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Paixão
Proibida
Copyright © 2015 Jennifer
Souza
Todos os direitos reservados.
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utilizada ou reproduzida sob
quaisquer meios existentes sem a
autorização por escrito da autora.
1. Romance
2. Adulto
3. Drama
Todos os direitos
reservados á Jennifer Souza
Essa é uma obra de ficção.
Quaisquer semelhanças
com pessoas vivas ou mortas é
mera coincidência.
Capítulo Um
Samantha
Após enlouquecer ao som
de Rihana, voltei pra mesa
suada e louca por mais uma
cerveja para refrescar. Mesmo
com meus cabelos loiros
colados ao meu rosto e com
cara de exausta, ainda assim
recebi vários olhares
masculinos no caminho até a
mesa. Eu não era como aquelas
mulheres magérrimas, muito
pelo contrário, tinha coxas
grossas; bunda empinada e
grande; seios na medida certa,
e para juntar tudo isso uma
cintura fina e lábios carnudos.
Quando era pequena, sofri
bullying, e recebi apelidos
como leitão e boca de peixe, já
que certas crianças sabem ser
mais cruéis que alguns adultos,
e no topo dessa lista constava
minha adorável irmã Cristine,
que com seu corpo estilo
Gisele Bündchen,[1] sempre
me humilhou e até roubou meu
primeiro amor.
Depois daquilo, aproveitei
a primeira oportunidade após
me formar na escola e saí de
casa para fazer faculdade e há
seis anos não voltava; até
agora.
— VIVA AS FÉRIAS! —
Jéssica, minha melhor amiga e
parceira no crime, gritou da
mesa quando me aproximei.
Conhecia Jess desde o início
da faculdade, e ela me mostrou
a cidade e ajudou a me
enturmar. Jess era lindíssima, e
tinha cabelos vermelhos, olhos
azuis de tirar o fôlego e uma
linda pele cor de porcelana.
— Gostaria de matar o
Philiph. Onde já se viu, querer
que eu escreva uma coluna
sobre sexo com amor e ainda
exigir que me inspire em minha
irmã e seu noivo? Agora que
ela vai se achar mais ainda. —
Resmunguei.
— Pense que essa é sua
grande chance de ser
promovida a editora chefe. —
Disse Jess, animada.
— Obrigado linda. —
Virei meu copo de cerveja e
avistei um tatuado gostoso, que
parecia me engolir com os
olhos. Eu tinha tara por
tatuagens, e resolvi que aquela
era a hora do show. — Vou pra
pista, bitch. Você vem? —
Questionei Jess.
— E eu no astro do Rock.
Fui... — Pisquei para ela e
parti para a pista.
Comecei a me movimentar
sensualmente na pista ao som
de Drunk in Love, da
Beyoncé[2]. Meu vestido preto
era um modelo tomara-que–
caia, e marcava minhas coxas.
Dei uma olhadela para o
gostoso tatuado e virei de
costas para ele, comecei a
contar mentalmente. Antes de
chegar a 30, ele já estava atrás
de mim, dançando. Sabia
aquele olhar era fatal.
Dançamos mais três músicas e
fomos para o bar. Vi que a Jess
havia sumido de vista e o barman
loiro também, então aproveitei o
tempo para bebermos e
conversarmos um pouco. Descobri
que ele se chamava Brad e que era
guitarrista numa banda; e enquanto
ele falava, notei que havia um
piercing em sua língua. Sonho de
consumo, não? Guitarrista, tatuado
e com piercing na língua! Teria de
devorá-lo.
— Oh... Oh...
Samantha
Sinceramente, acho que deveria
existir uma lei na natureza onde
fosse proibido homens
comprometidos serem tão
fodidamente sexys. Deveria
funcionar da seguinte forma: No
momento que o homem se
compromete com uma mulher, ele
perderia 50% da sua beleza. Isso
evitaria as traições e manteria o
equilíbrio natural do mundo.
Mulheres casadas, namorando ou
noivas não se preocupariam mais
quando seus homens saíssem por ai
com a possibilidade de mulheres
solteiras cobiçassem seus homens,
já que eles estariam mais feios e
menos sexys. Mas é claro que
mesmo se Alexandre perdesse 50%
da sua beleza, ainda sim eu estaria
babando.
Juro que tentei engoli-lo com o
olhar de forma discreta, mas ele
conseguiu estar ainda mais gostoso
do que na noite anterior, vestido
com sua calça jeans surrada que
abraçava aquelas coxas musculosas
deliciosas e que abrigava seu
volume exorbitante no meio das
pernas. Ele vestia uma camiseta
branca com gola em V, que me deu
o vislumbre de seu peitoral
definido e bronzeado e prontamente
imaginei minha língua passeando
por ali.
Controle-se, mente libertina.
— Cristine, eu pensei que a
Miranda seria sua dama de honra.
— Despertando-me dos meus
devaneios, ele falou com minha
irmã.
— Sim meu quindinzinho, mas
a Miranda está grávida.
— E qual o problema nisso? —
Vi que ele estava desconfortável
com o apelido, o que me deu uma
vontade enorme de rir.
— Dã! Ela está gorda, e não
vai combinar uma madrinha de
casamento gorda né. — Revirei os
olhos, e resolvi responder.
— Irmãzinha, eu adoraria ser
sua madrinha, mas como você
mesma disse ontem, eu estou gorda
e não quero estragar seu casamento
“perfeito”. Sem contar que uma das
suas amigas seria mais adequada
para essa posição, já que não
acredito muito nessa coisa toda. —
Dei a volta na mesa e cumprimentei
papai e mamãe.
— Como assim não acredita
nessa coisa toda? — O senhor
molha-calcinha se dirigiu a mim.
— Casamento? Não acho a
monogamia sensata, na verdade
monogamia me lembra a palavra
monotonia, que significa chato, sem
graça e entediante.
— O que te faz pensar dessa
forma? — Perguntou com interesse
no olhar. — Você já foi casada?
— Ah gente, que papo chato.
Sabiam que hoje fui na prova do
vestido e ele está incrível. —
Minha irmã notou que não era o
centro das atenções e resolveu se
manifestar. Resolvi desviar meu
olhar do Alexandre e encarei meu
pai.
— Filha onde você vai? Está
tão elegantemente vestida que acho
difícil que fique em casa. — Meu
pai questionou, o que fez minha
irmã bufar novamente.
— Vou sair com o Daniel.
Vamos nos divertir um pouco.
— Eu sempre soube que vocês
tinham algo, desde o tempo da
escola. — Cristine começou a
soltar seu veneno, mas só não
entendi o motivo dela falar um
absurdo desses, e percebi que
Alexandre ficou tenso.
— Bem papai, ele vem me
buscar daqui a pouco e iremos ao
Hard Rock. — Falei animadamente
ignorando o comentário maldoso de
minha irmã.
Começamos a comer e tentei ater
minha atenção ao prato que estava
em minha frente, para não ficar
cobiçando a sobremesa do outro
lado da mesa.
Enquanto comia, minha mente
divagava: será que eles farão sexo
selvagem hoje à noite? Não que eu
ache que minha irmã faria sexo
desse tipo... ela é muito cheia de
frescura para isso. O fato de
imaginar os dois fazendo sexo me
embrulhou o estômago e me fez
perder o apetite.
Pedi licença e me retirei da
mesa e caminhei até o banheiro no
andar de cima, onde aproveitaria
para retocar a maquiagem. O que
tinha nesse homem que me
incomodava tanto? Quando saí do
banheiro, deparei-me com o senhor
molha-calcinha na porta impedindo
minha passagem.
— Mas o que você pensa que
está fazendo? — Sussurrei para ele
pois não queria fazer escândalo.
Ele estava tão próximo de mim que
podia sentir o calor emanando de
seu corpo, que roubava meus
sentidos.
— Quero que troque de roupa
agora! — Disse em um tom
autoritário, encarando-me, e seus
olhos faiscavam.
— Por quê? Não gosta do que
vê? — Provoquei e abri um sorriso
preguiçoso. Precisaria trocar de
calcinha, já que a que eu estava
usando inundou de vez.
— Não quero que saia vestida
assim, é indecente! — Tive a
impressão de ter sentido uma
pontada de ciúme em sua voz, mas
que se dissipou em um instante.
— Acho que você deveria
cuidar das roupas que a sua noiva
usa, não as minhas. — Avancei um
passo e tentei passar por ele, que
me impediu novamente.
— Você é muito atrevida! —
Disse aproximando-se ainda mais
de mim, e podia sentir sua
respiração nos meus lábios. Eu
sabia que era absurdamente errado,
mas meu cérebro virava geleia toda
a vez que esse homem se
aproximava de mim. De repente
meus lábios ficaram secos, e
quando os umedeci com a língua,
Alexandre soltou um gemido
abafado com esse pequeno gesto.
— Não me provoque. — Ele
aproximou-se ainda mais de mim e
ergueu meu queixo na sua direção,
afagando meu lábio inferior com o
polegar. O toque áspero do seu
dedo em meu lábio fez cada pedaço
de meu corpo derreter e minha
boceta gotejar e vibrar.
Esse homem só podia ser um
pecado capital, o da luxuria.
Precisei resistir enormemente para
não arrastá-lo para o quarto e
terminar o que havia começado em
meu sonho, e só despertei daquilo
quando a campainha tocou.
Nos afastamos abruptamente, e
pude perceber que ele estava tão
excitado quanto eu. Ouvi minha
irmã chama-lo lá de baixo e
aproveitei a oportunidade para
sabia como havia reunido energia
para descer as escadas, já que
minhas pernas estavam bambas. O
toque dos seus dedos ainda
queimava meus lábios, e corri para
atender a porta e respirar ar puro.
— Daniel, amor. Que bom que
chegou! — Joguei-me em seus
braços. Precisaria de apoio ou
cairia ali no chão a qualquer
momento.
— Que cara de tarada é essa?
— Ele perguntou aos risos.
— Cale a boca e vamos dar o
fora daqui. — Implorei
— Danny querido, quanto
tempo. — Minha irmã correu até a
porta sorridente.
Alexandre
Eu estava ficando louco, só
isso poderia justificar minha reação
ao vê-la subindo na moto com
aquele mauricinho; e depois, ter
que aturar Cristine em meu ouvido
foi o fim. Eu estava perdido sem
saber o que fazer, de casamento
marcado com uma e cobiçando a
outra. Ela não era minha, mas
queria ter arrastado-a pelos cabelos
para impedi-la de sair.
— Docinho, o que você está
pensando? — Miou Cristine.
— Estou pensando na égua que
trouxe da Louisiana. Tenho que
domá-la. — Menti
— Ah quindim... eu estava
aqui, doidinha de saudades do meu
noivinho e você pensando em uma
égua. — Ela passou suas unhas no
meu peito.
— O que deu em você para me
chamar assim? — Questionei
irritado.
— Assim como?
— Esses apelidos estúpidos.
— Falei impaciente.
— Nossa amor, pensei que
você gostasse. — Disse num fio de
voz, com uma expressão inocente
no rosto.
— Prefiro que não me chame
mais assim, por favor. — Falei em
um tom mais calmo. Eu estava
sendo um escroto com a Cristine,
que não tinha culpa das minhas
dúvidas.
— Desculpe. — Ela murmurou,
o que fez com que eu me sentisse
ainda pior.
— Tudo bem, eu estou
estressado por causa do trabalho na
fazenda... acho melhor eu ir
embora. — Levantei-me.
— Mas pensei que passaria a
noite aqui.
— Não, melhor não. Estou
muito cansado e não seria uma boa
companhia hoje. — Depositei um
beijo em sua testa e me afastei.
— Tudo bem. Está tudo certo
para esse fim de semana?
— O que teremos nesse fim de
semana? — Questionei confuso.
— Ora, seu bobinho. Vamos
passar o final de semana na sua
fazenda, para meus pais e minha
irmã conhecerem sua mãe, lembra?
— Ah verdade. Sim está tudo
certo. — Na verdade, estava tudo
errado. Dormir embaixo do mesmo
teto que a irmã da minha noiva não
parecia ser uma coisa fácil, e ao
imaginar um final de semana
inteiro, sabia que seria uma tortura.
— Ótimo docinho, então até
amanhã.
— Até. — Ela me acompanhou
até a porta e despedi-me com um
selinho em seus lábios. Minha
vontade de ir até o Hard Rock
tomava conta de mim.
Samantha
O Hard Rock era o único bar
decente que havia na cidade onde
nasci. Desde a adolescência
sonhava em ir ali, mas era menor de
idade e nunca consegui autorização
dos meus pais para frequentá-lo.
Até para perder minha virgindade
foi uma briga, tanto que tive que
mentir que iria dormir na casa de
uma amiga para ter minha primeira
noite de amor. Estava tão
apaixonada por Michael que não
percebi que ele dormia minha irmã
ao mesmo tempo, e quando ela
pediu para ele escolher, ele
preferiu a ela; o que deixou seu ego
nas alturas e meu coração
despedaçado. Daquele dia em
diante prometi a mim mesma nunca
mais me apaixonar e tenho vivido
muito bem assim por todos esses
anos, com meu coração protegido
por uma redoma de vidro blindado.
Entramos no Hard Rock e logo
chamamos a atenção de todos, o
que já esperava, afinal eu estava na
minha roupa de vestida para matar
e o Daniel estava muito sexy com
seu modo bad boy ativado. Meu
amigo estava um gato, e logo que
ocupamos uma mesa de canto,
pedimos tequila, minha melhor
amiga.
— Samantha me explica o que
aconteceu com seu cunhado, que
parecia um namorado ciumento? —
Depois que virou a dose de tequila,
Daniel me olhou sério.
— Ah e eu que vou saber. Ele é
louco! — Fiz de conta que não
havia entendido e olhei ao meu
redor a caça de alguém.
— Aham... acho que ele quer
você. — Disse apontando o
indicador para mim, com sorriso
torto plantado em seus lábios.
— Deixe de ser enxerido
Daniel; parece até a Jess que quer
sempre saber de tudo e acha que
sempre sabe tudo. — Virei minha
segunda dose de tequila e logo meu
corpo se aqueceu.
— Jess? Quem é ela? — Ele
perguntou com interesse.
— Nem pense nisso! —
Apontei o dedo para ele.
— O quê? Nem pensei nada, só
fiquei curioso. — Levantou as duas
mãos na defensiva.
— A Jessica é minha melhor
amiga, mora em Nova Iorque e não
é para o seu bico.
— Nossa.
— Ela não é como as vadias
que você está acostumado a comer
e descartar, então tire o cavalinho
da chuva.
— Mas eu nem falei nada...
Você está muito violenta essa noite,
isso é falta de sexo.
— Você não falou nada, mas
pensou. E quanto ao sexo, essa
noite resolverei isso. Vou à caça.
— Virei minha terceira dose de
tequila e fui para a pista.
— Louca! — Gritou ele, e me
virei na sua direção para mostrar a
língua para ele.
— Fica quieto Danny! — Ele
ficou por tê-lo chamado pelo
apelido, o que me fez rir.
Comecei a dançar me deixando
levar ao som de Demi Lovato,
Heart Attack e a maldita letra me
deixou atordoada.
De repente mãos fortes
circulam minha cintura e aquele
perfume agridoce tão familiar me
fez ter um sobressalto. Quando
virei de frente, meus olhos
faiscaram e por uma fração de
segundo meu coração fraquejou,
afinal reencontrar seu primeiro
amor depois de tantos anos não é
algo fácil.
— Eu não acredito que é você.
— Ele abriu um sorriso para mim...
estava lindo como sempre, e usava
jeans; camisa branca e paletó, o que
realçava sua pele cor de chocolate.
— Mas é muita audácia a sua!
Quem te deu liberdade de me
agarrar assim,n Michael? — Tentei
me desvencilhar dele.
— Ah princesa, qual o motivo
do drama? Não tem porque ter
frescura comigo; já que conheço
cada pedacinho do seu corpo. —
Murmurou ele bem próximo a
minha orelha.
— Assim como conhece o cada
pedacinho do corpo da minha irmã,
certo? — Tentei empurra-lo em
vão.
— Amor, não pira. Já passou,
esquece isso e vem cá. — Ele me
agarrou com mais força pela cintura
e me apertou contra seu peitoral.
— Esquecer? Você é muito
dissimulado mesmo. — Eu estava
frustrada por não conseguir me
soltar dele.
— Foi culpa da sua irmã... ela
me provocava.
— Além de traidor ainda é
covarde por culpar minha irmã. —
Comecei a socar seu peito com
força. — Me solta ou eu vou gritar!
— Então ele me apertou ainda mais
forte e tomou meus lábios nos seus.
Neste instante, aproveitei a
oportunidade e mordi com força seu
lábio, com a firme intenção de
machucá-lo e continuei me
debatendo, frustrada por não
conseguir desferir um chute entre
suas pernas. De repente ele foi
afastado de mim e só vi o vulto do
homem que socou seu olho, r seu
lábio estava sangrando devido a
minha mordida.
— Sua doida! — Ele me
acusou com a mão nos lábios.
— Acho melhor você respeitar
a moça se não quiser levar outro
murro na cara! — Aquela voz
causou arrepios. Alexandre? Não
poderia ser ele! O que ele estava
fazendo aqui? Quando percebi,
estava sendo arrastada porta afora
por ele.
— Para onde você pensa que
está me levando? — Gritei para
ele, que girou seu corpo e ficou de
frente para mim. Pude senti-lo me
despindo com os olhos, e fervi
diante do seu olhar duro.
— Eu vou te levar... ah mas que
se foda! — Ele agarrou firmemente
minha nuca e mergulhou sua língua
macia e quente na minha boca.
Agarrei seus cabelos com uma mão
e mergulhei a outra por dentro da
sua camisa, roçando meu corpo no
dele. Gemi em seus lábios, e pude
sentir minha umidade escorrer por
minha coxa, e sentindo, Alexandre
me acomodou entre suas coxas e
passou a me tocar intimamente, o
que quase resultou em um orgasmo
instantâneo.
— Parados agora! Ou vocês
querem passar a noite na delegacia?
— Um policial careca estava
parado nos observando, e nos
despertou de nosso ato obsceno em
público. — Arrumem um quarto.
Ai senhor! Já pensou se eu
fosse presa? E logo com ele?
Capítulo Quatro
Samantha
Ainda cambaleante, me afastei
e desci a barra do meu vestido,
sentindo meu corpo protestar pelo
orgasmo frustrado. O policial
continuava nos encarando com o
cassetete na mão, e eu não sabia o
que dizer... sequer tinha coragem de
olhar pra ele.
Por que eu estava agindo
assim? Em uma situação normal, eu
já teria falado alguma gracinha para
o policial e nos livrado do
constrangimento, mas estava
diferente. O fato de me sentir
diferente perto dele me assustava
muito... me sentia como um rato de
laboratório, encurralado em uma
gaiola sem ter para onde fugir, e
como por telepatia minha salvação
surgiu.
— Sam! Sam, o que houve? Te
procurei por toda a parte — Daniel
surgiu com uma morena peituda no
seu encalço, que nos olhava dos pés
à cabeça ele sorriu maliciosamente.
