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Mari Monni
Para Luísa.
E para Renata.
Nota da autora
Aproveite o livro.
Prólogo
Estava na cara que seu irmão sofria com algo bem sério.
Capítulo 1
Zachary
Três meses depois…
— Onde ele está? — quero saber, antes que meu pai possa
vir até mim e me apresentar a mais duzentos de seus
convidados.
gargalhada.
— Certo…
Aproveitem a noite.”
Capítulo 2
Gaia
Sentada em um dos bancos na parte de trás do jardim,
descanso as costas enquanto crio coragem para finalmente
tomar um banho e ir para a cama. Meu primeiro dia foi
intenso, com a coronel da culinária me mostrando tudo o
que precisarei fazer daqui para a frente.
— quero saber.
— Também não. Acho que eles só têm uma prima, que mora
em Londres.
— Que bom que você está aqui, Gaia. Pelo menos, vou ter
uma pessoa da minha idade para conversar. — Valerie dá
dois tapinhas no meu joelho.
É. Você? — repete.
Não sei o que me tira mais do eixo: se ter sido flagrada por
meu chefe ou se por meu chefe em si. Se eu abrisse o
Google e procurasse por “pecado”, era a foto dele que
apareceria como a melhor definição.
Por alguns segundos, ele não diz nada. Sua expressão passa
de arrogante a divertida em um piscar de olhos. Desta vez,
é ele quem me fita de cima a baixo. O sorriso aumenta a
cada centímetro do meu corpo que percorre com os olhos, e
o gesto predatório me faz dar um passo para trás,
esbarrando na porta que leva ao corredor dos funcionários.
Só que o magnetismo que ele exala me faz perder o fôlego
de novo.
Fico em silêncio, sem saber o que dizer, como agir. Até que,
finalmente, saio do transe e crio coragem. O par de olhos
mais marcantes que já vi me instiga com promessas
silenciosas. Mas há algo ali que… que… Fico parada por
vários segundos enquanto ele me olha de volta, seu rosto
sério, como se também não fosse capaz de entender muito
bem o que está acontecendo aqui, mas, ao mesmo tempo,
conseguisse enxergar algo em mim.
Depois que o mais velho dos King fez seu discurso — afinal,
ele será o próximo a comandar o império —, nosso príncipe
desapareceu com o priminho. Minhas fontes disseram que
eles escaparam pela porta dos fundos antes mesmo de o
jantar ser servido, acompanhados de três modelos da
Victoria’s Secret, que estavam em Nova York para o
lançamento da nova linha de lingerie da marca.
Capítulo 3
Zachary
Fugir da festa de aniversário das Indústrias King tinha me
parecido uma boa ideia. Foi por isso que, quando a
oportunidade de vir para os Hamptons mais cedo apareceu,
nem hesitei.
mão com cada vez mais força, imaginando que meu rosto
está entre as pernas dela enquanto a devoro. Quero provar
aquela mulher.
Quero sentir seu prazer escorrer na minha boca. Quero que
ela estremeça em meus braços, completamente saciada.
Capítulo 4
Gaia
Quando o despertador toca, avisando que faltam trinta
minutos para que eu esteja na cozinha, meus olhos já estão
abertos e o teto do quarto parece realmente interessante.
Fiquei olhando para ele durante horas, depois de um sonho
ter me acordado. Um tão vívido que parecia real. Nele, a
boca desenhada percorria a minha pele devagar,
espalhando beijos, lambidas e mordidas por onde passava.
Assim que chego à cozinha e noto que ela está vazia, fico
me perguntando se errei o horário. Não há sinal de outra
alma viva.
Nem sei por que estou pensando nisso. Então, apenas faço
que sim com a cabeça e tento me concentrar de novo no
trabalho.
— Você dormiu aqui, como devia. Por que ela não fez o
mesmo?
Capítulo 5
Gaia
Olho para o meu reflexo no espelho e fico me perguntando o
que diabos estou fazendo aqui. Uma saia preta — rodada,
de cintura alta, que termina um pouco acima do joelho —,
blusa branca — sem manga, de gola rolê — e as minhas
sapatilhas pretas não era o que pretendia usar hoje. Mas,
pelo visto, Lottie não tem problema em mostrar as pernas.
É claro que meu olhar vai para ele na mesma hora. O filho
da mãe é como um ímã. E depois da nossa conversa mais
cedo, é ainda mais difícil ignorá-lo. Pelo visto, ele tomou
banho, porque seu cabelo está um pouco molhado e veste
uma bermuda azul-marinho e uma camiseta polo num tom
claro de cinza. Zachary sorri abertamente para a família
enquanto dá a volta na mesa para falar com o pai, que está
na cabeceira. Em seguida, beija as outras mulheres na
bochecha e dá tapinhas nos ombros dos homens.
Harvey alfineta.
apenas um pedido.
Olho para ele sem entender muito bem aonde quer chegar,
mas antes que eu consiga responder, a voz de Zachary soa
pela sala.
— Que tipo de pergunta é essa, Ollie?
Capítulo 6
Zachary
Tudo naquela garota me intriga. Não sei muito bem o
porquê, mas algo nela me faz olhar duas vezes. A começar
pelo nome. Que tipo de nome é Gaia? Fiz uma pesquisa hoje
cedo e descobri que quer dizer terra, ou Mãe Terra. É
interessante, só que ainda não sei se combina com ela. O
fato de ser incrivelmente linda não é o único fator que
contribui para essa minha fixação. Claro que ajuda, porém a
minha necessidade de falar com ela vai além disso. E não
sei por quê. Sempre que me olha, a impressão que tenho é
de que o mundo para e tudo o que consigo enxergar é ela.
Depois disso, veio o muro, que ela ergueu tão alto que é
quase impossível de penetrar. Toda vez que tento conversar
com Gaia, sou respondido com um “sr. Zachary”. É óbvio
que ela está tentando
— Olha só pra mim. É claro que Lottie não vai ter ciúme —
ela se defende, mas o incômodo ainda continua preso na
minha garganta.
