michael. Estou muito feliz
por isso.
— Obrigada Sam. —Afastei-
me dele e parei na calçada a
procura do meu celular. Olhei para
todos os lados e fui atravessar a rua
enquanto discava o número do
Alexandre, que prontamente
atendeu.
— Amor, preciso te falar... o
Carter... — De repente um carro
preto com vidro fumê veio em
disparada na minha direção. Só
consegui ver o vulto do Michael
correndo e me empurrando com
força na calçada, e cai de cabeça
no chão. Senti uma dor forte e
aguda, ouvi um barulho de carro
batendo, gritos, ...
— Alguém chame um médico
ali no hospital antes que ele
morra... — Ouvi alguém gritar ao
longe, mas minha cabeça doía
demais e apaguei.
Capítulo Dezessete

Samantha
Despertei em um quarto todo
branco e fechei meus olhos
novamente, pois a claridade me
incomodava. Meu corpo inteiro
estava pesado e não tinha forças
para me mover, como naqueles
sonhos estranhos em que o corpo
parece incrivelmente pesado. Com
esforço, entreabri os olhos uma vez
mais e avistei uma pessoa sentada
próxima a mim, e depois de
segundos de confusão o reconheci.
— Alexan ... — Tentei chamá-
lo, mas minha voz falhou. Eu sentia
a garganta seca, estava morrendo de
sede.
— Meu amor, graças a Deus
você acordou. — Ele levantou e
veio correndo na minha direção.
Seu olhar era de alívio.
— Eu... — Tentei falar
novamente, mas foi em vão.
— Shhh Sam, fique quietinha
minha linda. Vou chamar o médico.
— Quando ele se afastou pude
notar suas roupas amarrotadas.
Quanto tempo fiquei desacordada?
As memórias do acidente tomando
forma na minha mente. Meu Deus!
como estaria o Michael? O pânico
se apossou do meu corpo, mas eu
ainda estava com os músculos
pesados demais para me mover, até
que notei uma agulha enfiada em
minha veia.
— Viu doutor, ela acordou! —
Alexandre entrou na sala com um
senhor de jaleco branco, e só então
percebi como Alexandre estava
abatido, como se não dormisse a
muito tempo.
— Bom dia, você sabe seu
nome? — Questionou o doutor.
— Samantha... eu... Sinto sede
... — O doutor sorriu e me trouxe
um copo com água com um canudo,
que bebi avidamente.
— Beba com calma,
Samantha... você acabou de acordar
de uma espécie de coma.
— Coma? — Questionei.
— Sim, sua queda foi feia e
você teve uma lesão leve.
Basicamente, seu corpo entrou em
um “modo de repouso”, para que
você pudesse se recuperar.— A
quanto tempo estou dormindo? —
Questionei.
— Há três dias. Estivemos
acompanhando todos os seus sinais
e queríamos ter certeza de que não
haveria nenhum dano... Você
poderia ter perdido a memória, mas
aparentemente você não a perdeu, o
que é um ótimo sinal. — Ele sorriu
e fez mais algumas anotações
enquanto me fazia outras perguntas
para testar minha memória. — Bem,
pelo visto está tudo certo. Daqui a
pouco Jenna virá tirar sua sonda e
você poderá tomar um banho.
Tentar comer alguma coisa, certo?
— Obrigada doutor.
— Vou deixar você com seu
marido... Amanhã faremos uma
tomografia apenas para certificar
que você está bem, e talvez até o
final da tarde você tenha alta. —
Ele se despediu do Alexandre e se
retirou da sala.
— Marido? — Sorri
timidamente para Alexandre.
— É o que pretendo ser. —
Sorriu. — Sammy, você quase nos
mata de susto. Seu pai esteve aqui
até agora pouco, e tive que forçá-lo
a ir pra casa descansar. Só de
pensar o que poderia ter lhe
acontecido se você fosse atingida
pelo carro… — Ele disse nervoso.
— Amor, e o Michael? — Ele
me encarou com uma expressão
nada boa.
— Sammy, o Michael foi um
herói... ele salvou sua vida. Se não
fosse por ele, você poderia não
estar aqui conosco agora. — Um
arrepio frio percorreu minha
espinha.
— O que houve com ele? Onde
ele está? — questionei nervosa.
— Sinto muito, Sammy. Os
ferimentos dele foram muito
profundos e ele perdeu muito
sangue.... — Ele parou de falar por
um momento.
— Por favor Alexandre, me
diga logo. Onde ele está e como
está?
— Sinto muito amor, mas ele
não sobreviveu. — Ele segurou em
minha mão, confortando-me. Eu
estava em choque, totalmente sem
reação alguma, mas de repente me
senti mal... uma ânsia tomou conta
do meu estomago.
— Deus Alexandre, eu vou
vomitar. — Com uma rapidez
descomunal, Alexandre me colocou
em seus braços, pegou o soro com a
mão, e me carregou até o banheiro,
onde vomitei o que pude. Logo me
recuperei, sentando na tampa do
vaso e lavando meu rosto.
— Se sente melhor, meu amor?
— Questionou preocupado.
— Não, na verdade ainda
estou assimilando tudo isso. —
Suspirei. — Deus Alexandre, quem
fez isso? Ao menos pegaram o
motorista maluco?
— Ainda não, Sammy. Ele
fugiu do local e ainda não o
encontrarmos.
— Ninguém anotou o número
da maldita placa? — Lagrimas de
frustração turvaram-me a visão. —
Deus, essa pessoa não pode ficar
impune!
— Vamos voltar para o quarto,
amor. — Ele me carregou de volta
ao quarto, e minhas lágrimas
rolavam soltas agora que estava
agarrada em seu ombro.
Obviamente, não tínhamos uma boa
relação, mas ele foi o meu primeiro
em tudo, e tivemos uma boa
amizade e companheirismo. Deus,
sua mãe deveria estar desolada...
ele não merecia morrer daquela
forma, tão jovem e com uma vida
inteira pela frente.
— Sammy, beba um pouco de
água e acalme-se. Sei o quão difícil
é para você essa situação, mas não
se preocupe... estarei ao seu lado
para ajudá-la a superar e para
protegê-la.
— Obrigada amor, mas você
não me respondeu. Anotaram o
número da placa? — Ele suspirou,
parecia cansado.
— Sim Sammy, mas
descobrimos que era uma placa
fria. Estamos achando que foi
proposital.
— Como assim? — Perguntei
assustada. — Vocês acham que... —
As palavras ficaram engasgadas na
minha garganta.
— Nós achamos que tentaram
matar você.
— Mas... quem? — Cristine
seria capaz de fazer isso, mas ela
não teria inteligência para
esquematizar um plano desses. Ou
seria Rachel? Poderia a mulher que
me criou, tentar me matar? Deus!
Minha mente vagava em milhões de
possibilidades.— Seu pai e eu
temos nossas suspeitas. Já coloquei
uma equipe de investigadores no
caso, e vamos aguardar os
resultados. — Ele acarinhou meu
rosto. — Não permitirei que
ninguém nesse mundo toque em
você, Sammy. Terão que me matar
primeiro.
— Deus, amor! Chega de
mortes! — Encarei-o com carinho.
— Eu preciso ver a senhora
Georgianna, a mãe do Michael.
— Ela já esteve aqui... está
ajudando seu pai nessa
investigação. Por sorte, ela trabalha
como promotora e está muito
abalada pela morte do filho... só
quer justiça.
— Olá, posso entrar? — Uma
moça vestida de enfermeira surgiu
na porta.
— Pode sim, claro.
— Vim tirar seu soro, para que
você possa tomar um banho e
almoçar. — Ela sorriu timidamente.
— Tudo bem. — Sorri de
volta, enquanto ela tirava a agulha
do meu braço, pois o local já
estava um tanto marcado.
— Pronto, a senhora já pode
tomar seu banho; apenas peça para
seu esposo auxiliá-la pois pode
sentir um pouco de tontura.
— Tudo bem, obrigada. — Ela
logo se retirou do quarto e nos
deixou a sós. — Me ajuda com o
banho? — Sorri fracamente pra ele.
— Com prazer. — Ele me
apoiou o tempo inteiro no banho,
sendo um completo cavalheiro. Eu
ainda estava um tanto amortecida
por saber da morte do Michael e só
em fazer justiça por ele. Após o
banho que me ajudou relaxar um
pouco, trouxeram-me o almoço, que
comi um pouco, sem apetite.
— Filha! Graças a Deus você
acordou. — Meu pai entrou na sala
sorrindo, aproximou-se da cama e
deu um beijo na minha testa. —
Fiquei com tanto medo de perdê-la.
— Estou bem, papai. E a
investigação? — Perguntei ansiosa.
Minha curiosidade estava me
matando... algo precisava ser feito.
A morte do Michael não poderia
ficar impune.
— Ainda estamos tentando
localizar o homem que dirigia. O
carro era alugado, e ele apenas
alterou a placa e mostrou um
documento falso para fazer o
aluguel. — Ele suspirou cansado.
— Provavelmente alguém o pagou
para que fazer o serviço. Se
tivermos sorte, ele não terá saído
do país ainda.
— Meu Deus papai, quem fez
isso precisa pagar! Isso não pode
ficar impune!
— Isso não vai ficar impune
filha, não vai mesmo. — De repente
lembrei de algo.
— Alexandre amor, o Carter.
— ele se aproximou da cama. —
Michael me disse que o Carter e a
Cristine estão juntos nessa, que a
Cristine está grávida de Carter...
que ele te engana.
— Não se preocupe com isso,
amor. Quando nossa ligação foi
interrompida por seu acidente, corri
pra cá, mas antes contratei um
investigador para descobrir o que o
Carter tanto esconde.
— Nossa, você foi rápido. —
Disse impressionada.
— Sim... confesso que tinham
algumas coisas que ele dizia que
não batiam, então eu já estava
desconfiado... mas sua irmã não
pode estar grávida do Carter.
— Como assim?
— Investigando o passado do
Carter descobri que ele sofreu um
acidente com a sua família. Ele
ficou preso nas ferragens e por
pouco não morreu com seus pais,
mas teve sequelas. O Carter é
estéril... é impossível que ele tenha
filhos.
— Então Cristine está grávida
de quem?
— Se ela estiver mesmo
grávida, só saberemos mais tarde.
Ainda estou investigando esse
acidente com a família de Carter, e
porquê dele querer atingir a mim e
minha família.
— Meu Deus, quantos
mistérios! E pensar que há menos
de um mês minha vida era só festas
e mais festas. — Suspirei. —
Falando em festas, e a Jess? E o
Daniel?
— Eles estão juntos, como eu
te disse que aconteceria. — Ele
sorriu.
— Como isso aconteceu se
eles viviam brigando?
— Uma longa história,
deixarei que ela te conte depois.
Ficamos conversando um
pouco mais, tentando montar aquele
maldito quebra cabeça...

Rachel
Eu não conseguia acreditar que
meu plano não funcionou! Isso que
dava mandar os outros fazerem...
agora teria que sujar minhas mãos
se quisesse me livrar da maldita
bastardinha. Teria de procurar o pai
da Cristine de novo e pedir mais
dinheiro, mas ele certamente não
iria querer que sua família perfeita
descobrisse sua indiscrição.
Anos atrás, enquanto Erick me
traia com a empregadinha de merda
que era a mãe da bastarda, ele não
me dava abertura para engravidar
dele... então fiz o que ensinei a
minha filha, engravidei de outro. Na
época Raphael também era casado
e tinha dois filhos, mas sua mulher
estava doente e o seduzi até a minha
cama. Ah sim, minha melhor amiga
Violet nunca descobriu, tanto que
continuávamos amigas até hoje. A
idiota sequer desconfiava que vez
ou outra, seu marido querido me
procurava e eu satisfazia seus
desejos, é claro que esse caso me
rendeu muitos presentes.
Se o Erick me deixasse, pelo
menos eu teria um bom dinheiro e
muitas joias; é claro o idiota do
Raphael para chantagear.
O lado bom do meu plano ter
falhado foi que me livrei de um
mal. Michael sabia demais e
poderia colocar minha menina em
apuros, e não iria deixar a Cristine
ser guiada por emoções bobas. Ela
precisava fisgar o bilionário, e para
isso eu me livraria da bastardinha
de uma vez por todas.
Segurei o revólver entre meus
dedos, e senti o frio do aço encher-
me com uma emoção sem igual.
Bastaria esperar o momento
perfeito, para o crime perfeito.
Faria Raphael dizer que estava
comigo na hora do assassinato, ele
não teria escolha e seria o meu
álibi. Percebi uma movimentação
na sala e guardei o revolver
novamente na gaveta da
escrivaninha e passei a chave.
— Mamãe, eu não aguento
mais vomitar! — Cristine entrou no
escritório com o rosto pálido. —
Detesto gravidez! O lado bom é que
terei muitas babás para me ajudar,
porque se já está ruim agora,
imagine quando o bebê chorão
nascer. — Ela sentou-se cansada na
poltrona. — Deus, eu não suporto
bebês! Tem certeza que ele vai
casar comigo? Por que depois do
seu plano falhar, tenho algumas
dúvidas.
— Imaginei que você estaria
triste por perder seu brinquedinho
no processo.
— Ele não era mais meu
brinquedinho, então bem feito pra
ele... Quem mandou ser um imbecil.
— Suspirou. — Tem que ser muito
burro para se jogar na frente de um
carro para salvar a vida de uma
mulher que não iria ficar com ele.
— Verdade, minha filha... ele
foi idiota, mas pelo menos nos
livramos dele. Você confiava coisas
demais para ele, então foi um mal
necessário. — Disse calmamente.
— Ninguém sentirá falta dele
mesmo.
— É isso é verdade... acho que
preciso vomitar mais um pouco. —
Levantou-se depressa. — Não vejo
a hora dessa coisa nascer.
— Logo ele nasce Cristine e
você será uma mulher muito, mas
muito rica.
— Assim espero.
Ela logo sumiu da minha vista,
e fiquei pensando friamente no meu
plano de matar a bastardinha. Dessa
vez eu não iria falhar.