— Ah, já entendi o motivo do teu
sumiço.
— Bem eu vou continuar a
minha ronda, mas não façam sexo
em público! Isso é contra a lei, e da
próxima vez, passarão a noite na
prisão. — O policial rechonchudo
saiu dali assobiando, e de repente
Daniel caiu na gargalhada; o que
me fez querer matá-lo.
— Samantha eu... — Alexandre
ia dizer algo, mas não era hora para
isso.
— Agora não, Alexandre. —
Interrompi ele.
— Qual é o seu problema? —
Questionou ele, e me puxando pelo
braço me fazendo encará-lo.
Aqueles olhos azuis eram
hipnotizantes demais para minha
sanidade.
— Meu problema? Nenhum.
Qual é o seu problema? O que veio
fazer aqui? — Apontei para o Hard
Rock, desviando meu olhar do dele.
— Eu... — Ele parecia
confuso.
— Alexandre boa noite, não
precisa me dar explicações... deixe
elas para a sua noiva. — Disse
abruptamente. A última coisa que
eu precisava agora era um pedido
de desculpas pelo beijo, porra! —
Daniel, por mim essa noite já
acabou... Vamos? — Caminhei em
direção ao Daniel e a “peitos
falsos”, me afastando daquele
homem perturbador.
— Ah Danizinho... você disse
que iriamos passar a noite juntos
hoje. — Ronronou a vaca
siliconada.
Nunca conseguiria
compreender a mania dessas
garotas em chamar o homem pelo
diminutivo. Isso é, no mínimo,
irritante!
— Tadinha de você... Só
lamento, mas o Daniel já tem dona,
então vá testar a validade do teu
silicone porque daqui desse ângulo,
eles parecem muito caídos. —
Falei em alto e bom som para até
mesmo o Alexandre ouvisse...
Talvez se ele pensasse que eu
estava com Daniel me deixasse em
paz, assim eu fosse conseguir parar
de me sentir estranha. Arrastei
Daniel dali sem olhar pra trás, e ele
caiu na gargalhada pelo modo como
tratei a vadia.
— Ciumenta!
— Não sou ciumenta, apenas
estava cuidando de você. Você
consegue algo melhor que isso,
Danny. — Conforme nos
aproximávamos do ponto de taxi, a
risada de Daniel acalmou e ele
questionou:
— Agora me conta o que
aconteceu ali no estacionamento?
— Ele me encarou, sério.
— Nada que valha a pena
comentar. — Ele me analisou em
silêncio e disse:
— Samantha, eu sou homem e
não pude de deixar de notar que
vocês estavam praticamente
fodendo no estacionamento. Não
sou estúpido.
— Não estávamos quase
fodendo no estacionamento. Só
estávamos conversando. — Desviei
meu olhar do dele e subi no taxi.
— Não minta para mim, Sam.
Mesmo que você tentasse mentir, o
policial deixou bem claro isso...
isso sem contar com seus cabelos
bagunçados, o batom borrado e o
estado em que você deixou o noivo
da sua irmã. — Ele fez uma careta
engraçada para mim, o que me fez
cair na gargalhada.
— Tudo bem Daniel, você está
certo. O que fiz foi muito errado e
não vai acontecer de novo. —
Disse mais para mim mesma do que
para ele.
— Eu duvido muito. —
Zombou.
— Não tem graça, Daniel.
Tenho de me controlar! Ele é o
noivo da minha irmã.
— Vamos combinar que seria
justiça você roubar o noivo dela.
Ladrão que rouba ladrão tem cem
anos de perdão.
Suas palavras fizeram com que
ponderasse por alguns instantes,
mas não era como minha irmã e
jamais lhe pagaria na mesma
moeda, por mais que ela merecesse.
— Por mais que seja tentador
uma vingança, eu não sou assim. Eu
quero distância do noivo dela. —
Falei mais para convencer a mim
mesma do que Daniel.
Chegamos em minha casa e
rapidamente me ofereci para pagar
metade da corrida, o que Daniel
recusou na mesma hora. Dei um
beijo em sua bochecha e mandei-o
se comportar e ir pra casa, e aos
risos ele continuou o caminho.
Parada em frente ao portão de casa,
respirei fundo e entrei, usando a
chave extra que papai havia
providenciado para mim nessa
tarde, e tirei meus saltos, pois não
queria acordar ninguém; afinal, se
alguém chegasse perto de mim
certamente iria sentir o cheiro do
perfume másculo de Alexandre.
Subi a escada pé ante pé, e ao
passar em frente ao quarto da minha
irmã ouvi sua voz e não pude conter
a curiosidade. Posso ter sido uma
péssima jornalista, mas a
curiosidade latente ainda existia em
mim. Cristine falava melosamente
com alguém ao celular...
— ...Claro meu amor, vamos
passar o fim de semana inteiro
bem juntinhos...
Ouvir aquilo fez com que me
sentisse absurdamente mal e
culpada. Senti-me usada, afinal, a
poucos minutos Alexandre estava
comigo e agora falava ao telefone
com ela... certamente fariam sexo
pelo telefone. Revoltada, corri para
o chuveiro o mais rápido o
possível.
Justamente por coisas como
aquela que não me envolvia com
homens. Eles sãos uns falsos e
completamente descarados, e
Alexandre só conformou que era
igual a qualquer outro com que já
saí.
Quando terminei o banho,
tomei um calmante para dormir
mais relaxada, até porque naquele
momento a tequila já havia sido
lavada do meu sistema. Vesti um
camisetão e me deitei, dormi em
seguida com o efeito do remédio e
o cansaço que tomou conta de mim.
Alexandre
Caso me perguntassem o que
tinha em mente quando resolvi ir ao
Hard Rock, não saberia dizer. Não
sabia descrever o que tinha naquela
mulher que me enfeitiçou
completamente, e depois que
estacionei o carro, ponderei ainda
por alguns minutos pensando no que
fazer. O certo seria ir embora o
quanto antes, mas não estava em
meu juízo perfeito.
O ar estava carregado pela
mistura de perfume, cigarro e suor.
Caminhei até o bar, de onde tinha
uma vista privilegiada de toda a
pista de dança e pedi uma cerveja
ao barman, e assim que me virei,
pude vê-la. Ela realmente deveria
ser uma feiticeira, dançando
desavergonhadamente para ela
mesma, concentrada na música,
com um sorriso genuíno nos lábios.
Daquela forma mais
descontraída, ela atraía todos os
olhares masculinos, o que me
deixou completamente possesso.
Meu pau ficou duro feito pedra
enquanto observava-a, e quando vi
um homem negro e alto abraçá-la
por trás, percebi que ela fez uma
careta como se não gostasse de sua
aproximação. Tomei minha cerveja
em um único gole e quando vi que
ela passou a se debater, meu sangue
ferveu. Sem pensar, me levantei
com os punhos fechados e caminhei
a passos firmes na direção deles
quando ele tentou beijá-la.
Antes que pudesse pensar, o
afastei dela violentamente e acertei
um soco no seu olho direito.
Percebi que a boca dele começou a
sangrar, provavelmente por ela tê-
lo mordido, o que me deixou
ligeiramente satisfeito.
— Sua doida! — Gritou o
bastardo, o que me enfureceu mais
ainda.
— Acho melhor você respeitar
a moça se não quiser levar outro
murro na sua cara! — Adrenalina
pura corria nas minhas veias, nunca
fui de perder o controle antes, mas
aquela mulher me afetava de uma
forma singular.
Lembrei de toda a cena no
estacionamento, e como foi tê-la
nos meus braços, sentir seu gosto
nos meus lábios, e o calor de sua
umidade. Ela cheirava a sexo e isso
me deixava maluco.
Beijar Cristine era muito
diferente, pois eu sempre mantinha
controle com ela... ela era, às
vezes, até muito fria na cama; e eu,
como um homem de sangue quente,
gostava de estar no controle das
coisas, e justamente por isso
passava horas do meu dia domando
cavalos xucros. Quando pedi
Cristine em casamento, aquilo me
pareceu a coisa certa a se fazer
pois ela era uma garota agradável,
minha mãe gostava dela, era linda,
de boa família e eu precisava dar o
tão sonhado neto para minha mãe; o
problema é que agora eu queria
mandar tudo para o inferno e me
afundar em Samantha como se não
houvesse amanhã. Queria domá-la,
torna-la minha... mas não poderia
cancelar o casamento agora,
poderia?
Estacionei em frente a mansão
de minha família, e passei a pensar
que há alguns anos a casa era tão
cheia de vida e mamãe tão mais
feliz e saudável. Há cinco anos,
papai e meu irmão Paul foram fazer
uma viagem de negócios, e na volta
sofreram um acidente na estrada,
falecendo imediatamente. Na época
meu irmão tomava conta de tudo
juntamente com o meu pai, e eu
ocupava-me apenas em festas e
bebidas, mas diante de tal fato,
além de precisar consolar minha
mãe, tive que assumir os negócios
da família, algo que eu não estava
familiarizado, e se não fosse pela
ajuda de Carter, nosso
Administrador, eu estaria perdido.
Tudo pareceu tranquilo por algum
tempo, até que minha mãe teve um
enfarte; provavelmente como
consequência de todas as fortes
emoções vividas nos últimos anos,
e logo depois disto ela passou a me
pedir um neto, mais ou menos na
mesma época em que conheci
Cristine, até que chegamos no ponto
onde estávamos hoje.
Desci do carro ainda atordoado
com tudo o que havia acontecido, e
se em outra situação me banharia
imediatamente, hoje não desejei
aquilo... queria ficar com o cheiro
dela no meu corpo por mais tempo,
o que sinalizava que eu só podia
estar ficando maluco.
Enquanto refletia, tive uma
ideia: aproveitaria o final de
semana para tomar uma decisão
sobre o que faria com Cristine e
Samantha. Talvez fosse apenas
tesão, e precisaria tirar a prova do
que realmente sentia.
Samantha
Acordei com batidas
incessantes na porta, e ao pegar
meu celular no criado mudo, vi que
eram apenas 8 horas da manhã de
sábado. Deveria ser proibido
acordar um ser humano no sábado,
em suas férias, antes das 11 da
manhã. Levantei ainda tonta pelo
sono e destranquei a porta, dando
de cara com a Cristine... minha
irmã ser a primeira pessoa que vejo
no dia não era um bom presságio.
— O que aconteceu? Por acaso
está pegando fogo na casa pra você
estar me acordando a essa hora? —
Cruzei os braços no peito e esperei
impacientemente por sua resposta.
Ela, como sempre, já estava
impecável, usando uma blusa de
seda branca e saia lápis preta,
sapatos Jimmy Choo preto, e uma
maquiagem exagerada para o
horário; além, é claro, um perfume
adocicado compunha o seu visual
patricinha.
— Maninha quanto mau humor!
Não sabe que isso causa rugas. —
Repreendeu-me.
— Fale logo Cristine, quero
voltar pra minha cama.
— Nada disso... trate de
arrumar uma maleta pois estamos
sairemos em uma hora para passar
o fim de semana na fazenda do
Alexandre.
Puta que pariu! Por que
apenas a menção da porcaria do
nome dele já me deixava pegando
fogo? Que merda estava havendo
comigo? Só podia ser carência!
— Eu não vou, estou ocupada.
Vou escrever o fim de semana
todo... será até bom que vocês
estejam fora, assim terei
tranquilidade para me concentrar.
— Não sei porquê de você está
inventando coisas. Seu artigo não é
inspirado em nós dois?
— Sim, mas não preciso estar
perto de vocês para escrever. Já
tenho algumas anotações do que
pude observar. — Menti.
— A fazenda dele é gigante,
principalmente a mansão. — Disse
enquanto se abanava. — Se você
quiser, não iremos nem nos esbarrar
quando você estiver trabalhando.
— Mesmo assim, acho melhor
só vocês irem.
— Você é minha irmã e você
vai. Minha sogra quer conhecer a
todos. — Ela revirou os olhos.
— Não sei...
— Ah vamos sim, te espero lá
embaixo. Por favor Samantha,
ninguém merece ter que aturar
aquela velha o fim de semana todo,
e se você for poderemos dividir o
tempo com ela. Quando eu me casar
e assumir a casa, a despacharei
para um asilo! — Disse Cristine em
relação a sua sogra.
— Cristine, como você
consegue ser tão perversa e
egoísta? Um dia você vai
envelhecer também, sabia. Gostaria
que alguém te jogasse num asilo?
— Questionei revoltada com ela.
Como poderiam duas pessoas,
criadas juntas, se tornarem tão
diferentes uma da outra? Sempre
respeitei os mais velhos; eles são
os mais sábios e merecem todo o
respeito.
— Já chega de sermão senhora
certinha. Estarei te esperando lá
embaixo. Saíremos ás 9 horas. —
Revirando os olhos, fechei a porta
atrás de mim.
Tomei um bom banho para me
acordar. Como o dia estava quente,
coloquei meu vestido azul royal de
alcinha, que se colava em minha
cintura moldando-a e tinha uma saia
rodada e soltinha. Nos pés, optei
por uma rasteirinha dourada, pois
iríamos para uma fazenda e não iria
me arriscar com saltos altos.
Arrumei minha pequena bagagem e
coloquei meu computador para
finalmente começar a maldita
coluna. Peguei meu celular e liguei
pra Jess, já que não nos falávamos
desde a tarde de ontem quando
contei pra ela sobre o ocorrido da
confusão de stripper com meu
cunhado.
— Alô, que saudades Sam! E
ai, alguma novidade do cunhado
gostosão? — Perguntou curiosa.
— Bom dia para você também,
Jess. — Resmunguei.
— Ah você sabe que não
existem essas frescuras entre nós.
Anda, fala logo! Vocês andaram se
enroscando de novo? — Ela riu.
— Não quero falar disso... te
liguei só para avisar que estou indo
pra fazenda e não sei se lá terei
sinal no celular e também porque
quero saber como está o Damon.
—Não quer falar sobre isso?
Está sensível assim? Então o
negócio é sério mesmo! Já fizeram
sexo selvagem secretamente no
quarto ao lado? — Ela ria sem
parar e ignorou totalmente o que eu
havia dito anteriormente.
— Não Jessica, não chegamos
a tanto.
Merda! Confessei que nos
pegamos de novo, sem notar.
— Ah, então aconteceu de
novo! Conte todos os detalhes! —
Insistiu.
— Não tem nada para contar, tá
bom. Agora tenho que ir estou
atrasada. — Disse nervosa.
— Você gosta dele! — Afirmou
ela.
— De onde você tira essas
ideias? Até parece que não me
conhece.
— Você está fugindo do
assunto, o que é muito suspeito.
Com os outros caras você nunca se
importou de contar os detalhes.
— Olha Jess, não tenho tempo
para ficar ouvindo os seus delírios,
então dê um beijinho no Damon por
mim, tudo bem... tenho que ir.
— Não é delírio e você sabe
disso.
— Tchau Jéssica, te amo. —
Desliguei e joguei o celular na
cama.
Maldita Jéssica e seus
devaneios de felizes para sempre e
príncipes encantados. Diferente
dela, eu sabia que após a primeira
noite os príncipes sempre
voltavam a virar sapos. Eu gostar
do Alexandre? Era só o que me
faltava! Já que a casa era tão
grande quanto Cristine disse, com
certeza dificilmente iriamos nos
esbarrar pelos corredores, certo?
Desci com minha mala, tomei
um café reforçado e segui com
minha família rumo ao caminho da
perdição. Chegamos na fazenda
depois de uma hora, e graças ao
meu Ipod não precisei ir
conversando com ninguém já que
minha irmã estava ocupada demais
também com seu bate-papo no
celular. A mansão era realmente
lindíssima, e um dos empregados
nos recepcionou e acomodou-nos
nos quartos, informando que
Alexandre teve um imprevisto com
uma égua e logo iria nos receber e
sua mãe repousava e se juntaria a
nós no almoço.
Aproveitei a oportunidade e
peguei meu computador e um xale
para sentar embaixo de alguma
árvore para escrever um pouco.
Afastei-me o máximo que pude da
casa, pois não queria encontrar com
Alexandre tão facilmente; até que
encontrei uma grande sombra
embaixo de um belíssimo carvalho
vermelho, de frente para o lago.
Olhei ao redor e vi que não havia
nenhum empregado à vista e o local
era quase deserto. Perfeito! Não
serei incomodada por ninguém.
Estendi o xale no chão, me escorei
na árvore e comecei a trabalhar,
desta vez não no artigo inspirado
neles, já que era a última coisa que
eu queria pensar, e sim em uma
história; algo que não fazia a muito
tempo.
Quando já estava mais de uma
hora trabalhando concentrada,
escutei um barulho na água do lago,
e vi Alexandre nu, nadando no lago.
Fiquei hipnotizada por seus
movimentos vagarosos, os
músculos de suas costas brilhavam
ao sol, e percebi também que havia
uma frase tatuada nas suas costas. A
curiosidade havia me tomado, e
queria saber o que lá estava escrito
ali. Então, como se soubesse que
estava sendo observado, ele parou
de nadar e olhou para todos os
lados. Encolhi-me atrás da árvore,
e contive minha respiração por
alguns segundos.
— Tem alguém ai? — Ele
gritou, e sua voz máscula e forte me
causou arrepios. De repente, meu
computador traidor escorregou do
meu colo por causa do tecido do
meu vestido. — Quem está ai?
Apareça.
Peguei meu computador e o
agarrei junto ao peito, saindo de
onde estava. Não estava preparada
para encarar tudo aquilo, pois ele
havia saído da água e estava de pé
bem próximo de mim. Meus olhos
percorreram cada centímetro
daquele corpo perfeito, desde seu
peitoral grande, ao seu abdômen
perfeito. Com certeza eu
começaria a lavar roupas a mão
com prazer se fosse naquele
tanquinho. Quando meu olhar
desceu para o seu membro longo e
grosso, fiquei com os olhos
arregalados, pois com certeza não
tinha visto um tão grande assim. De
repente o ar me faltou, minha boca
ficou seca e minha calcinha
inundou-se. Ele me encarava, me
comendo com os olhos também,
demorando-se com seu olhar no
decote do meu vestido. Lugar
deserto, homem gostoso, pelado,
eu e minha periquita
ninfomaníaca... só poderia dar
merda.
Capítulo Cinco
Samantha
— Eu... eu.... — Que droga estava
havendo comigo? Parecia uma
retardada, gaguejando sem parar.
Mas com esse monumento parado
em minha frente, com gotículas de
água escorrendo por sua pele
bronzeada que me faziam invejá-
las, pois elas podiam se esbaldar
naquele homem, que era a perdição
da minha alma. Com toda certeza eu
iria pro inferno. —Tenho de ir. —
Falei, ainda sem conseguir desviar
os olhos do corpo dele. Virei-me
para correr, deixando o xale e o
computador para trás, pois sabia
que se ficasse, não iria responder
por mim. Então, tão ágil como um
gato, ele me agarrou por trás,
fazendo-me arfar com o choque de
nossos corpos me fazendo arfar e
praticamente derreter em seus
braços. Senti seu membro duro em
minha cintura e seu hálito fresco no
meu ouvido.