— Vou te contar uma coisa, que talvez você ainda não saiba
—
Por mais que esteja falando com Tata, não posso evitar e
olho para Gaia. Algo nessa garota me obriga a manter o
foco nela. Não consigo entender a fixação, mas está aqui de
qualquer jeito. É só ela estar no cômodo que não posso
controlar: meus olhos encontram os dela, tão azuis que
parecem uma piscina de desejo e incertezas.
— Não vejo Lottie por aqui — rebato. — E meu pai pediu por
Gaia.
— Certo. Às 13h30?
Puta que pariu, a mulher é linda demais, tão linda que sinto
vontade de esfregar a mão no peito com o incômodo que
isso causa.
— Só isso. Obrigado.
Capítulo 7
Gaia
Da cozinha, consigo ouvir as risadas escandalosas que vêm
da área da piscina. Achei que isso fosse impossível por
conta da distância, mas eu já deveria ter aprendido que,
quando estamos falando dos King, nada segue as regras
normais — nem mesmo a física.
De novo não.
Eu sou a cozinheira.
Não vou sucumbir a esse jogo cruel. Farei o que for preciso
para ficar longe, custe o que custar.
Capítulo 8
Zachary
Merda, merda, merda!
Ela tem noção de que não sou o tipo de homem que tem
relacionamentos sérios. Deixei isso claro quando
começamos a ficar, de forma bem casual e sem qualquer
tipo de exclusividade. Saímos algumas vezes, trepamos
duas, fomos a alguns eventos… sem compromisso. Até
porque ela não era a única com quem eu fazia essas coisas.
— Onde?
— Amigos do Oliver.
Merda.
— Vai à merda.
— Olha, eu não sei vocês, mas acho que todo esse humor
fez com que eu ficasse sóbrio. — Jackson pula da bancada,
parando ao lado de Sebastian. — Festa dos Millner? —
sugere.
Capítulo 9
Gaia
Lottie mal chegou e já está discutindo com a coronel.
Enquanto a loira tenta argumentar sobre o motivo de ter
faltado ontem, explicando que vai trabalhar mais pesado
hoje, Martha nem quer olhar direito para a cara dela. É claro
que a vontade de Lottie não é acatada, porque a cozinheira
resolve que a melhor forma de punir a garota por não ter
avisado que faltaria ao trabalho é mandando-a embora para
casa.
— Mas… Mas…
— Sim, senhora.
— E as bebidas?
— Sim, senhora.
Mas Oliver apenas ri, o corpo cada vez mais junto ao meu,
me pressionando contra a mesa.
a gota d’água.
Capítulo 10
Zachary
Samantha não me dá sossego. Ela está acostumada a ter
tudo o que quer, na hora que quer. Então, por que aceitaria
a frase que mais disse a ela nos últimos meses? “Acabou,
Sam.”
— Oliver…
Inclusive, pagaria muito mais para nunca ter que olhar para
a cara presunçosa de Oliver de novo.
— Mas Oliver é…
— Que merda!
Capítulo 11
Gaia
A casa está silenciosa demais. Até Martha, que nunca para
de falar, está calada enquanto analisa com cuidado o
conteúdo da geladeira. Estamos nos preparando para a hora
do jantar e ela precisa ter tudo pronto no momento certo.
— desvio da oferta.
— E tudo o que eu mais quero é que meu filho seja tão feliz
quanto eu e seu pai somos. — Mais uma vez, a declaração
me surpreende.
— Senhora King…
— Certo… Monica.
Capítulo 12
Zachary
Flashes estouram na minha cara assim que saio do carro.
— Claro, por que não? — Abro o braço e deixo que ela venha
para o meu lado.
Capítulo 13
Gaia
Passar uma semana sem a família é torturante. Fico limitada
a conversar com Martha sobre receitas — que ela se recusa
a usar —
— Oi, Val. Tudo bem por aqui? — ele pergunta, mas seu
olhar está preso ao meu.
Capítulo 14
Zachary
Passei a semana inteira pensando em Gaia e tentando
entender que porra de feitiço foi esse que ela lançou sobre
mim. Porque não é normal estar com a mulher na cabeça o
tempo todo! Dormindo e acordado, ela preencheu meus
dias e minhas noites enquanto eu tentava cumprir com as
tarefas mais básicas.
É claro que está, já que isso nunca foi pedido antes. Creio
também que nunca fui tão grosseiro com um dos
funcionários antes, só que estou perdendo o controle — e a
culpa é toda dela.
Não sei por que diabos trouxe Gaia aqui, sendo que preferia
estar com ela em meu quarto. Mas a pressa em tê-la a sós
me fez tomar decisões estúpidas. Ou talvez inteligentes,
porque duvido que
Porra, espero que sim. Espero que ela tenha sentido tanto a
minha ausência quanto senti a dela. — Estou bem.
Ela não tem muitas curvas, a não ser pela cintura fina, que
se abre em um quadril desenhado. Seios pequenos, braços
finos e um rosto angelical. Mas são os olhos que me fazem
promessas silenciosas —
Engulo em seco.
— Hein?
Nunca pensei que algo tão simples pudesse ser tão erótico.
Capítulo 15
Gaia
Zachary sai da sala de jogos e me deixa sozinha, tremendo,
ansiando.
Ele disse que era o número quatro. Ele disse que era o
número quatro e foi embora. E agora, o que eu faço? O que
ele espera que eu faça? Estou tão confusa que
pensamentos não conseguem se manter em linha reta.
— Ah, pai, você sabe que não tenho medo de uma boa
briga.
Posso ser muitas coisas, burra não é uma delas, e por isso
estou determinada a aprender o máximo que conseguir
enquanto estiver aqui.
— Obrigada.
— Pode deixar.
Mas calma que ele já está solto. Afinal, um rei não fica atrás
das grades por muito tempo. A imprensa não noticiou e eu
não tenho como provar a veracidade do fato, mas uma
fonte me contou que ele foi levado para a delegacia durante
a semana, após ter transado em público. Sebastian King,
irmão e advogado, foi quem o liberou.