Samantha

4 Dias depois...

— ... e por isso hoje oramos


pela alma de um homem que
dedicou sua vida a salvar pessoas,
que sem dúvidas seria um excelente
médico, assim como foi como
enfermeiro; e se foi como um herói.
Todos nós sentiremos sua falta... —
Assim seguiu-se a missa de sétimo
dia de Michael. Eu estava de mãos
dadas com a senhora Georgianna, e
as lágrimas corriam soltas por
nossos rostos.— Deveria existir
uma lei que proibisse que um filho
de falecer antes de sua mãe. — Ela
disse aos soluços. — Deus, Sam...
como irei suportar? Parece que
arrancaram meu coração! Meu
único filho, meu menino, agora eu
não tenho ninguém... — Seus
soluços altos me comoveram.
— Você tem a mim,
Georgianna. Vou ficar aqui no Texas
e te dar força. Vamos ficar juntas,
tudo bem? — Acarinhei seu rosto.
— Sam, linda! Eu sempre
gostei muito de você. Fiquei muito
triste quando você e o Michael se
afastaram. — Ela disse secando as
lágrimas. — Sempre soube que ele
amava você, e por mais que doa,
estou orgulhosa pelo que ele fez.
— Vai dar tudo certo... Logo
descobriremos quem fez isso, e
teremos justiça.
— Eu sei Sam, e mesmo se não
conseguirmos, ninguém consegue
fugir da justiça de Deus.
— Verdade.
Havia um segurança me
esperando na entrada da igreja.
Quem quer que estivesse tentando
me matar, faria novamente já que
Alexandre e meu pai exigiram que
eu andasse com um guarda costas.
Pegamos o carro e fomos para a
fazenda do Alexandre, pois o
investigador tinha algumas
respostas e estávamos ansiosos
para descobrir tudo, e colocar o
responsável por isso atrás das
grades.
Capítulo Dezoito

Alguns dias atrás...

Daniel (Bônus)
Sai da casa da Rebekah
irritado, já que foi mais uma boceta
recusada pelo meu pau! Mas que
porra estava acontecendo comigo?
Tinha virado maricas? Só
broxava... era só isso que meu pau
fazia.
Entrei na avenida próxima a
minha casa e avistei a razão do meu
pau manter-se abaixado. Ela estava
correndo... a calça de ginastica
colava-se perfeitamente em seu
corpo, e seus cabelos cor de fogo
estavam presos em um rabo de
cavalo.
Maldita garota das línguas!
Maldita Samantha que a trouxe pra
cá! Maldito pau traidor que só
queria ela! Minha ereção despontou
instantaneamente com a sua visão...
precisaria tê-la sob meus lençóis
ainda hoje, e depois que me
fartasse, tudo voltaria a ser como
antes.
Como no dia que encontrei
Sam, comecei a andar lentamente
de moto ao lado dela. Ela deveria
estar escutando uma música muito
alta ou extremamente distraída pois
demorou vários instantes até notar
minha presença, apenas ao virar seu
rosto em minha direção.
Ela estava toda suada e com as
bochechas coradas, coisa que só fez
meu pau ficar ainda mais dolorido
dentro das calças. Quase gemi
quando ela apertou os lábios e me
lançou um olhar irritada.
— O que você está tentando
fazer? Me assustar? — Perguntou
irritada, diminuindo o ritmo da
corrida.
— Longe de mim, garota das
línguas. Aliás, estou surpreso em te
ver na rua.
— O jeito que você fala faz
parecer que nunca saio pra rua... um
tarado como você é que deveria
viver trancado dentro de casa.
— Não sabia que fazia
exercícios. — Prossegui, ignorando
seu comentário ferino.
— É bom, faz bem à saúde e
para se manter em forma... deveria
tentar.
— Prefiro outro tipo de
exercício. — Disse com a voz
rouca, encarando-a dos pés à
cabeça.
— Você é um cretino mesmo!
Adeus. — Ela apontou para o sinal
vermelho, rindo da minha cara.
Tive que parar a moto enquanto ela
corria para longe de mim, e logo
estacionei na entrada do prédio e
subi às pressas para o elevador.
Cheguei no apartamento tão
rápido quanto um raio, e encontrei-
a na cozinha, de costas para mim.
Quando sentiu minha presença, ele
se virou em minha direção com um
pote de sorvete na mão.
— Gulosa você, hein.
— O que você quer Daniel?
Fale logo.
— Como assim?
— Você está próximo demais
de mim... o que você quer? —
Indagou ela.
— Nada... sabia que isso
engorda? De que adiantou você
correr tanto para agora mergulhar
nesse negócio? — Provoquei-a,
pois queria irrita-la... queria vê-la
pegando fogo para que eu pudesse
atacá-la de jeito.
— E o que você tem com isso?
Se eu engordar o problema é meu!
— Ela gritou, já muito enfurecida.
— Nerd, chata, antissocial e
ainda com uns quilos a mais...
cuidado garota das línguas. Os
homens de hoje em dia são muito
exigentes, e você vai acabar
ficando sozinha.
— Imbecil! — Ela gritou e
começou a jogar as frutas que
estavam em cima da pia na minha
direção. — Prefiro ficar sozinha do
que junto de você. — Ela
continuava a jogar coisas na minha
direção enquanto eu desviava de
tudo, até me aproximar dela,
colando meu quadril no seu.
— Acalme-se, garota das
línguas. Eu iria querer você mesmo
se fosse careca. — Ela tentava se
desvencilhar dos meus braços, mas
era algo em vão. — Não importa o
que tente, não vou soltar você! —
De repente ela se acalmou e sorriu
para mim.
— Ah não vai me soltar, doce
Daniel? — Ela estava amolecendo,
eu sabia.
— Não, garota das línguas...
tenho planos para você!
— E eu para você... — Ela
sorriu para mim, e antes que eu me
desse conta, virou uma garrafa de
espumante em cima de mim. O
choque de temperatura me fez
estremecer por alguns instantes e
soltá-la.
— Volte aqui, garota. Não
acabei com você ainda! — Puxei-a
pelo braço a prendendo contra a
mesa.
— Me deixe em paz! Eu não
quero você!
— Você quer e eu quero! Então
vamos nos lambuzar. — Sorri.
— Se lambuze você! — Ela
enfiou a mão no pote de sorvete e
esfregou o doce cremoso em meu
rosto, mas para esse ataque eu já
estava preparado e não a soltei.
— Vamos nos lambuzar os
dois! Você vai limpar agora a
sujeira que fez. — Agarrei sua nuca
entre meus dedos, e aproximei sua
boca da minha enquanto ela se
debatia em uma inútil tentativa de
fugir do beijo.
Quando penetrei minha língua
em sua boca, ela começou a ceder,
agora agarrando firmemente meus
ombros e entregando-se a lasciva
do beijo. Meu pênis já estava em
riste, pronto para ela, ansiando por
ela e apenas ela.
Arranquei nossas roupas com
pressa e fúria, e o sorvete cremoso
de chocolate se misturou aos nossos
gostos, tornando tudo ainda mais
gostoso. Deitei-a sobre a mesa e
chupei seus mamilos entumecidos,
enlouquecido por aquela maldita.
Sem conseguir esperar mais,
empalei com força e profundamente
sua bocetinha pequena e rosada.
— Como senti falta disso! —
Grunhi alto, mexendo-me com
maestria e velocidade dentro dela.
Ela gemia feito uma gatinha
embaixo de mim, contorcendo-se e
arranhando minhas costas. Encarei
seus lindos olhos azuis, sem
conseguir quebrar o contato visual,
e completamente perdido, percebi
que estava completamente
apaixonado.
Aquela revelação me pegou
completamente desprevenido... não
me apaixonava desde os meus
dezoito; como seria possível que
com apenas essa semana, que
passei brigando com essa garota,
haviam sido o suficiente para que
me apaixonasse por ela?
Ainda perdido em seu olhar,
investi cada vez mais fundo nela, e
quando ela convulsionou em um
orgasmo, gritou meu nome. Ela me
arrastou para um abismo profundo
de prazer e preencheu minha alma
com paixão.

Jéssica (Bônus)

Não era pra ter acontecido,


mas aconteceu. Apaixonei-me, e o
pior, me apaixonei por um canalha.
Daniel Harris Jr era um
tremendo galinha, canalha, sem
vergonha e que não tinha respeito
por mulher alguma. Era
surpreendente que até hoje que ele
não tivesse investido em Sam, pois
uma coisa que Daniel sabia fazer
bem era escolher suas
companheiras.
Desde o dia em que me
hospedei em sua casa, vi diversas
mulheres transitando por ali: uma
asiática, negra, loira, morena...
enfim... depois que a ruiva (no
caso, eu) caiu em sua cama, ele não
havia trazido mais nenhuma vadia
para a casa; e quando elas vinham
procurá-lo, saiam de seu quarto
com cara de decepção; algo que
não sabia ainda dizer se era
fantasia ou realidade, afinal, o amor
é cego.... Sim eu disse amor, porque
diferente da minha amiga Sam,
sempre fui uma romântica
incorrigível. Ao ver as mulheres
saindo do quarto dele com cara de
poucos amigos, me permiti fantasiar
que o pau dele não funcionava mais
com outras, como nos livros.
Obviamente, sabia que aquilo
era coisa da minha cabeça e dos
livros que faço tradução, porem me
permiti sonhar um pouquinho com a
redenção do Daniel. Sempre fui
muito sonhadora, e mesmo estando
caidinha por ele, mas não iria
permitir que ele soubesse disso.