— Onde você pensa que vai? —
Sussurrou ele junto ao meu ouvido.
O simples som da sua voz baixa e
sedutora já causou um efeito
devastador na minha calcinha.
— Me solta! Você é louco! —
Tentei soar firme mas minha voz
saiu fraca e ofegante, denunciando
minha excitação.
— Eu não sou louco. — Suas mãos
grandes subiram até os meus seios e
ele os apertou sob o vestido. —
Você que me deixa louco! — Sua
voz rouca e suas mãos grandes que
provocavam meus mamilos por
cima do vestido me tiraram a razão.
Eu não conseguia enxergar mais
nada ao nosso redor, e rendida,
fechei meus olhos e me deixei levar
pelas sensações. Então ele me virou
de frente e nossos olhares se
encontraram, fazendo meu coração
saltar no peito ao mergulhar
naquela imensidão azul.
Ele me deitou no xale e tomou meus
lábios nos seus. Posicionando-se no
meio das minhas pernas, ele
provocou meus lábios com um
beijo desesperado e urgente.
Nossas línguas faziam sexo em
nossas bocas, e minhas mãos
passeavam por toda a extensão de
suas costas, enquanto seu membro
roçava no meio das minhas pernas.
Entreabri-las para senti-lo ainda
mais, rebolando de leve sob seu
corpo, buscando intensificar o
contato de nossos corpos.
Com uma das mãos, ele abaixou as
alças do meu vestido, expondo
meus seios ao seu bel prazer, e
passou a agarrá-los e lamber meus
mamilos, sem desviar os olhos dos
meus. Soltei um gemido alto
enquanto meu corpo ardia de desejo
com seus toques.
— Tão linda... tão doce... tão
quente... — Murmurou ele enquanto
sugava meus mamilos com vontade
e esfregava sua ereção no meu
ponto pulsante. Remexi meus
quadris em sua direção, e uma de
suas mãos grandes desceu por
minha cintura e subiu a barra do
meu vestido. Alexandre mergulhou
sua mão dentro de minha calcinha e
enfiou dois dedos em minhas
dobras; e ao se dar conta de como
eu estava molhada, ele gemeu alto.
— Tão molhada... tão quente...
— Alexandre... isso é... loucura...
— Não pense, apenas sinta. — Sua
voz rouca me deixou ainda mais
quente. Ele ficou de joelhos entre
as minhas pernas e tirou minha
calcinha, e passou a admirar meu
sexo, que agora queimava ainda
mais com o seu olhar sob ele.
Ainda de joelhos, ele passou o
dedo por toda minha umidade
enquanto me encarava com o olhar
mais primitivo e quente que alguém
poderia me lançar. Quando
mergulhou sua boca em minhas
dobras, senti como se meu corpo
inteiro tivesse sido ligado na
tomada, pois cada pedaço de mim
arrepiou-se enquanto ele trabalhava
com sua língua deliciosa, e
trabalhava em minha entrada com
dois dedos. Sentia sua barba por
fazer arranhando levemente minha
boceta, e agarrei seus cabelos,
ampliando a intensidade do roçar e
estimulando-o a acelerar o
movimento com os dedos, até que
convulsionei em um orgasmo
descomunal gritando alto seu nome.
— Porra Samantha, você é muito
quente! Você é muito gostosa...eu
preciso entrar em você agora!
— Então vem... me pega cowboy.
— Abri minhas pernas ainda mais
para ele. Naquele momento, nada
pareceu errado ou proibido... Tudo
soava tão certo e perfeito como
uma soma simples de 2 + 2.
Colocando seu corpo sob o meu,
ele tomou meus lábios em um beijo
sôfrego, coberto de lasciva.
— Eu sou saudável... nunca faço
sem proteção...você confia em
mim? — ele perguntou enquanto
alternava beijos e mordidas no meu
pescoço.
— Sim... Me pega logo,
cowboy. — Implorei. Guiando seu
membro até minha entrada, ele me
provocou esfregando-o em minhas
dobras, fazendo com que me
contorcesse ainda mais embaixo
dele.
— Não quero machucar você.
— Pode me quebrar ao meio
cowboy, eu não me importo. —
Apertei sua bunda durinha,
forçando-o a entrar ainda mais em
mim. Senti minhas dobras
acostumarem aos poucos com tudo
aquilo, até ele me preencher
completamente.
— Porra Samantha...por que tão
apertada? Você vai ser o meu
fim...Oh...minha nossa... assim não
vou suportar por muito tempo. —
Vê-lo descontrolado deixou-me
completamente alucinada, e quando
ele começou a movimentar-se
dentro de mim fui ao céu em poucos
segundos e convulsionei em outro
orgasmo. Minha boceta vibrava e
apertava-o ainda mais seu pau,
enquanto suas mãos seguravam
minhas coxas e ele sugava meus
seios com força, deixando-os
vermelhos e inchados, enquanto
estocava, até se derramar em meu
interior, causando-me uma nova
onda de orgasmos.
Exaustos, nossos corpos ficaram
cobertos de suor e o cheiro de sexo
se misturava ao das flores,
enquanto acalmávamos nossas
respirações. Logo percebi que
estava abraçada a ele e sem querer
soltá-lo. Essa constatação me
assustou, e a realidade me
despertou, de que ele havia ligado
pra minha irmã na noite anterior
mesmo depois de estar comigo, mas
de qualquer forma não havia motivo
para me importar, não é mesmo?
Ele era um cara esperto e queria
comer as duas.
Remexi-me para sair debaixo dele,
que se deitou de lado, escorado no
braço, com um sorriso de satisfação
no rosto. Procurei minha calcinha
no chão, vesti, e arrumei as alças
do meu vestido, prendi meu cabelo
e recoloquei minha armadura de
frieza.
— Onde você vai com tanta pressa?
— Ele puxou minha mão e tentei ao
máximo não olhar para aquele
corpo perfeito, ou ficaria acesa de
novo e pronta para outra.
— Vou voltar para casa. Todos
estão nos esperando... ou você
esqueceu que a família da sua
"noiva" está aqui? — Perguntei
friamente.
— Hey Samantha, temos que
conversar sobre isso. — Ele me
olhou sériamente.
— Não temos que conversar coisa
alguma. Acho que deveríamos
esquecer que isso aconteceu.
— Você só pode estar de
brincadeira comigo. — Ele
levantou e parecia ainda mais
quente estando furioso.
— O que você quer Alexandre?
Você está noivo da minha irmã! O
que fizemos aqui foi um erro, e não
vai acontecer de novo.
— Você acredita mesmo nisso? Que
foi um erro e que não vai acontecer
outra vez? Vai dizer que não sentiu
nada enquanto estava comigo? —
Ele me olhou magoado.
— Senti Alexandre... tesão, nada
mais do que isso. — Puxei meu
braço e saí correndo dali. Lágrimas
teimavam em cair de meus olhos e
eu não sabia o porquê, apenas fugi
dali como o diabo foge da cruz, me
sentindo incompleta; e esse
sentimento de perda estava me
deixando completamente confusa.
Cristine (bônus)
Faziam apenas duas horas que
havíamos chegado ali e eu já estava
de saco cheio de estar enfurnada no
meio do mato. A bruxa da minha
sogra ainda nem havia dado o ar de
sua graça, e ele já estava
impaciente, enviando diversas
mensagens no celular. Estava
ansiosa para vê-lo e me perder em
meio aos seus músculos cor de
chocolate. Eu gostava do
Alexandre, na verdade, gostava do
dinheiro e do status de bilionário
que ele tinha, algo que deixava
minhas amigas mortas de inveja;
mas eu realmente gostava era do
Michael... era com ele que rolava
na cama e ficava louca.
Logo a louca da minha irmã
apareceu correndo, suada e toda
escabelada; e não pude deixar de
notar como aquele vestido azul
parecia engordá-la ainda mais.
— O que aconteceu, irmãzinha? —
Perguntei ironicamente, olhando-a
dos pés à cabeça. Ela estava
nojenta com todo aquele suor.
— Nada... vi uma cobra enorme e
me assustei. Agora deixe-me tomar
um banho antes do almoço.
— Credo! Não sabia que tinham
desses bichos por aqui. — Ela nem
me escutou e saiu correndo.
Deveria ser uma cobra bem
assustadora e grande mesmo, e
Deus que me livrasse de ver algo
assim.
Mandei uma mensagem para
Michael e avisei que depois do
almoço daria uma desculpa para ter
de ir embora; nem que inventasse
uma amiga doente. O Michael era
apaixonado por mim, mas eu nunca
me casaria com um simples
enfermeiro, pois ele não poderia
me oferecer o padrão de vida que
eu merecia.
Alexandre
Samantha
Samantha
Alexandre
Ela estava linda demais,
enrolada em uma toalha de banho
com seus cabelos loiros molhados,
assim como no dia em que nos
conhecemos. Eu queria devorá-la
por inteiro novamente, mas sabia
que ela estava dolorida.
— Por que está me olhando
assim? — Perguntou ela, meio sem
jeito.
— Você é tão linda Sammy,
que não consigo parar de olhar para
você.
— Assim você me deixa
encabulada... Mas você também não
é tão ruim assim. — Ela sorriu
divertida.
— Como é possível eu ter tido
tudo de você e ainda assim querer
muito mais agora? Você está
mexendo comigo de uma forma que
mulher nenhuma mexeu. —
Aproximei-me dela e acariciei seu
rosto. — O que você fez comigo
Sammy?
— Não sei, Alexandre...
Teremos muitos problemas pela
frente, você sabe disso, não?
Preciso saber se você está mesmo
disposto a levar isso a frente, pois
vou enfrentar a ira da minha
família, principalmente da minha
mãe e irmã; então preciso saber se
é isso mesmo que você quer. — Ela
olhou-me nos olhos, e aquela íris
azul espelhava todos os meus
receios.
— Samantha, é claro que vou
estar do seu lado. É claro que tenho
certeza do que quero; na verdade,
nunca tive tanta certeza em toda a
minha vida. É você quem eu quero,
a única que eu quero. — Garanti.
— Eu moro em Nova Iorque.
— Sch., resolvemos isso
depois, um passo de cada vez.
Agora vamos voltar para casa, pois
quero resolver isso logo. Não
aguento mais ter que esconder o que
sinto toda a vez que estamos perto
um do outro... quero poder tocar
você, abraçar você, poder chamar
você de minha.
— Possessivo. — Ela sorriu.
— Você não faz ideia do
quanto. — Acariciei seu rosto
novamente e ergui seus lábios para
um beijo lento e sensual. Tirando
forças que sequer sabia ter, me
afastei dela.
— Vamos, minha linda... temos
que resolver esse problema logo.
— E como você pretende fazer
isso se minha irmã não está aqui?
— Falando com minha mãe em
primeiro lugar.
— Estou nervosa.
— Não fique, Sammy. Ela
amou você, e só quer minha
felicidade, que é você.
Nos vestimos rapidamente e
logo rumamos de volta a mansão.
Ao avistarmos a casa, vimos
Cristine parada na entrada, e
Sammy ficou tensa
instantaneamente. Cristine estava de
braços cruzados, e com uma cara
nada boa.
Apertei a mão de Sam, que
estava gelada e suada. Descemos
do carro e ela se aproximou.
— E então pombinhos, estava
bom o passeio?
Capítulo Dez
Alexandre
Samantha
Samantha
O momento de reflexão fez
com que um filme da minha vida
inteira corresse diante de meus
olhos: as vezes em que fui colocada
de castigo por coisas que eu sequer
tinha feito, as vezes em que eu e
Cristine aprontávamos, mas em que
apenas eu apanhava. Minha mãe,
digo a Rachel sempre passou a mão
pela cabeça da Cristine, dizendo
que se ela aprontava era por
influência minha por eu ser a mais
velha. Lembrei ainda de quando
entreguei minha virgindade ao
Michael e descobri tempos depois
que ele estava tendo um caso com a
Cristine e ele me deixou. Corri para
o colo da Rachel, a procura de um
conforto de mãe, e ela apenas disse
que eu estava fazendo tempestade
em copo d’água e para deixar
minha irmã em paz. Eu nunca havia
entendido o porquê dela sempre
passar a mão na cabeça de Cristine,
mas agora tudo estava claro para
mim.
Eu estava perdida em
pensamentos quando meu celular
tocou, com uma ligação de Daniel.
— Oi. — Falei desanimada.
— Já estou aqui. Cadê você?
— Questionou Daniel.
— Como chegou tão rápido?
— Helicóptero papagaio,
agora vem logo.
— Estou indo. — Quando
peguei minha mala de mão,
Alexandre entrou pela porta com
uma expressão preocupada. Sem
pensar, joguei minha mala no chão e
corri para os seus braços.
— Oh Sammy, como você
está? Não se preocupe, estarei ao
seu lado para enfrentar tudo isso.
— Naquele momento me permiti
sentir toda aquela emoção que
reprimia a muito tempo: esperança.
— Tudo bem, Alexandre. Eu
vou ficar bem. — Afastei-me um
pouco de seu abraço, e ele
acariciou meu rosto com as costas
das mãos.
— Onde você vai? — Ele viu
a mala pronta no chão e perguntou.
— Preciso ir. Não conseguiria
ficar aqui ou na casa do meu pai no
momento... vou pra casa do
Daniel... preciso organizar as
ideias.
— Daniel é o Playboy que
você saiu de moto aquele dia? —
Perguntou, fazendo uma careta.
— Sim. É tão bonitinho você
com ciúmes... só assim para me
fazer rir. — Eu sorri pra ele.
— Não estou com ciúmes,
apenas estou zelando por você.
— Tudo bem, vou fingir que
acredito. Alexandre, o Daniel é
meu amigo desde sempre... ele que
sempre me acolhia quando
min....quando a Rachel tinha suas
crises. Nós somos como irmãos,
não temos nada e nunca iremos ter.
— Gostaria que você ficasse
aqui. — Disse acariciando meu
rosto.
— Eu também, mas vamos dar
tempo ao tempo. Vou organizar
minhas ideias essa semana... tenho
muitas coisas para processar.
Agora você, resolva-se logo com
sua noiva.
— Ex-noiva.
— Ainda não que eu saiba.
— Ei Sammy... quando iremos
nos ver? Você ainda nem saiu do
meu abraço, mas já sinto sua falta.
— Me dê seu celular. — Ele
me entregou o aparelho. Disquei
meu número e liguei para o meu
celular que vibrou na hora. —
Pronto, agora poderemos nos
comunicar.
— Tudo bem.
— Preciso ir, cowboy.
— Não desista de nós, Sammy.
— Disse ele olhando-me
profundamente nos olhos.
— Não desistirei. — Garanti,
e logo nossos lábios estavam
colados. Uma lágrima solitária
escapou dos meus olhos.
Afastando-se, ele beijou meus
olhos limpando a lágrima com a
boca, e senti um aperto no peito por
deixa-lo para trás. Queria poder
ficar ao seu lado e ser confortada
por ele, mas nem tudo é da forma
como queremos; a vida as vezes
consegue ser mais complicada do
que gostaríamos.
— Eu levarei você até lá fora.
— Melhor não... Não vamos
criar ainda mais alvoroço.
— Está certo... até mais
Sammy. Se precisar ligue.
— Tudo bem. — Eu saí pela
porta ainda mais despedaçada.
Perto dele me sentia um pouco mais
corajosa e indo embora me sentia
apenas uma garotinha indefesa.
— Filha, por favor, vamos
conversar. — Meu pai apareceu na
minha frente e parecia transtornado.
— Deixe-me explicar meu amor.
— Não dá. Papai hoje não dá.
Conversaremos outra hora.
— Mas você precisa saber...
eu não sabia o que ela fazia... eu
pensei que ela tratasse você bem,
meu amor.
— Pai, agora não.
— Mas você vai voltar para
nossa casa, certo? Para podermos
conversar?
— Nossa casa? — Dei uma
risada amarga. — Não papai, vou
ficar no Daniel. Quando eu estiver
pronta para conversar, te ligo.
— Tudo bem minha filha... Vou
respeitar seu espaço.
— Obrigada, estou muito
magoada... preciso de tempo para
assimilar tudo isso.
— Tchau filha, nunca esqueça
que eu te amo, e que sinto muito.
Virei as costas e as lágrimas
novamente teimaram a turvar minha
visão. O homem que mais amei em
minha vida havia mentido para
mim. De todos no mundo ele era a
última pessoa que pensei que fosse
me magoar, e aquilo doía demais.
Encontrei Daniel parado na
porta, ansioso. Ele conversava com
a senhora Tereza e ela parecia
encantada por ele. Quem não se
encantaria pelo Danny; afinal, ele
além de ser muito simpático, tinha a
aparência de um príncipe, daqueles
que lemos nos contos de fadas.
Seu grande helicóptero branco
estava no meio do gramado bem em
frente à casa. Logo que ele me
avistou, correu para o meu abraço,
e só então percebi o quanto
precisava de um abraço amigo.
Após nos afastarmos e ele limpar
minhas lágrimas com a ponta dos
dedos, me despedi e pedi desculpas
a senhora Tereza.
— Não tem o que se desculpar,
minha linda. Todas as famílias tem
os seus segredos, e você foi a
vítima nessa história toda.
— Nem de tudo sou vítima...
estou realmente com o seu filho. A
senhora não se opõe a isso?
— Tudo o que uma mãe quer é
ver seu filho feliz, então está tudo
bem. Agora vá descansar e volte
aqui sempre que quiser. — Ela
sorriu compreensiva para mim.
— Obrigado.
Segui com Daniel em direção
ao helicóptero e a Cristine
apareceu antes que chegássemos lá.
— Se você pensa que o
Alexandre vai me deixar para ficar
com você, está muito enganada,
bastardinha. Eu sempre tenho tudo o
que quero em minhas mãos, então
eu se fosse você, arrumaria suas
trouxinhas e voltava para o lugar de
onde veio.
Quando fui revidar e me
avançar na cara daquela vagabunda,
Danny me segurou e impediu.
— Deixa Sam. Essa ai não
vale o esforço. Ela é tão
insignificante que precisa fazer
beicinho e ficar gritando para
chamar a atenção. —E se voltou a
ela — Você não vale nada, Cristine!
Cresça! A escola já terminou a
muito tempo e você não é mais a
rainha do baile. Agora está mais
para Barbie com defeito de fábrica.
— Daniel a atacou com as palavras
tão duras, que ela apenas fez o
famoso beicinho e correu chorando
para os braços da mãe dela.
No ombro de Daniel e já
dentro do helicóptero chorei até
chegarmos ao terraço de sua
cobertura.
Entrei no apartamento
elegante, porém nem prestei a
atenção em muita coisa, e deixei
que me guiasse até o quarto de
hospedes.
— Hey papagaio, quer
conversar?
— Não Danny, eu estou bem.
— Olhei para ele, cansada. — Está
certo... eu não estou bem, mas não
estou pronta para conversar agora.
Quero apenas tomar um bom banho,
comer alguma coisa e dormir até
2040, pode ser? — Sorri
forçadamente.
— Tudo bem. Exceto pelo fato
de dormir até 2040, até porque sua
amiga chega amanhã. Esqueceu?