Capítulo 16
Gaia
Mesmo cansada, o sono me falta. Rolo de um lado para o
outro na cama, sem conseguir relaxar, e fico me
perguntando por que diabos não consigo dormir. É claro que
sei a resposta para isso, mesmo que não esteja a fim de
admitir. Olho para o relógio na mesa de cabeceira e
descubro que já passa de uma da manhã.
ele confessa.
Sinto o calor subir pelo pescoço até atingir o rosto, e sei que
estou muito vermelha agora.
— Por sinal, isso está uma delícia. — Ele sorri e alcança mais
um. — Pode fazer para mim sempre que quiser. Prometo
comer tudo.
— E você?
Continuo rindo, cada vez mais histérica, até que ele se junta
a mim.
Capítulo 17
Zachary
Ela está tão perto que posso sentir meu corpo inteiro reagir
à sua presença. É ridículo como essa mulher consegue me
enlouquecer e me acalmar na mesma proporção. A última
meia hora que passei ao lado dela, apenas conversando, foi
o suficiente para provar que não sou imune a tudo o que
tem a oferecer. Posso sentir o cheiro do seu xampu — maçã-
verde nunca foi tão afrodisíaca — e as batidas frenéticas
que vêm de seu peito, tão ritmadas com as minhas, assim
como a respiração ofegante.
— E o que mais?
Por alguns segundos, ela apenas me encara. Odeio não
conseguir ler pensamentos. Seria tão mais fácil… inclusive,
adoraria que Gaia pudesse ler os meus, porque eu tenho
certeza de que estão em sincronia com os dela, apesar
dessa relutância.
É sério isso?
— Vocês não…?
Silêncio de novo.
Mesmo com pouca luz, posso ver seus lábios rosados, que
combinam com a coloração das bochechas quando
emolduro seu rosto com uma mão. Ela estremece com o
contato e me sinto a porra de um super-herói.
— Gaia, eu…
Com Gaia ainda no meu colo, viro o rosto para o lado e dou
de cara com a porta escancarada e Valerie boquiaberta
enquanto tenta entender o que está acontecendo. “Empata
foda do caralho”, xingo-a mentalmente, mas revolvo não
deixar que as palavras escapem.
Devagar, desço Gaia pelo meu corpo, até que seus pés
toquem o chão. Porém não consigo me afastar o suficiente e
acabo permitindo que minha mão vá para sua nuca.
Na verdade, nem sei por que saí daquele quarto. Talvez para
conseguir recobrar um pouco da minha lucidez.
Maldita maldição.
Maldita obsessão.
Capítulo 18
Gaia
Zachary King me beijou.
Ele me beijou.
Com certeza, não fui eu, que apenas sento no divã rosa ao
pé da cama, em silêncio. Continuo olhando para o nada, na
tentativa —
Nunca fui uma mulher sonsa, que finge estar sentindo uma
coisa quando, na verdade, está sentindo o oposto. Não
mesmo. É por isso que pego a saia de Lottie, que eu ainda
não devolvi, e coloco uma regata branca, um pouco mais
decotada do que as roupas que uso
— Não sei. Ela deveria estar aqui — ele diz e coça a nuca.
Será que mentiu? Se foi sem importância, por que ele foi
correndo para a cidade?
E me deixou.
Capítulo 19
Gaia
Depois de passar a tarde inteira na cozinha com Martha,
preparando quitutes para o luau, tudo o que mais queria era
poder deitar na cama e recuperar o sono perdido. É claro
que não tenho a chance de fazer isso, já que o evento está
começando.
Nunca fui a uma festa assim, por isso, pedi ajuda à Valerie
para escolher uma roupa apropriada.
Não quero o dinheiro dos King, quero o que vou receber com
o meu trabalho suado. Preciso terminar meu curso de
gastronomia e, um dia, terei o meu próprio restaurante. É só
isso o que desejo.
Ele sabe.
brigo com ele, mas meu tom deixa claro que não estou
chateada.
ele diz para o primo, que apenas faz que sim com a cabeça,
um sorriso conspiratório nos lábios.
Capítulo 20
Gaia
— Já chega! — Valerie invade o meu quarto na quinta-feira à
noite, enquanto estou lendo um livro que peguei
emprestado na biblioteca da casa. — Não vou deixar que
você continue aqui dentro, remoendo pensamentos
autodestrutivos enquanto aquele babaca está se divertindo.
Nada.
Desgraçado!
Quando faço o que ela pede, sinto que meu coração será o
próximo a parar no vaso sanitário. Fotos e mais fotos de
todos os cinco herdeiros King. Vejo Jackson sorrindo,
abraçado a duas mulheres lindas; Trenton saindo de um
carro de luxo; Sebastian em um cassino, com muitas fichas
à sua frente; Elijah correndo no parque sem camisa; e
Zachary… São tantas fotos dele que chego a perder as
contas. Vou rolando a tela para baixo, me deparando com
∞∞∞
Jackson King.
Capítulo 21
Gaia
— We are the champions! We are the champions! No time
for losers, ‘cause we are the champions… of the world! —
Jackson e eu cantamos a música a todo pulmão enquanto
andamos de volta para a enorme casa da família King.
Valerie resolveu aproveitar o restante da noite com Craig,
mas prometeu que estaria no trabalho pela manhã.
— Vem ficar aqui comigo. — Ele estica uma das mãos até
alcançar a minha e me puxa para baixo.
— Por quê?
Ofereço um sorriso.
— Como assim?
Capítulo 22
Zachary
Ver Gaia nos braços do meu primo, um homem que eu amo
e por quem daria a vida, faz com que eu entenda a
profundidade dos meus sentimentos por ela. Porque, neste
momento, tudo que tenho é uma vontade meramente
controlável de arrancar a cabeça de Jackson fora.
De ciúme e mágoa.
Foda-se ele. Todo o meu foco está nela, que parece bastante
envergonhada de ter sido pega no flagra.
Mas é muito bom saber que você pensa tão pouco a meu
respeito.
irracional e incontrolável.
É certo demais.