Acabei de gozar em sua cama


pela terceira vez. Depois de nos
lambuzar de sorvete de chocolate
fomos para o chuveiro, e do
chuveiro para a cama. Eu disse que
não deixaria que ele soubesse de
meus sentimentos, mas quando
Daniel me encarava com aqueles
olhos castanhos compreensivos, eu
perdia o chão.
Ele deitou ao meu lado,
exausto. Com uma das mãos no topo
da minha cabeça, ele acariciava
meus cabelos. Estaria ele se
apaixonando por mim? Poderia uma
das histórias de meus livros ter se
tornado realidade?
— Daniel...
— Jessica...
Falamos em uníssono, e pela
primeira vez ele me chamou pelo
nome. Senti meu coração acelerar
ao escutá-lo falar meu nome assim.
— Sim? — Sorri timidamente,
encarando-o.
— Eu queria... eu pensei
que... — Ele baixou o olhar,
hesitante.
— Sim?
— Bem eu... acho que nós nos
damos muito bem e ...
A campainha escolheu esse
momento para tocar
incessantemente.
— Hey, deixa. A Claire já
deve ter chegado. — Ele disse
colocando a mão sobre a minha.
— Tudo bem. — Realmente,
depois de alguns segundos a
campainha cesso.
— Nem acredito no que vou
dizer, mas... — Ele começou, mas
foi interrompido.
— DANIEL! DANIEL! —
Ouvimos os gritos do Alexandre do
outro lado da porta, que quase a
derrubou.
— Droga! — Daniel se
levantou apressado, enrolando um
lençol na cintura e eu me cobri com
o edredom, mas não foi necessário
ir até a porta, já que o Alexandre a
arrombou.
— Daniel, precisamos de
você! A Sam... — Ele parou de
falar quando nos viu. — Desculpa
interromper vocês, mas a Sam
sofreu um acidente e precisa de um
doador de sangue. Falaram que
você tem o tipo dela Daniel, então
vamos para lá agora!
— Claro, mas como assim um
acidente?
Rapidamente o Alexandre nos
relatou tudo e começamos a nos
vestir logo que ele nos deu
privacidade. Eu chorava como um
bebê, e Daniel buscou me consolar,
dizendo:
— Tudo vai ficar bem, linda.
Conversaremos aquele assunto
depois, tudo bem?
— Claro! Vamos depressa,
cada minuto conta. — Ele me
beijou os lábios com ternura e me
abraçou forte. Incrivelmente, em
seu abraço me sentia protegida, e
tinha a certeza que tudo daria certo.
Capítulo Dezenove
Samantha
O detetive e seu parceiro eram
homens baixinhos e fortes, quase
parecendo com aqueles mafiosos de
filmes. Confesso que achei a dupla
um tanto cômica quando os conheci,
o que teria sido engraçado, não
fossem as circunstancias que nos
cercavam.
Sentamos na grande sala de
estar da senhora Tereza, com
Alexandre ao meu lado; e com tudo
o que havia acontecido, não
havíamos tido tempo para ficar
sozinhos, e já estava morta de
saudades do meu homem... dos seus
beijos intensos e sua pegada firme.
Devo dizer que sempre dominei no
sexo e tive total controle sobre
meus parceiros, mas com
Alexandre era tão diferente...
entregava-me totalmente. Com ele
me permitir ser submissa na cama e
me deixar guiar por ele. Ele tinha o
poder de fazer qualquer coisa
comigo, tanto que havia decidido
mudar para o Texas depois que essa
merda toda acabasse, e fazer nosso
relacionamento avançar mais um
patamar.
— Bem senhores, pretendo ser
breve. — Disse o detetive, coçando
sua barba loira. — Encontramos o
capanga que estava dirigindo o
carro...
Muitos começaram a falar ao
mesmo tempo e suspiros de alivio
foram escutados. O detetive
pigarreou, chamando a atenção de
todos.
— ... Bem, prosseguindo. Esse
homem foi interrogado por nós, e
por nosso patrão Anthony, que
chegará em breve para mais
esclarecimentos. — Disse ele,
olhando para a janela. Seu parceiro
também parecia um tanto ansioso.
— Viemos antes para iniciar as
explicações... o senhor Anthony
disse ter novidades, mas enquanto
isso continuaremos com o que já
sabemos.
— Sim, por favor Monroe,
continue... onde está esse homem?
— Papai estava nervoso, e com
motivos.
— Esse homem já está na
cadeia. O senhor Anthony levou-o
para lá hoje pela manhã. — Disse o
segundo homem.
— Isso mesmo... ele alega ter
sido contratado por uma mulher
elegante, vestida de preto e com
uma peruca morena. — Disse
Monroe. — Ela pagou uma boa
quantia em dinheiro para que ele
pegasse o tal carro e atropelasse a
senhorita. — Disse apontando para
mim.
— Meu Deus. — Senti um
arrepio na espinha.
— Inclusive havia uma foto da
senhorita no apartamento do
meliante. Descobrimos que ele
frequentemente faz esse tipo de
serviço, e que a polícia estava atrás
dele há anos.
— Nossa! — Disse espantada.
Seria isso sido coisa da minha
madrasta? Por mais que minha
cabeça gritasse que sim, eu não
queria acreditar.
— Pelo menos esse vagabundo
está preso agora? — Perguntou a
senhora Georgianna.
— Sim senhora, e certamente
pegará prisão perpétua por todos os
crimes que já cometeu. — Disse o
detetive.
— Graças a Deus! Pelo menos
isso. — Ela suspirou e abraçou
papai. Aqueles dois haviam se
unido muito na última semana, e a
senhora Georgianna seria, sem
dúvidas, uma companheira perfeita
para o papai.
Deus! Estava me tornando a
Jess e virando cupido! Admito que
ainda achava estranho vê-la com
Daniel, e queria todas os detalhes
do que havia acontecido para
aquele milagre.
A campainha da casa tocou e
assustou a todos. O clima estava
pesado e todos estavam um tanto
tensos com essa situação.
— Deve ser o Anthony, meu
chefe.
— Deixem que eu atendo. —
Disse a senhora Tereza. — Dei
folga aos empregados da casa hoje
para que pudéssemos ter total
privacidade. — Ela se retirou da
sala e ficamos em silêncio, na
expectativa por alguma novidade.
Os minutos se passaram e ela
não havia retornado ainda.
— Amor, vou ver onde está
sua mãe. — Disse ao Alexandre. —
Vou aproveitar e ir ao banheiro.
— Tudo bem.
Sai à procura de minha sogra,
ela estava demorando muito e vi
uma cena inesperada: Minha sogra
estava aos beijos com um homem
alto, forte e com alguns fios
grisalhos, e eles se agarravam
indecentemente em frente a porta da
rua. Recuei alguns passos, ainda
sem acreditar no que havia visto.
Rindo sozinha, entrei no banheiro e
logo já estava de volta ao
escritório.
— Onde está minha mãe?
— Ela já vem... está se
refrescando.
— Bem amigos, o senhor
Anthony chegou. — Minha sogra
entrou, e seu cabelo estava
levemente bagunçado. Logo atrás
estava o investigador particular
Anthony, o mesmo que ela beijou
minutos atrás. Ele deveria ter mais
ou menos uns 50 anos de idade, e
para sua idade ele era um gato de
olhos azuis e uma covinha no
queixo; um homem alto e de
presença.
— Boa tarde a todos. Sou
Anthony Smith, chefe do
Departamento de Investigações. —
Sua voz era grossa e forte.
— Boa tarde. — Todos
responderam.
— Bem, vim lhes informar que
tenho novidades sobre o caso. Sinto
lhe informar, senhorita Samantha,
mas a mandante para o crime foi a
sua mãe, a senhora Rachel.
Descobri isso hoje pela manhã,
quando consegui rastrear o celular
do mandante.
Novamente, todos passaram a
falar ao mesmo tempo. Eu ainda
estava em choque, e minhas mãos
ficaram imediatamente geladas, e
apenas disse:
— Ela não é minha mãe!
— Sei que não é o melhor
momento, mas precisamos saber de
todas as informações sobre ela.
Depois do que descobrimos, ela
fugiu de sua casa e não sabemos
onde encontrá-la.
— Como assim? Como ela
fugiu? E a minha outra filha,
Cristine? — Perguntou papai.
— Ela foi junto... não podem
ter saído do país, então acredito
que estão escondidas próximas. —
Ele suspirou. — Não vamos parar
de procura-las... Apenas tenho um
aviso, senhorita Samantha.
— Sim?
— Tome muito cuidado. Ela
pode ataca-la agora que não tem
nada a perder.
— Eu a conheço desde que
nasci... não creio que ela seja capaz
de vir pessoalmente atrás de mim.
— Acredite senhorita
Samantha, ela é uma mulher muito
fria. Pelo que soube, ela foi a uma
festa ontem, mesmo sabendo de
toda essa desgraça, e em nenhum
momento demonstrou remorso.
— Ficaremos atentos, detetive.
Eu a matarei antes que toque na
Sammy. — Alexandre rosnou,
levantando-se do sofá com os
punhos fechados.
— Tudo bem, qualquer
novidade entrarei em contato. —
Ele se despediu de todos. —
Senhora Tereza, poderia me mostrar
onde fica o banheiro?
— Cla... claro... — Tereza
levantou-se estabanada e seguiu
com ele.
— Bem, estamos indo....
Estaremos atentos a tudo. — Os
dois homens se despediram e nos
deixaram perdidos em nossos
pensamentos.

Um mês de relativa
tranquilidade havia se passado.
Jess voltou a Nova Iorque para
resolver alguns assuntos
pendentes, e aproveitei para que
enviasse Damon por um serviço de
pets, pois estava morta de
saudades do meu baby. Mesmo
depois de vários protestos do meu
pai e do Alexandre, aluguei um
apartamento e coloquei um
anuncio para vender o meu em
Nova Iorque, e graças à internet
consegui fazer tudo a distância...
só teria de ir lá para assinar os
papeis de venda para quando ele
fosse vendido e para empacotar
minhas coisas. Demiti-me da
revista e agora estava escrevendo
um livro inspirado em minha
relação com o Alexandre... um
segredo que contaria apenas
quando fosse ser publicado.
Durante este tempo, Rachel e a
Cristine não tinham mais dado
sinal de vida, mas estávamos
atentos a tudo.
O interfone tocou e eu já sabia
quem era, meu Alexandre! Meu
homem! Liberei sua entrada, e
Damon passou a miar, mas já sabia
que era ele.
— Pequeno... nada de ciúmes
do meu homem, hoje viu. —
Acariciei seu pelo macio. — Hoje
a mamãe irá se trancar no quarto e
montar num cowboy.
Abri a porta para ele, que
estava o pecado puro, com uma
camisa xadrez azul que destacava
ainda mais seus lindos olhos, o
chapéu preto de cowboy e uma
calça jeans colada em suas coxas;
além de seu famoso volume entre as
pernas ali, esperando por mim.
— Nossa cowboy... — Ele me
impediu de falar. Prendendo meus
cabelos entre seus dedos, sua língua
invadiu minha boca em um beijo
urgente, faminto, ansioso. Ele me
arrastou para dentro, chutando a
porta com o pé.
Senti sua ereção contra minha
pélvis e quase gozei
instantaneamente enquanto ele me
arrastava até a parede da sala,
erguendo meu vestido. Como por
instinto, meu bichano desapareceu
de vista. Alexandre ergueu meu
vestido e arrancou minha calcinha
com um só puxão, e ajoelhando-se
aos meus pés, abocanhou meu
monte carnudo, brincando com sua
língua e invadindo minhas dobras.
Com uma das mãos agarrei seus
cabelos, e com a outra mantive
presa sua cabeça entre as minhas
pernas.
Suas mãos foram até a minha
bunda, e ele apertou a minha carne
entre seus dedos enquanto chupava
meu clitóris. Convulsionei em um
orgasmo que me quebrou-se em
milhares de pedaços. Ele
mergulhou um dedo em minha fenda
pulsante, e meu corpo pós-orgasmo
tremia. Não contente em me deixar
louca, e levantou e arrancou as
calças e a cueca de uma só vez.
Com as mãos tremulas, arrebentei
vários botões de sua camisa, e
passeei com os dedos naquele
peitoral divino. Ele estava quente e
suado, e seu mastro estava
assustadoramente duro.
— Sammy... Gostosa... Não
aguento...
Ele então agarrou minhas
coxas e fez com que enlaçasse sua
cintura, e tomou-me de uma vez.
Cada pedacinho meu apertou-o,
sugando-o, deliciando-se com
aquele mastro enorme.
Não contente em me deixar
maluca, ele me deixou ainda mais
insana, pois enquanto me penetrava
profundamente contra a parede,
introduziu um dedo em meu
buraquinho enrugado, e
rapidamente foi sugado para dentro.
Ele mordia minha boca e chupava
minha língua enquanto arremetia
fundo nas duas entradas. Acabei
quebrando-me em outro orgasmo
enlouquecedor, enquanto minhas
mãos arranhavam suas costas, e
nossos olhares emanavam desejo e
luxuria.
— Deus, cowboy... eu vou
gozar de novo... — Gemi entre
beijos, e gozei uma vez mais.
— Deus Sammy... — Senti sua
semente me preencher por
completo, e minha fenda vibrava
junto ao seu mastro delicioso.
Acalmamos nossas respirações
e fomos deitar juntinhos. Alexandre
estava estranho aquela noite... o
sexo fora ainda mais intenso e
apaixonado que de costume, e
fizemos amor por mais duas vezes
naquela noite.
— Cowboy, você me matou
hoje. — Sorri para ele.
— Sammy eu amo você. Sabe
disso, certo? — Ele me encarou.
— Claro que sim, Alexandre.
Por que isso agora? — Perguntei
um tanto sonolenta.
— Nada, minha linda. Só
queria me certificar que você
soubesse o quanto te amo.
— Também amo você.... mas
você está me assustando.
— Não se assuste, princesa.
Vamos dormir. Tudo bem?
— Só se você me abraçar. —
Pedi.
— Claro. — Ele me
aconchegou em seus braços e dormi
escutando os sons do seu coração.