— Ah verdade. Graças aos
céus Jess vem. Ela pode ficar aqui
também? Se tiver, procuraremos um
hotel.
— Hey, claro que não. Agora
vá tomar seu banho que mandarei a
Claire preparar algo para você.
— Obrigado, Danny. Não
vamos incomodá-lo prometo.
Ele apenas sorriu e saiu do
quarto. Escolhi uma calça de
moletom e uma blusinha branca
bem confortável. Precisaria buscar
minhas coisas na casa do meu pai o
quanto antes.
Antes que eu entre no banho,
meu celular tocou com uma
mensagem do Alexandre:
“Sammy,
Já sinto sua falta, minha
linda. Estou com seu computador
desde o dia do lago... quando for
ver você eu levo.
Fique bem. Beijos”
Sua mensagem me fez sorrir e
antes de ir para o chuveiro,
respondi:
“Tudo bem, também já sinto
sua falta. Em breve nos veremos,
Alexandre. Não conseguirei ficar
muito tempo afastada. Beijos”
Após um banho relaxante na
banheira de hidromassagem, me
vesti e quando cheguei no quarto
havia uma bandeja com um prato
pronto, junto com um suco de
laranja e um bilhete ao lado.
“Precisei sair para resolver
um problema com um acionista.
Me desculpe, papagaio. Qualquer
coisa me ligue.”
Após me alimentar, me joguei
na cama e depois de pensar muito e
chorar ainda mais, peguei no sono.
Jéssica(bônus)
Samantha
Samantha
Acordei com o som da porta
abrindo, e gemi ainda de olhos
fechados. A noite foi longa e eu não
queria acordar ainda; estava
dolorida em várias partes do meu
corpo, já que Alexandre me virou
do avesso e sua Alexandroconda
foi até o fundo do meu útero várias
vezes.
— Sammy, acorde... trouxe
café da manhã. — Sua voz máscula
disse carinhosamente para mim.
— Ah... Deixe-me dormir só
mais um pouquinho... — Pedi e ele
riu, mas assim que o cheiro de café
fresco chegou até mim, meu
estomago roncou sonoramente e
sentei na cama, colocando a mão na
barriga. — Ai, que vergonha! Não
era pra você ter escutado esse som
medonho. — Ele caiu na
gargalhada, e abri meus olhos ainda
preguiçosa e o avistei. Ele estava
sem camisa e usava apenas a calça
jeans e estava com os cabelos
desgrenhados. Ele estava mais sexy
que ontem.
— Achei esse som muito
sensual. — Ele continuou rindo de
mim e joguei um travesseiro na sua
direção, que ele agilmente desviou.
— Ei, não sabia que você era uma
mulher violenta. — Disse ainda aos
risos.
— Palhaço! Traga-me a
comida homem, antes que eu coma
você no café da manhã. — Ele
arqueou uma sobrancelha e sorriu.
— Não seria uma ideia ruim,
Sammy. — Disse ele trazendo a
bandeja até a cama. Nela estavam
ovos mexidos, bacon, torradas e
morangos. Para beber, café preto e
suco de laranja natural.
— Wow! você invadiu a
cozinha do Daniel e fez tudo isso?
— Perguntei atacando a torrada e
bebendo um generoso gole de café.
— Sou um homem prendado.
— Ele piscou pra mim.
— Além de gostoso demais na
cama ainda sabe cozinhar? Pacote
completo! Assim eu apaixono. —
Sorri divertida, dando outra
mordida na torrada que estava uma
delícia.
— Eu já estou.
— O quê?
— Apaixonado por você,
Samantha. — Ele me encarou
profundamente com uma expressão
séria no rosto. Meu coração pulou
em meu peito e inflou com uma
emoção intensa e maravilhosa.
Sorri para ele e respondi.
— Também estou apaixonada
por você, Alexandre. E olha que
fazem anos desde a última vez que
disse e senti isso; apesar que
quando eu disse isso no passado
não foi com toda essa intensidade
com que estou sentindo agora. Devo
dizer que isso me assusta demais.
“Pronto, falei. Me arrisquei
porque não se pode passar o resto
da vida com medo... não se pode
passar o resto da vida com medo
de vivê-la. E se eu quebrasse a
cara no final, pelo menos poderia
dizer que tentei, e terei os
momentos lindos na minha
memória para recordar... algo que
ninguém poderá arrancar de
mim.”
Ele acariciou meu rosto e
beijou meus lábios com ternura. Eu
estava mais que apaixonada por
ele, eu o amava; apenas não estava
segura ainda para dizer-lhe isso.
— Fico muito feliz em saber
disso. — Ele se afastou sorrindo.
— Temos muito o que
conversar. — Baixei meu olhar. —
Lembra que a Cristine disse que eu
estava me vingando dela quando
fiquei contigo? — Deveria contar
tudo para ele, antes que ele saiba
pela língua venenosa da Cristine.
— Sim e já sei o porquê ela
disse isso, e não me importo,
porque não acredito. — Meu
queixo caiu na hora.
— Você sabe sobre o Michael?
Mas ela contou do jeito dela,
suponho. Queria te contar minha
versão da história.
— Sammy, confio em você...
Sei que as baboseiras que a
Cristine me disse são todas falsas,
e não vou acreditar em nada do que
sair da boca dela. O que importa
para mim é você minha, linda.
Como não me apaixonar por
esse homem maravilhoso?
— Você não existe, Alexandre.
— Agarrei seu rosto com minhas
mãos e o beijei apaixonadamente,
colocando naquele beijo toda a
paixão e amor que estava sentindo
por ele. O beijo foi ficando mais
intenso e logo ele já estava em cima
de mim e então meu celular toca.
— Droga... não vou atender.
— Continuei a beijar sua boca, e
nossas línguas dançavam
sensualmente. Senti sua rigidez
entre as pernas, tendo apenas sua
calça jeans e o lençol nos
separando, quando meu celular
voltou a tocar insistentemente por
mais duas vezes, e estranhei.
— Ah Alexandre, acho melhor
atender... estão insistindo muito.
— Atende amor. — Ergui meu
olhar e vi um número desconhecido
e prontamente atendi.
— Alô.
— Samantha?
— Sim, é ela. Quem tá
falando? — Aquela voz masculina
não era estranha.
— É o Michael eu...
— Como você conseguiu meu
número e por que está me ligando?
— Exaltei-me ao imaginar que tudo
isso fosse obra da Cristine.
— Calma, deixa eu falar...
— Não tenho mais nada para
falar com você, Michael. Vê se me
esquece! — Nessa hora o
Alexandre me encarava com o
cenho franzido.
— Não desligue Sam, é sobre
o seu pai. — Disse ele nervoso.
— O que tem meu pai? —
Perguntei preocupada.
— Ele deu entrada aqui no
hospital a meia hora e passou seu
telefone de contato... pediu para
chamar você. — Meu coração
parou nesse momento. Meu
paizinho no hospital.
— O que aconteceu com ele?
Ele está bem? — Minha voz saiu
trêmula.
— Sim está tudo bem, Sam.
Foi apenas um susto. Você vem?
— Claro e obrigada por ligar.
— Desliguei o celular ainda com o
coração na mão.
— Sammy, amor, o que houve?
Você está pálida.
— Meu pai está no hospital.
Não sei o que houve, mas preciso ir
pra lá agora. — Disse me
levantando rápido da cama.
— Vá tomar seu banho que
levarei você.
— Mas e seus compromissos
na fazenda?
— Vou tirar uma folga hoje
para estar contigo, e Carter é de
confiança. Ele vai cuidar muito bem
de tudo por mim. — Lancei um
sorriso triste em sua direção e corri
para o chuveiro. Estava aflita para
saber como estava o meu pai, pois
se algo lhe acontecesse enquanto
estivessemos brigados eu nunca me
perdoaria. Nem tive a chance de
dizer que o amava também, já que
naquele dia na fazenda estava
magoada demais para dizer
qualquer coisa.
Logo que sai do banho,
Alexandre entrou, sorriu de canto
de boca, e deu um tapa forte na
minha bunda; mandando que fosse
me arrumar logo antes que ele
atacasse ali mesmo uma mulher
fragilizada. Corri e me vesti
apressadamente.
Alexandre saiu do banheiro
apenas com uma toalha amarrada na
cintura, e a sorte dele era que eu
estava apreensiva pelo meu pai, ou
o atacaria facilmente. Então percebi
que ele estava se vestindo com uma
roupa diferente da noite passada:
uma calça jeans clara e camiseta
preta. Coloquei as mãos na cintura
e o encarei.
— De onde você tirou essas
roupas?
— Eu trouxe, já que iria passar
a noite.
— Ah então o senhor
convencido tinha certeza de que eu
o convidaria para dormir? E se eu
te mandasse embora.
— Sammy, eu sabia que você
não iria me mandar embora. — Ele
vestiu a camiseta e me abraçou
firmemente. — Está pronta?
— Sim, senhor convencido.
Vamos?
— Claro linda. — Respondeu
sorrindo.
Descemos as escadas de mãos
dadas e na sala estava a Jess num
canto em seu computador e Daniel
no outro canto com o seu; os dois
em completo silêncio e sem
brigar... algo até esquisito de se
ver.
— Bom dia. — Jess se
assustou com a minha chegada, e
Daniel tossiu. Ih ai tem.
— Bom dia. — Responderam
em uníssono.
— Eu estou indo no hospital
com o Alexandre e volto depois,
tudo bem? — Os dois olharam na
minha direção e a Jess levantou
correndo.
— Aconteceu alguma coisa?
— Daniel perguntou.
— Espero que nada. Papai está
internado, mas parece que passa
bem.
— Quer que eu vá com você?
— Perguntou Jess.
— Não, tudo bem. Sei que tem
muito trabalho a fazer e o
Alexandre vai comigo.
— Tudo bem, vou voltar para
o meu quarto, que lá trabalho
melhor. — Daniel ficou olhando-a
estranhamente.
O que deu nesses dois, afinal?
— Está certo, até mais Jess.
— Até. — Esperei que ela
subisse para questionar Daniel.
— O que está havendo com
vocês?
— O que? Como assim? Não
está havendo nada... Vou para o meu
quarto também, assim que assim
ninguém me atrapalha. — Ele
resmungou e saiu com cara de
poucos amigos.
— Eu perdi alguma coisa
aqui? Ou você também achou
aqueles dois esquisitos? —
Perguntei para Alexandre enquanto
caminhávamos até a saída.
— Eu diria que eles transaram.
— Com o comentário eu caí na
gargalhada.
— Impossível, eles não se
suportam. — Comentei aos risos.
— Por isso mesmo.
— Não entendi nada. Ah,
deixe pra lá...
Conversamos sobre Jess e
Daniel o caminho todo até o
hospital. Eu ainda não acreditava
que esses dois haviam dormido
juntos, mas Alexandre estava
convencido que sim. Ao estacionar
o carro, nos encaminhamos até a
recepção no qual fomos
direcionados ao elevador.
— Meu amor, vou buscar um
café para nós... sei que precisa de
um pouco de privacidade com seu
pai. — Sorri para ele. Alexandre
era o típico príncipe ogro, na cama
era um animal, mas fora dela era
um cavaleiro.
— Obrigada, lindo. — Ele me
deu um beijo casto nos lábios e
saiu. Caminhei até a porta do quarto
privativo do meu pai, suspirei
pesadamente e entrei.
O homem que estava ali nem
parecia o meu pai. Ele estava com a
aparência cansada, a barba por
fazer e parecia que na semana que
passou ele havia envelhecido dez
anos. Ele abriu os olhos quando eu
entrei e abriu os braços na minha
direção.
— Filha. — Sussurrou, e a
saudade e o amor falaram mais alto.
— Pai! — Corri até ele e
deitei em seus braços. Lágrimas
escorriam por meus olhos, meu
peito ainda apertava de tanta
saudade. Quando alguém que
amamos nos magoa e nós ficamos
longe dessa pessoa, parece que a
saudade triplica de tamanho.
— Perdão, minha filha.
Perdoe-me, por favor. — Ele pedia
perdão com a voz embargada.
— Claro que perdoo, papai. O
senhor sempre me deu amor e
carinho; sempre me amou, eu
sempre senti isso. — Ergui minha
cabeça do seu peito e o encarei. Ele
secou minhas lagrimas com o dorso
da mão e acarinhou meu rosto com
ternura.
— Eu te amo minha filha, mais
que tudo nesse mundo. Você é tudo
o que me restou da mulher que
amei. — Senti dor em seus olhos e
culpa.
— Papai, me conte essa
história direito... mas antes me diga
o porquê o senhor veio parar num
hospital.
— Pressão alta, minha filha.
Passei mal e o chato do médico
mandou eu parar de fazer um monte
de coisas.
— Tipo largar seus charutos?
— Não, ele disse que o
charuto não interfere em nada.
— Estou vendo que o senhor
não mudou nada, senhor Erick. —
De repente o Michael entra no
quarto. — Bom dia, Samantha. Sou
o enfermeiro do andar e o doutor
Sydney disse que seu pai está
proibido de fumar charutos.
— Papai, o senhor tentou me
enganar? Que feio.
— Ah filha, não se deve
acreditar em tudo que esses
médicos dizem.
— Você vai ver só.
— Sam, você poderia me dar
licença. Preciso medir a pressão
arterial do seu pai. — Levantei-me
da cama e dei espaço para o
Michael. Era incrível como o
tempo era poderoso para curar
nossas feridas... não senti nada em
sua presença, exatamente nada.
Essa é, sem dúvidas, a melhor
sensação do mundo.
— E então, está tudo bem? —
Questionei apreensiva.
— Ainda está um pouco
alterada. Ele vai ter que passar a
noite aqui para ficar em
observação.
— De jeito nenhum que
passarei a noite aqui. — Retrucou
papai, e revirei os olhos e disse
para o Michael.
— Tudo bem, e obrigada por
ter ligado.
— Foi um prazer. — Ele
sorriu e saiu nos deixando a sós
novamente.
— Esse garoto te quer de
volta. — Disse o papai, sorrindo.
— Pois vai ficar querendo. E o
senhor trate de se conformar, pois
vai passar a noite aqui; e quando
voltar pra casa vou jogar todos os
seus charutos no lixo. — Ele fez
uma careta que me fez rir — Soube
que saiu de casa. Por quê?
— Já cometi o erro de não ter
saído a vinte e cinco anos atrás e
perdi a mulher da minha vida, sua
mãe. — Ele suspirou cansado. —
Não iria correr o risco de perder
você também, filha.
— Conte-me essa história
direito, papai. — Pedi.
— Eu namorava sua mãe
escondido dos meus pais. Ela era
nossa empregada, mas estávamos
apaixonados; só que meu pai era
muito rígido e naquela época
tínhamos que obedecer a todo o
custo. Meu pai arranjou um
casamento com a Rachel, que era
boa moça, filha do seu sócio. Tudo
se encaminhou como ele desejava,
só que um dia Rachel me pegou aos
beijos com a sua mãe. Ao invés de
brigar, ela ficou quieta... Logo o
anel de diamantes da minha mãe
sumiu, e depois de procuramos em
todos os lugares, encontraram no
quarto da sua mãe. Ela foi demitida
na hora e eu não fiz nada para
impedir... fui fraco e acreditei que
ela havia mesmo roubado. — Ele
suspirou cansado, olhando para o
nada, como se vivenciasse uma
segunda vez aquele momento.
— Então casei com a Rachel e
como você sabe, ela gosta de
abusar da bebida. Em uma de
nossas discussões ela confessou
que sabia de tudo, e que foi ela que
armou tudo para pensarem que sua
mãe era a ladra. Fiquei furioso com
ela, e principalmente furioso
comigo mesmo por ter acreditado
nessa mentira. Procurei sua mãe em
todos os lugares e quando a
encontrei, fiz de tudo para que ela
me perdoasse. Rachel não queria
me dar o divórcio e então me
dividia em ir ver sua mãe e em
ficar em casa com a Rachel; até que
sua mãe engravidou de você e
Rachel ficou possessa, pois ela não
conseguia engravidar nunca. Nove
meses se passaram e então você
nasceu; porém sua mãe teve uma
hemorragia muito forte e não
sobreviveu ao parto. Antes de
falecer ela disse o nome que
deveria dar a você, Samantha.Não
tive escolha além de levá-la para
casa e Rachel disse que apenas te
aceitaria se fosse registrada no
nome dela, e assim eu o fiz.
Contratei babás para cuidar de
você pois trabalhava muito.
— Papai, por que não se
separou? — Eu estava chorando
copiosamente.
— Porque fui covarde, me
acomodei em um casamento sem
amor, e fiquei com ela até hoje
porque sou fraco. — Ele baixou seu
olhar triste.
Eu não sabia o que dizer ou
pensar, não sabia que reação ter.
Queria saber mais sobre minha
mãe, queria ver fotos dela... droga
queria tê-la conhecido.
— Como ela se chamava?
— Alice.
Que nome lindo, pensei.
Capítulo Quatorze
Alexandre
Três dias antes...
Estava me preparando para ir
ter “aquela” conversa com Cristine.
Ela já havia cancelado duas vezes o
nosso encontro, mas de hoje não
iria passar. Iria até a sua casa de
surpresa e conversaríamos a
respeito do fim do nosso noivado.
— Alexandre, onde vai com
tanta pressa, amigo? — Carter
parou em minha frente quando
estava a caminho do carro.
— Vou me livrar de um
problema de uma vez por todas. —
Bufei.
— Vejo que vai concertar as
coisas, então. — Ele parecia
interessado e preocupado comigo.
— Sim, estou indo agora falar
com a Cristine e terminar nosso
noivado de uma vez por todas. —
Passei as mãos nervosamente pelos
cabelos, sabia que aquela tarefa
não seria nada fácil.
— Pensei que tinha caído na
real amigo. — Ele franziu a testa.
— Não querendo me meter na sua
vida, mas a Cristine é uma boa
moça e você a conhece a bastante
tempo e essa garota Samantha, o
que você sabe dela?
— Sei que estou apaixonado
por ela, e não me convém ficar
noivo de outra mulher se desejo
estar com ela.
— Só estou preocupado com
você meu amigo, acho que não
devemos trocar o certo pelo
duvidoso. — Ele apoiou sua mão
no meu ombro, me dando forças.
— Obrigado Carter, mas acho
que sei o que estou fazendo. — Ele
assentiu para mim e me deu
passagem, entrei no carro e
arranquei a toda a velocidade para
chegar logo a casa de Cristine.
Chegando lá, fui prontamente
atendido pela Cristine.
— Meu quindim... que
saudades que eu estava de você! —
Ela enlaçou os braços em meu
pescoço e foi em direção a minha
boca, mas consegui virar o rosto a
tempo. — O que houve amorzinho?
— Ela agia como se nada tivesse
acontecido no fim de semana
passado.
— Precisamos conversar
sobre o casamento, Cristine. —
Soltei seus braços de meu pescoço.
— Ah, que bom! Tenho tanto
para te mostrar. — Ela me puxou
pelo braço para dentro de casa e
me levou até a sala de estar, que
estava uma zona, com papéis,
pedaços de tecidos e revistas de
noivas. — Olha amorzinho, a Kate
disse para usar branco, mas ainda
assim prefiro o perolado... o que
você acha? — Ela agia como
maluca, organizando as coisas de
um casamento que não aconteceria.