— Eu não estou com Samantha. — Limpo a lágrima de seu
rosto enquanto minha outra mão a toma pela cintura. —
Não estou com ninguém. Nem quero estar com qualquer
outra pessoa que não seja você, Gaia.
Ela inspira com força e eu não sei o que fazer. Não sei,
porque não entendo o que está acontecendo comigo. Eu
coloquei a verdade na mesa e a resposta dela vem em
forma de silêncio, me deixando apreensivo e me fazendo
relembrar do inferno que foi ter que ficar esses dias longe.
Não sei o que se passa em sua mente, mas tenho certeza
de que preciso estar com ela.
— Vocês são muito lindos e tal, mas não tenho esse fetiche
de voyeurismo. Ou eu participo ou acho melhor vocês irem
embora —
Nem eu.
Capítulo 23
Gaia
Eu não sei se ainda estou bêbada ou se isso é uma
alucinação.
— Ex-namorada? — sugiro.
— Só isso?
Não quero mais nada, a não ser me entregar a ele. Não sei
o que vai acontecer daqui para a frente, e possivelmente
amanhã vou acordar com medo de tudo e duvidando das
minhas ações, mas hoje eu quero que Zachary King me
beije.
— A segunda — sussurro.
Capítulo 24
Zachary
— Quero ouvir você dizer as palavras, Gaia. — Um sorriso
safado toma conta do meu rosto, enquanto minhas mãos
apertam sua cintura. — O que você quer que eu faça?
É o meu fim.
Esses dias ao lado dela foram uma tortura, e agora que sei
como ela se encaixa perfeitamente em meus braços, não há
qualquer chance de deixá-la escapar.
Sinto seu calor, sua necessidade, e sei que Gaia está tão
desesperada quanto eu. Cada novo contato mandando um
raio de desejo direto para o meu pau, que fica mais duro a
cada sonzinho que ela emite.
— Isso não vai ser um… — começa a falar, mas logo hesita.
— Zachary…
Pau fiel.
Capítulo 25
Zachary
Gaia dorme ao meu lado, tão serena que não consigo parar
de olhar para ela. A boca ligeiramente entreaberta, o cabelo
ruivo bagunçado, as sardas decorando o rosto de anjo…
Enquanto isso, fico parado que nem um idiota, com a
cabeça apoiada na mão, apenas observando a mulher mais
linda do mundo.
Que merda.
Suplico.
∞∞∞
— rebato.
Só espero que ela não tenha mentido para mim, nem que
esteja surtando, porque a última coisa que quero agora é
ter que convencê-
Sexo nunca foi tão gostoso. Estar com uma mulher nunca foi
tão certo.
Ela percebeu isso, né? Tem que ter percebido. Não posso ser
o único idiota da relação.
É então que paro no meio do quarto e olho para os lados,
completamente embasbacado.
3) Evitar violência.
Capítulo 26
Gaia
É difícil andar quando se está toda ardida. Mesmo assim,
corro de um lado para o outro da cozinha, controlando a
careta e tentando organizar tudo para a chegada da família.
Martha ter ficado doente fez com que a noite passada
perdesse um pouco do brilho, já que, agora, eu nem posso
ficar sonhando acordada. Muito menos deitada na cama,
aproveitando os braços fortes de Zachary.
suas mãos são enormes, o que quer dizer que outras partes
de seu corpo também não devem ser nada pequenas. Mas,
no momento, só há um homem bem grande ocupando
minha mente. E duvido que ele saia de lá tão cedo. Não
depois de tudo o que aconteceu. E não enquanto ainda
posso sentir o efeito do que fizemos. Aperto as pernas de
forma discreta, tentando aplacar a ardência.
— Serve miojo?
Desejo.
Necessidade.
Carência.
Mordo o lábio inferior, pedindo aos céus para que ele aceite
a minha oferta. Por mais que eu o queira na minha cama,
não sei por quanto tempo Zachary King estará na minha
vida. E jamais deixaria que ela girasse em torno de um
homem. Já errei uma vez — o que me fez perder tudo —,
não sou burra a ponto de cometer esse erro de novo.
Gaia?
— Obrigada.
Capítulo 27
Zachary
— Vem para a piscina, Zachary — Chloe chama naquele
biquíni minúsculo e estende a mão para mim de dentro da
água.
Tata tinha que ficar doente logo neste fim de semana? Ela
nunca passou mal em todos os anos que trabalha para a
nossa família!
— Zachary, claro.
— Por quê? — Sebastian quer saber, mas fico calado.
— Sim, mas ela não quer que ninguém mais fique sabendo
—
— Zachary, eu…
Minha retaguarda.
— Gaia… — alerto.
Só que, assim como na primeira vez que ela fez isso, agora
também não recua. Apenas empina mais a bunda, a ponto
de roçar em minha perna. Se ela fosse mais alta, roçaria em
outra parte do meu corpo, uma que preciso manter relaxada
agora, senão a família toda irá perceber o quanto esta diaba
ruiva me afeta.
Capítulo 28
Gaia
Os King não convidaram apenas três amigos para ficarem
na casa durante o fim de semana; eles convidarem três
casais, além de Chloe, Dana e mais cinco jovens. Todas
lindas, bem-vestidas, ricas, piscadoras de cílios e aposto
meu fouet da sorte que são cheirosas.
À chef.
Mordo o lábio, com tanta força que quase tiro meu próprio
sangue. Minhas mãos estão congeladas e sei que vou
desmaiar a qualquer momento.
— Certo. — Tento controlar minha respiração, mas não
consigo.
Estou hiperventilando.
Mas esta é a minha chance. Foi por isso que vim. Então,
reunindo todas as minhas forças, ergo o queixo e sigo para
a sala de jantar.
Queremos detalhes.
Julian disse que você fez questão de ter roseiras aqui, então
imaginei que eram as suas flores preferidas.
Quando ela diz isso, meu coração quase pula para fora do
peito.
Merda.
— Você precisa dar logo pra ele, senão meu primo vai
explodir.
— Mas eu não…
— Shhh, minha vez — Jackson me interrompe. — Você tem
duas opções: a primeira é esquecer o meu primo e ser
minha. — Ele balança as sobrancelhas de forma insinuativa.