Acordei moída na manhã


seguinte, sozinha na cama, e
imediatamente pensei que
Alexandre estava preparando nosso
café da manhã. Espreguicei-me na
cama, levantei para escovar os
dentes no banheiro e vesti um
roupão, e só quando voltei ao
quarto notei que havia um papel no
travesseiro ao lado com meu nome
escrito. Peguei-o entre os dedos,
mas um barulho alto na sala chamou
minha atenção.
Deixei o papel em cima da
cama e com o coração acelerado,
caminhei lentamente até a sala.
— Alexandre? Amor? Você
está ai... — Caminhei descalça até
a sala e vi umas gotas de sangue
contra o tapete, e me apavorei. —
Alexandre? Amor?
Caminhei mais rápido,
chorando, e segui os rastros de
sangue até encontrar Damon, meu
gatinho siamês, morto, todo
ensanguentado em cima do sofá.
— Oh meu Deus! Damon! —
Olhei horrorizada para meu
bichinho que tanto amava.
— A próxima será você,
bastardinha! — Rachel disse
friamente. Olhei para trás e a vi
com uma arma na mão e um olhar
gélido. — Até que enfim seu
namoradinho te deixou sozinha. —
Ela sorriu satisfeita e um arrepio
me percorreu a espinha.
Capítulo Vinte
Samantha
Meus pés pareciam estar
pregados ao chão, e mil coisas me
vinham a cabeça agora. Seria eu
morta hoje? Onde estaria
Alexandre? Será que ela o havia
matado também? Como faria para
sair dessa situação? Eu pensava em
mil coisas, e minhas mãos estavam
suando frio.
O sorriso perverso em seu
rosto alargou-se. — O que houve
bastardinha? O gato comeu a sua
língua? — Ela encarou Damon no
sofá e deu uma risada maléfica —
Acho que não... Surpresa em me
ver? — Ela gargalhou. — Como se
você não estivesse esperando por
isso cedo ou tarde.
Consegui por fim pronunciar a
pergunta que me assustava. — O
que você fez ao Alexandre? —
Tentei me manter centrada para,
quem sabe assim, poder distraí-la.
Ela arqueou uma sobrancelha e
sorriu. — Com o cowboy? Relaxe
querida, não fiz nada com ele; até
porque, que graça teria isso tudo? –
Tentei me mover mas ela gritou. —
Nem ouse tentar qualquer gracinha,
bastardinha. O cowboy está bem, e
quando você morrer, sua irmã
Cristine estará aqui para consolá-lo
e lhe dar um filho.
Arregalei meus olhos em sua
direção. — Rachel, não é possível
que você seja tão fria. Você me
criou desde que nasci... eu também
sou sua filha! — Precisava acalmá-
la de qualquer forma e avisar
alguém que ela estava aqui.
Ela sorriu novamente. — Não
querida... nunca a considerei minha
filha. Você não passa de uma pedra
no meu caminho, e agora no
caminho da sua irmã. Me arrependo
amargamente de não ter sufocado
você no berço quando tive a
chance... teria sido tão fácil tirar
você das nossas vidas. O que não
entendo é como aquele imbecil do
Alexandre preferiu uma gorda como
você a sua irmã, que tem um corpo
de modelo. Odeio esse seu corpo!
— Ela cuspiu as palavras furiosa.
— Esse corpo idêntico ao da sua
mãe! Que homem em sã consciência
prefere uma mulher com uma bunda
e coxas enormes? Deus, são todos
uns tolos!
— Rachel, por favor... vamos
sentar e conversar. Prometo me
afastar do Alexandre. — Menti,
interpretando meu melhor papel.
Ela pensou por um momento,
pesando minhas palavras. — Não
acredito em você! Você até deu um
jeito de se mudar para cá... Mas me
diga bastardinha, quais são as suas
últimas palavras? — Ela soltou a
trava da arma e apontava agora
diretamente para mim.
Dei um passo para trás. —
Eu... — Nesse momento a
campainha tocou, e dei um pulo,
tamanho susto que tive.
Ela se aproximou de mim
quando a campainha tocou uma vez
mais. — Você não vai atender! —
Sussurrou com a arma apontada
para minha nuca.
— Saaammm!!! Sam!! Eu sei
que você está ai... seu carro está lá
embaixo, então abra logo essa
porta, porque eu trouxe cupcakes.
— Era a Jess do outro lado da
porta. — Abra logo! Não vou sair
daqui até que você abra.
— Eu preciso abrir. —
Sussurrei para ela.
— Abra e a mande embora. Se
você falar qualquer coisa para ela,
morrerão as duas. — Assenti com a
cabeça e fui até a porta. Atrás da
porta, mantinha-se Rachel com a
arma apontada para mim.
— Jess, oi... eu estou ocupada.
— Disse no vão da porta, sem
soltar a corrente.
— Ah Sam, eu cheguei agora
de viagem. Me deixa entrar vai, o
que há? O Alexandre está ai? É
isso? — Disse ela, tentando espiar.
— Isso! O Alexandre está
aqui! — Disse rapidamente. — Ela
franziu a sobrancelha e disse.
— Você está esquisita.
— Eu estou normal, garota das
línguas. Agora me deixe com o meu
homem e vá arrumar um para você!
Vê se para de ler A Branca de
Neve, a Cinderela e sem falar
daquele livro da Agatha Christie...
alguma coisa Expresso do Oriente.
— Mas o quê? — Encarou-me
confusa.
— Tchau Danny... — Fechei a
porta. Esperava que ela tenha se
dado conta de algo, uma pista
qualquer coisa.
— Muito bem, bastardinha.
Você me deu uma ideia agora,
falando em livros...
— Que ideia?
— Você vai escrever uma carta
de suicídio.
Jéssica (bônus)

— Alô Daniel. — Liguei para


o Daniel assim que desci na
portaria.
— Oi, garota das línguas. Já
está de volta?
— Sim, mas não é o momento
para brincadeiras, Daniel. Acho
que a Sam está em perigo! — Disse
aflita.
— Como assim? O que
aconteceu?
— Fui ao apartamento dela...
ela não me recebeu, nem me deixou
entrar, e disse umas coisas
esquisitas na porta. Disse que
estava com o Alexandre, mas o
porteiro disse que ele saiu há duas
horas.
— Ah minha linda... Talvez a
Sam tenha outro e não quis que
você pensasse mal dela.
— Daniel! Foco, tudo bem?
Na faculdade tínhamos uma espécie
de jogo de palavras, que nos fazia
lembrar das respostas nas provas.
— Vocês trapaceavam! Que
feio, garota das línguas.
— Deus Daniel! Preste a
atenção! Isso pode ser caso de vida
ou morte.
— Tudo bem, então prossiga.
— Disse ele agora sério.
— Quando fui a sua porta ela
me disse três coisas que não
encaixavam: Cinderela, Branca de
Neve e Expresso do Oriente, da
Agatha Christie. É impossível ela
não lembrar da primeira palavra do
título do livro já que é seu livro de
cabeceira.
— E o que essas coisas te
dizem?
— Cinderela e Branca de
Neve tem uma coisa em comum.
— Príncipes encantados?
— Não Daniel, uma madrasta
ruim. E Agatha Christie sempre
escreveu sobre assassinatos, a
maioria dos seus livros são assim...
Acho que ela quis dizer “Madrasta
assassina”.
— Meu Deus! Jéssica, não
saia daí. Diga ao segurança do
prédio para trancar todas as saídas,
e irei para ai imediatamente com a
polícia.
— Tudo bem, Daniel. Corra,
pois acho que a Sam está em
perigo.
— E Jess?
— Sim?
— Nem pense em subir lá
novamente. — Alertou.
— Mas eu tentar ganhar tempo.
— Meu coração parecia que
saltaria no peito tamanha a
ansiedade.
— Não amor, deixe que a
polícia cuide disso. Vou desligar
para resolver tudo.
— Tudo bem. — Desliguei e
liguei agora para o celular do
Alexandre, que parecia desligado.
Resolvi então ligar para o pai da
Sam e informei tudo, e só me
restava esperar agora. Minha
vontade era subir novamente, e meu
olhar decaiu sobre o elevador.

Samantha
Tentei a todo o custo escrever
lentamente a carta, sentindo o cano
gelado da arma na minha nuca.
Deus já haviam se passado vinte
minutos... certamente Jess não
entendeu minha mensagem, o que
me deixava aflita ao pensar no que
precisaria fazer.
Ela cutucou minha nuca com a
arma. — Por que parou de
escrever? — Fiquei em silêncio
sem responder. — Eu estou falando
com você, sua imbecil! Continue
pedindo perdão ao seu paizinho por
tirar sua própria vida, e diga que
quer se juntar ao seu grande amor, o
pretinho do Michael. — Ela me
dava nojo, e aproveitei-me de uma
distração sua para cravar a caneta
na sua barriga e a empurrei contra a
cama.
Fui até a porta, mas está estava
trancada, pois certamente depois de
Jess vir aqui, ela trancou a chave e
a escondeu. Comecei a socar a
porta e pedir por socorro, então
corri até o telefone fixo, mas esse
estava sem linha, e meu celular
estava aos pedaços no chão.
Quando fui para a janela gritar,
Rachel me segurou pela cintura e
com a outra mão apontava a arma
para mim.
— Sua puta! Você me paga
agora bastarda! — Começamos a
lutar no chão, e tentava a todo o
custo pegar a arma de sua mão; até
que ela me deu uma cabeçada que
me deixou ligeiramente tonta, e por
pouco tempo, a arma agora fora
jogada longe.
— Para com isso sua louca! —
Acertei um tapa em seu rosto e ela
foi jogada ao chão, dando espaço
para que conseguisse me levantar e
ir até a janela. Vi a escada de
incêndio e iria descer por ali
quando vi policiais armados
cercando o prédio e três deles
subindo pela escada de incêndio.
Recuei alguns passos para trás até
que ouvi um estouro, e senti meu
braço esquerdo ficar gelado e uma
dor lancinante se apossou de mim.
Perdi o equilíbrio e me joguei para
a frente, sendo amparada por um
dos policiais, enquanto outros dois
entraram na casa, desmaiando nos
braços do desconhecido.