— Cristine, pare com isso! —
Peguei os tecidos de suas mãos e
fiz com que ela sentasse no sofá.
— Desculpa, benzinho. Sei
que homens não curtem muito essa
coisa toda de decoração. — Ela
olhou e sorriu para mim.
— Não é nada disso, Cristine!
Pare e me escute! — Ela sentou-se
e ficou me encarando. — Não
quero ser grosseiro com você, mas
acabou. Nós dois não vamos mais
nos casar. Você esqueceu o que
aconteceu no fim de semana?
— Ah Alexandre, você comeu
a minha irmã bastarda... Grande
coisa, ela se ofereceu para você...
entendo seu deslize e perdoo você.
— Ela disse com uma frieza
assustadora.
— Não aconteceu dessa forma,
Cristine. Eu quem fui atrás dela que
não queria nada disso. Mas não
importa quem começou o que,
acontece que temos que acabar logo
com esse noivado. — Encarei-a
seriamente... aquilo precisava
entrar na sua cabeça.
— Meu amor, já disse que não
precisamos terminar nosso noivado
por isso, já te perdoei...
— Chega Cristine! — Perdi o
resquício de paciência que me
restou e levantei. — Não queria
magoar você, mas você não me
deixa escolha. — Andei de um lado
para o outro na sala. — Eu não
quero mais me casar com você... eu
não quero mais continuar com isso.
Acabou.
— Você não pode acabar com
tudo, eu estou grávida! — Ela
gritou histérica.
— De quem você está gravida
Cristine?
— Como de quem? De você!
— Ela apontou o dedo na minha
cara e seu rosto estava vermelho de
raiva.
— Olha bem para minha cara,
Cristine. Você pensa que sou idiota
ou o que? Nunca fizemos sexo sem
proteção, então se essa história de
gravidez é mesmo verdade, você
está gravida de outro.
— Ora! Como ousa me acusar
de traição quando o traidor é você?
Seu falso, as camisinhas estouram,
sabia disso.
— Eu sempre fui cuidadoso
quanto a isso. Você acha mesmo que
eu não teria notado se a camisinha
tivesse estourado? Poupe-me das
suas mentiras Cristine.
— Mentirosa é a Samantha!
Você sabe o real motivo que fez ela
se jogar na sua cama? — Ela
andava descontrolada pela sala
agora.
— Não comece com isso, já
estou indo embora. — Comecei a
caminhar a passos largos em
direção a saída.
— Ela quer se vingar
simplesmente porque seu primeiro
namorado se apaixonou por mim.
Ela quer me dar o troco! Ela só está
usando você para me atingir! — Ela
me seguiu até a saída gritando
muito.
— O mundo não gira ao seu
redor, Cristine. Poupe-me das suas
mentiras. — Sai e deixei-a gritando
sem parar. Entrei no carro e sai em
alta velocidade.
Não vou mentir dizendo que
aquelas palavras ferinas não me
fizeram pensar, porque fizeram. Eu
mal conhecia Samantha, mas
resolvi mandar aqueles
pensamentos para longe; afinal era
isso que a Cristine queria, nos
desestabilizar.
Samantha
Dias atuais...
— Alice! Que nome lindo,
papai. — Queria ver uma fotografia
dela, queria saber mais de sua
história de vida. — Você tem
alguma foto dela?
— Tenho sim, meu amor. Ela
está no flat que estou morando...
Sua mãe era brasileira, e veio para
cá com os pais. — Ele dizia tudo
isso olhando para o nada, como se
estivesse recordando aqueles
momentos do passado.
— E os meus avós? Os pais da
minha mãe?
— Eles faleceram há muitos
anos. Sinto muito.
— Tudo bem papai, mas agora
descanse. Já tivemos emoções
demais por um dia. Eu vou na casa
do Daniel buscar algumas roupas e
passarei a noite com o senhor.
— Sam, minha filha, não há
necessidade disso. — Ele apertou
minha mão. — Vá ficar com seu
namorado... não deixe que a
vontade dos outros prevaleça da
sua. Eu sei que sua relação com o
Alexandre é um tanto delicada
devido a situação em que se
conheceram, mas não deixe que
isso influencie você. — Seus olhos
me passavam segurança. — Viva
esse amor intensamente, não faça
como eu. Eu me acovardei e segui
as decisões que meu pai queria, e
com isso perdi o amor da minha
vida.
— Papai, ela faleceu no
parto... Não foi culpa sua, foi uma
fatalidade. — Tentei confortá-lo.
— Eu sei, Sam. Não me
perdoo pois perdi anos na
companhia de Alice por fazer o que
os outros esperavam que eu fizesse,
e não o que eu queria realmente
fazer. Por isso, minha filha, não se
acovarde como eu, e vá ficar com
ele. Eu estou aqui com o celular na
mão, e qualquer coisa te enviarei
uma mensagem..
— Papai, o senhor sabe
mandar mensagens? – Perguntei
sorrindo.
— Claro que sei, sou um coroa
antenado. — Ele sorriu, e com a
mão prendeu uma mecha solta do
meu cabelo atrás da minha orelha.
— E um coroa muito bonito.
Vou levar o senhor no Hard Rock
para arrumar uma namorada. —
Pisquei para ele e caímos na
gargalhada.
— Cheguei em má hora? —
Alexandre entrou no quarto,
sorrindo. Meu corpo aqueceu-se e
meu coração saltou dentro do peito.
— Claro que não, garoto.
Venha até aqui que tenho
recomendações a você. — Papai
soou sério, mas piscou um olho na
minha direção.
— Senhor Erick, pode falar.
— Ver aquele homem, todo
respeitoso com meu pai foi muito
engraçado.
— Essa aqui é minha
preciosidade. Se você aprontar
qualquer coisa que a machuque, vai
implorar para que eu mate você,
pois irei torturá-lo pelo resto de
minha vida. Fui claro? — Papai
parecia tão sério que me deixou
boquiaberta.
— Sim, senhor Erick. Pode
ficar tranquilo... nunca faria nada
que machucasse a Sammy.
Preferiria morrer a machucá-la. —
Wow! Os dois homens da minha
vida eram intensos demais! Fiquei
sem ar com a declaração de
Alexandre.
— Ótimo. Então bem-vindo a
família, oficialmente. — Papai
estendeu a mão para ele e ambos
deram um aperto de mãos firme. —
Filha, agora vá. Você deve estar
com fome... Qualquer coisa
mandarei uma mensagem para você.
— Sorri para ele w beijei sua
bochecha. Alexandre se despediu
dele e quando íamos sair, papai
disse:
— E você Alexandre,
comporte-se. Mantenha suas mãos
nervosas para você.
— Papai! — O repreendi. Se
ele soubesse o que o Alexandre já
fez com as mãos e todo o resto em
mim...
Aos risos, saímos pelo
corredor. Ele enlaçou seu braço na
minha cintura até que topamos com
o Michael.
— Já vai, Sam? — Ele
perguntou, ignorando a presença do
Alexandre.
— Já estou indo sim. Amanhã
voltarei para busca-lo.
— Espera ai, você não é o
cara da boate? Aquele que acertei
um soco? — Alexandre deu um
passo para a frente e encarou-o.
— Alexandre, é ele sim. Ele é
o Michael, ele é enfermeiro aqui.
— Expliquei.
— Ah sim, o tal Michael.
Desculpa colega, mas você não tem
liberdade de chamar a minha
namorada de Sam. Para você é
Samantha, fui claro? — Quase
morri com a versão Alexandre-
Homem-das-cavernas.
— Conheço a Sam bem antes
de você, nós temos um passado que
você não pode apagar. — Vi que o
Alexandre cerrou os punhos e
estava pronto para a briga, e me
coloquei entre eles.
— Amor, acalme-se... ele está
apenas tentando te irritar. E
Michael, controle sua língua e
respeite meu namorado. Com
licença. — Puxei Alexandre com
força pelo braço, que mantinha seu
olhar mortal em Michael. Logo
saímos na rua, o ar fresco acalmou
um pouco os nervos. Chegamos no
carro e Alexandre parecia perdido
em pensamentos; e resolvi quebrar
o silêncio antes que chegássemos
na cobertura do Daniel.
— Amor? Terra chamando
Alexandre. — Tentei brincar, mas
ele permaneceu sério e ainda
encarava a estrada. — Ei
Alexandre, o que deu em você?
Estou falando contigo.
— Você ainda sente algo pelo
Michael? — Ele me olhou sério e
logo encarou a estrada.
— De onde surgiu isso?
— Responda, Sammy.
— Claro que não... não sinto
mais nada. — Ele pareceu relaxar e
sua mão pousou na minha coxa.
— Desculpe, fui um imbecil. É
que ele te conhece a muito mais
tempo que eu, e o que temos é tão
recente, mas ao mesmo tempo tão
forte e intenso. Preciso saber que
você sente essa intensidade tanto
quanto eu. E eu sei que você já me
disse isso, mas ao ver aquele idiota
te chamando carinhosamente, não
consegui controlar meu ciúme.
— Está tudo bem, Alexandre.
O que temos ainda é novo para
mim, mas cresce a cada dia. Nunca
senti algo tão forte e intenso por
mais ninguém, e só não quero dar
nomes a esse sentimento agora.
Quero apenas ficar com você, e
vamos ver o que vai dar.
— Achei muito vaga essa sua
ideia. “Vamos ver no que vai dar”.
— Hey amor, relaxe e goze. Eu
sou assim mesmo, levo a vida desse
jeito. Vamos nos conhecer e levar
em frente nosso namoro, mesmo que
eu continue morando em Nova
Iorque e você aqui no Texas; mas
não é nada que um jatinho
particular não resolva.
— Ou você poderia vir morar
comigo.
Ele me pegou totalmente de
surpresa. A perspectiva de mudar
foi um tanto assustadora, mas não
era impossível seguir com meu
trabalho dali; bastava ter internet
e um bom computador. A questão é
que ainda teríamos muitos
problemas e não sabia dizer se eu
estava preparada para isso...
Daniel (bônus)
Noite anterior...
A garota das línguas era
deliciosa. Ela estava deitada de
olhos fechados na cama, e seu
corpo nu e perfeito deixava maluco.
Enquanto observava-a, meu celular
tocou na cabeceira da cama, e
atendo prontamente. Era uma
tailandesa contorcionista, que disse
que estava na cidade e queria
encontrar-se comigo, mas
estranhamente não senti vontade. A
visão do corpo da Jéssica tirou
qualquer vontade que eu tivesse em
sair.
Marquei com ela para outro
dia, e sussurrei o mais baixo o
possível para que a Jéssica não
acordasse. Desliguei o celular e me
inclinei para colocá-lo na gaveta do
criado-mudo.
— Seu imbecil! — Ela
levantou da cama irritada e me
jogou um travesseiro na cara.
— Ei garota das línguas, o que
eu fiz agora? — Questionei sem
entender.
— Você achou mesmo que eu
não escutaria você sussurrando com
uma de suas vagabundas? — Ela
gritou e começou a catar as roupas
no chão.
— Hey, eu pensei que
estávamos nos divertindo.
— Eu sabia! Sabia que não
deveria me aproximar de você! Não
sou dessas putas que você está
acostumado, Daniel Harris Junior.
Esqueça que isso aqui aconteceu.
— Ela apontou de mim para ela e
deixou o quarto pisando firme.
Mas o que estava
acontecendo com as mulheres de
hoje em dia que não sabem se
divertir? E porque essa sensação
incomoda no peito?
Irritado com o que ela me fez
sentir, liguei para a tailandesa e
combinei de encontrar com ela
dentro de uma hora. Sou Daniel
Harris Junior, não me prendo a uma
boceta só, e. se ela não sabe
brincar, então que se enfie em seus
livros.
Naquela mesma noite, quando
gozei forte na boceta faminta da
tailandesa, foi na garota das línguas
que pensei. Maldita!
Capítulo Quinze
Samantha
O que minha havia se tornado?
Um sonho erótico incrível ou um
drama mexicano? Acho que um
pouco dos dois. No dia anterior
muitas coisas estranhas
aconteceram. Jess se trancou no
quarto, viciada em trabalho, disse
que precisava terminar a tradução
daquele livro logo. Daniel não foi
diferente, porém ele saiu... com
certeza foi atrás de uma foda fácil,
algo que eu o acompanharia com
prazer antes, mas agora, aquilo
parecia não ter o menor interesse
para mim.
— Hey linda, o que você está
pensando. — Alexandre enlaçou
seus braços em minha cintura e
mergulhou seu nariz no meu
pescoço, fazendo-me derreter em
seus braços.
Nós havíamos subido para o
meu quarto depois de preparar um
delicioso macarrão alho e óleo...
isso mesmo, nós cozinhamos juntos
e foi incrível. Mandei a cozinheira
do Daniel tirar folga e ir visitar a
família, e nos apossamos da
cozinha, só nos dois como um casal
de verdade. Eu não havia
respondido nada a respeito de ir
morar com ele, que não me
pressionou; o que só me fez amar
ainda mais aquele homem.
Depois do delicioso jantar,
subi para tomar um banho enquanto
o delicioso Alexandre lavava a
louça; e agora que ele havia saído
do banho, o cheiro do sabonete
misturado ao dele me deixou tonta
de desejo.
— Estava pensando em como
minha vida mudou desde que
coloquei meus pés aqui. —
Continuei observando pela janela
as poucas luzes que ainda estavam
acessas em alguns apartamentos.
Ele apertou ainda mais o abraço na
minha cintura.
— Isso é bom ou ruim? – Era
díficil me concentrar quando a
Alexandroconda começava a criar
vida em minha bunda.
— Isso é muito bom. Eu vivia
no escuro, Alexandre. Agora sei a
verdade e encontrei algo bom nessa
viagem. — Ele me puxou, fazendo-
me virar de frente para ele.
— Só isso de bom que você
encontrou aqui? — Mergulhei em
seus lindos olhos azuis
hipnotizantes e sorri divertida.
— É... acho que sim. — Ele
arqueou uma sobrancelha para mim.
— É mesmo, Sammy. — Ele
começou a me empurrar em direção
a cama.
— Pensando bem mesmo, acho
que não encontrei nada atrativo
aqui no Texas. – Mordi o lábio o
provocando-o.
— Ah sua safada. Você me
paga! — Ele então começou a
beijar meu pescoço lentamente, e
seu hálito quente aqueceu-me
instantaneamente. Meu corpo
acendeu-se como uma fogueira
descontrolada. Eu estava apenas
vestindo um roupão de banho, e ele
logo guiou suas mãos fortes para o
laço que prendia-o em meu corpo.
Abrindo o roupão com agilidade,
ele afastou-se e ficou admirando
meu corpo cheio de curvas. — Meu
Deus, mulher. A cada dia você fica
mais gostosa! — Nossos olhares se
encontraram e nos amamos
intensamente.
— Isso foi bom o suficiente
para você? — Perguntou ele depois
de um tempo. Era impossível não
me derreter quando ele me olhava
com tanta ternura.
— Alexandre, você não é bom
homem. Você é foda! — Sorri
divertida pra ele.
— Isso foi um elogio, certo?
Porque foda é bom...
— É incrível... apenas com
você. — Ele acariciou meu rosto
com carinho.
— Resposta certa garota...
agora vamos tomar outro banho?
Nós tomamos outro banho e
logo já estávamos aconchegados um
no outro.
— Então Sammy escreve
livros eróticos... — Ele me encarou
sorrindo.
— Eu não escrevo livros,
escrevo uma coluna para uma
revista... sobre sexo, claro. —
Finalmente lembrei que tinha um
artigo para escrever sobre sexo
com amor; só que dessa vez não
precisaria me inspirar em minha
meia irmã.
— Não foi o que eu li no seu
computador. – Ele me lançou um
olhar cumplice, e meu queixo caiu.
— Você bisbilhotou meu
computador? Que feio senhor
Alexandre, que feio. — Repreendi
ele.
— Ei, sou inocente nessa
história. — Ele ergueu as duas
mãos no ar, em defensiva. — Você
quem deixou ele ligado... apenas fui
desligá-lo para você e li o que você
escreveu. — A curiosidade me
pegou e perguntei a ele:
— E o que você achou? — Eu
sempre quis escrever um livro,
porém nunca tive a oportunidade
certa e a opinião dele era
importante para mim.
— Você é ótima! Tem muito
talento, e ao ler a cena que criou,
fiquei excitado imaginando você.
— Nossa é mesmo. — Sentei-
me empolgada na cama. — Sabe, eu
já havia começado várias outras
histórias, mas sempre fui exigente e
perfeccionista demais. Para mim
nunca estava bom o bastante, então
sempre apagava sem concluir. —
Fiquei pensativa por um tempo. —
Sabe, desde que... não deixa pra lá.
— Deitei-me de novo ao seu lado.
— Nada disso, senhorita
Samantha... termine o que você ia
dizer ou vou ter que te dar uma
surra de pau de novo. — Ele
apoiou a cabeça no braço e sorriu
pra mim.
— Como se eu fosse
reclamar... — Sorri brincalhona e
ele permaneceu sério me
encarando. — Tudo bem, mas não
vá ficar convencido, viu. —
Suspirei e meu rosto começou a
corar de vergonha. — Desde que te
conheci, minha inspiração para
escrever voltou. Pronto, falei. —
Escondi meu rosto debaixo do
edredom e me virei para o lado
contrário dele.
— Samantha! Sammy, olhe pra
mim. — Ele pediu docemente.
— Não vou te olhar... estou
com vergonha; agora me deixa
dormir. — Ele conseguiu puxar o
edredom e me virou com agilidade
para que eu ficasse deitada no seu
ombro.
— Sammy, deixe de ser boba e
olhe pra mim. — Nossos olhares se
encontraram e havia um brilho
diferente neles. — Sei que você
disse que não queria dar nome ao
que estamos sentindo, mas preciso
dizer... — Engoli em seco, meu
coração acelerado dentro do peito.
— Samantha eu amo você e mesmo
que você fuja por aquela porta
agora eu não me importarei, porque
nada vai mudar o que eu sinto.
Parecia que o tempo havia
parado naquele instante. Era como
se não existisse mais ninguém no
mundo, apenas nós dois. Senti meus
olhos marejados, e uma vontade
louca de dizer que o amava
também... tentei engolir as palavras,
mas não consegui resistir e me
deixei levar nessa correnteza louca
e emocionante.
— Eu... Eu... te amo também!
— Não tinha porque negar mais ou
mentir para mim mesma. Eu o
amava e era fato, não tinha porquê
continuar negando, e ele beijou
minha boca com paixão e nos
amamos uma vez mais.
Acordei na manhã seguinte
dolorida enquanto o Alexandre já
estava de pé e havia uma bandeja
de café da manhã na cama pra mim.
— Hey gostosão, onde vai tão
cedo? — Perguntei e me espregicei
na cama, sentindo cada músculo do
meu corpo dolorido.