Reviro os olhos, fingindo estar entediada.
— Não, Jackson.
— Mas o quê?
Por mais que me casar com ele hoje não seja uma opção,
também não quero que ele vire as costas para mim e se
envolva com outra. Não sei o que temos, muito menos o
que estou sentindo, mas de uma coisa tenho certeza:
Zachary King e eu estamos apenas começando.
Capítulo 29
Gaia
Ando de um lado para o outro da cozinha, eufórica demais
para conseguir dormir. Nem um banho quente, depois de
um dia tão cansativo, foi capaz de me relaxar. Na verdade,
sei que preciso de mais uma coisa hoje… e essa “coisa” tem
nome, 1,90m e olhos verdes.
— Eu… eu…
— Eu pedi que…
Fale, Gaia.
Capítulo 30
Gaia
— Isso foi…
Zachary ri alto.
— Por quê?
— Porque senão eu acabo acreditando — confesso, mais
baixinho ainda. O medo de me expor é enorme. Ao mesmo
tempo que não quero parecer a mocinha emocionada,
também não estou a fim de soar indiferente a tudo que tem
acontecido entre nós. Até porque não tenho mais como
fingir que não sinto aquilo que meu corpo já deixou bem
claro para ele.
— Como assim?
— Mas…
Dessa vez, ele estava de pé. Quando entrei, tudo o que fez
foi estender a mão para mim. “A partir de hoje, você não é
só um King, mas o meu herdeiro também. Porque, nesta
família, nós não temos
— Não foi por isso que contei aquela história, sabe? — ele
diz, aliviando meu incômodo.
— Ah, é?
O desejo.
A necessidade.
∞∞∞
— Só mais um minuto.
Quando viu meu estado de total apatia, Val insistiu para que
eu viesse a essa festinha. Mesmo minha vontade sendo de
ficar em casa lendo um livro e comendo pipoca, aceitei. Só
que ela tinha razão: eu merecia uma folga agora que Martha
está recuperada.
— Absoluta — garanto.
Da última vez em que ela veio até mim com o aparelho, não
foi para me trazer boas notícias. Acho que minha amiga
percebe para onde meus pensamentos vão, porque sua
expressão fica murcha na mesma hora. Há uma raiva
contida ali também.
Mas não vou chorar agora. Não vou. Não posso me permitir
chorar por um homem que está se divertindo com outras
mulheres, enquanto fico aqui, pensando nele que nem uma
idiota. Onde está o meu senso de autovalorização?
Um romance proibido.
Capítulo 31
Zachary
Quando tudo dá certo, só consigo pensar nela. É com Gaia
que quero comemorar.
— Quem?
— Eu! — grito, erguendo-me da cadeira. — Eu sou um
maldito golden retriever. Eu era um lobo, Trent. A porra de
um lobo solitário, uivando para a lua. Um pitbull. Igual a
você. Alto, forte, marrento, piruzudo, macho alfa. —
Gesticulo sem qualquer controle. — E agora sou esta
porcaria de golden retriever. Daqui a pouco, viro um
yorkshire, daqueles de ser levado numa bolsa. E o que vai
restar da minha dignidade, hein? Nada! — Faço um sinal de
encerramento com as mãos. — Absolutamente nada.
— Não, não estou bem. Trenton — vou até ele com passos
apressados e, ao mesmo tempo, hesitantes —, eu acho que
estou…
“Enlouquecendo” deveria ser a melhor forma de terminar a
frase, porém não era isso o que estava prestes a dizer, e
sim algo muito mais perigoso.
Não é verdade.
Não é.
Sim.
Sim.
Sim.
— Mas como?
— Que merda.
Olho para ele e dou graças aos céus por meu primo ainda
não ter desenvolvido a habilidade de ler a minha mente. Se
Trenton soubesse que transei sem proteção com alguém
que mal conheço, com certeza me daria um sermão mais
longo do que o meu…
— Não, você não sabe. E não vou falar sobre isso agora —
Gaia vai ter que entender que estou disposto a mudar tudo
entre nós. Daqui para a frente, ela terá um homem em sua
vida. Só preciso me acalmar, retomar um pouco do controle
e encontrar uma forma sensata de contar isso a ela. Porque
se eu aparecer deste jeito nos Hamptons, Gaia com certeza
vai fugir de mim — e com razão.
— De um… o quê?
Capítulo 32
Gaia
Eu odeio Zachary King.
Que piada!
Isso foi no início da carreira dela, quando ainda não era tão
famosa assim. Meu pai não se importou muito na época, até
porque ajudou bastante com a mídia. Nada melhor do que
se envolver com um King para ganhar os quinze minutos de
fama que ela precisava para decolar. — Zach dá de ombros,
uma expressão resignada estampa seu rosto agora.
imagino que não deva ser fácil viver com um alvo nas
costas para todos aqueles que queiram subir alguns
degraus na carreira às suas custas.
sorrisos…
Não consigo.
Não consigo.
Fico na ponta dos pés e encerro qualquer distância que
havia entre nós. As flores esquecidas, o ciúme deixado de
lado, a insegurança ignorada por agora, assim como a
plateia. Sei que Martha desaprova o meu comportamento,
mas não estou aqui por ela. Estou aqui por mim, pelo meu
trabalho e, de agora em diante, por Zachary King.
exemplo.
Olho para Zach, que agora carrega uma preocupação nítida
em sua testa franzida. De forma instintiva, estico o dedo e
massageio o vinco que se formou entre suas sobrancelhas,
ajudando-o a relaxar.
Capítulo 33
Zachary
A surpresa no rosto de Gaia a deixa ainda mais linda. Os
lábios entreabertos, a respiração ofegante, os olhos
nublados. Ela nem se mexe direito. Não sei se é o medo, se
está excitada… porém não me pede para parar. E no
instante que descruza as pernas, sei que está disposta a
entrar no meu jogo, apesar do pavor.
O sentimento guardado.
Quero dizer a ela tudo o que sinto, mas não sei o que estou
fazendo. Isso aqui é fácil. Sexo é fácil. Prazer é fácil. Já
amor… amor é complexo demais. E nunca senti isso antes.