Acordei, uma sensação de deja


vu tomando conta de mim. Estava
novamente em um hospital, só que
dessa vez era o meu pai quem
estava ali sentado no lugar do
Alexandre. Ele logo que me viu
abrir os olhos se aproximou de
mim.
— Filha, graças a Deus que
você acordou!
— Aconteceu de novo? A
quanto tempo estou aqui? —
perguntei com a voz arrastada. — E
por Deus papai, me dê água.
Ele riu, suspirando aliviado.
— Você está aqui desde hoje de
manhã, graças a um tiro no ombro.
Aparentemente Rachel não tem uma
boa pontaria, graças a Deus. —
Lembrei-me dos acontecimentos
dessa manhã.
— Papai, como?
— Boa noite! Sou o doutor
Sanders e vim aqui ver como está
nossa paciente. — O médico entrou
acompanhado de uma enfermeira
que examinou-me.
— Bem, doutor. Quando
poderei tirar essa tipoia? Preciso
terminar meu livro. — Ele riu de
meu vício em trabalho.
— Vejo que é uma paciente
ansiosa. — Ele sorriu. — Em breve
você poderá voltar as suas
atividades senhorita Samantha, mas
precisará tomar as vitaminas e vir
consultar com a doutora Bonnie.
— A doutora Bonnie é
ortopedista?
Ele sorriu. — Não... ela é
obstetra. Você está grávida!
Desculpe, mas você não sabia? —
Grávida? Eu grávida? Meu Deus!
— Não... doutor... eu não
sabia. — Meu pai sorria de orelha
a orelha ao meu lado.
— Você não sentiu nada?
— Nada.
— Isso é normal para algumas
grávidas. Você tem sorte... se você
não sentiu enjoo algum, talvez nem
sinta. — Sorri fracamente, e a
enfermeira permaneceu me
examinando.
— Papai, onde está o
Alexandre? — Perguntei a ele, e o
sorriso morreu em seu rosto.
— Doutor, a pressão da
paciente está muito elevada. O
melhor a fazer é medicá-la para que
ela durma. Foram emoções demais
para um dia. — Disse a enfermeira.
— Mas eu não sinto nada...
Papai, que cara é essa? Cadê o
Alexandre?
— Ele está bem minha filha!
Não se preocupe. Quando você
acordar, conversaremos.
— Mas onde ele está? —
Minha cabeça pendeu para o lado e
vi a enfermeira aplicando uma
medicação na minha veia. Escutei
apenas.
— ... Está muito alterada 17/11
é muito.... será uma gravidez
difícil...
— ... A mãe dela tinha
problemas na gravidez também...
E dormi profundamente...
Alexandre
Uma semana antes...
Meu pai estava dirigindo o
carro que colidiu com os pais do
Carter. Ele havia pago todas as
despesas do hospital, por aquela
fatalidade em um dia de chuva
intensa.
— Mandou me chamar? —
Carter entrou na sala.
— Mandei sim Carter, por
favor, sente-se.
— Você parece sério.
— Não Carter, eu não estou
sério. Eu estou sim furioso com
você. Minha vontade é de socar a
sua cara, mas minha mãe pediu que
eu controlasse meu gênio e apenas
o mandasse para longe de nossas
vidas.
— O que está havendo,
parceiro?
— Parceiro? Você ainda ousa
ser falso comigo, Carter? Eu sei de
tudo! Sei do acidente, sei dos seus
roubos e sei do seu caso com a
Cristine.
— Bom, já que você já sabe
de tudo, o que você pretende fazer
agora? Hein, corno babaca? —
Cerrei os punhos dei a volta na
mesa, agarrando-o pelo colarinho.
— Seu desgraçado! Qual é o
seu maldito problema? Por que
você nos persegue? Meu pai
auxiliou vocês, ele foi até a polícia,
informou aos policiais o ocorrido.
— Sua família matou a minha,
e matou a chance de eu construir
uma família. Por causa dessa tal
“fatalidade” eu sou estéril agora,
não posso ter meus próprios
filhos... por isso me vingarei de
vocês até que vocês não tenham
mais nada.
— Você é maluco! — O sacudi
e o joguei contra a parede. —
Pegue suas coisas e saia das minhas
terras. O dinheiro que você me
extorquiu, fique para você, não o
quero.
— Eu roubei muito mesmo e
roubarei aquela gostosa que você
come! Sou pegar a Samantha e
comer ela todinha.
— Ora seu... — Acertei em
cheio um soco em sua boca que o
derrubou, e continuei desferindo
mais e mais, até que minha mão
passou a arder e seu rosto sangrar.
— Você nunca irá tocar nela!
Nunca, ouviu bem...
— Filho acalme-se. A polícia
está ai... gravamos toda a conversa,
vão levá-lo preso agora. —
Policiais me seguravam, mas eu
estava possuído, queria matar ele.
Os policiais o algemaram e ele
me encarou. — Você nunca vai
ganhar do Michael, seu idiota. O
primeiro amor as mulheres nunca
esquecem e o fato dele morrer por
ela só solidificou ainda mais tudo
isso. Você vai viver com a sombra
dele sempre sobre vocês! — Ele
jogou as minhas inseguranças em
minha cara.
O maldito deve ter escutado
meu desabafo para com a minha
mãe, o quanto me sentia impotente a
respeito de tudo aquilo.
O que eu faria? Talvez um
tempo distante fizesse bem a nós
dois... Muitas coisas estavam
acontecendo ao mesmo tempo,
talvez devesse dar um tempo para
Sam pensar.
Capítulo Vinte e Um
Alexandre

TRÊS DIAS ANTES DO


ATAQUE A SAM!

Todas aquelas incertezas que


sentia sobre viver a sombra de
Michael se dissiparam assim que
pus meus olhos sobre minha Sammy
naquela tarde. Ela havia me feito
uma surpresa e tanto numa tarde em
que tentava domar a égua Atrevida
em vão. Estava suado e cansado de
tanto lutar com aquela puro sangue
teimosa.
Tive uma visão do paraíso
quando Sammy saltou do seu carro
mais linda do que nunca... Seus
cabelos moviam-se ao vento, e ela
usava um vestido rosa, justo em
seus seios fartos e solto nos
quadris. A forma com que me
olhou, cheia de amor, apaixonada e
cheia de fome, fez qualquer porra
de dúvida ir para o espaço. Era só
o que me faltava; deixar de ser feliz
com a mulher que amo por causa de
uma insegurança sem fundamento.
— Hey cowboy! Tem um
tempo para a sua garota. — Safada,
ela sorriu para mim, e ergueu um
pouco a barra do vestido, dando-me
o vislumbre de seu traseiro
delicioso, meu pau ficou duro
instantaneamente.
Amarrei a égua na cerca de
madeira e a encarei profundamente
enquanto me aproximava dela. —
Sempre terei tempo para você! —
Enlacei-a pela cintura e a ergui nos
meus braços, esfregando minha
ereção na sua pélvis, e ela gemeu
antes que a beijasse. Chupando sua
língua deliciosa, a deitei sobre a
grama, esfregando-me nela.
— Alexandre você está louco?
Alguém pode nos ver.... — Minha
mão subiu por sua coxa e arranquei
sua calcinha sem dó, rasgando-a.
— Você achou que iria me
provocar mostrando esse rabo
delicioso e eu não iria fazer nada?
— Enfiei meus dedos em seu
centro, e suas dobras estavam
quentes e molhadas, direcionando
minhas carícias ao seu clitóris,
circulando com os dedos aquele
botão rosado. — Achou mesmo que
me provocaria e eu deixaria por
isso mesmo? — Continuei
bolinando seu clitóris, encarando-a,
enquanto ela contorcia-se e gemia
em baixo de mim.
— Ah Alexandre... Hmm... —
Sua voz estava rouca, me deixando
ainda mais quente.
— Você precisa aprender a
nunca provocar um cowboy,
entendeu Sammy? — Com a outra
mão baixei a alça do seu vestido e
abocanhei seu seio esquerdo,
chupando-o como um bezerro
faminto, e acelerei os movimentos
dos dedos, parando quando estava
prestes a gozar.
— Alexandre, por favor... —
Implorou.
— Você vai gozar no meu pau,
pois é assim que eu quero! — Abri
minha calça jeans e coloquei meu
mastro ereto para fora. Esfreguei a
cabeça inchada em suas dobras,
lubrificando-o e me enterrei fundo
nela, que passou imediatamente a
me ordenhar.
Ela enlaçou suas pernas em
volta de minha cintura e os saltos
das suas sandálias cravaram-se em
meu traseiro, puxando-me para
mais fundo nela. Chupei sua boca
inchada, mordendo seus lábios em
seguida. Deus, como eu amava essa
mulher! Minha perdição se
chamava Samantha e era só a ela
que eu queria. Nunca havia
conhecido na vida uma mulher tão
provocante, bem humorada,
simples, humilde e maluquinha
como ela.
Comecei a arremeter mais
fundo dentro dela. — Alexandre...
que gostoso... ah.. isso... isso... Oh!
— Seus gemidos me deixavam cego
de tesão, mas não o suficiente para
não encarar seus lindos olhos,
intensos e selvagens. O que sentia
era forte demais, era amor, puro e
intenso.
— Deus Samantha, como eu te
amo! — Agarrei sua nuca e
encarei-a, mostrando ali naquele
olhar todos os sentimentos que
mantinha em meu peito naquele
momento.
— Eu amo você Alexandre!
Com todas as minhas forças. —
Nossos lábios se uniram uma vez
mais, e com um movimento de
quadris me derramei dentro dela,
sentindo-a convulsionar em um
orgasmo junto comigo.
— O que fiz a Deus para
merecer uma mulher como você? —
Disse depois que nos acalmarmos,
ainda deitados na grama, olhando
para a imensidão azul do céu.
— O que eu fiz a Deus,
Alexandre? — Pude ouvir seu
sorriso, já que ela estava deitada
em meu peito. — Nunca fui tão
feliz, apesar de tudo o que anda
acontecendo.
— Nem me fale, Sammy.
Ainda estou pasmo com a loucura
do Carter. — Suspirei.
— Carter já foi para a prisão,
graças a Deus... lá ele terá tempo
para pensar no que fez. Rachel e
Cristine, devem ter fugido para
outro país como disse o detetive.
Está tudo tranquilo... vamos
namorar muito e esquecer esse
povo.
— Vamos torcer para que elas
tenham ido embora mesmo. —
Continuei acariciando seus cabelos,
e percebi muita grama colada neles.
Ficamos um tempo ainda deitados
na grama, olhando para as nuvens e
imaginando o que cada uma delas
parecia aos nossos olhos. Fizemos
amor uma vez mais e voltamos para
a casa para jantar minha mãe e
Anthony, que havia tornado-se seu
namorado. e jantamos em
companhia da minha mãe e do
Anthony, seu antigo namorado e o
chefe das investigações, ainda não
estava acostumado aquilo. Estava
morto de ciúmes da minha mãe, e
me acostumando com a questão,
mas a Sammy me tirava o foco
deles,

Despertei na manhã seguinte


com a cama impregnada com seu
cheiro doce, porém ela não estava
ali. Havia deixado apenas um
bilhete que eu prontamente li.
“Amor, tive que ir ao correio
buscar uns pacotes que chegaram
de Nova Iorque e não quis acordar
você. Nos veremos mais tarde. Sua
Sammy.”
Fiz minha higiene, tomei um
maravilhoso café e fui para o
escritório. Agora sem o Carter,
faria boa parte de tudo sozinho, e
precisaria encontrar alguém de
confiança que pudesse me ajudar
nesses afazeres.
Junto a minha correspondência
estava o convite para a inauguração
do hospital na África, e pretendia
responder logo para informar que
não iria mais; mas o que me chamou
a atenção em meio as cartas foi um
envelope de papel pardo que
parecia haver uma grande
quantidade de papéis dentro...
estava com meu nome escrito,
porém sem remetente. Uma carta
anônima.
Abri apressadamente, e vi que
havia um papel branco com letras
em negrito, onde estavam escritas
as seguintes palavras:

Olá meu velho amigo


Alexandre! Você ferrou com a
minha vida e agora irei ferrar com
a sua. Sua família destruiu a
minha, e irei destruir sua
felicidade!
Tudo poderá ser diferente e
ninguém precisa se machucar
dessa vez; basta que você se afaste
da garota.
Hoje será apenas uma
amostra do que sou capaz de fazer.
Você pode ter me enjaulado, porém
tenho cumplices nisso.
Acredite, tenho muito
dinheiro, e mesmo preso farei o
que quiser, e acredite... Eu terei
coragem de fazer o que a velha e a
irmã dela não conseguiram...
Um amigo!
Fique longe dela, e ela
poderá viver muitos anos... nem
pense em envolver a polícia
nisso... tenho cumplices por todos
os lado... Aguarde o telefonema da
donzela indefesa... ela terá uma
amostra hoje...
Cai sentado na cadeira. No
envelope haviam várias fotos da
Sam... ela em frente ao prédio em
que vivia; com o Daniel; com a
Jess; com seu pai e comigo. O
telefone tocou, me assustando.
— Alô! — Atendi zonzo.
— Alexandre, meu amor! —
Sam parecia aflita do outro lado da
linha.
— Sam, o que houve? Você
está bem?
— Sim, eu só estou um pouco
assustada. Isso nunca havia me
acontecido antes.
— O que houve, Sam?
— Estou na delegacia. Fui
assaltada... levaram minha carteira,
tablet, meus documentos, bolsa ....
Enfim Alexandre, tudo.
— Você está bem, Sam?
— Estou sim, só cansada. Os
policiais irão me acompanhar até
em casa e assim que chegar tomarei
um calmante para dormir um pouco.
Você virá me ver hoje?
Pensei por um momento. —
Vou fazer o possível, minha linda.
Ligue para o Daniel passar a noite
com você, caso eu não possa ir.
— Tudo bem meu lindo, amo
você.
— Amo você também. —
Desliguei, ainda pensativo com
aquela carta na mão. Comecei a
jogar tudo contra a parede, me
sentindo impotente e revoltado.
Tinha decidido ir vê-la e não me
deixar ser ameaçado assim, até que
meu celular apitou, avisando de
uma mensagem com uma foto. Nela
estava abraçado a Sam na cama;
uma das fotos que ela tirou em seu
celular e um X em vermelho e
nossa foto e a legenda me arrepiou.
EU AVISEI! A DEIXAREI EM
PAZ SE VOCÊ SE AFASTAR!
Capítulo Vinte e
Dois

Samantha

Dias atuais...