— Preciso voltar para a
fazenda... Algumas verbas
sumiram,s e temo que temos um
espião entre nossos trabalhadores,
já que perdemos alguns contratos
que estavam certos. — Ele já
estava vestido a caráter: botas,
calça jeans, camisa e chapéu de
cowboy, a própria visão do pecado.
— Você não desconfia de
quem seja? — Oerguntei depois de
admirar seu corpo delicioso.
— Não... Carter e eu estamos
investigando. Ele é o único
funcionário de confiança que temos.
— Ele inclinou-se na minha direção
e veio em direção aos meus lábios.
— Não! — Virei o rosto na
hora. — Estou com bafo da manhã.
— Sammy vem logo! Te
beijaria de qualquer jeito... eu não
me importo.
— Mas eu me importo! —
Disse e continuei com o rosto
virado. O lençol cobria apenas a
cintura, e só me sentia limpa depois
de um serviço avançado.
— Pronto, já que não me
deixou beijar sua boca. —
Desgraçado, pensei. Agora ele me
deixou aqui excitada e vai sair. —
Tchau linda, te ligo mais tarde.
— Alexandre! — Gritei
quando ele já estava na porta.
— O que?
— Você me deixou excitada!
Isso não é justo. — Cruzei os
braços no peito e o encarei séria.
— Nunca pensei que
encontraria alguém com tanto fogo
quanto eu. — Ele se aproximou e
segurou meu queixo com força e
beijou minha boca. — Mas agora
você vai ter que esperar até a noite
Sammy, isso é para você aprender a
nunca me negar um beijo. — Ele
sorriu presunçoso e saiu do quarto.
Depois do banho gelado,
coloquei um vestido pêssego
soltinho, deixei meus cabelos soltos
e desci a procura da Jess. Tínhamos
muito o que conversar e ela não iria
fugir dessa conversa agora, não
mesmo.
Bati na porta do seu quarto e
ela já abriu assustada, usando
leggin preta, blusa rosa e tênis de
corrida.
Samantha
Samantha
Despertei em um quarto todo
branco e fechei meus olhos
novamente, pois a claridade me
incomodava. Meu corpo inteiro
estava pesado e não tinha forças
para me mover, como naqueles
sonhos estranhos em que o corpo
parece incrivelmente pesado. Com
esforço, entreabri os olhos uma vez
mais e avistei uma pessoa sentada
próxima a mim, e depois de
segundos de confusão o reconheci.
— Alexan ... — Tentei chamá-
lo, mas minha voz falhou. Eu sentia
a garganta seca, estava morrendo de
sede.
— Meu amor, graças a Deus
você acordou. — Ele levantou e
veio correndo na minha direção.
Seu olhar era de alívio.
— Eu... — Tentei falar
novamente, mas foi em vão.
— Shhh Sam, fique quietinha
minha linda. Vou chamar o médico.
— Quando ele se afastou pude
notar suas roupas amarrotadas.
Quanto tempo fiquei desacordada?
As memórias do acidente tomando
forma na minha mente. Meu Deus!
como estaria o Michael? O pânico
se apossou do meu corpo, mas eu
ainda estava com os músculos
pesados demais para me mover, até
que notei uma agulha enfiada em
minha veia.
— Viu doutor, ela acordou! —
Alexandre entrou na sala com um
senhor de jaleco branco, e só então
percebi como Alexandre estava
abatido, como se não dormisse a
muito tempo.
— Bom dia, você sabe seu
nome? — Questionou o doutor.
— Samantha... eu... Sinto sede
... — O doutor sorriu e me trouxe
um copo com água com um canudo,
que bebi avidamente.
— Beba com calma,
Samantha... você acabou de acordar
de uma espécie de coma.
— Coma? — Questionei.
— Sim, sua queda foi feia e
você teve uma lesão leve.
Basicamente, seu corpo entrou em
um “modo de repouso”, para que
você pudesse se recuperar.— A
quanto tempo estou dormindo? —
Questionei.
— Há três dias. Estivemos
acompanhando todos os seus sinais
e queríamos ter certeza de que não
haveria nenhum dano... Você
poderia ter perdido a memória, mas
aparentemente você não a perdeu, o
que é um ótimo sinal. — Ele sorriu
e fez mais algumas anotações
enquanto me fazia outras perguntas
para testar minha memória. — Bem,
pelo visto está tudo certo. Daqui a
pouco Jenna virá tirar sua sonda e
você poderá tomar um banho.
Tentar comer alguma coisa, certo?
— Obrigada doutor.
— Vou deixar você com seu
marido... Amanhã faremos uma
tomografia apenas para certificar
que você está bem, e talvez até o
final da tarde você tenha alta. —
Ele se despediu do Alexandre e se
retirou da sala.
— Marido? — Sorri
timidamente para Alexandre.
— É o que pretendo ser. —
Sorriu. — Sammy, você quase nos
mata de susto. Seu pai esteve aqui
até agora pouco, e tive que forçá-lo
a ir pra casa descansar. Só de
pensar o que poderia ter lhe
acontecido se você fosse atingida
pelo carro… — Ele disse nervoso.
— Amor, e o Michael? — Ele
me encarou com uma expressão
nada boa.
— Sammy, o Michael foi um
herói... ele salvou sua vida. Se não
fosse por ele, você poderia não
estar aqui conosco agora. — Um
arrepio frio percorreu minha
espinha.
— O que houve com ele? Onde
ele está? — questionei nervosa.
— Sinto muito, Sammy. Os
ferimentos dele foram muito
profundos e ele perdeu muito
sangue.... — Ele parou de falar por
um momento.
— Por favor Alexandre, me
diga logo. Onde ele está e como
está?
— Sinto muito amor, mas ele
não sobreviveu. — Ele segurou em
minha mão, confortando-me. Eu
estava em choque, totalmente sem
reação alguma, mas de repente me
senti mal... uma ânsia tomou conta
do meu estomago.
— Deus Alexandre, eu vou
vomitar. — Com uma rapidez
descomunal, Alexandre me colocou
em seus braços, pegou o soro com a
mão, e me carregou até o banheiro,
onde vomitei o que pude. Logo me
recuperei, sentando na tampa do
vaso e lavando meu rosto.
— Se sente melhor, meu amor?
— Questionou preocupado.
— Não, na verdade ainda
estou assimilando tudo isso. —
Suspirei. — Deus Alexandre, quem
fez isso? Ao menos pegaram o
motorista maluco?
— Ainda não, Sammy. Ele
fugiu do local e ainda não o
encontrarmos.
— Ninguém anotou o número
da maldita placa? — Lagrimas de
frustração turvaram-me a visão. —
Deus, essa pessoa não pode ficar
impune!
— Vamos voltar para o quarto,
amor. — Ele me carregou de volta
ao quarto, e minhas lágrimas
rolavam soltas agora que estava
agarrada em seu ombro.
Obviamente, não tínhamos uma boa
relação, mas ele foi o meu primeiro
em tudo, e tivemos uma boa
amizade e companheirismo. Deus,
sua mãe deveria estar desolada...
ele não merecia morrer daquela
forma, tão jovem e com uma vida
inteira pela frente.
— Sammy, beba um pouco de
água e acalme-se. Sei o quão difícil
é para você essa situação, mas não
se preocupe... estarei ao seu lado
para ajudá-la a superar e para
protegê-la.
— Obrigada amor, mas você
não me respondeu. Anotaram o
número da placa? — Ele suspirou,
parecia cansado.
— Sim Sammy, mas
descobrimos que era uma placa
fria. Estamos achando que foi
proposital.
— Como assim? — Perguntei
assustada. — Vocês acham que... —
As palavras ficaram engasgadas na
minha garganta.
— Nós achamos que tentaram
matar você.
— Mas... quem? — Cristine
seria capaz de fazer isso, mas ela
não teria inteligência para
esquematizar um plano desses. Ou
seria Rachel? Poderia a mulher que
me criou, tentar me matar? Deus!
Minha mente vagava em milhões de
possibilidades.— Seu pai e eu
temos nossas suspeitas. Já coloquei
uma equipe de investigadores no
caso, e vamos aguardar os
resultados. — Ele acarinhou meu
rosto. — Não permitirei que
ninguém nesse mundo toque em
você, Sammy. Terão que me matar
primeiro.
— Deus, amor! Chega de
mortes! — Encarei-o com carinho.
— Eu preciso ver a senhora
Georgianna, a mãe do Michael.
— Ela já esteve aqui... está
ajudando seu pai nessa
investigação. Por sorte, ela trabalha
como promotora e está muito
abalada pela morte do filho... só
quer justiça.
— Olá, posso entrar? — Uma
moça vestida de enfermeira surgiu
na porta.
— Pode sim, claro.
— Vim tirar seu soro, para que
você possa tomar um banho e
almoçar. — Ela sorriu timidamente.
— Tudo bem. — Sorri de
volta, enquanto ela tirava a agulha
do meu braço, pois o local já
estava um tanto marcado.
— Pronto, a senhora já pode
tomar seu banho; apenas peça para
seu esposo auxiliá-la pois pode
sentir um pouco de tontura.
— Tudo bem, obrigada. — Ela
logo se retirou do quarto e nos
deixou a sós. — Me ajuda com o
banho? — Sorri fracamente pra ele.
— Com prazer. — Ele me
apoiou o tempo inteiro no banho,
sendo um completo cavalheiro. Eu
ainda estava um tanto amortecida
por saber da morte do Michael e só
em fazer justiça por ele. Após o
banho que me ajudou relaxar um
pouco, trouxeram-me o almoço, que
comi um pouco, sem apetite.
— Filha! Graças a Deus você
acordou. — Meu pai entrou na sala
sorrindo, aproximou-se da cama e
deu um beijo na minha testa. —
Fiquei com tanto medo de perdê-la.
— Estou bem, papai. E a
investigação? — Perguntei ansiosa.
Minha curiosidade estava me
matando... algo precisava ser feito.
A morte do Michael não poderia
ficar impune.
— Ainda estamos tentando
localizar o homem que dirigia. O
carro era alugado, e ele apenas
alterou a placa e mostrou um
documento falso para fazer o
aluguel. — Ele suspirou cansado.
— Provavelmente alguém o pagou
para que fazer o serviço. Se
tivermos sorte, ele não terá saído
do país ainda.
— Meu Deus papai, quem fez
isso precisa pagar! Isso não pode
ficar impune!
— Isso não vai ficar impune
filha, não vai mesmo. — De repente
lembrei de algo.
— Alexandre amor, o Carter.
— ele se aproximou da cama. —
Michael me disse que o Carter e a
Cristine estão juntos nessa, que a
Cristine está grávida de Carter...
que ele te engana.
— Não se preocupe com isso,
amor. Quando nossa ligação foi
interrompida por seu acidente, corri
pra cá, mas antes contratei um
investigador para descobrir o que o
Carter tanto esconde.
— Nossa, você foi rápido. —
Disse impressionada.
— Sim... confesso que tinham
algumas coisas que ele dizia que
não batiam, então eu já estava
desconfiado... mas sua irmã não
pode estar grávida do Carter.
— Como assim?
— Investigando o passado do
Carter descobri que ele sofreu um
acidente com a sua família. Ele
ficou preso nas ferragens e por
pouco não morreu com seus pais,
mas teve sequelas. O Carter é
estéril... é impossível que ele tenha
filhos.
— Então Cristine está grávida
de quem?
— Se ela estiver mesmo
grávida, só saberemos mais tarde.
Ainda estou investigando esse
acidente com a família de Carter, e
porquê dele querer atingir a mim e
minha família.
— Meu Deus, quantos
mistérios! E pensar que há menos
de um mês minha vida era só festas
e mais festas. — Suspirei. —
Falando em festas, e a Jess? E o
Daniel?
— Eles estão juntos, como eu
te disse que aconteceria. — Ele
sorriu.
— Como isso aconteceu se
eles viviam brigando?
— Uma longa história,
deixarei que ela te conte depois.
Ficamos conversando um
pouco mais, tentando montar aquele
maldito quebra cabeça...
Rachel
Eu não conseguia acreditar que
meu plano não funcionou! Isso que
dava mandar os outros fazerem...
agora teria que sujar minhas mãos
se quisesse me livrar da maldita
bastardinha. Teria de procurar o pai
da Cristine de novo e pedir mais
dinheiro, mas ele certamente não
iria querer que sua família perfeita
descobrisse sua indiscrição.
Anos atrás, enquanto Erick me
traia com a empregadinha de merda
que era a mãe da bastarda, ele não
me dava abertura para engravidar
dele... então fiz o que ensinei a
minha filha, engravidei de outro. Na
época Raphael também era casado
e tinha dois filhos, mas sua mulher
estava doente e o seduzi até a minha
cama. Ah sim, minha melhor amiga
Violet nunca descobriu, tanto que
continuávamos amigas até hoje. A
idiota sequer desconfiava que vez
ou outra, seu marido querido me
procurava e eu satisfazia seus
desejos, é claro que esse caso me
rendeu muitos presentes.
Se o Erick me deixasse, pelo
menos eu teria um bom dinheiro e
muitas joias; é claro o idiota do
Raphael para chantagear.
O lado bom do meu plano ter
falhado foi que me livrei de um
mal. Michael sabia demais e
poderia colocar minha menina em
apuros, e não iria deixar a Cristine
ser guiada por emoções bobas. Ela
precisava fisgar o bilionário, e para
isso eu me livraria da bastardinha
de uma vez por todas.
Segurei o revólver entre meus
dedos, e senti o frio do aço encher-
me com uma emoção sem igual.
Bastaria esperar o momento
perfeito, para o crime perfeito.
Faria Raphael dizer que estava
comigo na hora do assassinato, ele
não teria escolha e seria o meu
álibi. Percebi uma movimentação
na sala e guardei o revolver
novamente na gaveta da
escrivaninha e passei a chave.
— Mamãe, eu não aguento
mais vomitar! — Cristine entrou no
escritório com o rosto pálido. —
Detesto gravidez! O lado bom é que
terei muitas babás para me ajudar,
porque se já está ruim agora,
imagine quando o bebê chorão
nascer. — Ela sentou-se cansada na
poltrona. — Deus, eu não suporto
bebês! Tem certeza que ele vai
casar comigo? Por que depois do
seu plano falhar, tenho algumas
dúvidas.
— Imaginei que você estaria
triste por perder seu brinquedinho
no processo.
— Ele não era mais meu
brinquedinho, então bem feito pra
ele... Quem mandou ser um imbecil.
— Suspirou. — Tem que ser muito
burro para se jogar na frente de um
carro para salvar a vida de uma
mulher que não iria ficar com ele.
— Verdade, minha filha... ele
foi idiota, mas pelo menos nos
livramos dele. Você confiava coisas
demais para ele, então foi um mal
necessário. — Disse calmamente.
— Ninguém sentirá falta dele
mesmo.
— É isso é verdade... acho que
preciso vomitar mais um pouco. —
Levantou-se depressa. — Não vejo
a hora dessa coisa nascer.
— Logo ele nasce Cristine e
você será uma mulher muito, mas
muito rica.
— Assim espero.
Ela logo sumiu da minha vista,
e fiquei pensando friamente no meu
plano de matar a bastardinha. Dessa
vez eu não iria falhar.
Samantha
4 Dias depois...
Daniel (Bônus)
Sai da casa da Rebekah
irritado, já que foi mais uma boceta
recusada pelo meu pau! Mas que
porra estava acontecendo comigo?
Tinha virado maricas? Só
broxava... era só isso que meu pau
fazia.
Entrei na avenida próxima a
minha casa e avistei a razão do meu
pau manter-se abaixado. Ela estava
correndo... a calça de ginastica
colava-se perfeitamente em seu
corpo, e seus cabelos cor de fogo
estavam presos em um rabo de
cavalo.
Maldita garota das línguas!
Maldita Samantha que a trouxe pra
cá! Maldito pau traidor que só
queria ela! Minha ereção despontou
instantaneamente com a sua visão...
precisaria tê-la sob meus lençóis
ainda hoje, e depois que me
fartasse, tudo voltaria a ser como
antes.
Como no dia que encontrei
Sam, comecei a andar lentamente
de moto ao lado dela. Ela deveria
estar escutando uma música muito
alta ou extremamente distraída pois
demorou vários instantes até notar
minha presença, apenas ao virar seu
rosto em minha direção.
Ela estava toda suada e com as
bochechas coradas, coisa que só fez
meu pau ficar ainda mais dolorido
dentro das calças. Quase gemi
quando ela apertou os lábios e me
lançou um olhar irritada.
— O que você está tentando
fazer? Me assustar? — Perguntou
irritada, diminuindo o ritmo da
corrida.
— Longe de mim, garota das
línguas. Aliás, estou surpreso em te
ver na rua.
— O jeito que você fala faz
parecer que nunca saio pra rua... um
tarado como você é que deveria
viver trancado dentro de casa.
— Não sabia que fazia
exercícios. — Prossegui, ignorando
seu comentário ferino.
— É bom, faz bem à saúde e
para se manter em forma... deveria
tentar.
— Prefiro outro tipo de
exercício. — Disse com a voz
rouca, encarando-a dos pés à
cabeça.
— Você é um cretino mesmo!
Adeus. — Ela apontou para o sinal
vermelho, rindo da minha cara.
Tive que parar a moto enquanto ela
corria para longe de mim, e logo
estacionei na entrada do prédio e
subi às pressas para o elevador.
Cheguei no apartamento tão
rápido quanto um raio, e encontrei-
a na cozinha, de costas para mim.
Quando sentiu minha presença, ele
se virou em minha direção com um
pote de sorvete na mão.
— Gulosa você, hein.
— O que você quer Daniel?
Fale logo.
— Como assim?
— Você está próximo demais
de mim... o que você quer? —
Indagou ela.
— Nada... sabia que isso
engorda? De que adiantou você
correr tanto para agora mergulhar
nesse negócio? — Provoquei-a,
pois queria irrita-la... queria vê-la
pegando fogo para que eu pudesse
atacá-la de jeito.
— E o que você tem com isso?
Se eu engordar o problema é meu!
— Ela gritou, já muito enfurecida.
— Nerd, chata, antissocial e
ainda com uns quilos a mais...
cuidado garota das línguas. Os
homens de hoje em dia são muito
exigentes, e você vai acabar
ficando sozinha.
— Imbecil! — Ela gritou e
começou a jogar as frutas que
estavam em cima da pia na minha
direção. — Prefiro ficar sozinha do
que junto de você. — Ela
continuava a jogar coisas na minha
direção enquanto eu desviava de
tudo, até me aproximar dela,
colando meu quadril no seu.
— Acalme-se, garota das
línguas. Eu iria querer você mesmo
se fosse careca. — Ela tentava se
desvencilhar dos meus braços, mas
era algo em vão. — Não importa o
que tente, não vou soltar você! —
De repente ela se acalmou e sorriu
para mim.
— Ah não vai me soltar, doce
Daniel? — Ela estava amolecendo,
eu sabia.
— Não, garota das línguas...
tenho planos para você!
— E eu para você... — Ela
sorriu para mim, e antes que eu me
desse conta, virou uma garrafa de
espumante em cima de mim. O
choque de temperatura me fez
estremecer por alguns instantes e
soltá-la.