Sei que, por trás da cara de anjo, existe uma diabinha que
gosta de brincadeiras mais safadas — obrigado, Deus —, é
por isso que continuo, cada vez mais forte, querendo deixar
algumas marcas ali.
Merda.
Fico tão duro que meu pau chega a incomodar. É nisso que
dá não pensar direito antes de fazer o que queremos. Agora,
vou ter que passar os próximos quarenta minutos de uma
forma bastante desconfortável, e só espero conseguir
manter um pouco de controle para não gozar na calça.
— Mas…
É a visão perfeita.
E o pior de tudo: estou bem com isso, mesmo que ela não
me ame de volta.
∞∞∞
Absolutamente tudo.
Nunca. Mais.
Capítulo 34
Gaia
Zachary me beija sem explicação — e não faço ideia do que
isso significa. Mas também não preciso entender agora.
Apenas beijo-o de volta, levando a mão até sua nuca
enquanto me entrego sem qualquer resistência. A fase de
resistir passou. A de duvidar também.
Não agora. Por isso, faço a única coisa que consigo: abro
mais as pernas. De certa forma, preciso que Zachary
entenda que isso, que o sexo, também é uma forma de
aceitá-lo no meu íntimo. Um rosnado baixo deixa seus lábios
e reverbera em meu peito no instante que ele ataca,
tomando minha boca em um beijo sem controle e aceitando
o que posso oferecer.
Queria estar nua, para que ele pudesse brincar comigo com
tudo que tem: lábios, língua, dedos e mãos, como só ele
sabe fazer. Mas estamos expostos demais assim, na
varanda, para que Manhattan inteira veja.
Ele aperta meu mamilo com mais força e não consigo conter
o grito. Tentando me firmar, estico uma mão e arranho seu
peito.
Preciso me segurar em algo para não despencar no
precipício de prazer. Só que meu movimento apenas
contribui para atiçar ainda mais o animal que habita em
Zachary. Ele solta um grunhido, dobrando o corpo para
frente, e me envolve com um braço pela cintura, puxando-
me até que eu fique sentada na beirada da mesa, quase
saindo dela. Então, cola os lábios aos meus, tomando-me
em um beijo apressado.
Capítulo 35
Zachary
O dia de hoje foi longo demais, só que, de alguma forma,
não me sinto cansado. Na verdade, com Gaia sentada no
chão entre as minhas pernas e meus primos falando alto,
acho que “sono” é a última coisa que sentiria agora.
— Acho que…
— Por que você não fez o que pedi? Era uma coisa simples.
Eu fiquei esperando um tempão e…
— Deu certo, não deu? Você teve que tomar uma iniciativa.
—
Você sabia, Gaia, que Elijah Arthur King tem esse nome
porque nosso querido tio Edmund é fã…
Capítulo 36
Zachary
Trazer Gaia até a minha casa para preparar o jantar foi a
melhor e a pior ideia de todas. É uma tortura tê-la tão perto
e não poder agir do modo como quero, como preciso.
Porque, no instante que ela entrou na cozinha e colocou o
avental, minha diaba ruiva ergueu um muro tão alto entre
nós, que nem meu melhor sorriso foi capaz de penetrá-lo.
Só não sei como pedir isso a ela sem fazê-la sair correndo
para nunca mais voltar. Estou andando em uma corda
bamba, e qualquer passo em falso pode estragar tudo o que
temos.
É por isso que tomo o que Gaia está disposta a dar, mesmo
que a minha vontade seja de mandar esse jantar se foder e
arrastá-la para o quarto. Se eu pudesse, deixaria bem claro
que odeio essa linha que ela insiste em manter entre a
profissional que trabalha para os King e a mulher que tem
ocupado cada vez mais a minha mente — e a minha cama.
Gaia não só pode, como deve estar ao meu lado daqui para
a frente. E não existe nada de mundos diferentes. Nosso
lugar é o
mesmo. Agora, só preciso encontrar um modo de fazer com
que ela enxergue isso também.
∞∞∞
— Senhor King — uma mulher loira, que não deve ser muito
mais velha do que Gaia, coloca a cabeça para dentro —,
seus convidados estão subindo.
Sei que meu primo tem se interessado cada vez mais pelo
lado musical da IK. Por isso ouvi-lo dizer que fechou seu
primeiro contrato me enche de orgulho.
Não digo a ele que a chef é a mesma mulher que seu filho
assediou, muito menos que estamos envolvidos. Isso será
uma surpresa no momento apropriado. Por enquanto, limito-
me a apontar para a porta e dou esta conversa por
encerrada.
Capítulo 37
Gaia
A sobremesa saiu da cozinha há três minutos e, desde
então, não paro de tremer. Sei que fiz o meu melhor com
esse jantar, mas ainda não obtive qualquer resposta de
Zachary sobre a comida. Não sei se as coisas estavam boas
o suficiente para impressionar seus convidados. Afinal, só
tive um dia para pensar em tudo, fazer as compras e
cozinhar sem ajuda um serviço para sete pessoas.
Que droga!
— Certo…
— Você tem ideia do que fez com a minha vida? — Sua voz
é rouca quando pergunta, mas é a respiração pesada que
me deixa ainda mais aflita. Algo de errado aconteceu, só
pode ser isso.
Zachary sorri.
— O que passou pela sua cabeça para achar que este era o
momento perfeito para me falar isso? No meio de um jantar
de negócios importante, com seus convidados esperando do
outro lado.
Estou em choque!
se você procurar por aí, não vai achar nada sobre a ruiva
misteriosa.
Capítulo 38
Zachary
— O que você queria falar comigo? — meu pai pergunta
assim que entramos no escritório da casa nos Hamptons.
Por vários segundos, meu pai não diz nada. Ele se recosta
na mesa, uma perna passada sobre a outra enquanto me
analisa com cuidado, como se quisesse entender todos os
motivos que me levaram a agir dessa forma. A impressão
que tenho é de que voltei ao passado e estou prestes a
levar uma bronca por ter feito merda na escola. Nunca sei o
que meu pai pensa, porque Harvey King não esboça
qualquer reação de agrado com a minha conquista. Como
sempre, ele vai analisar a informação antes de revelar o que
acha de tudo.
questiono.