Havia passando-se vários dias


desde o ataque da Rachel contra
mim. Ela estava presa em uma
prisão psiquiátrica de segurança
máxima, e havíamos sido
informados que ela tinha tendências
psicopatas e agora estava delirando
muito. Em um de seus delírios, ela
havia confessado que a Cristine não
é filha de meu pai, ou seja, seus
segredos eram mais sujos do que
imaginávamos, e mencionou
Raphael, das industrias de petróleo
e marido de sua melhor amiga,
porém ninguém deu atenção a uma
desequilibrada.
Cristine ainda estava
desaparecida, mas sabíamos que
cedo ou tarde ela iria aparecer,
principalmente depois dos jornais
transmitirem várias notícias sobre o
ataque a mim e a prisão da Rachel.
Eu estava desolada, cansada
de tudo. Papai me informou que
Alexandre havia ido para a África
para a inauguração de um hospital e
voltaria apenas em dois meses, e
não conseguia acreditar que um
homem que dizia me amar tanto
tivesse me deixado no momento em
que mais precisava dele.
— Então é verdade? Você vai
mesmo... — Jess entrou no quarto
de hospedes que estava usando na
casa do meu pai. — Sammy, o que
posso fazer para convencê-la a
ficar? — Ela me olhou com cara de
pidona, pois eu estava aprontando
minhas malas para voltar a Nova
Iorque.
— Desculpe Jess, mas não
consigo ficar aqui por enquanto. —
Suspirei cansada. — Preciso de um
tempo... aqui tem muitas
lembranças de mim e do Alexandre.
— Sentei-me na beira da cama,
engolindo as lágrimas, já cansada
de chorar, e olhei para a sua mão e
vi uma sacola de presente. — Ei
Jess, isso é para mim? — Sorri
fracamente.
— Ah sim,,, é um presente,
abra. — Ela me alcançou a sacola e
dentro dela estava um celular e um
par de sapatinhos vermelhos de
bebê.
— Jess obrigada! — Agarrei
os sapatinhos entre meus dedos
sorrindo emocionada.
— Parece que você gostou
mais dos sapatinhos do que do
celular. — Disse ela, rindo de mim.
— Amiga, estou tão cansada
que nem dou mais importância a
celular. O que sinto falta mesmo é
do Damon, dói demais.; e sem
dúvidas esse sapatinho tem muito
mais importância para mim do que
um aparelho celular. — Limpei as
lágrimas que teimavam em cair. —
E esse é o primeiro presente do
meu bebê. Obrigada amiga, eu amo
você!
— Eu não seria uma boa
madrinha se não desse o primeiro
presente, certo?
— Certo. O padrinho Daniel já
me emprestou o jato particular,
então isso vale como presente
também... Tenho urgência em partir.
— Eu ainda não acredito que
você me fez mudar para cá e agora
vai voltar para Nova Iorque. —
Protestou ela.
— É o melhor para a Sam,
Jéssica... credite. — Meu pai disse
sorrindo para ela. — E também, se
Deus quiser, será apenas algo
provisório. — Sorriu ele, e notei
algo de mistério em seu tom, como
se ele soubesse de algo que eu não
sei.
— Não creio que seja algo
provisório, papai. E você, Jess, não
venha me acusar... sei que teve
outros motivos para vir para cá; por
exemplo um homem gostoso
chamado Daniel. — Sorri para ela
e pisquei o olho.
— Está certo, mas você
também era um dos motivos.
— Acalme-se Jéssica. Nossa
Sam estará de volta em breve. —
Ele disse confiante.
— Papai, o senhor está me
escondendo algo? — Perguntei
intrigada.
— Eu? Não, por quê?
— Não sei... o senhor está tão
confiante de que irei voltar.
— A esperança é a última que
morre, Sam. Deixe um velho pai
sonhar.
— Mas é bom colocar os dois
pés no chão. Alexandre foi para a
África e Deus sabe quando volta e
se volta. — Falei, e um nó começou
a se formar na minha garganta. —
Ele fugiu... fez a pior das
sacanagens pois nem coragem para
se despedir de mim ele teve. Estou
realmente muito puta da vida com
isso... eu larguei meu emprego,
minha vida em Nova Iorque para
ficar aqui com ele... e isso que
ganhei por amolecer de novo. —
Limpei algumas lágrimas teimosas
que começaram a escorrer em meu
rosto.
— Deixe Sam, que quando eu
encontrar o Alexandre, ele ouvirá
poucas e boas. — Disse Jess,
revoltada.
— Não Jess, deixe ele pra lá.
— Suspirei fechando a última mala.
— Agora tudo o que me importa é
meu filho. Me dedicarei a ele ou
ela 100%... deixe o Alexandre com
a vida covarde dele.
— Bem meninas, acho que
chega de sofrimento. Sam, o Daniel
mandou o carro para te levar ao
aeroporto. Vamos? — Disse papai,
ansioso.
— Nossa papai, parece
ansioso em se livrar de mim... tudo
isso é para ficar sozinho com a
Georgianna? — Brinquei, pois
sabia que eles estavam tendo um
lance.
— Olha os modos, Samantha!
Ainda posso te dar umas boas
palmadas. — Ele sorriu e me
abraçou firme. — Tenha fé, Sammy.
— O fato dele me chamar daquele
apelido me deixou no chão.
— Vamos acabar logo com
isso antes que eu caia em prantos
aqui. — Abracei Jess e fomos
todos em direção ao carro que
estava a nossa espera. Um
empregado já havia colocado todas
as malas no porta-malas, e quando
Jess fez menção em entrar no carro
comigo, a barrei. — Nada disso!
Não quero a senhorita indo
comigo... já imagino a cena de
novela mexicana ao me ver indo
embora.
— Mas Sam! — Protestou.
— Daqui duas semanas nos
veremos, certo? Daniel disse que
vocês iriam para lá passar o fim de
semana comigo. — Sorri.
— Tudo bem, até daqui duas
semanas. Cuide-se Sam, eu amo
você, minha irmã de coração.
— Também a amo. — As
lágrimas teimavam em cair. Eu me
sentia cansada com tudo, foram
decepções demais em tão pouco
tempo e a maior delas se chamava
Alexandre. Despedi-me do meu pai
e assim que o carro se afastou,
chorei copiosamente. Deitei no
banco de trás do carro em posição
fetal e deixei as lágrimas fluírem.
Ao chegar no aeroporto,
limpei as lágrimas e decidi que
aquela seria a última vez que
choraria pelo Alexandre. Precisava
me preocupar com meu filho e
esquecer que um dia conheci esse
homem.