— Volte aqui, garota. Não
acabei com você ainda! — Puxei-a
pelo braço a prendendo contra a
mesa.
— Me deixe em paz! Eu não
quero você!
— Você quer e eu quero! Então
vamos nos lambuzar. — Sorri.
— Se lambuze você! — Ela
enfiou a mão no pote de sorvete e
esfregou o doce cremoso em meu
rosto, mas para esse ataque eu já
estava preparado e não a soltei.
— Vamos nos lambuzar os
dois! Você vai limpar agora a
sujeira que fez. — Agarrei sua nuca
entre meus dedos, e aproximei sua
boca da minha enquanto ela se
debatia em uma inútil tentativa de
fugir do beijo.
Quando penetrei minha língua
em sua boca, ela começou a ceder,
agora agarrando firmemente meus
ombros e entregando-se a lasciva
do beijo. Meu pênis já estava em
riste, pronto para ela, ansiando por
ela e apenas ela.
Arranquei nossas roupas com
pressa e fúria, e o sorvete cremoso
de chocolate se misturou aos nossos
gostos, tornando tudo ainda mais
gostoso. Deitei-a sobre a mesa e
chupei seus mamilos entumecidos,
enlouquecido por aquela maldita.
Sem conseguir esperar mais,
empalei com força e profundamente
sua bocetinha pequena e rosada.
— Como senti falta disso! —
Grunhi alto, mexendo-me com
maestria e velocidade dentro dela.
Ela gemia feito uma gatinha
embaixo de mim, contorcendo-se e
arranhando minhas costas. Encarei
seus lindos olhos azuis, sem
conseguir quebrar o contato visual,
e completamente perdido, percebi
que estava completamente
apaixonado.
Aquela revelação me pegou
completamente desprevenido... não
me apaixonava desde os meus
dezoito; como seria possível que
com apenas essa semana, que
passei brigando com essa garota,
haviam sido o suficiente para que
me apaixonasse por ela?
Ainda perdido em seu olhar,
investi cada vez mais fundo nela, e
quando ela convulsionou em um
orgasmo, gritou meu nome. Ela me
arrastou para um abismo profundo
de prazer e preencheu minha alma
com paixão.
Jéssica (Bônus)
Um mês de relativa
tranquilidade havia se passado.
Jess voltou a Nova Iorque para
resolver alguns assuntos
pendentes, e aproveitei para que
enviasse Damon por um serviço de
pets, pois estava morta de
saudades do meu baby. Mesmo
depois de vários protestos do meu
pai e do Alexandre, aluguei um
apartamento e coloquei um
anuncio para vender o meu em
Nova Iorque, e graças à internet
consegui fazer tudo a distância...
só teria de ir lá para assinar os
papeis de venda para quando ele
fosse vendido e para empacotar
minhas coisas. Demiti-me da
revista e agora estava escrevendo
um livro inspirado em minha
relação com o Alexandre... um
segredo que contaria apenas
quando fosse ser publicado.
Durante este tempo, Rachel e a
Cristine não tinham mais dado
sinal de vida, mas estávamos
atentos a tudo.
O interfone tocou e eu já sabia
quem era, meu Alexandre! Meu
homem! Liberei sua entrada, e
Damon passou a miar, mas já sabia
que era ele.
— Pequeno... nada de ciúmes
do meu homem, hoje viu. —
Acariciei seu pelo macio. — Hoje
a mamãe irá se trancar no quarto e
montar num cowboy.
Abri a porta para ele, que
estava o pecado puro, com uma
camisa xadrez azul que destacava
ainda mais seus lindos olhos, o
chapéu preto de cowboy e uma
calça jeans colada em suas coxas;
além de seu famoso volume entre as
pernas ali, esperando por mim.
— Nossa cowboy... — Ele me
impediu de falar. Prendendo meus
cabelos entre seus dedos, sua língua
invadiu minha boca em um beijo
urgente, faminto, ansioso. Ele me
arrastou para dentro, chutando a
porta com o pé.
Senti sua ereção contra minha
pélvis e quase gozei
instantaneamente enquanto ele me
arrastava até a parede da sala,
erguendo meu vestido. Como por
instinto, meu bichano desapareceu
de vista. Alexandre ergueu meu
vestido e arrancou minha calcinha
com um só puxão, e ajoelhando-se
aos meus pés, abocanhou meu
monte carnudo, brincando com sua
língua e invadindo minhas dobras.
Com uma das mãos agarrei seus
cabelos, e com a outra mantive
presa sua cabeça entre as minhas
pernas.
Suas mãos foram até a minha
bunda, e ele apertou a minha carne
entre seus dedos enquanto chupava
meu clitóris. Convulsionei em um
orgasmo que me quebrou-se em
milhares de pedaços. Ele
mergulhou um dedo em minha fenda
pulsante, e meu corpo pós-orgasmo
tremia. Não contente em me deixar
louca, e levantou e arrancou as
calças e a cueca de uma só vez.
Com as mãos tremulas, arrebentei
vários botões de sua camisa, e
passeei com os dedos naquele
peitoral divino. Ele estava quente e
suado, e seu mastro estava
assustadoramente duro.
— Sammy... Gostosa... Não
aguento...
Ele então agarrou minhas
coxas e fez com que enlaçasse sua
cintura, e tomou-me de uma vez.
Cada pedacinho meu apertou-o,
sugando-o, deliciando-se com
aquele mastro enorme.
Não contente em me deixar
maluca, ele me deixou ainda mais
insana, pois enquanto me penetrava
profundamente contra a parede,
introduziu um dedo em meu
buraquinho enrugado, e
rapidamente foi sugado para dentro.
Ele mordia minha boca e chupava
minha língua enquanto arremetia
fundo nas duas entradas. Acabei
quebrando-me em outro orgasmo
enlouquecedor, enquanto minhas
mãos arranhavam suas costas, e
nossos olhares emanavam desejo e
luxuria.
— Deus, cowboy... eu vou
gozar de novo... — Gemi entre
beijos, e gozei uma vez mais.
— Deus Sammy... — Senti sua
semente me preencher por
completo, e minha fenda vibrava
junto ao seu mastro delicioso.
Acalmamos nossas respirações
e fomos deitar juntinhos. Alexandre
estava estranho aquela noite... o
sexo fora ainda mais intenso e
apaixonado que de costume, e
fizemos amor por mais duas vezes
naquela noite.
— Cowboy, você me matou
hoje. — Sorri para ele.
— Sammy eu amo você. Sabe
disso, certo? — Ele me encarou.
— Claro que sim, Alexandre.
Por que isso agora? — Perguntei
um tanto sonolenta.
— Nada, minha linda. Só
queria me certificar que você
soubesse o quanto te amo.
— Também amo você.... mas
você está me assustando.
— Não se assuste, princesa.
Vamos dormir. Tudo bem?
— Só se você me abraçar. —
Pedi.
— Claro. — Ele me
aconchegou em seus braços e dormi
escutando os sons do seu coração.
Samantha
Tentei a todo o custo escrever
lentamente a carta, sentindo o cano
gelado da arma na minha nuca.
Deus já haviam se passado vinte
minutos... certamente Jess não
entendeu minha mensagem, o que
me deixava aflita ao pensar no que
precisaria fazer.
Ela cutucou minha nuca com a
arma. — Por que parou de
escrever? — Fiquei em silêncio
sem responder. — Eu estou falando
com você, sua imbecil! Continue
pedindo perdão ao seu paizinho por
tirar sua própria vida, e diga que
quer se juntar ao seu grande amor, o
pretinho do Michael. — Ela me
dava nojo, e aproveitei-me de uma
distração sua para cravar a caneta
na sua barriga e a empurrei contra a
cama.
Fui até a porta, mas está estava
trancada, pois certamente depois de
Jess vir aqui, ela trancou a chave e
a escondeu. Comecei a socar a
porta e pedir por socorro, então
corri até o telefone fixo, mas esse
estava sem linha, e meu celular
estava aos pedaços no chão.
Quando fui para a janela gritar,
Rachel me segurou pela cintura e
com a outra mão apontava a arma
para mim.
— Sua puta! Você me paga
agora bastarda! — Começamos a
lutar no chão, e tentava a todo o
custo pegar a arma de sua mão; até
que ela me deu uma cabeçada que
me deixou ligeiramente tonta, e por
pouco tempo, a arma agora fora
jogada longe.
— Para com isso sua louca! —
Acertei um tapa em seu rosto e ela
foi jogada ao chão, dando espaço
para que conseguisse me levantar e
ir até a janela. Vi a escada de
incêndio e iria descer por ali
quando vi policiais armados
cercando o prédio e três deles
subindo pela escada de incêndio.
Recuei alguns passos para trás até
que ouvi um estouro, e senti meu
braço esquerdo ficar gelado e uma
dor lancinante se apossou de mim.
Perdi o equilíbrio e me joguei para
a frente, sendo amparada por um
dos policiais, enquanto outros dois
entraram na casa, desmaiando nos
braços do desconhecido.
Samantha
Dias atuais...
*********
Após algumas horas chegamos
finalmente em Nova Iorque, minha
linda e amada cidade. Quando me
mudei para cá, anos atrás, me
apaixonei à primeira vista pela
cidade, por seus monumentos
históricos, seus arranha-céus, suas
lojas com roupas incríveis e
sapatos tentadores, pelos
conterrâneos que não paravam
nunca, por suas boates que nunca
fechavam e pela variedade de
homens lindos e gostosos.
Naquele dia chuvoso em que
coloquei meus pés novamente
naquela cidade maravilhosa, ela
não me parecia tão glamorosa como
antes. Na verdade, ao meu ver ela
parecia lotada, poluída e cinzenta.
Nunca havia me sentindo tão só,
coloquei a mão em meu ventre e
pedi perdão a Deus e ao meu filho,
pois eu não estava sozinha... nunca
mais estaria só.
Peguei um daqueles taxis
amarelos típicos de New York, que
se os víssemos em outro lugar na
certa nos lembraríamos daqui.
Naquele trânsito caótico me perdi
em pensamentos... precisaria
terminar meu livro com um final
feliz, já que independente de minha
relação, o final ali precisaria ser
feliz, ou quem o compraria?
Logo chegamos em meu
apartamento, e com ajuda do
zelador e do taxista trouxemos
minhas malas para dentro. Agora
estava eu, admirando minha grande
sala, e ao lado havia uma tigela
com restos de água e o nome escrito
me fez quebrar minha promessa de
não chorar. Damon, como sentia sua
falta! Sentei-me no chão próxima a
porta e chorei copiosamente, até
batidas me alertarem. Limpei as
lágrimas e ainda com a tigela na
mão, abri a porta.
— Ah, a dona do gato tarado
chegou! Saiba, senhorita Samantha,
que o seu gato invadiu meu
apartamento e desgraçou minha
inocente gatinha. Ele deixou ela
prenha e depois desapareceu. —
Minha vizinha, “a fofoqueira” do
prédio, estava exaltada.
— O que posso fazer pela
senhora? — Questionei entediada.
— Mantenha seu gato preso!
— Meu gatinho morreu, então
acho que não será mais problema
para a senhora e sua gata sem-
vergonha. — Eu estava possessa
por estar discutindo com minha
vizinha sobre gatos.
— Desculpe, eu não sabia. —
Ela disse constrangida.
— Pois é, senhora Susan. Se é
só isso que a senhora veio fazer,
peço que se retire e me deixe em
paz. — Ia fechar a porta, porém ela
me impediu.
— Não! Por favor, espere. —
Ela correu e entrou no seu
apartamento. Fiquei lá parada
esperando e então ela voltou com
um filhote em seus braços... ele era
a cópia do Damon, siamês de olhos
azuis, e a única diferença era sua
cauda preta. — Eu estava
vendendo-os na internet, afinal são
siameses puros... você sabe, queria
repor as despesas, mas acho que
esse pode ser seu.
— A senhora vai me dar o
gato? A senhora nunca faz nada de
graça...
— Eu sei. — Disse me
interrompendo. — Já consegui mil
dólares com a venda de alguns, e
acho que não faz mal dar um a você
já que é tão sozinha. — Ela tinha
que dizer algo desagradável, mas
naquele momento não me importei...
teria um pedacinho do Damon
comigo.
— Obrigada, senhora Susan.
— Disse comovida, pegando o
pequeno filhote em meus braços.
Ele logo ronronou e se aconchegou
a mim.
— Ele já está vacinado e as
vacinas custaram 150 dólares. —
Vi que ela ficou parada me
encarando. Obviamente, ela queria
que eu pagasse pela vacina... a
senhora Susan era mesquinha e
fofoqueira e isso nunca mudaria,
mas hoje ela me fez feliz, que
pagaria de bom grado.
— Tome, senhora Susan... 200
dólares, por ter cuidado tão bem do
Stefan. Agora se me der licença,
tenho que tomar um banho... estou
cansada da viagem.
— Claro! É sempre bom
conversar com você vizinha. Você
sabia que a Claire do 303 foi pega
aos beijos com o porteiro? Seu
marido fez um escândalo que...
— Tchau, senhora Susan. —
Fechei a porta. Ela tinha a mania de
sempre querer falar da vida dos
outros.
— Seu pai se chamava Damon
e darei a você o nome de Stefan. Na
série que a mamãe aqui assiste eles
são irmãos então... esse será seu
nome. — Como se concordasse
comigo, ele miou. Coloquei um
pouco de comida e água para ele, e
apenas bebericou a água e deitou-se
no puff que pertencia ao Damon. —
Mamãe vai tomar banho, meu
gatinho lindo e já volto.
Coloquei a banheira para
encher e comecei a me despir.
Haviam se passado vários dias
desde o tiro e agora em meu ombro
havia apenas uma cicatriz feia.
Depois de cheia, mergulhei na água
morna e acionei as bolhas,
relaxando ao ponto de adormecer, e
acordei pois a campainha estava
tocando insistentemente.
— Já vai! — Gritei saindo da
banheira. Enrolei-me na toalha e
corri para atender a porta. Abri as
duas trancas e a visão que tive em
minha frente quase me tirou o chão.
— Você?
— Isso me lembra o dia em
que nos conhecemos. — Alexandre
analisou meu corpo dos pés à
cabeça. Ele estava mais lindo do
que nunca, calça jeans justa,
camiseta preta colada em seus
músculos, botas de montaria e um
chapéu igualmente negro pendia em
sua cabeça.
— O que é que você quer aqui,
Alexandre? — Meu coração batia
descompassadamente, mas não iria
esquecer os dias de agonia sem vê-
lo.
— Eu vim lhe explicar o
porquê de eu ter sumido.
— E se eu não quiser saber?
Volte para a África Alexandre...
você não iria ficar lá por tempo
indeterminado? — Fiz menção de
fechar a porta, porém ele colocou o
pé na porta e entrou.
— Sammy, me escute. —
Insistiu.
— Saia daqui Alexandre! Aqui
é Nova Iorque e não o Texas, onde
você dá uma de bruto e nada
acontece. Olhe que eu ligo para a
polícia e....
Ele plantou um beijo em meus
lábios e sua língua morna e macia
invadiu minha boca. Nossa, como
eu senti saudades disso! Suas mãos
foram direto ao meu traseiro e me
derreti em seus braços. Ele me
ergueu do chão e me levou até o
sofá e se afastou.
— Está mais calma agora
Sammy, posso me explicar? —
Pude notar sua ereção gigantesca
presa a calça e tive água na boca.
Deus eu estava furiosa com ele,
mas já queria devorá-lo.
— Diga o que tem que dizer, e
logo Alexandre. Depois irei fazer
sexo de despedida com você e você
irá embora. — Disse encarando-o
séria.
Ele sorriu com o canto dos
lábios e por Deus. se eu estivesse
de calcinha ela na certa já estaria
encharcada.
— Eu estava o tempo todo
aqui em Nova Iorque, Sammy. Eu
nunca fui para a África, e estava a
sua espera para lhe dizer o que
aconteceu.
— Como? — Eu estava mais
confusa do que nunca.
— Aconteceram umas coisas
ruins, ameaças contra a sua vida
caso eu não me afastasse de você...
contei tudo ao Anthony e ao seu pai,
e naquele dia em que estive com
você, sai para preparar as nossas
passagens para partirmos para
Nova Iorque por um tempo, até que
tudo fosse resolvido; mas quando
voltei, seu pai me mandou embora.
Ele disse que você estava bem mas
que foi atacada pela Rachel.... Eu
queria muito ir vê-la, mas seu pai e
o Anthony disseram que se eu o
fizesse, colocaria sua vida em
risco; então vim sozinho para cá. —
Ele suspirou, e parecia atordoado.
— Seu pai me garantiu que
convenceria a você a vir, e que
quem quer que estivesse vigiando
você saberia que eu tinha te
deixado.
— Mas por que me fizeram
sofrer tanto? Por que não me
contaram a verdade? Foram dias
infernais, Alexandre.
— Eu sei meu amor, mas o
Anthony é o especialista, e disse
que teria que ser bem realista e
dramático. — Ele se ajoelhou na
minha frente. — Foram dias de
merda para mim também, amor.
Estive preocupado, atordoado, sem
chão... Sammy eles estão caçando
os capangas do Carter, e logo eles
serão colocados atrás das grades e
voltaremos para o nosso lar.
— Alexandre eu...
— Minha linda, deixe-me
terminar meu discurso. — Ele
sorriu. — Sammy, eu não quero
passar mais nenhum dia da minha
vida longe de você. Eu a amo acima
de tudo. Quer casar comigo? — Ele
puxou do bolso uma caixinha onde
havia um lindo anel de diamante.
— Deus Alexandre. Eu sempre
amei essa vida de solteira e festas,
nunca me vi casada e com filhos. —
Ele baixou o olhar, e puxei seu
queixo para que me encarasse, —
Até encontrar você. Casar contigo é
tudo o que mais quero na vida. —
Sorrindo ele pegou o anel e
colocou em meu dedo e beijou
minha boca com paixão.
— Minha, minha e só minha.
Sammy, como eu a amo!
— Tem mais uma coisa que
você não sabe.
— O quê?
— Eu estou grávida!
— Será que é possível deixar
um homem mais feliz? — Sorrindo
abertamente, ele beijou meu ventre.
Logo minha toalha foi jogada ao
chão e ele me ergueu em seus
braços. Entrelacei minhas pernas
em volta de sua cintura para que
Alexandre me guiasse até o quarto.
— Agora vou matar minha fome de
você, minha gostosa.
— Foram tantos dias, não é?
Eu estava subindo pelas paredes...
quase procurei alguém no Hard
Rock para acalmar esse calor.
— Você me paga por ser tão
atrevida, Samantha. — Ele me
colocou sobre a cama e despiu sua
roupa, permitindo que aquele corpo
esculpido e deliciosamente
bronzeado preenchesse minha
visão. Seu mastro gigante estava
mais duro do que pedra, e eu estava
louca para que a Alexandroconda
estivesse logo dentro de mim.
— Vem logo, cowboy. Pode
vir quente pois a Sam aqui está
fervendo. — Ele sorriu.