∞∞∞
— Percebi.
— Precisamos de uma festa! — mamãe solta em um grito,
fazendo com que todos na sala de jantar olhem para ela. —
Sim, para exibir a namorada do meu filho para o mundo. Ah,
já posso até ver a cara daquelas insuportáveis do clube.
Qual é mesmo o nome da bruxa, Angela? — Ela estala os
dedos algumas vezes, tentando se lembrar.
Puxo Gaia para mais perto e sinto seu corpo gelado junto ao
meu.
Capítulo 39
Gaia
Martha está à beira de um colapso. Tenho certeza de que
não falta muito para me matar, mesmo que eu não tenha
culpa pelo número de convidados desse almoço para
amigos. Monica havia prometido chamar apenas os mais
íntimos da família para este fim de semana. Então, como eu
poderia imaginar que, nessa lista, oitenta pessoas estariam
incluídas?
Se por um lado eu sei que ela tem razão, por outro estou
tentando me manter fiel àquilo que disse à família no fim de
semana
É por isso que fico na ponta dos pés e deixo meus lábios
tocarem os dele.
Capítulo 40
Gaia
Zachary mantém um braço protetor passado em volta da
minha cintura durante a primeira hora da festa, como se
quisesse me garantir que está ao meu lado e não sairá
daqui. É só isso que me traz um pouco de alívio. Ofereço o
melhor sorriso que tenho para todas as pessoas a quem sou
apresentada. Porém, consigo notar que os que recebo de
volta são tão falsos quanto a bolsa “Chamel”
Mal sabem elas que você aceitou ficar comigo por conta da
minha beleza estonteante e do meu charme irresistível. —
Ele dá uma piscadinha, que quase me faz engasgar com o
líquido borbulhante.
— Eu sei.
— Não podemos.
— Eu sei.
— Eu sei.
— Fico muito feliz que tenha gostado, sr. Cooper — falo com
sinceridade, sentindo as mãos de Zachary me apertarem de
leve, ao mesmo tempo que ele deixa um beijo no topo da
minha cabeça.
— Mãe, o que…
— Não — ela diz, tão baixo quanto eu. — Você vai ficar e
ouvir tudo o que essas víboras têm a dizer.
Agora, Gaia.
Foi por isso que a trouxe aqui, Gaia. Você está namorando o
herdeiro das Indústrias King, o próximo chefe da família. Era
óbvio que as serpentes iam destilar um veneno. E eu queria
saber o que elas estavam falando de você. Afinal, tudo isso
que ouvimos estará nos tabloides amanhã. — Monica dá de
ombros, em um gesto bem parecido com o do filho. — Nós
lidamos com o previsível, mas não podemos deixar que
nada, absolutamente nada, manche o nome da nossa
família.
— Como assim?
— E o que aconteceu?
Isso conta?
Capítulo 41
Gaia
Com certeza não terei forças.
Por quê?
Eu não o vejo há… sei lá, quase quatro anos. Por que agora,
quando minha vida finalmente está se acertando?
— Pela cara que está fazendo, o término não foi muito legal
—
Não sabia que eles estariam aqui, não fazia ideia de que
tinham assinado com uma gravadora… com a King Records,
dentre todas as possibilidades! — Minha voz sai esganiçada
enquanto me esforço para não chorar.
erro meu para mostrar a Zachary que sou tudo o que elas
acham de mim.
Óbvio que vou. Só… não agora. Não enquanto a casa estiver
cheia de convidados. Já imaginou a reação dele na frente
dessas pessoas?
— Isso vai dar merda, ruiva. E olha que minha mãe sempre
diz que nasci com o “merdômetro” quebrado. Mesmo assim,
sei que você precisa contar para o Zachary agora, antes que
seja tarde demais. Não é como se você e o tal de Jamie
ainda estivessem envolvidos. Certo? — Ele observa minhas
reações com as sobrancelhas franzidas, como se quisesse
ter certeza de que a minha resposta será não.
Merda infinita!
Por favor, diga que sim. Vou adorar ver a cara de Zachary
quando
Eu não sei que fotos e vídeos ele pode ter, mas também não
me lembro de várias coisas que aconteceram na época em
que estive com Jamie. Será que são nudes? Mas nunca me
coloquei nessa situação! Jamie não seria tão canalha em
fazer algo assim, né? Sem o meu consentimento, ainda por
cima?
Merda.
Olha só! Era por isso que o querido Zach não saía de lá. Ele
estava com ela!
Aposto o que quiserem que várias fake news sobre Gaia vão
brotar daqui para a frente. A imprensa vai cair em peso
sobre a coitada.
Capítulo 42
Zachary
— Que cara é essa? — Trenton pergunta assim que o avião
começa a levantar voo, saindo de Washington DC.
Ficar longe dela nesses últimos dias têm sido mais difícil do
que pensei, ainda mais depois de como Gaia estava no
domingo.
Puta que pariu. Como Gaia pode ter escondido isso de mim?
Por que ela não me contou? Será que acha que sou
irracional a ponto de não aceitar que ela teve outro
namorado? E por que Jackson sabe sobre isso?
Agora,
tomo
conhecimento
por
um
jornal
— Claro que sim. Você conhece a Gaia, sabe que ela jamais
faria uma coisa dessas.
Capítulo 43
Gaia
Desde domingo à noite, não tenho nada para fazer, por isso
estou sentada aqui, vendo Julian cuidar do jardim, sem
pressa.
— Val, por favor — digo assim que ela fecha a porta do meu
quarto —, me conte o que aconteceu.
— É sério isso?
Merda!
Antes dele, tudo era mais fácil: não tinha fofocas a meu
respeito, ninguém me ameaçava, meu ex-namorado estava
vivendo em um canto qualquer… Mas assim que Zach
entrou na minha vida, as coisas viraram de cabeça para
baixo — em todos os sentidos. Mais uma vez, parei de
pensar apenas em mim e no que eu queria conquistar.