*********
Após algumas horas chegamos
finalmente em Nova Iorque, minha
linda e amada cidade. Quando me
mudei para cá, anos atrás, me
apaixonei à primeira vista pela
cidade, por seus monumentos
históricos, seus arranha-céus, suas
lojas com roupas incríveis e
sapatos tentadores, pelos
conterrâneos que não paravam
nunca, por suas boates que nunca
fechavam e pela variedade de
homens lindos e gostosos.
Naquele dia chuvoso em que
coloquei meus pés novamente
naquela cidade maravilhosa, ela
não me parecia tão glamorosa como
antes. Na verdade, ao meu ver ela
parecia lotada, poluída e cinzenta.
Nunca havia me sentindo tão só,
coloquei a mão em meu ventre e
pedi perdão a Deus e ao meu filho,
pois eu não estava sozinha... nunca
mais estaria só.
Peguei um daqueles taxis
amarelos típicos de New York, que
se os víssemos em outro lugar na
certa nos lembraríamos daqui.
Naquele trânsito caótico me perdi
em pensamentos... precisaria
terminar meu livro com um final
feliz, já que independente de minha
relação, o final ali precisaria ser
feliz, ou quem o compraria?
Logo chegamos em meu
apartamento, e com ajuda do
zelador e do taxista trouxemos
minhas malas para dentro. Agora
estava eu, admirando minha grande
sala, e ao lado havia uma tigela
com restos de água e o nome escrito
me fez quebrar minha promessa de
não chorar. Damon, como sentia sua
falta! Sentei-me no chão próxima a
porta e chorei copiosamente, até
batidas me alertarem. Limpei as
lágrimas e ainda com a tigela na
mão, abri a porta.
— Ah, a dona do gato tarado
chegou! Saiba, senhorita Samantha,
que o seu gato invadiu meu
apartamento e desgraçou minha
inocente gatinha. Ele deixou ela
prenha e depois desapareceu. —
Minha vizinha, “a fofoqueira” do
prédio, estava exaltada.
— O que posso fazer pela
senhora? — Questionei entediada.
— Mantenha seu gato preso!
— Meu gatinho morreu, então
acho que não será mais problema
para a senhora e sua gata sem-
vergonha. — Eu estava possessa
por estar discutindo com minha
vizinha sobre gatos.
— Desculpe, eu não sabia. —
Ela disse constrangida.
— Pois é, senhora Susan. Se é
só isso que a senhora veio fazer,
peço que se retire e me deixe em
paz. — Ia fechar a porta, porém ela
me impediu.
— Não! Por favor, espere. —
Ela correu e entrou no seu
apartamento. Fiquei lá parada
esperando e então ela voltou com
um filhote em seus braços... ele era
a cópia do Damon, siamês de olhos
azuis, e a única diferença era sua
cauda preta. — Eu estava
vendendo-os na internet, afinal são
siameses puros... você sabe, queria
repor as despesas, mas acho que
esse pode ser seu.
— A senhora vai me dar o
gato? A senhora nunca faz nada de
graça...
— Eu sei. — Disse me
interrompendo. — Já consegui mil
dólares com a venda de alguns, e
acho que não faz mal dar um a você
já que é tão sozinha. — Ela tinha
que dizer algo desagradável, mas
naquele momento não me importei...
teria um pedacinho do Damon
comigo.
— Obrigada, senhora Susan.
— Disse comovida, pegando o
pequeno filhote em meus braços.
Ele logo ronronou e se aconchegou
a mim.
— Ele já está vacinado e as
vacinas custaram 150 dólares. —
Vi que ela ficou parada me
encarando. Obviamente, ela queria
que eu pagasse pela vacina... a
senhora Susan era mesquinha e
fofoqueira e isso nunca mudaria,
mas hoje ela me fez feliz, que
pagaria de bom grado.
— Tome, senhora Susan... 200
dólares, por ter cuidado tão bem do
Stefan. Agora se me der licença,
tenho que tomar um banho... estou
cansada da viagem.
— Claro! É sempre bom
conversar com você vizinha. Você
sabia que a Claire do 303 foi pega
aos beijos com o porteiro? Seu
marido fez um escândalo que...
— Tchau, senhora Susan. —
Fechei a porta. Ela tinha a mania de
sempre querer falar da vida dos
outros.
— Seu pai se chamava Damon
e darei a você o nome de Stefan. Na
série que a mamãe aqui assiste eles
são irmãos então... esse será seu
nome. — Como se concordasse
comigo, ele miou. Coloquei um
pouco de comida e água para ele, e
apenas bebericou a água e deitou-se
no puff que pertencia ao Damon. —
Mamãe vai tomar banho, meu
gatinho lindo e já volto.
Coloquei a banheira para
encher e comecei a me despir.
Haviam se passado vários dias
desde o tiro e agora em meu ombro
havia apenas uma cicatriz feia.
Depois de cheia, mergulhei na água
morna e acionei as bolhas,
relaxando ao ponto de adormecer, e
acordei pois a campainha estava
tocando insistentemente.
— Já vai! — Gritei saindo da
banheira. Enrolei-me na toalha e
corri para atender a porta. Abri as
duas trancas e a visão que tive em
minha frente quase me tirou o chão.
— Você?
— Isso me lembra o dia em
que nos conhecemos. — Alexandre
analisou meu corpo dos pés à
cabeça. Ele estava mais lindo do
que nunca, calça jeans justa,
camiseta preta colada em seus
músculos, botas de montaria e um
chapéu igualmente negro pendia em
sua cabeça.
— O que é que você quer aqui,
Alexandre? — Meu coração batia
descompassadamente, mas não iria
esquecer os dias de agonia sem vê-
lo.
— Eu vim lhe explicar o
porquê de eu ter sumido.
— E se eu não quiser saber?
Volte para a África Alexandre...
você não iria ficar lá por tempo
indeterminado? — Fiz menção de
fechar a porta, porém ele colocou o
pé na porta e entrou.
— Sammy, me escute. —
Insistiu.
— Saia daqui Alexandre! Aqui
é Nova Iorque e não o Texas, onde
você dá uma de bruto e nada
acontece. Olhe que eu ligo para a
polícia e....
Ele plantou um beijo em meus
lábios e sua língua morna e macia
invadiu minha boca. Nossa, como
eu senti saudades disso! Suas mãos
foram direto ao meu traseiro e me
derreti em seus braços. Ele me
ergueu do chão e me levou até o
sofá e se afastou.
— Está mais calma agora
Sammy, posso me explicar? —
Pude notar sua ereção gigantesca
presa a calça e tive água na boca.
Deus eu estava furiosa com ele,
mas já queria devorá-lo.
— Diga o que tem que dizer, e
logo Alexandre. Depois irei fazer
sexo de despedida com você e você
irá embora. — Disse encarando-o
séria.
Ele sorriu com o canto dos
lábios e por Deus. se eu estivesse
de calcinha ela na certa já estaria
encharcada.
— Eu estava o tempo todo
aqui em Nova Iorque, Sammy. Eu
nunca fui para a África, e estava a
sua espera para lhe dizer o que
aconteceu.
— Como? — Eu estava mais
confusa do que nunca.
— Aconteceram umas coisas
ruins, ameaças contra a sua vida
caso eu não me afastasse de você...
contei tudo ao Anthony e ao seu pai,
e naquele dia em que estive com
você, sai para preparar as nossas
passagens para partirmos para
Nova Iorque por um tempo, até que
tudo fosse resolvido; mas quando
voltei, seu pai me mandou embora.
Ele disse que você estava bem mas
que foi atacada pela Rachel.... Eu
queria muito ir vê-la, mas seu pai e
o Anthony disseram que se eu o
fizesse, colocaria sua vida em
risco; então vim sozinho para cá. —
Ele suspirou, e parecia atordoado.
— Seu pai me garantiu que
convenceria a você a vir, e que
quem quer que estivesse vigiando
você saberia que eu tinha te
deixado.
— Mas por que me fizeram
sofrer tanto? Por que não me
contaram a verdade? Foram dias
infernais, Alexandre.
— Eu sei meu amor, mas o
Anthony é o especialista, e disse
que teria que ser bem realista e
dramático. — Ele se ajoelhou na
minha frente. — Foram dias de
merda para mim também, amor.
Estive preocupado, atordoado, sem
chão... Sammy eles estão caçando
os capangas do Carter, e logo eles
serão colocados atrás das grades e
voltaremos para o nosso lar.
— Alexandre eu...
— Minha linda, deixe-me
terminar meu discurso. — Ele
sorriu. — Sammy, eu não quero
passar mais nenhum dia da minha
vida longe de você. Eu a amo acima
de tudo. Quer casar comigo? — Ele
puxou do bolso uma caixinha onde
havia um lindo anel de diamante.
— Deus Alexandre. Eu sempre
amei essa vida de solteira e festas,
nunca me vi casada e com filhos. —
Ele baixou o olhar, e puxei seu
queixo para que me encarasse, —
Até encontrar você. Casar contigo é
tudo o que mais quero na vida. —
Sorrindo ele pegou o anel e
colocou em meu dedo e beijou
minha boca com paixão.
— Minha, minha e só minha.
Sammy, como eu a amo!
— Tem mais uma coisa que
você não sabe.
— O quê?
— Eu estou grávida!
— Será que é possível deixar
um homem mais feliz? — Sorrindo
abertamente, ele beijou meu ventre.
Logo minha toalha foi jogada ao
chão e ele me ergueu em seus
braços. Entrelacei minhas pernas
em volta de sua cintura para que
Alexandre me guiasse até o quarto.
— Agora vou matar minha fome de
você, minha gostosa.
— Foram tantos dias, não é?
Eu estava subindo pelas paredes...
quase procurei alguém no Hard
Rock para acalmar esse calor.
— Você me paga por ser tão
atrevida, Samantha. — Ele me
colocou sobre a cama e despiu sua
roupa, permitindo que aquele corpo
esculpido e deliciosamente
bronzeado preenchesse minha
visão. Seu mastro gigante estava
mais duro do que pedra, e eu estava
louca para que a Alexandroconda
estivesse logo dentro de mim.
— Vem logo, cowboy. Pode
vir quente pois a Sam aqui está
fervendo. — Ele sorriu.
— Safada. — Ele mergulhou
sua cabeça no meio de minhas
pernas, e me contorcia pelo choque
de sua língua nas minhas dobras. —
Como eu senti falta dessa boceta
faminta. — Ele mordeu meu monte
carnudo e gemi. — Isso é para que
você nunca mais me provoque, sua
safada gostosa. Essa boceta me
pertence... — Ele chupou firme meu
clitóris enquanto estocava dois
dedos na minha fenda. Agarrei os
lençóis tremendo, suando, sem
controle algum sobre meu corpo.
— Alexandre... Oh Deus... Oh!
— Eu estava muito perto de gozar
descontroladamente em sua boca,
tanto que bastaria que ele
circundasse meu clitóris uma vez
mais com a língua, e foi exatamente
o que ele fez. — Alexandre.... Ah...
— Convulsionei embaixo dele, que
firmava minhas coxas, mantendo-as
afastadas enquanto bebia tudo de
mim.
— Agora vou bater nessa
bocetinha, para que ela nunca
esqueça a quem pertence. — De
joelhos sobre a cama e lambendo
aqueles lábios carnudos, ele pegou
seu mastro e usando-o, bateu com
ele três vezes em meu monte
carnudo. — Entendeu Sammy... só
minha. — Antes que qualquer
resposta me viesse, ele afundou-se
dentro de mim, e seu mastro me
rasgou ao meio, me preenchendo
em cada canto, me deixando
completa novamente.
— Alexandre... — Ele passou
agora a chupar meus mamilos
enquanto arremetia fundo em mim,
mordiscando-me com certa força,
mesclando dor e prazer, paixão e
amor transbordando. Podia até ser
uma foda forte e gostosa, mas era
recheada de amor e sentimentos.
Depois de deixar meus
mamilos, Alexandre beijou-me a
boca, com suas mãos agarradas as
minhas coxas, enquanto ele
arremetia sem dó. Nossas línguas
dançavam indecentemente em
nossas bocas, e senti nele meu
gosto; o que me deixou ainda mais
excitada. Ele mordeu meu lábio e
olhou-me nos olhos.
— Eu amo você Samantha... —
E com isso atingimos o ápice, o
limite, o céu...
Capítulo Vinte e
Três
Alexandre
Sammy e eu passamos a
semana seguinte trancados no
apartamento, e sequer saímos da
cama, porém neste dia tínhamos um
motivo para sair da cama, já que
Daniel e Jéssica iriam nos visitar e
trazer novidades quanto ao
progresso do trabalho do Anthony.
Devo dizer que aqueles dias
foram como o paraíso para mim,
mas confesso que sentia falta do
campo; não nasci para morar na
cidade, e muito menos trancafiado
em apartamentos. Claro que se Sam
desejasse, moraria com ela onde
quer que fosse, porque fosse na
cidade ou interior eu só estaria feliz
com ela ao meu lado.
— Ah, que preguiça de sair
dessa cama. — Disse ela,
esticando-se quando trouxe seu café
da manhã.
— Você anda muito
dorminhoca. — Sentei na cama e
coloquei a bandeja ao seu lado.
Acariciei seu rosto sorridente e dei
um beijo estalado em seus lábios.
— É por causa da gravidez.
Aliás adorei aquele livro que você
comprou “O que esperar quando
você está esperando”.
— Falando em livros, já
mandou seu livro misterioso para
as editoras? — Perguntei. Sammy
estava escrevendo avidamente uma
história que não permitiu que eu
lesse.
— Sim, lindo... já mandei o
original a algumas editoras
renomadas; agora precisamos
aguardar alguns meses para
obtermos respostas. E não fique
carrancudo, você irá entender o
motivo de tanto segredo quando for
publicado.
— Vou comprar todos os
exemplares.
— Ei, isso não vale. — Ela
deu uma mordida generosa na
torrada. — Hmmm deliciosa. —
Gemeu de prazer, me deixando
desperto.
— Não faça isso Sammy, não
irei me conter e seus amigos
chegam em meia hora. — Ela sorriu
maliciosamente para mim, e seus
olhos percorreram o caminho de
meu abdômen até minha aparente
ereção.
— Em meia hora podemos
fazer muitas coisas. — Disse
lambendo o mel dos lábios.
— Deite-se na cama. — Exigi.
Minha voz estava carregada de
desejo, e sorrindo ela prontamente
obedeceu. Peguei a bandeja e fui a
caminho da porta, mas antes
ordenei. — Tire essa camisola.
Quando eu voltar exijo que esteja
completamente nua.
Fui a caminho da cozinha,
deixei a bandeja em cima da
bancada, peguei o mel que
acompanhava as torradas e voltei
para o quarto. Sammy estava
completamente estendida na cama,
seus mamilos estavam enrijecidos
em antecipação, e ela suspirou
profundamente ao ver o pote de mel
em minhas mãos... um suspiro tão
profundo que mais parecia um
gemido rouco.
— Você gosta de comer coisas
em mim... — Ela não pôde
continuar a falar, já que agora eu
despejava um pouco daquele mel
em seus mamilos.
— Eu gosto de comer você,
Samantha. — Coloquei o vidro de
mel em cima da mesinha de
cabeceira e me inclinei sobre seus
seios. Minha língua percorreu o
botão rosado e chupei avidamente,
limpando todo o mel daquela pele
sedosa e quente.
— Alexandre... Oh... — Ela
contorcia-se embaixo de mim. O
sabor do mel em sua pele ficara
perfeito, mas nada comparava-se ao
seu gosto natural... o gosto que
sentia toda a vez que colava meus
lábios em sua pele, quando minha
língua passeava por aquelas curvas
perfeitas.
— Gostosa... maravilhosa... —
Peguei o mel e entreabri suas
pernas, e joguei um fio em suas
dobras molhadas... iria me fartar
naquela bocetinha deliciosa agora.
Mergulhei minha cabeça em suas
dobras lambuzadas com o mel da
Sam e o mel de abelha. Devo
admitir, era um manjar dos deuses e
eu era viciado naquela bocetinha
maravilhosa.
— Alexandre... Hm... Deus...
oh... — Circundei seu clitóris
lentamente com a ponta da língua,
deliciando-me com o manjar da
Sammy. Senti que ela estava à beira
do orgasmo quando enfiei dois
dedos em sua bocetinha e ela os
engoliu com fúria, e passei a
massageá-la intimamente enquanto
chupava seu clitóris até ela
explodir em meus braços, gritando
meu nome descontroladamente.
Coloquei meu pau para fora e
empalei sua fenda lambuzada com
força, e ao me inclinar sobre ela,
beijei sua boca.
Incrivelmente, ela parecia
ainda mais quente e macia, o que
fez com que mergulhasse em um
mar de sensações de pura luxúria e
desejo. Suas mãos foram até as
minhas costas, arranhando-as,
estimulando-me a arremeter ainda
mais profundamente, perdido no
ápice do prazer que era estar com a
minha mulher.
Nesse momento, entrelaçados
um nos braços do outro, a
campainha começou a tocar
incessantemente. Certamente já
haviam se passado o tempo e agora
Jess e Daniel chegaram.
— Droga! Meu amor, acho que
você terá que acelerar. — Disse ela
com a testa franzida me encarando.
— Por que eles tem que ser tão
pontuais? — Reclamei ofegante,
sem deixar de meter fundo dentro
dela.
— Acho que devemos... Oh...
nos acostumar... já que em breve
teremos um bebê chorando para nos
parar. — Ela sorriu e enlaçou as
pernas em volta da minha cintura,
fechou os olhos e convulsionou em
outro orgasmo... — Gostoso...
Oh....
Arremeti ainda mais rápido. A
campainha havia parado de tocar
por um tempo mas logo voltou a
tocar insistentemente.
— Já vai, cacete! — Gritei e
então me perdi dentro dela, com
meu corpo tremendo... — Porra,
que gostosa! — Meu corpo pingava
de suor. O cheiro no quarto era
afrodisíaco... o nosso cheiro, que
seria para sempre o meu cheiro
favorito.
— Amor, agora você vá lá
abrir a porta para eles, enquanto eu
tomo um banho. — Disse ela
sorrindo satisfeita.
— E por que eu? — Protestei.
— Porque sim.
— Mas você é a dona da casa,
Sammy... isso não é justo.
— Não é justo você privar
uma grávida de seu banho,
Alexandre. — Ela sorriu e pulou da
cama.
Vesti minha cueca, calça e
coloquei i uma camisa rapidamente
e corri para atender a porta. Stefan
já miava e arranhava a porta, e ao
abri-la Jéssica e Daniel tinham um
sorriso conspiratório em seus
rostos.
— Nossa, o negócio ai dentro
pelo jeito estava bom. — Disse
Jéssica entrando e sorrindo.
— Nós... nós estávamos...
— Não precisa explicar
Alexandre, meu amigo. — Disse
Daniel entrando no apartamento. —
É nítido o que estavam fazendo... e
aliás, essa camiseta está do avesso.
Jéssica caiu na gargalhada.
Logo estávamos todos acomodados
e a Sam voltou com os cabelos
molhados e usando um lindo
vestido violeta que moldava suas
curvas e seios. E por Deus, eu já
queria comê-la de novo. Que
mulher gostosa do caralho!
Deixei ela fazendo sala e me
retirei para tomar meu banho...