— Safada. — Ele mergulhou
sua cabeça no meio de minhas
pernas, e me contorcia pelo choque
de sua língua nas minhas dobras. —
Como eu senti falta dessa boceta
faminta. — Ele mordeu meu monte
carnudo e gemi. — Isso é para que
você nunca mais me provoque, sua
safada gostosa. Essa boceta me
pertence... — Ele chupou firme meu
clitóris enquanto estocava dois
dedos na minha fenda. Agarrei os
lençóis tremendo, suando, sem
controle algum sobre meu corpo.
— Alexandre... Oh Deus... Oh!
— Eu estava muito perto de gozar
descontroladamente em sua boca,
tanto que bastaria que ele
circundasse meu clitóris uma vez
mais com a língua, e foi exatamente
o que ele fez. — Alexandre.... Ah...
— Convulsionei embaixo dele, que
firmava minhas coxas, mantendo-as
afastadas enquanto bebia tudo de
mim.
— Agora vou bater nessa
bocetinha, para que ela nunca
esqueça a quem pertence. — De
joelhos sobre a cama e lambendo
aqueles lábios carnudos, ele pegou
seu mastro e usando-o, bateu com
ele três vezes em meu monte
carnudo. — Entendeu Sammy... só
minha. — Antes que qualquer
resposta me viesse, ele afundou-se
dentro de mim, e seu mastro me
rasgou ao meio, me preenchendo
em cada canto, me deixando
completa novamente.
— Alexandre... — Ele passou
agora a chupar meus mamilos
enquanto arremetia fundo em mim,
mordiscando-me com certa força,
mesclando dor e prazer, paixão e
amor transbordando. Podia até ser
uma foda forte e gostosa, mas era
recheada de amor e sentimentos.
Depois de deixar meus
mamilos, Alexandre beijou-me a
boca, com suas mãos agarradas as
minhas coxas, enquanto ele
arremetia sem dó. Nossas línguas
dançavam indecentemente em
nossas bocas, e senti nele meu
gosto; o que me deixou ainda mais
excitada. Ele mordeu meu lábio e
olhou-me nos olhos.
— Eu amo você Samantha... —
E com isso atingimos o ápice, o
limite, o céu...
Capítulo Vinte e
Três
Alexandre
Sammy e eu passamos a
semana seguinte trancados no
apartamento, e sequer saímos da
cama, porém neste dia tínhamos um
motivo para sair da cama, já que
Daniel e Jéssica iriam nos visitar e
trazer novidades quanto ao
progresso do trabalho do Anthony.
Devo dizer que aqueles dias
foram como o paraíso para mim,
mas confesso que sentia falta do
campo; não nasci para morar na
cidade, e muito menos trancafiado
em apartamentos. Claro que se Sam
desejasse, moraria com ela onde
quer que fosse, porque fosse na
cidade ou interior eu só estaria feliz
com ela ao meu lado.
— Ah, que preguiça de sair
dessa cama. — Disse ela,
esticando-se quando trouxe seu café
da manhã.
— Você anda muito
dorminhoca. — Sentei na cama e
coloquei a bandeja ao seu lado.
Acariciei seu rosto sorridente e dei
um beijo estalado em seus lábios.
— É por causa da gravidez.
Aliás adorei aquele livro que você
comprou “O que esperar quando
você está esperando”.
— Falando em livros, já
mandou seu livro misterioso para
as editoras? — Perguntei. Sammy
estava escrevendo avidamente uma
história que não permitiu que eu
lesse.
— Sim, lindo... já mandei o
original a algumas editoras
renomadas; agora precisamos
aguardar alguns meses para
obtermos respostas. E não fique
carrancudo, você irá entender o
motivo de tanto segredo quando for
publicado.
— Vou comprar todos os
exemplares.
— Ei, isso não vale. — Ela
deu uma mordida generosa na
torrada. — Hmmm deliciosa. —
Gemeu de prazer, me deixando
desperto.
— Não faça isso Sammy, não
irei me conter e seus amigos
chegam em meia hora. — Ela sorriu
maliciosamente para mim, e seus
olhos percorreram o caminho de
meu abdômen até minha aparente
ereção.
— Em meia hora podemos
fazer muitas coisas. — Disse
lambendo o mel dos lábios.
— Deite-se na cama. — Exigi.
Minha voz estava carregada de
desejo, e sorrindo ela prontamente
obedeceu. Peguei a bandeja e fui a
caminho da porta, mas antes
ordenei. — Tire essa camisola.
Quando eu voltar exijo que esteja
completamente nua.
Fui a caminho da cozinha,
deixei a bandeja em cima da
bancada, peguei o mel que
acompanhava as torradas e voltei
para o quarto. Sammy estava
completamente estendida na cama,
seus mamilos estavam enrijecidos
em antecipação, e ela suspirou
profundamente ao ver o pote de mel
em minhas mãos... um suspiro tão
profundo que mais parecia um
gemido rouco.
— Você gosta de comer coisas
em mim... — Ela não pôde
continuar a falar, já que agora eu
despejava um pouco daquele mel
em seus mamilos.
— Eu gosto de comer você,
Samantha. — Coloquei o vidro de
mel em cima da mesinha de
cabeceira e me inclinei sobre seus
seios. Minha língua percorreu o
botão rosado e chupei avidamente,
limpando todo o mel daquela pele
sedosa e quente.
— Alexandre... Oh... — Ela
contorcia-se embaixo de mim. O
sabor do mel em sua pele ficara
perfeito, mas nada comparava-se ao
seu gosto natural... o gosto que
sentia toda a vez que colava meus
lábios em sua pele, quando minha
língua passeava por aquelas curvas
perfeitas.
— Gostosa... maravilhosa... —
Peguei o mel e entreabri suas
pernas, e joguei um fio em suas
dobras molhadas... iria me fartar
naquela bocetinha deliciosa agora.
Mergulhei minha cabeça em suas
dobras lambuzadas com o mel da
Sam e o mel de abelha. Devo
admitir, era um manjar dos deuses e
eu era viciado naquela bocetinha
maravilhosa.
— Alexandre... Hm... Deus...
oh... — Circundei seu clitóris
lentamente com a ponta da língua,
deliciando-me com o manjar da
Sammy. Senti que ela estava à beira
do orgasmo quando enfiei dois
dedos em sua bocetinha e ela os
engoliu com fúria, e passei a
massageá-la intimamente enquanto
chupava seu clitóris até ela
explodir em meus braços, gritando
meu nome descontroladamente.
Coloquei meu pau para fora e
empalei sua fenda lambuzada com
força, e ao me inclinar sobre ela,
beijei sua boca.
Incrivelmente, ela parecia
ainda mais quente e macia, o que
fez com que mergulhasse em um
mar de sensações de pura luxúria e
desejo. Suas mãos foram até as
minhas costas, arranhando-as,
estimulando-me a arremeter ainda
mais profundamente, perdido no
ápice do prazer que era estar com a
minha mulher.
Nesse momento, entrelaçados
um nos braços do outro, a
campainha começou a tocar
incessantemente. Certamente já
haviam se passado o tempo e agora
Jess e Daniel chegaram.
— Droga! Meu amor, acho que
você terá que acelerar. — Disse ela
com a testa franzida me encarando.
— Por que eles tem que ser tão
pontuais? — Reclamei ofegante,
sem deixar de meter fundo dentro
dela.
— Acho que devemos... Oh...
nos acostumar... já que em breve
teremos um bebê chorando para nos
parar. — Ela sorriu e enlaçou as
pernas em volta da minha cintura,
fechou os olhos e convulsionou em
outro orgasmo... — Gostoso...
Oh....
Arremeti ainda mais rápido. A
campainha havia parado de tocar
por um tempo mas logo voltou a
tocar insistentemente.
— Já vai, cacete! — Gritei e
então me perdi dentro dela, com
meu corpo tremendo... — Porra,
que gostosa! — Meu corpo pingava
de suor. O cheiro no quarto era
afrodisíaco... o nosso cheiro, que
seria para sempre o meu cheiro
favorito.
— Amor, agora você vá lá
abrir a porta para eles, enquanto eu
tomo um banho. — Disse ela
sorrindo satisfeita.
— E por que eu? — Protestei.
— Porque sim.
— Mas você é a dona da casa,
Sammy... isso não é justo.
— Não é justo você privar
uma grávida de seu banho,
Alexandre. — Ela sorriu e pulou da
cama.
Vesti minha cueca, calça e
coloquei i uma camisa rapidamente
e corri para atender a porta. Stefan
já miava e arranhava a porta, e ao
abri-la Jéssica e Daniel tinham um
sorriso conspiratório em seus
rostos.
— Nossa, o negócio ai dentro
pelo jeito estava bom. — Disse
Jéssica entrando e sorrindo.
— Nós... nós estávamos...
— Não precisa explicar
Alexandre, meu amigo. — Disse
Daniel entrando no apartamento. —
É nítido o que estavam fazendo... e
aliás, essa camiseta está do avesso.
Jéssica caiu na gargalhada.
Logo estávamos todos acomodados
e a Sam voltou com os cabelos
molhados e usando um lindo
vestido violeta que moldava suas
curvas e seios. E por Deus, eu já
queria comê-la de novo. Que
mulher gostosa do caralho!
Deixei ela fazendo sala e me
retirei para tomar meu banho...
Samantha
Passamos uma tarde
agradabilíssima com Dan e Jess,
que nem pareciam mais aqueles
brigões que eram quando se
conheceram. Agora eu conseguia
vê-los como um casal, mas mesmo
assim ainda queria ter um papo
sério com Daniel quanto as suas
intenções com a minha amiga, e
queria ouvir dos seus lábios o que
ele sentia e pretendia com ela.
— Dan, preciso ir até os
correios pegar a minha
correspondência... você quer ir
comigo? — Perguntou Jess.
— Ei Jess, por que não vai
com o Alexandre? Assim mostra um
pouco da cidade para ele, já que
não saímos de casa a semana
inteira. — Disse, lançando um
olhar conspiratório para ela e para
Alexandre.
— Tudo bem... Vamos
Alexandre... você não pode ir
embora de Nova Iorque sem
conhecer o correio. — Disse ela,
zombeteira.
— Tudo bem. — Eles saíram e
deixaram a mim e ao Daniel
sozinhos.
— Desembucha Sam. — Ele
falou, arqueando uma sobrancelha,
e me encarando.
— Calma homenzinho. Só
quero te dar alguns avisos... você
sabe como é, tenho uma madrasta
psicopata d posso ter herdado um
pouco dos genes dela. — Disse
rindo, pois aquele assunto já não
me abalava mais.
— Que avisos, mamãe
Samantha? — Ele se recostou no
sofá.
— Que se você magoar a
minha amiga, pode se despedir das
suas bolas e do seu pinto, porque
irei arranca-los fora enquanto você
estiver dormindo.
— Credo mulher. — Ele fez
uma careta e cobriu a virilha,
protegendo-se. — Sam, não há com
o que se preocupar... eu amo a
garota das línguas e não pretendo
magoá-la nunca.
— Acho bom mesmo, porque
você sabe que quando eu prometo
uma coisa eu cumpro.
— Eu sei...
— Mas me conte... quando
você soube que a amava? Porque
pelo que me lembro vocês viviam
feito gato e rato. — Stefan começou
a ronronar nos meus pés, e eu o
peguei no colo, acariciando sua
cabecinha peluda e fiquei
esperando Daniel responder.
— Não sei dizer, Sam. Isso é
algo que não sabemos explicar, eu
acho... Você saberia me dizer a
partir de que momento passou a
amar o Alexandre? — Indagou ele.
— Hmmm... — Pensei por um
momento e por fim respondi. —
Acho que o amei desde a nossa
primeira troca de olhares e do
primeiro beijo. Foi tão intenso, tão
devastador...
— Mas você pensava que ele
era um stripper que iria dançar na
despedida de solteira da Cristine.
— E daí? Não posso me
apaixonar por um Stripper? —
Zombei. — Bem isso não vem ao
caso... só sei que aquele beijo foi
tão eletrizante que acho que o amei
desde aquele momento; só não
queria admitir para mim mesma.
Ficamos em silêncio por
alguns instantes. — Acho que a
amei desde a primeira briga. —
Disse Daniel. — Mas me entreguei
mesmo em nossa primeira noite,
mesmo eu tendo sido um completo
idiota. — Suspirou pensativo. — E
quando ela enfrentou minha família
sanguessuga com coragem e
bravura, eu cai de quatro.
— Que lindo Danny. É muito
fofo ver você assim, todo
romântico.
— Cala a boca, papagaio
loiro. — Ele me jogou uma
almofada.
— Hey Dan, cuidado com o
Stefan. — Xinguei ele.
— Amo você, Sam
maluquinha; e mal posso esperar
para que o Anthony coloque esses
capangas atrás das grades e você
volte para o Texas.
— Lindo... amo você também,
e amo muito a Jess. Fico feliz que
vocês se uniram. Como nunca havia
pensado nisso? unir vocês dois.
Isso poderia estar rolando a muito
tempo. — Disse pensativa.
— Talvez não tivesse dado
certo antes, lembre-se que Deus
escreve certo, por linhas tortas.
Tudo ao seu tempo, Sam...
— Verdade...
Conversamos por mais um
tempo. Alexandre e Jess logo
chegaram, e voltamos a conversar
animados, até quase ao amanhecer,
quando todos dormiram em seus
respectivos quartos.
Samantha
Chamei minha sogra às
pressas, e logo alimentamos e
trocamos a fralda daquele lindo
menininho. Depois dele estar
alimentado e quentinho, adormeceu
como um anjo. Suspirando, fui até a
sala, me sentei no sofá e peguei a
carta que estava no cesto.
A carta dizia o seguinte:
Samantha
Minha querida meia-irmã
Samantha. Deixo para você
esse peso para cuidar, e depois
de sua traição imperdoável
com o noivo que tanto amava,
é o mínimo que você pode
fazer por mim. Está nítido que
esse bebê é do Michael e se
você não quiser tomar conta
dele, dê ele a Georgianna ou
entregue-o a um orfanato...
por mim tanto faz.
Eu tirei a sorte grande.
Estou noiva de um bilionário,
dono de uma grande vinícola
na Itália e mudarei para lá. Ele
disse que não aceitaria um
filho bastardo e que queria só
a mim, então ai está o menino
para você fazer dele o que
bem entender.
Eu perdoo você pela
traição... pode ficar com o
Alexandre, só esteja ciente que
lá no fundo, ele sempre me
amará, você é apenas o estepe.
Beijos.
Cristine.
Era incrível como até em
momentos como esse Cristine
conseguia ser uma vaca sem
coração. Como não podia amar a
um bebezinho tão lindo? Ainda por
cima, ela estava tentando me
envenenar contra o Alexandre, o
que foi inútil, claro. Eu sabia o
quanto era amada por meu homem,
e Cristine não era mais uma ameaça
para mim.
No dia seguinte liguei para
Georgianna. Ela e meu pai vieram
as pressas até a fazenda, enquanto
Alexandre e a minha sogra já
estavam babando no pequeno
Marcel. Sim, demos um nome a ele,
afinal já tínhamos nos apegado a
aquele lindo bebê.
Quando Georgianna chegou e
contei a ela tudo o que havia
acontecido, ela segurou o neto nos
braços, emocionada, e sorria de
orelha a orelha.
— Deus me deu uma segunda
chance, Sam! Eu estou muito feliz
por isso. — Ela ninava o
pequenino, e amor transbordava de
seus olhos.
— Ele é todo seu. Já
chamamos um advogado e uma
assistente social. Ele ficará com o
parente mais próximo, que é você.
— Ela me encarou com os olhos
marejados.
— Sam, posso pedir-te uma
coisa?
— Claro Georgianna.
— Eu estou velha e, não sei
quanto tempo ainda tenho... gostaria
muito que ele ficasse com você, que
tem uma vida pela frente. Eu
ajudarei a tomar conta do Marcel, é
claro, se isso não for empecilho
para você e seu noivo.
— Georgianna, foi o
Alexandre que nomeou ele e não
queria largá-lo na mão de ninguém.
Alexandre já estava fantasiando
ensiná-lo a jogar basebol e então a
resposta certamente é sim.
Adoraríamos cuidar dele, e ele
pode passar todos os fins de
semana com a vovó. — Sorri para
ela, emocionada. Eu me sentia tão
feliz que estava transbordando de
amor.
Acertamos a papelada com o
advogado, e logo Marcel se tornou
nosso menino. Alexandre estava
muito bobo, tanto que já havia
comprado muitas roupas e inclusive
um taco, uma luva e uma bola de
baseball, e dizia que eu e a nossa
Alice iríamos ser as líderes de
torcida para ele e o Marcel.
Três semanas se passaram e
um sangramento muito forte me
levou às pressas ao hospital.
Depois de uma cirurgia complicada
nossa pequena Alice nasceu. Só
depois que acordei e de estar com
ela em meus braços é que soube
que ela nasceu com o cordão
umbilical enrolado em seu pescoço.
Por sorte, depois minutos de
dedicação dos médicos, nossa
pequena guerreira reagiu e estava
agora mamando em meu peito.
Soube também que houveram
várias complicações, e com isso
tiveram que remover meu útero, ou
eu poderia ter o mesmo destino que
minha mãe teve quando eu nasci.
Chorei muito ao saber que não
poderia engravidar, mas com o
conforto do Alexandre, dos meus
amigos e familiares, logo eu estava
bem.
Quando fui para casa, vi que o
Alexandre tinha armado
praticamente um circo lá, dizendo
ser para a Alice e o Marcel. Eu
estava emocionada, e quando
peguei o Marcel no colo ele deu o
seu primeiro sorriso, isso me
encheu de amor; e soube que não
precisaria ter outros filhos, pois já
tinha tudo o que precisava.
Depois de alguns meses, meu
livro foi finalmente lançado no dia
dos namorados. Alexandre ficou
sem fala quando leu-o, como uma
prova de que nosso amor se
consolidava mais e mais. Meu livro
vendeu enormemente, e logo já
estavam na segunda impressão, e
me pediram que escrevesse ainda
mais. Assim, escrevia em meu
tempo livre, e alternava os
cuidados com os bebês e o sexo
selvagem com meu marido.
Decidimos nos casar quando
nossos filhos completassem 2 anos
e pudessem levar nossas alianças
ao altar. Jéssica e Daniel saíram em
uma viagem de lua de mel, sem
estarem casados e usaram aquela
viagem para se conhecerem melhor,
tão logo batizaram nossos filhos.
Fui saber dois anos mais tarde
que o homem que havia prometido
o mundo a Cristine era na verdade
um gigolô, e que ela era prostituta
em algum lugar no mundo. Nunca
deixamos de procurá-la,
infelizmente nunca chegamos a
encontrá-la. Papai um dia,
desolado, disse que ela procurou
por isso; o que não deixava de ser
uma verdade. Rachel permanecia
trancafiada em sua cela e estava
cada dia mais perturbada.
Esse é o destino de pessoas
maldosas e invejosas, que tentam
prejudicar as pessoas a todo o
custo. Todas as noites eu deitava a
cabeça no travesseiro em paz, pois
alcancei minha felicidade plena
sem pisar em ninguém.
Fim!
Obrigado !