Abaixei a guarda. Cedi.
Agora, estou aqui, com pessoas me chamando de tudo o
que têm direito, enquanto preciso me preocupar em ter
vídeos meus vazados — e eu nem sei o conteúdo deles.
— O que foi?
Sei que amor deixa a gente meio estúpida, mas o que sinto
vai além disso. É como se eu precisasse dele para viver.
Merda!
Tudo. Sei que te disse isso uma vez, mas você não me levou
a sério:
Zachary é meu irmão, e não posso permitir que ele não
enxergue o que está bem à frente de seu nariz. A verdade é
que você colocou um feitiço nele. “Amaldiçoou” talvez seja o
verbo certo, neste caso.
Você não é uma de nós. Ainda não. Então, por que eles
inventariam tantas mentiras a seu respeito? A troco de quê?
Ninguém sabe…
Sei que não era meu trabalho, mas deixa eu lhe avisar,
Gaia: meu
primo não está apaixonado por você. Ele está sob os efeitos
da maldição dos King — declara, mantendo os olhos presos
em mim.
Capítulo 44
Zachary
Assim que estaciono o carro na frente da casa, percebo que
falta pouco para as sete da noite. O dia passou voando, o
trânsito para chegar até aqui não ajudou muito, mas
finalmente vou poder conversar com a Gaia. Está na hora de
colocar essa história toda a limpo, porque não aguento mais
ouvir de outras pessoas tudo o que ela fez ou deixou de
fazer.
Será que Oliver não ouviu meu alerta para ficar longe dela?
Sigo até lá com pressa, cruzando primeiro a sala de estar,
passando pela de jantar enquanto as vozes femininas e
alteradas ficam mais altas, discutindo com alguém. Porém,
quando paro ao
Mesmo que a imagem dela não seja tão nítida assim, eu sei
que é mesmo a Gaia ali. Já decorei cada curva daquele
corpo, cada movimento.
Por que não me contou de seu passado? Por que não falou
nada sobre o tipo de pessoa que era ou das amizades que
tinha?
Estaciono antes de chegar até ela, para que não possa fugir.
Assim que desligo o motor e abro a porta, confirmo aquilo
que já sabia.
— Oliver…
encarando.
— Nem comece a inverter essa discussão — interrompo-a.
—
— Então, por que nunca me disse nada? Por que não falou
da maldição? Por que não…?
Capítulo 45
Gaia
— Tem certeza de que você quer ouvir? Meu passado é algo
que eu preferia deixar para lá, Zachary. Não é uma história
bonita —
estar com ele aqui, de novo ao meu alcance, faz com que
muitas das dúvidas desapareçam.
— Foi por isso que você resistiu a nós dois por tanto tempo,
não é? — ele pergunta, lendo meus pensamentos, enquanto
acaricia as minhas costas. Apenas assinto com a cabeça e
repouso o rosto em seu peito.
— Como assim?
Tá bom, também foi por causa do babaca ser seu ex. Mas
aposto que isso levou Oliver a cumprir com a ameaça. — O
modo como ele
me encara não esconde a raiva nem o arrependimento que
sente. E
— Isso quer dizer que, pelo menos, você não vai fugir? —
Com a mão livre, ele move meu cabelo para o lado, com
tanta gentileza que mal sinto seu toque. Mas são suas
palavras que me destroem, enquanto mantém os olhos
presos em mim:
— Acho que nunca quis tanto algo nesta vida quanto sentir
você me chupando agora. — Ele contorna minha boca com
a cabeça rosada, e preciso apertar as pernas com a dor que
começo a sentir, causada pelo vazio de não o ter dentro de
mim. — Abra a boca, Gaia.
Faço o que ele pede e seu pau desliza entre meus lábios, ao
mesmo tempo que o aperto em meu cabelo se intensifica.
Eu o encaro enquanto sugo a ponta com força, para relaxar
um pouco e deixar que ele entre mais fundo. Passeio com a
língua devagar, seguindo a veia protuberante, até minha
boca encontrar com sua mão, que agarra a base. Substituo
a dele pela minha, masturbando-o devagar enquanto o
chupo ao mesmo tempo.
Mas não preciso pedir duas vezes, porque logo sinto seu
pau brincar na minha entrada, acariciando o clitóris bem
devagar.
— Agora!
∞∞∞
— Não quero torrar seu dinheiro com carros que nunca vou
dirigir.
— Uma vida.
Epílogo
Zachary
Um ano e meio depois…
— Porque não quero que todos pensem que estou com você
por conta dos seus milhões — ela declara, franzindo o
cenho.
Agradecimentos
Instagram: @marianamonni
TikTok: @marimonni
Twitter: @marimonni
Querida leitora,
Seu passado não foi gentil, mas Eduardo veio para provar
que seu futuro pode ser tudo aquilo que ela sonhou. Basta
apenas que Laura se permita uma chance para amar.
Aquele Beijo
Certo?
Carrick Griffin sabia como seria sua vida e não estava nada
feliz com o que havia sido posto em seu caminho. Porém, já
estava conformado. Afinal, ele era o herdeiro de um
império.
Um momento.
Um desencontro.
Um destino já traçado.
ATENÇÃO:
Não leia este livro em público se você não quer passar
vergonha. Ele vai te fazer gargalhar alto e sentir as famosas
borboletas no estômago. A autora não se responsabiliza
caso você fique completamente apaixonada por Dante e
Clara.
Aquiles
Dionísio
Dionísio, o segurança.
Por outro lado, Dio sabe muito bem o que quer: irritar a
princesinha a todo custo. Ela é mimada, chata e
possivelmente a mulher mais linda que já conheceu. Só que
isso não importa.
Com sua vida em ruínas, ela vai atrás do homem que pode
ter as respostas para suas perguntas. O que não esperava
era encontrar aquele espécime de um metro e noventa,
tatuagens pelo corpo todo e um sorriso de derreter
calcinhas.
Minha Ruína
Meu
Cinco livros.
Cinco casais.