Samantha
Passamos uma tarde
agradabilíssima com Dan e Jess,
que nem pareciam mais aqueles
brigões que eram quando se
conheceram. Agora eu conseguia
vê-los como um casal, mas mesmo
assim ainda queria ter um papo
sério com Daniel quanto as suas
intenções com a minha amiga, e
queria ouvir dos seus lábios o que
ele sentia e pretendia com ela.
— Dan, preciso ir até os
correios pegar a minha
correspondência... você quer ir
comigo? — Perguntou Jess.
— Ei Jess, por que não vai
com o Alexandre? Assim mostra um
pouco da cidade para ele, já que
não saímos de casa a semana
inteira. — Disse, lançando um
olhar conspiratório para ela e para
Alexandre.
— Tudo bem... Vamos
Alexandre... você não pode ir
embora de Nova Iorque sem
conhecer o correio. — Disse ela,
zombeteira.
— Tudo bem. — Eles saíram e
deixaram a mim e ao Daniel
sozinhos.
— Desembucha Sam. — Ele
falou, arqueando uma sobrancelha,
e me encarando.
— Calma homenzinho. Só
quero te dar alguns avisos... você
sabe como é, tenho uma madrasta
psicopata d posso ter herdado um
pouco dos genes dela. — Disse
rindo, pois aquele assunto já não
me abalava mais.
— Que avisos, mamãe
Samantha? — Ele se recostou no
sofá.
— Que se você magoar a
minha amiga, pode se despedir das
suas bolas e do seu pinto, porque
irei arranca-los fora enquanto você
estiver dormindo.
— Credo mulher. — Ele fez
uma careta e cobriu a virilha,
protegendo-se. — Sam, não há com
o que se preocupar... eu amo a
garota das línguas e não pretendo
magoá-la nunca.
— Acho bom mesmo, porque
você sabe que quando eu prometo
uma coisa eu cumpro.
— Eu sei...
— Mas me conte... quando
você soube que a amava? Porque
pelo que me lembro vocês viviam
feito gato e rato. — Stefan começou
a ronronar nos meus pés, e eu o
peguei no colo, acariciando sua
cabecinha peluda e fiquei
esperando Daniel responder.
— Não sei dizer, Sam. Isso é
algo que não sabemos explicar, eu
acho... Você saberia me dizer a
partir de que momento passou a
amar o Alexandre? — Indagou ele.
— Hmmm... — Pensei por um
momento e por fim respondi. —
Acho que o amei desde a nossa
primeira troca de olhares e do
primeiro beijo. Foi tão intenso, tão
devastador...
— Mas você pensava que ele
era um stripper que iria dançar na
despedida de solteira da Cristine.
— E daí? Não posso me
apaixonar por um Stripper? —
Zombei. — Bem isso não vem ao
caso... só sei que aquele beijo foi
tão eletrizante que acho que o amei
desde aquele momento; só não
queria admitir para mim mesma.
Ficamos em silêncio por
alguns instantes. — Acho que a
amei desde a primeira briga. —
Disse Daniel. — Mas me entreguei
mesmo em nossa primeira noite,
mesmo eu tendo sido um completo
idiota. — Suspirou pensativo. — E
quando ela enfrentou minha família
sanguessuga com coragem e
bravura, eu cai de quatro.
— Que lindo Danny. É muito
fofo ver você assim, todo
romântico.
— Cala a boca, papagaio
loiro. — Ele me jogou uma
almofada.
— Hey Dan, cuidado com o
Stefan. — Xinguei ele.
— Amo você, Sam
maluquinha; e mal posso esperar
para que o Anthony coloque esses
capangas atrás das grades e você
volte para o Texas.
— Lindo... amo você também,
e amo muito a Jess. Fico feliz que
vocês se uniram. Como nunca havia
pensado nisso? unir vocês dois.
Isso poderia estar rolando a muito
tempo. — Disse pensativa.
— Talvez não tivesse dado
certo antes, lembre-se que Deus
escreve certo, por linhas tortas.
Tudo ao seu tempo, Sam...
— Verdade...
Conversamos por mais um
tempo. Alexandre e Jess logo
chegaram, e voltamos a conversar
animados, até quase ao amanhecer,
quando todos dormiram em seus
respectivos quartos.

Mais uma semana se passou e


com ela uma carta para o
Alexandre, informando que os
capangas de Carter haviam sido
capturados e presos. A conta com
os roubos foram todas confiscadas
e o dinheiro foi congelado até o
julgamento, e certamente voltaria
ao verdadeiro dono, o Alexandre.
Quando voltamos para o
Texas, meu pai estava namorando
firme a mãe do Michael; e minha
sogra com o senhor Anthony... e a
Cristine continuava no anonimato.
Passaram-se seis meses e com
eles minha gravidez ficava cada vez
mais delicada. Assim como minha
mãe teve complicações, o médico
disse que eu também teria, tanto que
marcamos a cesariana para dali
algumas semanas.
Eu seria mãe de uma linda
menina, e em homenagem a minha
mãe ela se chamaria Alice, e
Alexandre estava mais satisfeito do
que nunca.
Neste tempo, havia recebido a
carta de uma editora interessada em
publicar o meu livro depois que
minha filha nascesse. Acertamos os
detalhes do livro, que se chamaria
“Paixão Proibida”... minha história
com o Alexandre.
Em uma noite fria e chuvosa
escutei o choro de um bebê.
Alexandre dormia profundamente
ao meu lado, deliciosamente nu.
Com um pouco de dificuldade,
devido a minha barriga de quase
oito meses, me levantei da cama,
vesti um roupão e segui o choro.
Ao abrir a porta me deparei
com um bebê em um cesto em frente
a porta da rua. Ele chorava muito,
estava enrolado em uma manta azul
e com ele um bilhete com o meu
nome. Atordoada, peguei o
menininho rechonchudo nos braços
e o acalmei... ele era o retrato
escrito do Michael...
Capítulo Vinte e
Quatro

Samantha
Chamei minha sogra às
pressas, e logo alimentamos e
trocamos a fralda daquele lindo
menininho. Depois dele estar
alimentado e quentinho, adormeceu
como um anjo. Suspirando, fui até a
sala, me sentei no sofá e peguei a
carta que estava no cesto.
A carta dizia o seguinte:
Samantha
Minha querida meia-irmã
Samantha. Deixo para você
esse peso para cuidar, e depois
de sua traição imperdoável
com o noivo que tanto amava,
é o mínimo que você pode
fazer por mim. Está nítido que
esse bebê é do Michael e se
você não quiser tomar conta
dele, dê ele a Georgianna ou
entregue-o a um orfanato...
por mim tanto faz.
Eu tirei a sorte grande.
Estou noiva de um bilionário,
dono de uma grande vinícola
na Itália e mudarei para lá. Ele
disse que não aceitaria um
filho bastardo e que queria só
a mim, então ai está o menino
para você fazer dele o que
bem entender.
Eu perdoo você pela
traição... pode ficar com o
Alexandre, só esteja ciente que
lá no fundo, ele sempre me
amará, você é apenas o estepe.
Beijos.
Cristine.
Era incrível como até em
momentos como esse Cristine
conseguia ser uma vaca sem
coração. Como não podia amar a
um bebezinho tão lindo? Ainda por
cima, ela estava tentando me
envenenar contra o Alexandre, o
que foi inútil, claro. Eu sabia o
quanto era amada por meu homem,
e Cristine não era mais uma ameaça
para mim.
No dia seguinte liguei para
Georgianna. Ela e meu pai vieram
as pressas até a fazenda, enquanto
Alexandre e a minha sogra já
estavam babando no pequeno
Marcel. Sim, demos um nome a ele,
afinal já tínhamos nos apegado a
aquele lindo bebê.
Quando Georgianna chegou e
contei a ela tudo o que havia
acontecido, ela segurou o neto nos
braços, emocionada, e sorria de
orelha a orelha.
— Deus me deu uma segunda
chance, Sam! Eu estou muito feliz
por isso. — Ela ninava o
pequenino, e amor transbordava de
seus olhos.
— Ele é todo seu. Já
chamamos um advogado e uma
assistente social. Ele ficará com o
parente mais próximo, que é você.
— Ela me encarou com os olhos
marejados.
— Sam, posso pedir-te uma
coisa?
— Claro Georgianna.
— Eu estou velha e, não sei
quanto tempo ainda tenho... gostaria
muito que ele ficasse com você, que
tem uma vida pela frente. Eu
ajudarei a tomar conta do Marcel, é
claro, se isso não for empecilho
para você e seu noivo.
— Georgianna, foi o
Alexandre que nomeou ele e não
queria largá-lo na mão de ninguém.
Alexandre já estava fantasiando
ensiná-lo a jogar basebol e então a
resposta certamente é sim.
Adoraríamos cuidar dele, e ele
pode passar todos os fins de
semana com a vovó. — Sorri para
ela, emocionada. Eu me sentia tão
feliz que estava transbordando de
amor.
Acertamos a papelada com o
advogado, e logo Marcel se tornou
nosso menino. Alexandre estava
muito bobo, tanto que já havia
comprado muitas roupas e inclusive
um taco, uma luva e uma bola de
baseball, e dizia que eu e a nossa
Alice iríamos ser as líderes de
torcida para ele e o Marcel.
Três semanas se passaram e
um sangramento muito forte me
levou às pressas ao hospital.
Depois de uma cirurgia complicada
nossa pequena Alice nasceu. Só
depois que acordei e de estar com
ela em meus braços é que soube
que ela nasceu com o cordão
umbilical enrolado em seu pescoço.
Por sorte, depois minutos de
dedicação dos médicos, nossa
pequena guerreira reagiu e estava
agora mamando em meu peito.
Soube também que houveram
várias complicações, e com isso
tiveram que remover meu útero, ou
eu poderia ter o mesmo destino que
minha mãe teve quando eu nasci.
Chorei muito ao saber que não
poderia engravidar, mas com o
conforto do Alexandre, dos meus
amigos e familiares, logo eu estava
bem.
Quando fui para casa, vi que o
Alexandre tinha armado
praticamente um circo lá, dizendo
ser para a Alice e o Marcel. Eu
estava emocionada, e quando
peguei o Marcel no colo ele deu o
seu primeiro sorriso, isso me
encheu de amor; e soube que não
precisaria ter outros filhos, pois já
tinha tudo o que precisava.
Depois de alguns meses, meu
livro foi finalmente lançado no dia
dos namorados. Alexandre ficou
sem fala quando leu-o, como uma
prova de que nosso amor se
consolidava mais e mais. Meu livro
vendeu enormemente, e logo já
estavam na segunda impressão, e
me pediram que escrevesse ainda
mais. Assim, escrevia em meu
tempo livre, e alternava os
cuidados com os bebês e o sexo
selvagem com meu marido.
Decidimos nos casar quando
nossos filhos completassem 2 anos
e pudessem levar nossas alianças
ao altar. Jéssica e Daniel saíram em
uma viagem de lua de mel, sem
estarem casados e usaram aquela
viagem para se conhecerem melhor,
tão logo batizaram nossos filhos.
Fui saber dois anos mais tarde
que o homem que havia prometido
o mundo a Cristine era na verdade
um gigolô, e que ela era prostituta
em algum lugar no mundo. Nunca
deixamos de procurá-la,
infelizmente nunca chegamos a
encontrá-la. Papai um dia,
desolado, disse que ela procurou
por isso; o que não deixava de ser
uma verdade. Rachel permanecia
trancafiada em sua cela e estava
cada dia mais perturbada.
Esse é o destino de pessoas
maldosas e invejosas, que tentam
prejudicar as pessoas a todo o
custo. Todas as noites eu deitava a
cabeça no travesseiro em paz, pois
alcancei minha felicidade plena
sem pisar em ninguém.
Fim!
Obrigado !

[1] Gisele Caroline Bündchen é


uma modelo, atriz, filantropa e
empresária brasileira.
[2] Beyoncé Giselle Knowles Carter
mais conhecida simplesmente como Beyoncé, é
uma cantora, compositora, atriz, dançarina
, produtora, diretora de
vídeo e empresária americana nascida e criada
em Houston, no Texas.
[3] O Flash possui "super-velocidade",
consegue mover-se a uma velocidade sobre-
humana.
[4] Armani é uma famosa empresa de
moda italiana fundada em 1975 pelo renomado
estilista Giorgio Armani.
[5] Richard Gere, ator americano
conhecido por comédias românticas e dramas,
tais como “Uma linda mulher”, “Lancelot, o
primeiro cavaleiro” e “Chicago”.
[6] Jared Tristan Padalecki (San
Antonio, 19 de julho de 1982) é
um ator estadunidense.
[7] Ás escuras – em inglês.

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